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Numero do processo: 10280.005357/2006-32
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário:2003
NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. VIOLAÇÃO DO DECRETO Nº 70.235/72.
É nulo o lançamento que, embora identifique a infração tributada, não atenda ao disposto Decreto 70.235/1972, art. 10, incisos IV e V. Verificada a falha cometida, declara-se a nulidade da exigência.
BASE DE CÁLCULO IMPRECISA. CONSOLIDAÇÃO DE FATOS GERADORES E TRIBUTOS. IMPOSSIBILIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
Os fatos geradores das obrigações devem ser mantidos individualizados, não podendo haver consolidação de períodos e tributos, sob pena de cercear o direito de defesa do contribuinte.
Numero da decisão: 1802-001.382
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso nos termos do voto do relator.
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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VIOLAÇÃO DO DECRETO Nº 70.235/72. É nulo o lançamento que, embora identifique a infração tributada, não atenda ao disposto Decreto 70.235/1972, art. 10, incisos IV e V. Verificada a falha cometida, declarase a nulidade da exigência. BASE DE CÁLCULO IMPRECISA. CONSOLIDAÇÃO DE FATOS GERADORES E TRIBUTOS. IMPOSSIBILIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Os fatos geradores das obrigações devem ser mantidos individualizados, não podendo haver consolidação de períodos e tributos, sob pena de cercear o direito de defesa do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Fl. 351DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 37 2 Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 38 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém (PA), que por unanimidade de votos julgou procedente em parte a impugnação da contribuinte, mantendo parte do crédito tributário exigido. Versa o presente processo sobre o(s) Auto(s) de Infração de fls. 144/146, relativo(s) à multa isolada, ano calendário 2003, no valor de R$ 117.208,40. Também consta do processo o Auto de Infração o Relatório de Fiscalização de fls. 140/142. De acordo com os fatos narrados pelo Fisco, o sujeito passivo incorreu na seguinte infração: Falta/insuficiência de recolhimento das estimativas mensais do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), referentes aos meses de out/03, nov/03 e dez/03. O sujeito passivo tomou ciência do lançamento em 22/12/2006 (fls. 144) e apresentou sua impugnação em 23/01/2007 (fls. 149/188), na qual alegou em síntese que: a) A atividade de exame das escriturações fiscais é privativa de Contador habilitado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Por conseguinte, o lançamento, decorrente dessas atividades, efetuado por profissional não habilitado, é nulo por afrontar o direito positivo que regulamenta a profissão de Contador; b) Os motivos de fato e os dispositivos legais específicos supostamente infringidos não correspondem à realidade dos acontecimentos. Isto porque, tendo recolhido ou parcelado tais antecipações, ainda que intempestivamente, o contribuinte cumpriu com sua obrigação (principal) deixando, portanto, de ser típica a conduta para fins de aplicabilidade da norma punitiva; c) Já havia providenciado, anteriormente ao inicio da ação fiscal, o recolhimento daquelas antecipações através de parcelamento do PAEX; d) Em face do Termo de Encerramento do procedimento fiscal indicar que a verificação do cumprimento das obrigações foi feita por amostragem, impõese a completa nulidade do processo administrativo, eis que, assim atuando o agente fazendário deixa mais do que evidenciado, juridicamente, a ausência dos pressupostos elementares a comprovarem sua validade. e) Não há prova nos autos capaz de convalidar e pretensão que esposa; f) Ao encerrar o procedimento fiscal, a fiscalização deixou de lavrar termos de encerramento no formato exigido pela lei; g) Não há na Lei nenhuma especificação quanto à aplicabilidade da multa para recolhimento intempestivo; h) No caso, descabe a aplicação da multa isolada vez que recolheu a multa pelo recolhimento intempestivo do tributo. Nesse sentido, a jurisprudência do Conselho de Fl. 353DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 39 4 Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão 10708001, Acórdão 10416357, Acórdão CSRF/0104.263 e Acórdão 10321030); i) A Multa Isolada está eivada de nulidade em face da denúncia espontânea do suposto débito na DCTF; j) Tendo a Impugnante efetivado a denúncia do débito e tendo ele sido devidamente recolhido através de parcelamento, equivalendo à sua extinção, fica configurada a hipótese da denúncia espontânea preconizada pelo art. 138 do CTN; k) A multa isolada é ilegal e inconstitucional, por afrontar os princípios do não confisco, da razoabilidade e da proporcionalidade; l) A multa isolada se devida deve ser aplicada somente sobre a parcela do débito não paga. Porém, no caso concreto não há saldo a pagar vez que o débito foi parcelado; m) A MP 303/2006 reduziu a multa isolada do percentual de 75% para 50%, devendo o benefício retroagir na forma do art. 106 do CTN; n) Protesta pela produção de provas documentais e perícias; o) Requer que as intimações sejam dirigidas aos signatários e no endereço constante do preâmbulo. Junta aos autos: • Cópia do Termo de Opção pelo PAEX (fls. 205206); • Cópia da DCTF (fls. 223257); • Cópia dos DARF´s de pagamento das parcelas. A DRJ de Belém (PA) julgou procedente em parte a impugnação, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas em casos concretos não se constituem em normas gerais. Inaplicável, portanto, a extensão de seus efeitos, de forma genérica, a outros casos. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. A realização de diligência/perícia não se presta à produção de provas que o sujeito passivo tinha o dever de trazer à colação junto com a peça impugnatória. AFRFB. COMPETÊNCIA. O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO VEDADA. ENTENDIMENTO ADMINISTRATIVO. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argu ição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade dos preceitos legais Fl. 354DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 40 5 que embasaram o ato de lançamento. As leis regularmente editadas segundo o processo constitucional gozam de presunção de constitucionalidade e de legalidade até decisão em contrário do Poder Judiciário. As alegações de inconstitucionalidade ou de ilegalidade somente são apreciadas nos julgamentos administrativos quando houver expressa autorização. MULTA ISOLADA. CONFISCO. É inaplicável o conceito de confisco e de ofensa à capacidade contributiva em relação à aplicação da multa de ofício, que não se reveste do caráter de tributo. NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. PROCEDIMENTO FISCAL. ESPONTANEIDADE EXCLUÍDA. O início do procedimento fiscal, caracterizado pelo primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto, exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores, valendo os efeitos pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. RETROATIVIDADE BENIGNA DA LEI. REDUÇÃO DE PENALIDADE. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA POR FALTA DO RECOLHIMENTO DA ESTIMATIVA MENSAL. Com a edição da Medida Provisória n° 351, de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 2007, cujo artigo 14 deu nova redação ao artigo 44 da Lei n° 9.430, de 1996, a exigência da multa de ofício, incidente sobre a insuficiência de recolhimento do IRPJ e da CSLL, foi reduzido do patamar de 75% para 50%. Portanto, as multas aplicadas com base nas regras anteriores devem ser adaptadas às novas determinações, conforme preceitua o art. 106, inciso II, alínea “a”, do Código Tributário Nacional. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” Com essa decisão a DRJ reduziu o crédito tributário de R$ 117.208,40 para R$ 78.138,94. Ainda inconformada com a decisão, da qual tomou ciência em 23/01/2012, a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 289 a 320) em 12/02/2012, onde preliminarmente alega que o processo administrativo deve seguir os preceitos contidos no Decreto nº 70.235/72 e no mérito contesta a aplicação de multa isolada sobre as estimativas, pelos motivos que apresenta, para ao fim requer a reforma da decisão da DRJ. Fl. 355DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 41 6 Este é o Relatório. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 42 7 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O presente recurso é tempestivo e atende os requisitos previstos em lei, portanto dele tomo conhecimento. Conforme relatado, o presente processo visa a manutenção pela Receita Federal e a desconstituição pela Recorrente, de multa de ofício isolada por falta de recolhimento do IRPJ e da CSLL sobre a estimativa. Nas preliminares, sustenta a Recorrente a nulidade do auto, tendo em vista seu cerceamento de defesa por erro na capitulação da suposta infração. O auto de infração traz a seguinte descrição de fatos e enquadramento legal (fls. 147): “Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte supracitado, efetuamos o presente Lançamento de Ofício, nos termos do art. 926 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda 1999), tendo em vista que foram apuradas as infração(ões) abaixo descrita(s), aos dispositivos legais mencionados. 001 MULTAS ISOLADAS FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ E DA CSLL SOBRE BASE DE CÁLCULO ESTIMADA O contribuinte incorreu em infração a legislação tributária caracterizada pelo não pagamento das antecipações do Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido CSLL, que estava obrigado a fazer sobre a base de cálculo estimada em função do Balanço ou Balancete de Suspensão ou Redução, em virtude da opção em declarar o IRPJ na forma do Lucro Real, com apuração anual, sujeitandose desta forma a MULTA ISOLADA sobre os valores não antecipados, abaixo discriminados: Mês Valor do IRPJ Devido Valor da CSLL Devida outubro/2003 3.115, 41 1.869, 25 Novembro/2003 53.842,47 26.555,59 Dezembro/2003 51.599,38 19.295,77 Totais 108.557,26 47.720,61 Fl. 357DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 43 8 Data Valor da Multa Isolada 31/12/2003 R$ 117.208,40 Enquadramento Legal: Arts. 222 e 843 do RIR/99 c/c art. 44, § Io , inciso IV, da Lei nº 9.430/96 alterado pelo art. 18 da Medida Provisória n° 303/06 c/c art. 106, inciso II, alínea "c" da Lei n° 5.172/66.” Essa capitulação pode ser assim transcrita: a) RIR/99: “Art. 222. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto e adicional, em cada mês, determinados sobre base de cálculo estimada (Lei nº 9.430, de 1996, art. 2º). Parágrafo único. A opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade, observado o disposto no art. 232 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 3º, parágrafo único). (…) Art. 843. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente (Lei nº 9.430, de 1996, art. 43). Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 856, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 43, parágrafo único). b) A Lei nº 9.430/96, alterada pela Lei nº 11.488/07, hoje com o seguinte teor: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (…) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (…) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.” Fl. 358DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 44 9 Ainda em relação ao auto de infração, permitome a transcrição do termo de encerramento do auto de infração: “Encerramos, nesta data, a ação fiscal levada a efeito no contribuinte acima identificado, tendo sido verificado, conforme relatório fiscal, o cumprimento das obrigações tributárias relativas ao IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL e a MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE, no anocalendário de 2003, nas operações 28501 IRPJ Insuficiência de Declaração e Recolhimento, 30307 CSLL Insuficiência de Declaração e Recolhimento e 91141 Multas em Geral, onde foram constatadas as irregularidades mencionadas no Relatório de Fiscalização, parte integrante deste auto e nos Demonstrativos de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal. A presente fiscalização, não exime o contribuinte do lançamento de ofício de qualquer tributo ou contribuição cuja ausência de pagamento ou lançamento espontâneo venha a ser detectada futuramente, em procedimento que não tenha sido objeto desta ação fiscal. Da referida ação fiscal foi apurado o Crédito Tributário abaixo descrito. CRÉDITO TRIBUTARIO APURADO: Multa Exigida Isoladamente IRPJ ......................R$ 117.208,40 Devolvemos nesta data todos os livros e documentos utilizados na presente fiscalização, no estado em que foram recebidos. E, para constar e surtir seus efeitos legais, lavramos o presente termo, em 03 (três) vias de igual teor, assinado pelo Auditor Fiscal da Receita Federal e pelo representante da fiscalizada, que neste presente ato recebe uma das vias.” Notase que de fato o direito de defesa da Recorrente foi claramente cerceado pela autoridade administrativa, eis que fez uma consolidação de seus lançamentos sem qualquer individualização de fatos geradores, tributos e metodologia de cálculo de apuração da multa isolada. Isto porque: a) a fiscalização deveria efetuar um lançamento para a estimativa de IRPJ, respeitando os períodos de competência (ao invés de lançar tudo em dezembro/2003), conforme indicado abaixo: Período IRPJ Multa Isolada Outubro/2003 3.115,41 2.336,56 Novembro/2003 53.842,47 40.381,85 Dezembro/2003 51.599,38 38.699,54 Fl. 359DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 45 10 b) assim como no IRPJ, a fiscalização também teria que efetuar um lançamento para a estimativa de CSLL, respeitando os períodos de competência (ao invés de lançar tudo em dezembro/2003) Período CSLL Multa Isolada Outubro/2003 1.869,25 1.401,94 Novembro/2003 26.555,59 19.916,69 Dezembro/2003 19.295,77 14.471,83 c) os lançamentos de IRPJ e CSLL jamais poderiam ter sido somados. Houve portanto uma clara violação ao Decreto nº 70.235/72, art. 9º, com as alterações promovidas pela Lei nº 11.941/09, ao se promover o lançamento da multa isolada consolidada no montante de R$ 117.208,40. Vejamos a seguir: “Art. 9º A exigência de crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e a aplicação de penalidade isolada serão formalizadas em autos de infração ou notificação de lançamento, distintos para cada imposto, contribuição ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. § 1º Os autos de infração e as notificações de lançamento de que trata o caput deste artigo, formalizados em relação ao mesmo sujeito passivo, podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova.” Desse modo, embora devesse ser formalizado em um único processo, necessariamente teria que possuir um lançamento por penalidade isolada, como dito anteriormente, segregando as multas isoladas por período, tributo (IRPJ e CSLL) e estimativa não recolhida. Em conformidade com esse entendimento, vale citar Leandro Paulsen, em Direito Processual Tributário: Processo Administrativo Fiscal e Execução Fiscal – 7ª edição: Ed. Livraria do Advogado, pág. 50: “Disposição legal infringida e a penalidade aplicável. São comuns autos de infração em que são indicados inúmeros dispositivos legais, sem indicação precisa de quais especificamente foram infringidos e em que extensão. Esse procedimento, que aparentemente faz conter quase todos os dispositivos legais sobre o tributo em questão, na verdade cerceia o direito de defesa do contribuinte, pois não indica com a especificidade necessária o(s) dispositivo(s) infringido(s). Assim a tentativa de relacionar dispositivos impertinentes à infração específica pode macular de nulidade o auto de infração. Noutros, são indicados apenas dispositivos regulamentares (do Regulamento do IPI ou do Regulamento do Imposto de Renda, Fl. 360DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10280.005357/200632 Acórdão n.º 1802001.382 S1TE02 Fl. 46 11 por exemplo), sem a indicação do fundamento legal da infração. E fundamento legal é fundamento de lei ordinária, lei complementar ou medida provisória; nunca de normas complementares como é o caso de Decretos, Instruções Normativas, Portarias e outros afins, todos infralegais. Neste caso também é nulo o auto de infração porque não há indicação do fundamento legal. Sendo assim constatase que o procedimento fiscalizatório que deu origem ao Auto de Infração está viciado, uma vez que não cumpriu as formalidades legais à constituição do crédito tributário, especialmente, a inexatidão do Termo de Encerramento da Fiscalização, tornandoo plenamente nulo. Por todo o exposto, voto no sentido de acolher as preliminares levantadas pela Recorrente para DAR provimento ao recurso voluntário, declarando assim a nulidade do auto de infração. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 361DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 07/10/2012 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 13204.000133/2004-73
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/10/2004
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido contestada especificamente na manifestação de inconformidade.
CONTRIBUIÇÕES NÃO CUMULATIVAS. BASE DE CÁLCULO.
A base de calculo das contribuições ao PIS e à Cofins no regime não-cumulativo engloba a totalidade das receitas da pessoa jurídica, sendo inaplicável a extensão administrativa dos efeitos da decisão do STF acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98.
VARIAÇÕES MONETÁRIAS. REGIME DE COMPETÊNCIA.
As variações monetárias ativas, inclusive para os sujeitos passivos que as reconheçam sob o regime de competência, somente constituem receita e, portanto, somente passam a integrar a base de cálculo das contribuições no regime não cumulativo, quando caracterizem direitos definitivamente incorporados ao patrimônio e, assim, insujeitos à reversão por condições futuras falíveis. Mutatis mutandis o mesmo entendimento se aplica às variações monetárias passivas, para fins de desconto de créditos como despesas financeiras, nas hipóteses admitidas em lei.
REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO.
No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de insumo é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os bens e serviços que integram o custo de produção.
CRÉDITOS. SERVIÇOS DE REMOÇÃO DE REJEITOS INDUSTRIAIS.
É legítima a tomada de crédito da contribuição não-cumulativa em relação ao serviço de remoção de lama vermelha, por integrar o custo de produção do produto destinado à venda (alumina).
CRÉDITOS. SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO.
Tratando-se de gasto passível de ativação obrigatória, é incabível a tomada de crédito diretamente sobre o custo do serviço de manutenção de material refratário.
Recurso Provido em Parte.
Numero da decisão: 3403-001.974
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito de o contribuinte reconhecer as receitas financeiras provenientes de variações cambiais somente quando da liquidação do contrato ou da obrigação e quanto à tomada do crédito sobre o custo do serviço de remoção da lama vermelha. Vencidos os Conselheiros Robson José Bayerl e Rosaldo Trevisan, quanto ao serviço de remoção de lama vermelha. Os Conselheiros Robson José Bayerl e Rosaldo Trevisan votaram pelas conclusões quanto à questão das variações cambiais, pois à época da apuração do crédito as receitas financeiras estavam sujeitas à alíquota zero, nos termos do Decreto nº 5.164, de 30/07/2004.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido contestada especificamente na manifestação de inconformidade. CONTRIBUIÇÕES NÃO CUMULATIVAS. BASE DE CÁLCULO. A base de calculo das contribuições ao PIS e à Cofins no regime não cumulativo engloba a totalidade das receitas da pessoa jurídica, sendo inaplicável a extensão administrativa dos efeitos da decisão do STF acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. VARIAÇÕES MONETÁRIAS. REGIME DE COMPETÊNCIA. As variações monetárias ativas, inclusive para os sujeitos passivos que as reconheçam sob o regime de competência, somente constituem receita e, portanto, somente passam a integrar a base de cálculo das contribuições no regime não cumulativo, quando caracterizem direitos definitivamente incorporados ao patrimônio e, assim, insujeitos à reversão por condições futuras falíveis. Mutatis mutandis o mesmo entendimento se aplica às variações monetárias passivas, para fins de desconto de créditos como despesas financeiras, nas hipóteses admitidas em lei. REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO. No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de “insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e “serviços” que integram o custo de produção. CRÉDITOS. SERVIÇOS DE REMOÇÃO DE REJEITOS INDUSTRIAIS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 20 4. 00 01 33 /2 00 4- 73 Fl. 298DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 É legítima a tomada de crédito da contribuição nãocumulativa em relação ao serviço de remoção de lama vermelha, por integrar o custo de produção do produto destinado à venda (alumina). CRÉDITOS. SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO. Tratandose de gasto passível de ativação obrigatória, é incabível a tomada de crédito diretamente sobre o custo do serviço de manutenção de material refratário. Recurso Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito de o contribuinte reconhecer as receitas financeiras provenientes de variações cambiais somente quando da liquidação do contrato ou da obrigação e quanto à tomada do crédito sobre o custo do serviço de remoção da lama vermelha. Vencidos os Conselheiros Robson José Bayerl e Rosaldo Trevisan, quanto ao serviço de remoção de lama vermelha. Os Conselheiros Robson José Bayerl e Rosaldo Trevisan votaram pelas conclusões quanto à questão das variações cambiais, pois à época da apuração do crédito as receitas financeiras estavam sujeitas à alíquota zero, nos termos do Decreto nº 5.164, de 30/07/2004. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de crédito da Cofins nãocumulativa, protocolado em 21 de outubro de 2004, cumulado com as declarações de compensação anexadas aos autos. Por meio do despacho decisório exarado em 17/10/2008, foi reconhecido parcialmente o direito de crédito e homologada parcialmente a compensação declarada. Conforme se depreende do Relatório de Diligência e do Parecer SEORT, que lastreou o despacho da autoridade administrativa, a fiscalização efetuou os seguintes ajustes no crédito apurado pelo contribuinte: a) Glosa de IPI recuperável (art. 66, § 3.°, da IN SRF n.° 247/2002), incluído indevidamente na base de cálculo dos créditos, como parte integrante do valor de aquisição dos bens (item 2 do Relatório de Diligência Fiscal); Fl. 299DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000133/200473 Acórdão n.º 3403001.974 S3C4T3 Fl. 6 3 b) Glosa de despesas de serviços de transporte de "lama vermelha" e "manutenção de refratários", conforme art. 66, § 5.°, I, "b", da IN SRF n.° 247/2002 e art. 346, § 2.°, do RIR/99 (item 3 do Relatório de Diligência Fiscal); c) Ajustes de base de cálculo de créditos que haviam sido computados por valores superiores aos constantes em memória de cálculo disponibilizada pelo contribuinte (item 3 do Relatório de Diligência Fiscal); d) Ajustes nos créditos referentes às despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas, retificados pela fiscalização com base nos percentuais aplicáveis aos mercados interno e externo (51% e 49%, respectivamente); (item 4 do Relatório de Diligência Fiscal) f) Acréscimo às bases de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins de receitas financeiras, atinentes a transações realizadas com o exterior e com pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tendo em vista o disposto no art. 10 da IN SRF n.° 247/2002 (item 5 do relatório de Diligência Fiscal); g) No mês de dezembro de 2004 foi retificado o crédito presumido da Cofins relativo ao estoque de abertura, obedecendose à regra de sua utilização, na proporção de 1/12, nos termos do art. 11, § 2.°, da Lei n.° 10.637/2002 e art. 12, § 2.°, da Lei n.° 10.833/2003 (item 6 do relatório de Diligência Fiscal); h) Alteração dos "ajustes positivos de créditos", em conformidade com os valores apontados em memória de cálculo disponibilizada pelo contribuinte (item 7 do relatório de Diligência Fiscal); i) Acréscimo às bases de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins de despesas financeiras decorrentes de contratos celebrados com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, que haviam sido indevidamente subtraídas das receitas financeiras (item 8 do relatório de Diligência Fiscal); j) Inclusão, na base cálculo do PIS/Cofins, do crédito presumido de IPI, na modalidade de ressarcimento de PIS e de Cofins incidentes nas aquisições no mercado interno de insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação (item 9 do relatório de Diligência Fiscal); k) Ajustes visando a desconsideração dos débitos em contas de receitas, em função de mudanças de preços de produtos vendidos no mercado interno, devido a sua fixação em moeda estrangeira e/ou a desvios de características físicoquímicas, vez que se trata de despesas financeiras não decorrentes de empréstimos/financiamentos obtidos de pessoas jurídicas (item 10 do relatório de Diligência Fiscal). Regularmente notificado do despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: a) é inconstitucional incluir os ganhos de variação cambial em empréstimos contraídos no exterior nas bases de cálculo do PIS e da Cofins, pois o STF declarou inconstitucional o art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Assim, não há que se admitir, para fins de composição da base de cálculo, que os ajustes contábeis relativos às perdas de operação de hedge (conta 4303), bem como nas transações das contas 430402 – VC –Cliente no exterior; 430405 – VC Mat. Aquis. Ext; 430423 – VC Itabira Rio Doce Co. Ltd.; 430427 – VC Hdro Aluminium AS; 430474 – Geral Metais S/A e 430478 – VC SWAP CDI/US$ apenas quando refletirem ganho devam ser considerados no lançamento da obrigação de recolher aquele tributo; c) é equivocado o entendimento da fiscalização quanto ao conceito de “insumos”, pois o PN CST nº 65/79 estabelece que a expressão “consumidos” no processo produtivo deve ser entendida em sentido amplo. Todos os produtos que forem Fl. 300DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 empregados no processo de industrialização e não diretamente aplicados no produto final, são idôneos à geração de créditos. Assim, tanto a lama vermelha, quanto o material refratário participam e são essenciais à produção da alumina, não havendo relevância alguma o fato de terem ou não contato físico com o produto em fabricação; e) requereu o acolhimento de suas razões para o fim de desconstituição das glosas e protestou pela produção de prova pericial. A DRJ – Belém julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Foi considerada não impugnada a matéria em relação à qual não houve contestação e considerado não formulado o pedido de perícia. Quanto à inclusão das receitas financeiras na base de cálculo, ficou decidido que no regime nãocumulativo a base de cálculo é a totalidade das receitas da pessoa jurídica. Quanto aos insumos, ficou decidido que só geram direito a crédito insumos aplicados ou consumidos em ação direta sobre o produto em fabricação. Quanto aos serviços, foi decidido que embora não haja a exigência de ação direta, é necessário para a geração do crédito que os serviços sejam aplicados ou consumidos diretamente na linha de produção do bem destinado à venda. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância em 04/04/2012, o contribuinte apresentou recurso voluntário em 04/05/2012, no qual alegou em síntese: a) inconstitucionalidade da inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição, conforme decisão do STF no RE 346.084PR, que declarou inconstitucional o art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Essa declaração de inconstitucionalidade tem impacto no julgamento deste recurso voluntário, pois retira o fundamento de validade da exigência; b) o STJ tem inúmeros julgados no sentido de determinar a incidência sobre a variação final apurada na liquidação da operação de empréstimo e também no sentido da não incidência por força do art. 149, § 2º, I da CF/88; c) o regime não cumulativo das contribuições ao PIS e Cofins considera insumo todos os elementos imprescindíveis para a produção de mercadorias ou para a prestação de serviços; d) disse que o art. 6º §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03 autoriza, no caso de exportação, a tomada do crédito em relação a todos os custos e despesas que sejam vinculados à receita de exportação e não apenas aos insumos usados na produção da alumina; e) os gastos com serviços de transporte de lama vermelha devem gerar crédito da contribuição porque se tratam de rejeitos decorrentes do processo industrial da alumina exportada pela recorrente; f) quanto às glosas de créditos decorrentes da aquisição de bens do ativo imobilizado, alegou que as soluções de consulta exaradas pela Superintendência da 8ª Região reconheceram o direito à tomada do crédito em relação a bens empregados na manutenção de máquinas e equipamentos empregados diretamente na produção de bens destinados à venda; g) a Lei nº 11.196/2005, o Decreto nº 5.789/2006 e o Decreto nº 5988/2006 criaram a opção de o contribuinte tomar o crédito sobre 1/12 em relação ao custo de aquisição dos equipamentos descritos no Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para empresas Exportadoras; h) não ocorrência de matérias não impugnadas, pois uma vez acolhidas as razões recursais relativas ao mérito, as alterações perpetradas pela fiscalização seriam irrelevantes; i) insurgiuse contra o acórdão recorrido na parte em que afirmou que não tinham valor as soluções de consulta e a jurisprudência, em virtude de não possuírem eficácia normativa; j) requereu o acolhimento do recurso voluntário para o fim de desconstituir as glosas do despacho decisório, possibilitando o aproveitamento integral do valor do crédito constante da declaração de compensação. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000133/200473 Acórdão n.º 3403001.974 S3C4T3 Fl. 7 5 O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. O cotejo do relatório de diligência fiscal com a impugnação revela que o contribuinte deixou de manifestar sua inconformidade em relação a vários ajustes efetuados pela fiscalização. Entende o contribuinte que o provimento deste recurso “tornará irrelevantes” os demais ajustes efetuados. O art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72 estabelece que a impugnação (ou no caso, a manifestação de inconformidade), deve ser específica e vir acompanhada dos documentos hábeis à comprovação das alegações de defesa. E o art. 17, do mesmo diploma, estabelece que se considera não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. Sendo assim, ao contrário do que entende o contribuinte, os ajustes efetuados pela fiscalização na apuração do crédito que não foram expressamente contestados, tornaram se definitivos na esfera administrativa e não poderão ser revertidos por este colegiado. O litígio só foi instaurado quanto à base de cálculo das contribuições e quanto às glosas dos serviços de remoção de rejeitos industriais e manutenção de refratários. As questões eventualmente levantadas no recurso voluntário que não foram objeto de glosa ou que não foram objeto de contestação específica na manifestação de inconformidade serão desconsideradas neste voto. Relativamente à questão das receitas financeiras, no item 8 do relatório de diligência a fiscalização consignou o seguinte: “(...) 8 Quanto às operações de "Hedge/Opções" identificadas sob as contas de receita 4303, bem como, as transações controladas nas contas de receita 430402 (VCCliente no Exterior), 430405 (VCMat.Aquis. Ext.), 430423 (VCltabira Rio Doce Co LTD), 430427 (VCHidro Aluminium A.S.), 430474 (Gerald Metals S.A.) e 430478 (VC SWAP CDI/US$), a empresa aproveitou indevidamente no DACON [PIS (FICHA 05 / LINHAS 09 e 24); COFINS (FICHA 07 / LINHAS 09 e 24)]os lançamentos a débito de tais contas. Ainda que corretamente não tenham sido considerados para fins de descontar créditos, por representarem despesas financeiras de contratos celebrados com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, conforme resposta do contribuinte ao Termo de Intimação e Solicitação de Esclarecimentos (em anexo), foram subtraídos das receitas financeiras, em afronta ao permissivo legal referente às deduções na base de cálculo das contribuições, admitidas de forma exaustiva, a teor do art. 1º , § 3º da Lei nº 10.637/02 e art. 1º , § 3º da Lei nº 10.833/03, verbis: (...) omissis. Por conseguinte, os lançamentos a débito de tais contas de receita foram acrescidos ao cálculo da contribuição (planilha em anexo), extraídos com base nos balancetes mensais disponibilizados pela empresa (em anexo). Em observância à base legal supracitada, tal procedimento foi também adotado pela fiscalização em relação às contas 430472 (VCFrete s/Transp. Bauxita) e 430467 (VCCessão P.Créd. Export. CVRD).” Fl. 302DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 O contribuinte invocou a inconstitucionalidade da inclusão das aludidas receitas na base de cálculo das contribuições. Cabe esclarecer que a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 só interfere na apuração da base de cálculo das contribuições ao PIS e à Cofins no regime cumulativo. O caso concreto versa sobre os créditos apurados no regime não cumulativo previsto nas Leis nº 10.637/02 (PIS) e 10.833/03 (Cofins). A base de cálculo dessas contribuições no regime nãocumulativo inclui a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente da sua denominação ou classificação contábil, in verbis: Lei nº 10.833/03: “Art. 1º A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do faturamento, conforme definido no caput. (...)” Lei nº 10.637/02: “Art. 1º A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. (...)” Tendo em vista que essas leis foram publicadas após a promulgação da Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de 1998, a ampliação do conceito de faturamento está amparada pela nova redação do art. 195, I, “b”, da CF/88, que passou a autorizar a incidência com base no faturamento ou na receita. Relativamente à jurisprudência do STJ invocada pelo contribuinte, verificase que no RESP 1.059.041/RS, o tribunal considerou que as variações cambiais positivas decorrentes da exportação de mercadorias estão imunes à incidência das contribuições, em razão do art. 149, § 2º, I da CF/88. Essa questão da imunidade das variações cambiais positivas obtidas nas operações de exportação de produtos é objeto de repercussão geral decretada no RE nº 627.815 (Tema 329) e poderia render ensejo ao sobrestamento do julgamento do recurso voluntário, caso o contribuinte tivesse trazido alguma prova de que as variações monetárias foram auferidas na exportação de seus produtos. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000133/200473 Acórdão n.º 3403001.974 S3C4T3 Fl. 8 7 O contribuinte limitouse a invocar a decisão do STJ sem comprovar que o caso concreto é semelhante ao precedente daquele tribunal. A leitura do excerto do relatório de diligência acima transcrito, revela que não foram tributadas variações cambiais decorrentes da exportação de produtos, mas basicamente receitas financeiras decorrentes de empréstimos contraídos com empresas no exterior, cujos valores estavam atrelados à variação da moeda estrangeira, e receitas financeiras decorrentes de operações de hedge/opções. O contribuinte não contestou em momento algum a natureza dessas receitas. Não há nenhuma alegação no sentido de que seriam decorrentes da exportação de produtos. Portanto, não há razão para se cogitar do sobrestamento deste recurso, sendo inaplicável o entendimento do RESP nº 1.059.041. Já quanto ao RESP nº 898.372, cuja ementa foi transcrita pela recorrente, verificase que o STJ entendeu que a incidência das contribuições sobre variações cambiais positivas decorrentes de contratos firmados em moeda estrangeira, ocorre no momento da liquidação da obrigação contraída, pois enquanto isso não ocorrer, o que se tem é mera expectativa de receita. Segundo o texto do item 8 do relatório de diligência, o contribuinte utilizou as despesas financeiras como dedução das receitas financeiras na apuração das contribuições. A descrição da fiscalização sugere que foi aplicado o entendimento costumeiro que a Administração vem dispensando a casos semelhantes, qual seja: tendo em vista que o contribuinte optou pelo regime de competência, foram incluídas nas bases de cálculo as variações monetárias positivas aferidas em cada período de apuração durante a vigência do contrato, desconsiderandose as variações negativas ocorridas no mesmo período, aplicandose de forma literal o art. 9º da Lei nº 9.718/98 combinado com o art. 30, § 1º da Medida Provisória nº 2.15835/2001. Este colegiado, com outra composição, já enfrentou essa questão no Acórdão nº 340301.503, relatado pelo Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, no qual, por maioria de votos, foi firmado entendimento semelhante àquele do STJ, no sentido de que só pode ser considerado como receita o ingresso que se incorpore definitivamente ao patrimônio da pessoa jurídica. Considerando que a situação fática nestes autos se assemelha àquela que foi analisada na assentada do dia 21 de março de 2012, na parte em que as variações monetárias foram consideradas antes da liquidação dos contratos ou das obrigações, adoto os fundamentos lançados pelo Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz no Acórdão 340301.503, quanto aos efeitos do regime de competência no reconhecimento das receitas (e despesas) provenientes de variações monetárias ativas e passivas, in verbis: “(...) 3. Efeitos do Regime de Competência. Da autuação originária, remanescem agora apenas os lançamentos efetuados a título de PIS para as competências 12/2002 a 07/2004. E, para estas, a autuação não terá melhor sorte, porque a opção pelo regime de competência na escrituração contábil não implica tributação das variações monetárias positivas independentemente de o sujeito passivo ter adquirido, em definitivo, o direito a elas. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 É que a sujeição – obrigatória ou por opção – ao regime de competência na escrituração contábil não quer significar que as variações cambiais positivas sobre os direitos e as obrigações da pessoa jurídica constituam receita passível de tributação pelo PIS independentemente de o sujeito passivo ter adquirido, em definitivo, o direito a elas. Enquanto as oscilações positivas na paridade cambial não se incorporarem em caráter irreversível ao patrimônio do contribuinte, vale dizer, enquanto puderem ser neutralizadas por subseqüentes oscilações negativas, não se caracterizam como receita para o fim de constituírem, inclusive sob o regime de competência, base de cálculo da contribuição. Segundo se lê do artigo 178, §2º da Lei nº 6.404/76, o patrimônio líquido das sociedades anônimas compõese de “capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados”. Os “lucros ou prejuízos acumulados”, de seu turno, correspondem à soma, a outras parcelas, do “lucro líquido do exercício” (art. 186, II). E, finalmente, a definir o “lucro líquido do exercício”, o artigo 187 do mesmo diploma, dispõe: “§1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.” Estes dispositivos têm permitido à doutrina conceituar “receita” como a percepção de ingressos aptos a influir positivamente sobre o patrimônio líquido de um sujeito de direitos. Nesse sentido, expõe Marco Aurélio Greco: “esse ingresso deve ter cunho patrimonial no sentido de corresponder (no momento em que ocorrido) a um evento que integra o conjunto de eventos positivos que inferem com o patrimônio da empresa, (...) ainda que, em sua totalidade ou individualmente, não implique um ganho, pois este poderá existir, ou não, conforme vier a ser aferido no final do período de apuração” (Cofins na Lei nº 9.718/98: variações cambiais e regime da alíquota acrescida. Revista dialética de direito tributário, SãoPaulo: SP, v. 50, p. 110/151 (130)). Em sentido análogo, leiase, respectivamente, em Ricardo Mariz de Oliveira e em Douglas Yamashita: “Ora, toda e qualquer receita é um ‘plus’ no patrimônio da pessoa jurídica, algo a mais que se acrescenta a ele.” (Repertório IOB de jurisprudência, nº 24/99, p. 704) “(...) do necessário exame do arquétipo constitucional de receita resulta que seja como produto da empresa e seja como aumento bruto de ativos (patrimônio) da empresa, todo ativo que não resulta da empresa ou não aumenta o patrimônio, está fora das fronteiras semânticas do arquétipo constitucional de receita e não pode ser definido pelo legislador infraconstitucional como receita.” (Repertório IOB de jurisprudência, nº 13/00, p. 328 e ss) Ocorre que o patrimônio – e aqui já ingressamos na seara do direito civil – não é senão a soma dos direitos e das obrigações dotados de valor economicamente apreciável, conforme define o artigo 91 do Código Civil em vigor. Por coerência, então, a obtenção de receitas, por induzir ao aumento do patrimônio, há de Fl. 305DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000133/200473 Acórdão n.º 3403001.974 S3C4T3 Fl. 9 9 necessariamente se materializar, em termos jurídicos, através da aquisição de direitos novos ou, quando menos, da supressão das obrigações existentes. É necessário precisar, portanto, o momento a partir do qual um novo direito pode ser havido por adquirido, a fim de se considerar implementado o aumento patrimonial e, enfim, recebida a respectiva receita. Novamente é no direito civil que se consegue a resposta. O artigo 121 do atual Código conceitua “condição” como a cláusula do negócio jurídico que, “derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto”. Complementao, em seguida, o artigo 125 para, no que interessa, prescrever que “subordinandose a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa”. Significa que, na pendência de uma condição suspensiva, o direito por ela subordinado não estará ainda incorporado ao patrimônio do indivíduo a quem favorece até o seu implemento. É o que se dá com as variações monetárias positivas enquanto não vencido, segundo o contrato, o prazo para o fechamento do câmbio. Valorizandose o real em relação ao dólar, o devedor de obrigação contraída na moeda estrangeira não adquire, imediatamente, o direito de pagar menor montante em moeda nacional, o que caracterizaria a percepção de receita, mas, por ora, a mera expectativa de que, mantendose inalterada paridade cambial até o vencimento do prazo contratual, ter a possibilidade de despender menos reais quando liquidar a dívida. Numa palavra: as oscilações cambiais positivas só se agregam ao patrimônio de quem favorecem quando, em razão do disposto em contrato, se tornarem impassíveis de reversão. Até que isso ocorra, subordinamse à condição suspensiva. Por isso, explica Mariz de Oliveira, “o direito à receita de variação cambial, que se incorpora ao ativo a receber, somente é adquirido quando definitivo, não mais passível de fato ou condição falível. Vale dizer, isto somente ocorre na data do vencimento do período de apuração previsto no ato jurídico que dele decorre, porque antes desse momento nenhuma variação cambial positiva pode ser exigida da pessoa, não porque haja um prazo para pagamento, o que seria irrelevante para a aquisição do direito, mas, sim, porque o direito à receita de variação cambial está subordinado a que não haja reversão da taxa cambial, o que é fato futuro de realização incerta e independente da vontade das partes”. (Conceito de receita como hipótese de incidência das contribuições para a seguridade social (para efeitos da COFINS e da Contribuição ao PIS. 9º Simpósio nacional IOB de direito tributário, p. 3980 (50)). Dois preceitos encontráveis no Código Tributário Nacional induzem a semelhante conclusão. O primeiro deles é o artigo 116, inciso II, de acordo com o qual, definindo a lei como fato gerador da obrigação tributária uma “situação jurídica”, precisamente o que se dá com o fato gerador “receita”, considerase consumada a hipótese de incidência “desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável”. O segundo é o artigo 117, inciso I, onde se lê que, sendo suspensiva a condição que subordina a eficácia do direito, o fato gerador só ocorre com o implemento dela. Mais do que isso, até: sabese que os fatos suscetíveis de desencadearem o surgimento de obrigações tributárias devem revelar capacidade contributiva de quem os pratica. Imaginar, então, que a opção pelo regime de competência possa, por si só, expor a pessoa jurídica a exigências tributárias sobre variações cambiais não incorporadas ao seu patrimônio, representaria menoscabar o princípio. Evidentemente que, se no momento em que a obrigação se vencer, apurarse variação cambial positiva em relação à paridade existente na data da contratação, a Fl. 306DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 pessoa jurídica beneficiada deverá oferecer a receita auferida à incidência do PIS, independentemente de qualquer movimento de caixa. Não é preciso haver pagamento, já o diz o artigo 187 da LSA, para que se caracterize, no regime de competência, a percepção da receita. Por outro lado, friso, nada autoriza acreditar que a sujeição tributária seja possível antes da definitiva aquisição do direito. Sob esta perspectiva de análise, é muito menos ampla e significativa a modificação advinda ao trato da matéria com a MP nº 2.15835, artigo 30. A substituição do regime de competência pelo regime de caixa permite tão só diferir o reconhecimento da receita do átimo em que o crédito de variação cambial é adquirido para o momento em que é extinto (liquidação). Nada além disso. (...)” Desse modo, em relação às contas discriminadas no item 8 do relatório de diligência, a fiscalização só poderá considerar como receita financeira as variações monetárias positivas aferidas quando da liquidação do contrato ou da operação. E o contribuinte, por sua vez, só poderá considerar como despesa financeira as variações monetárias negativas aferidas na liquidação do contrato ou da operação. Relativamente aos insumos, segundo o item 3 do relatório de diligência fiscal, as glosas recaíram sobre o serviço de remoção de lama vermelha e sobre o serviço para substituição de revestimentos refratários em bens do ativo imobilizado. A motivação para a glosa do serviço de transporte de lama vermelha consistiu em que esse serviço não foi consumido ou aplicado no processo produtivo para a fabricação do produto destinado à venda, pois a lama é resíduo obtido por decantação da mistura bauxita/soda cáustica (polpa), oriunda de etapas anteriores do processo produtivo. Assim, pelo que se pode entender, o serviço de remoção de lama foi glosado porque é aplicado em algo que “sai” da linha de produção sem ser o produto final e não em algo que “entra” na linha para contribuir na formação do produto destinado a venda. No que tange aos bens e aos serviços aptos a gerarem créditos da contribuição, a discórdia entre a fiscalização e os contribuintes reside na conceituação do vocábulo “insumo” existente no art. 3º, II das Lei nº 10.637/02 e 10.833/03. A fiscalização atribui a esse vocábulo o mesmo conceito de produto intermediário fixado pelo PN CST nº 65/79 para o IPI, enquanto que os contribuintes almejam adotar todos os custos e despesas operacionais previstos pela legislação do imposto de renda. No caso do IPI são considerados produtos intermediários aptos a gerarem créditos do imposto, apenas aqueles produtos que sofram desgaste, sejam consumidos, ou que sofram perda das propriedades físicas ou químicas em decorrência de ação direta do produto em fabricação (PN CST nº 65/79). A defesa, por seu turno, alegou que os produtos glosados são indispensáveis ao seu processo industrial, enquadrandose perfeitamente ao permissivo legal que dá direito ao crédito. A questão é polêmica, mas uma análise mais detida das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 revela que o legislador não determinou que o significado do vocábulo “insumo” fosse buscado na legislação do IPI. Se não existe tal determinação, o intérprete deve atribuir ao vocábulo “insumo” um conteúdo semântico condizente com o contexto em que está inserido nos arts. 3º , II, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000133/200473 Acórdão n.º 3403001.974 S3C4T3 Fl. 10 11 Nesse passo, distinguemse as não cumulatividades do IPI e do PIS/Cofins. No IPI a técnica utilizada é de imposto contra imposto (art. 153, § 3º, II da CF/88). No PIS/Cofins, a técnica é de base contra base (art. 195, § 12 da CF/88 e arts. 2º e 3º , § 1º da Lei nº 10.637/02 e 10.833/03). Em relação ao IPI, o art. 49 do CTN estabelece que: “A não cumulatividade é efetivada pelo sistema de crédito do imposto relativo a produtos entrados no estabelecimento do contribuinte, para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos, num mesmo período, conforme estabelecido neste Capítulo (...)”. E o art. 226 do RIPI/10 estabelece quais eventos dão direito ao crédito: “Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; (...)” (Grifei) A fim de delimitar o conceito de produto intermediário no âmbito do IPI, foi elaborado o Parecer Normativo CST nº 65/79, por meio do qual fixouse a interpretação de que, para o fim de gerar créditos de IPI, o produto intermediário deve se assemelhar à matéria prima, pois a base de incidência do IPI é o produto industrializado. Daí a necessidade do produto intermediário, que não se incorpore ao produto final, ter que se desgastar ou sofrer alteração em suas propriedades físicas ou químicas em contato direto com o produto em fabricação. Já no regime não cumulativo das contribuições ao PIS e à Cofins, o crédito é calculado, em regra, sobre os gastos e despesas incorridos no mês, em relação aos quais deve ser aplicada a mesma alíquota que incidiu sobre o faturamento para apurar a contribuição devida (art. 3º, § 1º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03). E os eventos que dão direito à apuração do crédito estão exaustivamente citados no art. 3º e seus incisos, onde se nota claramente que houve uma ampliação do número de eventos que dão direito ao crédito em relação ao direito previsto na legislação do IPI. Essa distinção entre os regimes jurídicos dos créditos de IPI e das contribuições nãocumulativas permite vislumbrar que no IPI o direito de crédito está vinculado de forma imediata e direta ao produto industrializado, enquanto que no âmbito das contribuições está relacionado ao processo produtivo, ou seja, à fonte de produção da riqueza. Assim, a diferença entre os contextos da legislação do IPI e da legislação das contribuições, aliada à ampliação do rol dos eventos que ensejam o crédito pelas Leia nº 10.637/02 e 10.833/03, demonstra a impropriedade da pretensão fiscal de adotar para o vocábulo “insumo” no art. 3º, II, das referidas leis, o mesmo conceito de “produto intermediário” vigente no âmbito do IPI. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 Contudo, tal ampliação do significado de “insumo”, implícito nas redações do art. 3º , II, das referidas leis, não autoriza a inclusão de todos os custos e despesas operacionais a que alude a legislação do Imposto de Renda, pois no rol de despesas operacionais existem gastos que não estão diretamente relacionados ao processo produtivo da empresa. Se a intenção do legislador fosse atribuir o direito de calcular o crédito das contribuições não cumulativas em relação a todas despesas operacionais, seriam desnecessários os dez incisos do art. 3º, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, onde enumerouse de forma exaustiva os eventos que dão direito ao cálculo do crédito. Portanto, no âmbito do regime nãocumulativo das contribuições, o conteúdo semântico de “insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e “serviços” que, não sendo expressamente vedados pela lei, forem essenciais ao processo produtivo para que se obtenha o bem ou o serviço desejado. Na busca de um conceito adequado para o vocábulo insumo, no âmbito das contribuições nãocumulativas, a tendência da jurisprudência no CARF caminha no sentido de considerar o conceito de insumo coincidente com conceito de custo de produção, pois além de vários dos itens descritos no art. 3º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 integrarem o custo de produção, esse critério oferece segurança jurídica tanto ao fisco quanto aos contribuintes, por estar expressamente previsto no artigo 290 do Regulamento do Imposto de Renda. Voltando ao caso concreto, a análise do processo produtivo empreendida pela fiscalização no relatório de diligência, revela que esse processo gera o rejeito denominado lama vermelha, que é umbilicalmente ligado ao processo produtivo, tendo em vista que esse rejeito se origina da decantação da polpa (mistura de bauxita com soda cáustica). Não há como se concordar com a tese da fiscalização, no sentido de que custos incorridos com itens que não contribuem para a obtenção da alumina não podem ser considerados como insumo. O fato de o gasto ocorrer com algo que “sai” da linha de produção ou mesmo de ser posterior à obtenção do produto final não significa que seja um gasto relativo a bem ou serviço que não contribuiu para a formação do bem ou serviço produzido ou que não foi “aplicado na linha de produção”. Além disso, deve ser lembrado que a lama não surge por geração espontânea no processo industrial. Esse resíduo surge porque a bauxita está dispersa no solo. E é o solo impregnado de bauxita e contaminado por outras substâncias que é umedecido com soda cáustica para formar a polpa que será cozida, decantada e filtrada. Portanto, de certo modo, a lama também “entra” na linha de produção para possibilitar a extração da alumina e depois “sai” durante o processo como resíduo industrial. É uma situação análoga à da soda cáustica. A soda “entra” na linha para formar a polpa e depois “sai” da linha sob a forma de rejeito misturada à lama. Tratandose de rejeito inerente à produção da alumina, o serviço de transporte para a sua remoção é um custo de produção que se enquadra perfeitamente na disposição do art. 290, I do RIR/99. Deve, portanto, gerar créditos do regime não cumulativo, pois se enquadra na previsão do art. 3º, II, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03. Relativamente aos serviços de colocação de materiais refratários, a glosa foi motivada no fato de que o contribuinte não tem direito à tomada do crédito diretamente sobre o custo do serviço, mas sim sobre despesa mensal de depreciação, pois o gasto é passível de ativação obrigatória. Segundo o relatório de diligência fiscal, não houve a ativação do gasto e o próprio contribuinte respondeu ao termo de intimação fiscal informando que a periodicidade do serviço é superior a um ano. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000133/200473 Acórdão n.º 3403001.974 S3C4T3 Fl. 11 13 O contribuinte não contestou o motivo da glosa, limitandose a alegar que a fiscalização só reconheceria o crédito se o refratário tivesse sido enquadrado como ativo imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Entende o contribuinte que pode optar por classificar o material refratário como insumo, pois a legislação não dispensa tratamento diferente, quer esse material seja tratado como insumo, quer seja tratado como ativo imobilizado. Em primeiro lugar é preciso esclarecer que a glosa recaiu sobre os serviços de manutenção de materiais refratários, que o próprio contribuinte reconheceu terem durabilidade superior a um ano. Assim, a glosa não recaiu sobre o bem “material refratário”, mas sim sobre um serviço que é destinado à reparação do ativo imobilizado e que possui durabilidade superior a um ano. Sendo incontroverso nos autos que não houve a ativação do gasto que está sujeito à ativação obrigatória (art. 346 do RIR/99), foi correto o entendimento da fiscalização no sentido de glosar o crédito tomado diretamente sobre o custo de aquisição do serviço. A diversidade de tratamento, que a recorrente diz inexistir, está prevista no art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.637/02 e 10.833/03, combinado com o art. 346 do RIR/99. Ao contrário do alegado pela defesa, o art. 6º, §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03, não autoriza o crédito em relação a qualquer gasto vinculado à obtenção da receita de exportação, pois o § 1º remete o cálculo do crédito ao disposto no art. 3º. Portanto, os eventos que dão direito ao crédito são os mesmos, independentemente de a venda da produção ocorrer no mercado interno ou externo. Por fim, quanto à questão da eficácia das decisões em processos de consulta e da jurisprudência administrativa e judicial, tratase de matéria que não tem relevância para o deslinde deste processo, pois este julgado está de acordo com a jurisprudência majoritária do CARF, que vem adotando o custo de produção como critério para estabelecer o que é insumo para fins da geração de créditos das contribuições não cumulativas. Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para que: a) o reconhecimento contábil das receitas ou despesas financeiras decorrentes das variações monetárias, que integram o item 8 do relatório de diligência, ocorra somente quando da liquidação dos contratos ou das obrigações; e b) reconhecer o direito do contribuinte tomar o crédito em relação aos serviços de remoção de lama vermelha. Este julgado limitouse a reconhecer o direito em tese, ficando a quantificação do crédito, o cálculo e a homologação da compensação declarada a cargo da autoridade administrativa da circunscrição fiscal do contribuinte. Antonio Carlos Atulim Fl. 310DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 14 Fl. 311DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10768.001508/2002-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário:2007
ERRO DE FATO. DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES E TRIBUTOS FEDERAIS. Cancela-se o lançamento do imposto derivado de erro de fato
cometido em declaração de contribuições e tributos federais.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DA MULTA DE MORA NO PAGAMENTO EM ATRASO. A multa isolada exigida por força do inciso II do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, em razão de o
imposto ter sido pago em atraso sem o acréscimo da multa de mora, foi revogado pelo art. 14 da Lei nº 11.488, de 15.06.2007, e, nos termos do art. 106, II, “ a” , do Código Tributário Nacional, a lei nova se aplica a ato ou fato pretérito quando deixe de defini-lo como infração.
Recurso de oficio negado.
Numero da decisão: 1402-000.930
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
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DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES E TRIBUTOS FEDERAIS. Cancelase o lançamento do imposto derivado de erro de fato cometido em declaração de contribuições e tributos federais. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DA MULTA DE MORA NO PAGAMENTO EM ATRASO. A multa isolada exigida por força do inciso II do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, em razão de o imposto ter sido pago em atraso sem o acréscimo da multa de mora, foi revogado pelo art. 14 da Lei nº 11.488, de 15.06.2007, e, nos termos do art. 106, II, “ a” , do Código Tributário Nacional, a lei nova se aplica a ato ou fato pretérito quando deixe de definilo como infração. Recurso de oficio negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira – Relator Fl. 330DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HE NRIQUE MAGALHAES DE O Processo nº 10768.001508/200287 Acórdão n.º 140200.930 S1C4T2 Fl. 0 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Relatório 1ª TURMA DA DRJ RIO DE JANEIRO I – RJ, com fulcro no artigo 34 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF. recorre a este Conselho contra o acórdão proferido em primeira instância administrativa, que julgou improcedente a exigência constituída contra a empresa LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S. A. Em razão de sua pertinência, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): No dia 02.11.2001, lavrouse um auto de infração (fls. 295/300) contra a interessada para lhe exigir: a) imposto sobre a renda retido na fonte (IRRF) no valor de R$ 13.144,64; b) multa proporcional de 75% (setenta e cinco por cento); c) juros de mora; d) juros pagos a menor ou não pagos no montante de R$ 14.007,05; e e) multa isolada no valor de R$ 1.261.340,61 sob a acusação de ela ter deixado de recolher o tributo e ter feito declaração inexata e, assim, ter infringido a legislação citada às fls. 296. 2. Inconformada com o lançamento, do qual foi cientificada em data não sabida de acordo com o despacho datado de 08.04.2011 (fls. 307), a interessada apenas solicitou o seu cancelamento em 17.01.2002 (fls. 2) após juntar aos autos documentos que comprovariam a sua improcedência. 3. O despacho da DICAT/DEMAC/RJ (fls. 307), que informou sobre a localização, na rede local da RFB, dos pagamentos até então não localizados, implicou a revisão de ofício do lançamento (fls. 308). Em consequência, passouse a exigir da interessada somente R$ 14.007,05 a título de juros a menor ou não pagos e R$ 1.261.340,61 a título de multa isolada. A decisão recorrida está assim ementada: ERRO DE FATO. DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES E TRIBUTOS FEDERAIS. Fazse mister a rejeição do lançamento do imposto derivado de erro de fato cometido em declaração de contribuições e tributos federais. MULTA ISOLADA. É imperiosa a rejeição da multa isolada exigida por força do inciso II do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, em razão de o imposto ter sido pago intempestivamente sem o acréscimo da multa de mora, uma vez que tal dispositivo legal foi revogado pelo art. 14 da Lei nº 11.488, de 15.06.2007, e, nos termos do art. 106, II, “ a” , do Código Tributário Nacional, a lei nova se aplica a ato ou fato pretérito quando deixe de definilo como infração. Fl. 331DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HE NRIQUE MAGALHAES DE O Processo nº 10768.001508/200287 Acórdão n.º 140200.930 S1C4T2 Fl. 0 3 Impugnação Procedente. Ato continuo, o processo foi encaminhado ao CARF para apreciar o recurso de oficio. É o relatório. Fl. 332DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HE NRIQUE MAGALHAES DE O Processo nº 10768.001508/200287 Acórdão n.º 140200.930 S1C4T2 Fl. 0 4 Voto Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator. O recurso de oficio preenche os requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado, a Decisão recorrida verificou que o 1o. item da exigência mantida no presente processo após a revisão de ofício decorre de débitos indicados no anexo IV ao auto de infração (fls. 298/300), R$ 14.007,05 a título de juros, é indevido, haja vista que ao pesquisar os respectivos DARF no sistema informatizado da RFB denominado “ SIEF” , observouse que em todos eles a data da apuração do tributo coincide com a do seu vencimento. Portanto, a autuação calcouse exclusivamente de equívocos cometidos na declaração de contribuições e tributos federais (DCTF), no qual a data do vencimento foi informada incorretamente. Correto, pois, o cancelamento da exigência nessa parte. Por sua vez, a exigência da multa de oficio isolada, por recolhimento em atraso sem multa de mora, deveria mesmo cancelada, pois, segundo a decisão de 1a. instancia, restou provado que não foram realizados pagamentos em atraso. Mais a mais, a norma na qual a exigência da multa se alicerçava, o inciso II do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, foi revogado pelo art. 14 da Lei nº 11.488, de 15.06.2007. Deste modo, como, nos termos do art. 106, II, “ a” , do Código Tributário Nacional, a lei nova se aplica a ato ou fato pretérito quando deixe de definilo como infração, é evidente que, com o advento da citada lei, tal penalidade foi corretamente cancelada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 333DF CARF MF Impresso em 06/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LEONARDO HE NRIQUE MAGALHAES DE O
score : 1.0
Numero do processo: 10980.725665/2010-77
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 2006
OMISSÃO DE RECEITAS. CRÉDITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA.
Caracteriza omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituições financeiras, em relação aos quais a interessada, regularmente intimada, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos.
GLOSA DE CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS NÃO COMPROVADOS.
A escrituração comercial deve estar lastreada em documentação hábil e idônea emitida por terceiros, contendo elementos suficientes para demonstrar estarem os gastos em estrita conexão com a atividade explorada e com a manutenção da respectiva fonte de receita, procedente é a glosa dos custos e despesas operacionais não comprovados.
BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL. DEDUÇÃO DAS EXIGÊNCIAS REFLEXAS DE PIS E COFINS.
A contribuinte não reconheceu a procedência das exigências reflexas de PIS e Cofins, assim, mantida a controvérsia, e com a exigibilidade suspensa, descabe cogitar da dedução de tais valores na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
DECORRÊNCIA. PIS, COFINS E CSLL.
Tratando-se de tributações reflexas de irregularidades descritas e analisadas no lançamento de IRPJ, constantes do mesmo processo, e dada à relação de causa e efeito, aplica-se
o mesmo entendimento ao PIS, à Cofins e à CSLL.
Numero da decisão: 1103-000.625
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Eric Moraes de Castro e Silva e Hugo Correia Sotero, que votaram pelo provimento parcial para deduzir as contribuições ao PIS e à Cofins da base de Cálculo da CSLL.
Nome do relator: MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2006 OMISSÃO DE RECEITAS. CRÉDITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracteriza omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituições financeiras, em relação aos quais a interessada, regularmente intimada, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. GLOSA DE CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS NÃO COMPROVADOS. A escrituração comercial deve estar lastreada em documentação hábil e idônea emitida por terceiros, contendo elementos suficientes para demonstrar estarem os gastos em estrita conexão com a atividade explorada e com a manutenção da respectiva fonte de receita, procedente é a glosa dos custos e despesas operacionais não comprovados. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL. DEDUÇÃO DAS EXIGÊNCIAS REFLEXAS DE PIS E COFINS. A contribuinte não reconheceu a procedência das exigências reflexas de PIS e Cofins, assim, mantida a controvérsia, e com a exigibilidade suspensa, descabe cogitar da dedução de tais valores na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. DECORRÊNCIA. PIS, COFINS E CSLL. Tratando-se de tributações reflexas de irregularidades descritas e analisadas no lançamento de IRPJ, constantes do mesmo processo, e dada à relação de causa e efeito, aplica-se o mesmo entendimento ao PIS, à Cofins e à CSLL.
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CRÉDITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracteriza omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituições financeiras, em relação aos quais a interessada, regularmente intimada, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. GLOSA DE CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS NÃO COMPROVADOS. A escrituração comercial deve estar lastreada em documentação hábil e idônea emitida por terceiros, contendo elementos suficientes para demonstrar estarem os gastos em estrita conexão com a atividade explorada e com a manutenção da respectiva fonte de receita, procedente é a glosa dos custos e despesas operacionais não comprovados. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL. DEDUÇÃO DAS EXIGÊNCIAS REFLEXAS DE PIS E COFINS. A contribuinte não reconheceu a procedência das exigências reflexas de PIS e Cofins, assim, mantida a controvérsia, e com a exigibilidade suspensa, descabe cogitar da dedução de tais valores na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. DECORRÊNCIA. PIS, COFINS E CSLL. Tratandose de tributações reflexas de irregularidades descritas e analisadas no lançamento de IRPJ, constantes do mesmo processo, e dada à relação de causa e efeito, aplicase o mesmo entendimento ao PIS, à Cofins e à CSLL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 3212DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 2 2 ACORDAM os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Eric Moraes de Castro e Silva e Hugo Correia Sotero, que votaram pelo provimento parcial para deduzir as contribuições ao PIS e à Cofins da base de Cálculo da CSLL. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente (assinado digitalmente) Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes, Eric Moraes de Castro e Silva, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório TRANSVALTER LTDA ,pessoa jurídica já qualificada nos autos, recorre a este Conselho em razão do acórdão de lavra da DRJ em CURITIBA PR 0632.381 da 1ª Turma da DRJ/CTA, que deferiu parcialmente a impugnação apresentada. Em decorrência de ação fiscal levada a efeito contra a contribuinte identificada, autorizada pelo Mandado de Procedimento FiscalFiscalização nº 09.1.01.00 2009011491 (fl. 03), foram lavrados, em 09/12/2010, autos de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, Contribuição para o Programa de Integração Social e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido. Auto de Infração de IRPJ O auto de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ (fls. 539 546) exige o recolhimento de R$ 3.303.662,56 a título de imposto e R$ 2.477.746,92 a título de multa de lançamento de ofício de 75%, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, em sua redação original, além dos acréscimos legais. O lançamento fiscal, com base no lucro real, nos termos do art. 926 do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999), decorre das seguintes infrações: omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, conforme descrito no item 6 do Termo de Verificação e Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls. 570606), com infração ao disposto no art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, e arts. 249, II, 251, parágrafo único, 279, 282, 287 e 288 do RIR do 1999: . anocalendário de 2006 R$13.447.981,71 Fl. 3213DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 3 3 glosa de custos e despesas operacionais: a) não comprovados por documentação hábil e idônea; b) contabilizados em duplicidade; c) da competência do ano calendário de 2005; d) combustíveis de veículos não identificados; e) remuneração não comprovada de freteiros e f) encargos de depreciação indevidos (sobre edificações, construções e benfeitorias, móveis e utensílios, instalações, máquinas de escritório, máquinas e equipamentos em geral, equipamentos de informática, ferramentas e acessórios, programas de software, equipamentos de comunicação, equipamentos de segurança, veículos, caminhões e reboques); a infração está descrita no item 5 do Termo de Verificação e Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls. 570606) e tem como fundamento os arts. 249, I, 251 e parágrafo único, 299 e 300 do RIR de 1999: . anocalendário de 2006R$2.630.269,04 realização da reserva de reavaliação de veículos, caminhões e reboques mediante depreciação, conforme descrito no item 7 do Termo de Verificação e Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls. 570606), com infração ao disposto nos arts. 249, II, 434, §§ 2º e 3º, 435, 439, parágrafo único, e 440, parágrafo único, do RIR do 1999: . anocalendário de 2006R$496.247,40 Auto de Infração de Cofins O auto de infração de Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Cofins (fls. 547554) exige o recolhimento de R$ 1.022.046,52 a título de contribuição e R$ 766.534,86 a título de multa de lançamento de ofício de 75%, prevista no art. 10, parágrafo único, da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, e inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, além dos acréscimos legais. O lançamento, com fundamento nos arts. 1º, 3º e 5º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, decorre da omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, conforme descrito no item 6 do Termo de Verificação e Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls. 570606). Auto de Infração de PIS O auto de infração de Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS (fls. 555562) exige o recolhimento de R$ 221.891,64 a título de contribuição e R$ 166.418,68 a título de multa de lançamento de ofício de 75%, prevista no art. 86, § 1º, da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 2º da Lei nº 7.683, de 2 de dezembro de 1988, e inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, além dos acréscimos legais. O lançamento decorre da omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. Tem como fundamento legal o arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Auto de Infração de CSLL O auto de infração de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 563569) exige o recolhimento de R$ 1.160.252,94 a título de contribuição e R$ 870.189,70 a título de multa de lançamento de ofício de 75%, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, além dos acréscimos legais. Fl. 3214DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 4 4 O lançamento decorre da glosa de despesas operacionais e da omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, conforme descrito nos itens 5 e 6 do Termo de Verificação e Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls. 570606), com infração ao disposto no art. 2º e §§ da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, art. 1º da Lei nº 9.316, de 1995, art. 28 da Lei nº 9.430, de 1996, e art. 37 da Lei nº 10.637, de 30 de 2002. Impugnação Regularmente intimada por via postal em 22/12/2010 (AR à fl. 3045), a interessada apresentou, em 20/01/2011, a tempestiva impugnação de fls. 30463062, cujo teor é sintetizado a seguir: no tópico “Da glosa de despesas”, argúi que a falta de comprovação tempestiva de despesas ocorreu em razão de a fiscalização exigir a apresentação de grande volume de documentos e registros contábeis; que está finalizando a busca de tal documentação, cujo prazo para apresentação requer postergação porquanto possibilitará demonstrar que as despesas glosadas estão em estrita conexão com a atividade explorada pela empresa; com relação às despesas da competência 2005, alega, com fundamento no art. 273 do RIR de 1999, que a postergação na sua contabilização não causou qualquer lesão ao Fisco Federal; no que se refere às despesas de depreciação, contesta a alegação fiscal de não ter sido comprovada a aquisição dos bens depreciados, bem como de que não houve contabilização individualizada e clara dos mesmos; que as depreciações realizadas referemse a bens existentes fisicamente na sede da empresa e que são utilizados na consecução de sua atividade; que é sabido que na prática tornase difícil determinar os dados dos bens do ativo imobilizado diretamente da escrituração contábil, sendo aconselhável que as empresas mantenham registro de controle patrimonial (ficha do imobilizado ou planilha do item do imobilizado) que permita identificar os bens, determinar a data e os custos de aquisição, assim como os acréscimos e baixas; contudo, tal disposição não tem o condão de imputar à impugnante a presente infração legal; no tópico “Da omissão de rendimentos depositados em contas bancárias”, argumenta que a comprovação do crédito tributário é competência do próprio fisco, pois o agente fazendário é obrigado a provar a irregularidade fiscal que aponta; que não é legítimo o lançamento do imposto de renda realizado com fundamento, exclusivamente, em extratos/depósitos bancários, como correu no presente caso, haja vista tais elementos não terem caráter probatório para fins de aferição de renda; que, se o fisco pode se valer da comparação de movimentação financeira e bancária para fins de demonstração da exteriorização de riqueza, e assim determinar se houve a omissão de receitas, pode então fazêlo de forma contrária, aceitando que não há omissão de receitas quando os valores da movimentação financeira estão de acordo com os rendimentos e o patrimônio da contribuinte; que o valor de R$ 13.447.981,71 caracterizado como omissão de receitas decorre do somatório constante dos conhecimentos de transporte que compõe as entradas de Fl. 3215DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 5 5 caixa da empresa e, portanto, o faturamento anual da empresa, conforme demonstram os documentos anexos; que tal fato resta comprovado quando analisamos os valores constantes dos balancetes mensais; no tópico “Da tributação reflexa de PIS e Cofins sobre a base de cálculo de IRPJ e CSLL”, aduz que essas exigências reflexas deveriam ser deduzidas da base de cálculo do IRPJ e da CSLL; que o PIS e a Cofins são contribuições apuradas pelo regime de competência e que, consoante ditames da legislação do IRPJ, são dedutíveis para fins de apuração do lucro real; no tópico “Do afastamento da Selic sobre a multa de ofício”, insurgese contra a aplicação da taxa Selic sobre a multa de ofício, pois, embora essa penalidade e os juros de mora estejam previstos em lei, não são autorizadas a incidirem uma sobre a outra; que a previsão legal da incidência dos juros de mora é apenas sobre tributos e contribuições, não havendo competência para autorizar a incidência sobre qualquer outra espécie que não possua a mesma natureza jurídica; que cabe à administração pública observar os preceitos legais, não podendo valerse de brechas ou possíveis omissões do texto legal com o intuito de se beneficiar; no tópico “Da representação fiscal para fins penais”, relata que o fisco especificou que a autuação afigurou situação na qual ficaram demonstrados fatos que configuram crime de Sonegação de Contribuição Previdenciária, definido pelo art. 337A do Código Penal; que, contudo, o fisco não possui competência para determinar o que seja Crime Contra a Ordem Tributária, motivo pelo qual a Representação Fiscal para Fins Penais somente poderá ocorrer após proferida a decisão final, na esfera administrativa, conforme art. 83 da Lei nº 9.430, de 1996; ao final aduz que se encontra à disposição desta DRJ para juntar demais documentos que se entenda necessários e requer seja a presente peça recebida para, após examinadas as razões arguidas, seja determinada a improcedência do lançamento fiscal em litígio. A representação fiscal para fins penais foi formulada nos autos dos processos nºs 10980.720176/201118 e 10980.720177/201154. A 1ª Turma da DRJ/CTA por meio do acórdão nº 0632.381 decidiu (ementa): PROVA DOCUMENTAL. APRESENTAÇÃO. A apresentação de prova documental deve ser feita durante a fase de impugnação, precluindo o direito de a interessada fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006 OMISSÃO DE RECEITAS. CRÉDITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Fl. 3216DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 6 6 Caracteriza omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituições financeiras, em relação aos quais a interessada, regularmente intimada, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados. GLOSA DE CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS NÃO COMPROVADOS. Como a escrituração comercial deve estar lastreada em documentação hábil e idônea emitida por terceiros, contendo elementos suficientes para demonstrar estarem os gastos em estrita conexão com a atividade explorada e com a manutenção da respectiva fonte de receita, procedente é a glosa dos custos e despesas operacionais não comprovados. DESPESAS OPERACIONAIS. POSTERGAÇÃO NO REGISTRO DE CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. A postergação no registro de custos e despesas não tem relevância fiscal e configura mera inexatidão contábil, ocasionando, via de regra, antecipação no pagamento do imposto devido. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL. DEDUÇÃO DAS EXIGÊNCIAS REFLEXAS DE PIS E COFINS. Como a contribuinte não reconheceu a procedência das exigências reflexas de PIS e Cofins, enquanto persistir controvérsia a respeito desses lançamentos, que se encontram com sua exigibilidade suspensa, descabe cogitar da dedução de tais valores na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006 DECORRÊNCIA. PIS, COFINS E CSLL. Tratandose de tributações reflexas de irregularidades descritas e analisadas no lançamento de IRPJ, constantes do mesmo processo, e dada à relação de causa e efeito, aplicase o mesmo entendimento ao PIS, à Cofins e à CSLL. A contribuinte recorre (resumo): DA GLOSA DE DESPESAS DAS CONTAS E DEPRECIAÇÃO Adquirira bens procedeu a escrituração contábil mediante a aplicação da taxa de depreciação do bem. A glosa não merece prosperar, pois, foram feitas sobre bens existentes na própria sede da empresa. Ademais, não se pode imputar tal infração pelo fato da fiscalização não identificar na contabilidade da empresa os valores individualizados depreciados. Sabese que é difícil determinar os dados de determinado bem no ativo imobilizado diretamente de sua contabilidade. Fl. 3217DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 7 7 DA OMISÃO DE RENDIMENTOS DEPOSITADOS EM CONTAS BANCÁRIAS Argumenta que a comprovação do crédito tributário é competência do próprio fisco, pois o agente fazendário é obrigado a provar a irregularidade fiscal que aponta; que não é legítimo o lançamento do imposto de renda realizado com fundamento, exclusivamente, em extratos/depósitos bancários, como correu no presente caso, pois tratase de presunção. Esta declaração inexata, e nem as contas bancárias a margem da contabilidade não podem caracterizar fraude. Cita jurisprudência. Não haveria sinais exteriores de riqueza. Pede diligência; O valor de R$ 13.447.981,71 caracterizado como omissão de receitas decorre do somatório constante dos conhecimentos de transporte que compõe as entradas de caixa da empresa e, portanto, o faturamento anual da empresa, conforme demonstram os documentos anexos; que tal fato resta comprovado quando analisamos os valores constantes dos balancetes mensais; DA TRIBUTAÇÃO REFLEXA DE PIS E COFINS SOBRE A BASE DE CÁLCULO DE IRPJ E CSLL, Aduz que essas exigências reflexas deveriam ser deduzidas da base de cálculo do IRPJ e da CSLL; que o PIS e a Cofins são contribuições apuradas pelo regime de competência e que, consoante ditames da legislação do IRPJ, são dedutíveis para fins de apuração do lucro real. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. DA GLOSA DE DESPESAS DAS CONTAS E DEPRECIAÇÃO Quanto à glosa dos custos e despesas operacionais remanescentes, mantémse a exigência correspondente em face de a contribuinte ter continuado a deixar de apresentar a documentação comprobatória de sua dedutibilidade. A propósito transcrevo trecho do acórdão recorrido: “Destaquese que a escrituração contábil não constitui prova, por si só, dos atos e fatos nela registrados, devendo estar ela lastreada em documentação hábil e idônea, conforme dispõe o artigo 923 do RIR de 1999. Por conseguinte, tais operações Fl. 3218DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 8 8 devem estar corroboradas por documentação emitida por terceiros, com a interessada figurando como beneficiária dos serviços prestados e/ou adquirente das mercadorias/produtos, e que contenha elementos suficientes para demonstrar estarem tais gastos em estrita conexão com a atividade explorada e com a manutenção da respectiva fonte de receita, o que não no caso em tela não ocorreu.” Assim, nenhum reparo a fazer neste item. DA OMISÃO DE RENDIMENTOS DEPOSITADOS EM CONTAS BANCÁRIAS Conforme descrito no item 6 do Termo de Verificação e Encerramento Parcial da Ação Fiscal (fls. 570606), os créditos bancários de origem não comprovada foram tributados com fundamento na presunção legal relativa de omissão de receitas prevista no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, in verbis: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º. O valor das receitas ou dos rendimentos será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º. Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I – os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II – no caso de pessoa física (...) § 4º. (...)” (Grifouse) Assim, ao contrário do que alega a recorrente, a autoridade fiscal está dispensada de apresentar elementos subsidiários para fazer prova direta da omissão de receitas imputada à interessada, porquanto o lançamento fiscal não está baseado em simples indício, Fl. 3219DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 9 9 mas em presunção legal relativa de omissão de receitas cuja hipótese de incidência foi materializada pela constatação dos fatosbase descritos na lei. Assim, fica invertido o ônus da prova, caberia à contribuinte a produção da prova de que os fatos presumidos não ocorreram, ou seja, de que inexistem os créditos bancários de origem não comprovada tratados nos autos, mas nenhuma documentação hábil e idônea foi apresentada nesse sentido. Assim, resta manter esta exigência. Nego a realização de diligência, pois, os elementos constantes dos autos são suficientes para o julgamento. DA TRIBUTAÇÃO REFLEXA DE PIS E COFINS SOBRE A BASE DE CÁLCULO DE IRPJ E CSLL, A recorrente quer que seja deduzida da base de cálculo do IRPJ e da CSLL o PIS e a COFINS, no entanto, não há como se acatar tal pretensão em face do que dispõe o § 1o do artigo 344 do RIR de 1999, in verbis: “Art. 344. Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime de competência (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41). § 1º. O disposto neste artigo não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 1966, haja ou não depósito judicial (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41, § 1º). (Grifou se) “Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I moratória; II o depósito do seu montante integral; III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV a concessão de medida liminar em mandado de segurança.” A recorrente se não tivesse cometido infrações fiscais, e por conseguinte tivesse pago seus tributos, poderia deduzir o PIS e a Cofins, no entanto não o fez. Da mesma forma, se não tivesse cometido infração fiscal não teria a multa de 75%. Assim, de acordo com legislação citada, estando pendente de recurso administrativo não se pode deduzir os valores de PIS e Cofins da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Fl. 3220DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10980.725665/201077 Acórdão n.º 110300.625 S1C1T3 Fl. 10 10 Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 14 de março de 2012 (assinado digitalmente) Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 3221DF CARF MF Impresso em 21/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/03/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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Numero do processo: 11516.000787/2009-62
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3801-000.417
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 16 .0 00 78 7/ 20 09 -6 2 Fl. 576DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 3 2 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos, em razão do princípio da economia processual: Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento – PER de créditos da contribuição ao PIS de incidência nãocumulativa apurados no mercado interno no quarto trimestre do anocalendário 2005. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis – DRF/FNS proferiu Despacho Decisório no qual indeferiu o Pedido de Ressarcimento, em vista de que, apesar de reiteradamente intimada, a contribuinte não apresentou arquivos digitais representativos dos documentos fiscais, previstos na Instrução Normativa SRF nº 86/2011 e no Ato Declaratório Executivo Cofis ADE n° 15/2001 passíveis de aproveitamento. Fundamenta a autoridade fiscal que as inconsistências nos arquivos digitais e nos arquivos do SINCO Notas Fiscais, principalmente em relação aos créditos e débitos relativos aos itens das notas fiscais, não permitiram a corroboração dos valores informados nos Demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais DACON, tornando qualquer verificação do crédito pleiteado igualmente inconsistente. Inconformada com o indeferimento do pedido, a contribuinte apresenta Manifestação de Inconformidade na qual alega que: conforme despacho decisório houve somente alguns arquivos digitais apresentados com supostas inconsistências; em atenção às diversas intimações, apresentou inúmeras vezes os arquivos digitais requisitados, elaborados de acordo com os parâmetros estipulados pelo ADE Cofins nº 15/2001 e seus anexos; os arquivos digitais apresentados foram devidamente validados mediante Sistema Validador e Autenticador de Arquivos Digitais – SVA, bem como passados pelo SINCO, não contendo nenhuma ressalva ou problema; os arquivos digitais abriram de forma integral e sem apresentar nenhuma falha ou inconsistência nos computadores da empresa, indicando alguma incompatibilidade com os equipamentos utilizados pelo agente fiscalizador; apresentou todas as informações requisitadas, estando os arquivos devidamente validados e respeitando os parâmetros do ADE nº 15/01, assim, caberia à autoridade fiscal procurar verificar se seus equipamentos se encontram atualizados e compatíveis, ou ainda, requisitar os arquivos digitais em outros formatos, ou mesmo a apresentação dos documentos físicos para verificação do crédito; Fl. 577DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 4 3 o ADE nº 15/01 e a Instrução Normativa nº 86/01 não informam qual a extensão do arquivo a ser apresentado ou mesmo a versão do programa; a falta de indicação da classificação das mercadorias em alguns arquivos digitais não poderia representar óbice ao reconhecimento dos créditos requeridos, uma vez que o direito de crédito está constitucional e legalmente assegurado, não podendo ser negado quando configuradas as hipóteses previstas na legislação e muito menos ser preterido em função de supostas inconsistências na visualização de arquivos digitais validamente apresentados; por força do princípio da verdade material, se os créditos existem, a autoridade fiscal não pode se furtar em reconhecêlos, uma vez que os documentos apresentados comprovam de forma cabal a existência dos créditos requeridos. E conclui: Lembrese: todas as informações necessárias para a verificação da existência dos créditos requeridos pela empresa estavam à disposição do agente fiscalizador. Problemas de compatibilidade entre alguns dos arquivos digitais apresentados pela empresa e os equipamentos da fiscalização não poderiam servir de óbice ao reconhecimento dos créditos requeridos, especialmente porque a cooperativa dispõe de todos os documentos físicos (livros devidamente escriturados, notas fiscais, entre outros) para a verificação dos créditos. A DRJ em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DOCUMENTOS. NÃO APRESENTAÇÃO. INDEFERIMENTO. O postulante de direito creditório deve apresentar todos os livros fiscais e contábeis, arquivos digitais e demais documentos ou esclarecimentos solicitados pelo Fisco, necessários à análise do direito creditório postulado, sob pena de indeferimento do pleito. PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário com as seguintes alegações: a decisão de primeira instância possui grave contradição em suas próprias conclusões; a recorrente apresentou vários arquivos magnéticos em resposta às intimações efetuadas; Fl. 578DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 5 4 apenas alguns desses arquivos apresentaram pequenas inconsistências, em grande parte geradas por conflito entre os formatos dos arquivos; se apenas parte dos arquivos não pode ser verificada por apresentar inconsistências (geradas apenas por erros de leitura dos arquivos), seria indispensável a realização de diligência para verificar tais informações; somente em questões pontuais a fiscalização ficou em dúvida; é desproporcional e desarrazoado indeferir a totalidade do crédito quando apenas uma pequena parte suscitou dúvidas à fiscalização; a escrita fiscal da recorrente está e sempre esteve inteiramente à disposição da fiscalização, e possui todas as informações necessárias a comprovação do crédito requerido; quanto à suposta impossibilidade de análise dos arquivos magnéticos, por estes estarem supostamente em desacordo com a legislação, a decisão de primeira instância deixou de levar em consideração os ditames do próprio art. 65 da IN SRF 900/08; cumpriu rigorosamente o requisito formal estabelecido no art. 65 da IN SRF 900/08, uma vez que todos os arquivos digitais apresentados forma validados através do SVA, e demonstram de forma clara e precisa a origem do crédito requerido; o direito a crédito dos contribuintes, especificamente no caso dos tributos nãocumulativos, é garantido constitucionalmente e legalmente; junta ao presente recurso dois DVDS que contém todas as informações necessárias para a verificação do crédito, nas extensões específicas requeridas pela fiscalização; o indeferimento do Pedido de Restituição não é cabível quando o motivo é a não apresentação de documentos requeridos, ensejando apenas o arquivamento do pedido nos termos do art. 40 da Lei 9.784/99 e no art. 103 do Decreto 7.574/11; o arquivamento do Pedido de Ressarcimento até o cumprimento das exigências fiscais é medida que se impõe a Administração, por força de Lei. Colaciona jurisprudência administrativa. Por fim, requereu que o recurso fosse conhecido e provido para: a) reconhecer o crédito pleiteado no presente pedido de ressarcimento; b) seja determinada a realização de diligência para verificar a existência do crédito. Em complemento as razões do recurso voluntário, a recorrente apresentou petição com os seguintes argumentos: Fl. 579DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 6 5 os prazos constantes das intimações fiscais para a apresentação dos documentos não permitiram à empresa a conversão de todos os arquivos digitais que comprovam os créditos para o formato exigido pelo agente fiscalizador; a COREC determinou que o prazo hábil para a apresentação dos arquivos magnéticos deve ser de 110 dias, nos termos do Ato Declaratório Executivo nº 03/2012, publicado no DOU em 15/08/2012; sendo norma procedimental que beneficia a empresa, deve ser aplicada retroativamente em respeito ao art. 106, II, “b” do CTN; consequentemente, os documentos magnéticos para a comprovação dos créditos poderiam ser apresentados em até 110 dias. Por último, requereu que fosse aplicado o ADE 3/2012 ao presente processo. É o relatório. Fl. 580DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 7 6 Voto O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. Tenhase presente que após a Emenda Constitucional 42/2003 a não cumulatividade das contribuições PIS e Cofins foi assegurada constitucionalmente. As Leis nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com as alterações posteriores, disciplinam o regime da nãocumulatividade das contribuições PIS e Cofins, respectivamente. Para o exercício da nãocumulatividade das contribuições essas leis asseguram ao sujeito passivo o direito de descontar créditos sobre custos e despesas enumerados nos respectivos atos legais citados. A Instrução Normativa RFB nº 900, de30 de dezembro de 2008, estabelecia: Art. 27. Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das respectivas contribuições, poderão ser objeto de ressarcimento, somente após o encerramento do trimestrecalendário, se decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados: I às receitas resultantes das operações de exportação de mercadorias para o exterior, prestação de serviços a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas, e vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação; ou II às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou nãoincidência. (...) Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. (...) (grifouse) Posto, em tese, o direito do contribuinte, passase ao exame da situação fática probatória. Do exame dos autos administrativos, constatase que por diversas vezes a recorrente foi intimada a comprovar o seu direito creditório. Em atendimento às diversas Fl. 581DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 8 7 intimações apresentou uma série de arquivos magnéticos, conforme recibo de entrega de arquivos digitais. Por seu turno, a autoridade fiscal ao examinar os arquivos digitais identificou uma série de inconsistência e/ou formato incompatíveis com o ADE COFIS 15/2001. É fato que a recorrente sempre atendeu as intimações da autoridade fiscal, ainda que de forma deficiente, situação admitida em seu recurso voluntário. O indeferimento do pedido de ressarcimento com a justificativa de inconsistências nos arquivos digitais apresenta se desproporcional ao direito da contribuinte. Convém ressaltar que eventuais erros na apresentação dos arquivos digitais não são elementos suficientes para afastar o direito de ressarcimento/compensação previsto na lei de regência, pois o Estado não deve se enriquecer ilicitamente. A questão relevante é que a recorrente de forma sistemática procurou comprovar o seu direito creditório, inclusive a fiscalização admitiu que parte dos arquivos digitais estavam corretos. Por pertinente, transcrevese o seguinte excerto da informação fiscal: “Na ocasião foi lavrado o Termo de Diligência Fiscal, Solicitação de Documentos (fls. 305/306), tendo o interessado disponibilizado a maior parte dos documentos solicitados. (grifouse) Além do mais, apresentou novos arquivos digitais supostamente sem inconsistências, conforme consta em seu recurso voluntário. De sorte que não se compartilha com a tese de indeferimento do ressarcimento por eventuais inconsistências nos arquivos magnéticos, mormente quando ficou comprovado que a recorrente reiteradamente procurou solucionálas. Quanto ao argumento de que o prazo hábil para a apresentação dos arquivos magnéticos deve ser de 110 dias, nos termos do Ato Declaratório Executivo nº 03/2012, publicado no DOU em 15/08/2012, não assiste razão à recorrente. Este ato Declaratório foi emitido para o atendimento de uma situação específica, qual seja, o atendimento de intimações eletrônicas. Assim, este dispositivo legal não produz quaisquer efeitos em relação às intimações das autoridades fiscais, não eletrônicas. Ademais, não se trata de norma procedimental, pois alcança um universo específico de contribuintes, logo não se aplica o princípio da retroatividade benigna disposto no art. 106, inciso II, alínea “b”, do Código Tributário Nacional. Destarte, na solução deste litígio adotase como prazo para a apresentação dos arquivos digitais e sistemas utilizados por parte da recorrente o disposto no art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro de 2001 (DOU de 23/10/2001, pág. 18), in verbis: Art. 2o As pessoas jurídicas especificadas no art. 1o, quando intimadas pelos AuditoresFiscais da Receita Federal, apresentarão, no prazo de vinte dias, os arquivos digitais e sistemas contendo informações relativas aos seus negócios e atividades econômicas ou financeiras.(grifouse) Fl. 582DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000787/200962 Resolução nº 3801000.417 S3TE01 Fl. 9 8 Com efeito, é incontroverso o bom direito da recorrente, visto que esse litígio administrativo tem como objeto principal o ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep ou da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados são insuficientes para se apurar os créditos da contribuição. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) receba os arquivos apresentados no recurso voluntário, efetue sua autenticação e validação nos sistemas da RFB; b) caso constate inconsistências nos arquivos magnéticos, intime o contribuinte para no prazo de 20 (vinte) dias a solucionálas; c) a partir dos arquivos magnéticos e com base na escrituração fiscal e contábil, não havendo inconsistências impeditivas, apure eventual valor passível de ressarcimento com base na legislação de regência; d) cientifique a interessada quanto ao teor da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de vinte dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 583DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10880.034080/94-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/12/1993
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO.
Ocorrendo alguma das hipóteses do art. 151 do CTN, ficará o Fisco impedido de mover eventual execução fiscal contra o contribuinte a fim de cobrar o crédito tributário, mas não de efetuar o lançamento para fins de decadência, nos termos do art. 63 da Lei 9.430.
Numero da decisão: 3401-002.124
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Ângela Sartori - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Adriana Oliveira e Ribeiro.
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/09/1989 a 31/12/1993 SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO. Ocorrendo alguma das hipóteses do art. 151 do CTN, ficará o Fisco impedido de mover eventual execução fiscal contra o contribuinte a fim de cobrar o crédito tributário, mas não de efetuar o lançamento para fins de decadência, nos termos do art. 63 da Lei 9.430.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Júlio César Alves Ramos Presidente Ângela Sartori - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Adriana Oliveira e Ribeiro.
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POSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO. Ocorrendo alguma das hipóteses do art. 151 do CTN, ficará o Fisco impedido de mover eventual execução fiscal contra o contribuinte a fim de cobrar o crédito tributário, mas não de efetuar o lançamento para fins de decadência, nos termos do art. 63 da Lei 9.430. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Júlio César Alves Ramos – Presidente Ângela Sartori Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 03 40 80 /9 4- 55 Fl. 408DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Adriana Oliveira e Ribeiro. Fl. 409DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10880.034080/9455 Acórdão n.º 3401002.124 S3C4T1 Fl. 6 3 Relatório Contra o contribuinte foi lavrado auto de infração de fls. 103/106 para a exigência do IPI, do período de apuração de setembro de 1989 a dezembro de 1993, no valor de 1.887.828,04 UFIR. Consoante descrição fática do auto e termo de verificação (fl. 74), houve falta de lançamento de IPI, no período em apuração, pela saída de embalagens de metal de apresentação com erro de classificação fiscal e alíquota inferior. No entender da contribuinte, seu produto estaria classificado no código 7310.21.0100 da TIPI/89, com alíquota de 4%, destinado a embalagens de transporte, quando, no entender da fiscalização, o correto seria o código 7310.219900, com alíquota de 10%, conforme Despacho Homologatório CST n. 172/92, referente à consulta sobre classificação de mercadorias feita pelo Sindicato das Indústrias de Estamparia de Metais do Estado de São Paulo. Consta também que os valores foram lançados em relação aos fatos geradores ocorridos até a data da protocolização da consulta pelo Sindicado (06/09/1991), e aos fatos geradores ocorridos a partir da data em que o consulente foi notificado da decisão (15/04/1992), em respeito ao DecretoLei n. 2.227/85, que dispõe sobre consulta sobre a classificação fiscal. O contribuinte obteve liminar em medida cautelar, no processo n. 92.00103421, expedido pela 4ª Vara da Justiça Federal do DF, o qual lhe assegurou o recolhimento sob a alíquota de 4%. Inconformado, o sujeito passivo apresentou impugnação (fls. 110/117). A DRJ em Ribeirão Preto (fls. 324/329), no acórdão n. 1428.771, proveu em parte a impugnação apresentada pelo contribuinte conforme a seguinte ementa: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/09/1989 a 31/12/1993 PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. Não há falar em nulidade do procedimento, enquanto atividade vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, mesmo estando o contribuinte beneficiado por medida liminar judicial. CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. As decisões do Poder Judiciário prevalecem sobre o entendimento da esfera administrativa, assim, não se discute na esfera administrativa a mesma matéria discutida em processo judicial. MULTA. LIMINAR. MEDIDA CAUTELAR. O deferimento de liminar nos autos de Medida Cautelar suspende a exigibilidade do crédito tributário e exclui a imposição de penalidade. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Fl. 410DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Em suma, os julgadores aplicaram a concomitância no o mérito da questão, e não conheceram a impugnação na parte que tratava da alíquota aplicável para a saída de embalagens de metal do estabelecimento do contribuinte, e cancelaram a multa de ofício em razão da suspensão da exigibilidade do crédito pela existência de medida liminar suportando o direito do interessado. Cientificada em 18/08/11 (fls. 336/v) apresentou recurso voluntário para este conselho, por meio do qual pleiteia o conhecimento do presente e a nulidade do auto de infração, bem como, alega em síntese: nulidade do auto de infração tendo em vista que, conforme afirmação do v. acórdão, a atitude do ora recorrente estava amparado por medida liminar, que assegurou o direito de promover a saída de seus produtos com alíquota do IPI de 4%. O crédito tributário jamais poderia ser lançado e constituído, vez que já foi judicialmente considerado inexistente e ilegítimo; a ordem judicial afastou o pagamento da diferença de 6% exigida pelo Fisco. O presente lançamento, ainda que reconhecida a suspensão de sua exigibilidade, configura verdadeira desobediência à ordem judicial que está, por sua vez, em plena vigência; cita o art. 62 do Decreto n. 70.235/72 argumentando que o dispositivo é claro ao vedar ao Fisco a instauração de qualquer procedimento fiscal que tenha por objeto a persecução de créditos tributários já afastados pelo Poder Judiciário. É o relatório. Fl. 411DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10880.034080/9455 Acórdão n.º 3401002.124 S3C4T1 Fl. 7 5 Voto Conselheira Ângela Sartori, Relatora. O recurso é tempestivo, e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. De início cabe esclarecer que a matéria que ora se analisa limitase a arguição de nulidade do auto de infração, haja vista que a DRJ identificou a concomitância entre as demandas no que se cinge ao mérito da causa. Da mesma forma, o ora recorrente conformouse com a decisão neste ponto e deixou de impugnála. Por outro lado, o cancelamento da multa de ofício em razão da existência de liminar favorável aos interesses do sujeito passivo, matéria esta diversa daquela discutida nos autos do processo judicial, foi deferido quando da análise da impugnação por aqueles eméritos julgadores, de modo que não há interesse de agir neste ponto e o contribuinte não voltou a levantar a questão sem seu recurso voluntário. Como relatado alhures, a TAPON CORONA METAL PLÁSTICO LTDA repisa em sede de recurso voluntário que o lançamento desrespeitou de forma evidente a decisão judicial que lhe assegurou o recolhimento do IPI, sob as embalagens de metal que saem de seu estabelecimento, pela alíquota de 4% até decisão final. Referida sentença, cuja conlusão se encontra acostada aos autos em fl. 157, determinou que a Fazenda Nacional se abstivesse, nesse tempo, de qualquer ato tendente à exigência das diferenças tributárias decorrentes da nova classificação, impugnada naquela assentada. Todavia, não vislumbro qualquer nulidade apta a ensejar a anulação do lançamento tributário. Isto porque, as hipóteses de nulidade estão previstas no art. 59 do Decreto n. 70.235/72: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Assim, sabendo que no presente caso o auto de infração foi lavrado pela autoridade administrativa competente, e que nenhuma decisão proferida até o presente momento preteriu o direito de defesa da recorrente, não há que se falar em nulidade do auto de infração. Também não há que se falar em vício por ilegalidade do auto de infração uma vez que o art. 63 da Lei 9.430 prevê o lançamento para prevenção da decadência, despido da exigência da multa de ofício: Art.63.Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº5.172, de 25 de outubro de 1966,não caberá Fl. 412DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 lançamento de multa de ofício.(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) Portanto, a decisão judicial que suspende liminarmente a exigibilidade do crédito tributário não tem o condão de impedir seu lançamento para fins de evitar decadência, mas sim de impedir que o Fisco inscreva o contribuinte em divida ativa ou mova ação de execução fiscal contra este, visando o recebimento do seu crédito. CONCLUSÃO: Ante o exposto, voto no sentido de conhecer o recurso voluntário e, no mérito, negar provimento. Ângela Sartori (assinado digitalmente) Fl. 413DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10680.015940/2008-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. IRRELEVÂNCIA DA INTENÇÃO.
A responsabilidade tributária independe da intenção do agente. A alegação de desconhecimento da lei não exonera o contribuinte do pagamento do tributo, tampouco, o dispensa dos acréscimos legais previsto na legislação.
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
Recibos emitidos por profissionais da área de saúde são documentos hábeis para comprovar a dedução de despesas médicas. Contudo, não se admite a dedução de despesas médicas, quando presente a existência de indícios de que os serviços a que se referem os recibos não foram de fato executados e o contribuinte intimado deixa de carrear aos autos a prova do pagamento e da efetividade da prestação dos serviços.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-002.496
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Giovanni Christian Nunes Campos Presidente
Assinado digitalmente
Núbia Matos Moura Relatora
EDITADO EM: 18/03/2013
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. IRRELEVÂNCIA DA INTENÇÃO. A responsabilidade tributária independe da intenção do agente. A alegação de desconhecimento da lei não exonera o contribuinte do pagamento do tributo, tampouco, o dispensa dos acréscimos legais previsto na legislação. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Recibos emitidos por profissionais da área de saúde são documentos hábeis para comprovar a dedução de despesas médicas. Contudo, não se admite a dedução de despesas médicas, quando presente a existência de indícios de que os serviços a que se referem os recibos não foram de fato executados e o contribuinte intimado deixa de carrear aos autos a prova do pagamento e da efetividade da prestação dos serviços. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 59 40 /2 00 8- 19 Fl. 127DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.015940/200819 Acórdão n.º 2102002.496 S2C1T2 Fl. 128 2 EDITADO EM: 18/03/2013 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi. Relatório Contra ANTONIO ROBERTO RETTORE MATTA foi lavrada Notificação de Lançamento, fls. 04/07, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2004, exercício 2005, no valor total de R$ 24.867,17, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 28/11/2008. As infrações apuradas pela autoridade fiscal foram: dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 29.300,00 e omissão de rendimentos recebidos da Prefeitura Municipal de Igarapé (rendimentos do trabalho) e da Administradora de Condomínios Ltda (rendimentos de aluguel), nos valores de R$ 5.085,46 e R$ 6.149,80, respectivamente. Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls. 01/03, que foi considerada improcedente, por unanimidade, conforme Acórdão DRJ/BHE nº 0228.603, de 13/09/2010, fls. 41/45. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 18/10/2010, Aviso de Recebimento (AR), fls. 48, o contribuinte apresentou, em 16/11/2010, recurso voluntário, fls. 49/56, trazendo, em síntese, as seguintes alegações: que reconhece as omissões de rendimentos, no entendo não é razoável punirse um contribuinte que descumpre a lei por desconhecêla; que o contribuinte efetuou os pagamentos em moeda corrente, o que restou definitivamente comprovado pela juntada dos contracheques de recebimentos do salário e pela planilha apresentada. É o Relatório. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.015940/200819 Acórdão n.º 2102002.496 S2C1T2 Fl. 129 3 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. O lançamento imputou ao recorrente duas infrações, a saber: omissão de rendimentos e dedução indevida de despesas médicas. No recurso, o contribuinte reconhece a infração de omissão de rendimentos, no entanto, afirma não ser razoável punirse um contribuinte que descumpre a lei por desconhecêla. Nesse aspecto, cumpre esclarecer que a responsabilidade por infrações tributárias independe da intenção do agente, conforme disposto no art. 136 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN): Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Nestes termos, temse que a alegação de desconhecimento da lei não pode exonerar o contribuinte do pagamento do tributo, tampouco, dispensálo dos acréscimos legais previsto na legislação, de sorte que deve ser mantida a infração de omissão de rendimentos, nos termos em que consubstanciada no lançamento. No que concerne à infração de dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 29.300,00, representada pelos recibos emitidos pelos seguintes profissionais/pessoa jurídica: Simone Ferraz Braga de Oliveira (R$ 5.000,00), Cristiane Gabriel (R$ 12.000,00), Juliana do Prada Cardoso(R$ 5.000,00), Edirlaine Gilberto Carneiro (R$ 4.800,00) e ProGente Psicologia e Desenvolvimento Humano Ltda (R$ 2.500,00), temse que a autoridade fiscal não acatou as referidas despesas por entender não comprovado e efetivo pagamentos das quantias referidas nos respectivos recibos. Para a análise das alegações trazidas pela defesa, trazse a seguir a legislação tributária que regula a matéria: Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 Art.8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: Fl. 129DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.015940/200819 Acórdão n.º 2102002.496 S2C1T2 Fl. 130 4 a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Conforme se depreende dos dispositivos acima, cabe ao contribuinte que pleiteou a dedução provar que realmente efetuou os pagamentos nos valores e nas datas constantes nos comprovantes, para que fique caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução, no período assinalado. Em princípio, admitese como prova idônea de pagamentos, os recibos fornecidos por profissional competente, legalmente habilitado. Entretanto, existindo dúvida quanto à idoneidade do documento por parte da autoridade fiscal, pode esta solicitar provas não só da efetividade do pagamento, mas também da efetividade dos serviços prestados pelos profissionais. E este é o caso dos autos. A dedução de despesas médicas pleiteada pelo contribuinte foi de R$ 29.300,00, que corresponde a 37% do seu rendimento líquido (rendimento declarado de R$ 92.132,37, deduzido da despesa de previdência oficial de R$ 3.322,05 e do imposto de renda retido na fonte de R$ 10.057,93). Temse, portanto, que a dedução pleiteada é exagerada em relação aos rendimentos declarados, de sorte que está plenamente justificada a conduta da autoridade fiscal em solicitar a comprovação do efetivo pagamento das quantias especificadas nos recibos apresentados pelo contribuinte. E mais, não se pode esquecer que o recorrente também incorreu na infração de omissão de rendimentos. Por seu turno, o recorrente afirma no recurso que efetuou os pagamentos em moeda corrente, o que restou definitivamente comprovado pela juntada dos contracheques de recebimentos do salário e pela planilha apresentada. Ocorre que os contracheques e a planilha, apresentados pelo contribuinte, demonstram apenas a disponibilidade financeira de recurso para fazer frente aos pagamentos dos valores consignados nos recibos. Entretanto, não comprovam a efetividade dos pagamentos, ou seja, as provas apresentadas pela defesa não se prestam para comprovar a transferência dos recursos para os profissionais, que emitiram os recibos médicos. E mais, não é razoável admitirse que um contribuinte que tem conta bancária faça pagamentos da ordem de R$ 4.000,00 em dinheiro, quando poderia usufruir da facilidade de pagamento em cheques ou ordens bancárias, que são os meios mais usuais e seguros. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.015940/200819 Acórdão n.º 2102002.496 S2C1T2 Fl. 131 5 Assim, pelas razões acima expostas, devese manter a glosa da dedução de despesas médicas, tendo em vista que o contribuinte não logrou comprovar, durante o procedimento fiscal, tampouco nas fases de impugnação e recursal, a efetividade dos pagamentos apontados nos recibos de despesas médicas. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 131DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 10660.901553/2009-16
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida em Aspectos Prejudiciais.
Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a autoridade julgadora da DRJ não analisa todas as razões de defesa expressas na manifestação de inconformidade, por ter se restringido a aspectos prejudiciais superados na análise do recurso voluntário. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superada a questão prejudicial, depende da análise, pela autoridade julgadora a quo que jurisdiciona a contribuinte, da existência, suficiência e disponibilidade do crédito, além da possibilidade de sua utilização na compensação pretendida
Numero da decisão: 1801-001.322
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à Turma Julgadora de 1ª instância, para se pronunciar a respeito do mérito do litígio, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Presidente
(assinado digitalmente)
Maria de Lourdes Ramirez Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005 Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida em Aspectos Prejudiciais. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a autoridade julgadora da DRJ não analisa todas as razões de defesa expressas na manifestação de inconformidade, por ter se restringido a aspectos prejudiciais superados na análise do recurso voluntário. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superada a questão prejudicial, depende da análise, pela autoridade julgadora a quo que jurisdiciona a contribuinte, da existência, suficiência e disponibilidade do crédito, além da possibilidade de sua utilização na compensação pretendida
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à Turma Julgadora de 1ª instância, para se pronunciar a respeito do mérito do litígio, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE INTERROMPIDA EM ASPECTOS PREJUDICIAIS. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a autoridade julgadora da DRJ não analisa todas as razões de defesa expressas na manifestação de inconformidade, por ter se restringido a aspectos prejudiciais superados na análise do recurso voluntário. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superada a questão prejudicial, depende da análise, pela autoridade julgadora “a quo” que jurisdiciona a contribuinte, da existência, suficiência e disponibilidade do crédito, além da possibilidade de sua utilização na compensação pretendida Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à Turma Julgadora de 1ª instância, para se pronunciar a respeito do mérito do litígio, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) Maria de Lourdes Ramirez – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 0. 90 15 53 /2 00 9- 16 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 20/03/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10660.901553/200916 Acórdão n.º 1801001.322 S1TE01 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra o acórdão n º 0936.363, de 16/08/2011, da 2a. Turma da DRJ em Juiz de Fora/MG (fls. 26/28) que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o Despacho Decisório da DRF em Varginha/MG, que não homologou as compensações declaradas em DCOMP. Histórico Trata o presente processo de Declaração de Compensação transmitida eletronicamente em 28/06/2006 (fls. 18/23) que informa direito creditório relativo a pagamento indevido ou a maior de estimativa de CSLL relativa ao mês de agosto de 2005 (recolhimento em setembro/2005), no valor de R$ 8.572,30, para utilização na compensação de débito de estimativa de IRPJ do mês de agosto de 2005, no mesmo valor do indébito informado. Pelo Despacho Decisório Eletrônico da DRF em Varginha/MG, emitido em 25/03/2009 (fl. 11) não houve reconhecimento do direito creditório pleiteado pois o DARF indicado no PERDCOMP para comprovação do indébito já teria sido alocado a outro pagamento e, assim, não haveria a disponibilidade do crédito. Foi apresentada manifestação de inconformidade (fls. 01/04) na qual alega, a interessada, que teria direito ao indébito pois procedera ao recolhimento, no curso do ano calendário 2005, de estimativas de CSLL nos seguintes valores: Meses Valores Janeiro 6.121,36 Fevereiro 3.247,07 Março 2.502,26 Abril 2.265,22 Maio 2.934,05 Junho 5.583,43 Julho 9.611,00 Agosto 8.572,30 Setembro 100,00 Outubro 10.064,45 Fl. 55DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 20/03/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10660.901553/200916 Acórdão n.º 1801001.322 S1TE01 Fl. 4 3 Novembro 8.334,68 Dezembro 0,00 Total 59.255,74 Alega que, de acordo com a Ficha 17 da DIPJ/2006 o valor apurado como devido da CSLL ao final do anocalendário 2005 montou em R$ 29.256,37 que, diminuído dos valores recolhidos a título de estimativa mensal, resultaria num saldo a compensar de R$ 29.999,37. Analisando o pedido a 2a. Turma Julgadora da DRJ em Juiz de Fora/MG indeferiu o pleito ao argumento de que, nos termos da IN SRF n º 660/2005, pagamentos efetuados a título de estimativa de CSLL não podem ser utilizados como indébito, em compensação, e somente podem ser aproveitados para dedução da contribuição anual devida ou na composição do saldo negativo respectivo (fls. 26/28). Notificada da decisão, em 22/09/2011, como demonstra a cópia do AR (fl. 37 processo digital) apresentou, a interessada, em 17/10/2011, recurso voluntário. Nas razões de defesa aduz que instruções normativas poderiam estabelecer formas e procedimentos para realização de compensações mas jamais restringir o direito à compensação previsto em lei. Argumenta, ainda, ter ocorrido um mero erro formal no preenchimento da declaração eletrônica de compensação, no campo “tipo do crédito”, preenchido com a informação “pagamento indevido ou a maior”, quando o correto seria “saldo negativo de CSLL”. Pede, assim, em respeito ao princípio da verdade material, que seja reconhecido o direito creditório a título de saldo negativo de CSLL e homologada a compensação declarada. É o relatório. Voto Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. O recurso é tempestivo. Dele tomo conhecimento. A Turma Julgadora de 1a. instância indeferiu o pleito ao único argumento de que, nos termos da IN/SRF n º 600, de 2005, seria vedada a utilização de estimativas mensais recolhidas no curso do anocalendário como direito creditório em compensações. A questão quanto a possibilidade de haver recolhimento indevido ou a maior no cálculo e pagamento de estimativas mensais de IRPJ e de CSLL no curso do anocalendário gerando um indébito a favor do contribuinte passível de restituição e compensação, encontrase Fl. 56DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 20/03/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10660.901553/200916 Acórdão n.º 1801001.322 S1TE01 Fl. 5 4 superada, inclusive no que diz respeito à legislação complementar. As justificativas encontram se pormenorizadas no Acórdão n º 18010000.486, desta 1a. Turma Especial da 3a. Câmara – 1a. Seção do CARF, de relatoria desta Conselheira. Entretanto, a interessada, na manifestação de inconformidade, já dera indícios de que pleiteava como indébito, em verdade, o saldo negativo de CSLL do anocalendário 2005, para fazer frente à desejada compensação. Vejamos suas alegações à fl. 03: Conforme consta da Ficha 17 da DIPJ/2006 a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido devida, relativa ao ano de 2005, importou em R$ 29.256,37 1 (vinte e nove mil, duzentos e cinqüenta e seis reais e trinta e sete centavos), depois de compensados os valores retidos na fonte. Disso resulta um saldo a compensar de R$ 29.999,37 (Vinte e nove mil, novecentos e noventa e nove reais e trinta e sete centavos), ou seja R$ 59.255,74 (cinqüenta e nove mil, duzentos e cinqüenta e cinco reais e setenta e quatro centavos) menos R$ 29.256,37 (vinte e nove mil, duzentos e cinqüenta e seis reais e trinta e sete centavos). A Turma Julgadora de 1a. instância, contudo, não apreciou as alegações da defesa a respeito da ocorrência de erro no preenchimento da Declaração de Compensação Eletrônica, no tipo de crédito indicado. Desta feita, nas razões de defesa deduzidas no recurso voluntário, a interessada reprisa que teria errado no preenchimento da referida DCOMP e que o indébito pleiteado é o saldo negativo de CSLL apurado ao final do anocalendário 2005. Entretanto, esta Turma Julgadora do CARF não pode analisar as razões meritórias de defesa, não analisadas pela autoridade julgadora “a quo”. A autoridade julgadora “a quo”. centrou sua decisão em questão prejudicial e assim não analisou integralmente os argumentos da defesa, no que toca à ocorrência de erro no preenchimento da DCOMP, assim como também não analisou a efetiva existência e procedência do crédito. É necessária a apreciação do mérito pela autoridade julgadora competente, quanto aos demais aspectos das argüições de defesa, para homologação das compensações, além do que é imperiosa a análise da existência, suficiência e disponibilidade do indébito alegado e da possibilidade de sua utilização na compensação de débitos de estimativa de IRPJ apuradas como devidas no curso do anocalendário 2005. Cumpre registrar inclusive que, enquanto a contribuinte não for cientificada de uma nova decisão quanto ao mérito de sua compensação, os débitos compensados permanecem com a exigibilidade suspensa, por não se verificar decisão definitiva acerca de seus procedimentos. E, caso tal decisão não resulte na homologação total das compensações promovidas, develhe ser facultada nova oportunidade de apresentar recurso voluntário, possibilitandolhe a discussão do mérito da compensação na segunda instância administrativa de julgamento. Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário, mas sem homologar as compensações, por ausência de análise do mérito pela autoridade julgadora da DRJ Juiz de Fora/MG, com o conseqüente retorno dos autos àquela repartição, para verificação dos demais argumentos de defesa relativos ao erro no preenchimento da DCOMP, à existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido, pronunciandose, no mérito, a respeito das compensações declaradas pela recorrente. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 20/03/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10660.901553/200916 Acórdão n.º 1801001.322 S1TE01 Fl. 6 5 (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 58DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 20/03/ 2013 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10380.008934/2005-39
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL.
Exercício: 2001
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO — COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO — Até o advento da Medida Provisória n.1.858-6, de 1999, não existia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, a partir de janeiro de 1992.
Numero da decisão: 9101-001.515
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, CONHECER do recurso. Vencido o Conselheiro João Carlos de Lima Júnior. 2) Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional.
Matéria: CSL- glosa compens. bases negativas de períodos anteriores
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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ementa_s : Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL. Exercício: 2001 Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO — COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO — Até o advento da Medida Provisória n.1.858-6, de 1999, não existia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, a partir de janeiro de 1992.
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Matéria CSLL Recorrente Fazenda Nacional Interessado Cia Energética do Ceará COELCE Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL. Exercício: 2001 Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO — COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO — Até o advento da Medida Provisória n.1.8586, de 1999, não existia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, a partir de janeiro de 1992. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, CONHECER do recurso. Vencido o Conselheiro João Carlos de Lima Júnior. 2) Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Valmar Fonseca de Menezes, José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira (suplente convocado), Fl. 452DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI 2 Plínio Rodrigues de Lima, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva e Suzy Gomes Hoffmann. Fl. 453DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 10380.008934/200539 Acórdão n.º 9101001.515 CSRFT1 Fl. 2 3 Relatório Em sessão plenária realizada em 14 de maio de 2009, a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF julgou o Recurso Voluntário n° 164.096 e, por unanimidade de votos, decidiu, dar provimento ao recurso. Na revisão da declaração da interessada, foi constatada a seguinte irregularidade: “compensação a maior de base” de cálculo negativa da CSLL do ano de 2000, no montante de R$ 207.243,94, tendo em vista a inexistência de saldo compensável, conforme "Demonstrativo da Base de Cálculo Negativa da CSLL" (SAPLI — 1992 a 2000) que segue, em anexo, devidamente atualizado pelas alterações promovidas "de oficio". Mantida a exigência em primeira instância, sobreveio recurso voluntário com decisão favorável à interessada, conforme Acórdão n° 130100.094, com a ementa a seguir: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL. Exercido: 2001 Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO — COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO — Até o advento da Medida Provisória n.1.8586, de 1.999, inexistia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, a partir de janeiro de 1992. Improcedente a glosa da compensação efetuada naquele sentido. Cientificada da decisão, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, alegando que a decisão deu a lei tributária interpretação divergente da que lhe foi dada por outra Câmara, invocando como paradigma o acórdão nº 10323.404, cuja ementa vai a seguir transcrita: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Exercício: 2001 Ementa: CSLL. COMPENSAÇÃO DE BASES NEGATIVAS. INCORPORAÇÃO. Conforme expressa disposição legal (Medida Provisória n. 18586, de 1999, sucedida pela Medida Provisória n. 2.15825, de 2001), a pessoa jurídica sucessora por incorporação não poderá compensar bases negativas apuradas pela empresa incorporada. Recurso voluntário não provido. O Presidente da Terceira Câmara deu seguimento ao recurso, ao entendimento de que: “Do exame dos acórdãos trazidos para confronto, verificase, de fato, a divergência de decisões entre as turmas/câmaras deste órgão colegiado sobre a mesma matéria, ou seja, os efeitos da Medida Provisória n° 18586, artigo 20, sobre as incorporações ocorridas em datas anteriores e compensações das bases de cálculo negativas, pelo que a questão deve ser levada a reapreciação pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. É o relatório. Fl. 454DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI 4 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso atende os pressupostos que o legitimam. Dele, portanto, tomo conhecimento. Conforme se depreende dos autos, enquanto o acórdão recorrido decidiu pelo provimento do recurso do contribuinte, ao entendimento de que até o advento da Medida Provisória n.1.8586, de 1.999, inexistia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, o acórdão paradigma trilhou outro caminho, ou seja, entendeu que mesmo diante de contexto no qual o autuado promoveu incorporação de outra pessoa jurídica em data anterior ao advento da MP n. 1.8586 de 29/06/1999 e publicada em 30/06/1999 (incorporação em 30/01/1998), ainda assim, cabia a proibição de que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida.". Como visto, a norma sobre cuja interpretação se controverte foi introduzida pela Medida Provisória nº 1.8586, de 1999, publicada no DOU de 30/06/99, in verbis: Art.20. Aplicase à base de cálculo negativa da CSLL o disposto nos arts. 32 e 33 do DecretoLei no 2.341, de 29 de junho de 1987. (...) Art.22. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação. A possibilidade de a pessoa jurídica compensar suas próprias bases negativas de CSLL de períodos anteriores passou a existir a partir de 1992, introduzida que foi na legislação pela Lei nº 8.383, de 1991. Com essa norma surgiu também à possibilidade de compensar as bases negativas recebidas de outras pessoas jurídicas em decorrência de incorporação fusão ou cisão. É que, com o evento societário, as bases negativas da sociedade incorporada, fusionada ou cindida passam a compor o patrimônio da sucessora (não são bases negativas de terceiros), e havendo lei permitindo a compensação (Lei nº 8.383/91), apenas por norma expressa poderia ser criada a exceção para as bases negativas recebidas por algum daqueles eventos. Por sua vez, a norma excludente foi introduzida no sistema jurídico pelo art. 20 da Medida Provisória nº 1.8586, de 1999. Por isso, a jurisprudência amplamente dominante no sentido de que até o advento da Medida Provisória n.1.8586, de 1999, inexistia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, a partir de janeiro de 1992, no mesmo sentido do acórdão vergastado. Por seu turno, a Fazenda Nacional postula pela reforma da decisão, reportandose aos argumentos da fiscalização (aplicação das normas do IRPJ à CSLL por força do art. 57 da Lei 8.981/91; preexistência da proibição, nos termos do art. 33 do DL 2.341/97; Fl. 455DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 10380.008934/200539 Acórdão n.º 9101001.515 CSRFT1 Fl. 3 5 caráter interpretativo do art. 20 da MP 1.8586; não impedimento da eficácia imediata da norma contida no art. 20 da MP em função da anterioridade nonagesimal). Como tem sido invariavelmente decidido pelos órgãos julgadores de 2ª instância e de instância especial, o art. 59 da Lei nº 8.981/91 (“aplicamse à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei n° 7.689, de 1988), as mesmas normas de apuração e pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas”), normas de apuração e pagamento a que se refere o artigo são as que definem a tributação segundo o lucro real (anual ou trimestral), presumido e arbitrado, e aos conceitos utilizados na legislação do imposto de renda, não tendo a elasticidade de alcançar todas as normas que influenciam a determinação da base de cálculo. Tanto é assim que o próprio dispositivo faz referência expressa, na sua parte final que ficam mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor. A proibição existente antes da MP 1.8586, portanto, aplicavase exclusivamente ao imposto de renda, e a nova norma legal não tem caráter meramente interpretativo, conforme entende a D. Procuradoria. Os efeitos da anterioridade nonagesimal foram assim enfrentados no voto condutor do acórdão recorrido: “A MP no 1.8586 de 29 de junho de 1.999, foi publicada no DOU do dia 30 de Junho de 1.999, e trouxe no seu artigo 20 a proibição de compensação de bases negativas de CSLL, apurada pela sucedida, pela sucessora. A incorporação foi autorizada pela ANEEL através da Resolução n° 269 de 15 de setembro de 1999, publicada no DOU de 16.09.1.99, fl. 055, como já dito ocorreu no dia 27 de setembro de 1999, conforme Ata da Assembléia Geral Extraordinária de folhas 49 a 51. Tendo a MP entrado em vigor em 30 de junho de 1.999, seu artigo 20 já produziria efeito a partir dessa data ou teria que aguardar a noventena prevista no artigo 195 § 6° da Constituição Federal promulgada em 05.10.1.988? A decisão recorrida entendeu que a MP produziu efeito imediato também em relação ao seu artigo 20, pois não modificou quaisquer os elementos constitutivos da correspondente obrigação tributária a teor do que prescrevem o CTN e a Lei instituidora da exação (Lei 7.689/88, com suas alterações posteriores.) Ouso divergir do acórdão recorrido pois não há nenhuma dúvida de que a norma que vedou a utilização de bases negativas da CSLL apurada pela sucedida, pela sucessora, modificou uma situação jurídica até então existente levando a exigência de CSLL sobre uma base apurada no futuro, (após a incorporação), que antes da MP não seria objeto de tributação, visto o direito à. compensação. A incorporação foi realizada na véspera da entrada em vigor da norma vedadora 270999, logo quando o artigo 20 da MP 1.8586 entrou em vigor 280999, já não havia o que falar em Fl. 456DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI 6 base de cálculo da sucedida, visto naquela data como houve a sucessão universal por parte da COELCE, havia somente base negativa integrada das duas companhias em uma só. Havia, portanto um direito adquirido antes da entrada em vigor da norma vedadora de compensação, com qual com certeza a incorporadora contou para realizar a incorporação, não podendo norma superveniente modificar situação jurídica já consolidada.”. Argumenta a PFN que “a aplicação temporal da norma deve se reger pela época da compensação e não da incorporação. Se as bases negativas da incorporada foram compensadas pela incorporadora após 1999, aplicase a Medida Provisória n° 18586/1999 a hipótese. Este e o caso dos autos, onde se verifica que o autuado realizou a compensação indevida no ano calendário de 2000, quando já estava em vigor a proibição legal veiculada na aludida Medida Provisória, que fundamentou a autuação questionada pelo contribuinte.” O princípio da anterioridade destinase a prevenir a surpresa, e tem por foco a segurança jurídica. A respeito do tema, e especificamente sobre a anterioridade de que trata o § 6º do art. 195 da Constituição, Leandro Paulsen1 comenta o significado do termo “exigidas”, esclarecendo: “Com a anterioridade especial, garantese que a lei que institui ou modifica uma contribuição social são incidirá senão sobre fatos geradores ocorridos a partir de 90 dias da edição da lei.” E mais adiante: “No caso de fatos geradores complexivos, temos que só haverá observância do princípio da anterioridade especial se os noventa dias precederem aos fatos econômicos que servem à incidência da norma tributária.” Logo, não encontrei, quer no acórdão paradigma, quer nas considerações da Douta PFN, qualquer argumento convincente no sentido de alterar a consagrada jurisprudência amplamente dominante deste tribunal administrativo, razão porque, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. É como voto. Sala de Sessões, em 20 de novembro de 2012. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri, Relator. 1 Direito Tributário: Constituição e Código Tributário Nacional à. luz da doutrina e da jurisprudência. 5 ed. rev.atual.l. Porto Alegre: Livraria do Advogado: ESMAFE, 2003. pg. 496 Fl. 457DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 10380.008934/200539 Acórdão n.º 9101001.515 CSRFT1 Fl. 4 7 Fl. 458DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OT ACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10120.007330/2005-36
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF
Ano-calendário: 2000
IRRF PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS OU SEM CAUSA COMPROVADA DECADÊNCIA.
Pelo entendimento pessoal do relator, o imposto de renda na fonte é tributo sujeito ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que, nos casos do artigo 61 da Lei n° 8.981/95, ocorre no dia dos referidos pagamentos. Ultrapassado esse lapso temporal sem a expedição de lançamento de ofício, opera-se a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN.
Contudo, por força do artigo 62-A do RICARF, este Colegiado deve
reproduzir a decisão proferida pelo Egrégio STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, ou seja, “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.”
No caso, estão juntados aos autos diversos DARF pagos pela empresa com códigos de receita 8045 (IRRF Outros Rendimentos), 1708 (IRRF Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica), 0588 (IRRF Rendimento do Trabalho sem Vínculo Empregatício) e 0561 (IRRF Rendimento do Trabalho Assalariado), de situações consideradas pela fiscalização como pagamentos sem causa ou a beneficiário não identificado, sendo o recolhimento mais antigo de 19/01/2000 e o mais recente de 20/12/2000. Os fatos geradores lançados ocorreram entre 05/01/2000 e 21/12/2000.
Houve, portanto, pagamento antecipado de imposto de renda na fonte no período em questão, sendo aplicável ao caso a regra do artigo 150, § 4°, do CTN.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-002.327
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa que votaram por converter o julgamento em diligência. Votou pelas conclusões o Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes.
Matéria: IRPJ - AF- omissão receitas - demais presunções legais
Nome do relator: GONCALO BONET ALLAGE
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2000 IRRF PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS OU SEM CAUSA COMPROVADA DECADÊNCIA. Pelo entendimento pessoal do relator, o imposto de renda na fonte é tributo sujeito ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que, nos casos do artigo 61 da Lei n° 8.981/95, ocorre no dia dos referidos pagamentos. Ultrapassado esse lapso temporal sem a expedição de lançamento de ofício, operase a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN. Contudo, por força do artigo 62A do RICARF, este Colegiado deve reproduzir a decisão proferida pelo Egrégio STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, ou seja, “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” No caso, estão juntados aos autos diversos DARF pagos pela empresa com códigos de receita 8045 (IRRF Outros Rendimentos), 1708 (IRRF Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica), 0588 (IRRF Rendimento do Trabalho sem Vínculo Empregatício) e 0561 (IRRF Rendimento do Trabalho Assalariado), de situações consideradas pela fiscalização como pagamentos sem causa ou a beneficiário não identificado, sendo o recolhimento mais antigo de 19/01/2000 e o mais recente de Fl. 1DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.333 2 20/12/2000. Os fatos geradores lançados ocorreram entre 05/01/2000 e 21/12/2000. Houve, portanto, pagamento antecipado de imposto de renda na fonte no período em questão, sendo aplicável ao caso a regra do artigo 150, § 4°, do CTN. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa que votaram por converter o julgamento em diligência. Votou pelas conclusões o Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes. (Assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage – Relator EDITADO EM: 26/09/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (VicePresidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Pedro Anan Junior, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.334 3 Relatório Em face de GSA Gama Sucos e Alimentos Ltda., CNPJ n° 00.774.265/0001 47, foi lavrado o auto de infração de fls. 122152, para a exigência de imposto de renda na fonte incidente sobre pagamentos sem causa e de operação não comprovada, quanto a fatos ocorridos entre 05/01/2000 e 27/12/2000, com multa de ofício qualificada e agravada para o patamar de 225%. A ciência do lançamento se deu em 22/12/2005 (fls. 152). A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília (DF) considerou o lançamento procedente em parte, excluindo do lançamento diversos valores e desqualificando a multa relativamente aos pagamentos a beneficiários não identificados (para esta infração a penalidade restou reduzida de 225% para 112,5%, conforme acórdão de fls. 569591, Volume III). Por sua vez, a Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, apreciando o recurso de ofício apresentado pela DRJ e o recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, proferiu o acórdão n° 330100.070, que se encontra às fls. 1.2301.250 (Volume VI), cuja ementa é a seguinte: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Anocalendário: 2000 PAGAMENTO A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO — MULTA QUALIFICADA AFASTADA PELA DRJ — RECURSO DE OFÍCIO NEGADO. 1. A realização de pagamento sem identificação do beneficiário é hipótese de incidência prevista no artigo 61 da Lei n° 8.981, de 1990, sem que isto, por si só, possa ser caracterizado como fraude fiscal para ensejar a qualificadora da multa. Recurso de ofício negado. IRRF LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO AUSÊNCIA DA COMPROVAÇÃO DO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE – PRAZO DECADENCIAL NA FORMA DO ART. 150, § 4°, DO CTN. 2. O fato gerador referente à exigência de crédito tributário correspondente a pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado, de que trata o art. 61 da Lei n° 8.981/95, considera se ocorrido na data do pagamento. Para esse tipo de lançamento, o qüinqüênio do prazo decadencial tem seu início na data do fato gerador, exceto se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando tem aplicação o art. 173, I, do CTN. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.335 4 3. Reconhecida a inexistência de fraude, dolo ou simulação, não prospera a exigência de crédito tributário extinto pela decadência (art. 150, § 4°, do CTN). PAGAMENTO EFETUADO SEM COMPROVAÇÃO DA OPERAÇÃO OU CAUSA MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO QUALIFICADA EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE — INOCORRÊNCIA. 4. A não comprovação da causa do pagamento permite a exigência de Imposto de Renda com alíquota de 35% e base de cálculo reajustada, nos termos do art. 61 da Lei n° 8.981, de 1990, sem que isto possa ser caracterizado como fraude fiscal para justificar a exigência de multa qualificada. 5. A não comprovação da operação ou da causa do pagamento efetuado, caracteriza falta simples de pagamentos sem causa, porém não caracteriza evidente intuito de fraude. Como anotação do resultado do julgamento está consignado que “ACORDAM os Membros da Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos: 1) em NEGAR provimento ao recurso De Ofício; 2) acolher a decadência para os fatos geradores ocorridos de janeiro até 21 de dezembro de 2000, suscitada pelo Relator (item 01 do AIIM); 3) quanto ao item 02 do auto de infração, 3.1) desqualificar a multa, o que implica em declarar decadente os fatos geradores ocorridos de 01 de janeiro até 21 de dezembro de 2000; 3.2) quanto ao mérito, em DAR provimento ao recurso.” (fls. 1.231, Volume VI). Em face deste julgado a Fazenda Nacional opôs embargos de declaração às fls. 1.5231.525, os quais restaram rejeitados, mas com correção de inexatidão material relativa a datas de fatos geradores, nos termos da informação de fls. 1.257 (Volume VI). Intimada, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência às fls. 1.2621.273, acompanhado dos documentos de fls. 1.2741.292 (Volume VII), cujas razões podem ser assim sintetizadas: a) O v. Acórdão proferido pela Colenda lª Turma Ordinária da 3a Câmara da 3a Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda entendeu de aplicar a regra do artigo 150, par. 4°, do CTN, acolhendo a decadência para os fatos geradores: a) ocorridos até 21 de dezembro de 2000 (no tocante ao item 01 do auto de infração); b) ocorridos de l° de janeiro a 21 de dezembro de 2000 (com relação ao item 02 do auto de infração); b) Ao assim decidir, o v. Acórdão ora recorrido acabou por DIVERGIR FRONTALMENTE do acórdão n° 10614.715 que, analisando situação similar a presente (acusação de pagamentos sem causa), entendeu que a regra decadencial a ser aplicada é a do artigo 173, inciso I, do CTN, não havendo pagamento prévio, situação também verificada no presente feito; c) No mesmo sentido o acórdão n° 910100.460; Fl. 4DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.336 5 d) Só se pode identificar lançamento por homologação quando existir um pagamento prévio, ou que somente se sujeitam as normas aplicáveis ao lançamento por homologação os créditos Tributários já satisfeitos, bem que parcialmente, por via do pagamento; e) O art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional (CTN) pressupõe um pagamento prévio e, em contrapartida, estabelece um prazo mais curto, a contar da ocorrência do fato gerador, isto é, o último dia do período de apuração do imposto; já o art. 173 do CTN, ao revés, pressupõe não ter havido pagamento prévio , e, em contrapartida, alonga o prazo para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, com a ressalva de seu parágrafo único; f) Temse que o pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento (art. 150, § 1°); assim, o ato administrativo de homologação do lançamento é condição para que o pagamento antecipado produza o efeito que lhe é peculiar: extinguir o credito Tributário (art. 156, I); viceversa, o pagamento antecipado é pressuposto de existência do ato administrativo de homologação do lançamento (art. 150, § 4°); g) Assim, se o sujeito passivo não efetua nenhum pagamento, a hipótese não mais é de homologação, pelo simples motivo de que não há nada a ser homologado; inexistindo qualquer pagamento, a hipótese passa a ser de lançamento de ofício, qualquer que seja o tributo e sua disciplina originária; h) Não tendo havido antecipação de pagamento, não há que se falar em fato homologável, e o prazo decadencial para constituição do crédito Tributário obedece, nesse caso, ao disposto no art. 173, I, do CTN, sendo de 5 (cinco) anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; i) Trazendo tais premissas para o caso em tela, considerando que a notificação do lançamento se efetivou em 22 de dezembro de 2005 (fls. 152) e os tributos cobrados são do anocalendário de 2000, não há de se falar em DECADÊNCIA; j) Requer seja conhecido e provido o presente Recurso Especial apresentado, a fim de REFORMANDO o v. acórdão ora recorrido, ser afastada a preliminar de decadência. Admitido o recurso por intermédio do despacho n° 220100.078 (fls. 1.293 1.295), o contribuinte foi intimado e, devidamente representado, apresentou contrarrazões às fls. 1.3191.327, onde defendeu, fundamentalmente, a necessidade de manutenção da decisão recorrida. É o Relatório. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.337 6 Voto Conselheiro Gonçalo Bonet Allage, Relator O Recurso Especial da Fazenda Nacional cumpre os pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido. Reitero que o acórdão proferido pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção do CARF, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso de ofício, desqualificou a multa para as exigências relativas a pagamentos sem causa, reconheceu a decadência no que se refere aos fatos ocorridos até 21/12/2000 e, no mérito, deu provimento ao recurso. A questão devolvida à apreciação deste Colegiado está relacionada à decadência. Segundo a recorrente, como não houve pagamento parcial, aplicase ao caso a regra decadencial prevista no artigo 173, inciso I, do CTN, de modo que a decadência não atingiu os fatos geradores ocorridos entre 05/01/2000 e 21/12/2000, pois a ciência do lançamento só ocorreu em 22/12/2005. Eis a matéria em litígio. O imposto de renda na fonte incidente sobre pagamentos a beneficiários não identificados ou sem causa comprovada tem matriz legal no artigo 61 da Lei n° 8.981/95 (reproduzida no artigo 674 do RIR/99), nos seguintes termos: Art. 61. Fica sujeito à incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota de 35% (trinta e cinco por cento), todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais. § 1°. A incidência prevista no caput aplicase, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa, bem como à hipótese de que trata o § 2°, do art. 74 da Lei n° 8.383, de 1991. § 2°. Considerase vencido o imposto de renda na fonte no dia do pagamento da referida importância. § 3°. O rendimento de que trata este artigo será considerado líquido, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto. De acordo com este dispositivo legal, surge o fato gerador do imposto de renda na fonte com relação a pagamentos a beneficiários não identificados ou sem causa Fl. 6DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.338 7 comprovada no dia dos referidos pagamentos, sendo que o tributo é devido pela fonte pagadora, de forma exclusiva e definitiva. Segundo penso, o imposto de renda retido na fonte, inclusive este previsto no artigo 61 da Lei n° 8.981/95, é tributo sujeito ao regime do chamado lançamento por homologação, já que cabe às fontes pagadoras a apuração da base de cálculo do imposto e o recolhimento do montante devido, a título de antecipação ou em caráter definitivo, submetendo, posteriormente, esse procedimento à autoridade administrativa, que deverá, homologar ou não, expressa ou tacitamente, a atividade exercida pelo obrigado. A natureza de tributo sujeito ao lançamento por homologação, do imposto de renda retido na fonte previsto no artigo 61 da Lei n° 8.981/95, é indicada, inclusive, pela existência de código de receita específico, qual seja, “5217 IRRF PAGAMENTO A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO”. A homologação expressa, para tais tributos, deve se dar no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Ultrapassado esse prazo, sem ter sido lavrado lançamento de ofício pela autoridade administrativa, considerase homologada tacitamente a atividade exercida pelo contribuinte e extinto o crédito tributário, nos termos do artigo 150, § 4°, do CTN, que prevê: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4°. Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O decurso do prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, implica na homologação tácita da atividade exercida pelo contribuinte e, em razão do instituto da decadência, previsto no artigo 156, inciso V, do CTN, extingue o crédito tributário. Considerando que os fatos geradores do imposto de renda retido na fonte ocorreram, no caso em julgamento, entre 05/01/2000 e 21/12/2000 e diante do fato de que o sujeito passivo da obrigação tributária tomou ciência do auto de infração em 22/12/2005 (fls. 152), concluo que a manifestação da Fazenda Nacional não merece prosperar, pois, efetivamente, a decadência impede a manutenção do lançamento. Na visão deste julgador, como houve a desqualificação da penalidade (parte pela decisão de primeira instância e parte pelo acórdão recorrido), que restou reduzida de 225% para 112,5% (matéria que sequer foi objeto de recurso), não se está diante de dolo, fraude ou simulação e, portanto, inexiste fundamento legal que justifique a contagem do prazo decadencial da forma prevista no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.339 8 Contudo, por força do que determina o artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, não posso deixar de reproduzir aqui o julgamento proferido pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça – STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, cuja ementa tem o seguinte teor: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Fl. 8DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.340 9 Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ, Primeira Seção, REsp n° 973.733/SC, Relator Ministro Luiz Fux, DJE de 18/09/2009) Portanto, segundo o Egrégio STJ, para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quando inexistir pagamento antecipado o prazo decadencial qüinqüenal contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, sendo que “O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o ‘primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado’ corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, ...”. Dessa forma, tornase importante analisar a comprovação quanto à existência ou não de pagamento do tributo sujeito ao lançamento por homologação, no caso, de imposto de renda na fonte, que tem como uma de suas espécies a exigência prevista no artigo 61 da Lei n° 8.981/95, para aplicação ao caso da regra prevista no artigo 150, § 4° (tal qual fez o acórdão recorrido) ou no artigo 173, inciso I, ambos do CTN (da forma defendida pela recorrente). Analisando os autos, é possível verificar a existência de diversos DARF pagos pela interessada, com códigos de receita 8045 (IRRF – Outros Rendimentos), 1708 (IRRF – Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica), 0588 (IRRF – Rendimento do Trabalho sem Vínculo Empregatício) e 0561 (IRRF – Rendimento do Trabalho Assalariado), às fls. 240, 277 (Volume II), 496, 504 (Volume III), 687, 688, 701, 710, 711, 723, 729, 730, 735, 736, 741, 751, 752, 759, 760, 771, 772, 779, 785 (Volume IV) e 883 (Volume V), além de diversos documentos de arrecadação juntados em duplicidade, sendo o recolhimento mais antigo de 19/01/2000 e o mais recente de 20/12/2000, devendose destacar que os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorreram entre 05/01/2000 e 21/12/2000. Concluo, pois, que houve pagamento antecipado de imposto de renda na fonte no período em questão. Assim, ainda que direcionado pelo artigo 62A do RICARF, mas seguindo a orientação acima descrita, entendo que se aplica ao caso a regra decadencial prevista no artigo Fl. 9DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10120.007330/200536 Acórdão n.º 920202.327 CSRFT2 Fl. 1.341 10 150, § 4°, do CTN, de modo que a decadência fulminou os fatos geradores ocorridos entre 05/01/2000 e 21/12/2000, pois a ciência do lançamento se deu em 22/12/2005. A decisão recorrida merece ser confirmada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage Fl. 10DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/10/2 012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por GONCALO BONET ALLAGE
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