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Numero do processo: 10680.009820/2004-41
Data da sessão: Wed Jun 03 00:00:00 UTC 2009
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS
Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2002
PEDIDO DE PERÍCIA.
A perícia visa à formação da convicção do julgador devendo ser indeferido o pedido quando a autoridade julgadora entender prescindível.
COFINS. DECADÊNCIA.
Uma vez que o STF, por meio da Súmula Vinculante n° 8, considerou
inconstitucional o art. 45 da Lei n°, 8.212/91, há que se reconhecer a decadência em conformidade com o disposto no Código Tributário Nacional.
Assim, o prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente à Cofins decai no prazo de cinco anos fixado pelo CTN, sendo, com fulcro no art. 150, § 4°, caso tenha havido antecipação de pagamento, inerente aos lançamentos por homologação, ou artigo 173, I, em caso contrário.
INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF.
APLICAÇÃO.
Decisão plenária definitiva do STF que tenha declarado a
inconstitucionalidade do § 1° do art. 3º da Lei nsi 9.718/98 deve ser estendida aos julgamentos efetuados por este Conselho, de modo a excluir da base de cálculo do PIS e da Cofins as receitas que não decorram de seu faturamento.
COFINS. BASE DE CÁLCULO. REGIME DE APURAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 100 DO CTN.
Ainda que a base de cálculo das contribuições para o PIS e para a Cofins deva ser apurada com base no regime de competência e não de caixa, a edição das IN SRF n° 40/89 e 41/89, possibilitou a utilização do mesmo critério de apuração do lucro real, ou seja, nas vendas para recebimento em prestações pelo regime de caixa. Assim, com fulcro no parágrafo único do art. 100 do CTN, deve ser excluída a multa de oficio, referente a este tópico.
COFINS. CONSÓRCIO DE EMPRESAS. CONTRIBUINTES.
As empresas consorciadas, na forma da Lei no 6.404, de 1976, são
contribuintes da Cofins, proporcionalmente à sua participação no consórcio, devendo recolher a contribuição em seus respectivos nomes e CNPJ.
PROVAS DAS ALEGAÇÕES.
São incabíveis alegações genéricas, devendo ser acompanhadas dos
demonstrativos e provas suficientes que as confirmem, de modo a elidir o lançamento.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
É devido o lançamento e multa de oficio pela falta ou insuficiência de recolhimento de contribuições.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC.
É jurídica a exigência dos juros de mora com base na taxa Selic.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2102-000.131
Decisão: ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da PRIMEIRA CÂMARA da SEGUNDA SEÇÃO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso nos seguintes termos: I — por unanimidade de votos cancelar o auto de infração, em relação aos fatos geradores de abril a julho de 1999, em razão da decadência; II - por unanimidade de votos excluir as receitas financeiras da base de cálculo da contribuição; III - em relação ao lançamento decorrente das receitas de vendas de imóveis deverá ser excluída a multa de oficio, com base no parágrafo único do art. 100 do CTN; Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas, Gileno Gurjão Barreto, Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça e Alexandre Gomes que davam provimento também para excluir da base de cálculo as receitas referente às SCP's em que a EGESA é sócia oculta.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: MAURICIO TAVEIRA E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2002 PEDIDO DE PERÍCIA. A perícia visa à formação da convicção do julgador devendo ser indeferido o pedido quando a autoridade julgadora entender prescindível. COFINS. DECADÊNCIA. Uma vez que o STF, por meio da Súmula Vinculante n° 8, considerou inconstitucional o art. 45 da Lei n°, 8.212/91, há que se reconhecer a decadência em conformidade com o disposto no Código Tributário Nacional. Assim, o prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente à Cofins decai no prazo de cinco anos fixado pelo CTN, sendo, com fulcro no art. 150, § 4°, caso tenha havido antecipação de pagamento, inerente aos lançamentos por homologação, ou artigo 173, I, em caso contrário. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. Decisão plenária definitiva do STF que tenha declarado a inconstitucionalidade do § 1° do art. 3º da Lei nsi 9.718/98 deve ser estendida aos julgamentos efetuados por este Conselho, de modo a excluir da base de cálculo do PIS e da Cofins as receitas que não decorram de seu faturamento. COFINS. BASE DE CÁLCULO. REGIME DE APURAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 100 DO CTN. Ainda que a base de cálculo das contribuições para o PIS e para a Cofins deva ser apurada com base no regime de competência e não de caixa, a edição das IN SRF n° 40/89 e 41/89, possibilitou a utilização do mesmo critério de apuração do lucro real, ou seja, nas vendas para recebimento em prestações pelo regime de caixa. Assim, com fulcro no parágrafo único do art. 100 do CTN, deve ser excluída a multa de oficio, referente a este tópico. COFINS. CONSÓRCIO DE EMPRESAS. CONTRIBUINTES. As empresas consorciadas, na forma da Lei no 6.404, de 1976, são contribuintes da Cofins, proporcionalmente à sua participação no consórcio, devendo recolher a contribuição em seus respectivos nomes e CNPJ. PROVAS DAS ALEGAÇÕES. São incabíveis alegações genéricas, devendo ser acompanhadas dos demonstrativos e provas suficientes que as confirmem, de modo a elidir o lançamento. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. É devido o lançamento e multa de oficio pela falta ou insuficiência de recolhimento de contribuições. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. É jurídica a exigência dos juros de mora com base na taxa Selic. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Numero do processo: 13808.000515/2001-55
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000
CRÉDITO PRESUMIDO. ÔNUS DA PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de provar que o valor pleiteado a título de ressarcimento de crédito presumido de IPI é certo quanto a sua existência jurídica e líquido quanto ao valor.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
A autoridade administrativa tem cinco anos para homologar a compensação declarada pelo sujeito passivo, sob pena de que a homologação ocorra em face do fato extintivo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3403-001.743
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a ocorrência da homologação tácita das compensações declaradas na fl. 24.
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000 CRÉDITO PRESUMIDO. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de provar que o valor pleiteado a título de ressarcimento de crédito presumido de IPI é certo quanto a sua existência jurídica e líquido quanto ao valor. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. A autoridade administrativa tem cinco anos para homologar a compensação declarada pelo sujeito passivo, sob pena de que a homologação ocorra em face do fato extintivo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96. Recurso voluntário provido em parte.
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ÔNUS DA PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de provar que o valor pleiteado a título de ressarcimento de crédito presumido de IPI é certo quanto a sua existência jurídica e líquido quanto ao valor. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. A autoridade administrativa tem cinco anos para homologar a compensação declarada pelo sujeito passivo, sob pena de que a homologação ocorra em face do fato extintivo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a ocorrência da homologação tácita das compensações declaradas na fl. 24. Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 8. 00 05 15 /2 00 1- 55 Fl. 139DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/08/201 2 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de pedido de ressarcimento do crédito presumido de IPI relativo ao 4º Trimestre de 2000, protocolado em 02/02/2001, cumulado com diversas declarações de compensação. Por meio do Despacho Decisório DRF/SJR/SP nº 038/2009, lastreado nas constatações da Informação Fiscal de fls. 51/54, o pedido de ressarcimento foi indeferido, pois o contribuinte não teria apresentado os livros fiscais e demais documentos solicitados, a fim de que a fiscalização pudesse aferir a legitimidade dos créditos. Em sede de manifestação de inconformidade alegou basicamente o seguinte: 1) apresentou ao Fisco todos os livros exigidos para o reconhecimento do crédito e informou que alguns foram apreendidos pelos Fiscos Federal e Estadual; 3) cumpriu a exigência de entrega dos livros e justificou a não apresentação daqueles que não estão em seu poder; 4) o fato de não ter apresentado alguns livros por terem sido apreendidos não pode impedir o reconhecimento do direito ao crédito e à compensação; 5) o Fisco não nega o direito de crédito, apenas exige para verificação documentos que não estão em poder do contribuinte. Assim, de certa forma o direito de crédito foi reconhecido; e 6) o direito de compensar se origina da Constituição e não pode ser cerceado pela autoridade administrativa a pretexto de estabelecer condições para a compensação. Por meio do Acórdão nº 29.251, de 26/05/2010, a 2ª Turma da DRJ – Ribeirão Preto indeferiu a manifestação de inconformidade. O julgado recebeu a seguinte ementa: “RESSARCIMENTO DO IPI. COMPROVAÇÃO. Quando dados ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação do pleito formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará o indeferimento do pleito. ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus da prova dos fatos que fundamentam o pedido de ressarcimento.” Regularmente notificado o Acórdão de primeira instância em 11/08/2010, o contribuinte apresentou o recurso voluntário de fls. 100/117 em 01/09/2010. Alegou, em síntese, o seguinte: 1) teve grande parte de seus livros apreendidos pelos Fiscos Federal, Estadual e Municipal, fato que o impediu de atender integralmente as intimações; 2) a compensação é um direito do contribuinte oponível ao Estado. Se há crédito do contribuinte, não se pode por puro formalismo indeferir o direito, existindo elementos suficientes para concedêlo. A única condição estabelecida pela Lei nº 8.383/91 é que a compensação seja efetuada entre tributos da mesma espécie; 3) a documentação entregue pelo contribuinte é suficiente para demonstrar a certeza e liquidez do crédito pleiteado; 4) tem direito ao ressarcimento porque o deferimento de pedidos em pleitos anteriores caracteriza prática reiterada da Administração, a teor do art. 100, II e III do CTN; 5) diante da prática reiterada da Administração ter concedido créditos anteriores, há que prevalecer o princípio da segurança jurídica, confiança, boafé e razoabilidade, que vinculam o Fisco ao contribuinte; 6) a fiscalização não analisou nenhuma documentação entregue pela recorrente, a qual é mais do que suficiente para comprovar a existência dos créditos ora discutidos. Requereu a reforma do Acórdão recorrido para que seja reconhecido o direito ao ressarcimento pretendido e homologadas as compensações. Subsidiariamente, requereu a conversão do julgamento em diligência, para a efetiva análise de toda documentação trazida pelo contribuinte aos autos. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/08/201 2 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13808.000515/200155 Acórdão n.º 3403001.744 S3C4T3 Fl. 11 3 É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele todo conhecimento. Conforme se verifica nos autos, o pedido de ressarcimento do crédito presumido do IPI foi feito com base na Lei nº 9.363/96 e na Portaria MF nº 38/97. O indeferido foi motivado no fato da não apresentação por parte do contribuinte de uma parte dos documentos fiscais necessários à aferição da legitimidade do valor pleiteado. Verificase nas fls. 33/36, 39/42 e 45/48, que a fiscalização intimou por três vezes o contribuinte a apresentar os Livros de Registro e Apuração do IPI, Registro de Entradas, Registro de Saídas, Registro de Inventário, notas fiscais de aquisição de insumos e de saídas, além de outras informações necessárias à aferição dos pedidos de ressarcimento de crédito, como a memória de cálculo do crédito presumido aproveitado pela empresa. Na resposta à primeira intimação (fl.38) o contribuinte entregou apenas o Livro de Registro e Apuração do IPI dos anos de 1998, 1999 e 2000; o Registro de Inventário de 1998; o Registro de Entradas de 1998, 1999 e 2000; o Registro de Saídas de 1998, 1999 e 2000. A Fiscalização ressalvou na fl. 38 que esses livros atendiam apenas parcialmente o que fora solicitado na intimação de fls. 33/36, pois além de se referirem apenas ao estabelecimento matriz (000154), os demais documentos e informações solicitados não foram entregues pelo contribuinte. Na segunda intimação (fls. 39/42) a fiscalização reiterou a requisição anterior, informando ao contribuinte que: 1) só foram atendidos entregues os livros relativos aos itens “2”, “3” e “5 a” da primeira intimação; 2) os Livros de Registro e Apuração do IPI apresentados (anos de 1998 a 2000) não atenderam o princípio da autonomia dos estabelecimentos; 3) foi emitida autorização para o reexame do processo nº 13807.001788/200399, relativo ao pedido de ressarcimento do crédito presumido do 3º trimestre de 2002. O contribuinte foi então intimado a apresentar os elementos faltantes e também a apresentar os Livros de Registro e Apuração do IPI referentes ao período de 01/10/1998 a 31/12/2001 escriturados por cada um dos estabelecimentos que apuraram IPI no período, bem como a documentação pertinente às verificações do 3º trimestre de 2002. Na fl. 44 consta um despacho do AuditorFiscal incumbido do procedimento concedendo ao contribuinte: a) prazo adicional de 10 dias para a apresentação dos Livros de Registro e de Apuração do IPI escriturados por estabelecimento e para a apresentação dos documentos e informações faltantes (itens “4”, “5b”, “5c”, “5d”, “5e”, “6 a” e “6b” da primeira intimação); e b) prazo adicional de 20 dias para apresentação dos itens 8, 9, 10 e 11 da segunda Fl. 141DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/08/201 2 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 intimação (esses itens se referem ao ano de 2002, estando relacionados com o reexame do processo nº 13807.001788/200399, relativo ao crédito presumido do 3º trimestre de 2002). Tendo em vista que o contribuinte, mesmo após a concessão dos prazos adicionais não se manifestou, foi emitida a terceira intimação (fls. 45/48) reiterando os pedidos anteriores. Na fl. 50 existe novo despacho do AuditorFiscal concedendo prazo até o dia 01/04/2009 para a apresentação dos livros e documentos faltantes. Foi ressalvado que, ao contrário do que foi afirmado pelo contribuinte no pedido de prorrogação de prazo, somente haviam sido entregues os livros relativos ao estabelecimento matriz, não tendo sido apresentados quaisquer outros documentos solicitados nas três intimações anteriores. Entre a data da ciência da primeira intimação (07/11/2008, fl. 37) e o dia 01/04/2002, termo final da prorrogação de prazo concedida pelo Exator, fluíram 143 dias e o contribuinte não apresentou nem os Livros de Apuração do IPI escriturados por estabelecimento e, tampouco, as notas fiscais de entrada e saída, a relação de insumos adquiridos, a memória de cálculo do crédito presumido aproveitado e as demais informações solicitadas, necessárias à aferição do valor pleiteado. Ao contrário do alegado, as exigências da fiscalização não significam a criação de obstáculos ao direito de compensação. No caso concreto, estamos diante de um pedido de ressarcimento, cumulado com declarações de compensação. Foi o contribuinte quem se dirigiu à Administração Tributária para requerer o direito que alegou possuir. Portanto, é seu o ônus da prova do direito alegado, a teor do art. 36 da Lei nº 9.784/99. É improcedente a alegação da defesa no sentido de que a Receita Federal teria apreendido os livros da empresa, pois o contribuinte não apresentou nenhum termo de retenção ou de apreensão para comprovar quando e quais livros teriam sido apreendidos. Se o contribuinte tivesse comprovado, mediante a apresentação do termo de retenção ou de apreensão, que os livros estavam mesmo em poder da Receita Federal ou em qualquer outro órgão administrativo, seria o caso deste Colegiado atender ao pedido subsidiário da recorrente e converter o julgamento em diligência, pois seria cabível a aplicação do art. 37 da Lei nº 9.784/99. Mas como a defesa não se desincumbiu do ônus de provar o fato alegado da apreensão dos livros, não cabe deferir o pedido de diligência. Também não tem nenhum fundamento a alegação no sentido de que os documentos apresentados seriam suficientes à aferição da legitimidade do pleito, pois foram apresentados apenas os livros do estabelecimento matriz. E mesmo assim, quanto aos Livros de Registro e Apuração do IPI, a fiscalização constatou que não foram escriturados de forma segregada por estabelecimento, fato que viola o art. 57 da Lei nº 4.502/64. Uma coisa é a obrigação da escrituração fiscal ser segregada por estabelecimento (art. 57 da Lei nº 4.502/64) e outra coisa completamente distinta é a obrigação do estabelecimento matriz apurar o crédito presumido e forma centralizada (art. 15, II da Lei nº 9.779/99). Do fato de o estabelecimento matriz ser obrigado a centralizar os pedidos de ressarcimento do crédito presumido, não decorre que ele também deva centralizar a escrituração do imposto. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/08/201 2 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13808.000515/200155 Acórdão n.º 3403001.744 S3C4T3 Fl. 12 5 A apresentação isolada dos livros da matriz, sem que viessem acompanhados das notas fiscais que deram suporte à escrituração e ao cálculo do crédito presumido é insuficiente para a aferição da legitimidade do pleito. A defesa apenas alegou que tem direito ao crédito pleiteado para utilizálo na compensação, mas em momento algum comprovou a legitimidade do valor pleiteado. Nem sequer comprovou a alegação de que os livros foram de fato apreendidos por algum órgão governamental. A compensação declarada nos autos só pode ser homologada mediante prova do contribuinte no sentido de que o crédito requerido é certo quanto a sua existência jurídica e líquido quanto ao valor solicitado, pois sem a comprovação desses requisitos, não existe direito à compensação, a teor do art. 170 do CTN. O contribuinte alegou que seu direito ao crédito e à compensação não podem ser obstaculizados por exigências que consubstanciam mero formalismo. Ora, o caso concreto versa acerca de um pedido de ressarcimento de crédito presumido da ordem de R$ 290.000,00. Não se trata de mero formalismo exigir do contribuinte a apresentação de livros e documentos que comprovem a legitimidade do crédito requerido. O contribuinte não vai obter R$ 290.000,00 da Administração Pública sem apresentar a documentação hábil à comprovação da certeza e da liquidez deste valor. Por fim, cabe ressaltar que o deferimento de pedidos de ressarcimento anteriores não gera direito adquirido ao deferimento de pedidos posteriores e nem configura uma prática reiterada da Administração. As práticas reiteradas da Administração, mencionadas no art. 100, III, do CTN, são, na verdade, o costume administrativo. E a aplicação da norma costumeira só tem espaço na ausência de disposição legal expressa. No caso concreto, não existe o costume da Administração Tributária deferir montantes elevados de ressarcimento de crédito presumido sem a apresentação, por parte do contribuinte, da documentação fiscal hábil à comprovação do pleito. Inexistindo a comprovação da legitimidade do valor requerido, não há como deferir o ressarcimento. No tocante às compensações, conquanto o despacho decisório informe que não foram encontradas declarações de compensação eletrônicas nos sistemas da Receita Federal vinculadas ao pedido de ressarcimento de fl. 01, verificase que existe um pedido de compensação formalizado em papel no dia 02/05/2001 (fl. 24) ao qual não fizeram menção a informação fiscal, o despacho decisório e os recursos do contribuinte. Inexistindo despacho de homologação ou de não homologação em relação a esse pedido de compensação, devese considerar que o correu a homologação tácita das compensações requeridas pelo decurso do prazo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, com a redação que lhe foi dada pelas Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003. Isto porque os pedidos de compensação que estavam pendentes de apreciação pela autoridade administrativa em 01/10/2002, foram convertidos em declarações de compensação desde a data de protocolo, nos termos do art. 49, combinado com o art. 63, I, da Medida Provisória nº 66, de 29/08/2002, convertida na Lei nº 10.637, de 30/12/2002, que deu nova redação ao art. 74 da Lei nº 9.430/96. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/08/201 2 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 Assim, se a declaração de compensação de fl. 24 foi protocolada em maio de 2001 e até a data deste julgamento não há despacho decisório homologando ou não homologando expressamente as compensações, há que se considerar que foram homologadas pelo fato extintivo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96. Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para negar o direito ao ressarcimento pleiteado e considerar homologada por decurso de prazo as compensações informadas na fl. 24. Antonio Carlos Atulim Fl. 144DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/08/201 2 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002373/2010-23
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007
CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não ocorre cerceamento de defesa nos casos em que o contribuinte teve acesso a todas as informações que deram origem ao Auto de Infração e conseguiu se defender adequadamente com relação às infrações que lhe foram imputadas.
RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. Nos casos em que a sociedade declara valores muitas vezes menor do que o imposto efetivamente apurado através de suas declarações, deve ser imputada a responsabilidade pelo crédito tributário aos sócios, mandatários, diretores, gerentes, entre outros, conforme disposto no art. 135 do CTN. Tendo em vista que a declaração reiterada de valores a menor é considerada prática dolosa, constata-se que o sócio também agiu com excesso de poderes.
APLICAÇÃO DA MULTA QUALIFICADA. A conduta da contribuinte de não informar a totalidade de suas receitas nas declarações de rendimentos entregues ao fisco durante anos consecutivos denota o elemento subjetivo da pratica dolosa e enseja a aplicação de multa qualificada pela ocorrência de fraude prevista no art. 72 da lei no 4.502/1964.
Numero da decisão: 1202-000.931
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(documento assinado digitalmente)
Nelson Lósso Filho - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Geraldo Valentim Neto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Nelson Losso Filho, Viviane Vidal Wagner, Carlos Alberto Donassolo, Nereida De Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Goncalves Bueno.
Nome do relator: GERALDO VALENTIM NETO
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Recorrente PAULO FLÁVIO DE MELO CARVALHO E JOÃO CECCON Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007 CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não ocorre cerceamento de defesa nos casos em que o contribuinte teve acesso a todas as informações que deram origem ao Auto de Infração e conseguiu se defender adequadamente com relação às infrações que lhe foram imputadas. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. Nos casos em que a sociedade declara valores muitas vezes menor do que o imposto efetivamente apurado através de suas declarações, deve ser imputada a responsabilidade pelo crédito tributário aos sócios, mandatários, diretores, gerentes, entre outros, conforme disposto no art. 135 do CTN. Tendo em vista que a declaração reiterada de valores a menor é considerada prática dolosa, constatase que o sócio também agiu com excesso de poderes. APLICAÇÃO DA MULTA QUALIFICADA. A conduta da contribuinte de não informar a totalidade de suas receitas nas declarações de rendimentos entregues ao fisco durante anos consecutivos denota o elemento subjetivo da pratica dolosa e enseja a aplicação de multa qualificada pela ocorrência de fraude prevista no art. 72 da lei no 4.502/1964. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente (documento assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 23 73 /2 01 0- 23 Fl. 435DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO 2 Geraldo Valentim Neto Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Nelson Losso Filho, Viviane Vidal Wagner, Carlos Alberto Donassolo, Nereida De Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Goncalves Bueno. Relatório Tratase de Autos de Infração (fls. 215/241) consubstanciados em lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, referentes aos anos calendários de 2006 e 2007, somados à multa de ofício qualificada e juros. Conforme apurado pela Autoridade Fiscal no Termo de Verificação Fiscal (fls. 204/210), a fiscalização iniciouse contra a empresa SUDESTE COMÉRCIO DE EMBALAGENS LTDA, a qual encontra com situação “baixada” perante a RFB, cujo distrato social foi protocolado na JUCESP em 19/05/2008, ocasião em que constava como responsável pela guarda dos livros e documentos da empresa o sócio João Ceccon. Intimado para apresentação de livros e documentos fiscais, o Sr. João Ceccon atendeu às solicitações e apresentou os devidos documentos, exceto o Livro Diário, que é documento obrigatório para os contribuintes optantes pelo Lucro presumido – que é o caso da empresa fiscalizada (fls 205). Tendo em vista a ausência de apresentação do Livro Diário, o representante da empresa foi intimado a apresentar o livro Caixa e em resposta informou que os livros tinham sido extraviados. Da análise dos Livros de Registros de Entradas e Saídas foi apurada receita bruta mensal, a qual foi confrontada com as DIPJ dos períodos fiscalizados, DACON e DCTF. Do confronto resultaram valores não oferecidos à tributação, os quais foram utilizados como base de cálculo dos presentes lançamentos (fls. 207/208). No período fiscalizado a empresa tinha como sóciogerente o Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho, sendo que o Sr. João Ceccon somente passou a ser responsável pela empresa a partir de junho de 2007. Tendo em vista as infrações apuradas, o sócio Paulo Flávio de Melo Carvalho foi responsabilizado pelo crédito tributário, pois segundo a fiscalização, teria agido ilicitamente de forma a encobrir a obrigação tributária, de acordo com o art. 135 do CTN. Observou, ainda, a fiscalização, que a partir de junho de 2006 as receitas deixaram de coincidir com as DIPJ e DACON, tendo a empresa omitido receitas de forma reiterada nas declarações prestadas à RFB, com conseqüente redução dos tributos devidos, o que teria caracterizado o crime previsto no art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Nos termos dos artigos 124 e 135 do CTN foram lavrados termos de responsabilidade solidária em face de Paulo Flávio de Melo Carvalho e João Ceccon. Cientificados da lavratura dos Autos de Infração, apenas o Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho apresentou Impugnação, de fls. 250/269, alegando, em síntese, o que segue: (i) Preliminarmente, defendeu a nulidade do auto de infração por preterição do direito de defesa na ocasião da fiscalização, tendo em vista que não pode se admitir que a administração pública atue de forma direcionada na prática de atos administrativos que Fl. 436DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.002373/201023 Acórdão n.º 1202000.931 S1C2T2 Fl. 10 3 impliquem formação de prova, incluindo elementos probatórios na direção que melhor atenda seus interesses. (ii) Em seguida, argumentou pela ausência de suporte fático ao Auto, pelo fato de a fiscalização ter se pautado no livros de entrada e saída de mercadorias, não dando oportunidade de realização de outras provas; (iii) Ao final, tratou do caráter confiscatório da multa de ofício qualificada aplicada, que teria deixado de respeitar o princípio da capacidade contributiva do contribuinte. (iv) Ademais, alegou não ser o guardião dos documentos fiscais da empresa, não tendo como comprovar a veracidade das informações prestadas ao Fisco, de maneira que a Representação Fiscal para fins Penais elaborada pelas Autoridades Fiscais era totalmente indevida. Os autos foram encaminhados para a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo 1, a qual houve por bem julgar improcedente a Impugnação, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007 CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não ocorre cerceamento de defesa quando o contribuinte, no curso do procedimento fiscal, é intimado de todos os atos e elementos solicitados, além dos valores de receitas apuradas e não declaradas, e quando constam do termo de verificação, do auto de infração (cujas vias lhe foram entregues) e dos autos do respectivo processo administrativo fiscal todos os elementos necessárias ao exercício de sua ampla defesa. LIVROS DE ENTRADAS E SAÍDAS. GUIAS DE INFORMAÇÃO E APURAÇÃO DO ICMS (GIA). RECEITAS INFORMADAS. As receitas contabilizadas em livros fiscais de Entradas e no de Saídas bem como nas Guias de Informação e Apuração do ICMS GIA (declarações prestadas ao Fisco Estadual pelos próprios contribuintes) constituem meio legítimo para se apurar receitas das empresas. MULTA QUALIFICADA. APLICABILIDADE. Omitir informações na DIPJ sobre receitas da empresa, contabilizadas em livros e outras declarações, de forma reiterada, constitui comportamento que se enquadra nas condições previstas na legislação tributária para o agravamento da multa de ofício. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INTERESSE COMUM. GERÊNCIA. As pessoas que possuem interesse comum no fato gerador da obrigação tributária e exercem função gerencial respondem solidariamente pelo crédito tributário constituído. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADES E/OU ILEGALIDADES. A apreciação de alegações de inconstitucionalidades e/ou ilegalidades é de exclusiva competência do Poder Judiciário. Matérias que as questionam não são apreciadas na esfera administrativa. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO 4 PROVAS. PEDIDO DE DILIGÊNCIAS. Indeferese o pedido de produção de provas que deveriam ter sido produzidas e apresentadas pelo Contribuinte em conjunto com a impugnação. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS, COFINS e CSLL. Aplicase aos lançamentos reflexos o decidido sobre o lançamento que lhes deu origem, eis que possuem os mesmos elementos de prova. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O outro responsável tributário qual seja, Sr. João Ceccon não apresentou Impugnação aos Autos de Infração, motivo pelo qual a decisão recorrida presumiu pela veracidade dos fatos alegados pela fiscalização em relação a este contribuinte. Inconformado com a decisão da DRJ, o Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho interpôs o presente Recurso Voluntário (fls. 374/394), aduzindo em síntese os mesmos argumentos da Impugnação. Adicionalmente, dentro do prazo legal, o mesmo contribuinte apresentou outra petição, denominandoa também de Recurso Voluntário, alegando que não deve ser incluído como sujeito passivo da obrigação tributária, tendo em vista que não praticou nenhum dos atos dispostos no artigo 135 do CTN. Acrescentou que quando da dissolução da sociedade, o que acarretaria no redirecionamento da fiscalização para os sócios, o mesmo não se encontrava mais entre o quadro societário da empresa. Portanto, requereu que fosse desconsiderado como sujeito passivo da obrigação tributária. Oportunamente os autos foram encaminhados a este Colegiado. Tendo sido designado relator do caso, requisitei a inclusão em pauta para julgamento do recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Geraldo Valentim Neto, Relator Como o Recurso Voluntário preenche os pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento e passo à análise da preliminar de nulidade do lançamento argüido pelo Recorrente. I – PRELIMINARES DE NULIDADE DO LANÇAMENTO A) CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Preliminarmente, o Recorrente argüiu pela nulidade do lançamento, alegando a preterição do direito de defesa, tendo em vista que o mesmo não teve acesso aos documentos emitidos pela fiscalização desde o início do procedimento fiscal. De fato, conforme se observa dos autos, a fiscalização iniciouse contra a empresa SUDESTE COMÉRCIO DE EMBALAGENS LTDA, mas como a mesma já se Fl. 438DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.002373/201023 Acórdão n.º 1202000.931 S1C2T2 Fl. 11 5 encontrava extinta, a fiscalização foi direcionada para o sócio responsável pela guarda dos documentos quando da dissolução, qual seja o Sr. João Ceccon. Posteriormente, depois de apresentados alguns documentos contábeis pelo sócio mencionado acima, foram apuradas supostas infrações nos anos de 2006 e 2007, o que levou à fiscalização a incluir no pólo passivo do procedimento fiscal o Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho, que era administrador da empresa à época dos fatos. O início da fiscalização contra a empresa ocorreu em 10/01/2010, conforme Termo de Início de Procedimento Fiscal (fls. 03 dos autos). Entretanto, o Termo de Sujeição Passiva (fls.05), que incluiu o Recorrente no pólo passivo, foi lavrado em 26/05/2010, posteriormente à apuração da infração, que ocorreu através dos documentos apresentados pelo Sr. João Ceccon. Dessa forma, prosperam os argumentos do Recorrente no sentido de que não acompanhou desde o início o procedimento fiscalizatório ao qual se tornou sujeito. Ocorre que, mesmo não tendo acompanhado de fato o trâmite da fiscalização desde a origem, o mesmo teve acesso a todos os documentos apresentados e a todas as infrações apuradas pelos Autos de Infração. Dessa forma, não há que se falar em preterição do direito de defesa, tendo em vista que o mesmo conseguiu se defender corretamente das infrações que lhe foram imputadas. Assim, não ocorreu a hipótese de nulidade prevista no artigo 59, inciso II do Decreto 70.235/72. Este também é o entendimento deste E. Conselho. Vejamos: NULIDADE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA INEXISTÊNCIA As hipóteses de nulidade do procedimento são as elencadas no artigo 59, do Decreto nº 70.235, de 1972, não havendo que se falar em nulidade por outras razões, inclusive quando o contribuinte demonstra entender a infração e se defende regularmente, bem como quando o fundamento argüido pelo contribuinte a título de preliminar se confunde com o próprio mérito da questão (...)”. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 4ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10422397 do Processo 13609000143200537, Data: 23/05/2007). (não grifado no original) Portanto, rejeito a preliminar de nulidade do lançamento por ausência de preterição do direito de defesa do Recorrente. B) SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA Segundo constam dos Termos de Sujeição Passivas (fls. 09/14), foram incluídos no pólo passivo do presente processo administrativo dois sócios da empresa originalmente fiscalizada, sendo que um deles era o sócio administrador à época da ocorrência das supostas infrações e o outro é o sócio que sucedeu o lugar do anteriormente citado, o qual Fl. 439DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO 6 ficou responsável pela guarda dos documentos fiscais da empresa quando da sua dissolução, conforme expresso na cláusula IV do Distrato Social (fls. 43/44), abaixo transcrita: “IV – O sócio JOÃO CECCON, qualificado no preâmbulo deste contrato, fica incumbido da regularização dos presentes atos às repartições públicas competentes e manterá, sob sua guarda, os livros e documentos contábeis e fiscais da sociedade extinta, conservandoos na forma e prazo da Lei.” A fim de esclarecer as alterações societárias que ocorreram na empresa SUDESTE COMÉRCIO DE EMBALAGENS LTDA, é importante mencionar que a entrada do Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho ocorreu em maio de 2006, conforme primeira alteração contratual (fls. 27/35). Posteriormente, em maio de 2007, mediante a segunda alteração contratual, o Sr. Paulo retirouse da sociedade e no mesmo ato foi admitido o Sr. João Ceccon (fls. 36/42). Finalmente, em maio de 2008 a sociedade foi dissolvida perante a Junta Comercial de São Paulo, por meio do Distrato Social mencionado acima e da mesma forma perante a Receita Federal do Brasil, sendo considerada como “baixada” perante referido órgão (fls. 07). Conforme se observa, quando do início do procedimento fiscal que ocorreu em 10/01/2010, a empresa já se encontrava extinta, sendo o Sr. João Ceccon o responsável pela guarda dos livros e documentos fiscais. Ocorre que ao ser intimado a apresentar o Livro Caixa, tendo em vista a ausência de apresentação do Livro Diário (documento obrigatório para as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Presumido, como é o caso da empresa), o Sr. João Ceccon informou que os mesmos haviam sido extraviados, conforme se observa às fls. 06 dos autos. Tendo em vista as discrepâncias encontradas entre as receitas apuradas pelos Livros de Registros de Entradas e Saídas, com as informações constantes nas DIPJ, DACON e DCTF, referente aos períodos fiscalizados, somados à ausência de apresentação do Livro Diário e Livro Caixa, foi imputada a omissão de receitas e lavrados os presentes Autos de Infração. Tendo em vista as infrações apuradas, o sócio administrador da época dos fatos qual seja, o Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho foi responsabilizado pelas mesmas, “visto que, através de procedimentos ilícitos, agiu visando encobrir obrigação tributária” (fls. 208 do TVF). Essa responsabilização foi atribuída com base no artigo 135, inciso III, do Código Tributário Nacional, abaixo transcrito: “Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: (...) III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado(...)” A responsabilidade imputada pelo artigo 135, inciso III do CTN somente pode ocorrer quando comprovada a ilicitude praticada pelo representante da pessoa jurídica. Fl. 440DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.002373/201023 Acórdão n.º 1202000.931 S1C2T2 Fl. 12 7 Nesse sentido, oportuno transcrever os ensinamentos de Leandro Paulsen ao comentar o mencionado artigo: “A responsabilidade pessoal, no caso, decorre de ato praticado com ilicitude, por conta e risco do gestor. Como é o pressuposto de fato da responsabilidade, tem de ser devidamente apurado”. (PAULSEN, Leandro. In Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da Doutrina e da Jurisprudência. 11 edição, Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 974) De acordo com o posicionamento doutrinário, não é o simples fato de apuração de omissão de receitas com falta do pagamento do tributo que enseja a responsabilização do artigo 135, III, do CTN. Ocorre que, conforme se observa às fls. (1999/2001) do Termo de Verificação Fiscal, a receita declarada pelo Sr. Paulo corresponde a um valor muitas vezes menor do que aquele apurado através dos Livros de Registro de Entradas e Saídas, o que demonstra a atuação com excesso de poderes do Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho. Oportuno se faz esclarecer que, ao contrário do alegado pelo Recorrente, é possível se basear nos Livros de Registro de Entradas e Saídas para apuração da base de cálculo tributável do IRPJ e da CSLL, conforme se observa dos julgados abaixo transcritos. Vejamos: “(...) RECEITA BRUTA. LIVRO DE APURAÇÃO DO ICMS É lícito utilizar o valor das saídas por vendas de mercarias registrado no Livro Registro de Apuração do ICMS para determinar a receita bruta, sobre a qual incide o percentual de apuração da base de cálculo da CSLL nos regimes do lucro presumido ou arbitrado. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 TAXA DE JUROS SELIC APLICABILIDADE. Por expressa disposição legal, é legítima a cobrança de juros de mora com base na Taxa Selic. MULTA DE FÍCIO Na constituição do crédito tributário pela autoridade fiscal, em face de infração à legislação tributária, é correta a aplicação da multa de lançamento de ofício, por expressa determinação legal. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 7ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10709286 do Processo 10680014742200404, Data: 24/01/2008) (não grifado no original) “(...) IRPJ LUCRO PRESUMIDO RECOLHIMENTO EFETUADO A MENOR REGISTRO DE RECEITA NOS LIVROS FISCAIS LANÇAMENTO PROCEDÊNCIA O valor das vendas de mercadorias registrado nos livros fiscais de Registro de Saídas de Mercadorias, no Registro de Apuração do ICMS e no livro Razão, enquadrase no conceito de receita bruta tributável para efeitos de apuração do IRPJ (...). (Primeiro Conselho de Contribuintes. 1ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10194755 do Processo 106800160599821, Data: 10/11/2004). Fl. 441DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO 8 Dessa forma, resta incontroverso que o Sr. Paulo agiu de máfé ao declarar e recolher um valor tão baixo, sendo que o efetivamente devido é muitas vezes maior. Embora o Recorrente alegue que não agiu dolosamente, não há como não considerar que teve a intenção de burlar o Fisco ao declarar valores tão baixos comparados à receita efetivamente apurada. Sendo assim, o Sr. Paulo deve ser incluído no pólo passivo da demanda, como responsável tributário, assim como deve ser mantida a aplicação da multa qualificada de 150%. Este também é o entendimento deste E. Conselho: (...) SUJEITO PASSIVO RESPONSABILIDADE TRIBUTARIA SOLIDARIEDADE. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes as obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei os sócios, mandatários, prepostos e empregados e os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS CONFRONTO ENTRE DOCUMENTOS FISCAIS E A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. Caracteriza ocorrência de omissão no registro de receitas a constatação de diferenças entre o total das receitas auferidas e espontaneamente declaradas, e aquelas detectadas em procedimento de oficio. IRPJ APLICAÇÃO DA MULTA QUALIFICADA. A conduta da contribuinte de não informar a totalidade de suas receitas nas declarações de rendimentos entregues ao fisco durante anos consecutivos, indicando valores ínfimos nas suas DIPJs, além de escriturar as notas fiscais com valores diferentes dos faturamentos reais, denota o elemento subjetivo da pratica dolosa e enseja a aplicação de multa qualificada pela ocorrência de fraude prevista no art. 72 da lei no 4.502/1964 (...).(Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 1ª Seção de Julgamento. 1ª Câmara. 2ª Turma Ordinária, Acórdão nº 110200502 do Processo 10680020328200779, Data: 03/08/2011)(não grifado no original) (...) RESPONSABILIZAÇÃO DOS SÓCIOSGERENTES. Caracterizada a intenção dolosa de sonegar tributos à Fazenda, quer pela prática contumaz de não declarar e/ou declarar de forma inexata os valores devidos, quer não os recolhendo aos cofres públicos, não obstante tenha havido vultosa movimentação de recursos financeiros comprovadamente originários de vendas de mercadorias, correta é a responsabilização dos sócios gerentes. RESPONSABILIZAÇÃO DO SUCESSOR. Mascarada a sucessão da empresa sob a forma de suspensão de atividades e/ou de contrato de arrendamento mercantil cuja comprovação não se deu, correta se mostra a imputação da responsabilidade tributária a quem, de fato, continuou a exercer as atividades industriais e comerciais da autuada. MULTA QUALIFICADA DE 150%. INCISO II DO ART. 44 DA LEI Nº 9.430, DE 1996. O sujeito passivo, ao declarar e recolher valores menores que aqueles devidos, ou não os recolher, agiu de modo a impedir ou retardar o conhecimento por parte da autoridade fiscal do fato gerador da obrigação tributária principal, restando configurado que a autuada incorreu na conduta descrita como sonegação fiscal, cuja definição decorre do art. 71, I, da Lei nº 4.502/64. (...) Recurso negado. (Segundo Conselho de Contribuintes. Fl. 442DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.002373/201023 Acórdão n.º 1202000.931 S1C2T2 Fl. 13 9 3ª Câmara. Turma Ordinária , Acórdão nº 20312654 do Processo 10120001395200659, Data: 12/12/2007) (não grifado no original) (...) NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. OBRIGAÇÃO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Comprovado que, no exercício de sua administração praticara os sócios, gerentes ou representantes da pessoa jurídica atos com excesso de poderes ou infração de lei, tipificada estará a sua responsabilidade solidária prescrita pelo art. 135 do Código Tributário Nacional. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 7ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10707666 do Processo 10925000150200215, Data: 13/05/2004) (não grifado no original) Quanto ao Sr. João Ceccon, o mesmo não apresentou Impugnação, tampouco Recurso Voluntário, devendo ser consideradas verdadeiras as alegações feitas em relação ao mesmo, com sua respectiva inclusão no pólo passivo como responsável tributário, nos termos do artigo 124 do CTN. Portanto, em razão de tudo o quanto acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo Recorrente. É como voto. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Fl. 443DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/01/2013 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 24/01/201 3 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 15249.000170/2006-52
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2001,2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Os Embargos de Declaração merecem ser acolhidos quando verificada a contradição constante no Voto condutor e na parte dispositiva do Acórdão embargado.
PRESCRIÇÃO. TERMO DE INÍCIO.
Em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o termo de início da contagem do prazo prescricional de cinco anos começa a fluir a partir da data em que ocorrer a o pagamento antecipado e indevido de tributo no caso de a petição de indébito estiver sido formalizada a partir de 09.06.2005.
Numero da decisão: 1801-001.209
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional para retificar o Acórdão nº 1801-00.718, de 30.09.2011, e, em preliminar, negar provimento ao recurso voluntário, por prescrito o direito da Recorrente, nos termos do voto da Relatora. Ausente momentaneamente o Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes - Presidente
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva - Relatora
Composição do Colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Ana de Barros Fernandes.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Os Embargos de Declaração merecem ser acolhidos quando verificada a contradição constante no Voto condutor e na parte dispositiva do Acórdão embargado. PRESCRIÇÃO. TERMO DE INÍCIO. Em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o termo de início da contagem do prazo prescricional de cinco anos começa a fluir a partir da data em que ocorrer a o pagamento antecipado e indevido de tributo no caso de a petição de indébito estiver sido formalizada a partir de 09.06.2005. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional para retificar o Acórdão nº 180100.718, de 30.09.2011, e, em preliminar, negar provimento ao recurso voluntário, por prescrito o direito da Recorrente, nos termos do voto da Relatora. Ausente momentaneamente o Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 24 9. 00 01 70 /2 00 6- 52 Fl. 139DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15249.000170/200652 Acórdão n.º 1801001.209 S1TE01 Fl. 3 2 Composição do Colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Ana de Barros Fernandes. Relatório A Recorrente, CGC Centro de Ginecologia e Citologia Ltda, formalizou os Pedidos Restituição (PER) em 06.06.2006, fls. 0148, relativamente aos pagamentos a maior efetuados no período de 10.02.2000 a 30.04.2001 a título de: Tributo Valor Original – R$ Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) 5.426,07 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 963,47 Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) 528,15 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) 1.648,63 Em conformidade com o Despacho Decisório, fls. 6466, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido. Restou esclarecido o pedido foi alcançado pela prescrição, tendo em vista o decurso do prazo superior a cinco anos (inciso I do art. 165 e inciso I do art. 168 do Código Tributário Nacional). Cientificada em 27.12.2007, fl. 73, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade em 25.01.2008, fls. 7886, argumentando em síntese que discorda da conclusão da análise do pedido. Está registrado como resultado do Acórdão da 1ª TURMA/DRJ/POA/RS nº 1018.036, de 22.12.2008, fls. 9697:“Solicitação Indeferida”. Restou ementado ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000, 2001 IRPJ. CSLL. PIS. COFINS. RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. LC n° 118/2005. Decorridos mais de cinco anos da data da extinção do crédito tributário, resta extinto, por decadência, o direito de pleitear à restituição. A extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do art. 150 do CTN. Notificada em 20.01.2009, fl. 99, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 17.02.2009, fls. 100115, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15249.000170/200652 Acórdão n.º 1801001.209 S1TE01 Fl. 4 3 Está consignado como resultado do Acórdão da 1ª TURMA ESPECIAL/3ª CÂMARA/1ª SJ nº 180100.718, de 30.09.2011, fls. 126127: “Recurso Voluntário Provido em Parte”. Restou ementado Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2001,2002 PRESCRIÇÃO. TERMO DE INÍCIO. No caso em que a petição de indébito estiver sido formalizada até 08.06.2005, o termo de início da contagem do prazo prescricional de cinco anos começa a fluir a partir da data em que ocorrer a homologação tácita ou expressa do pagamento, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação. Cientificada em 09.02.2012, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs Embargos de Declaração em 10.02.2012, fls. 131133. Alega que o Acórdão embargado contém omissão, visto que De outra sorte, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário cuja repercussão geral fora reconhecida (RE n° 566.621/RS), encerrado em 04 de agosto de 2011 e cuja ata de julgamento foi publicada em 18 de agosto de 2011 (Ata de Julgamento n° 21, publicada no DJE n° 158, divulgado em 17.08.2011), firmou o posicionamento, por maioria dos votos, de que, para as ações ajuizadas após entrada em vigor da LC n° 118/2005, o prazo para repetição do indébito tributário, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, é de 05 (cinco) anos. Já em relação as ações ajuizadas até 08.06.2005, o STF entendeu pela aplicação do entendimento até então predominante na jurisprudência, permitindose, assim, a devolução dos tributos indevidamente recolhidos até os últimos 10 (dez) anos. Notase que o STF utilizase de critério processual (data do ajuizamento da ação) para, juntamente com o critério de natureza material (data do recolhimento indevido), aferirse o marco inicial para a contagem do prazo prescricional. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora Preliminar – Cabimento dos Embargos de Declaração Os Embargos de Declaração apresentados pela Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) atendem aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência. Assim, deles tomo conhecimento. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15249.000170/200652 Acórdão n.º 1801001.209 S1TE01 Fl. 5 4 A Procuradoria da Fazenda Nacional suscita que no Acórdão embargado há omissão, uma vez que os Pedidos Restituição (PER) em 06.06.2006, fls. 0148, relativamente aos pagamentos a maior efetuados no período de 10.02.2000 a 30.04.2001 foram alcançados pela prescrição. No Voto condutor do Acórdão embargado consta: No presente caso, o Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (PERDCOMP) foi formalizado em 06.06.2006, fls. 0148, relativamente aos pagamentos a maior efetuados nos anoscalendário de 2000 e 2001. Verificase que a petição de indébito não foi alcançada pela prescrição e por este motivo cabe o exame das demais razões de defesa indicadas na manifestação de inconformidade. Por conseguinte, o presente processo deve ser devolvido à DRJ/POA/RS para que seja proferida nova decisão. Em face do exposto, voto por dar provimento em parte ao recurso voluntário. Na parte dispositiva do Acórdão embargado está registrado: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira. ficou configurada a contradição constante no Voto condutor e na parte dispositiva do Acórdão embargado, uma vez que a Recorrente, CGC Centro de Ginecologia e Citologia Ltda, formalizou os Pedidos Restituição (PER) em 06.06.2006, fls. 0148, relativamente aos pagamentos a maior efetuados no período de 10.02.2000 a 30.04.2001 e por esta razão foram alcançados pela prescrição. Por esta razão, os Embargos de Declaração interpostos pela Douta PGFN devem ser acolhidos. Mérito No mérito cumpre corrigir a contradição constante no Voto condutor e na parte dispositiva do Acórdão nº 180100.718, de 30.09.2011. O Voto condutor do Acórdão embargado passa a ter a seguinte redação: A Recorrente afirma que o pedido não foi alcançado pela prescrição. Compete antes de examinar as razões da defesa, analisar a objeção de prescrição por ser matéria de ordem pública que pode ser conhecida a requerimento da parte ou de ofício, a qualquer tempo e em qualquer instância de julgamento. Este instituto pode ser definido como a perda da pretensão do direito de a Fazenda Pública cobrar o crédito tributário já constituído pelo lançamento, tendo em vista o decurso do prazo de cinco anos previsto em lei. Em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e pagos antecipadamente, o termo de início da contagem do prazo prescricional de cinco anos começa a fluir a partir da data da homologação tácita ou expressa do pagamento no caso de a petição de indébito ter sido formalizada até 08.06.2005 e da data do pagamento antecipado e indevido de tributo no caso de a petição de indébito ter sido formalizada a partir de 09.06.2005. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15249.000170/200652 Acórdão n.º 1801001.209 S1TE01 Fl. 6 5 Este é o entendimento constante na decisão definitiva de mérito proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Recurso Extraordinário nº 566.621/RS1, substituto do paradigma da Repercussão Geral no Recurso Extraordinário nº 561.908/RS2, que deve ser reproduzido pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF3. No presente caso, o Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) foi formalizado em 06.06.2006, fls. 0148, relativamente aos pagamentos a maior efetuados no período de 10.02.2000 a 30.04.2001. Verificase que a petição de indébito foi alcançada pela prescrição. O motivo destacado pela defendente, por conseqüência, não pode ser verificado. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados pela Recorrente, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso4. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. Atinente aos princípios constitucionais que a Recorrente aduz que supostamente foram violados, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade5. A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. 1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recuso Extraordinário de nº 566621/RS. Ministra Relatora: Ellen Gracie. Plenário, Brasília, DF, 4 de agosto de 2011. Disponível em:<http://www.stf.jus.br/portal/informativo/verInformativo.asp?s1=566621&numero=634&pagina=1&base=INF O> . Acesso em> 25 aog. 2011. 2 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Repercussão Geral em Recurso Extraorniário nº561908/RS. Ministro Relator: Marco Aurélio. Plenário, Brasília, DF, 16 de agosto de 2011. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2554040&numero Processo=561908&classeProcesso=RE&numeroTema=4> . Acesso em: 25 ago. 2011. 3 Fundamentação legal: art. 106, art. 165, art. 168 e art. 174 do Código Tributário Nacional, art. 3º da Lei Complementar nº 118, de 2005, art. 28 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. 4 Fundamentação legal: art. 100 do Código Tributário Nacional e art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 5 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e Súmula CARF nº 2. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15249.000170/200652 Acórdão n.º 1801001.209 S1TE01 Fl. 7 6 A parte dispositiva do Acórdão embargado deve ser alterada para: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 144DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10510.001892/2010-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE).
A receita gerada pela aplicação da sobretarifa decorrente da RTE deverá compor a apuração da base de cálculo da contribuição social referente aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre o qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo a contribuição apurada de acordo com a lei vigente em cada um
desses períodos.
RECOMPOSIÇÃO TARIFARIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). ATIVO E PASSIVO REGULATORIOS. ADIÇÕES E EXCLUSÕES NO CÔMPUTO DO LUCRO REAL.
O montante integral das receitas estimadas provenientes de um consumo futuro de energia elétrica, homologado pela ANEEL e contabilmente reconhecido, em contrapartida à formação de um Ativo Regulatório, deve ser excluído na apuração da base de cálculo da contribuição social do mesmo exercício, vindo a ser adicionado, nos períodos -base subsequentes, proporcionalmente ao seu efetivo consumo, enquanto a parcela dessas receitas correspondente à chamada Energia Livre, pertencente às empresas geradoras de energia, que gerou um custo para as distribuidoras, apropriado contabilmente, em contrapartida a um Passivo Regulatório, deve ser adicionada na apuração da base de cálculo da contribuição social, vindo a ser excluída, nos períodos-base em que ocorrer o efetivo consumo da energia sobretaxada, ocasião em que haverá seu repasse às empresas geradoras.
MULTAS DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
A exigência da multa de oficio, no percentual de 75%, obedece estritamente aos preceitos legais, não cabendo sua convolação em multa moratória.
JUROS DE MORA.
A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios está legalmente amparada, não se cogitando da dispensa dos juros.
Numero da decisão: 1402-001.198
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntário e de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Frederico Augusto Gomes de Alencar - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). A receita gerada pela aplicação da sobretarifa decorrente da RTE deverá compor a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda referente aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre o qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo o imposto apurado de acordo com a lei vigente em cada um desses períodos. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). ATIVO E PASSIVO REGULATÓRIOS. ADIÇÕES E EXCLUSÕES NO CÔMPUTO DO LUCRO REAL. O montante integral das receitas estimadas provenientes de um consumo futuro de energia elétrica, homologado pela ANEEL e contabilmente reconhecido, em contrapartida à formação de um Ativo Regulatório, deve ser excluído na apuração do lucro real do mesmo exercício, vindo a ser adicionado, nos períodosbase subseqüentes, proporcionalmente ao seu efetivo consumo, enquanto a parcela dessas receitas correspondente à chamada Energia Livre, pertencente às empresas geradoras de energia, que gerou um custo para as distribuidoras, apropriado contabilmente, em contrapartida a um Passivo Regulatório, deve ser adicionada na apuração do lucro real, vindo a ser excluída, nos períodosbase em que ocorrer o efetivo consumo da energia sobretaxada, ocasião em que haverá seu repasse às empresas geradoras. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 18 92 /2 01 0- 40 Fl. 936DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 830 2 A receita gerada pela aplicação da sobretarifa decorrente da RTE deverá compor a apuração da base de cálculo da contribuição social referente aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre o qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo a contribuição apurada de acordo com a lei vigente em cada um desses períodos. RECOMPOSIÇÃO TARIFARIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). ATIVO E PASSIVO REGULATORIOS. ADIÇÕES E EXCLUSÕES NO CÔMPUTO DO LUCRO REAL. O montante integral das receitas estimadas provenientes de um consumo futuro de energia elétrica, homologado pela ANEEL e contabilmente reconhecido, em contrapartida à formação de um Ativo Regulatório, deve ser excluído na apuração da base de cálculo da contribuição social do mesmo exercício, vindo a ser adicionado, nos períodos base subsequentes, proporcionalmente ao seu efetivo consumo, enquanto a parcela dessas receitas correspondente à chamada Energia Livre, pertencente às empresas geradoras de energia, que gerou um custo para as distribuidoras, apropriado contabilmente, em contrapartida a um Passivo Regulatório, deve ser adicionada na apuração da base de cálculo da contribuição social, vindo a ser excluída, nos períodosbase em que ocorrer o efetivo consumo da energia sobretaxada, ocasião em que haverá seu repasse às empresas geradoras. MULTAS DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A exigência da multa de oficio, no percentual de 75%, obedece estritamente aos preceitos legais, não cabendo sua convolação em multa moratória. JUROS DE MORA. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios está legalmente amparada, não se cogitando da dispensa dos juros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntário e de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 937DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 831 3 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 938DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 832 4 Relatório Energisa Sergipe – Distribuidora de Energia S/A recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 2ª Turma da DRJ Salvador/BA, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Trata o processo em questão de Autos de Infração relativos aos anos calendário de 2005, 2006 e 2007, de Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ, às fls. 03 a 07, no valor de R$16.299.122,14 (dezesseis milhões, duzentos e noventa e nove reais e cento e vinte e dois reais e quatorze centavos), e de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, às fls. 09 a 12, no valor de R$3.984.690,70 (três milhões, novecentos e oitenta e quatro mil, seiscentos e noventa reais e setenta centavos), acrescidos da multa de oficio e de juros de mora. O Auto de Infração de IRPJ foi proveniente de: 1) glosa de compensação indevida de prejuízos fiscais em 2006 e 2007, tendo em vista a reversão dos prejuízos após o lançamento, neste Auto de Infração, das infrações constatadas nos períodosbase de 2005 e 2006, além de saldo insuficiente de prejuízos fiscais, em decorrência da repercussão do PAF n° 10510.003122/2005 74, relativo a Auto de Infração lavrado por glosa de despesas nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003. O referido lançamento foi posteriormente reformado pelo Acórdão DRJ/SDR n° 1511.927, reduzindose a exigência fiscal, o que resultou em alterações no prejuízo fiscal acumulado, cujo saldo foi considerado no presente lançamento, conforme Relatório Fiscal e Demonstrativo. O enquadramento legal aponta os arts. 247, 250, inciso III, 509 e 510 do RIR/1999. 2) adições não computadas na apuração do lucro real. Em 2001, consoante orientação da ANEEL, foi constituído Ativo Regulatório em contrapartida de Receita de Fornecimento, conta n° 611.03.3.1.0.1, corretamente excluído no lucro real, por se tratar de um limite estabelecido para a receita a ser auferida mediante a aplicação das alíquotas majoradas pela Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE), instituída pelo Programa Emergencial de Consumo de Energia Elétrica (PERCEE). A reversão dessa contabilização gerou outra distorção nos períodos subsequentes em que se deu o efetivo fornecimento de energia aos consumidores, na medida em que a receita assim auferida é debitada em contrapartida do Ativo Regulatório, para "baixa" do direito à cobrança das tarifas de fornecimento majoradas. Em 2005 e 2006, verificase, na contabilidade, que o resultado nos períodos, respectivamente, de R$60.550.039,29 e R$93.310.655,51, consignados tanto no LALUR como nas DIPJ, foi reduzido em razão dos débitos à conta 611.05.1.1.01.0100 — Amortização do Ativo Regulatório, cujo montante, não obstante referirse ao mencionado Ativo constituído em 2001, consiste em receita do período em que se deu o fornecimento e, como tal, deveria corresponder a uma adição ao lucro real. O enquadramento legal aponta o art. 249 do RIR/1999. O Auto de Infração de CSLL foi proveniente de: 1) glosa de compensação indevida de bases de cálculo negativas em 2007, tendo em vista a reversão do saldo de bases negativas após o lançamento, neste Auto Fl. 939DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 833 5 de Infração, das infrações constatadas nos períodos base de 2005 e 2006, além de saldo insuficiente de bases negativas, em decorrência da repercussão do PAF n° 10510.003122/200574, relativo a Auto de infração lavrado por glosa de despesas nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003. O referido lançamento foi posteriormente reformado pelo Acórdão DRJ/SDR n° 1511.927, reduzindose a exigência fiscal, o que resultou em alterações na base negativa acumulada, cujo saldo foi considerado no presente lançamento, conforme Relatório Fiscal e Demonstrativo anexos. O enquadramento legal aponta o art. 2° e §§ da Lei n° 7.689, de 1988; art. 58 da Lei n° 8.981, de 1995; art. 16 da Lei n° 9.065, de 1995; e art. 37 da Lei n° 10.637, de 2002. art. 28 da Lei n° 9.430, de 1996; art. 37 da Lei 10.637, de 2002; e 273 do RIR/1999. 2) redução indevida do lucro liquido em virtude de inobservância do regime de escrituração, resultando na falta de pagamento da contribuição social, em 2005 e 2006, conforme Relatório Fiscal e Demonstrativo anexos. 0 enquadramento legal aponta: art. 2° e §§ da Lei n° 7.689, de 1988; art. 28 da Lei n° 9.430, de 1996; art. 37 da Lei 10.637, de 2002; e 273 do RIR/1999. No Relatório Fiscal, as fls. 15 a 20, o Autuante declara, em síntese, que: — inicialmente, verificouse que o contribuinte deduziu contabilmente da Receita o montante de R$20.116.439,28, em 2005, e R$16.257.662,94, em 2006, em contrapartida do Ativo Regulatório, como demonstram o Livro Razão e Anexo IV da Resolução ANEEL n° 45/2004, fornecidos pelo contribuinte. Essa forma de contabilização segue orientação da ANEEL e referese aos valores arrecadados dos consumidores mediante aplicação da RTE no fornecimento de energia elétrica, tendo por finalidade o controle e acompanhamento de valores homologados pela ANEEL, que tem origem no período de racionamento de energia elétrica. Nesse período, as companhias distribuidoras e geradoras sofreram um desequilíbrio financeiro determinado pela redução compulsória do consumo; — foi então instituído um regime tarifário extraordinário para vigorar pelo período que fosse necessário para recompor o equilíbrio financeiro das concessões. A partir de cálculos elaborados pelas empresas, a ANEEL determinou um prazo máximo de vigor das tarifas majoradas e homologou um valor limite para as receitas auferidas com essas tarifas. Esse mecanismo denominouse Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE); — em 2001, seguindo orientações da ANEEL, a ENERGISA contabilizou esse valor como um direito denominado Ativo Regulatório, lançado no encerramento do exercício, em contrapartida da conta de receita de fornecimento 611.03.3.1.0.1. A receita a ser auferida a partir dos faturamentos decorrentes da RTE, contabilizada à citada conta, foi de R$50.818.125,74, correspondendo aos seguintes valores homologados pela ANEEL: a) Resolução ANEEL n° 480, de 29/08/2002: RTE de R$25.379.032,04, destinada a recompor a receita que deixou de ser auferida no período de 01/06 a 31/12/2001, em razão do Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica (PERCEE); b) Resolução ANEEL n° 481, de 29/08/2002: RTE de R$1.429.584,29, destinada a recompor a receita que deixou de ser auferida no período de 01/01 a 28/02/2002, em razão do (PERCEE); c) Resoluções ANEEL n° 482 e n° 483, ambas de 29/08/2002: RTE de R$4.843.967,00 e de R$21.300.492,27, respectivamente, destinadas a recompor a Fl. 940DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 834 6 recuperação de custos da "parcela A" e a recuperação de despesas com a compra de energia livre. — em DIPJ retificadora, para o exercício de 2002, anocalendário 2001, o contribuinte, interpretando o Parecer COSIT n° 26, de 26/09/2002, promoveu a exclusão dessa receita (passou o item "Outras Exclusões" de zero para R$51.414.392,91), bem como adicionou ao lucro real e 6. base de cálculo da CSLL o montante de R$15.250.538,78 (passou o item "Outras Adições" de R$1.319.000,00 para R$16.569.538,78). Segundo o contribuinte, a adição referese a despesas relativas aos custos excedentes com a compra de Energia Livre, incorridos de janeiro a outubro de 2001, contabilizadas no montante de R$20.115.568,31, pendentes de pagamento às Geradoras, assim demonstradas: Apuração do montante adicionado ao lucro real em 2001 R$ Energia Livre — contabilizada a débito da conta 615033541/4105 20.115.568,31 (—) Conta de Compensação de Variação de Valores de itens da "Parcela A" — CVA (6.780.698,53) PIS E COFINS sobre RTE (3,65% X 52.484.082,19) 1.915.669,00 Total 15.250.538,78 — ocorre que a própria ANEEL, conforme Nota Técnica n° 392/2007 — SFF/ANEEL, reconhece: "De outro lado, as receitas decorrentes da aplicação da RTE (Perda de Receita e Energia Livre) nas tarifas das Distribuidoras, considerando tratarse de fatos econômicos futuros incertos, pois variáveis em função do consumo mensal a ser verificado, deveriam, nas Distribuidoras, 'compor a apuração das bases de c álculo do imposto sobre a renda, da CSL, da Cofins e da contribuição para o Pis, referentes aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre a qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo os tributos apurados de acordo com a lei vigente em cada um desses períodos, por força do art. 144 do Código Tributário Nacional', como, inclusive, restou textualmente decidido pelo conhecido Parecer COSIT n° 26, de setembro de 2002". — portanto, ao tempo em que, em 2001, o contribuinte exclui, no lucro real e na base de cálculo da CSLL, o direito contabilizado como receita, relativo a RTE homologada pela ANEEL, em 2005 e 2006, caberia adicionar ao lucro real o valor correspondente a receita efetivamente auferida com a RTE, que foi debitado a conta da receita total auferida com o fornecimento, para fins de amortização do direito contabilizado em 2001. Entretanto, a adição ao lucro real e a base de cálculo da CSLL, em 2005, limitouse, inicialmente, a R$3.675.769,49, ficando excluído de tributação o valor de R$16.440.669,79 (R$20.116.439,28 —R$3.675.769,49). Em 2006, não houve adição relativa a RTE; — ressaltese que, em relação a 2005, o LALUR foi alterado, após iniciado o procedimento fiscal, e a adição referente aos valores faturados do PERCEE foi acrescida de R$8.536.046,97 (R$3.675.769,49 + R$8.536.046,97 = R$12.211.816,46). Não obstante, na mesma retificação do LALUR, foi acrescido as exclusões o valor de R$8.536.046,97, a titulo de "Realização do Saldo Receitas — Efeitos PERCEE". Admitese essa exclusão, que se refere a adição ocorrida em 2001, no montante de R$15.250.538,78. Com base no exposto, o contribuinte deixou de tributar, em 2005 e 2006, parcela de sua receita relativa a RTE; — outra alteração promovida no LALUR diz respeito a exclusão relativa a gratificação atribuida aos administradores, reduzida em 2005 para R$117.557,37 e em 2006 para R$172.856,87, tendo em vista ser de fato indevida, conforme art. 530 do RIR199. Sac) contrarias ao comando legal as gratificações a administradores, no Fl. 941DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 835 7 valor de R$1.097.282,39 em 2005 e de R$1.236.562,52 em 2006, observandose nas respectivas DIPJ que esses valores foram adicionados ao lucro real; — verificase que, para o ano de 2005, exercício de 2006, o contribuinte apresentou, além da declaração original, em 30/06/2006, mais quatro retificadoras. Para o ano de 2006, exercício de 2007, além da declaração original, em 16/12/2008, foram apresentadas mais três retificadoras. Exceto pela la retificadora, apresentada em 21/05/2009, mesmo dia da ciência do inicio do procedimento fiscal, por via postal (meio que não permite determinar a hora em que se deu a perda da espontaneidade), as demais retificadoras não produzem efeitos, mormente porque não alteraram o resultado do período de apuração, contêm erros e trazem adições e exclusões não escrituradas no LALUR. Assim, foram considerados apenas os valores constantes do LALUR e comparados a contabilidade e o resultado apurado na DIPJ/2006 (AC 2005), de 21/05/2009, e na DIPJ/2007 (AC 2006), de 16/12/2008, para fins de determinação do lucro real efetivamente apurado, conforme demonstrativo anexo; — sobre a possível repercussão do PAF n° 10510.003122/200574, relativo a Auto de Infração lavrado por glosa de despesas nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003 (fls. 405 a 590), quanto ao saldo de prejuízos fiscais a compensar, informase que, em 2001, parte das despesas financeiras foi glosada pela fiscalização e, posteriormente, o lançamento foi reformado pelo Acórdão DRJ/SDR n° 1511.927, que reduziu a glosa. O mesmo ocorreu em relação ao ano de 2000, resultando em alterações no prejuízo fiscal acumulado nesses períodos, conforme demonstrativo que apresenta; — observase que, quando da Decisão de P instancia, o sistema SAPLI foi alimentado com incorreção, quanto ao valor do prejuízo compensado em 2001, não obstante na apuração do imposto devido ter sido considerado o valor correto. Para 2002, o prejuízo fiscal absorveu todo o imposto devido, não tendo havido lançamento de IRPJ sobre as glosas efetuadas, mas somente redução do prejuízo fiscal do período, conforme demonstrativo relativo aos anos de 2002 e 2003 que apresenta. Observase que o sistema SAPLI não foi alimentado com as alterações decorrentes do Auto de Infração e da Decisão de la instância, no referente ao valor compensado em 2003, permanecendo no sistema o valor compensado pelo contribuinte gerando erro no saldo final a compensar, cujo valor correto é R$23.029.638,17; — em 2004, não houve autuação, tendo restado um saldo de prejuízos a compensar, a partir de 2005, de R$15.322.936,38, conforme demonstrativo que apresenta. Em 2005, consideradas as infrações apuradas no presente procedimento fiscal, procedemos ao lançamento do IRPJ e adicional, tendo restado um saldo a compensar de prejuízos fiscais de R$3.764.003,78. Em 2006, foi apurado crédito de IRPJ e adicional, tendo sido aproveitado todo o saldo anterior de prejuízos, comprovandose que o contribuinte usou prejuízo fiscal inexistente no valor de R$10.918.265,26, em 2006, e R$32.410.086,27, em 2007; — relativamente à CSLL de 2005, consideradas as infrações apuradas, procedemos ao lançamento correspondente, tendo restado um saldo a compensar de base negativa de R$23.277.468,98. Em 2006, foi apurado crédito da CSLL, restando um saldo de base negativa a compensar de R$4.676.217,49. Entretanto, em 2007, o contribuinte compensou o valor de R$31.959.720,57. Logo, restou comprovado que ele aproveitou base negativa de CSLL inexistente, no valor de R$27.283.503,09. — relativamente às exclusões do PIS e da COFINS, nos valores respectivos de R$370.698,60 e R$30.891,56, em 2005 e 2006, verificouse que elas resultaram Fl. 942DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 836 8 da adição ocorrida em 2003. Quanto aos lançamentos a débito das contas passivas de "COFINS a recolher" e "PIS a recolher", em 2007, a Recorrente discorre longamente, embora não tenham sido objeto dos lançamentos constantes do presente processo. As fls. 397 a 431, a pessoa jurídica impugnou o feito fiscal, alegando, em resumo, que: • inicialmente, a glosa dos prejuízos fiscais e bases negativas apresentase como medida arbitrária e despropositada, feita com esteio em reflexos decorrentes de lançamento promovido no passado, nos períodosbase de 2000 a 2003. A autuação ora em pauta tomou por base suposta "compensação indevida de prejuízos fiscais em 2006 e 2007, tendo em vista a reversão dos prejuízos após o lançamento das infrações constatadas nos períodosbase de 2005 e 2006, através deste Auto de Infração, e saldos insuficientes de prejuízos fiscais, em decorrência de repercussão do PAF n° 10510.003122/200574, relativo a Auto de Infração lavrado por glosa de despesas nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003"; • o entendimento propalado pela Agente Fiscal é minimamente inverossímil, na medida em que se pauta em lançamento sequer definitivamente constituído. Em breves palavras: a glosa de milhões de reais objeto da autuação presente decorre de potencial futuro reflexo de autuação ocorrida anos antes, a qual, todavia, não goza de definitividade quanto ao lançamento promovido. Naqueles autos, foi apresentada peça impugnatória, sendo que a Delegacia de Julgamento em Salvador reformou parcialmente o Auto de Infração, restando mantida grande parte da glosa fiscal tida como correta. Irresignada a Recorrente interpôs recurso voluntário, em março de 2007 ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais — CARF, onde os autos permanecem aguardando o julgamento revisional; • para fins de comprovação, a Recorrente colaciona os seguintes documentos: (i) cópia da impugnação à época apresentada (doc. 03); (ii) copia da decisão proferida pela DRJ/SDR (doc. 04); (iii) cópia do recurso voluntário interposto (doc. 05); e (iv) folhas de espelho do COMPROT e da página de andamento do PAF referido obtida no sitio do CARF (doc. 06); • ressaltese que discrepâncias entre os contribuintes e o fisco ocorrem diuturnamente e, na maioria das vezes, o lançamento culmina por ocorrer. Uma vez lançado, interrompese o prazo decadencial, o que não se confunde com eventual convolação do lançamento precário em definitivo, fato esse que somente ocorrerá na hipótese de o contribuinte não contestálo formalmente ou, caso o faça, quando da futura constatação da irrecorribilidade de decisão final administrativa, no sentido da manutenção do lançamento. A situação ora enfrentada consiste em mera expectativa fazendária de definitiva constituição do possível crédito tributário. Em outras palavras, são inexistentes os fundamentos avocados pela Fiscalização para a lavratura do presente Auto de Infração, razão pela qual não merece ser mantida a glosa de prejuízos fiscais e bases negativas; • por outro lado, uma vez que se entenda como definitivo aludido pretérito lançamento, o que somente se admite ad argumentandum tantum, o lançamento teria sido levado a efeito apenas para prevenir potencial decadência do futuro, incerto e potencial crédito tributário decorrente. A exigibilidade do lançamento promovido no passado, em análise nos autos do PAF n° 10510.003122/200574, encontrase inequivocamente suspensa, por força da pendência de discussão judicial, nos termos do art. 151, inciso III, do Código Tributário Nacional. Assim, o presente lançamento somente poderá vir a tornarse definitivo se aquele outro lançamento também assim se tornar. Portanto, em hipótese alguma se pode interpretar que a Recorrente, com Fl. 943DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 837 9 relação ao crédito tributário ora cobrado, encontrase em mora, pelo simples fato de que o mesmo sequer existe. Em não havendo mora, não pode haver, por evidente, imposição de multa qualquer ou cobrança de juros; • no caso dos presentes autos, a lavratura se deu nos seguintes fundamentos lógicos: "se" a obrigação relacionada as competências de 2000 a 2003 se confirmar no PAF n° 10510.003122/200574, a obrigação tributária, tal como pretendida, "poderá" se confirmar nos presentes autos. Ora, aludida linha de raciocínio é minimamente ilógica e mesmo arbitrária, eis que claramente ilegal. Em suma: se não há obrigação consolidada, não se pode falar em mora da Recorrente, logo, não se pode exigirlhe multa nesses moldes e nem mesmo juros moratórios/compensatórios, pois a Recorrente não tem qualquer obrigação de recolher a exação até o presente momento nos moldes pretendidos pela Fiscalização. Destaca ainda a Recorrente que a autoridade fazenddria aplicou a multa de oficio de 75%, não cogitando aplicar ao caso a multa moratória, o que evidencia, em razão de todo o quanto exposto, o flagrante atropelo e vilipêndio dos mínimos direitos legais e constitucionais da Recorrente. • na remotíssima hipótese de não acolhimento de nenhum dos antecedentes pedidos, requer seja admitida a convolação da multa punitiva de oficio (art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/96) em multa moratória (art. 61, caput e §§, da referida Lei). Nessa hipótese, terseia como admitida a ocorrência do fato gerador e nascida a consequente obrigação tributária, em razão do entendimento pela definitividade do lançamento promovido nos autos do PAF n° 10510.003122/200574, o que não se espera em razão do sustentado linhas acima, mas igualmente admitida a condição suspensiva do crédito tributário, em razão da pendência de finalização daquela demanda; • em relação à alegada falta de adição ao lucro real da receita oriunda da Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE), como restará a seguir demonstrado, a Recorrente ofereceu corretamente a referida receita nas bases imponiveis do IRPJ e da CSLL nos respectivos anoscalendário. A recuperação das perdas financeiras advindas da redução do consumo de energia elétrica e do aumento de custos não gerenciáveis (Parcela "A"), causados pelo racionamento imposto pelo Governo Federal, através do Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica, foi efetuada mediante o recebimento, por parte das concessionárias distribuidoras de energia, da chamada RTE, criada pela MP n° 14, de 21/12/2001, e teve seu valor homologado pelo Governo Federal (através da ANEEL) para cada uma das distribuidoras de energia elétrica prejudicadas pelo racionamento; • as distribuidoras foram autorizadas a cobrar mensalmente a RTE dos consumidores, durante um prazo definido pela ANEEL para cada distribuidora. A cobrança somente pôde vigorar pelo período necessário à compensação do montante homologado a este titulo pela ANEEL. De acordo com as normas da ANEEL, as distribuidoras foram obrigadas a contabilizar, no exercício de 2001, o valor total homologado a titulo de RTE, ou seja, antes mesmo da RTE ser efetivamente cobrada dos consumidores, prevendo ainda o cômputo de juros sobre os valores contabilizados, em contrapartida de um ativo a receber (circulante e de longo prazo). Através da Resolução n° 36/2003, a ANEEL determinou que parte dos valores recebidos dos consumidores a titulo de RTE fosse repassada As Geradoras, em razão das perdas ocorridas na compra de energia livre decorrentes da redução da geração de energia elétrica; • por outro lado, à época dos fatos narrados, a atual Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), por meio da Solução de Consulta n° 142, de 09/10/2002, se Fl. 944DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 838 10 manifestou no sentido de que as receitas de RTE contabilizadas pelas distribuidoras deveriam ser tributadas no momento do efetivo consumo da energia fornecida. Desse modo, o valor da receita da RTE foi objeto de exclusão na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, no ano de 2001, e foi controlado na parte "B" do LALUR, sendo adicionado, paulatinamente, de acordo com os valores faturados aos clientes mensalmente, nos anos subsequentes, até o prazo final da sua cobr ança. Assim, a Recorrente adotou o procedimento, a partir de 2002, de tributar a receita auferida a titulo de RTE, A. medida que faturada, ou seja, que efetivamente repassada aos clientes, nos termos definidos pela ANEEL e pela própria RFB; • a Autuante considerou como parcela de adição ao lucro real e A base de cálculo da CSLL o valor da receita da RTE constante da rubrica contábil 611.05.1.1.01.0100 "Amortização do Ativo Regulatório", cujo montante, em 2005, foi de R$20.116.439,28 e, em 2006, de R$16.257.662,94, não atentando para o fato de que grande parte dessa receita era composta por parcelas relativas a juros financeiros, bem como de parcelas de energia livre a serem repassadas As empresas geradoras de energia elétrica, conforme já mencionado acima, devendo ser ajustada de maneira a refletir o valor efetivo a compor as bases imponíveis do IRPJ e da CSLL, mesmo porque a Recorrente somente pode oferecer à tributação a sua própria receita, até o montante antes contabilizado e excluído de tributação, porque na ocasião do registro contábil a receita não estava ganha, de modo que não havia lucro; • outrossim, a parcela da receita da RTE correspondente às geradoras de energia elétrica eram repassadas com a correlata dedução, de acordo com o art. 3, parágrafo único, da Resolução ANEEL n° 36/2003, das contribuições (PIS e COFINS) incidentes sobre os valores faturados aos consumidores. Tais contribuições também devem ser consideradas para fins de composição da parcela da RTE a ser adicionada As bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, eis que não configuram receitas da Recorrente. Para melhor compreensão, apresenta demonstrativos dos valores que foram adicionados ao lucro real e A base de cálculo da CSLL, em 2005, no valor de R$12.683.366,35, e em 2006, no valor de R$9.787.700,06; • de certo, a Autuante não considerou que a receita da RTE, constante da rubrica 611.05.1.1.01.0100 "Amortização do Ativo Regulatório" encontravase sem os efeitos financeiros e sem os valores que seriam repassados As empresa geradoras, por força de determinação da ANEEL. Pelo contrário, a Fiscalização se vale de trecho solto e descontextualizado de Nota Técnica n° 392/2007SFF/ANEEL (transcreve), que, em momento algum contradiz o que a Recorrente sustenta, não conduzindo à conclusão de que as receitas a serem reconhecidas para fins de apuração devem ser inclusive aquelas que não lhe pertencem, pelo evidente fato de que meramente transitaram em sua contabilidade, haja vista o repasse ser feito As Geradoras, conforme determina a legislação. Nesse sentido, reproduz ementa da Solução de Consulta n° 103, de 13/04/2007, como também de trecho de acórdão do CARF; • por outro lado, o Código Tributário Nacional estabelece todos os requisitos para aplicação do Imposto sobre a Renda, especialmente, sujeito passivo, base de cálculo e fato gerador, este definido no seu art. 43 (transcreve). Inexistindo o fato gerador, a sua mera presunção não presta para ensejar o nascimento da obrigação tributária ao recolhimento da exação em questão. Em linhas gerais, podese dizer que o lucro tributável vem a ser o acréscimo patrimonial, que deve ser a base de cálculo do IRPJ, bem assim a CSLL. Desta forma, se os valores outros que não aqueles que efetivamente pertencentes A Recorrente e que, portanto, tenham o Fl. 945DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 839 11 condão de potencialmente gerar acréscimo patrimonial, vierem a ser computados nas bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, claramente estarseá apurando resultados irreais e distorcidos; • com base na orientação contida no art. 2° da Resolução ANEEL n° 36/2003 (transcreve), a Recorrente ofereceu A tributação a integralidade das receitas da RTE que lhe pertenciam, mas extraiu a parcela recebida ao mesmo titulo que representava receitas pertencentes a terceiros e que somente transitar= pelo caixa da Recorrente, sem gerar reflexos em seus resultados contábil e fiscal. Em que pese a clareza do que foi demonstrado, com base em orientações do órgão regulador e da própria Receita Federal, as conclusões da autuação se deram em sentido diverso e não podem prevalecer. Portanto, os efeitos líquidos da RTE, relativamente aos anos calendário de 2005 e 2006, nos valores de R$12.683.366,35 e R$9.787.700,06, respectivamente, correspondem aos montantes que deveriam, como de fato o foram, adicionados As bases de cálculo do IRPJ e CSLL nesses períodos; • cumpre informar que, com relação aos efeitos líquidos da RTE adicionados às bases imponiveis do IRPJ e da CSLL, nos anoscalendário de 2005 e 2006, parte dos valores constituídos foram recolhidos com os benefícios da Lei n° 11.941 (REFIS IV), de 27/05/2009, que possibilitou o parcelamento ou pagamento A vista dos débitos administrados pela RFB ou dos débitos para com a PGFN, vencidos até 30/11/2008, constituídos ou não. Os valores apurados a titulo de IRPJ e CSLL, nos anos de 2005 e 2006 foram recolhidos, com as vantagens do REFIS IV, conforme demonstrativo ora apensado A peça impugnatória, através de utilização do IR/Fonte e de pagamentos realizados por meio de DARF (doc. 09); • os valores pagos aos administradores a titulo de "Gratificação", em 2005 e 2006, de R$1.097.282,39 e R$1.236.562,52, respectivamente, foram devidamente adicionados ao lucro real e, por conseguinte, o tributo foi pago mediante utilização do IR/Fonte e de pagamentos com DARF, incluindo os decorrentes do beneficio do REFIS IV; • A vista do exposto, requer a Recorrente: (i) com relação ao item I do Auto de Infração (glosa de prejuízos fiscais e bases negativas): (i.a) que seja reconhecida a insubsistência do lançamento, dado que pautado em meras expectativas de futuro e incerto reconhecimento da definitividade de lançamento outro promovido nos autos do PAF n° 10510.003122/200574; (i.b) caso não acolhido o anterior, que sejam excluídos os valores lançados a titulo de juros de mora e multa de oficio (não sendo a mesma convolada em moratória), dada a inexistência, até o momento, do nascimento da obrigação tributária e, portanto, da condição de inadimplência da Recorrente, quanto aos pretensos créditos ora cobrados; (i.c) como terceira hipótese, vencidos os pedidos anteriores, que seja reconhecida a impossibilidade de cobrança de multas quaisquer, moratórias ou de oficio, mantendose tãosomente o cômputo dos juros legais; (i.d) ou, como última alternativa, que seja convolada a multa de oficio aplicada (75%), dado o entendimento pela condição suspensiva do crédito tributário consubstanciado nos autos do PAF n° 10510.003122/200574; Fl. 946DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 840 12 (ii) com relação ao item 2 do Auto de Infração (não oferecimento à tributação da integralidade do valor das receitas decorrentes da RTE), que seja totalmente reformado o Auto de Infração, vez que o não oferecimento A tributação da integralidade das receitas oriundas da RTE, tal como pretendido pela Fiscalização, teve por base o fato de que o montante total recebido a tal titulo contemplava receitas pertencentes a terceiros (Geradoras), e que, portanto, somente transitaram pelo caixa da Recorrente, sem gerar acréscimo patrimonial e/ou lucro; • por fim, requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive com a juntada posterior de novos documentos, bem como, caso assim seja entendido por V. S', seja convertido o julgamento em diligência, de maneira que sejam aferidos os pagamentos dos valores tratados quando da argumentação sobre a utilização dos benefícios do REFIS IV. Juntamente com a impugnação, a Interessada trouxe aos autos diversos documentos (doc. 01 a doc. 10), anexados Ls fls. 432 a 597. Ressaltese que o presente processo é composto de 4 (quatro) volumes. 0 volume 1 encontrase numerado da folha 01 à 205; o volume 2 da 206 A 395; o volume 3 da 396 à 598; e o volume 4 da 599 à 727.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 15 25.010 (fls. 728737) de 06/10/2010, por unanimidade de votos, considerou procedente em parte o lançamento. A decisão foi assim ementada. “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PEDIDO DE DILIGÊNCIA. Deve ser negada a solicitação de diligência considerada desnecessária à solução do litígio. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007 EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). A receita gerada pela aplicação da sobretarifa decorrente da RTE deverá compor a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda referente aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre o qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo o imposto apurado de acordo com a lei vigente em cada um desses períodos. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). ATIVO E PASSIVO REGULATÓRIOS. ADIÇÕES E EXCLUSÕES NO CÔMPUTO DO LUCRO REAL. O montante integral das receitas estimadas provenientes de um consumo futuro de energia elétrica, homologado pela ANEEL e contabilmente reconhecido, em contrapartida à formação de um Ativo Regulatório, deve ser excluído na apuração do lucro real do mesmo exercício, vindo a ser adicionado, nos períodosbase subsequentes, proporcionalmente ao seu efetivo consumo, enquanto a parcela dessas receitas correspondente à chamada Fl. 947DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 841 13 Energia Livre, pertencente às empresas geradoras de energia, que gerou um custo para as distribuidoras, apropriado contabilmente, em contrapartida a um Passivo Regulatório, deve ser adicionada na apuração do lucro real, vindo a ser excluída, nos períodosbase em que ocorrer o efetivo consumo da energia sobretaxada, ocasião em que haverá seu repasse As empresas geradoras. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA ELÉTRICA. RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). A receita gerada pela aplicação da sobretarifa decorrente da RTE deverá compor a apuração da base de cálculo da contribuição social referente aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre o qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo a contribuição apurada de acordo com a lei vigente em cada um desses períodos. RECOMPOSIÇÃO TARIFARIA EXTRAORDINÁRIA (RTE). ATIVO E PASSIVO REGULATORIOS. ADIÇÕES E EXCLUSÕES NO CÔMPUTO DO LUCRO REAL. O montante integral das receitas estimadas provenientes de um consumo futuro de energia elétrica, homologado pela ANEEL e contabilmente reconhecido, em contrapartida à formação de um Ativo Regulatório, deve ser excluído na apuração da base de cálculo da contribuição social do mesmo exercício, vindo a ser adicionado, nos períodos base subsequentes, proporcionalmente ao seu efetivo consumo, enquanto a parcela dessas receitas correspondente à chamada Energia Livre, pertencente às empresas geradoras de energia, que gerou um custo para as distribuidoras, apropriado contabilmente, em contrapartida a um Passivo Regulatório, deve ser adicionada na apuração da base de cálculo da contribuição social, vindo a ser excluída, nos períodosbase em que ocorrer o efetivo consumo da energia sobretaxada, ocasião em que haverá seu repasse às empresas geradoras. MULTAS DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A exigência da multa de oficio, no percentual de 75%, obedece estritamente aos preceitos legais, não cabendo sua convolação em multa moratória. JUROS DE MORA. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios está legalmente amparada, não se cogitando da dispensa dos juros.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 18/01/2011 (A.R. de fl. 742) a interessada interpôs recurso voluntário em 16/02/2011 (fls. 743776) onde repisa os argumentos apresentados em sua Impugnação, culminando com o pedido a seguir transcrito. Fl. 948DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 842 14 Fl. 949DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 843 15 A Delegacia de Julgamento recorreu de ofício tendo em vista a parte do crédito tributário exonerada ter excedido o limite de alçada previsto na legislação. É o relatório. Fl. 950DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 844 16 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Os recursos voluntário e de ofício reúnem os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Deles, portanto, tomo conhecimento. A autuação decorreu da falta de adição ao lucro liquido, na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social dos anoscalendário de 2005 e 2006, de parcela das receitas arrecadadas dos consumidores de energia elétrica, oriunda da aplicação da chamada Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE) — consoante item 2 dos Autos de Infração —, bem como da glosa da compensação de prejuízos, efetuada nos anos de 2006 e 2007, e da compensação de bases de cálculo negativas da CSLL, efetuada em 2007, em função da alteração nos saldos acumulados (de prejuízos fiscais e bases negativas) tanto pelas infrações apontadas nos presentes Autos de Infração, como também por lançamentos de oficio anteriores (IRPJ e CSLL), objeto do processo administrativo fiscal (PAF) n° 10510.003122/200574, conforme item 1 dos Autos de Infração. Na Decisão recorrida foi exonerada a infração correspondente ao item 2, ano calendário de 2006. Passase à análise dos recursos separadamente. Do Recurso Voluntário 1. Falta de adição ao lucro liquido da parcela das receitas arrecadadas dos consumidores de energia elétrica, oriunda da aplicação da chamada Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE) — item 2 dos Autos de Infração 1.1 Anocalendário de 2005 A Recorrente alega, em relação a falta de adição ao lucro real e à base de cálculo da CSLL (item 2), que o valor das receitas auferidas em 2005 e 2006, decorrentes da RTE, antes de ser adicionado, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, sofreu alguns ajustes, em especial resultantes da exclusão das parcelas das receitas que não lhe pertenciam e foram repassadas as empresas geradoras de energia elétrica. Passase a historiar sobre a origem das receitas correspondentes à aplicação do mecanismo da RTE e seus efeitos fiscais. Sirvome, nesse sentido e com a devida vênia, de excerto extraído do aresto recorrido. A Medida Provisória n° 2.1985, de 24/08/2001, instituiu o Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica (PERCEE), cujo objetivo era compatibilizar demanda e oferta de energia elétrica, de forma a evitar interrupções do suprimento de energia. A mesma MP criou e instalou também a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), com a finalidade de propor e implementar medidas de natureza emergencial para enfrentamento da crise de energia elétrica. Fl. 951DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 845 17 Nesse sentido, foi editada a Medida Provisória n° 14, de 21/12/2001, que criou a RTE, implementada por meio da aplicação de determinados índices percentuais sobre as tarifas de fornecimento de energia elétrica. A RTE alcançou somente as áreas sujeitas ao PERCEE, submeteuse a homologação por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e vigorou somente pelo prazo necessário à compensação do montante homologado pela ANEEL para cada empresa distribuidora de energia elétrica. A Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE) é composta das seguintes parcelas: a) Perda de Receita — determinada a partir da comparação da receita de venda de energia elétrica efetivamente verificada no período de racionamento e a receita projetada para o mesmo período, desconsiderando o PERCEE. Esse ativo é amortizado por meio da receita oriunda do acréscimo decorrente do reajuste tarifário extraordinário e deduzido da parcela de Energia Livre repassada as Geradoras e atualizado com base em orientações ANEEL; b) Energia Livre — corresponde à energia produzida e disponibilizada ao mercado consumidor pelos produtores independentes durante o período do racionamento. As concessionárias de distribuição arrecadam os recursos cobrados do consumidor por meio do acréscimo tarifário e os repassam as Geradoras, resultando na constituição de um ativo e de um passivo. Além da RTE, existe a "Parcela A", correspondente à variação dos custos não gerenciáveis dos contratos de concessão ocorrida entre 01/01/2001 e 25/10/2001. Esses valores são atualizados com base na Taxa Selic. A "Parcela A" somente começará a ser amortizada após o encerramento do prazo preestabelecido ou da amortização total dos itens de Perda de Receita e Energia Livre homologados para cada concessionária. A Resolução ANEEL n° 72, de 07/02/2002, estabeleceu os procedimentos para a contabilização dos efeitos decorrentes da MP n° 14/2001, exigindo o reconhecimento contábil, em 31/12/2001, das receitas oriundas da RTE, Energia Livre e "Parcela A", em contrapartida de conta do ativo, gerando um Ativo Regulatório a ser amortizado futuramente, nos períodos em que ocorrerem o efetivo consumo da energia sobre a qual incidiu a sobretarifa. Nesse sentido, o Parecer COSIT n° 26, de setembro de 2006, tratando dos efeitos tributários decorrentes da referida Medida Provisória, concluiu que: "a receita gerada pela aplicação da sobretarifa, de que trata o §1º do art. 42 da Medida Provisória nº 14/2001, deverá compor a apuração das bases de cálculo do imposto sobre a renda, da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS, referentes aos períodos em que ocorrer o efetivo consumo de energia sobre o qual incidiu a cobrança da sobretarifa, à medida e na proporção de sua efetivação, sendo os tributos apurados de acordo com a lei vigente em cada um desses períodos, por força do art. 144 do Código Tributário Nacional." No caso concreto constatase que o lucro real e a base de cálculo da CSLL relativos aos anoscalendário de 2005 e 2006 foram recompostos, ex vi o Relatório Fiscal de fls. 15 a 20 e demonstrativo de fl. 21, sendo consideradas pela Autuante algumas alterações (adições e exclusões) procedidas em conformidade com a DIPJ/2006 (AC 2005) retificadora, entregue em 21/05/2009, com a DIPJ/2007 (AC 2006), também retificadora, apresentada em 16/12/2008, e com o LALUR. Dentre as alterações citadas registrese aquelas referentes à "Realização do Ativo e do Passivo Regulatório", "Diferenças de PIS e COFINS" e "Gratificações a Fl. 952DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 846 18 Administradores". Essas últimas, relativas a adições efetuadas em 2005 e 2006, nos valores respectivos de R$1.097.282,39 e R$1.236.562,52, embora constantes das DIPJ/2006 e DIPJ/2007 (retificadoras) e reconhecidas como indedutíveis pela própria Recorrente, não foram consideradas no demonstrativo fiscal, fato este que, inclusive, beneficiou a Interessada. Ressaltese ainda que foram desprezadas, por falta de espontaneidade, as alterações contidas em diversas DIPJ retificadoras correspondentes aos mesmos exercícios, visto que estas foram apresentadas depois de iniciado o procedimento de oficio. Igualmente, os LALUR referentes aos anoscalendário de 2005 e 2006 foram retificados após a ciência do Termo de Início do Procedimento Fiscal. Então, do cotejo entre os montantes do lucro real e da base de cálculo da CSLL recompostos pelo Fisco e aqueles registrados nas DIPJ, foram apuradas diferenças tributáveis nos valores de R$8.014.963,05 e R$16.257.662,94, respectivamente, em 2005 e 2006. Destaquese que para tais períodos (2005 e 2006) não existem débitos de IRPJ e CSLL declarados em DCTF. Desse modo, observase que o procedimento correto seria o lançamento de todo o IRPJ e CSLL apurados pela Fiscalização e não, apenas, das diferenças entre os valores apurados e aqueles constantes das respectivas DIPJ, uma vez que estas têm natureza meramente informativa, não se constituindo em confissão de dívida instrumento hábil e capaz de respaldar a cobrança, normal ou executiva, dos débitos. Portanto, a despeito de que a tributação tenha ocorrido – tal como descrito no item 2 dos Autos de Infração — em função da falta de adição, no cômputo do lucro real e da base de cálculo da CSLL dos anos de 2005 e 2006, das receitas auferidas em decorrência da aplicação das alíquotas majoradas pela sistemática da RTE, cujo montante contabilizado em 31/12/2001 como um Ativo Regulatório a ser amortizado em exercícios subsequentes, era de R$50.818.125,74, alcançando, com a incorporação da remuneração financeira, o valor total de R$51.414.392,91, corretamente excluído de tributação naquele período, com base no entendimento emanado do Parecer Cosit n° 26, de 26/09/2002, em verdade, os valores efetivamente tributados nesse tópico decorreram também dos demais ajustes procedidos nas bases imponíveis do IRPJ e da.CSLL, sendo, porém, aquele concernente ao reconhecimento fiscal das receitas oriundas da RTE, o mais significativo deles. A Recorrente afirma que não ofereceu à tributação o montante integral das receitas originárias da RTE, como pretende exigir a Fiscalização, porque no total recebido dos consumidores estavam incluídas receitas que seriam repassadas às Geradoras e que, portanto, não lhe pertenciam. A propósito, os valores efetivamente arrecadados dos consumidores nos anos de 2005 e 2006, auferidos com base nos faturamentos decorrentes da RTE (Perda de Receita e Energia Livre), importaram, respectivamente, em R$20.116.439,28 e R$16.257.662,94, e foram contabilizados a débito da conta de receita n° 611.03.3.1.0.1, em contrapartida a conta de ativo representativa do direito da Autuada ao recebimento das receitas oriundas da RTE, no momento de seu efetivo fornecimento e consumo. Esse lançamento teve a finalidade de amortizar o Ativo Regulatório formado no ano de 2001, conforme montantes homologados pela ANEEL. Por outro lado, os valores relativos à chamada Energia Livre, adquirida no mercado livre de energia, integrantes da RTE e também homologados pela ANEEL, correspondem à parcela a ser repassada às empresas geradoras de energia. Tais valores Fl. 953DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 847 19 constituíram, também, em 2001, um Passivo Regulatório a ser realizado quando do efetivo fornecimento da energia faturada com a sobretarifa instituída pelo mecanismo da RTE. Assim, da mesma forma que foi reconhecido, no próprio ano de 2001, por força de legislação especifica, o montante integral das receitas estimadas, provenientes de um consumo futuro de energia elétrica, correspondentes ao Ativo Regulatório, sendo, contudo, excluído, no mesmo período, na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, no valor de R$51.414.392,91, visto que ainda não surgida a obrigação tributária, também os custos representados pelos valores da Energia Livre pertencentes às Geradoras, responsáveis pela formação do Passivo Regulatório, foram integralmente apropriados em 2001, além de adicionados às bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, no valor de R$15.250.538,78, a fim de neutralizar seus efeitos tributários. Destarte, ao reconstituir o lucro real e a base de cálculo da CSLL concernentes ao anocalendário de 2005, para efeito de confrontálos com as mesmas bases tributáveis apuradas na respectiva DIPJ (retificadora apresentada em 21/05/2009), consoante o demonstrativo fiscal de fl. 21, a agente fiscal promoveu a adição do montante de R$20.116.439,28 — a titulo de Realização do Ativo Regulatório —, relativo à aplicação da RTE sobre as receitas oriundas do efetivo consumo de energia faturado no período, sendo que a Recorrente adicionou apenas o valor de R$3.675.769,49 e, posteriormente (após iniciado o procedimento fiscal), retificou seu LALUR, tendo então adicionado o valor total de R$12.211.816,46. Acrescentese que, embora a Recorrente não tenha, na DIPJ retificadora, realizado a exclusão referente à parcela da Energia Livre (pertencente às Geradoras), constante do montante das receitas faturadas em 2005, ainda que o tenha feito no LALUR retificado, a Autuante considerou, na recomposição das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, a exclusão do valor de R$8.536.046,97, a titulo de Realização do Passivo Regulatório, tendo em vista que se reporta à adição efetuada no ano de 2001. Cabe ressaltar, ainda, que a própria Recorrente admite, na peça impugnatória, que o valor a ser efetivamente "adicionado" às bases imponíveis do IRPJ e da CSLL deveria ser de R$12.683.366,35, considerando como tal a diferença positiva entre os valores da adição e da exclusão que reputa corretos. Comparando essa quantia com o valor apurado pela Fiscalização, de R$11.580.392,31 (R$20.116.439,28 — R$8.536.046,97), apenas no que se refere às baixas no Ativo e no Passivo Regulatório, ou seja, sem computar os demais ajustes efetuados no lucro real e na base de cálculo da CSLL, observase que o montante sugerido pela Recorrente foi até maior do que aquele calculado pelo Fisco. Portanto, quanto ao anocalendário de 2005, não assiste razão à Recorrente quando alega que a tributação efetuada sobre as receitas decorrentes da RTE incidiu, inclusive, sobre a parcela repassada às empresas geradoras de energia elétrica, restando, assim, mantida a tributação do IRPJ e da CSLL sobre a quantia de R$8.014.963,06, tal como exigida no item 2 de cada Auto de Infração. 1.2 Anocalendário de 2006 Quanto à infração relativa ao anocalendário de 2006, ainda com respeito ao item 2 da autuação, a Decisão recorrida tratou de exonerála. Sua apreciação, neste Voto, se dá por ocasião da análise do recurso de ofício ao final. Fl. 954DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 848 20 2. Glosa da compensação de prejuízos (anos de 2006 e 2007) e da compensação de bases de cálculo negativas da CSLL (2007), em função da alteração nos saldos acumulados (de prejuízos fiscais e bases negativas) – item 1 dos Autos de Infração. No item 1 do Auto de Infração de IRPJ, glosouse a compensação indevida de prejuízos fiscais, em 2006 e 2007, tendo em vista a alteração do valor do prejuízo compensado em 2005 e 2006, em face da infração apontada no item 2 do Auto, como também a insuficiência de prejuízos fiscais acumulados, em decorrência da sua redução promovida em lançamento anterior, constante do PAF n° 10510.003122/200574, relativo aos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003, parcialmente reformado por decisão da Delegacia de Julgamento. Mesma sorte em relação ao item 1 do Auto de Infração da CSLL, em que foi glosada a compensação a maior da base de cálculo negativa da CSLL do ano de 2007. A Recorrente alega que o lançamento em análise dependeria do reconhecimento da definitividade do lançamento anterior (objeto do PAF n° 10510.003122/200574) e que aquele ainda estaria pendente de apreciação por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), haja vista ter apresentado recurso contra a decisão da DRJ/Salvador. Impende aduzir, quanto a esse ponto, que o recurso apresentado pela Interessada contra a decisão de primeira instância proferida nos autos do PAF n° 10510.003122/200574, com cópia às fls. 524 a 547, teve o condão de, tãosomente, suspender a exigibilidade do correspondente crédito tributário, na forma preconizada no artigo 151, inciso III, do Código Tributário Nacional (CTN). No entanto, ao contrário da alegação da Recorrente, nada obstava o Fisco de proceder — como procedeu — a novos lançamentos de ofício correspondentes aos mesmos tributos e, no caso, relativos a matérias diversas e a outros períodosbase, ainda que o julgamento do aludido recurso possa vir a influenciar no quantum apurado nos presentes lançamentos. A Requerente argumenta também sobre a impossibilidade da exigência de juros moratórios e de multa, sugerindo uma "hipotética situação", segundo a qual "se entendesse o referido lançamento anterior como definitivo", caso em que o presente lançamento teria sido levado a efeito apenas para prevenir a decadência, embora frise que a exigibilidade daquele lançamento esteja inequivocamente suspensa. Prossegue, dizendo que não se pode, quanto ao crédito tributário ora cobrado, interpretar que a Recorrente encontrase em mora, pelo simples fato de que tal crédito sequer existe. Aduz, citando o § 2° do artigo 63 da Lei n° 9.430, de 1996, que não cabe a imposição de multa moratória nos casos em que o tributo se encontra com sua exigibilidade suspensa, quanto mais na situação dos presentes autos, em que não há obrigação consolidada, mas puramente pretendida pela Fiscalização. Observase que a Recorrente confunde alguns conceitos fundamentais. Procura caracterizar, erroneamente, os lançamentos sob análise como meros reflexos daqueles inseridos no PAF de n° 10510.003122/200574 e cita legislação a qual os fatos presentes não se subsumem. Fl. 955DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 849 21 Evidentemente, quando a Contribuinte interpôs, junto a este CARF, recurso voluntário contra o acórdão n° 1511.927, emitido pela DRJ/Salvador, aqueles lançamentos anteriores estão com sua exigibilidade suspensa, e assim deverão permanecer até o momento em que se tornar definitiva a decisão na esfera administrativa. Nesse sentido, é inteiramente despropositado o entendimento de que os juros e a multa não podem ser aplicados, uma vez que os créditos tributários decorrentes dos atuais lançamentos inexistem. Eles não só existem como tiveram sua exigibilidade igualmente suspensa, em virtude, no caso, do recurso ora em análise. Identificada a existência de tributo devido, é inquestionável a obrigatoriedade da exigência dos juros moratórios correspondentes, calculados em conformidade com o artigo 6°, § 2°, da Lei n° 9.430, de 1996. Com relação à multa, que entende de mora, descabe aqui qualquer comentário a respeito, tendo em vista que não houve, no presente caso, cominação de multa dessa espécie. A penalidade aplicada foi aquela decorrente de lançamento de ofício, no percentual de 75%, tal como prevista no artigo 44, inciso I, da Lei n° 9.430, de 1996, com a nova redação dada pelo artigo 14 da Lei n° 11.488, de 15/06/2007, não havendo qualquer reparo a ser feito quanto à sua cominação. E nem seria o caso, também, de se cogitar a hipótese de que os lançamentos tivessem sido realizados, unicamente, como prevenção ao instituto da decadência, como sugeriu a Recorrente, ao destacar o artigo 63 da Lei n° 9.430, de 1996, in verbis: Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da Unido, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de oficio. § 1° O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do inicio de qualquer procedimento de oficio a ele relativo. § 2°A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Como se depreende da leitura do dispositivo legal acima transcrito, não cabe o lançamento da multa de oficio, na constituição do crédito tributário, para fins de prevenir a decadência, quando a exigibilidade do tributo estiver suspensa por força dos incisos IV e V do artigo 151 da Lei n° 5.172 (CTN). A propósito, o artigo 151 do CTN reza: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I moratória; II o depósito do seu montante integral; III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV a concessão de medida liminar em mandado de segurança. Fl. 956DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 850 22 V a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI o parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. No presente litígio, a suspensão da exigibilidade dos tributos envolvidos se deu na forma determinada no inciso III do artigo 151 do CTN — reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo —, e não com base nos incisos IV ou V — que tratam da concessão de medida liminar ou de tutela antecipada —, como previsto no artigo 63, caput, da Lei n° 9.430, de 1996, não aplicável, portanto, ao caso ora apreciado. Já em relação ao § 2° do artigo 63 da Lei n° 9.430, de 1996, bastante destacado pela Recorrente, ele trata, tãosomente, da interrupção da incidência da multa de mora, com a concessão de medida liminar em ação judicial, não guardando relação alguma com a situação presente. Por fim, a Requerente solicita, caso seus pedidos anteriores não tenham sido atendidos, a convolação da multa de oficio em multa de mora. Tal solicitação, obviamente, não pode ser atendida, por absoluta falta de previsão legal. Cabe registrar que o citado PAF n° 10510.003122/200574 trata de lançamentos de oficio (IRPJ e CSLL) referentes aos anoscalendário de 2000, 2001, 2002 e 2003, decorrentes da glosa de despesas financeiras consideradas indedutíveis. A despeito de a decisão em primeira instância, proferida pela DRJ/Salvador (doc. de fls. 226 a 260), ter reduzido a mencionada glosa, quanto aos períodos de 2000, 2001 e 2002 (a glosa de 2003 foi integralmente mantida), os saldos de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL acumulados a serem compensados em exercícios subseqüentes restaram bem diminuídos em relação aos saldos originais apurados e controlados pela Contribuinte, como se pode observar no demonstrativo a seguir, que inclui também os saldos que remanesceram após o ano de 2004, no qual não houve qualquer lançamento de oficio. Fl. 957DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 851 23 Vale acrescentar que a divergência entre o montante do saldo de prejuízos fiscais remanescentes do anocalendário 2004, a compensar nos exercícios subseqüentes, constante no demonstrativo anterior, no valor de R$15.322.936,38, e o registrado no Sistema de Acompanhamento de Prejuízo, Lucro Inflacionário e Base de Cálculo Negativa da CSLL (SAPLI), da RFB (R$15.344.449,47), é proveniente do fato de que na DIPJ/2005, ano calendário de 2004, a Contribuinte, equivocadamente, somou, ao saldo de prejuízos operacionais acumulados, trazido de períodos anteriores (R$23.029.638,17), o valor do saldo de prejuízos nãooperacionais (R$21.513,10), apurado no anocalendário de 2002, vindo a compensar a parcela de R$7.706.701,80 com o lucro real apurado no período (R$25.689.005,98), uma vez que os prejuízos nãooperacionais somente poderiam ser compensados com lucros de igual natureza. Em conseqüência dos fatos narrados acima, e considerando ainda as alterações procedidas nas compensações efetuadas em 2005 e 2006, oriundas do item 2 (já apreciado) dos Auto de Infração em análise, constatouse e glosouse a compensação a maior de prejuízos fiscais, em 2006 e 2007, nos valores de R$10.918.265,26 e R$32.410.086,27, respectivamente, e de bases negativas de CSLL, em 2007, no valor de R$27.283.503,09, consoante os demonstrativos abaixo. Fl. 958DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 852 24 Importa destacar, ainda, que os valores tidos como "originais", registrados no sistema SAPLI da RFB, relativos ao controle da compensação de prejuízos fiscais e de bases de cálculo negativas da CSLL referentes aos anoscalendário de 2005, 2006 e 2007, posteriormente retificados, tanto pela Fiscalização, por ocasião dos lançamentos de oficio, como pela DRJ, em função das alterações decorrentes do acórdão recorrido, estavam incorretos, visto que haviam sido indevidamente atualizados com base nos dados oriundos das várias DIPJ retificadoras apresentadas pela Contribuinte, depois de iniciado o procedimento Fl. 959DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 853 25 fiscal. Tais declarações, embora recepcionadas, não surtiram efeitos práticos, por força de expressa vedação contida na legislação de regência. Assim sendo, convém repisar, foram acatadas as seguintes DIPJ: a de n° 1447511, apresentada em 21/05/2009 (primeira declaração retificadora relativa ao ano calendário de 2005); a de nº 1525042, apresentada em 16/12/2008 (também a primeira retificadora relativa ao anocalendário de 2006); e a de n° 16.27512 (declaração original relativa ao anocalendário de 2007), apresentada em 30/06/2008 (todas as demais retificadoras foram entregues a destempo). Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Do recurso de ofício Quanto à matéria objeto de recurso de ofício, peço vênia para adotar os correspondentes fundamentos da decisão recorrida, haja vista têlos em conta como adequados para a apreciação da matéria. Seguese a transcrição da aludida análise. ... Já em relação ao anocalendário de 2006, a Autuante efetuou a adição do valor de R$16.257.662,94, a titulo de Realização do Ativo Regulatório, não fazendo, porém, qualquer exclusão a titulo de Realização do Passivo Regulatório. Por sua vez, a Recorrente não realizou, nem no LALUR (no original ou no retificado) e nem na respectiva DIPJ (retificadora apresentada em 16/12/2008), qualquer adição ou exclusão correspondente a baixas efetuadas no Ativo e no Passivo Regulatório. Entretanto, ao promover, acertadamente, no períodobase de 2006, a adição do montante faturado com a utilização da sobretarifa, equivalente à Realização do Ativo Regulatório, uma vez que relacionada à exclusão realizada em 2001, a agente fiscal deveria, da mesma forma, ter procedido à exclusão da parcela relativa à Energia Livre, já que, em 2001, foi feita a adição do valor total homologado dessa Energia Livre, que gerou o Passivo Regulatório, cuja realização seria também cabível em 2006. Logo, nesse caso, tal como argumentou a Impugnante, a tributação incidiu sobre a parcela que, embora tenha circulado por conta de resultado da Autuada, foi repassada às Geradoras. Portanto, há que se acatar o pedido da Impugnante, no sentido de que os efeitos fiscais decorrentes da aplicação da RTE, no IRPJ e na CSLL relativos ano calendário de 2006, restrinjamse à tributação da parcela de R$9.787.700,06 (diferença entre a adição e a exclusão), ao invés do valor de R$16.257.662,94, na forma exigida nos Autos de Infração, correspondente, tãosomente, à adição efetuada. Assim, Voto por negar provimento ao recurso de ofício apresentado. CONCLUSÃO Por todo o exposto, Voto no sentido de negar provimento aos recursos voluntário e de ofício. Por oportuno, impende destacar que a Recorrente declara que parte do crédito tributário constituído, referente aos anoscalendário de 2005 e 2006, foi recolhida por meio do Fl. 960DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10510.001892/201040 Acórdão n.º 1402001.198 S1C4T2 Fl. 854 26 parcelamento especial (REFIS IV), instituído pela Lei n° 11.941, de 27/05/2009, conforme docs. 08 e 09 (fls. 569 a 577). Assim, antes da cobrança do crédito tributário mantido no presente julgamento, há, primeiramente, que se confirmar a existência do parcelamento com os débitos aqui analisados, cujos valores, se confirmados, devem ser deduzidos daqueles correspondentes ao somatório dos montantes exigidos no presente lançamento com os apurados nas respectivas DIPJ retificadoras aceitas (de n° 14.47511, para 2005, e n° 15250, para 2006), observandose, ainda, que se restar configurado que parcela do crédito exigido nos atuais lançamentos fora incluída no referido parcelamento, tal inclusão deve incorporar também a respectiva multa de oficio, posto que realizada posteriormente ao início do procedimento fiscal. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 961DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/11/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 15374.000365/99-77
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/12/1994 a 31/12/1994
DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA.
O direito da Fazenda de constituir o crédito tributário extingue-se em cinco (5) anos a contar do primeiro dia seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado.
HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA
A ação da Fazenda consubstanciada em ato administrativo que controverte a atividade do contribuinte de apurar e pagar antecipadamente o crédito tributário, no regime de lançamento por homologação, e que materializa a exigência tributária em foco por meio de auto e infração, elide a ocorrência da homologação tácita quanto a esta.
Numero da decisão: 3803-003.770
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Relator
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os Conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/12/1994 a 31/12/1994 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. O direito da Fazenda de constituir o crédito tributário extingue-se em cinco (5) anos a contar do primeiro dia seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA A ação da Fazenda consubstanciada em ato administrativo que controverte a atividade do contribuinte de apurar e pagar antecipadamente o crédito tributário, no regime de lançamento por homologação, e que materializa a exigência tributária em foco por meio de auto e infração, elide a ocorrência da homologação tácita quanto a esta.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1855; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 830 1 829 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15374.000365/9977 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803003.770 – 3ª Turma Especial Sessão de 29 de novembro de 2012 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO COFINS Recorrente BESOURO VEICULOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/1994 a 31/12/1994 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. O direito da Fazenda de constituir o crédito tributário extinguese em cinco (5) anos a contar do primeiro dia seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA A ação da Fazenda consubstanciada em ato administrativo que controverte a atividade do contribuinte de apurar e pagar antecipadamente o crédito tributário, no regime de lançamento por homologação, e que materializa a exigência tributária em foco por meio de auto e infração, elide a ocorrência da homologação tácita quanto a esta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Relator Participaram, ainda, da sessão de julgamento os Conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 00 03 65 /9 9- 77 Fl. 830DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/11/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ALEXANDRE KERN 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração de Cofins relativa aos períodos de apuração maio a dezembro de 1994, com suspensão de exigibilidade em razão da liminar obtida pela Contribuinte na Medida Cautelar n° 94.00656009, na ação ordinária n° 94.00145322, permitindo a compensação com o Finsocial pago indevidamente. Em Impugnação apresentada, a Autuada defendeuse alegando ter efetuado pagamentos a maior do Finsocial e o direito de compensálos com os débitos objeto do presente lançamento. A DRJ/Rio de Janeiro I, por meio do Despacho DRJ/RJ/SERCO/Nº 124/99, não conheceu da impugnação em virtude da existência de ação judicial com o mesmo objeto, importando em renúncia tácita às instâncias administrativas na defesa do direito alegado. A decisão judicial transitou em julgado em 20 de outubro de 2008. A Delegacia de Administração Tributária do Rio de Janeiro Derat/RJ deu a ela cumprimento, apurou o crédito, efetuou a compensação dos débitos do auto de infração, e do procedimento restou saldo devedor em relação ao débito referente ao mês de dezembro de 1994. A interessada foi cientificada dos cálculos e cobrada do saldo remanescente em 30 de agosto de 2011. Em 26 de setembro de 2011 a Interessada apresentou petição que denominou de manifestação de inconformidade alegando a decadência do débito e a homologação tácita da compensação de acordo com o art. 37 da Instrução Normativa RFB nº 900 de 30/12/2008. Em julgamento da lide a DRJ/Rio de Janeiro I considerou a existência de dois regimes jurídicos distintos de compensação, um, conforme previsto no art. 66 da lei n° 8.383/91, outro, o instituído pela lei n° 9.430/96. Observou, que o caso presente tem a ver com o regime de autocompensação instituído pelo art. 66 da lei n° 8.383/91. Em vista desse entendimento assentou que tal regime não prevê a possibilidade de recorrer de decisão administrativa que não tenha convalidado as compensações efetuadas pela empresa, e, com amparo no art. 229, inciso IV, da Portaria MF nº 587, de 21 de dezembro de 2010, bem assim que a competência das delegacias de julgamento cingese aos casos de manifestação de inconformidade interposta contra decisão que tenha denegado pedido de restituição ou negado homologação a compensação declarada, nesta hipótese no âmbito do regime instituído pelo art. 74 da lei n° 9.430/96. A decisão está ementada na forma como segue: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/05/1994 a 31/12/1994 REGIMES DE COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DISTINÇÃO O regime de autocompensação introduzido no ordenamento jurídico pelo art. 66 da lei n° 8.383/91 não se confunde com o regime da compensação mediante pedido ou declaração instituído pela lei n° 9.430/96. COMPETÊNCIA DAS DELEGACIAS DE JULGAMENTO Fl. 831DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/11/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15374.000365/9977 Acórdão n.º 3803003.770 S3TE03 Fl. 831 3 Em relação à compensação, a competência das delegacias de julgamento se cinge aos casos de manifestação de inconformidade interposta contra decisão que tenha denegado pedido de compensação ou negado homologação a compensação declarada, no âmbito do regime instituído pelo art. 74 da lei n° 9.430/96. Cientificada da decisão, em 15 de junho de 2012, a Interessada apresentou o recurso voluntário de fls. 167 a 174, em 13 de julho de 2012, em que reclama pela decadência do direito de constituição do crédito tributário, dezembro 1994, em vista do art. 174, I, do CTN, bem como sustenta ter havido a homologação tácita da compensação efetuada em procedimentos internos de sua contabilidade, É o relatório. Voto Conselheiro Relator Belchior Melo de Sousa O recurso é tempestivo, e atende a todos os requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Registrese, primeiramente, que o presente processo trata de determinação e exigência de crédito tributário, cuja extinção fora efetuada por meio de compensações operadas internamente, conforme alegado pela Contribuinte, em sua impugnação, autorizada que estava por liminar em ação cautelar. Os argumentos trazidos na impugnação para sustentar o direito à compensação alegada dizem respeito ao surgimento de créditos decorrentes de pagamentos a maior de Finsocial, matéria levada à apreciação do Judiciário. Ressalvada a impropriedade do uso, pela DRJ/Rio de Janeiro I, do ato administrativo despacho para veicular uma decisão, correta a posição que nele foi consignada de não conhecimento, em razão dos argumentos expendidos pela Impugnante servirse dos mesmos fundamentos jurídicos que ancorou sua petição na ação movida no Judiciário. Após a exoneração procedida em decorrência da aplicação da decisão judicial, pela Delegacia de Administração Tributária do Rio de JaneiroDerat/RJ, remanesceu parte do lançamento, esta relativa a dezembro de 1994. Não se pode perder de vista que a irresignação expressada pela Interessada contra o procedimento da Unidade de origem no tocante ao débito remanescente do encontro de contas, é direcionada ao lançamento contido no auto de infração, peça que constituiu e originou este processo. Contra a exigência, a pessoa Jurídica manejou um instrumento de defesa que nomeou impropriamente, também, de manifestação de inconformidade, eis que não se está aqui no bojo de um processo de compensação, de restituição ou de ressarcimento. O deslize na nominação da peça de defesa, irrelevante para o efeito de sua admissão, induziu o Colegiado a quo a examinar a matéria essencial do processo como autocompensação, e, consequentemente, a não conhecer da defesa apresentada. Fl. 832DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/11/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ALEXANDRE KERN 4 Com o devido respeito, não comungo do entendimento abraçado na decisão de piso. Como afirmei retro, o processo é de determinação e exigência de crédito tributário, que, por força da superveniência da decisão judicial favorável à Autora, teve os valores lançados revistos, e da revisão foi dada a ciência à Contribuinte de nova exigência, então pelo valor remanescente das exclusões. Este fato jurídico dá ensejo a não outra contestação senão uma impugnação nos moldes do Processo Administrativo Fiscal, que não se deve chamála, nem tomála, como manifestação de inconformidade. Pelo exposto acima acima, a irresignação da Contribuinte não pode ser vista como uma defesa contra uma mera cobrança, e esta decorrente do procedimento de autocompensação, de sorte a não serem conhecidas as suas razões. Portanto, haveriam de ter sido conhecidas e o seu mérito apreciado, com apoio no mesmo art. 229 da Portaria MF nº 587, de 21 de dezembro de 20101, citada, segundo previsão constante do inciso I. Gizese que a Contribuinte não se indispôs contra a insuficiência dos cálculos efetuados pela Derat/RJ por descumprimento dos termos da decisão judicial do indébito, nem de correção e atualização monetárias incidentes sobre ele, aplicado na compensação dos débitos lançados, hipótese que não abriria o rito do Processo Administrativo Fiscal para a insurgência, mas a via do recurso hierárquico. Assim, vamos ao crivo os argumentos da Recorrente, tendentes a afastar o lançamento, isto é, decadência e homologação tácita. Quanto à decadência, a Recorrente não aplica, no contagem do tempo, a norma que invoca, o art. 174, I, do CTN, e equivocase em não perceber que não há qualquer espaço para este instituto, porquanto, até mesmo aplicandose a regra do art. 150, § 4º, do CTN, o direito de constituir o crédito tributário referente ao período de apuração dezembro de 1994 expirou em 1º de janeiro de 2000. Contudo, nesta ação fiscal o lançamento foi cientificado em 1º de março de 1999, portanto dentro do período de gozo da prerrogativa da Fazenda de lançar Com respeito à homologação tácita, também dela não há que se falar no que tange a esta exigência. A atividade prevista no art. 150, caput, do CTN, atribuída ao contribuinte, de apurar o quanto devido do tributo e de antecipadamente prover o seu pagamento (ou compensação), que caracteriza o regime de lançamento por homologação, foi executada por esta pessoa jurídica por meio de compensações efetuadas em procedimentos internos de sua contabilidade. Tal atividade não esteve 5 (cinco) anos sem a ação da RFB. Ao contrário, antes do encerramento deste prazo, a ação fiscal empreendida teve o exato escopo de controvertêla e culminou no lançamento que aqui se discute, prevenindo a ocorrência da decadência, suspendendo a exigibilidade por força da liminar, condição esta em que o presente débito ainda se encontra, ora pelo efeito das reclamações apresentadas. Portanto, infundados os argumentos da Recorrente para afastar o crédito tributário sob este argumento. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 29 de novembro de 2012 1 Art. 229. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ, com jurisdição nacional, compete conhecer e julgar em primeira instância, após instaurado o litígio, especificamente, impugnações e manifestações de inconformidade em processos administrativos fiscais: I de determinação e exigência de créditos tributários, inclusive devidos a outras entidades e fundos, e de penalidades; Fl. 833DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/11/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15374.000365/9977 Acórdão n.º 3803003.770 S3TE03 Fl. 832 5 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 834DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/11/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/11/2012 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 16327.904330/2008-99
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Data do Fato Gerador: 13/11/2002
COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DILIGÊNCIA. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O INDÉBITO. HOMOLOGAÇÃO DO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO.
Sendo apresentado em diligência, os documentos que impediram a homologação do pedido de compensação. Fica comprovada o recolhimento a maior do IOF.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.593
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DILIGÊNCIA. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O INDÉBITO. HOMOLOGAÇÃO DO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. Sendo apresentado em diligência, os documentos que impediram a homologação do pedido de compensação. Fica comprovada o recolhimento a maior do IOF. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 43 30 /2 00 8- 99 Fl. 869DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de compensação de créditos de pagamento a maior do Imposto Sobre Operações Financeiras – IOF. Em auditoria eletrônica, o pedido de compensação não foi homologado em razão dos créditos informados estarem integralmente alocados a débitos da Recorrente, conforme declarado em DCTF, não restando créditos a serem utilizados. Inconformada, a Recorrente impugnou o despacho, alegando que os créditos teriam origem em valores recolhidos indevidamente do IOF. Para justificar os recolhimentos a maior, a empresa apresentou os seguintes esclarecimentos: “A Requerente, Instituição Financeira, efetuou operações de crédito (empréstimo) com diversos clientes (pessoas jurídicas). Para tais operações, o art. 7°, I, "b", 1. do Decreto n°4.494/02 previu a incidência do IOF: "Art. 7° A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do I0F são (Lei n° 8.894, de 1994, art. 1°, parágrafo único, e Lei n° 5.172, de 1966, art. 64, inciso I): I na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: (...) b) quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia;” 0 mesmo Decreto, no art. 7°, § 1º, limitou a incidência do IOF sobre as operações de crédito financiamento ao "valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias" (365 dias x 0,0041%). Tal limitação ocorre, inclusive, quando há prorrogação da operação de crédito. É o que diz o § 7° do art. 7° do Decreto n° 4.494/02: § 7° Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de divida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que lido haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar a anteriormente feita, aplicandose a alíquota em vigor à época da operação inicial. Fl. 870DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16327.904330/200899 Acórdão n.º 3102001.593 S3C1T2 Fl. 3 3 Conclusão: nas operações de credito (empréstimos) efetuadas pela Requerente com seus clientes, o IOF devido é aquele relativo ao valor objeto do empréstimo a alíquota diária de 0,0041% (limitada a 365 dias).” Detalhado o funcionamento dos contratos de mútuo a empresa alega que o recolhimento a maior, ocorreu sobre operações de crédito com determinadas empresas, quando, por erro de sistema, considerou novamente o IOF em cada prorrogação do prazo da operação, dessa forma não limitou o cálculo do IOF à alíquota máxima de 0,0041% x 365 dias. Informa ainda na impugnação, que por ser mera responsável pela retenção do IOF, apurou os pagamentos efetuados a maior e providenciou a devolução dos valores indevidamente retidos aos clientes, acrescidos de juros e correção monetária. Demonstrado dessa forma que a empresa assumiu o encargo financeiro, resta comprovado o direito a restituição do IOF. Ao apreciar a impugnação a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, analisou todas as alegações constantes da impugnação e toda a documentação apresentada, concluindo pelo provimento parcial da impugnação. A homologação parcial do pedido de restituição/compensação foi assim descritos no voto da decisão da autoridade a quo: “Já nas operações identificadas como General1, General2, General3, Honeywell e Levi Strauss2, o conjunto probatório ressentese da ausência dos extratos bancários que apresentem os depósitos iniciais dos recursos que teriam sido emprestados. Por seu turno, o conjunto referente à operação envolvendo a empresa Edinfor peca pela ausência dos contratos que comprovem a contratação e a renovação dos empréstimos alegados. A ausência desses elementos probatórios compromete a força dos demais, uma vez que, sem o respaldo dos extratos bancários, ficam sem comprovação a própria efetividade dos empréstimos, assim como as renovações que seriam o motivo da existência do crédito. O mesmo acontece em relação à ausência dos contratos.” A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários IOF Dara do fato gerador: 14/05/2003 OPERAÇÕES DE CRÉDITO. ALÍQUOTA. LIMITE DE INCIDÊNCIA. EXTRAPOLAÇÃO. CRÉDITO. Fl. 871DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 O valor do imposto recolhido sobre operações de crédito que exceder àquele correspondente ao resultante da aplicação da alíquota máxima legalmente estabelecida é considerado como pagamento a maior e passível de restituição/compensação. DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos pela interessada elemento que permita a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. COMPENSAÇÃO. RESPONSÁVEL. TRIBUTO RETIDO. CONDIÇÕES. A compensação de tributo por quem realizou a retenção na condição de responsável tributário depende da comprovação da assunção do encargo financeiro. Comprovada nos autos a devolução aos clientes do imposto cobrado a maior, considera se cumprida a condição legal. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte” Cientificada da decisão, a empresa apresentou recurso voluntário, repisando as alegações apresentadas na impugnação, reafirmando o direito ao crédito e que a documentação juntada seria suficiente para comprovar o indébito tributário. No Recurso, discorre sobre o contrato de mutuo e a que a sua prova não necessita de forma escrita, podendo ser feita por outros meios e no caso de mutuo bancário basta provar a ocorrência do crédito dos valores na conta corrente. As alegações sobre a efetividade da operação com base na documentação apresentada, foram assim detalhadas pela Recorrente: “As planilhas, as declarações e os contratos (no caso dos empréstimos com a General Mills, Honeywell e Levi Strauss), além dos extratos bancários (no caso dos empréstimos com a Edinfor) são elementos que demonstram suficientemente a efetividade dos empréstimos e suas prorrogações. Ademais, os débitos de juros sobre ais empréstimos, presentes nos extratos da contacorrente das empresas mutuárias, configuram mais um elemento a provar a efetividade do aludido negócio jurídico. Com efeito, no caso dos empréstimos, contratados com a Edinfor, para o qual os contratos estão faltantes, temse que a essência do mútuo ( a entrega da coisa mutuada, no caso o dinheiro) prevalece sobre o instrumento formal de sua existência (o contrato escrito).” Fl. 872DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16327.904330/200899 Acórdão n.º 3102001.593 S3C1T2 Fl. 4 5 Ao analisar o Recurso, a Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara resolveu determinar a baixa dos autos em diligência para que a Unidade Preparadora intimasse a Recorrente à apresentar os extratos bancários comprovando o depósito inicial dos contratos de mutuo referente às operações com as empresas Honeywell do Brasil Ltda., General Mills identificadas como General1, General2 e General 3 e da empresa Levi Strauss do Brasil identificada como Levi Strauss2. Na mesma diligência também deverá ser intimada a Recorrente, a apresentar os contratos de mutuo referente às operações com a empresa Edinfor Soluções de Informática. Atendendo a intimação realizada pela Unidade de Origem, a Recorrente apresentou cópias de extratos bancários com os depósitos iniciais dos contratos de mutuo com as empresas Honeywell do Brasil Ltda., General Mills e da empresa Levi Strauss do Brasil. Também foram apresentados os contratos de mutuo referente as operações com a empresa Edinfor Soluções de Informática. Os autos retornaram ao CARF para prosseguimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. A teor do relatado o cerne da lide é a discussão sobre as provas apresentadas para comprovação do indébito tributário. A autoridade considerou que parte dos créditos foram comprovados por meio da documentação apresentada, restando não comprovado os depósitos iniciais dos contratos de mutuo. O fato que estamos discutindo na presente lide é se foram apresentadas provas e se estas são suficientes para a comprovação das alegações constantes do Recurso. Diante deste fato, resolveu a Terceira Turma da Quarta Câmara baixar os autos em diligência para unidade preparadora intime a recorrente a apresentar os documentos que segundo a decisão da primeira instância seriam necessários para a comprovação do indébito referente aos contratos de mutuo. Realizada a diligência, foram trazidas cópias dos extratos bancários comprovando o depósito inicial dos contratos de mutuo referente às operações com as empresas Honeywell do Brasil Ltda., General Mills e da empresa Levi Strauss do Brasil. Os depósitos apresentados possuem como título de operação "empréstimo" e correspondem exatamente aos valores constantes dos contratos. Também foram apresentados os contratos de mutuo referente as operações com a empresa Edinfor Soluções de Informática. Portanto, com a Fl. 873DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 documentação apresentada na diligência fica resolvida a questão suscitada no julgamento da primeira instância para a não concessão do indébito tributário. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 874DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10983.912533/2009-10
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS PROLAÇÃO DA DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, C, DO DECRETO Nº 70.235/1972. POSSIBILIDADE. NATUREZA DO INDÉBITO NÃO DEMONSTRADA. PROVA INSUFICIENTE. RECURSO DESPROVIDO.
A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, c, do Decreto nº 70.235/1972. Sendo insuficiente a prova apresentada, não há como se homologar a compensação.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3802-001.233
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
REGIS XAVIER HOLANDA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
EDITADO EM: 21/09/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Regis Xavier Holanda (presidente da turma), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Jose´ Fernandes do Nascimento, e Solon Sehn.
Nome do relator: SOLON SEHN
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RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS PROLAÇÃO DA DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, “C”, DO DECRETO Nº 70.235/1972. POSSIBILIDADE. NATUREZA DO INDÉBITO NÃO DEMONSTRADA. PROVA INSUFICIENTE. RECURSO DESPROVIDO. A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. Sendo insuficiente a prova apresentada, não há como se homologar a compensação. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) REGIS XAVIER HOLANDA Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 91 25 33 /2 00 9- 10 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA 2 (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. EDITADO EM: 21/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Regis Xavier Holanda (presidente da turma), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, e Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, assentada nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita (fls. 40): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO. INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. REQUISITO PARA HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que a existência do indébito incluído em declaração de compensação está associado à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é maior do que o devido, só se pode homologar tal compensação, independentemente de eventuais outras verificações, nos casos em que o contribuinte, previamente à apresentação da DCOMP, retifica regularmente a DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A Recorrente, nas razões de fls. 4854, alega ter incorrido em erro ao informar o débito na Dctf. Sustenta que a retificação somente seria vedada nas hipóteses de redução de débitos já encaminhados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União. Junta documentos que entende comprobatórios do direito creditório, requerendo, ao final, a reforma do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn A interessada teve ciência da decisão no dia 09/06/2011 (fls. 46), interpondo recurso tempestivo em 06/07/2011 (fls. 48). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o mesmo pode ser conhecido. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 10983.912533/200910 Acórdão n.º 3802001.233 S3TE02 Fl. 86 3 A Recorrente, alegando a ocorrência de pagamento indevido de Cofins, apresentou PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação) visando compensar o indébito com o tributo devido no período de apuração respectivo. Todavia, deixou de retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), o que fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. Após a prolação do despacho decisório, acreditando que a não homologação poderia ser afastada mediante retificação da Dctf, o Recorrente assim procedeu, sem, contudo, apresentar prova da existência do direito creditório. A DRJ, por sua vez, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. A prova do crédito foi juntada apenas por ocasião da interposição do recurso voluntário. Portanto, antes de verificar se a mesma é suficiente para demonstrar a certeza e a liquidez do direito creditório, cabe avaliar preliminarmente a sua admissibilidade em face das regras de preclusão previstas no art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/1972: Art. 16. [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997). Entendese que o caso em exame se subsume à hipótese prevista no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. A prova, com efeito, foi destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos. Afinal, até a prolação do acórdão da DRJ, a ausência de prova do crédito não havia sido aventada, à medida que, consoante destacado, a não homologação estava assentada apenas na falta de retificação da Dctf. Admitida a juntada da prova, esta deve ser apreciada e, caso demonstrada de plano a existência do direito creditório, autorizada a compensação, uma vez que, por força do princípio da verdade material, a Fazenda Pública tem o dever de tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade: “O princípio da verdade material ou real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar as decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos. Para tanto, tem o direito e o dever de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. Assim, no tocante a provas, desde que obtidas por meios lícitos (como impõe o inciso LVI do art. 5º da CF), a Administração detém liberdade plena de produzilas.” Fl. 87DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA 4 (MEDAUAR, Odete. A Processualidade do Direito Administrativo. 2. ed. São Paulo: RT, 2008, p. 131). “A força de tais princípios é tanta que o dever de investigação do Fisco só cessa na medida e a partir do limite em que o seu exercício se tornou impossível, em virtude do não exercício ou do exercício deficiente do dever de colaboração do particular [...]. Enquanto essa possibilidade subsiste, deve o Fisco prosseguir no cumprimento de seu dever, seja qual for a complexidade e o custo de tal investigação.” (XAVIER, Alberto. Do lançamento no direito tributário brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 152). Portanto, se a existência do crédito é inequívoca, não há como deixar de reconhecer o direito à compensação, inclusive porque, nos termos do art. 18 da Medida Provisória nº 2.18949/2001, a Dctf retificadora tem a mesma natureza da declaração retificada, substituindoa integralmente: Art. 18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal estabelecerá as hipóteses de admissibilidade e os procedimentos aplicáveis à retificação de declaração. Por outro lado, de acordo com a Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008, vigente ao tempo da apresentação da Dctf, a retificação pode ocorrer nas seguintes hipóteses: Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 10983.912533/200910 Acórdão n.º 3802001.233 S3TE02 Fl. 87 5 Nesse sentido, embora mais ampla que a interpretação ora adotada, colocase o seguinte julgado da 2ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara, da 3ª Seção: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/04/2005 CIDE. COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. EFEITOS. A DCTF retificadora, nas hipóteses em que é admitida pela legislação, substitui a original em relação aos débitos e vinculações declarados, sendo consequência de sua apresentação, após a não homologação de compensação por ausência de saldo de créditos na DCTF original, a desconstituição da causa original da não homologação, cabendo à autoridade fiscal apurar, por meio de despacho devidamente fundamentado, a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo. Recurso Voluntário Provido em Parte. (Acórdão nº 330201.406. 2ª TO. 3ª C. 3ª S. Processo 10880.920505/200924. Rel. Conselheiro José Antonio Francisco. S. 26/01/2012). Em circunstâncias dessa natureza, entendese que, por força do princípio da verdade material, o contribuinte, a despeito da retificação extemporânea, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado. Do exame da documentação apresentada pelo Recorrente (fls. 37), verificase que este promoveu a juntada apenas de página do Livro Razão contendo o lançamento de crédito de R$ 32.819,67, a título de “vlr. ref. pagto ind.”. O simples registro do suposto pagamento indevido, entretant, não é prova da liquidez e da certeza do direito creditório. O Recorrente, a rigor, deveria ter esclarecido a origem da diferença entre o recolhimento efetuado a maior e o valor supostamente correto, ou seja, indicar se houve equívoco na determinação da base de cálculo, na alíquota ou outra circunstância relevante para fins de apuração do saldo a pagar da contribuição. Em seguida, demonstrado o valor correto a partir de sua escrituração fiscal, devidamente amparada por documentação idônea. Afinal, de acordo com o art. 9.º, § 1.º, do DecretoLei n.º 1.598/1977, a escrituração, para fazer prova em favor do contribuinte dos fatos nela registrados, deve ser amparada por documentação que lhe dê o devido lastro: “Art 9º [...] § 1º A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. § 2º Cabe à autoridade administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no § 1º. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA 6 § 3º O disposto no § 2º não se aplica aos casos em que a lei, por disposição especial, atribua ao contribuinte o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração.” Assim, entendese que a documentação apresentada não é suficiente para a demonstração da liquidez e da certeza do direito creditório. Votase pelo conhecimento e integral desprovimento do recurso. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 90DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA
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Numero do processo: 11516.001598/2007-45
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
DÉBITOS NÃO DECLARADOS PELO SUJEITO PASSIVO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
O principal requisito da denúncia espontânea é a própria formalização da prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda Pública, sem a qual não há como se caracterizar o instituto em evidência.
Ademais, o contribuinte se encontrava sob procedimento fiscal que não sofreu solução de continuidade a ponto de expirar o prazo prorrogável de 60 dias de que trata o § 2° do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, uma vez que, no período, compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial.
JUROS BASEADOS NA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula no 4 do CARF).
Recurso ao qual se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-001.378
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda - Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator
EDITADO EM: 31/10/2012
Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e José Fernandes do Nascimento. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Solon Sehn.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 DÉBITOS NÃO DECLARADOS PELO SUJEITO PASSIVO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. O principal requisito da denúncia espontânea é a própria formalização da prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda Pública, sem a qual não há como se caracterizar o instituto em evidência. Ademais, o contribuinte se encontrava sob procedimento fiscal que não sofreu solução de continuidade a ponto de expirar o prazo prorrogável de 60 dias de que trata o § 2° do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, uma vez que, no período, compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial. JUROS BASEADOS NA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula no 4 do CARF). Recurso ao qual se nega provimento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda - Presidente (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios - Relator EDITADO EM: 31/10/2012 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e José Fernandes do Nascimento. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Solon Sehn.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004 AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO CERTO E DETERMINADO. CAUSA DE NULIDADE NÃO MATERIALIZADA. Realidade em que o crédito tributário foi constituído por meio de auto de infração com valores líquidos e certos, o que afasta a argumentação do sujeito passivo, que defendia a nulidade por aduzida falta de liquidez do lançamento. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002, 2003, 2004 DÉBITOS NÃO DECLARADOS PELO SUJEITO PASSIVO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. O principal requisito da denúncia espontânea é a própria formalização da prévia declaração da obrigação principal para com a Fazenda Pública, sem a qual não há como se caracterizar o instituto em evidência. Ademais, o contribuinte se encontrava sob procedimento fiscal que não sofreu solução de continuidade a ponto de expirar o prazo prorrogável de 60 dias de que trata o § 2° do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, uma vez que, no período, compareceu ao processo de forma sucessiva para prestar formalmente as informações requeridas e recebidas pelo fisco, o que descaracteriza a inércia oficial. JUROS BASEADOS NA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula no 4 do CARF). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 15 98 /2 00 7- 45 Fl. 253DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 2 Recurso ao qual se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator EDITADO EM: 31/10/2012 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e José Fernandes do Nascimento. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3ª Turma da DRJ Florianópolis (fls. 183/200), a qual, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento formalizado contra a recorrente, nos termos do Acórdão nº 0725.464, proferido em 05 de agosto de 2011. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: A pessoa jurídica em epígrafe foi submetida a procedimento fiscal, iniciado em 5 de fevereiro de 2007 com a ciência do Termo de Início de Fiscalização (fls. 04 e 05), e encerrado em 25 de maio de 2007, com a ciência pessoal do Termo de Verificação Fiscal (fls. 112 a 116) e do Auto de Infração (fls. 105 a 111). O Auto de Infração exige a importância de R$ 299.899,46, a título de Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão Financeira – CPMF, incidente sobre a movimentação financeira da interessada ao longo dos anoscalendário de 2001, 2002, 2003 e 2004, acrescida de multa de ofício de 75% e de juros de mora. Com o objetivo de apurar e constituir o crédito tributário da CPMF de que trata o art. 25 da IN SRF nº 450, de 2004, não retida e nem recolhida, tempestivamente, pelas instituições financeiras, em cumprimento a decisão judicial posteriormente revogada, em 5 de fevereiro de 2007, no Termo de Início, a fiscalização instou a contribuinte a apresentar, entre outros documentos, comprovantes de pagamento da CPMF, relativamente aos valores informados pelas instituições financeiras declarantes, conforme relação anexa ao referido termo; cópia da ação judicial e de comprovantes de pagamento ou depósito judicial da CPMF. Fl. 254DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 254 3 Em atendimento à intimação (fls. 06 e 07), a contribuinte protocolou, em 14 de fevereiro de 2007, solicitação de prorrogação de prazo para apresentação dos documentos, inicialmente fixado em 10 dias, sob alegação de que, para atender à intimação, havia solicitado informações às instituições financeiras, e que “estes dados somente começarão a ser repassados a Santa Rita após o dia 05/03/2007, e a partir daí é que se pode iniciar o processo de conferência”. Em face desta solicitação, a fiscalização concedeu mais 30 dias de prazo, a partir de 14 de fevereiro de 2007. Em 16 de março de 2007 (fls. 08 e 09), a contribuinte informou à fiscalização que “não houve sucesso na obtenção de cópia da ação junto ao escritório de advocacia responsável pelo processo à época” e que, diante desse fato, em 14 de março de 2007, solicitou o desarquivamento do processo à Justiça Federal. O protocolo gravado mecanicamente pela Justiça Federal confirma que a solicitação à Justiça Federal ocorreu apenas em 14 de março de 2007 (fl. 10). Afirmou, ainda, que “dentro de 10 a 15 dias, no máximo, a cópia integral autenticada pela Justiça Federal estará pronta para ser disponibilizada aos Srs. Auditores”. Arrematou informando que: Deste modo, as questões relativas ao objeto da ação e aos comprovantes de pagamento/depósito judicial da CPMF, somente poderão ser satisfatoriamente respondidas quando a Empresa estiver de posse da cópia do Mandado de Segurança. Sendo assim, os esclarecimentos acerca da CPMF serão prestados juntamente com a cópia da referida ação. Em 4 de abril de 2007 (fl. 11), a contribuinte informou que a retirada do processo foi autorizada em 22 de março de 2007, que efetivamente o retirou em 28 de março, e que o devolveu à Justiça Federal em 2 de abril de 2007, juntamente com a cópia e pedido de autenticação. E complementa com o seguinte: No entanto, a possibilidade de obter a cópia autenticada no mesmo dia 02 ou no mais tardar no dia de hoje (03/04/07) restou prejudicada pelo excesso de trabalho dos funcionários da Vara Federal. Para complicar um pouco mais, os dias 04, 05 e 06/04/07 serão feriados na Justiça Federal, o que resultará na disponibilização do material à fiscalização apenas na próxima segundafeira (09/04). Finalmente, em 9 de abril de 2007, a contribuinte apresentou cópia autenticada integral do Mandado de Segurança nº 99.00.059395 (fls. 15 a 39). Em 23 de abril de 2007, a contribuinte se dirigiu à fiscalização nos seguintes termos (fl. 40): A empresa vem apresentar, por meio desta, os DARFs de recolhimento da CPMF em aberto nos últimos 5 (cinco) anos, informando assim a utilização da denúncia espontânea, nos termos do art. 138, do CTN, e a quitação integral do tributo, devidamente corrigido a partir do vencimento, em face do transcurso do prazo de 60 (sessenta) dias, conforme disposto no artigo 7º, § 2º, do Decreto nº 70.235/72. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 4 Às fls. 41 a 57 encontramse acostadas cópias de Darf relativos à CPMF de abril de 2002 a dezembro de 2004. Em cada um dos Darf, no campo destinado ao valor da multa, consta o valor de R$ 0,01 (um centavo). No Termo de Verificação Fiscal (fls. 112 a 116), a autoridade autuante, após transcrever o art. 7º do Decreto nº 70.235, de 1972, e referindose às informações protocoladas pela contribuinte no curso do procedimento fiscal, afirmou que: O recebimento de petições na Delegacia da Receita Federal do Brasil somente se configura, e é provado, para todos os fins, com a aposição da assinatura do recebedor e/ou o número do protocolo e data de recebimento. Não há dúvida de que, no caso em questão, tratase de atos escritos, efetuados no âmbito da repartição fiscal, que denotam, de maneira clara e inequívoca, o prosseguimento dos trabalhos de fiscalização, o que atende perfeitamente o disposto na legislação. Em nenhum momento houve inércia por parte da autoridade fiscal (o que a norma pretende atacar). Pelo contrário: mediante solicitação do contribuinte, o prazo para entrega da documentação apenas foi dilatado. Assim fosse, bastaria a qualquer contribuinte fiscalizado protocolar sucessivos pedidos de prorrogação de prazo, um após o outro, até o decurso do prazo de 60 dias e conseqüente reaquisição da espontaneidade. Em nosso entendimento não se caracterizou, neste caso, a hipótese da espontaneidade; e ainda que se considerasse a denúncia como espontânea, deveria vir acompanhada do pagamento da multa de mora prevista no Art. 61 da Lei 9.430, o que, efetivamente, não aconteceu. Com efeito, o contribuinte recolheu somente as importâncias apuradas a título de principal e juros moratórios. O que se configura na hipótese descrita no Art. 44, I, da Lei 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Sobre o fato de a contribuinte não ter efetuado recolhimento relativo aos fatos geradores concernentes à movimentação financeira que se encontrava sub judice, ocorridos de janeiro de 2001 a março de 2002, a fiscalização assim se manifestou: Permanecem integralmente em aberto as contribuições dos fatos geradores ocorridos de janeiro/2001 a março/2002, período este não atingido pela decadência. [...] Sendo uma contribuição para a seguridade social, aplicase à CPMF a regra contida na Lei nº 8.212, de 1991 (Lei Orgânica da Fl. 256DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 255 5 Seguridade Social), que fixou no inciso I do art. 45 o prazo decadencial de dez anos para a constituição dos créditos da seguridade social: [...] Em face das conclusões acima, a fiscalização lavrou o Auto de Infração de fls. 105 a 111, cientificado à contribuinte em 25 de maio de 2007, no qual exige a CPMF relativa aos fatos geradores ocorridos de janeiro de 2001 a dezembro de 2004, acrescidos de multa de ofício de 75%, e de juros de mora. Irresignada, em 26 de junho de 2007, a autuada apresentou impugnação (fls. 123 a 144), na qual questiona integralmente o lançamento. No tópico intitulado “Denúncia espontânea reaquisição da espontaneidade aplicação do artigo 7º, § 2º, do Decreto nº 70.235/72”, a impugnante reafirma que aproveitouse validamente do instituto da denúncia espontânea, em razão de ter readquirido a espontaneidade: 6. No caso presente, consumado o prazo de 60 dias e albergada pelo instituto da espontaneidade, a Impugnante confessou e recolheu os valores devidos a título de CPMF. [...] 7. A Contribuinte tomou ciência do MPF em 05/02/2007. Tratandose de ato de ofício que dá início à fiscalização, a partir desse momento, com fundamento no § 1º do artigo 7° do Decreto n° 70.235/72, ficou excluída a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores pelo período de 60 dias. [...] 8. Já o § 2º do mesmo dispositivo determina que o lapso temporal se renova a cada novo ato escrito praticado no sentido de continuidade da fiscalização. [...] 10. A restrição (penalidade) renovouse em 14/02/2007 com o deferimento por escrito da dilação do prazo para entrega de documentação às fl. 06. A partir desta data, os sessenta dias para a (re)aquisição do direito à espontaneidade contaramse contínua e ininterruptamente até 15/04/2007 (domingo). Portanto, excluindose o termo final, já no dia 15 de abril do corrente ano, a contribuinte encontravase no pleno gozo do direito de confessar espontaneamente os débitos objeto da fiscalização. O que fez em 16/04/2007 com o pagamento integral do montante devido, acrescido de juros. [...] 12. Todavia, os nobres agentes fiscalizadores deixaram de reconhecer como espontânea a denúncia realizada. Da leitura do Termo de Encerramento (fls. 114) percebese que foram atribuídos aos protocolos de documentos realizados no curso da fiscalização os efeitos descritos no § 2º do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72. Ou seja, de ato escrito que indica a continuidade da fiscalização. 13. Contudo, o simples protocolo de petição não atende aos requisitos legais mínimos para o fim de afastar a espontaneidade. A continuidade da fiscalização, apesar de dispensar comunicado com conteúdo específico, deve ser indicada através de ato escrito formal referente ao processo e do qual seja cientificado o Fl. 257DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 6 contribuinte. O artigo 7º não remete a uma atividade administrativa qualquer, mas a uma manifestação escrita referente ao processo de fiscalização (intimação, pedido de esclarecimento, auto de infração), emanada dos agentes responsáveis e que indique a continuidade do procedimento. Deve portanto, ser interpretado de forma sistemática, em harmonia com os demais dispositivos que regem o procedimento administrativo federal e fiscal em particular. [...] 15. São portanto atos de continuidade do procedimento de fiscalização as ações no sentido de verificação do cumprimento das obrigações tributárias, as diligências, pedidos de informações e esclarecimentos entre outros, inclusive a lavratura do auto de infração. Atividades, portanto, de competência exclusiva da fiscalização, com o objetivo de apurar o crédito tributário. 16. Nesse contexto não se pode atribuir ao simples recebimento de uma petição o caráter de atividade fiscalizadora. O recebimento em si não é ato inerente à fiscalização, mesmo porque pode ser realizado por qualquer funcionário da repartição fiscal ou mesmo através de envio pelos correios. Na verdade protocolo de petição é atividade do contribuinte no exercício do seu direito constitucional (art. 5º, XXXIII, 'a', da CF/88) e não atuação do fiscal. 17. Ademais, o § 2º do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, ao indicar a possibilidade de prorrogação do período de 60 (sessenta) dias, faz menção expressa às atividades descritas nos incisos I e II citados acima. Portanto, não basta, como possa parecer numa primeira leitura, "qualquer ato escrito", mas apenas aqueles com as características daqueles previstos no inciso I, ou seja, praticados de ofício, por servidor competente e dos quais o sujeito passivo seja cientificado. [...] 20. Evidentemente que o simples carimbo de recebimento disposto sobre petição apresentada pela Contribuinte não se reveste dos requisitos mínimos necessários à continuidade da fiscalização, exigidos pelo § 2º do artigo 7º do Decreto 70.235/72. 21. Desta forma, não se vislumbra nos autos qualquer atuação dos agentes notificantes no sentido da continuidade do procedimento de fiscalização até a emissão do Termo de Intimação (fl.106) do qual a Contribuinte teve ciência em 25/05/2007. 22. Assim, entre 14/02/2007 e 15/04/2007 a Contribuinte readquiriu o direito à denúncia espontânea de seus débitos. Com o início do período de espontaneidade, a partir de 15/04/2007 recolheu os valores em aberto entre abril de 2002 e dezembro de 2004 com os acréscimos exigidos pela legislação, nada mais podendo lhe ser exigido. [...] 26. Assim, considerandose o pagamento dos valores em aberto de CPMF, efetivado em período de retomada da espontaneidade, buscase com a presente Impugnação o cancelamento do Fl. 258DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 256 7 lançamento de ofício em relação aos valores já confessados e quitados com os acréscimos legais. No tópico intitulado “Do atendimento aos requisitos do artigo 138 do CTN e o afastamento das penalidades”, a contribuinte defende que a denúncia espontânea afasta a aplicação da multa de mora. Para a impugnante, “a regularização espontânea dos débitos tem como efeito exatamente o afastamento da penalidade, qualquer que seja a denominação a ela atribuída”. Citando precedentes administrativos e judiciais, a contribuinte afirma que, “efetuado o pagamento integral em momento de espontaneidade, nada pode ser exigido da contribuinte a título de multa”. Por fim, conclui este tópico nos seguintes termos: 34. Doutrina e jurisprudência são contundentes no sentido da ausência de diferenciação entre multas punitivas ou moratórias para o caso em debate. Verificados os requisitos que caracterizam a denúncia espontânea, estão excluídas todas as penalidades, nos exatos termos estabelecidos pelo artigo 138 do CTN. 35. Diante do exposto, reconhecida a reaquisição da espontaneidade por força do disposto no artigo 7º, § 2º, do Decreto nº 70.235/72 e diante do pagamento dos valores em aberto no período de 2002 a 2004, deve ser cancelado o lançamento por inexistente qualquer valor exigível pelo Fisco a título de multa. No tópico seguinte (“Da nulidade do lançamento crédito ilíquido”), a contribuinte alega a nulidade do lançamento, face à sua iliquidez, em razão de a fiscalização não ter abatido os recolhimentos que noticiou ter efetuado. Adiante em sua impugnação, a contribuinte defende que o crédito tributário correspondente aos fatos geradores ocorridos de janeiro de 2001 a março de 2002 foi acometido pela decadência. Segundo a impugnante, “não há como negar a característica de lançamento por homologação da CPMF”. “Neste caso, o prazo decadencial é aquele determinado pelo artigo 150 do CTN. Desta forma, a Fazenda Pública tem o prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, para constituir de ofício quaisquer diferenças”. E a contribuinte completa afirmando o seguinte: 41. Assim, tendo em vista que o Auto de Infração foi cientificado à Contribuinte em 25/04/2007, os valores de CPMF decorrentes dos fatos geradores ocorridos entre janeiro de 2001 a março de 2002 foram alcançados pela decadência. Para afastar a aplicação do art. 45 da Lei nº 8.212, de 1990, a impugnante afirma que “a CPMF como as demais contribuições sociais, tem natureza tributária, sujeitandose à regra do artigo 146, inciso III, da Constituição Federal de 1988”. E conclui nos seguintes termos: 45. Ou seja, a CPMF lançada no período entre janeiro de 2001 e março de 2002, por se tratarem de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, foram alcançadas pela decadência, em virtude do transcurso do prazo decadencial de 5 (cinco) anos contados do fato gerador mensal, conforme disposição expressa do artigo 150, § 4º do CTN. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 8 Por fim, no último tópico, a contribuinte questiona a legalidade da utilização da Selic no cálculo dos juros de mora. A impugnação foi objeto de julgamento na sessão ocorrida em 11 de fevereiro de 2011, tendo sido proferido, por esta 3ª turma da DRJ/FNS, o Acórdão nº 0723.097, juntado às fls. 150 a 166 (na numeração atribuída pelo sistema eProcesso). Cientificada do referido Acórdão em 7 de julho de 2011, a contribuinte, com base no art. 32 do Decreto nº 70.235, de 1972, e no § 1º do art. 22 da Portaria MF n° 58, de 2006, prontamente (no dia seguinte) apresentou o requerimento de fls. 174 a 177 no qual alega, em síntese que, mantido o critério jurídico adotado no Acórdão nº 0723.097, deixouse de considerar a existência de pagamentos em relação a períodos alcançados pelo lançamento, o que determinou o afastamento do § 4º do art. 150 do CTN, e a aplicação do inciso I do art. 173 do mesmo diploma legal para fins de aferição do prazo decadencial. Nesse sentido, a contribuinte identifica as folhas do presente processo nas quais fica evidenciado, diversamente do que constou do Acórdão nº 0723.097, que no período alcançado pelo lançamento, segundo informações prestadas à Receita Federal pelas instituições financeiras, houve retenção da CPMF sobre a parcela de sua movimentação financeira que não se encontrava sub judice. Considerando que a matéria foi objeto de impugnação e que é procedente a alegação apresentada pela contribuinte após ser cientificada do Acórdão nº 0723.097, conforme comprova o dossiê acostado pela fiscalização às fls. 59 a 96, de se aceitar o requerimento da Interessada, devendo novo Acórdão ser proferido, com base no art. 32 do Decreto nº 70.235, de 1972, e no § 1º do art. 21 da Portaria MF nº 341, de 12 de julho de 2011, transcritos a seguir: [omitido] Dessa forma, o presente Acórdão substitui, para todos os efeitos, o de nº 0723.097, proferido em 11 de fevereiro de 2011 pela 3ª Turma desta DRJ (fls. 150 a 166, na numeração atribuída pelo sistema eProcesso). Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo foram acolhidos apenas em parte pela primeira instância de julgamento, a qual, em virtude da decadência, exonerou a exigência correspondente ao período de apuração de janeiro de 2001 a abril de 2002 (valor principal exonerado = R$ 117.735,89). Portanto, foi mantida a exigência no montante de R$ 182.163,57. O acórdão correspondente foi assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. No caso dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, havendo pagamento antecipado, e ausentes o dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial regulase pelo disposto no § 4º do art. 150 do CTN. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA. Com a efetivação da denúncia espontânea não cabe a exclusão da multa de mora, haja vista que tal instituto não foi previsto para favorecer o atraso do pagamento do tributo. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 257 9 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 ARGUIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. Impugnação procedente em parte Crédito tributário mantido em parte Cientificada da referida decisão em 20/09/2011 (fls. 204), a interessada, em 29/09/2011 (fls. 212), apresentou o recurso voluntário de fls. 212/232, onde se insurge contra o lançamento com fundamento nos mesmos argumentos já expostos na primeira instância recursal, repisando, portanto, seus argumentos: a) em defesa da caracterização da denúncia espontânea quando do pagamento da CPMF devida no período de maio de 2002 a dezembro de 2004, cujos recolhimentos estariam livres da incidência de multa, independentemente de sua denominação; b) em prol da nulidade do lançamento, por alegada falta de liquidez; c) concernentes à ilegalidade de utilização da taxa Selic no cálculo dos juros de mora. Diante do exposto, requer seja reformada a decisão de primeira instância e julgado improcedente o lançamento objeto da lide. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco José Barroso Rios A lide exige sejam examinadas três questões, a seguir elencadas: a) a alegada caracterização de denúncia espontânea relativamente aos recolhimentos feitos pela empresa, e da consequente não incidência de multa, qualquer que seja a sua denominação; b) a aduzida nulidade do lançamento por falta de liquidez; c) a sustentada ilegalidade de utilização da Selic no cálculo dos juros de mora. Da alegada nulidade do lançamento Por coerência lógica, examino primeiro a reclamada nulidade do lançamento por suposta falta de liquidez. Contrariamente à tese sustentada pelo sujeito passivo, o lançamento contra este formalizado é certo e determinado. Do exame do auto de infração de fls. 105/116 resta Fl. 261DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 10 claro que o crédito tributário total foi constituído de ofício no montante de R$ 745.136,50 (valor equivalente ao principal, acrescido de multa e de juros de mora). De fato, o lançamento fiscal não levou em conta os recolhimentos efetuados pela interessada com esteio na denúncia espontânea. Assim, o crédito tributário foi constituído para a exigência dos valores principais da CPMF devida no período fiscalizado, acrescidos de multa de ofício e dos juros de mora. Procedendo assim, agiu corretamente o fisco, já que, como será demonstrado adiante, os fatos não caracterizam a denúncia espontânea, sendo devido, portanto, sobre o principal do tributo, as exações legais inerentes ao lançamento de ofício, já que os pagamentos feitos pela reclamante não estavam albergados sob o manto da espontaneidade. Quanto aos recolhimentos efetuados pela recorrente, o aproveitamento dos mesmos já foi providenciado pela unidade preparadora, a qual, nos termos da Informação Fiscal de fls. 242, já vinculou os pagamentos em tela aos débitos constituídos de ofício contra a reclamante. Portanto, entendo que não deverá ser acolhido o argumento em defesa da nulidade do lançamento, uma vez que, como demonstrado, o crédito tributário foi constituído com a devida observância das formalidades legais. Da não caracterização de denúncia espontânea Reproduzo abaixo, esquematicamente, os fatos que são relevantes para o exame do argumento relacionado à suposta ocorrência de denúncia espontânea a albergar os recolhimentos feitos pela empresa. Fato Data Fls. dos autos Início do procedimento fiscal (intimação do sujeito passivo). 05/02/2007 04/05 Prorrogação do prazo para apresentação dos documentos (em mais 30 dias). 14/02/2007 06 Contribuinte informa que não conseguiu a cópia do processo junto ao escritório de advocacia e que solicitou, junto à Justiça Federal (em 14/03/2007 – fls. 10), o desarquivamento do processo, cuja cópia autenticada seria apresentada no prazo de 10 a 15 dias. 16/03/2007 08/09 Contribuinte informa que, em 02/04/2007, fotocopiou integralmente os autos do processo; contudo, a autenticação dos documentos teria sido prejudicada pelo excesso de trabalho na Justiça Federal e pelos feriados nos dias 04, 05 e 06/04/2007, mas que em breve apresentaria os documentos referenciados. 04/04/2007 11 Contribuinte protocoliza ofício em que encaminha a cópia autenticada dos autos do processo (mandado de segurança). 09/04/2007 15 Contribuinte recolheu a CPMF relativa ao período de abr/02 a dez/04, contemplando apenas o principal e os juros de mora. 16/04/2007 41/57 Contribuinte oficia a fiscalização informando os recolhimentos, e ainda, que se beneficiara do instituto da denúncia espontânea em face do alegado transcurso do prazo de 60 dias previsto no artigo 7º, § 2º, do Decreto nº 70.235/72. 23/04/2007 40 Lavratura do Auto de Infração – ciência – (período de jan/01 a dez/04). 25/05/2007 105/116 Conforme esquematicamente demonstrado acima, vêse que a recorrente, intimada a apresentar, dentre outros documentos, a cópia da ação judicial referente à CPMF (vide Termo de Início de Ação Fiscal às fls. 04/05), teve deferido seu pedido de prorrogação do prazo inicialmente estabelecido pelo fisco. De fato, com esteio no despacho datado de 14/02/2007, a fiscalizada obteve um prazo adicional de 30 dias para o atendimento da intimação (v. fls. 06), portanto, até 16/03/2007. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 258 11 Exatamente em 16/03/2007 o contribuinte compareceu novamente ao processo1 informando seu insucesso na obtenção da cópia do processo judicial junto ao escritório de advocacia, mas que, para solucionar o problema, solicitara à Justiça Federal (em 14/03/2007 – fls. 10) o desarquivamento dos autos, cuja cópia autenticada seria apresentada no prazo de 10 a 15 dias. Transcorrido mais ou menos o prazo prometido, a autuada compareceu novamente ao processo (em 04/04/2007 – fls. 11) para informar que fotocopiou integralmente os autos do processo judicial em 02/04/2007; contudo, a autenticação dos documentos teria sido prejudicada pelo excesso de trabalho na Justiça Federal e pelos feriados nos dias 04, 05 e 06/04/2007, mas que em breve apresentaria os documentos referenciados. Tais documentos foram encaminhados à fiscalização em 09/04/2007 (v. ofício de fls. 15). Em 16/04/2007 a empresa pagou a CPMF de abril de 2002 a dezembro de 2004, cujos recolhimentos contemplaram apenas o principal e os juros de mora, já que, segundo defende, estaria amparada pela denúncia espontânea, o que a isentaria do pagamento de qualquer multa, independentemente de sua denominação. Não merece acolhida a tese sustentada pela reclamante. O artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, no qual se fundamenta a interessada, estabelece o seguinte: Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: (Vide Decreto nº 3.724, de 2001) I o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. § 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. § 2° Para os efeitos do disposto no § 1º, os atos referidos nos incisos I e II valerão pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. (grifei e destaquei) Conforme demonstrado, é incontroverso que a autuada compareceu aos autos reiteradamente para se justificar fundamentadamente pelo não atendimento tempestivo da intimação e, ao mesmo tempo, para se comprometer a apresentar os documentos exigidos em prazos que podemos admitir como razoáveis diante dos argumentos levados ao conhecimento da autoridade tributária. O comparecimento reiterado do sujeito passivo ao processo, mediante a prestação de informações à autoridade competente, afasta a defendida ideia de inércia 1 Para José dos Santos Carvalho Filho, processo é “o instrumento que formaliza a seqüência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma vontade final da Administração” (in Manual de Direito Administrativo. Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2002, 9. ed., p. 770771). Para Hugo de Brito Machado, a expressão “processo administrativo fiscal”, em sentido amplo, “designa o conjunto de atos administrativos tendentes ao reconhecimento, pela autoridade competente, de uma situação jurídica pertinente à relação fisco contribuinte” (in Curso de Direito Tributário, Malheiros Editores, 2001, p. 383). Fl. 263DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 12 processual, uma vez que a recepção formal dos documentos do contribuinte pela autoridade tributária caracteriza ato escrito indicativo do prosseguimento dos trabalhos de fiscalização. A lei dá amplo espectro aos atos passíveis de assinalar o prosseguimento dos trabalhos de fiscalização. O disposto na parte final do § 2° do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72 é claro quando se reporta a “qualquer outro ato escrito”. No caso em exame, os expedientes dirigidos à fiscalização decorrem das exigências documentais formalizadas em nome do contribuinte, e foram devidamente recebidos pelo fisco, sinalizando claramente para o andamento do procedimento fiscal. Em 09/04/2007 o sujeito passivo protocolizou ofício onde encaminhou a cópia autenticada dos autos do processo judicial. Por sua vez, o auto de infração foi lavrado em 25/05/2007, portanto, muito antes de expirado o prazo depois do qual, acaso não prorrogado novamente, o contribuinte passaria a gozar do benefício da espontaneidade. Não seria razoável, da parte do fisco, lavrar o auto de infração à revelia das informações prestadas formalmente pelo sujeito passivo tendo em conta de que a documentação exigida estava sendo providenciada. Também temse como desnecessário um ato formal expresso da fiscalização no sentido de afirmar que acolheu as explicações prestadas pela recorrente, até porque as alegações apresentadas para o não atendimento da exigência e o tempo em que tais informações foram prestadas guardam razoabilidade, dispensando, pois, qualquer nova intervenção da autoridade fiscal. Voltando ao texto do § 2° do artigo 7o do Decreto no 70.235/72, releva destacar, também, que deverá ser considerado como “qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos” a própria prorrogação do Mandado de Procedimento Fiscal inerente à fiscalização conduzida contra o sujeito passivo. No caso, constatase, às fls. 02, que o MPF correspondente, emitido em 18 de dezembro de 2006, foi prorrogado por duas vezes: em 17/04/2007 (válido até 16/06/2007) e em 16/06/2007 (válido até 29/06/2007). A lavratura do auto de infração, como já dito, de deu em 25/05/2007, portanto, dentro do prazo de validade do Mandado de Procedimento Fiscal, do qual o contribuinte tem pleno acesso via internet, como consta do próprio documento, recepcionado pelo sujeito passivo (v. fls. 01). Não se pode esquecer, ainda, que o processo administrativo é regido por princípios, como o lógico, o econômico, o do formalismo moderado, o da razoabilidade, cujo norte, no âmbito de suas particularidades teóricas, não permite sejam aceitos os argumentos aduzidos pela recorrente. Em sintonia com o posicionamento acima, o seguinte julgado: PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA, APÓS INICIADA A FISCALIZAÇÃO. DECRETO Nº 70.235/72, ART. 7º, §2º. SUA REAQUISIÇÃO. NÃO REQUISITA O PRECEPTIVO QUE A PRORROGAÇÃO DO LAPSO NELE TRATADO DECORRA DE INTIMAÇÃO ENDEREÇADA AO CONTRIBUINTE DENTRO DO BIMESTRE. CONTENTASE COM O IMPULSO PROCEDIMENTAL, QUE DE REGRA SERÁ DEPOIS COMUNICADO AO INTERESSADO, DESIMPORTANDO QUE ESTA EFETIVAÇÃO SE DÊ POSTERIORMENTE. DESPICIENDA, PORTANTO, A DISCUSSÃO ACERCA DA DATA DA INTIMAÇÃO FISCAL SOLICITANDO INFORMAÇÕES E A APRESENTAÇÃO DE ESCRITA CONTÁBIL. PARCELAMENTO DE DÉBITO. PRETENSÃO DESACOLHIDA SISTEMATICAMENTE NOS PRETÓRIOS, DESDE OS TEMPOS DO EXTINTO TFR (SÚMULA 208). MULTA E ENCARGOS MORATÓRIOS DEVIDOS, PORTANTO. ARBITRAMENTO DE LUCRO QUE SE Fl. 264DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 259 13 MANTÉM, EM SEDE DO ART. 515 DO CPC. 1 Despicienda a discussão acerca da data de intimação fiscal a fim de configurar a caducidade do início de procedimento fiscal e conseqüente exclusão de espontaneidade do sujeito passivo, tendo em vista que o § 2º do art. 7º do Decreto nº 70.235/72, estabelece a sua exclusão por sessenta dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos, não significando que este ato escrito tenha que se dar através de intimação do contribuinte. 2 O que não pode ocorrer é a paralisação do feito mais de sessenta dias, caso contrário o benefício da denúncia espontânea estaria readquirido, o que não ocorreu no caso dos autos. 3 Ademais, a denúncia espontânea, quando comportada, requisita o pagamento integral do débito, juntamente com a sua confissão, a par da inércia fazendária em diligenciar a sua constituição, circunstâncias ausentes no caso concreto. Súmula 208, do extinto TFR. Multa e encargos, devidos. Precedentes desta E. Corte. 4 No que toca à alegada ilegitimidade do arbritramento de lucro, pleito que, embora olvidado na sentença, deve ser conhecido nesta instância por força do art. 515, do CPC, a autoria não apontou qualquer irregularidade, de forma que não há como afastar a autuação fiscal, que procedeu nos termos do art. 8º, do Decretolei nº 1.648/78, fixando porcentagens sobre a receita bruta, conforme consta do auto de infração e termo de verificação fiscal. 5 Noutro ponto, conforme se vê da decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto, SP (fls. 120/132), a mesma não possui escrituração contábil regular, de forma que pertinente o arbritramento de lucro, nos termos do art. 7º, do mesmo decretolei citado. 6. Apelo da autoria a que se dá parcial provimento, apenas para conhecer de ponto olvidado na sentença, o qual se julga improcedente e, no mais, fica mantida, ainda que por razões diversas. (Tribunal Regional Federal da 3a Região. Turma Suplementar da Segunda Seção. Apelação Cível no 1162120. Relator: Juiz convocado Roberto Jeuken. Data da decisão: 21/08/2008) É importante ressaltar que a realidade dos autos não se amolda ao entendimento adotado pelo STJ no julgamento do Recurso Especial nº 962.379/RS – o qual foi proferido de acordo com a sistemática estabelecida no artigo 543C do CPC2 – no sentido de que o pagamento do tributo realizado previamente à apresentação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF configura denúncia espontânea da infração, nos termos do art. 138 do CTN. Conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 112/116, as instituições financeiras, em obediência ao disposto na Medida Provisória no 2.158/01, apresentaram à Receita Federal as informações necessárias para o lançamento de ofício, na forma determinada pelo parágrafo único do artigo 45 da mencionada MP. O contribuinte foi então intimado a apresentar a cópia dos autos da ação judicial e dos “comprovantes de pagamento ou depósito judicial da CPMF, relativamente aos valores informados pelas instituições financeiras declarantes, conforme relação fornecida (fls. 58 a 95)”. 2 Portanto, de observação obrigatória neste Conselho por força do disposto no artigo 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF no 256, de 22/06/2009, com as inovações da Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, que estabelece o seguinte: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil – CPC, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A 14 Com efeito, a primeira exigência do item II (Intimação Fiscal) do Termo de Início de Ação Fiscal (fls. 04/05) é para que o contribuinte apresente “os comprovantes de pagamento da CPMF, relativamente aos valores informados pelas instituições financeiras declarantes, conforme relação anexa” (grifei). Portanto, a fiscalização já tinha conhecimento dos valores devidos pela interessada. Em outras palavras, já estava ciente de que a empresa estava em mora. Com efeito, às fls. 58 a 95 dos autos estão consignados os débitos em tela, declarados pelas instituições financeiras, e não pelo sujeito passivo. Portanto, mesmo abstraindose das considerações feitas até o presente momento – as quais demonstram a inexistência de solução de continuidade no procedimento fiscal – temse que a realidade dos autos deixa transparecer a impossibilidade de caracterização da denúncia espontânea, uma vez que o conhecimento da condição de inadimplemento do contribuinte por parte do fisco afasta qualquer possibilidade de denunciação do débito, por inferência lógica. À recorrente, para se livrar da multa de ofício, restaria a alternativa de pagar os tributos devidos acrescidos de juros de mora e de multa de mora, mas isso, obviamente, somente se tivesse readquirido a espontaneidade, o que não ocorreu. Portanto, patente a legitimidade quanto à exigência da multa de ofício. Da taxa SELIC Finalmente, no que diz respeito à legitimidade de aplicação da taxa SELIC como medida de percentual de juros de mora sobre tributos não pagos nos prazos legais, tal questão já está sumulada no âmbito do CARF, cuja Súmula no 4 dispõe o seguinte: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Da conclusão Por todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo. Sala de Sessões, em 23 de outubro de 2012. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios – Relator Fl. 266DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 11516.001598/200745 Acórdão n.º 3802001.378 S3TE02 Fl. 260 15 Fl. 267DF CARF MF Impresso em 30/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por REGIS XAVIER HOLAND A
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Numero do processo: 10730.009305/2007-71
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
Ementa:
IRPF. DESPESAS COM PSICÓLOGO. REQUISITOS FORMAIS DOS RECIBOS.
Se a glosa de despesas com psicólogos foi motivada pela inexistência do endereço do profissional nos recibos, a juntada aos autos, em sede de impugnação, de declaração emitida pela profissional na qual esta confirma a prestação dos serviços e informa o endereço faltante nos recibos tem o condão de restabelecer a dedução.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2802-001.570
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para restabelecer R$9.700,00 (nove mil e setecentos reais) a título de dedução de despesas médicas, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Ferro Barros - Relator.
NOME DO REDATOR - Redator designado.
EDITADO EM: 17/10/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite e Sidney Ferro Barros. Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos André Ribas de Mello.
Nome do relator: SIDNEY FERRO BARROS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 Ementa: IRPF. DESPESAS COM PSICÓLOGO. REQUISITOS FORMAIS DOS RECIBOS. Se a glosa de despesas com psicólogos foi motivada pela inexistência do endereço do profissional nos recibos, a juntada aos autos, em sede de impugnação, de declaração emitida pela profissional na qual esta confirma a prestação dos serviços e informa o endereço faltante nos recibos tem o condão de restabelecer a dedução. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1680; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 84 1 83 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10730.009305/200771 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802001.570 – 2ª Turma Especial Sessão de 15 de maio de 2012 Matéria IRPF Recorrente MARCELO LUIZ SOARES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 Ementa: IRPF. DESPESAS COM PSICÓLOGO. REQUISITOS FORMAIS DOS RECIBOS. Se a glosa de despesas com psicólogos foi motivada pela inexistência do endereço do profissional nos recibos, a juntada aos autos, em sede de impugnação, de declaração emitida pela profissional na qual esta confirma a prestação dos serviços e informa o endereço faltante nos recibos tem o condão de restabelecer a dedução. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para restabelecer R$9.700,00 (nove mil e setecentos reais) a título de dedução de despesas médicas, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Ferro Barros Relator. NOME DO REDATOR Redator designado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 00 93 05 /2 00 7- 71 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 EDITADO EM: 17/10/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite e Sidney Ferro Barros. Ausente justificadamente o Conselheiro Carlos André Ribas de Mello. Relatório Peço vênia para iniciar o presente pela transcrição do quanto relatado no acórdão recorrido, in verbis: “Tratase de Notificação de Lançamento expedida em nome do contribuinte em epígrafe, relativa ao exercício de 2004, anocalendário 2003, para cobrança de crédito tributário suplementar relativo a Imposto de Renda Pessoa Física , no valor de R$ 2.483,54, já acrescido de multa de ofício e juros de mora, calculados de acordo com a legislação aplicável. O lançamento originouse da revisão da Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício em questão, onde foram constatadas as seguintes infrações: • Omissão de Rendimentos Recebidos de Itaú Vida e Previdência S/A CNPJ 53.031.217/000125 a título de resgate de previdência privada, no valor de R$ 1.058,00; • Dedução Indevida de Despesas Médicas no valor de R$ 11.316,11. Na complementação da descrição(fl. 06), a autoridade lançadora informa que o contribuinte deixou de comprovar parte de suas despesas médicas declaradas, bem como apresentou alguns comprovantes sem formalidade legal endereço. Encontramse identificados nos demonstrativos de fls. 5/9 o enquadramento legal das infrações, as alterações na base de cálculo, bem como o valor do imposto suplementar apurado. Na impugnação apresentada, o impugnante junta aos autos boletos emitidos pela UNIMED relativos a sua dependente Sonia Maria Soares Pereira no valor total de R$ 1.616,11; Com relação à omissão de rendimentos, o impugnante reconhece a omissão e solicita a exclusão da multa de ofício por não estar caracterizada máfé em sua declaração. O presente processo foi encaminhado à DRF de origem para juntada dos comprovantes de que trata a descrição dos fatos às fls. 06, ausente nos autos até então. O julgamento do presente processo pela DRJBrasíliaDF se dá em face da transferência de competência instituída pela Portaria RFB n° 1.023, de 30 de março de 2009, publicada no DOU em 02/04/2009.” A decisão recorrida, contudo, salientando que não houve impugnação à omissão de rendimentos, declarou improcedente o pleito, mantendo a exigência integralmente. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10730.009305/200771 Acórdão n.º 2802001.570 S2TE02 Fl. 85 3 Às fls. 77 se vê o recurso voluntário, por meio do qual o interessado inicia por protestar por contradição na decisão recorrida, assim se expressando: “Ora, se a impugnação foi julgada procedente em parte é bastante claro que algum item de minhas impugnações teria que ter sido aceito, senão a impugnação deveria ser TOTAL. Entretanto, como se depreende do texto dos valores lançados como débitos tributários nada foi deferido em minha impugnação. Portanto, há que se verificar por quê houve essa informação contraditória entre o texto do acórdão e o texto do relatório.” Quanto ao mérito, salienta, no que se refere aos gastos com psicóloga, que o recibo é, sim, comprovante hábil e idôneo do pagamento feito e equivale à nota fiscal em termos de produtos adquiridos. Portanto, o serviço está especificado e comprovado por meio dos recibos preenchendo os requisitos legais. Sobre os pagamentos à UNIMED, afirma que de fato não tem mais os comprovantes em face do transcurso do tempo. É o relatório. Voto Conselheiro Sidney Ferro Barros, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. De fato, houve lapso de redação na conclusão do acórdão da Turma Julgadora de primeira instância, por anotar “provimento parcial” onde provimento nenhum houve. Contudo, a meu ver, nada que requeira anulação daquele julgado nem mesmo correção formal, diante do manifesto erro material, pois o resultado do julgamento (negativa de provimento) ficou amplamente patente. No mérito, tudo o que requer o interessado é um provimento parcial para que lhe seja restabelecida parte da dedução com despesas médicas concernente ao gasto com psicóloga. Vejamos os seguintes trechos da decisão recorrida que bem ilustram onde estamos neste processo: “Pela análise dos autos, verificase que a autoridade lançadora glosou o valor de R$ 11.316,11 corresponde ao pagamento da Psicóloga Patrícia de Souza Prestes no valor de R$ 9.700,00 e da Unimed no valor de R$ 1.616,11. A glosa, segundo a descrição dos fatos, decorreu da falta de comprovação da despesa, bem como da falta de atendimento à formalidade legal – endereço. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Para atender à formalidade do endereço juntou o impugnante aos autos declaração emitida pela Psicóloga Patrícia de Souza Prestes na qual informa o endereço em que prestou o serviço, satisfazendo, portanto, parte da exigência do Inciso III, do art. 80 acima transcrito. Em que pese a autoridade fiscal ter citado o endereço como exemplo de formalidade não cumprida, outras formalidades deixaram de ser atendidas a exemplo da identificação do beneficiário. Ademais, não trouxe aos autos, o impugnante qualquer documento comprobatório do efetivo pagamento nos termos exigidos pelo mesmo Inciso III retromencionado, o que poderia ter sido feito com extratos bancários, cheques, comprovantes de transferências eletrônicas, etc.” [grifei] Vejase, agora, o quanto dito no Auto de infração: “O contribuinte deixou de comprovar parte de suas despesas médicas declaradas, bem como, apresentou alguns comprovantes sem formalidade legal endereço.” Ora, com a devida vênia, o acórdão recorrido inovou no fundamento jurídico da glosa. O exator limitouse a alegar a inexistência de endereço nos comprovantes (pois as despesas que deixaram de ser comprovadas hão de ser entendidas como aquelas para as quais comprovante nenhum tenha sido apresentado). Não pode, agora, a decisão primeira passar a exigir prova de pagamento ou quaisquer outros requisitos. O que faltava nos recibos de fls. 50 e seguintes foi cumprido pela declaração de fl. 10. Nada mais, a meu ver, pode ser exigido. Por isso, dou provimento parcial ao recurso, para restabelecer a dedução dos gastos com a Psicóloga Patrícia de Souza Prestes no valor de R$ 9.700,00. É o meu voto. Brasília/DF, Sala das Sessões, em 15 de maio de 2012. (assinado digitalmente) Sidney Ferro Barros Fl. 87DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10730.009305/200771 Acórdão n.º 2802001.570 S2TE02 Fl. 86 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10730.009305/200771 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2802001.570. Brasília/DF, 17 de outubro de 2012 (assinado digitalmente) JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Presidente Segunda Turma Especial da Segunda Câmara/Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 88DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 Fl. 89DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por SIDNEY FERRO BARROS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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