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Numero do processo: 10805.720609/2008-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Aug 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992
FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECISÃO JUDICIAL. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO.
Diligência fiscal que constatou ausência de créditos judiciais remanescentes, à compensar débitos deste processo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-003.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
ROSALDO TREVISAN - Presidente.
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida (Relator), Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. DECISÃO JUDICIAL. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO. Diligência fiscal que constatou ausência de créditos judiciais remanescentes, à compensar débitos deste processo. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROSALDO TREVISAN Presidente. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida (Relator), Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 72 06 09 /2 00 8- 52 Fl. 1004DF CARF MF Processo nº 10805.720609/200852 Acórdão n.º 3401003.846 S3C4T1 Fl. 1.005 2 Relatório Versa o presente processo em análise sobre Declarações de Compensação DCOMP, relacionadas à fl1. 827, de débitos diversos, com créditos de FINSOCIAL, reconhecidos judicialmente no mandado de segurança n° 95.00498618/SP2 (PAJ n° 10805.001835/9509), o qual autorizou a compensação dos valores recolhidos a maior de FINSOCIAL com valores devidos a título de COFINS e de CSLL. No Despacho Decisório (fls. 827/838), proferido em 02/09/2008 (fl. 838) e cientificado em 12/09/2008 (AR à fl. 840), restou ementado: Assunto: Compensação de débitos via PERDCOMP Ementa: sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRF. Dispositivos Legais: Art 26 da IN SRF 600/2005 DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO O não reconhecimento deveuse ao fato de ter sido concluído que o mandado de segurança não foi ajuizado com o fim de obter declaração de inconstitucionalidade da alíquota do FINSOCIAL, mas para garantir o direito da impetrante de compensar créditos que supunha possuir, por pagamento indevido ou a maior, em função da declaração de inconstitucionalidade do art. 9°, da Lei nº 7.689/88, no RE n° 150.7551/PE, porém, inaplicável às empresas prestadoras serviços, e que informou ao Poder Judiciário, ser titular, não tendo declaração em seu favor de que é detentora de crédito decorrente do recolhimento de alíquota superior a 0,5%, havendo, na verdade, apenas declaração da possibilidade de compensação nos termos da Lei 8.383/91, sem intervenção da Autoridade Administrativa, conforme os índices de correção definidos. Ciente do despacho decisório em 12/09/2008 (AR à fl. 840), a empresa apresenta Manifestação de Inconformidade em 14/10/2008 (fls. 844/851), sustentando, em síntese, que ajuizou mandado de segurança, já transitado em julgado, objetivando a compensação do que pagara indevidamente a titulo de Finsocial com outras contribuições de mesma espécie, cumprindo com os requisitos legais, entre eles, a habilitação de seu crédito, eis que, foi cientificada da nãohomologação de todas as compensações efetuadas, ao fundamento de inexistência de crédito, pois, não se aproveitaria da decisão judicial em que foi parte, em razão da interpretação da matéria pelo STF, quanto às empresas prestadoras de serviço, despacho que carece de técnica jurídica adequada ao enfrentamento da questão, na medida em que empresta de caso estranho, situação não aplicável ao caso concreto, cuja interpretação já foi exercida judicialmente em favor do recorrente, na sentença, cuja cópia anexa, nos embargos à execução nº 2005.61.26.0060597, da ação de execução fiscal n° 2005.61.26.0015245, onde se reconheceu desprovida de fundamento essa mesma tese de não se reconhecer crédito algum, devendo a decisão judicial no mandado de segurança n° 95.00498618/SP ser cumprida, não se discutindo aqui se foi acertada ou não, requerendo reforma da decisão administrativa que não 1 Todos os números de folhas indicados neste documento referemse à numeração eletrônica do eprocesso. 2 Pedido administrativo de habilitação de crédito judicial nº 10805.001119/200519. Fl. 1005DF CARF MF Processo nº 10805.720609/200852 Acórdão n.º 3401003.846 S3C4T1 Fl. 1.006 3 homologou as compensações, restaurandose e mantendose os efeitos da extinção do crédito tributário compensado via DCOMP, em estrita observância a coisa julgada material. Baixados os autos em diligência, por meio da Resolução nº 3.468, de 04/02/2013 – 3ª Turma – DRJ/Campinas (fls. 882/897), para que se efetuassem os cálculos do possível crédito tributário, conforme decisão definitiva do processo judicial nº 95.00498618, e para que se verificasse se haviam sido utilizados em outros processos, retornou o Relatório de Diligência, de 19/04/2013, emitido pela DRF/Santo André, apresentando a seguinte conclusão: "1. Apuração do valor do crédito de FINSOCIAL pago a maior Com os valores mensais do faturamento informados pela interessada (fls.898), procedeuse ao cálculo das contribuições ao FINSOCIAL no sistema CTSJ versão 2.04.03.49 aplicandose a alíquota de 0,5% sobre a base de cálculo conforme demonstrativo de fls.902/904. Em seguida foram inseridos no sistema os valores dos pagamentos de fls.905/907. Após efetuadas as amortizações, verificouse que foram apurados saldos de pagamentos a maior conforme demonstrativo de fls. 911/913. Estes saldos foram atualizados pelos índices oficiais utilizados pela Fazenda Nacional juntamente com os expurgos inflacionários definidos na decisão judicial (fls. 910), resultando num crédito em favor do contribuinte de R$ 16.451,33, base 01/01/1996 (fls. 911/913). 2. Utilização do crédito de FINSOCIAL na compensação de débitos do processo administrativo nº 10805.001835/9509 Entretanto, este crédito foi TOTALMENTE utilizado (fls. 931) na compensação de débitos de COFINS dos meses de janeiro de 1996 a janeiro de 1997, controlados no processo administrativo nº 10805.001835/9509 (fls. 915/917). Esta compensação foi reconhecida pelo Poder Judiciário nos autos dos Embargos à Execução Fiscal nº 000605961.2005.4.03.6126 (fls. 918/926). Examinando o demonstrativo de compensação de fls. 927/931, verificase que o crédito foi suficiente para compensar os débitos de COFINS dos meses de janeiro a dezembro de 1996 e uma parte do débito de COFINS referente ao mês de janeiro de 1997, no valor de R$ 659,54. Desta forma restaram NÃO COMPENSADOS, os débitos de COFINS referente aos meses de janeiro e fevereiro de 1997, no valor de R$ 199,51 e R$ 1.470,36, respectivamente (fls. 930), os débitos de COFINS referente aos meses de novembro e dezembro de 1995, controlados no processo administrativo nº 10805.001703/99 93, no valor de R$ R$ 1.168,92 e R$ 1.119,22, respectivamente (fls. 914) e a TOTALIDADE dos débitos controlados no presente processo (fls.801/818)" Dada ciência do resultado da diligência em 06/06/2013, apresentouse manifestação (fls. 941/2013), na qual discordase do resultado, afirmando: que os cálculos do excedente de pagamento não foram feitos a partir dos pagamentos efetuados e que não se demonstrou, com clareza, os indexadores utilizados; que segundo seus cálculos, cujo demonstrativo (fls. 944/945) pede homologação, o total do crédito a que teria direito, atualizado até 1º/01/1996, seria R$32.667,63, e não R$16.451,33, como concluiu a diligência; que nos autos dos Embargos à Execução Fiscal nº 000605961.2005.4.03.6126, encontramse débitos já pagos, em duplicidade ou incluídos em parcelamento da Lei n° 11.941/2009. Na Decisão de primeira instância, proferida em 12/08/2013 (fls. 951/967) e cientificada em 03/09/2013 (AR à fl. 980), a DRJ acorda unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, concluindo ter sido o indébito apurado totalmente utilizado Fl. 1006DF CARF MF Processo nº 10805.720609/200852 Acórdão n.º 3401003.846 S3C4T1 Fl. 1.007 4 para compensação no processo administrativo 10805.001835/9509, nada restando de créditos a serem utilizados no presente processo: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992 DECISÃO JUDICIAL. CUMPRIMENTO. Tendo a decisão judicial força de lei entre as partes, a interpretação dada à lei pelo Juízo há que ser respeitada, não podendo a autoridade administrativa descumprila, ainda que sob alegação de que referida decisão contraria disposição literal de lei. CRÉDITO TRIBUTÁRIO UTILIZADO EM OUTRO PROCESSO. DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não se pode homologar DCOMPs que informam como crédito valores já totalmente utilizados em compensações anteriores. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Após ciência ao acórdão de primeira instância, em 03/09/2013 (AR à fl. 980), apresentase o Recurso Voluntário de fls. 982/991, em 03/10/2013, com alegações a respeito: (1) do cerceamento de defesa em razão do arquivo da cópia digitalizada do processo, não tendo referências de folhas, ter impossibilitado a defesa fazer menções precisas ou contestar às folhas do processo; e o arquivo digital em CD, que não foi juntado ao processo ou justificada a negativa da anexação; (2) da duplicidade de débitos requer conhecimento de ofício da matéria de outro processo administrativo (10805.720745/200842) de parcelamento, para excluir débitos que elenca e alega cobrados em duplicidade com o presente processo; (3) da atualização monetária a Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 8, de 1997, não se alinha à correta aplicação da atualização monetária plena determinada judicialmente; aduzindo existir valor suprimido (09/89) dos cálculos dos créditos; (4) da compensação entre tributos de diferentes espécies desacertada a interpretação administrativa da decisão judicial limitando a compensação do Finsocial com a Cofins, negando vigência à Lei nº 9.430/96, posterior, autorizando compensação entre tributos de espécies distintas. É o relatório. Voto Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como visto do relatório, tratase de Declaração de Compensação, de débitos diversos com crédito de FINSOCIAL, reconhecido no mandado de segurança n° 95.00498618/ SP, o qual autorizou a compensação dos valores recolhidos a maior de FINSOCIAL, exclusivamente, com valores devidos a título de COFINS e CSLL. Fl. 1007DF CARF MF Processo nº 10805.720609/200852 Acórdão n.º 3401003.846 S3C4T1 Fl. 1.008 5 (1) do cerceamento de defesa No que tange à alegação de cerceamento de defesa, penso que o argumento não merece prosperar. Afirma o recorrente, sem apontar provas ou demonstrar efetivo prejuízo à defesa, que em razão do arquivo da cópia digitalizada do processo não ter referências de folhas, teria lhe impossibilitado de fazer menções precisas ou contestar às folhas do processo; e que arquivo digital em CD que apresentou, não foi juntado ao processo ou justificada a não anexação. No âmbito do Processo Administrativo Fiscal as hipóteses de nulidade são tratadas de forma específica no art. 59, do Decreto nº 70.235/72: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. No caso vertente, nenhum dos pressupostos acima encontrase presente, uma vez que não ficou evidenciada a preterição do direito de defesa, tendo em vista que a decisão recorrida motivou de forma concreta a razão do não provimento à impugnação: retorno de diligência fiscal que constatou ausência de créditos à compensar, não ficando caracterizado e provado qualquer prejuízo à defesa do recorrente, a qual foi oportunizada manifestações sobre todas as provas produzidas no processo, inclusive, sobre o resultado da diligência que constatou a insuficiência de créditos. (2) da duplicidade de débitos O contribuinte alega que os débitos constantes nos Embargos à Execução Fiscal nº 000605961.2005.4.03.6126 foram pagos em duplicidade ou parcelados no processo nº 10805.720745/200842, apontando tabela com valores que estariam em duplicidade com o presente processo. No entanto, assim como na impugnação, nada traz de provas dessa alegação e nem mesmo afirma se deste fato alegado teriam sobrado créditos a compensar. Além disso, a competência da Terceira Seção de Julgamento do CARF se dá em razão da natureza do crédito de FINSOCIAL (inciso II, do art. 4º, do RICARF/15), sendo a inclusão ou exclusão de débitos no processo questão operacional, não afetada ao julgamento, caso confirmada, devendo ser resolvida por meio do alegado (fl. 988) 'conhecimento de ofício' da matéria pela autoridade preparadora, incidentalmente ou na execução do julgado. (3) da atualização monetária. Entende o recorrente que a Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/ COSAR nº 8, de 27/06/1997, não se alinha à correta aplicação da atualização monetária plena determinada judicialmente; aduzindo existir valor suprimido (09/89) dos cálculos dos créditos. Na diligência fiscal, demandada pelo órgão recorrido, com os valores mensais do faturamento informados (fl. 898), procedeuse ao cálculo das contribuições ao Fl. 1008DF CARF MF Processo nº 10805.720609/200852 Acórdão n.º 3401003.846 S3C4T1 Fl. 1.009 6 FINSOCIAL, aplicandose a alíquota de 0,5% sobre a base de cálculo, conforme Demonstrativo de Apuração de Débitos (fls. 902/904), confrontados com os valores dos pagamentos de fls. 905/907 e efetuadas as amortizações, foram apurados saldos de pagamentos a maior conforme Demonstrativo de Saldos de Pagamentos (fls. 911/913), os quais foram atualizados pela Tabela de Índices de Atualização de Créditos [IPC/INPC/UFIR] (fl. 910) determinados judicialmente (fl. 145): o IPC, no período de março de 1990 até a fevereiro/1991; o INPC, de março/1991 a dezembro/19913; a UFIR, de janeiro/1992 a dezembro/19954; conforme tabela de fl. 965, utilizados juntamente com os expurgos inflacionários, definidos na decisão judicial (fls. 910), resultando num crédito em favor do contribuinte de R$16.451,33, base 01/01/1996. Notar que o crédito pleiteado teve sua atualização monetária revisada e confirmada pela decisão recorrida (fl. 965), a partir dos indicies determinados pela decisão judicial, sendo o anexo da Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 08, de 27/06/1997, simples fonte de referência dos valores históricos dos índices a serem utilizados, quando coincidentes ou omissa a decisão judicial (IPC, em períodos anteriores a março/1990), dentre outras fontes, tais como, o SICOM – Sistema de Correção Monetária da Justiça Federal no “MANUAL DE ORIENTAÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA OS CÁLCULOS NA JUSTIÇA FEDERAL – CJF” como “VALORES HISTÓRICOS DOS INDEXADORES” para cálculo de “REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO” (Cap. 4, item 4.4.1). Ao comparar os cálculos diligenciados de ofício com os valores que o contribuinte apresenta em quadro às fls. 944/945, o órgão julgador recorrido concluiu que os valores originais dos indébitos são praticamente os mesmos, com pequenas variações, em razão de metodologias distintas de cálculo: a partir dos pagamentos em DARF, para o contribuinte; ou das bases de cálculo apuradas e declaradas, para o fisco; residindo maiores diferenças, entre os cálculos confrontados, quanto aos índices de atualização monetária utilizados. Nesse ponto, nada alterado, em nenhuma das suas manifestações, o contribuinte identifica de onde surgiram os valores utilizados como índices em seu demonstrativo, nem como foram utilizados para transformar os valores originais dos pagamentos indevidos, nos valores atualizados para 01/01/1996, apenas, simples alegações sem maiores detalhamentos e provas, assim como, sobre suposto valor suprimido (09/89) dos cálculos dos créditos. Sem reparos, portanto, ao concluído na decisão recorrida, que os índices determinados na ação judicial nº 95.00498618/SP foram os utilizados nos cálculos efetuados na diligência fiscal, revisados analiticamente pelo órgão julgador recorrido (fls. 964/966) e concluídos como corretos, não restando saldo de créditos remanescentes de FINSOCIAL à compensar débitos deste processo. (4) da compensação entre tributos de diferentes espécies Nesse ponto, entendo, ser a matéria precedente, questão de fato, relativa à quantificação dos valores do crédito, como prejudicial à esta questão de direito argüida, não fazendo sentido discutir teses ou declarar direito em abstrato, tendo em vista o retorno de diligência fiscal que constatou ausência de créditos à compensar débitos deste processo. 3 Lei n° 8.177, de 1º de março de 1991. 4 Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991 Fl. 1009DF CARF MF Processo nº 10805.720609/200852 Acórdão n.º 3401003.846 S3C4T1 Fl. 1.010 7 Se o fundamento da decisão recorrida, para negativa da homologação das compensações, está na insuficiência de créditos à compensar, não há porque discutirse outros aspectos qualitativos destas compensações, se restritas, como restou decidido judicialmente, ou ampliadas, nos termos da legislação superveniente. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 1010DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10665.000347/2010-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995
PIS-REPIQUE. DECADÊNCIA.
Não há que se falar em decadência do PIS-REPIQUE se a empresa anteriormente lançou e liquidou o PIS nos moldes dos decretos-leis nº2445 e 2449/88. Afastados os referidos decretos por decisão judicial transitada em julgado, não há necessidade de novo lançamento para o PIS-REPIQUE nos termos da LC nº7/70.
Numero da decisão: 3402-004.345
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. A Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne apresentou declaração de voto, lida em Sessão, acompanhando o Relator pelas conclusões, sendo seguida pelos Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Carlos Augusto Daniel Neto.
Assinatura Digital
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
Assinatura Digital
Pedro Sousa Bispo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (presidente da turma), Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Thais De Laurentiis Galkowicz, Diego Diniz Ribeiro e Pedro Sousa Bispo
Nome do relator: PEDRO SOUSA BISPO
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DECADÊNCIA. Não há que se falar em decadência do PISREPIQUE se a empresa anteriormente lançou e liquidou o PIS nos moldes dos decretosleis nº2445 e 2449/88. Afastados os referidos decretos por decisão judicial transitada em julgado, não há necessidade de novo lançamento para o PISREPIQUE nos termos da LC nº7/70. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. A Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne apresentou declaração de voto, lida em Sessão, acompanhando o Relator pelas conclusões, sendo seguida pelos Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Carlos Augusto Daniel Neto. Assinatura Digital Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. Assinatura Digital Pedro Sousa Bispo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (presidente da turma), Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Thais De Laurentiis Galkowicz, Diego Diniz Ribeiro e Pedro Sousa Bispo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 03 47 /2 01 0- 72 Fl. 178DF CARF MF 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o Relatório da decisão recorrida com os devidos acréscimos: Tratase de compensação de direito creditório reconhecido judicialmente nos autos da ação ordinária nº 2000.38.00.0032233, distribuída junto à 21ª Vara da Seção Judiciária de Minas Gerais, por meio da qual a Autora buscou a declaração de inexistência de relação jurídicotributária que a obrigasse a recolher o PIS de forma diversa daquela prevista na Lei Complementar nº 07/70, bem como a declaração de que as leis nº 7.691/88, art. 1º, inc. III; Lei nº 7.799/89, art. 67, V; Lei nº 8.218/91, art.2º, IV, “a” e Lei nº 8383/91, art. 52, IV limitaram se à imposição de converter os valores da contribuição para o PIS nos indexadores indicados, sendo, entretanto, ineficazes para procederem à alteração de base de cálculo daquela exação. A autora requereu, ainda, a compensação dos valores recolhidos indevidamente (acrescidos de juros, atualização monetária e expurgos inflacionários) com tributos de mesma ou diversa natureza jurídica (vejase Certidão de Inteiro Teor, cópia fl.23). A sentença, proferida em 08/05/2001, julgou procedente o pedido para declarar que as Leis nº 7.691, 7.779, 8.218 e 8.383 limitaramse à imposição de conversão do valor da contribuição para o PIS nos indexadores ali indicados, alterando as datas dos respectivos recolhimentos, sendo ineficazes para procederem à alteração da base de cálculo daquela contribuição, que se encontra definida no art. 6º, parágrafo único da LC 07/70, bem como para autorizar a compensação dos valores recolhidos em desacordo com o disposto no art. 6º, da LC 07/70, ou seja, os valores recolhidos com base no faturamento do próprio mês da competência, nos termos do pedido. A atualização monetária darseá pelo seqüencial OTN/BTN/INPC/UFIR (art. 66, § 3º Lei 8.383/91) e juros de mora, a partir do trânsito em julgado da sentença, de 1% ao mês, respeitandose os limites temporais e os valores apurados nos documentos, em original ou por fotocópias autenticadas, anexados aos autos ou apresentados perante a autoridade administrativa (fls. 34/39). Em sede de apelação, o TRF da 1ª Região reformou parcialmente a decisão monocrática para declarar a ocorrência de prescrição decenal e limitar a compensação com parcelas do próprio PIS, além de reduzir a verba honorária. A União Federal interpôs Recurso Especial e Recurso Extraordinário, os quais não foram admitidos; a autora interpôs Recurso Especial o qual foi admitido e negado seguimento com fundamento no art. 557, caput, do CPC. A ação transitou em julgado em 28/11/2008 (fl.49). Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10665.000347/201072 Acórdão n.º 3402004.345 S3C4T2 Fl. 179 3 Mediante Despacho Decisório Saort/DRF/DIV, de 15 de março de 2010 (fls. 66/71), a autoridade administrativa jurisdicionante concordou com os cálculos apresentados pela Contribuinte, até sua atualização para Dezembro/1995, no valor de R$ 33.672,08 (trinta e três mil, seiscentos e setenta e dois reais e oito centavos). Contudo, a partir desta data, a DRF sustenta seu ponto de discordância argumentando que a Contribuinte atualizou indevidamente seu crédito pela utilização da Taxa Selic, quando a decisão passada em julgado determina que se utilize a taxa de 1% a partir do trânsito em julgado. Seguindo em seu raciocínio, houve por bem reconhecer parcialmente o direito creditório pleiteado e, via de consequência, homologar parcialmente as compensações realizadas com fulcro na ação ordinária nº 2000.38.00.0032233. Cientificada da decisão em 25/03/2010 (fl. 75), a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade (fls.76/86) e documentos anexos, em 20/04/2010, alegando em síntese, que: · No que concerne à atualização do indébito tributário, o índice de correção aplicado nos cálculos administrativos não segue estritamente o previsto na legislação e na jurisprudência pátria, que entendem ser devida incidência de juros de mora nos limites fixados pelo art. 39, § 4º da Lei nº 9.250/95 (Selic). · Na apuração do direito creditório foi observado estritamente o Manual de Procedimentos de Cálculos, aprovado pela Resolução 561, de 02/07/07, do Conselho Nacional da Justiça Federal, o qual define procedimentos e forma de cálculo para atualização de valores havidos judicialmente. · A atualização do crédito deve seguir os índices oficiais, sendo imprescindível a aplicação da taxa Selic, por ser medida de justiça e de direito. · Os cálculos elaborados pela RFB baseiamse em interpretação equivocada da decisão judicial quando utiliza o percentual de 8% entre os meses de maio e julho, como exposto no quadro elencado na fl. 05, item 29 do despacho decisório combatido. · Requer que o saldo atualizado em 31/12/1995, no montante de R$ 33.572,08, já reconhecido como correto, seja atualizado pela Selic e, ainda, 1% no mês da compensação, conforme a legislação, bem como pela própria decisão e respectiva Tabela de Cálculo do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, conforme planilha apresentada, na qual o valor do crédito na data de compensação era de R$ 113.713,92 (cento e treze mil, setecentos e treze reais e noventa dois centavos)." Fl. 180DF CARF MF 4 Em ato contínuo, a DRJBHE julgou a manifestação de inconformidade do contribuinte nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Nos termos da sentença exeqüenda transitada em julgado, a atualização dos valores recolhidos indevidamente deve ser efetuada com base no seqüencial OTN/BTN/INPC/UFIR, acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, a partir do trânsito em julgado da sentença. Incabível a utilização da Taxa SELIC, ou qualquer outro indexador ou percentual, a título de correção monetária ou taxa de juros de mora, sob pena de afronta à coisa julgada. Em seguida, devidamente notificada, a Recorrente interpôs o presente recurso voluntário pleiteando a reforma do acórdão da DRJBHE. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Sousa Bispo O recurso voluntário é tempestivo e preenche todos os requisitos previstos em lei, motivo pelo qual deve ser conhecido. Cabe frisar que a principal questão abordada na instância a quo, no que se refere a aplicação da taxa SELIC para correção dos créditos compensáveis da recorrente,, não foi abordada no presente recurso. Assim, considero julgada definitivamente essa questão. A única e inédita questão a ser enfrentada é a alegação de decadência do PIS repique abatido pela Autoridade Tributária do seu quantum a repetir reconhecido por meio de ação judicial transitada em julgado. A Decadência, sendo uma questão de ordem pública, não está sujeita a preclusão e pode ser trazida aos autos em qualquer fase do processo. Sobre esse tema a CSRF já se posicionou nos seguintes termos: "IRPJ CSLL E COFINSDECADÊNCIA Exercício:2000 PRECLUSÃO. DECADÊNCIA. Sendo a decadência matéria de ordem pública, não se pode arguir preclusão para apreciação de um dos seus pressupostos. DECADÊNCIA. Para os tributos lançados por homologação, o dies a a quo para a contagem do prazo decadencial é a data da ocorrência do fato gerador, caso tenha ocorrido o pagamento. Aplicação do artigo 62A do Regimento Interno do CARF." (Acórdão n°9101001.542. DOU 26/08/2014). Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10665.000347/201072 Acórdão n.º 3402004.345 S3C4T2 Fl. 180 5 Superada essa questão, conheço do Recurso Voluntário e passo a sua apreciação. Não identifiquei nos autos elementos que confirmem a alegação da recorrente, nos termos a seguir. De forma sintética, a questão discutida nos autos foi a respeito do direito creditório da empresa que obteve provimento judicial para repetir os valores de PIS pagos a maior com base no faturamento do mês no período de 08/02/90 até o fato gerador de 09/1995, na parte que exceder o PIS devido na modalidade Repique. A Autoridade Tributária efetuou a verificação da certeza e liquidez do crédito pleiteado, realizando um encontro de contas entre o que foi pago com base no faturamento do mês, conforme preceituava as Leis nº 7.691/88, 7.779/89, 8.218/91 e 8.383/91 (PIS faturamento) e o devido com base na Lei Complementar nº 7/1970 (PISrepique), em estrito cumprimento do que determinou a decisão judicial, verbis: "Deve a autoridade administrativa aferir os valores e o período a serem compensados, ficando explicitado que ao permitir a compensação que deve ser realizada extraautos não se está homologando o pagamento feito pelo contribuinte (com a declaração de extinção do crédito tributário) eis que tal providência caberá ao fisco, oportunamente, quando houver sido encerrado o procedimento, em adimplemento a este comando judicial, após simples cálculos dos valores a serem compensados.(Proc. nº2000.38.00.0032233, 21ª Vara da Seção Judiciária de Minas Gerais)fls.39 " Com efeito, a decisão judicial em comento deixa claro que coube à Autoridade Administrativa a apuração do quantum compensável: Se a empresa realizou o lançamento por homologação e pagou o respectivo débito do PIS sobre o faturamento, fato comprovado nos autos, não há necessidade de novo lançamento para se exigir o PISrepique nos moldes da LC nª 7/1970. A empresa permaneceu sujeita a mesma contribuição, somente alterandose a sua forma de apuração. Houve a necessidade apenas de realizar uma revisão e adequação dos cálculos a fim de se apurar o valor devido, sem necessidade de novo lançamento. Quanto a esse aspecto, o STJ já se posicionou em Recurso Especial representativo de controvérsia inferindo a desnecessidade de novo lançamento quanto a apuração do indébito de PIS, em face da reconhecida inconstitucionalidade dos Decretosleis 2.445 e 2.449/88. Segundo o tribunal superior, o caso se enquadraria na hipótese constante no art.144 do CTN, não havendo a necessidade de novo lançamento para exigir o PIS sob a nova modalidade, prevista na LC 7/70, conforme abaixo reproduzido: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA (CDA) ORIGINADA DE LANÇAMENTO FUNDADO EM LEI POSTERIORMENTE DECLARADA INCONSTITUCIONAL EM SEDE DE CONTROLE DIFUSO (DECRETOSLEIS 2.445/88 E 2.449/88). VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO QUE NÃO PODE SER REVISTO. Fl. 182DF CARF MF 6 INEXIGIBILIDADE PARCIAL DO TÍTULO EXECUTIVO. ILIQUIDEZ AFASTADA ANTE A NECESSIDADE DE SIMPLES CÁLCULO ARITMÉTICO PARA EXPURGO DA PARCELA INDEVIDA DA CDA. PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL POR FORÇA DA DECISÃO, PROFERIDA NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO, QUE DECLAROU O EXCESSO E QUE OSTENTA FORÇA EXECUTIVA. DESNECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA CDA. 1. O prosseguimento da execução fiscal (pelo valor remanescente daquele constante do lançamento tributário ou do ato de formalização do contribuinte fundado em legislação posteriormente declarada inconstitucional em sede de controle difuso) revelase forçoso em face da suficiência da liquidação do título executivo, consubstanciado na sentença proferida nos embargos à execução, que reconheceu o excesso cobrado pelo Fisco, sobressaindo a higidez do ato de constituição do crédito tributário, o que, a fortiori, dispensa a emenda ou substituição da certidão de dívida ativa (CDA). 2. Deveras, é certo que a Fazenda Pública pode substituir ou emendar a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos (artigo 2º, § 8º, da Lei 6.830/80), quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada, entre outras, a modificação do sujeito passivo da execução (Súmula 392/STJ) ou da norma legal que, por equívoco, tenha servido de fundamento ao lançamento tributário (Precedente do STJ submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1.045.472/BA, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009, DJe 18.12.2009). 3. In casu, contudo, não se cuida de correção de equívoco, uma vez que o ato de formalização do crédito tributário sujeito a lançamento por homologação (DCTF), encampado por desnecessário ato administrativo de lançamento (Súmula 436/STJ), precedeu à declaração incidental de inconstitucionalidade formal das normas que alteraram o critério quantitativo da regra matriz de incidência tributária, quais sejam, os DecretosLeis 2.445/88 e 2.449/88. 4. O princípio da imutabilidade do lançamento tributário, insculpido no artigo 145, do CTN, prenuncia que o poderdever de autotutela da Administração Tributária, consubstanciado na possibilidade de revisão do ato administrativo constitutivo do crédito tributário, somente pode ser exercido nas hipóteses elencadas no artigo 149, do Codex Tributário, e desde que não ultimada a extinção do crédito pelo decurso do prazo decadencial qüinqüenal, em homenagem ao princípio da proteção à confiança do contribuinte (encartado no artigo 146) e no respeito ao ato jurídico perfeito. 5. O caso sub judice amoldase no disposto no caput do artigo 144, do CTN ("O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada."), uma vez que a autoridade administrativa procedeu ao lançamento do crédito tributário formalizado pelo contribuinte (providência desnecessária por força da Súmula 436/STJ), utilizandose da Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10665.000347/201072 Acórdão n.º 3402004.345 S3C4T2 Fl. 181 7 base de cálculo estipulada pelos DecretosLeis 2.445/88 e 2.449/88, posteriormente declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de controle difuso, tendo sido expedida a Resolução 49, pelo Senado Federal, em 19.10.1995. 6. Conseqüentemente, tendo em vista a desnecessidade de revisão do lançamento, subsiste a constituição do crédito tributário que teve por base a legislação ulteriormente declarada inconstitucional, exegese que, entretanto, não ilide a inexigibilidade do débito fiscal, encartado no título executivo extrajudicial, na parte referente ao quantum a maior cobrado com espeque na lei expurgada do ordenamento jurídico, o que, inclusive, encontrase, atualmente, preceituado nos artigos 18 e 19, da Lei 10.522/2002, verbis: "Art. 18. Ficam dispensados a constituição de créditos da Fazenda Nacional, a inscrição como Dívida Ativa da União, o ajuizamento da respectiva execução fiscal, bem assim cancelados o lançamento e a inscrição, relativamente: (...) VIII à parcela da contribuição ao Programa de Integração Social exigida na forma do DecretoLei no 2.445, de 29 de junho de 1988, e do DecretoLei no 2.449, de 21 de julho de 1988, na parte que exceda o valor devido com fulcro na Lei Complementar no 7, de 7 de setembro de 1970, e alterações posteriores; (...) § 2o Os autos das execuções fiscais dos débitos de que trata este artigo serão arquivados mediante despacho do juiz, ciente o Procurador da Fazenda Nacional, salvo a existência de valor remanescente relativo a débitos legalmente exigíveis. contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto, desde que inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão versar sobre: (Redação dada pela Lei nº 11.033, de 2004) I matérias de que trata o art. 18; (...). § 5o Na hipótese de créditos tributários já constituídos, a autoridade lançadora deverá rever de ofício o lançamento, para efeito de alterar total ou parcialmente o crédito tributário, conforme o caso. (Redação dada pela Lei nº 11.033, de 2004)" 7. Assim, ultrapassada a questão da nulidade do ato constitutivo do crédito tributário, remanesce a exigibilidade parcial do valor inscrito na dívida ativa, sem necessidade de emenda ou substituição da CDA (cuja liquidez permanece incólume), máxime tendo em vista que a sentença proferida no âmbito dos embargos à execução, que reconhece o excesso, é título executivo passível, por si só, de ser liquidado para fins de prosseguimento da execução fiscal (artigos 475B, 475H, 475N e 475I, do CPC). 8. Consectariamente, dispensase novo lançamento tributário e, a fortiori, emenda ou substituição da certidão de dívida ativa (CDA). 9. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPCe da Resolução STJ 08/2008. (REsp Fl. 184DF CARF MF 8 1.115.501/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 30/11/2010) [grifos acrescidos] Afastase, dessa forma, qualquer pretensão de ocorrência de Decadência do valor devido de PISrepique alegada pela recorrente. Pelo exposto, e por todos os elementos presentes nos autos, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Assinatura Digital Pedro Sousa Bispo Relator Declaração de Voto Com a devida vênia, não coaduno com o raciocínio delineado pelo I. Relator no sentido de não admitir o argumento da decadência do direito de lançar de uma forma geral. Isso porque, na hipótese de ser possível verificar no caso concreto a exigência, por meio do processo de restituição ou compensação, de valores de débitos atingidos pela decadência, caberia sim darse provimento ao Recurso. De fato, a eventual existência de créditos tributários devidos pelo sujeito passivo que não estejam devidamente constituídos (por sua declaração ou lançamento) e que não possam mais ser constituídos por já terem sido atingidos pela decadência não podem ser simplesmente abatidos pela fiscalização do montante do crédito pleiteado pelo sujeito nos processos de restituição e/ou compensação. Essa redução no montante do crédito implicaria em verdadeira exigência de tributo decaído, o que não se pode de qualquer forma admitir. Contudo, atentandose para o caso em tela, observase que o Recorrente não trouxe nenhum elemento de prova capaz de sustentar sua alegação de decadência. Com efeito, o despacho decisório proferido afirma que considerou os valores recolhidos pelo contribuinte em conformidade com a planilha por ele próprio elaborada, resultando em diferença a cobrar em razão de uma divergência no índice de atualização monetária utilizado no cálculo do crédito. Vejamos os exatos termos do despacho decisório: “26. Efetuada a conferência dos cálculos apresentados pela interessada nas planilhas de fls. 24/25 foi possível verificar a sua exatidão em relação à atualização dos créditos até dezembro de 1995, sendo portanto, legitimo o valor de R$ 33.672,08, apurado naquela data. 27. Os valores do PIS/Repique apurados e deduzidos do crédito também estão em conformidade com as informações contidas nas Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, existentes nas bases de dados da RFB (fls. 42/56). Todos os pagamentos indicados foram também confirmados na base de dados da RFB. Fl. 185DF CARF MF Processo nº 10665.000347/201072 Acórdão n.º 3402004.345 S3C4T2 Fl. 182 9 28. Diverge, entretanto, o cálculo no tocante a aplicação dos juros, tendo em vista que o crédito foi atualizado pela Selic em vez da utilização do percentual de 1% (um por cento) a partir do trânsito em julgado conforme determina a ação judicial.” (grifei) Observase, portanto, que a apuração de valores devidos à título de PIS foi realizado pela fiscalização com fulcro na própria apuração apresentada pelo sujeito passivo e em sua declaração de imposto de renda, inexistindo na hipótese uma revisão de valores devidos pelo Recorrente. A divergência restou, apenas, no índice de atualização monetária do crédito, o que ensejou na homologação apenas parcial das compensações. Nesse sentido, não há que se falar em revisão de lançamento nesse caso suscetível a atrair a discussão em torno da decadência. Com efeito, como se depreende do despacho decisório, não houve divergência quanto aos valores dos débitos devidos pelo Recorrente em sua apuração, mas apenas quanto ao valor do crédito tributário passível de restituição. Desta forma, em razão da ausência de substrato fático para a alegação de decadência da Recorrente, nego provimento ao Recurso, acompanhando o relator pelas conclusões. É minha declaração de voto. (assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne. Fl. 186DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.917215/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Fato Gerador: 15/10/2001
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.666
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro declarou-se impedido.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do Fato Gerador: 15/10/2001 BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro declarouse impedido. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade interposta contra despacho decisório que indeferiu o Pedido de Restituição formulado por meio do PER/DCOMP. O pedido de restituição referese a suposto pagamento a maior de contribuições sociais no período de apuração referido na ementa deste julgado. O despacho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 72 15 /2 01 1- 11 Fl. 62DF CARF MF Processo nº 10830.917215/201111 Acórdão n.º 3402004.666 S3C4T2 Fl. 3 2 decisório considerou improcedente o crédito informado no PER/DCOMP, tendo em vista o pagamento efetuado já fora integralmente alocado a outros débitos. Cientificado da decisão, o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, requerendo o direito à restituição regularmente pleiteado, alegando que seu direito creditório adviria do alargamento da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, decorrente da inclusão indevida do ICMS no conceito de faturamento. Seu pleito foi julgado improcedente pela DRJ, ensejando a interposição de Recurso Voluntário, repisando suas razões originais. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.636, de 27 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 10283.903445/201210, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.636): O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. 1. Sobre a necessidade de suspensão do processo administrativo Em relação à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, foi reconhecida a repercussão geral da temática pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do Recurso Extraordinário 574.706, julgado favoravelmente ao Contribuinte mas pendente de publicação do acórdão, e passível ainda de Embargos de Declaração. Não há, portanto, o seu trânsito em julgado. Como bem ponderado pela Conselheira Thaís de Laurentiis em outro acórdão, haja vista o conteúdo do artigo 15 do Código de Processo Civil (CPC), que determina a sua aplicação supletiva ou subsidiária aos processos administrativo; bem como do artigo 1.035, §5º do mesmo Codex, com a regra sobre a necessidade de sobrestamento dos processos cuja matéria foi objeto de reconhecimento do repercussão geral no âmbito do STF, entendo que o presente processo administrativo deveria ser sobrestado, até que a melhor solução acerca do direito da Recorrente fosse apresentada pelo Pretório Excelso. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10830.917215/201111 Acórdão n.º 3402004.666 S3C4T2 Fl. 4 3 Nesse sentido, destaco as razões apresentadas pelo Conselheiro Diego Diniz Ribeirão no Acórdão n. 3402004.271, com as quais concordo inteiramente. Contudo, sabendo que o entendimento majoritário desse Colegiado é pela impossibilidade de sobrestamento face à ausência de previsão regimental nesse sentido, passo à análise do mérito. 2. Da Inclusão do ICMS na Base de Cálculo do PIS/COFINS Sobre esse tema, este Colegiado se manifestou por unanimidade com a ressalva do voto do Conselheiro Antonio Carlos Atulim, em substituição ao Conselheiro Pedro Bispo ao prolatar o Acórdão CARF nº 3402003.317 de relatoria do Cons. Atulim,e cujas razões reproduzo aqui e adoto como fundamentos da minha decisão: No mérito, deflui dos autos que o contribuinte apurou e recolheu a contribuição incluindo o ICMS na sua base de cálculo e agora comparece perante a Administração Tributária alegando que o recolhimento foi efetuado em montante superior ao devido porque a inclusão do ICMS no faturamento ou na receita é inconstitucional. O recolhimento efetuado pelo contribuinte, incluindo o ICMS na base de cálculo da contribuição, está calcado em entendimento sedimentado desde tempos imemoriais na seara tributária. Tal entendimento tem respaldo legal no art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e na Instrução Normativa nº 51, de 03/11/1978, que a regulamentou. O art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77, na redação vigente na época do fato gerador relativo ao pagamento tido como indevido, estabelecia o seguinte: "Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. (...)" (Fonte da transcrição: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decretolei/ del1598.htm) Já o item 4 da IN SRF nº 51/78, estabelece o seguinte: 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10830.917215/201111 Acórdão n.º 3402004.666 S3C4T2 Fl. 5 4 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. 4.3.1 Incluemse também neste item: a) taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda; b) a parcela de contribuição para o Programa de integração Social calculada sobre o faturamento; c) a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. (Fonte da transcrição: http://sijut.fazenda.gov.br/ netahtml/ sijut/Pesquisa.htm) Portanto, o recolhimento efetuado pelo contribuinte está em conformidade com a legislação vigente e com entendimento sedimentado há anos na seara tributária, uma vez que o valor do ICMS integra o preço da mercadoria, sendo tal valor deduzido contabilmente como despesa operacional. O contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição porque o imposto estadual não se enquadra no conceito de faturamento ou mesmo no de receita estabelecido pela constituição. Ao contrário do alegado pelo contribuinte, tal argumento não pode ser acatado pelos órgãos administrativos de julgamento, pois o art. 26A do Decreto nº 70.235/72 proíbe este colegiado de negar vigência a texto legal com hierarquia superior a Decreto, em razão de arguição de inconstitucionalidade, in verbis: "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10830.917215/201111 Acórdão n.º 3402004.666 S3C4T2 Fl. 6 5 I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(...)" O contribuinte invoca a seu favor o acórdão do STF proferido no RE 240.7852. Entretanto, esse recurso extraordinário ainda não foi definitivamente julgado, não se enquadrando no disposto no § 6º, I, acima transcrito, e nem nas disposições do Decreto nº 2.346/97, para que o entendimento possa ser estendido administrativamente a outros casos concretos. Não se olvide que essa questão é objeto do Tema 69 dos recursos submetidos à sistemática da repercussão geral no STF e será decidida no RE nº 574.706. Acrescentese que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. 3. Conclusão Ante o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 66DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.731548/2013-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Aug 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1401-000.444
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência para verificar a postergação, nos termos do voto do redator designado. Vencidas as Conselheiras Lívia De Carli Germano (Relatora), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin e Aurora Tomazini de Carvalho que entendiam desnecessária a diligência para darem provimento ao recurso. Designado o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Livia De Carli Germano- Relatora.
(assinado digitalmente)
Guilherme Adolfo dos Santos Mendes - Redator Designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Aurora Tomazini de Carvalho.
Nome do relator: LIVIA DE CARLI GERMANO
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência para verificar a postergação, nos termos do voto do redator designado. Vencidas as Conselheiras Lívia De Carli Germano (Relatora), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin e Aurora Tomazini de Carvalho que entendiam desnecessária a diligência para darem provimento ao recurso. Designado o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Presidente. (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Relatora. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Redator Designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 31 54 8/ 20 13 -0 6 Fl. 943DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 944 2 Mendes, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Aurora Tomazini de Carvalho. Relatório Tratase de recursos de ofício e voluntário interpostos em face do acórdão n.º 1667.273, proferido pela DRJ/SPO. Por bem descrever os fatos reproduzo trechos do relatório do acórdão recorrido: 1. DA AUTUAÇÃO O presente processo trata de auto de infração (fls. 436 a 443) lavrado para a constituição de créditos tributários de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ dos anoscalendário de 2008 e 2009 em razão da desconsideração, para fins fiscais, de operações de cessão de contratos de arrendamento mercantil realizadas entre a autuada, na condição de cessionária, e a Bradesco Leasing S.A. Arrendamento Mercantil, CNPJ 47.509.120/000182, empresa pertencente ao mesmo grupo econômico, na condição de cedente (fls. 108 a 118). No termo de verificação fiscal (fls. 444 a 462), a fiscalização relata que, até 2008, a contribuinte fiscalizada atuava como uma holding, auferindo receitas provenientes de reorganizações societárias do grupo Bradesco e de aplicações financeiras. Acrescenta que, a partir daquele ano, passou a ser cessionária de carteiras de crédito de arrendamento mercantil provenientes da Bradesco Leasing, assumindo receitas e despesas de arrendamento mercantil, além da superveniência de depreciação, o que ocasionou redução nos recolhimentos de IRPJ nos períodos fiscalizados. Alega que não houve redução nos recolhimentos de CSLL, pois não há previsão legal para a exclusão de superveniência de depreciação na apuração da base de cálculo da CSLL. Na tabela de fls. 451, abaixo reproduzida, a fiscalização demonstra que a realização das operações em comento acarretou redução no lucro real da fiscalizada nos montantes de R$160.223.037,21 em 2008 e R$745.398.588,62 em 2009. A fiscalização informa que, em resposta a intimação, a contribuinte esclareceu que a administração da carteira de arrendamento mercantil é feita pela cedente, na qualidade de mandatária, sendo esta a responsável pela cobrança dos créditos objetos das cessões, pela guarda dos contratos de arrendamento mercantil e suas respectivas garantias, bem como pela guarda das fichas cadastrais dos devedores. Fl. 944DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 945 3 A fiscalização alega que a contribuinte fiscalizada apresentou RAIS negativa em relação aos anos de 2008 e 2009, além de os administradores terem abdicado do direito ao recebimento de remuneração em razão de receberem honorários de outra empresa do grupo. A fiscalização ressalta que, dentro dos limites legais, as empresas são livres para organizarem sua estrutura. Entretanto, argumenta que não é aceitável que uma empresa possua carteira de arrendamento mercantil sem exercer nenhuma atividade efetiva de arrendamento mercantil, servindo apenas como “centro de custo” ou “rubrica contábil” para redução no pagamento de tributos. Alega a fiscalização que não se vislumbra qualquer motivação negocial nessas operações, mas tão somente planejamento tributário com o intuito exclusivo de redução de pagamento de tributos. Acrescenta que as operações foram efetuadas em 19/12/2008 e 29/12/2009, ou seja, no final dos anoscalendário, o que reforça seu entendimento de que as operações tiveram motivação exclusivamente tributária, haja vista ser esse o momento mais adequado para a mensuração dos valores necessários para redução do resultado do período. A fiscalização informa que a contribuinte e a Bradesco Leasing foram intimadas a justificar as operações de cessão das carteiras de arrendamento mercantil, tendo ambas informado que a Bradesco Leasing apresentara vigoroso crescimento nos anos de 2008 e 2009 e, tendo o Banco Alvorada autorização do Bacen para operar com leasing, este passou a ser mais uma opção do grupo Bradesco para alocação das operações de arrendamento mercantil. Informaram também que as cessões são consistentes com a política do grupo de incrementar a contratação de novas operações de arrendamento mercantil. A fiscalização alega que as justificativas apresentadas são inconsistentes com o relatório de administração da Bradesco Leasing datado de 30/01/2009, no qual se afirma que “A organização Bradesco, visando a alcançar melhores níveis de competitividade, produtividade e a consequente racionalização e redução dos custos operacionais, vem concentrando as operações de arrendamento mercantil na Bradesco Leasing SA – Arrendamento Mercantil”. Alega a fiscalização: “Não queremos dizer que o Banco Alvorada S/A seja uma fraude. Não é isso, inclusive porque o escopo do nosso trabalho se limitou ao descrito neste Termo. O que estamos a afirmar é que, em nosso entendimento, em tese, houve fraude na operação de cessão de carteira de arrendamento mercantil, em virtude da configuração dos fatos relatados, baseados nos documentos e respostas apresentados aos reiterados questionamentos. Enxergamos, neste caso, que embora de direito, as operações de arrendamento mercantil tenham sido tratadas pelo Conglomerado como relativas a empresas distintas do Grupo, de fato, elas se referem exclusivamente a Bradesco Leasing S/A – Arrendamento Mercantil, antes, durante e após as cessões da citada carteira.” Prossegue a fiscalização: “Em virtude de todo o exposto, consideramos nulos, para fins tributários, os efeitos da operação de cessão de carteira de arrendamento mercantil ora descrita. Refizemos a apuração do Lucro Real, para os anos de 2008 e 2009, com exclusivo intuito de anular o impacto tributário provocado no IRPJ. Observamos que para os anos em questão não houve prejuízo fiscal a reduzir a base de cálculo do IRPJ. Como resultado, apuramos que a fiscalizada deveria ter recolhido a título de IRPJ os valores discriminados nas Fl. 945DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 946 4 tabelas abaixo:” [omissis] Ante o exposto, a contribuinte foi intimada a retificar o Livro de Apuração do Lucro Real – Lalur para contemplar a alteração do prejuízo fiscal do anocalendário de 2009 de R$591.040.383,27 para R$0,00. Além disso, foi lavrado auto de infração para a exigência dos valores discriminados a seguir (fls. 436 a 443): O termo de verificação fiscal arrolou como sujeitos passivos solidários os oito diretores do Banco Alvorada S/A, com fundamento no art. 135 do CTN. Impugnação da contribuinte Em sua impugnação, a contribuinte alegou, em síntese: a) nulidade do auto de infração, pois: (i) não houve, no caso, falta de pagamento de imposto, mas, quando muito, mera postergação, visto que o imposto supostamente pago a menor em 2008 e 2009 foi apurado em 2011 e pago em 31/03/2012. Isso porque os valores tributados decorrem, na verdade, da desconsideração das exclusões temporárias das receitas de superveniência de depreciação referentes aos mencionados contratos, visto que, se tal rubrica não existisse, a operação teria gerado pagamento a maior de IRPJ, pois as receitas de arrendamento mercantil foram maiores do que as despesas de arrendamento mercantil. Sustenta, assim, que o lançamento é nulo, pois o auto de infração foi lavrado em contrariedade às próprias normas da Administração que disciplinam a forma como deve ser feito o lançamento em caso de postergação de pagamento de tributo (art. 6º do DecretoLei nº 1.598/77). Conclui que, ainda que houvesse cometido a infração que lhe é imputada, de qualquer modo o lançamento seria nulo por exigir impostos que foram apenas postergados. (ii) o Fiscal autuante, embora rotulando o negócio de nulo para efeitos fiscais, ignorou todos os efeitos fiscais favoráveis ao Fisco, e considerou insubsistentes apenas os efeitos supostamente desfavoráveis, o que é inadmissível, pois evidencia a utilização de dois pesos e duas medidas, a justificar a anulação do lançamento fiscal como um todo. Neste sentido: (ii).1 A fiscalização desconsiderou as operações de cessão de carteiras de leasing apenas para a apuração do IRPJ, deixando de recalcular os demais tributos (CSLL, PIS e COFINS). Alega que, se a fiscalização tivesse recomposto todos os resultados de 2008 e Fl. 946DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 947 5 2009 a partir da desconsideração da operação de venda das carteiras de contratos, teria apurado valores devidos de CSLL em montantes inferiores aos que foram efetivamente recolhidos, cuja compensação com os valores eventualmente devidos de IRPJ se impunha. E se essa compensação tivesse sido feita, a fiscalização verificaria que o valor de CSLL pago a maior é mais que suficiente para compensar eventual valor devido a título de correção monetária e juros em razão da postergação do pagamento dos valores de IRPJ exigidos no auto de infração, de modo que não houve nenhum prejuízo ao Fisco com as operações em tela, ainda que se considerem os efeitos fiscais de tais operações apenas no âmbito da empresa adquirente da carteira de contratos de arrendamento mercantil. Acrescenta que também teria havido pagamento a maior de PIS e de COFINS. (ii).2 Sustenta, ainda, a necessidade de considerar os efeitos fiscais operados na alienante da carteira de contratos de leasing (a Bradesco Leasing S.A.). Argumenta que a própria fiscalização reconhece que o impacto seria menor caso houvesse análise conjunta entre alienante e adquirente das carteiras de arrendamento mercantil. Cita trecho do termo de verificação fiscal no qual a fiscalização constata que a Bradesco Leasing apurou lucro real de R$35.263.378,61 e IRPJ de 8.791.844,65 em 2008, e lucro real de R$86.301.081,69 e IRPJ de R$21.551,270,42 em 2009, sendo que, sem as operações de cessão de carteira, teria apurado prejuízos de R$109.846.782,05 e R$622.111.329,06, respectivamente. Entretanto, ao efetuar o lançamento, a fiscalização considerou apenas os efeitos na impugnante, exigindo os valores de R$40.055.759,30 em 2008 e de R$38.325.770,03 em 2009. b) no mérito, sustenta que o auto de infração é manifestamente improcedente porque as operações tiveram motivação negocial, os contratos de venda da carteira de contratos de leasing são verdadeiros, legítimos, foram efetuados com integral atendimento das normas legais que regem tais operações, produziram inúmeros efeitos na alienante e na adquirente, inclusive efeitos tributários favoráveis ao Fisco, como apurou o próprio fiscal autuante. b.1) a cessão de carteiras de contratos de arrendamento mercantil é operação legítima, tanto que prevista na Resolução CMN nº 2.309/96, cujas exigências foram integralmente cumpridas pelas partes, b.2) a exclusão temporária da receita de superveniência de depreciação não é “indevida”, mas expressamente autorizada pela legislação fiscal em se tratando de apuração de IRPJ decorrente de contratos de leasing; b.3) as operações não tiveram “intuito exclusivo de redução de pagamento de tributos” pela simples razão de que, considerado o conjunto dos efeitos tributários decorrentes das referidas operações para a Impugnante e para a Bradesco Leasing S.A Arrendamento Mercantil, não houve pagamento a menor de tributos, até mesmo o único suposto efeito desfavorável ao fisco decorrente das operações em causa só ocorreu porque a própria legislação tributária admite a exclusão temporária das receitas de superveniência de depreciação. Argumenta que, não fosse isso, as operações em tela teriam gerado, também em relação ao IRPJ, pagamento a maior em 2008 e 2009, visto que houve transferência de receitas de arrendamento mercantil em valores superiores aos das despesas de arrendamento mercantil, o que evidencia que o inconformismo da fiscalização restringese, em última análise, à não aceitação dessa norma especial de apuração dos resultados nas operações de leasing. (ii) as operações tiveram motivação negocial, sendo que o fato de apresentar RAIS negativa no período não é indicativo de que não exercia as atividades em tela, visto que a Bradesco Leasing também apresentou RAIS negativa na época. Ressalta que, nos tempos Fl. 947DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 948 6 atuais, é possível às empresas exercerem suas atividades sem empregados, mediante contratação de terceiros ou utilização de estrutura de outras empresas do grupo econômico. o fato de as operações terem ocorrido ao final de cada ano nada tem de irregular ou de ilegal, inserindose no âmbito da liberdade de contratar das empresas. c) defende, ainda, o não cabimento da multa agravada de 150% porque não há no caso dolo, fraude ou simulação, não tendo havido prejuízo para o Fisco em razão das operações questionadas. Além disso, a infração imputada pela fiscalização consistiu na prática de negócios jurídicos com o único intuito de pagar menos tributos, o que, por si só, não implica a aplicação de multa qualificada, visto que se trata apenas de divergência quanto à qualificação jurídica dos fatos. d) contesta intimação, contida no termo de verificação fiscal, para que retifique o Livro de Apuração do Lucro Real – Lalur para contemplar as alterações no montante dos prejuízos fiscais decorrentes do auto de infração. Isso porque, da mesma forma que a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa até decisão final no processo administrativo fiscal, a retificação do Lalur somente deve ser efetuada ao final do processo, caso seja julgado procedente o lançamento. e) sustenta a não incidência de juros moratórios sobre a multa de ofício, por falta de previsão legal. f) quanto aos devedores solidários, sustenta que não foi produzida prova de que teriam agido com excesso de poderes, violação à lei ou aos estatutos da sociedade. Impugnação dos responsáveis As oito pessoas físicas arroladas como responsáveis apresentaram impugnação conjunta, reiterando as alegações apresentadas pela pessoa jurídica autuada, de que não foi praticado, no caso, nenhum ato ilícito, bem como de que a responsabilidade prevista no art. 135 do CTN somente pode ser atribuída aos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas se houver demonstração cabal de que essas pessoas agiram com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, o que não ocorreu no presente caso, visto que a única motivação do lançamento é o equivocado entendimento da fiscalização de que as operações de cessão das carteiras de contratos de leasing teriam consistido tão somente em planejamento tributário com o intuito exclusivo de redução de pagamento de tributos. Ad argumentandum, defendem, ainda, que caso se entenda pela responsabilidade dos diretores nos termos do art. 135 do CTN, não fica excluída a responsabilidade da pessoa jurídica, visto ser ela a devedora principal. Ressalta que o Banco Alvorada é empresa existente, solvente, estando em situação regular perante a Receita Federal e o Banco Central e gozando de sólida situação financeira, não havendo utilidade para o Fisco a inclusão dos impugnantes no auto de infração como devedores solidários. Por fim, ressaltam que a manutenção da responsabilidade solidária lhes trará graves prejuízos, além da violação ao seu direito de propriedade e ao direito de livre exercício da profissão, garantidos pelo art. 5º, XIII e XXII, da Constituição Federal, além da violação ao art. 5º, II e 150, I, também da Constituição. Em 31 de março de 2015, a DRJ/SPO1 rejeitou as preliminares de nulidade e, no mérito, julgou procedente em parte a impugnação da contribuinte, para reduzir a multa de ofício de 150% para 75%. A impugnação apresentada pelos responsáveis solidários foi julgada Fl. 948DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 949 7 procedente, tendo sido excluída a responsabilidade tributária a eles atribuída. O acórdão 16 67.273 foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 2008, 2009 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. DISCORDÂNCIAS QUANTO À APURAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais, é incabível cogitar a nulidade do auto de infração. A ocorrência de eventual equívoco no cálculo da matéria tributável não implica nulidade do auto de infração, mas exoneração parcial do lançamento se for o caso. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. FALTA DE PROPÓSITO NEGOCIAL. INOPONIBILIDADE AO FISCO. Para que um planejamento tributário seja oponível ao Fisco, não basta que o contribuinte, no exercício do direito de autoorganização, pratique atos ou negócios jurídicos antes dos fatos geradores. Além disso, é necessário que haja um propósito negocial, de modo que o exercício do direito seja regular. MULTA QUALIFICADA. CRITÉRIOS. A aplicação de multa qualificada de 150% do imposto lançado se justifica apenas nos casos em que restar evidenciada a prática de conduta dolosa tipificada nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, decorrente de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é regular a incidência dos juros de mora calculados pela taxa Selic, a partir de seu vencimento. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. ADMINISTRADORES EXCESSO DE PODERES OU VIOLAÇÃO DE LEI, CONTRATO SOCIAL OU ESTATUTO. DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL. A responsabilidade do administrador pelas obrigações tributárias da pessoa jurídica existe quando fique comprovada a atuação com excesso de poderes ou a infração de lei, contrato social ou estatuto, não se enquadrando em tais situações os atos praticados em planejamento tributário sobre cuja validade divergem doutrina e jurisprudência. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte. Na parte exonerada houve recurso de ofício. Cientificada em 16 de abril de 2015, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 4 de maio de 2015, reiterando os argumentos expostos em sua impugnação. Fl. 949DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 950 8 Em 26 de junho de 2015 o processo foi encaminhado à PGFN conforme despacho de fls. 903. Foram apresentadas contrarrazões em 28 de julho de 2015, sustentando, em síntese: a) ausência de nulidade, pois: a.1) não se vislumbra o descumprimento de nenhum dos requisitos fixados no citado art. 59 e 60 do Decreto nº 70.235, de 1972, já que não houve atuação de pessoa incompetente e tampouco qualquer preterição do direito de defesa. a.2) não houve postergação: a.2.1) a postergação prevista no art. 6o do DecretoLei no 1.598/1977 pressupõe a inobservância do regime de competência e não foi isso o que aconteceu. O auto de infração retrata uma situação de desconsideração de efeitos fiscais, resultantes do planejamento tributário abusivo realizado pelo grupo, em que redução indevida da base de cálculo do IRPJ somente aconteceu por causa dos atos simulados e sem propósito negocial praticados pelas empresas. a.2.2) não se pode confundir o instituto da postergação com o regime de diferimento da tributação. As receitas de “superveniência de depreciação” caracterizam exclusões temporárias, que afetam a apuração do lucro real tanto período em que elas são excluídas, como no exercício no qual as respectivas “insuficiência de depreciação” são adicionadas ao lucro real. Esse regime apenas determina como os ajustes contábeis irão afetar o lucro real, reconhecendo que pode haver receitas ou despesas que não poderão aumentar ou diminuir a base de cálculo do IRPJ, respectivamente. Essa forma de apuração do lucro real se aproxima muito mais de um diferimento de tributação do que da postergação prevista no art. 6o do DecretoLei no 1.598, de 1977. a.2.3) não houve desrespeito ao regime de competência, pelo simples fato de que a contribuinte não poderia ter reconhecido como suas as receitas de “superveniência de depreciação” e, consequentemente, não poderia ter realizado as exclusões nos anoscalendário de 2008 e 2009. b) no mérito, alega que as cessões de contratos de arrendamento mercantil na qual a contribuinte figurou como cessionária, enquanto a Bradesco Leasing S.A. participou como cedente, em operações ocorridas em 19/12/2008 e 29/12/2009 foram simuladas e artificiais, resultando tão somente em uma manipulação da “carteira de leasing” de modo a alocar receitas e despesas entre as empresas do grupo da forma mais eficiente em termos tributários. Embora o Grupo tenha plena liberdade para remanejar a sua carteira de contratos de arrendamento mercantil, tal operação só é válida se, para além da formalidade, existir materialmente. c) considera, ainda, ser matéria de mérito a recomposição de resultados para fins da CSLL, PIS e COFINS, sustentando a impossibilidade desse procedimento já que autoridade fiscal somente pode realizar esse tipo de procedimento se estiver expressamente autorizada pela legislação para fazêlo. Não se pode ampliar a competência do auditor responsável pelo lançamento, buscando aplicar, por analogia, a competência específica prevista no art. 61 da Instrução Normativa RFB 1.300/2012. Fl. 950DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 951 9 d) alega, ainda, a impossibilidade de considerar os efeitos fiscais operados na Bradesco Leasing S.A.. Isso porque a autoridade fiscal somente tinha autorização para fiscalizar e, eventualmente, lavrar Auto de Infração em face do Banco Alvorada. Por óbvio que a autoridade fiscal examinou os impactos do planejamento para a Bradesco Leasing, mas tão somente para reforçar a acusação fiscal. Contudo, isso não quer dizer que a abrangência dos trabalhos da Fiscalização iria até a apuração dos tributos devidos pela Bradesco Leasing. e) por fim, sustenta a incidência de juros moratórios sobre a multa de ofício, citando precedentes da CSRF e do STJ. É o relatório. Voto vencido Conselheira Livia De Carli Germano Relatora Os recursos preenchem os requisitos de admissibilidade, portanto deles conheço. Recurso voluntário Quanto às nulidades alegadas, a legislação sobre processo administrativo fiscal é clara em estabelecer basicamente duas hipóteses em que estas se verificam, quais sejam: a atuação de pessoa incompetente e a preterição do direito de defesa. No caso, a Recorrente não aponta a presença de quaisquer dessas circunstâncias, razão porque não há que se falar de nulidade no presente processo administrativo. Na verdade, as razões para a nulidade aduzidas pela recorrente serão tratadas neste voto na parte relativa ao mérito, que é onde, no entender desta relatora, elas melhor se encaixam. Conforme relatado, a autoridade fiscal considerou como "nulos, para fins tributários, os efeitos da operação de cessão de carteira de arrendamento mercantil" realizadas entre a contribuinte (cessionária) e a Bradesco Leasing S.A. (cedente), ocorridas em 19/12/2008 e 29/12/2009, tendo apontado uma divergência entre o que fora documentado e o que efetivamente ocorreu divergência esta que muitos denominam simulação. Alega a fiscalização: “Não queremos dizer que o Banco Alvorada S/A seja uma fraude. Não é isso, inclusive porque o escopo do nosso trabalho se limitou ao descrito neste Termo. O que estamos a afirmar é que, em nosso entendimento, em tese, houve fraude na operação de cessão de carteira de arrendamento mercantil, em virtude da configuração dos fatos relatados, baseados nos documentos e respostas apresentados aos reiterados questionamentos. Enxergamos, neste caso, que embora de direito, as operações de arrendamento mercantil tenham sido tratadas pelo Conglomerado como relativas a empresas distintas do Grupo, de fato, elas se referem exclusivamente a Bradesco Leasing S/A – Arrendamento Mercantil, antes, durante e após as cessões da citada carteira.” Como se sabe, a prova de que algo não ocorreu precisa ser feita de forma indireta, por meio de indícios. Não obstante, pela própria fragilidade inerente às provas indiretas, é necessário que os indícios sejam fortes o suficiente para corroborar a tese Fl. 951DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 952 10 sustentada, apontando todos inequivocamente para no mesmo sentido. Isso em mente, analisemos o caso concreto. A Recorrente, até então uma holding, em 2008 passou a figurar como detentora de carteira de arrendamento mercantil adquirida, por cessão, de empresa do grupo, estando formalmente autorizada pela autoridade competente (autorização para operar com arrendamento mercantil desde 2000) e formalmente estruturada (agência aberta junto ao CNPJ em 3/12/2008 no endereço sede do conglomerado Bradesco). A fiscalização aponta que tais cessões não ocorreram porque (i) a Recorrente não teve empregados nos anos de 2008 e 2009 e seus administradores abdicaram do direito ao recebimento da remuneração por receberem honorários de outra empresa do grupo; (ii) as operações foram efetuadas em 19/12/2008 e 29/12/2009, momento mais adequado para a mensuração dos valores necessários para redução do resultado do período; e (iii) não obstante as empresas tenham, em suas respostas à intimação, informado que as cessões são consistentes com a política do grupo de incrementar a contratação de novas operações de arrendamento mercantil, tal afirmação seria inconsistente com o relatório de administração da Bradesco Leasing datado de 30/01/2009, no qual se afirma que “A organização Bradesco, visando a alcançar melhores níveis de competitividade, produtividade e a consequente racionalização e redução dos custos operacionais, vem concentrando as operações de arrendamento mercantil na Bradesco Leasing SA – Arrendamento Mercantil”. Não obstante, tais indícios não convergem para a conclusão de que as operações não existiram. Quanto ao primeiro item acima, a análise das provas trazidas aos autos indica que ele não aponta necessariamente para a inexistência das operações, sobretudo considerando que, nos termos acordados no próprio contrato de cessão, a administração da carteira de leasing recebida em cessão permaneceu sendo realizada pela cedente Bradesco Leasing S.A.. As pessoas jurídicas podem exercer suas atividades sem empregados, bastando a contratação de terceiros ou a utilização de estrutura de outras empresas do grupo. O fato de a Recorrente não ter apresentado nenhum comprovante de dispêndio com estrutura de pessoal, seja relativa a corpo próprio de empregados ou a terceirizados, assim como o de a própria Bradesco Leasing S.A. também possuir RAIS negativa, eventualmente aponta para alguma irregularidade contábil das empresas relacionada ao princípio da entidade, a qual pode ter repercussões fiscais, mas não significa que na prática as operações de cessão não ocorreram. Talvez o fato que mais incomodou a fiscalização seja o de que, perante os clientes (arrendatários), as empresas se comportaram como se a cessão não tivesse existido. De fato, conforme acordado no próprio contrato de cessão, a cedente permaneceria promovendo a cobrança em seu próprio nome, vejase: Fl. 952DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 953 11 Assim, embora as partes tenham utilizado o termo "mandato", não foi bem isso o que se operou. É que o mandato é o contrato por meio do qual uma pessoa (mandatário), recebe poderes de outra (mandante), para, em nome e por conta desta última, praticar atos jurídicos ou administrar interesses (art. 653 e seguintes do Código Civil). Mas, no caso, como se verifica da leitura do trecho do contrato acima reproduzido, a "mandatária" Bradesco Leasing atuaria “em seu próprio nome”. Tal circunstância traz uma grande diferença. Isso porque, se o negócio havido entre as partes fosse mesmo de mandato, o relacionamento com os clientes teria se alterado, em termos materiais/contratuais. Isso porque os arrendatários, que originalmente contrataram com a Bradesco Leasing, passariam a ter contrato firmado com a Recorrente, atuando a Bradesco Leasing em nome e por conta desta, em genuíno mandato. No caso, contudo, seja antes ou depois dos contratos de cessão, aparentemente a situação não se alterou perante os clientes pois estes continuaram a se relacionar única e exclusivamente com a então dita "mandatária" Bradesco Leasing, atuando em nome próprio. O fato de as empresas do grupo combinarem uma cessão entre si e não esclarecerem essa circunstância a seus clientes realmente pode significar que tal negócio, na prática, não ocorreu. Mas não necessariamente. Não informar aos clientes sobre a cessão e permanecer lidando com eles como se esta não tivesse ocorrido pode ser apenas uma inconsistência (comercial/consumerista) da operação, se esta tiver produzido seus efeitos nas demais esferas, em especial perante terceiros. Assim, é necessário aprofundar a análise da operação. Antes, porém, examinemos os demais indícios levantados, a fim de verificar se eles apontam para esta mesma direção. Quanto ao fato de as operações terem sido realizadas ao final dos anos calendário, realmente este é o momento mais adequado para a mensuração dos valores necessários para redução do resultado do período, mas isso nada diz sobre se os negócios efetivamente ocorreram ou não. A possibilidade de se antever os efeitos tributários de um Fl. 953DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 954 12 negócio está entre as qualidades de um administrador de empresas: tratase do genuíno planejamento tributário (a princípio lícito). Por sua vez, a afirmação de feita pelo relatório de administração, de que grupo “visando a alcançar melhores níveis de competitividade, produtividade e a consequente racionalização e redução dos custos operacionais, vem concentrando as operações de arrendamento mercantil na Bradesco Leasing S.A.” está condizente com a postura das empresas adotada no próprio contrato de cessão de, perante a clientela, se comportar como se aparentemente a Bradesco Leasing S.A. fosse a titular de tais operações. Realmente, para fins de competitividade, produtividade e custos operacionais, as operações permaneceram com a Bradesco Leasing S.A. já que esta era a administradora de tais contratos. Assim, tal afirmação em nada auxilia na prova de que as cessões na prática não ocorreram. Como visto, os indícios levantados pela fiscalização não necessariamente indicam a inexistência das cessões, além de não denotarem comportamento contraditório, do que se conclui não serem suficientes para corroborar a autuação fiscal. É verdade que a liberdade de contratar não é um princípio absoluto e não pode ser exercida no vazio, sem limites. Neste sentido, tenho sustentado que os negócios jurídicos apenas são legítimos se produzirem os efeitos que lhe são próprios, é dizer, o exercício da liberdade de contratar encontra limites na necessidade de que os contratos firmados sejam dotados de "causa" (Germano, Livia De Carli. Planejamento tributário e limites para a desconsideração dos negócios jurídicos. São Paulo: Saraiva, 2013). Assim, importa verificar se as cessões ora em comento tiveram “causa” ou, como preferem alguns, “propósito negocial”1. Quando o arrendador cede a outrem contratos de arrendamento mercantil, o “propósito negocial”/”causa” da cessão é fazer com que o cessionário, que passa a ser o arrendador, ou seja, suporte os bônus e os ônus desta posição, o que implica passar a figurar, materialmente, como arrendador perante os clientes terceiros ao contrato, arcando, direta ou indiretamente, com os custos e despesas relacionados a tal posição contratual, auferindo as receitas correspondentes, bem como suportando os riscos do negócio (ou contratando seguro para tanto) e assumindo os respectivos custos. São esses os efeitos que se espera ver atingidos para que se possa dizer que houve, materialmente, a cessão do contrato de arrendamento, portanto é esta a função econômicosocial que se espera ver presente para que o negócio produza os efeitos tributários que lhe são próprios. Assim, se, em uma dada situação concreta, se apura que o cessionário não ocupa tal posição, aí sim, não se pode pretender exclusivamente o efeito tributário do negócio celebrado. No caso, o próprio Termo de Verificação Fiscal afirma que "com tal cessão, vieram receitas e despesas correspondentes (...)", afirmando a legalidade das operações "do 1 É preciso cuidado na utilização de expressões como "propósito negocial" pois, por não se tratar de um termo do ordenamento jurídico brasileiro, em geral ele traz mais dúvidas que respostas. Compreendêlo como "causa" do contrato ajuda a trazer a discussão para o campo jurídico e evitar que o intérprete se enverede pelo falacioso caminho da importação acrítica de conceitos de outros ordenamentos, que nada traz de útil quando as discussões estão inseridas em um sistema tão peculiar como o nosso. Fl. 954DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 955 13 ponto de vista contábil". De fato, há nos autos provas de que os contratos de cessão são dotados de causa, uma vez que a Recorrente passou a suportar todos os efeitos (conteúdo) dos contratos – isto é, passou a ser a proprietária dos bens arrendados, titular dos direitos creditórios correspondentes às contraprestações e do Valor Residual Garantido, arcando com os bônus, ônus e riscos de tal posição – tais como risco de inadimplência, perda de valor dos bens arrendados no caso de não exercício da opção de compra, obrigação de devolver o Valor Residual Garantido antecipado na hipótese de rescisão do contrato, responsabilização pelo pagamento de IPVA e DPVAT, etc. O fato de a cedente atuar em nome próprio na administração dos contratos significou apenas que a cessionária não figurou como arrendadora perante os clientes (na aparência), mas estes juridicamente passaram a ter como arrendadora a Recorrente, eis que, para todos os efeitos – inclusive perante esses próprios clientes, em ternos jurídicos – era ela, e não a Bradesco Leasing S.A., a parte dos contratos, isto é, a proprietária dos bens arrendados. Diante do exposto, deixo de analisar o argumento acerca da postergação. Assim, oriento meu voto para dar provimento ao recurso voluntário. O recurso de ofício resta prejudicado em vista do entendimento acima. (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Voto Vencedor Com a devida vênia ao posicionamento da Ilustre Conselheira Relatora Lívia De Carli Germano, discordo da sua interpretação sobre as circunstâncias fáticas. O arsenal de indícios é vasto e congruente para sustentar a acusação fiscal, sobretudo o fato de as transações terem sido realizadas já no "apagar das luzes" de cada um dos anos, quando as sociedades envolvidas, pertencentes a um mesmo grupo econômico e, portanto, sob um comando único, já possuíam o domínio de quase todo resultado, o que possibilita o manejo artificial de receitas e despesas para potencializar a redução de tributos do grupo. Por outro lado, o argumento da autoridade julgadora de primeiro grau para rejeitar a postergação não me convence. O art. 6º do DecretoLei 1598/77 não deve ser interpretado da forma restritiva como fez a Delegacia de Julgamento. Se um ato do sujeito passivo, ainda que doloso, resultou apenas no deslocamento no tempo do dever de recolher o tributo e esta quantia de fato foi paga, não Fl. 955DF CARF MF Processo nº 10580.731548/201306 Resolução nº 1401000.444 S1C4T1 Fl. 956 14 podemos considerar que esse mesmo valor, ainda que se refira a período diverso de apuração, possa ser novamente exigida. Desse modo, entendo que a postergação deve ser reconhecida. Nada obstante, necessita ser quantificada, o que exige ao julgador solicitar tal procedimento à autoridade fiscal. Antes, porém, devemos destacar que a própria forma de realizar a postergação é passível de controvérsias, as quais só serão dirimidas definitivamente com a conclusão do julgamento por este Colegiado. No caso, se deve ser ou não incluída a multa moratória e qual método de imputação do pagamento (linear ou proporcional) deve ser adotado. Isso posto, voto por converter o julgamento em diligência com o fito de solicitar à autoridade fiscal para: a) intimar o contribuinte a apresentar os documentos que considere necessários para a comprovação do pagamento a maior do IRPJ, apurado em 2011 e supostamente pago em 2012, que tenha sido decorrente das operações contestadas na autuação; b) confeccionar e demonstrar os cálculos da postergação: b1) com a multa moratória e por imputação linear; b2) com a multa moratória e por imputação proporcional; b3) sem a multa moratória e por imputação linear; b4) sem a multa moratória e por imputação proporcional; c) confeccionar relatório do resultado da diligência em que constem os cálculos acima referidos; d) dar ciência do resultado da diligência ao recorrente, franqueando o prazo de 30 (trinta) dias para a sua manifestação se este assim o desejar; e) por fim, devolver os autos a este Colegiado com o fito de concluirmos o seu julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Redator designado Fl. 956DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.912019/2012-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 29/09/2010
RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO.
Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-003.748
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Ausência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Recorrente FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP FUNCAMP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 29/09/2010 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu Pedido de Restituição Eletrônico PER referente a alegado crédito de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 20 19 /2 01 2- 23 Fl. 193DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 3 2 pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF, código de receita 8301 (PIS – Folha de Pagamento). Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Discorre sobre sua condição de imune. Requer que seja declarada como Entidade Beneficente de Assistência Social. Ao analisar o caso, a DRJ em Juiz de Fora (MG), entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 09051.774, com base primordialmente nos seguintes fundamentos: (i) a imunidade das contribuições sociais está sujeita às exigências estabelecidas pela Lei 12.101/2009; (ii) a Recorrente não possui CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social); (iii) o PIS não está abrangido pela imunidade estabelecida no art. 195, § 7º da Constituição Federal; e (iv) a Recorrente está sujeita ao PIS sobre a Folha de Salários e não sobre o Faturamento. Intimado da decisão e insatisfeito com o seu conteúdo, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário através do qual alegou, resumidamente: (i) que o STF já teria pacificado seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, que teve repercussão geral reconhecida; (ii) que a Recorrente atende a todos os requisitos da Lei 12.101/2009 para fins de usufruto da imunidade, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS protocolizado (trata sobre cada um dos requisitos); (iii) que a emissão do CEBAS é um ato administrativo vinculado, constituindo obrigação legal uma vez constatado o atendimento dos requisitos legais para gozo da imunidade; (iv) que a emissão do CEBAS tem caráter declaratório, sendolhe conferidos efeitos retroativos. Requer, ao final, que seja dado provimento ao seu recurso, para fins de deferir o pedido de restituição, por se tratar de instituição imune às contribuições previdenciárias. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.674, de 27 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.900254/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.674): Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante acima narrado, tratase de Pedido de Restituição Eletrônico PER nº 23871.62072.130912.1.2.040241 referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição previdenciária sobre a folha de salários a cargo do empregador, efetuado por meio do DARF no valor original de R$ 42.011,75. Como é cediço, para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte. No caso concreto ora analisado, portanto, há de se verificar se o crédito tributário alegado pelo contribuinte encontrase revestido de tais características, sem as quais o pleito não pode ser deferido. Alega o contribuinte que o seu pleito decorre do seu direito seria líquido e certo ao gozo da imunidade. A DRJ, por seu turno, entendeu de forma diversa, conforme se extrai da passagem do voto a seguir transcrita: A imunidade relativa às pessoas jurídicas que prestam assistência social está prevista nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI instituir impostos sobre:(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. A imunidade prevista no artigo 150 acima transcrito é especifica para impostos não abrangendo às contribuições sociais. Portanto, não alcança o PIS/PASEP –Folha de Salários. A imunidade prevista no artigo 195, § 7º, é específica para contribuições para seguridade social e depende da caracterização da entidade como beneficente Fl. 195DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 5 4 de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei, entre elas a certificação de que trata a Lei 12.101/2009, conforme dispositivos transcritos a seguir: Art. 1o A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas III do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social. (...) Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos (grifo não original) Com base nos atos acima transcritos, que vinculam este colegiado de 1ª instância administrativa, a contribuinte, por não ser detentora do certificado de entidade beneficente de assistência social, não faz jus à imunidade prevista no artigo 195, § 7º, da CF/88, por descumprir exigência contida em lei. Com lastro no artigo 21 supra, não compete à RFB decidir sobre a concessão de certificados de entidade beneficente de assistência social, não tendo força vinculante as decisões judiciais e o posicionamento da doutrina mencionados pela defesa. De modo que, o pedido, para que seja declarada como Entidade Beneficente da Assistência Social, com força substitutiva do registro e da certificação de que trata o art. 21 da Lei nº 12.101/2009, não pode ser atendido no âmbito desse colegiado. A contribuinte impetrou o mandado de segurança nº 2007.61.05.0129681, junto à 2ª Vara Federal de Campinas, que atualmente tramita no TRF 3º Região, com sentença proferida reconhecendo o direito à imunidade prevista no art. 195, 7º, da CF/88, no tocante à Cofins, desde que cumpridos os requisitos do art. 14 do CTN e os deveres instrumentais acessórios estabelecidos pela legislação fiscal. Portanto, mantida a exigência do certificado de entidade beneficente de assistência social para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. Concordo com a conclusão a que chegou a DRJ no trecho acima, por entender que não restou comprovada a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte. Embora a Recorrente tenha protocolizado pedido de emissão do CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social) desde 18/12/2013, é certo que este pedido ainda não foi deferido, encontrandose atualmente na situação de "encaminhado". E sendo esta emissão um requisito essencial ao gozo da imunidade pleiteada, nos termos do que determina a Lei nº 12.101/2009, não há como se entender que o crédito tributário objeto da presente demanda seja líquido e certo. Notese que o art. 29 da referida lei dispõe que fará jus à isenção a entidade beneficente certificada. Ademais, como bem destacou a DRJ em sua decisão, a análise quanto ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei n. 12.101/2009 e a consequente concessão do Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 6 5 CEBAS não é de competência da Receita Federal do Brasil, ou mesmo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Nesse contexto, ainda que o ato administrativo de concessão do CEBAS seja plenamente vinculado, e que os seus efeitos sejam declaratórios, conferindolhe aplicação retroativa, tais fatores não afastam a necessidade de que haja a análise quanto a tal pleito por parte da autoridade competente. Sendo assim, não há como se deferir o pleito do contribuinte de restituição apresentado, por faltarlhe certeza e liquidez. De outro norte, importante ainda que se analise o segundo fundamento da decisão recorrida, que assim dispôs: Ainda que a contribuinte fosse detentora de tal certificado, o entendimento da administração tributária é que o PIS/PASEP não está abrangido pelo artigo 195 da Carta Magna, sendo devido o seu recolhimento na forma da lei. No caso vertente, o crédito pretendido decorre de pagamento de PIS/PASEP – Folha de Salários. Cabe, então, observar o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei. (...) Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios: I da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; II da Educação, quanto às entidades educacionais; e VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Fl. 197DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 7 6 X a Organização das Cooperativas Brasileiras OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. [...].” [Grifei]. Por sua vez, os mencionados arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, assim dispõem1: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.18949, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: [...] Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º A isenção a que se refere este artigo aplicase, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. [...] § 3º Às instituições isentas aplicamse as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts. 13 e 14. Nesse sentido, o Decreto nº 4.527, de 17 de dezembro de 2002, ao regulamentar a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral, assim dispõe: Art. 9º São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13): [...] III instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; [...] Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 8 7 Art. 46. As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17): I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e [...] Art. 50. A base de cálculo do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários mensal, das entidades relacionadas no art. 9º, corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados. [...].” [Grifei]. Portanto, considerando as normas legais supracitadas e que a contribuinte se declara imune em razão da atividade por ela exercida (atividades de apoio à educação – exceto caixas escolares), não há incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o faturamento. Entretanto, é devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88. Assim, diante da ausência de certeza do crédito pleiteado, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório que indeferiu a restituição pretendida. Sobre este ponto, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário que o STF já pacificou seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, publicado em 04/04/2014, que teve repercussão geral reconhecida. Da análise do referido julgado, extraise que o STF chegou à seguinte conclusão: A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do art. 195, § 7º, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADIN 2.2085. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preencherem os requisitos do art. 55, da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP º 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 9 8 Ou seja, o STF concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não se submetem ao regime tributário disposto no art. 13, IV da MP n. 2.15835/2001, por fazerem jus à imunidade do art. 150, § 7º, da CF/88. E como restou conferida à tese ali assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc, tal entendimento deverá ser observado por este Conselho, por força do que dispõe o Regimento Interno deste Conselho, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverãoser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Com base no entendimento do STF expresso no RE 636.941/RS, há de se reconhecer, portanto, a insubsistência da conclusão constante da decisão recorrida no sentido de seria "devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88". Contudo, para que se possa concluir pela aplicação do julgado do STF ao caso vertente, seria necessário verificar se a Recorrente se enquadra como entidade beneficente de assistência social e se atende os requisitos legais dispostos na legislação pertinente. Ocorre que, consoante anteriormente apontado, o pedido de concessão da CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), um dos requisitos para o gozo da imunidade, ainda não foi deferido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Fl. 200DF CARF MF Processo nº 10830.912019/201223 Acórdão n.º 3301003.748 S3C3T1 Fl. 10 9 quem compete analisar o atendimento dos requisitos dispostos na legislação pertinente (art. 14 do CTN, art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98, e Lei nº 12.101/2009). É válido destacar, inclusive, que o STF, ao julgar o RE 636.941/RS tratou expressamente desta certificação, concluindo que "a definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade". É o que se infere da passagem a seguir transcrita, extraída do voto do Ministro Luiz Fux, relator do mencionado RE: Pela análise da legislação, percebese que se tem consagrado requisitos específicos mais rígidos para o reconhecimento da imunidade das entidades de assistência social (art. 195, § 7º, CF/88), se comparados com os critérios para a fruição da imunidade dos impostos (art. 150, VI, c, CF/88). Ilustrativamente, menciono aqueles exigidos para a emissão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, veiculados originariamente pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, ora regulados pela Lei nº 12. 101/2009. A definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, qual seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. Com efeito, a jurisprudência da Suprema Corte indicia a possibilidade de lei ordinária regulamentar os requisitos e normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades de educação ou assistência (aspectos subjetivos ou formais). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 201DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.005727/2004-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Aug 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2001 a 25/04/2002
VALOR DE ALÇADA PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE OFÍCIO - SÚMULA CARF 103
O Ministro da Fazendo, consoante os termos do art. 1º da Portaria MF 63, de 09/02/2017, estabeleceu que só haverá recurso de ofício de Turma julgadora de DRJ quando a decisão exonerar o sujeito passivo de pagamento de tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 2.500.000,00. Sendo inferior o valor exonerado, não se conhece do recurso de ofício, uma vez que a aferição do valor de alçada se dá na data do julgamento do mesmo (Súmula CARF 103).
Recurso de ofício não conhecido.
Numero da decisão: 3402-004.205
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício.
assinado digitalmente
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente em exercício e relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2001 a 25/04/2002 VALOR DE ALÇADA PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE OFÍCIO - SÚMULA CARF 103 O Ministro da Fazendo, consoante os termos do art. 1º da Portaria MF 63, de 09/02/2017, estabeleceu que só haverá recurso de ofício de Turma julgadora de DRJ quando a decisão exonerar o sujeito passivo de pagamento de tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 2.500.000,00. Sendo inferior o valor exonerado, não se conhece do recurso de ofício, uma vez que a aferição do valor de alçada se dá na data do julgamento do mesmo (Súmula CARF 103). Recurso de ofício não conhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente em exercício e relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
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score : 1.0
Numero do processo: 11040.720073/2007-46
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jul 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Aug 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
ITR. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. TEMPESTIVIDADE. INÍCIO DA AÇÃO FISCAL
A partir do exercício de 2001, tornou-se requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a apresentação de Ato Declaratório Ambiental - ADA, protocolizado junto ao Ibama. A partir de uma interpretação teleológica do dispositivo instituidor, é de se admitir a apresentação do ADA até o início da ação fiscal. No caso em questão, o ADA foi protocolizado após o início da ação fiscal. Destarte, não é possível a exclusão da área de APP declarada da base de cálculo do ITR.
Numero da decisão: 9202-005.688
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado em substituição à conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira), Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2003 ITR. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. TEMPESTIVIDADE. INÍCIO DA AÇÃO FISCAL A partir do exercício de 2001, tornou-se requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a apresentação de Ato Declaratório Ambiental - ADA, protocolizado junto ao Ibama. A partir de uma interpretação teleológica do dispositivo instituidor, é de se admitir a apresentação do ADA até o início da ação fiscal. No caso em questão, o ADA foi protocolizado após o início da ação fiscal. Destarte, não é possível a exclusão da área de APP declarada da base de cálculo do ITR.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado em substituição à conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira), Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
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ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. TEMPESTIVIDADE. INÍCIO DA AÇÃO FISCAL A partir do exercício de 2001, tornouse requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a apresentação de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolizado junto ao Ibama. A partir de uma interpretação teleológica do dispositivo instituidor, é de se admitir a apresentação do ADA até o início da ação fiscal. No caso em questão, o ADA foi protocolizado após o início da ação fiscal. Destarte, não é possível a exclusão da área de APP declarada da base de cálculo do ITR. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 72 00 73 /2 00 7- 46 Fl. 173DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 174 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado em substituição à conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira), Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2202001.858, prolatado pela 2a Turma Ordinária da 2a. Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 20 de junho de 2012 (efls. 113 a 129). Ali, pelo voto de qualidade, negouse provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXIGÊNCIA DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA) POR LEI. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A partir do exercício de 2001, com a introdução do art. 17 na Lei nº 6.938, de 1981, por força da Lei nº 10.165, de 2000, o Ato Declaratório Ambiental (ADA) passou a ser obrigatório para fins de exclusão da área de preservação permanente da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Recurso negado. Decisão: pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os Conselheiros Odmir Fernandes (Relator), Rafael Pandolfo e Pedro Anan Junior, que proviam parcialmente o recurso para restabelecer a Área de Preservação Permanente equivalente a 371,2 ha, com base no laudo apresentado. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Nelson Mallmann. Enviados os autos à contribuinte para fins de ciência, ocorrida em 07/08/2012 (efl. 135), esta apresentou, em 21/08/2012 (efl. 137), Recurso Especial (efls. 137 a 153 e anexos), com fulcro nos arts. 67 e 68 do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22.06.2009. O recurso contém alegações de existência de divergência interpretativa quanto à apresentação tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA), tendo sido admitido consoante exame de admissibilidade de efls. 160/161. Após demonstrar o atendimento ao requisito do préquestionamento, alega se, no pleito, divergência em relação ao decidido pela 3a. Turma desta Câmara Superior de Recursos Fiscais, através do Acórdão 0305.499, prolatado em 12 de novembro de 2007, e, ainda, em relação ao decidido pela 3a. Câmara do então 3o. Conselho de Contribuintes, através Fl. 174DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 175 3 do Acórdão 30335.352, prolatado em 20 de maio de 2008, de ementas e decisões a seguir transcritas: Acórdão CSRF 0305.499 ITR — 2000. Prevalece a inteligência do parágrafo sétimo do artigo 10 da Lei 9.393/96 introduzido pela Medida Provisória 2.16667 de 24/08/01 em detrimento do disposto na Lei 10.165/2000 que traz a presunção legal em favor do contribuinte, de modo que vale o por ele declarado, em termos de áreas de preservação permanente e de reserva legal, até que o fisco demonstre, por meio de provas hábeis, a falsidade de sua declaração. A ausência do ADA não tem o condão de fazer incidir o ITR sobre as áreas de reserva legal e de preservação permanente declarada pelo contribuinte, ainda mais, quando devidamente comprovadas por ele. Neste mesmo sentido, a ausência de averbação não tem o condão de fazer incidir o 1TR sobre a área de reserva legal. Recurso a que se nega provimento. Decisão: por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso especial, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Acórdão 30335.352 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2000 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA/RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. COMPROVAÇÃO. A comprovação das áreas de preservação permanente e de reserva legal, para efeito de sua exclusão na base de cálculo de ITR, não depende, exclusivamente, da apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA), no prazo estabelecido. Com efeito, a teor do artigo 10º, parágrafo 7º, da Lei N. 9.393/96, modificado pela Medida Provisória 2.16667/2001, basta a simples declaração do contribuinte quanto à existência de área de preservação permanente e de reserva legal, para fins de isenção do ITR, respondendo o mesmo pelo pagamento do imposto e consectários legais em caso de falsidade. ÁREA DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. O reconhecimento de isenção quanto ao ITR independe de averbação da área de reserva legal no Registro de Imóveis, quando o Contribuinte a comprove por outros meios idôneos. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. Fl. 175DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 176 4 Não cabe às autoridades administrativas analisar a inconstitucionalidade ou ilegalidade de legislação infraconstitucional, matéria de competência exclusiva do Poder Judiciário, conforme disposto no art. 102, inciso I, alínea “a”, da Constituição Federal. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Decisão: por unanimidade de votos, afastar a preliminar de nulidade de lançamento. Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário quanto à área de reserva legal, vencidos os Conselheiros Tarásio Campelo Borges, Luis Marcelo Guerra de Castro e Celso Lopes Pereira Neto que negaram provimento. Por unanimidade de votos dar provimento quanto à área de preservação permanente. Quanto à matéria em litígio, apresentação tempestiva do ADA para fins de exclusão de área de preservação permanente da base de cálculo do ITR, se alega: a) Que a exclusão da área de preservação permanente em litígio da base de cálculo do ITR não corresponde a nenhuma finalidade extrafiscal de política socialeconômica e, sim, apenas a uma questão ambiental objetivando a proteção do ecossistema, haja vista ser inexplorável e sob a tutela do estado; b) Ademais, conforme dispõe o parágrafo 7o., artigo 10, da Lei no. 9.393, de 19 de dezembro de 1996, alterada pela Medida Provisória n. 2.16667, de 24 de agosto de 2001, essa área não está sujeita a prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos na legislação fiscal, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira. Não sendo esta, todavia, a situação do imóvel em questão, pois é verdadeira e cabalmente comprovada a existência da mesma no imóvel, situação ratificada, para não pairar dúvida, com a anexação de laudo técnico de utilização e avaliação do imóvel emitido de acordo com as normas da ABNT e com base no mapa descritivo, assinado por profissional habilitado com a devida ART, por ocasião da impugnação. Desta forma, pretender tributar área desta natureza por falta de ato que objetiva comprovar a existência da mesma, suprido pelas peças anexadas na presente, seria uma injustiça fruto de uma interpretação errônea, atécnica e contrária ao sistema, levada a efeito pelo agente fiscal, que desconhece o sentido teleológico das leis e realiza uma exegese empírica calcada em presunções e ficções incoerentes com ordenamento jurídico e os princípios que o alicerçam; c) Ratifica que não está em discussão neste processo a existência efetiva da área de preservação permanente, sobejamente comprovada pela litigante, inclusive com novo laudo, e, sim, o cumprimento tempestivo de obrigação prevista na legislação para que a mesma seja excluída da tributação pertinente, conforme entendimento do fisco; d) Alega a necessidade de observância ao princípio da verdade material. Entende que o ato de "zerar" uma informação dada pelo contribuinte só pode ocorrer se, comprovadamente, a mesma for inverídica, fraudulenta, omissa ou incompleta, conforme estabelece o Código Tributário Nacional CTN. Mesmo assim, a comprovação não pode ser imputada como ônus do contribuinte, sob a alegação da falta de apresentação de documento Fl. 176DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 177 5 por parte do proprietário. A função do fisco é fiscalizar a materialidade do fato declarado, isto é, para inutilizar ou desconsiderar uma informação do contribuinte deve, por obrigação funcional, comprovar a inverdade dela ou sua inexistência; e) Ora, a Lei n° 6.938, de 1981, com alteração da Lei n° 10.165, de 2000, exige a prévia comprovação pelo ADA, mas a Lei n° 9.393, de 1996, com a redação da MP 216667, de 2001, não faz a prévia exigência. Deixa a critério do contribuinte a comprovação, da reserva legal, preservação permanente e servidão florestal ou ambiental, se questionado pela fiscalização. Há assim aparente conflito ou antinomia de normas no tempo, supletiva, especial e geral, que devem ser resolvidas e compatibilizadas pelo interprete e aplicador da lei. A Lei n° 6.938, de 1981 é norma supletiva ou geral em relação ao ITR e a sua alteração pela Lei n° 10.165, de 2000. Por ser lei supletiva e geral não pode derrogar ou revogar a disposição normativa especifica da lei especial do ITR, sob pena de afronta à regra de aplicação e interpretação prevista na Lei de Introdução ao Código Civil; f) Cita julgados não vinculantes a este CARF, oriundos do STJ, para defender que a instância maior do judiciário reconheceu que o § 7o., do art. 10, da Lei n°. 9.393, de 1996, inserido pela MP n° 2.16667, de 2001, que dispôs sobre a exclusão do ITR incidente sobre as áreas de preservação permanente e de reserva legal, previu a dispensa de prévia apresentação pelo contribuinte do ADA expedido pelo IBAMA, para fins de isenção do referido imposto, posição, aliás, reiterada pelo art. no. 48 da Lei no. 11.428, de 2006; g) Defende a natureza declaratória do ADA, pois entende que este é uma obrigação estabelecida com a finalidade de levar ao conhecimento do órgão de fiscalização ambiental as informações relativas às áreas do imóvel sujeitas a preservação, que poderá verificar sua exatidão e confirmálas ou não. Havendo divergência entre as informações prestadas e as constatadas pelo órgão ambiental, este fará a competente comunicação à Receita Federal do Brasil que, por sua vez, fará o lançamento suplementar do imposto, que tenha sido reduzido pela exclusão indevida das áreas não enquadradas nas definições da legislação, ou que não tenham sido efetivamente conservadas. h) Ressalta que, no processo em análise, a recorrente ao atender a intimação fiscal apresentou laudo técnico contemporâneo ao fato gerador, emitido de acordo com os requisitos exigidos, cópia do ADA protocolizado junto ao IBAMA em 05/10/2007 e mapa com memorial descritivo do imóvel rural, comprovando a existência da área de preservação permanente de 371,2 ha; i) Entende que, na hipótese dos autos, a razão dada pelo fisco para glosar a área declarada pela interessada como de preservação permanente, não é suficiente para descaracterizála, considerandose que as provas apresentadas não deixam dúvidas da existência da mesma no imóvel rural. A apresentação do ADA, mesmo a destempo, para futura fiscalização pelo IBAMA e de laudo técnico são prérequisitos suficientes para que as áreas de interesse ambiental sejam consideradas isentas do ITR, colacionando jurisprudência administrativa do Conselho de Contribuintes que respaldaria este entendimento. Ressalta que no lançamento não foi feita prova de que por ocasião do fato gerador do imposto não existia a área mantida e preservada, tornandose um exagero a interpretação do fisco das normas legais pertinentes; j) Registra que o recurso voluntário foi negado pelo voto de qualidade do Presidente da 2a. Câmara da 2a. Seção de Julgamento do CARF, uma vez que houve empate na votação dos conselheiros. Esse fato demonstra com uma clareza solar que este contencioso Fl. 177DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 178 6 administrativo foi decidido por um detalhe regimental voto de minerva havendo razões legais e suficientes para sustentar as duas teses em comento, esperandose que prevaleça nessa instância superior a da recorrente, restabelecendose a justiça fiscal. Ainda, cita que o relator do acórdão, o Conselheiro Odmir Fernandes, cujo voto foi vencido, deu parcial provimento ao recurso, aceitando a exclusão da área de preservação permanente de 371,2 ha da base de cálculo do ITR/2003. Requer, assim, que seja admitido e provido o presente Recurso Especial apresentado, a fim de retificar o acórdão ora recorrido, no sentido de considerar a área de preservação permanente de 371,2 ha., excluída da base tributável do ITR/2003, restabelecendo se, assim, o imposto originalmente declarado. Encaminhados os autos à Fazenda Nacional para fins de ciência, houve oferecimento de contrarrazões tempestivas de efls. 163 a 171, onde a sua Procuradoria: a) Cita o estabelecido no art. 10, inciso II, da Lei no. 9.393, de 1996, defendendo que o mesmo estabelece concessão de benefício fiscal e, assim, deve ser interpretado literalmente, de acordo com o art. 111 do CTN; b) Defende que, para efeito da exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal da incidência do ITR, é necessário que o contribuinte comprove o reconhecimento formal específica e individualmente da área como tal, protocolizando o ADA no IBAMA ou em órgãos ambientais delegados por meio de convênio, no prazo de seis meses, contado a partir do término do prazo fixado para a entrega da declaração. Cita que tal obrigatoriedade foi respaldada pelas Instruções Normativas SRF nos. 43/97, com redação dada pela IN SRF no. 67/97, 73/2000, 60/2001 e 256/2002, Manual de Perguntas do ITR/2002 e art. 10 do Decreto no. 4.382, de 19 de setembro de 2002, bem como Solução de Consulta COSIT no. 12, de 21 de maio de 2003; c) Relembra que a exigência do ADA encontrase consagrada na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 1º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000; d) A exigência do ADA não caracteriza obrigação acessória, visto que a sua exigência não está vinculada ao interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos, nem se converte, caso não apresentado ou não requerido a tempo, em penalidade pecuniária, definida no art. 113, §§ 2º e 3º, da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional – CTN). Ou seja: a ausência do ADA não enseja multa regulamentar o que ocorreria caso se tratasse de obrigação acessória , mas sim incidência do imposto; e) Entende como inteiramente equivocado o entendimento no sentido de que não existe mais a exigência de prazo para apresentação do requerimento para emissão do ADA, em virtude do disposto no § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, incluído pelo art. 3º da Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001, uma vez que: "(...). O que não é exigido do declarante é a prévia comprovação das informações prestadas. Assim, o contribuinte preenche os dados relativos às áreas de preservação permanente e de utilização limitada, apura e recolhe o imposto devido, e apresenta a sua DITR, sem que lhe seja exigida qualquer comprovação naquele momento. No entanto, caso solicitado pela Fl. 178DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 179 7 Secretaria da Receita Federal, o contribuinte deverá apresentar as provas das situações utilizadas para dispensar o pagamento do tributo." f) A obrigatoriedade do ADA, portanto, não desborda da regulamentação dos dispositivos legais, porquanto não viola direitos do contribuinte, além de lhe ser claramente favorável. O que não se pode conceber é que o contribuinte queira se valer da exclusão das áreas tributáveis da incidência do ITR sem cumprir as exigências previstas na legislação. O direito ao benefício legal deve estar documentalmente comprovado. E o ADA, apresentado tempestivamente, é o documento exigido para tal fim; g) Registra que, no presente processo, não se discute a materialidade, ou seja, a existência efetiva da área de preservação permanente. O que se busca é a comprovação do cumprimento, tempestivo, de uma obrigação prevista na legislação, referente à área de que se trata, para fins de exclusão da tributação. A condição acima referida está vinculada ao aspecto temporal, não sendo coerente nem prudente que a regularização junto ao IBAMA da área excluída da tributação do ITR pudesse ser feita a qualquer tempo, de acordo com a conveniência do contribuinte; h) No caso concreto, a contribuinte não apresentou ADA tempestivamente, não atendendo, portanto, às exigências da legislação do ITR, razão pela qual deve ser mantida a glosa efetivada pela fiscalização. Requer, assim, que seja negado provimento ao Recurso Especial interposto, mantendose a decisão proferida pela Segunda Turma da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade. Assim, conheço do recurso e passo à análise de mérito. Para que todos possam firmar suas convicção quanto ao mérito recursal, destaco os seguintes elementos de interesse acostados aos autos: a) Início da ação fiscal: mesmo não havendo nos autos o AR referente ao Termo de Intimação Fiscal de efls. 06/07, podese garantir, porém, que o início da ação fiscal deuse entre a lavratura do referido termo, datado de 16/07/2007, e a data de 01/10/2007, consoante informação constante da resposta a tal intimação, à efl. 16, o que é suficiente para fins do deslinde do presente processo; b) ADA/2007 protocolizado em 05/10/2007, consoante efl. 23; Fl. 179DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 180 8 c) Laudos anexados pelo contribuinte efls. 19 e ss. e 55 e ss. Limitado o litígio, assim, à possibilidade de exclusão dos 371,2 ha. a título de área de preservação permanente (consoante pedido do Recurso), acerca do tema entendo que a fruição da redução da base de cálculo do ITR (possuidora, a meu ver de natureza isentiva), seja por áreas de preservação permanente ou de interesse ecológico, encontra um de seus requisitos legais claramente estabelecido, desde 2000, a partir do disposto no art. 17O da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, em especial em seu caput e parágrafo 1º, com atual redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000, verbis: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)(...)o. § 1oA utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) (g.n.) Ou seja, mandatório para que se admita a redução da base tributável de áreas a título de Preservação Permanente ou de Interesse Ecológico que constem as mesmas de ADA entregue ao IBAMA. Tratase aqui, notese, de dispositivo legal específico, posterior à Lei no. 9.393, de 1996, restando, assim, quando da instituição de tal requisito, plenamente respeitado o princípio da Reserva Legal. Notese ser plenamente consistente a coexistência de tal obrigação com a vigência e aplicação da Lei no. 9.393, de 1996, sem qualquer tipo de antinomia. Ainda, de se rejeitar qualquer argumentação de revogação do dispositivo pelo §7° do art. 10 da Lei n.° 9.393, de 1996, instituído pela Medida Provisória n.° 2.16667, de 2001. O que se estabelece ali é uma desnecessidade de comprovação prévia tão somente no momento da declaração (DITR), sendo perfeitamente factível, porém, que, posteriormente, em sede de ação fiscal, sejam demandados elementos necessários à comprovação do constante na DITR do declarante e realizado o lançamento no caso de insuficientes elementos comprobatórios, a partir do expressamente disposto nos arts. 14 e 15 daquela mesma Lei no. 9.393, de 1996. Tal posicionamento encontrase muito bem detalhado no âmbito do Acórdão CSRF 9202003.620, de 04 de março de 2015, no qual funcionei como Redator ad hoc do voto vencedor em substituição ao redator do voto designado, Dr. Alexandre Naoki Nishioka, adotando assim aqui seus fundamentos a seguir como razões de decidir, verbis: "(...) Pois bem. Muito embora inexistisse, até o exercício de 2000, qualquer fundamento para a exigência da entrega do ADA como requisito para a fruição da isenção, com o advento da Lei Federal n.° 10.165/2000 alterouse a redação do §1° do art. 17 O da Lei n.° 6.938/81, que passou a vigorar da seguinte forma: Fl. 180DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 181 9 "Art. 17O. (...) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória." Ora, de acordo com uma interpretação evolutiva do referido dispositivo legal, isto é, cotejandose o texto aprovado quando da edição da Lei n.° 9.960/00, em contraposição à modificação introduzida pela Lei n.° 10.165/00, verificase que, para o fim específico da legislação tributária, passouse a exigir a apresentação do ADA, como requisito inafastável para a fruição da redução da base de cálculo prevista pela Lei n.° 9.393/96, mais especificamente por seu art. 10, §1°, II. Assim, sendo certo que as normas que instituem isenções devem ser interpretadas de forma estrita, ainda que não se recorra somente ao seu aspecto literal, como se poderia entender de urna análise superficial do art. 111, do Código Tributário Nacional, fato é que, no que atine às regras tratadas como exclusão do crédito tributário pelo referido codex, a legislação não pode ser interpretada de maneira extensiva, de maneira que não há como afastar a exigência do ADA para o fim específico de possibilitar a redução da base de cálculo do ITR. (...)" Atendose mais especificamente ao caso em questão, notase, ao compulsar os autos, que o referido requisito foi efetivamente cumprido pelo contribuinte em 05/10/2007 (efl. 23), assim, posteriormente ao início da ação fiscal que se deu necessariamente antes de 01/10/2007, conforme informação expressa de efl. 16 (contato telefônico acerca da intimação nesta última data). A propósito, quanto ao momento de entrega do ADA, com a devida vênia aos Conselheiros que adotam posicionamento diverso, o melhor posicionamento é, novamente em linha com o adotado no âmbito do mesmo Acórdão CSRF 9202003.620, admitir a protocolização do Ato Declaratório Ambiental até o início da ação fiscal, com fulcro nos seguintes fundamentos: "(...) Feita esta observação, relativa, portanto, à obrigatoriedade de apresentação do ADA, cumpre mover à análise do prazo em que poderia o contribuinte protocolizar referida declaração no órgão competente. No que toca a este aspecto específico, tenho para mim que é absolutamente relevante uma digressão a respeito da mens legis que norteou a alteração do texto do art. 17O da Lei n.° 6.938/81. Analisandose, nesse passo, o real intento do legislador ao estabelecer a obrigatoriedade de apresentação do ADA, podese inferir que a mudança de paradigma deveuse a razões atinentes Fl. 181DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 182 10 à efetividade da norma isencional, especialmente no que concerne à aferição do real cumprimento das normas ambientais pelo contribuinte, de maneira a permitir que este último possa usufruir da redução da base de cálculo do ITR. Em outras palavras, a efetiva exigência do ADA para o fim específico da fruição da redução da base de cálculo do ITR foi permitir uma efetiva fiscalização por parte da Receita Federal da preservação das áreas de reserva legal ou de preservação permanente, utilizandose, para este fim específico, do poder de polícia atribuído ao IBAMA. Em síntese, podese afirmar que a alteração no regramento legal teve por escopo razões de praticabilidade tributária, a partir da criação de um dever legal que permita, como afirma Helenílson Cunha Pontes, uma "razoável efetividade da norma tributária'" (PONTES, Helenílson Cunha. O princípio da praticidade no Direito Tributário (substituição tributária, plantas de valores, retenções de fonte, presunções e ficções, etc.): sua necessidade e seus limites. In: Revista Internacional de Direito Tributário, v. 1, n.° 2. Belo Horizonte, jul/dez2004, p. 57) , no caso da norma isencional. De fato, no caso da redução da base de cálculo do ITR, mais especificamente no que atine às áreas de interesse ambiental lato senso, além da necessidade de fiscalizar um número extenso de contribuintes, exigirseia, não fosse a necessidade da obrigatória protocolização do ADA, que a Receita Federal tomasse para si o dever de fiscalizar o extenso volume de propriedades rurais compreendido no território nacional, o que, do ponto de vista econômico, não teria qualquer viabilidade. Por esta razão, assim, passouse, com o advento da Lei Federal n.° 10.165/00 a exigir, de forma obrigatória, a apresentação do ADA para o fim de permitir a redução da base de cálculo do ITR, declaração esta sujeita ao poder de polícia do IBAMA. Tratandose, portanto, da interpretação do dispositivo em comento, deve o aplicador do direito, neste conceito compreendido o julgador, analisar o conteúdo principiológico que norteia referido dispositivo legal, a fim de conferirlhe o sentido que melhor se amolda aos objetivos legais. Partindose desta premissa basilar, verificase que o art. 17O da Lei n.° 6.938/81, em que pese o fato de imprimir, de forma inafastável, o dever de apresentar o ADA, não estabelece qualquer exigência no que toca à necessidade de sua protocolização em prazo fixado pela Receita Federal para o fim específico de permitir a redução da base de cálculo do ITR. A exigência de protocolo tempestivo do ADA, para o fim específico da redução da base de cálculo do ITR, não decorre expressamente de lei, mas sim do art. 10, §3°, I, do Decreto n.° 4.382/2002, que, inclusive, data de setembro de 2002, (...). (...) Fl. 182DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 183 11 Com efeito, sendo certo que a instituição de tributos ou mesmo da exclusão do crédito tributário, na forma como denominada pelo Código Tributário Nacional, são matérias que devem ser integralmente previstas em lei, na forma como estatuído pelo art. 97, do CTN, mais especificamente no que toca ao seu inciso VI, não poderia sequer o poder regulamentar estabelecer a desconsideração da isenção tributária no caso da mera apresentação intempestiva do ADA. Repisese, nesse sentido, que não se discute que a lei tenha instituído a obrigatoriedade da apresentação do ADA, mas, sim, que o prazo de seis meses, contado da entrega da DITR, foi instituído apenas por Instrução Normativa, muito posteriormente embasada pelo Decreto n.° 4.382/2002, o que, com a devida vênia, não merece prosperar. Em virtude, portanto, da ausência de estabelecimento de um critério rígido quanto ao prazo para a apresentação do ADA, eis que não se encontra previsto em lei, cumpre recorrer aos mecanismos de integração da legislação tributária, de maneira a imprimir eficácia no disposto pelo art. 17O da Lei n.° 6.398/81. Dentre os mecanismos de integração previstos pelo ordenamento jurídico, dispõe o Código Tributário Nacional, em seu art. 108, I, que deve o aplicador recorrer à analogia, sendo referida opção vedada apenas no que toca à instituição de tributos não previstos em lei, o que, ressaltese, não é o caso. Nesse esteio, recorrendose à analogia para o preenchimento de referida lacuna, devese recorrer à legislação do ITR relativa às demais declarações firmadas pelo contribuinte, mais especificamente no que atine à DIAT e à DIAC, expressamente contempladas pela Lei n.° 9.393/96, aplicadas ao presente caso tendose sempre em vista o escopo da norma inserida no texto do art. 17O da Lei n.° 6.398/81, isto é, imprimir praticabilidade à aferição da existência das áreas de reserva legal e preservação permanente, para o fim específico da isenção tributária. Pois bem. Sendo certo que a apresentação do ADA cumpre o papel imprimir praticabilidade à apuração da área tributável, verificase que cumpre o escopo norma a sua entrega até o início da fiscalização, momento a partir do qual a apresentação já não mais cumprirá seu desiderato. De fato, até o início da fiscalização em face do contribuinte, verificase que a entrega do ADA possibilitará a consideração, por parte da Receita Federal, da redução da base de cálculo do ITR, submetendo as declarações do contribuinte ao pálio do órgão ambiental competente e retirando referida aferição do âmbito da Receita Federal do Brasil. A entrega, portanto, ainda que intempestiva, muito embora pudesse ensejar a aplicação de uma multa específica, caso existisse referida norma sancionatória, seria equivalente à retificação das demais declarações relativas ao ITR, isto é, da DIAT e da DIAC, devendo, pois, ter o mesmo tratamento que estas últimas, em consonância com o que estatui o brocardo jurídico "ubi eadem Fl. 183DF CARF MF Processo nº 11040.720073/200746 Acórdão n.º 9202005.688 CSRFT2 Fl. 184 12 ratio, ibi eaedem legis dispositio", isto é, onde há o mesmo racional, a legislação não pode aplicar critérios distintos. À guisa do exposto, portanto, no que toca à entrega do ADA, tenho para mim que cumpre seu desiderato até o momento do início da fiscalização, a partir do qual a omissão do contribuinte ensejou a necessidade de fiscalização específica relativa ao recolhimento do ITR, o que implica nos custos administrativos inerentes a este fato. Assim, aplicase ao ADA, de acordo com este entendimento basilar, a regra prevista pelo art. 18 da Medida Provisória n.° 2.18949/01, que assim dispõe, verbis: "Art. 18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa." De acordo com a interpretação que ora se sustenta, pois, é permitida a entrega do ADA, ainda que intempestivamente, desde que o contribuinte o faça até o início da fiscalização. (grifei) (...)" Repetindose uma vez mais, que, no caso em questão, só houve entrega de ADA, contemplando a área de preservação permanente glosada em litígio, em 05/10/2007, assim, posteriormente ao início da ação fiscal (iniciada antes de 01/10/07, conforme efl. 16), é de se manter a glosa da área de preservação permanente perpretada pela autoridade fiscal. Assim, diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial da Contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 184DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10510.002956/2005-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Sep 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/08/2000
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. PORTARIA MF Nº 63/17. SUMULA CARF Nº 103
Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Recurso de Oficio Não Conhecido
Numero da decisão: 3401-003.963
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício interposto, em razão do não atingimento do atual limite de alçada.
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Presidente substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fenelon Moscoso de Almeida (Presidente substituto), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Rosaldo Trevisan, o Conselheiro suplente Cleber Magalhães.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. PORTARIA MF Nº 63/17. SUMULA CARF Nº 103 Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Recurso de Oficio Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício interposto, em razão do não atingimento do atual limite de alçada. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Presidente substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fenelon Moscoso de Almeida (Presidente substituto), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Participou do julgamento, em substituição ao Conselheiro Rosaldo Trevisan, o Conselheiro suplente Cleber Magalhães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 29 56 /2 00 5- 62 Fl. 734DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 735 2 Relatório Versa o presente sobre Autos de Infração, lavrados em 09/12/2005 (fls.1 2/ 11), para exigência de créditos tributários relativos ao Imposto de Importação – II (R$402.271,38) e ao Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI (R$690.565,87), acrescidos da multa de ofício e dos juros de mora, em decorrência de procedimento de revisão aduaneira, referente à importação de uma aeronave Learjet, modelo 45, número de série 77, pela empresa AZTUR TÁXI AÉREO TURISMO LTDA, posteriormente, incorporada pela empresa VULCABRÁS AZALÉIA – RS, CALÇADOS E ARTIGOS ESPORTIVOS S/A, conforme Relatório de Revisão Aduaneira (RRA), elaborado pela autoridade fiscal (fls. 12/16). No RRA, restou consignado que, em ato de revisão aduaneira da Declaração de Importação DI n° 00/07603678, registrada em 15/08/2000, através da qual a empresa AZTUR TÁXI AÉREO TURISMO LTDA, importou uma aeronave Learjet, modelo 45, sem incidência de imposto de importação II e do imposto sobre produtos industrializados IPI, sob o fundamento de reposição de mercadoria anteriormente importada com defeito, concluiu a autoridade aduaneira que a aeronave importada (DI n° 99/09284502), que deveria ter retornado em caráter definitivo ao exterior, não podendo mais pertencer à AZTUR, encontravase fazendo parte do patrimônio da empresa, à data da sua incorporação pela AZALÉIA e à data da apuração do seu Balanço Patrimonial, ambos em 2001. Destaca a autoridade autuante que a aeronave importada, em 04/11/1999, (DI n° 99/09284502), a qual revelouse defeituosa, segundo laudo técnico apresentado, recomendando sua devolução ao fabricante, deveria ter retornado em caráter definitivo ao exterior (Repartição n°10209.000476/0096), porém, encontravase registrada nos documentos da empresa, em datas posteriores à autorização da Alfândega do Porto de Belém/PA, em 03/07/2000, e à efetivação da importação da segunda aeronave (DI n° 00/07603678), cujo desembaraço ocorreu em 06/09/2000, ainda que tenha tido sua reexportação formalizada através da DDE n° 2000492501/7, ficando, portanto, na situação de bem desnacionalizado. Afirma a autoridade aduaneira corroborar os fatos apresentados, ter verificado que a conta Imobilizado das DIRPJ das duas empresas, a AZTUR e a AZALÉIA, entre os anos de 2000 e 2002, denotar toda a movimentação de cerca de quinze milhões de reais correspondente ao valor das duas aeronaves (DI n° 99/09284502 e DI n° 00/07603678), estando em sintonia com o valor desta conta no Laudo de avaliação contábil e com a incorporação dos bens. Por outro lado, afirma ainda, se a aeronave estiver no exterior mas continuar pertencendo, como indica a documentação citada, anteriormente à AZTUR e atualmente AZALÉIA, também configurase irregularidade fiscal, pois a autorização de reposição dada pela Alfândega do Porto de Belém tinha a condição de existir a troca ou substituição do bem defeituoso importado, sendo obrigatória a devolução do bem em caráter definitivo, tanto que se é exigido a formalização da exportação do bem inservível, devendo outra em igual quantidade e qualidade substituir a anterior. Pelas provas apresentadas (Balanço Patrimonial, conta Imobilizado das DIRPJ, Laudo de avaliação contábil e incorporação dos bens, e demais documentos encaminhados pelo Oficio n° 358/2004, da SEFAZ/SE) considerou a autoridade autuante, 1 Todos os números de folhas indicados neste documento referemse à numeração eletrônica do eprocesso. Fl. 735DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 736 3 passível de revisão aduaneira a não incidência dos tributos, lançandoos de ofício, juntamente com as multas e os encargos aplicáveis, mencionando que o direito de exigir tributos extingue se em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado, logo, o termo inicial adotado foi a data do conhecimento destes fatos pelo Fisco, qual seja, 08/09/2004, através dos documentos encaminhados por meio do oficio n° 358/2004, da SEFAZ/SE, informando autuação pelo órgão estadual por ter deixado o contribuinte de recolher parte do ICMS diferido para a importação da mencionada aeronave, pois, tendo sido o importador AZTUR incorporado pela AZALÉIA, em 28/02/2001, teria se tornado devido o imposto diferido, encontrandose a aeronave defeituosa que deveria ter retornado em caráter definitivo ao exterior (Repartição n° 10209.000476/0096), registrada nos documentos das empresas, encaminhados pela Secretaria da Fazenda do Estado de Sergipe, obtida por solicitação formal, fundamentada em Convênio de Cooperação Técnica entre o Fisco Estadual e Fisco Federal. Cientificada dos Autos de Infração, em 19/12/2005 (AR às fls. 277/278), apresentou Impugnação, em 18/01/2006 (fls. 283/293), em síntese, emprestada da decisão recorrida: Por ter promovido a incorporação, em 28/02/2001, da empresa AZTUR, foi autuada em razão de suposto não recolhimento de tributos incidentes sobre a operação de importação de aeronave realizada pela então incorporada; Com base em informações obtidas junto à SEFAZ –SE, bem como em equivocados registros constantes do Laudo de Avaliação Contábil, do Protocolo de Intenções de Incorporação e de Cisão Parcial com Justificação Inclusa e da Ata da Assembléia Geral Extraordinária AGE, de 28/02/2001, a fiscalização aduaneira entendeu que a AZTUR deixou de efetuar a troca de aeronave que havia anteriormente importado e sido autorizada a devolver em razão de defeitos de fabricação que impediam seu uso; O prazo para a fiscalização realizar atos de revisão aduaneira já caducou em virtude do contido no art. 570 do Regulamento Aduaneiro que prescreve que tais atos devem se dar no prazo de até cinco anos contados do registro da declaração de importação e que sua efetivação ocorrerá na data em que o interessado for cientificado do crédito tributário apurado; A fiscalização, tentando prevenir eventual alegação de decadência, antecipouse e apontou o art. 668, inciso I, do Decreto nº 4.543/2002, como aplicável ao caso, vez que, segundo ela, o lançamento só poderia ser efetuado após o dia 08/09/2004, ocasião em que tomou conhecimento dos fatos que deram ensejo à revisão aduaneira, por meio do ofício encaminhado pela SEFAZSE; Não bastasse a existência de disposição expressa no mesmo decreto acerca do prazo decadencial para a revisão aduaneira suficiente, por si só, para afastar a pretensão do Fisco, evidentemente que o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado não pode levar em consideração o momento que o Fisco é cientificado de fato que desconhecia. O lançamento poderia ser efetuado se tal disposição fosse aplicável no presente caso, após a ocorrência do fato gerador, ou seja, após a ocorrência da operação de importação; Fl. 736DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 737 4 Em concreto, a declaração de importação que deu origem ao ato de revisão aduaneira foi registrada em 15/08/2000, data em que segundo o art. 570, § 2º, inciso I, do referido Regulamento Aduaneiro, se dá o termo inicial do prazo de cinco anos para a conclusão da revisão, a qual deveria ter sido encerrada, com a notificação do sujeito passivo, até 15/08/2005; De uma simples verificação nos autos, vêse que a ciência acerca da revisão aduaneira efetuada se deu em 19/12/2005, ou seja, quatro meses após a fluência do prazo decadencial previsto no art. 570, §2º, inciso I e § 3º do Decreto nº 4.543/2002, razão pela qual devem ser desconstituídos os créditos ora impugnados. Em 1999, através da DI nº 99/09284502, a AZTUR realizou a importação de uma aeronave nova, modelo Learjet 45, número de série 022, em valor total de R$ 14.898.608,21, momento em que foram recolhidos todos os tributos incidentes, efetuandose o desembaraço em 04/11/1999; Uma vez nacionalizada, constatouse a existência de defeito técnico que impedia, na forma prevista na Portaria MF nº 150/1982, sua utilização e a realização de seu reparo no País, fato que impôs sua devolução ao fabricante, cuja remessa se deu através da DDE nº 2000492501/7; Que para fins de controle da entrada e saída de bens do ativo imobilizado, a AZTUR emitiu nota fiscal de saída, em 14/06/2000, referindo tratarse de devolução de equipamento que apresentou defeito dentro do prazo de garantia; Em 15/08/2000, a AZTUR recebeu o novo equipamento, idêntico ao que fora devolvido, e com número de série diferente (nº 077), sendo declarado na DI nº 00/07603678 e emitida nota fiscal de entrada em 06/09/2000; Notase que não há inexatidão na informação prestada na DI para se fazer possível a realização de revisão aduaneira, na forma do art. 570 do Regulamento Aduaneiro; Embora em um primeiro momento a análise do Laudo de Avaliação Contábil da AZTUR, como também os demais documentos relativos a sua incorporação pela ora impugnante, permitam que sejam suscitadas dúvidas sobre a remessa da aeronave defeituosa ao exterior e o recebimento de outra em sua substituição, os documentos aqui trazidos fazem prova inequívoca dos fatos efetivamente ocorridos e dos erros existentes nos documentos utilizados pelo Fisco para promover a revisão aduaneira; Cumpre esclarecer que além das duas aeronaves envolvidas na operação de importação (Learjet 45, número de série 22 e Learjet 45, número de série 77), existia uma terceira (Learjet 31A, número de série 37), semelhante às outras duas, que esteve na posse da empresa em virtude de leasing operacional contratado em 08/10/1998; Assim, destacase que a existência de duas aeronaves distintas no momento da cisão parcial da AZTUR e sua incorporação pela impugnante é explicável Fl. 737DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 738 5 pela aquisição de uma delas junto à Learjet Inc. e a outra relativa ao leasing operacional; Portanto, o fato de existirem duas aeronaves no ativo da AZTUR no momento da incorporação decorreu tão apenas do leasing operacional (Learjet 31A, número de série 37) e da aquisição do Learjet 45, número de série 77, que foi recebido em troca do Learjet 45, número de série 22, devolvido no mês de junho de 2000. Passase agora a esclarecer o equívoco na elaboração do laudo de avaliação contábil e demais documentos que estampam a operação de cisão parcial da AZTUR e sua incorporação pela impugnante; Tal laudo, embora tenha promovido a devida avaliação dos bens, laborou em grave equívoco ao promover o lançamento de informações da aeronave Learjet 45 que fazia parte do ativo imobilizado da AZTUR. Consoante notas fiscais devidamente contabilizadas e respaldadas pelas respectivas declarações de importações/exportação, no momento da elaboração do laudo contábil e da incorporação da AZTUR por parte da Azaléia, não mais figurava no ativo imobilizado da AZTUR a aeronave Learjet 45, número de série 022, mas sim a Learjet 45, número de série 77; Que tal erro existente no laudo e demais atos de incorporação, embora inegavelmente grave, é justificável pela semelhança entre a aeronave que foi devolvida e aquela recebida em substituição, diferenciandose apenas nos seus números de série; Que as notas fiscais de entrada e saída de bens e os lançamentos contábeis efetuados são suficientes para afastar uma possível presunção e atestar que os dados constantes do laudo de avaliação e documentos de cisão e incorporação, embora devidamente registrados na Junta Comercial, não atestam a realidade dos fatos, motivo pelo que não são suficientes para sustentar os lançamentos ora impugnados; Isto posto, requer que (i) seja recebida a presente impugnação, por tempestiva, suspendendose a exigibilidade dos créditos constituídos até decisão final; (ii) seja julgada procedente a impugnação em razão da fluência do prazo de cinco anos para a realização do ato de revisão aduaneira e/ou da comprovação do equívoco havido nos referidos documentos da cisão parcial e incorporação. Enviados aos autos à julgamento pela DRJ/Fortaleza, a autoridade julgadora decidiu converter o julgamento em diligência. Remetidos os autos à unidade de origem, foi disponibilizada na caixa postal eletrônica do contribuinte no eCAC (fls. 702), em 10/11/2014, a Resolução 08002.426, da DRJ/FOR, bem como outros documentos produzidos por meio de intimações formuladas pela fiscalização, com a ciência do contribuinte em 11/11/2014, após a abertura dos documentos naquele ambiente virtual. Em cumprimento à Resolução 08002.426 foram também intimadas a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o Comando da Aeronáutica, a fim de que estes órgãos fornecessem informações acerca de possível movimentação das aeronaves modelo Learjet 45, prefixos PTTJB e PTXVA, no espaço aéreo nacional, bem como em relação ao histórico de propriedade de ambas, e solicitada cópia do processo administrativo nº 10209.000476/0096 à Alf/Porto de Belém. Fl. 738DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 739 6 A defendente manifestouse (fls. 584/588), resumidamente, nos seguintes termos: Que não se furta a reconhecer o erro material de natureza contábil, em ter constado apenas a identificação da aeronave substituída quando da incorporação da Aztur em seu laudo de avaliação de inventário. Tal equívoco, porém, não permite concluir que houve importação de duas aeronaves. Em relação à contabilidade da AZTUR TÁXI AÉREO TURISMO LTDA., juntamse à presente manifestação cópia do Livro Razão de 1999 e 2000, com destaque para as contas “13174” e “11150” (fls. 592 a 594). Que Baseado na Nota Fiscal n.º 001 (fls. 589), lançouse a débito a aquisição, em 04/11/1999, da aeronave que viria a ser substituída, na conta n.º 13174 – “Aeronaves e Equipamentos”. Baseado na Nota Fiscal n.º 002 (fls. 590), lançouse como estorno a devolução da mesma aeronave constante na Nota Fiscal n.º 001, lançandose logo em seguida um crédito, anulandose os lançamentos provenientes da Nota Fiscal n.º 002. Com isso, prevaleceu o lançamento da Nota Fiscal n.º 001, o que serviu de parâmetro para, a partir do ano de 2001, a aeronave que veio a ser substituída passasse a constar de forma exclusiva no inventário da Aztur. Apenas uma aeronave consta, portanto, na contabilidade da Aztur, empresa incorporada pela Impugnante. Isso está correto, embora não esteja correto a referência à aeronave descrita na Nota Fiscal n.º 001, pois deveria constar a Nota Fiscal n.º 003 (fls. 591), que descreve uma aeronave de semelhante modelo, mas de diferente número de série. O equívoco é verificado de forma objetiva, sendo desnecessária qualquer outra justificativa além da apresentação dos fatos no sentido de comprovar o lançamento em contabilidade de apenas uma aeronave, e não duas. O lançamento tributário baseiase essencialmente sobre o erro do laudo, o qual, como se verifica da peça impugnatória, já foi reconhecido pela empresa incorporadora. O que comprova que a aeronave substituída jamais esteve em propriedade da Impugnante concomitantemente à aeronave substituta é a Nota Fiscal de Saída n.º 002 e a Declaração de Exportação, ambos já anexados aos autos. Diante do exposto, ratificase o pedido pelo julgamento de improcedência dos Autos de Infração de II e IPI. A Infraero respondeu à intimação (fls. 598), informando que não registra, nem detém registros de vôos realizados no espaço aéreo brasileiro, sendo tal competência do Comando da Aeronáutica, limitandose a informar que não há registro de movimentação das aeronaves no aeroporto de Aracaju no último ano e a apresentar cópia de consulta à página da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) na internet, onde pode ser visto que ambas as aeronaves encontramse com suas matrículas canceladas (fls. 599 e 601). Fl. 739DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 740 7 O Comando da Aeronáutica apresentou resposta à intimação (fls. 605), informando apenas que os registros de vôos no Brasil é mantido por um prazo de 5 anos, não sendo possível prestar informações acerca de operações realizadas pelas aeronaves nos anos 2001 e 2002. Por fim, a defendente veio aos autos novamente (fls. 696/698), onde apresentou as seguintes alegações: Tem fundamental importância para o desate da lide a íntegra do processo administrativo nº 10209.000476/0096, em que se requereu a exportação sem cobertura cambial, por motivo de devolução, da aeronave Learjet 45, número de série 22. Que conforme pode ser verificado pela leitura da decisão de fls. 6063 do aludido processo, levandose em conta a impossibilidade do retorno da aeronave ao País, foi deferido o pedido de reposição da mercadoria. À fl. 62 do processo administrativo, há referência expressa ao fato da aeronave Learjet 45, número de série 22, ter saído do País em 01/04/2000, conforme faz prova a General Declaration de fl. 05 do mesmo processo. Que a Bombardier, fabricante da aeronave, encaminhou carta à Aztur, fls. 06 e 07 daquele processo administrativo, informando o problema técnico que não permitia o retorno daquela ao Brasil, razão pela qual propôs a troca do equipamento por outro, o que restou aceito pela empresa. Que a Alfândega do Porto de Belém manifestouse no sentido de ter sido concluída a devolução da aeronave defeituosa e recebida outra em substituição. Diante de toda a comprovação documental daquilo que sempre foi afirmado pela Impugnante, não é possível se cogitar da manutenção do crédito tributário contestado. A Fiscalização não teceu qualquer comentário acerca do ocorrido, nem elaborou relatório fiscal, limitandose a devolver o processo para julgamento. A decisão de primeira instância, proferida em 26/03/2015 (fls. 703/720) foi pela procedência da impugnação, tendo acordado os membros da Sétima Turma da Delegacia da RFB de Julgamento em Fortaleza/CE, por unanimidade de votos, em conhecer da impugnação para julgála PROCEDENTE, a fim de DECLARAR NULO o auto de infração, por vício material, EXONERANDO a impugnante do crédito tributário objeto da presente lide, em decisão cuja ementa abaixo transcrevese: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/08/2000 TRIBUTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Em caso de falta de pagamento dos tributos incidentes na importação, não há que se falar em homologação do lançamento. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos, contados do Fl. 740DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 741 8 primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/08/2000 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. FALTA DE PROVAS. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. O Decreto nº 70.232/1972 dispõe que o auto de infração deve conter a descrição dos fatos e o enquadramento legal (art. 10, incisos III e IV), bem como ser instruído com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (art. 9º, caput). É ônus da autoridade fiscal apresentar as provas dos fatos constituintes do direito da Fazenda. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado Por força de recurso necessário, o crédito exonerado [R$402.271,38 (II) e R$690.565,87 (IPI) = R$1.092.837,25, somados encargos de multa (75%) e acréscimos legais], nos termos do art. 34, do PAF Decreto nº 70.235/72, com as alterações da Lei nº 9.532/97, e Portaria MF nº 03, de 03/01/2008, alterada pela Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, foi submetido à apreciação do CARF e distribuído à mim, por sorteio, realizado em 30/03/2017. É o relatório. Voto Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida Cuidase de recurso de ofício, onde o valor desonerado superava o valor de alçada, à época do julgamento de 1ª instância, atendendo os requisitos para sua interposição. Porém, nos termos da Súmula CARF n° 103, a sua admissibilidade deve ser atestada no momento do julgamento em 2ª instância, razão pela qual dele não se pode conhecer. Súmula CARF nº 103: "Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância." Acontece que entre a data de interposição do recurso de oficio e sua apreciação em segunda instância, o valor do limite de alçada foi alterado de R$1.000.000,00 (Portaria MF nº 03/08), para R$2.500.000,00 (Portaria MF nº 63/17), somados tributos e encargos de multas, na redação do art. 34, do PAF Decreto nº 70.235/72, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.532/97, e Portaria MF nº 03/08, alterada pela Portaria MF nº 63/17. Fl. 741DF CARF MF Processo nº 10510.002956/200562 Acórdão n.º 3401003.963 S3C4T1 Fl. 742 9 Decreto nº 70.235/72: Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: (...) I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. [grifei] Portaria MF nº 63/17: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). [grifei] Considerando que o crédito exonerado foi no valor total de R$1.912.465,18, somados tributos [R$402.271,38 (II) e R$690.565,87 (IPI) = R$1.092.837,25] e encargos de multas [R$819.627,93 (75%)], constatase que o mesmo não atinge o atual limite de alçada de R$2.500.000,00 (Portaria MF nº 63/17), para fins de conhecimento. Assim, voto por não conhecer do recurso de ofício. Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 742DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.001091/2011-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 28/01/2011
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. MULTA DE NATUREZA ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIA. RETIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO ANTERIORMENTE PRESTADA.
Alteração ou retificação das informações prestadas anteriormente pelos intervenientes não configura prestação de informação fora do prazo, para efeito de aplicação da multa estabelecida no art. 107, inciso IV, alíneas e e f do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
Numero da decisão: 3301-003.984
Decisão: Recurso Voluntário Provido
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
José Henrique Mauri - Presidente Substituto.
Liziane Angelotti Meira- Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros
José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques DOliveira, Liziane Angelotti Meira, Valcir Gassen, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado) e Cássio Schappo (suplente convocado).
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
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decisao_txt : Recurso Voluntário Provido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. José Henrique Mauri - Presidente Substituto. Liziane Angelotti Meira- Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques DOliveira, Liziane Angelotti Meira, Valcir Gassen, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado) e Cássio Schappo (suplente convocado).
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MULTA DE NATUREZA ADMINISTRATIVOTRIBUTÁRIA. RETIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO ANTERIORMENTE PRESTADA. Alteração ou retificação das informações prestadas anteriormente pelos intervenientes não configura prestação de informação fora do prazo, para efeito de aplicação da multa estabelecida no art. 107, inciso IV, alíneas “e” e “f” do DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Recurso Voluntário Provido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. José Henrique Mauri Presidente Substituto. Liziane Angelotti Meira Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques D’Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Valcir Gassen, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado) e Cássio Schappo (suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 10 91 /2 01 1- 81 Fl. 223DF CARF MF Processo nº 10314.001091/201181 Acórdão n.º 3301003.984 S3C3T1 Fl. 224 2 Por bem descrever os fatos, adoto o relatório do Acórdão da DRJ/FOR, (fls. 60/70): O presente processo é referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação acessória de prestar informação sobre carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. O lançamento, que foi contestado pela empresa autuada, totalizou R$ 5.000,00 à época de sua formalização. Da Autuação No campo DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO LEGAL do Auto de Infração (fls. 915) consta, em síntese, que a empresa autuada solicitou, após o decurso do prazo para prestar informação sobre carga transportada, definido na Instrução Normativa RFB nº 800/2007, a retificação de dado já incluído no sistema informatizado de controle de cargas. Em razão dessa conduta, a autoridade autuante entendeu estar caracterizada a infração tipificada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei nº 10.833/2003, e aplicou a multa ali prescrita. A fiscalização informou que, de acordo com a legislação regente, o controle aduaneiro da movimentação de cargas, embarcações e unidades de carga é feito por meio do Siscomex Carga, o qual deverá ser suprido de informações a serem prestadas pelos intervenientes no comércio exterior, inclusive as agências de carga ou de navegação, como é o caso da autuada. As referidas informações estão dispostas nos Anexos da IN SRF nº 800/2007, e servem para gerar o conhecimento eletrônico (CE) de carga. A autoridade lançadora esclareceu que, nos termos dos artigos 3º e seguintes da IN RFB nº 800/2007, a autuada responde pelas informações prestadas a destempo, e que essa responsabilidade é objetiva, perfazendose independentemente da intenção do agente, consoante dispõe o art. 136 do Código Tributário Nacional. Diante dos fatos apurados, a fiscalização lavrou o Auto de Infração em debate, tendo como fundamento, além dos dispositivos legais já mencionados, os indicados no campo ENQUADRAMENTO LEGAL do Auto de Infração. Da Impugnação O sujeito passivo foi cientificado da exação em 15/4/2011 e apresentou impugnação (fls. 3641) em 4/5/2011, na qual aduz os argumentos a seguir sintetizados. a) A conduta da impugnante não está tipificada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei n° 10.833/2003, uma vez que ela não deixou de prestar a informação exigida e a norma punitiva não admite analogia ou interpretação extensiva. Fl. 224DF CARF MF Processo nº 10314.001091/201181 Acórdão n.º 3301003.984 S3C3T1 Fl. 225 3 b) Mesmo que a conduta da impugnante pudesse ser considerada infração, ainda assim não seria cabível a multa aplicada, pois o pedido de retificação foi feito antes de qualquer ação fiscal, sendo aplicável ao caso o instituto da denúncia espontânea, constante no art. 138 do CTN, para fins de exclusão da penalidade. c) A penalidade também não pode ser cominada à impugnante porque ela não se reveste da condição de empresa de transporte internacional, nem é prestadora de serviço de transporte internacional expresso portaaporta ou agência de carga. É apenas uma agência de navegação, que tem por fim prover as necessidades do navio no porto de destino, e não pode ser equiparada às empresas mencionadas anteriormente. d) O fato de a agência marítima ser representante do transportador estrangeiro não implica em responsabilidade solidária pela prestação de informação de forma irregular, pois a solidariedade tem que estar prevista em lei. e) O Auto de Infração não atende às exigências legais, pois não traz o transportador como sujeito passivo nem apresenta qualquer prova ou informação que possa contribuir para sua identificação. Ao final a defesa requer que o lançamento seja julgado improcedente. A 7ª Turma da DRJ/FOR, por meio do Acórdão no 0826.773 7ª Turma da DRJ/FOR (fls. 60/70), julgou improcedente a impugnação com a seguinte Ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 28/01/2011 AGÊNCIA MARÍTIMA REPRESENTANTE DE TRANSPORTADOR ESTRANGEIRO. PRESTAÇÃO INTEMPESTIVA DE INFORMAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. Responde pela prestação intempestiva de informação legalmente exigida a agência de navegação marítima representante de transportador estrangeiro que tiver concorrido para a prática dessa infração ou dela se beneficiado. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 28/01/2011 PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. RETIFICAÇÃO INTEMPESTIVA DE REGISTRO. IRRELEVÂNCIA DA INTENÇÃO DO AGENTE. MULTA A retificação de registro sobre carga transportada após o prazo fixado para prestar essa informação confirma que o dado correto não foi apresentado tempestivamente, fato que é tipificado como infração autônoma, punível com multa específica, independente da intenção do agente. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DESCABIMENTO. A prestação de informações sobre as cargas transportadas na forma e no prazo legalmente estabelecidos é obrigação acessória Fl. 225DF CARF MF Processo nº 10314.001091/201181 Acórdão n.º 3301003.984 S3C3T1 Fl. 226 4 autônoma, cujo descumprimento não comporta saneamento via denúncia espontânea, que é expressamente afastada após a atracação do veículo transportador. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. O Recorrente apresentou Recurso Voluntário (fls. 76/85), que teve provimento por meio do Acórdão no 3801003.251– 1ª Turma Especial (fls.115/123), com a seguinte Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 28/01/2011 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO ÀS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INTEMPESTIVIDADE NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Aplicase o instituto da denúncia espontânea às obrigações acessórias de caráter administrativo cumpridas intempestivamente, mas antes do início de qualquer atividade fiscalizatória, relativamente ao dever de informar, no Siscomex, os dados referentes ao embarque de mercadoria destinada à exportação. Recurso Voluntário Provido. Cientificada do acórdão mencionado, o Representante da Fazenda Nacional apresentou Recurso Especial (fls. 125/150 ), suscitando divergência quanto à exoneração da penalidade em comento por aplicação da denúncia espontânea prevista no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37/1966, com a nova redação dada pela Lei no 12.350, de 2010. O recurso foi admitido por intermédio de Despacho 3100419 – 1ª Câmara (fls 149/150), e o Recorrente apresentou contrarrazões (fls 159/167). O Recurso Especial foi provido em parte, por meio do Acórdão no 9303003.561– 3ª Turma (fls. 205/213) com a seguinte Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 28/01/2011 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento de deveres instrumentais, como os decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37/1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Recurso Especial Provido em Parte. Determinouse ainda na referida decisão o seguinte (fl. 213) Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso interposto pela Fazenda Nacional, para Fl. 226DF CARF MF Processo nº 10314.001091/201181 Acórdão n.º 3301003.984 S3C3T1 Fl. 227 5 considerar inaplicável ao caso a denúncia espontânea, devendo o processo retornar à instância a quo para apreciação das demais questões trazidas no recurso voluntário e que não foram objeto de deliberação por aquele Colegiado." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, dáse provimento parcial ao recurso interposto pela Fazenda Nacional, para considerar inaplicável ao caso a denúncia espontânea, devendo o processo retornar à instância a quo para apreciação das demais questões trazidas no recurso voluntário e que não foram objeto de deliberação por aquele Colegiado. Dessarte, conforme determinado pelo acórdão referido, os autos do processo em referência foram reencaminhados a esta Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e a mim distribuídos, para apreciação das questões trazidas no Recurso Voluntário do Recorrente que não foram objeto de deliberação. É o relatório. Voto Conselheira Liziane Angelotti Meira O recurso voluntário foi tempestivo e atendeu aos demais pressupostos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. No Recurso Voluntário (fls. 76/85) o Recorrente, além da denúncia espontânea, que não constitui matéria da presente decisão, alega falta de fundamento legal para o lançamento da multa e ilegitimidade passiva. A Instrução Normativa Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, determinava que a retificação de conhecimento de embarque fora do prazo configurava prestação de informação fora do prazo, nos seguintes termos: Art. 45. O transportador, o depositário e o operador portuário estão sujeitos à penalidade prevista nas alíneas "e" ou "f" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei nº 37, de 1966, e quando for o caso, a prevista no art. 76 da Lei nº 10.833, de 2003, pela não prestação das informações na forma, prazo e condições estabelecidos nesta Instrução Normativa. § 1º Configurase também prestação de informação fora do prazo a alteração efetuada pelo transportador na informação dos manifestos e CE entre o prazo mínimo estabelecido nesta Instrução Normativa, observadas as rotas e prazos de exceção, e a atracação da embarcação. (grifouse) No entanto, o artigo transcrito foi revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014. Ademais, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da Solução de Consulta Interna nº 2 Cosit, de 4 de fevereiro de 2016, consolidou entendimento Fl. 227DF CARF MF Processo nº 10314.001091/201181 Acórdão n.º 3301003.984 S3C3T1 Fl. 228 6 que a multa em pauta não se e aplica ao caso de retificação de informação já prestada pelo interveniente, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. CONTROLE ADUANEIRO DAS IMPORTAÇÕES. INFRAÇÃO. MULTA DE NATUREZA ADMINISTRATIVOTRIBUTÁRIA. A multa estabelecida no art. 107, inciso IV, alíneas “e” e “f” do DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, é aplicável para cada informação não prestada ou prestada em desacordo com a forma ou prazo estabelecidos na Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. As alterações ou retificações das informações já prestadas anteriormente pelos intervenientes não configuram prestação de informação fora do prazo, não sendo cabível, portanto, a aplicação da citada multa. Dispositivos Legais: DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966; Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. (grifouse) Dessarte, com supedâneo no art. 106, II, do CTN, na Instrução Normativa RFB nº 1473, de 2014, e na Solução de Consulta Interna nº 2 Cosit, de 2016, voto por afastar a penalidade e dar provimento ao Recurso Voluntário. Liziane Angelotti Meira Relatora Fl. 228DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.001249/2004-40
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1999 Ementa: INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI - O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF Nº 2) LUCRO REAL. COMPENSAÇÃO PREJUÍZOS FISCAIS. GLOSA. INOBSERVÂNCIA DO LIMITE 30%. MATÉRIA SUMULADA. Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. (Súmula CARF Nº 3) Confirmado nos autos o descumprimento pela pessoa jurídica do limite de 30% imposto pela legislação na compensação dos prejuízos fiscais acumulados, é de se manter a exigência do IRPJ apurado no auto de infração.
Numero da decisão: 1802-000.977
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - glosa de compensação de prejuízos fiscais
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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(Súmula CARF Nº 2) LUCRO REAL. COMPENSAÇÃO PREJUÍZOS FISCAIS. GLOSA. INOBSERVÂNCIA DO LIMITE 30%. MATÉRIA SUMULADA. Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. (Súmula CARF Nº 3) Confirmado nos autos o descumprimento pela pessoa jurídica do limite de 30% imposto pela legislação na compensação dos prejuízos fiscais acumulados, é de se manter a exigência do IRPJ apurado no auto de infração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins De Sousa – Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José De Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 2 Fl. 139DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10882.001249/200440 Acórdão n.º 1802000.977 S1TE02 Fl. 100 3 Relatório VOKO PARTICIPAÇÕES LTDA, já qualificada nos autos do processo, recorre a este colegiado da decisão de primeira instância, DRJ/Campinas/SP, que julgou procedente o Auto de Infração, fls.27/32, consolidado à fl.27, que constituiu o crédito tributário do Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, relativo ao ano calendário de 1999, no valor de R$ 65.498,48, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora calculados até 31/05/2004, cientificado ao contribuinte em 25/06/2004, conforme Aviso de Recebimento (AR), fl.35. De acordo com a descrição dos fatos e enquadramento legal (fl.29), a exigência tributária decorre da seguinte infração: GLOSA DE PREJUÍZOS COMPENSADOS INDEVIDAMENTE COM INOBSERVÂNCIA DO LIMITE DE 30%, DO LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO Glosa de valores compensados na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, a titulo de prejuízo(s) fiscal(is) apurado(s) em período(s)base anterior(es), tendo em vista a inobservância do limite máximo de compensação de 30% do lucro liquido do período, ajustado pelas adições e exclusões previstas e autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Conforme relatório da decisão recorrida (fls.67/68) a autuada impugnou o feito fiscal adotando os argumentos que a seguir transcrevo: Em 21/07/2004 a contribuinte apresentou impugnação contra a autuação alegando que sempre foi regular cumpridora de suas obrigações fiscais e que, por essa razão, foi surpreendida pela autuação. Aduz que a consistência da exigência fundamentada na compensação de prejuízos fiscais anteriores, em percentual que excede a limitação de 30% (trinta por cento) prevista na legislação ordinária, há de ser considerada a partir da própria legitimidade, dos veículos normativos que impuseram essa restrição. Discorre a respeito do lucro real e do lucro liquido afirmando que suas conceituações já se encontravam previstas no Decreto n° 1.598/77, em seu artigo 6° e §§ e que o artigo 64 daquele diploma legal permitia a compensação de prejuízo fiscal apurado em um período base com o lucro real de quatro períodos base subseqüentes. Afirma que, com mais ênfase, os artigos 189 e 191 da Lei n° 6.404/76 já tratavam do assunto e que, à época do procedimento adotado pela empresa, algumas alterações foram introduzidas no Decreto n° 1.518/77, desde sua edição, mas nenhuma quanto à limitação da compensação dos prejuízos fiscais acumulados, no que se refere a percentual, em períodos base subseqüentes. Relata que foi editada a Lei n° 8.541/92, que em seu artigo 12 dispôs no mesmo sentido e que esse quadro normativo foi Fl. 140DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 4 alterado a partir do exercício de 1995, cuja Lei n° 8.981/95 vedou a compensação dos prejuízos fiscais apurados nos períodos base anteriores, inclusive aqueles não compensados até 31/12/94, cuja revogação expressa feita ao artigo 12 da Lei n° 8.541/92 não teria atingido o artigo 6° da Lei n° 1.598/77. Observa que, ao vedar a compensação de prejuízos fiscais em valores maiores que o limite de 30%, quer o Fisco Federal participar de um lucro irreal, inexistente e que tal procedimento não encontra conformidade com o exercício da competência tributária conferida pelo artigo 153, III da Constituição Federal. Nesse sentido prossegue, afirmando que a legislação infraconstitucional complementar prevê que somente no caso de haver acréscimo patrimonial é que se há de perquirir sobre a realização concreta do fato gerador do Imposto de Renda e que na sistemática implantada pelo artigo 42 da Lei n° 8.981/92 não há renda a ser tributada posto que, compensação de prejuízos acumulados significa recomposição de patrimônio perdido e, não havendo a recomposição desse patrimônio, com algum acréscimo, não há renda tributável. No seu entendimento, o comando inserto pelo artigo 42 da Lei n° 8.541/92 viola o principio da anterioridade de lei instituído pelo artigo 150, III, "a" da Constituição Federal tendose em conta que, ainda que a publicação da Medida Provisória n° 812/94, convertida na Lei n° 8.981/95, tenha ocorrido em 31 de dezembro de 1994, o diploma em questão e sua respectiva conversão somente poderiam dispor sobre os prejuízos fiscais apurados a partir de sua vigência e eficácia, ou seja, a partir de 1° de janeiro de 1995. Afirma que, além da violação dos princípios até então enumerados, verificase a afronta, também, ao principio do direito adquirido, já que a vedação da exclusão integral do lucro do exercício de prejuízos acumulados até 31/11/94 suprime direito já incorporado ao patrimônio da impugnante. Alega, também, que ao lhe ser exigido Imposto de Renda baseado num lucro inexistente estáse a criar um empréstimo compulsório que o Fisco, de forma disfarçada e ao arrepio dos preceitos constitucionais, impõe h contribuinte. Em seu entender, a multa fixada no auto de infração, no valor de 75% (setenta e cinco por cento) do tributo devido fere limites constitucionais ao atacar patrimônio privado com nítidos fins confiscatórios. Nesse sentido, insiste que, levandose em consideração as condições da conjuntura econômica, a imposição de multa em patamares desproporcionais e irrazoáveis, leva impossibilidade do pagamento, que é a finalidade principal da lei tributária. Contesta a pretensão de se exigir juros de mora equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia — SELIC, porque a mensuração que se adota como parâmetros a taxa referencial SELIC recai na mesma imprestabilidade afeta à TR/TRD, ou seja, não serve para medir remuneração de mora, Fl. 141DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10882.001249/200440 Acórdão n.º 1802000.977 S1TE02 Fl. 101 5 pois cuida de remuneração de capital aplicado em mercado especulativo. Conclui protestando pela decretação da improcedência do auto de infração. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/Campinas/SP) julgou procedente o lançamento em decisão proferida no Acórdão nº 0516.499, de 12/03/2007, da 2ª Turma da DRJ/Campinas/SP (fls.66/71), cuja ementa transcrevo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999 ILEGALIDADE DE NORMAS TRIBUTARIAS APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Não cabe à autoridade administrativa apreciar questionamentos a respeito de ilegalidade ou inconstitucionalidade de normas tributárias. Tal competência é exclusiva do Poder Judiciário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Data do,fato gerador: 31/12/1999 COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS DE PERÍODOS ANTERIORES A partir do encerramento do Anocalendário de 1995, a compensação do prejuízo está limitada a trinta por cento do lucro liquido ajustado. Consta do documento de fl.75 que o mencionado Acórdão foi encaminhado para ciência do contribuinte em 30/06/2009, o qual interpôs Recurso ao Conselho de Contribuintes, atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em 17/07/2009, fls.78/85. Em seu apelo, a recorrente apenas se insurge quanto à exigência do IRPJ no que reitera as mesmas alegações da impugnação, portanto, desnecessário repetilas porquanto acima relatadas. Ao final requer seja apreciado o presente Recurso e reformada a decisão guerreada, como medida de JUSTIÇA. É o relatório. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 6 Voto Conselheira Relatora Ester Marques Lins De Sousa O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72 e suas alterações posteriores. Dele tomo conhecimento. Conforme relatado, o auto de infração decorre de ação fiscal efetuada junto à contribuinte, na qual a fiscalização constatou a compensação indevida de prejuízo fiscal de períodos anteriores, tendo em vista não ter sido observado o limite máximo de redução de 30% previsto no art. 42 da Lei nº 8.981/95. A defesa da recorrente cingese à exigência do IRPJ por entender que o comando inserto pelo artigo 42 da Lei n° 8.541/92 viola o principio da anterioridade de lei instituído pelo artigo 150, III, "a" da Constituição Federal tendose em conta que, ainda que a publicação da Medida Provisória n° 812/94, convertida na Lei n° 8.981/95, tenha ocorrido em 31 de dezembro de 1994, o diploma em questão e sua respectiva conversão somente poderiam dispor sobre os prejuízos fiscais apurados a partir de sua vigência e eficácia, ou seja, a partir de 1° de janeiro de 1995. Afirma que, além da violação dos princípios constitucionais por ela enumerados, verifica afronta, também, ao principio do direito adquirido, já que a vedação da exclusão integral do lucro do exercício de prejuízos acumulados até 31/11/94 suprime direito já incorporado ao patrimônio da impugnante. Alega, também, que ao lhe ser exigido Imposto de Renda baseado num lucro inexistente estáse a criar um empréstimo compulsório que o Fisco, de forma disfarçada e ao arrepio dos preceitos constitucionais, impõe ao contribuinte. Como se vê, tanto na impugnação quanto na peça recursal a contribuinte não se insurge contra os fatos apurados que são inegáveis mas tãosomente acerca da constitucionalidade e legalidade dos dispositivos que restringem a compensação de prejuízos fiscais (bases de cálculo negativas) acumulados pelas empresas. A jurisprudência administrativa encontrase pacificada no sentido de que a aplicação do disposto nos arts. 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e 15 e 16 da Lei nº 9.065/95 não violou direito adquirido, nem traduz ofensa aos conceitos de lucro e de renda, vez que não obsta o direito à compensação integral dos prejuízos e bases negativas, apenas estabeleceu regras na utilização. No que se refere aos argumentos sobre à inconstitucionalidade das leis pertinentes à compensação indevida dos prejuízos em razão de limitações legais, vale exalçar que a exigência decorre de expressa disposição legal, não cabendo aos órgãos do Poder Executivo deixar de aplicála, encontrando óbice, inclusive nas Súmulas nº 2 e 3 desse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, verbis: Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF Nº 3: Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do anocalendário de 1995, o Fl. 143DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10882.001249/200440 Acórdão n.º 1802000.977 S1TE02 Fl. 102 7 lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. Por conseguinte, no ano calendário de 1999, para efeito de determinação do lucro real, a Recorrente só poderia ter compensado com o prejuízo fiscal de períodos anteriores até o limite de 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas e autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Assim, por se tratar de matéria sumulada no âmbito desse Conselho Administrativo, e, confirmado nos autos o descumprimento pela pessoa jurídica do limite de 30% determinado pela legislação na compensação dos prejuízos fiscais acumulados é de se manter a exigência do IRPJ apurado no auto de infração em comento. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Relatora Ester Marques Lins De Sousa Fl. 144DF CARF MF Impresso em 10/10/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 09/10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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