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Numero do processo: 10925.003051/2009-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2007 a 30/09/2007
PIS. NÃO-CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO.
Para fins de apuração de crédito do PIS/Pasep e da Cofins não-cumulativos, há de se observar o rol de deduções previstos no art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, adotando-se, no que tange ao seu inciso II, a interpretação intermediária construída no CARF quanto ao conceito de insumo, tornando-se imperativa para o reconhecimento do direito ao crédito a análise acerca da sua essencialidade.
No caso concreto analisado, há de ser reconhecido o direito ao crédito relativo às despesas com embalagens, fretes das embalagens, e gás combustível para empilhadeira e mantida a glosa no que tange à despesa com condomínio.
Recurso Voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 3301-004.519
Decisão: Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos: por unanimidade de votos, em dar provimento para admitir o creditamento de embalagens e fretes das embalagens e, por maioria de votos, em negar provimento para manter a glosa relativa à despesa com condomínio, vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada) e Semíramis de Oliveira Duro.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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Recorrente POMAGRI FRUTAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2007 a 30/09/2007 PIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. Para fins de apuração de crédito do PIS/Pasep e da Cofins nãocumulativos, há de se observar o rol de deduções previstos no art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, adotandose, no que tange ao seu inciso II, a interpretação intermediária construída no CARF quanto ao conceito de insumo, tornandose imperativa para o reconhecimento do direito ao crédito a análise acerca da sua essencialidade. No caso concreto analisado, há de ser reconhecido o direito ao crédito relativo às despesas com embalagens, fretes das embalagens, e gás combustível para empilhadeira e mantida a glosa no que tange à despesa com condomínio. Recurso Voluntário parcialmente provido. Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos: por unanimidade de votos, em dar provimento para admitir o creditamento de embalagens e fretes das embalagens e, por maioria de votos, em negar provimento para manter a glosa relativa à despesa com condomínio, vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada) e Semíramis de Oliveira Duro. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 30 51 /2 00 9- 61 Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 4 3 Relatório Tratase o presente processo de pedido de ressarcimento, cumulado com declarações de compensação, relativo a crédito da Contribuição para o PIS/Pasep Não Cumulativa, vinculado a receitas de vendas submetidas à alíquota zero (produção e comercialização de maçãs), deferido parcialmente por Despacho Decisório exarado pela unidade de origem. Dessa forma, apenas parte das compensações declaradas foi homologada. Conforme Termo de Verificação e Encerramento da Análise Fiscal constante nos autos, o reconhecimento parcial do crédito decorreu de glosas efetuadas em itens diversos de custo e despesa que compunham o crédito demonstrado pelo contribuinte no Dacon. Cientificado do decisório, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual pede o reconhecimento integral do crédito de ressarcimento, com base nas seguintes razões: (i) Os materiais de embalagens (cantoneiras, bandejas, fitas adesivas, pallets, papelseda, plástico bolha, tampas, fundos, caixas de papelão etc) são indispensáveis ao acondicionamento do produto, não exclusivamente com o fim de transporte, porquanto utilizados para assegurar a integridade da fruta até o seu destino; (ii) O papelseda, fita, cantoneira e outros são insumos na produção da maçã, conforme item acima, de modo que gera creditamento a despesa com o serviço de transporte para adquirilos; (iii) A despesa com condomínio deve ser creditada da mesma forma que a despesa com aluguel, pois o acessório segue o principal; (iv) O GLP relacionado à glosa foi empregado nas empilhadeiras destinadas à movimentação das maçãs, de modo que o combustível está diretamente ligado ao processo produtivo; (v) Não existe lei formal determinando a aplicação do conceito de insumo do IPI à apuração das contribuições nãocumulativas; (vi) O critério de insumo utilizado na decisão recorrida não está em conformidade com Soluções de Consulta emanadas das Superintendências da Receita Federal do Brasil (Processo de Consulta nº 99/09 da SRRF6ªRF), com decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Recurso Voluntário nº 146.778) e com a jurisprudência judicial (Acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, de 26 de março de 2009; Agravo Regimental no REsp nº 1.125.253/SC, de 15 de abril de 2010). Ao analisar o caso, a DRJ entendeu por julgar improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte, nos termos do Acórdão nº 08033.959. O contribuinte foi intimado acerca desta decisão e, insatisfeito com o seu teor, interpôs Recurso Voluntário, através do qual requereu: (i) recebimento do recurso voluntário; ii) procedência do recurso para reformar o acórdão recorrido, com o reconhecimento do direito ao crédito de PIS requerido no pedido de ressarcimento. É o breve relatório. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.509, de 22 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10925.003017/200997, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.509): "Voto Vencido O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. 1) Do direito ao creditamento de COFINS linhas gerais Consoante acima indicado, a presente demanda versa sobre o direito ao creditamento de COFINS em razão da análise do conceito de insumos disposto na legislação de regência. A DRJ seguiu a legislação do IPI, entendendo que, para que fosse concedido o crédito, seria essencial o desgaste físico no produto no processo produtivo da empresa. Esse entendimento, contudo, encontrase superado por este Conselho, que construiu uma corrente intermediária própria, fugindo tanto às normas atinentes ao IPI quanto às normas atinentes ao IRPJ. E é com base nesta corrente intermediária, com a qual me alinho, que serão analisados a seguir os itens que foram objeto de glosa por parte da fiscalização. Importante destacar que o embasamento da glosa realizada pela fiscalização foi a ausência de previsão legal para autorização do creditamento realizado, e não a falta de comprovação da sua origem. Logo, a questão deve ser apreciada sobre o aspecto de direito. Sobre o creditamento, o art. 3º da Lei nº 10.833/2003 assim dispõe: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 6 5 em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; IV aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) VII edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; VIII bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) XI bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. No que tange à alínea II acima, embora ciente que alguns julgadores deste Conselho adotam interpretação restritiva do conceito de insumos para fins de admissão do crédito, inclusive acolhendo em alguns casos o conceito de insumos inserto na legislação do IPI, tem prevalecido nas decisões proferidas por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais uma posição menos engessada, por meio da análise dos créditos aplicáveis em cada caso concreto, em razão da atividade desempenhada pela empresa. A análise do presente caso, portanto, em determinadas situações, perpassa pela definição do conceito de insumos para o PIS e a COFINS. Nos termos dos recentes julgados proferidos por este Conselho, o conceito de insumos para efeitos do art. 3º, inciso II, da Lei nº 10.637/2002 e do art. 3º, inciso II da Lei 10.833/2003, deve ser interpretado com critério próprio: o da Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 7 6 essencialidade. Referido critério traduz uma posição "intermediária" construída pelo CARF, na qual, para definir insumos, buscase a relação existente entre o bem ou serviço, utilizado como insumo e a atividade realizada pelo Contribuinte. Logo, para que determinado bem ou prestação de serviço seja considerado insumo gerador de crédito de PIS e COFINS, imprescindível a sua essencialidade à atividade desempenhada pela empresa, direta ou indiretamente. Esta, inclusive, também é a posição predominante no Superior Tribunal de Justiça, o qual reconhece, para a definição do conceito de insumo, critério amplo/próprio em função da receita, a partir da análise da pertinência, relevância e essencialidade ao processo produtivo ou à prestação do serviço. O entendimento daquela Corte pode ser visualizado no voto do Ministro Relator Mauro Campbell Marques, proferido nos autos do Recurso Especial nº 1.246.317MG: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC. VIOLAÇÃO AO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 98/STJ. CONTRIBUIÇÕES AO PIS/PASEP E COFINS NÃO CUMULATIVAS. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. ART. 3º, II, DA LEI N. 10.637/2002 E ART. 3º, II, DA LEI N. 10.833/2003. ILEGALIDADE DAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS SRF N. 247/2002 E 404/2004. 1. Não viola o art. 535, do CPC, o acórdão que decide de forma suficientemente fundamentada a lide, muito embora não faça considerações sobre todas as teses jurídicas e artigos de lei invocados pelas partes. 2. Agride o art. 538, parágrafo único, do CPC, o acórdão que aplica multa a embargos de declaração interpostos notadamente com o propósito de prequestionamento. Súmula n. 98/STJ: "Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório". 3. São ilegais o art. 66, §5º, I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRF n. 247/2002 Pis/Pasep (alterada pela Instrução Normativa SRF n. 358/2003) e o art. 8º, §4º, I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRF n. 404/2004 Cofins, que restringiram indevidamente o conceito de "insumos" previsto no art. 3º, II, das Leis n. 10.637/2002 e n. 10.833/2003, respectivamente, para efeitos de creditamento na sistemática de nãocumulatividade das ditas contribuições. 4. Conforme interpretação teleológica e sistemática do ordenamento jurídico em vigor, a conceituação de "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei n. 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003, não se identifica com a conceituação adotada na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, posto que excessivamente restritiva. Do mesmo modo, não corresponde exatamente aos conceitos de "Custos e Despesas Operacionais" utilizados na legislação do Imposto de Renda IR, por que demasiadamente elastecidos. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 8 7 5. São "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei n. 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003, todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. 6. Hipótese em que a recorrente é empresa fabricante de gêneros alimentícios sujeita, portanto, a rígidas normas de higiene e limpeza. No ramo a que pertence, as exigências de condições sanitárias das instalações se não atendidas implicam na própria impossibilidade da produção e em substancial perda de qualidade do produto resultante. A assepsia é essencial e imprescindível ao desenvolvimento de suas atividades. Não houvessem os efeitos desinfetantes, haveria a proliferação de microorganismos na maquinaria e no ambiente produtivo que agiriam sobre os alimentos, tornandoos impróprios para o consumo. Assim, impõese considerar a abrangência do termo "insumo" para contemplar, no creditamento, os materiais de limpeza e desinfecção, bem como os serviços de dedetização quando aplicados no ambiente produtivo de empresa fabricante de gêneros alimentícios. 7. Recurso especial provido. (REsp 1246317/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 29/06/2015) (grifouse) Quanto ao tema, filiome à corrente intermediária acima indicada, pelo que entendo merecer reforma a decisão recorrida quanto aos seus fundamentos, uma vez que, para a compreensão do direito à apuração de créditos de PIS e COFINS no sistema da nãocumulatividade, não deve ser adotado o conceito estrito de insumos constante da decisão recorrida. 2) Dos itens em que o direito ao creditamento restou afastado pela DRJ A empresa em questão planta, produz e comercializa frutas. O recorrente se insurge contra o entendimento da DRJ, argumentando que as despesas com aquisições de embalagens, frete das embalagens, gás combustível para empilhadeiras e condomínio devem gerar crédito de COFINS por serem todas diretamente necessárias à comercialização do produto. Afirma que tais despesas se relacionam diretamente com a preservação da integridade do produto, transporte de insumos e armazenamento. Com relação ao condomínio, afirma que este é acessório que deve seguir a sorte do principal, que é o aluguel, devendo todas essas despesas gerar créditos de COFINS. A decisão da primeira instância analisou a legislação que trata do conceito de insumo para fins de creditamento da COFINS, e concluiu que o caso dos presentes autos não se enquadra no conceito legal, visto que as embalagens utilizadas pelo contribuinte têm a finalidade única de servir ao transporte das frutas, não havendo comprovação de que acompanham o Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 9 8 produto em sua apresentação final ao consumidor, de modo a agregarlhe valor. Manteve a glosa do crédito referente ao frete das embalagens por terem sido desconsideradas como insumo. Quanto aos gastos com condomínio, rejeitou o argumento de que o acessório segue o principal em razão de não haver a alegada relação de acessoriedade, visto que o pagamento do condomínio independe da existência de relação locatícia, e que o acolhimento de um brocardo para alargar a hipótese de creditamento iria de encontro ao princípio da legalidade. Além disso, a utilidade decorrente do condomínio é deslocada espaçotemporalmente do processo produtivo da maçã. Por fim, manteve as glosas dos créditos sobre as despesas com gás combustível para as empilhadeiras, por não ter havido a desconstituição pelo contribuinte da constatação de que as empilhadeiras possuem uso geral para transporte de objetos, não estando sua utilidade adstrita à produção das maçãs. Entendo que assiste razão ao contribuinte em seus argumentos, consoante restará devidamente demonstrado nos tópicos a seguir. 2.1. Das embalagens As embalagens aqui analisadas são as seguintes: bandejas (utilizadas nas caixas de papelão para separar e acondicionar as maçãs), cantoneiras (utilizadas nas caixas de papelão, para proteger o produto, durante o transporte até o cliente, evitando o amassamento da caixa e das maçãs), fitas adesivas (para lacrar o fundo das caixas), pallets e seus acessórios (tais como pregos e etiquetas, utilizados no armazenamento e transporte das caixas de maçãs), papelseda (utilizado para embrulhar a maçã), plástico bolha (empregado para envolver a maçãs, evitando o atrito entre elas), caixa e fundos (usados no acondicionamento das frutas), tampas (utilizadas para proteger a fruta do contato com o ambiente externo), cola (utilizada para colar os rótulos nas caixas de madeira), filme PVC (usado para segurar as caixas nos pallets), termógrafo (usado para controlar a temperatura das caixas quando transportadas). Quanto às embalagens, entendo que a legislação admite o direito ao crédito no caso concreto ora analisado, ainda que as embalagens utilizadas. Isso porque, em razão da especificidade dos produtos produzidos pela Recorrente, é inconteste que as embalagens servem não apenas para o mero transporte, mas também para o seu acondicionamento, apresentandose essenciais à conservação da integridade e qualidade do produto. Conforme fundamentos constantes do tópico anterior, entendo desnecessário que as embalagens sejam incorporadas ao produto durante o processo de industrialização para que seja reconhecido o seu direito ao crédito. É imprescindível, na verdade, identificar se o insumo em questão é essencial à atividade produtiva desempenhada pela empresa, direta ou indiretamente, tendo concluído no caso dos presentes autos que sim. Até porque, ainda que se entendesse que as embalagens em questão seriam destinadas apenas ao transporte, o que não é o caso, a legislação Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 10 9 atinente à COFINS não acoberta a restrição realizada pela fiscalização para fins de tomada de crédito, a qual levou em consideração a legislação do IPI, cuja aplicável há de ser afastada. Estes custos com embalagens para acondicionamento e transporte, em razão da especificidade dos produtos que a Recorrente comercializa, são essenciais a que o produto produzido pela empresa seja colocado à venda, pelo que se insere no conceito de insumo que adoto, nos termos acima analisados. Entendo, ainda, que este item específico também se insere no inciso IX, que expressamente autoriza o creditamento relativo à armazenagem de mercadoria e frete na importação de vendas, quando o ônus for suportado pelo vendedor. Isso porque, verificase que a adoção da embalagem em questão é necessária tanto para a armazenagem quanto para o transporte dos produtos que a recorrente industrializa e comercializa, em razão das suas especificidades. Há de se destacar, inclusive, que a Câmara Superior de Recursos Fiscais, em caso análogo, já se manifestou pelo direito ao crédito em tal caso. É o que se infere da decisão a seguir transcrita: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 PIS/PASEP. REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. CREDITAMENTO. Para se verificar se determinado bem ou serviço prestado pode ser caracterizado como insumo para fins de creditamento do PIS/PASEP, impende analisar se há: pertinência ao processo produtivo (aquisição do bem ou serviço especificamente para utilização na prestação do serviço ou na produção, ou, ao menos, para tornálo viável); essencialidade ao processo produtivo (produção ou prestação de serviço depende diretamente daquela aquisição) e possibilidade de emprego indireto no processo de produção (prescindível o consumo do bem ou a prestação de serviço em contato direto com o bem produzido) TAMBORES UTILIZADOS COMO EMBALAGEM PARA TRANSPORTE. GÁS EMPREGADO EM EMPILHADEIRAS. É legítima a apropriação do crédito da contribuição ao PIS/PASEP nãocumulativo em relação às aquisições de tambores empregados como embalagem de transporte e sobre o gás empregado em empilhadeiras, tendo em vista a relação de pertinência, relevância e essencialidade ao processo produtivo. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 COFINS. REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. CREDITAMENTO. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 11 10 Para se verificar se determinado bem ou serviço prestado pode ser caracterizado como insumo para fins de creditamento da COFINS, impende analisar se há: pertinência ao processo produtivo (aquisição do bem ou serviço especificamente para utilização na prestação do serviço ou na produção, ou, ao menos, para tornálo viável); essencialidade ao processo produtivo (produção ou prestação de serviço depende diretamente daquela aquisição) e possibilidade de emprego indireto no processo de produção (prescindível o consumo do bem ou a prestação de serviço em contato direto com o bem produzido) TAMBORES UTILIZADOS COMO EMBALAGEM PARA TRANSPORTE. GÁS EMPREGADO EM EMPILHADEIRAS. É legítima a apropriação do crédito da contribuição à COFINS nãocumulativa em relação às aquisições de tambores empregados como embalagem de transporte e sobre o gás empregado em empilhadeiras, tendo em vista a relação de pertinência, relevância e essencialidade ao processo produtivo. (Acórdão n. 9303004.192, de 04/08/2016). Logo, entendo que a decisão recorrida também deverá ser reformada neste ponto, para fins de admitir o direito ao crédito também no que concerne aos tambores utilizados para acondicionamento e transporte. Sendo assim, entendo que deverá ser reconhecido o direito ao crédito no que concerne às embalagens. 2.2. Dos fretes das embalagens A segunda glosa objeto da presente demanda incidiu sobre o serviço de transporte de material não considerado insumo na produção da maçã, tais como papelseda, fitas, filmes, cantoneira, cola, termógrafo etc. O contribuinte defende que, uma vez considerado insumo o material de embalagem utilizado, a despesa com frete na sua aquisição é capaz de gerar creditamento. No que tange aos fretes das embalagens, uma vez admitido o crédito no que concerne às embalagens, entendo que há de ser admitido o direito ao crédito também no que tange aos fretes das referidas embalagens. Até porque, penso que o gasto com frete pago ou creditado pelo comprador à pessoa jurídica domiciliada no País incorporase ao custo de aquisição do insumo, além de encontrar previsão de desconto de crédito no artigo 3º, inciso IV da Lei nº 10.833/2003, cumulado com o inciso II deste mesmo dispositivo legal. (...) 2.3. Do gás combustível para empilhadeira Por fim, no que tange ao gás combustível para empilhadeira, concordo com os fundamentos do Recorrente neste ponto. Isso porque, não resta dúvidas que este item é essencial ao próprio processo produtivo da recorrente, integrando o custo de produção dos produtos em tela. Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 12 11 Nesse mesmo sentido, inclusive, já se manifestou este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ao julgar processo análogo ao presente (Proc. nº 18088.720677/201252, Acórdão n. 3403002.648): Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2008 REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO. No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e serviços” que integram o custo de produção. EMBALAGEM PARA TRANSPORTE. GÁS EMPREGADO EM EMPILHADEIRAS. É legítima a apropriação do crédito das contribuições em relação às aquisições de tambores empregados como embalagem de transporte e sobre o gás empregado em empilhadeiras, por integrarem o custo de produção dos produtos. Afasto, portanto, a glosa realizada pela fiscalização quanto ao combustível para empilhadeiras. 3. Da conclusão Diante do acima exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte no presente caso, para fins de reconhecer o direito ao crédito no que tange aos seguintes itens: (a) embalagens; (b) fretes das embalagens; (c) gás combustível para empilhadeiras e (d) condomínio. É como voto. (...) Voto Vencedor (...) Quanto às despesas com condomínio, é de se concluir que não assiste razão ao contribuinte em seu pleito, em razão da ausência de respaldo legal para o creditamento de tal despesa. Por concordar com os fundamentos constantes da decisão recorrida no que concerne a tal despesa, transcrevoo a seguir: 42. Em contraparte, o manifestante sustenta a possibilidade de creditamento com base nas despesas de condomínio, à semelhança do que sucede em relação às despesas de aluguel, invocado o velho brocardo de que o acessório segue o principal (accessorium seguitur principale). Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 13 12 43. De fato, o inciso IV do art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, prevê a possibilidade de as despesas incorridas com aluguel gerarem crédito na apuração nãocumulativa das contribuições. Entretanto, a máxima não se aplica à espécie, por dois motivos básicos. 44. Em primeiro lugar, não há acessoriedade entre aluguel e encargo de condomínio, uma vez ausente vínculo de causalidade entre eles. Com efeito, pagase condomínio não porque o imóvel é alugado, mas porque se usufrui de utilidades compartilhadas pelos proprietários ou usuários de prédios. 45. Pelo contrato de locação, uma das partes se obriga a ceder o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. As despesas de condomínio, por sua vez, são destinadas a gastos relativos ao imóvel respectivo como, por exemplo, salários de empregados, materiais de consumo, equipamentos, serviços prestados ao condomínio, podendo, até mesmo, haver sobra em um mês determinado. Dessa forma, percebese que despesas de condomínio não se relacionam com aluguel. 46. Em segundo lugar, a aplicação de um brocardo não pode resultar na ampliação, por analogia, de hipóteses de creditamento que interferem na determinação da base de cálculo da contribuição, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade tributária. 47. Resta verificar se os gastos com condomínio podem ser considerados insumo. 48. Dado que deles resultam utilidades imateriais para o contribuinte, seriam insumos se assim caracterizados sob o aspecto funcional. Entretanto, os serviços de condomínio são completamente deslocados espaçotemporalmente do processo produtivo da maçã. 49. Por essa razão, correta está a glosa das despesas de condomínio. Nesse mesmo sentido, já se manifestou este Conselho, consoante se extrai do Acórdão nº 3302.001.491, a seguir colacionado: (...). COFINS NÃO CUMULATIVA. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMO. CONCEITO. Os bens e serviços que geram direito a crédito da contribuição são aqueles conceituados como insumos, assim entendidos os que sejam diretamente utilizados ou consumidos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Despesa de condomínio incorrida por indústria de beneficiamento de carnes não enquadra neste conceito. Nego, portanto, o direito creditório quanto a tal item." Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10925.003051/200961 Acórdão n.º 3301004.519 S3C3T1 Fl. 14 13 Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado tanto à COFINS quanto à Contribuição para o PIS/Pasep. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário, para admitir o creditamento de embalagens, fretes das embalagens e gás combustível para empilhadeira, e para manter a glosa relativa à despesa com condomínio. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 176DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10825.722099/2016-20
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO.
O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão.
Numero da decisão: 2001-000.276
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Relator
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO. O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Relator Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento relativa à Imposto de Renda Pessoa Física. A Ementa do Acórdão de Impugnação foi prolatada nos seguintes termos: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 72 20 99 /2 01 6- 20 Fl. 105DF CARF MF 2 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2012 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. A isenção para portadores de moléstia grave só poderá ser concedida quando o contribuinte preenche os dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção: a natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria/reforma ou pensão, e o outro que se relaciona à existência da moléstia tipificada no texto legal. MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. RECONHECIMENTO. A comprovação da moléstia grave deverá ser realizada mediante laudo pericial, assim entendido como documento emitido por médico legalmente habilitado ao exercício da profissão de medicina, integrante de serviço médico oficial da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, independentemente de ser emitido por médico investido ou não na função de perito, observadas a legislação e as normas internas especificas de cada ente. O laudo pericial deve conter, no mínimo, as seguintes informações: a) o órgão emissor; b) a qualificação do portador da moléstia; c) o diagnóstico da moléstia (descrição; CID10; elementos que o fundamentaram; a data em que a pessoa física é considerada portadora da moléstia grave, nos casos de constatação da existência da doença em período anterior à emissão do laudo); d) caso a moléstia seja passível de controle, o prazo de validade do laudo pericial ao fim do qual o portador de moléstia grave provavelmente esteja assintomático; e e) o nome completo, a assinatura, o nº de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM), o nº de registro no órgão público e a qualificação do(s) profissional(is) do serviço médico oficial responsável(is) pela emissão do laudo pericial. MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA. APLICABILIDADE. Uma vez instaurado o procedimento de ofício, o crédito tributário apurado pela autoridade fiscal somente pode ser satisfeito com os encargos do lançamento de ofício. Para comprovação da moléstia grave foi apresentado cópia do laudo médico emitido com papel timbrado da Prefeitura Municipal de Piratininga datado de 28 de novembro de 2014 (fl.13). Destacamos algumas passagens do Acórdão de Impugnação: Verificase que a cópia apresentada não tem o confere com original do servidor da RFB. Importante destacar que o laudo anexado é o mesmo que foi apresentado para a fiscalização e não foi aceito por falta de requisitos legais. Urge salientar também que a cópia acostada ao presente processo referese a mesma cópia do laudo que foi anexada ao processo nº10825723365/201470 que não continha a matrícula do médico que o assinou e tampouco a identificação Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10825.722099/201620 Acórdão n.º 2001000.276 S2C0T1 Fl. 3 3 do serviço médico oficial . Entretanto, verificase que foi aposto outro carimbo abaixo do carimbo existente. Causa estranheza a alteração de um documento sem qualquer ressalva de seu emitente. Em que pese o contribuinte ter anexado o mesmo laudo do processo nº10825723365/201470 verificase que existe um carimbo com os dados do médico emitente do laudo sem que o responsável rubricasse e colocasse a data em que a informação extra foi aposta ao documento. Ademais causa curiosidade a esta instância julgadora que no próprio laudo consta a seguinte informação: “Em relação ao enquadramento na lei federal 7713/88 não é competência deste Departamento.” Resta evidenciado que não se trata de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios . Os fundamentos do lançamento, que se encontram na Notificação de Lançamento, são os seguintes: Apresentamos abaixo documentos e algumas passagens do Recurso Voluntário apresentados pelo contribuinte: Fl. 107DF CARF MF 4 Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10825.722099/201620 Acórdão n.º 2001000.276 S2C0T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Jorge Henrique Backes, Relator Verificada a tempestividade do recurso voluntário, dele conheço e passo à sua análise. O lançamento limitouse a dizer que o laudo apresentado pelo contribuinte não atende os quesitos necessários conforme legislação em vigor, sem apontar que problemas seriam estes. Entendo que na falta de indicação dos vícios nos documentos apresentados válidos são os documentos. As incongruências apontados no acórdão de impugnação, mesmo Fl. 109DF CARF MF 6 quando pertinentes, não indicam se tratar de documento fraudulento, mas sim documento com problemas no preenchimento. No caso, não foram solicitados outros elementos de prova de maneira objetiva, e como fundamento para lançar apenas foi afirmado que o laudo não atende à legislação. No entanto, não foram apresentados vícios, indícios ou circunstâncias desabonadoras para os documentos apresentados pelo contribuinte. Não foi apresentada nenhuma investigação, pesquisa, ou outro procedimento que indicasse algum problema. Pelo falta de fundamentação do lançamento e pelo exame da prova existente no processo, entendemos que o laudo, a despeito de certos erros de preenchimento, caracteriza a doença grave passível de isenção. Conclusão Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Fl. 110DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.001472/00-19
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 11/07/1997
RESTITUIÇÃO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. EFEITOS DA CONSULTA FISCAL.
O objetivo da Consulta Fiscal é de resguardar a Contribuinte em caso de dúvida acerca de legislação tributária, no presente caso, quanto à correta classificação fiscal ser adotada, o que se torna um procedimento preventivo, não retroativo, para recuperação de tributo, os efeitos da consulta em discussão tem apenas o condão de surtir efeitos a partir da decisão, admitindo-se somente e por força de lei sua aplicação, portanto, não há o que se falar em restituição de impostos.
SOLUÇÃO DE CONSULTA. ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO ANTERIOR. EFEITOS.
A alteração de entendimento expresso em Solução de Consulta alcançará apenas os fatos geradores que ocorreram após a sua publicação ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada. Constatado que o fato gerador objeto do pedido de restituição ou compensação ocorreu anteriormente à Solução de Consulta tornada insubsistente e superada por uma nova orientação, que, por sua vez, não acarreta em tratamento mais favorável, incabível será a aplicação do princípio da retroatividade mais benigna.
Numero da decisão: 9303-006.837
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Midori Migiyama.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Demes Brito - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
Nome do relator: DEMES BRITO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 11/07/1997 RESTITUIÇÃO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. EFEITOS DA CONSULTA FISCAL. O objetivo da Consulta Fiscal é de resguardar a Contribuinte em caso de dúvida acerca de legislação tributária, no presente caso, quanto à correta classificação fiscal ser adotada, o que se torna um procedimento preventivo, não retroativo, para recuperação de tributo, os efeitos da consulta em discussão tem apenas o condão de surtir efeitos a partir da decisão, admitindo-se somente e por força de lei sua aplicação, portanto, não há o que se falar em restituição de impostos. SOLUÇÃO DE CONSULTA. ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO ANTERIOR. EFEITOS. A alteração de entendimento expresso em Solução de Consulta alcançará apenas os fatos geradores que ocorreram após a sua publicação ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada. Constatado que o fato gerador objeto do pedido de restituição ou compensação ocorreu anteriormente à Solução de Consulta tornada insubsistente e superada por uma nova orientação, que, por sua vez, não acarreta em tratamento mais favorável, incabível será a aplicação do princípio da retroatividade mais benigna.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Midori Migiyama. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Demes Brito - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 11/07/1997 RESTITUIÇÃO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. EFEITOS DA CONSULTA FISCAL. O objetivo da Consulta Fiscal é de resguardar a Contribuinte em caso de dúvida acerca de legislação tributária, no presente caso, quanto à correta classificação fiscal ser adotada, o que se torna um procedimento preventivo, não retroativo, para recuperação de tributo, os efeitos da consulta em discussão tem apenas o condão de surtir efeitos a partir da decisão, admitindose somente e por força de lei sua aplicação, portanto, não há o que se falar em restituição de impostos. SOLUÇÃO DE CONSULTA. ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO ANTERIOR. EFEITOS. A alteração de entendimento expresso em Solução de Consulta alcançará apenas os fatos geradores que ocorreram após a sua publicação ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada. Constatado que o fato gerador objeto do pedido de restituição ou compensação ocorreu anteriormente à Solução de Consulta tornada insubsistente e superada por uma nova orientação, que, por sua vez, não acarreta em tratamento mais favorável, incabível será a aplicação do princípio da retroatividade mais benigna. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 14 72 /0 0- 19 Fl. 325DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 326 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Midori Migiyama. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Demes Brito Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no artigo 67 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, contra acórdão nº 3202000.622, proferido pela 2º Câmara/2º Turma Ordinária do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que decidiu,em dar provimento ao Recurso Voluntário, para deferir a restituição do Imposto de Importação recolhido a maior. Transcrevo, inicialmente, parte que interessa do excerto do relatório da decisão de primeiro grau: "Trata o presente processo contra decisão que indeferiu pedido de restituição, acompanhado de pedido de compensação, de parte de pagamentos do Imposto de—Importação, no valor de R$ 38.876,16. O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO SEGUIDO DE COMPENSAÇÃO Consta que, por meio da DI n" 069865, de 20/06/1995, a requerente procedeu à importação da mercadoria "MYKON ATC WRITE" (N,IV,N,N tetraacetiletilenodiamina estabilizado com carboximetilcelulose sódica), classificandoa no código NCM 2922.30.90, cuja alíquota do imposto de importação, à época, era de 2%. Entretanto, com base nos exames procedidos pelo LdborCziõrio Nacional de Análises LABANA (fis. 3233), a Equipe de Classificação e Valoração Aduaneira discordou do código adotado pela requerente e entendeu que o correto seria o código NCM 3823.90.90 (alíquota II 14%), pelo que, em 29/05/1996, deu ciência ao importador do Demonstrativo de Cálculo de Fl. 326DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 327 3 Lançamento Complementar DCLC n°242/96 galha 31), onde o mesmo foi intimado a apresentar Declaração Complementar de Importação (DCI), de modo a recolher os tributos e acréscimos legais decorrentes da reclassificaçã o fiscal. Desse modo, a partir daí a requerente passou a adotar o código apontado pela fiscalização, e conseqüentemente, o imposto de importação passou a ser calculado e recolhido com base em uma alíquota mais elevada. Ocorre que, por meio do processo MF 10880.014252/9880, a recorrente procedeu consulta fiscal com o intuito de esclarecer a correta classificação do produto. Como resposta, e conforme fundamentação contida na Decisão DIANA1SRRF/8" RF n° 319, de 29/06/1998 (fls. 2125), cuja conclusão foi de que o código correto é 2922.30.90, ou seja, o código adotado anteriormente ao evento do Demonstrativo de Cálculo de Lançamento Complementar, de 1996. Assim, em 10/04/2000, por meio do processo em epígrafe e com fundamento na IN SRF n° 21/97, a recorrente solicitou restituição acompanhada de pedido de compensação de parte do pagamento do imposto de importação relativo à mercadoria objeto da Declaração de Importação (DI) n" 97/05950652, de 11/07/1997 (lis. 1820), por entender ter havido pagamento a maior. A DECISÃO DENEGATÓRIA Em análise ao pleito, a SEFIA/IRF/SP, por meio do despacho de fls. 3536, destacou que: (.) ao formalizar o pedido de consulta, a interessada deixou de informar que já havia sido intimada a cumprir obrigação tributária relativa ao fato objeto da consulta (..) razão pela qual, entendemos configurada a hipótese de não atendimento ao art. 52. II, do Decreto 70.235/72 (PAF) (..) a decisão DIANA/SRRF/8' RF não se aplica ao presente caso, uma vez que, nos termos do Decreto 70.235/72 (PAF), o Decreto 2.227/85 e IN SRF 59/85, a nova classificação somente será aplicada aos fatos geradores ocorridos até a data da protocolização da consulta e aos fatos geradores ocorridos a partir da data em que a consulente for notificada da decisão que RESULTE EM AGRAVAMENTO DA TRIBUTAÇÃO. (sic) Em suma, assim se pode expor os principais fatos atinentes à lide em epígrafe: a) Antes de 29/05/1996: A interessada adotava o código 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%); Fl. 327DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 328 4 b) Em 29/05/1996: Lançamento DCLC 242/96 que, por meio de laudo técnico, concluiu que o código correto seria 3823.90.90 (AlíquotadeII = 14%); c) Em 11/07/1997: A Interessada registrou a DI 97/05950652 usando o código TEC 3824.90.90 (Alíquota de II = 14%); d) Em 18/06/1998: A Interessada formaliza Consulta (Processo n° 10880.014252/9880); e) Em 29/06/1998: É proferida a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998 concluindo que o código correto seria TEC 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%); f) Em 10/04/2000: A Interessada protocoliza Pedido de Restituição/Compensação com fundamento na Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998 concluindo que o código correto seria TEC 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%); g) Em 29/01/2001: É proferida a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n°005, de 29/01/2001, que reforma o entendimento inicial e torna insubsistente a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998 (Conclusão: código TEC 3824.90.89 — Alíquota II de 14% em 11/07/1997). O acórdão recorrido restou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 11/07/1997 CLASSIFICAÇÃO FISCAL EFEITOS DA REFORMA DE DECISÃO EM PROCESSO DE CONSULTA Na hipótese de alteraçãO ou refonna, de oficio, de Solução de Consulta sobre classificação de mercadorias, aplicamse as conclusões da solução alterada ou reformada em relação aos atos praticados até a data em que for dada ciência ao consulente da nova orientação. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. RESTITUIÇÃO. TRANSFERÊNCIA DO RESPECTIVO ENCARGO FINANCEIRO. Não se aplica ao Imposto de Importação (II), com relação à repetição de indébito, as disposições contidas no artigo 166 do Código Tributário Nacional, por serem incompatíveis com a natureza do tributo (Parecer/COSIT n° 47/2003). Recurso Voluntário Provido". Cientificada do resultado do julgamento, Fazenda Nacional opôs embargos de declaração, tempestivamente, alega que ocorreu omissão e obscuridade em vários pontos da decisão. Fl. 328DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 329 5 Os embargos foram rejeitados por intermédio do Acórdão nº 3201001.051, de fls. 236 a 238. Ciente do referido acórdão e tempestivamente, a Fazenda Nacional interpõe o presente Recurso Especial, suscitando divergência em razão das seguintes matérias:1 (im)possibilidade de retroação dos efeitos da solução de consulta a fatos geradores anteriores ao seu protocolo e 2 (im)possibilidade de deferirse pedido de restituição baseado em solução de consulta superada. Para comprovar o dissenso jurisprudencial, aponta, como paradigmas, os acórdãos n°s 30131.709 e 310200.568. Em seguida, o Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF, deu seguimento ao Recurso, por ter sido comprovada a divergência, conforme se extrai do despacho de admissibilidade, fls. 258/261 A Contribuinte apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Demes Brito Relator O Recurso foi tempestivamente apresentado e atende os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. As matérias divergentes posta a esta E.Câmara Superior, dizem respeito as seguintes matérias: 1. da possibilidade ou não de retroação dos efeitos da solução de consulta a fatos geradores anteriores ao seu protocolo, e 2. da possibilidade ou não de deferirse pedido de restituição baseado em solução de consulta superada. Primeiramente, se faz necessário relembrar e reiterar que a interposição de Recurso Especial junto à Câmara Superior de Recursos Fiscais, ao contrário do Recurso Voluntário, é de cognição restrita, limitada à demonstração de divergência jurisprudencial, além da necessidade de atendimento a diversos outros pressupostos, estabelecidos no artigo 67 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Por isso mesmo, essa modalidade de apelo é chamado de Recurso Especial de Divergência e tem como objetivo a uniformização de eventual dissídio jurisprudencial, verificado entre as diversas Turmas do CARF. Neste passo, ao julgar o Recurso Especial de Divergência, a Câmara Superior de Recursos Fiscais não constitui uma Terceira Instância, mas sim a Instância Especial, responsável pela pacificação dos conflitos interpretativos e, conseqüentemente, pela garantia da segurança jurídica dos conflitos, não tendo espaço para questões fáticas, que já ficaram devidamente julgadas no Recurso Voluntário. Passo ao julgamento. Fl. 329DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 330 6 No caso em espécie, a Contribuinte foi autuada pela equivocada classificação fiscal adotada, na classe 2922.30.90 do Decreto n° 1767195, referente ao produto denominação comercial "MYKON ATC WHITE" (N,N,N,N) tetraacetiletilenodiamina estabilizado com carboximetilcelusose sódica), importado pela empresa. A partir da lavratura do auto de infração, a Contribuinte que recolhia o Imposto de Importação à alíquota de 2% conforme classe 2922.30.90, passou a recolher o imposto à alíquota de 14%, nos termos da 292230.30, considerada correta pela Autoridade Fiscal. Entrementes, com este procedimento a Contribuinte protocolizou em 18/06/1998 junto a Secretaria da Receita Federal, consulta fiscal sob n° 10880.014252/98 80, com objetivo de esclarecer a correta classificação dos produtos, acima descritos, determinando sua correta classificação fiscal. Em 29/06/1998: é proferida a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998, concluindo que o código correto seria TEC 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%). Vejamos: "Com base no exposto, proponho que se informe à consulente para adotar, para o produto sob exame, o código 2922.30.90 da Tarifa Externa (TEC), do Mercosul, aprovada pelo Decreto n° 1.767, de 28/12/95". Com efeito, em 10/04/2000: A Interessada protocoliza Pedido de Restituição/Compensação com fundamento na Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998 concluindo que o código correto seria TEC 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%). Nada obstante, em 29/01/2001: É proferida a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n°005, de 29/01/2001, que reforma o entendimento inicial e torna insubsistente a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998 (Conclusão: código TEC 3824.90.89 — Alíquota II de 14% em 11/07/1997). Como se vê, a Contribuinte recolhia o Imposto de Importação à alíquota de 2%, nos termos da classe 2922.30.90, passou então, a recolher o imposto à alíquota de 14%, nos termos da 292230.30, considerada correta pela Autoridade Fiscal. Instou o Fisco por meio de Consulta Fiscal, a qual foi por meio da Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998, entendeu que o código correto seria TEC 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%). Compulsando aos autos, verifico que a Contribuinte solicitou a Restituição e a Compensação de tributo, sob a alegação de ter efetuado classificação tarifária errada, recolheu o Imposto de Importação em valor superior ao devido, relativo à Declaração de Importação N° 97/05950652, registrada em 11/07/97, às fls. 18/20. Repiso, em 29/06/1998: é proferida a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998, concluindo que o código correto seria TEC 2922.30.90 (Alíquota de II = 2%). já em 29/01/2001: é proferida a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n°005, de 29/01/2001, que reforma o entendimento inicial e torna insubsistente a Decisão DIANA/SRRF/8°RF n° 319, de 29/06/1998 (Conclusão: código TEC 3824.90.89 — Alíquota II de 14% em 11/07/1997). O decisão recorrida merece reparos. Fl. 330DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 331 7 Sem embargo, os efeitos da Consulta estariam vigentes entre a data de 29/06/1998 até 29/01/2001, como se pode retroagir uma resposta consulta de 29/06/1998, para atingir um pagamento indevido de 1997 ?? (Declaração de Importação N° 97/05950652). Neste sentido, o ponto fulcral da lide, não reside quanto à retroatividade dos efeitos da Decisão Diana/SRRF/8ª RF nº.5 de 2001, decisão esta, que adotou posição prejudicial a Contribuinte, se comparada à Decisão DIANA/SRRF/8ªRF nº.319, de 29 de junho de 1998, mas sim, se os efeitos desta última poderiam abarcar os fatos geradores anteriores à sua protocolização em 1998, já que a DI objeto do pedido de restituição ocorreu em 1997. Com efeito, o art. 10 da IN 2/97, vigente à época da decisão DIANA/SRRF/8ª RF nº 319, de 29 de junho de 1998, determinava que os efeitos da Consulta seriam apenas prospectivos, alcançando apenas os períodos posteriores à sua protocolização e enquanto vigente. Vejamos: Efeitos da Consulta Art. 10. A consulta eficaz impede a aplicação de penalidade relativamente à matéria consultada, a partir da data de sua protocolização até o trigésimo dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, da decisão que a soluciona, desde que o pagamento ocorra neste prazo, quando for o caso" Destarte, o objetivo da Consulta Fiscal é de resguardar a Contribuinte em caso de dúvida acerca de legislação tributária, no presente caso, quanto à correta classificação fiscal ser adotada, o que se torna um procedimento preventivo, não retroativo, para recuperação de tributo, resta evidente, que os efeitos da consulta guerreada tem apenas o condão de surtir efeitos a partir da decisão, admitindose somente e por força de lei sua aplicação, portanto, não há o que se falar em restituição. Diante de tudo que foi exposto, dou provimento ao Recurso da Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Demes Brito Fl. 331DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 332 8 Declaração de Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama Em atenção, peço vênia ao ilustre relator Demes Brito, que tanto admiro, para expor meu entendimento acerca da matéria sob lide. Para tanto, recordo que a lide trazida em recurso ressurge com a discussão acerca dos efeitos da reforma de decisão em processo de consulta. O que, para melhor elucidar meu entendimento, é de se trazer os fatos envolvendo esse processo: · Antes de 29.5.96, o sujeito passivo adotava o código 2922.30.90, que correspondia à tributação pelo II à alíquota de 2%; · Em 29.5.96, solicitou laudo, inferindo, posteriormente à sua elaboração, que o correto poderia ser o código 3823.90.90, que correspondia à tributação pelo II à alíquota de 14%; · Em 11.7.97, o sujeito passivo utilizou 3824.90.90, que correspondia à tributação pelo II à alíquota de 14%; · Em 18.6.98, o sujeito passivo formalizou consulta à Receita Federal do Brasil para sanar com a r. dúvida; · Em 29.6.98, a Receita Federal do Brasil publicou a Decisão Diana RFB 19/98, que atestava que a classificação correta era a de nº 2922.30.90, que correspondia à tributação pelo II à alíquota de 2%; · Em 10.4.00, considerando a orientação dada pela Solução de Consulta, efetuou pedido de restituição; · Em 29.1.01, porém, a Receita Federal emitiu nova Solução de Consulta Decisão Diana 5, que trouxe que o código a ser utilizado era o de nº 3824.90.89 – que correponde à alíquota de 14% de II. Depreendendose da análise dos fatos, impossível ignorar que a emissão de Solução de Consulta expressa o entendimento da Administração Tributária sobre dúvida concreta colocada pelo sujeito passivo – nesse caso, sobre a classificação fiscal da mercadoria Fl. 332DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 333 9 – em um determinado período de tempo, durante o qual a Administração está plenamente vinculada aos termos de sua conclusão. Independentemente de a interpretação dada naquele momento pela autoridade administrativa não ser a mais correta, vêse que o entendimento emanado não perde a legitimidade dada pela pessoa competente. Eis que, com a sua publicação, fica efetivamente instaurada tal esclarecimento em nosso sistema jurídico. Vêse que ainda que haja alteração do critério jurídico para ser emitido novo entendimento sobre a mesma matéria, a Solução de Consulta anteriormente dada observou todos os critérios para ser considerada consistente e legítima perante o sujeito passivo consulente, quais sejam: · Identificação do órgão expedidor, número do processo, nome, CNPJ, CEI ou CPF, e domicílio tributário do consulente; · Número, assunto, ementa e dispositivos legais; · Relatório; · Fundamentos legais; · Conclusão; e · Ordem de intimação. Além disso, pela inteligência do art. 9º da IN RFB 1.396/13 (que disciplina e regulamenta, entre outros, os arts. 46 a 53 do Decreto 70.235/72), que dispõe sobre o processo de consulta relativo à interpretação da legislação tributária e aduaneira e à classificação de serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil, a Solução de Consulta tem efeito vinculante no âmbito da Receita Federal do Brasil, respaldando o sujeito passivo que as aplicar. Em relação à manifestação da interpretação por autoridade competente, importante elucidar que as normas são geradas de sua interpretação. Nessa linha, ensina Celso Antônio Bandeira de Mello: “é a interpretação que especifica o conteúdo da norma. Já houve quem dissesse, em frase admirável, que o que se aplica não é a norma, mas a interpretação que dela se faz.” Fl. 333DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 334 10 A Solução de consulta que manifesta a interpretação da autoridade administrativa tem caráter normativo a ser observado pelo sujeito passivo, pois seu conteúdo expressa o resultado da interpretação da legislação tributária ao caso concreto. Com efeito, notase que o art. 9º da IN RFB 1.396/13 mencionado esclarece que a solução de consulta respalda, ou seja, resguarda o sujeito passivo – protege/abriga o sujeito passivo em relação aos procedimentos já adotados e a adotar. Possui efeito de norma individual e concreta ao sujeito passivo. Ou seja, respalda o sujeito passivo que as aplicar, inclusive se as aplicar para se pedir a restituição de valores recolhidos a maior, desde que o pedido de restituição considere fatos geradores ocorridos até o momento de eventual reforma da solução de consulta. Eis que até o momento da reforma da solução de consulta, essa “norma” estava produzindo efeitos no tempo. Em relação aos efeitos da solução de consulta, vêse, além de respaldar o sujeito passivo em relação aos procedimentos já adotados para a mesma situação analisada pela autoridade competente, garante a proteção também para fatos ainda não concretizados – conforme preceitua o art. 12 da IN RFB 1.396/13: “ Art. 12. Os efeitos da consulta que se reportar a situação não ocorrida somente se aperfeiçoarão se o fato concretizado for aquele sobre o qual versara a consulta previamente formulada. ” Não obstante, apenas para elucidar, cabe trazer também que a Administração Tributária está autorizada a modificar a sua interpretação a respeito da matéria consultada, entretanto, os efeitos dessa nova interpretação não podem atingir os atos praticados sob os efeitos da Solução de Consulta exarada anteriormente, sob pena de desconstituir o próprio instituto da consulta e malferir o sobre princípio da segurança jurídica. Em respeito à esse procedimento, trago também o art. 17 da IN RFB 1.396/13 – que traz essa inteligência: “ Art. 17. Na hipótese de alteração de entendimento expresso em Solução de Consulta sobre interpretação da legislação tributária e aduaneira, a nova orientação alcança apenas os fatos geradores que ocorrerem depois da sua publicação na Imprensa Oficial ou depois da ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada.” Fl. 334DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 335 11 Com esse dispositivo, resta claro que a nova interpretação dada pela autoridade fazendária deverá somente ser observada pelo sujeito passivo em relação aos fatos geradores que ocorrerem posteriormente à sua publicação ou depois da ciência do consulente. Com efeito, esse enunciado estaria em conformidade com o disposto no art. 146 do CTN (Grifos meus): “ Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.” Ademais, proveitoso trazer os dizeres da Lei 13.655/18, que incluiu no DecretoLei 4.657/42 – LINDB – disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Eis o art. 1º, que contemplou o art. 24 ao DecretoLei (Grifos meus): “ Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. Parágrafo único. Consideramse orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.” Vêse que tal dispositivo resguarda, em respeito à segurança jurídica, o sujeito passivo que aplicou a Solução de Consulta (orientação dada pela autoridade administrativa) vigente à época para efetuar o pedido de restituição de IPI. Tenho, dessa forma, que a Solução de Consulta que reformou a antiga deve somente ser aplicada para fatos geradores ocorridos posteriormente à sua publicação, em respeito à segurança jurídica que tanto merece o sujeito passivo e a própria administração tributária responsável pela fiscalização. Nesse ínterim, peço vênia ao ilustre conselheiro, para dar razão ao sujeito passivo. Fl. 335DF CARF MF Processo nº 10314.001472/0019 Acórdão n.º 9303006.837 CSRFT3 Fl. 336 12 (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 336DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35464.004793/2006-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 01/03/2010
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. CONTRADIÇÃO. POSSIBILIDADE.
Admite-se os embargos declaratórios quando o acórdão contiver contradição entre a decisão e as conclusões do voto condutor.
Numero da decisão: 2401-005.448
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, com efeitos infringentes, para alterar a redação do dispositivo do acórdão embargado para: "Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração".
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco Ricardo Gouveia Coutinho - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente justificadamente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: Francisco Ricardo Gouveia Coutinho
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Numero do processo: 10183.720130/2007-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.
Rejeitam-se os embargos declaratórios opostos pelo contribuinte quando ausentes os vícios de omissão e contradição no acórdão vergastado, almejando o embargante, em verdade, a rediscussão dos fundamentos da decisão embargada, na parte que lhe foi desfavorável.
Numero da decisão: 2401-005.419
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e rejeitá-los, haja vista a inexistência dos vícios de omissão e contradição apontados pelo contribuinte.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Andréa Viana Arrais Egypto.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. Rejeitam-se os embargos declaratórios opostos pelo contribuinte quando ausentes os vícios de omissão e contradição no acórdão vergastado, almejando o embargante, em verdade, a rediscussão dos fundamentos da decisão embargada, na parte que lhe foi desfavorável.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e rejeitá-los, haja vista a inexistência dos vícios de omissão e contradição apontados pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Andréa Viana Arrais Egypto.
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OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. Rejeitamse os embargos declaratórios opostos pelo contribuinte quando ausentes os vícios de omissão e contradição no acórdão vergastado, almejando o embargante, em verdade, a rediscussão dos fundamentos da decisão embargada, na parte que lhe foi desfavorável. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 72 01 30 /2 00 7- 08 Fl. 612DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 613 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e rejeitálos, haja vista a inexistência dos vícios de omissão e contradição apontados pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 613DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 614 3 Relatório Cuidase de embargos de declaração opostos pelo contribuinte, às fls. 570/575, contra o Acórdão nº 2102002.853, de 19/02/2014, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o qual está juntado às fls. 433/446. 2. Cientificado por via postal, em 12/02/2015, do Acórdão n.º 2102002.853, o sujeito passivo apresentou, em 18/02/2015, os correspondentes embargos de declaração (fls. 565 e 570). 3. Aduz o embargante que o acórdão recorrido é omisso e contraditório na análise da prova constante dos autos em relação a quem mantinha a posse da área de 9.884,0 ha do imóvel rural, da qual era detentor de título dominial, na data do fato gerador do imposto, ou seja, em 01/01/2005. 3.1 Embora a relatora do acórdão assevere que não localizou nos autos o laudo pericial do imóvel, na sequência de seu voto faz constar conclusões baseadas no relatório do perito judicial, às fls. 744/755. Além do que o trabalho pericial deixou evidente que a área vinculada ao título de 9.884,0 ha estava integralmente ocupada pelo Sr. Elói Victorio Marchetti, e não pelo recorrente. 3.2 Na data do fato gerador, em 01/01/2005, o recorrente não detinha a posse mansa e pacífica da área de título dominial de 9.884,0 ha. Apenas o embargante nela foi reintegrado em 26/11/2014, conforme mandado de reintegração de posse decorrente da sentença de 1º grau proferida no mês de maio de 2008. 4. Tendo em conta que os embargos foram opostos contra decisão de Turma extinta, assim como a redator originário não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a sua admissibilidade foi analisada pelo Presidente da 2ª Seção, a qual o referido colegiado estava subordinado. 5. Recebidos os aclaratórios, determinouse a sua inclusão em pauta de julgamento, após novo sorteio de relatoria, com vistas à devida apreciação para saneamento do vício apontado pelo sujeito passivo (fls. 610/611). É o relatório Fl. 614DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 615 4 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator 6. Uma vez preenchidos os requisitos de admissibilidade dos embargos de declaração, passo à avaliação de mérito (art. 65, § 1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015). 7. Pois bem. Os embargos de declaração têm cabimento limitado, tão somente para atacar vícios formais previamente tipificados na legislação, com vistas a sanar obscuridade, contradição ou omissão no acórdão recorrido, inclusive quanto a ponto sobre o qual devia pronunciarse o colegiado. 8. Ocorre que, no presente caso, busca o embargante rediscutir a matéria já decidida no acórdão vergastado, na parte que lhe foi desfavorável, o que não é cabível através da via recursal eleita. A mera discordância com o resultado do julgamento não autoriza o manejo dos embargos. 9. Quando o votocondutor do Acórdão nº 2102002.853, de 19/02/2014, faz menção ao relatório do perito constante das fls. 744/755, naturalmente, não está se referindo à numeração do processo administrativo, que estava e está longe de alcançar tal número de páginas. 9.1 A alusão feita no relatório do acórdão embargado, novamente reproduzida na parte do voto que examinou a localização da área de 9.884,0 ha do imóvel rural, diz respeito ao processo judicial de reintegração de posse, conforme claramente se depreende da leitura do julgado (fls. 440 e 445): (...) QUANTO A LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE 9.884 HA Transcrevo partes da sentença proferida pela Juíza da Comarca de Primavera do Leste/MT nos autos do processo nº 222/2003. (...) Às fls. 744/755 consta o relatório do perito com mapas aduzindo que o título do autor se localiza no Município de Novo São Joaquim – MT, e ficou totalmente demarcado dentro da área ocupada pelo Sr. Eloi Victorio Marchett, inclusive fechando várias benfeitorias do mesmo como lavoura de soja, pastagens, cercas e até mesmo a sua Sede... (...) Fl. 615DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 616 5 10. Logo, não há que se falar em contradição no julgado, quando a relatora escreve que não localizou nos autos o laudo pericial, a que fazia referência o recorrente. 11. Tampouco o acórdão recorrido contém a omissão que defende o embargante, vez que a questão da posse da área de 9.884,0 ha, na data de 01/01/2005, foi devidamente analisada pelo acórdão embargado, tanto na parte do recurso de ofício, quanto no recurso voluntário, a partir da avaliação das provas existentes nos autos segundo o livre convencimento motivado do julgador. 11.1 Ao final, concluiu o colegiado, por unanimidade, que restava plenamente demonstrado nos autos que o recorrente, possuidor do título dominial de 9.884,0 ha, detinha a posse dessa parcela do imóvel na data do fato gerador do imposto lançado pela autoridade tributária (fls. 443/445): Do Recurso de Ofício (...) Ou seja, a decisão recorrida reconheceu que o contribuinte em 01/01/2005 somente era detentor da posse do imóvel, do qual é titular do registro dominial, sendo certo que tal condição foi confirmada pela autoridade fiscal quando da realização da diligência proposta por este CARF, na Resolução nº 21020022, de 13/05/2010, conforme se infere do trecho da Informação Fiscal, fls. 450/452, a seguir reproduzido: QUANTO A ÁREA DE POSSE DO CONTRIBUINTE EM 2005 Vêse da sentença proferida em primeira instância (fls. 404 a 422) que o processo nº 222/2003 foi ajuizado inicialmente na comarca de Barra Do Garça/MT e que somente foi enviado à comarca de Primavera do Leste em 30 de julho de 2003. Quando ainda tramitava na Comarca de Barra do Garça/MT, portanto antes de 30/07/2003, foi proferida decisão Liminar de manutenção de posse em favor do contribuinte. Tal liminar não foi cassada, apenas foi retificada a área de manutenção de posse, conforme texto do relatório da sentença de primeira instância que colaciono abaixo: À fl. 715, o MM. Juiz que presidia o feito à época confirmou que a área abrangida pela decisão liminar é de 9.884 hectares e determinou que os oficiais de justiça esclarecessem sobre alegações de excesso no cumprimento da ordem à fl. 717 os oficiais de justiça informaram que o autor já mantinha a posse sobre 9.000 hectares e o manuteriam na posse em mais ou menos 30.000 hectares, determinando então o magistrado que fosse procedida retificação. Fl. 616DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 617 6 À fl. 720 consta o auto de retificação sendo reconduzidos à área os Srs. Vitor Lopes Galton na pessoa de seu representante legal Hercílio Lopes; Maracá Agropastoril S/C Ltda, na pessoa de seu representante legal Sr. José Rubens Selicani; Eloi Vitório Marchett; com a retirada de pessoas que se diziam funcionários do Coronel João Evangelista. Do exposto não há dúvidas que em 1º de janeiro de 2005 o contribuinte estava na posse dos 9.884 ha dos quais detém o título dominial, o mesmo não é possível afirmar quanto a área de 30.000 ha, posto que a decisão de primeira instância, ordenando a reintegração de posse no 39.884 ha, ocorreu apenas em 2008. Da leitura do trecho acima, resta devidamente comprovado que em 01/01/2005 o contribuinte somente detinha a posse mansa e pacífica em relação a parte do imóvel, da qual é titular do registro dominial, de modo que devese manter a decisão recorrida, negandose provimento ao recurso de ofício. Do Recurso Voluntário (...) No recurso, o contribuinte afirma que a autoridade julgadora de primeira instância, reconheceu a ausência de posse dos 30.000 ha, porém, manteve indevidamente, a posse sobre os 9.884 ha, contrariando, assim, o Laudo Pericial, fls. 01 a 120, que foi inserido no processo originário. De imediato, digase que não localizei nos autos o Laudo Pericial, a que se refere o recorrente. Contudo, restou devidamente clarificado na Informação Fiscal, fls. 450/452, que o contribuinte em 01/01/2005 tinha a posse da área de 9.884 ha, da qual era detentor do título dominial, conforme já analisado quando do exame do recurso de ofício. Ainda sobre o tema, o recorrente afirmou, quando da apresentação de suas contrarrazões à Informação Fiscal produzida em atendimento à Resolução determinada por este CARF, que com relação ao título da área de 9.884 ha, objeto da ação de manutenção de posse, esta área foi totalmente invadida por Agropecuária Kuluane S/C Ltda, e logo em seguida vendida para Elói Victorio Marchetti, que se encontra de posse de toda a área, há mais de 20 anos, nela permanecendo até a data de hoje. Esclarece, ainda, que embora tenha havido uma decisão liminar da Justiça, esta não foi cumprida, e, portanto, permaneceu na área o Sr. Eloi Victorio Marchetti. A despeito do que afirma o contribuinte, fato é que na Sentença com Resolução de Mérito Própria, fls. 404/422, proferida pela Juíza de Direito Viviane Brito Rebello Isernhagen, em 26/05/2008, consta que: Fl. 617DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 618 7 À fl. 715, o MM. Juiz que presidia o feito à época confirmou que a área abrangida pela decisão liminar é de 9.884 hectares e determinou que os oficiais de justiça esclarecessem sobre alegações de excesso no cumprimento da ordem. À fl. 717 os oficiais de justiça informaram que o autor já mantinha a posse sobre 9.000 hectares e o manuteriam na posse em mais ou menos 30.000 hectares, determinando então o magistrado que fosse procedida retificação. Do trecho acima reproduzido, resta claro que o recorrente detinha a posse dos 9.884 ha em 01/01/2005, sendo certo que não existe nos autos nenhum documento que comprove que a decisão proferida pela Justiça em 26/05/2008 não tenha sido cumprida ou que demonstre que o recorrente não fosse detentor da posse do imóvel para o qual tem o título dominial. E mais, o fato de a decisão proferida pela Justiça ainda não ser definitiva em nada socorre o contribuinte, posto que restou plenamente demonstrado nos autos que o contribuinte é detentor do título dominial dos 9.884 ha e que em 01/01/2005 detinha a posse do referido imóvel, sendo relevante destacar que o contribuinte tem inclusive uma decisão a ele favorável relativa à área total de 39.884 ha, de modo que é totalmente desnecessária a realização de vistoria no imóvel, pleiteada pelo recorrente. Assim sendo, devese manter a decisão recorrida neste aspecto. (...) 12. Deixo assinalado, por fim, que a área total do imóvel rural é composta de 39.884,0 ha, tendo sido mantida pelo acórdão recorrido a exigência fiscal apenas sobre a área de 9.884,0 ha (fls. 04). 12.1 Embora o sujeito passivo afirme na sua petição de embargos que perdeu a posse integral da área do seu título dominial e também da quase totalidade da área de posse excedente, o auto de reintegração de posse, cumprido em 26/11/2014, e a respectiva certidão circunstanciada da execução do mandado judicial, acusa uma reintegração do autor na posse em uma área de 27.658,46 ha (fls. 580/583). 12.2 Tal informação carreada aos autos na fase de embargos não contradiz a decisão de recurso voluntário, pelo contrário dá sinais que o recorrente mantinha ou já havia logrado êxito na reintegração da posse de parte das terras em litígio, na data do fato gerador do imposto lançado pela fiscalização, em uma área perfeitamente compatível com os 9.884,0 ha mantidos pelo acórdão embargado. Fl. 618DF CARF MF Processo nº 10183.720130/200708 Acórdão n.º 2401005.419 S2C4T1 Fl. 619 8 Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO e REJEITO os presentes embargos declaratórios, haja vista a inexistência dos vícios de omissão e contradição apontados pelo contribuinte no Acórdão nº 2102002.853. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 619DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.900184/2009-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2005
RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. DILIGÊNCIA FISCAL.
Reconhece-se o direito creditório, quando a autoridade lançadora, na fase de defesa e diligência, manifesta-se fundamentadamente pela retificação do lançamento fiscal em razão da constatação de direito do contribuinte e da existência de fatos que não caracterizam infração.
Recurso Voluntário Provido
Direito Creditório Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.407
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para admitir o crédito utilizado pelo contribuinte nos termos do documento de fls. 217.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
EDITADO EM: 07/05/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge L. Abud , José Renato Pereira de Deus, Diego Weis Júnior, Raphael M. Abad, e Walker Araujo.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para admitir o crédito utilizado pelo contribuinte nos termos do documento de fls. 217. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo - Relator. EDITADO EM: 07/05/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge L. Abud , José Renato Pereira de Deus, Diego Weis Júnior, Raphael M. Abad, e Walker Araujo.
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DILIGÊNCIA FISCAL. Reconhecese o direito creditório, quando a autoridade lançadora, na fase de defesa e diligência, manifestase fundamentadamente pela retificação do lançamento fiscal em razão da constatação de direito do contribuinte e da existência de fatos que não caracterizam infração. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para admitir o crédito utilizado pelo contribuinte nos termos do documento de fls. 217. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. EDITADO EM: 07/05/2018 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 01 84 /2 00 9- 17 Fl. 220DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge L. Abud , José Renato Pereira de Deus, Diego Weis Júnior, Raphael M. Abad, e Walker Araujo. Relatório Por bem descrever a realidade dos fatos, adoto e transcrevo o relatório da decisão de piso de fls. 9598: Cuidam os autos de Dcomp – Declaração de Compensação, débito de PIS, setembro/2005, com crédito de pagamento a maior da mesma natureza, arrecadado em 15/08/2005, período de apuração de julho/2005. Irresignada com a homologação parcial da compensação pela instância "a quo", a interessada oferece manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: Os pagamentos de 15/06, 15/07 e 15/08/2005 relativos as fatos geradores de maio a julho/2005, foram alocados incorretamente, o despacho decisório concluiu que não haviam créditos suficientes para quitação do débito de R$ 373.295,82; Além disso, aqueles pagamentos sofreram influência de recolhimentos a maior efetuados em 15/06/2004, 15/07/2004, 13/08/2004, 15/10/2004, 15/02/2004 e 13/05/2005; Após considerar todas as compensações envolvidas relativas a períodos anteriores, observase que para o mês de julho/2005 restou crédito no valor de R$ 373.295,82; Com a finalidade de promover a justa compensação foi preenchida Dcomp, porém, ao fazêlo, o campo “período de apuração" foi digitado incorretamente como competência setembro/2005, quando deveria ter sido informado agosto/2005; Registrase também que a Receita homologou a Dcomp da Cofins, conforme processo 14033.0000205/200616; Por todo o exposto, requer seja revisto o Despacho Decisório referente ao processo 10166.900183/200972, reconhecendo o direito de crédito no valor de R$ 373.295,82, restando demonstrada a total improcedência da insuficiência apontada pela autoridade, de modo que se cancele o débito reclamado, bem como se homologue a compensação, dandose o mesmo tratamento adotado para o processo 14033.000205/200616. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade nos seguintes termos. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 Compensação Impossibilidade – Necessidade da Liquidez e Certeza do Crédito do Sujeito Passivo Fl. 221DF CARF MF Processo nº 10166.900184/200917 Acórdão n.º 3302005.407 S3C3T2 Fl. 3 3 Não comprovada nos autos a existência de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, para absorver o débito tributário, não se homologa a compensação declarada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, no qual, em linhas gerais, repisa os argumentos presentes na impugnação ao lançamento fiscal. Na primeira oportunidade em que o processo foi submetido a julgamento, decidiuse pela realização de diligência, nos seguintes termos: Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) junte aos autos a DCTF e eventual retificadora do mês de julho de 2005; b) apure com base na escrituração fiscal e contábil a legitimidade do crédito, período de apuração em discussão, em especial verifique se foi homologada a compensação do valor de R$ 1.718.583,75 objeto do PER/DCOMP nº 39266.75146.150805.1.3.049948; c) cientifique a interessada quanto ao teor dos cálculos para, desejando, manifestarse no prazo de dez dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. Às fls. 201203, foram prestadas informações pela fiscalização diligente e admitindo o direito ao crédito do contribuinte. Ato contínuo, o processo foi submetido a nova diligência, nos termos da Resolução nº 3302000.568 (fls.211214), sendo que a fiscalização prestou informações por meio do documento de fls. 217 para (i) esclarecer as dúvidas suscitadas pelo antigo relator; e (ii) para confirmar a existência de direito creditório do contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 02.04.20125 (fls.100) e protocolou Recurso Voluntário em 02.05.2012 (fls. 100154) dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 222DF CARF MF 4 Desta forma, considerando que o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Mérito O cerne da questão é analisar a existência do crédito utilizado pelo Recorrente no valor de R$ 373.295,82, objeto da Declaração de Compensação n° 33677.32740.140905.1.3.048556. A fiscalização quando prestou informações aos questionamentos realizados pelo antigo Conselheiro Relator, admitiu que o contribuinte faz jus ao crédito integral por ela utilizada, conforme se verifica no documentos de fls.217, cuja reprodução se faz necessária: Tratase de discussão administrativa sobre homologação parcial da Declaração de Compensação n° 33677.32740.140905.1.3.048556. A Dcomp declara haver crédito de PIS (cd 4574) relativo a julho de 2005, compensado com débito de mesma natureza referente a agosto do mesmo ano. Através da resolução n° 3302000.568 – 2° turma ordinária, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais solicitou diligência para que supostas incongruências na formação do conteúdo da Informação Fiscal Diort/DRFBSB n° 690/2015 fossem sanadas. Desta forma, convém esclarecer que não há qualquer incongruência no conteúdo da Informação Fiscal. O contribuinte tem direito ao crédito de R$ 373.295,82. Ocorre que foi identificado um erro no sistema Sief/Fiscel, o qual alocou indevidamente o valor de R$ 230.764,42 ao Darf de R$ 5.951.586,79, provavelmente por não considerar a homologação total da Dcomp 39266.75146.150805.1.3.049948. Este fato fez com que apenas o valor de R$ 142.531,40 ficasse disponível nos sistemas. Este entendimento foi exposto no terceiro parágrafo do item 3.3 da Informação Fiscal Diort/DRFBSB n° 690/2015. A contradição exposta pelo conselheiro reside no fato de que o contribuinte não justificou sua inconformidade com base nos mesmos elementos fáticos observados por este Auditor Fiscal, o que não poderia ser diferente, pois apenas com uma análise interna do funcionamento dos sistemas, poderseia chegar a tal conclusão. Fato é que, independentemente dos argumentos apresentados pelo contribuinte, a verdade material é que ele tem direito ao crédito, pois a homologação parcial se originou de erro dos sistemas internos desta Receita Federal do Brasil. Por fim, cabe salientar que não foi analisado o erro na identificação do débito alegado pelo contribuinte, pois tal fato não foi solicitado em diligência. Tal situação não interfere na apuração do crédito do contribuinte. Encaminhese ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Diante disso, entendo que deve ser reconhecido o direito creditório da Recorrente, quando a autoridade lançadora, na fase de diligência, manifestase fundamentadamente pela retificação do lançamento fiscal em razão da constatação de direito do contribuinte e da existência de fatos que não caracterizam infração. II Conclusão Fl. 223DF CARF MF Processo nº 10166.900184/200917 Acórdão n.º 3302005.407 S3C3T2 Fl. 4 5 Diante do exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário para admitir o crédito utilizado pelo contribuinte nos termos do documento de fls. 217. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator Fl. 224DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 37342.000546/2005-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2001 a 31/05/2004
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.247
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/2001 a 31/05/2004 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 37 34 2. 00 05 46 /2 00 5- 12 Fl. 185DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 186DF CARF MF Processo nº 37342.000546/200512 Acórdão n.º 2201004.247 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 187DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 188DF CARF MF Processo nº 37342.000546/200512 Acórdão n.º 2201004.247 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 189DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora.” Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 190DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.721712/2012-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007, 2008, 2009, 2010
COFINS/PIS AQUISIÇÃO DE INSUMOS COM PREÇOS SUPERFATURADOS. SIMULAÇÃO
Procede a glosa da parcela dos custos gerados artificialmente mediante superfaturamento em operações com preços simulados.
COFINS/PIS AQUISIÇÕES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. CRÉDITO
O crédito da Cofins e do PIS nas aquisições de mercadorias produzidas por Pessoa Jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus será determinado mediante a aplicação das alíquotas de 4% e 1%, respectivamente, quando o adquirente que apura o imposto de renda com base no lucro real tem toda a sua receita tributada com base no regime da não-cumulatividade.
COFINS/PIS MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO
É cabível o agravamento da multa de ofício quando os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem identificar o intuito doloso do contribuinte de reduzir ou evitar o pagamento dos tributos devidos pela pessoa jurídica.
JUROS DE MORA. APLICABILIDADE DA TAXA SELIC. SÚMULA CARF n 4
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
SÚMULA CARF nº 2.
Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme súmula CARF nº 2.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO.
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Precedentes das três turmas da Câmara Superior - Acórdãos 9101-001.863, 9202-003.150 e 9303-002.400. Precedentes do STJ - AgRg no REsp 1.335.688-PR, REsp 1.492.246-RS e REsp 1.510.603-CE.
Numero da decisão: 1301-003.025
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Em relação ao pedido de não incidência de juros sobre a multa de ofício, por voto de qualidade, manteve-se a exigência, vencidos os Conselheiros Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, José Eduardo Dornelas Souza e Amélia Wakako Morishita Yamamoto. Designado o Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Redator designado
(assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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SIMULAÇÃO Procede a glosa da parcela dos custos gerados artificialmente mediante superfaturamento em operações com preços simulados. COFINS/PIS AQUISIÇÕES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. CRÉDITO O crédito da Cofins e do PIS nas aquisições de mercadorias produzidas por Pessoa Jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus será determinado mediante a aplicação das alíquotas de 4% e 1%, respectivamente, quando o adquirente que apura o imposto de renda com base no lucro real tem toda a sua receita tributada com base no regime da nãocumulatividade. COFINS/PIS MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO É cabível o agravamento da multa de ofício quando os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem identificar o intuito doloso do contribuinte de reduzir ou evitar o pagamento dos tributos devidos pela pessoa jurídica. JUROS DE MORA. APLICABILIDADE DA TAXA SELIC. SÚMULA CARF n 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. SÚMULA CARF nº 2. Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme súmula CARF nº 2. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 17 12 /2 01 2- 81 Fl. 360DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 361 2 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Precedentes das três turmas da Câmara Superior Acórdãos 9101001.863, 9202003.150 e 9303 002.400. Precedentes do STJ AgRg no REsp 1.335.688PR, REsp 1.492.246RS e REsp 1.510.603CE. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Em relação ao pedido de não incidência de juros sobre a multa de ofício, por voto de qualidade, mantevese a exigência, vencidos os Conselheiros Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, José Eduardo Dornelas Souza e Amélia Wakako Morishita Yamamoto. Designado o Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Redator designado (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Fl. 361DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 362 3 Relatório ÁGUAS MINERAIS SARANDI LTDA., já qualificada nos autos, recorre da decisão proferida pela 1a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS) DRJ/POA, que, por unanimidade, julgou improcedente a impugnação, para manter o crédito tributário exigido de PIS e de COFINS de 03/2007 a 12/2010, por insuficiência no recolhimento, de PIS R$936.289,23 e de COFINS R$4.580.622,40, totalizando R$5.516.911,63. Do Lançamento Tratamse de autos de infração para lançamento de IRPJ, CSLL, IPI, PIS e COFINS (fls. 95/153), cumulados de juros e multa de ofício, com ciência em 28/02/2012, lavrados contra ÁGUAS MINERAIS SARANDI LTDA., em razão de insuficiência de recolhimento de PIS e de COFINS, com base no art. 1º e 3º da Lei Complementar 7/70 e arts. 1º, 2º, 3º e 4º da Lei 10.637/02, art. 37 da Lei nº 10.865/04 e art. 1º da Lei Complementar 70/91, e arts. 1º, 2º, 3º e 5º da Lei nº 10.833/03 e art. 21 da Lei nº 10.865/04. Nestes autos temse por objeto apenas aquilo que se refere aos créditos tributários de PIS e de COFINS. As exigências de IRPJ e CSLL foram apartados ao processo administrativo nº 11080.721713/201226 e do IPI no processo administrativo nº 11080.721714/201271. Segundo o Relatório da Auditoria Fiscal, (fls. 95/153), verificouse que: Houve a aquisição de insumos com valores artificialmente inflados com o intuito de reduzir o lucro tributável, ou seja, a base de cálculo de IRPJ e CSLL e criar créditos de IPI, PIS e COFINS que reduz o montante desses tributos mediante um planejamento tributário, utilizandose de uma Sociedade em Conta de Participação (SCP) da qual a fiscalizada é sócia oculta, mas que de fato é apenas um ajuste entre as partes com o próposito único de economia de tributos. Foi apresentado um contrato social de SCP, datado de fevereiro de 2007 (fls. 29/32), em que existem apenas duas pessoas jurídicas sócias, a fiscalizada, como sócia participante (oculta), mas na verdade cliente da empresa CNPJ 08.150.709/000185 Polyaromas Preparados e Extratos Ltda, esta como sócia ostensiva e estabelecida na Zona Franca de Manaus. Consta ainda, que tal contrato constitutivo da SCP, em total oposição à determinação legal previu a participação ativa da sócia oculta no comércio da sociedade, e ainda é chamada de cliente. A fiscalizada participou da sociedade aportando o valor de R$2.000,00, e em contrapartida, recebeu na forma de resultados societários quase R$2 milhões, no período de março de 2007 a dezembro de 2010, não guardando nenhuma relação com o capital investido. Fl. 362DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 363 4 Do resultado distribuído pela SCP engloba tão somente as vendas efetuadas para a própria sócia oculta, não havendo outras vendas. Ou seja, conforme mencionou o autuante: A receita da sociedade é oriunda unicamente das compras da sócia participante (fiscalizada), se há lucro tal se origina de seu próprio custo, qual seja, as compras dos produtos da dita sociedade. Isso revela que a SCP apresentada é apenas uma simulação entre as empresas participantes. Da análise de todos os lançamentos contábeis que envolveram a fiscalizada e a Polyaromas constatouse que toda a Receita Bruta da SCP provém única e exclusivamente das próprias compras da fiscalizada. Constatouse, ainda, que a fiscalizada efetua o pagamento a sua fornecedora Polyaromas num determinado dia e no dia útil seguinte, a Polyaromas credita exatamente 65% desse valor recebido à fiscalizada a título de participação de resultados da SCP. Segue o relatório fiscal: O fluxo financeiro apresentado entre as duas empresas assemelhase a uma espécie de "preço de transferência", onde duas pessoas ligadas combinam um custo ficto para os produtos comprados de forma que o lucro seja transferido para uma situação de tributação privilegiada. A fiscalizada é uma empresa industrial, do ramo de bebidas frias, sendo tributada na forma do Lucro Real para IRPJ e CSLL e conseqüentemente pelo regime da não cumulatividade para PIS e COFINS. Já a sócia ostensiva da SCP, a Polyaromas é uma empresa sediada na Zona Franca de Manaus ZFM, com respectivo projeto aprovado pela SUFRAMA, que optou pela tributação na forma do Lucro Presumido para fins de IRPJ e CSLL e pelo regime cumulativo para PIS e COFINS e contribui com o IPI, possuindo benefícios fiscais de redução de IRPJ, CSLL e IPI. Pela aquisição, pela fiscalizada dos produtos com valores superfaturados em 65%, temse a imediata redução da base de cálculo do IRPJ e CSLL num primeiro momento e depois pela tomada de créditos de PIS, COFINS e IPI na aquisição dos insumos, que foram feitos a valores inflados em 65%. A fiscalização demonstra aqui, que até o mês anterior ao início das operações com a Polyaromas, em fevereiro de 2007, a fiscalizada recolhia valores de PIS, COFINS e IPI mensalmente, e após o início das operações não mais recolheu esses tributos e acumula saldo de créditos ao final da fiscalização(dezembro de 2010). Por todos os fatos apurados, a conclusão da Fiscalização foi no sentido de que houve simulação com o intuito exclusivo de reduzir ou suprimir tributos mediante o aumento ficto dos custos dos insumos, via compras realizadas pela SCP criada entre a fiscalizada e a Polyaromas, o que diminuiu o lucro real e aumentou os créditos de PIS, COFINS e IPI com a compra superfaturada no montante exato de 65% sobre todos os valores adquiridos pela fiscalizada da Polyaromas. Apurouse, ainda, que além das glosas de 65% do valor das aquisições de insumos da Polyaromas, a alíquota utilizada pelo contribuinte sobre os 35% restantes foram feitos às alíquotas de 1,65% e 7,6% respectivamente para PIS e COFINS. No entanto, em razão da Polyaromas ser empresa estabelecida na ZFM, a legislação determina que a alíquota de cálculo do crédito será reduzida a 1% e 4,6% para PIS e COFINS, no regime da não cumulatividade. A legislação apenas permite a aplicação das alíquotas integrais quando a Fl. 363DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 364 5 empresa possui parte de sua receita excluída da nãocumulatividade, o que não é o caso da fiscalizada. Assim, lançouse pela diferença das alíquotas usadas e determinadas pela legislaçao. Desta feita, em razão das irregularidades descritas, o contribuinte foi ainda intimado acerca da redução de ofício do saldo de créditos de PIS e de COFINS a zero, em 31/12/2010, de acordo com o estabelecido no art. 9º, §4º, do Decreto 70.235/72. Ademais, diante da intenção dolosa de reduzir tributos com a simulação de uma SCP entre duas empresas que nada mais eram do que compradora e fornecedora de um determinado produto, aplicouse a multa qualificada de 150%, nos termos da legislação. Da Impugnação Nos termos da decisão da DRJ, segue o relato da Impugnação: A recorrente, apresentou a impugnação às fls.158/194, alegando que o ônus da prova da existência da simulação com o intuito de reduzir a tributação do PIS e da Cofins, em especial o custo majorado e fictício, é do fisco, o que no caso não ocorre. Não há prova nos autos de que houve ato simulado com o fim específico de evitar ou reduzir carga tributária, no caso, a prova de que se constituiu a SCP com o fim exclusivo de redução da carga fiscal de PIS e Cofins mediante o aumento fictício do valor do kit. Alega que não se admite a desconsideração de negócio jurídicos por mera presunção ou indício, sem lastro em ampla produção probatória a cargo do fisco. Que a única presunção que se admite é a presunção da boafé do contribuinte, de maneira que todos os atos são verdadeiros até prova cabal em contrário. Alega que em momento algum pretendeu constituir uma SCP com a finalidade de ocultar a vontade efetivamente querida ou mesmo o verdadeiro objetivo do negócio jurídico. O objeto social da impugnante é totalmente lícito e explicito no tocante à industrialização e comercialização de Kits, bem como a viabilidade do sócio participante adquirir como terceiro tais insumos. Não sonegou a real vontade ou finalidade quanto aos negócios jurídicos realizados. Aliás, apresentou todas as informações, documentos e contabilidade que possuía. Alega que, se o custo do insumo foi aumentado de forma fictícia com o fim de reduzir tributos, caberia ao fisco demonstrar que o valor é incompatível com o valor praticado pelo mercado e analisar a contabilidade da empresa fabricante, a Polyaromas, com o objetivo de constatar se, efetivamente, suas suspeitas decorrentes da ligação entre as empresas e a distribuição de resultados no percentual de 65% decorreriam de tal aspecto. O fisco não realizou qualquer tipo de diligência, ofício, pesquisa ou meio semelhante visando averiguar qual seria o preço em média praticado pelo mercado com a venda de tais kits, especialmente advindos da Zona Franca de Manaus. Alega que adquiriu os kits ao preço médio de R$ 100,00 por quilo, valor que está dentro dos padrões de mercado dos produtores localizados na Zona Franca de Manaus, conforme dados obtidos do Sistema de Indicadores Industriais do Pólo Industrial de Manaus, que variam entre R$ 100,00 à 130,00, em razão de que, desde logo, requer a realização de diligência a fim de que se verifique o preço em geral dos kits fabricados na Zona Franca de Manaus no período do lançamento. Fl. 364DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 365 6 Alega que a fiscalização também não realizou qualquer solicitação ou diligência na fabricante – Polyaromas sócia ostensiva – a fim de, em análise da referida pessoa jurídica, chegar ao efetivo custo de produção e venda e, assim, comprovar se existia um suposto aumento fictício. Não houve a demonstração do conluio entre a impugnante e a Polyaromas no aumento do insumo, pois, caso, contrário, caberia à fiscalização realizar questionamentos e exigências tributárias em face do fabricante e não do adquirente, como fez nesse caso. Alega que a constituição da SCP não se deu para fins de redução da carga tributária, muito menos de forma exclusiva, mas como uma associação de pequenos produtores de refrigerantes, imprescindível para reduzir os custos do insumo principal de seus produtos industrializados, que é o extrato da bebida, e poder competir com as grandes e internacionais fabricantes, em benefício de toda a coletividade, já que permite a opção de escolha do produto e competição quanto ao preço. Equivale dizer: alternativa escolhida pela minoria para competir licitamente no mercado, já que a democracia é feita da participação da maioria e das minorias. Alega que, neste caso, havendo motivo, finalidade e causa extratributária, não poderia o fisco desqualificar ao seu livre talante o negócio, pois, incumbe a este o ônus da prova no sentido de demonstrar se eles são insuficientes, tendo maior relevância ou predomínio o motivo fiscal. Alega que é a regra de que somente se deixa de aplicar o percentual de 7,6% (Cofins) e 1,65% (PIS), no moldes do art. 2º das Leis nºs 10.833, de 2003, e 10.637, de 2002, quando houver expressa previsão legal em sentido contrário. No caso, embora adquira produtos de pessoa jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus, é optante pelo lucro real e possui parte de sua receita fora do regime não cumulativo, incorrendo na parte final do art. 3º, § 17. Alega que o crédito calculado sobre as importações é legítimo, uma vez que a Lei nº 10.865, de 2004, ao disciplinar o PIS/Cofins na importação, permitiu o emprego de tais créditos para abatimento das contribuições previstas nas Leis nºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003. Alega ser indevida a exigência de juros com base na taxa Selic, os quais devem se limitar ao percentual de 1% previsto no art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional. Alega, também, que não há previsão legal para o cômputo de juros de mora sobre a multa de ofício. Alega que a imputação da multa qualificada no percentual de 150%, sob a alegação de simulação e, especialmente, pelo fato de que a sócia ostensiva Polyaromas não ter fornecido, segundo a fiscalização, todos os documentos solicitados, deve ser reduzida para o percentual de 75%, pois a fiscalização não descreveu de forma pormenorizada quais seriam as condutas praticadas a fim de tipificar o evidente intuito de fraude. Além disso, a fiscalização não demonstrou claramente em qual dos artigos da Lei nº 4.502, de 1964, as condutas de tipificam, tendo feito apenas uma justificativa genérica no fato de que não houve apresentação por completo da contabilidade da SCP. Além disso, não poderia ser penalizado pelos documentos não entregues pelo sócio ostensivo da SCP, especialmente quando possuía outros meios de obtêlos. Fl. 365DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 366 7 Por outro lado, a multa aplicada ofende aos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade e da proibição do confisco, previstos nos arts. 5º, LIV, e 150, IV, da Constituição Federal. Da decisão da DRJ Em julgamento realizado em 22 de maio de 2012, a 1ª Turma da DRJ/POA, considerou improcedente a impugnação da contribuinte e prolatou o acórdão 1038.510, (fls. 254/265), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Exercício: 2007, 2008, 2009, 2010 COFINS/PIS AQUISIÇÃO DE INSUMOS COM PREÇOS SUPERFATURADOS. SIMULAÇÃO Procede a glosa da parcela dos custos gerados artificialmente mediante superfaturamento em operações com preços simulados. COFINS/PIS AQUISIÇÕES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. CRÉDITO O crédito da Cofins e do PIS nas aquisições de mercadorias produzidas por Pessoa Jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus será determinado mediante a aplicação das alíquotas de 4% e 1%, respectivamente, quando o adquirente que apura o imposto de renda com base no lucro real tem toda a sua receita tributada com base no regime da nãocumulatividade. COFINS/PIS MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO É cabível o agravamento da multa de ofício quando os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem identificar o intuito doloso do contribuinte de reduzir ou evitar o pagamento dos tributos devidos pela pessoa jurídica. JUROS TAXA SELIC. EXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL A incidência de juros calculados com base na taxa Selic está prevista em lei em vigor, que os órgãos administrativos não podem se furtar a aplicar. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFICIO. EXIGÊNCIA NÃO FORMULADA NO AUTO DE INFRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE PRONUNCIAMENTO PELA DRJ Os juros de mora incidiram unicamente sobre os tributos lançados e não tendo o auto de infração formulado exigência de juros sobre a multa de ofício lançada, inexiste a respeito qualquer contraditório suscetível de apreciação pela Turma de Julgamento da DRJ. Impugnação Improcedente Do Recurso Voluntário Fl. 366DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 367 8 A ora recorrente, devidamente cientificada do acórdão recorrido, apresentou recurso voluntário (fls. 271/307), onde sustenta os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, principalmente nos seguintes tópicos: (a) Existência legal e fática da SCP e licitude de sua atividade, gerando erro na fiscalização quanto à sua prática ilegal; (b) Atos praticados pela Recorrente ao adquirir produtos da SCP não se configura em ato ilícito; (c) Que a SCP sempre pagou seus tributos, nunca questionados pelo POder Público; (d) Desconsideração dos negócios jurídicos alegação de simulação embasada no custo do produto. A Fiscalização baseouse em meras presunções, sem de fato comprovar os elementos que compõem o vício. (e) Que os fatos ocorridos não foram simulados, ao contrário, foram verdadeiras e transparentes, com custos reais e compatíveis com o mercado, e cuja finalidade foi extratributária; (f) Da alíquota do crédito de PIS e COFINS, embora a recorrente adquira produtos de pessoa jurídica estabelecida na ZFM, ela é optante pelo lucro real e possui parte de sua receita fora do regime nãocumulativo; (g) Crédito legítimo de PIS/Cofins Importação; (h) Taxa Selic aplicada não é correta, devendo se aplicar a taxa de 1%; (i) Equívocos na multa qualificada aplicada, devendo ser reduzida para 75%; (j) Impossibilidade de aplicação dos juros sobre a multa. Dos Acórdãos de Recurso Voluntário O processo chegou ao CARF e em 28/11/2012, pelo teor do Acórdão nº 3101001.301 (fls. 318/320), no qual a turma unanimemente não conheceu do recurso, declinando a competência para a Primeira Seção de Julgamento do CARF, em virtude de tratar de procedimento reflexo da exigência de IRPJ. Desta feita, o autos foram apreciados na Primeira Seção do CARF em 03/06/2014, por meio do Acórdão nº 1103001.064 (fls. 323/329), no qual a turma unanimemente acordou no sentido de se encaminhar os autos ao Presidente do CARF para dirimir o conflito negativo de competência instaurado entre a Primeira e a Terceira Seções de Julgamento. Em 28/01/2016, os autos foram analisados pelo Presidente do CARF, despacho às fls. 333/334, em que foi decidido manter a competência da Primeira Seção, nos termos do art. 2º, IV, do Anexo II do RICARF/2015, já que o cerne da autuação é a glosa de custos aumentados artificialmente, fato diretamente ligado à infração de IRPJ. Fl. 367DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 368 9 Em 17/06/2016, os autos remetidos ao CEGAPSEDIS para novo sorteio no âmbito da 1ª Seção. Em 16/02/2017, recebi os presentes autos, por sorteio. Por meio da Resolução 1301000.404, este Colegiado determinou o sobrestamento do feito, em razão destes autos serem reflexos do PA nº 11080.721713/201226, e assim, existirem elementos de prova comuns a ambos os feitos. Assim, juntouse às fls. 349 a 356, exame de admissibilidade de somente parte do Recurso Especial, referente à matéria relacionada à cobrança dos juros de mora sobre a multa de ofício, no que tange aos demais itens, mantido o decidido pela Turma, É o relatório. Fl. 368DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 369 10 Voto Vencido Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora A contribuinte foi autuada para o recolhimento de PIS e COFINS relativo ao período de março de 2007 a dezembro de 2010, totalizando o crédito tributário de R$5.516.911,63, incluindo multa de ofício qualificada de 150% e juros de mora. Ela foi cientificada do teor do acórdão da DRJ/POA e intimada ao recolhimento dos débitos em 12/06/2012 (AR de fl. 267), e apresentou em 22/06/2012, recurso voluntário e demais documentos, juntados às fls. 271/307. Já que atendidos os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72, e tempestivo, dele conheço. Trata se da glosa de 65% do valor dos créditos de PIS e de COFINS sobre os custos de insumos lançados pela autoridade fiscal, por entender que a Sociedade em Conta de Participação (SCP), da qual a recorrente é sócia oculta é simulada, bem como pela aplicação errônea da alíquota de PIS e de COFINS sobre os outros 35% no momento da tomada de crédito das mesmas contribuições. Como foi verificado nos autos, o objeto social da Recorrente é de atividades de mineração, aproveitamento e a exploração de jazidas minerais em todo território nacional, o engarrafamento de água mineral e a fabricação de refrigerantes e outras bebidas, comercialização de gelos, reflorestamento, agricultura, exploração do turismo, transporte de cargas, importação de maquinários e exportação de produtos por ela industrializados. Este PA como já mencionado, tratase de auto de infração reflexo, baseado nos mesmos elementos de prova, relacionados ao IRPJ e CSLL, já julgados e tornados definitivos, assim, adoto os mesmos fundamentos daquele Acórdão 1101001.004, relacionados ao mérito. Com relação a tópicos específicos de PIS e de COFINS eles serão analisados mais á frente. Passo ao exame do mérito. Como antedito, cuidase de glosa de custos de insumos, por considerar o autuante que a sociedade em conta de participação (SCP) de que a recorrente é sócia oculta, é simulada. Para tanto, a constatação feita pelo autuante foi a seguinte. SCP tem como sócia ostensiva a Polyaromas, sociedade instalada na Zona Franca de Manaus, e como sócia oculta a recorrente. A contribuição da recorrente para aquisição do status de sócia oculta foi de R$ 2.000,00. O objeto da SCP é a organização e fornecimento de kits para produção de refrigerantes. O único cliente da SCP é a sócia oculta, a recorrente. Fl. 369DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 370 11 O parágrafo único da cláusula quarta do contrato de constituição da SCP prevê a distribuição de lucros desproporcional com a participação dos sócios. No caso, verificouse que a recorrente, sobre ser o único cliente da SCP, recebia 65% do faturamento bruto da SCP, a título de distribuição de resultados dessa. Recebimento esse que se dava no primeiro dia útil seguinte ao pagamento feito pela recorrente à SCP pela aquisição dos kits para produção de refrigerantes. Ou seja, a cada pagamento do preço pela aquisição dos kits pela recorrente se operava seu recebimento de 65% desse preço. O autuante reputou ser simulada a SCP, glosando 65% do custo dos insumos (kits para produção de refrigerantes) adquiridos da SCP, por constituir majoração indevida de custo. Glosou também o autuante os valores reconhecidos como despesa e deduzidos de PIS e Cofins pagos na importação de insumos. Tais valores não foram agregados ao custo de aquisição de insumos, mas tratados como se fossem incidentes sobre as vendas, além de serem utilizados como crédito, sem sua escrituração contábil, o que implicou o efeito de duplicidade de dedução. Sobre tal glosa a recorrente não se insurgiu, de modo que a questão não se tornou controvertida. A recorrente alega que a fiscalização deveria ter aprofundado sua investigação fiscal, para demonstrar que o custo de produção dos kits em questão na fábrica da Polyaramas não é real. Não verificou a fiscalização os preços praticados pelo mercado pelas empresas situadas na Zona Franca de Manaus, para buscar a comprovação da artificialidade dos preços praticados entre a SCP e a recorrente. Também, não houve desconsideração da escrituração contábil da Polyaramas nem da SCP. Justamente porque não se aprofundou a investigação para demonstração da majoração artificial dos custos. E que, sem tal desconsideração, a contabilidade faz prova a favor do contribuinte. Mais. A evidência da precariedade e da insustentabilidade do entendimento fiscal está na aferição dos preços praticados pelo mercado pelas produtoras localizadas na Zona Franca de Manaus. A recorrente mostra que o preço de mercado praticado ao tempo dos negócios combatidos variava entre R$ 100,00 a R$ 130,00 o quilograma dos kits em apreço, segundo dados oficiais da Suframa, por meio do Sistema de Indicadores Industriais – Coise/Cgpro/SAP do Pólo Industrial de Manaus. E a recorrente adquiriu os kits ao preço médio de R$ 100,00 por quilograma. Pois bem. Como ensina Emílio Betti, se a discrepância entre a causa típica do negócio e a causa intentada ou o fim prático pretendido relevar uma simples incongruência ou discordância, o fenômeno é de negócio indireto ou de negócio fiduciário. Se a discrepância entre a causa típica e a causa intentada Fl. 370DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 371 12 ou fim prático pretendido no negócio revelar uma incompatibilidade entre elas, o que é o fenômeno da simulação1. É a teoria objetiva (ou objetiva subjetiva) da causa. Ou seja, a insinceridade de causa (típica) ou a incompatibilidade entre a causa (típica) e o fim prático pretendido pelas partes configura a simulação do negócio. Essa incompatibilidade decorre de uma avaliação contingente, não sendo algo conceituável, ao menos em termos absolutos. Na causa típica de uma SCP estão presentes o fortalecimento do empreendimento do sócio ostensivo, enquanto tal, com os investimentos feitos pelos sócios ocultos, e a repartição dos resultados entre ambas as categorias de sócios. No caso vertente, foram detectados os seguintes elementos objetivamente verificáveis quanto à posição, atuação e atribuição à recorrente: é a única sócia oculta da SCP, e, para tanto, fez um aporte de R$ 2.000,00; a SCP só vendeu produtos (kits para produção de refrigerantes) para a recorrente, que é a única cliente da SCP; das vendas da SCP à recorrente, 65% do preço dessas vendas são distribuídos à recorrente a título de distribuição de lucros. A causa buscada com a SCP, na presença dos elementos objetivos descritos na situação em jogo, é a não redução de preços pagos pelo sócio oculto à SCP, para atribuição de significativos resultados ao sócio oculto, e para atribuição de lucros ao sócio empreendedor ou ostensivo. A incompatibilidade entre essa causa ou fim concreto buscado pelas partes com a causa típica das partes com uma SCP se desnuda, no caso vertente. O investimento do sócio oculto é de apenas R$ 2.000,00, para fortalecer o empreendimento do sócio ostensivo. Se não for assim, há de se considerar como “investimento” do sócio oculto a aquisição dos kits produzidos pelo sócio ostensivo somente por ele. E o sócio oculto recebe 65% do preço dos produtos que ela mesma adquire. A incompatibilidade de causas se desnuda, com um conflito de interesses “genético” numa sociedade nesses termos: o comprador busca o menor preço e o vendedor o maior, mas o comprador, aqui, sob o “chapéu” da SCP, tem o interesse do vendedor, pois tem direito a 65% do preço como “lucro” seu. Comprador que é o único cliente do vendedor, para que o “chapéu” da SPC dê o lucro que o comprador espera obter. Como se dizer que a reunião da recorrente com a Polyaromas numa SCP foi para redução de custos daquela, se são desses custos que ela recebe a título de distribuição de lucros 65% deles (custos)? 1 Cf. seu “Teoria geral do negócio jurídico – tomo II”. Tradução de Ricardo Rodrigues Gama. Campinas: LZN, 2003, pp. 278, 279, 285 a 287 Fl. 371DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 372 13 A redução de custos é possível sem a “participação nos lucros” sobre a aquisição que a própria recorrente faz do sócio ostensivo, até porque ela é a única cliente dessa SCP. Por isso, não têm repercussão os indicativos de preços médios praticados pelos fabricantes instalados na Zona Franca de Manaus. Também, a lição de Pontes de Miranda é precisa ao caso, ao dizer que “o acordo sobre a causa não basta a que a causa se estabeleça, se não há o elemento objetivo da adequação da atribuição à causa.” (Tratado de Direito Privado – tomo III. Rio: Borsoi, 1954, p. 94). Do que ficou deduzido, a conclusão inevitável é a de que a SCP em questão é simulada. Por conseguinte, fica evidenciada a majoração dos custos dos kits para produção de refrigerantes, encoberta sob a capa de lucros distribuídos pela SCP à recorrente, correspondentes a 65% do preço de aquisição dos kits para produção de refrigerantes. Ou seja, a majoração (indevida) dos custos pela recorrente corresponde exatamente a 65% dos “preços” de aquisição dos kits para produção de refrigerantes da Polyaramas – “sócio ostensivo da SCP”. A majoração indevida não pode implicar, todavia, glosa também das receitas excluídas, correspondentes aos 65% dos “preços” de aquisição, o que se verá adiante. Por outro lado, é evidente que, sendo simulada a SCP, por princípio de identidade, a receita auferida pelo sócio ostensivo, não mais nessa qualidade, mas como Polyaromas, é justamente de 35% dos “preços” de venda praticados sob a “capa” da SCP à recorrente (dos kits para produção de refrigerantes). O resto é efeito da simulação da SCP. Aqui volto com a questão do arbitramento do lucro. Ordinariamente, quando se glosam despesas relativamente expressivas ao total das despesas, não há dúvida de que se impõe o arbitramento, sob pena de vício substancial do lançamento, pois tal glosa representaria a imprestabilidade da escrituração contábil, ou, noutras palavras, implicaria tributar o que não é expressão de renda. No caso em dissídio, a questão comparece em outros termos. Aqui, dada a simulação da SCP, há quantificação precisa do sobrevalor embutido nos custos deduzidos, contrabalanceada pelas receitas excluídas – por sua exclusão como lucros distribuídos. Há dimensionamento preciso do que ficou a mais em conta de resultado, como custos, e que se encontra equacionado ou “neutralizado” na própria escrituração contábil, com o que ficou a mais em conta de resultado credora (receitas de distribuição de lucros). Fl. 372DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 373 14 Noutras palavras, o problema aqui não é de imprestabilidade da escrituração contábil, pois se tem o valor preciso dos custos efetivos. O sobrevalor dos custos tem sua “localização” na outra ponta, como receitas excluídas do lucro líquido – tratadas como distribuição de lucros. Basta ver a linha 32 da ficha 9A da DIPJ/08, a linha 44 da ficha 9A da DIPJ/09, a linha 42 da ficha 9A da DIPJ/10 e a linha 47 da ficha 9A da DIPJ/11 – fls. 156, 203, 255 e 303: são as linhas de exclusão do lucro líquido na apuração do lucro real, por serem receitas de lucros em investimentos avaliados pelo custo de aquisição; e são valores significativos, sempre os maiores entre as exclusões em todos os referidos anoscalendário (2007 a 2010). O que não poderia haver seria a glosa também da exclusão das receitas, sob pena de se efetuar a glosa em duplicidade. E isso não houve. Por tais razões, sobre a questão do arbitramento do lucro, rejeito a nulidade por vício substancial. Nessa ordem de considerações, nego provimento sobre o mérito da exigência dos tributos. Especificamente ao PIS e à Cofins existem duas alegações: 1) Alíquota aplicável para o crédito de PIS e COFINS não seria de 9,65% (1,65% e 7,6%) e sim de 5,6% (1% e 4,6%), pois em seu entendimento, em que pese adquirir produtos de pessoa jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus, por ser optante do lucro real e possuir parte das receitas fora do regime nãocumulativo, assim possui receitas fora do regime nãocumulativo. Conforme decidido pela DRJ o contribuinte não apresentou prova de que exclui parte de suas receitas do regime da nãocumulatividade, bem como não foi localizado nenhum pagamento ou confissão de débito de PIS e COFINS dentro do sistema cumulativo. Em análise do TVF, realmente se verifica que uma parte da glosa se refere aos 65% do valor das aquisições de insumos da Polyaromas, e também de 35% mas com alíquota diferenciada, já que a Polyaromas é empresa sediada na Zona Franca de Manaus com projeto aprovado pela Suframa, o que permite o cálculo do crédito em alíquotas diferenciadas. Ademais, em sede recursal poderia rebater tais argumentos tendo apresentado essas provas, o que não fez, de se ver que não passam de alegações sem fundamento. 2) Que o lançamento é improcedente pois o crédito decorrente da importação utilizado é legítimo, nos termos do art. 15 da Lei 10.865/04, permitindo a sua utilização para abatimento das contribuições ao PIS e à Cofins. Conforme se verifica dos lançamentos, não houve glosa de créditos decorrentes da importação. Fl. 373DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 374 15 (..) Ademais, conforme o TVF, para se apurar os valores mensais de PIS e de Cofins levouse em conta as informações declaradas pelo recorrente em suas DACON, chegando nos valores cobrados. Assim, de se manter o lançamento. 2.3) Da multa qualificada A multa qualificada foi aplicada em decorrência do que dispõe o artigo 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, posteriormente alterado para o §1º do mesmo artigo (pela Lei nº11.488/2007): "Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei n°11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei n°11.488, de 2007) §1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei n°11.488, de 2007)"(destaquei) Já os mencionados artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/1964 trazem que: "Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; Fl. 374DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 375 16 II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72." Da análise das diversas condutas da Recorrente, verifico que restou cristalina a conduta fraudulenta, descritas pela fiscalização, a simulação aplicada com o intuito claro de impedir ou retardar o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador. Assim, de se prevalecer a multa qualificada. Da natureza Confiscatória da Multa Alega ainda excesso de penalidade, e pugna pelo cancelamento da penalidade. Aqui aplicada a multa de ofício nos termos do art. 44 da Lei 9.430/96, não cabendo a este órgão analisar sua legalidade ou constitucionalidade, nos termos da Súmula CARF n. 02: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Da inaplicabilidade da taxa Selic Também é sedimentado o entendimento acerca da aplicabilidade da taxa Selic, nos termos da Súmula CARF 04: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Da exigência de Juros sobre multa de ofício A recorrente pugna pelo reconhecimento da não incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício calculada na forma do art. 44 da Lei n° 9.430/96, já que as multas possuem caráter punitivo e sancionatório diante do inadimplemento da obrigação e sua aplicação serviria apenas para punir a inexecução da obrigação e não o de repor ou indenizar o capital alheio. Entendo que assiste razão à recorrente. Fl. 375DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 376 17 Nos termo do art. 61 da Lei 9.430/96: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º. Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Ou seja, na forma do §3º do art. 61, incidem os juros moratórios sobre os débitos de que trata o caput, tributos e contribuições, mas não sobre as multas de ofício. Não há essa previsão legal, pois se assim fosse, o legislador teria assim previsto. O que se prevê aqui é a multa de mora prevista no §2º, sobre os débitos indicados. Da mesma forma, temos no Código Tributário Nacional, em seu art. 161: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. A norma determina a incidência de juros de mora sobre o crédito tributário não pago, sem prejuízo das penalidades cabíveis. O crédito tributário é o tributo ou obrigação tributária, e assim, não se constitui em sanção de ato ilícito, nos termos do art. 3º do CTN, e sobre ele incide os juros e as penalidades e não se incluindo neles. Dessa forma, neste item, dou provimento ao Recurso Voluntário CONCLUSÃO Fl. 376DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 377 18 Diante de todo o acima exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário, e no mérito DARLHE provimento parcial, apenas para se afastar a aplicação dos juros sobre a multa. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 377DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 378 19 Voto Vencedor Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Redator Designado. Tenho a incumbência do voto vencedor, em relação à incidência dos juros sobre a multa de ofício. DA INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO Por fim, alegou o contribuinte que a cobrança de juros sobre a multa de ofício seria ilegal. Observase, inicialmente, que a questão tem sido objeto intenso debate pela Câmara Superior, haja vista que, num lapso de poucos meses, ocorreram votações em sentidos opostos, ambos decididos por maioria apertada de votos, como se verifica dos acórdãos n° 910100539, de 11/03/2010, e n° 910100.722, de 08/11/2010. Abstraindose de argumentos finalísticos, como o enriquecimento ilícito do Estado, os quais fogem à alçada deste tribunal administrativo, conforme determina a Súmula CARF n° 2, expõese os fundamentos considerados suficientes para justificar a cobrança nos presentes autos, com espelho no acórdão n° 910100539, de 11/03/2010, de lavra da Conselheira Viviane Vidal Wagner: O conceito de crédito tributário, nos termos do art. 139 do CTN, comporta tanto tributo quanto penalidade pecuniária. Uma interpretação literal e restritiva do caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96, que regula os acréscimos moratórios sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições, pode levar à equivocada conclusão de que estaria excluída desses débitos a multa de ofício. Contudo, uma norma não deve ser interpretada isoladamente, especialmente dentro do sistema tributário nacional. No dizer do jurista Juarez Freitas (2002, p.70), "interpretar uma norma é interpretar o sistema inteiro: qualquer exegese comete, direta ou obliquamente, uma aplicação da totalidade do direito". Merece transcrição a continuidade do seu raciocínio: "Não se deve considerar a interpretação sistemática como simples instrumento de interpretação jurídica. É a interpretação sistemática, quando entendida em profundidade, o processo hermenêutico por excelência, de tal maneira que ou se compreendem os enunciados prescritivos nos plexos dos demais enunciados ou não se alcançará compreendêlos sem perdas Fl. 378DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 379 20 substanciais. Nesta medida, mister afirmar, com os devidos temperamentos, que a interpretação jurídica é sistemática ou não é interpretação." (A interpretação sistemática do direito, 3.ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 74). Daí, por certo, decorrerá uma conclusão lógica, já que interpretar sistematicamente implica excluir qualquer solução interpretativa que resulte logicamente contraditória com alguma norma do sistema. O art. 161 do CTN não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. Nesse sentido, no sistema tributário nacional, a definição de crédito tributário há de ser uniforme. De acordo com a definição de Hugo de Brito Machado (2009, p.172), o crédito tributário "é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional)." A obrigação tributária principal referente à multa de ofício, a partir do lançamento, convertese em crédito tributário, consoante previsão do art. 113, §1°, do CTN: Art. 113 A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1° A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito tributário dela decorrente. (destacouse) A obrigação principal surge, assim, com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, o que inclui a multa de ofício proporcional. A multa de ofício é prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, e é exigida "juntamente com o imposto, quando não houver sido anteriormente pago''" (§1°). Assim, no momento do lançamento, ao tributo agregase a multa de ofício, tornandose ambos obrigação de natureza pecuniária, ou seja, principal. A penalidade pecuniária, representada no presente caso pela multa de ofício, tem natureza punitiva, incidindo sobre o montante não pago do tributo devido, constatado após ação fiscalizatória do Estado. Fl. 379DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 380 21 Os juros moratórios, por sua vez, não se tratam de penalidade e têm natureza indenizatória, , compensarem o atraso na entrada dos recursos que seriam de direito da União. A própria lei em comento traz expressa regra sobre a incidência de juros sobre a multa isolada. Eventual alegação de incompatibilidade entre os institutos é de ser afastada pela previsão contida na própria Lei n° 9.430/96 quanto à incidência de juros de mora sobre a multa exigida isoladamente. O parágrafo único do art. 43 da Lei n° 9.430/96 estabeleceu expressamente que sobre o crédito tributário constituído na forma do caput incidem juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 1996, ao se referir a débitos decorrentes de tributos e contribuições, alcança os débitos em geral relacionados com esses tributos e contribuições e não apenas os relativos ao principal, entendimento, dizia então, reforçado pelo fato de o art. 43 da mesma lei prescrever expressamente a incidência de juros sobre a multa exigida isoladamente. Nesse sentido, o disposto no §3° do art. 950 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99) exclui a equivocada interpretação de que a multa de mora prevista no caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96 poderia ser aplicada concomitantemente com a multa de ofício. Art.950. Os débitos não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso (Lei n° 9.430, de 1996, art. 61). §1°A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento (Lei n° 9.430, de 1996, art. 61, §1°). §2°O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento (Lei n°9.430, de 1996, art. 61, §2°). §3°A multa de mora prevista neste artigo não será aplicada quando o valor do imposto já tenha servido de base para a aplicação da multa decorrente de lançamento de ofício. A partir do trigésimo primeiro dia do lançamento, caso não pago, o montante do crédito tributário constituído pelo tributo mais a multa de ofício passa a ser acrescido dos juros de mora devidos em razão do atraso da entrada dos recursos nos cofres da União. Fl. 380DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 381 22 No mesmo sentido já se manifestou a Câmara Superior de Recursos Fiscais quando do julgamento do Acórdão n° CSRF/0400.651, julgado em 18/09/2007, com a seguinte ementa: JUROS DE MORA MULTA DE OFÍCIO OBRIGAÇÃO PRINICIPAL A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de ofício proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. Cabe referir, ainda, a Súmula Carf n° 5: "São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral." Diante da previsão contida no parágrafo único do art. 161 do CTN, buscase na legislação ordinária a norma complementar que preveja a correção dos débitos para com a União. Para esse fim, a partir de abril de 1995, temse a taxa Selic, instituída pela Lei n° 9.065, de 1995. No âmbito do Poder Judiciário, a jurisprudência é forte no sentido da aplicação da taxa de juros Selic na cobrança do crédito tributário, como se vê no exemplo abaixo: REsp 1098052 / SP RECURSO ESPECIAL2008/02395728 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 04/12/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 19/12/2008 Ementa PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO. NÃOOCORRÊNCIA. LANÇAMENTO. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. TAXA SELIC. LEGALIDADE. 1. É infundada a alegação de nulidade por maltrato ao art. 535 do Código de Processo Civil, quanto o recorrente busca tãosomente rediscutir as razões do julgado. 2. Em se tratando de tributos lançados por homologação, ocorrendo a declaração do contribuinte e na falta de pagamento da exação no vencimento, a inscrição em dívida ativa independe de procedimento administrativo. Fl. 381DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 382 23 3. É legítima a utilização da taxa SELIC como índice de correção monetária e de juros de mora, na atualização dos créditos tributários (Precedentes: AgRg nos EREsp 579.565/SC, Primeira Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJU de 11.09.06 e AgRg nos EREsp 831.564/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Eliana Calmon, DJU de 12.02.07). No âmbito administrativo, a incidência da taxa de juros Selic sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal foi pacificada com a edição da Súmula CARF n° 4, de observância obrigatória pelo colegiado, por força de norma regimental (art. 72 do RICARF), nos seguintes termos: Súmula CARF n° 4: A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. No que se refere ao período de 01/01/1995 a 31/12/1996, sustentam alguns que o Parecer MF/SRF/Cosit nº 28/98 teria deixado claro não ser exigível a incidência de juros sobre a multa de ofício tendo em vista as disposições do inciso I, do art. 84, da Lei nº 8.981/95. O mencionado Parecer, ainda que conclua pela incidência dos juros sobre a multa de ofício para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/1997, de fato manifestase nos termos dessa tese. Entretanto, constatase que o referido Ato Administrativo não levou em consideração a alteração legislativa trazida pela MP nº 1.110, de 30/08/95, que acrescentou o § 8º ao art. 84, da Lei 8.981/95, e que estendeu os efeitos do disposto no caput aos demais créditos da Fazenda Nacional cuja inscrição e cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da Procuradoria da Fazenda Nacional. Cumpre esclarecer ainda que as três turmas da Câmara Superior, em decisões recentes, vêm confirmando a incidência de juros moratórios sobre a multa de ofício (Acórdãos 9101001.863, 9202003.150 e 9303002.400). Por fim, corroborando o aqui exposto, o STJ vem firmando entendimento no mesmo sentido, entendendo que os juros moratórios incidem sobre a multa de ofício, conforme se observa na ementa a seguir reproduzida: DIREITO TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE MULTA FISCAL PUNITIVA. É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário. Precedentes citados: REsp 1.129.990 PR, DJe 14/9/2009, e REsp 834.681MG, DJe 2/6/2010. AgRg no REsp 1.335.688PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/12/2012. Ressaltase ainda que, em recentes julgados o STJ decidiu que, no âmbito do parcelamento especial previsto na Lei nº 11.941/2009, as remissões previstas em tal dispositivo Fl. 382DF CARF MF Processo nº 11080.721712/201281 Acórdão n.º 1301003.025 S1C3T1 Fl. 383 24 legal para as multas de mora e de ofício não autorizam aplicações de reduções superiores às fixadas na mesma lei (45%) para os juros de mora incidentes sobre tais penalidades, ou seja, visto sob outro enfoque, reafirmouse o entendimento de que incidem juros moratórios sobre as multas de mora e de ofício. Tal exegese pode ser observada no REsp 1.492.246/RS (Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, segunda turma, julgado em 02/06/2015, DJe 10/06/2015) e no REsp 1.510.603–CE (Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 20/08/2015), em relação ao qual transcrevese a seguir sua ementa: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO. 11.941/2009. REMISSÃO DE MULTA EM 100%. DESINFLUÊNCIA NA APURAÇÃO DOS JUROS DE MORA. PARCELAS DISTINTAS. PRECEDENTE. 1. "Em se tratando de remissão, não há qualquer indicativo na Lei n. 11.941/2009 que permita concluir que a redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício estabelecida no art. 1º, §3º, I, da referida lei implique uma redução superior à de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora estabelecida nos mesmo inciso, para atingir uma remissão completa da rubrica de juros (remissão de 100% de juros de mora), como quer o contribuinte " (REsp 1.492.246/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 10/06/2015.). 2. Consequentemente, a Lei n. 11.941/2009 tratou cada parcela componente do crédito tributário (principal, multas, juros de mora e encargos) de forma distinta, de modo que a redução percentual dos juros moratórios incide sobre as multas tão somente após a apuração atualizada desta rubrica (multa). Recurso especial provido. REsp 1.510.603–CE, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 20/08/2015. Isso posto, voto por manter tal exigência. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 383DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10860.210443/98-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DARF. AUTENTICIDADE INICIALMENTE NEGADA PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA ARRECADADORA. RECONHECIMENTO DA AUTENTICIDADE APÓS CINCO ANOS. IMPOSSIBILIDADE DO PEDIDO ANTERIORMENTE AO RECONHECIMENTO DA AUTENTICIDADE. DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA
Se a instituição financeira informa à Receita Federal e ao contribuinte que não reconhece a autenticação por ela lançada em DARF, o que obrigou o contribuinte a efetuar pagamento em duplicidade, e somente reconsidera e reconhece a autenticidade de sua autenticação após cinco anos, não havia como o contribuinte, antes dessa retratação, requerer a restituição do primeiro DARF, já que o segundo foi utilizado para a extinção do crédito tributário. Portanto, não se falar em decadência e é devida a restituição do primeiro Darf, inicialmente não reconhecido pela Receita Federal e pela instituição financeira.
Numero da decisão: 1302-002.782
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DARF. AUTENTICIDADE INICIALMENTE NEGADA PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA ARRECADADORA. RECONHECIMENTO DA AUTENTICIDADE APÓS CINCO ANOS. IMPOSSIBILIDADE DO PEDIDO ANTERIORMENTE AO RECONHECIMENTO DA AUTENTICIDADE. DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA Se a instituição financeira informa à Receita Federal e ao contribuinte que não reconhece a autenticação por ela lançada em DARF, o que obrigou o contribuinte a efetuar pagamento em duplicidade, e somente reconsidera e reconhece a autenticidade de sua autenticação após cinco anos, não havia como o contribuinte, antes dessa retratação, requerer a restituição do primeiro DARF, já que o segundo foi utilizado para a extinção do crédito tributário. Portanto, não se falar em decadência e é devida a restituição do primeiro Darf, inicialmente não reconhecido pela Receita Federal e pela instituição financeira.
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DARF. AUTENTICIDADE. AUTENTICAÇÃO Recorrente F. J. M. BORGES & CIA. LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DARF. AUTENTICIDADE INICIALMENTE NEGADA PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA ARRECADADORA. RECONHECIMENTO DA AUTENTICIDADE APÓS CINCO ANOS. IMPOSSIBILIDADE DO PEDIDO ANTERIORMENTE AO RECONHECIMENTO DA AUTENTICIDADE. DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA Se a instituição financeira informa à Receita Federal e ao contribuinte que não reconhece a autenticação por ela lançada em DARF, o que obrigou o contribuinte a efetuar pagamento em duplicidade, e somente reconsidera e reconhece a autenticidade de sua autenticação após cinco anos, não havia como o contribuinte, antes dessa retratação, requerer a restituição do primeiro DARF, já que o segundo foi utilizado para a extinção do crédito tributário. Portanto, não se falar em decadência e é devida a restituição do primeiro Darf, inicialmente não reconhecido pela Receita Federal e pela instituição financeira. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 21 04 43 /9 8- 72 Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 3 2 Rogério Aparecido Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Gustavo Guimaraes da Fonseca, Flavio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto face ao Acórdão n. 0536.952, de 16/02/2012, da 4a. Turma da DRJ de Campinas SP que, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade, recebendo a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. AR.T. 168 DO CTN. Nos temos do arf. 168 do CTN. o direito de pleitear a restituição de tributo, relativo a pagamento indevido ou maior que o devido, se exaure com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Manifestação de inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Verificase que, houve cobrança de débito de CSLL do anocalendário 1993, vencido em 31/01/1994, no valor originário de CR$ 386.682,88 (fls. 01), cujo pagamento não foi confirmado nos sistemas informatizados. Referido débito foi inscrito em dívida ativa e, embora alegasse o contribuinte já têlo pago no vencimento em 31/01/1994, efetuou, no âmbito da Procuradoria da Fazenda Nacional, em 29/11/2002 outro pagamento para quitar o mesmo débito, por meio do DARF de fls. 95, de valor principal de R$ 1.370,11 e valor total de R$ 2.582,52. Em 18/03/2009 a recorrente formalizou pedido de restituição do mencionado pagamento de R$ 2.582,52 no Proc. 13881.000075/200919 (juntado por anexação ao presente processo fls. 85), arguindo a confirmação, pela instituição bancária, da efetividade do pagamento efetuado no vencimento do débito em 31/01/1994. O valor pleiteado a título de restituição foi assim identificado pelo interessado à fl. 86: Valor total do DARF: R$ 2.582,52 Selic acumulada (Sistema SICALC): R$ 2.471,72 Total da restituição: R$ 5.051,24 Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 4 3 Em vista do disposto no art. 20 da IN RFB n° 900, de 2008, a autoridade preparadora encaminhou o processo para manifestação da Procuradoria da Fazenda Nacional órgão responsável pela administração da receita da União decorrente do pagamento do DARF de 29/11/2002. Por meio do Despacho de fls. 98, a PGFN assim se manifestou: Tratase de pedido de restituição de valores, protocolado perante a Delegacia da Receita Federal em Taubaté, em 18/03/2009.(procpl388100Ò0752009719). Verificado que o pagamento que se pretende ver restituído foi realizado no âmbito da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, os autos foram encaminhados a esta Seccional para exame. Procedendose à análise do processo, verificase que o contribuinte efetuou dois recolhimentos para a quitação da dívida relativa à CSLL vencida em 31/01/1994; o primeiro em 31/01/1994 e o segundo em 29/11/2002. O contribuinte efetuou o segundo recolhimento porque a instituição financeira onde foi realizado o primeiro pagamento não reconheceu a validade da autenticação no DARF. Em razão da ausência de identificação do pagamento nos sistemas da Receita Federal e da inexistência de qualquer causa que suspendesse a exigibilidade do crédito, o débito foi enviado para inscrição em dívida ativa, o que ocorreu em 29/04/1998, tendo recebido o n° 80 6 98 00170254. O que se nota é que em 2002, ao invés do contribuinte buscar decisão judicial ou efetuar depósito judicial para a suspensão da exigibilidade da dívida, enquanto estava sendo apurado na instituição financeira (Caixa Econômica) a validade da autenticação do DARF recolhido em 1994, optou por efetuar novo pagamento para extinguir a dívida. Ocorre que a instituição financeira em 23/09/2008 reconheceu a validade do pagamento recolhido em 1994. Tendo sido o pagamento suficiente para extinguir o crédito com data de 31/01/1994, a inscrição em dívida ativa foi nula e o pagamento realizado em 2002 foi indevido. O que deve ser ressaltado é que, ao contrário do que argumenta o contribuinte interessado, o pagamento de 2002 sempre foi indevido, uma vez que a validade do primeiro pagamento realizado em 1994 deveria ser dada por ele como certa, afinal de contas pagou e a instituição financeira por um equívoco é que não reconheceu a validade do pagamento. O contribuinte, para se ver livre da cobrança, optou por pagar duas vezes, quando tinha a opção de efetuar depósito judicial e exigir o reconhecimento de validade do primeiro pagamento na Caixa. Diante do exposto, como o pagamento indevido (29/11/2002) ocorreu há mais de cinco anos, contados do protocolo do requerimento de fls. 86 (18/03/2009), decaiu o direito de repetição nos termos do art. 168, I do Código Tributário Nacional, logo o Contribuinte não faz jus à restituição pretendida neste processo. Ao setor de apoio para reativar e cancelar a inscrição n° 80 6 98 001702 54, conforme a manifestação da DRF/TAU de fls. 77/78 e intimar o contribuinte da decisão supra. Após, retornese o processo à DRF/TAU, vez que se trata de dívida extinta naquele órgão. Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 5 4 Em vista do Despacho da PGFN, a autoridade competente da DRF exarou Despacho Decisório DRF/TAU/Saort, de 6 de julho de 2011, indeferindo o pedido de restituição nos seguintes termos: Assunto: CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Ementa: Pagamento efetuado indevidamente junto à PGFN DECADÊNCIA A solicitação de restituição do imposto pago deve ser efetuada em cinco anos, tendo como termo inicial a data da ocorrência do fato gerador. PEDIDO INDEFERIDO RELATÓRIO A contribuinte em epígrafe solicita (fl. 86) a restituição de pagamento que teria sido efetuado em duplicidade. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Inicialmente, a pleiteante recolheu, dentro do prazo legal, crédito tributário de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, conforme cópia de Darf à 11. 09. Entretanto, tal pagamento não foi localizado na base de dados da RFB, ocasionando a inscrição do débito em Dívida Ativa da União DAU (fls. 01/08). Ademais, enquanto se apurava a autenticidade do pagamento junto à instituição financeira, a contribuinte efetuou outro pagamento (Darf à fl. 95), a fim de quitar o débito inscrito em DAU. De acordo com o despacho de fl. 78, apenas em 23/09/2008 o agente arrecadador confirmou a autenticidade do pagamento, propondose o cancelamento da inscrição em dívida ativa à Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional PSFN de Taubaté. A vista do exposto, a contribuinte pleiteia, dessa maneira, a devolução do pagamento efetuado indevidamente no ano de 2002, já calculados os juros Selic (formulário acostado à fl. 86). Todavia, de acordo com o despacho emitido pela PSFNTaubaté (11. 98), a seguir transcrito, na data em que a interessada formalizou o pedido de restituição (18/03/2009), já havia ocorrido a decadência para que exercesse esse direito, segundo o artigo 168, I, do Código Tributário Nacional CTN. Por oportuno, são transcritos abaixo o artigo 165, incisos I e II, e o artigo 168, ambos do Código Tributário Nacional CTN, e o Ato Declaratório SRF n° 96/1999: DECISÃO Isso posto, e considerando o mais que dos autos consta; CONHEÇO da solicitação apresentada para INDEFERILA, tendo em vista a decadência do direito de pedir. Cientificada do Despacho Decisório em 15/07/2011 por meio do Comunicado n° 149/2011, a pessoa jurídica interessada, por intermédio de seu sócio administrador, apresentou manifestação de inconformidade em 03/08/2011, com as razões de fato e de direito a seguir sintetizadas. Ao relatar os fatos, expõe: Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 6 5 O processo em referência gira em torno do pedido de restituição protocolado na ARF/Cruzeiro em 18/03/2009, indeferido por decadência. Em 31/01/1994 o contribuinte recolheu, dentro do prazo legal, o crédito tributário de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, conforme a cópia de DARF à fl. 09. Em 29/04/1998 referido crédito tributário foi inscrito em Dívida Ativa da União sob o n° 80 6 98 00170254 (fls 01/08), certamente por não haver sido localizado o recolhimento na base de dados da RFB. Em 07/03/2001 a DRF/Taubaté cientificou o contribuinte que o DARF recolhido em 31/01/94 não foi localizado nos sistemas de controle da SRF e que a chancela de autenticação, também, não foi reconhecida pelo banco indicado na mesma (anexo 1). Em 29/11/2002 o contribuinte quitou a Dívida Ativa da União ajuizada e executada (DARF à fl. 95), obtendo a certidão negativa no mesmo dia conforme o comprovante anexo 2. Em 23/09/2008 foi confirmada a autenticidade do DARF recolhido em 31/01/1994 (anexo 3) Prossegue, expondo que: no dia seguinte ao da quitação da Dívida Ativa da União ajuizada e executada, ocorreria a licitação para fornecimento de combustíveis para o Batalhão de Polícia Militar do Estado de São Paulo Vigésimo Terceiro Batalhão do Interior UGE 180228, que era de grande interesse do contribuinte. Para essa participação seria necessária a apresentação de certificados de regularidade da empresa participante, entre eles a Certidão quanto a Dívida Ativa da União Negativa. Por não conseguir extrair essa certidão no site da RFB em virtude da pendência relativa ao executivo fiscal, compareceu à Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional em Taubaté e lá obteve a orientação do digníssimo procurador, Sr Dr. Raul Marcos de Brito Lobato, de que a via mais rápida para obter a certidão naquele mesmo dia seria pela quitação da dívida. Assim concordado foi emitido o DARF, o contribuinte efetuou o seu recolhimento e graças ao bom atendimento do digníssimo Sr. Procurador (anexo 4), a certidão foi expedida naquele mesmo dia (anexo 2) e o contribuinte pode participar da licitação na manhã do dia seguinte. Pela via judicial uma ação de efeito mais rápido não deixaria a empresa apta em tempo hábil para participar da licitação. Quitar a dívida mesmo sabendo que ela poderia ser questionada é um direito da empresa, principalmente neste caso em que ela necessitava urgentemente do certificado de quitação da dívida para a realização de um negócio. Se a dívida poderia ser questionada, a sua quitação não impediria a restituição do valor anteriormente questionado se constatada a sua improcedência. Em seu pedido de restituição de fls. 86 o contribuinte expôs, além dos fatos sobre o DARF não reconhecido e o DARF recolhido, que o seu direito ao pedido de restituição era tempestivo porque a constatação de que o recolhimento efetuado 29/11/2002 era indevido somente se confirmou em 23/09/2008, data em que se tornou definitiva a decisão administrativa confirmadora da autenticidade do DARF, com o conseqüente encerramento do processo (RIR Decreto 3000/99, art 900, inciso II). Discorda da assertiva da Procuradoria de que o pagamento pelo DARF de 29/11/2002 "sempre foi indevido", argumentando: Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 7 6 Não é bem assim, o citado DARF quitou a dívida ativa inscrita n° 80 6 98 001702 54, conforme o MEM°/PS/N° 157/02 (anexo 4) . O seu respectivo valor foi disponibilizado e utilizado pela RFB, produzindo os seus efeitos a partir de 29/11/2002 e portanto, nunca "sempre foi indevido". Se o contribuinte pedisse a restituição do valor do DARF de 29/11/2002 anteriormente à data de 23/09/2008, quando foi confirmação da autenticidade do DARF de 31/01/1994, a DRF/Taubaté certamente indeferiria o pedido de restituição alegando que o referido valor não era disponível porque foi utilizado na quitação da Divida Ativa da União inscrita sob o n° 80 6 98 00170254. Em seu despacho de 31/05/2011 a digníssima PGFN de Taubaté reativou a Dívida Ativa da União e a cancelou utilizando o valor do DARF recolhido em 31/01/1994, reconhecido como autêntico em 23/09/2008, e somente a partir desta data, ou seja 23/09/2008, o valor recolhido pelo DARF de 29/11/2002 perdeu o seu efeito de quitação da Dívida Ativa da União e, em conseqüência, ficou disponível para o contribuinte a partir da citada data de 23/09/2008. ... se o débito encontravase integralmente quitado conforme atesta o MEM°/PS/N° 157/02, de 29/11/2002, da PGFN de Taubaté, com o"DARF de 29/11/2002, o que ficaria disponível para o contribuinte seria o valor do DARF de 31/01/1994, cuja autenticidade do pagamento foi confirmada "apenas em 23/09/2008", como diz a DRF/TAU/Saort em seu despacho decisório . Invoca o art. 900, inciso II, do RIR/99 alegando que o pedido de restituição do contribuinte não pode ser indeferido por decadência porque seu direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data que se tornar definitiva a decisão administrativa. Finaliza requerendo o deferimento de seu pedido de restituição. Não obstante os fatos e os fundamentos justificados pela recorrente sobre o motivo pelo qual, somente foi possível formalizar o pedido, após 23/09/2008, a DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade, com base na decadência de cinco anos, como visto. A recorrente foi intimada do referido Acórdão, em 02/03/2012 (fl. 158) e interpôs recurso voluntário, em 29/03/2012 (fls. 159/162), por meio do qual reapresentou os fatos e fundamentos com base nos quais sustenta a pertinência do deferimento do pedido de restituição. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto dele conheço. A DRJ registrou no acórdão recorrido que, quanto ao direito de o sujeito passivo requerer o reconhecimento administrativo do indébito tributário e, consequentemente, Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 8 7 do direito de repetição ou de compensação, prendese este órgão administrativo de julgamento às literais disposições do art. 168, c/c art. 165, ambos do Código Tributário Nacional CTN, tal qual reproduzido a seguir: "Pagamento Indevido Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4°do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. (...) Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Em sequência, a DRJ desenvolveu o seguinte raciocínio: Decorre das expressas disposições legais que o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Ademais, cabe ressaltar que as decisões administrativas devem respeitar o princípio da hierarquia, e nestes termos esta turma de julgamento deve seguir a orientação emanada no AD SRF n° 96, de 26 de novembro de 1999, como norma integrante da legislação tributária, conforme abaixo transcrito: "Dispõe sobre o prazo para repetição de indébito relativa a tributo ou contribuição pago com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no exercício dos controles difuso e concentrado. Secretário da Receita Federa , no uso de suas atribuições, e tendo em vista o teor do Parecer PGFN/CAT/n° 1.538, de 1999, declara: Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 9 8 o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário arts. 165, I, e 168, I, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). " (g.n.) Observese que esse Ato Declaratório n° 96, de 1999, tem caráter vinculante para a administração tributária, a partir de sua publicação, conforme os arts. 100, inciso I e 103, inciso I, ambos do CTN, sob pena de responsabilidade funcional. No caso, quer se considere que o crédito tributário correspondente à CSLL vencida em 31/01/1994 tenha sido extinto pelo pagamento efetuado no vencimento em 31/01/1994, quer tenha sido extinto pelo pagamento efetuado em 29/11/2002, o pedido de restituição (do primeiro ou do segundo pagamento) protocolizado em 18/03/2009 foi efetuado a destempo. O contribuinte invoca o art. 900, II, do RIR/99, cuja base legal é o art. 168 II do CTN, que estabelece que o direito de pleitear restituição extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data em que se torna definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado ou rescindido a decisão condenatória. Contudo, inaplicável ao caso tal hipótese, pois, ainda que a pretensão do contribuinte seja equiparar a confirmação pelo Banco, em 2008, da efetividade do primeiro pagamento a uma decisão administrativa que tenha reformado decisão condenatória, não se identifica nos autos a existência de decisão condenatória. Com efeito, o que refletem os autos é a cobrança de um débito cujo pagamento não fora confirmado sendo, em consequência, inscrito em Dívida Ativa. Se o contribuinte dispunha do pagamento do débito e estava convicto de sua regularidade, a melhor forma de obstar a cobrança era, sem dúvida, recorrer ao Poder Judiciário, arcando, obviamente, com os custos que isto pudesse representar num primeiro momento, até porque a vitória na esfera judicial certamente garantir lheia o reembolso das despesas porventura incorridas e, efetuar o depósito judicial para a suspensão da exigibilidade da dívida, como ressaltou a Procuradoria da Fazenda Nacional, ou mesmo, ainda que sem depósito, propor a competente Ação objetivando a emissão da almejada Certidão Negativa de Débito (CND). De qualquer maneira, em que pesem suas ponderações em sentido contrário, a simples alegação de necessidade de obtenção de CND para fins de participação em licitação, de maneira alguma, afasta a possibilidade e o direito de se recorrer do Poder Judiciário, pois são previstas na legislação processual medidas de urgência justamente para evitar danos irreparáveis à parte que dela se socorre e que, na sua ausência, possa vir a ser prejudicada, como é o caso do Depósito Judicial, de Liminar em Ação Mandamental (Mandado de Segurança), de Liminar em Ação Cautelar ou, ainda, do pedido de antecipação dos efeitos da tutela em outras espécies de ação, para obtenção de uma ordem judicial. De todo modo, ainda que o interessado tenha optado por, livre e espontânea vontade, pagar novamente o mesmo débito cobrado pela Procuradoria da Fazenda Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 10 9 Nacional, visto que o pagamento anterior ainda não havia sido confirmado pela instituição bancária, deveria, ainda assim, ter observado o prazo de cinco anos da data deste segundo pagamento para buscar administrativamente seu direito à repetição de indébito. A alegação de que seria indeferido eventual pedido de restituição que tivesse sido formalizado antes da resposta do Banco em 2008 que confirmou o pagamento de 1994, não justifica a inobservância do prazo para busca de seu direito e a consequente formalização do pleito de restituição, sobretudo porque, se efetuado o pedido dentro do prazo legal, a decisão administrativa de seu mérito, ao contrário do que supõe o defendente, deveria aguardar o desfecho quanto à dúvida suscitada em relação ao primeiro pagamento. A necessidade de obtenção de certidão negativa de débitos e a pendência de manifestação de instituição bancária acerca da efetividade de pagamento não suspendem ou interrompem o decurso do prazo para pedido de restituição do segundo pagamento, ainda que ambos os pagamentos se refiram ao mesmo débito. Assim, ultrapassado o prazo de cinco anos contados da data do pagamento para formalização do pedido de restituição, não há como reformar a decisão exarada por meio do Despacho Decisório ora questionado. Diante do exposto, o presente VOTO é no sentido de considerar IMPROCEDENTE a manifestação de inconformidade para MANTER o Despacho Decisório exarado pela autoridade da DRF. Cotejandose os fatos e os fundamentos apresentados pela recorrente, com as conclusões do acórdão recorrido, verificase que, a recorrente considerou que, somente após a confirmação pela instituição financeira da autenticação do DARF, estaria autorizada a requerer a restituição do valor que a fiscalização não localizou nos sistemas da Receita Federal. Observase que, a fiscalização não registrou o motivo pelo qual não localizou o DARF, como por exemplo, se havia erro de preenchimento, incorreção do CNPJ, se em valor incorreto. Limitouse a afirmar que o pagamento não foi localizado. Com isso, promoveu à cobrança. Na forma acima, o débito foi liquidado pela recorrente, mediante (novo) pagamento. A DRJ concluiu que não haveria previsão legal para se acolher as alegações da recorrente, como hábeis a suspender ou interromper a prescrição. A situação, portanto, revelouse o que poderia ser chamado de paradoxo. Pois, como requerer a restituição do valor pago, se a instituição arrecadadora negoulhe a autenticidade do documento? Como demonstrar ao Poder Judiciário a veracidade de suas alegações, se estava diante de DARF negado pela instituição financeira que a teria autenticado? Como obter, tempestivamente, a Certidão Negativa de Débitos, já que teria por objetivo a participação em processo de licitação? Nesse caso, não há como se negar que seria imprevisível ou difícil de se prever que, a fiscalização pudesse afirmar que não encontrou DARF devidamente pago pela recorrente e, ainda, que a instituição financeira arrecadadora dissesse que não reconhece sua própria autenticação mecânica ou eletrônica. Houve, portanto, acontecimento externo à vontade da recorrente. Neste caso, caracterizado pela falha, tanto da fiscalização, como da instituição arrecadadora, cuja Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 11 10 consequência foi o transcurso do referido prazo legal de cinco anos para a recorrente requerer a restituição do valor que havia pago, regularmente. Não fosse tais falhas, o crédito tributária teria sido devidamente extinto pelo pagamento do DARF e, portanto, não haveria se falar em pedido de restituição a destempo. Verificase, portanto, que em virtude do fator imprevisibilidade, a recorrente viuse impossibilitada de reaver valor que lhe é devido. Nessa linha, vejase, mais uma vez, os fundamentos justificados pela recorrente: Em seu pedido de restituição de fls. 86 o contribuinte expôs, além dos fatos sobre o DARF não reconhecido e o DARF recolhido, que o seu direito ao pedido de restituição era tempestivo porque a constatação de que o recolhimento efetuado 29/11/2002 era indevido somente se confirmou em 23/09/2008, data em que se tornou definitiva a decisão administrativa confirmadora da autenticidade do DARF, com o consequente encerramento do processo (RIR Decreto 3000/99, art 900, inciso II). Se o contribuinte pedisse a restituição do valor do DARF de 29/11/2002 anteriormente à data de 23/09/2008 da confirmação da autenticidade do DARF de 31/01/1994, a DRF/Taubaté certamente indeferiria o pedido de restituição alegando que o referido valor não era disponível porque foi utilizado na quitação da Divida Ativa da União inscrita sob o n° 80 6 98 00170254. Em seu despacho de 31/05/2011 a digníssima PGFN de Taubaté reativou a Dívida Ativa da União e a cancelou utilizando o valor do DARF recolhido em 31/01/1994, reconhecido como autêntico em 23/09/2008, e somente a partir desta data, ou seja 23/09/2008, o valor recolhido pelo DARF de 29/11/2002 perdeu o seu efeito de quitação da Dívida Ativa da União e, em conseqüência, ficou disponível para o contribuinte a partir da citada data de 23/09/2008. ... se o débito encontravase integralmente quitado conforme atesta o MEM°/PS/N° 157/02, de 29/11/2002, da PGFN de Taubaté, com o"DARF de 29/11/2002, o que ficaria disponível para o contribuinte seria o valor do DARF de 31/01/1994, cuja autenticidade do pagamento foi confirmada "apenas em 23/09/2008", como diz a DRF/TAU/Saort em seu despacho decisório . Diante de tais fatos e das datas em que ocorreram, não há como negar à recorrente o deferimento do pedido de restituição. Pois, não há fundamento para a PGFN reativar o débito que havia sido liquidado com o segundo DARF, de 29/11/2002; reinscrever o débito em Dívida Ativa da União, para em seguida quitálo com o primeiro DARF, pago em 31/01/1994. O débito já havia sido quitado, assim deveria ter sido mantido e, em relação ao DARF de 1994, deveria ter sido declarado o direito da recorrente à restituição. Por todo o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. Rogério Aparecido Gil Relator Fl. 180DF CARF MF Processo nº 10860.210443/9872 Acórdão n.º 1302002.782 S1C3T2 Fl. 12 11 Fl. 181DF CARF MF
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Numero do processo: 10840.904926/2011-07
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
RESSARCIMENTO. PENDÊNCIA JUDICIAL.
É vedado o ressarcimento à pessoa jurídica com processo judicial em que a decisão definitiva a ser proferida pelo Poder Judiciário possa alterar o valor do ressarcimento solicitado.
RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR.
Tendo o saldo credor de IPI do trimestre sido reduzido em decorrência de procedimento fiscal, é este (novo) saldo que deve ser usado para a compensação dos débitos apresentados em Dcomp.
Numero da decisão: 3301-004.478
Decisão: Recurso Voluntário Negado
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por concomitância entre as esferas administrativa e judicial, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
José Henrique Mauri - Presidente Substituto.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Liziane Angelotti Meira- Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques DOliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semiramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Valcir Gassen e José Henrique Mauri (Presidente Substituto).
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
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PENDÊNCIA JUDICIAL. É vedado o ressarcimento à pessoa jurídica com processo judicial em que a decisão definitiva a ser proferida pelo Poder Judiciário possa alterar o valor do ressarcimento solicitado. RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR. Tendo o saldo credor de IPI do trimestre sido reduzido em decorrência de procedimento fiscal, é este (novo) saldo que deve ser usado para a compensação dos débitos apresentados em Dcomp. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por concomitância entre as esferas administrativa e judicial, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) José Henrique Mauri Presidente Substituto. (ASSINADO DIGITALMENTE) Liziane Angelotti Meira Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 90 49 26 /2 01 1- 07 Fl. 291DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 292 2 Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D’Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semiramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Valcir Gassen e José Henrique Mauri (Presidente Substituto). Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório elaborado pela decisão recorrida (fls. 186/202), abaixo transcrito: Tratase de manifestação de inconformidade, apresentada pela requerente, ante Despacho Decisório Eletrônico de autoridade da Delegacia da Receita Federal do Brasil que não homologou a compensação declarada, no valor de R$ 27.592,11, por ser inexistente o crédito utilizado nesta compensação, em decorrência de glosa de créditos considerados indevidos, em procedimento fiscal. O Fisco esclareceu que a ação fiscal, que deu origem ao auto de infração (processo administrativo nº 13603.724419/201174), teve por objeto a verificação de créditos e compensações referentes a diversos pedidos de ressarcimento de créditos de lPI apresentados pelo contribuinte. Relatou que a empresa em comento ingressou com Ação de Rito Ordinário com pedido de Antecipação de Tutela em face da União (Fazenda Nacional) distribuída perante a 6a vara da Justiça Federal de São Paulo em 16/10/2003, sob n° 2003.61.00.0295233, visando o não recolhimento do IPI incidente sobre os produtos destinados à alimentação de cães e gatos fabricados por ela e acondicionados em embalagens com capacidade superior a 10Kg, alegando flagrante ilegalidade e inconstitucionalidade do Decreto n° 4.542/02 e posteriores, que viessem em dissonância ao Decreto Lei n° 400/68. Obtida a tutela antecipada e sentença favorável, o Fisco decidiu proceder ao lançamento para evitar o transcurso do prazo decadencial, já que a empresa não fez o destaque nem escriturou o IPI devido nas saídas em comento. Os valores de IPI não destacados em cada período foram utilizados no procedimento de reconstituição da escrita fiscal do contribuinte, de modo a apurar os verdadeiros saldos devedores e/ou credores que deveriam estar escriturados nos Livros de Registro de Apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados (LAIPI) no período fiscalizado.Os valores de IPI não destacados em cada período foram utilizados no procedimento de reconstituição da escrita fiscal do contribuinte, de modo a apurar os verdadeiros saldos devedores e/ou credores que deveriam estar escriturados nos Livros de Registro de Apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados (LAIPI) no período fiscalizado. Em decorrência do auto de infração, verificouse alterações nos saldos da escrita fiscal, resultando no aparecimento de saldos devedores até então inexistentes ou na redução de saldos credores apurados pelo contribuinte, o que teve influência nos valores de ressarcimento pleiteados. Fl. 292DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 293 3 Regularmente cientificada da nãohomologação da compensação, a empresa apresentou manifestação de inconformidade, encaminhada pelo órgão de origem como tempestiva, na qual, em síntese, fez as seguintes considerações: 1. No que tange a saída de produtos destinados à alimentação de cães e gatos acondicionados em embalagens com capacidade superior a 10Kg, a requerente, a partir do 3o decêndio de outubro/03, buscou autorização judicial para não incidência do IPI sobre esses produtos, face a flagrante ilegalidade e inconstitucionalidade da legislação que o instituiu, qual seja, Decreto n° 4.542/02. Em razão disso, a requerente acumulou saldo credor de IPI, o que lhe permite, a cada trimestre calendário, utilizálo em compensações com débitos de outros tributos federais administrados pela Receita Federal do Brasil. Portanto é legítima a compensação, nos termos autorizados pelo artigo 170 do Código Tributário Nacional, combinado com o artigo 74 da Lei n° 9.430/96, com redação conferida pela Lei n° 10.637/02 e artigo n°. 26 e seguintes da Instrução Normativa SRF n° 600/2005, vigente à época das compensações. Deveria ser, portanto, declarada homologada a compensação dos créditos de IPI que a requerente efetuou com seu débito de COFINS de junho de 2006, vez que possuía saldo credor suficiente. 2. A Delegacia da Receita Federal, em 09/12/2011, lavrou o Auto de Infração e Imposição de Multa Processo Administrativo MPF n° 0611000/00639/11, visando prevenir a decadência do crédito tributário de IPI sobre produtos destinados à alimentação de cães e gatos fabricados pela requerente, acondicionados em embalagens com capacidade superiora 10Kg, sendo assim, imperioso que o julgamento da presente Manifestação de Inconformidade aguarde o julgamento da referida Impugnação Administrativa, pois, certamente a mesma será julgada totalmente procedente, com o conseqüente cancelamento do Auto de Infração e o restabelecimento da Escrita Fiscal, o que ensejará a homologação da presente compensação em sua integralidade. 3. A Ação Ordinária n° 2003.61.00.0295233 em nada poderá alterar os valor pleiteado na presente compensação, vez que, conforme bem demonstrado anteriormente, o saldo credor utilizado pela requerente foi derivado de aquisição de matérias primas, produtos industrializados e materiais de embalagem, nos termos do artigo 11 da Lei n° 9.779/99, não tendo nenhuma pertinência com a referida Ação. É certo que se ao final a Ação Ordinária n° 2003.61.00.0295233 for julgada improcedente, a DRF terá o direito de exigir os valores de IPI não destacados nas Notas Fiscais de saída, motivo pelo qual a legislação prevê a possibilidade de se lavrar o Auto de Infração com a exigibilidade suspensa, com a finalidade de prevenir a decadência. 4. Evidente que a requerente, mediante autorização judicial a qual foi concedida em sede de antecipação de tutela, não deveria proceder ao destaque do IPI em suas Notas Fiscais de saída e por conseqüência, deveria seguir com sua Escrita Fiscal, sob pena de perder o objeto a referida Ação. Totalmente descabida a Fl. 293DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 294 4 pretensão da DRF no sentido de que a Requerente não poderia utilizar os saldos credores apresentados ao final dos trimestres calendários, pois se assim fosse, estaria desconsiderando a decisão judicial que lhe foi concedida. 5. Da mesma forma, resta cristalino que a DRF está descumprindo determinação judicial contida na Ação Ordinária n° 2003.61.00.0295233, qual seja, absterse de exigir da Requerente o IPI sobre alimentação de cães e gatos acondicionados em embalagens acima de dez quilos. 6. Verificase que a compensação procedida pela Requerente está em consonância com a legislação pertinente sobre a matéria, haja vista ser o crédito legítimo. Por fim, solicitou seja recebida e acolhida a Manifestação de Inconformidade apresentada a fim de reformar integralmente o Despacho Decisório proferido nos autos, uma vez que amplamente comprovado que a Requerente possuía crédito de IPI passível de ser compensado e protestou pela produção de todas as demais provas admitidas em direito, inclusive, a oral. Analisada a manifestação de inconformidade, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), julgou improcedente, conforme Acórdão nº 1448.977 8ª Turma da DRJ/RPO, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 01/07/2009 a 30/09/2009 RESSARCIMENTO. PENDÊNCIA JUDICIAL. É vedado o ressarcimento à pessoa jurídica com processo judicial em que a decisão definitiva a ser proferida pelo Poder Judiciário possa alterar o valor do ressarcimento solicitado. RESSARCIMENTO. SALDO CREDOR. Tendo o saldo credor de IPI do trimestre sido reduzido em decorrência de procedimento fiscal, é este (novo) saldo que deve ser usado para a compensação dos débitos apresentados em Dcomp. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Foi apresentado Recurso Voluntário, no qual se alegou, em síntese: · que a Recorrente estava amparada por decisão judicial que autorizava a não incidência do IPI sobre produtos destinados à alimentação de cães e gatos acondicionados em embalagens com capacidade superior a 10 kg; · indevida reconstituição da escrita fiscal em razão da não incidência do IPI sobre produtos destinados à alimentação de cães e gatos acondicionados em embalagens com capacidade superior a 10 kg; · impossível a glosa dos créditos de IPI em razão da mencionada decisão judicial; e Fl. 294DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 295 5 · não incidência de IPI sobre produtos enquadrados na posição 2309.10.00 da TIPI; · inaplicabilidade do art. 20 da IN RFB no 600/2005; · necessidade de julgamento simultâneo ao processo no 0611000/639/11 Posteriormente, a Recorrente junta aos autos a informação de que, após a interposição do Recurso Voluntário, a Ação Anulatória no 0029523662003.4.03.6100 transitou em julgado de forma favorável às suas pretensões. É o relatório. Voto Conselheira Liziane Angelotti Meira O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Quanto ao pedido de de julgamento simultâneo do processo no 0611000/639/11 (na verdade, este é o número do Mandado de Procedimento Fiscal), cumpre anotar que os processos conexos estão sendo julgamos neste mesma sessão, a saber: 13603.724419/201174 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904913/201120 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904915/201119 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904916/201163 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904917/201116 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904918/201152 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904919/201105 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904920/201121 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904921/201176 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904922/201111 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904923/201165 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904924/201118 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904925/201154 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904926/201107 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904927/201143 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904928/201198 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904929/201132 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA 10840.904930/201167 EVIALIS DO BRASIL NUTRICAO ANIMAL LTDA A Recorrente alegou que o fato de possuir tutela antecipada na Ação Ordinária n° 2003.61.00.0295233 lhe garante o não destaque do IPI nas notas fiscais, a não escrituração destes valores no livro de apuração de IPI e o conseqüente saldo credor nele Fl. 295DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 296 6 apurado para ressarcimento, ou seja, que tem o direito líquido e certo ao ressarcimento em discussão. Defende, nesse sentido, inaplicabilidade do art. 20 da IN RFB no 600/2005, e o seu direito de destacar o IPI em suas notas fiscais de saída, em decorrência da ação judicial. Cabe, contudo, colacionar o art. 20 da IN mencionada (que regulava a matéria na época): Art. 20. É vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido. Parágrafo único. Ao requerer o ressarcimento, o representante legal da pessoa jurídica deverá prestar declaração, sob as penas da lei, de que a pessoa jurídica não se encontra na situação mencionada no caput. Importante também transcrever o artigo que exige, mesmo para o caso de decisão judicial definitiva, a habilitação do crédito: Art. 51. Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP, somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. § 1º A habilitação de que trata o caput será obtida mediante pedido do sujeito passivo, formalizado em processo administrativo instruído com: I o formulário Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo V desta Instrução Normativa, devidamente preenchido; II a certidão de inteiro teor do processo expedida pela Justiça Federal; III a cópia do contrato social ou do estatuto da pessoa jurídica acompanhada, conforme o caso, da última alteração contratual em que houve mudança da administração ou da ata da assembléia que elegeu a diretoria; IV cópia dos atos correspondentes aos eventos de cisão, incorporação ou fusão, se for o caso; V a cópia do documento comprobatório da representação legal e do documento de identidade do representante, na hipótese de pedido de habilitação do crédito formulado por representante legal do sujeito passivo; e Fl. 296DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 297 7 VI a procuração conferida por instrumento público ou particular e cópia do documento de identidade do outorgado, na hipótese de pedido de habilitação formulado por mandatário do sujeito passivo. § 2º O pedido de habilitação do crédito será deferido pelo titular da DRF, Derat ou Deinf, mediante a confirmação de que: I o sujeito passivo figura no pólo ativo da ação; II a ação tem por objeto o reconhecimento de crédito relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF; III houve reconhecimento do crédito por decisão judicial transitada em julgado; IV foi formalizado no prazo de 5 anos da data do trânsito em julgado da decisão; e V na hipótese de ação de repetição de indébito, houve a homologação pelo Poder Judiciário da desistência da execução do título judicial ou a comprovação da renúncia à sua execução, bem assim a assunção de todas as custas e os honorários advocatícios referentes ao processo de execução. § 3º Constatada irregularidade ou insuficiência de informações nos documentos a que se referem os incisos I a V do § 1º, o requerente será intimado a regularizar as pendências no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de ciência da intimação. § 4º No prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da protocolização do pedido ou da regularização de pendências de que trata o § 3º, será proferido despacho decisório sobre o pedido de habilitação do crédito. § 5º Será indeferido o pedido de habilitação do crédito nas seguintes hipóteses: I não forem atendidos os requisitos constantes nos incisos I a V do § 2º; ou II as pendências a que se refere o § 3º não forem regularizadas no prazo nele previsto. § 6º O deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica homologação da compensação ou o deferimento do pedido de restituição ou de ressarcimento. Seguimos o entendimento da decisão recorrida de não há qualquer direito ao ressarcimento deferido pela sentença judicial não definitiva. De acordo com o art. 170A do CTN, é defeso efetuar compensações de débitos mediante aproveitamento de tributo objeto de contestação judicial em trâmite, ou seja, ainda não julgado definitivamente. Ou seja, só há crédito oponível à Fazenda Pública com o desfecho em definitivo favorável ao particular da demanda judicial. Fl. 297DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 298 8 Conforme se destacou na decisão recorrida, o direito pretendido com a ação judicial somente será liquido e certo quando a sentença, se favorável ao contribuinte, transitar em julgado e operar seus efeitos. No entanto, este direito, não respaldava o ressarcimento, que era expressamente vedado pelo art. 20 da IN SRF nº 600, de 2005 (disposição idêntica encontrase vigente no art. 42 da IN RFB nº 1717, de 2017). Dessa forma, adotase o entendimento da decisão recorrida de que somente é permitido o ressarcimento do imposto após a utilização dos créditos de IPI escriturados pelo contribuinte na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados, além de ser vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido. Portanto, a matéria discutida na ação judicial altera o valor do saldo de IPI apurado nos trimestres em referência e, consequentemente, correto o procedimento do Fisco que refez a escrita fiscal, incluindo os débitos discutidos judicialmente, para calcular o real saldo (devedor/credor) dos trimestres analisados. Por outro lado, mesmo que se concordasse com a Recorrente, contrariamente a determinação expressa da legislação, que ela poderia utilizar créditos com fulcro em decisão judicial não transitada em julgado, ela estaria sujeita à habilitação do seu crédito, o que não efetuou. O cumprimento dessa obrigação acessória é imprescindível para que o Fisco tenha conhecimento e controle deste crédito e é condição para o exercício do direito de creditamento. Portanto, ainda que se adotasse este entendimento, defendido pela Recorrente o qual não adotamos deveria ser mantida a glosa por falta de habilitação do crédito. Dessarte, mantémse, por seus próprios fundamentos, o entendimento constante da decisão recorrida. Quanto à informação juntada pela Recorrente de que houve trânsito em julgado em seu favor na Ação Anulatória no 0029523662003.4.03.6100, não há efeito direto sobre o presente processo administrativo. Não se pode tratar aqui do mérito levado ao Judiciário, pois, conforme a Súmula nº 1 do CARF, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Diante do exposto, proponho manter integralmente a decisão recorrida e voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Liziane Angelotti Meira Relatora Fl. 298DF CARF MF Processo nº 10840.904926/201107 Acórdão n.º 3301004.478 S3C3T1 Fl. 299 9 Fl. 299DF CARF MF
score : 1.0