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Numero do processo: 10830.917786/2011-48
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004
INCONSTITUCIONLIDADE DO §1º DO ART. 3º DA LEI Nº 9.718/98. BASE DE CÁLCULO DA COFINS
O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que a COFINS deve incidir sobre o faturamento. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, este Conselho deve seguir as decisões proferidas pelo plenário do STF.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. PROCEDÊNCIA.APURAÇÃO DO CRÉDITO. VERDADE MATERIAL
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Havendo prova nos autos que foi recolhido valor a maior do que o devido, deve-se conceder o direito ao creditamento, inclusive na carência de DCTF retificadora, pelo princípio da verdade material.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-004.430
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges, Paulo Antônio Caliendo Velloso Da Silveira, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Flavio de Castro Pontes.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004 INCONSTITUCIONLIDADE DO §1º DO ART. 3º DA LEI Nº 9.718/98. BASE DE CÁLCULO DA COFINS O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que a COFINS deve incidir sobre o faturamento. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, este Conselho deve seguir as decisões proferidas pelo plenário do STF. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. PROCEDÊNCIA.APURAÇÃO DO CRÉDITO. VERDADE MATERIAL Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Havendo prova nos autos que foi recolhido valor a maior do que o devido, deve-se conceder o direito ao creditamento, inclusive na carência de DCTF retificadora, pelo princípio da verdade material. Recurso Voluntário Provido.
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BASE DE CÁLCULO DA COFINS O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que a COFINS deve incidir sobre o faturamento. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, este Conselho deve seguir as decisões proferidas pelo plenário do STF. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. PROCEDÊNCIA.APURAÇÃO DO CRÉDITO. VERDADE MATERIAL Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Havendo prova nos autos que foi recolhido valor a maior do que o devido, devese conceder o direito ao creditamento, inclusive na carência de DCTF retificadora, pelo princípio da verdade material. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 77 86 /2 01 1- 48 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA 2 (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges, Paulo Antônio Caliendo Velloso Da Silveira, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Flavio de Castro Pontes. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10830.917786/201148 Acórdão n.º 3801004.430 S3TE01 Fl. 9 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10830.917786/201148, contra o acórdão nº 0948.362, julgado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Juiz de Fora (DRJ/JFA), na sessão de julgamento de 04 de dezembro de 2013, em que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim os relatou: “O interessado transmitiu o PER/DCOMP nº 23443.88822.050406.1.2.041649, visando a restituição do crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior, código 2172, efetuado em 15/9/2003, e/ou compensação dos débitos nela declarados com o mesmo crédito; A DRF Campinas/SP emitiu Despacho Decisório eletrônico, no qual não reconhece o direito creditório e/ou não homologa as compensações pleiteadas; A empresa apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese que; a) DA FORÇA CONSTITUTIVA DO PERDCOMP. NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO; b) DA LEGITIMIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO. VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS SOBRE DEMAIS RECEITAS. INCONSTITUCIONALIDADE DO §1°, ART. 3º, DA LEI 9.718/98; c) DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. DA INVALIDADE (INEFICÁCIA) DAS DECLARAÇÕES PREENCHIDAS COM BASE NO DISPOSITIVO DECLARADO INCONSTITUCIONAL; d) DA PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO REQUERIDO; e) DO PEDIDO DE DILIGÊNCIA; É o breve relatório.” A DRJ de Juiz de Fora (DRJ/JFA) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Colaciono a ementa do referido julgado: Fl. 68DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA 4 ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. PIS/PASEP COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. CONTROLE DIFUSO. A decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de recurso extraordinário, que reconheceu a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo das contribuições, surte efeitos jurídicos apenas entre as partes envolvidas no processo, eis que proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade, não produzindo efeitos erga omnes, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com improcedência de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em que expõe: 1 Pela inconstitucionalidade do 1º, do art. 3º da Lei nº 9.718/98, julgada em regime de repercussão geral, RE 585.235MG, deve ser reconhecido o crédito de COFINS, conforme art. 62A do Regimento Interno do CARF; 2 Desnecessidade de retificação da DCTF para o reconhecimento do crédito, entendendo ser a DCOMP instrumento hábil para constituição de crédito; 3 Comprovação do direito a crédito pela apuração de crédito baseada na cópia da ficha razão com o registro e outras receitas e cópia da ficha razão da conta de tributos a recolher. É o sucinto relatório. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10830.917786/201148 Acórdão n.º 3801004.430 S3TE01 Fl. 10 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Inconstitucionalidade do parágrafo 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Base de cálculo da Cofins O direito a creditamento pleiteado está consubstanciado na inconstitucionalidade do parágrafo 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, pelo Plenário do STF, ao ampliar o conceito de receitas para envolver todas as receitas auferidas pela empresa, sem a observação do tipo de atividades ou a classificação destas. “.(...) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1ºdo artigo 3º da Lei nº9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada.” (Recurso Extraordinário nº 358.273, Rel. Min. Marco Aurélio)” Não há dúvida sobre o direito a crédito decorrente da inconstitucionalidade do parágrafo 1º do art. 3ª da Lei nº 9.718/98, devendo ser aplicado o entendimento da Suprema Corte por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, na redação dada recentemente pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010: Fl. 70DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA 6 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelo artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B.} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. (grifos e destaques nossos) Nestes termos, entendo que assiste razão ao contribuinte, devendo ser reconhecido o crédito de COFINS pelo recolhimento a maior da contribuição durante a vigência do parágrafo 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 cuja inconstitucionalidade restou reconhecida pelo Pleno do STF. Da comprovação do crédito e da prescindibilidade da retificadora A controvérsia do caso reside no fato de o contribuinte ter realizado pedido de compensação/restituição sem ter feito retificadora da DCTF. No Conselho, dentro do procedimento de compensação, a declaração retificadora seria o instrumento de apuração de direito líquido e certo do contribuinte, devendo ser realizada anteriormente ao pedido de compensação. Não obstante ao apontado, existe a predominância do entendimento de que a DCTF retificadora poderá ser apresentada após o despacho decisório de negou o crédito, desde que sejam apresentados documentos contábeis suficientes, como os apresentados à fl. 23/27, para comprovar que o crédito alegado na PERDCOMP e a correção da DCTF de fato transparecem o direito. A exigência apontada é reflexo dos julgamentos das turmas do Conselho. Esse entendimento nada mais é que a primazia da verdade material em detrimento da forma e procedimento. Isto é, uma vez exigida a juntada de documentação contábil que comprove o valor lançado de DCTF retificadora como crédito, abrese à discussão da matéria de fato, entendose que a contabilidade da empresa possui força probatória para a constituição de direito creditório, superior a mera declaração deste. Uma vez comprovado, pela contabilidade da empresa, o recolhimento da COFINS com inclusão de todas as receitas auferidas pela empresa na base de cálculo por exigência legal e que, pela posterior extinção desta exigência, a empresa teria direito a crédito, resta comprovada a prescindibilidade da apresentação da DCTF retificadora por ter o contribuinte apresentado documentação contábil condizente ao direito pretendido. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10830.917786/201148 Acórdão n.º 3801004.430 S3TE01 Fl. 11 7 Possuo o entendimento que o julgamento exige o claro convencimento sobre a liquidez e certeza da existência do crédito, sendo que a ausência de documentos suficientes para a declaração de sua certeza exige a realização de diligências. Nas situações onde o direito de crédito é certo, sendo necessária tão somente a apuração de sua liquidez entendo que é possível o provimento do pedido, com a subseqüente liquidação posterior pela autoridade fiscal. Entendo que deve ser dado provimento ao presente recurso voluntário, devendo ser homologada a PerDcomp de fl. 31/33, com a sua apuração pela Delegacia de Origem. É importante consignar que compete a autoridade administrativa, com base na escrita fiscal e contábil, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. Em face do exposto, encaminho o voto para DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, devendo a liquidez do crédito ser apurada pela Delegacia de Origem. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 10/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 04/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13807.006666/2001-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/1995 a 31/12/1996
Ementa:
Para caracterizar a desistência do recurso, deverá ser comprovado que o sujeito passivo buscou o parcelamento dos débitos contidos no processo em julgamento.
Numero da decisão: 3402-002.518
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos de declaração para sanar a omissão apontada pelo embargante.
(assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca, Pedro Souza Bispo e Fenelon Moscoso de Almeida.
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/1995 a 31/12/1996 Ementa: Para caracterizar a desistência do recurso, deverá ser comprovado que o sujeito passivo buscou o parcelamento dos débitos contidos no processo em julgamento.
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos de declaração para sanar a omissão apontada pelo embargante. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca, Pedro Souza Bispo e Fenelon Moscoso de Almeida. Relatório Os autos cuidam do lançamento tributário do PIS referente aos fatos geradores ocorridos entre 07/1995 e 10/1996. A autoridade fiscal, após seu trabalho de campo, identificou diferenças da exação que não foram declaradas em DCTF. Diante do fato lavrou o auto de infração para constituir os respectivos créditos tributários. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 66 66 /2 00 1- 27 Fl. 427DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 2 Inconformado com a autuação, o sujeito passivo apresentou impugnação, onde alegou preliminarmente a decadência, na forma do artigo 173 do CTN. No mérito, contestou o critério adotado pelo fisco que desconsiderou a regra da semestralidade para fundamentar o auto de infração. Reclamou da adoção da taxa Selic como índice de correção dos juros de mora e da multa de oficio no percentual de 75%. Por fim, afirmou ser optante do Refis e que consolidou todas suas dividas e ocorrências que têm conhecimento com o fim de se manter adimplente com o Poder Tributante. A 3ª Turma de Julgamento da DRJ Campinas (SP) julgou improcedente a impugnação, nos termos do Acórdão nº 6.866, cuja ementa abaixo reproduzo: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 31/07/1995 a 31/12/1996 Ementa: DECADÊNCIA. O PIS é contribuição destinada a Seguridade Social e, como tal, tem o prazo decadencial de dez anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte em que o credito poderia ter sido constituído. LEI COMPLEMENTAR 7/70 — BASE DE CÁLCULO — FATO GERADOR. A base de cálculo vinculase ao fato tributário para que surja a obrigação tributaria. Aquela há de retratar, em valores, a real dimensão do fato gerador, pelo que o art. 6º da Lei Complementar 7, de 1970, veicula norma sobre prazo de recolhimento e não regra especial sobre base de cálculo retroativa da referida contribuição ao PIS, conforme parecer PGFN/CAT/n° 437, de 1998, aprovado pelo Ministério da Fazenda. JUROS DE MORA — TAXA SELIC É cabível, Por expressa disposição legal, a exigência de juros de mora em porcentual superior a 1%. A partir de 01/01/1995 os juros de mora serão equivalentes a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custodia SELIC. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE RECOLHIMENTO. Constatada pela autoridade fiscal de recolhimento do valores exigíveis, de acordo com a legislação pertinente, faz necessário o lançamento para cobrança dos montantes apurados, com acréscimos legais e multa de oficio. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre ao quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo ate sua definição final. CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. A fase litigiosa do procedimento administrativo somente se instaura com a impugnação do sujeito passivo ao lançamento já formalizado. Tendo sido regulamente oferecida, e amplamente exercida pela autuada, esta oportunidade de defesa, restam descaracterizar alegações de cerceamento de direito. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 13807.006666/200127 Acórdão n.º 3402002.518 S3C4T2 Fl. 126 3 Inconformado com a decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário ao CARF valendose dos mesmos argumentos apresentados na impugnação. A 4ª Câmara do antigo 2º Conselho de Contribuintes julgou procedente em parte o recurso voluntário para declarar a decadência do crédito tributário referente aos períodos de apuração anteriores a junho de 2006, nos termos do Acórdão nº 20403118, de 07/04/2008. A Procuradoria da Fazenda Nacional opôs embargos de declaração sob o fundamento de omissão da matéria referente a inclusão dos débitos discutidos neste processo no programa de parcelamento REFIS. Os embargos foram julgados em 06 de abril de 2011 e o julgamento foi convertido em diligência para apurar se os débitos confessados pelo recorrente no REFIS são os mesmos que foram constituídos no auto de infração objeto desta lide. Os autos retornaram da diligência com a informação solicitada. É o relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator. O recurso foi apresentado com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Conforme já dito, aquele Colegiado converteu o julgamento em diligência, em sede de embargos, para verificação dos débitos incluídos no REFIS. Ressalto que a matéria em lide diz respeito apenas sobre a possibilidade de ser decretada a desistência do recurso, por ter o sujeito passivo optado por um parcelamento, ou a manutenção da decisão já proferida no acórdão do antigo Segundo Conselho. Digo isso, pelo princípio da congruência, a lide está restrita ao recurso apresentado pela parte, no caso, um embargo de declaração para pronunciamento acerca da inclusão de débitos no REFIS. Feita essa ressalva, retorno ao resultado da diligência. Nos termos do documentos de fls. 421/423, numeração digital, nenhum dos débitos objeto do lançamento discutido nestes autos foram consolidados no REFIS. Logo, não resta configurada a desistência do recurso. Forte nestes breves argumentos, ratifico a decisão proferida no Acórdão 3402001.058, de 06 de abril de 2011, para sanar a omissão apontada pela PGFN e afirmar que não houve a desistência do recurso voluntário, uma vez que os débitos constituídos nestes autos não foram consolidados no REFIS. Sala das Sessões, em 15/10/2014 Fl. 429DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 4 Gilson Macedo Rosenburg Filho. Fl. 430DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 10783.720618/2010-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/01/2010
NULIDADE. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. INEXISTÊNCIA.
Sendo a prova trazida na autuação, permitindo a defesa, não há nulidade processual. A insuficiência probatória não se relaciona à nulidade, mas a eventual insubsistência da autuação.
NULIDADE. INDEFERIMENTO PERÍCIAS E DILIGÊNCIAS DESCABIMENTO - É descabida a decretação de nulidade de decisão que denegou o pedido de diligência, posto que tal indeferimento ou deferimento do pedido de realização de perícia ou diligência depende do livre convencimento da autoridade julgadora, nos termos da processualística fiscal, sobretudo quando os autos estão a demonstrar a sua prescindibilidade.
DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO CONVERTIDA EM MULTA.
Considera-se dano ao Erário a interposição fraudulenta na operação de importação, quando a escrita contábil não serve para comprovação da origem dos recursos, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas
APLICAÇÃO DAS MULTAS DE CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO E POR CEDER O NOME COM VISTAS AO ACOBERTAMENTO DE SEUS REAIS INTERVENIENTES OU BENEFICIÁRIOS. CABIMENTO DA CUMULATIVIDADE.
A Lei n.º 11.488/2007, art. 33, atribuiu penalidade pecuniária dirigida diretamente àquele que cedeu o seu nome para acobertar a operação de comércio exterior de terceiros, não se tratando, pois, de abrandamento de uma penalidade para determinada infração, mas a introdução da aplicação de uma penalidade pecuniária diretamente sobre o agente da ação, independentemente da aplicação da pena de perdimento da mercadoria (ou multa caso a mesma não seja localizada ou tenha sido consumida), não se falando, portanto, de retroação mais benigna de lei.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-002.762
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento parcial para reduzir a multa para o percentual de 10%.
(Assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (Vice-Presidente); Fabíola Cassiano Keramidas, , Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
Nome do relator: MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Período de apuração: 01/01/2009 a 31/01/2010 NULIDADE. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. INEXISTÊNCIA. Sendo a prova trazida na autuação, permitindo a defesa, não há nulidade processual. A insuficiência probatória não se relaciona à nulidade, mas a eventual insubsistência da autuação. NULIDADE. INDEFERIMENTO PERÍCIAS E DILIGÊNCIAS DESCABIMENTO - É descabida a decretação de nulidade de decisão que denegou o pedido de diligência, posto que tal indeferimento ou deferimento do pedido de realização de perícia ou diligência depende do livre convencimento da autoridade julgadora, nos termos da processualística fiscal, sobretudo quando os autos estão a demonstrar a sua prescindibilidade. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO CONVERTIDA EM MULTA. Considera-se dano ao Erário a interposição fraudulenta na operação de importação, quando a escrita contábil não serve para comprovação da origem dos recursos, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas APLICAÇÃO DAS MULTAS DE CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO E POR CEDER O NOME COM VISTAS AO ACOBERTAMENTO DE SEUS REAIS INTERVENIENTES OU BENEFICIÁRIOS. CABIMENTO DA CUMULATIVIDADE. A Lei n.º 11.488/2007, art. 33, atribuiu penalidade pecuniária dirigida diretamente àquele que cedeu o seu nome para acobertar a operação de comércio exterior de terceiros, não se tratando, pois, de abrandamento de uma penalidade para determinada infração, mas a introdução da aplicação de uma penalidade pecuniária diretamente sobre o agente da ação, independentemente da aplicação da pena de perdimento da mercadoria (ou multa caso a mesma não seja localizada ou tenha sido consumida), não se falando, portanto, de retroação mais benigna de lei. Recurso Voluntário Negado.
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INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. INEXISTÊNCIA. Sendo a prova trazida na autuação, permitindo a defesa, não há nulidade processual. A insuficiência probatória não se relaciona à nulidade, mas a eventual insubsistência da autuação. NULIDADE. INDEFERIMENTO PERÍCIAS E DILIGÊNCIAS DESCABIMENTO É descabida a decretação de nulidade de decisão que denegou o pedido de diligência, posto que tal indeferimento ou deferimento do pedido de realização de perícia ou diligência depende do livre convencimento da autoridade julgadora, nos termos da processualística fiscal, sobretudo quando os autos estão a demonstrar a sua prescindibilidade. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO CONVERTIDA EM MULTA. Considerase dano ao Erário a interposição fraudulenta na operação de importação, quando a escrita contábil não serve para comprovação da origem dos recursos, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas APLICAÇÃO DAS MULTAS DE CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO E POR CEDER O NOME COM VISTAS AO ACOBERTAMENTO DE SEUS REAIS INTERVENIENTES OU BENEFICIÁRIOS. CABIMENTO DA CUMULATIVIDADE. A Lei n.º 11.488/2007, art. 33, atribuiu penalidade pecuniária dirigida diretamente àquele que cedeu o seu nome para acobertar a operação de comércio exterior de terceiros, não se tratando, pois, de abrandamento de uma penalidade para determinada infração, mas a introdução da aplicação de uma penalidade pecuniária diretamente sobre o agente da ação, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 06 18 /2 01 0- 63 Fl. 5749DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 2 independentemente da aplicação da pena de perdimento da mercadoria (ou multa caso a mesma não seja localizada ou tenha sido consumida), não se falando, portanto, de retroação mais benigna de lei. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento parcial para reduzir a multa para o percentual de 10%. (Assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (Assinado digitalmente) MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ – Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (VicePresidente); Fabíola Cassiano Keramidas, , Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte UM INSTRUMENTOS LTDA, CNPJ 01.973.719/000171. O recurso voluntário visa desconstituir a decisão proferida em 04 de abril de 2012 pela Autoridade Julgadora de 1ª Instância Administrativa, por meio do Acórdão nº 37 28.059 1a Turma da DRJ/FNS, cujos membros, por unanimidade de votos, julgaram improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido, nos termos do relatório e voto que integrou o julgado, consoante se demonstra pela ementa a seguir transcrita: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2009 a 31/01/2010 DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO CONVERTIDA EM MULTA. Considerase dano ao Erário a interposição fraudulenta na operação de importação, quando a escrita contábil não serve para comprovação da origem dos recursos, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas APLICAÇÃO DAS MULTAS DE CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO E POR CEDER O NOME COM VISTAS AO Fl. 5750DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.740 3 ACOBERTAMENTO DE SEUS REAIS INTERVENIENTES OU BENEFICIÁRIOS. CABIMENTO DA CUMULATIVIDADE. A Lei n.º 11.488/2007, art. 33, atribuiu penalidade pecuniária dirigida diretamente àquele que cedeu o seu nome para acobertar a operação de comércio exterior de terceiros, não se tratando, pois, de abrandamento de uma penalidade para determinada infração, mas a introdução da aplicação de uma penalidade pecuniária diretamente sobre o agente da ação, independentemente da aplicação da pena de perdimento da mercadoria (ou multa caso a mesma não seja localizada ou tenha sido consumida), não se falando, portanto, de retroação mais benigna de lei. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Na origem trata do auto de infração de efls. 02/53, lavrado para a exigência da multa prevista no art. 23, § 3.°, do DecretoLei n.° 1.455/76, com redação dada pela Lei n.° 10.637/2002, no valor de RS 8.785.206,02. Transcrevese do Acórdão recorrido os argumentos e citações dos elementos de prova trazidos pela fiscalização que sustentaram a autuação: “1) A autuada foi incluída em procedimento especial de fiscalização nos termos da IN SRF n.º 228/2002, onde foi constatada a prática das infrações identificadas como interposição fraudulenta e utilização de documentos ideologicamente falsos nas importações realizadas através das DI’s relacionadas às fls. 04/06, todas registradas no período de 13/01/2009 a 26/01/2010. 2) A DI n.º 08/17413655 foi alvo de fiscalização, onde a importadora foi intimada a prestar esclarecimentos conforme intimação de fls. 87/88, tendo respondido às fls.123/128. Segundo a fiscalização estas informações não foram satisfatórias, o que originou o processo de perdimento de mercadorias n.º 12466.001041/201013.Alega a autoridade fiscal que nesse processo foram verificadas diversas irregularidades como a manipulação de preços e ocultação do real exportador. 3) Foi constatado que a empresa exportadora B. Brothers Cop. e a consolidadora Flier International cargo tiveram como sócio diretor o Sr. Marcelo Haddad que é sócio fundador da empresa Um Instrumentos, juntamente com sua mãe, sra. Urânia Elias Haddad (fls. 742/781). 4) De 2005 a 2009 a autuada importou por conta própria, conforme tabela às fls. 07, o montante de U$14.772.052,30, de mercadorias de diversas NCM's. Para assumir comércio de itens tão variados a autuada deveria possuir um departamento de vendas, que não possuía. Além disto, esta variedade de mercadorias é um indício da atuação de mais de um comprador especialista, que aponta para a interposição fraudulenta de Fl. 5751DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 4 terceiros. Também o fato de que um único exportador é responsável por 95% dos processos. 5) Cita outro processo administrativo de n.° 12466.002712/201055 onde foram apuradas irregularidades com o fornecedor HR Corporation, no qual foi demonstrado que a autuada nunca importou as mercadorias. 6) Demonstra a fiscalização que 91,8% das importações tiveram como exportador a empresa B. Brothers. Relata que essa empresa foi constituída inicialmente por Marcelo Haddad, tendo como diretora a esposa Sandra Maria Mora Luciano, e posteriormente substituído por Carlos Leonardo Barros. A empresa Flier teve como sóciodiretor Marcelo Haddad e foi transferida à Carlos Leonardo Barros. 7) Durante a fiscalização a autuada foi intimada a prestar esclarecimentos acerca do exportador e dos preços praticados, tendo respondido de forma não satisfatória (fls. 123/128). A fiscalização também demonstra às fls. 13 os valores importados nos anos de 1998 a 2009. Também conclui que havia vinculação entre exportador e importador. 8) Segue relatando as operações de importação por parte da Um Instrumentos, envolvendo o exportador, o consolidador estrangeiro e a captação por parte de Marcelo Haddad de pessoas físicas e jurídicas interessadas em adquirir mercadorias estrangeiras. 9) Para demonstrar os procedimentos adotados pela importadora, a fiscalização indica alguns documentos que demonstram a interposição e subfaturamento. São eles: DI 00/11608719 (fls. 806/817): indicação de outra empresa no "Notify Party" no BL; Contrato de Câmbio 05/003833 (fls. 812/817): contempla o pagamento de DI de 2000, demonstrando a despreocupação com quanto ao cumprimento de prazo de pagamento; DI's 05/00405497, 05/01780054, 05/02335771 e 05/032887436 (fls. 818/874): as mercadorias foram compradas no exterior pela empresa National Diamond, conforme faturas e as notas fiscais de venda; DI 06/08320301 (fls. 911/923): tratado em outro processo, consta segunda versão da fatura para contratação de câmbio; DI 06/13139091 (fls. 924/968): a fatura verdadeira indica outra importadora; DI 06/13678057 (fls. 969/1005): tratado em outro processo foi constatado os reais interessados nas importações; DI 05/09652586 (fls. 901/910): idem à DI anterior; DI 09/09281364:foi constatada a existência de duas versões da fatura. 10) A fiscalização relata o início da ação fiscalizatória, a visita na sede da empresa, as intimações feitas para apresentação de documentos e o estado precário que os mesmos se encontravam arquivados, a inclusão da empresa no procedimento especial de fiscalização, indicando que as infrações foram demonstradas nos processos n.°s 12466.002712/201055, 12466.001041/201013, 12466.1042/201050, 12466.001043/201002 e 12466.000634/201054. 11) Da não comprovação da condição financeira para atuar no comércio exterior: a fiscalização traz informações fiscais Fl. 5752DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.741 5 elaboradas em 05/04/2007 e 31/07/2007 (fls.705/706 e 714/716) nos procedimentos fiscais para revisão de habilitação, onde foram constatados a insuficiência da escrituração contábil e a divergência dela com os dados apresentados nas DIPJ’s. Apresenta um quadro às fls. 27 com os dados constantes das DIPJ’s dos anoscalendário de 1998 a 2007. Alega que a contribuinte apresentou um livro diário de 2005 escriturado de forma manual, com valores totais, imprestável para verificação contábil (fls. 182/218). Em abril/2010 a autuada apresentou alguns livros contábeis, também com valores totais, sem identificação da origem, imprestável para análise da condição financeira (fls. 219/491). Não há registro individualizado das vendas, de DI, pagamento de câmbio, origem dos valores, etc... Por não ter sido comprovada a sua condição financeira e a origem dos valores envolvidos no comércio exterior, a empresa foi incluída no procedimento especial de fiscalização da IN SRF n.º 228/202. 12) Relata a fiscalização sobre a obrigatoriedade da escrituração contábil e dos livros obrigatórios que as pessoas jurídicas devem manter e que no entanto a autuada apresentou livros diários com valores totais, sem indicação de livros auxiliares, com movimentações incompatíveis com as DIPJ’s apresentadas. Destaca alguns saldos registrados no final de cada ano num quadro demonstrativo às fls. 33/34. Como os livros não estão escriturados com observância da legislação própria, os mesmo não foram considerados hábeis para comprovação da condição financeira da autuada. 13) Sujeição passiva: a empresa UM Instrumentos, comanda pelo seu sócio Marcelo Haddad simulou operações de comércio exterior, registrando a empresa B. Brothers, também comandada por Marcelo Haddad, como exportadora, quando as mercadorias foram compradas de outras diversas empresas. A UM Instrumentos assumiu a responsabilidade registrando as DI’s e Marcelo Haddad foi quem comprou as mercadorias no exterior, o principal interessado e portanto responsável pela internação das mercadorias em território nacional. São, portanto, responsáveis nos termos dos arts. 121, 124, 136, do CTN, e 603 do Regulamento Aduaneiro. 14) A fiscalização faz um resumo dos procedimentos adotados pela importadora, juntamente com a exportadora e consolidadora estrangeira. Cita algumas DI's para demonstrar a variedade de mercadorias importadas e a forma de atuação da autuada (fls. 43/46). Referese também a existência de códigos vinculados aos números das faturas, identificando os diversos processos registrados. 15) Infração 1: "ocultação do sujeito passivo, do comprador ou do responsável pela operação de comércio exterior, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta." DecretoLei n.° 1.455/76, art. 23, V, §§ 1.° e 2.°; Lei n.° 4.502/64, art. 72. A empresa declarada como exportadora (B.Brothers) é interposta pessoa jurídica no exterior, que é Fl. 5753DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 6 controlada pelo mesmo sócio da Um Instrumentos, Sr. Marcelo Haddad, que é quem compra ou manda comprar as mercadorias no exterior. As mercadorias são encaminhadas à empresa Flier que consolida e providencia o embarque para o Brasil, ocultando os reais exportadores. Com o esquema montado, as empresas se aproveitam do subfaturamento e do não recolhimento de impostos. O contribuinte não comprovou a sua condição financeira e a origem dos valores envolvidos no comércio exterior. Seus argumentos não foram comprovados documentalmente. Os livros apresentados estão contabilizados pelos totais, sem observância da legislação própria, não discriminando a movimentação contábil, incorrendo na interposição fraudulenta em relação ao real importador da mercadorias (art. 618, § 5.°, Decreto n.° 4.5453/2002). Relaciona os valores aduaneiros correspondentes às DI’s do ano de 2008 às fls. 52/54.. 16) Infração 2: "falsificação ou adulteração de documento necessário ao embarque ou desembarque de mercadoria estrangeira." DecretoLei n.° 37/66, art. 105, VI.Conforme demonstrado, as operações de importação são simuladas pois omitem os reais vendedores (exportadores) e os documentos utilizados são material ou ideologicamente falsos, já que declaram que a exportadora era a empresa B.Brothers e com valores inferiores ao realmente praticados. A infração descrita motiva a aplicação da pena de perdimento.” A contribuinte foi cientificada do lançamento em 24/01/2011, por meio da Comunicação nº 006, de efl 3478, consoante se demonstra Aviso de Recebimento –AR de efl 3479 e o responsável tributário foi cientificado em 21/01/2011, por meio do Comunicado SECAT/Vitória nº 007, consoante se constata pelo Aviso de Recebimento –AR de efl 3481. O Responsável Tributário não apresentou impugnação, tendo sido, então, lavrado o Termo de Revelia de efl. 3876. A contribuinte UM INSTRUMENTOS LTDA apresentou a impugnação de e fls 3486/3559, a qual foi postada em 21/02/2011, consoante se detecta pelo o envelope de efl. 3560, apresentando seus argumentos de defesa segundo os itens a seguir destacados: “ITEMPESTIVIDADE II OS FUNDAMENTOS DA AUTUAÇÃO III. PRELIMINARES 111. 1 O CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA 111. 2 AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DAS IRREGULARIDADES SUPOSTAMENTE PRATICADAS NOS PROCESSOS DE IMPORTAÇÃO III. 3 A PROVA EMPRESTADA E A IMPOSSIBILIDADE DE SE ESTENDER CONCLUSÕES A TODAS AS IMPORTAÇÕES DO CONTRIBUINTE IVMÉRITO A INEXISTÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA Fl. 5754DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.742 7 IV.1 A OFENSA AO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL E A CAPACIDADE FINANCEIRA DO AUTUADO E A BOAFE DA IMPUGNANTE IV. 2 A AUSÊNCIA DE OCULTAÇÃO DOS REAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES IV. 3 AUSÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS MATERIAL OU IDEOLOGICAMENTE FALSOS IV. 4 A LEI N.° 11.488/2007 E A MULTA DE 10% V O PEDIDO” Ao encaminhar o processo para a Delegacia de Julgamento, o agente responsável proferiu o seguinte Despacho de efl 3877: “DESPACHO DE ENCAMINHAMENTO O contribuinte principal apresentou impugnação tempestiva, já o solidário não apresentou sendo lavrado Termo de Revelia.Isto posto, envio para julgamento..” Em face da tentativa frustrada de cientificar a contribuinte do Acórdão proferido pela DRJ pela via postal (Intimação nº 048/2012 e AR , efl. 3896 a 3898), foi a mesma cientificada do Acórdão por meio de Edital nº 084/2012, de efl 3899, afixado em 14 de maio de 2012. Em 25 de junho de 2012, a contribuinte interpôs recurso voluntário de efls 3900/4001, cujos argumentos estão distribuídos nos itens abaixo transcritos: “I – OS FUNDAMENTOS DA AUTUAÇÃO E A DECISÃO RECORRIDA III – AS RAZÕES DE REFORMA DA DECISÃO PRELIMINARES III.1. UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. FATO INCONTROVERSO. NULIDADE DO LANÇAMENTO QUE SE IMPÕE. III.2. – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA: AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DAS IRREGULARIDADES SUPOSTAMENTE PRATICADAS NOS PROCESSOS DE IMPORTAÇÃO III.3. – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA E VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL: AUSÊNCIA DA ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA E INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE DILIGÊNCIA MÉRITO III.3. – A IMPROPRIEDADE DA ALEGAÇÃO DA INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA III.4 – A MULTA PREVISTA NO ART. 33 DA LEI Nº 1488/2007 Fl. 5755DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 8 IV PEDIDO A este foi apensado o processo nº 10783.720619/201016, conforme Termo de Apensação, data de emissão de 05/01/2011, atinente à representação Fiscal para fins penais. Na forma regimental, o processo foi a mim distribuído. É o relatório. Voto Conselheira MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ O recurso voluntário da contribuinte é tempestivo. E atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. Para melhor clareza dos preceitos que conduzirão à decisão que será tomada no presente voto, é oportuno que se faça uma breve digressão em torno dos fatos que deram origem à presunção legal que fundamenta exigência fiscal ora combatida, consoante se extrai dos autos: Pois bem, a empresa Um Instrumentos que se encontrava habilitada para operar no comércio exterior (habilitação provisória), desde 14/03/03, solicitou, em 11/07/05, a revisão de seus limites no RADAR da Alfândega, por meio do processo n.° 12466.002553/200521,tendo sido em decorrência de tal solicitação, bem como em face dos indícios levantados na ação fiscal relacionada com a DI – 08/17413655 (fls. 86 a 121), emitido, inicialmente, o MPF de diligência 07276002009009656 (fl. 66), DE 29 DE NOVEMBRO DE 2009, PARA Revisão de Habilitação. Em 05/04/2007, na análise do requerimento informa o agente fiscal que foi constatado que a empresa vinha operando em limites muito superiores não só aos modestos US$ 19,800.00 semestrais, para os quais estava habilitada, como também aos novos valores propostos nos anexos à IN 455/2004. No decorrer do procedimento inicial, foram efetuadas diligências levada a efeito na sede social da empresa,na sede social de outra empresa do mesmo grupo, bem como em outros dois estabelecimentos das empresas INTEGRAL SERVIÇOS ADUANEIROS E LOGISTICA LTDA CNPJ 00.679.715/000112 e do escritório da Rua Alberto de Oliveira Santos nº 59 – Sala 1106 – Edifício Ricamar – Centro – Vitória/ES, este último estava sendo utilizado como estabelecimento da empresa UM LOG TRANSPORTES E LOGÍSTICA LTDA – CNPJ 08.762.884/000123, promovendo despachos aduaneiros no interesse da empresa UM INSTRUMENTOS. Em tais diligências foram retidos diversos documentos vinculados aos seus negócios, bem como solicitados esclarecimentos e documentação visando à análise e verificação de sua condição financeira e teria sido constatada, segundo relata o agente fiscal, a ausência de livros fiscais obrigatórios e a suposta falta de organização de seus documentos; Tendo sido caracterizada a desistência da requerente em face ao não atendimento da Portaria ALF/PTO/VTA 160/2006, tal processo foi 12466.002553/200521 foi arquivado, em 14/10/2011 , na Alfândega do Porto de Vitória/ES, conforme consta relatado à fl. 24 . Fl. 5756DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.743 9 Diante de tal quadro, em 29 de janeiro de 2010, a empresa foi incluída em procedimentos especiais de fiscalização, nos termos da IN SRF 228/02 , por meio do MPF 07276002010000446 (fl.67), abrangendo os períodos de apuração de 2005 a 2009. Em conseqüência desse procedimento fiscal, o agente efetuou diversas autuações, por entender ter ocorrido, de forma continuada, a pratica das infrações identificadas como interposição fraudulenta e utilização de documentos ideologicamente falsos ,em diferentes Processos Administrativos Fiscais que seguem relacionados, com as informações relatadas nos autos, sendo acrescidos de informações sobre a localização de cada um dos processos , consoante pesquisa no COMPROT, tendo em vista que alguns dos processos não se encontram inseridos no eprocesso: i. 12466.000634/201054 – Não localizado no eprocesso; ; protocolado em 15/03/2010. COMPROT: ARQUIVO ALF. VITÓRIA, EM 25/03/2014 ii. 12466.001041/201013 – – AI MULDI Pena Perdimento.Não localizado no eprocesso; protocolado em 04/05/2010. COMPROT : SEORT ALF VITÓRIA, EM 02/05/2013. iii. )12466.001043/201002 AI MULDI Pena Perdimento. Não localizado no eprocesso; protocolado em 04/05/2010. COMPROT :ARQ. ALF. PORTO VITÓRIA, EM 24/04/2013. iv. 12466.001042/201050, AI MULDI Pena Perdimento. Não localizado no eprocesso; protocolado em 04/05/2010. COMPROT: ARQ. ALF. VÍTÓRIA, EM 25/03/2014 v. 12466.002712/201055 – AI MULDI, protocolado em 04/10/2010, MPF 07276002010004441.COMPROT: CARF, EM 27/05/2011 vi. 10783720562/201047 – AI MULDI protocolado em 10/12/2010. MPF 07276002010000446 COMPROT: CARF, EM 06/06/2012 vii. 10783720.470/201067 – (FL 43) AI MULDI, protocolado em 18/11/2010 . PA: 2005. MPF 0727600 2010000446 . Distribuído para esta Conselheira, para RELATAR. viii. 10783720583/201062 – AI MULDI, protocolado em 15/12/2010. PA: 2007. MPF 07276002010000446. Julgado por esta Turma em ABRIL 2014, ACÓRDÃO 3302002.583, para declarar nulo o Acórdão nº 37 28.057 1a Turma da DRJ/FNS que não analisou a tempestividade argüida. Em retorno a este CARF foi emitido Acórdão nº 3302002.760, de 11/11/2014, cujos Fl. 5757DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 10 membros, por unanimidade, negaram provimento ao recurso voluntário, para declarar intempestiva a petição apresentada contra o Auto de Infração. ix. 10783720605/201094 AI MULDI, protocolado em . 24/12/2010. PA: 2008. MPF 07276002010000446 . Distribuído para esta Conselheira, para RELATAR. O Presente processo nº 10783.720618/201063, referese à AI MULDI, protocolado em 24/12/2010, período de apuração: 01/01/2009 a 31/01/2010, cujo procedimento foi respaldado nos seguintes Mandados de Procedimentos Fiscais: 1) 07276002009009656 (sustentou a diligência para verificação de documentos) (fl. 66), 2) 07276002010000446 (incluiu a empresa UM INSTRUMENTOS em procedimentos especiais de fiscalização) (fl. 67) e 3) 07276002010007610 (sustenta os procedimentos do registro e formalização deste auto de infração) (fl. 68) As infrações que embasaram a autuação foram: 1) Infração 1: “ocultação do sujeito passivo, do comprador ou do responsável pela operação de comércio exterior, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta.” Decreto Lei n.º 1.455/76, art. 23, V, §§ 1.º e 2.º; Lei n.º 4.502/64, art. 72. 1 Segundo relato fiscal, a contribuinte não teria comprovado a sua condição financeira e a origem dos valores envolvidos no comércio exterior, estando configurada a interposição fraudulenta legalmente presumida; Os livros apresentados estão contabilizados pelos totais, sem observância da legislação própria, não discriminando a movimentação contábil, incorrendo na interposição fraudulenta em relação ao real importador da mercadorias (art. 618, § 5.º, Decreto n.º 4.5453/20022). A contribuinte , também, não teria comprovado, 1 “DECRETOLEI N° 1.455, DE 07 DE ABRIL DE 1976 [...] Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: [...] V – estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 1º O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punidocom a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 2 Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) LEI N° 4.502, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964 [...] Art . 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento.“ 2 DECRETO Nº 4.543, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2002. Art. 618. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decretolei no 37, de 1966, art. 105, e Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23 e § 1o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): (Redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003) Fl. 5758DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.744 11 com documentação hábil e idônea, a existência de recursos para proporcionar a efetiva integralização do capital. 2) Infração 2: “falsificação ou adulteração de documento necessário ao embarque ou desembarque de mercadoria estrangeira.” DecretoLei n.º 37/66, art. 105, VI. Conforme demonstrado, as operações de importação são simuladas pois omitem os reais vendedores (exportadores) e os documentos utilizados são material ou ideologicamente falsos, já que declaram que a exportadora era a empresa B.Brothers e com valores inferiores ao realmente praticados. A infração descrita motiva a aplicação da pena de perdimento. Na Decisão de 1ª Instância, a DRJ/FNS afasta a ocorrência da interposição fraudulenta real, em concordância com os argumentos da impugnação da contribuinte, por haver entendido que a fiscalização utilizouse de conclusões de outros processos, sem acostar aos autos as devidas provas da interposição fraudulenta dos reais exportadores. Mas, manteve a autuação com base na ocorrência da infração decorrente da interposição fraudulenta presumida, tendo em vista que a contribuinte não teria logrado êxito em comprovar a sua situação financeira, pela não comprovação da origem dos recursos, o que, por si só, caracteriza infração tipificada em legislação específica do comércio exterior. Considerando suficiente a digressão dos fatos acima efetuada, passase à análise dos argumentos recursais. DAS PRELIMINARES PRELIMINAR DE NULIDADE. A contribuinte, em seu recurso, reafirma que as afirmações constantes do Auto de Infração são compilações de "conclusões" alcançadas em outros procedimentos fiscais, inexistindo a descrição de fatos específicos para cada uma das DIs objeto do auto de infração, ou seja, sem fazer qualquer descrição específica de cada infração e quem seriam as reais exportadoras, bem como as empresas cujas mercadorias seriam destinadas. XXII estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 5º Para os efeitos do inciso XXII, presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados (Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23, § 2º,com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). (Redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003) DECRETO Nº 6.756, DE 05 DE FEVEREIRO DE 2009. Art. 689. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decretolei no 37, de 1966, art. 105, e Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23, caput e § 1o, este com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): XXII estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 6o Para os efeitos do inciso XXII, presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados (Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23, § 2º, com a redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002, art. 59). Fl. 5759DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 12 Alega que tais circunstâncias deveriam fulminar o Auto de Infração, haja vista o vício insanável de nulidade por afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa. E acusa que o AFRFB não analisou os documentos efetivamente apresentados pela Impugnante para comprovar a origem de seus recursos (a exemplo de todas as notas fiscais de saída, livro diário, livro caixa etc),limitandose a sustentar que os livros fiscais seriam imprestáveis. O agente fiscal teria partido da premissa de que todas as importações de 2009 e aquelas realizadas em janeiro de 2010 não teriam origem, porque os livros fiscais apresentariam falhas, eis que escriturados "(...) com valores totais, sem qualquer valor individualizado, imprestável para qualquer verificação contábil". Destaca que o Acórdão recorrido reconheceu a existência de vícios no Auto de Infração, acolhendo a tese declinada na Impugnação ofertada, mas deixou de aplicar o respectivo efeito jurídico, declaração de nulidade do lançamento, o que, na sua visão, viola frontalmente o § 3o , do artigo 59, do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972. Pede, então o reconhecimento do cerceamento do direito de defesa tanto no momento da lavratura do Auto de Infração quanto no julgamento pela 1ª instância administrativa. Sem razão a recorrente. De antemão, há de se ressaltar, conforme relatado na digressão inicialmente efetuada, que o Auditor Fiscal não se utilizou de conclusões de outros procedimentos fiscais, haja vista que, na verdade, tratouse de um único procedimento fiscal, iniciado por meio de diligência, em face da solicitação de revisão do limites no RADAR, transformada em procedimento de fiscalização especial, nos termos da IN SRF nº 228/2002,, em decorrência da falta de atendimento das intimações e das irregularidades detectadas, procedimento este que ensejou lavratura de diversos autos de Infração, em processos administrativos fiscais distintos. O Auditor apenas relata a evolução da ação fiscal, destacando o que teria sido objeto de cada um dos processos encerrados, sempre enfatizando a continuidade do procedimento fiscal, na tentativa de demonstrar a ocorrência de uma ação continuada por parte da contribuinte. Como bem ressaltado pelo Auditor Fiscal, a interposição fraudulenta no comércio exterior é de difícil comprovação. De fato, em situações de sonegação, fraude e conluio, e, particularmente, em casos como o presente – no qual se examina se houve, ou não, interposição de pessoas , os envolvidos tendo a intenção de mascarar, especialmente perante os órgãos estatais de fiscalização, a realidade dos fatos, procuram formas de obter êxito nas suas intenções. Neste arcabouço, é indiscutível a dificuldade de obtenção de provas diretas e pontuais das circunstâncias efetivamente sucedidas. Por isso, procurase, tal como se dá em um um jogo de quebracabeça em que cada uma de suas peças, sozinha, não desvenda a imagem resultante da correta união destas peças –, levantar os diversos indícios, haja vista que a análise isolada de determinado fato, em geral, não permite visualizar, com suficiente clareza, a realidade que é nitidamente revelada pela adequada concatenação destes indícios. Por isto, nas comentadas situações não se pode deixar de conferir força probante ao conjunto de indícios que, entrelaçados, desnudam os fatos aparentes e revelam os ocultados. Não fosse assim, estarseia convalidando, na sonegação, na fraude e no conluio, a reprovável conduta dirigida à ocultação da realidade, e, por consequência, instaurarseia surreal situação em que determinados contribuintes, valendose destes artifícios, acabariam se livrando, por ausência de provas diretas dos fatos, da devida imposição tributária, enquanto os demais, que não se utilizam destas manobras, estariam submetidos à tributação. Fl. 5760DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.745 13 No presente caso, não se pode deixar de reconhecer que as ações adotadas pela contribuinte, tais quais: espalhar a documentação contábil e fiscal em diversos estabelecimentos, inclusive de outros contribuintes; arquivar de forma precária e sem qualquer organização os documentos da empresa; escriturar os livros em desacordo com a legislação ou princípios contábeis, registrados com valores totais e sem indicação da existência de livro auxiliar (para decompor os lançamentos registrados em total) e ainda apresentar as DIPJ’s sem o respaldo de registros dos valores declarados, no mínimo, dificultam a ação da fiscalização e a apuração dos fatos ocorridos. Não obstante a conclusão acima destacada, o certo é que a Decisão de 1ª instância de Julgamento Administrativo afastou a ocorrência da interposição fraudulenta real, por ter entendido, repitase, que relativamente à esta infração, a fiscalização havia se utilizado apenas de conclusões de outros procedimentos fiscais, sem ter carreado aos autos as provas dessas conclusões. Em face disso, constatase ser equivocada a alegação da recorrente de que a utilização da prova dita por ela como emprestada está diretamente relacionada ao único fundamento que manteve o Auto de Infração: suposta não comprovação de origem dos recursos. Não obstante, há que se rechaçar, preliminarmente, a nulidade suscitada, com base na argumentação de que a autuação não teria detalhado a descrição dos fatos atinentes à cada DI específica, tendose valido, segundo seu entendimento, apenas de conclusões de outros procedimentos, e por não ter a DRJ declarado a nulidade da autuação, embora tenha acordado com os seus argumentos de impugnação. O Auditor fiscal descreveu claramente a evolução da ação fiscal, detectando os fatos, por ele dito continuado, e a imputação, tendo trazido as provas em relação ao que alega, manifestandose sobre os mesmos, ao contrário do alegado, como por exemplo, os livros fiscais (diários) com escrituração pelos valores totais, apresentados no curso da fiscalização, os Termos de Diligência e Retenção de Documentos e Intimação e respectivas respostas, Extratos BANESTES jan a novembro 2009, onde consta crédito FUNDAP, operação cãmbio (fl 492 a 509), Extratos CEF fev a dez 2009 (fl 510 a 520); Extratos do BANCO DO BRASIL, onde constam pagamento títulos, transferências, contrato de cãmbio, jan a out 2009 (fl 521 A 592), Articles of amendment of Article Of Incorporation Of B. Brothers, Corp.. doc. Em vercáculo inglês, de 24 nov 2008.Altera nome do diretor para Carlos Barros (FL 825), For Profict Corporation Annual Report 2009, doc. Em vercáculo inglês, em 28 abr 2009, indica como diretor Carlos Barros (FL 826); dados cadastrais B. BROTHERS (FLS 827 a 828), FILE FLIER INTERNACIONAL CARG, INC.( FL 829 a 844 ): 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2002,2003, 2004, 2005 (ATÉ 2005, aparece como RESPONSÁVEL o marcello Haddad), 2006 (a partir 2006, aparece como RESPONSÁVEL o Carlos L Barros), 2007 (fl 842,quem assina é Marcelo Haddad), 2008, 2009, etc. Por outro lado, os fatos descritos permitiram a plena defesa da contribuinte, inexistindo, portanto, o alegado cerceamento ao direito de defesa e contraditório. Como ressaltou a autoridade a quo, “A impugnante alega que a fiscalização não descreveu os fatos específicos para cada uma das operações de importação. Todavia foi justamente a constatação da impossibilidade de verificação dos lançamentos contábeis devidos por conta das importações que levaram à conclusão da não comprovação da origem dos recursos empregados nestas operações.” Fl. 5761DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 14 Se a prova é insuficiente (como argúi a contribuinte), não se caminharia no terreno da nulidade, mas da eventual insubsistência da autuação, a qual, no entanto, restou mantida pela decisão de 1ª instância, exatamente em razão do entendimento daquela autoridade quanto à manutenção da interposição fraudulenta presumida, em decorrência da falta de comprovação da origem, disponibilidade e efetiva transferência dos recursos para fazer face ao comércio exterior, nos termos exigidos pela legislação pertinente, cujo mérito será analisado mais à frente. Tal fato, de forma alguma, afronta ao disposto no artigo 59, §3°, do Decreto n.° 70.235, de 06 de março de 1972, Posto que, restando comprovado, se for o caso, a ocorrência da infração presumida apontada, impõese a manutenção do lançamento, ora contestado. NULIDADE ARGÜIDA EM FACE DE ALEGADA AUSÊNCIA DE ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA E INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE DILIGÊNCIA (III..3) A contribuinte, insiste na preliminar de nulidade, aduzindo, agora, a falta de concessão de prazo para a devida escrituração de seus livros contábeis e fiscais concordando que os livros originais foram escriturados pelo o seu contador de forma inadequada , e pela negativa, por parte da autoridade julgadora de 1ª instância administrativa, de que o feito fosse convertido em diligência para análise dos vastos documentos que afirma terem sido apresentados junto à peça impugnatória, assim como seus novos livros escriturados que teriam sido refeitos e estariam com o novo contador à disposição da fiscalização, com abertura em contraditório. Com o material comprobatório (docs. 02 a 09 da Impugnação) afirma que estaria comprovando que a origem dos recursos utilizados nos processos de importação decorre da venda de mercadorias, conforme Notas Fiscais de saída anexadas e receita financeira líquida de 5,8%, oriunda do deságio da liquidação antecipada do financiamento do FUNDAP. Acerca das alegações aduzidas neste item, temse a esclarecer que: 1) da concessão prazo para regularização e apresentação dos livros contábeis e fiscais – Consta dos autos, às fls. 163 a 167, a resposta da contribuinte, de 5 de Janeiro de 2010, ao TERMO de DILIGÊNCIA E RETENÇÃO DE DOCUMENTOS E INTIMAÇÃO 200900965001 (MPF DILIGÊNCIA), de 02 de Dezembro de 2009, em cujo documento está registrado Despacho Manuscrito, acusando o recebimento dos documentos ali listados e determinando prazo de 15 dias para a entrega dos livros contábeis, sem os quais, ficaria impedido o início dos trabalhos fiscais. Da mesma forma, encontrase às fls. 153 e 154, o TERMO INÍCIO FISCALIZAÇÃO E INTIMAÇÃO 2010 00044006, de 29 de Janeiro de 2010, MPF 0727600 2010 00044006, por meio do qual o Auditor comunica a Inclusão da requerente em procedimento especial fiscalização e a intima a apresentar, no prazo de 20 dias, livros Diário, Razão, informações e documentos referentes aos AC 2005 a 2009. À fl. 162 a contribuinte apresenta requerimento de 21 janeiro 2010, onde solicita prorrogação prazo, por mais 30 dias, para o atendimento ao Termo Início Fiscalização e Intimação 2010 00044006, de 29 de Janeiro de 2010.Visualizase Despacho de Autorização do prazo solicitado, no próprio documento, datado de 23/02/2010. Novamente, ao responder , em 07 de abril de 2010, ao Termo Diligência e Retenção de Documentos e Intimação 200900965001 (MPF diligência), de 02 de Dezembro Fl. 5762DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.746 15 de 2009 – e ao Termo Início Fiscalização e Intimação 2010 00044006, de 29 de Janeiro de 2010, MPF 07276002010 00044006, onde relaciona entrega de alguns volumes de Livros Caixas e Diários dos anos de 1997 a 2004, Livro Razão do ano 1997 e Livros Registros Entrada 2002 e Saídas 2001 e 2005, Livro Apuração ICMS 2005 e Pastas de documentos numeradas para identificação, bem como mensagem eletrônica do Marcello Haddad a respeito dos fatos entre a UMCOMEX, DIRECT e HR, reproduzida a termo, a contribuinte requer o prazo de 30 dias a contar da data daquele documento para regularizar todos os registros contábeis e obrigações acessórias, na forma da lei. E na resposta dada em 14/04/2010 (fls. 179 a 181) aos Termos Diligência e Retenção de Documentos e Intimação 200900965001 (MPF DILIGÊNCIA), de 02 de Dezembro de 2009 – E Termo Início Fiscalização e Intimação 2010 00044006, de 29 de Janeiro de 2010, Apresentação Complementar de Documentos e Requerimento, a contribuinte apresenta pastas de Notas Fiscais de 2005 e Jan 2006, Alguns volumes de Livro Registro de Entradas 2006, 2007, 2008, 2009,;Livro Registro Saídas 2006, 2007, Livro Registro de Apuração ICMS 2005, 2006, Livro Razão 2005 a 2009, Livro Inventário 2007, 2008, 2009.E, também, e explica os motivos sobre a dificuldade de se vincular as Notas Fiscais de saída aos processos de importação. Portanto, restou demonstrado que, diversamente do alegado, foi concedida à contribuinte o prazo de prorrogação por ela solicitado. E, a mesma elaborou e apresentou, ainda no decorrer da fiscalização, os livros que foram imediatamente acima relacionados. Inexiste, portanto, motivação daí decorrente para declarar a nulidade do lançamento. 2) da negativa da diligência Sabese que os casos de nulidade no Processo Administrativo Fiscal estão estatuídos nos arts. 59 e 60 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, in verbis: “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio”. Como se vê, de acordo com o art. 59, I, só se pode cogitar de declaração de nulidade de auto de infração que se insere na categoria de ato ou termo , quando for lavrado por pessoa incompetente, o que não foi o caso dessa autuação. Eventual nulidade por preterição do direito de defesa, como se infere do art. 59, II, somente pode ser declarada quando o cerceamento está relacionado aos despachos e às decisões, ou seja, somente pode ocorrer em uma fase posterior à lavratura do auto de infração. Fl. 5763DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 16 Quaisquer outras irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, a teor do art. 60, também reproduzido. Acerca de realização de diligência, assim reza os artigos 18 e 29 do Decreto n.º 70.235/72: Decreto n.º 70.235/1972, alterado pela Lei n.º 8.748/1993: “Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine.(Redação dada pelo art.1.º da Lei n.º 8.748/1993) Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias.” Com base nesses dispositivos legais, a autoridade “a quo”indeferiu o pedido de diligência, tendo assim se pronunciado: “Quanto ao derradeiro pedido de diligência feito pela interessada cumpre esclarecer que as análises solicitadas pela mesma não são necessárias para o deslinde da questão tendo em vista que a documentação juntada aos autos pela fiscalização demonstram a impossibilidade de comprovação da origem dos recursos utilizados nas operações de comércio exterior e a autuada, em sua impugnação acompanhada dos correspondentes documentos, não conseguiu comprovar o contrário. Também há que se considerar que nesta etapa processual não se admite mais o refazimento da escrituração contábil da interessada com o fito de se eximir da imputação da penalidade, aplicada fundamentalmente pela não comprovação da origem dos recursos empregados na operações de importação face a inconfiável e imprecisa contabilidade apresentada.” Desta forma, tendo em vista que a autoridade julgadora entendeu ser prescindível a produção de novas provas, para formar sua convicção, fundamentando sua decisão em perfeita harmonia com o que dispõe o art. 28 do Decreto no 70.235/723, não merece prosperar a alegação da recorrente de que houve cerceamento do seu direto de defesa, sendo assim, descabida a decretação de nulidade requerida. Por outro lado, demonstrase com a transcrição do trecho do voto condutor do Acórdão recorrido ser equivocado o entendimento de que o aquele teria desconsiderado os documentos apresentados na Impugnação, baseandose exclusivamente nos fatos supostamente apurados pelo AFRFB, pois entendeu que não caberia à instância julgadora proceder à análise dos documentos visando a verificar a origem dos recursos. “E apesar de alegar que refez seus livros contábeis tendo apresentadoos em abril de 2010, ainda assim, os mesmos continuaram a não refletir as operações de comércio exterior, 3 Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar, será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso. (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993) Fl. 5764DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.747 17 como se verifica às fls. 219/491, onde não há qualquer individualização de contas, permanecendo a discrepância com os valores informados nas DIPJ’s. A impugnante indica cópias de fls. 3665/3767 (contas do livro razão). No entanto somente os lançamentos aí vistos não justificam a origem dos recursos empregados nas importações porque, como já foi dito, deveria haver a comprovação documental de tais lançamentos e ainda a demonstração nas datas do fechamento dos câmbios. Significa dizer que não cabe a esta instância julgadora substituir o papel do contribuinte em demonstrar e comprovar tanto os fatos como os lançamentos contábeis deles originados. E não se trata de não aplicar o princípio da verdade material e sim de cumprimento das obrigações tributárias principais e acessórias tendo em vista, inclusive, que o ônus da prova quanto à regularidade contábil pertence ao contribuinte.” Assim, diante do acima exposto, nas questões preliminares de nulidade, voto no sentido de negar provimento, em face da inexistência de ofensa aos princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa. NO MÉRITO Fazse a análise segundo a ordem de alegações da recorrente. DA IMPROPRIEDADE DA ALEGAÇÃO DE INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA Sob este tópico, a contribuinte alega que a falta de comprovação da origem, disponibilidade e a transferência dos recursos utilizados na operação de comércio exterior conduz à uma presunção relativa de interposição fraudulenta que pode ser afastada por prova em sentido contrário, quando da demonstração da origem dos recursos utilizados na operação. No caso concreto, afirma que as despesas incorridas nos processos de importação foram arcadas exclusivamente pela Recorrente, sendo esta a responsável jurídica e financeiramente pelas operações. E, ressalta tratarse de fato incontroverso, eis que afastada pela d. DRJ a alegação de suposta ocultação da importadora (interposição fraudulenta real). E ainda , em face de que tanto o AFRFB quanto à autoridade julgadora entenderam que não haveria comprovação da origem dos recursos em virtude do fato de que a escrituração contábil da empresa teria sido realizada de forma inadequada, argúi que não admitir o refazimento e apresentação posterior de sua escrituração cria uma pena perpétua porque impediria a empresa de sanar as inconsistências contábeis, prestigiando a forma sobre o conteúdo em violação aos princípios contábeis e o da verdade real que vigora no processo administrativo. Frisa a sua boa fé, já que a própria origem da fiscalização decorreu do requerimento para a revisão de sua estimativa financeira de importação, bem como a sua colaboração com a fiscalização, posto que respondeu aos questionamentos constantes do Termo de Retenção de Documentos e Intimação n.° 200900965001, fornecendo diversos documentos solicitados e, em 07 de abril de 2010 e em 14 de abril de 2010, apresentou novos Fl. 5765DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 18 documentos complementares e alguns livros contábeis, conduta que, ressalva, não se esperaria de uma empresa que pratica interposição fraudulenta. Ainda ressalva que a não apresentação dos livros fiscais configura descumprimento de obrigação acessória e não a caracterização, por si só, de interposição fraudulenta, conforme decisão do CARF cuja ementa transcreve. Visando, então, comprovar a origem lícita dos recursos utilizados para pagamento das despesas realizadas nas operações que foram mantidas, a contribuinte traz no recurso voluntário cópia dos livros Diário e Razão de 2009 (Anexos A e B) e os lançamentos referentes a janeiro de 2010 (Anexos C e D). Afirma, então, que “o Princípio da Verdade Material obriga a autoridade tributária a agir com diligência na apuração dos fatos, cabendolhe investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário, sob pena de afronta os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, dos quais é corolário”. Passa a discorrer sobre as despesas incorridas no ato do registro de cada DI, tentando demonstrar que o ingresso de numerário é suficiente para dr cobertura às despesas tributárias decorrentes de cada operação de importação. Vêse, pois, que se trata aqui, de provas trazidas unicamente na fase recursal (livros contábeis reescriturados), as quais diferem daqueles apresentados quando da fiscalização, não tendo sido, portanto, objeto de análise, quer pelo fiscal autuante, quer pela autoridade julgadora de 1ª Instância. Tratamse, pois, de provas preclusas, mas referente às alegações postas na sua impugnação, tendo a recorrente afirmado que “se o feito tivesse sido baixado em diligência (conforme solicitado pela Recorrente) tais fatos teriam sido esclarecidos e juntados ao Auto de Infração os livros reescriturados”. QUESTÃO PRELIMINAR Inicialmente, é de se levantar uma questão preliminar, qual seja, decidir se cabe, ou não, a essa turma, efetuar a análise dessas provas preclusas. Para embasar meu posicionamento, faço breve comentários acerca de provas, ônus da prova e princípios informadores do Processo Administrativo Fiscal PAF. Vejamos: É sabido que o PAF utilizase da aplicação subsidiária do Código de Processo Civil e da Lei nº 9.784/1999, principalmente, nos casos em que seja omissa a regulação da matéria no Decreto 70.235/72. Pois bem, o artigo 333 do CPC, que trata do ônus da prova, estipula: “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. [...]” Fl. 5766DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.748 19 Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. Conforme bem destaca o Auditor Fiscal Gilson Wessler Michels, em seus comentários e anotações ao Decreto nº 70.235/724: “Esta formulação foi trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída tanto ao autor do procedimento, a autoridade fiscal (parte final do caput do artigo 9.º do Decreto n.º 70.235/1972: os autos de infração e notificações de lançamento “deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito”), quanto ao contribuinte que contesta o lançamento (“Art. 16. A impugnação mencionará : [...] III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir.”)”. Por sua vez, a Lei nº 9.784/1999 igualmente traz importante regra em matéria probatória em seu artigo 36: “Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.” O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF traz a seguinte regra, in verbis: “Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...] Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); 4 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235, de 06/03/1972. Versão 17 Atualizada até 31/Agosto/2011. Fl. 5767DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 20 c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...]”(grifos nossos). No caso específico, tendo em vista que o AFRFB demonstrou que a escrituração contábil e a documentação apresentados não eram hábeis a comprovar a origem , disponibilidade e transferência dos recursos utilizados no comércio exterior, caberia, à impugnante, na fase de impugnação, carrear aos autos todas as provas de suas alegações no prazo limitado por lei, .inclusive os livros reescriturados , tendo em conta que a impugnação ou manifestação de inconformidade do contribuinte estabelece os limites do litígio, não podendo haver inovação em sede de recurso voluntário e seria naquela fase que deveria carrear aos autos as provas de suas alegações. Ressaltandose que provar significa contextualizar elementos relevantes e não somente anexar documentos. Os livros contábeis e fiscais são provas pré constituídas que podem favorecer à contribuinte quando escriturados com base nas regras legais e devidamente respaldados por meios de documentos hábeis e idôneos. Temse a registrar que, no caso, a contribuinte já deveria possuir, em 07/07/2005, quando efetuou a solicitação de revisão de limites no Radar, os livros devidamente registrados e comprovados, em conformidade com a legislação pertinente. Entretanto, não os tinha. O descaso da contribuinte foi tamanho que mesmo tendo decorrido prazo bastante elástico entre o seu pedido de revisão de limites no RADAR (07/07/2005) e o início da ação fiscal com base no MPF de diligência 07276002009009656 (fl. 66), de 29 de Novembro de 2009, para Revisão de Habilitação, a mesma não providenciou a regularização de sua escrita e documentação pertinente. Apenas com a inclusão da contribuinte em procedimentos especiais de fiscalização, nos termos da IN 228/2002 (MPF 07276002010000446 fl. 67, em 29 de janeiro de 2010) é que a contribuinte, parece ter buscado, segundo afirma, a regularização de tal situação. Não obstante tenha apresentado em 14/04/2010, consoante foi registrado anteriormente, ainda no curso da fiscalização, novos livros contábeis, os mesmos ainda foram dados como imprestáveis pelo o agente fiscal, pois segundo relatado, embora impressos, da mesma forma que os anteriores, encontravamse escriturados pelos valores totais, sem indicação da existência de livro auxiliar, não atendendo à legislação ou princípios contábeis, e, ainda, registram movimentação incompatível com as DIPJ’s apresentadas Convém registrar que o presente lançamento foi lavrado apenas em 28/12/2010. De modo que, a partir da data da emissão do Termo de Diligência e Retenção de Documentos e Intimação 200900965001 (MPF DILIGÊNCIA), de 02 de Dezembro de 2009 até o lançamento da autuação transcorreu o prazo de um ano, suficiente para que a contribuinte elaborasse novos livros em conformidade com as regras legais, de forma a apresentálos, senão no curso da fiscalização, pelo menos quando da interposição de sua impugnação. Porém, se os elaborou, não os apresentou no momento oportuno. Apenas alegou a sua existência e solicitou a diligência. Entretanto, tendo a contribuinte refeito os seus livros, conforme alega, antes de apresentação de sua impugnação, deveria os ter acostado aos autos naquela fase, juntamente Fl. 5768DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.749 21 com os documentos que respaldam os registros ali efetuados, conforme previsto no artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Isso, no entanto, não se deu. Por outro lado, a contribuinte cita o art. 65 e parágrafo único da Lei n° 9.784/1999 c/c art. art. 149, VIII, do CTN afirmando que tal dispositivo estabelece o dever dos Agentes Fiscais de promoverem a revisão de ofício das conclusões fiscais, sempre que forem juntadas novas provas acerca de determinado fato. Lei n° 9.784/1999: “Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.”(grifei). Como se vê da transcrição do dispositivo, a revisão darseia quando surgissem fatos novos. O que não é o caso dos autos. Os livros reescriturados não se constituem em fatos novos. Decorrem, na verdade, do descumprimento de suas obrigações acessórias. É inadmissível, por outro lado, acatar as suas alegações sobre desconhecimento da situação de sua escrituração e guarda de documentos contábeis e fiscais. Primeiro porque, no decurso do procedimento fiscal de diligência, os documentos da “Um Instrumentos” foram encontrados de forma totalmente desorganizados em três estabelecimentos distintos, sendo um deles a sede social de outra empresa do mesmo grupo, onde o fiscal foi atendido pela Srª URANIA ELIAS HADDAD, sócia gerente da empresa “Um Instrumentos”. Portanto, é de se inferir ser de pleno conhecimento da mesma tal situação; Segundo porque, a empresa tem culpa in elegendo, responsabilizandose pelos atos daquele que elegeu para efetuar os serviços contábeis e fiscais da empresa. A juntada de documentos e provas em momento posterior à impugnação é vedada pelos parágrafos 4º e 5º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, salvo nas hipóteses descritas no parágrafo 4º mencionado5. No caso em questão, a contribuinte não fez referência à qualquer uma dessas hipóteses. 5 Art. 16. A impugnação mencionará: (...). III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993). (...). § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. (Todo o parágrafo 4.o incluído pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) Fl. 5769DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 22 Ressaltese, inclusive, que em caso similar de autuação com base em lucro arbitrado, no âmbito do IRPJ, em face de ausência de livros contábeis e/ou fiscais ou de imprestabilidade dos mesmos, consta a Súmula do CARF nº 59, segundo a qual a apresentação posterior ao lançamento não tem o condão de modificálo: Súmula nº 59 “A tributação do lucro na sistemática do lucro arbitrado não é invalidada pela apresentação, posterior ao lançamento, de livros e documentos imprescindíveis para a apuração do crédito tributário que, após regular intimação, deixaram de ser exibidos durante o procedimento fiscal”. Entretanto, tal limitação tem sido alvo de divergências no âmbito dos órgãos julgadores administrativos, haja vista a corrente de defesa de que tal limitação fere os princípios da ampla defesa, do contraditório e da verdade material, além da responsabilidade de os agentes públicos zelarem pela legalidade dos atos administrativos. Exatamente esta é a alegação da ora recorrente. De fato, no processo Administrativo Fiscal não se pode se ater apenas à verdade formal. Mas, a busca da verdade material não deve, também, ultrapassar os limites do rito processual, sob pena de, igualmente, ferir outros princípios informadores do PAF, tais quais o da duração razoável do processo, o da necessidade de estabilização das relações jurídicas, etc., principalmente quando o ônus da prova cabe à contribuinte, como se dá no presente caso. Tendo em conta, porém, a questão do zelo pela legalidade do ato administrativo litigado, poderseia defender a análise de provas preclusas de alegações já efetuadas na impugnação ou manifestação de inconformidade. Entretanto, tal possibilidade, a meu ver, só deve ocorrer, no caso em que as provas sejam hábeis, por si só, a comprovar concludente e definitivamente as alegações, sem necessidade de desdobramentos processuais complementares para a sua análise, posto que assim, atrasaria de modo desmesurado o julgamento. Em caso contrário, para acatar as provas preclusas, necessitaria a demonstração, por parte da contribuinte, da ocorrência de uma das circunstâncias excepcionais previstas no §4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72. No caso dos autos, a contribuinte traz em sede de recurso voluntário provas preclusas (Alguns Livros contábeis reescriturados – Diário 2009 e Razão da Conta “Banco conta Movimento” , algumas cópias de notas fiscais, alguns extratos do Banco do Brasil Anexos I a LXXXV), no sentido de comprovar as suas alegações. Entretanto, cabe ressaltar que, ao contrário do alegado, os livros contábeis não foram inseridos em sua integralidade, estando ausentes os termos de abertura e de encerramento e a demonstração do respectivo registro no órgão competente, necessitando complementação e ainda que as documentações acostadas não demonstram por si só, de forma hábil e concludente, as suas alegações. Pelo o contrário, para comprovar as suas alegações e se concluir pela origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos que foram aplicados no comércio exterior, com base nos livros mais uma vez reescriturados, bem como nos documentos anexados, fazse necessário, como já se disse, da complementação dos livros e uma averiguação acurada da integralidade dos mesmos, dos documentos anexados aos autos e outros, a demonstração da apuração dos resultados. Portanto, outra verdadeira fiscalização, a qual demandaria o pronunciamento da autoridade lançadora, nova reabertura de prazo para manifestação da Fl. 5770DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.750 23 contribuinte e, se for o caso, novo pronunciamento da unidade julgadora de 1ª instância, em face do princípio do duplo grau de jurisdição, atrasando, assim, de modo desmesurado, o julgamento, em decorrência unicamente do descaso da contribuinte. Assim, diante do que foi acima exposto, é de se negar o seu pleito nesse sentido, em face da preclusão. Portanto, nesta questão preliminar conduzo o meu voto no sentido de se considerar preclusas as provas anexadas ao recurso voluntário e, em decorrência, negar o seu pedido de diligência. MÉRITO E, no mérito, no que tange à falta de comprovação da origem lícita, bem como da disponibilidade e transferência dos recursos aplicados, considerandose os livros analisados pelas autoridades lançadora e julgadora de 1ª instância, e a documentação disponibilizada, não há o que se alterar na decisão recorrida, haja vista que, não estando os mesmos escriturados com observância da legislação própria, impossibilitam a comprovação da condição financeira da autuada. Merece transcrever alguns trechos do voto condutos da decisão ora recorrida: “Do que foi juntado aos autos pela fiscalização concluise nitidamente que a importadora não possuía qualquer controle sobre as operações contábeis realizadas e por esta razão torna se impraticável a verificação dos corretos lançamentos contábeis tantos das receitas que originaram os recursos para as operações de comércio exterior como as despesas provenientes delas.” “Salientese que ainda que houvesse lançamentos contábeis que demonstrassem contabilmente a origem dos recursos para as importações em tela, a autuada ainda deveria demonstrar, também, documentalmente a origem dos mesmos. Esta etapa parece não ter sequer acontecido na fase de fiscalização pela total incongruência dos registros contábeis. Não basta que se apresentem cópias de extratos bancários, notas fiscais de venda e guias de liberação de recursos do FUNDAP para justificar a origem dos recursos quando a contabilidade não reflete a realidade da empresa.” “E apesar de alegar que refez seus livros contábeis tendo apresentadoos em abril de 2010, ainda assim, os mesmos continuaram a não refletir as operações de comércio exterior, como se verifica às fls. 219/491, onde não há qualquer individualização de contas, permanecendo a discrepância com os valores informados nas DIPJ’s.” Acrescentese que as Notas Fiscais de Vendas comprovam a sua emissão e demonstram a operação comercial. Mas, por si só, não demonstram a transferência e muito menos a disponibilidade dos recursos aplicados nas operações de comércio exterior, haja vista os custos e as diversas despesas operacionais e não operacionais a que se sujeitam as empresas no exercício de seu objetivo social. Fl. 5771DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 24 Conforme exige o art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 228, de 2002, fazse necessário comprovar não só a origem, mas, também, a disponibilidade e a transferência dos recursos aplicados nas operações de comércio exterior. Aliás, o objetivo principal do procedimento fiscal em comento, e que resultou na autuação em apreço, foi verificar o cumprimento de tais requisitos. Ademais, não basta comprovar o ingresso de numerário suficiente para dar cobertura apenas às despesas tributárias decorrentes de cada operação de importação, de uma forma isolada, como tentou fazer a contribuinte, uma vez que as despesas vinculadas à tais operações vão além das despesas tributárias, incluindo, inclusive, o pagamento da própria operação, frete, seguro, etc. Por ser oportuno, aqui se transcreve trecho da descrição dos fatos, aposto pelo Auditor Fiscal no item denominado “A NÃO COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO FINANCEIRA PARA ATUAR NO COMÉRCIO EXTERIOR”, na folha de continuação do Auto de Infração: “Em 07/07/2005, requereu a revisão do planejamento operacional, nos termos da IN SRF 455/2004. Em 05/04/2007, na análise do requerimento foi constatado que a empresa vinha operando em limites muito superiores não só aos modestos US$ 19,800.00 semestrais, para os quais estava habilitada, como também aos novos valores propostos nos anexos à IN 455/2004. Esse pedido foi arquivado vez que foi caracterizada a sua desistência face ao não atendimento da Portaria ALF/PTO/VTA 160/2006.” A contribuinte não logrou comprovar possuir poder econômico para fazer frente às importações nos montantes realizados. Assim sendo, não havendo a comprovação da origem lícita, bem como da disponibilidade e transferência dos recursos aplicados nos negócios no comércio exterior, é de se presumir pela ocorrência de interposição fraudulenta nas importações realizadas no período de 01/01/2009 a 26/01/2010, nos termos do art. 23 do Decretolei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, com alteração da Lei n.º 10.637/2002, in verbis: “Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: (...) V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1º O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. § 2º Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. § 3º A pena prevista no §1º convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida.” (grifei) Fl. 5772DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.751 25 AFRFB diz A MULTA PREVISTA NO ARTIGO 33 DA LEI N.° 1488/2007 Neste item, a contribuinte destaca que o Acórdão recorrido decidiu ser possível exigir a multa prevista no artigo 33, da Lei n.° 1488/2007 cumulativamente com a pena de perdimento. Reconhece que esse Conselho (Acórdão n.° 3102.00.662, de 24/05/2010) já se manifestou no sentido de que o artigo 33, da Lei n.° 11.488/2007, não configuraria óbice à aplicação da multa prevista no artigo 23, V do Decretolei n 1.455, de 1976. Mas, argúi que a matéria analisada no citado Acórdão não se confunde com a dos presentes autos, pois no caso paradigma a recorrente objetivava o reconhecimento de que o artigo 33, da Lei n.° 11.488/2007 teria derrogado o 23, V do Decretolei n 1.455, de 1976, enquanto no presente caso, a contribuinte, ora recorrente “não sustenta a derrogação do artigo 23, V do Decretolei n 1.455/76, mas apenas almeja o reconhecimento de que, na qualidade de importadora que supostamente teria cedido seu nome, a pena que lhe seria exigida é apenas a multa de 10% prevista no art. 33 da lei n° 11.488/2007.” Acrescenta que se o próprio que a contribuinte, ora recorrente, não seria a real adquirente das mercadorias e sim terceiros que teriam permanecido ocultos, haja vista a não comprovação da origem dos recursos utilizados, afigurase incongruente exigir dela crédito relativo à conversão da penalidade de perdimento em multa (pena aplicável ao adquirente dos bens), sob pena de bis in idem. Aduz: “Se a Impugnante é interposta pessoa, se não adquiriu as mercadorias, como cobrarlhe a devolução das mesmas (perdimento) ou impor Ihe multa de 100% do valor dos bens?” “É exatamente nesse ponto que o precedente desse CARF afirma que o artigo 33, da Lei n.° 11.488/07 não gera qualquer reflexo sobre o inciso V, do artigo 213, do Decretolei n.° 1.475/76, pois eles disciplinam duas infrações distintas, de forma que ‘(...) quem cede o nome, mas tem meios para a. realização de sua atividade societária, sujeitase à multa de 10%. (...)’.” Destaca que tal posicionamento encontra respaldo na orientação COANA/COFIA/DIFIA sem número, específica em relação à aplicação da Lei 11.488/2007 (doc. 04), para, ao final, afirmar que o crédito lançado, na hipótese de o Auto de Infração ser mantido em virtude da suposta prática de "interposição fraudulenta", deveria limitarse a 10% do valor aduaneiro dos bens, haja vista o disposto na Lei n° 11.488/2007. Não é de se dar guarida à tal conclusão. Conforme relatado, foi infligida à contribuinte, ora recorrente, a multa regulamentar equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias, com base na presunção legal não elidida de interposição fraudulenta de terceiros nas operações de comércio exterior. O art. 23, § 2º do Decreto nº 1.455/76, com a redação que lhe foi dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002, estabelece que se presume a ocorrência de interposição Fl. 5773DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 26 fraudulenta na operação de comércio exterior quando não há comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. A teor do art. 23, V, § 1º, do Decretolei nº 1.455/76, com a redação que lhe foi dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002, a interposição fraudulenta de terceiro é uma das irregularidades que constituem dano ao erário, punível com o perdimento das mercadorias importadas irregularmente. Em caso de as mercadorias já haverem sido entregues a consumo, aplicase a pena substitutiva prevista no art. 23, § 3º, do Decretolei nº 1.455/76, com a redação que lhe foi dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002, equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias entregues a consumo. Não obstante a penalidade de perdimento, nestes casos, afetar materialmente o acobertado, o lançamento dáse contra aquele que consta na Declaração de Importação. Contribuiu para a construção desse procedimento, a interpretação de lavra da Procuradoria da Fazenda Nacional – Parecer PGFN CAT 1.316/01, por meio da qual ficou assentado que o contribuinte do imposto de importação seria sempre a pessoa cujo nome constasse no conhecimento de carga, independentemente de quem estivesse efetivamente interessado na aquisição das mercadorias ou fizesse as negociações prévias. Como consequência, as autuações obrigatoriamente passaram a indicar como contribuinte do Imposto a pessoa informada nas declarações de importação como sendo o importador das mercadorias, restando incluir o adquirente no mercado interno como solidário na operação. Dessa forma, ao aplicar a multa compensatória nos casos de mercadorias sujeitas à pena de perdimento, forçosamente identificase como contribuinte a pessoa que registrou a declaração de importação, embora pretendase apenar o verdadeiro proprietário destas mercadorias, que pode figurar como responsável solidário. Posteriormente, foi emitida a Lei nº 11.488/2007, que previu a multa de dez por cento do valor da operação, aplicável à pessoa jurídica que cede o nome ao terceiro oculto. E que está hoje claramente regulamentado no Regulamento Aduaneiro em vigor – Decreto 6.759/09. “Art. 727. Aplicase a multa de dez por cento do valor da operação à pessoa jurídica que ceder seu nome, inclusive mediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas ao acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários (Lei no 11.488, de 2007, art. 33, caput). (...) § 3o A multa de que trata este artigo não prejudica a aplicação da pena de perdimento às mercadorias importadas ou exportadas” Esta multa, então, penaliza o encobertante. Por ser esclarecedora da questão, transcrevese a seguir ementa do voto proferido no Acórdão no 3403002.746, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 30.jan.2014: “INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. PENALIDADES. CUMULATIVIDADE. MULTA. PERDIMENTO. Fl. 5774DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.752 27 A interposição, em uma operação de comércio exterior, pode ser comprovada ou presumida. A interposição presumida é aquela na qual se identifica que a empresa que está importando não o faz para ela própria, pois não consegue comprovar a origem, a disponibilidade e a transferência dos recursos empregados na operação. Assim, com base em presunção legalmente estabelecida (art. 23, § 2º do Decretolei nº 1.455/1976),configurase a interposição e aplicase o perdimento. Em tal hipótese, não há que se cogitar da aplicação da multa pelo acobertamento. Seguese, então, a declaração de inaptidão da empresa, com base no art. 81, § 1º da Lei nº 9.430/1996, com a redação dada pela Lei nº 10.637/2002. A interposição comprovada é caracterizada por um acobertamento no qual se sabe quem é o acobertante e quem é o acobertado. A penalidade de perdimento afeta materialmente o acobertado (em que pese possa a responsabilidade ser conjunta, conforme o art. 95 do Decretolei nº 37/1966) e a multa por acobertamento afeta somente o acobertante, e justamente pelo fato de “acobertar”.” (Acórdão no 3403002.746, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 30.jan.2014) A Orientação Coana/Cofia/Difia s/n, datada de 11 de julho de 2007, que trata da aplicação de multa na cessão de nome a terceiro, em operações de comércio exterior e que foi citada pela recorrente sob a alegação de a mesma respaldar seu posicionamento, chega à seguinte conclusão: “Em resumo, concluise que se aplicam as seguintes disposições legais, às hipóteses abaixo enumeradas: Interposição fraudulenta presumida pela não comprovação da origem dos recursos: Pena de perdimento da mercadoria, com base no art. 23, inciso V do Decretolei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, com redação dada pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002; Proposição de inaptidão da inscrição do CNPJ da pessoa jurídica (art. 81, § 1º, da Lei nº 9.430/96, e art. 41, caput e parágrafo único, da IN RFB nº 748/2007); Interposição fraudulenta comprovada, seja pela identificação da origem do recurso de terceiro, seja pela constatação da ocultação por outros meios de prova: Pena de perdimento da mercadoria, com base no art. 23, inciso V do Decretolei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, com redação dada pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002; Multa de 10% do valor da operação acobertada, aplicada sobre o importador, conforme dispõe o art. 33 da Lei nº 11.488/2007.” Pelas conclusões acima destacadas e como já reconheceu a recorrente, a multa de dez por cento do valor da operação, prevista no art. 33, caput da Lei no 11.488, de 2007, aplicável à pessoa jurídica que cede o nome não revogou a multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias aplicada nos casos de infração por interposição fraudulenta. Fl. 5775DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA 28 E destacando exatamente o mesmo trecho da orientação COANA/COFIA/DIFIA sem número, específica em relação à aplicação da Lei 11.488/2007, concluise, diferentemente da conclusão a que chegou a contribuinte, que o lançamento da multa substitutiva da pena de perdimento, não obstante atinja efetivamente o real importador, é lavrado em face daquele que promoveu a importação, sem prejuízo de cumulatividade, quando for o caso, da multa de 10%. Vejamos: “Como se pode observar, a lei introduziu a previsão de Infração de prática do cessão do nome a terceiro, com penalidade pecuniária incidente diretamente sobro o agente de ação, ou seja, sobre aquele que fornece seu nome para acobertar operação de comércio exterior que, na realidade, tenha sido promovida por outra pessoa, física ou Jurídica. Como se sabe. é punível com a pena de perdimento de mercadoria, por presunção legal de dano oo Erário, a ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação. Inclusive a Interposição fraudulenta de terceiros. A pena de perdimento, no caso em tela, tem caráter restritivo de direito da propriedade, e seus reais efeitos são sentidos não por quem Importa, mas por aquele que está oculto, tentando passar desapercebido aos olhos do Fisco, ou seja, o adquirente de fato. Este é quem, se utilizando de outra empresa, seja com ou sem seu conhecimento e consentimento, promove a importação de produtos de seu interesse. B sobre ele, portanto, recai a punição de perda do objeto do delito. Ocorre que, antes da lei em comento, ao se constatar tal conduta simulada e fraudulenta, o Fisco apenava apenas o adquirente de fato. responsável pela Infração, ainda que a autuação com proposta de aplicação de pena da perdimento fosse dirigida ao Importador, como agente direto da ação delituosa. Com o introdução da multa pelo artigo 33 acima transcrito, além do perdimento do bem,. a nova lei atribuiu penalidade pecuniária dirigida diretamente a quem agiu como Instrumento de irregularidade, ou seja, o importador. (...).”(grifei). Portanto,consoante demonstrado, encontrase correta a autuação de multa substitutiva de pena de perdimento aplicada sobre aquele que consta como importador, embora tenhase concluído pela presunção legal de interposição fraudulenta com ocultação de terceiros. CONCLUSÃO Diante dos fundamentos acima desenvolvidos, conduzo o meu voto no sentido de:1) negar as preliminares de nulidade, 2) considerar preclusas as provas apresentadas unicamente na fase recursal, 3) negar a realização de diligência e no mérito, 4) negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (Assinado digitalmente) Fl. 5776DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10783.720618/201063 Acórdão n.º 3302002.762 S3C3T2 Fl. 5.753 29 MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ – Relatora. Fl. 5777DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10530.722879/2009-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. EXAME DA LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 02.
Não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do Poder Judiciário.
SÚMULA CARF Nº 4
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
SÚMULA CARF Nº 34
Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS
Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei nº 9.430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
ÔNUS DA PROVA
Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a comprovar a origem dos recursos informados para acobertar a movimentação financeira.
Numero da decisão: 2102-003.123
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares argüidas e, no mérito, negar provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Jose Raimundo Tosta Santos - Presidente
Assinado Digitalmente
Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti - Relatora
EDITADO EM: 23/10/2014
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS (Presidente), BERNARDO SCHMIDT, ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, SIDNEI DE SOUSA PEREIRA, ALICE GRECCHI, CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
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EXAME DA LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 02. Não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do Poder Judiciário. SÚMULA CARF Nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. SÚMULA CARF Nº 34 Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei nº 9.430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ÔNUS DA PROVA AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 72 28 79 /2 00 9- 56 Fl. 942DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a comprovar a origem dos recursos informados para acobertar a movimentação financeira. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares argüidas e, no mérito, negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Jose Raimundo Tosta Santos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 23/10/2014 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS (Presidente), BERNARDO SCHMIDT, ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, SIDNEI DE SOUSA PEREIRA, ALICE GRECCHI, CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA. Relatório Em face do contribuinte acima identificado, foi lavrado o Auto de Infração de fls. 03/10, apurandose o valor do crédito tributário no importe de R$2.838.026,42 (dois milhões, oitocentos e trinta e oito mil e vinte e seis reais e quarenta e dois centavos), já acrescidos de multa de ofício de 150% e juros de mora, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, anocalendário 2005. O lançamento se baseou na presunção de omissão de rendimentos, fundada na existência de depósitos bancários de origem não comprovada, em contas por ele movimentadas, mas que eram de titularidade de seu irmão (Domiciano Pereira de Souza). Em razão da suspeita de interposição de pessoa, foi qualificada a multa de ofício aplicada ao lançamento, que abrangeu fatos geradores ocorridos no anocalendário 2005. Da Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is) constantes do Auto, extraise que: “Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo supracitado, efetuamos o presente Lançamento de Ofício, nos termos do art. 926 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda 1999), tendo em vista que foram apuradas as infração(ões) abaixo descrita(s), aos dispositivos legais mencionados. 001 – DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA Fl. 943DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10530.722879/200956 Acórdão n.º 2102003.123 S2C1T2 Fl. 943 3 OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em conta(s) de depósito ou de investimento, mantida(s) em instituição(ções) financeira(s), em relação aos quais o sujeito passivo, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação Fiscal anexo”. Dele cientificado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 883/892, na qual alegou em síntese, que: 1. É inconstitucional a quebra do sigilo bancário sem ordem judicial; 2. Exerce, dentre outras, a atividade comercial de compra e venda de gado, bem como a de factoring. Efetuava empréstimos a pessoas físicas e jurídicas em dificuldades financeiras, adiantandolhe valores sobre cheques que recebiam de seus clientes. Daí a entrada de um grande número de pequenos depósitos em sua conta, correspondentes a estes cheques. Recebia com isso apenas a parcela correspondente aos juros. 3. Como as pessoas físicas estão desobrigadas de escrituração contábil, a omissão detectada em um mês deve servir para justificar os depósitos no mês seguinte, e assim por diante, em cascata, resultando, neste caso, em base tributável nula. 4. As planilhas e documentos anexos demonstram que o lançamento sobre os depósitos bancários não é senão a presunção de uma presunção, não constituindo prova suficiente. 5. A inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário por ausência de previsão legal. 6. Por fim, o Contribuinte postula a revisão dos cálculos do demonstrativo fiscal em confronto com as planilhas apresentadas. Na análise de tais alegações, os integrantes da DRJ em Salvador decidiram pela integral manutenção do lançamento, em julgado do qual se extrai a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A origem dos depósitos bancários deve ser comprovada com documentos hábeis e idôneos, que permitam a identificação individualizada dos créditos. Impugnação Improcedente O Contribuinte teve ciência de tal decisão e contra ela interpôs o Recurso Voluntário de fls. 905/936, por meio do qual reiterou integralmente as alegações contidas em sua Impugnação, ressaltando ainda que: Fl. 944DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 1. A inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário – ausência de previsão legal – revogação da CPMF (Lei 9.311/96) Nulidade do Auto de Infração. o Auto de Infração em comento originouse da quebra do sigilo bancário do Contribuinte em suas contas, sem qualquer determinação judicial, mas apenas baseado nos inconstitucionais mandamentos explicitados na Lei Complementar nº 105 e na Instrução Normativa nº 802/2007 da RFB; 2. A base de cálculo utilizada, montante integral dos depósitos, é inconstitucional por violar o conceito de renda encontrado em nossa carta magna. defende o Contribuinte que a base de cálculo utilizada foi o montante integral dos depósitos realizados em suas contas bancárias, sendo inconstitucional por violar o conceito de renda encontrado da CRFB/88; 3. Da inconstitucionalidade da base de cálculo utilizada, montante integral dos depósitos, por violar o princípio da capacidade contributiva, explícito em nosso texto maior. dispõe que a base de cálculo utilizada pelo Fiscal seria manifestamente inconstitucional, violando o princípio da capacidade contributiva exposto na CRFB/88, tendo em vista a tributação excessiva, comprometendo a subsistência do Contribuinte; 4. A inconstitucionalidade da multa aplicada por violar o princípio constitucional da vedação ao confisco e da isonomia. alega ainda que a aplicação de multa no montante de 150%, violaria o princípio da vedação ao confisco, sendo que deveria obedecer ao princípio da proporcionalidade e da isonomia, uma vez que o Contribuinte, ao apresentar sua declaração retificadora, não deve ter o mesmo tratamento de alguém que não tenha apresentado; 5. Cobrança indevida dos juros de mora à taxa superior a 1% ao mês. expõe que o Fisco seria privilegiado por estipular taxa de juros acima de 1% ao mês, sendo correspondente mais que o dobro do ordinariamente admitido para os débitos não tributários, ainda que o credor seja o mesmo do poder público. 6. O Contribuinte requereu ainda a juntada de planilha do anocalendário de 2005, com a movimentação financeira, com cópias de todos os cheques recebidos e emitidos já solicitados às instituições financeiras, para provar que não há de se falar em omissão de rendimentos, e sim apenas movimentações financeiras de ingressos e saídas de recursos, cujos rendimentos já estão declarados; 7. Por fim, o Contribuinte pleiteia pela anulação total do lançamento fiscal, ou ainda, caso seja julgada procedente a autuação, a limitação dos juros no percentual de 1% ao mês e a redução da multa de infração. Assim, os autos foram remetidos a este Conselho para julgamento, e na sessão de julgamentos do dia 07 de Fevereiro de 2012, esta turma determinou o sobrestamento do feito em razão do disposto no art. 2 , 1 , I, da Portaria CARF n 001/2012. Em face da alteração promovida no Regimento Interno deste Conselho, porém, retornam os autos para julgamento de mérito. Fl. 945DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10530.722879/200956 Acórdão n.º 2102003.123 S2C1T2 Fl. 944 5 É o Relatório. Voto Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relatora O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 06.05.2011, como atesta o AR de fls. 903. O Recurso Voluntário foi interposto em 24.05.2011 (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de Recurso interposto nos autos de processo em que se discute lançamento decorrente da presunção de omissão de rendimentos fundada em depósitos bancários. Em sua defesa, o Recorrente traz os seguintes argumentos: 1) inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário, que implicaria em nulidade do Auto de Infração; 2) inconstitucionalidade da base de cálculo utilizada por violar o conceito de renda encontrado em nossa carta magna; 3) inconstitucionalidade da base de cálculo utilizada, por violar o princípio da capacidade contributiva, explícito em nosso texto maior; 4) inconstitucionalidade da multa aplicada por violar o princípio constitucional da vedação ao confisco e da isonomia; 5) Cobrança indevida dos juros de mora à taxa superior a 1% ao mês; e 6) seja analisada a planilha do anocalendário de 2005, com sua movimentação financeira, bem como as cópias de todos os cheques recebidos e emitidos já solicitados às instituições financeiras, para provar que não há de se falar em omissão de rendimentos, e sim apenas movimentações financeiras de ingressos e saídas de recursos, cujos rendimentos já estão declarados. Os primeiros cinco itens suscitados pelo Recorrente esbarram em súmulas editadas por este Conselho, razão pela qual não podem ser acolhidos, nos termos do disposto no caput do art. 72 do Regimento Interno deste Conselho, que assim determina: Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Os três primeiros itens demonstrados acima versam sobre a alegação de inconstitucionalidade da base legal utilizada no lançamento. Ocorre que o nº 2 da Súmula deste Conselho, assim dispõe: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”. Assim sendo, e havendo disposição legal expressa que determine o lançamento da forma como foi efetuado (art. 42 da Lei nº 9.430/96) não há como acolher a pretensão recursal. Fl. 946DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 O mesmo ocorre em relação ao quarto item (inconstitucionalidade da multa aplicada por configurar verdadeiro confisco). Neste ponto, além de haver expressa previsão legal para as multas aplicadas ao lançamento, devese ressaltar que o Recorrente não trouxe qualquer argumento apto a descaracterizar a qualificação da multa, da forma como foi feita pela autoridade fiscal. Importante salientar ainda que neste caso houve interposição de pessoa, de forma que a aplicação da multa de ofício qualificada se justifica, nos termos do enunciado nº 34 da Sumula deste CARF, verbis: “Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas.”. No caso, a interposição de pessoa foi comprovada pela autoridade fiscal e não foi contestada pelo Recorrente, aplicandose integralmente o disposto no enunciado acima transcrito. Quanto à alegação de ser indevida a taxa de juros aplicada ao lançamento (que não poderia ser superior a 1%), igualmente se aplica um outro enunciado da Sumula deste CARF, o de nº 4, segundo o qual: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.”. Afastadas assim todas as questões suscitadas pelo Recorrente no que diz respeito a eventuais inconstitucionalidades ou ilegalidades no lançamento, passase à análise do mérito de seu recurso. Quanto ao mérito, o Recorrente defende que seja levada em consideração a planilha por ele elaborada, por meio da qual buscou demonstrar que os depósitos de um mês deveriam ser utilizados como origem para acobertar os depósitos do mês seguinte. Alegou ainda que os valores creditados em sua conta eram sacados pouco tempo depois – razão pela qual se trataria de mera movimentação financeira e não de omissão de rendimentos. O primeiro pedido, mais uma vez, esbarra em um enunciado da Sumula deste Conselho, a de nº 30: “Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes.”. Por fim, quanto à alegação de que os valores depositados em suas contas bancárias não representam renda sua, melhor sorte não terá o Recorrente. A Lei nº 9.430/96 estabeleceu uma presunção de omissão de rendimentos que, apesar de ser relativa, só pode ser revista contra a apresentação, pelo contribuinte, de documentação hábil e idônea que comprove a origem daqueles rendimentos. Por isso que para os fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 1997, cabe sempre ao contribuinte o ônus de comprovar a origem dos valores transitados por sua conta bancária. Nestes casos, o ônus da prova não é mais da autoridade fiscal (no sentido de comprovar a ocorrência de eventual omissão) e sim do próprio contribuinte (de que não houve qualquer omissão). Tal prova, porém, não foi feita no caso vertente, em que o Recorrente se limita a fazer alegações genéricas, sem demonstrar de fato qual seria a origem dos recursos depositados em suas contas. Fl. 947DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10530.722879/200956 Acórdão n.º 2102003.123 S2C1T2 Fl. 945 7 Diante de todo o exposto, VOTO no sentido de REJEITAR as preliminares argüidas e no mérito, NEGAR provimento ao Recurso. Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Fl. 948DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalment e em 23/10/2014 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI, Assinado digitalmente em 23/10/2014 por JOS E RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 10830.008150/2007-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1996 a 30/04/2006
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional - CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplica-se o artigo 150, §4°; caso contrário, aplica-se o disposto no artigo 173, I. No caso de autuação pelo descumprimento de obrigação acessória, a constituição do crédito é de ofício e a regra aplicável é a contida no artigo 173, I.
JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA.
A partir da Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98 a Justiça do Trabalho passou a ser exercer a competência para executar de ofício as contribuições previdenciárias decorrentes de suas sentenças ou homologação de acordos trabalhistas.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 2402-004.262
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
Julio Cesar Vieira Gomes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Thiago Taborda Simões. Ausente o conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplicase o artigo 150, §4°; caso contrário, aplicase o disposto no artigo 173, I. No caso de autuação pelo descumprimento de obrigação acessória, a constituição do crédito é de ofício e a regra aplicável é a contida no artigo 173, I. JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA. A partir da Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98 a Justiça do Trabalho passou a ser exercer a competência para executar de ofício as contribuições previdenciárias decorrentes de suas sentenças ou homologação de acordos trabalhistas. Recurso de Ofício Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 81 50 /2 00 7- 27 Fl. 573DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 14/10/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Thiago Taborda Simões. Ausente o conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 574DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 14/10/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10830.008150/200727 Acórdão n.º 2402004.262 S2C4T2 Fl. 572 3 Relatório Tratase de recurso de ofício contra decisão de primeira instância que julgou improcedente o lançamento realizado em 21/12/2006. O crédito é relativo a contribuições previdenciárias arbitradas sobre reclamatórias trabalhistas. Todo o crédito foi exonerado, em parte pela aplicação do artigo 173, I do CTN e o restante porque a fiscalização não observou que para o período após 12/98 a competência para a cobrança seria da justiça trabalhista e ainda que não haveria razão para o arbitramento já que a contabilidade discriminara as parcelas remuneratórias. Seguem transcrições do acórdão recorrido: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 30/04/2006 LANÇAMENTO FISCAL CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE A REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE. Diante da inconstitucionalidade formal do artigo 45 da Lei n° 8.212/91 expressa na Súmula n° 8 do Supremo Tribunal Federal, aplicase o prazo decadencial qüinqüenal estabelecido no Código Tributário Nacional. A partir da Emenda Constitucional n° 20 de 1998 as contribuições previdenciárias incidentes sobre fatos geradores decorrentes de reclamatórias trabalhistas serão cobradas pela Justiça do Trabalho. Lançamento Improcedente É o Relatório. Fl. 575DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 14/10/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Comprovado nos autos o cumprimento dos pressupostos de admissibilidade do recurso, passo ao exame das questões preliminares. Decadência Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa Fl. 576DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 14/10/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10830.008150/200727 Acórdão n.º 2402004.262 S2C4T2 Fl. 573 5 oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. Assim sendo, independente de meu entendimento pessoal sobre a matéria, manifestado em meus votos anteriores, inclinome à tese jurídica na Súmula Vinculante n° 08. Afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência prevista no Código Tributário Nacional CTN se aplicar ao caso concreto; no entanto, tratase de recurso de ofício contra acórdão que aplicou a regra do artigo 173, I, menos favorável ao contribuinte e este não interpôs recurso voluntário para que fosse aplicada a regra do artigo 150, §4º do CTN. Dessa forma, não cabe a esta turma rever a decisão. Voto assim por manter a decisão nos termos em que proferida. No mérito A partir da Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98 a Justiça do Trabalho passou a ser competente para executar de ofício as contribuições previdenciárias decorrentes de suas sentenças, verbis: Constituição Federal: Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Fl. 577DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 14/10/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 ... VIII. a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). A reconhecimento de vínculos empregatícios ou de direitos a parcelas remuneratórias tem repercussão tributária – são devidas contribuições previdenciárias sobre as remunerações. Antes da EC nº 20/98, A fiscalização comparecia às Varas da Justiça do Trabalho para realizar os lançamentos tributários, mas desde então a competência passou a ser exercida com exclusividade pelos juízes do trabalho. No presente caso, a fiscalização não observou o procedimento administrativo para verificação do cumprimento pela justiça do trabalho da cobrança das contribuições previdenciárias, preferiu realizar por arbitramento o lançamento tributário. Dessa forma, a decisão recorrida não merece reparos. Por tudo, voto por negar provimento ao recurso de ofício. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 578DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 14/10/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720411/2009-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Oct 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
Ementa:
PERÍCIA.
A perícia técnica destina-se a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitando-se ao aprofundamento de questões sobre provas já incluídas nos autos. Deve ser indeferida quando, em subversão à lei processual, vise produzir prova que deveria ter sido apresentada com a impugnação.
INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA.
Falece competência a este órgão julgador para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2)
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE.
Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF nº 12)
IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV.
Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos aos descontos de Imposto de Renda.
ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI..
Inexistindo lei federal reconhecendo a alegada isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda (art. 176 do CTN).
IRPF. MULTA. EXCLUSÃO.
Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos.
Numero da decisão: 2201-001.743
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares arguidas pela recorrente. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que negaram provimento, e RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE, que deram provimento integral ao recurso.
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Relator.
EDITADO EM: 01/11/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
Nome do relator: Eduardo Tadeu Farah
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 Ementa: PERÍCIA. A perícia técnica destina-se a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitando-se ao aprofundamento de questões sobre provas já incluídas nos autos. Deve ser indeferida quando, em subversão à lei processual, vise produzir prova que deveria ter sido apresentada com a impugnação. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. Falece competência a este órgão julgador para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE. Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF nº 12) IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos aos descontos de Imposto de Renda. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI.. Inexistindo lei federal reconhecendo a alegada isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda (art. 176 do CTN). IRPF. MULTA. EXCLUSÃO. Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares arguidas pela recorrente. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que negaram provimento, e RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE, que deram provimento integral ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah - Relator. EDITADO EM: 01/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
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A perícia técnica destinase a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitandose ao aprofundamento de questões sobre provas já incluídas nos autos. Deve ser indeferida quando, em subversão à lei processual, vise produzir prova que deveria ter sido apresentada com a impugnação. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. Falece competência a este órgão julgador para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE. Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF nº 12) IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos aos descontos de Imposto de Renda. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI.. Inexistindo lei federal reconhecendo a alegada isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda (art. 176 do CTN). IRPF. MULTA. EXCLUSÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 04 11 /2 00 9- 31 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares arguidas pela recorrente. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que negaram provimento, e RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE, que deram provimento integral ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Relator. EDITADO EM: 01/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório Adoto o relatório de primeira instância por bem traduzir os fatos da presente lide até aquela decisão. Tratase de auto de infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente aos anos calendário de 2004, 2005 e 2006, para exigência de crédito tributário, no valor de R$ 159.142,32, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10580.720411/200931 Acórdão n.º 2201001.743 S2C2T1 Fl. 3 3 O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal e apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: a) o lançamento fiscal é improcedente, pois teve como objeto valores recebidos pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não estão sujeitos à incidência do imposto de renda, em razão do seu caráter indenizatório, conforme legislação instituidora da referida verba. Tais valores não se enquadram nos conceitos de renda ou proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; b) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV recebidas pelos magistrados federais, e que por esse motivo estariam isentas da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Este tratamento seria extensível aos valores a mesmo título recebidos pelos membro do magistrados estaduais; c) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do IRRF que lhe caberia ao estabelecer no art. 5º da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga, sendo a União parte ilegítima para exigência de tal tributo. Além disso, se a fonte pagadora não fez a retenção que estaria obrigada, e levou o autuado a informar tal parcela como isenta em sua declaração de rendimentos, não tem este último qualquer responsabilidade pela infração; d) caso os rendimentos apontados como omitidos de fato fossem tributáveis, deveriam ter sido submetidos ao ajuste anual, e não tributados isoladamente como no lançamento fiscal; e) parcelas dos valores recebidos a título de diferenças de URV se referiam à correção incidente sobre 13º salários e a férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isenta, portanto, não deveriam compor a base de cálculo do imposto lançado; f) ainda que as diferenças de URV recebidas em atraso fossem consideradas como tributáveis, não caberia tributar os juros e correção monetária incidentes sobre elas, tendo em vista sua natureza indenizatória; g) mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros moratórios, pois o autuado teria agido com boafé, seguindo orientações da fonte pagadora, que por sua vez estava fundamentada na Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. h) caso caiba indenização ao Fisco, que seja realizada mediante a reposição preconizada nos termos do art 46, § 1º, da Lei nº 8.112, de 1990; i) requer a realização de perícia para que sejam identificadas as parcelas relativas à 13º salário, férias, juros e correção monetária sobre as parcelas da URV, e outras parcelas isentas, bem como, apurado o imposto devido sobre o valor da recebido a titulo de URV, excluídas das referidas parcelas; Foi determinada diligência fiscal para que o órgão de origem adotasse as medidas cabíveis para ajustar o lançamento fiscal ao Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009, de 12 de fevereiro de 2009, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que, em razão de jurisprudência pacificada no Superior Tribunal de Justiça, concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já interpostos, desde que inexistisse outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visassem obter a declaração de que, no cálculo do Fl. 165DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 imposto renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, deveriam ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global. O contribuinte foi cientificado do resultado da diligência fiscal e manifestou se favorável ao procedimento, aproveitando para reiterar as alegações da impugnação. A 3ª Turma da DRJ em Salvador/BA julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos Magistrados do Estado da Bahia, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Intimada da decisão de primeira instância, Maria Martha Goes Rodrigues de Moraes apresenta tempestivamente Recurso Voluntário, sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Cuidam os presentes autos de lançamento originário de verbas recebidas do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. Antes de adentrarmos no mérito da questão insta examinar, de antemão, as preliminares aventadas pela defesa. Nulidade da Decisão Recorrida – Indeferimento do Pedido de Perícia De início, cumpre esclarecer que apesar de ser facultado ao sujeito passivo o direito de pleitear a realização de diligências e perícias, compete à autoridade julgadora decidir sobre sua efetivação, podendo ser indeferidas as que considerarem prescindíveis ou Fl. 166DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10580.720411/200931 Acórdão n.º 2201001.743 S2C2T1 Fl. 4 5 impraticáveis (art. 18, caput, do Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993). No caso dos autos, solicitou a recorrente perícia para que fosse identificadas as verbas não alcançadas pela tributação, tais como férias e licença prêmio. Ocorre que a 3ª Turma da DRJ em Salvador/BA, quando da análise do pleito da recorrente, excluiu da exigência os valores relativos a adiantamento de 13º salário e abono de férias, pois as referidas verbas são, essencialmente, isentas e sujeitas a tributação exclusiva, respectivamente. Assim sendo, se a recorrente possuía conhecimento de outras verbas não alcançadas pela tributação, deveria carreálas aos autos para que pudesse ser objeto de análise deste Colegiado. Ante ao exposto, não merece ser acolhida a suscitada preliminar de nulidade. Ilegitimidade da União Federal – Responsabilidade da Fonte Pagadora Sobre a alegada ilegitimidade ativa para exigir o tributo penso que o art. 153, inciso III, da Constituição Federal atribui a União competência para legislar sobre imposto de renda e proventos de qualquer natureza. Com efeito, em que pese o produto da arrecadação do IRRF pertencer ao Estado da Bahia, tal fato não tem o condão de alterar a competência da União relativa ao Imposto sobre a Renda, conforme prevê o art. 6º, parágrafo único, do Código Tributário Nacional – CTN. Ainda, ao analisar as argumentações da defesa, impende esclarecer que a Fazenda Pública não deseja receber tributo superior ao efetivamente devido, mas, simplesmente, aplicar a lei. Neste sentido, todos os dispositivos fiscais foram aplicados em estrita obediência princípio da legalidade. Além do mais, não procede a alegação de que a União não poderia exigir o imposto pela falta de retenção do Estado da Bahia, pois o contribuinte na qualidade de beneficiário dos rendimentos não pode se furtar da tributação do imposto porque a fonte pagadora não procedeu à retenção. Em verdade, não há como atribuir a responsabilidade tributária exclusiva da fonte pagadora que não efetuou a retenção do imposto, pois a Lei ao disciplinar a elaboração da declaração anual de rendimentos expressamente determina a inclusão na base de cálculo do imposto de todos os rendimentos percebidos no ano, independentemente de ter ou não havido retenção do imposto na fonte (artigos 7º e 8º da Lei nº 9.250, de 26/12/1995). É neste sentido a Súmula CARF nº 12: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. Destarte, imprópria a tentativa de vincular a responsabilidade tributária tão só ao Estado da Bahia. Encerrada a apreciação das questões preliminares, passase ao exame do mérito. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Quanto ao mérito, verifico que as verbas recebidas a título de “Valores Indenizatórios de URV” advêm de diferenças salariais ocorridas na conversão da remuneração do servidor público, quando da implantação do Plano Real. Logo, as verbas recebidas visam recompor parte do salário e, neste sentido, configurase fato gerador do tributo, pois se trata de aquisição de disponibilidade econômica de renda, conforme prevê o artigo 43 do CTN: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Portanto, a definição prevista no artigo 43 do CTN se subsume ao caso em questão, isto porque as quantias percebidas pelo contribuinte de fato constitui produto do trabalho (salário). No que tange à alegada afronta ao princípio constitucional da isonomia, percebo que a Resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) nº 245, de 2002, conferiu natureza jurídica indenizatória ao abono variável apenas aos Magistrados do Poder Judiciário Federal e, posteriormente, aos membros do Ministério Público da União (Lei nº 9.655/1998 e Lei nº 10.474/2002). Neste caso, não há como estender o entendimento a outros contribuintes, haja vista inexistir lei federal determinando o mesmo tratamento tributário (art. 111, inciso II, do CTN). Pensar diferente implicaria na concessão de isenção sem lei federal própria, o que ofenderia o art. 150, § 6º, da CF e art. 176 do CTN. Com efeito, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, por meio do Parecer PGFN/Nº 529/2003, aprovado pelo Ministro da Fazenda, também reconheceu a natureza indenizatória do abono apenas aos Magistrados da União, respeitando a interpretação do STF. Importa também acrescer que este Órgão Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme dispõe a Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Sobre a imposição da multa de ofício, penso que a mesma deve ser excluída, pois o sujeito passivo foi de fato induzido ao erro pela fonte pagadora. É cediço que o comprovante de rendimento elaborado pela fonte pagadora classificou a referida verba como rendimentos isentos e não tributáveis, e ao apresentar sua Declaração de Ajuste o sujeito passivo meramente copiou os dados constantes do comprovante, acreditando estar agindo de forma correta. Assim, se houve erro no apontamento da natureza dos rendimentos tributáveis auferidos, em verdade, este erro não foi provocado pelo sujeito passivo. Deste Fl. 168DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10580.720411/200931 Acórdão n.º 2201001.743 S2C2T1 Fl. 5 7 modo, o erro é escusável e, portanto, inaplicável a multa de ofício. Aliás, nesta vertente, vem decidindo a Câmara Superior de Recursos Fiscais, a exemplo da ementa destacada: IRPF – MULTA DE OFÍCIO Não é possível imputar ao contribuinte a prática de infração de omissão de rendimentos quando seu ato partiu de falta da fonte pagadora, que elaborou de forma equivocada o comprovante de rendimentos pagos e imposto retido na fonte. O erro, neste caso, revelase escusável, não sendo aplicável a multa de ofício. Recurso especial negado. (Ac. CSRF/0400.045, Rel. Cons. Wilfrido Augusto Marques, julgado em 08.06.2005) Destarte, deve ser excluída a multa de ofício aplicada ao lançamento em exame. Em relação à incidência do imposto de renda sobre juros de mora, penso que não é o caso de se utilizar a sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil – CPC, pois a matéria aqui tratada não é exatamente igual a decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Confira a ementa do Resp. nº 1227133/RS, julgado em 28/09/2011: RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA INDENIZATÓRIA. VERBAS TRABALHISTAS. NÃO INCIDÊNCIA OU ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. – Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. (grifei) Ora, o STJ reconheceu a não incidência de imposto de renda sobre juros de mora legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Contudo, no caso dos autos, o pagamento da verba ocorreu, em verdade, com a edição da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. Deste modo, inaplicável à espécie o recurso especial repetitivo. Ressaltese que o julgador não está obrigado a rebater todas as questões levantadas pela defesa, mormente quando os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão (art. 31 do Decreto nº. 70.235, de 1972). Esse entendimento é pacifico neste Órgão Administrativo, consoante a ementa destacada: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DEFESA DO CONTRIBUINTE APRECIAÇÃO Conforme cediço no Superior Tribunal de Justiça STJ, a autoridade julgadora não fica obrigada a manifestarse sobre todas as alegações do recorrente, nem a todos os fundamentos indicados por ele ou a responder, um a um, seus argumentos, quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar a decisão. (REsp 874793/CE, julgado em 28/11/2006). (Acórdão 10248620) Por fim, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de Fl. 169DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 8 inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Esse entendimento é pacifico no CARF, conforme Súmula nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Ante o exposto, voto no sentido de rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir a aplicação da multa de ofício. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 170DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10580.720411/200931 Acórdão n.º 2201001.743 S2C2T1 Fl. 6 9 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10580.720411/200931 Recurso nº: 920.959 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201001.743. Brasília/DF, 14 de agosto de 2012 Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 171DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10166.727507/2011-36
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
ADICIONAL DE FÉRIAS. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JURISPRUDÊNCIA DO CARF.
A jurisprudência deste Conselho é uníssona no sentido de afastar a contribuição previdenciária incidente sobre adicional/terço de férias, em virtude de seu patente caráter indenizatório, razão pela qual não deve prosperar lançamentos realizados sob esta rubrica.
GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. PRESSUPOSTOS.
Apenas existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação.
MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento - a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.692
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, (i)- por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para exonerar o crédito tributário contido no levantamento "OF1 - OUTROS ADICIONAIS DE FÉRIAS", (ii)- Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir do pólo passivo da autuação as pessoas arroladas como solidárias por ausência de demonstração de prática comum do fato gerador e ausência dos requisitos legais para tanto. Votaram pelas conclusões os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, e Daniele Souto Rodrigues. Vencido o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari. (iii)- Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora em relação ao valor remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 (art. 61 da Lei 9.430/96). Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JURISPRUDÊNCIA DO CARF. A jurisprudência deste Conselho é uníssona no sentido de afastar a contribuição previdenciária incidente sobre adicional/terço de férias, em virtude de seu patente caráter indenizatório, razão pela qual não deve prosperar lançamentos realizados sob esta rubrica. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. PRESSUPOSTOS. Apenas existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 75 07 /2 01 1- 36 Fl. 334DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 2 ACORDAM os membros do Colegiado, (i) por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para exonerar o crédito tributário contido no levantamento "OF1 OUTROS ADICIONAIS DE FÉRIAS", (ii) Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir do pólo passivo da autuação as pessoas arroladas como solidárias por ausência de demonstração de prática comum do fato gerador e ausência dos requisitos legais para tanto. Votaram pelas conclusões os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, e Daniele Souto Rodrigues. Vencido o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari. (iii) Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora em relação ao valor remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 (art. 61 da Lei 9.430/96). Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10166.727507/201136 Acórdão n.º 2403002.692 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto em face de Acórdão que julgou procedente em parte a impugnação ofertada em face do lançamento consubstanciado no DEBCAD nº 37.344.1720, almejando o recolhimento das contribuições destinadas a terceiros. O fiscal imputa responsabilidade tributária, reconhecendo um grupo econômico de fato da recorrente para com nove empresa, conforme Relatório de Vínculos, fls. 32/34. Entretanto, no próprio relatório da autuação em apreço, não são expostas as razões para caracterização do grupo econômico, fazendoo apenas nos autos do processo a ele apensado, nº 10166.727505/201147, no qual se exige as contribuições relativas à cota patronal. A autoridade fiscal relata que não houve a declaração em GFIP, tampouco incidência de contribuições sociais sobre as rubricas pagas em folha de pagamento: a) 855 – Premiação; b) 163 – Dissídio Retroativo; c) 025 – Outros Adicionais de Férias, assim como: d) Alimentação fornecida in natura; e) Vale Transporte pago em pecúnia. Também destaca que foram identificados em folha de pagamento remunerações pagas a segurados empregado e prólabore pago a contribuintes individuais que não foram declarados em GFIP. Alimentação Afirma o auditor fiscal que a alimentação é preparada pela equipe de cozinheiros do próprio contribuinte, com os alimentos que são por ele vendidos e servida nos refeitórios de cada loja, ocorrendo a sua autuação em virtude da não apresentação do comprovante de adesão ao PAT. Premiação Realizou a tributação dos valores pagos sob a rubrica premiação, elaborando, para tanto, o anexo VI. Dissídio Retroativo Constatouse que o pagamento dessa rubrica está previsto na convenção coletiva de trabalho da categoria, que determinou reajuste de 8,2% a partir de 01 de novembro de 2008, podendo ser pago na folha de pagamento do mês de dezembro de 2008. Outros adicionais de férias Segundo o auditor, sua tributação decorreria da própria definição legal de saláriodecontribuição, prevista no artigo 28 da Lei nº 8.212/91, discriminando por trabalhador no Anexo VI. Vale Transporte Fl. 336DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 4 O auditor constatou que na convenção coletiva de trabalho apresentada, consta dispositivo que faculta aos empregadores o pagamento em dinheiro do vale, até o quinto dia útil de cada mês ou na folha de pagamento, tendo sido assim procedido. Prólabore Na fl. 42, consta a informação de que, analisando a folha de pagamento entregue pelo contribuinte em meio digital e as informações declaradas em GFIP, a auditoria fiscal pode identificar pagamentos ao Sr. MARIO HABKA realizados sob a rubrica 078 – Pró labore, que não foram declarados nos meses de janeiro e fevereiro de 2008. Da mesma forma ocorreu em relação a pagamentos efetuados à Sra. MARIA CRISTINA DE CASTRO HABKA, no período de janeiro a novembro de 2008. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento efetuado, o contribuinte apresentou defesa por meio de instrumento de fls. 258/278. DO ACÓRDÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da então Impugnante, a 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília, DRJ/DF, prolatou o Acórdão nº 03 50.069, fls. 280/291, na qual julgou pela procedência em parte da impugnação ofertada, mantendo parcialemente o crédito tributário, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 AIOP DEBCAD N. 37.344.1720 (TERCEIROS) GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Caracterizase grupo econômico quando duas ou mais empresas estão sob a direção, o controle ou a administração de outra, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, ainda que cada uma delas tenha personalidade jurídica própria. As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza, respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações previdenciárias, conforme art. 30, inciso IX, da Lei Nº 8.212/91. CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A TERCEIROS. RECOLHIMENTO. A empresa é obrigada a recolher as contribuições destinadas aos Terceiros, no mesmo prazo que a Lei 8.212/91 prescreve para as contribuições previdenciárias a seu cargo, bem como para as que, por imposição legal, devem ser arrecadadas dos segurados a seu serviço. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO IN NATURA. NÃO INCIDÊNCIA. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10166.727507/201136 Acórdão n.º 2403002.692 S2C4T3 Fl. 4 5 O pagamento in natura do auxílioalimentação não sofre a incidência da contribuição previdenciária, este o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, ou decorra o pagamento de acordo ou convenção coletiva de trabalho. (Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117/2011 e Ato Declaratório PGFN nº 03/2011) CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. VALE TRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA. NÃO INCIDÊNCIA. Em decorrência do entendimento da AGU, manifestado pela Súmula nº 60, de 08 de dezembro de 2011, não incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos em dinheiro a título de valetransporte. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ADICIONAIS DE FÉRIAS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. O valor pago ao empregado, a título de adicionais de férias, só não integra o valor do salário de contribuição, para fim de incidência da contribuição previdenciária, se tratar de férias indenizadas e for concedido estritamente de acordo com a legislação pertinente. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DISSÍDIO RETROATIVO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. Consideramse remunerações as importâncias auferidas em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPROCEDÊNCIA. Não ocorre cerceamento do direito de defesa, ou possibilidade de nulidade quando os fatos descritos nos relatórios do Auto de Infração permitem a exata compreensão dos fatos e dos valores apurados no cômputo da multa. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo sujeito passivo. MULTA. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Segundo a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14, de 4 de dezembro de 2009, a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Impugnação Procedente em Parte Fl. 338DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 6 Crédito Tributário Mantido em Parte A exoneração recaiu sobre os seguintes levantamentos, conforme conclusões do Relator, in verbis: VOTO no sentido de julgar PROCEDENTE EM PARTE A IMPUGNAÇÃO, retificando o crédito lançado, excluindo os levantamentos AL1 – Alimentação e AL2 – Alimentação e VT1 – Vale Transporte e VT2 – Vale Transporte, conforme DADR em anexo. DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a Recorrente interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 303/311, alegando, em síntese, a nulidade do auto de infração por cerceamento do direito de defesa e que a não declaração, excepcionalmente, na GFIP ocorreu por falha e não por dolo, e o que era devido foi pago. DA RESOLUÇÃO Ato contínuo, tendo em vista a imputação de responsabilidade solidária a nove outras empresas que, segundo a fiscalização, formariam um grupo econômico, foi proferida a Resolução nº 2403000.194, fls. 327/332, na sessão de 15 de outubro de 2013, requerendo a ciência dos demais responsáveis acerca do acórdão da DRJ. Ententanto, restou consignado, através do despacho de fl. 333, a inexistência de sujeitos passivos solidários, culminando, assim, no retorno dos autos ao CARF. É o relatório. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10166.727507/201136 Acórdão n.º 2403002.692 S2C4T3 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA ADMISSIBILIDADE Conforme documentos de fls. 326, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. INOCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA As Recorrentes afirmam que o Auto de Infração está eivado de nulidade em razão da autoridade fiscal ter descrito os fatos de forma incompleta e sem a sua fiel reprodução, o que causaria cerceamento do direito de defesa. No entanto, não merece prosperar tal fundamento. A partir da leitura do Relatório Fiscal, é possível verificar todos os fatos ensejadores da presente autuação, inclusive esmiuçandoa em levantamentos, a fim de facilitar a compreensão não apenas por parte do julgador, como também do contribuinte. Ademais, além dos dispositivos legais indicados no Relatório Fiscal, há de se destacar os Fundamentos Legais do Débito , dispostos nas fls. 14/16. Por tais razões, não há que se falar em cerceamento de defesa, tampouco nulidade da autuação. ADICIONAL DE FÉRIAS Um dos levantamentos realizados pela autoridade fiscal, para apuração das contribuições devidas, recaiu na rubrica “Outros Adicionais de Férias”. Ocorre que sua incidência é afastada pela jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, conforme se percebe dos procedentes abaixo colacionados: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/2009 a 29/02/2012 COMPENSAÇÃO. VALORES PAGOS SOBRE A VERBA TITULADA DE TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. NÃO OSTENTA CARÁTER REMUNERATÓRIO. POSSIBILIDADE. Não devem ser glosadas as compensações efetuadas com valores de contribuições devidas pela recorrente, quando se pleiteia o seu abatimento com valores pagos indevidamente ou a maior. No caso, devem ser considerados como direito de crédito a Recorrente os pagamentos de contribuições a maior incidentes sobre o terço/adicional constitucional de férias, desde que seja observado o prazo de cinco anos contados do dia seguinte ao do recolhimento ou do pagamento indevido. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Fl. 340DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 8 (...) Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para que seja afastada a incidência da contribuição social previdenciária sobre a verba paga a título de adicional de 1/3 constitucional de férias e, reconhecendose o direito a compensação de seus valores, observado o prazo prescricional de 5 (cinco) anos a contar da data do efetivo pagamento indevido, nos termos do voto. Vencido o conselheiro Thiago Taborda Simões que votou pelo provimento também em relação ao adicional de horas extraordinárias. Julio Cesar Vieira Gomes Presidente Ronaldo de Lima Macedo Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. (CARF. Processo 13161.720148/201396, Data da Sessão: Relator:RONALDO DE LIMA MACEDO, Nº Acórdão: 2402 004.014) Vêse que o afastamento da incidência de contribuição previdenciária corresponde ao terço constitucional, conhecidamente denominado adicional de férias também, coincidindo com o título da rubrica incluída no presente levantamento, impossibilitando, portanto, a manutenção do auto de infração concernente a esta rubrica. DO DISSÍDIO RETROATIVO E DA PREMIAÇÃO A autoridade fiscal apurou os créditos tributários através da análise das folhas de pagamento, onde pode se constatar a existência de pagamentos a título de dissídio retroativo e premiação. Quanto a esta primeira rubrica, a alegação das Recorrentes seria no sentido de haver um engano por parte do fiscal autuante, uma vez que a convenção coletiva firmada entre o Sindicato dos Empregados no Comércio do Distrito Federal e o Sindicato patronal ressalva em sua cláusula primeira a previsão de aumento apenas em 01 de novembro de 2008, não havendo que se falar em retroatividade. Não se vislumbra quaisquer equívocos. A autoridade fiscal relata no item 46 que o pagamento da rubrica é oriunda de um reajuste de 8,2% exatamente a partir de 01 de novembro de 2008, que poderia ter sido pago na folha de pagamento do mês de dezembro de 2008. Neste sentido, a autuação recai sobre este último mês, uma vez que o referido percentual de aumento foi tomada como base pela empresa apenas para o FGTS, não o declarando em GFIP. Portanto, não subsistem razões que impeçam a incidência e cobrança dos valores constantes no levantamento “DR – DISSÍDIO RETROATIVO”. Quanto às verbas apuradas nos levantamentos “ PM1 – PREMIAÇÃO” e “PM2 – PREMIAÇÃO”, verificase através do Anexo IV, colacionado aos autos em epígrafe, que as verbas sob este título foram percebidas pelo empregado por diversos meses o que caracteriza a habitualidade dos ganhos, contida na própria definição legal de salário de contribuição, nos termos do art. 28, I, da Lei nº 8.212/91, in verbis: Fl. 341DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10166.727507/201136 Acórdão n.º 2403002.692 S2C4T3 Fl. 6 9 Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Assim, mantémse a incidência da contribuição previdenciária sobre referida rubrica. PROLABORE PAGO E NÃO DECLARADO E DIFERENÇAS NÃO DECLARADAS EM GFIP Quanto ao prólabore pago ao Sr. MARIO HANKA e à Sra. MARIA CRISTINA DE CASTRO HANKA, além das diferenças não declaradas em GFIP, os Recorrentes restaram silentes, sem a existência de quaisquer provas nos autos que elida a presente exação. Isso porque, mesmo em matéria tributária, cabe a ambos, tanto ao Fisco e quanto ao contribuinte, não só alegar, como, precipuamente, produzir provas que ofereçam condições de convicção favoráveis à sua pretensão. Por oportuno, transcrevese as palavras de Marcos Vinícius Neder, quando dispõe acerca do ônus da prova (NEDER, Marcos Vinicius; SANTI, Eurico Marcos Diniz de; FERRAGUT, Maria Rita (coord). A prova no processo tributário. São Paulo: Dialética, 2010. p. 19): “No processo administrativo fiscal, temse como regra que o ônus da prova recai sobre quem dela se aproveita. Assim, se a Fazenda alega ter ocorrido o fato gerador da obrigação tributária, deverá apresentar a prova de sua ocorrência. Se, por outro lado, o contribuinte aduz a inexistência da ocorrência do fato gerador, igualmente, terá que provar a falta dos pressupostos de sua ocorrência ou a existência de fatores excludentes” Portanto, por inexistir elementos probatórios que tolham a pretensão fazendária, reputamse devidas as contribuições previdenciárias exigidas, eis que se encontram amparadas no art. 22, III, da Lei nº 8.212/91, conforme se depreende dos Fundamentos Legais do Débito – FLD, para efetuar o lançamento referente à cota patronal na alíquota de 20% em relação aos contribuintes individuais: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: 6 III vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 342DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 10 Permanecese, pois, a devida tributação. RECÁLCULO DA MULTA DE MORA Inobstante as disposições tecidas pela autoridade julgadora quando da prolação do acórdão de primeira instância, importa alinhavar algumas considerações acerca do recálculo da multa de mora a ser realizado. A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Fl. 343DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10166.727507/201136 Acórdão n.º 2403002.692 S2C4T3 Fl. 7 11 Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Já em relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplicase apenas a multa de ofício. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, cominelhe penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 12 DESCARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO Em que pese a informação de inexistência de sujeitos passivos solidários, disposta na fl. 333, ocorre que além das pessoas jurídicas estarem contidas no Relatório de Vínculos, a imputação da responsabilidade fora atribuída no processo principal nº 10166.727505/201147, a qual este se encontra apenso. Deste modo, temse que referida questão deve ser objeto de análise no processo em epígrafe. A fiscalização imputou responsabilidade solidária a nove outras empresas em relação aos créditos tributários devidos pelo Supermercado Tatá (devedor principal), tendo sido devidamente cientificadas da autuação e da decisão de primeira instância. Contudo, em se tratando de caracterização de grupo econômico na seara fiscal, independentemente dos fundamentos expostos, temse que o mero fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico não é suficiente a ensejar a solidariedade no pólo passivo de uma demanda fiscal, fazendose imprescindível a demonstração da prática conjunta do fato gerador pelos demais responsáveis tributários. O Superior Tribunal de Justiça já possui entendimento pacífico neste sentido, tendo se manifestado em vários precedentes, assim como dispõe em recente julgado: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE PASSIVA. REEXAME DE PROVAS EM RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Não caracteriza a solidariedade passiva em execução fiscal o simples fato de duas empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico. Precedentes do STJ 2. Para verificar as alegações da parte agravante de existência de solidariedade entre o banco e a empresa de arrendamento, em contraposição ao que foi decidido pelo Tribunal de origem, é necessário o revolvimento de matéria de provas, o que é inadmissível em recurso especial, conforme a Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1240335/RS, Rel Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2011, Dje 25/05/2011) ____________________________________________________ AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ISS. LEGITIMIDADE PASSIVA. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES: AGRG NO ARESP 21.073/RS, REL MIN HUMBERTO MARTINS, DJE 26.10.2011 E AGRG NO AG 1.240.335/RS, REL MIN. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJE 25.05.2011. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10166.727507/201136 Acórdão n.º 2403002.692 S2C4T3 Fl. 8 13 1. A jurisprudência dessa Corte firmou o entendimento de que o simples fato de duas empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico, por si só, não enseja a solidariedade passiva em execução fiscal. 2. Tendo o Tribunal de origem reconhecido a inexistência de solidariedade entre o banco e a empresa arrendadora, seria necessário o reexame de matéria fáticoprobatória para se chegar a conclusão diversa, o que encontra óbice na Súmula 7 desta Corte, segundo a qual a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. 3.Agravo Regimental do MUNICÍPIO DE GUAÍBA desprovido. (AgRg no Ag 1415293/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/06/2012) ____________________________________________________ TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ISS. LEGITIMIDADE PASSIVA. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. SÚMULA 7/STJ. 1. A jurisprudência do STJ entende que existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação. 2. A pretensão da recorrente em ver reconhecido o interesse comum entre o Banco Bradesco S/A e a empresa de leasing na ocorrência do fato gerador do crédito tributário encontrar óbice na Súmula 7 desta Corte. (AgRG no AREsp 21.073/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/10/2011, Dje 26/10/2011) Portanto, não merece prosperar a imputação fiscal quanto a solidariedade em razão de não estar comprovado que as empresas arroladas como solidárias praticaram o fato gerador sob análise, mas sim o contrário, uma vez que, conforme os Relatórios de Lançamento e Discriminativo de Débitos, anexos aos Autos de Infração, estes apenas corroboram e destacam que os levantamentos dizem respeito apenas ao CNPJ do principal autuado – Supermercado TATA S.A. – 04.059.113/000113. A autoridade fiscal foi silente quanto a estes fatores, de modo que não se vislumbram as hipóteses que caracterizariam a imputação de responsabilidade a terceiros que supostamente formem um grupo econômico. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto pelo provimento parcial do Recurso Voluntário para que exonerar o crédito tributário contido no levantamento “OF1 – OUTROS ADICIONAIS DE FÉRIAS”, excluir do pólo passivo da autuação as empresas arroladas como solidárias por ausência de demonstração de prática comum do fato gerador e ausência dos requisitos legais Fl. 346DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 14 para tanto, bem como para determinar o recálculo da multa de mora em relação ao valor remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 (art. 61 da Lei 9.430/96). Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 347DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000197/2008-71
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2003 a 31/12/2005
GFIP. CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE A REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS.
As informações constantes da GFIP servirão de base de cálculo das contribuições devidas, bem como, constituir-se-ão em termo de confissão de divida, na hipótese de não recolhimento, nos termos do artigo 32, inciso IV, da Lei 8.212/91.
JUROS. TAXA SELIC. APLICABILIDADE.
É devida e legal a aplicação dos juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como, a aplicação da taxa Selic, enunciadas nas súmulas 4o e 5o do CARF.
MULTA. CONFISCO.
Não caracteriza confisco a multa aplicada nos termos da lei.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2803-003.848
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Oseas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/2003 a 31/12/2005 GFIP. CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE A REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS. As informações constantes da GFIP servirão de base de cálculo das contribuições devidas, bem como, constituir-se-ão em termo de confissão de divida, na hipótese de não recolhimento, nos termos do artigo 32, inciso IV, da Lei 8.212/91. JUROS. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. É devida e legal a aplicação dos juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como, a aplicação da taxa Selic, enunciadas nas súmulas 4o e 5o do CARF. MULTA. CONFISCO. Não caracteriza confisco a multa aplicada nos termos da lei. Recurso Voluntário Negado.
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CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE A REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS. As informações constantes da GFIP servirão de base de cálculo das contribuições devidas, bem como, constituirseão em termo de confissão de divida, na hipótese de não recolhimento, nos termos do artigo 32, inciso IV, da Lei 8.212/91. JUROS. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. É devida e legal a aplicação dos juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como, a aplicação da taxa Selic, enunciadas nas súmulas 4o e 5o do CARF. MULTA. CONFISCO. Não caracteriza confisco a multa aplicada nos termos da lei. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 01 97 /2 00 8- 71 Fl. 185DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 10/ 11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Oseas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 186DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 10/ 11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16095.000197/200871 Acórdão n.º 2803003.848 S2TE03 Fl. 186 3 Relatório DO LANÇAMENTO Tratase de crédito lançado contra o contribuinte acima identificado, compreendendo as contribuições da empresa (cota patronal), contribuições relativas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e contribuições a Terceiros, referentes ao período de 02/2003 a 12/2005, conforme consta do Relatório Fiscal, fls. 74/76. Constituem fatos geradores das contribuições sociais as remunerações pagas/creditadas aos segurados, declaradas em Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP, sendo consideradas as guias de recolhimento à Previdência Social para dedução do valor devido. DA IMPUGNAÇÃO O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal, apresentando impugnação. DO RECURSO VOLUNTÁRIO O órgão julgador de primeira instância administrativa (8a Turma da DRJ/CPS) considerou o lançamento procedente em parte, retificando o valor relativo da competência 01/2004 em razão da dedução do saláriofamília declarado em GFIP antes do lançamento fiscal. Inconformado o contribuinte apresentou recurso voluntário, alegando em síntese: efetuou pedido de parcelamento com a medida provisória 303/2006 junto ao INSS e não foi aceito, somente os débitos com a Receita Federal foram aceitos e o parcelamento está sendo pago. Assim, requer que seja deferido o parcelamento previdenciário O caso não é de sonegação, mas sim de inadimplência. Não pode ser penalizado pelo fisco; os juros e multa são exorbitantes e caracteriza confisco. Devem ser reformados; a taxa selic é indevida; por fim, requer a reforma do lançamento fiscal e mantidos os princípios do direito. É o relatório. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 10/ 11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA 4 Voto Conselheiro Helton Carlos Praia de Lima, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual será analisado. Tratase de crédito de contribuições sociais da empresa, período de 02/2003 a 12/2005, sobre as remunerações pagas/creditadas aos segurados, declaradas em GFIP, sendo consideradas as guias de recolhimento à Previdência Social para dedução do valor devido. O lançamento fiscal se refere a inadimplência do contribuinte quanto aos valores não recolhido das contribuições sociais em comento. Correto o lançamento fiscal em razão do não recolhimento das contribuições. O contribuinte reconhece que não efetuou o parcelamento dos valores lançados na notificação fiscal em epígrafe e requer o parcelamento. Todavia, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF não é competente para analisar pedido de parcelamento de débito, nos termos do art. 1o do Anexo I da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que regula o Regimento Interno do CARF. O pedido deve ser formulado junto à Delegacia da Receita Federal responsável pelo lançamento fiscal. É devida e legal a aplicação dos juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como, a aplicação da taxa SELIC, enunciadas nas súmulas 4o e 5o do CARF, in verbis: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Pondo fim à discussão, o STF, em sede de repercussão geral, no julgamento do RE 582461/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, em 18.5.2011, decidiu ser legítima a incidência da Selic como índice de atualização dos débitos tributários pagos em atraso. A multa aplicada no lançamento fiscal encontra respaldo na lei 8.212/91, conforme demonstrado no relatório de Fundamentos Legais do Débito FLD, constante dos autos. O lançamento fiscal se refere a valores declarados em GFIP. Não se aplicou a multa de ofício prevista no art. 35A da Lei 8.212/91, mas sim a prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Correta a aplicação da multa constante do lançamento fiscal. Aplicada a multa na forma da lei seu valor não pode ser considerado confiscatório, pois o juízo de admissibilidade foi feito pelo poder legislativo quando da sua Fl. 188DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 10/ 11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16095.000197/200871 Acórdão n.º 2803003.848 S2TE03 Fl. 187 5 aprovação. Cabe a autoridade administrativa aplicar as determinações legais e zelar pelo cumprimento da obrigação tributária, respeitando o princípio da legalidade. A lei em vigor, cuja invalidade ou inconstitucionalidade não foi declarada, deve ser cumprida pela administração pública por força do ato vinculado. Não é possível, no âmbito administrativo, afastar aplicação de legislação nos termos do art. 26A do Decreto 70.325/72, bem como, art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de recursos Fiscais CARF, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009. No mesmo sentido é o que discorre a Súmula n ° 2 do CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Todos os atos da fiscalização foram cientificados ao contribuinte e com direito a contestação. Assim, o devido processo legal, a ampla defesa e contraditório e os princípios de direito foram respeitados. Ademais, os valores foram declarados em GFIP e recolhidos parcialmente em guia GPS pelo contribuinte. O contribuinte não contesta os valores de forma específica nem apresenta prova. O crédito tributário encontrase revestido das formalidades legais do art. 142 e § único, e artigos 97 e 114, todos do CTN, com período apurado, discriminação dos fatos geradores por intermédio do Relatório Fiscal – REFISC, com Discriminativo Analítico do Débito – DAD, as Instruções para o Contribuinte – IPC, os Fundamentos Legais do Débito – FLD, e demais informações constantes dos autos, consoante artigo 33 da Lei 8.212/91. Não há necessidade de reforma do lançamento fiscal. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Fl. 189DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 10/ 11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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Numero do processo: 11070.000587/2010-20
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2403-000.266
Decisão:
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o processo em diligência.
Carlos Alberto Mees Stringari Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Marcelo Magalhães Peixoto e Daniele Souto Rodrigues.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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Carlos Alberto Mees Stringari – Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro – Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Marcelo Magalhães Peixoto e Daniele Souto Rodrigues. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 70 .0 00 58 7/ 20 10 -2 0 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 11070.000587/201020 Resolução nº 2403000.266 S2C4T3 Fl. 70 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário, interposto pela Recorrente CONPLAN ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA contra Acórdão nº 0935.968 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Juiz de Fora MG que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.276.2190 (parte empresa), com valor consolidado de R$ 157.840,80. Segundo o Relatório Fiscal, as contribuições providenciarias devidas à Seguridade Social, referentes às contribuições a cargo da empresa: Contribuição da empresa, na alíquota de 20%, Lei 8.212/91, artigo 22, inciso I, com a redação dada pela Lei 9.876/99, incidentes sobre os valores pagos aos segurados empregados. Contribuição da empresa, na alíquota de 20%, Lei 8.212/1991, artigo 22, inciso III, na redação dada pela Lei 9.876/99, incidentes sobre os valores pagos aos segurados contribuintes individuais; Contribuição da empresa, na alíquota de 1%, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa GILRAT decorrente dos riscos ambientais do trabalho, artigo 22, inciso II da Lei 8.212/91, com a redação dada pela Lei 9.732/98, incidentes sobre os valores pagp? aos segurados empregados. O Relatório Fiscal aponta que a empresa informa em GFIP ser optante do SIMPLES: 2 A empresa apresentou as Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP, nas competências 07/2007 a 12/2009, como OPTANTE do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. A empresa foi excluída do Simples COMPROT 11070.000435/201027, pelo Ato Declaratório Executivo DRF/SAO N° 009, de 29 de março de 2010, com efeitos retroativos a 1º de julho de 2007. O Relatório Fiscal aponta o Código de Levantamento: 4 Constituiu o fato gerador destas contribuições o salário de contribuição dos segurados empregados e dos segurados contribuintes individuais (levantamento E2). Fl. 70DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 11070.000587/201020 Resolução nº 2403000.266 S2C4T3 Fl. 71 3 E2 EXCLUSÃO DO SIMPLES APÓS 11/2008, incidentes sobre os valores declarados nas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social GFIP's. A decisão de primeira instância informa que o sujeito passivo foi excluído do SIMPLES de acordo com o processo nº 11070.000435/201027, na qual houve julgamento em 1º grau tendo sido confirmada a exclusão e seus efeitos, estando, atualmente aguardando julgamento de Recurso Voluntário. O período objeto do auto de infração conforme o Relatório Fiscal é de 12/2008 a 12/2009. A Recorrente teve ciência do auto de infração em 08.04.2010, às fls. 01. A Recorrente apresentou Impugnação, conforme o Relatório da decisão de primeira instância: O sujeito passivo apresentou impugnação (folhas 30 a 37) em 10/5/2010 onde alega, em síntese, que o presente processo deve ter suspensa a exigibilidade visto que "é decorrente la exclusão do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional)", devidamente impugnada, até que seja julgada. A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 0935.968 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Juiz de Fora MG, conforme Ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2009 SIMPLES. SUSPENSÃO DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. A manifestação de inconformidade contra ato de exclusão do Simples não tem o condão de suspender o regular processamento de lançamento decorrente, por falta de previsão legal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 5a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Intimese para pagamento do crédito mantido no prazo de 30 dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em igual prazo, conforme facultado pelo art. 33 do Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972, alterado pelo art. Io da Lei n.° 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei 10.522, de 19 de julho de 2002. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 11070.000587/201020 Resolução nº 2403000.266 S2C4T3 Fl. 72 4 Inconformada com a decisão de 1ª instância, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário, onde combate fundamentadamente a decisão de primeira instância e reitera as argumentações deduzidas em sede de Impugnação. (i) Questiona a autuação fiscal tendose em vista que o processo de exclusão da empresa no SIMPLES Nacional, processo nº 11070.000435/201027, está sendo julgado em instância administrativa. Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 11070.000587/201020 Resolução nº 2403000.266 S2C4T3 Fl. 73 5 VOTO Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação nos autos. DAS PRELIMINARES DA AUTUAÇÃO FISCAL Tratase de Recurso Voluntário, interposto pela Recorrente CONPLAN ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA contra Acórdão nº 0935.968 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Juiz de Fora MG que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.276.2190 (parte empresa), com valor consolidado de R$ 157.840,80. Segundo o Relatório Fiscal, as contribuições providenciarias devidas à Seguridade Social, referentes às contribuições a cargo da empresa: Contribuição da empresa, na alíquota de 20%, Lei 8.212/91, artigo 22, inciso I, com a redação dada pela Lei 9.876/99, incidentes sobre os valores pagos aos segurados empregados. Contribuição da empresa, na alíquota de 20%, Lei 8.212/1991, artigo 22, inciso III, na redação dada pela Lei 9.876/99, incidentes sobre os valores pagos aos segurados contribuintes individuais; Contribuição da empresa, na alíquota de 1%, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa GILRAT decorrente dos riscos ambientais do trabalho, artigo 22, inciso II da Lei 8.212/91, com a redação dada pela Lei 9.732/98, incidentes sobre os valores pagp? aos segurados empregados. O Relatório Fiscal aponta que a empresa informa em GFIP ser optante do SIMPLES: 2 A empresa apresentou as Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP, nas competências 07/2007 a 12/2009, como OPTANTE do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. A Fl. 73DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 11070.000587/201020 Resolução nº 2403000.266 S2C4T3 Fl. 74 6 empresa foi excluída do Simples COMPROT 11070.000435/201027, pelo Ato Declaratório Executivo DRF/SAO N° 009, de 29 de março de 2010, com efeitos retroativos a 1º de julho de 2007. A decisão de primeira instância informa que o sujeito passivo foi excluído do SIMPLES de acordo com o processo nº 11070.000435/201027, na qual houve julgamento em 1º grau tendo sido confirmada a exclusão e seus efeitos, estando, atualmente aguardando julgamento de Recurso Voluntário. Em consulta ao sistema COMPROT, em 12.05.2014, http://comprot.fazenda.gov.br/egov/default.asp, temse que o processo nº 11070.000435/2010 27 encontrase na fase de julgamento de Recurso Voluntário no CARF, no âmbito da 2 ª Turma Especial da 2ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento. Por fim, registrese que a Recorrente apresentou tanto em sede de Impugnação quanto em sede de Recurso Voluntário, dentre outros argumentos, o de que se enquadra na sistemática do SIMPLES Nacional, na Lei Complementar 123/2006. DA NECESSIDADE DE DILIGÊNCIA FISCAL Desta forma, considerandose os princípios da celeridade, efetividade e segurança jurídica, surge a prejudicial de se determinar o resultado do julgamento do processo administrativo nº 11070.000435/201027, de exclusão do SIMPLES Nacional, posto que tal processo produz efeitos diretamente no presente processo nº 11070.000587/201020. Anotese ainda que a competência para o julgamento de processo de exclusão do SIMPLES Nacional é da 1ª Seção de Julgamento do CARF, conforme se depreende do art. 2º, V, do Anexo II, Regimento Interno do CARF – RICARF: Art. 2° À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); II Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); III Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ; IV demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; {2} V exclusão, inclusão e exigência de tributos decorrentes da aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) e ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Fl. 74DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 11070.000587/201020 Resolução nº 2403000.266 S2C4T3 Fl. 75 7 Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação (SIMPLESNacional); VI penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo; e VII tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. CONCLUSÃO CONVERTER o presente processo em DILIGÊNCIA para que a Unidade da Receita Federal do Brasil de jurisdição do Recorrente informe o resultado final do julgamento do processo administrativo nº 11070.000435/201027, de exclusão do SIMPLES Nacional, no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, bem como, também informe se há processo judicial na qual a Recorrente seja parte, por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto do presente processo administrativotributário. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 75DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 16/09/2014 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 11020.001081/2004-85
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jul 08 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Exercício: 2002, 2003
FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS LIVROS OBRIGATÓRIOS, APREENSÃO POR ORDEM DA JUSTIÇA. FALTA DE APROFUNDAMENTO. INSUBSISTÊNCIA DO ARBITRAMENTO DOS LUCROS. Diante das fortes evidências de que os livros obrigatórios estariam em poder da Justiça e/ou da fiscalização do INSS, caberia ao Fisco aprofundar as investigações e diligenciar junto àqueles órgãos para ter acesso aos elementos indispensáveis ao prosseguimento da ação fiscal. Não sendo esse procedimento adotado, é de se entender que a não apresentação dos livros decorreu de causa alheia à vontade do contribuinte. Nessas condições e, ainda, não demonstrado qualquer vício nas declarações tempestivamente apresentadas, o arbitramento dos lucros não pode subsistir.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 1301-000.348
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: Waldir Veiga Rocha
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APREENSÃO POR ORDEM DA JUSTIÇA. FALTA DE APROFUNDAMENTO, INSUBSISTÊNCIA DO ARBITRAMENTO DOS LUCROS. Diante das fortes evidências de que os livros obrigatórios estariam em poder da Justiça e/ou da fiscalização do INSS, caberia ao Fisco aprofundar as investigações e diligenciar junto àqueles órgãos para ter acesso aos elementos indispensáveis ao prosseguimento da ação fiscal. Não sendo esse procedimento adotado, é de se entender que a não apresentação dos livros decorreu de causa alheia à vontade do contribuinte. Nessas condições e, ainda, não demonstrado qualquer vício nas declarações tempestivamente apresentadas, o arbitramento dos lucros não pode subsistir. Recurso Voluntário Provido, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente WALDIR VIMGA ROCHA - Relatar EDITADO EM: 12 NOV 2010 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir . Veiga Rocha, Ricardo Luiz Leal de Melo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Fábio Soares de Melo, Valmir Sandri e Leonardo de Andrade Couto. Relatório BINGPLAY ENTRETENIMENTOS LTDA., já qualificada nestes autos, inconformada com o Acórdão n° 18-9.628, de 18/09/2008, da 1' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Santa Maria/RS, recorre voluntariamente a este Colegiado, objetivando a reforma do referido julgado. Trata o presente processo de auto de infração de fi, 05, lavrado em 28/05/2004 (ciência em 01/06/2004, cf. fl. 69), para constituição de crédito tributário da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL, por fatos geradores ocorridos nos anos- calendário 2001 e 2002. O total da exação alcançou R$ 18.300,23, aí incluídos juros moratórios e multa proporcional de 75%, conforme Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo à fl. 04. Segundo a Descrição dos Fatos (11. 06), o Fisco constatou que os valores de CSLL calculados a partir das receitas informadas nas DIPJs 2002 e 2003 (respectivamente, anos-calendário 2001 e 2002) não foram declarados e/ou são maiores do que os declarados em DCTF, conforme demonstrado na planilha de fls. 10/11. No primeiro ano referido a opção do contribuinte foi pelo lucro presumido, enquanto no segundo ano sua declaração consignava apuração pelo lucro real trimestral. Informa ainda o autuante que procedeu ao arbitramento do lucro, "tendo em vista que o contribuinte, notfficado a apresentar os livros e documentos de sua escrituração (diários, razão e ou livro-caixa), conforme Termo de Início de Fiscalizaçéio cientificado em 01/04/2004, deixou de apresentá-los, haja vista sua informação constante no item 2 da correspondência expedida em 14/04/2004". Ciente das exigências e com elas irresignado, o contribuinte apresentou a impugnação de fis. 70/80, em que aduz argumentos assim resumidos pelo relator do processo por ocasião do julgamento em primeira instância: Após resumos dos fatos relacionados com a exação, a Defesa, em sede de preliminar, argúi a nulidade do A.1,, . por inexistência de segurança jurídica para sua perfectibilização" (folha 71), na medida em que a Fiscalização preteriu o exame da escrita contábil, arbitrando os valores apurados a partir de análise de elementos insuficientes, Acrescenta que a descrição dos fatos e a apuração da matéria tributária é deficiente, vulnerando as disposições do Processo Administrativo Cita e transcreve Seabra Fagundes e Hely Lopes Meireiles„ Invoca jurisprudência do antigo TER. Ainda, segundo a Defesa, "...a imprecisão contida no referido auto de infração quanto à forma de arbitramento procedida pelo Fisco fere, também, o disposto no artigo 37, caput da Constituição federal de 1988 e o artigo 142 e seu parágrafi único, do CTN, porque afasta o ato vinculado da lei ..." (folha 74-5)., No mérito, rechaça a imputação de existência de diferenças a serem recolhidas a título de CSLL, na medida em que, de acordo com o artigo 105 do Decreto 1.12 2.754, de 1998 e artigo 14 do Decreto ri12 3.659, de 2000, transcritos às folhas 76 e 77, não são todas as receitas que se submetem à tributação pelo IRPJ e pela CSLL, , /12 Processo n° 11020 001081/2004-85 S1-C3T1 Acórdão n ° 1301-00,348 Fl 2 devendo-se afastar da tributação aquelas que não ingressam no patrimônio da sociedade. Destaca a inconsistência existente entre os critérios de apuração do IR.PJ empregados no processo 11020,001018/2004-49, relativo aos AC 1999 e 2000, e no processo 11020,001082/2004-20, referente aos anos-calendário de 2001 e 2002. Destaca a inconsistência existente entre os critérios de apuração naquele processo, que deu origem a presente autuação reflexa, pois não deixou de realizar as atividades de vendas de mercadorias no restaurante, o que enseja violação da legislação tributária. Acusa a multa aplicada de ter caráter confiscatório e de escapar ao princípio da razoabilidade Impugna, finalmente, a aplicação da taxa SELIC no cálculo dos juros de mora, que considera inconstitucional, Conclui, requerendo a procedência de sua impugnação, para o fim de desconstituir-se o Auto de Infração. A 1" Turma da DRJ em Santa Maria/RS analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e, por via do Acórdão if 18-9.628, de 18/09/2008 (tis, 100/110), considerou procedente o lançamento com a seguinte ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2001, 2002 NULIDADE Demonstrado que o Auto de Infração foi formalizado de acordo com os requisitos de validade previstos em lei e que não ocorreu violação das disposições dos artigos 10 e 59 do Decreto il." 70.235, de 1972, não há que se acatar o pedido de nulidade .formalizado pelo Contribuinte, Assunto • Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL Ano-calendário: 2001, 2002 ARBITRAMENTO DO LUCRO Sujeita-se ao arbitramento do lucro, o Contribuinte optante pelo lucro presumido que deixar de apresentar a escrituração comercial e fiscal ou o Livro Caixa devidamente escriturado, RECEITA BRUTA. JOGO DE BINGO., TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO ARBITRADO No caso da pessoa jurídica explorar o jogo de bingo, a receita bruta, para fins de apuração do lucro arbitrado corresponde a totalidade dos valores arrecadados nesse jogo, sem qualquer dedução, ARBITRAMENTO DO LUCRO. JOGO DE BINGO. BASE DE CÁLCULO A base de cálculo da CSLL devida pelas pessoas jurídicas tributadas pelo lucro arbitrado, nos anos-calendário de 2001 e 2002, cuja atividade seja a exploração de sorteios do Jogo de bingo, quando conhecida a receita bruta, é determinado mediante a aplicação de 12% sobre a arrecadação total auferida na distribuição de carteias desse jogo. 3 Assunto Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário; 2001, 2002 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DISCUSSÃO Incabível esfera administrativa a discussão de que unia determinada norma legal não é aplicável por ferir principias constitucionais, pois essa competência é atribuída exclusivamente ao Poder Judiciário, na . forma dos artigos 97 e 102 da Constituição Federal. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CA.RATER CONFISCATÓRIO Falece a alegação da imposição de multa coirfiscatória em face da aplicação da multa de oficio quando o lançamento está de acordo com a legislação vigente. ACRÉSCIMOS LEGAIS. JUROS MORA TÓRIOS TA.XA SELIC Os juros moratórias incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. O órgão preparador buscou cientificar' o sujeito passivo da decisão de primeira instância por via postal, em seu domicílio tributário. Entretanto, a correspondência de fi. 113 foi devolvida ao remetente pela empresa de Correios. Nova tentativa foi feita, desta vez para o endereço da pessoa que consta nos cadastros da RFB como responsável pelo sujeito passivo, tendo sido a correspondência entregue em 21/10/2008, conforme Aviso de Recebimento à fl. 115. A contribuinte apresentou recurso voluntário em 24/11/2008 conforme carimbo de recepção à folha 116. No recurso interposto (fls. 117/128), a interessada repete, com as mesmas palavras, os argumentos anteriormente aduzidos na impugnação. É o Relatório. 4 Processo n 0 11020 001081/2004-85 81-C3T1 Acórdão n 1301-00.348 11 3 Voto Conselheiro WALDIR VEIGA ROCHA A correspondência entregue por via postal em endereço diverso daquele eleito pelo sujeito passivo e fornecido, para fins cadastrais, à Receita Federal não caracteriza a ciência da decisão de primeira instância, nos termos do art. 23 do Decreto n° 70.235/1972. Entretanto, visto que o contribuinte compareceu ao processo para interpor recurso voluntário, tenho que a ciência foi de fato feita, embora não se possa precisar sua data. Desta forma, o recurso interposto deve ser considerado tempestivo e merece ser conhecido. Preliminarmente, a recorrente repete suas arguições de nulidade, em face do preterimento da escrita e dos documentos e consequente arbitramento dos valores. Sustenta, ainda, ter havido deficiente descrição e apuração da matéria tributária. A imprecisão e a falta de clareza no procedimento adotado pelo Fisco seria capaz de macular todo o procedimento fiscal, tornando-o nulo. Informa o autuante que procedeu ao arbitramento do lucro, "tendo em vista que o contribuinte, notificado a apresentar os livros e documentos de sua escrituração (diários, razão e ou livro-caixa), conforme Termo de Início de Fiscalização cientificado em 01/04/2004, deixou de apresentá-los, haja vista sua informação constante no item 2 da correspondência expedida em 14/04/2004" Devem ser examinadas, portanto, as condições em que foi feito o arbitramento, e se atendem aos requisitos estabelecidos em lei para tanto. Compulsando os autos, encontro às fls, 13/14, o Termo de Início de Fiscalização, datado de 29/03/2004, segunda-feira, cuja ciência foi feita pessoalmente em 01/04/2004, quinta-feira. Entre outros elementos, são solicitados os livros Diário, Razão, Caixa e Lalur para os períodos aqui discutidos. Após um pedido de prorrogação (fl. 15), na resposta do contribuinte (fl. 17), datada de 14/04/2004 e recebida na repartição em 15/04/2004, consta que "2. Os livros diário, razão e caixa estão com a fiscal Andréa no inss, não possuindo todos os anos pedidos na intimação, por motivo de apreençã o "sic) de documentos pelo Ministério Público" Diversos outros itens da resposta fazem menção à apreensão de documentos pelo Ministério Público. Esta intimação e respectiva resposta foram os únicos documentos mencionados e acostados aos autos pelo autuante, a justificar o arbitramento do lucro nos anos- calendário 2001 e 2002. No entanto, desde sua impugnação e novamente no recurso voluntário, a interessada junta aos autos outros termos lavrados e respectivas respostas, que passo a apreciar. Às fls. 87/89 encontro o Termo de Intimação Fiscal ri' 2, datado de 04/05/2004, terça-feira, Não há indicação quanto à data da ciência, tão somente uma indicação 3/5/4. O item 8 dessa intimação consta como segue: "8, apresentar documentação (termo ou recibo) comprovando a localização (INSS é ou Ministério Público Estadual) dos livros Diário, Razão e Caixa, bem como dos Livros Registro de ICMS e ISSQN, relativos aos anos de 1999 a 4k 5 2002" Em diversos outros itens (3, 4, 5, 10, 11) há também referência a documentos que teriam sido apreendidos pelo Ministério Público Estadual, "consoante Termos de Abertura de Lacre e Relação de Documentos Apreendidos lavrados em 06 e 07/12/2002". O prazo para atendimento foi fixado pelo Fisco em 20 dias, A resposta de fls. 90/94 é datada de 14/05/2004, recebida pelo AFRF encarregado do procedimento fiscal na mesma data. Especificamente com relação ao item 8, acima transcrito, o contribuinte afirma: "g Temos só cópia dos termos de apreensão, mas estes não dizem documento por documento que . fbi pego, foi Eles que fizeram assim. O INSS também pediu a mesma coisa e gente disse para ir ver no Foram ou tirar xerox, Acho que eles forma lá ver isso. Se quiserem cópia dos termos a gente tem, Tem o seguinte também, até 2001 tem coisa com INSS. Também tem coisa que o contador não pode imprimir porque os disquetes foram apreendidos também" Em outros itens, o contribuinte afirma que diversos documentos estariam apreendidos pelos Promotores de Justiça e estariam no Fórum de Caxias (do Sul) e, ainda, que os fiscais (supostamente do INSS), para obter as informações de que necessitavam, teriam se dirigido ao Fórum e tirado as cópias necessárias. Finalmente, às fls. 95/96 encontro o Termo de Intimação Fiscal n° 3. Esse termo teria sido lavrado às 11 horas do dia 16/05/2004, domingo, na DRF Caxias do Sul. Em seu rodapé encontro anotação manuscrita de que teria sido remetido, por via postal, com aviso de recebimento. Não há data de ciência. O item 10 da intimação consigna o seguinte: "10. apresentar escrita contábil (diário, razão, balanços e balancetes) relativa aos anos-calendário de 2001, 2002 e 2003. Caso inexista a contabilidade requisitada, lazer declaração por escrito". O prazo estabelecido para atendimento foi de 10 dias. Não encontro nos autos resposta a esse termo. Cabe lembrai ., conforme consta do relatório que antecede a este voto, que o auto de infração ora discutido é datado de 28/05/2004, com ciência do sujeito passivo por via postal em 01/06/2004. É assente na doutrina e na jurisprudência da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, sucedido funcionalmente por este CARF, que o arbitramento de lucros é medida extrema, a qual só deve ser empregada quando esgotadas todas as possibilidades de apuração do lucro por outra forma (lucro real ou, por opção tempestiva do contribuinte, lucro presumido), e desde que demonstrado o atendimento a alguma das hipóteses de arbitramento estabelecidas em lei. verbis: No caso sob análise, o Fisco se escudou no art. 530, inciso III, do RIR/99, Art. 530 O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano- calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n2 8.981, de 1995, art. 47, e Lei 9 430, de 1996, art. 1- 9.. III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art 527; É fato que os livros e documentos solicitados pelo Fisco não foram apresentados. Entretanto, há nos termos lavrados e respectivas respostas fortes evidências de que diversos elementos teriam sido apreendidos por ordem da Justiça em data anterior ao início do procedimento de fiscalização. O contribuinte afirma expressamente que seus livros estariam no Fórum, à disposição do Poder Judiciário e que os fiscais do INSS teriam lá comparecido a 6 Processo n" 11020 001081/2004-85 S1-C3T1 Acórdão n 1301-00348 Fl 4 fim de obter cópias de livros e documentos. Também o AFRFB menciona a apreensão havida, inclusive com menção a um certo Termo de Abertura de Lacre e Relação de Documentos Apreendidos, demonstrando que tinha conhecimento do ocorrido, senão mesmo do conteúdo de tal termo. Talvez por considerá-los desnecessários, o AFRFB deixou de acostar aos autos os Termos de Intimação Fiscal IV 2 e n° 3. Também não se manifestou sobre as cópias dos termos de apreensão que teriam sido colocadas à disposição, conforme resposta ao Termo n" .2. A esta altura, cabe uma observação: no voto condutor do acórdão recorrido, encontro a afirmação (fl. 107) de que a apreensão seria "fato que é contraditado pelo autuante que afirma que a contabilidade não foi apreendida" Não encontro essa contradita em parte alguma dos autos. Penso de forma diversa. Tenho que tais termos são esclarecedores sobre as circunstâncias em que se deu a fiscalização e que são fortes em evidenciar que a não apresentação dos livros teve causas alheias à vontade do contribuinte. Nessas condições, caberia ao Fisco dar seqüência aos trabalhos, examinar os termos de apreensão oferecidos e diligenciar junto ao Poder Judiciário e/ou ao INSS, a fim de verificar se os livros indispensáveis ao procedimento fiscal estavam de fato apreendidos, obtendo, então, as cópias que permitissem a fiscalização. Se, ao contrário, das diligências resultasse a comprovação da inexistência dos livros ou de que não teriam sido apreendidos, a hipótese de arbitramento restaria inequivocamente configurada. Mas nada disso encontro nos autos. De igual forma, não encontro qualquer evidência capaz de levantar dúvidas acerca do conteúdo das DIPIs tempestivamente apresentadas. Da forma como foi levado a efeito, de forma açodada e sem o perfeito esclarecimento sobre as circunstâncias da falta de apresentação dos livros obrigatórios, o arbitramento dos lucros não pode subsistir. Em situação análoga (embora a causa da não exibição dos livros fosse diversa), a CSRF decidiu pela ilegitimidade do arbitramento em acórdão assim ementado: CASO FORTUITO - Ilegítimo o arbitramento de lucros quando resultar inexistentes livros e documentos da escrituração mercantil, justificada pela ocorrência de caso . fortuito - incêndio superveniente à apresentação das declarações de rendimentos - quando não comprovada culpa da vítima do evento, como também a inexatidão de vícios nas declarações apresentadas, CSRF - Primeira Turma / ACÓRDÃO CSRF/01-03..272 em 20,03.2001. Publicado no D.0.0 em,- 24 09.2001, Por todo o exposto, em conclusão, voto pelo provimento do recurso voluntário e consequente cancelamento da exigência, WALDIR VEIGA (P/OCHA - Relator 7
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