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4714885 #
Numero do processo: 13807.004732/00-72
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Aug 07 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Aug 07 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Exercício: 1995 DECADÊNCIA - Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. O fato gerador do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º do CTN). Recurso provido.
Numero da decisão: 104-23.387
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa, que não acolhia a decadência.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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O fato gerador do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4° do CTN). Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ANTONIOS SEMAAN ABDUL MASSIH. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa, que não acolhia a decadência. 'MARIA HELENA COT"TA CARDOZ QP Presidente NTONki I igCrL )01AOIRTINEZ Relator Processo n° 13807.004732/00-72 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.387 Fls. 2 FORMALIZADO EM: 19 SEI 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Marcelo Magalhães Peixoto (Suplente convocado), Pedro Anan Júnior e Gustavo Lian Haddad. Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. • )1( 2 Processo n° 13807.004732100-72 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.387 Fls. 3 • Relatório Em desfavor do contribuinte. ANTONIOS SEMAAN ABDUL MASSIH, foi lavrado auto de infração de fls. 67 a 70 relativo a imposto de renda pessoa fisica, onde foi apurado um crédito tributário de R$ 633.017,23, relativo ao imposto, multa proporcional e juros de mora. Com base no Termo de Verificação Fiscal foi constatada omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, no ano-calendário 1994, em que se verificou excesso de aplicações sobre origens não respaldados por rendimentos declarados ou comprovados, conforme demonstrativos constantes do Termo de Verificação Fiscal de fls. 58/63. O contribuinte toma ciência do auto de infração e, inconformado com o lançamento, apresenta impugnação, em 29/06/2000 de fls. 73/92, em que alega, em síntese, que: - Independentemente da contagem que se adotar, quer a do artigo 150, §4°, quer a do artigo 173. I, ambos do Código Tributário Nacional, já ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores constantes do lançamento; - Quando o artigo 173, I, do Código Tributário Nacional menciona "primeiro dia do exercício seguinte ( )" está se referindo ao exercício em que o fato imponível ocorreu, ou seja, ao ano de 1994, no caso; - Em relação às intimações e reintimações relatadas pela autoridade autuante, verifica-se que quem assina o auto de infração e demais documentos que instruem o presente processo é o zelador, o qual foi identificado como preposto; - O local para onde foram endereçados as correspondências é um prédio residencial, assim estas são recebidas pelo porteiro ou pelo zelador, não signcando que elas chegaram às mãos do autuado, sendo, portanto, uma presunção de recebimento; - Nada impedia os fiscais de enviarem as intimações ao endereço fornecido pelo autuado. O fato de o contribuinte residir em outro estado não pode ser interpretado como esquiva à fiscalização; - O zelador do prédio não pode ser considerado seu preposto. A ciência dada no auto de infração impugnado é ilegal e não tem o condão de gerar os efeitos legítimos da intimação; - As intimações realizadas estão maculadas de ilegalidades, razão pela qual devem ser refeitos todos os atos dentro das normas estabelecidos; - Mesmo tendo chegado às suas mãos o auto de infração está revestido de ilegalidades que devem ser reconhecidos para o fim de declará-lo nulo; \ç 3 Processo n° 13807.004732/00-72 CCOI /CO4 Acórdão n.° 10423.387 Fls. 4 - Os ficais quando observaram a movimentação patrimonial do autuado não levaram em conta que os imóveis foram adquiridos em anos anteriores e as obras foram efetuadas progressivamente; - O apartamento 62, da R. São Carlos do Pinhal, 558 ocorreu em 8 de junho de 1994 e foi revendido no mesmo mês, não representando fato relevante para a declaração de renda; - O valor atualizado do imóvel denominado "Paraíso dos Robalos" é R$ 7.000,00, compatível com as declarações efetuadas; - O impugnante é participante do quadro societário da empresa Trióleo e, em acordo com os demais quotistas, o pagamento das parcelas de aluguéis foram suspensas até que houvesse capacidade financeira da empresa locatária; - No que tange à construção de três prédios no terreno da Estrada de Taipas, concluída em 7 de abril de 1994, esta se iniciou em 1991 e seu custo está sendo diluído e declarado nestes anos, não podendo o fisco presumir que todos os gastos ocorreram em 1994; - Quanto à alegação de que não declarara sua participação em determinadas empresas, o impugnante declarou nos exercícios de 1991 a 1994, o que pode ser comprovado com a observação dos arquivos da SRF e com os documentos ora anexados; - Não pode prosperar lançamento de oficio findado em presunção. Em 14 de março de 2007, os membros da 5a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares, e considerou procedente o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1994 DECADÊNCIA - O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. INTIMAÇÃO - ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO. O contribuinte que transferir sua residência fica obrigado a comunicar essa mudança às repartições competentes dentro do prazo de trinta • dias. Não o fazendo, assume o ônus desta inobservância, qual seja, serem consideradas válidas as intimações realizadas, inclusive para fundamentar a majoração da multa de oficio, pelo seu não atendimento. AUTO DE INFRAÇÃO - INTIMAÇÃO VIA POSTAL - CONTRIBUINTE CIENTIFICADO EM ENDEREÇO ANTERIOR - TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO. k 4 Processo n° 13807.004732/00-72 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.387 ns. 5 Comunicada a alteração de endereço, mesmo que durante a ação fiscal, cabe à autoridade administrativa dar ciência do lançamento ao contribuinte no novo endereço e não mais no antigo. • Entretanto, caso o contribuinte apresente impugnação demonstrando ter recebido o auto de infração e seus anexos e ter pleno conhecimento das infrações a ele imputadas, esta irregularidade deve ser considerada sanada e a ciência do lançamento realizada. Para todos os efeitos, inclusive para fins de exame da tempestividade da impugnação, quando não ocorrida nenhuma outra participação anterior do contribuinte no processo, a data da ciência deve ser considerada a mesma data da apresentação da impugnação. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Restando comprovado nos autos o acréscimo patrimonial a descoberto cuja origem não tenha sido comprovada por rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte, ou sujeitos a tributação exclusiva, é autorizado o lançamento do imposto de renda correspondente. Lançamento Procedente. Cientificado em 16/05/2007, o contribuinte, se mostrando irresignado, postou, em 15/06/2006,0 Recurso Voluntário, de fls. 138/165, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anteriormente, que podem ser sintetizadas da seguinte forma: - Argúi preliminar de decadência para o ano calendário de 1994; - Suscita preliminar de falta de validade do procedimento fiscal e cerceamento do direito de defesa; - No mérito reitera os argumentos apresentados quando da impugnação. É o Relatório. • s Processo n°13807.004732/00-72 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.387 F. 6 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Antes de analisar o mérito enfrento questão prejudicial da decadência. Nessa senda, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para os rendimentos omitidos, deduções indevidas e infrações tributárias que ocorreram ao longo do ano de 1994, previsto no art. 150, parágrafo 4°, do CTN é de 1° de janeiro de 1995, posto que é o 1° dia após a ocorrência do fato gerador. Desta forma, o lançamento poderia ser realizado até a data de 31/12/1999, para que pudesse alcançar os valores percebidos no ano-calendário de 1994. Como o auto de infração foi encaminhado ao contribuinte teve ciência do auto de infração apenas em 29/05/2000, entendo que nessa data já havia decaído o direito da fazenda constituir o referido crédito tributário. Como é sabido, o lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito Passivo, determinar a matéria tributável e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível. Com o lançamento constitui-se o crédito tributário, de modo que antes do lançamento, tendo ocorrido o fato imponível, ou seja, aquela circunstância descrita na lei como hipótese em que há incidência de tributo, verifica-se, tão somente, obrigação tributária, que não deixa de caracterizar relação jurídica tributária. É sabido, que são utilizados, na cobrança de impostos e/ou contribuições, tanto o lançamento por declaração quanto o lançamento por homologação. Aplica-se o lançamento por declaração (artigo 147 do Código Tributário Nacional) quando há participação da administração tributária com base em informações prestadas pelo sujeito passivo, ou quando, tendo havido recolhimentos antecipados, é apresentada a declaração respectiva, para o juste final do tributo efetivamente devido, cobrando-se as insuficiências ou apurando-se os excessos, com posterior restituição. Por outro lado, nos precisos termos do artigo 150 do C1N, ocorre o lançamento por homologação quando a legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, a qual, tomando conhecimento da atividade assim exercida, expressamente a homologa. Inexistindo essa homologação expressa, ocorrerá ela no prazo de 05 (cinco) anos, a contar do fato gerador do tributo. Com outras palavras, no lançamento por homologação, o contribuinte apura o montante e efetua o recolhimento do tributo de forma definitiva, independentemente de ajustes posteriores. \/ 6 . •. . Processo n° 13807.004732/00-72 CCO1 /C04 Acórdão n.° 104-23.387 Fls. 7 Neste ponto está a distinção fundamental entre uma sistemática e outra, ou seja, para se saber o regime de lançamento de um tributo, basta compulsar a sua legislação e verificar quando nasce o dever de cumprimento da obrigação tributária pelo sujeito passivo: se dependente de atividade da administração tributária, com base em informações prestadas pelos sujeitos passivos (lançamento por declaração), hipótese em que, antes de notificado do lançamento, nada deve o sujeito passivo; se, independente do pronunciamento da administração tributária, deve o sujeito passivo ir calculando e pagando o tributo, na forma estipulada pela legislação, sem exame do sujeito ativo - lançamento por homologação, que, a rigor técnico, não é lançamento, porquanto quando se homologa nada se constitui, pelo contrário, declara-se à existência de um crédito que já está extinto pelo pagamento. O contribuinte apresentou a declaração de ajuste anual do exercício de 1995, em 31/05/1995, sob ação fiscal. Importante frisar que independente do recorrente ter apresentado ou não declaração de ajuste anual, no meu entendimento esse fato não altera a conclusão, uma vez que se homologaria o procedimento. No caso o procedimento de nada fazer, não declarar e não pagar. Em suma, no meu entendimento cabe considerar o lançamento do ano de 1994 como decadente. Caso o auto de infração tivesse sido cientificado ao recorrente ainda no ano de 1999, estaria afastada essa hipótese. Acrescente-se, por pertinente, que o fato do lançamento ter sido realizado com multa agrava não impede a aplicação do art. 150 do CTN. A situação seria diferente caso tivesse sido apurado simulação e fraude, aplicando- se multa qualificada. Ante o exposto, diante da decadência do direito de constituir o crédito tributário para o ano de 1994, sem apreciar as questões de mérito, voto por DAR provimento ao recurso. Sala das Sessões - DF, em 07 de agosto de 2008 /I ITO; ItI., n101-dviA TINEZ 7 Page 1 _0015100.PDF Page 1 _0015200.PDF Page 1 _0015300.PDF Page 1 _0015400.PDF Page 1 _0015500.PDF Page 1 _0015600.PDF Page 1

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4686187 #
Numero do processo: 10920.002452/2005-11
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Aug 06 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Aug 06 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2001, 2002 PRELIMINAR - MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - NORMAS DE CONTROLE INTERNO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - As normas que regulamentam a emissão de Mandado de Procedimento Fiscal - MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto eventuais vícios na sua emissão e execução não afetam a validade do lançamento. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA - CONCOMITÂNCIA - É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de ofício exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de ofício exigida isoladamente (Artigo 44, inciso I, § 1º, itens II e III, da Lei nº. 9.430, de 1996). MULTA QUALIFICADA - A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo (Súmula 1º CC nº 14). Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.368
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%, e excluir da exigência a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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CCOI/C04 Fls. I 44 '4) t• • — MINISTÉRIO DA FAZENDA Nt • .• P PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo e 10920.002452/2005-11 Recurso n° 154.568 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.368 •Sessão de 06 de agosto de 2008 Recorrente DJALMA MÁRIO VIEIRA Recorrida 3a. TURMA/DRJ-FLORIANÓPOLIS/SC ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2001, 2002 PRELIMINAR - MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - NORMAS DE CONTROLE INTERNO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - As normas que regulamentam a emissão de Mandado de Procedimento Fiscal - MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto eventuais vícios na sua emissão e execução não afetam a validade do lançamento. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA ISOLADA - CONCOMITÂNCIA - É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de oficio exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de oficio exigida isoladamente (Artigo 44, inciso I, § 1 0, itens II e III, da Lei n°. 9.430, de 1996). MULTA QUALIFICADA- - A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo (Súmula 1° CC n° 14). Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por DJALMA MÁRIO VIEIRA. ?a_ • Processo n° 10920.002452/2005-11 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.388 Fls. 2 • ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%, e excluir da exigência a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. -IL-Cfrhes-A-H LENA COTTA CARDeâtt— Pres dente +111h (3, Til ONI LOqOatARTINEZ Relator FORMALIZADO EM: 19 s E 7, 2008 . Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Marcelo Magalhães Peixoto (Suplente convocado), Pedro Anan Júnior e Gustavo Lian Haddad. Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. 2 Processo n° 10920.002452/2005-11 CCO1 /CO4 Acórdão n.° 104-23.388 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, DJALMA MÁRIO VIEIRA foi lavrado auto de infração onde exige-se a quantia de R$ 53.686,55 a título de Imposto de Renda Pessoa Física - IRPF, relativo a fatos geradores ocorridos nos anos-calendário 2000 e 2001, acrescida da multa de oficio de 150% e juros de mora, bem como a quantia de R$ 87.649,11, a título de Multa Isolada, relativa a fatos geradores ocorridos nos anos-calendário 2000 e 2001. Conforme descrição dos fatos às fls. 418 e 419 as infrações são: 001 - Rendimentos Recebidos de Pessoas Físicas Sujeitos a Carne-Leão - Omissão de Rendimentos de Trabalho Sem Vínculo Empregatício Recebidos de Pessoas Físicas; 002 - Multa Isolada - Falta de Recolhimento do IRPF Devido a Título de Carnê-Leão. Nas fls. 430 a autoridade lançadora esclarece os procedimentos fiscalizatórios, que determinaram a lavratura do auto de infração: . 3.1 OMISSÕES DE RENDIMENTOS PROVENIENTE DO TRABALHO SEM VINCULO EMPREGA TICIO RECEBIDO DE PESSOAS FISICIAS. O contribuinte omitiu rendimentos provenientes do trabalho sem vínculo empregatício recebido de pessoas fisicas, conforme confirmado pelo mesmo em resposta ao Termo de Início de Ação Fiscal, fls. 11 e 12. Com a finalidade de apurar mensalmente os valores recebidos de Pessoas Físicas, uma vez que estão sujeitos ao pagamento mensal de carnê-leão, foram intimados os contribuintes que informaram ter efetuado pagamentos ao contribuinte Djalma Mário Vieira, CPF 003.877.709-68, para que apresentassem as comprovações dos valores declarados. As intimações e respectivas respostas encontram-se às fls. 34a 116 e 157 a 396. Alguns dos contribuintes circularizados (terceiros intimados) alegaram ter perdido os comprovantes originais dos pagamentos efetuados e apresentaram declarações do Sr. Djalma Mário Vieira em que o mesmo confirma ter recebido os valores. Nesses 'casos, como não sabemos a data exata em que os valores foram recebidos pelo fiscalizado, serão considerados como recebidos em dezembro do respectivo ano, uma vez que é a situação mais favorável ao contribuinte. ?\r 3 Processo n° 10920.002452/2005-11 CCO I/C04 Acórdão n: 104-23.3813 Fls. 4 Sobre a aplicação da multa qualificada de 150% a autoridade lançadora destaca que, apesar de auferir rendimentos em valores superiores aos limites de isenção, o interessado apresentou Declarações de Isento relativas aos anos-calendário 2000 e 2001, conforme tela de fls. 416. A autoridade lançadora entendeu não serem procedentes as alegações apresentadas pelo interessado (no curso da fiscalização), de que não pôde apresentar as Declarações de Ajuste Anual devido à perda da documentação, causada por acidentes ocorridos em seu consultório, já que seus rendimentos eram sujeitos ao recolhimento mensal pelo camê-leão. Portanto, até seria possível o não recolhimento em um determinado mês, mas não se justifica a falta de recolhimento e a não apresentação das Declarações referentes a todo o período fiscalizado (24 meses). Cientificado do lançamento em 08/08/2005, o interessado apresenta a impugnação de fls. 449 a 451 através da qual contesta integralmente o lançamento, com os seguintes argumentos: - Durante o procedimento fiscal, iniciado em 21/12/2004, somente houve prorrogação dos trabalhos em data de 07/03/2005, sendo que o impugnante teve ciência desta em 10/03/2004, transcorrendo, portanto, entre a data do Termo Inicial de Ação Fiscal e a formalização de sua continuidade, um total de 79 (setenta e nove) dias. -Após esta prorrogação, não houve termo formal de continuidade do procedimento, que terminou com a emissão do auto de infração na data anteriormente citada. • • - Cumpre ainda salientar que no decorrer do processo investigató rio, o agente responsável pela fiscalização, por inúmeras vezes, informou verbalmente ao impugnante que as declarações por este emitidas ainda seriam analisadas e que eram passíveis de apuração e defesa, não se traduzindo como verdade cabal dos fatos. O impugnante, face ao amplo leque de possibilidades de defesa elencados pelo agente fiscalizador, e sem ter exata noção das implicações decorrentes de suas declarações, achou por bem fazê-las em conformidade com a sugestão do fiscal, até mesmo em razão de, erroneamente e instigado a tal, imaginar que sua colaboração iria abrandar as conseqüências. - As irregularidades se iniciam com a conduta do agente fiscal que formalizou o auto de infração, posto que, os fatos, como realmente ocorreram, indicam que o contribuinte em questão foi induzido ao erro pela fiscalização, que influenciou o impugnante a fazer declarações sem absolutamente ter certeza de que corresponderiam efetivamente com a realidade fática. Neste ponto, o próprio fiscal que se encarregou • do procedimento induziu o contribuinte a fazê-las, alegando, para tanto, que haveriam amplas possibilidades de defesa, e eventuais possibilidades de redução das multas que porventura fossem apuradas. Agiu, portanto, com desvio de função o agente público, posto que seu mister é totalmente vinculado ao disciplincido em lei.• - Ao induzir o impugnante a fazer declarações sem que estas fossem a necessária e expressa verdade dos jatos, influenciou sobremaneira os atos subseqüentes, fazendo com que o presente auto de infração tenha se traduzido em grande prejuízo ao impugnante. 4 Processo n°10920.00245212005-11 CCO I /C04 Acórdão n.° 104-23.368 Fls. 5 Ainda em relação ao apurado pelo relatório, percebe-se que inúmeros contribuintes que declararam ter frito pagamentos ao impugnante, não apresentaram os comprovantes destes, inobstante tenham sido formalmente intimados a tal. - Sendo assim, e em não havendo termo de prorrogação do procedimento fiscal, que se iniciou em - 21/12/2004 e terminou em 08/08/2005, aliado ao evidente prejuízo perpetrado pelo agente que lavrou o presente auto de infração, ao induzir o impugnante ao erro, este não merece prosperar, tendo em vista o evidente vício formal que contagia todo o auto de infração que é objeto desta impugnação. Em 27 de janeiro de 2006, os membros da 33 Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, considerou procedente o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2000, 2001 Ementa: NULIDADE. VICIO INSANÁVEL. INOCORRÊNCIA - Somente serão considerados nulos aqueles atos que apresentem qualquer das circunstâncias previstas pelo art. 59 do Decreto n° 70.235/1972. Tendo o impugnante tomado ciência do objeto da autuação e regularmente apresentado peça de impugnação, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. ESPONTANEIDADE. PRAZO DA FISCALIZAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO - O início do procedimento de fiscalização tem o efeito de excluir a espontaneidade do sujeito passivo pelo prazo de sessenta dias, prorrogáveis, sucessivamente, por qualquer ato escrito que indique seu prosseguimento. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2000, 2001 Ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE TRABALHO SEM VINCULO EMPREGATICIO RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS - Sujeitam-se á tributação os rendimentos omitidos, decorrentes do trabalho sem vínculo empregatício, comprovadamente recebidos de pessoa fisica. Lançamento Procedente. Cientificado em 14/02/2006, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 16/03/2006, o Recurso Voluntário, de fls. 469/477, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas, destacanto que no procedimento houve somente uma manifestação solicitando a prorrogação do referido ato fiscal. •É o Relatório. s . . Processo n° 10920.002452/2005-11 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.3138 Fls. 6 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator • O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Preliminar - Vicio Formal - Prorrogação do Procedimento de Fiscalização. A contribuinte argüiu, ainda, como preliminar de nulidade, a falta de intimação ciência da prorrogação do prazo do Mandado de Procedimento Fiscal. Ocorre, no entanto, como já decidiu esta Câmara em outra oportunidade (Acórdão n°. 104-21.690, Sessão de Julgamentos em 23/06/2006, Relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa) as normas que regulamentam a emissão de Mandado de Procedimento Fiscal - MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto eventuais vícios na sua emissão e execução não afetam a validade do lançamento. Sobre esse ponto a decisão da autoridade recorrida já havia se pronunciado com suficientes detalhes • Neste tópico o interessado invoca o disposto no § 2° do art. 7° do Decreto 70.235, de 06/03/1972, que regulamento o Processo Administrativo Fiscal, transcrito abaixo, para dizer que o prazo de 60 dias ali indicado teria sido extrapolado, pois entre o início dos trabalhos, em 21/12/2004, e a ciência de sua prorrogação, em 10/03/2004, teriam transcorrido 79 dias. Ainda assim, não teria sido apresentado um termo formal de prorrogação do procedimento fiscal até seu término em 08/08/2005. Art. 700 procedimento fiscal tem início com: 1- o primeiro ato de oficio, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II • - a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III - o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. § I° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações venficadas. § 2° Para os efeitos do disposto no § 1°, os atos referidos nos incisos 1 e II valerão pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. (Gri(ei) • De fato, o procedimento fiscal teve início em 21/12/04 (fls. 8) e seu término ocorre em 08/08/2005 (fls. 417), porém as demais afirmações 6 Processo n° 10920.002452/2005-11 0:01/C04 Acórdão n.° 104-23.368 Fls. 7 feitas pelo interessado não se coadunam com os elementos existentes nos autos e com a correta interpretação do dispositivo legal citado. Constam nos autos diversos documentos que comprovam o intenso trabalho de realizado pela fiscalização, através da expedição intimações e da coleta de respostas destas, feitas ao interessado e às pessoas que declararam terem efetuado pagamentos a ele. Basta citar alguns documentos para demonstrar o despropósito da argumentação do interessado. Na fls. 119 consta o Aviso de Recebimento - AR relativo à entrega do Termo de Intimação n° 21/05, cujo recebimento ocorreu em 26/01/05, 'em endereço indicado pelo interessado (fls. 9). A resposta dada pelo contribuinte consta na fls. 120, e é datada de 04/02/05. Na fls. 398 consta o AR, que acusa o recebimento em 11/03/05 do Termo de Informação n° 01/05, por meio do qual a autoridade lançadora informa a continuidade do trabalho de fiscalização. Outro AR relativo a intimação encaminha ao interessado consta na fls. 403, e é datado de 30/03/05. Na fls. 406 o ÁR datado de 17/05/05 é referente ao Termo de Informação n° 02/05, pelo qual é concedido prazo adicional para atendimento ao Termo de Intimação n° 59/05. Há ainda o Termo de Intimação n° 60/05, cuja entrega ao interessado está comprovada pelo AR de fls. 409, datado de 28/06105. Em face do exposto pela autoridade recorrida, não se reconhece a necessidade de qualquer retificação, portanto é de se rejeitar esse ponto suscitado pelo Recorrente. Analisando os autos por dever de oficio cabe apontar duas falhas no procedimento adotado pela autoridade lançadora. Da Multa de Oficio e Multa Isolada - Concomitância Quanto ao lançamento da multa de lançamento de oficio exigida de forma isolada pelo recolhimento em atraso do camê-leão, se-faz necessário destacar que o lançamento da multa isolada engloba valores recebidos mensalmente, apurados cujos valores foram lançados de oficio, através da constituição de crédito tributário via Auto de Infração. A Lei n". 9.430, de 27 de dezembro de 1996, ao tratar do Auto de Infração com tributo e sem tributo dispôs: "Art. 43 - Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente à multa ou juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único - Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o if 3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Art. 44 - Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I - de setenta e cinco por cento, nos casos de pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem acréscimo de multa 1/ 7 Processo n° 10920.002452/2005-11 CCOUCO4 Acórdão n.° 104-23.388 Fls. 8 moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; lI - (omissis). § 1° - As multas de que trata este artigo serão exigidas: I - juntamente com o tributo ou contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II - isoladamente quando o tributo ou contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III - isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento -mensal do imposto (carnê-leão) na forma do art. 8° da Lei n". 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazê-lo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste. Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1° de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação especifica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § I' A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2' O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o 3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento." Da análise dos dispositivos legais retro transcritos é possível se concluir que para aquele contribuinte, submetido à ação fiscal, após o encerramento do ano-calendário, que deixou de recolher o "camê-leão" que estava obrigado, existe a aplicabilidade da multa de lançamento de oficio exigida de forma isolada. É cristalino o texto legal quando se refere às normas de constituição de crédito tributário, através de auto de infração sem a exigência de tributo. Do texto legal conclui-se que não existe a possibilidade de cobrança concomitante de multa de lançamento de oficio juntamente com o tributo (normal) e multa de lançamento de oficio isolada sem tributo, ou seja, se o lançamento do tributo é de oficio deve ser cobrada a multa de lançamento de oficio juntamente com o tributo (multa de oficio normal), não havendo neste caso espaço legal para se incluir a cobrança da multa de lançamento de oficio isolada. Da Multa Qualificada r . . Processo n° 10920.002452/2005-11 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-23.358 Fls. 9 A decisão recorrida manteve a multa de 150%, alegando estar nos autos presentes circunstância que caracterizaria a fraude. Neste ponto cabe apresentar a posição sumulada do Conselho: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo (Súmula 1°CC n°14) Ante ao exposto, voto por rejeitar a preliminar argüida de nulidade, e no mérito DAR provimento parcial, para reduzir a multa de oficio de 150% para 75%, e para excluir da exigência a multa isolada do camê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio. Sala as Sessões - DF, em 06 de agosto. de 2008 theuu TONIO LO O M INEZ 9 Page 1 _0025100.PDF Page 1 _0025200.PDF Page 1 _0025300.PDF Page 1 _0025400.PDF Page 1 _0025500.PDF Page 1 _0025600.PDF Page 1 _0025700.PDF Page 1 _0025800.PDF Page 1

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Numero do processo: 13707.002075/2001-17
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri May 30 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Fri May 30 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 DEDUÇÃO INDEVIDA - Tendo o contribuinte compensado na Declaração de Ajuste Anual, imposto cujo valor não foi confirmado pela fonte pagadora dos rendimentos, e não comprovada a retenção por outros meios de prova, é lícito ao Fisco proceder à glosa dos valores compensados e exigir, mediante auto de infração, diferença de imposto apurado. Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.258
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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I .. L:ks --• 1-. V.,,,. MINISTÉRIO DA FAZENDA t Sk PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4:-TPt > ''-4 - t"n-• QUARTA CÂMARA Processo n° 13707.002075/2001-17 Recurso n° 153.746 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.258 Sessão de 30 de maio de 2008 Recorrente ALDEMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA Recorrida 3'. TURMAJDRJ-RIO DE JANEIRO/RJ II ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício. 1999 DEDUÇÃO INDEVIDA - Tendo o contribuinte compensado na Declaração de Ajuste Anual, imposto cujo valor não foi confirmado pela fonte pagadora dos rendimentos, e não comprovada a retenção por outros meios de prova, é lícito ao Fisco proceder à glosa dos valores compensados e exigir, mediante auto de infração, diferença de imposto apurado. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ALDEMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. )(go, .4.4,60936_ MARIA HELENA COTTA CARDOZ rilli Àente Preid , ia ‘ I 14 STONIO O O MAy INEZ Relator 1 Proresw e 13707.002075/2001-17 CCOI/C04 v Acórdão n.° 104-23.258 Fls. 2 FORMALIZADO EM: 02 JUL 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Renato Coelho Borelli (Suplente convocado) e Gustavo Lian Haddad. Ausente justificadamente o Conselheiro e--Pedro Anan Júnior. 1{ 2 • Processo n° 13707,00207512001-17 CCO I /CO4 • Acórdão n.° 104-21258 F. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, ALDEMÁRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA, supra qualificado, foi lavrado Auto de Infração do Imposto de Renda Pessoa Física, fls. 02 e 05/07, relativo ao exercício de 1999, ano-calendário 1998, para formalização e cobrança de imposto de renda da pessoa fisica suplementar no valor de R$ 58,78, acrescido de multa de oficio no montante de R$ 44,08, bem como de juros de mora com cálculo válido até julho de 2001. O crédito tributário é decorrente da revisão da declaração de ajuste anual do interessado relativo ao exercício de 1999, ano-calendário 1998, conforme se verifica às fls. 06/07 dos autos, relativas ao auto de infração, de modo a caracterizar a infração "Dedução Indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte". Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação em 27/08/2001, alegando, em síntese, que não recebeu aviso anterior e está sendo cobrado de multa e juros, que possui quatro dependentes e que deseja oportunidade de refazer sua declaração de rendimentos. Por fim, afirma que aguarda análise de acordo e pede perdão da decisão. A V Turma de Julgamento, mediante o Acórdão DRJ/RJO II no, 12.683, de 28/06/2006, (fls. 32/35), considerou procedente o lançamento, nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 Ementa: Cabível a glosa de dedução de imposto de renda retido na fonte quando a retenção não foi efetuada pela fonte pagadora. Matéria não impugnada. Há que se manter o lançamento relativo aos rendimentos omitidos com os quais concorda o contribuinte. Lançamento Procedente. Cientificado da decisão em 21/08/2006, o contribuinte apresenta recurso voluntário de fls. 32, onde argumenta que os valores declarados não conferem com os comprovantes do exercito anexados e solicita que seja revisto o lançamento. É o Relatório. • 3 Processo tf 13707.002075/2001-17 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.258 Fls. 4 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, devendo, portanto, , ser conhecido. A matéria em discussão no presente processo refere-se tão somente a glosa do imposto de renda retido na fonte no ano calendário de 1998. Da análise dos autos e dos documentos acostados pelo recorrente, não se identificou qualquer irregularidade no procedimento fiscal. Em nenhum dos comprovantes apresentados pelo recorrente se identificou a retenção de impostos. Ou seja, com base na documentação acostada não foi possível invalidar a glosa efetuada. Ante ao exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Sala das Sessões - DF, em 30 de maio de 2008 /112 gi” TONIO O O M TINEZ 4

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Numero do processo: 10675.002739/2005-90
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 DEPÓSITO BANCÁRIO - DECADÊNCIA - A omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada deve ser apurada em base mensal, mas tributada na base de cálculo anual, cujo fato gerador ocorre no encerramento do ano-calendário (art. 150, § 4º, do CTN). NULIDADE - CARÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL - INEXISTÊNCIA - As hipóteses de nulidade do procedimento são as elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235, de 1972, não havendo que se falar em nulidade por outras razões. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO VIA ADMINISTRATIVA - ACESSO ÀS INFORMAÇÕES BANCÁRIAS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - É lícito ao fisco, mormente após a edição da Lei Complementar nº. 105, de 2001, examinar informações relativas ao contribuinte, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI Nº 10.174 DE 2001 E LEI COMPLEMENTAR 105 DE 2001 - POSSIBILIDADE - ART - 144, § 1º - Pode ser aplicada de forma retroativa, ao lançamento, a legislação que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI Nº. 9.430, de 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1º CC nº 4) ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1º CC nº 2). MULTA QUALIFICADA - DEPÓSITOS BANCÁRIOS - A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo (Súmula 1º CC nº 14) Preliminares rejeitadas. Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-22.970
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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I - -4` MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES - QUARTA CÂMARA Processo n° 10675.002739/2005-90 Recurso n° 158.185 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-22.970 Sessão de 23 de janeiro de 2008 Recorrente ROMEU MIGUEL Recorrida 4'. TURMA/DRJ-JUIZ DE FORA/MG Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 DEPÓSITO BANCÁRIO - DECADÊNCIA - A omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada deve ser apurada em base mensal, mas tributada na base de cálculo anual, cujo fato gerador ocorre no encerramento do ano-calendário (art. 150, § 40, do CTN). NULIDADE - CARÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL - INEXISTÊNCIA - As hipóteses de nulidade do procedimento são as elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235, de 1972, não havendo que se falar em nulidade por outras razões. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO VIA ADMINISTRATIVA - ACESSO ÀS INFORMAÇÕES BANCÁRIAS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - É lícito ao fisco, mormente após a edição da Lei Complementar n°. 105, de 2001, examinar informações relativas ao contribuinte, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI N° 10.174 DE 2001 E LEI COMPLEMENTAR 105 DE 2001 - POSSIBILIDADE - ART - 144, § 1° - Pode ser aplicada de forma retroativa, ao lançamento, a legislação que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI N°. 9.430, de 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência 9 .- Processo n° 10675.002739/2005-90 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 2 de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n° 4) ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). MULTA QUALIFICADA - DEPÓSITOS BANCÁRIOS - A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo (Súmula 1° CC n° 14) Preliminares rejeitadas. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ROMEU MIGUEL. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. RIA- HELENA COTTA CARDOZOr iANs P idente AtYm v ti ill'AkelL) TONI L PO RTINEZ Relator 2 Processo n° 10675.002739/2005-90 CCO I IC04 Acórdão 104-22.970 RI. 3 FORMALIZADO EM: og MA I ?o 0 e Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloísa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Gustavo Lian Haddad, Renato Coelho Borelli (Suplente convocado) e Remis Almeida Estol. 41V 3 - . Processo n. 10675.002739/2005-90 CCOI/C04 " . Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 4 Relatório 1 - Em desfavor do contribuinte ROMEU MIGUEL, já qualificada nos autos, foi lavrado o auto de infração de fls. 04/08, com ciência da interessada no dia 14/12/2005, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercícios 2.001, 2.002 e 2003 (anos-calendário 2.000, 2001 e 2.002, respectivamente), por intermédio do qual lhe é exigido crédito tributário no montante de R$ 3.571.741,33, sendo R$ 1.120.199,48 exigido a título de imposto, R$ 1.673.559,84 cobrado à guisa de multa proporcional passível de redução, aplicada nos percentuais de 75% (setenta e cinco por cento) e 150% (cento e cinqüenta por cento), além de R$ 777.982,01, lançados sob a rubrica de juros de mora, calculados até 30/11/2005. 2 - Na descrição dos fatos às fls. 05/08, verifica-se que o citado lançamento decorre da revisão efetuada nas Declarações de Ajuste do contribuinte, referentes aos EF2001/AC2000, EF2002/AC2001, EF2003/AC2002, quando foram detectadas as seguintes infrações: a) omissão de rendimentos provenientes da atividade rural, no ano-calendário de 2002, na importância de R$ 31.271,26; b) falta de recolhimento, no ano-calendário de 2001, do imposto na quantia de R$ 386,24, incidente sobre ganhos líquidos no mercado de renda variável advindos da consecução de operações em bolsa de valores; e c) omissão de receitas caracterizadas por depósitos bancários de origem não comprovada nos montantes de R$ 2.192.109,95, R$ 1.032.348,88 e R$ 824.090,04, respectivamente, para os anos-calendários de 2000, 2001 e 2002. Tudo conforme consta da "Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal" de fls. 05/08 — parte integrante da Peça Fiscal contestada — e como devidamente minudenciado nas planilhas de fls. 14/34 e 35/40 e no "Relatório Fiscal" de fls. 41/42. .3 - Irresignado com a consubstanciação do lançamento, o autuado apresentou a impugnação tempestiva de fls. 1266/1293, onde suscitou, em síntese, o seguinte extraído da decisão da autoridade recorrida: 1. Preliminares 1.1. Decadência • transcrevendo o § 4°, art. 42, da Lei 9.430/96, o qual determina a tributação de depósitos tomados como de origem incomprovada no mês em que efetuado o crédito bancário pela instituição financeira, conclui que o legislador elegeu, para a espécie, o fato gerador mensal, fator este que julga determinante na fixação do prazo decadencial; • considera, pois, definitivamente extintos, por força do instituto da decadência, aqueles fatos geradores ocorridos anteriormente a 14/12/2000, em consonância com o § 4°, art. 150, do Código Tributário Nacional/C77V, que versa sobre o lançamento por homologação - como acredita tratar-se o caso em tela - tendo em vista que só foi cientificado da exigência litigado em 14/12/2005, ou seja, mais de cinco anos após a ocorrência desses; • tomando como ratificado o Comando Legal retro citado, em face das determinações contidas no art. 899 do Decreto 3.000, de W 4 Processo rr 10675.002739/2005-90 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-22.970 EU 5 26 de março de 1999 - Regulamento do Imposto de Renda vigente — RIR/99, julga suplantada em definitivo a norma geral a qual alude o artigo 173 do já mencionado CTN, que fixa o prazo decadencial de cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente realizado; • passa, então, a reproduzir trechos e ementas de acórdãos exarados pelo Colendo Primeiro Conselho de Contribuintes acerca do tema sob exame. 1.2. Da inconstitucionalidade da Lei Complementar n.°105/2001 • prossegue, suscitando a hipótese de inconstitucionalidade da lei em epígrafe, com fundamento nos incs. X e XII, art. 5°, da Constituição Federal, que considera afrontados quando da quebra de seu sigilo bancário sem autorização judicial; • com o intuito de corroborar seu entendimento passa a citar julgados diversos sobre o assunto, emanados do Poder Judiciário. 1.3. Da ilegalidade do procedimento fiscal • argumenta, ainda, acreditar ser inconstitucional, ilegal e arbitrária a fiscalização contra ele instaurada, no que concerne ao ano-calendário de 2000, considerando que o dispositivo legal autorizador da utilização pela Fazenda Pública de dados referentes à CPMF, com o ,fito da constituição de créditos tributários, só foi editado no ano de 2001; • toma, pois, como feridos os princípios constitucionais da legalidade, da irretroatividade das leis e do direito adquirido, em face da legislação vigente à época, e, por via de conseqüência, julga nulo o lançamento efetuado; • acresce, também, que somente com a nova redação dada pela Lei 10.174/2001 ao § 3°, art. 11, da Lei 9.311/96, deixou de viger a proibição à Receita Federal de utilizar informações atinentes à arrecadação da CPMF para lançar outros tributos, não podendo, portanto, tal dispositivo ser avocado para procedimento fiscal instaurado relativamente ao ano-calendário de 2000; • não aceita, ainda, o argumento de que a Lei 9.311/96 apenas ampliou os poderes da fiscalização, nos termos do § 1°, art. 144, do já aludido CTN, sob o fundamento de que a redação original do § 3°, art. 11, do primeiro Diploma Legal mencionado, à época de sua vigência, nunca foi declarado inconstitucional, ilegal ou qualquer coisa do gênero. Ou seja, vigeu e conseqüentemente produziu seus efeitos, quais sejam, proteger o direito do s Processo n° 10675.002739P2005-90 CCO I/C04 Acórdão o.° 104-22.970 Fls. 6 contribuinte em não ter sua vida devassada com base nos dados da CPMF; • cita, a seguir, trecho doutrinário acerca do princípio constitucional do direito adquirido; • adiante, retoma o tema da utilização retroativa da nova redação do § 3°, art. 11, da Lei 9.311/96, tentando diferenciar a análise de sua inconstitucionalidade do exame da possibilidade do uso de tal norma como elemento de autorização para investigação de fatos anteriores à sua vigência; • na primeira hipótese, defende o confronto da norma em tese com o dispositivo constitucional que garante seu sigilo bancário, na segunda, sustenta o cotejo da aplicação, ou não, do Comando Legal supra, em face do princípio da irretroatividade contido em nossa Carta Magna; • destarte, considera inegável o conflito entre o § I°, art. 144, do CT1V — que amplia os poderes de investigação do Fisco — com a garantia da irretroatividade das leis em geral, considerando que, no caso em tela, se houve a ampliação dos poderes da Fiscalização, não ocorreu a revogação de outra lei que expressamente agasalhava determinada proteção ao contribuinte; • conclui, pois, que como a Lei 9.311/96 vedava expressamente o uso das informações relativas à CPMF para o lançamento de outros tributos, a utilização das disposições contidas na Lei 10.174/2001, para o ano-calendário de 2000, atinge situação consolidada à luz da lei anterior, abalando seriamente a segurança jurídica. 1.4. Do lançamento com base em depósitos bancários • com fulcro na súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos e em julgados do Colendo Conselho de Contribuintes, conclui o interessado ser pacífico o entendimento de que são nulos lançamentos tributários procedidos unicamente com base em depósitos bancários, sem a comprovação de acréscimo patrimonial ou de renda consumida pelo fiscalizado, ou seja, sem a efetiva demonstração da ocorrência de sinais exteriores de riqueza; • avoca, então, o princípio da reserva legal, contido nos arts. 3°, 97 e 142, do já mencionado CTN, para considerar descabido todo e qualquer lançamento com base em presunção não expressamente autorizada por lei; • prossegue, amparando-se no art. 43 do mesmo Diploma Legal, sob o argumento de que créditos bancários não constituem, isoladamente, fato gerador do imposto de renda, haja vista não representarem aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, exceto se ficar demonstrado o nexo causal entre cada depósito e aquilo que represente omissão de ir 6 Processo n° 10675.002739/2005.90 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-22.970 J1. rendimentos, mesmo porque, sob seu ponto de vista, constituem meros indícios; • em assim sendo, considera ser ônus do Fisco a comprovação de aquisição de renda não declarada pelo contribuinte; • finaliza o presente item, acrescendo que, no seu entender, dados obtidos em função da arrecadação da CPMF não seriam hábeis e suficientes para ensejar a autuação em lide; • posteriormente retoma o tema ora relatado, com a transcrição de ementas de acórdãos do Primeiro Conselho de Contribuintes, além daqueles já citados, e com o argumento de que depósito bancário é estoque e não fluxo, e não sendo fluxo não tipifica renda, pois, juridicamente, só o fluxo tem a conotação de acréscimo patrimonial; • dessa forma, conclui que o cruzamento de suas declarações de rendas com informações relativas a sua movimentação bancária pode, quando muito, servir de base para a instauração de investigação, não cabendo sua utilização como prova da ocorrência da supressão de tributo; • afirma, ainda, ter informado e provado ao Fisco, em resposta à intimação recebida, a origem dos valores transitados em suas contas bancárias, o que foi simplesmente ignorado, fato que, a seu ver, caracteriza a "amputação" do seu direito de ampla defesa. 1.5. Mérito • passa o requerente, nesse ponto de sua peça contestatória, a trazer argumentos atinentes aos valores levantados pelo autuante; • de inicio, alega que os valores transitados em suas contas bancárias, como já informado ao Fisco anteriormente, são oriundos de venda de ações — que considera não tributáveis - transferências intercontas, transferências da conta de sua esposa e empréstimos contraídos junto a pessoas físicas; • argumenta também que grande parte dessa movimentação financeira teria origem nos anos de 1998 e 1999, em decorrência da transferência da gestão da Associação de Ensino do Triângulo, da qual detinha uma participação de R$ 2.533.020,00; • continua, informando que tais rendimentos seriam isentos do tributo em tela, tendo apenas, por lapso, deixado de constar das competentes declarações de rendas, as quais, acusa, ora estariam sendo retificadas; • em assim sendo, protesta pela inclusão dessas no presente processo, como elementos de prova e demonstração de sua boa fé; % 7 Processo n° 10675.002739/2005-90 CC01/C04 Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 8 • a seguir, apóia-se nos arts. 75 e § 2°, 76, do mencionado RIR199, para afirmar que as pessoas físicas não estão obrigadas à escrituração contábil, mas, tão-somente, à elaboração, em dadas situações, do Livro-Caixa, como quando da percepção de rendimentos do trabalho não assalariado, ou, como na espécie, em face do exercício da atividade ruraL Alega, ainda, que tais dispositivos demandam que os contribuintes comprovem a origem de suas receitas, não se vendo, pois, obrigado ao registro de entradas e saídas bancárias que não tenham implicado em aquisição de renda; • volta a transcrever ementas de acórdãos do Primeiro Conselho de Contribuintes conexas ao assunto; • apresenta, ainda, o peticionário outras razões de defesa, as quais abaixo são mantidas: "I - No caso da tributação dos valores a título de ganhos líquidos no mercado de renda variável, quem chegou a tal "conclusão" foi o agente, pois não há no processo qualquer documento que afirme tal condição. O que existe é um histórico "VDA AÇÕES-AG". Diga mais, uma vês (sic) tal conclusão é do fisco, pois sequer a instituição financeira foi intimada a fornecer os dados da operação. Quem afirma deve provar, o que não aconteceu no caso em tela. 2 - Também no caso da tributação dos valores a título de omissão de rendimentos provenientes da atividade rural, o fisco simplesmente aceitou a informação na resposta do fiscalizado, efetuando o somatório dos valores indicados como sendo da atividade rural e comparou com os valores declarados da atividade. Encontrando difèrença, tributou. Pergunta-se, porquê o fisco não fez questão dos documentos hábeis e idóneos para confirmar que as receitas da atividade rural, informadas pelo fiscalizado em suas respostas são mesmo dessa atividade.(sic) Nesse caso o fiscalizado mereceu credibilidade. 3 - Por outro lado, na tributação dos valores tidos como omissão de receita, o fiscal desconsiderou informações prestadas pelo autuado de que certos valores eram originários de empréstimos contraídos, devolução de capital, transferências das contas da esposa, transferências inter-contas, etc." Conclui, então, que essas informações, por não baseadas em provas plausíveis e imprescindíveis para a caracterização desses fatos, não podem prosperar; • lista, a seguir, uma série de valores que considera como justificados ao Fisco na fase investigatária do presente procedimento e que, no seu entendimento, devem ser excluídos da matéria tributável; • passa, então, a citar o que considera incongruências da autoridade lançadora, no que tange à aceitação de um simples histórico de seus extratos bancários — VENDA DE AÇÕES - para promover a tributação como renda variável, enquanto que, no 8 Processo n° 10675.002739/2005-90 CCO I/C04 Acórdão n.° 101-22.970 Fls. 9 caso dos mútuos, tais históricos não foram tomados como suficientes para a comprovação das operações realizadas no BC1V, conta 490737, e no HSBC, conta 8794; • quanto aos empréstimos por ele obtidos junto a pessoas Picas, esclarece que foram conseguidos em confiança, sem a emissão de quaisquer documentos, mas com o intuito de corroborar a veracidade de suas afirmações reporta-se a Nota Promissória no valor de R$ 142.000,00 (cento e quarenta e dois mil reais) emitida em favor de Rosangela de Oliveira Lima; • acresce, também, que envidou todos os seus esforços no sentido de obter junto à rede bancária documentos que esclarecessem a origem de seus créditos, não tendo logrado êxito, mas que, em sendo interesse da RF, teriam eles sido obtidos com • uso de suas prerrogativas, para então se buscar a verdade dos fatos; • por fim, no que tange a suposta venda de ações, afirma que mesmo sendo ela confirmada documentalmente, estaria isenta do IR, consoante informação contida no demonstrativo de renda variável "3. Operações isentas, assim entendidas aquelas cujos ganhos líquidos auferidos em operações no mercado à vista de ações nas bolsas de valores e em ... cujo valor das alienações realizadas em cada mês seja igual ou inferior a R$ 4.143,50". 3. Da multa lançada • argumenta sobre o tema que, restando comprovada a origem de todos os seus recursos, não haverá que se falar em multa por não haver principal sobre o qual venha ela a ser aplicada; • afirma, no entanto, que na hipótese de subsistir parte do lançamento litigado não cabe o agravamento levado a termo pelo autuante, admissivel que é, apenas, nos casos de evidente intuito defraude; • volta a utilizar o Primeiro Conselho de Contribuintes, como ponto de apoio às suas teses. 4. Da utilização da SELIC como taxa de juros moratórios • por fim, com base em julgados do Judiciário, questiona a aplicação da taxa SEL1C como encargo no Auto de Infração litigado, assim como defende a cobrança de juros no percentual máximo de 12% (doze por cento) ao ano, acrescido da correção monetária. 4 — Em 29 de setembro de 2006, os membros da 4' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Juiz de Fora/MG proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares, e considerou procedente em parte o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário 9 Processo n° 10675.00273912005-90 CCOIA:04 Acórdão n.° 10422.970 Eis. 10 Exercício: 2001 DECADÊNCIA. Ainda que a exação fiscal questionada seja tomada como sujeita ao lançamento por homologação, no qual mais rapidamente se extingue o direito da Fazenda Pública de constituir o crédito Tributário, há que se tomar como termo inicial para contagem do interstício decadencial, nos casos de fatos geradores complexivos, a data da ocorrência destes, que, em se tratando do IRPF, seria, dentro de tal hipótese, o dia 31/12 do Ano-calendário ao qual se refere a declaração de rendas auditada. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 - TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA. GANHOS LÍQUIDOS NO MERCADO DE RENDA VARIÁVEL. Incabível a manutenção do lançamento fundamentado, apenas, em históricos contidos em extratos bancários do contribuinte. - REQUISIÇÃO E UTILIZAÇÃO DE DADOS BANCÁRIOS. A requisição às instituições financeiras de dados relativos a terceiros, com fulcro na Lei Complementar n.° 105/2001, constitui simples transferência à SRF e não quebra de sigilo bancário dos contribuintes, não havendo, pois, que se falar na necessidade de autorização judicial para o acesso, pela autoridade fiscal, a tais informações. - NORMA TRIBUTÁRIA. RETROATIVIDADE. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. - OMISSSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A partir de 01/01/1997, com a edição da Lei n.° 9.430/96, passaram a ser caracterizados como omissão de rendimentos, sujeitos a lançamento de oficio, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais a pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimada, não comprove a origem dos recursos utilizados nessas operações. Assunto: Normas de Administração Tributária Exercício: 2001, 2002, 2003 ENCARGOS LEGAIS. - LANÇAMENTO DE OFICIO. OCORRÊNCIA DE EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. INCIDÊNCIA DE MULTA DE OFICIO QUALIFICADA. É cabível, por disposição literal de lei, a incidência da multa de oficio qualificada no percentual de 150% sobre o valor do imposto apurado em procedimento de oficio, que deverá ser exigida k 10 Processo e 10675.00273912005-90 CCOI/C04; Acórdão n.° 104-22.970 Fls. II juntamente com o imposto não pago espontaneamente pelo contribuinte, quando restar demonstrada a ocorrência de evidente intuito defraude. - JUROS DE MORA. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, acrescidos de juros morató rios calculados com base na taxa SELIC, ampara-se na legislação ordinária, cabendo à autoridade administrativa, cuja atividade é plenamente vinculada, simplesmente, exigi-los, nos exatos termos da legislação em vigor. 5 - Cientificado em 26/10/2004, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 23/11/2006, o Recurso Voluntário, de fls. 1518/1549, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas no item "3" do presente relatório. É o Relatório. ‘3/41 I I Processo n° 10675.002739/2005-90 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 12 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Da Preliminar de Decadência O termo inicial para a contagem do prazo decadencial para os rendimentos omitidos que ocorreram ao longo do ano de 2000, previsto no art. 150, parágrafo 4°, do CTN é de 1° de janeiro de 2001, posto que é o 1° dia após a ocorrência do fato gerador. Desta forma, o lançamento poderia ser realizado até a data de 31/12/2005, para que pudesse alcançar os valores percebidos no ano-calendário de 2000. Como o auto de infração foi encaminhado ao contribuinte teve ciência do auto de infração apenas em 14/12/2005, entendo que nessa data não havia decaído o direito da fazenda constituir o referido crédito tributário. Como é sabido, o lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributável e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível. Com o lançamento constitui-se o crédito tributário, de modo que antes do lançamento, tendo ocorrido o fato imponível, ou seja, aquela circunstância descrita na lei como hipótese em que há incidência de tributo, verifica-se, tão somente, obrigação tributária, que não deixa de caracterizar relação jurídica tributária. É sabido, que são utilizados, na cobrança de impostos e/ou contribuições, tanto o lançamento por declaração quanto o lançamento por homologação. Aplica-se o lançamento por declaração (artigo 147 do Código Tributário Nacional) quando há participação da administração tributária com base em informações prestadas pelo sujeito passivo, ou quando, tendo havido recolhimentos antecipados, é apresentada a declaração respectiva, para o juste final do tributo efetivamente devido, cobrando-se as insuficiências ou apurando-se os excessos, com posterior restituição. Por outro lado, nos precisos termos do artigo 150 do CTN, ocorre o lançamento por homologação quando a legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, a qual, tomando conhecimento da atividade assim exercida, expressamente a homologa. Inexistindo essa homologação expressa, ocorrerá ela no prazo de 05(cinco) anos, a contar do fato gerador do tributo. Com outras palavras, no lançamento por homologação, o contribuinte apura o montante e efetua o recolhimento do tributo de forma definitiva, independentemente de ajustes posteriores. Neste ponto está a distinção fundamental entre uma sistemática e outra, ou seja, para se saber o regime de lançamento de um tributo, basta compulsar a sua legislação e k12 % Processo n°10675.00273912005-90 CC0I/C04 • °Acórdão n. 104-22.970. Fls. 13 verificar quando nasce o dever de cumprimento da obrigação tributária pelo sujeito passivo: se dependente de atividade da administração tributária, com base em informações prestadas pelos sujeitos passivos (lançamento por declaração), hipótese em que, antes de notificado do lançamento, nada deve o sujeito passivo; se, independente do pronunciamento da administração tributária, deve o sujeito passivo ir calculando e pagando o tributo, na forma estipulada pela legislação, sem exame do sujeito ativo - lançamento por homologação, que, a rigor técnico, não é lançamento, porquanto quando se homologa nada se constitui, pelo contrário, declara-se à existência de um crédito que já está extinto pelo pagamento. Importante frisar que independente do recorrente ter apresentado ou não declaração de ajuste anual, no meu entendimento esse fato não altera a conclusão, uma vez que se homologaria o procedimento. No caso o procedimento de nada fazer, não declarar e não pagar. Em suma, não há como considerar o lançamento do ano de 1998 como decadente. Diante do exposto, rejeito a preliminar de decadência. Da Irretroatividade da LC 105/2001 e da Lei n°10.174/2001. O contribuinte se mostrou inconformado com a aplicação retroativa da Lei Complementar 105/2001 e da Lei 10.174/2001. Entendeu que ao proceder com base em tais instrumentos legais o Fisco acabou por obter provas de origem ilícita. Não procede tal argumento. O parágrafo 1° do art. 144 do CTN permite a aplicação de legislação posterior à ocorrência do fato gerador, que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização e ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas. Desta forma é notória a possibilidade de aplicação dos mencionados instrumentos legais de forma retroativa, uma vez que, tão somente, ampliam os poderes de investigação do Fisco. O STJ já manifestou o seu entendimento neste sentido no RESP 529818/PR e no ERESP 726778/PR. Da Impossibilidade de Acesso ao Sigilo Bancário sem Autorização Judicial O sigilo bancário sempre foi um tema cheio de contradições e de várias correntes. Antes da edição da Lei Complementar n° 105, de 2001, os Tribunais Superiores tinham a forte tendência de albergar a tese da inclusão do sigilo bancário na esfera do direito à privacidade, na forma da nossa Constituição Federal, sob o argumento que não é cabível a sua quebra com base em procedimento administrativo, amparado no entendimento de que as previsões nesse sentido, inscritas nos parágrafos 5° e 6° do artigo 38, da Lei n° 4.595, de 1964 e no artigo 8° da Lei n° 8.021, de 1990, perdem eficácia, por interpretação sistemática, diante da vedação do parágrafo único do artigo 197, do CTN, norma hierarquicamente superior. Apesar de existir intermináveis discussões quanto à natureza do sigilo bancário, entendo que tal garantia, insere-se na esfera do direito à privacidade, traduzido no artigo 50, inciso X, da Constituição Federal. Por outro lado, entendo que o direito à privacidade não é ilimitado, tendo em rçvista o princípio da convivência de liberdades. Assim, não se pode, sob o m to da 13 Processo rie 10675.002739/2005-90 CC01/C04 • Acórdão n.° 104-22.970 Eis. 14 privacidade, pretender acobertar indistintamente qualquer irregularidade que seja objeto de apuração pelo fisco, ou seja, os direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal não se prestam a servir de manto protetor a comportamentos abusivos, e nem tampouco devem prevalecer diante de fatos que possam constituir crimes. Sejam eles crimes tributários ou não. Não restam dúvidas, que o direito ao sigilo bancário não pode ser utilizado para acobertar ilegalidades. Por outro lado, preserva-se a intimidade enquanto ela não atingir a esfera de direitos de outrem. Todos têm direito à privacidade, mas ninguém tem o direito de invocá-la para abster-se de cumprir a lei ou para fugir de seu alcance. Tenho para mim, que o sigilo bancário não foi instituído para que se possam praticar crimes impunemente. Desta forma, é indiscutível que o sigilo bancário, no Brasil, para fins tributários, é relativo e não absoluto, já que a quebra de informações pode ocorrer nas hipóteses previstas em lei. Da mesma forma, a quebra do sigilo bancário não afronta aos incisos X e XII do art. 5° da Constituição Federal de 1988. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que: "Ementa: Inquérito. Agravo regimental. Sigilo bancário. Quebra. Afronta ao artigo 5°, Xe XII, da CF: Inexistência. (.). I - A quebra do sigilo bancário não afronta o artigo 5°, X e XII, da Constituição Federal (Precedentes: PET. 577). (.. (Ac. Do Plenário do Supremo Tribunal Federal, no AGRMQ-897/DF, reL MM. Francisco Rezek, j. em 23.11.94)." Ora, é cediço que o sigilo bancário não tem caráter incontestável nem absoluto, pois deve sempre estar submetido, como direito individual que é, aos interesses da sociedade em geral e, por conseguinte, ao interesse maior da preservação dos comandos estabelecidos pela lei. Diz a Lei n°4.595, de 1964: "Art. 38 - As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. § 1 ° As informações e esclarecimentos ordenados pelo Poder Judiciário, prestado pelo Banco Central da República do Brasil ou pelas instituições financeiras, e a exibição de livros e documentos em juízo, se revestirão sempre do mesmo caráter sigiloso, só podendo a eles ter acesso às partes legítimas na causa, que deles não poderão servir-se para fins estranhos à mesma. § 2 0 O Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas prestarão informações ao Poder Legislativo, podendo, havendo relevantes motivos, solicitar sejam mantidas em reserva ou sigilo. § 3° As Comissões Parlamentares de Inquérito, no exercício da competência constitucional e legal de ampla investigação obterão as 14 Processo n° 10675.002739/2005-90 CC01/C04 • Acórdão n.° 104-22.970 • Fls. 15 informações que necessitarem das instituições financeiras, inclusive através do Banco Central da República do BrasiL § 4° Os pedidos de informações a que se referem os §§ 1 0 e 3°, deste artigo, deverão ser aprovados pelo Plenário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e, quando se tratar de Comissão Parlamentar de Inquérito, pela maioria absoluta de seus membros. § 5° Os agentes fiscais tributários do Ministério da Fazenda e dos Estados somente poderão proceder a exames de documentos, livros e registros de contas de depósitos, quando houver processo instaurado e os mesmos forem considerados indispensáveis pela autoridade competente. § 6 0 0 disposto no parágrafo anterior se aplica igualmente à prestação de esclarecimentos e informes pelas instituições financeiras às autoridades fiscais, devendo sempre estas e os exames ser conservados em sigilo, não podendo ser utilizados senão reservadamente." Nos termos da lei, acima mencionada, o sigilo bancário será quebrado sempre que houver processo instaurado e a autoridade fiscalizadora considerar necessário, pois é sabido que os estabelecimentos vinculados ao sistema bancário não poderá eximir-se de fornecer à fiscalização, em cada caso especificado pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal, cópias das contas correntes de seus depositantes ou de outras pessoas que tenham relações com tais estabelecimentos, nem de prestar informações ou quaisquer esclarecimentos solicitados, se a autoridade fiscal assim o julgar necessário, tendo em vista a instrução de processo para qual essas informações são requeridas. É evidente, que a possibilidade da quebra do sigilo bancário é de natureza excepcional, e o artigo 38 da Lei n° 4.595, de 1964, arrola as oportunidades em que terceiros tem acesso ao conhecimento de dados e informações de operações realizadas no mercado financeiro pelos seus investidores/clientes. Os parágrafos, do artigo anteriormente citado, estabelecem, de forma clara, quais são as autoridades que tem acesso a estas informações, ou seja, Poder Judiciário (§ 1 0); Poder Legislativo (§ 2°); Comissões Parlamentares de Inquérito (§ 3°) e os agentes fiscais do Ministério da Fazenda e dos Estados (§§ 5° e 6°). O texto acima estabelece com clareza a obrigatoriedade que os bancos tinham de permitir aos agentes fiscais o exame dos registros de contas de depósitos. Para isto, bastaria demonstrar a existência de processo fiscal e declarar que tal documentação era indispensável à investigação em curso. Desta forma, entendo que fica demonstrado que, já em 1964, os bancos estavam obrigados a fornecer à fiscalização documentação a respeito de transações com seus clientes. Não há como discordar que a expressão "processo instaurado" se refere ao "processo administrativo fiscal", já que em caso contrário não haveria a necessidade de existirem os parágrafos 5° e 6° do referido diploma legal. Assim, fica evidenciado que para a Administração Tributária Federal ter acesso a informações relativo às atividades e operações no mercado financeiro e de capitais realizadas pelos contribuintes pessoas fisicas e/ou jurídicas, estaria condicionada a observância de certos requisitos, quais sejam: ter processo administrativo fiscal instaurado; que as informações a 15 Processo n° 10675.002739/2005-90 CCO 1/C04 Acórdão n.° 104-22.970 • Fls. 16 serem solicitadas fossem indispensáveis e que estas informações não poderiam ser reveladas a terceiros. Já, por outro lado, em 1966, a Lei n°. 5.172 (Código Tributário Nacional) promoveu alterações no dispositivo acima transcrito, eliminando a exigência de prévia existência de processo. No art. 197 o Código Tributário Nacional dispõe: "Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras." Após a edição do Código Tributário Nacional, o Decreto n°. 1.718, de 1979 reforçou a obrigatoriedade que têm as Instituições Financeiras de prestar informações às autoridades fiscais. No art. 2° daquele ato legal foi estabelecido: "Continuam obrigados a auxiliar a fiscalização dos tributos sob administração do Ministério da Fazenda, ou quando solicitados a prestar informações, os estabelecimentos bancários, inclusive as Caixas Econômicas, os Tabeliães e Oficiais de registro, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial, as Juntas Comerciais ou as repartições e autoridades que as substituírem, as Bolsas de Valores e as empresas corretoras, as Caixas de Assistência, as Associações e Organizações Sindicais, as Companhias de Seguros, e demais entidades ou empresas que possam, por qualquer forma, esclarecer situações para a mesma fiscalização." Já no comando da Lei n°. 8.021, de 1990, esta obrigatoriedade é mais abrangente incluindo Bolsa de Valores e Assemelhadas, além das Instituições Financeiras, cuja redação diz o seguinte: "Art. 7 0 - A autoridade fiscal do Ministério da Economia. Fazenda e Planejamento poderá proceder a exames de documentos, livros e registros das bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, bem como solicitar a prestação de esclarecimentos e informações a respeito de operações por elas praticadas, inclusive em relação a terceiros. Art. 8° - Iniciado o procedimento fiscal, a autoridade fiscal poderá solicitar informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras, inclusive extratos de contas bancárias, não se aplicando, nesta hipótese, o disposto no art. 38 da Lei ri". 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Parágrafo único - As informações, que obedecerão às normas regulamentares expedidas pelo Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, deverão ser prestadas no prazo máximo de dez dias úteis contados da data da solicitação, aplicando-se, no caso de descumprimento desse prazo, a penalidade prevista no 1 ° do art. 7°." )(9 16 Processo n°10675.002739/2005-90 CCOI/C04 Acórdão n.° 10422.970• Fls. 17 Evidente está, diante das normas legais acima transcritas, que as instituições financeiras não podem invocar o dever de sigilo bancário quando da efetivação, por parte da Fazenda Pública, de pedido de informações acerca de um terceiro, existindo processo administrativo fiscal que permita tal solicitação. Não há que se falar, portanto, em quebra do sigilo bancário, uma vez que a autoridade fazendária encontra-se legalmente obrigada a manter os dados recebidos sob sigilo, conforme impõe o parágrafo 6° do artigo 38 da Lei n° 4.595, de 1964. Os dispositivos legais acima citados, não foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, dão respaldo ao procedimento da fiscalização. Por esta razão, rejeita-se o argumento de que os documentos foram obtidos de forma ilícita. O sigilo bancário, face à farta legislação existente, não pode ser argüido com a finalidade de negar informações ao fisco. A Lei n°. 8.021, de 1990 revoga, para fins fiscais, a obrigatoriedade das instituições financeiras a conservar sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados, estabelecido no art. 38 da Lei n°. 4.595, de 1964. Este último dispositivo legal já estabelecia em seus parágrafos 5° e 6° que: "50 - Os agentes fiscais tributários do Ministério da Fazenda e dos Estados somente poderão proceder a exame de documentos, livros e registros de contas de depósitos, quando houver processo instaurado e os mesmos forem considerados indispensáveis pela autoridade competente. 6° - O disposto no parágrafo anterior se aplica igualmente à prestação de esclarecimentos e informes pelas instituições financeiras às autoridades fiscais, devendo sempre estas e os exames ser conservados em sigilo, não podendo ser utilizados senão reservadamente." Resta claro, portanto, a possibilidade de a administração fazendária solicitar aos estabelecimentos bancários às informações que esses detenham em relação aos contribuintes para os quais exista procedimento fiscal em andamento, sem que seja necessário demonstrar os motivos que conduziram a tal requisição. Agora sob o comando da Lei Complementar n°. 105, de 10 de janeiro de 2001, esta condição é indiscutível, cuja redação diz o seguinte: "Art. 1 ° As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (.) 3° Não constitui violação do dever de sigilo: I - a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; H - o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a r- 17 Processo e 10675.002739/2005-90 CC01/C04 Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 18 entidades de proteção ao crédito, observadas às normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; III - o fornecimento das informações de que trata o § 2° do art. 11 da Lei n°9.311, de 24 de outubro de 1996; IV - a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa; V - a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados; VI - a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2°, 3°, 4°, 5°, 6°, 7°e 9° desta Lei Complementar. Art. 6° As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. Art. Revoga-se o art. 38 da Lei n°' 4.595, de 31 de dezembro de 1964." A edição desse dispositivo de lei complementar se fez indispensável, em virtude de divergência interpretativa que havia sido estabelecida acerca do tema, especialmente em face de decisão de uma das Turmas do Superior Tribunal de Justiça, no qual ficou assentado que o termo "processo", empregado no artigo 38 da Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964, se referia a processo judicial e não processo administrativo, que a expressão autoridade competente se referia à autoridade judiciária, não a autoridade administrativo-fiscal. Cuidou, assim, o preceptivo legal em questão - que revogou expressamente, em seu artigo 13, o artigo 38 da Lei n° 4.595, de 1964 -, de chancelar uma exceção à regra do sigilo bancário já prevista na lei anterior, agora com toda a clareza, sem deixar margem à interpretação equivocada ou distorcida, ao declarar expressamente que o processo mencionado é o administrativo; que a autoridade competente, para fins da lei, é a administrativa. Ora, se antes existiam dúvidas sobre a possibilidade da quebra do sigilo bancário via administrativa (autoridade fiscal), agora estas não mais existem, já que é claro na lei complementar, acima transcrita, a tese de que a Secretaria da Receita Federal tem permissão legal para acessar os dados bancários dos contribuintes, está expressamente autorizado pelo artigo 6° da mencionada lei complementar. O texto autorizou, expressamente, as autoridades e x18 • Processo n°10675.002739/2005-90 CC0I/C04 Acórdão n.° 10422.970 Fls. 19 agentes fiscais tributários a obter informações de contas de depósitos e aplicações financeiras, desde que haja processo administrativo instaurado. Assim, estaria afastada a pretensa quebra de sigilo bancário de forma ilícita, já que há permissão legal para que o Estado através de seus agentes fazendários, com fins públicos (arrecadação de tributos), visando o bem comum, possa ter acesso aos dados protegidos, originariamente, pelo sigilo bancário. Ficam o Estado e seus agentes responsáveis, por outro lado, pela manutenção do sigilo bancário e pela observância do sigilo fiscal. Nesse sentido, leia-se a opinião de Bernardo Ribeiro de Moraes, contido no Compêndio de Direito Tributário, Ed. Forense, 1 a. Edição, 1984, pág. 746: "O sigilo dessas informações, inclusive o sigilo bancário, não é absoluto. Ninguém pode se eximir de prestar informações, no interesse público, para o esclarecimento dos fatos essenciais e indispensáveis á aplicação da lei tributária. O sigilo, em verdade, não é estabelecido para ocultar fatos, mas sim, para revestir a revelação deles de um caráter de excepcionalidade. Assim, compete à autoridade administrativa, ao fazer a intimação escrita, conforme determina o Código Tributário Nacional, estar diante de processos administrativos já instaurados, onde as respectivas informações sejam indispensáveis." Desta forma, dentro dos limites estabelecidos pelos textos legais que tratam o assunto, os Auditores-Fiscais da Receita Federal poderão proceder a exames de documentos, livros e registros de contas de depósitos, desde que houver processo fiscal administrativo instaurado e os mesmos forem considerados indispensáveis pela autoridade competente. Devendo ser observado que os documentos e informações fornecidos, bem como seus exames, devem ser conservados em sigilo, cabendo a sua utilização apenas de forma reservada, cumprido as normas a prestação de informações e o exame de documentos, livros e registros de contas de depósitos, a que alude a lei, não constitui, portanto, quebra de sigilo bancário. Sempre é bom lembrar que o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais constitui um dos requisitos do exercício da atividade administrativa tributária, cuja inobservância só se consubstancia mediante a verificação material do evento da quebra do sigilo funcional, quando, então, o agente envolvido sofrerá a devida sanção. Da mesma forma, discordo daqueles que defendem a ilegalidade da aplicação retroativa da Lei Complementar n° 105, de 2001, sob o argumento que em face ao principio constitucional que veda a aplicação retroativa da lei, a mesma (LC n° 105, de 2001), não poderia ter sido tomada pelas autoridades fiscais para respaldar a obtenção e o exame da movimentação bancário do ano calendário de 1998. Diante do exposto, rejeito as preliminares para passar à análise do mérito do Recurso. Do Mérito Da Presunção baseada em Depósitos Bancários O lançamento fundamenta-se em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de [9 Processo n° 10675.00273912005-90 CCOI/C048 Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 20 comprovação da origem dos recursos que transitaram, em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras, ou seja, pelo artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, tem-se a autorização para considerar ocorrido o "fato gerador" quando o contribuinte não logra comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, não havendo a necessidade do fisco juntar qualquer outra prova. Via de regra, para alegar a ocorrência de "fato gerador", a autoridade deve estar munida de provas. Mas, nas situações em que a lei presume a ocorrência do "fato gerado?' (as chamadas presunções legais), a produção de tais provas é dispensada. Neste caso, ao Fisco cabe provar tão-somente o fato indiciário (depósitos bancários) e não o fato jurídico tributário (obtenção de rendimentos). No texto abaixo reproduzido, extraído de "Imposto sobre a Renda - Pessoas Jurídicas" (Justec-RJ; 1979:806), José Luiz Bulhões Pedreira sintetiza com muita clareza essa questão: O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocando-a, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume - cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei n° 9430/1996 cuida de presunção relativa (juris tantum) que admite a prova em contrário, cabendo, pois, ao sujeito passivo a sua produção. Nesse passo, como a natureza não-tributável dos depósitos não foi comprovada pelo contribuinte, estes foram presumidos como rendimentos. Assim, deve ser mantido o lançamento. Antes de tudo cumpre salientar que a presunção não foi estabelecida pelo Fisco e sim pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Tal dispositivo outorgou ao Fisco o seguinte poder: se provar o fato indiciário (depósitos bancários não comprovados), restará demonstrado o fato jurídico tributário do imposto de renda (obtenção de rendimentos). Assim, não cabe ao julgador discutir se tal presunção é equivocada ou não, pois se encontra totalmente vinculado aos ditames legais (art. 116, inc. III, da Lei n° 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional - CTN). Nesse passo, não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia do preceito legal que, de modo inequívoco, estabelece a presunção legal de omissão de receita ou de rendimento sobre os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42, caput, da Lei n°9.430/1996). Da apreciação Individualizada de alguns depósitos bancários O recorrente reitera as alegações de sua impugnação, embora as mesmas já tenha sido devidamente rebatidas na decisão da autoridade recorrida. Nesse ponto a decisão recorrida revisa todos os argumentos suscitados, não cabendo sobre estes realizar qualquer reparo. 20 Processo n°10675.002739/2005-90 CCO I/034 • Acórdão n.° 101-22.970 Fls. 21 "Acerca do que tomará como razões de mérito contidas na peça impugnatória defls. 1266/1293, hão de ser alguns aspectos analisados. De plano, argumenta o peticionário que grande parte de sua movimentação financeira teria origem nos anos de 1998 e 1999, em face da transferência da gestão da Associação de Ensino do Triângulo, da qual detinha uma participação de R$ 2.533.020,00, que, no seu entender, estando isenta de qualquer tributação, deixou somente, por lapso, de ser consignada nas competentes declarações de rendas. De qualquer forma, se os recursos em questão foram percebidos durante 1998, por seu vultoso montante, haveriam de constar nas declarações de rendas do litigante como "Bens ou Direitos" possuídos em 31/12/1998 e 31/12/1999 e não servirem pura e simplesmente como justificativa da origem de depósitos efetuados somente a partir de janeiro de 2000. Acusa, ainda, o requerente a retificação de suas DIRPFs/EF1999 e 2000, protestando pela inclusão destas como elementos de prova no presente processo. Classifica, inclusive, tal procedimento como demonstração de sua boa- fé. Consoante consulta realizada por esta relatora nos bancos de dados da RF, extratos ora anexados às fls. 1479/1482, só constam como entregues pelo requerente a esta instituição declarações de rendas originais atinentes aos aludidos exercícios financeiros. Não há registro de quaisquer retificações dessas pelo ora impugnante. E ainda que o autuado as tivesse alterado, haveria de se observar as disposições do artigo 832 do RIR vigente, o qual veda a retificação das declarações de rendas depois de instaurado o procedimento de oficio pelo Fisco. E resta claro que as supostas retificadoras, embora a primeira delas não seja objeto de exercício financeiro ora sob auditoria, visavam única e exclusivamente incluir rendimentos que justificassem pelo menos parte dos depósitos bancários tributados como de origem incomprovada. Não poderiam, portanto, tais retificadoras, se encaminhadas ao Fisco, socorrerem ao autuado, por expressa vedação legal. Quanto à assertiva de que esse procedimento evidenciaria a boa-fé do pólo passivo, cabe avocar o artigo 136 do CTN, o qual dispõe: "salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independem da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato." (grifos não originais) Ao mesmo tempo, é de se registrar que se ampara o peticionário, no seu intento de corroborar a operação retro mencionada, nos documentos de fls. 1436/1475, todos decorrentes do suposto "Instrumento Particular de Promessa de Transferência de Gestão de Associação e Entidade Mantida e outras Avenças" de fls. 1436/1446. )ir 21 • Processo n°10675.002739/2005-90 CC01/(304 • Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 22 Cumpre, pois, analisar, de imediato, a eficácia do aludido contrato, por si só, como elemento de amparo para a exclusão da tributação pleiteada, com fulcro nos princípios contidos no antigo Código Civil, na parte em que trata da forma dos atos jurídicos e de suas provas." Ainda rebatendo os argumentos suscitados na impugnação e replicados no recurso, a autoridade recorrida assim se pronuncia sobre o valor probante dos elementos trazidos aos autos: "Os recibos e as promissórias colacionados por cópias às fls. 1446/1459 e 1468/1469, o "Termo de Recepção do Resultado da Auditoria para Posterior Conferência e outras Avenças" de fls. 1463/1464, o "Instrumento Particular de Declaração de Solidariedade e Obrigação de não fazer e outras Avenças" de fls. 1465/1467 e o "Termo de Reunião" de fls. 1470 estão revestidos das mesmas condições e, portanto, das mesmas falhas, no que tange ao seu poder probante. Ainda que se considere que alguns dos nominados recibos e promissórias se fazem acompanhar de cópias de cheques, fls. 1450/1457, muitos deles — aqueles iluminados — são nominais a terceiros e não ao ora litigante. Não cabem, por conseguinte, ser aproveitados nos presentes autos com a finalidade que pretende lhes dar o autuado. Tais considerações aplicam-se também, no que concerne à Nota Promissória, no valor de R$ 142.000,00 (cento e quarenta e dois mil reais), emitida em favor de Rosangela de Oliveira Lima, colacionada aos autos, por cópia, à fls. 1372. O recorrente em seu recurso reproduz a tabela apresentada na impugnação sobre as quais a autoridade recorrida com muita propriedade já tinha se pronunciado. Urge registrar que a tabela de fls. 1542 e 1543, é a mesma presente nas fls. 1286/1287. Já, quanto à tabela constante da defesa do interessado, fls. 1286/1287, listando valores para os quais teriam sido "prestados os devidos esclarecimentos, mas também não foram aceitos pelo fisco", cabe registrar que o posicionamento adotado pelo fiscalizado, no que tange aos citados montantes, se restringe às informações consignadas nas planilhas por ele confeccionadas e apresentadas ao autuante durante a fase de auditoria de suas declarações de rendas, devidamente anexadas às fls. 109/140 e 176/207 dos presentes autos. Tais dados, no que se referem ao Banco do Brasil, Bank-Boston, Finasa, Banco Sudameris, Unibanco, Banco Safra e BCN, se limitam a meras alegações de que tais depósitos corresponderiam à liberação de financiamento rural, transferências bancárias efetuadas por sua esposa, empréstimos obtidos junto a pessoas físicas, recebimento de seguro, venda de automóveis e repasse do "Colégio Anglo", sem que tenham sido apresentados, quer na fase investigatória, quer na fase impugnató ria, quaisquer documentos que demonstrassem a efetiva ocorrência de tais operações. 22 Processo n° 10675.002739/2005-90 CCO I /C04 Acórdão n.° 101-22.970 Fls. 23 E é máxima em qualquer ramo do Direito que alegar e não comprovar, é o mesmo que não alegar. Por outro lado, no atinente às operações indicadas na referida planilha como realizadas junto ao HSBC, Banco Real e BCN, é de se ressaltar que, muito embora seus históricos nos competentes extratos bancários possam até remeter a possíveis mútuos contraídos pelo litigante junto as nominadas instituições financeiras, não restaram estes devidamente comprovados a ponto de se poder tomar como elidida parte do feito fiscal. Ou seja, não estaria o autuado desonerado, em face da presunção 'uris tantum", anteriormente descrita, de apresentar documentos hábeis e idôneos específicos que ratificassem as transações contidas nos supracitados históricos bancários." Da omissão de rendimento da Atividade Rural No que toca ao procedimento adotado pelo agente fiscal com referência à tributação de rendimentos oriundos da atividade rural é de se esclarecer que o § 2° do art. 42 da já citada Lei n.° 9.430/96, determina que no caso de depósitos bancários cuja origem restar comprovada e que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão às normas de tributação especificas previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Na planilha de fls. 35/40 e no Relatório Fiscal de fls. 41/42, tomou o agente fiscal, após o exame de documentos apensos às fls. 208/303, créditos bancários efetuados a favor do interessado, no montante de R$ 244.218,03, como advindos da atividade rural exercida durante o ano-calendário de 2002. Tendo sido incluída pelo contribuinte em sua DIRPF/2003, fls. 319/323, como receita bruta total proveniente de tal fonte somente a quantia de R$ 212.946,77. A autoridade lançadora, corretamente, exigiu, à luz do Comando Legal retro citado, a diferença de R$ 31.271,26 como omissão de rendas da atividade rural. Da Inaplicabilidade da Selic como Taxa de Juros Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n° 4: "A partir de I° de abril de 1995, os juros morató rios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais." Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Da Multa Qualificada No que toca a multa qualificada, extraem-se do Relatório de Ação Fiscal, às fls. 41/42, os motivos que levaram à qualificação da multa de oficio, a saber: "No caso, em relação aos depósitos cuja origem não foi comprovada, estão presentes os pressupostos istos no 23 a • 4 Processo n° 10675.002739/2005-90 CCO I/C044I n Acórdão n.° 104-22.970 Fls. 24 artigo 71 da Lei 4502/64. Assim a multa a ser aplicada é aquela prevista no inciso II do artigo 44 da Lei 9.430/96." Todavia, entendo que esses fatos, por si só, não são suficientes a caracterizar evidente intuito de fraude, a que se refere o artigo 44, inciso II, da Lei n° 9.430/96. Para tanto, seria necessária a comprovação, por parte da autoridade lançadora, de procedimentos adotados pelo Contribuinte com inquestionável intuito fraudulento, o que, porém, não se vislumbrou. Em situações como a presente, aplicável a Súmula n° 14, deste Primeiro Conselho de Contribuintes: "A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito defraude do sujeito passivo." Por isso, dou provimento nesse item, a fim de desqualificar a multa de 150%, reduzindo-a para a multa de oficio de 75%. Ante o exposto, voto no sentido de REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%. Sala das Sessões - DF, em 23 de janeiro de 2008 jel 070 Mit INEZ 24

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4667364 #
Numero do processo: 10730.002169/98-45
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1995 IRR FONTE - COMPENSAÇÃO - O direito de compensar o Imposto Retido na Fonte está limitado ao valor comprovado pelos informes de rendimentos apresentados. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE - ANTECIPAÇÃO DO DEVIDO NO AJUSTE ANUAL - FALTA DE RETENÇÃO - RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula 1ºCC nº. 12). Recurso provido.
Numero da decisão: 104-23.170
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para que seja garantido ao contribuinte o direito a compensar o Imposto de Renda efetivamente retido pela fonte pagadora, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo e 10730.002169/98-45 Recurso n° 142.583 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.170 Sessão de 24 de abril de 2008 Recorrente RAMON SOARES NETO Recorrida 3* TURMA/DRJ-SALVADOR/BA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1995 IRR FONTE - COMPENSAÇÃO - O direito de compensar o . Imposto Retido na Fonte está limitado ao valor comprovado pelos informes de rendimentos apresentados. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE - ANTECIPAÇÃO DO DEVIDO NO AJUSTE ANUAL - FALTA DE RETENÇÃO - RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legitima a constituição do crédito tributário na pessoa fisica do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula PCC n°. 12). Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por RAMON SOARES NETO. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para que seja garantido ao contribuinte o direito a compensar o Imposto de Renda efetivamente retido pela fonte pagadora, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ARIA H LENA COTTA CARDOS Presidente Processo n°10730.002169/98-45 CC01/034 Acórdão n.° 104-23.170 Fls. 2 ifs") TONIO/L0 O M TINEZ Relator Z JUL 2°C8 FORMALIZADO EM: Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloísa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alve,s de Oliveira França, Renato Coelho Borelli (Suplente convocado) e Gustavo Lian Haddad. 2 Processo n°10730.002169/9845 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-23.170 F. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte RAMON SOARES NETO, supra qualificado, foi lavrado Auto de Infração (AI) relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Física do exercício de 1995, ano-calendário de 1994, para exigência de crédito tributário no valor de 61.705,87 UFIR, a título de imposto, multa de oficio e juros de mora (fls. 02). O lançamento originou-se da revisão da declaração de rendimentos do referido exercício, onde foi alterado o valor do IRRF declarado de R$ 31.461,27 UFIR para 47,96 UFIR, conforme se observa no Termo de Verificação Fiscal de fls. 03/04. Essa glosa teve como base a documentação presente no processo de n° 10730.000025/96-92, relativo a impugnação de notificação eletrônica que foi declarada nula por vício formal, que se encontra apenso a este. A fundamentação legal em que se ampara o lançamento consta também do mencionado termo. Insatisfeito com o procedimento fiscal, do qual tomou ciência em 24/09/1998 (fls. 12), o autuado apresentou impugnação em 13/10/1998 (fls. 13), alegando, em síntese, que em função de execução de sentença trabalhista contra o Banco do Estado de Minas Gerais - BEMGE, objeto do processo trabalhista n° 450/82, da 6 JCJ/RJ, a Contadoria da Justiça teria apurado IRRF no valor de 31.413,36 UFIR, que fora descontado do crédito que lhe coube na ação trabalhista, no montante de R$ 34.576,23, com os acréscimos legais, como demonstra cópia do alvará judicial anexo às fls. 31. Entretanto, informa que houve um equívoco, pelo fato de o BEMGE ter feito o depósito para pagamento da ação pelo valor bruto, enquanto que a justiça expediu o alvará para o beneficiário já contemplando a retenção do IRRF, gerando um saldo na Caixa Econômica Federal - CEF, que deveria ter sido utilizado pela justiça, que fez a retenção, ou pelo BEMGE, que era a fonte pagadora, para quitar o imposto retido. Contudo, o próprio contribuinte informa que o recolhimento não foi efetuado, conquanto o seu advogado constatou que, por lapso, a justiça emitiu alvará a favor do próprio executado (fls. 32), permitindo que o BEMGE sacasse o valor da diferença que deveria ter sido utilizada para pagamento do IRRF. Por este aspecto, acrescenta que não adianta a Receita Federal ficar requerendo ao BEMGE que exiba o DARF de recolhimento, pois este não existiu. O que houve foi um lapso da justiça, que permitiu que a fonte pagadora se apropriasse do valor referente à retenção do imposto. Protesta que não pode ser penalizado por equívocos cometidos pela justiça do trabalho e pela fonte pagadora, e que o não recolhimento ao Tesouro Nacional da quantia que teria sido retida na fonte é um problema desta. Assim, espera que a questão seja resolvida amistosamente entre as partes envolvidas, de sorte que lhe seja restituído o saldo do imposto a que tem direito. Em 22 de janeiro de 2003, os membros da 3 3 Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Salvador - BA proferiram Acórdão DRJ/SDR N°. 02.897 que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento nos termos da ementa a seguir: y 3 Processo n°10730.002169/98-45 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-23.170 Fls. 4 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IR?? Exercício: 1995 Ementa: GLOSA. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Inexistindo provas nos autos de que tivesse ocorrido retenção de Imposto de Renda na Fonte, sobre rendimentos recebidos em face de execução de sentença da Justiça do Trabalho, há de prevalecer a glosa efetuada pela fiscalização, subsistindo, destarte, o lançamento. Lançamento Procedente. Cientificado em 24/02/2003, irresignado o recorrente interpõe Recurso Voluntário de fls. 47 a 50, onde reitera os argumentos apresentados na impugnação, solicitando particularmente que diligência seja realizada junto ao BEMGE, no sentido de apurar por quais motivos deixou ele de efetuar o recolhimento devido do Imposto de Renda, já que por Lei era dele a obrigação de recolhimento. No mérito afirma que o BEMGE tendo conhecimento do seu dever legal, aproveitou-se da falha da justiça e não reteve o imposto devido. O recorrente recebeu a importância deduzida, mas o BEMGE não remeteu os recursos aos cofres públicos. A Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, na sessão de outubro de 2005 julgou oportuno converter em diligência o presente processo para que o BEMGE fosse intimado no sentido de que este se pronuncie sobre se foi feita a retenção do IR sobre verbas pagas ao recorrente, em que valor e se tal valor fora recolhido ao cofres da União. A autoridade administrativa formalizou dois termos de intimação fiscal dirigidos ao Banco Itau BBA S/A buscando a elucidação das questões solicitadas pelo Conselho de Contribuintes. Em resposta a intimação, o Banco Itau. S.A., sucessora do Banco BEMGE, apresenta DARF no qual comprova o recolhimento da importância de R$ 31.472,36. Em informação fiscal de fls 105/107, registra-se que foi verificado o pagamento de R$ 28.611,24 principal, código 0561 trabalho com vinculo, Processo no. 450/82, data de vencimento 15/01/1997, com data da autenticação bancária emitida pelo BEMGE em 11/12/1997. É o Relatório. 4 Processo n°10730.002169/98-45 CCO 1/C04 Acórdão n.° 104-23.170 Fls. 5 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. A questão concentra-se na discussão se o BEMGE teria retido na fonte o valor pleiteado pelo recorrente em sua declaração do exercício de 1995, isto é o montante de 31.413,31 UFIR. Conforme informação fiscal de fis.105/107 ficou claramente consignado que foi realizado o recolhimento de R$ 31.472,36, relativo a um principal de R$ 28.611,12 e uma multa de R$.2.861,12 com data de vencimento 15/01/1997 e data de pagamento 31/01/1997. Diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso para que seja garantido ao contribuinte o direito a compensar o Imposto de Renda efetivamente retido pela fonte pagadora. É o meu voto. Sala das Sessões - DF, em 24 de abril de 2008 TONI L PO TINEZ Page 1 _0019000.PDF Page 1 _0019100.PDF Page 1 _0019200.PDF Page 1 _0019300.PDF Page 1

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Numero do processo: 11060.000699/2005-32
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Dec 18 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Dec 18 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003, 2004 DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL SIMPLIFICADA - As despesas do livro caixa não podem ser deduzidas na declaração de ajuste anual preenchida no modelo simplificado, para o qual somente está prevista a aplicação do desconto simplificado que substitui todas as deduções. RENDIMENTOS - TRIBUTAÇÃO - TABELIÃES - Os emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários e oficiais públicos, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa fisica ou jurídica, exceto quando remunerados exclusivamente pelos cofres públicos, estão submetidos ao carnê-leão. MULTA DE OFICIO - Deve ser aplicado o percentual de, no mínimo, 75%, sempre que houver lançamento de oficio. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA ISOLADA - CONCOMITÂNCIA - É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de oficio exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de oficio exigida isoladamente (Artigo 44, inciso I, § 1°, itens II e III, da Lei n°. 9.430, de 1996). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 10 de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n°4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.676
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio (relativa aos rendimentos omitidos), nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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I "'" • MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES -1":- QUARTA CÂMARA Processo e 11060.000699/2005-32 Recurso n° 157.946 Voluntário Matéria IRPF Acórdão e 104-23.676 Sessão de 18 de dezembro de 2008 Recorrente EDSON ALMEIDA DE MENEZES Recorrida 2*. TURMA/DRJ-SANTA MARIA/RS • AssuNTo: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003, 2004 DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL SIMPLIFICADA - As despesas do livro caixa não podem ser deduzidas na declaração de ajuste anual preenchida no modelo simplificado, para o qual somente está prevista a aplicação do desconto simplificado que substitui todas as deduções. RENDIMENTOS - TRIBUTAÇÃO - TABELIÃES - Os emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários e oficiais públicos, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa fisica ou jurídica, exceto quando remunerados exclusivamente pelos cofres públicos, estão submetidos ao camê-leão. MULTA DE OFICIO - Deve ser aplicado o percentual de, no mínimo, 75%, sempre que houver lançamento de oficio. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA ISOLADA - CONCOMITÂNCIA - É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de oficio exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de oficio exigida isoladamente (Artigo 44, inciso I, § 1°, itens II e III, da Lei n°. 9.430, de 1996). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 10 de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n°4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2).)33_ Processo n° 11060.000699/2005-32 CC01/04 Acórdão o.° 104-23.676 Fls. 2 Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por EDSON ALMEIDA DE MENEZES. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio (relativa aos rendimentos omitidos), nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. RIA H7LtOTTA CARDO O Presidente já . 01-N"l0t30‘TINEZ Relator FORMALIZADO EM: 17 MAI 2009 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Gustavo Lian Haddad. 2 Processo e 11060.000699/2005-32 CCOI/C04 Acórdão n.° 10423.675 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, EDSON ALMEIDA DE MENEZES foi lavrado auto de infração (fls. 03 a 22 e 24 a 33) referente a Imposto sobre a Renda de Pessoa Física do ano-calendário 2000 a 2003, no qual foi apurado o crédito tributário de RS 228.060,11, nele compreendido imposto, multa de oficio e juros de mora, O lançamento decorre da apuração de omissão de rendimentos de trabalho sem vinculo empregaticio recebidos de pessoas físicas e falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnê-leão, na forma dos dispositivos legais sumariados na peça fiscal. Cientificado do auto de infração em 07/04/2005, o interessado, por intermédio de seu representante, apresenta a impugnação da exigência às fls. 303 a 320. Suas alegações são em síntese as seguintes, extraídas da decisão recorrida: Foram seguidos os modelos fornecidos pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado do RS. Por equívoco e deficiência de orientação, mas nunca visando fugir à tributação como alegado, houve a declaração de IRPF sob a forma simples atendendo ao critério de informar todas as receitas abatendo- se as despesas do cartório, bem como efetuando-se o desconto legal de 200% para então chegar aos valores da base de cálculo do imposto. Está ciente do equívoco quanto à forma da declaração, mas de maneira alguma isso resultou em prejuízo ao fisco, uma vez que não houve omissão na declaração de quaisquer valores. Foi apurada a infração: Rendimentos Recebidos de Pessoas Físicas Sujeitos a Can:é-leão — Omissão de Rendimentos de Trabalho Sem Vínculo Empregatício Recebidos de Pessoas Físicas. Foram aplicados os artigos 1°, '2°, 3° e 8° da Lei n° 7.713, de 1988, artigos 1°a 4° da Lei n°8.134, de 1990, e artigos 45, 106.1. 109 e 111 do RIR/99. Contudo, é visível o caráter tendencioso do relatório e auto de infração ao não considerar os demais aspectos envolvidos na situação de fato. Não houve nenhuma omissão na declaração dos valores, pelo contrário, os mesmos foram devidamente informados nas declarações, mesmo sob a forma simplificada. Mesmo depois de apresentada toda documentação solicitada pela fiscalização, três aspectos importantes e fundamentais não foram considerados pela fiscalização, tais como: os devidos abatimentos das despesas e pagamentos de funcionários; houve duplicidade no cômputo dos valores informados a partir do Cartório de São Sepé (registro civil e CR V); • 3 Processo n° 11060.000699/2005-32 CCO I /C04 Acórdão n.° 104-23.678 Fls. 4 não foi considerado que os pagamentos quase em sua maioria foram feitos por pessoas jurídicas (inclusive do próprio DETRAN), o que reduz os valores que serviriam de base do recolhimento do carnê-leão. Não deducão das despesas do livro caixa A fiscalização deixou de aplicar os artigos 11, 14 e 25 da Lei 1713, de 1988. É evidente que tem direito ao abatimento de todas as despesas,• para fins de cálculo do tributo. Duplicidade de lancamento dos valores percebidos pela atividade do CRVA — São Sepé. Na análise dada pelo fiscal, os recebimentos do CR VÁ (Cartório de Registro de Veículos Automotores) foram considerados por duas vezes, eis que já integravam a receita total do Cartório. O auditor, erroneamente, desdobrou a receita do cartório e CRU quando estas já estavam somadas e computavam um único caixa. No ano de 2000 estão corretos os valores apurados, uma vez que as receitas são originadas de uma única atividade nas comarcas onde há o acúmulo dessas funções (cartório + CR VÁ). Já nos anos posteriores, equivocadamente, foi considerada isoladamente a receita do cartório e depois, na coluna posterior, novamente considerada a receita isolada do CR VÁ, quando esta estava embutida na receita do Cartório de São Sepé. Houve um acréscimo de receita de quase 60% dos valores encontrados, o que fulmina em nulidade do auto de infração. Quando informou os valores do cartório de registro civil, tais valores já contemplavam os rendimentos percebidos pela atividade CRVA. As duas fontes foram informadas em uma única coluna, de forma conjunta, pois constituem atividade única e agregada, por força de lei. Cita acórdão do Conselho de Contribuintes. Multas Isoladas — Falta de Recolhimento do IRPF devido a Titulo de Carnê-leão. Verifica-se que no caso de registro civil, bem como no CR VA. a grande maioria dos serviços não foi prestada para pessoas fisicas, e sim para pessoas jurídicas quase que em sua totalidade. O CR VA é um serviço do próprio DETRAN, que por força de convênio e lei, é executado pelos tabeliães de registro civil como atividade agregada. Nas declarações de renda retificadas pode-se observar que os pagamentos efetuados pelo serviço do CRVA foram efetuados pelo DETRAN, que tem personalidade jurídica. No mesmo sentido, quanto à atividade cartorial do contribuinte, há um grande número de certidões e protestos solicitados, efetuadas por pessoas jurídicas, sendo minoria os casos de pagamentos efetuados por pessoas fisicas. 4 • Processo n° 11060.000699/2005-32 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.876 Fls. 5 Sendo minoria os pagamentos realizados por pessoas físiccts, tais valores nunca atingiram o patamar que justificasse o recolhimento do carnê-leão, consoante descrito no auto de infração. Inconstitucionalidade da Taxa SEL1C para corredio e atualizacão do crédito monetário. • A utilização da taxa SELIC para atualização de qualquer crédito tributário é inconstitucional. O artigo 161, §1°, do Código Tributário Nacional, é explícito em determinar que os tributos pagos com atraso estarão sujeitos à incidência de juros de mora, além de sanções, que, em geral, se traduzem em multa. Exatamente para fazer ás vezes desses juros de mora, é que em janeiro de 1995, sobreveio a Lei n° 8.981, que previu a incidência da taxa SELIC nos créditos tributários. •Menciona decisão do Superior Tribunal de Justiça. Mesmo sem definição legal da taxa SEL1C, os legisladores inseniram- na em diversos diplomas legais como a taxa de juros, não mencionando explicitamente em todos os caso que espécie de juros seriam esses. Em matéria tributária, tanto a correção monetária como os juros devem ser previstos em lei. Nunca é demais insistir que a taxa SEL1C não foi criada por lei. Não pode a lei tributária servir-se da Taxa SELIC como se juros morató rios fossem. A utilização da taxa SELIC fere o princípio da estrita legalidade tributária, art. 150, 1, da Constituição Federal do Brasil. Reducão da Multa Aplicada sobre o Principal Não houve em nenhum momento intuito defraude, ou até mesmo de prejuízo ao fisco, pois não foram omitidos quaisquer valores nas declarações, não obstante terem sido feitas na forma simplcada. Dessa maneira, em caso de procedência parcial da presente impugnação, no mínimo, deverá haver a redução da multa cominada ao contribuinte. Relaciona acórdão do Conselho de Contribuintes sobre multa qualificada. Em 29 de agosto de 2006, os membros da 2' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Santa Maria proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares, e considerou procedente em parte o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2000, 2001, 2002, 2003 Processo n°11060.000699/2005-32 CCOIC04 Acórdão n.° 104-23.878 Fls. 6 NULIDADE. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. CONSTITUCIONALIDADE. A autoridade administrativa não tem competência para decidir sobre a constitucionalidade ou legalidade de leis. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL SIMPLIFICADA. As despesas do livro caixa não podem ser deduzidas na declaração de ajuste anual preenchida no modelo simplificado, para o qual somente está prevista a aplicação do desconto simplificado que substitui todas as deduções. RENDIMENTOS. TRIBUTAÇÃO. TABELIÃES. Os emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários e oficiais públicos, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa fisica ou jurídica, exceto quando remunerados exclusivamente pelos cofres públicos, estão submetidos ao carnê-leão. MULTA DE OFÍCIO. Deve ser aplicado o percentual de, no mínimo, 75%, sempre que houver lançamento de oficio. MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ-LEÃO. Submete-se a exigência da multa isolada, a pessoa fisica sujeita ao pagamento mensal do imposto que deixou de fazê-lo. . MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. Aplica-se retroativamente a lei que comine penalidade mais branda, em vista do princípio da retroatividade benigna. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Os juros de mora podem ser exigidos com base na taxa Selic, por estarem de acordo com a determinação PERÍCIA. A realização de perícia pressupõe a formulação de quesitos e a indicação de perito, e visa o esclarecimento de fato ou assunto de natureza técnica, considerando-se não formulado o pedido em desacordo com as normas vigentes. Lançamento Procedente em Parte. Do voto proferido pela autoridade de primeira instância mantendo o imposto no valor de R$ 44.301,45,conforme demonstrativo a seguir: Ano-calendário Imposto Exigido Imposto Mantido Imposto Cancelado (A) (B) (C=A-B) 2000 R$ 6.360,78 R$ 3.177,36 R$ 3.183,42 2001 R$ 25.267,23 R$ 11.922,65 R$ 13.344,58 2002 R$ 26.323,56 R$ 11.042,73 R$ 15.280,83 2003 R$ 38.531,61 R$ 18.158,71 R$ 20.372,90 Total R$ 96.483,18 R$ 44.301,45 R$ 52.181,73 No que toca a multa se julgou procedente em parte a multa exigida isoladamente nos anos-calendário 2000, 2001, 2002, 2003, como demonstrado: 6 . . Processo n° 11060.000699/2005-32 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.676 Fls. 7 Ano-calendário 2000 Fato Gerador Multa Exigida Multa Mantida Multa Cancelada (A) (B) (C=A-B) fev/00 R$ 13,16 R$ 8,77 R$ 4,39 mai/00 R$ 49,06 R$ 32,71 R$ 16,35 jun/00 R$ 9,12 R$ 6,08 R$ 3,04 ago/00 R$ 173,73 R$ 115,82 R$ 57,91 • set/00 R$ 232,03 R$ 154,69 R$ 7,34 out/00 R$ 262,01 R$ 174,67 R$ 87,34 nov/00 R$ 340,29 R$ 226,86 R$ 113,43 dez/00 R$ 538,25 R$ 358,83 R$ 179,42 Ano-calendário 2001 Fato Gerador Multa Exigida Multa Mantida Multa Cancelada (A) (B) (C=A-B) jan/01 R$ 1.478,76 R$ 646,82 R$ 831,94 fev/01 R$ 236,14 R$ 6,19 R$ 229,95 mar/01 R$ 263,49 R$ 49,64 R$ 213,85 abr/01 R$ 516,24 R$ 184,98 R$ 331,26 mai/01 R$ 612,46 R$ 238,41 R$ 374,05 jun/01 R$ 551,92 R$ 248,49 R$ 303,43 ju1/01 R$ 717,88 R$ 329,65 R$ 388,23 ago/01 R$ 814,28 R$281,77 R$ 532,51 set/01 R$ 1.095,07 R$385,32 RS 709,75 out/01 R$ 641,23 R$ 247,01 R$ 394,22 nov/01 R$ 146,12 R$ 0,00 R$ 146,12 dez/01 R$ 547,46 R$ 206,73 R$ 340,73 Ano-calendário 2002 Fato Gerador Multa Exigida Multa Mantida Multa Cancelada (A) (B) (C=A-B) jan/02 R$ 597,70 R$ 225,75 R$ 371,95 mar/02 R$ 155,67 R$ 74,20 R$ 81,47 abr/02 R$ 421,48 R$ 9,96 R$ 411,52 mai/02 R$ 432,15 R$ 77,15 R$355,00 jun/02 R$ 403,09 R$ 62,55 R$ 340,54 jul/02 R$ 1.070,93 R$ 395,63 R$ 675,30 ago/02 R$ 628,54 R$ 198,87 R$ 429,67 set/02 R$ 422,61 R$ 52,66 R$ 369,95 out/02 R$ 1.023,00 R$ 428,96 R$ 594,04 nov/02 R$ 930,09 R$ 249,59 R$ 680,50 dez/02 R$ 104,88 R$ 0,00 R$ 104,88 /Y 7 Processo n° 1 2060.000699)2005-32 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-23.676 Fls. 8 Ano-calendário 2003 Fato Gerador Multa Exigida Multa Mantida Multa Cancelada (A) (B) (C=A-B) jan/03 R$ 579,89 R$ 131,02 R$ 448,87 fev/03 R$ 198,48 R$ 33,04 R$ 165,44 mar/03 R$ 331,86 R$ 36,68 R$ 295,18 abr/03 R$ 531,87 R$115,31 R$ 416,56 mai/03 R$ 764,55 R$ 160,28 R$ 604,27 jun/03 R$ 569,21 R$ 46,96 R$ 522,25 ¡ui/03 R$ 1.494,21 R$ 392,14 R$ 1.102,07 ago/03 R$ 2.429,19 R$ 744,17 R$ 1.685,02 set/03 R$ 2.040,42 R$ 619,72 R$ 1.420,70 out/03 R$ 1.383,14 R$ 409,44 R$ 973,70 nov/03 R$ 1.605,60 R$484,05 R$ 1.121,55 dez/03 R$ 1.447,39 R$ 465,21 R$ 982,18 Cientificado em 11/10/2006, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou em 10/11/2006, o Recurso Voluntário, de fls. 572/586, onde reitera os pontos apresentados na impugnação, especialmente os itens a seguir: - Questiona o procedimento da fiscalização que distorceu as informações apresentadas não permitindo os abatimentos de despesas e pagamentos a funcionários; - Indica a irregular aplicação da multa isolada, em face do não recolhimento do carná leão, pois a maioria dos pagamentos realizados foram feitos pelo DETRAN que tem personalidade jurídica; - Indica o efeito confiscatório das multas isoladas; - Argúi a inconstitucionalidade da Taxa Selic para correção e atualização do crédito monetário; - Afirma que o percentual da multa de 75% a titulo de multa, sobre os valores corrigidos, é exacerbado e descabido. É o Relatório. \l/ 8 . • • Processo ri° 11060.000699/2005-32 CCOI/C04 Achrdão n.° 104-23.576 FLs 9 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O processo foi apreciado pela autoridade recorrida que afastou parte substancial do lançamento. Da dedução/abatimento de despesas No que toca a possibilidade de dedução e abatimento de despesas, cabe observar que o contribuinte apresentou a Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física dos exercícios 2001, 2002, 2003 e 2004, no modelo simplificado (fls. 34 a 43). Neste modelo de declaração, o desconto simplificado, calculado à razão de vinte por cento dos rendimentos tributáveis na declaração, observado o limite estabelecido, substitui todas as deduções admitidas na legislação. Acrescente-se que a alteração de modelo é inadmissível nos termos da Instrução Normativa SRF n° 165, de 1999, a qual dispõe de forma rigorosa, em seu artigo 4 0, que em se tratando da declaração de rendimentos da pessoa física, não será admitida retificação que tenha por objetivo a troca de modelo. Assim, a dedução com despesas do Livro Caixa, prevista no artigo 75 do RIR/99, foi substituída pelo desconto simplificado quando o contribuinte optou por esta forma de tributação, no momento da entrega da declaração do exercício em questão. Desta forma, não pode ser aceita a pretensão do recorrente, pois não foi obstada a dedução de despesas do livro caixa, ela apenas encontra-se embutida no desconto simplificado, pelo qual optou. Da Inaplicabilidade da Sefic como Taxa de Juros Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n° 4: "A partir de 1° de abril de 1995, os juros morató rios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais." Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Da Inconstitucionalidade das Normas 9 • Processo n° 11060.000699/2005-32 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.676 Fls. 10 No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, acompanho a posição sumulada pelo 1° Conselho de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n°2). Da Multa Isolada Urge registrar que os rendimentos auferidos pelos tabeliães, notários e oficiais públicos, consistentes em emolumentos e custas, estão sujeitos ao recolhimento mensal do imposto de renda por meio de carnê-leão, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa física ou jurídica, tal como dispõe em seu artigo 21 a Instrução Normativa SRF n° 15, de 6 de fevereiro de 2001. A Lei n°. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, ao tratar do Auto de Infração com tributo e sem tributo dispôs: "Art. 43 - Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente à multa ou juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único - Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Art. 44 - Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I - de setenta e cinco por cento, nos casos de pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; - (omissis). § 1° - As multas de que trata este artigo serão exigidas: I - juntamente com o tributo ou contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II - isoladamente quando o tributo ou contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III - isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnê-leão) na forma do art. 8° da Lei nt 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazê-lo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste. 10 . • Processo rr 11060.000699/2005-32 CCOI/C04 Acórdão n.° 10423.878 Fls. II (.). Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal cujos fatos geradores ocorrerem a partir de I° de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação especifica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § I° A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2° O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento." Da análise dos dispositivos legais retro transcritos é possível se concluir que para aquele contribuinte, submetido à ação fiscal, após o encerramento do ano-calendário, que deixou de recolher o "camê-leão" que estava obrigado, existe a aplicabilidade da multa de lançamento de oficio exigida de forma isolada. É cristalino o texto legal quando se refere às normas de constituição de crédito tributário, através de auto de infração sem a exigência de tributo. Do texto legal conclui-se que não existe a possibilidade de cobrança concomitante de multa de lançamento de oficio juntamente com o tributo (normal) e multa de lançamento de oficio isolada sem tributo, ou seja, se o lançamento do tributo é de oficio deve ser cobrada a multa de lançamento de oficio juntamente com o tributo (multa de oficio normal), não havendo neste Caso espaço legal para se incluir a cobrança da multa de lançamento de oficio isolada. Por outro lado, quando o lançamento de exigência tributária for aplicação de multa isolada, só há espaço legal para aquelas infrações que não foram levantadas de oficio, a exemplo da apresentação espontânea da declaração de ajuste anual com previsão de pagamento de imposto mensal (camê-leão) sem o devido recolhimento, caso típico da aplicação de multa de lançamento de oficio isolada sem a cobrança de tributo, cabendo neste além da multa isolada a cobrança de juros de mora de forma isolada, entre o vencimento do imposto até a data prevista para a entrega da declaração de ajuste anual, já que após esta data o imposto não recolhido está condensado na declaração de ajuste anual. Ante ao exposto voto por DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência à multa isolada do camê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio (relativa aos rendimentos omitidos). Sala das Sessões - DF, em 18 de dezembro de 2008 111 il rsi,...4 A ONIO 04110 M TINEZ II Page 1 _0037700.PDF Page 1 _0037800.PDF Page 1 _0037900.PDF Page 1 _0038000.PDF Page 1 _0038100.PDF Page 1 _0038200.PDF Page 1 _0038300.PDF Page 1 _0038400.PDF Page 1 _0038500.PDF Page 1 _0038600.PDF Page 1

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Numero do processo: 10830.004360/2003-12
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Dec 17 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Dec 17 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA - IRPF Exercício: 1999 DEPÓSITO BANCÁRIO - DECADÊNCIA - Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. O fato gerador do IRPF, tratandose de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4°, do CTN). OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI N°. 9.430, DE 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM IDENTIFICADA - Os valores cuja origem restar comprovada já na fase de fiscalização, e porventura não houverem sido computados, pelo contribuinte, na base de cálculo dos tributos a que estiverem sujeitos, devem ser submetidos às normas de tributação de oficio especificas, vedada a manutenção da autuação como depósitos bancários sem origem, sob a justificativa de que a natureza jurídica da operação não teria sido demonstrada (art. 42, § 2°, da Lei n° 9.430, de 1996). Argüição de decadência rejeitada. Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.656
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR a argüição de decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo o valor de R$ 156.132,17, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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I ae 2:7 tr --' :ii, - MINISTÉRIO DA FAZENDA '4:191._ N'S.:kir PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 'gare>'--, - ars QUARTA CÂMARA Processo n° 10830.004360/2003-12 Recurso n° 160.019 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.656 Sessão de 17 de dezembro de 2008 Recorrente JOÃO ALVES DE TOLEDO FILHO Recorrida r TURMA/DRJ-BELÉM/PA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA - IRPF Exercício: 1999 DEPÓSITO BANCÁRIO - DECADÊNCIA - Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. O fato gerador do IRPF, tratando- se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4°, do CTN). OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI N°. 9.430, DE 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM IDENTIFICADA - Os valores cuja origem restar comprovada já na fase de fiscalização, e porventura não houverem sido computados, pelo contribuinte, na base de cálculo dos tributos a que estiverem sujeitos, devem ser submetidos às normas de tributação de oficio especificas, vedada a manutenção da autuação como depósitos bancários sem origem, sob a justificativa de que a natureza jurídica da operação não teria sido demonstrada (art. 42, § 2°, da Lei n° 9.430, de 1996). Argüição de decadência rejeitada. .y. ...Recurso parcialmente provido.), )ii i Processo n° 10830.00436012003-12 CCO I /C04 Acórdão n.° 104-23.656 Fls. 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por JOÃO ALVES DE TOLEDO FILHO. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR a argüição de decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo o valor de RS 156.132,17, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. lic2,4_40_ XLeisk-a29.en- MARIA HELENA COTTA CARtrfr- Presidente Á ti, (1. TONv IQ LI)0 MbkTINEZ Relator FORMALIZADO EM: 12 MAI 200 0J Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Gustavo Lian Haddad. 2 Processo n° 10830.0043602003-12 CCM CO4 Acórdão n.° 104-23.656 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, JOÃO ALVES DE TOLEDO FILHO, foi lavrado Auto de Infração do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - 1RPF referente ao Exercício de 1999, ano calendário 1998, fls. 05/15, para formalização e cobrança do valor total de R$ 449.165,49, relativo a imposto de renda pessoa fisica, incluídos multa de oficio (75%) e juros de mora, calculados até 30/05/2003. A infração apurada foi omissão de rendimentos caracterizados por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidos em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, seguida e repetidamente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Cientificado em 04/07/2003, o contribuinte apresentou impugnação, às fls. 598/613, em que apresenta, entre outras, as seguintes pontos: - Com a tributação mês a mês, e de conformidade com o § 4° do art. 150 do CTN, ocorreu a decadência até 30 de junho de 1998. - Depósito bancário não pode ser utilizado como base para a tributação por omissão de rendimentos. Seria mero indicio de rendimento. Extravasa os limites do fato gerador do imposto de renda, conforme determinação do art. 43 do C7'N. Deveria haver a comprovação da utilização dos referidos valores como renda consumida pelo Impugnante (ou seja, patrimônio). - Lista os depósitos para os quais apresenta as justificativas e documentos (fis. 615/648). - O Impugmante teve, no ano calendário de 1998, disponibilidades de numerário. Esta afirmação foi prestada ao autuante e não foi por ele analisada, e que constitui cerceamento do direito de defesa. - Tendo-se em vista que as pessoas físicas estão desobrigadas de manter escrituração contábil, qual a base legal que pode manter a exigência da fiscalização? - O autuante deixou de considerar, a favor do contribuinte, os valores no importe de R$ 80.000,00, de que trata o art. 42, II, da Lei 9.430/96 Em 23 de março de 2007, os membros da r Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belém proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos considerou procedente em parte o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 Omissão. 3 Processo n° 10830.00436012003-12 CO PC04 Acórdão n.° 104-23.858 Fls. 4 Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operaçães. Lançamento Procedente em Parte. Cientificado em 16/05/2007, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou em 12/06/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 660/670, onde reitera os pontos apresentados na impugnação, especialmente os itens a seguir: - Argui a decadência da pretensão fiscal no período entre janeiro e junho de 1998; - Lista os depósitos que não foram acolhidos pela DRJ, para os quais apresenta as justificativas e documentos, bem como argumentos para invalidar o arrazoado da autoridade de primeira instância (fls. 664/665). - Argumenta que com base na declaração do interessado é possível verificar que o recorrente teve a sua disposição R$ 547.892,30, entretanto esses valores não foram considerados pela fiscalização; - Indica não ser legítimo o lançamento baseado exclusivamente em depósitos bancários; - Acrescenta que o julgamento não aplicou a norma prevista no parágrafo 3, inciso II do artigo 42 da Lei 9.430/96 nos quais se apontam alguns limites para apuração da receita omitida. É o Relatório. 4 Processo n°10830.00436012003-12 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.656 F1s. 5 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Da preliminar de Decadência O termo inicial para a contagem do prazo decadencial para os rendimentos omitidos que ocorreram ao longo do ano de 1998, previsto no art. 150, parágrafo 4°, do CTN é de 10 de janeiro de 1999, posto que é o 1° dia após a ocorrência do fato gerador. Desta fonna, o lançamento poderia ser realizado até a data de 31/12/2003, para que pudesse alcançar os valores percebidos no ano-calendário de 1999. Tendo em vista a descrito anteriormente no relativo a intimação pessoal, o contribuinte teve ciência do auto de infração em 04/12/2003, data em que entendo não havia decaído o direito da fazenda constituir o referido crédito tributário. Como é sabido, o lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributável e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível. Com o lançamento constitui-se o crédito tributário, de modo que antes do lançamento, tendo ocorrido o fato imponível, ou seja, aquela circunstância descrita na lei como hipótese em que há incidência de tributo, verifica-se, tão somente, obrigação tributária, que não deixa de caracterizar relação jurídica tributária. É sabido, que são utilizados, na cobrança de impostos e/ou contribuições, tanto o lançamento por declaração quanto o lançamento por homologação. Aplica-se o lançamento por declaração (artigo 147 do Código Tributário Nacional) quando há participação da administração tributária com base em informações prestadas pelo sujeito passivo, ou quando, tendo havido recolhimentos antecipados, é apresentada a declaração respectiva, para o juste final do tributo efetivamente devido, cobrando-se as insuficiências ou apurando-se os excessos, com posterior restituição. Por outro lado, nos precisos termos do artigo 150 do CTN, ocorre o lançamento por homologação quando a legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, a qual, tomando conhecimento da atividade assim exercida, expressamente a homologa. Inexistindo essa homologação expressa, ocorrerá ela no prazo de 05(cinco) anos, a contar do fato gerador do tributo. Com outras palavras, no lançamento por homologação, o contribuinte apura o montante e efetua o recolhimento do tributo de forma definitiva, independentemente de ajustes posteriores. Processo n° 10830.004360/2003-12 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.656 Fls. 6 Neste ponto está a distinção fimdamental entre uma sistemática e outra, ou seja, para se saber o regime de lançamento de um tributo, basta compulsar a sua legislação e verificar quando nasce o dever de cumprimento da obrigação tributária pelo sujeito passivo: se dependente de atividade da administração tributária, com base em informações prestadas pelos sujeitos passivos (lançamento por declaração), hipótese em que, antes de notificado do lançamento, nada deve o sujeito passivo; se, independente do pronunciamento da administração tributária, deve o sujeito passivo ir calculando e pagando o tributo, na forma estipulada pela legislação, sem exame do sujeito ativo - lançamento por homologação, que, a rigor técnico, não é lançamento, porquanto quando se homologa nada se constitui, pelo contrário, declara-se à existência de um crédito que já está extinto pelo pagamento. Importante frisar que independente do recorrente ter apresentado ou não declaração de ajuste anual, no meu entendimento esse fato não altera a conclusão, uma vez que se homologaria o procedimento. No caso o procedimento de nada fazer, não declarar e não pagar. Em suma, não há como considerar o lançamento do ano de 1998 como decadente. Diante do exposto, rejeito a preliminar de decadência. Da Presunção baseada em Depósitos Bancários O lançamento fundamenta-se em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram, em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras, ou seja, pelo artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, tem-se a autorização para considerar ocorrido o "fato gerado?' quando o contribuinte não logra comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, não havendo a necessidade do fisco juntar qualquer outra prova. Via de rega, para alegar a ocorrência de "fato gerador", a autoridade deve estar munida de provas. Mas, nas situações em que a lei presume a ocorrência do "fato gerador" (as chamadas presunções legais), a produção de tais provas é dispensada. Neste caso, ao Fisco cabe provar tão-somente o fato indiciário (depósitos bancários) e não o fato jurídico tributário (obtenção de rendimentos). No texto abaixo reproduzido, extraído de "Imposto sobre a Renda - Pessoas Jurídicas" (Justec-RJ; 1979:806), José Luiz Bulhões Pedreira sintetiza com muita clareza essa questão: O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocando-a, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato económico que a lei presume - cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei n° 9430/1996 cuida de presunção relativa (juris tantum) que admite a prova em contrário, cabendo, pois, ao sujeito passivo a sua produção. Nesse passo, como a natureza não-tributável dos depósitos não foi comprovada pelo contribuinte, estes foram presumidos como rendimentos. Assim, deve ser mantido o lançamento. 6 Processo n° 10830.004360/2003-12 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.656 Fls. 7 Antes de tudo cumpre salientar que a presunção não foi estabelecida pelo Fisco e sim pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Tal dispositivo outorgou ao Fisco o seguinte poder: se provar o fato indiciário (depósitos bancários não comprovados), restará demonstrado o fato jurídico tributário do imposto de renda (obtenção de rendimentos). Assim, não cabe ao julgador discutir se tal presunção é equivocada ou não, pois se encontra totalmente vinculado aos ditames legais (art. 116, inc. IH, da Lei n° 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional - CTN). Nesse passo, não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia do preceito legal que, de modo inequívoco, estabelece a presunção legal de omissão de receita ou de rendimento sobre os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42, caput, da Lei n°9.430/1996). Das Justificativas para os Lançamentos Individualizadamente No que toca aos depósitos mantidos é de se revisar os argumentos da autoridade julgadora,apontando aqueles com os quais não se compartilha do mesmo entendimento. Para efeitos didáticos, os depósitos em que não se está acompanhado a posição da autoridade julgadora estão sendo grifados. Acrescente-se, por pertinente, que não se acolhe o argumento da autoridade julgadora de que além de comprovada a origem, deve ser também demonstrada a causa do depósito. Segundo os argumento da autoridade julgadora, extraidos de sua decisão: Os depósitos que o Impugnante intenta justificar a origem são: a) 05/01 - R$ 3.800,00: o documento de fls. 144 está ilegível e o de fls. 145 não coincide com data e valor do depósito referido; b) 13/02 - R$ 17.015,99 - Banespa; 18/02 - R$ 17.025,99 - Banespa: não há vincula ção entre o documento apresentado (nota fiscal 1639, fls. 615) e os depósitos; c) março - R$ 15.750,00; R$ 2.926,62; R$ 4.236,70; R$ 4.381,05 (Cocacep): o documento apresentado (fls. 647) não está acompanhado de comprovantes das alegadas transferências bancárias. d) 19/05 - R$ 1.728.87: somente a cópia do cheque 002239, emitido pelo Bancoob, lis. 616. sem documento que justifique o pagamento. não é suficiente para comprovar a origem do depósito- e) 17/06 - R$ 7.805.70: somente a cópia do comprovante de depósito, efetuado por Multiplic CVM. sem documento que justifique o pagamento. não é suficiente para comprovar a origem do depósito • fi 01/06 - R$ 64,40 e 08/06 - 2.000,00: os documentos de fls. 369/371 não confirmam o resgate alegado pelo Impugnante. g) 24/06 - R$ 20.000,00: somente a cópia do comprovante de depósito, efetuado por Multiplic CVM, fls. 648, sem documento que justifique o pagamento, não é suficiente para comprovar a origem do depósito; 7 Processo n° 10830.004360/2003-12 CC01/034 Acórdão n.° 104-23.656 Fls. 8 1) 23/10 - R$ 10.000 00: somente a cópia do comprovante de depósito efetuado por terceiro (fls. 630). sem documento que justifique o pagamento, não é suficiente para comprovar a oripem do depósito: m)30/10 - R$ 57.961,33: não há coincidência de datas e valores com os documentos de jIs. 631/632; n) 11/12 - R$ 581 40: somente a cópia do comprovante de depósito efetuado por terceiro (fls. 634). sem documento que justifique o pagamento, não é suficiente para comprovar a origem do depósito- o) 07/12 - R$ 62.312,50: não há coincidência de datas e valores com os documentos delis. 636/637; p) 07/12 - R$ 80.12020: somente a cópia do comprovante de depósito efetuado por terceiro (11s. 638), sem documento idôneo que justifique o paeamento, não é suficiente para comprovar a origem do depósito; q) 07/12 - R$ 55.896.00: somente a cópia do comprovante de depósito, efetuado por terceiro (fls. 640). sem documento idôneo que justifique o pagamento. não é suficiente para comprovar a origem do depósito: r) 08/12 - R$ 1.426,69: somente a alegação de que se trata de resgate de titulo de capitalização, sem documento idôneo que comprove, não é suficiente para comprovar a origem do depósito; No que toca aos itens d), e), 1), n) , p) e q), entende-se que uma vez que esteja demonstrada a origem do depósito, não é possível mais se aplicar a presunção legal prevista no artigo 42 da Lei. 9430/96. Ou seja, quando a autoridade fiscal toma conhecimento da origem não cabe a esta questionar qual a sua motivação. Se a origem evidenciar um rendimento omitido, deverá a autoridade realizar o lançamento sobre outra tipificação tributária. Diante do exposto, os valores cuja origem restar comprovada já na fase de fiscalização, e porventura não houverem sido computados, pelo contribuinte, na base de cálculo dos tributos a que estiverem sujeitos, devem ser submetidos às normas de tributação de oficio especificas, vedada a manutenção da autuação como depósitos bancários sem origem, sob a justificativa de que a natureza jurídica da operação não teria sido demonstrada (art. 42, § 2°, da Lei n°9.430, de 1996). No que toca aos demais itens é fundamental que seja observado que os depósitos devem ser comprovados individualizadamente, em data e valores. A comprovação deve ser clara, convencendo a autoridade que efetivamente os referidos depósitos tem sua origem comprovada. Portanto para o restante dos depósitos, apesar da argumentação do recorrente falta nos autos elementos que atestem seus argumentos. Em suma, diante do exposto para os depósitos que não tem ainda a comprovação da origem, é de se manter o lançamento e a decisão recorrida. Entretanto em face a comprovação da origem é de se excluir da base de calculo das infrações a importância de R$156.132,17 de depósitos bancários por ter sua origem comprovada. Dos Limites previstos no Art. 42 da Lei. 9.430/96 Ji Processo n° 10830.004360/2003-12 CCOI/C04 Acórdão n.°104-23.656 F. 9 Após a exclusão dos valores comprovados, percebe-se da analise dos autos que os valores movimentados na conta bancária da recorrente, e que embasaram o lançamento, foi de R$ 397.064,69 no ano calendário de 1998. Desta forma, resta verificar se o procedimento fiscal atentou ao limites disposto na legislação vigente. Para uma correta elucidação acerca deste ponto cabe transcrever os excertos legais pertinentes: Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1 0 O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2° Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-do às normas de tributação especificas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3° Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: 1- os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II - no caso de pessoa fisica, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano-calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). (Alterado pela Lei n° 9.481. de 13.8.97) (grifos postos) Depreende-se do excerto transcrito que não se pode considerar, para efeitos de determinação da receita omitida, os depósitos individuais inferiores a quantia de R$ 12.000,00, desde que o somatório destes não ultrapassem o valor de R$ 80.000,00. Àpurando-se os valores lançados e mantidos pela autoridade de primeira instância, como omissão depósitos bancários por ano, segregando entre aqueles quais são iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 e os que são superiores constata-se o seguinte: Ano Dep. < = R$12.000 Dep.> R$12.000 Total de Depósitos 1998 127.190,81 269.903,88 397.094,69 Percebe-se portanto que não há valor a exclu'r pois o montante de depósitos lançados com valor inferior a R$ 12.000,00 , superam R$ 80.000,00. 9 Processo n° 10830.004360/2003-12 CCOI /C04 Acórdão n.° 10423.856 Fls. 10 Ante ao exposto, voto por REJEITAR a argüição de decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo o valor de R$ 156.132,17. Sal as Sessões - DF, em 7 de dezembro de 2008 /)))/ TONIO O O MA TINEZ • 10 Page 1 _0009800.PDF Page 1 _0009900.PDF Page 1 _0010000.PDF Page 1 _0010100.PDF Page 1 _0010200.PDF Page 1 _0010300.PDF Page 1 _0010400.PDF Page 1 _0010500.PDF Page 1 _0010600.PDF Page 1

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Numero do processo: 18471.001659/2006-04
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Mar 06 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Mar 06 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001 AUTO DE INFRAÇÃO - AUSÊNCIA DE PROVAS - Em respeito à legalidade e à segurança jurídica não pode subsistir lançamento de crédito tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária Recurso de ofício negado.
Numero da decisão: 104-23.069
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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I 41, k.', I= t'• ...-e-:;',_ MINISTÉRIO DA FAZENDA 'sq.. O ''gk " n !?: PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo n° 18471.001659/2006-04 Recurso n° 161.458 De Oficio Matéria IRRF Acórdão n° 104-23.069 Sessão de 06 de março de 2008 Recorrente 3a TURMA/DRJ-RIO DE JANEIRO/RJ II Interessado MARCOS DE OLIVEIRA QUEIROZ GRILLO Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001 AUTO DE INFRAÇÃO - AUSÊNCIA DE PROVAS - Em respeito à legalidade e à segurança jurídica não pode subsistir lançamento de crédito tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária Recurso de oficio negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso de oficio interposto pela 3a TURMA/DRJ-RIO DE JANEIRO/RJ II. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ARIA LENA COTTA C-k8Q-k- Presidente i I-41 OM1-1-40N1' ;Cr L ft INEZ Relator 49 1 • , • e Processo n° 18471.001659/2006-04 CCOI/C04 • Acórdão ri.° 104-23069 Fls. 2 FORMALIZADO EM: 09 IA A i 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira S França e Remis Almeida Estol. ir 2 • Processo n°18471.001659/200644 CCO I /C04 • Acórdão n.° 10423069 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte MARCOS DE OLIVEIRA QUEIROZ GRILLO foi lavrado Auto de Infração de fls. 44 a 47.A presente fiscalização ocorreu em função da suposta constatação de que o contribuinte teria movimentado valores no exterior, na chamada Operação Beacon Hill. Convém a explicação sobre tal operação, conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal (fls. 37 a 38): Beacon Hill, pessoa jurídica sediada em Nova Iorque (EUA), seria a intermediária na abertura de outras contas em paraísos fiscais. Tal empresa, juntamente com outras pertencentes a conhecidos doleiros brasileiros e algumas offshore com sede em paraísos fiscais, foi beneficiada por recursos oriundos de contas mantidas na (extinta) agência do Banco do Estado do Paraná S/A - Banestado - NY, que, por sua vez, foi abastecida por valores originados de contas mantidas por pessoas jurídicas fictícias ou interpostas pessoas, com rendas incompatíveis com a movimentação financeira. A conta Beacon Hill Service Corporation (BHSC) foi descoberta pelo promotor distrital (district attorney) de Manhattan, Robert Morgenthal, e foi responsável pela abertura de subcontas no banco JP Morgan Chase. Conforme Laudo Pericial, as denominadas subcontas são aquelas que tinham a movimentação dos recursos realizada pela "conta-mãe"BHSC no Banco JP Morgan Chase, em que a Beacon Hill atuava como "agente", controlando, administrando e se responsabilizando junto a este banco pelas transações nelas ocorridas. Os documentos e informações foram trazidos para o Brasil em função de decisão judicial do Juízo da 2 Vara Criminal Federal de Curitiba - PR. O mesmo juizo autorizou a transferência de tais dados à SRF (Secretaria da Receita Federal). Segundo aspectos narrados no relatório da decisão recorrida, essa seria a situação fática: Nas investigações realizadas pelas autoridades norte-americanas descobriu-se que havia diversas contas no Merchants Bank of New York — base do esquema Nolasco, dentre elas a conta 9007241 da Gallatin Investiments Ltd, pertencente a offshore com sede, possivelvelmente, em paraíso fiscal, gerida pela cidadã portuguesa, naturalizada norte-americana, Maria Carolina Nolasco. Em 22 de fevereiro de 2006, a EEF (Equipe Especial de Fiscalização), baseada na Portaria 463/04 (de 30/04/2004) emitiu o Memorando EEF/Port.463/04 n° 012/2006, que foi destinado ao Superintendente da Receita Federal na 7" Região Fiscal, com o fim de encaminhar o Ofício 263/06 - FTCC5, expedido pela Delegada da Polícia Federal, coordenadora da FTCC5, o qual capeia cópias da Relação de Titulares das Contas Merchants, onde consta o nome do autuado e o de Luiz Eduardo da Rocha Soares, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), CPF 036.210.248-16, como responsáveis pela conta da Gallatin (fls. 3 • Processo n° 18471.001659/2006-04 CCOI/C04 • Acerar) n.° 104-23069 F. 4 57) e dez comprovantes de transferências (débitos) da conta 9007241 — Gallatin Investiments Ltd, para créditos em contas junto a instituições financeiras com sede em Genebra-Suíça (fls. 64 a 73), conforme abaixo: Nas investigações realizadas pelas autoridades norte-americanas descobriu-se que havia diversas contas no Merchants Bank of New York — base do esquema Nolasco, dentre elas a conta 9007241 da Gallatin Investiments Ltd, pertencente a off-shore com sede, possivelvelmente, em paraíso fiscal, gerida pela cidadã portuguesa, naturalizada norte-americana, Maria Carolina Nolasco. Em 22 de fevereiro de 2006, a EEF (Equipe Especial de Fiscalização), baseada na Portaria 463/04 (de 30/04/2004) emitiu o Memorando EEF/Port.463/04 n°012/2006, que foi destinado ao Superintendente da Receita Federal na 7° Região Fiscal, com o fim de encaminhar o Oficio 263/06 — FTCC5, expedido pela Delegada da Policia Federal, coordenadora da FTCC5, o qual capeia cópias da Relação de Titulares das Contas Merchants, onde consta o nome do autuado e o de Luiz Eduardo da Rocha Soares, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), CPF 036.210.248-16, como responsáveis pela conta da Gallatin (fls. 57) e dez comprovantes de transferências (débitos) da conta 9007241 — Gallatin Investiments Ltd, para créditos em contas junto a instituições financeiras com sede em Genebra-Suíça (fls. 64 a 73), conforme abaixo: - 9 (nove) remessas para a conta 1231640 — Bradner Investiments S/A, no Banco Credit Agricole Indossuez, no total de US$ 10.186.536,82; - 1 (uma) remessa para a conta 6562953 — Brindol Trading S/A, no Banco Brow Brother Harriman, no total de US$ L155.000,00. Da Ação Fiscal De posse dos dados do Memorando EEF/Port.463/04 n°012/2006 e do Oficio n° 263/06 — FTCC5, e de seus anexos, o AFRF autuante procedeu à ação fiscal. Em 24/07/2006, o Termo de Início de Fiscalização (lis. 23 e 24), que intimava o contribuinte a comparecer à repartição para prestar esclarecimentos relativos à sua DIRPF (Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física) do exercício 2001, foi recepcionado no endereço que constava nos sistemas da SRF como sendo seu. Em 27/07/2006, compareceu à sala 238, da Equipe Fiscal 17, no Prédio do Palácio da Fazenda, na cidade do Rio de Janeiro (RI), Daniel Mobley Grillo, CPF 021.815.557-37, filho do contribuinte sob fiscalização, que, conforme declaração do fiscal autuante (fls. 40), entregou à fiscalização procuração assinada pelo seu pai, e apresentou sua carteira de identidade, da qual se extraiu cópia na própria repartição. Ratificando o descrito no Termo de Intimação Fiscal (lis. 25 a 27), recepcionado, em 03/08/2006, no endereço que constava nos sistemas (fls. 28), a autoridade fiscal mencionou no Termo de Verificação Fiscal V que o filho do contribuinte, Daniel, ao tomar conhecimento, em 4 • Processo n°18471.001659/2006-04 CCO I /C04 Acórdão n.° 104-23069 Fls. 5 27/07/2006, do teor da ação fiscal em face do seu pai (dez transferências da conta n° 9007241 — Gallatin Investments Ltd, junto ao Merchants Bank em Nova Iorque — para contas em instituições financeiras em Genebra, Suíça, no total de USS 11.341.536,82.), teria informado que seu pai reside na Venezuela desde 2004, tendo entregado sua Declaração de Saída Definitiva em 29/06/2004 em Caracas. Venezuela (fis. 18 a 21), com o respectivo recolhimento de multa por atraso na entrega (fls. 22). Ademais, há menção no Termo de Verificação Fiscal de que, após o filho do contribuinte ter tomado ciência do que se tratava a ação fiscal, teria subtraído a procuração, onde seria mandatário de seu pai, e a cópia de sua identidade de cima da mesa da sala 238, acima descrita. Após o ocorrido, o Sr. Daniel teria se evadido do local. Cópia pouco nítida da identidade do Sr. Daniel, filho do contribuinte sob ação fiscal, foi recuperada do lixo, sendo levada aos autos (fls. 74). Em resposta à intimação (fls. 25 a 28), o próprio contribuinte enviou correspondência à fiscalização, datada de 23/08/2006, onde afirma o seguinte: - Que desde 2003 trabalha na Venezuela, pela Construtora Norberto Odebrecht, tendo fixado residência nesse país, munido do visto de Traseunte Labora!, tendo providenciado sua Declaração de Saída Definitiva, entregue na Venezuela em 29/06/2004 (fls. 32); - Que, desde de a sua saída do país até agosto de 2006 (data de sua correspondência), não recebe rendimentos provenientes do Brasil, excetuando-se os rendimentos provenientes de investimentos financeiros (devidamente tributados a título de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva); - Que, embora mantenha a cidadania brasileira, não mais é considerado como contribuinte para fins do Imposto de Renda no Brasil; - Que não mantém residência ou domicílio no Brasil e nem prepostos com poderes de representação para atender aos termos de intimações fiscais; - Que as operações (10 transferências bancárias ocorridas em Nova Iorque em 2000) já se encontram decaídas (erroneamente descritas como prescritas pelo contribuinte); - Que fornece cópias de seus extratos bancários de contas-correntes, investimentos e poupança mantidos no Brasil, no período de 01/01/2000 a 31/12/2000, conforme solicitado na intimação de 03/08/2006 (fls. 25 a 28), os quais não se encontram nos autos; - Que não pode comprovar a origem dos depósitos efetuados na conta 9007241 — Gallatin Investiments Ltd, no ano-calendário 2000, pois a mesma encerrou suas atividades e ele não dispõe de qualquer documentação relativa à referida empresa. Além disso, sua representação não possuía abrangéncia suficiente para abrigar poderes de receber e atender intimações de órgãos públicos de outros 5 , Processo n° 18471.001659/2006-04 CCOI/C04 • Acórdão n.° 104-23069 Fls. 6 países, ou mesmo aquelas expedidas por determinação judicial, ou para entregar documentos da sociedade; - Que quaisquer solicitações de esclarecimentos lhe sejam enviadas para seu domicilio na Venezuela, indicado por ele em sua resposta (fls. 30), sendo o mesmo endereço constante na alteração cadastral ocorrida em 04/09/2006, segundo sistema Consulta CPF da SRF. Em 21/11/2006, a autoridade fiscal lavrou o Termo de Ciência e Continuação de Procedimento Fiscal, o qual foi encaminhado para o mesmo endereço anteriormente utilizado para envio das demais intimações. A correspondência foi entregue pelos Correios em 24/11/06 (fls. 33 a 35) e devolvida à Eqfis 17, Difis II/ Defic RJO (Delegacia da Receita Federal de Fiscalização no Rio de Janeiro) em 30/11/2006. A fiscalização, estando convicta de que a conta 9007241, mantida no Merchants Bank of New York, era de responsabilidade do contribuinte, efetuou a autuação em face do mesmo no valor total de R$ 19.481.334,12 (dezenove milhões, quatrocentos e oitenta e um mil, trezentos e trinta e quatro reais e doze centavos), sendo R$ 5.630.443,39 (cinco milhões, seiscentos e trinta mil, quatrocentos e quarenta e três reais e trinta e nove centavos) relativos ao Imposto de Renda Pessoa Física, R$ 8.445.665,08 (oito milhões, quatrocentos e quarenta e cinco mil, seiscentos e sessenta e cinco reais e oito centavos) correspondentes à multa de oficio e R$ 5.405.225,65 (cinco milhões, quatrocentos e cinco mil, duzentos e vinte e cinco reais e sessenta e cinco centavos) referentes a juros de mora calculados até 30/11/2006. A autuação referiu-se ao ano-calendário de 2000 e baseou-se em omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, conforme fatos geradores listados às fls. 45. A fiscalização se utilizou do edital, publicado em 07/12/2006, com o fim de cientificar o contribuinte a respeito do auto de infração ais. 78). Adicionalmente, em 12/12/2006, o fiscal autuante encaminhou cópia deste edital ao autuado (fls. 79), servindo-se do endereço eletrônico constante dos dados cadastrais nos sistemas da SRF. Tal auto de infração ensejou processo n° 18471.001691/2006-81, de Representação Fiscal para Fins Penais, o qual foi apensado ao processo principal n°18471.001659/2006-04. De acordo com a descrição dos fatos, o lançamento ocorreu devido a 'falta ou insuficiência de pagamento dos acréscimos legais" e 'falta de pagamento de multa de mora", conforme fls. 25, na qual encontra- se o enquadramento legal correspondente; às fls. 16 a 31 encontram-se os demonstrativos de pagamentos efetuados após o vencimento; à fls. 32 o demonstrativo de multa e/ou juros a pagar — não pagos ou pagos a menor. O interessado apresentou, em 01/08/2003, a impugnação, na qual alega, em síntese: 6 , Processo n°18471.001659/2006-04 CCO I /C04 • Acórdão n.° 104-23069 Fls. 7 - Ele não reside no Brasil, para caracterizar tal situação entregou a Declaração de Saída Definitiva em 29/06/2004, na Venezuela (fls. 18 a 22 e 32); - Seu filho não é seu procurador; - Mesmo tendo entregado a Declaração de Saída Definitiva, a fiscalização tentou intimá-lo por diversas vezes em seu antigo domicílio tributário; - Não é e nunca foi titular ou beneficiário dos recursos financeiros debitados na conta n° 9007241, no período de junho a setembro de 2000, perante o Merchants Bank em Nova Iorque, de titularidade da Gallatin lnvestments Ltd, totalizando US$ 11.341.536,82 e a origem destes decorre das atividades da empresa no exterior; - Não poderia fornecer documentos relacionados às movimentações financeiras da Gallatin, pois foi procurador desta para a prática de determinados atos, nunca foi gerente ou administrador da mesma, além de que não tinha acesso integral aos documentos contábeis e bancários desta sociedade; - A Gallatin teve suas atividades encerradas e mesmo que seus documentos fossem localizáveis, ele não tinha poderes para apresentá- los; - Forneceu seu endereço em Caracas, Venezuela, para que fossem encaminhadas as solicitações de novos esclarecimentos por parte da SRF; - Afirmou ser a relação de supostos titulares das "contas Merchants" (lU. 53 a 63) uma montagem reprográfica e que as dez ordens de transferências de recursos da Conta 9007241 (Gallatin) para contas na Suiça não constam sua assinatura; - Alega que as operações financeiras trataram-se de débitos na conta "Gallatin" e não de créditos, portanto não haveria como se atribuir aos recursos origem de fontes situadas no Brasil; - Presumiu a autoridade autuante que o impugnante não era um mero representante, mas sim um acionista com poderes de decisão, mesmo sem constar sua assinatura em nenhuma das dez transferências bancárias constantes dos autos (lis. 64 a 73). Apresentou cópia da ata da Gallatin (em 29/09/1999), com tradução juramentada que menciona que o contribuinte era procurador da Gallatin, mas não diz que poderes possuía (fis. 157 e 158). - A fiscalização desconsiderou a personalidade jurídica da Gallatin e concluiu que todos os valores saídos das contas da empresa constituíram rendimentos do impugnante e teriam sido omitidos ao fisco; - Asseverou jamais ter sido sócio e/ou administrador da Gallatin, nem beneficiário dos alegados recursos em dólares, nem ter património que permitisse movimentações financeiras do referido vulto; 7 Processo n° 18471.00 I 659/2006-04 CCO 1/C04 • Acórdão n.° 101-23089 As. 8 - Violação aos artigos 112 e 142, CT1V. Em 25 de junho de 2007, os membros da 3' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Rio de Janeiro II proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, considerou o lançamento improcedente. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2001 SUPRIMENTO DO VICIO NA CIÊNCIA. O comparecimento do autuado supre a falha na intimação. PRINCIPIO DO "IN DUBIO PRO CONTRIBUINTE". É passível de dúvida o recebimento de recursos financeiros, se não consta assinatura do contribuinte nos elementos probatórios, nem se comprova de outra forma a participação do contribuinte no esquema fraudulento. Interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de incerteza quanto à autoria e à natureza ou às circunstâncias materiais do fato. Trata-se do princípio do "in dubio pro reo" em sua feição tributária. AUTO DE INFRAÇÃO. FALTA DE PROVAS. Em respeito à legalidade e à segurança jurídica não pode subsistir lançamento de crédito tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária. Lançamento Improcedente Foi interposto Recurso de Oficio tendo em vista que o credito exonerado totaliza R$ 19.481. 334,12 É o Relatório. 11( , Processo n° 18471.001659/2006-04 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23069 Fls. 9 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. Está sob exame o recurso de oficio formulado pelo julgador recorrido, que determinou a improcedência do lançamento contra o interessado no relativo ao ano calendário de 2000. O presente lançamento é decorrente de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. De acordo com a decisão recorrida a autuação foi efetuada sem a presença de material probatório suficiente para caracterizar o fato tributário. Sobre esse ponto assim se pronuncia a autoridade recorrida: No mérito, não há encadeamento lógico que indique ser o impugnante beneficiário ou titular dos valores debitados na conta Gallatin mantida no Merchants Bank of New York e creditados em contas na Suíça. Os autos não demonstram a relação existente entre a operação Beacon Hill e a Nolasco. Exemplificando: a decisão da 2° Vara Criminal Federal de Curitiba que autorizou a utilização pela SRF de documentação relativa à remessa ilegal de divisas se refere à operação Beacon Hill somente, conforme relatado no Termo de Verificação Fiscal (fls. 38), assim como os demais documentos relacionados em tal termo. O Oficio 263/06-FTCC5, expedido pela Dra. Erika Mialik Marena, Delegada da Polícia Federal, não esclarece como cópias da Relação de Titulares das Contas Merchants e das dez transferências do Merchants Bank Nova Iorque para instituições financeiras em Genebra, Suíça, foram extraídas (fls. 53 a 73). Ademais, não ficou comprovado que o impugnante é o titular dos valores remetidos. Os autos demonstram que ele foi procurador da Gallatin (fis. 57, 157 e 158) e não há sua assinatura em nenhuma das ordens de transferências do Merchants Bank Nova Iorque para a Bradner lnvestments S/A, no Banco Credit Agricole Indosuez, e para a Brindo( Trading S/A, no Banco Brow Brother Harriman (fls. 64 a 73). A situação fálica necessária à ocorrência do fato gerador, que seria a titularidade por parte do contribuinte da conta Gallatin ou das contas receptoras dos depósitos, na Suíça, não se operou. O fato gerador deste lançamento seria a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, no entanto não ficou demonstrado nos autos que o impugnante remeteu dólares ao exterior )( 9 . . , . • : • Processo n° 18471.001659/2006-04 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.089 Fls. 10 interpretada da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à autoria e à natureza ou às circunstâncias materiais do fato. É o principio do "in dubio pro reo" em sua feição tributária. Não tendo nada a questionar no arrazoado da autoridade recorrida, bem como em face das evidencias acostada aos autos, acompanho a decisão da autoridade recorrida, portanto encaminho meu voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso de oficio. miSal as Sessões em 06 d março de 2008 TONIO I i (t LO III' O M TINEZ 10 Page 1 _0022400.PDF Page 1 _0022500.PDF Page 1 _0022600.PDF Page 1 _0022700.PDF Page 1 _0022800.PDF Page 1 _0022900.PDF Page 1 _0023000.PDF Page 1 _0023100.PDF Page 1 _0023200.PDF Page 1

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Numero do processo: 16327.000742/2003-43
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Apr 22 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Tue Apr 22 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 2002 NORMAS PROCESSUAIS - PEDIDO DE RESSARCIMENTO, RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO - Não compete aos Conselhos de Contribuintes pronunciar-se sobre pedidos de restituição, ressarcimento e compensação, exceto em sede de recurso voluntário interposto contra decisão da primeira instância que apreciou manifestação de inconformidade relativa ao pedido. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1º CC nº 4) Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.107
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRF- ação fiscal- ñ retenção/recolhim. (rend.trib.exclusiva)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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I , 4/0•,:st.4 - to. ' • V, MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES gPter:5 QUARTA CÂMARA Processo n° 16327.000742/2003-43 Recurso n° 154.257 Voluntário Matéria IRF Acórdão n° 104-23.107 Sessão de 22 de abril de 2008 Recorrente BANCO BMC S.A. SUC. DA LEASING BMC S.A. ARRENDAMENTO MERCANTIL Recorrida 8'. TURMA/DRJ-SÃO PAULO/SP I ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE — IRRF Ano-calendário: 2002 NORMAS PROCESSUAIS - PEDIDO DE RESSARCIMENTO, RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO - Não compete aos Conselhos de Contribuintes pronunciar-se sobre pedidos de restituição, ressarcimento e compensação, exceto em sede de recurso voluntário interposto contra decisão da primeira instância que apreciou manifestação de inconformidade relativa ao pedido. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n° 4) Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por BANCO BMC S.A. SUC. DA LEASING BMC S.A. ARRENDAMENTO MERCANTIL. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ,/MARIA HELENA A49-1X4-JOTTA et-Sr-- Presidente VI Processo ri• 16327.000742/2003-43 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.107 / Fls. 2 )11-1- ONIO 0‘13 LE A f(f-‘11\42R T O O M TINEZ Relator FORMALIZADO EM: 06 JUN 2002 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Renato Coelho Borelli (Suplente convocado) e Gustavo Lian Haddad. 2 Processo n° 16327.000742/2003-43 CCOI/C04 Acórdão n." 104-23.107 Eis. 3 Relatório Em desfavor do BANCO BMC S.A. SUC. DA LEAS1NG BMC S.A. ARRENDAMENTO MERCANTIL, supra qualificado, foi lavrado Auto de Infração (fls. 02 a 06) relativo ao Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF, referente ao ano calendário de 2002. Na descrição dos fatos a autoridade fiscal informa que o contribuinte não efetuou o recolhimento do IRRF, incidente sobre a importância paga ou creditada a outra pessoa jurídica, a título de comissão, corretagem ou qualquer outra remuneração pela representação comercial ou mediação na realização de negócio civil ou comercial, decorrente de pedido de compensação indeferido no processo 16327.003953/2002-57. Em função disso, o Auditor Fiscal lavrou o Auto de Infração, constituindo o crédito tributário de R$ 305,88, já incluídos a multa de oficio e os juros de mora, calculados até 28/02/2003. Como enquadramento legal, a autoridade fiscal cita o artigo 605, inciso I, do RIR/99. Cientificado do lançamento em 20/03/2003 (A. R. à fls. 11), o contribuinte, representado por seu Diretor Superintendente (fls. 18 a 21 e 54), apresentou impugnação, em 03/04/2003, relatando e alegando o que segue, em apertada síntese retirada do relatório da decisão recorrida: 3.1. Após fazer um breve relato sobre o Auto de Infração, discorre sobre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário lançado. 3.2. Alega que o tributo já estaria devidamente pago com o procedimento (legítimo, no seu entender) de compensação, realizado no ámbito de pedido de restituição, não podendo ser exigido até decisão final do correspondente processo de restituição. 3.3. Em seguida, passa a descrever e comentar as bases de seu pedido de restituição, concluindo: "Não obstante o escorreito procedimento do lmpugnante, entendeu o Sr. Chefe do DIORT/DEINF/SPO que o lmpugnante havia decaído de seu direito de repetição, já que, segundo seu entendimento, o prazo decadencial para a repetição de tributo declarado inconstitucional conta-se da data de seu respectivo pagamento. Traz como fundamento para sua decisão, o conteúdo do artigo 168, inciso I, do Código Tributário Nacional, combinado com os termos do Ato Declaratório 96199, do Secretário da Receita Federal, suportado pelo Parecer da PGFN/CAT n°1.538/99." 3.4. Prossegue, informando que não conformado com o entendimento da Autoridade Administrativa apresentou em 06 de novembro de 2002 sua mantfestação de inconformidade com relação ao Despacho Decisório que denegou seu pedido de restituição. 3 Processo n° 16327.000742/2003-43 CCO I/C04 Acórdão n.• 104-23.107 Fls. 4 3.5. Acredita que em virtude dessa sua manifestação a exigibilidade do crédito tributário objeto do Auto de Infração está suspensa. 3.6. Passa a investir contra a aplicação da taxa SELIC como indexador no cálculo dos juros de mora, discorrendo sobre a natureza jurídica dessa taxa em contraposição à natureza da mora. 3.7. Encerra, requerendo a suspensão da exigibilidade do crédito tributário lançado até que seu direito à restituição pleiteada seja definitivamente reconhecido. Em 26 de abril de 2006, os membros da 8a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo I — proferiram Acórdão DRJ/SPOI n o. 9.574 que, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos da ementa a seguir: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 2002 Ementa: SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. INOCORRÉNCIA. O indeferimento de pedido de restituição de crédito tributário invalida qualquer pretensão do contribuinte utilizar desse pretenso direito creditó rio para compensar seus débitos tributários. Em o fazendo, a suspensão da exigibilidade não protegerá o crédito tributário que se pretendeu compensar. Lançamento Procedente. Cientificado em 14/06/2006, irresignado o recorrente interpõe Recurso Voluntário de fls. 67 a 77, onde reitera os argumentos apresentados na impugnação, indicando que o processo de 16.327.000.885/2001-93 usado para solicitar a restituição de repetição de indébito foi indeferido, mas que foi apresentada a competente "manifestação de inconformidade"em 25/09/02. Adicionalmente, questiona a utilização da taxa selic. É o Relatório. .1\( 4 Processo n° 16327.000742/2003-43 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.107 fls. 5 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O procedimento do sujeito passivo por meio do qual confessa a existência de débito e requer compensação corresponde à denuncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN. A declaração de compensação, não homologada, constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Inteligência do art. 74, § 6 0, da Lei n° 9.430, de 1946, acrescentado pela Lei n° 10.833, de 29.12.2003). Nos pedidos de compensação não homologados, não cabe a lavratura de auto de infração para exigência do crédito não homologado, a partir de 29/12/2003. Antes, entretanto era indispensável a formalização do crédito tributário, portanto está acertada a posição da autoridade administrativa de constituir o crédito mediante o lançamento. Ou seja, indeferido o pedido de compensação, era cabível o lançamento de oficio para a cobrança do crédito tributário inadimplido. Acrescente-se, por pertinente, que o recorrente tenha afirmado que o processo 16.327.000.885/2001-93 encontra-se na DRJ em fase de manifestação de inconformidade. Uma simples consulta no sistema COMPROT, publicamente disponível, indica que o referido processo transitou pela Divida Ativa da União - PFN. Não compete aos Conselhos de Contribuintes pronunciar-se sobre pedidos de restituição, ressarcimento e compensação, exceto em sede de recurso voluntário interposto contra decisão da primeira instância que apreciou manifestação de inconformidade relativa ao pedido. Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n° 4: "A partir de 1° de abril de 1995, os juros morató rios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à tara referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SEL1C para títulos federais." Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Nye' - Processo n° 16327.000742/2003-43 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.107 Eis. 6 Ante o exposto, voto para NEGAR provimento ao recurso. Sala das Sessões - DF, em 22 de abril de 2008 ilfirtINI 1/41 4.1. A ONIO OP MA INEZ 6 Page 1 _0002200.PDF Page 1 _0002300.PDF Page 1 _0002400.PDF Page 1 _0002500.PDF Page 1 _0002600.PDF Page 1

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Numero do processo: 10835.002314/2002-58
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Aug 06 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Aug 06 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 PEDIDO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA - DESCABIMENTO - Descabe o pedido de diligência quando presentes nos autos todos os elementos necessários para que a autoridade julgadora forme sua convicção. As perícias devem limitar-se ao aprofundamento de investigações sobre o conteúdo de provas já incluídas no processo, ou à confrontação de dois ou mais elementos de prova também incluídos nos autos, não podendo ser utilizadas para reabrir, por via indireta, a ação fiscal. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI Nº 10.174 DE 2001 E LEI COMPLEMENTAR 105 DE 2001 - POSSIBILIDADE - ART - 144, § 1º - Pode ser aplicada, de forma retroativa, ao lançamento, a legislação que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI Nº. 9.430, de 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1º CC nº 4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1º CC nº 2). Preliminar rejeitada. Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.370
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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As perícias devem limitar-se ao aproftmdamento de investigações sobre o conteúdo de provas já incluídas no processo, ou à confrontação de dois ou mais elementos de prova também incluídos nos autos, não podendo ser utilizadas para reabrir, por via indireta, a ação fiscal. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI N° 10.174 DE 2001 E LEI COMPLEMENTAR 105 DE 2001 - POSSIBILIDADE - ART - 144, § 1° - Pode ser aplicada, de forma retroativa, ao lançamento, a legislação que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI N°. 9.430, de 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n°4). 731 SP Processo Te 10835.002314/2002-58 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Fls. 2 ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). Preliminar rejeitada. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por GETÚLIO LUIS BACILA. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. X-6-11cecels- MARIA HELENA COTTA CARDOZ Presidente ) 4TON9 114 7141413-1-04dFtTINEZ Relator FORMALIZADO EM: 1 9 SEI 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallrnann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Marcelo Magalhães Peixoto (Suplente convocado), Pedro Anan Júnior e Gustavo Lian Haddad. Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. 2 Processo n°10835.002314/2002-58 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, GETÚLIO LUIS BACILA, foi lavrado auto de infração que lhe exige crédito tributário no montante de R$ 167.659,85, sendo R$ 60.487,72 de imposto; R$ 68.048,68 de multa de oficio, e R$ 39.123,45 de juros de mora calculados até 31/01/2003, fls. 182/186. O auto de infração foi lavrado em 03/02/2003 e apurou omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada relativa ao ano calendário de 1998, com aplicação de multa de oficio de 112,5%. A ciência do contribuinte deu-se em 10/02/2003, fls. 187, o impugnante apresentou sua defesa, fls. 189/208, em 10/03/2003, fls. 189/208, com os argumentos a seguir, extraídos da decisão recorrida: - Argumenta que o lançamento que teve início com informações obtidas pelo cruzamento de dados obtidos com a CPMF é totalmente desprovido de sustentação jurídica contraria expressas e explicitas determinações legais que constavam da Lei 9.311/96. a autuação seria absolutamente ilegal, posto que nulo é o auto de infração que se fundamenta em disposição contrária a texto expresso de lei. - Sustenta que a Lei 10.174/2001, que alterou a Lei 9.311/96, não pode para alcançar fatos relacionados com exercícios anteriores. - Insiste que o sigilo bancário é inviolável, colacionando jurisprudência tribunais e até mesmo da Cámara Superior de Recursos Fiscais. - Tendo sido o sigilo bancário quebrado de forma inconstitucional e tendo sido utilizados dados da CPMF de períodos para os quais estava em vigor o texto original da Lei 9.311/96, o auto de infração seria nulo. - Prossegue sua defesa sustentando que depósito bancário não é rendimento e que o auto de infração baseou-se apenas em presunção sem demonstrar que haveria renda a ser tributada. Cita jurisprudência administrativa e a Súmula 182 do antigo TRF. - A inconsistência do auto de infração estaria claramente evidenciada na adoção de vários créditos que são meras liquidações de aplicações financeiras. Cita como exemplo uma operação datada de 13/04/1998 no valor total de R$ 50.016,88, sob a rubrica 'resgate• investcredi', que corresponderia a resgate de investimentos anteriores. - As multas lançadas seriam ilegais por ferirem o art. 150, IV da Carta Magna, conforme jurisprudência do STJ e STF, pleiteando a aplicação da multa de 30%. - Também seriam inaplicáveis, por outro fundamento, a multa de oficio isolada. ..\4 3 Processo rr 10835.002314/2002-58 CCOI/C04 Acórdão n.° 10423.370 lis. 4 - Segundo entende, os órgãos julgadores administrativos estariam questionando a legitimidade do art. 44 da Lei 9.430/96, o que apoiaria seu pleito de redução da multa para 30%. • - Protesta pela aplicação de juros de mora, conforme entende determinado pelo CM, no percentual de 1 %, pois a Taxa Selic seria ilegal como juros de mora por ter caráter remuneratório e não meramente moratória - Por fim, requer a realização de diligências e perícias, justificando para tanto com o fato de que a conduta do fisco não teria amparo jurídico e nem mesmo fático. - As diligências serviriam para apurar se houve aplicações e resgates na Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo de Médicos de Presidente Prudente. - Para a perícia indica o perito e formula os quesitos, protestando pelo direito de formular quesitos complementares. Em 16 de maio de 2007, os membros da 5" Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares, e considerou procedente em parte o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa- Física - IRPF• Ano-calendário: 1998 Ementa: DILIGÊNCIA E PERÍCIA. INDEFERIMENTO POR SER PRESCINDÍVEL A diligência e a perícia requeridas são indeferidas, com fundamento no art. 18 do Decreto n° 70.235/1972, com as alterações da Lei n° 8.748/1993, por se tratarem de medidas absolutamente prescindíveis, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. SIGILO BANCÁRIO. A obtenção de informações junto às instituições financeiras, por pane da administração tributária, a par de amparada legalmente, não implica quebra de sigilo bancário, mas simples transferência deste, porquanto em contrapartida está o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais por dever de oficio. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas (Art. 144, iç I° do M). I\ig 4 Processo n°10835.002314/2002-58 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Fls. 5 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS A Lei n° 9.430/1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante docuMentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. RESGATE DE INVESTIMENTOS. ORIGEM COMPROVADA. Valores constantes de extratos bancários referentes a resgates de investimentos não podem compor o fato base da presunção de omissão de rendimentos prevista no art. 42 da Lei 9.430/96. DA VEDAÇÃO AO CONFISCO COMO NORMA DIRIGIDA AO LEGISLADOR E NÃO APLICÁVEL AO CASO DE PENALIDADE PECUNIÁRIA. O Principio de Vedação ao Confisco está previsto no art. 150. IV, e é dirigido ao legislador de forma a orientar a feitura da lei, que deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco. Portanto, uma vez positivado a norma, é dever da autoridade fiscal aplicá-la. Além disso, é de se ressaltar que a multa de oficio é devida em face da infração à legislação tributária e por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária estabelecido em lei, é inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. Inexistência de ilegalidade na aplicação da taxa Selic devidamente demonstrada no auto de infração, porquanto o Código Tributário Nacional outorga à lei a faculdade de estipular os juros de mora incidentes sobre os créditos não integralmente pagos no vencimento e autoriza a utilização de percentual diverso de 1%, desde que previsto em lei. Lançamento Procedente em Parte. Cientificado em 30/05/2007, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 19/09/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 242/252, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anteriormente que podem ser sintetizadas da seguinte forma: - Da irretroatividade da lei tributária; - Que depósito bancário não é rendimento; - Do cerceamento do direito de defesa'pelo fato de que a decisão recorrida não• atendeu o seu pedido de diligência; it 5 Processo n° 10835.002314/2002-58 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Fls. 6 - Da ilegalidade das multas lançadas; - Da ilegalidade dos juros lançados de acordo com a taxa selic. É o Relatório. • y 6 Processo n°10835.00231412002-58 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Fls. 7 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Do Cerceamento do Direito de Defesa - Pedido de Diligência Suscitou o autuado o cerceamento do seu direito de defesa uma vez que a autoridade fiscal não considerou os seus argumentos, para a realização de diligências e perícias requeridas Tal alegação não procede. Segundo a autoridade recorrida, as diligências e perícias requeridas foram indeferidas, com fundamento no art. 18 do Decreto n° 70.235/1972, com as alterações da Lei n. 8.748/1993, por se tratarem de medidas absolutamente prescindíveis, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. Ademais, os quesitos apresentados não demonstram que haja fato a ser explicitado somente por especialista contábil. Nesse ponto acompanho a decisão da autoridade recorrida, uma vez que a diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de oficio ou a requerimento do impugnante, quando entendê-la necessária. Deficiências da defesa na apresentação de provas, sob sua responsabilidade, não implicam na necessidade de realização de diligência com o objetivo de produzir essas provas. Da Irretroatividade da LC 105/2001 e da Lei no 10.174/2001 O contribuinte se mostrou inconformado com a aplicação retroativa da Lei Complementar 105/2001 e da Lei 10.174/2001. Entendeu que ao proceder com base em tais instrumentos legais o Fisco acabou por obter provas de origem ilícita. Não procede tal argumento. O parágrafo 1° do art. 144 do CTN permite a aplicação de legislação posterior à ocorrência do fato gerador, que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização e ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas. Desta forma é notória a possibilidade de aplicação dos mencionados instrumentos legais de forma retroativa, uma vez que, tão somente, ampliam os poderes de investigação do Fisco. O STJ já manifestou o seu entendimento neste sentido no RESP 529818/PR e no ERESP 726778/PR. Da Impossibilidade de Acesso ao Sigilo Bancário sem Autorização Judicial O sigilo bancário sempre foi um tema cheio de contradições e de várias correntes. Antes da edição da Lei Complementar n° 105, de 2001, os Tribunais Superiores tinham a forte tendência de albergar a tese da inclusão do sigilo bancário na esfera do direito à privacidade, na forma da nossa Constituição Federal, sob o argumento que não é cabível a sua Processo n° 10835.002314/2002-58 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Eis. 8 quebra com base em procedimento administrativo, amparado no entendimento de que as previsões nesse sentido, inscritas nos parágrafos 5° e 6° do artigo 38, da Lei n°4.595, de 1964 e no artigo 8° da Lei n° 8.021, de 1990, perdem eficácia, por interpretação sistemática, diante da vedação do parágrafo único do artigo 197, do CTN, norma hierarquicamente superior. Na realidade está consolidado no Conselho de Contribuintes que dentro dos limites estabelecidos pelos textos legais que tratam o assunto, os Auditores-Fiscais da Receita Federal poderão proceder a exames de documentos, livros e registros de contas de depósitos, desde que houver processo fiscal administrativo instaurado e os mesmos forem considerados indispensáveis pela autoridade competente. Devendo ser observado que os documentos e informações fornecidos, bem como seus exames, devem ser conservados em sigilo, cabendo a sua utilização apenas de forma reservada, cumprido as normas a prestação de informações e o exame de documentos, livros e registros de contas de depósitos, a que alude a lei, não constitui, portanto, quebra de sigilo bancário. Sempre é bom lembrar que o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais constitui um dos requisitos do exercício da atividade administrativa tributária, cuja inobservância só se consubstancia mediante a verificação material do evento da quebra do sigilo funcional, quando, então, o agente envolvido sofrerá a devida sanção. Da Presunção baseada em Depósitos Bancários O lançamento fundamenta-se em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram, em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras, ou seja, pelo artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, tem-se a autorização para considerar ocorrido o "fato gerador" quando o contribuinte não logra comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, não havendo a necessidade do fisco juntar qualquer outra prova. Via de regra, para alegar a ocorrência de "fato gerado?', a autoridade deve estar munida de provas. Mas, nas situações em que a lei presume a ocorrência do "fato gerado?' (as chamadas presunções legais), a produção de tais provas é dispensada. Neste caso, ao Fisco cabe provar tão-somente o fato indiciário (depósitos bancários) e não o fato jurídico tributário (obtenção de rendimentos). No texto abaixo reproduzido, extraído de "Imposto sobre a Renda - Pessoas Jurídicas" (Justec-RJ; 1979:806), José Luiz Bulhões Pedreira sintetiza com muita clareza essa questão: O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocando-a, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume - cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei n° 9430/1996 cuida de presunção relativa (juris tantum) que admite a prova em contrário, cabendo, pois, ao sujeito passivo a sua produção. Nesse passo, como a natureza não-tributável dos depósitos não foi comprovada pelo contribuinte, estes foram presumidos como rendimentos. Assim, deve ser mantido o lançamento. • 8 • Processo n°10835.002314/2002-58 CCO 1/C04 Acórdão n.° 104-23.370 Fls. 9 Antes de tudo cumpre salientar que a presunção não foi estabelecida pelo Fisco e sim pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Tal dispositivo outorgou ao Fisco o seguinte poder: se provar o fato indiciaria (depósitos bancários não comprovados), restará demonstrado o fato jurídico tributário do imposto de renda (obtenção de rendimentos). Assim, não cabe ao julgador discutir se tal presunção é equivocada ou não, pois se encontra totalmente vinculado aos ditames legais (art. 116, inc. III, da Lei n° 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional - CTN). Nesse passo, não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia do preceito legal que, de modo inequívoco, estabelece a presunção legal de omissão de receita ou de rendimento sobre os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica nu jurídica, regularmente intimado, não comprove, Mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42, caput, da Lei n° 9.430/1996). Da Inaplicabilidade da Selic como Taxa de Juros Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n°4: "A partir de 1 0 de abril de 1995, os juros morató rios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para titulas federais." Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Da Inconsfitucionalidade das Normas No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, particularmente no tocante as multas, entendidas como confiscatórias pelo Recorrente, acompanho a posição sumulada pelo 1° Conselho de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legálidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). Uma vez que as multas estão fundamentadas em termos legais, não há como questionar sua aplicação. Ante ao exposto, voto por REJEITAR a preliminar suscitada, e no mérito por NEGAR provimento ao recurso. ilSal as Sessões - DF, em 06 de agosto de 2008 trn a. 4v 41 ONICI LO O M 42 TINEZ 9 • Page 1 _0026900.PDF Page 1 _0027000.PDF Page 1 _0027100.PDF Page 1 _0027200.PDF Page 1 _0027300.PDF Page 1 _0027400.PDF Page 1 _0027500.PDF Page 1 _0027600.PDF Page 1

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