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Numero do processo: 14041.000985/2005-14
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Oct 09 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Oct 09 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício. 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005
PRELIMINAR - MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - NORMAS DE CONTROLE INTERNO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - Não há previsão para ciência acerca da prorrogação de MPF, constando da página da SRF na Internet as informações pertinentes. Ademais, as normas que regulamentam a emissão de MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto, ainda que se tratasse de vício, não afetaria a validade do lançamento.
DECADÊNCIA - Na modalidade de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato
gerador, que, no caso do IRPF, tratando-se de rendimentos
sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada
ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito
tributário é atingido pela decadência após cinco anos da
ocorrência do fato gerador. Com a qualificação da multa, a
contagem do prazo decadencial desloca-se para o primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser
efetuado (arts. 173,1 e 150, § 4°, do CTN).
DEDUÇÕES INDEVIDAS/CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA OFICIAUDESPESAS MÉDICAS/PENSÃO JUDICIAL/DESPESAS COM INSTRUÇÃO/CONTRIBUIÇÕES
À PREVIDÊNCIA PRIVADA - A apuração pelo Fisco de deduções indevidas de despesas, pleiteadas em declarações de
rendimentos retificadoras, de forma reiterada, em vários
exercícios, com o objetivo de receber restituições indevidas,
caracteriza o ilícito tributário, e justifica o lançamento de oficio sobre os valores subtraídos da base de cálculo do imposto.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA - DESPESA INEXISTENTE - EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - A dedução reiterada, na Declaração de Rendimentos a titulo de despesas, que o contribuinte sabe inexistentes, caracteriza evidente intuito de fraude e legitima a exasperação da multa de oficio (art. 44, II da Lei n°9.430, de 1996).
JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros
moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de
inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1°
CC n° 4).
ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inc,onstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2).
Preliminares rejeitadas.
Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.561
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - outros assuntos (ex.: glosas diversas)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício. 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 PRELIMINAR - MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - NORMAS DE CONTROLE INTERNO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - Não há previsão para ciência acerca da prorrogação de MPF, constando da página da SRF na Internet as informações pertinentes. Ademais, as normas que regulamentam a emissão de MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto, ainda que se tratasse de vício, não afetaria a validade do lançamento. DECADÊNCIA - Na modalidade de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, que, no caso do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador. Com a qualificação da multa, a contagem do prazo decadencial desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (arts. 173,1 e 150, § 4°, do CTN). DEDUÇÕES INDEVIDAS/CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA OFICIAUDESPESAS MÉDICAS/PENSÃO JUDICIAL/DESPESAS COM INSTRUÇÃO/CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA PRIVADA - A apuração pelo Fisco de deduções indevidas de despesas, pleiteadas em declarações de rendimentos retificadoras, de forma reiterada, em vários exercícios, com o objetivo de receber restituições indevidas, caracteriza o ilícito tributário, e justifica o lançamento de oficio sobre os valores subtraídos da base de cálculo do imposto. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA - DESPESA INEXISTENTE - EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - A dedução reiterada, na Declaração de Rendimentos a titulo de despesas, que o contribuinte sabe inexistentes, caracteriza evidente intuito de fraude e legitima a exasperação da multa de oficio (art. 44, II da Lei n°9.430, de 1996). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n° 4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inc,onstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). Preliminares rejeitadas. Recurso negado.
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I eilb..44 t• • ',,; MINISTÉRIO DA FAZENDA ',/, • P : t '.° ,: x" PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo e 14041.000985/2005-14 Recurso n° 158.151 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.561 Sessão de 09 de outubro de 2008 Recorrente CLÁUDIO MURILO DE ALMEIDA SILVA Recorrida 3a. TURMA/DRJ-BRASILIA/DF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício. 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 PRELIMINAR - MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - NORMAS DE CONTROLE INTERNO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL - Não há previsão para ciência acerca da prorrogação de MPF, constando da página da SRF na Internet as informações pertinentes. Ademais, as normas que regulamentam a emissão de MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto, ainda que se tratasse de vício, não afetaria a validade do lançamento. DECADÊNCIA - Na modalidade de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, que, no caso do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador. Com a qualificação da multa, a contagem do prazo decadencial desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (arts. 173,1 e 150, § 4°, do CTN). DEDUÇÕES INDEVIDAS/CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA OFICIAUDESPESAS MÉDICAS/PENSÃO JUDICIAL/DESPESAS COM INSTRUÇÃO/CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA PRIVADA - A apuração pelo Fisco de deduções indevidas de despesas, pleiteadas em declarações de rendimentos retificadoras, de forma reiterada, em vários exercícios, com o objetivo de receber restituições indevidas, caracteriza o ilícito tributário, e justifica o lançamento de oficio sobre os valores subtraídos da base de cálculo do imposto. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA - DESPESA UTINEXISTENTE - EVIDENTE INTUITO DE FRA - A 1 g, 1 ./ . Processo n°14041.000985/2005-14 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.581 Fls. 2 dedução reiterada, na Declaração de Rendimentos a titulo de despesas, que o contribuinte sabe inexistentes, caracteriza evidente intuito de fraude e legitima a exasperação da multa de oficio (art. 44, II da Lei n°9.430, de 1996). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n° 4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inc,onstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). Preliminares rejeitadas. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por CLÁUDIO MURILO DE ALMEIDA SILVA. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. MARIA HELENA COTTA CARtOt&j.- Presidente ATONIt:LIPSRTINEZ Relator FORMALIZADO EM: 07 j4N200 g Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloísa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Renato Coelho Borelli (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. ki 2 Processo n° 14041.000985/2005-14 CCO I /C04 Acórdão n.° 104-23.581 Rs. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, CLÁUDIO MURILO DE ALMEIDA SILVA foi lavrado o auto de infração de fls. 04/20, referente ao imposto de renda pessoa fisica, dos exercícios 2000 a 2004, anos-calendário 1999 a 2003. O crédito tributário apurado está assim constituído: Imposto 33.948,61 Multa (passível de redução) 50.922,91 Juros de Mora( calculados até 11/2005) 20.627,37 Valor do Crédito Tributário apurado 105.498,89 Segundo a Descrição dos Fatos, no decorrer da ação fiscal, foram emitidos os Mandados de Procedimento Fiscal e Termo de Início de Fiscalização todos devidamente notificados à contribuinte. Consta do quadro demonstrativo das infrações que a presente ação fiscal teve a seguinte motivação: "O Mandado de Procedimento Fiscal foi expedido em decorrência de operação deflagrada pela Receita Federal contra fraudadores do imposto de renda, denominada "Operação Leão Ferido", decorrente do cruzamento de informações constantes de seus bancos de dados. O ilícito consistia na apresentação de declarações retificadores do IRPF • alterando as informações originais, de forma reiterada e sistemática, com a inclusão de deduções inexistentes objetivando a redução da base de cálculo do imposto de renda, mediante informações inveridicas, com o objetivo de receber restituições indevidas. No que se refere à operação citada no parágrafo anterior, cabe ressaltar que foram expedidos dois Mandados de Busca e Apreensão pelo Juiz Federal Ronaldo Desterro, da 12a. Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, em 07/03/2005, para serem cumpridos na cidade de Itumbiara/G0 e Brasília/DF por Delegados da Policia Federal e/ou agentes por ele designados, acompanhados de Auditores Fiscais da Receita Federal, na qualidade de assistentes técnicos, conforme decisão proferida nos autos da Quebra de Sigilo n" 2004.34.00.046543-5, objetivando a busca e apreensão de objetos que tenham serventia à comprovação de materialidade de delito tributário, especialmente computadores e arquivos eletrônicos. Destaque-se que os referidos Mandados de Busca e Apreensão foram cumpridos, nos termos em que foram determinados, sendo apreendidos documentos e computadores, em residências de algumas pessoas que participaram da fraude tributária em diversas declarações de imposto de renda de vários contribuintes, dentre as quais algumas declarações retificadores do fiscalizado, objeto da presente ação fiscal. • Assim, em 24/03/2005, o contribuinte tomou ciência do Termo de Inicio de Fiscalização, solicitando a apresentação dos documentos 3 Processo n° 14041.000985/2005-14 CCOI/C04 Acórdão n.° 10423.561 Eis. 4 comprobatórios de todas as deduções pleiteadas nas declarações do Imposto de Renda Pessoa Física." Assim, em 20/03/2005, o contribuinte tomou ciência do Termo de Inicio de Fiscalização, solicitando a apresentação dos documentos comprobatórios de todas as deduções pleiteadas nas declarações do Imposto de Renda Pessoa Física." Após o procedimento fiscal, constataram-se as seguintes infrações em decorrência de glosas de despesas pleiteadas indevidamente em declarações retificadoras, com fraude à legislação tributária, conforme demonstrativos de descrição dos fatos e enquadramento legal, fls. 07/12. 001 - Dedução da Base de Cálculo Pleiteada Indevidamente — Previdência Oficial Redução indevida da Base de Cálculo com despesas de Previdência Oficial, nos valores de R$ 1.568,36, R$ 1.559,81, R$ 2.160,00 e R$ 1.604,93, nos anos-calendário de 1999 a 2003. Multa de Oficio de 150% 002 - Dedução da Base de Cálculo Pleiteada Indevidamente - Despesas Médicas Redução indevida da Base de Cálculo com despesas médicas nos valores de R$ 7.165,30, R$ 7.924,29, R$ 6.903,33, R$ 7.078,53, e R$ 7.095,29, nos anos-calendário de 1999 a 2003, respectivamente. Multa de Oficio de 150% 003 - Dedução da Base de Cálculo Pleiteada Indevidamente - Despesas com Instrução Redução indevida da Base de Cálculo com despesas com instrução, nos valores de R$ 4.829,00, R$ 2.120,00, R$ 5.100,00, R$ 5.994,00 e R$ 3.996,00, nos anos-calendário de 1999 a 2003, respectivamente. Multa de Oficio de 150% 004 - Dedução da Base de Cálculo Pleiteada Indevidamente — Previdência Privada e Fapi Redução indevida da Base de Cálculo com despesas de Previdência Privada/FAPI, nos valores de R$ 9.824,00, R$ 10.846,70, R$ 11.154,70, R$ 13.682,60 e R$ 12.842,70, nos anos-calendário de 1999 a 2003, respectivamente. Multa de Oficio de 150% Cientificado do lançamento em 20/12/2005, o contribuinte inicialmente se reporta ao auto de infração, as conclusões e as penalidades que lhe foram impostas, para em seguida apresentar as suas razões de defesa sob os seguintes títulos, a seguir sintetizadas, da decisão recorrida: I - DOS FATOS O contribuinte se reporta ao auto de infração, listando as infrações apuradas, os dispositivos legais infringidos, bem como os acréscimos de multa de oficio e juros de mora com base na taxa selic. 4 Processo n°14041.000985/2005-14 CCOI/C04 Acórdão n.° 104.23.581 Ha $ 11 — PRELIMINARES A ação Fiscal é nula porque não foi dado ciência do MPF-F, nem vieram aos autos provas de efetivas prorrogações. - Entende, o contribuinte, que a ação fiscal sem o MPF-F devidamente cientificado não tem validade no mundo jurídico, fato que impõe o seu cancelamento, por falta de legalidade. Alega, não ter tomado ciência do MPF-F n° 01.1.01.00-2005-00319-6 de 21/03/05, com vencimento em 19/07/2005, bem como o MPF-F complementar n°319-6-1 de 230/5/05. Ademais, diz ele, o demonstrativo de prorrogação de MPF fls. 3 não está acompanhado de qualquer comprovação de efetiva prorrogação. Uma relação não tem o condão de substituir o exigido MPF-F de prorrogação que deveria constar dos autos. Argumenta que consta do MPF de fl. 01 a determinação de que a fiscalização deveria ter sido executada até 19/07/2005, inserção que entende como válida, e não um joguinho de faz-de-conta, e que a notificação do lançamento teria sido feita em 20/12/2005, mais de cinco meses após o termo final de 19/07/2005, isso considerando como válido o MPF-F inicial, do qual não teve ciência. Conclui que, quando da prática do último ato feito, a notificação era caduca. Requer a nulidade do lançamento e transcreve trechos de julgados administrativos desta DAI e Conselho de Contribuinte, os quais pensa darem sustentação a sua tese. Da decadência do direito de a Fazenda constituir crédito tributário em dezembro/2005, sobre pretenso fato gerador ocorrido em 1999 Neste tópico o contribuinte alega decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário em dezembro de 2005 sobre fatos geradores ocorridos no ano-calendário de 1999. Entende que o prazo para o lançamento fiscal é de 5 (cinco) anos, e deve ser contado do fato gerador tributário, em razão do Imposto de Renda submeter-se ao lançamento por homologação, na forma do que dispõe o §4°, do art. 150, do Código Tributário Nacional, C77V e não pagamento por homologação. No caso do IRPF que possui como data de ocorrência do fato gerador o último dia de cada mês, com base no art. 2° e 4°, inicio I, da Lei 8.134/90, o termo inicial é o 1° dia de cada mês seguinte. Assim sobre os fatos geradores ocorridos em 31/12/1999, operou-se de pleno a decadência do direito de lançar em 31/12/2004. Cita jurisprudência administrativa e opinião de tributarista para corroborar o seu entendimento. MÉRITO Da total improcedência das glosas de despesas efetuadas no ano- calendário de 1999. 5 Processo n° 14041.000985/2005-14 CC01/4204 Acórdão n.° 104-23.561 Fls. 6 Relativamente a este exercício o contribuinte diz ser improcedente as glosas aplicadas devido ao fato de não ter recebido a restituição a que se refere. Requer diligência para constatação deste fato. Glosas de despesas O contribuinte se refere às glosas de despesas médicas, com instrução, previdência oficial e previdência privada nos anos autuados. Alega que não houve a sua participação na ação de apresentar as declarações retificadoras que levou a disponibilização dos valores de restituição em sua conta bancária. Argumenta que houveram despesas incorridas nos anos de 1999 a 2003 e que dispõe dos comprovantes, motivo pelo qual requer prorrogação de prazo para a juntada dos mesmos que buscará junto aos beneficiários dos pagamentos, como lhe permite o Decreto n° 70.235/72. Cita como exemplo de suas alegações, o fato de que no documento de fl. 25 consta somente o valor da 1° parcela paga, havendo no caso as demais, num total de 12, a serem consideradas. Do caráter abusivo da Multa • O contribuinte alega que sempre agiu de boa fé no preenchimento de suas declarações de rendimentos do período autuado, e que fora convencido por outras pessoas a apresentar as declarações retificadoras, e que o procedimento era lícito. Argumenta que o fisco fez ilação de ele comprovou no "todo ou em parte" os valores declarados, e para tanto transcreve parte da descrição da infração. Acrescenta que essa ilação é desmentida pelo próprio auditor às fls. 09 a 11, que exibe quadros demonstrando os valores das deduções pleiteadas, deduzidas das comprovadas. Assim, diz ele, tem-se testemunho do fisco de que há comprovação. A forma descrita no auto de infração está dissociada da verdade e só serviu para criar clima falacioso de que o impugnante nada comprovou e assim justificar a multa de 150% Continuando, diz que os excessos e alterações da verdade promovidas pelo fisco não param aí. Vejam que todos os fatos que dão pela fraude são fatos de terceiros. Não há um sequer por ele cometido. Transcreve parte do texto acerca da operação realizada pela fiscalização e polícia federal, para apurar a fraude ocorrida nas declarações retificadoras de contribuintes, para enfatizar que, todas as citações referem-se a atos de terceiros, o seu nome não constou de tal procedimento e nem do inquérito policial, as buscas foram efetuadas em escritórios de contabilidade em Brasília e ltumbiara, em residências outras com as quais ele não teve qualquer relação. IA 6 • • Processo? 14041.000985/2005-14 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.581 An. 7 Conclui ser muito estranho que fraudes cometidas por terceiros possa justificar a aplicação de multa agravada sobre a vitima do golpe. Acrescenta que tal quadrilha era formada por contabilistas, ou quem se passava por tal, e que técnicos da DRF/Brasilia escolhiam suas vitimas nos próprios computadores da Receita FederaL Outras informações sobre o assunto. Repisa o fato de que não consta em nenhum dos procedimentos e inquéritos provas ou sequer citaçã o de qualquer conduta que o envolva. Discorre sobre conduta dolosa, fraude, para concluir que do exame dos documentos acostados aos autos para caracterizar a infração apontada, em nenhum momento restou provada a existência de conduta ardilosa, eivada de falsidade material ou ideológica relacionada com o surgimento da obrigação tributária. Apenas alega que terceiros cometeram fraudes, aliás do que também não há provas nos autos. Assevera, que a multa imposta de 150% é ilegal e inconstitucional, dado o seu caráter nitidamente confiscató rio e etpropriatório, infringindo o inciso IV, do artigo 150, da Constituição FederaL Cita e ementas de decisões judiciais para corroborar o seu • entendimento de que o valor imposto a titulo de multa é elevado, configurando um verdadeiro confisco. Da cobrança de juros ilegais e acima do permissivo constitucional Questiona a aplicação da taxa SEL1C como juros moratórios, em face de inconstitucionalidade da sua aplicação, uma vez que o percentual utilizado ultrapassa o limite constitucional insculpido no art. 192, § 30 da Constituição Federal, violando, adicionalmente, a legislação tributciria complementar sobre a matéria, notadamente o art. 161, § 1° do CTN, bem como toda a legislação especifica promulgada para o tratamento do tema. Hz — DOS PEDIDOS Requer seja recebida a presente impugnação, por tempestiva, e que no mérito lhe seja dado provimento integraL Por ultimo, requer o direito de apresentar razões complementares e outros documentos, em razão da dificuldade que está encontrando em conseguir comprovantes de pagamentos junto aos beneficiários. A autoridade de primeira instância nos termos do despacho de fls. 101/102 o julgamento do processo foi convertido em diligência para que o autuante juntasse ao processo documentos base da decisão proferida nos autos do processo n° 2004.34.00.046543-5, e, em atendimento, este apresentou os seguintes documentos: 1- Memorando n° 014/2005 SRRF 01/Difis, 2- Oficio n° 2423/05/DPFGO; 3- Mandados de Busca e Apreensão e Auto e Termo Circunstanciados; 4- cópia de documento no qual consta o nome do contribuinte, fls.108; 5- cópia de recibos de entrega das declarações de ajuste anual dos exercícios de 2000 e 2004, fls. 109/110; 6-modelo de correspondência do Sr. José Godinho Pontes, na qual ele devolve documentos ao seu cliente e solicita que seja efetuado o pagamento pelos serviços prestados, 7 • Processo n• 14041.00098512005-14 CCOI/C04 Acórdão 104-23.561 Fls. 8 correspondentes a 5% do valor da restituição recebida, fls. 111; 7- relações de pessoas jurídicas que eram utilizadas para justificar as despesas fictícias inseridas nas declarações retificadoras, fls. 112/117. O autuante destacou, ainda, o fato de que não foram encontrados, dentre o que foi apreendido, documentos que comprovariam as despesas pleiteadas nas declarações do contribuinte. O contribuinte foi devidamente notificado do resultado da diligência e aditou a sua impugnação, conforme fls. 122/125, onde argumenta o seguinte, em síntese: Que os documentos agora carreados aos autos nenhuma ligação, nenhum link faz com o impugnante.Sequer os Mandados Judiciais mencionam seu nome; Que da análise do primeiro documento, "fls. 108 — cópia de • documentos no qual consta o nome do fiscalizado", certifica de forma clara que tal peça teria sido apreendida no município de Itumbiara/GO, local diferente e sem qualquer relação com o seu endereço. Ademais se trata de um documento apócrifo, sem qualquer vínculo ou liame com ele; Quanto ao segundo conjunto de documentos: "fls. 109 e 110: cópias de recibos de entregas das declarações de ajuste anual dos exercícios de 2000 e 2004 "- com muito mais razão de ser, não podem atribuir-lhe a sua autoria. Por não constar a sua assinatura e também por ter sido apreendido em endereço situado na cidade de Itumbiara/GO; Que o mesmo ocorre com as cópias reprogrtificas simples de "fls. 111 — modelo de correspondência do Sr. José Godinho Pontes....". Não consta desta correspondência o seu nome, ademais, sua data fevereiro de 2004, é bem anterior à suposta transmissão das declarações, que se deram em outubro de 2004; Quantos aos documentos de "fls. 112 a 117: relações de pessoas jurídicas que eram utilizadas para justificar as despesas fictícias inseridas nas declarações retificadoras". Também, nada comprova; Confirma-se, assim a tese de defesa apresentada na peça inicial de impugnação, de que não há nos autos qualquer prova de autoria de fraude de sua parte. O que se vê, são indícios de provas, a se confirmar contra terceiros, que usaram o seu nome pretendendo extorquí-lo; Questiona o sistema da Receita Federal que recepciona as declarações de rendimentos; Que tão-logo constatou crédito indevido em sua conta não sacou o valor creditado, como é o caso de R$ 10.628,20, relativo ao exercício de 2000; Que, caso os elementos acima não sejam suficientes para afastar a multa agravada, protesta para que o processo seja novamente baixado em diligência a DRF/Brasília para complementação da diligência requerida. Cita trecho da solicitação da diligência destacando a expressão "e outros"; Processo n° 14041.000985/2005-14 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.581 Fls. 9 Que se apresenta como imprescindível à formação de isenta convicção, sem cerceamento da defesa, a juntada de cópia do procedimento disciplinar que tramita na corregedoria da 1° Região que apura a autoria de fraude em declarações de contribuintes que estariam ligados à operação "Leão Ferido" a que alude o auto de infração, bem como de documentos constantes de inquéritos no Parquet Federal do DF ligado ao mesmo esquema. Em 17 de janeiro de 2007, os membros da 3a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, considerou procedente em parte o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 IRREGULARIDADE DO MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - É regular o MPF quando atendidos, na emissão e prorrogação, os requisitos legais previstos na Portaria SRF n°3.007/2001. • DECADÊNCIA. IRPF. OCORRÊNCIA DE DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO. Aplica-se aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, nos casos de dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial prevista no inciso I, do artigo 173 do C7'N. DEDUÇÕES INDEVIDAS/CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA OFICIAL/DESPESAS MÉDICAS/DESPESAS COM INSTRUÇÃO/ CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA PRIVADA. A apuração pelo Fisco de deduções indevidas de despesas, pleiteadas em declarações de rendimentos retificadoras, de forma reiterada, em vários exercícios, com o objetivo de receber restituições indevidas, caracteriza o ilícito tributário, e justifica o lançamento de oficio sobre os valores subtraídos da base de cálculo do imposto. MULTA DE OFICIO QUALIFICADA Cabível a imposição da multa qualificada de 15094 prevista no art. 44, II, da Lei n° 9.430/1996, restando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadra-se, em tese, dentre as hipóteses tipificadas nos artigos 71, 72 e 73, da Lei n°4.502, de 1964. JUROS DE MORA - TAXA SELJC. É cabível, por expressa disposição legal, a exigência de juros de mora. A partir de 01/04/1995 os juros de mora serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO - Exercício 2000. Lançamento revisto para compensar o valor da restituição não resgatada com o imposto apurado. Lançamento Procedente em Parte. 9 Processo n° 14041.000985/2005-14 Cal/C04 Acórdão n.° 104-23.561 Fls. 10 Desta forma, o voto foi no sentido de rejeitar as preliminares de nulidade por falta de ciência do MPF e decadência e, no mérito JULGAR o lançamento procedente em parte, para alterar o lançamento relativo ao exercício 2000, compensando o valor da restituição não resgatada com o imposto devido apurado, e, manter as demais infrações apuradas. Em conseqüência manter os valores de impostos apurados nesta decisão acrescidos de juros de mora e multa de oficio de 150%. • Cientificado em 20/03/2007, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 19/04/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 237/253, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anteriormente que podem ser sintetizadas da seguinte forma: - A Decisão recorrida confirmo os defeitos do MPF-F, no entanto, conclui de forma contrária a norma legal; - Da decadência do lançamento; - Do não cabimento de compensação de oficio, em razão do reconhecimento da improcedência da autuação a título de glosa de despesas do ano-calendário de 1999; - Do caráter abusivo da multa; - Do caráter confiscatório e expropriatório da multa; - Da cobrança de juros ilegais acima do permissivo constitucional. É o Relatório. • 10 • Processo e 14041.000985/2005-14 CCOPC04 Acórdão n.° 104-23.581 Fls. I I • Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O processo decorre de uma série de glosas de despesas pleiteadas indevidamente em suas declarações de rendimentos retificadoras, referentes aos anos-calendário de 1999 a 2003, apresentadas com a finalidade de aumentar os valores das deduções pleiteadas. A presente ação fiscal teve início em decorrência de operação deflagrada pela Receita Federal, através do cruzamento de informações constantes nos seus bancos de dados. O ilícito consistia na apresentação de declarações retificadoras do IRPF alterando as informações originais, de forma reiterada e sistemática, com a inclusão de deduções inexistentes, com a finalidade de redução da base de cálculo do imposto de renda, e, conseqüentemente, receber restituições indevidas. • Do vicio do MPF. A contribuinte argüiu, como preliminar de nulidade, a falta de intimação ciência da prorrogação do prazo do Mandado de Procedimento Fiscal. a-t -9 Ocorre, no entanto, como já decidiu esta Câmara em outra oportunidade (Acórdão n°. 104-21.690, Sessão de Julgamentos em 23/06/2006, Relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa) as normas que regulamentam a emissão de Mandado de Procedimento Fiscal - MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto eventuais vícios na sua emissão e execução não afetam a validade do lançamento. Diante disso, é evidente que tal preliminar carece de sustentação fática, merecendo, portanto, a rejeição por parte deste Egrégio Colegiado. Da Preliminar de Decadência No que toca a preliminar, o recorrente argüi a decadência do lançamento no que toca ao ano calendário de 1999. Nessa senda, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para os fatos que ocorreram ao longo do ano de 1999, previsto no art. 150, parágrafo 4°, do CTN é de I° de janeiro de 2000, posto que é o 1° dia após a ocorrência do fato gerador. Desta forma, o lançamento poderia ser realizado até a data de 31/12/2004, para que pudesse alcançar os valores percebidos no ano-calendário de 2000. Urge observar, entretanto que ocorreu a qualificação da multa, neste caso a contagem do prazo decadência desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, a teor do art. 173, I do CTN (art. 150, § 4° do CTN). Como o auto de infração foi encaminhado ao contribuinte e recebido por AR (fls.26) 11 Processo n° 14041.000985/2005-14 CC0I/C04 Acórdão n.° 104-23.581 Fls. 12 apenas no dia 20/12/2005, fica claro que caso a qualificação não prospere fica comprometido o lançamento. Como é sabido, o lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributável e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível. Com o lançamento constitui-se o crédito tributário, de modo que antes do lançamento, tendo ocorrido o fato imponível, ou seja, aquela circunstância descrita na lei como hipótese em que há incidência de tributo, verifica-se, tão somente, obrigação tributária, que não deixa de caracterizar relação jurídica tributária. É sabido, que são utilizados, na cobrança de impostos e/ou contribuições, tanto o lançamento por declaração quanto o lançamento por homologação. Aplica-se o lançamento por declaração (artigo 147 do Código Tributário Nacional) quando há participação da administração tributária com base em informações prestadas pelo sujeito passivo, ou quando, tendo havido recolhimentos antecipados, é apresentada a declaração respectiva, para o juste final do tributo efetivamente devido, cobrando-se as insuficiências ou apurando-se os excessos, com posterior restituição. Por outro lado, nos precisos termos do artigo 150 do CTN, ocorre o lançamento por homologação quando a legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o bagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, a qual, tomando conhecimento da atividade assim exercida, expressamente a homologa. Inexistindo essa homologação expressa, ocorrerá ela no prazo de 05(cinco) anos, a contar do fato gerador do tributo. Com outras palavras, no lançamento por homologação, o contribuinte apura o montante e efetua o recolhimento do tributo de forma definitiva, independentemente de ajustes posteriores. Neste ponto está a distinção fundamental entre uma sistemática e outra, ou seja, para se saber o regime de lançamento de um tributo, basta compulsar a sua legislação e verificar quando nasce o dever de cumprimento da obrigação tributária pelo sujeito passivo: se dependente de atividade da administração tributária, com base em informações prestadas pelos sujeitos passivos (lançamento por declaração), hipótese em que, antes de notificado do lançamento, nada deve o sujeito passivo; se, independente do pronunciamento da administração tributária, deve o sujeito passivo ir calculando e pagando o tributo, na forma estipulada pela legislação, sem exame do sujeito ativo - lançamento por homologação, que, a rigor técnico, não é lançamento, porquanto quando se homologa nada se constitui, pelo contrário, declara-se à existência de um crédito que já está extinto pelo pagamento. Importante frisar que independente do recorrente ter apresentado ou não declaração de ajuste anual, no meu entendimento esse fato não altera a conclusão, uma vez que se homologaria o procedimento. No caso o procedimento de nada fazer, não declarar e não pagar. Em suma para definição dessa matéria resta apura se no lançamento é cabível a qualificação da multa. ti 12 e Processo n°14041.000985/2005-14 CCO1 /CO4 Acórdão n.° 104-23.581 RS. n Da Glosa das Despesas O recorrente indica que caberia a autoridade fiscal produzir provas para demonstrar a irregularidade fiscal. É regra geral no direito que o ônus da prova cabe a quem alega. Entretanto, a lei também pode determinar a quem compete provar determinado fato. É o que ocorre no caso das deduções. O art. 11, § 3° do Decreto-Lei n°5.844, de 1943, estabeleceu expressamente que o contribuinte pode ser instado a comprová-las ou justificá-las, deslocando para ele o ônus probatório. Mesmo que a norma possa parecer, em tese, um tanto quanto discricionária, deixando ao talante da autoridade lançadora a iniciativa, neste caso esta agiu albergada em fatos concretos. A inversão legal do ônus da prova, do fisco para o contribuinte, transfere para o impugnante a obrigação de comprovação e justificação das deduções, e, não o fazendo, sofre as conseqüências legais, ou seja, o não cabimento das deduções, por falta de comprovação e justificação. As deduções são expressivas e incomuns e cabe ao fisco, por imposição legal, tomar as cautelas necessárias a preservar o interesse público implícito na defesa da correta apuração do tributo, que se infere da interpretação do art. 11, § 4°, do Decreto-Lei n5.844, de 1943. Portanto, não há que se falar em presunção. Os contribuintes, pessoas fisicas, estão obrigados, dentro de pré-definidas hipóteses, a prestar informações ao Fisco sobre seus rendimentos e operações financeiras, tanto que apresentam regularmente declarações de rendimentos, sendo as informações nelas prestadas de sua exclusiva responsabilidade. Da Multa Qualificada O contribuinte questiona a aplicação da multa qualificada de 150% .No caso concreto em análise, a multa qualificada baseou-se no fato de ter a autoridade lançadora verificado à dedução deliberada de despesas que não ocorreram. A autoridade fiscal lançadora fundamentou a aplicação da multa qualificada de 150% sob a consideração de que ficou evidenciado o intuito de fraude, na medida em que o contribuinte utilizou-se do subterfúgio para deduzir indevidamente valores da base de cálculo do imposto de renda, com a intenção de eximir-se do pagamento de tributos devidos por lei. Assim sendo, entendo, que neste processo, está aplicada corretamente a multa qualificada de 150%, cujo diploma legal é o artigo 44 da Lei n°. 9.430, de 1996, que prevê sua aplicação nos casos de evidente intuito de fraude, conforme farta Jurisprudência emanada deste Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes, bem como da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Como se vê nos autos, o ora recorrente foi autuada sob a acusação de ação dolosa na forma de deduzir valores que sabia não ser permitido. Resta, pois, para o deslinde da controvérsia, saber se os atos praticados pelo sujeito passivo configuraram ou não a fraude fiscal, tal como se encontra conceituada no artigo 72 da Lei n°. 4.502/64, verbis: • "Art. 72 - Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido ou a evitar ou diferir o seu pagamento." 13 Processo n°14041.000985/2005-14 CCOI/C04• Acórdão n.° 104-23.561 Fls. 14 Entendo, que para aplicação da multa qualificada deve existir o elemento fundamental de caracterização que é o evidente intuito de fraude e este está devidamente demonstrado nos autos, através do ato de se beneficiar de deduções indevidas. Isto posto, urge registrar que como a qualificação da multa é devida, aplicar-se-á para apreciar a decadência do lançamento, o art. 173, I do CTN e dentro desse contexto não há como considerar o lançamento decadente. Rejeita-se, portanto a preliminar de decadência suscitada pelo contribuinte. Da Inconstitucionalidade das Normas No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, que determinariam a aplicação de multas e juros de natureza confiscatória, acompanho a posição sumulada pelo 1° Conselho de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n°2). Da Ilegal aplicação da Taxa Selic Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n° 4: "A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SEL1C para títulos federais." Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Ante o exposto, voto REJEITAR as preliminares argüidas e, no mérito por NEGAR provimento ao recurso. Sala das Sessões - DF, em 09 de outubro de 2008 iftV1 I /11446 A ONIO P MA INEZ 14 Page 1 _0014700.PDF Page 1 _0014800.PDF Page 1 _0014900.PDF Page 1 _0015000.PDF Page 1 _0015100.PDF Page 1 _0015200.PDF Page 1 _0015300.PDF Page 1 _0015400.PDF Page 1 _0015500.PDF Page 1 _0015600.PDF Page 1 _0015700.PDF Page 1 _0015800.PDF Page 1 _0015900.PDF Page 1
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Numero do processo: 10980.007694/2002-43
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed May 28 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed May 28 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF
Exercício: 2000
ISENÇÃO - MOLÉSTIA GRAVE - MILITAR - RESERVA - Em conformidade com o artigo 6º, da Lei nº. 7.713, de 1988, os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão, percebidos por portador de moléstia grave, são isentos do imposto de renda. Os proventos recebidos por militar em decorrência de sua transferência para a reserva remunerada, que está contida no conceito de aposentadoria/reforma, são da mesma forma isentos porquanto presente a mesma natureza dos rendimentos, ou seja, decorrentes da inatividade.
Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.195
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para considerar isentos apenas os rendimentos relativos a transferência para a reserva remunerada, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negavam provimento ao recurso.
Matéria: IRF- que ñ versem s/ exigência de cred. trib. (ex.:restit.)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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I ,ygc)n *I„ —4 r• MINISTÉRIO DA FAZENDA -dér PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES - QUARTA CÂMARA - Processo n° 10980.007694/2002-43 Recurso n° 138.543 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.195 Sessão de 28 de maio de 2008 Recorrente NEWTON RODRIGUES Recorrida 4a.TURMA/DRJ-CURITIBA/PR ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Exercício: 2000 ISENÇÃO - MOLÉSTIA GRAVE - MILITAR - RESERVA - Em conformidade com o artigo 6°, da Lei n°. 7.713, de 1988, os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão, percebidos por portador de moléstia grave, são isentos do imposto de renda. Os proventos recebidos por militar em decorrência de sua transferência para a reserva remunerada, que está contida no conceito de aposentadoria/reforma, são da mesma forma isentos porquanto presente a mesma natureza dos rendimentos, ou seja, decorrentes da inatividade. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por NEWTON RODRIGUES. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para considerar isentos apenas os rendimentos relativos a transferência para a reserva remunerada, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negavam provimento ao recurso. -69,1/4 fraj-jjaARIA HELENA CARS. Presidente Processo n° 10980.007694/2002-43 CCOI/C04 • Acórdão n.° 104-23.195 Fls. 2 1 VàtJk;P 101N1 LO M TINEZ Relator FORMALIZADO EM: 02 JUL 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmarm, Heloisa Guarita Souza, Rayana Alves de Oliveira França, Renato Coelho Borelli (Suplente convocado) e Gustavo Lian Haddad. Ausente justificadamente o Conselheiro Pedro Anan Júnior. "4 2 Processo n°10980.007694/2002-43 CCO I/C04 • Acórdão n.° 104-23195 Fls. 3 Relatório NEWTON RODRIGUES, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, interpõe recurso voluntário a este Colegiado (fls. 223) contra a decisão do Delegado da Receita Federal de Julgamento de Curitiba/PR, que julgou procedente o lançamento consubstanciado no Auto de Infração de fls. 185 a 189, relativo ao imposto de renda dos exercícios de 2000, formalizando cobrança de imposto suplementar, acrescido de multa de oficio de 75% e juros de mora. O referido crédito se consubstancia em rendimentos indevidamente considerados como isentos por moléstia grave, dedução indevida com dependentes (esposa e uma das filhas que declaravam em separado, a outra filha por ser maior e contar com 26 anos na época e do neto), dedução indevida com despesa de instrução (referente a exame não comprovado e a Pontificia Universidade Católica por constar o nome da filha que declara em separado) e dedução indevida a título de despesa médica não comprovada. O recorrente impugna o lançamento efetuado, alegando em síntese que não omitiu rendimentos, vez que declarou via Intemet, sendo que os tributos foram retidos na fonte à época e aduz que a presente cobrança está em duplicidade frente a este fato. Afirma, de igual modo, que sofreu infarto agudo do miocárdio, tendo sido submetido a cirurgia em 1996. Data esta em que passou a ser portador de cardiopatia grave de evolução progressiva e prognóstico ruim. Apresenta farta documentação. Porém, salienta o mesmo que teve conhecimento da norma de isenção, que ora pleiteia, anos após a cirurgia, quando então apresentou declaração retificadora para fazer jus ao direito. No tocante à glosa com dependentes, afirma o recoirente que sua filha Luciana continua a ser sua dependente, haja vista ser universitária e solteira. Situação esta que lhe impõe arcar com as despesas com instrução e pessoais da mesma que ultrapassam o montante declarado em separado. De igual modo, informa que sua outra filha, Flávia, apesar de constar com 26 anos de idade é sua depende legal, posto ser portadora de deficiência mental severa, necessitando de escola especializada. Apresenta comprovante em anexo. No mesmo contexto, expõe ser o responsável pelo neto, Bruno, já que vive sob o sustento e às suas expensas. Argumenta que sua filha é mãe solteira. Finaliza a questão da dedução com dependente referindo que está amparado em lei, vez que comprovou, perante a Receita Federal, através de cópias de alterações feitas no Ministério do Exército e por estarem relacionados no Ministério de Defesa. Traz declaração aos autos. Pertinente à dedução indevida com despesas médicas e com instrução, argumenta que apresentou declarações retificadoras de 1996 a 2000. Relata ainda ter comparecido à Receita Federal para apresentar documentos, por várias vezes, sem obter atenção devida, referindo apenas que suas pretensões não estavam amparadas por lei, bem 3 Processo n°10980.00769412002-43 CCO I /C04 • Acórdão n.° 104-23.195 Fls. 4 como informa ter fornecido documentação hospitalar comprovando a realização de três cirurgias cardíacas, gastos com atendimento médico e prontuários médicos. Aduz o recorrente que teve o cano roubado, no qual se encontravam parte de documentação pertinente ao feito. Traz boletim de ocorrência policial. Por fim requer a isenção do Imposto de renda e que a declaração retificadora apresentada para o exercício de 2000 seja considerada somente para fins de isenção por moléstia grave. O Delegado da Receita Federal de Julgamento de Curitiba - PR proferiu decisão (fls. 207/219), pela qual manteve o lançamento consubstanciado no Auto de Infração. Em suas razões de decidir, a autoridade julgadora de primeira instância argumentou, em síntese, que consta como matéria incontroversa a glosa pertinente à dedução com dependente referente à sua esposa que apresentou declaração em separado, por não ter contestado. Aduz o julgador que não existe previsão legal para apreciar a declaração retificadora apenas em parte, como pretende o recorrente. De igual modo, refere que não há reincidência de cobranças de tributos, porquanto que os rendimentos decorrentes de trabalho assalariado estão sujeitos à retenção na fonte como antecipação de imposto devido no ajuste anual. No tocante à isenção do Imposto de Renda por moléstia grave, a autoridade sustenta que dois requisitos devem ser observados: serem os rendimentos provenientes de aposentadoria e possuir o contribuinte laudo médico emitido por serviço médico oficial da União, Estados, Distrito Federal ou dos Municípios, reconhecendo a moléstia e o seu termo de início. Contudo, no caso em tela, refere que o recorrente não comprova ser aposentado. Da mesma forma, o único laudo médico anexado ao pleito não informa a data do inicio da doença, adotando-se a data de sua expedição (24/05/01). Ademais, a autoridade informa não ser competente para atestar a enfermidade e a data em que foi adquirida. Neste sentido, entende o julgador de primeira instância que a isenção deve retroagir tão somente à data de 24/05/01, data esta da expedição do laudo. E por não comprovar a aposentadoria, mantém a exigência da tributação. Quanto à glosa com dependentes, refere que os beneficios concedidos pelo Ministério da Defesa são próprios desta entidade e não se aplicam as demais, vez que a norma a ser respeitada para este fim está disposta na Lei. 9.250/95 e no RIR. Aduz que a dedução de dependentes para o neto está jungida ao termo judicial de guarda e que este não consta nos autos. Desse modo, entende o julgador que não há como considerar esta dedução de despesa. Já quanto à filha Flavia, a autoridade entende que não restou comprovado que a mesma esteja incapacitada para o trabalho, vez que o único documento acostado refere que a mesma necessita freqüentar escola especializada. No que diz respeito a outra filha do recorrente, Luciana, o julgador refere que a mesma exerceu a opção de apresentar declaração em separado, oferecendo à tributação valores, não cabendo considerá-la como dependente do autuado. Ademais, salienta que a intenção fosse deduzir, os rendimentos dela deveriam estar somados aos do recorrente, sendo que não sequer previsão legal para que os valores despendidos e não deduzidos pela filha, na declaração apresentada em separado, possam ser aproveitados pelo pai. 4 Processo n°10980.007694/2002-43 CCO I /C04 Acórdão n.° 104-23.195 Fls. 5 Pertinente às despesas médicas e com instrução, argumenta, a autoridade, que é imprescindível a apresentação de documentação hábil e idônea que comprove as mesmas foram por ele arcadas e referem-se a serviços prestados a ele próprio ou a seus dependentes. Quanto à alegação de roubo dos documentos pertinentes a estas despesas, o julgador atenta para o fato de que podem ser requeridas segundas vias e que o recorrente assim não o fez. Por fim, argumenta o julgador de primeira instância que as provas devem ser juntadas com a impugnação, mas que lhe é garantido juntar documentos em seara de recurso voluntário. Cientificado da decisão singular, na data de 08 de outubro de 2003, o recorrente protocolou o recurso voluntário (fls. 223) ao Conselho de Contribuintes, na data de 03 de novembro de 2003. O recorrente limita-se apenas a requerer a isenção do imposto de renda por ser portador de moléstia grave especificada em lê, a contar de janeiro de 1996. Para tanto junta laudo da Previdência Social em que é atestada a data de início da doença como janeiro do ano de 1996. Neste caminho, junta também a recorrente decisão de primeira instância, da Delegacia de Curitiba, em discussão sobre a mesma matéria, mas referente a período divergente, em que é acatada a data de janeiro de 1996, como termo de início da doença grave e concede o beneficio da isenção para os rendimentos de aposentadoria, tão somente. Esta Câmara ao apreciar o Recurso Voluntário em 15 de Junho de 2005, por unanimidade, votou no Acórdão n°.104-20.739 por dar provimento parcial ao recurso para considerar isentos apenas os rendimentos de aposentadoria percebidos do Ministério do Exercito. Em 21/09/2005, através do arrazoado de fls. 248/250, A d. Procuradoria da Fazenda Nacional opôs embargos de declaração alegando que o laudo que sustenta ser o contribuinte portador de moléstia grave desde 1996, não atesta a data em que o mesmo se tomou inativo no Ministério do Exército, dado essencial para caracterizar a tributabilidade dos rendimentos. Os embargos foram apreciados pela Câmara na sessão de 24 de janeiro de 2007, que julgaram que o decidido no Acórdão se mostra afastado da realidade fática e/ou provas trazidas aos autos, o que recomendaria uma diligência, via Resolução da Câmara, com o objetivo de intimar o contribuinte para que trouxesse a prova da data de sua transferência para a reserva e/ou reforma. O Acórdão No. 104-20.739, de 15/06/2005 foi anulado. Como resposta a diligência o recorrente anexou aos autos dos documentos de fls. 264 a 265, onde visa comprovar a sua inatividade no Exercito desde 1993. É o Relatório. Processo n°10980.007694/200243 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.195 Fls. 6 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. A discussão no presente processo cinge-se à exigência de crédito tributário decorrente do imposto de renda pessoa fisica, relativo ao exercício de 2000. O recorrente considerou como isento os rendimentos de aposentadorias pagos pelo Ministério do Exército, rendimentos de trabalho recebidos da APAE e da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná. No mesmo caminho, foram objetos de glosa dedução com dependentes, dedução de despesas médicas e de instrução. No que toca as deduções referidas acima com dependentes, com despesas médicas e com instrução, estas não foram matérias aportadas em seara de recurso voluntário, bem como não foram juntados documentos comprovando as despesas com instrução, médicas ou rebatidas as argumentações referentes aos dependentes. Neste contexto, entendo restarem incontroversas estas matérias, mantido o lançamento inalterado nesta parte. O que nos resta apreciar é a natureza dos rendimentos recebidos, dentro do contexto de contribuinte portador de moléstia grave. O inciso XXXIII do artigo 39, do Decreto n.o 3000/99, assim dispõe: "Art. 39 - Não entrarão do cômputo do rendimento bruto: XXXIII - os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira ... " No que se refere a moléstia grave especificada em lei, entendo que restou devidamente comprovado o termo de início da doença, qual seja o mês de janeiro de 1996. Ponto incontroverso, entretanto o que não estava claro, é se o recorrente encontrava-se aposentado. Segundo o documento de fls. 264, o recorrente encontrava-se na reserva remunerada do exército nacional. 1-lá aqueles que entendem que a supracitada isenção é dirigida apenas aos contribuintes cuja inatividade se dá mediante reforma. Entretanto, pessoalmente, entendo que a finalidade que norteia a norma de isenção, visa proteger o portador de doença grave prevista em lei, nesse sentido a reserva remunerada nada mais é que a aposentadoria a que se refere o dispositivo isencional acima transcrito. Ora, se para o aposentado civil ao contrair doença grave a lei retroage para a data da constatação da doença grave, por que deveria ser diferente para militar da reserva remunerada, ou seja, contar somente da data em que passou para a condição de reformado, se ambas as situações são fundamentalmente iguais. • 6 Processo n° 10980.007694/2002-43 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.195 Fls. 7 Não seria justo, já que a situação do militar que for para a reserva remunerada é idêntica ao do aposentado civil, ou seja, ambos deixarão de prestar serviços, só que para o militar, em razão de situações especiais de convocação, existe diferença entre ser militar da reserva remunerada e militar reformado. A diferença, restrita à categoria, é apenas que o militar da reserva remunerada poderá ser convocado em situações especiais e retomar ao serviço militar, no mais é tudo igual, podendo o militar ser reformado por ter contraído doença que não permita mais exercer a atividade ou em razão de ter atingida a idade limite de convocação, que tem regra própria para cada graduação ou posto, ou seja, idades variadas, que em regra começa com 60 anos de idade. Em sendo assim, não há como entender o termo "reserva remunerada" como algo diferente da aposentadoria e/ou reforma de que trata a norma isencional, apenas se trata de "nominação própria" em face das peculiaridades de que são titulares os membros das Forças Armadas, conforme previsto no art. 3 do citado Estatuto. A simples negativa ao direito isencional em face da denominação de "reserva remunerada" não retira do contribuinte o direito à isenção dirigida. No caso em comento, afere-se que o recorrente percebe rendimentos de aposentadoria, mas também percebia rendimentos provenientes de trabalho assalariado da APAE e da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná. Porém, como a norma determina que a isenção incidirá apenas sobre rendimentos oriundos da aposentadoria, os demais rendimentos seguem sendo tributáveis e o lançamento em questão deverá ser mantido neste ponto de igual modo. Ante o exposto, voto no sentido de DAR provimento PARCIAL ao recurso para considerar isentos apenas os rendimentos relativos à transferência para a reserva remunerada Sala das Sessões - DF, em 28 de maio de 2008 i—0;14 1I.0 M o-biTINEz / 7 Page 1 _0038800.PDF Page 1 _0038900.PDF Page 1 _0039000.PDF Page 1 _0039100.PDF Page 1 _0039200.PDF Page 1 _0039300.PDF Page 1
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Numero do processo: 10865.002519/2005-29
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Mar 05 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Mar 05 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
OMISSÃO DE RENDIMENTOS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - ARTIGO 42, DA LEI Nº. 9.430, DE 1996 - Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS - VALOR INDIVIDUAL IGUAL OU INFERIOR A R$ 12.000,00 - LIMITE ANUAL DE R$ 80.000,00 - No caso de pessoa física, não são considerados rendimentos omitidos, para os fins da presunção do artigo 42, da Lei n° 9.430, de 1996, os depósitos de valor igual ou inferior a R$ 12.000,00, cuja soma anual não ultrapasse R$ 80.000,00 (§3°, inciso II, da mesma lei, com a redação dada pela Lei n° 9.481, de 1997).
JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1º CC nº 4).
Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.048
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo o valor de R$ 69.652,54 e desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao
percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS - VALOR INDIVIDUAL IGUAL OU INFERIOR A R$ 12.000,00 - LIMITE ANUAL DE R$ 80.000,00 - No caso de pessoa física, não são considerados rendimentos omitidos, para os fins da presunção do artigo 42, da Lei n° 9.430, de 1996, os depósitos de valor igual ou inferior a R$ 12.000,00, cuja soma anual não ultrapasse R$ 80.000,00 (§3°, inciso II, da mesma lei, com a redação dada pela Lei n° 9.481, de 1997). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n° 4). Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ANA PAULO COVOLAN. • ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir Processo n°10865.002519/2005-29 CCO I /CO4 Acórdão n.° 10423.048 Fls. 2 da base de cálculo o valor de R$ 69.652,54 e desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ARIA-HELENA COTTA CARDO Presidente JL (n;. ; l(Yl-FAv/‘ ONIO OPe MAR EZ elator FORMALIZADO EM: .j a AOR 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Remis Almeida Estol. 2 . • Processo n° 10865.002519/2005-29 CC01/C04 Acórdão n.° 104-23.048 Fls. 3 Relatório Em desfavor da contribuinte ANA PAULA COVOLAN foi lavrado o auto de infração de fls. 04/06, acompanhado dos demonstrativos de fls. 07/08 e do Termo de Verificação Fiscal de fls. 10/17 relativo ao imposto sobre a renda de pessoas físicas, ano- calendário 2002, em decorrência de ação fiscal que teve por objeto o exame do cumprimento das obrigações tributárias relativas ao período de 01/2002 a 12/2003 (fl. 01). que resultou a apuração do crédito tributário no valor total de R$ 51.712,95 (cinqüenta e um mil, setecentos e doze reais e noventa e cinco centavos). Na descrição dos fatos indica-se que a fiscalização decorreu da constatação de irregularidade assim descrita no referido auto: "Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação Fiscal ...". A multa de oficio foi aplicada no percentual de 150,00% (cento e cinqüenta por cento), com fundamento no artigo 44, inciso II, da Lei 9.430/1996 (fls. 08). Cientificada em 16/12/2005, irresignada com a consubstanciação do lançamento, a autuada apresentou a impugnação tempestiva de fls. 173/180, onde suscitou, em síntese, os seguintes argumentos extraídos da decisão da autoridade recorrida: - depósito bancário não é renda, não podendo ser considerado como fato gerador do imposto de renda; - conforme se observa do livro caixa, a contribuinte, na qualidade de lojista informal de revenda de veículos, mantinha um grande volume de movimentação financeira, que se refere apenas à entrada e saída de valores relativos à compra de veículos, e não de renda, propriamente dita; - pelo livro caixa pode-se constatar que os saldos finais apurados nos anos de 2002 e 2003 permitiam que a contribuinte apresentasse a declaração de isento; - pode-se observar pela declaração de bens da contribuinte que não houve acréscimo patrimonial nem aquisições que exteriorizassem qualquer sinal de riqueza, apenas a manutenção do patrimônio anterior, não por demais mencionar que conforme se constata nos saldos iniciais e finais das contas correntes da contribuinte, os mesmos apresentam-se de importáncia insignificante comparados à totalidade da movimentação, também retratando a não exteriorização de riqueza; - a atividade de compra e venda de veículos usados nos últimos anos tem resultado constantes prejuízos para seus operadores, face às 43 Processo n° 10865.00251912005-29 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.048 F. 4 facilidades de aquisição de veículos novos a taxas mais confortáveis de financiamento e grande oferta de usados no mercado. Cita jurisprudência; - a cobrança de juros excessivos, superiores à taxa de 12% ao ano, constitui usura pecuniária e a lei de usura também atinge a cobrança de juros por parte do Poder Público; - não há que se falar em multa, quer seja as de natureza punitivas ou moratórias, invocando-se para tanto os argumentos do princípio da igualdade, tendo em vista desigualdades de fortuna entre os homens, ainda, não se pode adequar ao capitulado quanto à sua importância pecuniária, posto que aplicada de forma excessiva e absolutamente indevida; - a multa imposta assume o caráter de abuso fiscal, posto que seu valor supera em muito o do próprio imposto indevidamente reclamado; - sem prova material de existência de fraude fiscal ou sonegação, como definidas em leis federais, a multa por eventual infração de regulamento fiscal, sem má-fé, não pode ser astronômica, nem proporcional ao valor da operação ou do imposto; - não há razão legítima ou legal para esse verdadeiro confisco tributário, que fere o artigo 150, inciso IV da Constituição Federal; - diante da patente insubsistência da autuação, espera ser julgado improcedente o processo, pela inexistência de causas legais e legítimas que lhes dê embasamento, como foi exaustivamente demonstrado; - pleiteia, por fim, seja declarada a total improcedência da exigibilidade e da imposição fiscal, por ser medida a coadunar-se com o Direito e a Justiça. Em 19 de abril de 2006, os membros da 4' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP proferiram Acórdão n°. 14.988 que, por unanimidade de votos, considerou procedente o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2002 Ementa: DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATO GERADOR. Invocando uma presunção legal de omissão de rendimentos, a autoridade lançadora exime-se de provar no caso concreto a sua ocorrência, transferindo o ônus da prova ao contribuinte. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVAS. Somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal relativa regularmente estabelecida. A alegação de que os recursos originaram-se de atividade de comercialização de veículos, respaldada em livros-caixa cujos registros de operação não foram confirmados pelo Fisco não se presta à comprovação pretendida. \kl 4 Processo n°10865.002519/2005-29 CC01/C04 Acórdão n.° 104-23.048 Fls. 5 MULTA DE OFÍCIO E TAXA SELIC. A utilização da taxa SELIC como juros moratórios, assim como a aplicação da multa de oficio decorrem de expressas disposições legais. A apreciação e decisão de questões que versem sobre a constitucionalidade de atos legais são de competência exclusiva do Poder Judiciário. MULTA QUALIFICADA Mantém-se a qualificação da penalidade por evidente intuito defraude. uma vez caracterizado o dolo na utilização de livros-caixa compro vadamente fadados. Lançamento Procedente Cientificada em 18/05/2006, a contribuinte, se mostrando irresignada, apresentou, em 11/10/2006, o Recurso Voluntário, de fls. 271/278, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas no presente relatório, resumidamente aqui elencadas: - Reitera que depósito bancário não é renda; - Afirma que caso seja observado o livro caixa fica patente que a contribuinte na qualidade de lojista informal na venda de veículos, mantinha um grande volume de movimentação financeira; - Questiona a aplicação da taxa selic como juros de mora por ser muito elevado; - Argumenta que não cabe a qualificação da multa, por se tratar de um abuso fiscal. É o Relatório. s Processo n° I 0865.0025 I 9/2005-29 CCO I /CO4 Acórdão n.° 10423.048 Fls. 6 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O lançamento fundamenta-se em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram, em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras, ou seja, pelo artigo 42 da Lei n°9.430/1996, tem-se a autorização para considerar ocorrido o "fato gerador" quando o contribuinte não logra comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, não havendo a necessidade do fisco juntar qualquer outra prova. Via de regra, para alegar a ocorrência de "fato gerador", a autoridade deve estar munida de provas. Mas, nas situações em que a lei presume a ocorrência do "fato gerado?' (as chamadas presunções legais), a produção de tais provas é dispensada. Neste caso, ao Fisco cabe provar tão-somente o fato indiciário (depósitos bancários) e não o fato jurídico tributário (obtenção de rendimentos). No texto abaixo reproduzido, extraído de "Imposto sobre a Renda - Pessoas Jurídicas" (Justec-RJ; 1979:806), José Luiz Bulhões Pedreira sintetiza com muita clareza essa questão: O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocando-a, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume - cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei n° 9430/1996 cuida de presunção relativa (juris tantum) que admite a prova em contrário, cabendo, pois, ao sujeito passivo a sua produção. Nesse passo, como a natureza não-tributável dos depósitos não foi comprovada pelo contribuinte, estes foram presumidos como rendimentos. Assim, deve ser mantido o lançamento. Antes de tudo cumpre salientar que a presunção não foi estabelecida pelo Fisco e sim pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Tal dispositivo outorgou ao Fisco o seguinte poder: se provar o fato indiciário (depósitos bancários não comprovados), restará demonstrado o fato jurídico tributário do imposto de renda (obtenção de rendimentos). Assim, não cabe ao julgador discutir se tal presunção é equivocada ou não, pois se encontra totalmente vinculado aos ditames legais (art. 116, inc. III, da Lei n° 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do ‘Código Tributário Nacional - CTN). Nesse passo, não é dado apreciar questões que im ortem a 6 Processo n° 10865.002519/2005-29 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.048 F. 7 negação de vigência e eficácia do preceito legal que, de modo inequívoco, estabelece a presunção legal de omissão de receita ou de rendimento sobre os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42, caput, da Lei n°9.430/1996). No que toca ao argumento de que a contribuinte atuava informalmente no ramo de revenda de veículos, a autoridade recorrida já apreciou na decisão recorrida, ponto ao qual por não encontrar qualquer reparo a utilizo, como parte deste voto: DAS OPERAÇÕES CONSTANTES DO LIVRO-CAIXA 30 A impugnante, afirmando atuar informalmente no ramo de revenda de veículos, tece considerações sobre as peculiaridades da atividade e, para eximir-se da infração que lhe foi imputada, apresenta argumentos apoiando-se nas operações consignadas nos livros-caixa apresentados no curso da ação fiscal. 31 Contudo, os livros-caixa foram desconsiderados pela fiscalização. Conforme dá conta o Termo de Verificação de Infração Fiscal, as operações neles apontadas não foram confirmadas pelos exames realizados durante a ação fiscal. O autuante demonstra sobejamente suas afirmações, comparando tais operações com os históricos dos veículos enviados pelo Ciretran de Santa Bárbara D 'Oeste e apontando operações registradas em diferentes livros-caixa apresentados pelos familiares que se encontravam sob fiscalização. A impugnante, por sua vez, não traz aos autos qualquer elemento que possa refutar as afirmações do autor do feito no que concerne à veracidade das informações constantes dos livros-caixa. 32 Assim, devem as mesmas ser desconsideradas, do que resulta inalterada a presunção de omissão de rendimentos legalmente estabelecida, por ausência de justificativa da origem dos depósitos bancários em tela. 33 Pelas mesmas razões, deixa-se de apreciar as alegações baseadas nos registros dos livros-caixa. É oportuno para o caso concreto, recordar a lição de MOACYR AMARAL DOS SANTOS: "Provar é convencer o espírito da verdade respeitante a alguma coisa." Ainda, entende aquele mestre que, subjetivamente, prova 'é aquela que se forma no espírito do juiz, seu principal destinatário, quanto à verdade deste fato". Já no campo objetivo, as provas "são meios destinados a fornecer ao juiz o conhecimento da verdade dos fatos deduzidos em juízo." Assim, consoante MOACYR AMARAL DOS SANTOS, a prova teria: a)um objeto - são os fatos da causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas panes como fundamento da ação; b)uma finalidade - a formação da convicção de alguém quanto à existência dos fatos da causa; c)um destinatário - o juiz. As afirmações de fatos, feitas pelos litigantes, dirigem-se ao juiz, que precisa e quer saber a verdade 7 Processo n° 10865.002519/2005-29 CCOI/C04 Acórdão n.° 101-23.0413 Fls. 8 quanto aos mesmos. Para esse fim é que se produz a prova, na qual o juiz irá formar a sua convicção. Pode-se então dizer que a prova jurídica é aquela produzida para fins de apresentar subsídios para uma tomada de decisão por quem de direito. Não basta, pois, apenas demonstrar os elementos que indicam a ocorrência de um fato nos moldes descritos pelo emissor da prova, é necessário que a pessoa que demonstre a prova apresente algo mais, que transmita sentimentos positivos a quem tem o poder de decidir, no sentido de enfatizar que a sua linguagem é a que mais aproxima do que efetivamente ocorreu. Os documentos apresentados nos moldes dos disponibilizados pela recorrente, padecem de poder de convencimento. Não é absurdo supor que os mesmos tenham sido elaborados para retratar uma realidade que lhe seja favorável. O convencimento das provas é um requisitos indispensável. Cabe, entretanto a favor do recorrente apontar um fato relevante ignorado pela autoridade lançadora e a julgadora de 1 instância. Apesar da contribuinte não ter alegado, percebe-se da analise dos autos que os valores movimentados na conta bancária da recorrente, e que embasaram o lançamento, correspondem a R$ 82.219,22, no ano calendário de 2002. Desta forma, resta verificar se o procedimento fiscal atentou ao limites disposto na legislação vigente. Para uma correta elucidação acerca deste ponto cabe transcrever os excertos legais pertinentes: Art 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1° O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2° Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3° Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: 1- os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II - no caso de pessoa fisica, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano-calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). (Alterado pela Lei n°9.481, de 13.8.97) (grifos postos) )( , . . Processo e 10865.002519/2005-29 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.048 Fls. 9 Depreende-se do excerto transcrito que não se pode considerar, para efeitos de determinação da receita omitida, os depósitos individuais inferiores a quantia de R$ 12.000,00, desde que o somatório destes não ultrapassem o valor de R$ 80.000,00. Sendo assim, resta claro que apenas os valores de depósitos não comprovados superiores a R$ 12.000,00 devem ser considerados como omissão de receitas. Apurando-se por planilhas os valores lançados como omissão depósitos bancários por ano identificam-se as seguintes planilhas: Ano Calendário 2002 Mews Dep. <=1*11000 Dep. >R512000 Total de Depósitos jan/02 4.036,C0 - 4.006,00 fev/ 02 2242,26 2.242,26 mar/02 4.154,83- 4.154,83 abr/02 a563,64- a563,64 mai/02 5.523,17- 5.523,17 jun/02 10.420,83- 10.420,83 jul/02 7.941,87- 7.941,87 a93/ 02 5.612,75- 5.612,75 set/02 5.897,22- 5.897,22 out/02 5.373,95- 5.373,95 nov/02 1333,17 12566,68 13.899,85 dez/02 13.552,85 13.552,85 Totais 69.652,54 12566,68 82219,22 Depreende-se da análise da planilhas que no ano objeto do lançamento, foram considerados como omissão de rendimentos depósitos de valor inferior a R$ 12.000,00, que não totalizaram no ano a importância de R$ 80.000,00. Da Inaplicabilidade da Selic como Taxa de Juros Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n° 4: "A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federaiC Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Da Multa Qualificada No caso concreto em análise, a multa qualificada baseou-se no fato de ter a autoridade lançadora constatado a produção de um suposto livro de caixa, única e exclusivamente para justificar os depósitos bancários. Urge registrar que para que fosse cabível a qualificação da multa, a fraude deveria estar relacionada com os depósitos bancários que deram origem a presunção de omissão de rendimentos. O fato de a recorrente apresentar um livro caixa falso, não qualifica o ‘1(7lançamento, pois o mesmo foi baseado na presunção baseada em depósitos bancários. C o o 9 • • • • Processo n° 10865.002519/2005-29 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.048 Fls. 10 lançamento fosse decorrente de glosa de despesas de livro caixa e o contribuinte tivesse apresentado um livro forjado, ai sim seria oportuna a qualificação da multa. Ante o exposto voto por DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo o valor de R$ 69.652,54 e desqualificar a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%. • Sala 4as Sessões - DF, em 05 de março de 2008 N /ta 0,44; ONIO MAP3NEZ 10 Page 1 _0005300.PDF Page 1 _0005400.PDF Page 1 _0005500.PDF Page 1 _0005600.PDF Page 1 _0005700.PDF Page 1 _0005800.PDF Page 1 _0005900.PDF Page 1 _0006000.PDF Page 1 _0006100.PDF Page 1
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Numero do processo: 11516.002329/2001-19
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Jun 26 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Jun 26 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2000
LIVRO CAIXA - DESPESAS - O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não-assalariado poderá deduzir as despesas previstas na legislação como necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, desde que devidamente comprovadas e escrituradas em Livro Caixa.
DEDUÇÃO LIVRO CAIXA - Não são pertinentes as deduções em livro caixa de despesas com locomoção e transporte, quando não se tratar da hipótese legal descrita na alínea "b", do §1º, do art. 6º, da Lei 8.134, de 1990 (representante comercial).
Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.321
Decisão: ACORDAM os Membros Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções de livro-caixa no valor de R$ 1.673,90, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ')."-enn5 QUARTA CÂMARA Processo n° 11516.002329/2001-19 Recurso n° 159.538 Voluntário Matéria IRPF Acérdlo le 104-23.321 Sessio de 26 de junho de 2008 Recorrente NARCISO GRANDI Recorrida 35• TURMPJDRJ-FLORIANOPOLIS/SC AssuNro: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2000 LIVRO CAIXA - DESPESAS - O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não-assalariado poderá deduzir as despesas previstas na legislação como necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, desde que devidamente comprovadas e escrituradas em Livro Caixa. DEDUÇÃO LIVRO CAIXA - Não são pertinentes as deduções em livro caixa de despesas com locomoção e transporte, quando não se tratar da hipótese legal descrita na alínea "b", do §1", do art. 6°, da Lei 8.134, de 1990 (representante comercial). Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, de recurso de recurso interposto por NARCISO GRANDI. ACORDAM os Membros Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções de livro-caixa no valor de R$ 1.673,90, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. .I1S)hts, HELENA COTTA CARDOZ QN Presidente Processo n°11516.00232912001-19 CCO I /C04 Acórdão n°104-23.321 Fls. 2 114.1 ONIO O O MA TINEZ Relator FORMALIZADO EM: 19 A Gü 2009 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Renato Coelho Borelli (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. 2 Processo n° 11516.002329/2001-19 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.321 Fls. 3 Relatório Em desfavor de NARCISO GRANDI foi lavrado o auto de infração exige-se a quantia de R$ 7.921,09 a título de Imposto de Renda Pessoa Física - IRPF - Suplementar do ano-calendário 1999, com incidência de multa de oficio de 75% e juros de mora, mais a Restituição Indevida a Devolver de R$ 19.090,17 (antes da correção), decorrente das seguintes infrações: I - Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Física - Trabalho Sem Vinculo Empregaticio, recebidos das Lojas Americanas S/A, CPF n° 33.014.556/0001-96: dedução alterada de R$ 213.187,60 para R$ 218.365,60. II - Glosa de Despesas a titulo de Livro Caixa: alterada de R$ 103.028,70 para R$ 7.442,30. III - IRRF: alterado de R$ 41.644,80 para R$ 42.423,75. Como conseqüência, o Imposto a Restituir de R$19.090,17 já restituído, apurado na declaração de rendimentos apresentada (fls. 38), foi alterado para Imposto a pagar de R$7.921,09, lançado como Imposto Suplementar com multa de 75% e juros. Na impugnação apresentada em 04/12/2001, o interessado manifesta as seguintes pretensões, extraídas da decisão recorrida: - Nulidade do lançamento. A seu ver o auto de infração padece de dois vícios: falta de numeração e ausência de Mandado de Procedimento Fiscal que autorizasse o procedimento fiscal, nos termos constantes da Portaria SRF n° 1.265, de 22 de novembro de 1999. - Defende a dedutibilidade das despesas referentes a serviços de digitação que contratou, pois entende que, embora não correspondam a pagamentos de remuneração de terceiros, com vinculo empregatício, o disposto no inciso III do art. 6° da Lei n° 8.134/90 autoriza a dedução. Nesse sentido também citou a Lei n° 9.250/95, art. 8°, "g"; o Parecer Normativo CST n° 392/70, e o art. 75 do RIR199. - Argumenta desenvolver atividade de perito contábil, por força da qual necessita recorrer a serviços de digitação, dada a extensão e à complexidade dos relatórios que elabora. - Reforça sua posição argumentando que "os profissionais de digitação são autônomos, e computaram em suas declarações de pessoa fisica os valores recebidos da fonte pagadora, no caso, o Impugnante". Foram juntadas aos autos cópias de três declarações de rendimentos do ano- calendário 1999, nas quais o interessado consta como fonte pagadora. - Argumenta que as demais despesas relativas ao Livro Caixa glosadas correspondem a gastos necessários à manutenção de seu escritório, 3 Processo re 11516.002329/2001-19 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.321 Fls. 4 encontrando guarida no inciso IV do art. 6° da Lei n° 8.134/90, e acrescenta: - IPTU e Telefone Residencial - aproveitou apenas 20% dessas despesas, tendo em vista o fato de seu escritório estar, temporariamente, funcionando no andar térreo de sua residência; - Limpeza do Escritório - argumenta que seu escritório era uma sala separada da residência, que precisava de limpeza diferenciada e com contratação de serviço especifica; - Material de consumo e de escritório, consertos, estacionamento, assinatura de jornal, correios e xerox, gasolina, táxi e seguro da moto - alega que são todas despesas relativas às atividades normais do escritório; - Gastos com táxi, gasolina (para moto), correios e xerox são absolutamente normais em qualquer escritório, sendo inadmissível sua glosa, eis que indispensáveis ao desenvolvimento normal da atividade. Necessário, também, esclarecer que a dedução das despesas com o jornal Diário Catarinense se impõe, porquanto sua assinatura decorre da necessidade de obtenção diária dos indicadores econômicos, tais como TR, Selic, IRRF, INPC, IPCR, Dólar, entre outros. - Registra estar impugnando a multa de oficio e os juros de mora, argumentando que seu afastamento será decorrência do afastamento do principal impugnado sob os argumentos já mencionados. Em 09 de fevereiro de 2007, os membros da 3' turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis, proferiram o Acórdão 9.350, que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento. Em decorrência do acolhimento parcial do direito de dedução pleiteado, fica afastada a exigência do 1RPF Suplementar no valor de R$ 7.921,09, bem como parte da Restituição Indevida a Devolver (ainda sem correção) no valor de R$ 14.181,79, restando exigível a parcela de R$ 4.908,38, como demonstrado na tabela abaixo: Apuração e Cálculo do IRPF 1999 Anuracão e Cálculo do i nosto Em Reais Em Reais 1 - Rendimentos Tributáveis 218.365,60 2 - Deduções Permitidas (99.958,46) - Dependentes 2.160,00 - Despesas com Instrução 1.814,73 - Despesas Médicas 5.095,33 - Livro Caixa 90.888,40 3 - Base de Cálculo (1 -2) 118.407,14 4 -Imposto (3 x aliquota 27,5% - R$4.320,00) 28.241,96 5 - IRRF (42.423,75) 6- Imposto a Restituir Calculado (4 - 5) 14.181,79 7 - Imposto Restituido conforme Declarado 19.090,17 8 - Restituição Indevida a Devolver - Exigível (6 - 7) 4.908,38 4 Processo n° 11516.002329/2001-19 CCO I /UM Acórdão ri! 104-23.321 Fls. 5 Devidamente cientificado acerca do teor do supracitado Acórdão, em 15/03/2007, conforme AR de fls. 65, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 13/04/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 66/74, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anterionnente no presente relatório, aditando especialmente os seguintes pontos: - que durante o exercício fiscal em exame o recorrente exercia a atividade econômica de contador perito. - o escritório para prestação de serviços estava localizado em sua residência em Sala contígua e independente, possuindo banheiro, armários, mesas, cadeiras, computadores, impressoras e mais um aparelho de fax. - questiona a glosa da conta do telefone celular em nome de Vera Maria Grandi, tendo em vista que o referido telefone sempre foi utilizado pelo recorrente. Sendo a senhora Vera Maria Grandi esposa do recorrente; - questiona a glosa do material de escritório, apresentado notas fiscais junto com a impugnação visando comprovar as despesas efetuadas. Entende absurdo imaginar um escritório de contabilidade sem gastos de matéria de escritório; - questiona a glosa de serviços de advocacia que foram glosados, pagos ao escritório Raitini e Dreher localizado em Curitiba. Referentes a assistência que esse escritório de advocacia prestava ao perito. - questiona a glosas de manutenção da moto, por entender que não se tratam de gastos do perito mas de exigências da própria atividade comercial. - questiona a glosa dos serviços contratados sem vínculo empregatício prestados por Maria da Gloria. Essas despesas foram realizadas esporadicamente para atender urna necessidade especifica do contador. É o Relatório. 5 Processo e 11516.002329/2001-19 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.321 Fl.s. 6 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O recurso concentra-se na discussão das glosas de despesas do livro caixa: Da glosa da conta do telefone celular em nome de Vera Maria Grandi. Apesar de verossímeis os argumentos do recorrente, não há como acolher a dedução de despesas de telefone com outra pessoa, ainda que sendo a própria esposa. Da glosa do material de escritório. As atividades comerciais são legalmente regulamentadas. Seus atos, via de regra, obedecem a formalidades. Emitir notas fiscais é obrigação legal. Todo tomador do serviço ou comprador de mercadorias pode e deve exigir a emissão de tais documentos. Estes são imprescindíveis para a fruição de beneficios fiscais (deduções). Principalmente quando tais beneficios se subordinam à especificação irrefutável do tipo de despesa, como é o caso das deduções do livro caixa, que se submetem a requisitos que só podem ter o seu cumprimento avaliado mediante a confrontação entre a operação perfeitamente identificada (tomador/comprador, serviço/mercadoria, etc.) e a atividade exercida pelo contribuinte. Diante do exposto e tendo em vista as notas fiscais acostadas relativas a glosas de despesas do livro caixa, é de se restabelecer as seguintes despesas no valor de R$ 1.673,90. Notas Rscais Folhas Ri 50,00 fls95 5 6,10 f1s.97 R; 560,00 fls.105 5 88,30 fls108 R; 183,00 fls.117 R; 266,00 f I s. 121 F$ 66,03 f1s.123 R; 66,03 fls.124 5 60,00 fls.127 R; 52,50 fls.132 5 88,65 f1s.133 5 35,65 fls.138 R; 81,50 fls.141 1,20 fls.142 5 69,00 fls.144 R$ 1.673,93 6 Processo e 11516.002329/2001-19 CCO 1/C04 Acórdão n.° 104-23.321 Fls. 7 Da glosa de serviços de advocacia. Segundo a autoridade recorrida, "A glosa deve ser mantida, pois os gastos relativos a demandas judiciais somente podem ser abatidos dos rendimentos correspondentes na declaração de rendimentos, nas ações em que seja parte, por ocasião do recebimento decorrente de decisão favorável. Além disso, o interessado não comprovou tratar-se de despesa indispensável ao desenvolvimento de suas atividades." O recorrente indica que os advogados lhe dariam suporte nos serviços oferecidos, entretanto não apresenta prova de tais fatos. Da glosa das despesas de manutenção de moto. Quanto às glosas das despesas de manutenção de motos, o impugnante considera necessárias para a coleta de documentos, verifica-se que o art. 75 do Regulamento do Imposto de Renda - RIR!! 999, aprovado pelo Decreto n.o 3.000, de 1999, só pennite a dedução de despesas de locomoção e transporte no livro caixa em uma hipótese, ficando implícito que a proíbe em todas as demais hipóteses. Da glosa dos serviços contratados sem vinculo empregaticio prestados por Maria da Gloria. A legislação tributária para o caso concreto é clara, os Serviços contratados sem vínculo empregaticio (Serviço Glorinha, R$800,00 em agosto) não podem ser lançados como despesas no livro caixa. O interessado continua a não apresentar comprovação de vínculo empregatício ou do tipo do serviço realizado e de seu caráter indispensável para a manutenção da fonte produtora não é dedutivel. Ante ao exposto, voto por DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer as deduções do livro caixa no valor de R$ 1.673,90. Sala das Sessões - DF, em 26 de junho de 2008 14/ A ONI Li/dARTINEZ 7 Page 1 _0021700.PDF Page 1 _0021800.PDF Page 1 _0021900.PDF Page 1 _0022000.PDF Page 1 _0022100.PDF Page 1 _0022200.PDF Page 1
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Numero do processo: 11522.000041/2003-84
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Mar 05 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Mar 05 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1998, 1999
DECADÊNCIA - Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador que, tratando-se de tributação de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador. Com a qualificação da multa, a contagem do prazo decadencial desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (arts. 173, I e 150, § 4º, do CTN).
EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidôneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de ofício qualificada.
MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO - CONCOMITÂNCIA - Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.430, de 1996), quando em concomitância com a multa de ofício (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo.
Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 104-23.050
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a infração relativa aos depósitos bancários e a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio (itens 3 e 4 do Auto de Infração), nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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I eS';'s MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo n° 11522.000041/2003-84 Recurso n° 156.635 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.050 Sessão de 05 de março de 2008 Recorrente LUIZ HELOSMAN DE FIGUEIREDO Recorrida 33• TURMA/DRJ-BELÉM/PA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1998, 1999 DECADÊNCIA - Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador que, tratando-se de tributação de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador. Com a qualificação da multa, a contagem do prazo decadencial desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (arts. 173, I e 150, § 4°, do CTN). EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidõneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de oficio qualificada. MULTA ISOLADA DO CARNÉ-LEÃO E MULTA DE OFICIO - CONCOMITÂNCIA - Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430, de 1996), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por LUIZ HELOSMAN DE FIGUEIREDO yik 1\kt e Processo n°11522.000041/2003-84 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 2 ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a infração relativa aos depósitos bancários e a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio (itens 3 e 4 do Auto de Infração), nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ?"44,-esttk. ARIA HELENA COTTA CARDOZ Presi ente AlFtv v (to 1.11. INEZNTONIOP MA Relator FORMALIZADO EM: 30 MA 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloísa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Remis Almeida Estol. 2 Processo n° 11522.000041/2003-84 COD I /CO4 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte LUIZ HELOSMAN DE FIGUEIREDO foi lavrado o auto de infração de fls. 493-512, relativo a Imposto de Renda da Pessoa Fisica, dos anos- calendário 1997 e 1998, no valor de R$ 44.664,89, compreendendo o principal, a multa de oficio e os juros de mora calculados até 30/12/2003. O contribuinte tomou ciência do lançamento em 23/01/2003 (fls. 516). Na descrição dos fatos indica-se que as supostas infrações cometidas foram: (a) omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas (quotas de serviço); (b) omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas; (c) omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada; (d) falta de recolhimento do IRPF devido a carnê-leão. Cientificado do lançamento em 23/01/2003, o contribuinte apresentou impugnação de fls. 517-527, em 20/02/2003, na qual alegou, em síntese: DECADÊNCIA Decadência do ano-calendário 1997. AUTUAÇÃO POR PRESUNÇÃO. Na folha 495 está claro a falta de critério dos auditores fiscais, que alegam ter o recorrente recebido repasses de cota de passagens. O que deixaram de descrever é que tais valores foram pagos diretamente à agência de viagens, por meio empenho e notas fiscais de prestação de serviço. Mais uma vez a Fiscalização presume que houve reembolso da agência de viagens ao sujeito passivo por mera coincidência de dígitos e por proximidade de datas. A própria fiscalização se confunde quando quer tributar valor que não lhe é devido conforme demonstra em sua fl. 498, ao alegar que as cotas de passagens foram pagas mediante empenho, "(mas foi pago empenho referente cotas de passagem)". A fiscalização em sua folha esbarra sempre que a cobrança do imposto está relacionada a fatos, indícios de repasses, baseado em suposições de outros parlamentares, mas em hipótese alguma consegue comprovar que houve o repasse a este contribuinte folhas 503-504. A fiscalização em sua folha 505 intimou o contribuinte que, em resposta, informou que os valores recebidos não foram convertidos em 3 ' Processo n°11522.000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 4 pecúnia, pelo fato inclusive dos pagamentos terem sido pagos diretamente à agência de viagens. A fiscalização, ainda na fls. 305, cita outros parlamentares que em função do sigilo, o nome do deputado foi omitido uma vez que não se referia ao parlamentar ora autuado. Como se percebe a fiscalização sempre acha outro culpado, nunca este contribuinte. A fiscalização em sua comodidade preferiu usar o Livro de Registro de Duplicatas da agência de viagens (fls. 297-350), com a alegação de que não foi suficiente para lastrear o valor das cotas de passagens (351 e 354), sendo a diferença repassada ao parlamentar (pura presunção), visto ser da fiscalização a obrigatoriedade de apurar os fatos, devendo para isso utilizar da movimentação bancária da agência, livro caixa, enfim outro modo seguro e legal para a devida apuração, basta lembrar que o registro de duplicatas não tem amparo legal por ser lançado por leigo, e não por um profissional técnico habilitado. A falta de prova contra este contribuinte é tão notória que a própria fiscalização, em sua fls. 506, alega que não foi localizado cheque nominal ao parlamentar ora autuado. A fiscalização tentou em toda sua discrição narrada associar este parlamentar aos outros. Note-se que a todos os outros parlamentares havia cheques nominativos emitidos pela agência de viagens, o que não aconteceu para este corrente. Aduziu diversos argumentos em relação aos depósitos bancários. Em 31 de outubro de 2006, os membros da 3' Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belém proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares, e considerou procedente o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1997, 1998 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improflcuos os julgados administrativos trazidos pelo sujeito passivo, pois tais decisões não constituem normas complementares do Direito Tributário, já que foram proferidas por órgãos colegiados sem, entretanto, uma lei que lhes atribuísse eficácia normativa, na forma do artigo 100, II, do Código Tributário Nacional. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MULTA. JUROS DE MORA. BASE LEGAL. Os preceitos, que serviram de base para a autuação, possuem presunção de legitimidade, por serem expressão da lei. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. ALTERAÇÃO. INEXATIDÃO MATERIAL E ERRO DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DE NORMAS E FATOS JURÍDICOS. IMPOSSIBILIDADE. 4 Processo n° 11522.000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 5 A mudança na decisão de 1" instância possui fundamento exclusivamente em inexatidões materiais e erros de cálculo, não podendo o artigo 32 do Decreto n° 70.235/1972 servir de base legal para recurso da Delegacia de origem visando alterar interpretação de normas e fatos jurídicos efetuada pela Delegacia de julgamento. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÁNCL4. RECURSO DA DELEGACIA DE ORIGEM INEXISTÊNCIA. lnexiste recurso (nem mesmo os embargos declaratórios) a ser manejado pela Delegacia da Receita Federal - da qual se originou o lançamento - contra a decisão de I" instância. Isso porque não há previsão legal para tanto e os recursos, seja administrativos, seja judiciais, se submetem ao princípio da taxatividade. Assim, os acórdãos da Delegacia de julgamento só podem ser contestados pelo contribuinte, por meio do recurso voluntário, na forma do artigo 33 do Decreto n° 70.235/1972, sem prejuízo da possibilidade de remessa necessária (que não é recurso), nos termos do artigo 34 do mesmo Decreto. Todavia, a decisão de I" instância pode ser alterada, somente de oficio ou a requerimento do sujeito passivo, na hipótese de inexatidão material e erro de cálculo. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1997 DECADÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO. FATO GERADOR.. Nas hipóteses sujeitas à contagem do prazo de decadência na forma do art. 150, § 4°, do CTN, ocorrendo dolo, fraude ou simulação, esse prazo passa a ser contado na forma do art. 173, inciso 1, do CTIV, com termo inicial no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1997, 1998 PARLAMENTAR. QUOTAS OPARA PASSAGENS. Deve o contribuinte rebater a pretensão Fiscal de forma coerente e com meios de prova idôneos, nos termos dos artigos 15 e 16, inciso III e § 4°, do Decreto n° 70.235/1972. A resistência do sujeito passivo não se sustenta sem a desincumbência de seu encargo probatório e o conjunto de indícios simples configuraram uma prova complexa em seu desfavor. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei n.° 9.430/1996, vigente a partir de I° de janeiro de 1997, estabeleceu, em seu artigo 42, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito. PRESUNÇÃO JURIS TAIV7'UM. INVERSÃO DO ÓNUS DA PROVA. yFATO INDICIÁRIO. FATO JURIDICO TRIBUTÁRIO. A presunção 5 Processo n° 11522.000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 6 legal juris tantum inverte o ônus da prova. Nesse caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde efetivamente à obtenção de rendimentos (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário (depósito bancário); e ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. QUALIFICAÇÃO DA MULTA. ERRO NA DENOMINAÇÃO. FATOS APRESENTADOS. Procede a qualificação da multa quando o fato narrado pela autoridade autuante se adequa perfeitamente à descrição do crime de sonegação prevista pelo artigo 71, inciso 1, da Lei n° 4.502/1964, independentemente da denominação utilizada, porque o acusado deve se defender dos fatos apresentados. Lançamento Procedente A decisão de primeira instância anulou acórdão previamente formulado de fls. 529 a 536 por verificar que no mesmo constavam erros materiais relevantes. Cientificado em 23/11/2006, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 19/12/2006, o Recurso Voluntário, de fls. 558/568, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas. É o Relatório. 6 Processo n° 11522.000041/200344 CO I/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 7 • Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Da Preliminar de Decadência. No que toca a preliminar, o recorrente argüi a decadência do lançamento no que toca ao ano calendário de 1997. Nessa senda, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para os fatos que ocorreram ao longo do ano de 1997, previsto no art. 150, parágrafo 4°, do CTN é de 1° de janeiro de 1998, posto que é o 1° dia após a ocorrência do fato gerador. Desta forma, o lançamento poderia ser realizado até a data de 31/12/2002, para que pudesse alcançar os valores percebidos no ano-calendário de 1997. Urge observar, entretanto que ocorreu a qualificação da multa, neste caso a contagem do prazo decadência desloca-se para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, a teor do art. 173, I do CIN. (art. 150, § 4° do CTN). Como o auto de infração foi encaminhado ao contribuinte e recebido por AR (fls. 26) apenas no dia 23/01/2003, deste modo caso a qualificação prospere fica mantido o lançamento. Como é sabido, o lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributável e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível. Com o lançamento constitui-se o crédito tributário, de modo que antes do lançamento, tendo ocorrido o fato imponível, ou seja, aquela circunstância descrita na lei como hipótese em que há incidência de tributo, verifica-se, tão somente, obrigação tributária, que não deixa de caracterizar relação jurídica tributária. É sabido, que são utilizados, na cobrança de impostos e/ou contribuições, tanto o lançamento por declaração quanto o lançamento por homologação. Aplica-se o lançamento por declaração (artigo 147 do Código Tributário Nacional) quando há participação da administração tributária com base em informações prestadas pelo sujeito passivo, ou quando, tendo havido recolhimentos antecipados, é apresentada a declaração respectiva, para o juste final do tributo efetivamente devido, cobrando-se as insuficiências ou apurando-se os excessos, com posterior restituição. Por outro lado, nos precisos termos do artigo 150 do CTN, ocorre o lançamento por homologação quando a legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, a qual, tomando conhecimento da atividade assim exercida, expressamente a homologa. Inexistindo essa homologação expressa, \r.ocorrerá ela no prazo de 05(cinco) anos, a contar do fato gerador do tributo. Com outras 7 • Processo n° 11522.000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 8 palavras, no lançamento por homologação, o contribuinte apura o montante e efetua o recolhimento do tributo de forma definitiva, independentemente de ajustes posteriores. Neste ponto está a distinção fundamental entre uma sistemática e outra, ou seja, para se saber o regime de lançamento de um tributo, basta compulsar a sua legislação e verificar quando nasce o dever de cumprimento da obrigação tributária pelo sujeito passivo: se dependente de atividade da administração tributária, com base em informações prestadas pelos sujeitos passivos (lançamento por declaração), hipótese em que, antes de notificado do lançamento, nada deve o sujeito passivo; se, independente do pronunciamento da administração tributária, deve o sujeito passivo ir calculando e pagando o tributo, na forma estipulada pela legislação, sem exame do sujeito ativo - lançamento por homologação, que, a rigor técnico, não é lançamento, porquanto quando se homologa nada se constitui, pelo contrário, declara-se à existência de um crédito que já está extinto pelo pagamento. Importante frisar que independente do recorrente ter apresentado ou não declaração de ajuste anual, no meu entendimento esse fato não altera a conclusão, uma vez que se homologaria o procedimento. No caso o procedimento de nada fazer, não declarar e não pagar. Em suma para definição dessa matéria resta apurar se no lançamento é cabível a qualificação da multa. Da Presunção baseada em Depósitos Bancários. Parte do lançamento fundamentou-se em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram, em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras, ou seja, pelo artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, tem-se a autorização para considerar ocorrido o "fato gerador quando o contribuinte não logra comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, não havendo a necessidade do fisco juntar qualquer outra prova. Via de regra, para alegar a ocorrência de "fato gerador", a autoridade deve estar munida de provas. Mas, nas situações em que a lei presume a ocorrência do "fato gerado?' (as chamadas presunções legais), a produção de tais provas é dispensada. Neste caso, ao Fisco cabe provar tão-somente o fato indiciário (depósitos bancários) e não o fato jurídico tributário (obtenção de rendimentos). No texto abaixo reproduzido, extraído de "Imposto sobre a Renda - Pessoas Jurídicas" (Justec-RJ; 1979:806), José Luiz Bulhões Pedreira sintetiza com muita clareza essa questão: O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocando-a, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume - cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso. Assim, o comando estabelecido pelo art. 42 da Lei n° 9430/1996 cuida de presunção relativa (juris tantum) que admite a prova em contrário, cabendo, pois, ao sujeito 8 Processo n° 11522.000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 9 passivo a sua produção. Nesse passo, como a natureza não-tributável dos depósitos não foi comprovada pelo contribuinte, estes foram presumidos como rendimentos. Assim, deve ser mantido o lançamento. Antes de tudo cumpre salientar que a presunção não foi estabelecida pelo Fisco e sim pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Tal dispositivo outorgou ao Fisco o seguinte poder: se provar o fato indiciado (depósitos bancários não comprovados), restará demonstrado o fato jurídico tributário do imposto de renda (obtenção de rendimentos). Ao observar o lançamento não há como deixar de se constatar uma certa irregularidade no lançamento dos depósitos bancários. Segundo o item 3 do auto de infração, o valor dos depósitos não comprovados totalizam R$ 39.987,54 no mês de dezembro. Quando se verifica os depósitos efetivamente realizados em dezembro de 1997 não se identifica esse número, nem valores que respeite o limite imposto pelo art. 42 da Lei 9.430/96. Para uma correta elucidação acerca deste ponto cabe transcrever os excertos legais pertinentes: Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idónea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1° O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2 0 Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 30 Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: 1- os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa fisica ou jurídica; II - no caso de pessoa _física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano-calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). (Alterado pela Lei n°9.481. de 13.8.97) (grifos postos) Conforme se percebe do ponto em destaque, é indispensável que fossem definidos com precisão quais são os valores. Como o auto de infração não identifica individualizadamente os depósitos que não foram comprovados, não há como identificar que depósitos foram lançados como caracterizados de omissão de rendimentos, cerceando, portanto, a possibilidade de defesa do recorrente. 9 Processo n°11522,000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 10 Diante do exposto, em observância a legislação que disciplina o lançamento com base em depósitos bancários dou provimento ao recurso nesta parte. Da Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoas Jurídicas — Quota de Serviços. Da análise das evidências constantes nos autos, bem como do material produzido pela autoridade fiscal, deve-se reconhecer que os indícios são muito fortes da existência de irregularidade, e da suposta transferência de recursos. Muito apropriado o arrazoado da autoridade recorrida ao tratar dessa matéria, que apresentou os fatos de modo bem didático: Na espécie, o Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Finanças da Assembléia asseverou o pleno conhecimento dos parlamentares sobre a emissão, pela agência de viagens, de uma fatura por mês pelo valor total da quota, sem a necessidade de comprovação de utilização em bilhetes de passagem, conforme fls. 442 (prova 01). Consoante documentos de fls. 292 e 194, dois a-funcionários da ARILTUR AGENCIA DE VIAGENS TRANSP E TURISMO LTDA confirmaram os saques de diversos valores ali elencados e posterior repasse direto aos respectivos parlamentares (prova 02). Conforme fls. 285, um cheque de R$ 3.145,07, emitido pela ARILTUR AGENCIA DE VIAGENS TRANSP E TURISMO LTDA, foi sacado pelo cunhado do contribuinte, o Sr. Wanderlei Freitas Valente, e repassado ao sujeito passivo, conforme sua própria declaração de fls. 290 (prova 03). A sociedade ARILTUR AGENCIA DE VIAGENS TRANSP E TURISMO L7DA foi intimada a esclarecer a finalidade dos pagamentos de cheques (lis. 429-430). Todavia, preferiu não se manifestar (prova 04). Detectadas tais provas, o parlamentar foi intimado a demonstrar o uso das quotas de passagem (fls. 444), matéria essa de fácil demonstração, porque poderia simplesmente apresentar os bilhetes ou, caso já não os tivesse, poderia solicitar às companhias transportadoras uma segunda via (prova 05, devido à omissão). Ora, não basta questionar graciosamente os argumentos da Fazenda Pública, alegando que houve mera presunção. Deve o contribuinte rebater a pretensão fiscal de forma coerente e com meios de prova idóneos, nos termos dos artigos 15 e 16, inciso III e 4°, do Decreto n° 70.235/1972. Logo, não há que se refutar a constatação fiscal sobre a emissão de cheques nominais a outros parlamentares, se o contribuinte não se desincumbiu de seu encargo probatório e o conjunto de indícios simples caracterizaram uma prova complexa em seu desfavor. Destaque-se, por fim, que a prova não é das partes (não é do Fisco nem é do sujeito passivo), mas sim dirigida ao julgador. Nesse sentido, assim o determina o artigo 29 do Decreto n° 70.235/1972, verbis: "Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias". Tal preceito legal determina que a autoridade julgadora I, 10 Processo n° 11522.000041/2003-84 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 11 apreciará a prova. Segundo o Dicionário eletrônico Houaiss, apreciar signca: 'fazer estimativa de; avaliar, julgar; pôr sob exame; considerar, examinar, ponderar". Dessa forma, o preceito acima confirma a incidência do livre Convencimento do julgador que, no entanto, deve ser motivado. No caso concreto, o Fisco trouxe uma série de elementos que, vistos em sua totalidade, firmaram a convicção do julgador, de modo eloqüente, quanto à existência do fato jurídico tributário. Já o contribuinte, diante do ônus de impugnar os fatos trazidos aos autos pela Repartição Fazendária (artigos 15 e 16, inciso Hl e „f 4°, do Decreto n° 70.235/1972), preferiu a omissão, pelo que deve arcar com as conseqüências jurídico-tributárias. O contribuinte também argumentou que a autoridade fiscal deveria ter utilizado a movimentação bancária da agência ou livro Caixa, enfim, outro modo seguro e legal para a devida apuração. Isso porque, continuou o contribuinte, o registro de duplicatas não tem amparo legal por ser lançado por leigo, e não por um profissional técnico habilitado. Ocorre que, ao contrário do que imaginou o sujeito passivo, o Livro de Registro de Duplicatas possui fundamento no artigo 19 da Lei n° 5.474, de 18 de julho de 1968 e, no caso concreto, foi escriturado por contador com inscrição no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) n° 028/AC, conforme fls. 350. Diante da riqueza de detalhes, e as evidências não rebatidas ou contrastadas com provas robustas, cabe manter essa parte do lançamento na sua integridade. O que restou comprovado foi uma série de indícios fortes que o recorrente, a exemplo de outros parlamentares, promovia a referida prática retratada nos autos. Apesar de chamado a trazer provas aos autos a seu favor, preferiu questionar as evidências apresentadas. É oportuno para o caso concreto, recordar a lição de MOACYR AMARAL DOS SANTOS: "Provar é convencer o espírito da verdade respeitante a alguma coisa." Ainda, entende aquele mestre que, subjetivamente, prova 'é aquela que se forma no espírito do juiz, seu principal destinatário, quanto à verdade deste fato". Já no campo objetivo, as provas "são meios destinados a fornecer ao juiz o conhecimento da verdade dos fatos deduzidos em juízo." Assim, consoante MOACYR AMARAL DOS SANTOS, a prova teria: a)um objeto - são os fatos da causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas partes como fundamento da ação; b)uma finalidade - a formação da convicção de alguém quanto à existência dos fatos da causa; c)um destinatário - o juiz. As afirmações de fatos, feitas pelos litigantes, dirigem-se ao juiz, que precisa e quer saber a verdade quanto aos mesmos. Para esse fim é que se produz a prova, na qual o juiz irá formar a sua convicção. Pode-se então dizer que a prova jurídica é aquela produzida para fins de apresentar subsídios para uma tomada de decisão por quem de direito. Não basta, pois, apenas demonstrar os elementos que indicam a ocorrência de um fato nos moldes descritos pelo tiemissor da prova, é necessário que a pessoa que demonstre a prova apresente algo m is, que 11 Processo n° 11522.000041/2003-84 CC01/C04 Acórdão n.° 104-23.050 F. 12 transmita sentimentos positivos a quem tem o poder de decidir, no sentido de enfatizar que a sua linguagem é a que mais aproxima do que efetivamente ocorreu. Da Multa Qualificada. A fiscalização apresentou diversas evidências da prática de atos com a intenção de obter rendimentos graciosos do erário público, esquivando inclusive de qualquer tributação dada a natureza dos mesmos. Essa operação nas feições apresentadas indica a existência inegável de fraude. Desse modo os fatos retratados, por si são suficientes a caracterizar evidente intuito de fraude, a que se refere o artigo 44 da Lei n° 9.430/96. Portanto, mantenho a qualificação da multa para os rendimentos recebidos da pessoa jurídica. Isto posto, urge registrar que como a qualificação da multa é devida, aplicar-se-á para apreciar a decadência do lançamento, o art. 173 do CTN. Logo, conforme já explicado está afastada a decadência. Da Multa Isolada do Carne Leão concomitante com a Multa de Oficio. Sobre a multa exigida isoladamente pelo não recolhimento do camê-leão, este Conselho de Contribuintes tem decidido reiteradamente no sentido da impossibilidade de coexistirem a multa isolada pelo não recolhimento do camê-leão com a multa de oficio apurada com base no ajuste anual, tendo ambas a mesma base. Como exemplo veja-se a seguinte decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais: MULTA ISOLADA E MULTA DE OFICIO - CONCOMITÁNCIA - MESMA BASE DE CÁLCULO - A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do I", do art. 44, da Lei n°9.430, de 1996) e da multa de oficio (incisos I e II, do art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996) neto é legitima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. Recurso especial negado. (Acórdão CSRF/01-04.987, de 15/06/2004). A incidência da multa isolada, como no caso específico trata neste processo da falta de recolhimento do camê-leão, não tem outro objetivo senão o de evitar a formalização de exigência de imposto, devido como antecipação do ajuste anual e que, logo em seguida, seria compensado quando do lançamento do imposto devido no ajuste anual. Com a multa isolada, essa dificuldade é superada, exigindo-se apenas a multa pelo não pagamento da antecipação, deixando-se para formalizar a exigência do tributo apenas na apuração do devido no ajuste anual. Nesse segundo momento, contudo, a base de cálculo da multa isolada não deveria compor a base de cálculo da multa de oficio exigida conjuntamente com o imposto. Em nenhum momento os contribuintes devem o imposto duas vezes, antecipadamente e quando do ajuste anual. É que, ao pagar o primeiro, necessariamente terá direito a compensar o que pagou quando do ajuste anual. Assim, não há falar em dupla hipótese de incidência das multas, pelo não pagamento da antecipação e pelo não pagamento do imposto devido quando do ajuste anual. Portanto posiciono-me pela desoneração dessa parte do lançamento. 12 Processo n0 11522.000041/2003-84 CC01/034 Acórdão n.° 104-23.050 Fls. 13 Ante o exposto, rejeito a preliminar de decadência suscitada para ano calendário de 1997, e voto para DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a infração relativa aos depósitos bancários e a multa isolada do camê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio (itens 3 e 4 do Auto de Infração). Sala çlas Sessões - DF, em 05 de março de 2008 ONIO O (1St M y O INEZ 13 Page 1 _0006800.PDF Page 1 _0006900.PDF Page 1 _0007000.PDF Page 1 _0007100.PDF Page 1 _0007200.PDF Page 1 _0007300.PDF Page 1 _0007400.PDF Page 1 _0007500.PDF Page 1 _0007600.PDF Page 1 _0007700.PDF Page 1 _0007800.PDF Page 1 _0007900.PDF Page 1
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Numero do processo: 13811.001601/99-22
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu May 29 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu May 29 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1997
RECURSO VOLUNTÁRIO - INTEMPESTIVIDADE - Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 104-23.229
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso, por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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I , et lk Ág MINISTÉRIO DA FAZENDA 't4 PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 11ïi:S-4 47:1 t. QUARTA CÂMARA Processo no 13811.001601/99-22 Recurso n• 157.185 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.229 Sessão de 29 de maio de 2008 Recorrente SÉRGIO RICARDO JACOMO NEGRO Recorrida 3a. TURMA/DRJ-SÃO PAULO/SP I Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício. 1997 RECURSO VOLUNTÁRIO - INTEMPESTIVIDADE - Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por SÉRGIO RICARDO JACOMO NEGRO. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso, por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. iteatfre ,f_.a attl-1ÉLENA COITA CARÇSx(510-1- Pr idente t °mot phè (u si IS-rit.. o 0M INEZ Relator i .. Processo n° 13811.001601/99-22 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.229 Fls. 2 FORMALIZADO EM: O 2 %mit_ C. gLuu8 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloísa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Renato Coelho Borelli (Suplente convocado) e Gustavo Lian Haddad. Ausente justificadamente o Conselheiro 1)9k Pedro Anan Júnior. 1 2 Processo n° 13811.001601/99-22 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.229 Fls. 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, SÉRGIO RICARDO JACOMO NEGRO, supra qualificado foi lavrado auto de infração de fls. 19/22 com o lançamento de imposto de renda suplementar do ano-calendário 1996 de R$ 8.080,85, de multa de oficio de R$ 6.060,63 e de juros de mora calculados até maio de 1999 de R$ 4.240,02. O lançamento de oficio decorreu da apuração, em procedimento fiscal de malhas eletrônicas para as DIRPF/97, das seguintes infrações à legislação tributária, conforme discriminado no Demonstrativo das Infrações (fls. 20): (1) opção indevida pela declaração simplificada; enquadramento legal: art. 10 e parágrafos da Lei 9.250/95; e, rendimentos pagos a sócios ou acionistas de pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado, excedente ao valor escriturado, nos termos da IN SRF 11/96, enquadramento legal: arts. 1° ao 3° e §§ da Lei 7.713/88, ara P ao 3° da Lei 8.134/90, arts. 7° da Lei 8.981/95, art, 10 da Lei 9.249/95, arts. 1 0, 3° e 11 da Lei 9.250/95. Assim, o resultado da declaração de ajuste foi modificado de imposto a restituir de R$ 1.140,05 para imposto suplementar de R$ 8.080,85. Cientificado da exigência, inconformado, o contribuinte apresenta impugnação de fls. 01/09 alegando, em síntese, os seguintes argumentos extraídos da decisão recorrida: - a autoridade fiscal considerou que, para a pessoa jurídica optante pela tributação com base no lucro presumido, a parcela dos lucros distribuídos isenta do IRPF é aquela limitada ao lucro presumido subtraído do IRPJ, CSL, PIS e COF1NS; - no entanto, independentemente, desta isenção, se esta mesma pessoa jurídica mantiver escrituração contábil na forma da lei comercial e apurar lucro líquido em valor superior ao da base de cálculo do IRPJ, a totalidade do lucro líquido apurado contabilmente poderá ser distribuída com isenção do imposto de renda; - assim se dá conforme orientação da própria SRF, consoante artigo 51 da Instrução Normativa 11/96, combinado com o Ato Declaratório COSIT n° 4 de 29/02/1996; - a pessoa jurídica da qual é sócio optou pela tributação com base no lucro presumido; mas, independentemente disto, durante o ano de 1995, procedeu a regular escrituração na forma da legislação comercial e apurou um lucro líquido, já deduzidos os impostos de R$ 12.849,86; - rendimentos estes abrangidos pela isenção prevista no artigo 46 da MP 814 de 30/12/94, convertida na Lei 8.981 de 20/01/95. Deste valor, R$ 10.000,00 foram distribuídos em janeiro de 1996; - no ano de 1996, novamente esta empresa optou pela apuração com base no lucro presumido e manteve escrituração contábil regular que apurou o lucro líquido de R$ 27.613,93, conforme comprova o Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/1996, anexado; r 3 Processo n° 13811.001601/99-22 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.229 Fls. 4 - do referido balanço, extrai-se que foram distribuídos R$ 12.711,25, dos quais R$ 11.700,00 para o ora impugnante; - assim, os rendimentos recebidos a título de distribuição de lucros não poderiam ser classificados como tributáveis e, pela mesma razão, não havia motivo para ser alterado o modelo da declaração de simplificada para completa; - se não for acolhida a impugnação no que tange a isenção da distribuição de lucros, os valores em excesso, relativo a tributação de lucros não são rendimentos tributáveis, mas tributáveis exclusivamente na fonte, conforme art. 650 do RIR/94; - de tal sorte, mesmo que mantida a interpretação de que não poderia ter recebido a distribuição de lucros, este rendimento deve ser classificado como tributado exclusivamente na fonte; - o auto de infração desprezou os valores de imposto de renda retido na fonte de uma das fontes pagadoras e dos valores recolhidos a título de antecipação mensal, que já constavam da declaração apresentada pelo modelo simplificado; - apresenta cópia de comprovante do pagamento de seguro saúde, emitido pela Marítima Seguros de R$ 1.045,09, documento exibido ao fiscal e que este não quis anexar ao processo; - com a apresentação destes documentos o auto de infração deve ser retificado e deve ser restituído integralmente o prazo para impugnação, inclusive com redução do valor da multa; - a multa aplicada de 75% não é cabível ao caso pois não se trata de omissão de receitas, mas de divergência de interpretação. Deve ser reduzida a multa para 20% conforme art. 985 do RIR/94. A autoridade recorrida, ao examinar o pleito, decidiu, por unanimidade de votos, pela procedência em parte do lançamento, através do Acórdão-DRECGE n°. 12.313, de 11/05/2005, às fls. 71/79, para determinar o prosseguimento da cobrança do crédito tributário nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1996 Ementa: DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS - SÓCIOS - PESSOA JURÍDICA TRIBUTADA COM BASE NO LUCRO PRESUMIDO - A distribuição de lucros com isenção do imposto de renda pessoa física acima do limite correspondente à diferença entre o lucro presumido e os valores correspondentes aos tributos só é possível quando a empresa demonstrar, por meio de escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo para o qual houver optado. Neste diapasão, para que os livros apresentados possam fazer prova a favor do contribuinte a respeito do lucro efetivo apurado, há necessidade de eles possuírem todas as formalidades exigidas pela legislação. 4 Processo n°13811.001601/99-22 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.229 • Fls. 5 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS - INCIDÊNCIA NA FONTE - A incidência do imposto de renda na fonte sobre os lucros, apurados no ano-calendário 1995, pagos a sócios de empresa tributada pelo regime do lucro presumido, que ultrapassarem o valor do lucro presumido deduzido dos tributos correspondentes, não se confunde com o regime de tributação exclusiva e deve ser considerado como anteapação, podendo ser compensado na declaração de ajuste anuaí IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS - Comprovada a retenção do imposto de renda na fonte sobre rendimentos incluídos na base de cálculo apurada na declaração, é autorizada a compensação com o imposto devido calculado. INCLUSÃO DE DESPESAS MÉDICAS - Quando alterada de oficio a opção do contribuinte de declaração simplificada para declaração completa, deve ser-lhe facultada a possibilidade de inclusão de despesas não declaradas anteriormente por força da opção feita. MULTA - LANÇAMENTO DE OFICIO - Apurados pela autoridade fiscal omissão de rendimentos tributáveis e opção indevida pela declaração simplificada, correta a aplicação da multa de oficio, prevista no art. 44, I, da Lei 9.430/96, sobre a parcela do imposto apurada. Lançamento Procedente em Parte. Encaminhada a decisão para o domicilio do contribuinte, o mesmo tomou ciência no dia 22/08/2006. Irresignado o recorrente apresentou recurso voluntário de fls. 85 a 94, reiterando em geral os mesmos elementos suscitados na impugnação. É o Relatório Processo n° 13811.001601/99-22 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.229 Fls. 6 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator Do exame dos autos verifica-se que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com a preclusão do prazo para interposição de recurso voluntário aos Conselhos de Contribuintes. A decisão de Primeira Instância foi encaminhada ao contribuinte, via correio, tendo sido recebido em 22/08/2006, conforme atesta o Aviso de Recebimento de fls. 82-verso. O marco inicial para a contagem do prazo se deu em 23/08/2006,quarta-feira. A peça recursal, somente, foi encaminhada pelo correio com postagem no dia 25/09/2006 segunda feira, portanto, fora do prazo fatal. A impugnação deveria ter sido encaminhada até o dia 21/09/2006, quinta-feira. Caberia a suplicante adotar medidas necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, observando o prazo fatal para interpor a peça recursal. Acolher a pretensão do suplicante implicaria grave ofensa aos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal, já que a validade da intimação via postal, dirigida para o domicilio fiscal do contribuinte e cujo recebimento está documentado nos autos, com o respectivo Aviso de Recebimento é matéria com jurisprudência mansa e pacifica nos Conselhos de Contribuintes, dos quais reproduzimos os seguintes Acórdãos: Acórdão 202-10.924, de 03 de março de 1999 "NORMAS PROCESSUAIS- Válida a intimação via postal endereçada para domicilio fiscal da intimada com recepção comprovada mediante a junta do respectivo Aviso de Recebimento. PEREMPÇÃO - Recurso apresentado após o decurso do prazo consignado no caput do artigo 33 do Decreto n° 70.135/72. - Por perempto, dele não se toma conhecimento." Acórdão n°: 104-13.527, de 09 de julho de 1996 "NOTIFICAÇÃO - CIÊNCIA. Considera-se feita à intimação, quando por via postal ou telegráfica, a data do recebimento, ainda que assinatura aposta no aviso de recebimento seja a do porteiro do edifício do contribuinte, pessoa esta idônea a recepcionar as correspondências dos moradores." k' 6 Processo n° 13811.001601/99-22 CCOPC04 Acórdão n.° 104-23.229 Fls. 7 Nestes termos, posiciono-me no sentido de NÃO CONHECER do recurso voluntário, por intempestivo. É o meu voto. 1-3Sala das Sessões - F, em 29 de maio de 2008 Ylh) in,p )1 01-1-4 7WtONIO OP" MAR1INEZ 7 Page 1 _0027900.PDF Page 1 _0028000.PDF Page 1 _0028100.PDF Page 1 _0028200.PDF Page 1 _0028300.PDF Page 1 _0028400.PDF Page 1
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Numero do processo: 13888.000019/2001-59
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri Jun 27 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Fri Jun 27 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1996
DEDUÇÃO - PENSÃO ALIMENTÍCIA - Somente são dedutíveis como pensão alimentícia os valores pagos a esse título. O pagamento de despesas do alimentando, ainda que em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, somente poderá ser deduzido como despesa específica, quando ficar materializada uma dependência econômica.
Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.345
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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I 1 c .1n4 ' . , MINISTÉRIO DA FAZENDA rt 'b P-- 't PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES )>Mr-Ot 5 QUARTA CÂMARA Processo n° 13888.000019/2001-59 Recurso e 158.461 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.345 Sessão de 27 de junho de 2008 Recorrente ANTONIO BENITO FRANCO SAPUPPO Recorrida 7a.TURMA/DRJ-SÃO PAULO/SP II ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1996 DEDUÇÃO - PENSÃO ALIMENTÍCIA - Somente são dedutiveis como pensão alimentícia os valores pagos a esse título. O pagamento de despesas do alimentando, ainda que em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, somente poderá ser deduzido como despesa específica, quando ficar materializada uma dependência econômica. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ANTONIO BENITO FRANCO SAPUPPO. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. 9-A-c-c.J.... )(C4-t6,_ ~RIA HELENA COTTA CARDOS Presidente il"q1418, (1); il I INEZ SE TONI LO PO M T Relator 1 4 Processo n° 13888.00001912001-59 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.345 Fls. 2 V FORMALIZADO EM: 19 SEI 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Renato Coelho Borelli (Suplente convocado): Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. 3/4( 2 Processo n° 13888.000019/2001-59 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.345 Fls. 3 Relatório Em desfavor de ANTONIO BENITO FRANCO SAPUPPO foi realizada revisão da declaração de rendimentos do contribuinte em epígrafe, referente ao ano-calendário de 1995, o contribuinte acima foi notificado da constituição de crédito tributário contra o mesmo, na importância de R$ 2.002,63. Foi promovida, através do lançamento, a exclusão da pensão alimentícia declarada na DIRPF/1996, no valor de R$ 7.000,00. O contribuinte tomando conhecimento do lançamento, insurge-se contra o mesmo, conforme impugnação de fls. 1, argumentando que, por lapso, ao declarar as deduções, lançou erroneamente as despesas de dependentes, valor de R$ 3.521,28 e, concomitantemente, lançou a valor pago a titulo de pensão judicial, no valor de R$ 7.000,00. Considerando que a Receita Federal excluiu a Pensão e manteve os dependentes, sendo que o correto seria manter a pensão e excluir os dependentes, requer seja restabelecida a dedução a título de pensão alimentícia. Para provar o direito à dedução, faz juntada dos documentos de fls. 08. Em 12 de março de 2007, os membros da 7. turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo, proferiram o Acórdão 17.616, de 12 de março de 2007 que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Ano-calendário: 1995 DEDUÇÕES. PENSÃO ALIMENTÍCIA. Não comprovado o pagamento de pensão alimentícia deduzida na declaração de ajuste anual, deve se mantida a glosa aplicada. Lançamento Procedente Devidamente cientificado dessa decisão em 09/04/2007, ingressa o contribuinte com tempestivo recurso voluntário em 03/05/2007, onde foram juntadas cópias do pagamento da pensão alimentícia referentes aos meses de janeiro à dezembro de 1994. É o Relatório. 3 Processo n° 13888.00001912001-59 CCOI/C04 • Acórdão n.° 104-23.345 Els. 4 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. A questão cinge-se a glosa da dedução de pensão alimentícia. Da análise dos documentos anexados ao processo, observa-se a existência de uma Sentença Judicial regulando pensão judicial aos filhos do contribuinte, bem como a presença de certidões de nascimento.Entretanto não há evidencias que indiquem que os referidos filhos mantém a dependência econômica em relação ao pai. Observe-se, por pertinente, que os filhos já teriam 23 e 19 anos, respectivamente, no ano calendário de 1995. Os recibos apresentados pelo recorrente em seu recurso se referem ao ano calendário de 1994 e não ao ano de 1995, período que está sendo objeto do lançamento. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (art. 78 do Decreto n° 3.000/99 e art. 40, inciso II, da Lei n°9.250/95). A Lei n° 6.515/77, que regula os casos de dissolução de sociedade conjugal, seus efeitos e respectivos processos, ampara as pensões alimentícias para filhos menores e inválidos. Não serve para amparar pagamentos de numerários a filhos maiores, que pretensamente não possuem recursos para sua mantença. Tais pagamentos, mesmo submetidos à homologação judicial, são meras liberalidades, indeautíveis na base de cálculo do imposto de renda da pensão fisica. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 27 de junho de 2008 iitto 1 fifTONIttL M TINEZ 4 Page 1 _0001800.PDF Page 1 _0001900.PDF Page 1 _0002000.PDF Page 1
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Numero do processo: 13888.000815/2005-15
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Jun 26 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Thu Jun 26 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003
GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS - EXISTÊNCIA DE SÚMULA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ - A existência de “Súmula de Documentação Tributariamente Ineficaz” e a declaração de inaptidão de empresa prestadora de serviços médicos impedem a utilização de documentos de emissão do respectivo profissional como prova de serviços prestados, quando apresentados isoladamente, sem apoio em outros elementos. Na falta de comprovação, por outros documentos hábeis, da efetiva prestação dos serviços médicos, é de se manter o lançamento nos exatos termos em que efetuado.
EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidôneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de ofício qualificada.
DESPESAS MÉDICAS - Poderão ser pleiteados como dedução a título de Despesas Médicas, os pagamentos efetuados pelo contribuinte a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias,relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes.
Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.336
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - outros assuntos (ex.: glosas diversas)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002, 2003 GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS - EXISTÊNCIA DE SÚMULA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ - A existência de “Súmula de Documentação Tributariamente Ineficaz” e a declaração de inaptidão de empresa prestadora de serviços médicos impedem a utilização de documentos de emissão do respectivo profissional como prova de serviços prestados, quando apresentados isoladamente, sem apoio em outros elementos. Na falta de comprovação, por outros documentos hábeis, da efetiva prestação dos serviços médicos, é de se manter o lançamento nos exatos termos em que efetuado. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidôneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de ofício qualificada. DESPESAS MÉDICAS - Poderão ser pleiteados como dedução a título de Despesas Médicas, os pagamentos efetuados pelo contribuinte a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias,relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Recurso negado.
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I .3° 4i MINISTÉRIO DA FAZENDA ,,, •-: .0 P l sr PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTESC."' „31/4 ..__, .„...., QUARTA CÂMARA Processo e° 13888.000815/2005-15 Recurso n° 151.611 Voluntário Matéria IRPF Acórdão te 104-23.336 Sessão de 26 de junho de 2008 Recorrente RINALDO VIEIRA NOBRE Recorrida 3s.TURMA/DRJ-SÃO PAULO/SP II ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA - IRPF Exercício: 2002, 2003 GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS - EXISTÊNCIA DE SÚMULA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ - A existência de "Súmula de Documentação Tributariamente Ineficaz" e a declaração de inaptidão de empresa prestadora de serviços médicos impedem a utilização de documentos de emissão do respectivo profissional como prova de serviços prestados, quando apresentados isoladamente, sem apoio em outros elementos. Na falta de comprovação, por outros documentos hábeis, da efetiva prestação dos serviços médicos, é de se manter o lançamento nos exatos termos em que efetuado. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidâneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de oficio qualificada. -. DESPESAS MEDICAS '- Poderão ser pleiteados como dedução a título de Despesas Médicas, os pagamentos efetuados pelo contribuinte a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias,relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Recurso negado. ytk, Nin A . Processo n°13888.000815/2005-IS CCOI/C04 Acórdão o.° 104-23.338 4 Fls. 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por RINALDO VIEIRA NOBRE. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ARIA H ENA COTTA CARDO-445— Presidente 21 40, it 1 11111; datOorNIO OP MA INEZ FORMALIZADO EM: 19 SET 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Renato Coelho Borelli (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. .. _ .. 2 Processo n° 13888.000815/2005-15 oco I/C04 Acórdão n.° 104-21338 Fls. 3 Relatório Contra o contribuinte RINALDO VIEIRA NOBRE, inscrito no CPF sob o no. 706.535.938-72, foi lavrado o Auto de Infração de fls. 43/46, relativo ao IRPF, anos calendários 2000 e 2001, tendo sido apurado o crédito tributário no montante de R$.25.016,71, sendo, R$.8.280,03 de imposto; R$.11.945,66 de multa proporcional; e R$.4.791,02 de Juros de Mora (calculados até 28/02/2005), originado da seguinte constatações: 1. DEDUÇÃO DE BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) — DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS Glosa das deduções de despesas médicas, pleiteadas indevidamente, conforme Termo de Constatação Fiscal de 11/03/2005. Fato Gerador Valor Tributável Multa (%) 31/12/2000 R$. 2.300,00 75,00 31/12/2000 R$.10.000,00 150,00 31/12/2001 R$.20.000,00 150,00 O auto de infração foi lavrado no dia 14/03/2005, com ciência do sujeito passivo em 29/04/2005. O Auditor-Fiscal da Receita Federal, responsável pela constituição do crédito tributário, esclarece, ainda, através do Termo de Constatação Fiscal de fls. 36/42, entre outros, os seguintes aspectos: - que o fiscalizado foi intimado em 03/11/2003, através da malha fiscal IRPF 2002, a apresentar os originais e cópias dos comprovantes de rendimentos tributáveis e os comprovantes de despesas médicas declaradas. - que em 05/03/2004 foi intimado a apresentar os comprovantes relativos ao ano calendário de 2000, exercício 2001. - que o contribuinte informou que o pagamento das despesas médicas foi efetuado em "dinheiro". Sendo o recorrente reintimado a apresentar os documentos que comprovassem o efetivo pagamento dos " mesmos. - que o procedimento levado a efeito junto aos profissionais, Tânia Martins de Lima,CPF. 081.994.768-77, e Adriana Pino Gusson, CPF no. 175.742.388-55, constatou-se a inidoneidade dos documentos emitidos por elas, sendo elaboradas Súmulas de Documentação Tributariamente Ineficaz homologada pelo Delegado da Receita Federal em Piracicaba-SP, conforme processos administrativo No. 13888.001624/2004-90, expedido o Ato Declarató rio Executivo No. 41, de 22/09/2004, publicado no DOU de 27109/2004 e No. 13888.002283/2004-70, expedido o Ato Declarató rio Executivo No. 47, de 27/10/2004, publicado no DOU de 29/10/2002 são imprestáveis e ir 3 Processo n° 13888.000815/2005-15 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.338 Fls. 4 ineficazes para dedução da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física. - observa que a legislação, em princípio admite como prova de pagamentos os recibos fornecidos por profissional competente ou por entidades filantrópicas. Entretanto, existindo dúvida quanto a efetividade do pagamento, cabe a autoridade fiscal solicitar provas ao fiscalizado, não só da efetividade do pagamento, mas, também da efetividade do serviço. - esclarece que os recibos apresentados revestem-se das formalidades prescritas no art. 940 do Código Civil. Entretanto, apesar de serem materialmente verdadeiros, são ideologicamente falsos, ou seja, foram emitidos pelo signatário, porem os seus conteúdos não retratam com fidelidade a situação concreta. - que a fiscalização glosou os valores declarados como despesas médicas pagas a Adriana Pizzo Gusson, CPF. No. 081.994.768-77, sendo R$.10.000,00 pelo ano 2000 e R$. 10.000,00 pelo ano 2001, bem como as despesas com Tânia Martins de Lima, no valor R$ 10.000,00. - que o lançamento será constituído através da glosa das despesas declaradas e não comprovadas, aplicando-se a multa qualificada prevista no art. 957, do Decreto no. 3.000/99, além da conseqüente representação fiscal. - que será constituído ainda o crédito tributário relativo as despesas médicas declaradas e não comprovadas, no total de R$ 2.300,00 conforme demonstrativos nas fls. 44. Neste caso será aplicada uma multa de 75%; Insurgindo contra o lançamento, o contribuinte apresentou impugnação às fls. 68/76, no dia 29/04/2005, apresentando os seguintes argumentos assim sintetizados pela autoridade recorrida às fls. 53/63: 4.1 - é casado sob o regime de comunhão universal de bens, em que cada cônjuge possui rendimento próprio, para a formação do orçamento familiar e para o custeio de todas as despesas familiares. Tendo, ambos, optado pela entrega da declaração de ajuste em separado; 4.2 - em relação às despesas odontológicas glosadas, os serviços foram prestados pela profissional Adriana Pizzo Gusson e o tratamento consistiu em procedimentos cirúrgicos e estéticos os quais serão comprovados oportunamente 4.3 - a comprovação da efetiva prestação' dos serviços será realizada com laudos e documentos que serão anexados; 4.4 - devido ao elevado custo, seu tratamento foi custeado em parte por seu cônjuge tal fato decorreu do entendimento de ambos os cônjuges de que, declarando em separado, poderiam optar, também, em qual declaração incluir as despesas, independentemente de quem havia sido o beneficiário do tratamento; 4( 4 Processo n° 13888.00081512005-15 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.338 Fls. 5 4.5 - a despesa com psicologia já foi comprovada com a apresentação do recibo 4.6 - emitido pela profissional, tala serviço foi referente a aconselhamento conjugal; 4.7- os pagamentos das despesas foram informados na declaração de quem efetivamente realizou estes pagamentos, já que embora os serviços odontológicos tenham sido prestados a uma só pessoa, as despesas desgastaram o orçamento familiar que é uno. Trata-se de assistência mútua entre os cônjuges; 4.8- tendo em vista o regime do casamento de comunhão universal de bens, as despesas da família devem ser suportadas por todos os seus membros e quaisquer benefícios concedidos pelo Estado para possibilitar a proteção dessa sociedade conjugal também deve ser revertidos para a célula familiar; 4.9- a norma restritiva do direito de um membro da família deduzir despesas relativas a outro familiar, quando as declarações forem em separado, é um simples decreto que não pode derrogar preceito constitucional, além de chocar-se com o Código Civil; 4.10- insurge-se, também, quanto à presunção de ter se beneficiado de um "verdadeiro derramamento de recibos inidôneos"; 4.11- requer, portanto, o cancelamento do crédito cobrado ou, alternativamente, caso não seja acolhido este requerimento, que dispõe-se a retificar as declarações de ajuste anuais para excluir as despesas odontológicas glosadas. Entretanto, não vê motivos pra que sejam mantidas as demais glosas, pois contra estas despesas nada se questionou. A autoridade recorrida, ao examinar o pleito, decidiu pela procedência do lançamento, através do Acórdão-DRESPOII n°. 12.568, de 08/06/2005, às fls. 68/77, consubstanciado nas seguintes ementas: "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2001, 2002 Ementa: INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS - Não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da constitucionalidade ou legalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do Poder Judiciário. DESPESAS MÉDICAS - COMPROVANTES INIDONEOS - É de se manter a glosa relativa a despesa médica quando 'astreada em recibos de pagamentos comprovadamente inidôneos por meio de Súmula de Documentação Tributariamente Ineficaz. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS - A prova documental deve ser apresentada com a impugnação, não podendo o impugnante apresentá- la em outro momento a menos que demonstre motivo de força maior, refira-se a fato ou direito superveniente, ou destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. 5 Processo n°13888.000815/2005-15 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.338 Fls. 6 RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO APÓS LANÇAMENTO DE OFICIO — Não é permitido ao contribuinte apresentar declaração retificadora em relação àqueles exercícios sobre os quais já tenham sido objeto de lançamento de oficio. O lançamento tributário devidamente notificado ao contribuinte só pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito passivo, recurso de oficio ou por revisão de oficio, nos casos previstos no artigo 149 do Código Tributário Nacional. MULTA DE OFICIO QUALIFICADA — APLICAÇÃO - Correta a aplicação da multa de oficio qualificada de 150% quando restar comprovado nos autos que o contribuinte tentou valer-se de despesas médicas fictícias para diminuição do valor do imposto de renda apurado na declaração de ajuste. Lançamento Procedente." Devidamente cientificada dessa decisão em 05/07/2005, ingressa o contribuinte com tempestivo recurso voluntário em 04/08/2005, onde reitera os argumentos apresentados na impugnação, aditando os seguintes pontos: - Reitera que a despesa médica refere-se a procedimentos odontológicos que foram prestados por Adriana Pino Gusson, conforme se atesta pelos laudos anexados. O diagnostico e referidos procedimentos encontram-se devidamente provados pelas cópias dos laudos ora juntados. Tais intervenções cirúrgicas e estéticas se fizeram necessárias em razão da doença que o seu esposo contraíra em sua boca, existindo inadiável necessidade de proceder ao tratamento odontológico. - Quando da impugnação apresentada à Delegacia da Receita Federal de Julgamento os referidos laudo ainda não estavam prontos no detafimmento pretendido para se comprovar a autenticidade dos serviços prestados e dos recibos odontológicos que serviram para a dedução da base de cálculo. - Com os referidos laudos, a Recorrente deseja desfazer a incômoda acusação de dolo e de fraude contida na folha 10 do Acórdão da DRJ/SPO II No. 12.568, e também comprovar e justificar a despesas odontológicas deduzidas nos exercícios fiscais ao que se referem os autos processuais, atendendo o disposto pela legislação aplicável. - Os recibos foram solicitados parte em nome do RECORRENTE e de sua esposa, em virtude do elevado custo do tratamento odontológico, os vencimentos de sua esposa contribuíram para suportá-lo. - Entediam que poderiam distribuir essa despesa da família, ainda que o objeto de alguma dessas despesas fossem apenas um dos membros; - No que toca a despesa médica (Psicologia), tratam-se de serviços da Dra. Tânia de Lima no valor de R$ 10.000,00 referentes ao aconselhamento do casal RINALDO X HIRLENE. - No que se refere ao pagamento de R$ 2.300,00 efetuado pelo recorrente a Margareth Regazzo de Barros, a decisão a quo não se manifestou sobre a glosa ofertada no 6 Processo n° 13888.00081512005-15 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.336• Fls. 7 auto de infração, muito embora tenha havido o pedido de reconsideração na impugnação apresentada. Indica que a referida despesas foram pagas em moeda; - Reconhece somente agora tomou conhecimento que as dedução restringem-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte e relativo ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; - Defende o conceito da família que deveria ser transferido para a tributação; - Entende que as despesas nas quais a família incorrer para custear a saúde de um dos membros devem ser suportadas por todos os membros, e não apenas por um deles; - Não entende que agiu em desconformidade com a lei. Acredita sim, que agiu legitimamente respaldado pelas noções de família; - Solicita a total desconstituição do crédito tributário de R$ 25.016,71, lançado contra a sua pessoa; - Caso não seja acolhido o pleito da interessada solicita o direito de poder retificar a sua declaração e concessão de prazo para recolhimento do imposto então apurado, incluindo as despesas odontológicas glosadas na declaração de sua esposa. Em 13 de setembro de 2007, esta Câmara converteu o julgamento em diligência para que fosse anexado ao processo cópia do Processo que instrui a Súmula de Documentação Tributariamente Ineficaz da Profissional Adriana Pino Gusson, CPF No. 081.994.768-77 e Tânia Marfins de Lima, CPF 081.994.768-77, bem como fosse possibilitada a vista dos referidos documentos ao recorrente. Às fls. 168 a 185 foram juntados aos autos os documentos que respaldam o lançamento. A recorrente às fls. 192 a 195 reitera os argumentos de seu recurso. Às fls. 196 a procuradoria da fazenda argumenta pela desconsideração dos documentos juntados pelo contribuinte, no que diz respeito àqueles emitidos em decorrência dos serviços supostamente realizados pela Sra. Adriana Pizzo Gusson. É o Relatório. 17 7 Processo n° 13888.000815/2005-15 CCOI/C04 Acórdão n.° 104.23.338 Fls. 8 Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. • Trata o processo de auto de infração de imposto de renda de pessoa fisica, onde foram glosadas as deduções de despesas médicas não comprovadas. No mérito a interessada argumenta pela plausibilidade dos recibos e das declarações dos profissionais para os quais a autoridade recorrida considerou oportuna a glosa das despesas médicas. Para o deslinde da questão sobre a glosa de despesas médicas se faz necessário invocar a Lei n°9.250, de 1995, verbis: "Art. 8°A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre as somas: II - das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; § 2° O disposto na alínea "a" do inciso II: - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; IH - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; É lógico concluir, que a legislação de regência, acima transcrita, estabelece que na declaração de ajuste anual poderão ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda os pagamentos feitos, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais,- bem como as despesas proveniente de exames laboratoriais e serviços radiológicos, restringindo-se aos pagamentos efetua o pelo 8 Processo n° 13888.000815/2005-15 CCOI/C04 Acórdão n." 104-23.338 Fls. 9• contribuinte relativo ao seu tratamento e ao de seus dependentes. Sendo que esta dedução fica condicionada ainda a que os pagamentos sejam especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e CPF ou CGC de quem os recebeu, podendo na falta de documentação, ser feita indicação de cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. Como, também, é claro que a autoridade fiscal, em caso de dúvidas ou suspeição quanto à idoneidade da documentação apresentada, pode e deve perquirir se os serviços efetivamente foram prestados ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto àqueles que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não são considerados como dedução pela legislação. Recibos, por si só, não autorizam a dedução de despesas, mormente quando sobre o 6ontribuinte recai a acusação de utilização de documentos inidôneos. Tendo em vista as dúvidas suscitadas acerca da autenticidade dos recibos de despesas médicas, caberia ao beneficiário do recibo provar que realmente efetuou o pagamento no valor nele constante, bem como o serviço prestado para que ficasse caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução. Somente são admissíveis, em tese, como dedutíveis, as despesas médicas que se apresentarem com a devida comprovação, com documentos hábeis e idôneos. Como, também, se faz necessário, quando intimado, comprovar que estas despesas correspondem a serviços efetivamente recebidos e pagos ao prestador. O simples lançamento na declaração de rendimentos pode ser contestado pela autoridade lançadora. Tendo em vista o precitado art. 73, cuja matriz legal é o § 3° do art. 11 do Decreto-lei n°5.844, de 1943, estabeleceu expressamente que o contribuinte pode ser instado a comprová-las ou justificá-las, deslocando para ele o ônus probatório. Mesmo que a norma possa parecer, em tese, discricionária, deixando a juízo da autoridade lançadora a iniciativa, esta agiu amparada em indícios de ocorrência de irregularidades nas deduções: o fato dos beneficiários dos pagamentos das despesas médica não prestar esclarecimentos, ou não apresentar declaração de rendimentos compatíveis criam esses indícios. A inversão legal do ônus da prova, do fisco para o contribuinte, transfere para o suplicante o ônus de comprovação e justificação das deduções, e, não o fazendo, deve assumir as conseqüências legais, ou seja, o não cabimento das deduções, por falta de comprovação e justificação Também importa dizer que o ônus de provar implica trazer elementos que não deixem nenhuma dúvida quanto ao fato questionado. Não cabe ao fisco, neste caso, obter provas da inidoneidade do recibo, mas sim, o suplicante apresentar elementos que dirimam qualquer dúvida que paire a esse respeito sobre o documento. Não se presta, por exemplo, a comprovar a efetividade de pagamento, a mera alegação de que o fez por meio de moeda em espécie. A dedução de despesas médicas na declaração do contribuinte está, assim, condicionada a comprovação hábil e idônea dos gastos efetuados. Registre-se que em defesa do interesse público, é entendimento desta Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes que, para gozar as deduções com despesas médicas, não basta ao contribuinte à disponibilidade de simples recibos, cabendo a este, se questionado pela autoridade administrativa, comprovar, de forma objetiva a efetiva prestação do serviço médico e o pagamento realizado. ity/ 9 Processo n°13888.000815/2005-15 CCOI/C04 Acórdão n.• 104-23.336 F. I o No que toca aos recibos das profissionais Adriana Pino Guzon e de Tânia Martins de Lima, ainda que pese os argumentos do interessado o que resta patente nos autos são as Súmulas de Documentação Tributariamente Ineficaz homologada pelo Delegado da Receita Federal em Piracicaba;SP. O recorrente teve ainda glosados recibos adicionais no valor de R$ 2.300,00. Tendo em vista a utilização de recibos inidõneos da profissional Tânia Martins de Lima , é oportuna a suspeita levantada contra o contribuinte de que o mesmo pode utilizar recibos como procedimento geral de redução de impostos. Nesse caso cabe a exigência que o contribuinte comprove com mais detalhes a natureza dos serviços médicos prestado, além da apresentação dos recibos. Quanto à multa qualificada, como bem concluiu o fiscal autuante e a DRJ recorrida, verificando que o recibo era "frio", sem contraprestação de serviço, a contribuinte objetivou pagar indevidamente menos imposto, o que enseja a qualificação da multa. No caso concreto em análise, a multa qualificada baseou-se no fato de ter a autoridade lançadora verificado à dedução deliberada de despesas médicas que não ocorreram. A autoridade fiscal lançadora fundamentou a aplicação da multa qualificada de 150% sob a consideração de que ficou evidenciado o intuito de fraude, na medida em que o contribuinte utilizou-se do subterfúgio (simulação) para deduzir indevidamente valores da base de cálculo do imposto de renda, com a intenção de eximir-se do pagamento de tributos devidos por lei. Assim sendo, entendo, que neste processo, está aplicada corretamente a multa qualificada de 150%, cujo diploma legal é o artigo 44, inciso II, da Lei n". 9.430, de 1996, que prevê sua aplicação nos casos de evidente intuito de fraude, conforme farta Jurisprudência emanada deste Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes, bem como da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Como se vê nos autos, o ora recorrente foi autuado sob a acusação de ação dolosa caracterizada pela simulação na forma de deduzir valores que sabia não ser permitido, já que o manual de preenchimento da declaração de Ajuste Anual dos exercícios questionados é suficientemente claro no sentido de que somente poderiam ser deduzidos os pagamentos efetuados a titulo de despesas médicas relativos a tratamento próprio, dos dependentes e dos alimentados relacionados na declaração, cuja prestação de serviços efetivamente tivesse ocorrido, e que no entender da autoridade lançadora caracteriza evidente intuito de fraude nos termos do Regulamento do Imposto de Renda. Só posso concordar com esta decisão, já que, no meu entendimento, para que ocorra a incidência da hipótese prevista no inciso II do artigo 957 do RIR/99, aprovado pelo Decreto n°. 3.000, de 1999, é necessário que esteja perfeitamente caracterizado o evidente intuito de fraude, já que sonegação, no sentido da legislação tributária reguladora do IPI, "é toda ação ou omissão dolosa, tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais ou das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente". Porém, para a legislação tributária reguladora do Imposto de Renda, o conceito acima integra, juntamente com o de fraude e conluio da aplicável ao IPI, o de "evidente intuito de fraude". Ire 10 Processo n° 13888.000815/2005-15 .. CCOI/C04 Acórdão n.• 104-23.338 9 Fls. 11 Entendo, que para aplicação da multa qualificada deve existir o elemento fundamental de caracterização que é o evidente intuito de fraude e este está devidamente demonstrado nos autos, através do ato de se beneficiar de dedução indevida de despesas médicas, apresentando recibos médicos que sabia terem sido emitidos por pessoa que não prestara os serviços. No que toca ao pedido de retificação da declaração após o lançamento de oficio, deve-se registrar que não é permitido ao contribuinte apresentar declaração retificadora em relação àqueles exercícios sobre os quais já tenham sido objeto de lançamento de oficio. O lançamento tributário devidamente notificado ao contribuinte só pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito passivo, recurso de oficio ou por revisão de oficio, nos casos previstos no artigo 149 do Código Tributário Nacional. Assim, com as presentes considerações e provas que dos autos consta, encaminho meu voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. ,.. ANTO Sal das Sessões - DF, e 6 de junho de 2008 rnn ( pi iirrif NIO LO O Z , 11 Page 1 _0037600.PDF Page 1 _0037700.PDF Page 1 _0037800.PDF Page 1 _0037900.PDF Page 1 _0038000.PDF Page 1 _0038100.PDF Page 1 _0038200.PDF Page 1 _0038300.PDF Page 1 _0038400.PDF Page 1 _0038500.PDF Page 1
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Numero do processo: 14751.000070/2006-83
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Mar 05 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Mar 05 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2001, 2002, 2003
DESPESAS MÉDICAS - COMPROVAÇÃO - A validade da dedução de despesas médicas depende da comprovação do efetivo dispêndio do contribuinte.
EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidôneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de ofício qualificada.
JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1º CC nº 4)
ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1º CC nº 2).
Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.031
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR pro nto ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - outros assuntos (ex.: glosas diversas)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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I 0.435 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo n° 14751.000070/2006-83 Recurso n° 154.739 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.031 Sessão de 05 de março de 2008 Recorrente CARMEM COELI GOUVEIA CORREIA LIMA Recorrida P. TURMA/DRJ-RECIFE/PE ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 DESPESAS MÉDICAS - COMPROVAÇÃO - A validade da dedução de despesas médicas depende da comprovação do efetivo dispêndio do contribuinte. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - MULTA QUALIFICADA - A utilização de documentos inidôneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de oficio qualificada. JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula 1° CC n° 4) ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n° 2). Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por CARMEM COELI GOUVEIA CORREIA LIMA. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR pro nto ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. -•"& . - • Processo n°14751.000070/2006-83 CC0I/C04 Acórdão n.° 104-23.031 Fls. 2 RIA-HELENA COTTA CARDO-94 Presidente 24 in ft 4441 ONCIO LO 1.2 'M TINEZ elator FORMALIZADO EM: 30 ABR 2008 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Remis Almeida Estol. 2 _ ___ . • Processo n° 1475 I .000070/2006-83 CC01/C04 Acórdão n.° 104-23.031 Fls. 3 Relatório Em desfavor de CARMEM COELI GOUVEIA CORREIA LIMA acima identificada foi lavrado o Auto de Infração de fls. 04/10, no qual é cobrado o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativamente ao ano-calendário de 2000, no valor total de R$ 9.075,00 e as multas de oficio de 75% e 150%, acrescido de juros de mora à taxa SELIC, calculados até 24/02/2006. Segundo consta no "Termo de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal" de fls. 05, que acompanha o Auto de Infração, a fiscalização procedeu à lavratura do Auto de Infração, em virtude de haverem sido constatadas as seguintes infrações: -Dedução indevida de despesas médicas, nas quantias relacionadas à fls. 05, correspondentes aos anos-calendário de 2000 a 2002, pleiteadas nas Declarações do Imposto de Renda dos exercícios de 2001 a 2003. Os fatos que levaram a fiscalização a proceder às glosas acima, encontram-se descritos no Termo de Verificação Fiscal de fls. 11/24, que passam a fazer parte do presente Relatório como se aqui transcrito estivessem. Após intimada, por via postal, (AR de (ls. 193) e não concordando com a exigência, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 144/155, com as seguintes alegações, que são em síntese, extraídas do relatório da autoridade recorrida: I- Dos Fatos Entende que todas as alegações feitas pela Auditora autuante, baseadas em suas presunções e suposições intimas, não atingem a pessoa da autuada, uma vez que a veracidade dos recibos fora ratificada pelas próprias emitentes, não cabendo aqui suposições ou alegações fundadas em conceitos subjetivos. II - Do Direito 2.I-Da Presunção como instrumento hábil para a determinação da ocorrência do fato jurídico-tributário a) Não aceita a presunção como instrumento hábil para a determinação da ocorrência do fato jurídico-tributário, sendo imprescindível, no seu entendimento, que haja a subsunção do fato ocorrido no mundo fenomênico à hipótese de incidência; b) Cita e transcreve Doutrina sobre o assunto, para concluir que, em face da garantia constitucional da legalidade e da tipicidade fechada, o dever jurídico de pagar tributo não pode se fundar em prova indireta, ou seja, é vedado cobrar tributo por presunção e conseqüentemente não pode prevalecer apresunção fiscal adotada no Auto de Infração oraimpugnado, porque diz respeito à própria ocorricia do fato gerador. .4sf 3 - • Processo n° 14751.000070/2006-83 CCOI/C04 Acérdâo n.° 104-23.031 Fls. 4 2.2.- Da inaplicabilidade da multa e juros de mora pela inexistência de fraude Se baseia na jurisprudência dos tribunais administrativos e judiciais, para afirmar que a acusação de fraude há que ser cumpridamente provada, transcrevendo Acórdãos do Conselho de Contribuintes do MF e do STJ sobre o assunto. 2.3- Da inaplicabilidade da multa e juros de mora num percentual de 286% com efeito confiscatório Nesse item alega que as multas fiscais, embora não sejam tributos, sujeitam-se ao princípio constitucional hospedado no art.150, IV, da CF/88, que veda que os instrumentos fiscais resultem em confisco citando jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, e conclui, com base ma mesma jurisprudência, que esta vem se consolidando no sentido de que as multas fiscais fixadas em patamares exorbitantes consubstanciam desobediência ao principio do não confisco. III- Do Pedido Requer a nulidade do auto de infração, ou, alternativamente, a improcedência do feito. A autoridade recorrida, ao examinar o pleito, decidiu pela procedência do lançamento, através do Acórdão-DRJ/REC no. 16.036, de 14/08/2006, às fls. 159/169, consubstanciado na seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2000, 2001, 2002 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. INDÍCIOS DE NÃO- PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS CONSIGNADOS NOS RECIBOS. Deve ser mantida a glosa do valor declarado a título de dedução de despesas médicas quando existirem nos autos documentação contendo indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos apresentados não foram, de fato, executados e o contribuinte deixa de carrear aos autos a prova do pagamento ou da efetividade desses serviços. MEIOS DE PROVA. A prova de infração fiscal pode realizar-se por todos os meios admitidos em Direito, inclusive a presuntiva com base em indícios veementes, sendo, outrossim, livre a convicção do julgador na 'apreciação das provas. TRIBUTOS. CONFISCO. A vedação constitucional quanto à instituição de exação de caráter confiscató rio somente se aplica aos tributos e se dirige ao legislador, e não ao aplicador da lei. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. 4 _ •• Processo n° 14751.000070/200643 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.031 Fls. 5 A extensão dos efeitos das decisões judiciais, no âmbito da Secretaria da Receita Federal, possui como pressuposto a existência de decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal acerca da insconstitucionalidade da lei que esteja em litígio e, ainda assim, desde que seja editado ato específico do Sr. Secretário da Receita Federal nesse sentido. Não estando enquadradas nesta hipótese, as sentenças judiciais só produzem efeitos para as partes entre as quais são dadas, não beneficiando nem prejudicando terceiros. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos órgãos colegiados não se constituem em normas gerais, posto que inexiste lei que lhes atribua eficácia normativa, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquele objeto da decisão. Lançamento Procedente Devidamente cientificada dessa decisão em 09/10/2006, ingressa a contribuinte com tempestivo recurso voluntário em 06/11/2006, onde reitera os argumentos de sua impugnação. - Afirmando que todos os argumentos suscitados pelo auditor fiscal foram baseados em meras presunções e suposições íntimas; - Questiona a presunção como instrumento inábil para determinação da ocorrência do fato jurídico tributário; - Indica ser inaplicável a multa e juro de mora pela inexistência de fraude; - Afirma que a multa e juros atinge um percentual de natureza confiscatória; É o Relatório. Processo n° 14751.000070/2006-83 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.031 F. 6 VOO Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. A interessada argumenta pela plausibilidade dos recibos para os quais a autoridade recorrida considerou oportuna a glosa das despesas médicas. Para o deslinde da questão sobre a glosa de despesas médicas se faz necessário invocar a Lei n°9.250, de 1995, verbis: "Art. 8°A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre as somas: Ii (.). - das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; sç 2° O disposto na alínea "a" do inciso II: II (.). - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (-). É lógico concluir, que a legislação de regência, acima transcrita, estabelece que na declaração de ajuste anual poderão ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda os pagamentos feitos, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas provenientes de exames laboratoriais e serviços radiológicos, restringindo-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte relativo ao seu tratamento e ao de seus dependentes. Sendo que esta dedução fica condicionada ainda a que os pagamentos sejam especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e CPF ou CGC de quem os recebeu, podendo na falta de documentação, ser feita indicação de cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. Nf/ 6 Processo n° 14751.000070/2006-83 CCOI/C04 Acórdão n.° 104-23.031 Fls. 7 Como, também, é claro que a autoridade fiscal, em caso de dúvidas ou suspeição quanto à idoneidade da documentação apresentada, pode e deve perquirir se os serviços efetivamente foram prestados ao declarante ou a seus dependentes, rejeitando de pronto àqueles que não identificam o pagador, os serviços prestados ou não identificam na forma da lei os prestadores de serviços ou quando esses não são considerados como dedução pela legislação. Recibos, por si só, não autorizam a dedução de despesas, mormente quando sobre o contribuinte recai a acusação de utilização de documentos inidôneos. Tendo em vista as dúvidas suscitadas acerca da autenticidade dos recibos de despesas médicas, caberia ao beneficiário do recibo provar que realmente efetuou o pagamento no valor nele constante, bem como o serviço prestado para que ficasse caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução. Somente são admissíveis, em tese, como dedutiveis, as despesas médicas que se apresentarem com a devida comprovação, com documentos hábeis e idôneos. Como, também, se faz necessário, quando intimado, comprovar que estas despesas correspondem a serviços efetivamente recebidos e pagos ao prestador. O simples lançamento na declaração de rendimentos pode ser contestado pela autoridade lançadora. Tendo em vista o art. 73, cuja matriz legal é o § 3° do art. 11 do Decreto-lei n° 5.844, de 1943, estabeleceu expressamente que o contribuinte pode ser instado a comprová-las ou justificá-las, deslocando para ele o ônus probatório. Mesmo que a norma possa parecer, em tese, discricionária, deixando a juízo da autoridade lançadora a iniciativa, esta agiu amparada em indícios de ocorrência de irregularidades nas deduções: o fato dos beneficiários do pagamentos das despesas médica não prestar esclarecimentos, ou não apresentar declaração de rendimentos compatíveis criam esses indícios. A inversão legal do ônus da prova, do fisco para o contribuinte, transfere para o suplicante o ônus de comprovação e justificação das deduções, e, não o fazendo, deve assumir as conseqüências legais, ou seja, o não cabimento das deduções, por falta de comprovação e justificação. Também importa dizer que o ônus de provar implica trazer elementos que não deixem nenhuma dúvida quanto ao fato questionado. Não cabe ao fisco, neste caso, obter provas da inidoneidade do recibo, mas sim, o suplicante apresentar elementos que dirimam qualquer dúvida que paire a esse respeito sobre o documento. A dedução de despesas médicas na declaração do contribuinte está, assim, condicionada a comprovação hábil e idônea dos gastos efetuados. Registre-se que em defesa do interesse público, é entendimento desta Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes que, para gozar as deduções com despesas médicas, não basta ao contribuinte à disponibilidade de simples recibos, cabendo a este, se questionado pela autoridade administrativa, comprovar, de forma objetiva a efetiva prestação do serviço médico e o pagamento realizado. No caso concreto, é inegável, que a razão das glosas das despesas em discussão foi o conjunto dos indícios que levaram a fiscalização a não considerar como hábeis para a comprovação das despesas médicas utilizadas pela contribuinte, como dedução a tal titulo. Destaquem-se os recibos emitidos pela profissional Sra. Euza Maria Lucena, que confessou, ter emitido recibos graciosos mediante o pagamento de 3% do valor de cada recibo. 7 • • Processo n°14751.000070/200643 CC01/C04 Acórdão n.° 10423.031 Fls. 8 No que toca aos recibos das demais profissionais, a decisão da autoridade recorrida é suficientemente clara em apresentar uma série de evidências que despertam a dúvida quanto a validade dos recibos. I- Recibos emitidos pelas profissionais Alfa Ribeiro da Silva e Kaline de Fátima Holmes —Psicólogas a) As profissionais acima não possuem consultórios (o mesmo acontece com a psicóloga Euza Maria de Lucena, cujos fatos relacionados aos recibos por ela emitidos encontram-se no preámbulo da presente análise), tendo essas informado que os atendimentos se davam no domicílio de todos os seus pacientes, inclusive da contribuinte, sem que ficasse provada a efetiva necessidade de tais atendimentos, a qual se traduz em motivo de saúde ou idade avançada, segundo as normas do Conselho Federal de Psicologia, além da total falta de controle das datas, horários e valores, por parte das profissionais, quando intimadas pela fiscalização a prestar tais informações; 3- Os valores informados pelos contribuintes são elevados principalmente por que não se trata de profissionais renomadas 4- Inconsistências apresentadas nos recibos emitidos pelas profissionais. 5- Os recibos não se revestem das formalidades legais estabelecidas pelo art.80 do regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n°3000, de 26 de março de 1999. II- Recibos emitidos por Ana Maria Calumbi Lianza Dias —Odontóloga a) Foi apresentado pela contribuinte, à fiscalização, um recibo de despesas médico - odontológicas, tendo como emitente a profissional acima identificada, no valor de R$ 7.000,00, correspondente ao ano- calendário de 2002, no valor de R$ 7.000,00, tendo sido verificado por meio de pesquisas junto aos sistemas informatizados da SRF, que o valor referenciado corresponde a 50,39% do total dos pagamentos informados como pagos por outros contribuintes à referida profissional; b) A falta de confirmação, por pane da profissional, da prestação dos serviços correspondentes ao recibo supracitado, uma vez que esta não compareceu à Receita Federal quando intimada para tal confirmação. .No caso concreto em análise, a multa qualificada baseou-se no fato de ter a autoridade lançadora verificado à dedução deliberada de despesas médicas que não ocorreram. A autoridade fiscal lançadora fundamentou a aplicação da multa qualificada de 150% sob a consideração de que ficou evidenciado o intuito de fraude, na medida em que o contribuinte utilizou-se do subterfúgio (simulação) para deduzir indevidamente valores da base de cálculo do imposto de renda, com a intenção de eximir-se do pagamento de tributos devidos por lei. Assim sendo, entendo, que neste processo, está aplicada corretamente a multa qualificada de 150%, cujo diploma legal é o artigo 44 da Lei n°. 9.430, de 1996, que prevê sua aplicação nos casos de evidente intuito de fraude, conforme farta Jurisprudência emanada deste \\ 8 Processo n°14751.000070/2006-83 CCO I /CO4 Acórdão n.° 104-23.031 Fls. 9 Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes, bem como da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Como se vê nos autos, o ora recorrente foi autuada sob a acusação de ação dolosa caracterizada pela simulação na forma de deduzir valores que sabia não ser permitido, já que o manual de preenchimento da declaração de Ajuste Anual dos exercícios questionados é suficientemente claro no sentido de que somente poderiam ser deduzidos os pagamentos efetuados a título de despesas médicas relativos a tratamento próprio, dos dependentes e dos alimentados relacionados na declaração, cuja prestação de serviços efetivamente tivesse ocorrido, e que no entender da autoridade lançadora caracteriza evidente intuito de fraude nos termos do Regulamento do Imposto de Renda. Resta, pois, para o deslinde da controvérsia, saber se os atos praticados pelo sujeito passivo configuraram ou não a fraude fiscal, tal como se encontra conceituada no artigo 72 da Lei n°. 4.502/64, verbis: "Art. 72 - Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido ou a evitar ou difèrir o seu pagamento." Entendo, que para aplicação da multa qualificada deve existir o elemento fundamental de caracterização que é o evidente intuito de fraude e este está devidamente demonstrado nos autos, através do ato de se beneficiar de dedução indevida de despesas médicas, apresentando recibos médicos que sabia terem sido emitidos por profissional que não prestara os serviços. Sendo inconcebível o argumento de que o fisco deveria comprovar que os recibos são inidôneos. Da Inaplicabilidade da Selic como Taxa de Juros Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula 1° CC n° 4: "A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos. tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SEL1C para títulos federais." Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Da Inconstitucionalidade das Normas No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, que determinariam a aplicação de multas e juros de natureza confiscatória, acompanho a posição sumulada pelo 1° Conselho de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o caca& da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. ‘\1/ 9 Processo u° 14751.000070/2006-83 CCOI/C04 Acórdão n." 104-23.031 fls. 10 O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula 1° CC n°2). Assim, comi as presentes considerações e provas que dos autos consta, encaminho meu voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário interposto pela contribuinte. Sala das Sessões - DF, em 05 de março de 2008 iéIO ri 10 16V1 A ON LOP M INEZ 10 _ _ Page 1 _0036300.PDF Page 1 _0036400.PDF Page 1 _0036500.PDF Page 1 _0036600.PDF Page 1 _0036700.PDF Page 1 _0036800.PDF Page 1 _0036900.PDF Page 1 _0037000.PDF Page 1 _0037100.PDF Page 1
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Numero do processo: 15374.000031/2002-60
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri May 30 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Fri May 30 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1997
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO - DECADÊNCIA - O direito de pleitear a restituição de imposto de renda retido indevidamente na fonte extingue-se após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário.
RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA - RESGATE DE CONTRIBUIÇÕES - ÔNUS DA PESSOA FÍSICA - Cabível a incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual sobre os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, alcançando, inclusive, as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições. Não se sujeita à incidência de imposto de renda o valor correspondente ao resgate das contribuições efetuadas, cujo ônus tenha sido suportado pela pessoa física, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de benefícios da entidade de previdência privada que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 01 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995.
Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.250
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- restituição - rendim.isentos/não tributaveis(ex.:PDV)
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES 4:1, QUARTA CÂMARA Processo e 15374.000031/2002-60 Recurso e 159.129 Voluntário Matéria IRPF Acórdão n° 104-23.250 Sessão de 30 de maio de 2008 Recorrente MARIA ALTIVA DE ARAÚJO CAVALCANTI Recorrida P. TURMA/DRJ-RIO DE JANEIRO/RJ II ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Exercício: 1997 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO - DECADÊNCIA - O direito de pleitear a restituição de imposto de renda retido indevidamente na fonte extingue-se após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA - RESGATE DE CONTRIBUIÇÕES - ÔNUS DA PESSOA FÍSICA - Cabível a incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual sobre os beneficiás recebidos de entidade de previdência privada, alcançando, inclusive, as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições. Não se sujeita à incidência de imposto de renda o valor correspondente ao resgate das contribuições efetuadas, cujo ônus tenha sido suportado pela pessoa fisica, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de beneficios da entidade de previdência privada que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 01 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por MARIA ALTIVA DE ARAÚJO CAVALCANTI. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. e.g»-rL RI)tterlicèajlE ENirè0TTA CAltaâf-- Presidente Processo n° 15374.00003112002-60 CC01/034 Acórdão n.° 104-23.250 Eis. 2 itfits NTONIO O O INEZ Relator FORMALIZADO EM: Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Renato Coelho Corelli (Suplente convo do) e Gustavo Lian Haddad'. Ausente justificadamente o Conselheiro Pedro Anan Júnior. 2 • Processo e 15374.000031/2002-60 CCOI /CO4 Acórdão o.° 104-23.250 Eis 3 Relatório O presente processo decorre de pedido de restituição de imposto de renda retido na fonte sobre verba relativa a resgate de contribuições à entidade de previdência privada. Alega a contribuinte, em síntese, que a sua pretensão não foi analisada em face do contexto em que foi auferida a vantagem paga pela Fundação IBM que se constituiu em um incentivo dentro do programa de demissão voluntária. Afirma que o despacho decisório que indeferiu o seu pedido de restituição não só vai de encontro à orientação aprovada pelo Ministro da Fazenda no Parecer PGFN/CRJ 1.278/98 e contemplada nos atos baixados pela Secretaria da Receita Federal (IN SRF n° 165/98 e AD-SRF if 03/99 e ADN-COSIT n° 07/99) mas, também, contraria a orientação seguida pela própria 7 Região Fiscal (Dec. 268/2000 da 7' RF e Sol. 7 112F 290/01). A contribuinte requer que seja considerado como isento o valor pago pela Fundação Previdenciária IBM. Os documentos constantes dos autos demonstram que tal verba refere-se a resgate de previdência privada, no entanto, alega o impugnante que, pela vinculação do recebimento daquele valor com o seu desligamento da empresa pela adesão ao PDV, deveria ser estendido àquela verba o mesmo tratamento tributário dispensado à indenização pessoal espontânea paga como vantagem do Programa de Separação pela IBM. A l' Turma da DRJ/RJOII por unanimidade de votos indeferiu a solicitação da recorrente, apresentando a ementa a seguir: RENDIMENTOS RECEBIDOS NA RESCISÃO CONTRATUAL. Os valores recebidos na rescisão contratual e não comprovadamente caracterizados como incentivo à adesão ao Programa de Demissão Voluntária são tributáveis pelo Imposto de Renda, uma vez que as isenções e não-incidências requerem, pelo principio da estrita legalidade em matéria tributária, disposição legal federal especifica. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os beneficios recebidos de entidade de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições. Segundo a autoridade recorrida conforme as regras do Plano de Separação, os funcionários que fossem desligados receberiam indenização pessoal espontânea, além, é claro, de verbas rescisórias previstas em lei e multa de 40% sobre os depósitos de FGTS - a que fazem jus todo e qualquer empregado demitido sem justa causa, e ainda o saldo da conta existente no Plano de Aposentadoria de Contribuição Definida, a ser resgatado junto à Fundação Previdenciária IBM, uma vez que o rompimento do vínculo empregatício com a empresa por demissão sem justa causa, implicou na inabilitação de seguirem como participantes de Plano de Aposentadoria junto à entidade de previdência privada a ela ir 3 Processo n° 15374.000031/2002-60 CC0I/C04 Acórdão n.° 104-23.250 Fls. 4 vinculada, cabendo-lhes o resgate das contribuições para beneficio de complementação de aposentadoria que não irão mais usufruir. Ainda segundo a autoridade recorrida as fls. 41: "... fora a indenização espontânea pessoal cuja razão de existir é a adesão ao Plano de Separação, as demais verbas são devidas em razão da rescisão do contrato de trabalho e o fato de que tenham sido informadas no bojo do Plano de Demissão Voluntária não tem o condão de alterar as definições contidas nas normas tributárias e modificar a natureza tributável desses rendimentos, que devem observar a legislação especifica para o assunto e não a legislação do PDV, que recai somente sobre a indenização criada em razão da implementação deste. Cientificada, em 24/04/2007 (AR de fls. 15), a contribuinte apresentou, em 23/05/2007, o recurso de fls. 44/48, manifestando-se insatisfeita com a decisão da primeira instância e solicitando que sejam reapreciadas as suas razões. É o Relatório. , - r4 Processo e 15374.000031/200240 CC0I/C04 Acórdão r1.• 104-23.250 Fls. 5 - Voto Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso atende aos pressupostos de. admissibilidade, devendo, portanto, ser Conhecido. Como se colhe do relatório, a matéria em discussão cinge-se à caracterização do resgate de previdência privada, se estas podem (ou não) ser consideradas como isentas. As normas legais sobre assunto se manifestam da seguinte forma: Medida Provisória n° 2.159-70. de 24 de agosto de 2001: "Art. 70 Exclui-se da incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de rendimentos o valor do resgate de contribuições de previdência privada, cujo ónus tenha sido da pessoa Pica, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de benefícios da entidade, que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 1° de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995." Lei n.° 9.250. de 26 de dezembro de 1995: "Art. 33. Sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições." Instrução Normativa SRF n° 15. de 06 de fevereiro de 2001: "Art. 50 Estão isentos ou não se sujeitam ao imposto de renda os seguintes rendimentos: LI - valor de resgate de contribuições de previdência privada, cujo ônus tenha sido da pessoa fisica, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de beneficio da entidade, que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 1° de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995." Como se vê, exclui-se da incidência do imposto na fonte e na declaração de ajuste anual o valor do resgate de contribuições de previdência privada, cujo ônus tenha sido da pessoa fisica recebido, por ocasião de seu desligamento do plano de beneficios da entidade, que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 1° de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 (MP 1.559-25/98, art. 7), inclusive a parcela correspondente à atualização monetária do respectivo encargo (ADN 14/90). Assim, não resta dúvidas que não estão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual o valor das contribuições, cujo ônus tenha sido s Processo o° 15374.000031/2002-60 CCOI/C04 Acórdão 104-23.250 Fls. 6 suportado pela pessoa fisica recebido por ocasião de seu desligamento do plano de beneficios da entidade de previdência privada, que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 01/01/89 a 31/12/95. Perfilhando a legislação retro citada, entendo que só caberia ao suplicante apresentar documento da fonte pagadora, discriminando, em reais, o montante do valor pago a titulo de resgate de contribuições de previdência privada, bem como o respectivo imposto de renda retido na fonte, correspondentes às parcelas de contribuições no período de 01/01/89 a 31/12/95. Uma vez que a aplicação em plano de previdência privada, efetuada pelo empregador em beneficio do contribuinte, não caracterizou indenização por Plano de Desligamento Voluntária (PDV), correta a incidência do IRPF sobre o valor resgatado, à luz do artigo 33 da Lei 9.250/1996. Nesse sentido entendo correta a decisão da autoridade recorrida, que muito bem enfatizou que no caso da verba aqui discutida, o próprio Termo de Quitação emitido pela Fundação Previdenciária IBM deixa claro que " ... o resgate do saldo inicial do Plano de Aposentadoria de Contribuição Definida, que está sendo pago em decorrência da rescisão de contrato de trabalho conforme previsto no Regulamento do citado Plano." Cabe ainda observar que existe uma prejudicial para o pleito da recorrente. Observa-se nos autos que o pedido da restituição foi realizado em 02/01/2002, relativo a tributos pagos no ano calendário de 1996, constata-se portanto a visível decandência do direito de pleitear a referida restituição. O direito de pleitear a restituição de imposto de renda retido indevidamente na fonte extingue-se após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Diante do conteúdo do pedido, pela associação de entendimento sobre todas as considerações expostas no exame da matéria e por ser de justiça, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. Sala as Sessões - DF, em 30 de maio de 2008 ite ONIO LO O TINEZ 6
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