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4636161 #
Numero do processo: 13805.000151/97-12
Turma: Quarta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2008
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1993 DECADÊNCIA - Na modalidade de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, que, no caso do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador. CERCEAMENTO DE DEFESA - NULIDADE DO PROCESSO FISCAL - Somente a partir da lavratura do auto de infração é que se instaura o litígio entre o fisco e o contribuinte, podendo-se, então, falar em ampla defesa ou cerceamento dela, sendo improcedente a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando concedida, na fase de impugnação, ampla oportunidade de apresentação de documentos e esclarecimentos. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO - Constitui-se rendimento tributável o valor correspondente ao acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis declarados, não tributáveis, isentos, tributados exclusivamente na fonte ou de tributação definitiva. ÔNUS DA PROVA - Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus acréscimos patrimoniais. Preliminares rejeitadas. Recurso negado.
Numero da decisão: 104-23.520
Decisão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal (AF) - atividade rural
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez

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MINISTÉRIO DA FAZENDA 17- 'sk -,:-S PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUARTA CÂMARA Processo n° 13805.000151/97-12 Recurso n° 158.825 Voluntário Matéria IRPF Acórdão e° 104-23.520 Sessão de 08 de outubro de 2008 Recorrente JOSÉ LUÍS ARANHA MOURA Recorrida la.TURMA/DRJ-FORTALEZA/CE ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1993 DECADÊNCIA - Na modalidade de lançamento por • homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, que, no caso do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Não ocorrendo a homologação expressa, o crédito tributário é atingido pela decadência após cinco anos da ocorrência do fato gerador. CERCEAMENTO DE DEFESA - NULIDADE DO PROCESSO FISCAL - Somente a partir da lavratura do auto de infração é que se instaura o litígio entre o fisco e o contribuinte, podendo-se, então, falar em ampla defesa ou cerceamento dela, sendo improcedente a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando concedida, na fase de impugnação, ampla oportunidade de apresentação de documentos e esclarecimentos. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO - Constitui-se rendimento tributável o valor correspondente ao acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis declarados, não tributáveis, isentos, tributados exclusivamente na fonte ou de tributação definitiva. • ÔNUS DA PROVA - Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus acréscimos patrimoniais. Preliminares rejeitadas. Recurso negado. Processo n° 13805.000151/97-12 CCO1 /CO4 Acórdão n.° 104-23.520 Fls. 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por JOSÉ LUÍS ARANHA MOURA. ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. /MARIA HELENA COtaLTTA CAR. 1:654.62 Presi ente trol, TONIO LO O M itn-I-Pri TINEZ Relator FORMALIZADO EM: 07 JAN 1009 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nelson Mallmann, Heloisa Guarita Souza, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Pedro Anan Júnior e Gustavo Lian Haddad. 2 Processo n°13805.000151/97-12 CC014:04 Acórdão n.° 104-23.520 Fls. 3 Relatório Contra o contribuinte JOSÉ LUIS ARANHA MOURA foi lavrado o Auto de Infração, fls. 02/07, relativo ao exercício de 1993, ano-calendário de 1992, para exigência do crédito tributário nele estipulado, no valor total de R$ 68.571,79, incluindo multa de oficio e juros de mora, estes calculados até 30/12/1996. A infração apurada pela Fiscalização, constante da Descrição dos Fatos e Enquadramentos Legais, fls. 03, foi a omissão de rendimentos, tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, apurada na Análise da Evolução Patrimonial Mensal do exercício de 1993, ano-base de 1992, conforme descrito no Termo de Verificação, fls. 206/207, que é parte integrante do presente Auto de Infração. Cientificado em 09/01/1997, Inconformado com a exigência, apresentou impugnação, em 24/01/1997, fls. 210/215, em síntese: - Preliminarmente, que a Fiscalização pretende exigir, simultânea e cumulativamente, os juros morató rios de 1% ao mês e a TRD acumulada, ambos sobre o valor corrigido do suposto "débito", sendo que as duas verbas de caráter moratório, somadas, representam mais de 100% do valor do débito não recolhido no prazo; - A cobrança, simultânea e cumulativa de verbas de caráter moratório já teve a sua inconstitucionalidade proclamada pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que consagrou definitivamente o entendimento de que tal cobrança é confiscatória, atentando contra o disposto no artigo 153, § 11 da Constituição de 1969, e configuratória de nítido abuso de poder pelo Estado e de um ilegal bis in idem; - A Constituição de 1988, em seu artigo 150, inciso IV, expressamente proíbe a utilização de tributo com efeito confiscatório, não restando dúvida quanto à inconstitucionalidade da pretensão fiscal, de cumular simultaneamente duas verbas de caráter morató rio que, somadas, representam mais de 100% do valor do débito de imposto não recolhido no prazo, cumulação esta que já foi examinada e de antemão condenada pela Suprema Corte; - A Taxa Referencial — TR também não poderia ser cobrada a titulo de• correção monetária, pois como assentou o Supremo Tribunal Federal, a TR "refletindo as variações do custo da captação dos depósitos a prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda"; - Assim, entende que a verba exigida a titulo de TRD acumulada é arbitrária e ilegal, comprometendo a validade dos lançamentos ora constestados, atentando contra o disposto no artigo 150, inciso IV da atual Constituição Federal. - No que diz respeito ao mérito, aduz que: \4 3 Processo n°13805.000151197-12 CCO I/C04 Acórdão n.° 104-23.520 Fls. 4 "não obstante o Auto de Infração formalmente invoque como elementos fundamentais da acusação os documentos de fls. 54 a 95 e de fls. 99 a 197 e Demonstrativo da Movimentação Bancária Mensal do exercício de 1992 fls. 198 a 199 e do exercício de 1993 fls. 200 a 201, supostamente apresentados pelo contribuinte, com base nos quais teria sido deduzida a acusação fiscal do Auto de Infração, verifica-se que esses supostos documentos não foram devolvidos nem oferecidos ao conhecimento e à apreciação do requerente juntamente com as cópias do Auto de Infração fornecidas ao Requerente"; A acusação e as pretensões fiscais se baseiam única e exclusivamente em relações de datas, valores e números, elaborados pela fiscal autuante, que se baseariam em supostos documentos cujas cópias não foram fornecidas ao impugnante, que portanto ignora totalmente o seu conteúdo. Em razão dessa omissão fiscal, a defesa acha-se cerceada, "pois ignorando totalmente a existência, a origem, a autenticidade e o conteúdo daqueles documentos, que inclusive envolveriam abertura do sigilo bancário a que estão obrigadas as instituições financeiras, e que são invocadas pela d. Fiscalização autuante em prol de suas acusações, a defesa resta materialmente impossibilitada de examinar, conferir e de contestar até mesmo a sua existência, quanto mais, a susbsistência dos dados neles contidos". Assim a ação fiscal é ilegal e nula de pleno direito por ter sido instaurada com preterição aos direitos de defesa e ao princípio do contraditório; Prosseguindo, o impugnante reclama que a "Análise da Evolução Patrimonial" não considerou: "a parcela da atividade rural como recurso; o valor das quotas bonificadas (recurso) e o respectivo aumento de capital (aplicação); a correção monetária creditada que compõe o saldo credor; a parcela lucro na alienação de bens e direitos; os valores dos bens recebidos em decorrência do encerramento de firma". Assim, a desconsideração de parcelas que seriam mais do que suficientes para justificar o suposto acréscimo patrimonial, já evidencia a arbitrariedade e a insubsistência da acusação fiscal de acréscimo patrimonial a descoberto, presumido com base apenas na movimentação bancária, sem qualquer outro elemento idôneo de convicção; Além do mais, tanto a Análise da Evolução Patrimonial Mensal como o Demonstrativo da Movimentação Bancária Mensal foram elaborados pela Fiscalização em Cr$, quando o Manual da Declaração do exercício determinava que os valores dos rendimentos deveriam ser convertidos em UF1R na data de sua aquisição. Assim sendo, parece- lhe não haver dúvida quanto às distorções contidas naquela Análise e • Demonstrativo, evidenciando sua imprestabilidade como prova de acréscimo patrimonial a descoberto presumido, mas principalmente a artificiosidade da acusação fiscal com base naqueles elementos, sem qualquer comprovação idônea; Se "ainda assim não fosse, já por se basear única e exclusivamente em valores consignados em extratos de movimentação bancária supostamente fornecidos ao Fisco, tanto a acusação, como o lançamento fiscal, já de início mostram-se manifestamente ilegais por violar o sigilo bancário do Requerente e por contrariarem Y4 Processo n° 13805.000151/97-12 CCOI/C04 Acórdão n.• 104.23.520 pi, flagrantemente a Súmula n° 182 do extinto E. Tribunal Federal de Recursos"; Portanto, "o Auto de Infração ora impugnado é ato administrativo nulo de pleno direito, seja em face dos erros de fato e de direito que ostenta, seja porque todas a acusação e pretensões fiscais nele consubstanciadas mostram-se totalmente insubsistentes, injurídicas e ilegais. Tendo em vista as alegações do interessado de que os documentos de fls. 54/95, 99/197, 198/199 e 200/201, não foram devolvidos/oferecidos ao seu conhecimento e a sua apreciação, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo - DRESP, em 23/08/1999 (fls. 219), a fim de que não subsistisse qualquer alegação de cerceamento do direito de defesa, encaminhou o presente processo à DISAR/DRF/SPO para que lhe fosse dado conhecimento das informações constantes nos citados documentos, com a conseqüente reabertura de prazo para aditamento a sua impugnação. O contribuinte tomou ciência da determinação acima em 27/08/2001 (fls. 225) e, apresentou impugnação em 28/09/2001, fls. 229/235, alegando em síntese o seguinte: - "verifica-se que a nulidade da intimação do Auto de Infração original foi reconhecida pela própria d. Fiscalização, através da manifèstação de fls., reconhecendo expressamente que os documentos anexados ao processo efetivamente foram suprimidos ao conhecimento da defesa por ocasião da intimação do Auto de Infração"; - Ante o reconhecimento expresso pela Fiscalização "da nulidade da intimação do Auto de Infração original, parece não haver dúvida de que naquela oportunidade (intimação irregular do lançamento — 09/01/97), não houve constituição definitiva do crédito tributário", seja porque, "os atos nulos não convalescem", seja porque, "a Lei Complementar condiciona a eficácia e definitividade do lançamento à regular notificação ao sujeito passivo", o que inocorreu no caso concreto; - Como é sabido, o prazo decadencial não se interrompe e que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assim, considerando que "a notificação regular do lançamento" ora impugnado, somente veio a ocorrer com a presente notificação de 23/08/2001, nos termos do inciso I do artigo 173 e do artigo 145 do CTIV, se operou a decadência do direito de constituir os créditos tributários referente ao ano-calendário 1992; - Não se argumente com o inciso H do artigo 173 do CTN, pois o Auto de Infração em tela não foi anulado, tendo a Fiscalização apenas reconhecido a nulidade de sua intimação, por supressão dos elementos da acusação, o que afasta a aplicação do referido inciso ao caso concreto. Portanto, toma-se forçoso concluir que na data da notificação regular do lançamento (23/08/2001), já não mais era lícito ao Fisco promover o lançamento irregularmente notificado, em contemplação aos fatos geradores supostamente ocorridos no ano-base de 1992; r 5 Processo n°13805.000151197-12 CCO I /C04 Acórdão n.° 10423.520 Fls. 6 - Aduz ainda a inconstitucionalidade e a ilegalidade da exigência cumulada de juros moratórios e da Taxa Referencial Diária - TRD sobre o débito. Em virtude de um único fato, qual seja, a mora no recolhimento do tributo, pretende a Fiscalização cobrar, simultaneamente, duas verbas de caráter moratório que, somadas,• representam mais de 100% do valor do débito não recolhido no prazo. Tal cobrança já teve sua inconstitucionalidade proclamada pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: - "Portanto, não há dúvida de que a verba exigida nos Demonstrativos de Multa e Juros de Mora anexos aos Autos de Infração ora contestados, a título de TRD Acumulada se traduz numa cobrança puramente arbitrária e ilegal, mais uma vez comprometendo a validade dos lançamentos ora contestados que, ao pretenderem cobrar simultaneamente duas verbas de caráter moratório (TRD e juros moratórios), em razão de um único fato (mora no pagamento de tributo), configuram nítidos abusos do poder fiscal e ilegal "bis in idem", atentando ainda contra o disposto no artigo 150, Inciso IV da Constituição, que expressamente proíbe a utilização de tributo com efeito confiscatório"; - No tocante ao mérito, limita-se a repetir o jci constante nos itens 5.3, 5.4 e 5.5 acima, e ao final reitera os argumentos da impugnação anterior e requer que tanto a acusação de "infração" como o lançamento ex officio ora impugnados, sejam julgados nulos e insubsistentes, cancelando-se as exigências do imposto de renda pessoa física, multa e acréscimos por serem manifestamente ilegais. Em 31 de outubro de 2002, os membros da 1* Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Fortaleza proferiram Acórdão que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares, e considerou procedente o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1992 Ementa: Acréscimo Patrimonial a Descoberto. Mantém-se o lançamento, quando o contribuinte não justifica os acréscimos apurados pelo fisco, com rendimentos já tributados, isentos/não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1992 -Ementa: Auto de Infração. Nulidade. Não restando comprovada a ocorrência de preterição do direito de defesa nem de qualquer outra hipótese expressamente prevista na legislação, não há que se falar em nulidade do lançamento. Assunto: Processo Administrativo Fiscal 6 Processo n°13805.000151/97-12 CC:01/C04 Acórdão n.° 104-23.520 Fls. 7 Ano-calendário: 1992 Ementa: Decadência O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue- se após 05 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Lançamento Procedente Cientificado em 03/04/2007, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 03/05/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 260/279, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anteriormente que podem ser sintetizadas da seguinte forma: - Questiona o cerceamento do direito de defesa; - Argúi a decadência dos lançamentos tendo em vista que o lançamento não foi adequadamente formalizado; - Indica irregularidades na utilização da metodologia de cálculo da apuração patrimonial a descoberto, na medida em que trabalha sem utilizar índices de correção. É o Relatório. V 7 . • Processo n°13805.000151/97-12 CCOI/C04 Acórdão n.° 104.23.520 Fls. 8 V080 Conselheiro ANTONIO LOPO MARTINEZ, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Do Cerceamento do Direito de Defesa A autoridade recorrida ao tratar sobre a matéria, assim se pronunciou: No que diz respeito ao cerceamento do direito de defesa, a DRJ/SP, à vista dos argumentos do contribuinte de que não havia tomado ciência dos documentos de fls. 54/95, 99/197, 198/199 e 200/201, antes de proferir o julgamento da lide, determinou à Delegacia da Receita Federal em São Paulo, mediante o despacho de fls. 219, que fosse dado conhecimento ao interessado das informações constantes nos citados documentos, com reabertura de prazo para aditamento de sua impugnação, a fim de que não subsistisse qualquer alegação de cerceamento do direito de defesa. Em cumprimento à determinação, a DISAR/SRF/SPO, em 29/08/2001, forneceu as cópias dos documentos (fls. 221/228), tendo o contribuinte, em 28/09/2001, apresentado aditamento a sua impugnação. 12. O artigo 15 do Decreto n o 70.235, de 1972, em seu parágrafo único, postulava: "Art. 15 — A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Parágrafo único. Ao sujeito passivo é facultada vista do processo, no órgão preparador, dentro do prazo fixado neste artigo." Nenhuma decisão foi proferida com preterição do direito de defesa do contribuinte. Assim que o contribuinte manifestou desconhecimento de partes do processo, antes de qualquer julgamento da lide, lhe foi dado vistas aos documentos, inclusive reabertura de prazo para aditamento à impugnação. Aliás, em nenhum momento lhe foi negado acesso ao processo. O contribuinte é que optou, na impugnação, alegar cerceamento do direito de defesa por desconhecer o teor de certos documentos constantes dos autos, em vez de, dentro do prazo de impugnação, solicitar a cópia dos autos. Não se vislumbra, no caso concreto, qualquer cerceamento do direito de defesa. Da Decadência do Lançamento No que se refere à decadência, argúi que a notificação regular do lançamento somente ocorreu em 23/08/2001. Processo e 13805.000151197-12 CCOI/C04 Acórdão o.° 104-23.520 Fls. 9 Da análise pormenorizada do processo, verifica-se que o Auto de Infração preenche todos os requisitos legais arrolados, estando sim o lançamento regularmente notificado em 09/10/1997. Ao contrário do que entende o recorrente, o fato de ter sido determinado pela DRJ/SP que lhe fosse dado ciência de documentos presentes nos autos, que alegava desconhecer, não quer dizer que o lançamento estivesse irregularmente notificado, quando da sua ciência em janeiro de 1997, motivando sua nulidade. Aliás, como já dito acima, o recorrente sempre teve livre acesso ao processo, e a DRJ/SP, agindo como agiu, apenas reforçou tal fato. Diante do exposto não há como acolher a decadência argüida pelo recorrente. Da Metodologia de Apuração do Acréscimo Cumpre destacar que a metodologia de apuração do acréscimo encontra-se pormenorizadamente explicitada no Termo de Verificação de fls. 206/207, ali está informado o procedimento elaborado na Análise da Evolução Patrimonial, fls. 202/205, explicitando o porquê de cada item utilizado. Senão vejamos, estes pontos destacados na decisão recorrida: a parcela isenta da atividade rural não foi considerada como recurso, porque as receitas e as despesas da atividade foram incluídas pelo total constante do Anexo da Atividade Rural, no mês de sua realizacão. Esclarecendo: a parcela isenta não foi considerada separadamente como recurso, pois já se encontrava incluída na diferença entre a receita e a despesa da atividade rural. Vejamos os valores declarados na D1RPF/1993, jls. 24/25 e 38 (valores em UF1R): receita total = 91.026,75; despesa total = 63.311,12; resultado da atividade rural = 27.715,63 (91.026,75 — 63.311,12), sendo 18205,34 UFIR, a parcela da atividade rural tributável e 9.510,29 UF1R, a parcela isenta; o valor das quotas bonificadas (recurso) e o respectivo aumento de capital (aplicação) não foram considerados como recurso, porque não • representaram fluxo financeiro. Na operação em questão, a aplicação e o recurso foram apenas registrados conta bilmente na escrita da empresa Bicho da Seda, não havendo efetivamente entradas e saídas de numerário, porquanto a falta de registro no demonstrativo de evolução patrimonial em nada prejudica a apuração da variação patrimonial a descoberto. O único registro de integralizaçã o em participações societárias considerado na planilha de Análise da Evolução Patrimonial Mensal (fis. 205), ocorreu no mês de setembro/1992, no valor de Cr$ 20.000.000,00. Tal valor está informado na Declaração de Bens e Direitos da D1RPF/1993, às fls. 32, assim descrito: "200 cotas da empresa Bicho da Seda iguatemi Dois Boutique Ltda, CGC 68.866.961/0001-17, integralizadas em setembro de 1992 por Cr$ 20.000.000,00". Alerte-se que o contribuinte não juntou à impugnação nenhum documento que comprove que a integralização tenha sido feita com bonificações; a correção monetária creditada que compõe o saldo credor não foi considerada porque não se trabalhou com os saldos mensais credores das contas correntes junto às empresas e sim com os efetivos desembolsas mensais. Em outras palavras, o saldo credor da correção monetária não foi considerado separadamente, pois já está incluído tanto no valor do empréstimo que o contribuinte fez junto a empresas, y 9 . • Processo n° 13805.000151/97-12 CCOI/C04 Acórdão n.° 104.23.520 Fls. 10 como do valor do empréstimo que as empresas efetuaram junto ao contribuinte; a parcela do lucro na alienação de bens e direitos, porque foi considerada o valor das vendas dos benspelo valor integral no mês em que estas foram realizadas, ou seja, isto quer dizer que dentro do valor integral da venda de bens e direitos, já se encontra a parcela do lucro na alienação dos bens e direitos; os valores dos bens recebidos em decorrência do encerramento da firma não foram considerados como aplicação, porque representaram apenas devolução de capitaL Cabe observar que quando os valores dos ingressos de uma operação, no caso, encerramento de firma, são iguais aos valores das aplicações em bens e direitos decorrentes desta operação, a inclusão e exclusão de valores idênticos só tumultuariam a leitura do Deomonstrativo, sem contudo influenciar no seu resultado finaL No que toca a alegação de que tanto a Análise da Evolução Patrimonial como o Demonstrativo da Movimentação Bancária Mensal foram elaborados em cruzeiros quando o Manual de Preenchimento da Declaração de Ajuste Anual do exercício em questão (1993) determinava que os valores dos rendimentos deveriam ser convertidos em UFIR na data de sua aquisição, também não procede. Cabe assinalar que o contribuinte não observou que apesar dos referidos documentos terem sido confeccionados em moeda corrente, a infração (variação patrimonial a descoberto encontrada nos meses de janeiro, fevereiro, março e dezembro de 1992), demonstrada na Análise da Evolução Patrimonial foi transformada em UFIR de acordo com a legislação tributária vigente à época, conforme claramente demonstrado no Auto de Infração, às fls. 04. Diante disso o procedimento adotado contempla de modo técnico apropriado a inflação Em suma, o demonstrativo estruturado em sua acepção contábil captura corretamente a análise da evolução patrimonial mesmo em contexto inflacionário. Acrescente-se, por pertinente, que a decisão recorrida não merece ser reparada, dada a sua qualidade técnica e fundamentação robusta. Ante ao exposto, voto por REJEITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Sala das Sessões - DF, em 08 de outubro de 2008 i tini] I Plisd NTONICiii'LZO RTINEZ 10 Page 1 _0011700.PDF Page 1 _0011800.PDF Page 1 _0011900.PDF Page 1 _0012000.PDF Page 1 _0012100.PDF Page 1 _0012200.PDF Page 1 _0012300.PDF Page 1 _0012400.PDF Page 1 _0012500.PDF Page 1

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