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Numero do processo: 12963.000380/2007-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/09/1998 a 30/09/1998, 01/01/1999 a 31/01/1999,
01/10/2000 a 31/05/2007
Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 45 DA LEI Nº
8.212/91. SÚMULA VINCULANTE Nº 8 DO STF. DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária do dia 11/06/2008,
declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, publicando,
posteriormente, a Súmula Vinculante nº 8, a qual vincula a aplicação da
referida decisão a todos os órgãos da administração pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal, nos termos do art. 103A
da CF/88,
motivo pelo qual não pode ser aplicado o prazo decadencial decenal.
O lançamento foi constituído em 07/12/2007 para exigir contribuições
previdenciárias relativas ao período de 09/1998 a 05/2007.
Devese,
portanto, ser reconhecida a decadência dos créditos tributários que
remanesceram no processo após a apreciação da DRJ, quais sejam, aqueles
relativos ao período de 01/1999.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 2402-001.531
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso
para reconhecimento da decadência.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1869; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 394 1 393 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12963.000380/200768 Recurso nº 271.091 Voluntário Acórdão nº 2402001.531 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 10 de fevereiro de 2011 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente SOBERANA ADM. E CORRETORA DE SEGUROS S/C Recorrida DRJJUIZ DE FORA/MG Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/09/1998 a 30/09/1998, 01/01/1999 a 31/01/1999, 01/10/2000 a 31/05/2007 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 45 DA LEI Nº 8.212/91. SÚMULA VINCULANTE Nº 8 DO STF. DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária do dia 11/06/2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, publicando, posteriormente, a Súmula Vinculante nº 8, a qual vincula a aplicação da referida decisão a todos os órgãos da administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, nos termos do art. 103A da CF/88, motivo pelo qual não pode ser aplicado o prazo decadencial decenal. O lançamento foi constituído em 07/12/2007 para exigir contribuições previdenciárias relativas ao período de 09/1998 a 05/2007. Devese, portanto, ser reconhecida a decadência dos créditos tributários que remanesceram no processo após a apreciação da DRJ, quais sejam, aqueles relativos ao período de 01/1999. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecimento da decadência. Fl. 407DF CARF MF Emitido em 26/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES Assinado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, 25/04/2011 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 12963.000380/200768 Acórdão n.º 2402001.531 S2C4T2 Fl. 395 2 Julio César Vieira Gomes Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Igor Soares, Ronaldo De Lima Macedo, Lourenço Ferreira Do Prado Fl. 408DF CARF MF Emitido em 26/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES Assinado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, 25/04/2011 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 12963.000380/200768 Acórdão n.º 2402001.531 S2C4T2 Fl. 396 3 Relatório Tratase de NFLD lavrada para se exigir o valor de R$ 3.216,52, em virtude do não recolhimento de contribuições descontadas dos segurados, incidentes sobre os salários de contribuição, prólabore e honorários, nos períodos de 09/1998, 01/1999 e 10/2000 a 05/2007. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 155/333) requerendo a total improcedência do lançamento, A d. Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Juiz de Fora – MG, ao analisar o presente caso (fls. 346/350), julgou o lançamento parcialmente procedente, reduzindo o valor da autuação para R$ 85,00, sob o argumento de que: (i) a atenuação da penalidade prevista na legislação previdenciária incide apenas para os casos de descumprimento de obrigações acessórias; e (ii) deve ser excluído da autuação o valor de R$ 925,00, relativo à competência de 09/1998, bem como os valores das contribuições descontadas dos segurados, calculadas sobre os salários de contribuição declarados em folhas de pagamento e em GFIP, por terem sido equivocadamente lançados pelo fiscal. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 355/391) alegando que a decisão de primeira instância não fundamentou de forma adequada a razão pela qual o valor de R$ 85,00 foi mantido na autuação, apresentando, no seu entendimento, vícios formais e ofendendo o princípio da legalidade. É o relatório. Fl. 409DF CARF MF Emitido em 26/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES Assinado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, 25/04/2011 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 12963.000380/200768 Acórdão n.º 2402001.531 S2C4T2 Fl. 397 4 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A Recorrente afirma que o lançamento está eivado de vício formal, por ter sido objeto de equívocos e engano por parte da autoridade fiscalizadora, nos termos em que informado pela decisão de 1ª instância, abaixo transcrito: “(...) evidente engano da Fiscalização demonstrase no lançamento de desconto de segurados de R$ 925,00 na competência 09/98. Tal valor é o total da folha de pagamento(...)." Pautase o recurso, também, na aparente falta de credibilidade do lançamento e do procedimento de fiscalização, que, mesmo estendendose por mais de 6 meses, teria incorrido em diversos erros. Não obstante, a Recorrente sustenta ainda que a decisão de 1ª instância não fundamentou, de forma inequívoca, a razão pela qual manteve a exigência de R$ 85,00 no auto de infração. No entanto, percebese que os argumentos trazidos pela Recorrente não comportam qualquer informação tendente a afastar o crédito tributário remanescente, se limitando a alegar genericamente a existência de vícios formais no lançamento, não enfrentando, em momento algum, os fatos geradores autuados, sendo, portanto, meramente protelatório o recurso do contribuinte. Cabe mencionar ainda que a d. DRJ especificou, devidamente, quais foram os fatos geradores que remanesceram no processo, e também a razão pela qual tais valores foram mantidos, não havendo qualquer vício nesta decisão. Nesse sentido, segue abaixo trecho de fl. 350: “Restam, portanto, para serem cobradas, as contribuições da competência 01/99 não informadas em GFIP e não recolhidas (levantamento HPG), descontadas das remunerações de férias das seguradas ANA BEATRIZ GUIMARÃES (R$ 15,72) e FLÁVIA GARCIA FERREIRA (R$ 16,44), conforme documentos de fls. 143/144. Isto posto, o presente voto é no sentido de RECEBER a impugnação apresentada, por tempestiva, e JULGAR PROCEDENTE EM PARTE o lançamento, mantendose o crédito retificado no valor de R$ 85,00 (oitenta e cinco reais), consolidado em 05/12/2007, conforme DADR de fls. 344/345.” Fl. 410DF CARF MF Emitido em 26/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES Assinado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, 25/04/2011 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 12963.000380/200768 Acórdão n.º 2402001.531 S2C4T2 Fl. 398 5 Infundada e carente de qualquer plausibilidade, portanto, a alegação de que a decisão de 1ª instância deveria ser anulada por não ter esclarecido a origem dos valores remanescentes no processo. Não obstante este fato, cabe ressaltar que a Recorrente obteve a ciência do lançamento em 07/12/2007 (fl. 01), o qual está exigindo, atualmente, depois da decisão de primeira instância, valores relativos ao período de 01/1999 (fl. 345). Havia, na época da lavratura da notificação, previsão legal para que a Seguridade Social constituísse créditos tributários no prazo de até 10 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído (vide art. 45, inc. I, da Lei nº 8.212/1991). Todavia, o Supremo Tribunal Federal1, em Sessão Plenária, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91. Em decorrência dessa decisão, em 20/06/08 foi publicada a Súmula Vinculante nº 8, a qual vincula a aplicação da referida decisão a todos os órgãos da administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, nos termos do art. 103A da CF/88. Diante disso, bem como em respeito ao art. 62, inc. I, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria nº 256/09, fazse mister afastar a incidência do prazo decadencial decenal de que trata o art. 45 da Lei nº 8.212/1991. Sendo assim, aplicandose as regras decadenciais previstas no CTN – seja aquela contida no art. 150, § 4º, ou aquela prevista no art. 173, inc. I, do CTN –, deve ser reconhecida, de ofício, a extinção do crédito tributário remanescente (relativo à competência de 01/1999), por estar decaído. Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para DAR LHE PROVIMENTO, reconhecendo a extinção dos créditos tributários remanescentes (período de 01/1999) pela decadência. Nereu Miguel Ribeiro Domingues 1 A Sessão de julgamento ocorreu no dia 11/06/2008, no RE nº 559.8829. Fl. 411DF CARF MF Emitido em 26/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES Assinado digitalmente em 08/04/2011 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, 25/04/2011 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001623/2008-93
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA
Período de apuração: 2004
Ementa: NOTAS FISCAIS DE COMPRAS NÃO ESCRITURADAS.
OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. LANÇAMENTO FISCAL.
IRPJ E REFLEXOS.
A falta de escrituração de notas fiscais de aquisição de mercadorias autoriza,
por presunção, a conclusão de que os respectivos valores foram pagos com
recursos oriundos de receitas mantidas à margem da tributação, mormente
quando o sujeito passivo não infirma a pretensão fiscal.
INSUFICIÊNCIA DE PAGAMENTO.
Cabível, por intermédio de lançamento de oficio, a exigência das diferenças
apuradas referentes a recolhimentos ou pagamentos a menor em face de
utilização de alíquota inferior a efetivamente aplicável.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA: CSLL. PIS. COFINS.
Aplicase
às exigência ditas decorrentes o que foi decido em relação à
exigência matriz nos casos de íntima relação de causa e efeito entre elas.
Numero da decisão: 1803-001.071
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de
Julgamento, por unanimidade NEGAR PROVIMENTO o recurso voluntário, nos termos do
relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Sergio Luiz Bezerra Presta
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA Período de apuração: 2004 Ementa: NOTAS FISCAIS DE COMPRAS NÃO ESCRITURADAS. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. LANÇAMENTO FISCAL. IRPJ E REFLEXOS. A falta de escrituração de notas fiscais de aquisição de mercadorias autoriza, por presunção, a conclusão de que os respectivos valores foram pagos com recursos oriundos de receitas mantidas à margem da tributação, mormente quando o sujeito passivo não infirma a pretensão fiscal. INSUFICIÊNCIA DE PAGAMENTO. Cabível, por intermédio de lançamento de oficio, a exigência das diferenças apuradas referentes a recolhimentos ou pagamentos a menor em face de utilização de alíquota inferior a efetivamente aplicável. TRIBUTAÇÃO REFLEXA: CSLL. PIS. COFINS. Aplicase às exigência ditas decorrentes o que foi decido em relação à exigência matriz nos casos de íntima relação de causa e efeito entre elas.
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OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. LANÇAMENTO FISCAL. IRPJ E REFLEXOS. A falta de escrituração de notas fiscais de aquisição de mercadorias autoriza, por presunção, a conclusão de que os respectivos valores foram pagos com recursos oriundos de receitas mantidas à margem da tributação, mormente quando o sujeito passivo não infirma a pretensão fiscal. INSUFICIÊNCIA DE PAGAMENTO. Cabível, por intermédio de lançamento de oficio, a exigência das diferenças apuradas referentes a recolhimentos ou pagamentos a menor em face de utilização de alíquota inferior a efetivamente aplicável. TRIBUTAÇÃO REFLEXA: CSLL. PIS. COFINS. Aplicase às exigência ditas decorrentes o que foi decido em relação à exigência matriz nos casos de íntima relação de causa e efeito entre elas. ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade NEGAR PROVIMENTO o recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes (assinado digitalmente) Sergio Luiz Bezerra Presta Fl. 487DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA 2 Presidente Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto parte do relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: “Em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal MPF n° 08.1.90.002007 031784 e prorrogações (fls.03), a Fiscalização apurou o crédito tributário de R$ 583.961,50, correspondentes aos Autos de Infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, Programa de Integração Social PIS, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido CSLL, já incluídos os juros de mora e a multa de ofício, conforme Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo (fls.04). 2 Os fatos que levaram aos lançamentos foram os seguintes, conforme o Termo de Verificação Fiscal (fls. 285 a 292): Omissão de receitas compras não registradas. 3 A auditora fiscal selecionou oito dos maiores fornecedores da empresa fiscalizada e os intimou para que enviassem a relação das vendas, valores pagos e as respectivas datas de pagamento. As empresas fornecedoras intimadas foram as seguintes: 3.1 Beira Rio Indústria e Comercio de Bebidas Ltda, CNPJ 45.484.524/000133, cujos documentos apresentados se encontram às fls. 65 a 75;. 3.2 Companhia Lorenz , CNPJ 82.639.543/000118, relativa aos documentos de fls. 76 a 90; 3.3 Coopersucar Cooperativa de Produtos de CanadeAçucar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo, CNP 61.149.589/000189, cujos documentos apresentados estão às fls. 091 a 109; 3.4 Líder Alimentos do Brasil Ltda, CNPJ 80.823.396/000106, que apresentou os documentos de fls. 144 a 168; 3.5 GDC Alimentos S/A, CNPJ 02.279.324/000136, com a documentação de fls. 110 a 143; 3.6 Nutrimental S/A Indústria e Comércio de Alimentos, CNPJ 76.633.890/000130, que enviou a documentação de fls. 169 a 192; 3.7 Sara Lee Cafés do Brasil Ltda, CNPJ 02.333.707/000145, cuja documentação apresentadas se encontra às fls. 193 a 231 e Fl. 488DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA Processo nº 19515.001623/200893 Acórdão n.º 1803001.071 S1TE03 Fl. 488 3 3.8 Vinhos Randon Ltda, CNPJ 86.552.676/000103, com documentos às fls. 232 a 244. 4 Com base nas informações prestadas pelas empresa acima listadas, a auditora fiscal verificou a existência de compras não contabilizadas no livro Registro de Entradas e intimou, em 29/04/2008, à fiscalizada a comprovar a origem dos recursos utilizados nas aquisições de mercadorias, das empresas fornecedoras e que não haviam sido localizadas no citado livro de Registro de Entradas (fls. 255 a 282). 5 Em 08/05/2008, a contribuinte respondeu alegando "...que a origem dos recurso utilizados pra pagamento dessa notas fiscais não localizadas, no livro de Registros de Entradas, em 2004, foi com o numerário destas próprias aquisições”.(cic) 6 A auditora fiscal considerou a justificativa insuficiente e não embasada em qualquer comprovação, constituindo simples alegações sem provas e elaborou a planilha de fls. 284 que demonstra , mês a mês, os valores das compras, cuja origem dos pagamentos não foi comprovada pela empresa. 7 Desse modo, foi aplicada a presunção legal de omissão de receitas, prevista no art. 40 da Lei n° 9.430/1996, para o cálculo do IRPJ, CSLL , PIS e COFINS e a multa isolada por falta de recolhimento de estimativa mensal de IRPJ, tomando como fato gerador dos tributos a data do pagamento das respectivas notas fiscais. 8 Desse modo, em 29/05/2008, foi lavrado o competente Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e seus reflexos, a seguir discriminados: 8.1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ (fls. 296 a 299): Total do crédito tributário, R$ 152.082,42, incluídos o tributo, multa e juros de mora. Fundamento legal: Arts. 15 e 24 da Lei n° 9.249/1995, c/c art. 25, inciso I e art. 40 da Lei n° 9.430/1996, e art. 258 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99 aprovado pelo Decreto 3000/1999. 8.2 Programa de Integração Social PIS (fls. 304 a 307): Total do crédito tributário, R$ 59.421,56, incluídos o tributo, multa e os juros de mora. Fundamento legal: arts. 1º e 3º, da Lei Complementar n° 07/70, art.24, § 2º, da Lei n° 9.249/1995, arts. 2º, inciso I; alínea "a" e parágrafo único, 3º, 10, 22, 51 e 91 do Decreto n°4.524/2002. 8.3 Contribuição para a Seguridade Social COFINS (fls. 312 a 315): Total do crédito tributário, R$ 4274.253,99, incluídos o tributo, multa e os juros de mora. Fundamento legal: arts. 2º , inciso II; e parágrafo único, 3o , 10, 22, 51 e 91 do Decreto n° 4.524/2002. 8.4 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL (fls. 319 a 322): Total do crédito tributário, R$ 98.203,53, incluídos o tributo, multa e os juros de mora. Fundamento legal: art. 2º e §§ da Lei n° 7.689/1988; art. 24 da Lei n° 9.249/1995, art. 29 da Lei n° 9.430/1996, e art. 37 da Lei n° 10.637/2002. 9 Inconformada com o lançamento do qual foi notificada em 29/05/2008, conforme ciência no Auto de Infração e reflexos, a contribuinte protocolizou em 27/06/2008 impugnação (fls. 325 a 343), apresentando suas razoes, a seguir, em apertada síntese: 9.1 Faz primeiramente, relato dos fatos. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA 4 9.2 Alega que o auto de infração encontrase eivado de irregularidades que levariam à sua nulidade. 9.3 Alega que não pode prosperar o intento da impugnada em perceber quantia sob a alegação de omissão de receitas, baseada em simples presunção e sem provas verossímeis, reclamando que "...não devendo prosperar que fora aberto à impugnante prazo para que tais atos fossem demonstrados, pois alegar que a presunção é pertinente somente à impugnada é afrontar sobremaneira o Direito. " (sic). 9.4 Alega que "... a impugnante não deve responder aos termos da presente, voz que deu azo a qualquer irregularidade, sendo esta, pessoa jurídica impossível instrumentalizar "omissão de receita" que enseje responder aos termos do presente" (sic) 9.5 Alega que uma vez que o auto de infração foi lavrado sem observação das regras legais, "a impugnante não pode responder por qualquer ônus , que tente a impugnada imputalhes sobre simples presunção" (sic) Preliminarmente 9.6 Alega ilegitimidade da parte, pois argumenta que ".. a impugnante é pessoa jurídica e por assim ser, é impossível que esta instrumentalize uma possível infringência à legislação tributaria e omitir receita, assim como ela não e responsável ao pagamento de possível valor cobrado pela impugnada, pois não e a impugnante que pratica o ato de declarar o imposto, bem como recolher qualquer tributo, não podendo recair tal ônus sobre sua figura." (sic). 9.7 Alega que a impugnante não pratica qualquer ato a ensejar sua legitimidade para figurar no polo passivo da presente demanda, argumentando que todos os atos que "pratica" são de inteira responsabilidade de seu responsável. 9.8 Alega que quem deveria figurar no polo passivo da demanda seria a pessoa física do sócio da impugnante, o senhor Silvio Roberto Pires Chagas. 9.9 Discorre longamente sobre o sujeito passivo da obrigação tributária citando normas legais, acórdãos do Conselho de Contribuintes e os autores tributaristas Hugo de Brito Machado e Marco Aurélio Grecco, para concluir que sobre o acerto, em sua opinião de incluir a figura do sócio no polo passivo da lide. 9.10 Alega nulidade do procedimento fiscal por inépcia do Auto de Infração, informando que a citada inépcia seria nítida em dois momentos que podem ser individualizados, "...vez que saltam aos olhos sua inconsistência na foram em que fora constituído, bem como a forma de como chegou a digna Auditora da Receita Federal em imputar o alegado encardo tributário à pessoa jurídica da impugnante. " (sic); 9.11 Alega que "... para o leigo que observa o presente Auto de Infração, este não se atentaria que não fora constituído de maneira indene de apontamentos que o enfraquecem, devendo de plano ser desconsiderado. " (sic). 9.12 Alega que da simples leitura dos autos "...extraise que não traduz o entendimento certo, detalhado e explicito da impugnada a demonstrar de onde provem seu intento, constando somente cálculos, impossíveis de levar a uma conclusão lógica..., enfim o mencionado Auto de Infração não demonstra sua origem, bem como qual os fatores utilizados para o seu desfecho "(sic). 9.13 Alega que não sabe como a "...impugnada poderia cobrar os valores constantes no mencionado Auto de Infração , vez que este se demonstra inepto, vez Fl. 490DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA Processo nº 19515.001623/200893 Acórdão n.º 1803001.071 S1TE03 Fl. 489 5 que não originou de procedimento efetivado de maneira indene de dúvidas e contradições", (sic). 9.14 Alega que o Termo de Verificação Fiscal foi entregue somente quando o Auto de Infração fora lavrado e esse termo alegaria uma serie de conjecturas sem nenhuma face sua pessoa, não cabendo qualquer alegação que ateste ou suponha que tenha propósito a intimação recebido por este com referencia exclusiva ao Auto de infração como sócio da impugnante, "(sic). 9.27 Alega que desta feita "..demonstrase o prosseguimento do presente Auto de Infração imputado à impugnante instituído ao fracasso, vez que não preenche as condições de procedibilidade, sendo plenamente nulo."(sic). 9.28 Alega que se não for nulo pelos motivos acima, "... o Auto de Infração tornase nulo devido ao fato desta versar sobre sua totalidade. " (sic). 9.29 Alega que o auto de infração contradiz o art. 10 do Decreto n° 70.235/1972, "... o qual o rol e taxativo, o Autuante está obrigatoriamente vinculado ao local da verificação da falta... " (sic), citando o artigo. 9.30 Alega que da simples leitura do auto, se observa que o local da lavratura não se deu na sede da empresa e sim no endereço da Secretaria da Receita Federal à Avenida Pacaembu, 715,4° andar. 9.31 Alega que comprovada a "...ocorrência de alguma afronta à legislação tributária vigente, existe a obrigatoriedade de sua lavratura em loca do estabelecimento fiscalizado, sob pena de ser considerado ineficaz e inválido, quando lavrado na própria repartição fiscal, como ocorreu no presente caso. " (sic)., citando ainda parecer de professor Bernardo Ribeiro de Moraes. 9.32 Desse modo, alega a declaração de nulidade "In ratione loci", face a desobediência da norma legal, quando da constituição do auto de infração, requerendo a nulidade do auto por desobediência do art. 10 do Decreto n° 70.235/1972. Mérito 9.33 Alega que o auditor fiscal não obedeceu ao principio da legalidade, afirmando que a "...a impugnada ultrapassou seu limite profissional, como agente fiscal, entrando em outra órbita, que não àquela para que fora contratado, efetuando levantamentos contábeis—fiscais, verificando e examinando livros mercantis, fiscais, adentrando e avaliando os lançamentos efetuados nestes livros fiscais e respectivos documentos que originaram esse registros e assentos. " (sic). 9.34 Alega que a impugnante pautase pelo art. 37 da Constituição Federal, que exige "...como pressuposto de eficácia e validade de todo e qualquer ato administrativo a moralidade, a impessoalidade e a LEGALIDADE, isto é, a prática do ato sempre de acordo com a previsão legal, legalidade esta que e inarredável no direito tributário em face da estrita vinculação de todos os atos à lei,... " (sic). 9.35 Alega que "... como devidamente explicitado acima, a impugnante em momento algum fora cientificada do teor ao qual se referia o mencionado Termo de Intimação , penso ser suficiente as informações prestadas, inclusive fornecendo seus livros Caixa sem nenhuma resistência. Observase daí, que a impugnada além de se ter equivocado quanto a legitimidade de quem deveria figurar no polo passivo da demanda, cometeu ledo engano ao fazer Fl. 491DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA 6 com que a impugnante caísse em erro, para aproveitarse agora da presente para informar que esta não lhe apresentou fatos convincentes para foram sua convicção. 9.36 Discorre sobre a presunção legal, citando autores' tributaristas para alegar que "...a cobrança efetivada está supondo a distribuição automática de lucro da empresa, efetuando assim uma tributação reflexa, pois a impugnada não fez nenhuma referência quanto à efetividade da obtenção dos ganhos pela impugnante", (sic), alegando ainda que o auto de infração violaria o art. 43 do Código Tributário Nacional, pois não teria sido demonstrada pela impugnada, a disponibilidade econômica ou jurídica da impugnante. 9.37 Alega que "Em nenhum momento conseguiu a impugnada determinar fraude cometida pela impugnante, vez que a prova que se utiliza para imputar a ela a omissão de receita, foi consubstanciada em importações prestadas por parte desconhecida na demanda, ou seja, são provas absolutamente frágeis. " (sic). 9.38 Alega que as planilhas apresentadas pela auditora fiscal "... foram produzidas por pessoas estranhas ao presente, sem qualquer comprovação de que o que estava atestando, efetivamente ocorreu, demonstrando de forma "incontesti" no transcorrer desse procedimento que somente a impugnante apresentou documentos que possuem valor comprobatório ou seja, Livros e documentos fiscais" (sic). 9.39 Alega que " ...aceitar planilhas em detrimento da escrituração fiscal contábil sólida propiciada pela impugnante para a lavratura do Auto de Infração pleiteando valor expressivo é condenar a morte o preceito constitucional da ampla defesa e do contraditório extrapolando inclusive os princípios que norteiam a Administração Pública na legitimidade de seus atos. " (sic). 9.40 Prossegue alegando que planilhas feitas unilateralmente são frágeis e não servem para comprovar omissão de receita, argumentando que o auto de infração não posse subsistir baseado nessas premissa. 9.41 Alega que mesmo estando os dispositivos legais invocados em vigor, "... a impugnante foi intimada (sic) corretamente dos termos do presente processo, não informando a impugnada os objetivos de sua intimação, fazendo com que a impugnante lhe respondesse sem a formalidade que exigia, fazendo somente agora transparecer a grandiosidade do fato, fato que por si só cai por terra no constante no dispositivo legal enfocado, vez que a impugnada a fez incidir em erro. " (sic). 9.42 Discorre sobre a revisão do processo para reclamar a nulidade do processo. 9.43 Por fim, requer a nulidade da intimação efetivada somente em nome da impugnante, uma vez que alega não ser parte legitima para figurar no polo passivo da demanda, e informando que quem deveria figurar no polo passivo seria o sócio da empresa, Sr. Silvio Roberto Pires Chagas. (...)”. A 5ª Turma da DRJ/SÃO PAULO1SP, em sessão de 28/04/2010, ao analisar a peça impugnatória apresentada, proferiu o acórdão n° 1625.115 entendendo “por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido”, sob argumentos assim ementados: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 Fl. 492DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA Processo nº 19515.001623/200893 Acórdão n.º 1803001.071 S1TE03 Fl. 490 7 COMPRAS NÃO CONTABILIZADAS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS. NÃO COMPROVAÇÃO. INFORMAÇÕES PRESTADAS PELO FORNECEDOR. Presumese a ocorrência de omissão de receitas, quando não comprovada a contabilização da totalidade das COMPRAS efetuadas, baseada nas informações relativas às mesmas, em declarações prestadas à repartição fiscal, pelos fornecedores da fiscalizada. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001 LOCAL DA LAVRATURA O auto de infração pode ser lavrado no interior da própria REPARTIÇÃO FISCAL, quando estiverem disponíveis ao Auditor Fiscal as informações necessárias. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO OCORRÊNCIA. A empresa, com personalidade jurídica responde pelos tributos devidos em seu nome. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” A decisão da 5ª Turma da DRJ/SÃO PAULO1SP teve os seguintes argumentos: “(...) De fato, até mesmo ao citar os autores Hugo de Brito Machado e Marco Aurélio Grecco, os doutos representantes da empresa, demonstraram de forma cabal, não compreender sequer o texto que citam, 'pois neles consta a referencia explicita à pessoa jurídica, como sujeito passivo da obrigação tributária. 15 Para melhor clareza e aprendizado, reproduzse aqui novamente os referidos trechos, que foram alias, citados pelos doutos representantes da empresa, sem a referencia à obra de cada autor: (...) 16 Esses insignes autores, obviamente sabem perfeitamente o que seja uma pessoa jurídica sujeito passivo da obrigação tributária. 17 Como os doutos representantes da empresa não parecem conhecer o que seja uma pessoa jurídica, apresentase aqui sucinta explicação para o seu enriquecimento jurídico. Fl. 493DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA 8 18 Pessoa jurídica, segundo o dicionário Michaelis, é "a entidade abstrata com existência e responsabilidade jurídicas como, por exemplo, uma associação, empresa, companhia, legalmente autorizadas." 19 A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica comer o sujeito de direito inanimado personalizado. 20 São requisitos para a existência da pessoa jurídica a organização de pessoas ou bens, a licitude de propósitos e capacidade reconhecida por norma 21 Já a personalidade legal de uma pessoa jurídica, incluindo seus direitos, deveres, obrigações e ações, é separada de qualquer uma das outras pessoas físicas ou jurídicas que a compõem. Assim, a responsabilidade legal de uma pessoa jurídica não é necessariamente a responsabilidade legal de qualquer um de seus componentes. (...) 40 O que se tem de concreto no presente processo é que as alegações apresentadas sobre a nulidade e a inépcia do auto de infração, buscam esconder, de forma pífia, o fato que a fiscalizada não logrou apresentar qualquer justificativa para a não contabilização das notas fiscais de compra e muito menos explicar a falta de origem contábil dos recursos empregados para quitar as citadas compras. 41 Nem mesmo em sua impugnação, apresentou qualquer documentação que justificasse a origem dos recursos empregados nas compras, cabendo ainda ressaltar que a própria contribuinte afirma, à fls 283, que o numerário decorrente das vendas de mercadorias das compras cujas notas fiscais não foram contabilizadas (no dizer, da contribuinte,"...destas Notas Fiscais não localizadas, no livro de Registro de Entradas "), foram utilizados para quitar essas compras. Ou seja, a fiscalizada candidamente relata uma sequência de operações de compra e venda, totalmente à margem da sua contabilidade oficial, como se esse tipo de operação fosse aceito pelo Fisco Federal. 42 Dessa maneira, resta claro que a contribuinte manteve em 2004, operações mercantis que foram iniciadas com recursos estranhos à sua contabilidade e continuadas com o produto das vendas de mercadorias não registradas nos livros fiscais, , contrariando o que determina a legislação comercial e fiscal que determina que toda a entrada de recursos financeiros ou mercadorias deve ser contabilizada nos livros comerciais e fiscais, de uso obrigatório. A falta de contabilização presume omissão de receitas conforme art. 282 do RIR/99, cuja matriz legal são os DecretoLei n° 1598/1977, art.12, §2° e Lei n° 9.430/1996, art.40. 43 Consequentemente, como a impugnante limitase a espernear mas não apresenta provas consistentes do que alega, bem como não traz aos autos Fl. 494DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA Processo nº 19515.001623/200893 Acórdão n.º 1803001.071 S1TE03 Fl. 491 9 qualquer evidência de sua escrituração fiscal e contábil, não se pode aceitar seus argumentos. 44 Por fim, vale aqui a velha máxima "Allegatio sine probatione veluti campana sine pistillo est" Alegação sem prova é como sino sem badalo dado que alegações a impugnante entendeu apresentar, demonstraramse inconsistentes, devendose manter, portanto, todos os lançamentos efetuados. 45 Quanto aos lançamentos reflexos, vale o decidido no processo principal. Sendo este procedente, os autos reflexos também o são. (...)” Cientificado da decisão interpôs o contribuinte, em 14/02/2011, Recurso Voluntário a este Conselho, a Recorrente manteve os mesmos argumentos da peça impugnatória apresentada, sem trazer nenhuma novidade e requerendo ao final o seguinte: É o relatório do essencial. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA 10 Voto Conselheiro SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA Sobre a questão da tempestividade, não se pode apurar em que data a Recorrente foi cientificada da decisão da 5ª Turma da DRJ/SÃO PAULO1SP. Às fls. 421 dos autos encontramos cópia do Aviso de Recebimento – AR: No AR, não tenho certeza sobre a data do recebimento, se 12/01/2011 ou 17/01/2011. Porém, temos a data do carimbo de retorno, qual seja 17/01/2011. Assim, tomando como base a data do carimbo de retorno, utilizo o princípio “in dublo pro reo” para declarar o presente recurso é tempestivo, além de atender aos pressupostos legais para seu seguimento. Por essa razão dele conheço. Como visto do relatório, o ponto levantado no recurso é a legitimidade passiva da Recorrente para responder sobre a autuação. Não sendo assim legitima, para ser imputada com o IRPJ e reflexos (CSLL, PIS e COFINS). Isso tudo porque o procedimento fiscal encontrou, aos circularizar os fornecedores da Recorrente a Omissão de Receitas por Compras não Escrituradas. Porém, a recorrente, em suas razões, não apresenta qualquer fato ou comprovação, simplesmente alega que a imposição deveria cair sobre a pessoa física e não sobre a pessoa jurídica. Sobre esse tema, quero, com a devida vênia, fazer minhas as palavras da da 5ª Turma da DRJ/SÃO PAULO1SP, “verbis”: “(...) 40 O que se tem de concreto no presente processo é que as alegações apresentadas sobre a nulidade e a inépcia do auto de infração, buscam esconder, de forma pífia, o fato que a fiscalizada não logrou apresentar qualquer justificativa para a não contabilização das notas fiscais de compra e muito menos explicar a falta de origem contábil dos recursos empregados para quitar as citadas compras. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA Processo nº 19515.001623/200893 Acórdão n.º 1803001.071 S1TE03 Fl. 492 11 41 Nem mesmo em sua impugnação, apresentou qualquer documentação que justificasse a origem dos recursos empregados nas compras, cabendo ainda ressaltar que a própria contribuinte afirma, à fls 283, que o numerário decorrente das vendas de mercadorias das compras cujas notas fiscais não foram contabilizadas (no dizer, da contribuinte,"...destas Notas Fiscais não localizadas, no livro de Registro de Entradas"), foram utilizados para quitar essas compras. Ou seja, a fiscalizada candidamente relata uma sequência de operações de compra e venda, totalmente à margem da sua contabilidade oficial, como se esse tipo de operação fosse aceito pelo Fisco Federal. 42 Dessa maneira, resta claro que a contribuinte manteve em 2004, operações mercantis que foram iniciadas com recursos estranhos à sua contabilidade e continuadas com o produto das vendas de mercadorias não registradas nos livros fiscais, contrariando o que determina a legislação comercial e fiscal que determina que toda a entrada de recursos financeiros ou mercadorias deve ser contabilizada nos livros comerciais e fiscais, de uso obrigatório. A falta de contabilização presume omissão de receitas conforme art. 282 do RIR/99, cuja matriz legal são os DecretoLei n° 1598/1977, art.12, §2° e Lei n° 9.430/1996, art.40. 43 Consequentemente, como a impugnante limitase a espernear mas não apresenta provas consistentes do que alega, bem como não traz aos autos qualquer evidência de sua escrituração fiscal e contábil, não se pode aceitar seus argumentos. Na verdade, o que fica comprovado nos autos é que a Recorrente teria omitido dolosamente suas compras, bem como as receitas operacionais decorrentes da venda dos produtos constantes das “notas Fiscais não localizadas, no livro de Registro de Entradas”. Ora diante da confissão da Recorrente, não se pode negar que a exigência do tributo por meio de lançamento de ofício requer prova segura da ocorrência do fato gerador do tributo. O Código Tributário Nacional, em seus arts. 3º e 142, estabelece que esta atividade de lançamento é plenamente vinculada, assim, cumpre à fiscalização realizar as inspeções necessárias à obtenção dos elementos de convicção e certeza indispensáveis à constituição do crédito tributário. Havendo dúvida sobre a exatidão dos elementos em que se baseou o lançamento, a exigência não pode prosperar, por força do disposto no art. 112 do CTN. O imposto, por definição (CTN. art.3º), não pode ser usado como sanção. Para a exigência de crédito tributário sob a acusação de omissão de receitas, referida circunstância deve ser conhecida e devidamente comprovada, pois, caso contrário, estaria se lançando tributo de forma presuntiva e não prevista em lei. A legislação de regência autoriza a circularização; e, foi isso que a Autoridade Administrativa fez. Assim, não há como negar que a autuação por presunção somente nos casos especificamente previstos, tais como, saldo credor de caixa, passivo fictício, suprimentos não comprovados, etc., porém, é indispensável que a irregularidade fiscal fique devidamente caracterizada e demonstrada na acusação fiscal. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA 12 O próprio diploma legal estabelece os limites da presunção. Fora disso, a autuação por omissão de receita deve ser assentada em dados concretos, objetivos e não em circunstâncias não suficientemente provadas, que se mostrem incapazes de estabelecer fonte segura para o convencimento do julgador. Quando o auto de infração trata de omissão de receita, o ônus da prova é de inteira responsabilidade do Fisco que, para tanto, tem poderes de investigação não apenas sobre o contribuinte como também sobre terceiros, ligados ou não à operação, desde que sobre ela haja dúvida de sua regularidade. E desses poderes, na apuração da verdade material, não pode abdicar. É isso que vemos nos autos. Na verdade, a autoridade pública, no exercício da sua função, investigou a fundo a ocorrência da omissão dolosa de parte das compras da Recorrente, bem como as receitas operacionais decorrentes da venda dos produtos constantes das “notas Fiscais não localizadas, no livro de Registro de Entradas”. Além disso, o fato de não ter a Recorrente respondido a contento às alegações feitas pela fiscalização, nem tampouco trazido aos autos prova de que as notas estavam contabilizadas reforçam as eventuais irregularidades na contabilização das compras e reconhecimento das vendas. Além do mais, a Recorrente fica todo tempo “batendo na tecla” da ilegitimidade. Propositadamente deixei esse tema para o final, mesmo a Recorrente tendo alegado em preliminar a ilegitimidade passiva da TABOR DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA, protestando pela nulidade do Ato Administrativo de Lançamento, ao fundamento de que deveria ser lançado contra a pessoa física do seu sócio. Não vejo argumento para sustentar essa tese, tendo em vista que a responsável pelo recolhimento é a TABOR DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA., entidade que dolosamente omitiu de parte das compras e das receitas operacionais decorrentes da venda dos produtos constantes das “notas Fiscais não localizadas, no livro de Registro de Entradas”. Assim, não posso me filiar a tese de nulidade do Ato Administrativo de Lançamento, ao fundamento de que deveria ser lançado contra a pessoa física do seu sócio. Até porque, a autoridade fiscal aprofundou as investigações e a coleta de provas concretas e seguras capazes de autorizar a convicção de que a Recorrente agiu de forma a omitir compras e subtrair receitas da tributação, visando, salmo melhor juízo, reduzir a base de tributação. Essa é uma presunção extraída dos indícios apurados e que não se prestam a conclusões diversas. Tanto é que a Recorrente nada questionou. Além do mais, vejo que os indícios para efetivação do lançamento efetuado têm a necessária consistência para justificar, de forma inconteste, a acusação de omissão de compras e desvio de receitas da fiscalizada. Pelas razões acima expostas, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. Sérgio Luiz Bezerra Presta Relator (assinado digitalmente) Fl. 498DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA Processo nº 19515.001623/200893 Acórdão n.º 1803001.071 S1TE03 Fl. 493 13 Fl. 499DF CARF MF Impresso em 25/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 25/0 5/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 10/05/2012 por SERGIO LUIZ BEZERRA PR ESTA
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Numero do processo: 10469.003110/97-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Aug 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário:
1994
IRPJ. LUCRO PRESUMIDO. SALDO CREDOR DE CAIXA. OMISSÃO
DE RECEITAS.
A presunção legal prevista no art. 228 do RIR/94 não se restringe à
sistemática de apuração do Lucro Real, aplicando-se,
também, às empresas
tributadas pelo Lucro Presumido.
IRPJ E IR-FONTE.
BASE DE CÁLCULO DAS RECEITAS OMITIDAS.
EFICÁCIA DOS ARTS. 43 e 44 DA LEI 8.541/92, NA TRIBUTAÇÃO
PELO LUCRO PRESUMIDO E ARBITRADO.
A MP 492/94 (art. 3º) estendeu as regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8541/92,
para incidirem, também, sobre as empresas tributadas pelo Lucro Presumido
e Arbitrado, fixando no seu art. 7º e da que lhe sucedeu (MP 520/94), que a
nova tributação de 100% (cem por cento) da receita omitida aplicar-se-ia
“aos
fatos geradores ocorridos a partir de 9 de maio de 1994”. Todavia, essa
determinação expressa de efeitos imediatos perdeu sua eficácia por não
constar das reedições subsequentes, nem da Lei 9.064/95 em que foi
convertida. Por traduzir majoração de imposto, pelo alargamento da base de
cálculo das empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, só a partir
de 01.01.95 seria possível a aplicação das regras dos arts. 43 e 44 da Lei
8.541/92, em respeito ao princípio da anterioridade fixado no art. 150, III,
“b”, da Constituição Federal. Prevalência das regras anteriores, no ano de
1994, que autorizam reduzir a base tributável do IRPJ para 50% (cinqüenta
por cento) da receita omitida, e cancelar o IR-FONTE
lançado contra a
pessoa jurídica, passível de ser exigido das pessoas físicas beneficiárias.
PIS-FATURAMENTO.
LEI COMPLEMENTAR 07/70. BASE DE
CÁLCULO DE 6 (SEIS) MESES ATRÁS.
A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de
1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.
(Súmula CARF nº 15).
OMISSÃO DE RECEITAS. SALDO CREDOR DE CAIXA.
A ocorrência de saldo credor de caixa caracteriza omissão de receitas,
ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
Ano-calendário:
1994
OMISSÃO DE RECEITA. BASE DE CÁLCULO.
A partir de maio de 1994, nos casos de omissão de receitas, a CSLL deverá
ser lançada de ofício, à alíquota de 10%, e considerado como base de cálculo
o valor total da receita omitida.
Numero da decisão: 1402-000.662
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) cancelar o lançamento do IRRF, 2) reduzir a
base de cálculo do IRPJ para 50% da receita omitida, e 3) adaptar a exigência do PIS à súmula
nº. 15 do CARF.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1994 IRPJ. LUCRO PRESUMIDO. SALDO CREDOR DE CAIXA. OMISSÃO DE RECEITAS. A presunção legal prevista no art. 228 do RIR/94 não se restringe à sistemática de apuração do Lucro Real, aplicandose, também, às empresas tributadas pelo Lucro Presumido. IRPJ E IRFONTE. BASE DE CÁLCULO DAS RECEITAS OMITIDAS. EFICÁCIA DOS ARTS. 43 e 44 DA LEI 8.541/92, NA TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO E ARBITRADO. A MP 492/94 (art. 3º) estendeu as regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8541/92, para incidirem, também, sobre as empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, fixando no seu art. 7º e da que lhe sucedeu (MP 520/94), que a nova tributação de 100% (cem por cento) da receita omitida aplicarseia “aos fatos geradores ocorridos a partir de 9 de maio de 1994”. Todavia, essa determinação expressa de efeitos imediatos perdeu sua eficácia por não constar das reedições subsequentes, nem da Lei 9.064/95 em que foi convertida. Por traduzir majoração de imposto, pelo alargamento da base de cálculo das empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, só a partir de 01.01.95 seria possível a aplicação das regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8.541/92, em respeito ao princípio da anterioridade fixado no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal. Prevalência das regras anteriores, no ano de 1994, que autorizam reduzir a base tributável do IRPJ para 50% (cinqüenta por cento) da receita omitida, e cancelar o IRFONTE lançado contra a pessoa jurídica, passível de ser exigido das pessoas físicas beneficiárias. PISFATURAMENTO. LEI COMPLEMENTAR 07/70. BASE DE CÁLCULO DE 6 (SEIS) MESES ATRÁS. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 840 2 A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. (Súmula CARF nº 15). OMISSÃO DE RECEITAS. SALDO CREDOR DE CAIXA. A ocorrência de saldo credor de caixa caracteriza omissão de receitas, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1994 OMISSÃO DE RECEITA. BASE DE CÁLCULO. A partir de maio de 1994, nos casos de omissão de receitas, a CSLL deverá ser lançada de ofício, à alíquota de 10%, e considerado como base de cálculo o valor total da receita omitida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) cancelar o lançamento do IRRF, 2) reduzir a base de cálculo do IRPJ para 50% da receita omitida, e 3) adaptar a exigência do PIS à súmula nº. 15 do CARF. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 841 3 Relatório Comercial Eloi Chaves Ltda recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 3ª Turma da DRJ Recife/PE, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Contra a contribuinte acima qualificada foi lavrado o auto de infração de fls. 270/276, através do qual é exigido o crédito tributário relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ no valor de R$ 195.576,64, incluídos juros de mora e multa de ofício de 75%. 2. De acordo com o auto de infração e com o Termo de Encerramento da Ação Fiscal (fls. 237/238), o lançamento decorreu da omissão de receitas nos meses de janeiro a novembro de 1994, caracterizada pela ocorrência de saldo credor da conta caixa. 3. Em conseqüência da omissão de receitas, foram lavrados os autos de infração reflexos concernentes à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (fls. 247/252), no valor de R$ 56.562,15, ao Imposto de Renda Retido na Fonte (fls. 253/258), no valor de R$ 195.576,64, à Contribuição para o Programa de Integração Social PIS (fls. 264/269), no valor de R$ 5.867,33, e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins (fls. 259/263), no valor de R$ 15.646,14. 4. O crédito tributário total importa em R$ 469.228,88, conforme demonstrativo consolidado de fls. 01/02. 5. O enquadramento legal das infrações, bem assim os demonstrativos de apuração, encontramse nos autos de infração e em seus anexos. 6. A contribuinte apresentou impugnação (fls. 279/322), alegando, em síntese: 6.1 que não houve saldo credor de caixa em nenhum mês. A fiscalização não teria considerado a movimentação bancária, os rendimentos de aplicações financeiras, nem os saldos de caixa de períodos anteriores, conforme teria assinalado o autuante no termo de encerramento; 6.2 – que as despesas e a composição do Passivo foram incorretamente apuradas pela fiscalização; 6.3 – que seus registros contábeis estão assentados no Livro Diário, revestido das formalidades legais, os quais divergem expressivamente dos incluídos pela fiscalização, a quem caberia provar a desclassificação dos registros; 6.4 – que o art. 892 do RIR/94 diz respeito a declaração inexata, além de que e a empresa não teria omitido receitas, já que as vendas teriam sido contabilizadas; Fl. 3DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 842 4 6.5 – que é insubsistente, inaplicável e ilegal a caracterização de omissão de receita a que se refere o art. 44 da Lei nº 8.541/92, razão por que é improcedente o lançamento do Imposto de Renda Retido na Fonte; 6.6 – que a conversão da UFIR foi incorretamente efetuada; 6.7 – que nos meses de maio a novembro o cálculo da CSLL considerou o coeficiente de 10% sobre as receitas omitidas, quando deveria ser de 1%; 7. Ao final, requereu a realização de diligência, a retificação dos cálculos apontados na defesa e a descaracterização da omissão de receita. 8. Foi o processo baixado em diligência (fls. 324/325), visando a confirmar a veracidade das alegações de defesa. 9. Em despacho de fl. 330, a autoridade lançadora informa estranhar que as receitas contabilizadas no Livro Diário eram superiores à receita declarada e escriturada nos livros fiscais. Chamaramlhe a atenção aspectos extrínsecos do Livro Diário, motivo pelo qual foi ele submetido a exame pela Polícia Federal, que, por meio do laudo de fls. 332/334, concluiu pela invalidade da autenticação do livro, “tornandoo, assim, um documento inábil para qualquer tipo de exame e/ou análise contábil”. 10. A fiscalização emitiu relatório de fls. 336/337, considerando prejudicada a diligência, haja vista que as alegações de defesa estavam integralmente alicerçadas nos registros do Diário, tido por inválido. 11. A autuada, ouvida por solicitação desta delegacia, trouxe novas alegações, em resumo (fls. 347/402): 11.1 – que houve ofensa ao princípio constitucional da anualidade, equívocos quanto aos fatos geradores, incorreção quanto à nãoadoção da semestralidade do PIS, nãoobservância do princípio da retroatividade benigna; 11.2 – que a fiscalização, quando da intimação para realização da diligência, reteve indevidamente os livros e documentos da empresa. Teria sido impossível, assim, uma completa e minuciosa impugnação, por ausentes os extratos bancários e os Livros Razão, Diário e Registro de Saídas, restando caracterizado o cerceamento do direito de defesa, agravado pela falta de clareza nos demonstrativos elaborados pelo autuante; 11.3 – que o saldo de caixa do ano anterior, não considerado no lançamento, encontrase registrado no balanço patrimonial e no Livro Caixa do ano de 1993, não sendo alcançado, portanto, pelas equivocadas conclusões do laudo pericial. Também não teria sido considerado o saldo de numerário mantido no Banco Bamerindus em 31/12/93; 11.4 – que a fiscalização não incluiu rendimentos de aplicações financeiras e calculou incorretamente as obrigações da empresa; 11.5 – que o Livro Diário foi autenticado na Junta Comercial do Rio Grande do Norte, a quem foi requerida certidão comprobatória da autenticidade, não tendo ainda obtido o documento e 11.6 – que a recomposição do fluxo de caixa carece de retificações. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 843 5 12. Através da Resolução DRJ/RCE nº14, de 22 de fevereiro de 2002 (fls. 519/546), a 3ª Turma de Julgamento baixou novamente o processo em diligência, solicitando que, em relação aos documentos trazidos na segunda impugnação, fosse verificada sua autenticidade e confirmados os pagamentos alegados pelo sujeito passivo. Requereuse, ainda, a documentação comprobatória de outras alegações sustentadas pela defesa, bem assim a elucidação de outras questões argüidas pela empresa, restituindolhe os livros e reabrindolhe prazo para defesa. 13. Efetuada a diligência (fls. 626/645), concluiuse pela procedência parcial das alegações da contribuinte, tendo a fiscalização ajustado os demonstrativos de composição do Passivo e do fluxo de caixa à nova situação. 14. A autuada apresentou contestação à diligência (fls. 646/658), por meio da qual reafirma a inclusão de seis notas fiscais no rol de suas obrigações, reitera as aplicações financeiras não aceitas pela fiscalização e relaciona compras que teriam sido pagas em vencimento posterior ao admitido pela autoridade fiscal. Sobre a nãoconfirmação dos pagamentos, alega que as empresas fornecedoras não mais existem, em face do que requer seja considerado, para cada nota fiscal, que o pagamento se deu no mês do vencimento da respectiva duplicata. É o relatório.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 11 24.934 (fls. 737753) de 19/12/2008, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento. A decisão foi assim ementada. “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1994 OMISSÃO DE RECEITAS. SALDO CREDOR DE CAIXA. A ocorrência de saldo credor de caixa caracteriza omissão de receitas, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção. DEVER DE ESCRITURAR. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, sendo obrigatório o uso do livro Diário revestido das formalidades legais. BASE DE CÁLCULO. CONVERSÃO EM UFIR. A partir de 1º de setembro de 1994, a base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas será convertida em quantidade de UFIR mediante a divisão do valor do lucro real, presumido ou arbitrado, pelo valor da UFIR vigente no mês subseqüente ao de encerramento do períodobase de sua apuração. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. COFINS.IRRF.CSLL. Estendese aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 844 6 Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 1994 OMISSÃO DE RECEITA. BASE DE CÁLCULO. A partir de maio de 1994, nos casos de omissão de receitas, a CSLL deverá ser lançada de ofício, à alíquota de 10%, e considerado como base de cálculo o valor total da receita omitida. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1994 ALEGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A impugnação deve estar instruída com todos os documentos e provas que possam fundamentar as contestações de defesa. Não têm valor as alegações desacompanhadas de documentos comprobatórios, quando for este o meio pelo qual devam ser provados os fatos alegados. NOVAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. PRECLUSÃO. Devem ser rejeitados argumentos suplementares alegados após a realização de diligência e que não guardem relação com os novos fatos ou documentos trazidos aos autos. ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 19/03/2009 (A.R. de fl. 758), a interessada interpôs recurso voluntário em 06/04/2009 (fls. 763809) onde repisa os argumentos trazidos na impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. Conforme Termo de Verificação e de Constatação Fiscal (fls. 232/236), a autoridade autuante identificou, através do demonstrativo de fluxo de caixa, que a contribuinte teve dispêndios de recursos superiores aos ingressos nos meses de janeiro a novembro de 1994, Fl. 6DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 845 7 configurandose omissão de receitas em virtude do saldo credor de caixa, conforme art. 43 e 44 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992. Alega a recorrente, inicialmente, que a caracterização de omissão de receitas a que se referem os art. 43 e 44 da Lei nº 8.541/92 é ilegal, haja vista serem as disposições contidas naqueles artigos aplicáveis para empresas tributadas pelo lucro presumido apenas a partir de 1º/01/1995. Quanto a esse ponto, reproduzo a seguir excerto do Acórdão 10806125, de 06/06/2000, da Oitava Câmara/Primeiro Conselho de Contribuintes, cujo fundamento peço vênia ao autor para adotar como razão de decidir no presente caso: “... Com efeito, o art. 43 da Lei 8.541/92 dispunha originalmente: "Art. 43— Verificada omissão de receita, a autoridade tributária lançará o imposto de renda, à alíquota de 25%, de oficio, com os acréscimos e as penalidades de lei, considerando como base de cálculo o valor da receita omitida. ... § 2° — O valor da receita omitida não comporá a determinação do lucro real e o imposto incidente sobre a omissão será definitivo." Vêse que esse dispositivo não se destinava às empresas tributadas pelo lucro presumido, já que no §2° estabelece apenas para empresas tributadas pelo lucro real. A inclusão da sistemática para empresas tributadas pelo lucro presumido veio apenas com a Medida Provisória 492, de 5/5/94, cujo art. 3° deu a seguinte redação ao dispositivo: “§2° O valor da receita omitida não comporá a determinação do lucro real, presumido ou arbitrado, bem como a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, e o imposto e a contribuição incidentes sobre a omissão serão definitivos.” (grifouse). Contudo, quando do julgamento do recurso 117.884, o relator Conselheiro José Antonio Minatel fez notar que, pelo princípio da anterioridade, o aumento introduzido pela MP 492/94 somente poderia surtir efeitos em 1995 (Constituição Federal. Art. 150, III, "b"). O Poder Executivo, tendo percebido o equívoco legal, a partir da reedição de julho da MP 492, a de n° 544, publicada no DOU de 04.07.94, e até a sua conversão na Lei 9.064/95, não fez constar o termo de início da aplicação da norma anteriormente previsto no art. 7º. Quanto ao IRRF, o mesmo raciocínio deve ser adotado, isto é, a alteração da apuração do tributo somente pode ter aplicação no exercício seguinte. Dessa forma, o lançamento do IRRF deveria seguir a legislação anterior com tributação diretamente da pessoa física (art. 40, § 11, da Lei 8.383191). Peço vênia para transcrever a ementa e a conclusão do eminente Conselheiro na apreciação do recurso acima referido (10805.552): Fl. 7DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 846 8 IRPJ E IRFONTE — BASE DE CÁLCULO DAS RECEITAS OMITIDAS — EFICÁCIA DOS ARTS. 43 E 44 DA LEI 8.541/92, NA TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO E ARBITRADO: A MP 492/94 (art. 3°) estendeu as regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8.541/92, para incidirem, também, sobre as empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, fixando no seu art. 7º e da que lhe sucedeu (MP 520/94), que a nova tribulação de 100% (cem por cento) da receita omitida aplicarseia "aos fatos geradores ocorridos a partir de 9 de maio de 1.994". Todavia, essa determinação expressa de efeitos imediatos perdeu sua eficácia por não constar das reedições subseqüentes, nem da Lei 9.064/95 em que foi convertida. Por traduzir majoração de imposto, pelo alargamento da base de cálculo das empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, só a partir de 01.01.95 seria possível a aplicação das regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8.541/92, em respeito ao princípio da anterioridade fixado no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal. Prevalência das regras anteriores, no ano de 1.994, que autorizam reduzir a base tributável do IRPJ para 50% (cinqüenta por cento) da receita omitida, e cancelar o IRFONTE lançado contra a pessoa jurídica, passível de ser exigido das pessoas físicas beneficiárias. (...) Diante dessa sucessão legislativa, que afastou o vício de inconstitucionalidade acenado com a eficácia imediata na primeira inserção proposta com a MP 492/94, não vejo óbice para sua interpretação no campo administrativo, de cuja tarefa é possível extrair duas conclusões que me parecem irrefutáveis: 1 — ao teor do parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, pela não conversão em lei no prazo de trinta dias e por não constar do texto das Medidas Provisórias que lhes sucederam, perdeu integralmente a eficácia, desde a primeira edição, o expresso mandamento "exceto o disposto nos art. 3º e 4º, que aplicarseão aos fatos geradores ocorridos partir de 9 de maio de 1.994" contido nas Medidas Provisórias n°s 492/94 e 520/94, traduzindo a supressão forma de revogação; 2 — por implicarem majoração de impostos para as empresa, tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, as alterações processadas pelo artigo 3º da Medida Provisória 492/94, só podem produzir efeitos a partir de 01.01.95, permanecendo em vigor, no ano de 1.994, a legislação anterior que mandava considerar 50% (cinqüenta por cento) da receita omitida como base de cálculo do IRPJ (art. 6°, da Lei 6.468/77 — RIR/80, art. 396), assim como a regra do art. 40, § 11, da Lei 8.383/91, que mandava tributar na pessoa física valores presumidamente distribuídos. Dessa forma, há que se considerar que a base de cálculo do IRPJ deve corresponder a 50% da receita omitida, nos termos do art. 6°, de Lei 6.468/77 (RIR/80, art. 396). No que se refere ao IRFonte, como demonstrado acima, deve ser exigido da pessoa física conforme o art. 40, § 11, da Lei 8313. Quanto à alegação de que nos meses de maio a novembro o coeficiente aplicável ao cálculo da CSLL seria de 1%, e não de 10%, entendo descabido o argumento da recorrente. A partir de maio de 1994, com a edição da Medida Provisória nº 492, de 05 de maio de 1994, posteriormente convertida na Lei nº 9.064, de 20 de junho de 1995, a tributação da CSLL, nos casos de omissão de receitas, tem como base de cálculo o valor total da receita omitida, sobre a qual é aplicada a alíquota de 10%, procedimento corretamente observado no lançamento. Fl. 8DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 140200.662 S1C4T2 Fl. 847 9 Quanto à semestralidade do PIS, esclareço que tal matéria possui entendimento firmado nesta Corte, por meio da Súmula CARF nº 15, no sentido de que sua base de cálculo, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. Quanto às falhas de filigranagens que levaram à conclusão de imprestabilidade da utilização do Livro Diário, há que se ponderar que o laudo embasador de tal conclusão (Laudo nº 051/01SR/RN, do Instituto de Criminalística da Polícia Federal, fls. 332/334) foi lavrado por instituição competente para tal mister, não cabendo a esta esfera de julgamento tecer juízo de valor a respeito das conclusões ali presentes, as quais transcrevo abaixo: “(...) as autenticações filigranadas (...) foram produzidas em momentos diferentes, acarretando com isso na invalidade de sua autenticação, tornandoo, assim, um documento inábil para qualquer tipo de exame e/ou análise contábil, conforme estabelecem as normas do Registro de Comércio e a legislação fiscal (...)”. Por todo o exposto, Voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário para 1) cancelar o lançamento do IRRF, 2) reduzir a base de cálculo do IRPJ para 50% da receita omitida, e 3) considerar como base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária (súmula nº. 15 do CARF). Sala das Sessões, em 4 de agosto de 2011 (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 18/04/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10280.005409/2008-32
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E
CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO
PORTE - SIMPLES
Ano-calendário:
2009
SIMPLES. EXCLUSÃO. DÉBITO.
É causa excludente do Simples a existência de débito cuja exigibilidade não
estiver suspensa.
Numero da decisão: 1402-000.836
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Ausente, justificadamente, o Conselheiro Moises Giacomelli Nunes da Silva.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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ementa_s : ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano-calendário: 2009 SIMPLES. EXCLUSÃO. DÉBITO. É causa excludente do Simples a existência de débito cuja exigibilidade não estiver suspensa.
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EXCLUSÃO. DÉBITO. É causa excludente do Simples a existência de débito cuja exigibilidade não estiver suspensa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Moises Giacomelli Nunes da Silva. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, João Carlos de Figueiredo Neto, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10280.005409/200832 Acórdão n.º 140200.836 S1C4T2 Fl. 175 2 Relatório Vigia Produtos do Mar Ltda recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 2ª Turma da DRJ Belém/PA, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Tratase de manifestação de inconformidade ao ato declaratório (fl. 20) de exclusão do Simples Nacional — Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) —, de que trata o artigo 12 da Lei Complementar n° 123/2006, com efeitos a partir de 1 ° de janeiro de 2009. 2. O motivo de exclusão da empresa da sistemática do Simples Nacional foi a existência de débitos no âmbito da Fazenda Pública Federal, com exigibilidade não suspensa (fl. 21). 3. Inconformado com o indeferimento de seu pleito, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, as fls. 01/09, de 16 de outubro de 2008, em que aduz: a) Pagou integralmente os débitos nãoprevidenciários da Receita Federal (código 6106), Darfs de fls. 22/25; b) O débito inscrito em divida ativa sob o n. 2040400130017 está com a exigibilidade suspensa desde 06 de julho de 2006, por força da interposição de embargos à execução (n. 200610002115) e nomeação de bem em valor suficiente à garantia do débito objeto da execução; c) Evidenciase a ausência de fundamentação legal para que ocorra a exclusão do Simples, ante à inexistência de débito com exigibilidade não suspensa.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 01 18.139 (fls. 157159) de 21/06/2010, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte sob o argumento de que a existência de débito sem que esteja com sua exigibilidade suspensa é causa de exclusão do Simples Nacional. A decisão foi assim ementada. “ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2009 SIMPLES. A exigibilidade do crédito tributário está suspensa ante o preenchimento de alguma das hipóteses enumeradas, numerus clausus (art. 111, do CTN), no art. 151, do Código Tributário Nacional.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 26/07/2010 (A.R. de fl. 160), a interessada interpôs recurso voluntário em 11/08/2010 (fls. 161171) onde repisa os argumentos trazidos em sua impugnação. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10280.005409/200832 Acórdão n.º 140200.836 S1C4T2 Fl. 176 3 É o relatório. Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. Tendo em vista que o recurso apresentado repisa os argumentos trazidos em sede de impugnação, e considerando que tais argumentos foram bem enfrentados na decisão de primeira instância, peço vênia ao autor para adotar os fundamentos ali levantados como razão de decidir no presente voto. Por pertinente, transcrevo parte relevante daquele decisum. “5. De acordo com a fundamentação legal do ato impugnado, a opção pelo Simples Nacional esta regulamentada pela Resolução CGSN n° 4, de 30 de maio de 2007: Art. 7º A opção pelo Simples Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o ano calendário. § 1A Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá:(incluído pela Resolução CGSN n9 56; de 23 de março de 2009) I regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo; (incluído pela Resolução CGSN nº 56, de 23 de março de 2009). 6. Cabe verificar o que dispõe o artigo 17 da Lei n° 123/2006, inciso V, base legal utilizada na emissão do Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional (fl. 07): Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: [...] V que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; (destaquei) 7. Não há que se inferir que a efetivação da penhora ou a apresentação de garantia, no curso de cobrança executiva, implica suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 8. Se há cobrança executiva em curso é porque não há suspensão da exigibilidade. O art. 206 do CTN da efeito semelhante (de certidão negativa) para institutos que não se confundem: Fl. 195DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 10280.005409/200832 Acórdão n.º 140200.836 S1C4T2 Fl. 177 4 Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 9. A garantia da execução permite ao executado evitar a penhora (Art. 7° da Lei nº 6.830/80), bem como a apresentação de embargos à execução (§ 1° do art. 16 da Lei 6830/80), mas não significa suspensão do crédito tributário. 10. O art. 111 do CTN prescreve que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão do crédito tributário. Já o art. 151 prevê as hipóteses (numerus clausus) em que se suspende a exigibilidade do crédito tributário, entre as quais não há a apresentação de garantia no curso de execução fiscal. 11. Ou seja, a despeito do pagamento dos outros débitos, como não há suspensão do crédito tributário de natureza previdenciária, procedente a exclusão impugnada. [...]” Ex positis, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário interposto. Sala das Sessões, em 24 de novembro de 2011. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 196DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 05/06/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 15165.000037/2003-83
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jul 04 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Jul 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
DIVERGÊNCIA. DOCUMENTOS APRESENTADOS. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. DTA. PROVA DA EFETIVA CHEGADA DAS MERCADORIAS INDICADAS NA DI.
Restando evidente a divergência entre os documentos
apresentados no desembaraço aduaneiro e os constantes da DTA,
e considerando-se que, depois de cinco anos, seria impossível
para a fiscalização fazer provas das mercadorias que realmente
chegaram, é de se considerar legítima a aplicação da multa
prevista no 365, I do RIPI, sobre o valor comercial das
mercadorias constantes da fatura comercial indicada na DTA,
porque totalmente desamparada de documento regular de
desembaraço aduaneiro, uma vez que este desembaraço referia-se
a outra documentação.
Numero da decisão: 9303-001.527
Decisão: ACORDAM os membros da terceira turma do câmara superior de recursos
fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a).
Matéria: II/IE/IPIV - ação fiscal - penalidades (isoladas)
Nome do relator: Susy Gomes Hoffmann
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DOCUMENTOS APRESENTADOS. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. DTA. PROVA DA EFETIVA CHEGADA DAS MERCADORIAS INDICADAS NA DI. Restando evidente a divergência entre os documentos apresentados no desembaraço aduaneiro e os constantes da DTA, e considerandose que, depois de cincos anos, seria impossível para a fiscalização fazer provas das mercadorias que realmente chegaram, é de se considerar legítima a aplicação da multa prevista no 365, I do RIPI, sobre o valor comercial das mercadorias constantes da fatura comercial indicada na DTA, porque totalmente desamparada de documento regular de desembaraço aduaneiro, uma vez que este desembaraço referiase a outra documentação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da terceira turma do câmara superior de recursos fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a). (assinado digitalmente) Fl. 1DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 2 _________ 2 Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Participaram do julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gaman, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Marcos Tranchesi Ortiz, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Cuidase de Recurso Especial por maioria interposto pela Fazenda Nacional (fls. 189/196) em face da decisão da 3ª Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes que deu provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte, posto que a autuação fora aplicada com base em presunções, não havendo prova documental para a sua subsistência. O presente processo trata de Auto de Infração (fls.01/06) no qual se exige do contribuinte a importância de R$ 36.592,74, referente à aplicação da multa prevista no artigo 365, caput e inciso I, do RIPI (Decreto n. 87.981/82), pelo fato de haver constatado divergências entre as informações contidas na DTA e DI e, ainda, não sendo viável a busca e apreensão das mercadorias para aplicação da pena de perdimento. De acordo com a descrição de fatos do AIIM “Fazendose o cotejo entre a DTA e a respectiva DI, observase haver grande divergência entre suas informações, principalmente no que se refere à espécie, ao valor e à quantidade das mercadorias. A fatura comercial n. 1001 (fl. 11), que instruiu a DI 98/01088893 não corresponde à fatura comercial n. 1001 (fls. 18 a 25), que instruiu a DTA 00063. Na fatura do trânsito aduaneiro consta 222 itens de mercadorias diversas, em geral eletroeletrônicos, no valor CIF de U$$32.777,45, resultando numa diferença de U$$ 25.132,13 para mais em relação ao valor CIF de U$$ 7.645,32, dos itens Fl. 2DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 3 _________ 3 declarados na DI 98/01088893, cujo despacho foi parametrizado para o canal vermelho. A empresa Armazéns Gerais Colúmbia S/A informou (fl. 15) que não houve desova do respectivo container até o momento de sua saída daquela recinto.” O contribuinte apresentou impugnação (fls.49/68) alegando em síntese que 1. O autuante não era autoridade competente para proceder à presente autuação, visto que não fora designado por meio do Mandado de Procedimento, razão pela qual, o Auto deve ser considerado nulo; 2. O Auto de Infração também é nulo, pois menciona MPF que o contribuinte desconhece, bem como há menção de que o processo n. 15165.000038/200372 teria sido apensado aos presentes autos, contudo, o contribuinte também não tem conhecimento do referido processo; 3. Outro ponto que leva a nulidade do AI se refere à discrepância entre a descrição dos fatos e o enquadramento legal, e além disso não houve clareza no cumprimento destas formalidades; 4. Impossível o reexame do despacho aduaneiro, cuja DI tenha sido selecionada para o canal vermelho de conferência aduaneira; 5. O prazo para imposição da multa ora aplicada é de 5 anos, contados da data da suposta infração, o que no presente caso, teria sido a data em que o veículo transportador teria entrado no porto, o que se conclui pela decadência do direito do fisco efetuar a cobrança; 6. O fisco baseou a presente autuação em confronto de documentos, sendo de um lado documentos do próprio estabelecimento, devidamente registrados e de outro, cópias de documentos sem autenticação e/ou assinatura; 7. Não há provas nos presentes autos de que o contribuinte teria procedido à operação irregular, o fisco se baseou em presunções e indícios, não se desincumbindo de provar a irregularidade; 8. A operação realizada pelo contribuinte se refere à fatura de fl. 11, e que não conhece as faturas de fls. 18 a 25, bem como as mercadorias nelas descritas Em Acórdão proferido às fls. 73/79 a DRJ de Porto Alegre/RS julgou procedente o lançamento, pelos motivos abaixo a) O art. 11, II da Portaria SRF n. 3.007/2001 estabelece que o MPF não será exigido em caso de procedimento de fiscalização interna, de revisão aduaneira, que é o caso da presente autuação; b) O processo n. 15165.000039/200372 trata de apuração da responsabilidade criminal do contribuinte, na hipótese de manutenção do presente lançamento e sem que haja quitação do débito, por isso fora apensado; Fl. 3DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 4 _________ 4 c) Quanto ao prazo decadencial, como não há dispositivo específico que trata da matéria na legislação aduaneira, devese socorrer do quanto estabelece o CTN, em seu art. 173, I; d) Como a presente infração ocorreu na data do registro da DI n. 98/01088893, em 04/02/1998, a decadência teria ocorrido em 1º de janeiro de 2004. Tendo o contribuinte tomado ciência da intimação em 23/01/2003, não há que se falar em decadência; e) Quanto à alegação de falta de provas: “Os dois despachos aduaneiros de início mencionados se referiam às mercadorias acondicionadas no contêiner n. TRIU 9911037. Todavia, a Fatura Comercial n. 1001, das fls. 18 a 25, que instruiu o primeiro despacho, processado com base na DTA n. 00063 (fls. 16 e 17), relaciona 222 itens de mercadoria diversas (na maioria, eletroeletrônicos), tendo sido substituída por outra Fatura Comercial n. 1001, da fl. 11, para instruir a DI n. 98/01088893 (fls. 7 a 10), relacionando mercadorias distintas, no caso, 270 lajotas de mármore, 5 espreguiçadeiras em metal e 4 sofáscamas, de madeira, o que é inadmissível, pela divergência das mercadorias de uma para outra declaração” Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário às fls. 89/98, reiterando praticamente os mesmos argumentos aduzidos na impugnação. Em sessão realizada no dia 12/09/2005, a Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes anulou o processo, tendo em vista o fato de que o julgamento da DRJ não enfrentou todas as questões postas à exame. Em novo Acórdão (fls. 137/146), a DRJ de Porto Alegre manteve o entendimento no sentido da procedência do lançamento, acrescentando que: a. O art. 54 da IN SRF 69/1996 não excluiu as declarações selecionadas para o canal vermelho, apenas estabelece “uma prioridade para revisão dos despachos, em relação às declarações selecionadas para outros canais de conferência aduaneira” b. Conforme declaração de fl. 15, o container n. TRIU 9911037 foi baixado sem desova, embora a DI 98/0108893 tenha sido selecionada para o canal vermelho c. A presente autuação não fora baseada em presunções, mas sim em documentos inclusive juntados pelo próprio contribuinte d. “A falta de autenticação nas cópias das duas versões da Fatura Comercial n. 1001 está plenamente suprida, pela ampla menção que a elas é feita, no Auto de Infração, das fls. 1 a 3, o que atribui fé pública àquelas reproduções, que têm origem em documentos entregues pelo próprio estabelecimento” Fl. 4DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 5 _________ 5 Novo Recurso Voluntário foi apresentado pelo Contribuinte (fls. 153/169), reiterando os argumentos do apelo anterior, acrescentando que i) a nova decisão ainda contem os vícios apontados no Acórdão do Conselho de Contribuintes; ii) foi julgada insubsistente a denúncia de irregularidades em processo administrativo disciplinar instaurado contra o auditor que designado para o desembaraço objeto dos presentes autos. A 3ª Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes proferiu novo julgamento (fls. 175/186), dando provimento ao Recurso Voluntário por maioria de votos, sob a seguinte ementa: Despacho aduaneiro de importação. Desembaraço pelo canal vermelho. Revisão aduaneira. Pena de perdimento. Conversão em multa. Toda mercadoria selecionada para o canal vermelho de conferência aduaneira somente é desembaraçada após seu exame documental e sua verificação física. Assim, as presunções de regularidade documental e da conformidade das mercadorias com os documentos fiscais protegem o importador. Denúncia de importação irregular ou fraudulenta amparada em alegada entrega de mercadorias desembaraçadas pelo canal vermelho sem exame documental e sem verificação física deve ser acompanhada de manifestação da unidade aduaneira competente acerca da arbitrária adoção de procedimento em desacordo com o ordenamento jurídico A União apresentou Recurso Especial por Maioria (fls. 189/195), alegando contrariedade à evidência das provas, tendo em vista que os documentos acostados aos autos foram disponibilizados pelo próprio contribuinte. Contra razões às fls. 206/216. Em síntese é o relatório. Voto Conselheira Susy Gomes Hoffmann, Relatora. Cuidase o presente de Recurso Especial por maioria interposto pela Fazenda Nacional (fls. 189/196) em face da decisão da 3ª Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes que deu provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte, posto que a autuação fora aplicada com base em presunções, não havendo prova documental para a sua subsistência. O processo trata de Auto de Infração (fls.01/06) no qual se exige do contribuinte a importância de R$ 36.592,74, referente à aplicação da multa prevista no artigo 365, caput e inciso I, do RIPI (Decreto n. 87.981/82), pelo fato de haver constatado divergências entre as Fl. 5DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 6 _________ 6 informações contidas na DTA e DI e, ainda, não sendo viável a busca e apreensão das mercadorias para aplicação da pena de perdimento. Conheço do recurso por entender que os requisitos estão atendidos. A questão a ser decidida em sede deste Recurso Especial diz respeito à prova e ao ônus da prova. Entendeu, em síntese, o Acórdão recorrido que desde a autuação não houve prova cabal de que teria havido divergências entre as informações contidas na DTA e DI. E mais, não houve comprovação de que as mercadorias objeto da presente autuação teriam passado pelo Canal Vermelho sem a devida conferência, o que demonstra que o julgamento foi favorável ao contribuinte, justamente pela ausência de provas. Vale transcrever trecho do acórdão recorrido: Conforme relatado, versa a lide sobre o lançamento de multa igual ao valor comercial da mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestinamente no país ou importada irregular ou fraudulentamente, com fundamento na Lei 4.502 de 30/11/1964, artigo 83, inciso I, com a redação dada pelo Decretolei 400, de 30 de dezembro de 1968. É fato que tais mercadorias foram desembaraçadas pelo canal vermelho de conferência aduaneira. Também é fato que o acórdão de primeira instância administrativa concluiu sumariamente pela entrega das mercadorias sem exame documental e sem conferência física com base na correspondência de folha 15, expedida pelos Armazéns Gerais Columbia e dirigida à Alfândega de Curitiba, verbis: Informamos que ambas DTAI´s (63, de 1998, e 448, de 1999) tiveram seus containers baixados em nossa unidade, não havendo desova até o momento de suas saídas. Por outro lado, o artigo 51 do Decretolei 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pelo Decretolei 2.472, de 1º. de setembro de 1988, determina a conclusão da conferência aduaneira previamente ao desembaraço da mercadoria e à sua entrega ao importador. Mais especificamente ainda o artigo 19, inciso III e parágrafo único, incisos I e II da IN SRF 69 de 10 de dezembro de 1996, vigente à época da importação e do desembaraço das mercadorias, e o artigo 20, inciso III, artigo 24 e artigo 30, todos da IN SRF 206, de 25 de setembro de 2002. Segundo essas duas instruções normativas, mercadoria submetida a despacho de importação selecionado para o canal vermelho de conferência aduaneira ´somente será desembaraçada e entregue ao importador posteriormente à realização de seu exame documental e da conclusão do procedimento destinado à sua identificação, quantificação, determinação da sua origem e respectiva classificação fiscal. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 7 _________ 7 Consequentemente, as presunções de regularidade documental e da conformidade das mercadorias com os documentos fiscais protegem o importador, razão pela qual entendo que eventual denúncia de importação irregular ou fraudulenta amparada em alegada entrega de mercadorias desembaraçadas pelo canal vermelho sem exame documental e sem verificação física deve ser acompanhada de manifestação da unidade aduaneira competente acerca da arbitrária adoção de procedimento em desacordo com o ordenamento jurídico. Nada obstante, tanto o auditor fiscal autuante quanto a Terceira Turma da DRJ Porto Alegre (RS) demonstraram total desinteresse em averiguar objetivamente as reais circunstâncias em que foi promovido o desembaraço de importação das mercadorias ditas de procedência estrangeira introduzidas clandestinamente no país ou importadas irregular ou fraudulentamente. O auditor fiscal autuante e a turma de julgamento de primeira instância administrativa formaram convicções com base em uma presunção construída a partir da correspondência de folha 15 que informa não ter havido desova dos containers até o momento de suas saídas da Eadi Curitiba. Entretanto, verificando atentamente os documentos juntados aos autos, e com a devida vênia ao entendimento da Colenda Câmara Recorrida, discordo da posição adotada. Cumpre anotar que, apesar de a mercadoria ter sido desembaraçada por meio da DI 98/01088893 que passou pelo canal vermelho, realmente, é indiscutível que a presunção é de que houve a conferência física de todas as mercadorias que foram objeto daquela importação, e aí, presumese que foram importadas aqueles itens previstos na DI e fatura citados, no caso, lajotas, mármores e etc. Ocorre, que no âmbito da revisão aduaneira, a fiscalização verificou que a DTA referente a esta mesma DI, cujos documentos foram todos trazidos pelo próprio contribuinte, e que se referia àquela DI, ao BL, ao mesmo número de fatura comercial, trouxe, apesar do mesmo número de fatura comercial e do mesmo emitente, outras mercadorias, todos eletroeletrônicos. Assim, resta evidente a divergência entre os documentos apresentados quando do desembaraço aduaneiro e os constantes da DTA, sendo que ambos foram documentos apresentados pelo contribuinte. Entendo a posição do Acórdão recorrido, no sentido de entender que o fato de ter sido feito o desembaraço por meio do canal vermelho trazia a presunção de que efetivamente chegaram as mercadorias indicadas naquela DI. Por outro lado, passados quase 5 anos dos fatos, seria impossível à fiscalização fazer prova de quais mercadorias efetivamente chegaram, e, por mais este motivo deveria prevalecer o constante na DI, uma vez que houve, por presunção a verificação física dos documentos. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 15165.000037/200383 Acórdão n.º 9303001.527 CSRF/T03 Fls. 8 _________ 8 Isto valeria, consoante o meu entendimento, se não houvesse os documentos acostados, pelo próprio contribuinte, à DTA, que se referem a esta mesma DI e ao mesmo BL,indicando outros documentos. Fica demonstrado, a meu ver, que a) ou o contribuinte se equivocou ao preencher os dados da DTA e aí poderia ter trazido aos autos documentos que indicassem este equívoco, ou b) estes novos documentos, que foram apresentados pelo próprio contribuinte, se sobrepõem aos documentos que instruíram a DI. Do mais, verificase que o Armazém Columbia informou que não houve desova dos contairners. Assim, não havia outro caminho para os agentes autuantes que não fosse o de aplicar a multa prevista no 365, I do RIPI, sobre o valor comercial das mercadorias constantes da fatura comercial indicada na DTA, posto que totalmente desamparada de documento regular de desembaraço aduaneiro, uma vez que este desembaraço referiase a outra documentação. Neste sentido, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso da Fazenda Nacional. Brasília,04 de julho de 2011. (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 8DF CARF MF Impresso em 18/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 07/02/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000037/2002-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL COFINS
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2000
BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE.
A base de cálculo da Cofins é o faturamento e, em virtude de
inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF,
devem ser excluídas dessa base as receitas tributadas com base no dispositivo
legal declarado inconstitucional.
ENTIDADE DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ATIVIDADE PRÓPRIA.
A receita decorrente da prestação de serviço para cumprimento de convênio
firmado pela entidade de educação e de assistência social configura receita de
atividade própria quando o serviço prestado está previsto no objeto social da
entidade.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2000
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE INFERIOR AO DE ALÇADA. NÃO
CONHECIMENTO.
Não se conhece do recurso de ofício de decisão que tenha exonerado crédito
tributário de valor inferior ao limite de alçada definido pelo Ministro de
Estado da Fazenda.
Recurso de ofício não conhecido
Numero da decisão: 3402-001.046
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer do recurso de ofício, por tratarse
de exoneração de crédito tributário em valor
inferior ao limite de alçada, e dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: SILVIA DE BRITO OLIVEIRA
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Recorrente INSTITUTO DAS IRMÃS DE SANTA MARCELINA Recorrida DRJ em CAMPINASSP ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2000 BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. A base de cálculo da Cofins é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas dessa base as receitas tributadas com base no dispositivo legal declarado inconstitucional. ENTIDADE DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ATIVIDADE PRÓPRIA. A receita decorrente da prestação de serviço para cumprimento de convênio firmado pela entidade de educação e de assistência social configura receita de atividade própria quando o serviço prestado está previsto no objeto social da entidade. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2000 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE INFERIOR AO DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece do recurso de ofício de decisão que tenha exonerado crédito tributário de valor inferior ao limite de alçada definido pelo Ministro de Estado da Fazenda. Recurso de ofício não conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 19/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Assinado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, 13/04/2011 por NAYRA BASTOS MANATT A 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício, por tratarse de exoneração de crédito tributário em valor inferior ao limite de alçada, e dar provimento ao recurso voluntário. Nayra Bastos Manatta Presidente. Sílvia de Brito Oliveira Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nayra Bastos Manatta (presidente), Júlio César Alves Ramos, Angela Sartori, Sílvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça e Leonardo Siade Manzan Relatório Contra a pessoa jurídica qualificada neste processo foi lavrado auto de infração, com ciência em 21 de junho de 2002, para formalizar a exigência tributária relativa à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) decorrente dos fatos geradores ocorridos no período entre janeiro de 1997 e dezembro de 2000, com a multa aplicável nos lançamentos de ofício e os juros moratórios correspondentes. Ensejou a constituição de ofício do crédito tributário a constatação de que a contribuinte deixara de declarar e de recolher a Cofins incidente sobre receitas auferidas classificadas contabilmente como “outras receitas”, tendo em vista que a isenção de que goza abrange apenas as receitas de suas atividades próprias. A peça fiscal foi impugnada e a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em CampinasSP (DRJ/CPS) julgou parcialmente procedente o lançamento, nos termos do voto condutor do Acórdão constante das fls. 152 a 160, para cancelar integralmente a exigência relativa aos fatos geradores ocorridos no período de janeiro de 1997 a janeiro de 1999, inclusive, e parte do crédito tributário referente aos demais períodos de apuração, fundamentada no entendimento de que as ditas receitas gerais, constituídas de receitas de atividades religiosas, cooperadores, diversas, donativos de pessoas físicas e jurídicas, recuperação de despesas e reembolsos, utilidades/folha de pagamento, encontros, cursos e retiros, configurariam receitas da atividade própria e, por isso, deveriam ser excluídas da base de cálculo da Cofins. A DRJ/CPS recorreu de ofício de sua decisão, com fundamento na Portaria MF nº 375, de 7 de dezembro de 2001. Ciente do Acórdão proferido pelo colegiado de piso, em 22 de dezembro de 2006, a contribuinte protocolizou, em 22 de janeiro de 2007, o recurso voluntário constante das fls. 219 a 258 para alegar, em síntese, que: I – é organização religiosa, constituída como pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos e lucrativos, de caráter confessional, educacional e de assistência social, com a finalidade de evangelização dos povos por meio da educação e da assistência social e que presta serviços gratuitos e permanentes, por meio de creches, escolas, faculdades, Fl. 2DF CARF MF Emitido em 19/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Assinado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, 13/04/2011 por NAYRA BASTOS MANATT A Processo nº 19515.000037/200236 Acórdão n.º 340201.046 S3C4T2 Fl. 457 3 hospitais, postos de saúde, ambulatórios médicos e obras sociais e missionárias, sem discriminação de clientela, caracterizada como entidade beneficente de assistência social e, por isso, imune aos impostos e às contribuições para a seguridade social, conforme arts. 150, inc. VI, “c”, e 195, § 7º, da Constituição Federal; II – a totalidade de seus recursos econômicos e financeiros é aplicada na consecução de suas finalidades; III – colabora com a missão do Estado, mantendo atividade de caráter religioso, educacional, de assistência à saúde e de assistência social, sem fins lucrativos, atendendo às disposições do art. 14 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN); IV – é imune à Cofins por força do art. 195, § 7º, da Constituição Federal e pelo art. 6º, inciso III, da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991; V – os valores que serviram de base de cálculo são inadequados, uma vez que todas as receitas estão vinculadas ao atendimento de suas finalidades institucionais, isto é, são próprias de suas atividades, todas elas previstas em seu estatuto social; VI – não há caráter contraprestacional, uma vez que seus serviços não são remunerados; VII – todas as suas receitas são destinadas ao seu custeio e à manutenção de suas finalidades institucionais; VIII – é a Lei Complementar que regulamenta os arts. 150, inc. VI, “c”, e 195, § 7º, da Constituição Federal é o CTN; IX – a Lei nº 9.718, de 1998, padece de vício insanável de inconstitucionalidade; X – não há suporte jurídico constitucional para a exigência da Cofins, visto tratarse de entidade de educação e de assistência social, como reconheceu a própria Auditora Fiscal autuante e o Relator da instância recorrida; XI – ao se exigir a Cofins da recorrente, estáse fazendo incidir tributo sobre o seu patrimônio, a sua renda ou seus serviços, com desrespeito às limitações ao poder de tributar; X – a cobrança da Cofins, no caso, é inconstitucional por ferir o estado de direito, o direito adquirido e o ato jurídico perfeito; XI – todas as receitas incluídas na base de cálculo da Cofins pela fiscalização estão previstas no seu estatuto social e são receitas institucionais, essenciais e típicas da recorrente , não sendo decorrentes de contraprestação de serviços; e XII – o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional o art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998; Ao final, a recorrente solicitou que se julgue insubsistente, improcedente e incabível o auto de infração e, caso não seja esse o entendimento deste colegiado, que sejam Fl. 3DF CARF MF Emitido em 19/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Assinado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, 13/04/2011 por NAYRA BASTOS MANATT A 4 cancelados os juros multas e encargos, por tratarse de entidade beneficente, sem fins econômicos e lucrativos. Na sessão de 04 de novembro de 2008, a Quarta Câmara do extinto Segundo Conselho de Contribuintes resolveu converter o julgamento do recurso voluntário em diligência para que a fiscalização informasse se a recorrente atendia os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, e do art. 14 do CTN. O processo retornou a este colegiado com a informação de que a contribuinte não possui o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas), mas atenderia os requisitos do art. 14 do CTN. É o relatório. Voto Conselheira Sílvia de Brito Oliveira, Relatora O recurso é tempestivo e seu julgamento está inserto na esfera de competência da Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), devendo ser conhecido. Inicialmente, quanto ao recurso de ofício, notese que, conforme quadro resumo elaborado na decisão recorrida, o valor da Cofins excluída foi de R$ 459.573,13 (quatrocentos e cinquenta e nove mil quinhentos e setenta e três reais e treze centavos), que, somado à multa de ofício, totaliza R$ 804.252,98 (oitocentos e quatro mil duzentos e cinqüenta e dois reais e noventa e oito centavos). Assim sendo, uma vez que esse valor é inferior ao limite estabelecido pela Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, para interposição do recurso de ofício, não se pode conhecer do recurso ofertado pelo Presidente da Turma de Julgamento do colegiado de piso. Relativamente ao recurso voluntário, esclareçase que a diligência solicitada, visava à formação da convicção de alguns conselheiros deste colegiado que, até então, não afastavam a incidência do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998, por inconstitucionalidade declarada pelo pleno do STF, para definição da base de cálculo da Cofins. Contudo, entre a proposta da diligência e o retorno destes autos para julgamento, o entendimento de que deve ser afastado o dispositivo legal em questão ganhou novos adeptos e, considerando que, após a decisão da DRJ/CPS, a exigência tributária remanescente referese a fatos geradores ocorridos a partir de fevereiro de 1999, o litígio será solucionado, independentemente do atendimento de requisitos para gozo da imunidade. Notese que, na autuação, as receitas tributadas foram classificadas em quatro grupos identificados na decisão recorrida, que transcrevo: (...) 1.4.1. Receitas financeiras e patrimoniais (alugueres ativos, descontos e abatimentos, diversos, juros ativos e rendimentos de investimentos); Fl. 4DF CARF MF Emitido em 19/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Assinado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, 13/04/2011 por NAYRA BASTOS MANATT A Processo nº 19515.000037/200236 Acórdão n.º 340201.046 S3C4T2 Fl. 458 5 14.2. Receitas de convênios filantrop./assist. (ASM Colégio Muiraé, Colégio Santa Marcelina SP, ASM Colégio S. Marcelina RJ, Colégio Santa Marcelina Castelo, Casa Santa Marcelina, Centro do Menor Santa Marcelina, ASM – Faculdade Santa Marcelina); 14.3. Receitas transitórias e eventuais (variação monetária e rendas eventuais); 14.4. Receitas gerais (atividades religiosas, cooperadores, diversas, donativos de pessoas físicas e jurídicas, recuperação de despesas e reembolsos, utilidades/folha de pagamento, encontros, cursos e retiros). (...) As receitas gerais já foram excluídas no julgamento da 1ª instância. Quanto às “receitas financeiras e patrimoniais” e às “receitas transitórias e eventuais”, não pode subsistir a autuação, tendo em vista a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998, e o dever da Administração Pública de afastar a aplicação desse dispositivo, estando este colegiado diante de hipótese prevista no art. 62, parágrafo único, inc. I, do Regimento Interno do Carf aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que prescreve: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou (...) Cabe então lembrar que o STF, nos autos do Recurso Extraordinário nº 390.840MG, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da supramencionada lei, tendo o Acórdão correspondente transitado em julgado em 5 de setembro de 2006. Ora, a disposição regimental acima transcrita emana do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, que, a meu ver, no parágrafo único do seu art. 4º, trata de situação excepcional ao caput do artigo, pois, não mantendo o Carf subordinação hierárquica ao Secretário da Receita Federal, tampouco ao ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, seria exdrúxulo supor que a atuação desses órgãos julgadores estivesse vinculada a determinações emanadas dessas autoridades. Nesse ponto, frisese que o próprio caput do art. em comento limita a abrangência dessas determinações ao âmbito das respectivas competências, referindo se, com isso, não só à segregação das competências do Secretário da Receita Federal e do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, mas também à delimitada esfera de atuação de cada um, que, a todas as luzes, nesse particular, não alcança os órgãos julgadores da segunda instância administrativa. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 19/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Assinado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, 13/04/2011 por NAYRA BASTOS MANATT A 6 Destarte o Decreto em tela, ao dispor sobre os procedimentos a serem observados pela Administração Pública Federal em virtude de decisões judiciais, expressamente impôs aos órgãos julgadores da administração fazendária o dever de afastar dispositivo declarado inconstitucional e, se tal dever não era cumprido até a publicação do novo Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, é porque anterior disposição regimental, materializada no art. 22A introduzido pela Portaria MF nº 103, de 23 de abril de 2002, no regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 55, de 16 de março de 1998, vedava expressamente o afastamento de dispositivo legal em virtude de inconstitucionalidade, na hipótese de que aqui se cuida. Assim, a alteração da norma regimental, desde a Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007, evidencia a mudança de entendimento sobre a matéria do Sr. Ministro da Fazenda e, nesse ponto, não se pode olvidar a subordinação direta dos Conselhos de Contribuintes a esse Ministro de Estado. Destarte, devem ser excluídas da base de cálculo da Cofins os valores correspondentes às “receitas financeiras e patrimoniais” e às “receitas transitórias e eventuais”. Relativamente às receitas de convênio, não comungo o entendimento esposado na decisão recorrida de que, sendo tais receitas decorrentes de prestação de serviços, seriam próprias de atividade de natureza econômicafinanceira. Ora, se tais serviços são próprios da atividade da recorrente, e o são, as receitas advindas d a prestação desses serviços figuram no âmbito das receitas de atividade própria da recorrente, estando, pois, alcançadas pela isenção prevista na Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Pelas razões expostas, voto pelo provimento do recurso voluntário. Sílvia de Brito Oliveira Relatora Fl. 6DF CARF MF Emitido em 19/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Assinado digitalmente em 11/04/2011 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, 13/04/2011 por NAYRA BASTOS MANATT A
score : 1.0
Numero do processo: 13856.000217/2003-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/04/1998 a 31/12/1998
COMPENSAÇÃO NÃO CONFIRMADA.
A falta de confirmação das compensações informadas em DCTF justifica o
lançamento de ofício dos débitos para a respectiva exigência, com os
encargos legais cabíveis.
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO
ANTECIPADO.
Verificada a existência de pagamento antecipado de PIS nos períodos de
apuração objeto do lançamento, aplicase
a regra do art. 150, § 4º, do CTN.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-001.244
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Matéria: DCTF_PIS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (PIS)
Nome do relator: WALBER JOSE DA SILVA
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/1998 a 31/12/1998 COMPENSAÇÃO NÃO CONFIRMADA. A falta de confirmação das compensações informadas em DCTF justifica o lançamento de ofício dos débitos para a respectiva exigência, com os encargos legais cabíveis. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO ANTECIPADO. Verificada a existência de pagamento antecipado de PIS nos períodos de apuração objeto do lançamento, aplicase a regra do art. 150, § 4º, do CTN. Recurso Voluntário Negado
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1366; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 192 1 191 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13856.000217/200351 Recurso nº 251.593 Voluntário Acórdão nº 330201.244 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 06 de outubro de 2011 Matéria PIS COMPENSAÇÃO Recorrente MONTEAUTO VEÍCULOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/1998 a 31/12/1998 COMPENSAÇÃO NÃO CONFIRMADA. A falta de confirmação das compensações informadas em DCTF justifica o lançamento de ofício dos débitos para a respectiva exigência, com os encargos legais cabíveis. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO ANTECIPADO. Verificada a existência de pagamento antecipado de PIS nos períodos de apuração objeto do lançamento, aplicase a regra do art. 150, § 4º, do CTN. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente e Relator. EDITADO EM: 11/10/2011 Fl. 1DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Contra a empresa recorrente foi lavrado auto de infração eletrônico para exigir o pagamento de PIS, relativo aos meses de abril a dezembro de 1998, tendo em vista que RFB não aceitou as compensações declaradas pela recorrente em suas DCTFs, como tendo sido realizadas com DARF e sem processo. Inconformada com a autuação, no dia 25/07/2003, a empresa interessada impugnou o lançamento, cujas alegações estão sintetizadas no relatório de fls. 56/57. Diante da impugnação da empresa interessa, a DRF efetuou a revisão de ofício do lançamento para concluir pela inexistência de erro de fato, mantendoo integralmente, nos termos do Despacho Decisório de fls. 58. Ciente do referido despacho, ingressou a empresa recorrente com “recurso voluntário”. O apelo da recorrente foi apreciado e julgado pela DRJ que, antes de fazêlo, baixou o processo em diligência para as seguintes providências: Assim sendo, voto pela conversão do presente julgamento, em DILIGÊNCIA, para que os autos sejam baixados à DRF em Ribeirão Preto para que apure, de conformidade com a decisão judicial transitada em julgado, inclusive adotandose a semestralidade da base de cálculo da contribuição para o PIS, os indébitos mensais e o montante a que a interessada faz jus, a valores de 15/05/1998, data da primeira compensação alegada por ela, decorrentes de pagamentos a maior da contribuição para o PIS nos termos dos Decretoslei n° 2.44 n° 2.449, ambos de 1988, em relação aos devidos segundo as Leis Complementares (LC) n° 7, de 1970, e n° 17, de 1973, sobre os fatos geradores dos meses de competência de setembro de 1995 a fevereiro de 1996. Na oportunidade, solicitamos também a intimação da interessada para que comprove, em sua contabilidade, as compensações alegadas por ela, e informe se os valores reclamados não foram repetidos e/ ou utilizados por ela em outras compensações, cientificandoa de todos os atos praticados, em face da diligência solicitada, inclusive, reabrindolhe prazo para se manifestar a respeito. (grifei) Realizado a diligência, concluiuse pela inexistência de crédito no período de 09/95 a 02/96, nos seguintes termos: Adotandose a semestralidade, o período de apuração setembro/95 tem como base de cálculo o faturamento de março/95 e assim sucessivamente. De acordo com a LC 07/1970 e LC 17/1973, a alíquota devida é de 0,75%. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13856.000217/200351 Acórdão n.º 330201.244 S3C3T2 Fl. 193 3 Desta forma, para efeito de cálculo dos eventuais créditos da contribuinte, no período em questão, foram utilizadas as bases de cálculo da COFINS declaradas pela contribuinte em DIRPJ (fls. 107), quais eram, A época, de idêntico conceito ao do PIS sob a vigência das referidas leis complementares, ou seja, o conceito restritivo de faturamento. Ocorre que, mesmo utilizandose de base de cálculo menor, efetuados os cálculos através do CADJUD (fls. 115/122), verificouse que não há créditos a compensar pela contribuinte nos períodos de apuração 04/1998 a 12/1998, uma vez que os supostos pagamentos a maior, imputados aos respectivos débitos, foram insuficientes até mesmo para liquidação destes. Diante do exposto, proponho que se de ciência à contribuinte de todos os atos praticados em face da diligência solicitada, inclusive reabrindolhe prazo para manifestarse a respeito, bem como esta seja intimada para que comprove, em sua contabilidade as compensações alegadas por ela e informe se os valores reclamados não foram repetidos e/ou utilizados em outras compensações. Assim, atendidas as solicitações, retorne se o processo ã DRJ/RPO. Ciente do resultado da diligência (AR de fl. 127), a manifestase para apresentar “os DARF's que comprovam a origem do credito; a planilha de apuração de credito e o controle de compensação”, silenciando quanto a contabilização das compensações que alega ter efetuado. A 1a Turma de Julgamento da DRJ em Ribeirão Preto SP julgou parcialmente procedente o lançamento, para excluir a multa de ofício, nos termos do Acórdão no 1416.603, de 06/08/2007, cuja ementa abaixo transcrevo: DCTF. TRIBUTO DECLARADO. CRÉDITO VINCULADO A COMPENAÇÃO INDEVIDA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Os débitos tributários declarados nas respectivas Declarações de Contribuições e Tributos Federais (DCTFs), vinculados a compensações com créditos financeiros nãoreconhecidos, estão sujeitos a lançamento de oficio, acrescidos de juros de mora. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXCLUSÃO. Aplicase retroativamente aos atos e fatos pretéritos não definitivamente julgados as normas legais que beneficiam o sujeito passivo, excluindo a multa no lançamento de oficio do crédito tributário constituído em face da nãoconfirmação do pagamento e/ ou compensação informada na DCTF. AÇÃO JUDICIAL. PROPOSITURA. EFEITOS. A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Pública, de ação judicial por qualquer modalidade e a qualquer tempo, com o mesmo objeto, importa renúncia As instâncias administrativas, aplicandose ao caso a decisão judicial. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA 4 Ciente desta decisão em 22/10/2007 (AR de fl. 178), a interessada ingressou, no dia 19/11/2007, com o recurso voluntário de fls. 179/188, no qual alega, em apertada síntese, que as compensações foram efetuadas com base na inconstitucionalidade declarado dos DecretosLeis nº 2445/88 e 2449/88 e que o mandado de segurança por ela impetrado não trata de compensação e nem serviu de fundamento para as ditas compensações. Na forma regimental, o recurso voluntário foi distribuído a este Conselheiro Relator. É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Walber José da Silva, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais preceitos legais e, portanto, deve ser conhecido. Postula a recorrente o cancelamento do auto de infração sob a alegação de que fez a compensação com base na declaração de inconstitucionalidade dos DecretosLeis nº 2.445/88 e 2.449/88 e não com base no mandado de segurança que impetrou, no ano de 2000, contra a Fazenda Nacional. Com razão, em parte, a recorrente. Realmente a recorrente não informa, nas DCTF, que efetuou as compensações com base em decisão judicial proferida no mandado de segurança que impetrou no ano 2000. As compensações foram declaradas antes da data da impetração do mandado de segurança a que se refere o Despacho Decisório da DRF e a decisão recorrida. Nas DCTF a recorrente declarou que efetuou a “compensação c/Darf e s/Processo”, fato perfeitamente possível de acontecer, desde que provado a efetiva realização e escrituração da compensação na contabilidade do contribuinte. No caso dos autos, foi realizado diligência onde um dos objetivos era intimar a recorrente a comprovar, por meio de sua contabilidade, que efetuou as compensações alegadas e declaradas em DCTF. Regularmente intimada a comprovar que escriturou as compensações alegadas, a empresa não se manifestou quanto a esta matéria e nem providenciou a juntada de cópia dos livros Razão e Diário onde os lançamentos contábeis das compensações teriam sido efetuados. Como bem disse a recorrente, à época da apresentação da DCTF a compensação poderia ser feita sem prévio requerimento à RFB (art. 14 da IN 21/97), que tem o dever de apurar a liquidez e certeza do crédito utilizado na compensação. Se o crédito foi apurado pelo contribuinte e utilizado em compensações na forma do art. 14 da IN 21/97, tem ele contribuinte a obrigação de escriturar em sua contabilidade o referido crédito e a operação de compensação efetuada e declarada à RFB. E à RFB cabe apurar a veracidade dos dados declarados e lançados na escrituração contábil e fiscal do contribuinte (Parágrafo Único do art. 7º da IN 21/97). Fl. 4DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13856.000217/200351 Acórdão n.º 330201.244 S3C3T2 Fl. 194 5 No caso dos autos, intimada a comprovar a escrituração do crédito e das compensações efetuadas, a recorrente silenciou. Portanto, à mingua de prova do declarado em DCTF, não há como reconhecer a legitimidade das compensações declaradas em DCTF pela recorrente. Digase, por oportuno, que as planilhas de fls. 161/163 não substituem a escrituração contábil e fiscal da recorrente e, portanto, não fazem prova da efetiva realização das compensações declaradas em DCTF. Considerando que a decadência é matéria de interesse público e deve ser levantada de ofício, este Conselheiro Relator constatou que, para os períodos de apuração de 04/98 a 06/98, ocorreu a decadência do direito de a Fazenda Nacional efetuar o lançamento pelas razões a seguir expostas. De plano, há que se afastar a aplicação dos arts. 45 e 46 da Lei no 8.212/1991, nos termos da Súmula Vinculante no 8, do STF, abaixo reproduzida. Súmula Vinculante no 8 – São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5o do DecretoLei no 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei no 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Afastada a aplicação dos citados dispositivos legais, a decadência do direito de a Fazenda Nacional efetuar o lançamento é a tratada no § 4º do art. 150, do CTN, posto que a recorrente efetuou pagamento antecipado em todos os períodos de apuração objeto do lançamento, conforme Darf de fls. 25/29. Consequentemente, ao caso não se aplica o art. 173, inciso I, do CTN, nos exatos termos da decisão proferida pelo STJ, em sede de recurso repetitivo previsto no art. 543C do CPC (RESP 973.733, Min. Luiz Fux), cuja aplicação é obrigatória pelo CARF (art. 62A do Regimento Interno do CARF. Considerandose que a ciência do lançamento ocorreu no dia 01/07/2003, estão extintos pela decadência os créditos tributários cujos fatos geradores ocorreram até 30/06/1998, inclusive. No mais, com fulcro no art. 50, § 1o, da Lei no 9.784/19991, adoto e ratifico os fundamentos do acórdão de primeira instância. Por tais razões, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a extinção, pela decadência, dos débitos relativos aos fatos geradores ocorridos no período de abril a junho de 1998. (assinado digitalmente) Walber José da Silva 1 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: [. . .] § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA 6 Fl. 6DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 11065.101154/2007-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 08 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Apr 08 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS PROCESSUAIS. EXAME DE INCONSTITUCIONALIDADE
DE NORMAS LEGAIS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
ADMINISTRATIVA Nº 02. Nos termos de Súmula aprovada em sessão
plenária datada de 18 de setembro de 2007, “O Segundo Conselho de
Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a
inconstitucionalidade de legislação tributária”.
NORMAS REGIMENTAIS. SÚMULA ADMINISTRATIVA.
OBRIGATORIEDADE DE ADOÇÃO. Nos termos do § 4º do art. 72 do
Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, é obrigatória a aplicação de
entendimento consolidado em Súmula Administrativa dos Conselhos de
Contribuintes por ele substituídos.
COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE.
CRÉDITOS. A apropriação de
créditos da COFINS apurada na forma da Lei 10.833/2002 está restrita às
hipóteses expressamente elencadas em seu art. 3º.
COFINS. SALDO CREDOR. RESSARCIMENTO. ABONO DE JUROS.
Nos termos do art. 13 da Lei 10.833, o ressarcimento administrativo do saldo
credor trimestral da COFINS decorrente de exportações se faz sem a inclusão
de qualquer parcela a título de juros ou correção monetária.
Numero da decisão: 3402001.081
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira
SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do
voto do relator.
Matéria: Cofins- proc. que não versem s/exigências de cred.tributario
Nome do relator: Julio Cesar Alves Ramos
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EXAME DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS LEGAIS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA ADMINISTRATIVA Nº 02. Nos termos de Súmula aprovada em sessão plenária datada de 18 de setembro de 2007, “O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária”. NORMAS REGIMENTAIS. SÚMULA ADMINISTRATIVA. OBRIGATORIEDADE DE ADOÇÃO. Nos termos do § 4º do art. 72 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, é obrigatória a aplicação de entendimento consolidado em Súmula Administrativa dos Conselhos de Contribuintes por ele substituídos. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. A apropriação de créditos da COFINS apurada na forma da Lei 10.833/2002 está restrita às hipóteses expressamente elencadas em seu art. 3º. COFINS. SALDO CREDOR. RESSARCIMENTO. ABONO DE JUROS. Nos termos do art. 13 da Lei 10.833, o ressarcimento administrativo do saldo credor trimestral da COFINS decorrente de exportações se faz sem a inclusão de qualquer parcela a título de juros ou correção monetária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. NAYRA BASTOS MANATTA Presidente Fl. 184DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 2 2 JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Sílvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo d’Eça e Ângela Sartori. Relatório Discutese no presente processo glosa promovida pela fiscalização da DRF Novo Hamburgo de créditos da COFINS registrados pela empresa sobre itens que ela, fiscalização, entendeu indevidos, conforme assim descrito no Relatório Fiscal de fls. 72/73: III. DESCRIÇÃO DAS IRREGULARIDADES FISCAIS CONSTATADAS 3.1 Créditos Indevidos 3.1.1 — Despesas e/ou custos sem direito ao cálculo de crédito de PIS/Pasep O contribuinte incluiu indevidamente na apuração da base de cálculo do saldo credor da COFINS nãocumulativa valores não previstos na legislação, referentes a custos e/ou despesas efetuadas (constantes do DACON na linha 13 Outras operações com Direito a Crédito) não enquadrados no conceito legal de insumos vinculados à produção, lançadas em sua escrituração contábil nas contas e títulos: 453 — Auxilio Creche; 472 — Auxilio Creche; 483 — Serviços de Terceiros PJ — Manutenção; 485 — Manutenção e Reparos; 486 — Despesas cNeículos — Diversas; 491 Bens de Reduzido Valor; 492 — Custos c/Importação (serviço de Despachantes); 501 — Manutenção de Instalações; 505 — Assistência Médica e Odontológica; 506 — Assistência Farmacêutica; 742 — Tratamento de Resíduos Industriais; 507 Transporte de Pessoal; 508 — Formação Profissional; 509 — Lanches e Refeições; 510 — Roupas e Equipamentos de trabalho; 1257 — Programa Alimentação do Trabalho — PAT; 523 — Comissões s/Vendas; 2297 — Serviços de Despacho Aduaneiro; 532 — Propaganda e publicidade e anúncios; 534 — Assistência técnica e jurídica; 559 — Serviços de Terceiro PJ (despesas geral de administração. A glosa alcançou o valor de R$ 38.585,44 e implicou o reconhecimento de saldo credor no montante de R$ 1.085.409,07 que foi deferido ao contribuinte pelo despacho Fl. 185DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 3 3 decisório de fl. 75. Ele reconheceu o saldo credor proposto pela fiscalização e foi objeto de manifestação de inconformidade analisada pela DRJ Porto Alegre. Mantido o entendimento da fiscalização, recorre a empresa, tempestivamente, alegando que todos os itens glosados podem ser enquadrados no conceito de insumos que deve ser considerado para efeito de aplicação do princípio da nãocumulatividade. Segundo suas palavras: 16. No caso da recorrente, dentro do conceito de bens que lhe dão direito a aproveitamento, podese incluir, as matérias primas, material de embalagem e produtos intermediários empregados diretamente no processo produtivo. 17. Além disso, se enquadra no conceito de "insumo" que irá, direta ou indiretamente, proporcionar o incremento do objeto social da empresa, todos os serviços intrinsecamente necessários à atividade • da empresa, tais como: os valores pagos a empresas pela representação comercial (comissões), as despesas de marketing para divulgação do produto, os serviços de consultoria prestados por pessoas jurídicas (aqui incluídos assessoria na área industrial, jurídica, contábil, comércio exterior, etc), os serviços de limpeza, os serviços de vigilância, etc. Após citar doutrina e jurisprudência que defende serem coincidentes ao seu entendimento, afirma que o posicionamento contrário implica violação ao próprio texto constitucional, dado que o § 12 do art. 195 determina a aplicação do princípio da não cumulatividade aos setores que vierem a ser definidos em lei. Postula, por fim, que o direito creditório seja acrescido de juros calculados com base na taxa selic, que, argúi, se aplica à compensação e à restituição de tributos, consoante o art. 39 da Lei 9.250/95, citando acórdãos da Câmara Superior de Recursos Fiscais que, sob o fundamento de que ressarcimento é espécie do gênero restituição, deferiram aquele acréscimo em relação a postulações de ressarcimento de crédito presumido de IPI. Esse acréscimo deve se dar, pois, desde a apuração do direito. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS, Relator O recurso versa matéria de competência regimental desta Seção do CARF. Tendo sido apresentado tempestivamente, merece ser apreciado. Dele conheço. A matéria única a ser aqui discutida diz respeito à correta aplicação da tributação nãocumulativa à COFINS. Fl. 186DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 4 4 Mais especificamente, se cabe a apuração apuração de crédito sobre despesas não explicitamente mencionadas na Lei 10.833/2003. Defende o contribuinte que a aplicação do princípio da nãocumulatividade às contribuições sociais implicaria o reconhecimento de créditos sobre todos os itens de despesas incorridas junto a pessoas jurídicas que sejam delas também contribuintes de modo a compensar todo o valor que já tenha incidido “em operações anteriores” como estatui a Constituição em relação ao IPI e ao ICMS. Essa análise há de começar pelo reconhecimento de que os conceitos relacionados à tributação nãocumulativa não se encontram ainda pacificados pela doutrina, a começar pela própria definição de nãocumulatividade. Há, com efeito, autores que a identificam com o próprio texto constitucional, considerando que nãocumulatividade é a adoção de créditos fiscais para abatimento do tributo devido. Para esses, tratase simplesmente de um princípio constitucional cuja observância é obrigatória em relação ao IPI e ao ICMS e que pode ser estendido à COFINS e ao PIS consoante o § 12 do art. 195. Outros há, contudo, que vêem na nãocumulatividade uma sistemática de tributação, acolhida constitucionalmente, mas que não se identifica necessariamente com o sistema de créditos eleito pelo constituinte no que tange ao IPI e ao ICMS. Para os que assim pensam, há nãocumulatividade sempre que se buscar garantir a não ocorrência de sobreposição de incidências, aquilo que se costumou designar como tributação em cascata, quando o mesmo tributo incide mais de uma vez sobre a mesma base de cálculo. Filiome a este segundo grupo. Assim, a meu ver, a nãocumulatividade é um objetivo a ser perseguido. Consiste ele em evitar que a carga tributária efetiva – o montante em dinheiro efetivamente recolhido como tributo – sobre um bem ou serviço dependa do número de etapas que conformem o seu ciclo produtivo. Essa carga efetiva, como se sabe, não corresponde necessariamente ao montante que resulta da mera multiplicação da alíquota pela base de cálculo. Com efeito, na incidência cumulativa ela pode diferir, e essa diferença cresce com o número de etapas; de fato, eles somente coincidem se o bem for inteiramente produzido (desde a matéria prima) na mesma empresa ou, em outras palavras, se não houver comercialização dos insumos empregados. Mas para a consecução desse objetivo há várias técnicas disponíveis. Duas das mais comumente empregadas são o sistema de crédito fiscal e a tributação sobre o valor agregado. Perseguindo ambas o mesmo objetivo, deveriam obviamente coincidir em seus resultados e isso efetivamente ocorre quando não há diferenciação de tributação entre os insumos e o produto final (alíquotas diferentes, não incidências, isenções etc). É provavelmente esse o motivo pelo qual o constituinte preferiu adotar, para o IPI, o sistema de créditos, mais flexível e capaz, por isso mesmo, de enfrentar melhor tais diferenciações entre nós já asseguradas pela aplicação do princípio constitucional da seletividade. Podese, por isso, dizer que no fundo o que ambas as técnicas buscam é o mesmo: assegurar que o montante de tributo efetivamente devido corresponda, sempre, ao que resulta do produto da alíquota pela base de cálculo. Na técnica do valor agregado, isso é garantido (com a ressalva já feita) tributando apenas o valor adicionado em cada etapa. Na Fl. 187DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 5 5 técnica dos créditos fiscais, descontandose aquele que já tenha incidido sobre as operações anteriores necessárias à obtenção do produto final. Portanto, ainda que adotada a técnica dos créditos fiscais, o conceito fundamental a ser examinado é o do valor adicionado. É de conhecimento geral que esse conceito provém da ciência econômica, correspondendo à diferença entre o preço do bem elaborado e o dos insumos nele empregados. Naquela ciência, insumo é simplesmente tudo o que a empresa precisa empregar em seu processo produtivo para obter o seu produto. Em outras palavras, tudo aquilo que é objeto de consumo intermediário, desaparecendo para dar lugar a um novo produto. Aí se incluem as matérias primas e os produtos intermediários – que se integram ao novo produto – a que se assemelham as partes e peças usadas nos processos de montagem. Além deles, todos os demais itens que, imprescindíveis ao processo produtivo, não se incorporam, porém, ao produto final (materiais auxiliares) e aqueles que o acondicionam (material de embalagem). O critério definidor de insumo, pois, é, ou deveria ser, o de imprescindibilidade ao processo produtivo, analisada, obviamente, de um ponto de vista tecnológico. Em suma, aqueles bens físicos cujo consumo propicia a obtenção do novo bem ou serviço, mesmo que nele não estejam fisicamente inseridos. Incluemse aí, pois, a energia necessária à execução do processo, os combustíveis a ele inerentes e todos os demais itens que o viabilizem de um ponto de vista técnico. Insumo é, pois, mais do que apenas matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem. Reiterese, de logo, que assim considerado, o objetivo comum acima mencionado consiste precisamente em que a tributação recaia apenas sobre o valor dos bens finais produzidos em uma dada economia, não gravando, em duplicidade, os insumos com ele elaborados. Obviamente, havendo mais de um bem final, a tributação deve alcançar o seu valor total. A ênfase no aspecto técnico implica, contudo, afastar a idéia de que tudo aquilo que seja adquirido pela empresa possa configurar insumo e deva, por conseguinte, ser abatido para que se possa chegar ao conceito de valor agregado. De fato, todos os demais itens que não são imprescindíveis, do ponto de vista técnico, à obtenção do produto, e mesmo que sejam de fato “consumidos” na empresa, insumos não são. Pois, valor agregado em um dado momento de uma cadeia produtiva é, repitase, apenas a diferença entre o valor do que já foi produzido até essa etapa e nela é consumido e o valor do produto que com eles está sendo elaborado. Ele serve para remunerar todos os fatores produtivos aí empregados, a começar pela mãodeobra (direta e indireta), mas também a terra e o capital em suas diversas formas. Todas essas remunerações constituem destinações do valor agregado. De fato, apenas parte dele permanece na empresa para remunerar os seus proprietários na forma de lucro. Com efeito, para se passar do valor agregado a este último precisase ainda abater todas as despesas necessárias à realização em dinheiro do produto elaborado – administrativas, financeiras ou com vendas. Tais despesas, por isso mesmo, integram o valor agregado, ainda que, por óbvio, não integrem o lucro. Fl. 188DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 6 6 Nesse ponto, é necessário voltar ao início e relembrar que o objetivo buscado com a tributação nãocumulativa é, alcançando apenas o valor agregado em cada etapa, evitar que o tributo já recolhido sobre os bens consumidos em sua elaboração se some ao valor do imposto a incidir sobre o novo produto com eles elaborado. Ela não significa, em absoluto, que o tributo deva incidir apenas sobre o lucro, descontandose do valor agregado as despesas acima mencionadas. Podese alegar que tudo o que foi desenvolvido até aqui se aplicaria muito bem a um tributo que incidisse apenas sobre o preço do bem, isto é, aquele cuja base de cálculo se restringisse à receita bruta de vendas. Para eles, nenhuma dúvida se coloca quanto à dedutibilidade de créditos sobre as demais despesas que, reduzindo o valor agregado, levam à determinação de lucro. Mas não se aplicaria, ipsis literis, às contribuições PIS e COFINS, pelo fato de incidirem ambas sobre a totalidade das receitas e não apenas sobre as receitas de vendas. Entretanto, essa colocação, me parece, decorre de incorreta apreensão do motivo pelo qual não teria de haver créditos em relação ao IPI ou ao ICMS. Com efeito, isso não decorre de não haver incidência desses tributos sobre aquelas receitas. Decorre, isto sim, do fato de tais parcelas integrarem o valor agregado, cujo conceito não muda pelo fato de a contribuição incidir também sobre receitas outras. E elas o integram exatamente porque não decorrem de aquisição de nenhum bem intermediário. Para se ter certeza de que assim é, pensese na aquisição, por empresa industrial, de qualquer bem que se destine a ser aí utilizado como bem final, e que tenha sido gravado pelo IPI. Por exemplo, um veículo adquirido por empresa produtora de cigarros mas destinado, digamos, ao transporte de seus executivos. Parecenos indefensável avocar o princípio da nãocumulatividade para pretender abater do IPI devido sobre os cigarros aquele que foi pago pela aquisição do veículo: sua aquisição constitui mera destinação do valor agregado, por mais que se possa sempre argüir que tal aquisição era indispensável a atrair bons executivos, sem os quais, talvez, as vendas não tivessem sido o que foram. Do mesmo modo, não é porque as parcelas que integrarão a remuneração de algum fator produtivo seja paga pela empresa a outra pessoa jurídica contribuinte das exações em causa que essas despesas se tornam dedutíveis para que se chegue ao conceito de valor agregado. É preciso que ela constitua de fato um bem intermediário, únicos que importam na definição do valor agregado. E assim o é porque a arrecadação total do imposto, como já dito, deve alcançar a totalidade da receita decorrente da comercialização de bens finais. E no exemplo dado, ela corresponde à soma do valor dos cigarros e dos veículos, ainda que esses últimos tenham sido adquiridos por um fabricante dos primeiros. Mutatis mutandis, passase o mesmo com as contribuições: a tributação não cumulativa é aquela que alcança a receita proveniente da produção de bens (e no caso também de serviços) finais, descontandose apenas aquela que, por ser proveniente de bens intermediários já consumidos, esteja efetivamente incluída no preço dos bens ou serviços finais. Conclusivamente, não quebra esse princípio, a meu ver, o fato de uma empresa dedicar se à prestação de serviço de contabilidade (o mesmo vale para limpeza, administração e o que Fl. 189DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 7 7 mais se pensar), serviços finais, pois, ainda que prestados a outra empresa que produza outro serviço (ou bem) final. A arrecadação, nãocumulativa, das contribuições deve alcançar a soma das duas receitas. Logo, não é o fato de se ter de somar às receitas de vendas outras receitas para compor a base de cálculo que faz dedutível alguma despesa. Até porque as despesas aqui referidas – especialmente as de vendas e administrativas – existirão mesmo que não haja nenhuma outra receita a acrescer. É claro que a obtenção de ambas requer pessoal especializado contratado. Tais remunerações, no entanto, ainda com mais razão do que as da mãodeobra direta, constituem destinações do valor agregado e ainda que sejam efetivamente pagas a pessoas jurídicas não devem ser abatidas das receitas para se chegar ao conceito de valor agregado. Em suma, e à guisa de conclusão: para a análise da nãocumulatividade, o conceito fundamental é o de valor agregado em dada operação, mesmo que se adote o método dos créditos fiscais. Ele não corresponde à diferença entre o total das receitas e o total das despesas. Ele é a diferença entre o valor do bem final e o valor dos bens intermediários, entendidos estes últimos como aqueles que desaparecem no processo produtivo para que possa passar a existir o bem ou serviço final. Todo o valor agregado se destina a cobrir as “remunerações devidas aos fatores de produção” com os quais se executa aquele processo, em nada importando que tais remunerações sejam pagas a pessoas físicas ou jurídicas. Com essas colocações preliminares, fica mais fácil entender e julgar o texto da Lei 10.833, que introduziu a tributação nãocumulativa – adotando a técnica do crédito fiscal – para a contribuição destinada ao financiamento da Seguridade Social. Deveras, o seu art. 3º dispôs: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o; II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes; III energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; IV aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e o valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; Fl. 190DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 8 8 VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; VII edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; VIII bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no art. 2o sobre o valor: I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos III a V e IX do caput, incorridos no mês; III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; IV dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês. § 2o Não dará direito a crédito o valor de mãodeobra paga a pessoa física. § 3o O direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação: I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; II aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; III aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir do mês em que se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei. § 4o O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes. ..... Assim, todos os bens (e até mesmo serviços) que se possam enquadrar como insumos, mais despesas que o legislador entendeu necessárias à obtenção das outras receitas tributadas: despesas financeiras e aluguéis dos bens produtores de renda. Não há, aí – a meu ver, sem qualquer sombra de dúvidas – espaço para que se pretenda deduzir créditos tomados sobre despesas administrativas ou com vendas nem mesmo Fl. 191DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 9 9 itens contabilmente lançados como custos mas que não correspondam ao conceito de insumos acima empregado. Notese, quanto a este último, que o legislador foi mesmo além do conceito esposado acima, já em si mesmo extensivo quando comparado ao que lhe quer dar a Administração Tributária. De fato, incluiu no conceito de insumos os serviços consumidos no processo produtivo (serviços intermediários, pois) e admitiu crédito sobre a depreciação dos bens do ativo imobilizado diretamente empregados na produção, adotando, ao que parece, a controversa tese de que também eles são “consumidos” no processo produtivo só que em prazo mais longo do que as matérias primas. Tais definições são, a meu ver, extensivas, levando a que a tributação recaia sobre menos do que o efetivo valor agregado. Por isso mesmo, não vejo na lei instituidora da sistemática qualquer inconstitucionalidade, ainda que se assuma que a determinação do § 12 do art. 195 implique a adoção do mesmo método expressamente enunciado para o IPI e o ICMS, respectivamente no inciso II do § 3º do art. 153, e no inciso I do § 1º do art. 155 da Constituição. Ele apenas determina que se abata o “imposto cobrado nas operações anteriores”. Assim se fez à larga. Desnecessário dizer que, mesmo que a visse, não poderíamos os Conselheiros membros do CARF deixar de aplicála por esse motivo. Isso porque, é, mais do que jurisprudência consolidada, norma regimental e conteúdo de Súmula Administrativa, que os conselheiros membros do CARF não podem deixar de aplicar norma legal, nem mesmo sob alegação de inconstitucionalidade. Tratase da Súmula nº 02 do Segundo Conselho de Contribuintes cuja observância é obrigatória pelos membros do CARF por força do que dispõe o § 4º do art. 72 de seu regimento interno baixado pela Portaria MF 256/2009. Resta, assim, apenas verificar se algum dos itens pretendidos pela empresa poderia se enquadrar como insumo na definição dada pelo legislador e por ela defendido em seu recurso. Penso que não. Com efeito, apenas dois itens podem ser enquadrados como despesas (ou custos) com serviços de terceiros: o refeitório do pessoal produtivo e as assistências médica, farmacêutica e odontológica também a eles prestadas. Entendo, porém, que ambas integram a remuneração indireta dos trabalhadores e dado que, como já dito, toda remuneração integra o valor agregado, não há porque excluílas. Nego, por isso, provimento ao recurso quanto a isso. Por fim, e pelo mesmo motivo, também não se pode admitir a inclusão de juros calculados com base na taxa selic. É que há norma legal que expressamente o veda: o art. 13 do mesmo texto legal acima transcrito: Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4o do art. 3o, do art. 4o e dos §§ 1o e 2o do art. 6o, bem como do § 2o e inciso II do § 4o e § 5o do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. Fl. 192DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 11065.101154/200764 Acórdão n.º 3402001.081 S3C4T2 Fl. 10 10 Como já afirmei, mais do que jurisprudência consolidada, é norma regimental e conteúdo de Súmula Administrativa, que os conselheiros membros do CARF não podem deixar de aplicar norma legal, nem mesmo sob alegação de inconstitucionalidade. Por isso mesmo, a jurisprudência também oriunda daquele órgão, citada pela recorrente, somente se aplicava a outros casos de ressarcimento, na ausência de norma legal expressa. Com essas considerações, voto por negar provimento ao recurso do contribuinte. É como voto. Sala das Sessões, em 07 de abril de 2011 JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Fl. 193DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Assinado digitalmente em 01/06/2011 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, 01/06/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA
score : 1.0
Numero do processo: 10675.900315/2006-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 08 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Apr 08 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar
provimento ao recurso voluntário interposto
Numero da decisão: 3402001.107
Decisão: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Anocalendário:
2003
Ementa: NORMAS PROCESSUAIS REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
PRESCRIÇÃO.
O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é
o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o
termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir
daquela data.
COMPROVAÇÃO DO CREDITO.
Não comprovado o recolhimento que originou o credito não se pode
homologar a compensação.
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Não Informado
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decisao_txt : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003 Ementa: NORMAS PROCESSUAIS REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. COMPROVAÇÃO DO CREDITO. Não comprovado o recolhimento que originou o credito não se pode homologar a compensação.
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PRESCRIÇÃO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. COMPROVAÇÃO DO CREDITO. Não comprovado o recolhimento que originou o credito não se pode homologar a compensação. Recurso Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso voluntário interposto Nayra Bastos Manatta – Presidente e relatora EDITADO EM: 04/05/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio César Alves Ramos, Ângela Sartori (suplente), Silvia de Brito Oliveira e Fernando Luiz da Gama Lobo d’Eça Fl. 1DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA 2 Relatório Tratase de compensação formalizada através da DCOMP n° 04008.35127.271003.1.3.048392 visando compensar os débitos nela declarados, com suposto crédito, que seria oriundo de pagamento indevido ou a maior efetuado ao PIS/Pasep em 27/10/2003. A autoridade fiscal de origem não homologou a compensação pleiteada, sob o argumento de que não foi confirmada a existência do pagamento informado pela empresa . A contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual alega o crédito referese ao excesso de PIS/Pasep pago em função dos DL's 2.445 e 2.448/88, que foram declarados inconstitucionais. A DRJ em Juiz de Fora indeferiu a solicitação sob o mesmo argumento ensejador da não homologação das compensações, acrescendo ainda que se fosse o caso de pagamento a maior efetuado em 1992 a titulo do PIS já estaria decaído o direito à restituição quando foi formalizada a compensação. A contribuinte apresenta recurso voluntário argüindo as mesmas razões da inicial e acrescendo que o prazo para pedir restituição de indébito tributário é de dez anos, contados da data do pagamento indevido e que o motivo que levou à não localização dos DARF de recolhimento foi a atualização monetária dos valores recolhidos. É o relatório. Voto Conselheiro Nayra Bastos Manatta O recurso apresentado encontrase revestido das formalidades legais cabíveis merecendo ser apreciado. Primeiramente há de ser analisada a questão da prescrição, que, no caso presente, atinge todos os recolhimentos efetuados pela contribuinte e objeto do pedido. A propósito, essa questão da prescrição foi muito bem enfrentada pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, no voto proferido quando do julgamento do Recurso Voluntário nº129109, no qual baseiome para retirar as razões acerca da contagem de prazo prescricional. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 10675.900315/200673 Acórdão n.º 3402001.107 S3C4T2 Fl. 2 3 “O direito a repetição de indébito é assegurado aos contribuintes no artigo 165 do Código Tributário Nacional CTN. Todavia, como todo e qualquer direito esse também tem prazo para ser exercido, in casu, 05 anos contados nos termos do artigo 168 do CTN, da seguinte forma: I. da data de extinção do crédito tributário nas hipóteses: de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; de erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; II. da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória nas hipóteses: a) de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Como visto, duas são as datas que servem de marco inicial para contagem do prazo extintivo do direito de repetir o indébito, a de extinção do crédito tributário e a do trânsito em julgado de decisão administrativa ou judicial. Nos casos em que houvesse resolução do Senado suspendendo a execução de lei declarada inconstitucional em controle difuso pelo STF, a jurisprudência dominante nos Conselhos de Contribuintes e, também, na Câmara Superior de Recursos Fiscais é no sentido de que o prazo para repetição de eventual indébito contavase a partir da publicação do ato senatorial. Especificamente, para a hipótese de restituição de pagamentos efetuados a maior por força dos inconstitucionais DecretosLeis 2.445/1988 e 2.449/1988, o marco inicial da contagem da prescrição, consoante a jurisprudência destes colegiados, é 10 de outubro de 1995, data de publicação da Resolução 49 do Senado da República. Entretanto, com a edição da Lei Complementar nº 118, de 09/02/2005, cujo artigo 3º deu interpretação autêntica ao artigo 168, inciso I do Código Tributário Nacional, estabelecendo que a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o art. 150, § 1º da Lei 5.172/1966, o único entendimento possível é o trazido na novel Lei Complementar. Esclareçase, por oportuno, que em se tratando de norma expressamente interpretativa, deve ser obrigatoriamente aplicada aos casos não definitivamente julgados, por força do disposto no art. 106, I, do CTN.” Fl. 3DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA 4 Assim sendo, no caso em análise, quanto a compensação foi formalizada (31/07/2003) o direito de a contribuinte formular tal pleito relativo aos pagamentos efetuados já se encontrava prescrito por haver transcorrido mais de cinco anos da data do pagamento. Ademais disto, na DCOMP n° 04008.35127.271003.1.3.048392 a contribuinte relaciona como crédito um pagamento do período de apuração 04/1993, que teria sido efetuado em 27/10/2003 no valor de R$ 926,83. Tal pagamento não foi localizado nos sistemas de controle da Receita Federal. A recorrente trás aos autos como prova de recolhimento indevido cópia de DARF na qual se vê que o pagamento relacionado como crédito foi efetuado em 30/04/1993 no valor de CR$ 23.508.354,79. Desta sorte o pagamento informado na DCOMP como origem do credito de fato não foi comprovado. Diante do exposto voto por negar provimento ao recurso Nayra Bastos Manatta Relator Fl. 4DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA
score : 1.0
Numero do processo: 10675.900335/2006-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 08 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Apr 08 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Anocalendário:
2003
Ementa: NORMAS PROCESSUAIS REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
PRESCRIÇÃO.
O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é
o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o
termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir
daquela data.
COMPROVAÇÃO DO CREDITO.
Não comprovado o recolhimento que originou o credito não se pode
homologar a compensação.
Recurso Negado
Numero da decisão: 3402001.115
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar
provimento ao recurso voluntário interposto.
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Não Informado
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PRESCRIÇÃO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. COMPROVAÇÃO DO CREDITO. Não comprovado o recolhimento que originou o credito não se pode homologar a compensação. Recurso Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso voluntário interposto Nayra Bastos Manatta – Presidente e relatora EDITADO EM: 04/05/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio César Alves Ramos, Ângela Sartori (suplente), Silvia de Brito Oliveira e Fernando Luiz da Gama Lobo d’Eça Fl. 1DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA 2 Relatório Tratase de compensação formalizada através da DCOMP n° 6357.63218.291003.1.3.044776 visando compensar os débitos nela declarados, com suposto crédito, que seria oriundo de pagamento indevido ou a maior efetuado ao PIS/Pasep em 29/10/2003. A autoridade fiscal de origem não homologou a compensação pleiteada, sob o argumento de que não foi confirmada a existência do pagamento informado pela empresa . A contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual alega o crédito referese ao excesso de PIS/Pasep pago em função dos DL's 2.445 e 2.448/88, que foram declarados inconstitucionais. A DRJ em Juiz de Fora indeferiu a solicitação sob o mesmo argumento ensejador da não homologação das compensações, acrescendo ainda que se fosse o caso de pagamento a maior efetuado em 1992 a titulo do PIS já estaria decaído o direito à restituição quando foi formalizada a compensação. A contribuinte apresenta recurso voluntário argüindo as mesmas razões da inicial e acrescendo que o prazo para pedir restituição de indébito tributário é de dez anos, contados da data do pagamento indevido e que o motivo que levou à não localização dos DARF de recolhimento foi a atualização monetária dos valores recolhidos. É o relatório. Voto Conselheiro Nayra Bastos Manatta O recurso apresentado encontrase revestido das formalidades legais cabíveis merecendo ser apreciado. Primeiramente há de ser analisada a questão da prescrição, que, no caso presente, atinge todos os recolhimentos efetuados pela contribuinte e objeto do pedido. A propósito, essa questão da prescrição foi muito bem enfrentada pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, no voto proferido quando do julgamento do Recurso Voluntário nº129109, no qual baseiome para retirar as razões acerca da contagem de prazo prescricional. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Processo nº 10675.900335/200644 Acórdão n.º 3402001.115 S3C4T2 Fl. 2 3 “O direito a repetição de indébito é assegurado aos contribuintes no artigo 165 do Código Tributário Nacional CTN. Todavia, como todo e qualquer direito esse também tem prazo para ser exercido, in casu, 05 anos contados nos termos do artigo 168 do CTN, da seguinte forma: I. da data de extinção do crédito tributário nas hipóteses: de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; de erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; II. da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória nas hipóteses: a) de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Como visto, duas são as datas que servem de marco inicial para contagem do prazo extintivo do direito de repetir o indébito, a de extinção do crédito tributário e a do trânsito em julgado de decisão administrativa ou judicial. Nos casos em que houvesse resolução do Senado suspendendo a execução de lei declarada inconstitucional em controle difuso pelo STF, a jurisprudência dominante nos Conselhos de Contribuintes e, também, na Câmara Superior de Recursos Fiscais é no sentido de que o prazo para repetição de eventual indébito contavase a partir da publicação do ato senatorial. Especificamente, para a hipótese de restituição de pagamentos efetuados a maior por força dos inconstitucionais DecretosLeis 2.445/1988 e 2.449/1988, o marco inicial da contagem da prescrição, consoante a jurisprudência destes colegiados, é 10 de outubro de 1995, data de publicação da Resolução 49 do Senado da República. Entretanto, com a edição da Lei Complementar nº 118, de 09/02/2005, cujo artigo 3º deu interpretação autêntica ao artigo 168, inciso I do Código Tributário Nacional, estabelecendo que a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o art. 150, § 1º da Lei 5.172/1966, o único entendimento possível é o trazido na novel Lei Complementar. Esclareçase, por oportuno, que em se tratando de norma expressamente interpretativa, deve ser obrigatoriamente aplicada aos casos não definitivamente julgados, por força do disposto no art. 106, I, do CTN.” Fl. 3DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA 4 Assim sendo, no caso em análise, quanto a compensação foi formalizada (29/10/2003) o direito de a contribuinte formular tal pleito relativo aos pagamentos efetuados já se encontrava prescrito por haver transcorrido mais de cinco anos da data do pagamento. Ademais disto, na DCOMP n° 6357.63218.291003.1.3.044776 a contribuinte relaciona como crédito um pagamento do período de apuração 05/1993, que teria sido efetuado em 29/10/2003 no valor de R$ 972,14.. Tal pagamento não foi localizado nos sistemas de controle da Receita Federal. A recorrente trás aos autos como prova de recolhimento indevido cópia de DARF na qual se vê que o pagamento relacionado como crédito foi efetuado em 03/05/1993 no valor de CR$ 30.798.033,99. Desta sorte o pagamento informado na DCOMP como origem do credito de fato não foi comprovado. Diante do exposto voto por negar provimento ao recurso Nayra Bastos Manatta Relator Fl. 4DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA Assinado digitalmente em 04/05/2011 por NAYRA BASTOS MANATTA
score : 1.0