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Numero do processo: 10935.001757/2004-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Sep 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMO DE PESSOAS FÍSICAS. DOCUMENTAÇÃO NÃO APRESENTADA. DESCRIÇÃO IMPRECISA DOS ITENS ADQUIRIDOS NO DOCUMENTÁRIO FISCAL APRESENTADO. AUSÊNCIA DE REGISTRO NA CONTABILIDADE. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE.
1. É ônus do contribuinte provar o direito ao crédito presumido do IPI calculado sobre matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem adquiridos de pessoas físicas, por meio de documentação adequada que demonstre a regularidade das aquisições e identificação dos insumos, bem como os registros das respectivas operações nos livros contábeis e fiscais.
2. A falta ou a apresentação de documento sem a perfeita identificação dos produtos adquiridos de pessoas físicas impossibilita o conhecimento da natureza e do tipo de produto adquirido e, por falta de identificação, a sua inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.943
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Helder Massaaki Kanamaru.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMO DE PESSOAS FÍSICAS. DOCUMENTAÇÃO NÃO APRESENTADA. DESCRIÇÃO IMPRECISA DOS ITENS ADQUIRIDOS NO DOCUMENTÁRIO FISCAL APRESENTADO. AUSÊNCIA DE REGISTRO NA CONTABILIDADE. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. 1. É ônus do contribuinte provar o direito ao crédito presumido do IPI calculado sobre matériaprima, produto intermediário e material de embalagem adquiridos de pessoas físicas, por meio de documentação adequada que demonstre a regularidade das aquisições e identificação dos insumos, bem como os registros das respectivas operações nos livros contábeis e fiscais. 2. A falta ou a apresentação de documento sem a perfeita identificação dos produtos adquiridos de pessoas físicas impossibilita o conhecimento da natureza e do tipo de produto adquirido e, por falta de identificação, a sua inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 17 57 /2 00 4- 65 Fl. 2804DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Helder Massaaki Kanamaru. Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento (fls. 2.454/2.455) complementar, no valor de R$ 815.963,47, ao crédito presumido do IPI do 4º trimestre de 2003, no valor de R$ 4.493.909,26, anteriormente reconhecido por meio do Despacho Decisório de fls. 2.386/2.399, que se tornou definitivo na esfera administrativa, em face da ausência de contestação. Em cumprimento à determinação judicial, exarada na Sentença de fls. 2.542/2.521, o titular da Unidade da Receita Federal de origem proferiu o Despacho Decisório de fls. 2.722/2.730, em que reconheceu, parcialmente, o crédito complementar pleiteado, no valor de R$ 19.639,21, acrescido da taxa Selic a partir de 25/6/2009, com base nas razões apresentadas nos itens 19 a 31 (fls. 2.725/2.728). A glosa parcial do crédito, no valor de R$ 796.324,26, foi motivada pelos fatos explicitados nos itens 19 a 30, a seguir transcritos: CFOP 2.151 (Matriz) 19. De acordo com os esclarecimentos prestados pela interessada nas fls. 2592/2594, é com a dedução dos valores relativos ao Código Fiscal de Operação e Prestação (CFOP) 2.151 (transferências para industrialização da filial para a matriz) da soma dos demais CFOP's listados no quadro acima que se explica as diferenças entre os valores apontados na linha 12 do DCP original (ajustado pela RFB) e do DCP retificador. 20. Assim, a interessada reconhece que tais valores (2.151), que integraram o cálculo original do crédito presumido, não deveriam ter integrado esse cálculo. 21. De fato, essas operações de transferências da filial para a matriz não se referem a aquisições (ainda que delas decorrentes), portanto, não deveriam ter integrado o cálculo original, ainda mais agora, que se pretende incluir as aquisições feitas pela filial no novo cálculo. Por isso, a análise dos documentos relativos aos demais CFOP's listados no quadro acima implica a exclusão dos valores relativos ao CFOP 2.151 do cálculo original. CFOP 2.116 (Matriz) 22. Na análise dos documentos do CFOP 2.116, as ocorrências a seguir foram verificadas para justificar a não inclusão dos valores no recálculo do crédito. 23. Nas operações de compra de mercadorias de pessoas físicas, conforme demonstrado no Anexo I (fls. 2659/2661), verificou se que: Fl. 2805DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10935.001757/200465 Acórdão n.º 3102001.943 S3C1T2 Fl. 11 3 a) Os documentos foram localizados nos arquivos digitais (fiscais), mas não constam da contabilidade, fato que não caracteriza uma aquisição regular de mercadorias, pois neste caso não existe um registro contábil do efetivo pagamento, nem mesmo de uma expectativa de pagamento (registro de um passivo), o que torna inviável o ressarcimento de valor não pago. Ademais, constam nos arquivos digitais que seriam "DIVERSOS" as mercadorias adquiridas, portanto, não passíveis de enquadramento como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem; e b) Tratamse de operações com pessoas físicas, que não são contribuintes do PIS/PASEP e da COFINS, portanto, não passíveis de inclusão no cálculo do crédito presumido, conforme previsto no art. 5°, §2°, da IN SRF n° 315/2003, disposição normativa já citada na primeira decisão. 24. Nas operações de compra de mercadorias de pessoas jurídicas, conforme demonstrado no Anexo II (fls. 2662/2670), verificouse que: a) Alguns documentos foram localizados nos arquivos digitais (fiscais), mas não constam da contabilidade, fato que impossibilita caracterizar a operação como regular, pois neste caso não existe um registro contábil do efetivo pagamento, nem mesmo de uma expectativa de pagamento (registro de um passivo), o que torna inviável o ressarcimento de valor não pago. Ademais, constam nos arquivos digitais que seriam "DIVERSOS" as mercadorias adquiridas, portanto, não passíveis de enquadramento como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem; e b) Os demais documentos, emitidos por DAL PAI S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ 76.490.887/000458 e INDÚSTRIAS PEDRO N. PIZZATO LTDA CNPJ 76.501.394/000476, não foram localizados nos arquivos digitais, fato que impossibilita a identificação e o enquadramento das mercadorias adquiridas. Somado a isso, também não foram localizados na contabilidade, fato que impossibilita caracterizar a operação como regular, pois neste caso não existe um registro contábil do efetivo pagamento, nem mesmo de uma expectativa de pagamento (registro de um passivo), o que torna inviável o ressarcimento de valor não pago. PESSOAS FÍSICAS (Matriz) 25. Verificouse inicialmente que o total das operações de compra de mercadorias de pessoas físicas no trimestre coincide com o valor total que não foi considerado no cálculo inicial do crédito presumido (nem pela interessada no DCP, nem pelo Fisco). Por isso, o valor total do período, para o efeito de cálculo do crédito presumido, foi computado uma única vez, pois, com certeza, não se referem (ou não deveriam se referir) a operações diversas. De qualquer modo, as ocorrências a seguir foram verificadas para justificar a não inclusão dos valores no recálculo do crédito. Fl. 2806DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 26. Procedida à análise do demonstrativo apresentado pela interessada, conforme demonstrado no Anexo III (fls. 2671/2676), verificouse que: a) A quase totalidade dos documentos (aqueles que constaram dos arquivos digitais) aponta a descrição das mercadorias adquiridas como "DIVERSOS", portanto, não passíveis de enquadramento como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem; b) Alguns dos documentos relacionados são, na verdade, da Filial 0002, portanto, lançados indevidamente na matriz (em duplicidade); c) Outros documentos se referem a aquisições de produtos para recebimento futuro (simples faturamento CFOP 2.922), cuja inclusão no cálculo do crédito presumido somente é permitida a partir do momento da sua efetiva entrada no estabelecimento adquirente (art. 17 da IN SRF no 315/2003 já citada na la decisão); d) Outros documentos foram omitidos nos arquivos digitais, fato que impede identificar e enquadrar as mercadorias adquiridas como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem; e e) Por fim, tratamse de operações com pessoas físicas, que não são contribuintes do PIS/PASEP e da COFINS, portanto, não passíveis de inclusão no cálculo do crédito presumido, conforme previsto no art. 5 0 , §2°, da IN SRF n° 315/2003, disposição normativa já citada na primeira decisão. CFOP 1.101 (Filial 0002) 27. De acordo com as informações contidas nos arquivos digitais apresentados, parte dos documentos do Código Fiscal de Operação e Prestação (CFOP) 1.101 encontrase devidamente lançado na escrita fiscal (livros fiscais) e também na contabilidade, fato que denota, em face do registro contábil do pagamento (ou do passivo), a regular aquisição de mercadorias de contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS. Além disso, consta nesses arquivos digitais (campo "descrição da mercadoria" / "descrição complementar da mercadoria" do arquivo 4.3.4 do ADE COFIS n° 55/2009) tratarse de aquisição de mercadorias enquadradas como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem. Mostrase, assim, procedente a inclusão de parte desses valores no recálculo do crédito. Já em relação ao restante dos documentos, as ocorrências a seguir foram verificadas para justificar a não inclusão dos valores no recálculo do crédito. 28. Nas operações de compra de mercadorias de pessoas físicas, conforme demonstrado no Anexo IV (fls. 2677/2679), verificou se que: a) A totalidade dos documentos aponta a descrição das mercadorias adquiridas como "DIVERSOS", portanto, não passíveis de enquadramento como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem; e Fl. 2807DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10935.001757/200465 Acórdão n.º 3102001.943 S3C1T2 Fl. 12 5 b) Além disso, tratamse de operações com pessoas físicas, que não são contribuintes do PIS/PASEP e da COFINS, portanto, não passíveis de inclusão no cálculo do crédito presumido, conforme previsto no art. 5°, §2°, da IN SRF n° 315/2003, disposição normativa já citada na primeira decisão. 29. Nas operações de compra de mercadorias de pessoas jurídicas, conforme demonstrado no Anexo V (fls. 2680/2681), verificouse que a totalidade dos documentos aponta a descrição das mercadorias adquiridas como "DIVERSOS", portanto, não passíveis de enquadramento como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem. CFOP 2.101 (Filial 0002) 30. De acordo com as informações contidas nos arquivos digitais apresentados, parte dos documentos do Código Fiscal de Operação e Prestação (CFOP) 2.101 encontrase devidamente lançado na escrita fiscal (livros fiscais) e também na contabilidade, fato que denota, em face do registro contábil do pagamento (ou do passivo), a regular aquisição de mercadorias de contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS. Além disso, consta nesses arquivos digitais (campo "descrição da mercadoria" / "descrição complementar da mercadoria" do arquivo 4.3.4 do ADE COFIS n° 55/2009) tratarse de aquisição de mercadorias enquadradas como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem. Mostrase, assim, procedente a inclusão de parte desses valores no recalculo do crédito. Já em relação ao restante (anexo VI fl. 2682), verificouse que o documento aponta a descrição das mercadorias adquiridas como "DIVERSOS", portanto, não passíveis de enquadramento como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem. (grifos não originais) Em sede de manifestação de inconformidade (fls. 2.754/2.758), a recorrente contestou apenas a glosa da parcela dos créditos relativos às aquisições de pessoas físicas, no valor de R$ 3.787.963,30, com base na alegação de que todas as aquisições de insumos, independentemente de ser o fornecedor contribuinte ou não da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, deviam ser computadas na base de cálculo do crédito presumido do IPI. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 2.773/2.779), em que, por unanimidade de votos, a 8ª Turma de Julgamento da DRJ em Ribeirão Preto/SC julgou improcedente a manifestação de inconformidade, sob o fundamento de que as compras de insumos de pessoas físicas não podiam ser utilizadas para efeito de determinação da base de cálculo do crédito presumido do IPI. Em 30/4/2012, a recorrente foi cientificada da decisão de primeira instância. Inconformada, em 30/5/2012, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 2.785/2.794, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, alegou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob o regime do recurso repetitivo, no julgamento do Recurso Especial (REsp) nº 993.164/MG, reconhecera a ilegalidade das normas que excluíra da base de cálculo do crédito presumido do IPI os valores das matériasprimas e dos insumos adquiridos de pessoas físicas. Fl. 2808DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 6 É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A controvérsia limitase apenas a glosa dos créditos relativos às compras de pessoas físicas, no valor de R$ 3.787.963,30, descritas nos Anexos I (fls. 2.684/2.686), III (fls. 2.696/2.701) e IV (fls. 2.702/2.704) do Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI do 4º Trimestre de 2003. Conforme delineado no relatório precedente, as razões da glosa dos créditos provenientes das aquisições de pessoas jurídicas quanto dos créditos decorrentes das compras das pessoas físicas foram fundamentadas praticamente nos mesmos fatos. Porém, a recorrente não contestou à glosa dos créditos relativos às aquisições das pessoas jurídicas. Com efeito, a inconformidade da recorrente limitouse apenas as glosas dos créditos decorrentes das compras das pessoas físicas, porém, limitada à questão jurídica, ou seja, a existência de restrição normativa ao direito de apropriação do crédito presumido do IPI relativo às aquisições de pessoas físicas. Entretanto, conforme explicitado nos itens 23, 26 e 28 do contestado Despacho Decisório, além do óbice de natureza jurídica, foram relatadas questões de natureza fática que motivaram a glosa dos referidos créditos. Tais fatos, em suma, foram os seguintes: a) uma parte dos documentos não foi localizada nos arquivos digitais; b) outra parte dos documentos foi lançada em duplicidade; e c) a parte restante dos documentos, embora localizada nos arquivos digitais, apresentava as seguintes irregularidades: c.1) uma parte dos documentos não foi registrada na contabilidade; c.2) outra parte dos documentos se referem a aquisições de produtos para recebimento futuro, cuja inclusão no cálculo do crédito presumido do IPI somente é permitida a partir do momento da sua efetiva entrada no estabelecimento adquirente; e c.3) os produtos foram descritos como “DIVERSOS”, o que impossibilitava o enquadramento das respectivas aquisições como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem. Conforme mencionado, no recurso em apreço, assim como na manifestação de inconformidade, a recorrente alegou apenas que as aquisições de pessoas físicas integravam a base de cálculo do crédito presumido do IPI, com suporte no entendimento esposado na jurisprudência administrativa e judicial transcrita na peça defensiva, porém não apresentou qualquer contestação em relação às relevantes irregularidades apontadas pela fiscalização, tampouco apresentou qualquer elemento probatório que infirmasse os motivos fáticos da glosa dos créditos decorrentes das compras de pessoas físicas. No âmbito deste Conselho, por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações posteriores, a questão jurídica, atinente à falta de amparo legal para apropriação dos Fl. 2809DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10935.001757/200465 Acórdão n.º 3102001.943 S3C1T2 Fl. 13 7 créditos provenientes das aquisições de insumos de pessoas físicas, ficou superada a partir da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), prolatado no julgamento do REsp nº 993.164/MG, processado sob regime do art. 543C do CPC, que reconheceu o direito de o contribuinte apropriarse do crédito presumido do IPI relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens adquiridos de pessoas físicas. O enunciado da ementa do referido acórdão tem o seguinte teor, in verbis: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". Fl. 2810DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 8 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar seão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, Fl. 2811DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10935.001757/200465 Acórdão n.º 3102001.943 S3C1T2 Fl. 14 9 julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido Fl. 2812DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 10 pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 993164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2010, DJe 17/12/2010) Entretanto, conforme já mencionado, além da questão jurídica, a fiscalização apontou diversas irregularidades nos elementos probatórios apresentados pela recorrente que impossibilitam o reconhecimento do alegado direito creditório. Ademais, a recorrente não contestou nem apresentou qualquer explicação sobre tais irregularidades, o que torna a matéria fáticoprobatória incontroversa. Dessa forma, na ausência de comprovação da regularidade da aquisição dos insumos de pessoas físicas, bem como de parte dos registros contábeis e fiscais das respectivas operações, fica impossibilitado o reconhecimento do respectivo direito creditório. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 2813DF CARF MF Impresso em 03/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 18 /08/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
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Numero do processo: 13502.000033/99-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Nov 01 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998
CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. CONCEITO DE INSUMO NA SISTEMÁTICA DE APURAÇÃO DA LEI 9.363/1996.
1. Para efeito de apuração do crédito presumido do IPI, segundo os critérios estabelecidos na Lei nº 9.363, de 1996, são considerados insumos as matérias-primas, os produtos intermediários e o material de embalagem adquiridos no mercado interno e utilizados no processo fabricação de produto exportado.
2. Também se incluem no conceito de insumos, para o mesmo efeito, os produtos não registrados no ativo permanente que, embora não integrando o novo produto, forem consumidos, desgastados ou alterados no processo de industrialização, em função de ação direta sobre o produto em fabricação, ou deste sobre aquele.
CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. BASE DE CÁLCULO. CUSTO COM ENERGIA ELÉTRICA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. ENQUADRAMENTO NO CONCEITO DE INSUMO. IMPOSSIBILIDADE.
Por não atender o conceito de insumo da Lei nº 9.363, de 1996, os custos de aquisição de energia elétrica e de prestação de serviços de industrialização por encomenda não integram a base de cálculo do crédito presumido do IPI.
ICMS. VALOR DESTACADO NAS NOTAS FISCAIS DE COMPRA. INCLUSÃO NOS CUSTOS DOS INSUMOS. PREVISIBILIDADE.
Para efeito do cálculo do crédito presumido do IPI, o valor do ICMS destacados nas notas fiscais de compra não se exclui dos custos das matérias-primas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem aplicados na produção de produto exportado.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3102-002.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para determinar que os valores do ICMS, destacados nas respectivas notas fiscais de entrada, sejam incluídos no valor do crédito presumido, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. CONCEITO DE INSUMO NA SISTEMÁTICA DE APURAÇÃO DA LEI 9.363/1996. 1. Para efeito de apuração do crédito presumido do IPI, segundo os critérios estabelecidos na Lei nº 9.363, de 1996, são considerados insumos as matériasprimas, os produtos intermediários e o material de embalagem adquiridos no mercado interno e utilizados no processo fabricação de produto exportado. 2. Também se incluem no conceito de insumos, para o mesmo efeito, os produtos não registrados no ativo permanente que, embora não integrando o novo produto, forem consumidos, desgastados ou alterados no processo de industrialização, em função de ação direta sobre o produto em fabricação, ou deste sobre aquele. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. BASE DE CÁLCULO. CUSTO COM ENERGIA ELÉTRICA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. ENQUADRAMENTO NO CONCEITO DE INSUMO. IMPOSSIBILIDADE. Por não atender o conceito de insumo da Lei nº 9.363, de 1996, os custos de aquisição de energia elétrica e de prestação de serviços de industrialização por encomenda não integram a base de cálculo do crédito presumido do IPI. ICMS. VALOR DESTACADO NAS NOTAS FISCAIS DE COMPRA. INCLUSÃO NOS CUSTOS DOS INSUMOS. PREVISIBILIDADE. Para efeito do cálculo do crédito presumido do IPI, o valor do ICMS destacados nas notas fiscais de compra não se exclui dos custos das matérias primas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem aplicados na produção de produto exportado. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 00 00 33 /9 9- 45 Fl. 1307DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para determinar que os valores do ICMS, destacados nas respectivas notas fiscais de entrada, sejam incluídos no valor do crédito presumido, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório Tratase de Pedido de Compensação (fl. 02) de crédito presumido do IPI, no valor de R$ 398.509,62, apresentado pela filial Camaçari/BA em 22/2/1999, para compensação de débitos de mesmo valor da Contribuição do PIS/Pasep e da Cofins dos meses de dezembro de 1998 e janeiro de 1999 da matriz. Por meio do despacho decisório de fls. 13/15, proferido em 18/11/2003, o pedido de compensação foi integralmente indeferido, sob o fundamento fático de que a recorrente, embora intimada, não havia apresentado a documentação necessária a apreciação do pleito, e jurídico, com respaldo no art. 31, § 6°, combinado com o art. 32, caput, da Instrução Normativa SRF nº 210, de 2002, com a redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 323, de 2003. Em sede de manifestação de inconformidade (fls. 20/27), alegou a interessada que o citado despacho decisório não podia prevalecer, pois, independente das causas que lhe impediram de apresentar a documentação solicitada, o crédito compensado era legítimo, conforme documentação e demonstrativos apresentados naquela oportunidade. Os fatos seguintes, foram assim resumidos no relatório integrante do acórdão recorrido: O processo foi encaminhado para apreciação pela DRJ/Recife, que mediante o Acórdão DRJ nº 9.599, de 24/09/2004, proferido pela 5ª Turma de Julgamento da DRJ Recife/PE, de fls.228/236, indeferiu a solicitação da interessada amparado na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ante a ausência de apresentação da documentação quando da intimação, por prazo dilatado em até quatro vezes, com fundamento no art. 3º, III, 28, 39 e 40, que reproduz e art. 3º da IN SRF nº23, de 1997, e art.3º da Portaria MF nº 38, de 27/02/1997. Fl. 1308DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 11 3 Consta no acórdão que a própria interessada reconheceu que não apresentou a documentação solicitada e nem pleiteou dilatação de prazo para fazêlo e que, apesar de a interessada ter na manifestação de inconformidade apresentado a documentação relativa ao direito ao ressarcimento e compensações que entendia comprobatória, a instância julgadora estaria impedida de analisar os referidos documentos, sob pena de suprimir uma instância decisória, e assim, não tendo a requerente apresentado os documentos hábeis para comprovar o direito, após intimada, este seria indeferido. Quanto aos argumentos da interessada de que apresentara Pedido de Ressarcimento no valor de R$ 530.157,15, informou que não houve qualquer apresentação de documentação e portanto não há litígio quanto a existência do direito creditório, vindo assim a se pronunciar somente quanto a não homologação da compensação, nos termos dos §§ 9º a 12º do art.74 da Lei nº 9.430, de 1996, alterado pelo art.49 da Lei nº10.637, de 2002 e art.17 da Medida Provisória nº135, de 30/10/2003, convertida na Lei nº10.833, de 2003. A interessada foi intimada do acórdão DRJ à fl. 238. À fl.239 consta despacho da SOAT/Camaçari informando que decorrido o prazo para interposição de recurso voluntário não houve manifestação de interessada nesse sentido e encaminhamento para cobrança do crédito tributário indevidamente compensado. A empresa matriz, localizada em São Paulo, impetrou Medida Cautelar nº2006.61.00.0201471 e Ação Anulatória de Débito Fiscal nº2006.61.00.022643.1 na 8ª Vara da justiça Federal de São Paulo, que foi parcialmente deferida intimando a União a suspender a exigibilidade do crédito tributário, ante o depósito (fls.306, 729 e 730/742, 822/841 e Mandado de Citação de fl. 820). O Juiz da 8ª Vara da Justiça Federal determinou a anulação do PAF 13502.000033/9945 desde a prolação do acórdão da DRJ e anulação da carta cobrança e eventual inscrição em dívida ativa e determinou a análise do pedido de compensação, fl. 862. A decisão está em grau de recurso junto ao TRF da 3ª Região. A Equipe de Análise de ação Judicial/DERAT/SPO (fl.725, 728) analisou a documentação constante dos autos (fls.729/803, 804/805 e andamento processual na justiça de fls. 848/853, 855/865, e demonstrativos de cálculo RFB de fls.806/811) e promoveu a suspensão da exigibilidade dos débitos no PROFISC por concluir pela suficiência dos depósitos (fl.811 e 812, 866/867 e 870), mediante Despacho de fl. 866/867 e 870. O processo foi encaminhado a DRF/Camaçari, órgão jurisdicionante do estabelecimento detentor do crédito, para realização de diligência, para apuração do valor total a ser compensado (fls.873/874 e ciência em 23/11/2009, fl.875), tendo a interessada apresentado ofício confirmando a entrega de cópias de balancetes, CD com planilha de custos e entradas de Fl. 1309DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 insumos e DCP (fl.876 e documentos de fls.877/914, além do descritivo do processo industrial de fls.925/952 e Balancetes Analíticos de fls.953/974 e 975/1.097). Às fls.1.099/1.105 consta relatório fiscal, cientificado a contribuinte em 23/02/2010, fl.1103, relativo ao MPF 0510400200900115 expedido para realização da diligência fiscal com vista a subsidiar a análise do crédito presumido do período de julho/1997 a dezembro/1998, ora sintetizado: •a análise dos créditos tinha sido iniciada em outro procedimento fiscal MPF 0510400/00024/2007, que ficou prejudicada ante a autuação fiscal que tombou sob o processo administrativo de nº 13807.007601/200107, sob julgamento, considerados nesta análise os relatórios e documentos, bem como o Acórdão DRJ/São Paulo nº 1620.479/ 2009 proferido no referido processo, o qual admitiu tão somente os custos dos insumos adquiridos diretamente pelo contribuinte e pela empresa Química da Bahia Ltda, com a qual a interessada mantinha contrato de industrialização por encomenda, quando utilizados na industrialização dos produtos comercializados pela contribuinte (acetona, etanol, amônia, hidrogênio e nitrogênio), desconsiderando os custo fixos, aí incluídos os demais custos envolvidos indiretamente na produção, depreciação e energia, além dos custos administrativos e remuneração pelos serviços de industrialização prestados pela Química da Bahia; • neste trabalho a análise se resume ao crédito presumido pleiteado pelo estabelecimento 0018, sem levar em consideração a veracidade, efetividade ou qualquer aspecto relacionado ao contrato de industrialização por encomenda. A utilização como custo de produção dos insumos adquiridos pela Química da Bahia e utilizados como custo de produção segue a decisão da DRJ/São Paulo; •após mencionar os dispositivos legais que amparam o benefício do crédito presumido, considera o disposto no art. 147 do Decreto n° 2.637, de 25 de março de 1998 RIPI/ 1998, com redação atual pelo artigo 164 do Decreto n° 4.544 de 26 de dezembro de 2002 RIPI/ 2002 e PN CST n° 65/79 publicado no DOU de 06/11/1979, para caracterizar o conceito de insumos; • à falta da memória de cálculo, esta não apresentada pela interessada, utilizouse a fiscalização das planilhas fornecidas pelo contribuinte com os dados das entradas de insumos e saídas de produtos e exportações, detalhamento do consumo geral da produção, discriminando os insumos consumidos por período, arquivos magnéticos com fichas de estoque individualizados por insumo, para elaborar o demonstrativo de apuração do crédito presumido. Os insumos que foram considerados para efeito de composição da base de cálculo foram aqueles informados no documento "autoavaliação para o licenciamento ambiental ALA", quando enquadrados no conceito de insumos previsto na Fl. 1310DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 12 5 legislação, sendo desconsiderados os produtos acetona e o isopropanol quando importados; • foi efetuada a apuração do crédito presumido seguindo as disposições constantes na Lei n° 9.363/96, Portaria MFn° 38/97, IN SRF n° 23/97 e IN SRF n° 103/97, na qual a apuração efetuada pela fiscalização se consolida no Demonstrativo de apuração do crédito presumido, tendo como fonte de referência os balancetes, livros fiscais de entradas, saídas e apuração do IPI e notas fiscais de entradas e saídas, além das fichas de estoque de matérias primas, tambores, total geral de processos, estoque de produtos acabados e em processo, entradas de insumos, saídas de produtos e exportações, apurado conforme normas citadas anteriormente, onde os valores apurados em ação fiscal foram de R$ 58.430.62 (cinqüenta e oito mil quatrocentos e trinta reais e sessenta e dois centavos) para o ano de 1997, e R$ 69.937,30 ( sessenta e nove mil, novecentos e trinta e sete reais e trinta centavos) para o ano de 1998 (fls.1104 e 1105). A interessada apresentou em 25/03/2010 sua manifestação ao termo de verificação fiscal, fls.1106/1116, alegando que: •segundo o Termo de Verificação Fiscal, a utilização dos insumos adquiridos pela Química da Bahia S.A. e utilizados na produção de produtos comercializados pela Air Products seguiria a decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo, que julgou a impugnação apresentada pela Air Products procedente em parte, considerando que realmente houve custo com os insumos adquiridos diretamente pela Química da Bahia S.A., os quais estavam vinculados à industrialização dos produtos comercializados pela Air Products, porém, houve manutenção da autuação em relação ao que a decisão denominou de custos fixos. Atualmente, aguardase o julgamento do Recurso Voluntário interposto ao Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF; •quando da análise dos insumos que dariam direito ao crédito presumido pleiteado, a fiscalização afirma que teria considerado aqueles valores informados no documento "autoavaliação para o licenciamento ambiental ALA", em suma, não foram considerados os seguintes itens: energia elétrica, o vapor e a água clarificada, em que pese a própria fiscalização ter reconhecido que a maioria deles possuía características de insumos; •ao contrário do que afirmou no inicio de seu relatório, a fiscalização adotou aquele mesmo equivocado critério aplicado quando da fiscalização que originou o auto de infração relacionado ao processo administrativo n° 13807.007601/200107, ao analisar os documentos disponibilizados pela Air Products, refez a base de cálculo do crédito presumido de IPI pleiteado, desconsiderando Fl. 1311DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 6 praticamente todos os insumos despendidos no processo de industrialização por encomenda, para reconhecer apenas os valores de R$ 58.430,62, no ano de 1997, e R$ 69.937,30, no ano de 1998, dentre estes: os valores relacionados ao contrato por encomenda firmado entre a Air Products e a Química da Bahia S.A., que visa à remuneração dos custos de produção, encargos, despesas e margem de lucro, matériaprima, materiais, embalagens, utilidades, depreciação, mão de obra, entre outros, insumos efetivamente foram utilizados no contrato de industrialização por encomenda; •salienta que o processo administrativo de compensação n° 13502.000033/9945 não guarda relação alguma com o processo n° 13807.007601/200107, isto é, a decisão a ser proferida pelo CARF, nos autos do segundo processo, sobre a existência ou de contrato de industrialização por encomenda não reflete na apuração da base de cálculo do direito creditório pleiteado pela Air Products nos autos do primeiro processo, porque efetivamente houve aplicação de capital na aquisição de insumos para a concretização do processo de industrialização, fazendo com que o crédito presumido de IPI fosse gerado e, portanto, fosse passível de ser pleiteado nos autos do processo administrativo de compensação n° 13502.000033/9945; •em 18 de dezembro de 1996, foi celebrado Contrato Industrialização por Encomenda entre a Air Products e a Química da Bahia S.A., para a finalidade de que esta Empresa industrializasse o produto denominado "alquilamina", mas a Química da Bahia teve como custos os valores pagos a título de matériaprima, insumos, utilidades, máquina e mãodeobra, dentre outros, enquanto a interessada tinha como custo do produto o preço pago à empresa industrializadora, além dos eventuais insumos adquiridos diretamente; •o custo da Air Products com a "alquilamina" corresponde ao somatório do preço pago à Química" da Bahia S.A. pela operação de industrialização e o montante do valor pago a terceiros diretamente pela aquisição de insumos, sendo necessária a utilização de matériasprimas (etanol, amônia, hidrogênio, ácido acético, cicloexano, ácido sulfúrico, monoetileneglicol, produtos para tratamento de água, "diatomoceous earth"), insumos (npropanol, isopropanol, acetona, cicloexano, catalisadores), além de outras utilidades (vapor, energiaelétrica, água clarificada e nitrogênio), conforme quantidades definidas relativas ao processo industrial. •conforme verificase na planilha elaborada pela fiscalização nenhum valor a título de industrialização de terceiros foi indicado, o que confirma que nenhum custo foi aproveitado para o refazimento da base de cálculo do crédito presumido; •a fiscalização não deu aplicabilidade à Instrução Normativa n° 130/97, já que excluiu o ICMS dos custos das Fl. 1312DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 13 7 matériasprimas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem; • elaborou uma nova planilha, cuja estrutura é a mesma do que aquela apresentada pela fiscalização, na qual apontou todos os valores que equivocadamente deixaram de ser reconhecidos, inclusive, com a inclusão do ICMS sobre os custos das matériasprimas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem, assim como determina a Instrução Normativa n° 130/97, inserindo todos aqueles custos que efetivamente foram incorridos durante a industrialização por encomenda, perfazendo, assim, o direito creditório no valor de R$ 229.435,99, para o ano de 1997, e de R$ 298.209,40, para o ano de 1998, conforme fls.1118/1121; • apenas por hipótese, ainda que se pudesse imaginar que haveria relação entre o processo administrativo de compensação n° 13502.000033/9945 e o processo administrativo n° 13807.007601/200107, a Air Products entende que, no mínimo, a fiscalização deveria ter adotado o mesmo posicionamento da DRJ/SP (nos autos do processo administrativo n° 13807.007601/200107), isto é, considerado os custos relativos aos insumos adquiridos pela Química da Bahia que foram denominados de "custos variáveis” porque, ainda que se entenda que não houve industrialização por encomenda, o que se admite apenas por hipótese, o fato é que houve aquisição de insumos, os quais geram créditos que não foram considerados no cálculo elaborado pela fiscalização; •requer seja reconhecido a totalidade dos insumos utilizados no processo de industrialização por encomenda, ajustandose, assim, a base de cálculo do crédito presumido de IPI pleiteado nos autos do processo administrativo n° 13502.000033/9945, nos termos da planilha ora anexada, outrossim, caso não seja esse o entendimento, o que admite apenas por hipótese, requer sejam reconhecidos, no mínimo, aqueles valores que a DRJ/SP denominou de "custos variáveis", quando do julgamento da impugnação apresentada nos autos do processo administrativo n° 13807.007601/200107. Às fls.1132/1136 a Equipe de Análise de Tributos Diversos EQITD/DERAT proferiu o Despacho Decisório, consubstanciado no Relatório Fiscal, concluindo pelo reconhecimento do direito creditório no valor de R$ 58.430,62, para o ano de 1997, e R$ 69.937,30, para o ano de 1998, referente ao crédito presumido, e, por conseguinte, homologando as compensações declaradas até o limite do crédito reconhecido. A interessada, cientificada do despacho decisório em 11/05/2011 (fl.1137), ingressou com manifestação de inconformidade de fls.1151/1172, em 12/05/2011, apresentando basicamente as mesmas alegações anteriores, discordando do fato de não terem Fl. 1313DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 8 sido homologadas totalmente as compensações constantes dos pedidos de compensação apresentados pelo estabelecimento filial, com débitos de as titularidade, em 09/12/1998 sob o nº 13502.000271/9842 no valor de R$279.348,02 e em 22/02/1999, que deu origem ao presente processo, no valor de crédito presumido de R$398.509,62, totalizando R$677.857,64, mas que, após ajustes, verificou ser o crédito no valor de R$530.157,15, conforme petições de fls. 337/338. Alega ainda que: •a matéria suscitada nos autos do PAF nº13807.007601/200107 não deve prevalecer, pois referia se a auto de infração lavrado para exigir o IRPJ e CSLL em virtude da glosa de custos que teriam sido indevidos ante o entendimento equivocado de que o Contrato Industrialização por Encomenda entre a Air Products e a Química da Bahia S.A era simulado, contudo, não prosperou pois a DRJ/São Paulo no julgamento daquele processo considerou o custo dos insumos adquiridos diretamente pela Química da Bahia quando vinculados a industrialização dos produtos comercializados, estes denominados de custos variáveis, mantendo porém a autuação no que tange aos custos fixos; •na hipótese de ver relação entre estes dois processos, no mínimo deveriam ter sido considerados aqueles valores que foram denominados custos variáveis reformando o despacho decisório; •quando da composição do cálculo presumido a fiscalização teria dito que consideraria os valores informados no documento “auto avaliação para licenciamento ambiental – ALA (fls.434/440), mas neste contexto, deixouse de considerar o vapor, energia elétrica, água clarificada e n propanol, catalisador de cobalto, níquel, acetona e isopropanol porque como reconhecera a maioria deles tinham características de insumos, bem como pelo fato de que alguns desses teriam sido importados; •a fiscalização desconsiderou a parcela fixa do contrato entre a interessada e a Química da Bahia que visa a remuneração dos demais custos da produção, encargos, despesas e margem de lucro, valor pago aos empregados das fábricas, os tributos sobre a folha de salários, depreciação, entre outros. Na produção da “alquilamina”, cuja industrialização se dava por encomenda à Química da Bahia Ltda, esta teve como custos os valores pagos a título de matéria–prima (etanol, amônia, hidrogênio, ácido acético, cicloexano, ácido sulfúrico, monoetileneglicol, produtos para tratamento de água, "diatomoceous earth"), insumos (npropanol, isopropanol, acetona, cicloexano, catalisadores), insumos, utilidades, vapor, energia elétrica, água clarificada e nitrogênio, máquina e mãodeobra dentre outros, sendo necessários, além do custo do preço pago à empresa industrializadora, os valores por esta adquiridos; •não reconhecer a totalidade dos insumos significa não dar aplicabilidade àquilo que almejou a legislação quando Fl. 1314DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 14 9 permitiu a acumulação de IPI originados dos recolhimentos do PIS/Cofins; •o despacho decisório violou a legislação do IPI em seu art.243,§1º, na redação da Lei nº10.276, de 2001, quando desconsiderou a energia elétrica como custo a ser incluído na base de cálculo do crédito presumido, custo passível de inclusão na base de cálculo do benefício, conforme decisão do conselho de Contribuinte que transcreve; •nenhum valor a título de industrialização de terceiros foi indicado, o que confirma que nenhum custo com insumos utilizados no processo de industrialização por encomenda foi aceito. Apesar de afirmar, a fiscalização não deu aplicabilidade a Instrução Normativa SRF nº103/97, já que excluiu o ICMS dos custos dos insumos; •apresenta nova planilha inserindo todos os custos efetivamente incorridos durante a industrialização por encomenda, perfazendo o direito ao crédito de R$229.435,99 e R$298.209,40, para os anos de 1997 e 1998, respectivamente; •conforme verifica, a planilha elaborada pela recorrente sequer foi analisada pelo auditor quando da prolação do despacho decisório recorrido, se baseando apenas nas informações contidas na planilha do Termo de Verificação Fiscal, mas em observância ao princípio da verdade material, o auditor deveria ter analisado todas os documentos e informações contidos nos autos; •requer seja reconhecido a totalidade dos insumos utilizados no processo de industrialização por encomenda, nos termos da planilha ora anexada, outrossim, caso não seja esse o entendimento, o que admite apenas por hipótese, requer sejam reconhecidos os valores que a DRJ/SP denominou de "custos variáveis", quando do julgamento da impugnação apresentada nos autos do processo administrativo n° 13807.007601/200107. Após diversos encaminhamentos, o processo, em atendimento à determinação contida na Portaria RFB/Sutri nº2.440, de 30/11/2012, foi encaminhado a esta DRJ/Salvador para julgamento em 04/12/2012 (fl.1201). Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 1202/1221), em que, por unanimidade de votos, foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecido o direito creditório e não homologada a compensação declarada, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. BASE DE CÁLCULO. Fl. 1315DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 10 Somente as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem conceituados na legislação tributária podem ser computados na apuração da base de cálculo do incentivo fiscal. Além disso, quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou, vice versa, desde que não devam, em face de princípios contábeis geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente. INSUMOS ADMITIDOS NO CÁLCULO. Os gastos com lubrificantes, combustíveis e energia elétrica, ainda que sejam consumidos pelo estabelecimento industrial, não revestem a condição de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, não podendo ser computados no cálculo do crédito presumido. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O valor pago a terceiros pelo serviço de beneficiamento de insumos não integra o valor da base de cálculo do Crédito Presumido. INSUMOS ADQUIRIDOS POR TERCEIROS. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. Os insumos adquiridos pela empresa contratada para efetuar a industrialização por encomenda integram o cálculo do crédito presumido. ICMS. Não havendo comprovação nos autos de que o ICMS relativo às aquisições dos insumos feitas pela empresa contratada para efetuar a industrialização integrou o valor do custo do produto remetido à encomendante da industrialização, não há como considerálo no cálculo do crédito presumido do IPI. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 7/5/2013, a interessada foi cientificada da decisão de primeira instância. Inconformada, em 6/6/2013, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 1.251/1273, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Do objeto da controvérsia. Fl. 1316DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 15 11 Conforme delineado no relatório precedente, o cerne da controvérsia cingese a glosa parcial dos valores dos créditos presumidos do IPI, relativos aos 1º e 4º trimestres dos anos de 1997 e 1998, apurados e informados pela recorrente nos Demonstrativos de Crédito Presumido (DCP) dos respectivos trimestres. De acordo com os Demonstrativos de fls. 1104/1105, que integram o Relatório de Verificação Fiscal de fls. 1099/1103, apurou a fiscalização que, nos referidos anos, a interessada teria direito apenas ao valor total de R$ 128.367,92 de crédito presumido do IPI, sendo R$ 58.430,62 do ano de 1997 e R$ 69.937,30 do ano de 1998. Por sua vez, ao corrigir os Demonstrativos da fiscalização, a recorrente apresentou os Demonstrativos de fls. 1118/1121, no qual apurou o valor total de R$ 527.645,39 de crédito presumido do IPI, sendo R$ 229.435,99 do ano de 1997 e R$ 298.209,40 do ano de 1998. Comparando, o valor total apurado pela fiscalização e com o apurado pela recorrente, temse uma diferença de R$ 399.277,47 (R$ 527.645,39 R$ 128.367,92). Logo, especificamente, fica demonstrado que o litígio em apreço limitase à glosa dos créditos presumidos do IPI dos anos de 1997 e 1998, no valor total de R$ 399.277,47. No recurso voluntário em apreço, em síntese, alegou a recorrente: a) ausência de relação deste processo com o de n° 13807.007601/20007; b) o conceito de insumo da Lei n° 10.276, de 2001, também se aplicava à sistemática de apuração da Lei nº 9.363, de 1996; c) a totalidade dos produtos utilizados no processo produtivo da “alquilamina” eram insumos; d) a fiscalização desconsiderou o disposto no art. 3º da Instrução Normativa n° 103, de 1997, ao excluir o valor do ICMS dos custos dos insumos; e e) era indevida a exclusão da energia elétrica e dos custos de industrialização por encomenda da base de cálculo do crédito presumido do IPI. Da ausência de relação deste processo com o de n°13807.007601/200107 Alegou a recorrente que a utilização de provas e documentos do processo nº 13807.007601/200107 feria o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal, sob o argumento de que no referido processo se discutia a existência ou não de contrato de industrialização sob encomenda, realizado entre a recorrente e a pessoa jurídica Química da Bahia Ltda., nos anos de 1997 e 1998, enquanto que neste processo discutiase o direito ao crédito presumido de IPI decorrente da aquisição de matérias primas utilizadas na industrialização por encomenda de produtos destinados ao exterior. Não procedem as alegações da recorrente. Os documentos utilizados pela fiscalização para a apuração do crédito presumido do IPI em apreço foram os seguintes: a) balancetes; b) livros fiscais de entrada, saída e de apuração do IPI; c) notas fiscais de entradas e saídas; e d) fichas de estoque, conforme consignado no item 17 do Termo de Verificação Fiscal colacionado aos autos (fls. 1099/1103), a seguir parcialmente transcrito: 17 Conforme procedimentos de auditoria previstos para a Operação 1502, foi efetuada a apuração do crédito presumido seguindo as disposições constantes na Lei n° 9.363/96, Portaria MF nº 38/97, IN SRF n° 23/97 e IN SRF n° 103/97, na qual a apuração efetuada pela fiscalização se consolida no Demonstrativo de apuração do crédito presumido, tendo como Fl. 1317DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 12 fonte de referência os balancetes, livros fiscais de entradas, saídas e apuração do IPI e notas fiscais de entradas e saídas, além das fichas de estoque de matériasprimas, tambores, total geral de processos, estoque de produtos acabados e em processo, entradas de insumos, saídas de produtos e exportações, apurado conforme normas citadas anteriormente, [...] (grifos não originais) Toda essa documentação foi fornecida pela própria recorrente em atendimento aos Termos de Intimação e Reintimação colacionados aos autos (fls. 873/874, 916 e 921/923), expedidos pelo mesmo AuditorFiscal, com o objetivo de apuração da certeza e liquidez do crédito presumido do IPI dos anos de 1997 e 1998, informados pela recorrente nos respectivos Demonstrativos de Crédito Presumido do IPI. Logo, ao contrário do que alegou, nos presentes autos não foram utilizados documentos do processo nº 13807.007601/200107, mas apenas a documentação entregue pela própria recorrente e destinada ao fim específico de apuração da certeza e liquidez dos citados créditos. É oportuno ainda esclarecer que o trabalho de verificação fiscal em comento teve início em 23/2/2007, com a ciência da recorrente do Termo de Início de Fiscalização de fls. 921/922, porém foi encerrado sem a conclusão dos trabalhos por força da pendência do julgamento do citado processo, conforme expressamente consignado pela autoridade fiscal no Termo de Encerramento de Fiscalização de fl. 924. Aliás, tal fato foi oportunamente relatado, pela mesma autoridade fiscal, no item 3 do citado Termo de Verificação Fiscal (fl. 1100), com os seguintes dizeres, in verbis: 3 A análise dos créditos havia sido iniciada em outro procedimento fiscal MPF n° 0510400/00024/2007 (fls.420 a 424), porém, tal análise foi prejudicada pela existência de autuação fiscal sob julgamento perante a DRJ/São Paulo, processo administrativo fiscal n° 13807.007601/200107. [...] (grifos não originais) Dessa forma, fica esclarecido que, ao contrário do que alegou a recorrente, nos presentes autos não foram utilizados nenhum documento extraído dos autos do processo nº 13807.007601/200107, mas apenas os documentos solicitados e fornecidos pela própria recorrente no âmbito do trabalho de verificação fiscal desenvolvido, pela mesma autoridade fiscal (ressaltase mais uma vez), com a finalidade exclusiva de apuração da certeza e liquidez dos créditos em apreço. Além disso, é oportuno esclarecer que, segundo consta do Termo de Devolução de Documentos de fl. 1098, em 23/2/2010, tais documentos foram devolvidos à recorrente, portanto, na data em que foram apresentadas as defesas colacionadas aos autos, toda documentação já se encontrava em poder da recorrente, tornando descabida a presente alegação. Assim, resta demonstrado que não tem a menor procedência a alegação de afronta ao contraditório, a ampla defesa e ao devido processo legal, haja vista que a recorrente exerceu o contraditório e o direito de defesa na forma da legislação vigente, o que está consonância com o princípio do devido processo legal. Da exclusão da base de cálculo do crédito presumido do IPI dos custos com energia elétrica e com combustíveis. Fl. 1318DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 16 13 Alegou a recorrente que o disposto no art. 1º, § 1º, I, da Lei nº 10.276, de 2001, havia apenas explicitado que os custos com energia elétrica e com combustíveis, utilizados na produção de produto exportado, também integravam o conceito de insumos veiculado pela Lei nº 9.363, de 1996. A alegação da recorrente não procede por dois motivos. O art. 1º da Lei nº 10.276, de 2001, introduziu uma nova forma alternativa de apuração do crédito presumido do IPI, que não se aplica à sistemática de apuração do crédito presumido estabelecida na Lei nº 9.363, de 1996. Com efeito, ao contrário do que alegou a recorrente, são as demais normas desta Lei que se aplicam a nova sistemática de apuração do crédito presumido do IPI, conforme determina o§ 5º do art. 1º da citada Lei. É oportuno ressaltar ainda que a utilização dessa nova forma de apuração do crédito presumido do IPI é natureza opcional, a critério do contribuinte, porém, uma vez exercida, passa ser irretratável por todo anocalendário. Para melhor compreensão do novo regime de apuração, veja os excertos relevantes do art. 1º da referida Lei que seguem transcritos: Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; II correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, na hipótese em que o encomendante seja o contribuinte do IPI, na forma da legislação deste imposto. [...] § 4º A opção pela alternativa constante deste artigo será exercida de conformidade com normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal e abrangerá, obrigatoriamente: I o último trimestrecalendário de 2001, quando exercida neste ano; II todo o anocalendário, quando exercida nos anos subseqüentes. Fl. 1319DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 14 § 5º Aplicamse ao crédito presumido determinado na forma deste artigo todas as demais normas estabelecidas na Lei no 9.363, de 1996. [...] (grifos não originais) Além disso, é oportuno consignar que, por força do art. 45, VI, do Anexo I do Regimento Interno deste Conselho, o entendimento aqui esposado é de observância obrigatória por este Conselheiro, pois se trata de matéria sumulada por este Conselho, por meio da Súmula CARF nº 19, aprovada pela Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010, cujo enunciado segue transcrito: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. Assim, o conceito de insumo aqui aplicado é aquele estabelecido no caput dos arts. 1º e 2º da Lei nº 9.363, de 13 dezembro de 1996, a seguir transcritos: Art. 1º. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem para utilização no processo produtivo. [...] Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. [...]. (grifos não originais) Por força do disposto no parágrafo único do artigo 3º da referida Lei, o conceito de insumo da referida Lei não é outro que não aquele definido no inciso I do artigo 147 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI), aprovado pelo Decreto nº 2.637, de 25 de junho de 1998, na época vigente, que segue transcrito: Art. 147. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a MP, PI e ME, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente. Fl. 1320DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 17 15 [...] Logo, diferentemente do que alegou a recorrente, nem todos custos aplicados na produção integram a base de cálculo do benefício fiscal em apreço, mas somente as matériasprimas (MP), os produtos intermediários (PI) e os materiais de embalagem (ME) utilizados no processo produtivo, bem como aqueles produtos que, “embora não se integrando ao novo produto”, forem consumidos no processo de industrialização mediante o “desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde de que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo” e desde que não integrem o ativo permanente, consoante o entendimento exarado no item 10 do Parecer Normativo CST nº 65, de 30 de outubro de 1979, a seguir reproduzido: 10. Resumese, portanto, o problema na determinação do que se deva entender como produtos ‘que embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização. 10.1. Como o texto fala em “incluindose entre as matérias primas e os produtos intermediários”, é evidente que tais bens hão de guardar semelhança com as matériasprimas e os produtos intermediários stricto sensu, semelhança esta que reside no fato de exercerem na operação de industrialização função análoga a destes, ou seja, se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou por este diretamente sofrida. 10.2 – A expressão “consumidos...” há de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde de que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo. (negritos não originais) Ad argumentandum tantum, o fato de nos períodos de apuração dos créditos pleiteados ainda não se encontrar vigente a Lei nº 10.276, de 2001, também configura outra a circunstância impeditiva da aplicação a norma veiculada no citado art. 1º, § 1º, I. Com base nessas considerações, fica devidamente demonstrada a improcedência da alegação em apreço. Dos insumos aplicados no processo produtivo da “alquilamina” Alegou a recorrente que todos os produtos utilizados na produção da “alquilamina” enquadravamse no conceito de insumo de diversos tipos, a saber: “matérias primas (etanol, amônia, hidrogênio, ácido acético, cicloexano, ácido sulfúrico,monoetileneglicol, petróleo líquido gasoso, produtos para tratamento de água, “diatomoceous earth”), produto intermediário (npropanol, isopropanol, acetona, cicloexano, catalisadores) e uma grande quantidade de energia elétrica, vapor, água clarificada e nitrogênio.” Para a recorrente, também integram o conceito de insumo os produtos não contabilizados como ativo permanente que sejam consumidos, alterados ou desgastados no processo produtivo de forma direta ou indireta. Fl. 1321DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 16 Embora tenha se baseado em jurisprudência consolidada no âmbito deste Conselho, é evidente que a recorrente, no intuito de justificar a sua pretensão distorce de modo explícito os entendimentos contidos nos correspondentes julgados, ao concluir que também integrariam o conceito de insumo os produtos INDIRETAMENTE consumidos, alterados ou desgastados no processo produtivo. Com efeito, compulsando os excertos dos referidos julgados transcritos na peça recursal em apreço, em todos eles verificase, sem exceção, que somente os produtos DIRETAMENTE consumidos, alterados ou desgastados no processo produtivo integram o conceito insumo utilizado como base de cálculo do crédito presumido do IPI. Foi dessa forma que procedeu a fiscalização na apuração dos créditos em apreço, portanto, em consonância com o entendimento aqui esposado e consolidado na jurisprudência deste Conselho. Ratifica o asseverado, o disposto no item 9 do citado do Relatório de Verificação Fiscal colacionado aos autos (fl. 1101), a seguir transcrito: 9 Tendo em vista o disposto no art. 147 do Decreto n° 2.637, de 25 de março de 1998 —RIPI/98, com redação atual pelo artigo 164 do Decreto n° 4.544 de 26 de dezembro de 2002 RIP1/2002 e PN CST n° 65/79 publicado no DOU de 06/11/1979, para efeito de cálculo do crédito do IPI, a legislação não se refere a insumos genericamente utilizados na produção, mas especificamente a matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem (os quais também são insumos) adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; (grifos não originais) É oportuno ainda esclarecer que, nos anos de 1997 e 1998, a produção da “alquilamina” era realizada pela empresa Química da Bahia Ltda., sob regime de industrialização por encomenda, mas, no procedimento de apuração do crédito, a fiscalização incluiu na base cálculo do crédito tanto os insumos adquiridos diretamente pela recorrente, como aqueles adquiridos pela citada empresa, conforme relatado nos itens 4 e 5 do Relatório de Verificação Fiscal colacionado aos autos (fl. 1100), in verbis: 4 No período sob análise, o contribuinte mantinha contrato de industrialização por encomenda com a empresa QUIMICA DA BAHIA LTDA. Para operacionalização do contrato, os insumos necessários à produção eram adquiridos diretamente pelo contribuinte, ou por intermédio da empresa contratada. Quando adquiridos pelo contribuinte, eram remetidos à contratada por meio de nota fiscal de remessa. No retorno do produto industrializado, emitiase outra nota fiscal dos produtos anteriormente remetidos, juntamente com mais 2 notas fiscais: uma de custos variáveis, englobando os insumos adquiridos diretamente pela empresa Química da Bahia, e outra de custo fixo, onde estariam inclusos os demais custos envolvidos indiretamente na produção (depreciação, energia, etc), além dos custos administrativos e remuneração pelos serviços de industrialização prestados pela empresa Química da Bahia. A fiscalização anterior realizada na empresa (PAF n° 13807.007601/200107), considerou que os custos fixos e variáveis decorrentes do contrato de industrialização não teriam Fl. 1322DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 18 17 existido, servindo tal somente como pagamento pela aquisição da planta industrial pela fiscalizada. Posteriormente, a DRJ/São Paulo, através do acórdão n° 1620.479/2009, aceitou como custo os insumos adquiridos diretamente pela empresa Química da Bahia e vinculados industrialização dos produtos comercializados pela Air Products, desconsiderando, porém, os custos fixos; 5 Para análise dos créditos, foram considerados os insumos adquiridos diretamente pelo contribuinte, além dos insumos adquiridos pela empresa Química da Bahia e utilizados na industrialização dos produtos comercializados pelo contribuinte (acetona, etanol, amônia, hidrogênio e nitrogênio). Fica registrado que este trabalho fiscal se resume à análise do crédito presumido pleiteado pelo estabelecimento 0018, não fazendo parte do escopo do mesmo a análise da veracidade, efetividade ou qualquer outro aspecto relacionado ao contrato de industrialização por encomenda firmado entre a empresa Air Products do Brasil e a Química da Bahia Ltda. A utilização, como custo de produção, dos insumos adquiridos pela Química da Bahia e utilizados na produção de produtos comercializados pela Air Products segue a decisão proferida pela DRJ/São Paulo; [...] (grifos não originais) Da leitura dos textos em destaque, fica evidenciado que a fiscalização computou na base de cálculo do crédito em apreço os insumos adquiridos pela recorrente e aqueles adquiridos pela empresa Química da Bahia Ltda., responsável pela industrialização do citado produto. Na verdade, o que recorrente pretende é a inclusão nos custos de produção da “alquilamina” de uma extensa relação de produtos, sem, contudo, apresentar qualquer prova de que tais produtos são, de fato, matériasprimas ou produtos intermediários utilizados na produção do citado produto, ou se foram consumidos, alterados ou desgastados no correspondente processo produtivo. Ademais, no que tange aos custos com energia elétrica, incluídos no citado rol, ficou demonstrado anteriormente que, em hipótese alguma, tais custos integram a base de cálculo do referido benefício fiscal. É oportuno ainda mencionar que os insumos que foram considerados na apuração da base cálculo foram os informados pela própria recorrente no documento denominado de “autoavaliação para o licenciamento ambiental – ALA” (fls. 932/940), adquiridos no mercado interno e discriminados nas notas fiscais de entrada registradas no respectivo livro fiscal, consoante informação constante dos itens 12 e 13 do citado Relatório de Verificação Fiscal (fl. 1102), a seguir transcritos: 12 – Os insumos que foram considerados para efeito de composição da base de cálculo foram aqueles informados no documento "autoavaliação para o licenciamento ambiental — ALA", folhas 434 a 440, e que se enquadram no conceito de insumos previsto na legislação, conforme itens 8, 9 e 10. Outros insumos utilizados no processo produtivo, mas que não se integraram ao produto final, nem tampouco sofreram qualquer alteração em decorrência do contato direto com o produto em Fl. 1323DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 18 fabricação, não foram incluídos na apuração do crédito presumido. Entre estes produtos, incluemse a energia elétrica, o vapor e a água clarificada. Também não foram incluídos produtos que, embora tenham a característica de insumos, foram importados pela empresa, estando, assim, fora da previsão do artigo 1º da lei n° 9.363/99 (aquisições no mercado interno). Estes produtos foram o npropanol, catalisador de cobalto e catalisador de níquel. Outros insumos importados foram a acetona e o isopropanol, porém, a empresa também efetuou aquisições destes produtos no mercado interno. Assim, para efeito de apuração do crédito, consideramos como custo destes insumos o total das aquisições no mercado interno (fls. 503, 506, 509, 512 e 516); 13 Foram verificadas as Notas Fiscais de entradas dos insumos considerados na base de cálculo do crédito presumido (fls 555 a 597), em relação ao livro registro de entradas, não tendo sido encontrada nenhuma irregularidade; (grifos não originais) Dessa forma, na ausência de provas, em conformidade com o disposto no art. 15 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF), combinado com o que dispõe o art. 333 do CPC, tais alegações não tem como subsistir. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do crédito presumido do IPI A recorrente alegou que, ao excluir o valor do ICMS, dos custos dos insumos a fiscalização não deu aplicabilidade ao disposto no art. 3º da Instrução Normativa n° 103, de 1997, que tem o seguinte teor: Art. 3° Para efeito do cálculo do crédito presumido, o ICMS não será excluído dos custos das matériasprimas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem. Procede a alegação da recorrente. O preceito normativo é claro ao determinar que, para efeito de apuração do crédito presumido do IPI, o valor do ICMS deve ser mantido no custo do insumo aplicado no processo produtivo. O preceito normativo em destaque não apresenta nenhuma exceção, logo, é defeso ao intérprete da norma acrescentar qualquer outro mandamento nela previsto. O fato de o ICMS não integrar o custo dos produtos, para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, como entendeu o colegiado julgador primeiro grau, não se aplica à apuração da base de cálculo do crédito presumido, por expressa determinação do art. 3º da Instrução Normativa n° 103, de 1997. Com base nessas considerações, deve ser restabelecido o valor do ICMS excluído dos custos dos insumos que, segundo a fiscalização, integram a base de cálculo do crédito presumido do IPI. Da exclusão dos custos de industrialização por encomenda da base de cálculo do crédito presumido do IPI. A recorrente alegou que era indevida a exclusão da base de cálculo do crédito presumido do IPI dos valores correspondentes à prestação de serviços de industrialização por encomenda, sob o argumento que estes custos eram essenciais ao processo industrial e que não havia qualquer impedimento na Lei nº 9.363, de 1996, para que eles integrassem a base de cálculo do referido benefício fiscal. Fl. 1324DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13502.000033/9945 Acórdão n.º 3102002.012 S3C1T2 Fl. 19 19 Essa alegação não procede. Os fundamentos jurídicos são os mesmos anteriormente aduzidos para justificar o não acatamento da inclusão dos custos da energia elétrica na base de cálculo do crédito presumido do IPI, a saber: a) o disposto no art. 1º, § 1º, da Lei nº 10.276, de 2001, não se aplica à sistemática de apuração do crédito presumido do IPI, estabelecido na Lei nº 9.363, de 1996; e b) ad argumentandum tantum, no período de apuração dos créditos a referida Lei ainda não se encontrava vigente. Também não está em consonância com a melhor exegese, o entendimento da recorrente no sentido de que, na Lei nº 9.363, de 1996, não havia qualquer mandamento que impedisse que os custos de prestação de serviços de industrialização por encomenda integrassem a base de cálculo do crédito presumido do IPI. Com efeito, por se tratar de norma especial concessiva de benefício fiscal, por força do art. 111 do CTN, o disposto na referida lei não pode ser interpretado nem extensiva nem analogicamente, como entendeu a recorrente. Dessa forma, somente os insumos expressamente previstos na referida Lei, que se enquadrem no conceito do art. 147, I, do RIPI/1998, integram a mencionada base de cálculo. A recorrente alegou ainda que com a promulgação da Lei 10.276, de 2001, houve o reconhecimento de que tanto a industrialização por encomenda quanto a energia elétrica eram para efeito de apuração do crédito presumido do IPI, logo, entendimento diverso feriria o principio da isonomia, pois haveria tratamento diferenciado entre pessoas jurídicas na mesma situação. Mais uma vez a recorrente incorre se equivoca. A sistemática de apuração do crédito presumido do IPI veiculada no novel diploma legal não fere o princípio da isonomia, haja vista que se trata de norma de natureza opcional, cuja adesão ficou a critério de beneficiário, sem distinção de qualquer tipo. Assim, como qualquer contribuinte pode manifestar a sua adesão ao novo regime de apuração, consequentemente, inexiste o alegado tratamento discriminatório. Também não é permitida a aplicação simultânea dos critérios de apuração estabelecidos para ambos os regimes. Assim, ou o contribuinte adere à sistemática de apuração da Lei nº 10.276, de 2001, e aplica os critérios e utiliza os conceitos de custos instituídos neste diploma legal, ou se mantém na sistemática antiga da Lei nº 9.363, de 1996, e adota os critérios de apuração e os conceitos de insumo nesta fixados. Por essas razões, rejeitase a alegação de exclusão dos custos de industrialização por encomenda suscitados pela recorrente. Da conclusão. Por todo o exposto, votase por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para que: a) sejam restabelecidos os valores do ICMS, destacados nas respectivas notas fiscais de entrada, indevidamente excluídos dos custos dos insumos utilizados pela fiscalização no cálculo do valor do crédito presumido, relativos aos anos de 1997 e 1998; e b) seja homologada a compensação dos débitos declarados pela recorrente até o limite do valor do crédito a ser apurado. (assinado digitalmente) Fl. 1325DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 20 José Fernandes do Nascimento Fl. 1326DF CARF MF Impresso em 01/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23 /10/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 31/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
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Numero do processo: 10814.006201/2008-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Oct 30 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 30/03/2008
INFRAÇÃO POR ATRASO NO REGISTRO DA CHEGADA DE AERONAVE NO PAÍS. REGISTRO NO SISTEMA MANTRA APÓS O MOMENTO DA EFETIVA CHEGADA. APLICAÇÃO DE MULTA REGULAMENTAR. POSSIBILIDADE.
O registro, no sistema Mantra, após o momento da chegada, no País, de aeronave procedente do exterior configura infração por descumprimento de obrigação acessória, sancionada com a correspondente multa regulamentar.
INFRAÇÃO ADUANEIRA. MULTA ADMINISTRATIVA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DE CHEGADA DA AERONAVE. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE.
1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração.
2. A multa por atraso na prestação de informação sobre a carga descarregada em porto alfandegado nacional não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.992
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Álvaro Almeida Filho, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama, que reconheciam a denúncia espontânea da infração e davam provimento integral ao recurso.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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REGISTRO NO SISTEMA MANTRA APÓS O MOMENTO DA EFETIVA CHEGADA. APLICAÇÃO DE MULTA REGULAMENTAR. POSSIBILIDADE. O registro, no sistema Mantra, após o momento da chegada, no País, de aeronave procedente do exterior configura infração por descumprimento de obrigação acessória, sancionada com a correspondente multa regulamentar. INFRAÇÃO ADUANEIRA. MULTA ADMINISTRATIVA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DE CHEGADA DA AERONAVE. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração. 2. A multa por atraso na prestação de informação sobre a carga descarregada em porto alfandegado nacional não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Álvaro Almeida Filho, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama, que reconheciam a denúncia espontânea da infração e davam provimento integral ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 81 4. 00 62 01 /2 00 8- 65 Fl. 110DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório Tratase de auto de infração (fls. 2/6) em que formalizada a aplicação da multa regulamentar, no valor de R$ 5.000,00, em decorrência do cometimento da infração caracterizada por prestação de informação com atraso sobre a chegada de aeronave no País, tipificada na alínea “e” do inciso IV do art. 107 do Decretolei nº 37, de 1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003. O motivo da autuação, conforme consignado na descrição dos fatos que integra o citado auto de infração, fora o registro extemporâneo, no Sistema Mantra, da chegada do Vôo CRX 0096. Tal fato, segundo a fiscalização, teve como consequência a ausência da formalização do Termo de Entrada da aeronave, o permitia livres alterações na Relação de Cargas Manifestadas, mesmo após a chegada da aeronave, o que poderia propiciar graves distorções ao controle do fluxo aduaneiro de mercadorias e facilitar o desvio de cargas e outros crimes tributários; daí a obrigação instituída em lei para que a formalização da chegada dos veículos procedentes do exterior fosse foi feita no momento da chegada. Em sede de impugnação, a autuada alegou a improcedência da autuação, com base nos argumentos que foram assim resumidos no relatório que integra o acórdão recorrido: (a) o atraso de fato não ocorreu, pois o registro da chegada da aeronave ocorreu exatamente no momento da chegada conforme registro no SIV Infraero, devendose considerar que a impugnante de fato procedeu por ato próprio ao registro das informações, o que implica na necessidade de reconhecimento da espontaneidade e boafé para fins de direito; (b) deve ser reconhecida na hipótese a necessidade de observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como a possibilidade de complementação de informações, questão que, não tendo sido observada pela rigidez do art. 9º da IN SRF 102/94, deve ser verificada na presente oportunidade; (c) ademais, a responsabilidade pela prestação de informações na hipótese é exclusiva dos agentes de carga, na forma do disposto no artigo 30, § 2º, do Decreto nº 4.543/2002, quem deve ser responsabilizado na forma do art. 9º da IN SRF 102/94; (d) foi formalizada consulta junto à COANA com vistas ao debate da responsabilização do agente de cargas na hipótese, Fl. 111DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10814.006201/200865 Acórdão n.º 3102001.992 S3C1T2 Fl. 21 3 além da questão da necessidade de razoabilidade na concessão de maior prazo e possibilidade de complementação de informações, nos termos do ordenamento constitucional em vigor; (e) está ausente a tipicidade entre o fato descrito e a imposição legal, sendo necessária a adequação entre meios e fins da penalidade imposta; (f) requer, assim, a nulidade absoluta do auto de infração. Em 15/12/2011, foi proferida a decisão primeira instância (fls. 54/58), em que, por unidade de votos, a impugnação foi julgada improcedente e a multa aplica mantida, com base nos fundamentos resumidos no enunciado da ementa a seguir reproduzido: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 30/03/2008 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULO. O registro de chegada de veículo procedente do exterior ou portando carga sob regime de trânsito aduaneiro deverá ser efetuado, conforme o caso, pelo transportador ou pelo beneficiário do regime de trânsito, na unidade local da SRF, no momento de sua chegada; sob pena de sujeitarse o infrator à multa prevista pelo art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833/2003. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em 8/2/2012 (fl. 63), a recorrente foi cientificada da referida decisão. Em 7/3/2012, protocolou o recurso voluntário de fls. 64/71, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na fase impugnatória, em aditamento alegou que: a) a legislação não fixava prazo específico para o registro de informação de chegada da aeronave, pois era vazia a expressão “no momento da sua chegada”, contida no 9º da Instrução Normativa SRF n° 102, de 1994; b) era nula, por incompatibilidade com o ordenamento jurídico pátrio, a norma do citado art. 9º, porque ela exigia o registro imediato de informações, no momento da chegada da aeronave, o que, de fato, consistia na inexistência de prazo, ainda que mínimo, para que o transportador pudesse cumprir tal determinação; e c) era atípica a conduta atribuída a recorrente, pois não existia tipo específico para a infração em questão, posto que deixar de registrar informações de chegada de aeronave não se enquadrava na hipótese típica da infração prevista no artigo 107, IV, “e” do Decretolei nº 37, de 1966. É o relatório. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A controvérsia limitase à questão atinente à subsunção do fato imputado à recorrente, descrito no auto de infração, à conduta abstrata descrita na alínea “e” do inciso IV do art. 107 do Decretolei nº 37, de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003, a seguir transcrito: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: [...] IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): [...] e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso porta aporta, ou ao agente de carga; e [...]. (grifos não originais) Tratase de norma penal em branco, cuja aplicação exige a complementação do conteúdo por outro diploma normativo de natureza administrativa, a ser expedido pelo Secretário da Receita Federal do Brasil (RFB). No caso de veículo aéreo procedente do exterior, a norma complementar que trata do prazo e da forma da prestação de informação sobre a chegada no País é o art. 9º da Instrução Normativa SRF nº 102, de 1994, a seguir reproduzido: Art. 9º O registro de chegada de veículo procedente do exterior ou portando carga sob regime de trânsito aduaneiro deverá ser efetuado, conforme o caso, pelo transportador ou pelo beneficiário do regime de trânsito, na unidade local da SRF, no momento de sua chegada, cabendolhe, simultaneamente, a entrega à fiscalização aduaneira dos manifestos e dos respectivos conhecimentos de carga e, quando for o caso, dos documentos de trânsito aduaneiro. § 1º A falta de informações sobre carga procedente do exterior previamente à chegada de veículo ou sobre carga procedente de trânsito, associada à não entrega dos documentos de que trata o “caput” deste artigo, implicará na configuração de declaração negativa de carga, nos moldes do previsto pelo parágrafo único do art. 46 do Decreto n° 91.030, de 5 de março de 1985. § 2º Quando não atendido o disposto neste artigo, o AFTN deverá proceder ao respectivo registro da chegada, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10814.006201/200865 Acórdão n.º 3102001.992 S3C1T2 Fl. 22 5 § 3° A chegada do veículo caracterizará, para efeitos fiscais, o fim da espontaneidade prevista no art. 138 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. (grifos não originais) A norma complementar em destaque estabelece que o registro de chegada de aeronave procedente do exterior deverá ser efetuado pelo transportador no momento de sua chegada no País. No caso em tela, os extratos de consulta, extraídos do Sistema Mantra (fls. 11/12), informam a chegada efetiva do Vôo CRX 0096 às 07:05 (sete horas e cinco minutos) do dia 29/3/2008, enquanto que o registro da chegada da aeronave no citado Sistema somente fora efetivado às 08:18 (oito horas e dezoito minutos) do dia 30/3/2008. No caso, se houve o descumprimento do prazo de registro determinado na referido preceito normativo, indubitavelmente, consumouse a conduta infratora prevista determinada na alínea “e” do inciso IV do art. 107 do Decretolei nº 37, de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003. Portanto, fica demonstrada a improcedência da alegação da recorrente de que era atípico o fato infrator que lhe fora imputado na autuação em apreço. Também não tem fundamento jurídico a alegação da recorrente de que não existia tipo específico na legislação aduaneira para o referido fato infringente, o contraria o disposto do art. 9º da Instrução Normativa SRF nº 102, de 1994. É oportuno ainda ressaltar que o registro da chegada da aeronave no Mantra implica abertura do termo de entrada, documento indispensável para controle aduaneiro das cargas transportadas e descarregadas no recinto alfandegado local. Alegou ainda a recorrente que o registro da informação de chegada da aeronave, no Sistema Mantra, fora realizada antes da autuação, o que configurava denúncia espontânea da infração. No caso em tela, não se aplica o instituto da denúncia espontânea da infração, previsto no art. 102 do Decretolei n° 37, de 1966, com a nova redação dada pela Lei nº 12.350, de 20 dezembro de 2010, a seguir reproduzido: Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Fl. 114DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 6 § 2o A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) (grifos não originais) O objetivo da norma em destaque, evidentemente, é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações de natureza tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias ou deveres instrumentais (segundo alguns) que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior, incluindo os aspectos de natureza tributária, administrativo, comercial, cambial etc. Não se pode olvidar que, para aplicação do instituto da denúncia espontânea, é condição necessária que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à Administração tributária pelo infrator. Em outras palavras, é requisito essencial da excludente de responsabilidade em apreço que a infração seja denunciável. No âmbito da legislação aduaneira, em consonância com o disposto no retrotranscrito preceito legal, as impossibilidades de aplicação dos efeitos da denúncia espontânea podem decorrer de circunstância de ordem lógica (ou racional) ou legal (ou jurídica). No caso de impedimento legal, é o próprio ordenamento jurídico que veda a incidência da norma em apreço, ao excluir determinado tipo de infração do alcance do efeito excludente da responsabilidade por denunciação espontânea da infração cometida. A título de exemplo, podem ser citadas as infrações por dano erário, sancionadas com a pena de perdimento, conforme expressamente determinado no § 2º, in fine, do citado art. 102. A impossibilidade de natureza lógica ou racional ocorre quando fatores de ordem material tornam impossível a denunciação espontânea da infração. São dessa modalidade as infrações que têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. Para tais tipos de infração, a denúncia espontânea não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo. Compõem essa última modalidade toda infração que tem o atraso no cumprimento da obrigação acessória (administrativa) como elementar do tipo da conduta infratora. Em outras palavras, toda infração que tem o fluxo inexoráve do tempo como elemento essencial da tipificação da infração, pois, sob o ponto de vista jurídico, somente fato desconhecido da fiscalização é passível de denúncia, o que não ocorre nas obrigações acessórias por descumprimento de prazo fixado em preceito normativo, o qual se torna imediatamente conhecido com o mero fluir do tempo, sem que a conduta determinada seja implementada. São dessa última modalidade todas as infrações que têm no núcleo do tipo da infração o atraso no cumprimento da obrigação legalmente estabelecida. A título de exemplo, pode ser citado a conduta do transportador de registrar extemporaneamente no Siscomex Mantra a informação acerca da chegada efetiva da aeronave no País, hipótese da autuação em apreço. Veja que, na hipótese da infração em apreço, o núcleo do tipo é deixar de prestar informação sobre veículo no prazo estabelecido, que é diferente da conduta de, Fl. 115DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10814.006201/200865 Acórdão n.º 3102001.992 S3C1T2 Fl. 23 7 simplesmente, deixar de prestar a informação sobre veículo. Na primeira hipótese, a prestação intempestiva da informação é a conduta que materializa a infração, ao passo que na segunda hipótese, a mera prestação informação, independentemente de ser ou não a destempo, resulta no cumprimento da correspondente obrigação acessória. Nesta última hipótese, se a informação for prestada antes do início do procedimento fiscal, a denúncia espontânea da infração configurase e a respectiva penalidade é excluída. De fato, se registro extemporâneo da informação de chegada da aeronave materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Dessa forma, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez. Da mesma forma, em situação análoga, relacionada ao descumprimento de obrigação acessória de natureza tributária, caracterizada pelo atraso na entrega de declaração, a jurisprudência deste E. Conselho firmou o entendimento no sentido da inaplicabilidade do instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do CTN, nos termos do enunciado da Súmula Carf nº 49, a seguir transcrita: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. No mesmo sentido, tem se firmado a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme enunciado da ementa a seguir transcrita: TRIBUTÁRIO. PRÁTICA DE ATO MERAMENTE FORMAL. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DCTF. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. I A inobservância da prática de ato formal não pode ser considerada como infração de natureza tributária. De acordo com a moldura fática delineada no acórdão recorrido, deixou a agravante de cumprir obrigação acessória, razão pela qual não se aplica o benefício da denúncia espontânea e não se exclui a multa moratória. "As responsabilidades acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. 138, do CTN" (AgRg no AG nº 490.441/PR, Relator Ministro LUIZ FUX, DJ de 21/06/2004, p. 164). Fl. 116DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 8 II Agravo regimental improvido. (STJ, ADRESP 885259/MG, Primeira Turma, Rel. Min Francisco Falcão, pub. no DJU de 12/04/2007). Portanto, segundo o entendimento do STJ, o cumprimento extemporânea de qualquer tipo de obrigação acessória configura infração formal, não passível do benefício do instituto da denúncia espontânea da infração, previsto no art. 138 do CTN, por se tratar de responsabilidades acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. 138 do CTN. Nesse diapasão, existem vários julgados do e. Tribunal Superior em que foi declarada a impossibilidade de aplicação dos benefícios da denúncia espontânea aos casos em que configurada a infração por atraso na entrega da declaração (DCTF, DIPJ etc). Com base nessas considerações, fica demonstrado que o efeito da denúncia espontânea da infração, previstos no art. 102 do Decretolei n° 37, de 1966, não se aplica às infrações aduaneiras de natureza acessória, caracterizadas pelo atraso na prestação de informação à administração aduaneira, em especial, a infração por registro extemporâneo da chegada de aeronave no País, objeto da presente autuação. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 117DF CARF MF Impresso em 30/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29/10/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 13839.901805/2008-27
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jun 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003
PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE.
Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos.
NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA.
Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório.
DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE.
Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-001.295
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento - e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
EDITADO EM: 09/10/2012
Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Não comprovada, na fase recursal, a certeza e liquidez do crédito, mantémse a decisão recorrida que, pelo mesmo motivo, não homologou a compensação declarada pelo sujeito passivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 18 05 /2 00 8- 27 Fl. 221DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 2 inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. EDITADO EM: 09/10/2012 Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário oposto com o objetivo de reformar o Acórdão proferido pelos membros da 1ª Turma de Julgamento da DRJ em Campinas/SP, em que, por unanimidade de votos, julgaram improcedente a manifestação de inconformidade, com base nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003 Fl. 222DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901805/200827 Acórdão n.º 3802001.295 S3TE02 Fl. 11 3 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. Para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo, deve ser demonstrada a liquidez e certeza de crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Por bem descrever os fatos registrados até a prolação do Acórdão de primeiro grau, transcrevo a seguir o relatório nele encartado: Tratase de Declaração de Compensação – DCOMP, com base em suposto crédito de Cofins oriundo de pagamento indevido ou a maior. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão do PER/DCOMP: 9.407,12 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada desse despacho em 29/07/2008, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade em 19/08/2008, alegando, em síntese e fundamentalmente, que: Seu crédito decorre de ter considerado equivocadamente na base de cálculo da contribuição do período em questão algumas vendas de produtos que se encontravam relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485/2002; Transmitiu a DCOMP utilizando aquele crédito, mas, por um lapso, deixou de retificar a DCTF relativa ao período, para que nela passasse a constar o valor correto da contribuição devida; Somente com a ciência do Despacho em tela é que percebeu seu equívoco. Assim, procedeu imediatamente à retificação da DCTF; Fl. 223DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 4 Tratase de mero erro de preenchimento de obrigação acessória, que não afasta a existência inequívoca de seu crédito, e não pode lhe tolher o direito à compensação. Jurisprudência administrativa e judicial corroboram seu entendimento; Não há prejuízo ao Fisco. Ao contrário, não lhe permitir utilizar tal crédito configuraria enriquecimento ilícito do Erário. Em 10/03/2011, a Interessada foi cientificada do referido Acórdão. Inconformada, em 08/04/2011, protocolou o presente Recurso Voluntário, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, a Recorrente alegou, em preliminar, a nulidade do Acórdão recorrido, com base no argumento de que houve inovação dos motivos e fundamentos expostos no vergastado Despacho Decisório, que apontou a insuficiência de crédito como causa da não homologação da compensação declarada, ao invés da suposta não comprovação da origem do crédito compensado, apresentada no referido Acórdão. No mérito, em síntese, alegou a Recorrente que (i) a origem do crédito utilizado era proveniente da indevida tributação das receitas das vendas dos produtos sujeitas ao regime monofásico; (ii) por um lapso, somente retificou a DCTF, para informar o valor correto débito, após a ciência do Despacho Decisório; (iii) a guia Darf, a DComp e a DCTF retificadora, apresentados com a manifestação de inconformidade, eram documentos hábeis e idôneos para comprovar a liquidez e certeza do crédito compensado; e (iv) o princípio da verdade material , deveria se sobrepor a qualquer equívoco cometido no cumprimento das obrigações acessórias, em consequência, meros erros de preenchimento de declaração não poderia tolher o seu direito à compensação da quantia paga a maior. Caso não fosse acolhida a preliminar de nulidade nem acatada as provas já carreadas aos autos, requereu a Recorrente a realização de diligência, com o objetivo de obter a documentação complementar destinada a comprovar o que alegara. Em 10/08/2011, os presentes autos foram enviados a este E. Conselho. Na Sessão de março de 2012, mediante sorteio, foram distribuídos para este Conselheiro, em conformidade com o disposto no art. 49 do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O presente Recurso é tempestivo, foi apresentado por parte legítima, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, incluindo o limite de alçada, portanto, dele tomo conhecimento. Do não conhecimento da suposta prova documental não colacionada aos autos. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901805/200827 Acórdão n.º 3802001.295 S3TE02 Fl. 12 5 Na sustentação oral realizado durante a Sessão de julgamento, alegou o patrono da Recorrente que havia entregue na Secretaria da 2ª Câmara desta 3ª Seção petição com pedido de juntada aos autos de notas fiscais de venda, emitidas durante o período de apuração do crédito informado na DComp em apreço. No memorial, naquele momento entregue, consta a informação de que tais notas foram exemplificativamente apresentadas. Na oportunidade, consultei o e.processo e verifiquei que tais documentos ainda não constavam dos autos. Além dessa circunstância, entendo que, no estágio em que se encontram os autos, tal documentação não pode ser admitida nem conhecida, uma vez que consumada a preclusão do direito de apresentála, estabelecida no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, ainda que destinada a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, situação que vislumbro no caso em tela, conforme a seguir explicitado. Da preliminar de nulidade do Acórdão recorrido. Em preliminar, alegou a Recorrente a nulidade do Acórdão recorrido, sob o argumento de que ele havia alterado a motivação e a fundamentação do presente Despacho Decisório, pois, enquanto este apontara a insuficiência de crédito como sendo a causa da não homologação da compensação declarada, aquele indicara a não comprovação da origem do crédito compensado. Não procede argumento suscitado pela Recorrente, com a devida vênia. A uma, porque insuficiência e inexistência tem o mesmo efeito em relação à utilização do direito creditório na compensação, o que equivale, para fim de compensação, a ausência dos requisitos da certeza e liquidez do crédito informado. A duas, porque ambas as decisões apontaram a falta do suposto crédito como motivo para não homologação da compensação. Na verdade, em decorrência das novas razões de defesa alegadas na manifestação de inconformidade colacionada aos autos, verificase que a diferença entre uma e outra decisão está apenas nos argumentos utilizados para respaldar a conclusão de que o crédito compensado não existia. Com efeito, segundo o teor do vergastado Despacho Decisório, a compensação em tela não foi homologada porque a existência do valor do crédito informado não foi comprovada, pois, embora o pagamento referente à origem do crédito, informado na DComp, tivesse sido localizado na base de dados da Administração Tributária, o seu valor fora integralmente utilizado na quitação do débito da Cofins do respectivo período de apuração, confessado pela própria Recorrente na DCTF original. Logo, o real o motivo da não homologação da compensação foi a inexistência do crédito compensado. Por sua vez, na manifestação de inconformidade, que deu origem ao presente contencioso, alegou a Recorrente que o débito da Cofins informado na DCTF original estava errado e que o valor correto seria aquele declarado na DCTF retificadora, o que significa que a não comprovação do alegado pagamento a maior fora motivada por erro no preenchimento da DCTF original, retificada somente após a emissão e ciência do citado Despacho Decisório. Em face dessa alegação, o Acórdão recorrido manteve a não homologação da compensação em tela, desta feita, com base no argumento de que a Recorrente não havia comprovado, com documentação contábil e fiscal adequada, as razões de fato e de direito que ensejaram a retificação do valor do débito anteriormente declarado na DCTF original. Aliás, asseverou a Turma de Julgamento de primeiro grau que a simples apresentação da DCTF Fl. 225DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 6 retificadora, sem suporte em documento comprobatório do alegado erro de apuração do valor débito original, por si só, não tinha o condão de comprovar a existência do alegado indébito, mantendo inalterado o valor do débito anteriormente declarado na DCTF original. Em suma, o motivo da não homologação da compensação também foi a falta de comprovação da existência do crédito compensado. Ratifica o asseverado, o teor do enunciado da ementa do referido julgado, a seguir transcrito: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. Para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo, deve ser demonstrada a liquidez e certeza de crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. No caso em tela, comparando o teor dos dois julgados, fica evidenciado que a diferença entre ambos está no argumento utilizado para não reconhecimento do direito creditório alegado, pois, enquanto o Despacho Decisório limitouse a comparar o valor do pagamento informado com o valor do débito declarado na DCTF original, o Acórdão recorrido foi além da análise meramente formal, uma vez que também analisou o alegado equívoco na apuração do valor débito retificado, porém, não acatou a retificação, porque não foi comprovada, por meio de documentação contábil e fiscal adequada, a origem do alegado erro de apuração do valor do debito retificado, consistente no montante das supostas receitas de vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, submetidas a alíquota 0% (zero por cento) da Cofins, por força do regime de tributação monofásica, estabelecido nos arts. 1º e 3º1 do citado diploma legal. Assim, se a Turma de Julgamento a quo não admitiu a retificação do valor do débito original, obviamente, ficou mantido o valor do débito declarado na primeira DCTF e, portanto, mantido o mesmo motivo, para a não homologação da compensação, exposto no referido Despacho Decisório, a saber: o fato de o valor do pagamento, informado como origem do crédito, ter sido “integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados” na presente DComp. No caso em tela, teria havido alteração de motivação da decisão originária, caso a Turma de Julgamento de primeiro grau tivesse acatado a retificação do valor original do débito, porém, por motivo diverso da inexistência do crédito, tivesse mantido a decisão de não 1 "Art. 1º As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto no 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às alíquotas de 1,47% (um inteiro e quarenta e sete centésimos por cento) e 6,79% (seis inteiros e setenta e nove centésimos por cento), respectivamente. [...] Art. 3º Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins relativamente à receita bruta da venda: I dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei; II dos produtos referidos no art. 1º, auferida por comerciantes atacadistas e varejistas, exceto as pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5º, da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. Parágrafo único. Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, em decorrência de modificações na codificação da TIPI. [...]" Fl. 226DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901805/200827 Acórdão n.º 3802001.295 S3TE02 Fl. 13 7 homologação da compensação em apreço, como por exemplo, em decorrência do indébito não ser passível de restituição, por falta de previsão legal, o que, evidentemente, não ocorreu no caso em tela. Por fim, cabe ainda ressaltar que, no caso em tela, não tem qualquer relevância a alegação da Recorrente de que houve violação ao art. 146 do CTN, pois, como de sabença, o referido preceito legal aplicase aos casos de revisão do lançamento de ofício, situação que não ocorreu nos presentes autos. Por todas essas razões, rejeito a presente preliminar de nulidade, para manter incólume o Acórdão recorrido. Da análise do mérito. No mérito, o cerne da presente controvérsia gira em torno da comprovação da existência do valor do crédito utilizado pela Recorrente na quitação dos débitos confessados na DComp colacionada aos autos. Para Recorrente, contrariando o princípio da verdade material, a simples retificação do valor do débito, por meio da DCTF retificadora, acompanhada apenas da guia de recolhimento (Darf), era suficiente para comprovar a certeza e a liquidez do crédito alegado. Por outro lado, ao meu ver, em consonância com o princípio da verdade real, entenderam os integrantes da Turma de Julgamento de primeiro grau que a simples retificação da DCTF desacompanha da comprovação, por documentação contábil e fiscal adequada, do motivo do erro de apuração do débito retificado, não era suficiente para comprovar a certeza e liquidez do crédito informado na DComp em apreço. No meu entendimento, a razão está com a Turma de Julgamento, pois, se foi a própria Recorrente quem informou os dois valores distintos para um mesmo débito, não há como saber qual deles é o correto (se o valor do débito informado na DCTF original ou o declarado na DCTF retificadora), sem que haja a confirmação por uma outra fonte de informação idônea. Daí a necessidade da apresentação da adequada documentação, com vista a confirmação do alegado equívoco. A Recorrente ainda alegou que o débito informado na DCTF original estava errado e que o valor correto seria o informado na DCTF retificadora, porém, não trouxe aos autos os elementos probatórios necessários a comprovação do mencionado erro, limitandose a apresentar apenas as cópias da Guia de Recolhimento (Darf) e da DCTF retificadora. Tal alegação trata de questão defesa que este Colegiado já apreciou e, por unanimidade, tem manifestado o entendimento de que, a simples retificação da DCTF, desacompanhada de prova robusta do alegado equívoco, não tem o condão de comprovar a existência da certeza e liquidez do crédito compensado. Com efeito, não se pode olvidar que, em conformidade com o disposto no art. 7º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, aplicável ao processo de compensação em apreço, a ciência do primeiro ato de oficio tem o condão de excluir a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores. No caso em tela, após ciência do Despacho Decisório, a redução do valor débito, objeto da compensação não homologada, somente seria admitida se Fl. 227DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 8 demonstrada e comprovada, por meio de documentação adequada, a origem do erro na apuração do valor do débito retificado. Especificamente em relação à redução dos débitos tributários, em consonância com o referido preceito legal, é oportuno ressaltar que somente nas hipóteses em que caracterizada a espontaneidade a DCTF retificadora tem a mesma natureza da DCTF original, substituindoa integralmente. Por outro lado, afastada a espontaneidade, evidentemente, tal retificação não pode mais ser admitida com a simples retificação da dita Declaração. Corrobora o asseverado, o disposto nos §§ 1° e 2º do art. 9º da Instrução Normativa RFB nº 1.1102, de 24 de dezembro de 2010, que, com pequenas alterações, manteve a redação das Instruções Normativas anteriores, conforme o teor dos referidos dispositivos, a seguir transcritos: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. 2 Na data da apresentação da presente DCTF retificadora estava em vigência a Instrução Normativa RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007, cujo art. 11 assim dispunha sobre o assunto: “Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. [...]”. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901805/200827 Acórdão n.º 3802001.295 S3TE02 Fl. 14 9 II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) [...]. (grifos não originais) Inequivocamente, o presente Despacho Decisório representa o ato administrativo final, resultante do procedimento de controle da legalidade da compensação declarada pela Recorrente, previsto nos §§ 2º e 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores. Nesta hipótese, a redução do valor do débito somente será admitida se existir prova inequívoca da ocorrência de erro de fato cometido no preenchimento da DCTF retificada. Além disso, por ter efeito direto sobre desfecho do julgamento da presente controvérsia, inaugurada com a citada manifestação de inconformidade, obviamente, a comprovação da origem da redução do valor do débito retificado deve ser tratado como um questão de defesa. Dessa forma, para que seja aceita tal retificação, ela deve atender, necessariamente, todos os requisitos previsto na legislação que rege contraditório na esfera do processo administrativo fiscal, dentre os quais merece destaque a comprovação, com documentação adequada, do equívoco cometido, especialmente, quando o erro informado não se encontra apenas no preenchimento da DCTF, mas na própria apuração do valor débito em questão. Neste último caso, admitir a simples retificação da DCTF como suficiente para comprovar a existência do crédito glosado, resultaria sem efeito a atividade de controle da regularidade da compensação declarada prevista no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores, uma vez que o Despacho Decisório, regularmente prolatado, tornarseia juridicamente inexistente, sem que fosse pronunciada a sua inexistência ou nulidade, afrontando regras basilares que regem o processo administrativo fiscal. Nos presentes autos, para justificar a origem da redução do valor original do débito, a Recorrente alegou que a quantia paga a maior era proveniente da indevida tributação das receitas das vendas dos produtos sujeitas ao regime monofásico, contudo, nas duas oportunidades que compareceu aos autos, não apresentou qualquer documento que confirmasse tal alegação. Assim, em sintonia com o entendimento aqui esposado, como o erro apontado pela Recorrente referese a erro de apuração do valor do débito, logo, por força do disposto no art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF), era ônus da Interessada trazer aos autos os documentos hábeis e idôneos que comprovassem o montante da receita submetida ao referido regime de tributação monofásico. Para esse fim, a simples apresentação das cópias autenticadas dos livros contábeis (Diário e Razão) e fiscais (Apuração do IPI e ICMS), corroborados pelas respectivas notas fiscais de venda, ao meu ver, eram suficientes para tal Fl. 229DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 10 comprovação. No entanto, nem sequer o demonstrativo de apuração da referida Contribuição, instituído pela legislação tributária, foi apresentado pela Recorrente. Da mesma forma, também evidencia a insuficiência da instrução probatória da incumbência da Recorrente, o fato de ela não ter relacionado sequer os produtos que se encontravam submetidos a mencionada incidência monofásica. Não é demais lembrar que, em relação ao fato constitutivo do direito pleiteado, o ônus da prova incumbe sempre a quem o alega, segundo, expressamente, dispõe inciso I do art. 3333 do CPC, que se aplica subsidiariamente ao processo administrativo fiscal. Nesse sentindo, é oportuno ressaltar que, por força do disposto no art. 170 do CTN, combinado o disposto no caput do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores, a homologação da compensação depende da comprovação, na data da realização da compensação, da certeza e liquidez do crédito passível de restituição ou ressarcimento. Entretanto, no caso em tela, nenhum dos referidos requisitos foi comprovado, o que confirma a falta de comprovação da existência do crédito utilizado no presente procedimento compensatório. Por fim, alegou a Recorrente que o princípio da verdade material deve se sobrepor a qualquer equívoco presente nas obrigações acessórias, não podendo meros erros de preenchimento de declaração tolher o seu direito a restituição ou compensação da quantia indevidamente paga. Discordo. No âmbito do processo administrativo fiscal, em conformidade com o princípio da estrila legalidade, o princípio da verdade material atribui primazia a busca pela verdade substancial em detrimento da verdade formal, porém, isto não significa dizer que a autoridade julgadora tenha de assumir ônus probatório das partes interessadas, seja da Fiscalização ou do sujeito passivo. Na verdade, a orientação determinada pelo referido princípio é no sentido de que a autoridade julgadora não deve contentarse apenas com os aspectos formais da controvérsia. Entretanto, no que tange ao dever de provar as suas alegações, tal princípio não ampara a omissão deliberada ou injustificada da parte interessada, incluindo, obviamente, o sujeito passivo, conforme expressamente determinado no § 4º4 do art. 16 do PAF, aplicável ao processo de compensação, por força do disposto no art. 74, § 115, da Lei nº 9.430, de 1996, que, em face da preclusão, veda o conhecimento da prova documental apresentada após a fase 3 "Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor". 4 "Art. 16. [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos".(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997). 5 "Art. 74. Omissis. (...) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. " Fl. 230DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901805/200827 Acórdão n.º 3802001.295 S3TE02 Fl. 15 11 impugnatório ou de manifestação de inconformidade, caso não atendidas as ressalvas previstas nas alíneas do referido parágrafo. No presente caso, ao pretender atribuir a simples retificação da DCTF a condição de prova suficiente do indébito informado, contraditoriamente, a Recorrente está agindo em dissonância com a orientação expressa no princípio em comento. Além disso, em consonância com o disposto nos arts. 15 e 18 do PAF, o encargo da instrução probatória é sempre da incumbência da parte que alega o fato probando, não podendo tal atividade ser transferida para a autoridade julgadora, sob pena de desvirtuamento das regras que rege o processo administrativo fiscal. Em consequência desse regramento legal, somente quando a instrução probatório se revelar imprescindível e necessária à formação do convencimento da autoridade julgadora é que ela poderá determinar a sua produção ou complementação, de ofício ou a requerimento da parte interessada. Não se pode também olvidar que, na condição de titular do crédito compensado, o ônus de provar a certeza e liquidez do alegado crédito, na data da compensação, era da Recorrente, conforme expressamente exige o art. 170 do CTN, combinado com o disposto no § 1º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. No caso em tela, não foi comprovado o alegado erro de preenchimento da DCTF original, portanto, não há que se falar na alegada afronta ao princípio da verdade real. Por fim, é oportuno ressaltar que o entendimento aqui esposado não significa privilegiar o aspecto formal em detrimento da verdade material, mas em deixar expresso que a aceitação da redução do valor do débito confessado na DCTF original, especialmente, após a ciência do despacho decisório, somente pode ser acatada se respaldada em provas documentais robustas do alegado equívoco. Por essas razões, rejeito as alegações da Recorrente, para manter a não homologação da compensação em tela, por falta do crédito informado na presente DComp. Do pedido de realização de diligência. No presente Recurso, a Recorrente ainda pleiteou a realização de diligência, para fim de obtenção da documentação complementar, com a finalidade de comprovar, em relação aos anos calendários de 2002 a 2004, que: a) a Recorrente recolheu valores a título de Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins em montante superior ao devido, em virtude da desconsideração do regime monofásico e redução das alíquotas das aludidas Contribuições a 0% (zero por cento); e b) as declarações e retificações apresentadas pela Recorrente eram suficientes para comprovar a existência do saldo credor, bem como para efetuar as compensações realizadas. Em consonância com o princípio verdade material, determina o art. 18 do PAF que a autoridade julgadora somente determinará a realização de diligência, de ofício ou a requerimento do interessado, quando entendêla necessária. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 12 No presente caso, a realização da diligência requerida, para fim de juntada de provas complementares, revelase totalmente desnecessária, pois, como visto, no presente caso, tratase de documentos da escrituração contábil e fiscal da própria Recorrente que, se existentes, poderiam ter sido facilmente por ela carreadas aos autos nas duas oportunidades em que nele se manifestou, especialmente, na presente fase recursal, quando ela já tinha pleno conhecimento de que tais documentos eram imprescindíveis para comprovação do alegado equívoco. Com base nessas considerações, reputo desnecessária a realização da diligência pleiteada. Em consequência, com respaldo no art. 18 do PAF, sou pelo seu indeferimento. Da conclusão. Por todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao presente Recurso, para manter na íntegra o Acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 232DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA
score : 1.0
Numero do processo: 10480.722504/2009-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 25 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Aug 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
REGIME NÃO CUMULATIVO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS NOVOS SUBMETIDOS AO REGIME MONOFÁSICO. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE.
No regime não cumulativo de cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime monofásico de cobrança da referida Contribuição concentrada no fabricante e importador.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.879
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. A conselheira Andréa Medrado Darzé votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento- Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 REGIME NÃO CUMULATIVO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS NOVOS SUBMETIDOS AO REGIME MONOFÁSICO. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. No regime não cumulativo de cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime monofásico de cobrança da referida Contribuição concentrada no fabricante e importador. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006, 01/05/2006 a 30/09/2006, 01/02/2007 a 31/05/2007, 01/07/2007 a 31/07/2007, 01/09/2007 a 30/09/2007 REGIME NÃO CUMULATIVO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS NOVOS SUBMETIDOS AO REGIME MONOFÁSICO. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. No regime não cumulativo de cobrança da Cofins, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime monofásico de cobrança da referida Contribuição concentrada no fabricante e importador. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 REGIME NÃO CUMULATIVO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS NOVOS SUBMETIDOS AO REGIME MONOFÁSICO. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. No regime não cumulativo de cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime monofásico de cobrança da referida Contribuição concentrada no fabricante e importador. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 72 25 04 /2 00 9- 29 Fl. 1645DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. A conselheira Andréa Medrado Darzé votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório Tratase de dois Auto de Infração em que formalizada a cobrança dos débitos da da Cofins (fls. 2/10) dos anos de 2006 e 2007 e da Contribuição para o PIS/Pasep (13/21) do ano de 2006, acrescidos de juros moratório e multa de ofício, em decorrência, em decorrência das irregularidades, relatadas no Termo de Verificação Fiscal de fls. 24/25, atinentes a: (i) divergências em relação aos valores informados no Dacon dos anos 2006 e 2007; (ii) falta de comprovação de parte das despesas relativas a comissões regionais; e (iii) utilização indevida de crédito proveniente de compras de veículos distribuídos como prêmios através de sorteios realizados nos anos de 2006 e2007. No que tange aos citados veículos, informou a autoridade fiscal que eles foram adquiridos pela autuada diretamente de concessionárias, operação que não está sujeita ao pagamento das referidas contribuições, uma vez que tais produtos estão sujeito à cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins sob regime de tributação concentrada no fabricante e importador, logo, não geram direito a crédito das citadas Contribuições, consoante entendimento exarado na Solução de Consulta Interna SRRF04/Disit nº 03, de 15 de setembro de 2009. Em sede de impugnação (fls. 1.543/1.549), em síntese, a interessada alegou que: a) o regime da não cumulatividade tem por fundamento o custo dos produtos utilizados pelo contribuinte como insumos, sendo indiferente se os produtos adquiridos sofreram ou não a incidência das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins; b) o art. 3º, § 1º, da Lei nº 10.833, de 2003, determina o cálculo do valor do crédito a ser utilizado pelo contribuinte mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor das aquisições dos insumos, desconsiderando o valor efetivamente recolhido pelo vendedor dos insumos; c) o regime da não cumulatividade permitia a incidência das exações sobre o resultado das operações (receita menos despesas), o que tornava irrelevante a incidência ou não das contribuições nas operações anteriores; d) a submissão dos veículos ao regime de tributação monofásica não significava desoneração, mas apenas a concentração integral da incidência em um único momento, concentração esta que contempla todas as incidências posteriores, logo, havendo incidência, seria injustificável a proibição do creditamento; e) a interpretação da autoridade lançadora Fl. 1646DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10480.722504/200929 Acórdão n.º 3102001.879 S3C1T2 Fl. 10 3 divergia do significado explicitado no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004, que permitia a manutenção dos créditos das citadas Contribuições, na hipótese de alienação dos produtos com aplicação de alíquota zero; e f) o direito à manutenção do crédito exigia o pagamento das contribuições nas operações anteriores (operações de aquisição) e a revenda dos produtos com alíquota zero (0%). Sobreveio o acórdão da 2ª Turma de Julgamento da DRJ no Recife/PE, em que, por unanimidade, foi julgada improcedente a impugnação, com base no argumento o insumo, adquirido pelo prestador de serviço, que não tenha se submetido ao pagamento da contribuição, não gera direito a crédito na sistemática nãocumulativa. Em 16/4/2012, a interessada foi cientificada da decisão de primeira instância. Inconformada, em 15/5/2012, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 1.597/1.606, em que reafirmou os argumentos de defesa aduzidos na impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Inexiste litígio em relação à matéria de fato. A controvérsia cingese à questão de direito, ou seja, se a Recorrente, submetida ao regime não cumulativo de cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, pode se apropriar de crédito das referidas Contribuições sobre a aquisição de veículos novos, adquiridos de concessionárias, submetidos ao regime monofásico ou concentrado, nos termos do caput do art. 1º, combinado com o disposto no inciso II do § 2º do art. 3º, da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, a seguir transcritos: Art. 1º As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada peloDecreto no4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente.(Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] Art. 3º As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o Fl. 1647DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de:(Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] § 2º Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata:(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) I – ocaput deste artigo; e(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II – ocaput do art. 1º desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória no2.18949, de 23 de agosto de 2001.(Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) [...] (grifos não originais) A partir de 1/10/2002, data em que entrou em vigor os referidos preceitos legais, a cobrança das Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre a receita de venda de veículos novos passou a ser realizada de forma concentrada, nos fabricantes e as importadoras, com alíquotas majoradas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. Em compensação, as receitas auferidas pelo atacadista ou varejista ficaram desoneradas da cobrança das referidas Contribuições, com exceção das pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001, situação em que não inclui a recorrente. Após a vigência da referido regime de cobrança monofásica, foram editadas as Leis nºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, que introduziram, respectivamente, o regime não cumulativo de cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A partir da vigência desses novos diplomas legais, a lado dos regimes de cobrança cumulativo, monofásico e de substituição tributária, anteriormente vigentes, passou a existir o regime não cumulativo de cobrança das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, porém, mantendo cada um desses regimes regramento próprio de incidência das referidas Contribuições. É oportuno ressaltar que as regras de um regime não podem ser aplicadas aos outros, a menos que haja ressalva expressa em lei. Em consequência dessa independência, as regras do regime cumulativo não se aplicam ao regime de substituição tributária, assim como as regras do regime monofásico não se aplicam ao regime não cumulativo. No caso em apreço, alegou a recorrente que tinha direito deduzir os créditos calculados sobre as aquisições de veículos sujeitos ao regime monofásico, ainda que as operações de venda de tais produtos não estejam sujeitas à cobrança das referida Contribuições. Tal pretensão contraria o regramento legal da matéria. O direito à dedução de créditos, no âmbito do regime não cumulativo, é permitido apenas em relação aos custos com as aquisições dos produtos submetidos ao referido regime, que se caracteriza pela cobrança plurifásica das referidas Contribuições. Logo, se não há cobrança das referidas Contribuições nas etapas de comercialização no atacado e varejo de veículos novos, por conseguinte, as aquisições desses produtos por atacadistas e varejistas não geram o direito a crédito. Em consonância com esse entendimento, determina o § 7º do art. 3º das Lei nº 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, que, na hipótese de a pessoa jurídica sujeitarse à incidência nãocumulativa da contribuição, em relação apenas a parte de suas receitas, o crédito Fl. 1648DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10480.722504/200929 Acórdão n.º 3102001.879 S3C1T2 Fl. 11 5 será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados as receitas submetidas ao regime não cumulativo. Em consonância com os referidos preceitos legais, há expressa proibição de apropriação de crédito na aquisição de veículos novos, adquiridos para revenda, submetidos ao regime monofásico, nos termos do art. 3º, I, “b”, combinado com o disposto no do art. 2º, § 1º, ambos da Lei nº 10.637, de 2002, a seguir reproduzidos: Art. 2º Para determinação do valor da Contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...]. III no art. 1º da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] b) no § 1º do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] (grifos não originais). Da mesma forma, em relação à Cofins, a vedação do crédito encontrase expressamente determinada nos mesmos preceitos legais da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, a seguir transcritos: Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento).(Produção de efeito)(Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas:(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 1649DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 6 [...] III – no art. 1o da Lei no10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, daTIPI;(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004)(Vide Lei nº 11.196, de 2005) [...] Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2oa pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:(Produção de efeito)(Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:(Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] b) no § 1º do art. 2º desta Lei;(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] Logo, por expressa determinação legal, é vedado o desconto de crédito calculado em relação à veículos novos, submetidos ao regime de cobrança monofásico, quando adquiridos para revenda por comerciantes atacadista ou varejista. Em complementação ao disposto nos referidos preceitos legais, dispõem a alínea “a” do inciso VII do art. 8º1 da Lei nº 10.637, de 2002, e a alínea “a” do inciso VII do art. 102 da Lei nº 10.833, de 2003, que as receitas de revenda de veículos novos estavam sujeitas às normas da legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, vigentes anteriormente as referidas Leis. Com base nessas considerações, fica demonstrada a improcedência da alegação da recorrente no sentido de que seria injustificável a proibição dos créditos em questão. Também não procede a alegação da recorrente de que a interpretação da autoridade lançadora divergia do significado explicitado no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004, que permitia a manutenção dos créditos das citadas Contribuições, na hipótese de alienação dos produtos com aplicação de alíquota zero. 1 "Art. 8º Permanecem sujeitas às normas da legislação da contribuição para o PIS/Pasep, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 6º: [...] VII – as receitas decorrentes das operações: a) referidas no inciso IV do § 3º do art. 1º; [...]" 2 "Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: [...] VII as receitas decorrentes das operações: a) referidas no inciso IV do § 3º do art. 1º; [...]" Fl. 1650DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10480.722504/200929 Acórdão n.º 3102001.879 S3C1T2 Fl. 12 7 Com efeito, a manutenção do crédito, permitida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004, aplicase apenas às aquisições de produtos submetido ao regime não cumulativo, vinculados a revendas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência, conforme se infere da seguinte redação: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. (grifo não original) Em relação ao direito de crédito, o referido preceito legal estendeu aos produtos revendidos com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência, o mesmo tratamento conferido aos produtos revendidos com tributação normal ou alíquota positiva, ampliando o direito de apropriação de crédito, no âmbito do regime da não cumulativo das referidas Contribuições, aos custos vinculados aos produtos revendidos ou vendidos com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Em relação a mesma matéria, esse tem sido o entendendo manifestado pelas demais Turmas desta Terceira Seção. A título de exemplo, reproduzo a seguir o enunciado das ementas dos seguintes julgados: COFINS – REGIME MONOFÁSICO – IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DE CRÉDITOS O artigo 17 da Lei 11.033/2004, que garante a manutenção do crédito às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, só se aplica aos setores ou produtos sujeitos regime nãocumulativo, não se aplicando aos produtos sujeitos ao regime monofásico. (CARF, 3ª Seção, 4ª Câmara, 3ª Turma Ordinária, Ac. 3403001.565, de 25/4/2012, rel. Raquel Motta Brandão Minatel) REGIME NÃOCUMULATIVO. AQUISIÇÃO DE PRODUTO SUBMETIDO AO REGIME MONOFÁSICO DE COBRANÇA. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade da Contribuição para o PISI/Pasep, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de produtos sujeitos ao regime monofásico de cobrança da referida Contribuição. [...] Recurso Voluntário Negado. (CARF, 3ª Seção, 2ª Câmara, 2ª Turma Especial, Ac. 3802001.379, de 23/10/2012, rel. José Fernandes do Nascimento) AQUISIÇÕES DE BENS PARA REVENDA. REGIME MONOFÁSICO. CREDITAMENTO. RESSARCIMENTO. Fl. 1651DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 8 Inexiste amparo legal para se apurar créditos básicos de Cofins não cumulativa sobre aquisições de bens para revenda, submetidos ao regime de tributação monofásico e, conseqüentemente, para o ressarcimento de tais valores. Recurso Voluntário Negado (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara, 1ª Turma Ordinária, Ac. 3401001.714, de 26/2/2013, rel. José Adão Vitorino de Morais) Esse também é o entendimento que se consolidou no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com o enunciado da ementa do julgado a seguir transcrito: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ART. 285A DO CPC. NULIDADE DA SENTENÇA. INOCORRÊNCIA. PIS E COFINS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 17 DA LEI N. 11.033/04. APLICAÇÃO AOS CONTRIBUINTES INTEGRANTES DO REGIME ESPECÍFICO DE TRIBUTAÇÃO DENOMINADO REPORTO. 1. Para utilizarse da faculdade prevista no artigo 285A do CPC, não está o julgador obrigado a transcrever na sentença mais de uma decisão paradigma, bastando apenas a reprodução de uma delas. 2. Ambas as Turmas integrantes da Primeira Seção desta Corte Superior firmaram entendimento no sentido de que a incidência monofásica, em princípio, não se compatibiliza com a técnica do creditamento; assim como o benefício instituído pelo artigo 17 da Lei n. 11.033/2004 somente se aplica aos contribuintes integrantes do regime específico de tributação denominado Reporto. 3. Precedentes: REsp 1228608/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 16.3.2011; REsp 1140723/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 22.9.2010; e AgRg no REsp 1224392/RS, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Turma, DJe 10.3.2011. 4. Recurso especial não provido. (REsp 1217828/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 27/04/2011) – grifos não originais. Com base nessas considerações, fica demonstrado que a recorrente não fazia jus ao valores dos créditos calculados sobre as aquisições de veículos, submetidos ao regime monofásico instituído no caput do art. 1º da Lei nº 10.485, de 2002, logo, deve ser mantida a glosa dos créditos em apreço. Por todo o exposto, NEGASE PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 1652DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10480.722504/200929 Acórdão n.º 3102001.879 S3C1T2 Fl. 13 9 Fl. 1653DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
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Numero do processo: 13839.901797/2008-19
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jun 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003
PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE.
Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos.
NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA.
Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório.
DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE.
Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-001.287
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento - e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
EDITADO EM: 09/10/2012
Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento - e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. EDITADO EM: 09/10/2012 Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Não comprovada, na fase recursal, a certeza e liquidez do crédito, mantémse a decisão recorrida que, pelo mesmo motivo, não homologou a compensação declarada pelo sujeito passivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 17 97 /2 00 8- 19 Fl. 145DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 2 por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. EDITADO EM: 09/10/2012 Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário oposto com o objetivo de reformar o Acórdão proferido pelos membros da 1ª Turma de Julgamento da DRJ em Campinas/SP, em que, por unanimidade de votos, julgaram improcedente a manifestação de inconformidade, com base nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901797/200819 Acórdão n.º 3802001.287 S3TE02 Fl. 11 3 Para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo, deve ser demonstrada a liquidez e certeza de crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Por bem descrever os fatos registrados até a prolação do Acórdão de primeiro grau, peço licença para transcrever o relatório encartado na decisão de primeiro grau: Tratase de Declaração de Compensação – DCOMP, com base em suposto crédito de PIS oriundo de pagamento indevido ou a maior. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão do PER/DCOMP: 18.120,09 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada desse despacho em 29/07/2008, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade em 19/08/2008, alegando, em síntese e fundamentalmente, que: Seu crédito decorre de ter considerado equivocadamente na base de cálculo da contribuição do período em questão algumas vendas de produtos que se encontravam relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485/2002; Transmitiu a DCOMP utilizando aquele crédito, mas, por um lapso, deixou de retificar a DCTF relativa ao período, para que nela passasse a constar o valor correto da contribuição devida; Somente com a ciência do Despacho em tela é que percebeu seu equívoco. Assim, procedeu imediatamente à retificação da DCTF; Tratase de mero erro de preenchimento de obrigação acessória, que não afasta a existência inequívoca de seu crédito, e não pode lhe tolher o direito à compensação. Jurisprudência administrativa e judicial corroboram seu entendimento; Fl. 147DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 4 Não há prejuízo ao Fisco. Ao contrário, não lhe permitir utilizar tal crédito configuraria enriquecimento ilícito do Erário. Em 10/03/2011, a Interessada foi cientificada do referido Acórdão. Inconformada, em 08/04/2011, protocolou o presente Recurso Voluntário, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, a Recorrente alegou, em preliminar, a nulidade do Acórdão recorrido, com base no argumento de que houve inovação dos motivos e fundamentos expostos no vergastado Despacho Decisório, que apontou a insuficiência de crédito como causa da não homologação da compensação declarada, ao invés da suposta não comprovação da origem do crédito compensado, apresentada no referido Acórdão. No mérito, em síntese, alegou a Recorrente que (i) a origem do crédito utilizado era proveniente da indevida tributação das receitas das vendas dos produtos sujeitas ao regime monofásico; (ii) por um lapso, somente retificou a DCTF, para informar o valor correto débito, após a ciência do Despacho Decisório; (iii) a guia Darf, a DComp e a DCTF retificadora, apresentados com a manifestação de inconformidade, eram documentos hábeis e idôneos para comprovar a liquidez e certeza do crédito compensado; e (iv) o princípio da verdade material , deveria se sobrepor a qualquer equívoco cometido no cumprimento das obrigações acessórias, em consequência, meros erros de preenchimento de declaração não poderia tolher o seu direito à compensação da quantia paga a maior. Caso não fosse acolhida a preliminar de nulidade nem acatada as provas já carreadas aos autos, requereu a Recorrente a realização de diligência, com o objetivo de obter a documentação complementar destinada a comprovar o que alegara. Em 10/08/2011, os presentes autos foram enviados a este E. Conselho. Na Sessão de março de 2012, mediante sorteio, foram distribuídos para este Conselheiro, em conformidade com o disposto no art. 49 do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O presente Recurso é tempestivo, foi apresentado por parte legítima, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, incluindo o limite de alçada, portanto, dele tomo conhecimento. Do não conhecimento da suposta prova documental não colacionada aos autos. Na sustentação oral realizado durante a Sessão de julgamento, alegou o patrono da Recorrente que havia entregue na Secretaria da 2ª Câmara desta 3ª Seção petição com pedido de juntada aos autos de notas fiscais de venda, emitidas durante o período de apuração do crédito informado na DComp em apreço. No memorial, naquele momento entregue, consta a informação de que tais notas foram exemplificativamente apresentadas. Fl. 148DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901797/200819 Acórdão n.º 3802001.287 S3TE02 Fl. 12 5 Na oportunidade, consultei o e.processo e verifiquei que tais documentos ainda não constavam dos autos. Além dessa circunstância, entendo que, no estágio em que se encontram os autos, tal documentação não pode ser admitida nem conhecida, uma vez que consumada a preclusão do direito de apresentála, estabelecida no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, ainda que destinada a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, situação que vislumbro no caso em tela, conforme a seguir explicitado. Da preliminar de nulidade do Acórdão recorrido. Em preliminar, alegou a Recorrente a nulidade do Acórdão recorrido, sob o argumento de que ele havia alterado a motivação e a fundamentação do presente Despacho Decisório, pois, enquanto este apontara a insuficiência de crédito como sendo a causa da não homologação da compensação declarada, aquele indicara a não comprovação da origem do crédito compensado. Não procede argumento suscitado pela Recorrente, com a devida vênia. A uma, porque insuficiência e inexistência tem o mesmo efeito em relação à utilização do direito creditório na compensação, o que equivale, para fim de compensação, a ausência dos requisitos da certeza e liquidez do crédito informado. A duas, porque ambas as decisões apontaram a falta do suposto crédito como motivo para não homologação da compensação. Na verdade, em decorrência das novas razões de defesa alegadas na manifestação de inconformidade colacionada aos autos, verificase que a diferença entre uma e outra decisão está apenas nos argumentos utilizados para respaldar a conclusão de que o crédito compensado não existia. Com efeito, segundo o teor do vergastado Despacho Decisório, a compensação em tela não foi homologada porque a existência do valor do crédito informado não foi comprovada, pois, embora o pagamento referente à origem do crédito, informado na DComp, tivesse sido localizado na base de dados da Administração Tributária, o seu valor fora integralmente utilizado na quitação do débito da Cofins do respectivo período de apuração, confessado pela própria Recorrente na DCTF original. Logo, o real o motivo da não homologação da compensação foi a inexistência do crédito compensado. Por sua vez, na manifestação de inconformidade, que deu origem ao presente contencioso, alegou a Recorrente que o débito da Cofins informado na DCTF original estava errado e que o valor correto seria aquele declarado na DCTF retificadora, o que significa que a não comprovação do alegado pagamento a maior fora motivada por erro no preenchimento da DCTF original, retificada somente após a emissão e ciência do citado Despacho Decisório. Em face dessa alegação, o Acórdão recorrido manteve a não homologação da compensação em tela, desta feita, com base no argumento de que a Recorrente não havia comprovado, com documentação contábil e fiscal adequada, as razões de fato e de direito que ensejaram a retificação do valor do débito anteriormente declarado na DCTF original. Aliás, asseverou a Turma de Julgamento de primeiro grau que a simples apresentação da DCTF retificadora, sem suporte em documento comprobatório do alegado erro de apuração do valor débito original, por si só, não tinha o condão de comprovar a existência do alegado indébito, mantendo inalterado o valor do débito anteriormente declarado na DCTF original. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 6 Em suma, o motivo da não homologação da compensação também foi a falta de comprovação da existência do crédito compensado. Ratifica o asseverado, o teor do enunciado da ementa do referido julgado, a seguir transcrito: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. Para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo, deve ser demonstrada a liquidez e certeza de crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. No caso em tela, comparando o teor dos dois julgados, fica evidenciado que a diferença entre ambos está no argumento utilizado para não reconhecimento do direito creditório alegado, pois, enquanto o Despacho Decisório limitouse a comparar o valor do pagamento informado com o valor do débito declarado na DCTF original, o Acórdão recorrido foi além da análise meramente formal, uma vez que também analisou o alegado equívoco na apuração do valor débito retificado, porém, não acatou a retificação, porque não foi comprovada, por meio de documentação contábil e fiscal adequada, a origem do alegado erro de apuração do valor do debito retificado, consistente no montante das supostas receitas de vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, submetidas a alíquota 0% (zero por cento) da Cofins, por força do regime de tributação monofásica, estabelecido nos arts. 1º e 3º1 do citado diploma legal. Assim, se a Turma de Julgamento a quo não admitiu a retificação do valor do débito original, obviamente, ficou mantido o valor do débito declarado na primeira DCTF e, portanto, mantido o mesmo motivo, para a não homologação da compensação, exposto no referido Despacho Decisório, a saber: o fato de o valor do pagamento, informado como origem do crédito, ter sido “integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados” na presente DComp. No caso em tela, teria havido alteração de motivação da decisão originária, caso a Turma de Julgamento de primeiro grau tivesse acatado a retificação do valor original do débito, porém, por motivo diverso da inexistência do crédito, tivesse mantido a decisão de não homologação da compensação em apreço, como por exemplo, em decorrência do indébito não ser passível de restituição, por falta de previsão legal, o que, evidentemente, não ocorreu no caso em tela. 1 "Art. 1º As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto no 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às alíquotas de 1,47% (um inteiro e quarenta e sete centésimos por cento) e 6,79% (seis inteiros e setenta e nove centésimos por cento), respectivamente. [...] Art. 3º Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins relativamente à receita bruta da venda: I dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei; II dos produtos referidos no art. 1º, auferida por comerciantes atacadistas e varejistas, exceto as pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5º, da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. Parágrafo único. Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, em decorrência de modificações na codificação da TIPI. [...]" Fl. 150DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901797/200819 Acórdão n.º 3802001.287 S3TE02 Fl. 13 7 Por fim, cabe ainda ressaltar que, no caso em tela, não tem qualquer relevância a alegação da Recorrente de que houve violação ao art. 146 do CTN, pois, como de sabença, o referido preceito legal aplicase aos casos de revisão do lançamento de ofício, situação que não ocorreu nos presentes autos. Por todas essas razões, rejeito a presente preliminar de nulidade, para manter incólume o Acórdão recorrido. Da análise do mérito. No mérito, o cerne da presente controvérsia gira em torno da comprovação da existência do valor do crédito utilizado pela Recorrente na quitação dos débitos confessados na DComp colacionada aos autos. Para Recorrente, contrariando o princípio da verdade material, a simples retificação do valor do débito, por meio da DCTF retificadora, acompanhada apenas da guia de recolhimento (Darf), era suficiente para comprovar a certeza e a liquidez do crédito alegado. Por outro lado, ao meu ver, em consonância com o princípio da verdade real, entenderam os integrantes da Turma de Julgamento de primeiro grau que a simples retificação da DCTF desacompanha da comprovação, por documentação contábil e fiscal adequada, do motivo do erro de apuração do débito retificado, não era suficiente para comprovar a certeza e liquidez do crédito informado na DComp em apreço. No meu entendimento, a razão está com a Turma de Julgamento, pois, se foi a própria Recorrente quem informou os dois valores distintos para um mesmo débito, não há como saber qual deles é o correto (se o valor do débito informado na DCTF original ou o declarado na DCTF retificadora), sem que haja a confirmação por uma outra fonte de informação idônea. Daí a necessidade da apresentação da adequada documentação, com vista a confirmação do alegado equívoco. A Recorrente ainda alegou que o débito informado na DCTF original estava errado e que o valor correto seria o informado na DCTF retificadora, porém, não trouxe aos autos os elementos probatórios necessários a comprovação do mencionado erro, limitandose a apresentar apenas as cópias da Guia de Recolhimento (Darf) e da DCTF retificadora. Tal alegação trata de questão defesa que este Colegiado já apreciou e, por unanimidade, tem manifestado o entendimento de que, a simples retificação da DCTF, desacompanhada de prova robusta do alegado equívoco, não tem o condão de comprovar a existência da certeza e liquidez do crédito compensado. Com efeito, não se pode olvidar que, em conformidade com o disposto no art. 7º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, aplicável ao processo de compensação em apreço, a ciência do primeiro ato de oficio tem o condão de excluir a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores. No caso em tela, após ciência do Despacho Decisório, a redução do valor débito, objeto da compensação não homologada, somente seria admitida se demonstrada e comprovada, por meio de documentação adequada, a origem do erro na apuração do valor do débito retificado. Especificamente em relação à redução dos débitos tributários, em consonância com o referido preceito legal, é oportuno ressaltar que somente nas hipóteses em Fl. 151DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 8 que caracterizada a espontaneidade a DCTF retificadora tem a mesma natureza da DCTF original, substituindoa integralmente. Por outro lado, afastada a espontaneidade, evidentemente, tal retificação não pode mais ser admitida com a simples retificação da dita Declaração. Corrobora o asseverado, o disposto nos §§ 1° e 2º do art. 9º da Instrução Normativa RFB nº 1.1102, de 24 de dezembro de 2010, que, com pequenas alterações, manteve a redação das Instruções Normativas anteriores, conforme o teor dos referidos dispositivos, a seguir transcritos: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame 2 Na data da apresentação da presente DCTF retificadora estava em vigência a Instrução Normativa RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007, cujo art. 11 assim dispunha sobre o assunto: “Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. [...]”. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901797/200819 Acórdão n.º 3802001.287 S3TE02 Fl. 14 9 em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) [...]. (grifos não originais) Inequivocamente, o presente Despacho Decisório representa o ato administrativo final, resultante do procedimento de controle da legalidade da compensação declarada pela Recorrente, previsto nos §§ 2º e 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores. Nesta hipótese, a redução do valor do débito somente será admitida se existir prova inequívoca da ocorrência de erro de fato cometido no preenchimento da DCTF retificada. Além disso, por ter efeito direto sobre desfecho do julgamento da presente controvérsia, inaugurada com a citada manifestação de inconformidade, obviamente, a comprovação da origem da redução do valor do débito retificado deve ser tratado como um questão de defesa. Dessa forma, para que seja aceita tal retificação, ela deve atender, necessariamente, todos os requisitos previsto na legislação que rege contraditório na esfera do processo administrativo fiscal, dentre os quais merece destaque a comprovação, com documentação adequada, do equívoco cometido, especialmente, quando o erro informado não se encontra apenas no preenchimento da DCTF, mas na própria apuração do valor débito em questão. Neste último caso, admitir a simples retificação da DCTF como suficiente para comprovar a existência do crédito glosado, resultaria sem efeito a atividade de controle da regularidade da compensação declarada prevista no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores, uma vez que o Despacho Decisório, regularmente prolatado, tornarseia juridicamente inexistente, sem que fosse pronunciada a sua inexistência ou nulidade, afrontando regras basilares que regem o processo administrativo fiscal. Nos presentes autos, para justificar a origem da redução do valor original do débito, a Recorrente alegou que a quantia paga a maior era proveniente da indevida tributação das receitas das vendas dos produtos sujeitas ao regime monofásico, contudo, nas duas oportunidades que compareceu aos autos, não apresentou qualquer documento que confirmasse tal alegação. Assim, em sintonia com o entendimento aqui esposado, como o erro apontado pela Recorrente referese a erro de apuração do valor do débito, logo, por força do disposto no art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF), era ônus da Interessada trazer aos autos os documentos hábeis e idôneos que comprovassem o montante da receita submetida ao referido regime de tributação monofásico. Para esse fim, a simples apresentação das cópias autenticadas dos livros contábeis (Diário e Razão) e fiscais (Apuração do IPI e ICMS), corroborados pelas respectivas notas fiscais de venda, ao meu ver, eram suficientes para tal comprovação. No entanto, nem sequer o demonstrativo de apuração da referida Contribuição, instituído pela legislação tributária, foi apresentado pela Recorrente. Da mesma forma, também evidencia a insuficiência da instrução probatória da incumbência da Recorrente, o fato de ela não ter relacionado sequer os produtos que se encontravam submetidos a mencionada incidência monofásica. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 10 Não é demais lembrar que, em relação ao fato constitutivo do direito pleiteado, o ônus da prova incumbe sempre a quem o alega, segundo, expressamente, dispõe inciso I do art. 3333 do CPC, que se aplica subsidiariamente ao processo administrativo fiscal. Nesse sentindo, é oportuno ressaltar que, por força do disposto no art. 170 do CTN, combinado o disposto no caput do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores, a homologação da compensação depende da comprovação, na data da realização da compensação, da certeza e liquidez do crédito passível de restituição ou ressarcimento. Entretanto, no caso em tela, nenhum dos referidos requisitos foi comprovado, o que confirma a falta de comprovação da existência do crédito utilizado no presente procedimento compensatório. Por fim, alegou a Recorrente que o princípio da verdade material deve se sobrepor a qualquer equívoco presente nas obrigações acessórias, não podendo meros erros de preenchimento de declaração tolher o seu direito a restituição ou compensação da quantia indevidamente paga. Discordo. No âmbito do processo administrativo fiscal, em conformidade com o princípio da estrila legalidade, o princípio da verdade material atribui primazia a busca pela verdade substancial em detrimento da verdade formal, porém, isto não significa dizer que a autoridade julgadora tenha de assumir ônus probatório das partes interessadas, seja da Fiscalização ou do sujeito passivo. Na verdade, a orientação determinada pelo referido princípio é no sentido de que a autoridade julgadora não deve contentarse apenas com os aspectos formais da controvérsia. Entretanto, no que tange ao dever de provar as suas alegações, tal princípio não ampara a omissão deliberada ou injustificada da parte interessada, incluindo, obviamente, o sujeito passivo, conforme expressamente determinado no § 4º4 do art. 16 do PAF, aplicável ao processo de compensação, por força do disposto no art. 74, § 115, da Lei nº 9.430, de 1996, que, em face da preclusão, veda o conhecimento da prova documental apresentada após a fase impugnatório ou de manifestação de inconformidade, caso não atendidas as ressalvas previstas nas alíneas do referido parágrafo. No presente caso, ao pretender atribuir a simples retificação da DCTF a condição de prova suficiente do indébito informado, contraditoriamente, a Recorrente está agindo em dissonância com a orientação expressa no princípio em comento. 3 "Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor". 4 "Art. 16. [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos".(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997). 5 "Art. 74. Omissis. (...) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. " Fl. 154DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901797/200819 Acórdão n.º 3802001.287 S3TE02 Fl. 15 11 Além disso, em consonância com o disposto nos arts. 15 e 18 do PAF, o encargo da instrução probatória é sempre da incumbência da parte que alega o fato probando, não podendo tal atividade ser transferida para a autoridade julgadora, sob pena de desvirtuamento das regras que rege o processo administrativo fiscal. Em consequência desse regramento legal, somente quando a instrução probatório se revelar imprescindível e necessária à formação do convencimento da autoridade julgadora é que ela poderá determinar a sua produção ou complementação, de ofício ou a requerimento da parte interessada. Não se pode também olvidar que, na condição de titular do crédito compensado, o ônus de provar a certeza e liquidez do alegado crédito, na data da compensação, era da Recorrente, conforme expressamente exige o art. 170 do CTN, combinado com o disposto no § 1º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. No caso em tela, não foi comprovado o alegado erro de preenchimento da DCTF original, portanto, não há que se falar na alegada afronta ao princípio da verdade real. Por fim, é oportuno ressaltar que o entendimento aqui esposado não significa privilegiar o aspecto formal em detrimento da verdade material, mas em deixar expresso que a aceitação da redução do valor do débito confessado na DCTF original, especialmente, após a ciência do despacho decisório, somente pode ser acatada se respaldada em provas documentais robustas do alegado equívoco. Por essas razões, rejeito as alegações da Recorrente, para manter a não homologação da compensação em tela, por falta do crédito informado na presente DComp. Do pedido de realização de diligência. No presente Recurso, a Recorrente ainda pleiteou a realização de diligência, para fim de obtenção da documentação complementar, com a finalidade de comprovar, em relação aos anos calendários de 2002 a 2004, que: a) a Recorrente recolheu valores a título de Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins em montante superior ao devido, em virtude da desconsideração do regime monofásico e redução das alíquotas das aludidas Contribuições a 0% (zero por cento); e b) as declarações e retificações apresentadas pela Recorrente eram suficientes para comprovar a existência do saldo credor, bem como para efetuar as compensações realizadas. Em consonância com o princípio verdade material, determina o art. 18 do PAF que a autoridade julgadora somente determinará a realização de diligência, de ofício ou a requerimento do interessado, quando entendêla necessária. No presente caso, a realização da diligência requerida, para fim de juntada de provas complementares, revelase totalmente desnecessária, pois, como visto, no presente caso, tratase de documentos da escrituração contábil e fiscal da própria Recorrente que, se existentes, poderiam ter sido facilmente por ela carreadas aos autos nas duas oportunidades em que nele se manifestou, especialmente, na presente fase recursal, quando ela já tinha pleno conhecimento de que tais documentos eram imprescindíveis para comprovação do alegado equívoco. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 12 Com base nessas considerações, reputo desnecessária a realização da diligência pleiteada. Em consequência, com respaldo no art. 18 do PAF, sou pelo seu indeferimento. Da conclusão. Por todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao presente Recurso, para manter na íntegra o Acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 156DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA
score : 1.0
Numero do processo: 13433.900773/2009-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jun 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005
PROVA DO INDÉBITO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. DESCUMPRIMENTO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. CABIMENTO.
No âmbito do procedimento de compensação, o ônus da prova do indébito tributário recai sobre o declarante, que, se não exercido ou exercido inadequadamente, implica não homologação da compensação declarada, por ausência de comprovação do crédito utilizado.
Recurso Voluntário Negado.
A DCTF retificadora, se admitida, comprova apenas alteração do valor do débito, mas não é prova adequada do pagamento do tributo indevido ou a maior que o devido, declarado como sendo a origem do crédito compensado.
Numero da decisão: 3102-001.825
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO CRÉDITO. NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. CABIMENTO. A não comprovação da existência do crédito utilizado na compensação constitui motivo suficiente para não homologação do respectivo procedimento compensatório. DCTF RETIFICADORA. REDUÇÃO DO VALOR DO DÉBITO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO. OBRIGATORIEDADE. A DCTF retificadora, se admitida, comprova apenas alteração do valor do débito, mas não é prova adequada do pagamento do tributo indevido ou a maior que o devido, declarado como sendo a origem do crédito compensado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005 PROVA DO INDÉBITO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. DESCUMPRIMENTO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. CABIMENTO. No âmbito do procedimento de compensação, o ônus da prova do indébito tributário recai sobre o declarante, que, se não exercido ou exercido inadequadamente, implica não homologação da compensação declarada, por ausência de comprovação do crédito utilizado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 90 07 73 /2 00 9- 96 Fl. 70DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 ACORDAM os membros da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório Tratase de Declaração de Compensação (DComp), transmitida em 11/4/2006, em que informada a compensação de parte do crédito proveniente do pagamento indevido da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de outubro de 2005, no valor de R$ 2.807,22, com débito da Cofins do mês de setembro de 2004. Em face da inexistência do crédito, a compensação não foi homologada, porque, embora localizado na base dados da Administração tributária, o suposto pagamento indevido fora integralmente utilizado na quitação do débito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de outubro de 2005, conforme explicitado no Despacho Decisório (eletrônico) de fl. 01. Em sede de manifestação de inconformidade, a contribuinte alegou que a receita auferida no respectivo período de apuração era decorrente da venda de “leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, destinado ao consumo humano”, que, a partir de 30 de dezembro de 2004, passou a ser beneficiada com a alíquota zero da Cofins e Contribuição para o PIS/Pasepl, nos termos do art. 1º, X, combinado com o art. 3º, I, ambos do Decreto nº Decreto nº 5.630, de 22 dezembro de 2005. Informou ainda que, após a ciência do referido Despacho Decisório, a DCTF do período fora retificada e os valores dos débitos indevidos da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep foram zerados. Diante da precariedade da instrução processual, a Turma de Julgamento de primeiro grau, com respaldo no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF), converteu o julgamento em diligência, para que a interessada fosse intimada “a comprovar se – e em que medida – as vendas realizadas nos períodos de interesse foram dos produtos enquadrados no inciso X do art. 1º do Decreto nº 5.630, de2005”. Apesar de regularmente cientificada, a interessada não atendeu a intimação. Sobreveio o acórdão da 2ª Turma de Julgamento da DRJ – Recife/PE, que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, com base no argumento de que a retificação da DCTF e a alegação de pagamento indevido, desacompanhada de prova documental adequada, não permitiam a confirmação da existência da certeza e liquidez do crédito compensado. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13433.900773/200996 Acórdão n.º 3102001.825 S3C1T2 Fl. 21 3 Em 29/5/2012, a recorrente foi cientificada da decisão de primeira instância. Em 26/6/2012, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 52/54, em que reafirmou o argumento suscitado na fase de manifestação de inconformidade. Em aditamento, alegou que, apesar de reconhecido pela Relatora do processo originário que a atividade econômica da recorrente enquadravase no CNAE 1051100 (Preparação do leite), a Turma de Julgamento de primeiro grau julgara improcedente da Manifestação de Inconformidade, contrariando a norma do inciso X do art. 1º do Decreto nº 5.630, de 2005. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. No recurso em apreço, alegou a recorrente que o valor do crédito utilizado era decorrente de parte do pagamento do débito indevido da Contribuição para o PIS/Pasep do mês outubro de 2005, calculado sobre a totalidade da receita de venda de “leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, destinado ao consumo humano”, contemplada com a alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos termos do inciso X do art. 1º do Decreto nº 5.630, de 2005. Alegou ainda a recorrente que, como sua atividade econômica enquadravase no CNAE 1051100 Preparação do leite, consequentemente, as receitas obtidas eram decorrentes da venda dos produtos discriminados no inciso X do art. 1º do citado Decreto. Não procede a alegação da recorrente. O CNAE declarado no CNPJ informa, de forma genérica, qual a atividade econômica desenvolvida pela respectiva pessoa jurídica. Por essa limitação, é evidente que o referido Código não prova que a receita obtida pela recorrente seja proveniente, exclusivamente, da venda dos produtos especificados no inciso X do art. 1º do Decreto nº 5.630, de 2005. Para fim de comprovação do tipo de produto vendido, induvidosamente, os elementos probatórios adequados são as notas fiscais de venda, acompanhadas dos livros fiscais e contábeis exigidos pela legislação. Sem a apresentação da referida documentação, resta inviabilizada a verificação do tipo de produto vendido pela recorrente, bem como a confirmação se a receita auferida pela recorrente enquadrase na hipótese de tributação favorecida, prevista no inciso X do art. 1º do Decreto nº Decreto nº 5.630, de 2005. Da mesma forma, sem a comprovação da modalidade de receita, também resta não comprovada a origem do direito creditório alegado e impossibilitada a homologação da compensação declarada, haja vista que, em relação aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), nos termos do art. 170 do CTN, combinado com o disposto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, a realização do procedimento de compensação, de iniciativa do sujeito passivo, depende da comprovação da existência de crédito certo e líquido, passível de restituição ou ressarcimento, na data da realização do procedimento, que se formaliza com a entrega da DComp. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 Tratase de requisito obrigatório que, na esfera administrativa, deve ser provado pelo sujeito passivo titular do crédito e autor do procedimento de compensação, em duas oportunidades: (i) quando demandado pela autoridade fiscal, previamente a decisão sobre a legalidade do procedimento compensatório, nos termos do art. 74 da Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 2012; ou (ii) após a decisão denegatória da homologação da compensação, no âmbito contencioso administrativo, inaugurado com a manifestação da inconformidade, prevista no § 9º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. No caso em tela, conforme consignado no citado Despacho Decisório, o procedimento de compensação não foi homologado porque o crédito informado não existia, porque tinha sido integralmente utilizado no pagamento de débito da própria recorrente. Assim, uma vez declinado que o motivo da não homologação da compensação era inexistência do crédito, na fase de manifestação de inconformidade, por força do disposto no inciso III do art. 161 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF), combinado com o § 11 do art. 74 da Lei nº 9;430, de 1996, a recorrente tinha o ônus/dever de coligir aos autos os elementos de prova adequados a demonstração da existência do direito creditório infirmado, mediante apresentação de provas inequívocas de que o pagamento realizado fora indevido, conforme alegado, o que não feito. É oportuno ressaltar ainda que a simples retificação da DCTF, especialmente, após a ciência do Despacho Decisório, como no caso em apreço, apenas comprova a retificação do débito, mas não constitui elemento de prova suficiente de que o pagamento informado era indevido. Em situação desse jaez, além da retificação da DCTF, o titular o direito creditório tem ônus de provar que o pagamento realizado referese a tributo indevido ou a maior que o devido, conforme determina o art. 165 do CTN. Tratase de condição necessária para fim de repetição do indébito tributário, que deve ser demonstrada com documentos e livros fiscais e contábeis revestidos das formalidades legais. Diante dessa omissão, previamente ao julgamento da controvérsia, a Turma de Julgamento de primeiro grau converteu o julgamento em diligência e, assim, ofertou uma nova oportunidade para que a recorrente provasse a existência do crédito compensado. No entanto, embora devidamente intimada e ciente da necessidade de provar a origem do indébito alegado, a recorrente não atendeu a intimação nem apresentou qualquer justificativa para a não apresentação das provas solicitadas. Da mesma forma, nesta fase recursal, a recorrente também não apresentou nenhuma prova de que a receita auferida estava sujeita a alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep. Ao assim proceder, a recorrente deve arcar com as consequências jurídicas da sua deliberada e intencional omissão, o que implica manutenção da decisão não homologatória da compensação em razão da falta de comprovação da existência do crédito compensado. No âmbito processual, o ônus/dever de provar os fatos cabe a quem os alega. Tratase de regramento que deve ser observado tanto no processo administrativo, nos termos do art. 36 da Lei nº 9.784, de 1999, quanto no processo judicial, conforme estatui o art. 333, I, do CPC. A consequência jurídica do não exercício desse ônus/dever é a falta de comprovação do suposto direito alegado. 1 "Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; [...]" Fl. 73DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 13433.900773/200996 Acórdão n.º 3102001.825 S3C1T2 Fl. 22 5 Nesse sentido, no âmbito do processo de compensação, não é suficiente a mera alegação, em tese, de um direito abstrato a um suposto crédito. Além disso, é imprescindível que haja prova inequívoca da existência concreta desse direito, mediante demonstração cabal dos requisitos da certeza e liquidez do crédito compensado, conforme exige o art. 170 do CTN. A recorrente alegou, mas não comprovou que o débito da Contribuição para o PIS/Pasep pago era indevido. No caso, a simples alegação de que as receitas auferidas estavam sujeitas a alíquota zero, desacompanhado de qualquer elemento probatório idôneo desse fato, obviamente, não representa condição suficiente para fim de demonstrar que houve pagamento indevido e, em decorrência, a existência do crédito compensado, portanto, deve ser mantida a decisão não homologatória da compensação declarada. Por todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o Acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 74DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 10880.684364/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jun 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007
INTIMAÇÃO POR EDITAL. COMPROVADA A IMPOSSIBILIDADE DA INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. CABIMENTO.
É válida a intimação por edital, uma vez comprovado nos autos, com documentação adequada, que a intimação por via postal resultou improfícua.
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE EXTEMPORÂNEA. NÃO DEMONSTRADA A IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO POR EDITAL. MANTIDA A DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA QUE CONHECEU E REJEITOU A PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE. CONHECIMENTO DO MÉRITO NA FASE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE.
Não se toma conhecimento das questões de mérito se, na fase recursal, não foi provada a irregularidade da intimação por edital e, por conseguinte, mantida a decisão de primeira instância que rejeitou a preliminar de tempestividade da manifestação inconformidade.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.819
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, tomar conhecimento parcial do recurso e, na parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 INTIMAÇÃO POR EDITAL. COMPROVADA A IMPOSSIBILIDADE DA INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. CABIMENTO. É válida a intimação por edital, uma vez comprovado nos autos, com documentação adequada, que a intimação por via postal resultou improfícua. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE EXTEMPORÂNEA. NÃO DEMONSTRADA A IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO POR EDITAL. MANTIDA A DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA QUE CONHECEU E REJEITOU A PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE. CONHECIMENTO DO MÉRITO NA FASE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento das questões de mérito se, na fase recursal, não foi provada a irregularidade da intimação por edital e, por conseguinte, mantida a decisão de primeira instância que rejeitou a preliminar de tempestividade da manifestação inconformidade. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 INTIMAÇÃO POR EDITAL. COMPROVADA A IMPOSSIBILIDADE DA INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. CABIMENTO. É válida a intimação por edital, uma vez comprovado nos autos, com documentação adequada, que a intimação por via postal resultou improfícua. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE EXTEMPORÂNEA. NÃO DEMONSTRADA A IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃO POR EDITAL. MANTIDA A DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA QUE CONHECEU E REJEITOU A PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE. CONHECIMENTO DO MÉRITO NA FASE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento das questões de mérito se, na fase recursal, não foi provada a irregularidade da intimação por edital e, por conseguinte, mantida a decisão de primeira instância que rejeitou a preliminar de tempestividade da manifestação inconformidade. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, tomar conhecimento parcial do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 68 43 64 /2 00 9- 71 Fl. 96DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório Tratase de Declaração de Compensação (DComp), transmitida em 22/1/2009, em que informada a compensação de parte do crédito do pagamento indevido da Cofins do mês de outubro de 2007, com débito da mesma Contribuição do mês de maio de 2003. Por meio do Despacho Decisório (eletrônico) de fls. 5/7, o titular da Unidade da Receita Federal da jurisdição da declarante não homologou a compensação declarada, sob fundamento de que o crédito utilizado não existia, pois, embora localizado na base de dados da Administração tributária, o valor do pagamento indevido informado fora integralmente utilizado na quitação de débito da contribuinte, não remanescendo crédito disponível. Em 17/12/2009, a interessada foi cientificada do referido Despacho Decisório, por edital (fls. 43/44), após ter resultado improfícua a intimação pela via postal. Em 8/6/2010, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 8/23. Em preliminar alegou que: a) exercia suas atividades no endereço indicado no CNPJ, logo, não havia razão para o suposto não recebimento do Despacho Decisório por via postal; b) era indubitável o direito de recebimento e julgamento da sua defesa; c) o Despacho Decisório estava eivado de nulidade, por ausência de motivação e cerceamento do direito de defesa. No mérito, alegou que era legítimo o crédito postulado, com base no argumento de que utilizara base cálculo ampliada, ou seja, as receitas de vendas e demais receitas. Por meio do Acórdão de fls. 49/54, a 2ª Turma de Julgamento da DRJ São Paulo I, por unanimidade de votos, não conheceu da intempestiva Manifestação de Inconformidade, sob o argumento de que era válida a intimação por edital, quando as formas normais de intimação resultassem improfícuas. Inviabilizada a intimação pela via postal (fls. 56/57), em 14/4/2011, por edital (fl. 58), a recorrente foi cientificada da decisão de primeira instância. Em 19/4/2011, protocolou o recurso voluntário de fls. 60/73, em que reafirmou os argumentos aduzidos na fase de manifestação de inconformidade. Em aditamento, alegou que a informação da mudança de endereço não era verídica e que não houve qualquer providência, por parte da Administração Tributária, no sentido de averiguar qual seria o endereço correto da recorrente. Em 16/6/2011 (fl.. 94), a interessada foi intimada do Despacho Decisório de fls. 74/76, em que a autoridade preparadora negou seguimento ao recurso, sob o fundamento de que a decisão de primeiro grau era definitiva, pois, em face do não conhecimento da intempestiva manifestação de inconformidade, não fora instaurada a fase litigiosa do processo. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10880.684364/200971 Acórdão n.º 3102001.819 S3C1T2 Fl. 21 3 Inconformada, a interessada ajuizou na 14ª Vara Federal Cívil da Capital de São Paulo, o Mandado de Segurança nº 002237438.2010.4.03.6100, no qual foi deferida parcialmente a medida liminar requerida (fls. 82/85), para determinar que o presente recurso voluntário fosse remetido a este Conselho, o que foi providenciado pelo despacho de de fl. 92. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, porém, deve ser conhecido parcialmente, pelas razões a seguir expostas. A decisão de primeira instância limitouse à questão preliminar atinente a regularidade da intimação por edital, por conseguinte, também nesta fase recursal, esta será a única matéria a ser conhecida, pois, em face da intempestividade da Manifestação de Inconformidade, o litígio foi instaurado, apenas em relação a esse ponto. No âmbito do processo administrativo fiscal, as formas normais de intimação são aquelas realizadas pessoalmente, por via postal ou eletrônica, enquanto a intimação por edital é considerada forma excepcional de intimação, consequentemente, somente pode ser utilizada quando resultar improfícuo um dos meios comuns de intimação. Ratifica o asseverado, o disposto no § 1º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF), a seguir transcrito: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua Fl. 98DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (...). (grifos não originais) Há provas nos autos (fls. 37 e 45/47) que confirmam o insucesso da intimação da interessada por via postal, no endereço por ela informado à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), portanto, a intimação por edital em questão foi realizada em consonância com o disposto no referido preceito legal. A recorrente alegou que a informação sobre a mudança de endereço, prestada pelos funcionários dos correios e registrada nos Avisos de Recebimento (AR) colacionados aos autos, não era verídica e configurava uma mera presunção, haja vista que não confirmada por servidor da RFB. No caso, os dois ARs foram devolvidos por motivo de mudança de endereço, com a informação de que o imóvel estava “desabitado” (o primeiro) e havia se mudado para “Itaquaquecetuba”(o segundo). Ademais, o AR de fl. 94 enviado para o novo endereço foi recepcionado, o que ratifica as informações prestadas pelos funcionários da ECT. Logo, não se trata de presunção, mas de questão de fato, cuja informação, para ser infirmada, necessitava de prova em contrário, o que não foi feito pela recorrente. Portanto, insubsistente essa alegação. Também não tem fundamento a alegação de que não houve qualquer providência, por parte da Administração Tributária, no sentido de averiguar o seu endereço, porque, nos termos do art. 221 da Instrução Normativa RFB nº 1.183 de 19 de agosto de 2011, era da interessada a obrigação de manter atualizado o seu endereço perante o CNPJ, o que não foi providenciado. Logo, se houve omissão da sua parte, deve arcar com o ônus dela decorrente. Dessa forma, demonstrado que a questionada intimação editalícia foi realizada de forma regular e que a citada manifestação de inconformidade foi apresentada fora do prazo de trinta dias, fixado no art. 15 do PAF, mantémse a decisão recorrida que rejeitou a preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pela recorrente. Com base no exposto, voto no sentido de CONHECER PARCIALMENTE o recurso e, na parte conhecida, NEGARLHE PROVIMENTO, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) 1 Art. 22. A entidade está obrigada a atualizar no CNPJ qualquer alteração referente aos seus dados cadastrais até o último dia útil do mês subsequente ao de sua ocorrência. [...]. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10880.684364/200971 Acórdão n.º 3102001.819 S3C1T2 Fl. 22 5 José Fernandes do Nascimento Fl. 100DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22 /05/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 22/06/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
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Numero do processo: 10980.002642/2009-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Aug 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade, o Auto de Infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, que exerceu plena e adequadamente o direito defesa.
DECADÊNCIA. DÉBITOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE. CIÊNCIA DO LANÇAMENTO REALIZADO ANTES DE COMPLETADO PRAZO DE QUINQUENAL. DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR. INOCORRÊNCIA.
1. Nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, em que pagamento antecipado não é realizado, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
2. Nos presentes autos, como não houve pagamento antecipado da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins dos meses de janeiro a março de 2004, consequentemente, o quinquídio decadencial teve início no dia 1/1/2005 e término no dia 31/12/2009, ou seja, após a data da ciência das autuações, realizada no dia 1/4/2009, portanto, não houve a caducidade do direito de lançar.
JUROS MORATÓRIOS. COBRANÇA COM BASE NA VARIAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE.
A partir de 1º de abril de 1995, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 161 do Código Tributário Nacional (CTN) e por disposição expressa do § 3º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, é legítima a cobrança de juros moratórios sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, pagos extemporaneamente, calculado com base na variação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.917
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento- Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, o Auto de Infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, que exerceu plena e adequadamente o direito defesa. DECADÊNCIA. DÉBITOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE. CIÊNCIA DO LANÇAMENTO REALIZADO ANTES DE COMPLETADO PRAZO DE QUINQUENAL. DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR. INOCORRÊNCIA. 1. Nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, em que pagamento antecipado não é realizado, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 2. Nos presentes autos, como não houve pagamento antecipado da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins dos meses de janeiro a março de 2004, consequentemente, o quinquídio decadencial teve início no dia 1/1/2005 e término no dia 31/12/2009, ou seja, após a data da ciência das autuações, realizada no dia 1/4/2009, portanto, não houve a caducidade do direito de lançar. JUROS MORATÓRIOS. COBRANÇA COM BASE NA VARIAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE. A partir de 1º de abril de 1995, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 161 do Código Tributário Nacional (CTN) e por disposição expressa do § 3º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, é legítima a cobrança de juros moratórios sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, pagos extemporaneamente, calculado com base na variação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro- Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento- Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, o Auto de Infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, que exerceu plena e adequadamente o direito defesa. DECADÊNCIA. DÉBITOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE. CIÊNCIA DO LANÇAMENTO REALIZADO ANTES DE COMPLETADO PRAZO DE QUINQUENAL. DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR. INOCORRÊNCIA. 1. Nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, em que pagamento antecipado não é realizado, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 2. Nos presentes autos, como não houve pagamento antecipado da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins dos meses de janeiro a março de 2004, consequentemente, o quinquídio decadencial teve início no dia 1/1/2005 e término no dia 31/12/2009, ou seja, após a data da ciência das autuações, realizada no dia 1/4/2009, portanto, não houve a caducidade do direito de lançar. JUROS MORATÓRIOS. COBRANÇA COM BASE NA VARIAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE. A partir de 1º de abril de 1995, em conformidade com o disposto no § 1º do art. 161 do Código Tributário Nacional (CTN) e por disposição expressa do § AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 26 42 /2 00 9- 57 Fl. 233DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 3º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, é legítima a cobrança de juros moratórios sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, pagos extemporaneamente, calculado com base na variação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório Tratase de dois Auto de Infração em que formalizada a cobrança dos débitos da Contribuição para o PIS/Pasep (fls. 24/33) e da Cofins (48/49) dos meses de janeiro a dezembro de 2004, acrescidos de juros moratório e multa de ofício, em decorrência de divergência apurada entre os valores recolhidos e declarados na DCTF e os informados na Declaração de Informação da Pessoa Jurídica (DIPJ) do exercício 2005, anocalendário de 2004. Em sede de impugnação, a interessada alegou, em preliminar, a nulidade do processo, sob o argumento de que houve ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da estrita legalidade e da motivação dos atos administrativos. Em prejudicial de mérito, alegou a decadência do crédito tributário. No mérito, alegou ilegalidade da cobrança de juros moratórios sobre as multas de ofício aplicadas e que a utilização da taxa Selic como índice de apuração de juros não era juridicamente segura. Sobreveio o acórdão da 3ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba/PR, em que, por unanimidade, foram julgados procedentes os referidos lançamentos, com base nas seguintes razões: a) ensejariam nulidade, apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, o que não ocorrera no caso em tela; b) na esfera administrativa, não cabe a apreciação de arguição de legalidade ou constitucionalidade de dispositivos da legislação tributária, ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza Fl. 234DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10980.002642/200957 Acórdão n.º 3102001.917 S3C1T2 Fl. 10 3 tributária; c) por expressa previsão legal, era correta a exigência dos juros de mora, em percentuais equivalentes à taxa Selic; e d) declarada a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212, de 1991, por meio da Súmula Vinculante nº 8, editada pelo STF, e por não haver pagamento antecipado, deve ser observado o prazo quinquenal de decadência, estabelecido no Código Tributário Nacional, em seu art. 173, I. Em 16/4/2012, a interessada foi cientificada da decisão de primeira instância. Inconformada, em 16/5/2012, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 201/218, em que reafirmou os argumentos de defesa aduzidos na fase de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Previamente é pertinente esclarecer que foi a própria recorrente quem apurou e informou na DIPJ 2005, ano calendário 2004, os valores da Contribuição para o PIS/Pasep (fls. 8/18) e da Cofins (fls. 34/44) dos meses de janeiro a dezembro de 2004, porém, com não recolhera nem declarara em DCTF os referidos débitos, corretamente, eles foram lançados nos presentes Autos de Infração. Em relação a esse ponto, nada foi dito pela recorrente, que suscitou em sua defesa apenas as questões de nulidade, prejudicial de mérito e ilegalidade da utilização da Selic como taxa de juros, a seguir analisadas. Das preliminares de nulidade do procedimento fiscal. Em preliminar, de forma genérica, a recorrente alegou “a nulidade de todos os atos procedimentais realizados no âmbito do presente processo”, sob o argumento de que não houve ciência pessoal do início do procedimento fiscal. Nos termos do art. 7º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF), o procedimento fiscal tem início com o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto, que tem como efeito jurídico a exclusão da espontaneidade do sujeito passivo, prevista no prevista no art. 138 do CTN. A fase do procedimento fiscal, que tem natureza inquisitória, destinase a apuração do crédito tributário e, senso o caso, a proposição de penalidade aplicável e se encerra com a lavratura do auto de infração a intimação para cumprir a exigência ou impugnála. No âmbito do trabalho de revisão interna de declaração apresentada pelo sujeito passivo, denominado de malha fiscal, as verificações limitamse aos dados e informações prestados pelo próprio fiscalizado, logo, em conformidade com o disposto art. 10 do PAF, o sujeito passivo é cientificado apenas no final do procedimento, quando intimado a cumprir ou impugnar a exigência. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 No caso em tela, a autuação resultou de trabalho de “Revisão Interna – Malha IRPJ”, com vista verificar o cumprimento de obrigações tributárias declarados pela própria contribuinte na DIPJ 2005, ano calendário de 2004, logo, era dispensável a ciência da recorrente do início do procedimento. Dessa forma, se era dispensável a ciência do início do procedimento fiscal, consequentemente, a ausência dessa providência não acarretou nenhum vício que conspurcasse higidez das referidas autuações. Alegou ainda a recorrente que não foi cientificada do procedimento fiscal, o que contraria as provas colacionadas aos autos. De fato, por meio do Aviso de Recebimento de fl. 72, a recorrente foi devidamente cientificada dos Autos de Infração em questão. Ademais, a leitura da peça impugnatória e do recurso em apreço são reveladores de que recorrente não só foi cientificada do procedimento fiscal, bem como demonstrou perfeita compreensão dos motivos da autuação, o que contraria a alegação de ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Também não procede a alegação de que nos citados Autos de Infração “inexiste qualquer esclarecimento acerca dos fatos que teriam ensejados a medida fiscal”, porque, compulsando a descrição dos fatos que integra os referidos Autos, verificase que o encontrase expressamente mencionado o motivo das autuações, ou seja, que os valores cobrados eram aqueles informados na DIPJ 2005 e não recolhidos nem declarados na DCTF. Portanto, ao contrário do alegado, as presentes autuações foram devidamente motivadas e formalizadas com observância a todos os requisitos determinados no art. 10 do PAF. Ademais, as robustas defesas apresentadas ratificam que não houve qualquer óbice ao contraditório e ao exercício do direito de defesa. Com essas considerações, rejeito todas as preliminares de nulidade suscitadas pela recorrente. Da prejudicial de mérito: decadência do direito de constituir o crédito tributário. No recurso, alegou a recorrente a extinção pela decadência dos créditos dos meses de janeiro a março de 2004, sob argumento de que, em 1/4/2004, data da ciência do lançamento, havia se consumado o prazo decadencial quinquenal, fixado no § 4º do art. 150 do CTN. É entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência majoritária que a regra de contagem do prazo decadencial, prevista no § 4º do art. 150 do CTN, aplica apenas aos tributos sujeitos amas lançamento por homologação ou autolançamento, mas somente se houver pagamento antecipado do tributo. Não havendo pagamento antecipado, a contagem do prazo decadencial segue a regra geral, estabelecida no inciso I do art. 173 do CTN, que determina o primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado como o termo inicial do quinquídio decadencial do direito de lançar. A matéria foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no Recurso Especial no 973.733/SC, em que o mérito foi definitivamente julgado de acordo com a sistemática do artigo 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil (CPC), cujo enunciado da ementa ficou assim redigido: Fl. 236DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10980.002642/200957 Acórdão n.º 3102001.917 S3C1T2 Fl. 11 5 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). [...] Fl. 237DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 6 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ. 1ª Seção. REsp 973.733/SC. Rel. Min. LUIZ FUX. DJe 18/9/2009) Por se tratar de decisão definitiva de mérito, proferido na forma do regime do recurso repetitivo, por força do disposto no art. 62A1 do Regimento Interno deste Conselho, adotase aqui as razões de decidir consignadas no referido julgado. Há documentos comprobatórios nos autos (fls. 183/183) que confirmam que não houve pagamento antecipado das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins nos meses de janeiro a março de 2004, portanto, em consonância com o disposto no inciso I do art. 173 do CTN, o prazo decadencial das referidas contribuições teve início no dia 1/1/2005 e término no dia 31/12/2009. No caso em tela, a ciência das referidas autuações foi efetivada no dia 1/4/2009, logo, alegada decadência não ocorreu, pois, na referida data, o quinquênio decadencial ainda não havia se consumado. Da cobrança dos juros moratórios com base na taxa Selic. Alegou a recorrente a ilegalidade da cobrança dos juros moratórios com base na taxa Selic, sob o argumento de que a apuração (i) não era juridicamente segura nem operacionalmente viável e (ii) incompatível com a regra do art. 591 do Código Civil, que permite apenas a capitalização anula de juros. Não assiste razão a Recorrente. A cobrança dos juros moratórios, com base na variação da taxa Selic, está em perfeita consonância com o disposto no § 1º do art. 161 do CTN, que estabelece o seguinte, in verbis: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantias previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º. Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. (...). (grifos não originais) Assim, em conformidade com o transcrito preceito legal, o § 3º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, estabeleceu o seguinte regramento, in verbis: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) 1 "Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF". Fl. 238DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10980.002642/200957 Acórdão n.º 3102001.917 S3C1T2 Fl. 12 7 § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Em relação ao assunto, cabe esclarecer que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se pronunciou a respeito, reconhecendo a constitucionalidade da cobrança do referido gravame, conforme exposto no enunciado da ementa do Acórdão proferido no julgamento do Recurso Especial (REsp) nº 803.707/PR (Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ 14.08.2006), a seguir reproduzida: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. MULTA DE MORA. ART. 61 DA LEI N. 9.430/1996. BASE DE CÁLCULO. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. ART. 161, § 1º, DO CTN. 1. Constitui a base de cálculo da multa de mora prevista no art. 61 da Lei n. 9.430/1996 o valor principal da dívida atualizado pela taxa Selic. 2. É lícita, por força do comando contido na Lei n. 9.065/1995, a aplicação da taxa Selic nos casos em que há parcelamento do débito tributário ou em que há quitação total, mas com atraso. Precedentes. 3. Nas ações que tenham por fim a repetição de pagamentos indevidos efetuados antes de 1º.1.96 e cujo trânsito em julgado ainda não tenha ocorrido, incide, na atualização do indébito, a partir dessa data, exclusivamente, a taxa Selic. Desde aquela data, não tem mais aplicação o mandamento inscrito no art. 167, parágrafo único, do CTN, o qual, diante da incompatibilidade com o disposto no art. 39, § 4º, da Lei n. 9.250/95, restou derrogado. 4. Recurso especial improvido. No mesmo sentido, firmouse a jurisprudência deste Conselho, nos termos do enunciado da Súmula Carf nº 4, a seguir transcrito: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Assim, resta demonstrado que o cálculo dos juros moratórios, com base na variação da taxa Selic, tem amparo legal e constitucional. Ademais, por se tratar de matéria sumulada por este Conselho, tal entendimento é de obrigatória observância por seus conselheiros, sob pena da sanção prevista no inciso VI do art. 452 Regimento Interno deste Conselho. 2 "Art. 45. Perderá o mandato o conselheiro que: [...] VI deixar de observar, reiteradamente, enunciado de súmula ou de resolução do Pleno da CSRF expedidas, respectivamente na forma dos arts. 73 e 77 72 e 76, bem como o disposto no art. 62; Fl. 239DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 8 Da conclusão. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento [...]" Fl. 240DF CARF MF Impresso em 12/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /07/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 06/08/2013 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 13839.901813/2008-73
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jun 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003
PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE.
Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos.
NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA.
Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório.
DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE.
Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-001.303
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento - e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
EDITADO EM: 09/10/2012
Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Não comprovada, na fase recursal, a certeza e liquidez do crédito, mantémse a decisão recorrida que, pelo mesmo motivo, não homologou a compensação declarada pelo sujeito passivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 18 13 /2 00 8- 73 Fl. 229DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 2 por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Por maioria, em face da preclusão, não conhecer da documentação juntada aos autos, consoante alegação da recorrente em sustentação oral, após a publicação da pauta da reunião de julgamento e, portanto, após a análise dos autos pelo Relator. Vencido, nesse ponto, o Conselheiro Solon Senh que, devido às particularidades do caso, entendia por converter o julgamento em diligência para juntado dessa documentação aos autos. No mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. O Dr. Fábio de Almeida Garcia, OAB/SP n. 237.078, fez sustentação oral. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. EDITADO EM: 09/10/2012 Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário oposto com o objetivo de reformar o Acórdão proferido pelos membros da 1ª Turma de Julgamento da DRJ em Campinas/SP, em que, por unanimidade de votos, julgaram improcedente a manifestação de inconformidade, com base nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901813/200873 Acórdão n.º 3802001.303 S3TE02 Fl. 11 3 Para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo, deve ser demonstrada a liquidez e certeza de crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Por bem descrever os fatos registrados até a prolação do Acórdão de primeiro grau, transcrevo a seguir o relatório nele encartado: Tratase de Declaração de Compensação – DCOMP, com base em suposto crédito de PIS oriundo de pagamento indevido ou a maior. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão do PER/DCOMP: 3.375,07. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada desse despacho em 29/07/2008, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade em 19/08/2008, alegando, em síntese e fundamentalmente, que: Seu crédito decorre de ter considerado equivocadamente na base de cálculo da contribuição do período em questão algumas vendas de produtos que se encontravam relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485/2002; Transmitiu a DCOMP utilizando aquele crédito, mas, por um lapso, deixou de retificar a DCTF relativa ao período, para que nela passasse a constar o valor correto da contribuição devida; Somente com a ciência do Despacho em tela é que percebeu seu equívoco. Assim, procedeu imediatamente à retificação da DCTF; Tratase de mero erro de preenchimento de obrigação acessória, que não afasta a existência inequívoca de seu crédito, e não pode lhe tolher o direito à compensação. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 4 Jurisprudência administrativa e judicial corroboram seu entendimento; Não há prejuízo ao Fisco. Ao contrário, não lhe permitir utilizar tal crédito configuraria enriquecimento ilícito do Erário. Em 10/03/2011, a Interessada foi cientificada do referido Acórdão. Inconformada, em 08/04/2011, protocolou o presente Recurso Voluntário, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, a Recorrente alegou, em preliminar, a nulidade do Acórdão recorrido, com base no argumento de que houve inovação dos motivos e fundamentos expostos no vergastado Despacho Decisório, que apontou a insuficiência de crédito como causa da não homologação da compensação declarada, ao invés da suposta não comprovação da origem do crédito compensado, apresentada no referido Acórdão. No mérito, em síntese, alegou a Recorrente que (i) a origem do crédito utilizado era proveniente da indevida tributação das receitas das vendas dos produtos sujeitas ao regime monofásico; (ii) por um lapso, somente retificou a DCTF, para informar o valor correto débito, após a ciência do Despacho Decisório; (iii) a guia Darf, a DComp e a DCTF retificadora, apresentados com a manifestação de inconformidade, eram documentos hábeis e idôneos para comprovar a liquidez e certeza do crédito compensado; e (iv) o princípio da verdade material , deveria se sobrepor a qualquer equívoco cometido no cumprimento das obrigações acessórias, em consequência, meros erros de preenchimento de declaração não poderia tolher o seu direito à compensação da quantia paga a maior. Caso não fosse acolhida a preliminar de nulidade nem acatada as provas já carreadas aos autos, requereu a Recorrente a realização de diligência, com o objetivo de obter a documentação complementar destinada a comprovar o que alegara. Em 10/08/2011, os presentes autos foram enviados a este E. Conselho. Na Sessão de março de 2012, mediante sorteio, foram distribuídos para este Conselheiro, em conformidade com o disposto no art. 49 do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O presente Recurso é tempestivo, foi apresentado por parte legítima, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, incluindo o limite de alçada, portanto, dele tomo conhecimento. Do não conhecimento da suposta prova documental não colacionada aos autos. Na sustentação oral realizado durante a Sessão de julgamento, alegou o patrono da Recorrente que havia entregue na Secretaria da 2ª Câmara desta 3ª Seção petição Fl. 232DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901813/200873 Acórdão n.º 3802001.303 S3TE02 Fl. 12 5 com pedido de juntada aos autos de notas fiscais de venda, emitidas durante o período de apuração do crédito informado na DComp em apreço. No memorial, naquele momento entregue, consta a informação de que tais notas foram exemplificativamente apresentadas. Na oportunidade, consultei o e.processo e verifiquei que tais documentos ainda não constavam dos autos. Além dessa circunstância, entendo que, no estágio em que se encontram os autos, tal documentação não pode ser admitida nem conhecida, uma vez que consumada a preclusão do direito de apresentála, estabelecida no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, ainda que destinada a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, situação que vislumbro no caso em tela, conforme a seguir explicitado. Da preliminar de nulidade do Acórdão recorrido. Em preliminar, alegou a Recorrente a nulidade do Acórdão recorrido, sob o argumento de que ele havia alterado a motivação e a fundamentação do presente Despacho Decisório, pois, enquanto este apontara a insuficiência de crédito como sendo a causa da não homologação da compensação declarada, aquele indicara a não comprovação da origem do crédito compensado. Não procede argumento suscitado pela Recorrente, com a devida vênia. A uma, porque insuficiência e inexistência tem o mesmo efeito em relação à utilização do direito creditório na compensação, o que equivale, para fim de compensação, a ausência dos requisitos da certeza e liquidez do crédito informado. A duas, porque ambas as decisões apontaram a falta do suposto crédito como motivo para não homologação da compensação. Na verdade, em decorrência das novas razões de defesa alegadas na manifestação de inconformidade colacionada aos autos, verificase que a diferença entre uma e outra decisão está apenas nos argumentos utilizados para respaldar a conclusão de que o crédito compensado não existia. Com efeito, segundo o teor do vergastado Despacho Decisório, a compensação em tela não foi homologada porque a existência do valor do crédito informado não foi comprovada, pois, embora o pagamento referente à origem do crédito, informado na DComp, tivesse sido localizado na base de dados da Administração Tributária, o seu valor fora integralmente utilizado na quitação do débito da Cofins do respectivo período de apuração, confessado pela própria Recorrente na DCTF original. Logo, o real o motivo da não homologação da compensação foi a inexistência do crédito compensado. Por sua vez, na manifestação de inconformidade, que deu origem ao presente contencioso, alegou a Recorrente que o débito da Cofins informado na DCTF original estava errado e que o valor correto seria aquele declarado na DCTF retificadora, o que significa que a não comprovação do alegado pagamento a maior fora motivada por erro no preenchimento da DCTF original, retificada somente após a emissão e ciência do citado Despacho Decisório. Em face dessa alegação, o Acórdão recorrido manteve a não homologação da compensação em tela, desta feita, com base no argumento de que a Recorrente não havia comprovado, com documentação contábil e fiscal adequada, as razões de fato e de direito que ensejaram a retificação do valor do débito anteriormente declarado na DCTF original. Aliás, asseverou a Turma de Julgamento de primeiro grau que a simples apresentação da DCTF retificadora, sem suporte em documento comprobatório do alegado erro de apuração do valor Fl. 233DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 6 débito original, por si só, não tinha o condão de comprovar a existência do alegado indébito, mantendo inalterado o valor do débito anteriormente declarado na DCTF original. Em suma, o motivo da não homologação da compensação também foi a falta de comprovação da existência do crédito compensado. Ratifica o asseverado, o teor do enunciado da ementa do referido julgado, a seguir transcrito: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. Para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo, deve ser demonstrada a liquidez e certeza de crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. No caso em tela, comparando o teor dos dois julgados, fica evidenciado que a diferença entre ambos está no argumento utilizado para não reconhecimento do direito creditório alegado, pois, enquanto o Despacho Decisório limitouse a comparar o valor do pagamento informado com o valor do débito declarado na DCTF original, o Acórdão recorrido foi além da análise meramente formal, uma vez que também analisou o alegado equívoco na apuração do valor débito retificado, porém, não acatou a retificação, porque não foi comprovada, por meio de documentação contábil e fiscal adequada, a origem do alegado erro de apuração do valor do debito retificado, consistente no montante das supostas receitas de vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, submetidas a alíquota 0% (zero por cento) da Cofins, por força do regime de tributação monofásica, estabelecido nos arts. 1º e 3º1 do citado diploma legal. Assim, se a Turma de Julgamento a quo não admitiu a retificação do valor do débito original, obviamente, ficou mantido o valor do débito declarado na primeira DCTF e, portanto, mantido o mesmo motivo, para a não homologação da compensação, exposto no referido Despacho Decisório, a saber: o fato de o valor do pagamento, informado como origem do crédito, ter sido “integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados” na presente DComp. No caso em tela, teria havido alteração de motivação da decisão originária, caso a Turma de Julgamento de primeiro grau tivesse acatado a retificação do valor original do débito, porém, por motivo diverso da inexistência do crédito, tivesse mantido a decisão de não homologação da compensação em apreço, como por exemplo, em decorrência do indébito não 1 "Art. 1º As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto no 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às alíquotas de 1,47% (um inteiro e quarenta e sete centésimos por cento) e 6,79% (seis inteiros e setenta e nove centésimos por cento), respectivamente. [...] Art. 3º Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins relativamente à receita bruta da venda: I dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei; II dos produtos referidos no art. 1º, auferida por comerciantes atacadistas e varejistas, exceto as pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5º, da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. Parágrafo único. Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, em decorrência de modificações na codificação da TIPI. [...]" Fl. 234DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901813/200873 Acórdão n.º 3802001.303 S3TE02 Fl. 13 7 ser passível de restituição, por falta de previsão legal, o que, evidentemente, não ocorreu no caso em tela. Por fim, cabe ainda ressaltar que, no caso em tela, não tem qualquer relevância a alegação da Recorrente de que houve violação ao art. 146 do CTN, pois, como de sabença, o referido preceito legal aplicase aos casos de revisão do lançamento de ofício, situação que não ocorreu nos presentes autos. Por todas essas razões, rejeito a presente preliminar de nulidade, para manter incólume o Acórdão recorrido. Da análise do mérito. No mérito, o cerne da presente controvérsia gira em torno da comprovação da existência do valor do crédito utilizado pela Recorrente na quitação dos débitos confessados na DComp colacionada aos autos. Para Recorrente, contrariando o princípio da verdade material, a simples retificação do valor do débito, por meio da DCTF retificadora, acompanhada apenas da guia de recolhimento (Darf), era suficiente para comprovar a certeza e a liquidez do crédito alegado. Por outro lado, ao meu ver, em consonância com o princípio da verdade real, entenderam os integrantes da Turma de Julgamento de primeiro grau que a simples retificação da DCTF desacompanha da comprovação, por documentação contábil e fiscal adequada, do motivo do erro de apuração do débito retificado, não era suficiente para comprovar a certeza e liquidez do crédito informado na DComp em apreço. No meu entendimento, a razão está com a Turma de Julgamento, pois, se foi a própria Recorrente quem informou os dois valores distintos para um mesmo débito, não há como saber qual deles é o correto (se o valor do débito informado na DCTF original ou o declarado na DCTF retificadora), sem que haja a confirmação por uma outra fonte de informação idônea. Daí a necessidade da apresentação da adequada documentação, com vista a confirmação do alegado equívoco. A Recorrente ainda alegou que o débito informado na DCTF original estava errado e que o valor correto seria o informado na DCTF retificadora, porém, não trouxe aos autos os elementos probatórios necessários a comprovação do mencionado erro, limitandose a apresentar apenas as cópias da Guia de Recolhimento (Darf) e da DCTF retificadora. Tal alegação trata de questão defesa que este Colegiado já apreciou e, por unanimidade, tem manifestado o entendimento de que, a simples retificação da DCTF, desacompanhada de prova robusta do alegado equívoco, não tem o condão de comprovar a existência da certeza e liquidez do crédito compensado. Com efeito, não se pode olvidar que, em conformidade com o disposto no art. 7º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, aplicável ao processo de compensação em apreço, a ciência do primeiro ato de oficio tem o condão de excluir a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores. No caso em tela, após ciência do Despacho Decisório, a redução do valor débito, objeto da compensação não homologada, somente seria admitida se demonstrada e comprovada, por meio de documentação adequada, a origem do erro na apuração do valor do débito retificado. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 8 Especificamente em relação à redução dos débitos tributários, em consonância com o referido preceito legal, é oportuno ressaltar que somente nas hipóteses em que caracterizada a espontaneidade a DCTF retificadora tem a mesma natureza da DCTF original, substituindoa integralmente. Por outro lado, afastada a espontaneidade, evidentemente, tal retificação não pode mais ser admitida com a simples retificação da dita Declaração. Corrobora o asseverado, o disposto nos §§ 1° e 2º do art. 9º da Instrução Normativa RFB nº 1.1102, de 24 de dezembro de 2010, que, com pequenas alterações, manteve a redação das Instruções Normativas anteriores, conforme o teor dos referidos dispositivos, a seguir transcritos: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. 2 Na data da apresentação da presente DCTF retificadora estava em vigência a Instrução Normativa RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007, cujo art. 11 assim dispunha sobre o assunto: “Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. [...]”. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901813/200873 Acórdão n.º 3802001.303 S3TE02 Fl. 14 9 § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) [...]. (grifos não originais) Inequivocamente, o presente Despacho Decisório representa o ato administrativo final, resultante do procedimento de controle da legalidade da compensação declarada pela Recorrente, previsto nos §§ 2º e 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores. Nesta hipótese, a redução do valor do débito somente será admitida se existir prova inequívoca da ocorrência de erro de fato cometido no preenchimento da DCTF retificada. Além disso, por ter efeito direto sobre desfecho do julgamento da presente controvérsia, inaugurada com a citada manifestação de inconformidade, obviamente, a comprovação da origem da redução do valor do débito retificado deve ser tratado como um questão de defesa. Dessa forma, para que seja aceita tal retificação, ela deve atender, necessariamente, todos os requisitos previsto na legislação que rege contraditório na esfera do processo administrativo fiscal, dentre os quais merece destaque a comprovação, com documentação adequada, do equívoco cometido, especialmente, quando o erro informado não se encontra apenas no preenchimento da DCTF, mas na própria apuração do valor débito em questão. Neste último caso, admitir a simples retificação da DCTF como suficiente para comprovar a existência do crédito glosado, resultaria sem efeito a atividade de controle da regularidade da compensação declarada prevista no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores, uma vez que o Despacho Decisório, regularmente prolatado, tornarseia juridicamente inexistente, sem que fosse pronunciada a sua inexistência ou nulidade, afrontando regras basilares que regem o processo administrativo fiscal. Nos presentes autos, para justificar a origem da redução do valor original do débito, a Recorrente alegou que a quantia paga a maior era proveniente da indevida tributação das receitas das vendas dos produtos sujeitas ao regime monofásico, contudo, nas duas oportunidades que compareceu aos autos, não apresentou qualquer documento que confirmasse tal alegação. Assim, em sintonia com o entendimento aqui esposado, como o erro apontado pela Recorrente referese a erro de apuração do valor do débito, logo, por força do disposto no art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF), era ônus da Interessada trazer aos autos os documentos hábeis e idôneos que comprovassem o montante da receita submetida ao referido regime de tributação monofásico. Para esse fim, a simples apresentação das cópias autenticadas dos livros contábeis (Diário e Razão) e fiscais (Apuração do IPI e ICMS), corroborados pelas respectivas notas fiscais de venda, ao meu ver, eram suficientes para tal comprovação. No entanto, nem sequer o demonstrativo de apuração da referida Contribuição, instituído pela legislação tributária, foi apresentado pela Recorrente. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 10 Da mesma forma, também evidencia a insuficiência da instrução probatória da incumbência da Recorrente, o fato de ela não ter relacionado sequer os produtos que se encontravam submetidos a mencionada incidência monofásica. Não é demais lembrar que, em relação ao fato constitutivo do direito pleiteado, o ônus da prova incumbe sempre a quem o alega, segundo, expressamente, dispõe inciso I do art. 3333 do CPC, que se aplica subsidiariamente ao processo administrativo fiscal. Nesse sentindo, é oportuno ressaltar que, por força do disposto no art. 170 do CTN, combinado o disposto no caput do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores, a homologação da compensação depende da comprovação, na data da realização da compensação, da certeza e liquidez do crédito passível de restituição ou ressarcimento. Entretanto, no caso em tela, nenhum dos referidos requisitos foi comprovado, o que confirma a falta de comprovação da existência do crédito utilizado no presente procedimento compensatório. Por fim, alegou a Recorrente que o princípio da verdade material deve se sobrepor a qualquer equívoco presente nas obrigações acessórias, não podendo meros erros de preenchimento de declaração tolher o seu direito a restituição ou compensação da quantia indevidamente paga. Discordo. No âmbito do processo administrativo fiscal, em conformidade com o princípio da estrila legalidade, o princípio da verdade material atribui primazia a busca pela verdade substancial em detrimento da verdade formal, porém, isto não significa dizer que a autoridade julgadora tenha de assumir ônus probatório das partes interessadas, seja da Fiscalização ou do sujeito passivo. Na verdade, a orientação determinada pelo referido princípio é no sentido de que a autoridade julgadora não deve contentarse apenas com os aspectos formais da controvérsia. Entretanto, no que tange ao dever de provar as suas alegações, tal princípio não ampara a omissão deliberada ou injustificada da parte interessada, incluindo, obviamente, o sujeito passivo, conforme expressamente determinado no § 4º4 do art. 16 do PAF, aplicável ao processo de compensação, por força do disposto no art. 74, § 115, da Lei nº 9.430, de 1996, que, em face da preclusão, veda o conhecimento da prova documental apresentada após a fase impugnatório ou de manifestação de inconformidade, caso não atendidas as ressalvas previstas nas alíneas do referido parágrafo. 3 "Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor". 4 "Art. 16. [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos".(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997). 5 "Art. 74. Omissis. (...) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. " Fl. 238DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 13839.901813/200873 Acórdão n.º 3802001.303 S3TE02 Fl. 15 11 No presente caso, ao pretender atribuir a simples retificação da DCTF a condição de prova suficiente do indébito informado, contraditoriamente, a Recorrente está agindo em dissonância com a orientação expressa no princípio em comento. Além disso, em consonância com o disposto nos arts. 15 e 18 do PAF, o encargo da instrução probatória é sempre da incumbência da parte que alega o fato probando, não podendo tal atividade ser transferida para a autoridade julgadora, sob pena de desvirtuamento das regras que rege o processo administrativo fiscal. Em consequência desse regramento legal, somente quando a instrução probatório se revelar imprescindível e necessária à formação do convencimento da autoridade julgadora é que ela poderá determinar a sua produção ou complementação, de ofício ou a requerimento da parte interessada. Não se pode também olvidar que, na condição de titular do crédito compensado, o ônus de provar a certeza e liquidez do alegado crédito, na data da compensação, era da Recorrente, conforme expressamente exige o art. 170 do CTN, combinado com o disposto no § 1º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. No caso em tela, não foi comprovado o alegado erro de preenchimento da DCTF original, portanto, não há que se falar na alegada afronta ao princípio da verdade real. Por fim, é oportuno ressaltar que o entendimento aqui esposado não significa privilegiar o aspecto formal em detrimento da verdade material, mas em deixar expresso que a aceitação da redução do valor do débito confessado na DCTF original, especialmente, após a ciência do despacho decisório, somente pode ser acatada se respaldada em provas documentais robustas do alegado equívoco. Por essas razões, rejeito as alegações da Recorrente, para manter a não homologação da compensação em tela, por falta do crédito informado na presente DComp. Do pedido de realização de diligência. No presente Recurso, a Recorrente ainda pleiteou a realização de diligência, para fim de obtenção da documentação complementar, com a finalidade de comprovar, em relação aos anos calendários de 2002 a 2004, que: a) a Recorrente recolheu valores a título de Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins em montante superior ao devido, em virtude da desconsideração do regime monofásico e redução das alíquotas das aludidas Contribuições a 0% (zero por cento); e b) as declarações e retificações apresentadas pela Recorrente eram suficientes para comprovar a existência do saldo credor, bem como para efetuar as compensações realizadas. Em consonância com o princípio verdade material, determina o art. 18 do PAF que a autoridade julgadora somente determinará a realização de diligência, de ofício ou a requerimento do interessado, quando entendêla necessária. No presente caso, a realização da diligência requerida, para fim de juntada de provas complementares, revelase totalmente desnecessária, pois, como visto, no presente caso, tratase de documentos da escrituração contábil e fiscal da própria Recorrente que, se existentes, poderiam ter sido facilmente por ela carreadas aos autos nas duas oportunidades em Fl. 239DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA 12 que nele se manifestou, especialmente, na presente fase recursal, quando ela já tinha pleno conhecimento de que tais documentos eram imprescindíveis para comprovação do alegado equívoco. Com base nessas considerações, reputo desnecessária a realização da diligência pleiteada. Em consequência, com respaldo no art. 18 do PAF, sou pelo seu indeferimento. Da conclusão. Por todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao presente Recurso, para manter na íntegra o Acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 240DF CARF MF Impresso em 14/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 11/06/2013 por REGIS XAVIER HOLA NDA
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