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Numero do processo: 10830.008165/2007-95
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jan 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. NECESSIDADE.
A cobrança de valores através de auto de infração se faz necessário para observância de forma plena dos princípios da ampla defesa e do devido processo legal.
Numero da decisão: 3402-001.911
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer referente à semestralidade suscitada no processo de compensação. Por maioria de votos em conhecer da matéria referente à identidade de objeto dos processos de compensação. Vencidos os conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Mário César Fracalossi Bais. Designada a conselheira Silvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor. E, no mérito, por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto
SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA- Redatora designada
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca, João Carlos Cassuli Junior, Mario Cesar Fracalossi Bais (Suplente), Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente) e Gilson Macedo Rosenburg Filho.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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NECESSIDADE. A cobrança de valores através de auto de infração se faz necessário para observância de forma plena dos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em não conhecer referente à semestralidade suscitada no processo de compensação. Por maioria de votos em conhecer da matéria referente à identidade de objeto dos processos de compensação. Vencidos os conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Mário César Fracalossi Bais. Designada a conselheira Silvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor. E, no mérito, por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA Redatora designada Participaram do presente julgamento os Conselheiros Silvia de Brito Oliveira, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca, João Carlos Cassuli Junior, Mario Cesar Fracalossi Bais (Suplente), Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente) e Gilson Macedo Rosenburg Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 81 65 /2 00 7- 95 Fl. 81DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 205 2 Relatório Como forma de elucidar os fatos ocorridos, colaciono o relatório da decisão vergastada, verbis: Tratase de impugnação a exigência fiscal relativa à contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, formalizada no auto de infração de fls. 02/07. O feito referese a fato gerador ocorrido em janeiro de 2003 e constituiu crédito tributário no total de R$ 60.303,48, somados o principal, multa de oficio e juros de mora. O motivo da autuação está descrito no corpo do auto de infração (fl. 03): “Tendo em vista a não homologação das declarações de compensação tratadas no processo 10830.001488/200324 e considerando a diferença verificada para o período 01/2003 entre o valor de PIS constante da DCOMP e da DCTF, o contribuinte regularmente intimado a esclarecer se havia quitado o débito em aberto (...), tendo respondido que o mesmo é objeto de compensação no referido processo, não trazendo nenhum fato novo a esta ação fiscal. Por essa razão, efetuamos o presente auto de infração (...)” Do referido despacho decisório citado pela autoridade autuante, reproduzido às fls. 08/10, consta o quadro de fl. 09, o qual revela a origem do valor exigido no presente. Referindose ao quadro, disse o responsável pelo exame da DCOMP: “Relativamente ao débito assinalado à fl. 02, por restar declarado e menor (fl.181), sugiro a remessa ao SEFIS/DRF/CPS, para que seja lançada a diferença apurada e não compensada. (...) Notificada da exigência em 19/10/2007, em 20/11/2007 a interessada apresentou a impugnação de fls. 20/25 na qual alega, em síntese, que as importâncias devidas a titulo de PIS no mês de janeiro de 2003 foram integralmente quitadas: “Embora a ora Impugnante tenha incorrido em erro de fato ao preencher a (...) DCTF do anocalendário de 2003, deixando de declarar naquele documento parte dos valores apurados a titulo de PIS no mês de janeiro de 2003, resta claro nos autos do processo administrativo n° 10830.001488/200324 que a totalidade dos valores de PIS apurados no período em referência foi devidamente quitada, sendo parte através da referida compensação, parte através dos DARFs em anexo. (...) Conforme declarado pela empresa impugnante na Declaração de Compensação que originou o processo Fl. 82DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 206 3 administrativo n° 10830.001488/200324, a ora Defendente apurou no mês de janeiro de 2003, a titulo de contribuição para o PIS, a soma de R$ 110.401,46(...) Deste valor, a quantia de R$ 26.875,06 (...) foi compensada com respaldo em decisão judicial definitiva (...) Apesar do correto procedimento compensatório (...) restou não homologada a compensação pleiteada pela empresa (...) nos autos do processo administrativo n° 10830.001488/200324, em decisão já desafiada através de recurso competente. Também a quantia remanescente foi integralmente quitada através dos DARFs de R$ 83.526,40 (...) e R$ 620,74 (...), perfazendo o montante de R$ 84.147,14 (...) conforme Comprovantes de Arrecadação que instruem a presente impugnação, os quais foram ignorados na apuração do suposto débito aqui combatido. Portanto, os valores lançados através do auto de infração ora guerreado não representam débitos, mas mera diferença na apuração do tributo em comento, decorrente de simples erro de fato no preenchimento da (...) DCTF do anocalendário de 2003. Na sequência, argumenta que comprovado o erro de fato no preenchimento da DCTF, a incorreção deve ser reparada, em respeito ao principio da verdade material. O processo n° 10830.001488/200324 foi apensado ao presente volume. A 3ª Turma da Delegacia de Julgamento em Campinas julgou improcedente a impugnação, nos termos do Acórdão nº 0526767, de 14 de setembro de 2009, cuja ementa abaixo reproduzo: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 31/01/2003 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DÉBITO NÃO CONFESSADO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CABIMENTO. Não homologada a compensação, é cabível o lançamento de oficio para cobrança do crédito tributário não confessado em documento próprio. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em breve síntese, a primeira instância administrativa entendeu que a lide era composta de duas matérias, uma referente à declaração de compensação e outra referente ao auto de infração. Quanto à compensação assim se pronunciou a DRJ: Fl. 83DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 207 4 No que diz respeito ao motivo da não homologação da compensação, a interessada alega que a delegacia local não teria considerado a semestralidade da base de cálculo do PIS para se posicionar pela inexistência de direito passível de compensação. No entanto, a leitura do despacho decisório de fls. 08/10 revela que a unidade jurisdicionante entendeu como ausente o direito de crédito da contribuinte eis que o direito pleiteado já houvera sido por duas oportunidades examinado e indeferido pela Administração Tributária (processos administrativos n° 10830.007025/9801 e 10830.214687/9962), não cabendo à contribuinte reiniciar o trâmite processual de matéria já tratada administrativamente; Já no assunto referente ao auto de infração, reproduzo as razões utilizadas para fundamentar seu voto: Cabe neste momento, avaliar a legitimidade do lançamento do tributo não adimplido em função das compensações não homologadas. (...) a diferença entre o montante devido indicado na DCOMP e o informado na DCTF não estava formalmente constituído em instrumento com força de confissão de divida, característica de que a DCOMP só passou a ser dotada a partir de 31 de outubro de 2003, com a edição da MP n° 135, de 2003. No caso em tela, a decisão da DRF local, reproduzida às fls. 08/10 não homologou as compensações declaradas, por inexistência de direito de crédito aproveitável. Tornaramse, assim, exigíveis os valores indevidamente compensados. Ocorre, porém, como visto, que tais débitos não estavam ainda constituídos pela confissão prévia da divida em DCTF. Impunhase assim a constituição do crédito correspondente pelo lançamento de oficio, como corretamente foi feito pela autoridade fiscal. Não há, assim, irregularidade no procedimento. Irresignado com a decisão a quo, apresentou recurso voluntário repisando os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, ressaltando, em especial, que o auto de infração deve ser considerado insubsistente em função da integral quitação dos débitos de PIS apurados na competência de janeiro de 2003, comprovado por intermédio dos comprovantes de arrecadação e pela compensação implementada no bojo do processo nº 10830001488/200344. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator A impugnação foi apresentada com observância do prazo previsto. Quanto aos demais requisitos de admissibilidade passo a analisar individualmente cada matéria trazida no recurso voluntário. Compensação: Como dito alhures, pela leitura do despacho decisório de fls. 08/10, a unidade jurisdicionante entendeu como ausente o direito de crédito da contribuinte eis que o direito pleiteado já houvera sido por duas oportunidades examinado e indeferido pela Administração Tributária (processos administrativos n° 10830.007025/9801 e Fl. 84DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 208 5 10830.214687/9962), não cabendo à contribuinte reiniciar o trâmite processual de matéria já tratada administrativamente. Na manifestação de inconformidade, momento adequado para dar início à lide, o recorrente não teceu uma única linha sobre a não identidade dos processos, cingiuse a afirmar que o crédito pleiteado no processo nº 10830001488/200384 referiase a diferença nos cálculos do PIS a ser restituído, uma vez que autoridade fiscal não aplicou de forma devida a semestralidade reconhecida no Mandado de Segurança nº 9620119762. No recurso voluntário, o recorrente mantém sua linha de defesa e inova ao afirmar que a compensação pleiteada no processo nº10830001488/200324 não foi objeto de qualquer outro processo administrativo. Quanto à matéria referente à semestralidade, entendo que a Autoridade Fiscal não utilizou esse argumento para indeferir o pleito, a razão de decidir da SRF foi que existiam dois processos que já tratavam do mesmo objeto posto nos autos do processo nº 10830001488/200324. Portanto, não há lide sobre a semestralidade, de sorte que não conheço desta matéria. Quanto a identidade de objetos entre os processo nº 10830001488/200324 e os processos nº 10830.007025/9801 e 10830.214687/9962, entendo que essa matéria está preclusa, pois não foi objeto de debate na primeira instância, uma vez que o recorrente não a suscitou. Assim, voto por não conhecer das matérias referentes à semestralidade, por falta de lide, e referente a identidade de objeto em vista da preclusão consumativa. COMPENSAÇÃO. TEXTO FALTA DE PROVA. Auto de Infração Quanto ao capítulo em que o recorrente se defende do auto de infração, identifico os requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dele tomo conhecimento e passo a apreciar. A discussão limitase à possibilidade de feitura de auto de infração referente a períodos de apuração não declarados em DCTF e declarados em declaração de compensação apresentada em período anterior à publicação da MP nº 135/2003. Peço vênia aos pares, mas sintome obrigado a passear pela evolução legislativa do instituto da compensação. Com o escopo de fulminar qualquer conjectura voltada à atribuição de letra morta ao instituto da compensação em matéria tributária, em nível federal, houve a devida instrumentalização desse instituto jurídico, de modo que a Lei nº 8.383/91, por força do seu art. 66, passou a autorizar a autocompensação de indébitos tributários no âmbito do lançamento por homologação. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 209 6 Assim, para que o contribuinte pudesse se valer do direito subjetivo à autocompensação de indébito tributário, nos termos do art. 66 da Lei nº 8.383/91, com alterações introduzidas pelo art. 39 da Lei nº 9.250/95, bastava, simplesmente, que o mesmo tivesse efetuado pagamento indevido ou maior de tributos e que a compensação se realizasse com débitos vincendos de tributos da mesma espécie e destinação constitucional. Todavia, essa autocompensação deveria ficar demonstrada na contabilidade do sujeito passivo, tendo em vista o poderdever do fisco de fiscalizar e verificar a regularidade da compensação, ou, sendo o caso, diante da apuração de eventuais irregularidades, cabendo lhe notificar as diferenças e/ou excessos praticados. Desta forma, provase que ocorreu a autocompensação com a apresentação da respectiva escrituração nos livros fiscais. Com o advento da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, artigos 73 e 74, a Administração Tributária passou a admitir a compensação de créditos do sujeito passivo, perante a SRF, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob a administração da mesma Secretaria, vencidos ou vincendos, ainda que não fossem da mesma espécie e nem tivessem a mesma destinação constitucional. “Art. 73. Para efeito do disposto no art. 7º do Decretolei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal, observado o seguinte: I o valor bruto da restituição ou do ressarcimento será debitado à conta do tributo ou da contribuição a que se referir; II a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será creditada à conta do respectivo tributo ou da respectiva contribuição. Art. 74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração.” Regulamentando os artigos 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, foi baixado o Decreto nº 2.138, de 29/01/1997, dispondo sobre a compensação de créditos tributários com créditos do sujeito passivo, decorrentes de restituição ou ressarcimento de tributos ou contribuições, a ser efetuada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil: “Art. 1°. É admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. Parágrafo único. A compensação será efetuada pela Secretaria da Receita Federal, a requerimento do contribuinte ou de ofício, mediante procedimento interno, observado o disposto neste Decreto. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 210 7 (...) Art. 7º. O Secretário da Receita Federal baixará as normas necessárias à execução deste Decreto.” A Secretaria da Receita Federal do Brasil normatizou os procedimentos de compensação mediante edição da IN/SRF nº 21, de 10/03/1997, alterada pela IN/SRF nº 73, de 15/09/1997. Sempre que o contribuinte fosse detentor de um crédito perante a SRFB podia utilizálo na liquidação ou amortização de débito do mesmo tributo ou de outro tributo. Assim, a compensação poderia ser feita: · Independentemente de requerimento, se relativo a tributo ou contribuição da mesma espécie e se o crédito fosse anterior ao débito (IN SRF nº 21, art. 14); · Mediante requerimento do contribuinte: se relativo a tributo ou contribuição de espécie diferente (IN SRF nº 21, art 12). Neste caso, a compensação de débitos vincendos poderia ser efetuada desde que não existissem débitos vencidos, ainda que parcelados (IN SRF nº 21, art.12, § 3°); quando o débito fosse anterior ao crédito (IN SRF nº 21, art.14, §7°); quando o débito for de outro contribuinte (IN SRF nº 21, art.15); quando o débito for decorrente de lançamento de ofício (IN SRF nº 21, art. 16); · Em procedimento de ofício (IN SRF nº 21, art. 6º). A partir de 01/10/2002, com a publicação da Medida Provisória nº 66, de 29/08/2002, posteriormente convertida na Lei nº 10.637, de 30/12/2002, implementaramse novas regras para a compensação: “Art. 49. O art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º. A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º. A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 211 8 § 3º. Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação: I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. § 4º. Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5º. A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo.” Com essa alteração, a compensação passa a ser declarada pelo próprio contribuinte, por meio da entrega da “Declaração de Compensação” (eletrônica, pelo PER/DCOMP, a partir de 14/05/2003), na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. A compensação realizada nesses moldes extingue o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa, em 01/10/2002, foram transformados em declaração de compensação, desde o seu protocolo, e os débitos a ela vinculados passaram para a condição de extintos sob condição resolutória. A Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, trouxe em no seu art. 17, novas alterações à redação do art. 74 da Lei n.º 9.430/96. Essa MP foi convertida na Lei n.º 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Foram consubstanciadas na letra da lei, as vedações à compensação declarada pelo sujeito passivo, veiculadas pela IN SRF nº 210/2002, quais sejam, a compensação envolvendo: a) os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em DAU (obs: pela redação constante do normativo, tratavase de débitos inscritos em DAU); e b) os créditos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com o débito consolidado no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal Refis, ou do parcelamento a ele alternativo. Além dessas restrições, proibiuse a compensação mediante Dcomp de débitos que já tenham sido objeto de compensação não homologada pela Secretaria da Receita Federal. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 212 9 Estabeleceuse que o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo é de cinco anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Também se colocou fim à discussão tormentosa acerca de estar ou não os débitos indicados na Dcomp confessados, vez que se gravou legalmente que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Prescreveuse, também, que não homologada a compensação, o sujeito passivo seria cientificado e intimado a efetuar, no prazo de trinta dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. Caso não o fizesse, seria o débito encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em DAU, ressalvada a possibilidade de o sujeito passivo apresentar, manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação, cabendo recurso ao Conselho de Contribuintes da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade. Tanto a manifestação de inconformidade quanto o recurso citados obedecem ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), relativamente ao débito objeto da compensação, ou seja constituem reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário. Segundo dispunha a MP em questão, a SRF disciplinaria o que foi disposto, podendo, para fins de apreciação das declarações de compensação e dos pedidos de restituição e de ressarcimento, fixar critérios de prioridade em função do valor compensado ou a ser restituído ou ressarcido e dos prazos de prescrição. De acordo com a evolução da legislação referente ao instituto da compensação tributária, a declaração de compensação só passou a ser confissão de dívida após a publicação da MP nº 135/2003. No caso dos autos, consta que a autuada não declarou o débito em DCTF, apenas apresentou declaração de compensação em 14/02/2003, antes da vigência da referida medida provisória. Logo, perante o mundo jurídico o crédito tributário não existia, sendo necessário o lançamento tributário para fins de sua constituição. Portanto, diante dos fatos jurídicos e legais postos nos autos, voto por manter o auto de infração em virtude da necessidade de sua constituição e seu nascimento no mundo jurídico. Forte nestes argumentos, nego provimento ao recurso. É como voto. Sala das Sessões, em 27/09/2012 Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 89DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 213 10 Voto Vencedor Sílvia de Brito Oliveira, Conselheiradesignada Divirjo do Conselheiro relator quanto à preliminar de conhecimento de matéria trazida no recurso por entender que, no caso, a questão relativa à idententidade ou não identidade de matérias tratadas em processos administrativos distintos não está sujeita à preclusão consumativa, conforme entendimento exposto no voto vencido quanto a esse tema. A matéria em questão é a alegação de que os processos n° 10830.007025/98 01 e n° 10830.214687/9962 tratam de matéria distinta da matéria de que cuida o processo n° 10830001488/200324. Notese que os dois primeiros processos foram acusados pela autoridade administrativa e o terceiro foi invocado pela contribuinte, na manifestação de inconformidade, para afirmar que o crédito lá pleiteado referiase a diferenças nos cálculos do PIS a ser restituido, em virtude da semestralidade da base de cálculo dessa contribuição reconhecida no Mandado de Segurança n° 9620119762. Posteriormente, em seu recurso, a contribuinte afirmou que a compensação pleiteada no processo n° 10830001488/200324 não fora objeto de nenhum outro processo administrativo e é essa afirmativa que, no entendimento do Sr. Relator, vem configurar inovação na defesa, em sede de recurso. Nesse ponto, entendo que, ademais de tratarse de alegação de fato passível de verificação pela autoridade administrativa a qualquer momento, não se está tratando aqui de ampliação da lide delimitada na manifestação de inconformidade, pois, ao tomar conhecimento do despacho decisório, nas palavras do Relator, em seu voto vencido, a contribuinte “cingiuse a afirmar que o crédito pleiteado no processo nº 10830001488/200384 referiase a diferença nos cálculos do PIS a ser restituído, uma vez que autoridade fiscal não aplicou de forma devida a semestralidade reconhecida no Mandado de Segurança nº 9620119762”. Ora, afirmar, na peça recursal que a compensação de que cuidam os autos do processo nº10830001488/200324 não foi objeto de qualquer outro processo administrativo é apenas um esclarecimento a respeito do referido processo já invocado na fase processual anterior. A meu ver, uma vez que a autoridade administrativa acusou a existência de dois outros processos para tratar da mesma matéria, caberialhe, por força do princípioo da oficialidade, diante da manifestação de inconformidade, averiguar minudentemente o objeto do processo informado pela contribuinte para refutar ou acolher a assertiva da contribuinte. Diante do exposto, entendo que sobre a matéria em questão não se operou a preclusão consumativa, razão pela qual deve ser ela conhecida. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA Processo nº 10830.008165/200795 Acórdão n.º 3402001.911 S3C4T2 Fl. 214 11 Devese, contudo, manter o lançamento, pois o crédito tributário em questão não foi confessado em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) ou declarado em outro documento com natureza de confissão de dívida. São essas as razões porque divirjo do Conselheiro relator para conhecer da matéria relativa à identidade dos processos. Sílvia de Brito Oliveira Fl. 91DF CARF MF Impresso em 02/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/01/ 2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por SILVIA DE BRITO OLIV EIRA
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Numero do processo: 10435.003077/2008-41
Data da sessão: Fri Nov 11 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Jan 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 28/02/2007 a 15/03/2007
Compensação Não Declarada. Efeitos
1- A compensação baseada em Crédito-Prêmio do IPI, máxime quando decorrente de decisão judicial não transitada em julgado, é considerada não declarada, não surtindo, consequentemente, os efeitos inerentes à Declaração de Compensação.
2. Compete ao Fisco, portanto, diante de tais hipóteses, providenciar a lavratura do auto de infração no intuito de promover a cobrança dos tributos indevidamente compensados, acrescidos de multa de ofício de 75%.
Multa Isolada por Compensação Não Declarada. Cabimento.
A apresentação de Declaração de Compensação baseada em créditos decorrente de crédito prêmio instituído pelo Decreto-lei nº 491, de 1969, é passível de penalização com a multa estabelecida no art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-001.260
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente e Redator Designado.
EDITADO EM: 07/01/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo de Castro Guerra, Ricardo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Almeida Filho e Nanci Gama.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: LUCIANO PONTES DE MAYA GOMES
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Efeitos 1 A compensação baseada em “CréditoPrêmio” do IPI, máxime quando decorrente de decisão judicial não transitada em julgado, é considerada “não declarada”, não surtindo, consequentemente, os efeitos inerentes à Declaração de Compensação. 2. Compete ao Fisco, portanto, diante de tais hipóteses, providenciar a lavratura do auto de infração no intuito de promover a cobrança dos tributos indevidamente compensados, acrescidos de multa de ofício de 75%. Multa Isolada por Compensação Não Declarada. Cabimento. A apresentação de Declaração de Compensação baseada em créditos decorrente de crédito “prêmio” instituído pelo Decretolei nº 491, de 1969, é passível de penalização com a multa estabelecida no art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Redator Designado. EDITADO EM: 07/01/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 43 5. 00 30 77 /2 00 8- 41 Fl. 93DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 95 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo de Castro Guerra, Ricardo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Tratase de recurso voluntário aviado pelo contribuinte epigrafado, pela qual se pugna pela improcedência do lançamento tributário contra si lavrado, ou, alternativamente, o reconhecimento de que os créditos tributários nele exigidos permaneçam com a sua exigibilidade suspensa até o julgamento de processo administrativo de ressarcimento de créditos, cuja negativa desencadeou o auto de infração em avaliação. Previamente ao exame das razões do recurso, conveniente que se imponha um breve resumo dos atos e fases processuais já vencidas. Pois bem. Em resumo, fora lavrado contra o contribuinterecorrente o auto de infração de fls. 40, relativo a débito de PIS/Pasep proveniente de fato gerador verificado em 2007, no importe de R$ 236,76, ato este motivado no Despacho Decisório DRF/CRU n º 214/2007, exarado no curso do processo de ressarcimento de créditoprêmio de IPI (10435.000143/2003 16) e que considerou como não declaradas a compensação de pretensos créditos com o débito de PIS objeto do lançamento questionado. No essencial, a discussão perante a instância de piso girou em torno: (i) de que os créditos relativos ao créditoprêmio do IPI haveriam sido judicialmente reconhecidos ao contribuinte nos autos da ação de Mandado de Segurança n º 2003.83.00.0123299; (ii) que o art. 170A do CTN tem sua aplicação voltada à liquidação do crédito e não ao direito envolvido e que a legislação que considerou como não declarada a compensação com créditoprêmio de IPI foi superveniente ao pedido de ressarcimento; e, por fim, (ii) quanto a impropriedade em se aplicar a multa qualificada de 150%, imposta pela fiscalização que entendeu revelar o procedimento do contribuinte em proceder com uma compensação que conhecia haver sido vedada pelo art. 74, parágrafo 2o, II, ‘d’, da Lei n º 9.430/96 o intuito de fraude. Ao enfrentar a questão, a Delegacia de Julgamento de Recife/PE, por sua 5a. Turma, após histórico exaustivo da lide, entendeu que a norma do art. 74, parágrafo 12o, II, ‘d’, da Lei n º 9.430/96, teria vedado a declaração de compensação e, assim, na medida em que nos autos este último procedimento se realizou já na vigência do citado dispositivo, o lançamento para a prevenção da decadência era medida que se impunha. Quanto ao direito ao crédito prêmio do IPI, firmou entendimento que está ele condicionado à decisão final no curso do processo administrativo de ressarcimento n º 10435.000143/200316, este que, por sua vez, terá sua conclusão vinculada ao que restar decidido pela instância judicial (MS n º 2003.83.00.0123299). No que pertine a multa qualificada lançada, afastouse esta pretensão constante do lançamento sob a justificativa de que o só fato de haver o contribuinte declarado compensação que sabia ser proibida pela norma do art. 74, parágrafo 12o, II, ‘d’, da Lei n º 9.430/96, não seria suficiente a caracterizar a máfé ou o intuito fraudulento, máxime quando o respectivo direito havia a ele sido assegurado já por decisão do Tribunal Regional Federal da Fl. 94DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 96 3 5a. Região. Em substituição, fora aplicada a multa de ofício no percentual ordinário de 75%, a teor do art. 44, I, da Lei n º 9.430/96. Atentese para os dois últimos parágrafos do acórdão da DRJ, que contém os comandos executórios do decisório: Recomendase, por fim, que na eventualidade de haver recurso voluntário seja providenciado o trâmite em conjunto do processo matriz acompanhado de todos os processos dele decorrentes, incluído este, com o que restará suprida satisfatoriamente a exigência legal contida no parágrafo 3o do art. 18 da Lei 10.833/2003, bem como homenageada a segurança jurídica. Por todo o exposto, o meu voto é no sentido de considerar procedente em parte o lançamento, para afastar a qualificação da multa lançada, aplicandose o percentual de 75%, conforme previsto no art. 44, I, da Lei 9.430/96, c/a redação dada pela Lei 11.488/2007. Regularmente cientificado, o contribuinte manejou o recurso voluntário em análise, arguindo, em síntese: (i) contradição entre o reconhecimento da legitimidade do lançamento e o reconhecimento da suspensão da exigibilidade dos créditos respectivos; e, na mesma linha argumentativa já deduzida em sua impugnação inaugural, (ii) a inviabilidade da manutenção da exigência perpetrada pelo lançamento contestado, haja vista que a decisão no curso do processo administrativo em que está sendo debatida a legitimidade do crédito ainda não teria “transitado em julgado”, além dos procedimentos compensatórios haverem sido adotados em estrita obediência a decisões judiciais. Ao fim, pugnou o recorrente pela improcedência da ação fiscal ou, alternativamente, que se determine expressamente a suspensão da exigibilidade dos créditos lançados, face a dependência das conclusões aguardadas do processo judicial e do administrativo. Em face do encerramento do mandato do conselheiro relator e de que, até a presente data, não foi formalizado o acórdão, me autodesignei para tal tarefa. É o relatório, no essencial. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Redator Designado. Reproduzo parcialmente o voto lido em sessão: O recurso atende aos seus pressupostos de admissibilidade, além do tema em exame ser afeta a competência desta 3a. Seção, razão pela qual tomo conhecimento da investida recursal. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 97 4 Em argumentação resumida, ressalvados os temas em que foi vencedor, o recorrente basicamente reitera os pontos já deduzidos perante a instância de piso, pedindo, ao fim, seja o lançamento julgado improcedente ou reconhecida a suspensão da exigibilidade dos créditos respectivos. Quanto ao pleito de improcedência da ação fiscal, alinhome as conclusões já exaradas pela 5a. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Recife, Pernambuco. Ora, embora claro que o processo administrativo instaurado a partir do pedido de ressarcimento de crédito prêmio de IPI tenha ocorrido em momento anterior a norma do art. 74, parágrafo 12o, II, ‘b’, da Lei n º 9.430/96, para todos os efeitos legais, a compensação empreendida em momento anterior deve ser tida como “não declarada”, como de fato ocorreu no curso do processo administrativo respectivo, vez que a norma se dirige exclusivamente à hipótese de declaração de compensação e não ao pedido de ressarcimento. Bem. Partindo da premissa de que a compensação há de ser recepcionada como “não declarada”, e não por indevida, situação esta que autorizaria a aplicação do parágrafo 6o do art. 74 da Lei n º 9.430/96, dispensando o lançamento, a constituição do crédito tributário não pode deixar de prescindir do referido ato administrativo previsto no art. 142 do CTN, de modo a prevenir a decadência. Chamo a atenção, ainda, que o ato de lançamento se justifica ainda pelo fato a norma do parágrafo 11 do já citado art. 74 da Lei n º 9.430/96 veicula a suspensão da exigibilidade do crédito constituído, que inexiste nas hipóteses das compensações serem tidas por não declaradas. Neste sentido, não há como prosperar a pretensão do reconhecimento da improcedência do auto de infração. Durante a discussão do processo, o relator ajustou o voto lido em sessão para, na esteira da regra gizada no § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, não reconhecer a suspensão da exigibilidade da exigência fiscal. Como é possível verificar a partir da comparação entre os fundamentos do julgamento e a sua parte dispositiva, inobstante o i. relator do acórdão recorrido tenha manifestado sua convicção no sentido de que o presente lançamento teria sido providenciado no intuito de prevenir a decadência, bem assim que caberia manter a exigibilidade do crédito até a decisão final dos processos administrativo e judicial em que se debateria o mérito da compensação, tal manifestação não constou da parte dispositiva do acórdão ou do voto condutor. Ou seja, o órgão a quo limitouse a reduzir a multa de ofício a 75% e tal decisão não é objeto de recurso de ofício. Destaco ainda, nessa esteira, o trecho do auto de infração que consubstancia a intimação do sujeito passivo: Fl. 96DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 98 5 Fica o sujeito passivo intimado a recolher ou impugnar, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência deste auto de infração, nos termos dos arts. 5 0 , 15, 16 e 17 do Decreto n° 70.235/72, com as alterações ,introduzidas pelas Leis n° 8.748/93, n° 9.532/97 e n° 11.196/05, o débito para com a Fazenda Nacional constituído pelo presente Auto de Infração, cujo montante acima discriminado será recalculado, na data do efetivo pagamento, de acordo com a legislação aplicável. Será concedida redução de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da(s) multa(s) passível(eis) de redução, se o pagamento for efetuado até o vencimento desta intimação, ou de 40% (quarenta por cento) sobre o valor desta(s) multa(s), se for requerido parcelamento do débito no prazo legal de impugnação, nas hipóteses previstas. Esta intimação é válida, também, para cobrança amigável Como é possível verificar, não se trata de um auto de infração para prevenir a decadência, mas da formalização de crédito tributário exigível no prazo de 30 dias, salvo, evidentemente, a hipótese de impugnação ou recurso. Essas, portanto, serão as premissas assumidas no presente julgamento. Pois bem. Conforme assentado pela unanimidade dos presentes, a pretensão de suspender a exigibilidade do crédito até o encerramento dos processos administrativo e judicial em que se discute o mérito da compensação é inaplicável às hipóteses em que o sujeito passivo se insurge contra o indeferimento de compensações tidas por “não declaradas”. Assim, só se justificaria suspender a exigibilidade do crédito se houvesse norma individual e concreta, ou seja, decisão judicial que, expressamente, afastasse o regramento contido no art. 74, caput e §§ da Lei nº 9.430, de 1996. Tal hipótese, como se verá, não se verifica no caso concreto. De fato, segundo assentado no Acórdão que analisou o mérito da compensação debatida nos autos do processo 10435.000143/200316, no caso, o Acórdão 330100.671, da 1ª TO da 3ª Câmara desta Terceira Sessão do CARF1, a decisão exarada nos autos do mandado de segurança condicionou a compensação ao trânsito em julgado daquela decisão judicial. Confirase, em primeiro lugar, a ementa do aresto administrativo: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 04/01/199.3 a 19/12/2002 MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA SÚMULA CARF Nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação 1 Julgado em 30 de setembro de 2010. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 99 6 judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria diferenciada da constante do processo judicial. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO, CRÉDITOS FINANCEIROS EM DISCUSSÃO JUDICIAL A homologação de compensação de débitos fiscais, mediante a entrega de declaração de compensação (Dcomp) e/ou a transmissão de pedido de ressarcimento/declaração de compensação (Per/Dcomp), utilizandose de créditos financeiros em discussão na esfera judicial, está condicionada ao determinado na respectiva decisão judicial. Recurso Voluntário Negado, Acerca do conteúdo da decisão judicial, confirase o seguinte trecho do voto condutor (original não destacado): Quanto à compensação créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial, com débitos fiscais vencidos, mediante a apresentação de Dcomps e/ ou transmissão de Per/Dcomps, inexiste amparo legal para sua realização. A Lei nº 9.430, de 27/12/1996, art. 74, com a redação determinada pela Medida Provisória (MP) n° 66, de 29/08/2002, convertida na Lei nº 10.637, de 30/12/2002, que trata de compensação de créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, assim dispõe, in verbis: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (...) Conforme consta do caput desse artigo, a compensação de créditos financeiros em discussão judicial com débitos fiscais próprios vencidos, mediante a apresentação de Dcomps e/ou transmissão de Per/Dcomps, somente é permitida depois do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Além disto, a decisão judicial vigente condicionou a compensação dos créditosprêmio do IPI em discussão judicial somente depois do trânsito em julgado da respectiva decisão. De se ressaltar, finalmente, que, independentemente dessa discussão acerca da suspensão da exigibilidade até a decisão do mérito da compensação, na data do presente julgamento, já havia sido proferida a decisão de segunda instância desfavorável ao sujeito passivo. Não se identificou, nos registros do CARF, qualquer decisão em instância especial que Fl. 98DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 100 7 tenha reformado o Acórdão 330100.671, exarado nos autos do processo nº 10435.000143/200316. Ausente qualquer norma, geral ou concreta, que dê amparo ao pedido de suspensão da exigibilidade até o trânsito em julgado do processo judicial ou a definitividade do processo administrativo, forçoso é indeferir o pleito da recorrente. Igualmente correta, ainda, a aplicação da multa em razão da compensação Em primeiro lugar, a compensação em discussão era realmente indevida. Para se chegar a essa conclusão basta fazer uma leitura do art. 170 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 1966) em conjunto com o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, conforme redação alterada pela Lei nº 10.637, de 2002, abaixo transcritos: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. Com efeito, o sujeito passivo não detinha créditos líquidos e certos passíveis de aproveitamento para extinção de suas obrigações tributárias. Como já repisado, não havia uma decisão judicial transitada em julgado autorizando a compensação. Em segundo, para que se aplique a multa objeto do presente recurso exigese que, além de indevida, a compensação almejada se enquadre em uma das seguintes hipóteses: a) que se configure fraude, sonegação ou conluio, definidos nos art. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 19642; b) que a lei a denomine como compensação nãodeclarada; ou c) que o crédito que se pretendeu utilizar tenha origem estranha aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), à época Secretaria da Receita Federal (SRF). De se acrescentar, ademais, que o art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, sofreu duas alterações desde a publicação da sua versão original, mas que nenhuma dessas alterações deixou de apenar a conduta verificada. Senão vejamos: 2 Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 101 8 A primeira alteração da redação do dispositivo em debate foi promovida pelo art. 25 da Lei nº 11.051, de 29 de dezembro de 2004. "Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão da não homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. ................................................................... § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 2º do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ............................................................................ § 4º A multa prevista no caput deste artigo também será aplicada quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996." (destaquei) A seu turno, o Inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, conforme redação fornecida pela mesma Lei nº 11.051, de 2004, dispõe: § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (...) II em que o crédito: a) seja de terceiros; b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto Lei nº 491, de 5 de março de 1969; c) refirase a título público; d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. No caso do presente processo, relembrese, a multa em questão foi aplicada em função de que os créditos que se pretende utilizar, decorrentes de “créditoprêmio” instituído pelo DL nº 491, de 1969, estariam amparados em decisão não transitada. Finalmente, o dispositivo em questão foi novamente alterado pelo art. 18 da Medida Provisória 351, posteriormente convertida na Lei 11.488, de 16 de junho de 2007, passando a vigorar com a seguinte redação: Fl. 100DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10435.003077/200841 Acórdão n.º 3102001.260 S3C1T2 Fl. 102 9 “Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão de não homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. ................................................... § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ................................................ § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1o, quando for o caso. (os grifos não constam do original) § 5o Aplicase o disposto no § 2o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2o e 4o deste artigo.” (NR) Vêse, portanto, que apesar da redefinição da redação do art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, a conduta demonstrada, em nenhuma de suas versões, deixou de ser apenada com a correspondente multa isolada: na redação original, estava prevista no seu caput, após as alterações, passou a ser tratada no seu parágrafo 4º, em conjunto com o § 12, II do art. 74 da Lei 9.430, de 1996. Com essas considerações, nego provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 11 de novembro de 2011 Luis Marcelo Guerra de Castro Fl. 101DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 7/01/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 10530.004137/2007-83
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
PIS. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO STJ JULGADO SEGUNDO A SISTEMÁTICA DOS RECURSOS REPETITIVOS. ENTENDIMENTO QUE VINCULA O CARF POR FORÇA DE SEU REGIMENTO INTERNO.
O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial no 1.127.877SP, proferido segundo a sistemática do artigo 543-C do CPC, entendeu que a parcela relativa ao ICMS deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins, em sintonia com as Súmulas 68 e 94 da citada Corte. Tal entendimento deverá ser seguido pelos conselheiros no âmbito do CARF, por força do disposto no caput do artigo 62A do Regimento Interno do referido Conselho.
MULTA QUALIFICADA. DECLARAÇÕES FALSAS. CONDUTA REITERADA DO SUJEITO PASSIVO..
A ocorrência da conduta reiterada do sujeito passivo, aliada à enorme discrepância entre os valores escriturados e os declarados, autorizam concluir que não se trata de mero erro material, e sim da vontade livre e consciente da contribuinte em fraudar o erário público, devendo ser aplicada a multa qualificada, estabelecida no art. 44, II, da Lei n° 9,430/96.
TAXA SELIC. APLICABILIDADE.
Nos termos da Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.
Numero da decisão: 3801-001.817
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: I- por maioria dos votos, em não sobrestar o processo. Vencido o Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira (Relator); II- Por maioria dos voto, no mérito, negou-se provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, que excluíram a multa qualificada. Designou-se o Conselheiro Marcos Antônio Borges para elaborar o voto vencedor referente ao não sobrestamento do processo. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl fez declaração de voto.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Relator.
(assinado digitalmente)
Marcos Antônio Borges - Redator designado.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO STJ JULGADO SEGUNDO A SISTEMÁTICA DOS RECURSOS REPETITIVOS. ENTENDIMENTO QUE VINCULA O CARF POR FORÇA DE SEU REGIMENTO INTERNO. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial no 1.127.877SP, proferido segundo a sistemática do artigo 543C do CPC, entendeu que a parcela relativa ao ICMS deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins, em sintonia com as Súmulas 68 e 94 da citada Corte. Tal entendimento deverá ser seguido pelos conselheiros no âmbito do CARF, por força do disposto no caput do artigo 62A do Regimento Interno do referido Conselho. MULTA QUALIFICADA. DECLARAÇÕES FALSAS. CONDUTA REITERADA DO SUJEITO PASSIVO.. A ocorrência da conduta reiterada do sujeito passivo, aliada à enorme discrepância entre os valores escriturados e os declarados, autorizam concluir que não se trata de mero erro material, e sim da vontade livre e consciente da contribuinte em fraudar o erário público, devendo ser aplicada a multa qualificada, estabelecida no art. 44, II, da Lei n° 9,430/96. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. Nos termos da Súmula CARF nº 4, “a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 00 41 37 /2 00 7- 83 Fl. 210DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 211 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: I por maioria dos votos, em não sobrestar o processo. Vencido o Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira (Relator); II Por maioria dos voto, no mérito, negouse provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, que excluíram a multa qualificada. Designouse o Conselheiro Marcos Antônio Borges para elaborar o voto vencedor referente ao não sobrestamento do processo. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl fez declaração de voto. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. (assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges Redator designado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 211DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 212 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, proferida pela DRJ Salvador (BA), fls. 143146 que transcrevo a seguir: “Tratase de Auto de Infração (fls. 05/11) lavrado contra a contribuinte acima identificada, que pretende a cobrança da Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, relativa aos períodos de apuração de 01/01/2005 a 31/12/2005. Em face da edição da Portaria SRF n° 6.129, de 02 de dezembro de 2005, o presente processo também pretende a cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — Cofins (Auto de Infração fls. 12/18), pertinente aos mesmos períodos de apuração de 2005. No Termo de Verificação Fiscal (fls. 19/23), anexo aos Autos de Infração, o autuante descreve os passos do procedimento fiscal, expondo as diferenças que encontrou entre os valores escriturados pela empresa e declarados ao fisco estadual, contra os valores declarados ao fisco federal. 0 auditorfiscal explica ainda que qualificou a multa de oficio por entender que as diferenças, da forma como se deram, não poderiam ser interpretadas como um simples "erro escusável", e que estavam presentes pressupostos suficientes para o enquadramento da multa de oficio qualificada.” A Delegacia de Julgamento em Salvador (BA) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: “ASSUNTO: Contribuição para o Financimento da Seguridade Social COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 FALTA DE RECOLHIMENTO . Constatado no procedimento fiscal que o contribuinte deixou de recolher, parcial ou integralmente, a Cofins, é de se efetuar, por ato próprio da Administração Fiscal, o lançamento das diferenças apuradas. INCONSTITUCIONALIDADE. A Secretaria da Receita Federal do Brasil, como órgão da administração direta da União, não é competente para decidir quanto à inconstitucionalidade de norma legal. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Verificada pelo agente fiscal que a contribuinte incorreu em uma omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato Fl. 212DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 213 4 gerador da obrigação tributária principal, é obrigatória a aplicação da penalidade qualificada, nos termos da lei. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic, além de ampararse em legislação ordinária, não contraria as normas balizadoras contidas no Código Tributário Nacional. Lançamento Procedente” Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, conforme recurso de fls. 148 165. Em suas razões: Inicialmente, alega inexistência de sonegação “posto que a Impugnante encontrase plenamente regular em toda a sua contabilidade e procedeu corretamente ao declarar o mencionado tributo, não manifestando em momento algum qualquer indicio de dolo ou culpa que pudesse dar margem à sua conduta ser enquadrada' enquanto sonegação”. Argumenta que “inexistindo a intenção ou sua efetiva comprovação, não se pode falar em sonegação e em multa de 150%, pois o elemento subjetivo (dolo) integra o tipo de conduta prevista na norma que impõe tal exigência”. Refere a “incidência do PIS e da COFINS sobre o valor bruto da fatura, e não sobre a diferença entre o valor da fatura emitida pelo contribuinte abatidas as parcelas que não compõem recursos próprios das empresas, infringe o principio constitucional da capacidade contributiva, segundo o qual a hipótese de incidência do tributo deve descrever fatos que façam presumir ' que quem os pratica, ou por eles é alcançado, possui capacidade econômica para contribuir, sob pena de se tratar de tributo com caráter confiscatório”. Alega que “atualização dos débitos mediante a Taxa Selic revelase violando frontalmente o principio da legalidade”. Requer “que haja a reforma da decisão de 1 a instancia, julgando totalmente procedente o presente recurso voluntário, anulando de pleno direito o Auto de Infração, tendo em vista as razões de fato e de direito acima suscitadas”. Fl. 213DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 214 5 Voto Vencido Conselheiro Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Preliminarmente entendo que a questão versa sobre matéria pendente de decisão no regime decorrente de repercussão geral sobre a possibilidade de exclusão do ICMS da base de calculo do PIS e da COFINS. Inicio a análise de mérito da questão, com força de mera declaração de voto, visto que entendo estar prejudicada a matéria em face de meu entendimento quanto a aplicação do regime de sobrestamento. Dos termos relatados, o contribuinte apresenta em seu recurso as seguintes questões: (i) inaplicabilidade da multa imposta; (ii) exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS e (iii) ilegalidade da Taxa Selic. Inicialmente, cremos que não assiste razão ao contribuinte dado que os autos demonstram existir omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. Desse modo, é obrigatória a aplicação da penalidade qualificada, nos termos da lei. Não basta ao caso a mera a manutenção de escrita fiscal por parte do contribuinte, se este exclui ao conhecimento da administração tributária a divergência entre as informações prestadas e a escrita fiscal. A determinação de multa qualificada é procedimento grave que exige a demonstração de prática reiterada e grave, o que se depreende da leitura dos autos. Assiste razão ao fisco que na presença de inconformidade do contribuinte, deve este recorrer aos mecanismos de questionamento administrativo: consulta, impugnação ou manifestações de inconformidade, bem como o recurso ao Poder Judiciário para se insurgir contra norma fiscal. Não cabe a este proceder o lançamento administrativo como se não existissem normas, orientações fiscais e mesmo judiciais sobre o assunto. Por último, tornase inviável a impossibilidade do questionamento administrativo da Selic encontrase pacificado no CARF, visto se tratar de matéria constitucional, cuja análise é vedada. No mesmo sentido: Número do Processo 10280.005558/200800 Ementa Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003 JUROS DE MORA. TAXA SELIC A partir de 1o de abril de 1995, os juros moratórios dos débitos para com a Fazenda Nacional passaram a ser equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, de Fl. 214DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 215 6 acordo com precedentes já definidos pela Súmula no 4 do CARF, vigente desde 22/12/2009. INCONSTITUCIONALIDADE É vedado o afastamento da aplicação da legislação tributária sob o argumento de inconstitucionalidade, por força do disposto no Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Matéria que já se encontra pacificada pela Súmula n. 2 do CARF, em vigor desde 22/12/2009. Entendo, por aplicar o sobrestamento ao presente processo nos termos da Portaria n. 001/2012, conforme seu art. 2°, §2°. É meu voto. (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. Fl. 215DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 216 7 Voto Vencedor Conselheiro Marcos Antônio Borges, Em que pese o entendimento do relator, ouso dele discordar em relação ao sobrestamento do presente processo. Conforme asseverado no presente recurso, a questão da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS é objeto do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852 MG, que não foi ainda julgada até a presente data. Na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 18, que trata da mesma matéria, o STF reconheceu a repercussão geral da demanda e deferiu medida cautelar para determinar que, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF, juízos e tribunais suspendessem o julgamento dos processos em trâmite que envolviam a aplicação do art. 3º, § 2º, inciso I, da Lei no 9.718/98. A suspensão dos julgamentos deferida liminarmente foi sucessivamente prorrogada nas sessões plenárias realizadas em 04/02/2009, em 16/09/2009, e, finalmente, em 25/03/2010, quando o Tribunal, pela última vez, prorrogou por mais 180 dias a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Quanto ao RE nº 240.7852 MG, o mesmo foi também sustado até o julgamento do ADC no 18, já que o Plenário do STF, ao julgar questão de ordem levantada pelo Ministro Marco Aurélio, decidiu que o julgamento da ADC deveria preceder o julgamento do RE em tela, uma vez que a ADC, por tratarse de controle concentrado de constitucionalidade, repercutiria sobre os demais processos relativos à matéria. Por conta da suspensão dos julgamentos determinada pelo STF, os processos envolvendo a mesma matéria, pendentes de serem examinados por este Conselho, ficaram também suspensos, em sintonia com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 62A1 do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/07/2009, com alterações introduzidas pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, e na Portaria CARF nº 01, de 3/01/2012. Contudo, findo o prazo suspensivo liminarmente concedido pelo STF, não há que se falar em sobrestamento dos autos tendo em vista não haver nenhuma decisão vigente nesse sentido nos julgamentos que versam sobre a matéria. Isto posto, no mérito, entendo que não assiste razão à recorrente. Apesar da recorrente argumentar que o ICMS, por não representar riqueza do contribuinte e sim receita do Erário Estadual, é um ônus fiscal e não faturamento, esse, porém, referese a uma universalidade, um todo composto pelas receitas da empresa, pouco 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Fl. 216DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 217 8 importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda. Em relação ao PIS, a Jurisprudência encontravase pacificada, sendo editada a Súmula nº 68 pelo Superior Tribunal de Justiça, abaixo transcrita: Súmula: 68 A PARCELA RELATIVA AO ICM INCLUISE NA BASE DE CALCULO DO PIS. Em relação ao FINSOCIAL, que também tinha por base de cálculo o faturamento, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula nº 94, que estabelece: Súmula 94. A PARCELA RELATIVA O ICMS INCLUISE NA BASE DE CÁLCULO DO FINSOCIAL. Este também é o entendimento exarado pelo STJ, superada a suspensão liminar dos julgamentos dos processos envolvendo a matéria determinada pelo STF, no âmbito do REsp no 1.127.877SP (transitado em julgado em 20/06/2012), no sentido de que o ICMS integra sim a base de cálculo do PIS e da COFINS, através de decisão monocrática que negou seguimento ao recurso, com base em jurisprudência da citada Corte, conforme excerto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. INCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. A jurisprudência deste Tribunal pacificouse no sentido de que "a parcela relativa ao ICMS deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins, nos termos das Súmulas 68 e 94 do STJ" (AgRg no REsp 1.121.982/RS, 2ª T., Min. Humberto Martins, DJe de 04/02/2011). Nesse sentido, os seguintes julgados: AgRg no Ag 1.069.974/PR, 1ª T., Min. Francisco Falcão, DJe de 02/03/2009; REsp 1.012.877/PR, 2ª T., Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 08/02/2011; AgRg no Ag 1.169.099/SP, 2ª T., Min. Herman Benjamin, DJe de 03/02/2011; AgRg no Ag 1.005.267/RS, 1ª T., Min. Benedito Gonçalves, DJe de 02/09/2009. O julgamento do Recurso Especial (REsp) no 1.127.877SP foi submetido ao rito do artigo 543C do CPC, razão pela qual o entendimento ali expresso deverá ser seguido pelos conselheiros no âmbito do CARF, conforme caput do artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho, acima transcrito. Em relação à multa qualificada acompanho o entendimento do Relator pela sua manutenção. No que se refere à legalidade da cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC, a matéria já fora pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo por meio da Súmula CARF nº 4: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de Fl. 217DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 218 9 inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Assim, voto pelo não sobrestamento dos autos e, no mérito, por negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges Fl. 218DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 219 10 Declaração de Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Ouso discordar do ilustre relator quanto à aplicação de multa qualificada. A aplicação de multa qualificada necessita mais que mera presunção, sendo obrigatória para a qualificação a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Inclusive esse é o entendimento expresso na súmula n.º 14 desse Conselho, a saber: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. A fraude é um artifício que, em direito tributário, busca afastar o débito. O artigo 72 da Lei nº 4.502/1964, definiu a fraude, sob a ótica tributária, do seguinte modo: Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. O artigo 44 da Lei n.º 9.430/1996 referiuse diretamente aos artigos 72, 732 e 743 da Lei 4.502/1964, para fins de determinação da multa agravada, tanto na redação original4, quanto na sua alteração promovida pela Lei n.º 11.488/20075. 2 Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. 3 Art . 74. Apurandose, no mesmo processo, a prática de duas ou mais infrações pela mesma pessoa natural ou jurídica, aplicamse cumulativamente, no grau correspondente, as penas a elas cominadas, se as infrações não forem idênticas ou quando ocorrerem as hipóteses previstas no art. 85 e em seu parágrafo. § 1º Se idênticas as infrações e sujeitas à pena de multas fixas, previstas no art. 84, aplicase, no grau correspondente, a pena cominada a uma delas, aumentada de 10% (dez por cento) para cada repetição da falta, consideradas, em conjunto, as circunstâncias qualificativas e agravantes, como se de uma só infração se tratasse. § 2º Se a pena cominada fôr a de perda da mercadoria ou de multa proporcional ao valor do impôsto ou do produto a que se referirem as infrações, consideradas, em conjunto, as circunstâncias qualificativas e agravantes, como se de uma só infração se tratasse. § 3º Quando se tratar de infração continuada, em relação à qual tenham sido lavrados diversos autos ou representações, serão êles reunidos em um só processo, para imposição da pena. § 4º Não se considera infração continuada a repetição de falta já arrolada em processo fiscal de cuja instauração o infrator tenha sido intimado. 4 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: Fl. 219DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 220 11 Fraude no sentido da lei é ato que busca ocultar algo para que possa o contribuinte furtarse do cumprimento da obrigação tributária. Ao contrário do dolo que busca induzir terceiro a praticar algo, a fraude é ato próprio do contribuinte que serve para lograr o fisco. Apesar disso, o artigo 72, supra citado, utilizouse do conceito de dolo para a definição de fraude. Nesse sentido esclareceu que o “dolo” referido é o dolo penal, não o civil, porque o segundo ocorre sempre com a participação da parte prejudicada. Fraude é, portanto, uma conduta ilícita e intencional através do qual o agente, de máfé, afeta a ocorrência do fato imponível através de uma conduta que busca alterar o valor devido, ou simplesmente ocultálo. Para o Alberto Xavier6, a figura da fraude exige três requisitos. O um, que a conduta tenha finalidade de reduzir o montante do tributo devido, evitar ou diferir o seu pagamento; o dois, o caráter doloso da conduta com intenção de resultado contrário ao Direito; e, o três, que tal ato seja o meio que gerou o prejuízo ao fisco. A redação original do inciso II do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996 expressava que a multa majorada seria aplicada nos casos de evidente intuito de fraude. Essa redação se modificou após tendo sido excluída a expressão. O entendimento do CARF, nesse sentido, é de que é imperioso encontrarse evidenciado nos autos o intuito de fraude. Nesse caso, devese ter como princípio o brocado de direito que prevê que “fraude não de presume”, “se prova”. Ou seja, há que se ter provas sobre o evidente intuito de fraude praticado pela empresa. Não é razoável se querer, simplesmente, presumir a ocorrência de fraude. Vejamos trecho do acórdão paradigma da Súmula 14 (10194.351), supra citada, sobre o assunto: Para que fosse provada a intenção de fraudar o fisco, seria necessário, antes de tudo, provar que os depósitos bancários são de fato, receitas omitidas. Pois, antes disso, a simples existência de depósitos bancários não escriturados tratamse de simples indício de omissão de receitas. A norma legal estabelece que, no caso da existência de indício de omissão de receitas pela falta de escrituração de depósitos bancários, presumese omissão de receitas, sendo possível o lançamento do tributo. Essa presunção tem respaldo na lei, porém, não se pode provar, por via indireta, o evidente intuito de fraude. Essa prova tem de ser direta, como se pode dar por exemplo, o caso da utilização de documentos inidôneos, ou notas fiscais frias, ou mesmo notas calçadas, ou ainda, contacorrente bancária em nome de II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. 5 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. 6 XAVIER, Alberto. Tipicidade da Tributação, Simulação e Norma Antielisiva, Ed. Dialética, São Paulo, p. 78. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 221 12 interposta pessoa, entre tantos outros. Nessas situações, não existe a necessidade de outro prova da intenção de sonegar, pois a comprovação se dá pela ocorrência do fato irregular e pela utilização dos citados documentos, os quais já fazem a prova necessária da fraude. Ou ainda, como apontado no acórdão 10419.384, também paradigma da presente súmula: O fato de alguém pessoa jurídica não registrar as vendas, no total das notas fiscais na escrituração, pode ser considerado de plano com evidente intuito de fraudar ou sonegara imposto de renda? Obviamente que não. O fato de uma pessoa física receber um rendimento e simplesmente não declarálo é considerado com evidente intuito de fraudar ou sonegar? Claro que não. Ora, se nesta circunstância, ou seja, a simples não declaração não se pode considerar como evidente intuito de sonegar ou fraudar. É evidente que o caso, em questão, é semelhante, já que a presunção legal que o recorrente recebeu um rendimento e deixou de declarálo. Sendo irrelevante, o caso de que somente o fez em virtude da presença da fiscalização. Este fato não tem o condão de descaracterizar o fato ocorrido, qual seja, a de simples omissão de rendimentos. Por que não se pode reconhecer na simples omissão, embora clara a sua tributação, a imposição de multa qualificada? Por uma resposta muito simples, tal como acontece no presente processo. É porque existe a presunção de omissão de rendimentos, por isso, é evidente a tributação, mas não existe a prova da evidente intenção de sonegar ou fraudar, já que nos documentos acostados aos autos inexistem as fraudes. O motivo da falta de tributação é diverso. Pode ter sido equívoco, lapso, negligência, desorganização, etc. Enfim, não há no caso a prova material da evidente intenção de sonegar e/ou fraudar o imposto, ainda que exista a prova da omissão de receita. Se a premissa do fisco fosse verdadeira, ou seja, que a falta de declaração de algum rendimento recebido, através de crédito em conta bancada, pelo contribuinte, daria por si só, margem para a aplicação da multa qualificada, não haveria a hipótese de aplicação da multa de oficio normal, ou seja, deveria ser aplicada a multa qualificada em todas as infrações tributárias, a exemplo de: passivo fictício, saldo credor de caixa, declaração inexata, falta de contabilização de receitas, omissão de rendimentos relative ganho de capital, acréscimo patrimonial a descoberto, rendimento recebido e não declarado, etc. Já ficou decidido por este Conselho de Contribuintes que a multa qualificada somente será passível de aplicação quando se revelar o evidente intuito de fraudar o fisco, devendo ainda, neste caso, ser minuciosamente justificada e comprovada nos autos. Continua o referido acórdão mais adiante: Fl. 221DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 222 13 Quando a lei se reporta a evidente intuito de fraude é óbvio que a palavra intuito não está em lugar de pensamento, pois ninguém conseguirá penetrar no pensamento de seu semelhante. A palavra intuito, pelo contrário, supõe a intenção manifestada exteriormente, já que pelas ações se pode chegar ao pensamento de alguém. Há certas ações que, por si só, já denotam ter o seu autor pretendido proceder desta ou daquela forma para alcançar tal ou qual finalidade. Intuito é, pois, sinônimo de intenção, isto é, aquilo que se deseja, aquilo que se tem em vista, ao agir. No caso em julgamento a ação que levou a autoridade lançadora a entender ter o recorrente agido com fraude está apoiado, equivocadamente, no fato do contribuinte não ter justificado adequadamente os valores que transitaram em sua conta corrente, entendendo que houve declaração falsa, bem como omissão de informações. Ora, o evidente intuito de fraude floresce nos casos típicos de adulteração de comprovantes, adulteração de notas fiscais, conta bancária fictícia, falsidade ideológica, notas calçadas, notas frias, notas paralelas, etc. Não basta que atividade seja ilícita para se aplicar à multa qualificada, deve haver o evidente intuito de fraude, já que a tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. Nesse sentido é importante esclarecer que todos os acórdãos paradigmas são de 2003 e 2004. A questão que subsiste é se após a alteração da Lei nº 9.430/1996 pela Lei nº 11.488/2007, quando a expressão evidente intuito de fraude foi retirada, se subsiste a necessidade de comprovação do intuito de fraudar. No nosso entender a resposta é sim, continua a obrigação de comprovar o intuito de fraude. Conforme apontado o dolo constante do artigo 74 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964 é o dolo penal. Conforme o artigo 18 do Código Penal, crime doloso é ocorre quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo, assim, o dispositivo legal está conforme a teoria da vontade adotada pela lei penal brasileira, isto é, para que o crime se configure, o agente deve conhecer os atos que realiza e a sua significação, além de estar disposto a produzir o resultado deles decorrentes. Assim, a responsabilidade pessoal do agente deve ser demonstrada. É nesse sentido, ainda, a determinação do inciso VII do artigo 149 do Código Tributário Nacional. Ele é assim expresso (os destaques são nossos): Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: Fl. 222DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10530.004137/200783 Acórdão n.º 3801001.817 S3TE01 Fl. 223 14 VII quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; O § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional também se expressa nesse sentido, a saber (destacamos novamente): Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Nesse sentido, mesmo após a alteração da redação da norma subsiste a disposição sumulada. Por isso tenho que mesmo a reiterada conduta da contribuinte não permite a aplicação da multa qualificada e é nisso que divirjo para excluir a multa qualificada. É como voto. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Fl. 223DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/12/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 12/12/2013 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOS O DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente e m 05/12/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES
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