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Numero do processo: 15374.002881/99-27
Turma: Primeira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Apr 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 12/01/1995 a 28/12/1995
ARTIGO 526, IX, DO REGULAMENTO ADUANEIRO
Fere o princípio da reserva legal e da tipicidade a generalidade que se encerra no referido dispositivo. A infração descrita no artigo 526, IX, do Regulamento Aduaneiro é de indefinido conteúdo, o que torna inaplicável para fins tributários.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 3401-002.569
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, negou-se provimento ao recurso de ofício. Os Conselheiros Robson Bayerl e Júlio Ramos votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente.
(assinado digitalmente)
FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte, Angela Sartori.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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A infração descrita no artigo 526, IX, do Regulamento Aduaneiro é de indefinido conteúdo, o que torna inaplicável para fins tributários. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, negouse provimento ao recurso de ofício. Os Conselheiros Robson Bayerl e Júlio Ramos votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. (assinado digitalmente) FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte, Angela Sartori. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 00 28 81 /9 9- 27 Fl. 1516DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Relatório Tratase de Recurso de Ofício interposto em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP), nos termos do art. 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/1972 e Portaria do Ministro da Fazenda nº 03, de 03/01/2008, que julgou procedente a impugnação apresentada pela contribuinte, extinguindo o crédito tributário constituído. A matéria em discussão referese a auto de infração aduaneiro, no qual a contribuinte foi autuada por descumprir requisitos administrativos de contrato de importação, fazendo constar nas declarações de importação relativas ao ano de 1995 que o importador não seria vinculado ao exportador, valendose do Primeiro Método de Valoração Aduaneira. Segundo a fiscalização, a utilização deste método, entre empresas vinculadas, somente é admitido quando o importador demonstra que a vinculação não influenciou o preço, tendo esta conduta induzido o fisco a erro para a avaliação aduaneira dos bens importados. Em razão disso, foi aplicada em desfavor da autuada a multa prevista no art. 526, inciso IX, do Regulamento Aduaneiro. Em sede de impugnação (fls. 51 a 59), a contribuinte alega que o preço de transação é o valor aduaneiro correto para as importações efetivadas, sem que haja qualquer necessidade de adequação a outro método de valoração em razão da vinculação. Sustenta, ainda, que a vinculação efetuada não trouxe qualquer benefício ou vantagem econômica à impugnante ou prejuízo à arrecadação do fisco. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (RJ) deu provimento ao pleito da contribuinte, julgando o lançamento improcedente. O acórdão restou assim ementado (fls. 68 a 74): ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 12/01/1995 a 28/12/1995 CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES Não cabe a aplicação da penalidade prescrita no artigo 526, inciso IX, do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 05 de março de 1985, por não haver correlação entre a infração apontada no auto de infração e o dispositivo considerado como infringido. Lançamento Improcedente Por ser o valor do crédito tributário exonerado superior a R$ 1.000.000,00, os autos foram remetidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para análise de recurso de ofício da Fazenda Nacional, nos termos do art. 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/1972, com redação dada pelo art. 67, da Lei nº 9.532/1997 e pela Portaria do Ministro da Fazenda nº 03, de 03/01/2008. Fl. 1517DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 15374.002881/9927 Acórdão n.º 3401002.569 S3C4T1 Fl. 1.516 3 A Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes manteve o entendimento esposado na primeira instância ao negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs embargos de declaração (fls. 101 a 103), com pedido de reratificação do julgado, sob a alegação de que a decisão de primeira instância foi proferida por pessoa incompetente, que atuou por delegação de competência (Portaria DRJ/RJ nº 7/99), e que, depois da edição da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 13, inciso II, passou a ser descabida a delegação dessa atribuição a outra pessoa que não o titular da DRJ. Em razão disso, os autos foram novamente remetidos a este Conselho, que proferiu acórdão acolhendo os embargos interpostos para anular o processo desde a decisão de primeira instância. Em novo julgamento, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou procedente a impugnação ofertada pela contribuinte, pelo que os autos foram novamente remetidos a este Conselho para apreciação de recurso de ofício, nos termos da legislação aplicável ao caso. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DA ADMISSIBILIDADE O recurso de ofício foi respaldado pelo primeiro órgão julgador no art. 34 do Decreto 70.235/1971, no art. 366 do Regulamento da Previdência Social, combinados com o art. 1º, I, da Portaria MPS 158/2007, abaixo colacionados: DECRETO 70.235, DE 6 DE MARÇO DE 1972. “ Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) II deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada à infração denunciada na formalização da exigência. § 1º O recurso será interposto mediante declaração na própria decisão. § 2° Não sendo interposto o recurso, o servidor que verificar o fato representará à autoridade julgadora, por intermédio de seu chefe imediato, no sentido de que seja observada aquela formalidade.” Fl. 1518DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 DECRETO 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999 – REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. “ Art. 366. O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil recorrerá de ofício sempre que a decisão: (Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). I declarar indevida contribuição ou outra importância apurada pela fiscalização; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). II relevar ou atenuar multa aplicada por infração a dispositivos deste Regulamento. (Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). § 1o No caso de decisão de autoridade delegada, o recurso de ofício será dirigido, por intermédio do delegante, à autoridade competente. (Renumerado com nova pelo Decreto nº 6.032, de 2007) (Revogado pelo Decreto nº 6.224, de 2007). § 2o O Ministro de Estado da Previdência Social poderá estabelecer limite abaixo do qual será dispensada a interposição do recurso de ofício previsto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.032, de 2007) § 2o O recurso de que trata o caput será interposto ao Segundo Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda. (Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). § 3o O Ministro de Estado da Fazenda poderá estabelecer limite abaixo do qual será dispensada a interposição do recurso de ofício previsto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.224, de 2007).” Portaria 158, de 11042007 “Art. 1o Deverá ser interposto recurso de ofício dirigido ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), observado o disposto no art. 2o ,das Decisões e DespachosDecisórios que: I declararem indevida, em valor total (principal, multa e juros) superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), contribuição ou outra importância apurada pela fiscalização;” A interposição de recurso de ofício pelas Turmas de Julgamento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) sofreu modificação, conforme o artigo. 1º da Portaria MF 03/2008: Portaria MF 3, de 3 de janeiro de 2008 DOU de 7.1.2008 Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Fl. 1519DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 15374.002881/9927 Acórdão n.º 3401002.569 S3C4T1 Fl. 1.517 5 Parágrafo único. O valor da exoneração de que trata o caput deverá ser verificado por processo.” A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, artigo 6º; a lei nova (latu sensu) é aplicada aos processos ainda em curso, observandose o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada: DECRETOLEI 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) § 1º Reputase ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) § 2º Consideramse adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo préfixo, ou condição préestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) § 3º Chamase coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) Verifico que o valor apurado inicialmente pelo fisco foi de R$2.655.591,16 (dois milhões, seiscentos e cinquenta e cinco mil, quinhentos e noventa e um reais e dezesseis centavos). Dessa forma, constato que o débito deixou de ser exigido em sua totalidade, portanto, dentro do escopo da legislação que regia o recurso de ofício. Assim, conheço do recurso de ofício, tendo em vista que o débito tributário exonerado à época que deu o seu ensejo foi superior ao limite determinado na Portaria MF 158/2007. DA MANUTENÇÃO DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. Como mencionado no relatório, o processo ora em apreço já foi apreciado pela Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, de acórdão da lavra da Conselheira Márcia Regina Machado Melaré, de quem adoto as razões de decidir, mormente em respeito a composições anteriores que tão bem serviram esse tribunal administrativo. Ora, não há como reformar a decisão a quo, uma vez que o lançamento não poderia persistir em razão de o artigo 326, IX, do Regulamento Aduaneiro contar um “previsão abstrata”, mais comumente conhecida como “norma penal em branco”. A aplicação da penalidade pressupõe a especificação, por parte da norma geral, de modelo de conduta passível de punição. Sem que haja esta especificação, a regra tornarseá genérica, a ser aplicada discricionariamente, o que fere o princípio da reserva legal. De fato, não há como se capitular a infração descrita no Auto de Infração de fls. na disposição constante do artigo 526, IX, do RA. Fl. 1520DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 6 O citado dispositivo não é capaz de tipificar, como exige a lei tributária, a suposta infração, pois contém hipótese de conduta passível de interpretação maleável, a critério fiscal. E, os tipos tributários nos seus contornos essenciais não pode ser criados pelo costume ou por regulamentos, mas apenas por lei. Para que a norma sancionatória tributária seja passível de aplicação necessário é que ela traga, em seu bojo, os elementos essenciais do tipo, pois é vedado ao aplicador do direito eleger, de forma unilateral e arbitrária, fatos tributáveis. Nesse diapasão, especial destaque merece o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, proferido no Ag n. 1.160.816, de lavra do Ministro Mauro Campbell Marques. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. GUIA DE IMPORTAÇÃO. DESCRIÇÃO EQUIVOCADA DO PAÍS DE ORIGEM. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. DECISÃO Em exame agravo de instrumento interposto pela Fazenda Nacional contra decisão que inadmitiu recurso especial intentado contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional da 3ª Região, assim ementado: ADMINISTRATIVO. IMPORTAÇÃO. ERRO NA INDICAÇÃO DO PAÍS DE ORIGEM. MULTA. ART. 526, IX, DO REGULAMENTO ADUANEIRO. INCABÍVEL. MERA IRREGULARIDADE Discutese o direito à exoneração da multa, imposta com base no artigo 526 do Regulamento Aduaneiro, tendo como fundamento a irregularidade na indicação do país de origem dos produtos importados. Ao tempo da importação (09/11/1990) ainda não havia sido expedida a Portaria DECEX nº 8, de 13 de maio de 1991, que autoriza seja a Declaração de Importação retificada, antes de promovido o desembaraço aduaneiro. A norma em questão veio consolidar os inúmeros julgados relativos à matéria. O inciso IX do artigo 526 quando descreve a conduta de “descumprir outros requisitos de controle de importação, constantes ou não da Guia de Importação ou de documentos equivalente, não compreendidos nos incisos IV a VIII ...”, não tipifica a conduta ou o fato que autorizaria a imposição da multa, deixando ao administrador uma margem de subjetividade que não se compatibiliza com o princípio da legalidade. Nesse sentido já vem se posicionando o Conselho de Contribuintes e a Câmara Superior de Recursos Fiscais tendo decidido que “não cabe a aplicação da multa prevista no item IX, do artigo 526 do Regulamento Aduaneiro, por falta de tipicidade da mesma” e, ainda. “.... a divergência entre a origem e fabricação, entre o verificado na conferência física e o constante da LI, não constitui infração ao controle das importações prevista no artigo 526, inciso IX do RA . Nada obsta que a (in Nota 5 e 6 ao item IX do artigo 526, do Regulamento Aduaneiro Anotado com textos legais transcritos, Paulo César Alves Rocha, Aduaneiras, 5ª Edição) Administração, quando detectado o erro, determine seja feita a sua retificação, oportunidade em que poderá aferir a regularidade dos demais atos, inclusive em relação ao pagamento de impostos e, aí também, informar ao CACEX, para que esse órgão possa retificar os seus dados Fl. 1521DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 15374.002881/9927 Acórdão n.º 3401002.569 S3C4T1 Fl. 1.518 7 estatísticos, preservando o controle das atividades de comércio exterior. Mesmo tendo sido apurada a irregularidade na indicação incorreta do país de origem das mercadorias importadas a impetrada não demonstrou que esse fato teria alterado outros dados da importação, no sentido de fraudar a tributação, não incorrendo, como conseqüência, qualquer tipo de lesão ao erário. No apelo nobre, interposto com fundamento no art. 105, III, alínea a, do permissivo constitucional, apontase ofensa ao art. 167, inciso III, da Lei nº 37/66 e art. 526, inciso IX, do Decreto nº 91.030/85. Requer, em síntese, que o erro na indicação do país de origem na declaração de importação enseje a aplicação de multa. É o relatório. Passo a decidir. Agravo de instrumento conhecido, pois presente os requisitos para tanto. Entretanto, o mesmo destino não pode ser dado ao especial. A pretensão recursal não merece prosperar. O TRF da 3ª Região consignou expressamente que: Assim, nada obsta que a Administração, quando detectado o erro, determine seja feita a sua retificação, oportunidade em que poderá aferir a regularidade dos demais atos, inclusive em relação ao pagamento de impostos e, aí também, informar ao CACEX, para que esse órgão possa retificar nos seus dados estatísticos, preservando o controle das atividades de comércio exterior. Consignese, ainda que, mesmo tendo sido apurada a irregularidade na indicação incorreta do país de origem das mercadorias importadas, a União Federal não demonstrou que esse fato teria alterado outros dados da importação, no sentido de fraudar a tributação, não incorrendo, como conseqüência, qualquer tipo de lesão ao erário. Como se infere, a Corte de origem entendeu que a recorrente não demonstrou que a irregularidade teria ocasionado qualquer lesão ao erário. Conforme orientação das Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte, "mero erro de preenchimento na guia de importação constitui simples irregularidade, sendo inaplicável ao caso a multa do art. 169, III, do Decretolei 37/66, alterado pela Lei 6.562/78" . No mesmo sentido, destacamse: "ADUANEIRO IMPORTAÇÃO DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO ERRO NA INDICAÇÃO DO PAÍS DE ORIGEM RETIFICAÇÃO ADI (AgRg no REsp 279.102/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 18.3.2002) TIVO MULTA NÃOINCIDÊNCIA DL N. 37/69, ART. 169. Se o importador retifica espontaneamente a guia de importação, para corrigir a indicação do país de origem, não é lícito aplicarlhe multa, nem apreenderlhe a mercadoria. Alcance do Preceito contido no Art. 169 do DL 37/66." Referida decisão da a noção da questão e sobreleva a imperiosa necessidade de observância das garantias asseguradas ao contribuinte, consagradas nos princípios tributários da tipicidade e da legalidade. Fl. 1522DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 8 CONCLUSÃO Pelo exposto, conheço do recurso de ofício para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Fernando Marques Cleto Duarte Relator Fl. 1523DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 10831.012478/2001-42
Turma: Primeira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 10/02/1995 a 17/08/1995
DRAWBACK. INADIMPLEMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES.
Somente serão aceitos para comprovação do regime especial de drawback - modalidade suspensão, Registros de Exportação devidamente vinculados ao respectivo Ato Concessório e que contenham todas as informações de que se referem à operação de drawback.
O descumprimento das condições estabelecidas na legislação de regência do regime aduaneiro especial de drawback enseja a cobrança de tributos concernentes às mercadorias importadas com desoneração tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3101-001.445
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Roberto Domingo (Relator), Valdete Aparecida Marinheiro e Vanessa Albuquerque Valente, que davam provimento parcial para manter o lançamento apenas em relação ao Registro de Exportação efetivado por terceiro. Designado o Conselheiro Waldir Navarro Bezerra para redigir o voto vencedor.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Luiz Roberto Domingo - Relator.
WALDIR NAVARRO BEZERRA - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
Matéria: II/IE/IPIV - ação fiscal - insufiência apuração/recolhimento
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Roberto Domingo (Relator), Valdete Aparecida Marinheiro e Vanessa Albuquerque Valente, que davam provimento parcial para manter o lançamento apenas em relação ao Registro de Exportação efetivado por terceiro. Designado o Conselheiro Waldir Navarro Bezerra para redigir o voto vencedor. Henrique Pinheiro Torres - Presidente. Luiz Roberto Domingo - Relator. WALDIR NAVARRO BEZERRA - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
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INADIMPLEMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES. Somente serão aceitos para comprovação do regime especial de drawback modalidade suspensão, Registros de Exportação devidamente vinculados ao respectivo Ato Concessório e que contenham todas as informações de que se referem à operação de drawback. O descumprimento das condições estabelecidas na legislação de regência do regime aduaneiro especial de drawback enseja a cobrança de tributos concernentes às mercadorias importadas com desoneração tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Roberto Domingo (Relator), Valdete Aparecida Marinheiro e Vanessa Albuquerque Valente, que davam provimento parcial para manter o lançamento apenas em relação ao Registro de Exportação efetivado por terceiro. Designado o Conselheiro Waldir Navarro Bezerra para redigir o voto vencedor. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Luiz Roberto Domingo Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 1. 01 24 78 /2 00 1- 42 Fl. 2198DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 WALDIR NAVARRO BEZERRA Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente). Relatório Adoto relatório da decisão proferida pela DRJ (fls.579/609) por bem narrar os fatos e atos e atos até aquele momento processual, abaixo transcrito: “Contra o sujeito passivo de que trata o presente processo foram lavrados autos de infração do Imposto de Importação, fls. 04/74, e do Imposto sobre Produtos Industrializados vinculado à importação, fls. 75/137, para formalização e cobrança dos créditos tributários neles estipulados, respectivamente, nos valores de R$ 371.252,28 e R$ 212.543,63, incluídos a multa de ofício e os juros de mora, em decorrência da glosa de todos os Registros de Exportação – RE apresentados como comprobatórios do adimplemento do Regime Aduaneiro de Drawback “Genérico”, na modalidade suspensão, concedido à interessada através do Ato Concessório nº 005295/0100, de 27/01/1995. 2. Por meio do “Termo de Verificação Fiscal e de Descrição dos Fatos”, fls. 192/209, que é parte integrante dos autos de infração, após expender várias considerações acerca do regime de Drawback (sua base legal, definição, natureza jurídica, finalidade e princípios informadores) e apresentar as normas gerais de natureza tributária (reconhecimento de isenção/redução do II, homologação do lançamento, denúncia espontânea, decadência, etc.) que serviram de fundamento para a autuação, a autoridade fiscal destaca as infrações constatadas relativas ao Ato Concessório acima citado, conforme exposto a seguir: 2.1. Não enquadramento das exportações no código próprio de Drawback – Afirma a fiscalização que “as operações de exportação foram enquadradas no código de operação 80000 – EXPORTAÇÃO NORMAL”, diferentemente do código 81102, que é o código de operação apropriado para a operação de “Drawback Suspensão Genérico”; Falta de vinculação do documento de exportação ao Ato Concessório – De acordo com a fiscalização, em todos os Registros de Exportação utilizados para fins de comprovação do adimplemento do regime de Drawback não foi feita qualquer vinculação ao Ato Concessório no campo “2”, “f”, ou em qualquer outro campo do documento de exportação. 3. Ressalta ainda o agente autuante que: 3.1. o registro de exportação – RE nº 95/0952537001 (DDE 1950755390/8) não pertence à autuada, embora tenha sido informado no Relatório de Comprovação do regime; 3.2. mesmo não havendo sido apresentada pelo sujeito passivo cópia da DI nº 511.377, registrada em 16/08/1995, foi procedido de ofício o lançamento dos tributos com base nas informações constantes do Relatório de Comprovação de Drawback (valor CIF US$ 459,03 e classificação fiscal NBM 8485.90.0100); 3.3. em função da omissão no Relatório de Comprovação da adição nº 09 da DI nº 503.374, com registro em 13/03/1995, foi realizada a sua inclusão no Fl. 2199DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.193 3 lançamento, tendo em vista a informação constante na referida declaração de que a importação do insumo descrito na adição nº 09 estava amparada pelo Ato Concessório nº 005295/0100, de 27/01/1995; 4. Neste mesmo Termo de Verificação Fiscal, às fls. 200, o agente autuante esclarece que não foi realizada auditoria de produção na empresa, tendo o procedimento fiscal abrangido apenas o que diz respeito à vinculação formal dos documentos de exportação com o Ato Concessório em questão e ao enquadramento da operação no SISCOMEX no código próprio para identificação de uma operação de “Drawback Genérico”, na modalidade suspensão, além da confrontação das datas de registro das DI’s e dos documentos de exportação – RE’s. 5. Com esteio no art. 325 do Decreto nº 91.030/85 (Regulamento Aduaneiro vigente á época dos fatos), concluiu a fiscalização que os RE’s constantes do “Relatório de Comprovação de Drawback” apresentado à CACEX em 09/07/1996 (fls. 214/219) não atendem aos requisitos necessários para constituírem prova do cumprimento das exportações pactuadas no Ato Concessório nº 0052 95/0100, cabendo, assim, a exigência dos impostos incidentes nas importações dos insumos. 6. Cientificada dos lançamentos do II e do IPI em 20/12/2001 (fls. 04 e 75), a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 1934/1943, em 14/01/2002, acompanhada dos documentos de fls. 1944/1973, oportunidade em que, após tecer um breve histórico de sua atuação como empresa industrial no País e de fatos relacionados com a presente autuação, expõe suas razões de defesa, as quais podem ser assim resumidas: 6.1. o ato concessório nº 005295/0100, de 27/01/1995, foi emitido para amparar operações de importação sob o regime de Drawback, em “uma forma genérica”, com suspensão dos tributos, situação esta somente concedida a importadores habituais e reconhecidamente idôneos, tanto é que os valores nele compromissados foram rigorosamente cumpridos, podendo o resultado ser facilmente verificado, inclusive pela análise da documentação apresentada à CACEX, não havendo, portanto, qualquer possibilidade de aplicação de penalidades; 6.2. para “tentar aplicar penalidades”, o agente fiscal se baseou unicamente no fato de “poder ter ocorrido falha formal na emissão dos Registros de Exportação RE”, em virtude de não ter sido citado no documento o número do ato concessório; 6.3. tal entendimento adotado pela fiscalização não tem cabimento, uma vez que todos os documentos, tanto os relacionados com a importação como aqueles referentes à exportação, foram apresentados à CACEX e minuciosamente analisados e achados perfeitos para os devidos fins, resultando no encerramento do processo em 09/07/1996, com a emissão, por aquele órgão, do Relatório de Comprovação de Drawback; 6.4. através dos lançamentos contábeis, dos documentos fiscais emitidos e de fechamentos de câmbio, além de outros documentos constantes da contabilidade da impugnante, poderá se verificar que em todos os RE’s foram informados os dados necessários à comprovação do regime, tendo sido apresentada à fiscalização a maior parte destes documentos, sendo que o restante encontrase à disposição das autoridades fiscais; Fl. 2200DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 6.5. quanto ao RE nº 95/0952537001 mencionado na autuação, a impugnante se compromete a trazer aos autos documentos fiscais e contábeis que comprovam que a exportação do produto ali discriminado foi por ela realizada; 6.6 apresenta cópia da Declaração de Importação nº 511.377/95; 6.7. posteriormente trará esclarecimentos necessários acerca da DI nº 503.374/95, adição nº 09, citada pela fiscalização e não incluída no Relatório de Comprovação do regime; 6.8. não houve qualquer dano ao Erário; 6.9. o Banco do Brasil S/A, por meio do Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), é o órgão delegado para efetuar a concessão, acompanhamento, análise dos documentos apresentados para fins de comprovação das obrigações firmadas nos atos concessórios do regime, inclusive para baixa e arquivamento do processo de Drawback, conforme art. 2º da Portaria SECEX nº 4/97, não podendo suas decisões ser questionadas pela fiscalização aduaneira; 6.10. a Fazenda não poderia ter efetuado o lançamento do II e IPI objeto dos autos, tendo em vista que os referidos valores estão relacionados com importações realizadas entre 1994 e 1995, já tendo sido atingidos pela decadência, nos termos do artigo 173, inciso I, do CTN; 7. Ao final de sua defesa, a impugnante requer o cancelamento dos autos de infração do II e IPI, protestando pela produção de provas por todos os meios em direito admitidos, notadamente provas documentais, além da oitiva de seu procurador legalmente constituído para esclarecimentos de eventuais dúvidas que porventura possam surgir. 8. Acrescentese que, por força do disposto na Portaria SRF n° 956, de 08/04/2005, DOU de 12/04/2005, a competência para julgamento do presente processo foi transferida da DRJ São Paulo II para esta DRJ/Fortaleza” Inconformada com a decisão proferida em primeira instância, da qual foi intimada em 03/01/2006, interpôs tempestivo Recurso Voluntário em 25/01/2006, no qual alega que: a) são reiterados os argumentos da impugnação, e afirma que pela aplicação do art.173, I do CTN a Fazenda não pode constituir como crédito tributário os valores relativos ao Imposto de Importação e Imposto sobre produtos industrializados apurados em importações realizadas em 1995; b) o prazo decadencial tem início no primeiro dia útil do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (registro da declaração de importação), quando os impostos devidos são obrigatoriamente recolhidos ou suspensos no caso das importações em regime aduaneiro do drawback; c) o DrawbackSuspensão, apesar de ter sido cumprido integralmente, conforme Relatório de Comprovação n° 5296/2386, de 09/07/1996, expedido pela Carteira de Comércio Exterior – CACEX foi desconsiderado, e não atesta o cumprimento do drawback, no entanto, pretende o Fisco considerar a data da expedição do referido documento, como termo inicial para contagem do prazo decadencial; Fl. 2201DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.194 5 d) o simples fato de não ter sido mencionado o número do Ato Concessório do Drawback no Registro de Exportação constitui apenas erro formal, que não descaracteriza a exportação realizada; e) deve ser realizada uma auditoria de produção nos livros e documentos da recorrente, de modo a ser esclarecido que foi devidamente cumprida a exportação nos termos avençados no Ato Concessório, entendimento acatado inclusive por dois julgadores de primeira instância; f) o uso do número de CNPJ de filial no Registro de Exportação em nada descaracteriza a exportação realizada, pois, o regime do drawback é concedido a empresa como um todo, sede e filiais; Em seu pedido requer seja reformada a decisão proferida, determinado por conseqüência o cancelamento do procedimento fiscal dando como totalmente improcedente a autuação. O julgamento foi convertido em diligência à Secex para que se pronunciasse acerca da comprovação do DRAWBACK com base nos registros de exportação acostados aos autos, nas apurações levadas a efeito pela fiscalização e em vista de que a recorrente alega em sua defesa, sendo que a resposta foi de que o ato concessório teve sua baixa parcial em 30/01/1996. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Luiz Roberto Domingo Relator Conheço do Recurso por atender aos requisitos de admissibilidade. Verificada a insuficiência da diligência, passo a analisar as razões de recurso, inicialmente pela preliminares. Quanto à alegação de decadência, a par de minha opinião pessoal, a questão nos casos de descumprimento de DRAWBACK já foi pacificado pela CSRF, No Acórdão n° 930300.147, de 11 de agosto de 2009, cujo voto condutor foi do Ilustre Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, colho os fundamentos da aplicação do regime jurídico da decadência com base no art. 173, inciso I: “A primeira questão que se apresenta a debate diz respeito à decadência para lançamento do crédito tributário quando o sujeito passivo encontrase ao abrigo de regime aduaneiro especial em que o lançamento fiscal não pode ser feito enquanto durar o RAE. Aqui, não se pode falar em homologação de pagamentos ou de atos preparatórios efetuados pelo sujeito passivo, pois, na vigência do regime, não há lançamento ou atos preparatórios a serem praticados. Desta feita, o § 4° do art. 150 não se aplica ao caso em discussão, o qual é regido pelo disposto no inciso I do Fl. 2202DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 artigo 173 do CTN, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado. De outro lado, temse que, nas hipóteses de drawback, modalidade suspensão, o lançamento não pode ser efetuado na data da importação vinculada ao ato concessório, em virtude da suspensão, mas, tãosomente, a partir do momento em que se encerra o regime, posto que, até essa data, o sujeito passivo poderia adimplir as condições, e, com isso, resolver a pertinente obrigação tributária. Já no caso de drawback isenção, o prazo da Fazenda tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao do registro da Declaração de Importação. Assim, como os registros das declarações de importação ocorreram nos dias 29 (DIs n° 9703433456, 9703432719 e 9703433170) e 30 de abril (DIs n° 9703486827, 9703487130 e 9703492070) e 2 de maio de 1997 (Dl n° 9703506500), fl. 293, o termo inicial da decadência é 1° de janeiro de 1998 e o final, 1° de janeiro de 2003. Compulsandose os autos, verificase que a ciência do lançamento foi dada em 20 de dezembro de 2002, portanto, antes de exaurido o prazo decadencial. Esclareçase, por oportuno, que a exigência do tributo ora em comento refere se a fatos geradores ocorridos quando da entrada no território aduaneiro das mercadorias estrangeiras acobertadas pelas DIs listadas no parágrafo precedente, que foram registradas nas datas anotadas linhas acima. As importações foram realizadas sob o regime de drawback, modalidade isenção. Não se está aqui tratando das importações de mercadorias desembaraçadas com pagamentos de tributos e que, supostamente, foram utilizadas na fabricação de produtos que vieram a ser exportados pela reclamante, e, por conseguinte, habilitaram a reclamante a pleitear o ato concessório do aludido drawback isenção. Assim, não se pode pretender, como o fez a reclamante, que o termo inicial da decadência seja contado da data do registro das Dls das mercadorias desembaraçadas com tributação normal, posto que os tributos que se está exigindo nestes autos não são os incidentes nessas importações mais remotas (realizadas com pagamento dos impostos aduaneiros), mas sim, nas mais recentes (desembaraçadas com isenção). Inobstante, o STJ já pacificou o entendimento acerca da contagem do prazo decadencial, quando o contribuinte não antecipa o pagamento, como é o caso: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Fl. 2203DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.195 7 julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) e EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. INADIMPLEMENTO DO REGIME DE DRAWBACK, MODALIDADE SUSPENSÃO. DESNECESSIDADE DE Fl. 2204DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 8 LANÇAMENTO. NÃOOCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA. OMISSÃO QUANTO À PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REJEIÇÃO DOS EMBARGOS. 1. Não há omissão deste Tribunal Superior quanto à verificação da ocorrência de prescrição para a cobrança do crédito tributário se, ao interpor o recurso especial, o contribuinte limitase a indicar violação e interpretação divergente do art. 173, I, do CTN (que estabelece o prazo decadencial para a Fazenda Pública constituir o crédito), requerendo, ao final, o conhecimento e provimento do recurso "a fim de que seja reconhecida a decadência". 2. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 658.404/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 13/03/2006, p. 198) Diante do exposto, verifico que os fatos geradores objeto do lançamento não foram alcançados pela decadência, motivo pelo qual rejeito a preliminar. Quanto a alegação de incompetência da Receita Federal para fiscalizar o cumprimento do drawback, também já foi pacificada na CSRF, em diversos julgamentos, conforme segue: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 04/02/1991 a 01/08/1991 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. REGIME ESPECIAL DE DRAWBACK. COMPETÊNCIA PARA FISCALIZAÇÃO. É da SRF a competência legal para verificação do cumprimento dos requisitos previstos no ato concessório do benefício de drawback em complemento às meras análises documentais empreendidas inicialmente pela SECEX. Recurso Especial do Procurador Provido. (Acórdão CSRF nº 9303002.116, de 13/09/2012) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 12/02/1992, 21/02/1992, 13/04/1992 DRAWBACK SUSPENSÃO. FISCALIZAÇÃO. COMPETÊNCIA DA RECEITA FEDERAL. A Secretaria da Receita Federal tem competência para fiscalizar o cumprimento dos requisitos inerentes ao regime de drawback, ai compreendidos o lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento de beneficio, e a verificação, a qualquer tempo, da regular observação, pela importadora, das condições fixadas na legislação pertinente. Fl. 2205DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.196 9 (Acórdão nº 930301.248, de 06/12/2010) Desta forma, também rejeito essa preliminar. No mérito, entendo que cabe razão à Recorrente, à exceção do RE que comprova exportação realizada por pessoa estranha ao Ato Concessório, isso porque faltou ou regramento para especificar as informações a serem apresentadas no documento de exportação, seja porque a Receita não poderia desconsiderar o benefício apenas por descumprimento de requisito formal, haja vista que o Drawback não se coaduna com os rígidos requisitos tributário, se e quando os princípios de desenvolvimento econômico e incremento das divisas foram alcançados. Dentre os princípios constitucionais que fundam a República Federativa do Brasil um Estado Democrático de Direito, o da soberania nacional é o primeiro que sobressai na Constituição Federal: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituise em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I a soberania; II a cidadania; III a dignidade da pessoa humana; IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Soberania é conceito que vem se desenvolvendo desde o século XVII e comporta algumas acepções a depender da perspectiva de análise, seja ela jurídica, sociológia ou política. MIGUEL REALE cofere à soberania a seguinte noção genérica ou Política (teoria Política), como define: “Soberania é o poder que tem uma Nação de organizarse livremente e de fazer valer dentro de su território a universalidade de suas decisões para a realização do bem comum.” “Analisemos a definição dada. Ela pode ser desdobrada da seguinte maneira: Soberania é o poder que possui uma sociedade historicamente integralizada como Nação de se constituir em Estado independente, pondose como pessoa jurídica; Soberania é o poder de uma Nação juridicamente constituída, é o poder da pessoa jurídica estatal na forma do ordenamento Fl. 2206DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 10 jurídico objetivo que se concretiza como expressão do máximo grau de positividade; (é a apreciação técnicojurídica). Soberania é o meio indispensável à realização do bem comum em toda convivência nacional; (é a expressão éticopolítica).1 Assim, o tripé da base social povoterritórioNação2 é que organiza o Estado, fazendo emergir o poder soberano para controle e defesa do território e administração da sociedade, por meio da coercitividade da lei. Tratase de poder que emana do povo e que em nome dele deve ser exercido. Desta forma o princípio constitucional da soberania tem como escopo não só uma manifestação aos demais Estados que se trata de uma comunidade juridicamente organizada (autocontrole social), o que os internacionalistas classificam como independência, como também, sob uma perspectiva interna, o poder político de comando em determinado território, o monopólio de edição do direito positivo pelo Estado e da coercitividade legítima3. Tratrase, portanto, de um princípio cujo exercício busca realizar os princípios do Estado republicano que, no campo da economia, visa construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional e erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. No campo desenvolvimento do econômico nacional, privilegiado pelos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, a Constituição Federal ratifica a relevância do princípio da soberania nacional: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I soberania nacional; Notese que ao inserir o pricípio da soberania nacional no capítulo da Ordem Econômica e Financeira, o constituinte estabelece a defesa econômica da sociedade, indicando que haverá como pressuposto do direito positivo e da ação do Estado a proteção da economia nacional. Não se trata de um princípio absoluto que busca o trancamento de fronteiras, a economia fechada ou a negativa do capital internacional, mas uma ponderação acerca dos efeitos econômicos internos decorrentes das relações econômicas internacionais que se estabeleçam. Caberá ao Estado racionalizar as escolhas econômicas internas e externas a fim de assegurar o desenvolvimento econômico e social. 1 Reale, Miguel. Teoria do Direito e do Estado. 3ª Ed. Livraria Martins Editora, Belo Horizonte, 1972, p. 131. 2 Canotilho explica ainda que: “A Revolução Francesa transporta dimensões completamente novas quanto ao tema que nos ocupa. Referimonos às ideias de poder constituinte e de assembleia constituinte. Surge agora com centralidade política a nação, titular do poder constituinte. A nação não se reconduz à ideia de sociedade civil inglesa. Ela passa a deter um poder constituinte que se permite querer e criar uma nova ordem política e social, prescritivamente dirigida ao futuro mas, simultaneamente, de ruptura com o “ancien regime”. No pensamento e prática da França revolucionária a imagem e representação do poder vigorosamente expressa pelo abade E. Sieyés é esta: o poder constituinte tem um titular – la Nation – e caracterizase por ser um poder originário, autônomo e omnipotente. Um constitucionalista francês do século passado resumia bem a concepção criacionista da Revolução: “a constituição é um acto imperativo da nação, tirado do nada e organizando a hierarquia de poderes” “[Referimonos a Emil Boutmy, Études de droit constitutionnel, France, Angleterre, ÉtatsUnis, 1885, 3ª Ed., Plon, p. 241]”. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 4ª Ed., Livraria Almedina, 2000, p. 71 e nota 11 3 Canotilho, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição 4ª Ed., Livraria Almedina, 2000, p. 90. Fl. 2207DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.197 11 Nesse diapasão que se insere a outorga da competência de fiscalização do transito de bens pelas fronteiras nacionais a competência aduaneira, disciplinada pelo art. 237 da Constituição: “Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.” Dentro da estrutura jurídica e institucional do Poder Executivo e do Ministério da Fazenda, a competência de fiscalização e controle aduaneiro foi atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil4. Ainda que a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior sejam essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, a competência da Receita Federal não está limitada a esse escopo. No âmbito da competência aduaneira encontramse interesses que suplantam o suprimento do erário e alcançam o enorme leque de relações albergadas pelo princípio da soberania nacional econômica: a proteção da indústria, do comércio, das finanças nacionais, incumbências relativas à segurança ambiental e social, em fim, todas as ações necessárias a dar efetividade ao princípios Republicanos. A efetividade prática do princípio da soberania nacional dáse pelo exercício do Poder de Pólícia, como forma de assegurar o exercício dos direitos individuais na medida em que se harmonizem com o interesse público. Essa a função de hamonização, aliás, é primária do Estado que se inicia pela edificação do direito positivo, sua execução e controle jurisdicional. Celso Antônio Bandeira de Mello explica que “é necessário que o uso da liberdade e da propriedade estejam entrosados com a utilidade coletiva, de tal modo que não impliquem uma barreira capaz de obstar à realização dos objetivos públicos”5. Assim, o poder de polícia é a atividade estatal de disciplinar e controlar a liberdade e a propriedade adequando as ao interesse público. Para o autor, o poder de polícia comporta duas acepções: (i) uma ampla, que engloba desde a edição de normas jurídicas até atos administrativos individuais e concretos do Poder Executivo, ou seja, o “complexo de medidas do Estado que delineia a esfera jurídica, tutelada da liberdade e da propriedade dos cidadãos”; e, (ii) outra restrita, que comporta apenas as “intervenções, quer gerais e abstratas, como os regulamentos, quer concretas e específicas (tais como as autorizações, as licenças, as injunções) do Poder Executivo. Essa atividade tem como fim eveitar que o exercício da liberdade e da propriedade seja nocivos à coletividade, de modo que pelo Poder de Polícia a administração não pretende que o cidadão tome determinada ação ou pague determinada quantia, pretende um não fazer do particular que poderá provocar um ônus ou dano ao coletivo: Como diz BANDEIRA DE MELO, “uma vez que o Poder de Polícia se caracteriza pela imposição de abstenções aos particulares não há como confundílo com as manifestações da Administração que contrariamente, impõem prestações positivas aos 4 A Lei nº 10.683/2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências, prevê as competências do Ministério da Fazenda de forma isolada no art. 27, inciso XII, na qual se insere a fiscalização e controle do comércio exterior, alínea “g”. O Decreto n° 7.386/2010, dispõe em seu art. 14, inciso I, que “À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete: I planejar, coordenar, supervisionar, executar, controlar e avaliar as atividades de administração tributária federal e aduaneira, inclusive as relativas ...” 5 Bandeira de Mello, Celso Antônio. Elementos de Direito Administrativo. RT, São Paulo, 1986, p. 164. Fl. 2208DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 12 administrados, sujeitandoos a obrigações de dar, como na requisições de bens, ou de fazer, como nas requisições de serviços. Em umas e outras o Poder Público impõe ao particular um deve de agir, ao passo que através da Polícia Administrativa exigirse uma inação, um non facere.” Deste modo, o Poder de Polícia objetiva que o administrado deixe de praticar determinada atividade ou a pratique de modo a atender o interesse público. O modal deôntico da norma jurídica será sempre não permitido, o que se contrapõe à relação jurídica tributária cujo núcleo contempla, no mais das vezes, modal deôntico “obrigatório” (obrigação de dar, em relação à obrigação principal, e obrigação de fazer, em relação às obrigações acessórias). Cabe a ressalva, no entanto, que muitas determinações que impõem condutas ou providências do administrado, por exemplo a obrigação de apresentar documentos, certidões e autorizações, prestar informações e/ou manter bens em condições mínimas de regularidade, podem ser confundidas com obrigações de fazer, mas se tratam de atos que viabilizam o exercício do Poder de Polícia, ou seja, a administração somente pode exercer o poder de polícia mediante determinada ação dos administrados. A Atividade Aduaneira congrega exatamente essa característica: tratase do exercício do poder de polícia que visa coibir a liberdade plena de comércio exterior em prol da organização interna da sociedade. Busca a Aduana fiscalizar e controlar os diversos “não fazeres” que a legislação impõe ao administrado. Desta forma, diferentemente da administração tributária que visa o cumprimento da obrigação de dar objeto da relação jurídica tributária , a administração aduaneira visa o cumprimento das restrições objetivas impostas ao administrado. Notese que os pressupostos jurídicos e ontológicos do exercício da competência administrativa aduaneira definem um regime jurídico completamente diferente do regime jurídico tributário. Enquanto na aduaneira o Estado busca a proteção do mercado nacional, proteção das fronteiras com o controle do fluxo das transações comerciais internacionais, e a administração das zonas aduaneiras, na tributária o busca a arrecadação de tributos, suprir o erário de os recursos decorrentes das relações jurídicas de direito privado de cunho econômico e hipoteticamente previstas nas normas jurídicas tributárias. Mesmo que a arrecadação seja uma razão de ser da atividade aduaneira (conforme preleciona o art. 237 da CF), esta não pode e não deve ser colocada de forma exclusiva, ainda mais que no âmbito da proteção do mercado nacional muitas vezes é imperativo que não ocorra a tributação no ingresso de bens. José Lence Carluci6 ensina que: “Todo Estado pratica uma função aduaneira, que se traduz em uma política aduaneira de conteúdo normativo e de atos de administração redundando em fatos que interferem na atividade econômica e social de uma nação. Esta atividade aduaneira resulta de uma decisão deliberada do poder político de intervir, através de medidas de natureza econômicojurídicas em dois segmentos da economia: 1) nas relações internacionais do Estado relativamente a importação, exportação, trânsito, transportes e competição nos mercados externos; 2) nas relações econômicas internas, de circulação de bens de capital e de consumo, de estabilidade social, de vigilância de fronteiras, de arrecadação tributária e de poder de polícia, com 6 Carluci, José Lence. Uma Introdução ao Direito Aduaneiro. Aduaneiras, São Paulo, 2001, pág. 31/32. Fl. 2209DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.198 13 a função de vigiar e gerir este conjunto de atividades. A Aduana é um órgão de assessoramento e de execução dessa política, que, às vezes, se cumpre atribuindo a outros serviços, competências que lhe são próprias. Integra o conjunto de entidades estatais que atuam sobre a economia interna e externa do país. A atividade aduaneira não é restrita apenas a funções de vigilância e arrecadação, porém, compreende um serviço público com grande diversificação em suas funções e com grande complexidade de atribuições que vão desde a fiscalização da classificação tarifária das mercadorias até das suas condições sanitárias; desde a vigilância do tráfico de mercadorias, até a do destino dos produtos nacionais, desde a arrecadação dos tributos, até a de julgar e sancionar a violação de suas normas. Estão compreendidas nesta atividade aduaneira estatal a fixação da tarifa (gravames), atividade nitidamente financeira, a regularização pertinente, através de normas jurídicas, e a execução destas normas, através de atos administrativos e jurisdicionais.” Por conta disso é que entendo que a atividade aduaneira inclui a atividade tributária, mas a tributária não inclui a aduaneira. E é nesse sentido que o voto vencido do Ilustre Julgador Luiz Carlos Maia Cerqueira vem ao encontro de minhas razões de decidir: A VINCULAÇÃO EXPORTAÇÃOIMPORTAÇÃO E A DILIGÊNCIA SUSCITADA PARA REALIZAÇÃO DE AUDITORIA DE PRODUÇÃO EM BUSCA DA VERDADE MATERIAL. 3. Em se tratando a presente lide de exigência de crédito tributário decorrente de desconsideração do regime aduaneiro especial de drawback genérico, na modalidade suspensão, principalmente, em virtude de supostas infrações, ora denominadas como "Não enquadramento das exportações no código próprio de Drawback", ou seja, pelo fato de não constar nos registros de exportação o código especifico do referido regime, e "Falta de vinculação do documento de exportação ao Ato Concessório", ou seja, por não constar nos registros de exportação o número do respectivo ato concessório, venho aqui expressar o entendimento que tenho adotado em situações similares. 4. Entendo que, independentemente dos dados que formalmente o exportador venha a informar nos registros de exportação, para fins de se admitir como procedente a glosa dos mesmos, desconsideração do regime, e conseqüente exigência dos tributos suspensos e acréscimos legais, deverá se levar em conta a verdade material. 5. Tornando mais objetivo o raciocínio, transcrevo conforme a seguir, parte do meu entendimento já expressado em julgamentos anteriores: (...) Cumpre destacar que, ao tratarmos de situações fáticas ocorridas em épocas passadas, talvez a única forma para se elucidar a verdade material seja através da constatação documental, porém, o que vier a ser ali constatado se configurará uma presunção júris tantum, ou seja, uma presunção relativa ou condicional, e que, embora estabelecida pelo Direito como verdadeira, admite prova em contrário. Com efeito, embora o registro de exportação seja um elemento capaz de demonstrar, ainda que de ‘forma documental, a vinculação entre o produto objeto de exportação Fl. 2210DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 14 e os insumos importados relativos ao ato concessório, ele não é o único elemento de prova admitido. Não há norma que estabeleça que a prova da vinculação ficará restrita informações constantes no registro de exportação, ou, em outras palavras, que nenhum outro elemento de prova admitido no Direito poderá ser considerado. Dai que, em nome da verdade material, poderseá valer de outros elementos de provas admitidos no Direito para que se verifique se no produtos exportados constam os insumos importados sob a guarida do regime drawback. Levandose em conta o pensamento do insigne Julgador Francisco José Barroso Rios, o qual, me filio, e retomando o conceito de vinculação, vislumbrase a esta um sentido mais amplo, albergando todo o seu alcance e força, um sentido que não se limita a simples falta de informação ou informação diversa do regime estudado, mas também, e principalmente, considerando o seu aspecto material. Em termos, a vinculação estaria patente diante d a constatação material. Neste diapasão, destaco a existência de quatro hipóteses passíveis de constatação, ou seja, duas, onde a realidade documental se coaduna a verdade material, e outras duas, onde há uma dissonância entre realidade documental e verdade material: A — Realidade documental: Drawback Verdade material: Drawback B — Realidade doCliMental: Drawback Verdade material: Não Drawback C Realidade documental: Não Drawback Verdade material: Drawback D Realidade documental: Não Drawback Verdade material: Não Drawback As hipóteses A e D indicam situações coerentes entre a realidade documental e a verdade material, ou seja, no primeiro caso está registrado na documentação que se trata de drawback, e, de .fato, uma operação de drawback. No segundo caso, não está registrado na documentação que se trata de drawback, e, de fato, não é uma operação de drawback. São situações que refletem a realidade dos fatos. As hipóteses B e C indicam situações incoerentes entre a realidade documental e a verdade material, ou seja, no primeiro caso está registrado na documentação que se trata de drawback, e, de fato, não é uma operação de drawback. No segundo caso, não está registrado na documentação que se trata de drawback, e, de fato, é uma operação de drawback. São situações que não refletem a realidade dos fatos. Admitindose que na documentação inerente as exportações (registros de exportação) não há indicação de código de operação de drawback, podese concluir que as hipóteses possíveis aplicáveis ao caso concreto são as hipóteses C ou D. Isso significa dizer, que, enquanto a realidade documental indica não se tratar de uma opera cão de drawback, a verdade material se divide em duas alternativas, ou, de fato, não se trata de uma operação de drawback, ou, na verdade, tratase de uma operação de drawback, e que, por um erro ou equivoco, o exportador deixou de assim indicar na documentação, distorcendo a realidade dos fatos. Considerandose a possibilidade da ocorrência de erros de preenchimentos ou falhas diversas, o que, digase de passagem, tipificaria a ocorrência de infração às normas operacionais, portanto, passível de sanção caso esta esteja prevista no ordenamento jurídico, razoável que tais erros ou falhas sejam levados em conta de modo a preservar sempre a verdade material, o que, a despeito das várias interpretações possíveis, deverá se sobrepor à realidade documental constatada, visando a correta aplicação da norma. Fl. 2211DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.199 15 Desta .forma, diante da inconsistência documental, as exportações realizadas, e que a fiscalização não provou que os insumos deixaram de ser utilizados para os fins a que foram importados, estando assim a autuação desvinculada da realidade, entendo que o caminho mais adequado para que se conheça a verdade material seja a realização de uma auditoria de produção tomando por base os livros e documentos especificas de controle de produção e estoque, entradas e saídas, em especial, os que se referem aos insumos importados sob o regime de drawback. Esclareçase, que a opção pela realização de unta auditoria de produção, com vistas à elucidação da verdade material, decorre do falo de não se poder aceitar para comprovação do regime de drawbacksuspensão, registros de exportação que não se encontrem devidamente vinculados ao correspondente ato concessório, estando assim, em consonância com o teor do artigo 37 da Portaria SECEX n° 004/1997, dos itens 3 e 4 do Anexo V do Comunicado DECEX nº 21/1997 e item 9.1 do Parecer COSIT n° 53/1999." (negritei). Ressaltese que no caso concreto a impugnante defende de forma expressa às fls. 1.939 que "Poderá ser observado que em todas os Registros de Exportacâo REs, apresentados para comprovação do DRAWBACK, constaram todos os dados necessários e que facilmente podem ser identificados na contabilidade da Impugnante, seja através dos lançamentos contábeis, dos documentos fiscais emitidos e dos fechamentos de cambia etc.", e ainda, que "A maior park desses documentos já foi apresentada a digna fiscalização federal, sendo que os demais, por circunstâncias administrativas estão colocados a disposição para quando for necessário, conforme os diversos requerimentos protocolados nessa Inspetoria." 7. Em face do exposto, e seguindo a mesma linha já adotada, entendo que o caminho a ser trilhado para a solução da lide é a realização de uma Auditoria de Produção, de modo a elucidar se a falta das informações nos registros de exportação traduz fielmente que os produtos exportados não se vinculam aos insumos importados no referido regime, sem a qual, não ha como concluir se a realidade documental verificada se coaduna com a verdade material. Dai porque suscitei a conversão do julgamento em diligência para tal fim, proposta esta que foi vencida após ser submetida à votação da 2º Turma de Julgamento desta DRJ/Fortaleza. Diante do exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário mantendo o lançamento apenas em relação à RE n° 95/0952537001. Luiz Roberto Domingo Voto Vencedor Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator Designado Em primeiro plano, cumpre destacar que o art. 1° da Lei n.° 8.402/92, elevou o Regime Aduaneiro Especial de Drawback, Modalidade Suspensão, à categoria de incentivo fiscal, e como tal, seus preceitos devem ser interpretados de forma restritiva, como determina o Código Tributário Nacional. Fl. 2212DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 16 O Regime Aduaneiro Especial de Drawback, modalidade suspensão permite a entrada no estabelecimento do importador e/ou de terceiros de insumos estrangeiros (origem e procedência) sem o pagamento dos tributos incidentes na importação, desde que tais insumos sejam totalmente aplicados em produtos destinados à exportação. Tais tributos têm sua exigibilidade suspensa desde a ocorrência dos respectivos fatos geradores até a efetiva exportação, após a industrialização destas mercadorias, nos termos e condições previstos no Ato Concessório (AC) do regime. Ressaltese que o AC, emitido pela SECEX Secretaria de Comércio Exterior / MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, através das agências habilitadas do Banco do Brasil S/A, define os benefícios concedidos (suspensão dos tributos incidentes na importação), estabelecendo a classificação fiscal, peso, quantidade, discriminação, preço unitário e total dos insumos estrangeiros, estipulando também, em contrapartida, os compromissos assumidos pelo beneficiário do regime (determinação das mercadorias a serem exportadas, discriminando classificação fiscal, peso, quantidade, descrição, preços unitário e total), conforme projeto elaborado pelo próprio e analisado pelo órgão concessor do regime. Conforme estabelecem o artigo 134 do Regulamento Aduaneiro e o artigo 179 do Código Tributário Nacional C.T.N. (Lei n.° 5.172/66), deve o interessado fazer prova do adimplemento das condições e requisitos previstos em lei ou contrato (no caso, o Ato Concessório do regime) para a efetivação do benefício (incentivo fiscal). Cabe, portanto, ao beneficiário do regime o ônus da prova, a obrigação de demonstrar e comprovar ao Fisco Federal que cumpriu todas as condições e os requisitos estabelecidos para que possa efetivamente usufruir dos incentivos fiscais previstos no regime aduaneiro especial de Drawback; Ademais, a demonstração da efetiva exportação de bens manufaturados nos não se dá de forma livre e alheia a regulamentação. Ao oposto, também deve respeitar os ditames legais, os quais prescrevem as obrigações acessórias que devem ser observadas por ocasião da exportação, conforme se observa da legislação abaixo transcrita: O Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n° 91.030, de 1985, vigente à época dos fatos, em seu artigo 325, estabelecia: "Art. 325 — A utilização do beneficio previsto neste Capitulo será anotada no documento comprobatório da exportação". Portaria SECEX n° 02, de 1992, assim estabeleciam: "Art. 10 O Registro de Exportação no SISCOMEX RE é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu enquadramento. Art. 11 — O exportador ficará sujeito às penalidades previstas na legislação em vigor, na hipótese de as informações prestadas no Siscomex não corresponderem à operação realizada". Do cotejo dos arts. 314 a 319 do RA, cuja matriz legal é o art. 78 do Decreto lei n9 37/66, constatase que todas as disposições pertinentes a concessão do referido incentivo a exportação foram rigorosamente disciplinadas, podendose inferir que o texto regulamentar impõe de forma clara a vinculação entre a mercadoria importada e a mercadoria a ser exportada no regime, seja quanto à espécie, quantidade, valor e prazo, bem como ainda quanto ao beneficiário do regime. Fl. 2213DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.200 17 Da exegese das normas acima adstritas, concluise que a utilização do beneficio deve estar devidamente consignada no documento comprobatório de exportação (RE). Estando claramente demonstrada na legislação que a exata informação do código da operação no Registro de Exportação — RE, bem como a sua correta vinculação ao Ato Concessório caracterizamse como procedimentos indispensáveis à comprovação do regime. É certo que a legislação estabelece uma forma para a comprovação das exportações, o que evidencia, sem dúvida, o seu aspecto formal. Por outro lado, a informação no RE a respeito de sua relação com ato concessório revestese de inegável caráter material, na medida em que assegura a vinculação da mercadoria por ele amparada ao regime Drawback, reputandose, assim, imprescindível para conferir legitimidade ao incentivo fiscal, em observância ao principio da verdade material. No caso concreto, verificase que os RE apresentados pela defendente para comprovação do adimplemento do regime não foram vinculados ao Ato Concessório, e ainda observase que nos referidos documentos de exportação foi informado o código 80000, que se refere a uma "Exportação Normal", diferentemente, portanto, do código 81102, este o código correto a ser indicado nas operações de "Drawback Suspensão genérico", conforme definido no Anexo I da Portaria Secex n° 02, de 1992, acima mencionada. Não bastasse o erro formal acima indicado, a Recorrente deixou trambém de indicar o número do Ato Concessório no campo 02f e 24 do RE, infomação esta que permite que a fiscalização aduaneira tome conhecimento que o produto objeto de exportação contem insumos importados os quais estão vinculados sob a égide do citado regime, o que, de forma lógica, impede que o RE seja utilizado para fins de comprovação do adimplemento do que foi compromissado em Ato Concessório. Denominar o descumprimento formal de deveres estipulados em normas como “simples erros de preenchimento”, além de revelar um tom denotativo para uma obrigação que possui fundada razão de ser, mascara a operação de exportação, dificultando a identificação da real natureza jurídica do procedimento por parte do Fisco. Corroborando esse raciocínio, transcrevese a seguir, trecho do Parecer COSIT Nº 53, de 22 de julho de 1999: “9. No tocante à questão apresentada no item 4 possibilidade de aceitação, pela SRF, de Registros de Exportação não vinculados aos atos concessórios, informese que sobre o assunto, o art. 37 da mencionada Portaria Secex nº 4, de 1997, estabelece que ‘somente poderão ser aceitos para comprovação do regime de drawback modalidade suspensão, Registros de Exportação (RE) devidamente vinculados ao Ato Concessório de Drawback, na forma da legislação em vigor’.” 9.1 Assim, de acordo com a legislação vigente, nem a Secex nem a SRF poderão aceitar Registro de Exportação que não esteja vinculado ao respectivo ato concessório. Enfatizese, ainda, que compete à SRF proceder ao desembaraço das mercadorias a serem exportadas, autenticando o competente comprovante de exportação, o qual será encaminhado à Secex, pelo beneficiário do regime, a fim de que se verifique a adimplência do compromisso de exportação. Fl. 2214DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 18 .................................................................................................. Registros de Exportação não vinculados aos atos concessórios não serão aceitos pela SRF, para fins de comprovação do regime de drawback”. (negritei). Não se pode perde de vista que a exportação é fator de suma relevância para a conclusão do Regime, haja vista que é a condição para que a suspensão transformese em isenção. E é precisamente por ser o ato jurídico que outorga a isenção ao Contribuinte que a sua realização possui mecanismos próprios que devem ser observados. Com efeito, compete à administração aduaneira diligenciar acerca do cumprimento do regime especial. E para cumprir tal finalidade, a legislação estipulou que o beneficiário deve, como condição para o adimplemento do regime, vincular o Registro de Exportação (RE) ao Ato Concessório, além de registrálo com o código de exportação inerente ao Drawback. E não é sem razão que o legislador criou especificidades para a exportação vinculada ao Drawback. Se o fez é precisamente porque a administração aduaneira, sobremodo por laborar com um vultoso volume de exportações, precisa trabalhar com base em parâmetros sistêmicos e estatísticos para ratificar os procedimentos de exportação. Diante da necessidade de diligenciar de forma mais acurada os RE vinculados a AC de Drawback, impôsse a obrigação de assinalar nos documento de exportação a sua expressa vinculação. É certo que a legislação estabelece um “procedimento” para a comprovação das exportações, o que evidencia, sem dúvida, norma de direito tributário formal (“deveres instrumentais” / “obrigações acessórias”). Por outro lado, a informação no RE a respeito de sua relação com Ato Concessório tem implicação de inegável caráter substancial, na medida em que assegura e comprova a vinculação da mercadoria por ele amparada ao regime drawback, reputandose, assim, imprescindível para conferir legitimidade ao incentivo fiscal. Quer isso significar que, ao não cumprir o dever acessório prescrito pelo regramento do benefício, o Contribuinte acaba por se evadir do principal veículo de fiscalização de que dispõe a administração acerca das características dos bens que estão sendo exportados. Com efeito, precisamente por versar sobre isenção de tributos, tornase imperioso que a Fiscalização tenha consciência de que determinada exportação esteja vinculada a AC de Drawback eis que para estes procedimentos, a fiscalização possui critérios mais restritos de seleção, fiscalização e do controle aduaneiro. Isso é dito tão somente para frisar que os deveres instrumentais (descumpridos pela Recorrente) não existem em vão. Muito ao oposto, possuem amplo fundamento a partir do momento que servem para distinguir e identificar, ainda no curso do despacho aduaneiro, quais são as exportações que se vinculam ao Ato Concessório de Drawback. Assim, sendo a obrigação tributária ex lege e submetendose a administração tributária ao principio da estrita legalidade, diante dos comandos normativos expressos acima mencionados, tornase imperioso concluir pela inaceitabilidade dos Registros de Exportação que não contenham informações pelas quais se possa estabelecer um vinculo com o AC de Drawback concedido ao Contribuinte. Fl. 2215DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10831.012478/200142 Acórdão n.º 3101001.445 S3C1T1 Fl. 2.201 19 Deste modo, restou demonstrado que a Recorrente não pode utilizarse da desoneração tributária decorrente do regime de Drawback – suspensão, para as exportações que não foram devidamente vinculadas ao referido Ato Concessório. Waldir Navarro Bezerra Fl. 2216DF CARF MF Impresso em 06/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 18/12/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 27/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 13603.000028/2005-12
Turma: Terceira Turma Especial
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Nov 19 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2007
SIMPLES EXCLUSÃO MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS MERA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSERTO EM MÁQUINAS INDUSTRIAIS.
Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3803-000.086
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF)
Participaram do presente julgamento os conselheiros Anelise Daudt Prieto (Presidente), André Luiz Bonat Cordeiro, Regis Xavier Holanda e Jorge Higashino.
Nome do relator: Francisco José Barroso Rios
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF) Participaram do presente julgamento os conselheiros Anelise Daudt Prieto (Presidente), André Luiz Bonat Cordeiro, Regis Xavier Holanda e Jorge Higashino.
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Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim – Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 00 00 28 /2 00 5- 12 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Anelise Daudt Prieto (Presidente), André Luiz Bonat Cordeiro, Regis Xavier Holanda e Jorge Higashino. Relatório Preliminarmente, ressalto que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, fui designado como redator ad hoc (fls. 71/72), para formalização do respectivo Acórdão, considerando a inexistência de relatório ou de qualquer outra memória concernente ao julgamento em tela. Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4ª Turma da DRJ de Belo Horizonte – MG (fls. 55/59, do processo eletrônico), que por unanimidade de votos, decidiu por indeferir a solicitação do Recorrente contra sua exclusão de ofício da opção pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: (...) A optante pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES foi excluída de ofício pelo Ato Declaratório Executivo DRF/COM nº 508.246, de 02 de agosto de 2004, fl. 16, com efeitos a partir de 01/01/2002, com base nos fundamentos de fato e de direito indicados: Situação excludente: (evento 306): Descrição: atividade econômica vedada: 29696/02 – Instalação reparação e manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso específico. Data da ocorrência: 30/03/1999 Fundamentação legal: Lei nº 9.317, de 05/12/1996: art. 9º, XIII; art. 12; art. 14, I; art. 15, II. Medida Provisória nº 2.15834 , de 27/07/2001: art. 73. Instrução Normativa SRF nº 355, de 28/08/2003: art. 20, XII; art. 21; art. 23, I; art. 24, II, c/c parágrafo único. Cientificada em 08/12/2004, fl. 10, a requerente apresentou em 06/01/2005, fls. 01/03, a impugnação com as alegações abaixo sintetizadas. Exerce a atividade de industrialização por conta de terceiros, conforme nota fiscal nº 5.109, de 11/02/2003, emitida pela empresa PIM Produtos Industriais Mecânicos Ltda e nota fiscal de retorno nº 527, de 12/03/2003, de sua emissão. Esclarece que citada empresa apenas comercializa os produtos assim industrializados. De acordo como a Resolução nº 710, de 05 de janeiro de 2007, fls. 27/29, o julgamento do presente processo foi convertido em diligência, tendo a Repartição de origem providenciado a juntada das cópias reprográficas das notas fiscais obtidas da Fl. 74DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13603.000028/200512 Acórdão n.º 3803000.086 S3TE03 Fl. 74 3 interessada, fls. 32/35. Em despacho proferido às fls. 36/38, a Autoridade preparadora relatou os procedimentos adotados em virtude dessa diligência, especialmente no que diz ao envio “à contribuinte do Termo de Intimação de fl. 30, por meio do qual se solicitou a apresentação das notas fiscais de prestação de serviços emitidas a partir de 01/01/2002.” . Referido relatório prossegue constatando que “analisandose as notas fiscais apresentadas, verificase que a contribuinte exerce, dentre outras, atividades de usinagem, e manutenção e reparo de máquinas em geral: retífica e balanceamento de rotor, etc (fls. 32 a 35). Ressaltese que foram apresentadas notas fiscais referentes aos exercícios de 2004, 2005 e 2006.” Cientificada deste despacho, por meio do Aviso de Recebimento – AR, fl. 39, a interessada manifestandose às fls. 40/41, alegando, em síntese, que suas atividades não requer a contratação de profissionais da área de engenharia. Aduz que em relação às atividades de instalação, montagem, reparo ou manutenção de máquinas, equipamentos e aparelhos, a ementa constante do Acórdão nº 1333, de 18 de junho de 2002, ao não caracterizar o exercício dessas atividades como de locação de mãodeobra, salienta o teor de tal ementa na parte em que conclui:“não restando evidenciada a subsunção do fato à hipótese legal descrita no ato administrativo de exclusão do SIMPLES, é admissível a manutenção no mencionado sistema”. Para a interessada, esse entendimento conflita com a decisão exposta no Acórdão DRJ/CPS, de 15 de agosto de 2002, que foi citado no despacho proferido pela Autoridade preparadora. Após reiterar os argumentos apresentados em sua petição original, requer o cancelamento da decisão proferida no presente processo. É o Relatório. Os argumentos aduzidos pelo Recorrente, no entanto, não foram conhecidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Exercício: 2003 Atividade Econômica Vedada A manutenção de equipamentos industriais caracteriza prestação de serviço profissional de engenheiro. Solicitação Indeferida Cientificada da referida decisão em 22/05/2007 (fls. 59/60), a Recorrente, tempestivamente, conforme despacho da unidade de origem de fl. 69, apresentou o recurso voluntário de fls. 61/62, com as alegações abaixo transcritas: Dos Fatos Fl. 75DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Que a Receita Federal, através do Acórdão mencionado, a notificada exerceu atividade econômica vedada pelo SIMPLES, ou seja, que a atividade de manutenção de equipamentos industriais, por ser atividade caracterizada como prestação de serviço profissional de engenheiro. Do Mérito Ratifica os dizeres anteriormente mencionados na impugnação, constante do processo acima referenciado, haja visto que as atividades de manutenção de equipamentos para uso estritamente industrial e comercial não requer, nunca e jamais, sejam eles prestados por profissionais de engenharia, como quer a Receita Federal. Que na defesa, menciona o Acórdão n° 1.333, de 18 de junho de 2002, onde, ali, na ementa diz: A atividade econômica da prestação de serviços de manutenção e reparo de maquinas e equipamentos e aparelhos não caracteriza locação de mão de obra, admitindo a manutenção no mencionado sistema (SIMPLES). Não obriga o Recorrente a contratar profissional habilitado, no caso, engenheiro especialista. Ressalta que o Ato Declaratório Executivo DRF/COM n° 508.245, de 02/08/2004, conflita com o Acórdão n° 1.333, de 18/06/2002. Ao final, aduz que foi demonstrada a insubsistência e improcedência total da decisão de primeira instancia e requer que seja dado provimento ao presente recurso. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fls. 71/72), uma vez que a conselheira relatora, Maria de Fátima Oliveira Silva, não mais compõe este colegiado, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. 1) Admissibilidade do recurso O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72. Razão pela qual, dele conheço. Observase que apesar de nos documentos de intimação do resultado constar o numero de outro processo, verificase que o numero de referência ao acórdão proferido pela DRJ se encontra correto (fls. 59/60). Neste caso, não possui questões preliminares a ser analisadas. 2) Do mérito O litígio referese ao fato da empresa estar sendo excluída de ofício do tratamento fiscal diferenciado, simplificado e favorecido aplicável às microempresas e às empresas de pequeno porte relativo aos impostos e às contribuições estabelecido em cumprimento ao que determina o disposto no art. 179 da Constituição Federal de 1988, que pode ser usufruído desde que as condições legais sejam preenchidas. A Lei nº 9.317, de 1996, e alterações posteriores, determina: Fl. 76DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13603.000028/200512 Acórdão n.º 3803000.086 S3TE03 Fl. 75 5 Art. 9º Não poderá optar pelo Simples, a pessoa jurídica: [...] XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; No caso sob análise, a hipótese de exclusão da pessoa jurídica do SIMPLES, com fundamento no exercício de atividade econômica vedada para o sistema, pressupõe a obtenção de receita oriunda de atividade vedada, bem como da identificação da prestação do serviço profissional que a pessoa jurídica exerce que é considerada como atividade vedada para fins de opção pelo Simples. Por seu turno, o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 04, de 22 de fevereiro de 2000, define: O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 199, inciso IV, do Regimento Interno aprovado pela Portaria MF No 227, de 3 de setembro de 1998, e tendo em vista as disposições do inciso XIII do art. 9o da Lei No 9.317, de 05 de dezembro de 1996 e da alínea "f" do art. 27 da Lei No 5.194, de 24 de dezembro de 1966 e a Resolução No 218, de 29 de junho de 1973, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados que não podem optar pelo Simples as pessoas jurídicas que prestem serviços de montagem e manutenção de equipamentos industriais, por caracterizar prestações de serviço profissional de engenharia. Quando da fase contenciosa, verificouse a necessidade do retorno dos presentes autos à Unidade de Origem para fins de caracterização dos tipos de serviços efetivamente prestados pela empresa por meio dos quais receitas são auferidas a partir de 01/01/2002 (data dos efeitos da exclusão do Simples). Para tanto, vejase trecho transcrito da decisão recorrida: (...) Diante dessa constatação, e nos termos da legislação de regência, o julgamento do processo foi convertido em diligência, a teor da Resolução nº 710, de 05 de janeiro de 2007, fls. 37/39, cujos procedimentos adotados pela Repartição de origem propiciaram a caracterização de que, mormente o exercício da atividade de industrialização por encomenda, representada pelas notas fiscais juntadas à peça de defesa original, fls. 18/19, a interessada exerce também a prestação de serviços de usinagem, retífica e balanceamento em induzidos, ventiladores e rotor, conforme cópias das notas fiscais, anexas às fls 45 a 56. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Em conformidade com a Declaração de Firma Mercantil Individual, registrada em 31/03/1999, fl. 08, o seu objeto é: (...) serviços de usinagem industrial Balanceamento de peças para uso industrial. (...,) Verificase, pois, que pelo fato de a requerente obter receita proveniente da manutenção de equipamentos industriais, fica caracteriza a prestação de serviço profissional de engenheiro. Por conseguinte, o Ato Declaratório Executivo DRF/COM nº 508.246 de 02 de agosto de 2004, fl. 16, deve prevalecer (grifamos). No presente processo, a questão apresentada limitase a verificar se o recorrente, em razão das atividade que desenvolve, pode permanecer incluído no regime simplificado de tributação (SIMPLES). Vejase abaixo, trecho das informações descritas pelo Fisco no seu Relatório de Diligência (fls. 41/44): (...) Analisandose as notas fiscais apresentadas, verificase que a contribuinte exerce, dentre outras, atividades de usinagem e manutenção e reparo de máquinas em geral: retifica, balanceamento de rotor, etc (fls. 32 a 35). Ressaltese que não foram apresentadas notas fiscais referentes aos exercícios de 2004, 2005 e 2006. (...) Assim, pela transcrição dos art. 10,12, 23 e 24 da Resolução n° 218/1973, depreendese que a competência para executar serviços na área de reparação e manutenção de máquinas em geral, equipamentos mecânicos ou eletromecânicos cabe aos engenheiros e técnicos, no âmbito dessas modalidades profissionais especificas, ou seja, pessoa jurídica que desempenha esse tipo de atividade está impedida de optar pelo SIMPLES. (...) Ressalvese que a empresa que obtiver receita de atividade impeditiva, em qualquer montante, ainda que não prevista no contrato social, está obstada de aderir ao regime simplificado. Como se vê, o cerne da questão consiste, portanto, em saber se tais atividades econômicas impedem ou não a adesão ao sistema simplificado de tributação. Conforme se verifica dos autos, o contribuinte foi excluído sob o pressuposto de que exerce atividades de usinagem e manutenção e reparo de máquinas em geral, as quais caracterizariam também funções de profissionais detentores com conhecimento de engenharia, que seriam vedadas, nos termos do artigo 9°, da Lei n°9.317/96. O recorrente por sua vez alega que as atividades de manutenção de equipamentos para uso estritamente industrial e comercial não requer, nunca e jamais, sejam eles prestados por profissionais de engenharia, como quer a Receita Federal. Ressalta que atividade econômica da prestação de serviços de manutenção e reparo de maquinas e equipamentos e aparelhos, não caracteriza locação de mão de obra, admitindo a manutenção no mencionado sistema (SIMPLES) e não obriga a autuada de contratar profissional habilitado, no caso, engenheiro especialista. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13603.000028/200512 Acórdão n.º 3803000.086 S3TE03 Fl. 76 7 Nesse sentido, entendo que o fato da empresa prestar serviços de manutenção de equipamentos de baixa complexidade, não implica na automática conclusão de que esta seja uma empresa de engenharia ou que preste serviços assemelhados, muito menos que faça locação de mãodeobra. Com efeito, a profissão de engenheiro, dado o nível de instrução exigido para tal formação, envolve atividades especializadas que necessitam de conhecimento científico e técnico para o seu exercício. Dessa forma, analisandose toda a situação fática e probatória dos autos, verificase claramente que a atividade exercida pelo contribuinte é de baixa complexidade, não exigindo o emprego de conhecimentos técnicos de profissional de engenharia ou outro legalmente habilitado. Por fim, com efeito, cumpre ressaltar o que dispõe a Súmula CARF nº 57: Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Portanto, nos termos do que dispõe a súmula supra, não pode a atividade da contribuinte ser equiparada a serviços profissionais prestados por engenheiros. Desta feita, com base nos termos da Súmula CARF nº 57 e com fundamento no artigo 72, Anexo II, do Regimento Interno deste Conselho, voto pelo provimento do Recurso Voluntário. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário, tornando sem efeito o ADE (DRF/CON) nº 508.246 de 02/08/2004 (fl. 20), e mantendo a Recorrente na sistemática do SIMPLES. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc Fl. 79DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 01/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10183.002837/2005-69
Turma: Terceira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2001
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL - ADA. O ADA é documento indispensável para comprovar à Área de Preservação Permanente - APP, independentemente de constar ou não no processo, laudo técnico que preencha os requisitos legais, comprovando a existência de APP no imóvel.Ementa elaborada nos termos do art. 63, § 9º, do Regimento Interno do CARF.
Embargos Acolhidos. Acórdão Retificado.
Numero da decisão: 2102-002.992
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para adequar os fundamentos do acórdão embargado (nº 303-35.500) ao decidido pelo colegiado, qual seja, negativa de provimento quanto à área de preservação permanente, conforme consta do dispositivo da decisão às fls. 197/198.
(Assinado digitalmente)
Jose Raimundo Tosta Santos - Presidente
(Assinado digitalmente)
Alice Grecchi - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Jose Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho.
Nome do relator: ALICE GRECCHI
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COMPROVAÇÃO. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA. O ADA é documento indispensável para comprovar à Área de Preservação Permanente APP, independentemente de constar ou não no processo, laudo técnico que preencha os requisitos legais, comprovando a existência de APP no imóvel.Ementa elaborada nos termos do art. 63, § 9º, do Regimento Interno do CARF. Embargos Acolhidos. Acórdão Retificado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para adequar os fundamentos do acórdão embargado (nº 30335.500) ao decidido pelo colegiado, qual seja, negativa de provimento quanto à área de preservação permanente, conforme consta do dispositivo da decisão às fls. 197/198. (Assinado digitalmente) Jose Raimundo Tosta Santos Presidente (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 00 28 37 /2 00 5- 69 Fl. 244DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Jose Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Tratase de embargos de declaração tempestivamente opostos pela Fazenda Nacional (fls. 214/216), em face do Acórdão nº 30335.500, da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, de 08 de julho de 2008, constante às fls. 197/210, visando sanar contradição, nos termos do art. 65 do RICARF, Portaria 256, de 22 de julho de 2009. Os presentes autos referemse a Auto de Infração, relativo a ITR exercício 2001, decorrente da glosa das áreas de preservação permanente e de utilização limitada, por falta de protocolização tempestiva do Ato Declaratório Ambiental — ADA e por falta de averbação da área de reserva legal, às margens da matrícula do imóvel, até a data de ocorrência do fatogerador do imposto — 1° de janeiro do exercício considerado. Após a apresentação de impugnação por parte do Contribuinte, a 1ª Turma de Julgamento da DRJ/CGE, por unanimidade de votos, considerou “procedente o lançamento, indeferindo o requerido na impugnação”. Irresignado, o Contribuinte apresentou recurso voluntário, submetido à apreciação da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes. Em sessão de julgamento realizada em 08 de julho de 2008, resolveu aquele colegiado, “por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para acatar 26.820,33 ha de área de reserva legal, vencidos os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Celso Lopes Pereira Neto e Anelise Daudt Prieto, que negaram provimento. O Conselheiro Tarásio Campeio Borges, que votara por dar provimento parcial para acolher 16.737 ha, aderiu, em segunda votação, à posição favorável a acolher 26.820,33 ha. Pelo voto de qualidade, negar provimento quanto à área de preservação permanente, vencidos os Conselheiros Nilton Luiz Bartoli, Heroldes Bahr Neto, Vanessa Albuquerque Valente e Nanci Gama, que deram provimento para acatar 3116,62 ha. O Conselheiro Tarásio Campeio Borges, que votara por dar provimento parcial para acatar 714,5 ha, negou provimento, em segunda votação. Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário quanto ao VTN.” Inconformada com a decisão a quo, sustenta a Embargante que o referido acórdão incorreu em contradição, e em suma, alega que: “O colegiado, nos autos em epígrafe, proferiu decisão com o seguinte dispositivo: "ACORDAM os membros da terceira câmara do terceiro conselho de contribuintes, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para acatar 26.820,33 ha. de área de reserva legal, vencidos os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Celso Lopes Pereira Neto e Anelise Daudt Prieto, que negaram provimento. O Conselheiro Tarásio Campeio Borges, que votara por dar provimento parcial para acolher 16.737 ha., aderiu, em segunda votação, à posição favorável a acolher 26.820,33 ha. Fl. 245DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10183.002837/200569 Acórdão n.º 2102002.992 S2C1T2 Fl. 245 3 Pelo voto de qualidade, nevar provimento quanto à área de preservação permanente, vencidos os Conselheiros Nilton Luiz Bartoli, Heroldes Bahr Neto, Vanessa Albuquerque Valente e Nanci Gama, que deram provimento para acatar 3.116,62 ha. O Conselheiro Tarásio Campelo Borges, que votara por dar provimento parcial para acatar 714,5 ha, negou provimento, em segunda votação. Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário quanto ao VTN". — Destaques acrescidos. Verificase, de maneira clara, que a decisão do colegiado foi no sentido de negar provimento ao recurso voluntário quanto à área de preservação permanente, vencido, entre outros, o conselheiro Nilton Luiz Bartoli. Ocorre que, muito embora tenha sido vencido quanto à referida matéria, o único voto que consta do acórdão exarado é justamente da lavra do mencionado conselheiro, cuja convicção orientouse para dar provimento parcial ao recurso também quanto à área de preservação permanente. Não há dúvidas, portanto, a respeito da patente contradição entre o dispositivo do acórdão e a fundamentação constante dos autos, impondose a adequação desta à vontade emanada do colegiado. De fato, uma vez vencido, quanto a um determinado ponto, o conselheiro relator, impõese a designação, entre os conselheiros optantes pela tese vencedora (no caso, negativa de provimento no que se refere à área de preservação permanente) de um novo redator, cujo voto, no ponto específico de que se trata, espelhe a verdadeira convicção do órgão julgador. Ausente a referida providência administrativa (designação de conselheiro redator para a parte em que vencido o relator originário), o acórdão, em razão da contradição decorrente entre o dispositivo e a fundamentação, padece de vício que, se não sanado via embargos de declaração, enseja sua nulidade. Portanto, tendo em vista a mácula apontada, é mister a integração do julgado, para que se proceda à devida adequação dos fundamentos do acórdão ao quanto decidido pelo colegiado (negativa de provimento quanto à área de preservação permanente), conforme consta do dispositivo da decisão, às fls. 197/198, mediante a designação de conselheiro redator para a parte em que restou vencido o relator original.” Em fls. 218, consta Despacho proferido pelo Presidente da 1ª Câmara, 2ª Seção do CARF, o qual acolheu os presentes embargos, e informou que os conselheiros que votaram pela tese vencedora não mais compõe o colegiado, razão pela qual, houve sorteio dos autos. É o relatório. Passo a decidir. Fl. 246DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 Voto Conselheira Relatora Alice Grecchi Os Embargos preenchem os requisitos do art. 65 do Regimento Interno do CARF, portanto devem ser apreciados. Os presentes embargos apostos pela PGFN sustentam que a decisão a quo incorreu em contradição entre o dispositivo do acórdão e a fundamentação constante dos autos, sob o fundamento de que “a decisão do colegiado foi no sentido de negar provimento ao recurso voluntário quanto à área de preservação permanente, vencido, entre outros, o conselheiro Nilton Luiz Bartoli”, e, “muito embora tenha sido vencido quanto à referida matéria, o único voto que consta do acórdão exarado é justamente da lavra do mencionado conselheiro, cuja convicção orientouse para dar provimento parcial ao recurso também quanto à área de preservação permanente.” Da análise dos autos, não há dúvidas a respeito da patente contradição entre o dispositivo e os fundamentos do acórdão embargado, impondose a adequação à vontade emanada do colegiado. No que tange a exclusão das áreas de preservação permanente para fins de apuração da área tributável do ITR, a qual está prevista na alínea “a”, do inciso II, §1°, art. 10, da Lei n° 9.393, vejamos a redação do referido diploma legal abaixo transcrita: "Art. 10. § ]'Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: II área tributável, a área total do imóvel menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas np Lei n"4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei n° 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) as áreas sob regime de servidão florestal " (Grifei) Embora a Lei nº 10.165/00, exija a entrega do ADA para efeitos ambientais, tal obrigação não está prevista na legislação tributária, qual seja, na legislação de institui o ITR, e as respectivas isenções. Ademais é preciso que se observe que o ADA é um ato unilateral elaborado pelo contribuinte, que não tem o condão de constituir juridicamente as situações nele descritas. Em outros termos, a mera inserção de área de preservação permanente no respectivo campo possui evidente eficácia declaratória da sua existência, que poderá ser confrontada com Fl. 247DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10183.002837/200569 Acórdão n.º 2102002.992 S2C1T2 Fl. 246 5 a descrição contida em laudo técnico – documento elaborado por terceiro que corroborará a situação inserida no ADA. No entanto, em que pese esta relatora entenda que o ADA não é exigência necessária para a constituição das Áreas de Preservação Permanente, verificase que foi oportunizado ao recorrente acostar outros documentos que comprovassem a existência efetiva destas áreas, como Laudo Técnico, elaborado por profissional habilitado, que repiso, é um documento elaborado por terceiro, que corrobora a situação inserida no ADA. Ocorre que, o contribuinte acostou apenas documentos probatórios acerca da averbação da área de reserva legal, o qual é requisito exigido em lei, entretanto, quanto à área de preservação permanente não acostou nenhum documento adicional que fizesse prova da existência efetiva da área declarada, limitandose no recurso a discorrer sobre a falta de necessidade do ADA. Assim, não tendo o contribuinte acostado documentos adicionais, hábeis a comprovar que no exercício sob litígio possuíam Áreas de Preservação Permanente no imóvel, é de ser mantida a glosa no que se refere a estas áreas. Em atendimento ao art. 63, §9º, do Regimento Interno do CARF, o qual preceitua que: Art. 63 [...] § 9º Na hipótese em que a maioria dos conselheiros acolher apenas a conclusão do voto do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros. Pelo disposto no supracitado artigo, reproduzo os fundamentos adotados pela maioria do colegiado, que foram no sentido de que o Ato Declaratório Ambiental ADA, é documento indispensável para comprovar à Área de Preservação Permanente APP, independentemente de constar ou não no processo, laudo técnico que preencha os requisitos legais, comprovando a existência de APP no imóvel. Ante o exposto, voto no sentido de acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para adequar os fundamentos do acórdão embargado (nº 30335.500) ao decidido pelo colegiado, qual seja, negativa de provimento quanto à área de preservação permanente, conforme consta do dispositivo da decisão às fls. 197/198. (assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora Fl. 248DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 Fl. 249DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2014 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 10314.001111/98-02
Turma: Segunda Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Oct 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: null
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Numero da decisão: 3201-001.467
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
JOEL MIYAZAKI - Presidnte.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada do Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes.
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Cumprimento. Tendo em vista o lançamento ter restado fragilizado, em face das informações prestadas pela SECEX, é de ser afastada a glosa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. JOEL MIYAZAKI Presidnte. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada do Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório A empresa acima identificada recorre a este Conselho de Contribuintes, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 11 11 /9 8- 02 Fl. 1771DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI 2 Por bem descrever os fatos, adoto integralmente o relatório componente da decisão recorrida, até então, que transcrevo, a seguir: “Trata o presente processo de auto de infração, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados, acrescidos de multa e juros de mora, perfazendo um total de R$ 658.706,16, em face dos fatos a seguir descritos. A empresa acima qualificada foi autuada em relação à procedimentos de importação e exportação na modalidade DRAWBACK SUSPENSÃO, no que tange aos seguintes Atos Concessórios: A fiscalização procedeu a verificação quanto a regularidade de cinco (05) Atos Concessórios de titularidade da autuada; Dos cinco Atos Concessórios analisados, apenas o Ato Concessório nº 0264 5/0204, de 03/04/1995, com vencimento em 29/11/19995, que posteriormente foi prorrogado para 09/01/1997, apresentou irregularidades; As importações relativas ao Ato Concessório em questão somaram US$ 6.585.329,00 (Valor FOB). Tal valor não coincide com o valor declarado pela empresa, uma vez que os anexos de importação ocorreram irregularidades de diversos tipos, tais como: duplicidades me omissões; As importações ocorreram dentro do prazo de validade do Ato Concessório; Segundo o relatório de comprovação nº 42797/3380, de 28/10/1997, emitido pela SECEX, há divergência entre o valor total das Guias de Importação concedidas à empresa e as importações por ela comprovadas; A empresa importou menos do que estaria autorizada; Como observado, a documentação comprobatória trazida pela empresa está prejudicada por diversas incorreções; A empresa deveria ter solicitado o cancelamento das Guias de Importação não utilizadas junto à SECEX, o que não aconteceu na época oportuna; A fiscalização levou em consideração as importações levadas a termo pelo contribuinte; As exportações, da mesma forma, apresentaram incorreções. O caso mais comum foi a declaração de Registros de Exportação em duplicidade; Após deduzidas as declarações em duplicidade, foi apurado o montante exportado de US$ 16.194.684,98, acima das iniciativas iniciais que eram de US$ 14.500.000,00 previstos no Ato Concessório, após as incorporações decorrentes dos aditivos ; As exportações foram realizadas no período de vigência do Ato Concessório em questão; A empresa exportou mais do que estaria autorizada; Fl. 1772DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 10314.001111/9802 Acórdão n.º 3201001.467 S3C2T1 Fl. 1.637 3 A fiscalização concluiu que os insumos importados a partir de 01/10/1996 não foram objeto de exportações vinculadas ao presente Ato Concessório; Foram glosadas pela fiscalização todas as importações registradas nos meses de OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO de 1.996; Todos os lançamentos estão sujeitos aos juros legais e a multa prevista no artigo 44, I, da Lei 9.430. Cientificado do auto de infração, pessoalmente em 10/12/1999 (fls. 355 verso), o contribuinte, por intermédio de seus advogados e procuradores (Instrumento de Mandato às fls. 983, protocolizou impugnação, tempestivamente na forma do artigo 15 do Decreto 70.235/72, em 10/01/2000, de fls. 970 à 982, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. Na forma do artigo 16 do Decreto 70.235/72 a impugnante alegou resumidamente que: A gama de erros encontrada pela fiscalização quanto ao Ato Concessório nº 02645/0204, de 03/04/1995, deveuse ao fato da empresa ter tercerizado o serviço; A comprovação do cumprimento do Ato Concessório em questão é feita mediante a apresentação dos Registros de Exportação devidamente vinculados; Ocorreram sim exportações posteriores à 01/10/1996 vinculadas ao Ato Concessório nº 02645/0204, de 03/04/1995, mas que por erro da empresa não foram declarados; Todas as exportações previstas no Ato Concessório de Drawback se efetivaram dentro do prazo estipulado; Propugna improcedência do Auto de Infração.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do Acórdão DRJ/SPO II no 1717.332, de 29/01/2007, proferido pelos membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Regimes Aduaneiros Data do fato gerador: 23/07/1992 Segundo o relatório de comprovação, há divergência entre o valor total das Guias de Importação concedidas à empresa e as importações por ela comprovadas. A empresa exportou mais do que estaria autorizada.Tais exportações realizadas, com data posterior a 01.10.1996, estariam acobertadas pelo aditivo do Ato Concessório Lançamento Procedente. Inconformado o interessado apresenta recurso voluntário, tempestivamente, onde repisa basicamente os termos da impugnação. Fl. 1773DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI 4 A recorrente ressalta – que houve prorrogação de prazo para exportar e de valor no Ato Concessório em foco. Assim sendo, foi convertido o julgamento em diligência, através da Resolução 3021.579, de 9/12/2008, ao órgão de origem, para que a fiscalização analisasse a documentação apresentada pela empresa, bem como a SECEX se pronunciasse acerca do Ato Concessório 02645/0204, de 03/04/95; pois a empresa sustenta que houve prorrogação no prazo e de valor. Bem como, averiguação da quantidade autorizada na importação e na exportação. Em resposta da diligência, conforme ofício 525/2010 da Decex/Secex, fls. 1619 e ss, temse que: Assunto:Ato Concessório de Drawback Isenção no 0264 95/0204 (Elevadores Otis) Em referência ao Oficio n° 1340/2009/Gabinete/IRFSPO, protocolado neste MDIC sob o número 52000.023747/200986, segue em anexo resposta As questões formuladas pelo 3° Conselho de Contribuintes a respeito do ato concess6rio de drawback isenção modalidade genérico no 026495/0204 de 03/04/1995 em nome da empresa Elevadores Otis LTDA (29.739.737/004108). a) "Se houve prorrogação de prazo e de valor” : R.: Sim, relacionamos abaixo os aditivos do AC: AC 026495/0204 emitido em 03/04/1995 valor FOB de importação: US$ 3.000.000,00 Valor FOB de exportação: US$ 7.000.000,00 Prazo de validade: 29/11/1995 Aditivo n° 026495/2320 ao AC, emitido em 10/10/1995 Prorroga o prazo de validade para: 19/05/1996 Aditivo 0° 026496/0436 ao AC, emitido em 03/04/1996 Altera o valor FOB de importação para: US$ 4.500.000,00 Altera o valor FOB de exportação para: US$ 10.500.000,00 Prorroga o prazo de validade para: 09/11/1996 Aditivo n° 026496/0754 ao AC, emitido em 27/05/1996 Altera o valor FOB de importação para: US$ 6.000.000,00 Altera o valor FOB de exportação para: US$ 13.000.000,00 Aditivo n° 026496/0894 ao AC, emitido em 01/07/1996 Altera o valor FOB de importação para: US$ 7.500.000,00 Altera o valor FOB de exportação para: US$ 14.500.000,00 Fl. 1774DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 10314.001111/9802 Acórdão n.º 3201001.467 S3C2T1 Fl. 1.638 5 Aditivo n° 026496/1238 ao AC, emitido em 13/09/1996 Prorroga o prazo de validade para: 09/01/1997 Aditivo n°026496/2755 ao AC, emitido em 23/12/1996 Altera o valor FOB de importação para: US$ 8.500.000,00 Altera o valor FOB de exportação para: US$ 19.126.123,18 b) "'Qual a quantidade autorizada na importação e na exportação" R.: Por se tratar de drawback genérico, não há quantidade autorizada na importação no AC. Quanto na exportação, não constam do Ato Concessório a quantidade e peso liquido por exportar A recorrente teve ciência, nos termos abaixo: A empresa notificada manifesta concordância com as respostas apresentadas pela Secretaria de Comércio Exterior — SECEX diante dos questionamentos feitos pelo Terceiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, Que diante dos questionamentos feitos pelo Terceiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, apenas esclarecendo que, com relação ao drawback suspensão genérico obtido por meio de Ato Concessório — AC de n°. 026495/0204, o saldo final de importação, em 23.12.96, é de US$ 5.531.312,29 (cinco milhões quinhentos e trinta e um mil trezentos e doze dólares norteamericanos e vinte e nove centavos), tal como comprovantes de baixa emitidos pelo Secex e listados a seguir: 026495/2576 de 140995 026496/0550 de 140396 026496/1025 de 290596 026496/1254 de 010796 0264961459 de 120796 026496/1467 de 120796 026496/1475 de 120796 026496/1645 de 220796 026496/1653 de 220796 026496/2072 de 200896 026496/2307 de 160996 Fl. 1775DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI 6 026496/2358 de 260996 026495/0204 de 300996 042796/3646 de 151096 042796/4332 de 271196 042796/4553 de 261296 042796/0275 de 220197 Foi dada ciência, também, a PGFN do resultado da diligência demandada, através da Resolução 3021.579, proposta anteriormente, em respeito ao princípio do contraditório. Por fim, os autos retornaram a esta Conselheira para prosseguimento no julgamento Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Versa o presente processo de auto de infração, em relação a procedimentos de importação e exportação na modalidade DRAWBACK SUSPENSÃO, com exigência de Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados, acrescidos de multa e juros de mora, perfazendo um total de R$ 63.608,19. Inicialmente, trago algumas observações no relatório fiscal. Consta para as importações: As mesmas somam , em dólares americanos (valor FOB), US$ 6.585.329,00.Tal valor não coincide com o declarado pela empresa em seus anexos de importação, os quais apresentam incorreções de diversos tipos, tais como lançamentos em duplicidade, omissão de várias Declarações de Importação, etc. Quanto ao prazo durante o qual tais importações foram realizadas, notase pelo referido ANEXO I que as mesmas foram registradas de 180495 . a 271296. Portanto, dentro do prazo de vigência do Ato Concessório. O Relatório de Comprovação nr. 42797/3380, de 281097, traz a seguinte mensagem, de parte da SECEX: "Não é do conhecimento desta Secex se houve qualquer desembaraço vinculado as GIs no montante de US$ 1.705.222,61, concedidas A empresa e não comprovada pela mesma." Segundo a referida mensagem, há divergência entre o valor total das GIs.concedidas A empresa e as importações por ela comprovadas. Realmente, a empresa importou menos do que Fl. 1776DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 10314.001111/9802 Acórdão n.º 3201001.467 S3C2T1 Fl. 1.639 7 estaria autorizada a importar. Quanto As comprovações por ela apresentadas, conforme já mencionado, estão prejudicadas por diversos tipos de incorreções.As GIs não utilizadas pela empresa deveriam ter sido objeto de solicitação de cancelamento junto A SECEX, o que não ocorreu na época oportuna. Posteriormente, houve inúmeras diligências da empresa junto A SECEX, objetivando o cancelamento do saldo não utilizado , conforme demonstram as correspondências trocadas entre ambas, com xerocópias anexas As fls. do processo. Neste Relatório é dado enfoque As importações efetivas levadas a termo pelo contribuinte, e não ao saldo de importações autorizadas e não realizadas, já que tal assunto pertence ao âmbito de controles da SECEX. No que diz respeito As importações efetivas levadas a termo pelo contribuinte, conforme já esclarecido anteriormente, são as relacionadas no ANEXO I (fls. ) deste Relatório Fiscal. Quanto ás exportações: As exportações estão descritas no ANEXO II, As fls. Deste Relatório Fiscal. Assim como ocorrido quanto aos Anexos de Importação,os Anexos de Exportação apresentados pelo contribuinte também apresentam incorreções de diversos tipos, sendo o mais comum a declaração de RES em duplicidade. No ANEXO II, os RES declarados em duplicidade estão achuriados. Após deduzidas as declarações em duplicidade, resta exportado o montante US$ 16.194.684,98, valor situado acima das estimativas iniciais (US$ 14.500.000,00, previstos no Ato Concessório, após incorporação das alterações decorrentes dos Aditivos ). Como exposto, há muitas inconsistências: Segundo o relatório fiscal: Dos cinco Atos Concessórios analisados, apenas o Ato Concessório nº 02645/0204, de 03/04/1995, com vencimento em 29/11/1995, que posteriormente foi prorrogado para 09/01/1997, apresentou irregularidades; As importações relativas ao Ato Concessório em questão somaram US$ 6.585.329,00 (Valor FOB). Tal valor não coincide com o valor declarado pela empresa, uma vez que os anexos de importação ocorreram irregularidades de diversos tipos, tais como: duplicidades em omissões; As importações ocorreram dentro do prazo de validade do Ato Concessório; Segundo o relatório de comprovação nº 42797/3380, de 28/10/1997, emitido pela SECEX, há divergência entre o valor Fl. 1777DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI 8 total das Guias de Importação concedidas à empresa e as importações por ela comprovada. Observase que a fiscalização indicou que os insumos importados a partir de 01/10/1996 não foram objeto de exportações vinculadas ao presente Ato Concessório. Da mesma forma, foram glosadas todas as importações registradas nos meses de OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO de 1.996. A recorrente afirma que em relação ao drawback suspensão genérico obtido por meio de Ato Concessório — AC de n°. 026495/0204, o saldo final de importação, em 23.12.96, foi de US$ 5.531.312,29 e lista os comprovantes de baixa emitidos pela Secex. Diante, da resposta, pela Secex, responsável, pela emissão do Ato Concessório e diversos aditivos, chegase ao consenso que o prazo de validade pode ser superior a 09/01/1997 (Aditivo n° 026496/1238 ao AC, emitido em 13/09/1996), pois logo em seguida foi emitido outro aditivo (n°026496/2755 ao AC, emitido em 23/12/1996) que alterou o valor FOB de importação para: US$ 8.500.000,00 e alterou o valor FOB de exportação para: US$ 19.126.123,18 e essa informação não está clara. Este último aditivo referese ao Ato Concessório em litígio que autoriza novos montantes na importação e exportação (valor FOB de importação para: US$ 8.500.000,00 e alterou o valor FOB de exportação para: US$ 19.126.123,18). Ainda informa a Secex, que como se trata de Drawback genérico, não há quantitativo nas importações, bem como não consta no respectivo Ato Concessório, a quantidade e peso para exportar, daí não há como a fiscalização fazer as devidas glosas/exclusões, por conta de estar devidamente amparada a recorrente pelos diversos aditivos. Sabese que drawback na modalidade suspensão, temse a submodalidade comum, que é o clássico consiste na suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação e/ou aquisição no mercado interno de mercadoria a ser exportada após o beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada..Já a submodalidade Genérico, admitese a discriminação genérica da mercadoria e o seu respectivo valor, dispensadas a classificação na Nomenclatura Comum do MercosulNCM e a quantidade. Ou melhor, dispensa detalhamento das NCM e quantidades importadas, admitindo descrição apenas genérica. Neste caso, o AC é emitido com base em previsões de compra e o laudo técnico é exigido no momento da respectiva baixa. Comprovase com Registros de Exportação da titular do AC . Mediante as informações da Secex, por conta das várias divergências, entendo satisfeitas as condições do cumprimento do regime do Drawback, pela matéria de fato, ou seja, pela comprovação da Secex, motivada por diligência por este turma do CARF. Enfim, resta fragilizado o lançamento. Por todo o acima exposto, dou provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 1778DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 10314.001111/9802 Acórdão n.º 3201001.467 S3C2T1 Fl. 1.640 9 Fl. 1779DF CARF MF Impresso em 07/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 6/12/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 16/12/2013 por JOEL MIYAZAKI
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