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Numero do processo: 13771.001103/99-30
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992
FINSOCIAL. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543-B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005.
Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4º, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato
gerador.
Como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado em 13/5/1999, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos após 13/5/1989.
Recurso extraordinário negado.
Numero da decisão: 9900-000.797
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, mantendo o direito à restituição dado pelo acórdão recorrido, e determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões.
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Luiz Eduardo de Oliveira Santos
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ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 FINSOCIAL. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005. O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543-B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005. Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4º, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador. Como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado em 13/5/1999, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos após 13/5/1989. Recurso extraordinário negado.
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PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005. Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador. Como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado em 13/5/1999, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos após 13/5/1989. Recurso extraordinário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, mantendo o direito à restituição dado pelo acórdão recorrido, e determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 77 1. 00 11 03 /9 9- 30 Fl. 481DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP03.0518.09487.UKOD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM : 21/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso extraordinário ao pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, com fundamento no artigo 9º do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICSRF, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007. Observese que, embora não esteja previsto no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos proferidos até 30 de junho de 2009 serão, por força do artigo 4° do mesmo Regimento, processados de acordo com o rito previsto no RICSRF. O Acórdão no 0306.112 da 3a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 278 a 289v) reconheceu o direito do contribuinte pleitear, em 13/05/1999, repetição de FINSOCIAL referente a fatos geradores ocorridos de 01/09/1989 a 31/03/1992. A Fazenda Nacional apresentou tempestivamente recurso extraordinário (fls. 293 a 298v), onde afirma que somente é possível se pleitear a repetição do indébito no prazo de 5 anos após o recolhimento indevido. Para comprovar a divergência, indicou, como paradigma, o Acórdão CSRF/0400.810, da 4ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado em 03 de março de 2008, cuja ementa se transcreve: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de Fl. 482DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP03.0518.09487.UKOD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13771.001103/9930 Acórdão n.º 9900000.797 CSRFPL Fl. 6 3 extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido. O recurso foi admitido pelo despacho de fls. 299 e 300, que considerou a divergência jurisprudencial comprovada. Devidamente cientificado, o sujeito passivo apresentou contrarrazões, onde pugna pela manutenção da decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Data do pedido: 13/05/1999. Fatos Geradores: 01/09/1989 a 31/03/1992. O presente recurso extraordinário é tempestivo, e preenche os demais requisitos de admissibilidade, tendo em vista que a recorrente logrou demonstrar a divergência jurisprudencial suscitada. Portanto, dele conheço. Discutese qual o prazo para se pleitear a restituição dos tributos lançados por homologação, especificamente no caso de tributo declarado inconstitucional. Nessa situação, o CARF está obrigatoriamente vinculado ao posicionamento dos Tribunais Superiores nos termos do art. 62A do anexo II do RICARF, segundo o qual se deve reproduzir o conteúdo das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Isso porque, no Recurso Extraordinário n° 566.621/RS, julgado em 11/10/2011, com trânsito em julgado em 17/11/2011, o STF decidiu que (a) considerase o prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias da LC 118/05, ou seja a partir de 9 de junho de 2005, e (b) para os demais casos, aplicase a posição do STJ de que o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4o, 156, VII, e 168, I do CTN. Não há que se falar em tratamento diverso do acima exposto para o caso de inconstitucionalidade de lei. Nesse sentido: no RESP nº 1.002.932SP, de 05/11/2009, em regime de Recurso Repetitivo, o Ministro Relator, Luiz Fux, faz expressa referência, em seu voto (fls. 6 e 7) à jurisprudência do STJ, reproduzindo o ERESP n° 4.35835SC, nos termos a seguir: Fl. 483DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP03.0518.09487.UKOD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 ... 2. Não há que se falar em prazo prescricional a contar de declaração de inconstitucionalidade pelo STF ou da Resolução do Senado. ... o Supremo Tribunal Federal confirma essa afirmação, no RE nº 566.621 RS, de 11/10/2011, da relatoria da Ministra Ellen Gracie, em que é definido o critério de aplicação da tese dos 5 + 5 anos, em detrimento da redação dada ao art. 168 do CTN pela Lei Complementar n° 118, de 2005, e, à fl. 11 do voto, é também referida a jurisprudência consolidada do STJ, nos termos a seguir: ... é que a União invoca precedentes relativos a questões específicas, como tributos retidos no regime de substituição tributária e tributos inconstitucionais, em que chegou a haver, é verdade, alguma dúvida quanto à aplicação da regra geral dos 10 anos, mas que não perdurou. Logo, aquela Corte [STJ] firmou posição no sentido de que, também em tais situações de retenção e de reconhecimento do indébito em razão da inconstitucionalidade de lei instituidora, deverseia aplicar, sem ressalvas, a tese dos dez anos, conforme se vê dos EREsp 329.160/DF e EREsp 435.835/SC, julgados pela Primeira Seção daquela Corte. Aliás, nada melhor do que o próprio STJ para reconhecer que se tratava de jurisprudência consolidada. esse entendimento foi confirmado pelo próprio STJ, quando adaptou sua jurisprudência à decisão do STF, conforme RESP n° 1.269.570MG, de 23/05/2012, da relatoria do Ministro Mauro Campbell, em que se esclarece que a única alteração foi referente à data da mudança de critério, qual seja, para pedidos a partir da vigência da Lei Complementar n° 118, de 2005. Salientese, adicionalmente, que a expressão "ações ajuizadas" na decisão referida deve ser entendida como a realização do pedido de repetição de valor à autoridade competente para tal, o que inclui o processo administrativo, no âmbito da Administração Tributária. No presente caso, o pedido de repetição do indébito ocorreu antes de 09 de junho de 2005 e, portanto, aplicase o prazo de 10 anos a partir da ocorrência do fato gerador. Como o pedido foi feito em 13/05/1999, estava apto a pleitear a restituição de tributos com fatos geradores ocorridos após 13/05/1989. Dessa forma, como o pleito se refere a fatos geradores ocorridos de 01/09/1989 a 31/03/1992, o direito não estava fulminado pelo transcurso do prazo fatal. Assim, voto no sentido de conhecer do recurso extraordinário da Fazenda Nacional para, no mérito, negarlhe provimento, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 484DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP03.0518.09487.UKOD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13771.001103/9930 Acórdão n.º 9900000.797 CSRFPL Fl. 7 5 Fl. 485DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP03.0518.09487.UKOD. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por AFONSO ANTONIO DA SILVA em 13/12/2012 15:26:16. Documento autenticado digitalmente por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 14/12/2012. Documento assinado digitalmente por: OTACILIO DANTAS CARTAXO em 17/12/2012 e LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 14/12/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 03/05/2018. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP03.0518.09487.UKOD Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: B631B990FA8CB20E420F33121C30735E17FC70E3 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 137710011039930. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10580.722477/2008-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento.
IRPF. REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO. INCIDÊNCIA. Sujeitam-se à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba.
IRRF. COMPETÊNCIA. A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda.
MULTA DE OFÍCIO. DADOS CADASTRAIS. O lançamento efetuado com dados espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comporta multa de ofício.
IRPF. JUROS MORATÓRIOS VINCULADOS A VERBAS TRABALHISTAS RECONHECIDAS JUDICIALMENTE. INCIDÊNCIA. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal - STF e pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas pelas turmas nos julgamentos dos recursos no âmbito do CARF. É o caso do Acórdão Resp. nº 1227133/RS, proferido pelo STJ sob o rito do art. 543-C do CPC, segundo o qual não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial.
Preliminar rejeitada
Recurso parcialmente provido
Numero da decisão: 2201-001.714
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade do Auto de Infração. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo os juros incidentes sobre as verbas recebidas e a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA (Relator)e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que apenas excluíram os juros, e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE e RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, que deram provimento integral ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor quanto à exclusão da multa de ofício o Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator
Assinatura digital
Gustavo Lian Haddad Redator designado
EDITADO EM: 20/08/2012
Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França.
Nome do relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento. IRPF. REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO. INCIDÊNCIA. Sujeitam-se à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba. IRRF. COMPETÊNCIA. A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. MULTA DE OFÍCIO. DADOS CADASTRAIS. O lançamento efetuado com dados espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comporta multa de ofício. IRPF. JUROS MORATÓRIOS VINCULADOS A VERBAS TRABALHISTAS RECONHECIDAS JUDICIALMENTE. INCIDÊNCIA. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal - STF e pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas pelas turmas nos julgamentos dos recursos no âmbito do CARF. É o caso do Acórdão Resp. nº 1227133/RS, proferido pelo STJ sob o rito do art. 543-C do CPC, segundo o qual não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Preliminar rejeitada Recurso parcialmente provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade do Auto de Infração. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo os juros incidentes sobre as verbas recebidas e a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA (Relator)e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que apenas excluíram os juros, e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE e RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, que deram provimento integral ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor quanto à exclusão da multa de ofício o Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Assinatura digital Gustavo Lian Haddad Redator designado EDITADO EM: 20/08/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França.
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Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento. IRPF. REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO. INCIDÊNCIA. Sujeitamse à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba. IRRF. COMPETÊNCIA. A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. MULTA DE OFÍCIO. DADOS CADASTRAIS. O lançamento efetuado com dados espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comporta multa de ofício. IRPF. JUROS MORATÓRIOS VINCULADOS A VERBAS TRABALHISTAS RECONHECIDAS JUDICIALMENTE. INCIDÊNCIA. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal STF e pelo Superior Tribunal de Justiça STJ em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas pelas turmas nos julgamentos dos recursos no âmbito do CARF. É o caso do Acórdão Resp. nº 1227133/RS, proferido pelo STJ sob o rito do art. 543C do CPC, segundo o qual não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Preliminar rejeitada AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 24 77 /2 00 8- 85 Fl. 202DF CARF MF 2 Recurso parcialmente provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade do Auto de Infração. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo os juros incidentes sobre as verbas recebidas e a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA (Relator)e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que apenas excluíram os juros, e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE e RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, que deram provimento integral ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor quanto à exclusão da multa de ofício o Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator Assinatura digital Gustavo Lian Haddad – Redator designado EDITADO EM: 20/08/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. Relatório VILMA COSTA VEIGA interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ SALVADOR/BA que julgou procedente em parte lançamento, formalizado por meio de auto de infração, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente aos exercícios de 2005, 2006 e 2007, no valor de R$ 88.156,44, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 182.809,99. A infração que ensejou o lançamento foi a classificação indevida de rendimentos como isentos, conforme descrição dos fatos do auto de infração, a seguir reproduzida: O sujeito passivo classificou indevidamente como Rendimentos Isentos e Não Tributáveis os rendimentos auferidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CNPJ 13.100.722/000160, a título de ‘Valores Indenizatórios de URV, a partir de informações a ele fornecidas pela fonte pagadora. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10580.722477/200885 Acórdão n.º 2201001.714 S2C2T1 Fl. 3 3 Tais rendimentos decorrem de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor – URV em 1994, reconhecidas e pagas em 36 parcelas iguais no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003. Estas diferenças recebidas têm natureza eminentemente salarial, e consequentemente, são tributadas pelo imposto de renda, conforme disposto nos arts. 43 e 114 da Lei nº 5.172, de3 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), sendo irrelevante a denominação dada aos rendimentos para sujeitálo ou não à incidência do imposto. Preceitua a Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 2003, dentre outras coisas, que a verba em questão é de natureza indenizatória. A única interpretação possível em harmonia com o ordenamento jurídico nacional e em especial com sistema tributário, é a de que esta Lei disciplina aquilo que é pertinente à competência do Estado, ou seja, seus efeitos não se estendem ao imposto de renda. Principalmente porque não se fez, e nem se poderia, estender seus efeitos tributários ao âmbito federal. Não poderiam os Estados Federados versarem sobre o que não se lhes foi constitucionalmente outorgado, seja para criar, seja para isentar tributo. A lei complementar aludida tem repercussão jurídica em outras matérias afeitas à competência legislativa estadual, tão somente. Considerar que uma lei estadual possa afastar a incidência do imposto de renda de determinadas verbas, denominandoas de indenizatórias, seria descuido crasso, porquanto demonstraria desconhecimento básico acerca dos limites impostos às competências tributárias dispostas na Carta Magna de 1988, particularmente nos artigos 153 e 154. Ademais, o CTN dispõe, no art. 111, que se interpreta literalmente a legislação tributária pertinente à outorga de isenção. As isenções do Imposto de Renda da Pessoa Física são as expressamente especificadas no art. 39 do Decreto nº 3.000, de 1999. Verificase que a legislação tributária não contempla isenção a diferenças salariais reconhecidas posteriormente, ainda que recebam a denominação de “indenização” ou “valores indenizatórios” são tributáveis pelo imposto de renda. A Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que o auto de infração seria nulo em razão da ilegitimidade ativa e da falta de interesse jurídico da Receita Federal do Brasil (RFB) para fiscalizar, administrar ou cobrar o imposto lançado. Pois, em razão da distribuição constitucional das receitas, todo o montante que fosse arrecado a título de imposto de renda incidente sobre os valores pagos a título de URV teria como destinatário o próprio Estado da Bahia; que a própria Receita Federal entende que é ilegítima para figurar no pólo passivo de pedido de compensação vinculado a crédito tributário referente a IRRF retido pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, por não ter a disponibilidade sobre os valores recolhidos. Assim, pelo mesmo motivo, concluise que a União é parte ilegítima para exigir o referido imposto; que as diferenças pagas pelo Estado da Bahia decorrentes do erro na Fl. 204DF CARF MF 4 conversão da remuneração dos Magistrados de Cruzeiro Real para URV têm natureza jurídica indenizatória, conforme previsto nos arts. 4º e 5º da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. Portanto, tais rendimentos são isentos de imposto de renda; que o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, deixou claro o caráter indenizatório de tais verbas, e da consequente não incidência do imposto de renda. Neste mesmo sentido estão a jurisprudência pátria, decisões do Conselho de Contribuintes, e a Solução de Consulta SRF nº 55 de 18 de abril de 2005; que mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros de mora, pois o contribuinte agiu de boa fé, seguindo informações constantes nos contracheques emitidos pela fonte pagadora; que, além disso, o caráter indenizatório de tal verba estava previsto em lei, o que, também, afastaria de a aplicação de multa e juros, nos termos dos artigos 100 e 112 do CTN. A DRJSALVADOR/BA julgou procedente em parte o lançamento para excluir da exigência o valor de R$ 9.403,08 e correspondentes acréscimos, com base nas considerações a seguir resumidas. Inicialmente, a DRJSALVADOR/BA observou que as verbas em questão foram pagas em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003 que se refere a diferenças de remuneração quando da conversão da URV, a qual era realizada mensalmente e visava à manutenção do valor real do salário. Daí concluiu que as diferenças recebidas tinham natureza eminentemente salarial; que o recebimento extemporâneo de tais diferenças não altera a natureza das verbas, ainda que o beneficiário tenha tido que recorrer à Justiça e o acordo tenha sido implementado mediante lei complementar. Registra, ainda, que a tributação incide também sobre os complementos, juros e atualização monetária. Sobre o disposto no artigo 5º da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 2003, que dispõe que as diferenças pagas teriam natureza indenizatória, observa que o Imposto de Renda é regido por legislação federal e, portanto, tal dispositivo não tem nenhum efeito em matéria tributária, destacando que a incidência do imposto de renda independe da denominação do rendimento e que indenizações não são indistintamente isentas, mas apenas aquelas previstas em lei específica como tal; que o art. 55, XIV, do RIR/99 prevê expressamente que tanto os juros moratórios quanto quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento estão sujeitos à tributação, salvo se corresponderem a rendimentos isentos ou não tributáveis. Sobre a alegação de que deveria ser reconhecida a isenção com base na Resolução do STF nª 245, de 2002, que reconheceu a isenção do abono vinculado às diferenças de URV pagas aos magistrados federais, registra que o benefício não poderia ser estendido aos membros do Ministério Público Estadual, pois tal resultaria em isenção sem lei específica, e que também não seria o caso de se recorrer à analogia. Também não seria o caso de se aplicar a isonomia com relação aos magistrados federais, pois se trata de funcionários públicos sujeitos a leis específicas distintas, e que a isenção, no âmbito federal, decorreu de resolução expedida no âmbito do próprio Poder Judiciário. E sobre a responsabilidade da fonte pagadora pela retenção do IRRF, registra que esta se extingue com o término do prazo para a apresentação da declaração dos rendimentos pelo beneficiário dos rendimentos, conforme orientação da Receita Federal por meio da Instrução Normativa SRF nº 1, de 24 de setembro de 2002. Ainda sobre a retenção do imposto pela fonte pagadora, anota que, embora o produto da arrecadação do imposto pertença à fonte pagadora, no caso o Estado da Bahia, este fato não isenta o beneficiário dos rendimentos de oferecêlo à tributação; que, portanto, a competência para o lançamento tributário e o julgamento da lide são da União. Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10580.722477/200885 Acórdão n.º 2201001.714 S2C2T1 Fl. 4 5 Relativamente à multa de ofício, a DRJ rechaça a alegação de que, como os informes de rendimento apresentados pela fonte pagadora indicavam que se tratava de rendimentos isentos, sem a retenção do imposto, agiu de boafé e não poderia ser punido com a multa. Observa que a infração independe da intenção do agente e que a multa é devida pela omissão dos rendimentos e não pela prática de fraude. Finalmente, a DRJ registra que a autuação observou a regra estabelecida pela orientação da PGFN por meio do Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, eliminando os efeitos tributários do recebimento dos rendimentos de forma acumulada, todavia, foram tributados indevidamente os valores correspondentes a 13º salário e férias indenizadas, valores que exclui da tributação. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 06/04/2011 e, em 28/04/2011, interpôs o recurso voluntário que ora se examina e no qual afirma, inicialmente, que a decisão recorrida não enfrentou a questão suscitada na impugnação quanto à falta de legitimidade da União para cobrar imposto de renda que pertence, por determinação constitucional, ao Estado; que também não enfrentou a questão da “quebra da capacidade contributiva da recorrente”. Afirma que tais omissões representam supressão de instância, afrontando o devido processo legal, o contraditório e ampla defesa. Reafirma, como preliminar, as alegações de ilegitimidade passiva da União para cobrar o imposto incidente na fonte e que não foi objeto de retenção pelo Estado; reafirma a alegação de quebra da capacidade contributiva do Contribuinte, que estaria caracterizada pelo fato de que o Fisco pretende receber o imposto em valor maior do que o que seria devido caso os rendimentos fossem recebidos no tempo próprio, com multa, correção e juros. Quanto ao mérito, reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação quanto à natureza indenizatórias das verbas recebidas; sobre a quebra do princípio constitucional da isonomia, em face do tratamento recebido pelo membros do Poder Judiciário Federal; questiona procedimentos de cálculos quanto á alíquota aplicável, as base de cálculo e a inclusão indevida de rendimentos que seria de 13º salário e abono de férias. Por fim, reitera alegações contra a aplicação da multa e dos juros de mora, sob o argumento de que declarou rendimentos segundo orientações da fonte pagadora, tanto pelos comprovantes de rendimentos por esta fornecidos quanto pela Lei Estadual que definiu que a verba em questão teria natureza indenizatória. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Fl. 206DF CARF MF 6 O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Examino, inicialmente, a argüição de nulidade do lançamento. Afirma o Recorrente que o auto de infração seria nulo devido à ilegitimidade ativa da União e a erro de procedimento na base de cálculo do imposto. Rejeito de plano a argüição de nulidade, pois ambas as questões se confundem com o mérito e serão examinadas mais adiante. Isto é, uma das questões a serem aqui discutidas é se o fato de pertencer ao estado o produto da arrecadação do IRRF afasta a competência da União para fiscalizar, lançar e cobrar dos contribuintes beneficiários dos rendimentos sobre os quais devem incidir o imposto na fonte e, como já dito, a solução dessa questão, neste caso, se confunde com o mérito do lançamento; a outra questão diz respeito precisamente aos procedimentos de apuração da base de cálculo. Por outro lado, o lançamento foi formalizado por servidor competente e de acordo com as normas que regem o processo administrativo fiscal, e, portanto, não vislumbro nenhum vício que pudesse ensejar sua nulidade. Rejeito a preliminar de nulidade. Quanto ao mérito, sobre a distribuição das competências tributárias esta é claramente definida na Constituição Federal sendo da União a competência do Imposto de Renda. E quanto a sito não há controvérsia. A pretensão da defesa, todavia, é de que, como o produto da arrecadação do IRRF, no caso, pertenceria ao Estado da Bahia, a União não teria legitimidade para exigir o tributo. Mas, como ressaltou a decisão de primeira instância, independentemente de ter havido ou não a retenção do imposto pela fonte pagadora, é dever dos contribuintes informarem os rendimentos quando do ajuste anual. A retenção do imposto pela fonte pagadora é mera antecipação do imposto devido quando do ajuste anual, e tanto é assim que, quando apurado o imposto devido no ajuste, compensase o imposto retido na fonte. Sobre isto, a propósito, há súmula do CARF, a saber: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF Nº 12) Não há, portanto, relação entre o dever de reter o imposto, o fato de o produto da arrecadação do imposto retido pertencer ao Estado e a competência tributária do Imposto de Renda. Vale ressaltar também que a exigência foi feita de acordo com a legislação aplicável, que não pode deixar de ser aplicada com base em juízo subjetivo da administração tributária a respeito da capacidade contributiva. Isto é, a compatibilização da carga tributária ao princípio da capacidade contributiva deve ser considerada pelo legislador e não pelos agentes arrecadadores que estão vinculados á lei. No caso concreto a Contribuinte queixase do fato de que, tendo oferecimentos os rendimentos à tributação de acordo com a orientação da própria fonte pagadora, por meio do comprovante de rendimentos por ela fornecida e de acordo com orientação legal do próprio estado, não poderia ser onerada com a exigência do imposto com acréscimos de multa, juros e correção, portanto, ser instada a pagar mais do que pagaria sob condições normais. Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10580.722477/200885 Acórdão n.º 2201001.714 S2C2T1 Fl. 5 7 Mas, mais uma vez, o argumento da defesa confunde aspectos que não se relacionam. A administração tributária deve limitarse a exigir os tributos devidos de acordo as normas de incidência previstas na legislação tributária. Se o Contribuinte não recebeu os rendimentos quando fazia jus a eles, por divergências com a fonte pagadora quanto a esse direito, e veio a receber em momento posterior, este fato não pode interferir na regra de incidência tributária que deve levar em conta os rendimentos efetivamente recebidos pelos contribuintes; e se o Contribuinte recebeu os rendimentos em momento posterior e não os ofereceu à tributação quando desse recebimento, o imposto deve ser exigido, com os acréscimos previstos em lei. Sobre o fato de que o Contribuinte agiu de boafé e, portanto, não deveria ser onerado com multa e juros, a questão será examinada mais adiante. Por enquanto afasto apenas a objeção levantada pela defesa de que a autuação tenha onerado a carga tributária em relação à situação hipotética de o rendimento ter sido recebido ao tempo em que o Contribuinte faria jus a eles. Sobre a alegada natureza indenizatória das verbas recebidas, pela própria descrição dos fatos, fica claro que não é disso que se trata. Segundo o relato da própria Contribuinte, as verbas em questão referemse a diferenças salariais devidas em decorrência de erro na conversão dos salários de Cruzeiro Real para URV. Isto é, nesta conversão teria havido erro com prejuízo para os servidores, prejuízo que veio a ser posteriormente reparado, pagandose a eles aquilo que antes deixou de ser pago. E o que deixou de ser pago não foi outra coisa que não salários. Logo, o que veio a ser posteriormente pago é salário. Mas o Contribuinte apóiase na Lei Complementar nº 20, de 2003 do Estado da Bahia que no seu art. 3º definiu que as tais verbas teriam natureza indenizatória, a saber: Art. 2º. As diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV, objeto da Ação Ordinária de nº 140.975921531, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e em conseqüência com os precedentes do Supremo Tribunal Federal, especialmente nas Ações Ordinárias nos. 613 e 614, serão apuradas mês a mês, de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001, e o montante, correspondente a cada Procurador e Promotor de Justiça, será devido em 36 parcelas iguais e consecutivas para pagamento nos meses de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Art. 3º. São de natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 2º desta lei. Ora, primeiramente, como já referido acima, o Imposto de Renda é da competência da União e, portanto, os estados da federação não são competentes para legislar em matéria tributária relativamente a este tributo. Portanto, se o Estado da Bahia se arvora a definir a natureza das coisas e a dizer que diferença de salário tem natureza indenizatória, esta denominação não se presta para fins de definição da incidência ou não do imposto de renda. Isto, aliás, está dito expressamente no § 1º do art. 43 do CTN, a saber: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; Fl. 208DF CARF MF 8 II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Mas a Recorrente invoca a Resolução nº 245, do Supremo Tribunal Federal que definiu que verba semelhante devida aos magistrados federais teria natureza indenizatória. Pois bem, é certo que o Supremo Tribunal Federal, em sessão administrativa, considerou como tendo natureza indenizatória o abono variável concedido aos membros do Poder Judiciário da União pela Lei nº 10.474, de 2002, e como tal, não sujeitas à tributação pelo imposto de renda, como também é certo que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, por meio do Parecer PGFN nº 529/2003, manifestou entendimento no sentido de que as referidas verbas não estariam sujeitas à tributação. Mas tanto a Resolução do STF quanto o Parecer da PGFN referemse especificamente ao abono concedido aos Magistrados da União, e, em seguida, aos membros do Ministério Público Federal, e o que se discute neste processo é se o mesmo entendimento deve ser aplicado à verba atribuída aos membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. E o que passo a analisar. Vale destacar, inicialmente, que a posição do Supremo Tribunal Federal – STF sobre a natureza do abono variável atribuído aos Magistrados da União foi definida em sessão administrativa e expedida por meio de Resolução, e não em sessão de julgamento daquela Corte e, por óbvio, não se trata de uma decisão judicial cujos efeitos são bem distintos dos de um ato administrativo. Enfim, é elementar e dispensa maiores considerações, que a Resolução do STF não vinculava a Administração Tributária da União. Sobreveio, todavia, o Parecer PGFN/Nº 529/2003 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, aprovado pelo Ministro da Fazenda, e que concluiu que o abono variável de que trata o art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002 tem natureza indenizatória. O referido Parecer, entretanto, não deixa dúvidas quanto aos limites desse entendimento, senão vejamos. Após destacar que o Superior Tribunal de Justiça – STJ consolidou entendimento no sentido de que abonos recebidos em substituição a aumentos salariais sofrem a incidência do imposto de renda, fez a ressalva de que, segundo entendimento dessa mesma Corte, nos casos de abono concedido como reparação pela supressão ou perda de direito, o mesmo tem natureza indenizatória. E, segundo o Parecer da PGFN, seria este, no entendimento do STF, manifestado por meio da Resolução nº 245, de 2002, o caso do abono variável e provisório previsto no art. 6º da Lei nº 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002, no entendimento do STF. Fica claro, portanto, que o Parecer da PGFN somente reconhece a natureza indenizatória do abono variável de que tratam as Leis nº 9.655, de 1998 e 10.474, de 2002, acolhendo entendimento do STF de que tal abono destinase a reparar direito. Assim, o que se tem é, por um lado, a Resolução nº 245, do STF que, como se viu, não emana os efeitos de uma decisão judicial e, por outro, o Parecer PGFN/Nº 529/2003 que se limita a reconhecer a natureza indenizatória do abono concedido aos Magistrados da União, acatando interpretação do STF. É dizer, ambos os atos alcançam apenas o abono Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10580.722477/200885 Acórdão n.º 2201001.714 S2C2T1 Fl. 6 9 previsto no art. 6º da Lei nº 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002. Nessas condições, não vejo como se estender o alcance dos dois atos acima referidos para abonos concedidos posteriormente, para outro grupo de servidores, por meio de ato específico distinto daqueles referidos na Resolução do STF e no Parecer da PGFN. Por outro lado, é irrelevante o fato de a lei estadual se reportar ao sistema remuneratório dos Magistrados da União. Tratase de mera questão de técnica legislativa, de opção por uma determinada forma de fixação de parâmetros remuneratórios, o que de modo algum implica na equiparação de uma e de outra verba. É preciso examinar, portanto, no caso concreto, a natureza da verba recebida pela Recorrente para se poder concluir pela incidência ou não incidência, sobre ela, do imposto de renda, e, como vimos acima, a verba tem natureza salarial e como tal é tributável. Registrese, por fim, que em recente julgado a Câmara Superior de Recursos Fiscal – CSRF, analisando situação semelhante em que era parte um membro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, decidiu pela manutenção da exigência. Tratase do Acórdão nº 9202002.032, de 21 de março de 2012. Eis a ementa do acórdão: Ementa: REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO INCIDÊNCIA Sujeitamse à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba. Sobre a quebra de isonomia entre os membros do Poder Judiciário Federal e os membros do Ministério Público do Estado da Bahia, que teriam tratamento diferenciado, estando em situações semelhantes, registrese que, ainda que se verificasse tal situação, isto não poderia ser invocado para deixar de aplicar a norma tributária. Os princípios da isonomia, da capacidade contributiva e outros que informam o sistema tributário devem ser observados pelo legislador na feitura das normas tributárias, e não cabe aos agentes da administração, vinculados que são a esta legislação, deixar de aplicála a pretexto de violação de princípios que elas deveriam observar. Ademais, no caso concreto, a situação específica dos membros da Magistratura Federal decorre de ato do próprio Poder Judiciário, e não da legislação ou da administração tributária. E sobre as deduções reclamadas pela Contribuinte, estas também deveriam ter sido pleiteadas quando da apresentação da declaração de rendimentos. O que o Fisco exige mediante a autuação objeto deste processo é apenas a diferença de imposto que deixou de ser paga. O Fisco apenas incluiu rendimentos que deixaram de ser tributados. Tudo o mais que se refere à apuração do imposto já deveria constar da declaração apresentada. Sobre os alegados erros na base de cálculo e na alíquota, vale ressaltar que, por determinação da DRJSALVADOR/BA, por meio de diligência, o lançamento foi ajustado para observar a orientação do Parecer PGFN//CRJ nº 287/2009, considerando os rendimentos nos meses do recebimento e com as alíquotas vigentes à época. Por outro lado, a pretensão de que deveria ser aplicada a alíquota considerando apenas o valor das diferenças recebidas, há um equívoco da Contribuinte. É que se trata aqui de exigência de imposto devido no ajuste anual, e não mais na fonte e, portanto, deve ser considerado, na base de cálculo do imposto, a totalidade dos rendimentos recebidos no período e não apenas os rendimentos não tributados na Fl. 210DF CARF MF 10 declaração. Portanto, considerando os valores totais dos rendimentos recebidos pela Contribuinte em cada exercício, a alíquota aplicável é a alíquota máxima. O mesmo vale para as deduções, que também deveriam ter sido pleiteadas quando da apresentação da declaração de rendimentos. O que o Fisco exige mediante a autuação objeto deste processo é apenas a diferença de imposto que deixou de ser paga. O Fisco apenas incluiu rendimentos que deixaram de ser tributados. Tudo o mais que se refere à apuração do imposto já deveria constar da declaração apresentada. Correto, portanto, o lançamento quanto a este aspecto. Quanto ao pedido de exclusão da multa de ofício e dos juros, sob a alegação de que a Contribuinte teria agido de boafé, seguindo orientação normativa da fonte pagadora, a questão foi adequadamente enfrentada pela decisão de primeira instância. Ainda que a fonte pagadora tenha deixado de proceder à retenção, o Contribuinte teria que oferecer os rendimentos à tributação ,e não o tendo feito, fica sujeito à multa prevista no art. 44, I da Lei nº 9.430, de 1996, verbis: Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I – de 75% (setenta e cinco por cento), nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; E quanto à consulta que teria sido respondida concordando com a tese da não aplicabilidade da multa de ofício, diferentemente do quem afirma o Recorrente, por não ter sido a consulta processada de acordo com o rito do Decreto nº 70.235, de 1972, esta não tem efeito vinculante. Sobre a aplicação do art. 100 ou 110 do CTN, no caso de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, é dever dos contribuintes apurar o imposto devido, devendo observar a legislação aplicável, e não o fazendo fica sujeito ao lançamento em relação a eventuais diferenças de impostos. Ora, não sendo a fonte pagadora competente para legislar a respeito do imposto, que é de competência da União, não poderia o Contribuinte ter apurado o imposto com base nessas orientações. Se o fez, ainda que de boafé, responde pela omissão sujeitandose à multa prevista em lei. Mais uma vez, como noutras situações acima analisadas, não cabe ao Fisco, ao proceder ao lançamento tributário, fazer juízo subjetivo sobre a boafé ou máfé do Contribuinte, devendo se limitar a aplicar a legislação à qual está vinculado e que, no caso, prevê a imposição dos acréscimos legais. Finalmente, sobre os juros incidentes sobre as verbas recebidas, ressalvando minha posição em sentido contrário, penso ser aplicável ao caso, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça segundo o qual os juros calculados sobre verbas, recebidas em decorrência de decisões judiciais em ações trabalhistas, têm natureza indenizatórias, não estando sujeitos à incidência do imposto, nos termos do Acórdão Resp. nº 1227133/RS, julgado em 28/09/2011, com a seguinte ementa: RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10580.722477/200885 Acórdão n.º 2201001.714 S2C2T1 Fl. 7 11 INDENIZATÓRIA. VERBAS TRABALHISTAS. NÃO INCIDÊNCIA OU ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. – Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Recurso especial, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, improvido. Deve ser excluída da base de cálculo, portanto, a parcela dos rendimentos correspondentes aos juros recebidos pelo beneficiário. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo do lançamento o valor correspondente aos juros. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Voto Vencedor Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD, Redatordesignado Divergi das conclusões do I. Relatora, Dr. Pedro Paulo Pereira Barbosa, no que respeita ao não acolhimento do pleito de exclusão da multa de ofício formulado pelo recorrente. De fato e como consta de seu voto, a fonte pagadora – no caso o Poder Judiciário do Estado da Bahia tratou os rendimentos como de natureza indenizatória e não os submeteu a tributação, assim informando o contribuinte em informe de rendimentos que lhe foi entregue. Tratase de situação em que o recorrente foi induzido a equívoco quanto ao tratamento dos rendimentos recebidos, configurando erro escusável como já decidido em inúmeros precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Confiramse os seguintes acórdãos da Câmara Superior de Recursos Fiscais: CSRF/01—4.825, j. 16.02.2004, Rel. Antonio de Freitas Dutra; MULTA DE OFÍCIO DADOS CADASTRAIS O lançamento efetuado com dados cadastrais espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comporta multa de ofício. Fl. 212DF CARF MF 12 CSRF/0400.058, j. 21.06.2005, Rel. Remis Almeida Estol IRPF RENDIMENTOS TRIBUTAÇÃO NA FONTE ANTECIPAÇÃO RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Em se tratando de imposto em que a incidência na fonte se dá por antecipação daquele a ser apurado na declaração, inexiste responsabilidade tributária concentrada, exclusivamente, na pessoa da fonte pagadora, devendo o beneficiário, em qualquer hipótese, oferecer os rendimentos à tributação no ajuste anual MULTA DE OFÍCIO DADOS CADASTRAIS O lançamento efetuado com dados cadastrais espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comporta multa de ofício. Recurso especial parcialmente provido. Assim, com as presentes considerações e com base em todo o exposto, divirjo das conclusões do I. Relator para dar parcial provimento parcial ao recurso com vistas a excluir do crédito tributário o valor correspondente à multa de ofício. (assinado digitalmente) GUSTAVO LIAN HADDAD Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10580.722477/200885 Acórdão n.º 2201001.714 S2C2T1 Fl. 8 13 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CÂMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10580.722477/200885 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 2201001.714. Brasília/DF, 10 de setembro de 2012. ______________________________________ Maria Helena Cotta Cardozo Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Fl. 214DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002843/2006-72
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 2001, 2002
DECADÊNCIA. IRPJ. CSLL. PIS. COFINS. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO E DE PRÉVIA DECLARAÇÃO DO DÉBITO. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 173, INCISO I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO STJ FIXADO EM RECURSO REPETITIVO.
Conforme entendimento do STJ, que, por força do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, deve ser reproduzido no CARF, ante a ausência de pagamento antecipado ou de prévia declaração do débito, aplica-se, para a contagem do prazo decadencial, o artigo 173, inciso I, do CTN. Na hipótese, não restou configurada a decadência, tendo em vista que o contribuinte declarou que, no período apurado, a empresa estava inativa.
Numero da decisão: 9101-001.525
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos FISCAIS, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Nome do relator: SUSY GOMES HOFFMANN
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IRPJ. CSLL. PIS. COFINS. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO E DE PRÉVIA DECLARAÇÃO DO DÉBITO. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 173, INCISO I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO STJ FIXADO EM RECURSO REPETITIVO. Conforme entendimento do STJ, que, por força do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, deve ser reproduzido no CARF, ante a ausência de pagamento antecipado ou de prévia declaração do débito, aplicase, para a contagem do prazo decadencial, o artigo 173, inciso I, do CTN. Na hipótese, não restou configurada a decadência, tendo em vista que o contribuinte declarou que, no período apurado, a empresa estava inativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos FFIISSCCAAIISS, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 28 43 /2 00 6- 72 Fl. 796DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 3 2 Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Jorge Celso Freire da Silva, Suzy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Valmar Fonsêca de Menezes, José Ricardo da Silva e Plínio Rodrigues de Lima. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Lavrouse o auto de infração contra o contribuinte, nos termos do Relatório Fiscal presente às fls. 133/137: “Através de correspondência datada de 11.08.2006, por seu Procurador devidamente constituído, a empresa apresenta o Estatuto Social e alterações, informando ter solicitado ao Banco Safra S/A, em 28.07.2006, os extratos bancários em meio magnético, requerendo nesta mesma oportunidade prorrogação de 10(dez) dias úteis, a partir de 18 de agosto de 2006, para apresentação dos outros documentos. Foi concedida prorrogação de mais 10 (dez) dias, a partir de 18.08.2006. (grifos nosso) Informa ainda a contribuinte, que apresentou as Declarações de Imposto de Renda Pessoa Jurídica correspondente aos anos de 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998, sendo que de 1999 a 2005 a empresa estava inativa. ( grifo nosso ) Pelos extratos bancários fornecidos pelo Banco Safra S/A, e entregues pela empresa, correspondentes aos anos calendários de 2001 e 2002, elaboramos através dos "Papéis de Fiscalização", a compilação de todos os dados contidos nos referidos extratos. A maior parte dos lançamentos coletados a crédito, referiamse a depósitos bancários e resgates de valores provenientes de fundos. Através do "Termo de Intimação", de 02.10.2006, foi a empresa intimada para no prazo de 20 (vinte) dias, comprovar a origem dos valores creditados/depositados em sua conta corrente, conforme relação anexada ao Termo. Apresenta a empresa dentro do prazo estipulado , extratos de movimentação dos fundos de aplicação administrados pelo Banco Safra S/A., não apresentando a comprovação das demais origens referentes aos depósitos bancários. Analisados os documentos entregues, constatou esta fiscalização que os lançamentos correspondentes aos resgates dos fundos de aplicação, constantes das planilhas elaboradas, estão corretos e Fl. 797DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 4 3 coincidentes em datas e valores com aqueles da movimentação financeira. Assim , apesar de todos os prazos concedidos à fiscalizada, a mesma não logrou apresentar a documentação contábil/fiscal, incluindo documentos e livros para suportar sua contabilidade, e nem tampouco comprovou a origem dos valores creditados/depositados em sua conta corrente, após a comprovação das importâncias correspondentes aos resgates de fundos. Dentre as modalidades permitidas para apuração do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas —IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro — CSLL, devidos trimestralmente, está aquela em que o lucro, base de incidência do IRPJ e da CSLL, é arbitrado, pela própria pessoa jurídica ou, de oficio, pela fiscalização. O instituto do arbitramento dos lucros, não é penalidade, é forma licita de apuração da base de cálculo do imposto de renda, e é o ultimo recurso, de que se serve o fisco, após esgotadas todas as possibilidades de apuração do lucro real. Na hipótese de inexistência de escrituração que torna imperativo o arbitramento do lucro, a autuação por omissão de receitas deve ser a via adotada pelo Fisco, posto que a presunção legal instituída pelo artigo 42 da Lei n° 9.430/96, baseada nos depósitos bancários com recursos de origem não comprovada, seria o critério mais adequado. O contribuinte apresentou impugnação (fls. 179/192). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento (fls.258/277) julgou procedente o lançamento, conforme a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002 IMPUGNAÇÃO. DECISÃO. INTIMAÇÃO VIA POSTAL. ENDEREÇO. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. A decisão que julga impugnação interposta em face de lançamento é encaminhada â ciência do contribuinte via postal, modalidade de intimação que deve ser endereçada, obrigatoriamente, a seu domicilio tributário. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. INOCORRÊNCIA. EXTRATOS BANCÁRIOS. FORNECIMENTO PELO PRÓPRIO CONTRIBUINTE. Não configura ofensa â garantia ao direito ao sigilo bancário quando as informações acerca da movimentação financeira do contribuinte são fornecidas ao Fisco em consonância com a legislação ou, ainda, pelo próprio titular das contasbancárias. CONSTITUCIONALIDADE DE LEI. CONTROLE JURISDICIONAL. Fl. 798DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 5 4 É vedado â autoridade administrativa, ao argumento de inconstitucionalidade de lei, deixar de aplicála enquanto vigente e eficaz no ordenamento jurídico, situação somente possível se houver tutela do Poder Judiciário, instituição que detém competência para o controle de constitucionalidade de atos normativos. AUTOS REFLEXOS. O julgamento que reconhece a ocorrência de eventos que representam ao mesmo tempo fato gerador de vários tributos repercute em todos os lançamentos a eles vinculados. MULTA DE OFICIO. CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES. INEXISTÊNCIA. A lei prevê circunstâncias capazes de majorar a multa de oficio, inexistindo, todavia, circunstâncias atenuantes autorizativas a reduzir o patamar da multa básica a ser lançada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001, 31/03/2002, 30/06/2002, 30/09/2002, 31/12/2002 LIVROS COMERCIAIS E FISCAIS. NÃO APRESENTAÇÃO. ARBITRAMENTO DO LUCRO. POSSIBILIDADE. 0 imposto de renda, devido trimestralmente no curso do ano calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos de sua escrituração comercial e fiscal, subsistindo essa forma de tributação do lucro, ainda que aqueles elementos sejam apresentados posteriormente. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE ORIGEM. Caracterizase omissão de receitas ou de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Lançamento Procedente O contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 286/311). A 1° Turma Ordinária da 1° Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF (fls. 336/344) acolheu a preliminar de decadência em relação ao IRPJ e à CSLL quanto aos fatos geradores ocorridos nos três primeiros trimestres de 2001, bem como em relação ao PIS e à COFINS quanto aos fatos geradores ocorridos até novembro de 2001, inclusive. Eis a ementa do julgado: Fl. 799DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 6 5 PRELIMINAR DECADÊNCIA. IRPJ e CSLL. LUCRO REAL TRIMESTRAL. RECONHECIDA EM PARTE. Nos termos do artigo 150, § 4° do Código Tributário Nacional, o prazo decadencial dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, iniciase com o respectivo fato gerador. Passados cinco anos sem lançamento fiscal, ocorre a decadência do crédito tributário. OMISSÃO DE RECEITA. INVERSÃO DO ONUS PROBANDI. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO PELO CONTRIBUINTE. Configurase omissão de receita quando o contribuinte devidamente notificado a comprovar movimentação bancária, não apresenta documentação hábil para elidir a presunção legal. A Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência (fls. 349/360), sustentando, em síntese, que: “Compulsando os autos, verificase que o tributo não foi recolhido. Não havendo pagamento antecipado, aplicase o dies a quo previsto no artigo 173, I, uma vez que não se trata mais de lançamento por homologação, mas simples lançamento ex officio. A rigor, sequer existe montante a ser homologado. Assim, é indevida a aplicação do artigo 150, §4°, na espécie. Merece reforma, portanto, a decisão recorrida”. Conforme documento de fls. 380, tendo o contribuinte sido cientificado da decisão do CARF, e não tendo efetuado o pagamento do crédito tributário mantido por intermédio do processo n° 9515.002843/200672, formouse processo apartado, transferindose os fatos geradores ocorridos entre 12/2001 e 12/2002, para prosseguimento da cobrança. Voto Conselheira Susy Gomes Hoffmann, Relatora O presente recurso é tempestivo. Preenche, também, os demais requisitos de admissibilidade, tendo em vista que a recorrente logrou comprovar a divergência jurisprudencial suscitada. Devese fixar, no caso, qual dispositivo deve reger o prazo decadencial: o artigo 173, inciso I, ou o artigo 150, §4°, CTN. Fl. 800DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 7 6 Na hipótese, a decadência foi declarada, em relação ao IRPJ e à CSLL, no que tange aos fatos geradores ocorridos até 30/09/2001. Em relação ao PIS e à Cofins, no que se refere aos fatos geradores ocorridos até novembro de 2001. A ciência do auto de infração deuse em 12/12/2006. O entendimento desta relatora sempre foi no sentido de que, nos termos do artigo 150, parágrafo 4o., do CTN o que se homologa é a atividade do contribuinte e não o pagamento, de tal forma que, para o julgamento, não interessava a ocorrência ou não do pagamento. Conforme recente alteração do Regimento Interno do CARF, impõese a este tribunal administrativo a reprodução dos julgados definitivos proferidos pelo STF e pelo STJ, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil. Diante disso, temse que o STJ já enfrentou o tema objeto do presente recurso especial, julgandoo sob o rito dos recursos repetitivos, no seguinte sentido: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). Fl. 801DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 8 7 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. A imperiosidade de aplicação dessa decisão do STJ, no âmbito do CARF, é inequívoca, conforme o disposto no artigo 62A do seu Regimento Interno. Discussões surgiram, no entanto, em relação a como se deveria dar tal aplicação, tendo em vista que, na determinação de incidência do artigo 173, inciso I, do CTN, estabeleceuse, em discrepância com a previsão literal desse dispositivo legal, que o prazo decadencial começaria a correr do primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato imponível. Neste aspecto, após muitas idas e vindas, e profunda reflexão, consolidei o meu posicionamento no sentido de que a aplicação da decisão do Superior Tribunal de Justiça tramitada no rito dos recursos repetitivos deve darse, analisandoo (o acórdão) em face da lei que trata do tema nele versado. Neste passo, é de se ter que o artigo 173, inciso I, do CTN, por diversas vezes citado no acórdão do STJ, dispõe expressa e inequivocamente que o prazo decadencial deve ser computado a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. Pois bem, superadas tais questões, uma outra acabou por assomar. Fl. 802DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 9 8 Analisandose a decisão do STJ, temse que, em princípio, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, inexistindo o pagamento antecipado por parte do contribuinte, nada haveria que ser homologado, de sorte que dispositivo legal regente da decadência, em tal hipótese, é o artigo 173, inciso I, do CTN. Contudo, perquirindose mais detidamente o teor da decisão, podese extrair, expressamente, que: “Assim é que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” O que se depreende da passagem transcrita? Que o prazo decadencial contar seá do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado: a) quando a lei não prevê o pagamento antecipado da exação; b) quando a lei prevê o pagamento antecipado, mas este não ocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação (porque havendo tais posturas por parte do contribuinte, mesmo a existência do pagamento antecipado não elide a incidência do artigo 173, inciso I, do CTN); c) quando não existe declaração prévia do débito. Este detalhe do acórdão do STJ leva à conclusão de que ao pagamento antecipado do tributo equiparouse, cuidandose de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a declaração prévia do débito prestada pelo contribuinte. A inexistência de ambos leva à aplicação do artigo 173, inciso I, do CTN. Isto é, mesmo não tendo ocorrido o pagamento antecipado do tributo, se houve declaração prévia do débito, incide o artigo 150, §4°, do CTN. Estas constatações, não se toma por base apenas a passagem mencionado da decisão do STJ. Deveras, analisandose ainda mais a fundo a decisão do STJ, verificase que, em seu bojo, citouse acórdãos do próprio Tribunal que respaldam o entendimento fixado. Ilustrativamente, citese o quanto decidido nos Embargos de Divergência no Resp. n° 276.142 SP, de relatoria do próprio Ministro Luiz Fux: “Impende salientar que a homologação a que se refere o art. 150 do Código Tributário é da atividade do sujeito passivo, não necessariamente do pagamento do tributo. O que se homologa, quer expressamente, quer tacitamente, é o proceder do contribuinte, que pode ser o pagamento suficiente do tributo, o pagamento a menor ou a maior ou, também, o nãopagamento. Fl. 803DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 19515.002843/200672 Acórdão n.º 9101001.525 CSRFT1 Fl. 10 9 Seja qual for, dentre todas as possíveis condutas do contribuinte, ocorre uma ficção do Direito Tributário, sendo irrelevante que tenha havido ou não o pagamento, uma vez que relevante é apenas o transcurso do prazo legal sem pronunciamento da autoridade fazendária, dilo o Codex Tributário.” Desta forma, não se pode desconsiderar aqui tais questões, pois que integram claramente o acórdão cuja aplicação se impõe no âmbito do CARF. Do modo que, tratandose de tributo sujeito a lançamento por homologação, devese aferir, no caso concreto, se o contribuinte efetuou o recolhimento antecipado ou se perpetrou declaração prévia do débito. Havendo um ou outro, o prazo decadencial terá início nos termos do artigo 150, §4°, do CTN, ou seja, a partir da ocorrência do fato gerador. Caso contrário, o prazo regerseá pelo artigo 173, inciso I, do CTN, tendo como termo inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No presente caso, podese verificar que, em relação ao período ora debatido, o contribuinte, efetivamente, não realizou qualquer pagamento antecipado dos tributos, tampouco apresentou qualquer declaração o que se conclui do fato de que a própria empresa, em resposta a notificação do fisco, informou que “apresentou as Declarações de Imposto de Renda Pessoa Jurídica correspondente aos anos de 1994, 1995, 1996, 1997 e 1.998, sendo que de 1.999 a 2.005 a empresa estava inativa.” A ciência do Auto de Infração ocorreu em 12/12/2006. Contudo, tendo em vista a ausência de pagamento antecipado ou de prévia declaração do débito, incide o artigo 173, I, do CTN. O início do prazo decadencial, desta forma, deuse em 01/01/2002, de sorte que não restou caracterizada a decadência. Diante do exposto, dou provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, para a afastar a decretação de decadência. Sala das Sessões, em 21 de novembro de 2012 (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 804DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 13433.000386/2004-43
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 1999, 2000
DECADÊNCIA. Nos termos do artigo 173, I do CTN, passado o transcurso do qüinqüênio legal, extinto se encontra o direito de constituição do crédito tributário, nos termos do artigo 156, V, do CTN. Precedentes da 1ª Seção deste E. Conselho e do C. STJ (Resp. n. 973.73). ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Justificados e comprovados os valores que deram origem à variação patrimonial positiva, é de se afastar a acusação fiscal.
Numero da decisão: 2802-001.307
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR
PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator.
Nome do relator: German Alejandro San Martín Fernández
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Nos termos do artigo 173, I do CTN, passado o transcurso do qüinqüênio legal, extinto se encontra o direito de constituição do crédito tributário, nos termos do artigo 156, V, do CTN. Precedentes da 1ª Seção deste E. Conselho e do C. STJ (Resp. n. 973.73). ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Justificados e comprovados os valores que deram origem à variação patrimonial positiva, é de se afastar a acusação fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Relator. EDITADO EM: 09/02/2012 Fl. 333DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP23.1116.09333.XNEY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lúcia Reiko Sakae, Sidney Ferro Barros, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Relatório Versam os autos sobre o Auto de Infração de fls. 65 a 71, no qual é cobrado o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativamente aos anoscalendário de 1998 e 1999, no valor total de R$ 10.883,60 (dez mil, oitocentos e oitenta e três reais e sessenta centavos), acrescido de multa de lançamento de oficio e juros de mora, calculados até 31/08/2004, perfazendo um crédito tributário total de R$ 29.037,06 (vinte e nove mil, trinta e sete reais e seis centavos). O Auto de Infração foi lavrado em virtude de terem sido constatadas as seguintes infrações à legislação tributária, descritas às fls. 58 a 64 do Relatório Fiscal e às fls. 66 e 67 do Auto de Infração: 1 — omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens (fato gerador em 31/12/1999, no valor de R$ 3.038,00); 2 — omissão de rendimentos, tendo em vista a variação patrimonial a descoberto (fato gerador em 31/12/1999, no valor de R$ 15.723,62); 3 — compensação indevida de imposto de renda retido na fonte (fato gerador em 31/12/1998, no valor de R$ 13.303,84); e 4 — classificação indevida de rendimentos na declaração de ajuste anual do imposto de renda pessoa física (fato gerador em 31/12/1998, no valor de R$ 33.223,80). O contribuinte apresentou impugnação de fls. 75 a 112, juntamente com a documentação de fls. 113 a 228, alegando, em síntese: preliminarmente, que o lançamento referente ao anocalendário de 1998 encontrase abrangido pela decadência, nos termos dos arts. 150, § 4º e 149, parágrafo único, ambos do Código Tributário Nacional, uma vez que a ciência do lançamento ocorreu em 13/09/2004. Ademais, sendo mensal o fato gerador do imposto de renda pessoa fisica, nos termos das leis n° 7.713/1988, n° 8.134/1990 e n° 8.383/1991 e do art. 2°, § 2°, do Decreto n° 3.000/1999, o direito de revisão dos fatos geradores correspondentes aos meses de março e abril de 1999, já havia decaído, quando da ciência do lançamento, em setembro de 2004; que, ainda em sede de preliminar, houve falhas relativas aos procedimentos adotados pela fiscalização, uma vez que o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) autorizador da fiscalização tem validade apenas até 10/09/2003 (fls. 1) e referese unicamente ao período de 01/1998 a 12/1998. Que a Portaria SRF n° 3.007/2001, em seus artigos 4° e 13, § 2°, determina a ciência do contribuinte do início do procedimento fiscal bem como das prorrogações do MPF. Que somente tomou ciência da prorrogação do MPF, vencido desde 10/09/2003, em 03/08/2004, por meio do Termo de fls. 53 e demonstrativo de fls. 04. Dessa forma, os Termos de Intimação datados de 02/03/2004 (fl. 48), de 29/03/2004 (fls. 50) e de 26/07/2004 (fl. 52), carecem de validade legal. Ademais, houve falta disciplinar do servidor, haja vista a extensão da fiscalização para o anocalendário de 1999, concedida somente em 08/09/2004 (fls. 03), fato do qual só tomou conhecimento por ocasião do lançamento. Assim, todas as intimações, à exceção do Termo de Início de Fiscalização, são ilegais, razão pela qual o contribuinte não se viu obrigado a atendêlas. Pede, portanto, sejam desconsideradas tais intimações, bem como as conclusões inseridas no Relatório Fiscal, sobre a falta de atendimento; que os rendimentos pagos pela Prefeitura de Pau dos Ferros, constam do comprovante de rendimentos relativo ao anocalendário de 1998, documento que foi remetido à DRF Mossoró por meio da correspondência de fls. 43 e anexado à fl. 46. Fl. 334DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP23.1116.09333.XNEY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13433.000386/200443 Acórdão n.º 280201.307 S2TE02 Fl. 7 3 Requer a desconsideração do rendimento no valor de R$ 3.038,00, apurado pela fiscalização, em relação ao anocalendário de 1999, por já tributados no anocalendário de 1998. Pede, também sejam aceitas as comprovações de retenção na fonte, no valor de R$ 13.303,84, para o anocalendário de 1998, visto que efetivamente recolhidos aos cofres públicos, mais precisamente, à Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros, conforme previsto no inciso I, do art. 158 da CF/88 e documentos de arrecadação municipal (DAM), anexados ao processo. Ademais, os recolhimentos foram contabilizados a crédito da conta 1721.01.04 do Município, como atesta a declaração do Exmo. Sr. Prefeito daquela cidade e balancetes dos meses de março e abril de 1999; que os valores recebidos da Prefeitura de Pau dos Ferros decorrem da prestação de serviços de transporte de cargas, como comprovam as notas fiscais de serviços, emitidas pela referida Prefeitura, tendo havido, inclusive, recolhimento de 2% a título de Imposto sobre Serviços (ISS). Que as cargas transportadas correspondem a piçarra e pedra calcárea, objeto de contratos de prestação de serviços firmados em 14/05/1998 e 20/08/1998. Que esses materiais não foram adquiridos pelo transportador, mas simplesmente recolhidos da natureza, mais precisamente na zona rural e circunvizinhanças do Município de Pau dos Ferros, conforme declaração de testemunha anexada ao processo. Que todo o valor das notas fiscais referese ao custo do transporte, decorrente da distância entre os locais de retirada dos materiais e de entrega. Por essa razão, pede o cancelamento constante do item 4.1 de fls. 63, para restabelecer o valor corretamente declarado; que, em relação ao acréscimo patrimonial a descoberto, informa que, ao contrário do relatado pela fiscalização à fl. 64, procurou atender às intimações, apesar de considerálas nulas porquanto feitas sem autorização para o ano de 1999. Afirma que tudo foi efetuado em dinheiro, haja vista não possuir, naquele ano, conta bancária. Que não fez constar de sua declaração qualquer valor referente a dinheiro em cofre, nem o direito de receber os R$ 3.038,00 relativos à nota fiscal de n.° 140, por mero equívoco. Que, para demonstrar não ter havido qualquer acréscimo patrimonial a descoberto, elaborou demonstrativo, considerando como consumidos 60% dos valores recebidos, percentual máximo previsto na legislação, em que se verifica haver sobra de recursos em abril de 1999. Por fim, que a fiscalização deixou de reajustar, nos dois anos, o valor de desconto padrão de 20%, o que requer seja retificado. A decisão a quo, rejeitou as alegações do Recorrente; ntretanto, deu provimento em parte à Impugnação apresentada, apenas para excluir do cálculo do desconto simplificado do imposto, nota fiscal cancelada no valor de R$ 3.038,00. Em Voluntário, requer o cancelamento do Auto, com fulcro nas mesmas razões já expostas na Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández, Relator Pela impossibilidade de verificação quanto à tempestividade do recurso, dele conheço. Por revogada a exigência de arrolamento de bens para fins de seguimento de recurso voluntário, deixo de analisar a preliminar argüida. Fl. 335DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP23.1116.09333.XNEY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Acolho a alegação de decadência referente ao IRPF, anocalendário 1998, por se tratar de situação abrangida pelo decidido em sede recurso repetitivo, pelo STJ, Resp n. 973.733, cuja diretriz indica a aplicação da regra de contagem prevista no artigo 173, I do CTN. Por se tratar de fato gerador referente ao anocalendário 1998, sem que tenha ocorrido qualquer antecipação de pagamento, o dies a quo se deu em 1/1/1999, sendo o dies ad quem em 1/1/2004. Por sua vez, a intimação do Auto somente se deu em 13/9/2004. Logo, é de se reconhecer a caducidade dos créditos referente ao anocalendário 1998. A 1a. Turma da 2a. Câmara da 1a. Seção deste E. Conselho, em recente decisão, decidiu exatamente nesse sentido: CARF 1a. Seção / 1a. Turma da 2a. Câmara / ACÓRDÃO 1201 00.425 em 24/02/2011 IRPJ E REFLEXOS OMISSÃO DE RECEITAS ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL EMENTA Anocalendário: 2002, 2003 AUTORIDADE FISCAL. COMPETÊNCIA. É válido o lançamento formalizado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo (Súmula CARF nº 27). MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL (MPF). O descumprimento do prazo previsto no MPF para realização da ação fiscal não invalida o lançamento efetuado pela autoridade tributária. Assunto IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002,2003 DEPÓSITOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. A alegação de que os depósitos em conta correntes bancária têm origem em contratos de mútuo celebrados com pessoas ligadas deve estar amparada em um conjunto probatório robusto, sendo insuficiente a apresentação do instrumento contratual. DECADÊNCIA. Aplicação do artigo 173, inciso I, do CTN, quando não há pagamento do IRPJ e da CSLL. Contagem do prazo a partir do primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato gerador. Reconhecimento da decadência do IRPJ e da CSLL do ano calendário de 2002, visto que o prazo decadencial se iniciou em 01/01/2003, com término do prazo em 31/12/2007. Lançamento efetuado apenas em 24/12/2008.. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso de ofício. Por unanimidade de votos, AFASTAR a preliminar de nulidade do auto de infração. Por maioria de votos, ACATAR a decadência para os créditos de IRPJ e CSLL relativos ao ano calendário de 2002. Vencidos, neste ponto, os Conselheiros Guilherme Adolfo dos Santos e Marcelo Cuba Netto (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rafael Correia Fuso. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário. Fl. 336DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP23.1116.09333.XNEY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13433.000386/200443 Acórdão n.º 280201.307 S2TE02 Fl. 8 5 Publicado no DOU em: 21.06.2011 Recorrente: MONT BLANC EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. Recorrida: FAZENDA NACIONAL. Quanto ao ano calendário 1999, não acolho o pleito de reconhecimento da decadência, por ter se dado o lançamento dentro do qüinqüênio a que se refere o artigo 173, I do CTN. Rejeito a alegação de vício no procedimento de fiscalização, por ter se dado além dos prazos estipulados no MPF e por não ter sido intimado sobre as prorrogações de prazo sucessivamente concedidas. Com efeito, a jurisprudência do CARF considera que o MPF é mero instrumento de controle interno da administração tributária. Assim, eventuais vícios nesse instrumento não tem a força de macular o lançamento tributário ultimado com respeito aos termos do artigo 142 do CTN. Em recente decisão da CSRF (processo n.º 10235.000197/2005 08), tal entendimento foi ratificado. Este E. Sodalício já decidiu que eventuais prorrogações do MPF não precisam ser notificadas ao contribuinte, bastando que haja MPF válido à data da lavratura: Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF 2a. Seção 2a. Turma da 4a. Câmara. Processo n° 36204.003242/200618 Recurso n° 150.905 Voluntário. Acórdão n° 240200.172 4' Câmara/2 Turma Ordinária . Sessão de 27 de outubro de 2009 MPF NULIDADE – INEXISTÊNCIA. A intimação do contribuinte da prorrogação da ação fiscal ocorrida posteriormente ao término da vigência do MPF anterior não representa qualquer nulidade, assim como não é nulo o lançamento cientificado ao contribuinte após o término da vigência do MPF. Reconhecida a caducidade dos créditos referentes ao anocalendário 1998, resta apenas julgar a acusação de acréscimo patrimonial a descoberto relativa ao anocalendário 1999, a seguir. De acordo com a fiscalização, o Recorrente realizou gastos/dispêndios com pagamentos efetuados à Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros no valor total de R$ 18.761,62 (dezoito mil, setecentos e sessenta e um reais e sessenta e dois centavos), conforme documentos anexos (fls. 33 a 37), pagando R$ 14.896,19 (quatorze mil, oitocentos e noventa e seis reais e dezenove centavos) no mês de março (fls. 33 a 36) e R$ 3.865,43 (três mil, oitocentos e sessenta e cinco reais e quarenta e três centavos) no mês de abril (fl. 37). O cotejo entre a renda disponível e as aplicações de recursos conhecidas culminou com a elaboração do "Demonstrativo de Variação Patrimonial" anexo (fls. 56 e 57) e integrante do presente auto de Fl. 337DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP23.1116.09333.XNEY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 infração, comprovam que o contribuinte realizou nos meses de março e abril de 1999 gastos incompatíveis com os rendimentos recebidos no mesmo período. A alegação de que o Recorrente não mantinha conta bancária e que os valores se encontravam guardados em espécie, merece acolhida. Isso porque, é mais do que plausível que os valores apurados nos Demonstrativos de fls. 56 e 57, não caracterizem acréscimo patrimonial a descoberto e tenham origem nos pagamentos feitos pela própria Prefeitura de Pau dos Ferros, por se referirem a suposto IRRF não retido pela Prefeitura e “cobrado” do Recorrente, conforme documentos de fls. 33 a 37. Pelo exposto, conheço e dou provimento integral ao Recurso Voluntário, para reconhecer a caducidade dos créditos tributários referentes ao anocalendário de 1998, como único efeito e sem importar em eventual reconhecimento de direito creditório, e para reconhecer a comprovação das origens dos dispêndios realizados no anocalendário de 1999. É como voto. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Fl. 338DF CARF MF Documento de 6 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP23.1116.09333.XNEY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ em 09/02/2012 16:21:47. Documento autenticado digitalmente por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ em 09/02/2012. Documento assinado digitalmente por: JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO em 09/02/2012 e GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ em 09/02/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 23/11/2016. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP23.1116.09333.XNEY Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Outros". 3) Selecione a opção "eAssinaRFB - Validação e Assinatura de Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 13433.000386/2004-43. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10880.016710/93-29
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 1989, 1999
VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA DE DEPÓSITOS JUDICIAIS. SÚMULA CARF 58. RECURSO NÃO CONHECIDO.
A súmula CARF 58 prevê que as variações monetárias ativas decorrentes de depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário devem compor o resultado do exercício, segundo o regime de competência e, por isso, de acordo com o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009, não é cabível Recurso Especial.
Numero da decisão: 9101-001.483
Decisão: Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
Nome do relator: JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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SÚMULA CARF 58. RECURSO NÃO CONHECIDO. A súmula CARF 58 prevê que as variações monetárias ativas decorrentes de depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário devem compor o resultado do exercício, segundo o regime de competência e, por isso, de acordo com o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009, não é cabível Recurso Especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO – Presidente (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Mário Sérgio Fernandes Barroso (Suplente convocado), João Carlos de Lima Junior e Susy Gomes Hoffmann. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 01 67 10 /9 3- 29 Fl. 353DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 2 Tratase de Recurso Especial de divergência (fls. 292/308) interposto pelo Contribuinte, com fundamento no artigo 7º, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (RICSRF), aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n° 147, de 25.7.2007. Insurgiuse o Recorrente contra o acórdão nº 10323.010 de fls. 143/147, proferido pela Terceira Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes que, por unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de nulidade do auto de infração e, no mérito, negou provimento ao recurso voluntário. O acórdão recorrido foi assim ementado: AUTO DE INFRAÇÃO. INTIMAÇÃO PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS. A intimação ao contribuinte para prestar esclarecimentos somente se justifica quando necessários à compreensão da conduta ou do fato sob exame. AUTO DE INFRAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DA DESCRIÇÃO DOS FATOS. Não é insuficiente a descrição dos fatos quando possibilita ao contribuinte deles se defender, com inequívoca demonstração da total compreensão da imputação que lhe é feita. DEPÓSITOS JUDICIAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. É legitima a exigência de atualização monetária de depósitos judiciais porque visa, tão somente, neutralizar correção de idêntico valor da conta representativa da origem dos recursos depositados. MULTA DE OFÍCIO. A multa de lançamento de oficio, no percentual de 75%, está prevista no art. 44, I, da Lei n° 9.430/96. TAXA SELIC. "A partir de 10 de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia — SELIC para títulos federais”. (Súmula n° 4 do Primeiro Conselho de Contribuintes).(g/n) A matéria discutida em sede de Recurso Especial versa apenas sobre a tributação da renda decorrente da variação monetária de depósitos judiciais Fl. 354DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10880.016710/9329 Acórdão n.º 9101001.483 CSRFT1 Fl. 354 3 O Contribuinte argumentou em suas razões recursais que não é legítima a exigência de tributação incidente sobre a renda decorrente de atualização monetária de depósitos judiciais, pois o valor depositado judicialmente não integra o patrimônio do contribuinte, razão pela qual, diante da indisponibilidade da renda, ainda que temporária, não há fato gerador do IRPJ e da CSLL. Afirmou que o entendimento do acórdão recorrido, na parte referente ao depósito judicial, é divergente da interpretação dada para a mesma questão pela Câmara Superior de Recursos Fiscais e transcreveu a ementa do acórdão paradigma (Acórdão CSRF/0103.138, proferido na sessão de 6/11/2000), bem como trechos do voto condutor do acórdão, conforme segue: IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA CORREÇÃO MONETÁRIA DE DEPÓSITOS JUDICIAIS A variação monetária resultante de depósitos judiciais só poderá ser apropriada como receita do exercício em que transitar em julgado o litígio judicial ou quando autorizado o levantamento do depósito pela autoridade julgadora. VOTO De acordo com o previsto no art. 43 do Código Tributário Nacional, a hipótese de incidência do imposto de renda é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda. Aliás, numa visão simplista, podese dizer que o imposto de renda incidirá sobre acréscimos patrimoniais disponíveis. A disponibilidade da renda é, portanto. característica fundamental a ser observada na exigência do imposto. Tratandose de depósitos judiciais, é indiscutível que a parte depositante jamais poderá fazer uso do valor colocado à disposição do juízo, salvo se desistir desta modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário ou se a decisão judicial final lhe for favorável. Mas, o fato é que, enquanto não for definido um dos destinos acima referidos, o valor depositado não estará disponível para a parte e. conseqüentemente. sobre ele não poderá incidir o imposto de renda. Tratase, pois, de típica situação de não incidência, visto que não foram atendidos todos os requisitos da norma que descreve a hipótese de incidência do imposto. Ademais, a possibilidade da incidência do imposto na hipótese vertente, só pode ocorrer com decisão judicial favorável e, nessa hipótese, deveria recair não só sobre a correção monetária, mas também sobre o principal, seguindo a regra de que o Fl. 355DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 4 acessório acompanha o principal, ao qual está agregado, isto porque a despesa já foi apropriada. Nesse contexto pugnou pela reforma do acórdão proferido para que seja afastada a exigência do IRPJ e da CSL, relativa aos anos calendário de 1988 e 1989, sobre a variação monetária ativa de valores depositados judicialmente. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões (fls. 347/351) por meio da qual alegou, em síntese, que deve ser mantido o acórdão recorrido, pois os depósitos judiciais integram o patrimônio da pessoa jurídica até o momento do trânsito em julgado da decisão que conclua pela exigibilidade do tributo determinando seu pagamento e, por isso, enquanto não destinados ao adimplemento da obrigação tributária objeto de debate judicial, devem ter suas contrapartidas inseridas na fixação do resultado do respectivo período, sendo certo que, nesse sentido, a mencionada correção monetária revestese de neutralidade na apuração do lucro contábil ou fiscal, em virtude da compensação integral com a correção do patrimônio líquido. A recorrida transcreveu, ainda, a ementa do acórdão n.º 10804903 proferido no mesmo sentido do seu entendimento proferido: IRPJ DEPÓSITOS JUDICIAIS CORREÇÃO MONETÁRIA – É legitima a exigência de atualização monetária de depósitos judiciais porque visa, tãosomente, neutralizar correção de idêntico valor de conta representativa da origem dos recursos depositados. A correção monetária dos depósitos judiciais equivale a estorno de despesa de valores que, escrituralmente, integram o Patrimônio Liquido. (...).(processo nº 13805.006725/9361) É o relatório. Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. Tratase de Recurso Especial de divergência apresentado pelo Contribuinte em face do acórdão nº 10323.010, na parte relativa à tributação da renda decorrente da variação monetária de depósitos judiciais. O cerne da questão compreende a verificação da legitimidade da exigência de IRPJ e CSLL sobre a renda decorrente da atualização monetária de depósitos judiciais. Nesse ponto cumpre destacar que a matéria em debate foi sumulada e aprovada pela 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais na sessão de 29/11/2010. A súmula 58 do CARF dispõe: Fl. 356DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10880.016710/9329 Acórdão n.º 9101001.483 CSRFT1 Fl. 355 5 As variações monetárias ativas decorrentes de depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário devem compor o resultado do exercício, segundo o regime de competência, salvo se demonstrado que as variações monetárias passivas incidentes sobre o tributo objeto dos depósitos não tenham sido computadas na apuração do resultado. Da análise da redação dada à súmula temse que somente se descaracterizaria a exigência de correção da conta que abriga os valores depositados judicialmente se comprovado que não foi corrigida a obrigação (correção monetária passiva). Cumpre observar que esta redação foi dada à súmula porque o instituto da correção monetária tem por objetivo assegurar a neutralidade das demonstrações financeiras da pessoa jurídica, face aos efeitos da inflação, o que só acontece se mantido o equilíbrio na correção das contas credoras e devedoras. Entretanto, no caso dos autos, não houve demonstração de que as variações monetárias passivas incidentes sobre o tributo objeto dos depósitos não tenham sido computadas na apuração do resultado. Portanto, o contribuinte não demonstrou em sede de impugnação, recurso voluntário ou, ainda, em sede recurso especial, possível desequilíbrio de contas (credora e devedora), razão pela qual não se aplica a exceção prevista na segunda parte da súmula nº 58 do CARF. Nesse passo, se faz importante, ainda, observar o que dispõe o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF: (...) § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. (...) Fl. 357DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 6 Assim, resta clara a existência de vedação expressa quanto à possibilidade de interposição de recurso especial contra decisão que trata de matéria sumulada pelo CARF. É o que ocorre o presente caso. Pelo exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso interposto. É como voto. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Fl. 358DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/0 1/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 13/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR
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Numero do processo: 19515.001263/2009-19
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica — IRPJ
Exercício: 2004, 2005.
OMISSÃO DE RECEITA. EXTRATOS BANCÁRIOS. HISTÓRICOS.
PROVA.
Históricos de créditos nas contas correntes, indicando que se trata de pagamento de operações mercantis, são elemento de prova de que os ingressos correspondem a receitas da empresa.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2004, 2005.
OMISSÃO DE RECEITA. ELEMENTOS DE PROVA. EXTRATOS
BANCÁRIOS.
Extratos bancários que revelam, nos históricos dos lançamentos à crédito nas contas correntes, tratarem-se de pagamento de venda são provas diretas das receitas auferidas pela empresa, ainda mais quando associados a
circularização que confirma as operações mercantis.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2006, 2007
RECURSO VOLUNTÁRIO. CONTESTAÇÃO DOS FATOS. AUSÊNCIA.
Se o contribuinte não contesta os fatos sustentados na autuação, não cabe ao julgador fazê-lo.
SONEGAÇÃO. ELEMENTOS DE PROVA.
Restando demonstrado que o contribuinte deixou de registrar expressivas compras e respectivos pagamentos, resta demonstrada a sonegação de fatos tributáveis ao Fisco, cabendo a a cação da mu4 de 150%.
CONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
Não é possível analisar a constitucionalidade de leis, ou adequação das leis ao CTN, em processo administrativo. As leis têm presunção de
constitucionalidade e devem ser aplicadas pela Administração, salvo determinação em contrário da Justiça.
SUJEIÇÃO PASSIVA. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS. ART.
135 DO CTN. A responsabilidade prevista no art. 135 do CTN é subsidiária, de sorte que apenas surge quando demonstrada a impossibilidade de cobrança da divida do devedor. SUJEIÇÃO PASSIVA. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS. ART.
124 DO CTN. A responsabilidade prevista no art. 124 do CTN não se aplica a tributos como IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, nos quais o pólo passivo é constituído unicamente pelo contribuinte. Só é possível haver a incidência do art. 124 do CTN se as pessoas estiverem na mesma posição jurídica em relação ao fato gerador.TERMOS DE SUJEIÇÃO PASSIVA. NULIDADE.
nulo o termo de sujeição passiva lavrado sem amparo na legislação. ARTIGO 124 DO CTN.
0 art. 124 ao mencionar "interesse comum" diz interesse idêntico e isso significa que para serem solidários as pessoas precisam co-realizar o fato
gerador. ARTIGO 135 DO CTN
Uma das possibilidades de responsabilização de gerentes, com base no art. 135 do CTN, é que o débito tributário decorra de sonegação, que o gerente tenha estado na administração da empresa no momento em que ocorreu a sonegação, e que não seja possível cobrar da empresa.
Numero da decisão: 1101-000.736
Decisão: Acordam os membros do colegiado: 1) por unanimidade de votos, NEGAR
PROVIMENTO ao recurso de oficio; 2) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário de Denwa Video Foto, Som, Comércio e Importação; 3) por maioria de votos ANULAR o termo de sujeição passiva, divergindo os Conselheiros Edeli Pereira Bessa e João Carlos de Figueiredo Neto, que negavam provimento ao recurso voluntário de Alberto Mucciolo; 4) por unanimidade de votos, NÃO CONHECER da petição de Yoshe Sugahara Ishii. Fará declaração de voto a Conselheira Edeli Pereira Bessa.
Nome do relator: Carlos Eduardo De Almeida Guerreiro
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OMISSÃO DE RECEITA. EXTRATOS BANCÁRIOS. HISTÓRICOS. PROVA. Históricos de créditos nas contas correntes, indicando que se trata de pagamento de operações mercantis, são elemento de prova de que os ingressos correspondem a receitas da empresa. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2004, 2005. OMISSÃO DE RECEITA. ELEMENTOS DE PROVA. EXTRATOS BANCÁRIOS. Extratos bancários que revelam, nos históricos dos lançamentos à crédito nas contas correntes, tratarem-se de pagamento de venda são provas diretas das receitas auferidas pela empresa, ainda mais quando associados a circularização que confirma as operações mercantis. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2006, 2007 RECURSO VOLUNTÁRIO. CONTESTAÇÃO DOS FATOS. AUSÊNCIA. Se o contribuinte não contesta os fatos sustentados na autuação, não cabe ao julgador fazê-lo. SONEGAÇÃO. ELEMENTOS DE PROVA. Restando demonstrado que o contribuinte deixou de registrar expressivas compras e respectivos pagamentos, resta demonstrada a sonegação de fatos tributáveis ao Fisco, cabendo a a cação da mu4 de 150%. /a. Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-C I TI Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.463 CONSTITUCIONALIDADE DE LEI. Não é possível analisar a constitucionalidade de leis, ou adequação das leis ao CTN, em processo administrativo. As leis têm presunção de constitucionalidade e devem ser aplicadas pela Administração, salvo determinação em contrário da Justiça. SUJEIÇÃO PASSIVA. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS. ART. 135 DO CTN. A responsabilidade prevista no art. 135 do CTN é subsidiária, de sorte que apenas surge quando demonstrada a impossibilidade de cobrança da divida do devedor. SUJEIÇÃO PASSIVA. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS. ART. 124 DO CTN. A responsabilidade prevista no art. 124 do CTN não se aplica a tributos como IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, nos quais o pólo passivo é constituído unicamente pelo contribuinte. Só é possível haver a incidência do art. 124 do CTN se as pessoas estiverem na mesma posição jurídica em relação ao fato gerador. TERMOS DE SUJEIÇÃO PASSIVA. NULIDADE. nulo o termo de sujeição passiva lavrado sem amparo na legislação. ARTIGO 124 DO CTN. 0 art. 124 ao mencionar "interesse comum" diz interesse idêntico e isso significa que para serem solidários as pessoas precisam co-realizar o fato gerador. ARTIGO 135 DO CTN Uma das possibilidades de responsabilização de gerentes, com base no art. 135 do CTN, é que o débito tributário decorra de sonegação, que o gerente tenha estado na administração da empresa no momento em que ocorreu a sonegação, e que não seja possível cobrar da empresa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: 1) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso de oficio; 2) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário de Denwa Video Foto, Som, Comércio e Importação; 3) por maioria de votos ANULAR o termo de sujeição passiva, divergindo os Conselheiros Edeli Pereira Bessa e João Carlos de Figueiredo Neto, que negavam provimento ao recurso voluntário de Alberto Mucciolo; 4) por unanimidade de votos, NÃO CONHECER da petição de Yoshe Sugahara Ishii. Fará declaração de voto a Conselheira Edeli Pereira Bessa. VALMAR FONSECA I ENEZES - Presidente. 2 Processo n° 19515.001263/2009-19 Acórdão n.° 1101-00.736 SI-CITI Fl. 1.464 CARLOS EDUARII5ö DE ALMEIDA GUERREIRO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio Lisboa Cardoso, Benedicto Celso Benicio Júnior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, João Carlos de Figueiredo Neto e Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Nara Cristina Takeda Taga e José Ricardo da Silva. Relatório Trata-se de recurso voluntário e de recurso de oficio contra decisão que considerou parcialmente procedente impugnação a auto de infração. Em 15/04/2009, é lavrado relatório fiscal para solicitar autorização de arbitramento do lucro (proc. fls. 1265 a 1267). Conforme relatório, o contribuinte apresentou declaração pelo Simples para o ano de 2003 e declaração de inatividade para os anos de 2004 e 2005. Mas, foi constatada vultosa movimentação financeira e expressivas vendas. A fiscalização diz que o contribuinte só apresentou os extratos bancários, não apresentando os demais documentos e livros, nem prestando esclarecimentos. Consigna que foi lavrada autuação referente ao ano de 2003, dentro da sistemática do Simples, com base nos extratos bancários. Informa que para os anos de 2004 e 2005 o lançamento adotará a sistemática do lucro arbitrado, pois a empresa não apresentou os livros e documentos, razão pela qual solicita autorização para o arbitramento. Adiciona que a empresa não é encontrada no seu domicilio fiscal e seus sócios não foram localizados. Explica que um advogado se apresentou para representar os sócios com base em uma procuração de uma das sócias da empresa, sendo este advogado que apresentou os extratos. Informa estes extratos permitiram quantificar as receitas omitidas e permitiram identificar procurador que movimentava as contas bancárias, nas quais ingressaram R$ 125 milhões nos 3 anos, enquanto a empresa declarou apenas ínfimos valores relativos a 2003 e se declarou sem atividade em 2004 e 2005. Em 14/04/2009, é lavrado termo de verificação, descrevendo os fatos (proc. fls. 1268 a 1281). No termo, a fiscalização diz que foi ao local da sede da empresa, conforme domicilio fiscal cadastrado, e encontro a empresa "Jacarezinho Escola de Educação Infantil", que funcionava no local desde dezembro de 2006, conforme explicou a sócia Magda Aparecida Bersani Nunes. Informa que a empresa autuada consta como inapta nos sistemas da Receita. Explica que intimou sócios (Yoshie Sugahara Ishii, Hermelinda Alves da Silva Demenciana) e o representante da empresa (José Chaves Sobrinho), não logrando encontrar no domicilio fiscal outra sócia (Francisleide Eugenia Eloia) e o ex-sócio (Nilson Soares da Silva). Frente ao não atendimento, diz que essas pessoas foram reintimadas, mas continuaram sem atender. Informa que, em 12/06/2008, o advogado Carlos Eduardo de Oliveira Pereira compareceu na repartição fiscal munido de procuração de Alberto Mucciolo, que por sua vez representava Yoshie Sugahara Ishii, conforme procuração pública lavrada em 29/08/2002, mas vencida em 28/09/2003. Explica que o mesmo advogado compareceu em 20/06/2008, desta vez 3 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-C1T1 Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.465 munido de procuração da sócia administradora Yoshie Sugahara Ishii, o que permitiu considerar intimada a empresa, na pessoa de sua sócia administradora, sendo exigido a apresentação de livros e documentos. Informa que o advogado apresentou apenas extratos bancários de 3 contas no Bradesco. Diz que os extratos foram analisados e (depois de excluídos ingressos que correspondessem a transferência entre contas, estornos, cheques devolvidos, etc) foram feitas planilhas, parte integrante do presente termo, localizadas nas folhas 394 a 466. Conforme a fiscalização, essas planilhas mostram ingressos de R$ 58.741.209,62 e R$ 53.964.611,22, respectivamente, em 2005 e 2006, enquanto o contribuinte apresentou declaração de inatividade para estes anos. Esclarece que a análise dos históricos demonstra que "os valores creditados referem-se a recebimentos de empresas especializadas no comércio varejista, na forma de transferências bancárias e depósitos identificados, bem como liquidação de cobranças, que evidenciam serem, os valores recebidos pelo contribuinte fiscalizado, oriundos de transações comerciais, cujos valores não foram informados nas Declarações de Inatividade de Pessoa Jurídica, referentes aos anos base de 2004 e 2005". Explica que a análise detalhada dos extratos bancários mostra que os ingressos decorrem de vendas, corn as seguintes palavras: A análise detalhada dos extratos bancários permitiu verificar que os valores creditados nas contas correntes estão associados a operações de vendas de produtos, cujos valores foram recebidos com históricos dos extratos como "LIQUIDACAO DE COBRANCA", por intermédio do Banco Bradesco S/A., em alguns casos, em outros por pagamento por transferência bancária, com históricos como "DOC CREDITO AUTOMÁTICO", "RECEB POR 1 FORNECIMENTO" e "TED TRANSE ELETR DISPON", de clientes como AMERICANAS COM S/A COM ELETR; TV SKY SHOP; SIGLA SIST GL GRAV A VISA LTDA; SUBMARINO SA; MOBILITA COM IND E REPRES LTDA; WAL MART BRASIL LTDA; PANASHOP COML LTDA; LOJAS AMERICANAS SA; CARREFOURCOM E IND LTDA; SONAE DISTRIBUICAO B S.A; BLACKBIRD MUSIC SHOP LTDA ME; FNAC BRASIL LTDA; LIV El PAPELARIA SARAIVA S/A; KELLERS RECORDS; MUCAFA MUSIC; entre outras operações de vendas (fls. 108 a 393) Conforme o relatório, para confirmar que os ingressos nas contas bancárias correspondiam h comercialização de produtos, foi feita circularização aos clientes identificados nos históricos dos extratos. Explica que foram selecionados os 5 maiores cliente e eles foram intimados a apresentar seus livros e as 20 notas fiscais mais expressivas. Informa que a resposta das empresas intimadas confirma que os créditos bancários correspondem a vendas, pois esses documentos demonstram expressivas vendas, e os valores correspondem aos ingressos nas contas correntes @roc. fls. 825 a 1170). Conclui que "dessa forma, a movimentação financeira incompatível, que já indicava omissão de receitas e se constituía em objeto de presunção legal dessa infração, converte-se em omissão de receita com prova direta da realização de transações comerciais 4 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CITI Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.466 geradoras de receitas omitidas da escrituração e por completo das declarações apresentadas ao fisco". Explica que, frente a falta de apresentação de livros, só cabe aplicação da sistemática do lucro arbitrado. Enfatiza que a empresa procurou esconder os fatos tributáveis, pois declarou como inativa nos anos de 2005 e 2006 e que esta circunstância implica na aplicação da multa de 150%. 0 Fisco diz que tentou solicitar a empresa, por meio de intimação a seus sócios e seu procurador, explicação dos fatos acima relatados, mas não obteve retorno. Informa que a única manifestação da empresa foi de que os livros e documentos estavam extraviados e que, por isso, não era possível atender a intimação. Destaca que a empresa se calou sobre as perguntas que independiam de livros ou documentos e que indagavam das transações e origem das mercadorias comercializadas. A fiscalização explica que constatou, por amostragem, que cheques e autorizações de transações bancárias da empresa foram assinados por Alberto Mucciolo em 2004 e 2005. Diz que tal fato seria de se supor, frente a procuração vencida que foi inicialmente apresentada. Sustenta que isso caracteriza a responsabilidade desta pessoa, já que ela podia dispor e administrar sozinha os recursos da empresa. O relatório também sustenta que Alberto Mucciolo movimentou as contas bancárias da empresa e assinou os documentos de transações financeiras. Diz que foi comprovado que ele tinha procuração passada por Yoshie Sugahara Ishii, de 29/08/2002 até 28/08/2003, bem como assinou documentos bancários em 2004 e 2005. Argumenta que os sócios formais não tem patrimônio compatível com a movimentação financeira e que não tinham autonomia para movimentar as contas bancárias. Responsabiliza solidariamente Alberto Mucciolo, nos termos do art. 124, inciso I, e do art. 135, incisos II e II, ambos do CTN. Indica a base de cálculo dos tributos lançados de oficio como sendo a soma dos ingressos nas contas bancárias. Em 30/04/2009, o contribuinte é cientificado dos autos de infrações (proc. fls. 1282 a 1316). Na mesma data, Alberto Mucciolo é notificado dos créditos exigidos, como responsável solidário (proc. fls. 1318 e 1319), por meio de seu procurador Carlos Eduardo de Oliveira Pereira (proc. fls. 1320). A empresa apresenta impugnação (proc. fls. 1323 a 1340). Resumidamente, a empresa alega o seguinte: a) Erro na aplicação da base de cálculo; (Lucro Real ou Arbitrado não se deve considerar a totalidade dos depósitos como receita); b) Excesso na qualificação da multa; (a falta de escrituração não impede a ocorrência do fato gerador, portanto, não pode ser presumida a fraude); c) Erro no procedimento de fiscalização; (se em AC2003 foi ultrapassado o limite, há que ser a empresa desenquadrada do SIMPLES, posteriormente, ser requerida a reconstituição dos livros fiscais na sistemática do lucro real, pois os montantes superam os R$ 48 milhões); 5 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CITI Acórdao n.° 1101-00.736 Fl. 1.467 d) Erro na determinação e responsabilização de solidário ; (Sr. Alberto não possuía procuração válida a partir de 2003); e) Decadência parcial para os anos-calendário de 2004 e 20 5. (no Lucro Real e no Lucro Arbitrado, a sistemática de apuração do PIS e da COFINS é mensal, enquanto a CSLL e o IRPJ é trimestral), portanto, decaídos estão os tributos: - PIS e COFINS - até Margo de 2005; - CSLL e IRPJ - até 10 Trimestre de 2005; 0 contribuinte alega que a fiscalização presumiu que os ingressos bancários correspondiam a receitas, sem sequer intimar a empresa a apresentar a demonstração do lucro real. Diz que o Fisco obteve a informação de clientes sobre as vendas e deveria ter utilizado estes valores, ao invés de totalizar os ingressos nas contas bancárias. Afirma que não houve fraude e que não cabe a multa qualificada. Diz que o fiscal aplicou o arbitramento, mas que não poderia ter feito isto, pois a empresa estava no Simples e deveria ter sido intimada a optar pelo sistema do lucro real. Argumenta que só se a empresa tivesse ganho as mercadoria poderia ter sido desconsiderado os custos. Lembra que sequer as despesas operacionais foram consideradas. Diz que os valores que circularam pelas contas bancárias da empresa não pertenciam a empresa, na sua totalidade. Argumenta que a base de cálculo da CSLL é o lucro liquido ajustado e não o somatório dos ingressos na conta bancária, valendo o mesmo argumento para o PIS e a Cofins. Alega que o ICMS deve ser retirado da base de cálculo da contribuição ao PIS e da Cofins, e que estes devem ser retirados da base de cálculo da CSLL e do IRPJ. Em 22/05/2009, Alberto Mucciolo apresenta sua impugnação (proc. fls. 1349 a 1367). Repete os mesmos argumentos apresentados pela empresa e refuta sua responsabilidade. Diz que a procuração apresentada era válida apenas até 28/08/2003, e que não foi comprovado qualquer beneficio que tenha tido. Em 06/08/2009, a la Turma da DRJ I em São Paulo considera procedente em parte os lançamentos e recorre de oficio de sua decisão (proc. fls. 1369 a 1390). Diz que os autos de infração não são nulos e que não ocorreu a decadência, pois a ciência ocorreu em 30/04/2009 e, em razão da fraude, o prazo se conta pelo art. 173 do CTN. Informa que não houve cerceamento de defesa e que o arbitramento ocorreu por falta de apresentação dos livros. Também diz que a quantificação da base de cálculo está correta, pois as notas fiscais de vendas a comprovam. Lembra que a autuação foi feita por prova direta de omissão de receitas, obtida por circularização de clientes e não pela simples suposição de que os valores creditados correspondiam a vendas. Recapitula que foram circularizadas grandes empresas que eram clientes da autuada, que confirmaram operações. Indica estas empresas e a localização de suas respostas no processo: "Mobilltá Com. Ind. e Representações Ltda., CNPJ 32.121.786/0001-10 (lis. 836 a 906); Livraria e Papelaria Saraiva S/A, CNPJ 61.254.454/0001-83 (fls. 907 a 1023 ); FNAC Brasil Ltda., CNPJ 02.634.926/0001-64 «is. 1024 a 1110); Carrefour Comércio e Indústria Ltda., CNPJ 45.543.915/0001-81 (lis. 1111 a 1144); Lojas Americanas S/A, CNPJ 33.014.556/0001-96 (fls. 1145 a 1170)". Explica que no lucro arbitrado não cabe a consideração de custos ou despesas, como pretendeu a impugnante e 6 Processo n° 19515.001263/2009-19 S 1 -CI TI Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.468 afirma que o percentual de arbitramento foi correto. Alega que a apuração pelo lucro arbitrado afasta as argumentações do contribuinte relativas a exclusão de tributos da base de cálculo de outros tributos. Entende que é aplicável a multa de 150% porque o contribuinte declarou não ter movimento, enquanto o Fisco demonstrou que existiram expressivas receitas. Afirma que a responsabilidade de Alberto Mucciolo foi demonstrada, não só pela procuração, mas pela movimentação das contas bancárias em 2004 e 2005. Lembra que tem cheques assinados pelo Alberto em 2004 e 2005. Cancela as cobranças trimestrais de PIS e COFINS, mantendo apenas o montante referente às receitas mensais de março, junho, setembro e dezembro de 204 e 2005. Em 19/11/2009, Alberto (proc. fl. 1407), Yoshe Sugahara Ishii (proc. ff 1417) são cientificados do acórdão. Correspondência com o acórdão é enviada para a empresa e retorna sem ser entregue por mudança de endereço (proc. fl. 1426). Na seqüência, a ciência é dada por edital (proc. fl. 1428) Em 18/12/2009, por via postal, a empresa apresenta recurso voluntário, onde repete os argumentos apresentados na impugnação (proc. fls. 1430 a 1436). Diz que, se o auditor conseguiu identificar os 5 maiores clientes e algumas operações feitas, deveria ter feito todo o levantamento, ao invés de supor que todos os ingressos na conta bancária correspondem a receitas. Afirma que a base de cálculo está errada e que não há fraude. Diz que, se a base era determinável, o auditor não poderia adotar amostragem. Conclui que o auto é nulo. Em 18/12/2009, por via postal, Alberto Mucciolo apresenta recurso voluntário, onde repete seus argumentos consignados na impugnação e os argumentos apresentados no recurso voluntário da empresa (proc. fls. 1437 a 1444). Diz que o fato de existir cheques assinados por ele nos anos de 2004 e 2005 "não implica necessariamente que estes tenham sidos emitidos pelo próprio, pois os talões de cheques poderiam estar previamente assinados e antes do término da validade da procuração recebida". Alega que, se a procuração lhe dava poderes até o ano de 2003, as assinaturas posteriores seriam inválidas. Em 05/01/2010, Yoshe Sugahara Ishii apresenta manifestação/petição (proc. fls. 1945 a 1948). Diz que foi intimada de decisão em 23/11/2009 e que compareceu na Receita em 15/12/2009. Diz que na repartição, tomou ciência do processo, onde explicou o seguinte: Informei ao atendente que, não podia ser responsabilizada pelos débitos constante no processo, pelo motivo de não ser sócia da empresa, o verdadeiro sócio responsável é o Sr. ALBERTO MUCCIOLO. Comentei ao atendente, que eu nunca assinei nenhum documento perante a RECEITA FEDERAL, nem outras repartições públicas. 0 fato 6, que conheço o Sr. Alberto Mucciolo, há mais de trinta, anos. Ele me visitou, e alegando problemas de saúde, me pediu um favor. Pediu se eu poderia entrar na sociedade por um período de dois meses. Disse também, que não me prejudicaria em nada. Pela amizade aceitei, logo em seguida, sai da sociedade. Na seqüência, Yoshe Sugahara Ishii diz que "não quero entrar no mérito, quanto aos valores apurados pelo fisco e quanto a empresa tem de débitos junto a RECEITA 7 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-C IT I Acórdão n.° 1101-00.736 FL 1.469 FEDERAL, e não estou pedindo o CANCELAMENTO de qualquer lançamento tributário, o que peço, é que a responsabilidade de todos os atos praticados pela empresa, seja atribuído ao verdadeiro responsável de fato e de direito Sr. ALBERTO MUCCIOLO". Afirma que todos os atos praticados pela empresa tinha a assinatura isolada de Alberto Mucciolo. Informa que recebe uma aposentadoria de 1 salário mínimo, é honesta, é doente, vive em um apartamento da filha, os filhos ajudam no seu sustento. Diz que nunca assinou nada referente a empresa, nem participou de qualquer decisão sobre a empresa, e nunca foi a sede da empresa. Explica que quem atendeu ao Fisco na fase de fiscalização foi o advogado Carlos Eduardo de Oliveira Pereira, do escritório Máster Consulth, contratado por Alberto Mucciolo. Voto Conselheiro Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro. 0 recurso de oficio decorre do cancelamento de parte dos valores lançados de PIS e Cofins. Tal decisão decorreu da constatação de equívocos no lançamento. Conforme percebe-se nos autos de infração, a fiscalização, ao invés de apurar mês a mês a Contribuição para o PIS e a COFINS devidas, lançou apenas os meses de março, junho, setembro e dezembro, de 2004 e 2005 (proc. fls. 1292 a 1308). Além disso, utilizou como base de cálculo, não as receitas desses meses, mas a receita de todo o trimestre. Assim, foi correta a decisão de primeira instancia que manteve apenas a cobrança do PIS e COFINS dos meses de março, junho, setembro e novembro, de 2004 e 2005, sobre o montante de receitas omitidas daqueles meses. Por isso, voto por negar provimento ao recurso de oficio. Quanto ao recurso voluntário, cabe inicialmente determinar um aspecto relevante no caso, mas não explicitado pelo Fisco ou contribuinte. Conforme se lê no relatório que solicita autorização para utilizar a sistemática do lucro arbitrado nos anos de 2004 e 2005, o contribuinte declarou como Simples o ano de 2003 e declarou como inativo os anos de 2004 e 2005. Também, se lê que a fiscalização efetuou o lançamento referente ao ano de 2003 pela sistemática do Simples (controlado em outro processo) e o lançamento referente aos anos de 2004 e 2005 pelo lucro arbitrado (controlado neste processo). Isso levaria a crer que o contribuinte pudesse ser optante do Simples. Porém, se assim o fosse, seria necessária a sua exclusão do Simples, antes do lançamento referente a 2004 e 2005. Por outro lado, o contribuinte não alega que tenha optado pelo Simples e que estivesse, comprovadamente, nesse sistema. Não apresenta cópia do termo de opção e nem apresenta qualquer documento que o enquadrasse no Simples. Também, não reclama de ausência de ato de exclusão prévio ao lançamento de 2004 e 2005. Apenas, argumenta que se foi desenquadrado do Simples, deveria lhe ter sido oportunizado o lucro real, pois os custos que teve não foram considerados no lucro arbitrado. Ainda, o contribuinte não menciona a existência de qualquer pedido de inclusão retroativo ao Simples, feito antes do lançamento. Todos estes aspectos corroboram a percepção de que o contribuinte não é optante do Simples. 8 Processo n° 19515.00126312009-19 SI-C1T1 Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.470 Consultando os autos, encontra-se cópia dos dados cadastrais do contribuinte (sistema CNPJ), onde não existe qualquer menção a opção pelo Simples (proc. fl. 70). Isso demonstra que o contribuinte não optou pelo Simples. De outra banda, documento do mesmo sistema informa que o contribuinte declarou de 2000 a 2005 como inativa, salvo o ano de 2003, que declarou como Simples (proc. fl. 71). Mas, o fato de apresentar declaração como Simples, não significa que tenha optado por este sistema. Enfim, ponderando todos estes elementos, cabe concluir que o contribuinte não é optante do Simples, de sorte que não seria necessário sua exclusão prévia ao lançamento, não havendo este vicio na presente autuação. Se ocorreu algum erro, foi no lançamento do ano de 2003, feito pela sistemática do Simples, para contribuinte não optante. Porém, tal matéria não é objeto de análise no presente processo. Quanto As receitas apuradas pela fiscalização, o contribuinte se insurge contra a forma pela qual o fiscal identificou e considerou provadas as receitas omitidas. 0 contribuinte diz que o levantamento foi feito por amostragem e que isso não pode ser admitido. Diz que apenas as receitas identificadas na circularização deveriam ser consideradas receitas e que este erro na base de cálculo implica em nulidade de todo o auto. Porém, o argumento do contribuinte não considera o trabalho fiscal na sua totalidade. Além disso, não é verdade que o Fisco concluiu que os créditos bancários correspondiam a receitas, e não é verdade que a circularização foi o único elemento de convicção. Existiram outros trabalhos prévios e outros elementos de prova que são importantes na demonstração feita pelo fiscal, mas que o contribuinte não menciona. Como relatado, o primeiro passo da fiscalização foi analisar os extratos e depurar todos os ingressos que poderiam corresponder a receitas. Isso foi feito excluindo aqueles créditos cujo históricos permitiam concluir não corresponderem A receitas. Assim, foram excluídos créditos que correspondessem a transferência entre contas, estornos, cheques devolvidos, etc. Na seqüência, a autoridade fiscal elaborou planilha contendo todos os créditos que poderiam corresponder a receitas. Assim, fez tabelas por conta bancária, indicando dia, valor e histórico (proc. fls. 394 a 466). Na descrição dos fatos, a fiscalização destaca que os históricos desses lançamentos demonstram que se tratam de receitas da empresa e informa que tais planilhas fazem parte integrante do relatório fiscal. No trecho do relatório em que os extratos são analisados (proc. 1271), o fiscal explica o seguinte: Verificados os históricos dos referidos ingressos, nas citadas contas bancárias, observou-se que os valores creditados referem-se a recebimentos de empresas especializadas no comércio varejista, na forma de transferências bancárias e depósitos identificados, bem como liquidação de cobranças, que evidenciam serem, os valores recebidos pelo contribuinte fiscalizado, oriundos de transações comerciais, cujos valores não foram informados nas Declarações de Inatividade de Pessoa Jurídica, referentes aos anos base de, 2004 e 2005 9 Processo n° 19515.001263/2009-19 Acórdão n.° 1101-00.736 S 1-CI TI Fl. 1.471 Este ponto do relatório fiscal é bastante importante, pois é a partir desta constatação que a fiscalização entende ter comprovado de modo direto que os créditos bancários correspondem a receitas omitidas. Por isso, não se pode dizer que a fiscalização tenha extrapolado da amostra inferência para o universo. Como se viu, em primeiro lugar existiu um trabalho de depuração dos créditos. Depois, houve uma análise dos históricos. A percepção de que os créditos correspondem à vendas decorre dessa análise dos históricos, e não da amostragem, que serviu apenas para confirmar aquilo que os históricos já informavam. No que tange a pertinência ou ao acerto desta percepção do Fisco, cabe a analisar as planilhas mencionadas. Observando-se as planilhas confeccionada pela fiscalização (proc. fls. 394 a 466), constata-se que créditos correspondente a mais de 95% do valor total apontado pelo fisco como receita omitida tem por histórico "liquidação de cobrança" ou correspondem a um crédito daquelas empresas circularizadas. Portanto, os históricos consistem um forte elemento de convicção de que os créditos retratam receitas omitidas. Por outro lado, de fato existem alguns históricos (expressivos em números, mas ínfimos no valor que representam do todo) que não permite concluir tratar-se de pagamento de venda. Mas, neste aspecto, cabe notar que o contribuinte não se preocupou em fazer qualquer demonstração de que existisse algum crédito que não decorresse de operações comerciais. Inclusive, o contribuinte não nega que tais créditos decorram de vendas que fez, apenas reclama do que entendeu ser o modo pelo qual a fiscalização entendeu comprovar a omissão de receitas. Frente a estes fatos, considerando a robustez das provas apresentadas pelo Fisco (históricos e resultado da circularização), bem como a ausência de refutação por parte do contribuinte (ou a ausência de qualquer demonstração de que algum dos valores indicados nas tabelas não corresponde a vendas), cabe admitir como correto o entendimento do fiscal de que os valores indicados na tabela correspondem a receitas omitidas. Por isso, a base de cálculo está correta e não procede o argumento do contribuinte de que o auto é nulo porque teria sido feito por amostragem. Quanto a alegação do contribuinte contrária ao arbitramento, cabe destacar que a fiscalização tentou mas não conseguiu obter os livros, de sorte que a aplicação da sistemática do lucro arbitrado foi obrigatória e necessária. Quanto a alegação do contribuinte de que não é aplicável a multa de 150%, o contribuinte também não tem razão. Em primeiro lugar, cabe afastar os argumentos de cunho constitucional, já que tais juizos não são possíveis no julgamento administrativo. Em segundo lugar, ficou claramente demonstrado que o contribuinte sonegou tributos, declarando não ter atividade, quando negociava expressivos valores. Ainda, a caracterização da interposição de pessoas demonstrada nos autos, corrobora a certeza de fraude. Por isso, é correta a aplicação da multa de 150%. Por estas razões, voto por negar provimento ao recurso voluntário. 10 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CITI Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.472 Quanto a responsabilização de Alberto Mucciolo, não é aplicável o art. 124 do CTN e estão presente clime todos os elementos da responsabilização, nos termos do art. 135 do CTN. Porém, no momento da lavratura não estavam presentes todos os requisitos exigidos pelo art. 135 para surgimento da responsabilidade, ou eles não foram apontados pelo fiscal. É que a responsabilidade prevista no art. 135 do CTN é subsidiária. Assim, antes ficar demonstrada a impossibilidade de cobrar a divida do contribuinte, ou antes de ficar demonstrada a extinção da pessoa jurídica (que implica na impossibilidade de cobrança da divida do contribuinte), não é possível admitir que o responsável seja colocado em polo passivo. Porém, pelos fatos demonstrados nos autos (sonegação), ficando caracterizada a impossibilidade de cobrar o débito da empresa (quer por falta de recursos, quer por baixa) imediatamente surgirá a responsabilidade de Alberto Mucciolo. Sobre o conteúdo e alcance dos arts. 124 e 135 segue transcrição de votos de minha lavra que tratam do tema: Feita esta considerações periféricas, cabe aprofundar a análise dos termos de sujeição passiva solidária lavrados, estudando a base legal pela qual o fiscal pretendeu trazer o Sr. XX e a Sra. YY para o pólo passivo (inciso I do art. 124 e art 135, ambos do CT1V). Em unia primeira abordagem, apenas com base na tópica dos artigos no código, se percebe que eles alcançam situações totalmente distintas. 0 art. 124 está localizado no capitulo IV "sujeito passivo", enquanto o art. 135 está localizado no capitulo V "responsabilidade tributária". 0 art. 124 aponta pessoas que estão no pólo passivo em razão de unia conexão com o fato tributável (como propõe o capitulo IV), ao passo que o art. 135 indica pessoas que respondem por divida tributária de outrem por conexão ao devedor (como propõe o capitulo V). Isso mostra que os artigos não podem constar juntos da mesma acusação, sob pena de nulidade. Afinal, se a acusação não é clara, não é possível a defesa. A única possibilidade dos dois artigos constarem da mesma acusação seria ficar cabalmente demonstrado que o apontado como solidário atende às hipóteses de incidência de ambos os artigos. Mas, no presente caso, isso não foi feito pela fiscalização. Inclusive, não houve nenhuma preocupação do Fisco em demonstrar que os apontados atendiam aos requisitos de uni e do outro artigo, quanto mais dos dois ao mesmo tempo. Ou seja, para o fiscal ter imputado solidariedade aos responsabilizados com base nos dois dispositivos deveria ter explicado como eles se relacionam C0171 as situações alcançadas em cada artigo. Mas, isso não é observado nos termos de sujeição passiva. Nesses documentos se constata apenas a descrição de alguns eventos ocorridos durante a fiscalização, sem qualquer explicação sobre quais destes eventos realizam a Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-C IT! Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.473 hipótese do inciso I do art. 124 e quais eventos realizam a hipótese do art. 135. Com isso, há evidente prejuízo para a defesa que não sabe ao certo qual situação deve refutar ou esclarecer. Por oportuno, vale lembrar que, sendo a presente questão tão complexa e com tão ampla divergência doutrinária e jurisprudencial, caberia ao fiscal ter sido o mais claro o possível. Inclusive, não bastaria demonstrar como cada unia das hipótese de incidência teria sido realizada pelos responsabilizados, mas seria conveniente que definisse o alcance de cada dispositivo. S6 assim, ficaria evidenciada a regra aplicada e s6 assim seria permitida a defesa. A ausência de explicações sobre o alcance da regra e a ausência de demonstração de realização da hipótese de incidência também implica na nulidade do ato. Na sequencia desta análise, cabe agora transcrever e analisar os artigos em pauta, iniciando pelo art. 124, in verbis: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Da leitura do art. 124, percebe-se seu aspecto didático, adequado ao status de norma geral (lei nacional), bem como a natureza de código. Conforme o inciso I, são solidárias as pessoas que se coloquem na mesma posição (tenham interesse comum), no que tange ao fato gerador. Assim, por exemplo, os co-proprietários de itnóvel são devedores solidários do IPTU ou os co-adquirentes de imóvel são devedores solidários do ITBI. Ou seja, são solidários aquelas pessoas que co-realizam o fato gerador. Já o inciso II diz que são solidários aquelas pessoas apontadas na lei (da União, ou Estados, ou Municípios, no que pertine aos seus tributos respectivamente). Assim, por exemplo, se a legislação estadual estabelecer, o vendedor do imóvel será devedor solidário do ITBI com o comprador. Ou seja, mesmo não realizando conjuntamente o fato gerador, a solidariedade pode decorrer da lei Como visto, com a exegese proposta, o art. 124 de (do didático poderia ser tido como desnecessário. 0 que serviria de argumento para pretender que a expressão "interesse comum na situação que constitua o fato gerador" alcançasse outras pessoas além daquelas que estejam na mesma posição em relação ao fato gerador. Mas, mesmo com a interpretação didática propugnada, o art. 124 tem forte razão para existir, o que sustenta a interpretação defendida e afasta outras. Primeiro, ele divide e distingue os 17 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI -CIT1 Acórddo n.° 1101 -00.736 Fl. 1.474 casos de solidariedade que existem em razão dos fatos tributáveis (inciso I) daqueles que existem em razão da lei e de outros fatos (inciso II). Segundo, garante que a solidariedade só decorra da lei, quer pela realização da hipótese de incidência do tributo (inciso I), quer pela realização da previsão legal de solidariedade estabelecida pelo legislador do ente tribut ante por razões de administração tributária (inciso Enfim, ao dizer "interesse comum", o CTN diz interesse idêntico. Se o interesse é idêntico, significa que as pessoas co- realizam o fato gerador. Deste modo, se percebe que é incabível pretender sustentar, como quis o fiscal, que o sócio gerente, o administrador e a pessoa jurídica estejam na mesma posição em relação aos fatos geradores de tributos da empresa. Os fatos tributáveis realizado pela empresa são delas e os sócios e administradores não têm participação nestes fatos, embora representem a empresa ou a administrem. 0 sistema jurpidico e o direito tributário reconhece a personalidade jurídica da empresa, que é distinta da dos seus sócios, gerentes e administradores. Os atos e fatos da empresa são delas e de mais ninguém. Os atos e fatos dos sócios e dos administradores são deles e não da empresa. Dessarte, fica claro que o sócio-gerente ou o procurador não podem estar na mesma posição em relação ao fato tributável da empresa. De outra banda, é preciso registrar que não há o menor sentido em se pretender que "interesse comum na situação que constitua o fato gerador" signifique algo diferente que a mesma posição em relação ao fato gerador. Admitir tal possibilidade é admitir que o CTN pretendesse criar unia instabilidade nas relações jurídicas. Ou seja, não é razoável imaginar que uma norma geral, voltada a regular a produção normativa tributária dos entes da federação ou a estabelecer alguns padrões normativos de âmbito nacional, fosse deixar ao aplicador da lei (da Unido, dos Estados e dos Municípios) um espaço tão grande para interpretação. Pretender que o aplicador da lei pudesse definir, com toda a sua subjetividade, o que seria "interesse comum na situação que constitua o fato gerador" é o equivalente a pretender que o Código Tributário Nacional visasse a instabilidade das relações jurídicas. As pessoas têm infinitos interesses e podem comungar algum destes interesses em unia situação que seja o fato gerador de algum tributo, sem que estejam na posição do sujeito passivo. Por exemplo, o corretor de imóveis, e talvez até o tabelião que lavra a escritura, pode ter interesse na venda e nisso seu interesse coincide com o interesse do comprador e o interesse do vendedor. Mas, cada uni deles é uma pessoa distinta e ocupa uma posição jurídica diferente na compra e venda do imóvel e tem motivações próprias da posição que ocupam. 13 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CITI Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.475 Não é possível confundir vontade parecida, interesse coincidente, desejo semelhante, ou qualquer outra proximidade de intenção, com interesse comum na situação que constitua o fato gerador. Por isso, não é possível atribuir ao inciso I do art. 124 do CTN o condão de estabelecer a solidariedade em razão da semelhança de vontades ou coincidência de interesses. A própria frouxidão que resultaria de tal interpretação é suficiente para refutá-la. Deste modo, não fosse pelo próprio texto, até por segurança jurídica, é preciso entender que o art. 124 ao mencionar "interesse comum" diz interesse idêntico e isso significa que para serem solidários as pessoas precisam co-realizar o fato gerador. Estabelecido o significado do inciso I do art. 124 do CTN, cabe indagar: no caso em concreto, qual seria o interesse comum (idêntico) dos responsabilizados e da empresa na realização dos fatos tributados? Ora, não há qualquer interesse em comum. A empresa realiza suas operaçoes de venda e de prestação de serviço para realizar sua finalidade social. A sócia-gerente e o administrador representam e administram a empresa. 0 sistema jurídico, há muito atribui a cada um seus próprios atos. Pretender que o art. 124 torne os sócios-gerentes ou administradores solidários com os tributos da empresa é defender um retrocesso de centena de anos na definição da personalidade jurídica das pessoas. Mas, consta do termo também a afirmação de que os responsabilizados teriam, em tese, cometido crime contra a ordem tributária e violado o contrato social. Cabe a pergunta: no que isso tornaria os interesses deles comuns com os da empresa em relação aos fatos tributáveis? Também aqui não há como enquadrar a conduta dos responsabilizados no inciso I do art. 124. 0 fato de a empresa ter sonegado e da conduta do gerente poder ser tipificada penalmente, não significa que eles tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador. Assim, se constata que o inciso Ido art. 124 do CTN é totalmente impróprio a estabelecer solidariedade entre a empresa e os responsabilizados. De outra banda, o IRPJ anual e/ou trimestral é um tributo, por definição, realizado por uma única pessoa. Ou seja, não há como aplicar a solidariedade determinada no inciso I, do artigo 124 do CTN ao IRPJ anual e/ou trimestral, pois este tributo pressupõe um único sujeito passivo. Cabe agora analisar o art. 135, também mencionado no termo. 0 texto é o seguinte: 14 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CIT1 Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.476 Art.135. Selo pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Como se percebe, é preciso uma análise construtiva para dar significado à regra, já que seu texto não permite uma compreensão imediata. Assim, antes de se falar se cabe ou não a aplicação do artigo ao caso concreto, é preciso construir e enunciar com clareza a hipótese legal da regra veiculada pelo artigo. Para tanto, dois pontos de partida são adotados: 1°) a regra visa claramente proteger o Fisco do inadimplemento, por parte da empresa (isso decorre da interpretação sistemática do CTN, em especial dos artigos do capitulo V); 2°) tal proteção deve se dar dentro de limites razoáveis. Então, se a finalidade da regra é a de garantir o adimplemento, parece ponderado que ela incida quando ocorre o inadimplemento absoluto. Afinal, se a regra pretende evitar que o Fisco seja prejudicado, não parece necessário que ela incida enquanto a devedora ainda pode satisfazer o débito com seus bens. Portanto, resta claro que um dos elementos da hipótese de incidência é a impossibilidade de cobrar da empresa o débito tributário. Outro elemento bastante evidente é a necessidade de alguma conduta ilícita por parte da pessoa que vai ser responsabilizada. Inclusive o art. 135 é expresso em exigir que o responsabilizado tenha agido com infração de lei. Obviamente existem diversas possibilidades das pessoas apontadas nos incisos agirem coin infração de lei. Mas, considerando que a finalidade da regra é proteger o Fisco do inadimplemento absoluto de débito tributário, é razoável que a atuação da pessoa que será responsabilizada tenha a ver com este débito tributário pelo qual responderá. Com base nesta interpretação, uma das condutas que estariam alcançadas pelo dispositivo é a pessoa estar no comando da empresa quando a empresa sonega tributos (oculta do fisco a ocorrência de fatos tributáveis). Agora, juntando os dois elementos, tem-se que para reponsabilizar o gerente ou administrador é preciso que o débito tributário decorra de sonegação, que ele tenha estado na administração da empresa no momento em que ocorreu a sonegação, e que não seja possível cobrar da empresa. Outra conduta passível de responsabilizar seria a dissipação irregular de patrimônio de empresa devedora do Fisco. Nesses 15 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CIT1 Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.477 termos, a responsabilidade decorre, não de sonegação, mas de dissipação do patrimônio da devedora sem observar as regras legais de privilégio de crédito. Em termos práticos, conclui-se que a responsabilidade prevista no art. 135 é subsidiária, e não solidária, e aplica-se, dentre outras situações, quando o débito decorre de sonegação. No caso concreto, conforme o fiscal autuante, o auto de infração formaliza débito decorrente de sonegação fiscal no ano- calendário de 2005 e de falta de declaração e pagamento no ano calendário de 2006. Assim, apenas seria possível haver a responsabilização da gerente ou do administrador no ano de 2005. No entanto, não há qualquer demonstração no auto ou no termo de sujeição passiva solidária de que a empresa não tenha condições de pagar o débito de 2005. Quanto a manifestação de Yoshe Sugahara Ishii, ela não pode ser tomada como um recurso, quer porque não existe tal previsão no Decreto n° 70.235, de 1972, quer porque foi intempestiva. Não obstante, é bastante reveladora e corrobora a tese da fiscalização de que Alberto Mucciolo era quem operava a empresa de fato e por isso sujeita-se a responsabilidade prevista no art. 135 do CTN a partir do momento em que ficar demonstrada a impossibilidade de cobrança da divida da empresa devedora. Em conclusão, o termo de sujeição passiva é nulo, por falta de base legal. Por estas razões, voto por declarar a nulidade dos termos de sujeição passiva solidária e por negar provimento ao recurso de oficio e ao recurso voluntário, não conhecer da petição da Yoshe. Carlos Eduardo de Aim eida Guerreiro 16 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-C ITI Acórcido n.° 1101-00.736 Fl. 1.478 Declaração de Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Divirjo do I. Relator quanto A anulação do Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado contra Alberto Mucciolo. Vejo clara a hipótese o art. 124, inciso I do CTN, qual seja, a solidariedade daquela pessoa física em razão de seu interesse comum na situação que constituiu o fato gerador da presente exigência. Demonstrou-se sua real atuação como responsável pela movimentação das contas bancárias nas quais foram creditados valores oriundos de evidentes operações comerciais não submetidas à tributação na pessoa jurídica, conjuntamente com a inexistência de escrituração comercial destas operações e indícios de atuação daquela pessoa física como sócio de fato da autuada. De fato, constatou a Fiscalização que a sócia Yoshie Sugahara Ishii conferiu procuração a Alberto Mucciolo com plenos poderes para movimentação das contas bancárias nas quais foram promovidos os créditos de origem não comprovada, evidenciando inequívoca correlação entre pelos menos uma das sócias da empresa e a pessoa que efetuou a vultosa movimentação financeira em nome da autuada. t certo que a Fiscalização entendeu que estes fatos caracterizariam a solidariedade entre essa sócia e os demais sócios com o procurador, mas a responsabilidade pessoal dos sócios de direito da sociedade não está aqui em debate, na medida em que não houve recurso administrativo por eles submetido a este Colegiado. É certo, também, que a procuração de fl. 101, conferida em 29/08/2002, tinha validade de apenas 1 (um) ano, mas, como noto às fls. 494/834, assinatura praticamente idêntica a de Alberto Mucciolo (fl. 100) está presente em vários cheques emitidos pela pessoa jurídica autuada, ou em documentos em nome dela firmados no período fiscalizado. Em verdade, a procuração para a prática destes autos apenas não veio aos autos porque embora a autoridade fiscal tenha intimado e re-intimado (fls. 1171 a 1174 e 1179 a 1182) o interessado a apresentar as demais procurações que constituíram Alberto Mucciolo como procurador no período de 28/08/2003 a 31/12/2005, não houve qualquer informação a este respeito. É inverossímil a alegação, apresentada em recurso voluntário, de que os talões de cheque poderiam estar previamente assinados e antes do termo da validade da procuração recebida. Ofende o senso comum acreditar que uma pessoa jurídica manteria em sua posse cheques em branco assinados por um antigo procurador, os quais seriam pagos pela instituição financeira sem qualquer questionamento, depois de vencido o prazo de validade da procuração. Demais disso, como disse, há vários outros documentos emitidos pela empresa, datados de 2004 e 2005, contendo a mesma assinatura. Acrescento a este cenário a conduta do responsável no curso do procedimento fiscal, que não deixa dúvidas acerca de seu poder na empresa autuada, como se vê, por exemplo, na correspondência por ele enviada ao Banco Bradesco em 07/10/2008, requerendo informações vinculadas a operações bancárias da pessoa jurídica (fls. 482). 17 Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CITI Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.479 Tais indícios conduzem à inevitável conclusão de que Alberto Mucciolo era a única pessoa física que agia em nome da empresa, e, especialmente, detinha o poder de destinar os valores creditados na conta bancária da pessoa jurídica, o que lhe permitia beneficiar-se, como sócio de fato, das operações comerciais cujos resultados foram subtraídos à tributação. Em tais condições, a pessoa física não dispõe da proteção que a legislação civil concede aos sócios de direito da pessoa jurídica, e passa a figurar ao lado dela, no pólo passivo da obrigação tributária, por ter auferido riqueza das operações comerciais sem qualquer legitimidade ou controle por meio da escrituração comercial. Dai a caracterização da solidariedade prevista no art. 124, inciso I do CTN. Reforça tal conclusão a declaração de Yoshie Sugahara Ishii, na petição de fls. 1945/1946, apresentada em 05/01/2010: No dia 15112/2009, compareci na sede da Receita Federal/DERAT- SPO/DICAT/EQCOB à Rua Luiz Coelho, 197 - São Paulo/SP, e 16 na presença do atendente, tomei CIÊNCIA de fato do processo. Informei ao atendente que, não podia ser responsabilizada pelos débitos constante no processo, pelo motivo de não ser sócia da empresa, o verdadeiro sócio responsável é o Sr. ALBERTO MUCCIOLO. Comentei ao atendente, que eu nunca assinei nenhum documento perante a RECEITA FEDERAL, nem outras repartições públicas. 0 fato é, que conheço o Sr. Alberto Mucciolo, há mais de trinta, anos. Ele me visitou, e alegando problemas de saúde, me pediu um favor. Pediu se eu poderia entrar na sociedade por um período de dois meses. Disse também, que não me prejudicaria em nada. Pela amizade aceitei, logo em seguida, sai da sociedade. Friso, ainda, que a empresa não dispunha de escrituração comercial, inclusive declarando-se inativa nos anos-calendário 2004 e 2005, nos quais movimentou, em cada ano, mais de R$ 50 milhões de créditos auferidos nas contas bancárias fiscalizadas. Ainda, as demais evidências reunidas pela autoridade lançadora deixaram patente o dolo na supressão dos tributos devidos, fatos suficientes para imputar a responsabilidade pelo crédito tributário lançado a Alberto Mucciolo, ainda que apenas na condição de procurador ou de gerente, consoante prevê o art. 135 do CTN, em seus inciso II e III. Art. 135. Selo pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados corn excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Diz o referido diploma legal que mandatários, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado respondem com seu patrimônio pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias que resultem de atos praticados com infração de lei. E, pelo exposto, a conduta de Alberto Mucciolo pode ser assim minimamente caracterizada, ainda que não se admita que ele atuou como sócio de fato da pessoa jurídica autuada. Ressalto que o art. 135 do CTN presta-se a ampliar as garantias do crédito tributário, permitindo a busca de sua satisfação no patrimônio pessoal daqueles çpe 18 DELI PEREIRA BESSA - Conselheira Processo n° 19515.001263/2009-19 SI-CIT1 Acórdão n.° 1101-00.736 Fl. 1.480 participaram da gestão da pessoa jurídica sem a necessária lisura, hábil a assegurar que não houve desvio da riqueza manifestada pelos fatos jurídicos tributáveis. Assim, se tais pessoas se conduzem com excesso de poderes, infração à lei ou ao contrato social, o Fisco tem o direito de também buscar a satisfação de seus créditos no patrimônio pessoal destes responsáveis, ainda que o representado detenha patrimônio suficiente para tanto, na medida em que esta situação patrimonial pode não decorrer necessariamente da riqueza tributável em debate e estar gravada por outras dividas, além de estar sujeita a flutuações que podem, no futuro, prejudicar a liquidação da obrigação tributária. De toda sorte, como relatado, a empresa declarou-se inativa nos períodos fiscalizados, e também não apresentou escrituração comercial de modo a permitir a averiguação dos efeitos patrimoniais das operações questionadas e dar alguma garantia A. satisfação do crédito tributário lançado. Correta, portanto, a conclusão fiscal expressa no Termo de Verificação Fiscal fl. 1277, que dá suporte à notificação fiscal que incluiu Alberto Mucciolo como responsável solidário pelos créditos tributários aqui lançados com fundamento nos artigos 124, I e 123, II e III da Lei n° 5.172/66 (fls. 1318/1319): Restando para a fiscalização apenas a alternativa de considerar corno interposição de pessoa, responsabilizando solidariamente o citado procurador, qualificando-o como sócio de fato da empresa, levando-se em conta que o mesmo usou os poderes que lhe foram outorgados com visível infração a lei, promovendo vultosas transações comerciais, com suposto embasamento no registro social e nos documentos fiscais da autuada, as quais foran2 omitidas das declarações de rendimentos da empresa, de forma a não permitir que fossem, tais transações, alcançadas pela tributação dos tributos federais, portanto com dolo. Por tais razões, entendo que deva ser NEGADO PROVIMENTO ao recurso voluntário de Alberto Mucciolo. E como voto. 19
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Numero do processo: 13819.001157/00-35
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/05/1990 a 31/12/1990, 01/05/1991 a 31/10/1991, 01/02/1992 a 31/07/1992, 01/01/1993 a 31/03/1993, 01/05/1993 a 31/08/1993, 01/01/1995 a 28/02/1995, 01/01/1996 a 28/02/1996, 01/04/1996 a 30/04/1996
Ementa:
PIS - LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DECADÊNCIA - ARTIGO 62-A DO RICARF. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que nos casos onde são constatados recolhimentos mesmo que parciais do tributo, deve ser aplicado o artigo 150, § 4º e para os casos onde não foram efetivados recolhimentos deve ser aplicado o art. 173, I, ou parágrafo único, ambos do Código Tributário Nacional. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep.
Numero da decisão: 9900-000.356
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade dos votos, negar provimento ao Recurso Extraordinário da Procuradoria da Fazenda.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: Francisco maurício Rabelo de Albuquerque Silva
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/1990 a 31/12/1990, 01/05/1991 a 31/10/1991, 01/02/1992 a 31/07/1992, 01/01/1993 a 31/03/1993, 01/05/1993 a 31/08/1993, 01/01/1995 a 28/02/1995, 01/01/1996 a 28/02/1996, 01/04/1996 a 30/04/1996 Ementa: PIS LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA ARTIGO 62A DO RICARF. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que nos casos onde são constatados recolhimentos mesmo que parciais do tributo, deve ser aplicado o artigo 150, § 4º e para os casos onde não foram efetivados recolhimentos deve ser aplicado o art. 173, I, ou parágrafo único, ambos do Código Tributário Nacional. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade dos votos, negar provimento ao Recurso Extraordinário da Procuradoria da Fazenda. . OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA Relator. Fl. 563DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP26.1216.17052.AMK8. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Insurgese a Fazenda Nacional, em Recurso Extraordinário às fls. 485/497, admitido pelo Despacho às fls. 499, contra o Acórdão de fl. 477, que unanimemente negou provimento ao Recurso Especial da Fazenda, mantendo in totum o acórdão do recurso voluntário, que declarou parcialmente decadente o lançamento, restando não atingido apenas o período entre janeiro e março de 1996. O acórdão recorrido traz a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/1990 a 31/12/1990, 01/05/1991 a 31/10/1991, 01/02/1992 a 31/07/1992, 01/01/1993 a 31/03/1993, 01/05/1993 a 31/08/1993, 01/01/1995 a 28/02/1995, 01/01/1996 a 28/02/1996, 01/04/1996 a 30/04/1996. PIS. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para a Fazenda Nacional constituir o crédito pertinente à contribuição para o Programa de Integração Social PIS é de 5 anos, como definido no art. 150, §4° do CTN, não se aplicando ao caso a norma do art. 45 da Lei n°8.212/61. Recurso especial negado. “ Aduz a Fazenda Nacional em seu apelo extraordinário que o Acórdão combatido causa dissídio jurisprudencial, citando contrariedade aos paradigmáticos Acórdãos (CSRF/01 03.167 e 0103.215), com ementas transcritas à fl. 488. Fl. 564DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP26.1216.17052.AMK8. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13819.001157/0035 Acórdão n.º 9900000.356 CSRFPL Fl. 564 3 Segue argumentando que a falta de pagamento antecipado do tributo descaracteriza a incidência e aplicação do prazo decadencial do artigo 150, § 4º, do CTN, pois desta maneira não há pagamento a homologar, devendo ser aplicado o artigo 173, inciso I, também do Código Tributário. Na aplicação do aludido artigo 173, inciso I pela Fazenda Nacional, o prazo decadencial deve ter como marco inicial da contagem o primeiro diaútil do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido realizado pela Contribuinte, e não o fatogerador do tributo como fora aplicado nos autos em julgamento. Reforça tal entendimento reproduzindo à fl. 490 Informativo nº 250 do STJ, que sustenta a aplicação do marco inicial da decadência como estatui o artigo 173, inciso I do CTN. Cita também o parecer PGFN/CAT nº 1617/2008 às fls. 492/495. Por fim, pede reforma do acórdão recorrido para que seja alterado o marco inicial do prazo decadencial do direito de lançar o crédito tributário da Fazenda Nacional. Às fls. ContraRazões 503/520 da Contribuinte. Preliminarmente, pugna pelo não conhecimento do Recurso Extraordinário pelo mesmo não ter atendido aos prérequisitos do art. 43, § 1º do Regimento Interno, quando não fundamentou adequadamente a divergência objeto do apelo, conforme jurisprudência que transcreve em ementas às fls. 507/509. Noutra preliminar, mina o conhecimento do Recurso baseandose na existência de decisão judicial em mandado de segurança já transitado em julgado, cujo teor impede que a Contribuinte seja cobrada dos valores de PIS, tendo em vista que a segurança foi para autorizar a compensação dos valores pagos, cuja ementa transcreve à fl. 510. No mérito, reforça que o lançamento realizado pela Fazenda foi alcançado pela decadência. Fl. 565DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP26.1216.17052.AMK8. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Reitera que os tributos sujeitos a lançamento por homologação devem ter prazo decadencial regido pelo artigo 150, §4º, encontrando guarida na ementa do STJ transcrita à fl. 512. Segue colacionando diversas ementas do STJ e deste Conselho às fls. 513/519, apoiando a tese articulada de que o marco inicial deve ser o fatogerador, assim como restou decidido no acórdão recorrido pela Fazenda. Por fim, pede mantença da decisão que declarou decadente em parte o lançamento da Fazenda. É o relatório. Voto V O T O do Conselheiro Relator Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva O Recurso preenche condições de admissibilidade porque tempestivo, e comprovando a divergência devidamente decodificada no texto do apelo. Constato no Acórdão nº 20215.832 na fl. 372 que os membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de então, deram parcial provimento ao Recurso Voluntário, a unanimidade, e no relatório de fl. 373 que alguns períodos foram depositados judicialmente e outros recolhidos via DARF, tudo relativamente aos valores aqui questionados, na conformidade do trecho que transcrevo, in verbis: “Neste trabalho estaremos concomitantemente considerando os depósitos judiciais parcialmente convertidos em renda da União (fls. 98/117/121), bem como alguns recolhimentos não considerados anteriormente e estaremos ratificando algumas de suas datas de arrecadação e/ou valor, conforme listagem e cópia dos DARF às fls. 99 a 145.” Neste sentido, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça relativamente ao prazo decadencial aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, posicionouse no Resp. nº973.733SC(2007/01769940), tendo como relator o Ministro Luiz Fux: Fl. 566DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP26.1216.17052.AMK8. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13819.001157/0035 Acórdão n.º 9900000.356 CSRFPL Fl. 565 5 “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º E 173 DO CTN. IMPOSSIBILIDADE.” Diante do exposto, materializado nos autos o direito pela aplicação do Art. 150, § 4º do CTN, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional mantendo incólume a decisão constante do Acórdão 0203.624 de fl. 477. Sala das Sessões, 28 de agosto de 2012. Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva – Relator. Fl. 567DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP26.1216.17052.AMK8. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA em 30/11/2012 18:27:18. Documento autenticado digitalmente por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA em 30/11/2012. Documento assinado digitalmente por: OTACILIO DANTAS CARTAXO em 21/01/2013 e FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA em 30/11/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 26/12/2016. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP26.1216.17052.AMK8 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Outros". 3) Selecione a opção "eAssinaRFB - Validação e Assinatura de Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 138190011570035. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10950.001327/2005-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2002
EFEITOS DA EXCLUSÃO – SIMPLES PARTICIPAÇÃO DO SÓCIO OU
TITULAR EM OUTRA PESSOA JURÍDICA Demonstrado nos autos que a
participação do sócio em outra empresa só superou o limite de 10% do capital social em dezembro de 2002, não prevalecem os efeitos da exclusão a parir de 01/01/2002.
Numero da decisão: 1301-000.839
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Valmir Sandri
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2002 EFEITOS DA EXCLUSÃO – SIMPLES PARTICIPAÇÃO DO SÓCIO OU TITULAR EM OUTRA PESSOA JURÍDICA Demonstrado nos autos que a participação do sócio em outra empresa só superou o limite de 10% do capital social em dezembro de 2002, não prevalecem os efeitos da exclusão a parir de 01/01/2002.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1385; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 1 1 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10950.001327/200536 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1301000.839 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 15 de março de 2012 Matéria SIMPLES Recorrente Real Zincagem Ecológica Ltda Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 EFEITOS DA EXCLUSÃO – SIMPLES PARTICIPAÇÃO DO SÓCIO OU TITULAR EM OUTRA PESSOA JURÍDICA Demonstrado nos autos que a participação do sócio em outra empresa só superou o limite de 10% do capital social em dezembro de 2002, não prevalecem os efeitos da exclusão a parir de 01/01/2002. . Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Fl. 128DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por OSMARINA CARDOSO SANTOS 2 Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por OSMARINA CARDOSO SANTOS Processo nº 10950.001327/200536 Acórdão n.º 1301000.839 S1C3T1 Fl. 2 3 Relatório Pelo Ato Declaratório Executivo n°. 441.555, de 07 de agosto de 2003, de emissão do Delegado da Receita Federal em MaringáPR, Real Zincagem Ecológica Ltda. foi excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), com efeitos a partir de 01/01/2002. O evento informado como causa da exclusão foi o fato de um dos sócios participar com mais de 10% do capital de outra empresa e a receita global do anocalendário de 2001 ter ultrapassado o limite estabelecido pela legislação que rege o Simples, conforme previsto no artigo 9°, inciso IX, da Lei n° 9.317, de 1996. Em manifestação de inconformidade dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em CuritibaPR, a interessada sustentou que sua exclusão ao Simples, com efeito retroativo a 2002 não pode prosperar já que o sócio em questão, tornouse detentor de 33,33% do capital da empresa em 17 de dezembro de 2002, conforme consta da alteração contratual registrada em 20/01/2003, e que, a partir de 2003 optou pelo Lucro Presumido. Argúi questões de irretroatividade da norma, ilegalidade, inexigibilidade da multa dos débitos retroativos. E pede sua permanência no Simples. A 2ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba indeferiu a solicitação, em decisão assim ementada: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 SIMPLES. PARTICIPAÇÃO DO SÓCIO OU TITULAR EM OUTRA PESSOA JURÍDICA. Constatado que o sócio ou titular participa de outra empresa com mais de 10% do capital social e a receita bruta global no anocalendário de 2001 ultrapassou o limite legal, correta a exclusão do contribuinte de tal regime simplificado a partir de 01/01/2002, vez que se encontra expressamente consignado na legislação como sendo impeditiva à opção. Ciente da decisão em 28 de agosto de 2007, a interessada ingressou com recurso em 18 de setembro, trazendo aos autos cópias de alterações contratuais da outra empresa de que participa, com o intuito de comprovar que a situação excludente só se concretizou em dezembro de 2002, e postulando que os efeitos da exclusão só incidam a partir de 01/01/2003. É o relatório. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por OSMARINA CARDOSO SANTOS 4 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos para a sua admissibilidade. Dele conheço. Conforme se depreende dos autos, a Recorrente foi excluída do SIMPLES porque sua sócia, Cláudia Aparecida de Carvalho participava do quadro societário da empresa Cinfer Comércio e Indústria de Ferramentas Ltda., e a receita global das duas empresas no ano calendario de 2001 ultrapassou o limite admitido na legislação para a opção pelo sistema simplificado. O inciso IX do art. 9º da Lei nº 9.317/96 veda a opção pelo Simples à pessoa jurídica cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite previsto no inciso II do art. 2º da mesma lei. Quanto aos efeitos da exclusão, prevê o inciso IV do art. 15 que ele se produzirá a partir do exercício seguinte àquele em que for ultrapassado o limite. Conforme consta dos autos, a Recorrente optou pelo sistema simplificado em 06 de fevereiro de 1998, e a situação excludente ocorreu em 31/12/2001. A decisão de primeira instância fundamentouse em registros nos sistemas informatizados da Receita que indicam que em 2001 a Sra. Cláudia Aparecida de Carvalho participava com 33% do capital da Real Zincagem e com 33% do capital da Cinfer (fl. 26). Todavia, conforme cópia das alterações contratuais da Cinfer juntada aos autos, a Sra. Cláudia ingressou na Cinfer com 2,5% de participação, a partir da 20ª alteração contratual, ocorrida em 22/08/2001, registrada em 28/08/2002 (fl. 115 a 118); sua participação aumentou para 12,5% a partir da 21ª alteração, ocorrida em 01/12/2002, registrada em 18/12/2002 (fls. 119 a 122), e a 33.33% a partir da 22ª alteração, ocorrida em 05/05/2003 e registrada em 03/11/2003 (fls. 123/125). Assim, como visto acima, a situação excludente só se configurou em dezembro de 2002, e os efeitos da exclusão, com base no inciso IV do art. 15, só se produzem a partir de janeiro de 2003, razão porque, DOU provimento ao recurso do contribuinte. E como voto. Sala das Sessões, em 15 de março de 2012 (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 131DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por OSMARINA CARDOSO SANTOS Processo nº 10950.001327/200536 Acórdão n.º 1301000.839 S1C3T1 Fl. 3 5 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por OSMARINA CARDOSO SANTOS
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Numero do processo: 10650.001162/97-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 1994, 1995, 1996, 1997
Ementa:
ARBITRAMENTO DO LUCRO. HIPÓTESES. INOBSERVÂNCIA.
Insubsistentes os lançamentos tributários fundados em arbitramento do lucro na circunstância em que a hipótese que serviu de suporte não encontra respaldo na legislação de regência.
Numero da decisão: 1301-000.898
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Nome do relator: Wilson Fernandes Guimarães
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HIPÓTESES. INOBSERVÂNCIA. Insubsistentes os lançamentos tributários fundados em arbitramento do lucro na circunstância em que a hipótese que serviu de suporte não encontra respaldo na legislação de regência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.. “documento assinado digitalmente” Alberto Pinto Souza Junior Presidente. “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alberto Pinto da Souza Junior, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 229DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 230 2 Relatório FAZENDA RIO TEJUCO LTDA., já devidamente qualificada nestes autos, inconformada com a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora, Minas Gerais, que manteve, na íntegra, os lançamentos tributários efetivados, interpõe recurso a este colegiado administrativo objetivando a reforma da decisão em referência. Trata o processo de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativas aos anoscalendário de 1993 a 1996, formalizadas em razão do arbitramento do lucro. Em sede de impugnação (fls. 89/93), a contribuinte argumentou que, por ser microempresa e tendo prejuízos, estava dispensada da apresentação de declaração de rendimentos. Disse que o veículo cujo valor foi considerado para o arbitramento do lucro foi adquirido em vinte e quatro prestações. Por meio de petição, apresentou o contrato de financiamento do referido veículo, devolvido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento com base na alegação de que não foram atendidos comandos do Decreto nº 70.235/72. A já citada Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora, analisando o feito fiscal e a peça de defesa, decidiu, por meio da Decisão nº. 1.581, de 24 de agosto de 2001, pela procedência dos lançamentos. O referido julgado restou assim ementado: ARBITRAMENTO DO LUCRO. AUSÊNCIA DE ESCRITURAÇÃO. A inexistência de escrituração e a omissão de entrega de declarações do IRPJ não são escusáveis pela mera alegação da impugnante de se constituir em microempresa. ARBITRAMENTO DO LUCRO. DETERMINAÇÃO. O inevitável arbitramento do lucro, diante da impossibilidade de dimensionamento da receita bruta, deve tomar como base os elementos disponíveis, tal como, no caso concreto, valor do ativo permanente. INFRAÇÕES APURADAS NA PESSOA JURÍDICA. DECORRÊNCIA. IRRF. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. Princípio de causa e efeito que se impõe aos lançamentos reflexos a mesma sorte do lançamento principal. Irresignada, a contribuinte apresentou o recurso de folhas 124/127, por meio do qual sustenta: que a Receita Federal, ao elaborar os documentos de arrecadação e promover o lançamento fiscal, errou, pois os tributos foram calculados desde o dia 08.08.1980 quando, na realidade, os créditos tributários se referem ao ano de 1993 em diante; que qualquer tributo supostamente devido já prescreveu, não podendo a Fazenda Nacional realizar qualquer cobrança; Fl. 230DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 231 3 que os lançamentos tributários, promovidos com base na falta de declarações, revelamse insustentáveis; que elaborou, ainda que tardiamente, todas as suas declarações de imposto de renda, contabilizando todas as suas operações; que a Delegacia da Receita Federal em Uberaba pretende receber tributos sobre rendimento ou movimentação contábil inexistente, visto que o veículo por ela adquirido foi pago de forma parcelada (alega que acostou aos autos cópia do contrato de financiamento do aludido veículo). A Delegacia da Receita Federal em Uberaba, Minas Gerais, constatando a ausência de depósito garantidor e (ou) arrolamento de bens, negou seguimento ao recurso e determinou o prosseguimento da cobrança. O débito foi inscrito em dívida ativa, porém, com o advento da Súmula Vinculante nº 21 do Supremo Tribunal Federal e dos Pareceres PGFN/CRJ nºs 891 e 1973, de 2010, referida inscrição foi cancelada. É o Relatório. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 232 4 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães. Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Trata o processo de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativas ao período de novembro de 1993 a dezembro de 1996. No auto de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica os responsáveis pela autuação assinalam (fls. 03): 1 RECEITA BRUTA NÃO CONHECIDA ARBITRAMENTO COM BASE NO VALOR DO ATIVO O contribuinte omisso, regularmente intimado em 20.08.97, a apresentar as declarações e/ou o recibo da entrega das mesmas dos anoscalendário de 1993 a 1996, até o momento não o fez. Alertamos que a falta de atendimento no prazo estipulado enseja o Lançamento de Oficio dos Tributos e Contribuições com os dados de que dispuser a Repartição (Artigo 963, combinado com o inciso I, do artigo 894, do DECRETO 1041, DE 11/01/94RIR/94). A falta de atendimento a intimação formulada pelo fisco autoriza o agravamento da multa de lançamento de oficio de que trata o artigo 4, parágrafo primeiro da Lei 8218/91, em 50% ( Artigo 994 do Decreto 1041, de 11/01/94). O elemento que a repartição dispõe e que serviu de base para o arbitramento do lucro é a aquisição de um veiculo em 11/93, por CR$ 3.500.000,00, marca GM/CHEVROLET D 20 LUXO, DIESEL, CAB. DUPLA, CHASSI:9BG258RNNKKC028510, PLACA GNB0961, conforme pesquisa feita junto Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais(DETRAN/MG). O lucro arbitrado mensalmente foi obtido pelo valor da aquisição do veículo, corrigindoo de acordo com os Índices determinados pela legislação fiscal. ... ENQUADRAMENTO LEGAL: Artigo 400, parágrafo 4º, do RIR/80 e Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal 108/80. Artigo 543, do RIR/94. Aos autos de infração lavrados foram juntados, apenas, cópia de Ofício encaminhado ao Delegado do Departamento de Trânsito de Uberaba, Minas Gerais, solicitando expedição de certidão acerca de aquisições e alienações de veículos automotores por parte da fiscalizada (fls. 72) e respectiva resposta (fls. 74/75). Fl. 232DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 233 5 Não identifico, pois, nos autos, um único documento relacionado ao procedimento de fiscalização levado a efeito contra a contribuinte, seja referente à instauração da ação fiscal, seja relativo às intimações eventualmente lavradas no curso do procedimento. Nesse contexto, depreendo que: i) o arbitramento do lucro foi efetuado em virtude de a contribuinte não ter apresentado as declarações e os recibos de entrega relativos aos anoscalendário de 1993 a 1996; e ii) o agravamento da penalidade aplicada, em cinqüenta por cento, se deu em razão da falta de atendimento da intimação. Considerados os elementos aportados ao processo, penso, não obstante a mais absoluta improcedência da quase totalidade dos argumentos expendidos na peça recursal, que a alegação de que os lançamentos tributários promovidos com base na falta de declarações revelamse insustentáveis, merece acolhimento. Com efeito, à época em que os lançamentos tributários foram efetivados, o arbitramento do lucro era regido pelas disposições do Decretolei nº 1.648/78 (parágrafo 4º do art. 8º), da Portaria MF nº 524/93 e da Instrução Normativa SRF nº 79/93, que revogou a Instrução Normativa SRF nº 108/80. No que importa reproduzir, as disposições normativas acima mencionadas dispunham: Decretolei nº 1.648, de 1978 Art. 8º A autoridade tributária fixará o lucro arbitrado em porcentagem da receita bruta, quando conhecida. ... § 4º Na falta de outros elementos a autoridade poderá, observadas as normas baixadas pelo Secretário da Receita Federal, arbitrar o lucro com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, da folha de pagamento de empregados, das compras, do aluguel das instalações ou do lucro líquido auferido pelo contribuinte em períodos anteriores. Portaria MF nº 524/93 Art. 7º Na hipótese da pessoa jurídica ter seu lucro arbitrado em mais de um período mensal, as percentagens de que trata o artigo 2º serão aumentadas em seis por cento ao mês sobre a última adotada, observado como limite máximo o dobro do estabelecido, ressalvado o inciso IV do art. 2º que será de oitenta por cento. Parágrafo Único. O agravamento a que se refere este artigo não será aplicado nos casos em que haja um intervalo de doze meses entre os períodos considerados para arbitramento. Instrução Normativa SRF nº 79/93 Art. 1º A autoridade tributária, observado o disposto no decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, arbitrará o lucro da pessoa jurídica, inclusive empresas individuais e equiparadas, utilizandose dos percentuais e coeficientes previstos nesta Instrução Normativa, quando: I o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real não mantiver Fl. 233DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 234 6 escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II a escrituração mantida pelo contribuinte contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real ou, ainda, revelar evidentes indícios de fraude; III o contribuinte se recusar a apresentar os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal à autoridade tributária; IV o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido; V o contribuinte que optar pela tributação com base no lucro presumido, deixar de: a) escriturar em LivroCaixa os recebimentos e pagamentos ocorridos em cada mês, exceto se mantiver escrituração contábil, nos termos da legislação comercial; b) escriturar no livro Registro de Inventário os estoques existentes ao término do anocalendário; c) manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios, por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para apurar os valores indicados na Declaração Anual Simplificada de Rendimentos e Informações, apresentada pelas pessoas jurídicas optantes pela tributação com base no lucro presumido. VI o comissário ou o representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de cumprir o disposto no § 1º do art. 76. da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 1958. VII a pessoa jurídica cujo patrimônio líquido seja superior a 2.000.000 UFIR no balanço de 31 de dezembro do anocalendário imediatamente anterior, e que utilizar sistemas de processamento eletrônico de dados, na escrituração de livros e elaboração de documentos de natureza contábil e fiscal, deixar de apresentar, até o trigésimo dia após o vencimento do prazo concedido pela autoridade tributária, os arquivos magnéticos correspondentes. Parágrafo único. Considerase não apoiada na escrituração comercial e fiscal, a apuração do lucro real: a) sem que estejam escriturados no Livro de Apuração do Lucro Real LALUR, os ajustes ao lucro líquido, a demonstração do lucro real e os registros correspondentes nas contas de controle; b) quando não forem mantido em boa guarda e ordem, pela pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o livro ou fichasrazão utilizadas para resumir e totalizar por conta e subconta os lançamentos efetuados no LivroDiário. Receita Bruta Não Conhecida Art. 5º Quando não conhecida a receita bruta do contribuinte, o lucro arbitrado em cada mês será determinado a juízo da autoridade lançadora, observada a natureza do negócio, mediante a aplicação de qualquer dos coeficientes seguintes: Fl. 234DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 235 7 I 1,5 (um vírgula cinco), sobre o lucro líquido auferido no último período base em que a empresa manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais, corrigido monetariamente; II 0,03 (zero vírgula zero três), sobre a soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido, corrigido monetariamente; III 0,05 (zero vírgula zero cinco), sobre o valor do capital, inclusive a sua correção monetária contabilizada como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição ou alteração da sociedade, corrigido monetariamente; IV 0,04 (zero vírgula zero quatro), sobre o valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido, corrigido monetariamente; V 0,25 (zero vírgula vinte e cinco), sobre o valor das compras de mercadorias efetuadas no mês; VI 0,25 (zero vírgula vinte e cinco), sobre a soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e das compras de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem; VII 0,6 (zero vírgula seis), sobre a soma dos valores pagos no mês a empregados; VIII 0,8 (zero vírgula oito), sobre o valor mensal do aluguel das instalações. § 1º Os coeficientes previstos nos incisos V, VI, VII, a critério da autoridade lançadora, poderão ter sua aplicação limitada, respectivamente, às atividades comerciais, industriais e de prestação de serviços e, no caso de empresa com atividade mista, ser adotados isoladamente em cada atividade. § 2º Para cálculo da atualização monetária a que se refere os incisos deste artigo serão utilizados os índices fixados para fins de correção monetária das demonstrações financeiras, adotandose como termo inicial a data do encerramento do períodobase utilizado e como termo final o último dia útil do mês a que se referir o arbitramento. § 3º Para os efeitos da aplicação do disposto no inciso I, quando o lucro líquido for decorrente de períodobase anual o valor que servirá de base ao arbitramento será proporcional ao número de meses do períodobase considerado. Como se vê, a legislação de regência não autorizava (como hoje não autoriza) o arbitramento do lucro em razão da falta de apresentação de declarações. Se, por outro lado, pretenderam as autoridades autuantes promover o arbitramento em razão da falta de apresentação de escrituração (o que, dada a mais absoluta ausência de elementos, não se pode afirmar), ainda assim seria necessário que tivessem sido carreados aos autos documentos capazes de comprovar que a contribuinte foi devidamente intimada a reconstituir a sua escrita, eis que, como é cediço, o arbitramento do lucro representa medida extrema que só deve ser adotada na circunstância em que não seja possível a determinação do lucro real. Por todo o exposto, conduzo meu voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR Processo nº 10650.001162/9798 Acórdão n.º 130100.898 S1C3T1 Fl. 236 8 Wilson Fernandes Guimarães – Relator Fl. 236DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 13/0 5/2012 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA J UNIOR
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Numero do processo: 16327.720406/2010-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ
Anocalendário:
2005, 2006, 2007, 2008
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ERRO NA APURAÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.
Consoante o art. 145, do CTN; uma das formas de alterar o lançamento de
oficio é por meio da impugnação do sujeito passivo. O art. 18, do Decreto .
70.235/72 também determina a devolução do prazo para impugnar somente
nos casos de agravamento da exigência fiscal, inovação ou alteração da
fundamentação legal da exigência. A mera redução da alíquota e conseqüente
exclusão de parte do lançamento não ensejam a nulidade total do auto de
infração.
Retificase
a exigência, ante a comprovação de que o percentual de 10% foi
aplicado sobre a totalidade da base de cálculo ajustada, sem excluir o
montante mensal de R$ 20.000,00 previsto em lei.
PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE
SUSPENSA.
Os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa
constituem provisões e não despesas incorridas, estando vedada sua dedução
para apuração da base de cálculo da CSLL, conforme regra do art. 13, inciso
I, da Lei 9.249/1995. Por constituírem acessórios dos tributos e contribuições,
os acréscimos legais seguem a mesma norma de dedutibilidade.
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. MULTA.
Tributo e multa não se confundem, tendo em vista que esta tem o caráter de
sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se
inclui a multa punitiva aplicada à empresa objeto de incorporação.
Inteligência dos arts. 3o. e 132 do CTN. A responsabilidade não se presume,
deve ser expressa.
COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. SAPLI. INSTRUMENTO HÁBIL.
O SAPLI é alimentado por informações prestadas pelo próprio contribuinte,
portanto pode ser utilizado pela fiscalização como instrumento hábil de
controle dos prejuízos fiscais, devendo o contribuinte, para contraditálo,
fazer prova.
COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS.
Mantémse
o lançamento se não demonstrada a existência de saldo de
prejuízos fiscais em valor suficiente para amparar a compensação pleiteada
na declaração de rendimentos.
Numero da decisão: 1301-000.830
Decisão: Os membros da Turma acordam dar provimento parcial ao recurso
voluntário, para: a) por unanimidade, excluir da base de cálculo do IRPJ exigido o valor de R$68.197,35; b) pelo voto de qualidade, afastar a dedutibilidade dos tributos com exigibilidade
suspensa da base tributável da CSLL. Vencidos os conselheiros Valmir Sandri, Edwal Casoni e Carlos Jenier, e c) por maioria, afastar a multa de ofício. Vencidos os conselheiros Waldir
Rocha e Alberto Pinto.
Nome do relator: Paulo Jakson da Silva Lucas
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ERRO NA APURAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Consoante o art. 145, do CTN; uma das formas de alterar o lançamento de oficio é por meio da impugnação do sujeito passivo. O art. 18, do Decreto . 70.235/72 também determina a devolução do prazo para impugnar somente nos casos de agravamento da exigência fiscal, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência. A mera redução da alíquota e conseqüente exclusão de parte do lançamento não ensejam a nulidade total do auto de infração. Retificase a exigência, ante a comprovação de que o percentual de 10% foi aplicado sobre a totalidade da base de cálculo ajustada, sem excluir o montante mensal de R$ 20.000,00 previsto em lei. PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa constituem provisões e não despesas incorridas, estando vedada sua dedução para apuração da base de cálculo da CSLL, conforme regra do art. 13, inciso I, da Lei 9.249/1995. Por constituírem acessórios dos tributos e contribuições, os acréscimos legais seguem a mesma norma de dedutibilidade. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. MULTA. Tributo e multa não se confundem, tendo em vista que esta tem o caráter de sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se inclui a multa punitiva aplicada à empresa objeto de incorporação. Inteligência dos arts. 3o. e 132 do CTN. A responsabilidade não se presume, deve ser expressa. Fl. 530DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. SAPLI. INSTRUMENTO HÁBIL. O SAPLI é alimentado por informações prestadas pelo próprio contribuinte, portanto pode ser utilizado pela fiscalização como instrumento hábil de controle dos prejuízos fiscais, devendo o contribuinte, para contraditálo, fazer prova. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. Mantémse o lançamento se não demonstrada a existência de saldo de prejuízos fiscais em valor suficiente para amparar a compensação pleiteada na declaração de rendimentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma acordam dar provimento parcial ao recurso voluntário, para: a) por unanimidade, excluir da base de cálculo do IRPJ exigido o valor de R$68.197,35; b) pelo voto de qualidade, afastar a dedutibilidade dos tributos com exigibilidade suspensa da base tributável da CSLL. Vencidos os conselheiros Valmir Sandri, Edwal Casoni e Carlos Jenier, e c) por maioria, afastar a multa de ofício. Vencidos os conselheiros Waldir Rocha e Alberto Pinto. (assinado digitalmente) Alberto Pinto de Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 531DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados no âmbito da DEINF/SP, relativos aos anos calendário de 2005, 2006, 2007 a 2008, por meio dos quais são exigidos do interessado acima identificado, na qualidade de sucessor do Banco ABN AMRO BRASIL DOIS PARTICIPAÇÕES S.A, CNPJ 05.515.360/000140, o imposto sobre a renda de pessoa jurídica no valor de R$ 2.261.112,92 (fls. 304/310) e a contribuição social sobre o lucro líquido CSLL no valor de R$ 1.632.711,62 (fls. 311/317), acrescidos de multa de ofício de 75% e de encargos moratórios. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (TVF), às fls. 295/303, a ABN DOIS PARTICIPAÇÕES optou pela apuração anual do IRPJ e da CSLL, nos anos calendário em fiscalização. Em 30/06/2005 e 28/11/2008 ocorreram cisões parciais. Em 30/09/2009, a incorporação pelo interessado. A ABN DOIS PARTICIPAÇÕES questiona judicialmente alguns tributos e contribuições, entre eles o PIS e a COFINS incidentes sobre receita de juros sobre capital próprio (mandado de segurança nº 2005.61.00.0002329), adicionados à base de cálculo do IRPJ em 31/12/2005 (adição a menor em R$ 68.197,35), 31/12/2006, 31/12/2007 e 28/11/2008 (adição a maior em R$ 15.554.927,21) mas não adicionados à base de cálculo da CSLL. Os juros incidentes sobre os tributos suspensos não foram adicionados às bases de cálculo do IRPJ e da CSLL. As contrapartidas das despesas com tributos suspensos constam provisionadas nas contas do grupo 4.94.50.90 (PROVISÃO PARA RISCOS FISCAIS OUTROS). Na cisão ocorrida em 30/06/2005, houve a versão de 21,77% do patrimônio para outra empresa do grupo. De acordo com a DIPJ apresentada na data do evento, foi apurado prejuízo não operacional de R$ 2.802.273,46 e prejuízo fiscal de R$ 4.554.775,35. Observado o disposto no art. 36, § 6º, alínea “ a”, da Instrução Normativa SRF nº 11, de 1996, o percentual remanescente da cisão parcial (78,23%), conforme demonstrado no sistema SAPLI, em 01/07/2005, resultou em saldo de prejuízo não operacional o valor de R$ 2.192.218,53 e de prejuízo operacional a compensar no valor de R$ 1.370.982,23. No período de 01/07 a 31/12/2005, o interessado compensou prejuízo fiscal no valor de R$ 1.917.086,75, ou seja, com excesso de R$ 546.104,52. Posteriormente, em 28/11/2008 (cisão parcial), compensou o prejuízo fiscal inexistente de R$ 2.306.956,08. Uma vez que os tributos com exigibilidade suspensa e os juros sobre eles incidentes correspondem a provisões frente a futuras incertezas, indedutíveis da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, a fiscalização procedeu ao lançamento tributário. Na apuração do crédito tributário, foram consideradas as reconstituições das compensações de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL. Da autuação de IRPJ. Fl. 532DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 Provisões não dedutíveis relativas a tributos com exigibilidade suspensa. Enquadramento legal: art. 41, § 1º, da Lei nº 8.981/1995. Art. 344, § 1º, do RIR/1999. Da autuação de CSLL. Provisões não dedutíveis relativas a tributos com exigibilidade suspensa. Enquadramento legal: art. 2º e §§, da Lei nº 7.689/1988. Art. 13, I da Lei nº 9.249/1995. Art. 28 da Lei nº 9.430/1996. Art. 37 da Lei nº 10.637/2002. Na impugnação de fls. 325/359, em 07/01/2011, acompanhada dos documentos de fls. 360/375, a interessada alega, em síntese, que: Houve erro na constituição do crédito tributário do IRPJ, pois foi aplicada a alíquota de 10% de adicional de imposto sobre a totalidade da base de cálculo ajustada em desconformidade com as determinações legais; De acordo com o art. 542 do Regulamento do Imposto de Renda, o adicional de imposto será devido somente sobre a parcela que excedeu ao montante mensal de R$ 20.000,00, proporcionalmente multiplicado pela quantidade de meses considerados na apuração do imposto; O vício apontado macula integralmente o lançamento; Na apuração de excesso de compensação de prejuízo fiscal, foi levado em consideração o SAPLI, sistema de uso privativo da Receita Federal do Brasil e que só possui efeitos se devidamente acompanhado de provas concretas das divergências, o que não ocorreu no presente caso, sendo certo que os valores declarados estão de acordo com a legislação de regência; Nulidade do auto de infração lavrado com base em equivocado fundamento legal, uma vez que os valores considerados indedutíveis não possuem a natureza de provisões, mas sim de despesas efetivas; A suposta “provisão” foi constituída em decorrência da suspensão da exigibilidade de obrigações tributárias, amparada pelo mandado de segurança nº 2005.61.00.0002329; Na qualidade de instituição securitária, é legalmente equiparada a uma instituição financeira, tipo de sociedade que deve observar de forma mais criteriosa possível as normas e princípios contábeis, incluindo as manifestações do Banco Central e da CVM; Buscando evidenciar os conceitos que seriam utilizados em suas normas, a CVM editou a Deliberação CVM nº 489/05, que aprovou o Pronunciamento do IBRACON NPC nº 22, sobre provisões, passivos, contingências passivas e ativas; Tratase de conceitos (classificações) distintos, cujo reconhecimento, nas demonstrações contábeis, também se dará de forma diferenciada; O item 8 do Pronunciamento evidencia que o termo provisões não se confunde com o termo contingências passivas e estas, por sua vez, se diferenciam dos passivos, pois são apenas passivos não reconhecidos; Evidenciase, assim, o erro material cometido pela fiscalização quando afirmou que foram deduzidas despesas com a constituição de provisões de juros referente a Fl. 533DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 3 5 tributos suspensos por medida judicial e dos próprios tributos com exigibilidade suspensa, quando, na verdade, nos termos da Deliberação CVM nº 489/05, o que se deduziu foram despesas com a constituição de passivos efetivos, decorrentes do surgimento de uma obrigação legal com prazo certo e valor determinado, gerado pelo dever de recolher tributos e seus acréscimos moratórios; O fato de o crédito tributário estar suspenso, como é o caso dos autos, não interfere em nada na natureza da obrigação. O crédito tributário decorre da obrigação principal e é constituído pelo ato de lançamento, nos termos dos arts. 139 e 142 do CTN, é esse também o entendimento expresso da CVM, conforme descrito no Anexo II da Deliberação nº 489/05; considerando que as despesas com juros incidentes sobre os tributos com exigibilidade suspensa seguem as mesmas regras de dedutibilidade aplicáveis a estes últimos, e, ainda, que a despesa com a constituição deste passivo foi deduzida da base de cálculo da CSLL exatamente conforme dispõe a legislação tributária e as normas da CVM, não poderá subsistir a autuação em questão; ad argumentandum, não há que alegar a indedutibilidade dos tributos com exigibilidade suspensa e dos juros sobre eles incidentes da base de cálculo da CSLL, por falta de dispositivo legal que determine a adição desse montante; as regras de dedutibilidade previstas no art. 41, § 1º , da Lei nº 8.981/1995 aplicamse tão somente na determinação do lucro real; a Lei nº 9.249/195, por sua vez, ao dispor sobre os ajustes obrigatórios a serem feitos na base de cálculo do IRPJ e da CSLL em nenhum momento fez menção à dedutibilidade ou não dos tributos e contribuições. E, desse modo, tendo em vista que a Lei nº 8.981/1995 apenas dispôs sobre a base de cálculo do IRPJ, não há como se exigir que o contribuinte seja tributariamente onerado, sem que haja previsão de lei expressa, em cumprimento ao princípio da estrita legalidade; impossibilidade de lançamento de multas na hipótese de responsabilidade tributária por sucessão; nos termos do art. 132 do CTN, o sucessor responde apenas pelos tributos devidos até a data da sucessão. Com relação às multas, devese averiguar o momento em que tal penalidade foi constituída, para então se atribuir ou não a responsabilidade ao incorporador; a multa fiscal somente será transferida ao sucessor se lançada antes do ato sucessório; as multas lançadas somente poderiam ser imputadas ao interessado acaso as infrações tivessem sido cometidas por empresas incorporadas cujos administradores fossem os mesmos que os seus ou, ao menos, que as incorporadas pertencessem ao seu grupo econômico (Súmula CARF nº 47); não é o que se verifica no presente caso: o Banco Sudameris Brasil S/A foi incorporado pelo Banco ABN AMRO Real S/A e, posteriormente, este o foi pelo Banco Santander Brasil S/A, todos eles instituições financeiras pertencentes a diferentes grupos econômicos, com administração completamente distintas e independentes; Fl. 534DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 6 dessa forma, além das multas terem sido lançadas após a sucessão, sobre fatos de responsabilidade exclusiva da empresa incorporada, não se pode admitir, também, a transferência das penalidades em razão do seu caráter personalíssimo, conforme já assentou a jurisprudência judicial e administrativa sobre o tema; os juros calculados com base na taxa SELIC não podem ser exigidos sobre a multa lançada, por absoluta ausência de previsão legal. Posteriormente, em 10/01/2011, o interessado retificou a impugnação no que diz respeito às informações sobre a incorporação: a ABN AMRO BRASIL DOIS PARTICIPAÇÕES S.A é que foi incorporada pelo interessado. Tratase de empresas pertencentes a diferentes grupos econômicos, com administrações completamente distintas e independentes (fl.376). A autoridade julgadora de primeira instancia decidiu a matéria por meio do Acórdão 1237.833, de 14/06/2011 da DRJ/RJI, (fls.381), tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anos calendário: 2005, 2006, 2007, 2008 NULIDADE Incabível a alegação de nulidade, comprovado que o auto de infração foi formalizado com obediência a todos os requisitos previstos em lei e não se apresenta nos autos nenhum dos motivos apontados no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA SOBRE A MULTA LANÇADA COM O TRIBUTO. A multa de ofício lançada com o tributo também se enquadra no conceito de débito para com a União, sujeitandose à incidência de juros Selic se não for paga tempestivamente. MULTA DE OFÍCIO. EMPRESA INCORPORADA. RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA. Na sucessão empresarial, a sucessora é responsável pelos créditos tributários devidos pela sucedida, não somente aqueles relativos a tributos, mas também os decorrentes de penalidades pecuniárias devidas pelo descumprimento das obrigações tributárias, principal e acessória, independentemente do lançamento de ofício ocorrer antes ou depois do evento sucessório. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anos calendário: 2005, 2006, 2007, 2008 PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa constituem provisões e não despesas incorridas, estando vedada sua dedução para apuração da base de cálculo da CSLL, conforme regra do art. 13, inciso I, da Lei 9.249/1995. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anos calendário: 2005, 2006, 2007, 2008 ACRÉSCIMOS LEGAIS SOBRE TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Segundo a legislação de regência, são indedutíveis na apuração do lucro real os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa por força de Fl. 535DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 4 7 provimento judicial. Por constituírem acessórios dos tributos e contribuições, os acréscimos legais seguem a mesma norma de dedutibilidade. ERRO DE CÁLCULO DO ADICIONAL DO IMPOSTO DE RENDA. Retificase a exigência, ante a comprovação de que o percentual de 10% foi aplicado sobre a totalidade da base de cálculo ajustada, sem excluir o montante mensal de R$ 20.000,00 previsto em lei. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte É o relatório. Passo a seguir ao voto. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 8 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso voluntário é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Vêse do relatório que tratase no presente processo de exigências de IRPJ e CSLL cumulados de multa de ofício de 75% e juros de mora, decorrentes de autos de infração, lavrados em 08/12/2010, em vista da constatação pela autoridade fiscal que a contribuinte: (I) excluiu indevidamente da base de calculo do IRPJ e CSLL tributos com a exigibilidade suspensa e os juros correspondentes e, (II) compensou em excesso prejuízos fiscais nos anos calendários de 2005 e 2008. A apreciação do recurso voluntário darseá na ordem que apresentada as matérias: I) “DA ILIQUIDEZ E INCERTEZA DO AUTO DE INFRAÇÃO” Neste ponto ataca a ora recorrente a nulidade do auto de infração alegando que a fiscalização aplicou a alíquota de 25% (15% + adicional de 10%) em desconformidade com a legislação (art. 542 do RIR/1999). Aduzindo que o vício apontado não só atinge a apuração do IRPJ, mas, também, com relação ao suposto excesso de compensação de prejuízo fiscal. A autoridade julgadora de primeira instancia assim decidiu: “Assiste razão ao interessado ao alegar erro no cálculo do adicional de IRPJ, uma vez que a fiscalização não observou o disposto no art. 542 do RIR/1999: Art. 542. A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeitase à incidência de adicional de imposto à alíquota de dez por cento. O percentual de 10% foi aplicado sobre a totalidade da base de cálculo ajustada, sem excluir o montante mensal de R$ 20.000,00 previsto em lei. O cálculo manifestamente errado, ainda que reduza o crédito tributário anteriormente exigido, não macula a estrutura do lançamento, razão pela qual não dá causa a sua nulidade. Isto posto, é devido o IRPJ no valor de R$ 2.177.112,92” Na redução do IRPJ devido acima o relator de primeira instância considerou a compensação de prejuízos fiscais conforme demonstrado no voto condutor. Com relação a nulidade do lançamento, me filio às argumentações contida no voto, a saber: “A nulidade do lançamento só é levada a efeito quando se comprova que o auto de infração não foi formalizado com obediência a todos os requisitos de validade previstos no art. 142 do Código Tributário NacionalCTN e quando se apresenta no processo algum dos motivos apontados nos arts. 10 e 59 do Decreto nº 70.235/1972, o que não ocorreu no caso presente. Fl. 537DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 5 9 Se o crédito tributário foi apurado de forma equivocada, como alega o interessado, há que se reconhecer a improcedência total ou parcial da exigência, mas não inquina de nulidade o auto de infração” II) “DA INDEVIDA ALTERAÇÃO DO CRITÉRIO JURÍDICO PELA TURMA JULGADORA” Neste item a recorrente alega que “Ainda, em que pese ter sido reconhecido, acertadamente, pela Turma Julgadora, o equivoco cometido pela Fiscalização, com relação à conclusão não se pode atribuir o mesmo êxito aos Srs. Julgadores, que deixarem de cancelar integralmente o auto de infração de IRPJ, mesmo diante da nulidade apontada, para tentar consertálo determinando que o montante principal lançado fosse retificado de R$ 2.261.112,92 para R$. 1.177.112,92. Contudo a decisão recorrido merece ser reformada por esse E. Conselho, a fim de que o auto de infração seja integralmente cancelado, tendo em vista a evidente incompetência da Turma Julgadora para constituir novos lançamentos.” Cita diversos acórdãos do Conselho de Contribuintes. Tal alegação, ao meu ver, não encontra respaldo no Direito Tributário. O art. 145 do CTN assim determina: "Art. 145. o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: 1— impugnação do sujeito passivo; II — recurso de oficio; III — iniciativa de oficio da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149." Ou seja, é exatamente pela apreciação da impugnação que surge a oportunidade de ajustar o lançamento à legislação utilizada como ânimo. In casu, foi exatamente o que fez a autoridade julgadora a quo. Reduziu a base de cálculo e conseqüentemente o montante do crédito tributário anteriormente determinado com a finalidade de atender a todos os ditames legais que envolvem o lançamento, passíveis de serem corrigidos, afastando os vícios e erros de aplicação da lei, ou declarando nulo, em parte ou no todo, quando insanáveis. Por outro lado, o art. 18 do Decreto 70.235/72, que trata da realização de diligências, assim determina no § 3o.: 3° Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência fiscal, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração complementar, devolvendose, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada." (g.n.) Da simples leitura do dispositivo acima constatase que a devolução do prazo para impugnação é numerus clausus, ou seja; é garantida legalmente somente em caso de "agravamento da exigência fiscal, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência". Fl. 538DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 10 E nenhuma dessas circunstâncias foi motivo para o provimento parcial da impugnação. Verificase nos acórdãos reproduzidos pela recorrente, como suporte aos seus argumentos, que os mesmos são referentes à ocorrência de um dos fatos narrados na norma, o que não é o caso dos presentes autos. Assim, inexistiram agravamento, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, existiu apenas correção de alíquota na apuração do crédito tributário com imperfeição pelo agente fiscal. Esse fato não enseja nulidade do procedimento, mas somente o seu aperfeiçoamento. Para isso existem as instâncias administrativas recursais. III) “DA NATUREZA DOS TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA COMO OBRIGAÇÕES LEGAIS” IV) “DA AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA ADIÇÃO À BASE DE CALCULO DA CSLL DOS TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA” V) “DA DEDUTIBILIDADE DAS DESPESAS COM JUROS RELATIVOS A TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA” VI) “DA NECESSIDADE DE RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA TIPICIDADE CERRADA” Aqui a recorrente protesta que os valores considerados indedutíveis não possuem a natureza de provisões, mas de despesas efetivas. De modo que o dispositivo aplicável não é o art. 13 da Lei 9.249/95, mas sim o art. 41, da Lei 8.981/95. Aduz, mais: “Diante da ausência de previsão legal para adição à base de calculo da CSLL dos tributos com exigibilidade suspensa e à base de calculo do IRPJ e da CSLL dos juros respectivos, verificase que a Turma Julgadora, ao manter a glosa das referidas despesas, desrespeitou o princípio constitucional da legalidade.” Cabe, de início, transcrever o art. 13, inciso I, da Lei nº 9.249/1995. Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964: I de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de décimo terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável” Pois bem, antes de adentrar na matéria de fato discutida neste item, fazse necessário algumas considerações acerca das normas que tratam do regime de competência, da dedutibilidade de tributos com exigibilidade suspensa, e por fim, do conceito de provisão e despesas (contas a pagar) que trará subsídios para definir a presente lide. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei n. 6.404/76), a escrituração da companhia deve observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e Fl. 539DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 6 11 registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Por este regime, as receitas devem ser contabilizadas no períodobase em que constituído o direito ao seu recebimento, os custos e as despesas, naquele em que constituído o dever jurídico de efetuar o pagamento. Sendo assim, as receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, independentemente do seu recebimento ou pagamento. Portanto, por estar condicionada a um evento futuro, que poderá resultar em efeitos favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, evidenciase que o valor do tributo/contribuição com exigibilidade suspensa é uma provisão e não despesas incorridas (contas a pagar) conforme entende a recorrente. Com o advento da Lei n° 8.981/95, seu artigo 41 reintroduziu o regime de competência para a dedutibilidade dos tributos e contribuições na determinação do lucro real, com exceção para os tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei n° 5.172/66, havendo ou não depósito judicial, conforme disposto no § 1°. do referido dispositivo legal, a seguir transcrito: "Art. 41. Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime de competência. § 1° O disposto neste artigo não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei n°5.172. de 25 de outubro de 1966, haja ou não depósito judicial." Assim, por força do disposto no art. 13, inciso I, da Lei n° 9.249/95 e tendo em vista a necessidade da formação da provisão para o registro dos tributos com exigibilidade suspensa, em função de sua contingência passiva em exercício futuro, os valores apropriados como despesa no anocalendário, devem ser adicionados ao lucro líquido para fins de determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro. Da mesma forma em relação aos juros e atualização monetária correspondente às provisões, eis que o acessório sempre acompanha a natureza de seu principal, pois o mesmo inexiste sozinho. Nesse sentido é a jurisprudência deste Conselho, vejamos alguns exemplos: "IRPJ. CSLL. JUROS DE MORA SOBRE TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA POR FORÇA DE MEDIDAS JUDICIAIS. Por constituírem acessório dos tributos sobre os quais incidem, os juros de mora sobre tributos cuja exigibilidade esteja suspensa por força de medidas judiciais seguem a norma de dedutibilidade do principal. (Acórdão 10196.271, Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Recurso n° 152.038, Relator Paulo Roberto Cortez, julgado em 09.08.2007)” "CSLL. PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos ou contribuições cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, Fl. 540DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 12 são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por traduzirse em nítido caráter de provisão. JUROS DE MORA SOBRE TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA POR FORÇA DE MEDIDAS JUDICIAIS. Por constituírem acessório dos tributos sobre os quais incidem, os juros de mora sobre tributos cuja exigibilidade esteja suspensa por força de medidas judiciais seguem a norma de dedutibilidade do principal. (Acórdão 10195.727, Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Recurso n° 135.395, Relator Valmir Sandri, julgado em 20.09.2006)” "PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA Configurandose numa situação de solução indefinida que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos cuja exigibilidade estiver suspensa, nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por traduzirse em nítido caráter de provisão. Publicado no D.O.U. n° 57, de 25/03/2008. (Acórdão 10323.339, Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Recurso n° 136.419, Relator Leonardo de Andrade Couto, julgado em 22.01.08)” O fato é que, a razão para que a lei determine a indedutibilidade de tributos com exigibilidade suspensa é a simples inexistência da despesa efetiva, na medida em que os tributos sobre os quais incidem podem ou não serem devidos/pagos, dependendo do resultado final do processo judicial. Em sendo assim, por constituir os juros em acessórios do principal, seria ilógico admitir sua dedutibilidade da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social, e mais ilógico ainda querer uma norma especifica para tratar de sua dedutibilidade, eis que um não vive sem o outro (principal/juros). Sendo assim, não merece prosperar a alegação do contribuinte de que os tributos e contribuições com exigibilidade suspensa representam verdadeiras despesas e não meras provisões, bem como os juros respectivos. VII “DA IMPOSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO DE MULTAS NA HIPÓTESE DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUCESSÃO” Da recorrente: “Caso não sejam acolhidos os argumentos até aqui expostos, suficientes para a reforma da decisão recorrida e o cancelamento integral do auto de infração objeto do presente processo, não poderá prosperar as multas de ofício mantida , pois ainda que se tivesse sido cometida alguma infração, o que se alega ad argumentandum, não teria sido cometida pela Recorrente, mas por sua incorporada ABN AMRO Brasil Dois Participações S/ª” Em convergência com reiteradas manifestações deste E. Conselho adoto a linha de raciocínio que em se tratando de responsabilidade da sucessora, nos termos do art. 132 do CTN, restringese ao tributo não pago pela sucedida, dele não fazendo parte a multa. Cabendo citar o Acórdão n. 10194.480, de 28/01/2004, cuja ementa tem a seguinte redação: Fl. 541DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 7 13 "RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES. O sucessor não responde pela multa de natureza fiscal que deve ser aplicada em razão de infração cometida pela pessoa jurídica sucedida, em exigência fiscal formalizada após a incorporação." E o Acórdão de n 10193.582, assim ementado: "RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES. Multa. Tributo e multa não se confundem, eis que esta tem caráter de sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se inclui a multa punitiva aplicada à empresa. Inteligência dos arts. 3.° e 132 do CTN.» Decisão do STF no RE n.° 90.834MG, relator o Ministro DJACI FALCÃO, RTJ n.° 93, pág. 862)." Nesse sentido, peço vênia para transcrever trechos do voto proferido pela ilustre Conselheira Maria Tereza Martinez López, no Acórdão n° 20219.436, de 05/11/2008. O CTN reserva um capítulo específico à responsabilidade tributária (Capítulo V), dentre os inseridos no título da obrigação tributária. Composto pelos arts. 128 a 138, pode ser dividido em três partes: A primeira envolve uma disposição geral (art. 128), que em verdade dispõe mais especificamente sobre a responsabilidade por substituição tributária ou responsabilidade originária, em que o substituto é eleito em lugar do contribuinte de antemão, antes da ocorrência do fato jurídico tributário, nos termos em que a lei estabelecer; a segunda trata da responsabilidade tributária por transferência ou supletiva 3, relativa aos sucessores (arts. 129 a 133) e aos terceiros enumerados no art. 134 do CTN, em que os responsáveis somente assumem a responsabilidade tributária em virtude de fatos posteriores ao surgimento da obrigação tributária; a última se refere à responsabilidade por infrações, tratadas nos arts. 136 a 138. Interessa, na presente análise, a responsabilidade tributária por transferência, enquadrada como sujeição passiva indireta, regulada pelos arts. 129 a 135 do CTN. Mais especificamente a responsabilidade dos assim chamados sucessores (art. 132). No caso específico, a figura da incorporação. Nesse contexto, é de suma importância transcrever o disposto no art. 132 assim redigido: Art. 132 A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Uma primeira conclusão, não sujeita a contestação, quer doutrinária ou jurisprudencial, é a de que o "tributo" será sempre devido pela pessoa jurídica que resultar de incorporação. Isto porque a lei assim expressamente o diz. O CTN construiu sua sistematização em torno do art.3°, o qual define o tributo como: "uma prestação pecuniária compulsória, em moeda (...), que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei...". É importante ressaltar, pela própria dicção legal, o que não é tributo, ou seja: tributo não é sanção decorrente de ato ilícito. Em conseguinte, toda vez que o contribuinte efetuar um pagamento aos Fl. 542DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 14 cofres públicos por ter cometido um ilícito, tal prestação não constitui tributo, mas multa. E multa não é tributo. Por outro lado, a contrariu sensu, caberia a indagação de saber como o legislador, contrariando o art. 3° do CTN, classifica a penalidade pecuniária como uma espécie de obrigação tributária. Isto porque, o § 3° do art. 113 do CTN, ao dizer que "a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária" traz de forma contraditória o disposto na regra principal estabelecida pelo art. 3°. Em outras palavras, o art. 3° descarta a sanção como tributo para, depois, o art. 113, § 3°, do CTN transformar a pena pecuniária advinda da inobservância de uma obrigação legal, em obrigação tributária. Nesse embate, esta Conselheira fica na sistematização construída pelo art. 3° do CTN, regra matriz do ordenamento básico do próprio código tributário. A incorporação é de direito a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra sociedade. Em conseqüência dessa absorção extinguese a sociedade incorporada, sucedendolhe, em todos os direitos e obrigações, a sociedade incorporadora. A operação de incorporação pode ser realizada entre sociedades que tenham controle societário comum (dentro do mesmo grupo econômico) ou que não tenham vínculo algum, como é o caso dos autos. Em se tratando de responsabilidade tributária, as expressões utilizadas no CTN, numa interpretação literal, devem ser lidas como se referindo aos seguintes valores: "crédito tributário" engloba todos os valores concernentes à obrigação tributária: além do valor do tributo (principal), o dos juros e o das penalidades (multa de mora ou de oficio); "tributo" quer dizer valor principal, com inclusão dos juros de mora (mas não das penalidades), se o recolhimento for efetivado após o prazo de vencimento (os juros são aplicados em decorrência da mora, simplesmente, não se confundindo com penalidade) e; "penalidade" referese à multa de oficio ou à multa de mora (uma ou outra), embora saibamos que outras penas, como a de apreensão e perdimento de mercadoria também são utilizadas, em menor grau. De forma didática, confirase especificamente as expressões utilizadas no Código Tributário Nacional, pelo legislador: os arts. 128, 129, 130, 135 CTN crédito tributário; os arts. 131, 132 e 133 CTN Tributo; o art.134 CTN penalidades de caráter moratório. Em se tratando de imposição de multa, imprescindível a obediência ao princípio da legalidade e o da tipicidade, que se completam como instrumento de defesa da liberdade humana. Onde o legislador não faz referência, não cabe ao intérprete fazêlo. Feitas as considerações acima, podese dizer que, como regra geral, a denominação "tributo" inserida no art. 132 do CTN não é extensiva à multa. Fl. 543DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 8 15 Há de se observar haver hipóteses em que o sucessor responde ou não pela multa. Para tanto, importante se dividir a matéria em três tópicos: "i créditos tributários definitivamente constituídos, isto é, as dívidas fiscais anteriores à sucessão; ii créditos tributários em curso de constituição, ou melhor, as dívidas fiscais que estavam sendo apuradas ou lançadas no momento da sucessão; e iii créditos tributários constituídos depois da sucessão, ou seja, as dívidas constituídas posteriormente à data da sucessão, embora originárias até a sucessão." Interessanos o grupo (iii) porque o início da fiscalização é posterior à incorporação. Neste grupo estão representados os créditos tributários constituídos depois da sucessão, ou seja, as dívidas constituídas posteriormente à data da sucessão, embora originárias até a sucessão. A jurisprudência dos tribunais superiores e de parte dos acórdãos dos Conselhos de Contribuintes, na interpretação do art. 132 do CTN, é pacífica no sentido de que a transferência de responsabilidade sobre a multa fiscal somente se dá quando ela tiver sido lançada (constituída) antes do ato sucessório, porque, neste caso, tratase de um passivo da sociedade incorporada, assumido pela sucessora. Como prémencionado, não é o caso ora analisado, porque o início da fiscalização é posterior à incorporação. A responsabilidade não se presume, deve ser expressa. Se não há previsão, responsabilidade não há. Portanto, em se tratando de responsabilidade da sucessora, nos termos do art. 132 do CTN, restringese ao tributo não pago pela sucedida, dele não fazendo parte a multa. Neste item, dou provimento parcial ao recurso para afastar a multa de ofício por se tratar de incorporação antes do início da fiscalização. VIII “DA EFETIVA ADIÇÃO À BASE DE CÁLCULO DO IRPJ DA DIFERENÇA DE R$.68.197,35” Aqui, também, cabe razão a recorrente. Constatase do Termo de Verificação Fiscal que o valor de R$.68.197,35 referente a PIS/COFINS do mês de dezembro/2005, com exigibilidade suspensa foi considerado pela fiscalização como não adicionado ao Lucro Real. No recurso voluntário a contribuinte anexa o “Demonstrativo do Lucro Real” do período de 01/01/2005 a 30/06/2005 onde encontrase registrado como ADIÇÃO o valor de R$ 4.357.338,76 e EXCLUSÃO o valor de R$ 4.289.141,41 a título de PIS/COFINS com exigibilidade suspensa, sendo a diferença no valor de R$ 68.197,35. O que de fato resta comprovado que o valor da diferença foi adicionado ao Lucro Real apurado quando da cisão parcial do período de 01/01/2005 a 30/06/2005. O saldo remanescente de R$.6.869.302,65 referese ao montante adicionado após cisão parcial (01/07/2005 a 31/12/2005). Portanto é de se concluir deva ser excluído da base de calculo do IRPJ exigido o valor de R$ 68.197,35. Fl. 544DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 16 IX “DA INEXISTÊNCIA DE EXCESSO DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS NO ANO BASE DE 2005” Ao contrario do alegado pela recorrente os fatos atestam a consistência dos valores constantes do demonstrativo SAPLI, a partir de informações prestadas pelo próprio contribuinte nas DIPJs. Observase, no Livro LALUR, que os prejuízos apurados em 30/06/2005 “Não Operacional” no montante de R$ 2.802.273,46 e “Prejuízo Fiscal” no montante de R$ 1.752.501,89 (fls. 202/203). Entretanto, em face da cisão parcial, só poderia dispor de 78,23% destes prejuízos, ou seja, “Prejuízo não operacional” 2.192.218,53 e “Prejuízo fiscal” de R$ 1.370.982,23. Verificase, no caso, divergência entre os valor de prejuízos controlados no SAPLI e os informados no LALUR, em 31/12/2005. “Prejuízo não operacional”, SAPLI: R$ 2.192.218,53 e LALUR: R$ 2.306.956,08; “Prejuízo Fiscal”, SAPLI: R$ 1.370.982,23 e LALUR: R$ 1.917.086,40. Resta demonstrado que a parcela correspondente ao valor vertido do prejuízo não operacional para outra empresa (R$ 610.054,93) não foi excluída do saldo de prejuízo controlado no LALUR. Relativamente ao prejuízo fiscal, a parcela excluída foi inferior à devida, ou seja, não corresponde ao percentual vertido de 21,77%. Quanto à alegada transferência de parte do prejuízo não operacional para operacional (R$ 495.317,38), cabe destacar que a alteração procedida no LALUR não encontra respaldo na DIPJ (fls.379/380) e no balancete de verificação de junho de 2005 (fl.224). Em ambos os demonstrativos, o prejuízo não operacional é de R$ 2.802.273,46, tal qual escriturado inicialmente no LALUR. Portanto a suposta transferência não tem qualquer efeito fiscal. Desta feita, se na apuração do lucro real do período de 01/07 a 31/12/2005, foi compensado prejuízo fiscal de R$ 1.917.086,75, conquanto o saldo existente fosse de R$ 1.370.982,23, houve sim compensação indevida de R$ 546.104,52. Na apuração do lucro real em 28/11/2008 (nova cisão parcial), também ocorreu compensação indevida de R$ 2.306.956,08. Isto porque, nesta data, o único prejuízo existente era o não operacional, que nos termos da legislação supracitada só poderia ser utilizado para compensar lucro de mesma natureza. Conforme demonstração de resultado transcrita na Ficha 06 A da DIPJ (fl.142), não foi apurado resultado não operacional positivo no período de 01/01 a 28/11/2008. Concluise, pois, que na apuração do crédito tributário, agiu corretamente a fiscalização ao reconstituir as compensações efetuadas pela contribuinte em conformidade com a legislação vigente, mesmo porque a recorrente não comprova, nos autos, as alegações de sua defesa. X DA ILEGALIDADE DA COBRANÇA DE JUROS SOBRE A MULTA” Penso que a matéria deixa de ter importância em razão do entendimento acima relatado por este Conselheiro Relator de que em se tratando de incorporação, não há de se exigir a multa, nos termos do que dispõe o art. 132 do CTN. Em razão do exposto, prejudicada está a sua apreciação. É certo que também, somente na eventualidade de ser vencida pelos meus ilustres pares desta Eg. Turma, no que diz respeito à exclusão da multa, em face da incorporação, é que a questão deve ser enfrentada. Não sendo este o caso, desnecessária a sua análise. Fl. 545DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16327.720406/201040 Acórdão n.º 1301000.830 S1C3T1 Fl. 9 17 A vista do todo acima exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade e DAR PARCIAL provimento ao recurso voluntário no sentido de (I) excluir da base de calculo do IRPJ exigido o valor de R$ 68.197,35 e; (II) afastar a multa de ofício por se tratar de incorporação antes do início da fiscalização. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 546DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 27/ 03/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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