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Numero do processo: 10830.012697/2010-22
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 18 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Nov 18 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2403-000.190
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Marcelo Freitas de Souza Costa. Ausente o Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Marcelo Freitas de Souza Costa. Ausente o Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .0 12 69 7/ 20 10 -2 2 Fl. 3DF CARF MF Impresso em 18/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/10 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 05/11/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10830.012697/201022 Resolução nº 2403000.190 S2C4T3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário, fls. 38/52, interposto em face de Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas, de n. 0533.487, prolatada na sessão de 19 de abril de 2011. A Recorrente afirma que em 18/02/2010, foi emitido o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) n. 08104002010000640, o qual o cientificou acerca dos procedimentos de fiscalização para o período de 2006 e 2007, que decorreu na lavratura do Auto de Infração – AI DEBCAD 37.286.5569, objetivando a cobrança do crédito tributário no importe de R$ 56.041,57 (cinqüenta e seis mil, quarenta e um reais e cinqüenta e sete centavos). O Recorrente alega ausência de descrição com clareza e precisão das infrações, supostamente violando o princípio da ampla defesa, bem como a impossibilidade da tributação do reembolso de despesas, denominados de premiação. Também argui o caráter confiscatório da multa aplicada, ao arrepio do art. 150 da Constituição Federal, art. 150, VI, requerendo ao final, a reforma do acórdão recorrido, determinandose por conseguinte a nulidade do Auto de Infração. É o relatório. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 18/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/10 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 05/11/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10830.012697/201022 Resolução nº 2403000.190 S2C4T3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme registro de fl.53, o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO A partir da análise da fl. 53 do processo principal (10830.012696/201088), percebese que o presente processo era, originalmente, de papel e foi convertido em digital pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário, que atestam a tempestividade do recurso e informam que o processo 10830.012696/201088 (DEBCAD 37.286.5550) é o principal e os processos 10830.012695/201033 (DEBCAD 37.286.5542) e 10830.012697/201022 (AI 37.286.5569) foram a eles apensados. No entanto, nos arquivos disponíveis no eprocesso, consta apenas a capa do Volume I dos autos, fl. 01, além dos termos de apensamento e recursos voluntários. Tal situação inviabiliza o julgamento por parte deste colegiado, sendo necessário a realização de diligência para fins de busca dos documentos físicos para digitalização e posterior indicação para julgamento. CONCLUSÃO Do exposto, converto o julgamento em diligência a fim de determinar a digitalização completa do processo. Marcelo Magalhães Peixoto Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 18/11/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/10 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 05/11/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 15563.720033/2012-13
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jan 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL E VEDAÇÃO À MIGRAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL. SOBRESTAMENTO DE PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE.
O processo na qual se discute a exclusão da empresa do SIMPLES FEDERAL não possui relação com os processos em que tratam de tributos cujos fatos geradores são de data posterior à vigência da LC nº. 123/2006, que instituiu o SIMPLES NACIONAL, quando para o ingresso no novo regime simplificado, a empresa apresenta vedação que impossibilita a sua migração automática.
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento - a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento.
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Diante do advento da MP 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº. 11.941/09, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 284, III e art. 373 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32-A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, para efeitos de aplicação do princípio da retroatividade benigna, disposta no art. 106 do CTN.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.307
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei nº 8.212/91,( art. 61 da lei nº9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para o recálculo da multa da obrigação acessória de acordo com o disciplinado no art. 32-A da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11,941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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SOBRESTAMENTO DE PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. O processo na qual se discute a exclusão da empresa do SIMPLES FEDERAL não possui relação com os processos em que tratam de tributos cujos fatos geradores são de data posterior à vigência da LC nº. 123/2006, que instituiu o SIMPLES NACIONAL, quando para o ingresso no novo regime simplificado, a empresa apresenta vedação que impossibilita a sua migração automática. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento a mora. 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Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei nº 8.212/91,( art. 61 da lei nº9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para o recálculo da multa da obrigação acessória de acordo com o disciplinado no art. 32A da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11,941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 247DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15563.720033/201213 Acórdão n.º 2403002.307 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº. 12 55.288, fls. 214/220, que julgou improcedente a impugnação ofertada para manter incólume o crédito previdenciário, consubstanciado nos seguintes Autos de Infração: AI DEBCAD 37.306.4373 ( Contribuição patronal e SAT/RAT – R$ 170.324,92); AI DEBCAD 37.306.4381 (Contribuição de Terceiros – R$ 39.703,27); AI DEBCAD 37.306.4365 (Descumprimento de obrigação acessória prevista no art. 32, IV e § 3º, da Lei nº.8212/91 – R$ 35.576,64). Os Autos de Infração abrangem o período de 01/2008 a 12/2008, incluído o 13º salário, e foi consolidado em 23/02/2012. Segundo fiscal, a empresa informou em GFIP que era optante pelo SIMPLES quando na verdade não o era, uma vez que foi excluída do SIMPLES FEDERAL e não migrou para o SIMPLES NACIONAL. O Relatório Fiscal, fls. 28/37, assim consigna: 3. Da análise da documentação da empresa e das informações constantes dos Sistemas da Receita Federal – Telas CCORGFIP, verificouse: 3.1 Que a Empresa informou opção pelo SIMPLES Nacional da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e de Informações à Previdência Social – GFIP, documento previsto no art. 32, inciso IV, da Lei 8.212/91, de conformidade com o inciso IV, art. 225, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99, para todo o período fiscalizado, não obstante não ter sido optante pelo Programa, conforme verificase na tela “Consulta Optantes do SIMPLES NACIONAL”, extraída do sítio da RFB. (...) 3.1.2 A Empresa foi intimada, através do Termo de Intimação Fiscal nº 01, de 07/02/2012, a prestar esclarecimentos quanto ao registro de opção pelo SIMPLES em GFIP, uma vez que não consta do banco de dados dos Sistemas da RFB opção pelo Programa, tendo apresentado à Receita Federal, Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ ano calendário (AC) 2008 como Lucro Presumido e, para o AC de 2009, DIPJ como Lucro Real. 3.1.3 Em resposta, a empresa, na pessoa de seu mandatário Sr. José Amâncio Pereira, apresentou duas declarações (anexas) assinadas pelos contadores José Carlos de Oliveira e José Fl. 248DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 Ricardo Salgueiro de Castro. O primeiro contador, responsável pela contabilidade da empresa até o ano de 2009, esclareceu que a empresa efetuou opção pelo regime de tributação federal diferenciado no Simples Federal em 01/01/2002 e que em 2004, foi cientificada de sua exclusão do SIMPLES pela Receita Federal. Informa, ainda, que apresentou Manifestação de Inconformidade quanto à exclusão, a qual entendeu suspender os efeitos da mesma. Como até o momento não houve decisão final, a empresa continuou com o entendimento de que era do SIMPLES. Acrescentou que apresentou a DIPJ do exercício de 2009 (AC 2008) como Lucro Presumido pelo fato de não ter conseguido transmitir para aquele exercício, por motivo desconhecido, a Declaração Anual do Simples Nacional. (...) 3.2 Verificamos a existência do processo 13727.000112/2004 59, em andamento, que se encontra em fase de recurso no CARF, ou seja, ainda sem decisão final. Observase que o autuado, em face desse processo, mantevese como se fosse optante do SIMPLES, declarandose, nessa condição, em GFIP até 07/2009. Contraditoriamente, verificamos em nossos sistemas informatizados que, de 2005 a 2008, a empresa apresentou DIPJ como Lucro Presumido. Essa informação reiterada ao longo de 4 anos, nos leva a crer que a opção por esse regime de tributação não tenha sido decorrente de decisão momentânea e circunstancial para atender a sua obrigação de declarar, conforme declarado pela empresa, através de seu contador à época. Para o período de 01/2009 a 07/2009, o contribuinte apresentou DASN, na qual aparece não optante, informando o nº do processo administrativo referente ao SIMPLES federal para justificála. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou a autuação por meio de instrumento de fls.119/128. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da então Impugnante, a 10ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro, DRJ/RJ1, prolatou o Acórdão n° 12 55.288, fls. 214/220, a qual julgou improcedente a impugnação, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 PESSOA JURÍDICA EXCLUÍDA DO SIMPLES. EFEITOS. A pessoa jurídica excluída da sistemática do SIMPLES FEDERAL, sujeitarseá às normas de tributação e de arrecadação aplicáveis às empresas em geral a partir da data em que se processarem os efeitos da exclusão, não havendo previsão legal para o seu sobrestamento enquanto em julgamento o procedimento de exclusão. Fl. 249DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15563.720033/201213 Acórdão n.º 2403002.307 S2C4T3 Fl. 4 5 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 224/235, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizandose, para tanto, dos seguintes argumentos: Não há qualquer fato que autorize a Receita Federal do Brasil excluir a empresa do SIMPLES, assim como a mora de mais de sete anos para julgamento da impugnação nos autos do processo em que se discute a exclusão da empresa do SIMPLES FEDERAL; Impossibilidade de retroatividade dos efeitos da exclusão do SIMPLES; É o relatório. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme documentos de fls. 222 e 243, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL E VEDAÇÃO À MIGRAÇÃO PARA O SIMPLES NACIONAL – IMPOSSIBILIDADE DE SOBRESTAMENTO DE PROCESSO ALHEIO AO MÉRITO DA PRESENTE LIDE A Recorrente era optante do SIMPLES FEDERAL até a promulgação do Ato Declaratório Executivo DRF/VRA nº 44.821, de 07/08/2003, com efeitos retroativos de 01/02/2002, na qual foi excluída do regime simplificado por possuir desiderato social incompatível com esta opção. Diante da exclusão, apresentou Manifestação de Inconformidade no processo nº. 13727.000112/200459, a qual foi julgada improcedente, razão pela qual interpôs Recurso Voluntário, ainda pendente de julgamento perante o CARF. Em que pese as alegações de violação ao princípio do devido processo legal, diante do retardo do desfecho da lide administrativa tributária, é certo que tais argumentos não são passíveis de análise perante o processo em epígrafe, por se tratar de matéria alheia ao mérito presentemente analisado. É que independentemente da sua exclusão e discussão acerca do SIMPLES FEDERAL, temse que após o advento da Lei Complementar nº. 123/2006, as empresas até então optantes por esse regime migraram automaticamente para o SIMPLES NACIONAL, desde que não possuíssem vedações para opção pela nova sistemática. Tendo em vista que o objeto social da empresa, conforme contrato social, fl. 03, consiste na exploração do ramo de industrialização, comercialização e distribuição de refrigerantes, bebidas energéticas e bebidas em geral, assim como o engarrafamento de águas minerais de sua fabricação ou de terceiros, temse que tal desiderato concerne a uma das vedações ao ingresso no SIMPLES NACIONAL, previsto no art. 17, X, “b”, 2 da LC nº. 123/2006, in verbis: Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: (...) X que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: (...) Fl. 251DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15563.720033/201213 Acórdão n.º 2403002.307 S2C4T3 Fl. 5 7 2 – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; Portanto, patente a vedação que a empresa possuía e ainda possui à época de migração para o SIMPLES NACIONAL, não há que se falar em contribuição previdenciária a ser recolhida com base nesta opção. Ademais, cumpre repisar que o processo do SIMPLES FEDERAL em nada intervém na presente exação, eis que só teria valia para discussão dos tributos devidos durante o período de 01/02/2002 (data de atribuição dos efeitos da exclusão pelo Ato Declaratório Executivo) até 01/07/2007 (marco inicial da vigência do SIMPLES NACIONAL). Considerando que se trata de contribuições devidas durante o exercício de 2008, não há que se falar em sobrestamento do feito em razão de pendência de julgamento de processo de exclusão do SIMPLES FEDERAL, quando não deve se levar em consideração as questões ali discutidas. DAS MULTAS APLICADAS No que se refere à multa aplicada, mister se faz tecer alguns comentários. A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até Fl. 252DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores Fl. 253DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15563.720033/201213 Acórdão n.º 2403002.307 S2C4T3 Fl. 6 9 ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Já em relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplicase apenas a multa de ofício. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, cominelhe penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA No que tange ao cálculo da multa imputada em razão do descumprimento da obrigação acessória preceituada no art. 32, IV da Lei nº. 8.212/91, é necessário tecer algumas considerações, face à edição da MP nº 449/08, convertida na Lei n° 11.941/09. Ela inseriu o art. 32A na Lei n° 8.212/91 e alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas ao inciso IV do art. 32 da Lei n° 8.212/91, in verbis: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º deste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1º Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II docaputdeste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2º Observado o disposto no § 3º deste artigo, as multas serão reduzidas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 254DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 10 II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3º A multa mínima a ser aplicada será de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II–R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Logo, quando houver descumprimento da Obrigação Acessória prevista no art. 32, IV da Lei nº 8.212/91, aplicase a multa prevista acima. Ocorre que ela deverá ser aplicada da seguinte forma: 1. Somase o total das informações incorretas ou omitidas; 2. Dividese o total em grupos de 10. Para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas será aplicada a multa de R$ 20,00 (art. 32A, I); 3. Além dessa multa, aplicase a multa de 2% ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (art. 32A, II); 4. A multa mínima a ser aplicada será de R$ 500,00, para o caso da multa prevista no inciso I e R$ 500,00 para a multa prevista no inciso II, ambos do art. 32A da Lei nº 8.212/91 (art. 32A, § 3º, II). Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. Para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, “c”, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, nos moldes transcritos acima. Considerando que as incorreções ocorreram nas competências de 01/2008 a 12/1008, devese recalcular a multa até 11/2008. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, a situação mais benéfica ao contribuinte. CONCLUSÃO Do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso para determinar o recálculo da multa de mora até 11/2008, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), assim como o recálculo da multa por descumprimento de obrigação acessória, até 11/2008, de acordo com o Fl. 255DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15563.720033/201213 Acórdão n.º 2403002.307 S2C4T3 Fl. 7 11 determinado no art. 32A, da Lei nº 8.212/91, com a redação também dada pela Lei 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 256DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 16327.721262/2011-20
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jan 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2006 a 31/12/2008
PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA
Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA. ABRANGÊNCIA A TODOS EMPREGADOS E DIRIGENTES.
O sistema de previdência complementar, de caráter privado, facultativo e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, objetiva garantir a continuidade do padrão de bem-estar correspondente a fase em que o individuo laborava. Não há violação ao art. 28, § 9º, p da Lei n ° 8.212/1991, o fato de haver aportes suplementares por parte do empregador, à fim de manter o padrão de vida ostentado pelo beneficiário quando da época em que laborava.
A legislação de regência não exige que o plano de previdência seja exatamente igual a todos os segurados, mas tão somente que seja extensível a todos. Interpretar de outra forma seria o mesmo que criar um novo requisito ao dispositivo, sem que a própria lei o tivesse criado.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2403-002.310
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, na preliminar, por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência no período de 01/2006 a 09/2006, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN. No mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Ivacir Julio de Souza e Carlos Alberto Mees Stringari. O conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro votou pelas conclusões. Declarou impedido o conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, na preliminar, por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência no período de 01/2006 a 09/2006, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN. No mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Ivacir Julio de Souza e Carlos Alberto Mees Stringari. O conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro votou pelas conclusões. Declarou impedido o conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto - Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
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DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA. ABRANGÊNCIA A TODOS EMPREGADOS E DIRIGENTES. O sistema de previdência complementar, de caráter privado, facultativo e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, objetiva garantir a continuidade do padrão de bemestar correspondente a fase em que o individuo laborava. Não há violação ao art. 28, § 9º, “p” da Lei n ° 8.212/1991, o fato de haver aportes suplementares por parte do empregador, à fim de manter o padrão de vida ostentado pelo beneficiário quando da época em que laborava. A legislação de regência não exige que o plano de previdência seja exatamente igual a todos os segurados, mas tão somente que seja extensível a todos. Interpretar de outra forma seria o mesmo que criar um novo requisito ao dispositivo, sem que a própria lei o tivesse criado. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 12 62 /2 01 1- 20 Fl. 1269DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, na preliminar, por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência no período de 01/2006 a 09/2006, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN. No mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Ivacir Julio de Souza e Carlos Alberto Mees Stringari. O conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro votou pelas conclusões. Declarou impedido o conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 1270DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário, fls. 1015/1097, interposto em face do Acórdão nº. 1641.417, fls. 923/983, que julgou procedente o lançamento para manter o crédito tributário exigido nos AI DEBCAD: 37.360.9493 (Parte Empresa), 37.360.9507 (Terceiros) e 37.360.9485 (Obrigações acessórias – art. 32, IV), no valor de R$ 6.675.107,16 (seis milhões seiscentos e setenta e cinco mil cento e sete reais e dezesseis centavos). O Auto de Infração abrange o período de 01/2006 a 12/2008, tendo a ação fiscal sido iniciada em 19/01/2011, a partir do Mandado de Procedimento Fiscal n. 0816600.2010.00594 e sido notificado o contribuinte em 20/10/2011, conforme Relatório Fiscal de fls. 133/146. A auditoria fiscal verificou aportes em contas de previdência complementar que foram considerados como salário de contribuição por não terem sido observados os dispositivos da Lei Complementar 109 de 29/05/2001, em especial o art. 16 pois não teria havido o oferecimento do plano de previdência privada a todos os empregados da empresa instituidora ou patrocinadora do plano. O contribuinte foi intimado, durante a ação fiscal, a apresentar as Atas de Assembléias Gerais, de Reuniões de Diretoria e de Reuniões de Conselhos. Através do sítio eletrônico do Banco Bradesco S.A., verificouse a existência de um Comitê de Remuneração da Organização Bradesco da qual o recorrente faz parte. O comitê é composto por 03 (três) a 05 (cinco) membros, e a linha geral de atuação deles é estabelecer uma remuneração dos administradores com base em resultados e performances tanto da empresa, como individuais. Da análise das atas de reunião do Comitê de Remuneração e das Atas das Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias, constatouse que as reuniões do comitê, definindo os valores a serem pagos aos administradores estatutários do Banco Bradesco S/A, através de previdência privada eram feitas sempre antes das Assembléias Gerais, ou seja, os valores seriam definidos pela cúpula da direção da Organização Bradesco, e apenas ratificados nas Assembléias. Segundo a fiscalização foram encontrados dois planos de previdência complementar: a) Plano I de Previdência Privada para Empregados e Dirigentes de Empresas, disponível à totalidade de seus empregados e diretores desde 20/06/1985, e um outro; b) Plano de Benefícios Suplementares na modalidade PGBL, disponível apenas para Diretores Estatutários, Diretores Técnicos e Assessor da Diretoria de acordo com o 6º e 6ºA do Termo Aditivo, de 30/07/1999 e 01/12/2001. A empresa apresentou planilhas com valores dos aportes realizados nas contas e, a partir destes documentos, fl. 143, o auditor fiscal considerou que,: 25 – A empresa apresentou os aportes feitos por ela como instituidora de maneira individual para os elegíveis ao plano PGBL – EMPRESARIAL. Planilhas com valores seguem em anexo. Da análise do material apresentado pelo contribuinte, e com a constatação da ordem de grandeza dos aportes, esta Fl. 1271DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 fiscalização entendeu relevante fazer uma comparação entre os valores aportados na previdência complementar supramencionados e os valores recebidos pelos mesmos beneficiários como rendimento do trabalho informados na DIRF (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte) da Bradesco Seguros S/A nos mesmos períodos. Das verificações efetivadas por esta fiscalização, constatouse que os valores aportados na previdência complementar são substanciais. Segue, a título exemplificativo, quadro comparativo entre os aportes feitos pelo contribuinte na previdência complementar e os valores recebidos como rendimento do trabalho de alguns diretores estatutários: (...) O fiscal também informa que a recorrente afirmou que os participantes do plano em gozo do benefício continuaram a receber os aportes da empresa nas suas contas e trouxe a conclusão de que os aportes não teriam finalidade previdenciária, fl. 143, in verbis: 27 ... Portanto, se o contribuinte continua a fazer aportes suplementares nas contas dos participantes já em gozo de benefício, e segundo o regulamento do plano, os participantes nesta situação deveriam relacionarse diretamente com a Bradesco Vida e Previdência S/A, concluise que os aportes devem ter outra finalidade que não a previdenciária. Outro dos motivos para descaracterizar os aportes como de previdência privada, é o fato de haver sido verificado nos sistemas internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil, resgates de previdência privada em valores substanciais, sempre em janeiro, realizados pelos participantes do suposto plano que apenas incluía a alta cúpula da empresa, em valor equivalente aos aportes realizados pela empresa. Ao final, fl. 144, arremata: 32 – Por outro lado, a fiscalização entendeu que: O artigo 16 da Lei Complementar 109/2001 e o artigo 28, parágrafo 9º, alínea p da Lei 8.212/91 obrigam o oferecimento dos planos a todos os empregados e dirigentes, portanto o plano empresarial oferecido apenas a seus dirigentes contraria a legislação; O artigo 10 da Lei Complementar 109 obriga que tanto os requisitos de elegibilidade, como a forma de cálculo de benefícios, sejam claros e constem do regulamento do plano de benefícios, portanto o critério unilateral de elegibilidade contraria a legislação; O artigo 19 da Lei Complementar 109 define objetivamente a finalidade das contribuições para os planos de previdência: prover o pagamento de benefícios de caráter previdenciário, portanto o critério unilateral de elegibilidade contraria a legislação; Apesar do contribuinte declarar que o pagamento dos aportes na previdência privada levou em conta cálculos atuariais, a não apresentação das memórias de cálculo, somada aos fatos de os Fl. 1272DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 4 5 aportes serem realizados de forma habitual, mensalmente, com valores constantes, em ordem de grandeza parecida com a própria remuneração do trabalho, realizados a participantes do plano em gozo de benefício e ainda os resgates dos participantes serem realizados em valores próximos ou superiores aos aportes e com coincidência de data entre os participantes, dão robustez probatória à caracterização destes, como verbas remuneratórias; Por todo o conjunto de argumentos e provas, os valores pagos a este título devem ser considerados como salários de contribuição, considerandose pagamentos a contribuinte individual quando pago aos diretores estatutários e salário quando pago a segurados empregados. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou a autuação fiscal em epígrafe, conforme instrumento de fls. 177/197. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, a 12ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em Campinas, DRJ/SP1, prolatou o Acórdão n° 1641.417, fls. 923/983, julgando improcedente a impugnação para manter o crédito tributário. O julgado foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DE TERCEIROS. OBRIGAÇÃO DO RECOLHIMENTO. A empresa é obrigada a recolher, nos prazos definidos em lei, as contribuições a seu cargo, destinadas à Seguridade Social e aos Terceiros, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados a seu serviço. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DECLARAÇÃO DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. GFIP. A empresa é obrigada a declarar em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) os dados relacionados aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Após a publicação da Súmula Vinculante nº 8 do STF, via de regra o prazo decadencial a ser aplicado no caso das contribuições previdenciárias, é aquele previsto no artigo 173, I, do CTN, sendo aplicado o prazo decadencial do artigo 150, §4º, do CTN somente quando o sujeito passivo apura o valor devido, Fl. 1273DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 presta informações ao fisco e antecipa o pagamento de contribuições, mesmo que parcialmente. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. PARCELAS INTEGRANTES. PREVIDÊNCIA PRIVADA SEM AMPLITUDE DE COBERTURA. Entendese por saláriodecontribuição a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gratificações. Considerase salário de contribuição o valor das contribuições efetivamente pago pela empresa relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, não disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. CONTRIBUIÇÃO ADICIONAL DE 2,5%. As instituições financeiras estão obrigadas ao recolhimento da contribuição adicional de 2,5% (dois vírgula cinco por cento) sobre a remuneração dos segurados empregados e contribuintes individuais. MULTA MAIS BENÉFICA. RETROAÇÃO. De acordo com o expresso no art. 106, II, alínea “c”, do CTN, em Auto de Infração lavrado contra o contribuinte por descumprimento de obrigação tributária previdenciária, devem ser confrontadas as penalidades apuradas conforme a legislação de regência do fato gerador com a multa determinada pela norma superveniente, aplicandose a que lhe for menos severa. ACRÉSCIMOS LEGAIS. Sobre as contribuições sociais pagas com atraso incidem juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC e multa de mora ou de ofício. LEGALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. VEDAÇÃO. No âmbito do processo administrativo fiscal é vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. SOBRESTAMENTO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga à administração impulsionar o processo até sua decisão final, não havendo previsão normativa para sobrestamento de processo administrativo de determinação e exigência de crédito lançado. Fl. 1274DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 5 7 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPUGNAÇÃO. EFEITO SUSPENSIVO. A impugnação tempestiva do processo administrativo fiscal suspende a exigibilidade do crédito tributário. SUJEITO PASSIVO. INTIMAÇÃO. Por expressa determinação legal, as intimações devem ser endereçadas ao domicílio fiscal eleito pelo sujeito passivo. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a recorrente interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 1015/1097, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizandose, para tanto, dos seguintes argumentos: 1. Decadência nos termos do art. 150, parágrafo 4º; 2. A improcedência do lançamento em razão do atendimento de todas as condições constitucionais, legais e infralegais para a exclusão do plano de previdência complementar do salário de contribuição, uma vez que o real motivo que ensejou o lançamento e a r. decisão recorrida é o fato de que, embora o plano de previdência privada complementar da Recorrente se aplique a todos os empregados e diretores, são previstos aportes suplementares para diretores estatutários e superintendentes executivos, em maior percentual que para os demais empregados. 3. A adequação com a Constituição Federal; 4. A base de cálculo das contribuições previdenciárias tem que ter como ponto de partida a contraprestação do trabalho; 5. A imunidade do art. 202, parágrafo 2º da CF/88; 6. Tratase de plano único com benefícios diferenciados para diretores estatutários e superintendentes executivos e não dois planos independentes e distintos; 7. O fato de o plano ser extensivo a todos não significa a equivalência de suas prestações; 8. O resgate nas condições efetuadas é um direito dos participantes; 9. A impossibilidade da exigência do adicional de 2,5% das instituições financeiras; 10. Requer o recálculo da multa; 11. A ilegalidade da exigência de juros sobre a multa; Fl. 1275DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 12. A imprestabilidade da SELIC É o relatório. Fl. 1276DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 6 9 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme documento de fls.990 e 1015, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DA DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária de 12 de Junho de 2008, aprovou a Súmula Vinculante nº 8, nos seguintes termos: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Referida Súmula declara inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que impõem o prazo decadencial e prescricional de 10 (dez) anos para as contribuições previdenciárias, o que significa que tais contribuições passam a ter seus respectivos prazos contados em consonância com os artigos 150, § 4º, 173 e 174, do Código Tributário Nacional: CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (...) Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; De acordo com o art. 103A, da Constituição Federal, a Súmula Vinculante nº 8 vincula toda a Administração Pública, inclusive este Colegiado: CF/88 Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal, poderá, de oficio ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos Fl. 1277DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 10 seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder a sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. In casu, como se trata de contribuições sociais previdenciárias que são tributos sujeitos a lançamento por homologação, contase o prazo decadencial nos termos do art. 150, § 4º do CTN, caso se verifique a antecipação de pagamento (mesmo que parcial) ou, nos termos do art. 173, I, do CTN, quando o pagamento não foi antecipado pelo contribuinte. Nesse diapasão, mister destacar que para que seja aplicado o prazo decadencial nos termos do art. 150, § 4º do CTN, basta que haja a antecipação no pagamento de qualquer Contribuição Previdenciária, ou seja, não é necessária a antecipação em todas as competências. Havendo a antecipação parcial em uma única competência, já se aplica as regras do art. 150, § 4º do CTN. Também é entendimento deste Relator, que a antecipação a título de Contribuição Previdenciária abrange o pagamento para todas as rubricas relacionadas, tais como: destinadas a outras entidades e fundos — Terceiros (Salárioeducação e INCRA), dentre outras. Analisando os autos, percebese que a auditoria busca constatar as diferenças de contribuições declaradas ou não em GFIP e seu respectivo recolhimento. A DRJ ao analisar a questão nas fls. 950/952, utiliza a tese da análise por rubrica e, por não ter o contribuinte declarado e recolhido os valores específicos relativos aqueles aportes em previdência privada complementar, deveria se aplicar o art. 173, I do CTN. No entanto, não merece prosperar o entendimento, conforme acima explicitado. Também, percebese das fls. 1099/1252, a presença de Guias de pagamento, GPS, para todo o período compreendido pela decadência. O Auto de Infração abrange o período de 01/2006 a 12/2008, tendo a ação fiscal sido iniciada em 19/01/2011, a partir do Mandado de Procedimento Fiscal n. 0816600.2010.00594 e sido notificado o contribuinte em 20/10/2011, conforme Relatório Fiscal de fls. 133/146. Portanto, tendo em vista o disposto no art. 33, parágrafo 7º da Lei 8.212/91, o crédito é apenas constituído por meio da notificação de lançamento ao contribuinte, tenho por ocorrida a decadência do período de 01/2006 a 09/2006. DO MÉRITO DO PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA Analisando as provas dos autos, assim como as alegações do recurso, entendo que assiste razão ao recorrente. A Lei 8.212/91 em seu art. 22, I trás a contribuição à cargo da empresa de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título durante o mês: Fl. 1278DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 7 11 Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). No entanto, o art. 28, parágrafo 9º trás as exclusões do conceito de salário de contribuição, excetuando assim a incidência de contribuição previdenciária, in verbis: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) (...) p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Portanto, conforme se percebe da norma acima, os valores pagos a título de previdência complementar não integram o conceito, desde que disponíveis à totalidade de seus empregados e dirigentes, observado no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT. Cumpre lembrar que não se trata aqui de mera isenção, mas sim, de verdadeira imunidade, presente no art. 202 da Constituição Federal, in verbis: Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e Fl. 1279DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 12 regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (...) § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (...) A previdência complementar pode ser conceituada conforme as palavras de Wladimir Novaes Martinez (Curso de Direito Previdenciário,4ª Ed., São Paulo: LTr, 2011, p. 1256: Estruturalmente, cuidase de um conjunto de operações econômicofinanceiras, cálculos atuariais, práticas contábeis e normas jurídicas, empreendidas no âmbito particular da sociedade, inserida no Direito Privado, subsidiária do esforço estatal, de adesão espontânea, propiciando benefícios adicionais ou assemelhados, mediante recursos exclusivos do protegido (aberta e associativa), ou divididos os encargos entre o empregado e o empregador, ou apenas de um deste último (fechada). É ela similar a previdência comum, modalidade securitária, socialmente considerada, com prêmio (contribuição) e indenização (prestações), com período de carência e contingência protegida (evento determinante), segurado e seguradora. Cobre necessidades ou riscos fixados na lei, conforme o caso, impondo como condição a presença de requisitos. (Martinez, op cit, p. 333). No caso concreto, percebese que não existem, concretamente, dois planos benefícios, mas apenas um único, com um aditivo ampliando os benefícios a outras pessoas de escalão gerencial na hierarquia da empresa. Existe na verdade o Plano de Previdência Privada Aberta Coletivo – Plano II – do tipo Plano Gerador de Benefícios Livros – PGBL, Renda Fixa, estruturado no Regime Financeiro de Capitalização e na modalidade Contribuição Variável que é o que substituiu o Plano I. O referido plano foi aprovado pela SUSEP, com número de processo citado pelo recorrente, qual seja, Processo 10.003048/01/23, o qual contempla contribuições e benefícios básicos aplicáveis a todos os empregados e dirigentes da empresa além de benefícios suplementares diferenciados para Diretores Estatutários e Superintendentes Executivos (6º e 6ºA Termo Aditivo), fls. 101 a 113. Nele consta que: as contribuições ao PGBL serão suportadas pela Instituidora e pelo participante (clausula 3.3.); a instituidora fará contribuições mensais ao PGBL, individualizadas a cada participante (clausula 3.3.1.); O participante fará contribuições ao PGBL semestralmente, no percentual de 10% do valor da gratificação semestral que lhe for atribuída pela instituidora (clausula 3.3.2); Durante o período de diferimento, o participante Fl. 1280DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 8 13 poderá resgatar parte ou a totalidade do saldo da Conta de Reserva do Participante (Cláusula Quarta Do Resgate). O 'Convênio de Adesão ao Plano I DE PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA EMPREGADOS E DIRIGENTES DE EMPRESA', documento inicial de instituição do plano encontrase nas fls. 673/684, e é extensivo a todos os empregados e dirigentes da empresa (não sendo o objeto da autuação) sem qualquer ressalva, conforme se percebe do Art. 2º do convênio. Diante disso, entendo por estar preenchido o requisito da disponibilidade a todos os empregados e dirigentes da empresa, de plano de previdência privada, uma vez que, conforme acima exposto, a legislação apenas exige que haja um plano nesse sentido e que ele seja extensivo a totalidade de empregados e dirigentes, dando uma regra apenas quantitativa, horizontal, do conjunto de integrantes daquela empresa, e não um aspecto qualitativo, vertical, do valor do benefício. A Câmara Superior de Recursos Fiscais em caso que tratava de assistência médica, que possui o mesmo requisito da previdência privada, julgou no Processo Administrativo n. 35318.001033/200509, Recurso n. 246.376, Acórdão 920200.295, 2ª Turma, que a legislação traz exclusivamente a necessidade de ser extensivo à totalidade de empregos e dirigentes e que a exigência de outros pressupostos, como a necessidade de planos idênticos à todos os empregados é de cunho subjetivo do intérprete da lei, extrapolando os limites da legislação. Em arremate a este entendimento, trazendo para o campo da Previdência Privada, é relevante trazer à lume, julgado da 3ª Câmara – 1ª Turma Ordinária, cujo trecho relevante da ementa segue abaixo transcrito: PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA Verificase que em relação ao plano de benefícios, não exige a legislação de regência (Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001), no caso das entidades abertas, que esse seja extensível a todos os empregados, tal como previsto para as entidades fechadas. Ainda que assim não fosse, constatase que o plano de previdência ofertado pela autuada, nos termos do 28, § 9º, alínea “p” da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, é extensível a todos os segurados. (...) Recurso Voluntário Provido Em Parte. (CARF. Segunda Seção de Julgamento. Processo n. 10909.006800/200820, Acórdão n. 2301003.394 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, sessão de 13 de março de 2013. Relator do Voto Vencedor: Conselheiro Adriano Gonzales Silvério) Elucidares são as palavras do Conselheiro do Adriano Gonzales Silvério, in verbis: Em relação ao plano de benefícios da entidade fechada, determina o artigo 16 da Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001 que esses devem ser, obrigatoriamente, oferecidos a todos os empregados dos patrocinadores, equiparandose a empregado, para efeitos dessa Lei, os gerentes, diretores, Fl. 1281DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 14 conselheiros ocupantes de cargo eletivo e outros dirigentes. Mais adiante a Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, estabelece no Capítulo IV, artigo 36 as características de uma entidade aberta de previdência: “Art. 36. As entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.” Ao contrário da entidade fechada, a entidade aberta é acessível a qualquer pessoa física, não ficando restrita a empregados da entidade instituidora, por exemplo. Ademais, em relação aos benefícios instituídos pelas entidades abertas determina o artigo 26 da Lei Complementar em comento: (...) Verificase que em relação ao plano de benefícios, não exige a legislação de regência, no caso das entidades abertas, que esse seja extensível a todos os empregados, tal como previsto para as entidades fechadas. (...) Contudo, vale registrar que ainda sob a ótica da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, em especial o seu artigo 28, § 9º, alínea “p” exige que o programa de previdência complementar, aberto ou fechado, tem que ser disponível à totalidade dos empregados e dirigentes para que não seja alvo das contribuições previdenciárias. No caso dos autos o plano de previdência estava disponível a todos os segurados empregados da recorrente, havendo apenas diferenças no modus operandi do benefício, de acordo com o cargo ocupado pelo empregado de forma que quem ganha menos contribui menos ou até mesmo não contribui, o que revela o prestígio ao princípio da razoabilidade. A legislação de regência não exige que o plano de previdência seja exatamente igual a todos os segurados, mas tão somente que seja extensível a todos. Interpretar de outra forma seria o mesmo que criar um novo requisito ao dispositivo supra, sem que a própria lei o tivesse criado. Por essas razões entendo que o plano de previdência complementar instituído pela recorrente atende a legislação e, por isso, não pode acrescer a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Não obstante o julgado acima, matéria similar já foi apreciada pela 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no acórdão 9202.002.265, prolatado nos autos do processo n. 36202.002312/200541, em 08/08/2012, de relatoria do conselheiro Elias Sampaio Freire que conclui que o plano de previdência privado objetiva garantir a continuidade do padrão de bemestar correspondente a fase em que o individuo laborava, independentemente de quanto recebia ou classe social ocupada. Fl. 1282DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 9 15 No julgado, verificouse que a disponibilização de plano de previdência complementar somente aos empregados e dirigentes que percebam remuneração superior ao limite máximo do salário de contribuição do RGPS, não configura violação a exigência de que o referido plano seja disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa. Colacionase a seguir a ementa do julgado: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2004 PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. EXCLUSÃO DOS TRABALHADORES QUE RECEBEM ABAIXO DO TETO DO RGPS. A questão da incidência ou não de contribuições previdenciárias sobre o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar não decorre de norma isentiva a ser interpretada literalmente. Em verdade, tratase de uma imunidade tributária, prevista no art. 202, § 2º da Constituição Federal. A interpretação restritiva, aplicada nas hipótese de imunidade tributária, não reduz o campo da norma, mas determinalhe as fronteiras exatas. Não conclui de mais, nem de menos do que o texto exprime, mas declara o sentido verdadeiro e o alcance exato da norma, tomando em apreço todos os fatores jurídico sociais que influíram em sua elaboração. O sistema de previdência complementar, de caráter privado, facultativo e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, objetiva garantir a continuidade do padrão de bemestar correspondente a fase em que o individuo laborava. A finalidade precípua da previdência complementar é a de complementar os benefícios de aposentadoria daqueles que auferem remuneração superior ao limite imposto para o RGPS. Não restou violada a norma contida no art. 28, § 9º, “p” da Lei n ° 8.212/1991, por considerar que, não obstante o plano de previdência complementar ser voltado tão somente aqueles que percebam remuneração superior ao limite do RGPS, caracterizado está que este plano de previdência complementar encontrase disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa. Recurso especial negado. (Câmara Superior de Recursos Fiscais, Acórdão n. 9202.002.265, Processo n. 36202.002312/200541, Sessão de 08/08/2012, Relator: Conselheiro Elias Sampaio Freire) Quanto ao resgate, a Lei 109/01, estabelece os seguintes parâmetros: Art. 8o Para efeito desta Lei Complementar, considerase: I participante, a pessoa física que aderir aos planos de benefícios; e Fl. 1283DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 16 II assistido, o participante ou seu beneficiário em gozo de benefício de prestação continuada. **************************************************** Art. 14. Os planos de benefícios deverão prever os seguintes institutos, observadas as normas estabelecidas pelo órgão regulador e fiscalizador: (...) III resgate da totalidade das contribuições vertidas ao plano pelo participante, descontadas as parcelas do custeio administrativo, na forma regulamentada; e **************************************************** Art. 27. Observados os conceitos, a forma, as condições e os critérios fixados pelo órgão regulador, é assegurado aos participantes o direito à portabilidade, inclusive para plano de benefício de entidade fechada, e ao resgate de recursos das reservas técnicas, provisões e fundos, total ou parcialmente. O resgate é possível, não havendo portanto a desvinculação dele com o regime da previdência complementar, que é regulado inclusive pela SUSEP, conforme disposto em Resolução CNSP, n. 6/97, art. 11 e n. 139/05, art. 56, conforme abaixo se colaciona: Art. 11 – A SUSEP regulamentará: a) A forma de cálculo e de pagamento do resgate a ser oferecido, obrigatoriamente, a qualquer tempo, durante o prazo de diferimento, inclusive no caso de morte ou invalidez do participante; b) O prazo de carência a partir da data de adesão ao plano, para efetivação de pagamento de pedido de resgate; e c) O prazo que intermediará pedidos de resgate de um mesmo participante. *************************************************** Art. 56. Durante o período de diferimento, e na forma regulada pela SUSEP, será permitido ao participante resgatar os recursos da provisão matemática de benefícios a conceder. (...) Parágrafo 4º. Os recursos correspondentes a cada uma das contribuições das pessoas jurídicas no plano de previdência somente poderão ser resgatados após período de carência de um ano civil completo, contado a partir do primeiro dia útil do mês de janeiro do ano subsequente ao da contribuição. Razão do exposto, e da norma regulamentar acima, do órgão competente para tal, não há que se falar em desvinculação da característica de previdência, para figurar como de caráter salarial. Fl. 1284DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16327.721262/201120 Acórdão n.º 2403002.310 S2C4T3 Fl. 10 17 Com relação à alegação de que funcionários já em gozo de benefício do RGPS, de filiação compulsória, estariam percebendo aportes de planos privados, isto também não é apto a desvirtuar a natureza de previdência privada dos aportes realizados. Não há qualquer dispositivo legal que impeça que empregados já em gozo de benefício do RGPS, venham a investir em previdência complementar privada. Por todas estas razões, não subsistem motivos para manutenção da autuação fiscal. CONCLUSÃO Do exposto, conheço o recurso voluntário para preliminarmente, reconhecer a decadência no período de 01/2006 a 09/2006, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN e, no mérito, dar provimento. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 1285DF CARF MF Impresso em 03/01/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 02/12 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000973/2008-32
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 14 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Oct 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2006
BOLSAS DE ESTUDO. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. NÃO INTEGRAÇÃO.
A bolsa de estudo destina-se a ressarcir os valores pagos a título de mensalidades escolares dos próprios empregados ou de seus filhos, não possuindo natureza salarial. É um incentivo para o trabalho, e não pelo trabalho. Por tal razão, os valores que porventura forem expendidos a este título não devem integrar o salário de contribuição.
MULTA. RECÁLCULO.
Recálculo da multa de mora para que seja aplicada a mais benéfica ao contribuinte por força do art. 106, II, c do CTN.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.219
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, 1) Por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso, para determinar a exclusão dos valores apurados a título de bolsas de estudo. 2) Por maioria de votos em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte, vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. NÃO INTEGRAÇÃO. A bolsa de estudo destinase a ressarcir os valores pagos a título de mensalidades escolares dos próprios empregados ou de seus filhos, não possuindo natureza salarial. É um incentivo para o trabalho, e não pelo trabalho. Por tal razão, os valores que porventura forem expendidos a este título não devem integrar o salário de contribuição. MULTA. RECÁLCULO. Recálculo da multa de mora para que seja aplicada a mais benéfica ao contribuinte por força do art. 106, II, “c” do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 09 73 /2 00 8- 32 Fl. 187DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, 1) Por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso, para determinar a exclusão dos valores apurados a título de bolsas de estudo. 2) Por maioria de votos em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte, vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº. 0336.152 fls. 128/144, que julgou parcialmente procedente a Impugnação apresentada para exonerar parte do crédito tributário exigido no AI DEBCAD 37.142.1500, cujo valor originariamente lançado equivale ao importe de R$ 1.998.672,68 (um milhão novecentos e noventa e oito mil seiscentos e setenta e dois reais e sessenta e oito centavos) em razão do reconhecimento da decadência, nos termos do parágrafo 4º do Art. 150 do CTN, para as competências 01/2003 a 09/2003. O Auto de Infração abrange o período de 01/2003 a 12/2006, tendo sido lavrado em 07/10/2008 e cientificado o contribuinte em 10/10/2008, almeja o recolhimento de diferenças de contribuições previdenciárias devidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais a serviço da empresa, em razão dos fatos assim consignados no Relatório Fiscal, fls. 65/82: 10. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO 10.1. Análise da Folha de Pagamento dos Segurados Empregados e Contribuintes Individuais (...) Os valores da folha de pagamento foram compatibilizados com os valores declarados em GFIP antes do início da ação fiscal. Foram encontrados valores não declarados em GFIP que são objeto de lançamento (...). 10.2. Análise da Folha de Pagamento dos Segurados Empregados – rubricas não tributadas pelo sujeito passivo 10.2.1. Da análise das rubricas apresentadas na folha de pagamento forame encontradas algumas rubricas que não foram consideradas como base de contribuições previdenciárias. São elas: a) Rubrica 172 – DIF. 13.SALÁRIO: Os valores pagos a título de 13º salário deverão ser tributados com base no § 7º do art. 28 da Lei 8.212/91. b) Rubrica 238 – RECESSO ESCOLAR, Rubrica 331 – INDENIZAÇÃO SEMESTRAL e Rubrica 808 – ESTABILIDADE CL.21: Os valores pagos deverão ser tributados por não corresponder a nenhuma das exclusões previstas no § 9º do art. 28 da Lei 8.212/91. Vale salientar que a lista apresentada no referido artigo é exaustiva e deverá ter interpretação literal conforme doutrina pacífica no direito civil brasileiro. Fl. 189DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 O inciso VI do art. 97 do Código Tributário Nacional estipula que “Somente a lei pode estabelecer: VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades”. Não pode nenhum documento infralegal ou interpartes definir não incidência de contribuição previdenciária, incluindo acordos e convenções coletivas de trabalho. 10.3 .Análise dos documentos, livros e arquivos contábeis (...) 10.3.3. Analisados os lançamentos contábeis constatouse as seguintes incongruências: a) Lançamentos contábeis diversos nas contas relativas à folha de pagamento cujos valores não constaram da tabela de itens prevista no MANAD. Também foram encontrados lançamentos realizados em conta diversa da de salário, valores pagos aos segurados empregados e contribuintes individuais. Os valores foram apresentados ao sujeito passivo conforme item 5.5 deste relatório. Após resposta, para os lançamentos com a identificação correta da pessoa física envolvida, pelo fornecimento do CPF e nome completo, foram confrontados com os itens constantes da folha de pagamento individual de cada empregado. O sujeito passivo realizou lançamento de fatos geradores de previdência social em contas diversas daquelas corretamente previstas no Plano de Contas da empresa, conforme detalhado no “Relatório 06 – Valores lançados na CONTABILIDADE sem identificação (NIT/CPF) b) Lançamentos contábeis diversos relativos a serviços prestados por pessoas físicas pagas por RPA, lançados em contas diversas. Procedida à identificação correta do prestador de serviço ocorreram duas situações: a. Quando se tratava de segurados empregados, referidos valores foram adicionados às remunerações pagas no mês e realizados os cálculos de contribuições previdenciárias devidas. b. Quando se tratava de contribuintes individuais foram cobrados como tal, agrupandose os valores pagos dentro da competência para o cálculo das contribuições devidas pela pessoa física. (...) 10.4. Análise das despesas médicas contabilizadas Fl. 190DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 4 5 10.4.1. Da análise dos lançamentos contábeis realizados na conta 51021 – ASSISTÊNCIA MEDICO HOSPITALAR verificou se a existência de vários lançamentos relacionados à assistência médica paga a diretores e alguns funcionários. 10.4.2. Tendo em vista que esses valores não foram pagos de forma homogênea a todos os empregados e que a empresa não tem plano de saúde extensivo a todos os funcionários e diretores, referidos valores foram considerada base de contribuição previdenciária nos termos da letra “q” do § 9º do art. 28 da Lei 8.212/91 (...) 10.5. Análise dos valores declarados na DIRF 10.5.1. Dos valores declarados na Declaração do Imposto Retido na Fonte constatouse que vários não constavam da folha de pagamento ou da GFIP, além do que também não foi localizado o lançamento contábil relativo. (...) 10.6. Descontos concedidos nas mensalidades escolares 10.6.1. Da análise dos dados apresentados pela empresa conforme itens 5.9 se verificou que vários funcionários obtiveram, para si ou para seus dependentes, descontos nas mensalidades escolares. (...) 10.6.9. Desta forma os descontos concedidos em mensalidades escolares, denominado pelo sujeito passivo de bolsa, quando concedidos às pessoas que lhes prestam qualquer tipo de serviço, correspondem a uma contraprestação inerente à relação comercial e trabalhista criada e, portanto tratase de remuneração indireta passível de tributação. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa apresentou Impugnação, a qual foi anexada ao processo principal nº. 14041.00972/200898. DA INFORMAÇÃO FISCAL Diante da vastidão de documentos apresentados pelo contribuinte, foi proferido despacho pela DRJ, fls. 86/87, solicitando diligência fiscal para que haja o pronunciamento do auditor notificante. A informação fiscal, fls. 101/102, reconheceu a duplicidade de lançamentos feitos a Danilo Barbosa e demais contas, tendo elaborado planilha de exclusão dos valores indevidamente lançados, entretanto rebateu as demais alegações. Devidamente cientificado da informação fiscal, o contribuinte apresentou sua manifestação por meio das fls. 105/126. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, a 5ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em Brasília, DRJ/BSB, prolatou o Acórdão n° 0336.152, fls. 128/144, acolhendo parcialmente a impugnação para exonerar o crédito tributário em razão de se ter operado a decadência nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN, excluindose, desta feita, as competências de 01/2003 a 09/2003, conforme ementa que abaixo é transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2006. AIOP DEBCAD nº. 37.142.1500 CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Não há cerceamento de defesa quando o Auto de Infração (AI) e seus anexos integrantes são regularmente cientificados ao sujeito passivo, sendolhes concedido prazo para sua manifestação, e quanto estejam discriminados nestes a situação fática constatada e os dispositivos legais que amparam a autuação. DECADÊNCIA. Quando se verifica a antecipação de pagamento, mesmo que parcial, por parte do contribuinte, aplicase o prazo decadencial previsto no § 4º do art. 150 do CTN. BOLSA DE ESTUDO. ISENÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. A previsão legal de exclusão do saláriodecontribuição somente é aplicável aos pagamentos de plano educacional que vise à educação básica e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao benefício. JUROS SELIC. As contribuições sociais arrecadadas em atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, de caráter irrelevável. Impugnação Improcedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 166/183, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizandose, para tanto, dos seguintes argumentos: Em sede preliminar, almeja à nulidade do lançamento em razão dos seguintes fatos: Fl. 192DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 5 7 1. não fornecimento das planilhas de forma a possibilitar o seu manuseio e total compreensão dos cálculos efetuados pelo Auditor Fiscal; 2. a inexistência da coluna utilizada pelo Auditor para fundamentar os cálculos e valores apurados; 3. desconsideração das retificações promovidas pelo Recorrente antes da lavratura do Auto de Infração; 4. ausência de fundamentação e insuficiente exposição dos fatos. Ausência de remuneração indireta, eis que a concessão de descontos nas mensalidades não constitui salário, nos termos do art. 458, § 2º, da CLT. É o relatório. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme documento de fl. 186, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DOS ARGUMENTOS DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Dos documentos em formato “xls” A Recorrente apresentou petição, fls. 306/307 nos autos processo principal nº. 14041.00972/200898, anterior à Impugnação, na qual requereu a entrega das planilhas elaboradas pela auditoria fiscal no formato “xls”, alegando não ser possível a leitura de dados através do formato “pdf”, razão pela qual cercearia o seu direito de defesa. Tal argumento, entretanto, não merece guarida. O formato como são entregues as planilhas ao contribuinte tem por objetivo evitar possíveis alterações nos dados informados pelo Auditor, eis que o formato solicitado pela Recorrente permite o fácil manuseio das informações ali contidas. Portanto, não há que se considerar cerceamento do direito de defesa pela não entrega dos documentos em “xls”, eis que independente do formato, os dados ali consignados são os mesmos e o contribuinte teve ciência do que se tratava. Inexistência de fundamentação quanto ao cálculo e os valores apurados As planilhas elaboradas pela auditoria, ao contrário do que alega a Recorrente, encontra a explicação da aplicação de alíquotas e resultado dos valores apurados no Relatório Fiscal, mais precisamente em seu item 09, fls. 71/72. Ademais, o Relatório Fiscal consigna minuciosamente todo o procedimento fiscal e todo o percurso para encontrar os valores apurados e lançados na presente autuação. Portanto, não prospera tais argumentos da Recorrente. Retificações realizadas após o início do procedimento fiscal Segundo relata a Recorrente, não foram consideradas as retificações promovidas até 16/09/2008, as quais não foram inseridas nas planilhas da auditoria, razão pela qual foram indevidamente tributadas, restando, por conseguinte, a anulação da presente autuação. É sabido, contudo, que iniciado o procedimento fiscal, quaisquer declarações ou retificações não surtiram efeitos em eventual lançamento de ofício oriundo da dita fiscalização, conforme entendimento sumulado por este Conselho, in verbis: Fl. 194DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 6 9 Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. Portanto, tendo em vista que o TIAF foi lavrado e cientificado ao contribuinte em 29/01/2008, conforme fls. 177/178 do processo principal mencionado, desde a referida data não hão que ser consideradas eventuais declarações e/ou retificações posteriormente apresentadas, muito menos após a lavratura do Auto de Infração. Entretanto, é de se considerar que o Relatório 04, anexo ao Relatório Fiscal, fls. 269/272 do processo principal, foi elaborado especificamente para se proceder à comparação entre os valores apurados pela auditoria e os corrigidos durante a ação fiscal, inclusive aquelas realizadas em 16/09/2008, item 9.1.4 do Relatório Fiscal. Importa ressaltar que a empresa não procedeu a integral correção dos valores, de modo que não foi aplicada a redução prevista no § 4º do art. 35, vigente à época dos fatos geradores e das retificações. Ausência de fundamentação e insuficiente exposição dos fatos O Relatório Fiscal consigna minuciosamente todos os fatos que culminaram na autuação em epígrafe. Desde a análise dos documentos apresentados pelo contribuinte, informações obtidas pela Receita Federal, consideração dos recolhimentos apresentados pelo contribuinte até à explicação dos relatórios e créditos constituídos, com a respectiva análise dos documentos, rubricas e diferenças encontradas. Vêse que, pois, que a Recorrente teve conhecimento de todos os atos do procedimento fiscal, bem como estavam claros os fatos e valores apurados, o que permitiu a devida elaboração de sua defesa. Quanto à fundamentação, inobstante o Relatório Fiscal consignar, no item 11 – dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, a transcrição e indicação dos artigos que fundamentaram a autuação, há nas fls. 61/62, documento específico, denominado Fundamentos Legais do Débito – FLD, no qual é elencado todos os dispositivos legais que embasam a presente autuação,desde a competência para fiscalizar até à aplicação da multa. DO MÉRITO DAS BOLSAS DE ESTUDO PARA FILHOS DE FUNCIONÁRIOS E DO SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO Uma das imputações lavradas em face da Recorrente foi oriunda da não inclusão na base de cálculo da contribuição previdenciária os valores correspondentes às bolsas de estudo concedidas a seus funcionários e dependentes, nem tal informação em GFIP. Entretanto, cabem ser feitas algumas considerações acerca desta rubrica. A base de cálculo tomada para mensurar o valor da cotização dos segurados é denominada salário de contribuição. O salário de contribuição é grandeza fiscal pecuniária útil para a aferição da contribuição do segurado e do salário de benefício 1e encontrase definido no inc. I, do art. 28, da Lei n. 8.212/91: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: 1 Martinez, Wladimir Novaes. Curso de direito previdenciário 4 ed. São Paulo: LTr, 2011. p. 475. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 10 I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (grifamos) Notese que o saláriodecontribuição tem como núcleo principal a remuneração percebida pelo empregado, englobando o salário, a gorjeta e as conquistas sociais, ou seja, benefícios obtidos sem terem correspondência com a prestação direta do serviço, normalmente oriundos de determinação legal, contrato individual ou coletivo de trabalho, como é o caso que ora se analisa. Já se encontra devidamente pacificado que, a partir da Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998, a qual trouxe alterações ao regime de previdência social, as contribuições previdenciárias podem incidir sobre o salário indireto por possuírem natureza salarial. Nesse sentido, cito os acórdãos nº. 230200.569, 240201.216, 230101.367, 280300.163, 230101.471, todos do CARF. O parágrafo 9º, da Lei n. 8.212/91, elenca uma série de hipóteses que não integram o saláriodecontribuição para fins da contribuição previdenciária. A situação que mais se encontra em evidência, no presente caso, é aquela prevista na alínea “t”, que trata sobre a educação básica do trabalhador, in verbis: t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; Apesar da redação, o art. 458 das Consolidações das Leis do Trabalho – CLT, inserido no Capítulo II – Da Remuneração, preceitua que, de um modo geral, compreendese no salário, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Contudo, no parágrafo 2º, inciso II, do mesmo diploma legal, o legislador excetua do referido conceito as utilidades concedidas pelo empregador para fins de educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático. Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreendese no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. § 1º Os valores atribuídos às prestações in natura deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os Fl. 196DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 7 11 dos percentuais das parcelas componentes do salário mínimo (arts. 81 e 82). § 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante segurosaúde; V seguros de vida e de acidentes pessoais; VI previdência privada; VII (VETADO) (grifamos) Em 26/10/2011, por intermédio da Lei n. 12.513/11, o legislador alterou a redação da alínea “t”, do parágrafo 9º, do art. 28, da Lei n. 8.212/91, de modo que o normativo se harmonizou com o preceituado na consolidação trabalhista quanto ao conceito de salário e as parcelas dele excluídas. Eis a nova e atual redação: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011) O mesmo dispõe o parágrafo 6º, do art. 15, da Lei n. 8.036/90, para o FGTS: § 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Por tudo o que se expôs, percebese que o auxílioeducação ou “bolsas de estudo”, muitas vezes custeado pela empresa, destinase a ressarcir os valores pagos a título de mensalidades escolares dos próprios empregados ou de seus filhos. No caso da Recorrente, por ser Instituição de Ensino, e em razão da função exercida pelos empregados, as bolsas não Fl. 197DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 12 representaram nenhum dispêndio a este título, ao contrário, um incentivo para o trabalho, e não pelo trabalho. No mesmo sentido a apelação n. 1665246 (APELREEX), 1685621 (AC), 1552052 (AC), 299875 (AMS), 297063 (AMS), todos do TRF da 3a Região; com destaque para o seguinte julgado do STJ,de relatoria do Min. Luiz Fux: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AUXÍLIO EDUCAÇÃO. BOLSA DE ESTUDO. VERBA DE CARÁTER INDENIZATÓRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA SOBRE A BASE DE CÁLCULO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. "O auxílioeducação, embora contenha valor econômico, constitui investimento na qualificação de empregados, não podendo ser considerado como salário in natura, porquanto não retribui o trabalho efetivo, não integrando, desse modo, a remuneração do empregado. É verba empregada para o trabalho, e não pelo trabalho." (RESP 324.178PR, Relatora Min. Denise Arruda, DJ de 17.12.2004). 2. In casu, a bolsa de estudos, é paga pela empresa e destina se a auxiliar o pagamento a título de mensalidades de nível superior e pósgraduação dos próprios empregados ou dependentes, de modo que a falta de comprovação do pagamento às instituições de ensino ou a repetição do ano letivo implica na exigência de devolução do auxílio. Precedentes:. (Resp. 784887/SC. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. DJ. 05.12.2005 REsp 324178/PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ. 17.02.2004; AgRg no REsp 328602/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ.02.12.2002; REsp 365398/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ. 18.03.2002). 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag 1330484/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe 01/12/2010) Sabendo então que as bolsas de estudo, seja ela destinada aos empregados ou aos dependentes deste, não possuem natureza salarial, não há que se falar em recolhimento de contribuição previdenciária neste caso. DA MULTA APLICADA No que se referem à multa de mora aplicada, mister se faz tecer alguns comentários. A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 198DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 8 13 I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Fl. 199DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 14 Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Já em relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplicase apenas a multa de ofício. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, cominelhe penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. DOS DEMAIS LANÇAMENTOS Constam no relatório fiscal, diversos outros lançamentos, dentre eles: Diferença de 13º salário; recesso escolar; indenização semestral; estabilidade; despesas com vestibular; RPA lançado na contabilidade; assistência médica. No entanto, o recorrente não enfrenta em qualquer momento estes lançamentos, atendose apenas às nulidades, assim como para o mérito da assistência escolar, da mesma forma procedeu em sede de impugnação. Portanto, não apresentou o contribuinte qualquer prova capaz de infirmar as imputações realizadas pelo fiscal, afastandose de seu ônus probatório, razão pela qual temse por procedente os demais lançamentos. CONCLUSÃO Do exposto, conheço do recurso voluntário para dar parcial provimento, a fim de determinar a exclusão dos valores apurados a título de bolsas de estudo assim como Fl. 200DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000973/200832 Acórdão n.º 2403002.219 S2C4T3 Fl. 9 15 determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 201DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 10580.725380/2009-13
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Oct 09 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2403-000.159
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para Unidade da Receita Federal jurisdicionante do contribuinte, apensar ao conexo processo administrativo 18050.000995/2008-44, em obediência ao Decreto nº. 7.237/2010, para o trâmite devido.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Marcelo Freitas de Souza Costa.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para Unidade da Receita Federal jurisdicionante do contribuinte, apensar ao conexo processo administrativo 18050.000995/200844, em obediência ao Decreto nº. 7.237/2010, para o trâmite devido. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Marcelo Freitas de Souza Costa. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 25 38 0/ 20 09 -1 3 Fl. 423DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.725380/200913 Resolução nº 2403000.159 S2C4T3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face de Acórdão que julgou improcedente a impugnação apresentada no Auto de Infração lavrado no AI DEBCAD n. 37.238.3858, em face de Real Sociedade Espanhola de Beneficência, no valor de R$ 66.045.312,78 (sessenta e seis milhões quarenta e cinco mil trezentos e doze reais e setenta e oito centavos). O Auto foi lavrado para exigir contribuições previdenciárias relativas à parte patronal sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, bem como aos contribuintes individuais que lhe prestaram serviços no período de 01/01/2005 a 31/03/2007. Segundo o Relatório Fiscal de fls. 79/88, verbis: 4.2. A REAL SOCIEADADE ESPANHOLA DE BENEFICENCIA é uma associação que possui atualmente cerca de 6000 empregados e tem como atividade o atendimento hospitalar. 4.3. O débito foi apurado a partir da análise exclusiva da Folha de Pagamento de empregados e de médicos residentes, e das Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, pois se trata de um procedimento de fiscalização de abrangência restrita. (...) 5.4. A cobrança da contribuição previdenciária patronal fezse necessária devido ao fato de ter sido emitido o Ato Cancelatório de Isenção de Contribuições Sociais n. 001/2008 (em anexo), em 05, de maio de 2009, com o seguinte texto: DECLARO CANCELADA, com base no disposto no parágrafo 8º, artigo 206, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06 de maio de 1999, a partir de 01/05/2000, a isenção das contribuições de que tratam os artigos 22 e 23 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, concedida à entidade Real Sociedade Espanhola de Beneficência, acima identificada, por infração ao(s) Parágrafo 6º, do artigo 55 da Lei n. 8.212, de 1991, combinado com o artigo 206, parágrafos 12 e 13 do Decreto n. 3048/99 – RPS e incisos III e IV do artigo 55 da Lei n. 8212/91, pelos motivos especificados em Informação Fiscal de 18/12/2007, com ciência em 19/12/2007 e Despacho Decisório n. 215/2008 DRF/SDR, em anexo. 5.5. Assim, foram objeto do Auto de Infração n. 37.238.3858 os valores relativos à parte patronal relativa à contratação de segurados empregados e médicos residentes (contribuintes individuais). Fl. 424DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.725380/200913 Resolução nº 2403000.159 S2C4T3 Fl. 4 3 DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou o presente Auto de Infração por meio do instrumento de fls. 176/208. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, em 30 de julho de 2010, a 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal em Salvador, prolatou o Acórdão 1524. 467, de fls. 288/294, mantendo procedente o lançamento, conforme ementa que abaixo se transcreve, verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2007 ISENÇÃO. CANCELAMENTO. DECISÃO DEFINITIVA. INEXISTÊNCIA. LANÇAMENTO. A inexistência de decisão definitiva no processo administrativo no qual se discute o cancelamento da isenção da entidade não constitui óbice à constituição do crédito tributário correspondente às contribuições devidas. O lançamento pode e deve ser efetuado pela administração tributária, a fim de evitar que as contribuições sejam alcançadas pela decadência. A decisão definitiva no processo de isenção é requisito apenas para que a União proceda à cobrança das contribuições lançadas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido DO RECURSO Inconformada, a empresa interpôs, tempestivamente, recurso voluntário, de fls. 296/376, requerendo a reforma do Acórdão, alegando em síntese que é imune e portanto é imune à cota patronal, que preenche todos os requisitos necessários para tanto, que o art. 55 da Lei 8.212/91 é inconstitucional, que a MP 446 influenciaria no julgamento do presente processo, que seria necessário esperar o julgamento final do ato cancelatório, tendo em vista que foi apresentado recurso voluntário, alega afronta a princípios e a jurisprudência dos tribunais superiores. É o relatório. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10580.725380/200913 Resolução nº 2403000.159 S2C4T3 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE O recurso é tempestivo, e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, portando dele tomo conhecimento. DO MÉRITO DO ATO CANCELATÓRIO DE ISENÇÃO, DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO E DO SOBRESTAMENTO DO FEITO A recorrente alega que no processo administrativo 18050.000995/200844 que trata do processo que discute a legitimidade do ato cancelatório de isenção, foi apresentado recurso voluntário, que está pendente de julgamento. Afirma também que por ser o recurso dotado de efeito suspensivo não poderia o auditor ter lavrado o auto em discussão antes do trânsito em julgado administrativo, por antecipar os efeitos de uma eventual e futura decisão desfavorável que não se coadunaria com o princípio da segurança jurídica. Referido processo, de fato, ainda não foi julgado definitivamente. Atualmente encontrase neste Conselho, tendo como única movimentação o seu recebimento no dia 15/09/2011, pendente de julgamento. Percebese, portanto, que os processos são conexos eis que derivam do mesmo fato e, o julgamento naquele processo influenciará sobremaneira o julgamento do presente, uma vez que o cerne da questão é a devida exclusão ou não do regime simplificado. O art. 265, IV, alínea “a” do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo tributário, prevê que o julgador poderá suspender o processo “quando a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente”, tal qual o presente caso. Neste sentido, sugiro o sobrestamento deste feito até que decisão final seja proferida nos autos do processo administrativo 18050.000995/200844, tudo a fim de se evitar o surgimento de decisões contraditórias. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por baixar os autos em diligência para a secretaria desta Câmara acompanhar o andamento e julgamento do processo administrativo 18050.000995/200844 e, quando de seu julgamento definitivo, informar o seu resultado para julgamento do presente processo por esta 4ª Câmara, 3ª Turma Ordinária. Marcelo Magalhães Peixoto Relator Fl. 426DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 13005.000751/2010-16
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Sep 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/05/2010
MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, nos termos da Súmula nº 2 do CARF.
SOBRESTAMENTO. NECESSIDADE DE EXPRESSA DETERMINAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
O CARF sobrestará apenas os processos, em sede de repercussão geral, em que o Supremo Tribunal Federal também o tenha feito de forma expressa, nos termos do art. 62-A do RICARF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2403-001.919
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/05/2010 MATÉRIA CONSTITUCIONAL. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, nos termos da Súmula nº 2 do CARF. SOBRESTAMENTO. NECESSIDADE DE EXPRESSA DETERMINAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O CARF sobrestará apenas os processos, em sede de repercussão geral, em que o Supremo Tribunal Federal também o tenha feito de forma expressa, nos termos do art. 62-A do RICARF. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim.
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O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, nos termos da Súmula nº 2 do CARF. SOBRESTAMENTO. NECESSIDADE DE EXPRESSA DETERMINAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O CARF sobrestará apenas os processos, em sede de repercussão geral, em que o Supremo Tribunal Federal também o tenha feito de forma expressa, nos termos do art. 62A do RICARF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 07 51 /2 01 0- 16 Fl. 100DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13005.000751/201016 Acórdão n.º 2403001.919 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face de acórdão proferido pela DRJ em Fortaleza, que entendeu por indeferir pedido de restituição, elaborado em 08/06/2010 sob o argumento de inconstitucionalidade da exigência fiscal prevista no art. 22, IV, da Lei 8.212/91, por não se coadunar com o instituto da substituição tributária prevista no parágrafo 7º do art. 150 da CF/88, fl. 02. DO DESPACHO DECISÓRIO Após analisar os argumentos da peticionante, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santa Cruz do Sul – RS, nas fls. 23/25, proferiu Despacho Decisório DRF/SCS N. 294/2010, em 23 de junho de 2010, entendendo pelo indeferimento do pleito ressarcitório, da seguinte forma, fl 25: Ante o exposto na Análise Preliminar da folha 13 e, Considerando a delegação de competência dada pela Portaria DRF.SCS 041, de 12 de maio de 2009; Não reconheço o direito creditório do contribuinte frente à Fazenda Pública da União, para as competências pleiteadas de 01/2004 até 05/2010 consoante ao parágrafo 1º do artigo 39 da Instrução Normativa RFB 900, de 30/12/2008. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Inconformado, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Manifestação de Inconformidade de fls. 29/35, requerendo a reforma da decisão. DO JULGAMENTO PELA DRJ A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ), em análise aos argumentos constantes na Manifestação de Inconformidade Apresentada, prolatou acórdão de número 1236.443 – 11ª Turma da DRJ/RJ1, na sessão de 31 de março de 2011, fls. 59/66 julgandoa improcedente, nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/05/2010 RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. O direito de pleitear a restituição para os tributos sujeitos à lançamento por homologação extinguese com o decurso do prazo de 05 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário, que ocorre no momento do pagamento antecipado. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 HIPÓTESES LEGAIS DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DA PREVISÃO COM BASE NA ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. O sujeito passivo somente tem direito à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nas hipóteses previstas no artigo 165 do Código Tributário Nacional c/c o artigo 89 da lei 8.212/91 e artigo 2º da Instrução Normativa RFB 900/2008. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. DO RECURSO VOLUNTÁRIO Inconformado com a decisão acima ementada, a recorrente apresentou suas razões recursais, fls. 87/95, requerendo a reforma do acórdão argumentando que o processo deve ficar sobrestado até o julgamento do Recursos Extraordinários de n. 561.908 e 595.838, nos quais tiveram reconhecida a repercussão geral por fim, alega a não ocorrência da prescrição, para ser reconhecido o direito creditório. É o relatório. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13005.000751/201016 Acórdão n.º 2403001.919 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE De acordo com o documento de fl. 87, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO SOBRESTAMENTO Aduz o recorrente que, conforme disposições regimentais, estaria este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais obrigado a sobrestar o andamento do presente processo haja vista a existência de repercussão geral nos Recursos Extraordinários n. 561.908 e n. 595.838. No entanto, não assiste razão a ele, uma vez que, apesar de reconhecida a repercussão geral, nos termos do art. 543B do Código de Processo Civil, não foi determinado expressamente, o sobrestamento das ações com matéria similar. Para tanto, vejase a ementa de ambos os julgados, destacandose desde já que não há no inteiro teor destes, manifestação de sobrestamento, in verbis: TRIBUTO REPETIÇÃO DE INDÉBITO LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 REPERCUSSÃO GERAL ADMISSÃO. Surge com repercussão geral controvérsia sobre a inconstitucionalidade, declarada na origem, da expressão “observado, quanto ao artigo 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional”, constante do artigo 4º, segunda parte, da Lei Complementar nº 118/2005. (RE 561908 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 08/11/2007, DJe157 DIVULG 06122007 PUBLIC 07122007 DJ 07122007 PP00016 EMENT VOL0230208 PP01660 ) **************************************************** EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. EXIGIBILIDADE. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS. ARTIGO 22, INCISO IV, DA LEI Nº 8.212/91. REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI Nº 9.876/99. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 595838 RG, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 14/05/2009, DJe027 DIVULG 11022010 PUBLIC 12022010 EMENT VOL0238904 PP00844 ) O Regimento Interno do CARF possui dispositivo que evita decisões administrativas em dissonância com as decisões do STF, determinando que – caso o STF Fl. 104DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 determine o sobrestamento pelos tribunais – o CARF também o faça. Nesse sentido, cabe referência ao § 1º do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Portanto, inaplicável o sobrestamento ao caso analisado. DA RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTES SOBRE OS SERVIÇOS PRESTADOS PELAS COOPERATIVAS DE TRABALHO – DA INCONSTITUCIONALIDADE ALEGADA Alega o recorrente que a retenção de 15% de contribuição prevista no art. 22, IV, da Lei 8.212/91 é indevida em face de sua inconstitucionalidade. Ao contrário do que pretende a Recorrente, não cabe ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, afastar a aplicação de uma lei sob a alegação de inconstitucionalidade, nos termos da Súmula n. 2 do CARF, verbis: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a constitucionalidade de lei tributária.” Mister destacar que os incisos I e II do Parágrafo único do art. 62 do Regimento Interno do CARF trazem exceções a essa regra, contudo, não sem aplicam ao caso em tela, verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou Fl. 105DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13005.000751/201016 Acórdão n.º 2403001.919 S2C4T3 Fl. 5 7 c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Por esses motivos, não merece prosperar as alegações de inconstitucionalidade aventadas pelo recorrente, eis que este Conselho carece de competência para proceder a tal análise. CONCLUSÃO Do exposto, conheço do recurso para negar provimento. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 24/09/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 13/09/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10325.001878/2010-33
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jun 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/2009 a 31/05/2010
PREVIDENCIÁRIO. IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA.
Não há litígio quando a Impugnação é apresentada fora do trintídio legal.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2403-001.808
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto - Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim.
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IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. Não há litígio quando a Impugnação é apresentada fora do trintídio legal. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 5. 00 18 78 /2 01 0- 33 Fl. 285DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário, fls. 190/212, interposto em face de Decisão de fl. 188, que entendeu por intempestiva a Impugnação apresentada, tendo em vista ter sido apresentada com mais de 30 (trinta) dias após o termo inicial do prazo, conforme se percebe da transcrição de seu texto: “Trata o presente processo de Auto de Infração n. DEBCAD 37.318.1906, lavrado contra o sujeito passivo supra, no valor atualizado de R$ 6.064.123,87 ( seis milhões, sessenta e quatro mil, cento e vinte e três reais e oitenta e sete centavos). Cientificado o sujeito passivo do referido Auto de Infração em 30/12/2010, conforme Aviso de Recebimento (AR), fls. 28, o prazo para apresentação de impugnação se iniciou em 31/12/2010, terminando em 31/01/2011. Entretanto, a impugnação foi apresentada apenas em 10/02/2011, conforme fls. 47, configurandose, portanto, sua intempestividade. O art. 10 da Portaria RFB n. 10.875, de 16 de agosto de 2007, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 24/08/2007, estabelece que, “a petição apresentada fora do prazo não caracteriza a impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário e não comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscita a tempestividade como preliminar. Diante do exposto, encaminhamos a Carta Cobrança.” DO RECURSO Inconformado, o município interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário (fls. 190/212), onde sustenta, acerca da intempestividade, que a Impugnação foi tempestiva, tendo em vista que só teve ciência do AI em 14/01/2011, pois o município estava em recesso de Ano Novo e o AR foi assinado por um motorista do município, servidor sem competência legal para tal ato. DA DECISÃO DO NÚCLEO DE ARRECADAÇÃO E COBRANÇA O Núcleo de Arrecadação e Cobrança – NURAC, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Imperatriz/MA, prolatou decisão de fls. 226/229. Em conclusão propôs o indeferimento do pedido do contribuinte e consequentemente determinou a cobrança do lançamento realizado. DAS DETERMINAÇÕES JUDICIAIS E DEMAIS INFORMAÇÕES Em razão da determinação acima, o município impetrou Mandado de Segurança n. 887123.2011.4.01.3701 para ter garantido seu direito ao recurso e que este fosse encaminhado compulsoriamente à este conselho para apreciar a preliminar de tempestividade suscitada bem como o mérito da questão. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10325.001878/201033 Acórdão n.º 2403001.808 S2C4T3 Fl. 3 3 Em primeira instância, o pedido de liminar foi apreciado e decidido pela não acolhimento do pleito. Em consequência, o então impetrante interpôs Agravo de Instrumento, tombado sob o n. 006195836.2011.4.01.0000/MA, que deferiu em parte seu pleito, conforme se percebe de trecho do decisum constante na fl. 237: 3) Diante de tal quadro, DEFIRO, em parte, o pedido de antecipação da pretensão recursal para determinar que o recurso interposto pelo ente municipal, em primeira instância, seja encaminhado à apreciação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (2ª instância), conforme previsto nos artigos 33 e 35 do Decreto 70.235/1972, bem como suspender a exigibilidade do crédito tributário discutidos nos autos principais (inciso III, art. 151, do CTN), com as suas consequências legais. Estas informações podem ser constatadas nas fls. 230 e seguintes dos autos. Tendo em vista o teor do julgado, a seção judiciária do Maranhão expediu ofício de n. 1450/2011/SECIV para ciência das determinações e consequentemente, adoção das medidas cabíveis à satisfação da ordem judicial, fl. 234. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em ImperatrizMA, fl. 240, com a finalidade de atender a ordem judicial, suspendeu a exigibilidade do crédito e, apesar de não considerar o rito correto, pois não houve decisão na 1a instância administrativa, encaminhou os autos a este Conselho. É o relatório. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO Conforme AR constante na fl. 30 da numeração digital, a Recorrente tomou conhecimento do Auto de Infração – AI 37.318.1906 e AI 37.318.1914 (lavrados em 16/12/2010 e 15/12/2010, respectivamente), no dia 30/12/2010, tendo iniciado o prazo para interposição da impugnação no primeiro dia útil seguinte, nos termos do art. 5o do Decreto n. 70.235/72, in verbis: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. O prazo para a interposição da impugnação é de 30 (trinta) dias contados da data da intimação, nos termos do art. 15 do Decreto n. 70.235/72, in verbis: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (sem destaque no original) Diante disso, o trintídio legal terminou no dia 31/01/2011. Logo, a impugnação foi apresentada fora do prazo, sendo este fato incontroverso nos autos, uma vez que o próprio recorrente assume a data do protocolo, que ocorreu em 10/02/2011 justificando se sob dois aspectos: a existência de feriado de ano novo; a pessoa que recebeu a carta não tinha atribuição para tanto. Quanto à intempestividade, seguem as lições de Marcos Vinícius Neder e Maria Teresa Martínez López (Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, 3a edição, Dialética, 2010, pág. 255), in verbis: “II.31.2. Intempestividade da impugnação Expirado o prazo para impugnação da exigência, deve ser declarada à revelia e iniciada a cobrança amigável, sendo que eventual petição apresentada fora do prazo não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade como preliminar.” Com relação à alegação do contribuinte, de que o funcionário, motorista, não teria atribuição para receber notificações, mas apenas o representante legal do destinatário, é matéria pacífica neste conselho que a intimação é válida quando realizada por meio postal e recebido por quem que seja. Este é o teor de uma das súmulas do CARF, in verbis: Fl. 288DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10325.001878/201033 Acórdão n.º 2403001.808 S2C4T3 Fl. 4 5 Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Com relação ao suposto feriado de ano novo também resta prejudicado, uma vez que a carta foi recebida em dia útil e não há previsão legal para suspensão do prazo em razão de feriados ou férias, aplicandose o art. 5º do Decreto 70.235, adrede exposto. CONCLUSÃO Diante do exposto, manifestome pelo não conhecimento do Recurso Voluntário, face a intempestividade da Impugnação. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 289DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 11557.001708/2008-73
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jun 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/2000 a 31/12/2004
NULIDADE. NFLD. FORMA. INOCORRÊNCIA.
Uma vez presentes os requisitos do art. 10 do Decreto n. 70.235/72, não há que se falar em inépcia do Auto de Infração, principalmente quando individualizado os fatos geradores através de Relatório Fiscal, bem como da capitulação legal constante de seus anexos, Fundamentos Legais de Débito - FLD e Discriminativo Analítico de Débito - DAD.
PRODUÇÃO RURAL. INCONSTITUCIONALIDADE. REPERCUSSÃO GERAL.
No RE 596.177, submetido ao regime do Art. 542-B, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, foi julgada a inconstitucionalidade da contribuição de 2% sobre a produção rural, por ofender ao art. 150, II, da CF, em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador e por necessidade de Lei Complementar para a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social.
CONTRIBUIÇÃO AO INCRA. LEGITIMIDADE. ARRECADAÇÃO. COMPETÊNCIA. LEI 8.022/90. DECRETO-LEI 1.110/70. SENAR. LEI. 8.315/91. ART. 543-C.
No julgamento do REsp 977.058/RS, relatoria do Ministro Luiz Fux, restou decidido que o INCRA nunca teve a seu cargo a atribuição de serviço previdenciário, razão por que a contribuição a ele destinada não foi extinta pelas Leis nºs 7.789/89 e 8.212/91 - ambas de natureza previdenciária -, permanecendo íntegra até os dias atuais como contribuição de intervenção no domínio econômico.
A competência para arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições passou apenas a ser da Secretaria da Receita Federal, após a vigência da Lei 11.457 de 16 de março de 2007, cumulada com a Lei 11.501 de 11 de julho de 2007, com revogação expressa do art. 94 da Lei 8.212/91.
A Lei 8.022.90 apenas transferiu para a SRF a administração das receitas decorrentes do cadastramento de imóveis rurais.
MULTA. RECÁLCULO. ART. 35-A DA LEI 8.212/91.
Tendo em vista que o artigo 106 do CTN expressa o princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-001.907
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial do recurso para excluir da autuação os valores referentes à produção rural e determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa de mora..
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto, Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2000 a 31/12/2004 NULIDADE. NFLD. FORMA. INOCORRÊNCIA. Uma vez presentes os requisitos do art. 10 do Decreto n. 70.235/72, não há que se falar em inépcia do Auto de Infração, principalmente quando individualizado os fatos geradores através de Relatório Fiscal, bem como da capitulação legal constante de seus anexos, Fundamentos Legais de Débito FLD e Discriminativo Analítico de Débito DAD. PRODUÇÃO RURAL. INCONSTITUCIONALIDADE. REPERCUSSÃO GERAL. No RE 596.177, submetido ao regime do Art. 542B, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, foi julgada a inconstitucionalidade da contribuição de 2% sobre a produção rural, por ofender ao art. 150, II, da CF, em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador e por necessidade de Lei Complementar para a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA. LEGITIMIDADE. ARRECADAÇÃO. COMPETÊNCIA. LEI 8.022/90. DECRETOLEI 1.110/70. SENAR. LEI. 8.315/91. ART. 543C. No julgamento do REsp 977.058/RS, relatoria do Ministro Luiz Fux, restou decidido que o INCRA nunca teve a seu cargo a atribuição de serviço previdenciário, razão por que a contribuição a ele destinada não foi extinta pelas Leis nºs 7.789/89 e 8.212/91 ambas de natureza previdenciária , permanecendo íntegra até os dias atuais como contribuição de intervenção no domínio econômico. A competência para arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições passou apenas a ser da Secretaria da Receita Federal, após a vigência da Lei AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 55 7. 00 17 08 /2 00 8- 73 Fl. 347DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 11.457 de 16 de março de 2007, cumulada com a Lei 11.501 de 11 de julho de 2007, com revogação expressa do art. 94 da Lei 8.212/91. A Lei 8.022.90 apenas transferiu para a SRF a administração das receitas decorrentes do cadastramento de imóveis rurais. MULTA. RECÁLCULO. ART. 35A DA LEI 8.212/91. Tendo em vista que o artigo 106 do CTN expressa o princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial do recurso para excluir da autuação os valores referentes à produção rural e determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa de mora.. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto, Carolina Wanderley Landim. Fl. 348DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 11557.001708/200873 Acórdão n.º 2403001.907 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face de DecisãoNotificação n. 07.401.4/0143/2005, proferida pela Delegacia da Receita Previdenciária em Vitória/ES, que entendeu por manter a autuação constante da NLFD DEBCAD n. 35.776.0549, originalmente no importe de R$ 622.687,31 (seiscentos e vinte e dois mil seiscentos e oitenta e sete reais e trinta e um centavos). Os fatos foram narrados no relatório fiscal, fls. 83/85: 4. Característica do Débito: 08/00 a 09/01: Diferenças de recolhimento do Seguro do Acidente de Trabalho – SAT e da contribuição patronal referentes à comercialização de produtos rurais; 08/00 a 13/04: Diferenças de recolhimento referentes a “Terceiros”incidentes sobre a folha de pagamento. 5 – Fato Gerador 5.1 – A base de cálculo da contribuição do empregador rural pessoa física é a comercialização da receita bruta proveniente da sua produção (Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 25, (com as alterações posteriores da Lei n. 10.256, de 09/07.2001), I (com as alterações da Lei n. 9.528, de 10.12.97) e parágrafos 3 e 4 (com alterações da Lei n. 8.540, de 22.12.92, e posteriores da Lei n. 10.256, de 09.07.2001); Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, art. 9, I e V, “a”, art. 200, I, parágrafos 1. (revogado, posteriormente pelo Decreto 4.032, de 26.1.01), 4, 5, 7 e art. 216, III e IV e parágrafo 5, com as alterações dadas pelo Decreto n. 3.265, de 29.11.99. 5.1.1. Conforme constatado nas GFIPs – Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, nas competências 08/00 a 09/01 a empresa informou valores relativos à comercialização da produção rural adquirida de pessoas físicas (FPAS 744) sem ter efetuado o respectivo recolhimento, na sua totalidade, do SAT e parte patronal. 5.2 – O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderá arrecadar e fiscalizar, mediante remuneração de 3,5% do montante arrecadado, contribuição por lei devida a terceiros, desde que provenha de empresa, segurado, aposentado ou pensionista a ele vinculado, aplicandose a essa contribuição, no que couber, o disposto na Lei (Lei n. 8.212/91, art. 94 “com a redação dada pela MP n. 15234, de 05/02/97, e reedições posteriores até à MP n. 159614, de 10/11/97, convertidas na Lei n. 9.528, de 10/12/97) 5.2.1 – Conforme recolhimentos efetuados pela empresa, constatamos que a mesma não recolheu a contribuição referente a terceiros (INCRA) incidentes sobre a folha de pagamento do período 08/00 a 13/04. A empresa tem convênio com o SalárioEducação, cuja contribuição foi recolhida. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou o presente Auto de Infração por meio do instrumento de fls. 120/130. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, Delegacia da Receita Previdenciária em Vitória/ES, prolatou a Decisão Notificação n. 07.401/0143/2005, fls. 254/260, mantendo o lançamento, conforme ementa que abaixo segue transcrita, verbis: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRODUTO RURAL. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE. INCRA. MULTA DE MORA. INCONSTITUCIONALIDADE. O adquirente de produto rural de produtor rural pessoa física é responsável pela arrecadação da contribuição por este devida, artigo 30 incisos III da Lei 8.212/91 É devida à Seguridade Social, contribuição previdenciária patronal, as devidas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa, sobre a comercialização de produtos rurais, bem como para terceiros – INCRA, sobre a Folha de Pagamento de seus empregados, declarados em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e informações à Previdência Social – GFIP. É lícita a cobrança de multa sobre contribuições sociais em atraso, nos termos do artigo 35 da Lei 8.212/91, com alterações posteriores. Inconstitucionalidade é matéria reservada ao Supremo Tribunal Federal, conforme art. 102 parágrafo 1º da Constituição Federal de 1988. LANÇAMENTO PROCEDENTE. DO RECURSO Inconformado, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário de fls. 265/276, requerendo a reforma do Acórdão, com os seguintes argumentos, em suma: Os fundamentos utilizados pela autoridade julgadora da defesa administrativa para manter o débito subsistente são vagos, abstratos e inconsistentes pois, conforme é de rigor, não configuram a res dúbia, res controversa, consoante determinam as instruções interna corporis do INSS que dispõe sobre o julgamento de feitos na linha da previdência social; O Instituto Nacional do Seguro Social não tem competência, nas competências anteriores a novembro/2001, para proceder à fiscalização e arrecadação de contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção agrícola adquirida pela empresa notificada do produtor rural pessoa física; Após a Constituição Federal os serviços sociais passaram para a competência e responsabilidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), art. 62 do ADCT passando o INCRA a desempenhar exclusivamente, atividades de interesse público Fl. 350DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 11557.001708/200873 Acórdão n.º 2403001.907 S2C4T3 Fl. 4 5 geral no âmbito do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, o que esvaziaria a natureza da contribuição corporativa para caracterizarse como imposto, vedado expressamente pelo artigo 167, inciso IV da Carta Magna e ainda que não o fosse o INSS não teria competência para proceder a sua fiscalização; É improcedente a incidência de percentual de 15% a título de multa moratória, deveria o agente exator aplicar as alíquotas previstas no art. 35 da Lei n. 8.212/91, por ser menos severa, nos termos do art. 106, alínea “c”do CTN. É o relatório. Fl. 351DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme o documento de fls. 344, tomo o recurso como tempestivo e, por estarem presentes os demais requisitos, adentro ao mérito da questão. DA NULIDADE DE FORMA DA NFLD Alega o recorrente que o INSS, ao lavrar a notificação de lançamento de débito, deixou de observar várias exigências de forma contidas no Código Tributário Nacional, art. 142 c/c art. 202 e no Decreto n. 70.235/72 (art. 10) tornandoa inepta. Afirma que o INSS não capitulou, com precisão, a imposição tributária nem circunstanciou adequadamente a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. No entanto, conforme se percebe do compulsar dos autos, consta nas fls. 83/85 o relatório fiscal que informa os a legislação, assim como individualiza os fatos geradores, correlacionando os fatos às disposições legais. Também corroborando os fatos, nas fls. 06/24, consta o Discriminativo Analítico de Débito – DAD, fls. 25/31 o Discriminativo Sintético de Débito – DSD, assim como nas fls. 32/49 o Relatório de Lançamentos. Não há, portanto, qualquer nulidade de forma no referido auto de infração. DO MÉRITO DA COMPETÊNCIA DO INSS PARA A ARRECADAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZADAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL A matéria posta resta prejudicada uma vez que, conforme será demonstrado no tópico seguinte, não poderia ter sido objeto da autuação a exigência de contribuição sobre a produção rural. DA (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA Dentre as exigências realizadas pelo fiscal na autuação está a contribuição do empregador rural, conforme art. 25, parágrafos 3º e 4º da Lei 8.212/91. No entanto, cumpre esclarecer que a exigência foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de julgamento nos moldes do art. 543B, de reprodução obrigatória por este conselheiro, em razão de expressa disposição regimental, art. 62A, in verbis: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA. INCIDÊNCIA SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA Fl. 352DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 11557.001708/200873 Acórdão n.º 2403001.907 S2C4T3 Fl. 5 7 PRODUÇÃO. ART. 25 DA LEI 8.212/1991, NA REDAÇÃO DADA PELO ART. 1º DA LEI 8.540/1992. INCONSTITUCIONALIDADE. I – Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador. II – Necessidade de lei complementar para a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social. III – RE conhecido e provido para reconhecer a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei 8.540/1992, aplicandose aos casos semelhantes o disposto no art. 543B do CPC. (RE 596177, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe165 DIVULG 26082011 PUBLIC 29082011 EMENT VOL0257502 PP00211 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 653662) Cumpre trazer à lume os argumento para reconhecimento da inconstitucionalidade, constantes no voto condutor do acórdão, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski: A Lei Maior é exaustiva quanto aos fatos que podem dar causa à obrigação de financiamento da seguridade social,e que somente a Constituição pode abrir exceção à unicidade de incidência da contribuição; O produtor rural passou a estar compelida a duplo recolhimento, com a mesma destinação, ou seja, o financiamento da seguridade social recolhe, a partir do disposto no art. 195, I, alínea 'b', a COFINS e a contribuição prevista no referido art. 25"; Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária Art. 150, II, da CF/1988 pois haveria duplicidade de contribuição, uma vez que o produtor rural, caso possua empregados estará obrigado não só ao recolhimento sobre a folha de salários, como também, levando em conta o faturamento da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e da prevista tomada a mesma base de incidência, o valor comercializado no artigo 25 da Lei n. 8.212/91; Necessidade de lei complementar para se instituir nova fonte de custeio para a seguridade social, dado que o faturamento e resultado da produção não possuem o mesmo significado. Nesse sentido, destacou ser essa a razão para a existência do art. 195 da Constituição e da impossibilidade de se considerar o previsto no art. 25, I e II, da Lei 8.212/1991 como majoração da alíquota da contribuição prevista na Lei Complementar 70/1991. Todos os fundamentos foram retirados do julgamento do RE 363.852, matéria com o mesmo objeto do julgado acima, apenas sem o pálio da repercussão geral, de relatoria do Ministro Marco Aurélio, cuja ementa segue dado o valor do precedente: RECURSO EXTRAORDINÁRIO PRESSUPOSTO ESPECÍFICO VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO ANÁLISE CONCLUSÃO. Porque o Supremo, na análise da violência à Constituição, adota entendimento quanto à matéria de fundo do Fl. 353DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 extraordinário, a conclusão a que chega deságua, conforme sempre sustentou a melhor doutrina José Carlos Barbosa Moreira , em provimento ou desprovimento do recurso, sendo impróprias as nomenclaturas conhecimento e não conhecimento. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS SUBROGAÇÃO LEI Nº 8.212/91 ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 UNICIDADE DE INCIDÊNCIA EXCEÇÕES COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PRECEDENTE INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária subrogada do adquirente, presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no tempo considerações. (RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2010, DJe071 DIVULG 22042010 PUBLIC 23042010 EMENT VOL0239804 PP00701 RTJ VOL00217 PP00524 RET v. 13, n. 74, 2010, p. 4169) O Acórdão prolatado foi no seguinte sentido, in verbis: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade e nos termos do voto do relator, em conhecer e dar provimento ao recurso extraordinário para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do recolhimento por sub rogação sobre a "receita bruta proveniente da comercialização da produção rural"de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, declarando a inconstitucionalidade do artigo 1 da Lei n. 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n. 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei n. 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional n. 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial, invertidos os ônus sucumbência. Em seguida, o relator apresentou petição da União no sentido de modular os efeitos da decisão, que foi rejeitada por maioria, vencida a Ministra Ellen Gracie, em sessão presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Em continuação ao acórdão do Recurso em sede de repercussão geral, para que não restasse dúvidas, o Ministro relator do primeiro acórdão julgado, RE 363.852, Marco Aurélio, interveio em seu voto, cujos trechos seguem transcritos a seguir: Fl. 354DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 11557.001708/200873 Acórdão n.º 2403001.907 S2C4T3 Fl. 6 9 Senhor Presidente, apenas em atenção ao que foi veiculado da tribuna, consigno que persiste o erro glosado quando do pronunciamento anterior do Tribunal. Veio à balha não uma lei complementar que atendesse ao artigo 195, parágrafo quarto, da Carta Federal, mas uma lei ordinária, a n. 10.256/2001. E nem se diga que a Emenda Constitucional n. 20 acabou por placitar a utilização da lei ordinária para criação desse tributo, porque apenas alterou o parágrafo oitavo do artigo 185 para expungir a referência a garimpeiro. A situação, portanto, é idêntica àquela com a qual o Plenário se defrontou se não me falha a memória, quando do julgamento do Recurso Extraordinário n. 363.852/MG , e concluiu pelo provimento do recurso do contribuinte. Acompanho o relator provendo o recurso e declarando a inconstitucionalidade dos preceitos referidos por Sua Excelência, reportandome ao voto proferido no mencionado extraordinário: (...) Portanto, há de ser afastada a exigência no tocante à contribuição rural. DA CONTRIBUIÇÃO AO INCRA Alega o recorrente que a contribuição ao INCRA foi instituída pelo Decreto Lei n. 1.110/70, com o fim de propiciar o financiamento dos serviços sociais e após o advento da Constituição de 1988 tais serviços passaram a ser de responsabilidade do SENAR. Em síntese, afirma que a natureza da contribuição corporativa passou a se caracterizar como imposto com destinação específica, o que seria vedado pelo art. 167, inciso IV da Carta Magna. Subsidiariamente, também afirma que o INSS não teria competência para proceder a sua fiscalização e arrecadação uma vez que o tributo tem como base de incidência o saláriodecontribuição dos empregados, quando o INSS poderia apenas arrecadar em favor de terceiros e, a Lei 8.022/91, transferiu a competência para fiscalização e arrecadação do INCRA à SRF. Apesar dos esforços do recorrente, temse que a matéria ventilada já foi objeto de julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Repetitivo de controvérsia, art. 543C, de reprodução obrigatória por este conselho, nos termos do art. 62A do RICARF, in verbis: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DESTINADA AO INCRA. NATUREZA. INTERVENÇÃO NA ATIVIDADE ECONÔMICA. 1. Criado pelo DL nº 1.110/70 com a missão de promover e executar a reforma agrária, a colonização e o desenvolvimento rural no País, ao Incra foi destinada, para a consecução de seus objetivos, a receita advinda da contribuição incidente sobre a Fl. 355DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 10 folha de salários no percentual de 0,2% fixada no art. 15, II, da LC nº 11/71. 2. O Incra nunca teve a seu cargo a atribuição de serviço previdenciário, razão por que a contribuição a ele destinada não foi extinta pelas Leis nºs 7.789/89 e 8.212/91 – ambas de natureza previdenciária –, permanecendo íntegra até os dias atuais como contribuição de intervenção no domínio econômico. 3. Entendimento da Primeira Seção, nos termos do artigo 543C do Código de Processo Civil, no REsp 977.058/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 10.11.08. 4. Tendo o Tribunal regional, diante das especificidades do processo, reduzido a sucumbência a 5% do valor da condenação, a revisão da verba honorária esbarraria no óbice da Súmula 7/STJ. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg nos EDcl no REsp 973.204/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/05/2009, DJe 25/05/2009) Quanto à competência para arrecadação e fiscalização, cumpre observar que assiste razão à DRJ ao afirmar que com relação à contribuição destinada ao INCRA, a Lei 8.022/90, não extinguiu a competência do INSS, em razão da vigência à época do disposto no art. 94 da Lei 8.212.91. Somente foi transferida para a SRF somente a administração das receitas decorrente do cadastramento de imóveis rurais, sem relação com as contribuições em apreço. A competência para arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições passou apenas a ser da Secretaria da Receita Federal, após a vigência da Lei 11.457 de 16 de março de 2007, cumulada com a Lei 11.501 de 11 de julho de 2007. DA MULTA APLICADA Os fundamentos legais para aplicação da multa estão esposados na fl. 75 dos autos, cujo teor é o seguinte: ACRÉSCIMOS LEGAIS MULTA Competências : 08/2000 a 13/2004 Lei n. 8.212, de 2 4 . 0 7 . 9 1 , art. 35, I, II, III (com a redação dada pela Lei n. 9.876, de 26.11.99); Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, art. 239, III, "a", "b" e "c", parágrafos 2. ao 6. e e 11, e art. 242, parágrafos 1. e 2. (com a redação dada pelo Decreto n. 3.265, de 29.11.99). CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGAÇÃO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO: 8% dentro do mês do mês de vencimento da obrigação; 14%, no mês seguinte; 20%, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; PARA PAGAMENTO DE CRÉDITOS INCLUIDOS EM NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DEBITO (NFLD): 2 4% em ate 15 dias do recebimento da notificação; 3 Fl. 356DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 11557.001708/200873 Acórdão n.º 2403001.907 S2C4T3 Fl. 7 11 0% apos o 15. dia do recebimento da notificação; 4 0% apos a apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, ate quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; 5 0% apos o 15. dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Divida Ativa; PARA PAGAMENTO DO CREDITO INSCRITO EM DIVIDA ATIVA: 60%, quando não tenha sido objeto de parcelamento; 70%, se houve parcelamento; 80%, apos o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o credito não foi objeto de parcelamento; 100% apos o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o credito foi objeto de parcela mento. OBS.: NA HIPÓTESE DAS CONTRIBUIÇÕES OBJETO DA NOTIFICAÇÃO DO DEBITO TEREM SIDO DECLARADAS EM GFIP, EXCETUADOS OS CASOS DE DISPENSA DA APRESENTAÇÃO DESSE DOCUMENTO, SERA A REFERIDA MULTA REDUZIDA EM 50% (CINQUENTA POR CENTO). A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias Fl. 357DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 12 da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Fl. 358DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 11557.001708/200873 Acórdão n.º 2403001.907 S2C4T3 Fl. 8 13 Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, cominelhe penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. CONCLUSÃO Do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso para excluir da autuação os valores referente à produção rural e determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 359DF CARF MF Impresso em 07/06/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 24/04 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/06/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 14041.000497/2008-50
Data da sessão: Tue Aug 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Oct 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
Após inicio de procedimento fiscal, resta afastada a espontaneidade, nos termos do art. 138, parágrafo único, do CTN.
MULTA. RECÁLCULO.
Recálculo da multa de mora para que seja aplicada a mais benéfica ao contribuinte por força do art. 106, II, c do CTN.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.204
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo do valor da multa de mora, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96). Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Após inicio de procedimento fiscal, resta afastada a espontaneidade, nos termos do art. 138, parágrafo único, do CTN. MULTA. RECÁLCULO. Recálculo da multa de mora para que seja aplicada a mais benéfica ao contribuinte por força do art. 106, II, “c” do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o recálculo do valor da multa de mora, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96). Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 04 97 /2 00 8- 50 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000497/200850 Acórdão n.º 2403002.204 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário, interposto em face do Acórdão nº. 03 29.861, proferido pela DRJ em Brasília na qual julgou pela procedência do lançamento efetuado, consubstanciado no DEBCAD nº. 37.158.0587, cujo montante equivale a R$ 14.156,39 (catorze mil cento e cinquenta e seis reais e trinta e nove centavos), correspondente ao período de 01/2004 a 12/2004, referente às contribuições previdenciárias devidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais, não declaradas em GFIP, apuradas por meio de folha de pagamento. O Relatório Fiscal, fls. 36/40, assim consigna: DESCRIÇÃO DO FATO GERADOR Contribuições previdenciárias que determina a legislação sejam descontadas da remuneração dos segurados empregados e contribuintes individuais e que, portanto são devidas pelo CONTRIBUINTE (EMPRESA) PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL. Não tendo as mesmas sido declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações a Previdência Social – GFIP, referente à remuneração auferida pelos segurados, apurada por meio da folha de pagamento; (...) DO PROCEDIMENTO FISCAL Todos os valores apurados foram relacionados através da folha de pagamento e demais documentos/arquivos digitais fornecidos pela empresa durante a fiscalização (validações dos arquivos digitais, anexo III). O crédito previdenciário ora levantado correspondente às contribuições dos segurados, não recolhidas pela empresa encontramse detalhados no ANEXO IV e ANEXO V. Os valores de créditos apurados são as diferenças não declaradas e nem recolhidas pela empresa referente aos valores devidos sobre as remunerações dos empregados e contribuintes individuais, calculado com base nas seguintes alíquotas: a) Sobre as verbas de remuneração dos segurados empregados: · 7,65%, 8,65%, 9% ou 11% sobre o valor pago ou creditado no mês, a título de contribuição descontada do segurado, conforme a faixa salarial, no período da ocorrência do fato gerador, até o limite máximo de contribuição. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 b) Sobre a base de cálculo dos contribuintes individuais sem vínculo empregatício: · 11% a título de contribuição descontada do contribuinte individual, pela empresa, em razão da dedução prevista no § 4º do art. 30, inciso I, alínea “b”, da Lei nº 8.212, de 24/07/91 (a partir de 04/2003). Destacase também que não existem recolhimento em Guia da Previdência Social – GPS para estes valores, pois as GPS constantes no sistema para a empresa estão relacionadas às GFIP declaradas. E mesmo assim a empresa possui valores a serem apurados automaticamente pelo sistema decorrentes destas GFIP declaradas em confronto com as GPS recolhidas no montante de R$ 811.882,32, valores estes que não foram autorizados para apuração por esta fiscalização e que serão oportunamente lavrados pelo setor competente através do batimento automático. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento efetuado, a empresa contestou a autuação fiscal por meio do instrumento de fls. 75/77 do Processo a qual está apenso, nº. 14041.000500/200835. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da então Impugnante, a 5ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em Brasília/DF, DRJ/BSA, prolatou o Acórdão n° 03 29.861, fls. 57/61, na qual se decidiu pela procedência do lançamento, mantendo incólume o crédito tributário constituído, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 AIOP nº. 37.158.0587 CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. A empresa é obrigada a arrecadar, mediante desconto das remunerações, e recolher à Seguridade Social, as contribuições dos segurados a seu serviço, conforme previsto nas Leis nº 8.212/91 e nº 10.666/93. GFIP RETIFICADORA. SUBSTITUIÇÃO DA ANTERIOR. A GFIP retificadora deverá ser apresentada com todas as informações corretas que veriam ter sido apresentadas inicialmente, visto que substitui a anterior. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Entendese por denúncia espontânea aquela efetuada pelo contribuinte responsável pela prática de infração tributária, antes de iniciado qualquer procedimento administrativo fiscal, acompanhada, se for o caso, do prévio pagamento do tributo, acrescido de juros e correção monetária. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000497/200850 Acórdão n.º 2403002.204 S2C4T3 Fl. 4 5 Lançamento Procedente DO RECURSO Irresignada, a Recorrente apresentou tempestivamente Recurso Voluntário, fls. 64/66, aduzindo, em apertada síntese, os seguintes argumentos de defesa: Nos comprovantes anexos, os segurados empregados foram identificados em GFIP retificadoras, cujo recolhimento do INSS já fora efetuado no prazo legal, não havendo, portanto, nenhum recolhimento a ser efetuado; Traz em sua defesa o art. 138 do CTN, alegando que por ter apresentado as GFIP retificadoras, teria se manifestado previamente e de forma espontânea, razão pela qual não estaria sujeita ao pagamento da multa. É o relatório. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE O recurso é tempestivo, fl. 68, e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, portando dele tomo conhecimento. MÉRITO As razões consignadas no Recurso Voluntário interposto pela Recorrente são idênticas as já apresentadas em sede de impugnação. Primeiramente, quanto a apresentação das GFIP’s retificadoras, temse que a empresa não realizou corretamente a retificação por não incluir a totalidade dos segurados a seu serviço. Isso porque, segundo o Manual da GFIP/SEFIP 8.0, vigente à época das correções procedidas pela empresa, quando retificadora, tal declaração tem o condão de se sobrepor à anteriormente declarada, fazendose necessário informar tanto as informações corretas declaradas anteriormente, bem como as correções das equivocadas e a inclusão das omissas. Não foi o que ocorreu no caso em tela. Segundo relata o Acórdão da DRJ, fl. 59, as GFIP’s retificadoras não contemplou o total dos seus segurados, in verbis: Outrossim, a defendente não procedeu à correção das GFIP, tendo omitido, nas GFIP retificadoras, vários dos segurados presentes nas GFIP anteriores e nas folhas de pagamento (conforme ANEXO IV – detalhamento nome a nome dos segurados para apuração da contribuição não declarada, que traz a discriminação dos segurados considerando cada competência e Sistemas GFIPWEB da RFB). Ademais, as GFIP’s retificadoras incluíram diversos empregados que não se encontravam nas GFIP’s primárias, sem que se efetuasse o correlato recolhimento das contribuições previdenciárias, razão pela qual não procede o argumento da Recorrente quando alega que as retificações realizadas não tiveram o único intuito de discriminar e identificar o recolhimento já realizado. Neste sentido, a Recorrente alega mero erro de divergência de código de recolhimento na identificação dos segurados (NIT), o que não prospera, conforme pesquisa realizada pela DRJ e constante em seu voto, conforme abaixo colacionado: A alegação dada pela Impugnante, para alguns empregados, de retificação do número do NIT, conforme documentos em anexo, não tem comprovação fática, haja vista a defendente não anexar nenhum documento relativo a essas alterações, bem como tal retificação não ser necessária, tendo em vista que, em pesquisa ao sistema CNISA da previdência social, para os segurados elencados, os NIT vinculados aos mesmos estão corretos, não possibilitando alteração. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000497/200850 Acórdão n.º 2403002.204 S2C4T3 Fl. 5 7 Considerando a fé de ofício nas informações prestadas pelas autoridades fiscais que compõem a Delegacia Regional de Julgamento, não havia equívoco junto ao NIT indicado nas GFIP’s primárias. Tal fato só poderia ser ilidido mediante a apresentação de quaisquer elementos probatórios aptos a provar o alegado. Isso porque, mesmo em matéria tributária, cabe a ambos, ao Fisco e ao contribuinte, não só alegar, como, precipuamente, produzir provas que ofereçam condições de convicção favoráveis à sua pretensão. Por oportuno, transcrevese as palavras de Marcos Vinícius Neder, quando afirma que “no processo administrativo fiscal, temse como regra que o ônus da prova recai sobre quem dela se aproveita. Assim, se a Fazenda alega ter ocorrido o fato gerador da obrigação tributária, deverá apresentar a prova de sua ocorrência. Se, por outro lado, o contribuinte aduz a inexistência da ocorrência do fato gerador, igualmente, terá que provar a falta dos pressupostos de sua ocorrência ou a existência de fatores excludentes” (A Prova no Processo Tributário, Coordenadores Marcos Vinicius Neder, Eurico Marcos Diniz de Santi, Maria Rita Ferragut, São Paulo: Dialética 2010). Portanto, temse devidos os valores lançados, inclusive aqueles cobrados a título de multa, por se ver afastada a espontaneidade, em razão do preceituado no art. 138, do CTN, que assim dispõe: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Portanto, desde a expedição e ciência do termo de início de procedimento fiscal, fls. 09/10, já não haveria que se falar em denúncia espontânea, de modo que não subsistem razões que permitam a exoneração da multa presentemente discutida. Quanto aos parcelamentos e comprovantes de recolhimento apresentados em sede de Impugnação, tais documentos já foram devidamente apropriados nos lançamentos que instruem o presente feito, conforme fls. 11/18. DA MULTA APLICADA A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 75DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das Fl. 76DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 14041.000497/200850 Acórdão n.º 2403002.204 S2C4T3 Fl. 6 9 contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Já em relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplicase apenas a multa de ofício. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, cominelhe penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário para, no mérito dar parcial provimento, para determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 77DF CARF MF Impresso em 08/10/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/09 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 01/10/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 13609.000946/2007-53
Data da sessão: Thu Jun 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Aug 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2006
DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91
Toda empresa está obrigada a exibir os documentos relacionados às contribuições previdenciárias solicitados pela fiscalização.
Constitui infração a não exibição dos documentos relacionados às contribuições previdenciárias ou a exibição de documento ou livro que não atenda as formalidades exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita informação verdadeira.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2403-002.104
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2006 DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91 Toda empresa está obrigada a exibir os documentos relacionados às contribuições previdenciárias solicitados pela fiscalização. Constitui infração a não exibição dos documentos relacionados às contribuições previdenciárias ou a exibição de documento ou livro que não atenda as formalidades exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita informação verdadeira. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
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Constitui infração a não exibição dos documentos relacionados às contribuições previdenciárias ou a exibição de documento ou livro que não atenda as formalidades exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita informação verdadeira. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 00 09 46 /2 00 7- 53 Fl. 266DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Freitas de Souza, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 267DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13609.000946/200753 Acórdão n.º 2403002.104 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado em face de acórdão de n. , que manteve o exigência do auto de infração (DEBCAD 37.022.2555) constante na fl.11, no importe de R$ 11.951,21 (onze mil novecentos e cinqüenta e um reais e vinte e centavos), por ter a empresa infringido o disposto nos arts. 92 e 102 da Lei 8.212/91 e art. 292, inciso I, do RPS. No relatório fiscal da infração, Fls. 36/41, a autoridade fazendária competente informa: 4. A empresa deixou de exibir os seguintes documentos solicitados através dos Termos de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD: 4.1. Parte dos documentos relativos aos processos trabalhistas, contidos nas relações fornecidas pelas Varas de Trabalho de Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Belo Horizonte, tais como: petições iniciais, acordos ou sentenças e identificação das contas contábeis nas quais foram escriturados os valores decorrentes, uma vez que não foram localizados pela fiscalização (TIAD de 01/03/2007); 4.2. Livros Razão de 1997, 1998, 2000, 2001 e 2002; 4.3. Relação dos beneficiários da cesta básica. 5. O não lançamento de valores na contabilidade, que sejam ou não fato gerador de contribuição previdenciária, caracteriza apresentação de documento deficiente, que é aquele que, segundo o Regulamento da Previdência Social – RPS, omite informação verdadeira que não corresponda à realidade. 5.1. A empresa não escriturou, de 01/2001 a 11/2006, a movimentação bancária, embora tenham sido identificadas, por intermédio dos documentos que serviram de base para os registros contábeis, a saber: (...) 5.2. Foram encontradas folhas de pagamento de salários do “centro de custo 20”, meses 01, 02 e 04 a 12/2004 e 13º de 2004 (cópias juntadas por amostragem), não escrituradas, nas quais estão relacionados empregados não registrados e pagamento de remuneração adicional e horas extras, caracterizando o conhecido “por fora”. 5.3. Não foi contabilizado o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados – PRL de 2005. Fl. 268DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 5.4. Não localizamos a contabilização das verbas decorrentes de processos trabalhistas nem das respectivas Guias de Recolhimento da Previdência Social – GPS abaixo relacionadas: (...) 5.5. Verificase a falta de inclusão de segurados empregados nas folhas de pagamento. A empresa prestou serviços a diversas empresas de 01 a 05 de 1997, como comprovam as notas ficais de serviços, tendo informado apenas um trabalhados na função de encarregado de constas e o próprio sócios, dado ratificado pela Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Contraditoriamente, foram localizados recibos de compra de valestransporte neste período, como exemplificamos abaixo, o que significa que a empresa deixou de inserir empregados na folha e omitiu a contabilização de seus salários. (...) DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou o presente Auto de Infração por meio do instrumento de fls. 68/81. DO DESPACHO DA DRJ Em virtude dos argumentos apresentados no auto de infração, a 6ª Turma da DRJ/BHE determinou em 29 de maio de 2008, com fundamento no art. 18 do Decreto 70.235/72 o encaminhamento à DRF de origem para sanar alguns questionamentos, conforme se percebe da colação de parte de seu texto: Na defesa foram apresentadas as seguintes questões: O contribuinte autuado reportase à defesa da NFLD n. 37.099.7182, onde alega que apresentou as listas de beneficiários de cestas básicas. Contesta informação fiscal sobre não contabilização de Participação nos Lucros e Resultados de 2005. Alega que foram contabilizados corretamente os valores indicados no item 5.4.1. do Relatório Fiscal. Em que pese a correta autuação fiscal, fazse necessário o retorno dos autos à Auditoria Fiscal autuante, para manifestação acerca das questões acima apontadas, considerando tratarse de matéria de fato alegada pelo contribuinte. DO RETORNO DA DILIGÊNCIA Em razão da determinação acima, foram apresentadas as respostas nas fls. 125/127, em síntese: (...) 2. Relativamente à apresentação da lista de beneficiários de cestas básicas, solicitada através do Termos e Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD de 27/07/2007 (fls. 22), confirmamos que durante a ação fiscal o sujeito passivo não se Fl. 269DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13609.000946/200753 Acórdão n.º 2403002.104 S2C4T3 Fl. 4 5 dignou a apresentála, tendo informado somente a quantidade de cestas básicas fornecidas por mês. (...) 3. Quanto a não contabilização da Participação nos Lucros e Resultados – PRL, o contribuinte equivocouse em sua impugnação, apresentando argumentos desconexos, que não se aplicam à situação, tais como: `a contabilização pressupõe inequivocadamente a apuração do lucro, sem fala na previsão de sua distribuição’. (...) 3.3. As referidas fo;lhas não foram apresentadas pelo contribuinte, sob a alegação de que não foram pagos valores a este título a seus empregados, mesmo que previstos em Convenções Coletivas de Trabalho. No entanto, junto com as folhas de pagamento de salários do centro de custo – 20, descritas no item 5.2. do Relatório Fiscal, fls. 27, foi encontrada a folha de pagamento da PRL de 2005, cópia anexa fls. 43, que não foi contabilizada. 4. Quanto ao item 5.4.1. do Relatório Fiscal, parece que houve um engano por parte da autora signatária do despacho de fls. 114, posto que no item 5.4.1., a auditora autuante menciona a única exceção à não contabilização pelo sujeito passivo das verbas decorrentes de processos trabalhistas. (...) 4.2. Ora, de acordo com o que está relatado no relatório fiscal, fls. 26, item 4.1., não foi apresentada “parte dos documentos relativos aos processos trabalhistas, contidos em relações fornecidas pelas Varas de Trabalho de Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Belo Horizonte, tais como: petições iniciais, acordos ou sentenças e identificação das contas contábeis nas quais foram escriturados os valores decorrentes”. 4.3. Os documentos relativos aos processos trabalhistas foram reiteradamente solicitados pela fiscalização (TIAD de 13/12/2006 e 01/03/2007), tendo sido anexadas ao último as relações obtidas junto às Varas de Trabalho de Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Belo Horizonte e o relatório de GPS código 2909, específico de recolhimentos sobre verbas decorrentes de reclamatórias trabalhistas, para facilitar a busca do contribuinte por informações. Estas listas contêm o nome do reclamante, o número do processo e, no caso da de Belo Horizonte, até os valores resultantes. (...) 4.7. Não tendo estes acordos e sentenças sido exibidos à fiscalização, resta ao próprio contribuinte, que emitiu e recolheu as inerentes contribuições previdenciárias, a obrigação de saber a quais empregados (reclamantes) e a quais processos se Fl. 270DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 referem, além do teor do acordo celebrado ou da sentença prolatada. (...) Nas fls.128/138, o fiscal acosta todas as reclamatórias trabalhistas relativas à autuação. DO PRIMEIRO ACÓRDÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Autuada, a Delegacia da Receita Federal da Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG – 6ª Turma DRJ/BHE prolatou, em 11 de dezembro de 2008, o Acórdão n. 0220360, mantendo o lançamento, conforme ementa que abaixo segue transcrita, verbis: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 30/11/2006 NÃO APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL. Constitui infração à legislação previdenciária, deixar a empresa de exibir quaisquer documentos ou livros relacionados com as contribuições para a Seguridade Social ou apresentar documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira. Lançamento Procedente DO PRIMEIRO RECURSO VOLUNTÁRIO Inconformada com a decisão acima, a empresa interpões Recurso Voluntário de fls. 150/169, alegando, em suma: O prazo decadencial de 05 em virtude da Súmula Vinculante 08; A exclusão dos coobrigados por ilegitimidade passiva; A utilização de presunção na atividade de lançar pois a auditoria desconsiderou documentos corretamente apresentados; A ofensa ao contraditório e à ampla defesa, uma vez que a recorrente não teve acesso à documentação mencionada no item 4.1.; A modificação da penalidade aplicada em razão de novo dispositivo legal, art. 24 da Lei 8.212/91. DEMAIS INFORMAÇÕES Na fl. 229, consta informação do Setor de Arrecadação e Cobrança de que o CARF, por meio do Acórdão 240101.547, de 01/12/2010, conheceu do Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte, entendendo por considerar nula a decisão de 1ª instância exarada pela DRJBHE, no caso, o Acórdão 0220.360, por não ter sido o contribuinte cientificado do resultado da diligência efetuada, incorrendo em cerceamento do direito de defesa. Fl. 271DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13609.000946/200753 Acórdão n.º 2403002.104 S2C4T3 Fl. 5 7 Informa também que o contribuinte foi cientificado do Acórdão do CARF, e da diligência através da intimação SORAC/ARF/PLO 022/2011, tendo o contribuinte apresentado manifestação. Por essa razão propôs o encaminhamento do processo à DRJ prolatora do acórdão de primeira instância. DO NOVO ACÓRDÃO DA DRJ Em razão dos fatos acima descritos, a 7ª Turma da DRJ/BHE prolatou o Acórdão 0241.024, em 23 de outubro de 2012, fls. 230/236, que revisou o Acórdão n. 0220360, de 11 de dezembro de 2008, que restou ementado da seguinte forma: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2006 AUTO DE INFRAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. Constitui infração a legislação previdenciária, deixar o contribuinte de exibir à fiscalização todos os documentos e livros relacionados com as contribuições sociais, quando solicitados. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido DO NOVO RECURSO VOLUNTÁRIO Em razão do novo acórdão prolatado, a RAL Engenharia protocolou tempestivamente novo Recurso Voluntário, em 20/12/2012, constante nas fls. 241/258, trazendo os mesmos argumentos do documento anterior. É o relatório. Fl. 272DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme o documento de fl. 263, conheço do recurso em razão de sua tempestividade, assim como por preencher os demais requisitos legais. DO PRAZO DECADENCIAL O auto de infração em questão foi lavrado em 22/08/2007, às 13:49h, pela Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil Ilca Lopes Kalume, Matrícula 0983925, relativa ao período de 01/01/1997 a 31/12/2006. Portanto, percebese que a fiscalização foi realizada à luz do prazo decadencial considerado inconstitucional pelo STF através da Súmula Vinculante 08. No entanto, apesar de a alegações recursal não ser dissonante da realidade, ela não alcança a imputação realizada neste DEBCAD, já que existem competências que estão dentro do prazo para lançamento e a infração é una para a situação. DO MÉRITO DA RELAÇÃO DE COOBRIGADOS Este conselheiro está vinculado aos enunciados constantes nas súmulas deste Conselho, em razão do disposto no art. 72 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF. No caso, a alegação da recorrente, é de que é indevida a inclusão como coobrigados, por ilegitimidade passiva, dos sócios Eduardo Barcellos Góes, Rachel Campos do Amaral Rennó Góes e a pessoa jurídica EREGE PARTICIPAÇÕES LTDA. No entanto, no relatório fiscal da autuação não consta qualquer imputação de responsabilidade ou mesmo de formação de grupo econômico, o que levaria a análise da matéria por este conselheiro. Logo, por apenas constar os nomes dos referidos em Relatório de Representantes Legais e Relação de Vínculos, há a atração da súmula 88 do CARF, in verbis: Súmula CARF nº 88: A “Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais – RepLeg” e a “Relação de Vínculos – VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. Portanto, não merece provimento o recurso neste ponto. DA NÃO EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS Fl. 273DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13609.000946/200753 Acórdão n.º 2403002.104 S2C4T3 Fl. 6 9 O recorrente afirma que o fiscal atuou com base em meras presunções, o que fragilizaria o trabalho realizado, assim como reitera a decadência já descrita acima, no que concerne a não apresentação dos livros Razão de 1997 a 2002. Porém, não é o que se verifica. O fato que ensejou a lavratura do Auto de Infração n. 37.022.2555, em apreço, foi o fato de a empresa apresentado ao Fisco os Livros Razão de 1997 a 2002, sendo os deste último ano não alcançados pela decadência, nas competências 03/2002 a 12/2002. Também por não ter apresentado relação dos beneficiários de cesta básica e parte dos documentos relativos aos processos trabalhistas contidos nas relações fornecidas pelas Varas de Trabalho de Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Belo Horizonte, ao arrepio do art. 33, parágrafo 2º da Lei 8.212/91, vigente a época dos fatos geradores, verbis: Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas d e e do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. § 1º É prerrogativa do Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e do Departamento da Receita FederalDRF o exame da contabilidade da empresa, não prevalecendo para esse efeito o disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial, ficando obrigados a empresa e o segurado a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados. § 2º A empresa, o servidor de órgãos públicos da administração direta e indireta, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liqüidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. § 3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita Federal DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. § 4º Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mãodeobra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de execução da obra, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa coresponsável o ônus da prova em contrário. Abaixo seguem os dispositivos do Decreto 3.048/99, relacionados à imputação: Fl. 274DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 10 Art. 92. A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. 24 Art. 102. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.18713, de 2001). Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da infração, aplicandoselhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores: (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003) I a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações: a) deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com este Regulamento e com os demais padrões e normas estabelecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social; (DEBCAD 37.283.5198) (...) g) deixar a empresa de efetuar os descontos das contribuições devidas pelos segurados a seu serviço; (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003) (DEBCAD 37.283.5201) (...) II a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos e sessenta e um reais e setenta e três centavos) nas seguintes infrações: (...) b) deixar a empresa de apresentar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita Federal os documentos que contenham as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, ou os esclarecimentos necessários à fiscalização; (DEBCAD 37.283.5210) (...) j) deixar a empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial, o síndico ou seu representante, o comissário ou o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial, de exibir os documentos e livros relacionados com as Fl. 275DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 13609.000946/200753 Acórdão n.º 2403002.104 S2C4T3 Fl. 7 11 contribuições previstas neste Regulamento ou apresentálos sem atender às formalidades legais exigidas ou contendo informação diversa da realidade ou, ainda, com omissão de informação verdadeira; (DEBCAD 37.283.5180) (...) § 3º As demais infrações a dispositivos da legislação, para as quais não haja penalidade expressamente cominada, sujeitam o infrator à multa de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos). Art. 292. As multas serão aplicadas da seguinte forma: I na ausência de agravantes, serão aplicadas nos valores mínimos estabelecidos nos incisos I e II e no § 3º do art. 283 e nos arts. 286 e 288, conforme o caso; (...) Art. 373. Os valores expressos em moeda corrente referidos neste Regulamento, exceto aqueles referidos no art. 288, são reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da previdência social. Esta também é a orientação desta segunda seção, como não poderia deixar de ser, conforme se percebe dos arestos exemplificativos da jurisprudência administrativa, abaixo: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 30/10/2005 DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91 Toda empresa está obrigada a exibir os documentos relacionados às contribuições previdenciárias solicitados pela fiscalização. Constitui infração a não exibição dos documentos relacionados às contribuições previdenciárias ou a exibição de documento ou livro que não atenda as formalidades exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita informação verdadeira. PERÍCIA INDEFERIMENTO A perícia será indeferida sempre que a autoridade julgadora entender ser prescindível e meramente protelatória e quando não houver dúvidas a serem sanadas. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Fl. 276DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 12 (CARF. 2a Seção, Processo n. 15504.0010331/200839, Acórdão n. 230101.533 — 3a Câmara/1a Turma Ordinária, Sessão de 10 de junho de 2010.) **************************************************** ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1995 a 01/12/2005 DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91 Toda empresa está obrigada a exibir os documentos relacionados às contribuições previdenciárias solicitadas pela fiscalização. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido (CARF, 2ª Seção. Processo n. 35564.001893/200611, Recurso n. 248.769 Voluntário, Acórdão n. 230101.550, 3ª Câmara /1ª Turma Ordinária, Sessão de 08 de julho de 2010) Portanto, por não ter o contribuinte atendido a legislação, ou mesmo não ter demonstrado que o teria feito, há de ser considerado procedente o presente lançamento. CONCLUSÃO Do exposto, conheço do recurso voluntário para, no mérito, negar provimento. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 277DF CARF MF Impresso em 21/08/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 25/07 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 15/08/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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