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- autos (17,851)
- discutidos (17,712)
Numero do processo: 10950.006695/2008-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 11 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed May 02 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1202-000.214
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em sobrestar julgamento do recurso voluntário, vencida a Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta (relatora). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Viviane Vidal Wagner. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Plínio Rodrigues Lima que foi substituído por Carlos Mozart Barreto Vianna.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Donassolo Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Nereida de Miranda Finamore Horta - Relatora
(assinado digitalmente)
Viviane Vidal Wagner Redatora designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo, Plínio Rodrigues Lima, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Marcelo Baeta Ippolito e Orlando Jose Gonçalves Bueno.
Nome do relator: Não se aplica
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Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em sobrestar julgamento do recurso voluntário, vencida a Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta (relatora). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Viviane Vidal Wagner. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Plínio Rodrigues Lima que foi substituído por Carlos Mozart Barreto Vianna. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner – Redatora designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Donassolo, Plínio Rodrigues Lima, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Marcelo Baeta Ippolito e Orlando Jose Gonçalves Bueno. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 50 .0 06 69 5/ 20 08 -1 3 Fl. 242DF CARF MF Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3 ___________ RELATÓRIO Cocamar Cooperativa Agroindustrial teve contra si lavrado Auto de Infração exigindo IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Como narrado no Termo de Verificação Fiscal, através da revisão da Declaração de Informações Econômico Fiscais (DIPJ), referente ao anocalendário de 2005, da contribuinte Paraná Citrus S.A. (incorporada pela Recorrente), verificouse que: “A citada DIPJ trata de situação especial, qual seja, de evento de incorporação. O sistema Sincor, por sua vez, registra que a contribuinte Paraná Citrus S.A. encontrase na situação "BAIXADA EM 30/09/2005” (fl. 64) pelo motivo de incorporação pela pessoa jurídica Cocamar Cooperativa Agroindustrial. Assim, a ação fiscal iniciouse (em 25/09/2008) mediante intimação (fls. 0203) à Cocamar Cooperativa Agroindustrial, responsável por sucessão, consoante disposto nos artigos 129 e 132 do Código Tributário Nacional, e doravante denominada de "sujeito passivo". Em atendimento à intimação, o sujeito passivo apresentou cópia dos documentos referentes à incorporação (fls. 0849), que demonstram, inclusive, que a Paraná Citrus S.A., na data da incorporação (30/09/2005), era "subsidiária integral da Cocamar Cooperativa Agroindustrial" (item 01 da Ata da 82ª Assembléia Geral Extraordinária; fl. 38). Após o procedimento, foram encontradas as seguintes irregularidades: Compensação a maior de prejuízo fiscal de períodosbase anteriores na apuração do Lucro Real, com base no artigo 15 da Lei 9065/95, assim determinado pelo TVF: “ À luz do referido dispositivo legal, resta caracterizado o excesso de compensação de prejuízo fiscal (de períodos de apuração anteriores, referente a atividades em geral), como pode ser verificado na linha 44 da Ficha 09A da DIPJ do anocalendário de 2005 (fl. 74), que registra o valor de R$ 18.962.397,23, quando o limite compensável era de R$ 5.688.719,17, correspondente a 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação (R$ 18.962.397,23). Dessa forma, constatase que houve a compensação integral do Lucro Real apurado no período (01/01 a 30/09/2005), excedendo de R$ 13.273.678,06 o limite passível de compensação. Importa ressaltar a inexistência de controvérsia quanto à compensação a maior (de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL) do que o limite estabelecido na legislação, conforme se depreende da manifestação do sujeito passivo. Dessa resposta, também se infere, e importa destacar, que o procedimento adotado pela incorporada Fl. 243DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 4 3 (excesso de compensação) foi realizado sem amparo em decisão judicial.(...)” Compensação a maior da Base de Cálculo Negativa de períodosbase anteriores na apuração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: “De forma análoga, houve excesso de compensação de base de cálculo negativa de CSLL (de períodos de apuração anteriores, referente a atividades em geral), como se pode verificar na linha 34 da Ficha 17 da mesma DIPJ (fl. 82), que registra o valor de R$ 18.962.397,23, quando o limite compensável era de R$ 5.688.719,17, correspondente a 30% da base de cálculo da CSLL antes da compensação, ajustada pelas adições e exclusões previstas na legislação (R$ 18.962.397,23). Assim, verificase ter havido compensação integral da base de cálculo de CSLL apurada no período (01/01 a 30/09/2005), excedendo de R$ 13.273.678,06 o limite passível de compensação. (...)” Prossegue, indicando ainda que: “ A responsabilidade pelo crédito tributário, inclusive em relação à multa de ofício (75%) e juros moratórios, é do sujeito passivo, na qualidade de responsável por sucessão, nos termos dos artigos 129 e 132 do CTN. Importa notar que, à data da incorporação (30/09/2005), a Paraná Citrus S.A. era "(...) subsidiária integral da Cocamar Cooperativa Agroindustrial (..) ", e que "(..) a Administração da Paraná Citrus já e exercida pela Cocamar (...)", de forma que, em suma, "(..) Hoje, a Cocamar é proprietária de 100% das ações da Paraná Citrus, administrandoa como as demais Unidades de Negócios da Cooperativa" (excertos dos itens 01 e 04 da Ata da 82º Assembléia Geral Extraordinária; fls. 38 e 41, respectivamente)”. Com isto, procedeuse a lavratura dos Autos de Infração a seguir descritos: IRPJ (fl. 117/119) R$ 7.026.923,16. Fundamento Legal: artigo 15 da Lei nº 9.065/1995; artigos 247, 250, III, 251, parágrafo único, e 510 do RIR/99 CSLL (fl. 123/125) – R$ 2.543.488,89. Fundamento Legal: artigo 2º e §§ da Lei nº 7.689/88; artigo 58 da Lei nº 8.981/95, artigo 16 da Lei nº 9.065/95; artigo 37 da Lei nº 10.637/02. Cientificado da lavratura dos Autos de Infração, apresentou sua Impugnação em 12.08.08, que contém os argumentos a seguir sintetizados. Aduz inicialmente que o limite à compensação do prejuízo fiscal, estabelecido em 30%, foi instituído pelas Leis nºs 8981/95 e 9065/95, sem fazer menção a exceções ou a situações específicas que determinassem ou não sua aplicação, mas que também não indicava sua aplicação indiscriminada, sob pena de ser utilizada injustamente e impedir o direito da contribuinte, em contrariedade a própria norma. Disto, aponta que cabe na interpretação da norma perquirir sua finalidade, considerandose sempre o conjunto do ordenamento jurídico, afastando uma mera interpretação literal. Fl. 244DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 5 4 Desta exposição, conclui: “ verificase que a mesma tem sua aplicabilidade condicionada à possibilidade de compensação futura do prejuízo fiscal não compensado em razão da imposição do limite de trinta por cento, já que o objetivo do referido limite não é o de impedir a mencionada compensação (...)”. Cita, nesse sentido, o artigo 514 do RIR/99, que veda a compensação de prejuízos fiscais da sucedida pela sucessora por incorporação, mencionando idêntica vedação para fins de CSLL, nos termos do artigo 22 da Medida Provisória nº 2.15835. Diz que não poderia se apropriar do prejuízo fiscal da Paraná Citrus S.A. após a incorporação e que, por isso, promoveu a compensação integral antes da incorporação, sem aplicação da “trava”, considerando que era a última oportunidade de exercer seu direito à compensação. Entende que não é objeto da “trava” o impedimento à compensação, trazendo jurisprudência administrativa do Conselho de Contribuintes. Afirma que, além de existir desvio de finalidade na aplicação do limite de compensação, há outro fator que impede a aplicação do aludido limite, eis que aplicálo à pessoa jurídica em situação de descontinuidade, sem que esta possa compensar todo prejuízo acumulado antes da extinção equivale a aceitar a incidência do IRPJ sobre o patrimônio da pessoa jurídica e, não, sobre sua renda, já que não haverá outra oportunidade de compensação, assinalando para uma base de cálculo maior que a renda propriamente obtida até a extinção da pessoa jurídica. Lecionando sobre o conceito de renda e incidência do IRPJ, relembra que este deve se dar somente em relação ao acréscimo patrimonial, respeitandose os limites contidos no artigo 153, III da Constituição Federal e artigo 43, I e II do CTN, não cabendo ao legislador ampliar tais limites infraconstitucionalmente. Cita doutrina de Hugo de Brito Machado. Assim, aponta que só é possível a exigência do IR se efetivamente se verificar o acréscimo patrimonial. Porém, aponta que apurar um resultado positivo em determinado período não é indicativo deste acréscimo, mencionando que: “ ...se nos períodos anteriores a pessoa jurídica obteve prejuízo, o resultado positivo representará mera recomposição da parte do património que foi consumida pelos prejuízos anteriores, não configurando acréscimo patrimonial. Considerando que a Paraná Citrus S.A. tinha prejuízos a serem compensados em sua última declaração de rendimentos, era necessário que estes fossem integralmente compensados a fim de que o IRPJ incidisse exclusivamente sobre o acréscimo patrimonial e não sobre o património, o que configuraria uma ilegalidade, já que a existência do património em seu sentido estático, não configura fato gerador daquele imposto e tampouco da CSLL” Isto posto, a manutenção das duas restrições ao direito de compensação pode gerar a incidência do imposto sobre o patrimônio da pessoa jurídica, sendo que, no caso concreto, o correto é o procedimento adotado. Por fim, aponta que a inaplicabilidade da mencionada trava também tem lugar na compensação da base de cálculo negativa de período base anterior na apuração de CSLL, eis que o limite fora instituído também pela mencionada Lei nº 9065/95, cujo escopo, como já dito é de garantir ao Estado uma arrecadação mínima. Não obstante tal fato, indica que a compensação integral da base de cálculo é necessária para que a CSLL incida efetivamente sobre o lucro líquido da pessoa jurídica. Fl. 245DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 6 5 Pede pela insubsistência e improcedência da ação fiscal, com o cancelamento dos débitos fiscais reclamados. Ao julgar o feito, no Acórdão n. 0621.371 (fl.174/177), a 2ª Turma da DRJ/CTA manteve integralmente as exigências. Discorrendo sobre a compensação de prejuízos fiscais e base negativa anterior de CSLL, aponta que não há, na legislação tributária, permissão para exceder o limite legal de compensação de 30% do lucro líquido ajustado, previsto na legislação apontada, ainda que haja apresentação de declaração de rendimentos final, por extinção da pessoa jurídica. Em relação ao acréscimo patrimonial, de onde se origina a obrigação de pagar o IRPJ, surge de apuração contábil onde obrigatoriamente se acresce as adições e facultativamente, diminuemse as exclusões previstas legalmente e que de tal procedimento, se origina o chamado lucro real, de onde ainda se permite a compensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores. Indica ainda que a aferição deste acréscimo patrimonial é feita ao término de cada período de apuração, e que na hipótese de prejuízo fiscal, não se tributa o IRPJ. Aponta que o prejuízo apurado em um exercício não deveria interferir em outro subsequente, mas que por liberalidade do legislador (previsão do artigo 15 da Lei nº 9065/95) foi permitida a compensação destes prejuízos fiscais anteriores, observado o limite de 30% do lucro líquido ajustado, destacando que o legislador poderia suprimir tal situação, eis que, a rigor, o acréscimo patrimonial é analisado dentro de determinado período de apuração. Indica que, para a demanda ou invocação de tratamento fiscal favorecido, deve haver a interpretação literal da legislação sobre o tema, consoante o artigo 111 do CTN, não cabendo a interpretação sistemática e teleológica das regras que criaram a exceção prevista na Lei nº 9065/95. Traz jurisprudência administrativa do Conselho de Contribuintes em consonância com tal entendimento. Ante tais exposições, entende que não há amparo legal para a pretendida compensação de prejuízos fiscais e base negativa anterior de CSLL sem respeitar o limite de 30% do lucro líquido ajustado por pessoa jurídica extinta por incorporação, mantendo integralmente as exigências de lançamento de IRPJ e CSLL. A contribuinte foi intimada da decisão em 02.04.09, apresentando seu Recurso Voluntário (fl. 181/190) contra a decisão em 30.04.2009. Sinteticamente, explicita que há incorreção em considerar o tratamento previsto na legislação ordinária acerca da compensação de prejuízos fiscais como tratamento fiscal favorecido. Aponta que a compensação dos prejuízos fiscais surgiu da necessidade de considerar a realidade das empresas, ante o intuito de continuidade destas, apontando que : “O sistema tributário, ao estabelecer a forma de aferir e arrecadar tributos adota períodos base estanques devido à necessidade de estabelecer um método eficiente de exigência do tributo considerando se para tanto, regras contábeis utilizadas na organização das operações e património da empresa. Contudo essa delimitação temporal é de ordem meramente instrumental, não alterando o fato de que, em regra, as empresas empreendem esforços no sentido de permanecer no mercado tanto quanto possível, ainda que em determinado ano obtenha resultados negativos. Fl. 246DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 7 6 Assim, considerando que o exercício fiscal é uma delimitação temporal artificial instituído para organizar as contas das empresas, é preciso contar com a correção de eventuais incongruências decorrentes desta situação, como a compensação dos prejuízos fiscais obtidos em períodos anteriores, que permitem a incidência de tributos como o IRPJ e a CSLL incidam sobre um resultado nivelado ao longo dos anos. Ou seja, permitese aproximarse de um conceito de acréscimo patrimonial que coaduna com a Constituicao Federal, que embora não seja expresso pela Carta Magna, é constatado pela interpretação harmônica de suas normas e princípios, conforme art. 153, III , artigos 43 e 110 do CTN e 189 da Lei n. 6404/76.” Fecha sua conclusão indicando que : “ ... no caso presente em que a incorporada teve prejuízos acumulados, significa dizer que parte do seu patrimônio foi utilizado no cumprimento das obrigações assumidas no exercício cujo resultado foi negativo, de modo que o fato de se obter resultado positivo no exercício subsequente não significa ter havido acréscimo patrimonial, pois o referido resultado pode ter correspondido unicamente à recomposição patrimonial do que foi consumido pelo prejuízo obtido em exercício anterior. Sendo a recomposição do patrimônio absolutamente diferente do conceito de acréscimo patrimonial que, configura a hipótese de incidência do IRPJ, com reflexo direto sobre a CSLL, é inaceitável o argumento apresentado na decisão recorrida ,de que a possibilidade de compensar. prejuízos fiscais de períodos anteriores "é uma liberalidade do , legislador", pois se trata na verdade, de direito do contribuinte constitucionalmente garantido por meio do conceito constitucional de renda, o qual impede a incidência dos mencionados tributos sobre o patrimônio da pessoa jurídica.” No mais, reitera os argumentos trazidos em sua impugnação. É o relatório. Fl. 247DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 8 7 Voto Vencido Nereida de Miranda Finamore Horta, Relatora Conheço do Recurso porque é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Tratamse os autos de exigência de IRPJ e CSLL, relativa ao anocalendário de 2005, em virtude da não aceitação, por parte da autoridade lançadora, da compensação integral do prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL de anos anteriores, sem considerar o limite de 30%, contrariando os artigos 42 e 56 da Lei nº 8981/95 e artigos 15 e 16 da Lei nº 9065/95. Adentraremos, assim, à discussão do mérito relativo à limitação de 30% das compensações dos prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas de CSLL. COMPENSAÇÃO DOS PREJUÍZOS FISCAIS E DAS BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS Como se verifica dos autos, a compensação integral sem a observância do limite de 30%, deuse uma vez que a empresa Paraná Citrus S.A. foi incorporada pela contribuinte, em 30 de setembro de 2005. A contribuinte, assim, é sua sucessora em direitos e em obrigações daquela. A legislação fiscal sempre regulou os efeitos que os prejuízos fiscais e as bases negativas, acumulados pela pessoa jurídica, gerariam a apuração do IRPJ e CSLL, impondo lhes restrições de natureza temporal ou de natureza quantitativa. Com base na legislação atual, temos duas limitações: (i) a limitação introduzida pelo Decreto nº 2.341/87, que veda a possibilidade da empresa resultante de fusão ou incorporação aproveitar os prejuízos fiscais da empresa extinta; e (ii) a limitação prevista na Lei nº 8.981/95 (artigos 42 e 58), cumulada com a Lei nº 9.065/95 (artigos 15 e 16), as quais estabeleceram, em substituição à limitação temporal (quatro anoscalendários), uma limitação percentual (quantitativa) anual, autorizando a utilização do prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL em até 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado obtido, sem limitação de prazo no tempo. Essa limitação quantitativa atende à necessidade de fluxo de caixa do Erário e não retira da contribuinte o seu direito à utilização do prejuízo fiscal e da base negativa, mas limita sua utilização em 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões. Outro ponto importante de se considerar é que a apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL tem origem no lucro líquido contábil, o qual advém da contabilidade, logo, tem origem nas apurações e demonstrações contábeis. Por sua vez, a contabilidade se baseia no Princípio da Continuidade da pessoa jurídica, o qual pressupõe que a pessoa jurídica continuará a operar, ou seja, suas atividades terão continuidade. Todavia, a existência de exercícios financeiros (assim como de períodos de apuração) é mera ficção, “determinada pela necessidade de se tomar o pulso do empreendimento de tempos em tempos” (conforme NPC 27 do IBRACON). Fl. 248DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 9 8 Também, nesse sentido, temos o Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e tornado obrigatório pela CVM, através da Deliberação nº 539/08, sobre a continuidade da pessoa jurídica: “Continuidade 23. As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presumese que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis terão que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada. ” (grifamos) A recorrente trouxe esse mesmo argumento em seu Recurso ao expor que o pressuposto da continuidade e a consideração dos efeitos interperíodosbase(ou anos calendários) é evidente para apuração da renda/lucro, donde se pode depreender que renda pode ser a diferença entre receitas e despesas/custos num determinado período, mas também pode ser considerada como um acréscimo de valor apurado pela comparação entre os balanços de abertura e fechamento de período diferente do anocalendário. Com base nessa premissa e tendo em vista o Princípio da Continuidade, o artigo 189 da Lei nº 6.404/64 diz que, do resultado do exercício, devem ser deduzidos os resultados negativos (prejuízos), a fim de que seja apresentada a real situação patrimonial, como segue: "Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem,"(grifamos) Como vemos, também no âmbito da Lei das S.A., o efeito interperíodosbase é verificado: o lucro líquido de um período não pode ser distribuído aos sócios, sem a consideração dos prejuízos acumulados, assim como o cancelamento de dívida para com o sócio deve ser utilizado para a absorção de prejuízo acumulado, sempre na finalidade de preservação do patrimônio da pessoa jurídica. Temos assim que o patrimônio líquido da pessoa jurídica espelha os efeitos interperíodosbase uma vez que representa o resultado do capital investido e os resultados, positivos ou negativos apurados ao longo dos anos. Reforçamos que a mesma Lei das S/A determina que a distribuição de dividendos pressupõe que os prejuízos de anos anteriores sejam absorvidos pelos lucros dos períodos subseqüentes, de forma que a compensação é imprescindível para se apurar se é possível ou não distribuir dividendos. O lucro líquido disponível para os acionistas/quotistas deve absorver os prejuízos apurados em anos anteriores. Seguindo o mesmo entendimento, a incidência do imposto de renda sobre os acréscimos obtidos num determinado anocalendário ou período, sem comunicarse com outros anos ou períodos anteriores, sem que se apure o acréscimo verdadeiro ocorrido, não resulta em incidência sobre a renda gerada pelo valor investido pelos acionistas/quotistas, tanto que não podem ser distribuídos ou mesmo tributados, pois não são considerados renda. Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 10 9 O patrimônio é afetado pelos resultados negativos apurados nos diversos períodosbase, para evitar essas distorções é que são considerados esses efeitos interperíodos, da mesma forma temos os prejuízos fiscais e as bases de cálculo negativas. Os prejuízos fiscais e as bases de cálculo negativas são direito dos contribuintes, desconsiderálos seria como expropriálos desses ativos. No caso sob análise, houve a extinção da empresa por sua incorporação na recorrente. A incorporação impede a utilização dos prejuízos fiscais nos anos subseqüentes e, logo, autoriza a compensação integral no ano da incorporação. Se a compensação integral não é admissível no caso de incorporação, que resulta em extinção da empresa, estarseia subtraindo um direito da contribuinte, a incidência dos tributos não se dará sobre um aumento patrimonial, mas sobre o patrimônio, mormente porque se trata de excepcional situação em que o “ativo” da contribuinte deixará de ser um ativo, em razão da impossibilidade de transferência de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa para a pessoa jurídica sucessora nos termos do Decretolei nº 2341/87. O acréscimo patrimonial importa para a tributação da renda, mesmo que o momento da ocorrência do fato jurídico tributário se consume num determinado tempo (31 de dezembro de cada anocalendário), deve comportar todo o conjunto de elementos necessários a caracterizar o acréscimo patrimonial, respeitandose, certamente, as regras de apuração para tanto. Não se pode, assim, segregar a tributação da renda de tais pressupostos, sobretudo, como disse a recorrente, em razão do Princípio da Capacidade Contributiva e da Continuidade da pessoa jurídica. Repetindo, o prejuízo fiscal e a base negativa são imprescindíveis para a aferição da renda, materialidade de incidência tributária, e, no caso, de comprovada impossibilidade de utilização futura desses prejuízos, o limite de 30% não é aplicável. Portanto, devese ter em mente que o limite de 30% foi introduzido para ser aplicado no pressuposto da continuidade da pessoa jurídica. Assim sendo, quando da extinção da pessoa jurídica, no caso de sua incorporação, não há o que se falar em limites ou trava na compensação, posto que não é aplicável. Não é aplicável porque, comprovadamente, não seráé mais possível a utilização futura dos prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL e, também, observado que não implique em transferências às avessas de tais resultados negativos para a sucessora. O Superior Tribunal de Justiça analisou a questão sob o ponto de vista do conceito de renda e da continuidade da pessoa jurídica, quando a Ministra Eliana Calmon asseverou, nos autos do Recurso Especial nº 993.975: "limitada a dedução de prejuízos ao exercício de 1995, não existia empecilho de que os 70% restantes fossem abatidos nos anos seguintes, até o seu limite total, sendo integral a dedução. A prática do abatimento total dos prejuízos afasta o sustentado antagonismo da lei limitadora com o CTN, porque permaneceu incólume o conceito de renda, com o reconhecimento do prejuízo, cuja dedução apenas restou diferida. (...) Como visto no início deste voto, não houve subversão alguma, porque não olvidou o prejuízo, mas apenas foi ele disciplinado de tal forma que tornouse escalonado". Fl. 250DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 11 10 No Acórdão citado, a legalidade do limite ou da “trava” tem por premissa a postergação, no tempo, da utilização do prejuízo/base negativa, não implicando na sua eliminação, visto que seria sempre mantida a possibilidade de seu aproveitamento futuro. Assim, o entendimento é que um “não acréscimo patrimonial” não poderia estar sujeito ao IRPJ ou CSLL, pois se assim não fosse, seria tributável o patrimônio/capital aplicado. Também na própria exposição de motivos de Medida Provisória nº 998 (posteriormente convertida na Lei nº 9.065/1995), há o entendimento de que se houver limitação temporal (por falta de continuidade da pessoa jurídica), não há que se aplicar o limite/trava na utilização de prejuízo fiscal. Vejase claramente na redação da exposição de motivos da Medida Provisória: “Arts, 15 e 16 do Projeto, ‘decorrem de Emenda do Relator, para restabelecer o direito à compensação de prejuízos, embora com as limitações impostas pela Medida Provisória 812/94 (Lei 8.981/95). Ocorre hoje vacatio legis em relação à matéria. A limitação de 30% garante uma parcela expressiva de arrecadação, sem retirar do contribuinte o direito de compensar; até integralmente, num mesmo ano, se essa compensação não ultrapassar o valor do resultado positivo.”(grifamos) A possibilidade de se aproveitar integralmente dos resultados negativos na extinção da pessoa jurídica decorre da própria lógica de sua limitação, estando expressa na exposição de motivos da Medida Provisória acima transcrita. Se não houvesse a limitação do artigo 33 do Decretolei nº 2.341/87 e fosse possível a transferência do prejuízo para a sucessora, não haveria que se discutir a inaplicabilidade do limite de 30% nos casos de extinção da pessoa jurídica, uma vez que tal extinção não implicaria na perda do direito à utilização dos prejuízos fiscais no futuro. Como expôs a recorrente, a jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a despeito de algumas decisões que recentemente entenderam pela impossibilidade de aproveitamento integral, sempre foi esmagadoramente majoritária no sentido de ser possível a utilização integral do prejuízo fiscal e das bases negativas quando há extinção da pessoa jurídica, relativamente aos resultados gerados até a sua extinção. Nesse sentido, peço vênia para citar algumas decisões: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 2003, 2004. Ementa: “TRAVA” DE 30% PARA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS E DE BASES NEGATIVAS NA INCORPORAÇÃO A finalidade da “trava” de compensação não é ceifar a compensação de prejuízos fiscais, mas manter ou aumentar o fluxo de caixa de arrecadação, tanto que se revogou o limite temporal de compensação. A regra de limitação quantitativa da compensação só tem sentido no tempo (“vida” da pessoa). Como o lucro é apurado segundo cortes temporais mais ou menos arbitrários, porém necessários, por imperativo de ordem prática a limitação quantitativa de compensação de prejuízos fiscais implica essa periodicidade (e a interperiodicidade). Diante da “morte” da pessoa jurídica, inclusive por incorporação, deixa de existir o conteúdo da regra limitadora da compensação quantitativa, pois deixa de existir a periodicidade e, assim, a interperiodicidade. Negar isso é contra o Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 12 11 valor incorporado na regra de limitação quantitativa da compensação no tempo. (Acórdão nº 110300.619, sessão de 31/01/2012) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 2001. PESSOA JURÍDICA EXTINTA POR INCORPORAÇÃO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS ACIMA DO LIMITE DE 30%. A pessoa jurídica incorporada pode compensar no balanço de encerramento de atividades o prejuízo fiscal acumulado sem observância da “trava” de 30%, em razão da vedação legal à transferência de prejuízos para a sucessora. (Acórdão nº 1103 00.617, sessão de 31/01/2012) COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL — LIMITE DE 30% — INCORPORAÇÃO — À empresa extinta por incorporação não se aplica, no período do evento, o limite de 30% do lucro líquido ajustado em relação ao prejuízo fiscal acumulado de períodos anteriores. (Acórdão nº 120100.165, sessão de 27/08/2009) INCORPORAÇÃO – DECLARAÇÃO FINAL DA INCORPORADA – LIMITAÇÃO DE 30% NA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS – INAPLICABILIDADE No caso de compensação de prejuízos fiscais na última declaração de rendimentos da incorporada, não se aplica a norma de limitação a 30% do lucro líquido ajustado. Recurso provido. (Ac. 10806.682) IRPJ CSLL COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAIS E BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS APURADAS EM PERÍODOS ANTERIORES.CISÃO.INAPLICABILIDADE DA LIMITAÇÃO. Constitui pressuposto da aplicação da limitação à compensação de prejuízos fiscais e bases negativas acumuladas a continuidade das atividades do contribuinte e a paulatina apropriação dos prejuízos. Nas hipóteses de cisão, fusão e incorporação, com a conseqüente extinção da personalidade jurídica da sucedida, não se faz possível a aplicação do limitador, dês que tal determinaria o fenecimento do direito do contribuinte. Precedentes deste Conselho. (Ac. 10709.447) Compensação Prejuízo e Base Negativa — No caso de incorporação, uma vez que vedada a transferência de saldos negativos, não há impedimento legal para estabelecer limitação, diante do encerramento da empresa incorporada. (Ac. CSRF/0104.258) IRPJ — COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO — LIMITE DE 30% EMPRESA INCORPORADA — À empresa extinta por incorporação não se aplica o limite de 30% do lucro líquido na compensação do prejuízo fiscal. Recurso provido. (Ac. CSRF/0105.100) IRPJ – COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL – LIMITE DE 30% EMPRESA INCORPORADA. A lei não traz qualquer exceção a regra que limita a compensação dos prejuízos fiscais à 30% do lucro líquido ajustado. Entretanto, havendo o encerramento das atividades da pessoa jurídica em razão de incorporação, não haverá meios dos prejuízos serem utilizados em anos subseqüentes, como determina a legislação. Neste caso, temse como legítima a compensação da totalidade do prejuízo fiscal, sem a limitação de 30%. Recurso voluntário provido. (Ac. 10195.872) Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 13 12 Ementa: COMPENSAÇÃO — PREJUÍZO FISCAL — BASE DE CÁLCULO NEGATIVA — INCORPORAÇÃO E CISÃO — A. empresa extinta por cisão e incorporação não se aplica o limite de 30% do lucro liquido para fins de compensação do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa acumulados. (Ac. 120100.108, sessão de 18/06/2009). A motivação das decisões deste Colegiado, que concordaram com a não aplicação do limite de 30%, não divergem do que foi apresentado nesse voto, a norma que limita não se aplica quando se verifica a extinção e não continuidade da pessoa jurídica. Poderseia trazer à tona a decisão do Supremo Tribunal Federal no RE nº 545.308/SP e 344.994/PR. Todavia, é mister apontar aqui que o STF não analisou caso semelhante ao presente, onde haja extinção de pessoa jurídica, portanto, não pode servir como jurisprudência indutora das decisões desse colegiado. Não houve análise da questão para os casos em que não há continuidade da pessoa jurídica. O Supremo Tribunal Federal, nos mencionados Recursos Extraordinários, apenas decidiu pela constitucionalidade da denominada “trava de 30%” em um contexto de continuidade da pessoa jurídica, mas não decidiu que esta deve ser aplicada nos casos de extinção da pessoa jurídica detentora dos prejuízos/bases negativas, tampouco fez quaisquer considerações acerca da intertemporalidade dos anoscalendários ou mesmo analisou a questão sob o ponto de vista do Princípio da Capacidade Contributiva. Nesse sentido, entendo que podemos dar prosseguimento ao julgamento dessa questão, que é item sob discussão neste Recurso Voluntário, uma vez que não há semelhança aos casos analisados pelo STF, nem mesmo o tratado no Tema de nº 117 listado no sítio do Supremo Tribunal Federal, cuja repercussão geral foi reconhecida em 18 de novembro de 2008. Como não guarda qualquer semelhança, o voto para esse item, é no sentido de dar provimento em relação à possibilidade de compensar integralmente os prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL, quando há extinção mediante incorporação da pessoa jurídica. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta, relatora Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 14 13 Voto vencedor Viviane Vidal Wagner, Redatora Designada A ilustre relatora restou vencida na votação, tendo a maioria do colegiado decidido por sobrestar o julgamento, através de uma resolução, ao verificar que o exame de mérito fica prejudicado neste momento. Como relatado, o presente processo trata de lançamento fiscal para exigência do IRPJ e da CSLL em face à inobservância, pela recorrente, do limite de 30% do lucro líquido ajustado na compensação de seus prejuízos fiscais e base de cálculo negativa, nos termos dos arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/95 (art. 510 do RIR/99). Caso semelhante foi solucionado por este colegiado com a edição da Resolução nº 1202000.153, de 04/12/2012, cujo voto vencedor, da lavra do ilustre Conselheiro Carlos Alberto Donassolo, assim tratou a questão: Atualmente, discutese no Supremo Tribunal Federal STF, em sede de Recurso Extraordinário RE 591340, a constitucionalidade da limitação em 30% na compensação de prejuízos fiscais do IRPJ e da base de cálculo negativa da CSLL – arts. 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e 15 e 16 da Lei nº 9.065/95, conforme manifestação do ilustre Ministro MARCO AURÉLIO, relator do RE: RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.(S): POLO INDUSTRIAL POSITIVO E EMPREENDIMENTOS LTDA ADV.(A/S): FERNANDA ELÍSSA DE CARVALHO AWADA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S): UNIÃO ADV.(A/S): PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL PRONUNCIAMENTO RECURSO EXTRAORDINÁRIO REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURAÇÃO. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PREJUÍZO COMPENSAÇÃO LIMITE ANUAL. 1. A Assessoria assim explicitou as balizas deste recurso extraordinário: Eis a síntese do que discutido no Recurso Extraordinário nº 591.3406/ SP, da relatoria de Vossa Excelência, para análise da conveniência de inclusão no sistema da repercussão geral. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região assentou não terem os artigos 42 e 58 da Lei nº 8.981/95, bem como os artigos 15 e 16 da Lei nº 9.065/95, no que limitaram em 30%, para cada anobase, o direito do contribuinte de compensar os prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica IRPJ e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, implicado ofensa à Carta da República. Abaixo a íntegra dos dispositivos legais mencionados: Lei 8.981/95 Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 15 14 Art. 42. A partir de 1º de janeiro de 1995, para efeito de determinar o lucro real, o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento. [...]Art. 58. Para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido por compensação da base de cálculo negativa, apurada em períodosbase anteriores em, no máximo, trinta por cento. Lei nº 9.065/95 Art. 15. O prejuízo fiscal apurado a partir do encerramento do ano calendário de 1995, poderá ser compensado, cumulativamente com os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de 1994, com o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação do imposto de renda, observado o limite máximo, para a compensação, de trinta por cento do referido lucro líquido ajustado. [...]Art. 16. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, quando negativa, apurada a partir do encerramento do anocalendário de 1995, poderá ser compensada, cumulativamente com a base de cálculo negativa apurada até 31 de dezembro de 1994, com o resultado do período de apuração ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação da referida contribuição social, determinado em anos calendário subseqüentes, observado o limite máximo de redução de trinta por cento, previsto no art. 58 da Lei nº 8.981, de 1995. No extraordinário interposto com alegada base na alínea a do permissivo constitucional, a contribuinte articula com a transgressão dos artigos 145, § 1º, 148, 150, inciso IV, 153, inciso III, e 195, inciso I, alínea c, do Diploma Maior. Aduz terem as limitações impostas pelas Leis nº 8.981/95 e 9.065/95 configurado tributação sobre o patrimônio ou capital das empresas, e não sobre o lucro ou renda, adulterando os conceitos delineados pelo Direito Comercial e pela Carta Federal. Afirma ter sido instituído verdadeiro empréstimo compulsório, pois o contribuinte desembolsa antecipadamente o recolhimento dos tributos para, posteriormente, recuperálos com a compensação da base de cálculo negativa não utilizada. Sob o ângulo da repercussão geral, a contribuinte sustenta a relevância da questão constitucional debatida, pois a limitação da compensação de prejuízos fiscais reflete em milhões de contribuintes, tendo um imenso efeito econômico. No que diz respeito à constitucionalidade das limitações aplicáveis ao IRPJ, registro encontrarse pendente de julgamento no Pleno, a versar a matéria, o Recurso Extraordinário nº 344.9940/ PR, da relatoria de Vossa Excelência, com julgamento suspenso em virtude do pedido de vista da ministra Ellen Gracie. 2. Atentem para a importância do instituto da repercussão geral, próprio ao recurso extraordinário: [...] cumpre encarar o instituto da repercussão geral com largueza. O instrumental viabiliza a adoção de entendimento pelo Colegiado Fl. 255DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 16 15 Maior, com o exercício, na plenitude, do direito de defesa. Em princípio, é possível vislumbrarse grande número de processos, mas, uma vez apreciada a questão, a eficácia vinculante do pronunciamento propicia a racionalização do trabalho judiciário. Conforme ressaltado pela recorrente, tratase de matéria umbilicalmente ligada à Constituição Federal, a envolver um sem número de contribuintes. Tudo recomenda o pronunciamento do Supremo, já agora sob o ângulo da repercussão geral, valendo frisar que, até aqui, não houve a seqüência da apreciação do Recurso Extraordinário nº 344.9940/ PR, no qual proferi voto no sentido da inconstitucionalidade da limitação. 3. Admito a repercussão geral. Lancem no sistema. 4. Ao Gabinete, para acompanhar no sítio do Tribunal o processamento cabível. 5. Publiquem. Brasília, 15 de setembro de 2008. Ministro MARCO AURÉLIO Relator (destaques meus) Despacho do ilustre Relator publicado no DJE de 02/12/2008, abaixo reproduzido, confirma que a matéria teve sua “Repercussão Geral” reconhecida: DESPACHO IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PREJUÍZO– COMPENSAÇÃO – LIMITE ANUAL. REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA – AUDIÇÃO DO PROCURADORGERAL. 1. O Tribunal concluiu pela repercussão geral do tema versado neste processo. Ouçam o ProcuradorGeral da República, conforme previsão do artigo 325 do Regimento Interno do Supremo. 2. Publiquem. Brasília, 18 de novembro de 2008. Ministro MARCO AURÉLIO Relator (destaques meus) Consulta efetuada no sítio do STF na internet, em 17/04/2013, revela que o referido RE 591340 ainda aguarda julgamento de mérito. (grifos no original) Ainda que o caso dos autos traga a peculiaridade de se tratar de momento do encerramento da pessoa jurídica, a maioria do colegiado tem entendido que a discussão na Suprema Corte alcança os fatos aqui analisados, visto que o exame da matéria no âmbito do Poder Judiciário pautase na discussão sobre os conceitos de lucro e renda, de interesse ao deslinde da lide tributária, consoante bem destacado, pelo ilustre relator citado, no trecho que se reproduz abaixo: Em que pese o entendimento da ilustre relatora do voto vencido, no sentido de que a matéria do presente processo é distinta daquela examinada no STF, a discussão da constitucionalidade limite de 30% envolve o exame pela Corte Fl. 256DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 17 16 Superior da tese de que o limite legal acarretaria a tributação sobre o patrimônio ou capital das empresas, e não sobre o lucro ou renda, adulterando os conceitos delineados pelo Direito Comercial e pela Carta Federal. Assim, o tema a ser discutido pelo STF no RE 591340 tem relação com a tese apresentada pelo recorrente nas suas razões do recurso (não tributação do patrimônio/capital) e a sua definição pela mais alta Corte do País se mostra imprescindível para a solução do presente litígio. Dessa forma, é mais do razoável, e prudente, aguardar a decisão da E. Suprema Corte acerca da constitucionalidade da aplicação do “limite de 30% na compensação de prejuízos”, uma vez que essa limitação encontra identidade de objeto com a “compensação integral” de prejuízos quando da incorporação de empresa, ora pleiteada pela recorrente. Por seu turno, o Regimento Interno do STFRISTF, em seu art. 328, abaixo reproduzido, determina que todas as causas com questão idêntica sejam sobrestadas, até que a Suprema Corte decida os que tenham sido selecionados como representativos da causa: Art. 328. Protocolado ou distribuído recurso cuja questão for suscetível de reproduzirse em múltiplos feitos, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a), de ofício ou a requerimento da parte interessada, comunicará o fato aos tribunais ou turmas de juizado especial, a fim de que observem o disposto no art. 543B do Código de Processo Civil, podendo pedirlhes informações, que deverão ser prestadas em cinco dias, e sobrestar todas as demais causas com questão idêntica. Parágrafo único. Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a) selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543B do Código de Processo Civil. Art. 328A. Nos casos previstos no art. 543B, caput, do Código de Processo Civil, o Tribunal de origem não emitirá juízo de admissibilidade sobre os recursos extraordinários já sobrestados, nem sobre os que venham a ser interpostos, até que o Supremo Tribunal Federal decida os que tenham sido selecionados nos termos do § 1º daquele artigo. (destaque meus) Da leitura acima, percebese que a própria Corte Superior determina o sobrestamento dos processos judiciais em trâmite na esfera daquele Poder até decisão final da matéria com repercussão geral. Com efeito, o artigo 62A, §1º do RICARF (Portaria MF nº 256, de 22 de Junho de 2009 e alterações), estabelece o sobrestamento dos julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C Fl. 257DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 18 17 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. Já a Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012, no seu art. 2º, § 2º, inciso I, prevê a hipótese de que o sobrestamento seja apreciado durante a sessão de julgamento: Art. 2o. Cabe ao Conselheiro Relator do processo identificar, de ofício ou por provocação das partes, o processo cujo recurso subsumase, em tese, à hipótese de sobrestamento de que trata o art. 1o. § 1o. No caso da identificação se verificar antes da sessão de julgamento do processo: I o conselheiro relator deverá elaborar requerimento fundamentado ao Presidente da respectiva Turma, sugerindo o sobrestamento do julgamento do recurso do processo; II o Presidente da Turma, com base na competência de que trata o art. 17, caput e inciso VII, do Anexo II do RICARF, determinará, por despacho: a) o sobrestamento do julgamento do recurso do processo; ou b) o julgamento do recurso na situação em que o processo se encontra. § 2o. Sendo suscitada a hipótese de sobrestamento durante a sessão de julgamento do processo, o incidente deverá ser julgado pela Turma, que poderá: I decidir pelo sobrestamento do processo do julgamento do recurso, mediante resolução; ou II recusar o sobrestamento e realizar o julgamento do recurso. § 3o. Na ocorrência de sobrestamento, nos termos dos §§ 1o e 2o, as respectivas Secretarias de Câmara deverão receber os processos e mantêlos em caixa específica, movimentandoos para a atividade SOBRESTADO. (grifei) Como se vê, por tratarse de matéria a ser apreciada pelo E. Supremo Tribunal Federal no rito da Repercussão Geral, o próprio RICARF recomenda o sobrestamento do julgamento do recurso (art. 62A, § 1º do RICARF), sendo que essa hipótese poderá ser apreciada durante a sessão de julgamento pela Turma, nos termos do art. 2º, §2º, inciso I, da Portaria CARF nº 001, de 2012. Por uma questão de economia processual, tendo como objetivo afastar possíveis prejuízos para todas as partes, Fazenda, Contribuinte e a movimentação de toda a máquina do próprio Poder Judiciário, caso ocorra a impetração de alguma ação judicial a respeito da exigência aqui discutida, temse como mais do que razoável, e prudente, aguardar a decisão do E. Supremo Tribunal Federal Fl. 258DF CARF MF Processo nº 10950.006695/200813 Resolução nº 1202000.214 S1C2T2 Fl. 19 18 acerca da constitucionalidade do limite de 30% para a compensação de prejuízos. Dessa forma, reconhecido que a matéria em exame encontrase com repercussão geral reconhecida e que, tanto o Regimento Interno do STF como o Regimento Interno do CARF, prevêem a possibilidade/necessidade do sobrestamento do julgamento dos recursos com idêntica matéria, justificase a adoção desse procedimento, evitandose, assim, possíveis decisões divergentes entre este colegiado e o Poder Judiciário. (grifos no original) Adotandose os mesmos fundamentos expostos acima, determinase o sobrestamento do julgamento do recurso voluntário, em face do art.62A, §1º, do Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 256, de 2009), até que seja proferida decisão final nos autos do Recurso Extraordinário – RE nº 591340, em trâmite perante o E. Supremo Tribunal Federal. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner, Redatora Designada Fl. 259DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16561.000066/2009-21
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 23 00:00:00 UTC 2013
Ementa: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO - CIDE
Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2004
CIDE. REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES.
A partir de 1/1/2002, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) incide também sobre o valor de royalties, a qualquer título, que a pessoa jurídica pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter a residente ou domiciliado no exterior, inclusive os royalties decorrentes de licença e direito de uso na exploração e transmissão de filmes, programas e eventos em televisão por assinatura.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-000.823
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar
provimento ao Recurso Voluntário.
Vencidos o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda.
O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido.
Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Roberto Duque Estrada, OAB/RJ nº 80.668.
Nome do relator: Luiz Eduardo Garrossino Barbieri
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REMESSA PARA O EXTERIOR Recorrente NET BRASIL S/A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2004 CIDE. REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES. A partir de 1/1/2002, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) incide também sobre o valor de royalties, a qualquer título, que a pessoa jurídica pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter a residente ou domiciliado no exterior, inclusive os royalties decorrentes de licença e direito de uso na exploração e transmissão de filmes, programas e eventos em televisão por assinatura. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarouse impedido. Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Roberto Duque Estrada, OAB/RJ nº 80.668. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Adriene Maria Miranda Veras. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 00 66 /2 00 9- 21 Fl. 4017DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.018 2 Relatório O presente litígio decorre de lançamento de ofício, veiculado através de auto de infração (efls. 3.791/ss) lavrado e com ciência em 02/07/2009, para a cobrança da CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Remessas ao Exterior, multa de ofício e juros de mora, no montante de R$ 15.673.080,93 em decorrência da incidência do tributo sobre pagamentos efetuados ao exterior em contrapartida pelo uso ou exploração de direitos autorais sobre obra artística, inclusive para a exploração e transmissão de filmes, programas e eventos em televisão por assinatura. Para elucidar os fatos e destacar os argumentos trazidos pelas partes transcrevese o Relatório constante da decisão de primeira instância administrativa (efls. 3.930/ss), verbis: Relatório: Em fiscalização foi apurada falta/insuficiência de recolhimento da CIDE na remessa de valores ao exterior a título de royalties decorrentes de contrato de aquisição (licença) e exploração de direitos autorais, sendo lançadas nos meses acima contribuições cuja soma é R$ 15.673.080,93, com multas de 75%, conforme Auto de Infração (fls 3.728 dc 3.735). A base legal do lançamento da contribuição foram os arts. 20 e 3 0 da Lei 10.168/2000, alterada pela Lei 10.332/2001 (fl 3.726). A ciência pessoal deuse em 2/7/2009 (fl 3.725, verso). Em 31/7/2009 a empresa impugnou (fl. 3.763): arguiu tempestividade da impugnação; transcreveu doutrina e pediu julgamento pela improcedência, alegando, em suma: a) contrata licenças para exibir e explorar direito de transmissão de obras audiovisuais, sujeitas ao IRfonte e Condecine; b) "royalties a qualquer titulo" da Lei 10.168/2000 não é todo e qualquer rendimento dessa espécie, pois, pelo caput do artigo 2°, a incidência da CideRemessas se restringe aos contratos do domínio tecnológico; c) os royalties pagos decorrem de direitos autorais e submetem se exclusivamente à Condecine (MP 2.2281/01, art. 32) não incidindo a CideRemessas, pois não possuem conteúdo tecnológico e, portanto, não implicam transferência de tecnologia; d) a interpretação literal é contrária à sistemática e teleológica; e) a Condecine é especial (LICC) e afasta a norma geral da CideRemessas de royalties em geral; f) os princípios gerais de direito tributário vedam a dupla tributação "bis in idem " (CideRemessas e Condecine); g) há decisões administrativas amparando tais teses (cita diversas teses nas fl 3.776 a 3.778). Fl. 4018DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.019 3 Ao final, pede julgamento pela improcedência e cancelamento total do lançamento. É o relatório. A 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo proferiu o Acórdão n.º 1623.558 de 19/11/2009 (efolhas 3930/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2004 CIDE. REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES. A partir de 1/1/2002, incide a cada mês, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) também sobre o valor de royalties que a pessoa jurídica pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter, a qualquer título, a residente ou domiciliado no exterior (art. 6°, Lei n° 10.332/2001). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2004 CANCELAMENTO/NULIDADE. INOCORRÊNCIA. As hipóteses previstas de cancelamento/nulidade, definidas no artigo 59 do Decreto n° 70.235, de 1972, não ocorreram. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2004 INTERPRETAÇÃO LITERAL, SISTEMÁTICA E TELEOLOGICA. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário e outorga de isenção (art 111, CTN). PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PRIVADO. Os princípios gerais de direito privado utilizamse para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários (art. 109, CTN). PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O princípio geral de direito tributário das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas é a incidência múltipla, exceto quando definido em lei (art 149, § 4°, CF/88). Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A interessada cientificada do Acórdão em 04/01/2010 (efolha 3.948), interpôs Recurso Voluntário em 02/02/2010 (efolhas 3944/ss), onde repisa os mesmos Fl. 4019DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.020 4 argumentos trazidos em sua impugnação, acrescentando comentários e ponderações sobre a decisão recorrida. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional apresentou “Contrarrazões” (e folhas 3.994/ss), onde alega em síntese: a CIDE não é devida unicamente quando há transferência de tecnologia, incidindo, também, sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a residentes ou domiciliados no exterior a titulo de royalites devidos pelo licenciamento para exploração de direitos autorais, independentemente de os contratos relativos a tal licença estarem atrelados àquela transferência; a Lei que regula a CIDERoyalties (Lei 10.168/00, alterada pela Lei 10.332/01) determina que ela é devida pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer titulo, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. Deste modo, não há dúvidas de que os valores remetidos ao exterior pela recorrente tratavamse de royalites. A remuneração pelo direito de transmitir filmes e programas de televisão, de fato, não pode ter outra natureza, em especial considerandose se tratar de contraprestação pela aquisição de obras criativas de autoria de terceiros; a Lei 9.610/98, ao tratar dos direitos autorais, determina serem obras intelectuais as audiovisuais. E, por sua vez, a Lei 4.506/64 determina que os direitos autorais sejam pagos mediante royalties; assim, a remessa de royalties ao exterior a título de pagamento pela licença para a exploração e transmissão programas de TV (royalty pela exploração de direito autoral) configura hipótese de incidência da CIDE, nos termos no art. 2°, caput, e parág. 2° da Lei 10.168/00; o julgamento acerca do bis in idem (incidência da CIDE juntamente com a Condecine) passa, necessariamente, pela verificação de aspectos constitucionais da exação ou, em última análise, no afastamento da incidência de uma lei, o que é vedado a este Conselho, nos termos da Súmula CARF n° 02; o fenômeno do bis in idem se verifica sempre um mesmo ente político tributa a mesma grandeza e o mesmo contribuinte, por meio de duas exações diversas. Esse fenômeno não é vedado pela Constituição Federal, ao menos em se tratando de contribuições de intervenção no domínio econômico. Em nosso ordenamento temos exemplos de bis in idem, dentre os quais citamos a tributação, pela União, do IRPJ (Imposto de rendaPessoa Jurídica) e da CSSL (Contribuição Social sobre o Lucro Liquido), ambos incidentes sobre a renda, bem assim a criação, também pela União, de duas contribuições sociais para financiamento da seguridade social incidentes sobre a receita ou faturamento (COFINS e PIS); além disso, a destinação dos recursos arrecadados com a cobrança da CIDE e da CONDECINE, e também os seus fatos geradores são diversos, o que por si só já bastaria para afastar a alegação de que há, entre elas, qualquer duplicidade de incidência; a CIDE ora exigida é muito mais específica do que a CONDECINE; por fim, a FAZENDA NACIONAL requer que seja negado provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. Fl. 4020DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.021 5 O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. A controvérsia em discussão referese à incidência da CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Remessas ao Exterior, sobre pagamentos efetuados em decorrência de contratos celebrados pela Recorrente com empresas programadoras, situadas no exterior, para aquisição de licença para a exploração e transmissão de filmes, programas e eventos em televisão por assinatura. A Recorrente, na qualidade de empresa distribuidora, negociava, em nome próprio, a contratação de tais direitos e, posteriormente, os repassava, mediante recebimento de comissão, às empresas operadoras, pessoas jurídicas que estão autorizadas a receber sinais de TV paga e retransmitir aos seus assinantes. A CIDE – Remessas ao Exterior encontra fundamento constitucional no artigo 149 da Carta Magna, verbis: “Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo” (o destaque não é original). Com base nessa competência constitucional, a União instituiu a CIDE inicialmente através da Lei nº 10.168/2000, posteriormente alterada pela Lei nº 10.332/2001. O artigo 1º da Lei nº 10.168/2000 delimitou a área de domínio econômico em que a União intervirá, e o artigo 2º detalhou a fonte de custeio dessa intervenção, nos seguintes termos: Art. 1º Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação UniversidadeEmpresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Art. 2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Medida Provisória nº 510, de 2010) Fl. 4021DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.022 6 § 1º Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. § 1ºA. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído pela Lei nº 11.452, de 2007) §2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 19.12.2001) (...) (Negritei) Importante destacar que a Lei nº 10.332/2001, ao dar nova redação ao §2º do artigo 2º da Lei nº 10.168/2000, alargou o campo de incidência da CIDE, fazendoa incidir, a partir de 01/01/2002, sobre mais duas materialidades, quais sejam: (i) contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior; e (ii) pessoas jurídicas que que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. A discussão sobre a constitucionalidade das alterações trazidas pela Lei nº 10.332/2001 não pode ser feita na esfera do contencioso administrativo, nos termos do que dispõe a Súmula CARF n° 02. Por outro lado, é certo que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu a constitucionalidade da Lei nº 10.168/00. Confirase: “EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Lei n.º 10.168, de 2000. Contribuição social de intervenção no domínio econômico. Inexigência de lei complementar e de vinculação direta entre o contribuinte e o benefício. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento”. (REAgR 451915/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, por unanimidade, j. 17/10/2006, DJ 01/12/2006) Deste modo, com a alteração trazida pela Lei nº 10.332/2001 o legislador não restringiu a incidência da CIDE apenas aos casos em que há transferência de tecnologia. Não restam dúvidas, que a partir de 1º de janeiro de 2002, a referida contribuição passou a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior e pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior (art. 2º, § 2º, da Lei n. 10.168/00). Fl. 4022DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.023 7 Em síntese, a incidência operase sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das seguintes hipóteses: (i) transferência de tecnologia (caput do artigo 2º); (ii) serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes (primeira parte do §2º do artigo 2º); e (iii) royalties, a qualquer título (parte final do §2º do artigo 2º). Na esfera tributária, o termo royalties encontrase delimitado no artigo 22 da Lei nº 4.506/64, verbis: Art. 22. Serão classificados como "royalties" os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colhêr ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; c) uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. A enunciação acima é exemplificativa, sendo caracterizado como royalty qualquer rendimento decorrente do uso, da fruição ou exploração de direitos, inclusive, nos caso de exploração de direitos autorais. O artigo 1º da Lei nº 9.610/98 prescreve que são direitos autorais os direitos do autor e os que lhe são conexos e o artigo 7º, ao tratar dos direitos autorais, determina serem obras intelectuais, dentre outras hipóteses, as audiovisuais, verbis: Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendose sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos. (...) Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: (...) VI as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; A meu ver, os valores remetidos pela Recorrente ao exterior a título de remuneração pelo direito de transmissão de obras audiovisuais (filmes, programas e outros eventos em televisão) têm a natureza jurídica de royalties, por tratarse de contraprestação pelo uso/exploração/transmissão de obras intelectuais de autoria de terceiros (empresas programadoras, situadas no exterior). Em nenhum momento a Lei nº 10.168/2000, com a redação da Lei nº 10.332/2001, restringiu a incidência sobre royalties “relativos a negócios com conteúdo Fl. 4023DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.024 8 tecnológico”, como argumenta a Recorrente, muito pelo contrário, a lei expressamente prescreve a incidência sobre “royalties, a qualquer título”. Portanto, não cabe ao intérprete, ao aplicar a norma, estabelecer restrições onde à lei não o fez. Apenas para uma das hipóteses de incidência da CIDE (prevista no caput do artigo 2º) a lei exige a comprovação de transferência de tecnologia, assim considerados os contratos relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. Nas outras duas hipóteses de incidência (previstas no §2º do artigo 2º) não há essa exigência. Assim, fazendose uma interpretação sistemática, a partir dos dispositivos legais acima citados, é de se concluir que a CIDE é devida pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior (§2º, art. 2º, Lei nº 10.168/2000, com a redação da Lei nº 10.332/2001), dentre os quais incluemse os royalties incidentes sobre a remuneração paga pela licença e direito de uso na exploração e transmissão de filmes, programas e eventos em televisão por assinatura (art. 22 da Lei nº 4.506/64 c/c art. 7º da Lei nº 9.610/98). Este entendimento, inclusive, restou assentado em recente julgado proferido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão nº 930301.864, de 06/03/2012), cuja ementa transcrevese abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 28/02/2002, 31/03/2002, 30/04/2002 CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. Recurso Especial do Procurador Provido. Nessa a linha de entendimento também há julgados do TRF da 3ª Região, conforme ementas abaixo transcritas: CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO DESTINADA A FINANCIAR O PROGRAMA DE ESTÍMULO À INTERAÇÃO UNIVERSIDADEEMPRESA PARA O APOIO À INOVAÇÃO LEI Nº 10.168/2000 ALTERAÇÕES CONSTITUCIONALIDADE – PRESCINDIBILIDADE DA EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR PARA SUA CRIAÇÃO FINALIDADE E VINCULAÇÃO DO PRODUTO ARRECADADO VALIDADE LICENÇA DE USO DE Fl. 4024DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.025 9 SOFTWARE REMESSA DE ROYALTIES AO EXTERIOR HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA COMPROVAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA EM SENTIDO ESTRITO DESNECESSIDADE. 1. A instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico prescinde da edição de lei complementar, qualificandose essencialmente pela finalidade da atividade estatal desenvolvida, assim como pela destinação conferida às receitas advindas pela sua exigibilidade. 2. A contribuição interventiva criada pela Lei nº 10.168/2000, alterada pela Lei nº 10.332/2001, cuja finalidade precípua é estimular o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, encontrase em consonância com os ditames da Carta Constitucional. 3. A concessão de licença de uso de software obtida por pessoa jurídica através de contrato celebrado com empresa estrangeira, com a consequente remessa de valores ao exterior, a título de royalties, configura hipótese de incidência da citada contribuição (Lei nº 10.168/2000, art. 2º, caput e § 2º, acrescentado pela Lei nº 10.332/2001). 4. A tutela conferida ao programa de computador pela legislação do direito autoral não retira a natureza de royalties imprimida aos rendimentos obtidos pelo uso ou exploração desse direito e não impede a incidência da exação. 5. Legitimidade da incidência da contribuição, independentemente de estar comprovada a existência ou não de transferência de tecnologia, em sentido estrito, mesmo porque as hipóteses descritas na lei abarcam situações em que ela é presumida. 6. Agravo regimental improvido. (TRF3, AG 2002.03.00.0430542, 6ª Turma, Rel Des. Fed. Consuelo Yoshida, j. 04/02/2004, v.u., DJU 06/05/2005). DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO AO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE ROYALTIES LEI FEDERAL Nº 10.168/00 EXPLORAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS CONSTITUCIONALIDADE. 1. A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) incidente sobre "royalties" pagos ao exterior é constitucional (STF, 2ª Turma, REAgR 451915/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 01/12/2006). 2. Por definição legal, a exploração de direitos autorais é equiparada a "royalties" (artigo 22, d, da Lei Federal nº 4506/64). 3. Apelação improvida. (TRF3, Apelação Cívil 000583104.2004.4.03.6100, 4ª Turma, Rel Des. Fed. FABIO PRIETO, j. 25/05/2010). Fl. 4025DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.026 10 Em outro giro, também não há como acatar o argumento da Recorrente quando afirma que os “royalties pagos pela aquisição de direitos de licenciamento de exibição e exploração de obras audiovisuais já se encontram inseridos no âmbito da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional — CONDECINE (...)” e, assim sendo, haveria dupla tributação sobre um mesmo fato jurídico ou o bis in idem. No entender da Recorrente deveria aplicarse ao caso o critério da especialidade, prevalecendo apenas à incidência da CONDECINE. A CF/88 impede, conforme preceitua o artigo 154, I (competência residual), apenas a criação de impostos que tenham fatos geradores ou bases de cálculos idênticos aos de outros impostos. No caso específico das contribuições sociais, o artigo 195, §4º da Carta Magna prescreve que a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, estabelecendo a mesma restrição constante do artigo 154, inciso I, acima referido. No entanto, este dispositivo não atinge as contribuições de intervenção no domínio econômico – CIDE, que encontram fundamento em outro artigo da Constituição (art. 149). E mais, o §4º do artigo 149 da CF informa que a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez: as leis instituidoras da CIDE – Royalties e a CONDECINE não fizeram esta restrição Ademais, a CIDE – Royalties e a CONDECINE têm destinações e finalidades diversas (e esse é o critério essencial para a aferição da validade de uma CIDE): a primeira destinase ao financiamento do programa de estímulo à interação universidadeempresa para apoio à inovação; a segunda destinase a fomentar o desenvolvimento das indústrias cinematográficas e vídeofonográfica. Não vislumbro, portanto, antinomias entre as normas instituidoras das citadas contribuições: cada uma delas têm suas finalidades próprias. Não havendo conflito de normas, não há que se falar em aplicação de critério da especialidade ("lex specialis derogat legi generali"). Para melhor ilustrar esse entendimento, transcrevo trecho do voto condutor do Acórdão CSRF nº 930301.864, adotandoo, também, como fundamento desta decisão: Inicialmente, devese esclarecer que não há, na Constituição Federal, qualquer vedação à incidência de mais de uma contribuição sobre determinada riqueza passível de tributação. Tanto é verdade que existe o bis in idem em relação ao PIS e a COFINS que incidem sobre faturamento. Na realidade, salvo as exceções do imposto extraordinário de guerra, a constituição veda, implicitamente, a bitributação, já que delimita a competência tributária dos entes da Federação, segregando o campo que cada um deles pode estender seu poder de tributar, Com isso, não poderá haver incidência tributária sobre determinada riqueza de tributos de mais de um ente da federação. Essa vedação é decorrente da repartição da competência tributária, dada pela Constituição Federal, o que não se aplica às contribuições sob exame. Na competência residual, prevista no art. 154, I veda o bis in idem para impostos, frisese, apenas para impostos, de que não tratam estes autos. Corrobora esse entendimento, o julgamento do REsp nº 894.129 (de 08/12/2009), no STJ, quando a Ministra relatora Eliana Calmon decidiu ser possível a incidência simultânea de duas CIDEs (a CIDE – royalties cumulada com o FUST e FUNTEL), afastando a alegação de bis in idem, por inexistir coincidência entre os elementos estruturais das normas jurídica de incidência das duas contribuições, de modo que restou decidido ser Fl. 4026DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16561.000066/200921 Acórdão n.º 3202000.823 S3C2T2 Fl. 4.027 11 válida a contribuição interventiva instituída pela Lei nº 10.168/2000, com a redação da Lei n. 10.332/2001 (CIDEroyalties). Conclusão Ante o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, para manter a cobrança da CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – Remessas ao Exterior, sobre pagamentos efetuados em decorrência de contratos celebrados pela Recorrente com empresas programadoras, situadas no exterior, para aquisição de licença para a exploração e transmissão de filmes, programas e eventos em televisão por assinatura. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 4027DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP30.0518.08562.R9WM. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI em 13/08/2013 10:09:22. Documento autenticado digitalmente por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI em 13/08/2013. Documento assinado digitalmente por: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA em 05/09/2013 e LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI em 13/08/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 30/05/2018. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP30.0518.08562.R9WM Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 55406C9A2454EEC53A1BB3FCC7620993AF9810F1 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 16561.000066/2009-21. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10580.721038/2009-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Nov 08 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2201-000.146
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, SOBRESTAR o julgamento do recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012, nos termos do voto da Conselheira Relatora. Fez sustentação oral o Dr. Manoel Pinto, OAB/BA 11.024.
(assinado digitalmente)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente
(assinado digitalmente)
RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Ricardo Anderle (Suplente convocado) e Pedro Paulo Pereira Barbosa. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, SOBRESTAR o julgamento do recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012, nos termos do voto da Conselheira Relatora. Fez sustentação oral o Dr. Manoel Pinto, OAB/BA 11.024. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO – Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Ricardo Anderle (Suplente convocado) e Pedro Paulo Pereira Barbosa. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. RELATÓRIO Contra a contribuinte acima identificada, foi lavrado Auto de Infração para exigir crédito tributário de IRPF, referente aos exercícios de 2005, 2006 e 2007, no valor de R$165.937,95, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora, originado da constatação de classificação indevida na Declaração de Ajuste Anual, de rendimentos tributáveis recebidos do Ministério Público do Estado da Bahia. O procedimento fiscal encontrase resumido na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, na qual o autuante esclarece que a contribuinte classificou indevidamente como Rendimentos Isentos e Não Tributáveis os rendimentos auferidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, a título diferenças de remuneração ocorridas quando da RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 21 03 8/ 20 09 -3 6 Fl. 239DF CARF MF Processo nº 10580.721038/200936 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201 000.146 S2C2T1 Fl. 240 2 conversão de Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor URV em 1994, reconhecidas e pagas em 36 parcelas iguais no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Complementar do Estado da Bahia n.º 20 de 08 de setembro de 2003. Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou impugnação, cujos principais argumentos estão sintetizados pelo relatório do Acórdão de primeira instância, o qual adoto, nesta parte: a) o lançamento fiscal é improcedente, pois teve como objeto valores recebidos pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não estão sujeitos à incidência do imposto de renda, em razão do seu caráter indenizatório, não se enquadrando nos conceitos de renda ou proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; b) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV recebidas pelos magistrados federais, e que por esse motivo estariam isentas da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Este tratamento seria extensível aos valores a mesmo título recebidos pelos membros do magistrados estaduais; c) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do IRRF que lhe caberia ao estabelecer no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga, sendo a União parte ilegítima para exigência de tal tributo. Além disso, se a fonte pagadora não fez a retenção que estaria obrigada, e levou o autuado a informar tal parcela como isenta em sua declaração de rendimentos, não tem este último qualquer responsabilidade pela infração; d) caso os rendimentos apontados como omitidos de fato fossem tributáveis, deveriam ter sido submetidos ao ajuste anual, e não tributados isoladamente como no lançamento fiscal; e) parcelas dos valores recebidos a título de diferenças de URV se referiam à correção incidente sobre 13º salários e a férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isenta, portanto, não deveriam compor a base de cálculo do imposto lançado; f) ainda que as diferenças de URV recebidas em atraso fossem consideradas como tributáveis, não caberia tributar os juros e correção monetária incidentes sobre elas, tendo em vista sua natureza indenizatória; g) mesmo que tal verba fosse tributável, não caberia a aplicação da multa de ofício e juros moratórios, pois o autuado teria agido com boa fé, seguindo orientações da fonte pagadora, que por sua vez estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. Antes do julgamento, foi determinada diligência fiscal para que o órgão de origem adotasse as medidas cabíveis para ajustar o lançamento fiscal ao Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009, para que fossem levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global. Não obstante, essa diligência fiscal ficou prejudicada com a edição do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2.331/2010, que concluiu pela suspensão das medidas propostas pelo Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009 até que a questão fosse apreciada pelo Supremo Tribunal Federal. A 3ª Turma da DRJ em Salvador/BA julgou procedente em parte o lançamento, nos termos da ementa a seguir: Fl. 240DF CARF MF Processo nº 10580.721038/200936 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201 000.146 S2C2T1 Fl. 241 3 “DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, em decorrência do art. 2º da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Impugnação Improcedente. ” Cientificada da decisão de primeira instância em 11/04/2011 (“AR” fls. 134), a contribuinte interpôs, em 10/05/2011, Recurso Voluntário Tempestivo de fls. 135/222, utilizandose dos mesmos fatos e fundamentos legais da peça impugnatória. VOTO O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. Antes da apreciação do presente recurso, é cediço que se registre que a exigência em questão versa sobre rendimentos recebidos acumuladamente – RRA, por pessoa física, em períodos diversos daquele de sua competência, calculado de forma anual, considerando as tabelas e alíquotas do período do recebimento. Essa é matéria reconhecida de repercussão geral, que aguarda julgamento dos Recursos Especiais nº 614.232/RS e 614.406/RS, pelo Supremo Tribunal Federal, no tocante a constitucionalidade do art. 12 da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, in verbis: Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. Vejase a ementa do julgado: TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMPOSTO DE RENDA SOBRE VALORES RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. ART. 12 DA LEI 7.713/88. ANTERIOR NEGATIVA DE REPERCUSSÃO. MODIFICAÇÃO DA POSIÇÃO EM FACE DA SUPERVENIENTE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI FEDERAL POR TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 1. A questão relativa ao modo de cálculo do imposto de renda sobre pagamentos acumulados se por regime de caixa ou de competência vinha sendo considerada por esta Corte como matéria infraconstitucional, tendo sido negada a sua repercussão geral. 2. A interposição do recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, b, da Constituição Federal, em razão do reconhecimento da inconstitucionalidade parcial do art. 12 da Lei 7.713/88 por Tribunal Regional Federal, constitui circunstância nova suficiente para justificar, agora, seu caráter constitucional e o reconhecimento da repercussão geral da matéria. Fl. 241DF CARF MF Processo nº 10580.721038/200936 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201 000.146 S2C2T1 Fl. 242 4 3. Reconhecida a relevância jurídica da questão, tendo em conta os princípios constitucionais tributários da isonomia e da uniformidade geográfica. 4. Questão de ordem acolhida para: a) tornar sem efeito a decisão monocrática da relatora que negava seguimento ao recurso extraordinário com suporte no entendimento anterior desta Corte; b) reconhecer a repercussão geral da questão constitucional; e c) determinar o sobrestamento, na origem, dos recursos extraordinários sobre a matéria, bem como dos respectivos agravos de instrumento, nos termos do art. 543B, § 1º, do CPC. (RE 614406 AgRQORG, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, julgado em 20/10/2010, DJe043 DIVULG 03032011 PUBLIC 04032011 EMENT VOL0247601 PP 00258 LEXSTF v. 33, n. 388, 2011, p. 395414 ).(Grifei.) Conforme se vê, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral do tema em questão, qual seja, incidência de imposto de renda sobre rendimentos da pessoa física pagos acumuladamente e determinou o sobrestamento na origem dos recursos extraordinários sobre a matéria. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF determina que os Conselheiros deverão reproduzir as decisões proferidas Supremo Tribunal Federal STF na sistemática prevista pelo art. 543B do Código de Processo Civil – CPC, nos seguintes termos: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. (grifei) Para regulamentar referido dispositivo foi editada em 03 de janeiro de 2012, a Portaria CARF n° 001/2012, que determina os procedimentos a serem adotados para o sobrestamento de processos de que trata o §1o do art. 62A do anexo II do Regimento Interno do CARF, nos seguintes termos: Art. 1º. Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria, para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão, nos termos do art. 543B da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Fl. 242DF CARF MF Processo nº 10580.721038/200936 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2201 000.146 S2C2T1 Fl. 243 5 Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. Art. 2º. Cabe ao Conselheiro Relator do processo identificar, de ofício ou por provocação das partes, o processo cujo recurso subsumase, em tese, à hipótese de sobrestamento de que trata o art. 1º. Diante de todo o exposto, voto no sentido de SOBRESTAR o julgamento do presente recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012, devendo o processo ser novamente incluído em pauta, após o pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal, de acordo com o disposto no art. 543B, §1o, do Código de Processo Civil, ou que haja alteração na legislação vigente, referente a sobrestamento dos feitos. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 243DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13605.000306/99-21
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/01/1990 a 31/10/1995
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCEDÊNCIA. RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO. Verificada contradição entre os fundamentos e a decisão, deve o Colegiado acolher os embargos, para retificar esse decisum, no sentido de adequá-lo á realidade dos autos.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 9303-002.192
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos de declaração para retificar o acórdão embargado, nos termos do voto do Relator.
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Henrique Pinheiro Torres
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1990 a 31/10/1995 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCEDÊNCIA. RETIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO. Verificada contradição entre os fundamentos e a decisão, deve o Colegiado acolher os embargos, para retificar esse decisum, no sentido de adequálo á realidade dos autos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos de declaração para retificar o acórdão embargado, nos termos do voto do Relator. Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto Henrique Pinheiro Torres Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 5. 00 03 06 /9 9- 21 Fl. 484DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 21/05/2013 por LUI Z EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pelo sujeito passivo, em face do Acórdão 9303026, sob o argumento de ter havido contradição nesse decisum. O acórdão embargado possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1990 a 31/10/1995 PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. Recurso Especial do Contribuinte Negado. A Embargante alega que ocorreu contradição no acórdão recorrido, que se identifica pela transcrição, a seguir, de excertos de seus embargos: É inequívoca a alegado contradição, uma vez que o acórdão em questão traz como Recorrente a ora embargante e como Interessado a ora embargada, sendo que, realmente, os pó/os ativo/passivo estão invertidos, estão ao contrário. Por outro lado, mesmo que se admitisse e se entendesse como válido o acórdão ora vergastado, ainda assim seria ele confuso e contraditório, já que em sua conclusão final, acentua o provimento do Especial para declarar extinto o direito à repetição do indébito objeto do recurso em exame, esquecendo se de que a parcela do pleito que fora deferida pela Delegacia da Receita Federal de Cel. Fabriciano, não foi objeto de recurso de nenhuma das partes, continuando, portanto, incólume. O Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, com base na informação de fl. 446, deu seguimento aos embargos e determinou sua inclusão em pauta. É o relatório. Fl. 485DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 21/05/2013 por LUI Z EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13605.000306/9921 Acórdão n.º 9303002.192 CSRFT3 Fl. 448 3 Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator Por atender aos requisitos de admissibilidade, devese conhecer dos embargos de Declaração opostos pelo sujeito passivo. Da análise dos autos, confirmase que, de fato, assiste razão à embargante, pois, a Turma consignou no acórdão tratarse de recurso do sujeito passivo, quando na realidade tratavase de recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional. Com isso, vários equívocos foram cometidos, tanto no relatório quanto no voto da decisão embargada, interferindo, inclusive, no resultado do julgamento (Recurso Especial do Contribuinte Negado, quando deveria ter sido Recurso Especial da Fazenda Provido). Tais equívocos, no meu entender. resultaram em obscuridade do acórdão. Outro ponto, alegado pela Embargante, também resultaria em obscuridade/omissão da decisão, já que o voto, em sua conclusão, declara a extinção do direito pleiteado no recurso ora em exame. No entanto, não é verdade que houve esquecimento da parte que fora deferida pela unidade de origem. Senão vejamos a parte final do voto, que a seguir se transcreve: "...para restabelecer a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento e declarar extinto o direito a repetição do indébito objeto do recurso ora em exame" (grifouse). O que houve é que, em razão da inversão dos pólos ativo e passivo, o resultado do julgamento foi, via de consequência, diametralmente o oposto, dai a necessidade de correção. Para sanar esse erro no procedimento, o Regimento Interno do CARF, a exemplo do Código do Processo Civil, prevê o remédio processual dos embargos, por meio dos quais, o Colegiado pode emitir decisão retificadora que integrará o acórdão embargado. Desta feita, devese prover os embargos para corrigir o acórdão, de modo que passe a refletir o resultado correto do julgado, consignandose como recorrente a Fazenda Nacional, e por conseguinte, alterando a redação do resultado. No relatório Onde se lê: Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário ao Conselho de Contribuintes. A Câmara recorrida negou provimento ao recurso, mantendo a decisão de primeira instância. Cientificada da decisão, interpôs recurso especial, o qual foi admitido pelo Presidente da Câmara recorrida. Passese a ler: Fl. 486DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 21/05/2013 por LUI Z EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário ao Conselho de Contribuintes. A Câmara recorrida deu provimento parcial ao recurso para afastar a decadência/prescrição. Cientificada da decisão, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial, o qual foi admitido pelo Presidente da Câmara recorrida. Na parte dispositiva do voto condutor do acórdão Onde se lê: Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial do sujeito passivo para estabelecer a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento e declarar extinto o direito à repetição do indébito objeto do recurso ora em exame. Passese a ler: Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional para restabelecer a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento. E na folha de rosto do acórdão onde se lê: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1990 a 31/10/1995 PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama, Susy Gomes Hoffmann, Rodrigo Cardozo Miranda, Maria Teresa Martinez López e Leonardo Siade Manzan, que davam provimento. Passese a ler: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1990 a 31/10/1995 PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito Fl. 487DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 21/05/2013 por LUI Z EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13605.000306/9921 Acórdão n.º 9303002.192 CSRFT3 Fl. 449 5 tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. Recurso Especial da Fazenda Nacional Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama, Susy Gomes Hoffmann, Rodrigo Cardozo Miranda, Maria Teresa Martinez López e Leonardo Siade Manzan, que negavam provimento. Diante do exposto voto no sentido de dar provimento aos embargos de declaração, para suprimir a contradição existente entre os fundamentos e a decisão, de sorte a adequar o resultado do julgamento ao que decidiu a maioria do Colegiado, que deu provimento ao recurso apresentado pela Fazenda Nacional. Henrique Pinheiro Torres Fl. 488DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 21/05/2013 por LUI Z EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 13982.000691/2009-23
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008
COFINS. COOPERATIVA. ATO COOPERADO. NÃO INCIDÊNCIA.
Ato cooperado é aquele praticado entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais (artigo 79 da Lei n° 5.764/1971). A não incidência
de COFINS restringe se a atos cooperados praticados entre
a cooperativa e seus associados.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-000.896
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso voluntário.
Ausente momentaneamente a conselheira Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: Gilberto de Castro Moreira Junior
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ementa_s : NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008 COFINS. COOPERATIVA. ATO COOPERADO. NÃO INCIDÊNCIA. Ato cooperado é aquele praticado entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais (artigo 79 da Lei n° 5.764/1971). A não incidência de COFINS restringe se a atos cooperados praticados entre a cooperativa e seus associados. Recurso voluntário negado.
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ATO COOPERADO Recorrente COOPERATIVA DOS TRANSPORTADORES DE CARGA DA REGIÃO DE TANGARÁ COOTRATAN Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008 COFINS. COOPERATIVA. ATO COOPERADO. NÃOINCIDÊNCIA. Ato cooperado é aquele praticado entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais (artigo 79 da Lei n° 5.764/1971). A nãoincidência de COFINS restringese a atos cooperados praticados entre a cooperativa e seus associados. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Ausente momentaneamente a conselheira Tatiana Midori Migiyama. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente. Gilberto de Castro Moreira Junior Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 2. 00 06 91 /2 00 9- 23 Fl. 371DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 365 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (DRJ/FNS), que julgou improcedente a impugnação da Recorrente. Para descrever os fatos, e também por economia processual, transcrevo o relatório constante do acórdão da DRJ/REC, verbis: Tratase de Auto de Infração relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para o Programa de integração Social (PIS) e de formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), referente ao período 01/2005 a 11/2008. A empresa em epígrafe tratase de uma cooperativa de transporte rodoviário de carga. Em procedimento fiscal relativo ao período em questão foram verificadas as DCTF — Declaração de Créditos e Débitos Tributários Federais, onde se apurou não ter havido qualquer declaração ou apuração de valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins. A base de cálculo considerada pela fiscalização foi o faturamento, correspondente à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pelas sociedades cooperativas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas. Das deduções relativas ao período de 01/01/2005 a 30/11/2005, não foi considerado o valor informado a título de sobras líquidas. Concluiu a autoridade fiscalizadora que no período em questão não existiram sobras líquidas pelo fato de não ter havido a contabilização de valores nas contas de Reserva Legal e FATES, sendo que, conforme o art. 28 da Lei n° 5.764/71 estas reservas são constituídas por 10% e 5%, respectivamente, da sobra líquida. Salienta, ainda, que o valor informado referese ao resultado contábil total da empresa — atos cooperados e não cooperados — sendo que o art. 87 da Lei n°. 5.764/71 exige que o contribuinte apure em separado o resultado dos atos cooperados (sobras) e os resultados dos atos não cooperados. A partir de 01/12/2005, foram excluídos do cálculo: os ingressos decorrentes de atos cooperativos, entendendose como tal as parcelas repassadas aos associados, quando decorrentes de serviços de transporte rodoviário de cargas por estes prestados à cooperativa; a dedução das sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício (12/2005), antes da Fl. 372DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 366 3 destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates). A COFINS e o PIS/Pasep foram apurados nas planilhas de fls. 75/76 e informados nos autos de infração de fls. 002 /022 (Cofins) e fls. 23/43 (PIS). A juízo da autoridade fiscal, a autuada adotou conduta que teve por fim impedir o conhecimento por parte da administração tributária do total das exações devidas pela mesma durante o período de 2005 a 2008, em razão de não ter informado em DCTF qualquer valor devido a título de PIS e de Cofins. Acrescenta que o contribuinte entregou os Demonstrativos das Contribuições (Dacon) do período em questão, demonstrando as receitas obtidas da intermediação dos serviços de fretes, mas considerando que todas as receitas seriam decorrentes de ato cooperado, embora soubesse que grande parte era decorrente de ato não cooperado. Devido à inércia e à omissão do contribuin ,e,, bem como ao fato de que a conduta adotada abrangeu todo o período fiscalizado, o fisco entendeu que não houve um um erro de fato, mas sim que o autuado incorreu no disposto nos artigos 71 e 72 da Lei n°. 4.502 de 30 de novembro de 1964, os quais definem a conduta de sonegação e fraude. Por este motivo, aplicou a multa prevista no § 1 0. do artigo 44 da Lei n°. 9.430/96, com a redação dada pela Lei n°. 11.488/2007. Em sua defesa, a contribuinte alega, inicialmente, que todas as prestações de serviços realizadas pela ora impugnante foram feitas por cooperados, pelo que a cobrança do PIS/Cofins oriunda de ato cooperado é indevida. Remete à Lei n°. 11.196 de 2005, que, através do seu art. 46 alterou o art. 30 da Lei n°. 11.051/2004, onde passou a reconhecer o direito das sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas de exclusão da base de cálculo de ingressos decorrentes do ato cooperado na apuração dos valores devidos a título de Cofins e PIS — faturamento. Cita o art. 79 da Lei n°. 5.764/71 e argumenta que os resultados devem ser obrigatoriamente repassados aos cooperados, posto que as cooperativas não podem visar lucros, motivo pelo qual a sociedade cooperativa não pode ser tributada por receitas que não são suas. Esclarece que realiza somente atos cooperados, prestando serviços a terceiros com veículos de cooperados e somente com estes, que o resultado positivo desses atos pertence, proporcionalmente, a cada um dos cooperados, e que inexiste faturamento resultante de atos cooperativos que possa ser titularizado pela sociedade. Por fim, requer: a) que se declare nulo o auto de infração; b) a concessão de produção de todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente a documentos inclusa, bem como as demais que se fizerem necessária; c) que todas as intimações relativas à presente defesa sejam encaminhadas aos advogados que esta subscrevem. Fl. 373DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 367 4 Em sua decisão, a DRJ/FNS, por unanimidade, houve por bem julgar improcedente a impugnação. A ementa do acórdão foi assim formulada: COFINS. CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO. A Cofins cumulativa devida pelas sociedades cooperativas de trabalho será calculada com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3º da Lei n.° 9.718, de 1998, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência. Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2008 Inconformada com a decisão da DRJ/RPO, a Recorrente interpôs o presente recurso voluntário, onde repisa os argumentos apresentados anteriormente. É o relatório. Voto Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior, Relator. O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A questão central dos autos cingese ao conceito de ato cooperativo (ou cooperado) para fins de incidência ou não da COFINS. A Lei n° 5.764/1971 assim dispõe sobre o ato cooperativo: “Art. 79. Denominamse atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. (...) Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e estejam de conformidade com a presente lei. Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos. Fl. 374DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 368 5 Art. 88. Poderão as cooperativas participar de sociedades não cooperativas para melhor atendimento dos próprios objetivos e de outros de caráter acessório ou complementar (redação dada pela MP no 2.15835/ 2001). (...) Art. 111. Serão considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os artigos 85, 86 e 88 desta Lei. O artigo 6° da Lei Complementar 70/1991, por sua vez, dispunha que: Art. 6° São isentas da contribuição: I – as sociedades cooperativas que observarem ao disposto na legislação específica, quanto aos atos cooperativos próprios de suas finalidades. Posteriormente, a Medida Provisória n° 1.8586, de 29 de junho de 1999, e suas reedições (culminando na MP n° 2.15835, de 2001), revogou expressamente, a partir de 30 de junho de 1999, a isenção da Cofins quanto aos atos cooperativos próprios das finalidades das cooperativas, prevista no artigo 6°, inciso I, da Lei Complementar n° 70/1991. Tal revogação, a meu ver, é possível, já que não há obrigatoriedade de edição de lei complementar para disciplinar a matéria em voga. Com o advento da Lei n°. 11.196/2005, alterando o artigo 30 da Lei n° 11.051/2004, é que se passou a reconhecer o direito das sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas excluírem, na apuração dos valores devidos a titulo de PIS e Cofins, os ingressos decorrentes do ato cooperativo, verbis: Art. 30. As sociedades cooperativas de crédito e de transporte rodoviário de cargas, na apuração dos valores devidos a título de Cofins e PIS faturamento, poderão excluir da base de cálculo os ingressos decorrentes do ato cooperativo, aplicandose, no que couber, o disposto no art. 15 da Medida Provisória n° 2. /5835, de 24 de agosto de 2001, e demais normas relativas às cooperativas de produção agropecuária e de infraestrutura. Vêse, portanto, que, até o mês de novembro de 2005, as cooperativas estavam sujeitas à tributação pelo PIS e COFINS sobre a totalidade de suas receitas, sendo que, após esse período, passou a ser possível a exclusão dos ingressos decorrentes do ato cooperado. Conforme se infere da decisão recorrida, “O disposto na legislação acima descrita foi observado pela autoridade fiscalizadora e embasa o lançamento. Primeiramente foi verificado o faturamento da cooperativa, correspondente à totalidade das receitas auferidas e, em seguida, foram excluídos do cálculo as deduções permitidas em lei, conforme o período. No caso dos ingressos decorrentes de atos cooperativos, a exclusão do cálculo se deu apenas a partir de 01/12/2005, conforme expressa previsão legal em vigor”. A fiscalização (fls. 276), até o mês de novembro de 2005, considerou: Fl. 375DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 369 6 ... como a sendo a única dedução específica admitida para as cooperativas de transporte rodoviário de cargas a dedução da base de cálculo do valor das sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, destinadas à constituição do Fundo de Reserva (Reserva Legal) e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), previstos no art. 28 da Lei ng 5.764/71, de acordo com o disposto na Lei n 10.676/03 art. 12, § 22, com efeitos retroativos a 1 2/11/99, e IN SRF n 635/06, art. 10. Compulsando as planilhas apresentadas pelo contribuinte adunados as fls. 063 a 074, não identificamos a contabilização de valores nas contas Reserva Legal e FATES. (contas contábeis n° 2445— 2.4.01.05.01 e 2442— 2.4.01.05.02). Desta forma, se considerarmos que conforme o artigo 28 da Lei n° 5.764/71 estas reservas são constituídas por 10 % e 5 %, respectivamente, da sobra líquida, há de se concluir que no período em questão não existiram sobras líquidas a serem deduzidas da base de cálculo em análise. A partir de dezembro de 2005, a fiscalização passou a excluir, corretamente, da base de cálculo da COFINS, os ingressos decorrentes do ato cooperativo (fls. 277). Entretanto, o seguinte trecho do Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal apontou a divergência entre o entendimento da fiscalização e o do Recorrente: Percebese pelos preenchimentos das planilhas pelo contribuinte (fls. 063 a 073), que o mesmo inadvertidamente computou como "ato cooperado" toda a sua prestação de serviços e/ou receitas, ou seja, muito embora possua grande parcela de sua receita advinda da prestação de serviços por intermédio de terceiros NÃO cooperados, considerouos como se cooperados fossem. Ora, a legislação anteriormente mencionada limita os atos cooperativos aos praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Correto, portanto, o entendimento da fiscalização neste tema. Diferente não é o que prega o Superior Tribunal de Justiça e o CARF, senão vejamos: TRIBUTÁRIO – LEI N. 5.764/71 – ATOS COOPERATIVOS TÍPICOS – NÃOINCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA – ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL. 1. A controvérsia essencial dos autos restringese à incidência de contribuição social, no caso, PIS e COFINS, sobre a receita oriunda dos atos cooperativos típicos de sociedades de cooperativas de crédito. 2. A questão debatida nos autos foi amplamente examinada pelo Superior Tribunal de Justiça. O posicionamento até então majoritário consignava que Fl. 376DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 370 7 a decretação ou não da incidência de contribuição social sobre atos cooperativos próprios das embargantes encontrava óbice constitucional. Entendiase que o Tribunal de origem firmarase em matéria de natureza constitucional; logo intransitável o recurso especial, porquanto esbarrava na competência atribuída pela Constituição da República ao STF, pela via do recurso extraordinário, na forma do art. 102, inciso III. 3. Esse entendimento jurisprudencial, todavia, sofreu alteração. O STJ atualmente declara que a prática de atos cooperativos, realizados na forma descrita na Lei n. 5.764/71, não configura a hipótese de incidência da COFINS ou do PIS, caracterizandose, conseqüentemente, indevida. Destarte, frisese, in casu, a nãoincidência de contribuição social nos atos cooperados, compreendidos a captação de recursos de cooperados, os empréstimos a cooperados e as aplicações financeiras. 4. A nãoincidência do PIS e da COFINS, nos termos da jurisprudência dominante do STJ, em casos de cooperativas, restringese a atos cooperados praticados, exclusivamente, entre a cooperativa e seus associados. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, exclusivamente para determinar indevida a incidência tributária, in casu, COFINS e PIS, sobre atos cooperativos típicos realizados pelas embargantes, praticados conforme dispõe a Lei n. 5.764/71, nos termos deste voto. (EDcl no REsp 778.420MG, rel. Ministro Humberto Martins) PIS/COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. ATO COOPERATIVO. FALTA DE PERTINÊNCIA COM O FATURAMENTO OU RECEITA BRUTA. Ato cooperativo é aquele praticado entre a cooperativa e seus cooperados, destinado à consecução dos objetivos sociais da entidade. Apenas se o ato cooperativo se configurasse em relação aos pagamentos que a cooperativa recebe ou seja, em relação à receita é que se poderia cogitar de alguma implicação em relação à incidência de PIS/Cofins, sendo, no entanto, indiferente para tal incidência, o fato de o ato cooperativo vir a se configurar em relação aos pagamentos que a cooperativa realiza. (Acórdão 3403001.916, rel. Conselheiro Ivan Allegrette) Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Gilberto de Castro Moreira Junior Fl. 377DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13982.000691/200923 Acórdão n.º 3202000.896 S3C2T2 Fl. 371 8 Fl. 378DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/10/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/10/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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Numero do processo: 11516.721537/2012-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Oct 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
TRIBUTAÇÃO REFLEXA DO IRPJ. COMPETÊNCIA. 1ª SEÇÃO.
À Primeira Seção do CARF compete processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância referentes a tributos exigidos em procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ.
Numero da decisão: 3201-001.497
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, declinando a competência deste julgamento para a 1ª Seção, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
Nome do relator: Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008 TRIBUTAÇÃO REFLEXA DO IRPJ. COMPETÊNCIA. 1ª SEÇÃO. À Primeira Seção do CARF compete processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância referentes a tributos exigidos em procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ.
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COMPETÊNCIA. 1ª SEÇÃO. À Primeira Seção do CARF compete processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância referentes a tributos exigidos em procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, declinando a competência deste julgamento para a 1ª Seção, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. JOEL MIYAZAKI Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 15 37 /2 01 2- 65 Fl. 483DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 484 2 Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Tratase de Auto de Infração, com lançamento de contribuições para o PIS, no valor de R$ 851.822,09 e para a COFINS, no valor de R$ 3.923.544,22, no regime da nãocumulatividade, relativas ao período de 01/2008 a 12/2009, acrescidos de juros de mora e da multa proporcional de 150%. Procedimento Fiscal: Na verificação fiscal junto à contribuinte acima identificada foram constatadas irregularidades quanto às aquisições de insumos das empresas Gold Comércio e Beneficiamento de Minérios Ltda., doravante referenciada apenas como Gold, e T’Mel Beneficiamento Mineral Ltda. ME, doravante referenciada como T’Mel através de documentos considerados inidôneos, os quais levaram à glosa dos respectivos valores compensados em Dcomp, considerados como não declarados, gerando o Auto de Infração contestado. Os referidos documentos se referiam a supostos pagamentos efetuados pela empresa, referentes à aquisição de carvão mineral, matériaprima para a produção de coque, atividade principal do sujeito passivo. No caso da empresa Gold, foram constatados valores expressivos em relação a notas fiscais/duplicatas, os quais teriam sido pagos em espécie, segundo a empresa fiscalizada. Segundo o fisco, as notas fiscais e duplicatas de compra de carvão mineral desta empresa revelavam aspectos suspeitos quanto a sua idoneidade: falta de autenticações, carimbos ou anotações que indicassem a efetiva entrega da mercadoria; falta de comprovação do efetivo ingresso dessas mercadorias, bem como do efetivo pagamento à favorecida; falta do registro do recebimento e movimentação financeira por parte da vendedora (Gold). Em diligência junto à empresa Gold, verificou o fisco a trajetória desta empresa desde a sua constituição até a alteração da denominação Valério Veículos Ltda. Para Gold Comércio e Beneficiamento de Minérios Ltda., na qual foram verificadas inúmeras irregularidades de ordem formal. Constatou ainda a efetiva participação do responsável por esta alteração, contador da empresa, como intermediário na solicitação dos serviços de impressão das notas fiscais tidas como“falsas”. Por outro lado, os sócios desta empresa Sr. José Luiz Valério e sua esposa Neli Roecker Valério fizeram declarações de próprio punho quanto ao não reconhecimento da assinatura na terceira alteração contratual e, ainda, que após a exploração do ramo de comércio de veículos, teriam cessado suas atividades. Inicialmente, o contribuinte teria apresentado à auditoria fiscal, de forma parcial, as notas fiscais emitidas pela Gold, que foram Fl. 484DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 485 3 objeto de apreensão, recusandose, posteriormente, a entregar a totalidade das notas fiscais. Na diligência na T´Mel, constatou o fisco que a empresa estaria desativada, tendo havido a confecção e emissão de notas fiscais inidôneos para a prática de crime tributário. Embora lançados contabilmente, os documentos foram reconhecidos como inidôneos pelo contador da empresa fiscalizada Mineração Caravaggio que passou a considerálos indedutíveis, tendo apresentado à fiscalização livros contábeis elaborados à última hora no decorrer do procedimento fiscal, onde os valores das mencionadas notas fiscais estão lançadas como adições dos ajustes do lucro líquido do exercício. Consta ainda do relatório fiscal que o sujeito passivo informou de forma parcial os valores de contribuições sociais relativas ao PIS e à Cofins, estribado em suposta isenção incidente sobre a receita bruta do sujeito passivo, que consiste na produção de coque, a partir do beneficiamento da matéria prima, o carvão mineral, baseado no fato de que o destinatário – Tupy Fundições – utiliza o coque fundição em substituição à energia elétrica, proporcionando uma razoável economia de eletricidade. Segundo o fisco, a hipótese legal da não incidência (alíquota zero), tipificada no art. 2º. da Lei nº. 10.312/200, alterada pela Lei nº. 12.431/2011, está prevista para o caso da venda de carvão mineral destinado à geração de energia elétrica, o que não é o caso do sujeito passivo, que adquire o carvão mineral como matéria prima para a produção de coque, o qual é vendido para outros fins. Houve o agravamento da multa imposta, em vista de que as circunstâncias descritas revelaram de forma inequívoca a intenção firme e consciente da contribuinte no sentido de suprimir tributo, mediante sonegação, fraude e conluio praticados de forma dolosa e agravam o valor da multa, nos termos das disposições contidas no artigo 44, inciso I, parágrafo 1º. da Lei nº. 9.430/96, c/c os artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502/64. Impugnação A contribuinte apresenta a sua defesa dividida em tópicos, os quais se relata aqui, sucintamente: Sob o tópico “3 Nulidade das Prorrogações de Prazo constantes do MPFE não motivadas e nunca informadas ao sujeito passivo”, a contribuinte suscita a nulidade das prorrogações de prazo constantes do MPFE, alegando, em síntese, a violação do princípio da ampla defesa e ao princípio da cientificação. Alega que estas prorrogações não constam do Auto de Infração; que foi ultrapassado o prazo de até sessenta dias de validade dos atos, determinado no art. 7º., §2º. Do Decreto 70.235/72 e o art. 12 da Portaria SRF nº. 6.087; que o parágrafo 3º., do art. 13 da referida Portaria estabelece que o AFRF responsável pelo Fl. 485DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 486 4 procedimento, quando das prorrogações, deve fornecer o Demonstrativo de Emissão e Prorrogação. No item “4 – Nulidade do Auto de Infração”, suscita a incompetência para fiscalizar PIS e Cofis por ausência de MPF Complementar. Remete aos artigos 2º. e 10º. da Portaria SRF nº. 6.087, para alegar que, ainda que tenha havido a alteração do MPF para a inclusão de PIS e Cofins, não houve a expedição de MPF Complementar, conforme determinado na referida Portaria, restando injustificadas as apurações e infrações referentes a quaisquer outros tributos que não o IRPJ. No tópico “5 – Nulidade do Termo de Apreensão de Documentos”, alega que para este ser válido, deve conter obrigatoriamente a assinatura do sujeito passivo, meio idôneo para comprovar sua ciência e a observância do devido processo legal; que a Lei do Processo Administrativo Federal preceitua que são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos; que é evidente a nulidade e inidoneidade do Termo de Apreensão de Documentos para instruir o Auto de Infração. Requer, assim, a nulidade de todos os atos do Auto de Infração que decorram das supostas notas falsas apreendidas. No item “6 – Contabilidade imprestável”, alega sobre a impossibilidade de manutenção da modalidade Lucro Real em razão da glosa de (quase) a totalidade dos custos. Sustenta que a glosa das notas fiscais opera em dissonância à manutenção da modalidade de lucro real adotada, em vista de que, na hipótese de válidos os argumentos esposados pelos auditores, a contabilidade seria imprestável para se apurar IRPJ, CSLL e, consequentemente, o recolhimento insuficiente de PIS e Cofins. Segundo a contribuinte, as supostas fraudes na emissão de notas fiscais “frias” inseridas na contabilidade da empresa, daria ensejo à aplicação da Lei nº. 8.981/95, combinada com o RIR/99 (Decreto 3.000/99), com a aplicação do lucro arbitrado como único meio de aferir rendimento tributável. Cita acórdãos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para reiterar que o procedimento de glosa de quase a totalidade dos custos da recorrente, com a manutenção por lucro real não atende aos requisitos legais de fiscalização tributária, indo de encontro à legislação aplicável ao presente caso, em especial aos artigos 47 da Lei nº. 8.981/95 e art. 530 do RIR/99. Requer a nulidade de todo o procedimento e que seja realizada nova apuração, com a aplicação do lucro arbitrado para apurar a suposta insuficiência de recolhimento de PIS e Cofins, porque inviável a manutenção da modalidade da tributação após a glosa de quase totalidade dos custos. No tópico “7 – Impossibilidade de desconsideração de notas fiscais sem o Ato Declaratório de Inidoneidade”, alega que não Fl. 486DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 487 5 foi realizado o regular procedimento, conforme descrito na Portaria 187/93 do MF, art. 1º. Destaca que a Declaração de Inidoneidade é imprescindível para a posterior desconsideração da contabilidade do sujeito passivo. Ainda, que o procedimento que resultou em diligências em outras empresas, declarações e comparação de assinaturas não foi precedido de ampla defesa e contraditório; que foi realizada perícia grafotécnica (nas assinaturas dos Contratos Sociais) pelo próprio auditor fiscal; que não houve válida decisão acerca da inidoneidade das empresas emitentes; que estas empresas continuam com CNPJ ativo; que, perante a Secretaria de Fazenda do Estado de Santa Catarina, o “Edital de Cancelamento” só foi publicado mais de um ano após o período em que foram emitidas as notas; que existem inscrições em dívida ativa e notificações para os períodos de 05/2010 a 07/2012, o que só se justificaria caso a atividade da empresa estivesse sendo exercida nestes períodos; que, do contrário, estarseia declarando a falsidade e inidoneidade de notas por estar cancelada a empresa, de um lado, e de outro, tributando as mesmas notas fiscais. Por fim, que seria contraditório considerar nulas as notas para fins de tributar a impugnante e, simultaneamente, tributar a atividade da empresa ‘inexistente’. Requer a declaração de nulidade por terem sido considerados documentos que não foram prévia e validamente declarados falsos ou inidôneos. No tópico “8 Opção pela forma de pagamento do Imposto – Lucro Real não optado pela contribuinte”, remete ao art. 3º. da Lei nº. 9.430/96 paras alegar que não optou expressamente pela tributação pelo Lucro Real e que a opção pelo Lucro Presumido representaria menor onerosidade ao contribuinte, cujo princípio seria aplicado ao presente caso, nos termos do art. 112 do CTN. Aduz que, nos anos de 2008 e 2009, não recolheu guias DARF referentes à tributação por Lucro Real, conforme extratos (doc. 05); e que o contador da empresa laborou em equívoco ao entregar LALUR dos anos de 2008/2009 à fiscalização. Em “9 Despesas dedutíveis”, alega que uma planilha apresentada “à última hora” pelo contador jamais poderia ser utilizada como base de cálculo; que não foi observado se houve ou não comprovação dos custos, resumindose o fisco a somar o total das despesas da planilha apresentada sem averiguar se estas eram dedutíveis ou não; que muitas destas despesas se tratam de compras de matéria prima flagrantemente dedutíveis. Cita alguns destes lançamentos, por amostragem. Requer a exclusão dos valores apurados com base na planilha de valores não dedutíveis, ou, alternativamente, que seja determinada a perícia contábil para apurar quais as despesas que foram equivocadamente incluídas como não dedutíveis, gerando a indevida incidência de PIS e Cofins, em desacordo com a legislação tributária. Fl. 487DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 488 6 No item “10 – Apuração indevida da contribuição ao PIS/Cofins”, a contribuinte alega que, caso mantida a tributação com base no lucro real, nos termos da Lei nº. 10.637/02 e Lei nº. 10.833/03, seria necessário aplicar a sistemática da não cumulatividade às contribuições ao PIS e Cofins, de forma que teria direito ao creditamento de todos os custos despendidos na produção de bens e de serviços, posto que, segundo ela, todos os gastos empregados para a obtenção de todas as receitas podem ser considerados insumos. Quanto ao item “11 Inaplicabilidade da Multa”, alega que, não havendo comprovação do dolo ou fraude (por ausência de Ato Declaratório de Inidoneidade), incabível seria a aplicação da multa duplicada. Subsidiariamente, requer o reconhecimento da aplicação da multa no percentual de 20% por atraso no recolhimento. No item “12 – Produção de Prova Pericial”, sustenta que, ainda que se considere viável o ato fiscal no que tange às provas produzidas no Auto de Infração, em havendo necessidade de realização de prova pericial para apurar a falsidade das notas fiscais e das assinaturas apostas no Contrato Social, esta perícia deverá ser realizada por profissional competente para tanto, com acompanhamento de assistente técnico do sujeito passivo, apresentação de quesitos e possibilidade de contraditar os atos realizados. Em “12Requerimentos”, em síntese, repetese em seus argumentos acima relatados, reiterando o pedido de nulidade do procedimento fiscal. Por fim, requer a exclusão das despesas tidas como não dedutíveis, a concessão de prazo para identificação específica de cada despesa tida como não dedutível, com a realização de prova pericial contábil para apura o valor a ser excluído do auto de infração; a apuração de valores a serem creditados em razão da nãocumulatividade de PIS e Cofins, incidentes sobre todos os gastos inerentes à atividade produtiva da impugnante; a exclusão da multa de 150% aplicada, afastandose igualmente a multa de 75%; a exclusão da totalidade das multas, aplicando se, subsidiariamente, a multa de 20%; e a realização de prova pericial sobre as assinaturas e contratos acostados aos autos, bem como de perícia contábil, solicitando a concessão de prazo para juntada de quesitos e indicação de assistente técnico, a produção de prova documental, bem como a oitiva das testemunhas. Sobreveio decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em.Florianópolis/SC, que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Fl. 488DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 489 7 Anocalendário: 2008, 2009 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. BENS E SERVIÇOS. Para efeito da nãocumulatividade das contribuições, há de se entender o conceito de insumo não de forma genérica, atrelando o à necessidade na fabricação do produto e na consecução de sua atividadefim (conceito econômico), mas adstrito ao que determina a legislação tributária (conceito jurídico), vinculando a caracterização do insumo à sua aplicação direta ao produto em fabricação. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2008, 2009 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. BENS E SERVIÇOS. Para efeito da nãocumulatividade das contribuições, há de se entender o conceito de insumo não de forma genérica, atrelando o à necessidade na fabricação do produto e na consecução de sua atividadefim (conceito econômico), mas adstrito ao que determina a legislação tributária (conceito jurídico), vinculando a caracterização do insumo à sua aplicação direta ao produto em fabricação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008, 2009 INFRAÇÃO. MULTA AGRAVADA. É aplicável a multa de 150% no caso em que ficar caracterizada a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Voto Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Tratase o presente processo de Autos de Infração referentes à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, no regime da nãocumulatividade. A ação fiscal foi demandada pelo Mandado de Procedimento Fiscal MPF n° 09.2.01.002011013574, sendo realizados os procedimentos de fiscalização das obrigações tributárias relativos ao IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, nos anos calendários de 2008 e 2009. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 490 8 A fiscalização constatou a prática de fraude pelo contribuinte, mediante a utilização de notas fiscais e faturas inidôneas como despesas dedutíveis para fins de apuração do lucro real, bem como para geração de créditos da nãocumulatividade do PIS e da Cofins. Esta infração foi objeto do presente lançamento e do Auto de infração referente ao IRPJ e a CSLL (Processo nº 11516.721499/201241). Foi verificado ainda o não recolhimento do PIS e da Cofins referentes a receita obtida com a venda do produto Coque, devido a contribuinte considerarse isenta, entendimento não acatado pela fiscalização e cujos tributos não recolhidos são exigidos no presente lançamento. A contribuinte, em seu recurso voluntário, não contesta a exigência referente a receita que considerava isenta, restringindo seus argumentos a nulidade do Auto de Infração, a aplicação da multa de ofício e a exigência decorrente da utilização de notas fiscais e faturas inidôneas. Tendo em vista o exposto, constatase que o presente auto de infração tem por fundamento fatos que resultaram na configuração de infração à legislação do IRPJ, qual seja a utilização de notas fiscais e faturas inidôneas como despesas dedutíveis para fins de apuração do lucro real. Assim sendo, conforme previsto no artigo 2º, inciso IV do RICARF, a Primeira Seção deste Conselho possui a competência para julgamento da lide, e não a Terceira Seção: Art. 2º À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: [...] IV demais tributos, quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; Tendo em vista o presente processo ter sido distribuído incorretamente a este conselheiro, designado para mandato na 1ª Turma da 2ª Câmara da 3ª Seção, voto por não conhecer do recurso voluntário e declinar a competência para seu julgamento a uma das Câmaras da 1ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 490DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 11516.721537/201265 Acórdão n.º 3201001.497 S3C2T1 Fl. 491 9 Fl. 491DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 26/12/2013 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 27/01/2014 por JOEL MIYAZAKI
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Numero do processo: 16024.000642/2007-55
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário: 2002, 2003, 2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. RATIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO.
É de se conhecer os embargos de declaração, mesmo não se reconhecendo a omissão e a contradição argüidas, para aclarar dúvidas porventura existentes no acórdão embargado cujo resultado há que ser ratificado.
Rejeita-se os embargos de declaração quando não há omissão e/ou
contradição no voto condutor do julgamento recorrido.
Numero da decisão: 1301-001.226
Decisão: Acordam os Membros deste Colegiado, por maioria de votos, em conhecer dos embargos interpostos, não pelo pressuposto indicado para a sua impetração (omissão e contradição), mas, tão somente, para os esclarecimentos necessários, pelo que rejeitá-los e ratificar o decidido pelo Acórdão 1301-000.826, de 14/03/2012.
Nome do relator: Paulo Jakson da Silva Lucas
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CONTRADIÇÃO E OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. RATIFICAÇÃO DE ACÓRDÃO. É de se conhecer os embargos de declaração, mesmo não se reconhecendo a omissão e a contradição argüidas, para aclarar dúvidas porventura existentes no acórdão embargado cujo resultado há que ser ratificado. Rejeitase os embargos de declaração quando não há omissão e/ou contradição no voto condutor do julgamento recorrido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os Membros deste Colegiado, por maioria de votos, em conhecer dos embargos interpostos, não pelo pressuposto indicado para a sua impetração (omissão e contradição), mas, tão somente, para os esclarecimentos necessários, pelo que rejeitálos e ratificar o decidido pelo Acórdão 1301000.826, de 14/03/2012. (assinado digitalmente) Plínio Rodrigues Lima Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Plínio Rodrigues Lima, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 02 4. 00 06 42 /2 00 7- 55 Fl. 962DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA 2 Relatório Recebidos nos termos do artigo 49, parágrafo 7o., do Anexo II da Portaria MF 256, de 22/06/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF – RICARF. Tratamse de Embargos de Declaração (fls. 985/993) apresentado pelo contribuinte, em face do Acórdão 1301000.826, de 14/03/2012, por meio do qual foi negado provimento ao recurso voluntário, por voto de qualidade dos membros da Primeira Turma da Terceira Câmara da Primeira Seção de Julgamento, tendo a seguinte ementa: Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICAIRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2005 ERRO NA CAPITULAÇÃO LEGAL Tratandose de erro evidente, divorciado do contexto do procedimento fiscal do qual emerge a motivação e o enquadramento legal correto da autuação, que não redundou em qualquer prejuízo ao exercício do direito de defesa nem em majoração indevida do crédito tributário lançado, a nulidade não deve ser pronunciada. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Deve ser mantida a tributação por omissão de receitas se o contribuinte não logra comprovar, com documentos hábeis e idôneos, a origem de depósitos em suas contascorrentes bancárias, os quais pretendia tratarse de operações de Antecipações de Dividendos, Emissão de Debêntures e de Devolução de Capital que deram origem à compra e venda de títulos do Tesouro Americano (TBills). MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. COMPROVAÇÃO. Se dos elementos que constam dos autos não resta comprovado o evidente intuito de fraude, a multa qualificada deve ser afastada e reduzida ao percentual de 75%. A mera constatação da omissão de receitas, mormente se por presunção legal, é insuficiente para afirmar o intuito doloso do contribuinte de ocultar o fato gerador tributário da autoridade fiscal. MULTA ISOLADA. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. ESTIMATIVA. A multa exigida isoladamente sobre a falta de recolhimento das estimativas mensais é de natureza sancionatória, portanto, diversa da multa proporcional incidente sobre a insuficiência de recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, no regime do lucro real anual. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS Aplicase à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal em face da estreita relação de causa e efeito. Neste recurso há duas alegações, a saber: (i) “Hipótese (Omissão) e, (ii) Hipótese (Erro – Contradição)”, das quais transcrevo trechos do necessário a decidir: “Hipótese (Omissão) Nenhuma palavra no voto condutor do Acórdão Embargado a respeito de temas da maior relevância jurídica e fática, inclusive constantes do Memorial juntado através da Resolução n.° 130100.029. Fl. 963DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA Processo nº 16024.000642/200755 Acórdão n.º 1301001.226 S1C3T1 Fl. 12 3 [...] Com efeito, simplesmente inexiste no Acórdão embargado qualquer menção ao § 2o. do art. 42 da Lei 9.430/96, fazendo crer que a presunção do "caput" do art. 42 não se esgotaria na prova da origem imediata (cheques depositados Ultra, Saspar e Odebrecht), permitindo perquirir a origem remota (TBills) e indo mais longe, também perquirir a origem remotíssima (Retorno de Capital Emissão de Debêntures Antecipação de Lucros). Tão grave é a omissão que, em termos finalísticos, significa negar absolutamente a previsão legal do § 2° do art. 42 da Lei 9.430/96, isto porque, se incomprovadas as acima citadas operações, teríamos as possíveis e seguintes hipóteses de tributação: • Retorno de Capital Em principio sequer teria tributação. • Emissão de Debêntures Talvez a tributação se desse a titulo de "Passivo Fictício", como previsto no RIR/99. • Antecipação de Lucros Possivelmente incidiria a chamada "tributação universal", prevista na Lei 92.49/95. Da mesma forma é omisso o julgado no que diz respeito incidência do I0F na operação praticada, isto porque, se o negócio efetivo é uma operação de câmbio, atípica e não usual, como ter os depósitos como não comprovados nos termos do art. 42 da Lei 9.430/96, simplesmente negando vigência ao § 2° do mesmo artigo, e o que é pior, deixando de fazer incidir eventual tributação segunda as normas especificas, no caso o I0F. Hipótese (Erro – Contradição). Como reconhecido não só pela fiscalização, mas também pela Decisão da DRJ e mantida no Acórdão Embargado, a operação de compra e venda de títulos americanos jamais foi posta em dúvida (vide demonstração acima), de modo que não há como continuar afirmando que a origem dos depósitos não teria sido comprovada (vide cheques de Ultra Saspar e Odebrecht). Mas não é só. Antes da coleta dos votos o relator foi questionado pelo Conselheiro Waldir Veiga Rocha. Pergunta: Existem provas das operações com as TBills ? Respondendo à indagação formulada, o relator foi incisivo em sua informação. Resposta: Não Após a resposta do Relator, o Conselheiro Waldir consignou seu voto no sentido de negar provimento ao Recurso, revelando que se a negociação com as T Fl. 964DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA 4 Bills estivesse provada, votaria pelo provimento do Recurso Voluntário. Com esse mesmo argumento votou o Conselheiro Alberto Presidente da Turma. Ocorre que em nenhum momento a existência e efetividade da operação entre a Embargante e as empresas Ultra, Saspar e Odebrecht foi posta em dúvida, e nem poderia, seria o mesmo que negar os cheques/ted emitidos por essas empresas e os próprios depósitos objeto do lançamento, tidos equivocadamente como incomprovados, de modo que resultam flagrantes o erro e a contradição, com influência direta na conclusão do julgado.” É o relatório. Passo ao voto. Fl. 965DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA Processo nº 16024.000642/200755 Acórdão n.º 1301001.226 S1C3T1 Fl. 13 5 Voto Conselheiro Relator Paulo Jakson da Silva Lucas O Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de julho de 2009, determina: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. § 1° Os embargos de declaração poderão ser interpostos por conselheiro da turma, pelo Procurador da Fazenda Nacional, pelos Delegados de Julgamento, pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da execução do acórdão ou pelo recorrente, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Câmara, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão. Para elucidação da matéria combatida necessário transcrever trechos do voto condutor, a saber: “Passo, pois, a apreciar o conjunto dos argumentos trazido pela Recorrente. Como visto, trata a lide de exigências de IRPJ e reflexos, relativas aos ano calendários de 2002, 2003 e 2005, formalizadas com base em depósitos/créditos bancários para os quais o contribuinte, intimado, não comprovou as correspondentes origens. Resta evidente que o que importa verificar nos presentes lançamentos tributários é se o contribuinte colacionou aos autos documentação que autoriza concluir que restaram comprovadas as origens dos recursos depositados/creditados em suas contas bancárias, vez que os créditos tributários aqui tratados foram constituídos com base no art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, além das multas impostas (qualificada e isolada). Comprovação esta com lastro em documentação hábil e idônea e, que demonstre a estrita relação com as operações que deram causa a tais depósitos.” Após transcrever trechos referentes aos argumentos do voto condutor da autoridade julgadora de primeira instância, retomo a transcrição do meu voto: “À evidência a documentação reunida pela recorrente não pode ser considerada hábil e idônea para comprovar o alegado por tratarse, conforme ressalta a fiscalização, de documentos expedidos pelos envolvidos, repitase: (i) toda a operação ocorreu entre particulares sediados no País sob intervenção de sistema bancário situado no exterior – (ii) e que fazem referência, até onde foi possível apurar, a títulos existentes com inobservância da legislação de regência que determina a intervenção de instituição brasileira legalmente habilitada para realizar a operação; (iii) não exibição de comprovantes de pagamentos (apresentam somente Fl. 966DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA 6 registros contábeis) e, demais documentação referenciada pela recorrente diz respeito a cópias de supostos contratos envolvendo negociação de títulos estrangeiros sem a efetiva formalização de regência, ou seja (iv) ausência de atendimento da intimação para apresentação à fiscalização dos contratos respectivos legalmente formalizados. De fato, no caso vêse por exemplo, simples lançamentos em seu livro Diário (fl. 232) a conta de débito (transferências conta 103010) e crédito (dividendos antecipados – conta 224011) sem lastro em documento probante das operações/transações efetivamente realizadas, portanto, não há de ser suficiente para aferição da fidedignidade das justificativas apresentadas pela fiscalizada. Por exemplo, foi apresentada à fiscalização, apenas, cópia de folha do Livro Contábil Razão da "VILLAGE" sediada na Ilha da madeira, (fls. 299 dos autos), onde estão, em tese, registradas as devoluções de capital à "PSICRSA ITU", em bens (TBills), em 30/03/2005 e 05/04/2005, na tentativa de se comprovar a origem dos recursos utilizados para as aquisições dos títulos. Como bem afirmado no relatório fiscal, como lastro ao registro contábil seria necessário a apresentação de uma avaliação do valor unitário das cotas de capital pelo critério contábil ou pelo valor de mercado, bem como do registro da alteração do valor ou da redução do número das cotas de participaçãode "PSICRSA ITU" na "VILLAGE", mediante alteração de Contrato Social ou de documento equivalente. É certo que para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/1997, o artigo 42 da Lei 9.430, de 1996, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, com documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. A presunção legal tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindo o para o contribuinte, que pode refutála mediante ofertas de provas hábeis e idôneas, fato que não aconteceu no presente caso. Ao fisco cabe provar o fato constitutivo do seu direito, no caso em questão, a existência de depósito bancário sem origem comprovada. É importante, nesse passo, destacar a jurisprudência deste Conselho, sobre o tema, por exemplo, acórdão 10195.122, no qual mantevese a tributação com relação a omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários sem comprovação da origem dos recursos: Sessão de : 11 de agosto de 2005 Acórdão n°. : 10195.122 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO EX OFFICIO Tendo o Julgador a quo ao decidir o presente litígio, se atido às provas dos Autos e dado correta interpretação aos dispositivos aplicáveis às questões submetidas à sua apreciação,negase provimento ao Recurso de Ofício. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PROVA A documentação em que lastreia as operações de compra evenda de títulos americanos, os T Bills, deve conter,obrigatoriamente, a indicação do nome da instituição financeiraamericana que os custodiem. IRPJ PRESUNÇÃOLEGAL OMISSÃO DE RECEITAS DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM COMPROVAÇÃO DE ORIGEM OPERAÇÕES COM T – BILLS Para dar suporte a depósitos bancários em contas da recorrente,que deram causa a acusação de omissão de receita, as operações de compra e venda de títulos do Tesouro Americano deveriam estar registradas em sua contabilidade e os documentos que as lastreiam deveriam conter os requisitos formais próprios aos documentos de sua espécie. Ausente desses títulos um Fl. 967DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA Processo nº 16024.000642/200755 Acórdão n.º 1301001.226 S1C3T1 Fl. 14 7 dos requisitos essenciais para sua formalização (aindicação do nome da instituição financeira custodiante nos EUA), bem como não estando estes contabilizados, não resta comprovada a origem dos depósitos bancários que deram causaà aplicação da presunção legal de omissão de receitas, estabelecida pelo artigo 42 da lei n° 9.430/1996. (...) Como fundamento do julgado acima (Acórdão 10195.122), destaco, pela semelhança ao caso em tela, o que segue: “Que, não foi apresentado o documento original, em inglês, a que corresponde a respectiva tradução juramentada da "Guaranteed Promissory Note" n° BHMS042, de 18/08/1997; Que, reputase inepta a tradução do "Purchase Agreement" — (Contrato de Compra), relativo à alegada aquisição dos "TBills" junto ao Credit Lyonnais no Uruguai, haja vista que as traduções em apreço apresentadas (fls. 173/179 do Anexo e 54/60 do Anexo II), atribuídas ao tradutor ernardo Kamergorodski prescindem dos requisitos formais mínimos indispensáveis que as legitimem, especialmente o fato de que a tradução não é juramentada; Que, tratando de forma dos atos jurídicos e da sua prova, o Código Civil preceitua reputarse inválido qualquer ato que deixar de revestir a forma especial determinada em lei, quando a lei expressamente exigir; Que, de acordo com o art. 127 c/c o item 6° do art. 129 e art. 148 da Lei n° 6.015, de 31 de dezembro de 1973 Lei de Registros Públicos, para surtir efeitos em relação a terceiros, é indispensável que documentos de procedência estrangeira sejam registrados no Registro de Títulos e Documentos; Assim, decididamente, registro contábil dessa natureza não espelha a contabilização de ingresso de numerário em conta bancária relativo a recebimento de venda de títulos; Que, em se tratando de aquisição de títulos ao portador, a prova da entrega material, qual seja o recibo, a nota de transferência de custódia etc., advinda do recebedor (aceitante ou accipiens) dos títulos — no caso a Propex e a Holdmil , ou de fonte externa (no caso o Banco "custodiante" — Credit Lyonnais) afigurase pressuposto imprescindível para que se possa provar que eles foram tradicionados; O que nada prova é o documento autorizando transferência de titularidade, expedido pelo vendedor — sujeito que é mero "detentor" e não proprietário que não exibiu e portanto não possui nem sequer certificado de custódia não possui nada enfim. Em regra, o domínio de coisas móveis, tais como títulos ao portador, se transfere pela tradição. Os contratos de compra e venda de Notas do Tesouro dos Estados Unidos — Bills", celebrados com Propex e com Holdmil, por si só, não comprovam a tradição dos títulos. Com relação a necessidade do registro, declarase na decisão recorrida que todo capital estrangeiro deve ser registrado no Banco Central do Brasil, mesmo porque tal registro é essencial para a remessa de juros, o repatriamento do capital realizado.” Fl. 968DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA 8 Ressaltese, que em sessão realizada em 29/06/2011, esta Turma decidiu através da Resolução 130100.029, acolher o pedido de juntada dos documentos trazidos juntamente com o memorial apresentado na ocasião, com o objetivo de analisálos e, em especial, dar ciência a douta Procuradoria da Fazenda Nacional para conhecimento e pronunciamento, caso entenda necessário. Após pronunciamento da douta Procuradoria retornou os autos para prosseguimento do julgamento. Manifestouse a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (às fls. 943/948), não concordando com a juntada dos documentos nesta fase recursal e, muito menos com as alegações declinadas no Memorial, pelas razões que se segue (em síntese): “ Quanto ao principio da verdade real, é certo que deve ser obedecido no PAF, mas caminha ao lado do devido processo legal, o qual incluiu o devido julgamento da causa por todas as instâncias administrativas. A apresentação de novos documentos pelo sujeito passivo em sede recursal, sem amparo na legislação processual administrativa, implica em supressão de instancia. Por essa razão, no campo probatório, a verdade real esta submissa a dialética da prova, isto é, somente pode ser aceita a juntada de novos elementos probatórios quando a parte juntou tempestivamente os documentos que julgava suficientes para a demonstração do seu direito, mas que o órgão julgador reputou insuficientes. Nesse caso é legitima a juntada posterior dos elementos exigidos pelo órgão julgador de instância inferior. Fora desses casos, a juntada posterior está condicionada às hipóteses expressamente previstas em lei. No caso em tela, não houve debate sobre a prova, o sujeito passivo simplesmente deixou de levála à apreciação das instâncias inferiores. Se a parte quedouse inerte nos momentos processuais oportunos, deve prevalecer no caso o brocardo jurídico segundo o qual o Direito não socorre aos que dormem: Dormicutibus non sucurrit jus. Diante disso, não havendo debate sobre a prova nas instâncias inferiores, e não se verificando as hipóteses autorizadoras de juntada posterior de prova previstas em lei, não pode ela ser aceita sob pena de supressão de instância administrativa e violação do devido processo legal.” Conclui, a douta PFN requerendo: I) o desentranhamento dos documentos dos autos, dada sua juntada intempestiva desacompanhada da justificativa para sua colação extemporânea conforme previsto em lei (preclusão para juntada de provas); II) sejam suas informações desconsideradas e/ou reconhecidas como inaptas a fundamentar qualquer decisão neste caso, em razão de ofensas regra jurídica acima mencionada e em pleno vigor (preclusão consumativa); III) seja mantida a autuação em todos os seus termos; IV) seja mantida a decisão de primeira instância em sua integralidade. De se ressaltar que os documentos juntados nesta fase recursal, ou seja, com o memorial entregue na sessão de 29/06/2011 e, objeto da Resolução, dizem respeito a: Intimação para testemunho em Ação Civil. Tradução Oficial (fls.893/899); Trade Confirmação. CAS/USA (Confirmação de Negócio), fls. 880/888; Order Pursuant To (Levantamento de Provas), fls. 874/879; Fl. 969DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA Processo nº 16024.000642/200755 Acórdão n.º 1301001.226 S1C3T1 Fl. 15 9 Affidavit of Service (Certidão Oficial). Depoimento de James Mcpherson (fls. 929/938) e, extratos do Banco Credit Lyonnais e Banco Americano Credit Calyon Securitues/CAS USA 00001 a 00007. Em que pese a posição da douta PGFN, pela desconsideração dos documentos apresentados nesta fase recursal, face ao decidido por esta Turma de julgamento pela Resolução no. 130100.029, passo a análise. A própria documentação complementar apresentada nesta fase, diz respeito a ação ajuizada em Nova Iorque na tentativa de confirmação da custódia, existência e titularidade dos Tbills com base nos documentos denominados levantamento de provas e interrogatório apresentado em tradução juramentada. De sua leitura extrai se que os documentos a serem produzidos incluem, entre outros: transmissões por email ou fax de e/ou para o Credit Agricole ou qualquer antecessor, solicitando e confirmando as transações de Títulos do Tesouro. E, é justamente o que se encontra juntado aos autos, qual seja, correspondência de titularidade de Calyon Securities – Grupo Credit Agrocole para a Credit Lyonnais Uruguay Casa Financeira (Docs. CASEUA 00008/00009). Segundo, com relação aos depoimentos e confirmação do negócio constatase que o documento tem por finalidade obter todas e quaisquer informações e comunicações entre a Credit Lyonnais Securities (USA), a Calyon Securities (USA) e a Lyonnais Uruguai confirmando as transações com os títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Para tanto anexa documentos denominados “Trade Confirmation” e extratos ora do Calyon Securities, ora do Credit Lyonnais (USA) para o Credit Lyonnais Uruguay. Ao meu ver, tratase de correspondência do Credit Lyonnais do Uruguai contendo relatórios relacionados com TBílls, supostamente adquiridas e negociadas com terceiros, segundo xtratos e faturas do próprio Credit Lyonnais (Uruguai) e Calyon Securities (Uruguai); nenhum documento adicional foi apresentado pela contribuinte para dar suporte as informações relatadas, em nada acrescentando aos documentos e argumentações apresentadas na fase da impugnação. O próprio depoimento juntado aos autos nesta fase, com tradução oficial, diz respeito ao depoente Sr. James McPherson que afirma trabalhar no departamento jurídico como associado sênior e advogado da Credit Agricole Corporate Investment Bank, que é uma coligada da Credit Agricole Securities (USA) e da qual a Calyon Securities USA foi sua antecessora. Os documentos trazidos pela recorrente, traduzem (formalizam) as operações de negociação com títulos estrangeiros descritas, mas não provam sua efetividade. Desde o início do procedimento fiscal o que se requer da autuada é que comprove quais foram as origens dos recursos ingressados em sua conta bancária e, que suportaram as transações de aquisição dos TBills. Com efeito, os documentos juntados aos autos não são aptos a comprovar a antecipação de dividendos e as devoluções de capital alegadas pelo contribuinte. De se registrar que não cabe ao Fisco estabelecer nenhuma correlação natural entre o fato conhecido (no caso, os depósitos bancários) e o desconhecido (a omissão de receitas), o que só se aplica às presunções simples. Quando se trata de presunção legal, ao Fisco basta provar o fato indício apontado na norma, e a conseqüência inarredável é a presunção. Como bem destacou a douta Procuradoria: “convém ressaltar que os documentos juntados pelo recorrente em nada alteram o lançamento em questão, Fl. 970DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA 10 tendo em vista que permanece incólume o fundamento da autuação — Omissão de receitas em razão da falta de comprovação de sua origem.” O recorrente não comprovou a operação que deu origem aos depósitos efetuados pela SASPAR, ULTRA e ODEBRECHT na sua conta bancaria, a primeira operação que deu origem aos recursos, ou seja, as supostas operações de antecipação de dividendos, em 22/04/02, 24/06/02 e 19/07/02, que teriam sido efetuadas pela empresa Primo Schincariol Internacional LTDA (PSI), sediada na Ilha Madeira, assim como, as supostas devoluções de capital que teriam sido efetuadas pela VILLAGE PSICRSA ITU, em bens. Ou seja, restou demonstrado que os ingressos de recursos não guardavam a condição de "devolução de capital" e "antecipação de dividendos", haja vista que tiveram suporte em operações simuladas, com existência meramente formal. Não faço, pois, qualquer reparo à decisão recorrida, a qual afastou a argüição de nulidade do lançamento por vício formal e manteve as autuações decorrentes à desconsideração das operações com TBILLS.” CONCLUSÃO Registrese que os embargos de declaração não são a via própria para a reforma do Acórdão. Constato, pois, que o que a recorrente pretende por meio dos embargos ora sob exame é uma efetiva reapreciação das provas colacionadas ao processo, pleito que não pode ser acolhido pela via recursal em referência. Do exposto, resta claro, que a matéria em discussão e vastamente explorada no relatório e voto combatido, foi o auto de infração relativo a omissão de receitas (art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996), confira o seguinte excerto: “De se registrar que não cabe ao Fisco estabelecer nenhuma correlação natural entre o fato conhecido (no caso, os depósitos bancários) e o desconhecido (a omissão de receitas), o que só se aplica às presunções simples. Quando se trata de presunção legal, ao Fisco basta provar o fato indício apontado na norma, e a conseqüência inarredável é a presunção. Como bem destacou a douta Procuradoria: “convém ressaltar que os documentos juntados pelo recorrente em nada alteram o lançamento em questão, tendo em vista que permanece incólume o fundamento da autuação — Omissão de receitas em razão da falta de comprovação de sua origem.” O recorrente não comprovou a operação que deu origem aos depósitos efetuados pela SASPAR, ULTRA e ODEBRECHT na sua conta bancaria, a primeira operação que deu origem aos recursos, ou seja, as supostas operações de antecipação de dividendos, em 22/04/02, 24/06/02 e 19/07/02, que teriam sido efetuadas pela empresa Primo Schincariol Internacional LTDA (PSI), sediada na Ilha Madeira, assim como, as supostas devoluções de capital que teriam sido efetuadas pela VILLAGE PSICRSA ITU, em bens. Ou seja, restou demonstrado que os ingressos de recursos não guardavam a condição de "devolução de capital" e "antecipação de dividendos", haja vista que tiveram suporte em operações simuladas, com existência meramente formal.” Por fim, cabe consignar que nesta peça recursal a apelante alega que os votos dos Conselheiros Waldir Veiga Rocha e Alberto Pinto Junior negando provimento ao recurso voluntário, foram proferidos com a ressalva de que “se a negociação com as TBills estivesse Fl. 971DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA Processo nº 16024.000642/200755 Acórdão n.º 1301001.226 S1C3T1 Fl. 16 11 provada votaria pelo provimento”, ilação essa desprovida de qualquer fundamento, haja vista que a matéria em discussão foi exaustivamente debatida (o processo foi objeto de pedido de vista e retirada de pauta por quatro sessões consecutivas). De se registrar que os dois Conselheiros citados, coincidentemente, são os únicos que não mais pertencem à composição desta Turma Julgadora. Pelo exposto, conheço os embargos interpostos, não pelo pressuposto indicado para a sua impetração (omissão e contradição), mas, tão somente, para os esclarecimentos necessários, pelo que rejeitoos e ratifico o decidido pelo Acórdão 1301 000.826, de 14/03/2012. (documento assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 972DF CARF MF Impresso em 31/07/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 19/ 07/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 29/07/2013 por PLINIO RODRIGUES LI MA
score : 1.0
Numero do processo: 19679.008242/2005-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2004 MULTA PELO ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula CARF nº 49).
Numero da decisão: 1301-001.164
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Matéria: IRPJ - multa por atraso na entrega da DIPJ
Nome do relator: Wilson Fernandes Guimarães
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DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula CARF nº 49). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. “documento assinado digitalmente” Plínio Rodrigues Lima Presidente. “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Plínio Rodrigues Lima, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Cristiane Silva Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 82 42 /2 00 5- 10 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 19/0 3/2013 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 19679.008242/200510 Acórdão n.º 1301001.164 S1C3T1 Fl. 39 2 Relatório Trata o presente processo de exigência de MULTA REGULAMENTAR, imputada à contribuinte em razão da apresentação da Declaração de Informações (DIPJ) relativa ao anocalendário de 2003 fora do prazo legal. Inconformada, a autuada interpôs impugnação (fls. 01/06), momento em que argumentou que a declaração em questão foi apresentada antes de qualquer procedimento da Administração, motivo pelo qual ela estava albergada pelo instituto da denúncia espontânea a que se reporta o art. 138 do Código Tributário Nacional. A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal em São Paulo, São Paulo, apreciando as razões trazidas pela contribuinte, decidiu, por meio do acórdão nº 1610.340, de 05 de setembro de 2006, pela procedência do lançamento tributário. O referido julgado restou assim ementado: DIPJ. MULTA POR ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A responsabilidade pela entrega da DIPJ não está alcançada pelo art. 138 do Código Tributário Nacional. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário de fls. 30/35, por meio do qual renova a argumentação expendida na peça impugnatória. É o Relatório. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 19/0 3/2013 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 19679.008242/200510 Acórdão n.º 1301001.164 S1C3T1 Fl. 40 3 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Tratam os autos de exigência MULTA POR ATRASO NA ENTREGA da Declaração Simplificada de Inatividade relativa ao exercício de 2004, anocalendário de 2003. A peça recursal centrase na alegação de que, no caso vertente, são aplicáveis as disposições contidas no art. 138 do Código Tributário Nacional (CTN). A exigência formalizada no presente processo teve por base as seguintes disposições legais: Art. 106, II, “c” da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito ... II tratandose de ato não definitivamente julgado: ... c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995: Art. 88. A falta de apresentação da declaração de rendimentos ou a sua apresentação fora do prazo fixado, sujeitará a pessoa física ou jurídica: I à multa de mora de um por cento ao mês ou fração sobre o Imposto de Renda devido, ainda que integralmente pago; II à multa de duzentas Ufirs a oito mil Ufirs, no caso de declaração de que não resulte imposto devido. § 1º O valor mínimo a ser aplicado será: a) de duzentas Ufirs, para as pessoas físicas; b) de quinhentas Ufirs, para as pessoas jurídicas. § 2º A não regularização no prazo previsto na intimação, ou em caso de reincidência, acarretará o agravamento da multa em cem por cento sobre o valor anteriormente aplicado. § 3º As reduções previstas no art. 6º da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991 e art. 60 da Lei nº 8.383, de 1991 não se aplicam às multas previstas neste artigo. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 19/0 3/2013 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 19679.008242/200510 Acórdão n.º 1301001.164 S1C3T1 Fl. 41 4 Art. 27 da Lei nº 9.532, de 1997: Art. 27. A multa a que se refere o inciso I do art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995, é limitada a vinte por cento do imposto de renda devido, respeitado o valor mínimo de que trata o § 1º do referido art. 88, convertido em reais de acordo com o disposto no art. 30 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Parágrafo único. A multa a que se refere o art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995, será: a) deduzida do imposto a ser restituído ao contribuinte, se este tiver direito à restituição; b) exigida por meio de lançamento efetuado pela Secretaria da Receita Federal, notificado ao contribuinte. Art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002: Art. 7o O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de nãoapresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; III de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da contribuição para o PIS/Pasep, informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo; e IV de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. § 1o Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. § 2º Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas: Fl. 75DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 19/0 3/2013 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 19679.008242/200510 Acórdão n.º 1301001.164 S1C3T1 Fl. 42 5 I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; II a setenta e cinco por cento, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 1996; II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. § 4º Considerarseá não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas pela Secretaria Receita Federal. § 5º Na hipótese do § 4º, o sujeito passivo será intimado a apresentar nova declaração, no prazo de dez dias, contados da ciência à intimação, e sujeitarseá à multa prevista no inciso I do caput, observado o disposto nos §§ 1º a 3º. A questão acerca da aplicação ou não das disposições do art. 138 do CTN às multas devidas em razão da inobservância de deveres instrumentais já foi, por inúmeras ocasiões, enfrentada por este colegiado administrativo, restando majoritário o entendimento de que as disposições do comando legal referenciado (art. 138 do CTN) não albergam o ato puramente formal do contribuinte, representado pela entrega fora do prazo da declaração a que estava, por força de lei, obrigado a apresentar. Como se observa nos dispositivos legais que serviram de fundamento para exigência, inexiste previsão de dispensa de aplicação da norma de sanção para os casos em que a entrega da declaração, não obstante o fato de não ter sido motivada por intimação da autoridade administrativa competente, foi feita fora do prazo legal. Releva notar que, aqui, a infração já é do conhecimento da autoridade administrativa, não sendo adequado, portanto, falarse em denúncia espontânea. Tornase importante notar, ainda, que, em razão dos inúmeros pronunciamentos no mesmo sentido, foi editada a súmula CARF nº 49, abaixo reproduzida. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Diante do exposto, conduzo meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso. “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Fl. 76DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 19/0 3/2013 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 19679.008242/200510 Acórdão n.º 1301001.164 S1C3T1 Fl. 43 6 Fl. 77DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por SUELI TORRES SILVESTRE CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 19/0 3/2013 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por WILSON FERNANDES GUIMARAES
score : 1.0
Numero do processo: 10435.002413/2007-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário: 2003
IRREGULARIDADE LANÇAMENTO IRPJ/CSLL. OPÇÃO APURAÇÃO.
LUCRO REAL ANUAL.
O Fisco, ao proceder ao lançamento, deve respeitar a opção de apuração efetuada pelo contribuinte. Assim, tendo em vista a opção do contribuinte pela apuração a partir do lucro real anual, bem como que este efetuou o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro, conclui-se que os fatos geradores constantes dos lançamentos de IRPJ e CSLL não podem reportar-se à apurações trimestrais.
PIS/COFINS. OMISSÃO DE COMPRA. DIREITO A CRÉDITO. OPÇÃO
DO CONTRIBUINTE.
O PIS e a Cofins incidem sobre a totalidade das receitas auferidas pela atividade desenvolvida pela empresa, assim todos os gastos e despesas efetuados pela empresa no desenvolvimento de suas atividades devem dar direito à apropriação dos respectivos créditos. Entretanto, compete ao contribuinte a apuração e aproveitamento do crédito.
Numero da decisão: 1201-000.908
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao Recurso.
Nome do relator: JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano-calendário: 2003 IRREGULARIDADE LANÇAMENTO IRPJ/CSLL. OPÇÃO APURAÇÃO. LUCRO REAL ANUAL. O Fisco, ao proceder ao lançamento, deve respeitar a opção de apuração efetuada pelo contribuinte. Assim, tendo em vista a opção do contribuinte pela apuração a partir do lucro real anual, bem como que este efetuou o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro, conclui-se que os fatos geradores constantes dos lançamentos de IRPJ e CSLL não podem reportar-se à apurações trimestrais. PIS/COFINS. OMISSÃO DE COMPRA. DIREITO A CRÉDITO. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. O PIS e a Cofins incidem sobre a totalidade das receitas auferidas pela atividade desenvolvida pela empresa, assim todos os gastos e despesas efetuados pela empresa no desenvolvimento de suas atividades devem dar direito à apropriação dos respectivos créditos. Entretanto, compete ao contribuinte a apuração e aproveitamento do crédito.
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OPÇÃO APURAÇÃO. LUCRO REAL ANUAL. O Fisco, ao proceder ao lançamento, deve respeitar a opção de apuração efetuada pelo contribuinte. Assim, tendo em vista a opção do contribuinte pela apuração a partir do lucro real anual, bem como que este efetuou o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro, concluise que os fatos geradores constantes dos lançamentos de IRPJ e CSLL não podem reportarse à apurações trimestrais. PIS/COFINS. OMISSÃO DE COMPRA. DIREITO A CRÉDITO. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. O PIS e a Cofins incidem sobre a totalidade das receitas auferidas pela atividade desenvolvida pela empresa, assim todos os gastos e despesas efetuados pela empresa no desenvolvimento de suas atividades devem dar direito à apropriação dos respectivos créditos. Entretanto, compete ao contribuinte a apuração e aproveitamento do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao Recurso. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 43 5. 00 24 13 /2 00 7- 57 Fl. 852DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 853 2 MARCELO CUBA NETTO Presidente. (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Neto (Presidente substituto), Roberto Caparroz de Almeida, Maria Elisa Bruzzi (Suplente Convocada), João Carlos de Lima Junior (Vice Presidente), Andre Almeida Blanco (Suplente Convocado) , Luis Fabiano Alves Penteado. . Relatório Tratase de auto de infração lavrado em 26/12/2007 para constituição de crédito relativo ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, referente a fatos geradores ocorridos no ano de 2003, em razão da constatação de omissão de receita decorrente de pagamentos efetuados com recursos estranhos à contabilidade e compras de mercadorias para revenda omitidas. Consta no auto de infração, na descrição dos fatos, que foi verificada a seguinte infração: “Omissão de Receita caracterizada pela não contabilização de pagamentos com compras de mercadorias (tecidos). Omissões de registros contábeis de pagamentos de compras de mercadorias, apuradas no curso do ano de 2003. Omissões de compras (pagamentos), constantes do DOSSIÊ INTEGRADO, restaram confirmadas com a notificação dos respectivos fornecedores da pessoa jurídica, com a remessa dos respectivos elementos probatórios (Notas Fiscais e comprovantes de pagamentos)”. Cumpre a transcrição de trechos do termo de verificação e de encerramento de ação fiscal: “(...) 5. Diante da necessidade de ser legalmente apurada a irregularidade fiscal (falta do registro contábil de compras de mercadorias para revenda = omissão de compras) que estava inicialmente indicada através de registros do "dossiê integrado", foi a empresa notificada do início da ação fiscal através das pessoas dos seus sócios AGAMENON GOMES DA SILVA JÚNIOR, CPF n° 742.078.304/72, e JOSÉ ALBERES GOMES DA SILVA, CPF n° 439.373.304/53. (...) 8. Nesse contexto, constava do referido "dossiê integrado" (fls. 044) e dos registros fiscais a informação de que a empresa A G TECIDOS CAPIBARIBE LTDA, CNPJ/MF n° 02.046.739/000160, havia, no ano de 2003, realizado e aquisições de mercadorias (tecidos) dos seguintes fornecedores (indústrias têxteis), quais sejam: ROCHESTER IND. E COM. TÊXTIL LTDA CNPJ n° 49.714.918/000191; COVOLAN Fl. 853DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 854 3 INDÚSTRIA TÊXTIL LTDA n° CNPJ n° 56.724.412/000129; CIA DE FIAÇÃO E TECIDOS CEDRO E CACHOEIRA CNPJ n° 17.245.234/000100; COMPANHIA DE FIAÇÃO E TECIDOS SANTO ANTONIO CNPJ n° 25.582.727/000155; GERALDO ARAÚJO TECIDOS LTDA CNPJ n° 08.172.306/000137, INCOMFRAL IND. E COMÉRCIO DE FRALDAS LTDA CPNJ n° 17.245.051/000186 e PERIPAN INDUSTRIAL LTDA — CNPJ n° 16.768.319/000100. Regularmente intimados, referidos fornecedores, em decorrência consta às fls. 164 a 748, apresentaram exaustiva documentação que atesta suficientemente as aquisições/pagamentos das mercadorias, parte delas sem registro contábil. As Planilhas de fls. 135 a 161 trazem o resumo das receitas mensais tidas como omitidas, em face dos pagamentos das compras de mercadorias não contabilizadas (art. 40, da Lei n° 9.430/96), identificando inclusive a base de cálculo mensal dos tributos objeto da ação fiscal (fls. 161). (...) 9. (...) LUCRO REAL Omissão de Receitas Falta de Escrituração de Pagamentos pelo Sujeito Passivo COMPRAS OMITIDAS DA ESCRITURAÇÃO. Deixando a empresa de cumprir regularmente suas obrigações instrumentais relativamente à regularidade dos indispensáveis registros contábeis (DIÁRIO/RAZÃO) e fiscais (Livro de Registro de Entrada de Mercadorias e Livro de Apuração do ICMS), nos meses do ano calendário de 2003, restou apurada, configurada e caracterizada, fundamentalmente em face da farta documentação acostada aos autos, a irregularidade fiscal (omissão de receita, por compras omitidas da escrituração da PJ), ensejando a cobrança dos tributos (IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro CSLL, PIS e COFINS), de que cuidam os autos de infração (lançamentos fiscais) de fls. 002 a 033, incidentes sobre a receita mensal excluída indevidamente da tributação. (...) 11. Desse modo, diante da documentação apresentada pelos fornecedores (cópias das NOTAS FISCAIS, dos comprovantes de entrega das mercadorias e dos comprovantes dos pagamentos) da empresa AG TECIDOS CAPIBARIBE LTDA, CNPJ/MF n° 02.046.739/000160, conforme exclusiva indicação constante do "dossiê integrado", foi possível identificar e quantificar, mensalmente, as compras/pagamentos realizadas pela empresa, sem o respectivo registro contábil e fiscal, que a legislação fiscal (art. 40, da Lei n° 9.430/96), reconhece como recurso marginal, fruto de uma anterior omissão de receitas, agora utilizados para os pagamentos de compras não registradas. Na identificação da omissão mensal foram elaboradas as Planilhas que constam às fls. 135 a 161. Na Planilha de fls. 135 a 138 constam listadas todas as vendas realizadas por cada um dos fornecedores para a empresa A G TECIDOS CAPIBARIBE LTDA, Fl. 854DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 855 4 CNPJ/MF n° 02.046.739/000160. Nas Planilhas de fls. 154 a 160 constam listadas as NOTAS FISCAIS não contabilizadas pela empresa. Cópia do registro fiscal de entrada, do ano de 2003, consta às fls. 139 a 154. (...) 13. Portanto, apesar de INTIMADA regularmente, deixou a pessoa jurídica de apresentar justificativa efetiva pelos não registros das NOTAS FISCAIS objeto da Planilha que constam às fls. 135 a 161, relativamente aos meses do ano calendário de 2003. Diante do ilícito fiscal verificado, efetivamente deixou a empresa de promover os recolhimentos/declarações dos tributos devidos nos períodos (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS), restando nesta oportunidade ao poder fiscal, nos termos do artigo 142 e seu parágrafo único, a inevitável formalização, de ofício, dos respectivos lançamentos para que possa a Fazenda Pública exigir formalmente, neste caso, os seus respectivos créditos fiscais, o que se faz por exclusivo dever legal e no resguardo dos interesses inquestionáveis da Fazenda Nacional. Em síntese, a falta de registros contábeis e fiscais da compra de mercadorias autoriza a presunção de que tais aquisições foram pagas com recursos oriundos de receitas mantidas à margem da escrituração (art. 40, da Lei n° 9.430/96). (...)” O contribuinte apresentou impugnação (fls.765/771), argumentando, em síntese, que: (i) o lançamento é insubsistente por falta de indicação com clareza da lei formal infringida (art. 100, IV, do Decreto n° 70.235/72 PAF), maculando o princípio da legalidade e lesionando o direito ao contraditório e a ampla defesa. Além disso, a falta de descrição minuciosa da infração contraria o art. 10 do PAF, o que implica a nulidade do ato, consoante art. 59 do PAF e arts. 109 e 110 do CTN; (ii) a apuração da base de cálculo dos tributos se deu de forma absolutamente aleatória e sem respaldo em qualquer norma legal; (iii) não existe presunção legal que ampare a imputação de omissão de receita decorrente de eventual omissão de compras, havendo que ser provada materialmente. (iv) o lançamento foi constituído a partir de mero indicio (informações de terceiros), não havendo comprovação do recebimento das mercadorias e, principalmente, dos pagamentos; (v) a omissão de compras é mero indício que indica a possível ocorrência de um ilícito fiscal, o qual deverá ser apurado concretamente pela autoridade fiscalizadora; Fl. 855DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 856 5 (vi) as receitas foram recompostas sem considerar que a empresa era optante do lucro real; (vii) a simples constatação de omissão de compras não autoriza a tributação da omissão de receitas pelo somatório dos valores não escriturados, por irreal a base de cálculo e o período de apuração; (viii) a acusação de omissão de compras se anula pelo custo de igual valor levados à contabilidade da empresa; e reconhecimento pela autoridade julgadora da ilegalidade do lançamento, tendo em vista os atos elaborados estarem em desconformidade com os comandos do sistema positivo; (ix) o crédito fiscal é confiscatório; (x) é ilegal e inconstitucional a aplicação da taxa SELIC. Por fim, pugnou pela improcedência do lançamento. Os membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Recife (PE), por unanimidade de votos, rejeitaram a preliminar de nulidade arguida e, no mérito, por maioria de votos, consideraram o lançamento parcialmente procedente, para (i) exonerar o crédito tributário relativo ao IRPJ e a CSLL e (ii) manter, parcialmente, os lançamentos de PIS e COFINS. Quanto à nulidade arguida, restou consignado no acórdão recorrido que o cerceamento do direito de defesa não se caracteriza quando fica evidenciado que o sujeito passivo teve conhecimento dos documentos que embasaram o lançamento de ofício. No mérito, foi afastada a alegação de que inexiste presunção legal que ampare a imputação de omissão de receita decorrente de eventual omissão de compras, pois o lançamento trata de omissão de receita caracterizada pela não contabilização de pagamentos com compras de mercadorias, confirmada com a remessa pelos respectivos fornecedores do contribuinte de notas fiscais e comprovantes de pagamentos. Além disso, consta no acórdão o entendimento de que em vista do que dispõe os artigos 12, §2º, do Decreto Lei 1.598/77 c/c art. 40 da Lei 9.430/96, existe uma presunção legal, razão pela qual cabe ao contribuinte provar que o fisco está equivocado. Desse modo, por entender que foi comprovada a existência de pagamentos, os quais não foram escriturados, presumese legalmente a omissão de receita. Em relação ao argumento de que as receitas foram recompostas sem considerar que a empresa era optante do lucro real anual, verificou – se divergência de entendimento na turma julgadora e o voto vencedor foi no sentido de que, no caso, o contribuinte optou pela apuração anual do imposto, razão pela qual o fato gerador se deu em 31/12/2003 e, dessa maneira, improcedentes os lançamentos do IRPJ e da CSLL, mantendo – se, entretanto, o crédito do PIS e da Cofins, pois sujeitamse à apuração mensal. Fl. 856DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 857 6 Por fim, as alegações de que o crédito fiscal é confiscatório, de ilegalidade e inconstitucionalidade da taxa SELIC, foram afastadas por não competir a alçada da autoridade administrativa tais análises. Houve Recurso de Ofício em razão do crédito tributário exonerado estar acima do limite de alçada fixado no artigo 34, I, do Decreto 70.235/72 (redação dada pelo artigo 67 da lei 9.532/97, c/c a Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008. O contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 830/846) a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais nos mesmos termos da impugnação apresentada. É o Relatório. Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. Os recursos preenchem os requisitos de admissibilidade, deles tomo conhecimento. Tratase de Recurso de Ofício e Recurso Voluntário interpostos contra acórdão proferido pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Recife (PE) que, por unanimidade de votos, rejeitaram a preliminar de nulidade arguida e, no mérito, por maioria de votos, consideraram o lançamento parcialmente procedente, para (i) exonerar o crédito tributário relativo ao IRPJ e a CSLL e (ii) manter, parcialmente, os lançamentos de PIS e COFINS. A exoneração do crédito de IRPJ e CSLL se deu tendo em vista que o contribuinte optou pela apuração anual do imposto, razão pela qual o fato gerador se deu apenas em 31/12/2003 e, dessa maneira, improcedentes os lançamentos do IRPJ e da CSLL, com base na apuração trimestral, mantendo – se, entretanto, o crédito do PIS e da Cofins, pois sujeitamse à apuração mensal. Preliminarmente, cumpre a verificação da regularidade do lançamento do IRPJ e da CSLL. No caso dos autos o contribuinte, no ano calendário fiscalizado, era optante pelo lucro real anual para apuração do tributo devido. Nesse ponto é importante observar que a opção por esse tipo de recolhimento deve ser manifestada com o pagamento do imposto de renda correspondente ao mês de janeiro e será considerada irretratável para todo o anocalendário, conforme artigo 222 do RIR/99: “Art. 222. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto e adicional, em cada mês, determinados sobre base de cálculo estimada (Lei nº 9.430, de 1996, art. 2º). Fl. 857DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 858 7 Parágrafo único. A opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade, observado o disposto no art. 232 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 3º, parágrafo único).” Tendo em vista a opção do contribuinte pela apuração a partir do lucro real anual, bem como que este cumpriu o requisito previsto no artigo transcrito, qual seja, o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro, concluise que o fato gerador do IRPJ e CSLL se deu em 31/12/2003, Ocorre que, em que pese a opção do contribuinte, os fatos geradores constantes dos lançamentos de IRPJ e CSLL reportamse à apurações trimestrais. Assim, correto o cancelamento do lançamento relativamente ao IRPJ e CSSL. Nesse ponto, nego provimento ao Recurso de Ofício. Em relação ao PIS e à COFINS, cumpre a análise do mérito. Não merece prosperar o argumento de que a acusação de omissão de compras se anula pelo custo de igual valor levados à contabilidade da empresa, isto porque, no caso, entendo que caberia ao contribuinte a indicação dos crédito/débito e a opção de apropriação do crédito, o que não ocorreu no caso em análise. Senão vejamos. É sabido que com a vigência das Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, as contribuições para o PIS e a Cofins passaram a ser apuradas pelo regime não cumulativo para as pessoas jurídicas optantes pelo regime de apuração pelo Lucro Real. No caso do PIS e da Cofins, os mesmos incidem sobre a totalidade das receitas auferidas pela atividade desenvolvida pela empresa, assim todos os gastos e despesas efetuados pela empresa no desenvolvimento de suas atividades devem dar direito à apropriação dos respectivos créditos. Entretanto, compete ao contribuinte a apuração e aproveitamento do crédito. Dispõe o artigo 3º, §8º, da lei 10.637/2002 que trata da nãocumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS): “Art.3º Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) § 8o Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal, no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas no § 7o e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de: I – apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou Fl. 858DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 10435.002413/200757 Acórdão n.º 1201000.908 S1‐C2T1 Fl. 859 8 II – rateio proporcional, aplicandose aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês.” No mesmo sentido dispõe a lei 10.833/2003, que trata da não cumulatividade da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS. Desse modo, em que pese a possibilidade de apropriação de crédito relativo ao custo, a apuração e aproveitamento do crédito competem ao contribuinte, o que não ocorreu no caso dos autos. Portanto, quanto ao PIS e à COFINS deve ser mantido o lançamento. Nesse ponto, nego provimento ao Recurso Voluntário. Do exposto, voto no sentido de negar provimento aos recursos de ofício e voluntário, para manter a decisão recorrida. (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior Relator Fl. 859DF CARF MF Impresso em 08/01/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 07/0 1/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 19/12/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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Numero do processo: 13706.000895/91-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1985
REDUÇÃO INDEVIDA DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ. INSUFICIÊNCIA NA DETERMINAÇÃO NA BASE DE CÁLCULO DO FINSOCIAL.
A partir do momento em que ficou demonstrado que os pagamentos feitos a funcionários não se tratam de participação nos lucros, consubstanciando em gratificações, visto que não se encontravam previstos em contrato de trabalho e nem em outro documento dos autos, não integrando o salário, permite afirmarmos que a referida despesa não é dedutível do lucro, nos termos do artigo 183 do RIR/80.
Considerando que foram deduzidas as participações pagas aos funcionários quando do cálculo do lucro líquido, e não sendo elas dedutíveis ante a legislação do imposto de renda, há que ser aplicado o disposto no artigo 387 do RIR/80, exigindo-se a adição ao lucro desse valor.
DESPESAS INDEDUTÍVEIS DE VIAGENS.
Despesas com viagens de nove profissionais relacionados, sem vínculo empregatício, por inexistir comprovação de que os gastos tenham sido necessários à atividade e à manutenção da empresa, não podem ser consideradas como dedutíveis do lucro.
Recurso conhecido e não provido.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 1201-000.811
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por. unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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Raf. a Fuso - Relator. EDITADO EM: SI-C2T1 FT 1 Processo n° Recurso n° Acórdão n° Sessão de Matéria Recorrente Recorrida MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO 15540.000782/2008-11 Voluntário 1201-000.809 — 2 Camara / la Turma Ordinária 8 de maio de 2013 AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ, CSLL, PIS E COFINS FAZENDA NACIONAL SIMAO KNAPP ASSESSORIA E COMUNICAÇÃO LTDA. provimento julgado. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 INTIMAÇÃO. EFEITOS. NULIDADE São nulas as intimações e seus atos subsequentes quando os endereços das correspondências não condizem com os endereços declarados pelos Contribuintes, para fins de solicitações de informações em procedimento de fiscalização. Recurso de oficio conhecido e não provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR ao recurso de oficio, nos termos do relatório que passam a integrar o presente Partidiparam da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz, André Blanco e João Carlos de Lima Junior. 1 Processo n° 15540.000782/2008-11 SI-C2T1 Acórdao n.° 1201-000.809 Fl. 2 Relatório Trata-se de Auto de Infração lavrado em face da contribuinte, em razão de omissão de receita decorrente de origem de recursos de depósitos e investimentos bancários não comprovados. Vejamos as imputações trazidas no Relatório Fiscal: 1. Trata-se de ação fiscal relativa ao IRPJ, referente ao ano calendário de 2005, levada a efeito am face ao contribuinte am epígrafe, por haverem sido detectados indícios de omissão de receitas. 2. De fato, a interessada declarou-se inativa com receita zero am 2005, ao passo que, no mesmo período, ela pagou um volume de CPMF correspondente a uma movimentação financeira de R$8. 634.826,26. 3. Em 28/03/2008, lavramos Termo de Inicio de Fiscalização; porém, não logramos êxito em dar ciência a interessada, .haja vista que encontramos dificuldade para localizar com precisão o local constante como seu endereço, conforme fizemos constar em Termo de Constatação lavrado na mesma data. 4. Ato continuo, remetemos o Termo de Inicio por via postal, tanto para o endereço da autuada quanto para a residência dos seus dois sócios, identificados abaixo. 5. As intimações retornaram ao remetente, sem que nenhum dos destinatários fosse encontrado; sempre por motivo de mudança, conforme envelopes acostados no processo. 6. Tendo am vista tais vicissitudes, houvemos por beni dar ciência por meio de edital, pelo que, legalmente, a ciência do inicio da fiscalização ocorreu em 15/09/2008. 7. Esgotado o prazo assinado sem qualquer manifestação da interessada, prop uzemos a quebra do seu sigilo bancário, conforme a Requisição de Movimentação Financeira acostada ao processo. 8. Recebidos os extratos bancários, procedamos a análise dos lançamentos crédito, expurgando os de reduzido valor, bem como todos aqueles que, pela natureza do seu histórico, afastavam a hipótese de traduziram ingresso de receitas. 9. Isto posto, foram, os créditos remanescentes, relacionados em um demonstrativo, denominado "Quadro Demonstrativo dos Lançamentos a Crédito em Contas Correntes da Autuada", que é parte integrante e inseparável deste Termo de Constatação, para total clareza da matéria tributável apurada. MA TERIA TRIBUTÁVEL 2 Processo n° 15540.000782/2008-11 SI-C2T1 Acórdão n.° 1201-000.809 Fl. 3 10. Foi apurado matéria tributável no valor de R$6.565.466,07, evidenciado pela existência de depósitos bancários sem justificativa de origem am contas correntes da autuada, junto ao banco Uhibanco S/A, agência 161, no ano calendário de 2005, identificados e relacionados am ordem cronológica no demonstrativo supracitado anexo. CONCLUSÃO 11. Presumida a ocorrência de OMISSA-0 DE RECEITAS no valor de R$6.565.466,07, lavramos o competente Auto de Infração, ao qual este Termo de Constatação se adere e passa a fazer parte integrante e inseparável, para lançamento e cobrança do crédito tributário apurado. 12. Levando-se am consideração os fatos constatados neste termo, imputamos a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário devido is seguintes pessoas físicas: a) ELOISA MOURA SIMIO, CPF 458.573.777-49, sócia-gerente desde 1998; b) BENEDITA PEREIRA MIRANDA, CPF 730.326.707-72, sócia desde 1998; c) KLEBER XAVIER DA MATTA JR., brasileiro, cirurgião dentista, portador da carteira de identidade CRO/RI n 2 8597, CPF 518.346.347-68, residente a rua das Violetas, n 2 27, Itaquatiara - Niterói. 13. A responsabilidade é imputada as pessoas físicas "a" e corn base no art.207, inciso V combinado com o inciso III do parágrafo único do mesmo artigo, por serem, ambas, sócias da empresa. Quanto a pessoa física "c", imputa-se-lhe responsabilidade solidária, com base no art. 210, inciso V do RIR/99, por se tratar de um mandatário da mesma, com poderes especificos para movimentar suas contas no Unibanco, o que se comprovou mediante cópia do instrumento de procuração e do respectivo cadastro bancário. De acordo com o Termo de Constatação Fiscal, em razão das dificuldades para localização, com precisão, do endereço da autuada, a fiscalização enviou Termo de Inicio de Fiscalização para, a seu entendimento, o endereço da autuada e para a residência de seus sócios. Retornadas as intimações ao remetente, foi elaborado edital, fixado na ARF Cabo Frio/RJ, fls. 48. Esgotado o prazo do edital, os créditos/depósitos bancários constatados através de requisição de movimentação financeira, foram presumidos como omissões de receitas. Por fim, a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário foi imputada as pessoas das sócias e, solidariamente, a mandatário da pessoa jurídica, conforme fls. 10. Ciente da autuação em 15/12/08, fls. 06, a contribuinte protocolou impugnação em 15/01/2009, alegando em síntese que: Processo n° 15540.000782/2008-11 SI-C2T1 Acórdão n.° 1201-000.809 Fl. 4 - preliminarmente, do cerceamento do direito de defesa, dado que: (i) no cadastro da SRFB os endereços das sócias da pessoa jurídica, desde 2004 - Av. Atlântica n° 3170, apto 701, Copacabana, Rio de Janeiro, fls. 143, 146 e 170, são absolutamente distintos daqueles das intimações, Av. Automóvel Clube, no 2436, S/L 16 — Vilar dos Teles, São Joao do Menti, RJ, fls. 44/45; (ii) a intimação por edital não apresenta qualquer prova de sua publicação através de DO, não havendo, portanto, publicidade do mesmo, conforme jurisprudência exarada no Acórdão n° 201-73.248, do 2° Conselho de Contribuintes, cuja ementa é reproduzida nos autos, fls. 134; (iii) em consequência, requer a nulidade das intimações, e a expedição de nova intimação à requerente e suas sócias, nos endereços, dando-lhes oportunidade de manifestação, em conformidade com a legislação pertinente. No mérito, insurge contra a quebra do sigilo bancário: a jurisprudência só o admitiria mediante prévia autorização judicial, argüindo, ainda, da ilegitimidade passiva solidária, de procurador da requerente, nessa atividade somente a partir de março/08. Posterior, portanto, ao ano calendário das ações. A DRJ anulou o lançamento fiscal, nos seguintes termos: 8.- Preliminarmente, ao contrário da pretensão impugnatória, o conceito de cerceamento do direito de defesa é infenso em sede de auditoria tributária. 8.1.- Entretanto, inequívoca a objetividade das preliminares invocadas quanto aos lapsos materiais incorridos nos atos praticados, antecedentes aos lançamentos. Porquanto: 8.1.1.- mesmo a DIPJ simplificada da pessoa jurídica, relativa ao ano calendário objeto da auditoria, 2005, fls. 03 e 39, já indicava endereço distinto daquele das intimações a ela dirigidas, fls. 40, 42 e 43 — distrito de Vilar dos Teles, Município de Selo João do Menti/Ri; não, Sampaio Correa, Município de Saquarenta/RJ; 8.1.2.- de outro lado, se factível a intimação a sócios da pessoa jurídica, importa que estes sejam devida e adequadamente intimados. Ora, os documentos de fls.143, 146 e 170, comprovam a alegação impugnatória quanto ao correto endereço dos sócios nos cadastros da SRFB. Diferentes daqueles constantes das intimações de fls. 44/45; 8.1.3.- acresce observar que, ainda que, em endereço incorreto, somente foi intimada uma das sócias, visto que Renato Fernandes, destinatário da intimação de fls. 44, nada tem a ver coin a pessoa jurídica, conforme Termo de Constatação Fiscal, fls.10. 9.- Quanto a intimação por edital, fls. 48, esta, emitida pela DRF/Niterói/R. I foi afixada na ARF em Cabo Frio/RJ, município distinto da sede declarada, em 2005, pelo sujeito passivo — 4 ft Processo n° 15540.000782/2008-11 SI-C2T1 Acórdão n.° 1201-000.809 Fl. 5 Vilar dos Teles/São João de Meriti/RI ARF situada a mais de 150 quilômetros de distancia deste último; e, menos, ainda, sem qualquer ligação jurisdicional, mesmo no âmbito da SRFB, com aquele das intimações encaminhadas ao distrito de Sampaio Correa/Saquarema/RJ, fls. 48. 9.1.- Ora, consoante pacifica jurisprudência administrativa, o edital é forma excepcional de intimação (AC. 101-70.894), só cabível quanto improficuas a intimação pessoal e a intimação postal (Acórdão n. 203-00571); o que não é o caso, conforme antes referenciado. 10.- No bojo dessas considerações preliminares, julgo procedente a impugnação, para declarar a NULIDADE das intimações antecedentes as autuações e, por via de conseqüência, os atos que as seguiram, dados os lapsos materiais em que incorreram aquelas, eivando de nulidade o procedimento fiscal. 10.1.- Que outros atos se processem na boa e devida forma, observado o endereço da irnpugnante constante dos cadastros da SRFB, na data do respectivo ato, bem como, ern sendo caso, de suas sócias. Mesmo porque a presunção legal, reportada nestes autos, implica em expresso e estrito cumprimento das normas atinentes à matéria, Lei n. 9.430/96, art. 42. Este é o relatório. Voto Conselheiro Rafael Correia Fuso Inicialmente, a despeito da matéria envolvida encontrar sub judice perante o Supremo Tribunal Federal, qual seja, a quebra de sigilo bancário, a questão a ser enfrentada nestes autos não implica em análise desta matéria, visto que o Recurso de Oficio se pautou em anular os atos de intimação anteriores ao lançamento, e por conseqüência os demais atos praticados pela fiscalização, incluindo o lançamento fiscal. Com isso, cabe a esse julgador verificar se a decisão da DRJ merece ser convalidada ou não. No meu modo de ver, sim, certamente. Isso porque o endereço da Pessoa Jurídica fora devidamente declarado à Receita Federal em sede de Declaração (DIPJ), destacando que as intimações solicitando documentos em procedimento de fiscalização, documentos e esclarecimentos quanto as operações financeiras foram dirigidas ao endereço anterior, distrito de Vilar dos Teles, Município de São João do Menti — RJ, ao invés de Sampaio Correia, Município de Saquarema —RJ. Da mesma forma as intimações dos sócios da contribuinte, considerados como responsáveis pelos débitos, se deram com endereços também equivocados, conforme narrado e demonstrado pela contribuinte: Fuso - Relator Processo n° 15540.000782/2008-11 SI-C2T1 AcOrcliio n.° 1201-000.809 Fl. 6 (ii) no cadastro da SRFB os endereços das sócias da pessoa jurídica, desde 2004 - Av. Atlântica no 3170, apto 701, Copacabana, Rio de Janeiro, fls. 143, 146 e 170, são absolutamente distintos daqueles das intimações, Av. Automóvel Clube, n° 2436, S/L 16 — Vilar dos Teles, Seio Joao do Menti, RJ, fls. 44/45;" Por fim, quanto à intimação por edital, fls. 48, esta fora afixada na ARF de Cabo Frio-RJ, município distinto da sede declarada da empresa em 2005, o que implica em sua não efetividade frente ao disposto 23 do Decreto n° 70.23/76: Art. 23. Far-se-á a intimação: §1°-Quando resultar improficuo um dos meios previstos no caput ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: II - em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou Assim, são nulas as intimações realizadas nos autos, o que implica em nulidade dos atos subseqüentes, em razão de vicio material, pois não foram válidos os procedimentos de fiscalização quanto As intimações da contribuinte e das sócias responsáveis, para fins de apresentar documentos e informações sobre as movimentações bancárias da pessoa jurídica. Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso de Oficio, e no mérito NEGO- LHE provimento, mantendo a decisão da DRJ em todos os seus fundamentos. como voto!
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