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Numero do processo: 10380.006039/2005-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
RESSARCIMENTO DE COFINS. CORREÇÃO DE CRÉDITOS PELA TAXA SELIC. VEDAÇÃO EXPRESSA DE LEI.
A Lei n. 10.833/2003 impede a aplicação da taxa SELIC nas hipóteses de ressarcimento de créditos de COFINS. Aplicação da Súmula CARF n. 02.
Numero da decisão: 3201-001.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Wilson Sampaio Sahade Filho, Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 RESSARCIMENTO DE COFINS. CORREÇÃO DE CRÉDITOS PELA TAXA SELIC. VEDAÇÃO EXPRESSA DE LEI. A Lei n. 10.833/2003 impede a aplicação da taxa SELIC nas hipóteses de ressarcimento de créditos de COFINS. Aplicação da Súmula CARF n. 02.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 RESSARCIMENTO DE COFINS. CORREÇÃO DE CRÉDITOS PELA TAXA SELIC. VEDAÇÃO EXPRESSA DE LEI. A Lei n. 10.833/2003 impede a aplicação da taxa SELIC nas hipóteses de ressarcimento de créditos de COFINS. Aplicação da Súmula CARF n. 02. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Wilson Sampaio Sahade Filho, Daniel Mariz Gudino. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 60 39 /2 00 5- 80 Fl. 194DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 2 Referese o presente processo a pedido de ressarcimento de Cofins. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de créditos de Cofins (fl. 01), no valor de R$ 2.965.426,16, correspondente ao 2° trimestre de 2005, com fundamento na Lei n° 10.833/2003. Foram apensadas aos autos declarações de compensação. O Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza, por intermédio do Termo de Informação Fiscal de fls. 41/43, concluiu pelo deferimento do pleito. A unidade de origem, com base no referido Termo, decidiu, conforme informação fiscal e despacho decisório de fls. 55/57, reconhecer o direito creditório, no valor de R$ 2.965.426,16, sem incidência de juros selic, homologando as compensações declaradas até o limite do crédito reconhecido. Inconformado com a decisão, de que tomou ciência em 07/02/2008, o sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade (fls. 60/69) na qual argumenta, em síntese, que: a) A DRF/Fortaleza deferiu parcialmente o seu pedido de ressarcimento ao não garantir a incidência da taxa Selic. Quando o art. 6°, § % da Lei n° 10.833/2003 garantiu a compensação dos crédits da Cofins garantiu aos contribuintes o direito de utilizarem o benefício fiscal no montante em que foi concedido, que é equivalente ao poder econômico do crédito na data de sua geração. A correção monetária não tem o efeito de aumentar a quantia a ser aproveitada, por ser notório que o seu fim é o de somente garantir uma equivalência real entre dois valores. b) Como o art. 6°, § 1% da Lei n° 10.833/2003 assegura originariamente o direito de compensar, sobre o valor do crédito objeto desta compensação deverá ser aplicada a correção monetária, como estabelece o § 3° do art. 66 da Lei n° 8.383/1991, o qual não se limita às hipóteses de pagamento indevido ou a maior de tributos. Em decorrência da aplicação da correção monetária ao crédito objeto da compensação, o valor a ser ressarcido em moeda deverá suportar a mesma incidência, por ser derivado da quantia que deixou de ser compensada. c) Ainda se não existisse previsão legal para a incidência de correção monetária, persistiria o direito à atualização monetária. A própria Advocacia Geral da União ratifica que a correção monetária não se constitui em acréscimo de valor, nos termos do Parecer n° 01, de 11/06/1996, com a conclusão de que a correção monetária não se constitui plus a exigir expressa previsão legal. d) A Lei n° 9.250/1995 garante a utilização da Taxa Selic. Cita o § 4° do artigo 39, aduzindo que o mesmo aplicarseia a toda hipótese de compensação, bem como que do emprego da isonomia tributária resultaria o direito à atualização pela taxa selic. Cita decisão administrativa. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10380.006039/200580 Acórdão n.º 3201001.633 S3C2T1 Fl. 94 3 e) Pelo emprego da analogia, resultaria do § 4° do artigo 39 da Lei n° 9.250/1995 que, se na recuperação de valores por compensação se aplica a taxa selic, também deve ser admitido o mesmo efeito sobre o crédito da Cofins. Ademais, mesmo que não fosse admitida a aplicação da taxa Selic na condição de juros, ainda assim persistiria o direito a sua aplicação a título de atualização monetária, em substituição à UFIR. Requereu, assim, que seja garantido o seu direito ao ressarcimento dos valores com o acréscimo da taxa Selic, contada a partir da data de geração do direito ao crédito ou, ao menos, sucessivamente, contada a partir da data do protocolo do pedido. A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade, em decisão assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos órgãos colegiados não constituem normas gerais, razão pela qual seus julgados não aproveitam a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. JUROS SELIC. RESSARCIMENTO. Descabe a incidência de juros compensatórios no ressarcimento de créditos do IPI, por carência de amparo legal. ATO NORMATIVO. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de ilegalidade de dispositivos da legislação tributária. Os textos normativos regularmente editados gozam de presunção de legitimidade. Solicitação Indeferida Na decisão ora recorrida entendeuse, em síntese, que o art. 39, §4°, da Lei n° 9.250, de 26 de dezembro de 1995, somente se refere à atualização de pedidos de restituição, não se fazendo aplicável aos pedidos de ressarcimento. Ademais, o § 5o, do artigo 72 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 30 de dezembro de 2008, prescreveria expressamente que não incidirão juros compensatórios "no ressarcimento de créditos do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, bem como na compensação de referidos créditos", da mesma forma que previam as instruções normativas que lhe antecediam. Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reiterou os argumentos da manifestação de inconformidade. Fl. 196DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 4 É o relatório. Voto Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora O presente recurso preenche as condições de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. O objeto do presente recurso é o direito à incidência da taxa SELIC, incidentes sobre os créditos de Cofins, que foi integralmente concedido nas instâncias anteriores. A aplicação da taxa SELIC para aproveitamento de créditos é vedada expressamente pela Lei n. 10.833/2003, conforme se verifica: Art. 13 . O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. Assim, pela aplicação da Súmula CARF n. 2, fica impedido o colegiado o apreciar a constitucionalidade da lei. Em face do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 197DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 05/10/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 10640.004361/2007-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2003, 2004
IPI. OMISSÃO DE RECEITA. IRPJ. LANÇAMENTO REFLEXO. COMPETÊNCIA.
Conforme disposto no Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF (Portaria MF 256/09), art. 2º, IV, anexo II, cabe à Primeira Seção de Julgamento processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente
Numero da decisão: 3401-002.674
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, declinar competência, para 1 Seção nos termos do voto da Relatora.
JULIO CÉSAR ALVES RAMOS- Presidente.
ANGELA SARTORI - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Robson José Bayerl, Cláudio Massetti, Ângela Sartori e Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira
Nome do relator: Angela Sartori
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Exercício: 2003, 2004 IPI. OMISSÃO DE RECEITA. IRPJ. LANÇAMENTO REFLEXO. COMPETÊNCIA. Conforme disposto no Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF (Portaria MF 256/09), art. 2º, IV, anexo II, cabe à Primeira Seção de Julgamento processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente
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OMISSÃO DE RECEITA. IRPJ. LANÇAMENTO REFLEXO. COMPETÊNCIA. Conforme disposto no Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF (Portaria MF 256/09), art. 2º, IV, anexo II, cabe à Primeira Seção de Julgamento processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, declinar competência, para 1 Seção nos termos do voto da Relatora. JULIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. ANGELA SARTORI Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 00 43 61 /2 00 7- 28 Fl. 6360DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Robson José Bayerl, Cláudio Massetti, Ângela Sartori e Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira Relatório Foi lavrado pela fiscalização da Delegacia da Receita Federal de Juiz de Fora/MG, em 12/11/2007, Auto de Infração (07/47) para exigir da empresa fabricante de bebidas : Guaravita, Guaraviton e HulaHula o Imposto sobre Produtos Industrializados, no valor de R$ 26.103.093,18, ao qual foram acrescidos multa de ofício e juros de mora com base na SELIC, calculados até 31/10/2007. Segundo a Empresa Fabricante das bebidas guaravita, guaraviton e Hulahula classifica suas bebidas na posição NCM 2909 e 2202.90.00 (ex 02) Entendeu aquela Delegacia da Receita Federal que a empresa supostamente promoveu venda/saída a produtos industrializados, que seriam classificados segundo o fisco na posição 2202.10.00 da TIPI, sem emissão de nota fiscal, conseqüentemente, sem o lançamento do IPI, apurada em decorrência da não comprovação dos créditos bancários realizados em contas mantidas em diversas instituições financeiras. No Relatório Fiscal de fls. 48/63, consta que a documentação solicitada no Termo de Início da Ação Fiscal fora roubada em 25/05/2005, quando estavam sendo transferida do escritório do contador para sua residência. Foi apresentada cópia do Registro de Ocorrência n° 01605400/2005, feito na Delegacia de Polícia/Barra da Tijuca, em 25/05/2005, nol qual foram listados os bens roubados. Posteriormente, em 15/06/2005, requereuse um aditamento ao Registro de Ocorrência para incluir os seguintes documentos que estariam no interior do veículo roubado: "Caixa Box contendo notas fiscais de entrada e saída de mercadorias, livros fiscais de entrada e saída, livro de apuração do 1CMS, livro Caixa, Razão e Diário, referentes aos exercícios de 2002/2005 da empresa Bebida Gostosa Rio Ind. Com. e Export. Ltda." A não apresentação dos extratos bancários ensejou a expedição das Requisições de Movimentação Financeiras para as instituições em que o contribuinte mantinha conta. Em 21/06/2007, foi lavrado Termo de Intimação solicitando à fiscalizada a comprovação da origem dos recursos creditados/depositados em contas de sua titularidade. Em 23/07/2007, em atendimento à Intimação a empresa informou os valores que tiveram origem em transferência de outras contas bancárias (anexos I e VI), bem como cópias os cheques que foram depositados e posteriormente devolvidos (anexos V e X), sendo todos esses valores considerados como de origem comprovada. Fl. 6361DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10640.004361/200728 Acórdão n.º 3401002.674 S3C4T1 Fl. 6 3 Intimaram a contribuinte a informar a classificação fiscal utilizada pela empresa para seus produtos fabricados. Em resposta, foi dito que protocolaram consulta a esse respeito, ou seja, onde estariam todos os dados técnicos para embasar a classificação adotada pelo Contribuinte, bem como as Declarações do MAPA. Tal consulta foi considerada ineficaz pela DIANA/SRRF 6a região, Despacho Decisório de n° 19 de 19/09/2007. Alega o contribuinte que entende correta sua classificação tarifária, ou seja, na posição NCM 2009, e para isto junta até declaração do MAPA. Alega ainda que poderia ter alíquota zero, pois seus produtos também se enquadrariam no ex tarifário da posição 2202.90.00 (ex.02). E não na classificação adotada pelo fisco. Foi aplicada multa qualificada pela caracterização de sonegação intenção dolosa do contribuinte em subtrair receitas da tributação. Em 12/11//2007 o Contribuinte recebeu auto de infração e em 29/11/2007, e apresentou impugnação ao lançamento às fls. 458//409, alegando, que protocolizou consulta sobre classificação fiscal de mercadorias anexando a impugnação comprovando a classificação fiscal adotada pela empresa e em 07/03/2007, a consulta administrativa sobre a correta classificação fiscal de seus produtos, que foi declarada INEFICAZ. Porém, como a Administração admite nova consulta, o impugnante alega ainda que fará nova consulta, além de alegar o não cabimento da qualificação da multa de 75% para 150% tendo em vista documentos juntados, inclusive do próprio MAPA, a consulta sobre classificação fiscal, além de estar classificando corretamente seus produtos nos termos da legislação, anexando certificado dos órgãos competentes. Ademais alega que houve boafé trazendo todos os documentos aos autos, consulta sobre classificação fiscal entre outros. A DRJ decidiu em síntese: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 2003,2004 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. BEBIDAS. Os refrescos classificamse na posição 2202.10.00 e não como bebida isotônica que possui princípios ativos diversos e devem ser atestado pelo órgão competente. Fl. 6362DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 MULTA QUALIFICADA. Cabível a qualificação da MULTA, quando comprovado nos autos, que a ação ou omissão do contribuinte teve o propósito deliberado de impedir ou retardar o conhecimento da Administração Pública da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária.” O processo foi enviado ao CARF para julgamento. No entanto, o mesmo foi baixado para diligência nos termos da Resolução 204.00.669 pela Ilustre Conselheira Nayra Bastos Manatta que requerer a juntada da decisão do processo 10640.004362/200772, ref. IRPJ. O processo foi juntado aos autos. O CARF na Primeira Seção já decidiu o processo 10640.004362/200772, ref. IRPJ dando provimento parcial ao recurso voluntário. Tal decisão foi juntada aos autos. Dispõe o referido voto: “ Entendo, que a única matéria impugnada foi a aplicação da multa de lançamento de oficio no percentual de 150%, pelo que, somente dela conheço, dado que, em sede de recurso, não podem ser suscitadas matérias não questionadas na fase impugnatória, atingidas pela preclusão que se acham. Isto posto, passo a análise do mérito. Não obstantes as considerações pontuadas pelo Relator originalmente designado para relatar e julgar o presente recurso (Conselheiro Paulo Jacinto), ao votar pela manutenção da multa qualificada de 150%, entendendo que a omissão de receitas configurada no presente caso pela existência de depósitos bancários de origem não comprovada enseja sua aplicação, ouso delas divergir, pelo que passo a expor. Dos elementos que constam dos autos não restou comprovado o evidente intuito de fraude, logo, a multa qualificada deve ser afastada e reduzida ao percentual de 75%. A mera constatação da omissão de receitas, momiente se por presunção legal, é insuficiente para afirmar o intuito doloso do contribuinte de ocultar o fato gerador tributário da autoridade fiscal. Somente é justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. O evidente intuito de fraude deverá ser minuciosamente justificado e comprovado nos autos. Nos termos do enunciado n° 14 da Súmula deste Primeiro Conselho, não há que se falar em qualificação da multa de oficio nas hipóteses de mera omissão de rendimentos, sem a devida comprovação do evidente intuito de fraude. Por assim pensar, DOU provimento parcial ao recurso.” Fl. 6363DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10640.004361/200728 Acórdão n.º 3401002.674 S3C4T1 Fl. 7 5 A referida Ementa do Voto da 1 Seção descrito acima assim dispõe: Assunto: PAF. Ementa: PRECLUSÃO. As alegações e provas documentais devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, salvo nos casos expressamente admitidos em lei. Consideramse precluidos, não se tomando conhecimento das provas e argumentos apresentados somente na fase recursal. Assunto: IRPJ e Outros AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO MERA OMISSÃO DE RENDIMENTOS Somente é justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64. O evidente intuito de fraude deverá ser minuciosamente justificado e comprovado nos autos. Nos termos do enunciado n° 14 da Súmula deste Primeiro Conselho, não há que se falar em qualificação da multa de oficio nas hipóteses de mera omissão de rendimentos, sem a devida comprovação do evidente intuito de fraude. O Recorrente ingressou com recurso voluntário reiterando os argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Angela Sartori Antes mesmo de examinar o atendimento aos requisitos intrínsecos e extrínsecos da peça recursal conveniente aferir a competência deste colegiado para se pronunciar a respeito do caso. Segundo o relatório de autuação, o lançamento de IPI advém da omissão de receitas por presunção. Fl. 6364DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Todas estas infrações deram margem à formalização de exigência de IRPJ, além, é claro, do IPI objeto deste processo. Portanto, estáse claramente diante de lançamento reflexo ou decorrente, circunstância esta que não passou despercebida pela decisão de primeiro grau administrativo. Neste diapasão, consoante previsão do art. 2º, IV, Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 256/09, tal competência pertence à Primeira Seção de Julgamento, verbis: “Art. 2° À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: (...) IV demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; (...)” No caso vertente, portanto, incontroversa a incompetência desta 1ª TO/4ª Câmara/3ª SEJUL/CARF, proponho não conhecer do recurso e declinar a competência para quaisquer das turmas julgadoras da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo. É como voto. Angela Sartori Relator Fl. 6365DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 16327.900604/2009-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 04/04/2004 a 10/04/2004
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO RECLAMADO RELATIVO A CSRF. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DAS TURMAS DA TERCEIRA SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. RECURSO NÃO CONHECIDO. ENVIO DOS AUTOS PARA A PRIMEIRA SEÇÃO DESTE CARF.
À Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, não compete analisar recursos relativos a pedidos de compensação em que o crédito aduzido seja relativo a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), uma vez que a matéria é da competência da Primeira Seção do mesmo Conselho, para onde os autos deverão ser movimentados para apreciação da lide.
Numero da decisão: 3802-003.382
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por falta de competência material para exame da lide, devendo os autos ser movimentados para a Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: Solon Sehn
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CRÉDITO RECLAMADO RELATIVO A CSRF. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DAS TURMAS DA TERCEIRA SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. RECURSO NÃO CONHECIDO. ENVIO DOS AUTOS PARA A PRIMEIRA SEÇÃO DESTE CARF. À Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, não compete analisar recursos relativos a pedidos de compensação em que o crédito aduzido seja relativo a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), uma vez que a matéria é da competência da Primeira Seção do mesmo Conselho, para onde os autos deverão ser movimentados para apreciação da lide. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por falta de competência material para exame da lide, devendo os autos ser movimentados para a Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 06 04 /2 00 9- 51 Fl. 93DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I – SP (fls. 30/33), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 23/02/2005 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Afastada a nulidade por ficar evidenciada a inocorrência de preterição do direito de defesa haja vista que o despacho decisório consigna de forma clara e concisa o motivo da não homologação da compensação. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.PAGAMENTO UTILIZADO PARA QUITAR DÉBITO DECLARADO EM DCTF. RETIFICAÇÃO. DESCABIMENTO. Considerase confissão de dívida o débito declarado em DCTF, descabendo à autoridade administrativa a sua retificação de ofício mormente se o contribuinte não comprova a existência do erro material alegado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 13/12/2012, o Recorrente foi cientificada da decisão (ciência eletrônica fl. 37). Nas razões apresentadas em seu recurso voluntário protocolado em 07/01/2013 (fls. 39/44), alega ter recolhido indevidamente valores referente à CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), nos pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas prestadoras de serviços, argumentando que, na época, existiam algumas situações em que dos prestadores de serviços eram dispensados ou não exigida a referida retenção. Como se vê, o Recorrente entregou por via eletrônica a Declaração de Compensação de fls. 14/19 (PER/DCOMP nº 2226.12289.240205.1.3.041780), na qual declara a compensação de pretenso crédito de pagamento indevido ou a maior de RETENÇÃO de CONTRIBUIÇÕES sobre PAGTO DE PJ A PJ DIR PRIV CSLL/ COFINS/PIS, denominada CSRF (cód. receita 5952) relativo ao período de apuração encerrado em 10/04/2004. É o que basta, no presente momento, para a análise restrita a ser feita por este colegiado. É o Relatório. Fl. 94DF CARF MF Processo nº 16327.900604/200951 Acórdão n.º 3802003.382 S3TE02 Fl. 94 3 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Conforme relatado, constatase que o processo em epígrafe diz respeito a pedido de compensação cujo crédito em que se alicerça a interessada é relativo a alegado recolhimento a maior de RETENÇÃO de CONTRIBUIÇÕES sobre PAGAMENTO DE PJ A PJ DIR PRIV CSLL/ COFINS/PIS, denominada CSRF (cód. receita 5952), relativo ao período de apuração encerrado em 10/04/2004. De acordo com o artigo 7°, § 1º e § 3º, Inciso I, combinado com o art. 2º, inciso II e VII, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22/06/2009) – RICARF, temos que: Art. 7º... § 1º A competência para o julgamento de recurso em processo administrativo de compensação é definida pelo crédito alegado, inclusive quando houver lançamento de crédito tributário de matéria que se inclua na especialização de outra Câmara ou Seção” (grifei). § 3º Na hipótese do § 1º, quando o crédito alegado envolver mais de um tributo com competência de diferentes Seções, a competência para julgamento será: ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ). I Da Primeira Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado de competência dessa Seção e das demais; ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ). No caso presente, o assunto em debate se enquadra na hipótese de que trata o inciso II e VII do artigo 2o do Anexo II do RICARF: Art. 2º À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I – ...; II Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); VII tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. Esta Terceira Seção do CARF, portanto, não pode se manifestar sobre o mérito do litígio, uma vez que a competência para o seu exame é da Primeira Seção deste Conselho, como demonstrado. Conclusão Por todo o exposto, e considerando a falta de competência material desta Terceira Seção do CARF para o exame da contenda, voto para não conhecer do recurso Fl. 95DF CARF MF 4 voluntário interposto pela interessada, devendo os autos ser encaminhados à Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito. Sala de Sessões, em 23/07/2014. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.900615/2009-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO RECLAMADO RELATIVO A CSRF. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DAS TURMAS DA TERCEIRA SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. RECURSO NÃO CONHECIDO. ENVIO DOS AUTOS PARA A PRIMEIRA SEÇÃO DESTE CARF.
À Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, não compete analisar recursos relativos a pedidos de compensação em que o crédito aduzido seja relativo a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), uma vez que a matéria é da competência da Primeira Seção do mesmo Conselho, para onde os autos deverão ser movimentados para apreciação da lide.
Numero da decisão: 3802-003.422
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por falta de competência material para exame da lide, devendo os autos ser movimentados para a Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: Solon Sehn
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CRÉDITO RECLAMADO RELATIVO A CSRF. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DAS TURMAS DA TERCEIRA SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. RECURSO NÃO CONHECIDO. ENVIO DOS AUTOS PARA A PRIMEIRA SEÇÃO DESTE CARF. À Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, não compete analisar recursos relativos a pedidos de compensação em que o crédito aduzido seja relativo a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), uma vez que a matéria é da competência da Primeira Seção do mesmo Conselho, para onde os autos deverão ser movimentados para apreciação da lide. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por falta de competência material para exame da lide, devendo os autos ser movimentados para a Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 06 15 /2 00 9- 31 Fl. 88DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I – SP (fls. 32/35), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 23/02/2005 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Afastada a nulidade por ficar evidenciada a inocorrência de preterição do direito de defesa haja vista que o despacho decisório consigna de forma clara e concisa o motivo da não homologação da compensação. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.PAGAMENTO UTILIZADO PARA QUITAR DÉBITO DECLARADO EM DCTF. RETIFICAÇÃO. DESCABIMENTO. Considerase confissão de dívida o débito declarado em DCTF, descabendo à autoridade administrativa a sua retificação de ofício mormente se o contribuinte não comprova a existência do erro material alegado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 15/12/2012, o Recorrente foi cientificada da decisão (ciência eletrônica fl. 39). Nas razões apresentadas em seu recurso voluntário protocolado em 10/01/2013 (fls. 41/46), alega ter recolhido indevidamente valores referente a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), nos pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas prestadoras de serviços, argumentando que, na época, existiam algumas situações em que dos prestadores de serviços eram dispensados ou não exigida a referida retenção. Pelo que se vê, o recorrente supra qualificado, entregou por via eletrônica a Declaração de Compensação de fls. 15/20 (PER/DCOMP nº 38530.28345.090605.1.7.04 0364), na qual declara a compensação de pretenso crédito de pagamento indevido ou a maior de RETENÇÃO de CONTRIBUIÇÕES PAGAMENTO DE PJ a PJ DIR PRIV CSLL/ COFINS/PIS CSRF (cód. receita 5952), relativo ao período de apuração encerrado em 03/04/2004. É o que basta, no presente momento, para a análise restrita a ser feita por este colegiado. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 16327.900615/200931 Acórdão n.º 3802003.422 S3TE02 Fl. 89 3 É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Conforme relatado, constatase que o processo em epígrafe diz respeito a pedido de compensação cujo crédito em que se alicerça a interessada é relativo a alegado recolhimento a maior de RETENÇÃO de CONTRIBUIÇÕES sobre PAGAMENTO DE PJ a PJ DIR PRIV CSLL/ COFINS/PIS, denominada CSRF (cód. receita 5952), relativo ao período de apuração encerrado em 03/04/2004. De acordo com o artigo 7°, § 1º e § 3º, Inciso I, combinado com o art. 2º, inciso II e VII, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22/06/2009) – RICARF, temos que: Art. 7º... § 1º A competência para o julgamento de recurso em processo administrativo de compensação é definida pelo crédito alegado, inclusive quando houver lançamento de crédito tributário de matéria que se inclua na especialização de outra Câmara ou Seção” (grifei). § 3º Na hipótese do § 1º, quando o crédito alegado envolver mais de um tributo com competência de diferentes Seções, a competência para julgamento será: ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ). I Da Primeira Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado de competência dessa Seção e das demais; ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ). No caso presente, o assunto em debate se enquadra na hipótese de que trata o inciso II e VII do artigo 2o do Anexo II do RICARF: Art. 2º À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I – ...; II Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); VII tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. Esta Terceira Seção do CARF, portanto, não pode se manifestar sobre o mérito do litígio, uma vez que a competência para o seu exame é da Primeira Seção deste Conselho, como demonstrado. Da Conclusão Fl. 90DF CARF MF 4 Por todo o exposto, e considerando a falta de competência material desta Terceira Seção do CARF para o exame da contenda, voto para não conhecer do recurso voluntário interposto pela interessada, devendo os autos ser encaminhados à Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito. Sala de Sessões, em 20/08/2014. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 91DF CARF MF
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Numero do processo: 16327.900614/2009-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO RECLAMADO RELATIVO A CSRF. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DAS TURMAS DA TERCEIRA SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. RECURSO NÃO CONHECIDO. ENVIO DOS AUTOS PARA A PRIMEIRA SEÇÃO DESTE CARF.
À Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, não compete analisar recursos relativos a pedidos de compensação em que o crédito aduzido seja relativo a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), uma vez que a matéria é da competência da Primeira Seção do mesmo Conselho, para onde os autos deverão ser movimentados para apreciação da lide.
Numero da decisão: 3802-003.421
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por falta de competência material para exame da lide, devendo os autos ser movimentados para a Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: Solon Sehn
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CRÉDITO RECLAMADO RELATIVO A CSRF. INCOMPETÊNCIA MATERIAL DAS TURMAS DA TERCEIRA SEÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS. RECURSO NÃO CONHECIDO. ENVIO DOS AUTOS PARA A PRIMEIRA SEÇÃO DESTE CARF. À Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, não compete analisar recursos relativos a pedidos de compensação em que o crédito aduzido seja relativo a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), uma vez que a matéria é da competência da Primeira Seção do mesmo Conselho, para onde os autos deverão ser movimentados para apreciação da lide. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por falta de competência material para exame da lide, devendo os autos ser movimentados para a Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 06 14 /2 00 9- 97 Fl. 107DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I – SP (fls. 31/34), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 23/02/2005 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Afastada a nulidade por ficar evidenciada a inocorrência de preterição do direito de defesa haja vista que o despacho decisório consigna de forma clara e concisa o motivo da não homologação da compensação. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.PAGAMENTO UTILIZADO PARA QUITAR DÉBITO DECLARADO EM DCTF. RETIFICAÇÃO. DESCABIMENTO. Considerase confissão de dívida o débito declarado em DCTF, descabendo à autoridade administrativa a sua retificação de ofício mormente se o contribuinte não comprova a existência do erro material alegado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 15/12/2012, o Recorrente foi cientificada da decisão (ciência eletrônica fl. 38). Nas razões apresentadas em seu recurso voluntário protocolado em 11/01/2013 (fls. 40/45), alega ter recolhido indevidamente valores referente a CSRF (retenção em fonte da CSLL/COFINS/PIS), nos pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas prestadoras de serviços, argumentando que, na época, existiam algumas situações em que dos prestadores de serviços eram dispensados ou não exigida a referida retenção. Pelo que se vê, o recorrente supra qualificado, entregou por via eletrônica a Declaração de Compensação de fls. 15/20 (PER/DCOMP nº 09532.52416.090605.1.7.04 8088), na qual declara a compensação de pretenso crédito de pagamento indevido ou a maior de RETENÇÃO de CONTRIBUIÇÕES PAGAMENTO DE PJ a PJ DIR PRIV CSLL/ COFINS/PIS CSRF (cód. receita 5952), relativo ao período de apuração encerrado em 14/02/2004. É o que basta, no presente momento, para a análise restrita a ser feita por este colegiado. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 16327.900614/200997 Acórdão n.º 3802003.421 S3TE02 Fl. 108 3 É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Conforme relatado, constatase que o processo em epígrafe diz respeito a pedido de compensação cujo crédito em que se alicerça a interessada é relativo a alegado recolhimento a maior de RETENÇÃO de CONTRIBUIÇÕES sobre PAGAMENTO DE PJ a PJ DIR PRIV CSLL/ COFINS/PIS, denominada CSRF (cód. receita 5952), relativo ao período de apuração encerrado em 14/02/2004. De acordo com o artigo 7°, § 1º e § 3º, Inciso I, combinado com o art. 2º, inciso II e VII, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22/06/2009) – RICARF, temos que: Art. 7º... § 1º A competência para o julgamento de recurso em processo administrativo de compensação é definida pelo crédito alegado, inclusive quando houver lançamento de crédito tributário de matéria que se inclua na especialização de outra Câmara ou Seção” (grifei). § 3º Na hipótese do § 1º, quando o crédito alegado envolver mais de um tributo com competência de diferentes Seções, a competência para julgamento será: ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ). I Da Primeira Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado de competência dessa Seção e das demais; ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ). No caso presente, o assunto em debate se enquadra na hipótese de que trata o inciso II e VII do artigo 2o do Anexo II do RICARF: Art. 2º À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I – ...; II Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); VII tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. Esta Terceira Seção do CARF, portanto, não pode se manifestar sobre o mérito do litígio, uma vez que a competência para o seu exame é da Primeira Seção deste Conselho, como demonstrado. Da Conclusão Fl. 109DF CARF MF 4 Por todo o exposto, e considerando a falta de competência material desta Terceira Seção do CARF para o exame da contenda, voto para não conhecer do recurso voluntário interposto pela interessada, devendo os autos ser encaminhados à Primeira Seção deste Conselho, a quem compete o julgamento do feito. Sala de Sessões, em 20/08/2014. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 110DF CARF MF
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Numero do processo: 10825.902139/2012-91
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009
COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS.
A partir do advento do art. 23, I e II, a, da Medida Provisória nº 1.858-6, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.158-35/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS.
MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação.
PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 3803-005.811
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Os conselheiros Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa votaram pelas conclusões.
(Assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Juliano Eduardo Lirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente).
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS. A partir do advento do art. 23, I e II, a, da Medida Provisória nº 1.858-6, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.158-35/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS. MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72.
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INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS. A partir do advento do art. 23, I e II, “a”, da Medida Provisória nº 1.8586, de 26/06/1999 e reedições até a MP nº 2.15835/2001, as receitas das cooperativas passaram a sofrer a incidência da contribuição ao PIS. MATÉRIA TRIBUTÁRIA. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao transmitente do Per/DComp o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado. À autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. PROVA. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. Os motivos de fato, de direito e a prova documental deverão ser apresentadas com a impugnação/manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, ressalvadas as situações previstas nas hipóteses previstas no § 4o do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Os conselheiros Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis e Belchior Melo de Sousa votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 90 21 39 /2 01 2- 91 Fl. 170DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 (Assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Juliano Eduardo Lirani; Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues., João Alfredo Eduão Ferreira, e Corintho Oliveira Machado (Presidente). Relatório Sob a alegação de realização de pagamento a maior ou indevido de PIS/PASEP a contribuinte transmitiu Per/DComp em 30/11/2009, entretanto a compensação realizada restou não homologada, eis que por meio de despacho decisório eletrônico a autoridade administrativa declarou haver outros débitos e que o crédito informado foi integralmente utilizado para a quitação dos mesmos, não havendo saldo credor o suficiente para solver os débitos declarados na DComp aviada. Sobreveio a manifestação do inconformismo e com ela os argumentos de que: (i) a exigência da contribuição ao PIS foi restabelecida sob a égide da CF/88, notadamente nos termos do art. 2o, II, da Lei 9.715/98, sendo um ano após expressamente revogada em relação às entidades sem fins lucrativos, por meio da MP 1.85810/99, com a atual redação conferida pelo art. 93 da MP nº 2.15835/01, ainda assim algumas cooperativas permaneceram obrigadas ao recolhimento da contribuição ao PIS sobre a folha de salário, em vista de regra específica prevista no § 1º, do art. 2º, da Lei nº 9.715/98; (ii) a MP 2.15835/01 ao mesmo tempo em que revogou a exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos. Explicitou que as sociedades cooperativas de produção rural, contribuintes do PIS com base no faturamento, porém sujeitas às exclusões e deduções no art. 15 da referida MP, continuavam sujeitas à contribuição ao PIS com base na folha de salário, nos termos do seu art. 13; (iii) ratificando esse entendimento encontrase o art. 28 da IN SRF nº 635/06, que explicita quais as sociedades que continuam sujeitas a incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, conforme se depreende da solução no processo de consulta nº 290/07; (iv) ainda que a redação do art. 15 da MP2.15835 seja genérica em relação às sociedades cooperativas e, portanto, não excetue as cooperativas de trabalho médico, isso não permite a conclusão de que essas cooperativas estariam entre as compreendias no alcance desse dispositivo, como também concluiu as autoridades fiscais, nos termos do art. 28 da IN SRF nº 635/06; (v) conclui aduzindo que se as sociedades cooperativas médicas não se sujeitam às exigências da contribuição ao PIS com base na folha de salários de seus empregados e, Fl. 171DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902139/201291 Acórdão n.º 3803005.811 S3TE03 Fl. 12 3 portanto, todo o recolhimento realizado a esse título deve ser entendido comore colhimento a maior ou indevido e, logo, passível de ser recuperado. Requereu, ainda, a reforma do julgado de primeira instância, a procedência integral da declaração de compensação, com vista a legitimidade do crédito tributário e o reconhecimento da extinção dos débitos compensados no PER/DECOMP. A decisão prolatada pela 14ª Turma da DRJ/RPO, de 11/09/13 (fls. /) por meio do Acórdão nº 1444.629, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, para manter o crédito tributário exigível, nos termos da ementa adiante transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado na quitação de débitos confessados. O reconhecimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 FATURAMENTO E FOLHA DE SALÁRIOS. LEGALIDADE. Quando a sociedade cooperativa realiza as exclusões legais da base de cálculo do PIS Faturamento, é devido o PIS Folha concomitantemente, nos termos do art. 15, § 2º, da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, e do art. 32, § 4º, do Decreto nº 4.524, de 2002. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O voto condutor do acórdão adotou o pressuposto de que : (a) “Nos termos da regra consolidada na atual MP nº 2.15835, de 2001, a tributação das sociedades cooperativas segue a tributação das demais pessoas jurídicas em geral, calculando o PIS de acordo com o faturamento. No entanto, caso a cooperativa realize determinadas operações que não sofrem a incidência do PIS com base no faturamento, deverá, conforme disposição inscrita no art. 15, §2º, I da MP nº 2.15835, de 2001, apurar o PIS com base na folha de salários. Nesse caso, portanto, a cooperativa sujeitase cumulativamente à tributação com base no faturamento e com base na folha de pagamentos”. Consubstanciouse ainda no art. 13 da referida MP, e nos arts. 36 da MP 66/02; no art. 1º da MP nº 101/02, convertida na Lei nº 10.767/03; no art. 32 do Dec. 4.524/02 e nos arts. 9º e 33 da IN SRF nº 247/02. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 De acordo com os dispositivos mencionados não prevalece a tese de que as sociedades cooperativas outras que não de produção agropecuária, eletrificação rural, de crédito e de transporte rodoviário, estariam fora do alcance do PIS sobre a folha de salários. E assim, nos períodos em que tenha procedido à exclusão das sobras líquidas da base de cálculo da contribuição, o PIS sobre a folha de pagamentos deve ser recolhido. Situação essa em que o sucesso da contribuinte em ver homologada a compensação declarada na primeira instância administrativa, condicionase à comprovação da liquidez e certeza do direito creditório, no caso, a de que não efetuou a exclusão em foco. No que se relaciona ao aspecto do elemento material de prova extraise excertos que sintetizam o posicionamento adotado pela decisão em questão, adiante: “Em se tratando de declaração eletrônica, a verificação dos dados informados pela contribuinte na DCOMP foi realizada também de forma eletrônica, cotejando os com os demais por ela informados à Receita Federal em outras declarações (DCTFs, DIPJ, etc), bem como com outras bases de dados desse órgão (pagamentos, etc), tendo resultado no Despacho Decisório em discussão. O ato combatido aponta como causa da não homologação o fato de que, embora localizado o pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente fora utilizado para a extinção anterior de débito confessado pela interessada. Assim o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia.” De acordo com o Termo de Ciência por decurso de prazo, a data de disponibilização na caixa postal da contribuinte da decisão contida no Acórdão nº 1444.629, foi em 20/09/2013. Com isso a data da ciência se deu em 05/10/2013. O Termo de Solicitação de Juntada de recurso voluntário foi registrada pela repartição preparadora em 01/11/13. Ciente da decisão contida no acórdão retromencionado a contribuinte irresignada, em sede de recurso voluntário, reiterou de forma minudente acerca das razões de defesa apresentadas na exordial. Ressaltou que a MP 2.15835/01, em seu artigo 13, explicitou quais os tipos de entidades que se sujeitavam à contribuição ao PIS, calculada sobre a folha de salários, bem assim que as sociedades cooperativas não foram contempladas, de acordo com o elenco formulado nesse artigo, como o foram às Organizações das Cooperativas – OCB e as Organizações estaduais de Cooperativas, nos termos do inciso I, do art. 13, da MP nº 2.158 35/01, que não se identifica com as sociedades cooperativas propriamente ditas. Mencionou que na mesma senda segue o § 2º e incisos I a IV, do art. 15 dessa MP, eis que as cooperativas de trabalho médico não praticam as operações descritas nesses incisos do confuso enunciado do referido artigo da MP correspondente. Fl. 173DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902139/201291 Acórdão n.º 3803005.811 S3TE03 Fl. 13 5 Aduziu ademais disso que o art. 28 da IN SRF 635/06 identifica quais sociedades cooperativas se sujeitam à incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, ou seja, as sociedades sujeitas às exclusões previstas no art. 15 da MP 2.15835/01,bem assim que a resposta à Consulta 290/07 ratifica este entendimento. Requer ao final o integral provimento do recurso, protestando pela apresentação de memoriais e sustentação oral das razões aduzidas. É relatório. Voto Conselheiro Jorge Victor Rodrigues. O recurso é tempestivo e preenche os pressupostos de admissibilidade, dele conheço. Duas foram às questões devolvidas para apreciação pelo Tribunal ad quem, a saber: (i) a verificação da certeza e liquidez do direito creditório alegado pela Recorrente; e (ii) a tributação das sociedades cooperadas de trabalho médico pelo PIS. O exame acerca da primeira questão resta prejudicado, eis que nenhum documento contábil ou fiscal hábil e idôneo foi colacionado aos autos, com o fim de corroborar as assertivas formuladas na exordial, ou mesmo no apelo sob exame, o que se faz em respeito aos dispositivos contidos no artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, caput e § 4º. É cediço que quando da apresentação de Per/DComp à repartição fiscal, por se tratar de iniciativa do próprio contribuinte, cabe ao transmitente o ônus probante da liquidez e certeza do crédito tributário alegado em valores superiores ao débito informado na DComp. Por sua vez à autoridade administrativa cabe a verificação da existência e regularidade desse direito, mediante o exame de provas hábeis, idôneas e suficientes a essa comprovação. Resta, então, o enfrentamento da questão relacionada à tributação das sociedades cooperadas pelo PIS. O hodierno ordenamento jurídico tem a sua gênese na Constituição Cidadã de 1988. O seu artigo 146, III, ‘C’, dispõe que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais me matéria de legislação tributária, especialmente sobre: adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. A Lei nº 5.764/71, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas, por meio do seu artigo 4º, já havia atribuído à definição legal de “cooperativas”, como sendo: Fl. 174DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Art. 4º. As cooperativas são sociedades de pessoas, como forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindose das demais sociedades pelas seguintes características: (...); VII – retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral. Adiante, no caput e no parágrafo único do artigo 79 do mesmo mandamus, adveio a definição e a funcionalidade de “atos cooperativos”. Em outras palavras são tais atos jurídicos que criam, mantém ou extinguem relações cooperativas, não implicando, necessariamente, em atos de mercado. Acerca da tributação do PIS e da COFINS, inicialmente, foi a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, considerada isenta por força do disposto no caput e inciso I do art. 6º, da LC nº 70/91, instituidora da Cofins. Entretanto, com o advento da MP nº 1.8586/99, por meio de seu artigo 23, foram os incisos I e III do artigo 6º da LC nº 70/91, revogados. Ocorre que essa revogação se manteve por meio da MP nº 66/02 e também pela Lei nº 10.637/02, por meio dos seus artigos 1º e 2º, que atualmente regula esta matéria (cobrança do PIS/PASEP, cuja base de cálculo é o valor do faturamento). Do mesmo modo ocorreu com o PIS, cujas cooperativas estão sujeitas ao pagamento desse tributo, seja sobre a folha de salários, mediante a aplicação de alíquota de 1% sobre a folha de pagamento mensal de seus empregados. A outra forma de tributação incide sobre a receita bruta, mediante a alíquota de 0,65% (a partir de 01/11/1999, data fixada pelo Ato Declaratório SRF nº 88/99), com exclusões da base de cálculo prevista pela MP 2.11327/01, ou mesmo de acordo com a MP 107, com as exclusões da base de cálculo, de acordo com o disposto também no artigo 15 da MP 2.113 27/01. Por força do contido na Lei nº 10.637/02, a partir de 01/12/02, a alíquota do PIS foi majorada para 1,65%. Destarte, por meio da MP 107/03, de 10/022003, a alíquota do PIS que houvera sido majorada, retorna ao seu valor original de 0,65%, inclusive para as sociedades cooperativas. Foi a partir da MP nº 2.11329, de 27/03/01, DOU de 28/03/01, de suas reedições e alterações posteriores, até a MP 2.15835/01, através de suas disposições que se tornou possível para as sociedades cooperativas a exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins, de valores mencionados no artigo 15 desta MP, isto uma vez observado o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. Fl. 175DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902139/201291 Acórdão n.º 3803005.811 S3TE03 Fl. 14 7 Portanto, a base de cálculo para as contribuições para o PIS e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, é o faturamento, correspondente à receita bruta. A respeito da exclusão de valores da base de cálculo do PIS e da Cofins das cooperativas vale mencionar as disposições da MP nº 101/02, litteris: Art. 1º. As sociedades cooperativas também poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sem prejuízo do disposto no art. 15 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, as sobras apuradas na Demonstração de Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. § 1º. Omissis. § 3º O disposto neste artigo alcança os fatos geradores ocorridos a partir da vigência da Medida Provisória nº 1.85810, de 26 de outubro de 1999. Portanto, seja sob a ótica da MP nº 2.15835/01, ou segundo os dispositivos contidos na MP nº 101/02, posteriormente convertida na Lei 10.767/02 e, observados o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98, o que se percebe nitidamente, é a possibilidade de exclusão de elementos da base de cálculo do PIS e da Cofins, para as sociedades cooperativas. Confirase: Art. 1° Esta Lei aplicase no âmbito da legislação tributária federal, relativamente às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, de que tratam o art. 239 da Constituição e a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou Valores Mobiliários IOF. Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001). Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) (...); § 9o Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde Fl. 176DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 poderão deduzir: (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) I coresponsabilidades cedidas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001). (Grifei). De outra parte assim se pronunciou a Solução de Consulta COSIT nº 06, de 8 de novembro de 2010 (ação judicial): EMENTA: O disposto no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, não permite que as operadoras de planos de assistência à saúde deduzam da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos realizados em seus próprios beneficiários (clientes), por meio de estabelecimento próprio ou pela rede conveniada/credenciada de profissionais e empresas da área de saúde, visto que tais contribuições incidem sobre o faturamento (receita bruta) mensal e não sobre o resultado. O inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, somente autoriza as operadoras de planos de assistência à saúde a deduzirem da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep o valor correspondente às indenizações efetivamente pagas por uma operadora, referente aos atendimentos médicos efetuados em beneficiários (clientes) pertencentes à outra operadora de plano de assistência à saúde, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidade. O Poder Judiciário, aqui representado pelos Tribunais Superiores, também não se omitiu quando provocado a se pronunciar a respeito da tributação do PIS/PASEP e da Cofins, senão vejamos: O Julgamento da Questão no STJ – Sistemática do Recurso Repetitivo: RECURSO ESPECIAL Nº 1.164.716 MG (2009/02107185) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : COOPERATIVA DOS INSTRUTORES DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PROMOÇÃO SOCIAL RURAL LTDA COOPIFOR ADVOGADO : CAMILA COLARES SANTANA E OUTRO(S) DECISÃO (...) impõese, da mesma forma, a submissão do presente apelo extremo como representativo da controvérsia atinente à incidência da Fl. 177DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902139/201291 Acórdão n.º 3803005.811 S3TE03 Fl. 15 9 contribuição destinada ao PIS e da COFINS sobre a receita oriunda de atos cooperativos típicos realizados pelas cooperativas, à luz do disposto no artigo 79, parágrafo único, da Lei 5.764/71, a fim de se prevenir eventual óbice de conhecimento. (...) Brasília (DF), 24 de fevereiro de 2010. A discussão realizada pelo Supremo Tribunal Federal ainda não chegou a termo, entretanto o reconhecimento da repercussão geral a respeito do tema ora sob exame, já ocorreu. Confirase: REPERCUSSÃO GERAL EM RE N.672.215CE RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA EMENTA: TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DA COFINS, DA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO SOBRE O PRODUTO DE ATO COOPERADO OU COOPERATIVO. DISTINÇÃO ENTRE “ATO COOPERADO TÍPICO” E “ATO COOPERADO ATÍPICO”. CONCEITOS CONSTITUCIONAIS DE “ATO COOPERATIVO”, “RECEITA DE ATIVIDADE COOPERATIVA” E “COOPERADO”. COOPERATIVA DE SERVIÇOS MÉDICOS. VALORES PAGOS POR TERCEIROS À COOPERATIVA POR SERVIÇOS PRESTADOS PELOS COOPERADOS. LEIS 5.764/1971, 7.689/1988, 9.718/1998 E 10.833/2003. ARTS. 146, III, c, 194, par. ún., V, 195, caput, e I, a, b e c e § 7º e 239 DA CONSTITUIÇÃO. Tem repercussão geral a discussão sobre a incidência da Cofins, do PIS e da CSLL sobre o produto de ato cooperativo, por violação dos conceitos constitucionais de “ato cooperado”, “receita da atividade cooperativa” e “cooperado”. Discussão que se dá sem prejuízo do exame da constitucionalidade da revogação, por lei ordinária ou medida provisória, de isenção, concedida por lei complementar (RE 598.085RG), bem como da “possibilidade da incidência da contribuição para o PIS sobre os atos cooperativos, tendo em vista o disposto na Medida Provisória nº 2.158 33, originariamente editada sob o nº 1.8586, e nas Leis nºs 9.715 e 9.718, ambas de1998” (RE 599.362 RG, Rel. Min. Dias Toffoli). Como visto ainda não se vislumbra nos textos normativos, nem jurisprudenciais, a hipótese de isenção ou de não incidência tributária para as cooperativas. Tampouco de distinção entre cooperativas de trabalho médico, de crédito, enfim, entre as demais modalidades de sociedades cooperativas. Concluise, por conseguinte que, do texto legal, onde o legislador não faz distinção, não cabe ao operador do direito fazêlo, tampouco ao intérprete da lei. O PIS sobre a folha de pagamento constitui uma obrigação tributária principal devida por todas as entidades sem fins lucrativos, classificadas como Isentas, Imunes ou Dispensadas, e calculado sobre a folha de pagamento de salários, à alíquota de 1%. Fl. 178DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 Quanto ao requerido pela Recorrente, no sentido de que o PIS/folha de pagamento não é cabível, portanto poderia ser compensado com tais débitos, considero inadequado o seu pedido. Isto porque ao manifestar o seu inconformismo a ora Recorrente destacou que a MP 2.15835/01 ao mesmo tempo em que revogou a exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos, explicitou que as sociedades cooperativas de produção rural, contribuintes do PIS com base no faturamento, porém sujeitas às exclusões e deduções no art. 15 da referida MP, continuavam sujeitas à contribuição ao PIS com base na folha de salário, nos termos do seu art. 13. Tema este reiterado no recurso voluntário. Há um equívoco nas assertivas formuladas pela Recorrente quanto à revogação da exigência da contribuição ao PIS para as entidades sem fins lucrativos, pela MP nº 2.158 35/01. Diversamente, com o advento dessa medida provisória tornouse concreta a possibilidade de exclusão de elementos previstos na legislação de regência, da base de cálculo do PIS e da Cofins, isto em conformidade com o disposto nos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. E mais, a Recorrente foi além ao mencionar que ratificando esse entendimento encontrase o art. 28 da IN SRF nº 635/06, que explicita quais as sociedades que continuam sujeitas a incidência da contribuição ao PIS com base na folha de salário, conforme se depreende da solução no processo de consulta nº 290/07; O fato de o art. 28 não relacionar expressamente a sociedade cooperativa de trabalho médico dentre aquelas cujo fato gerador para o PIS/PASEP incide sobre a folha de salários no percentual de 1%, não autoriza o contribuinte a dela se eximir, como se imune ou isenta fosse, o que não corresponde ao disposto nos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98, posto que as deduções permitidas em lei, se faz em observância desses dois artigos suso citados. O rol das exclusões mencionados no art. 15 da MP 2.15835/01, aplicável ao caso em comento, não é exaustivo, ou mesmo conclusivo, como também não o é aquele constante do artigo 28 da IN SRF nº 635/06, DOU de 17/04/2006, e ambos ensejam a incidência do PIS/Folha. Isto posto oriento o meu voto pelo não provimento do recurso voluntário. É como voto. Sala de sessões em 25 de março de 2014. Jorge Victor Rodrigues Relator Fl. 179DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10825.902139/201291 Acórdão n.º 3803005.811 S3TE03 Fl. 16 11 Fl. 180DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 03/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.722560/2008-54
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004, 2005, 2006, 2007
DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIA. FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS A PARTIR DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 38.
O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário (Súmula CARF nº. 38).
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO LEGAL.
A Lei nº 9.430, de 1996, no art. 42, estabeleceu, para fatos ocorridos a partir de 01/01/1997, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento.
DEDUÇÃO DE DESPESAS COM DEPENDENTES. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM PENSÃO ALIMENTÍCIA.
Restabelece-se a dedução das despesas consignadas na declaração de ajuste anual quando comprovados os desembolsos dos respectivos valores autorizados pela legislação tributária.
TAXA SELIC. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 4.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXIGÊNCIA DE JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 5.
São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5).
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 2802-003.258
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator, para: a) no ano-calendário de 2003, restabelecer as deduções das despesas com instrução, no valor de R$1.998,00, das despesas médicas, no valor de R$3.137,44, e excluir da base tributável a omissão de rendimentos lançada no valor de R$30.537,97; b) no ano-calendário de 2004, excluir da base tributável a omissão de rendimentos lançada no valor de R$36.929,43, e; c) no ano-calendário de 2006, restabelecer a dedução das despesas com dependentes, no valor de R$ 1.516,32, e de despesas médicas, no valor de R$3.242,68.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jaci de Assis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, Ronnie Soares Anderson e Carlos André Ribas de Mello. Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: JACI DE ASSIS JUNIOR
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INEXISTÊNCIA. FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS A PARTIR DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 38. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário (Súmula CARF nº. 38). DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO LEGAL. A Lei nº 9.430, de 1996, no art. 42, estabeleceu, para fatos ocorridos a partir de 01/01/1997, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. DEDUÇÃO DE DESPESAS COM DEPENDENTES. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM PENSÃO ALIMENTÍCIA. Restabelecese a dedução das despesas consignadas na declaração de ajuste anual quando comprovados os desembolsos dos respectivos valores autorizados pela legislação tributária. TAXA SELIC. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 4. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 25 60 /2 00 8- 54 Fl. 642DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXIGÊNCIA DE JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 5. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5). Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator, para: a) no anocalendário de 2003, restabelecer as deduções das despesas com instrução, no valor de R$1.998,00, das despesas médicas, no valor de R$3.137,44, e excluir da base tributável a omissão de rendimentos lançada no valor de R$30.537,97; b) no anocalendário de 2004, excluir da base tributável a omissão de rendimentos lançada no valor de R$36.929,43, e; c) no anocalendário de 2006, restabelecer a dedução das despesas com dependentes, no valor de R$ 1.516,32, e de despesas médicas, no valor de R$3.242,68. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, Ronnie Soares Anderson e Carlos André Ribas de Mello. Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano. Relatório Tratase de recurso voluntário, interposto em 13/08/2012, segundafeira, fls. 562 a 583, em face da decisão proferida no Acórdão nº 1530.866, da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador – DRJ/SDR, fls. 551 a 558, da qual o contribuinte foi cientificado em 12/07/2012, fls. 561. Examinando a impugnação às fls. 273 a 276, o Acórdão recorrido considerou parcialmente procedente a contestação do contribuinte, tendo sido rejeitada a tese preliminar de decadência do lançamento constituído no período anterior a 30/12/2003 e, no mérito, houve o acolhimento de parte das deduções glosadas pelo lançamento, assim como afastou a qualificação da multa de ofício aplicada pelo Auto de Infração de fls. 2 a 20, mas manteve integralmente a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. Fl. 643DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722560/200854 Acórdão n.º 2802003.258 S2TE02 Fl. 643 3 O quadro abaixo resume a matéria, os valores lançados e acolhidos pela decisão recorrida: Em sua peça recursal, o recorrente alega em síntese que: Após tecer considerações sobre o lançamento e o perfil do contribuinte, o recorrente aduz ser tempestiva peça recursal, haja vista que, notificado da decisão recorrida em 12/07/2012, o prazo para interposição do recurso encerrarseia no dia 11/08/2012 (sábado), postergandose para o primeiro dia útil subsequente (segundafeira), dia 13/08/2012. Alega que, em sua impugnação, havia esclarecido que, ao tempo da ação fiscal, não estava domiciliado na cidade de Salvador e que fora surpreendido pela lavratura do auto de infração em lide, pois imaginava que os termos de intimação estavam sendo formalmente respondidos pela pessoa de sua confiança para destacara para acompanhar o desenrolar da ação fiscal em Salvador/BA. Ressalta que no momento em que o referido auto de infração ingressou no mundo jurídico (30/12/2008), já havia ocorrido a perda do direito de o Fisco rever o lançamento por homologação relativamente aos fatos geradores anteriores a 30/12/2003, em razão do quanto disposto no § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional. Nesse sentido, transcreve ementas de julgados judiciais e administrativos. Para contrapor o argumento da decisão recorrida de que Isabelle Suellen Brígida de Oliveira Bezerra somente poderia ser considerada dependente no exercício de 2004, época em que completara 21 (vinte e um) anos, o recorrente informa que sua filha era universitária em 2005 a 2007. Para tanto, alega haver juntado à peça recursal declaração firmada pela Universidade Salgado de Oliveira atestando que Isabelle Bezerra colou grau em Direito no dia 14 de março de 2007. Diante disso, entende que, considerando que o curso de Direito dura 5 (cinco) anos, basta um raciocínio primário para deduzir que Isabelle era universitária entre 2005 e 2007. Diz que, conforme comprovantes das despesas desembolsadas com a instrução da dependente Thaíse Katarina de Lima Bezerra (doc 3), em 2003, pagou R$1.878,91 ao Colégio Meta, mas declarou R$ 1.871,91. Em 2004, pagou R$ 2.351,90, mas declarou R$2.344,90. Por outro lado, pagou para a UCSAL R$ 4.438,80, mas declarou R$ 5.178,60. Como esta despesa supera o limite individual de dedução, diz que a diferença a maior não resulta alteração do imposto devido, devendo ser julgado improcedente o lançamento neste particular. No que diz respeito ao pagamento efetuado ao GEAP no anoCalendário de 2006, explica que a incompatibilidade entre a planilha de pagamentos fornecida pela instituição, que totaliza R$ 8.519,62 (fls. 320/323) e o valor declarado pelo contribuinte, de R$6.928,54, com base no Comprovante de Pagamento para Efeito de Declaração do Imposto de Renda (doc. 04), se deve ao fato de, na primeira, estariam inclusos pagamentos que não são ANOSCALNDÁRIO LANÇADO ACOLHIDO LANÇADO ACOLHIDO LANÇADO ACOLHIDO LANÇADO ACOLHIDO PREVIDÊNCIA SOCIAL 12.253,20 14.850,67 11.937,35 15.118,47 15.118,47 18.601,60 18.601,60 DEPENDENTES 6.360,00 5.088,00 5.088,00 3.816,00 5.616,00 4.212,00 7.581,60 6.065,28 DESPESAS MÉDICAS 8.123,22 1.600,00 4.178,31 2.828,82 3.879,90 3.879,90 6.928,54 3.685,86 PENSÃO JUDICIAL 12.000,00 13.200,00 13.200,00 DESPESAS COM INSTRUÇÃO 4.236,91 1.352,92 5.994,00 1.998,00 2.198,00 2.198,00 4.747,68 4.747,68 DEPÓSITOS BANCÁRIOS 130.537,97 72.807,52 28.783,42 TOTAL DAS INFRAÇÕES 173.511,30 8.040,92 102.918,50 20.580,17 68.795,79 25.408,37 51.059,42 33.100,42 2003 2004 2005 2006 Fl. 644DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 dedutíveis como despesas médicas. Daí, conclui, a razão pela qual o valor declarado pelo contribuinte ter sido inferior ao total de pagamentos efetuados ao GEAP. Quanto ao pagamento à Unimed, diz que anexa o comprovante de pagamento de 2003 e comprometese a juntar o de 2004 no curso do PAF (doc. 05). Discorda do entendimento firmado pela decisão recorrida no sentido de ser indevida a dedução da pensão alimentícia paga para sua filha Isabelle Suellen Brigida de Oliveira Bezerra. Diz que se trata de obrigação decorrente do pátriopoder e que o próprio Poder Judiciário vem reconhecendo que a pensão alimentícia extrajudicial também pode ser deduzida da base de cálculo do IRPF. Transcreve excetos dessas decisões judiciais. Em relação aos valores considerados como depósitos bancários de origem não comprovada informa que: Anexa aos autos email do Diretor Presidente da Federalcred esclarecendo as operações autuadas e os extratos da conta corrente do recorrente junto à Federalcred, que alega demonstrarem as transferências entre a conta da Federalcred e a conta do Banco do Brasil de mesma titularidade. Diante de tal comprovação, entende comprovada a origem dos valores de R$13.800,00, em 06/01/2003, e R$16.737,97, em 05/02/2003, uma vez que decorrentes de valores creditados pelo Departamento da Polícia Federal na conta corrente do contribuinte junto à Federalcred, posteriormente transferidos para a conta de sua titularidade no Banco do Brasil. Em relação ao depósito no valor de R$100.000,00, ocorrido em 15/05/2003, alega que sua origem decorre de venda de imóvel de sua propriedade realizada por outorga de procuração ao irmão, em 12/05/2003. Em 15 de maio de 2003, três dias após a outorga da procuração, o comprador efetuou o depósito de R$ 100.000,00 na conta corrente do contribuinte (doc 8). Aduz que fez constar do corpo da declaração de bens de sua declaração de ajuste anual original a venda desse imóvel pela importância de R$ 110.000,00. Descreve em sua petição que a diferença entre o valor declarado e o depositado em sua conta corrente bancária se deve às despesas pagas em razão de tal operação (comissão, taxas, etc). Aduz também que o valor da operação que constou da escritura (R$60.000,00) deuse à sua revelia, tanto que informou o valor total da operação em sua declaração de bens. Não houve má fé de sua parte, uma vez que ficou sabendo do ocorrido somente em 2008, quando preparava sua defesa nesses autos. Entende, assim, que a mera incongruência entre o depósito e a escritura não invalida os outros elementos dos autos, em especial a proximidade de datas entre o depósito e a venda do imóvel, bem como a própria declaração do contribuinte informando a operação. Também diz que é irrelevante a declaração de ganho de capital, exigida pela decisão recorrida, uma vez que a infração decorre de depósito bancário de origem não comprovada e não de falta de recolhimento de ganho de capital. Em relação aos depósitos de R$21.000,00, em 16/06/2004, e de R$15.929,43, em 23/06/2004, ressalta que eventual divergência entre o valor declarado pelo comprador à Receita Federal com o informado na “base de dados” não pode conduzir à conclusão da decisão recorrida de que o contribuinte não conseguiu provar a origem do depósito. Nesse aspecto, diz que, independentemente dos motivos que levaram o comprador a informar valor diverso na sua Declaração de Ajuste, tal incongruência não afasta o fato de que esse mesmo comprador haver firmado declaração, nesses autos, sob as penas da lei, de ter efetuado os pagamentos nas datas e nos valores informados pelo recorrente (doc. 09). Fl. 645DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722560/200854 Acórdão n.º 2802003.258 S2TE02 Fl. 644 5 Acrescenta o recorrente que a origem da transferência bancária ocorrida em 18/05/2005, no valor de R$28.783,42, estaria comprovada pelo próprio histórico do registro bancário que informa tratarse de "TRANSFERÊNCIA RESGATE DA Cl (CONTA INVESTIMENTO)". Reitera a não incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. É o relatório. Voto Conselheiro Jaci de Assis Junior, Relator O recurso foi tempestivamente apresentado e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. O recorrente protesta pela decadência do direito de a Fazenda Pública proceder o lançamento do crédito tributário relativo ao período anterior a 30/12/2003. Com relação à suposta decadência do lançamento em relação ao ano calendário de 2001, destaquese que o E. Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial n° 973.733/SC, transitado em julgado, pronunciou entendimento de que o prazo quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado nas hipóteses em que o contribuinte não realiza o pagamento antecipado do tributo sujeito a lançamento por homologação, nos seguintes termos: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4°, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. I. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de oficio) contase do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fox, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.I42/SP, Rel. Ministro Luiz Fox, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). (...).” Fl. 646DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 A questão atinente à investigação sobre a existência ou não de recolhimento antecipado pelo contribuinte, no caso dos presentes autos, fica solucionada mediante análise da folha de rosto da Declaração de Ajuste Anual às fls. 21. Depreendese dos cálculos consignados na referida declaração, a existência de antecipação de imposto em relação ao anocalendário de 2003, exercício financeiro de 2004, a título de imposto de renda retido na fonte. De acordo com o entendimento firmado pelo e. STJ, anteriormente, transcrito, nesse caso, a regra da decadência é regida pelo § 4º, do art. 149, do Código Tributário Nacional (CTN), sendo o prazo quinquenal contado a partir da data do fato gerador, no caso, 31/12/2003. Nesse caso, expirarseia em 31/12/2008. Formalizado o lançamento em 30 de dezembro de 2008, fls. 272, não há que se falar em decadência do direito da Fazenda Nacional de exigir o crédito tributário correspondente ao exercício financeiro de 2004, ano calendário de 2003. Observese que, no presente caso, para efeitos de tributação da omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários, diferente do pretendido pelo recorrente, há que se considerar como data da ocorrência do fato gerador o dia 31 de dezembro de 2003, consoante estabelecido pela Súmula CARF nº 38, a seguir transcrita: Súmula CARF nº 38: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. Sobre a contestação apresentada pelo contribuinte em relação à glosa das dedução de dependentes, assim se manifestou a decisão recorrida: (b) o contribuinte declarara o cônjuge e quatro filhas como dependentes nos exercícios 2004 e 2007. Nos exercícios 2005 e 2006 declarou como tal apenas as quatro filhas. O cônjuge só pode ser dependente na declaração do exercício 2007, pois apresentou declaração em separado no exercício 2004. E Isabelle Suellen Brígida de Oliveira Bezerra somente poderá figurar como dependente do contribuinte no exercício 2004, pois não restou comprovado que fosse universitária nos demais períodos, quando já ultrapassara a idade limite de 21 anos. A carteira da OAB à fl.302, e a declaração da própria dependente à fl.418 não são suficientes a essa comprovação; O contribuinte junta à sua peça recursal a declaração de término de curso, firmada pela Universidade Salgado de Oliveira, fls. 590, a qual apenas atesta que a aluna Isabelle Suellen B. de Oliveira Bezerra, concluiu o curso de Direito no segundo semestre de 2006. Contudo, nenhum outro elemento juntou de forma a comprovar que referida aluna frequentara regularmente o referido curso universitário nos anoscalendário de 2004 e 2005. Embora se saiba que, em geral, o curso de graduação em direito tenha carga horária letiva que gira em torno de cinco anos, por falta dessa prova documental, não há como acatar a pretensão do recorrente. Portanto, há que ser restabelecida, tão somente, o valor de R$ 1.516,32, consignado pelo contribuinte a título de dedução da dependente Isabelle Suellen B. de Oliveira Bezerra em sua em sua DIRPF, relativa ao exercício financeiro de 2007, anocalendário de 2006. A respeito do lançamento de glosa de despesas com instrução, a decisão recorrida entendeu que: Fl. 647DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722560/200854 Acórdão n.º 2802003.258 S2TE02 Fl. 645 7 (c) as despesas com instrução de Gisele Cristiane de Lima Bezerra se comprovam nos respectivos valores limite para os exercícios 2005 (R$1.998,00), 2006 (R$2.198,00) e 2007 (R$2.373,84), com os documentos de fls.343 a 373, 397 a 402 e 547 a 549. O total demonstrado para o ano de 2003 é de R$1.778,16, mas a declaração de fl.389 refere devolução das parcelas de julho e agosto/2003, o que reduz para R$1.352,92 o valor a ser deduzido no ajuste anual do exercício 2004. As despesas com instrução de Thaise Katarina de Lima Bezerra se comprovam no valor limite para o exercício 2007 (R$2.373,84), com os documentos de fls.386 e 392 a 396. Não consta dos autos a comprovação das despesas com instrução declaradas para os demais exercícios; Em sua peça recursal o recorrente contesta tal decisão tão somente em relação à dependente Thaise Katarina de Lima Bezerra, juntando os documentos de fls. 591 a 594. Do exame desses documentos, constatase que a planilha denominada EXTRATO DE ALUNO VALORES ATUAIS, fls. 592, não apresenta a assinatura da instituição CENTRO ED E CULTURAL META. A despeito disso, observase que tal planilha informa que a data do pagamento das doze mensalidades devidas pela referida dependente no anocalendário de 2003 ocorreu em 02/01/2003 e 04/03/2003 e totalizaram R$ 2.055,46. Ocorre que, nesse mesmo anocalendário de 2003, pelos bloquetos de fls. 593, constatase que em 15/12/2003 o contribuinte desembolsou os valores de mensalidades escolares que seriam devidas em 2004, no valor de R$2.351,90. Como a dedução de despesas com instrução, por dependente, no ano calendário de 2003, corresponde aos pagamentos realizados até o limite de R$ 1.998,00, fica evidenciado que, mesmo na hipótese de se levar em consideração a planilha de fls. 592, o valor pago pelo contribuinte nesse anocalendário de 2003 com a instrução da dependente, em referência, ultrapassou o limite individual estabelecido pela legislação para anocalendário de 2003. Portanto, há que ser restabelecida a dedução de R$1.998,00, no anocalendário de 2003, consignada pelo contribuinte em sua DIRPF/2004. Ainda a respeito da dedução de despesas com instrução com a dependente Thaise Katarina de Lima Bezerra, o recorrente junta o comprovante de pagamento emitido pela Universidade Católica de Salvador, atestando os pagamentos das parcelas relativas ao período de junho de 2006 a dezembro de 2006, totalizando R$4.438,80, em nome da dependente . Thaise Katarina de Lima Bezerra. Ocorre que, conforme transcrito anteriormente, a decisão recorrida já acatou os documentos originalmente apresentados, fls. 386 e 392 a 396, que comprovam a dedução do limite estabelecido para o anocalendário de 2006, a título de despesa com a instrução da referida dependente. No anocalendário de 2006, da dedução da despesas médicas declaradas pelo contribuinte em sua DIRPF/2007 como pagas à Geap pelo contribuinte, no valor de R$6.928,54, a decisão recorrida, diante da documentação que instruiu a impugnação, fls. , a acatou apenas o valor de R$3.685,86, referente aos comprovantes de fls. 311, 404, 341 a 343. Diante do não acolhimento dos demais documentos que instruíram à impugnação à época, o recorrente juntou aos autos o comprovante de fls. 596, emitido por Geap Fundação de Seguridade Social, que atesta o contribuinte como participante do plano de saúde, tendo dele recebido o valor de R$6.928,54, a título de contribuição e participação no plano de saúde, no anocalendário de 2006. Fl. 648DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 Portanto, há que ser restabelecida a dedução de despesas médicas pagas ao Geap o valor de R$3.242,68, não acatado pela decisão recorrida em relação ao anocalendário de 2006. Quanto à glosa das despesas médicas declaradas como pagas à Unimed, no anocalendário de 2003, no valor de R$6.523,22, o recorrente junta o comprovante de pagamento de fls. 598, que atesta o pagamento do valor de R$3.137,44, a título de despesas com saúde em 2003. Portanto, há que ser restabelecida a dedução de despesas pagas à Unimed, no valor de R$3.137,44, no anocalendário de 2003. Quanto à glosa da dedução da pensão alimentícia declarada pelo contribuinte, cumprese observar que, conforme asseverou a decisão recorrida, a legislação tributária somente autoriza a dedução de despesas realizadas a esse título quando decorrentes de decisão ou acordo homologado judicialmente. O assunto encontrase pacificado no enunciado contido na Súmula CARF nº 98, nos seguintes termos: Súmula CARF nº 98: A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. A tributação da omissão de rendimentos provenientes de depósitos bancários pautouse no art. 42 e parágrafos, da Lei n° 9.430, de 1996, com as alterações posteriores introduzidas pelo art. 4° da Lei n° 9.481, de 13 de agosto de 1997, e pelo art. 58 da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, nos seguintes termos: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Depreendese da leitura do dispositivo legal acima que o legislador estabeleceu, a partir de 01/01/1997, uma presunção legal de omissão de rendimentos, autorizando o lançamento do imposto correspondente, desde que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprovasse, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Assim, cabe ao contribuinte o dever de demonstrar que o numerário creditado não é renda tributável, invertendo, portanto, o ônus da prova, característica das presunções relativas, as quais admitem prova em contrário. Em relação ao lançamento realizado a esse título, o recorrente, em face da decisão proferida em primeira instância, juntou aos autos os elementos de fls. 605 a 637. Do exame desses documentos constatase que: a) os extratos de conta corrente junto à Cooperativa de Crédito dos Policiais Federais em Alagoas, fls. 607/606, demonstram que em 06/01/2003 e 04/02/2003, o contribuinte foi beneficiário de créditos originários das folhas de pagamento de dezembro de 2002 e janeiro de 2003, além de crédito correspondente à baixa de capital naquela cooperativa, realizado na mesma data de 04/02/2003. Corroboram as informações prestadas nesses extratos Fl. 649DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722560/200854 Acórdão n.º 2802003.258 S2TE02 Fl. 646 9 a declaração firmada no documento de fls. 606, bem como o fato de o valor creditado pelo contribuinte em 04/02/2003 equivaler ao valor líquido registrado na ficha financeira do contribuinte no SIAPE do Departamento de Polícia Federal, fls. 415. Portanto, comprovada a origem dos recursos dos valores transferidos dessa conta corrente para crédito na conta corrente mantida pelo contribuinte no Banco do Brasil, nos valores de R$13.800,00, em 06/01/2003, e R$16.737,97, em 05/02/2003. b) Em relação ao depósito no valor de R$100.000,00, ocorrido em 15/05/2003, o recorrente alega que sua origem decorre de venda de imóvel de sua propriedade realizada por outorga de procuração ao irmão, em 12/05/2003. Para tanto, anexa os documentos de fls. 609 a 627. Do exame desses documentos, constatase que o recibo de fls. 612, emitido pelo procurador do contribuinte, além de faltar a assinatura de testemunhas para produzir os seus efeitos jurídicos para valer perante terceiros (art. 585, inciso II, do Código de Processo Civil), não confere com a escritura pública lavrada em 22/12/2003, fls. 534/535 e novamente às fls. 613/614, a qual testemunha que o preço certo e ajustado entre as partes da negociação firmada naquele ato correspondeu a R$60.000,00 e, não R$100.000,00, conforme constou do recibo que o recorrente pretende fazer prevalecer. Ademais, convém observar, ainda, que o art. 215 do Código Civil, de 2002, preconiza que “A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena”. Portanto, o que nela se encontra descrito prevalece diante das descrições contidas nos demais documentos juntados pelo contribuinte como prova da origem do recurso do depósito realizado em sua conta corrente bancária no dia 15/05/2003. Correta, pois, a decisão recorrida em não considerar as provas apresentadas pelo contribuinte, uma vez que não há como relacionar a operação detalhada na escritura pública, somente lavrada em 23/12/2003, no valor de R$60.000,00, como sendo a negociação que serviu de origem para o depósito de R$100.000,00, realizado em 15/05/2003 em sua conta corrente bancária. Quanto aos depósitos de R$21.000,00, em 16/06/2004, e de R$15.929,43, em 23/06/2004, o recorrente trouxe aos autos a declaração firmada pelo adquirente do veículo marca Mitsubishi, fls. 629, atestando o recebimento dos referidos valores nas datas dos depósitos de mesmas datas. Também corroboram esse documento os relatórios extraídos do sistema SISBB do Banco do Brasil, fls. 631, que registra a compensação do cheque emitido pelo comprador em 23/06/2003. Diante de tal comprovante documental, há que ser excluída da base tributável os valores de R$21.000,00 e de R$15.929,43 tributados como omissão de rendimentos no anocalendário de 2004. Por fim, do exame do extrato bancário de fls. 501, constatase que, ao contrário do que alega o recorrente, o histórico do registro ocorrido em 18/05/2005, no valor de R$28.783,42, menciona tratarse de “Transferência”, fato que, por si só, não demonstra tratase de transferência advinda de resgate de conta de investimento. O recorrente reitera as alegações apresentadas na impugnação quanto a não incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. Observese, inicialmente, que os juros de mora descritos no auto de infração foram calculados sobre o valor do tributo devido que juntamente com a multa de ofício aplicada constitui o crédito tributário lançado de ofício. Passando a multa de ofício a compor o crédito tributário, caso este não venha a ser pago até a data de vencimento estipulada no auto Fl. 650DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 10 de infração, sobre o valor do tributo assim constituído passa a incidir os juros de mora, consoante disposição expressa no art. 953, do Decreto nº 3.000, de 1999, Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999, que assim dispõe: Art. 953. Em relação a fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 1995, os créditos tributários da União não pagos até a data do vencimento serão acrescidos de juros de mora equivalentes à variação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento (Lei nº 8.981, de 1995, art. 84, inciso I, e § 1º, Lei nº 9.065, de 1995, art. 13, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 3º). § 1º No mês em que o débito for pago, os juros de mora serão de um por cento (Lei nº 8.981, de 1995, art. 84, § 2º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 3º). § 2º Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora de que trata o art. 950 (DecretoLei nº 2.323, de 1987, art. 16, parágrafo único, e DecretoLei nº 2.331, de 28 de maio de 1987, art. 6º). § 3º Os juros de mora serão devidos, inclusive durante o período em que a respectiva cobrança houver sido suspensa por decisão administrativa ou judicial (DecretoLei nº 1.736, de 1979, art. 5º). § 4º Somente o depósito em dinheiro, na Caixa Econômica Federal, faz cessar a responsabilidade pelos juros de mora devidos no curso da execução judicial para a cobrança da dívida ativa. § 5º Serão devidos juros de mora pelo prazo em que tiver ocorrido postergação de pagamento do imposto em virtude de inexatidão quanto ao período de competência, nos casos de que trata o art. 273. (grifo não consta do original). Da leitura desse comando legal, constatase que, diferentemente do pretendido pela recorrente, a única vedação expressa em relação à não incidência de juros de mora está relacionada à multa de mora prevista no art. 950 do RIR/1999, que não corresponde ao caso examinado nos presentes autos. Observese, finalmente, que existem diversos precedentes oriundos de decisões proferidas pela Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF firmando entendimento contrário ao exposto no Acórdão citado pela recorrente como fundamento de sua pretensão, dentre os quais convém citar os Acórdãos nºs. 910101.191, de 17/10/2011; 9101001.350, de 15/05/2012; 9101001.474, de 14/08/2012; 910100.539, de 11/03/2010; 9101001.863, 30/01/2014; 920201.806, 24/10/2011; 920201.991, de 16/02/2012; 9303002.400, de 15/08/2013; CSRF/0400.651, de 18/09/2007 Ainda a respeito do assunto, convém ressaltar que a aplicação dos juros de mora equivalentes à taxa SELIC já foi objeto de manifestação deste CARF por meio da Súmula nº 4, a seguir reproduzida: “Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados Fl. 651DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10580.722560/200854 Acórdão n.º 2802003.258 S2TE02 Fl. 647 11 pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” A questão da suspensão dos juros de mora durante o período de discussão administrativa do débito também já foi apreciada pelo CARF, tendo sido editada a Súmula CARF nº 5, nos seguintes termos: “Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.” Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para: a) no anocalendário de 2003, restabelecer as deduções das despesas com instrução, no valor de R$1.998,00, das despesas médicas, no valor de R$3.137,44, e excluir da base tributável a omissão de rendimentos lançada no valor de R$ 30.537,97; b) no ano calendário de 2004, excluir da base tributável a omissão de rendimentos lançada no valor de R$36.929,43, e; c) no anocalendário de 2006, restabelecer a dedução das despesas com dependentes, no valor de R$ 1.516,32, e de despesas médicas, no valor de R$3.242,68. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Fl. 652DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 13971.721247/2011-99
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008
FATO GERADOR DISSIMULADO. DESCONSIDERAÇÃO DE ATO OU NEGOCIO JURÍDICO. POSSIBILIDADE.
A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária.
Demonstrada que as empresas envolvidas, de fato, se comportam como uma única estrutura, sem que exista finalidade econômica para tal, com mesmo quadro diretivo, compartilhamento de funcionários, instalações e maquinário, tendo como resultado a indevida redução tributária em razão da opção do SIMPLES pela empresa "prestadora dos serviços", correto o procedimento da fiscalização em enquadrar os segurados como empregados da empresa tomadora.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-003.838
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008 FATO GERADOR DISSIMULADO. DESCONSIDERAÇÃO DE ATO OU NEGOCIO JURÍDICO. POSSIBILIDADE. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. Demonstrada que as empresas envolvidas, de fato, se comportam como uma única estrutura, sem que exista finalidade econômica para tal, com mesmo quadro diretivo, compartilhamento de funcionários, instalações e maquinário, tendo como resultado a indevida redução tributária em razão da opção do SIMPLES pela empresa "prestadora dos serviços", correto o procedimento da fiscalização em enquadrar os segurados como empregados da empresa tomadora. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti.
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DESCONSIDERAÇÃO DE ATO OU NEGOCIO JURÍDICO. POSSIBILIDADE. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. Demonstrada que as empresas envolvidas, de fato, se comportam como uma única estrutura, sem que exista finalidade econômica para tal, com mesmo quadro diretivo, compartilhamento de funcionários, instalações e maquinário, tendo como resultado a indevida redução tributária em razão da opção do SIMPLES pela empresa "prestadora dos serviços", correto o procedimento da fiscalização em enquadrar os segurados como empregados da empresa tomadora. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 12 47 /2 01 1- 99 Fl. 676DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 3 2 assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 677DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve os autos de infração lavrados, referentes a contribuições devidas em razão da consideração dos empregados de MELBI COMÉRCIO E CONFECÇÕES LTDA como efetivamente de INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES DI MIRMAY LTDA. O r. acórdão – fls 635 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo os autos de infração lavrados. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · A Recorrente não foi notificada, intimada ou cientificada da instalação da fiscalização, ferindo assim princípio constitucional da ampla defesa. À Recorrente não foi concedido o direito de acompanhar os atos da fiscalização, para que pudesse se defender ou até mesmo instruir o processo administrativo com documentos que comprovariam a sua regular situação fiscal, razão pela qual, tal vício maculou fatalmente todo o procedimento fiscal e, consequentemente, o Processo Administrativo em questão. · A Recorrida desconsiderou inúmeras provas juntadas pela Recorrente, bem como suas considerações acerca da constituição e funcionamento da empresa Recorrida e da empresa MELBI COMÉRCIO E CONFECÇÕES LTDA, as quais acarretariam a modificação do entendimento que gerou o Processo Administrativo em análise. · Descreve a constituição e funcionamento da empresa Melbi Comércio e Confecções Ltda. · Não há que falarse em fraude ou simulação praticada pela Recorrente, que agiu apenas procurando salvaguardar uma empresa de cunho familiar que ameaçava fechar as portas e demitir inúmeros funcionários e, obviamente, aproveitar a mão de obra de qualidade e o nohall(sic) da empresa adquirida, ora, se quisesse realmente fraudar o fisco não estaria demitindo funcionários da Melbi e admitindo na Recorrente, providenciando as alterações contratuais e unificando as empresas. · Há de se considerar que nenhuma irregularidade restou apurada na empresa Recorrente, que sempre buscou manterse em dia com suas contribuições sociais e previdenciárias. · Requer a recorrente o acolhimento integral deste Recurso Voluntário a fim de que se acolham todos os argumentos aduzidos, modificando se integralmente o acórdão ora atacado para cancelamento dos Autos Fl. 678DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 5 4 de Infração n° 37.352.5796 e n° 37.352.5800 que instruem o Processo Administrativo n° 13971.721247/201199; · Pugna, ainda, DE IMEDIATO, pela declaração de suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151, III, do CTN, não podendo ocorrer a inscrição do nome da Recorrente, bem como declarada a impossibilidade de propositura de eventual execução fiscal, diante da impossibilidade da cobrança imediata do crédito; · Pelo princípio da instrumentalidade, considerando os documentos juntados no Processo Administrativo n° 13.971.721247/201199 e que serão devidamente digitalizados, pugnase que os mesmos sirvam à comprovação das alegações vertidas na presente defesa; · Outrossim, pugna pela produção de todos os tipos em direito admitidas, em especial pela oitiva das testemunhas já ouvidas informalmente no procedimento fiscal.. É o relatório. Fl. 679DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Acerca do cerceamento de defesa alegado, tenho que não assiste razão a recorrente. A ampla defesa foi oferecida com a regular entrega do auto de infração impugnado e abertura de prazo para que o contribuinte se manifestasse acerca dos fatos que lhe foram imputados. A não participação da recorrente na fase que antecede a lavratura do auto de infração não constitui em cerceamento de defesa, pois a oportunidade de início do contencioso darseá apenas com a regular entrega do auto ao contribuinte, o que significa que é despicienda sua direta participação na coleta de informações que irão embasar a lavratura do auto, em razão de seu caráter inquisitório. Cerceamento de defesa diz respeito ao ato de impedir a liberdade de produção de provas, que fica caracterizado quando se obstrui, de forma injustificada, as partes de realizarem atos que, em tese, surtiriam provas a seu favor, ou quando não lhe são comunicados atos que demandam o contraditório. Tais situações ocorrem, por ex., nos casos de não ciência de diligências, negativa injustificada de acesso aos autos, indeferimento de perícias imprescindíveis à solução da lide, etc, o que inocorre no caso sob análise. A título ilustrativo, a Receita Federal do Brasil lavra diariamente centenas de autos de infração sem prévia comunicação do contribuinte, apenas fundamentados em informações de sua base de dados. Após o recebimento dos mesmos, é disponibilizado ao contribuinte o início do contencioso administrativo, quando a defesa poderá ser amplamente exercida. DO MÉRITO Dos fatos narrados, temos que a discussão principal cingese a decidir se a empresa MELBI COMÉRCIO E CONFECÇÕES LTDA, exercia regular atividade comercial ou era mero instrumento para desviar o pólo ativo da relação empregatícia de INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES DI MIRMAY LTDA, servindo apenas como intermediário formal entre os empregados e a recorrente, valendose ainda da privilegiada situação tributária de MELBI, em razão de adesão ao SIMPLES. Tal assunto é recorrente neste Colegiado. Na análise da matéria, há que ser observado todos os dados trazidos aos autos a fim de que possamos formar um juízo acerca se houve ou não a simulação alegada. Fl. 680DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 7 6 Temos então o seguinte: As duas empresas funcionam de fato no mesmo endereço, rua Erico Marchi, 136, em Nova Trento/SC. No endereço constante do contrato social de Melbi, não existe empresa alguma. A exproprietária da empresa Melbi, Sra. Eni, é irmã do sócio da empresa Di Mirmay, Sr.Vali Melo. O Sr. Vali Melo, CPF 608.180.77972, foi sócio administrador da empresa Melbi, no período de 04/03/1997 a 24/03/1997, e atualmente é o sócio administrador da empresa Di Mirmay com 50% de participação. Francisco Kammers que possui 50% das quotas de capital, sócio administrador da empresa Melbi desde 12/06/2009, é cunhado de Vali Melo. Di Mirmay é a responsável pela parte adminisrativa de Melbi A empresa Melbi é optante do SIMPLES, significando sensível redução de sua carga tributária em relação à mãodeobra empregada. Melbi presta serviços à Di Mirmay, fechando o ciclo produtivo. Até dezembro de 2010, 26 empregados estavam registrados na Di Mirmay e 137 na Melbi. Em agosto de 2011 todos os empregados foram transferidos para a Di Mirmay. Percebese assim que ambas empresas têm o mesmo endereço. Os empregados de Di Mirmay igualmente são responsáveis por obrigações de Melbi. Os sócios envolvidos têm próximo relacionamento familiar. O quadro faturamento x mãodeobra, demonstra e.g. que, em 2010, Melbi teve um faturamento de algo em torno de $ 2.200.000,00 e custo de mão de obra de $ 1.400.000,00(63%). Di Mirmay teve faturamento em torno de $ 18.000.000,00 e custo de mão de obra de apenas $ 280.000,00(1,5%), sendo que ambas atuam no mesmo ramo. O relatório fiscal ainda afirma: Em visita ao local constante no Contrato Social das empresas, constatamos que as duas funcionam no mesmo endereço, ou seja na rua Erico Marchi, 136, em Nova Trento/SC. O que encontramos no local foi um Galpão comercial composto de 2 pisos, sendo que no primeiro piso, na parte da frente funciona o Setor administrativo, ou seja RH, departamento Financeiro e Comercial, além da recepção. Atrás fica o setor de expedição, acabamento e revisão. No segundo piso fica o Setor produtivo, ou seja, Costura e Corte Conversamos com o Sr.Vali Melo, sócio da Di Mirmay, o qual nos informou que a proprietária da empresa Melbi, Sra. Eni é sua irmã e como a empresa Melbi estava passando por dificuldades financeiras, em meados do ano 2010 ela resolveu vender a empresa para ele, pois a Melbi sempre prestou serviços para a Di Mirmay. Segundo o Sr. Vali, havia uma loja em Brusque, onde funcionava a matriz da Melbi, entretanto toda a parte produtiva, isto é a filial, sempre Fl. 681DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 8 7 esteve instalada no mesmo endereço da Di Mirmay, em Nova Trento. A parte administrativa da empresa sempre ficou com a Di Mirmay, enquanto que a parte produtiva ficou com a Melbi. Até dezembro de 2010 a empresa contava com cerca de 163 empregados aproximadamente, sendo que 26 estavam registrados na Di Mirmay e 137 na Melbi. Atualmente todos os empregados foram transferidos para a Di Mirmay ... A empresa Representada não possui sede própria, está instalada no mesmo Galpão onde funciona a empresa mãe. Em sua contabilidade não foram encontrados registros referentes a pagamentos de aluguéis. Entretanto, há um Contrato de Comodato entre as empresas Indústria e Comércio de Confecções Di Mirmay Ltda e Melbi Comércio e Confecções Ltda para que a Melbi utilize o imóvel industrial de propriedade da Di Mirmay. No ativo imobilizado da Representada constam pouquíssimos registros de maquinários e de móveis e utensílios. Há também um Contrato de Comodato entre as empresas referente empréstimos em dinheiro da Di Mirmay para a Melbi, ( doc. 13) ... Foi constatado, através da análise dos documentos comprobatórios dos lançamentos contábeis, provas de que a gestão administrativo financeira destas empresas é exercida pelo sócio administrador da Di Mirmay Sr. Vali Melo. Por amostragem constam cópias de documentos da Melbi assinados por ele que corroboram estas afirmações: (Doc. 09 ) ... Analisando a contabilização de custos no quadro a seguir, constatase que de fato a empresamãe mantém o controle da situação econômica, isto é demonstra que os custos e despesas se confundem e que o controle contábil da Representada é meramente figurativo. Nos Livros Contábeis apresentados pela Representada foram constatados poucos lançamentos de custos e despesas imprescindíveis ao desenvolvimento de suas atividades tais como: energia elétrica, água e esgoto, telefone, etc. Os materiais de escritórios começaram a ser contabilizados somente em 2008. Pouquíssimas máquinas e equipamentos estão contabilizadas em seu ativo imobilizado, e o saldo registrado no exercício de 2006 referente a móveis e utensílios, se mantém até o exercício de 2010. ... Fl. 682DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 9 8 Diante dos pouquíssimos custos e despesas contabilizados pela empresa Representada, concluiuse facilmente que as duas funcionam de fato como uma única empresa. Não há dúvidas de que a MELBI não sobrevive por si só. É deficitária e dependente da empresa DI MIRMAY, pois esta é quem arca com praticamente a totalidade das despesas da MELBI contabilizandoas como se fossem suas. Foi realizada ainda verificação física nas instalações com entrevistas de alguns empregados, confirmando que o efetivo proprietário de Melbi é o Sr. Vali Melo, configurando ainda a fiscalização que os empregados de Melbi efetivamente têm vínculo empregatício com a recorrente, com pessoalidade, não eventualidade, subordinação. Esse conjunto probatório trazido firma nossa convicção de que os empregados alocados em Melbi efetivamente prestam serviços à Di Mirmay, que tem o poder de direção de Melbi, que satisfaz suas necessidades administrativas básicas, como aluguel, luz, telefone, etc., configurando verdadeira extensão de Di Mirmay. Demonstrado que ambas estão sob a mesma gestão, compartilhando estrutura administrativa água, telefone, energia, funcionários, instalações e maquinário, tudo no mesmo ambiente, tendo como resultado a indevida redução tributária em razão da opção do SIMPLES de Melbi que fictamente é responsável pela mão de obra utilizada por Di Mirmay, fica então evidenciada a simulação alegada e devidamente tratada pela fiscalização. A atuação fiscal abordada encontra lastro jurídico nas disposições encaixadas no Parágrafo Único do art. 116 do Código Tributário Nacional, que confere à Autoridade Notificante a competência para desconsiderar os efeitos de atos e negócios jurídicos praticados com o fito de ocultar a ocorrência do fato gerador tributário, conforme o Princípio da Primazia da Realidade dos fatos sobre a Forma Jurídica dos atos. Código Tributário Nacional CTN Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I tratandose de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; (grifos nossos) II tratandose de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (grifos nossos) Finalmente, a constituição de Melbi resultou no irregular desvirtuamento do pólo passivo das obrigações tributárias previdenciárias, que deveriam ser suportadas por Di Mirmay.. Tenho assim como correta a decisão de primeiro grau, restando comprovada que a Fl. 683DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 13971.721247/201199 Acórdão n.º 2803003.838 S2TE03 Fl. 10 9 atuação fática de Melbi, optante do SIMPLES, é meramente formal, sendo esta intermediária ficta entre a mãodeobra empregada e Di Mirmay com o intuito de reduzir a carga tributária em razão das atividades desenvolvidas por Di Mirmay, não optante daquele sistema diferenciado do tributação, conduta não permitida em nosso ordenamento jurídico. Assim sendo, comprovada a responsabilidade da recorrente, deve o auto lavrado ser mantido em sua integralidade. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 684DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/11/2014 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10830.907786/2012-11
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 20/08/2007
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis o direito ao crédito.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Declaração de compensação fundada em direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não pode ser homologada se a contribuinte não comprovou a existência do crédito.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.783
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sérgio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Demes Brito e Cássio Schappo.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 20/08/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis o direito ao crédito. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Declaração de compensação fundada em direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não pode ser homologada se a contribuinte não comprovou a existência do crédito. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sérgio Celani - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Demes Brito e Cássio Schappo.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1907; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 2 1 1 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.907786/201211 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3801004.783 – 1ª Turma Especial Sessão de 12 de dezembro de 2014 Matéria DCOMP ELETRONICO PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO Recorrente TRANSPORTADORA RODO IMPORT LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 20/08/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis o direito ao crédito. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Declaração de compensação fundada em direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não pode ser homologada se a contribuinte não comprovou a existência do crédito. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 77 86 /2 01 2- 11 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sérgio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Demes Brito e Cássio Schappo. Relatório Inicialmente, esclarecese que estão em julgamento nesta 1ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do CARF trinta e três processos da mesma contribuinte, em que o cerne da discussão é o mesmo: a certeza e liquidez de crédito pleiteado, decorrente de pagamento indevido ou a maior de cofins ou contribuição para o PIS/Pasep, e o ônus da prova deste direito. Em alguns processos, foi indeferida totalmente a declaração de compensação de débitos da contribuinte com o crédito pleiteado, por falta de comprovação da liquidez e certeza de todo o crédito, em outros, foi homologada parcialmente a declaração de compensação, porque foi comprovada a certeza e liquidez de parte do crédito pleiteado. Esta diferença não exige mudanças nos acórdãos dos julgamentos, pois o que está sob julgamento é justamente o crédito não reconhecido e a parte não homologada das declarações de compensação. O crédito reconhecido e a parte homologada não estão em discussão. Feitas estas observações, passase ao relato propriamente dito. Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo HorizonteDRJ/BHE que julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada contra despacho decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem. O processo se iniciou com PER/DCOMP, por meio do qual a contribuinte pleiteou o reconhecimento de direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de contribuição social e a compensação de débitos tributários com o crédito pleiteado. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF informado no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, utilizados para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível suficiente para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 4 3 Assim, diante da inexistência/insuficiência de crédito, a compensação declarada não foi homologada ou foi homologada apenas parcialmente. Como enquadramento legal foram citados os arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional CTN), e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, conforme quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório “ Extraio do relatório da decisão recorrida resumo das alegações apresentadas pela contribuinte contra o despacho decisório, em expediente que foi recebido como manifestação de inconformidade: “Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade em 10/08/2012, alegando que a Receita Federal mantém os controles de apropriação e pagamento dos impostos federais, assim como uma conta corrente de cada contribuinte, na qual podem ser visualizados os pagamentos efetuados de forma correta, os pagamentos a maior e os pagamentos a menor. Assevera que o despacho decisório não pode progredir, porque a RFB cobra o mesmo valor pago pelo contribuinte, quando, na verdade, foi preenchido um PER/DCOMP que demonstra de forma clara que aquele pagamento foi efetuado a maior e dele se extraí os valores devidos a título de impostos. Apresenta um demonstrativo da composição do PER/DCOMP nº 27613.24430.280909.1.3.047698, identificando o valor devido de COFINS, o valor da guia de recolhimento, o saldo do pagamento a maior e as compensações efetuadas. Alega ainda que houve a retificação da DIPJ do anobase de 2005, na qual a receita foi apropriada de forma errada e, por isto, originou também a retificação de todos os cálculos dos impostos federais. Ressalta que havendo necessidade de retificação do PER/DCOMP, solicita autorização para o ajuste, porém, o valor original disponível desde a data especificada, corrigido monetariamente, possibilitou a compensação declarada. A ementa do acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo HorizonteDRJ/BHE que julgou improcedente a manifestação de inconformidade contém o seguinte teor: “Assunto: ... Data do fato gerador: ... DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado.” No recurso voluntário a recorrente alega o seguinte: Fl. 74DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 5 4 i) O ICMS que faz parte do valor total de conhecimentos de transporte não compõe o valor tributado pela cofins e pela contribuição para o PIS/Pasep. ii) Juntou cópia da DIPJ 2006/2005, retificada, que demonstra que estas contribuições foram reduzidas em seus valores anteriormente apresentados. iii) No próprio PER/DCOMP apresentado, verificase que houve pagamento a maior. iv) Não apresentou retificação da DCTF e do DACON, primeiro, por problemas com o contador; depois, porque teria ocorrido prescrição para a retificação. v) Calculou a cofins e a contribuição para o PIS/Pasep sobre um valor que incluía o ICMS e, após, corrigiu o faturamento, excluindo este imposto da base de cálculo, logo, tem direito ao crédito pleiteado. É o relatório. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. Admissibilidade do recurso voluntário. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para julgamento nesta turma especial. Certeza e liquidez do crédito pleiteado. O processo se iniciou com PER/DCOMP da contribuinte, no qual informou ter realizado pagamento indevido ou a maior de contribuição social. Foi constatado pela RFB que o pagamento informado como indevido ou a maior fora integralmente utilizado para quitar tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido. Isto está claro no quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório. Esta constatação baseouse em dados constantes do sistemas informatizados da RFB, alimentados por informações prestadas pelo próprio contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias. Uma vez que o pagamento informado como indevido ou a maior estava totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF como devido, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum A DRJ/BHE, tendo em vista que a contribuinte não apresentou documentação fiscal e contábil hábil e suficiente para comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado, manteve o despacho decisório. As decisões da DRF e da DRJ estão amparadas no fato de a legislação tributária dispor que a DCTF é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário (art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984) e que a compensação de débitos tributários somente pode ser efetuada mediante existência de créditos líquidos e certos do interessado perante a Fazenda Pública (art. 170 do Código Tributário NacionalCTN), e de a lei que trata do processo administrativo tributário federal estabelecer que a prova documental deve ser apresentada na impugnação (art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972). Apesar de a decisão de primeira instância ter sido fundamentada de modo a dar a conhecer à contribuinte as razões de fato e de direito que levaram ao indeferimento de sua manifestação de inconformidade, nenhum documento ou livro fiscal ou contábil foi apresentado com o recurso voluntário. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 7 6 A recorrente afirma que juntou cópia da DIPJ 2006/2005 retificada, a qual demonstraria redução dos valores das contribuições anteriormente apresentados, e apresenta justificativas para não ter retificado a DCTF e o DACON. Não encontrei nos autos nenhuma DIPJ, original ou retificada. Logo, inócua a alegação. Quanto à falta de retificação da DCTF e do DACON, esta não é determinante para o julgamento, uma vez que o CARF tem reconhecido o direito ao crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, independentemente de retificação da DCTF e do DACON, desde que o direito seja comprovado por documentos e livros fiscais e contábeis hábeis. Tratandose de despacho eletrônico, admitese a apresentação destes documentos e livros após a decisão da DRJ, pois alguns Conselheiros entendem que o princípio da verdade material assim autoriza, outros entendem que se está diante de caso em que a prova se destina a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, hipótese prevista no art. 16, §4º, letra “c” do Decreto nº 70.235, de 1972. De qualquer modo, o importante é que a contribuinte, até o presente, não apresentou nenhum documento ou livro, fiscal ou contábil, que pudesse comprovar seu direito. Logo, não comprovou a certeza e liquidez do crédito pleiteado. Não é só isso. A recorrente sequer argumentou sobre os fatos ou direito que ensejariam o crédito pleiteado. Há menção de que seria decorrente da inclusão do ICMS integrante de conhecimento de transporte na base de cálculo da cofins e da contribuição para o PIS/Pasep, porém, não é tecido nenhum argumento sobre esta matéria. Por estas razões, com fundamento no art. 170 do CTN e no art. 333 do CPC, aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, não cabe o reconhecimento do crédito pleiteado. Declaração de compensação errada e competência do CARF No recurso, ao contrário da manifestação de inconformidade, nada foi dito sobre erro na Declaração de Compensação ou sobre a necessidade de sua retificação. Apenas se afirmou que, no PER/DCOMP apresentado, verificase que houve pagamento a maior. Porém, tendo em vista que possível erro na DCOMP é questão que permeia os autos e que a decisão da DRJ tratou desta matéria; que a Administração deve atender aos princípios da legalidade, da moralidade, do interesse público e da eficiência; e que o princípio da verdade material é especialmente levado em consideração nos julgamentos neste Conselho; teço algumas considerações que me levam a concluir pela manutenção da decisão recorrida na íntegra. O processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União e o de consulta sobre a aplicação da legislação tributária federal é regido pelo Decreto nº 70.235, de 6/3/1972. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 8 7 O rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972, não se aplica, em princípio, aos processos administrativos de pedidos de compensação, pois não são processos de determinação e exigência de créditos tributários, tampouco de consulta sobre aplicação da legislação tributária federal.. Porém, por força do art. 74, §§ 9º e 10, da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, não homologada a compensação, o sujeito passivo poderá apresentar manifestação de inconformidade contra a decisão administrativa de não homologação e recurso contra decisão que julgue improcedente a manifestação de inconformidade. Ambos, manifestação de inconformidade e recurso, seguirão o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972, conforme parágrafo 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Assim, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais_CARF, que, conforme art. 37 do Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009, é competente para julgar, em segunda instância, processos que seguem o rito deste decreto, possui competência para julgar recursos contra decisões da DRJ que julgaram improcedentes manifestações de inconformidade contra não homologação de declarações de compensação. Quanto à retificação de declarações de compensação, a situação é diferente. Cito o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) § 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) Fl. 78DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 9 8 § 8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9º. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) (...)” Vejase que os §§ 6º a 8º acima dispõem que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados e que, não homologada a compensação e não efetuado o pagamento no prazo previsto no §7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União A exigência do pagamento destes débitos não deve ser submetida a julgamento administrativo; e, ainda que a declaração de compensação contenha erro, não cabe nesta instância sua correção, o que deve realizarse pela entrega de declaração retificadora, tal como estabelecido nos arts. 6º a 8º das Instruções Normativas SRF nº 360. de 24/02/2003, e nº 376, de 23/12/2003; nos arts. 55 a 58 da IN SRF nº 460, de 18/10/2004, e IN SRF nº 600, de 28/12/2005; nos arts. 76 a 79 da IN SRF nº 900, de 30/12/2008; e nos arts. 88 a 90 da IN RFB nº 1.300, de 20/11/2012. Conforme assentado no acórdão recorrido, a retificação de declaração de compensação deveria ser requerida por meio de documento retificador gerado a partir do programa PER/DCOMP. Não há nos autos nenhum documento retificador gerado nesta condição. Assim, não pode o CARF determinar a homologação da DCOMP tal como formalizada, ainda que errada, pois esta extingue o crédito tributário, sob condição resolutória, e constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10830.907786/201211 Acórdão n.º 3801004.783 S3TE01 Fl. 10 9 Conclusão Pelo exposto, em especial pela não comprovação da existência de direito de crédito líquido e certo, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose a decisão recorrida. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani. Fl. 80DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10855.002879/2006-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 30 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1803-000.110
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, declinar da competência do julgamento do recurso voluntário para 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF, tendo em vista o art. 49 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: Não se aplica
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1767; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE03 Fl. 1.063 1 1.062 S1TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.002879/200621 Recurso nº Resolução nº 1803000.110 – Turma Especial / 3ª Turma Especial Data 27 de agosto de 2014 Assunto MULTA DE OFÍCIO ISOLADA FALTA RECOLHIMENTO ESTIMATIVA LANÇAMENTO REFLEXO Recorrente UTEVA AGROPECUÁRIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, declinar da competência do julgamento do recurso voluntário para 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF, tendo em vista o art. 49 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. RELATÓRIO Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 220224, com a exigência do crédito tributário a título multa de ofício isolada por falta de recolhimento de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no valor de R$236.544,16 determinada sobre a base de cálculo estimada referente aos fatos geradores de abril a dezembro do anocalendário de 2002. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 55 .0 02 87 9/ 20 06 -2 1 Fl. 1063DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.064 2 O lançamento fundamentase na “falta de pagamento da Contribuição Social incidente sobre a base de cálculo determinada em função de balancetes/balanços mensais, refeitos tendo em vista a omissão de receitas apurada no curso da ação fiscal”, em conformidade com o Termo de Constatação Fiscal, fl. 216219. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada, a Recorrente apresentou a impugnação, fls. 233238, com as alegações a seguir sintetizadas. Tece esclarecimentos sobre os fatos suscitando que: 1. A Impugnante é pessoa jurídica de direito privado cujo objeto social é a exploração das atividades da agricultura e da pecuária, em suas várias espécies e modalidades (contrato social, art. 2° — doc. 02 anexo). 2. Em cumprimento ao MPF 0811000/00490/05, em 16/12/2005 teve início fiscalização das atividades da Impugnante no anocalendário de 2002. 3. Encerrada a auditoria fiscal, a Impugnante foi autuada porque, em sUma, teria auferido receitas de origem não comprovada naquele período. 4. O Processo n° 10855.002878/200686, objeto de impugnação especifica, foi instaurado à vista dos autos de infração referentes ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), inclusive a respectiva multa isolada, a Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), a Contribuição para o PIS (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) (cópia anexa — doc. 3). 5. A Impugnação aos lançamentos acima referidos (cópia anexa — doc. 4) demonstra a improcedência dos correspondentes créditos, uma vez que os ingressos de numerário considerados receitas sem origem pelo agente fiscal consistem em (i) mútuos pactuados com terceiros; (ii) recebimento antecipado de venda de produtos agropecuários (prévenda); e (iii) transferências entre contas bancárias de titularidade da própria Impugnante e outras operações bancárias (estornos, devolução de cheques) que não configuram receita. 6. Já o processo em epígrafe (PAF n° 10855.002879/200621), objeto da presente impugnação, foi instaurado, exclusivamente em face da imposição de multa isolada pela falta de recolhimento mensal da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL). 7. De sorte que o cancelamento ou eventual revisão dos lançamentos de IRPJ e CSLL acima referidos (PAF n° 10855.002878/200686), dos quais o presente é mero lançamento reflexo, importará, necessariamente, no cancelamento ou revisão do crédito ora impugnado. Nessas circunstâncias, a Impugnante reportase As razões expostas naquela impugnação, como se dessa fossem parte integrante. 8. De qualquer forma, ainda que fossem devidos os tributos cobrados no outro processo, o que se admite apenas ad argumentandum, improcede a imposição da multa isolada, exigida no auto ora impugnado, como se passa a demonstrar. DA IMPOSSIBILIDADE DE SE CUMULAR MULTA DE OFICIO COM MULTA ISOLADA. Conforme se verifica das autuações (principal e reflexa), O auditor fiscal .aplicou, sobre a mesma base de cálculo, multa de lançamento de oficio por falta de pagamento de CSLL e multa exigível isoladamente, ambas de 75%, a teor, respectivamente, do art. 44, inc. I e § 1º, inc. IV da Lei 9.430/96. 1 10. 0 mesmo Fl. 1064DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.065 3 procedimento foi adotado em relação ao IRPJ, em processo administrativo distinto (10855.002878/200686). 11. Em relação à CSLL, o valor devido a título de multa isolada — cobrado neste processo — é de R$236.544,16 (duzentos e trinta e seis mil quinhentos e quarenta e quatro reais e dezesseis centavos) e o devido a titulo de multa de oficio (cobrada no processo 10855.002878/200686) é também de R$236.544,14 (duzentos e trinta e seis mil quinhentos e quarenta e quatro reais e quatorze centavos). 12. Ocorre que a cumulação das multas acima citadas decorre de interpretação manifestamente equivocada do art. 44 da Lei 9.430/96. 13. Na espécie, a apontada falta de pagamento de tributo ensejaria somente a aplicação da multa de lançamento de oficio prevista no inciso I do referido dispositivo; jamais a aplicação cumulativa de multa "isolada" (sic!), eis que "os incisos I e II do `caput' e os incisos I, II, Ill e IV do § 10 do art. 44 da Lei 9.430/96 devem ser interpretados de forma sistemática, sob pena da cláusula penal ultrapassar o valor da obrigação tributária principal, constituindose num autêntico confisco e num bis in idem' punitivo, em detrimento do principio da não propagação dó multas e da não repetição da sanção tributária" (AC. 1° CC. 101 94.717/03. J. 03/06/03). 14. Notese que a aplicação da multa isoladamente prestase à hipótese, prevista no próprio § 1°, inc. IV, de pessoa jurídica sujeita ao recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL pelo regime da estimativa, que deixar de fazêlo (mensalmente), mas que venha a fazêlo quando da apuração anual daqueles tributos. 15. Essa incidência cumulativa é vedada pelo ordenamento jurídico por sancionar duplamente uma única infração (a apontada falta de recolhimento do IRPJ e CSLL). 16. A sobreposição de penas emerge inequívoca quando se verifica que as multas em questão recaem sobre a mesma base (ambas calculadas A taxa de 75% sobre o valor do IRPJ.,,e da CSLL que a Impugnante teria deixado de recolher). [...] 19. Em suma, a multa "isolada" de que trata o artigo 44 § 1°, IV da Lei 9.430/96 não pode ser exigida quando, mediante procedimento de oficio, seja apurado tributo a pagar e imposta a respectiva multa de oficio. Assim, de rigor que se afaste a incidência cumulativa da multa isolada por falta de recolhimento mensal do tributo. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: 20. A luz de todo o exposto, 6 a presente para requerer seja dado total provimento 6 presente impugnação, afastandose a imposição da multa isolada, seja como decorrência do cancelamento ou revisão do lançamento da CSLL (objeto do PAF 10855.002878/2006, 86), seja por impossibilidade de cumulação com a multa de ofício. Termos em que, requerendo a produção de todas as provas admitidas perante essa instância administrativo respeitosamente, Pede Deferimento. Fl. 1065DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.066 4 Está registrado como ementa do Acórdão da 3ª TURMA/DRJ/POR/SP nº 14 22.438, de 05.03.2009, fls. 475481: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. A decisão proferida no processo decorrente deve seguir a mesma orientação decisória prolatada no processo principal. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFICIO. CUMULAÇÃO. COMPATIBILIDADE. É compatível com a multa isolada, incidente sobre as estimativas não pagas, a exigência da multa de oficio relativa ao tributo apurado ao final do anocalendário, por caracterizarem penalidades distintas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de ato não definitivamente julgado aplicase retroativamente a lei nova quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo do lançamento. Lançamento Procedente em Parte Notificada em 15.06.2009, fl. 487, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 15.07.2009, fls. 488493, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Reitera todos os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Acrescenta que: 1. Tratase de auto de infração reflexo, lavrado à vista dos lançamentos objeto do Processo n° 10855.002878/200686, instaurado em face de autuação referente ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), inclusive a respectiva multa isolada, à Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), contribuição para o PIS e A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), incidentes sobre supostas receitas de origem não comprovada (doc. 03 da impugnação). 2. Na impugnação aos lançamentos acima referidos (doc. 04 da impugnação) a ora recorrente demonstrou a improcedência dos débitos, uma vez que os ingressos de numerário considerados receitas sem origem pelo agente fiscal consistem em (i) mútuos pactuados com terceiros; (ii) recebimento antecipado de venda de produtos agropecuários (prévenda); e (iii) transferências entre contas bancárias de titularidade da própria impugnante e outras operações bancárias (estornos, devolução de cheques) que não configuram receita. 3. Já no processo em epígrafe (PAF n° 10855.002879/200621), instaurado exclusivamente em face da imposição de multa isolada pela falta de recolhimento mensal da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), a recorrente apresentou impugnação alegando, em suma, que: Fl. 1066DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.067 5 (i) "o cancelamento ou eventual revisão dos lançamentos de IRPJ e CSLL (PAF n° 10855.002878/200686), dos quais o presente é mero lançamento reflexo, importará, necessariamente, no cancelamento ou revisão do crédito ora impugnado" (fls.); e (ii) "de qualquer forma, ainda que fossem devidos os tributos cobrados no outro processo ..., a multa 'isolada' de que trata o artigo 44 § 1°, IV da Lei 9.430/96 não pode ser exigida quando, mediante procedimento de oficio, seja apurado tributo a pagar e imposta a respectiva multa de oficio", sendo de rigor que se afaste a incidência cumulativa das multas de oficio e isolada. 4. A DRJ de Ribeirão Preto julgou o lançamento procedente em parte, reduzindo a multa isolada para R$123.091,35, eis que (i) o crédito principal de CSLL exigido no PAF n° 10855.002878/200686 (base de cálculo da multa) foi _reduzido: e que (ii) "os valores das multas isoladas” [...] 6. Conforme se verifica das autuações (principal e reflexa),~o auditor fiscal aplicara, sobre a mesma base de cálculo, multa de lançamento de oficio por falta de pagamento de CSLL e multa exigível isoladamente, ambas de 75%, a teor, respectivamente, do art. 44, inc. I e § 1 0, inc. IV da Lei 9.430/96. 1 Considerando a alteração promovida pela Lei 11.488/07, que reduziu a multa isolada de 75% para 50%, o acórdão da DRJ houve por bem aplicar tal redução ao presente caso, com base no art. 106, II, 'c' do CTN. 7. Após as reduções promovidas pelo acórdão, o valor da multa isolada em cobro neste processo passou a ser de R$123.091,35 (50% de R$246.182,69) e o devido a titulo de multa de oficio (cobrada no PAF 10855.002878/200686) de R$184.637,02 (75% de R$246.182,69). 8. Ocorre que a cumulação das multas acima citadas decorre de interpretação manifestamente equivocada do art. 44 da Lei 9.430/96. 9. Na espécie, a apontada falta de pagamento de tributo ensejaria somente a aplicação da multa de lançamento de oficio prevista no inciso I do referido dispositivo; jamais a aplicação cumulativa de multa "isolada" (sic!), eis que "os incisos I e II do caput' e os incisos I, II, III e IV do § 1° do art. 44 da Lei 9.430/96 devem ser interpretados de forma sistemática, sob pena da cláusula penal ultrapassar o valor da obrigação tributária principal, constituindose num autêntico confisco e num bis in idem' punitivo, em detrimento do principio da, não propagação de multas e da não repetição da sanção tributária" (AC. 1° CC 10194.717/03. J. 03/06/03). 10. Notese que a aplicação da multa isoladamente prestase à hipótese, prevista no próprio § 1°, inc. IV, de pessoa jurídica sujeita ao recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL pelo regime da estimativa, que deixar de fazêlo (mensalmente), mas que venha a fazêlo quando da apuração anual daqueles tributos. 11. Essa incidência cumulativa é vedada pelo ordenamento jurídico por sancionar duplamente uma única infração (a apontada falta de recolhimento do IRPJ e CSLL). 12. A sobreposição de penas emerge inequívoca quando se verifica que as multas em questão recaem sobre a mesma base (ambas calculadas o valor da CSLL que a recorrente teria deixado de recolher — R$246.182,69) [...]. 15. Em suma, a multa "isolada" de que trata o art. 44, § 1°, IV da Lei 9.430/96 não pode ser exigida quando, mediante procedimento de oficio, seja apurado tributo a pagar e imposta a respectiva multa de oficio. Assim, de rigor que se afaste a incidência cumulativa da multa isolada por falta de recolhimento mensal do tributo. Fl. 1067DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.068 6 16. Ressaltese, ainda, que o cancelamento ou eventual revisão dos lançamentos de IRPJ e CSLL no PAF no 10855.002878/200686, dos quais o presente é mero lançamento reflexo, importará, necessariamente, no cancelamento ou revisão do crédito ora impugnado. Nessas circunstâncias, a impugnante reportase às razões expostas naquela impugnação e recurso voluntário (docs. 02/03), como se dessa fossem parte integrante. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: 17. Diante de todo o exposto, é a presente para requerer seja dado total provimento ao presente recurso, afastandose a imposição da multa isolada, seja como decorrência do cancelamento ou revisão do lançamento da CSLL (objeto do PAF 10855.002878/200686), seja por impossibilidade de cumulação com a multa de oficio. Termos em que, Pede Deferimento. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. VOTO Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Preliminarmente, tem cabimento estabelecer o nexo de causalidade entre o processo principal nº 10855.002878/200686 e o presente processo decorrente nº 10855.002879/200621. O instituto da conexão está originalmente previsto no Código de Processo Civil: Art. 103. Reputamse conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. Há conexão pelo objeto quando existe identidade de pedido mediato, ou seja, afirmação de um direito, que é o bem da vida pleiteado em dois ou mais processos. O objeto é o pedido, a pretensão material deduzida pelo sujeito passivo. Por outro lado, são conexos pela causa de pedir, dois ou mais processos, quando lhes são comuns os fundamentos de fato e de direito. Fl. 1068DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.069 7 A causa de pedir constitui premissa para o correto entendimento do pedido e deve estar com ela correlacionada em circunstância de causa e efeito. Surge portanto a necessidade da narração dos fatos e da fundamentação jurídica das situações que ocorreram em determinado período de tempo causando determinadas consequências jurídicas e que foram projetados para o processo. Sobre a matéria, o Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, determina: Art. 9º A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. § 1º Os autos de infração e as notificações de lançamento de que trata o caput deste artigo, formalizados em relação ao mesmo sujeito passivo, podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova. Por seu turno, a Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008, cujo entendimento deve ser adotado de plano, resolve: Art. 1º Serão objeto de um único processo administrativo: I as exigências de crédito tributário do mesmo sujeito passivo, formalizadas com base nos mesmos elementos de prova, referentes: a) ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e aos lançamentos dele decorrentes relativos à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), à Contribuição para o PIS/Pasep ou à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); [...]§ 1º O disposto no inciso I aplicase inclusive na hipótese de inexistência de crédito tributário relativo a um ou mais tributos. § 2º Também deverão constar do processo administrativo a que se referem os incisos I, II e III as exigências relativas à aplicação de penalidade isolada em decorrência de mesma ação fiscal. [...]Art. 3º Os processos em andamento, que não tenham sido formalizados de acordo com o disposto no art. 1º, serão juntados por anexação na unidade da RFB em que se encontrem. Esse entendimento já se encontrava na Portaria RFB nº 6.129, de 02 de dezembro de 2005, que foi revogada pela mencionada Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008. O Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, prevê: Art. 47. Os processos serão distribuídos aleatoriamente às Câmaras para sorteio, juntamente com os processos conexos e, preferencialmente, organizados em lotes por matéria ou concentração temática, observandose a competência e a tramitação prevista no art. 46. [...]. Fl. 1069DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.070 8 Art. 49. Os processos recebidos pelas Câmaras serão sorteados aos conselheiros. [...]. § 7º Os processos que retornarem de diligência, os com embargos de declaração opostos e os conexos, decorrentes ou reflexos serão distribuídos ao mesmo relator, independentemente de sorteio, ressalvados os embargos de declaração opostos, em que o relator não mais pertença ao colegiado, que serão apreciados pela turma de origem, com designação de relator ad hoc. (grifos acrescentados) O nexo causal entre as exigências de créditos tributários, formalizados em autos de infração instruídos com todos os elementos de prova, determina que devem ser objeto de um único processo no caso em que os ilícitos dependam da mesma comprovação e sejam relativos ao mesmo sujeito passivo 1. Ressaltese que somente tem possibilidade jurídica de se distribuir, independentemente de sorteio, ao mesmo relator, o processo conexo que esteja pendente de julgamento na mesma instância e que ainda não tenha sido indicado para pauta contemporaneamente. Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. Consta no Termo de Constatação Fiscal, fl. 216219: CONSTATAMOS os fatos abaixo discriminados: 1 A ação fiscal teve inicio em 16/12/2005, ocasião em que o contribuinte, por intermédio de seu procurador, foi intimado a apresentar os livros comerciais e fiscais, contrato social e alterações, e os extratos de contas bancárias e de aplicações financeiras. 2 Em atendimento, apresentou em 09/02/2006 os livros Diário, Razão e de Apuração do Lucro Real e alterações contratuais datadas de 07/01/2005 e 08/09/2005. Os extratos bancários foram exibidos de forma parcial, sob a alegação de impossibilidade de obtenção de alguns extratos junto às instituições financeiras 3 Posteriormente, em 07 de março de 2006, trouxenos outros extratos, ficando em falta apenas os extratos do período de setembro a dezembro de 2002, relativos à conta 1097533 mantida na agência 232 do Unibanco, que obtivemos diretamente da instituição financeira via RMF. 4 Com a lavratura do Termo de Intimação Fiscal datado de 05/04/2006, o contribuinte foi intimado a comprovar as receitas da atividade rural e a origem dos valores creditados nas contas correntes, relacionados no anexo a esse termo. 5 O fiscalizado apresentanos em 19/05/2006, após ter o prazo prorrogado, demonstrativo indicando a que se referem os valores levados a crédito nas contas correntes. Entretanto, nesse documento constam apenas nomes de pessoas físicas e jurídicas, as vezes de forma abreviada, e a indicação de possíveis operações como: "venda de gado", "empréstimo", Bradesco 65129", "B. Brasil 344044", "prévenda", e outras. Não traz qualquer esclarecimento de que se trata, tampouco apresenta a comprovação daquilo que indica. 1 Fundamentação legal: art. 9º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 1070DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.071 9 6 Em 11/07/2006 é novamente intimado a apresentar comprovantes das receitas da atividade rural e a comprovar, mediante apresentação de documentação hábil, a origem dos valores creditados nas c/c. Desta feita foram excluídos os valores referentes às transferências entre contas de mesma titularidade, e àqueles vinculados a operações de empréstimos obtidos na própria instituição financeira depositária dos recursos. 7 Em resposta o contribuinte apresentou os talonários da empresa com o intuito de comprovar a receita da atividade rural. Não trouxe qualquer outro documento que comprovasse a origem dos valores depositados em suas contascorrentes. 8 A partir dos demonstrativos anexos aos Termos de Intimação acima citados, elaboramos a Planilha I "Depósitos/Créditos Efetuados Em C/Corrente Origem Não Comprovada" (fls. 176/175) totalizando mês a mês, e excluindo os valores correspondentes aos cheques depositados e devolvidos. 9 Com base nessa planilha I, e com base nos valores correspondentes às Receitas de Vendas escrituradas no Livro Diário, comprovadas mediante a apresentação das Notas Fiscais, elaboramos a planilha II "Apuração da Receita Omitida" (fls. 186), que demonstra os valores, que se presume como receitas omitidas nos termos do art. 42 da Lei 9430/96, passíveis de lançamento de oficio. 10 A partir dos valores do balanço patrimonial e da demonstração de lucros/prejuízos acumulados transcritos no livro Diário (fls. 106/115), refizemos, conforme "demonstrativo da compensação de prejuízos fiscais" [...], a apuração do lucro real (anual), considerando a receita omitida verificada no curso da ação fiscal. O resultado ajustado foi reduzido pela compensação com prejuízos acumulados de períodos anteriores, demonstrados no extrato do sistema SAPLI (fls. 187/188). 11 Da mesma forma, refizemos também, conforme "demonstrativo da compensação de bases negativas" (fls. 187/188), a apuração da base de cálculo da CSLL. A base de cálculo foi reduzida pela base de cálculo negativa de períodos anteriores, extraída do extrato do sistema SAPLI (fls. 187/188). 11 O contribuinte, no anocalendário sob fiscalização, optou pela apuração do lucro real anual, portanto, sujeito ao pagamento mensal do IRPJ e da CSLL, apurados na forma de estimativa ou com base em balancetes mensais de suspensão ou redução. Entretanto, como apurou prejuízo em todos os períodos, não efetuou o recolhimento dos tributos, tampouco os declarou em DCTF. 12 Refizemos os cálculos dos pagamentos do IRPJ e da CSLL que deveriam ter sido efetuados, considerando os valores constantes dos balancetes transcritos no Livro Diário (fls 106/175) , os valores correspondentes à receita omitida apurada no curso da ação fiscal, e, o prejuízo acumulado e a base de cálculo negativa de períodos anteriores obtidos do sistema SAPLI (fls. 187/188). 13 As planilhas III"Multa Isolada do IRPJ a ser exigida em Auto de Infração" [...] e IV "Multa Isolada da CSLL a ser exigida em Auto de Infração" (fls. 189), quantificam a multa isolada que corresponde a 75% dos tributos que deveriam ser recolhidos mensalmente, conforme dispõe o art. 44, parágrafo 1º , inciso IV, da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 14 Assim, de acordo com as razões e motivos acima apontados, e em conformidade com o art. 841, 843 e 926 do Decreto 3000/1999 (RIR/1999), estamos efetuando o competente lançamento de oficio para exigência do crédito tributário relativo ao IRPJ (inclui a multa isolada) e reflexos, PIS, COFINS e CSLL, referentes ao Fl. 1071DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.072 10 anocalendário de 2002. (Autos de Infração formalizados pelo processo 10855.00278/200686) 15 Por intermédio do processo 10855.002879/200621, foi formalizado o Auto de Infração para exigência da multa isolada aplicada pela falta de recolhimento mensal da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). (grifos acrescentados) Para fins de constatar a circunstância de que há nexo de causalidade entre o processo principal nº 10855.002878/200686, cujo recurso voluntário encontrase pendente de julgamento na 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF (eprocesso) e o presente processo decorrente nº 10855.002879/200621, foi elaborada a Tabela 1. Tabela 1 – Valores comparativos das multas de oficio isoladas determinadas sobre a base de cálculo estimada de IRPJ e de CSLL no anocalendário de 2002 Processo Principal nº 10855.002878/200686 Uteva Agropecuária Ltda (eporcesso) Processo Decorrente nº 10855.002879/200621 Uteva Agropecuária Ltda Meses do Ano Calendário de 2002 (A) Receita Omitida Ação Fiscal R$ (B) Base de Cálculo Apurada de Ofício de IRPJ R$ (C) Multa de Ofício Isolada – Base de Estimada – IRPJ (75%) R$ (D) Receita Omitida Ação Fiscal R$ (E) Base de Cálculo Apurada de Ofício de CSLL R$ (F) Multa de Ofício Isolada – Base de Estimada – CSLL (75%) R$ (G) Janeiro 416.802,54 (411.126,22) 0,00 416.802,54 (410.892,24) 0,00 Fevereiro 476.095,49 (382.918,17) 0,00 476.095,49 (382.684,19) 0,00 Março 746.049,91 (115.147,37) 0,00 746.049,91 (114.913,39) 0,00 Abril 1.040.646,90 172.250,19 26.296,91 1.040.646,90 172.484,17 11.642,68 Maio 2.122.753,55 1.170.188,11 185.613,36 2.122.753,55 1.170.422,09 67.360,81 Junho 2.482.012,81 1.473.727,76 55.413,68 2.482.012,81 1.473.961,74 20.488,93 Julho 2.807.429,15 1.760.158,25 52.205,72 2.807.429,15 1.760.392,23 19.334,06 Agosto 3.141.992,26 2.007.959,59 44.962,75 3.141.992,26 2.008.193,57 16.726,59 Setembro 3.336.890,69 2.186.000,54 31.882,68 3.336.890,69 2.186.234,52 12.017,76 Outubro 3.588.096,75 2.409.323,74 40.373,10 3.588.096,75 2.409.557,72 15.074,32 Novembro 3.956.854,18 2.739.669,86 60.439,90 3.956.854,18 2.739.903,84 22.298,36 Dezembro 4.797.655,02 3.504.123,99 141.835,15 4.797.655,02 3.504.357,97 51.600,651 Caracterizado está o nexo de causalidade entre o processo principal nº 10855.002878/200686 e o presente processo decorrente nº 10855.002879/200621. Em assim sucedendo, voto por declinar da competência do julgamento do recurso voluntário para 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF, com fundamento no art. 47 e no art. 49 do Anexo II da do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, em face da relação de causalidade que informa o presente lançamento e que leva a que o resultado do julgamento deste feito acompanhe aquele que foi dado à exigência formalizada no processo principal nº 10855.002878/200686, já distribuído para julgamento àquela Turma e que se encontra Fl. 1072DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.073 11 pendente de julgamento do recurso voluntário e que ainda não foi indicado para pauta contemporaneamente. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 1073DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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