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Numero do processo: 10280.004969/2001-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 06 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1991
ILL. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO
Compete à 2ª Seção de Julgamento do CARF processar e julgar recurso de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que verse sobre a aplicação da legislação de Imposto de Renda Retido na Fonte.
Numero da decisão: 1301-002.540
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, declinar competência para a 2ª Seção de Julgamento.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
Milene de Araújo Macedo - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Roberto Silva Junior.
Nome do relator: Milene de Araújo Macedo
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COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO Compete à 2ª Seção de Julgamento do CARF processar e julgar recurso de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que verse sobre a aplicação da legislação de Imposto de Renda Retido na Fonte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, declinar competência para a 2ª Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Roberto Silva Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 00 49 69 /2 00 1- 01 Fl. 62DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever o ocorrido valhome do Relatório constante da Resolução nº 180300.031 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, proferida na sessão de 06/11/2009, complementandoo ao final: "Trata o presente de pedido de restituição e compensação (fls.01 e 02) datado de 16/11/2001, pela Recorrente que é pessoa jurídica constituída sob a forma de cota de responsabilidade limitada, no valor original de Cr$ 7.515.747,00 referente a recolhimentos efetuados indevidamente em virtude da inconstitucionalidade do imposto sobre o lucro líquido ILL, no período de abril a setembro do ano calendário de 1992. Em 26.05.2006, a ora Recorrente foi intimada via postal para ter conhecimento do Despacho Decisório n°. 40/2008, que resolveu reconhecer a homologação da declaração de compensação e indeferir o pedido de restituição, fundamentado nos artigos 156, II, artigo 165 e artigo 168 do Código Tributário Nacional e artigo 74, parágrafos 4o e 5o, da Lei n°. 9430/96, bem como na IN SRF n°. 96/99. Inconformada com a r. despacho decisório de fls. 10 e 11, a ora Recorrente apresentou, em 23/06/2008, manifestação de inconformidade dispondo das seguintes razões: alegou, nos fatos, a questão da declaração da inconstitucionalidade trazida pela Resolução do Senado Federal n° 82, de 19/11/1996, e Instrução Normativa n°. 63, de 25/07/97, defendendo que o marco temporal para a contagem do prazo de restituição do ILL, para as sociedades limitadas, é a data de publicação da IN SRF 63/1997. juntou Jurisprudências sobre a matéria, proferidas pela Quarta e Segunda Câmaras dos Conselhos de Contribuintes Federal; pediu, por fim, a restituição das importâncias de que tratou o pedido de restituição inicial, com base nos recolhimentos indevidos efetuados no ano calendário de 1991 a título de ILL. Diante das razões postas na aludida manifestação de inconformidade, a DRJ 1ª Turma da DRJ/BEL, no acórdão 0111.878, por unanimidade de votos, entendeu pelo indeferimento do pedido de restituição do contribuinte, nos termos constantes da ementa abaixo reproduzida: "ASSUNTO: OUTROS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 1991 IMPOSTO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO ILL. INCONSTITUCIONALIDADE. PRESCRIÇÃO. O prazo para o contribuinte pleitear a restituição de tributo pago indevidamente ou a maior, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário. Solicitação indeferida. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10280.004969/200101 Acórdão n.º 1301002.540 S1C3T1 Fl. 63 3 Ou seja, entendeu a DRJ que "... considerando que o reclamante protocolizou o seu pedido de restituição/compensação em 16/11/2001, conforme carimbo de protocolo aposto na primeira página e na capa do processo, verificase, por ter transcrito o prazo decadencial de cinco anos entre a efetivação dos pagamentos (1992) e a formulação do pedido de restituição, não mais são passíveis de ter conhecido o seu direito creditório, conforme previsto no CTN, artigo 165, inciso I, c/c o artigo 168, inciso I." Tendo tomado ciência do v. acórdão proferido pela Douta Delegacia Regional de Julgamento em 17 de setembro de 2008, tempestivamente, inconformada com o deslinde dado ao seu pleito compensatório apresentou suas razões recursais em sede de recurso voluntário (fls. 28/31) protocolado em 28 de setembro de 2008, de modo que restou substanciado nas razões idênticas da manifestação. A questão cingese no termo a quo para a contagem do prazo de 5 anos para o pleito de restituição de pagamentos de tributos posteriormente declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal, i) se da data do pagamento indevido, ii) se da data da publicação da Resolução do Senado que suspende a eficácia da norma declarada inconstitucional, que, in casu, é a Resolução n°. 82 de 19/11/1996, DOU de 22/11/1996, ou iii) se da data da publicação da Instrução Normativa SRF n° 63 de 24/07/1997, DOU de 25/07/2007. Verifico nos autos que a IN/SRF n°. 63/97 foi publicada em 25/07/1996 e o pedido de restituição pleiteado pela Recorrente foi protocolado em 16/11/2001 (fl. 01) para reaver valores recolhidos a titulo de imposto sobre o lucro líquido ILL no anocalendário de 1991. Sobre o assunto manifestouse a "Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF / Quarta Turma / ACÓRDÃO CSRF/04 00.205 em 14.03.2006. IRRFILL. DECADÊNCIA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. TERMO INICIAL A contagem do prazo decadencial do direito de pleitear a restituição / compensação de tributo pago indevidamente, por declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, iniciase na data do trânsito em julgado da declaração de inconstitucionalidade, em controle concentrado de constitucionalidade, ou a publicação da Resolução do Senado Federal, caso a declaração de inconstitucionalidade tenhase dado em controle difuso de constitucionalidade, ou, ainda, na data da publicação de ato administrativo que estenda os efeitos da inconstitucionalidade a outros beneficiários ". Este é o relatório." No julgamento do processo os membros da 3º Turma Especial da Primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais entenderam que o Imposto sobre o Lucro Líquido na realidade tem natureza de Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Lucro Líquido e declinaram a competência para julgamento do processo, com fundamento no art. 3º, inciso II, do Anexo II, da Portaria nº 256/2009, Regimento do Conselho vigente à época. Veja o que constava do referido dispositivo legal: Art. 3° À Segunda Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF); II Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); Fl. 64DF CARF MF 4 [...] Entretanto, a despeito da fundamentação legal estabelecer a competência da 2ª Seção para julgamento dos processos de IRRF, a competência foi, equivocadamente, declinada para a 3ª Seção: "Nos termos do Anexo II, Titulo I, Capitulo I, artigo 3, II do Regimento deste Conselho, aprovado pela Portaria do Ministro da Fazenda n ° 256/09, por entender que o Imposto sobre o Lucro Liquido na realidade tem a natureza de Imposto Retido na Fonte sobre o Lucro Líquido, declarome incompetente para proceder ao julgamento da matéria, declinando para a 3ª Seção, para o qual o processo deve ser redistribuído." No Despacho de fls. 61, o Presidente da 3ª Seção devolveu os autos à 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento a fim de proceder à correção da Resolução 180300.031, para declinar a competência para a 2ª Seção de Julgamento e não para a 3ª Seção. É o relatório. Voto Conselheira Milene de Araújo Macedo, Relatora Pelos mesmos motivos constantes da Resolução 180300.031, ou seja, por entender que o Imposto sobre o Lucro Líquido na realidade tem natureza de Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Lucro Líquido, com fundamento no art. 3º, inciso II, do Anexo II, da Portaria MF nº 343/2015, declino a competência para a 2ª Seção de Julgamento, para onde o processo deve ser redistribuído. (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo Fl. 65DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.900257/2013-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 13/09/2012
RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO.
Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-003.682
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 13/09/2012 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
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Ausência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Recorrente FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP FUNCAMP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 13/09/2012 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu Pedido de Restituição Eletrônico PER referente a alegado crédito de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 02 57 /2 01 3- 77 Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 3 2 pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF, código de receita 8301 (PIS – Folha de Pagamento). Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Discorre sobre sua condição de imune. Requer que seja declarada como Entidade Beneficente de Assistência Social. Ao analisar o caso, a DRJ em Juiz de Fora (MG), entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 09051.716, com base primordialmente nos seguintes fundamentos: (i) a imunidade das contribuições sociais está sujeita às exigências estabelecidas pela Lei 12.101/2009; (ii) a Recorrente não possui CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social); (iii) o PIS não está abrangido pela imunidade estabelecida no art. 195, § 7º da Constituição Federal; e (iv) a Recorrente está sujeita ao PIS sobre a Folha de Salários e não sobre o Faturamento. Intimado da decisão e insatisfeito com o seu conteúdo, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário através do qual alegou, resumidamente: (i) que o STF já teria pacificado seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, que teve repercussão geral reconhecida; (ii) que a Recorrente atende a todos os requisitos da Lei 12.101/2009 para fins de usufruto da imunidade, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS protocolizado (trata sobre cada um dos requisitos); (iii) que a emissão do CEBAS é um ato administrativo vinculado, constituindo obrigação legal uma vez constatado o atendimento dos requisitos legais para gozo da imunidade; (iv) que a emissão do CEBAS tem caráter declaratório, sendolhe conferidos efeitos retroativos. Requer, ao final, que seja dado provimento ao seu recurso, para fins de deferir o pedido de restituição, por se tratar de instituição imune às contribuições previdenciárias. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.674, de 27 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.900254/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.674): Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante acima narrado, tratase de Pedido de Restituição Eletrônico PER nº 23871.62072.130912.1.2.040241 referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição previdenciária sobre a folha de salários a cargo do empregador, efetuado por meio do DARF no valor original de R$ 42.011,75. Como é cediço, para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte. No caso concreto ora analisado, portanto, há de se verificar se o crédito tributário alegado pelo contribuinte encontrase revestido de tais características, sem as quais o pleito não pode ser deferido. Alega o contribuinte que o seu pleito decorre do seu direito seria líquido e certo ao gozo da imunidade. A DRJ, por seu turno, entendeu de forma diversa, conforme se extrai da passagem do voto a seguir transcrita: A imunidade relativa às pessoas jurídicas que prestam assistência social está prevista nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI instituir impostos sobre:(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. A imunidade prevista no artigo 150 acima transcrito é especifica para impostos não abrangendo às contribuições sociais. Portanto, não alcança o PIS/PASEP –Folha de Salários. A imunidade prevista no artigo 195, § 7º, é específica para contribuições para seguridade social e depende da caracterização da entidade como beneficente Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 5 4 de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei, entre elas a certificação de que trata a Lei 12.101/2009, conforme dispositivos transcritos a seguir: Art. 1o A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas III do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social. (...) Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos (grifo não original) Com base nos atos acima transcritos, que vinculam este colegiado de 1ª instância administrativa, a contribuinte, por não ser detentora do certificado de entidade beneficente de assistência social, não faz jus à imunidade prevista no artigo 195, § 7º, da CF/88, por descumprir exigência contida em lei. Com lastro no artigo 21 supra, não compete à RFB decidir sobre a concessão de certificados de entidade beneficente de assistência social, não tendo força vinculante as decisões judiciais e o posicionamento da doutrina mencionados pela defesa. De modo que, o pedido, para que seja declarada como Entidade Beneficente da Assistência Social, com força substitutiva do registro e da certificação de que trata o art. 21 da Lei nº 12.101/2009, não pode ser atendido no âmbito desse colegiado. A contribuinte impetrou o mandado de segurança nº 2007.61.05.0129681, junto à 2ª Vara Federal de Campinas, que atualmente tramita no TRF 3º Região, com sentença proferida reconhecendo o direito à imunidade prevista no art. 195, 7º, da CF/88, no tocante à Cofins, desde que cumpridos os requisitos do art. 14 do CTN e os deveres instrumentais acessórios estabelecidos pela legislação fiscal. Portanto, mantida a exigência do certificado de entidade beneficente de assistência social para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. Concordo com a conclusão a que chegou a DRJ no trecho acima, por entender que não restou comprovada a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte. Embora a Recorrente tenha protocolizado pedido de emissão do CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social) desde 18/12/2013, é certo que este pedido ainda não foi deferido, encontrandose atualmente na situação de "encaminhado". E sendo esta emissão um requisito essencial ao gozo da imunidade pleiteada, nos termos do que determina a Lei nº 12.101/2009, não há como se entender que o crédito tributário objeto da presente demanda seja líquido e certo. Notese que o art. 29 da referida lei dispõe que fará jus à isenção a entidade beneficente certificada. Ademais, como bem destacou a DRJ em sua decisão, a análise quanto ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei n. 12.101/2009 e a consequente concessão do Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 6 5 CEBAS não é de competência da Receita Federal do Brasil, ou mesmo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Nesse contexto, ainda que o ato administrativo de concessão do CEBAS seja plenamente vinculado, e que os seus efeitos sejam declaratórios, conferindolhe aplicação retroativa, tais fatores não afastam a necessidade de que haja a análise quanto a tal pleito por parte da autoridade competente. Sendo assim, não há como se deferir o pleito do contribuinte de restituição apresentado, por faltarlhe certeza e liquidez. De outro norte, importante ainda que se analise o segundo fundamento da decisão recorrida, que assim dispôs: Ainda que a contribuinte fosse detentora de tal certificado, o entendimento da administração tributária é que o PIS/PASEP não está abrangido pelo artigo 195 da Carta Magna, sendo devido o seu recolhimento na forma da lei. No caso vertente, o crédito pretendido decorre de pagamento de PIS/PASEP – Folha de Salários. Cabe, então, observar o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei. (...) Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios: I da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; II da Educação, quanto às entidades educacionais; e VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 7 6 X a Organização das Cooperativas Brasileiras OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. [...].” [Grifei]. Por sua vez, os mencionados arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, assim dispõem1: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.18949, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: [...] Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º A isenção a que se refere este artigo aplicase, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. [...] § 3º Às instituições isentas aplicamse as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts. 13 e 14. Nesse sentido, o Decreto nº 4.527, de 17 de dezembro de 2002, ao regulamentar a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral, assim dispõe: Art. 9º São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13): [...] III instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; [...] Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 8 7 Art. 46. As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17): I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e [...] Art. 50. A base de cálculo do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários mensal, das entidades relacionadas no art. 9º, corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados. [...].” [Grifei]. Portanto, considerando as normas legais supracitadas e que a contribuinte se declara imune em razão da atividade por ela exercida (atividades de apoio à educação – exceto caixas escolares), não há incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o faturamento. Entretanto, é devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88. Assim, diante da ausência de certeza do crédito pleiteado, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório que indeferiu a restituição pretendida. Sobre este ponto, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário que o STF já pacificou seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, publicado em 04/04/2014, que teve repercussão geral reconhecida. Da análise do referido julgado, extraise que o STF chegou à seguinte conclusão: A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do art. 195, § 7º, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADIN 2.2085. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preencherem os requisitos do art. 55, da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP º 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 9 8 Ou seja, o STF concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não se submetem ao regime tributário disposto no art. 13, IV da MP n. 2.15835/2001, por fazerem jus à imunidade do art. 150, § 7º, da CF/88. E como restou conferida à tese ali assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc, tal entendimento deverá ser observado por este Conselho, por força do que dispõe o Regimento Interno deste Conselho, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverãoser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Com base no entendimento do STF expresso no RE 636.941/RS, há de se reconhecer, portanto, a insubsistência da conclusão constante da decisão recorrida no sentido de seria "devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88". Contudo, para que se possa concluir pela aplicação do julgado do STF ao caso vertente, seria necessário verificar se a Recorrente se enquadra como entidade beneficente de assistência social e se atende os requisitos legais dispostos na legislação pertinente. Ocorre que, consoante anteriormente apontado, o pedido de concessão da CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), um dos requisitos para o gozo da imunidade, ainda não foi deferido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10830.900257/201377 Acórdão n.º 3301003.682 S3C3T1 Fl. 10 9 quem compete analisar o atendimento dos requisitos dispostos na legislação pertinente (art. 14 do CTN, art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98, e Lei nº 12.101/2009). É válido destacar, inclusive, que o STF, ao julgar o RE 636.941/RS tratou expressamente desta certificação, concluindo que "a definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade". É o que se infere da passagem a seguir transcrita, extraída do voto do Ministro Luiz Fux, relator do mencionado RE: Pela análise da legislação, percebese que se tem consagrado requisitos específicos mais rígidos para o reconhecimento da imunidade das entidades de assistência social (art. 195, § 7º, CF/88), se comparados com os critérios para a fruição da imunidade dos impostos (art. 150, VI, c, CF/88). Ilustrativamente, menciono aqueles exigidos para a emissão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, veiculados originariamente pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, ora regulados pela Lei nº 12. 101/2009. A definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, qual seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. Com efeito, a jurisprudência da Suprema Corte indicia a possibilidade de lei ordinária regulamentar os requisitos e normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades de educação ou assistência (aspectos subjetivos ou formais). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 178DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.935223/2009-88
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 04 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
DECADÊNCIA - COMPENSAÇÃO
Conta-se a partir da data do trânsito em julgado da decisão judicial o prazo de cinco anos para que o sujeito passivo exerça administrativamente o direito reconhecido pelo Poder Judiciário.
Recurso provido.
Numero da decisão: 3402-004.609
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
assinado digitalmente
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Carlos Augusto Daniel Neto e Pedro Sousa Bispo.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 DECADÊNCIA COMPENSAÇÃO Contase a partir da data do trânsito em julgado da decisão judicial o prazo de cinco anos para que o sujeito passivo exerça administrativamente o direito reconhecido pelo Poder Judiciário. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Carlos Augusto Daniel Neto e Pedro Sousa Bispo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 52 23 /2 00 9- 88 Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10680.935223/200988 Acórdão n.º 3402004.609 S3C4T2 Fl. 150 2 Por bem descrever os fatos e atos processuais adoto o relatório da r. decisão, vazado nos seguintes termos: Tratase de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório, documento de fls. 30, emitido eletronicamente em 07/10/2009, referente ao PER/DCOMP n° 16364.85217.140808.1.7.045904 (fls.72/78). A Declaração de Compensação foi gerada pelo programa PER/DCOMP, tendo sido transmitida em 14/08/2008, com o objetivo de reconhecer o direito creditório correspondente a Pagamento Indevido ou a Maior efetuado em 15/08/2002, para compensar os débitos discriminados no referido PER/DCOMP. De acordo com o Despacho Decisório, analisadas as informações prestadas, não foi homologada a compensação declarada, em virtude do decurso do prazo de cinco anos entre a data de transmissão do PERD/DCOMP e a data de arrecadação do DARF. Diante do exposto, a compensação declarada no referido PER/DCOMP NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: Art. 165 e 170, da Lei n° 5.172, de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificado do Despacho Decisório em 20 de outubro de 2009, o interessado apresentou manifestação de inconformidade na qual salientou a sua tempestividade e alegou: não procede a conclusão do despacho, pois o crédito utilizado para compensação, originário de pagamento a maior de Cofins no período de julho de 2002, o foi dentro do prazo estabelecido no art. 168,1, do CTN; o DARF em questão decorre do recolhimento no valor de R$ 2.415.390,62, realizado em 15/08/2002; a Manifestante veio a ser eximida judicialmente do pagamento da Cofins resultante da base imponível ampliada; tal decisão do STF transitou em julgado em 03/02/2006; a Manifestante, de acordo com o art. 26, da IN/SRF n° 600/2005, efetuou compensação de parte do montante do crédito apurado, referentes aos recolhimentos efetuados a maior nos últimos 5 (cinco) anos anteriores, valendose, para tanto, do Programa PER/DCOMP; em relação aos recolhimentos anteriores, tomou as medidas judiciais para pleitear o reconhecimento do seu direito à habilitação e posterior restituição ou compensação; em 27/04/2007, realizou compensação do crédito de pagamento a maior realizado em 15/08/2002, no valor de R$ 1.393.024,04, com débitos do IRPJ, do 1º trimestre/ 2007, no montante de R$ 2.483.761,86, por meio do PER/DCOMP original 28382.60142.270407.1.3.045595; no entanto, em junho/2008, verificou que o débito do IRPJ, do I o trimestre/2007, na verdade, era de R$ 915.817,67; Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10680.935223/200988 Acórdão n.º 3402004.609 S3C4T2 Fl. 151 3 assim, em face da compensação realizada A MAIOR, emitiu, em 09/07/2008, o PER/DCOMP retificador de n° 32120.33855.090708.1.7.045485, fazendose expressa referência ao original de n° 28382.60142.270407.1.3.045595; com relação ao novo saldo credor apurado (no valor de R$ 631.464,06), esse foi utilizado parcialmente para nova compensação de débitos do IRRF, por meio do PER/DCOMP de n° 15003.46834.090708.1.3.047388, novamente fazendose referência ao original de n° 28382.60142.270407.1.3.045595 (nessa compensação novo saldo a compensar foi gerado, no valor de R$ 247.911,35); no entanto, nesse último PER/DCOMP, embora se referisse ao original, não foi feita referência de que se tratava de PER/DCOMP retificador; a empresa, então, emitiu novo PER/DCOMP retificador, em 14/08/2008, sob o n° 16364.85217.140808.1.7.04 5904 (o qual é o objeto do Despacho Decisório, ora contestado); por fim, o saldo credor dessa compensação foi utilizado para nova e última compensação com débitos de IPI, por meio do PER/DCOMP de n° 24334.00812.150708.1.3.041794, novamente fazendose referência ao original de n° 28382.60142.270407.1.3.045595; sendo assim, o Despacho Decisório deve ser revisto, porque: (i) a utilização dos créditos reconhecidos efetivouse dentro do prazo legal previsto no art. 168,1, do CTN, pois afinal o pagamento se deu em 15/08/2002 e a emissão do PER/DCOMP original, do qual se originaram os novos saldos credores posteriormente, se deu em 27/04/2007; (ii) a emissão dos PER/DCOMP posteriores somente se deu em razão da revisão dos débitos compensados; (iii) tratandose de pagamento a maior e conforme pacífica jurisprudência do STJ, o prazo para pleitear a compensação ou restituição é DE 5 (CINCO) ANOS, contados da data de homologação do lançamento, ainda que tácita; e (iv), por último, tratandose de indébito decorrente da declaração de inconstitucionalidade de norma legal, o prazo prescricional apenas teria se iniciado na data do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF, em 03/02/2006; A DRJ/BHE (fls. 91/96), em 13/09/2011, julgou improcedente a manifestação de inconformidade ao fundamento que se passaram mais de cinco anos entre o pagamento repetível e o envio da DCOMP referida, sendo o termo fatal, em consequência, o dia 15/08/2007. Não resignada, a empresa recorreu (fls. 112/136) a este Colegiado, em síntese repisando os termos do articulado em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator. A questão trazida ao nosso conhecimento diz respeito, exclusivamente, se a PERDCOMP a que se refere os autos foi apresentada ou não dentro do prazo decadencial, ou seja, uma prefacial de mérito. Fato inconteste que o trânsito em julgado do mandamus interposto pela empresa no qual saiu vencedora com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF do art. 3º, Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10680.935223/200988 Acórdão n.º 3402004.609 S3C4T2 Fl. 152 4 § 1º, da Lei 9.718/98, ocorreu em 03/02/2006. E a PERDCOMP em análise foi enviada/transmitida em 14/08/2008, portanto um pouco mais de 2 anos após o trânsito em julgado do MS 1999.38.00.0173560. E a jurisprudência deste CARF na hipótese de ação judicial entende que o prazo para eventual repetição de indébito lastreado em ação judicial tem como dies a quo a data do trânsito em julgado daquela. Vejase: REPETIÇÃO/COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS FINANCEIROS RECONHECIDOS JUDICIALMENTE. PRESCRIÇÃO. O direito à repetição/compensação de créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, reconhecido por meio de decisão judicial, prescreve em 5 (cinco anos contados da data do trânsito em julgado da respectiva ação judicial. Acórdão 3301001.701, de 30/01/2013. DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. Contase a partir da data do trânsito em julgado da decisão judicial o prazo de cinco anos para que o sujeito passivo exerça administrativamente o direito reconhecido pelo Poder Judiciário. Acórdão 2101002.172, de 17/04/2013. Assim, quando do envio da PERDCOMP tal prazo ainda não havia escoado, o qual ocorreria somente em 03/02/2011. CONCLUSÃO Ante o exposto, dou provimento ao recurso para declarar que a PERDCOMP 16364.85217.140808.1.7.045904 foi enviada dentro do prazo decadencial. Contudo, fica resguardada à autoridade local da RFB conferir, a seu critério, a liquidez e certeza do crédito compensado, eis que o mesmo não foi objeto de análise. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire relator Fl. 152DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16561.720087/2015-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Aug 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Data do fato gerador: 31/03/2010
REDUÇÃO DE CAPITAL. ENTREGA DE BENS E DIREITOS DO ATIVO AOS SÓCIOS E ACIONISTAS PELO VALOR CONTÁBIL. SITUAÇÃO AUTORIZADA PELOS ARTS. 22 DA LEI Nº 9.249 DE 1995. PROCEDIMENTO LÍCITO.
Os arts. 22 e 23 da Lei nº 9.249, de 1995, adotam o mesmo critério tanto para integralização de capital social, quanto para devolução deste aos sócios ou acionistas, conferindo coerência ao sistema jurídico: o art. 23 prevê que a pessoa física transfira à pessoa jurídica, a título de integralização de capital social, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração ou de mercado; o art. 22, que os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, também oderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado.
REDUÇÃO DE CAPITAL. ENTREGA DE BENS E DIREITOS DO ATIVO AOS SÓCIOS E ACIONISTAS PELO VALOR CONTÁBIL. ALIENAÇÃO POSTERIOR DESTES BENS.
O fato dos acionistas efetuarem a redução do capital social, visando a subsequente alienação de suas ações a terceiros, tributando o ganho de capital na pessoa jurídica situada no exterior, não caracteriza a operação de redução de capital como simulação.
Numero da decisão: 1201-001.809
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: EVA MARIA LOS
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2010 REDUÇÃO DE CAPITAL. ENTREGA DE BENS E DIREITOS DO ATIVO AOS SÓCIOS E ACIONISTAS PELO VALOR CONTÁBIL. SITUAÇÃO AUTORIZADA PELOS ARTS. 22 DA LEI Nº 9.249 DE 1995. PROCEDIMENTO LÍCITO. Os arts. 22 e 23 da Lei nº 9.249, de 1995, adotam o mesmo critério tanto para integralização de capital social, quanto para devolução deste aos sócios ou acionistas, conferindo coerência ao sistema jurídico: o art. 23 prevê que a pessoa física transfira à pessoa jurídica, a título de integralização de capital social, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração ou de mercado; o art. 22, que os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, também oderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. REDUÇÃO DE CAPITAL. 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Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima. Relatório Trata o processo dos autos de infração de págs. 1.535/1.579, relativos a fato gerador em 03/08/2010, que exigem: R$16.040.978,33 de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, relativo a Omissão de Receita não Operacional/Ganho de Capital; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, R$5.776.912,20, reflexo da infração descrita; as autuações foram no regime do lucro presumido, conforme opção do contribuinte; foi aplicada multa de ofício 150%. Os procedimentos de fiscalização e as autuações estão descritos no Termo de Verificação Fiscal (TVF), págs. 1.562/1.576. 2. Foram responsabilizados solidariamente, com base legal no art. 135 do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966: a. Juan Guillermo Insua , CPF 008.394.88998; b. Diego Luis Piatti, CPF 229.992.06844; c. Adolfo Jose Pagliarulo, CPF 009.217.07908; d. José Julião Terbai Junior, CPF 357.029.40997; e. Antonio Pasquali, CPF 004.298.30025. 3. Cientificados, o contribuinte e os responsáveis solidários apresentaram impugnações que foram objeto do Acórdão nº 0654.648, em 02 de maio de 2016, da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Curitiba/PR DRJ/CTA, págs. 3.703/3.730, nos seguintes termos: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2010 DECADÊNCIA. Tratandose de lançamento por homologação e não estando caracterizada a existência de dolo, fraude ou simulação, o termo inicial da contagem do prazo decadencial de cinco anos é a data da ocorrência do fato gerador, se houver pagamento antecipado sem prévio exame da autoridade administrativa. Inexistindo pagamento antecipado, o termo inicial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Fl. 3763DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 4 3 SIMULAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. Não é possível sustentar a afirmação de que houve simulação em determinado negócio quando os documentos juntados aos autos não trazem a convicção de que o referido negócio não foi real. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Exonerado Acordam os membros da Ia Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, não acatar a preliminar de decadência e no mérito julgar a impugnação procedente, cancelando o crédito tributário exigido. 4. A DRJ/REC recorreu de ofício, dado o cancelamento de R$54.544.726,33 de IRPJ, CSLL e respectivas multas. 5. O contribuinte foi cientificado em 27/05/216; Juan Guillermo Insua em 28/05/2016; Diego Luis Piatti em 24/06/2016; Adolfo Jose Pagliarulo em 24/06/2016; José Julião Terbai Junior, em 27/05/2016; Antonio Pasquiuali em 27/05/2016, págs. 3.737/3.748. 6. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional confirmou em 26/11/2016, ter tomado ciência do Acórdão DRJ/CTA, pág. 3.752. 7. Não foram interpostos Recursos Voluntários e tampouco a PFN se manifestou. Voto Conselheira Eva Maria Los, Relatora 8. O recurso de ofício da DRJ se refere à acusação fiscal de que a alienação que gerou ganho de capital, foi, na realidade efetuada pela Autuada e não por suas acionistas, Wibra S/A e Codine S/A, a quem a Autuada havia entregado as ações que detinha na Latinoamericana (objeto da alienação) , devido a redução de capital. 1 O Relatório Fiscal, descrevendo as razões da autuação. 9. Transcrevo a seguir o relatório da autuação fiscal, elaborado pela DRJ/CTA, com base no TVF: "3. A ação fiscal iniciouse em 15/04/2015, conforme Termo de Intimação Inicial de folhas 091 a 093, e teve como escopo o exame da "... negociação concluída em 25/08/2010, conforme, contrato de compra e venda (arqs. 11, 12, 13 e 64) quando a COMPANHIA DE PARTICIPAÇÕES EM CONCESSÕES S/A (CNPJ 09.367.702/000182), doravante conhecida por CPC, adquiriu a participação acionária da empresa LATINO AMERICANA RODOVIAS PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS S/A (CNPJ 02.896.104/000151) novamente, chamada de Latinoamericana, que detinha parte da participação acionária na empresa RODOVIA INTEGRADAS DO OESTE S/A (CNPJ N 03.497.792/000140) doravante SPVIAS junto a fiscalizada COBRA CONSTRUÇÕES S/A (CNPJ 02.806.624/000126), de agora em diante COBRA, a fiscalizada". 4. Mais especificamente, a autuação referese à "... transferência das ações da sociedade LATINOAMERICANA, à época parcialmente detidas pela COBRA para pessoas jurídicas sediadas no exterior (precisamente WIBRA S/A e CODINEX S/A, localizadas no URUGUAI), ocorrida no Fl. 3764DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 5 4 desenvolvimento da negociação de venda da LATINOAMERICANA para a CPC, com objetivos claros de economizar tributos na ordem de 19% ou seja, de 34% (pessoa jurídica) para 15% (pessoa juridicamente sediada no exterior)... 5. Nesse sentido, inicialmente a empresa foi intimada a apresentar "... cópia do contrato de compra e venda da controlada LATINO AMERICANA RODOVIAS PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS S/A (doravante Latinoamericana) (CNPJ 02.896.104/000151), ocorrida no anocalendário de 2010, da qual a fiscalizada figurava como detentora de 20% de participação, além da informação sobre a data inicial das negociações, apresentação de comprovantes do recebimento da venda efetuada, esquema qontábil completo do evento (apuração do ganho de capital) e extrato bancário onde figura o valor recebido". Além disso, foram solicitados outros documentos relativos ao caso. 6. Em resposta datada de 12/06/2015 a contribuinte informa não possui informações relativas a compra e venda da Latinoamericana pelo motivo de que a mesma não fez parte da negociação, informando também "... que a transferência da participação detida na Latinoamericana se deu através da redução de capital social da COBRA, em maio de 2009, nos moldes do que estabelece o artigo 173 da Lei n. 6404/76, finalizando com apresentação das atas societárias tanto da fiscalizada como aquelas que ainda possuía da Latinoamericana ". 7. Entretanto, a contribuinte apresentou outros documentos solicitados, quais sejam: atas societárias da fiscalizada, atas societárias da Latinoamericana. Livro de Transferência de Ações Nominativas, Registro no SISBACEN, informações da CPC. 8. Com relação às atas das assembléias gerais ordinárias e extraordinárias da COBRA, a fiscalização destacou o seguinte: • Nas atas de assembléias Gerais Extraordinárias e de reunião de acionistas da COBRA, datadas de 05/03/2009, 23/06/2009, 15/07/2009, 27/07/2009, 10/03/2010, 06/04/2010, 03/05/2010, 28/07/2010 e 23/09/2010 constam a indicação de que os sócios são as empresas sediadas no Uruguai WIBRA S/A (CNPJ: 05.711.268/000155) e CODINEX S/A (CNPJ: 05.686^651/000109). • Na AGE de 28/07/2010 é citado como fato relevante a transformação de sociedade anônima para sociedade limitada. • Nas AGEs de 10/03/2010, 06/04/2010 e 03/05/2010 foram definidos os valores de dividendos a distribuir para os sócios WIBRA S/Ae CODINEX S/A. • Na AGE de 29/05/2009, foi registrada a redução de capital da COBRA, motivado pelo julgamento dos sócios de que era excessivo o capital para a atividade, citando o artigo 173 da Lei 6.404/76 como base legal, no valor de R$ 4.259.474,00, restituindo a cada um dos sócios (WIBRA S/A e CODINEX S/A) o valor de RS 2.129.737,00 correspondente a 2.100.000 ações ordinárias, devidamente avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, na data base de 30/04/2009 (artigo 248 da Lei 6.404/76). A restituição mencionada se concretizou com a Transferência das ações da LATINOAMERICANA, que naquele momento pertenciam à COBRA, no percentual de 20%. 9. Já em relação às atas de assembléias ordinárias e extraordinárias da Latinoamericana, a Autoridade Fiscal registra os seguintes pontos: • Na 18a AGO de 30/04/2009 foi apreciado o relatório da diretoria e as demonstrações financeiras, mas destacase nesta ata que os sócios eram as empresas Jose Cartellone Conctrucciones Civilles S/A (sediada na Argentina), CODI DO BRASIL S/A (antigo nome da COBRA, a fiscalizada), Carlos Roberto Nunes Lobato, Paulo Femando Billes Goetze, José Julião Terbai Júnior (CPF 357.029.40997), Adolfo José Pagliarulo (CPF 009.217.07908), Hilário Carlos Mogliano, Juan Guilheiino Insua (CPF 008.394.88998). Esclareçase que: Carlos Roberto e Paulo Fernando detinham 6,5% cada um de participação na Latinoamericana: o Sr. Juan Guilheiino Insua era o representante da Wibra S/A no Brasil: e o Sr. Diego Luiz Piatti (CPF 229.992.06844) representava a Codinex. • Na ata de reunião do conselho de administração de 04/10/2010 foram ratificadas as deliberações tomadas na AGE da SPVIAS (CNPJ 03.497.792/000140) realizada em 03/08/2010 e autorizados atos a serem praticados pela Companhia para implementação das operações previstas no contrato de compra e venda celebrado em 25/08/2010, que tinha por objeto a compra e venda da totalidade das ações de emissão da companhia (no caso Fl. 3765DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 6 5 LATINOAMERICANA), incluindo assinatura do distrato do acordo de acionistas, termo de transferência de ações da SPVIAS, livro de presença de acionistas da SPVIAS, atas societárias gerais, canas de renúncias dos administradores e outorga de quitações, entre outras atividades. 10. De acordo com a fiscalização, "... até 30/04/2009 a fiscalizada era detentora de 20% de participação na LATINOAMERICANA e que naquela ocasião já havia, a tempos, negociação para a renda da (sic) destas ações, até porque o preço da aquisição já vinha sendo negociado até a sua definição, que ocorreu em 18/03/2010, quando contratualmente se estabeleceu a correção pelo índice CDI do preço alinhavado, até a efetiva assinatura do contrato de compra e venda e outras avenças celebrado em 25/08/2010''. Apesar disso, em resposta à intimação, a empresa informou que "... a transferência das participações detidas na LATINOAMERICANA se deu através da redução de capital, em maio de 2009 nos moldes do que estabelece o art 173 da Lei 6.404/76". 11. Como forma de comprovar tal situação, a empresa "... apresentou a ata propriamente mencionada (AGE de 29/05/2009) e Registro de Transferência de Ações nominativas da Latinoamericana, onde se registra a transferência efetiva das ações da Latinoamericana para as empresas sediadas no Uruguai com data de 27/09/2009'\ conforme quadro abaixo: DATA CEDENTE CESSIONÁRIO QUANTIDADE 28/07/2007 GOETZE LOBATO PAULO GOETZE 208.000 28/07/2008 GOETZE LOBATO CARLOS LOBATO 207.987 04 03/2009 CAR. DO BRASIL JOSE. C. C. CIVILES 12.015.715 05/03/20091 CODI BRASIL COBRA 4.199.980 1 27/09/2009 COBRA WIBRA S/A 2.100.000 2 27/09/2009 COBRA CODINEX S/A 2.100.000| 2 1A CODI DO BRASIL TEVE SUA RAZÃO SOCIAL ALTERADA PARA COBRA CONSTRUÇÕES LTDA (a fiscalizada) 2 REDUÇÃO DF CAPITAL COM TRANSFERÊNCIA DE AÇÕES NOMINATIVAS DA COBRA PARA WIBRO E CODINEX (URUGUAIAS) 12. Assim. "... em 27/09/2009 foi definitivamente consolidada a transferência das ações da Latinoamericana pertencentes à Cobra para a Wibro e Codinex, como restituição do capital da Cobra, motivada pela redução de capital em função do julgamento dos sócios de que havia excessivo valor aplicado na COBRA ". 13. Com relação aos registros do Banco Central do Brasil há uma remessa de RS 25.859.578,18 para cada um dos sócios (Wibra e Codinex) com as seguintes características: a) ações vendidas = 2.100.000 b) investimento = R$ 1.182.333,31 c) patrimônio liquido declarado = 31/07/2010 = R$ 26.232.247,52 d) valor liquido remetido = R$ 25.859.578,18 14. Tendo a adquirente CPC (COMPANHIA DE PARTICIPAÇÕES EM CONCESSÕES S/A) sido intimada sobre em que momento as negociações para aquisição das ações da Latinoamericana se iniciaram, esta respondeu que: "Após longo período de negociação (desde 2006), foi realizado o desejo antigo da compradora na SP VIAS tendo sido realizado contatos e negociações por meio de diversos interlocutores ao longo dos anos, culminando com a celebração do contrato de compra e venda em 25/08/2010". Nesse ponto, lembra a Autoridade Fiscal que a Latinoamericana possuía 26,55% das ações de emissão da SP VIAS. 15. Continuando a resposta, a empresa CPC informou que: "Localizamos nos arquivos das empresas do Grupo CCR as seguintes copias de cartas relativas à existência do nosso interesse na aquisição da SPVIAS". · "Em 09/2006, oferta não vinculante, datado de 18/09/2006, referente à participação de 53,1% na SPVIAS, com possibilidade de se estudar a oferta a outros acionistas. Aquisição não concretizada". · "Em 08/2008, nova oferta não vinculante para a aquisição de participação na SP VIAS, encaminhada via email a representante do banco de investimentos Merril Lynch, de 05/08/2008, também não concretizada". Fl. 3766DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 7 6 · "Em 12/2009, nova oferta nãovinculante, de 04/12/2009 conforme carta encaminhada via email para intermediário de contratado por nós para representar na negociação. A partir dessa última oferta, as partes ainda negociaram por praticamente um ano até a formalização dos contratos de compra e venda, em 08/2010, tendo ainda existido a necessidade da compra junto a dois grupos de vendedores distintos". Esclarece a Fiscalização que os dois grupos de vendedores distintos referemse à aquisição de 100% das ações da LATINOAMERICANA, que detinha 26,55% das ações da SPVIAs/e à aquisição de 100% de cada uma das empresas Vialco, Multivias, Planova e Holding G4, detentoras, em conjunto, de 73,45% das ações da SPVIAS, por conta de acordo de acionistas da SPVIAS, acordo este que precisou ser feito distrato. 16. Para uma melhor compreensão, no quadro abaixo "... é possível ver claramente a intenção da contribuinte de fugir à tributação como pessoa jurídica no Brasil para ser tributado como pessoa jurídica no exterior, pois enquanto transcorriam as negociações, o contribuinte passou a executar o planejamento, com revestimentos de legalidade". PERÍODOS DESCRIÇÃO SOCIOS DA LATINOAMERICANA 2006 PRIMEIRO CONTATO PARA NEGOCIAÇÃO CODI DO BR. 2008 SEGUNDO CONTATO PARA NEGOCIAÇÃO CODI DO BR. ATÉ 27/09/09 LIVRO DE TRANSFERÊNCIA DE AÇÕES LATINOAMERICANA COBRA APOS 27/09/09 TRANSF. AÇÕES LATINOAMERICANA PARA EXTERIOR WIBRA/CODINEX 04/12/2009 APROXIMAÇÃO DO ACORDO DE NEGOCIAÇÃO WIBRA/CODINEX 18/03/2010 DEFINIÇÃO DO VALOR DE AQUISIÇÃO W1BRA/COD1NEX 25/08/2010 ASSINATURA DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA WIBRA/CODINEX 17. Assim, as pessoas jurídicas do exterior eram efetivamente as sócias da COBRA nas sequências de negociação de venda da LATIONAMERICANA, mas não eram sócias diretas da LATINOAMERICANA. 18. No quadro acima "... é possível constatar que a posse das ações da LATIONAMERICANA passou de uma pessoa jurídica nacional (COBRA) para pessoas jurídicas residentes no exterior (WIBRA S/A e CODINEX S/A) ". 19. A contribuinte "... então sócia da LATINOAMERICANA tevê seu capita/ reduzido, tendo como contrapartida a devolução, através do repasse das ações da LATINOAMERICANA para os sócios pessoas jurídicas residentes no exterior (ata societária de 29/05/2009), consumado com o registro no livro de transferência de ações da LATINOAMERICANA em 27/09/2009, ou seja, 4 meses após a deliberação escriturada em ata e 2 meses antes da nova proposta da CPC quando o negócio estava em vias de ser realizado". Nesse momento, segundo a Fiscalização, "... se materializou a evasão tributária, considerando que a negociação já tinha sido efetivada com a CPC, somente restando a celebração do contrato de compra e venda e a transferência das ações da LATINOAMERICANA para os mencionados novos sócios (CPC) ". 20. Com essa movimentação societária, "... o imposto de renda (15%) e a contribuição social (9%) que incide sobre o ganho de capital na pessoa jurídica nacional se transformou somente em imposto de renda (15%) sobre o ganho de capital das pessoas jurídicas residentes no exterior, configurando um planejamento tributário abusivo para redução ilícita do valor tributável". 21. Sobre a alienação propriamente dia, "O contrato de compra e venda de ações e outras avenças, celebrado em 03/08/2010, apresentava como comprador a COMPANHIA DE PARTICIPAÇÃO EM CONCESSÕES S/A (CPC) e como vendedores os JOSE CARTELLONE CONSTRUCCIONES CIVILES S/A, WIBRA S/A, CODINEX S/A e as pessoas físicas de PAULO FERNANDO BILLES GOETZE E CARLOS ROBERTO NUNES LOBATO, sendo que Wibra S/A e Codinex S/A apareceram somente a partir da AGE DE 29/05/2009 e em 27/09/2009 no livro de transferência de ações, deixando como intervenientes anuentes as empresas RODOVIAS INTEGRADAS DO OESTE S/A (SPVIAS), LATINOAMERICANA, porém como vimos, as negociações se iniciaram muito antes da concretização do contrato de compra e vendas datado de 25/08/2010, precisamente a partir de 2006". 22. O capital da LATINOAMERICANA era composto de 21.000.000 ações nominativas, das quais 4.200.000 passaram da COBRA para a Wibra (2.100.000) e para a Codinex (2.100.000), sendo que a Fl. 3767DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 8 7 Latinoamericana detinha 21.244.988 ações ordinárias nominativas, que representavam 26,55% do capital social e votante, da SPVIAS. 23. No referido contrato, no item "definições", "... é citado que: 'aprovação ARTEP significa a aprovação oficial por transferência de ações da Rodovias (SPVIAS) detidas indiretamente pelos vendedores e das ações Rodovias, direta e indiretamente pelos demais detentores de ações da Rodovias para o comprador'. O que significa dizer que no próprio contrato de compra e venda estabelece que a SPVIAS é indiretamente detida pelos vendedores, por conta da presença da Wibra e da Codinex como vendedoras e não a Cobra, que efetivamente era a real vendedora, não fosse a descaracterização procedida para transferência das ações para as empresas uruguaias". 24. Já a cláusula 4.3 estabelece que: "... b) que o comprador pagará(?) a cada vendedor, o valor correspondente ao preço de compra alocado aplicável a tal vendedor, excluindo a parte do sinal que tiver sido depositado nesta data na conta de deposito do sinal, corrigido pela variação pro rata de 100% do CDI desta data até a data do fechamento, e menos o valor retido que lhe couber, considerando a dedução de R$ 13.822.369,00 (valor antes da correção) multiplicado pelos percentuais individuais indiretos, o qual será pago pelo comprador por conta 1 e ordem dos vendedores, diretamente ai BBITAÚ". 26. Ainda sobre o referido contrato, este "... estipulara o preço de R$ 1.289.548372,00 (equivalente a R$ 342.375.692,00 quando aplicado 26,55% de participação da LATINOAMERICANA), valor este definido em 18/03/2010, que se refere a aquisição de 100% da SPVIAS e isto faz parte do acordo de acionistas da SP Vias, onde o fechamento somente de daria quando 100% das ações da SPVIAS fosse adquirida pela CPC e dentre as cláusulas destacase as seguintes"'. • "Na cláusula 3.1.1 do contrato de compra e venda determina que o valor da SPVIAS seria corrigido "pro rata die" em 100% do CDI, a partir de 18/03/2010, o que significa dizer que o valor da aquisição foi fixado nesta data". • "Com a pre\isão de correção em 100% doCDI (Certificado de depósito Interbancário publicado via site CETIPO) o valor da comissão do Itau/BBA do preço total de compra passou de R$ 1.289.548.372,00 para RS 1.335.733,181,96, e por decorrência a parte da aquisição da LATINOAMERICANA, passou de RS 342.375.692,00para RS 354.637.159,81, correspondente a 26,55% de participação que era detida pela LATINOAMERICANA na SPVIAS". • "Consta dentre as cláusulas de fechamento do contrato, o item 6.2.d, onde os vendedores se comprometem a assinar o livro de transferência de ações nominativas da LATINOAMERICANA até a data de seu efetivo pagamento". 27. Segundo a Autoridade Fiscal "O planejamento executado tinha a intenção de reduzir a tributação sobre o ganho de capital, significando que, ao invés de calcular tributos a 34% (IRPJ + CSLL no caso de pessoa jurídica, optouse por transferir as ações para pessoa jurídica residentes no exterior, onde a tributação é inferior, ou seja, 15% (IRPF) ". 28. Registrese "... que a WIBRA e a CODINEX eram sócias da COBRA e não da LATINOAMERICANA, fato que somente aconteceu, conforme registro de transferência de ações em 27/09/2009, portanto detinham parcialmente de forma indireta participação na LATINOAMERICANA, indicando que o planejamento previa o trânsito dos valores por país cuja tributação é favorecida (Uruguai) ". 29. Mencionese novamente a "... resposta de intimação da CPC onde está claramente registrado que a negociação vinha de anos anteriores, até o desfecho ocorrido em 25/08/10, logo, houve tempo suficiente para dar caráter de uma transação normal, para ocultar o ilícito e abusivo planejamento tributário realizado", o que é comprovado pelas seguintes situações: "A CPC vinha negociando com as quatro pessoas jurídicas sócias da SPVIAS desde 2006. Em 2009 já começaram as negociações definitivas para aquisição das empresas ". "O próprio contrato determina a correção do valor acordado a partir de 18/03/2010 até o dia 25/08/2010 quando foi efetivamente concretizada a aquisição. Assim, como em setembro de 2009 foi feita a transferência das ações da LATINOAMERICANA para os chamados os sócios uruguaios, indicação clara que a alteração.societária se processou durante negociação e próximo ao desfecho do acordo firmado (18/03/2010) e a concretização do negócio (25/08/2010)". Fl. 3768DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 9 8 "O anexo 3.1 do contrato de compra e venda, que tem o nome de 'participações individuais' cita com propriedade e claramente a distribuição de participações individuais indiretas onde é definido para cada um dos sócios suas respectivas parcelas dentro do percentual de 26,55% correspondente à participação na SPVIAS. Isto significa dizer que se eram indiretas e de fato eram, não poderiam ser os vendedores das ações da LATINOAMERICANA e sim a, fiscalizada (COBRA)". "Vale mencionar que através das documentações levantadas, no curso deste procedimento, a realização de redução do capital da COBRA, com a devolução aos sócios do valor relativo às ações da LATINOAMERICANA, pelo valor contábil não logrou apuração de ganho de capital". Assim, para que se pudesse alegar que de fato os vendedores foram a WIBRA e a CODINEX, as documentações pertinentes foram revestidas de legalidade, mas num exame mas atento, fica comprovado que o único objetivo foi mesmo a economia tributária, ou seja, de novo, ao invés de 34% de tributos na pessoa jurídica da COBRA tributaram apenas 15% aplicados no caso de pessoas jurídicas residentes no exterior. 30. Considerando que a contribuinte, no anocalendario 2010. apresentou declaração de imposto de renda pelo lucro presumido, a apuração do ganho de capital é demonstrada no quadro a seguir: VENCEDORES VALOR D.E VENDA DESCONTO VALOR CUSTO GANHO DE CONF CONTRATO ATUALIZADO ITAU BBA LÍQUIDO LATINO AMERICANA CAPITAL WIBRA 35.463.710,64 372.669,34 35.091.041,30 2.997.084,64 32.093.956,66 CODINEX 35.463.710,64 372.669^4 35.091.041,30| 2.997.084,64 32.093.956,66 SUBTOTAL 70.927.421,28 745.338,68 70.182.082,60 5.994.169,29 64.187.913,31 J. CANELLONE 237.606.000,01 2.496.884,98 235.110.015,03 20.080.470,38 215.029.544,65 PAULO 23.051.419,26 242.235,15 22.809.184,11 1.948.105,64 20.861.078.47 CARLOS 23.051.419,26 242.235,15| 22.809.184,11 1.948.105,64 20.861.078.47 TOTAIS 354.637.159,81 3.726.693,96 350.910.465,85 29.970.850,94 320.939.614,91 31. Em relação ao "... balanço de incorporação de 31/22/2010, onde a CPC capitalizou a empresa Vialco Concessões, cedendo as ações não somente da LATINOAMERICANA, como também as ações que a MULTIVIAS, HOLDING G4 e PLANOVA detinham na SPVIAS, apurouse os seguintes números": DESCRIÇÃO VALORES INVESTIMENTOS 30.696.904,24 AGIO 323.264.988.27 TOTAL 353.961.892,51 32. Segundo a Fiscalização "A diferença que se observa entre o valor base para apuração do ganho de capital e o valor contabilizado (RS 350.910.465,85 e RS 353.961.892,51) retrata o valor da comissão paga ao Itau/BBA descontado do valor da compra efetivamente paga, acrescido de valores relativos a equivalência patrimonial aplicada no período entre agosto e dezembro de 2010". 33. O custo (patrimônio líquido) "... da LATINOAMERICANA foi coletado do balanço da própria empresa vendida, com fechamento em 21/08/10, seguindo determinação constante da cláusula I das definições do contrato de compra e venda e outras avenças que assim é reproduzido: 'Demonstrações financeiras do fechamento da companhia referidos no artigo 176 da lei das Sociedades Anônimas onde a no último dia do mês imediatamente anterior ao mês do fechamento (25/08/2010), caso o fechamento ocorra na segunda quinzena'". 34. Dessa forma, foi tributado o valor de R$ 64.187.913,31." Fl. 3769DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 10 9 2 Impugnação. Mérito. 10. O contribuinte em sua impugnação, argumentou o seguinte: 11. A Autuada foi constituída em 01/09/1998, por duas empresas sediadas na Argentina que, posteriormente, transferiram as ações para suas subsidiárias uruguaias: Wibra S/A e Codinex S/A (última denominação); estas (sócias da Autuada), em 29/01/1999, passaram a integrar também o quadro social da Latinoamericana e, em 31/12/2000, transferiram esta participação para a Autuada. 12. A Latinoamericana é parte do consórcio para administração de rodovias no Estado de São Paulo de nome Rodovias Integradas do Oeste S/A SPVIAS. 13. Em 09/2006, a ora Compradora, Companhia de Concessões Rodoviárias CCR, então denominada Companhia de Participações em Concessões S/A CPC, formulou proposta à Latinoamericana para aquisição de sua participação na SPVIAS, que não foi não aceita. 14. Em 22/03/2007, a Autuada associouse a outras empresas para constituir a Bioenergética Vale do Paracatu S/A Bevap e associouse ainda a terceiros para outras atividades (esquema, pág. 1.921). 15. Em 23/04/2008 (após tratativas em 28/12/2007) as sócias da SPVIAS contrataram o banco Merryl Lynch para buscar compradores para a SPVIAS no mercado, mas todas propostas foram rejeitadas e o contrato rescindido. 16. Em 14/05/2009, a Bevap obteve empréstimo do BNDES, que exigiu que as sócias da Bevap afiançassem a dívida. A Wibra e a Codinex decidiram permanecer atuando no Brasil de forma conjunta, apenas na Bevap; para os demais investimentos em comum, decidiram agir de forma independente e, por isso, deliberaram em 29/05/2009 a redução do capital da Autuada, recebendo, de forma proporcional à sua participação no capital da Autuada, as ações da Latinoamericana que a Autuada detinha. A Impugnante não foi extinta, seja porque subsistia o interesse de WIBRA e CODINEX na sua existência como forma de viabilizar uma atuação conjunta na BEVAP, seja porque tal extinção seria impossível, dada a condição da Impugnante de fiadora do empréstimo da BEVAP perante o BNDES, já referida acima. 17. Retornaram assim à configuração societária anterior a 31/12/2000, em que a Wibra e Codinex eram sócias diretas na Latinoamericana (não se pode deixar de observar que, dessa forma, ao contrário do argumento para a redução de capital, continuaram a atuar em conjunto na Latinoamericana). 18. Em 01/09/2009, os sócios da SPVIAS contrataram o Banco Itaú BBA para nova tentativa de oferecer a empresa ao mercado. 19. Em 04/12/2009, a Compradora fez nova oferta de aquisição da SPVIAS e a negociação evoluiu; em 03/08/2010 a sócias da (consórcio) SPVIAS (entre as quais se incluía a Fl. 3770DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 11 10 Latinoamericana) decidiram pela venda; em 18/03/2010 foi celebrado contrato com fixação do preço de compra a ser reajustado até a data do pagamento. 20. Aduz que, em 31/08/2012, a Wibra e Codinex deliberaram nova redução de capital da Autuada, recebendo de forma proporcional à sua participação no capital, as ações da Caminhos do Paraná, que esta detinha. 21. Afirma que ambas reduções de capital visaram desfazimento dos laços que uniam a Wibra e Codinex, no Brasil, excetuada a Bevap, onde continuaram a atuar conjuntamente. 22. Assevera que: Contudo, como resulta claramente da cronologia que se acabou de fazer, não há qualquer vínculo entre as operações, sendo certo que a redução de capital antecedeu o início das negociações que culminaram na venda das ações devolvidas aos acionistas da Impugnante. Impossível, assim, falarse em planejamento tributário, a menos que se atribua à Impugnante o dom da previsão do futuro. Ademais, ainda que de planejamento se tratasse, este seria perfeitamente compatível com a legislação brasileira, tal como interpretada pelo CARF. Seja como for, não há falar em fraude, porquanto todos os atos foram praticados de forma explícita, tendo sido publicados na imprensa oficial e oportunamente registrados perante todas as autoridades competentes, inclusive o Banco Central do Brasil. 23. Assevera que a redução de capital foi justificada por razões empresariais outras, que eram o interesse de a Wibra e Codinex se manterem juntas na Bevap e a exigência do BNDES de a Autuada figurar como fiadora do empréstimo, o que determinou a manutenção da existência Autuada, mesmo depois da devolução das ações da Latinoamericana. 24. Rechaça que detivesse "participação indireta", pois a Wibra e a Codinex já detinham as ações da Latinoamericana, quando assinaram o contrato de venda; também se o país sede fosse outro que não o Uruguai, a alíquota brasileira de 15% seria a mesma, não havendo tributação favorecida. 25. Argumenta que, se tivesse havido planejamento tributário, este seria válido, pois o CARF reconhece a validade da devolução de capital, antes da venda de participação acionária, a fim de mitigar o fardo tributário sobre o ganho obtido, e cita acórdãos. 3 Análise. 26. O esquema à pág. 1.921, explicita a estrutura societária em que se encontrava inserida a Latinoamericana, cuja venda das ações é objeto da autuação. a. As sócias da Autuada são a Wibra S/A e a Codinex S/A. b. A Autuada, por sua vez é sócia da Bevap e de outros. c. A Autuada, junto com Cartellone, Paulo Goetze, Carlos Lobato, é sócia de Latinoamericana. Fl. 3771DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 12 11 d. O Consórcio SPVIAS é composto pela Latinoamericana, G4, Planova e Multivias. 27. O esquema à pág. 3.772, elaborado pela DRJ, detalha a estrutura societária em que se encontrava inserida a Latinoamericana, cuja venda das ações é objeto da autuação: 3.1 HISTÓRICO. 28. Docs. 4 e 5, págs. 1.976/1.995, confirmam ter sido a Autuada constituída, em 1998, com o objeto social de projeto e construção de obras civis, obras de infraestrutura e construção pesada, sinalização rodoviária, sistemas de automação, equipamentos, compra e venda de materiais de construção, participação em outras sociedades entre outros; constam como sócias a Wibra (53%) e a Codinex (47%), desde 08/06/2000. 29. Doc 6, págs. 1.996/2.006, sócias da Latinoamericana de Rodovias Empreendimentos e Participações S/A,: José Cartellone Construcciones Civiles S/A (10%), CODI S/A (depois Codinex) (10%), Wibra (10%), Goetze Lobato Engenharia Ltda (10%) e Docs. 4 e 5, págs. 1.976/1.995, confirmam ter sido a Autuada constituída, em 1998, com o objeto social de projeto e construção de obras civis, obras de infraestrutura e construção pesada, sinalização rodoviária, sistemas de automação, equipamentos, compra e venda de materiais de construção, participação em outras sociedades entre outros; constam como sócias a Wibra (53%) e a Codinex (47%), desde 08/06/2000. 30. Doc 6, págs. 1.996/2.006, ingressam como sócias da Latinoamericana de Rodovias Empreendimentos e Participações S/A: José Cartellone Construcciones Civiles S/A (10%), CODI S/A (depois Codinex) (10%), Wibra (10%), Goetze Lobato Engenharia Ltda (10%) e pessoas físicas; doc. 7, págs. 2.007/2.025, em 2000, a Codinex (então Codi) e a Wibra, transferem as ações da Americalatina, para a Wisa Codi do Brasil Ltda ( que é a Autuada) Fl. 3772DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 13 12 31. Págs. 2.026/2.030, em 18/09/2006, oferta da Compradora dirigida a duas das acionistas do consórcio, a Multivias Participações S/A e a Latinoamericana, de aquisição de ações de propriedade de ambas na SPVIAS: 26,55% do capital a SPVIAS de propriedade da Multivias e 26,55% da Latinoamericana, propondo estender a oferta aos demais acionistas da SPVIAS. 32. Doc 09, págs. 2.031/2.045, a Bevap é constituída em 22/03/2007, com o objeto social de atividades agroindustriais especialmente no ramo sucroalcooleiro; sócios: Plamin, Vialco, CCI, NF Motta, Telar, Jotagê, Cartellone do Brasil, a Autuada (com 4,832%), Goetze Lobato, Pedro Dias. 33. Docs 11 e 12, págs. 2.075/2.118, Carta 58/2009 BNDES, em 26/03/2008, à Bevap e Banco do Brasil requerendo informações sobre a implantação e detalhando as condições para a operação de crédito; as garantias exigidas são, além de garantias reais, fiança dos intervenientes, entre os quais a Autuada, na qualidade de devedores solidários e principais pagadores de todas obrigações; e decisão Carta 58/2009 BNDES, 19/01/2009, Concessão de colaboração financeira. 34. Doc. 17, págs. 2.152/2.162, Proposta de Assessoria Financeira em 01/09/2009, pelo Itaú BBA, para as sócias da SPVIAS e a SPVIAS, de assessoria financeira em potencial transação estratégica envolvendo a alienação, reorganização e/ou associação de suas participações societárias na SPVIAS, com eventuais terceiros interessados. 35. Docs. 14 e 15, Págs. 2.119/2.151, Ata AGE Cobra (Autuada), 29/05/2009, Redução de Capital, devolvendo ações da Latinoamericana às suas sócias Wibra e Codinex; DOE publicação redução de capital. 36. Doc. 10, págs. 2.046/2.071, em 28/12/2007, as sócias da Rodovias Integradas do Oeste S/A SPVIAS: a Autuada, CCI, Multivias, Planova, NF Motta, Vialco, Serve, Coveg,e a SPVIAS, contrataram a Merrill Lynch de Investimentos S/A, para prestar consultoria na análise, estruturação, negociação e consumação de uma possível Alienação ou uma Oferta Pública e Alienação; págs. 2.072/2.074; em 09/06/2009, formalização da resiliação ou desfazimento do contrato, por não concretização do objeto contratual. 37. Doc. 18, págs. 2.163/2.184, versão para assinatura do contrato de venda da das ações SPVIAS, em 18/03/2010, pelos acionistas Planova, Vialco, Multivias, CCI, NF Motta, Serve, Coveg e Latinoamericana, detentoras em conjunto de 100%, pelo valor de R$1.350.000.000,00, reajustado até a data do pagamento. 2.1 A Compradora adquirirá dos Vendedores (a) 100% (cem por cento) das ações representativas do capital social da Sociedade, diretamente e/ou por meio da aquisição de ações/quotas representativas do capital social de sociedades holdings detidas integralmente pelos Vendedores, as quais, na data de assinatura dos Contratos Definitivos, deterão exclusivamente ações representativas do capital social da Sociedade ("Holdings", também identificadas no Anexo D, e (b) 100% (cem por cento) do capital social total e votante de sociedade empregadora dos profissionais atuantes na operação da Sociedade e anteriormente vinculados, até sua transferência à sociedade empregadora, a consórcios ou empresas que sejam Afiliadas dos Vendedores ("Sociedade Empregadora") ("Aquisição"), todas livres e desembaraçadas de quaisquer ônus ("Participações"). 38. A acusação fiscal é de que a redução de capital, mediante devolução para as acionistas Wibra e Codinex, das ações da Latinoamericana pela Autuada foi simulada, a fim de Fl. 3773DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 14 13 que a incidência da tributação sobre o ganho de capital auferido recaísse nas empresas situadas no exterior, menos gravosa do que se incidisse sobre a Autuada, empresa sediada no Brasil. 39. Simulação: Código Civil Brasileiro, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós datados. § 2o Ressalvamse os direitos de terceiros de boafé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. 40. Primeiramente cabe analisar se a redução de capital e devolução aos sócios foi de acordo com a legislação, Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976: Art. 173. A assembléiageral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgálo excessivo. § 1º A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida à deliberação da assembléiageral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento. § 2º A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os direitos correspondentes às ações cujos certificados tenham sido emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição. Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e 107, a redução do capital social com restituição aos acionistas de parte do valor das ações, ou pela diminuição do valor destas, quando não integralizadas, à importância das entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a publicação da ata da assembléiageral que a tiver deliberado. § 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os credores quirografários por títulos anteriores à data da publicação da ata poderão, mediante notificação, de que se dará ciência ao registro do comércio da sede da companhia, oporse à redução do capital; decairão desse direito os credores que o não exercerem dentro do prazo. § 2º Findo o prazo, a ata da assembléiageral que houver deliberado à redução poderá ser arquivada se não tiver havido oposição ou, se tiver havido oposição de algum credor, desde que feita a prova do pagamento do seu crédito ou do depósito judicial da importância respectiva. § 3º Se houver em circulação debêntures emitidas pela companhia, a redução do capital, nos casos previstos neste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em assembléia especial. 41. No caso, o motivo informado foi capital social excessivo para a atividade, e conforme docs. 14 e 15, págs. 2.119/2.151 e doc. 16, págs. 2.440/2.443 (telas Sisbacen) foram Fl. 3774DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 15 14 seguidos os procedimentos legais, não havendo oposição de credores ou debenturistas (que não existiam) à redução, que foi efetivada, tendo sido a decisão pela redução, em 29/05/2009; os bens foram avaliados pelo valor contábil. 42. Diz o art 22 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995: "Os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado.", portanto, a devolução de capital investido pelos acionistas poderá se dar mediante entrega de bens avaliados pelo valor contábil, que foi o caso. 43. As ações da Latinoamericana haviam sido conferidas pela Wibra e Conatex e, com a devolução, retornaram às mesmas; a operação é legal e cumpriu os trâmites legais, não havendo o que se falar em simulação. 44. A venda das ações da SPVIAS pela Latinoamericana, se deu de forma indireta, isto é, mediante a venda das ações da própria Latinoamericana, em 18/03/2010, tendo as negociações para este fechamento se iniciado em 04/12/2009, posteriormente à redução de capital. 45. Por outro lado, é evidente que as sócias da SPVIAS já há tempos tinham em mente a alienação das ações da mesma, dado firmaram contrato com a Merrill Lynch em 28/12/2007, e com o Itaú BBA em 01/09/2009, rescindido aquele. 46. Dessa forma, é evidente que a intenção de alienação vinha desde pelo menos 28/12/2017, data bem anterior à redução de capital pela Autuada. 47. O cerne da questão a ser analisado é se a devolução para as sócias residentes no exterior, Wibra e Conatex, das ações da Latinoamericana se tratou de planejamento tributário legítimo, ou abusivo. 48. O contribuinte se socorreu de jurisprudência do próprio CARF, para pleitear tratar se de planejamento tributário perfeitamente legal: Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO Data da publicação: 28/03/2014 Nº Acórdão 1301001.302 Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo relator (...) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/08/2007 REDUÇÃO DE CAPITAL. ENTREGA DE BENS E DIREITOS DO ATIVO AOS SÓCIOS E ACIONISTAS PELO VALOR CONTÁBIL. SITUAÇÃO AUTORIZADA PELO ARTIGO 22 DA LEI Nº 9.430 DE 1996. PROCEDIMENTO LÍCITO. Os artigos 22 e 23 da Lei nº 9.249, de 1995, adotam o mesmo critério tanto para integralização de capital social, quanto para devolução deste aos sócios ou acionistas, conferindo coerência ao sistema jurídico. O artigo 23 prevê a possibilidade das pessoas físicas transferir a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital social, Fl. 3775DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 16 15 bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração ou pelo valor de mercado. O artigo 22, por sua vez, prevê que os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. Ademais, o fato dos acionistas planejarem a redução do capital social, celebrando contratos preliminares de que tratam os artigos 462 e 463 do Código Civil, visando a subsequente alienação de suas ações a terceiros, tributando o ganho de capital na pessoa física, se constitui em procedimento expressamente previsto no direito brasileiro. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo relator. 49. Ainda outras decisões foram em igual sentido: Nº Acórdão 1402001.477 Data da sessão 09/10/2013 Data da publicação: 14/11/2013 Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto apresenta declaração de voto. Ementa(s) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2007 REDUÇÃO DE CAPITAL. ENTREGA DE BENS E DIREITOS DO ATIVO AOS SÓCIOS E ACIONISTAS PELO VALOR CONTÁBIL. SITUAÇÃO AUTORIZADA PELO ARTIGO 22 DA LEI Nº 9.249 DE 1995. PROCEDIMENTO LÍCITO.Os artigos 22 e 23 da Lei nº 9.249, de 1995, adotam o mesmo critério tanto para integralização de capital social, quanto para devolução deste aos sócios ou acionistas, conferindo coerência ao sistema jurídico.O artigo 23 prevê a possibilidade das pessoas físicas transferir a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital social, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração ou pelo valor de mercado.O artigo 22, por sua vez, prevê que os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. Quando os bens, tanto na integralização quanto na devolução de participação no capital social, forem entregues/avaliados por montante superior ao que consta da declaração da pessoa física ou valor contábil da pessoa jurídica, a diferença a maior será tributada como ganho de capital (Inteligência dos artigos 22, § 4º e 23, § 2º, da Lei nº 9.249, de 1995).Não seria lógico exigir ganho de capital quando os bens e direitos fossem entregues pelo valor de mercado na integralização de capital social e não se admitir a devolução destes, aos acionistas, pelo valor contábil. INTERESSE PROTEGIDO E NORMA INDUTORA DE COMPORTAMENTO.É juridicamente protegido o procedimento Fl. 3776DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 17 16 levado a efeito pelas Companhias e seus acionistas por meio do qual se devolve a estes, pelo valor contábil, bens e direitos do ativo da pessoa jurídica (art. 22, caput, da Lei nº 9.249, de 1995). Diante do fato de que o acesso a recursos junto ao mercado financeiro, de que necessitam as empresas, está ligado, em parte, ao capital social das Companhias, a regra que permite a devolução da participação acionária pelo valor contábil, sem que isto implique em custo tributário ao titular dos recursos, se constitui em norma indutora de comportamento que tem por finalidade aumentar o capital social das empresas, garantindo a devolução destes aos sócios acionistas, pelo valor contábil, sem exigência de tributação neste ato. Ademais, o fato de os acionistas planejarem a redução do capital social, celebrando contratos preliminares de que tratam os artigos 462 e 463 do Código Civil, com cláusulas suspensivas, visando a subsequente alienação de suas ações a terceiros, tributando o ganho de capital na pessoa física, se constitui em procedimento expressamente previsto no direito brasileiro. No caso concreto, não se pode confundir os contratos preliminares feitos entre os titulares das ações e o contrato definitivo que foi o instrumento que materializou e conferiu validade e eficácia na transação feita entre os titulares das ações e a empresa adquirente. Por fim, em que pese a autuação invocar o contrato preliminar datado de 3/8/2007 para imputar responsabilidade à empresa POLPAR, esta sequer figurou como parte ou anuente no referido instrumento e tampouco recebeu o produto da venda que foi entregue, mediante crédito em conta, aos titulares das ações. Recurso Voluntário Provido. 50. E ainda: RECURSO VOLUNTARIO Data da sessão: 05/03/2013 Data da publicação 04/04/2013 Nº Acórdão 1402001.341 Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto que dava provimento parcial para deduzir da exigência o imposto pago pelas pessoas físicas. (...) Ementa(s) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2007 DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS. INOCORRÊNCIA NAS REDUÇÕES DE CAPITAL MEDIANTE ENTREGA DE BENS OU DIREITOS, PELO VALOR PATRIMONIAL A PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI 9.249/1995. Constitui propósito negocial legítimo o encadeamento de operações societárias visando a redução das incidências tributárias, desde que efetivamente realizadas antes da ocorrência do fato gerador, bem como não visem gerar economia de tributos mediante criação de despesas ou custos artificiais ou fictícios. A partir da vigência do art. 22 da Lei Fl. 3777DF CARF MF Processo nº 16561.720087/201512 Acórdão n.º 1201001.809 S1C2T1 Fl. 18 17 9.249/1995 a redução de capital mediante entrega de bens ou direitos, pelo valor patrimonial, não mais constituiu hipótese de distribuição disfarçada de lucros, por expressa determinação legal. Recurso Provido. 51. Resumindo e concluindo, a redução de capital efetuada, mediante devolução às sócias Wibra e Codinex, das ações da Latinoamericana, pelo valor contábil. é autorizada pelos arts. 22 da lei nº 9.249 de 1995, portanto o procedimento foi lícito; e a jurisprudência do CARF é no sentido de que o fato de as pessoas jurídicas Wibra e Codinex, visavam a subsequente alienação de suas ações a terceiros, tributando o ganho de capital na pessoa jurídica situada no exterior, não caracteriza a operação de redução de capital como simulação. 3.2 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. RESPONSABILIZAÇÕES SOLIDÁRIAS. 52. À vista do voto no sentido de negar o recurso de ofício, descabe a análise. 4 Conclusão. Voto por negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 3778DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.722572/2012-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Aug 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007,2008,2009,2010,2011
AÇÃO JUDICIAL AJUIZADA POSTERIORMENTE À INTERPOSIÇÃO DO RECURSO.
"Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." (Súmula CARF nº1)
Numero da decisão: 2202-004.068
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por concomitância com ação judicial.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa- Presidente.
(Assinado digitalmente)
Júnia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Márcio Henrique Sales Parada, Rosy Adriane da Silva Dias, Denny Medeiros da Silveira, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Martin da Silva Gesto e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007,2008,2009,2010,2011 AÇÃO JUDICIAL AJUIZADA POSTERIORMENTE À INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." (Súmula CARF nº1)
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por concomitância com ação judicial. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa- Presidente. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Márcio Henrique Sales Parada, Rosy Adriane da Silva Dias, Denny Medeiros da Silveira, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Martin da Silva Gesto e Fernanda Melo Leal.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1491; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 573 1 572 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11516.722572/201200 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202004.068 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 06 de julho de 2017 Matéria Imposto de Renda Pessoa Física IRPF Recorrente GAIZITO HAERBERT LUIZ NUERNBERG Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007,2008,2009,2010,2011 AÇÃO JUDICIAL AJUIZADA POSTERIORMENTE À INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." (Súmula CARF nº1) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por concomitância com ação judicial. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Márcio Henrique Sales Parada, Rosy Adriane da Silva Dias, Denny AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 25 72 /2 01 2- 00 Fl. 573DF CARF MF 2 Medeiros da Silveira, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Martin da Silva Gesto e Fernanda Melo Leal. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto, resumidamente, o relatório elaborado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC (fls. 455/485): DO LANÇAMENTO1 Tratase de Auto de Infração (AI) decorrente de ação fiscal levada a efeito contra a contribuinte, no qual foi apurado imposto de renda pessoa física no valor de R$ 56.655,35, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora, cujo valor consolidado em 02/10/2012 corresponde a R$ 112.768,44, referente aos anoscalendário 2007, 2008, 2009,2010 e 2011, conforme Auto de Infração e Demonstrativos às fls. 365 a 385. Mostra o Auto de Infração que o lançamento fiscal decorreu da omissão de rendimentos recebidos da pessoa jurídica Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC) – CNPJ 83.599.191/000187, nos seguintes valores (...) Relata a autoridade fiscal que o Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (IPREV) enviou cópia de processos administrativos instaurados com o objetivo de apurar possíveis irregularidades na concessão de aposentadorias por invalidez de servidores da ALESC. No que concerne ao contribuinte a comissão daquela autarquia previdenciária descreveu que foi aposentado por invalidez no ano de 1982, por ser portador de cardiopatia grave (CID 402, revisão de 1965) e que reavaliado pela Junta Médica Oficial da Gerência de Perícia Médica da Secretaria da Administração do Estado de Santa Catarina,restou constatado que apresenta capacidade laborativa, não restando comprovado o quadro incapacitante que originou a aposentadoria. Narra que a Presidência do IPREV suspendeu o benefício previdenciário, com remessa dos autos à ALESC para fins de revisão do ato de aposentadoria. Cita a autoridade fiscal a matéria jornalística publicada no Diário Catarinense no dia 04/10/2011, dando conta da participação do contribuinte na Maratona Caixa de Santa Catarina, disputada nas ruas de Florianópolis no dia 02/10/2011, em que com 63 anos de idade correu os 10 quilômetros em 1h3m24s, surpreendente para um aposentado por cardiopatia grave, ficando em 9º colocado na classificação final para sua categoria, conforme cópias da matéria que junta (fls. 353 e 354). DA IMPUGNAÇÃO Fl. 574DF CARF MF Processo nº 11516.722572/201200 Acórdão n.º 2202004.068 S2C2T2 Fl. 574 3 Tempestivamente foi apresentada impugnação por intermédio de procurador (fls. 396 a 427), com documentos anexos (fls. 428 a 450), nos termos em síntese a seguir deduzidos. 1. Da aposentadoria Relata que foi aposentado por invalidez, cujo processo administrativo teve início em atestado médico indicando a doença que estava cometido e que foi confirmada pela junta médica da ALESC e posteriormente pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCESC). Discorre sobre os fatos que levaram a instauração do processo administrativo levado a efeito pelo IPREV, que considera não ter competência para investigar irregularidade em concessão de aposentadoria pela ALESC, porém, aduz que a aposentadoria continua vigente por decisão judicial no Mandado de Segurança nº 2012.0428889, arrolando o provimento judicial liminar favorável. Considera ilegal o lançamento fiscal em que a Receita Federal do Brasil (RFB) entendeu de forma contraditória, que a perícia médica realizada tinha o condão de desconstituir a isenção. Considera nula exigência fiscal nas premissas que está amparado em decisão judicial que mantém a aposentadoria, persistindo a isenção e, não possuir o IPREV competência para proceder investigação de aposentadoria. A autoridade fiscal arrolou a legislação que trata dos requisitos para isenção do imposto de renda (Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988) e, diante dos fatos que indicaram não estar presente a moléstia grave apta ao benefício fiscal, foi solicitado à fonte pagadora (ALESC) cópia dos comprovantes de rendimentos nos anos aqui referidos, sobre os quais efetuou o lançamento fiscal. Cita que reclassificou os rendimentos de aposentadoria, antes informados como isentos, nas Declaração de Ajuste Anual dos anoscalendário 2007 a 2011, para tributáveis de aposentadoria, percebidos de pessoa jurídica. 2. Da higidez da aposentadoria Tece considerações sobre isenção tributária, citando doutrinadores. Reforça que, sendo beneficiário da aposentadoria por invalidez, perdura a isenção, não havendo obrigação tributária. Diz que, ainda que se considerasse válida a perícia médica, tal fato por si só não poderia ensejar cancelamento da isenção, citando jurisprudência. Frisa a incompetência do IPREV para apurar irregularidade no âmbito do Poder Legislativo, cuja atribuição aduz ser do TCESC e Ministério Público. Fl. 575DF CARF MF 4 Considera que, ante a discussão administrativa e judicial acerca do fato que ensejou o lançamento fiscal, não poderia o tributo ser lançado, conforme disposição do art. 62 do Decreto nº 70.235/72 e, portanto, ilegal a lavratura fiscal. 3. Da perícia médica Aponta irregularidades na perícia do IPREV em que só havia uma pessoa sem identificação e não uma Junta Médica, como entende deveria ocorrer, citando parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM), que trata de composição de junta por três membros. Discorda do procedimento médico adotado e que somente um profissional atendeu o paciente, mas os laudos periciais foram assinados por diversos profissionais, que arrola; que considera haver infração ao Código de Ética Médica. Discute lotação dos médicos que assinaram o laudo, aduzindo que somente o Dr. Nicolau Heuko Filho pertence ao quadro da Gerência Médica (GEPEM), discorrendo sobre a situação funcional dos demais médicos e respectivas lotações, e considera viciada e nula a perícia realizada. Considera arbitrária a desconsideração da documentação que resultou na sua aposentadoria em 1982, realçando aspectos relacionados a falta de documentos em arquivos informados pela ALESC. Fala que mesmo tendo por base os laudos periciais contestados, diz ter direito à isenção, resumindo que a perícia médica não classificou a gravidade da doença ensejadora de isenção e mesmo porque não incitada para tanto, pelo que considera haver suficiente prova documental da presença da moléstia incapacitante isentiva, devendo o lançamento ser anulado. 4. Da inexistência do devido processo legal para a perda do benefício fiscal Aduz que a Receita Federal agiu em afronta aos arts. 5º, II, LIV, e 37, caput, da Constituição Federal, ao entendimento de que não houve instauração de processo administrativo específico para a perda da isenção, tendo de pronto lavrado o lançamento fiscal, sem a prévia oitiva. Narra que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) firmou entendimento de que para a cassação do benefício fiscal, necessária se faz a observância dos princípios da ampla defesa e contraditório, bem como no mesmo sentido o Supremo Tribunal Federal, conforme decisões que colaciona. 5. Da prescrição/decadência Argumenta que o ato ora impugnado se contrapõe a outro ato pretérito (aposentadoria), que ocorreu há mais de 30 anos (1982), aduzindo que decorridos mais de cinco anos, houve a perda do direito de investigar, nos termos do art. 54 da Lei nº 9.784/99, citando decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). Fl. 576DF CARF MF Processo nº 11516.722572/201200 Acórdão n.º 2202004.068 S2C2T2 Fl. 575 5 Reforça que a documentação anexada prova que o impugnante está aposentado há mais de 30 anos por invalidez e, sem a observância do regular processo, descobre que teve a isenção cancelada e contra si lançado débito, cuja origem decorre de um ato juridicamente perfeito e acabado, que não pode ser anulado, face a prescrição, citando decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 6. Da presunção de legitimidade dos atos administrativos Perquire que, se não bastasse os argumentos expendidos, agiu a ALESC e a Receita Federal em ilegalidade ao cancelar ato administrativo pretérito, sem observância do outro praticado em período pretérito, cuja presunção é de legitimidade e, até prova em contrário, a ser apurada no devido processo legal, temse pela veracidade do ato que decidiu pela aposentadoria e a conseqüente isenção por moléstia grave, à época constatado por junta médica. Tem que, sem adentrar no mérito das irregularidades da perícia do IPREV, laudo pericial produzido no decorrer do processo, por si só, não tem o condão de produzir efeitos fora dos autos. Que qualquer ato praticado pela Receita Federal baseado na suposta reversão da aposentadoria, já afastada, encontrase eivado de nulidade, justificando o seu cancelamento. 7. Da desnecessidade de comprovação dos sintomas da doença para continuidade do benefício fiscal Aduz que, mesmo que tivessem sido realizados exames clínicos, a ausência de novos laudos não autoriza o Fisco revogar o benefício fiscal e proceder a cobrança tributária de contribuintes até então isentos em períodos pretéritos ou futuros, citando jurisprudência do STJ. Fala que seria improcedente eventual alegação do Fisco de que para fins fiscais deveria se submeter a periciais médicas periódicas, como determina a Lei Complementar Estadual nº 412/08, uma vez que tal lei não trata de isenção de imposto de renda, mas de regime previdenciário e, ademais, em matéria de imposto de renda a competência para legislar é privativa da União. Argumenta a desnecessidade de se comprovar os sintomas da doença para continuidade do benefício fiscal; que a Lei nº 7.713/88 não exige necessidade de comprovação periódica de doença para manutenção da isenção; que não havendo previsão legal para tanto, não se pode cancelar a isenção, sob pena de ferimento aos princípios dos arts. 150, I e 153, III, da Constituição Federal. Por estar comprovado que foi aposentado por moléstia grave, com direito à isenção do IRPF, tem que o lançamento fiscal é Fl. 577DF CARF MF 6 ilegal, devendo ser cancelado, sob pena de se socorrer das vias judiciais. 8. Da prova documental A respeito das provas documentais, não obstante estar ciente de que o ônus probatório da eventual desconstituição do ato de aposentadoria seja da parte interessada, narra que as aposentadorias por invalidez foram alvo de investigação por meio da Ação Popular nº 023.96.0059549. Que o ato de aposentadoria foi homologado há aproximados 30 anos e que em seu poder poucos documentos ainda existem, tendo sido na época toda a documentação fornecida à ALESC; que os documentos foram entregues à ALESC naquela época e que, se esta não mais os possui, não há como se responsabilizar os aposentados. Que diligenciou informalmente junto à ALESC a obtenção de cópia do seu processo administrativo, sendo surpreendido com a resposta de que não mais possuía a documentação em seu poder, face ao tempo decorrido. Não obstante isso, formalizou pedido de cópia integral, pelo que requer que eventuais documentos fornecidos sejam apresentados a qualquer tempo, tanto os advindos da ALESC, quanto os médicos e instituições de saúde e IPREV. 9. Do dever da ALESC em recolher o tributo Considera que o dever de recolher o tributo é da ALESC, citando dispositivos do Código Tributário Nacional (CTN) – arts. 43 e 121 – e Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) – arts. 717 e 722, pelo que não pode impelido a pagar o tributo diretamente, ou ao menos, exigência de juros e multa, bem como ante a ausência de prévio processo administrativo que aponte a sua culpa pelo não recolhimento do imposto. 10. Do Estatuto do Idoso Alega que Estatuto do Idoso é clara no sentido de que devem ser consideradas as limitações inerentes à idade do idoso pela sociedade, nesta incluída a Administração Pública, pelo que entende deve ser anulado o lançamento fiscal, posto que, dentre os argumentos dispostos, o flagrante desrespeito ao impugnante, pessoa idosa. 11. Dos pedidos finais Por fim requereu a nulidade do lançamento fiscal, com fundamento no art. 62 do Decreto nº 70.235/72, ante a preexistência de processos administrativo e judicial, debatendo a matéria, dentre as quais a impugnada, posto que a cobrança tributária em comento é conseqüência da investigação questionada nas vias administrativa e judicial. Pretende o cancelamento da exigência fiscal com suporte na ausência de motivação que a originou, uma vez que persiste a moléstia que ensejou a isenção. Fl. 578DF CARF MF Processo nº 11516.722572/201200 Acórdão n.º 2202004.068 S2C2T2 Fl. 576 7 A produção de provas pericial, documental e testemunhal; juntada posterior de documentos advindos da ALESC; prazo para alegações finais; e a improcedência da exigência fiscal. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis negou provimento à Impugnação em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 IRPF. ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. REQUISITOS. O benefício da isenção do imposto de renda, no caso de moléstia grave, pressupõe a presença dos requisitos objetivos da comprovação da doença e serem os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma ou pensão. ISENÇÃO. RECONHECIMENTO. INTERPRETAÇÃO LITERAL. Por expressa disposição legal, interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE MULTA. Por expressa disposição legal, no lançamento de ofício incide multa de 75%, sem permissivo para o servidor público deixar de aplicála, sob pena de ultrapassar os limites legais de sua competência. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Incidem juros e taxa Selic nos créditos tributários não recolhidos nos prazos estabelecidos na legislação. IRRF. RESPONSABILIDADE. PRAZO. Após a data prevista para a entrega da declaração de ajuste anual, no caso de pessoa física, ou, após a data prevista para o encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual, no caso de pessoa jurídica, for constatado que não houve retenção do imposto, o destinatário da exigência passa a ser o contribuinte, a quem a lei exige sejam submetidos todos os rendimentos. A lei exige que o contribuinte submeta os rendimentos à tributação, apure o imposto efetivo, considerando todos os rendimentos. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário:2007, 2008, 2009, 2010, 2011 Fl. 579DF CARF MF 8 ISENÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO. PROCEDIMENTO FISCAL. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. O direito à isenção do imposto de renda pessoa física não demanda expedição de ato administrativo de reconhecimento por parte da Administração Tributária, que pode em sua esfera de competência exigir a comprovação de sua regularidade, sujeitandose o contribuinte ao lançamento fiscal do crédito tributário não pago. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS O prazo para apresentação de provas no processo administrativo fiscal coincide com o prazo de que o contribuinte dispõe para impugnar o lançamento, salvo se comprovada alguma das hipóteses autorizadoras para juntada de documentos após esse prazo. PROVA TESTEMUNHAL. Prescinde à validade do lançamento a necessidade de produção de prova testemunhal, mormente quando a apreciação é meramente documental. PERÍCIA PRESCINDÍVEL. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. INDEFERIMENTO. Temse por prescindível de perícia o lançamento baseado em prova meramente documental integrante dos autos. A perícia formulada deve atender aos requisitos estabelecidos na legislação que rege o contencioso. A não conformidade motiva o indeferimento e não conhecimento. PROVA EMPRESTADA. ADMISSIBILIDADE. É lícito ao Fisco valerse de informações e provas colhidas em outros processos, desde que estas guardem pertinência com os fatos cuja prova se pretenda oferecer. ALEGAÇÕES FINAIS. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. O processo administrativo fiscal possui regramento específico, estabelecido pelo Decreto nº 70.235/72, com suas fases de procedimento de lançamento e impugnação, sem lugar para alegações finais prévias ao julgamento de primeira instância. Cientificado da decisão acima transcrita (AR fls. 488) o contribuinte interpôs o Recurso Voluntário de fls. 490/508, no qual reitera as alegações já suscitadas quando da impugnação. Em 12/09/2016 foi realizada juntada da petição inicial da Ação Judicial nº 5018544.2016.404.720 (fls. 537/, distribuída perante 3ª Vara Federal de Florianópolis, na qual requer a suspensão da exigibilidade do crédito tributário objeto do presente lançamento. Foi juntado ainda (fls. 568/571) a decisão proferida pelo Juiz Federal Osni Cardoso Filho deferindo a antecipação de tutela requerida pelo autor. Fl. 580DF CARF MF Processo nº 11516.722572/201200 Acórdão n.º 2202004.068 S2C2T2 Fl. 577 9 É o relatório. Voto Conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora O recurso em questão não deve ser conhecido. Isso porque, de acordo com a Súmula CARF nº 1 "importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." Os pedidos constantes da ação judicial nº 5018544.2016.404.720 deixam clara a existência de concomitância entre a referida ação e o presente processo: IV DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer: 1) Em sede de tutela de urgência, seja deferido o pedido de SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, até eventual decisão em contrário, uma vez que preenchidos os requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora, pois há comprovação de doença/sequela ensejadora da isenção, bem como prova de que a cobrança que está sendo feita é referente ao período de 2007 a 2011, e a perícia que o Autor foi submetido ocorreu somente em 2011 sem apontar a data de cessação da doença, e principalmente porque é irrelevante a própria subsistência da doença que deu causa ao benefício, e prova da iminente interposição de Execução Fiscal em face do ora Autor; 2) No mérito, Requer seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Ação, para: 2.1 DECLARAR a nulidade da prova do lançamento fiscal, diante da ILEGALIDADE, INVERDADE, OU INSUBSISTENCIA do fato motivacional do ato administrativo, quanto à irretroatividade do ato da reversão e quanto à isenção ao imposto sobre os proventos de aposentadoria e ante ao fundamento de que a isenção deve se fundar no acometimento da doença e não na prova de manutenção dos sintomas, ou, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, a Anulação do lançamento do Crédito Tributário referente aos anoscalendário de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, tendo em vista a realização de a perícia ter sido realizada no ano de 2011, por ausência de previsão legal neste sentido; Fl. 581DF CARF MF 10 2.2 Sucessivamente, caso não encontre razões suficientes à completa nulidade do débito fiscal, que se digne em DECLARAR a sua inexigibilidade por incidência de Decisão Liminar Judicial em Mandado de Segurança e Ação Popular em trâmite, nos termos da fundamentação carreada e com base no artigo 151, IV e V do CTN, OU SUSPENDER A EXIGIBILIDADE CRÉDITO TRIBUTÁRIO POR PREJUDICIALIDADE EXTERNA, forte nos precedentes emanados pelas 2º, 3º e 4º Varas Federais de Florianópolis, e confirmados pelo TRF A decisão que deferiu a antecipação de tutela deixa fora de dúvida a existência da concomitância, conforme se verifica pela sua parte dispositiva. Ante o exposto, defiro a antecipação dos efeitos da tutela para determinar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário imputado ao autor, relativo ao imposto de renda dos anos calendário 2007 a 2011, objeto do Processo nº 11516.722572/201216 (evento 1 PROCADM4, fls. 171/193), até eventual decisão judicial em contrário. Em face do exposto, não conheço do recurso em razão da concomitância com a ação judicial nº 5018544.2016.404.720. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 582DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13864.720137/2015-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Oct 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011
PEDIDO DE PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE FUNDA O PLEITO. EFEITOS.
Solicitada a inclusão de todos os créditos discutidos em parcelamento federal (PRT - Programa de Regularização Tributária), deve se aplicar o art. 78, §§2º e 3º do RICARF, não devendo ser conhecido o recurso voluntário interposto pelo contribuinte.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011
PEDIDO DE PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE FUNDA O PLEITO. EFEITOS.
Solicitada a inclusão de todos os créditos discutidos em parcelamento federal (PRT - Programa de Regularização Tributária), deve se aplicar o art. 78, §§2º e 3º do RICARF, não devendo ser conhecido o recurso voluntário interposto pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3402-004.675
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário manobrado, por desistência total, conforme o contido no voto.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Souza Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 PEDIDO DE PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE FUNDA O PLEITO. EFEITOS. Solicitada a inclusão de todos os créditos discutidos em parcelamento federal (PRT - Programa de Regularização Tributária), deve se aplicar o art. 78, §§2º e 3º do RICARF, não devendo ser conhecido o recurso voluntário interposto pelo contribuinte. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 PEDIDO DE PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE FUNDA O PLEITO. EFEITOS. Solicitada a inclusão de todos os créditos discutidos em parcelamento federal (PRT - Programa de Regularização Tributária), deve se aplicar o art. 78, §§2º e 3º do RICARF, não devendo ser conhecido o recurso voluntário interposto pelo contribuinte. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 PEDIDO DE PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE FUNDA O PLEITO. EFEITOS. Solicitada a inclusão de todos os créditos discutidos em parcelamento federal (PRT Programa de Regularização Tributária), deve se aplicar o art. 78, §§2º e 3º do RICARF, não devendo ser conhecido o recurso voluntário interposto pelo contribuinte. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 PEDIDO DE PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE FUNDA O PLEITO. EFEITOS. Solicitada a inclusão de todos os créditos discutidos em parcelamento federal (PRT Programa de Regularização Tributária), deve se aplicar o art. 78, §§2º e 3º do RICARF, não devendo ser conhecido o recurso voluntário interposto pelo contribuinte. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário manobrado, por desistência total, conforme o contido no voto. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 4. 72 01 37 /2 01 5- 51 Fl. 1301DF CARF MF 2 Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Souza Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de Autos de Infração (fls. 870/885), lavrado contra a empresa EMERSON NETWORK POWER DO BRASIL LTDA., referente à Contribuição do PIS e da COFINS, relativos ao anocalendário de 2011, nos valores de R$ 2.248.301,79 e de R$ 10.355.813,95, respectivamente, lavrados com base no Procedimento Fiscal descrito no Relatório Fiscal (RF) às efls. 853/865, autorizado pelo MPF n° 08110002014006101. Informa a fiscalização que, durante os trabalhos de auditoria, foram constatadas irregularidades na apuração das supracitadas contribuições no período, que resultaram na constituição de ofício dos créditos tributários correspondentes, pelas razões a seguir expostas. Créditos extemporâneos A fiscalização apresenta um quadro demonstrativo à fl. 854, em que relaciona mês a mês as despesas/aquisições extemporâneas, informando a seguir que os créditos calculados sobre elas foram considerados indevidos. Nos trechos do Relatório Fiscal (RF) abaixo reproduzidos, destacase as razões para a glosa (fls. 855/856): "(...) De acordo com os citados dispositivos, portanto, os créditos devem ser determinados sobre o valor das operações ocorridas no mês. Mês este que não pode ser outro senão o de ocorrência do fato gerador, haja vista o disposto nos arts. 1º, 2º e caput do art 3º das referidas leis. Em outros termos, não há previsão legal para a apropriação de créditos em mês estranho ao de ocorrência do fato gerador. (...) Assim, o direito ao aproveitamento de créditos em meses subseqüentes, previsto no art. 3º da Lei n° 10.637/2002 e da Lei n° 10.833/2003, deve ser exercido da forma prevista na legislação, que exige a demonstração prévia da origem e da natureza dos referidos créditos por meio do instrumento legalmente instituído para esse fim, que é o Dacon do período de apuração de tais créditos. Portanto, ao constatar que havia deixado de aproveitar créditos de meses anteriores, a fiscalizada deveria ter procedido à retificação dos respectivos Dacon". Créditos sobre despesas com aluguéis de veículos: Nesse item, destaca a auditoria a glosa de créditos calculados sobre despesas com aluguéis de veículos, incluídas como despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoa jurídica, nas linhas 06 das fichas 06A e 16A da DACON. Vejase trecho reproduzido de fls. 858 do RF: Fl. 1302DF CARF MF Processo nº 13864.720137/201551 Acórdão n.º 3402004.675 S3C4T2 Fl. 1.302 3 "(...) Tendo em vista que as despesas com locação de veículos não estão expressamente relacionadas no art. 3° da Lei 10.637, de 2002 e da Lei n° 10.833 de 2003 e também não se enquadram em qualquer das hipóteses de creditamento previstas nesses dispositivos legais, o aproveitamento de créditos sobre tais operações foi considerado indevido". Créditos sobre despesas com hospedagens: relata a fiscalização que a impugnante incluiu, dentre os serviços utilizados como insumos, valores de despesas com hospedagens. Entretanto, com base na legislação vigente e jurisprudência administrativa, procedeu à glosa dos valores incorretamente apropriados. Trecho destacado de fl. 860 do RF: "(...) Ocorre que somente são considerados insumos utilizados na prestação de serviços, para efeito de apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins não cumulativa, os bens e os serviços aplicados ou consumidos diretamente no respectivo serviço. Assim, excluemse desse conceito as despesas que se reflitam indiretamente na prestação do serviço, como é o caso dos gastos com hospedagem em hotéis com funcionários deslocados até o local da respectiva prestação do serviço. Créditos sobre despesas com lavagens de veículos; saúde ocupacional; gestão de segurança; auditoria e contabilidade; e consultoria técnica e negocial segundo a fiscalização, os itens mencionados foram erroneamente adicionados na rubrica: serviços utilizados como insumos, não se enquadrando em qualquer dos dispositivos do art. 3° das Leis n° 10.637/2002 e 10.833/2003, que enumeram exaustivamente os custos e despesas para os quais é permitida a constituição de créditos. No quadro de fls. 864 do RF, a fiscalização apresenta o valor dos créditos, por contribuição, indevidamente calculado sobre tais operações. Diante das irregularidades constatadas e acima relatadas, o Fisco lavrou os respectivos Autos de Infração, para lançamento das diferenças apuradas. Irresignado com a exigência fiscal, em 07/01/2016, a Recorrente apresentou Impugnação, afirmando que as acusações contra ela não reúnem condições de prosperar, pois estão em desacordo com a escorreita interpretação da legislação em vigor e jurisprudência pacífica sobre a matéria, passando a discorrer sobre cada uma das glosas efetuadas. A Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), manteve os Autos de infração na íntegra (fls. 1.155/1.179), conforme Acórdão nº 1459.715, de 28/03/2016, desta forma ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. GLOSA. AUSÊNCIA DE APROPRIAÇÃO NA ÉPOCA PRÓPRIA. DACON. DCTF. É cabível a glosa de créditos extemporâneos, quando, dentro do prazo decadencial de cinco anos, a autuada não retifica as declarações (DACON, DIPJ e DCTF) para Fl. 1303DF CARF MF 4 demonstrar que efetivamente apurou e não descontou os créditos a que diz fazer jus. NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESA COM LOCAÇÃO DE VEÍCULO. CRÉDITO. INEXISTÊNCIA. Somente geram direito ao desconto de créditos, as despesas com aluguel de prédios, máquinas e equipamentos utilizados nas atividades da empresa, pagos à pessoa jurídica, não se enquadrando no dispositivo as despesas com aluguéis de veículos automotores. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. GERAÇÃO DE CRÉDITOS. DESPESAS NÃO CONSIDERADAS COMO INSUMOS. IMPOSSIBILIDADE. Não geram créditos no regime da não cumulatividade os dispêndios com bens e serviços que não se enquadram no conceito de insumo definido na legislação. DESPESAS COM HOSPEDAGEM. DIREITO A CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Para efeito de cálculo dos créditos da Cofins nãocumulativa, somente são considerados insumos, utilizados na prestação de serviços, os bens e os serviços aplicados ou consumidos diretamente no respectivo serviço prestado. Excluemse, portanto, desse conceito, as despesas que se reflitam indiretamente na prestação do serviço, como, por exemplo, as despesas com hospedagem. EXCLUSÃO DE PENALIDADES E DE JUROS MORATÓRIOS. OBSERVÂNCIA DE PRÁTICAS REITERADAMENTE OBSERVADAS PELA ADMINISTRAÇÃO.. INAPLICABILIDADE. São devidos a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) e os juros moratórios, ambos previstos na legislação vigente, já que o interessado não comprovou que utilizou práticas que teriam sido reiteradamente observadas pela Administração, tendo se limitado a citar ementas e acórdãos do conselho de Contribuintes. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento. A incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, após o seu vencimento, está prevista nos artigos 43 e 61, § 3º, da Lei nº 9.430/1996. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. GLOSA. AUSÊNCIA DE APROPRIAÇÃO NA ÉPOCA PRÓPRIA. DACON. DCTF. Fl. 1304DF CARF MF Processo nº 13864.720137/201551 Acórdão n.º 3402004.675 S3C4T2 Fl. 1.303 5 É cabível a glosa de créditos extemporâneos, quando, dentro do prazo decadencial de cinco anos, a autuada não retifica as declarações (DACON, DIPJ e DCTF) para demonstrar que efetivamente apurou e não descontou os créditos a que diz fazer jus. NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESA COM LOCAÇÃO DE VEÍCULO. CRÉDITO. INEXISTÊNCIA. Somente geram direito ao desconto de créditos, as despesas com aluguel de prédios, máquinas e equipamentos utilizados nas atividades da empresa, pagos a pessoa jurídica, não se enquadrando no dispositivo as despesas com aluguéis de veículos automotores. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. GERAÇÃO DE CRÉDITOS. DESPESAS NÃO CONSIDERADAS COMO INSUMOS. IMPOSSIBILIDADE. Não geram créditos no regime da não cumulatividade os dispêndios com bens e serviços que não se enquadram no conceito de insumo definido na legislação. DESPESAS COM HOSPEDAGEM. DIREITO A CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.Para efeito de cálculo dos créditos do PIS/Pasep nãocumulativo, somente são considerados insumos, utilizados na prestação de serviços, os bens e os serviços aplicados ou consumidos diretamente no respectivo serviço prestado. Excluemse, portanto, desse conceito, as despesas que se reflitam indiretamente na prestação do serviço, como, por exemplo, as despesas com hospedagem. EXCLUSÃO DE PENALIDADES E DE JUROS MORATÓRIOS. OBSERVÂNCIA DE PRÁTICAS REITEIRADAMENTE OBSERVADAS PELA ADMINISTRAÇÃO. INAPLICABILIDADE. São devidos a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) e os juros moratórios, ambos previstos na legislação vigente, já que o interessado não comprovou que observou as práticas que teriam sido reiteradamente observadas pela Administração, tendo se limitado a citar ementas e acórdãos do conselho de Contribuintes. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento. A incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, após o seu vencimento, está prevista nos artigos 43 e 61, § 3º, da Lei nº 9.430/1996. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 1305DF CARF MF 6 Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA. VINCULAÇÃO. A jurisprudência administrativa não possui força vinculante na formação do convencimento do julgador, pelo que é lícita a divergência fundamentada em relação às razões de decidir que orientou outro julgado. Impugnação Improcedente / Crédito Tributário Mantido Em 06/05/216, conforme AR, à fl. 1.188, a Recorrente tomou ciência do Acórdão recorrido. Não se conformando com o resultado da decisão, em 06/06/2016 (fl. 1.189), apresentou, tempestivamente, seu Recurso Voluntário, valendose dos mesmos argumentos apresentados em sua impugnação, assim resumidos (fls. 1.190/1.223): No item 1, elabora uma síntese dos Fatos, discorrendo sobre cada tópico que deram origem as autuações; No item 2, do Direito, elabora suas razões sobre item 2.1 do Relatório Fiscal, qual seja, Dos Créditos apropriados extemporaneamente; No item 2.2 do RF, discorre sobre a Possibilidade de tomada de créditos sobre a locação de veículos. O alcance do conteúdo do termo "máquinas"; No item 2.3, discorre sobre a nãocumulatividade da Contribuição para o PIS e da COFINS e o conceito de insumos (referente aos itens: 2.3 e 2.4 do RF); No item 3, traz seus argumentos sobre a inaplicabilidade da multa e acréscimos legais visto que a Recorrente agiu em observância ao entendimento do próprio fisco. Diante de todos o exposto, pelos fundamentos apontados, requer que seja conhecido e provido o presente Recurso Voluntário, reformandose integralmente a decisão recorrida. Conforme Despacho da DRF/Sorocaba (SP), em 10/06/2016, os autos, então, foram encaminhado a este CARF, para apreciação do Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte (fl. 1.296). Petição Ocorrência de Fato Novo Em 31 de maio de 2017, a Recorrente apresentou junto ao CARF, o Requerimento, endereçado ao Presidente da 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara, desta 3ª Sejul, com fundamento nos art. 1º a 12 da Medida Provisória n. 766, de 4.1.2017, que requerer a desistência e, cumulativamente, renunciar a quaisquer alegações de direito em que se funda o recurso voluntário interposto nos autos, nos termos e para os efeitos do art. 5º da Medida Provisória nº 766/17 e do art. 5º da Instrução Normativa RFB n. 1.687, de 31.1.2017. Informa ainda que a sua atual denominação é: VERTIV TECNOLOGIA DO BRASIL LTDA. Os documentos (assinados digitalmente) encontramse anexados ao e Processo às fls. 1.298/1.300. Fl. 1306DF CARF MF Processo nº 13864.720137/201551 Acórdão n.º 3402004.675 S3C4T2 Fl. 1.304 7 É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator 1. Da Admissibilidade dos Recursos Por economia processual, deixo de apreciar ordinários aspectos de praxe para, em razão do que abaixo se descreve, NÃO CONHECER DO RECURSO. 2. Da Preliminar A controvérsia suscitada se refere à tributação da Contribuição do PIS e da COFINS, relativos ao anocalendário de 2011, em que foram constatadas irregularidades na apuração das supracitadas Contribuições naquele período, que resultaram na constituição de ofício dos créditos tributários correspondentes. No entanto, a Recorrente solicita a desistência do recurso administrativo, em razão da adesão ao parcelamento federal (PRT Programa de Regularização Tributária). Na forma do Requerimento de fl. 1.300, a Recorrente apresentou PEDIDO DE DESISTÊNCIA TOTAL DO RECURSO, com fundamento nas disposições dos arts. 1º a 12 da Medida Provisória (MP) n° 766, de 2017, que (...) requer a desistência e, cumulativamente, renunciar a quaisquer alegações de direito em que se funda o recurso voluntário interposto nos autos, nos termos e para os efeitos do art. 5º da Medida Provisória nº 766/17 e do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.687, de 31.1.2017". 3. Dos efeitos do Pedido Conforme consta no Requerimento (fls. 1.300), a Recorrente informa o seu pedido de desistência total, formalizado pelo interessado, referente ao recurso voluntário apresentado no processo 13864.720137/201551, que se encontra sob análise. Sobre o efeito da PEDIDO DE DESISTÊNCIA DO RECURSO, por aderir ao PRT (Programa de Regularização Tributária), referente aos débitos discutidos em processo administrativo fiscal, o art. 78, § 2º e § 3º, da Portaria MF nº 343, de 2015 (RICARF), que assim disciplina (grifei): Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. Fl. 1307DF CARF MF 8 § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente. (grifei). § 4º (...) Como em seu Requerimento o Recorrente afirma que todos os créditos discutidos neste processo, foram incluídos no "PRT", o que implica na aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas nas normas expedidas pela Fazenda Nacional (Instrução Normativa RFB nº 1.687, de 31.1.2017). Conforme se depreende da leitura dos parágrafos 2º e 3º do art. 78 do RICARF, o pedido formalizado pelo Recorrente, importa na desistência total do Recurso Voluntário e em renúncia ao direito sobre o qual se funda a própria ação, conforme se verifica pela solicitação da Recorrente em sua petição de fl. 1.300. Desta forma, não se conhece do Recurso interposto pelo Recorrente de (fls. 917/938), protocolado em 06/05/2014, uma vez que consumado sua desistência total do recurso, conforme documento protocolado em 28/10/2015, o que denota sua concordância com a dívida em discussão, motivo pelo qual deve ser declarada a definitividade do crédito lançado nestes autos. 4. Conclusão Face ao todo acima exposto, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário apresentado. É como voto. (Assinatura Digital) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 1308DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13116.901302/2012-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Aug 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 31/12/2005
PROUNI. ISENÇÃO FISCAL. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO. TERMO DE ADESÃO. ALCANCE.
A isenção prevista no art. 8º da Lei nº 11.096/2005 é comprovada com o Termo de Adesão da instituição ao ProUni - Programa Universidade para Todos. Quanto às contribuições, alcança tão somente o PIS e a COFINS sobre receitas, excluído o PIS sobre a folha de salário.
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. INSUFICIÊNCIA.
O reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendo-se necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes. In casu, a recorrente não logrou êxito em se desincumbir do ônus de provar seu direito líquido e certo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-002.912
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 31/12/2005 PROUNI. ISENÇÃO FISCAL. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO. TERMO DE ADESÃO. ALCANCE. A isenção prevista no art. 8º da Lei nº 11.096/2005 é comprovada com o Termo de Adesão da instituição ao ProUni - Programa Universidade para Todos. Quanto às contribuições, alcança tão somente o PIS e a COFINS sobre receitas, excluído o PIS sobre a folha de salário. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. INSUFICIÊNCIA. O reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendo-se necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes. In casu, a recorrente não logrou êxito em se desincumbir do ônus de provar seu direito líquido e certo. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13116.901302/201293 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201002.912 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 28 de junho de 2017 Matéria RESTITUIÇÃO Recorrente UNIÃO BRASILIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/12/2005 PROUNI. ISENÇÃO FISCAL. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO. TERMO DE ADESÃO. ALCANCE. A isenção prevista no art. 8º da Lei nº 11.096/2005 é comprovada com o Termo de Adesão da instituição ao ProUni Programa Universidade para Todos. Quanto às contribuições, alcança tão somente o PIS e a COFINS sobre receitas, excluído o PIS sobre a folha de salário. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. INSUFICIÊNCIA. O reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes. In casu, a recorrente não logrou êxito em se desincumbir do ônus de provar seu direito líquido e certo. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri (Suplente convocado), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 11 6. 90 13 02 /2 01 2- 93 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório UNIÃO BRASILIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da contribuição para o PIS. A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico indeferindo o Pedido de Restituição, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição pleiteada. Em Manifestação de Inconformidade, o declarante informou que o direito creditório tinha por fundamento a isenção da contribuição para o PIS decorrente da adesão ao Programa Universidade para Todos ProUni, nos termos da Solução de Consulta nº 86 – SRRF/1ª RF/Disit, de 2 de junho de 2009, em que se reafirmou o direito à isenção durante o período de vigência do Termo de Adesão (art. 5º da Medida Provisória nº 213/2004). Nos termos do Acórdão nº 14053.544, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a DRJ fundamentado sua decisão no fato de inexistir comprovação, por meio de documentação contábil e fiscal, do direito creditório pleiteado e por não ter havido a comprovação da adesão da instituição ao ProUni, nos termos do art. 8º da Lei nº 11.096/2005. Em seu recurso voluntário, a Recorrente repisa suas razões de defesa, destacando a existência a seu favor de solução de consulta da Receita Federal assegurando o direito à isenção, o que, segundo ela, tornava "legalmente desnecessária" a exigência de comprovação de sua adesão ao programa. Argumenta, ainda, que, nos casos da espécie, é "faticamente impossível" a apresentação de documentos, por se tratar o pedido de restituição de procedimento eletrônico. Na sequência, sustenta a absoluta desnecessidade dos elementos de prova exigidos pela Delegacia de Julgamento, quais sejam, folhas de salário e contabilidade, por se tratar de questão aperfeiçoada e superada ante a homologação da base de cálculo da contribuição por parte da Fiscalização, tendo em vista que constou do despacho decisório que o valor declarado encontravase exato e perfeito. Supletivamente, pugna, caso o CARF entenda necessário, pela realização de diligência junto à repartição de origem, para que a autoridade administrativa oficie o Ministério da Educação com vistas a elucidar os termos no quais se manteve a sua adesão ao ProUni no período sob comento. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator Fl. 81DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 4 3 O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.885, de 28/06/2017, proferido no julgamento do processo nº 13116.900001/201412, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.885): O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O dispositivo legal que trata da isenção de impostos e contribuições às instituições de ensino que aderirem ao Prouni é o art. 8º da Lei nº 11.096/2005, reproduzido no que se aplica ao caso (grifei): Art. 8o A instituição que aderir ao ProUni ficará isenta dos seguintes impostos e contribuições no período de vigência do termo de adesão: (Vide Lei nº 11.128, de 2005) (...) III Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social, instituída pela Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991; e IV Contribuição para o Programa de Integração Social, instituída pela Lei Complementar n° 7, de 7 de setembro de 1970. § 1° A isenção de que trata o caput deste artigo recairá sobre o lucro nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, e sobre a receita auferida, nas hipóteses dos incisos III e IV do caput deste artigo, decorrentes da realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos seqüenciais de formação específica. § 2° A Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda disciplinará o disposto neste artigo no prazo de 30 (trinta) dias. § 3° A isenção de que trata este artigo será calculada na proporção da ocupação efetiva das bolsas devidas. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). A Lei foi regulamentada pelo Decreto nº 5.493, de 18/07/2005, com os dispositivos que se aplicam ao caso transcritos (grifei): Art. 1o O Programa Universidade para Todos PROUNI, de que trata a Lei no 11.096, de 13 de janeiro de 2005, destinase à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de cinqüenta por cento ou de vinte e cinco por cento, para estudantes de cursos de graduação ou seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos, que tenham aderido ao PROUNI nos termos da legislação aplicável e do disposto neste Decreto. Parágrafo único. O termo de adesão não poderá abranger, para fins de gozo de benefícios fiscais, cursos que exijam formação prévia em nível superior como requisito para a matrícula. Art. 2o O PROUNI será implementado por intermédio da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 5 4 § 1o A instituição de ensino superior interessada em aderir ao PROUNI firmará, em ato de sua mantenedora, termo de adesão junto ao Ministério da Educação. (...) Art. 12. Havendo indícios de descumprimento das obrigações assumidas no termo de adesão, será instaurado procedimento administrativo para aferir a responsabilidade da instituição de ensino superior envolvida, aplicandose, se for o caso, as penalidades previstas. (...) A Secretaria da Receita Federal em cumprimento ao disposto no § 2º do art. 8º acima, editou a Instrução Normativa SRF nº 456/2004, posteriormente revogada pela IN RFB nº 1.394/2013, que dispunha, no que se aplica ao caso (grifei): Art. 1º A instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, que aderir ao Programa Universidade para Todos (ProUni) nos termos dos arts. 5º da Medida Provisória nº 213, de 2004, ficará isenta, no período de vigência do termo de adesão, das seguintes contribuições e imposto: I Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); II Contribuição para o PIS/Pasep; (...) § 1º A isenção de que trata o caput recairá sobre o lucro na hipótese dos incisos III e IV, e sobre o valor da receita auferida na hipótese dos incisos I e II, decorrentes da realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos seqüenciais de formação específica. § 2º Para fins do disposto nos incisos III e IV do caput a instituição de ensino deverá apurar o lucro da exploração referente às atividades sobre as quais recaia a isenção, observado o disposto no art. 2º e na legislação do imposto de renda. (...) Art. 3º Para usufruir da isenção, a instituição de ensino deverá demonstrar em sua contabilidade, com clareza e exatidão, os elementos que compõem as receitas, custos, despesas e resultados do período de apuração, referentes às atividades sobre as quais recaia a isenção segregados das demais atividades. (...) O termo de adesão foi previsto no art. 5º da Lei nº 11.096/2005, in verbis (grifei): Art. 5o A instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, poderá aderir ao Prouni mediante assinatura de termo de adesão, cumprindolhe (...) § 1o O termo de adesão terá prazo de vigência de 10 (dez) anos, contado da data de sua assinatura, renovável por iguais períodos e observado o disposto nesta Lei. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 6 5 (...) Art. 7o As obrigações a serem cumpridas pela instituição de ensino superior serão previstas no termo de adesão ao Prouni, no qual deverão constar as seguintes cláusulas necessárias: (...) Art. 9o O descumprimento das obrigações assumidas no termo de adesão sujeita a instituição às seguintes penalidades: (...) Art. 16. O processo de deferimento do termo de adesão pelo Ministério da Educação, nos termos do art. 5o desta Lei, será instruído com a estimativa da renúncia fiscal, no exercício de deferimento e nos 2 (dois) subseqüentes, a serusufruída pela respectiva instituição, na forma do art. 9o desta Lei, bem como o demonstrativo da compensação da referida renúncia, do crescimento da arrecadação de impostos e contribuições federais no mesmo segmento econômico ou da prévia redução de despesas de caráter continuado A recorrente alega a desnecessidade de apresentação de qualquer documento que comprove sua regular adesão ao Prouni sob o fundamento de que o documento é totalmente eletrônico e a própria Lei nº 11.096/2005 em seu art. 11, § 1º, remete a competência para tais verificações e exigências ao Ministério da Educação. Não é o que se extrai da leitura dos dispositivos acima. O termo de adesão é documento a ser firmado no qual se inserem requisitos de participação no referido Programa. Os diversos dispositivos transcritos (Lei, Decreto e Instrução Normativa) apontam para vários elementos a serem inseridos no Termo que permitiram não somente a adesão da instituição de ensino, mas o controle de sua permanência, enquanto regular e vigente, a aplicação de penalidade, e, principalmente ao que interessa ao presente litígio, a isenção de contribuições. Dessa forma, a exibição do documento "Termo de Adesão" é essencial ao gozo do benefício fiscal de isenção das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins Ao contrário do que alega a recorrente, o termo de Adesão, ainda que eletrônico, prevê o ato de sua assinatura, para que se dê a devida validade e autenticidade. Realmente é emitido no âmbito do Ministério da Educação, o que demonstra não estar nos sistemas internos (informatizados) da Secretaria da Receita Federal; e, se de fato materializado apenas em formato eletrônico em razão de sua essencialidade, é de se presumir a possibilidade de sua impressão, típica das emitidas por órgãos públicos, com chave de segurança para confirmação da autenticidade. Ademais, documento oficial, que confere benefícios tributários de outra ordem, e firmado entre partes Ministério da Educação e instituição de ensino privada há de ser mantido pela parte interessada para o gozo dos benefícios previstos no Termo. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 7 6 Nada obstante, o que a recorrente argumenta para a não apresentação do Termo de adesão ao Prouni outros recorrentes em situação idêntica não se escusaram do cumprimento de singelo mister. Vejase exemplo de julgado proferidos neste Conselho em que se demonstrou a possibilidade fática de apresentar e comprovar a adesão e mantença no Programa (grifei): Autoridade Julgadora de 1ª Instância bem observou ainda que o contribuinte em questão comprovou nos autos (fls. 3.325) a adesão ao Programa Universidade para Todos, trecho que merece ser reproduzido por ser de extrema valia: "60. Para comprovar a adesão ao PROUNI o contribuinte anexou aos autos cópia do correio eletrônico do MEC (fls. 3.118) e cópia do Termo de Adesão (fls. 3.119 a 3.273). (Acórdão nº 3402001.704, processo nº 19515.000260/200879, relatoria do cons. João Carlos Cassuli Junior, sessão de 22/03/2012) Não se pode concluir de outra forma, senão a que a recorrente não se dignou a comprovar a existência e aposição de assinatura no Termo de Adesão e a regular fruição do Programa que aderiu. Tenho que este fundamento é suficiente para negar provimento ao recurso voluntário; contudo, há de se tecer ainda argumentos pertinentes ao ônus probatório a cargo a de quem pleiteia direito seu. Antes, porém, analisase as demais teses suscitadas no recurso voluntário que visam seu provimento Sustenta ainda a desnecessidade de apresentação das folhas de salário e respectivamente contabilidade pois entende que no despacho decisório há o reconhecimento expresso de que a base de cálculo encontrase "exata e perfeita", além de "devidamente homologada". Quanto à exigência de apresentação de documentos fiscais e contábeis, assentou o voto condutor do acórdão recorrido que deveria também ter juntado a folha de salários, a fim de demonstrar a base de cálculo do PIS, e os livros fiscais que demonstrassem os lançamentos relativos a ela. Ora, em que pese a ressaltava da DRJ, com a qual concordo, que a isenção do PIS prevista no art. 8º da Lei nº 11.096/2005 não alcança a parcela que incide sobre a folha de salários, a Solução de Consulta nº 86 – SRRF/1ª RF/Disit, de 2 de junho de 2009 proferiu entendimento cuja interpretação errônea da contribuinte adiante será enfrentado lhe é favorável quanto à isenção do PISfolha de salários. Ad argumentandum tantum, justamente firmada no entendimento favorável que extraiu do ato expedido pela autoridade, a recorrente pleiteia a restituição do PISfolha de salários, código de receita "8301". Se há o entendimento de que faz jus à esta isenção deveras tem o ônus de fazer prova documental de seu pretenso direito, qual seja, a apresentação dos documentos e livros atinentes à rubrica "salários" para que se comprove qual sua dimensão (quantificação) na base de cálculo. Fl. 85DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 8 7 Por fim, assevera que a controvérsia quanto ao direito à isenção está superado pela conclusão da indigitada Solução de Consulta, que entende terlhe assegurado a isenção do PIS sobre folha de salários. Mais uma vez, sem razão a contribuinte. A Solução de Consulta expressamente consignou que a isenção alcança a Contribuição para o PIS, nada dispondo acerca do PIS folha de salários. Digase que na elaboração da peça a consulente, ora recorrente, apenas informou ter realizada a adesão ao Prouni, sem qualquer comprovação naquele autos de consulta, e apresenta seu entendimento de que a isenção alcançaria o PIS folha de salários, para ao final requerer a manifestação do Órgão quanto ao seu entendimento. Eis a cartaconsulta: Entendo que ao fundamentar a solução da consulta, a autoridade que a proferiu fez constar em seus fundamentos a legislação que trata da incidência do PIS sobre a folha de salários, à alíquota de 1%, deixando assente a tributação sobre esta rubrica, com a transcrição do art. 13 e incisos III e IV, da Medida Provisória nº 2.15835/2001. Colacionou os dispositivos que tratam da isenção do PIS sobre a receita auferida pela instituição de educação que aderir e assim se mantém no Prouni. Transcreveu os arts. 8º caput e incisos, I a IV, §§ 1º e 2º da Lei nº 11.096/2005; arts. 1º caput e incisos, I a IV, §§ 1º e 2º, e 3º caput e parágrafo único da IN SRF nº 456/2004, para em seguida enunciar no mesmo tópico "fundamentos" que: " 5. Ante os dispositivos acima expostos, verificase que a instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, que aderir ao Programa Universidade para Todos (Prouni) nos termos dos arts. 5º da Medida Provisória n° 213, de 2004, Fl. 86DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 9 8 ficará isenta, no período de vigência do termo de adesão, da Contribuição para o PIS." Conclui a solução da consulta com o enunciado: Conclusão 6. Em face do exposto, concluise que a instituição privada de ensino superior com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, que aderir ao programa Universidade para Todos (prouni) nos termos dos arts. 5º da Medida Provisória nº 213, de 2004, ficará isenta, no período de vigência do termo de adesão, da Contribuição para o PIS. Completase os fatos com a apresentação da ementa da Solução de Consulta SRRF/1ªRF/Disit nº 86, de 2 de junho de 2009: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ementa: PIS. PROUNI. INCIDÊNCIA. A instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, que aderir ao Programa Universidade para Todos (Prouni) nos termos dos arts. 5o da Medida Provisória nº 213. de 2004, ficará isenta, no período de vigência do termo de adesão, da Contribuição para o PIS. Dispositivos Legais: art.13 da Medida Provisória n° 2.15835/2001; art.8° da Lei n° 11.096/2005; arts. 1º e 3o da Instrução Normativa nü 456/2004. Não vislumbro imprecisão no Ato que poderia dar a interpretação de que toda e qualquer incidência do PIS a que se sujeitam as entidades aderentes ao Prouni estaria isenta. A uma, os dispositivos legais da ementa da solução de consulta informam a legislação aplicada, primeiro, a que dispõe acerca do Pis folha de salários tributado à alíquota de 1% e após, a que trata do PIS alcançado pela isenção; a duas, porque nos fundamentos, a autoridade trouxe a legislação que faz distinção entre PISfolha de salário tributada à alíquota de 1%, e o PIS sobre receitas isentos nos termos e requisitos das legislação; a três, a omissão do termo "PIS sobre folha de salários" não tem o condão de fazêlo incluir na isenção pelo motivo a seguir; a quatro, nos termos do art. 111 caput e inciso II do CTN, "interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre outorga de isenção"; a cinco, não caberia a autoridade fiscal ou administrativa contrariar preceito legal. Por fim, sacramentando o entendimento do não alcance da isenção ao PIS sobre folha de salários, o Órgão Central da Secretaria da Receita Federal editou a Solução de Divergência Cosit nº 1, de 2015, publicada no D.O.U de 24/12/2015, com a ementa: SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA Nº 1, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2015. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP EMENTA: INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR. PROUNI. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP INCIDENTE SOBRE A FOLHA Fl. 87DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 10 9 DE SALÁRIOS. A isenção de que trata o art. 8º da Lei nº 11.096, de 2005, não se aplica à Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de pagamentos da pessoa jurídica que adere ao Prouni. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 9.532, de 1997, art. 12; Decreto nº 4.524, de 2002, arts. 9º e 46; Lei nº 11.096, de 2005, art. 8º; DecretoLei nº 5.172 (CTN), de 1966, art. 111,II; Instrução Normativa RFB nº 1.394, de 2013 e Medida Provisória (MP) nº 2.15835, de 2001. O último argumento da recorrente referese à eventual realização de diligência, oficiandose ao Ministério da Educação acerca da sua manutenção no Prouni, acaso não seja superada os fundamentos ante aduzidos que entende suficiente ao direito à restituição pleiteada decorrente do pagamento indevido da Contribuição. Primeiramente, desnecessária a providência pois como assentado neste voto os fundamentos antecedentes são suficientes para negar provimento ao recurso. Não há dúvidas intransponíveis nos autos que necessitam de serem completadas para decidir o litígio. Nos processos, como o presente, que tratam de solicitação de restituição e compensação, a comprovação do direito aos créditos incumbe ao postulante. É seu dever carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes, em especial quando necessário à fruição de benefício tributário de isenção. Caso essa comprovação houvesse sido feita, e ainda restasse dúvida ao julgador quanto a permanência regular e temporal no Programa, cabível seria a diligência. Assim, incabível a solicitação de diligência dirigida ao Ministério da Educação para apresentação do Termo de Adesão, documento primário e essencial ao compromisso assumido e firmado pela instituição educacional que requer o gozo dos benefícios do Prouni e que não se dignou a apresentar aos autos. Até esse ponto, restou assente que a recorrente não apresentou o Termo de Adesão ao Prouni, folhas de salário e escrituração contábil; e não permaneceu silente quanto às exigências. Em todas as peças recursais impugnação e recurso voluntário sustentou a desnecessidade desse dever, pois entendeu que o despacho decisório e a solução de consulta reconheceram expressamente seu direito à isenção do PIS relativo ao Programa, sem colacionar qualquer documento seu aos autos. A ausência de elementos probantes viola a regra jurídica adotada pelo direito pátrio de que a prova compete à pessoa que alega o fato, conforme se depreende do abaixo transcrito artigo 16, caput, III, do Decreto n° 70.235, de 1972 (PAF), que regulamenta o processo administrativo fiscal no âmbito federal, e do artigo 373, do Código de Processo Civil,verbis: Decreto n° 70.235, de 1972: Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. Lei nº 13.105/2015 CPC Fl. 88DF CARF MF Processo nº 13116.901302/201293 Acórdão n.º 3201002.912 S3C2T1 Fl. 11 10 "Art. 373. 0 ônus da prova incumbe: I — ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II — ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor." Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. As Declarações (DCTF, DCOMP e DACON, PER/DCOMP), os documentos fiscais e contábeis e aqueles pertinentes a benefícios tributários, celebrados com órgãos públicos, são produzidos e celebrados pelo próprio contribuinte ou com sua participação, de sorte que, havendo inconsistências ou omissões, impõe a obrigação da recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, sustentada em documentos, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional/CTN). Conclusão Por todo o exposto a recorrente não se desincumbiu do ônus de provar o alegado direito líquido e certo, decorrente de suposto pagamento a maior ou indevido de PIS. Assim, não encontro razão para modificar a decisão a quo e VOTO no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO e NÃO RECONHECER O DIREITO CREDITÓRIO. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 89DF CARF MF
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Numero do processo: 19647.019535/2008-42
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Oct 13 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-005.666
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1756; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 167 1 166 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 19647.019535/200842 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202005.666 – 2ª Turma Sessão de 26 de julho de 2017 Matéria RETROATIVIDADE BENIGNA, NATUREZA DA MULTA NOS LANÇAMENTOS PREVIDENCIÁRIOS ANTERIORES A MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI 11.941/2009 Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ASSOCIAÇÃO DE ORIENTAÇÃO AS COOPERATIVAS DO NORDESTE ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 01 95 35 /2 00 8- 42 Fl. 167DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci (suplente convocado), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional cujo objeto é a discussão acerca da aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Cientificado, o sujeito passivo não apresentou contrarrazões. Importante mencionar que, conforme termo de desapensação juntado aos autos, este processo encontravase apenso ao Processo 19647.019536/200897, principal, e foi desapensado para permitir o julgamento do respectivo recurso na sistemática prevista no art.47, §§1º e2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de2015. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: Fl. 168DF CARF MF Processo nº 19647.019535/200842 Acórdão n.º 9202005.666 CSRFT2 Fl. 168 3 a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) tem o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Fl. 169DF CARF MF 4 Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é o entendimento deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. Fl. 170DF CARF MF Processo nº 19647.019535/200842 Acórdão n.º 9202005.666 CSRFT2 Fl. 169 5 § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Fl. 171DF CARF MF 6 Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 19647.019535/200842 Acórdão n.º 9202005.666 CSRFT2 Fl. 170 7 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora Fl. 173DF CARF MF 8 fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 174DF CARF MF Processo nº 19647.019535/200842 Acórdão n.º 9202005.666 CSRFT2 Fl. 171 9 Fl. 175DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.903433/2012-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2003
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.637
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro declarou-se impedido.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2003 BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro declarouse impedido. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade interposta contra despacho decisório que indeferiu o Pedido de Restituição formulado por meio do PER/DCOMP. O pedido de restituição referese a suposto pagamento a maior de contribuições sociais no período de apuração referido na ementa deste julgado. O despacho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 34 33 /2 01 2- 95 Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10283.903433/201295 Acórdão n.º 3402004.637 S3C4T2 Fl. 3 2 decisório considerou improcedente o crédito informado no PER/DCOMP, tendo em vista o pagamento efetuado já fora integralmente alocado a outros débitos. Cientificado da decisão, o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, requerendo o direito à restituição regularmente pleiteado, alegando que seu direito creditório adviria do alargamento da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, decorrente da inclusão indevida do ICMS no conceito de faturamento. Seu pleito foi julgado improcedente pela DRJ, ensejando a interposição de Recurso Voluntário, repisando suas razões originais. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.636, de 27 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 10283.903445/201210, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.636): O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. 1. Sobre a necessidade de suspensão do processo administrativo Em relação à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, foi reconhecida a repercussão geral da temática pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do Recurso Extraordinário 574.706, julgado favoravelmente ao Contribuinte mas pendente de publicação do acórdão, e passível ainda de Embargos de Declaração. Não há, portanto, o seu trânsito em julgado. Como bem ponderado pela Conselheira Thaís de Laurentiis em outro acórdão, haja vista o conteúdo do artigo 15 do Código de Processo Civil (CPC), que determina a sua aplicação supletiva ou subsidiária aos processos administrativo; bem como do artigo 1.035, §5º do mesmo Codex, com a regra sobre a necessidade de sobrestamento dos processos cuja matéria foi objeto de reconhecimento do repercussão geral no âmbito do STF, entendo que o presente processo administrativo deveria ser sobrestado, até que a melhor solução acerca do direito da Recorrente fosse apresentada pelo Pretório Excelso. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10283.903433/201295 Acórdão n.º 3402004.637 S3C4T2 Fl. 4 3 Nesse sentido, destaco as razões apresentadas pelo Conselheiro Diego Diniz Ribeirão no Acórdão n. 3402004.271, com as quais concordo inteiramente. Contudo, sabendo que o entendimento majoritário desse Colegiado é pela impossibilidade de sobrestamento face à ausência de previsão regimental nesse sentido, passo à análise do mérito. 2. Da Inclusão do ICMS na Base de Cálculo do PIS/COFINS Sobre esse tema, este Colegiado se manifestou por unanimidade com a ressalva do voto do Conselheiro Antonio Carlos Atulim, em substituição ao Conselheiro Pedro Bispo ao prolatar o Acórdão CARF nº 3402003.317 de relatoria do Cons. Atulim,e cujas razões reproduzo aqui e adoto como fundamentos da minha decisão: No mérito, deflui dos autos que o contribuinte apurou e recolheu a contribuição incluindo o ICMS na sua base de cálculo e agora comparece perante a Administração Tributária alegando que o recolhimento foi efetuado em montante superior ao devido porque a inclusão do ICMS no faturamento ou na receita é inconstitucional. O recolhimento efetuado pelo contribuinte, incluindo o ICMS na base de cálculo da contribuição, está calcado em entendimento sedimentado desde tempos imemoriais na seara tributária. Tal entendimento tem respaldo legal no art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e na Instrução Normativa nº 51, de 03/11/1978, que a regulamentou. O art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77, na redação vigente na época do fato gerador relativo ao pagamento tido como indevido, estabelecia o seguinte: "Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. (...)" (Fonte da transcrição: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decretolei/ del1598.htm) Já o item 4 da IN SRF nº 51/78, estabelece o seguinte: 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10283.903433/201295 Acórdão n.º 3402004.637 S3C4T2 Fl. 5 4 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. 4.3.1 Incluemse também neste item: a) taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda; b) a parcela de contribuição para o Programa de integração Social calculada sobre o faturamento; c) a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. (Fonte da transcrição: http://sijut.fazenda.gov.br/ netahtml/ sijut/Pesquisa.htm) Portanto, o recolhimento efetuado pelo contribuinte está em conformidade com a legislação vigente e com entendimento sedimentado há anos na seara tributária, uma vez que o valor do ICMS integra o preço da mercadoria, sendo tal valor deduzido contabilmente como despesa operacional. O contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição porque o imposto estadual não se enquadra no conceito de faturamento ou mesmo no de receita estabelecido pela constituição. Ao contrário do alegado pelo contribuinte, tal argumento não pode ser acatado pelos órgãos administrativos de julgamento, pois o art. 26A do Decreto nº 70.235/72 proíbe este colegiado de negar vigência a texto legal com hierarquia superior a Decreto, em razão de arguição de inconstitucionalidade, in verbis: "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10283.903433/201295 Acórdão n.º 3402004.637 S3C4T2 Fl. 6 5 I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(...)" O contribuinte invoca a seu favor o acórdão do STF proferido no RE 240.7852. Entretanto, esse recurso extraordinário ainda não foi definitivamente julgado, não se enquadrando no disposto no § 6º, I, acima transcrito, e nem nas disposições do Decreto nº 2.346/97, para que o entendimento possa ser estendido administrativamente a outros casos concretos. Não se olvide que essa questão é objeto do Tema 69 dos recursos submetidos à sistemática da repercussão geral no STF e será decidida no RE nº 574.706. Acrescentese que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. 3. Conclusão Ante o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 93DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.903436/2012-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2003
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.640
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro declarou-se impedido.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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O pedido de restituição referese a suposto pagamento a maior de contribuições sociais no período de apuração referido na ementa deste julgado. O despacho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 34 36 /2 01 2- 29 Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10283.903436/201229 Acórdão n.º 3402004.640 S3C4T2 Fl. 3 2 decisório considerou improcedente o crédito informado no PER/DCOMP, tendo em vista o pagamento efetuado já fora integralmente alocado a outros débitos. Cientificado da decisão, o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, requerendo o direito à restituição regularmente pleiteado, alegando que seu direito creditório adviria do alargamento da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, decorrente da inclusão indevida do ICMS no conceito de faturamento. Seu pleito foi julgado improcedente pela DRJ, ensejando a interposição de Recurso Voluntário, repisando suas razões originais. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.636, de 27 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 10283.903445/201210, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.636): O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. 1. 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Como bem ponderado pela Conselheira Thaís de Laurentiis em outro acórdão, haja vista o conteúdo do artigo 15 do Código de Processo Civil (CPC), que determina a sua aplicação supletiva ou subsidiária aos processos administrativo; bem como do artigo 1.035, §5º do mesmo Codex, com a regra sobre a necessidade de sobrestamento dos processos cuja matéria foi objeto de reconhecimento do repercussão geral no âmbito do STF, entendo que o presente processo administrativo deveria ser sobrestado, até que a melhor solução acerca do direito da Recorrente fosse apresentada pelo Pretório Excelso. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10283.903436/201229 Acórdão n.º 3402004.640 S3C4T2 Fl. 4 3 Nesse sentido, destaco as razões apresentadas pelo Conselheiro Diego Diniz Ribeirão no Acórdão n. 3402004.271, com as quais concordo inteiramente. 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