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Numero do processo: 10840.000914/2010-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-000.394
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. Recorrente RENATA JORGE CARLOMAGNO GUIMARAES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2008 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 09 14 /2 01 0- 12 Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10840.000914/201012 Acórdão n.º 2002000.394 S2C0T2 Fl. 93 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 5/9), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2009. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$3.449,54 para saldo de imposto a pagar de R$2.514,54. A notificação noticia a dedução indevida de despesas médicas no valor de R$3.400,00, consignando que a contribuinte, devidamente intimada a comprovar o efetivo pagamento das despesas relativas a Olívio Beltrame Jr, comprovou apenas a quantia de R$4.480,00, por meio de extratos bancários. Impugnação Cientificada à contribuinte em 31/5/2010, a NL foi objeto de impugnação, em 11/6/2010, à fl. 2/23 dos autos, assim sintetizada na decisão de piso: Alega que foi intimada a comprovar o efetivo pagamento da despesa médica de R$ 7.880,00, referente ao prestador Olívio Beltrame Jr, CRM 26.283. Apresentou extratos bancários e canhotos de cheques que comprovam o pagamento de R$ 7.880,00, mas foi glosado R$ 3.400,00. Junta novamente o extrato onde destaca o valor glosado de R$3.400,00 (R$ 1.000,00, cheque nº 00093 de 7/4/08 + R$ 2.400,00, cheque 000105 de 7/5/08). A somatória dos 8 cheques é R$ 7.880,00, todos compensados e contabilizados. Pede seja restabelecido o imposto a restituir declarado de R$ 3.449,54, corrigido conforme legislação. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BHE que, por unanimidade, julgoua improcedente, em decisão assim ementada (fls. 70/73): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2009 DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. EFETIVO PAGAMENTO. Somente são admitidas as despesas médicas pleiteadas com a observância da legislação tributária e que estejam devidamente comprovadas nos autos, inclusive quanto à efetividade do pagamento do serviço prestado. Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10840.000914/201012 Acórdão n.º 2002000.394 S2C0T2 Fl. 94 3 Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 2/3/2016 (fl. 75), a contribuinte, em 31/3/2016 (fl. 77), apresentou recurso voluntário, às fls. 77/86, no qual alega estar juntando documentação suficiente a afastar a falha apontada na decisão de piso, de ausência da data completa nos extratos juntados. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O litígio recai sobre despesas médicas declaradas pela contribuinte e parcialmente glosadas na autuação, pela falta de comprovação do efetivo pagamento. Em sua impugnação, a recorrente juntara recibo do profissional (fl.10), canhotos de cheques (fls. 11) e extratos bancários (fls. 12/22). Registrese que, no curso da ação fiscal, a contribuinte já apresentara esses documentos (fls.53/62). Na apreciação desses elementos, o colegiado de primeira instância registrou: O recibo emitido pelo profissional, CRM 26.283, encontrase anexado às fls. 27. Foi emitido em 22/12/2008, referente a honorários médicos no ano de 2008. Informa que em abril o valor pago foi de R$ 1.000,00 e, em maio, R$ 2.400,00. A contribuinte junta o extrato bancário do Bradesco, fls. 53/54, Ag. 0130, Conta 01028383, de titularidade de Renata Jorge Carlomagno Guimarães. Neste extrato, consta a compensação do cheque 0093 em 8/4, no valor de R$ 1.000,00 e cheque nº 0105, de R$2.400,00, em 7/5. No entanto, não há como se saber o ano a que se refere o extrato. Consta do documento, somente a data em que foi retirado da internet (20/4/10). Ressaltando que as despesas teriam sido pagas no ano de 2008. Já os canhotos dos cheques, anexados às fls. 62, vêse os cheques 0093 e 0105 e as informações ali descritas foram apostas pela contribuinte (data, valor e nome), notese que são todos da mesma instituição financeira, pois trazem o mesmo número de telefone do banco, mas não identificam o nome do Banco. Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10840.000914/201012 Acórdão n.º 2002000.394 S2C0T2 Fl. 95 4 Os extratos bancários de fls. 53/61 são todos do banco Bradesco, mas de duas agências diferentes. Embora a contribuinte tenha juntado o extrato de fls. 53/54, com a compensação de dois cheques que totalizam R$ 3.400,00 (R$1.000,00 + R$ 2.400,00), não ficou demonstrado o ano da compensação dos cheques. Poderia ter sido apresentada a cópia do cheque, como determina a legislação acima transcrita para dirimir a dúvida da efetividade do pagamento da despesa. Agora, em seu recurso, além dos extratos consignando os eventos ocorridos em 2008 (fls. 79/81), a recorrente junta cópias dos cheques emitidos, nominais ao profissional declarado (fls. 82/85). Dessa feita, comprovado o efetivo pagamento da despesa médica declarada, a glosa deve ser cancelada. Conclusão Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 95DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13921.720102/2012-47
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
DEDUÇÃO INDEVIDA -DESPESA MÉDICA - DOCUMENTAÇÃO HÁBIL
As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 - Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99).
Numero da decisão: 2002-000.464
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para aceitar os recibos de e-fls. 33 a 38 referentes à profissional Aneth Maria Ventura da Luz, vencida a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (relatora) que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Thiago Duca Amoni.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para aceitar os recibos de e-fls. 33 a 38 referentes à profissional Aneth Maria Ventura da Luz, vencida a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (relatora) que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Thiago Duca Amoni. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni - Redator Designado Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente NEUZA TEREZINHA MANFROI DAVOGLIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 DEDUÇÃO INDEVIDA DESPESA MÉDICA DOCUMENTAÇÃO HÁBIL As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para aceitar os recibos de efls. 33 a 38 referentes à profissional Aneth Maria Ventura da Luz, vencida a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (relatora) que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Thiago Duca Amoni. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Redator Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 92 1. 72 01 02 /2 01 2- 47 Fl. 69DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 70 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 16/21), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2010. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar de R$1.953,78 para saldo de imposto a pagar de R$4.156,54. A notificação noticia a dedução indevida de despesas médicas, no montante de R$8.621,70, sob as justificativas constantes às fls. 18/19. Impugnação Cientificada à contribuinte em 30/3/2012, a NL foi objeto de impugnação, em 23/4/2012, à fl. 2/13 dos autos, na qual alega que todos os pagamentos questionados foram realizados em dinheiro, conforme declarações firmadas pelos profissionais, nas quais confirmam os atendimentos prestados e pagamentos recebidos. Protesta pelo restabelecimento da dedução declarada, a qual está em conformidade com a legislação. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BHE que, por unanimidade, julgoua impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 57/59): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2010 GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. EFETIVIDADE PAGAMENTOS. AUSÊNCIA DA PROVA. Mantémse a glosa de dedução a título de despesas médicas quando o sujeito passivo é intimado a comprovar a efetividade dos desembolsos e deixa de apresentar documentos aptos a fazêlo. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 17/2/2016 (fl. 62), a contribuinte, em 3/3/2016 (fl. 64), apresentou recurso voluntário, às fls. 64/66, no qual alega que os documentos juntados aos autos, recibos e declarações emitidas pelos profissionais, são verídicos e idôneos, cabendo, no seu entendimento, o cancelamento das glosas. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 71 3 Voto Vencido Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 72 4 Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Em seu recurso, a contribuinte defende que os recibos são os documentos hábeis a fazer a prova exigida. Como exposto acima, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao Fl. 72DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 73 5 seu pagamento, como forma de cumprir sua atribuição legal de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. O ônus probatório é do contribuinte e ele não pode se eximir desse ônus com a afirmação de que o recibo de pagamento seria suficiente por si só para fazer a prova exigida. Inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Os recibos constituem declaração particular, com eficácia entre as partes. Em relação a terceiros, comprovam a declaração e não o fato declarado. E o ônus da prova do fato declarado, repisese, compete ao contribuinte, interessado na prova da sua veracidade. É o que estabelece o artigo 408 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 2015): Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou somente assinado presumemse verdadeiras em relação ao signatário. Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de proválo ao interessado em sua veracidade. (destaques acrescidos) O Código Civil também aborda a questão da presunção de veracidade dos documentos particulares e seus efeitos sobre terceiros: Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiras em relação aos signatários. Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de proválas. ... Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.” (destaques acrescidos) No caso concreto desses autos, ainda que intimada a fazer a prova do efetivo pagamento (fl.27), só foram juntados pela recorrente os recibos de fls. 31/38 e as declarações Fl. 73DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 74 6 de fls. 7/9. Os extratos juntados (fls.39/54), por seu turno, não demonstraram operações vinculadas aos recibos apresentados. Vejase que, na autuação (fls.18/19), a autoridade fiscal lista diversas constatações, que, no meu entendimento, justificam a exigência de elementos adicionais para a comprovação das despesas incorridas. Assim, na ausência da comprovação exigida, não há reparos a se fazer à decisão de piso. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Voto Vencedor Thiago Duca Amoni Redator designado Com todo o respeito ao entendimento da relatora, peço vênia para divergir do voto consignado. As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99): Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; : Fl. 74DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 75 7 Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). §1ºO disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, §2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento (grifos nossos) O trecho em destaque é claro quanto a idoneidade de recibos e notas fiscais, desde que preenchidos os requisitos legais, como meios de comprovação da prestação de serviço de saúde tomado pelo contribuinte e capaz de ensejar a dedução da despesa do montante de IRPF devido, quando da apresentação de sua DAA. O dispositivo em comento vai além, permitindo ainda que, caso o contribuinte tomador do serviço, por qualquer motivo, não possua o recibo emitido pelo profissional, a comprovação do pagamento seja feita por cheque nominativo ou extratos de conta vinculados a alguma instituição financeira. Assim, como fonte primária da comprovação da despesa temos o recibo e a nota fiscal emitidos pelo prestador de serviço, desde que atendidos os requisitos legais. Na falta destes, pode, o contribuinte, valerse de outros meios de prova. Ademais, o Fisco tem a sua disposição outros instrumentos para realizar o cruzamento de dados das partes contratantes, devendo prevalecer a boafé do contribuinte. Nesta linha, no acórdão 2001000.388, de relatoria do Conselheiro deste CARF José Alfredo Duarte Filho, temos: (...) No que se refere às despesas médicas a divergência é de natureza interpretativa da legislação quanto à observância maior ou menor da exigência de formalidade da legislação tributária que rege o fulcro do objeto da lide. O que se Fl. 75DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 76 8 evidencia com facilidade de visualização é que de um lado há o rigor no procedimento fiscalizador da autoridade tributante, e de outro, a busca do direito, pela contribuinte, de ver reconhecido o atendimento da exigência fiscal no estrito dizer da lei, rejeitando a alegada prerrogativa do fisco de convencimento subjetivo quanto à validade cabal do documento comprobatório, quando se trata tão somente da apresentação da nota fiscal ou do recibo da prestação de serviço. O texto base que define o direito da dedução do imposto e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, alínea “a” e no § 2º, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados nos parágrafos e incisos do art. 80 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, em especial no que segue: Lei nº 9.250/95. (...) É clara a disposição de que a exigência da legislação especificada aponta para o comprovante de pagamento originário da operação, corriqueiro e usual, assim entendido como o recibo ou a nota fiscal de prestação de serviço, que deverá contar com as informações exigidas para identificação, de quem paga e de quem recebe o valor, sendo que, por óbvio, visa controlar se o recebedor oferecerá à tributação o referido valor como remuneração. A lógica da exigência coloca em evidência a figura de quem fornece o comprovante identificado e assinado, colocandoo na condição de tributado na outra ponta da relação fiscal correspondente (dedução tributação). Ou seja: para cada dedução haverá um oferecimento à tributação pelo fornecedor do comprovante. Quem recebe o valor tem a obrigação de oferecêlo à tributação e pagar o imposto correspondente e, quem paga os honorários tem o direito ao benefício fiscal do abatimento na apuração do imposto. Simples assim, por se tratar de uma ação de pagamento e recebimento de valor numa relação de prestação de serviço. Ocorre, neste caso, uma correspondência de resultados de obrigação e direito, gerados nessa relação, de modo que o contribuinte que tem o direito da dedução fica legalmente habilitado ao benefício fiscal porque de posse do documento comprobatório que lhe dá a oportunidade do desconto na apuração do tributo, confiante que a outra parte se quedará obrigada ao oferecimento à tributação do valor correspondente. Somese a isso a realidade de que o órgão fiscalizador tem plenas condições e pleno poder de fiscalização, na questão tributária, com absoluta facilidade de identificação, tão somente com a informação do CPF ou CNPJ, sobre a outra Fl. 76DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 77 9 banda da relação pagador recebedor do valor da prestação de serviço. O dispositivo legal (inciso III, do § 1º, art. 80, Dec. 3.000/99) vai além no sentido de dar conforto ao pagador dos serviços prestados ao prever que no caso da falta da documentação, assim entendido como sendo o recibo ou nota fiscal de prestação de serviço, poderá a comprovação ser feita pela indicação de cheque nominativo pelo qual poderia ter sido efetuado o pagamento, seja por recusa da disponibilização do documento, seja por extravio, ou qualquer outro motivo, visto que pelas informações contidas no cheque pode o órgão fiscalizador confrontar o pagamento com o recebimento do valor correspondente. Além disso, é de conhecimento geral que o órgão tributante dispõe de meios e instrumentos para realizar o cruzamento de informações, controlar e fiscalizar o relacionamento financeiro entre contribuintes. O termo “podendo” do texto legal consiste numa facilitação de comprovação dada ao pagador e não uma obrigação de fazêlo daquela forma." Ainda, há várias outras jurisprudências deste Conselho que corroboram com os fundamentos até então apresentados: Processo nº 16370.000399/200816 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2001000.387 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 18 de abril de 2018 Matéria IRPF DEDUÇÃO DESPESAS MÉDICAS Recorrente FLÁVIO JUN KAZUMA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES. Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. Fl. 77DF CARF MF Processo nº 13921.720102/201247 Acórdão n.º 2002000.464 S2C0T2 Fl. 78 10 Processo nº 13830.000508/200923 Recurso nº 908.440 Voluntário Acórdão nº 220201.901 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 10 de julho de 2012 Matéria Despesas Médicas Recorrente MARLY CANTO DE GODOY PEREIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006 DESPESAS MÉDICAS. RECIBO. COMPROVAÇÃO. Recibos que contenham a indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem prestou os serviços são documentos hábeis, até prova em contrário, para justificar a dedução a título de despesas médicas autorizada pela legislação. Os recibos que não contemplem os requisitos previstos na legislação poderão ser aceitos para fins de dedução, desde que seja apresenta declaração complementando as informações neles ausentes. Desta forma, dou parcial provimento ao Recurso Voluntário para provimento aceitar os recibos de efls. 33 a 38 referentes a profissional Aneth Maria Ventura da Luz, afastando referidas glosas. (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Fl. 78DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10825.723124/2012-69
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63.
Numero da decisão: 2002-000.388
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Recorrente LAERTE SOARES DE SOUZA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 72 31 24 /2 01 2- 69 Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10825.723124/201269 Acórdão n.º 2002000.388 S2C0T2 Fl. 88 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 18/21), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2010. Essa alteração implicou na redução do imposto a restituir de R$25.374,03 para R$88,90. O resultado da Solicitação de Retificação de Lançamento aponta que o benefício da isenção pleiteada não se estenderia aos proventos recebidos por militares transferidos para a reserva remunerada (fl.9), tendo sido mantido o lançamento que apontou a omissão de rendimentos no valor de R$138.387,13. Impugnação Cientificada ao contribuinte em 3/12/2012, a NL foi objeto de impugnação, em 18/12/2012, às fls. 2/15 dos autos, assim sintetizada pela decisão de piso: É portador de Espondiloartrose Anquilosante, moléstia prevista na Lei 7.713/88, desde junho de 2.002, bem como, aposentado desde julho de 1.996, o que se pode comprovar através do Laudo Médico Pericial emitido pelo Serviço Público Municipal e através da publicação no DOE, de 18 de julho de 1.996, ambos em anexos; A transferência para a Reserva a Pedido, motivo alegado para o indeferimento do pleito do Impugnante, equivale a aposentadoria por tempo de serviço, como se pode verificar através da DECLARAÇÃO do Comando de Policiamento do Interior Quarto, assinada pelo Major PM Chefe da Divisão Administrativa de Pessoal e Finanças, SUGAR RAY ROBSON GOMES, em anexo, que diz: ...foi transferido para a reserva, (inatividade/aposentadoria), conforme publicação no DOE n 136, de 18 de julho de 1.996. Declaro ainda que os termos "reserva", "reforma.", "inatividade" e "aposentadoria", tem o mesmo significado, de acordo com a terminologia policialmilitar. Como podemos verificar, tratase de una questão terminológica que não interfere no "status quo" do Impugnante, que desde julho de 1.996 encontrase inativo conforme declaração do comando da Policial Militar do Estado de São Paulo e sendo portador de moléstia grave, ESPODILOARTROSE ANQUILOSANTE, desde junho de 2.002, preenche os requisitos previstos na Lei 7.713/88, ou seja, ser aposentado e portador de moléstia grave, fazendo jus ao reconhecimento da isenção de Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10825.723124/201269 Acórdão n.º 2002000.388 S2C0T2 Fl. 89 3 Imposto de Renda Pessoa Fisica, sobre os rendimentos de Aposentadoria; Ademais, conforme publicação do DOE de 22 de setembro de 2.011, o Impugnante foi Reformado a partir de 01 de março de 2.009, conforme cópia em anexo. Portanto, deve ter reconhecido o direito a Isenção de Imposto de Renda Pessoa Física a partir do diagnóstico da doença, ou seja, junho da 2.002, devendo ter restituídos os valores pagos a esse titulo, respeitando o prazo decadencial de 5 anos. Requer, diante do exposto, o acolhimento da impugnação apresentada e o reconhecimento do direito a isenção de IRPF previsto na Lei 7.713/88, por ser portador de moléstia grave desde junho de 2.002, cancelandose o débito fiscal reclamado e restituindo os valores pagos indevidamente. A impugnação foi apreciada na 11ª Turma da DRJ/SPO que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente em decisão assim ementada (fls. 30/38): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 IRPF ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE NÃO COMPROVAÇÃO O documento hábil para comprovar a moléstia grave, para fins de isenção do Imposto de Renda, é o laudo emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A moléstia deve constar das hipóteses elencadas na legislação que trata da isenção por moléstia grave (Lei no. 7.713/1988, art. 6o., inc. XIV). É literal a interpretação da legislação tributária que dispõe sobre isenção, de acordo com o artigo 111 do Código Tributário Nacional. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 24/6/2016 (fl. 44), o contribuinte, em 22/7/2016 (fl. 44), por intermédio de representante legal, apresentou recurso voluntário, às fls. 44/64, no qual alega, em apertado resumo, que: teria havido um erro de preenchimento no laudo apresentado anteriormente, indicando a juntada de novo laudo, que demonstraria ser ele portador de paralisia irreversível e incapacitante, fazendo em seguida um apanhado sobre o conceito da enfermidade que lhe acomete. aduz ter demonstrado ser portador de moléstia tipificada em lei, bem como aposentado desde 18/6/1996, devendo ter seu direito a isenção reconhecido a partir da data de diagnóstico da doença, em junho de 2002. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10825.723124/201269 Acórdão n.º 2002000.388 S2C0T2 Fl. 90 4 Posteriormente, em 8/8/2017, o recorrente voltou a se manifestar, informando sobre a existência de sentença judicial que, no seu entendimento, alcançaria a autuação objeto destes autos (fls. 71/84). Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Ação Judicial Sobre as peças judiciais juntadas às fls. 71/84, constatase que a ação proposta, de embargos à execução fiscal, recai sobre o exercício 2008, não alcançando o exercício 2010, objeto destes autos. Portanto, não há que se falar em concomitância nestes autos. Mérito O litígio recai sobre rendimentos recebidos pelo recorrente da São Paulo Previdência SPPREV (fl.19), os quais ele alega seriam isentos do IR por serem decorrentes de aposentadoria e ser ele portadora de moléstia grave. O colegiado de primeira instância entendeu que o recorrente não atendeu a uma das condições necessárias para o reconhecimento da isenção pleiteada, como registrado nos trechos reproduzidos a seguir: Notase que o legislador optou, claramente, por isentar tão somente os proventos da aposentadoria ou da reforma motivada por acidente em serviço percebidos pelos portadores de doenças acima listadas, não incluindo, na regra do inciso XIV, os proventos decorrentes de transferência de militar para a reserva remunerada, contemplados expressamente no inciso XV, que estabelece hipótese de isenção diversa daquela objeto do presente processo. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10825.723124/201269 Acórdão n.º 2002000.388 S2C0T2 Fl. 91 5 O posicionamento oficial da Receita Federal do Brasil sobre a matéria encontrase no manual ‘Perguntas & Respostas’, que na sua versão para o exercício 2014 assim dispõe: DOENÇA GRAVE — MILITAR INTEGRANTE DE RESERVA 221. Os proventos recebidos por militar integrante de reserva remunerada portador de doença grave são isentos? Não. O benefício da isenção prevista no inciso XIV do art 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004, não se estende aos proventos recebidos por militares transferidos para a reserva remunerada. A questão também foi enfrentada na Solução de Divergência nº 3 Cosit, de 4 de abril de 2014, Processo Administrativo nº 11516.722112/201273, na qual se concluiu que são tributáveis pelo Imposto sobre a Renda, na fonte e na Declaração de Ajuste Anual da pessoa física beneficiária, os proventos recebidos por militar integrante da reserva remunerada, ainda que se trate de portador de enfermidade referida no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.718, de 1988, não se lhes aplicando a isenção prevista nesse dispositivo legal. O Impugnante alega ainda que foi reformado a partir de 01 de março de 2009, conforme publicação do DOE de 22 de setembro de 2.011, e que, portanto, deve ter reconhecido o direito a Isenção de Imposto de Renda Pessoa Física a partir do diagnóstico da doença, ou seja, junho da 2.002, devendo ter restituídos os valores pagos a esse titulo, respeitando o prazo decadencial de 5 anos. ... De acordo com o texto legal, depreendese que há dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção. Um reporta se à natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria ou reforma e pensão, e o outro se relaciona com a existência da moléstia tipificada no texto legal, sendo a comprovação da doença grave feita obrigatoriamente através de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. ... No presente caso, o Impugnante passou a receber proventos de reforma a partir de 01.03.2009 e, portanto, caso comprovada legalmente a moléstia, fará jus à isenção somente a partir desta data, nos termos do art. 6º, § 4º, I, a, da INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1500, DE 29 DE OUTUBRO DE 2014. O laudo pericial apresentado não obstante classifique a doença como Espondiloartrose Anquilosante, traz como identificação da doença a Artrose Coxo Femural e Artrose de Joelho e os Códigos Internacionais de Doença CID M161 e M171. Conforme pesquisa, os referidos códigos referemse a: Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10825.723124/201269 Acórdão n.º 2002000.388 S2C0T2 Fl. 92 6 M16.1 Outras coxartroses primárias M17.1 Outras gonartroses primárias A Espondilite Ancilosante, também chamada de Espondiloartrose Anquilosante, é classificada pelo Código Internacional de Doenças como M45 Espondilite ancilosante, dentro do grupo das dorsopatias. O laudo pericial apresentado comprova que o Impugnante possui artrose coxo femural e artrose de joelho, doenças classificadas nos CID M16.1 e M17.1, e que não fazem parte do grupo das dorsopatias, da qual somente a espondilite ancilosante – CID M45 é referida no inciso XIV do art. 6º da Lei 7.713/88. Desta forma, com base no exposto e tendo em vista o art. 111, II da Lei 5.172/66 – Código Tributário Nacional, que exige que a legislação que concede isenções deve ser interpretada literalmente, considero não comprovado o direito à isenção. (destaques acrescidos) Em seu recurso, o recorrente alega equívoco no laudo anterior, afirmando que a moléstia que lhe acomete é paralisia irreversível e incapacitante, fazendo uma longa explanação sobre o mal. Acrescenta ser aposentado desde 1996. Quanto à isenção pleiteada, pertinente colacionar a Súmula CARF nº 63: Súmula CARF nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Resta comprovado que os rendimentos decorrem da transferência para a reserva remunerada (fls.11 e 13). Em seu recurso, o recorrente junta laudo de fl. 59, expedido pela Secretaria de Estado da Saúde Coordenadoria de Serviços de Saúde Cais Professor Canídio Botucatu SP, o qual atesta que o recorrente é portador de paralisia irreversível e incapacitante desde 6/2002. Tratase de laudo emitido por serviço médico oficial e que concluiu pela existência de doença elencada no artigo 6º, incisos XIV e XXI, da Lei nº 7.713, de 1988. Assim, nos termos da legislação tributária, restam preenchidos todos os requisitos e o recorrente faz jus ao benefício da isenção sobre rendimentos de reserva no ano calendário 2009, ora em análise. Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10825.723124/201269 Acórdão n.º 2002000.388 S2C0T2 Fl. 93 7 Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 93DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10469.722225/2015-61
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-000.379
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Virgílio Cansino Gil que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente CLARISSA MACIEL DE ANDRADE Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Virgílio Cansino Gil que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 72 22 25 /2 01 5- 61 Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10469.722225/201561 Acórdão n.º 2002000.379 S2C0T2 Fl. 111 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 34/38), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2013. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar de R$2.376,78 para saldo de imposto a pagar de R$6.633,78. A notificação noticia a dedução indevida de despesas médicas no valor de R$15.480,00, consignando que a contribuinte, intimada, não apresentou comprovação quanto ao efetivo pagamento das despesas declaradas com os profissionais indicados (fls.35/36). Impugnação Cientificada à contribuinte em 14/4/2015, a NL foi objeto de impugnação, em 12/5/2015, à fl. 2/32 dos autos, assim sintetizada na decisão de piso: 1. As despesas têm como beneficiária a própria contribuinte, foram pagas à vista e em dinheiro, forma de pagamento válida no país, no decorrer do ano de 2012 às profissionais Magali Barreto de Medeiros (dentista), Ana Cláudia Bezerra Ribeiro (fisioterapeuta) e Amarílis de Castro K. dos Santos (psicóloga) em contraprestação aos serviços prestados; 2. Discorda do lançamento na medida em que a fiscalização lança suspeições sobre os recibos sem apresentar provas que os desqualifiquem, quando deveria realizar diligência junto aos profissionais e verificar se eles omitiram receitas. Alerta que os profissionais emitiram declarações confirmando a realização dos serviços e seu recebimento e estão devidamente registrados no conselho de classe; 3. Refuta a necessidade de comprovação do efetivo pagamento, pois não foi provada a invalidade dos recibos; 4. Invoca a boa fé prevista no artigo 113 do Código Civil para arrematar juntamente com julgados do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF e jurisprudência que os recibos apresentados comprovam as despesas declaradas e aponta pessoalidade e vaidade da autoridade lançadora na lavratura na notificação fiscal; 5. Aduz que tem o direito de ver provadas todas as alegações trazidas pelo fisco e o fato de contradizer a imputação fiscal não inverte o ônus da prova, pois contestados os fatos informados na declaração de ajuste, cabe à administração provar o contrário. Em seu favor cita os artigos 923 e 924 do Regulamento do Imposto de Renda; Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10469.722225/201561 Acórdão n.º 2002000.379 S2C0T2 Fl. 112 3 6. Ao final requer o cancelamento da exigência fiscal; A impugnação foi apreciada na 9ª Turma da DRJ/BHE que, por unanimidade, julgoua improcedente, em decisão assim ementada (fls. 43/48): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. ACEITAÇÃO. CONDIÇÕES. EFETIVO PAGAMENTO. Somente podem ser acatadas as despesas médicas do contribuinte e seus dependentes, quando comprovadas por documentação que atenda aos requisitos legais e que produzam a convicção necessária da ocorrência do efetivo pagamento. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 6/6/2016 (fl. 51), a contribuinte, em 28/6/2016 (fl. 59), apresentou recurso voluntário, às fls. 59/105, no qual alega, em apertado resumo, que: seriam dedutíveis as despesas médicas realizadas pelo contribuinte para seu tratamentos e de seus dependentes, comprovadas por meio de recibos médicos, que se consubstanciam, no seu entendimento, em documentação hábil e idônea para esse fim; se julgasse necessário, deveria a autoridade fiscal suprir a ausência de algum requisito legal por meio de consultas aos sistemas da RFB; os recibos e declarações emitidos pelos profissionais e que preenchem os requisitos não poderiam ser desconsiderados, citando jurisprudência administrativa acerca do tema; citando os princípios da verdade material e da oficialidade, indica a juntada de seus extratos bancários, que demonstrariam sua condição financeira e econômica (fls.81/105); destaca os princípios da moralidade e da eficiência, para defender que a administração não deve gerar ônus desnecessários ao processo; antes de exigir do contribuinte a comprovação do efetivo pagamento da despesa, caberia a autoridade fiscal consultar os sistemas da RFB; reproduz a legislação de regência, aduzindo que o recibo é o meio de fazer prova da despesas médicas declaradas; cita jurisprudência do CARF no sentido de que, para rejeitar os recibos médicos, a autoridade fiscal deveria comprovar que os serviços não teriam sido prestados ou pagos; Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10469.722225/201561 Acórdão n.º 2002000.379 S2C0T2 Fl. 113 4 tendo sido disponibilizados os recibos, a autoridade fiscal não poderia exigir mais elementos do que aqueles previstos na legislação de regência; requer seja dado provimento ao seu recurso. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10469.722225/201561 Acórdão n.º 2002000.379 S2C0T2 Fl. 114 5 IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Em seu recurso, a contribuinte defende que as declarações e os recibos emitidos pelos profissionais são os documentos hábeis a fazer a prova exigida. Como exposto acima, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10469.722225/201561 Acórdão n.º 2002000.379 S2C0T2 Fl. 115 6 receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento, como forma de cumprir sua atribuição legal de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. O ônus probatório é do contribuinte e ele não pode se eximir desse ônus com a afirmação de que o recibo de pagamento seria suficiente por si só para fazer a prova exigida. Inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Não a socorre o argumento de que tem disponibilidade financeira e econômica acompanhado da apresentação de extratos, uma vez que não foi estabelecida uma correlação entre os saques e os gastos realizados. Por seu turno, os recibos constituem declaração particular, com eficácia entre as partes. Em relação a terceiros, comprovam a declaração e não o fato declarado. E o ônus da prova do fato declarado, repisese, compete ao contribuinte, interessado na prova da sua veracidade. É o que estabelece o artigo 408 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 2015): Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou somente assinado presumemse verdadeiras em relação ao signatário. Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de proválo ao interessado em sua veracidade. (destaques acrescidos) O Código Civil também aborda a questão da presunção de veracidade dos documentos particulares e seus efeitos sobre terceiros: Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiras em relação aos signatários. Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de proválas. ... Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10469.722225/201561 Acórdão n.º 2002000.379 S2C0T2 Fl. 116 7 mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.” (destaques acrescidos) No caso concreto desses autos, ainda que intimada a fazer a prova do efetivo pagamento (fl.25), só foram juntadas pela recorrente declarações emitidas pelo profissionais (fls. 23/24). Repisese que a apresentação dos extratos, como forma de demonstrar a disponibilidade de recursos, também não se revela hábil a fazer a prova exigida. Assim, na ausência dessa comprovação, não há reparos a se fazer à decisão de piso. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 116DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13882.720055/2013-26
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
RECURSO VOLUNTÁRIO. PEREMPÇÃO.
A interposição do recurso voluntário após o prazo definido no art. 33 do Lei nº 70.235/72 acarreta a sua perempção e o consequente não conhecimento, face à ausência de requisito essencial para a sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2002-000.488
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 RECURSO VOLUNTÁRIO. PEREMPÇÃO. A interposição do recurso voluntário após o prazo definido no art. 33 do Lei nº 70.235/72 acarreta a sua perempção e o consequente não conhecimento, face à ausência de requisito essencial para a sua admissibilidade.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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score : 1.0
Numero do processo: 10730.723372/2017-73
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
O Contribuinte pode deduzir dos rendimentos recebidos acumuladamente o valor das despesas com ação judicial necessárias ao recebimento dos rendimentos, inclusive os honorários advocatícios, se tiverem sido pagas pelo Contribuinte, sem indenização e se comprovados por meio de documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 2002-000.589
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O Contribuinte pode deduzir dos rendimentos recebidos acumuladamente o valor das despesas com ação judicial necessárias ao recebimento dos rendimentos, inclusive os honorários advocatícios, se tiverem sido pagas pelo Contribuinte, sem indenização e se comprovados por meio de documentação hábil e idônea.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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RENDIMENTOS ACUMULADOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Recorrente ADRIANO DA SILVA NETO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2013 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O Contribuinte pode deduzir dos rendimentos recebidos acumuladamente o valor das despesas com ação judicial necessárias ao recebimento dos rendimentos, inclusive os honorários advocatícios, se tiverem sido pagas pelo Contribuinte, sem indenização e se comprovados por meio de documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 33 72 /2 01 7- 73 Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10730.723372/201773 Acórdão n.º 2002000.589 S2C0T2 Fl. 94 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 8/16), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2014. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$4.400,00 para saldo de imposto a pagar de R$18.148,07. A notificação noticia a omissão de rendimentos recebidos de ação na Justiça do Trabalho, sujeitos à tributação exclusiva, no valor de R$230.662,33, correspondendo a 50 meses. Impugnação Cientificada ao contribuinte em 3/10/2017, a NL foi objeto de impugnação, em 20/10/2017, à fl. 4/31 dos autos, na qual o contribuinte requereu a exclusão dos honorários pagos ao patrono na ação judicial relativa aos rendimentos auferidos. A impugnação foi apreciada na 21ª Turma da DRJ/RJO que, por unanimidade, julgoua improcedente (fls. 71/74). Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 14/3/2018 (fl. 76), o contribuinte, em 4/4/2018 (fl. 78), apresentou recurso voluntário, às fls. 79/87, no qual indica a juntada de recibo emitido pelo patrono da ação. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recais sobre rendimentos decorrentes de ação na justiça do trabalho. O recorrente requer a exclusão dos honorários advocatícios pagos ao patrono da ação. O §2º do artigo 12A da Lei nº 7.713, de 1988, permite que as despesas com ação judicial, inclusive com advogados, se comprovadas, sejam deduzidas dos rendimentos recebidos acumuladamente. O colegiado de primeira instância não acatou o pleito do sujeito passivo, consignando: O notificado pretende que sejam excluídas do lançamento fiscal as despesas relativas ao advogado Adilson Vasconcellos, CPF nº Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10730.723372/201773 Acórdão n.º 2002000.589 S2C0T2 Fl. 95 3 269.376.54715, no valor de R$ 69.198,69 e traz como prova um depósito em sua própria conta corrente de R$ 161.463,64, fl.23, em 25/04/2013, no qual alega ter sido feito pelo advogado. Em análise dos documentos apresentados durante a ação fiscal, fl. 65, confirmase que Adilson Vasconcellos atuou na Reclamatória Trabalhista nº 2939/95, da 1ª.Vara do Trabalho de São Gonçalo. Ocorre que no comprovante de depósito apresentado sequer é possível identificar quem foi o depositante. O documento apresentado não prova que foi pago ao advogado o montante de R$ 69.198,69, ou mesmo que este tenha recebido o valor total da ação e repassado para o representado o valor de R$ 161.463,64. Apenas demonstra que o contribuinte teve o referido depósito na sua conta corrente. Necessário seria juntar aos autos o recibo ou nota fiscal emitidos pelo advogado, informando do valor recebido pelos serviços prestados ao contribuinte na ação trabalhista em referência. Em seu recurso, o recorrente junta o recibo de fl.80, emitido por Adilson Vasconcelos. No documento, o senhor Adilson confirma o recebimento do montante de R$69.198,69, por honorários do processo judicial nº 029390024.2005.5.01.0261. Assim, considerando a atuação do patrono na ação judicial em comento (fl.17), o depósito no valor parcial em favor do contribuinte (fl.23), o recibo emitido pelo patrono (fl.80) e os honorários em valor compatível com os normalmente praticados, deve ser cancelada a omissão de rendimentos no valor de R$69.198,69. Conclusão Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso, para excluir dos rendimentos tidos por omitidos os honorários advocatícios pagos, no montante de R$69.198,69. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 95DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13657.001338/2010-96
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Dec 05 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2006
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-001.698
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil, que lhe deram provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Ano-calendário: 2006 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
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DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 3/6), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2007. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$7.591,96 para saldo de imposto a restituir de R$2.425,81. A notificação noticia dedução indevida de despesas médicas, consignando: AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 7. 00 13 38 /2 01 0- 96 Fl. 224DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2002-001.698 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13657.001338/2010-96 Conforme previsto no Regulamento do Imposto de Renda, art. 73, todas as deduções na Declaração de Ajuste Anual estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei n° 5.844, de 1943, art. 11, §3°). Ficam glosados, por falta de comprovação ou por não ter sido comprovado o efetivo pagamento, os seguintes valores das despesas médicas/odontológicas/hospitalares: Juliana Maria Marques da Silva psicóloga = R$ 9.500,00; Geraldo Magela Ribeiro dentista = R$ 9.286,00. Impugnação Cientificada ao contribuinte em 29/7/2010, a NL foi objeto de impugnação, em 3/8/2010, às fls. 2/54 dos autos, na qual o contribuinte alegou que as despesas glosadas foram efetuadas para tratamento próprio e de seu dependente. Previamente ao julgamento, a autoridade julgadora determinou a realização de diligência para juntada do dossiê da ação fiscal (fls. 66/207) A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BSB que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 209/212): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2007 DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea dos gastos efetuados, podendo ser exigida a demonstração do efetivo pagamento e prestação do serviço. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 13/10/2014 (fl. 215), o contribuinte, em 7/11/2014 (fl. 218), apresentou recurso voluntário, às fls. 216/217, alegando, em apertado resumo, que: - teria efetuado os pagamentos de suas despesas médicas em espécie ou cheques e os extratos bancários juntados consignariam a existência de saques e cheques emitidos. - os recibos seriam provas hábeis dessas despesas e o pagamento em espécie seria reconhecido pela legislação pátria, citando o artigo 315 do Código Civil. - inexistiria na legislação do imposto de renda determinação para efetivação dos pagamentos por meio de cheques, transferências bancárias, ordens de pagamento. - os documentos já juntados aos autos seriam suficientes para comprovar as despesas médicas deduzidas. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recai sobre dedução de despesas médicas, para as quais a autoridade fiscal exigiu comprovação do seu efetivo pagamento (fl.71). Fl. 225DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2002-001.698 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13657.001338/2010-96 São dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa e da prestação do serviço. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tão-somente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202-005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202-005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o Fl. 226DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2002-001.698 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13657.001338/2010-96 direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401-004.122, de 16/2/2016) Assim, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento, como forma de cumprir sua atribuição legal de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Os recibos constituem declaração particular, com eficácia entre as partes. Em relação a terceiros, comprovam a declaração e não o fato declarado. E o ônus da prova do fato declarado compete ao contribuinte, interessado na prova da sua veracidade. É o que estabelece o artigo 408 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 2015): Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário. Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua veracidade. (destaques acrescidos) Também no Código Civil encontra-se a questão da presunção de veracidade dos documentos particulares e seus efeitos sobre terceiros: Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários. Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de prová-las. ... Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.” (destaques acrescidos) Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. O ônus probatório é do contribuinte, que é quem se beneficia da redução da base de cálculo do IRPF, e ele não pode se eximir desse ônus com a afirmação de que o recibo de pagamento seria suficiente por si só para fazer a prova exigida. É preciso registrar que no presente lançamento o interessado não está sendo acusado de ter agido com dolo, fraude o simulação, situação em que exigiria aplicação de multa qualificada de 150%, conforme estabelecido no § 1 o , art. 44, da Lei nº 9.430/96, e, portanto, a exigência fiscal não conflita com a presunção de boa-fé do contribuinte. Fl. 227DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2002-001.698 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13657.001338/2010-96 É certo que inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Cabe ressaltar que a indicação do cheque nominativo, apesar de conter menos informações que o recibo, é aceito como meio de prova, evidenciando a força probante da efetiva comprovação do pagamento. Da análise dos documentos constantes dos autos, não há reparos a se fazer à decisão de piso, visto que, como lá consignado, os cheques juntados não são nominais aos profissionais e inexiste coincidência de data/valor entre as transações bancárias e os pagamentos efetuados. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 228DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13162.000079/2009-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Dec 05 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2007
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA.
É de se cancelar a autuação quando a decisão recorrida aponta fundamentos diversos daqueles da autuação para manter a exigência, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório.
Numero da decisão: 2002-001.695
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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COMPROVAÇÃO. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. É de se cancelar a autuação quando a decisão recorrida aponta fundamentos diversos daqueles da autuação para manter a exigência, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 21/25), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2008. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$762,53 para saldo de imposto a pagar de R$4.282,63. A notificação noticia dedução indevida de despesas médicas, no montante de R$12.800,00, consignando: comprovantes sem a identificação do paciente, conforme exigido no Termo de Intimação Fiscal na 2008/593056002947332, dos profissionais abaixo: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 16 2. 00 00 79 /2 00 9- 12 Fl. 60DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2002-001.695 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13162.000079/2009-12 - MÁRCIA CRISTINA DOS SANTOS F. SARTORI, CPF 033.863.618-89, R$ 4.800,00; - GISELE GOTARDI GOMES, CPF 631.551.252-68, R$ 3.300,00; - OSVALDO FRANCISCO DE ANDRADE, CPF 845.744.701-78, R$ 4.700,00; Obs.: Os recibos emeitidos por Osvaldo Francisco de Andrade estão com a data de emissão em branco (dia). Impugnação Cientificada à contribuinte em 23/9/2009, a NL foi objeto de impugnação, em 30/9/2009, às fls. 2/25 dos autos, na qual a contribuinte alegou que faria jus a deduzir todas as despesas declaradas, conforme comprovariam os documentos juntados a sua defesa, os quais sanariam as falhas apontadas na autuação. A impugnação foi apreciada na 3ª Turma da DRJ/CGE que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 28/37): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2008 DESPESAS MÉDICAS. PROVA A eficácia da prova de despesas médicas, para fins de dedução da base de cálculo do imposto de renda pessoa física, está condicionada ao atendimento de requisitos objetivos, previstos em lei, e de requisitos de julgamento baseados em critérios de razoabilidade. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 7/7/2011 (fl. 42), a contribuinte, em 22/7/2011 (fl. 43), apresentou recurso voluntário, às fls. 43/56, alegando, em apertado resumo, que: - para complementar as declarações dos profissionais, estaria juntando extratos bancários e contrato social de sua empresa, de forma a justificar a origem de sua receita. - possuiria uma sorveteria e receberia pagamentos em cheques e em moeda corrente e efetuaria seus pagamentos repassando cheques, emitindo cheques e pagando em espécie. - teria ainda renda do exercício de magistério e de aposentadoria, informados em sua declaração de ajuste. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Como relatado, o litígio recai sobre despesas médicas informadas pela contribuinte e glosadas pela autoridade fiscal por falhas na documentação comprobatória juntada (beneficiário e data de emissão). Em sua impugnação, a contribuinte juntara as declarações emitidas pelos profissionais, onde eles confirmam os serviços prestados a ela (fls.4/6). Na apreciação da defesa, a decisão recorrida registrou: Fl. 61DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2002-001.695 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13162.000079/2009-12 À vista desses documentos e com base na legislação, critérios e princípios expostos, é analisada a dedução de despesa médica conforme a seguinte justificativa: 10.A) Considerar como ineficaz para a dedução de despesas médicas os documentos de Márcia Cristina S. F. Sartori porque os recibos não preenchem os requisitos legais da prova, pois os valores expressivos justificam a exigência da comprovação do efetivo dispêndio exposta no item 7.1 que não foi cumprida. Ademais não foram supridos os requisitos formais, expostos no item " 3 " deste voto, cuja especialidade médica: fisioterapia, poderia ser subsidiada por documentos e exames laboratoriais que complementassem a descrição genérica do tratamento. 10.B) Considerar como ineficaz para a dedução de despesas médicas os documentos de Gisele Gotardi Gomes e Osvaldo Franscico de Andrade porque mesmo na especialidade psicologia em que é razoável a indicação de tratamento genérico que dispensa descrição mais detalhada, o valor expressivo justifica a exigência da comprovação do efetivo dispêndio exposta no item 7.1 que não foi cumprida. Portanto, o entendimento neste julgamento, sobre dedução com despesas médicas, é coincidente com o do lançamento que deve ser mantido intacto. Com a devida vênia, merece reparo a decisão recorrida. Ainda que a recorrente tenha juntado extratos bancários, de forma a fazer a prova exigida na decisão recorrida, entendo que não é o caso deste colegiado examinar esses documentos . Venho reiteradamente manifestando entendimento de que o Fisco pode exigir dos contribuintes elementos adicionais aos recibos das despesas médicas, visando a comprovação do efetivo pagamento dos gastos ou da efetiva prestação dos serviços. Entretanto, nesses autos, essa prova não foi exigida da contribuinte no curso da ação fiscal, configurando-se em inovação levada a efeito pelo colegiado de primeira instância para fundamentar a manutenção das glosas. Ao proceder dessa forma, a decisão violou o direito ao contraditório e à ampla defesa da recorrente, não podendo ser acatada. Assim como não é dado aos contribuintes inovar nas teses de defesa em sede recursal, não se pode conceber que a manutenção da glosa se dê por fundamentos não cogitados na autuação. Assim, devem ser canceladas as glosas das despesas médicas. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 62DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10840.721619/2012-65
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Dec 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2007
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-001.705
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 7/12), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2008. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$798,00 para saldo de imposto a pagar de R$2.435,73. A notificação noticia deduções indevidas de despesas médicas e de contribuição patronal. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 72 16 19 /2 01 2- 65 Fl. 57DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2002-001.705 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10840.721619/2012-65 Impugnação Cientificada ao contribuinte em 25/4/2012, a NL foi objeto de impugnação parcial, em 22/5/2012, às fls. 2/23 dos autos, na qual o contribuinte, por intermédio de representante legal, defendeu a dedutibilidade das despesas médicas próprias e de sua dependente. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BSB que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 30/34): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2008 DESPESAS MÉDICAS Todas as despesas médicas estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade solicitar elementos de prova dos respectivos pagamentos. Nessa hipótese, a apresentação tão-somente de recibos ou declarações, sem a prova do efetivo pagamento, é insuficiente para comprovar o direito à dedução pleiteada. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 17/1/2014 (fl. 37), o contribuinte, em 14/2/2014 (fl. 39), apresentou recurso voluntário, às fls. 39/53, alegando, em apertado resumo, que ele e sua dependente teriam sido submetidos a tratamentos odontológicos e ele teria efetuado os pagamentos em espécie entre os meses de março e agosto de 2007. Aduz que a indicação do cheque nominativo não seria obrigatória e que incumbiria à autoridade fiscal apresentar suas razões para desqualificar os recibos. Acrescenta que ele e seu cônjuge teriam auferido rendimentos mais do que suficientes a respaldar os gastos declarados. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recai sobre dedução de despesas médicas, para as quais a autoridade fiscal exigiu comprovação do seu efetivo pagamento. São dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Fl. 58DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2002-001.705 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10840.721619/2012-65 Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa e da prestação do serviço. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tão-somente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202-005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202-005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401-004.122, de 16/2/2016) Assim, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição Fl. 59DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2002-001.705 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10840.721619/2012-65 médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento, como forma de cumprir sua atribuição legal de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. Esclareço que o ônus probatório é do contribuinte, que é quem se beneficia da redução da base de cálculo do IRPF, e ele não pode se eximir desse ônus com a afirmação de que o recibo de pagamento seria suficiente por si só para fazer a prova exigida. É certo que inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Cabe ressaltar que a indicação do cheque nominativo, apesar de conter menos informações que o recibo, é aceito como meio de prova, evidenciando a força probante da efetiva comprovação do pagamento. A alegação acerca da disponibilidade de recursos dele e de seu cônjuge não o socorre, visto que, no caso, foi exigida a comprovação do efetivo pagamento dos gastos declarados. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 60DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15463.001067/2010-71
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Dec 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2008
DESPESAS MÉDICAS.
A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação idônea que indique o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu.
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-001.700
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a dedução de despesa médica no valor parcial de R$15.240,93, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação idônea que indique o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a dedução de despesa médica no valor parcial de R$15.240,93, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 46 3. 00 10 67 /2 01 0- 71 Fl. 90DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2002-001.700 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15463.001067/2010-71 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 6/10), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2009. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$683,05 para saldo de imposto a pagar de R$10.245,71. A notificação noticia dedução indevida de despesas médicas, consignando: 1) NÃO APRESENTAÇÃO DO COMPROVANTE DO PLANO DE SAÚDE COM VALORES DISCRIMINADOS POR BENEFICIÁRIO: AMIL ASSISTENCIA MEDICA INTERNACIONAL 2) RECIBOS EMITIDOS PELO FILHO DO CONTRIBUINTE, SEM LAUDOS E EXAMES COMPLEMENTARES QUE COMPROVEM A EFETIVA EXECUÇÃO DOS TRATAMENTOS EFETUADOS E SEM A COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO DOS SERVIÇOS: MARCELO MENDONCA LIPS DE OLIVEIRA Impugnação Cientificada ao contribuinte em 12/4/2010, a NL foi objeto de impugnação, em 28/4/2010, às fls. 2/36 dos autos, assim sintetizada na decisão recorrida: Cientificado do lançamento o contribuinte ingressa com impugnação, solicitando seja afastada integralmente a glosa. Diz tratar-se de despesas odontológicas conforme recibos detalhados que anexa. Aduz que as despesas odontológicas decorreram de tratamento de doença periodontal iniciada em 2006, resultando na extração de 12 dentes, conforme demonstrado pelas radiografias. Informa que a fase seguinte ao tratamento foi cirúrgica, com enxerto e colocação de 9 implantes, conforme também demonstram também as radiografias panorâmicas anexadas. Defende que não há qualquer impedimento legal quanto ao seu filho realizar o tratamento. Quanto às despesas com o plano de saúde, diz que foram realizadas em benefício próprio e de sua esposa, conforme comprovantes que anexa. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/RJO que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 45/49): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2009 DESPESAS MÉDICAS – COMPROVAÇÃO As despesas médicas serão acatadas desde que sejam amparadas pela legislação e comprovadas por documentos idôneos emitidos pelos destinatários dos pagamentos, hábeis a assegurarem a efetividade da prestação do serviço e dispêndio Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 24/11/2014 (fl. 55), o contribuinte, em 12/12/2014 (fl. 58), apresentou recurso voluntário, às fls. 58/87, alegando, em apertado resumo, que: - teria juntado recibos médicos que atenderiam todos as normas legais e administrativas. Fl. 91DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2002-001.700 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15463.001067/2010-71 - não teria sido orientado a apresentar laudos técnicos de forma a comprovar os serviços realizados. - os valores declarados seriam irrisórios diante da dimensão dos tratamentos realizados. - o fato do profissional ser seu filho não desabonaria a veracidade do recibo apresentado. - não teria sido exigido dele extrato do plano de saúde com especificação dos beneficiários, o qual junta ao seu recurso. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recai sobre dedução de despesas médicas. Parte das despesas foi glosada pela falta de comprovação do efetivo pagamento e parte pela falta de apresentação de documento com a discriminação por beneficiário. O recorrente entende que seria incabível a exigência pela autoridade fiscal de outros elementos além dos recibos. São dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa e da prestação do serviço. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Fl. 92DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2002-001.700 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15463.001067/2010-71 Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tão-somente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202-005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202-005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401-004.122, de 16/2/2016) Assim, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento, como forma de cumprir sua atribuição legal de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes, mormente como no presente caso que existe um vínculo familiar entre o contribuinte e o profissional e as deduções foram pleiteadas em diversos anos. Registro que estão sendo julgados nesta sessão de julgamento outros dois processos de interesse do recorrente, dos anos-calendário 2006 e 2007, nos quais também foram pleiteadas deduções de despesas médicas com o mesmo profissional. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. O ônus probatório é do contribuinte, já que é ele quem se beneficia da redução da base de cálculo do imposto, e ele não pode se eximir desse ônus com a afirmação de que o recibo de pagamento seria suficiente por si só para fazer a prova exigida. Fl. 93DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2002-001.700 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 15463.001067/2010-71 É preciso registrar que no presente lançamento o interessado não está sendo acusada de ter agido com dolo, fraude o simulação, situação em que exigiria aplicação de multa qualificada de 150%, conforme estabelecido no § 1 o , art. 44, da Lei nº 9.430/96, e, portanto, a exigência fiscal não conflita com a presunção de boa-fé do contribuinte. No caso, como consignado na decisão recorrida, a declaração emitida pelo profissional e os exames juntados não se revelam hábeis a fazer a prova exigida, sendo de se manter a glosa dessas despesas. No tocante ao plano de saúde, os documentos de fls. 74/80 demonstram que os gastos foram realizados em benefício do contribuinte e de sua dependente (fl.34), sendo de se cancelar a glosa do valor declarado (15.462,93-222,00=15.240,93, à fl.34). Conclusão Pelo exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário, para restabelecer a dedução de despesa médica no valor parcial de R$15.240,93. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 94DF CARF MF
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