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Numero do processo: 13896.904173/2008-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: MUDANÇA DE DOMICÍLIO FISCAL SEM A DEVIDA COMUNICAÇÃO AO FISCO. VALIDADE DE NOTIFICAÇÃO POR EDITAL.
O processo administrativo fiscal possibilita que a intimação seja feita, tanto pessoalmente, quanto pela via postal, inexistindo qualquer preferência entre os meios de ciência. Assim, não é inquinada de nulidade a intimação por edital, quando resultarem improfícuos os meios de intimação pessoal e via postal, em virtude de mudança do domicílio fiscal do contribuinte, sem a
devida comunicação ao fisco, já que de sua desídia não pode advir vantagem para si.
IMPUGNAÇÃO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE.
Intimado o contribuinte por edital sem divergência de identificação, conforme determina o artigo 23, parágrafo 1o., item II, do Decreto n°. 70.235, de 1972, há de se ratificar a perempção.
Numero da decisão: 1301-000.868
Decisão: Acordam os membros da Turma por unanimidade, negar provimento ao
recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Nome do relator: PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS
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ementa_s : MUDANÇA DE DOMICÍLIO FISCAL SEM A DEVIDA COMUNICAÇÃO AO FISCO. VALIDADE DE NOTIFICAÇÃO POR EDITAL. O processo administrativo fiscal possibilita que a intimação seja feita, tanto pessoalmente, quanto pela via postal, inexistindo qualquer preferência entre os meios de ciência. Assim, não é inquinada de nulidade a intimação por edital, quando resultarem improfícuos os meios de intimação pessoal e via postal, em virtude de mudança do domicílio fiscal do contribuinte, sem a devida comunicação ao fisco, já que de sua desídia não pode advir vantagem para si. IMPUGNAÇÃO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. Intimado o contribuinte por edital sem divergência de identificação, conforme determina o artigo 23, parágrafo 1o., item II, do Decreto n°. 70.235, de 1972, há de se ratificar a perempção.
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VALIDADE DE NOTIFICAÇÃO POR EDITAL. O processo administrativo fiscal possibilita que a intimação seja feita, tanto pessoalmente, quanto pela via postal, inexistindo qualquer preferência entre os meios de ciência. Assim, não é inquinada de nulidade a intimação por edital, quando resultarem improfícuos os meios de intimação pessoal e via postal, em virtude de mudança do domicílio fiscal do contribuinte, sem a devida comunicação ao fisco, já que de sua desídia não pode advir vantagem para si. IMPUGNAÇÃO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. Intimado o contribuinte por edital sem divergência de identificação, conforme determina o artigo 23, parágrafo 1o., item II, do Decreto n°. 70.235, de 1972, há de se ratificar a perempção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma acordam, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Fl. 294DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13896.904173/200879 Acórdão n.º 1301000.868 S1C3T1 Fl. 2 3 Relatório Tratase das DCOMP apresentadas pela HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A. (CNPJ n° 03.541.297/000190), e apreciadas no Despacho Decisório n° 783781479 da DRF Barueri/SP, emitido em 26/08/2008 (fls. 07), vinculadas ao saldo negativo de IRPJ de 01/01/2003 a 31/12/2003, no valor originário de R$ 482.377,56. No processamento eletrônico da compensação, verificouse a falta de apuração de saldo negativo de IRPJ na DIPJ 2004 (anocalendário 2003), pelo que foram não homologadas as compensações e cobrados os débitos no valor total de R$745.420,61. Consta dos autos, a tentativa de intimação da empresa, por via postal, tendo a correspondência sido devolvida em 09/09/2008 (cf docs. de fls. 08/09 e 14), pelo que teria sido providenciada a ciência, mediante o Edital n° 1495/2008 (fls. 10/13), afixado na DRF Barueri/SP, em 02/10/2008. Em 04/06/2009, a TELE NORTE PARTICIPAÇÕES S.A., CNPJ n° 02.558.134/000158 (sucessora por incorporação da HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A.) apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 17/22, na qual aduz em sua defesa as seguintes razões de fato e de direito: 1.Preliminares: a. protesta pela produção de prova pericial na documentação contábil para verificação do saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2005, formula os quesitos a serem respondidos e indica o assistente técnico. b. protesta pela nulidade da intimação por edital, pela tempestividade da manifestação apresentada e pela suspensão da exigibilidade dos débitos, cuja compensação não fora homologada; c. afirma que o descumprimento da intimação, por via postal, teria decorrido de erro cometido pelo próprio Fisco no endereçamento da intimação, para o endereço da sucedida e incorporada, ao invés de encaminhar para o domicílio da sucessora e incorporadora, fato que teria impossibilitado a ciência do Despacho Decisório; d. a intimação por edital seria nula porque a intimação postal teria sido efetuada em endereço diverso do domicílio tributário eleito pela empresa; e. em decorrência, a manifestação de inconformidade deveria ser recebida sob pena de violação do princípio da ampla defesa; 2. Mérito: a. afirma que a divergência de informações na DIPJ e na DCOMP acerca do valor do saldo negativo de IRPJ não seria suficiente para a nãohomologação das compensações, tendo em conta a existência do saldo negativo e o erro de preenchimento da DIPJ; Fl. 296DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 b. com fundamento no princípio da verdade material, diz que o mero erro de preenchimento da DIPJ não poderia obstar o direito ao crédito, de vez que comprovados o recolhimentos e as retenções das antecipações correspondentes; c. que o direito à compensação seria decorrente do princípio da moralidade; A autoridade julgadora de primeira instância decidiu a matéria por meio do Acórdão 0530.750 da DRJ/CAMPINAS, em 21/09/2010, (doc. fls.217/224), não conhecendo da manifestação de inconformidade por se configurar intempestiva, tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de,apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 Nulidade. Intimação por Edital. Quando resultar improfícuo qualquer dos meios primários de intimação (pessoal, por via postal ou por meio eletrônico), a intimação deve ser feita por edital afixado em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação. Considerase feita a intimação 15 (quinze) dias após a publicação do edital. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. A nulidade da intimação por edital, efetuado em função de a pessoa jurídica não ter sido localizada no endereço constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ, não pode ser invocada pela sucessora e incorporadora, quando não adotados os procedimentos cabíveis tendentes à atualização das informações cadastrais perante o CNPJ. É intempestiva e não instaura o contraditório a manifestação de inconformidade apresentada após o prazo de 30 (trinta) dias da data da ciência. É o relatório. Passo ao voto. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13896.904173/200879 Acórdão n.º 1301000.868 S1C3T1 Fl. 3 5 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Tratase de recurso voluntário contra decisão que não conheceu da manifestação de inconformidade por esta se configurar intempestiva. Em breve síntese, a decisão do Despacho Decisório negando homologação à compensação pleiteada, foi encaminhada ao contribuinte, via correio, não tendo sido recebida no endereço constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ, devolvida em 09/09/2008, conforme documentos de fls. 08/09 e 14. Na data da postagem da intimação, em 29/08/2008, a empresa H1CORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A. (CNPJ n° 03.541.297/000190) encontravase no CNPJ na situação cadastral ATIVA e sediada na Alameda Araguaia, 933, 8o andar, Conjunto 88, Alphaville, Barueri/SP (fls. 177), este era o domicílio tributário eleito ou o endereço postal fornecido pela contribuinte, para fins cadastrais, à administração tributária. Em seguida foi providenciado a ciência por Edital afixado na DRF de origem em 02/10/2008 (fls. 10/13). Somente em 04/06/2009, a TELE NORTE PARTICIPAÇÕES S.A., CNPJ n° 02.558.134/000158 (sucessora por incorporação da HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A.) apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 17/22, na qual aduz em sua defesa que a intimação por edital seria nula porque a intimação postal teria sido efetuada em endereço diverso do domicílio tributário eleito pela empresa. Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (I) o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (II) o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo (Decreto 70.235/1972, art. 23, par. 4o.e Lei 11.196/2005, art. 113). Diante disso, no âmbito do processo administrativo tributário entendo como válida a citação por edital. Uma vez transcorrido o prazo regulamentar e não havendo apresentação de impugnação no prazo legal, encerrase o direito do contribuinte, não cabendo apreciação a posteriori. Em que pese os argumentos suscitados, a intimação postal só tem validade quando realizada no domicílio fiscal do contribuinte, que para todos os efeitos é aquele declarado e constante nos sistemas da Receita Federal. Por sua vez para que a intimação por edital seja válida, a autoridade fiscal deve ter esgotado, sem sucesso, as tentativas de intimação por via postal. No caso concreto utilizouse a citação por edital, instrumento jurídico válido, quando o sujeito passivo não é localizado no domicílio tributário constante nos cadastros da Receita Federal. Acolher a pretensão do suplicante implicaria grave ofensa aos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal, já que é valida a intimação via edital. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 6 Nestes termos, posicionome no sentido de negar provimento ao recurso, por extemporânea a peça impugnatória. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 299DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 18108.000814/2007-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/08/2000 a 31/05/2005
COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO REFERENTE A COOPERATIVA.
De acordo com a Súmula nº 02, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2302-001.820
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade foi negado provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o julgado.
Nome do relator: ADRIANA SATO
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2000 a 31/05/2005 COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO REFERENTE A COOPERATIVA. De acordo com a Súmula nº 02, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
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Parcelas em Folha de Pagamento Recorrente AUBERT ENGRENAGENS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2000 a 31/05/2005 COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO REFERENTE A COOPERATIVA. De acordo com a Súmula nº 02, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Fl. 429DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2012 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade foi negado provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o julgado. Marco André Ramos Vieira Presidente. Adriana Sato Relator. EDITADO EM: 19/06/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente), Arlindo Costa e Silva, Liege Lacroix Thomasi, Adriana Sato e Manoel Coelho Arruda Junior. Fl. 430DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2012 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 18108.000814/200796 Acórdão n.º 2302 001.820 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito lavrada em 27/02/2006 cuja ciência do Recorrente ocorreu em 01/03/2006 (fls.117). De acordo com o Relatório Fiscal a Recorrente declarou em GFIP em quase todas as suas competências valores a menor do que os apurados pela fiscalização. Constituem os fatos geradores da presente NFLD os resumos de folhas de pagamentos, a folha de pagamento dos empregados, termos de rescisão de contrato de trabalho, recibos de férias e faturas emitidas pelas cooperativas. A Recorrente apresentou impugnação e às fls.141/143 informa através de petição sua desistência a impugnação com relação à GPS das competências 01/2001 a 07/2001 em razão do pagamento; com relação as competências 08/2001 a 01/2002, inclusive 13/2001 por adesão ao REFIS; e, com relação ao levantamento FPS – Folha de Pagamento referente as competências 05/2003 a 13/2004, por adesão ao REFIS. Em razão da manifestação da Recorrente foi determinada uma diligência fiscal, cuja informação foi juntada às fls.243/244 e o fiscal juntou aos autos cópia autenticada da petição, da liminar e sentença do Mandado de Segurança. Em novo despacho o fiscal juntou o cálculo prévio dos valores de contribuição que entendia ser excluído do lançamento de oficio inicial. A DRFBJ encaminhou os autos à Delegacia de Administração Tributária em São Paulo – Derat/SPO. A Derat/SPO desmembrou da NFLD os valores incluídos no parcelamento (fls.287/319), remanescendo o crédito tributário no valor de R$ 110.053,44, que totalizava em 27/02/2006 R$ 209.067,00. Após a Derat apropriou o valor recolhido em GPS (fls.144), e, sendo a mesma insuficiente para quitação integral do débito,, restou descoberto as competências 06 e 07/2001 pagos pelo Recorrente em 18/03/2010 (fls.324/329). Após a realização das operações, conforme solicitado pela DRFBJ, remanesceu o crédito tributário no valor principal de R$ 70.758,63, que consolidado em 24/03/2010, totalizava R$ 164.854,49. Apesar de intimado o Recorrente não se manifestou sobre as diligências realizadas. A 14ª Turma de Julgamento da DRFBJ julgou improcente a impugnação e aplicou de oficio a decadência parcial dos lançamentos no período de 08/2000 a 01/2001. Inconformado o Recorrente apresentou recurso voluntário, alegando em síntese: Fl. 431DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2012 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 o acórdão não descreve como deve ser apropriado os valores pagos e nem o procedimento adotado pelo INSS caso esses valores tenham sido apropriados, impossibilitando o Recorrente de apurar eventual crédito tributário remanescente; inconstitucional a exigência da contribuição de 15% sobre a fatura emitida pelas cooperativas de trabalho. É o Relatório. Fl. 432DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2012 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 18108.000814/200796 Acórdão n.º 2302 001.820 S2C3T2 Fl. 3 5 Voto Conselheiro Adriana Sato Sendo tempestivo CONHEÇO DO RECURSO e passo a análise das questões suscitadas. Diferentemente do alegado pelo Recorrente o v. acórdão na sua conclusão descreve que deverão ser apropriados os montantes pagos em guias (fls.338) e ao qual deverão ser acrescidos multa e juros legais. No que tange a alegação quanto a contribuição referente cooperativa, aplico a Súmula 2 do CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Por todo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Adriana Sato Relator Fl. 433DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2012 por ADRIANA SATO, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por ADR IANA SATO, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 10830.005020/2008-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 01 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DUPLICIDADE DE DECLARAÇÕES PARA MESMO DÉBITO. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE DUPLA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória (não-homologação pelo Fisco). É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que o primeiro pedido de compensação extingue o débito e, via de conseqüência, este mesmo débito não pode servir de substrato para outro pedido de compensação. Se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR TER EFEITO CONFISCATÓRIO. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário.
Numero da decisão: 1401-000.722
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em der provimento parcial ao recurso, apenas para cancelar a multa isolada relativa à Dcomp 13710.48934.110405.1.3.04- 0843.
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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Recorrente SOTREQ S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DUPLICIDADE DE DECLARAÇÕES PARA MESMO DÉBITO. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE DUPLA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória (nãohomologação pelo Fisco). É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que o primeiro pedido de compensação extingue o débito e, via de conseqüência, este mesmo débito não pode servir de substrato para outro pedido de compensação. Se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR TER EFEITO CONFISCATÓRIO. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 631DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 2 ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em der provimento parcial ao recurso, apenas para cancelar a multa isolada relativa à Dcomp 13710.48934.110405.1.3.04 0843. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes De Mattos e Karem Jureidini Dias. Fl. 632DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 632 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 0523.794, proferido pela Quinta Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, que, por unanimidade de votos, decidiu “DEFERIR PARCIALMENTE a manifestação de inconformidade contida no processo apenso n° 10830.001321/200614, ratificando o ato de nãohomologação, mas afastando parcialmente a cobrança dele decorrente, bem como JULGAR PROCEDENTES as exigências de multa isolada formalizadas nestes autos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.” Por descrever os fatos com a riqueza de detalhes necessária para a compreensão da controvérsia, adoto e transcrevo o relatório elaborado pela DRJ: Trata o presente processo de multa de ofício isolada por compensação indevida mediante Declarações de Compensação DCOMP, apontando crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior verificado nos autos do processo administrativo n° 10830.504124/200563, no valor original de R$ 10.000.000,00. Tal crédito foi utilizado na quitação de débitos de Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF, Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição para o Programa de Integração Social PIS. A estes autos foram apensados os seguintes processos administrativos: • 10830.001321/200614, que trata de nãohomologação de compensações formalizadas em DCOMP apresentadas de 11/04/2005 e 15/04/2005; • 10830.005066/200832, que abriga representação fiscal para fins penais, associada ao lançamento formalizado nos autos do processo principal n° 10830.005020/200813. Às fls. 324 do processo apenso n° 10830.001321/200614 consta despacho produzido por esta Relatora nos seguintes termos: O presente processo referese à nãohomologação das DCOMP nº 13710.48935.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080, objeto do despacho decisório de fls. 161/162, contra o qual o interessado Fl. 633DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 4 apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 172/182, enviada a esta DRJ para julgamento. Verificase que, em paralelo, a DRF/Campinas também promoveu o lançamento da multa de ofício isolada, em razão das compensações assim consideradas indevidas, formalizandoa sob n° 10830.005020/200813. Contra tal lançamento, o interessado interpôs impugnação, também remetida a esta DRJ para julgamento. Ocorre que, o art. 18 da Medida Provisória n" 135/2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, e já alterada pela Lei n° 11.051/2004, assim dispôs: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão da nãohomologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964. [...] § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. [...] Assim, é necessário que os feitos sejam reunidos para julgamento simultâneo, razão pela qual encaminho este processo ao SECOJ desta DRJ, para que se promova a sua juntada por apensação ao processo administrativo n° 10830.005020/200813, haja vista que a juntada por anexação é inviável, na medida em que os autos controlam créditos tributários cadastrados em diferentes sistemas (PROFISC e SIEF). Seguindo a ordem cronológica dos atos praticados, vêse no processo apenso n° 10830.001321/200614, às fls. 54/55, que as DCOMP n° 13710.48935.110405.1.3.04 0843 e 36921.01195.150405.1.3.046080 foram selecionadas para trabalho manual neste processo em virtude de haver dúvidas quanto à pertinência do direito creditório oferecido como contrapartida aos débitos apresentados para compensação, já que o processo informado pela contribuinte como origem do crédito (n° 10830.504124/200563) trata de inscrição na dívida ativa da União IRRF, conforme se comprova nas consultas aos sistemas Comprot e Projetos PGFN, fls. 28, 29 e 51 a 54, ou seja, não diz respeito a reconhecimento de direito creditório. Fl. 634DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 633 5 Ressaltando que, com base nas mesmas consultas, verificouse que a dívida era oriunda de 2 (dois) débitos de IRRF no anocalendário de 1999, e que foi quitada através de pagamento realizado em 31.05.2005, no valor de RS 4.794,92, o Serviço de Orientação e Análise Tributária SEORT da DRF/Campinas encaminhou os autos, em 22/03/2006, ao Serviço de Fiscalização (Sefis) desta Delegacia da Receita Federal (DRF) para apuração das informações prestadas pela interessada nas 2 (duas) declarações de compensação objeto destes, principalmente em relação ao crédito informado. Em continuidade a ação fiscal já em curso, os auditores responsáveis iniciaram os questionamentos acerca das referidas DCOMP em termo cientificado ao contribuinte em 03/04/2006 (fls. 110/111), e em 27/04/2007 informaram ao SEORT/DRF Campinas que o contribuinte não prestou os esclarecimentos solicitados em 03/04/2006, 04/05/2006 e 15/05/2006, relativamente à origem do crédito pleiteado. Consignaram também que: Por conseguinte, em 13/03/2007 (fls 131 e 132), cientificamos o contribuinte do Termo de Constatação e Intimação Fiscal 12/03/2007, tendo sido solicitado as seguintes informações: “... Em resposta ao Termo de Constatação e Intimação Fiscal datado de 04/05/2006, relacionado à PER/DCOMP 13710.48935.110405.1.3.040843. transmitida em 11/04/2005, bem como à PER/DCOMP 36921.01195.15 0405.1.3.046080, transmitida em 15/04/2005. Vsa declarou: “2. Informamos que toda documentação hábil e idônea que comprove a existência do crédito especificados nos referidos Per/Dcomp, já foram apresentados no início dessa fiscalização, em atendimento ao termo de intimação datado em 23 de junho de 2005” Entretanto, em análise aos documentos apresentados por Vsa em resposta ao termo de intimação de 23/06/2006, NÃO foram encontrados documentos relacionados ao aludido crédito pleiteado nas Per/Dcomp. Isto posto: Fl. 635DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 6 1. Esclarecer qual é a origem do crédito tributário (Processo Administrativo mencionado nas PER/DCOMP: 10830.504124/200563) pleiteado nas Per/Dcomp retromencionadas, 2. Apresentar ou reapresentar a documentação hábil e idônea coincidentes em datas e valores que comprovem a origem do crédito tributário pleiteado por Vsa, no montante original de RS 10.000.000,00 (dez milhões de reais). Em 27/03/2007 (fls 133 a 147), o contribuinte apresentou petição e, novamente, NÃO comprovou a origem do crédito pleiteado no montante de R$ 10.000.000,00 limitandose a informar que os processos de compensações haviam sido efetuados por terceiros que já havia solicitado à SRF a retificação dos mesmos, não teriam sido aceitas as retificações tendo em vista a ação fiscal em andamento. Também, não esclareceu o PAF 10830.504124/200563. Portanto, o contribuinte em epígrafe, regularmente intimado e com amplo prazo para o atendimento, NÃO comprovou, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, a origem do crédito pleiteado (R$ 10.000.000,00) compensado nas PER/DCOMP 13710.48935.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405. 1.3.046080. Diante do exposto, PROPOMOS o encaminhamento do presente processo ao SEORT para elaboração do Despacho Decisório em face da não comprovação do crédito pleiteado no montante de R$ 10.000.000,00. Diante destas circunstâncias, formalizouse o Despacho Decisório que integra o processo administrativo apenso n° 10830.001321/200614 (fls. 161/162), no qual dispôsse o que segue: [...] Tendo em vista que à época do início da análise das Declarações de Compensação tratadas neste processo, havia procedimento da fiscalização em curso junto à contribuinte, foi proposto através do despacho de fl. 55, anteriormente mencionado, o encaminhamento deste processo ao Serviço de Fiscalização – SEFIS – desta Delegacia, para apuração das informações prestadas pela interessada referente às duas Declarações de Compensação, principalmente em relação ao crédito informado. Estas informações contidas nas Declarações de Compensação, foram aferidas em análise efetuada pelo Serviço de Fiscalização SEFIS, desta Delegacia, Fl. 636DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 634 7 consoante Informação fiscal elaborada em 27/04/2007, fls. 148 e 150 documento este que passa a ser parte integrante deste despacho. De acordo com esta análise, o SEFIS alega que o crédito, objeto das Declarações de Compensação, no montante de RS 10.000.000,00, não foi comprovado. Diante do exposto, considerando tudo o mais que do processo consta, PROPONHO: 1. A não homologação das Declarações de Compensação; 2. O encaminhamento deste processo ao SEFIS para: a) Verificar a pertinência ou não do lançamento da multa isolada prevista no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003. b) No caso de aplicação da multa supracitada, dar ciência ao contribuinte deste despacho junto com o(s) auto(s) de infração, e efetuar a cobrança de todos os débitos declarados nas compensações, conforme extrato do sistema SINCORPROFISC de fls. 151156; caso contrário, retornar o processo a este SEORT. Em 30/05/2008 o interessado foi cientificado do referido despacho decisório, bem como do Auto de Infração e do Termo de Verificação Fiscal que integram este processo principal n° 10830.005020/200813, formalizandose a exigência de R$ 13.017.613,72, correspondente à multa de ofício isolada no percentual de 150%, calculada sobre o valor total dos débitos compensados nas referidas DCOMP. Firmouse no Termo de Verificação Fiscal que diante dos fatos apresentados, pelos quais exsurge inquestionável a intenção do contribuinte em fraudar o sistema de cobrança da Receita Federal, provocando a extinção indevida de tributos, concluímos pela aplicação da multa prevista no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (observadas as redações dadas pelas Leis nos 11.051/2004 e 11.196/2005), no percentual de 150%. Manifestando sua inconformidade contra o despacho decisório proferido nos autos do processo apenso n° 10830.001321/2006 14, o interessado, por intermédio de seus advogados e procuradores, apresentou sua defesa em 27/06/2008 (fls. 172/182 do processo apenso n° 10830.001321/200614), alegando, em síntese, o que segue: • Em preliminar assevera que apresenta a presente Manifestação de Inconformidade com fundamento no artigo 48, da Instrução Normativa n° 600 de 2005 c/c § 7º a § 11º, do artigo 74, da Lei nº 9.430/96, em razão de compensações nãohomologadas, para destacar que ela tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, não se admitindo, portanto, que os Fl. 637DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 8 lançamentos dela advindos sejam óbice a expedição de futuras Certidões Negativas de Débitos. • Relata sua fundação em 1941, e sua condição de revendedora exclusiva dos produtos, serviços e sistemas Caterpillar, bem como a dimensão de sua estrutura operacional de serviços, para acrescentar que para estes 67 anos de crescimento, sua idoneidade foi atributo indispensável, e mais à frente afirmar que em harmonia com sua sempre ilibada conduta, foi que a própria Requerente protocolizou em janeiro de 2005, perante a Secretaria da Receita Federal, um pedido de revisão quanto a uma Declaração de Compensação indeferida nos autos do Processo Administrativo 10166.000251/200578. • Reportase ao processo de fiscalização ocorrido em 2006, no qual se verificou a compensação de créditos oriundos do Processo n" 696/1949 (RESP037056STJ), mencionando o desprezo à realização de uma análise detalhada da origem do crédito compensado e o fato de se ter sugerido arbitrariamente que as DCOMP's entregues até 30 de dezembro de 2004 não deveriam ser homologadas, além de que fossem consideradas "não declaradas " as Declarações de Compensações, entregues após aquela data. • Menciona que ali ressalvouse que não se analisaria as DCOMP que são objeto do Despacho Decisório ora atacado, cita que a Ilustríssima Delegada da Receita Federal em Campinas, sem qualquer espécie de fundamentação, limitouse a proferir despacho decisório "acatando” a manifestação da fiscalização no sentido de considerar não homologadas as DCOMPs entregues até 30 de dezembro de 2004, bem como que em razão de sua boafé pagou os tributos compensados em 15/01/2007, no valor total de R$ 21.346.880,06. • Posteriormente, relata que foi cientificada de auto de infração exigindolhe o pagamento de R$ 2.639.366,47, com o acréscimo de multa de 150%, por conta de PERD/COMP'S considerados não declarados pelo Fisco, em razão do qual efetuou pagamento de R$ 2.723.627,40 em 27/04/2007, para na seqüência afirmar: Ocorre que para a surpresa da Requerente, mediante o Despacho Decisório ora atacado, proferido nos autos do Processo Administrativo n° 10830.01321/200614, estão sendo exigidos NOVAMENTE tributos cujas compensações foram consideradas nãohomologadas pelo Fisco, os quais foram objeto dos PERDCOMP's identificados sob o n° 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080. No entanto, tal exigência não merece prosperar em razão de dois fatores que serão abordados no próximo tópico, abaixo resumidamente expostos: a) as Duas Declarações de Compensação foram objeto dos PERD/Comp's recepcionados sob números 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080, os quais foram objeto de dois pedidos expressos de cancelamento em razão de duplicidade de envio, Fl. 638DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 635 9 e o que é pior: b) os tributos ora exigidos ESTÃO EXTINTOS NOS TERMOS DO INCISO I, DO ARTIGO 156. DO CTN. pois foram QUITADOS quando da liquidação dos lançamentos perpetrados em razão do Despacho Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n° 10166.000251/200578 e do Auto de Infração nº 10830.001497/200749. • Reportase à existência de assessoria técnica especializada contratada para adequação das compensações realizadas à legislação pátria e que, em meados de 2005, já na posse da documentação relativa às compensações, a ora requerente constatou vários erros nas transmissões dos PERDCOMP'S, as quais poderiam resultar em sérios prejuízos, tais como: duplicidade e triplicidade de transmissões. Daí as tentativas de retificações e cancelamentos, inclusive das DCOMP em referência, sem contudo obter êxito, fato que foi devidamente comunicado ao Delegado da Receita Federal em Campinas mediante petições protocolizadas em várias oportunidades, dentre elas em 25 de junho de 2005 e 24 de fevereiro de 2006. • Invoca a espontaneidade e o direito de petição, que se respeitados evitaria o lançamento de tributos ora discutidos e ensejaria a reforma do Despacho Decisório, que sequer adentrou no fato de que os PERDCOM'S n°s 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.04 6080 já foram objeto de pedido de cancelamento em razão de duplicidades constatadas internamente pela companhia, o que por si só, faria com que perdesse seu objeto. Aliás, a veracidade dessa alegação (duplicidade) pode ser facilmente constatada pelo fato dos tributos/períodos exigidos em razão de Despacho Decisório ora atacado, estarem compreendidos dentre aqueles que foram lançados e quitados pela Requerente, em razão do Despacho Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n" 10166.000251/2005 78 e do Auto de Infração n° 10830.01497/200749. Assim, mesmo que não sejam acatada a alegação de que os PERDCOMP'S em questão foram objeto de pedido de cancelamento não atendido pelo Fisco, o que se admite apenas a título de argumentação, o fato é que os valores exigidos em razão do Despacho Decisório ora guerreado, encontramse extintos por pagamento nos termos do inciso I, do artigo 156, do Código Tributário Nacional, como a seguir será demonstrado. • Em quadro demonstrativo, contendo os códigos tributos, período de apuração e vencimentos dos tributos exigidos pela nãohomologação em tela, associa os valores quitados relativos a processo administrativo 10166000.251/200578* e do Auto de Infração 10830.001497/200749**, e conclui que todos os lançamentos oriundos de Despacho Decisório em tela, guardam Fl. 639DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 10 relação com exigências já QUITADAS em outros processos administrativos (10166.000251/200578 e 10830.0014797/2007 49), RAZÃO PELA QUAL NÃO PODEM PREVALECER SOB PENA DE VERDADEIRO BIS IN IDEM. Assim, a Requerente que já arcou com o pagamento de dezenas de milhões de reais, certamente não se sujeitará a COBRANÇA EM DUPLICIDADE COMO ESTÁ DE QUASE SETE MILHÕES DE REAIS E RESPECTIVA MULTA DE 13 MILHÕES DE REAIS, DELA DECORRENTE EXIGIDA NO AUTO DE INFRAÇÃO 10830.005020/200813. Tal situação, portanto, carece de imediata revisão por parte da Delegacia da Receita Federal em Campinas, pois é INADMISSÍVEL que a Requerente fique a mercê de trabalhos fiscais que lhe imputam créditos tributários já pagos e ainda autuações deles decorrentes objetivando a aplicação de penalidade de multa de 150% por suposta "fraude", caracterizando, tais atos arbitrários, num tratamento desigual e de total descaso a um dos maiores contribuintes da jurisdição desta E. Delegacia, e a "maior empresa do setor em faturamento no Estado de São Paulo e no país". Não obstante, apesar de nada dever ao erário, a Requerente ainda é submetida a Representação Penal, que culminará em Inquérito Policial, situação extremamente constrangedora e que certamente trará danos irreparáveis a companhia. Ainda, impugnando o lançamento de multa de ofício isolada presente neste processo principal n° 10830.005020/200813, o contribuinte, por intermédio de seus advogados e procuradores, deduz as seguintes razões de fato e de direito em 26/06/2008: • Reprisa os mesmos argumentos tecidos na manifestação de inconformidade, para concluir que o Termo Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n. ° 10830.001321/2006 14, não pode sob nenhum aspecto prevalecer, pois a não homologação das compensações resultou na exigência de créditos tributários já QUITADOS. E acrescenta que, se a não homologação dos créditos tributários não surtiu qualquer efeito jurídico ou financeiro, tendo em vista que os objetos das compensações já haviam sido recolhidos ao erário anteriormente, não há porque prevalecer a multa ora atacada. • Na seqüência, entende necessária a recapitulação da multa aplicada, na medida em que a utilização do percentual de 150% depende da plena caracterização e comprovação da prática de uma conduta fraudulenta por parte do contribuinte, conforme doutrina que reproduz, no sentido da demonstração da própria materialidade da conduta fraudulenta, bem como o dolo específico do agente, evidenciando não somente a intenção mas também o seu objetivo, uma vez que a fraude não pode ser presumida mas deve sim ser comprovada através de elementos contundentes apuráveis, inclusive, através do devido processo legal. Fl. 640DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 636 11 • Reportase à responsabilidade objetiva do art. 136 do CTN, mas ressalva que à fraude é imprescindível a comprovação do dolo, o qual, por sua vez, é excluído pelo erro do agente que crê na licitude de sua conduta – ainda que tenha sido induzido a erro por terceiros e não tem a intenção de praticar fraude. • Conclui, assim, que não estão presentes os requisitos necessários à caracterização da fraude. Em suas palavras: a Requerente não praticou qualquer conduta omissiva ou comissiva que visasse reduzir o montante do imposto devido, tendo declarado e compensado os tributos de forma a possibilitar a presente averiguação fiscal; não houve dolo na redução do imposto devido, ou seja, intenção de provocar um evento ou resultado contrário ao Direito, eis que a Requerente contratou uma consultoria jurídica que previamente lhe assegurou a legalidade da operação, levandoa a engano; não restou comprovado pelo Fisco a prática de simulação quanto à ocorrência ou ao momento da ocorrência do fato gerador, uma vez que a Requerente ofereceu inúmeros documentos à Receita Federal, como escrituras e contratos, que demonstravam não só a ocorrência do fato gerador, mas as suas particularidades. • Acrescenta que realizou de boafé todos os procedimentos referentes à compensação de créditos, e para isso contratou a consultoria referida, que comprometeuse a prestar serviço de "advocacia e assessoria tributária na aquisição de crédito por cessão para quitação de tributos incidentes na contratante, de natureza federal". Inclusive, na referida contratação foram previstos a seleção do crédito e a qualidade dele, o trânsito em julgado e a conformidade com as normativas impostas pela Receita Federal [...], bem como assegurado que a compensação seria válida nos termos do art. 170 do CTN. • Acreditou, assim, que agiu dentro da mais absoluta legalidade, sem qualquer intenção de cometer qualquer tipo de infração, e não está aqui, pretendendo opor convenção particular ao Fisco, mas sim demonstrar que não agiu com dolo em fraudar os cofres públicos, em prejuízo alheio, Inclusive, tais serviços prestados pelo escritório Walmir Barroso Advogados Associados S/C, que não se prestaram para o fim contratado, qual seja, para aquisição e compensação de créditos tributários, levaram a Requerente a ingressar com ação de indenização contra o mesmo, a qual tramita perante o Foro Central da capital (doe. n" 14). • Teria havido, assim, no máximo culpa "in eligendo", pela má escolha do prestador de serviços jurídicos, na medida em que sua conduta foi exclusivamente embasada no referido contrato. Fl. 641DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 12 • Reportase à responsabilidade decorrente da culpa "in eligendo" pelos danos causados, mas entende que estaria automaticamente descartada a suposta fraude alegada pela Requerida. Em reforço à sua boafé, menciona também sua colaboração no curso do procedimento fiscal, demonstrando claramente como toda a operação de compensação foi realizada, oferecendo documentos e indicando inclusive os valores que foram adquiridos bem como os créditos que foram utilizados no procedimento administrativo. • Menciona, também que levada à engano pela assessoria contratada, a Requerente jamais negou intencionalmente a legislação pátria, inexistindo portanto o próprio nexo de causalidade. Reproduz doutrina que exige a prática voluntária do antijurídico, e conseqüente culpa subjetiva para imputação da responsabilidade por infração, e conclui que a multa deveria ser reduzida, no mínimo, a 75%, na ausência de prova da fraude. • Reportase a julgados administrativos do Terceiro Conselho de Contribuintes que demonstram a necessidade de descaracterização da multa isolada quando não restar devidamente comprovado o intuito de fraude, e acrescenta: Portanto, não há como se pretender sustentar a prática de atividade dolosa que visasse evitar ou diferir o pagamento dos tributos, sendo que nenhuma prova foi apresentada neste sentido, restando comprovada a boafé da Requerente no ato da contratação dos serviços prestados pela assessoria do escritório Walmir Barroso Advogados Associados S/C Consultoria Empresarial, que indicoulhe a compensação como em “conformidade com as normativas impostas pela Receita Federal e outros órgãos pertinentes a pronta aquisição e conclusão do processo de transferência”. • Recorda que a fiscalização em tela somente foi iniciada a partir da provocação da própria Requerente, ou seja, a partir do processo n° 10166.000251/200578, onde se pretendia a declaração de regularidade da compensação, a evidenciar a total boa fé da empresa, não se realizando meramente na contabilidade da empresa, consoante julgado administrativo mencionado em sua defesa. Considerados tais esclarecimentos, onde estaria a tentativa de impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo na reduzir o montante do imposto devido ou a evitar ou diferir o seu pagamento, necessária à tipificação da fraude? Mais complexa ainda é a tentativa do Auditor Fiscal da Receita Federal imputar uma atitude fraudulenta à Requerente, que ressaltou sua boafé com o pagamento dos tributos apontados como devidos pela autoridade fiscal. • Conclui, assim, que não está tipificada a fraude, e demonstrada a sua boafé, passa a apontar o caráter inconstitucional da multa de ofício aplicada pelo Fisco, na medida em que, acrescido da multa de mora exigida para o recolhimento do Fl. 642DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 637 13 valor compensado, resta evidente que o percentual assim totalizado em 170%, é confiscatório. • Ressalta que tal limitação constitucional é referida apenas no âmbito dos tributos, mas a doutrina pacificamente a estende às multas, na medida em que estas não devem ter caráter arrecadatório, mas tão só sancionatório, com respeito aos princípios da proporcionalidade e isonomia com relação a situações similares. • Entende caracterizado o confisco nas multas que ultrapassam em muito o valor do próprio tributo, ou mesmo o valor do bem ou riqueza que ensejou a tributação, extrapolando o dimensionamento necessário para desestimular o ilícito. • Assevera que a indenização ao Fisco se faz pela aplicação de juros de mora e correção monetária, e a utilização da taxa SELIC para cálculo dos juros, associada a multas superiores a 100%, ofende o princípio da proporcionalidade e tem feição confiscatória. • Apenas o tributo deve ter função arrecadatória. A multa deve ser fixada para incentivar o cumprimento do dever pelo contribuinte e, para manter as suas funções de punir, reprimir e ressocializar, deve também observar o princípio do não confisco. • Cita também o princípio da razoabilidade, reportandose a precedentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Regionais Federais, e acrescenta que o valor excessivo da penalidade é suficiente para inviabilizar a vida financeira da empresa punida. E, por fim, menciona que o alcance do preceito constitucional que veda o confisco é também extensivo às penalidades, por ser desdobramento da garantia do direito de propriedade, previsto no inciso XXII, do artigo 5º, e inciso II do artigo 170, ambos da Constituição Federal. • Requer, por todo o exposto, a declaração de nulidade do presente lançamento, eis que demonstrado que os créditos tributários não homologados nos autos do Processo Administrativo n° 10830.001321/200618, já foram devidamente recolhidos, ou então que seja ele julgado improcedente, por inaplicabilidade da multa de 150%, ou que este percentual seja reduzido para 75%, tendo em vista que a Requerente não praticou a aquisição e compensação dos créditos com intuito de fraude. Submetidas a Manifestação de Inconformidade e a Impugnação à apreciação da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, esta houve por bem julgar procedente em parte a manifestação, ratificando o ato de não homologação, mas afastando parcialmente a cobrança dela decorrente. Entretanto, julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da multa isolada formalizada nestes autos. O acórdão restou assim ementado: Fl. 643DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 14 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. INEXISTÊNCIA. ORIGEM EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DE INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. Inadmissível a compensação de suposto crédito de natureza tributária, oriundo de processo administrativo destinado à inscrição em Dívida Ativa da União de débito cujo valor é irrisório, se comparado com o crédito alegado. FALSIDADE EM DCOMP. IMPOSSIBILIDADE. IMPOSIÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. PROCEDÊNCIA. Inserir informação falsa em DCOMP, a fim de possibilitar o seu envio por meio eletrônico e dar aparência de regularidade à utilização de créditos de natureza tributária inexistentes, demonstra a falsidade e o evidente intuito de fraude que devem ser penalizados com o lançamento de multa qualificada no percentual de 150%. DÉBITOS PAGOS EM RAZÃO DE PROCEDIMENTO ANTERIOR. NÃO HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE. Se o interessado não providencia espontaneamente o cancelamento das DCOMP cujos débitos foram posteriormente pagos, necessário é o ato de não homologação para desfazer seu efeito extintívo evitar eventual alegação de pagamento indevido. COBRANÇA. Descabe nova cobrança de débitos que, embora objeto de DCOMP nãohomologada, já se encontram pagos ou foram objeto de representação para cobrança em razão de procedimento fiscal anterior. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. O pagamento posterior dos débitos compensados não afasta a multa isolada por compensação indevida, na medida em que ela decorre do efeito extintivo das DCOMP, e visa coibir seu uso em hipóteses distintas daquelas autorizadas na lei, mormente se vinculada a créditos inexistentes de natureza tributária e com inserção de elementos falsos. MULTA DE OFÍCIO POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA COM EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. ATOS PRATICADOS POR TERCEIROS. Imprópria é a alegação de culpa in eligendo da assessoria contratada, se inexiste qualquer evidência de que o procedimento questionado tenha sido promovido por terceiros. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE EFEITO CONFISCATÓRIO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário. COBRANÇA DOS DÉBITOS COMPENSADOS. COEXISTÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO ISOLADA E MULTA Fl. 644DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 638 15 MORA. A multa isolada de que trata o art. 18 da Lei nº e 10.833, de 2003, é penalidade nova, aplicável sobre o valor total do débito indevidamente compensado nos casos de abuso de forma e/ou fraude no uso da DCOMP como meio extintivo do crédito tributário. Assim, não se caracteriza como acréscimo do principal não recolhido e coexiste com eventual exigência deste acrescido de multa de mora ou de ofício. Lançamento Procedente. Vale mencionar que, ao longo do voto condutor do julgado acima, a DRJ reconheceu que os débitos que constavam na DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 (cuja manifestação de inconformidade fora apresentada nos autos do PTA nº 10830.001321/200614, apenso a este processo quando da análise pela SRJ) já haviam sido objeto de compensação anterior e integralmente pagos pelo contribuinte nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749. Entendeu, assim, que nova cobrança dos mesmos débitos, dessa vez consubstanciada no PTA nº 10830.001321/200614 (destinado à cobrança dos débitos relativos a não homologação das compensações formalizadas em DCOMPs n°s 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080) caracterizaria a duplicidade na exigência dos mesmos débitos relacionados à DCOMPs n° 13710.48934.110405.1.3.040843. Com relação à multa isolada, o seu lançamento foi realizado em Auto de Infração próprio, consubstanciado no presente PTA 10830.005020/200813. No entendimento da DRJ, embora tenha considerado válido e necessário o ato de não homologação da DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, decidiu que não deveria prosseguir a cobrança dos débitos a ela correspondentes, já que foram integralmente pagos, conforme acima noticiado. Já com relação à DCOMP nº 36921.01195.150405.1.3.04 6080, como não foram comprovados os pagamentos dos débitos nela compensados, não havendo qualquer relação com a aqueles cobrados em procedimentos anteriores, entendeu que não seria a mesma situação da outra DCOMP (n° 13710.48934.110405.1.3.040843). Por esse motivo, manteve integralmente a cobrança dos débitos daquela DCOMP. No que diz respeito à multa isolada lançada nos presentes autos (PTA nº 10830.005020/200813), exigida em sua modalidade agravada (150%), a DRJ houve por bem manter integralmente o seu lançamento ao fundamento de que, apesar de as compensações realizadas em duplicidade envolverem os mesmos débitos, elas se valeram de créditos distintos, submetendo o infrator a tantas punições quantas forem as condutas praticadas em inobservância de norma, reunindo as características necessárias para a aplicação da multa isolada pela não homologação da compensação. Manteve, ainda, a penalidade em sua forma qualificada e, para tanto, justificou ser: “indubitável que a inserção de informações cujas características não estão de acordo com a legalidade que ampararia o direito de compensação de créditos junto ao Fisco tipifica a conduta do agente que deliberadamente inseriu a informação com o fim de ser eximir de recolhimento de tributos. Da inserção de dados Fl. 645DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 16 relativos a créditos inexistentes, ou ente diverso da fazenda pública federal, ou que seja de natureza nãotributária, depreendese que, regra geral, a conduta não foi, em tese, culposa, mas sim dolosa. No mínimo, ocorreu o dolo eventual, pois o agente vislumbrou o resultado (extinção do crédito tributário) e o assumiu, no esteio de que o último risco seria a simples nãohomologação da compensação.” (fl. 570) Regularmente intimado do acórdão acima, a Recorrente interpôs o Recurso Voluntário de fls. 594/620, informando que o saldo remanescente do PTA nº 10830.001321/200614 será devidamente quitado, tendo em vista a sua inclusão no Parcelamento nº 18043.000091/200999. Não é, portanto, objeto de discussão no presente recurso. A matéria em debate limitase a discutir a cobrança da multa isolada, bem como o seu enquadramento na modalidade qualificada (150%). Depois de interposto o recurso voluntário supramencionado, foi certificado à fl. 621 que apenas o presente processo (PTA 10830.005020/200813) foi encaminhado à ARF/Sumaré para continuidade, já que o processo apenso 10830.001321/200614 foi parcelado. Na sequência, certificouse à fl. 622 que, em 21/06/2010, o PTA nº 10830001321200614 foi desapensado do PTA n° 10830.005020/200813. Desse modo, apenas o Recurso Voluntário discutindo a multa isolada é objeto de análise por este Conselho. Recebido o feito para apreciação, passo a analisálo. É o relatório. Fl. 646DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 639 17 Voto Conselheiro Relator Alexandre Antonio Alkmim Teixeira O Recurso Voluntário preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Da leitura do Auto de Infração, verificase à fl. 35 que o enquadramento legal da multa isolada em razão da não homologação da compensação foi embasado no art. 18 da Lei 10.833/2003, com redação dada pela Lei nº 11.051/04. Confirase: 001 MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA COMPENSAÇÃO INDEVIDA EFETUADA EM DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO O contribuinte efetuou compensação indevida de valores em declaração prestada, conforme Termo de Verificação Fiscal, parte integrante e indissociável do presente Auto de Infração. Data Valor Multa Regulamentar 30/04/2005 R$ 10.702.357,98 30/04/2005 R$ 2.315.255,74 ENQUADRAMENTO LEGAL Art. 18 da Lei n° 10.833/03, com redação dada pela Lei n° 11.051/04. A aplicação da multa isolada sobre o débito objeto de compensação não homologada tem embasamento legal no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que, em sua redação original, assim dispunha: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n°4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1º Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6º a 11 do art. 74 da Lei nº9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 647DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 18 § 2º A multa isolada a que se refere o caput é a prevista nos incisos I e II ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso. § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. No ano seguinte, o citado art. 18 da Lei nº 10.833/2003 foi modificado pela Lei n° 11.051, de 27 de dezembro de 2004, que alterou a redação do caput e do § 2°, bem como incluiu o § 4°, o qual passou a tratar da incidência da multa isolada para os casos em que a compensação for considerada não declarada, restringindo expressamente a aplicação dessa penalidade às hipóteses enquadradas no II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Confirase: Art. 25. Os arts. 10, 18, 51 e 58 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: "(...) Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão da não homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ............................................................................ § 4º A multa prevista no caput deste artigo também será aplicada quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996." (NR) A Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, por sua vez, ao alterar a redação do citado § 4° do art. 18 da Lei nº 10.833/2003, o fez apenas para definir que a multa será aplicada sobre o total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada, bem como para estabelecer os percentuais que seriam aplicados para cada situação, inclusive os casos de qualificação da multa. Não realizou, entretanto, nenhuma alteração em relação à estrita incidência da referida multa isolada, que deve ser aplicada somente se verificada as hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Para que não restem dúvidas, veja a redação abaixo: Art. 117. O art. 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 18. ........................................................................................ ........................................................................................ Fl. 648DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 640 19 § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose os percentuais previstos: I no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; II no inciso II do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 5º Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas no § 4º deste artigo." (NR) Novamente a redação do art. 18 foi modificada, agora pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007, que atribuiu nova redação ao caput do art. 18, bem como aos parágrafos, 2º, 4º e 5º, definindo a redação atualmente em vigor. Todavia, manteve a mesma restrição de que a multa isolada será aplicada apenas quando “a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996”: Art. 18. Os arts. 3º e 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: (...) "Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão de não homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. ........................................................................... § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ........................................................................... § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1º, quando for o caso. Fl. 649DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 20 § 5º Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2º e 4º deste artigo." (NR) Feitas essas considerações iniciais acerca da multa isolada prevista para compensação não homologada e compensação não declarada, passase a delimitar o campo de aplicação das penalidades impostas pelo art. 18 da Lei nº 10.833/2003, bem como analisar se o caso em tela é passível de ser considerado uma compensação não homologada ou não declarada. Inicialmente, é importante salientar que pedido de compensação é causa extintiva do crédito tributário, sob condição resolutória, nos termos do art. 156, inciso II, do CTN e o art. 74, § 2o, da Lei nº 9.430/96. Nos dizeres de Paulo de Barros Carvalho, no seu livro “Direito Tributário, linguagem e método”, 4ª edição, “na compensação tributária são dissolvidas, simultaneamente, essas duas relações: (i) de crédito tributário e (ii) de débito do Fisco. Direitos e deveres funcionam como vetores de mesma intensidade e direção, mas de sentidos opostos que se anulam. A compensação é forma extintiva das obrigações em geral, encontrando fundamento de validade no art. 368 do Código Civil: ‘Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações se extinguem, até onde se compensarem’. No que concerne à obrigação do tributo, o Código Tributário Nacional acolhe o instituto, desde que, em homenagem ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos, seja autorizado em lei.” De acordo com o § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” O efeito de extinção do crédito, pela compensação, operase de imediato, portanto, a partir da entrega da declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. Contudo, somente irá vigorar enquanto não haja despacho decisório indeferindo o pedido de compensação. Essa é a condição resolutória e está relacionada ao prazo de cinco de que dispõe a Administração Pública para verificar a regularidade do ato e homologálo. Caso ela não se manifeste durante o prazo acima assinalado, a compensação será tacitamente homologada, permanecendo o crédito extinto. Caso ela se manifeste indeferindo o pedido de compensação, o crédito tributário será exigido. Ou seja, a implementação da condição poderá desfazer o ato jurídico perfeito que resultou na extinção do crédito tributário e, assim, este passará a ser novamente exigido com todos os encargos cabíveis. A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória, qual seja, a sua nãohomologação pelo Fisco. É o mesmo raciocínio aplicado para o pagamento antecipado dos lançamentos por homologação (art. 150, § 4º do CTN). Nessa hipótese, a extinção do crédito ocorre na data do pagamento antecipado. Entretanto, por ser uma condição resolutória, caso a administração tributária, em posterior procedimento de fiscalização, venha a apurar que o sujeito passivo não efetuou o pagamento adequadamente, cuidará de adotar todas as providências necessárias para exigir os valores que deixaram de ser pagos, acrescidos das penalidades cabíveis. Fl. 650DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 641 21 A lógica é tão semelhante que, durante o período em que o pedido de compensação estiver pendente de análise, os débitos informados na DCOMP são tratados como inexistentes pelo sistema da RFB, que permite, inclusive, a renovação de certidão negativa de débitos. Tendose em vista que a compensação extingue o débito, resta impossível apresentar novo pedido de compensação quanto o débito encontrase extinto. É pressuposto básico do pedido de compensação a existência do débito a ser compensado. A este respeito, confirase a opinião de Sacha Calmon1: A compensação pode ser legal, jurídica ou voluntária. A compensação legal é feita nos termos da lei, ipso jure. É o caso da compensação fiscal porque o tributo é ex lege, indisponível pelo EstadoAdministração. A compensação é voluntária quando resulta de convenção entre as partes. Dela se diz que é judicial quando a dívida se faz líquida e certa por decisão judicial. São pressupostos da compensação legal: a) Duas dívidas que sejam recíprocas; b) Fungíveis; e c) Exigíveis. É dizer: não há como existir a compensação legal (que é a compensação ora analisada) diante da inexistência do débito a ser compensado. Assim, como a Recorrente havia apresentado declaração de compensação anterior, cujo efeito foi extinguir os débitos, a declaração de compensação posterior visando extinguir os mesmos débitos que já se encontravam extintos não pode existir juridicamente vez que ausente o pressuposto da existência do débito a ser compensado. Isso porque, a compensação anula, sob condição resolutória, o débito, como bem explica o professor Paulo de Barros Carvalho, vez que no quadro da fenomenologia das extinções, a compensação ocupa o tópico de modalidade extintiva tanto do direito subjetivo como do dever jurídico, uma vez que o crédito do sujeito pretensor, num dos vínculos, é anulado pelo seu débito, no outro, o mesmo se passando com o sujeito devedor. A jurista Misabel Abreu Machado Derzi2 também realiza considerações interessantes sobre o instituto da compensação, valendo conferir os seguintes trechos: a peculiaridade da compensação no Direito Tributário, realçada especialmente nos tributos lançados por homologação, conforme modelo adotado pela Lei nº 8.383/91, está exatamente no fato de que ela extingue a obrigação sob condição resolutória, como é 1 Curso de Direito Tributário Brasileiro. 11ª ed. Forense, p.735. 2 Direito Tributário Brasileiro. Aliomar Baleeiro. Editora Forense. 11ª Edição. Fl. 903 Fl. 651DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 22 próprio do pagamento antecipado (art. 150, § 4º do CTN). A certeza e a liquidez serão apuradas pelo sujeito passivo, que procederá à compensação, ficando os atos assim praticados sujeitos à fiscalização futura pelo prazo de cinco anos. (...) O fenômeno é ordinário. Afinal, os impostos e contribuições mais importantes do sistema tributário brasileiro são sujeitos a lançamento por homologação, em que o sujeito passivo, calculando e apurando o montante a pagar, antecipa o pagamento, que se sujeita a ato administrativo de homologação posterior, expresso ou tácito, como condição resolutória de extinção. No ICMS e no IPI, ordinariamente, o contribuinte também realiza as compensações inerentes ao princípio da não cumulatividade. Seria estranho ao regime do próprio tributo e mesmo impraticável que o contribuinte, que pagou o que não devia, para compensar o seu crédito – como forma de restituição do indébito – se sujeitasse à conferência prévia pela Fazenda Pública de todos os atos praticados” Não se trata, portanto, de DCOMP não homologada ou não declarada, vez que a ausência de débito impossibilita a apresentação de DCOMP. Explicase. A lógica corrobora para impossibilitar a existência de duas declarações de compensação sobre o mesmo débito. Em síntese, sobre a matéria envolvendo vários pedidos de compensação relativos aos mesmos débitos, três hipóteses distintas são possíveis: (i) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada quando a primeira DCOMP ainda não foi analisada: quando a segunda DCOMP é apresentada antes do despacho decisório e antes do início do procedimento fiscal, ela deve ser interpretada como retificadora da primeira e esta, por conseqüência, perde o seu objeto, dispensando a sua análise. A segunda DCOMP, portanto, substitui a primeira, devendo somente aquela ser analisada, já que a primeira deixa de produzir efeitos; (ii) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada após o início do procedimento fiscal, mas antes do despacho decisório: quando a segunda DCOMP é apresentada antes do despacho decisório, mas depois de iniciado o procedimento fiscal (não podendo a primeira ser retificada), ela perde o seu objeto, devendo ser considerada inexistente, já que, iniciado o procedimento fiscal o contribuinte não pode retificar a primeira declaração, e o débito, antes do despacho não homologatório está extinto, podendo, portanto, a segunda DCOMP produzir nenhum efeito sobre aqueles débitos; (iii) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada após o despacho que não homologa a primeira: havendo despacho acerca da não homologação da primeira DCOMP, aplicandose a multa isolada competente e realizandose a cobrança dos débitos correspondentes, a segunda DCOMP, quando apresentada após o referido despacho decisório, deve ser considerada como não declarada (nos termos do §3º, V, e §12, do art. 74 da Lei nº 9.430/96), já que a legislação não permite a coexistência dessas duas declarações sobre os mesmos débitos. Aplicandose os conceitos acima ao caso em tela, é de se concluir que, em relação aos débitos consubstanciados DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843, transmitida em 11/04/2005, como já haviam sido objeto de pedidos de compensação anteriores, e, como confirmado pela DRJ, já haviam sido integralmente pagos nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749, a cobrança da multa isolada exigida por meio do meio do presente PTA não deve subsistir. Explicome: Fl. 652DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 642 23 A DRJ de Campinas teve o cuidado de realizar uma análise muito detalhada dos débitos envolvidos, visando justamente evitar a duplicidade na cobrança. Assim, constatou que todos os débitos informados na DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 haviam sido objeto de pedidos de compensação anteriores, sendo que todas as DCOMPs envolvidas foram transmitidas no período de outubro/2004 e janeiro/2005, ou seja, anteriores à DCOMP ora analisada, que, como dito, foi transmitida em abril/2005. Ressaltou, ainda, que todos os débitos constantes da DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 já haviam sido cobrados do contribuinte e por ele pagos. Veja o trecho abaixo, extraído do acórdão nº 0523.794, elaborado pela DRJ, fl. 549: Concluise, desta forma, a análise dos débitos compensados na DCOMP n° 13710.48935.110405.1.3.040843, evidenciandose que todos os valores ali constantes já haviam sido cobrados do contribuinte e por ele pagos. Para maior clareza, o número de ordem atribuído a cada um dos débitos analisados está referenciado na cobrança/lançamento evidenciado nos extratos dos processos administrativos n° 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749 (fls. 352/374). Ali, apenas deixam de ser consignados os débitos de n° 1, 6 e 29, que embora não constem naqueles autos, foram indicados para cobrança na ordem de intimação do Acórdão DRJ/CPS n° 18.644. Apenas para que não restem dúvidas quanto às compensações realizadas, convém notar os trechos a seguir, os quais demonstram que todas as DCOMPs mencionadas e analisadas pela DRJ, em relação à DCOMPs n°s 13710.48934.110405.1.3.040843, foram transmitidas no período entre 10/2004 e 01/2005. Confirase: 1) Código 0561, PA 110/2004, valor original de RS 761.445.08: Código 0561, PA 510/2004, valor original de R$ 761.445,08 O contribuinte aponta compensações de: R$ 761.445,08 na DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878 (retificadora da DCOMP 29705.87825.031104.1.3.571640); R$ 942.135,99 (principal de R$ 761.445,08) na DCOMP 36750.45364.050105.1.3.570527; (...) Como se vê, o débito de R$ 761.445,08, aqui indicado como referente à 1ª semana de outubro/2004, em verdade consta como pertinente à 5 a semana de outubro/2004 na DCTF deste período. O mesmo se infere da DCOMP aqui tratada (n° 13710.48935.110405.1.3.040843), na qual ele é associado ao vencimento de 04/11/2004, e não 06/10/2004, como seria esperado para débitos da 1ª semana de outubro/2004. (...) Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. Fl. 653DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 24 2) Código 0561. PA 112/2004. valor original de R$ 577.998.86: Código 0561, PA 112/2004, valor original de RS 615.229,22 O contribuinte aponta compensações de: R$ 615.229,22 na DCOMP 22107.55657.261104.1.3.571445; R$ 615.229,22 na DCOMP 39819.06004.071204.1.3.572423; R$ 686.778,23 (principal de R$ 577.998,86) e de R$ 1.999,84 (principal de R$ 1.683,09) na DCOMP 38486.24773.070105. 1.3.570600; e R$ 42.237,26 (principal de R$ 35.547,27) na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300. (...) Observase, do exposto, que o débito de IRRF, sob código 0561, apurado na 1ª semana de dezembro/2004 seria, em todos os documentos apresentados, de R$ 615.229,22. Apenas que este valor foi decomposto nas parcelas de R$ 577.998,86 e R$ 1.999,84 indicadas na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.57 0600 e da parcela de R$ 35.547,27 compensada na DCOMP n° 24322.97492.070105.1.3.573300, as quais totalizam também R$ 615.229,22. Confirmase, ainda, que a parcela de R$ 615.229,22 foi objeto de cobrança no processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, na medida em que o débito de R$ 577.998,86 integra o valor de R$615.229,22, cobrado naquele processo administrativo, descabe nova exigência. 3) Código 0561. PA 212/2004, valor original de R$ 1.683.09: Como se vê acima, o valor de R$ 1.683,09 foi apontado como parcela integrante do débito de R$ 615.229,22, apurado na 1ª semana de dezembro/2004, sendo objeto de compensação na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600. Aqui, não obstante ele tenha sido indicado como referente à 2 a semana de dezembro/2004, seu vencimento foi declarado como sendo 08/12/2004, o mesmo apontado para o débito de R$ 577.998,86. Concluise, daí, que esta parcela, à semelhança do débito de R$ 577.998,86, também integra o valor de R$ 615.229,22 cobrado e pago no processo administrativo n° 10166.000251/200578, devendo ser interrompida esta nova cobrança. 4 e 5) Código 0561. PA 112/2004. valor original de RS 23.152.85. e Código 0561, PA 212/2004. valor original de RS 112,94: (...)Código 0561, PA 212/2004, valores originais de R$ 112,94 e R$ 23.152,85, informados na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600, mas cobrados, pelo valor total de R$ 23.265,79, em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600 para o débito R$ 23.152,85 (1 12/2004) estaria incorreto; Fl. 654DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 643 25 Aqui, também, o débito compensado de R$ 23.152,85 foi novamente vinculado à 1ª semana de dezembro/2004, mas tendo como data de vencimento 15/12/2004, prevista para a 2ª semana de dezembro2004. Daí a evidência de incorreção do período de apuração indicado na DCOMP 13710.48935.110405.1.3.04 0843 e, conseqüentemente, da sua anterior cobrança nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, juntamente com a parcela de R$ 112,94, o que totaliza R$ 23.265,79 no período de 212/2004 e impõe o afastamento da cobrança renovada nestes autos. 6) Código 1708, PA 110/2004. valor original de RS 11.239.66: Código 1708, PA 510/2004, valor original de R$ 11.239,66 O contribuinte aponta compensações de: R$ 11.239,66 na DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878; R$ 13.906,82 (principal de R$ 11.239,66) na DCOMP 36750.45364.050105.1.3.570527; e R$ 13.906,82 (principal de R$ 11.239,66) na DCOMP 17421.01212.060105.1.3.574064. (...) Como se vê, o débito de RS 11.239,66, aqui também indicado como referente ao código 1708 e à 1ª semana de outubro/2004, em verdade consta como pertinente à 5ª semana de outubro/2004 na DCTF deste período, aspecto confirmado no processo administrativo n° 10166.000251/200578. (...) Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. 7 e 8) Código 1708. PA 211/2004. valor principal de RS 29.669.72. e Código 1708, PA 112/2004. valor original de R$ 2.930.11: À semelhança dos itens 4 e 5, verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fis. 285/286: [...] Código 1708, PA 211/2004, valor original de RS 29.669,72, informado na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 24408.15721.171104.1.3.574925; Fl. 655DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 26 [...] Código 1708, PA 212/2004, valor original de RS 2.930,11, informado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600 para o débito RS 2.930,11 (1 12/2004) estaria incorreto; Evidente, portanto, a anterior cobrança dos débitos de R$ 29.669,72 e R$ 2.930,11 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, o que impõe o afastamento das cobranças renovadas nestes autos. 9) Código 2172, PA 08/2004, valor original de R$ 10.067,00: No Acórdão n° 18.644 esta Relatora verificou a compensação de débito com estas características por meio da DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, a qual foi considerada não declarada e ensejou o lançamento de ofício dos valores correspondentes nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749, não impugnado e quitado pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que o referido débito foi objeto de compensação anterior, e também recolhido, mas agora em razão do lançamento de ofício formalizado nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749. Assim, não deve prosseguir a cobrança correspondente, aqui promovida. 10) Código 2172. PA 09/2004. valor original de RS 18.268.50: Código 5979, PÁ 209/2004, valor original de R$ 28.316,17 Este código de receita corresponde a retenções da Contribuição ao PIS sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado. No período em questão, o contribuinte aponta, no demonstrativo à fl. 287, compensações de: R$ 3.997,36 (principal de R$ 3.958,17), R$ 18.449,36 (principal de R$ 18.268,50), R$ 6.149,79 (principal de R$ 6.089,50) na DCOMP 09370.80623.111004.1.3.573903; R$ 34.616,51 (principal de R$ 28.316,17) na DCOMP 38948.41809.081204.1.3.573800; R$ 22.603,21 (principal de RS 18.268,50), R$ 7.534,53 (principal de R$ 6.089,50) e de RS 4.897,43 (principal de RS 3.958,17) na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600. Confirmase, daí que, como alegado pelo impugnante, a COFINS apurada em setembro/2004 no valor de R$ 18.268,50 foi objeto de cobrança e pagamento no processo administrativo n° 10166.000251/200578, razão pela qual descabe a renovação desta exigência. 11.12 e 13) Código 2172. PA 10/2004, valor original de R$ 34.021,73; PA 11/2004, valor original de R$ 68.405,08; e PA 12/2004, valor original de RS 70.354.78: Fl. 656DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 644 27 À semelhança do descrito no débito n° 9, os valores em referência também foram identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação. Os valores assim exigidos nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foram pagos pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que os referidos débitos foram objeto de compensação anterior, e também recolhidos. Observese, apenas, que todos assim o foram em razão do lançamento de ofício formalizado nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749, muito embora o recorrente vincule os débitos de R$ 68.405,08 e R$ 70.354,78 a recolhimento decorrente da cobrança efetuada nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, não deve prosseguir a cobrança a eles correspondente, aqui promovida. 14 e 15) Código 2362. PA 10/2004. nos valores originais de R$ 542.152,53 e R$ 263.434,83: À semelhança dos itens 4, 5, 7 e 8 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 2362, PA 10/2004, valores originais de R$ 263.434,83 e R$ 542.152,53, informados na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrados em razão da nãohomologação das DCOMP 24408.15721.171104.1.3.57 4925 e 05223.55367.231104.1.3.572278; Portanto, também aqui, a cobrança anterior dos débitos de R$ 542.152,53 e R$ 263.434,83 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, impõe o afastamento das cobranças renovadas nestes autos. 16) Código 2372. PA 1/2004. valor original de RS 3.355,67: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12 e 13, o valor em referência também foi identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação. O valor assim exigido nos autos do processo Fl. 657DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 28 administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado. (...) Confirmase, daí, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tal débito foi objeto de compensação anterior, e também recolhido. Portanto, descabe a cobrança a eles correspondente, aqui promovida. 17) Código 2372. PA 3/2004. valor original de R$ 6.089,50: Código 5979, PA 209/2004, valor original de RS 28.316,17. Este código de receita corresponde a retenções da Contribuição ao PIS sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado. No período em questão, o contribuinte aponta, no demonstrativo à fl. 287, compensações de: R$ 3.997,36 (principal de R$ 3.958,17), R$ 18.449,36 (principal de R$ 18.268,50), R$ 6.149,79 (principal de RS 6.089,50) na DCOMP 09370.80623.111004.1.3.573903; R$ 34.616,51 (principal de R$ 28.316,17) na DCOMP 38948.41809.081204.1.3.573800; R$ 22.603,21 (principal de R$ 18.268,50), R$ 7.534,53 (principal de R$ 6.089,50) e de R$ 4.897,43 (principal de R$ 3.958,17) na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600. (...) Confirmase, portanto o alegado pelo impugnante, no sentido de que a CSLL apurada no 3 o trimestre/2004 no valor de R$ 6.089,50 foi objeto de cobrança e pagamento no processo administrativo n° 10166.000251/200578, não devendo prosseguir a cobrança nestes autos. 18. 19. 20 e 211 Código 2372. PA 2/2004. valor original de R$ 1.085,12; PA 4/2004. valor original de R$ 22.801,69: PA 3/2004, valor original de R$ 11.340,58: e PA 2/2004. valor original de R$ 10.203,16: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12, 13 e 16, os valores em referência também foram identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada não declarada a compensação. O valor assim exigido nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado. (...) Confirmase, daí, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tais débitos foram objeto de compensação anterior, e também recolhidos após lançamento de ofício. Portanto, não se deve prosseguir, aqui, na cobrança dos mesmos valores. 22 e 23) Código 2484. PA 10/2004. nos valores originais de R$ 65.261,60 e R$ 199.974,29: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14 e 15 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria Fl. 658DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 645 29 autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 2484, PA 10/2004, valores originais de R$ 199.974,29 e R$ 65.261,60, informados na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrados em razão da nãohomologação das DCOMP 24408.15721. 171104.1.3.57 4925 e 05223.55367.231104.1.3.572278; Assim, a cobrança anterior dos débitos de R$ 199.974,29 e R$ 65.261,60 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, impede, aqui, que se prossiga na cobrança dos débitos em referência. 24) Código 3208. PA 112/2004. no valor original de RS 3.549,00: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22 e 23 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 3208, PA 212/2004, valor original de RS 3.549,00, informado na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600 para o débito RS 3.549,00 (1 12/2004) estaria incorreto; [...] Como se vê, o débito de R$ 3.549,00, sob código 3208, foi objeto de compensações anteriores, muito embora vinculado ao período de apuração 212/2004 na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, e cobrado em razão da DCOMP n° 39228.04322.151204.1.3.577088, na qual foi atribuído ao período de apuração 112/2004, como nas compensações aqui tratadas. Logo, descabe nova cobrança deste valor. 25 e 26) Código 5706. PA 211/2004 no valor original de RS 122.117,66; e PA 311/2004. no valor original de R$ 33.882,03: Código 5706, PA 311/2004, valor original de RS 156.000,01 Fl. 659DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 30 O contribuinte aponta compensações de: R$ 156.000,01 na DCOMP 05223.55367.231104.1.3.572278; e R$ 149.569,70 (principal de R$ 122.117,66) e de R$ 41.498,78 (principal de R$ 33.882,03) na DCOMP 24322.97492. 070105.1.3.573300. Na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300 o valor principal de R$ 122.117,66foi informado no PÁ 21172004, e a parcela de R$ 33.882,03 no PA 311/2004 (fl. 335 do processo apenso n° 10166.000251/200578). Já na DCOMP 05223.55367.231104.1.3.572278, o débito de R$ 156.000,01 foi indicado para o PA 311/2004 (fl. 257 do processo apenso n° 10166.000251/200578). (...) Tais constatações infirmam a indicação contida na impugnação (fl. 181), de que os débitos de R$ 33.882,03 e R$ 122.117,66 integrariam o valor de R$ 156.000,01 recolhido em razão da cobrança promovida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Apenas a parcela de R$ 33.882,03 foi admitida como integrante do débito sob código 5706, no período de apuração 311/2004. De toda sorte, a outra parcela de R$ 122.117,66, que se entendeu relativa ao período de apuração 211/2004, foi objeto de lançamento de ofício n° 10830.001497/200749, também pago. Assim, descabe prosseguir na cobrança de ambos os débitos. 27) Código 5856. PA 10/2004, valor original de R$ 964.147,68: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12, 13, 16, 18, 19, 20 e 21, o valor em referência também foi identificados como compensado na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, mas sem que isto suscitasse seu lançamento de ofício, e sim a sua cobrança em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação, possivelmente em razão de o débito ter sido também declarado em DCTF. Tal cobrança acompanhou as demais promovidas no processo administrativo n° 10166.000251/200578 e foi paga pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tais débitos foram recolhidos em razão da cobrança promovida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, não se deve prosseguir, aqui, na cobrança dos mesmos valores. 28) Código 5856. PA 11/2004, no valor original de RS 1.638.587,68: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22, 23 e 24 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes Fl. 660DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 646 31 débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 5856, PA 11/2004, valor originai de R$ 1.638.587,68, informado nas DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600 e 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322. 151204.1.3.577088; [...] Considerando que a cobrança acima referida foi paga no processo administrativo n° 10166.000251/200578, como alegado pelo impugnante, descabe aqui repetila. 29 ) Código 6912. PA 09/2004. no valor original de R$ 126.141.65: Concluída a análise dos valores questionados pelo contribuinte no demonstrativo de fls. 285/288, cumpre ainda observar que, dentre os débitos por ele indicados como declarados em DCTF e compensados, notase que o valor de R$ 126.141,65 (atualizado em R$ 156.075,06 na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300), relativo ao período de apuração de setembro/2004 e informado sob código 6912, não foi objeto de cobrança. (...) Como se vê, à semelhança dos débitos n° 1 e 6, embora o valor de R$ 126.141,65 não tenha sido cobrando nos autos n° 10166.000251/200578 como acima relatado, esta Relatora, no mesmo Acórdão n° 18.644, fez constar de sua ordem de intimação o encaminhamento à DRF jurisdicionante do contribuinte para que: “Adote as providências necessárias relativamente aos débitos abaixo indicados que, nos termos do voto deste julgado, foram indevidamente compensados, mas não constam da carta cobrança de fls. 521/529 do processo apenso n° 10166.000251/200578: Tributo PA Valor DCOMP 6912 09/2004 126.141,65 24322.97492.070105.1.3.573300 [...]” Observese, inclusive, que o impugnante também se reporta a este débito em sua impugnação classificandoo dentre os valores que ainda serão objeto de levantamento interno (fl. 179). Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. 30. 31. 32 e 33) Código 6912, PA 08/2004, no valor original de RS 2.181.18: PA 10/2004. no valor original de R$ 7.371,37; PA Fl. 661DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 32 U/2004, no valor original de R$ 14.821,11: PA 12/2004. no valor original de R$ 15.243,54: À semelhança do descrito nos débitos n° 9,11,12,13,16,18,19, 20, 21 e 27, os valores em referência também foram identificados como compensados nas DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.57 0600 e 24322.97492.070105.1.3.573300, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de terem sido consideradas nãodeclaradas as compensações. O valor assim exigido nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado.(...) 34) Código 8045. PA 110/2004. valor original de R$ 668,33: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22, 23, 24 e 28 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de jls. 285/286: [...] Código 8045, PA 110/2004, valor original de RS 668,33, informado nas DCOMP 36750A5364.050105.1.3.570527 e 17421.01212.060105A.3.574064, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 29705.87825.031104.1.3.571640 (retificada pela DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878). E, muito embora o impugnante não cite tal ocorrência em seu demonstrativo de fls. 179/181, tendo em conta o pagamento da cobrança acima referida, procedida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, descabe aqui renová la. Relacionando tudo o que foi dito até o momento com o caso em análise, vêse que a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843 foi transmitida em 11/04/2005. Desse modo, (i) sendo posterior às demais DCOMPs acima mencionadas (transmitidas entre 10/2004 a 01/2005) e (ii) tendo sido apresentada antes do despacho decisório e antes do início do procedimento fiscal que resultou nas cobranças realizadas nos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749, devidamente pagas pela Recorrente, é de se declarar indevida a cobrança da multa isolada, já exigida da contribuinte nos autos do PTA nº 10830.006690/2006 95. Isso porque, a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843 deveria ter sido interpretada como retificadora das DCOMPs anteriores, que diziam respeito aos mesmos débitos. Ao analisar as DCOMPs apresentadas primeiramente (entre outubro/2004 e janeiro/2005), não deveria a Autoridade Fiscal simplesmente ter desprezado a existência da DCOMP posterior que, por versar sobre os mesmos débitos que as anteriores, evidenciava a necessidade de se promover a substituição das outras declarações, evitandose a duplicidade de pedidos de compensação para os mesmos débitos. Inclusive, a própria contribuinte, ao constatar a duplicidade de pedidos de compensação, pediu o cancelamento da DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, cujos Fl. 662DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 647 33 débitos foram quitados nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/2007 49. Contudo, o pedido de cancelamento não foi acolhido por ter sido formulado no curso da ação fiscal. Assim, a Autoridade Fiscal desprezou a existência de DCOMP posterior que tentava compensar débitos que constavam nas DCOMPs anteriores e, ao não homologar as primeiras DCOMPs, exigiu o pagamento do débito acrescido da multa isolada na modalidade qualificada. O aspecto mais relevante sobre a discussão deixou de ser analisado: se o pedido de compensação extingue os débitos sob condição resolutória, é impossível coexistirem duas declarações sobre um mesmo débito, já que ele é extinto no momento da entrega da declaração de compensação, deixando de existir até ulterior condição resolutória. Desse modo, não se pode permitir a cobrança de nova multa isolada, na modalidade qualificada, pela não homologação de compensação que versava sobre débitos constantes de DCOMPs anteriores, as quais já foram não homologadas e a multa isolada já imposta. É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que, ao apresentar o primeiro pedido de compensação, o débito é extinto e, via de conseqüência, não pode servir de substrato para outro pedido de compensação que verse sobre o mesmo débito, ainda que aborde créditos distintos. É admissível, entretanto, a retificação da declaração de compensação, situação em que a segunda declaração deve substituir a primeira que, por conseqüência, perde o seu objeto, dispensando a sua análise. Assim, somente a segunda DCOMP deveria ser analisada, de modo que a primeira deixa de produzir efeitos naquilo em que alterado. Além disso, não pode prosperar a aplicação de multa por não homologação de compensação que sequer existiu, vez que na apresentação da segunda DCOMP, conforme explanado nas linhas acima, inexistia pressuposto básico do instituto da compensação – o débito (que estava extinto por compensação anterior, que ainda não havia sido não homologada). Logo, se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. No entendimento da DRJ, embora tenha decidido que não deveria prosseguir a cobrança dos débitos correspondentes a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, manteve a exigência da penalidade nos presentes autos, mesmo sabendo que ela já havia sido fixada no PTA nº 10830.006690/200695. Na verdade, entendo que o procedimento mais adequado seria a aplicação da presente penalidade apenas nos presentes autos, haja vista que somente aqui foi analisada a DCOMP retificadora. Contudo, como a Recorrente já fora naqueles autos (PTA nº 10830.006690/200695) condenada ao pagamento da multa isolada pela não homologação do pedido de compensação, entendo não incabível repetir a penalidade nos presentes autos. Fl. 663DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 34 Assim, afasto a exigência da multa isolada em relação à DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843. Entretanto, por se tratar de situação absolutamente diferente, mantenho, pelos fundamentos adotados pela DRJ, a exigência da multa isolada e qualificada em relação à DCOMP nº 36921.01195.150405.1.3.046080, já que não foram comprovadas compensações anteriores e o pagamento dos débitos nela compensados. Tanto que a Recorrente, em seu recurso, informa que irá efetuar o pagamento dos débitos por meio de parcelamento. Em relação à existência de dolo específico que enseje a aplicação da multa na modalidade qualificada, entendo estar presente um conjunto de indícios consistentes e convergentes no sentido da inverdade das informações apresentadas nas DCOMPs, vez que verificase a apresentação de diversas DCOMPs com créditos inexistentes ou indicando como créditos processos administrativos que, na verdade, tratavamse de débitos não quitados pela contribuinte. Por fim, quanto à argüição de inconstitucionalidade da multa aplicada pelo Fisco, entendo que este Conselho não deve se manifestar sobre discussões que versem sobre essa matéria, visto que não é sua função afastar a aplicação de leis validamente inseridas no ordenamento jurídico pátrio. É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira relator Fl. 664DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR
score : 1.0
Numero do processo: 11060.720500/2008-39
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2801-000.130
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Sandro Machado dos Reis, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Walter Reinaldo Falcão Lima e Eivanice Canário da Silva. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Claudio Farina Ventrilho. RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 1ª Turma da DRJ/CGE/MS. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: “Trata o presente processo de Notificação de Lançamento (f.01/05), mediante a qual se exige a diferença de Imposto Territorial Rural — ITR, Exercício 2004, no valor total de R$ 34.871,94, do imóvel rural inscrito na Receita Federal sob o n° 1.031.0282, localizado no município de São Gabriel RS. Na descrição dos fatos, o fiscal autuante relata que foi apurada a falta de recolhimento do ITR, decorrente de glosa da área declarada como de preservação permanente. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/201 2 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHA, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALI N Processo nº 11060.720500/200839 Resolução n.º 2801000.130 S2TE01 Fl. 98 2 Houve alteração do valor da terra nua, em adequação aos valores constantes do SIPT. Em conseqüência, houve aumento da base de cálculo, da alíquota e do valor devido do tributo. A interessada apresentou a impugnação de f.28/35. Preliminarmente, levanta preliminar de nulidade do lançamento. Argumenta que as áreas de preservação permanente existem, de fato, no imóvel, conforme comprovado em Laudo. Alega que a legislação não obriga que o contribuinte comprove previamente o que foi declarado como área isenta. Aduz que a maior parte do imóvel não pode ser explorada economicamente. Alega que apresentou o ADA junto ao IBAMA. Anexa cópia de:ADA protocolado em 29 de outubro de 2007. Questiona o valor da terra nua atribuído no lançamento, que afirma não corresponder às características do imóvel e à realidade de mercado da região. Afirma que deve ser aceito o valor veiculado por Laudo de Avaliação que apresentou. Solicita a realização de perícia.” A impugnação foi julgada improcedente, conforme Acórdão de fls. 71/79, que restou assim ementado: ÁREAS ISENTAS. PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RESERVA LEGAL. REQUISITOS. Por exigência de Lei, para ser considerada isenta, a área de reserva legal deve estar averbada na Matricula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis e ser reconhecida mediante Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado dentro do prazo estipulado. O ADA é igualmente exigido para a comprovação das áreas de preservação permanente. VALOR DA TERRA NUA. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de oficio nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passível de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor. Regularmente cientificada daquele Acórdão em 02/03/2010 (AR fl. 82), a interessada, representada por seus advogados (fl. 36), interpôs o recurso de fls. 83/93, em 31/03/2010. Em sua defesa, pretende seja considerada a área de preservação permanente declarada na DITR sob exame, tendo em vista o Cadastro Técnico Federal, o Certificado de Regularidade e o Recibo do Ato Declaratório Ambiental ADA, relativo ao período de 2001 a 2007, que foi protocolado em 29 de outubro de 2007, bem como o Laudo Técnico contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites do imóvel rural georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e o Memorial Descrito da área em questão. Também aduz, que o Laudo Técnico apresentado, apesar de não ter sido realizado de acordo com a NBR 14.6533, e sim de acordo com a NBR 8.79985, exibe uma tabela com mais de cinco valores de mercado, coletados na data da base de cálculo do ITR, onde resta demonstrado vários valores de terra nua (hectares) de propriedades localizadas na mesma região do imóvel rural em questão. É o relatório. VOTO Fl. 107DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/201 2 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHA, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALI N Processo nº 11060.720500/200839 Resolução n.º 2801000.130 S2TE01 Fl. 99 3 Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. O lançamento cuida de glosa da Área de Preservação Permanente e alteração do Valor da Terra Nua (VTN) declarado. Quanto à alteração procedida pela fiscalização do VTN, verificase que não constam dos autos as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, que foram utilizadas pela autoridade fiscal para proceder o arbitramento contestado pela recorrente. Dessa forma, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a autoridade competente anexe aos autos as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, que embasaram o procedimento fiscal em apreço. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 108DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/201 2 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHA, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALI N
score : 1.0
Numero do processo: 10840.000011/2002-21
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS. IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. ERRO.
NULIDADE DO LANÇAMENTO
Consoante farta jurisprudência administrativa, é nulo o lançamento lavrado contra empresa já extinta por incorporação, o que contraria as disposições dos artigos 132 e 142 do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 9303-002.013
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
Matéria: DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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NULIDADE Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CETERP S/A NORMAS GERAIS. IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. ERRO. NULIDADE DO LANÇAMENTO Consoante farta jurisprudência administrativa, é nulo o lançamento lavrado contra empresa já extinta por incorporação, o que contraria as disposições dos artigos 132 e 142 do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS – Presidente da Segunda Seção, em substituição ao Presidente do CARF, ausente justificadamente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator. EDITADO EM: 24/07/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Antônio Lisboa Cardoso (Substituto convocado) e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Relatório Fl. 280DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS 2 Por bem descrever o processo peço vênia para transcrever o relatório elaborado por ocasião do julgamento na DRJ: Trata o presente processo de impugnação a Auto de Infração emitido eletronicamente para constituição de crédito tributário relativo a contribuições ao Programa para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, referentes aos períodos de apuração janeiro, fevereiro e março de 1997. De acordo com o termo "Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal", Anexo I e III do Auto de Infração, documentos de fls. 62/64, ficou constatada a falta de pagamento das contribuições devidas, porquanto o número do processo judicial informado na DCTF do primeiro trimestre de 1997, como amparo da suspensão da exigibilidade das contribuições COF1NS do período de janeiro a março de 1997, não foi comprovado. Diante da não comprovada condição suspensiva da exigibilidade do crédito tributário, a Delegacia da Receita Federal em Ribeirão Preto emitiu Auto de Infração em nome da Ceterp Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto S/A, onde exige contribuição COFINS no valor de R$ 678.632,26, multa por lançamento de oficio no valor de R$ 508.974,20 e juros de mora no valor de R$ 653.979,17, com valores calculados até 30/11/2001. Cientificada da autuação em 05/12/2001, a Telesp — Telecomunicações de São Paulo S/A, sucessora da Ceterp Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto S/A ingressou com impugnação ao lançamento, documento de fls. 01/13, apresentando razões de fato e de direito que levam à nulidade e improcedência da autuação. Subscrevem a impugnação os advogados Mario Comparato e Tae Sarg Lee, do Escritório Manlides Moreira Advogados Associados, devidamente constituídos mediante a procuração de fls. 15/16 e substabelecimentos de fls. 17/19 e 149. Alegou, em sede de preliminar, a invalidade do lançamento, por não atentar a autoridade administrativa para os requisitos legais que regem o procedimento de lançamento de oficio, conforme estabelece art. 142 do CTN e art. 10 do Decreto n° 70.235, de 1972, o que configura vicio insanável, sendo o auto de infração nulo de pleno direito. Aduziu que a autoridade fiscal não adotou providências com vistas à. apuração do fato gerador da obrigação, limitandose a realizar encontro dos valores declarados em DCTF com pagamentos mediante darf, considerando como infração a falta de pagamento dos valores devidos, sem investigar se a ausência de darf estava ou não amparada em ordem judicial. Segundo seu entendimento, o art. 10 do Decreto n° 70.235, de 1972, impõe como necessária a presença do agente fiscal nas dependências da empresa para a fiscalização, lavratura do Auto de Infração e aplicação de multa, fatos que não se efetivaram no procedimento que deu origem ao lançamento ora contestado. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS Processo nº 10840.000011/200221 Acórdão n.º 9303002.013 CSRFT3 Fl. 2 3 Ainda em preliminar, alegou erro na identificação do sujeito passivo, que no seu entender constitui erro grave, gerador de cerceamento do direito de defesa, o que ofende o principio constitucional do contr ditório e da ampla defesa Tratase de lançamento da COFINS em decorrência de auditoria interna de DCTF que acusava falta de recolhimento por parte da empresa CENTRAIS TELEFÔNICAS DE RIBEIRÃO PRETO S/A (CETERP), enviado pelos correios ao endereço da empresa e ali recebido em 05 de dezembro de 2001. No seu entendimento, o lançamento efetuado em nome de Ceterp Centrais Telefônicas de Ribeirao Preto S/A revela erro irreparável, tornando nulo o lançamento, na medida que aquela sociedade foi incorporada em 27/12/2000 pela Telecomunicações de São Paulo S/A — Telesp, mediante ato registrado e arquivado na JUCESP, fato que levou à extinção da Ceterp. De acordo com seu entendimento, lastreado no art. 227 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e art. 132 do Código Tributário Nacional, a exigência fiscal deveria ter sido erigida contra a sucessora. Alegou que tivesse o Auto de Infração sido lavrado em nome de Telecomunicações de Sao Paulo S/A — Telesp e entregue a notificação em seu domicilio, estava garantido seu direito à ampla defesa, direito esse não respeitado, pois na forma como se procedeu, causou prejuízo à impugnante, pela distância entre a localidade onde se promoveu a ciência da autuação e a sede da empresa, que associado ao prazo para impugnação, acabaram por privar a impugnante de tempo suficiente para melhor organizar e elaborar a sua defesa No mérito, alegou que os valores exigidos no lançamento de oficio são todos objetos de depósito judicial integral, não restando qualquer saldo a ser exigido por auto de infração. Alegou que a multa por infrações tributárias, por ter natureza penal, não pode ultrapassar a pessoa do infrator, entendimento esse adotado em diversos julgados do Conselho de Contribuintes, segundo ementas que transcreve. Contesta a aplicação da multa, também, por estar o crédito tributário com sua exigibilidade suspensa em razão de depósito judicial, fato que leva, ainda, à improcedência da exigência dos juros moratórios. Neste mesmo sentido tem decidido o próprio Conselho de Contribuintes, segundo ementas que transcreve. Requereu, ao final, a nulidade do auto de infração, pelas preliminares argüidas, e caso assim não se entenda, seja reconhecida a insubsistência da autuação, em face da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, ou ainda, que se cancele a aplicação da multa e dos juros de mora. Em síntese, é o relatório. Ainda que tenha relatado assim os fatos, isto é, que a informação aposta na DCTF estava correta, e que o lançamento foi efetuado contra pessoa jurídica já extinta por incorporação e entregue no domicílio da incorporadora, conseguiu a DRJ manter o lançamento dele apenas afastando a multa de ofício sob o argumento de que: Fl. 282DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS 4 “...as contribuições exigidas nos presentes autos foram regular e tempestivamente depositadas em juízo, conforme atestam guias de depósitos às fls. 79/81, devidamente confirmados mediante o despacho de fls. 163. Notese que tais depósitos suspendem a exigibilidade do credito tributário, de acordo com o art. 151, inciso II, do Código Tributário Nacional. “por estarem os débitos efetivamente depositados em juízo”. Objeto de recurso voluntário, a Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes repeliu o lançamento em virtude do erro na identificação do sujeito passivo em decisão que restou assim ementada: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra em outra é responsável pelos tributos devidos ate a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Processo Anulado A diligente Procuradoria da Fazenda Nacional encontrou paradigma de divergência em decisão do Primeiro Conselho de Contribuintes que entendeu: À época da infração indicada pela fiscalização, a incorporada revestia a condição de contribuinte, haja vista a "relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador", segundo a definição contida no art. 121, I, do Código Tributário Nacional. A superveniente descoberta da infração à legislação tributária, ocorrida após o evento de incorporação, deveria resultar na indicação da sucessora como sujeito passivo no auto de infração, conforme expressa previsão contida no comando do art. 132 do CTN: "Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. 0 disposto neste artigo aplicase aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espolio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual." Resta definir se é válido o auto de infração que contém a indicação da pessoa jurídica extinta no pólo passivo da obrigação tributária ou se deve ser declarado nulo. No caso concreto, sustento que a indicação do sujeito passivo, contribuinte ou responsável, a constar do instrumento de formalização do lançamento, auto de infração ou notificação de lançamento, é irrelevante para a sua validade, desde que assegurados o devido processo legal e a ampla defesa, assim como efetivamente ocorreu neste processo. O aplicador da lei deve perscrutar o sentido que o ordenamento confere à norma especifica. Dos princípios norteadores do processo Fl. 283DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS Processo nº 10840.000011/200221 Acórdão n.º 9303002.013 CSRFT3 Fl. 3 5 administrativo tributário, incluindose o ato de lançamento que o precede, extraio seguro entendimento, apoiado em pacificas doutrina e jurisprudência, acerca da priorização do exame da materialidade em detrimento do rigor formal. 0 objetivo precipuo do processo administrativo tributário consiste no exame da aplicação da norma de incidência do tributo, da materialidade da exigência, observados os princípios e as garantias constitucionais pertinentes, evidentemente. Eventual defeito do lançamento, o resultante em prejuízo ao sujeito passivo, deve ser sanado em substituição declaração de nulidade do ato. Assim determina o art. 60 do Decreto 70.235/72, elegendo como preferencial a obtenção do fim almejado pelo ato processual administrativo, sobrepondose este (o fim) à forma prescrita. Em harmonia com essa interpretação, no exame de caso semelhante, decidiu a Câmara Superior de Recursos Fiscais: "NORMAS PROCESSUAIS — NULIDADE FORMAL — ERRO NA QUALIFICAÇÃO DO AUTUADO. Não configura erro na identificação do sujeito passivo quando, embora o lançamento tenha sido formalizado em nome da empresa incorporada, não se evidencie qualquer prejuízo ao exercício do direito de defesa da recorrente, representada pelo mesmo funcionário em todas as fases do processo, desde a fiscalização até o julgamento de segunda instância. A irregularidade no preenchimento dos requisitos estabelecidos no art. 10 do Decreto if 70.235/72 s6 deve conduzir ao reconhecimento da invalidade do lançamento quando a própria finalidade pela qual a forma foi instituída estiver comprometida. Recurso provido." (Ac. CSRF/0105.113, sessão de 19/10/2004) Por outro lado, a definição da responsabilidade pelo crédito tributário se reputa imprescindível no momento da execução da divida ativa da União. No entanto, a falha na identificação do sujeito passivo pode ser acertada no momento da execução, a exemplo do admissivel redirecionamento para o sóciogerente da execução movida originalmente contra a pessoa jurídica, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) resumida no seguinte aresto da Primeira Sessão daquele colegiado: "TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ART. 135 DO CTN. RESPONSABIL1DADE DO SÓCIOGERENTE. EXECUÇÃO FUNDADA EM CDA QUE INDICA 0 NOME DO SÓCIO. REDIRECIONAMENTO, DISTINÇÃO. Iniciada a execução contra a pessoa juridica e, posteriormente, redirecionada contra o sóciogerente, que não constava da CDA, cabe ao Fisco demonstrar a presença de urn dos requisitos do art. 135 do CTN. Se a Fazenda Pública, ao propor a ação, visualizava qualquer fato capaz de estender a responsabilidade ao sóciogerente e, posteriormente, pretende voltarse também Fl. 284DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS 6 contra o seu patrimônio, deverá demonstrar infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos ou, ainda, dissolução irregular da sociedade."(EREsp 702232/RS — Embargos de Divergência no REsp 2005/00888180 — Relator: Ministro Castro Meira) Assim, tenho por válido o auto de infração no qual a recorrente, responsável pelo crédito tributário, teve à sua disposição o devido processo legal e efetivamente exerceu o seu direito de defesa. Esse é o entendimento que considero mais sensato e coerente com os princípios regentes do processo administrativo tributário. Destaquese que a recorrente não é uma terceira pessoa desprovida de qualquer vinculação com a empresa extinta. Do ponto de vista econômico, incorporada e incorporadora se confundem após o evento societário, ocorre a absorção da primeira pela segunda. Da incorporação surge um novo universo patrimonial reunindo bens, direitos e obrigações, inclusive as de natureza tributária — resultante da união dos patrimônios de ambas as envolvidas, a partir de então pertencente à incorporadora. Essa a única matéria que subiu a julgamento deste colegiado consoante despacho de fls. 253 do ilustre Presidente da Câmara Prolatora da decisão recorrida. Regularmente intimada dessa aceitação, a recorrida apresentou contrarazões em que reverbera a caudalosa jurisprudência administrativa a desconstituir lançamento que apresenta erro na identificação do sujeito passivo, postulando a manutenção da decisão atacada. Posteriormente a suas contrarazões, trouxe a recorrida ao conhecimento do colegiado que a ação judicial em que se fizeram os depósitos já teve decisão com trânsito em julgado em decorrência da qual foram os depósitos convertidos em renda da união extinguindo o crédito tributário objeto deste auto de infração. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS O recurso foi bem admitido porquanto tempestivamente apresentado e exibindo paradigma inteiramente aplicável aos fatos. Dele conheço. Mas não lhe dou provimento. Deveras, apesar do ingente esforço pela manutenção do lançamento empreendido pela representação da Fazenda Nacional, não me afasto das balizas do julgamento proferido na câmara baixa, de que participei. De fato, não vejo como possa prosperar lançamento que descumpre frontal e incontestavelmente a disposição do art. 142 do CTN conforme bem apontado no decisum atacado, relatado pelo i. exConselheiro Leonardo Siade Manzan, que peço vênia para transcrever: ... Fl. 285DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS Processo nº 10840.000011/200221 Acórdão n.º 9303002.013 CSRFT3 Fl. 4 7 Consoante relato supra, a contribuinte aduz que o lançamento efetuado em nome de Ceterp Centrais Telefônicas de Ribeirao Preto S/A revela erro irreparável, tornando nulo o lançamento, na medida que aquela sociedade foi incorporada em 27/12/2000 pela Telecomunicações de São Paulo S/A — Telesp, mediante ato registrado e arquivado na Jucesp, fato que levou à extinção da Ceterp. De acordo com seu entendimento, lastreado no art. 227 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e art. 132 do Código Tributário Nacional, a exigência fiscal deveria ter sido erigida contra a sucessora. Essa foi a questão preliminar aventada pela contribuinte em suas razões recursais, com a qual concordo plenamente. Explico. Ocorre que art. 142 do CTN é de clareza solar, conforme constatase na sua transcrição: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade c abível. (Grifouse). Ora, se a autoridade administrativa, única competente para constituir o credito tributário contra o contribuinte, não cumpre o determinado no art. 142, o lançamento efetivado está eivado de ilegalidade, razão pela qual não pode prosperar. Cumprese, ainda, transcrever o art. 132 do CTN, o qual elimina, por completo, qualquer dúvida a respeito da matéria: Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de .fusão transformação ou incorporação de outra em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. (Grifamos). No caso dos autos, a contribuinte foi incorporada pela empresa Telecomunicações de São Paulo S/A — Telesp em 27/12/2000. A ciência do Auto de Infração deuse em 05/12/2001. Ora, caberia à fiscalização lavrar o Auto de Infração contra a incorporadora (Telesp), não contra a incorporada (ora Recorrente) Apesar de sintéticas, essas premissas me parecem muito mais sólidas do que as que pretendem sobrepor as disposições dos arts. 59 e 60 do Decreto 70.235 às do Código Tributário Nacional, ainda que saibamos que o primeiro tem status de lei ordinária. Segundo este último entendimento, tudo é válido, desde que o ato tenha sido praticado por servidor legalmente competente, ficando ao alvedrio do julgador considerar se houve ou não cerceamento do direito de defesa do acusado. Não é assim: cabe, antes de tudo, à autoridade fiscal cumprir rigorosamente o quanto dispõe o art. 142 da Lei (Complementar) 5.172. Somente se superada essa obrigação liminar, é que se pode cogitar de processo válido. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS 8 Com essas considerações, é o meu voto pelo não provimento do apelo fazendário. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 287DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/08/2 012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por JULIO CESAR ALVES R AMOS
score : 1.0
Numero do processo: 16004.000882/2007-98
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2006 a 31/08/2006 AFERIÇÃO INDIRETA. ARBRITRAMENTO. Não havendo documentos dignos de confiabilidade e em desconformidade com as regras fiscais, civis e contábeis exigidas em lei, é possível ao agente fiscal lançar mão da aferição indireta e arbitramento. Recurso Voluntário Negado - Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2803-001.493
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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ARBRITRAMENTO. Não havendo documentos dignos de confiabilidade e em desconformidade com as regras fiscais, civis e contábeis exigidas em lei, é possível ao agente fiscal lançar mão da aferição indireta e arbitramento. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (Assinado digitalmente) Gustavo Vettorato Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Leôncio Nobre de Medeiros, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior. Fl. 1568DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16004.000882/200798 Acórdão n.º 280301.493 S2TE03 Fl. 1.569 2 Relatório O presente Recurso Voluntário (fls. 2049 e seguintes dos autos físicos) foi interposto contra decisão da DRJ (fls. 2030 e seguintes dos autos digitais), que manteve os créditos tributários oriundos de lançamento de contribuições previdenciárias e de terceiros sobre remunerações pagas/creditadas de mãodeobra da construção civil de responsabilidade da Recorrente, em obra realizada entre no período 01/08/2006 a 31/08/2006. Crédito esse constituído mediante aferição indireta, em razão dos livros diário, folha de salários e notas fiscais terem sido apresentadas sem as devidas formalidades. Assim, o recurso veio à presente turma especial para seu julgamento, em que apresentou os seguintes argumentos resumidamente: ilegalidade da desconsideração da contabilidade e notas fiscais, a não consideração das retenções de 11% dos prestadores de serviço, e que deveria ter considerado os pagamentos diretos aos empregados dos subempreiteiros, ilegalidade da aplicação da aferição indireta, pois os livros apresentados foram regulares; irregularidade da utilização do CUB como índice de aferição, e desconsideração de área anteriormente regularizada. Por final, requereu a reforma da decisão a quo, e a improcedência do lancamento. Esse é o relatório. Fl. 1569DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16004.000882/200798 Acórdão n.º 280301.493 S2TE03 Fl. 1.570 3 Voto Conselheiro Gustavo Vettorato Relator I O recurso é tempestivo, conforme supra relatado, dispensado do depósito prévio (Súmula Vinculante 21 do STF), assim deve o mesmo ser conhecido. II O lançamento questionado tomou por base os artigos 33, da Lei n. 8.212/1991, em que a NFLD foi lavrada considerando a legislação aplicada ao caso, demonstrando que os livros e documentos não mereceram fé na forma do art 148, do Código Tributário Nacional, obedecendo o art. 142 do CTN. Em que os livros do período analisado não apresentavamse assinados e devidamente autenticado, em desconformidade com a lei civil e comercial (art. 1181, do Código Civil de 2002), bem como em desconformidade com as normas de técnica contábeis. Fatos esses deixados de forma clara no voto condutor da decisão a quo, ao qual nos filiamos: 6. Na questão preliminar, não assiste razão à impugnante, uma vez que na impugnação, que é de sua própria lavra, admite, por exemplo, que nota fiscal n° 057, de ' 25/08/2006 da empresa Adriano Mendes, não foi lançada no Livro Diário da impugnante. 7. Mais adiante, no item 20 da peça impugnatória de fls. 1226 dos autos, admite quando afirma: "(.) A contribuinte não lançou as referidas notas na sua contabilidade, melhor dizendo na conta custo da obra, porque efetivamente não pagou essas notas fiscais aos empreiteiros." 8. Assim, resta claro, quando a empresa fala em referidas notas, que entende tratarse de um mesmo procedimento fiscal, onde pelas razões já expostas, a empresa que é a construtora dessas diversas obras, teve sua contabilidade desconsiderada no ano de 2006, pelo fato de estarem faltando os lançamentos de notas fiscais de subempreiteiros, bem como e existência de lançamentos parciais, tudo admitido pela impugnante. 9. Portanto, o fato de que nesta matricula fiscalizada, no todo da fiscalização, conter apenas uma nota identificada com a obra objeto do presente auto de infração, não o torna insubsistente, tendo em vista que; nos termos do §6° do art. 33 da Lei n° 8.212/91, c/c o art. 235 do Decreto n° 3.048/99, não foi desconsiderada a contabilidade desta obra em particular, mas inclusive esta, na medida em que a ação compreendeu a empresa como um todo, em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal — MPF n° 09413774, de Fl. 1570DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16004.000882/200798 Acórdão n.º 280301.493 S2TE03 Fl. 1.571 4 25/07/2007. Portanto, a preliminar encontrase prejudicada. DA DESCONSIDERAÇÃO DA CONTABILIDADE 10. Conforme ficou esclarecido no relatório fiscal, o débito referese a contribuições previdenciárias incidentes sobre a mãodeobra empregada na construção civil, aferida indiretamente com base no Custo Unitário Básico — CUB, ante a desconsideração da contabilidade da empresa, visto que a mesma não registrou o movimento real, conforme preceitua o § 6° do art. 33 da Lei n° 8.212/91, porquanto deixaram de ser contabilizados valores constantes de notas fiscais que constituem custos de serviços executados em obra de sua responsabilidade, sendo certo que a escrituração deve abranger todas as operações do contribuinte. 11. A fiscalização, inicialmente, conforme relatório fiscal, considerou o valor da mãodeobra insuficiente para a execução do projeto. Partindo, em seguida, para o exame da contabilidade, esta foi desconsiderada pela falta de escrituração de notas fiscais de serviços que representavam custos da empresa, com reflexo no lucro. 12. A fiscalização evidenciou no relatório supracitado, sendo inclusive confirmado pela impugnante, que notas fiscais de serviço dos meses de julho e agosto de 2006 não foram contabilizadas. Com isso, a empresa deixou de fazer, como deveria,' independentemente da quitação das notas, pois o serviço foi prestado, o registro de todos os fatos de forma continua e metódica como manda a técnica contábil, descumprindo, inclusive, o regime de competência obrigatório. 13. Nesse sentido, ou seja, do regime de competência obrigatório, o item 3.5 acima, a impugnante, em relação à nota fiscal 3535 da empresa Comave Escavações Ltda, citada no Relatório Fiscal is fls. 26, argumenta, com razão, que a mesma não tem relação com a presente autuação por se tratar de outra matrícula CEI, igualmente para as notas fiscais relacionadas no TIAD de 11/10/2007. Entretanto, a referencia efetuada pela fiscalização substancia a afirmativa de que a empresa descumpriu o regime contábil da competência, na medida em que, embora os serviços tenham sido prestados em 2006, as retenções não foram pagas neste exercício e nem contabilizadas no passivo como obrigações gar, como dispõe o art. 225, inciso I, do § 13°, in verbis: (...) 14. A tempo, a justificativa apresentada pela empresa de que pagou diretamente os funcionários da subempreiteira não merece ser acolhida, pois que ficou demonstrada a Fl. 1571DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16004.000882/200798 Acórdão n.º 280301.493 S2TE03 Fl. 1.572 5 irregularidade substancial na contabilidade, não permitindo a apuração dos fatos, até porque não cabia A empresa autuada contabilizar remunerações de empregados das subempreiteiras, mas sim o valor a estas devido pelos serviços prestados. Ademais, contabilmente, o pagamento se deu à conta de caução, ou seja, "devolveuse" os valores que já pertenciam As subempreiteiras. 15. Desse modo, a contabilidade não retratou, com fidelidade, as operações e os resultados da empresa, sendo que os valores da conta caução referemse, em última análise, a importâncias retidas dos próprios empreiteiros. Nada obstando, de qualquer forma, a contabilização das notas fiscais, uma vez que os serviços foram prestados e, conseqüentemente, a obrigação é devida. 16. Acrescentese que o motivo não pode servir de justificativa para a não contabilização das notas, já que, entre outras funções, a contabilidade tem que estar apta a prestar as informações de interesse da fiscalização. Nesse sentido, as empresas devem manter uma escrituração contábil com demonstrações que representem adequadamente os fatos, com o objetivo de fornecer informações sobre o estado patrimonial e suas variações em determinado período, permitindo ao Fisco seu exame, no intuito de constatar o cumprimento das obrigações previdencidrias, o que não ocorreu no presente caso. 17. Com isso, a escrita contábil da obra não apresentou a regularidade que permitisse A fiscalização a obtenção de dados seguros. A não contabilização das notas fiscais implicou na falta de transparência das operações com prejuízo do registro contábil necessário para que o Fisco pudesse desempenhar suas funções com eficiência, na medida em que não pode mensurar e interpretar os dados relacionados A determinação do custo da obra. 18. Esse comportamento da empresa levou o fiscal a desconsiderar a sua contabilidade e a proceder ao levantamento do débito por aferição indireta na forma do que impõe o artigo 33, §§ 3° e 6°, da Lei n°. 8.212/91, tendo em vista que a empresa esta obrigada a registrar os fatos contábeis, conforme dispõe o art. 32, II da Lei n° 8.212/91, c/c o art. 225, II e § 13, I e II do RPS, in verbis:O crédito tributário pode ser constituído por lançamento fiscal mediante exame da escrituração contábil e outros documentos da empresa que representem a real movimentação para aferição indireta dos créditos, cabendo ao contribuinte a prova em contrário (art. 33, §§ 6º e 7º, da Lei n. 8.212/1991, e art. 225, do Decreto n° 3.048/1999). Fl. 1572DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16004.000882/200798 Acórdão n.º 280301.493 S2TE03 Fl. 1.573 6 Em razão de tais irregularidades, a autoridade fiscal realizou a aferição indireta, em conformidade com os artigos 33 e 37 da Lei n. 8.212/1991, inclusive utilizando critérios claros e objetivamente demonstrados na Instrução Normativa n. 03/2005 da Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência, vigente à época dos fatos. Nesse conjunto interpretativo, há estrita aplicação do art. 33, § 4o., da Lei n. 8.212/1991, que é claro em dispor que a base de cálculo das contribuições sobre remuneração de trabalhadores da construção civil podem ser obtidos mediante cálculo proporcional da área e padrão da obra. Matéria essa também regulada pelo art. 34, do Regulamento da Previdência Social (Dec. n. 3048/1999). Ainda terem sido desconsideradas várias as notas fiscais apresentadas, a aplicação do que dispõe o arts. 450 IN n. 971/09, no tocante de aplicar a presunção de base de cálculo de 40% sobre o valor bruto das mesmas é inviável, restando como base de dados o CUB, conforme supra mencionado. A utilização de tais critérios, permitem inclusive a oportunidade de contraditório pleno. Por final, quanto ao argumento da Recorrente que o ARO de fls. 43/44 não não considerou toda a mãodeobra vinculada à obra e que, por omissão injustificada, o Fiscal não aceitou os documentos apresentados, atendose tão somente ao quanto consignado no sistema previdenciário, devemos constatar que procedeu corretamente a fiscalização. Em face a toda desordem apresentada nos documentos e procedimentos supra mencionados, em dissonância ao dever do responsável pela construção em a recolher as contribuições previdenciárias em documento de arrecadação identificado com o número da matricula CEI da obra. As GPS´s (Guias da Previdência Social) apresentadas aos autos não demonstram a sua vinculação a obra, salvo as de fls. 1485/1501 que, por constarem no conta corrente da empresa, conforme consulta ao sistema de arrecadação, cópias anexas, já foram levadas em conta no cálculo. Ademais, para a constituição do presente crédito, a fiscalização, conforme assevera no seu claro e extenso relatório fiscal, examinou o livro diário, livro razão, contratos (alguns sequer assinados), notas fiscais e recibos apresentado pela empresa, solicitados pelo TIAD de 27/07/2007, além do Aviso de Regularização de Obra (ARO) emitido a partir da DISO (Declaração e Informação Sobre Obra) n° 437/2006, tendo sido levado em crédito no ARO a área já regularizada. Conclusão Isso posto, voto por conhecer o Recurso Voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. Sala de Sessões, 17 de abril de 2012. (Assinado digitalmente) Gustavo Vettorato Relator Fl. 1573DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 16004.000882/200798 Acórdão n.º 280301.493 S2TE03 Fl. 1.574 7 Fl. 1574DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/07/2012 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 12/07/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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Numero do processo: 12898.000178/2008-48
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 23/12/2008 DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91 OU APRESENTÁ-LOS DE FORMA DEFICIENTE. INFRAÇÃO CONFIGURADA A empresa está obrigada a exibir os livros e documentos relacionados às contribuições previdenciárias quando regularmente intimada pela fiscalização. A não apresentação, ou apresentação de livros e documentos que não atendam as formalidades legais exigidas, que contenham informação diversa da realidade ou que omitam informação verdadeira, constitui infração à legislação previdenciária.
Numero da decisão: 2803-001.530
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a). Vencido(a)s o(a) Conselheiro(a) Amilcar Barca Teixeira Junior e Gustavo Vettorato. Apresentará Declaração de voto Conselheiro(a) Gustavo Vettorato.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 23/12/2008 DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91 OU APRESENTÁ-LOS DE FORMA DEFICIENTE. INFRAÇÃO CONFIGURADA A empresa está obrigada a exibir os livros e documentos relacionados às contribuições previdenciárias quando regularmente intimada pela fiscalização. A não apresentação, ou apresentação de livros e documentos que não atendam as formalidades legais exigidas, que contenham informação diversa da realidade ou que omitam informação verdadeira, constitui infração à legislação previdenciária.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1715; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE03 Fl. 1 1 S2TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12898.000178/200848 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 280301.530 – 3ª Turma Especial Sessão de 15 de maio de 2012 Matéria Auto de Infração. Obrigação Acessória Recorrente SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR ESTACO DE SA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 23/12/2008 DEIXAR DE EXIBIR DOCUMENTOS OU LIVROS RELACIONADOS COM AS CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS NA LEI 8.212/91 OU APRESENTÁLOS DE FORMA DEFICIENTE. INFRAÇÃO CONFIGURADA A empresa está obrigada a exibir os livros e documentos relacionados às contribuições previdenciárias quando regularmente intimada pela fiscalização. A não apresentação, ou apresentação de livros e documentos que não atendam as formalidades legais exigidas, que contenham informação diversa da realidade ou que omitam informação verdadeira, constitui infração à legislação previdenciária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a). Vencido(a)s o(a) Conselheiro(a) Amilcar Barca Teixeira Junior e Gustavo Vettorato. Apresentará Declaração de voto Conselheiro(a) Gustavo Vettorato. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 12898.000178/200848 Acórdão n.º 280301.530 S2TE03 Fl. 2 2 assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Osmar Pereira Costa. Fl. 221DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 12898.000178/200848 Acórdão n.º 280301.530 S2TE03 Fl. 3 3 Relatório A empresa foi autuada por descumprimento da legislação previdenciária conforme disposto no relatório da decisão impugnada, que transcrevo excerto. 2. Segundo o Relatório Fiscal da Infração de fls. 06/08, a ora autuada deixou de apresentar os seguintes documentos, formalmente exigidos no Termo de Inicio da Ação Fiscal — TIAF, datado de 13/05/2008, e nos Termos de Intimação para Apresentação de Documentos — TIAD 's números 03, 04, 05 e 06, datados, respectivamente, de 09/10/2008, 11/11/2008, 27/11/2008 e 09/12/2008: comprovantes de lançamentos efetuados nas contas 411.01.07 e 421.01.07 — "Indenizações Trabalhistas", conta 410.10.1008 — "Acordo Judicial Trabalhista — Docente" e conta 420.10.10008 — "Acordos Judiciais Trabalhistas — Administrativos". Os documentos solicitados nos TIAD's acima identificados foram: processos trabalhistas, inicial, sentença/acordo, GPS Guias da Previdência Social e GFIP's. 3. Com a finalidade de serem prestadas as informações necessárias e indispensáveis à conclusão dos procedimentos fiscais e tendo em vista que nenhum documento fora apresentado com relação ao solicitado, emiti os Termos de Intimação de N's: 03, de 09/10/2008; 04, de 11/11/2008; 05, de 27/11/2008 e 06, de 09/12/2008; sem, no entanto, obter qualquer êxito quanto ao atendimento das intimações. A DecisãoNotificação – fls 129 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o Auto lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário tempestivo, alegando, na parte que interessa, o seguinte: • A ora Recorrente não dispôs de um prazo razoável para providenciar os documentos solicitados pela Fiscalização, como se passa a demonstrar. • A Recorrente protocolizou, em 18.11.2008, petição esclarecendo as dificuldades enfrentadas para atender todos os pedidos formulados pela Fiscalização e requerendo fosse concedida dilação de prazo por 40 dias para a apresentação desses documentos (DOC. N° 04). • No presente caso, não há dúvida de que a exigência de multa por ausência de apresentação de documentação configura ofensa aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal, uma vez que, como demonstrado, o auto de infração foi lavrado antes do término do prazo para que a Recorrente apresentasse a documentação exigida pelo Termo de Intimação Fiscal n° 7 ou da dilação requerida pela Recorrente. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 12898.000178/200848 Acórdão n.º 280301.530 S2TE03 Fl. 4 4 • Requer a Recorrente seja o presente recurso voluntário julgado procedente, para que seja reformada a decisão prolatada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I — RJ, para que seja reconhecida a nulidade do crédito tributário exigido através do Auto de Infração n° 37.205.9295, eis que o mesmo é decorrente de processo em que não se observou o principio constitucional da ampla defesa. • Por fim, depois de apreciado o seu recurso, a Recorrente requer a remessa dos autos para a Delegacia da Receita Federal (DRF) de origem, para que seja apreciado o seu pedido de inconstitucionalidade do Termo de Arrolamento de Bens, que foi lavrado pela Fiscalização. É o relatório. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 12898.000178/200848 Acórdão n.º 280301.530 S2TE03 Fl. 5 5 Voto Conselheiro Oséas Coimbra A legislação previdenciária, em especial a lei 8212/91 art. 33 c/c arts. 232 e 233 do decreto 3048/99, determina a obrigatoriedade de apresentação todos os documentos e livros relacionados com as contribuições sociais, uma vez não apresentados, cabe a lavratura do respectivo auto de infração. Transcrevemos os §§ 2º e 3º do art 33 da lei 8212/91 § 2º A empresa, o servidor de órgãos públicos da administração direta e indireta, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liqüidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei.grifamos § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Está caracterizada a regular intimação, através de TIAF e TIAD´s nºs 01 a 06, acostados às fls 23 a 32, para apresentação de diversos documentos, dentro do prazo determinado pela autoridade fiscal. A ação fiscal iniciouse em 13 de maio de 2008, sendo o auto de infração lavrado em 22 de dezembro do mesmo ano pela não apresentação de documentos referentes a indenizações trabalhistas registradas nas contas 411.01.07 e 421.01.07 "Indenizações Trabalhistas", nos exercícios de 2003 e 2004, Conta N° 410.10.10008 — "Acordo Judicial Trabalhista — Docente" e Conta N° 420.10.10008 "Acordos Judiciais Trabalhistas – Administrativos, tais como: processos trabalhistas, inicial, sentença/acordo, GPS Guias da Previdência Social e Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações A Previdência Social GFIP's. O último termo considerado nesta autuação – TIAD 06, data de 09 de dezembro, inclusive reiterando documentação solicitada em 13/5/2008, 23/09/2008, 09/10/2008, 11/11/2008 e 27/11/2008. Mesmo após mais de sete meses, e.g., os processos trabalhistas (inicial, sentença/acordo, GRPS/GPS e GFIP), requeridos no Termo de Início, em 13.05.2008 não foram disponibilizados, o que já basta para a configuração da infração. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 12898.000178/200848 Acórdão n.º 280301.530 S2TE03 Fl. 6 6 Resta assim demonstrado que a empresa teve prazo suficiente para apresentar a documentação requerida. A infração se caracteriza pela não entrega de quaisquer dos documentos requeridos ou sua apresentação sem as formalidades ou registros obrigatórios, basta um documento entregue em desacordo, ou não entregue, para que se justifique a autuação. Em longo arrazoado, a recorrente não se desvencilha da necessidade de apresentação dos documentos retro, além de não trazer nenhuma prova capaz de afastar os fundamentos da autuação. Sobre a lavratura do auto antes do prazo constante no TIAD 07, temos que em nada desnatura a autuação. No TIAD 07, foram requeridos os seguintes documentos: • Comprovantes dos lançamentos contábeis "Documentos de Caixa" referentes aos valores lançados nas contas N°s: 411.03.10 e 421.03.10 — Aluguéis e Condomínios, cujos beneficiários João Uchôa de Carvalho Netto Presidente do Pessoa Jurídica e Fernando Rodrigues da Silva — Empregado Sob o Registro N°1021521. • Cópia da Ficha Registro de Empregado e Ficha Financeira do empregado Fernando Rodrigues da Silva. Tais documentos não serviram de base para a presente autuação, conforme relatório fiscal de fls 06, item 02 e 03, sendo assim irrelevante se o auto foi lavrado antes do prazo constante no TIAD 07, uma vez que o este termo não foi considerado na infração cometida. Uma vez que a empresa não apresentou todos os documentos adrede citados, temos a procedência da autuação. O valor da multa foi corretamente aplicado, no valor fixo de R$ 12.548,90 (doze mil e quinhentos e quarenta e oito reais e noventa centavos.), que não varia em razão do número de documentos não apresentados. Acerca do pedido de apreciação, por parte da DRJ, de suposta inconstitucionalidade do Termo de Arrolamento de Bens lavrado pela Fiscalização, tal matéria não se encontra na competência deste Conselho, que deve apenas apreciar a procedência ou não do presente auto de infração. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Fl. 225DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 12898.000178/200848 Acórdão n.º 280301.530 S2TE03 Fl. 7 7 Oséas Coimbra Relator. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 21/06/2012 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 14033.000275/2007-55
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2003 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE DO CRÉDITO. Comprovada nos autos a existência de crédito do sujeito passivo aptos a absorver o débito, homologa-se a compensação até o limite do crédito tributário verificado quando do encontro de contas. EXIGÊNCIA DE MULTA E JUROS DE MORA Serão acrescidos de juros de mora os débitos do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional, quando a Declaração de Compensação é transmitida após o vencimento do tributo. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3803-002.543
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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HOMOLOGAÇÃO ATÉ O LIMITE DO CRÉDITO. Comprovada nos autos a existência de crédito do sujeito passivo aptos a absorver o débito, homologase a compensação até o limite do crédito tributário verificado quando do encontro de contas. EXIGÊNCIA DE MULTA E JUROS DE MORA Serão acrescidos de juros de mora os débitos do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional, quando a Declaração de Compensação é transmitida após o vencimento do tributo. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. [assinado digitalmente] ALEXANDRE KERN Presidente. [assinado digitalmente] JORGE VICTOR RODRIGUES Relator. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 29/04/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 02/05/2012 por ALEXANDRE KERN 2 EDITADO EM: 29/04/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani Relatório Cuidam os autos de PER/DCOMP por meio do qual busca o contribuinte compensar débito de COFINS do período de julho/2003, no valor inicial de R$ 641.019,50, com crédito de mesma natureza, referente a pagamento a maior ou indevido do período de apuração junho/2003. A contribuinte vincula ao presente Pedido de Compensação pagamento, com vencimento em 15/07/2003, no valor de R$ 3.800.000,00 . A DRF em Brasília homologou parcialmente a compensação sob o fundamento de que o crédito não foi suficiente para compensar integralmente o débito solicitado. Irresignada, a interessada oferece Manifestação de Inconformidade, alegando que: a) a Infraero ao efetuar o pagamento de seus tributos, atendeu à legislação da ocasião do pagamento, agindo de boafé, e acreditando na boafé do Fisco. Abrigada na segurança jurídica e na legalidade administrativa, agiu segundo a lei, segura de que não se poderá repugnar o ato efetivado em conformidade com as normas regedoras da situação; b) nesse sentido, declarou na DCTF a compensação, meio hábil para efetivar essa declaração, segundo a legislação, da época, e no prazo de entrega desse documento. Portanto, espera seja reconhecida esta compensação, desde o momento real de sua ocorrência, qual seja, quando do vencimento do prazo para adimplemento da obrigação; c) também enviou PER/Dcomp retificadora, em 07/03/2008, incluindo o crédito de Cofins de maio de 2003 com correção de 1%, referente à atualização do crédito não pleiteada na original. Conclui que a multa e os juros não podem subsistir, pois as instruções normativas não especificaram qual o momento de entrega da PER/DCOMP, se na data de vencimento do tributo ou no momento de entrega da DCTF. Em face da manifestação de inconformidade, adveio o Acórdão proferido pela 4ª Turma da DRJ/BSA, que indeferiu por unanimidade, o intento da contribuinte, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003 Compensação Possibilidade até no Limite do Crédito do Sujeito Passivo. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 29/04/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 02/05/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 14033.000275/200755 Acórdão n.º 380302.543 S3TE03 Fl. 134 3 Comprovada nos autos a existência de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, para absorver o débito tributário, efetuase a compensação do débito tributário até no limite daquele crédito, dado que esta pressupõe existência de créditos para o encontro de contas débitos "versus" créditos. (sic) Compensação em Atraso — Exigência de Multa e Juros de Mora. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, não compensados nos prazos previstos na legislação especifica, serão acrescidos de multa e juros de mora. Declaração de Compensação Retificadora Admissibilidade Competência para Apreciar. Compete A DRF apreciar a admissibilidade ou não de Declaração de Compensação Retificadora. Solicitação Indeferida. Cientificada em 15/04/2009, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 15/05/2009, guerreando o Acórdão proferido nos seguintes argumentos: a) ao proceder à verificação do crédito que poderia ser utilizado para compensação de débitos para com a Receita, agiu dentro das normas vigentes à época, da solicitação de compensação. A forma de compensação era via DCTF, e aguardavase a homologação do Fisco b) alega também, que “a própria Instrução Normativa n° 210, de 2002 não esclareceu qual o momento de entrega da Declaração de Compensação, se na data de pagamento do tributo, ou no momento de entrega da DCTF, dúvida que a época, nem mesmo os técnicos do plantão fiscal da Receita Federal souberam esclarecer.” Complementa que somente após a criação da PER/DCOMP é que essa confusão foi sanada. c) presumiu que o prazo para a entrega da declaração de compensação, via DCTF, seria o prazo previsto no art. 5° da IN n° 255/2002, que foi modificado várias vezes. d) aduz também que não se podem igualar os institutos da Declaração de Compensação, via PER/COMP, com a Solicitação de Compensação, ambas previstas no art. 74 da Lei 9.430/96. e) foram usadas, no julgamento da manifestação, Instruções Normativas que não estavam vigentes na época em que ocorreram os fatos. f) por fim, requer a reforma da Decisão guerreada, “para além de reconhecer os valores compensáveis, considerar a compensação do débito ocorrida quando do vencimento da obrigação, do que resultará a exatidão dos valores pagos pela INFRAERO naquela data, não restando, outrossim, valores a serem cobrados da Empresa.” É o relatório. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 29/04/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 02/05/2012 por ALEXANDRE KERN 4 Voto Conselheiro Jorge Victor Rodrigues O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade pelo que dele tomo conhecimento. Insurge a contribuinte contra o Despacho Decisório que homologou parcialmente a compensação levada a efeito pela contribuinte haja vista que o crédito não foi suficiente para quitar o débito declarado. No seu sentir, a compensação deve ser homologada na sua integralidade posto que o débito foi compensado no vencimento, via informação na DCTF, sendo assim indevida a exigência de multa e juros de mora. Preliminarmente, cumpre esclarecer que a apresentação da Declaração de Compensação é direito subjetivo do contribuinte de uso facultativo. O direito à compensação encontrase previsto nos arts. 165 e 170, ambos do Código Tributário Nacional, senão vejamos: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Como de sabença, o sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão mediante a entrega, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. O artigo 74 da Lei n° 9.430/96, deu executoriedade no âmbito dos tributos federais, ao disposto no art. 170 do Código Tributário Nacional, e que consoante a doutrina dominante, não gera por si só, direito subjetivo à compensação. Assim, a compensação no âmbito de tributos federais, somente se materializa com a apresentação da competente Declaração de Compensação — DCOMP, ocasião em que ocorre a extinção do crédito tributário, sendo valorados os créditos e débitos recíprocos dos sujeitos ativo e passivo da relação jurídico tributária. Ocorre que apesar de não existir um prazo para a entrega da Dcomp na legislação tributária, justamente por tratase de um direito de uso facultativo, deverá o contribuinte transmitir a compensação, após o nascimento do indébito, em um prazo de 5 anos Fl. 154DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 29/04/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 02/05/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 14033.000275/200755 Acórdão n.º 380302.543 S3TE03 Fl. 135 5 a contar da data do fato gerador efetivamente ocorrido, sob pena de se operar a prescrição consumativa. Quando da verificação do encontro de contas, ou seja, da apuração do valor correspondente ao crédito e do valor do débito, a autoridade fiscal constatou que o crédito declarado não foi suficiente para quitar o débito em sua integralidade, por isso a homologação parcial. O DARF no valor de R$ 3.800.000,00 foi confirmado no sistema da RFB conforme se verifica em fls. 09. Destes, R$ 3.158.980,50 foram alocados ao débito da COFINS do período julho/2003. Já no PER/COMP n° 27475.08902.140803.1.3.044581, foi compensado somente o valor de R$ 519.551,09, conforme se observa em fls. 11, e não o valor total de R$ 524.746,60 confessado em DCTF. Daí a diferença de R$ 5.195,51 cobrada pelo sistema SIEF e a disponibilidade do saldo de R$ 635.823,99, ao invés dos R$ 641.019,51 solicitados. Tecidas estas considerações, observase que a contribuinte apenas apresentou a retificadora após ciência da cobrança da exação, o que se deu tãosomente em março de 2008 e sem reconhecer quaisquer acréscimos a este título. Sobre estes valores, incidem juros de mora e multa de mora, tal qual previsto no art. 61 da Lei 9.430/1996 que trazemos à colação a seguir: Art. 61. Os débitos para com a Unido, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de PI de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação especifica, serão acrescidos de multa de mora, calculada a taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1° A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento cio prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2° 0 percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados taxa a que se refere o § 3° do art. 5', a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o Ines anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Portanto, não assiste razão à contribuinte tendo em vista que a apresentação da retificadora, embora dentro do quinquênio legal, somente ocorreu após o início do procedimento fiscal de apuração do crédito e débito, quando restou demonstrado a insuficiência de saldo credor para absorver a dívida com juros de mora e multa de mora consequentes do atraso. Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário e manter a decisão vergastada. [assinado digitalmente] Fl. 155DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 29/04/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 02/05/2012 por ALEXANDRE KERN 6 Jorge Victor Rodrigues Relator Fl. 156DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2012 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 29/04/20 12 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 02/05/2012 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 11543.003217/2008-16
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. FILHOS MAIORES. DEDUÇÃO.
Somente são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda as pensões alimentícias pagas aos filhos menores ou aos filhos maiores de idade quando incapacitados para o trabalho e sem meios de proverem a própria subsistência, ou até 24 anos se estudantes do ensino superior ou de escola técnica de segundo grau. Ressalva-se, ainda, a hipótese de sentença judicial expressa determinando o pagamento de alimentos após a maioridade, desde que não resultante de acordo celebrado entre interessados.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2801-002.957
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Carlos César Quadros Pierre (Relator) e Ewan Teles Aguiar. Designado redator do Voto Vencedor o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente na data da formalização da decisão (Ordem de Serviço nº 1, de 08 de março de 2013)
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Redator Designado
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ewan Teles Aguiar. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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FILHOS MAIORES. DEDUÇÃO. Somente são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda as pensões alimentícias pagas aos filhos menores ou aos filhos maiores de idade quando incapacitados para o trabalho e sem meios de proverem a própria subsistência, ou até 24 anos se estudantes do ensino superior ou de escola técnica de segundo grau. Ressalvase, ainda, a hipótese de sentença judicial expressa determinando o pagamento de alimentos após a maioridade, desde que não resultante de acordo celebrado entre interessados. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Carlos César Quadros Pierre (Relator) e Ewan Teles Aguiar. Designado redator do Voto Vencedor o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente na data da formalização da decisão (Ordem de Serviço nº 1, de 08 de março de 2013) Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Redator Designado Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 00 32 17 /2 00 8- 16 Fl. 149DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 150 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ewan Teles Aguiar. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis. Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 7ª Turma da DRJ/BSB (Fls. 29), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra o contribuinte em epígrafe foi emitida Notificação de Lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF (fls. 13/16), referente ao exercício 2007, anocalendário 2006, que lhe exige o recolhimento do crédito tributário conforme demonstrativo abaixo: Demonstrativo do Crédito Tributário (em R$) Imposto Suplementar (Sujeito à multa de ofício) 6.102,62 Multa de Ofício (75%) 4.576,96 Juros de Mora (calculado até o lançamento) 831,17 Imposto de Renda (sujeito à multa de mora) 0 Multa de Mora 0 Juros de Mora (calculado até o lançamento) 0 Total do crédito tributário apurado 11.510,75 O lançamento acima foi decorrente da seguinte infração: Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial – glosa de dedução de pensão alimentícia judicial, pleiteada indevidamente pelo contribuinte na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física do exercício 2007, anocalendário 2006. Valor: R$ 33.600,00. Motivo da glosa: Falta de comprovação do pagamento. Os enquadramentos legais encontramse às fls. 14 dos autos. O contribuinte foi cientificado do Auto de Infração em 22/07/2008, conforme documento de fls. 17. Em 19/08/2008, o contribuinte apresentou impugnação de fls.01/09 acompanhada dos documentos de fls. 18/81, afirmando que: Conforme decisão judicial anexada aos autos (fls. 18/27), foi determinado judicialmente o pagamento de pensão alimentícia à sua exesposa Janete de Azevedo Rozindo (R$800,00), aos filhos Denise de Azevedo Rozindo (R$1.180,00) e Daniel Azevedo Fl. 150DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 151 3 Rozindo (R$820,00), perfazendo assim um total de R$2.800,00 mensais pagos a título de pensão alimentícia. Conforme comprovantes anexados aos autos (fls.28/69) foi efetuado o pagamento anual de 33.600,00 (12 x R$2.800,00). Que a maioridade não exonera o impugnante do dever de prestar alimentos a que ficou judicialmente obrigado conforme decisões judiciais anexados aos autos; Passo adiante, a 7ª Turma da DRJ/BSB entendeu por bem julgar a impugnação procedente em parte, em decisão que restou assim ementada: DEDUÇÕES. PENSÃO ALIMENTÍCIA. FILHOS MAIORES DE 24 ANOS. Não há que se admitir a dedução a título de pensão alimentícia judicial, cujo pagamento foi realizado para filhos do contribuinte, os quais são maiores de 24 anos, quando não colacionada aos autos documentação hábil capaz de comprovar, no caso, a incapacidade dos filhos proverem a própria mantença e/ou a incapacidade deles, física ou mental, para o trabalho. DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. COMPROVAÇÃO. Restabelecese a título de pensão alimentícia para a exconjuge nos valores devidamente comprovados. Cientificado em 23/02/2011 (Fls. 129), o Recorrente interpôs Recurso Voluntário, em 23/03/2011 (fls. 130 a 140), argumentando em síntese: (...) 3. RAZÕES PARA O ACOLHIMENTO DO PRESENTE RECURSO VOLUNTÁRIO: De forma objetiva, podemos concluir que o cerne da questão ora discutida reside na possibilidade de deduzir, da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física, os valores efetivamente pagos a filhos maiores de 24 (vinte e quatro) anos a título de pensão alimentícia, decorrentes de acordo homologado judicialmente. (...) Diante disso, é ABSOLUTAMENTE IMPOSSÍVEL concluir pela falta de previsão legal para a dedução da pensão alimentícia paga pelo requerente à sua exesposa, já reconhecida pela 7a Turma da DRJ/BSB, da mesma forma que a seus dois filhos, considerando que tal obrigação decorreu de sentença rigorosa e efetivamente cumprida. Importa destacar, a fim de dissipar eventuais dúvidas, que diversamente do que entende o colegiado a quo, o fato de os beneficiários possuírem mais de 24 (vinte e quatro) anos em nada altera a obrigação do requerente de prestar alimentos, bem como o direito de deduzilos do seu IRPF. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 152 4 Primeiro porque, quanto à obrigação de prestar alimentos, a jurisprudência do STJ é firme na orientação de que NÃO HÁ QUE SE FALAR EM EXONERAÇÃO AUTOMÁTICA em razão da superveniência da maioridade ou de qualquer outra circunstância do beneficiário, posto ser necessário o ajuizamento de ação própria dando oportunidade ao mesmo para demonstrar se continua necessitando da pensão. (...) Depois porque, no que tange ao direito de deduzir o valor da pensão alimentícia do IRPF, não cabe à recorrida fazer qualquer restrição (no caso, restrição relativa à idade do beneficiário) a fato que o próprio legislador não tratou de fazer, sendo certo que, pelo princípio da legalidade, a Administração só pode/deve agir consoante o quanto determinado/autorizado em lei. (...) Dessa sorte, não se pode, de maneira genérica como pretende a recorrida, estabelecer limite de idade aos filhos para restringir o direito de o recorrente deduzir do seu IRPF a importância paga aos mesmos a título de alimentos. A Lei n° 9.250/1995, no art. 8o, II, "f", autoriza a dedução do valor da pensão alimentícia "em face das normas de Direito de Família", que não traz qualquer ressalva de idade para que uma pessoa seja beneficiada com alimentos, bastando, simplesmente, que deles necessite (binômio necessidade/possibilidade).3 Tal circunstância é essencialmerr pessoal e diz respeito somente às partes familiares envolvidas, descabendo qualquer interferência do fisco nesse sentido. (...) Neste diapasão, não assiste razão aos argumentos postos no Acórdão recorrido a fim de justificar a ilegal recusa do direto a dedução desses valores pagos, uma vez que os mesmos foram forçosamente criados para justificar o injustificável. Assim vislumbramos que primeiro tentaram interpretar de forma restrita a expressão "menores" utilizada pelo juiz quando da homologação do acordo judicial folha 95 do Acórdão 03 ¿9.678 , senão vejamos: "... utilizandose da expressão "menor" e não filhos, dando o entendimento de que a pensão alimentícia será paga enquanto os filhos não atingirem a idade adulta conforme o direito de família." Ora, é patente que a expressão "menores" conota a situação dos filhos na época da homologação, e caso o juiz tivesse a intenção de delimitar um prazo para pagamento da pensão alimentícia, o mesmo o teria feito. Depois, buscaram o art. 35 da Lei n° 9.250/1995 para embasar a tese de que a pensão alimentícia deve ser analisada sob o prisma Fl. 152DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 153 5 dos requisitos necessários para a relação de dependência disposto na legislação do imposto de renda. Tamanho absurdo cometeram nessa tese, pois o citado artigo, em seu caput, dispõe: "Art. 35. Para efeito do disposto nos arts. 4°, inciso III. e 8o, inciso II, alínea c, poderão ser considerados como dependentes:"; ou seja, utilizaramse de um artigo que não trata do ART. 4°. INCISO II (QUE CUIDA DA DEDUTIBILIDADE DA PENSÃO ALIMENTÍCIA) para impor uma limitação temporal até os 24 (vinte e quatro) anos que não existe. Por fim, quanto argumento de que essa dedução seria prejudicial erário, e por consequência a sociedade; mais um absurdo, senão vejamos. A sentença foi proferida em 19.09.1979, obrigando o requerente a pagar na época prestações alimentícias da seguinte forma: Denise Azevedo Rozindo 15 0RTN/S Daniel Azevedo Rozindo 15 ORTN's Da sentença já se passaram quase vinte anos, sendo inegável a desvalorização da pensão acima calculada com base no ORTN frente às mudanças de moeda e à inflação. Por isso a jurisprudência do STJ admite a correção da prestação alimentícia por índice que reflita a recomposição do seu poder aquisitivo, (...) (...) No caso em tela, corrigindose as prestações alimentícias pelo INPC/IBGE (vide planilhas em anexo), o valor atualizado devido a título das mesmas chega, por mês, a R$ 1.063,81 (um mil, sessenta e três reais e oitenta e um centavos) para cada filho (15 ORTN 's para cada). Perceba Excelência, que a quantia paga pelo requerente aos beneficiários dos alimentos, embora prudentemente pautada pelo critério de suprir suas necessidades, é muito menor do que o valor corrigido, porquanto não há que se falar em prejuízo ao erário; pelo contrário, pois a pensão alimentícia e por consequência a dedução no IR poderia ser até maior do que a atualmente operada. De fato, não se trata de valores aleatoriamente inventados pelo requerente, como se estivesse a pretender fraudar o Fisco. Tratase, sim, de depósitos efetuados à sua exesposa e aos seus dois filhos com o claro propósito de dar cumprimento ao acordo judicial o destaque em sublinhas feito na jurisprudência acima revela que o STJ se preocupa com essa questão , o qual foi homologado por sentença não desconstituída (o que só poderia ocorrer com o ajuizamento de ação própria). RESSALTASE QUE A SENTENÇA É ATO VÁLIDO, COM PLENA VIGÊNCIA, E POR FAZER LEI ENTRE AS PARTES, AINDA É FONTE DA OBRIGAÇÃO DO REQUERENTE DE Fl. 153DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 154 6 PRESTAR ALIMENTOS À SUA EXESPOSA E AOS SEUS DOIS FILHOS. (...) Isso significa dizer que: (i) se os valores recebidos a título de pensão alimentícia foram devidamente declarados pelos beneficiários, é clara a ocorrência de bis in idem, pois a recorrida estaria tributando em duplicidade uma única renda; (ii)por outro lado, caso tais valores não tenham sido devidamente declarados pelos beneficiários, CABE À RECORRIDA DELES COBRÁLOS, MAS NUNCA DO RECORRENTE. Vale ressaltar que o requerente cuidou de enviar o "comprovante de rendimentos pagos" como de fato cuida anualmente para os beneficiários, confeccionandoo com base no art. 865 da Lei n° 8.981/1995, documento pelo qual lhes dá ciência dos valores a eles pagos a título de pensão alimentícia, justamente para o correto preenchimento de suas declarações. A verdade é que se o pagamento de pensão alimentícia é admitido como dedução numa ponta, certo é que se trata de rendimento tributável na outra (renda percebida pelos beneficiários), não se afigurando legítima a exigência de IRPF do requerente. Ao fim e ao cabo, o que importa é que o requerente EFETIVAMENTE PAGOU a título de pensão alimentícia a seus dois filhos o valor de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) no ano de 2006, sendo a dedução de tal pagamento absolutamente autorizada pela legislação tributária correspondente, não cabendo à recorrida impor qualquer tipo de restrição, seja de idade dos beneficiários, seja de valores pagos (mesmo porque se viu que a correção é admitida pela jurisprudência do STJ), já que a própria lei não a faz. Com isso, o que se tem é que o lançamento lavrado em desfavor requerente é totalmente descabido e destituído de juridicidade, razão por que deve ser anulado, retornandose ao status quo ante em vista das corretas informações prestadas em sua Declaração de Ajuste Anual de 2007. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Resta em litígio a glosa da dedução efetuada na base de cálculo do IRPF, no período fiscalizado, a título de Pensão Alimentícia Judicial, pagas aos dois filhos do recorrente. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 155 7 Entendeu a autoridade lançadora que, uma vez que o contribuinte não comprovou os pagamentos da pensão paga a sua exesposa e aos seus dois filhos, tal pensão não poderia ser aceita para fins de dedução do imposto de renda devido. Do exposto, se verifica que a fiscalização não questionou, nestes casos específicos, a adequação do acordo homologado judicialmente as normas do direito de família, em especial em razão da idade dos dois filhos do contribuinte. Por este motivo, não é o caso de se requerer, no presente momento, a análise do caso sob o aspecto da adequação do acordo judicial as normas do direito de família, ou a idade dos filhos; mas sim sob a ótica da adequação dos recibos como meios de prova na forma exigida pela fiscalização. Dentro deste contexto, buscando suprir a falha apresentada pela fiscalização, o contribuinte tratou de apresentar recibos emitidos por sua exesposa e por seus dois filhos. Por sua vez, a DRJ acatou como prova dos pagamentos os recibos emitidos pela exesposa do recorrente, restabelecendo a dedução pertinente; mas não restabeleceu as deduções relativas aos pagamentos de pensão dos seus dois filhos em razão destes contarem com mais de 24 anos à época dos fatos. Contudo, a DRJ não poderia inovar o lançamento, exigindo a comprovação de adequação da pensão as normas do direito de família. Bastando, para afastar as glosas realizadas pela fiscalização, a apresentação de documentos que comprovassem os pagamentos realizados. Dentro deste quadro, aos recibos emitidos pelos dois filhos do contribuinte, deve ser atribuído o mesmo valor probante dado aos recibos emitidos pela exesposa do contribuinte; que, por sua vez, foram aceitos pela DRJ como prova dos pagamentos, Assim, na presente situação, entendo que a documentação apresentada pelo recorrente supre a prova requerida pela fiscalização, e é suficiente para reverter as glosas relacionadas a pensão paga aos seus filhos. Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por dar provimento ao recurso, para restabelecer a dedução do valor de R$19.440,00 declarado a título de pensão alimentícia judicial para os dois filhos do recorrente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Redator Designado Registro, de início, que à época da lavratura da Notificação de Lançamento a Autoridade lançadora desconhecia a idade dos alimentandos, haja vista que os documentos colacionados aos autos, relativos ao acordo homologado judicialmente, somente foram apresentados pelo Interessado em sede de impugnação. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 156 8 Feita esta observação preliminar, oportuno observar que a doutrina brasileira identifica, de maneira uniforme, duas modalidades de obrigações alimentares a que estão sujeitos os pais em relação aos filhos. A primeira, decorrente do pátrio poder (atualmente poder familiar), sujeita os pais ao dever de sustento, guarda e educação dos filhos durante a menoridade. Seu fundamento encontrase no art. 1.566, IV, do atual Código Civil CC/2002, cujo teor é o seguinte: Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: (...) IV – Sustento, guarda e educação dos filhos; Com a maioridade pode surgir obrigação alimentar dos pais em relação aos filhos, porém de natureza diversa, fundada nos arts. 1.694 e 1.695 do CC/2002. Essa obrigação, que deriva da relação de parentesco, diz respeito aos filhos maiores que não estão em condições de prover a sua própria subsistência. Não obstante ambas as modalidades terem título jurídico radicado expressamente no Livro IV do CC/2002, todo ele dedicado ao Direito de Família, não se pode emprestar a simplicidade de uma interpretação literal ao art. 4º, II, da Lei nº 9.250/1995, que autoriza a dedução, da base de cálculo do imposto de renda, das importâncias pagas a título de pensão alimentícia, em face das normas do Direito de Família, para permitir que deduções a esse título se perpetuem ad aeternum. A solução que melhor se coaduna com os princípios informadores do Direito Tributário pode ser extraída de uma interpretação sistemática das normas do Direito Civil e dos arts. 4, II e 35, III, § 1º, ambos da Lei nº 9.250/1995, assim descritos: Art. 4º Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda poderão ser deduzidas: (...) II as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008) (...) Art. 35.Para efeito do disposto nos arts. 4º, inciso III, e 8º, inciso II, alínea "c", poderão ser considerados como dependentes: (...) III a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; (...) Fl. 156DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11543.003217/200816 Acórdão n.º 2801002.957 S2TE01 Fl. 157 9 § 1º Os dependentes a que se referem os incisos III e V deste artigo poderão ser assim considerados quando maiores até 24 anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau. Os dispositivos transcritos, em conjunto com as normas do Direito de Família estabelecidas no CC/2002, admitem a interpretação de que as deduções de pensão alimentícia da base de cálculo do imposto de renda devem se restringir aos valores pagos a esse título durante o período do dever de sustento (até a maioridade), além de casos especialíssimos, como o dos filhos maiores inválidos e dos filhos maiores até 24 anos de idade que estiverem cursando o ensino superior ou escola técnica de segundo grau. É que a invalidez não propicia a exoneração do encargo alimentar pela aquisição da maioridade, eis que a necessidade de recebimento dos alimentos não deriva, neste caso, da faixa etária, mas sim do estado precário de saúde do alimentando. Por outro lado, a dedução de pensão alimentícia paga a filhos estudantes maiores, de até 24 anos de idade, justificase pelo dever de educação dos filhos, imanente ao poder familiar, sem o condão de transmudar o dever de sustento em obrigação alimentar perpétua. Nessa linha de raciocínio, somente são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda as pensões alimentícias pagas aos filhos menores ou aos filhos maiores de idade quando incapacitados para o trabalho e sem meios de proverem a própria subsistência, ou até 24 anos se estudantes do ensino superior ou de escola técnica de segundo grau. Ressalvase, ainda, a hipótese de sentença judicial expressa determinando o pagamento de alimentos após a maioridade, desde que não resultante de acordo celebrado entre interessados. Assim, deve ser mantida a glosa de pensão alimentícia relativa aos filhos Daniel e Denise, que contavam, no anocalendário de 2006, respectivamente, com 34 e 37 anos de idade, haja vista não haver comprovação da incapacidade, de ambos, para o trabalho. Face ao exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 157DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN
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Numero do processo: 10980.009571/2004-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.256
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
Nome do relator: RAFAEL PANDOLFO
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Recorrente PAULO ROBERTO DE FREITAS PAULINO Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Julianna Bandeira Toscano, Rafael Pandolfo e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Pedro Anan Junior, Odmir Fernandes e Helenilson Cunha Pontes. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 84 2 Relatório 1 Pedido de Restituição O recorrente efetuou pedido de restituição de multa de mora (fls. 0410), que considerava ter pagado erroneamente por ocasião do recolhimento do tributo antes do início do procedimento de fiscalização. Como a confissão e o pagamento do tributo devido antes do procedimento de fiscalização implica a aplicação do art. 138 do CTN, o recorrente afirma que a denúncia espontânea importaria a exclusão da multa de mora. O pedido de restituição foi indeferido por despacho decisório (fls. 2930), sob o argumento de que a exclusão da responsabilidade prevista no art. 138 do CTN abarca apenas as multas punitivas do lançamento de ofício. Por este motivo, a multa de mora recolhida seria devida. Ainda, o despacho decretou a decadência do direito de restituir os valores anteriores a 30/04/1999, vez que o prazo decadencial para a restituição de quantias pagas indevidamente é de cinco anos. 2 Manifestação de Inconformidade O recorrente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 3342), arguindo o seguinte: a) o prazo decadencial para a restituição de indébito é de 10 anos (5 anos contados da homologação do lançamento, que ocorre 5 anos após o fato gerador); b) o art. 138 do CTN traz norma que incentiva o contribuinte a reconhecer sua irregularidade e resolver as pendências com o fisco, e abarca todos os tipos de multas relativas ao crédito tributário, inclusive a de mora; c) os valores identificados como não recolhidos pelo despacho decisório foram efetivamente pagos, motivo pelo qual colaciona DARF’s (fls. 4347 do processo). 3 Acórdão da DRJ A 1ª Turma da DRJ de Curitiba acordou (fls. 5364), por unanimidade, pelo reconhecimento da decadência do direito à restituição dos pagamentos efetuados nos períodos de 25/08/94 a 30/04/99, e pelo descabimento da restituição das parcelas recolhidas entre 30/04/99 a 29/05/02, vez que o pagamento seria devido. a) de acordo com a doutrina e a jurisprudência mais avalizada, a decadência do direito do contribuinte de restituir o indébito tributário é de cinco anos após o pagamento; b) o art. 138 do CTN exclui as multas de caráter punitivo, não as de caráter indenizatório, como a multa de mora cuja restituição é requisitada pelo contribuinte. A multa moratória tem a finalidade de coibir o descumprimento dos prazos legais, de modo que seria contraditório excluir a sua aplicação àquele que paga fora do prazo; 4 Recurso Voluntário Não satisfeito com o julgamento da DRJ, o recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando os argumentos alinhados na impugnação, acrescentando que: Fl. 84DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 85 3 a) existe jurisprudência do STJ no sentido de que as situações ocorridas antes do advento da Lei Complementar nº 118/05 terão respeitada a regra de prescrição do 5+5, desde que este prazo não ultrapasse 5 anos a partir da vigência da Lei; b) se é penalidade, é punitiva, e enseja a aplicação do art. 138 do CTN, seja ela de mora ou de ofício. A parcela indenizatória corresponde aos juros aplicados. Tal entendimento é corroborado pela melhor doutrina e pela jurisprudência da CSRF. É o relatório. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 86 4 Voto Conselheiro Relator Rafael Pandolfo O recurso atende aos requisitos legais do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. A matéria de fundo, tratada no presente recurso, diz respeito à configuração de denúncia espontânea entabulada no art. 138 do CTN e suas consequências, notadamente, a exclusão de multa moratória. Após amplo debate doutrinário e jurisprudencial, consolidouse, no STJ, o entendimento de que a não incidência de multa depende do momento em que ocorre o pagamento total do crédito tributário, se antes ou depois da constituição da relação jurídica tributária pela Fazenda (lançamento de ofício) ou pelo contribuinte (autolançamento). A ementa abaixo reproduzida (REsp 1.062.139) retrata esse contexto: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CONFIGURAÇÃO. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento dos recursos repetitivos REsp n. 962.379 e REsp 886.462, reafirmou o entendimento já assentado pela Corte no sentido de que não existe denúncia espontânea quando o pagamento se referir a tributos já noticiados pelo contribuinte por meio de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei e pagos a destempo. Considerase que, nessas hipóteses, a simples declaração é apta a constituir o crédito tributário, sendo desnecessário, para tanto, o lançamento, de modo que, constituído o crédito tributário, o seu recolhimento a destempo, ainda que pelo valor integral, não enseja o benefício do art. 138 do CTN. 2. Contudo, in casu, o acórdão recorrido, com fundamento na prova dos autos, concluiu pela configuração da denúncia espontânea, porquanto não vislumbrou indício algum de que "realmente tenha havido declaração dos tributos anteriormente ao pagamento" ou de que o débito fora objeto de parcelamento. 3. Conclusão baseada em permissa fática cuja revisão é vedada a esta Corte por força do óbice da Súmula 7/STJ. 4. Assim, não havendo comprovação da ocorrência de parcelamento ou prévia declaração pelo contribuinte, configurase a denúncia espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, em razão da confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral ter ocorrido em momento anterior a qualquer ação fiscalizatória ou processo administrativo. 5. No que tange à natureza da multa cujo perdão está previsto no artigo 138 do CTN, a jurisprudência desta Corte já assentou que, não havendo, no dispositivo legal, nenhuma distinção entre multa punitiva e moratória, ambas devem ser excluídas quando do reconhecimento da denúncia espontânea. Precedentes. 6. Recurso especial nãoprovido. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 87 5 (STJ. Primeira Turma. Rel. Min. Benedito Gonçalves. julg. 11 de nov. de 2008) Além do supracitado REsp, que trago à baila por sintetizar a jurisprudência do STJ acerca do assunto, é importante citar os dois REsp’s julgados sob o regime do art. 543C do CPC, aos quais esta Corte está vinculada por força do art. 62A do Regimento Interno deste Conselho: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543 C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (STJ. Primeira Sessão. REsp 962.379. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. julg. 22 de out. de 2008) TRIBUTÁRIO. ICMS. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E NÃO PAGO NO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1 Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido . 2. Recurso especial parcialmente conhecido e, no ponto, improvido Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (STJ. Primeira Sessão. REsp 886.462. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. julg. 22 de out. de 2008) Sendo assim, para que se aplique o benefício da denúncia espontânea em relação à multa de mora, o relevante é averiguar se (a) a declaração é retificadora e/ou extemporânea; (b) o pagamento foi efetuado antes ou em conjunto com a declaração; (c) ambos ocorreram antes do início do procedimento fiscal. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 88 6 Assim, o correto deslinde do feito demanda a análise das DCTFS enviadas pelo recorrente, documento que apresenta campo próprio no qual está constituída a obrigação relativa ao IRRF. Com base no acima exposto, proponho que o presente julgamento seja CONVERTIDO EM DILIGÊNCIA, para que a autoridade lançadora confirme se os pagamentos realizados pelo recorrente ocorreram antes ou após o envio da DCTF relativa à competência paga, nos seguintes termos: data do pagamento data do envio da DCTF Competência (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Fl. 88DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO
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