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Numero do processo: 10825.001230/2007-21
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-000.128
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente EDE TADEU COTAIT Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 00 12 30 /2 00 7- 21 Fl. 195DF CARF MF Processo nº 10825.001230/200721 Acórdão n.º 2002000.128 S2C0T2 Fl. 196 2 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2004, ano calendário 2003, tendo em vista a apuração de dedução indevida de despesas médicas. O contribuinte apresentou impugnação (fls.2/38), assim sintetizada na decisão de piso: 1) Apresentou toda a documentação solicitada pela fiscalização, recibos de despesas médicas, declarações emitidas pelos profissionais que comprovam o efetivo pagamento e a efetiva prestação de serviços, restando evidente também, que não foi elevado o valor deduzido conforme demonstrativo de rendimentos. Reapresenta documentação; 2) Sempre pagou em dinheiro suas despesas e nunca pagou os profissionais mediante transferência bancária; 3) Os profissionais declararam em suas declarações de rendimentos os recebimentos por serviços prestados e tais dados encontramse em poder da Receita; 4) O ônus da prova para ser possível alegar serem os recibos inidôneos e ser possível a glosa é da Receita Federal, não podendo ser transferido ao contribuinte; 5) A lei não exige que o contribuinte apresente o recibo e cópia de cheque, portanto, atendidos todos os requisitos legais, os recibos são prova de pagamento. Cita jurisprudência; 6) Requer, a titulo de prova do efetivo pagamento, verificação das declarações dos profissionais e anulação da glosa; A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) negou provimento à Impugnação (fls. 133/137), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. ÔNUS DA PROVA. Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10825.001230/200721 Acórdão n.º 2002000.128 S2C0T2 Fl. 197 3 Mantidas as glosas de despesas médicas, quando não apresentados comprovantes da efetividade dos pagamentos e prestação de serviços, a dar validade plena aos recibos. Uma vez constituído o crédito tributário, cabe ao contribuinte demonstrar, mediante provas contrárias, a improcedência do lançamento. Cientificado dessa decisão em 7/12/2009 (fl.143), o contribuinte interpôs, em 31/12/2009 (fl.145), seu Recurso Voluntário (fls. 145/193), no qual apresenta as seguintes alegações: apresentou recibos e declarações confirmando a veracidade dos serviços prestados e dos pagamentos realizados. Argumenta que a documentação é hábil e idônea para o fim que se destina, qual seja, comprovar os gastos médicos declarados. aduz que os profissionais informaram os rendimentos recebidos em suas Declarações de Ajuste e que a Receita Federal do Brasil (RFB) pode confirmar esses dados. sustenta que o ônus da prova é da RFB, no caso de não acatar o recibo como prova. reproduz a legislação de regência e diz que todo contribuinte pode deduzir despesas médicas de seu imposto de renda. Acrescenta que está prevista a possibilidade, e não obrigatoriedade, de indicação dos cheques utilizados para pagar a despesa, quando o contribuinte não possuir o recibo da despesa. cita e reproduz jurisprudência sobre o tema. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.121). É o relatório. Fl. 197DF CARF MF Processo nº 10825.001230/200721 Acórdão n.º 2002000.128 S2C0T2 Fl. 198 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probatório absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10825.001230/200721 Acórdão n.º 2002000.128 S2C0T2 Fl. 199 5 Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Assim, entendo que, ao contrário do que defende o recorrente, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10825.001230/200721 Acórdão n.º 2002000.128 S2C0T2 Fl. 200 6 Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento. Cabe ressaltar que a indicação do cheque nominativo, apesar de conter menos informações que o recibo, é aceito como meio de prova, evidenciando a força probante da efetiva comprovação do pagamento. Por fim, importa salientar que não é o Fisco quem precisa provar que as despesas médicas declaradas não existiram, mas o contribuinte quem deve apresentar as devidas comprovações quando solicitado. O ônus da prova do direito constitutivo, no caso, é do contribuinte, a teor do art. 373, inciso I, do CPC, na medida em que pretende deduzir de seus rendimentos tributáveis o valor pago a título de despesa médica. Na ausência dessa comprovação, a glosa deve ser mantida. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 200DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14751.002769/2008-40
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2003
PRESCRIÇÃO.
O direito da autoridade administrativa de cobrar o crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da constituição definitiva do crédito tributário. No caso, tendo havido a interposição de recurso, a constituição definitiva do crédito tributário só ocorrerá quando o contribuinte for cientificado da decisão administrativa da qual não caiba mais recurso.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA FUNDAMENTADA EM SÚMULA ADMINISTRATIVA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ. SÚMULA 40 DO CARF.
A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas.
Numero da decisão: 2002-000.069
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 2003 PRESCRIÇÃO. O direito da autoridade administrativa de cobrar o crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da constituição definitiva do crédito tributário. No caso, tendo havido a interposição de recurso, a constituição definitiva do crédito tributário só ocorrerá quando o contribuinte for cientificado da decisão administrativa da qual não caiba mais recurso. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA FUNDAMENTADA EM SÚMULA ADMINISTRATIVA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ. SÚMULA 40 DO CARF. A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas.
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente ADEMIR ALVES DE MELO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2003 PRESCRIÇÃO. O direito da autoridade administrativa de cobrar o crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da constituição definitiva do crédito tributário. No caso, tendo havido a interposição de recurso, a constituição definitiva do crédito tributário só ocorrerá quando o contribuinte for cientificado da decisão administrativa da qual não caiba mais recurso. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA FUNDAMENTADA EM SÚMULA ADMINISTRATIVA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ. SÚMULA 40 DO CARF. A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 00 27 69 /2 00 8- 40 Fl. 57DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 58 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Fl. 58DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 59 3 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2003, ano calendário 2002, tendo em vista a apuração de dedução indevida de despesas médicas. Foi aplicada multa de ofício qualificada. O contribuinte apresentou impugnação (fls.25/30), alegando, em síntese, que apresentou os documentos comprobatórios das despesas declaradas. Defende que os recibos apresentados são comprovantes autênticos e legais dos serviços prestados. Explica que os pagamentos se deram mediante a emissão de cheque ou em espécie. Acrescenta que a comprovação por meio dos extratos bancários depende da liberação desses documentos pela RFB. Aduz que a autoridade fiscal não pode concluir que os serviços não foram prestados em função de delitos cometidos pela emitente dos recibos, que não lhe dizem respeito. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE) negou provimento à Impugnação (fls. 32/38), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. São dedutíveis, para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, as despesas médicas realizadas com o contribuinte ou com os dependentes relacionados na declaração de ajuste anual, que forem comprovadas mediante documentação hábil e idônea. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. Na apreciação de provas a autoridade julgadora tem a prerrogativa de formar livremente sua convicção. Correta a glosa de valores deduzidos a título de despesas médicas cujos serviços e o efetivo dispêndio do contribuinte não foram comprovados. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. INDÍC1OS DE NÃO PRESTAÇÃO DOS SERV1ÇOS CONS1GNADOS NOS RECIBOS. Deve ser mantida a glosa do valor declarado a título de dedução de despesas médicas quando existir documentação contendo Fl. 59DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 60 4 indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos apresentados não foram, de fato, executados. Cientificado dessa decisão em 16/3/2009 (fl.41), o contribuinte formalizou, em 6/4/2009 (fl.42), seu Recurso Voluntário (fls. 42/47), no qual apresenta as seguintes alegações: Diz que apresentou os recibos emitidos por Maria da Conceição Pires de Almeida e que a dedução dos valores encontra respaldo no artigo 8º da Lei nº 9.250, de 1995. Defende que o fato de a RFB ter apurado que a profissional vendeu recibos não configura atitude ilícita por parte do recorrente, que reafirma ter pago pelos serviços prestados. Acrescenta que nada foi provado contra ele e não existem provas para incriminálo, nem mesmo a confissão real de uma das partes. Argumenta que os artigos 131 e 332 do CPC não cabem como argumentos ao fato em questão, sem as devidas provas. Diz que ninguém pode ser condenado sem provas cabais ou por meras convicções e livre convencimento. Quanto aos recibos, informa que apresentou os documentos originais e o servidor que os recebeu deve prestar conta dos mesmos, a fim de se averiguar sua veracidade. Cita o artigo 206, §5º, inciso I, do Código Civil, para defender que "...estão absolutamente prescritos quaisquer dívidas que se enquadrem aos requisitos legais". Ao final, requer a improcedência por falta de embasamento legal e por ser o mesmo prescrito em lei. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.4). É o relatório. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 61 5 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito No caso, conforme consta às fls. 13/18, foi declarada a ineficácia tributária, por inidoneidade, de todos os recibos emitidos por Maria da Conceição Pires de Almeida. Em função disso, a despesa médica informada pelo contribuinte com essa profissional foi glosada. Em sua defesa, o recorrente alega que apresentou o documento comprobatório da despesa e que não pode ser penalizado por condutas ilícitas da profissional. Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probatório absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Fl. 61DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 62 6 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos Fl. 62DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 63 7 termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Acrescentese ainda que, no caso, foi declarada a ineficácia da documentação emitida pela profissional informada pelo contribuinte. Essa matéria é objeto da Súmula CARF nº 40, de observância obrigatória por este Colegiado: A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício. (grifos acrescidos) Notese que a autuação consigna a possibilidade de o contribuinte apresentar a comprovação quanto ao efetivo pagamento das despesas ou a efetiva prestação dos serviços (fl.10). Não obstante, o sujeito passivo não buscou, nem em sede de impugnação nem na fase recursal, trazer essa prova. Dessa forma, a glosa deve ser mantida, não havendo reparos a se fazer à decisão de piso. Quanto aos recibos originais, cabe esclarecer ao recorrente que a juntada deles aos autos não se mostra necessária e nem altera a conclusão acima , uma vez que, repise se, foi declarada a ineficácia dos documentos emitidos pela profissional, fazendose necessária a apresentação de outros elementos de forma a comprovar o efetivo pagamento da despesa. Quanto à prescrição, nos termos do caput do art. 174 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional), o prazo prescricional é de cinco anos e começa a contar a partir da data da constituição definitiva do crédito tributário, ou melhor, desde o momento em que o titular do direito (a Fazenda Pública) pode exigir, do devedor, a prestação tributária. Isto se dá quando esgotado o prazo para pagamento ou apresentação de recurso administrativo sem que eles tenham ocorrido ou, ainda, decidido o último recurso administrativo interposto pelo contribuinte. As impugnações e recursos na instância administrativa suspendem a exigibilidade do crédito tributário, não correndo, neste período, o prazo de prescrição. Assim, havendo recurso (como no caso em tela), fica postergado o começo da fruição do prazo prescricional até a decisão do último recurso administrativo interposto pelo contribuinte. Como se considera constituído o crédito em tela na data de ciência da autuação, em 17/12/2008, e a apresentação da impugnação, em 7/1/2009, e do Recurso Voluntário, em 6/1/2009, suspendem a exigibilidade do crédito tributário, ex vi do disposto no art. 151, inciso III, do CTN e, conseqüentemente, a fluência do prazo prescricional, que só começa a fluir depois de decidido o último recurso administrativo, totalmente impertinente a alegação do recorrente. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 14751.002769/200840 Acórdão n.º 2002000.069 S2C0T2 Fl. 64 8 Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 64DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15504.003140/2011-05
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
PEDIDO DE RETIFICAÇÃO. MATÉRIAS ESTRANHAS À LIDE.
Diante dos princípios da Administração Pública e desde que devidamente comprovados, a autoridade julgadora pode, com a devida cautela, autorizar pedidos de retificação da declaração.
O pedido de retificação desacompanhado de provas não pode ser acolhido, devendo ser direcionado para a Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte, a quem compete a análise desses pleitos.
Numero da decisão: 2002-000.161
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Virgílio Cansino Gil, que não o conheceu. No mérito, acordam, por unanimidade de votos, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007 PEDIDO DE RETIFICAÇÃO. MATÉRIAS ESTRANHAS À LIDE. Diante dos princípios da Administração Pública e desde que devidamente comprovados, a autoridade julgadora pode, com a devida cautela, autorizar pedidos de retificação da declaração. O pedido de retificação desacompanhado de provas não pode ser acolhido, devendo ser direcionado para a Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte, a quem compete a análise desses pleitos.
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DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. RETIFICAÇÃO. Recorrente VANIA DE FATIMA RAMOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 PEDIDO DE RETIFICAÇÃO. MATÉRIAS ESTRANHAS À LIDE. Diante dos princípios da Administração Pública e desde que devidamente comprovados, a autoridade julgadora pode, com a devida cautela, autorizar pedidos de retificação da declaração. O pedido de retificação desacompanhado de provas não pode ser acolhido, devendo ser direcionado para a Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte, a quem compete a análise desses pleitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Virgílio Cansino Gil, que não o conheceu. No mérito, acordam, por unanimidade de votos, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 00 31 40 /2 01 1- 05 Fl. 69DF CARF MF Processo nº 15504.003140/201105 Acórdão n.º 2002000.161 S2C0T2 Fl. 70 2 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2008, ano calendário 2007, tendo em vista a apuração de dedução indevida de despesas médicas. A contribuinte apresentou impugnação (fls.3/21), contestando parcialmente a autuação e indicando a juntada de documentação comprobatória das despesas médicas. Em conformidade com o disposto no artigo 6oA da IN RFB nº 958/2009, com a redação dada pela IN RFB nº 1.061/2010, a autoridade autuante procedeu à revisão do lançamento efetuado, emitindo o despacho decisório de fl. 37, com base no Termo Circunstanciado de fls. 33/35, acolhendo em parte os argumentos da contribuinte. Cientificada dessa decisão, a contribuinte não se manifestou. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (MG) manteve o lançamento na forma efetuada pela revisão de ofício(fls. 53/57), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 PROVAS. Cabe ao contribuinte comprovar suas alegações de que preencheu corretamente a Declaração de Ajuste Anual, com base em documentação. Cientificada dessa decisão em 24/2/2016 (fl.61), a contribuinte interpôs, em 28/3/2016 (fl.64), seu Recurso Voluntário (fls. 64/66), apresentando as alegações a seguir sintetizadas: ao solicitar cópia do processo, teria se dado conta de grave equívoco cometido no preenchimento da Declaração de Ajuste em exame. a teor do recurso repetitivo do STJ, tema 366, os valores recebidos a título de pensão por morte ou aposentadoria complementar, relativos a aportes feitos na vigência da Lei nº 7.713, de 1988, seriam isentos de IR. a complementação da pensão recebida por ela, da Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social, no montante de R$17.739,47, estaria enquadrada nessa hipótese e deveria ser excluída dos rendimentos tributáveis informados. Ao final, requer, na hipótese de não acatamento do seu pedido, o cálculo do imposto devido em ambas as formas previstas em lei, "detalhada e simplificada". Fl. 70DF CARF MF Processo nº 15504.003140/201105 Acórdão n.º 2002000.161 S2C0T2 Fl. 71 3 Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.59). É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 15504.003140/201105 Acórdão n.º 2002000.161 S2C0T2 Fl. 72 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito A autuação recaiu sobre despesas médicas informadas pela recorrente. Entretanto, em seu recurso, ela requer a alteração dos rendimentos declarados por ela. Os rendimentos informados na Declaração de Ajuste não foram alterados pela autoridade fiscal e, portanto, não integram o litígio. Não obstante, entendo que, em observância de princípios da Administração Pública, os princípios da finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, interesse público e eficiência, e quando os elementos trazidos sejam evidentes, a autoridade julgadora pode, com a devida cautela, atender a pedidos de retificação efetuados em sede de impugnação e recurso. Cumpre frisar que se trata de medida excepcional, que entendo possível em casos em que a prova seja robusta e não paire qualquer dúvida acerca do direito do contribuinte ao que está sendo pleiteado. Isto porque, no caso, uma eventual alteração do montante dos rendimentos tributáveis tem reflexo direto na base de cálculo do imposto devido e, indiretamente, na necessidade de comprovação ou justificação das deduções, objeto da autuação. A contribuinte alega que os rendimentos recebidos da Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social seriam isentos por força de decisão proferida pelo STJ em recurso repetitivo. Depreendese que a recorrente faz referência ao posicionamento do STJ, no AgRg no REsp nº 792.843/RS: “(...) Em se tratando de contribuições recolhidas à entidade de previdência privada no período de vigência da Lei nº 7.713/88, não tem cabimento a cobrança de imposto de renda sobre ulterior resgate ou recebimento do benefício, até o limite do que foi recolhido pelo beneficiário sob a égide daquele diploma legal, uma vez que naquele período (janeiro de 1989 a dezembro de 1995) o tributo incidiu sobre as contribuições recolhidas em favor das entidades e novo desconto caracterizaria evidente bis in idem. (...).” O entendimento jurisprudencial citado tem como premissa o fato de que parte do benefício (complementação) de aposentadoria, recebido pelo beneficiário do plano de Fl. 72DF CARF MF Processo nº 15504.003140/201105 Acórdão n.º 2002000.161 S2C0T2 Fl. 73 5 previdência complementar (complementações recebidas a partir de 1º de janeiro de 1996), já havia sofrido tributação na pessoa física à época do aporte de recursos (as contribuições efetuadas exclusivamente pelo beneficiário, em favor das entidades, no período de 1989 a 1995, não podiam ser deduzidas da base de cálculo do IRPF). Assim, tal parcela não poderia ser novamente tributada na fonte (art. 33 da Lei nº 9.250/1995), quando da concessão do benefício de aposentadoria complementar, sob pena de caracterizar dupla tributação. Entretanto, equivocase à contribuinte quando defende que todo o benefício recebido por ela seria isento. A decisão do STJ recai somente sobre os valores pagos correspondentes às contribuições efetuadas exclusivamente pelo beneficiário no período de 1/1/89 a 31/12/95. Diante disso e considerando que a contribuinte juntou aos autos somente a cópia do comprovante de rendimentos de fl.65, não há como atender a seu pleito, uma vez que não está comprovado nos autos se e qual a parcela dos rendimentos seria isenta de IR. Registrese que a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) editou a IN RFB nº1.343, de 2013, que estabelece normas e procedimentos a serem adotados no tocante a esses rendimentos, devendo à recorrente buscar esclarecimentos, caso queira, junto a Unidade da RFB de seu domicílio tributário. Por fim, quanto ao pleito para cálculo do imposto devido utilizando os dois modelos de declaração, simplificado e completo, cabe esclarecer à contribuinte que existe vedação expressa à mudança de modelo de entrega da declaração de ajuste após o prazo final previsto para sua apresentação (artigo 7, §3º, da IN RFB nº 820, de 2008, que dispôs sobre a apresentação da Declaração de Ajuste para o anocalendário em análise), devendo prevalecer o modelo escolhido por ela por ocasião da entrega da Declaração de Ajuste. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 73DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13602.000108/2005-88
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2001
COMPENSAÇÃO. IRRF.
Não é admissível que o julgamento de primeira instância promova a glosa de IRRF, sob pena de violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório.
IMPOSTO RETIDO NA FONTE. DEDUÇÃO DO IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO
O imposto retido na fonte pode ser deduzido na declaração de rendimentos se restarem comprovadas a sua efetiva retenção e a inclusão dos rendimentos correspondentes à base de cálculo do imposto apurado no ajuste anual.
Numero da decisão: 2002-000.266
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para restabelecer o IRRF no valor de R$3.007,46, desconsiderado na decisão do colegiado de primeira instância.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2001 COMPENSAÇÃO. IRRF. Não é admissível que o julgamento de primeira instância promova a glosa de IRRF, sob pena de violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório. IMPOSTO RETIDO NA FONTE. DEDUÇÃO DO IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO O imposto retido na fonte pode ser deduzido na declaração de rendimentos se restarem comprovadas a sua efetiva retenção e a inclusão dos rendimentos correspondentes à base de cálculo do imposto apurado no ajuste anual.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1553; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 59 1 58 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13602.000108/200588 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.266 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 28 de agosto de 2018 Matéria IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ISENÇÃO. Recorrente GILSON DA SILVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO. IRRF. Não é admissível que o julgamento de primeira instância promova a glosa de IRRF, sob pena de violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório. IMPOSTO RETIDO NA FONTE. DEDUÇÃO DO IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO O imposto retido na fonte pode ser deduzido na declaração de rendimentos se restarem comprovadas a sua efetiva retenção e a inclusão dos rendimentos correspondentes à base de cálculo do imposto apurado no ajuste anual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para restabelecer o IRRF no valor de R$3.007,46, desconsiderado na decisão do colegiado de primeira instância. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 2. 00 01 08 /2 00 5- 88 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13602.000108/200588 Acórdão n.º 2002000.266 S2C0T2 Fl. 60 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 5ª Turma da DRJ/BHE, que considerou procedente em parte o lançamento, em decisão assim ementada (fls.44/47): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 DEDUÇÕES. São admitidas as deduções pleiteadas com a observância da legislação tributária e que estejam devidamente comprovadas nos autos. A decisão foi assim registrada: Acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento, por maioria e voto de qualidade, em julgar procedente em parte o lançamento, nos termos do relatório e voto da relatora que integram o presente julgado. Vencidos os julgadores Luciano Coimbra Teixeira, Heloísa de Moraes Silveira e Maria Helena Dias Cyrino. Participaram da presente sessão, além da presidente e da relatora, Luciano Coimbra Teixeira, Heloisa de Moraes Silveira, Marcelo Veiga Ferreira e Maria Helena Dias Cyrino. Ausente justificadamente Alba Andrade de Oliveira Dib. Intimese para pagamento no prazo de 30 (trinta) dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário ao Primeiro Conselho de Contribuintes, em igual prazo, conforme facultado pelo art. 33 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações. Em face do sujeito passivo foi emitido o Auto de Infração de fls. 19/26, relativo ao anocalendário 2001, decorrente de procedimento de revisão de Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), em que a fiscalização apurou omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, no valor de R$36.631,76 (IRRF correspondente de R$1.734,63). O Auto de Infração alterou o resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$2.415,06 para saldo de imposto a pagar de R$10.754,16. Cientificado da notificação em 30/4/2005 (fls.35), o contribuinte impugnou a exigência fiscal em 31/5/2005 (fls. 2/26). Em apertada síntese, ele não contestou a omissão apontada, mas pleiteou a consideração de deduções a título de pensão judicial, dependente e instrução. Pediu ainda o cancelamento de penalidades, tendo em vista sua boafé. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13602.000108/200588 Acórdão n.º 2002000.266 S2C0T2 Fl. 61 3 Intimado da decisão do colegiado de primeira instância, o recorrente apresentou recurso voluntário em 18/12/2008 (fls. 52/57), em que alega os seguintes argumentos de defesa: no montante dos rendimentos declarados e considerados na autuação está incluso aquele pago pela Prefeitura Municipal de Rio Espera, no valor de R$28.036,34. pelo entendimento do colegiado de primeira instância, que excluiu o IRRF relativo a essa fonte pagadora, caberia a exclusão dos rendimentos, o que não foi feito. os rendimentos advindos dessa fonte pagadora foram pagos ao contribuinte, que é o responsável por leválos ao ajuste na Declaração, fazendo jus a compensar o IRRF correspondente. alega que essa situação não se altera, pelo fato de existir determinação judicial no sentido de que todo o rendimento seja repassado para a beneficiária da pensão alimentícia. defende que o saldo de imposto a pagar é de R$3.016,72, conforme demonstrativo elaborado na sua defesa (fl.54), e não de R$2.415,06 como declarado à Receita Federal do Brasil. requer o acolhimento do seu recurso sem penalidades, uma vez que os equívocos não ocorreram por máfé sua. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade Conforme informado à fl. 58, não foi localizado o Aviso de Recebimento AR relativo à ciência ao recorrente da decisão de primeira instância. Na ausência de prova da entrega ao contribuinte do acórdão de impugnação, é de se considerar o recurso tempestivo, e deve, portanto, ser conhecido e apreciado. Mérito Compensação de IRRF Embora a autuação veicule a omissão de rendimentos recebidos das fontes pagadoras de CNPJ os 16.752.446/000102 e 18.295.329/000192 (fl.21), o litígio a ser apreciado recai sobre o IRRF relativo à Prefeitura Municipal de Rio Espera MG, CNPJ nº 24.179.665/000171. Como já relatado, o sujeito passivo concordou expressamente com a omissão de rendimentos a ele atribuída e requereu a consideração de algumas deduções (pensão judicial, dependente e instrução). Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13602.000108/200588 Acórdão n.º 2002000.266 S2C0T2 Fl. 62 4 Na apreciação do feito, o colegiado de primeira instância acatou as retificações pleiteadas, mas alterou o valor do IRRF compensado, de R$4.892,75 para R$1.885,29, consignando: Registrese que somente pode ser deduzida do imposto devido na declaração de rendimentos a importância descontada na fonte sobre rendimentos oferecidos à tributação (art.12 da Lei n° 9.250, 26 de dezembro de 1995). Uma vez que todo o valor pago pela Prefeitura Municipal de Rio Espera foi repassado à ex esposa a título de pensão alimentícia não há base de cálculo para a retenção de imposto de renda na fonte, fl.11. Portanto, a quantia descontada dos R$28.036,34, deduzidos como pensão alimentícia, não pode ser utilizada pelo contribuinte como dedução do imposto. Por conseguinte, o imposto retido na fonte perfaz R$1.885,29 (R$4.892,75 R$3.007,46). O entendimento da decisão de piso não pode prosperar. Vejamos. Primeiro, pelo fato de a decisão de piso ter levado a efeito, na verdade, uma nova autuação, uma inovação do lançamento original. Ao assim proceder, restou prejudicado o direito da ampla defesa e do contraditório do sujeito passivo. Os rendimentos e o IRRF vinculados ao Município de Rio Espera MG foram declarados pelo contribuinte (fl.31) e não foram objeto da autuação. Ainda que a decisão tenha beneficiado o contribuinte, por acatar as deduções não declaradas por ele, não poderia ter efetuado a glosa parcial do IRRF declarado, o que só poderia ocorrer mediante novo lançamento. Segundo, pelo fato de restar demonstrado nos autos que o contribuinte faz jus a compensar o valor do IRRF em discussão. O comprovante de rendimentos de fl. 57 confirma que o rendimento foi auferido pelo contribuinte, tendo ocorrido a retenção na fonte do IR, ainda que, num segundo momento, o rendimento tenha sido integralmente repassado para uma terceira pessoa a título de pensão alimentícia judicial (fl.12). Dessa feita, deve ser acatado o recurso do contribuinte no sentido de se restabelecer o IRRF de R$3.007,46. Multa de Ofício Ao final de seu recurso, o recorrente requer o cancelamento da penalidade aplicada, uma vez que os equívocos não ocorreram por máfé sua. Sobre o imposto suplementar calculado pela fiscalização, foi aplicada multa de ofício proporcional de 75% (setenta e cinco por cento), com esteio no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13602.000108/200588 Acórdão n.º 2002000.266 S2C0T2 Fl. 63 5 pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (...) A penalidade aplicada, no percentual de 75%, é uma sanção pecuniária com origem no descumprimento de obrigação principal consistente na falta de pagamento do imposto. O percentual independe do dolo na conduta do sujeito passivo, incidindo proporcionalmente ao montante do imposto não pago que foi identificado quando do lançamento de ofício. Caso ficasse comprovado que o sujeito passivo agiu com dolo, a autoridade lançadora aplicaria o percentual duplicado para a multa punitiva, correspondendo a 150% (cento e cinquenta por cento), nos termos do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, antes reproduzido. Portanto, a existência de boafé e a falta de uma intenção dolosa do recorrente não é suficiente para eximir sua responsabilidade e afastar a aplicação da multa de ofício, tampouco dispensar a exigência do imposto e dos juros de mora. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, darlhe provimento parcial, para restabelecer o IRRF no valor de R$3.007,46, desconsiderado na decisão do colegiado de primeira instância. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13116.002530/2008-01
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
DEDUÇÕES NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE.
Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora.
É ônus do contribuinte comprová-las ou justificá-las, por meio de documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 2002-000.475
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para restabelecer as dedução com dependentes integralmente (R$3.816,00) e parcialmente as deduções de despesas médicas (R$984,00) e com instrução (R$2.767,43, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES LEGAIS Recorrente OLEGARIO INDEMBURGO DA SILVA ROCHA VIDAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 DEDUÇÕES NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE. Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. É ônus do contribuinte comproválas ou justificálas, por meio de documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para restabelecer as dedução com dependentes integralmente (R$3.816,00) e parcialmente as deduções de despesas médicas (R$984,00) e com instrução (R$2.767,43, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 11 6. 00 25 30 /2 00 8- 01 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 13116.002530/200801 Acórdão n.º 2002000.475 S2C0T2 Fl. 203 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 34/40), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2004. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$10.737,30 para saldo de imposto a pagar de R$22.275,45. A notificação noticia a dedução indevida com dependentes, de previdência privada e Fapi e de despesas médicas e com instrução, por falta de atendimento à intimação. Impugnação Cientificada ao contribuinte em 16/9/2008, a NL foi objeto de impugnação, em 9/10/2008, à fl. 2/41 dos autos, na qual o contribuinte reclama de não ter sido previamente intimado, requerendo o restabelecimento de todas as deduções. A impugnação foi apreciada na 3ª Turma da DRJ/BSA que, por unanimidade, julgou procedente em parte o lançamento, em decisão assim ementada (fls. 72/76): Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 DEDUÇÕES COM DEPENDENTES, DESPESAS MÉDICAS. PREVIDÊNCIA PRIVADA/FAP1 E INSTRUÇÃO. Todas as deduções informadas na Declaração de Ajuste Anual estão sujeitas à comprovação, mediante documentação hábil e idônea. As despesas efetivamente comprovadas são restabelecidas na Declaração de Ajuste Anual. O colegiado de primeira instância restabeleceu integralmente a dedução com previdência privada e Fapi e parcialmente de despesas médicas. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 17/6/2009 (fl. 83), o contribuinte, em 30/6/2009 (fl. 84), apresentou recurso voluntário, às fls. 84/198, no qual alega, em apertado resumo, que deixou de apresentar alguns documentos comprobatórios por inexperiência, mas agora está suprindo as falhas apontadas pela decisão recorrida. Argumenta que a ausência de beneficiário em alguns recibos decorreria do fato de a Receita Federal não exigir para o ano sob análise da especificação do beneficiário da despesa na Declaração de Ajuste. Indica em seu recurso os beneficiários das despesas. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 13116.002530/200801 Acórdão n.º 2002000.475 S2C0T2 Fl. 204 3 Ressalta a sua boafé. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito À luz da legislação citada na notificação de lançamento, os contribuintes podiam deduzir do rendimento tributável na declaração de ajuste do exercício de 2004, valores relativos a determinadas despesas, tais como as despesas com dependentes (R$1.272,00, por dependente) e as despesas médicas e com instrução (limite anual individual de R$3.091,35), desde que devidamente comprovadas (art. 73 do RIR/1999). Todas as deduções pleiteadas na declaração estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora, podendo ser glosadas se os contribuintes não conseguirem comproválas ou justificálas. No caso, após a decisão de primeira instância, remanescem as glosas dos dependentes, das despesas com instrução e parte das despesas médicas. Dependentes O recorrente informou como dependentes Gizele Rocha, Maria Eduarda Rocha e Ana Vitória Rocha (fl.56). Em seu recurso, junta as certidões de fls. 92, 94 e 95, comprovando que a primeira é sua mulher e as outras duas são suas filhas e que contavam no anocalendário 2003 com 11 e 4 anos, respectivamente. Dessa feita, cabe restabelecer a dedução com dependentes. Despesas com Instrução No tocante às despesas com instrução, foram informados os seguintes pagamentos (fls.56): Fundação de Assistência Social de Anápolis R$2.500,00 Pre Esc. Gente Miúda R$ 1.912,88 Pre Esc. Gente Miúda R$ 1.912,88 Sebrae GO R$55,00 Quanto à Fundação de Assistência Social de Anápolis nada foi juntado aos autos. Logo, mostrase correta a glosa da despesa, por falta de comprovação. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 13116.002530/200801 Acórdão n.º 2002000.475 S2C0T2 Fl. 205 4 Para comprovar a despesa com Sebrae foi anexada a nota fiscal de fl.33 que consigna se tratar do curso "Como administrar sua pequena empresa" oferecido pela instituição contratado pelo cônjuge do recorrente. A teor do disposto no artigo 8o, inciso II, alínea b, da Lei no 9.250, de 1995, são dedutíveis os pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as préescolas, ao ensino fundamental, ao ensino médio, à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pósgraduação (mestrado, doutorado e especialização) e à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico. A despesa comprovada com Sebrae não se insere entre aquelas dedutíveis nos termos da legislação de regência, não podendo ser acatada. No tocante às despesas informadas com a instituição Pré Escola Gente Miúda, na fase impugnatória, foram juntados documentos de fls.15/21, novamente juntados em seu recurso às fls. 180/186. Inicialmente, é de se observar que o documento de fl.15 foi pago em 2004, não podendo ser deduzido na declaração de ajuste do anocalendário 2003, uma vez que o IRPF é regido pelo regime de caixa, sendo dedutíveis apenas as despesas pagas no ano calendário da declaração. Em seguida, esclareçase que não são dedutíveis pagamentos relativos à aquisição de material e à serviço de transporte. Nesse sentido, transcrevo o artigo 40 da IN RFB nº 15, de 2001, então em vigor: Art. 40. Não se enquadram no conceito de despesas de instrução: I as despesas com uniforme, material e transporte escolar, as relativas à elaboração de dissertação de mestrado ou tese de doutorado, contratação de estagiários, computação eletrônica de dados, papel, xerox, datilografia, tradução de textos, impressão de questionários e de tese elaborada, gastos postais e de viagem; II as despesas com aquisição de enciclopédias, livros, revistas e jornais; III o pagamento de aulas de música, dança, natação, ginástica, tênis, pilotagem, dicção, corte e costura, informática e assemelhados; IV o pagamento de cursos preparatórios para concursos ou vestibulares; V o pagamento de aulas de idiomas estrangeiros; VI os pagamentos feitos a entidades que tenham por objetivo a criação e a educação de menores desvalidos e abandonados; VII as contribuições pagas às Associações de Pais e Mestres e às associações voltadas para a educação. Fl. 205DF CARF MF Processo nº 13116.002530/200801 Acórdão n.º 2002000.475 S2C0T2 Fl. 206 5 Atualmente, encontrase em vigor a IN RFB nº 1.500, de 2014, que, em seu artigo 92, disciplina a matéria da mesma forma. Portanto, os valores pagos a título de material escolar e taxa de transporte serão desconsiderados (fls. 16, 18 e 19). Do exame dos recibos, constatase que alguns dos recibos consignam apenas o nome da dependente Maria Eduarda (fls.18/21) e outros consignam Maria Eduarda c/ Ana Vitória (fls.15/17). Pelo valor dos documentos, é de se concluir que a dependente Ana Vitória frequentou a instituição em parte do ano (parte do segundo semestre). Dessa feita, nos recibos que constam os nomes das duas, será considerado metade do valor para cada uma. Nos demais, configurase em despesa apenas de Maria Eduarda. Justificase tal procedimento uma vez que as despesas com instrução estão sujeitas a um limite anual individual, no ano sob análise de R$1.998,00, e o valor dos gastos que ultrapassar esse limite não pode ser aproveitado nem mesmo para compensar gastos de valor inferior efetuados com o próprio contribuinte ou com outro dependente. Os recibos que consignam as duas dependentes totalizam R$1.538,86 (pagamentos efetuados em agosto, outubro e novembro), sendo de se considerar R$769,43. Aqueles somente em nome de Maria Eduarda somam R$1.807,60 (pagamentos efetuados de janeiro a junho). Assim, é de se restabelecer neste voto a dedução de despesas com instrução no montante de R$2.767,43, sendo R$1.998,00 referente a Maria Eduarda e R$769,43 referente a Ana Vitória. Despesas Médicas Em sua declaração de ajuste, o recorrente informou os seguintes pagamentos (fls.56/57), totalizando R$23.912,00: Edilma da Silva R$5.000,00 Rubia da Silva R$5.000,00 Edneia Nogueira R$ 2.500,00 Emerson Nogueira R$7.500,00 Odonto Image R$130,00 Ortoative R$1.862,00 Unimed Anápolis R$1.920,00 A decisão de piso restabeleceu despesas no montante de R$2.928,00, sendo acatadas integralmente as despesas com Unimed e com Odonto Image e parcialmente com Ortoative (R$878,00). A decisão registra: Fl. 206DF CARF MF Processo nº 13116.002530/200801 Acórdão n.º 2002000.475 S2C0T2 Fl. 207 6 Impende deixar claro que as deduções de despesas médicas e de instrução limitamse a gastos realizados com o próprio contribuinte e seus dependentes, nos termos dos dispositivos legais antes transcritos. Com efeito, os documentos de fls. 4/13 não conferem direito à dedução de despesas médicas, haja vista que não especificaram os beneficiários dos serviços prestados. Da mesma forma, a dedução correspondente a 50% do valor assentado nas notas fiscais de fls.21/23 também não há de ser deduzida dos rendimentos tributáveis, por ter sido realizado com Maria Eduarda Cordeiro B. Rocha, cuja relação de dependência não foi comprovada com documentos hábeis. ... Importante destacar que a dedução de despesas médicas está condicionada ao cumprimento dos requisitos legais estabelecidos pelo art. 80 do Decreto n° 3.000/1999, antes colacionado, quais sejam, a especificação dos beneficiários dos serviços prestados e, quando apresentados recibos para comprovar o gasto, o endereço dos profissionais que os emitiram. Por outro lado, os documentos representados por 50% da importância das notas fiscais de fls. 21/23, a nota fiscal de fl. 24 e o comprovante de fl. 29 demonstram que o impugnante suportou despesas médicas com o seu próprio tratamento, no valor de R$ 2.928,00, devendo, pois, serem restabelecidas na Declaração de Ajuste Anual. (destaques acrescidos) Em relação à Ortoative, na fase impugnatória, foram juntadas as notas fiscais de fls. 22/24. Em seu recurso, o contribuinte junta novamente essas notas (fls. 170/172) e acrescenta os recibos de fls. 164/165. À vista dos documentos juntados e tendo sido comprovada a relação de dependência de Maria Eduarda, cabe restabelecer a diferença da despesa com Ortoative não acatada pela decisão de piso, no valor de R$984,00 No que concerne às demais despesas, os recibos constam às fls. 5/14, novamente juntados às fls.166/169 e 174/179. A decisão de piso aponta a ausência de indicação do beneficiário das despesas, bem como a ausência do endereço dos profissionais nos documentos emitidos. Em relação à indicação do beneficiário, a Solução de Consulta Interna Cosit nº 23 da RFB, publicada no sitio da Secretaria da Receita Federal do Brasil em 10 de fevereiro de 2014, dispõe que, na hipótese de o comprovante de pagamento do serviço médico ter sido emitido em nome do contribuinte, sem a especificação do beneficiário do serviço, podese presumir que esse foi o próprio contribuinte, exceto quando, a juízo da autoridade fiscal foram constatados razoáveis indícios de irregularidades. Fl. 207DF CARF MF Processo nº 13116.002530/200801 Acórdão n.º 2002000.475 S2C0T2 Fl. 208 7 Embora tenha registrado a ausência de especificação do beneficiário do tratamento como um dos fundamentos para a glosa, a autoridade julgadora não chegou a apontar expressamente os indícios de irregularidades que teria apurado. Assim, entendo que tal exigência não poderia prosperar. Entretanto, no que tange aos endereços dos profissionais, é de se destacar que se trata de requisito previsto na lei para a aceitação dos recibos pelo Fisco. A dedução a título de despesas médicas é condicionada ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Deste modo, persiste a falta do requisito legal do documento comprobatório. Quanto a sua boafé, é preciso dizer que no presente lançamento o interessado não está sendo acusado de ter agido com dolo, fraude o simulação, situação em que exigiria aplicação de multa qualificada de 150%, conforme estabelecido no § 1o, art. 44, da Lei nº 9.430/96. A penalidade aplicada, no percentual de 75%, é uma sanção pecuniária com origem no descumprimento de obrigação principal consistente na falta de pagamento do imposto. O percentual independe do dolo na conduta do sujeito passivo, incidindo proporcionalmente ao montante do imposto não pago que foi identificado quando do lançamento de ofício. Esclareçase ainda que sua boafé não é suficiente para eximir sua responsabilidade em relação ao feito, conforme disposto no artigo 136 do Código Tributário Nacional. Conclusão Pelo exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso, para restabelecer as dedução com dependentes integralmente (R$3.816,00) e parcialmente as deduções de despesas médicas (R$984,00) e com instrução (R$2.767,43). (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 208DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 17613.720802/2014-38
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos.
Numero da decisão: 2002-000.383
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (relatora) que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Virgílio Cansino Gil.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente JANE BARBOSA RODRIGUES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (relatora) que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Virgílio Cansino Gil. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Redator Designado Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 61 3. 72 08 02 /2 01 4- 38 Fl. 141DF CARF MF Processo nº 17613.720802/201438 Acórdão n.º 2002000.383 S2C0T2 Fl. 142 2 Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 6/10), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2011. Essa alteração implicou na redução do imposto a restituir de R$6.383,20 para R$305,70. Como já lhe fora restituído o valor de R$660,39, a autuação exige da contribuinte imposto suplementar no valor de R$354,69. A notificação noticia a dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$22.100,00, consignando que, intimada, a contribuinte não apresentou comprovação do efetivo pagamento das despesas médicas listadas. Impugnação Cientificada à contribuinte em (fl.48), a NL foi objeto de impugnação, em 1/7/2014, à fl. 2/32 dos autos, assim sintetizada na decisão de piso: de início, afirma que já havia apresentado os documentos probatórios correspondentes e que teve direito à restituição, conforme Notificação de Compensação de Ofício de Malha de Débito; acrescenta que, como teve que apresentar uma declaração retificadora para ajustes de valores pagos pela Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social, a Receita Federal voltou a desconsiderar os recibos apresentados em malha anterior, glosando as despesas médicas declaradas e comprovadas anteriormente; por fim, consigna a anexação dos documentos probatórios correspondentes e requer o acolhimento da impugnação. Em declaração de fl. 5, a requerente afirma que efetuou os pagamentos das despesas em espécie e que, por isso, não apresentou os comprovantes solicitados no Termo de Notificação de Lançamento. A impugnação foi apreciada na 6ª Turma da DRJ/BSB que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 57/60): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A dedução a título de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, e comprovados por documentos hábeis e Fl. 142DF CARF MF Processo nº 17613.720802/201438 Acórdão n.º 2002000.383 S2C0T2 Fl. 143 3 idôneos, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 23/12/2015 (fl. 65), a contribuinte, em 21/1/2016 (fl. 67), apresentou recurso voluntário, às fls. 67/137, no qual alega que, ao protocolar sua impugnação, teria sido orientada a não anexar extratos. Agora, em seu recurso, anexa esses documentos, de forma a demonstrar os saques efetuados para pagamento das despesas médicas glosadas. Requer o cancelamento do débito fiscal. Voto Vencido Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Procedimento anterior Esclarecimento A recorrente aponta que já teria apresentado provas das deduções nos autos do processo administrativo 10783.400174/201070, vindo a ser novamente intimada após ter retificado sua declaração em 2013. Tal alegação não se sustenta, visto que o ano protocolo do processo indicado é 2010 e a Declaração objeto destes autos, relativa ao exercício 2011, só veio a ser recebida pela RFB a partir de março de 2011. Portanto, o processo indicado não recaiu sobre a Declaração de Ajuste do exercício 2011. Por seu turno, como bem esclarecido pela decisão de piso, a liberação/compensação do saldo de imposto a restituir apurado na Declaração objeto destes autos, noticiada por meio da Notificação de Compensação de Ofício da Malha Débito, não impede que a autoridade fiscal proceda à intimação da contribuinte para comprovação dos valores declarados, observado o prazo decadencial. Mérito O litígio recai sobre despesas médicas declaradas pela recorrente. No curso da ação fiscal, a contribuinte foi intimada a comprovar o efetivo pagamento de despesas realizadas com quatro profissionais, tendo apresentado somente os recibos emitidos. Na impugnação, juntou declarações e recibos emitidos pelos profissionais (fls.14/24), aduzindo que os documentos seriam hábeis a fazer a prova das despesas declaradas. O colegiado de primeira instância manteve a autuação, registrando: Fl. 143DF CARF MF Processo nº 17613.720802/201438 Acórdão n.º 2002000.383 S2C0T2 Fl. 144 4 Do exposto, constatase que, para que as despesas médicas constituam dedução, fazse necessária a comprovação mediante documentação hábil e idônea da prestação dos serviços e da efetividade das despesas, limitandose a pagamentos especificados e comprovados, a juízo da autoridade lançadora. O primeiro item a ser comprovado pelo contribuinte, segundo expressa disposição legal (pagamentos efetuados), é exatamente o pagamento das despesas médicas. Comumente é aceito, para comprovar o pagamento das despesas médicas, o recibo firmado pelo profissional da área médica, quando o serviço for prestado por pessoa física, ou a Nota Fiscal, se por pessoa jurídica. Porém, mesmo que o contribuinte tenha apresentado os recibos ou notas fiscais dos serviços e declarações firmadas pelos profissionais, é licito à autoridade exigir, a seu critério, elementos de provas adicionais, caso não fique convencido da efetividade da prestação dos serviços ou do respectivo pagamento. ... Como prova da realização das despesas declaradas, a interessada limitouse a apresentar recibos e declarações emitidas pelos profissionais de saúde (fls. 14/24), os quais, porém, não são suficientes para comprovar seu efetivo pagamento. Por outro lado, em declaração de fl. 5, a requerente afirma que efetuou os pagamentos das despesas em espécie e que, por isso, não apresentou os comprovantes solicitados no Termo de Notificação de Lançamento. Ocorre que, fundamentado o lançamento na falta de comprovação do efetivo pagamento das despesas médicas, caberia à contribuinte demonstrar a vinculação dos recibos apresentados com os respectivos pagamentos, o que poderia ser feito mediante a apresentação de extratos bancários, com demonstração de saques em valores e datas compatíveis com os dispêndios declarados. Porém, a interessada não apresentou nenhum documento relacionado ao desembolso das despesas. Logo, como não foram sanadas as razões da glosa, ela deve ser mantida. Correta a decisão de piso, uma vez que os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução, sendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento, como forma de cumprir sua atribuição legal de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes. Fl. 144DF CARF MF Processo nº 17613.720802/201438 Acórdão n.º 2002000.383 S2C0T2 Fl. 145 5 Em seu recurso, a recorrente limitase a indicar a juntada de seus extratos bancários, sem fazer a correlação entre os documentos bancários e os pagamentos informados nas declarações firmadas às fls.14, 18, 22 e 24. Neste ponto, registro que o ônus probatório é da contribuinte, não podendo ela simplesmente juntar documentos e esperar que o julgador faça a ligação entre as diversas despesas e os extratos. Não obstante, verifico que para um profissional teria sido paga mensalmente a quantia de R$700,00 (fl.18), para outro R$500,00 (fl.14) e um terceiro recebia pagamentos de duas a cinco parcelas de R$250,00 mensalmente (fl.24). Considerando que a recorrente informou ter efetuado os pagamentos em espécie (fl.5), não vislumbro nos extratos juntados operações que dêem respaldo aos mencionados recibos. Por fim, é de se esclarecer que a sua eventual capacidade econômica e financeira não serve para justificar as despesas em comento, uma vez que lhe foi exigida a comprovação do efetivo pagamento de cada uma delas. Assim, na ausência da comprovação exigida, não há reparos a se fazer à decisão de piso. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Voto Vencedor Conselheiro Virgílio Cansino Gil Redator À partida, peço vênia a Ilustre Conselheira Relatora Dra. Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez para adotar seu minudente relatório. No mérito, merece prosperar o apelo da contribuinte pois as declarações e recibos emitidos pelos profissionais (fls.14/24), comprovam as despesas médicas da recorrente no ano de 2010, estando em conformidade que o artigo 80, § 1º, III, do RIR/99. É bem de ver que o artigo suso citado exige a despesa médica seja comprovada através de recibo e/ou declaração que conste nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, e na ausência de referidos documentos, o contribuinte tem o direito de provar a despesa através de indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento, sendo certo que na hipótese dos autos as declarações e recibos preenchem todas as exigências cumulativas da legislação. Pelo exposto, conheço do Recurso e no mérito dou provimento para expungir a glosa com despesas médicas no valor total de R$ 22.100,00. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 17613.720802/201438 Acórdão n.º 2002000.383 S2C0T2 Fl. 146 6 (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 146DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.721561/2017-10
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-000.051
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe deu provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente CLAUDIO MARTINS DE OLIVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe deu provimento parcial. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 15 61 /2 01 7- 10 Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 110 2 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2014, ano calendário 2013, tendo em vista a apuração de dedução indevida de despesas médicas. O contribuinte apresentou impugnação (fls.2/70), indicando a juntada de documentação comprobatória das despesas glosadas. Concorda com a glosa da despesa de R$100,10, efetuada com Fleury S.A.. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (RJ) deu parcial provimento à Impugnação (fls. 85/91), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 DESPESAS MÉDICAS. PROVA. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da Autoridade Lançadora. Cientificado dessa decisão em 16/10/2017 (fl.93), o contribuinte formalizou, em 31/10/2017 (fl.94), Recurso Voluntário (fls. 94/105), no qual apresenta as seguintes alegações: em relação à glosa do valor de R$1.000,00, realizada com o profissional Leonardo Nicolau de Assis Castro, aponta que como ocorreu a antecipação da despesa, também ocorreu a antecipação da receita, não tendo havido, no seu entendimento, prejuízo para o erário público. Acrescenta que essa questão era comum no passado, com a utilização do cheque prédatado, e, nos dias de hoje, com o pagamento via cartão de crédito, quando um serviço prestado ao final do ano será quitado no vencimento do cartão, no ano seguinte. Aponta que as notas de serviço devem consignar a data de sua realização, que acaba diferindo da data de quitação do pagamento. Alega que essa glosa chega a ser perversa com o contribuinte, visto que a orientação da Receita Federal do Brasil é no sentido de ter os comprovantes de pagamentos disponíveis na elaboração da declaração. em relação à glosa do prestador Marcelo Mendonça de Oliveira, no valor de R$2.600,00, indicou nos extratos as operações de saques e recibos de retiradas, entendendo ter ficado evidenciado que efetuava os pagamentos em dinheiro, de forma semanal. Indica juntada de declaração do prestador do serviço e planilhas demonstrando a disponibilidade para quitação dos serviços em espécie. Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 111 3 Explica que desenvolveu inúmeros problemas posturais em função de sua atividade profissional. Como seu filho mora na mesma rua, utiliza seus serviços de três a cinco vezes por semana para minimizar os incômodos causados pelo decorrer do tempo. Acrescenta que não possui prescrição médica indicando a necessidade de fisioterapia e que, agora, médico algum poderia atestar sua necessidade no passado. em relação à despesa de R$3.100,00, efetuada também com Marcelo Mendonça de Oliveira, faz referência aos saques e recibos de retiradas já mencionados. Acrescenta que os pagamentos foram efetuados em dinheiro. Explica que sua dependente é portadora de artrite reumatóide, exigindo uso de medicamentos bem como de atendimento fisioterápico continuado. Acrescenta que a facilidade de ter um profissional em família evita deslocamentos dolorosos e incômodos. Também não possui prescrição médica para a dependente. ao final, tece considerações acerca da despesa de R$100,10, efetuada com Fleury S.A.. Acrescenta que efetuou o recolhimento do DARF correspondente Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fls.81 e 91). É o relatório. Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 112 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O litígio recai sobre a glosa de despesas médicas. No tocante à glosa de R$1.000,00, a decisão de piso consigna: Com relação a despesa junto ao prestador Leonardo Nicolau de Assis Castro CPF 070.754.93701, no valor de R$ 13.500,00 , o contribuinte anexou aos autos à fl.11, cópia de um recibo emitido pelo profissional em questão, Cirurgião Plástico CRM 52659609, datado de 23/09/2013, pago pela dependente do contribuinte, Sra. Maria Cristina Mendonça de Oliveira CPF 032.304.60707 e referente a cirurgias de mamoplastia redutora e lipo na região do dorso. O interessado em atendimento ao Termo de Intimação Fiscal 06 nº 83/2017, citado anteriormente, anexou aos autos às fls. 12/16, cópia de cinco cheques compensados, nominais ao profissional Leonardo Nicolau de Assis Castro, pagos pelo contribuinte e/ou por sua dependente (conta conjunta), datados e nos valores: (fl. 12) 24/09/2013 R$ 9.500,00 ; (fl. 13) 20/10/2013 R$ 1.000,00 ; (fl. 14) 20/11/2013 R$ 1.000,00 ; (fl. 15) 20/12/2013 R$ 1.000,00 e (fl. 16) 20/01/2014 R$ 1.000,00. Deve ser salientado que com base na documentação acima citada, deve a glosa em questão ter seu valor alterado de R$ 13.500,00 para R$ 1.000,00 , uma vez que a cópia de cheque compensado constante da fl. 16, referese ao ano calendário de 2014 e não ao ano calendário em lide. (Regime de Caixa) (destaques acrescidos) Em seu recurso, o contribuinte alega que não houve qualquer prejuízo ao erário, visto que "...assim como ocorreu a antecipação da despesa, também ocorreu a Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 113 5 antecipação da receita...". Questiona como ficariam as declarações, visto que as notas de serviços tem que ter a data de sua realização. Sobre despesas médicas, a Lei nº 9.250, de 1995, dispõe em seu artigo 8º: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; ... (destaques acrescidos) O IRPF segue o regime de caixa, sendo informados na Declaração os rendimentos percebidos no anocalendário (artigo 7º, da Lei nº 9.250, de 1995), bem como as deduções ocorridas no mesmo período, por expressa determinação legal. Não obstante o recibo único emitido pelo profissional (fl.11), os cheques apresentados pelo contribuinte demonstram que o pagamento da despesa total de R$13.500,00 se deu mediante a expedição de cheques prédatados (fls.12/16), sendo que a despesa glosada foi paga por meio do cheque de fl.16, datado de 20/1/2014. No caso destes autos, tratase da Declaração do anocalendário 2013, não sendo possível acatar essa despesa, nos termos da legislação de regência. Em que pese o inconformismo do contribuinte, não há reparos a se fazer à decisão de piso, sendo de se manter a glosa dessa despesa. No tocante às despesas declaradas com Marcelo Mendonça de Oliveira, em benefício do contribuinte (R$2.600,00) e de sua dependente (R$3.100,00), a DRJ/RJO manteve suas glosas nos seguintes termos: Com relação a despesa junto ao prestador Marcelo Mendonça de Oliveira CPF 079.814.52775 Crefito 2029690F, no valor de R$ 2.600,00 , o contribuinte anexou aos autos às fls. 56/63, cópia de 08 (oito) recibos pagos pelo mesmo e referentes a sessões de fisioterapia realizadas de maio a dezembro de 2013, totalizando o valor de R$ 2.600,00 , nas datas e valores a seguir: (fl. 56 31/05/2013 R$ 300,00 ; fl. 57 30/06/2013 R$ 300,00 ; fl. 58 31/07/2013 R$ 300,00 ; fl. 59 31/08/2013 R$ 300,00 ; fl. 60 30/09/2013 R$ 350,00 ; fl. 61 31/10/2013 R$ 350,00 ; fl. 62 30/11/2013 R$ 350,00 ; fl. 63 31/12/2013 R$ 350,00) Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 114 6 De igual forma, com relação a despesa junto ao prestador Marcelo Mendonça de Oliveira CPF 079.814.52775 Crefito 2 029690F, no valor de R$ 3.100,00 , o contribuinte anexou aos autos às fls. 64/70, cópia de 07 (sete) recibos, pagos pela dependente do contribuinte, Sra. Maria Cristina Mendonça de Oliveira CPF 032.304.60707 e referentes a sessões de fisioterapia realizadas de abril a outubro de 2013, totalizando o valor de R$ 3.100,00, nas datas e valores a seguir: (fl. 64 30/04/2013 R$ 400,00 ; fl. 65 31/05/2013 R$ 400,00 ; fl.66 30/06/2013 R$ 400,00 ; fl. 67 31/07/2013 R$ 400,00 ; fl. 68 31/08/2013 R$ 500,00 ; fl. 69 30/09/2013 R$ 500,00 ; fl. 70 31/10/2013 R$ 500,00). O interessado em atendimento ao Termo de Intimação acima, anexou aos autos às fls. 17/29, cópia de seus extratos bancários junto ao banco Itaú Agência 7041 Conta Corrente 023057, pertinente aos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, agosto, setembro, novembro e dezembro de 2013. O contribuinte também anexou aos autos às fls.30/48, cópia de seus extratos bancários junto ao banco Bradesco Agência 2782 Conta Corrente 2000342, pertinente aos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2013. Deve ser salientado, que o contribuinte não especificou se os pagamentos efetuados ao Fisioterapeuta Marcelo Mendonça de Oliveira foram feitos em espécie ou através de cheques, como solicitado no Termo de Intimação Fiscal. De igual forma, deve ser ressaltado que o contribuinte deveria ter anexado aos autos toda documentação solicitada no Termo de Intimação Fiscal, qual seja: pedidos de exames, prescrições de receitas, emitidas por médicos, indicando a necessidade de tratamento fisioterápico para o casal. O contribuinte não atendeu ao contido na Intimação Fiscal, não tendo anexado aos autos documentação alguma indicando a necessidade de tais tratamentos. A apresentação de toda documentação exigida no Termo de Intimação Fiscal é reforçada pela peculiaridade do fato de que o Fisioterapeuta Marcelo Mendonça de Oliveira vem a ser filho do impugnante e de sua dependente, a Sra. Maria Cristina Mendonça de Oliveira. Em função do exposto, as glosas em questão devem ser mantidas. (destaques acrescidos) Em seu recurso, o sujeito passivo informa que os pagamentos foram efetuados em espécie, elaborando planilha com indicação das retiradas mensais que demonstrariam a disponibilidade para quitação das consultas. Indica a juntada de declaração do profissional, ratificando essa informação. Em relação à dependente, informa que é acometida de doença, que demanda tratamento fisioterápico continuado. Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 115 7 fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probatório absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 116 8 prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) No caso, por ocasião do procedimento de fiscalização, a autoridade fiscal intimou o contribuinte para apresentação dos recibos e comprovação do efetivo pagamento, entre outras, das despesas declaradas com Marcelo Mendonça de Oliveira, não tendo havido resposta a essa intimação (fl. 9). Em sua impugnação, o contribuinte juntou extratos bancários e os recibos emitidos pelo profissional, bem como elaborou demonstrativos de retiradas em suas contas bancárias. A DRJ, em trecho destacado acima, manteve a glosa dessas despesas, apontando que o contribuinte não esclarecera se os pagamentos teriam sido efetuados em espécie ou em cheques e também não apresentara outros documentos solicitados na intimação, quais sejam, pedidos de exames, prescrição de receitas e indicação de tratamento. Ressaltou ainda que o profissional indicado é filho do contribuinte e de sua dependente. Em seu recurso, o contribuinte informa que os pagamentos foram efetuados em espécie, juntando declaração do profissional e anexando novamente o demonstrativo de retiradas em suas contas. Em relação à dependente, acrescenta laudo médico de fl. 103. Em relação a esse laudo, cabe observar que data de 15/3/2017 e dá notícia da existência da doença há mais de um ano. Entretanto, aqui está se analisando o ano de 2013, inexistindo comprovação da doença para esse período. Ademais, o laudo apresentado não prescreve tratamento fisioterápico, que é o que se quer comprovar no caso desses autos. Como já defendi acima, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução, mormente como no presente caso, em que o profissional tem vínculo de parentesco com o contribuinte (filho) e este alega que os pagamentos se deram em espécie. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10730.721561/201710 Acórdão n.º 2002000.051 S2C0T2 Fl. 117 9 Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento. No caso, não obstante o fato do somatório de todas as retiradas mensais serem suficientes para arcar com o valor das despesas questionadas, não há como relacionar a realização dos saques ao pagamento desses gastos. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. Inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Acrescentese que, na ausência de comprovantes bancários, poderia ter juntado prontuários e receituários médicos ou exames realizados, mas o contribuinte nada apresentou nesse sentido. Por fim, importa salientar que não é o Fisco quem precisa provar que as despesas médicas declaradas não existiram, mas o contribuinte quem deve apresentar as devidas comprovações quando solicitado. O ônus da prova do direito constitutivo, no caso, é do contribuinte, a teor do art. 373, inciso I, do CPC, na medida em que pretende deduzir de seus rendimentos tributáveis o valor pago a título de despesa médica. Na ausência dessa comprovação, a glosa deve ser mantida. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 117DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.720118/2017-54
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL.
É imprescindível para a validade do lançamento que a infração esteja adequadamente descrita e comprovada. Não pode subsistir a infração se o contribuinte não pode exercer plenamente seu direito de defesa.
DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA.
Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Comprovadas documentalmente as deduções glosadas, cabe o seu restabelecimento.
Numero da decisão: 2002-000.048
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento.
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES LEGAIS. PENSÃO JUDICIAL. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente VICENTE SACCO NETTO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL. É imprescindível para a validade do lançamento que a infração esteja adequadamente descrita e comprovada. Não pode subsistir a infração se o contribuinte não pode exercer plenamente seu direito de defesa. DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Comprovadas documentalmente as deduções glosadas, cabe o seu restabelecimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, darlhe provimento. Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 72 01 18 /2 01 7- 54 Fl. 114DF CARF MF Processo nº 11040.720118/201754 Acórdão n.º 2002000.048 S2C0T2 Fl. 115 2 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2014, ano calendário 2013, tendo em vista a apuração de deduções indevidas de despesas médicas e pensão alimentícia judicial. O contribuinte apresentou impugnação (fls.2/17), alegando, em síntese, que os valores de pensão e com plano de saúde Cassi estão consignados em seu comprovante de rendimentos. Em relação ao plano de saúde da alimentanda, indica a juntada de declaração emitida pela empresa correspondente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) negou provimento à Impugnação (fls. 76/80). Cientificado dessa decisão em 7/11/2017 (fl.84), o contribuinte apresentou, em 16/11/2017 (fl.87), Recurso Voluntário (fls. 87/108), no qual apresenta as seguintes alegações: I) Pensão Alimentícia Diante da afirmação constante da decisão recorrida de que o comprovante juntado por ele fora superado pela apresentação da DIRF retificadora, acessou o sítio da fonte pagadora e imprimiu novo comprovante, o qual corrobora o valor declarado, de R$61.116,50. Afirma que esse valor pode ser verificado também nos contracheques juntados. Ressalta que a divergência pode ser explicada pelo fato de a DIRF apresentada não incluir os valores de sua aposentadoria pagos pelo INSS. III) Despesas Médicas Defende que o comprovante de rendimentos por si só se revela hábil para lhe proporcionar a dedução dos valores ali consignados, relativos a plano de saúde e a parte de despesas com consultas não reembolsadas pelo plano. Cita a Solução de Consulta COSIT nº 173/2015, que esclareceu que os pagamentos à operadora de plano de saúde podem ser deduzidos da base de cálculo se comprovados por documentação hábil e idônea. Acrescenta que é de se presumir que a Cassi apresentou à RFB a Declaração de Serviços Médicos e de Saúde DMED, instituída pela IN RFB nº 985/2009. Em relação à Unimed, indica a juntada de documento complementar, contendo data, carimbo e assinatura do responsável pela sua emissão. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.110). É o relatório. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 11040.720118/201754 Acórdão n.º 2002000.048 S2C0T2 Fl. 116 3 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Pensão Judicial Nos termos do art. 78 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999 e demais normas e suas alterações, indicadas na notificação de lançamento, a dedutibilidade do valor pago a título de pensão alimentícia está subordinada à comprovação da obrigação decorrente de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, ou mesmo de escritura pública (art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil) e também à comprovação dos pagamentos efetuados. Nesse tocante, a autuação registra: A DRJ/SPO decidiu: O impugnante alega que não houve dedução indevida da pensão alimentícia judicial, conforme demonstraria o comprovante de rendimentos de fls.13, emitido em 28/02/2014 pela fonte pagadora Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Todavia, o comprovante de rendimentos em questão foi superado pela apresentação de DIRF retificadora por parte da fonte pagadora, em 13/01/2015, conforme consulta aos sistemas informatizados da Receita Federal, às fls.70/75. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 11040.720118/201754 Acórdão n.º 2002000.048 S2C0T2 Fl. 117 4 A partir da DIRF retificadora em questão, observase que os valores de deduções de pensão alimentícia sobre os rendimentos tributáveis foram de R$3.422,83 (fls.71), R$5.061,32 (fls.73), e R$34.368,98 (fls.74), cujo somatório é R$42.853,13, ou seja, o valor reconhecido pela notificação de lançamento, Sendo assim, não há reparos a fazer à glosa da dedução indevida de pensão alimentícia judicial. Do exame dos contracheques juntados pelo sujeito passivo (fls.92/97), verificase o desconto das rubricas "INSS P.A. FORA CONVENIO" E PENSÃO ALIMENTÍCIA S/ PREVI", que, somadas, totalizam R$61.096,10, uma diferença de R$20,40 para o valor consignado no comprovante juntado, de R$61.116,50 (fl.90), e deduzido pelo contribuinte (fl.25). Do confronto entre as informações da DIRF e do comprovante de rendimento, constatase que a diferença entre o valor deduzido pelo sujeito passivo e aquele acatado pela autoridade fiscal decorre da pensão judicial paga sobre rendimentos cuja tributação está sendo discutida na justiça (tributação com a exigibilidade suspensa, à fl.74). Entretanto, a autoridade autuante não fez menção a tal fato e nem a decisão de piso, de tal forma que o contribuinte não apresentou defesa quanto a dedutibilidade da pensão paga sobre esses rendimentos. O sujeito passivo demonstra que foi descontado dos valores deduzidos por ele, contrapondose à acusação fiscal que limitouse a apontar o valor dedutível. A motivação do lançamento deve ser explícita e clara de modo a permitir a identificação da suposta irregularidade que acarretou a exigência imputada ao sujeito passivo, propiciando a ele a possibilidade de exercer na plenitude o seu direito constitucional de defesa e suprir as lacunas observadas pela autoridade fiscal nos documentos apresentados. Portanto, a glosa da pensão judicial deve ser cancelada. Despesas Médicas No tocante às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados (art. 73, do RIR/1999). A autuação consigna: Após reproduzir a legislação de regência, a decisão de piso aponta: No caso em tela, compulsandose os documentos trazidos pelo impugnante, observase que, às fls.13, consta um comprovante Fl. 117DF CARF MF Processo nº 11040.720118/201754 Acórdão n.º 2002000.048 S2C0T2 Fl. 118 5 de rendimentos com a seguinte informação complementar: CASSI – Caixa Assistência Funcionários BB – CNPJ 33.719.485/000127: R$7.713,73. Cumpre ressaltar que não houve a discriminação dos beneficiários do pagamento ao plano de saúde em questão, o que inclusive já havia sido solicitado pelo Termo de Intimação de fls.38, razão pela qual não se comprovou que a despesa médica, no valor de R$7.713,73, seria relativa ao próprio tratamento do interessado e ao de seus dependentes. Acerca do documento de fls.15, intitulado “Relatório de Pagamentos –Exercício 2013”, com carimbo da UNIMED Pelotas/RS, tratase de uma simples impressão, sem nenhuma assinatura de responsável, ou data de emissão, que não discrimina sequer o CPF do cliente e do beneficiário, e que veio desacompanhada de qualquer comprovante de efetivo pagamento por parte do contribuinte, como cheques, extratos bancários, ou recibos. Logo, não há elementos hábeis e suficientes para comprovar a despesa médica no valor de R$10.087,55. Dessa forma, deve ser mantida a glosa referente à dedução indevida de despesas médicas, no valor total de R$17.801,28. Em seu recurso, além dos contracheques mensais, o sujeito passivo apresentou partes do regulamento do plano de saúde Cassi (fls. 98/105). Em pesquisa ao sítio da instituição, confirmase que as disposições trazidas pelo contribuinte encontramse em vigor. Segundo esse documento, a contribuição é de 3% sobre o valor total dos benefícios de aposentadoria (artigo 35, inciso II`, à fl.103), o que confere com o valor descontado mensalmente do sujeito passivo. Constatase ainda que o plano não estabelece contribuição adicional por dependente. Assim sendo, entendo que o contribuinte faz jus a deduzir o valor de R$7.713,73, uma vez que esse seria o valor a ser pago por ele em seu benefício independentemente da existência de dependentes. Quanto ao valor de R$697,62, consignado em seu comprovante de rendimentos como Participação em consultas, constatase que não foi informado na DIRPF (fl.22) e, consequentemente, não existe litígio acerca dele a ser apreciado por esta instância de julgamento. Notese que a autuação apontou a glosa do valor de R$7.713,73 em relação a Cassi (fl.9). No tocante à Unimed, o sujeito passivo já comprovara que estava obrigado ao pagamento do plano de saúde do excônjuge por força de decisão judicial. No documento de fl. 15, emitido por Unimed Pelotas/RS, consta que ele é o contratante e o beneficiário, o ex cônjuge. Considerando as falhas na documentação apontadas na decisão de piso, o contribuinte juntou ao seu recurso o relatório de fl. 106, o qual noticia o pagamento ao plano de saúde do montante de R$10.307,00, em benefício do excônjuge. Assim, essa glosa também deve ser cancelada. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 11040.720118/201754 Acórdão n.º 2002000.048 S2C0T2 Fl. 119 6 Conclusão Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, no sentido de cancelar integralmente as glosas das deduções de pensão alimentícia judicial e das despesas médicas. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 119DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.721969/2016-33
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2015
CONTRIBUIÇÕES. DEDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. IMPOSSIBILIDADE.
As contribuições dedutíveis são aquelas destinadas a custear benefícios complementares, assemelhados aos da previdência oficial, cujo ônus tenha sido do participante, e em benefício deste ou de seu dependente.
Numero da decisão: 2002-000.036
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES.CONTRIBUIÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA. Recorrente CARL FRIEDRICH WALTHER TROGER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2015 CONTRIBUIÇÕES. DEDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. IMPOSSIBILIDADE. As contribuições dedutíveis são aquelas destinadas a custear benefícios complementares, assemelhados aos da previdência oficial, cujo ônus tenha sido do participante, e em benefício deste ou de seu dependente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 72 19 69 /2 01 6- 33 Fl. 92DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 93 2 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2015, ano calendário 2014, tendo em vista a apuração de dedução indevida de previdência privada e FAPI. O contribuinte apresentou impugnação (fls.2/16), contestando parcialmente a exação. Alega que faz jus a deduzir o montante de R$5.688,60 a título de contribuição previdência privada. Acrescenta que o valor não ultrapassa 12% dos rendimentos tributáveis declarados e ele efetuou, em seu nome, contribuições para o regime de geral de previdência social. Indica a juntada dos recolhimentos efetuados. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF) negou provimento à Impugnação (fls. 59/62), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2015 MATÉRIA PARCIALMENTE NÃO IMPUGNADA. DEDUÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA/FAPI. Considerase não impugnada, portanto não litigiosa, a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. DEDUÇÕES DOS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. Para fins de dedução na Declaração de Ajuste Anual, todas as despesas estão sujeitas à comprovação mediante documentação hábil e idônea. Cientificado dessa decisão em 16/5/2017 (fl.67), o contribuinte formalizou, em 14/6/2017 (fl.70), seu recurso voluntário (fls. 70/86), no qual apresenta as seguintes alegações: Argumenta que juntou a sua defesa comprovantes de despesa dedutível no valor de R$5.688,60, representadas por guias GRU, com código 155608 (contribuição para o custeio das pensões militares), cuja fonte arrecadadora é Cmdo Ex/SEF/CPex, CNPJ 00.394.452/053304. Informa que essas contribuições têm base legal no artigo 2º da Lei nº 3.765, de 1960. Diante da decisão de piso, que consignou que a natureza dos recolhimentos não estava identificada, indica a juntada de cartas emitidas pelo Ministério da Defesa Exército Brasileiro Comando da 3ª Região Militar, endereçadas a ele. Fl. 93DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 94 3 Ao final, requer o acolhimento de seu recurso. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fls.87/88). É o relatório. Fl. 94DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 95 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Juntada de Provas na Fase Recursal O Decreto nº 70.235/1972, que regulamenta o processo administrativo fiscal, limita a apresentação de provas em momento posterior a impugnação, restringindoa aos casos previstos no § 4º do seu art. 16. Porém a jurisprudência deste Conselho vem se consolidando no sentido de que essa regra geral não impede que o julgador conheça e analise novos documentos anexados aos autos após a impugnação, em observância aos princípios da verdade material e da instrumentalidade dos atos administrativos, sobretudo quando são capazes de rechaçar em parte ou integralmente a pretensão fiscal. Nesse caso, entendo que os documentos apresentados em sede de recurso voluntário devem ser recepcionados e analisados, uma vez que se destinam a sanear falhas na instrução probatória apontadas pela decisão de piso. Mérito O recurso recai sobre a glosa do montante de R$5.688,60 declarado a título de contribuição à previdência privada. Sobre a dedução dessas contribuições, dispõe o artigo 8º, inciso II, alínea e, da Lei nº 9.250, de 1995: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; Fl. 95DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 96 5 II das deduções relativas: ... e) às contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social; (destaques acrescidos) Por seu turno, o caput do artigo 11 da Lei nº 9.532, de 1997, dispõe: Art. 11. As deduções relativas às contribuições para entidades de previdência privada, a que se refere a alínea e do inciso II do art. 8o da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e às contribuições para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual Fapi, a que se refere a Lei no 9.477, de 24 de julho de 1997, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam condicionadas ao recolhimento, também, de contribuições para o regime geral de previdência social ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observada a contribuição mínima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos. (Redação dada pela Lei nº 10.887, de 2004) (destaques acrescidos) Verificase que o contribuinte informou o pagamento de contribuições à previdência privada no montante de R$13.135,80 a Seguro GBOEX CNPJ 92.872.100/0001 26 (fl.22). A autuação aponta que o contribuinte não apresentou documentação comprobatória dos valores declarados e, segundo informações prestadas à RFB pela GBOEX, os pagamentos efetuados pelo contribuinte seriam referentes a pecúlio. O sujeito passivo pleiteou em sede de impugnação o restabelecimento parcial da dedução. A decisão de piso consigna que, em sua impugnação, o contribuinte juntou apenas as guias de recolhimento de fls. 8 a 16, que não permitiriam identificar a natureza dos recolhimentos efetuados. Agora, em seu recurso, o contribuinte junta declaração e cartas emitidas pelo Ministério da Defesa/Exército Brasileiro/Comando da 3ª Região Militar/Região D.Diogo de Souza (fls.72/82). Fl. 96DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 97 6 A declaração noticia que o contribuinte está cadastrado como contribuinte facultativo à pensão militar, na forma prevista no artigo 2º, da Lei nº3.765, de 1960, e vem recolhendo as contribuições para Pensão Militar desde maio de 1977. A mencionada lei dispôs sobre as pensões deixadas pelos militares em caso de morte aos seus dependentes devidamente habilitados. Seu artigo 1º estabelece, alterado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31 de agosto de 2001, que todos os militares das Forças Armadas são contribuintes obrigatórios da pensão militar, mediante desconto em folha de pagamento: Art.1oSão contribuintes obrigatórios da pensão militar, mediante desconto mensal em folha de pagamento, todos os militares das Forças Armadas. Parágrafo único.Excluemse do disposto no caput deste artigo: Io aspirante da Marinha, o cadete do Exército e da Aeronáutica e o aluno das escolas, centros ou núcleos de formação de oficiais e de praças e das escolas preparatórias e congêneres; e IIcabos, soldados, marinheiros e taifeiros, com menos de dois anos de efetivo serviço. (NR) O art. 2º da citada lei, vigente até 29 de dezembro de 2000, por ter sido revogado pela Medida Provisória nº 2.131, de 29 de dezembro de 2000 (atual Medida Provisória nº 2.21510, de 31 de agosto de 2001), permitia que os oficiais demitidos a pedido pudessem continuar como contribuintes da pensão militar, desde que requeressem e se obrigassem ao pagamento da contribuição: Art 2º Os oficiais demitidos a pedido e as praças licenciadas ou excluídas poderão continuar como contribuintes da pensão militar, desde que o requeiram e se obriguem ao pagamento da respectiva contribuição, a partir da data em que forem demitidos, licenciados ou excluídos. § 1º O direito de requerer e de contribuir para a pensão militar, na forma dêste artigo, pode ser exercido também por qualquer beneficiário da pensão. § 2º A faculdade prevista neste artigo sòmente pode ser exercida no prazo de 1 (um) ano, contado da data da publicação do ato da demissão, licenciamento ou exclusão. § 3º Os contribuintes de que trata êste artigo, quando convocados ou mobilizados, passarão à categoria de obrigatórios, durante o tempo em que servirem. Apesar da revogação do retrocitado dispositivo legal, a Medida Provisória nº 2.131, de 2000, em seu art. 35, assegurou a condição de contribuinte ao oficial demitido a pedido que, até 29 de dezembro de 2000, contribuísse para a pensão militar. Art.35.Fica assegurada a condição de contribuinte ao oficial demitido a pedido e à praça licenciada ou excluída que, até 29 de dezembro de 2000, contribuíam para a pensão militar. Fl. 97DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 98 7 Da análise da documentação acostada ao recurso, constatase que não se trata de previdência complementar do sujeito passivo. Os documentos apontam que as contribuições efetuadas por ele para o Fundo de Pensões dos Militares representam aportes para garantir o pagamento de pensão militar a dependentes habilitados, quando do seu falecimento. Portanto, a dedução desses valores pelo contribuinte não encontra amparo na legislação de regência, acima destacada, visto que não se configura em complementação de benefício previdenciário. Ainda que se entenda que, para os terceiros habilitados ao recebimento da pensão, o benefício se assemelha ao benefício previdenciário, é preciso observar que a legislação que trata da dedução das contribuições para previdência complementar condiciona a que o titular da declaração seja contribuinte para a previdência oficial e, caso o beneficiário do plano de previdência seja dependente maior de 16 anos, deve este ser filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou outro regime oficial de previdência social. É o disciplinamento contido na IN SRF nº 588, de 2005, em seus artigo 6º e 7º: Dedução das contribuições pagas pela pessoa física Art. 6º As deduções relativas às contribuições para entidades de previdência complementar e sociedades seguradoras domiciliadas no País e destinadas a custear benefícios complementares aos da Previdência Social, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam condicionadas ao recolhimento, também, de contribuições para o regime geral de previdência social ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observada a contribuição mínima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual. § 1º O disposto no caput aplicase, inclusive, às contribuições ao Fapi. § 2º Excetuamse da condição de que trata o caput os beneficiários de aposentadoria ou pensão concedidas por regime próprio de previdência ou pelo regime geral de previdência social, mantido, entretanto, o limite de 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual. § 3º Os prêmios de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência são indedutíveis para fins de determinação da base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual. Art. 7º As contribuições para planos de previdência complementar e para Fapi, cujo titular ou quotista seja dependente, para fins fiscais, do declarante, podem ser deduzidas desde que o declarante seja contribuinte do regime geral de previdência social ou, quando for o caso, para regime Fl. 98DF CARF MF Processo nº 11040.721969/201633 Acórdão n.º 2002000.036 S2C0T2 Fl. 99 8 próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observado o disposto no art. 6º. Parágrafo único. Na hipótese de dependente com mais de 16 anos, a dedução a que se refere o caput fica condicionada, ainda, ao recolhimento, em seu nome, de contribuições para o regime geral de previdência social, observada a contribuição mínima, ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. (destaques acrescidos) Ocorre que, no caso, o sujeito passivo sequer informou dependente da Declaração apresentada (fl.18). Portanto, não há como acatar a dedutibilidade de tais valores a título de contribuição à previdência privada. Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do recurso e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 99DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.720120/2017-23
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2015
DEDUÇÃO. PREVIDÊNCIA PRIVADA.
Cabe o cancelamento da glosa efetuada quando o contribuinte apresenta documentação hábil e idônea que desqualifica as informações prestadas em DIRF pela fonte pagadora.
DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL.
É imprescindível para a validade do lançamento que a infração esteja adequadamente descrita e comprovada. Não pode subsistir a infração se o contribuinte não pode exercer plenamente seu direito de defesa.
DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. COMPROVAÇÃO PARCIAL
Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Comprovada documentalmente parte das deduções glosadas cabe o seu restabelecimento parcial.
Somente são dedutíveis as despesas médicas próprias do contribuinte, dos dependentes informados em sua Declaração de Ajuste e dos alimentandos, quando decorrentes de determinação/acordo judicial. Assim, cabe ao contribuinte comprovar quem são os beneficiários das despesas declaradas.
Numero da decisão: 2002-000.047
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento parcial, para cancelar integralmente as glosas das deduções de contribuição à previdência e de pensão alimentícia judicial e parcialmente a das despesas médicas (restabelece-se o montante de R$19.021,01, mantendo-se a glosa do valor de R$1.094,08).
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES LEGAIS. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente VICENTE SACCO NETTO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2015 DEDUÇÃO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. Cabe o cancelamento da glosa efetuada quando o contribuinte apresenta documentação hábil e idônea que desqualifica as informações prestadas em DIRF pela fonte pagadora. DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL. É imprescindível para a validade do lançamento que a infração esteja adequadamente descrita e comprovada. Não pode subsistir a infração se o contribuinte não pode exercer plenamente seu direito de defesa. DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. COMPROVAÇÃO PARCIAL Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Comprovada documentalmente parte das deduções glosadas cabe o seu restabelecimento parcial. Somente são dedutíveis as despesas médicas próprias do contribuinte, dos dependentes informados em sua Declaração de Ajuste e dos alimentandos, quando decorrentes de determinação/acordo judicial. Assim, cabe ao contribuinte comprovar quem são os beneficiários das despesas declaradas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 72 01 20 /2 01 7- 23 Fl. 126DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 127 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, darlhe provimento parcial, para cancelar integralmente as glosas das deduções de contribuição à previdência e de pensão alimentícia judicial e parcialmente a das despesas médicas (restabelecese o montante de R$19.021,01, mantendose a glosa do valor de R$1.094,08). Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Fl. 127DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 128 3 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2015, ano calendário 2014, tendo em vista a apuração de deduções indevidas de despesas médicas, contribuição à previdência privada e pensão alimentícia judicial. O contribuinte apresentou impugnação (fls.2/30), alegando, em síntese: o comprovante de rendimentos juntado a sua defesa consigna o valor declarado por ele a título de contribuição à previdência privada; em relação à pensão judicial, indica a juntada de comprovante de rendimentos, bem como de decisão anterior da RFB, a qual reconheceu seu direito a dedução da pensão judicial para a filha até 3/12/2014; no tocante às despesas médicas, alega que o relatório de pagamentos emitido pela Unimed Pelotas comprova o pagamento do montante de R$12.154,27 em benefício de Noemi de Castro Gomes, excônjuge. o comprovante de rendimentos consigna o pagamento a Cassi do montante de R$7.960,82, relativo à plano de saúde e participação em consultas. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) negou provimento à Impugnação (fls. 88/92). Cientificado dessa decisão em 7/11/2017 (fl.96), o contribuinte formalizou, em 16/11/2017 (fl.99), Recurso Voluntário (fls. 99/120), no qual apresenta as seguintes alegações: I) Previdência Privada Os contracheques juntados a sua defesa consignam a dedução da verba "PREVI CONT PESSOAL MENSAL", com valor de R$769,51. O somatório dessas verbas corresponde ao valor constante do comprovante de rendimentos, perfazendo o total de R$9.234,12, fazendo jus à dedução. Entende que seu direito não pode ser elidido pelo fato de a fonte pagadora ter apresentado uma DIRF retificadora dezoito meses após o encerramento do prazo para a entrega da Declaração de Ajuste, sem ter incluído essa informação. Reitera que os documentos juntados corroboram suas alegações e demonstram seu direito a deduzir o valor declarado. II) Pensão Alimentícia Diante da afirmação constante da decisão recorrida de que o comprovante juntado por ele fora superado pela apresentação da DIRF retificadora, acessou o sítio da fonte Fl. 128DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 129 4 pagadora e imprimiu novo comprovante, o qual corrobora o valor declarado, de R$41.659,19. Afirma que esse valor pode ser verificado também nos contracheques juntados. Ressalta que a divergência pode ser explicada pelo fato de a DIRF apresentada não incluir os valores de sua aposentadoria pagos pelo INSS. III) Despesas Médicas Defende que o comprovante de rendimentos por si só se revela hábil para lhe proporcionar a dedução dos valores ali consignados, relativos a plano de saúde e a parte de despesas com consultas não reembolsadas pelo plano. Cita a Solução de Consulta COSIT nº 173/2015, que esclareceu que os pagamentos à operadora de plano de saúde podem ser deduzidos da base de cálculo se comprovados por documentação hábil e idônea. Acrescenta que é de se presumir que a Cassi apresentou à RFB a Declaração de Serviços Médicos e de Saúde DMED, instituída pela IN RFB nº 985/2009. Em relação à Unimed, indica a juntada de documento complementar, contendo data, carimbo e assinatura do responsável pela sua emissão. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.122). É o relatório. Fl. 129DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 130 5 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Contribuição à Previdência Privada A legislação tributária em vigor permite ao contribuinte deduzir, em sua declaração de ajuste anual, pagamentos efetuados a entidades de previdência privada destinados a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, limitada essa dedução a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos (Leis n.º 9.250/1995 e n.º 9.477/1997). No caso, a glosa do valor declarado foi justificada da seguinte forma (fl. 9): Em sua impugnação, o contribuinte indicou a juntada do comprovante de rendimentos à fl.15, consignando o valor deduzido por ele. A DRJ/SPO, nesse tocante, decidiu: O impugnante alega que não houve dedução indevida nem da previdência privada, e nem da pensão alimentícia judicial, conforme demonstraria o comprovante de rendimentos de fls.15, Fl. 130DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 131 6 emitido em 30/01/2015, pela fonte pagadora Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Todavia, o comprovante de rendimentos em questão foi superado pela apresentação de DIRF retificadora por parte da fonte pagadora, em 17/10/2016, conforme consulta aos sistemas informatizados da Receita Federal, às fls.84/87. A partir da DIRF retificadora em questão, observase que: a) Não consta desconto de previdência privada e Fapi; b) Os valores de deduções de pensão alimentícia sobre os rendimentos tributáveis foram de R$5.787,73 (fls.85), e R$24.211,11 (fls.86), cujo somatório é R$29.998,84, ou seja, o valor reconhecido pela notificação de lançamento. Sendo assim, não há reparos a fazer às glosas de dedução indevida de previdência privada e de pensão alimentícia judicial. (destaques acrescidos) Agora, em seu Recurso, o contribuinte junta os contracheques mensais (fls.102/107) e novo comprovante de rendimentos (fl.108). Conforme apontado pelo contribuinte, consta de seus contracheques mensais a rubrica "PREVI CONT. PESSOAL MENSAL", com valor de R$769,51 para os doze meses, perfazendo o montante de R$9.234,12, valor que coincide com o consignado no comprovante de rendimentos de fl.108 (e também no de fl.15). Observase que o comprovante de rendimentos ora anexado foi obtido pelo contribuinte junto a sua fonte pagadora em 13/11/2017, ou seja, posteriormente à apresentação da DIRF retificadora. É certo que, a teor do artigo 73 do Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda), “ todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora”. Entretanto, diante das provas apresentadas pelo contribuinte e das informações conflitantes (DIRF retificadora x comprovante de rendimentos), entendo que caberia à autoridade fiscal diligenciar junto à fonte pagadora do contribuinte e dirimir as dúvidas existentes. Por que considerar que a DIRF tem maior força probante do que o comprovante juntado? Fato é que, no caso, os contracheques mensais corroboram as alegações do contribuinte e confirmam que ele sofreu desconto de contribuição à previdência mensalmente e, consequentemente, faz jus a compensar o valor declarado. Dessa feita, a glosa dessa dedução deve ser cancelada. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 132 7 Pensão Judicial Nos termos do art. 78 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999 e demais normas e suas alterações, indicadas na notificação de lançamento, a dedutibilidade do valor pago a título de pensão alimentícia está subordinada à comprovação da obrigação decorrente de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, ou mesmo de escritura pública (art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil) e também à comprovação dos pagamentos efetuados. Nesse tocante, a autuação registra: A DRJ/SPO decidiu: O impugnante alega que não houve dedução indevida nem da previdência privada, e nem da pensão alimentícia judicial, conforme demonstraria o comprovante de rendimentos de fls.15, emitido em 30/01/2015, pela fonte pagadora Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Todavia, o comprovante de rendimentos em questão foi superado pela apresentação de DIRF retificadora por parte da fonte pagadora, em 17/10/2016, conforme consulta aos sistemas informatizados da Receita Federal, às fls.84/87. A partir da DIRF retificadora em questão, observase que: a) Não consta desconto de previdência privada e Fapi; b) Os valores de deduções de pensão alimentícia sobre os rendimentos tributáveis foram de R$5.787,73 (fls.85), e R$24.211,11 (fls.86), cujo somatório é R$29.998,84, ou seja, o valor reconhecido pela notificação de lançamento. Sendo assim, não há reparos a fazer às glosas de dedução indevida de previdência privada e de pensão alimentícia judicial. Do exame dos contracheques juntados pelo sujeito passivo (fls.102/107), verificase o desconto das rubricas "INSS P.A. FORA CONVENIO" E PENSÃO ALIMENTÍCIA S/ PREVI", que, somadas, totalizam R$41.658,60, uma diferença de R$0,58 para o valor consignado nos comprovantes juntados, de R$41.659,19 (fls.15 e 108), e deduzido pelo contribuinte. Do confronto entre as informações da DIRF e do comprovante de rendimento, constatase que a diferença entre o valor deduzido pelo sujeito passivo e aquele acatado pela autoridade fiscal decorre da pensão judicial paga sobre rendimentos com a tributação com a exigibilidade suspensa (fl.86). Fl. 132DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 133 8 Entretanto, a autoridade autuante não fez menção a tal fato e nem a decisão de piso, de tal forma que o contribuinte não apresentou defesa quanto a dedutibilidade da pensão paga sobre esses rendimentos. O sujeito passivo demonstra que foi descontado dos valores deduzidos por ele, contrapondose à acusação fiscal que limitouse a apontar o valor dedutível. A motivação do lançamento deve ser explícita e clara de modo a permitir a identificação da suposta irregularidade que acarretou a exigência imputada ao sujeito passivo, propiciando a ele a possibilidade de exercer na plenitude o seu direito constitucional de defesa e suprir as lacunas observadas pela autoridade fiscal nos documentos apresentados. Portanto, a glosa da pensão judicial deve ser cancelada. Despesas Médicas No tocante às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados (art. 73, do RIR/1999). A autuação consigna: Após reproduzir a legislação de regência, a decisão de piso aponta: No caso em tela, compulsandose os documentos trazidos pelo impugnante, observase que, às fls.15, consta um comprovante de rendimentos com as seguintes informações complementares: (i) CASSI – Caixa Assistência Funcionários BB –CNPJ 33.719.485/000127: R$6.866,74; e (ii) CASSI – Participação em consultas: R$1.094,08. Cumpre ressaltar que não houve a discriminação dos beneficiários dos pagamentos ao plano de saúde em questão, o que inclusive já havia sido solicitado pelo Termo de Intimação de fls.55, razão pela qual não se comprovou que as despesas médicas, no valores de R$6.866,74 e R$1.094,08, seriam relativas ao próprio tratamento do interessado e ao de seus dependentes. Acerca do documento de fls.27/28, intitulado “Relatório de Pagamentos –Exercício 2014”, com carimbo da UNIMED Fl. 133DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 134 9 Pelotas/RS, tratase de uma simples impressão, sem nenhuma assinatura de responsável, ou data de emissão, que não discrimina sequer o CPF do cliente e do beneficiário, e que veio desacompanhada de qualquer comprovante de efetivo pagamento por parte do contribuinte, como cheques, extratos bancários, ou recibos. Ademais, há uma contradição de valores entre os documentos trazidos pelo impugnante: enquanto que o relatório de pagamentos de fls.27/28 traz um valor total de R$11.983,97, por outro lado o relatório de pagamentos de fls.29 traz o valor de R$12.154,27. Sendo assim, não há elementos hábeis e suficientes para comprovar a despesa médica no valor de R$12.154,27. Em seu recurso, além dos contracheques mensais, o sujeito passivo apresentou partes do regulamento do plano de saúde Cassi (fls. 112/117). Em pesquisa ao sítio da instituição, confirmase que as disposições trazidas pelo contribuinte encontramse em vigor. Segundo esse documento, a contribuição é de 3% sobre o valor total dos benefícios de aposentadoria (artigo 35, inciso II`, à fl.116), o que confere com o valor descontado mensalmente do sujeito passivo. Constatase ainda que o plano não estabelece contribuição adicional por dependente. Assim sendo, entendo que o contribuinte faz jus a deduzir o valor de R$6.866,74, uma vez que esse seria o valor a ser pago por ele em seu benefício independentemente da existência de dependentes. Já quanto ao valor de R$1.094,08, consignado em seu comprovante de rendimentos como Cassi Participação em consultas, entendo que a glosa deve ser mantida. Tratase de valor pago em decorrência de atendimentos/procedimentos que, pela descrição desse documento, não se pode inferir quem são seus beneficiários e se são despesas passíveis de dedução. Nesse sentido, o contribuinte tinha a seu alcance os documentos pertinentes a comprovar a natureza e os beneficiários desses pagamentos e que foram solicitados desde o início da ação fiscal. Sem essa prova, a glosa deve ser mantida. No tocante à Unimed, o sujeito passivo já comprovara que estava obrigado ao pagamento do plano de saúde do excônjuge por força de decisão judicial. No documento de fl. 27, emitido por Unimed Pelotas/RS, consta que ele é o contratante e o beneficiário, o ex cônjuge. Considerando às divergências e falha da documentação apresentada na impugnação, o contribuinte juntou ao seu recurso o relatório de fl. 118, o qual noticia o pagamento ao plano de saúde do montante de R$12.154,27, em benefício do excônjuge. Assim, a glosa dessa despesa também deve ser cancelada. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 11040.720120/201723 Acórdão n.º 2002000.047 S2C0T2 Fl. 135 10 Conclusão Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, no sentido de cancelar integralmente as glosas das deduções de contribuição à previdência e de pensão alimentícia judicial e parcialmente a das despesas médicas (restabelecese o montante de R$19.021,01, mantendose a glosa do valor de R$1.094,08). (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 135DF CARF MF
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