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Numero do processo: 10166.725946/2017-08
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2012
NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA.
Não procedem as argüições de nulidade quando o lançamento atende integralmente aos preceitos legais. A notificação de lançamento foi emitida por autoridade competente, apresentando todos os seus requisitos essenciais, especialmente o enquadramento legal da infração e a descrição dos fatos expressos de modo claro, permitindo ao contribuinte conhecer perfeitamente os fatos a ele atribuídos.
NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA.
Não procedem as alegações de nulidade quando a decisão recorrida enfrentou adequadamente o mérito, sem que se vislumbre qualquer afronta ao direito de defesa do contribuinte.
Numero da decisão: 2002-000.225
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que deu provimento, para afastar a glosa das despesas médicas conforme documentos juntados às e-fls. 40 e 42.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2012 NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Não procedem as argüições de nulidade quando o lançamento atende integralmente aos preceitos legais. A notificação de lançamento foi emitida por autoridade competente, apresentando todos os seus requisitos essenciais, especialmente o enquadramento legal da infração e a descrição dos fatos expressos de modo claro, permitindo ao contribuinte conhecer perfeitamente os fatos a ele atribuídos. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando a decisão recorrida enfrentou adequadamente o mérito, sem que se vislumbre qualquer afronta ao direito de defesa do contribuinte.
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente NAIRA NADJA DE OLIVEIRA ALMEIDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2012 NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Não procedem as argüições de nulidade quando o lançamento atende integralmente aos preceitos legais. A notificação de lançamento foi emitida por autoridade competente, apresentando todos os seus requisitos essenciais, especialmente o enquadramento legal da infração e a descrição dos fatos expressos de modo claro, permitindo ao contribuinte conhecer perfeitamente os fatos a ele atribuídos. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando a decisão recorrida enfrentou adequadamente o mérito, sem que se vislumbre qualquer afronta ao direito de defesa do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 59 46 /2 01 7- 08 Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 112 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que deu provimento, para afastar a glosa das despesas médicas conforme documentos juntados às efls. 40 e 42. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 113 3 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 20/25), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2013. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$9.259,53 para saldo de imposto a pagar de R$12.704,53. A notificação consigna deduções indevidas de despesas médicas (R$11.400,00) e de incentivo (R$310,00). Impugnação Cientificada à contribuinte em 22/5/2017, a NL foi objeto de impugnação, em 19/6/2017, à fl. 2/43 dos autos, na qual o representante da contribuinte contestou parte das glosas de despesas médicas, afirmando ter juntado as provas pertinentes no curso da ação fiscal, além de questionar aspectos do procedimento fiscal. Apontou ainda que caberia ao Fisco diligenciar junto ao profissional ou apresentar provas quanto à falsidade do documento. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/RJO que, por unanimidade, julgoua improcedente, diante da falta de comprovação do efetivo pagamento das despesas exigido no curso da ação fiscal (fls. 60/68). Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 20/11/2017 (fl. 73), o representante da contribuinte, em 27/11/2017 (fl. 81), apresentou recurso voluntário, às fls. 81/106, no qual apresenta as alegações a seguir sintetizadas. a decisão a quo seria nula por falta de fundamentação na análise da arguição de nulidade do auto de infração. Diz que a decisão limitase a transcrever o artigo 11 do Decreto nº 70.235, de 1972, que não teria relação com a nulidade arguida de ausência de fundamentação do ato de intimação para comprovação do pagamento. a decisão seria nula ainda por utilizarse de legislação já revogada. Cita os artigos 368, 376 e 333, inciso I do Código de Processo Civil de 1973, já revogado. Acrescenta que a decisão fala em doutrina citada pelo contribuinte, quando não houve qualquer citação de doutrina em sua impugnação. requer a declaração de nulidade da decisão a quo uma vez que teve seu direito de defesa preterido, na forma do artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235, de 1972. no mérito, informa que apresentou todos os recibos e comprovantes no curso da ação fiscal, além de todo o seu histórico bancário, que demonstraria a disponibilidade financeira para os pagamentos declarados. Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 114 4 reproduz a motivação da autuação e defende que esses não podem ser alterados em sede de julgamento, sob pena de ofensa à teoria dos motivos determinantes. defende que o auto de infração seria nulo, uma vez que a intimação para comprovação do efetivo pagamento e da prestação do serviço só pode ocorrer se for devidamente fundamentada, citando decisão do CARF sobre o tema. No seu caso, diz que não foi apresentada justificativa para tal exigência. os recibos preencheriam os requisitos legais, conforme reconhecido na decisão de primeira instância, e sua veracidade não teria sido questionada pela fiscalização. Reproduz ementas de julgados do CARF acerca do tema. além dos recibos, apresentou declaração emitida pelo profissional, atestando a realização dos serviços e corroborando as informações dos recibos. o fato de o prestador do serviço não ter declarado esses rendimentos não pode modificar a realidade dos fatos, uma vez que os recibos foram apresentados, inexistia nesse anocalendário a exigência de indicação pelos profissionais do CPF dos tomadores dos serviços e eventual descumprimento de obrigação do prestador do serviço não pode ofender seu direito à dedução, já que efetivamente pagou pelo serviço. a exigência de coincidência de datas e valores entre os saques e recibos não é razoável. A análise do extrato indicaria a existência de disponibilidade suficiente para pagamento dos serviços. Os saques superariam em muito o valor do serviço. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.70). Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 115 5 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Preliminar Nulidade da Autuação A recorrente suscita a nulidade da autuação por entender que caberia à Autoridade Fiscal justificar a exigência de comprovação do efetivo pagamento da despesa médica declarada. Do exame dos autos, constatase que o lançamento atende integralmente aos preceitos de ordem pública expressos no art. 142 do Código Tributário Nacional e apresenta os requisitos do art. 11 do Decreto nº 70.235/1972. Ressaltese especialmente que a autuação contém o enquadramento legal completo e uma descrição dos fatos clara, permitindo à contribuinte conhecer a infração que lhe está sendo atribuída. Ademais, a contribuinte pôde impugnar a autuação e, agora, recorrer da decisão a quo, garantindose plenamente no presente processo o direito ao contraditório e à ampla defesa. As peças de defesa apresentadas demonstram que a contribuinte entendeu perfeitamente as acusações que lhe foram feitas e delas se defendeu com facilidade, garantindose assim no presente processo o direito ao contraditório e à ampla defesa. O argumento da defesa de que o lançamento seria nulo em decorrência de intimação não motivada do Fisco, ainda que verdadeiro, não dá causa a nulidade do lançamento e será analisado como argumento de mérito. Em face das ponderações acima, a preliminar de nulidade do lançamento não merece acolhida. Nulidade da Decisão de Primeira Instância A recorrente suscita a nulidade da decisão de primeira instância por dois pontos: primeiro, pela suposta carência de fundamentação no exame da arguição de nulidade Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 116 6 do auto de infração, e, segundo, pela citação de artigos do Código de Processo Civil CPC de 1973, já revogado. Quanto à primeira alegação, vejo que a decisão a quo afastou a preliminar sob o mesmo fundamento utilizado na presente decisão: apontando que a questão em si deveria ser abordada na análise do mérito e que a notificação preencheu todos os requisitos da legislação aplicável, não havendo que se cogitar de sua nulidade, como segue: Equivocase o contribuinte, uma vez que não compete à autoridade fiscal motivar suas intimações e solicitações para comprovação de despesas, como adiante será detalhadamente abordado. Relevante, contudo, o fato de a autoridade fiscal ter feito constar claramente da Complementação da Descrição dos Fatos as razões da glosa, sem que nenhum prejuízo de ordem prática à defesa possa ser verificado, visto ter o interessado elaborado sua argumentação e instruído sua defesa da maneira que entendeu eficiente ao deslinde da lide. Destacase, ainda, que o lançamento em foco foi legal e corretamente efetuado. Foi embasado na declaração do contribuinte e nas informações constantes da base de dados da Receita Federal e preencheu todos os requisitos necessários para sua elaboração, não existindo nenhum vício formal ou material que exija sua anulação. Ademais, estando a Notificação de Lançamento em consonância com os requisitos do art. 11 do Decreto nº 70.235/72, e não tendo ocorrido nenhuma das causas apontadas no art. 59 do referido diploma legal, reproduzidos a seguir, não há que se cogitar de nulidade. ... Observo que o fundamento para alegação de nulidade trata, em verdade, de argumento de mérito, o que será analisado adiante. Logo, não restando patente a nulidade apontada, concluo por afastar a preliminar suscitada. (destaques acrescidos) Quanto à citação de dispositivos do já revogado Código de Processo Civil de 1973, observo que os artigos foram citados apenas para reforçar aspectos da legislação tributária. Ou seja, a decisão a quo não está amparada nesses dispositivos, não havendo que se cogitar de sua nulidade por esse aspecto. Ademais, cabe observar que a contribuinte tem assistência de advogado em sua defesa (fl.105) e que o patrono certamente tem conhecimento que os artigos 333, 368 e 376 do antigo Código de Processo Civil encontramse reproduzidos nos artigos 373, 408 e 415 do CPC em vigor. Dessa feita, cabe rejeitar a preliminar de nulidade arguida, seja da autuação, seja da decisão de primeira instância. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 117 7 Mérito Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 118 8 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Portanto, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. Inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Acrescentese que, na ausência de comprovantes bancários, poderia ter juntado prontuários e receituários médicos ou exames realizados, mas a contribuinte nada Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 119 9 apresentou nesse sentido, tendo se limitado a apresentar o recibo de fl.40 e a declaração de fl.42. Registrese que no curso da ação fiscal, a recorrente apresentara os extratos bancários, de forma a demonstrar que tinha disponibilidade financeira. Entretanto, tal qual a autoridade autuante e a autoridade julgadora de primeira instância, entendo que a disponibilidade de recursos não se presta a fazer a prova exigida, de comprovação do efetivo pagamento da despesa em discussão. Importa salientar que não é o Fisco quem precisa provar que as despesas médicas declaradas não existiram, mas o contribuinte quem deve apresentar as devidas comprovações quando solicitado. Como indicado pela decisão de piso, os recibos constituem declaração particular, com eficácia entre as partes. Em relação a terceiros, comprovam a declaração e não o fato declarado. E o ônus da prova do fato declarado compete ao contribuinte, interessado na prova da sua veracidade. É o que estabelece o artigo 408 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 2015): Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou somente assinado presumemse verdadeiras em relação ao signatário. Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de proválo ao interessado em sua veracidade. (destaques acrescidos) O Código Civil também aborda a questão da presunção de veracidade dos documentos particulares e seus efeitos sobre terceiros: Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiras em relação aos signatários. Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de proválas. ... Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.” (destaques acrescidos) Assim, na ausência da comprovação exigida, não há reparos a se fazer à decisão de piso. Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10166.725946/201708 Acórdão n.º 2002000.225 S2C0T2 Fl. 120 10 Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, rejeitar as preliminares de nulidade arguidas e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 120DF CARF MF
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Numero do processo: 11020.720661/2017-90
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2014
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
Numero da decisão: 2002-000.223
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, para, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2014 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção.
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Recorrente JUAREZ PAULO BALCONI Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2014 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas com tratamentos de saúde declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a real prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados, para a formação da sua convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 06 61 /2 01 7- 90 Fl. 334DF CARF MF Processo nº 11020.720661/201790 Acórdão n.º 2002000.223 S2C0T2 Fl. 335 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 9/13), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2015. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$6.825,30 para saldo de imposto a restituir de R$87,80. A notificação consigna a dedução indevida de despesas médicas no montante de R$24.500,00 (fls.12/13). Impugnação Cientificada ao contribuinte em 22/2/2017, a NL foi objeto de impugnação, em 23/3/2017, à fl. 2/175 dos autos, na qual o contribuinte contestou a autuação, afirmando ter apresentado extratos bancários, cheques, depósitos bancários. Acrescentou que os pagamentos foram efetuados com cheques emitidos ao portador e em espécie, além de relatar problemas de saúde. A impugnação foi apreciada na 4ª Turma da DRJ/CGE que, por unanimidade, julgoua improcedente em decisão assim ementada (fls. 199/201): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 Anocalendário: 2014 GLOSA DE DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. São dedutíveis na declaração as despesas previstas na legislação do imposto de renda, desde que sejam comprovadas por meio de documentação hábil e idônea, nos termos legais. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 13/9/2017 (fl. 204), o contribuinte, em 13/10/2017 (fl. 207), apresentou recurso voluntário, às fls. 207/331, alegando, em síntese: teria apresentado os extratos de suas contas bancárias, sendo que uma delas foi encerrada no curso do ano de 2014. teria informado que efetuou os pagamentos com cheque ao portador ou em espécie, a pedido do profissional. os pagamentos teriam lastro na sua movimentação bancária. Fl. 335DF CARF MF Processo nº 11020.720661/201790 Acórdão n.º 2002000.223 S2C0T2 Fl. 336 3 diante da autuação, teria juntado aos autos cópia dos cheques, documentação clínica e médica, de forma a comprovar a realização de cirurgia em 2014. a decisão da DRJ não teria apreciado os documentos juntados, limitandose a discorrer sobre a comprovação do efetivo pagamento. reafirma que os cheques teriam sido emitidos ao portador por solicitação do profissional, que os endossou ou repassou a terceiros. teria errado ao aceitar os recibos totais de quitação e não na forma dos pagamentos efetuados. o pagamento com cheques ao portador ou em espécie são legais e estão respaldados pelos recibos apresentados. a Receita Federal do Brasil (RFB) teria que intimar o profissional e não penalizar o contribuinte. estaria anexando toda a documentação que entende pertinente acerca da realização de cirurgia no ano de 2014, solicitando que sejam apreciados e interpretados pelos julgadores. seu plano de saúde teria liberado apenas parcialmente os gastos para a cirurgia, tendo ele fechado um pacote com o profissional, arcando o profissional com os materiais faltantes e os auxiliares médicos necessários. teria efetuado pagamentos para ele e dois dependentes, não sendo possível discriminar a correspondência de cada pagamento. não teria entendido o posicionamento do relator de considerar que os cheques ao portador não seriam hábeis a fazer prova quanto ao efetivo pagamento das despesas. o profissional teria emitido declarações discriminando todos os valores pagos por ele em benefício próprio e dos dependentes. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do artigo 23B, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, e suas alterações (fl.194). Fl. 336DF CARF MF Processo nº 11020.720661/201790 Acórdão n.º 2002000.223 S2C0T2 Fl. 337 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O litígio recai sobre os pagamentos informados ao profissional Maxuel Cardoso Ramos, no montante de R$24.500,00, para tratamentos do contribuinte (R$15.700,00) e de dois dependentes, Guilherme (R$1.800,00) e Marlene (R$7.000,00). Em relação às despesas médicas, são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados. No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Esta norma, no entanto, não dá aos recibos valor probante absoluto, ainda que atendidas todas as formalidades legais. A apresentação de recibos de pagamento com nome e CPF do emitente têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da existência da despesa. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares se existirem dúvidas quanto à existência efetiva das deduções declaradas: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). Fl. 337DF CARF MF Processo nº 11020.720661/201790 Acórdão n.º 2002000.223 S2C0T2 Fl. 338 5 § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte. (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º. (Grifei). Sobre o assunto, seguem decisões emanadas da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e da 1ª Turma, da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados ou dos correspondentes pagamentos. Em havendo tal solicitação, é de se exigir do contribuinte prova da referida efetividade. (Acórdão nº9202005.461, de 24/5/2017) IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Fl. 338DF CARF MF Processo nº 11020.720661/201790 Acórdão n.º 2002000.223 S2C0T2 Fl. 339 6 Portanto, os recibos médicos não são uma prova absoluta para fins da dedução. Nesse sentido, entendo possível a exigência fiscal de comprovação do pagamento da despesa ou, alternativamente, a efetiva prestação do serviço médico, por meio de receitas, exames, prescrição médica. É não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais quanto à despesa declarada em caso de dúvida quanto a sua efetividade ou ao seu pagamento. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua Declaração de Ajuste Anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. Inexiste qualquer disposição legal que imponha o pagamento sob determinada forma em detrimento do pagamento em espécie, mas, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abriu mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. Da mesma forma, ao emitir cheques ao portador, como nenhum dos cheques apresentados (fls.266/319) encontrase nominal ao senhor Maxuel Cardoso Ramos, não há como serem acatados como comprovação do efetivo pagamento das despesas declaradas. Importa salientar que não é o Fisco quem precisa provar que as despesas médicas declaradas não existiram, mas o contribuinte quem deve apresentar as devidas comprovações quando solicitado. Em seu recurso, o contribuinte junta, além de outros documentos atinentes a outros anos, solicitação de cirurgia à Unimed (fl.248), registro de internação (fl.252), contrato de prestação de serviço com a Unimed (fls. 254/255), relatório cirúrgico (fl.256), autorização para internação da Unimed (fl.258). Como já indicado, as despesas glosadas foram realizadas com o profissional Maxuel e a autorização da Unimed informa a liberação para a cirurgia com esse profissional. Logo, a alegação de que teve gastos com esse profissional para a realização da cirurgia não está respaldada por documentos hábeis. Muito pelo contrário. A documentação contradiz a alegação do recorrente, apontando que os gastos com o profissional foram cobertos pelo plano de saúde. Foram juntados ainda recibos emitidos pelo profissional (fls.321, 323, 325, 327, 329, 330, 331). Os recibos foram emitidos em dois momentos diferentes e discriminam formas de pagamentos totalmente distintas, sendo que os de fls. 329/331 foram confeccionados após o julgamento de primeira instância. Cabe esclarecer que os recibos constituem declaração particular, com eficácia entre as partes. Em relação a terceiros, comprovam a declaração e não o fato declarado. E o ônus da prova do fato declarado compete ao contribuinte, interessado na prova da sua veracidade. É o que estabelece o artigo 408 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 2015): Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou somente assinado presumemse verdadeiras em relação ao signatário. Fl. 339DF CARF MF Processo nº 11020.720661/201790 Acórdão n.º 2002000.223 S2C0T2 Fl. 340 7 Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de proválo ao interessado em sua veracidade. (destaques acrescidos) O Código Civil também aborda a questão da presunção de veracidade dos documentos particulares e seus efeitos sobre terceiros: Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiras em relação aos signatários. Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do ônus de proválas. ... Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.” (destaques acrescidos) Assim, os recibos indicados desacompanhados das provas exigidas não socorrem o contribuinte. Repisese que nenhum dos cheques indicados pelo profissional nos recibos emitidos estão nominais a ele e, portanto, não fazem a prova exigida. Portanto, na ausência da comprovação exigida, não há reparos a se fazer à decisão de piso. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 340DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10410.721619/2010-63
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63.
Numero da decisão: 2002-000.871
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2005 RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63.
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. Recorrente MARIA DE LOURDES CABRAL DE OLIVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 72 16 19 /2 01 0- 63 Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10410.721619/201063 Acórdão n.º 2002000.871 S2C0T2 Fl. 105 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 15/18), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2006. Essa alteração implicou na redução do imposto a restituir de R$13.631,73 para R$2.196,99. Tal notificação decorreu da falta de comprovação da existência de moléstia grave, que justificasse a declaração de rendimentos isentos realizada pela contribuinte, resultando na apuração de omissão no valor de R$72.227,07. Impugnação Cientificada à contribuinte em 26/10/2010, a NL foi objeto de impugnação, em 24/11/2010, às fls. 2/14 dos autos, na qual a contribuinte afirmou que os rendimentos eram provenientes de aposentadoria de portador de moléstia grave e que naquela ocasião juntava laudo pericial que comprovaria ser ela portadora de mal de alzheimer. A impugnação foi apreciada na 1ª Turma da DRJ/REC que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 63/69): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DECLARAÇÃO RETIFICADORA. Somente são isentos de tributação apenas os rendimentos relativos à aposentadoria, reforma ou pensão, recebidos por portador de doença grave devidamente comprovada em laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, A vigência da isenção é do mês da emissão do laudo ou parecer que reconheceu a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. A extensão dos efeitos das decisões judiciais, no âmbito da Secretaria da Receita Federal, possui como pressuposto a existência de decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal acerca da inconstitucionalidade da lei que esteja em litígio e, ainda assim, desde que seja editado ato específico do Sr. Secretário da Receita Federal do Brasil nesse sentido. Não estando enquadradas nesta hipótese, as sentenças judiciais só Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10410.721619/201063 Acórdão n.º 2002000.871 S2C0T2 Fl. 106 3 produzem efeitos para as partes entre as quais são dadas, não beneficiando nem prejudicando terceiros. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 28/2/2014 (fl. 71), o representante legal do espólio da contribuinte, em 28/3/2014 (fl. 73), apresentou recurso voluntário, às fls. 73/99, no qual alega, em apertado resumo, que: existiria nos autos laudo especializado emitido em 1/10/2010 por psiquiatra, o qual o relator da decisão recorrida não teria informado seu inteiro teor. caberia ao Fisco, em caso de dúvida, buscar a verdade junto à profissional que cuidava da contribuinte as explicações necessárias e à perícia oficial emitente do laudo juntado. constaria dos documentos juntados o início da doença em 4/5/2004. o laudo juntado consignaria que a contribuinte vinha sofrendo com a doença há seis anos, ou seja, desde 2004. jurisprudência judicial reconheceria validade a laudos médicos particulares. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recai sobre rendimentos auferidos pela recorrente, os quais ela alega seriam isentos, uma vez que provenientes de aposentadoria, reforma e pensão e ela seria portadora de moléstia grave. Sobre o assunto, trago as súmulas CARF nos 43 e 63, de observância obrigatória por este Colegiado: Súmula CARF nº 43 Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. Súmula CARF nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10410.721619/201063 Acórdão n.º 2002000.871 S2C0T2 Fl. 107 4 provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. O colegiado de primeira instância consignou que a contribuinte não apresentara laudo médico que atendesse os requisitos da norma, conforme trecho a seguir reproduzido: 8.5 Quanto a alegação da representante legal da contribuinte, que o laudo especializado assinado pela Dra. Cristina de Lima Coimbra, CRm 52309, datado de 01/10/2010, afirmando que a contribuinte e portadora de lesão mental há seis anos, não prospera, pois não consta do laudo tal conclusão. Ademais, o referido documento não há estes termos e o mesmo não está revestido das formalidades prevista em Lei, por não ser emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 9. Ainda, com relação ao documento expedido pela Junta Médica do Exercito, a própria fonte pagadora não considerou os rendimentos da pensão recebida pela contribuinte como rendimentos isentos, no anocalendário de 2010, a partir da data da emissão da Ata de Inspeção Médica, conforme pesquisa ao Sistema DIRF. No recurso voluntário, o representante legal insiste na validade do laudo emitido pela médica responsável pelo tratamento da contribuinte (fls.51/52). Não obstante, como consignado na decisão recorrida, a legislação de regência exige que o laudo comprobatório da moléstia seja emitido por serviço médico da União, dos Estados, do Município ou do Distrito Federal. Nesse sentido, o laudo emitido por instituição oficial não indica a existência de moléstia tipificada em lei (fl.43), além de ter sido emitido em 2010 e não indicar a data de início da doença. Isto posto, não há reparos a se fazer à decisão de piso, a qual adoto, sendo de se manter a autuação. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 107DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11610.004460/2009-91
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO. IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. LIDE NÃO INSTAURADA. NÃO CONHECIMENTO.
Não deve ser conhecido o recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que não conheceu da impugnação, por intempestiva, quando o recorrente não questiona a matéria decidida.
Numero da decisão: 2002-000.594
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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score : 1.0
Numero do processo: 10830.003772/2004-16
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1999, 2000, 2001
JUROS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. Súmula CARF nº 4.
MULTA DE OFÍCIO. INCONSTITUCIONALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 2.
Numero da decisão: 2002-001.165
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1999, 2000, 2001 JUROS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. Súmula CARF nº 4. MULTA DE OFÍCIO. INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 2.
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ACRÉSCIMOS LEGAIS. Recorrente CARLOS ROBERTO MUNHOZ CAVALHEIRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1999, 2000, 2001 JUROS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF nº 4. MULTA DE OFÍCIO. INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 37 72 /2 00 4- 16 Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10830.003772/200416 Acórdão n.º 2002001.165 S2C0T2 Fl. 149 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 6ª Turma da DRJ/SPOII, que considerou improcedente a impugnação, em decisão assim ementada (fls.124/129): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1999, 2000, 2001 MAJORAÇÃO DE RENDIMENTOS. Face aos elementos constantes nos autos, mantémse a majoração de rendimentos tributáveis, nos valores confirmados pela fonte pagadora. Matéria não impugnada. GLOSA DA DEDUÇÃO DE DESPESAS MEDICAS. Considerase a dedução referente a despesas médicas somente quando inequivocamente comprovadas pela documentação apresentada pelo contribuinte. Matéria não impugnada. GLOSA DA DEDUÇÃO DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. Considerase a dedução referente a despesas com instrução somente quando, inequivocamente, comprovada pela documentação apresentada pelo contribuinte e as despesas foram incorridas pelo próprio contribuinte ou por seus dependentes. Matéria não impugnada. APLICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO DE 75%. Em consonância com a legislação de regência, a apuração de falta de pagamento do imposto de renda da pessoa física enseja a aplicação da multa de oficio de 75% (Setenta e cinco por cento). JUROS DE MORA. TAXA REFERENCIAL SELIC. Havendo previsão legal para a aplicação da taxa SELIC, não cabe à Autoridade Julgadora exonerar a cobrança dos juros de mora legalmente estabelecida. Em face do sujeito passivo foi emitido o Auto de Infração de fls. 4/10, acompanhado do Termo de Verificação Fiscal de fls. 12/15, relativo aos anoscalendário 1999, 2000 e 2001, decorrente de procedimento de revisão de suas Declarações de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), em que a fiscalização apontou as infrações de omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício e deduções indevidas de despesas médicas e Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10830.003772/200416 Acórdão n.º 2002001.165 S2C0T2 Fl. 150 3 com instrução. A autuação exige do contribuinte imposto suplementar no montante de R$11.110,83, acompanhado da multa de ofício de 75% e dos juros e mora aplicáveis. Cientificado da exigência fiscal em 10/8/2004 (fl.102), o contribuinte impugnoua em 31/8/2004 (fls. 106/121). Intimado da decisão do colegiado de primeira instância em 22/12/2008 (fl. 134), o recorrente apresentou recurso voluntário em 9/1/2009 (fls. 136/146), em que se insurge contra a exigência de juros calculados pela taxa selic e da multa de ofício de 75%. Acerca dos juros de mora, defende que devem ser observadas as disposições do Código Tributário Nacional e, quanto à multa, alega que a lei reguladora fere princípios constitucionais, da vedação ao confisco e do direito à propriedade. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O recorrente não contesta as infrações a ele atribuídas, limitandose a questionar a exigência dos juros de mora pela taxa Selic e da multa de ofício. Cabe a este colegiado se pronunciar somente sobre as matérias contestadas. Acerca da taxa Selic, informo que a matéria já se encontra sumulada no CARF, sendo de observância obrigatória por este colegiado: Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Por sua vez, sobre o imposto suplementar calculado pela fiscalização, foi aplicada multa de ofício proporcional de 75% (setenta e cinco por cento), com esteio no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme consignado no auto de infração (fl.7). Cabe a aplicação da legislação que prevê a exigência da multa e dos juros no lançamento de ofício, não podendo o julgador administrativo deixar de aplicála. Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10830.003772/200416 Acórdão n.º 2002001.165 S2C0T2 Fl. 151 4 Se as infrações atribuídas ao contribuinte tivessem sido desqualificadas, o que não ocorreu, visto que ele sequer as contestou, a exigência do tributo seria cancelada, bem como a exigência da multa e dos juros. A alegação de violação a princípios constitucionais não pode ser examinada por este colegiado, a teor da Súmula CARF nº2: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 151DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16542.001236/2007-51
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2002
OMISSÃO DE RENDIMENTOS
Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual.
Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado.
A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Súmula CARF nº 68.
Numero da decisão: 2002-001.094
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual. Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado. A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Súmula CARF nº 68.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1592; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 87 1 86 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16542.001236/200751 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002001.094 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 21 de maio de 2019 Matéria IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Recorrente ALCENI FRANCISCO LUCAS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual. Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado. A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Súmula CARF nº 68. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 54 2. 00 12 36 /2 00 7- 51 Fl. 87DF CARF MF Processo nº 16542.001236/200751 Acórdão n.º 2002001.094 S2C0T2 Fl. 88 2 Relatório Auto de Infração Trata o presente processo de auto de infração – AI (fls. 14/24), relativo a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2003. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$2.650,96 para saldo de imposto a restituir de R$776,51. A notificação noticia omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, no valor de R$8.100,00, do Comando do Exército (fl.16). Impugnação Cientificado ao contribuinte em 22/8/2007, o AI foi objeto de impugnação, em 20/9/2007, às fls. 3/36 dos autos, assim sintetizada pela decisão recorrida: Na impugnação de fls. 02/06, inicialmente, o contribuinte coloca conceitos sobre rendimentos do trabalho assalariado e vantagens. Após, remete A Lei n°. 8.852 de 04 de fevereiro de 1994, em seu art. 10 ., III, alínea "n", para alegar que o adicional por tempo de serviço está excluído da remuneração. Na seqüência, argumenta que o Decreto n°. 3.000 de 26 de março de 1999— RIR199, em seu art. 43, em momento algum se reporta A tributação do adicional por tempo de serviço; que este estabelece a tributação sobre a remuneração do trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, mas que a Lei n°. 8.852/94 enfatiza a exclusão do adicional por tempo de serviço da remuneração. Alega, em síntese, que, a Lei n°. 8.852/94 se sobrepõe A Lei n°. 7.713/88; que a referida lei, além de regulamentar os artigos 37 e 39 da Constituição, enfatiza a exclusão dos adicionais da remuneração dos funcionários públicos, não podendo os mesmos serem tributados. Cita, ainda, alguns dispositivos da Lei n°. 8.134/90, a Lei n°. 9.532/97, a Lei n°. 9.887/99 e a Lei n°. 9.532/97, para arrematar que os fundamentos esposados pelo Ministério da Fazenda são inconsistentes por não tratarem do fundamento da discussão, ou seja, a nãotributação sobre os adicionais. A seguir, desenvolve a tese de que o adicional por tempo de serviço, no caso dos funcionários públicos, não se constitui em acréscimo patrimonial, conforme o art. 43 do Código Tributário Nacional (CTN), mas sim em indenização paga pelo Estado em virtude das vedações impostas ao servidor pela Lei n°. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 16542.001236/200751 Acórdão n.º 2002001.094 S2C0T2 Fl. 89 3 11.094/2005 e Lei n°. 8.112/90, as quais dispõem sobre o Regime Jurídico de Servidor Público. A impugnação foi apreciada na 4ª Turma da DRJ/FNS que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente (fls. 44/47). Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 25/6/2009 (fl. 52), o contribuinte, em 17/7/2009 (fl. 54), apresentou recurso voluntário, às fls. 54/83, no qual repete o teor de sua impugnação, alegando, em especial, que os valores recebidos a título de "adicional por tempo de serviço" seriam isentos a teor da Lei nº 8.852, de 1994. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recai sobre rendimentos recebidos pelo recorrente do Comando do Exército, os quais ele alega seriam isentos, fundamentando sua pretensão na Lei nº 8.852, de 1994. Não há reparos a se fazer à decisão de piso. A teor dos artigos 4º e 43, do CTN, todos os rendimentos, abstraindose de sua denominação, acordos ou qualquer outra circunstância, estão sujeitos à incidência do imposto de renda, desde que não elencados no rol das isenções. A classificação dos rendimentos, para efeitos fiscais, será definida por sua natureza jurídica confrontada com a legislação tributária. As verbas isentas do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física são aquelas expressamente previstas no art. 39 do RIR/1999, então vigente. Ainda, segundo os arts. 111, inciso II, e 176, do CTN, a isenção é sempre decorrente de lei, que deve ser interpretada literalmente. Daí resulta, como já dito, que todos os rendimentos, abstraindose sua denominação, estão sujeitos à incidência do imposto de renda, desde que não agasalhados no rol das isenções. Diante de tais normas e em se tratando a isenção de uma das modalidades de exclusão do crédito tributário, que devem ser sempre decorrentes de lei e de interpretação literal e restritiva, quaisquer outros rendimentos devem compor o rendimento bruto para efeito de tributação. Nesse aspecto, é certo que o adicional por tempo de serviço não está incluído entre as verbas isentas. Por seu turno, diferentemente do alegado pelo recorrente, a Lei nº 8.852, de 1994, dispõe sobre a aplicação dos arts. 37, incisos XI e XII, e 39, § 1º, da Constituição Federal, além de dar outras providências, mas não contempla em seu artigo 1º, III, hipóteses de isenção ou de não incidência do imposto de renda da pessoa física. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 16542.001236/200751 Acórdão n.º 2002001.094 S2C0T2 Fl. 90 4 Nesse sentido, cabe trazer a Súmula CARF nº 68, de observância obrigatória por este Colegiado: A Lei nº 8.852, de 1994, não outorga isenção nem enumera hipóteses de não incidência de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Ao final de sua defesa, o recorrente alega que o crédito estaria prescrito desde 31/12/2007. Essa matéria também já se encontra sumulada, sendo de observância obrigatória por este colegiado: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Portanto, afastase tal argumento. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 90DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13656.720650/2016-88
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jun 14 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. INSTRUÇÃO.
Todas as deduções pleiteadas na declaração estão sujeitas à comprovação ou justificação, sendo de se manter as glosas se o contribuinte não consegue comprová-las ou justificá-las, por meio de documentação hábil e idônea.
Consideram-se despesas médicas ou de hospitalização as despesas de instrução com portador de deficiência física ou mental, condicionadas, cumulativamente à existência de laudo médico, atestando o estado de deficiência e à comprovação de que a despesa foi efetuada em entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais.
Numero da decisão: 2002-001.079
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. INSTRUÇÃO. Todas as deduções pleiteadas na declaração estão sujeitas à comprovação ou justificação, sendo de se manter as glosas se o contribuinte não consegue comprová-las ou justificá-las, por meio de documentação hábil e idônea. Consideram-se despesas médicas ou de hospitalização as despesas de instrução com portador de deficiência física ou mental, condicionadas, cumulativamente à existência de laudo médico, atestando o estado de deficiência e à comprovação de que a despesa foi efetuada em entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais.
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DEDUÇÕES. Recorrente FERNANDA CAMARGO JUNQUEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 DEDUÇÃO. DESPESA MÉDICA. INSTRUÇÃO. Todas as deduções pleiteadas na declaração estão sujeitas à comprovação ou justificação, sendo de se manter as glosas se o contribuinte não consegue comproválas ou justificálas, por meio de documentação hábil e idônea. Consideramse despesas médicas ou de hospitalização as despesas de instrução com portador de deficiência física ou mental, condicionadas, cumulativamente à existência de laudo médico, atestando o estado de deficiência e à comprovação de que a despesa foi efetuada em entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 6. 72 06 50 /2 01 6- 88 Fl. 121DF CARF MF Processo nº 13656.720650/201688 Acórdão n.º 2002001.079 S2C0T2 Fl. 122 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 60/64), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2013. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo inexistente de imposto a pagar ou a restituir para saldo de imposto a pagar de R$14.047,59. A notificação noticia a dedução indevida de despesas médicas, no montante de R$73.594,26, com Associação de Convivência Novo Tempo (fls. 61/62). Impugnação Cientificada à contribuinte em 31/5/2016, a NL foi objeto de impugnação, em 30/6/2016, às fls. 2/51 dos autos, na qual o representante legal da contribuinte afirmou que a contribuinte seria portadora de patologia irreversível e as despesas com instrução dela seriam dedutíveis a título de despesas médicas. Em conformidade com o disposto no artigo 6oA da IN RFB nº 958/2009, com a redação dada pela IN RFB nº 1.061/2010, a autoridade autuante procedeu à revisão do lançamento efetuado, emitindo o despacho decisório de fls. 72/75, restabelecendo a dedução de despesas médicas no valor de R$4.842,00. Cientificada dessa decisão, a contribuinte, por intermédio de representante legal, reiterou os termos de sua impugnação (fls.84/89). A impugnação foi apreciada na 5ª Turma da DRJ/FNS que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente (fls. 93/101). Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 12/7/2018 (fl. 106), o representante legal da contribuinte, em 9/8/2018 (fl. 110), apresentou recurso voluntário, às fls. 110/117, no qual alega, em apertado resumo, que: inexistiria fundamento legal para desconsideração das despesas médicas. a decisão recorrida não teria levado em conta o artigo 44 da IN SRF nº15, de 2001, o qual estabelece que "as despesas médicas ou de hospitalização de deficientes físicos ou mentais, serão condicionadas à existência de laudo médico; e que as despesas sejam efetuadas em entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais". os pagamentos teriam sido efetuados a instituição constituída com a finalidade de promover aos portadores de deficiência intelectual, o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo. Fl. 122DF CARF MF Processo nº 13656.720650/201688 Acórdão n.º 2002001.079 S2C0T2 Fl. 123 3 a instituição seria especializada no tratamento de portadores de retardo mental, oferecendo cuidados médicos e atividades de integração bem como passeios, terapia com animais e recreação em grupo. a dedução dos valores pagos encontraria amparo no artigo 44 da IN SRF nº 15, de 2001, e no artigo 80, do RIR. a dedução recairia sobre valores pagos a qualquer instituição regular que ministre o tratamento destinado à deficiência mental, independentemente da atividademeio ali operada para o tratamento dos pacientes. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Pedido de suspensão da cobrança Em relação ao pedido de suspensão da exigibilidade do credito tributário, assinalese que a simples apresentação do recurso voluntário tempestivo acarreta ex vi legis a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, sendo desnecessário qualquer pronunciamento ou determinação desta instância de julgamento nesse sentido. Mérito O litígio recai sobre despesas informadas com Associação de Convivência Novo Tempo, as quais a recorrente alega seriam passíveis de dedução com base no artigo 80, §3º, do RIR, e art.44 da IN SRF nº15, de 2001. Pois bem, tendo em vista que a Recorrente traz, basicamente, os mesmos argumentos de sua impugnação, reproduzo no presente voto, nos termos do art. 57, § 3º, Anexo II, do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9/6/15, com redação dada pela Portaria MF nº 329, de 4/6/17, a decisão de primeira instância, com a qual concordo, mantendoa: O pagamento feito à Associação de Convivência Novo Tempo foi declarado pela contribuinte no ajuste anual no código 21 Pagamentos a Hospitais, clínicas e laboratórios no Brasil. No entanto, a fiscalização apurou que a Associação não se enquadra como entidade hospitalar, nos termos da legislação, o que gerou a glosa da dedução. Já a impugnante afirma que a dedução estaria amparada no art. 80, §3º do RIR e art. 44 da IN SRF 15/2001. Fl. 123DF CARF MF Processo nº 13656.720650/201688 Acórdão n.º 2002001.079 S2C0T2 Fl. 124 4 Antes de virem os autos para julgamento, houve revisão de ofício pela unidade de origem, que reconheceu a dedutibilidade das despesas com equoterapia, mas manteve a glosa de R$68.752,26. Cientificada do teor do despacho decisório, a contribuinte se manifestou, dizendo que toda e qualquer despesa médica efetuada com instituição destinada ao tratamento de pessoas que sofrem de deficiências físicas ou mentais podem ser deduzidas do imposto de renda, citando novamente os artigos 44, da IN SRF 15/2001 e 80 do RIR/99. A impugnante afirma que o despacho decisório qualificou a instituição como mera casa de internação, presumindo não se tratar de clínica especializada no tratamento de deficiências mentais. Além disso, teria usado dispositivo legal não aplicável ao caso. Ocorre que as normas citadas pela impugnante tratam de despesas de instrução de pessoa com deficiência física e mental. Como as despesas de instrução em geral possuem um limite máximo de dedução anual, o legislador entendeu por considerar as despesas de instrução das pessoas com deficiências como despesas médicas, com isso elas não ficariam sujeitas a um valor máximo dedutível por anocalendário: Decreto 3000/99 Art.80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). (...) §3ºConsideramse despesas médicas os pagamentos relativos à instrução de deficiente físico ou mental, desde que a deficiência seja atestada em laudo médico e o pagamento efetuado a entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais. IN SRF 15/2001 Art. 44. Consideramse despesas médicas ou de hospitalização as despesas de instrução com portador de deficiência física ou mental, condicionadas, cumulativamente à: I existência de laudo médico, atestando o estado de deficiência; II comprovação de que a despesa foi efetuada em entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais. E as despesas de instrução da pessoa com deficiência devem atender aos requisitos supra mencionados, quais Fl. 124DF CARF MF Processo nº 13656.720650/201688 Acórdão n.º 2002001.079 S2C0T2 Fl. 125 5 sejam, existência de laudo médico e comprovação da despesa em entidade especializada. No caso em questão, ao analisar o Estatuto Social da Associação de Convivência Novo Tempo, verificase que se trata de serviços de moradia/residência: ... O comprovante de inscrição cadastral da Associação reforça o entendimento de que se trata de serviços de moradia: ... Pelo exposto, entendo que não é possível restabelecer a dedução pleiteada, por não atender aos requisitos legais, uma vez que não restou comprovado se tratar de entidade hospitalar. Sem reparos a se fazer à decisão de piso, mostrandose correta a glosa da despesa declarada. Conclusão Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 125DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.009784/2008-14
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Tue Nov 10 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2005
DESPESAS MÉDICAS.
A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação idônea que indique o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu.
DESPESAS MÉDICAS. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO DE PRIMEIRO GRAU.
Não se pode admitir que o julgamento de primeiro grau inove nos fundamentos para manutenção da autuação, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório.
Numero da decisão: 2003-002.671
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Sara Maria de Almeida Carneiro Silva Presidente
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Wilderson Botto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Ano-calendário: 2005 DESPESAS MÉDICAS. A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação idônea que indique o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu. DESPESAS MÉDICAS. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO DE PRIMEIRO GRAU. Não se pode admitir que o julgamento de primeiro grau inove nos fundamentos para manutenção da autuação, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Sara Maria de Almeida Carneiro Silva Presidente (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Wilderson Botto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2020-10-30T01:02:11Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2020-10-30T01:02:11Z; Last-Modified: 2020-10-30T01:02:11Z; dcterms:modified: 2020-10-30T01:02:11Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2020-10-30T01:02:11Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2020-10-30T01:02:11Z; meta:save-date: 2020-10-30T01:02:11Z; pdf:encrypted: true; modified: 2020-10-30T01:02:11Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2020-10-30T01:02:11Z; created: 2020-10-30T01:02:11Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2020-10-30T01:02:11Z; pdf:charsPerPage: 1757; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2020-10-30T01:02:11Z | Conteúdo => S2-TE03 MINISTÉRIO DA ECONOMIA Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10730.009784/2008-14 Recurso Voluntário Acórdão nº 2003-002.671 – 2ª Seção de Julgamento / 3ª Turma Extraordinária Sessão de 20 de outubro de 2020 Recorrente DENICE MARIA DE SOUZA PINTO PINHEIRO Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Ano-calendário: 2005 DESPESAS MÉDICAS. A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação idônea que indique o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu. DESPESAS MÉDICAS. INOVAÇÃO NO JULGAMENTO DE PRIMEIRO GRAU. Não se pode admitir que o julgamento de primeiro grau inove nos fundamentos para manutenção da autuação, sob pena de violação ao princípio da ampla defesa e do contraditório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Sara Maria de Almeida Carneiro Silva – Presidente (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Wilderson Botto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 8/12), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2006. A autuação implicou na AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 00 97 84 /2 00 8- 14 Fl. 47DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2003-002.671 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10730.009784/2008-14 alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$4.823,62 para saldo de imposto a pagar de R$6.891,07. A notificação noticia dedução indevida de despesas médicas, consignando: Glosa de despesas médicas com (1)Rafael Perez dos Santos , CPF.085552847- 83, no valor de 2.000,00 comprovada por documento que não preenche os requisitos formais previstos no Art. 80,§1}, item III, do RIR/99; (2)Ass. Pestalozzi de Niterói, no valor de 2.830,00, cujo comprovante e beneficiário do rendimento não autorizam a dedutibilidade da despesa; e (3)Nadege Gomes de Salles Correa, CPF.441.036.707-20, no valor de , 2.688,00, sem comprovação da despesa. Impugnação Cientificada à contribuinte em 29/7/2008, a NL foi objeto de impugnação, em 27/8/2008, às fls. 2/14 dos autos, assim sintetizada na decisão recorrida: Foi apresentada impugnação, em 28/05/2008, através da qual o interessado, após qualificar-se e resumir os fatos, apresentou sua defesa cujo ponto relevante para a solução do litígio é a discordância quanto à glosa fiscal, afirmando que os recibos de pagamentos aos prestadores Rafael Perez dos Santos e Nagede Gomes de Sales F. Correa, “foram fornecidos anteriormente ao ilustre Fiscal autuante, estando os mesmos devidamente preenchidos e, dentro das formalidades legais”. Por fim, requer “a impugnação parcial do referido auto de infração”. A impugnação foi apreciada na 3ª Turma da DRJ/CGE que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 28/35): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2006 DESPESAS MÉDICAS. PROVA. A eficácia da prova de despesas médicas, para fins de dedução da base de cálculo do imposto de renda pessoa física, está condicionada ao atendimento de requisitos objetivos, previstos em lei, e de requisitos de julgamento baseados em critérios de razoabilidade. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 12/11/2010 (fl. 38), a contribuinte, em 15/12/2010 (fl. 39), apresentou recurso voluntário, às fls. 39/44, alegando, em apertado resumo, que: - teria apresentado declaração emitida por Nadege Correa, contendo todos os requisitos legais. - seria indevida a exigência de comprovação de prescrição médica ou da efetiva realização do tratamento. - indica os dados bancários relativos aos pagamentos repassados à profissional, defendendo que caberia ao Fisco intimar a profissional ou a instituição bancária. - o documento emitido pelo profissional Rafael dos Santos também preencheria os requisitos legais, sendo indevida a exigência de descrição minuciosa do tratamento por questão de sigilo profissional. Acrescenta que teria efetuado o pagamento em espécie, cabendo ao Fisco diligenciar junto ao profissional para confirmar essas informações. Fl. 48DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2003-002.671 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10730.009784/2008-14 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio recai sobre despesas médicas declaradas pelo contribuinte com os profissionais Rafael dos Santos, por falhas na documentação comprobatória, e Nadege Correa, por falta de comprovação. Na apreciação da impugnação, após discorrer sobre a matéria, a decisão recorrida registra: A interessada declarou o pagamento, a título de despesas médicas, a Negede G. S. Correa, no valor de R$ 2.688,00 e a Rafael Perez dos Santos, no valor de R$ 2.000,00. Com a impugnação foram apresentados, por cópia, a declaração de f. 09 e o recibo de f. 10. A declaração expedida por Negede Gomes de Sales F. Correa, f. 09, afirma que a profissional prestou serviços de terapia ocupacional à contribuinte, ano- calendário 2005 e que, por esses serviços, recebeu o valor de R$ 2.688,00, indicando a data dos recebimentos que ocorreram em cada mês do ano referido. Entretanto, à vista do exposto no presente capítulo deste voto, para fundamentar a dedução pretendida, haja vista a natureza da prestação, a efetividade do documento para ensejar a dedução pleiteada é também condicionada à comprovação da realização do pagamento, e de sua prescrição médica ou da efetiva realização da terapia ocupacional. Quanto ao recibo expedido por Rafael Perez dos Santos, f. 10, refere-se à prestação de serviços odontológicos, no valor de R$ 2.000,00, com pagamento em 30/12/2005. O documento carece dos requisitos para fundamentar a dedução pleiteada, visto que contém descrição genérica de serviços prestados, incompatível com seu valor, excedente aos dos procedimentos comezinhos da área terapêutica, razão pela qual a dedução estaria condicionada à descrição específica dos serviços de sua efetiva realização, e à comprovação da realização do pagamento. (destaques acrescidos) Cabe lembrar que são dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados (art. 73, do RIR/1999). No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Fl. 49DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2003-002.671 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10730.009784/2008-14 Sobre a exigência de comprovação do efetivo pagamento das despesas ou da efetiva prestação dos serviços, venho reiteradamente manifestando entendimento de que a autoridade fiscal pode exigir a seu critério, outros elementos de prova além dos recibos caso não fique convencida da efetividade da prestação dos serviços ou da materialidade dos respectivos pagamentos, nos termos do artigo 73 do Regulamento do Imposto de Renda/1999. Nos casos de autuações que consignam a falta de atendimento à intimação no curso da ação fiscal, entendo que o julgador pode determinar a realização de diligências para exigir elementos adicionais em caso de dúvidas quanto a veracidade dos fatos. Entretanto, no caso em análise, embora aponte na decisão a necessidade de apresentação de provas quanto ao efetivo pagamento das despesas mencionadas ou da efetiva prestação dos serviços, da leitura da autuação, constata-se que não foi essa a motivação da exigência. No tocante ao profissional Rafael, a autoridade fiscal aponta que o documento comprobatório apresentado não atenderia aos requisitos previstos no artigo 80, §1º, inciso III, do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99. Quanto à profissional Nadege, a fundamentação foi a falta de comprovação. Repiso que, no caso de autuação pela falta de atendimento à intimação ou por falta de comprovação, entendo que a autoridade julgadora pode diligenciar para exigir elementos adicionais aos recibos. Mas, no caso, isto também não ocorreu. Como essa prova não foi exigida do contribuinte no curso da ação fiscal, entendo que o colegiado de primeira instância inovou na fundamentação para manutenção da glosa. Ao proceder dessa forma, a decisão violou o direito ao contraditório e à ampla defesa da recorrente, não podendo ser acatada. Assim como não é dado aos contribuintes inovar nas teses de defesa em sede recursal, não se pode conceber que a manutenção da glosa se dê por fundamentos não cogitados na autuação. Considerando que a autoridade não fez outras observações quanto aos documentos comprobatórios e que os recibos juntados atendem aos requisitos legais (fls. 13/14), entendo que a glosa deve ser cancelada integralmente. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 50DF CARF MF Documento nato-digital
score : 1.0
Numero do processo: 11080.007484/2007-76
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Tue Nov 10 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2003
DEDUÇÕES NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE
Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora.
DESPESAS MÉDICAS.
São consideradas dedutíveis na apuração do imposto as despesas médicas desde que comprovadamente despendidas pelo contribuinte com ele e seus dependentes.
DEPENDENTE. FILHO MAIOR.
Pode ser considerado dependente o filho de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho.
Numero da decisão: 2003-002.685
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para restabelecer a dedução com dependente (R$1.272,00) e de despesas médicas no valor parcial de R$9.017,00.
(assinado digitalmente)
Sara Maria de Almeida Carneiro Silva Presidente
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Wilderson Botto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DESPESAS MÉDICAS. São consideradas dedutíveis na apuração do imposto as despesas médicas desde que comprovadamente despendidas pelo contribuinte com ele e seus dependentes. DEPENDENTE. FILHO MAIOR. Pode ser considerado dependente o filho de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para restabelecer a dedução com dependente (R$1.272,00) e de despesas médicas no valor parcial de R$9.017,00. (assinado digitalmente) Sara Maria de Almeida Carneiro Silva – Presidente (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Wilderson Botto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 74 84 /2 00 7- 76 Fl. 89DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 45/49), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2004. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$6.104,78 para saldo de imposto a pagar de R$262,57. A notificação noticia deduções indevidas com dependentes e de despesas médicas, por falta de atendimento à intimação. Impugnação Cientificada à contribuinte em 20/8/2007, a NL foi objeto de impugnação, em 29/8/2007, às fls. 2/42 dos autos, na qual a contribuinte justificou as deduções declaradas, indicando a juntada de documentação comprobatória. A impugnação foi apreciada na 4ª Turma da DRJ/CGE que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 61/69): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2006 DEPENDENTES. Pode ser considerado dependente, para efeito do imposto de renda, a filha, o filho, a enteada ou o enteado, em qualquer idade, quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho, ainda que a incapacitação seja temporária. Entretanto esta incapacitação deverá ser comprovada mediante laudo médico que ateste esta condição na data do fato gerador do imposto de renda. Dispositivos Legais: Lei n° 9.250, de 1995, art. 35, inciso III; Decreto n° 3.000, de 1999, art. 77, § 1 0, inciso III; IN SRF n° 15, de 2001, art. 38, inciso III. DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do condicionada à comprovação hábil e idônea dos gastos efetuados, não podendo ser acolhidos recibos que não indicam o paciente ou quando não esteja provado o seu efetivo pagamento e prestação do serviço. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 9/12/2010 (fl. 74), a contribuinte, em 3/1/2011 (fl. 75), apresentou recurso voluntário, às fls. 75/84, alegando, em apertado resumo, que: - o filho Camilo teria sofrido um grave acidente em 3 de fevereiro de 2002, sendo que a dimensão das sequelas não puderam ser avaliadas de imediato. - na ocasião, o filho seria bolsista do CNPQ, tendo sido a bolsa suspensa pelo coordenador do projeto em decorrência da impossibilidade de seu filho dar continuidade aos trabalhos a ela pertinentes. Fl. 90DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 - as lesões cerebrais decorrentes do acidente teriam provocado a incapacidade do filho para o trabalho, ainda que tal fato não tivesse sido constatado logo de imediato. - sobre a observação em documento de sua fonte pagadora, teria sido aposta por ela própria, manifestando esperança na reversão da situação do seu filho. - sobre as despesas médicas, informa quem seriam os beneficiários, acrescentando que não logrou sucesso ao tentar localizar alguns dos profissionais. - quanto ao plano de saúde, incluiria além dela e do filho, seus pais e sua irmã. Os valores seriam descontados em folha de pagamento, sem discriminação dos beneficiários. - buscou junto a operadora do plano uma declaração informando os valores pagos por beneficiário, mas sua solicitação não teria sido atendida. Indica a juntada de documentação esclarecedora acera dos valores a serem pagos por beneficiário de acordo com suas idades. - faria jus a deduzir o montante de R$3.750,00 com plano de saúde, sendo o valor de R$2.500,00 relativo a ela e R$1.250,00 relativo ao filho. - o pagamento declarado com Psicomed, de R$425,00, seria indevido, visto que realizado com familiar não dependente. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Dependente A contribuinte defende a dedutibilidade do filho Camilo como seu dependente. Na apreciação da impugnação apresentada, a decisão recorrida registrou: Verifica-se, nos dispositivos acima transcritos, que a legislação tributária considera também como dependentes o filho, a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho. Consoante a documentação acostada à defesa, a Impugnante trouxe laudos médicos, documentos fornecidos por hospitais, Carta de Concessão de aposentadoria por invalidez (fls. 05/19), sem entretanto comprovar que no ano calendário em questão (2003), o filho da contribuinte estivesse incapacitado para o trabalho. Os documentos trazidos são: a) Documentos do Hospital Moinho de Vento - realmente estes documentos indicam que houve uma internação em 2002, com alta em março de 2002, entretanto não é possível saber se em 2003 o mesmo estava impossibilitado para o trabalho; b) Carta de Concessão/Memória de Cálculo - prova que o filho da interessada foi aposentado por invalidez desde 17/06/2005, entretanto também não Fl. 91DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 possibilita saber qual era o estado de saúde do filho da interessada no ano de 2003; c) Pedido de inclusão de dependente - este pedido para incluir o filho da interessada como dependente junto à fonte pagadora Universidade Federal do Rio Grande do Sul também não serve como prova da condição e incapacitado para o trabalho em 2003, pois o laudo constante deste pedido (fl. 17) atesta esta incapacidade somente em 22/11/2004. Com base no exposto e apesar de tudo indicar que o filho da impugnante realmente podia estar incapacitado para o trabalho, não há nos autos nenhuma prova conclusiva de que esta era a situação deste filho no ano de 2003, que é o ano base em análise. Aliás, nos autos do pedido de inclusão do filho como dependente feito perante a fonte pagadora (fl. 18), verifica-se que num despacho o profissional signatário afirma que acredita na reversibilidade da situação de invalidez do filho. Assim, fica difícil saber, sem um laudo conclusivo, qual era o real estado desta invalidez no ano de 2003, pois por este despacho pode-se concluir que o problema deste filho é reversível e/ou temporário. Quanto à reversibilidade do estado de saúde do filho da contribuinte, que, segundo a decisão recorrida, teria sido atestada por um profissional, verifico que se trata de observação aposta pela própria contribuinte por ocasião de ciência a despacho exarado em decorrência de solicitação junto a sua fonte pagadora (fl.21). Do exame dos autos, concluo pela dedutibilidade do dependente pela contribuinte. Ainda que a inclusão do filho como dependente junto a sua fonte pagadora tenha ocorrido em 2004 (fls. 20/22) e a concessão do benefício previdenciário para o filho tenha se dado somente em 2005 (fl.12), os documentos juntados demonstram que a atestada incapacidade para o trabalho do filho da contribuinte decorre de acidente ocorrido em 2002 e, portanto, no ano- calendário 2003, ele poderia figurar como dependente na declaração sob exame. Assim, voto pelo restabelecimento do dependente declarado. Despesas Médicas A decisão recorrida listou as despesas declaradas e os seus fundamentos para manutenção das glosas (fls. 68/69). Lembro que a glosa se deu por falta de atendimento à intimação. São dedutíveis da base de cálculo do IRPF os pagamentos efetuados pelos contribuintes a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), desde que devidamente comprovados (art. 73, do RIR/1999). No que tange à comprovação, a dedução a título de despesas médicas é condicionada ainda ao atendimento de algumas formalidades legais: os pagamentos devem ser especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu (art. 8º, § 2º, inc. III, da Lei 9.250, de 1995). Como se verá mais a frente, a decisão recorrida consignou a exigência de especificação do beneficiário nos recibos médicos. Fl. 92DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 Sobre o assunto, a Solução de Consulta Interna Cosit nº 23 da RFB, publicada no sitio da Receita Federal do Brasil em 10 de fevereiro de 2014, dispõe que, na hipótese de o comprovante de pagamento do serviço médico ter sido emitido em nome do contribuinte, sem a especificação do beneficiário do serviço, poderia se presumir que esse foi o próprio contribuinte, salvo na existência de indícios de irregularidade. No caso, a contribuinte admitiu ter informado despesas com não dependentes (plano de saúde e Psicomed). Dessa feita, justifica-se a exigência de comprovação quanto aos beneficiários das despesas. Passo a análise de cada uma das despesas. Roberto Gomes – R$5.040,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quem recebeu o tratamento, se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. Além do mais a descrição dos serviços prestados e genérica sem detalhar quais serviços foram realmente prestados. Dado o alto valor também é necessária a comprovação do efetivo pagamento, seja através de cheque, cartão ou extrato bancário. Venho reiteradamente manifestando entendimento de que a autoridade fiscal pode exigir a seu critério, outros elementos de prova além dos recibos caso não fique convencida da efetividade da prestação dos serviços ou da materialidade dos respectivos pagamentos, nos termos do artigo 73 do Regulamento do Imposto de Renda/1999. Nos casos de autuações que consignam a falta de atendimento à intimação no curso da ação fiscal, entendo que o julgador pode determinar a realização de diligências para exigir elementos adicionais em caso de dúvidas quanto a veracidade dos fatos. Entretanto, no caso em análise, embora aponte na decisão a necessidade de apresentação de provas quanto ao efetivo pagamento das despesas mencionadas, a autoridade julgadora não diligenciou junto à contribuinte para solicitar essa comprovação, o que, no meu entendimento, representa cerceamento do direito de defesa da contribuinte, já que, a princípio, são os recibos os documentos hábeis a fazer prova das despesas declaradas. Quanto à exigência do beneficiário, em complemento aos recibos juntados, a contribuinte junta declaração de fl. 81, na qual o profissional a indica como paciente do tratamento realizado em 2003. Dessa feita, a glosa deve ser cancelada. Alex da Silva – R$560,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quem recebeu o tratamento, se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. Junto a sua impugnação, a contribuinte juntara os recibos de fls. 37/38, emitidos em seu nome. Em seu recurso, ela esclarece que o profissional prestou serviços a seu filho, mas que não teve como localizar o profissional para atestar essa informação. Sem a apresentação de provas quanto ao real beneficiário, entendo que a glosa deve ser mantida. Helio Froener – R$625,00 Decisão recorrida: Fl. 93DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 Não é possível saber quem recebeu o tratamento , se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. A contribuinte juntara recibos de fl.41. Em seu recurso, ela informa o falecimento do profissional. O ônus da prova é da contribuinte, que é quem se beneficia da redução da base de cálculo do imposto. Diante da impossibilidade de obtenção de declaração do profissional, a recorrente poderia ter juntado, por exemplo, receituários médicos da época ou exames feitos a pedido do profissional. Sem a comprovação do real beneficiário, entendo que a glosa deve ser mantida. Streb e Serralta Consultoria S/C Ltda – R$520,00 Luis Streb – R$910,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quem recebeu o tratamento , se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. Além do mais, pela nota fiscal de serviços nem é possível saber qual a atividade da empresa. Não é possível saber quem recebeu o tratamento , se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro . Além do mais a descrição dos serviços prestados é genérica em detalhar quais serviços foram realmente restados. Sobre essa despesa, as notas fiscais constam às fls. 31/32 e os recibos, às fls.33/34. Em seu recurso, a contribuinte informa que o profissional prestou serviços para o seu filho, em nome próprio ou em nome de sua empresa Verifico que a empresa tem o mesmo endereço e está relacionada ao profissional Luis Streb, que comprovadamente tratou do filho da contribuinte (fl.20). O documento apresentado consigna a realização de consulta. Dessa feita, entendo que as glosas devem ser canceladas. Katia Beidacki – R$2.480,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quem recebeu o tratamento, se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. Dado o alto valor também é necessária a comprovação do efetivo [pagamento , sela através de cheque , cartão ou extrato bancário. Quanto à exigência de efetivo pagamento, repiso que entendo indevida sem que haja uma intimação prévia nesse sentido. Quanto ao beneficiário, a recorrente junta declaração emitida pela profissional à fl.83, atestando a realização de tratamento em seu filho. Assim, a glosa deve ser cancelada. Unimed Porto Alegre – R$11.255,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quais os dependentes estão incluídos no plano de saúde, logo não deve ser aceito. Fl. 94DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 7 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 No tocante a essa despesa, a recorrente admite equívoco na inclusão de despesas com não dependentes, mas requer o restabelecimento da parcela referente a ela e ao filho Camilo, dependente restabelecido neste voto. Ela acrescenta: Solicitei à Unimed documento com a discriminação dos beneficiados pelo plano, mas a Cooperativa mantém registros apenas dos últimos cinco anos, não podendo, portanto, atender a minha solicitação. No entanto, segundo o seguinte procedimento, a dedução correta de minha contribuição e de Camilo, poderá ser feita: a mensalidade de associados com 59 anos e mais é o dobro de quem se enquadra em faixa etária inferior a esta, como comprova o DOC.n.4 (observando que este documento é apenas comprobatório da diferença de valores entre as duas faixas etárias, não devendo ser considerados os valores registrados, relativos a dezembro de 2008). Das pessoas beneficiadas, acima nominadas, apenas Camilo tinha menos de 59 anos em 2003, correspondendo a ele, portanto, apenas uma cota das despesas totais no ano. Aos demais associados correspondem duas cotas para cada. No total, temos nove cotas, , cada uma delas no valor de R$1.250,00 (R$ 11.255,00 divididos por 9 = 1.250,00). Portanto, a dedução correta que deveria ter sido feita é de R$ 3.750,00, relativos plano d saúde meu (R$ 2.500, 00) e de Camilo (R$ 1.250), meu dependente. O pagamento do plano de saúde consta do comprovante de rendimento de fl.42. Em complemento, a recorrente junta documento de fl. 84, o qual confirma a existência de outros beneficiários, além da contribuinte e do filho. Nada obstante, como a própria contribuinte aponta em sua defesa, o documento de fl.84 se refere ao ano de 2008. Caberia a ela apresentar documento relativo ao ano-calendário 2003, de forma a demonstrar quais os beneficiários no ano em análise e que os pagamentos se davam na mesma proporção por ela indicada em sua defesa. Repise-se que é da contribuinte o ônus da prova de que faz jus às deduções informadas em sua declaração de ajuste, já que é ela quem se beneficia da redução da base de cálculo do imposto. Acrescente-se ainda que o art. 797 do Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda), embora dispensasse a juntada à declaração de rendas de comprovantes de deduções e outros valores pagos, obrigava os contribuintes a manter em boa guarda esses documentos, que poderiam ser exigidos pelas autoridades fiscais, quando estas julgarem necessário, enquanto não decaído o direito da Fazenda Nacional. Assim, não a socorre a alegação de que a operadora do plano de saúde não disponibilizava o documento por ocasião da apresentação de seu recurso. Assim, sem a comprovação dos valores pagos por beneficiário no ano em análise, a glosa deve ser mantida. Sermaf – Serviço de Radiologia – R$67,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quem recebeu o tratamento, se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. O recibo consta à fl.39 e aponta a contribuinte como cliente. Entendo que a indicação da recorrente como cliente equivale a sua indicação como paciente. Dessa feita, entendo que a glosa deve ser cancelada. Fl. 95DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 8 do Acórdão n.º 2003-002.685 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 11080.007484/2007-76 Psicomed – R$425,00 Decisão recorrida: Não é possível saber quem recebeu o tratamento, se foi o próprio contribuinte, um dependente ou um terceiro. A recorrente não recorre da glosa, admitindo que se trata de despesa realizada com não dependente. Feitas essas considerações, entendo que deve ser restabelecida a dedução de despesas médicas no montante de R$9.017,00. Conclusão Por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para restabelecer a dedução com dependente (R$1.272,00) e de despesas médicas no valor parcial de R$9.017,00. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 96DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 13708.000121/2007-11
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Nov 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2002
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ALUGUÉIS.
Diante dos fatos que demonstram que o autuado não recebeu os rendimentos considerados omitidos, cabe cancelar a infração tributária imputada ao contribuinte.
Numero da decisão: 2002-001.608
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ALUGUÉIS. Diante dos fatos que demonstram que o autuado não recebeu os rendimentos considerados omitidos, cabe cancelar a infração tributária imputada ao contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Auto de Infração Trata o presente processo de auto de infração – AI (fls. 8/14), relativo a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2003. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$12.750,74 para saldo de imposto a pagar de R$24.868,72. A notificação noticia omissão de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa jurídica. Impugnação Cientificado ao contribuinte em 22/12/2006, o AI foi objeto de impugnação, em 18/1/2007, às fls. 3/53 dos autos, assim sintetizada pela decisão recorrida: AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 01 21 /2 00 7- 11 Fl. 93DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2002-001.608 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13708.000121/2007-11 - os imóveis locados para as empresas Fashion Hair Salão de Beleza e Xip Xap Boutique e Confecções Ltda são de propriedade da empresa Laborial Empreendimentos Realizações Imobiliárias, conforme consta do Contrato Social desta empresa (Anexo I) e Escritura de Incorporação lavrada pelo 7° Oficio de Notas (Anexo II); - os contratos de locações estabelecidos com as empresas Fashion Hair Salão de Beleza e Xip Xap Boutique e Confecções Ltda foram firmados com a proprietária dos imóveis, Laborial Empreendimentos Realizações Imobiliárias, Portanto, os alugueis objetos da autuação foram oferecidos à tributação pela real proprietária. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BSB que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, em decisão assim ementada (fls. 72/76): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2003 Ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE ALUGUEL. PROPRIEDADE DO IMÓVEL. Mantém-se a omissão de rendimentos de aluguel gerados pelo imóvel de propriedade do contribuinte, cujo registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está desfeito, anulado, extinto ou rescindido. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 21/9/2009 (fl. 79), o contribuinte, em 15/10/2009 (fl. 81), apresentou recurso voluntário, às fls. 81/90, no qual alega, em apertado resumo, que: - teria documentação hábil a comprovar a transferência de propriedade dos imóveis para a empresa Laborial Empreendimentos e Realizações Imobiliárias Ltda. - a decisão recorrida teria feito alusão ao Código Civil Brasileiro, acerca da forma jurídica de transferência de imóveis, sem levar em conta que, na esfera tributária, prevaleceria a essência e não a forma do ato. - não caberia a manutenção da autuação somente por não ter sido juntada prova quanto ao registro da venda do imóvel no Registro de Imóveis. - estaria juntando certidão atualizada do Registro Geral de Imóveis, consignando a operação de transferência dos imóveis. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez – Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O litígio recai sobre a omissão de rendimentos a título de aluguéis, os quais o contribuinte alega não terem sido pagos a ele, uma vez que já transferira a propriedade do imóvel que originou o rendimento. Fl. 94DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2002-001.608 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13708.000121/2007-11 Na apreciação da defesa apresentada, a decisão recorrida registrou: Verifica-se nos contratos de locações constante nos autos que as empresas locatárias Fashion Hair Salão de Beleza (objeto do contrato - Rua Luiz Beltrão n. 160, lojas 214,313 e 314) e Xip Xap Boutique e Confecções Ltda (objeto do contrato - Rua Luiz Beltrão n. 160, loja 104) firmaram seus contratos de locações com a empresa Laborial Empreendimentos e Realizações (locatária), conforme consta as fls. 25/31. No Contrato Social da empresa Laborial Realizações Imobiliárias (fls.11/14), que tem com um dos sócios o impugnante, foi transferido para a sociedade o imóvel situado à Rua Luis Beltrão n. 160, registrado no 8° Oficio do Registro Geral de Imóveis sob. a matricula n. 126968, documento esse devidamente registrado na Junta Comercial do Rio de Janeiro em 21/07/1999. Foi realizada a escritura de incorporação no Cartório do 7° Oficio de Notas dos imóveis objetos das locações acima listadas, tendo como outorgantes o impugnante e Maria Josefina Almeida de Souza, e como outorgado Laborial Empreendimentos e Realizações Imobiliárias Ltda, em 29 de novembro de 2007 (fls. 15/18). Contudo, o Contrato Social, a Escritura de Incorporação feita no Cartório do 7° Oficio de Notas e os Contratos de Locação anexados são insuficientes para provar a transferência da propriedade dos imóveis locados para a empresa Laborial Realizações Imobiliárias, sendo que o impugnante deveria apresentar a devida transferência feita no Cartório de Registro de Imóveis (8° Oficio do Registro Geral de Imóveis - matricula n. 126968). O impugnante junta aos autos o registro de um imóvel (fls. 19), matricula n. 192.981, que não se trata dos imóveis locados para as empresas Fashion Hair Salão de Beleza e Xip Xap Boutique. As transferências de propriedades de bens imóveis, para serem aceitas na seara tributária, além de estar consignada nas respectivas declarações de ajuste, devem ser comprovadas por meio de documentação hábil e idônea, com os rigores previstos na legislação civil, principalmente quanto à efetividade da transação negocial. Dadas as alegações do recorrente, esclareço que cabe ao Fisco verificar a ocorrência do fato gerador (CTN, art. 113), sendo este uma “situação definida em lei como necessária e suficiente” (CTN, art. 114) e identificar o sujeito passivo da obrigação principal. Na forma do artigo 121, parágrafo único, inciso I, do CTN, o sujeito passivo da obrigação principal é contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. No caso de rendimentos de aluguéis, o contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel que produz os rendimentos. Em sede de impugnação, o contribuinte juntara os contratos firmados com os locatários, onde a empresa Laborial Empreendimentos e Realizações Imobiliárias figura como locadora (fls. 29/45), o contrato social da referida empresa, consignando a incorporação de imóveis dos sócios (fls. 15/18) e a escritura de incorporação dos imóveis ao capital social da empresa (fls. 19/26). Agora, em sede de recurso, o recorrente junta o Registro de Imóvel de fls. 85/90, o qual confirma a incorporação dos imóveis locados ao capital social da empresa Laborial Empreendimentos e Realizações Imobiliárias em 1999. O art. 16, § 4º, c do Decreto 70.235/72 prevê que a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que a nova prova se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Verifica-se que os documentos apresentados pela parte encaixam-se nesta Fl. 95DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2002-001.608 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 13708.000121/2007-11 previsão, visto que se destinam a contrapor razões trazidas aos autos pela DRJ que fundamentou sua decisão de improcedência da impugnação na falta de documentação suficiente a confirmar a tese apresentada. Dessa feita, entendo que resta demonstrado que os rendimentos tidos por omitidos não foram pagos ao recorrente, sendo de se cancelar a omissão apontada na autuação. Conclusão Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 96DF CARF MF
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