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Numero do processo: 10860.002254/00-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário: 1996, 1997, 1998, 1999, 2000
DECADÊNCIA. FORMALIDADES. FUNDAMENTO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS NOS AUTOS. AFASTABILIDADE.
O pedido de restituição do crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ e CSLL não foram atingidos pela decadência, visto ter sido feito dentro do prazo de 5 anos contados da apuração do saldo negativo de 1996 a 2000, qual seja em 09/01/2001.
Desta forma, caberá à DRJ analisar a materialidade do crédito tributário, visto que a decisão recorrida se pautou apenas em aspectos formais e na decadência.
Recurso conhecido e parcialmente provido.
Numero da decisão: 1201-000.741
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR
parcial provimento ao Recurso, para afastar a questão quanto à decadência , devendo os autos serem remetidos à DRJ para análise e julgamento do mérito quanto ao crédito tributário retido na fonte e a composição do indébito, visto que as decisões proferidas nesses autos pautaram-se apenas em negar o crédito sob o aspecto da formalidade ou da decadência, não adentrando à materialidade da composição do crédito tributário.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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FORMALIDADES. FUNDAMENTO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS NOS AUTOS. AFASTABILIDADE. O pedido de restituição do crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ e CSLL não foram atingidos pela decadência, visto ter sido feito dentro do prazo de 5 anos contados da apuração do saldo negativo de 1996 a 2000, qual seja em 09/01/2001. Desta forma, caberá à DRJ analisar a materialidade do crédito tributário, visto que a decisão recorrida se pautou apenas em aspectos formais e na decadência. Recurso conhecido e parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR parcial provimento ao Recurso, para afastar a questão quanto à decadência , devendo os autos serem remetidos à DRJ para análise e julgamento do mérito quanto ao crédito tributário retido na fonte e a composição do indébito, visto que as decisões proferidas nesses autos pautaramse apenas em negar o crédito sob o aspecto da formalidade ou da decadência, não adentrando à materialidade da composição do crédito tributário. (documento assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Presidente. Fl. 1085DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.086 2 (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Plínio Rodrigues Lima, Manoel Mota Fonseca e João Carlos de Lima Junior. Relatório Tratase de pedido de restituição e compensação realizados pela contribuinte, 09/01/2001 e 09/11/2000, respectivamente, de créditos de IRPJ e CSLL, dos períodos de 1996 a 2000, referentes ao faturamento de vendas junto aos órgãos da Administração Pública Federal, apurandose nesses períodos saldo negativos. A contribuinte apresentou anexo aos seu pedido cópias de notas fiscais, quadros demonstrativos de faturamento, comprovantes de pagamento das retenções de tributos pelo Ministério do Exército (Batalhões, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IPD, Arsenal de Guerra de São Paulo, entre outros), cópia da legislação relativa à sua constituição, haja vista tratarse de empresa pública etc. A DRF intimou a contribuinte a apresentar o formulário de Pedido de Restituição, que poderá ser obtido via internet na homepage da SRF http//www:receita.fazenda.gov.br, na opção guia do contribuinte e explicar os pedidos de compensação anexados, pois encontramse em branco, sem as devidas informações sobre o código, período de apuração, vencimento e valor do imposto. A contribuinte peticionou perante a Receita Federal, informando que seu pedido e documentos apontam o valor do crédito a ser ressarcido e compensado. A fiscalização indeferiu os pedidos de restituição e compensação, nos seguintes termos: O direito de a contribuinte pleitear a restituição está previsto no art.165 da Lei n° 5.172/1966, Código Tributário Nacional (CTN) e era regulamentado à época da protocolização deste processo e do pedido de restituição da fl. 598 pela IN SRF n° 21/1997, em seus arts. 2° e 6° abaixo transcritos. Esta legislação e a corrente (IN SRF n° 600/2005) facultam ao sujeito passivo o direito de requerer a restituição do crédito decorrente de pagamento espontâneo, indevido ou maior que o devido. Instrução Normativa SRF n° 21/1997 "Art. 2° Poderão ser objeto de pedido de restituição os créditos decorrentes de qualquer tributo ou contribuição, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes casos: (Redação dada pela IN SRF n° 73/97, de 15/09/1997) Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.087 3 I cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou a maior que o devido; (Redação dada pela IN SRF n° 73/97, de 15/09/1997) erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; (Redação dada pela IN SRF n° 73/97, de 15/09/1997) III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. (Redação dada pela IN SRF n° 73/97, de 15/09/1997) Art. 6° À exceção do valor a restituir relativo ao imposto de renda de pessoa física, apurado na declaração de rendimentos, todas as demais restituições em espécie, de quantias pagas ou recolhidas indevidamente ou em valor maior que o devido, a título de tributo ou contribuição administrado pela SRF, nas hipóteses relacionadas no art. 2°, serão efetuadas a requerimento do contribuinte, pessoa física ou jurídica, dirigido à unidade da SRF de seu domicílio fiscal, acompanhado dos comprovantes do pagamento ou recolhimento e de demonstrativo dos cálculos." Preliminarmente, analisaremos a tempestividade do pedido de restituição. Conforme mencionado nos 2° e 3° parágrafos, temos 3 etapas distintas a serem consideradas nesta análise, que são: a) 09/11/2000 — Protocolização deste processo, onde é solicitada a compensação de pretenso crédito de retenções de IRPJ e CSLL efetuadas no decorrer dos anos de 1996 a 2000, sem, no entanto, informar os débitos a serem compensados; b) 09/01/2001 — Foi anexado ao processo o pedido de restituição de retenções de IRPJ e CSLL, sem indicação a quais períodos de apuração se referiam, juntamente com uma solicitação para que se faça compensação com os débitos por ventura existentes (fls. 598/599). Esta "solicitação" se trata na verdade de uma autorização prévia para que a administração proceda à execução da compensação de oficio, prevista inicialmente no DecretoLei n° 2.287/1986, em seu art. 7°, §1° e também tratada na Lei n° 9.430/1996, em seu art. 73; c) 04/12/2006 Foi entregue à DRF/BSB a solicitação da fl.745, que gerou o processo n° 10166.011269/200686, onde a contribuinte vem esclarecer e solicitar que reconheçamos que a petição das fls.01 a 04 tratase na verdade de pedido de restituição de saldo negativo de IRPJ e CSLL. Observase que temos, de fato, um pedido de restituição e sua posterior retificação. Consolidandose as informações dos itens a) e b) do parágrafo anterior, concluímos que, até a data de 03/12/2006, não havia propriamente qualquer solicitação de compensação, mas sim, pedido de restituição, que tinha como objeto crédito de retenções na fonte de IRPJ e CSLL feitas Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.088 4 durante os anos de 1996 a 2000. Para este caso, será considerada como data da solicitação a de protocolização do processo, 09/11/2000, pois não houve alteração do crédito solicitado. Antes de prosseguirmos com a análise dos itens do 8° parágrafo, cabe aqui explicitarmos a diferença de natureza creditória entre as retenções na fonte de IRPJ e CSLL e seus saldos negativos. O art. 28 da Lei 9.430/1996 determina que será dado o mesmo tratamento tributário do IRPJ, no caso da apuração da base de cálculo e de pagamento, à CSLL. O aproveitamento das retenções na fonte de IRPJ e CSLL são uma opção legal do contribuinte, prevista no inciso III, § 4° do art. 2°, da Lei 9.430/1996, em contrapartida à apuração do IRPJ ou CSLL a pagar. (...) O §3° do art. 2° da Lei n° 9.430/1996 obriga a contribuinte, que optar por recolhimentos mensais com base em estimativas, a apurar em 31 de dezembro de cada anocalendário, exceto nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção, o lucro real, para que se possa fazer o ajuste entre o IRPJ ou a CSLL já pagos por estimativa e os valores efetivamente devidos ao final do período de apuração — PA. Por sua vez, o § 4° enumera as deduções que podem ser feitas do IRPJ ou da CSLL devida para se apurar o valor a ser recolhido, no caso de saldo positivo, ou a ser compensado, no caso de saldo negativo. A retenção na fonte destes tributos é prevista como dedução no inciso III daquele parágrafo, sendo uma antecipação do devido ao fim do PA. Portanto, o fato de ter havido retenções na fonte de IRPJ e CSLL, além de não se confundir, não implica na apuração de seus correspondentes saldos negativos. Retornando à análise do 8° parágrafo, a partir de 04/12/2006, de acordo com o seu item c), a contribuinte, embora não tenha utilizado este termo, na prática, retificou o seu pedido das fls.01 a 04 para restituição de saldo negativo de IRPJ e CSLL referentes aos anoscalendário de 1996 a 2000. Desde 30/12/2005, portanto antes da apresentação desta suposta retificação, a compensação e restituição de créditos tributários é regulamentada pela IN n° 600/2005. Os procedimentos de retificação são tratados nos seguintes artigos: (...) O art. 57 determina que a retificação, tanto do pedido de restituição como da declaração de compensação, só pode ser efetuada caso não haja decisão administrativa sobre a solicitação original. Os artigos seguintes trazem detalhamentos específicos sobre a retificação de declarações de compensação e não citam mais nenhuma observação sobre a retificação dos Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.089 5 pedidos de restituição, conforme explicitaremos nos próximos parágrafos. O art. 58 cita que a retificação da declaração de compensação só pode ser efetuada no caso de inexatidões matérias verificadas no preenchimento do documento. Isso devese ao fato da declaração de compensação ser considerada confissão de dívida e instrumento suficiente para cobrança dos débitos indevidamente compensados (§ 6°, art. 74 da Lei n° 9.430/1996, alterado pela Lei n° 10.833/2003). Portanto, este artigo não se aplica no caso do pedido de restituição. O art. 59 diz que não serão admitidas retificações de declarações de compensação que tenham por finalidade a inclusão de novo débito ou aumento no valor de débitos já declarados. Tal mandamento devese ao fato do disposto no art. 61 o que permitiria ao contribuinte escapar de juros e multa pala não extinção no prazo legal, e novamente não tem nenhuma aplicação no caso de retificação do pedido de restituição. O art. 60 prevê que o prazo para a homologação da declaração de compensação será de 5 (cinco) anos contados da apresentação declaração retificadora, e visa permitir que a administração tenha o mesmo tempo disponível para analisar uma declaração de compensação retificada como para uma original, caso contrário, o prazo de 5 (cinco) anos para a homologação por decurso de prazo seria diminuído do tempo existente entre a transmissão da original e da retificadora. Tal artigo também não tem nenhuma aplicabilidade no caso do pedido de restituição, pois não há prazo para homologação, tendo em vista não se tratar de uma declaração. • O art: 61 prevê que as datas de valoração do crédito e do débito serão a data da apresentação da declaração original. Este artigo nos encaminha para o art. 28, que determina que os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais até a data de entrega da declaração, e também indica a valoração dos créditos deve ser feita nos termos dos art. 52 e 53. Novamente tal artigo não se pronuncia quanto ao prazo para retificação do pedido de restituição. Verificase, portanto, e não poderia ser diferente, que nenhum destes artigos influencia no prazo decadencial previsto no art. 168 do CTN, posto que, constitucionalmente, apenas lei complementar poderia fazêlo. À título de exemplo, caso a retificação do pedido de restituição aproveitasse a data do original, iríamos possibilitar a um contribuinte, que houvesse solicitado em 01/01/2003 a restituição de crédito de pagamento indevido efetuado em 01/01/2000, a alternativa de, em 01/01/2006, modificar este crédito para solicitar um crédito de pagamento indevido recolhido em 01/01/1999, o que seria total desrespeito ao prazo previsto no art. 168 do CTN. Dado que não havia (e não há) previsão legal para que a retificação do pedido de restituição aproveite a data da solicitação original e por se tratar concretamente de um outro Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.090 6 crédito, de natureza distinta do indicado originariamente, conforme demonstrado do 10° ao 12° parágrafo, será considerada como data da solicitação da restituição deste último crédito, para efeitos de análise da decadência, a data de sua retificação, ou seja, 04/12/2006. Considerandose o crédito de saldo negativo de IRPJ e CSLL apurado de 31/12/1996 a 31/12/2000 e o seu pedido de restituição feito em 04/12/2006, verificase que ocorreu a decadência do prazo para seu requerimento, pois o processo foi protocolizado após os 5 (cinco) anos previstos no Código Tributário Nacional — CTN para que a contribuinte exerça o seu direito à solicitação de restituição da repetição do indébito. Além disso, cabe acrescentar que, nos termos do disposto no art. 3° , caput e § 1°, da IN SRF n° 600/2005, a restituição 'de créditos relativos a tributos e contribuições administrados pela RFB será efetuada pelo sujeito passivo mediante apresentação de pedido gerado a partir do programa PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou de Restituição e Declaração de Compensação) ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante apresentação do formulário constante do anexo I da mencionada norma. A contribuinte não solicitou a restituição via PER/DCOMP, e não poderia ser de outra forma, já que, como vimos no parágrafo anterior, não é permitida a solicitação de restituição de crédito já decaído. Conseqüentemente, será desconsiderada a retificação solicitada e considerado como objeto de análise deste processo o pedido de restituição original, de retenções na fonte de IRPJ e CSLL, sofridas no decorrer dos anos calendário de 1996 a 2000, em concordância com as solicitações contidas nos autos, com as cópias de retenções na fonte apresentadas e a não decadência do direito à restituição. Porém, de acordo com o exposto do 10° ao 12° parágrafo, o que torna a retenção na fonte do IRPJ ou da CSLL indevida ou em valor maior que o devido é o ajuste ao fim do PA e apenas após este ajuste, ou seja, da comparação entre o já recolhido e o efetivamente devido ao fim do PA, é que se pode falar em pagamento a maior ou indevido, se houver apuração de saldo negativo. Este saldo negativo é que pode vir a ser restituído ou compensado. Tal entendimento atualmente encontrase sistematizado no art. 10 da IN SRF n° 600/2005. Conforme mencionado no 4° parágrafo, a contribuinte transmitiu o PER/DCOMP n° 34221.55230.300707.1.7.033069 (fls. 830 a 858), que retifica o PER/DCOMP n° 42079.55076.170507.1.3.039338 (fls.801 a 829). A admissibilidade ou não dos PER/DCOMP retificadores também é tratada na IN SRF n° 600/2005, nos artigos transcritos abaixo: Art. 59. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) não será admitida quanto tiver Fl. 1090DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.091 7 por objeto a inclusão de novo débito ou o aumento do valor do débito compensado mediante a apresentação da Declaração de Compensação à SRF. Portanto, qualquer PER/DCOMP onde ocorra aumento do montante do débito declarado ou inclusão de novo débito não será admitido. Cabe salientar que algumas alterações efetuadas em débito já declarado em PER/DCOMP original têm o efeito de excluir este débito e incluir novo, alterando o seu período de apuração ou código do tributo. Tendo em vista estas considerações, analisaremos as alterações contidas no PER/DCOMP retificador em questão. Verificouse que foi somente uma: o débito de IRRF (cód. rec. 6256), com vencimento em 13/04/2007 e valor de R$ 82.559,80 (PER/DCOMP original fl. 828), foi corrigido para o valor de R$ 475,81 (fl. 858). A alteração do débito diminui o valor do mesmo, além de manter coerência com o seu novo valor declarado na DCTF retificadora (fl. 916). Portanto, o PER/DCOMP retificador n° 34221.55230.300707.1.7.033069 será admitido. E por fim, o § 6° do art. 74 da Lei 9.430/1996, alterado pelo art. 17 da Lei 10.833/2003, determina que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Logo, os débitos constantes nos PER/DCOMP n° 34460.68425.170507.1.3.021287, n° 34221.55230.300707.1.7.033069 e n° 20154.38538.300807.1.3.032225 foram cadastrados no sistema Profisc (fls. 893 a 915) para cobrança. Em resumo, a Delegacia da Receita Federal de Brasília: (i) aplicou a decadência para a restituição dos saldos negativos de IRPJ e CSLL dos anos calendários de 1996 a 2000; (ii) considerou que o IRRF ou a CSLL retidas na fonte são antecipações e podem ser deduzidos do valor apurado mensalmente ou ao final do anocalendário e que é incabível sua restituição ou compensação diretamente com tributo e contribuições de diferentes espécies. (iii) com isso, indeferiu os pedidos de restituição e decidiu não homologar as declarações de compensação contidas nos PER/DCOMP n° 34460.68425.170507.1.3.021287, n° 34221.55230.300707.1.7.033069 e n° 20154.38538.300807.1.3.032225. Nos autos do Processo Administrativo n° 10166.011269/200686, que trata de pedido de compensação, constou a seguinte decisão da DRF de Brasília: À fl.179 foi solicitado pela Equipe de Execução desta Divisão que verificássemos a alegação trazida pela contribuinte àquela Equipe de que os débitos em cobrança no sistema Sief (fls.180 a Fl. 1091DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.092 8 186), apesar da discrepância de valores, seriam os mesmos compensados mediante os PER/DCOMP deste processo. Sendo assim, dado que foi apresentado "recurso" (fls.169 a 171) ao Delegado da Receita Federal do Brasil de Brasília contra o despacho decisório de não homologação das fls.159 a 161, a contribuinte solicita a suspensão destes débitos. Para facilitar a análise da sua suspensão ou não, elaboramos a tabela da fl.232, que consolida os dados obtidos em DCTF, PER/DCOMP e no sistema Sief/Fiscalização Eletrônica. Os débitos n°s 1 e 2 estão compensados no PER/DCOMP n° 21485.45979.080208.1.3.029413, que não está sendo tratado neste processo, mas sendo analisado automaticamente pelo sistema Sief/PER/DCOMP (fl.233). No entanto, a cobrança deles é correta, pois, apesar da coincidência de valores, não se relaciona com a compensação do citado PER/DCOMP. Ela é resultante da diferença entre os pagamentos informados em DCTF e os valores validados pelo sistema Sief/Fiscalização Eletrônica, já que alguns pagamentos foram feitos após o vencimento dos débitos e não levaram em consideração as correspondentes multas e juros de mora. Os débitos de n°s 3 ao 12 estão em cobrança no Sief como resultado da diferença entre o valor total do débito informado em DCTF e a sua quitação mediante pagamentos ou PER/DCOMP não declarados em DCTF, porém, transmitidos pela contribuinte e imputados ao débito pelo Sief/Fiscalização Eletrônica. Isto explica o fato de, na tabela, os valores da coluna "Cobrança (Sief)" serem sempre menores do que aqueles da coluna "Valores validados (Sief)>PER/DCOMP>Valor Comp.". Logo, como os PER/DCOMP compensam valores superiores aos que estão sendo cobrados pelo Sief e esta cobrança se deve aos valores declarados nestes mesmos PER/DCOMP, sua cobrança deve ser suspensa em virtude do "recurso" apresentado, que é na verdade, uma manifestação de inconformidade à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília (DRJ/BSB). Cabe destacar que haverá necessidade de revisão dos despachos decisórios deste processo e do de n° 10860.002254/0004, além da juntada por anexação dos mesmos, pois deverá ser reconsiderada a data de apresentação do pedido de restituição do último. Este evento também afetará o despacho decisório do atual processo, dado que o direito creditório é o mesmo. Será mantida a suspensão da cobrança dos débitos proposta no 5° parágrafo, uma vez que eles retornarão à condição de suspensos "sob condição resolutória de ulterior homologação do procedimento" (de compensação), de acordo com o previsto no § 2° do art.26 da IN SRF n° 600/2005. E, por fim, lembramos que o § 6° do art. 74 da Lei 9.430/1996, alterado pelo art.17 da Lei 10.833/2003, determina que a declaração de compensação, seja protocolizada via formulário ou transmitida por PER/DCOMP, constitui confissão de dívida e Fl. 1092DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.093 9 instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Considerando o disposto nos parágrafos precedentes, proponho que este processo retorne à Equipe de Execução para: a) Manter a cobrança dos débitos n°s 1 e 2; b) Suspender a cobrança dos débitos de n°s 3 ao 12 no Profisc; c) Proceder à juntada por anexação deste processo ao processo n° 10860.002254/0004, transferindo os débitos cadastrados no sistema Profisc para aquele processo; d) Encaminhar de volta à Sacpj o processo n° 10860.002254/00 04 para revisão de despacho decisório; e) Dar ciência deste despacho à contribuinte, observandose que ela deve desconsiderar os despachos decisórios anteriores deste processo e do de n° 10860.002254/0004. Em face da referida decisão o contribuinte interpôs Manifestação de Inconformidade, alegando em síntese que: Em 09/11/2000, a Recorrente requereu junto à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Taubaté/SP a compensação de créditos de retenção de IRPJ e CSLL acumulados no decorrer dos anos de 1996 a 1999, nos respectivos valores de R$ 979.375,41 e R$ 812.978,61, o processo foi acompanhado dos comprovantes de pagamentos, quadros demonstrativos de cálculos das apurações realizadas e o saldo a restituir. Em 09/01/2001, foi incorporado aos autos do processo o pedido de restituição de IRPJ e CSLL. Em 04/12/2006 foi entregue à DRF/BSB, um adendo ao Pedido de Restituição, com o intuito de facilitar o entendimento do item 02 (dois) do "Motivo do Pedido". Neste adendo ficou consignado que o pedido originário deveria ser considerado Pedido de Restituição de Saldo Negativo de IRPJ e CSLL. A protocolização do adendo gerou novo número de processo (Processo n° 10166.011269/200686). A partir de 17/05/2007, foram transmitidas declarações de compensação através do PER/DCOMP, utilizando o crédito informado no processo n° 10166.011269/200686. Foram geradas as declarações de compensação de números 34460.68425.170507.1.3.021287, 42079.55076.170507.1.3.03 9338, 34221.55230.300707.1.7.033069 (que retifica o PER/DCOMP anterior) e 20154.38538.300807.1.3.032225. Valor dos débitos compensados é de R$ 3.282.723,40. O pedido de restituição incorporado aos autos do processo em 09/01/2001, era regulamentado à época da protocolização pela IN SRF n° 21/1997, que assim dispõem: O art. 1° determina que os pedidos de restituições de tributos e contribuições de competência da União, administrados pela Secretaria da Receita Federal — SRF, assim como os Fl. 1093DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.094 10 procedimentos administrativos a eles relacionados, serão efetuados em conformidade com o disposto nesta Instrução Normativa. Com isso o pedido de restituição seguiu as determinações da IN SRF n° 21/1997 e não a IN SRF n°600/2005 que atualmente regula a matéria. O art. 2° prevê que pode ser objeto de pedido de restituição o crédito decorrente de qualquer tributo ou contribuição administrado pela SRF, seja qual for a modalidade do seu pagamento. As retenções de IRPJ e CSLL sofridas pela recorrente durante os anos de 1996 até 1999 foi uma modalidade de pagamento que culminou na geração de Saldo Negativo de IRPJ e CSLL. O art. 6° estabelece a forma de solicitar a restituição, devendo ser utilizado o formulário "Pedido de Restituição" acompanhado dos comprovantes do pagamento ou recolhimento, demonstrativos de cálculos e cópia da declaração de rendimentos. Essa foi a forma utilizada pela recorrente, juntando ao processo todos os DARF's, cópias de notas fiscais e os demonstrativos de cálculos, que comprovam a legitimidade dos créditos objeto de restituição. Por oportuno encaminho novamente cópia da DIPJ 2000, ano calendário 1999 com as fichas 1 a 7, 10A, 13A, 25A, 26A, 27 e 30 (Doc. 02). Pode ser observado na DIPJ 2000 na Demonstração do Lucro Real, após as adições e exclusões a empresa apurou prejuízo no período de R$ 50.962.910,36 (ficha 10A, linha 38); no Balanço Patrimonial, apresenta prejuízos acumulados de R$ 204.306.378,88 (ficha 26A, linha 40); no Calculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real, apresenta saldo negativo de R$ 982.956,78 (ficha 13A, linha 18) e no Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, também apresenta saldo negativo de CSLL no valor de R$ 812.978,61 (ficha 30, linha 31). Ou seja, são os valores apurados na DIPJ de 2000 ano calendário 1999, recebida pela SRF via Internet pelo Agente Receptor SERPRO em 30/06/2000, que forma o Saldo Negativo de IRPJ e CSLL pleiteado pelo recorrente. Considerando o próprio entendimento contido no Despacho Decisório/DRF/BSB/Diort item 24 (fls. 1004) "o que torna retenção na fonte do IRPJ ou da CSLL indevida ou em valor maior que o devido é o ajuste ao fim do PA e apenas após este ajuste, ou seja, da comparação entre o já recolhido e o efetivamente devido ao fim do PA, é que se pode falar em pagamento a maior ou indevido, se houver apuração de saldo negativo. Este saldo negativo é que pode vir a ser restituído ou compensado". Conforme demonstrado no item anterior, o que realmente foi apurado e que a empresa requereu em 09/01/2001 foi Saldo Negativo de 1RPJ e CSLL gerados pelas retenções de Imposto de Renda e Contribuições Sociais referente à comercialização com entidades da Administração Publica, seguido as determinações da IN SRF n° 21/1997 e não a IN SRF n° 600/2005 conforme mencionado no Despacho Decisório. Fl. 1094DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.095 11 É visível a diferença de procedimentos no preenchimento de pedidos de restituição e declarações de compensação normatizados pela IN SRF n° 21/1997, com os quais atualmente encontramse sistematizados pela IN SRF n° 600/2005. Diante desses fatos, o ILMO. Chefe da DIORT ao apreciar a matéria, julgou ter ocorrido a decadência do prazo para a restituição dos saldos negativos de IRPJ e CSLL e que é incabível sua restituição ou compensação diretamente com tributos e contribuições de diferentes espécies. Convencido ter ocorrido a decadência do prazo para a restituição dos saldos negativos de IRPJ e CSLL, e não permitido a compensação, o ILMO. Chefe da D1ORT, ao analisar os PER/DCOMP n° 34460.68425.170507.1.3.021287, n° 34221.55230.300707.1.7.033069 e n° 20154.38538.300807.1.3.032225, decidiu não homologar as declarações de compensação e também, decidiu por último, cadastrar os débitos no sistema Profisc para cobrança. Entretanto, a recorrente não pode concordar com a referida decisão, na medida em que o pedido de restituição de Saldo Negativo de IRPJ e CSLL foi formalizado nos exatos termos dos Arts. 1°, 2°, 5°, 6° e 25° da 1N SRF n° 21/1997 e as declarações de compensação foram formalizados nos exatos termos da IN SRF n° 600/2005. Registrese que o aludido Recurso esta embasado na IN SRF n° 600/2005, que em seu Art. 48°, assim dispõe: (...) Diante do exposto e não tendo ocorrido a suposta decadência, e sendo permitido a restituição de Saldo Negativo de IRPJ e CSLL e sua compensação, requer de digne V.Sa. seja recebido o presente Recurso, nos seus efeitos devolutivos e supressivo, e determinar a imediata suspensão do cadastramento dos débitos no sistema Profisc para cobrança, até o julgamento final do Recurso, devendo ainda ser determinado o sobrestamento dos DARFs correspondente aos PER/DCOMPs n° 34460.68425.170507.1.3.021287, n° 34221.55230.300707.1.7.033069 e n° 20154.38538.300807.1.3.032225, por ser esta medida de mais legitima. A DRJ de Brasília proferiu decisão administrativa de primeira instancia administrativa nos seguintes termos: A manifestação de inconformidade apresentada é tempestiva e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/72. Assim sendo, dela conheço. De pronto, verificase que ocorreu a decadência do prazo para requerer a restituição do saldo negativo de IRPJ e CSLL apurados em 31121996 a 122006, pois o pedido de restituição foi feito em 04122006, ou seja, mais de cinco anos previstos Fl. 1095DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.096 12 para que a contribuinte possa pleitear a restituição (fls. 1.004, item 21). De outra feita, a Lei Complementar n° 118/2005 é clara quanto ao inicio da contagem do prazo para pleitear restituição, ou seja, o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento antecipado. Além disso, aquela mesma Lei Complementar determina em seu artigo 4° que o disposto no art. 3° aplicase a ato ou fato pretérito, por ser expressamente interpretativa. Vejase, "in verbis": Art. 3. Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do art. 150 da referida Lei. Art. 4° Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3°, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional. Por último, é pertinente esclarecer que a compensação pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei. Confirmase isto no art. 170 do CTN: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Omissis Nessa toada, relativamente ao pleito de suspensão dos débitos em discussão, registrese o comando expresso do inciso II, parágrafo 3 ° do art. 48 da IN SRF 600/2005. "in verbis": Art. 48. É . facultado ao sujeito passivo, no prazo de trinta dias, contado da data da ciência da decisão que indeferiu seu pedido de restituição ou o ressarcimento ou, ainda, da data da ciência do despacho que nãohomologou a compensação por ele efetuada. apresentar manifestação de inconformidade contra o nãoreconhecimento do direito creditório ou a nãohomologação da compensação. § 1° e §2°. Omissis. § 3° A manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, bem como o recurso contra a decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade: Fl. 1096DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.097 13 I — enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional relativamente ao débito objeto da compensação; e II não suspendem a exigibilidade do débito que exceder ao total do crédito informado pelo sujeito passivo em sua Declaração de Compensação, hipótese em que a parcela do débito que exceder ao crédito será imediatamente encaminhada à PGFN para inscrição em Divida Ativa da União. Ex positis, voto no sentido de indeferir a manifestação de inconformidade formulada, para manter o Despacho Decisório de folhas 998/1.007. A contribuinte foi intimada da decisão em 30/09/2009. Inconformada com a decisão da DRJ, esta interpôs Recurso Voluntário em 29/10/2009, alegando em síntese que: A questão não é, exatamente, a incidência da decadência sobre o documento protocolado no dia 04/12/2006, mas sim, o seu efeito em relação ao PEDIDO DE RESTITUIÇÃO formalizado pela contribuinte perante a SRF/TaubatéSP, no dia 09/01/2001. Notese que, no dia 09/01/2001, a contribuinte/recorrente protocolizou o PEDIDO DE RESTITUIÇÃO do IRPJ e CSLL efetuados no decorrer dos anos de 1996 a 2000. Não há nenhuma controvérsia com relação à decadência desse pedido. Resta entender o quê, exatamente, representa a Carta da contribuinte, protocolada no dia 04/12/2006, em relação ao PEDIDO DE RESTITUIÇÃO retro mencionado. O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO do IRPJ e CSLL protocolado no dia 09/01/2001 registrou como motivo, a "compensação de IRPJ e Contribuições Sociais sobre pagamentos feitos por entidades da Administração Pública Federal, conforme art. 64 da Lei 9430/96". Após o protocolo do PEDIDO DE RESTITUIÇÃO, a contribuinte retificou o seu pedido para fazer constar, a título de MOTIVAÇÃO DA RESTITUIÇÃO, o "SALDO NEGATIVO DE IRPJ E CSLL". Aqui, cumpre notar dois aspectos importantes: Primeiro: O pedido protocolado no dia 09/01/2001 é um PEDIDO DE RESTITUIÇÃO, nos termos do anexo I da IN 21/97 e não se trata de pedido de COMPENSAÇÃO nos termos do anexo III da mesma IN 21/97. Segundo: A Carta da contribuinte protocolizada no dia 04/12/2006 não representa novo pedido, mas tão somente é uma nota de esclarecimento com relação ao "MOTIVO DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO". Em nenhum momento, a contribuinte solicitou alterações na natureza do pedido, que é a RESTITUIÇÃO de tributos realizados a maior nos termos do art. 2° da IN 21/97, em seu inciso I, já reproduzido a fl. 999. Fl. 1097DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.098 14 Assim sendo, não pode prevalecer o equivocado entendimento de que a Carta protocolizada no dia 04/12/2006 seria um novo PEDIDO DE RESTITUIÇÃO de tributos. Ademais, no caso específico, a contribuinte comprovou nos autos, que não foi uma empresa lucrativa durante o período de apuração, ou seja, não foi lucrativa entre os anos de 1996 a 2000. A consequência legal, nos termos do art. 10 da IN SRF n° 600/2005 é que os valores a serem restituídos são exatamente os mesmos, tanto sob a rubrica que constou do PEDIDO DE RESTITUIÇÃO protocolizado no dia 09/01/2001, quanto sob a rubrica de SALDO NEGATIVO. Vale dizer, o PEDIDO DE RESTITUIÇÃO do dia 09/01/2001 não foi alterado em sua substância pela Carta do dia 04/12/2006. Em consequência, a Carta do dia 04/12/2006 apenas corrige um equívoco de fundamentação do pedido, mas não inova a sua substância. Mantevese a natureza do PEDIDO que era de RESTITUIÇÃO do valor recolhido a maior e o seu valor, tendo em vista que o somatório das antecipações realizadas a título de IRPJ e CSLL naquele período de apuração (1996 a 2000) correspondente, exatamente ao SALDO NEGATIVO no período, conforme demonstrado nas Declarações de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIPJ). Tratase de mero erro de nomenclatura que não implica na invalidação do referido PEDIDO DE RESTITUIÇÃO protocolizado no dia 09/01/2001. A propósito, a Carta do dia 04/12/2006 visando a indicação da correta motivação do PEDIDO DE RESTITUIÇÃO do dia 09/01/2001, foi protocolizada antes de qualquer decisão administrativa, por tanto deverá ser acolhida como mera retificação do pedido original e jamais como uma nova solicitação eivada pela decadência. Diante do exposto, CONSIDERANDO que a data do PEDIDO DE RESTITUIÇÃO das antecipações de IRPJ e CSLL realizadas no período de 1996 a 2000 foi protocolizado perante à SRF/TaubatéSP, no dia 09/01/2001, portanto no prazo legal, não marcado pela decadência; CONSIDERANDO que a contribuinte/recorrente apurou prejuízo fiscal durante todo o período de 1996 a 2000 e que em consequência, o somatório das antecipações de IRPJ e CSLL foi exatamente o mesmo valor do SALDO NEGATIVO DE IRPJ E CSLL, conforme demonstrado na DIPJ; CONSIDERANDO que a Carta de 04/12/2006 é mera retificação de aspecto secundário do PEDIDO DE RESTITUIÇÃO de Fl. 1098DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.099 15 09/01/2001 e não tem o condão de modificação substancial daquele PEDIDO DE RESTITUIÇÃO nem, tão pouco, de constituir novo pedido CONSIDERANDO que a Carta do dia 04/12/2006 não altera a substância do PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ORIGINAL quanto à natureza (RESTITUIÇÃO) e nem quanto ao valor da restituição devida (a contribuinte comprovou prejuízo no período de apuração), mas tão somente tem o caráter explicativo e de adequação à terminologia mais adequada, aquela Carta jamais poderia ter sido considerada como um novo pedido de restituição; CONSIDERANDO que o pedido formal encaminhado pela contribuinte/recorrente do dia 09/01/2001 é um PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS e não um pedido de COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS, aquele pedido não poderia ser apreciado sob a ótica de compensação; CONSIDERANDO toda documentação comprobatória dos autos, ESPERA a recorrente a reforma do v. Acórdão recorrido para determinar o deferimento do pedido de restituição dos tributos recolhidos a maior, a título de saldo negativo de IRPJ e CSLL no período de 1996 a 2000 e determinar a homologação das declarações de compensação contidas nos PER/DCOMP n° 34460.68425.170507.1.3.021287, n° 34221.55230.300707.1.7.033069 e n° 20154.38538.300807.1.3.032225, como medida de justiça e adequação à legalidade do ato. É o relatório! Voto Conselheiro Rafael Correia Fuso O Recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais, por isso o conheço. Antes de adentrar ao mérito, cumpre destacar nos autos os fatos e documentos apresentados, que definem a questão em análise: a) 09/11/2000 — Protocolização do processo, onde é solicitada a compensação de pretenso crédito de retenções de IRPJ e CSLL efetuadas no decorrer dos anos de 1996 a 2000, sem, no entanto, informar os débitos a serem compensados. Houve informação apenas do valor do crédito de IRPJ e da CSLL. Juntou em seu pedido planilha informando os créditos, cópias de notas fiscais apontando as retenções e os comprovantes de arrecadação CONDARF), declarações do Ministério da Defesa informando da retenção de tributos, as planilhas contendo todos os faturamentos e valores dos tributos retidos da contribuinte. Fl. 1099DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.100 16 b) 09/01/2001 — Foi anexado ao processo o pedido de restituição de retenções de IRPJ e CSLL, sem indicação dos períodos de apuração a que se referiam o pedido, juntamente com uma solicitação para que se faça compensação com os débitos por ventura existentes (fls. 598/599). Nesse caso foi intimado o contribuinte para esclarecer com que débitos a empresa gostaria de compensar. c) 04/12/2006 Foi entregue à DRF/BSB petição a fl.745, que gerou o processo n° 10166.011269/200686, onde a contribuinte vem esclarecer e solicitar que reconheçamos que a petição das fls.01 a 04 tratase na verdade de pedido de restituição de saldo negativo de IRPJ e CSLL. Dessa feita, a questão a ser analisada aqui é se a petição de fl. 745, protocolada em 04/12/2006, é ou não um pedido de aditamento daquilo que fora apresentado em 09/01/2001, ou se trata de um novo pedido de restituição. A despeito de não ter sido indicado os períodos de apuração a que se refiram o pedido, juntamente com uma solicitação para que se faça a compensação, entendo que o pedido de restituição fora protocolado em 09/01/2001, sendo que a petição de fl. 745 nada mais fez que buscou esclarecer e corrigir as formalidades do pedido inicial. Outra questão que se apresenta contraditória no âmbito formal em relação ao entendimento da DRF é o fato de considerar que houve em 09/11/2000, a protocolização do processo, onde é requerida a compensação de crédito de retenções de IRPJ e CSLL efetuadas no decorrer de 1996 a 2000, e no mesmo decisum observou que de fato há um pedido de restituição e sua posterior retificação, porém consolidando as informações concluiu que, até a data de 03/12/2006, não havia propriamente qualquer solicitação de compensação, mas apenas um pedido de restituição. Nesse sentido, não acolho os argumentos da DRF e da DRJ, de que o pedido de restituição do crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ e CSLL foram atingidos pela decadência, visto ter sido feito dentro do prazo de 5 anos contados da apuração do saldo negativo de 1996 a 2000, qual seja em 09/01/2001, devendo ser reformada as referidas decisões. A despeito da forma ter sido questionada, o fato é que o pedido de restituição fora devidamente protocolado em formulário próprio da Receita Federal em 09/01/2001. Caso o procedimento não fosse aquele, deveria a Fazenda ter recusado realizar o protocolo do pedido, o que não ocorreu. Ademais, quando se observa a decisão proferida nos autos do Processo Administrativo n° 10166.011269/200686, constatase a necessidade de se avaliar os reflexos resultantes dos pedidos de compensação frente ao pedido de restituição. Vejamos as descrições da decisão da DRJ, que atinge este julgamento. Os débitos n°s 1 e 2 estão compensados no PER/DCOMP n° 21485.45979.080208.1.3.029413, que não está sendo tratado neste processo, mas sendo analisado automaticamente pelo sistema Sief/PER/DCOMP (fl.233). No entanto, a cobrança deles é correta, pois, apesar da coincidência de valores, não se relaciona com a compensação do citado PER/DCOMP. Ela é resultante da diferença entre os pagamentos informados em DCTF e os valores validados pelo sistema Sief/Fiscalização Fl. 1100DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.101 17 Eletrônica, já que alguns pagamentos foram feitos após o vencimento dos débitos e não levaram em consideração as correspondentes multas e juros de mora. Os débitos de n°s 3 ao 12 estão em cobrança no Sief como resultado da diferença entre o valor total do débito informado em DCTF e a sua quitação mediante pagamentos ou PER/DCOMP não declarados em DCTF, porém, transmitidos pela contribuinte e imputados ao débito pelo Sief/Fiscalização Eletrônica. Isto explica o fato de, na tabela, os valores da coluna "Cobrança (Sief)" serem sempre menores do que aqueles da coluna "Valores validados (Sief)>PER/DCOMP>Valor Comp.". Logo, como os PER/DCOMP compensam valores superiores aos que estão sendo cobrados pelo Sief e esta cobrança se deve aos valores declarados nestes mesmos PER/DCOMP, sua cobrança deve ser suspensa em virtude do "recurso" apresentado, que é na verdade, uma manifestação de inconformidade à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília (DRJ/BSB). Cabe destacar que haverá necessidade de revisão dos despachos decisórios deste processo e do de n° 10860.002254/0004, além da juntada por anexação dos mesmos, pois deverá ser reconsiderada a data de apresentação do pedido de restituição do último. Este evento também afetará o despacho decisório do atual processo, dado que o direito creditório é o mesmo. Será mantida a suspensão da cobrança dos débitos proposta no 5° parágrafo, uma vez que eles retornarão à condição de suspensos "sob condição resolutória de ulterior homologação do procedimento" (de compensação), de acordo com o previsto no § 2° do art.26 da IN SRF n° 600/2005. E, por fim, lembramos que o § 6° do art. 74 da Lei 9.430/1996, alterado pelo art.17 da Lei 10.833/2003, determina que a declaração de compensação, seja protocolizada via formulário ou transmitida por PER/DCOMP, constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Considerando o disposto nos parágrafos precedentes, proponho que este processo retorne à Equipe de Execução para: a) Manter a cobrança dos débitos n" 1 e 2; b) Suspender a cobrança dos débitos de n° 3 ao 12 no Profisc; c) Proceder à juntada por anexação deste processo ao processo n° 10860.002254/0004, transferindo os débitos cadastrados no sistema Profisc para aquele processo; d) Encaminhar de volta à Sacpj o processo n° 10860.002254/00 04 para revisão de despacho decisório; e) Dar ciência deste despacho à contribuinte, observandose que ela deve desconsiderar os despachos decisórios anteriores deste processo e do de n° 10860.002254/0004. Fl. 1101DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO Processo nº 10860.002254/0004 Acórdão n.º 120100.741 S1C2T1 Fl. 1.102 18 Nestes termos, a despeito de não estar sob análise desse julgador os pedidos de compensação realizados nos autos do processo administrativo n° 10166.011269/200686, formalizados através do PER/DCOMP n° 34460.68425.170507.1.3.021287, 42079.55076.170507.1.3.039338, 34221.55230.300707.1.7.033069 (que retifica o PER/DCOMP anterior) e 20154.38538.300807.1.3.032225, caberá a DRJ analisar eventuais reflexos quanto ao reconhecimento do direito de crédito a ser restituído nos presentes autos. Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso e, no mérito, DOULHE parcial provimento, para afastar a questão quanto à decadência, devendo os autos serem remetidos à DRJ para julgamento e análise do mérito do crédito tributário retido na fonte e a composição do indébito, visto que as decisões proferidas nesses autos pautaramse apenas em negar o crédito sob o aspecto da formalidade ou da decadência, não adentrando à materialidade da composição do crédito tributário. É como voto! (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Fl. 1102DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QU, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por RAFAEL CORREIA FUSO
score : 1.0
Numero do processo: 13603.002461/2002-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Data do fato gerador: 18/02/1993 CORREÇÃO MONETÁRIA. DIFERENÇA IPC/BTNF. REVOGAÇÃO DA LEI Nº 8.200/1991. Na vigência da Medida Provisória nº 312/1993 e suas reedições até a de nº 325/1993, que revogaram a Lei nº 8.200/1991, não era devido o pagamento do imposto correspondente à correção monetária complementar da diferença IPC/BTNF, realizada em 1990. A edição da Lei nº 8.682/1993, que revigorou a Lei nº 8.200/1991 e restabeleceu a correção monetária com base no IPC/BTNF, não torna devido o valor do tributo correlacionado a esse complemento pago em quota única no período de vigência das citadas medidas provisórias e não afasta o direito da contribuinte à compensação/restituição de valor pago indevidamente ou a maior.
Numero da decisão: 1102-000.791
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de cerceamento do direito de defesa, e no mérito, observada a condição resolutiva decorrente da ação mandamental nº 2003.38.00.0631935, processada na Quinta Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, dar provimento parcial ao recurso
voluntário para reconhecer o direito creditório de IRPJ afeto a lucro inflacionário da diferença IPC/BTNF, na quantia de Cr$ 8.350.253.744,71, e homologar as compensações declaradas, no
limite do crédito reconhecido.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
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DIFERENÇA IPC/BTNF. REVOGAÇÃO DA LEI Nº 8.200/1991. Na vigência da Medida Provisória nº 312/1993 e suas reedições até a de nº 325/1993, que revogaram a Lei nº 8.200/1991, não era devido o pagamento do imposto correspondente à correção monetária complementar da diferença IPC/BTNF, realizada em 1990. A edição da Lei nº 8.682/1993, que revigorou a Lei nº 8.200/1991 e restabeleceu a correção monetária com base no IPC/BTNF, não torna devido o valor do tributo correlacionado a esse complemento pago em quota única no período de vigência das citadas medidas provisórias e não afasta o direito da contribuinte à compensação/restituição de valor pago indevidamente ou a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de cerceamento do direito de defesa, e no mérito, observada a condição resolutiva decorrente da ação mandamental nº 2003.38.00.0631935, processada na Quinta Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de IRPJ afeto a lucro inflacionário da diferença IPC/BTNF, na quantia de Cr$ 8.350.253.744,71, e homologar as compensações declaradas, no limite do crédito reconhecido. ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Presidente. Fl. 501DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 470 2 JOSÉ SÉRGIO GOMES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Albertina Silva Santos de Lima, João Otávio Oppermann Thomé, Silvana Rescigno Guerra Barreto, José Sérgio Gomes, João Carlos de Figueiredo Neto e Antonio Carlos Guidoni Filho. Relatório Em foco recurso voluntário contra decisão da 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Belo Horizonte/MG que não acolheu a solicitação de reforma do despacho decisório do Delegado da Receita Federal em ContagemMG que, por sua vez, não reconheceu o direito creditório contra a Fazenda Nacional por conta de pagamento a maior ou indevido de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e, consequentemente, deixou de homologar compensações com débitos de antecipações (estimativas) mensais do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) apuradas em outubro e novembro de 2002 e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do mês de outubro de 2002. A declaração de compensação originária se deu em meio físico (papel) e foi protocolada em 29/11/2002 indicando a repetição do pagamento havido em 18/02/1993, cujo DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) enuncia o valor de Cr$ 22.287.627.418,00. Em 26/12/2002 uma segunda declaração de compensação foi apresentada trazendo cópia do mesmo pagamento, a qual gerou a autuação do apensado processo administrativo nº 13603.002667/200270. A Delegacia da Receita Federal em ContagemMG houve por intimar a Requerente para prestação de esclarecimentos, fl. 22, vindo aos autos a resposta de fl. 25 segundo a qual os motivos da pretensão de repetir o pagamento do IRPJ efetuado em 18/02/1993 dáse em razão de que todo o saldo de lucro inflacionário existente no ano calendário de 1992 foi efetivamente realizado no mesmo período, na forma do artigo 31 da Lei nº 8.541/92 e conforme declaração do exercício de 1993, bem assim, que o pagamento é considerado indevido porque diz respeito ao lucro inflacionário afeto à diferença de correção monetária entre o IPC e o BTNF ocorrida em 1990 o que, segundo resposta dada pela Receita Federal a sua consulta, não deveria ser recolhido. Em decisório para ambos os processos, prolatado em 21/06/2004, o Delegado da Receita Federal em ContagemMG não homologou as compensações ao fundamento de ocorrência da extinção do direito de pleitear a restituição prevista no artigo 168, inciso I, do Código Tributário Nacional (CTN), em face do transcurso do prazo qüinqüenal para tanto. Inconformada, a contribuinte ingressou com manifestação de inconformidade argüindo, em síntese, que o prazo prescricional para repetir tributos sujeitos ao lançamento por Fl. 502DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 471 3 homologação é de 10 (dez) anos, segundo entendimento pacificado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não restando razão para o não reconhecimento do direito às compensações realizadas. Aquela 4ª Turma de Julgamento admitiu o inconformismo e concluiu pelo acerto da decisão do Delegado da Receita Federal em ContagemMG, isto é, ratificou o entendimento de que o prazo para o contribuinte pleitear a restituição de tributo pago indevidamente extinguese após o transcurso de cinco anos contados da data da extinção do crédito tributário. Ciente do decisório em 28 de novembro de 2005, fl. 115, a contribuinte apresentou em 02 de janeiro de 2006 o recurso e documentos de fls. 116/180 colacionando extensa doutrina do STJ no sentido de ser decenal o prazo para repetição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, incluindo julgados no sentido da inaplicabilidade das disposições da Lei Complementar nº 118, de 02 de fevereiro de 2005, que fixou o marco inicial de contagem do prazo qüinqüenal a partir do pagamento. Ao final, requereu a legalidade das compensações. Consta às fls. 181/182 ofício da autoridade preparadora endereçado à contribuinte cientificandoa que seu recurso fora apresentado intempestivamente (após 30 dias da data da ciência do acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento), motivo pelo qual se mantinham os termos e prazos das cartas de cobranças. Nesse momento processual foram encartados os expedientes de fls. 183/195, da Quinta Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, que exteriorizam a ordem judicial prolatada na ação mandamental nº 2003.38.00.0631935 no sentido de que a autoridade coatora (Delegado da Receita Federal em Contagem/MG) aprecie os pedidos de compensação tendo como base o prazo decadencial de dez anos, contados da ocorrência do fato gerador, esclarecendo que a prescrição deve ser contada pelo prazo de cinco anos, com início a partir da homologação tácita (cinco anos depois do fato gerador) ou expressa. O Delegado da Receita Federal em ContagemMG, então, exarou novo despacho abstraindose da questão decadencial/prescricional e concluiu que o pagamento efetuado em 18/02/1993 seria de todo devido. Consignou que a consulta formulada pela interessada à Receita Federal, cuja resposta foi efetivada nos termos da Decisão Disit nº 10604.292/95 (fls. 36/39), teria aplicação à situação da empresa se o saldo do lucro inflacionário existente em 31/12/1992 tivesse sido integralmente realizado, o que não ocorreu. Pontuou que o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) nº 01 registra, à página 36, a realização do lucro inflacionário “normal” em 31/12/1992 sem a adição da diferença IPC/BTNF, indiciando, então, que o pagamento efetuado em 18/02/1993 estaria tratando desta diferença e como tal indevido em razão da Lei nº 8.200/91, que a instituiu, ter desaparecido do mundo jurídico. Contudo, é fato que adveio a Lei nº 8.682/93 revigorando aquela norma e dita diferença voltou a constituir adição obrigatória ao lucro real. Assim, para se saber se haveria algum valor a ser restituído a contribuinte haveria de ter apresentado declarações retificadoras e recomposto os ajustes ao lucro real dos períodosbase após a novel norma legal. Fl. 503DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 472 4 Registrou, também, que consultou os registros da Receita Federal (SAPLI) e verificou que o saldo do lucro inflacionário em 31/12/1992, na ordem de Cr$ 94.911.580.080,00, difere daquele registrado pela interessada na página 36 do livro LALUR nº 01, uma vez que o mesmo foi alterado para Cr$ 125.291.145.190,00 por força de auto de infração e decisão de primeira instância abrigados no processo administrativo fiscal nº 13603.001049/200121 (derivado do processo nº 13603.000272/9811), pendente de julgamento no Conselho de Contribuintes. Em conseqüência, não homologou as compensações. Regularmente notificada a contribuinte ingressou com a manifestação de inconformidade de fls. 325/337 argumentando que decidiu realizar todo o saldo do lucro inflacionário com o benefício concedido pelo artigo 31 da Lei nº 8.541/92 e assim efetuou o pagamento do IRPJ em 18/03/1993, contudo, por equívoco, incluiu na base de cálculo do lucro inflacionário não somente a correção monetária pelo BTNF, mas também a diferença entre o IPC/BTNF do ano de 1990, a qual não constituía adição obrigatória porque a Lei nº 8.200/91 já não mais existia por força da Medida Provisória (MP) nº 312 e esta, sucessivamente reeditada, acabou por ser convertida na Lei nº 8.682/93, cujo artigo 10 convalida todos os atos até então praticados. Assim, convalidado o pagamento, não há falar no revigoramento da Lei nº 8.200/91 trazido pelo artigo 11 dessa mesma norma. Colacionou jurisprudência do antigo Conselho de Contribuintes dando pelo incabimento de exigência tributária para quem realizou todo o lucro inflacionário no período em que vigeu a extinção da obrigatoriedade de adição da diferença do IPC/BTNF e daí arremata: “se o tributo foi pago, sob a vigência da MP 312, com a inclusão na base de cálculo da diferença IPC/BTNF, diferença esta não exigível, parte deste tributo foi pago INDEVIDAMENTE. É a aplicação do brocardo jurídico ubi eadem ratio, ibi eadem legis dispositio (onde houver a mesma razão, aplicase o mesmo direito). SE PARA O CASO DE TER SIDO PAGO SOMENTE O BTNF NÃO HÁ QUE SE FALAR EM COMPLEMENTAÇÃO, PARA O CASO EM QUE HOUVE PAGAMENTO DA DIFERENÇA, IMPRESCINDÍVEL SE RECONHECER QUE HÁ O DIREITO À COMPENSAÇÃO” Ainda, fustigou o fundamento da decisão administrativa que se socorreu da alteração do lucro inflacionário imposta por auto de infração, pois, se a decisão reconhece que não era devido o pagamento do imposto sobre a diferença de BTNF/IPC pouco importa que esta diferença tenha sido eventualmente subavaliada à época do pagamento, já que qualquer pagamento que levasse em conta aquela diferença seria indevido. Distribuída a manifestação de inconformidade para a mesma 4ª Turma de Julgamento esta a admitiu, julgandoa improcedente. Dela, extraio os seguintes excertos: “A análise do relatório Sapli, sistema da Secretaria da Receita Federal que acompanha e controla o lucro inflacionário (fls. 239 e seguintes), a partir de informações declaradas pelo contribuinte, constante de suas DIRPJ (e Lalur) e dos Fl. 504DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 473 5 “ajustes” realizados pela SRF com base em decisões administrativas, esclarece a questão. Com a edição da Lei nº 8.200, de 1991, o Sapli passa a controlar o lucro inflacionário em parcelas distintas. A primeira, referente ao lucro inflacionário corrigido pela BTNF (já sujeita à tributação) e a segunda, do lucro inflacionário corrigido pela diferença IPC/BTNF, que só sofreria tributação a partir de 1993. A impugnante, em 14/06/2004, em resposta à intimação, fl. 25, informa que todo o saldo do lucro inflacionário existente no anocalendário de 1992 Cr$ 94.911.540.080,00 foi efetivamente realizado no mesmo período, conforme cópia da DIRPJ. Não é o que se constata no Sapli (fl. 240). Com fundamento em decisões administrativas, os valores informados pelo contribuinte (DIRPJs) sofreram alterações que foram ali registradas. Assim, verificase que no 2o semestre de 1992, o valor do lucro inflacionário acumulado a realizar (corrigido somente pela BTNF) era de Cr$ 125.291.145.190. Da DIRPJ/93, fl. 29v – Demonstração do lucro real, 2o semestre de 1992, verificase que a impugnante realizou o valor de Cr$94.911.540.080,00 a título de lucro inflacionário, porém não pagou tributo devido à apuração de prejuízo fiscal. Concluise que: a) a impugnante não realizou todo o lucro inflacionário acumulado (corrigido somente pelo BTNF), no anocalendário de 1992; restando saldo a realizar no valor de Cr$ 30.379.605.110 e b) no valor indicado Cr$ 125.291.145.190, lucro inflacionário acumulado não está incluído qualquer correção referente à diferença IPC/BTNF. ............................................................................................................... A impugnante argumenta que em fevereiro de 1993, aproveitou a alíquota incentivada e quitou o lucro acumulado corrigido pelo BTNF e também o referente à correção pela diferença IPC/BTNF. E, acrescenta, como o valor referente ao lucro inflacionário decorrente da diferença IPC/BTNF não era devido (MP 312, de 1991), o pagamento ficou a maior. De fato, se durante a vigência da MP 312, de 1993, a impugnante houvesse requerido a restituição do valor pago indevidamente, sua solicitação deveria ser acolhida, eis que parte do pagamento constante do DARF de fl. 03, estaria a maior, de acordo com a legislação vigente. Ocorre que, com a edição da Lei nº 8.682, de 1993, a Lei nº 8.200, de 1991, foi revigorada e o saldo credor de correção monetária diferença IPC/BTNF, que durante a vigência da MP 312, de 1993, não era devido passou a ser novamente devido, e desde a data da edição da Lei nº 8.200, de 1991. No caso, o valor do saldo credor da dif. IPC/BTNF passou a integrar o lucro inflacionário, tal como se apresenta no Sapli, fl. 240, no montante de CR$ 497.811.901 (380.735.680.618,00 * 1,3075), como já demonstrado no quadro acima, nada restando a restituir. Verificase que o montante realizado pela impugnante, em janeiro de 1993 (39.709.704,36 UFIR * 5% = 1.985.485,22 UFIR ou CR$ 381.095.224, fls. 23, foi devidamente deduzido do saldo do lucro inflacionário total até aquela data, como indicado no SAPLI, fl. 240, nada restando do valor recolhido no Darf de fl. 03, a ser restituído.” Fl. 505DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 474 6 Cientificada em 23 de abril de 2007, fl. 384, a contribuinte apresentou em 23 do mês seguinte o recurso de fls. 385/410 destacando que as razões da decisão da 4ª Turma de Julgamento são diversas daquelas expostas pelo Delegado da Receita Federal em Contagem MG e que a remessa do recurso diretamente para o Conselho de Contribuintes cerceará seu direito de defesa e impedirá o contraditório em primeira instância de julgamento, o que ofende os princípios constitucionais do devido processo legal, incumbindo, pois, que a Turma da Delegacia de Julgamento aprecie suas razões. No mérito, reprisa o inconformismo já apresentado contra a decisão do Delegado da Receita Federal em ContagemMG. Já em relação aos fundamentos adotados pelo acórdão da 4ª Turma de Julgamento da Delegacia de Julgamento em Belo Horizonte diz que este indefere seu pedido de compensação pelo simples fato de ter sido formulado após a conversão da MP nº 312 na Lei nº 8.682/93, que revigorou os efeitos da Lei nº 8.200/91, antes revogada pela própria MP 312, o que se mostra destoante das mais basilares normas de Direito Tributário. Entende, em suma, que a discussão está centrada no regime jurídico aplicável: o da época do pagamento ou do pedido de compensação. Aduz, também, que a validação dos efeitos da MP tem como efeito a validação dos pagamentos efetuados, dentre eles aquele realizado a maior, carecedor de restituição nos termos do artigo 165 do CTN. Ao final, requereu o provimento à preliminar ou, se assim não for entendido, a reforma da decisão recorrida e conseqüente homologação das compensações. Por força da Resolução nº 110300.012, de 25 de janeiro de 2010, fls. 438/444, a douta Terceira Turma Ordinária desta Câmara acordou, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência a fim de que se aguardasse o desfecho do contencioso instaurado no processo administrativo nº 13603.001049/200121, o qual abriga auto de infração que modificou o lucro inflacionário da contribuinte. Às fls. 455 e seguintes encontrase encartada cópia do Acórdão prolatado pela Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes sob nº 10196892, bem assim, despachos de inadmissibilidade de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais. A decisão definitiva restou assim ementada: “IRPJ LUCRO INFLACIONÁRIO REALIZADO Tendo a pessoa jurídica optado pela tributação integral do lucro inflacionário acumulado e do saldo credor da correção complementar monetária IPC/BTNF existente em 31 de dezembro de 1992 em cota única, à alíquota de cinco por cento, o fato imponível da obrigação tributária é todo o estoque existente naquela data, e a partir daí, nasce o direito do Fisco constituir o crédito tributário sobre eventuais diferenças não oferecidas à tributação. Não procedido o lançamento no prazo de cinco anos, o crédito resta extinto pela decadência.” Fl. 506DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 475 7 É o relatório, na síntese que se fez possível. Voto Conselheiro José Sérgio Gomes Não vislumbro cerceamento do direito de defesa no fato das razões recursais serem encaminhadas diretamente a este Conselho, sem reapreciação delas por parte da 4ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo HorizonteMG, visto que o procedimento deriva de lei, a ver: “Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 74 ..................................................................................... § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação.” O fato de a decisão recorrida adotar fundamentos jurídicos diferentes daqueles enunciados pela autoridade fiscal que primeiro apreciou as declarações de compensação (Delegado da Receita Federal em ContagemMG) não implica qualquer impedimento ao contraditório, ainda mais quando se considera salvaguardado de todo o seu direito de inconformismo perante esta Corte Administrativa, oportunidade na qual lhe é facultado deduzir todas as razões que entender necessárias. Por outro lado, inexistindo, no caso, omissão por parte das autoridades antecedentes na apreciação de matéria trazida ao debate, indefiro o pedido de baixa do processo à origem. Quanto ao mérito, tenho que independentemente do entendimento que se tenha por aplicável quanto ao prazo decadencial para a repetição de tributos, se qüinqüenal ou decenal, remanesce dos autos que dita questão foi entregue ao Poder Judiciário, vigendo, inclusive, ordem judicial prolatada nos autos da ação mandamental nº 2003.38.00.0631935, processada na douta Quinta Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, no sentido de que as decisões administrativas apreciem o pleito em comento abstraindose dessa questão, é dizer, considerem o pedido como se tempestivo fosse. De acordo com o princípio constitucional da unidade de jurisdição consagrado no art. 5.º, XXXV, da Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988, a decisão judicial sempre prevalece sobre a decisão administrativa. Desse modo, a ação judicial tratando de determinada matéria infirma a competência administrativa para decidir de modo diverso, Fl. 507DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 476 8 afinal, se todas as questões podem ser levadas ao Poder Judiciário, a ele é a quem é conferida a capacidade de examinálas de forma definitiva e com o efeito de coisa julgada. A compensação, em caso de reconhecimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional operarseá sob condição resolutiva, já que o decisório judicial ainda não transitou em julgado. Noutras palavras: acaso a decisão judicial vier a ser reformada, declarando o prazo decadencial/prescricional de cinco anos para o direito de restituição, a homologação da compensação porventura aqui reconhecida tornarseá de todo ineficaz, restabelecendose a exigência dos tributos então compensados. Pois bem. Até o advento da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, vigia a Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989, que instituíra o BTN Fiscal (BTNF) como referencial de indexação de tributos e contribuições de competência da União e impunha a correção monetária do balanço patrimonial das empresas, determinando, ainda, que o saldo credor dessa conta, após ajustes definidos, constituiria lucro inflacionário a ser computado na determinação do lucro real, base que serve ao cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica. Regrava, também, o diferimento da tributação do lucro inflacionário na parte considerada não realizada, assim entendida aquela que ultrapassava a relação percentual entre o valor dos bens e direitos do Ativo Permanente e o valor desses integrantes do Patrimônio Líquido, respeitada, ainda, realização mínima de 5% (cinco por cento) em cada períodobase. Por fim, o mecanismo de registro e controle é definido por seu artigo 21, § 3º, a ver: “§ 3° O lucro inflacionário a tributar será registrado em conta especial do Livro de Apuração do Lucro Real, e o saldo transferido do períodobase anterior será corrigido monetariamente, com base na variação do valor do BTN Fiscal entre o dia do balanço de encerramento do períodobase anterior e o dia do balanço do exercício da correção.” Em 28 de junho de 1991 foi publicada a Lei nº 8.200 definindo outro indexador monetário, bem assim, dispondo sobre a correção monetária das demonstrações financeiras do anterior ano de 1990 e demarcou, quanto a esta, que os efeitos tributáveis darse iam a partir do ano de 1993, a ver: “Art. 1º Para efeito de determinar o lucro real base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas a correção monetária das demonstrações financeiras anuais, de que trata a Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989, será procedida, a partir do mês de fevereiro de 1991, com base na variação mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). ................................................................................................. Fl. 508DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 477 9 Art. 3º A parcela da correção monetária das demonstrações financeiras, relativa ao períodobase de 1990, que corresponder à diferença verificada no ano de 1990 entre a variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e a variação do BTN Fiscal, terá o seguinte tratamento fiscal: I .................................................................................. II será computada na determinação do lucro real, a partir do períodobase de 1993, de acordo com o critério utilizado para a determinação do lucro inflacionário realizado, quando se tratar de saldo credor.” Ocorre que a Medida Provisória nº 312, de 11 de fevereiro de 1993, revogou expressamente a Lei nº 8.200/91 (art. 7º), e este comando foi reprisado nas sucessivas medidas provisórias reeditadas para convalidar os atos anteriores até que a Medida Provisória nº 325, de 14 de junho de 1993, houve por ser convertida na Lei nº 8.682, de 14/07/1993. Esta, por sua vez, em sentido oposto, cuidou de revigorar a Lei nº 8.200/91. Permeia a questão, ainda, a Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, que trouxe o seguinte incentivo fiscal: “Art. 31. À opção da pessoa jurídica, o lucro inflacionário acumulado e o saldo credor da diferença de correção monetária complementar IPC/BTNF (Lei n° 8.200, de 28 de junho de 1991, art. 3°) existente em 31 de dezembro de 1992, corrigidos monetariamente, poderão ser considerados realizados mensalmente e tributados da seguinte forma: I 1/120 à alíquota de vinte por cento; ou II 1/60 à alíquota de dezoito por cento; ou III 1/36 à alíquota de quinze por cento; ou IV 1/12 à alíquota de dez por cento, ou V em cota única à alíquota de cinco por cento. ............................................................................................... § 4° A opção de que trata o caput deste artigo, que deverá ser feita até o dia 31 de dezembro de 1994, será irretratável e manifestada através do pagamento do imposto sobre o lucro inflacionário acumulado, cumpridas as instruções baixadas pela Secretaria da Receita Federal.” O deslinde da controvérsia, portanto, consiste em definir se eventual recolhimento do IRPJ condizente à parcela da diferença IPC/BTNF do ano de 1990, realizado no interstício de 11/02/1993 a 13/07/1993 e sob o abrigo do benefício fiscal do artigo 31, inciso Fl. 509DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 478 10 V, da Lei nº 8.541, de 1992, caracteriza pagamento indevido e, como tal, sujeito ao instituto da repetição tributária. Tenho que a retirada do ordenamento jurídico da Lei nº 8.200, de 1991, pela Medida Provisória nº 312 e reedições induz ao entendimento inequívoco de que os contribuintes ficaram eximidos da determinação fiscal inserta no artigo 3º, inciso II, em comento. Diante disto, eventual pagamento pela tributação incentivada prevista no artigo 31 da Lei nº 8.541/1992, abarcando o IRPJ sobre o estoque de lucro inflacionário calculado com o BTNF (ordinário) e com a diferença IPC/BTNF (especial), no momento em que se encontrava revogada a Lei nº 8.200, de 1991, afigurase indevido em relação a esta última parcela. Em suma, o fato da Lei 8200, de 1991, ter sido revigorada não invalida os atos praticados no período em que esteve revogada. O pagamento, na época, relativo ao imposto de renda sobre o saldo do lucro inflacionário diferença IPC/BTNF não era devido. E, como tal, atrai a hipótese de que trata o inciso I do artigo 165 do CTN, pois que inexistente previsão legal exigindo o tributo, naquele momento, em relação a esta específica base de cálculo, a ver: “ Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;” O revigoramento da norma de origem trazido pela Lei nº 8.682, de 1993, implica, apenas, que se o valor do saldo do lucro inflacionário da diferença IPC/BTNF não foi submetido à tributação durante a vigências dessas Medidas Provisórias deve ser novamente submetido às regras estabelecidas pelas Leis nº 8.200, de 1991, e 8541, de 1992. Assim delineado, passo à análise do pagamento realizado em 18/02/1993, fl. 03, almejado com a pecha de maior que o devido. Reportandose à consulta formulada pela Recorrente à Receita Federal nos idos de 1995, posteriormente ao pagamento efetuado, ela assim se posicionou, fl. 36: “A interessada esclarece que: a) usufruindo do beneficio fiscal de que trata o art. 31 da Lei n° 8.541, de 23 de dezembro de 1992, efetuou o recolhimento do imposto de 5% (cinco por cento) sobre o lucro inflacionário acumulado em 31/12/92, em fevereiro de 1993; b) em virtude da revogação da Lei n° 8.200/91 pelo artigo 7º da Medida Provisória n° 312, de 11/02/93, aplicou a alíquota do imposto somente sobre o montante do lucro inflacionário Fl. 510DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 479 11 normal, não levando em conta o valor correspondente à correção monetária complementar da diferença do IPC/BTNF realizada em 1990 em decorrência da aplicação da lei revogada; ................................................................................................... A vista do exposto, indaga: 1) Considerando que, quando do recolhimento do tributo correspondente ao lucro inflacionário acumulado até 31 de dezembro de 1992, a Lei n° 8.200/91 encontravase revogada, é correta a afirmação de que na situação descrita na consulta operouse a total extinção do crédito tributário a título de imposto de renda sobre o lucro inflacionário acumulado até dezembro de 1992? 2) Ainda que se considere a restauração da Lei n° 8.200/91, pela Lei n° 8.682/93, é válido dizer que sua força de observância só se verifica a partir da data da vigência da lei repristinatória, em virtude do disposto no § 3º , do art. 2º , da Lei de Introdução ao Código Civil, e que por isso mesmo, não há que se falar em saldo do imposto de renda a pagar, decorrente do saldo credor pela diferença entre o IPC/BTNF? 3) Tendo em vista a eventual hipótese de existência de saldo de tributo a pagar, como deve proceder para regularizar a situação fiscal reflexa do saldo credor de IPC/1990 e da diferença de correção monetária do lucro inflacionário de 1990? Portanto, dizia a Recorrente, expressamente, que no pagamento do IRPJ então efetuado não se encontrava inclusa a parcela do lucro inflacionário da diferença do IPC/BTNF. Mais, questionava qual seria o procedimento para regularizar o tributo não recolhido a este título. Sete (7) anos depois, em 2002, trouxe as declarações de compensação em foco defendendo realidade diametralmente oposta: haveria no pagamento de fevereiro de 1993, sim, parcela afeta ao lucro inflacionário decorrente da diferença IPC/BTNF e, como tal, passível de restituição. Nada obstante estranhável o antagonismo tenho que a premissa basilar em tema de reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional centrase na averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática em todos os seus limites, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Em resumo: a verificação da liquidez e certeza do crédito é operação que exige provas e contas. Considerando que o § 1º do artigo 33 do Decreto nº 332, de 04 de novembro de 1991, estipula que a diferença entre a correção monetária com base no IPC e no BTN Fiscal apurada no ano de 1990 seja escriturada apartadamente, bem assim, que o artigo 21, § 3º, da Lei nº 7.799, de 1989, elegeu o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) como fonte dos controles desta temática, impende avaliar os registros originários nele levados pela contribuinte, plenamente subsistentes em razão da não prevalência do lançamento fiscal tratado Fl. 511DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 13603.002461/200240 Acórdão n.º 1102000.791 S1C1T2 Fl. 480 12 no processo administrativo nº 13603.001049/200121 o qual, a propósito, originou o sobrestamento deste feito ante a possibilidade de modificações no lucro inflacionário inseridas por aquele ato administrativo. Assim procedendo, defrontase à fl. 236 com cópia da página 37 do LALUR tratando da conta “Lucro Inflacionário 1990 – IPC x BTNF – Lei 8.200/91” e que dá pelo saldo, em 30/06/1992, de Cr$ 35.984.940.629,44 e ainda um último registro intitulado “transporte para o livro 02 (dois)”. Admito a eficácia dessa cifra, seja porque referido livro extracontábil não fora impugnado pelo Fisco, seja, principalmente, porque ela foi assimilada pelo sistema da Secretaria da Receita Federal que acompanha e controla o lucro inflacionário (SAPLI), fl. 240. Por conseguinte, sabendose que o fator de correção monetária aplicável para o segundo semestre de 1992 foi de 3,5495 (três inteiros vírgula cinco mil quatrocentos e noventa e cinco décimos de milésimos) chegase ao lucro inflacionário, em 31 de dezembro de 1992, na ordem de Cr$ 127.728.546.764,19. Ainda, considerando que no anocalendário de 1993 o período de apuração do imposto de renda das pessoas jurídicas passou a ser mensal, bem assim, que o fator de correção monetária para o mês de janeiro daquele ano foi definido em 1,3075 (um inteiro vírgula três mil e setenta e cinco décimos de milésimos), sobressai lucro inflacionário nessa época na importância de Cr$ 167.005.074.894,18. Finalmente, consabido que a contribuinte utilizouse da alíquota tributária incentivada de 5% (cinco por cento) prevista no inciso V do artigo 31 da Lei nº 8.541, de 1992, concluise que do pagamento de Cr$ 22.287.627.418,00 havido em 18/02/1993 emerge indébito fiscal a quantia de Cr$ 8.350.253.744,71 (oito bilhões, trezentos e cinquenta milhões, duzentos e cinqüenta e três mil, setecentos e quarenta e quatro cruzeiros e setenta e um centavos), qual seja, 5% (cinco por cento) de Cr$ 167.005.074.894,18. Com tais razões, VOTO pela rejeição da preliminar de cerceamento do direito de defesa e, no mérito, observada a condição resolutiva já dissertada, pelo provimento parcial do recurso voluntário para reconhecer o direito creditório contra a Fazenda Nacional, relativo a pagamento a maior de IRPJ afeto a lucro inflacionário da diferença IPC/BTNF, na quantia de Cr$ 8.350.253.744,71 (oito bilhões, trezentos e cinquenta milhões, duzentos e cinqüenta e três mil, setecentos e quarenta e quatro cruzeiros e setenta e um centavos), seguindose a homologação das compensações que lhe decorrer. documento assinado digitalmente José Sérgio Gomes Relator Fl. 512DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 17/09/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 13851.000845/2001-15
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário: 2000
SALDO NEGATIVO. COMPROVANTE DE RETENÇÃO. DOCUMENTO HÁBIL. RECONHECIMENTO.
Ao final do período de apuração pode ser compensado o imposto de renda retido na fonte devidamente atestado mediante comprovante de retenção emitido em nome do requerente pela fonte pagadora, salvo se houver prova nos autos de que tal documento não retratou a realidade.
Numero da decisão: 1103-000.730
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento PARCIAL ao recurso, para reconhecer o direito creditório adicional de R$38.762,54 (valor original) e homologar as compensações até tal limite, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO
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COMPROVANTE DE RETENÇÃO. DOCUMENTO HÁBIL. RECONHECIMENTO. Ao final do período de apuração pode ser compensado o imposto de renda retido na fonte devidamente atestado mediante comprovante de retenção emitido em nome do requerente pela fonte pagadora, salvo se houver prova nos autos de que tal documento não retratou a realidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento PARCIAL ao recurso, para reconhecer o direito creditório adicional de R$38.762,54 (valor original) e homologar as compensações até tal limite, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro – Relator (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva. Fl. 821DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 641 2 Relatório Tratase de Pedido de Restituição (fl.01), protocolizado em 31/07/01, cujo crédito seria oriundo de “IRPJ pago a maior referente DIPJ 2001, Ano Calendário 2000” (saldo negativo, conforme DIPJ – fl.23), no valor originário de R$1.107.253,37. Posteriormente, foram anexados aos autos Pedidos de Compensação (fls.78/94, 353/399, 402/408) e PER/DCOMP (fls.410/419, 451/474). A autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil deferiu parcialmente o direito creditório, no valor originário de R$1.067.167,34, e homologou as compensações até tal limite, bem como reconheceu a homologação tácita daquelas declaradas há mais de cinco anos da ciência (28/11/07 – fl.476) do despacho decisório (fls.478/485). Na oportunidade, não foi aceita a integralidade do imposto de renda retido por duas fontes pagadoras. In verbis: “No tocante aos valores informados pela fonte pagadora ITAPARICA S/A EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS (CNPJ nº 13.575.295/000176) verificase que, além de não existir nos sistemas informatizados da RFB a DIRF referente a estes valores, não se constata a liquidez e certeza dos valores pleiteados, eis que efetuando o cotejamento dos valores de IRRF do informe de rendimentos de fl.62 e os valores existentes na escrituração contábil constatase uma série de divergências (...). Em relação aos valores pleiteados referentes às retenções efetuadas pela fonte pagadora CEMIG, CNPJ 17.155.730/0001 64, a empresa juntou apenas o informe de rendimentos de f1.67, o qual apresenta, para o anocalendário 2000, a retenção de R$203,48 no mês de junho de 2000. Tal valor não se ampara nos valores que o contribuinte informou na DIPJ e, menos ainda, com os valore informados à RFB pela fonte pagadora, através da DIRF de fl.429.” Em 28/12/07, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls.486/488), nos seguintes termos: “Em relação à empresa Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos, esta empresa, conforme DECLARAÇÃO em anexo, informa e comprova através de seus documentos contábeis (cópia do Diário Geral), que realizou declaração e pagamento de Juros sobre o Capital Próprio no período acima compreendido, bem como realizou as devidas retenções e recolhimentos do IRRF sobre as declarações. Fl. 822DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 642 3 Em contrapartida, a empresa Brasil Warrant Administração de Bens e Empresas S/A. por ser beneficiária de parte dos referidos Juros sobre o Capital Próprio, contabilizou e tributou a referida receita, conforme demonstrado em sua DIPJ, e portanto, tem o direito de compensar o respectivo IRRF incidente sobre tal receita. Dessa forma, o Despacho Decisório ora impugnado deve ser parcialmente reformado e, assim, deferida a restituição do crédito requerido pela Requerente, no valor de R$ 1.105.922,68 (valor total de R$ 1.107.253,37 () R$ 1.330,69 de IRRF da empresa CEMIG, sem comprovação). Diante do exposto, requerse seja a presente manifestação de inconformidade julgada procedente, para o fim de que, reformado parcialmente o Despacho Decisório, seja deferida também a restituição do valor de R$ 1.105.922,68, e, com a conseqüente homologação das compensações incidental mente realizadas, por imperativo dos principias da estrita legalidade e da verdade material.” A Quinta Turma da DRJ – Ribeirão Preto (SP) indeferiu a manifestação de inconformidade, nos termos do acórdão nº 1419.833, que recebeu a seguinte ementa (fl.559): DIREITO CREDITÓRIO. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da certeza e liquidez quanto ao crédito que pretende seja reconhecido junto à Fazenda Pública. IRFON RETIDO E NÃO RECOLHIDO. A indisponibilidade dos bens públicos e o principio do interesse público autorizam objetar restituição de quantias tidas como retidas de pessoa jurídica, a titulo de imposto de renda retido na fonte incidentes sobre juros sobre o capital próprio, e não recolhidas ao Erário pela sociedade retentora, quando restar caracterizado que ambas são administradas pelos mesmos gestores, ou uma administre outra, ainda que a dívida se encontre confessada, em processo de parcelamento ou objeto de pedido ou de declaração de compensação, pois ainda não resolvida, definitivamente, a extinção do crédito tributário cuja repetição se almeja. No recurso voluntário (fls.598/608), sustentase: a) no acórdão recorrido haveria diversas ilações que não dizem respeito à efetividade do direito creditório, a exemplo de a Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos ser sua coligada ou controlada ou os procuradores de ambas as sociedades serem os mesmos, estando alicerçadas em suposições e argumentos de ordem subjetiva; b) o IRRF, referente a juros sobre o capital próprio pago pela Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos, teria sido contabilizado e constaria de sua DIPJ, bem como do informe de rendimentos fornecido por aquela sociedade, que atestaria o montante de R$258.417,01 de rendimentos a título de juros sobre o capital próprio, e R$38.762,54 de IRRF; Fl. 823DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 643 4 c) o art.55 da Lei nº 7.450/85 exigiria, para possibilitar a compensação do imposto de renda retido na fonte, apenas comprovante de retenção emitido pela fonte pagadora dos rendimentos; d) o fato de o informe de rendimentos ter sido emitido em uma data próxima ao pedido de restituição não comprometeria a veracidade das informações nele prestadas. “Quando muito, tal fato poderia sujeitar a fonte pagadora ao pagamento de multa, nos termos do artigo 6º da Instrução Normativa SRF n. 698, de 20.12.2008, por atraso na entrega do comprovante de retenção, mas não destituir de validade o documento fornecido a destempo”; e) na DIPJ (Ficha 6, Linha 23) constaria declaração de R$ 258.416,91 a título de rendimentos de juros sobre o capital próprio pagos pela Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos; f) no livro Razão teriam sido escrituradas, nas contas contábeis 22.004 e 22.019, as retenções realizadas pela Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos, no total de R$ 38.762,54; g) o livro Diário da Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos também indicaria os montantes de juros sobre capital próprio pagos à recorrente; h) decisões do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes reafirmariam que as retenções podem ser demonstradas por qualquer meio de prova, e sua utilização independeria da comprovação do respectivo recolhimento ou de correção de DIRF, pela fonte pagadora; i) a sua obrigação, para fins de comprovação da retenção, limitarseia à apresentação do informe de rendimentos, não do DARF comprobatório do recolhimento do tributo; j) decisões administrativas infirmariam o emprego de argumentos subjetivos por parte do Fisco. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, Relator. Inicialmente, acerca da tempestividade do recurso, cabem breves considerações. Não obstante o Aviso de Recebimento – AR, relativo ao envio do acórdão recorrido, indicar aparentemente como data de entrega 05/11/08 (fl.595) a grafia não permite afirmar tal fato com a segurança necessária , pesquisa no site dos Correios na internet (fl.619) indica que a entrega efetivouse em 06/11/08 (quintafeira). Acrescentese que a unidade de origem da Secretaria da Receita Federal do Brasil ao enviar o processo a este Conselho não opôs objeção relacionada à tempestividade. Dessa forma, considerandose aquela última data, poderia o contribuinte ter interposto o recurso voluntário até 06/12/08. Como tal dia foi um sábado, nos termos do art.5º do Decreto nº 70.235/72, o vencimento do prazo ocorreu na segundafeira (08/12/08), “primeiro dia de expediente normal no órgão em que corra o processo”, quando o recurso foi protocolizado (fl.598). Fl. 824DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 644 5 Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário, e passase ao seu exame. Como relatado, a importância de R$38.762,54 a título de retenção na fonte por Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos, não foi aceita por duas razões. A primeira, por inexistir DIRF. A segunda, por divergências constatadas entre os valores constantes do informe de rendimentos (fl.62) e da escrituração (fls.132/150). Da tabela confeccionada no despacho decisório, abaixo reproduzida, verifica se que os totais anuais de IRRF informados pela fonte pagadora e escriturado são idênticos, de onde se depreende que a conclusão acima resulta de uma análise mês a mês, quando de fato percebese alguma inconsistência: Mês IRRF (Informe de rendimentos) IRRF (Escrituração) Fevereiro 4.854,15 Março 2.525,13 8.208,33 Abril 3.312,36 3.584,26 Maio 1.137,07 1.446,13 Junho 3.576,95 3.910,93 Julho 3.261,12 3.495,59 Agosto 3.807,52 4.085,15 Setembro 1.442,69 1.614,70 Outubro 3.734,02 4.070,38 Novembro 6.871,86 7.145,59 Dezembro 4.239,67 1.201,48 Total 38.762,54 38.762,54 Conforme legislação de regência e instruções contempladas no Manual do Imposto de Renda Pessoa Jurídica de 2001 – Majur, o documento hábil a comprovar a retenção do imposto na fonte, para fins de compensação pelo beneficiário dos respectivos rendimentos, é o comprovante de retenção. Vejamos: Lei nº 8.981, de 20/01/95 Art. 34. Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir, do imposto apurado no mês, o imposto de renda pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo correspondente (arts. 28 ou 29), bem como os incentivos de dedução do imposto, relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, ValeTransporte, Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, Atividades Culturais ou Artísticas e Atividade Audiovisual, observados os limites e prazos previstos na legislação vigente. (Redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995) Art. 37. Sem prejuízo dos pagamentos mensais do imposto, as pessoas jurídicas obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real (art. 36) e as pessoas jurídicas que não optarem pelo regime de tributação com base no lucro presumido (art. 44) deverão, para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada anocalendário ou na data da extinção. Fl. 825DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 645 6 ..... § 3º Para efeito de determinação do saldo do imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: ..... c) do Imposto de Renda pago ou retido na fonte, incidentes sobre receitas computadas na determinação do lucro real; Decreto nº 3.000, de 26/03/99 Art.942. As pessoas jurídicas de direito público ou privado que efetuarem pagamento ou crédito de rendimentos relativos a serviços prestados por outras pessoas jurídicas e sujeitos à retenção do imposto na fonte deverão fornecer, em duas vias, à pessoa jurídica beneficiária Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, em modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal (Lei nº 4.154, de 1962, art. 13, §2º, e Lei nº 6.623, de 23 de março de 1979, art. 1º). Parágrafo único. O comprovante de que trata este artigo deverá ser fornecido ao beneficiário até o dia 31 de janeiro do ano calendário subseqüente ao do pagamento (Lei nº 8.981, de 1995, art. 86). Art.943. A Secretaria da Receita Federal poderá instituir formulário próprio para prestação das informações de que tratam os arts. 941 e 942 (DecretoLei nº 2.124, de 1984, art. 3º, parágrafo único). ..... §2º O imposto retido na fonte sobre quaisquer rendimentos ou ganhos de capital somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, quando for o caso, se o contribuinte possuir comprovante da retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora, ressalvado o disposto nos §§1º e 2º do art. 7º, e no §1º do art. 8º (Lei nº 7.450, de 1985, art. 55). Lei nº 7.450, de 23/12/85 Art 55 O imposto de renda retido na fonte sobre quaisquer rendimentos somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, se o contribuinte possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos rendimentos. Majur 2001 Linha 12A/13 — Imposto de Renda Retido na Fonte Indicar o valor correspondente ao imposto de renda retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo do imposto devido. Informar, também, o valor do imposto pago ou retido na fonte no período, a titulo de antecipação, correspondente a rendimentos ou receitas que integram o lucro real, inclusive o retido sobre rendimentos auferidos em operações day trade. Fl. 826DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 646 7 Atenção: 1) No caso de apuração anual do imposto, não deverão ser incluídos os valores do imposto retido ou pago durante o ano calendário e que tenham sido deduzidos nos recolhimentos mensais do imposto. 2) Os valores excedentes de imposto de renda retido na fonte não utilizados na apuração do imposto de renda mensal, no transcorrer do anocalendário, deverão ser informados nesta linha, independentemente de limite. 3) Não há limite de dedução do imposto de renda na fonte para as pessoas jurídicas que apuram o imposto de renda trimestral. Imposto Compensável: Nesta linha poderá ser indicado o valor do imposto pago ou retido na fonte sobre: (...) e) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ou de ganhos líquidos mensais de renda variável, inclusive o retido sobre rendimentos auferidos em operações day trade; f) os juros remuneratórios de capital de que trata o art. 9° da Lei n° 9.249, de 1995; (...) Atenção: 2) O imposto retido na fonte somente poderá ser compensado se a pessoa jurídica possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora. Postos os dispositivos normativos que regem a matéria, observase, no caso concreto, que a Secretaria da Receita Federal do Brasil não questionou o oferecimento à tributação dos rendimentos pagos por Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos. A propósito, em primeira instância, por exemplo, ao analisar a documentação acostada aos autos, o ilustre Julgador da DRJ – Ribeirão Preto (SP), relator do acórdão, concluiu: “Como visto, o tema encontrase restrito ao imposto de renda que teria sido retido pela fonte pagadora, qual seja, a empresa Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos. Assim, a defesa busca o reconhecimento do direito creditório do valor de R$38.762,54 tomando por base o comprovante anual de rendimentos encartado à fl.62, ratificado pela declaração de fl.489 e documentos de fls.515/556, enquanto o despacho decisório houve por desconsiderar a alegada retenção em face da inexistência da DIRF noticiando a cifra pretendida e pelas divergências entre os valores mensais constantes na escrituração com aqueles enunciados pelo referido comprovante anual. Fl. 827DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 647 8 O lucro real informado na linha 46 da Ficha 09A da Declaração de Informações EconômicoFiscais (DIPJ), na ordem de R$112.106,78, encontrase expresso na página 13 do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), presente à fl.223, como também, no Demonstrativo de Resultados do Exercício transcrito na fl. 172 do Livro "Diário” e encartado à fl.246 do processo. Desta cifra decorre o imposto de renda anual na importância de R$16.816,02, declarado na linha 01 da Ficha 12A da DIPJ, fruto da aplicação da alíquota legal de 15% (quinze por cento). Atendida a condição da identidade das cifras, é dizer, observado que a contribuinte busca a repetição do saldo negativo do imposto de renda, assim aflorado em razão do cômputo do imposto de renda retido na fonte, lastreada nos resultados registrados em sua contabilidade comercial e fiscal, e não apenas com base na Declaração de Rendimentos, resta analisar o cumprimento dos demais requisitos para o reconhecimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional. Dentre eles, notadamente, a oferta à tributação das receitas que ensejaram as retenções, em face do artigo 37, §3º, "c” da Lei n° 8.981, de 20/01/1995 e a constatação das retenções. A copia do livro "Razão” às fls.171, 175, 179, 183, 187, 192, 196, 200 e 207 trata dos juros recebidos da empresa Itaparica S/A. Empreendimentos Turísticos e registra o cômputo de receitas na ordem de R$258.416,91, levadas à conta de resultado juntamente com juros sobre capital próprio recebidos de outras fontes, fl.207. Consta, também, o demonstrativo de fls.153/154 onde a contribuinte expressa que ditos juros, somados a outros de idêntica natureza, recebidos de Cemig, Petrobrás, Telepar, Units, Unibanco, Embraer, Bradesco, Brasil Telecom, Sabesp e Copel perfazem os R$2.126.873,97 inseridos na linha 23 da Ficha 06A da DIPJ. Creio atendido, portanto, este requisito. No que toca à efetividade das retenções do imposto há o documento de fl.62 que, a ver pelo artigo 55 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, daria por atendido também esse requisito.” (destaquei) Ressaltese, também, que de acordo com a DIPJ, não houve dedução de IRRF no cálculo das estimativas de janeiro a novembro (fls.19/22), haja vista a inexistência de base de cálculo, nos termos de balancetes supostamente levantados. Sendo assim, considerando o informe de fl.62 e o oferecimento à tributação dos rendimentos ali informados, foram atendidos os requisitos para o aproveitamento dos valores retidos na fonte que compuseram o saldo negativo apurado ao final do anocalendário 2000. Fl. 828DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 13851.000845/200115 Acórdão n.º 110300.730 S1C1T3 Fl. 648 9 Com a devida vênia aos Julgadores de primeira instância, a legislação de regência não impõe qualquer outro requisito para o aproveitamento do imposto de renda retido na fonte pelo beneficiário, de forma que não se constituem em razão impeditiva os seguintes fatos: a emissão do comprovante de retenção em data próxima à protocolização do pedido de restituição; ser a fonte pagadora sociedade controlada ou coligada da beneficiária dos rendimentos; haver identidade entre os procuradores das sociedades; não se identificarem nos registros contábeis da fonte pagadora os valores pagos e retidos em nome da beneficiária; e a fonte pagadora não ter apresentado DIRF ou recolhido o tributo retido. Isso não quer dizer que os dados de um informe de rendimentos não possam ser contestados e infirmados. Tal possibilidade é perfeitamente válida, desde que comprovada com elementos hábeis. A Quinta Turma da DRJ – Ribeirão Preto (SP) apenas atestou uma relação societária entre a recorrente e a Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos, bem como impropriedades na escrituração desta fonte pagadora e suposta ausência de cumprimento de obrigação tributária quanto ao recolhimento aos cofres públicos dos tributos retidos. Mesmo quando considerados em conjunto, não podem impedir, à luz da legislação de regência, o aproveitamento das retenções pelo recorrente, mormente porque os respectivos rendimentos foram oferecidos à tributação. Apesar da declaração de fl.489, da Itaparica S/A Empreendimentos Turísticos, que atestaria uma retenção no montante de R$38.768,54, o documento hábil a comprovar a retenção é o informe de rendimentos emitido por aquela sociedade, em que se indicou um total de R$38.762,54. Por fim, quanto ao imposto supostamente retido pela CEMIG, o recorrente continuou sem apresentar qualquer comprovação, razão pela qual não pode ser reconhecido. Pelo exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para reconhecer o direito creditório adicional de R$38.762,54 (trinta e oito mil, setecentos e sessenta e dois reais e cinquenta e quatro centavos), valor original, e homologar as compensações até tal limite. (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro Fl. 829DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 17/09/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 26/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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Numero do processo: 10920.002371/2006-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano calendário: 1997, 1998, 1999, 2000
DECADÊNCIA.
Para pedidos formulados após 09/06/2005 o direito de pleitear
restituição extingue-se em 05 anos contados da data do indébito.
Numero da decisão: 1402-001.059
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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Para pedidos formulados após 09/06/2005 o direito de pleitear restituição extinguese em 05 anos contados da data do indébito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10920.002371/200600 Acórdão n.º 140201.059 S1C4T2 Fl. 217 2 Relatório Laboratório Gimenes Ltda recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 1ª Turma da DRJ Curitiba/PR, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Tratase de manifestação de inconformidade quanto ao Despacho Decisório de fls. 106 e 107, proferido pelo chefe da Saort da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinville, pelo qual foi declarado não formulado o pedido de restituição referente aos recolhimentos efetuados em 31.10.2001 c 31.1.2002 e indeferido o pedido de restituição relativo aos recolhimentos efetuados entre 28.4.2000 e 31.7.2001. No tocante ao pedido de restituição não formulado, o interessado deixou de utilizar o programa PER/DCOMP para o pleito, em descumprimento ao art. 2º, IV, "e", da Instrução Normativa SRF n° 598/2005. Incidiu, assim, na hipótese prevista pelo art. 31 da IN SRF n° 600/2005, o que levou a unidade de origem a considerar não formulado o pedido de restituição relativo aos recolhimentos efetuados em 31.10.2001 e 31.1.2002. O pedido de restituição abrangeu também outros recolhimentos, efetuados entre 28.4.2000 e 31.7.2001. Como a data do pedido de restituição é de 30.8.2006, a unidade de origem indeferiu o pleito sob o argumento de prescrição do direito do interessado, fundamentando a sua decisão no art. 168 da Lei na 5.172/66 e no art. 3° da Lei Complementar n° 118/2005. Em 2.10.2006, o interessado foi cientificado daquela decisão (fl. 143) e, em 10.10.2006, apresentou manifestação de inconformidade de fl. 109 a 128, com o seguinte teor: a) que deve ser aplicada a regra de contagem do prazo prescricional conhecida como 5 + 5, ou seja, a de que o prazo da prescrição flui apenas quando decorridos os cinco anos da homologação tácita do lançamento; b) que o art. 3° da Lei Complementar n° 118/2005 não deve retroagir a fatos anteriores à sua vigência pois, conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, essa retroatividade ofende o principio constitucional da autonomia e da independência dos poderes; c) que efetuou pagamentos indevidos, pois calculara o imposto devido com base no coeficiente de presunção do lucro de 32%, enquanto que o percentual correto seria de apenas 8%; d) que o órgão administrativo tem competência para julgar inconstitucionalidade dos atos normativos; e) que faz jus ao direito à compensação. É o relatório.” Fl. 225DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10920.002371/200600 Acórdão n.º 140201.059 S1C4T2 Fl. 218 3 A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 06 20.789 (fls. 149152) de 29/01/2009, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação da Interessada. A decisão foi assim ementada. “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1997, 1998, 1999, 2000 RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS. PRESCRIÇÃO. O prazo para pleitear restituição/compensação de tributos, mesmo os sujeitos a lançamento por homologação, é de cinco anos e se conta do pagamento indevido seja qual for a sua causa, nos termos do art. 3º da Lei Complementar n° 118/2005. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO PELA VIA ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. É incabível a apreciação, por autoridade julgadora da esfera administrativa, de argüição de inconstitucionalidade de lei, por tratarse de matéria inserta na competência privativa do Poder Judiciário.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 18/02/2009 (A.R. de fl. 154), a interessada interpôs recurso voluntário em 18/03/2009 (fls. 155195), onde repisa os argumentos trazidos na impugnação. É o relatório. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10920.002371/200600 Acórdão n.º 140201.059 S1C4T2 Fl. 219 4 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. A Autoridade Julgadora de 1a instância entendeu, com base no art. 168 do CTN, c/c o artigo 3º da LC 118/2005, pelo não reconhecimento do direito creditório pleiteado sob o argumento de que teria decaído o direito de a interessada pleitear restituição, uma vez que o seu pedido fora apresentado em 30/08/2006 e se referia a pagamentos efetuados no período de 28/04/2000 e 31/07/2001. A Recorrente, por sua vez, argumenta que, para os tributos cujo lançamento é por homologação, o prazo para pedido de restituição seria de 10 anos (cinco mais cinco), uma vez que a LC 118/05 não poderia ser aplicada retroativamente. Com efeito, entendo que não assiste razão à Recorrente. Refirome à inteligência consolidada pelo STF quando do julgamento do RE 566.621/RS, submetido à repercussão geral com aplicação da regra do artigo 543B do CPC, ocasião em que a Corte acabou por definir, em votação por maioria, que a sistemática de cálculo trazida pela LC nº 118, de 2005 (cinco anos a contar do recolhimento), deveria ser aplicada aos pedidos de restituição/compensação formulados após 09/06/2005, sendo que, apenas para os pedidos formulados anteriormente àquela data permanece o sistema de cálculo consolidado no âmbito do STJ (tese dos 5+5). Nesse sentido, segue transcrita a ementa da decisão do STF. DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10920.002371/200600 Acórdão n.º 140201.059 S1C4T2 Fl. 220 5 Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Nesse sentido, a declaração de compensação de fl. 01 foi protocolizada em 30/08/2006, na vigência, portanto, da Lei Complementar nº 118, de 2005, pelo que há que se considerar o prazo de extinção do direito de pleitear a restituição do indébito como sendo de cinco anos a contar do pagamento considerado indevido. Assim, tendo em vista que o pedido de restituição se refere a pagamentos efetuados no período de 28/04/2000 e 31/07/2001, concluise que ocorreu a extinção do direito de pleitear a restituição do indébito tributário. ISSO POSTO, voto no sentido negar provimento ao recurso por considerar extinto o direito de pleitear a restituição/compensação. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10920.002371/200600 Acórdão n.º 140201.059 S1C4T2 Fl. 221 6 Fl. 229DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente e m 04/09/2012 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENC, Assinado digitalmente em 24/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 13962.000076/00-28
Turma: Terceira Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri Jul 08 00:00:00 UTC 2005
Data da publicação: Fri Jul 08 00:00:00 UTC 2005
Ementa: RESTITUIÇÃO - DECADÊNCIA - O prazo decadencial de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 168, inciso I, do Código Tributário Nacional, no caso de restituição de saldos negativos de Imposto de Renda a Pagar e de Contribuição Social a Pagar, informados na Declaração de Rendimentos – IRPJ, relativa a períodos de apuração encerrados a partir de janeiro de 1992, tem seu termo de início na data da ocorrência do fato gerador do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido.
A restituição dos saldos negativos de Imposto de Renda a Pagar e de Contribuição Social a Pagar, informados na Declaração de Rendimentos – IRPJ, relativa ao exercício de 1994, ano-calendário de 1993, de contribuinte submetida à tributação com base no lucro real anual, poderia ser pleiteada até o dia 31/12/1998.
Recurso Voluntário a que se nega provimento.
Numero da decisão: 103-22.042
Decisão: ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Maurício Prado de Almeida
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Recorrida : 36 TURMA/DRJ-FLORIANÓPOLIS/SC Sessão de : 08 de julho de 2005 Acórdão n° :103-22.042 RESTITUIÇÃO - DECADÊNCIA - O prazo decadencial de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 168, inciso I, do Código Tributário Nacional, no caso de restituição de saldos negativos de Imposto de Renda a Pagar e de Contribuição Social a Pagar, informados na Declaração de Rendimentos — IRPJ, relativa a períodos de apuração encerrados a partir de janeiro de 1992, tem seu termo de início na data da ocorrência do fato gerador do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido. A restituição dos saldos negativos de Imposto de Renda a Pagar e de Contribuição Social a Pagar, informados na Declaração de Rendimentos — IRPJ, relativa ao exercício de 1994, ano-calendário de 1993, de contribuinte submetida à tributação com base no lucro real anual, poderia ser pleiteada até o dia 31/12/1998. Recurso Voluntário a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por CONFECÇÕES LORI LTDA., ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ;na • • 5, elk -rire RI - S N SIDENTE MAUR( DE ALMEIDA• RE AA * 7 7' FORMALIZADO E . 2 AGO 2005 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: ALOYSIO JOSÉ PERCINIO DA SILVA, MÁRCIO MACHADO CALDEIRA, ALEXANDRE BARBOSA JAGUARIBE, PAULO JACINTO DO NASCIMENTO, FLÁVlQFRANCO CORRÊA e VICTOR LUIS DE SALLES FREIRE. Mpa-08/07/03 :P lk '44 MINISTÉRIO DA FAZENDA it. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 Recurso n° :141.040 Recorrente : CONFECÇÕES LORI LTDA. RELATÓRIO OS PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO A empresa CONFECÇÕES LORI LTDA., com sede em Brusque — SC, apresentou junto à Agência da Receita Federal de Brusque-SC, em 10/08/1999, pedido de restituição, fls. 01, e pedidos de compensação, fls. 02/03, datados de 28/05/99, preenchidos no formulário aprovado pela IN SRF n° 21, de 1997, e acompanhados dos documentos de fls. 04 a 40. A contribuinte informou no referido pedido de restituição, como motivo do pedido, item 02 do formulário: "valor pago a maior em 1993 conforme apurado na declaração do imposto de renda 1993/1994", e nos pedidos de compensação, como crédito a compensar, item 03 do formulário: "pagamento a maior ou indevido, códigos de tributo/contribuição 2362 e 2484", e como débitos a serem compensados, item 04 do formulário, períodos de apuração: "04/94 a 12/94" e código de tributo/contribuição: "2362", fls. 02, e "2484", fls. 03. A contribuinte apresentou juntamente com os aludidos pedidos de restituição e compensação, cópia da Declaração de Rendimentos — IRPJ do exercício de 1994, ano-calendário de 1993, e do Recibo de Entrega da mesma, fls. 16/32, que informam como saldo negativo de Imposto de Renda a Pagar 926,20 UFIR e como saldo negativo de Contribuição Social a Pagar 1.063,46 UFIR. O INDEFERIMENTO DOS PEDIDOS Da apreciação dos referidos pedidos de restituição e compensação, dispõe a ementa do Despacho Decisório da DRF/Blumena -4 SC, de 20/11/2002, fls. 51/54: mpa — 08/07/05 2 . MINISTÉRIO DA FAZENDA k PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 "PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDOS NEGATIVOS DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO E DE IRPJ. Em se tratando do Lucro Real com apuração anual, o direito de solicitar a restituição de tributo pago em valor maior que o devido, extingue-se com o decurso do prazo de 05 anos da data da entrega da declaração do respectivo exercício. Solicitação Indeferida." A MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Não concordando com o referido Despacho Decisório, a contribuinte apresentou, tempestivamente, manifestação de inconformidade, fls. 66/68. Referindo- se a esta manifestação de inconformidade, dispõe o relatório do julgado de primeira instância: "Irresignada com o indeferimento, a contribuinte encaminhou manifestação de inconformidade, às folhas 66 a 68, na qual explica que a contagem do prazo prescricional para a compensação de tributos sujeitos ao lançamento por homologação somente inicia-se após a homologação do lançamento que, por sua vez, está sujeita ao decurso do prazo decadencial de cinco anos, contados da data do fato gerador, conforme disposto no artigo 150, § 4° do CTN, iniciando-se, daí, o computo do prazo previsto no artigo 168, inciso I do CTN. A contribuinte alega, assim, que tendo efetuado o pedido em 10 de agosto de 1999, o fez no prazo legal, não podendo lhe ser negado o pedido de compensação. Em sua defesa, cita jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça." Com a manifestação de inconformidade tempestiva, instaurou-se o litígio, o qual foi julgado em primeira instância pela 3 a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis/SC, que prolatou o Acórdão n° 3.936, de 08/04/2004, fls. 76/84, indeferindo a solicitação do contribuinte. As considerações que fundamentaram as o lusões do aludido Acórdão são, em resumo, as seguintes: mpa - 08/07/05 3 MINISTÉRIO DA FAZENDA ts" • : ,j7 PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA -u te> Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 "Preenchidos os requisitos formais de admissibilidade, conheço da manifestação de inconformidade. Como do relatório se viu, a contribuinte pleiteia a restituição/compensação do saldo negativo do IRPJ e da CSLL, apurados na Dl RPJ do exercício 1994, ano-calendário 1993 (folha 4). O Código Tributário Nacional (CTN, Lei n° 5.172/66) assegura ao sujeito passivo o direito à restituição de pagamento a maior ou indevido de tributo e prevê, em seu artigo 170, a figura da compensação de • créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, desde que cumpridas as condições que a lei estipular. O artigo 66 da Lei n° 8.383/91, com redação do artigo 58 da Lei n° 9.069/95, estabeleceu tais condições, que atualmente são normalizadas pela Instrução Normativa SRF n° 210/2002: deve-se constatar primeiro a existência do crédito do interessado e o cabimento da restituição, para, posteriormente, compensá-lo, sujeitando-se a compensação ao mesmo limite temporal da restituição. O Despacho Decisório da DRF/Blumenau indeferiu o pedido de restituição/compensação por ter ocorrido a decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição, de acordo com o disposto nos artigos 165, I, e 168, I, da Lei n°5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Desta forma, a manifestação de inconformidade é relativa tão-somente à preliminar de decadência, matéria que delimita o litígio instaurado. Antes de qualquer consideração, entretanto, cumpre esclarecer que, quanto ao prazo para pleitear a restituição/compensação, embora se reconheça a existência da tese expendida pela contribuinte sobre a matéria decadência, os julgadores administrativos de primeira instância têm sua liberdade de convicção restrita aos entendimentos da Secretaria da Receita Federal expressos em atos tributários e aduaneiros (artigo 7° da Portaria MF n°258, de 24 de agosto de 2001). Nestes termos, com relação ao prazo para pleitear a restituição de tributos ou contribuições pagos indevidamente ou em valor maior que o devido, dispõe o Ato Declaratório n.° 096, de 26 de novembro de 1999, editado com base no Parecer PGFN/CAT n.° 1.538/99: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o teor do Parecer PGFN/CAT/N° 1.538, de 1999, declara: I - o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, Inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extin que-se após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data dação do crédito tributário — •Ampa - 08/07/05 4 c* • 1. • t4 • ; MINISTÉRIO DA FAZENDA vá, PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES *1 TERCEIRA CÂMARA ". f.;1 > Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 arts. 165, I, e 168, I, da Lei n.° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). (grifei] 1.4 Como se vê no ato acima transcrito, o prazo decadencial deve ser contado da data da extinção do crédito tributário. Ressalte-se que, de acordo com o Parecer Normativo COSIT n° 5, de 24 de maio de 1994, o ato declaratório, por ser de caráter interpretativo, aplica-se a fato pretérito. Assim, sua normatividade se funda no poder vinculante do entendimento interpretativo nele expresso em relação aos órgãos da administração tributária e aos sujeitos passivos alcançados pela orientação que propicia. A questão, portanto, resume-se em definir em que momento se deve considerar extinto o crédito tributário. De se enfrentar a questão. O Despacho Decisório da DRF/Blumenau indeferiu o Pedido de Restituição e de Compensação, apresentado em 10 de agosto de 1999, uma vez que, no entender da autoridade a quo, deveriam ter sido apresentados até 29 de abril de 1999, quando expirou o prazo de cinco anos contados da data da apresentação da declaração de rendimentos. Tal entendimento partiu do pressuposto de que o aproveitamento do crédito, decorrente do pagamento a maior que o devido, só poderia se dar a partir da entrega da declaração. Assim, como o pedido de restituição foi protocolado em data posterior ao prazo final, seu direito foi fulminado pela decadência. Retomando-se às disposições do Ato Declaratório acima transcrito, observe-se que o prazo de cinco anos para pleitear a restituição de valor pago indevidamente ou em valor maior que o devido é contado a partir da extinção do crédito tributário. Como não poderia ser diferente, é o que estabelece o artigo 168, 1, do CTN, ia verbis: Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do • prazo de 5 (cinco) anos, contados: I — nas hipóteses dos incisos! e II do art. 165, da data da extinção do crédito tributário. (grifei] Acrescente-se que entre as formas extintivas do crédito tributário, o CTN estabelece, no seu artigo 156, algumas, sendo a primeira, pela ordem, a ser citada, o pagamento. Por sua vez o artigo 150 do CTN estabelece que, no caso de lançamento por homologação, a extinção do crédito tributário ocorre com o pagamento antecipado do tributo, com se lê: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opel ` -se pelo ato em que a rapa — 08/07/05 5 »3/4 k 44 MINISTÉRIO DA FAZENDA 44.% S PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ‘k, .41 TERCEIRA CÂMARA •••;,3-. ./4' Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° : 103-22.042 referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1. 0 O pagamento antecipado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. [grifei] Os efeitos da condição resolutória (ou resolutiva) estão definidos no artigo 127 do Código Civil, que diz: Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Ademais, de acordo com De Plácido e Silva, in Vocabulário Jurídico, 12 Edição, Vol. I, Editora Forense, p. 497, condição resolutória deve ser assim entendida: [...] é a que, quando vem, extingue a obrigação, ou dissolve o contrato. Desse modo, ocorre quando a convenção ou ato jurídico é puro e simples, exerce sua eficácia desde logo, mas fica sujeito a evento futuro e incerto que lhe pode tirar a eficácia, rompendo a relação jurídica anteriormente formada. Dá-se, por ela, o contrário da suspensiva, que estabelece o vinculo jurídico, que não existia enquanto não viesse, ao passo que a resolutória ou resolutiva o extingue, quando ocorre. Para melhor compreensão, cabe citar a lúcida lição de Alberto Xavier, em Do Lançamento, Teoria Geral do Ato de do Processo Tributário, Editora Forense, 1998, pp. 98 e 99. (.4 a condição resolutiva permite a eficácia imediata do ato jurídico, ao contrário da condição suspensiva, que opera o diferimento dessa eficácia. [...] Ora, sendo a eficácia do pagamento efetuado pelo contribuinte imediata, imediato é o seu efeito liberatório, imediato é o efeito extintivo, imediata é a extinção definitiva do crédito. O que na figura da condição resolutiva sucede é que a eficácia entretanto produzida pode ser destruída com efeitos retroativos se a condição se implementar. Ora, a extinção do crédito é o termo inicial para o prazo fixado no artigo 168; extinção sem qualquer outro qualificativo. Não se faz distinção entre a extinção sob condição resolutória ou extinção definitiva. Não cabe distinguir onde a lei não distingue. Extinto o crédito com o pagamento, inicia-se a contagem do prazo em que se extingue o direito de a contribuinte pleitear a restituição. Destarte, no caso do lançamento por homologação, o pagamento antecipado produz, de imediato, o efeito extintivo que lhe é próprio, como literalmente expresso no § 1° do artigo 150 do CTN. Constatadas irregularidades pelo fisco, desfaz-se, ex tufo, esse efeito extintivo. Do contrário, havendo a homologação, confim -se o ato de iniciativa do contribuinte, ficando preservados os efe' s decorrentes que já se mpa 08/07/05 6 • . k 44 MINISTÉRIO DA FAZENDA • wev; g PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA •fr Processo n° : 13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 vinham operando. Portanto, o prazo decadencial deve ser contado desde o pagamento, e não apenas de sua homologação. Não resta dúvida, diante do exposto, que, a data do pagamento antecipado do tributo é o marco inicial para contagem do prazo em que se extingue o direito de a contribuinte pleitear a restituição. Tal entendimento encontra respaldo em vários doutrinadores, dentre os quais Eurico Marcos Diniz de Santi que assim assevera (Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Ed. Max Limonad, São Paulo, 2000, p. 268 a 270 — capitulo 10.6.3 - A tese dos dez anos do direito de o contribuinte pleitear a restituição do débito do Fisco): Assim, entendeu-se que a extinção do crédito tributário, prevista no Art. 168, I do CTN, está condicionada à homologação expressa ou tácita do pagamento, conforme Art. 156, VII do CTN, e não ao próprio pagamento, que é considerado como mera antecipação, ex vi do Art. 150, § 1° do CTN. Como, normalmente, a extinção do crédito tributário se realiza com a homologação tácita, que sucede cinco anos após o fato jurídico tributário ex vi do Art. 150, § 4° do CTN, passou-se a contar cinco anos da data do fato gerador para se configurar a extinção do crédito, e mais outros cinco anos da data da extinção, perfazendo o prazo total de 10 anos. Não podemos aceitar esta tese, primeiro porque pagamento antecipado não significa pagamento provisório à espera de seus efeitos, mas pagamento efetivo realizado antes e independentemente de ato de lançamento. Segundo porque se interpretou o "sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento" de forma equivocada. Mesmo desconsiderando a crítica de ALCIDES JORGE COSTA, para quem "não faz sentido (...), ao cuidar do lançamento por homologação, pôr condição onde inexiste negócio jurídico", pois "condição é modalidade de negócio jurídico e, portanto, inaplicável ao ato jurídico material" do pagamento, não se pode aceitar condição resolutiva como se fosse necessariamente uma condição suspensiva que retarda o efeito do pagamento para a data da homologação. A condição resolutiva não impede a plena eficácia do pagamento e, portanto, não descaracteriza a extinção do crédito no átimo do pagamento. Assim sendo, enquanto a homologação não se realiza, vigora com plena eficácia o pagamento, a partir do qual podem exercer-se os direitos advindos desse ato, mas dentro dos prazos prescricionais. Se o fundamento jurídico da tese dos dez anos é que a extinção do crédito tributário pressupõe a homologação, o direito de pleitear o débito do Fisco só surgiria ao final do prazo de homologação tácita, de modo que, o contribuinte ficaria impedido de pleitear a restituição antes do prazo de cinco anos para homologação, tendo que aguardar a extinção do crédito pela homologação. Portanto, a data da extinção do crédito tributário, no caso dos tributos sujeitos ao Art. 150 do CTN, deve ser a data efetiva em que o contribuinte recolhe o valor a título de tributo aos cofres públicos e haverá de funcionar, a priori, como dies a quo dos prazos de decadência eíd rescrição do direito do mpa- 08/07/05 7 • MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 contribuinte. Em suma, o contribuinte goza de cinco anos para pleitear o débito do Fisco, e não dez. (grifei] Também não é outro o entendimento de Alberto Xavier, em sua obra já citada (Do Lançamento — Teoria Geral do Ato do Procedimento e do Processo Tributário, Editora Forense, Rio de Janeiro, 1998, pp. 99 e 100): Posto em contacto com a norma jurídica que o regula, o pagamento efetuado espontaneamente pelo contribuinte pode enquadrar-se em quatro alternativas (e só nelas): ou é um pagamento indevido, por não corresponder ao modelo legal, ou é um pagamento correto, ou é um pagamento excessivo, ou é um pagamento insuficiente. Só nesta última hipótese é que o Fisco pode, no exercício do seu poder de controle, constatar a insuficiência e praticar de ofício um lançamento com vista a exigir a quantia em falta. Esta exigência (não homologação) não é, porém, uma condição resolutiva em sentido técnico, pois não destrói retroativamente o efeito liberatório que o pagamento insuficiente produziu no tocante à parte da divida paga. O que, em rigor jurídico, o decurso do prazo de cinco anos, sem que o • controle administrativo tenha sido exercido, extingue pela decadência, é o poder-dever de efetuar esse controle, não o crédito tributário, cuja extinção, se operou, plena e definitivamente quitado por força de uma quitação operada pela ficção legal da "homologação tácita". Mas a quitação é uma figura que respeita à prova do fato e não à sua existência. Consideramos, por isso, que a forma correta de contagem do prazo de prescrição do art. 168 do Código Tributário Nacional é a que foi acolhida pela Segunda Turma do Tribunal Regional da 4 0 Região, segundo a qual esse prazo se conta a partir da data do pagamento indevido. Em apoio ao entendimento acima, tem-se ainda o julgado da 68 Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, no Acórdão 106- 12.890, DOU 02/12/2002, que aponta na mesma direção: RESTITUIÇÃO - DECADÊNCIA - O prazo decadencial, de que trata o artigo 168, Ido CTN, tem seu termo inicial na data do pagamento do imposto, e não na extinção do prazo em que as autoridades fiscais teriam para homologar o crédito. Vê-se, assim, que o pagamento antecipado do IRPJ e da CSLL extingue o crédito tributário de imediato, extinção que surte todos os efeitos jurídicos que lhe são próprios, inclusive o de iniciar a contagem • do prazo qüinqüenal para repetição do indébito. Portanto, há que se indeferir o pedido de restituição/compensação, confirmando a preliminar de decadência levantada no Despacho Decisório da DRF/Blumenau, tendo em vista que, entre as datas em que foram efetuados os recolhimentos do lmp 't de Renda Pessoa mpa - 08/07/05 8 45e. MINISTÉRIO DA FAZENDA rki; PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES t. TERCEIRA CÂMARA Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 Jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro por estimativa, no ano- calendário 1993, e a data do protocolo dos Pedidos de Restituição e Compensação, em 10 de agosto de 1999, ocorreu o decurso de prazo superior a cinco anos, nos termos do art. 168, I, do CTN." O RECURSO VOLUNTÁRIO A contribuinte foi regularmente cientificada do julgamento de primeira instância, em 13/05/2004, conforme recibo de fls. 87. Insatisfeita com o referido julgado, que indeferiu os pedidos de restituição e compensação, confirmando a decisão do Despacho Decisório da DRF/Blumenau-SC, interpôs, em 11/06/2004, com fundamento no artigo 33 do Decreto n° 70.235, de 1972, recurso voluntário a este Colegiado, conforme petição de fls. 88/94. No despacho de fls. 96, a Agência da Receita Federal em Brusque — SC, após informar que os débitos deste processo foram transferidos para outro, fls. 72/74, e, também, que, a recorrente apresentou relação de bens e direitos para arrolamento, fls. 69, encaminhou o presente processo a este Primeiro Conselho de Contribuintes, para julgamento. A autuada repete no Recurso Voluntário as alegações apresentadas na Manifestação de Inconformidade, as quais encontram-se resumidas no Relatório do julgamento de primeira instância, fls.78, e acrescenta, em síntese: O posicionamento do julgado de primeira instância não merece prosperar, pois o entendimento que é dado ao art. 168 do CTN não está em consonância com o que vêm decidindo reiteradamente nossos Tribunais Pátrios. Com respaldo em jurisprudência do STJ e no Acórdão do 1° Conselho de Contribuintes n° 102-44.221, argúi que, por tratar-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, o prazo para se pleitear a restituição/compensação extingue-se após o decurso de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador, não havendo que se falar em, quando do pagamento antecipado do tributo, extinção do crédito tributário, capaz de ensejar o início de contagem do prazo qüinqüenal para repetição de indébito, como pretende, in casu, o Fisco. E, no final, solicita a homologação da compensação realizada. É o relatório. .A mpa - 08/07/05 9 (4, /4- VI •-) k MINISTÉRIO DA FAZENDA : S1g: PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA •;;2; Processo n° : 13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 VOTO Conselheiro MAURÍCIO PRADO DE ALMEIDA, Relator. O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade. Conheço, portanto, do recurso. Consoante relatado, a recorrente apresentou junto à ARF/Brusque-SC, em 10108199, pedidos de restituição e compensação, fls. 01/03, indicando como crédito a compensar os saldos negativos de Imposto de Renda (IRPJ) a Pagar e Contribuição Social (CSLL) a Pagar informados na Declaração de Rendimentos — IRPJ do exercício de 1994, ano-calendário de 1993, cópia fls. 16/32, no valor total de 1.989,66 UFIR (IRPJ: 926,20 UFIR e CSLL: 1.063,46 UFIR) . Os referidos pedidos de restituição e compensação foram indeferidos pela DRF/Blumenau — SC, que entendeu ter ocorrido a decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição, conforme Despacho Decisório, de 20/11/2002, fls. 51/54. Dispõe a ementa deste Despacho Decisório que, "em se tratando do Lucro Real com apuração anual, o direito de solicitar a restituição de tributo pago em valor maior que o devido, extingue-se com o decurso do prazo de 05 anos da data da entrega da declaração do respectivo exercício." Não concordando com o referido Despacho Decisório, a contribuinte apresentou, tempestivamente, manifestação de inconformidade, fls. 66/68. A 3° Turma de julgamento da DRJ de Florianópolis — SC, apreciando a aludida manifestação de inconformidade, também indeferiu a solicitação da contribuinte, conforme Acórdão n° 3.936, de 08/04/2004, fls. 76/84. Segundo o entendimento consubstanciado no voto condutor do referido julgado de primeira instância, "o pagamento antecipado do IRP da CSLL extingue o mpa — 08/07/05 10 *St". MINISTÉRIO DA FAZENDA ,sij t.'s lei' PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES.7 ar TERCEIRA CÂMARA Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 crédito tributário de imediato, extinção que surte todos os efeitos jurídicos que lhe são próprios, inclusive o de iniciar a contagem do prazo qüinqüenal para repetição do indébito. E, conclui: "portanto, há que se indeferir o pedido de restituição/compensação, confirmando a preliminar de decadência levantada no Despacho Decisório da DRF/Blumenau, tendo em vista que, entre as datas em que foram efetuados os recolhimentos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre Lucro por estimativa, no ano-calendário 1993, e a data do protocolo dos Pedidos de Restituição e Compensação, em 10 de agosto de 1999, ocorreu o decurso de prazo superior a cinco anos, nos termos do art. 168, I, do CTN." Na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário, a recorrente sustenta que, por tratar-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, o prazo para se pleitear a restituição/compensação extingue-se após o decurso de 10 (dez) anos contados da ocorrência do fato gerador, sendo cinco anos referentes ao prazo de homologação do lançamento, previsto no art. 150, § 4 0 , do CTN, e mais cinco anos relativos ao prazo decadencial de que trata o art.168, I, do CTN. Em resumo, tanto a DRF/Blumenau quanto a DRJ Florianópolis entenderam ter ocorrido a decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição. Entenderam, também, que o prazo para se pleitear a restituição é de 5 (cinco) anos, nos termos do art. 168, inciso I, do CTN. Divergiram, no entanto, quanto ao termo inicial do prazo decadencial de que trata o art. 168, inciso I, do CTN. A DRF/Blumenau entendeu que o prazo decadencial de 5 (cinco) anos tem seu termo inicial na data da entrega da Declaração de Rendimentos — IRPJ e a DRJ/Florianópolis entendeu que este prazo tem seu termo inicial na data em que os recolhimentos de IRPJ e CSLL por estimativa foram efetuados. Por outro lado, a recorrente sustenta que o prazo para se pleitear a restituição é de 10 (dez) anos, contados da ocorrência do fato gerador. De acordo com a Declaração de Rendimentos — IRPJ, cópia fls. 16/32, no ano-calendário de 1993 a recorrente optou pelo pagamento do IRPJ mensal calculado por estimativa, apurando o lucro real em 31/12/1' . E, também, a diferença mpa - 08/07/05 11 /'"" MINISTÉRIO DA FAZENDA 14 r PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES • TERCEIRA CÂMARA Processo n° : 13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042 entre o IRPJ devido no período-base anual de 1993 e o IRPJ pago por estimativa, resultou negativo. Verifica-se o mesmo em relação à CSLL. Conforme já me manifestei em outros julgamentos, a exemplo do Acórdão n° 103-21.806, sou favorável ao entendimento de que, com a edição da Lei 8.383, de 1991, o Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ passou a caracterizar-se como lançamento por homologação, previsto no artigo 150 da Lei n° 5.172, de 1966 — Código Tributário Nacional. E, em conseqüência, passou a ter o seu prazo decadencial regido pelo parágrafo 4° deste mesmo artigo, tendo como termo de início deste prazo a data da ocorrência do fato gerador do IRPJ. Consultando a jurisprudência firmada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, verifica-se que a mesma não diverge do referido entendimento, conforme dispõe o Acórdão n°01-04.347, cuja ementa transcrevo abaixo: "DECADÉNCIA - IRPJ — A partir de janeiro de 1992, por força do artigo 38 da Lei n° 8.383/91, o IRPJ passou a ser tributo sujeito ao lançamento pela modalidade homologação. O inicio da contagem do prazo decadencial é o da ocorrência do fato gerador do tributo, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, nos termos do § 4° do artigo 150 do CTN." Concordo com o julgamento de primeira instância de que ocorreu a decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição de que trata o presente processo. E, também, de que o prazo para se pleitear a restituição é de 5 (cinco) anos, nos termos do artigo 168, inciso I, do CTN. Entretanto, quanto ao termo de início do prazo decadencial de 5 (cinco) anos, entendo que o mesmo dá-se na data da ocorrência do fato gerador do IRPJ e da CSLL. No caso da recorrente, que, no ano-calendário de 1993 submeteu-se ao regime de tributação com base no lucro real anual, o fato gerador do IRPJ e da CSLL ocorreu no dia 31 de dezembro de 1993. E, foi nesta data, 31/12/1993, que se originaram os mencionados saldos negativos de Imposto de Renda a Pagar e de Contribuição Social a Pagar, informados na Declaração de imentos — IRPJ, cópia mpa - 08/07/05 12 •"- MINISTÉRIO DA FAZENDA m % PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES • t".1 •n5" TERCEIRA C/NARA Processo n° :13962.000076/00-28 Acórdão n° :103-22.042• fls. 16/32, resultado da diferença entre os valores devidos, de IRPJ e CSLL, no período-base anual de 1993 e os valores pagos, de IRPJ e CSLL, por estimativa. Assim, a partir desta data, 31/12/1993, efetuando-se a contagem do prazo decadencial de 5 (cinco) anos, nos termos do artigo 168, inciso I, do CTN, verifica-se que a recorrente poderia requerer a restituição até o dia 31/12/1998. A recorrente apresentou o pedido de restituição em 10/08/1999. Ocorreu, portanto, a decadência do direito de a contribuinte pleitear a restituição de que trata o presente processo. Ante todo o exposto, oriento o meu voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões - DF, 08 de julho de 2005. MAUR( jr:(51t5.(ALMEIDA Á mpa - 08/07/05 13 Page 1 _0016100.PDF Page 1 _0016200.PDF Page 1 _0016300.PDF Page 1 _0016400.PDF Page 1 _0016500.PDF Page 1 _0016600.PDF Page 1 _0016700.PDF Page 1 _0016800.PDF Page 1 _0016900.PDF Page 1 _0017000.PDF Page 1 _0017100.PDF Page 1 _0017200.PDF Page 1
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Numero do processo: 14033.000218/2005-12
Turma: Quinta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Aug 17 00:00:00 UTC 2006
Data da publicação: Thu Aug 17 00:00:00 UTC 2006
Ementa: RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO - RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA A MAIOR QUE O DEVIDO - O valor do recolhimento a título de estimativa maior que o devido segundo as regras a que está submetido o lucro real anual, é passível de compensação/restituição, a partir do mês seguinte. O valor que está vinculado à apuração no final do ano é a estimativa recolhida de acordo com a legislação de regência do referido sistema.
Recurso provido.
Numero da decisão: 105-15.943
Decisão: ACORDAM os Membros da Quinta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: José Clóvis Alves
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PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n°. :14033.000218/2005-12 Recurso n°. :152.057 Matéria : CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - EX.: 2005 Recorrente : CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S/A Recorrida : 4a" TURMA/DRJ em BRASÍLIA/DF Sessão de :17 DE AGOSTO DE 2006 Acórdão n°. :105-15.943 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO - RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA A MAIOR QUE O DEVIDO - O valor do recolhimento a título de estimativa maior que o devido segundo as regras a que está submetido o lucro real anual, é passível de compensação/restituição, a partir do mês seguinte. O valor que está vinculado à apuração no final do ano é a estimativa recolhida de acordo com a legislação de regência do referido sistema. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do recurso interposto por CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S/A ACORDAM os Membros da Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. • • .4 ()/(. • - • VIS AL RESIDENTE e RELATOR FORMALIZADA EM: 1 8 SET 2006 • , 1 . . . . . . e r ' s44e..g. 24 ‘.... '-?.. MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° :14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: LUÍS ALBERTO BACELAR VIDAL, DANIEL SAHAGOFF, FERNANDO AMÉRICO WALTHER (Suplente Convocado), EDUARDO DA ROCHA SCHMIDT, WILSON FERNANDES GUIMARÃES, IRINEU BIANCHI e ROBERTO BEKIERMAN (Suplente Convocado). Ausentes, justificadamente os Conselheiros CLÁUDIA LÚCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA (Suplente Convocada) e JOSÉ CARLOS PASSUELLO. 1 1 i 1 2 ' n o a a a a a a MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES,, ,-.,•,.,.. QUINTA CÂMARA Processo n° :14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 Recurso n°. : 152.057 Recorrente : CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S/A RELATÓRIO CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S/A, CNPJ N° 00.001180/0001-26, já qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 4a Turma da DRJ em Brasília DF, contida no acórdão de n° 16.473 de 09 de fevereiro de 2006, que julgou indeferiu a manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da DRF BRASILIA DF. Trata o presente processo de pedido de restituição/compensação — apresentado através de Declaração de Compensação de folhas 01 a 05. A empresa em 30 de setembro de 2.004, recolheu a título de CSL estimativa relativa ao mês de agosto de 2.004, o valor de R$ 5.976.976,59 confirmado através do documento de folha 07. Tendo apurado o valor da base de cálculo estimada somente após o recolhimento, verificou que o valor correto que deveria ter sido recolhido a esse título seria de R$ 2.049.426,38, chegando-se a um valor recolhido indevidamente ou a maior de R$ 3.927.550,21. O referido saldo atualizado de recolhimento a maior foi utilizado para compensar parte do valor devido referente ao mês de setembro de 2.004. I , , A DRF em Brasília indeferiu o pedido sob o argumento de que o pagamento indevido ou a maior de IR ou CSLL, a título de estimativa mensal, somente poderá ser utilizado na dedução do IRPJ ou CSLL devidos ao final do período de apuração (31.12.), em que houve a retenção. Ancora a negativa do pedido no artigo 858 do RIR/99.jp 3 , , . . . . • , . . ',,.--. •t MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° : 14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 Inconformada a empresa apresentou manifestação de inconformidade onde junta prova do recolhimento tido como indevido e diz não se tratar de valor recolhido a título de estimativa que pede a compensação mas de valor recolhido a maior a esse título. A 4a Turma da DRJ em Brasília DF, analisou a manifestação de • inconformidade apresentada pela contribuinte e, através do Acórdão 16.473 de 09 de fevereiro de 2.006, indeferiu a solicitação com o argumento o valor do recolhimento a maior de estimativa só pode ser utilizado na dedução do IRPJ ou da CSLL devidos ao final do período de apuração em que houve o pagamento a maior, ou para compor o saldo negativo da CSLL ou do IRPJ do período. Ciente da Decisão de Primeira Instância em 04 de maio de 2.006, conforme AR de folha 104v, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 25 de maio de 2.006 conforme carimbo da repartição de origem na folha 134. Em seu apelo a empresa reitera os argumentos da manifestação de inconformidade, no sentido de que não se trata do recolhimento de estimativa nos valores determinados pela lei, mas de valores recolhidos acima desses valores e que portanto entende poder ser objeto de compensação já nos meses seguintes com as estimativas que seriam devidas nos meses posteriores e não somente com o apurado no final do ano. É o Relatório.i, 1 1 . 4 . . . ' . . .. s . ., - :•,'. 7, .---„,' MINISTÉRIO DA FAZENDAW* N tr. • 4, Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° :14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 VOTO ' Conselheiro JOSÉ CLÓVIS ALVES, Relator O recurso é tempestivo dele tomo conhecimento. Analisando os autos verifico que conforme DIPJ de folha 93 o valor devido a titulo de estimativa CSLL referente ao período de apuração de agosto de 2.004 é de R$ 2.049.426,38. Vejo ainda que o recolhimento relativo a esse mês a título de estimativa no valor de R$ 5.976.976,59 está confirmado pelo documento de folha 07. Vejamos o que diz a legislação relativa à opção do contribuinte pelo lucro real anual com recolhimentos mensais a titulo de estimativa. Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 Pagamento por Estimativa Art. 2° A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1° e 20 do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei n° 8.981, de 20 de 1 janeiro de 1995, com as alterações da Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995. 1 § 1° O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da aliquota de quinze por cento. 5 _ 1 . , .. 44f,À:',, MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. '"'/._ !?* PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° :14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 § 2° A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. § 3° A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§ 1° e 2° do artigo anterior. § 40 Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: I - dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 40 do art. 30 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II - dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III - do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; IV - do imposto de renda pago na forma deste artigo. Capítulo II - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO Seção 1 - Apuração da Base de Cálculo e Pagamento , Normas Aplicáveisg; 6 . , MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° :14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 Art. 28. Aplicam-se à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição social sobre o lucro líquido as normas da legislação vigente e as correspondentes aos arts. 10 a 30, 50 a 14, 17 a 24, 26, 55 e 71, desta Lei. Empresas sem Escrituração Contábil Art. 29. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado e pelas demais empresas dispensadas de escrituração contábil, corresponderá à soma dos valores: I - de que trata o art. 20 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período. Pagamento Mensal Estimado Art. 30. A pessoa jurídica que houver optado pelo pagamento do imposto de renda na forma do art. 2° fica, também, sujeita ao pagamento mensal da contribuição social sobre o lucro líquido, determinada mediante a aplicação da alíquota a que estiver sujeita sobre a base de cálculo apurada na forma dos incisos I e II do artigo anterior. Tecnicamente podemos dizer que a empresa optante pelo lucro real anual, tem o tratamento durante o ano como se lucro presumido fosse, ou seja faz recolhimentos mensais mediante a aplicação de determinado coeficiente que aplicado à receita se obtém uma base de cálculo estimada e sobre ela calcula-se o valor a ser recolhido a título de tributo ou contribuição que será objeto de acerto de contas por ocasião do balanço anual e 7 f.# MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° :14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 conseqüente apuração do lucro real anual e a base de cálculo da CSLL também anualmente. As regras de pagamento de estimativa aplicáveis ao IRPJ também são aplicadas à CSLL conforme artigo 30 supra transcrito. A tese defendida pela Turma da DRJ é verdadeira sim, mas somente em relação ao valor recolhido a título de estimativa dentro das normas que regem tal sistema. Os valores corretamente calculados conforme as regras da estimativa realmente só podem ser compensados quando da apuração do lucro real anual ou base de cálculo da CSLL também anual conforme inciso IV do § 3° do artigo 2° da Lei n° 9.430. A lei, no entanto, não vincula valores recolhidos além do devido como estimativa à apuração anual pois o inciso IV do § 3° do artigo 2° da Lei 9.430/96, vinculou o valor "do imposto de renda pago na forma deste artigo", ou seja no valor exato devido como estimativa, nada disse a respeito de valores excedentes, logo temos uma interpretação restritiva, sem base em lei. Talvez o engano, tanto da DRF como da DRJ foi o de entender a vinculação do valor da estimativa ao apurado no final do ano, de fato têm razão quanto ao valor devido a esse título, porém quanto a quaisquer outros valores recolhidos indevidamente, temos que seguir as normas do CTN, artigo 165 do CTN, verbis: Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 SEÇÃO III - Pagamento Indevido Art. 165 - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 40 do art. 162, nos seguintes casos: 8 1 , •,, . . , 1 . , MINISTÉRIO DA FAZENDA Fl. PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA , Processo n° : 14033.000218/2005-12 Acórdão n°. :105-15.943 I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; Poderia se argumentar que o fato gerador do imposto ou contribuição só se aperfeiçoa no final do ano, quando há o levantamento do balanço e a apuração do lucro real anual. De fato isso é verdadeiro, porém não há nenhuma dúvida de que recolhimentos feitos acima dos valores apurados seguindo as regras de estimativa mensal previstas na legislação, são recolhimentos indevidos, indevidos porque se há uma dúvida em relação ao devido no final do ano a favor do sujeito ativo, a mesma dúvida há em relação ao sujeito passivo. Indevidos porque ultrapassam o valor que a legislação obrigou o contribuinte a , recolher. Na apuração anual, se houver a confirmação do valor recolhido a título de estimativa aquele recolhimento feito durante o ano extingue o crédito tributário, mesmo • tendo sido apurado em data futura em relação ao recolhimento. Cabe ressaltar que, a legislação não estabeleceu que quaisquer recolhimentos a maior que os estabelecidos pelas regras da estimativa seriam considerados antecipação daquele a ser apurado no final do ano. Logo não cabe a interprete restringir o que o legislador não o fez, lembrando que não estamos tratando de nenhuma das hipóteses previstas no artigo 111 do CTN. 1 Assim, conheço do recurso e no mérito dou-lhe provimento. Sala das S- -.seles - DF, em 17 de agosto de 2006. ) f / o ,.I 4 é 1 á L S 9 Page 1 _0006300.PDF Page 1 _0006400.PDF Page 1 _0006500.PDF Page 1 _0006600.PDF Page 1 _0006700.PDF Page 1 _0006800.PDF Page 1 _0006900.PDF Page 1 _0007000.PDF Page 1
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Numero do processo: 13963.000092/00-92
Turma: Quinta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Apr 25 00:00:00 UTC 2007
Data da publicação: Wed Apr 25 00:00:00 UTC 2007
Ementa: RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO - EXTINÇÃO DO DIREITO - O direito de a contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente extingue-se após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento, inclusive nos casos de tributos sujeitos à homologação. Tendo em vista que entre a data da protocolização do pedido de restituição/compensação (16/03/2000) e dos recolhimentos efetuados (31/08/1993 - data do último pagamento) já havia transcorrido mais de cinco anos, encontra-se decaído o direito da recorrente em pleitear a restituição/compensação.
Recurso improvido.
Numero da decisão: 105-16.404
Decisão: ACORDAM os Membros da Quinta Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por maioria de votos, NEGAR, provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Roberto Bekierman
(Suplente Convocado).
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Daniel Sahagoff
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MINISTÉRIO DA FAZENDA ,+ • : Fri PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Fl. ,;;J:t; QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Recurso n° : 155.196 Matéria : IRPJ - EXS.: 1992 e 1994 Recorrente : EXPRESSO COLETIVO IÇARENSE LTDA. Recorrida : 4° TURMA/DRJ em FORTALEZA/CE Sessão de : 25 DE ABRIL DE 2007 Acórdão n° : 105-16.404 RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO - EXTINÇÃO DO DIREITO - O direito de a contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente extingue-se após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento, inclusive nos casos de tributos sujeitos à homologação. Tendo em vista que entre a data da protocolização do pedido de restituição/compensação (16/03/2000) e dos recolhimentos efetuados (31/08/1993 - data do último pagamento) já havia transcorrido mais de cinco anos, encontra-se decaído o direito da recorrente em pleitear a restituição/compensação. Recurso improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso voluntário interposto por EXPRESSO COLETIVO IÇARENSE LTDA. ACORDAM os Membros da Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, NEGAR, provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Roberto Bekierman (Suplente Convocado). ?) J ": LeVIS AL° S RESIDENTE zler-ea(2~ DANIEL SAHAGOFF RELATOR _e k . MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES awp •-•,, QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16,404 FORMALIZADO EM: O 9 NOV 2007 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: LUIS ALBERTO BACELAR VIDAL, WILSON FERNANDES GUIMARÃES, MARCOS RODRIGUES DE MELLO, IRINEU BIANCHI e JOSÉ CARLOS PASSUELLO. Ausente, justificadamente o Conselheiro f'EDUARDO DA ROCHA SCHMIDT. ZIP "ib.. e. 2 MINISTÉRIO DA FAZENDA Fr PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Fl. 4.10' QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16A04 Recurso n° : 155.196 Recorrente : EXPRESSO COLETIVO IÇARENSE LTDA. RELATÕRIO Versa o presente processo sobre pedido de restituição cumulado com pedido de compensação do Saldo Negativo do IRPJ, no valor de R$ 51.179,10, referente aos anos-calendário de 1991 e 1993, com os débitos das contribuições a titulo de Cofins e PIS. Analisado o pleito, a Delegacia de Receita Federal — DRF de Florianópolis/SC proferiu Despacho Decisório de fls. 105/107, que indeferiu a solicitação da contribuinte, sob o fundamento ter fluido a decadência do direito de pleitear a restituição, haja vista ter decorrido mais de 5 (cinco) anos entre as datas dos pagamentos e a data da formalização do referido pedido. Cientificada do despacho e inconformada com o indeferimento de seu pleito, a interessada apresentou manifestação de inconformidade às fls. 113/120, alegando, em síntese que: a) Por meio de uma interpretação sistemática do Código Tributário Nacional, vislumbra-se que, nos chamados tributos sujeitos ao lançamento por homologação, como o IRPJ, a constituição do respectivo crédito ocorre somente com a homologação do mesmo, não com o mero pagamento pelo contribuinte, já que nos termos do art. 142, do CTN, o lançamento é ato de competência exclusiva de autoridade administrativa, não se considerando como tal o ato do contribuinte de recolher tributo sujeito a posterior homologação, conforme aduz o art. 150, do CTN; 3 MINISTÉRIO DA FAZENDA • PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES El. •.".t.ftt:i QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16.404 b) Se o contribuinte recolheu a exação antes de seu lançamento, o termo inicial do prazo estabelecido no art. 168, I, do CTN, é o da homologação. c) Não tendo ocorrido o lançamento por homologação, por ficção, considera-se o lançamento homologado cinco anos após a ocorrência do fato gerador, se a lei não fixar prazo para a homologação, bem como se não estiverem presentes as circunstâncias de dolo, fraude ou simulação (art. 150, §4°, do CTN), reforçando tal entendimento à luz das lições doutrinárias de Manoel Álvares e Leandro Paulsen, este último enaltecendo a posição do STJ, segundo o qual o prazo para repetir o tributo é de 10 (dez) anos (fls. 118). Em 14 de setembro de 2006, a 48 Turma/DRFJ de Fortaleza/CE indeferiu o pedido de restituição (fls. 134/143), conforme Ementa abaixo transcrita: "RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO: 1RPJ pago a maior ou indevidamente (Decadência). O prazo para o contribuinte pleitear a restituição e a compensação de tributo ou contribuição pago indevidamente ou a maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo STF em ação declaratória ou recurso extraordinário, extingue-se após o prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário, conforme arts. 165, 1 e 168, 1 do CTN, c/c o Ato Declaratório SRF 96/1999." Irresignada com a decisão proferida pela instância "a quo", a interessada em 01/11/2006 interpôs Recurso Voluntário (fls. 148/161) suscitando, em síntese que: a) Antes que seu crédito fosse extinto pelo instituto da prescrição, o contribuinte procedeu ao pedido formulado a fls. 01, na data de 16/03/2000, portanto, antes do prazo prescricional, estando passível de restituição o pagamento a maior efetuado, bem como a compensação informada a fls. 02; 97 4 /' • MINISTÉRIO DA FAZENDA ' PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Fl. QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16.404 b) A questão acerca do prazo prescricional nos tributos lançados por homologação é pacífica no âmbito do judiciário e do processo administrativo; c) O prazo prescricional no caso em tela é de 10 anos e não de 05 e contado a partir da • ocorrência do fato gerador e fundamenta tal entendimento com o principio constitucional da "isonomia tributária"; d) Nesse sentido cita diversos julgados; e) Afirma que "enquanto os lançamentos não forem homologados, não serão extintos, ficando todo esse tempo sob condição resolutória de sua ulterior homologação, nos exatos termos do disposto no Código Tributário Nacional, artigo 150: o pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutária da ulterior homologação do lançamento', f) Findo o prazo de 05 anos sem que haja homologação da Fazenda Pública, aí sim, considera-se homologado o pagamento efetuado sob modalidade de antecipação, com a conseqüente decadência de o Estado vir a constituir quaisquer crédito tributário. g) Cita diversos acórdãos do Superior Tribunal de Justiça; h) O pagamento antecipado depende de ulterior reconhecimento de sua regularidade, razão pela qual sem a observância do requisito formal não se inicia a contagem do prazo decadencial; i) Nesse sentido cita parecer especial de Sacha Calmon e Misabel Derzi comentando a legislação firmada pelo Código Tributário Nacional, além de decisão do Tribunal Regional Federal da 48 Região; 5 • ,,••• k MINISTÉRIO DA FAZENDA ir :ir PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16.404 j) Finaliza relacionando alguns julgados que sustentam a interpretação de que o prazo para postular a restituição de pagamento a maior é de 10 e não de 05 anos. É o Relatório. "1.> L.4. MINISTÉRIO DA FAZENDA 't PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Fl. •1/41' QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16.404 VOTO Conselheiro DANIEL SAHAGOFF, Relator O recurso voluntário é tempestivo, razão pela qual dele tomo conhecimento, não cabendo depósito recursal. Em relação ao reconhecimento de direito creditório em decorrência dos Saldos Negativos de IRPJ relativos aos anos-calendário de 1991 e 1993, a decisão "a quo" foi no sentido de indeferir o pedido de restituição/compensação, de vez que entre a data da protocolizacão de tal pedido de (16/03/2000) e dos recolhimentos efetivados (31/08/1993, data do último pagamento) já havia transcorrido mais de cinco anos. Adotando interpretação oposta ao Julgamento supra, a recorrente, ao Interpor recurso voluntário, cita jurisprudência do STJ no sentido de que o prazo para apresentar pedido de compensação de tributos pagos indevidamente ou a maior seria de 10 (dez) anos, contados do pagamento indevido do tributo. A questão apresentada não é nova, já tendo sido apreciada neste Conselho: IRRF - RESTITUIÇÃO - LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DECADÊNCIA - O direito de pleitear restituição ou de compensação de tributo (CTN, art. 168, inc. I) extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da extinção do crédito tributário, que ocorre na data do pagamento antecipado (CTN, art. 150, § 1°). IRRF - LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - PAGAMENTO ANTECIPADO - EXTINÇÃO DO CRÉDITO - CLÁUSULA RESOLUTÓRIA - Sendo resolutória a condição da extinção do crédito tributário na modalidade de lançamento por homologação (CTN, art. 150, § 1,), a extinção do crédito tributário ocorre na data do pagamento antecipado do tributo, conforme exegese dos arts. 108, inc. I, 117, inc. 7 L.x. MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES EL QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092100-92 Acórdão n° : 105-16.404 //, e 109 do CTN, e art. 119 do Código Civil. Recurso negado. (Recurso n°: 131590 1° CC - SEGUNDA CÂMARA Processo n° 13953.000076(99-21 Relator: José Oleskovicz, Acórdão 102-46031) "RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO/DÉBITOS DE TERCEIROS — CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA — INTELIGÊNCIA DO ART. 168 DO CTN — O prazo para pleitear a restituição ou compensação de tributos pagos indevidamente é sempre de 5 (cinco) anos, distinguindo-se o início de sua contagem em razão da forma em que se exterioriza o indébito. Se o indébito exsurge da iniciativa unilateral do sujeito passivo, calcado em situação fálica não litigiosa, o prazo para pleitear a restituição ou a compensação tem início a partir da data do pagamento que se considera indevido (extinção do crédito tributário)."(Acórdão n° 108-07110, da 83 Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes) "RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO — CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA — o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, extingue-se após o transcurso do prazo de cinco anos, contado da data da extinção do crédito tributário — arts. 165, I e 168, I da Lei 5172 de 25 de outubro de 1966 (CTN) — AD/SRF 096, de 26102/1999". (Acórdão n° 108-07749, da 83 Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes) "RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO — CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA — INTELIGÊNCIA DO ARE 168 DO CTN — O prazo para pleitear a restituição ou compensação de tributos pagos indevidamente é sempre de 5 (cinco) anos, distinguindo-se o inicio de sua contagem em razão da forma em que se exterioriza o indébito. Se o indébito exsurge da iniciativa unilateral do sujeito passivo, calcado em situação tática não litigiosa, o prazo para pleitear a restituição ou compensação tem início a partir da data do pagamento que se considera indevido (extinção do crédito tributário). Todavia, se o indébito se exterioriza no contexto de solução jurídica conflituosa, o prazo para desconstituir na indevida incidência só pode ter início com a decisão definitiva da controvérsia, como acontece nas soluções jurídicas ordenadas com eficácia erga omnes, pela edição de resolução do Senado Federal para expurgar do sistema norma declarada inconstitucional, ou na situação em que é editada Medida Provisória ou 8 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Fl. --r? QUINTA CÂMARA Processo n° : 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16.404 mesmo ato administrativo para reconhecer a Impertinência de exação tributária anteriormente exigida". (Acórdão na 108-05791, da 8 a Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes). Com efeito, o direito de pleitear restituição ou compensação de tributo, nos termos do inciso I do artigo 168, do Código Tributário Nacional, extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos contados da extinção do crédito tributário, a qual ocorre na data do pagamento antecipado, consoante determina o artigo 150, parágrafo 1° do Código Tributário Nacional: São claros os termos dos artigos supra mencionados: "Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 1— nas hipóteses dos Incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário". "Art 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no parágrafo 4° do artigo 162, nos seguintes casos: I — cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido". "Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. V' o pagamento antecipado pelo obrigado, nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutéria da ulterior homologação do lançamento'. Sendo resolutória a condição da extinção do crédito tributário na modalidade de lançamento por homologação, entendo que esta ocorre na data do pagamento antecipado do tributo, conforme exegese do inciso I do artigo 108, inciso II do artigo 117, 9 f MINISTÉRIO DA FAZENDA :• PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Fl. QUINTA CÂMARA Processo n° 13963.000092/00-92 Acórdão n° : 105-16.404 caput do artigo 109 do Código Tributário Nacional e artigo 119 do Antigo Código Civil, abaixo transcritos: "Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária, utilizará, sucessivamente, na ordem indicada: I — a analogia". "Art. 117. Para os efeitos do inciso li do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: li — Sendo resolutória a condição, desde o momento do ato ou da celebração do negócios" "Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributário?. "Art. 119. Se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorará o ato jurídico, podendo exercer-se desde o momento deste o direito por ele estabelecido; mas verificada a condição para todos os efeitos, se extingue o direito a que ela se opõe". Diante todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário interposto, mantendo-se integralmente a decisão proferida pela instância "a quo". Sala das Sessões - DF, em 25 de abril de 2007. 42?"-etticfitien DANIEL SAHAGOFF 10 Page 1 _0003000.PDF Page 1 _0003100.PDF Page 1 _0003200.PDF Page 1 _0003300.PDF Page 1 _0003400.PDF Page 1 _0003500.PDF Page 1 _0003600.PDF Page 1 _0003700.PDF Page 1 _0003800.PDF Page 1
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Numero do processo: 13924.000477/2002-95
Turma: Terceira Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2007
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2007
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1995
RESTITUIÇÃO. PRAZO. O contribuinte dispõe de prazo de cinco anos, contatos da data da extinção do crédito tributário, para pleitear restituição de tributo pago a maior.
Numero da decisão: 103-23.323
Decisão: ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao
recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Aloysio José Percínio da Silva
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PRAZO. O contribuinte dispõe de prazo de cinco anos, contatos da data da extinção do crédito tributário, para pleitear restituição de tributo pago a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interpostos por ABASTECEDORA DE COMBUSTÍVEIS HONORIO SERPA LTDA. ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIB TES, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relató 'o e voto passam a integrar o presente julgado. LUCIANO DE OLIVEIRA VALENÇA Presidente pç A . ALOYSIO ' • A SILVA Relator FORMALIZADO EM: 25 JAN 2008 Processo n? 13924.000477/2002-95 CCO I/CO3 • Acórdão n? 103-23.323 Fls. 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Márcio Machado Caldeira, Leonardo de Andrade Couto, Alexandre Barbosa Jaguaribe, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes e Paulo Jacinto do Nascimento. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho. Processo n.° 13924.000477/2002-95 CC01/033. Acórdão n.° 103-23.323 Fls. 3 ‘. Relatório ABASTECEDORA DE COMBUSTÍVEIS HONÓRIO SERPA LTDA opôs recurso _- voluntário contra o Acórdão DRJ/CTA n° 9.517/2005 (fls. 56), da 2' TURMA DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO DE CURITIBA-PR. Os autos receberam a seguinte descrição no relatório do acórdão contestado: "Trata o presente processo de Pedido de Restituição de R$ 2.583,56, protocolado em 13/12/2002, correspondente aos recolhimentos de IRPJ com -- base no lucro presumido (código de receita 2089) dos meses de janeiro a dezembro/I998 (fl. 01). A interessada instrui o processo com cópia dos seguintes documentos: - - DIPJ retificadora do exercício de 1999 (fls. 02/06);' - demonstrativo da compensação dos débitos de IRPJ dos 1° ao 4° trimestres/1998 (com base no lucro presumido) com o saldo do IRPJ a -- restituir do exercício de 1996, ano-calendário de 1995 (fl. 07): - DARF de IRPJ com base no lucro presumido dos meses de janeiro e - dezembro/1998 (fls. 08/12); - Recibo de Entrega da DIRPJ do exercício de 1996 (fl. 12); r" - procuração (fl. 13); ( - cartão do CNPJ (fl. 14);' - contrato social e terceira alteração contratual (fls. 15/19).' Às fls. 29/31, o Despacho Decisório SAORT/DRF/CVL n° 64/03, por meio do qual foi indeferido o pedido de restituição em análise, tendo em vista que os débitos do ano-calendário de 1998 foram extintos pelos recolhimentos que pleiteia restituição; que, embora a interessada fosse detentora do crédito de IRPJ negativo do ano-calendário de 1995, não poderia utilizá-lo na compensação indicada na DIN 1999 retificadora, com débitos de TRPJ do ano- calendário de 1998; que, como a reclamante tinha a opção de compensar o imposto negativo do ano-calendário de 1995 com débitos futuros ou pedir -- restituição do seu valor, a formalização do pedido de restituição desse imposto negativo, em 08/08/2001, nos autos do processo n° 13924.000178/2001-70 (indeferido pela ocorrência de prescrição do direito creditório), indica a inexistência de opção pela compensação. Cientificada do despacho decisório em 01/10/2003 (fls. 33/34), a reclamante, tempestivamente, apresentou, em 07/10/2003, a manifestação de inconformidade de fls. 35/37, cujo teor é sintetizado a seguir. W. Processo n.• 13924.000477/2002-95 CCOI/CO3 ' Acórdão L*103-23.323 Fls. 4 (•••)" O órgão de primeira instância indeferiu a solicitação, por unanimidade de votos. Cientificada da decisão em 07/12/2005 (fls. 64), a interessada apresentou o recurso em 29/12/2005 (fls. 65), no qual informa ter optado pela compensação do saldo - negativo de IRPJ do ano-calendário 1995 com o IRPJ apurado em 1998, na DIPJ/99- retificadora, e pela restituição de R$ 2.583,56 referentes ao IRPJ pago em 1998. Afirma que a retificação foi feita no prazo legal de cinco anos e não contestada -- pela Receita Federal. Assegura que os recolhimentos a maior relativos aos anos-calendário 1995 e 1998 não estavam prescritos. 4É o Relatório. r \ . Processo n.• 13924.000477/2002-95 CCOI/CO3 • Acórdão o. 103-23 323 Fls. 5 Voto Conselheiro ALOYSIO JOSÉ PERCINIO DA SILVA, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos para sua admissibilidade. Ao meu ver, houve-se bem a DRJ no enfrentamento das questões postas na impugnação. Destaco os seguintes trechos do voto condutor do acórdão refutado: "No caso em tela verifica-se que, a reclamante, após recolher o imposto de renda com base no lucro presumido dos meses de janeiro a dezembro11998 (fl. 52) e ter tido indeferido, em 11/10/2002, o pedido de restituição do imposto de renda negativo apurado no ano-calendário de 1995 (com base no lucro real anual), por meio do Despacho Decisório SAORT/DRF/CVL n° 637/02 (fls. 27/28), apresentou, em 10/12/2002, a DIPJ 1999 retificadora nela informando que os débitos do ano-calendário de 1998 teriam sido quitados mediante compensação com o imposto de renda negativo do ano-calendário de 1995, cuja — restituição havia sido indeferida e, em 13/12/2002, formulou o pedido de restituição tratado nos autos, relativo aos valores recolhidos no ano-calendário de 1998 (fl. 01). Contudo, não poderia a reclamante ter efetuado em 10/12/2002, por meio da DIPJ 1999 retificadora (fl. 02/06), a compensação de débitos do ano- calendário de 1998 com crédito decorrente do imposto de renda negativo do ano-calendário de 1995, porquanto naquela data não mais existia direito creditório passível de compensação ou restituição. Portanto, em se tratando de saldo a restituir de imposto de renda apurado em período anual, a legislação tributária estabeleceu o mês seguinte ao fixado para a entrega da DIRPJ como o termo inicial para a compensação do saldo- negativo, e assegurou a alternativa de requerer a restituição em processo específico. Logo, o temo inicial da contagem do prazo de decadência do direito à compensação ou de restituição do imposto de renda negativo do ano-calendário de 1995 foi o mês de maio/1996, pois somente com a entrega da DIRPJ do exercício de 1996, em 30/04/1996 (fl. 12), restou caracterizado o pagamento indevido ou maior que o devido a que alude o art. 165, I do CTN. Dessa forma, o prazo para pleitear a restituição do imposto de renda pago em valor maior que o devido no ano-calendário de 1995 extinguiu-se após o transcurso do prazo de - cinco anos contados da data da extinção do crédito tributário, ou seja, a contar da data da apresentação da declaração de imposto de renda, em 30/04/1996. #. Processo n.° 13924.000477/2002-95 CC01/033 Acórdão n.° 103-23 323 Fls. 6 Em conseqüência, desde maio/2001 já estava decaído o direito de a reclamante fazer a compensação ou restituição do imposto negativo do ano- calendário de 1995, razão pela qual ela teve indeferido o pedido de restituição protocolado em 08/08/2001, por meio do Despacho Decisório SAORT/DRF/CVL n° 637/02 (fl. 27/28), e não poderia, pelo mesmo motivo, efetuar a compensação informada na DIPJ 1999 retificadora (fl. 02). Não havendo compensação dos débitos de IRPJ do ano-calendário de 1998 com o r saldo negativo do imposto de renda do ano-calendário de 1995, não há que se falar em restituição dos valores corretamente recolhidos no ano-calendário de 1998. Cabe ainda destacar que, de qualquer forma, a compensação informada na DIPJ 1999 retificadora não seria possível em face de a legislação aplicável determinar que os créditos decorrentes de pagamento indevido, ou a maior que o devido, poderão ser utilizados, mediante compensação, para pagamento de débitos da própria pessoa jurídica, correspondentes a períodos subseqüentes. . Como os débitos do ano-calendário de 1998 já estavam extintos por pagamento, quando apresentou a DIPJ 1999 retificadora não havia mais débito algum a ser compensado." A decisão deve ser prestigiada, haja vista a sua conformidade à legislação aplicável ao caso. Ademais, destaco, por oportuno, que o recebimento da DIPJ, normal ou retificadora, não pressupõe acolhimento do seu conteúdo sem quaisquer verificações por parte do Fisco. CONCLUSÃO Pelo exposto, nego provimento ao recurso.. Sala das Sessões, em 7 de dezembro de 2007 ALOYSIO a / '1 • 1.• t 11\ e• SILVA . - • Page 1 _0025500.PDF Page 1 _0025600.PDF Page 1 _0025700.PDF Page 1 _0025800.PDF Page 1 _0025900.PDF Page 1
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Numero do processo: 13936.000111/2003-68
Turma: Primeira Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Sep 21 00:00:00 UTC 2006
Data da publicação: Thu Sep 21 00:00:00 UTC 2006
Ementa: IRPJ E CSLL- PEDIDO DE COMPENSAÇÃO- Se a DIPJ apresenta saldo zero de IRPJ e de CSLL a pagar ou a restituir, descabe homologar a compensação de débitos pleiteada, com saldos negativos da declaração, que se revelaram inexistentes.
Numero da decisão: 101-95.755
Decisão: ACORDAM, os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Sandra Maria Faroni
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Recorrida : 1 a Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba — PR. Sessão de : 21 de setembro de 2006 Acórdão n°. : 101- 95.755 IRPJ E CSLL- PEDIDO DE COMPENSAÇÃO- Se a DIPJ apresenta saldo zero de IRPJ e de CSLL a pagar ou a restituir, descabe homologar a compensação de débitos pleiteada, com saldos negativos da declaração, que se revelaram inexistentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por Madeireira Thomasi S.A ACORDAM, os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. MANOEL ANTONIO GADELHA DIAS PRESIDENTE SANDRA MARIA FARONI RELATORA FORMALIZADO EM: „ Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros SEBASTIÃO RODRIGUES CABRAL, PAULO ROBERTO CORTEZ, CAIO MARCOS CÂND,DO, VALMIR SANDRI, JOÃO CARLOS DE LIMA JÚNIOR e MÁRIO JUNQUEIRA FRANCO JUNIOR. Processo n°13936.000111/2003-68 Acórdão n° 101-.755 Recurso n°. : 145.935 Recorrente : Madeireira Thomasi S.A. RELATÓRIO Madeireira Thomasi S.A apresentou Declaração de Compensação de créditos tributários vencíveis em 28 de fevereiro de 2003 e em 31 de março de 2003, mediante utilização de saldos negativos de IRPj e de CSLL apurados em sua declaração do ano-calendário de 2002. Em face de divergências entre os valores da DIPJ e das DCTF, a DRF intimou a postulante a proceder à regularização, mediante a retificação da DIPJ, das DCTF ou de ambas, conforme o caso. Em atendimento, a interessada retificou tanto as DCTF quanto a DIPJ, que deixou de apresentar saldos negativos para ambos os tributos (IRPJ e CSLL). Em conseqüência, não foi homologada a compensação e a interessada foi intimada a recolher, em 10 dias, os créditos correspondentes. Foi apresentada manifestação de inconformidade, indeferida pela DRJ de Curitiba, dando origem ao presente recurso. Na petição recursal a empresa alega que a Receita Federal a forçou a promover a alteração da DIPJ ao argumento de que em tal declaração não poderia constar saldo negativo de IR13,1 e CSLL após o encerramento do exercício e, depois, usando de sua própria manobra, indeferiu o pedido de compensação. Afirma que tendo encontrado resultado do exercício menor que as antecipações, os saldos negativos efetivamente existem. Pondera que esse fato é corroborado pela própria decisão recorrida, quando afirma que "caso indeferidos os processos de ressarcimento de IPI e as respectivas compensações com as estimativas do ano-calendário 2002, sujeita-se, se for o caso, a interessada, às cominações legais por falta de recolhimento de estimativas e dos saldos de IRP,I de CSLL" Diz que não se pode alegar inexistência de saldo negativo quando nada constou a esse respeito na declaração retificadora, e que a falha nessa declaração não pode eliminar o saldo negativo, tratando-se de erro formal. 2 Processo n°13936.000111/2003-68 Acórdão n° 101-.755 Diz que, caso persista o argumento de inexistência de saldo negativo em favor da Recorrente, por uma questão lógica, os pagamentos que ela suportou a título de estimativa, mediante uso de créditos de IPI, não subsistem e se configuram em créditos a seu favor. Constrói o seguinte raciocínio: a) o saldo negativo é o resultado da comparação entre estimativas feitas a maior e o resultado apurado ao final do exercício b) a Receita Federal não questionou o resultado apurado ao final do exercício; c) logo, se não há saldo negativo, é porque as estimativas não foram aquelas suportadas pelo contribuinte; d) conseqüentemente, retornam ao patrimônio da Recorrente os créditos de IPI utilizados para pagamento das estimativas; e) assim, o débito ora exigido pode e deve ser compensado, de ofício, pela Receita Federal, com o crédito de IPI que a Recorrente possui. Menciona decisões do Segundo Conselho que diz corroborarem seu pleito. Afinal, postula seja conhecido e provido o recurso, admitindo-se a extinção, mediante compensação, dos valores relativos ao IRPJ e à CSLL de janeiro e fevereiro de 2003 , mediante compensação dos saldos negativos de IRPJ CSLL de 2002, ou, alternativamente, com os créditos presumidos de IPI registrados e comprovados nos 17 processos administrativos que relaciona É o relatório. 3 Processo n°13936.000111/2003-68 Acórdão n° 101-.755 VOTO Conselheira SANDRA MARIA FARONI, Relatora O recurso é tempestivo e preenche as condições de seguimento. Dele conheço. Inicialmente, é de se registrar que a Secretaria da Receita Federal não forçou a Recorrente a promover alteração na sua DIPJ, ao argumento de que dela não poderia constar saldo devedor, como alega a Recorrente. Na realidade, a interessada pleiteou compensar os valores relativos ao IRPJ e à CSLL de janeiro e fevereiro de 2003, vencíveis em fevereiro e março seguintes, com R$ 95.040,00 de saldo negativo do IRPJ e R$ 53.427,00 de saldo negativo de CSLL do ano-calendário de 2002. Ao analisar o pleito, em junho de 2004, constatou a autoridade administrativa que a empresa havia apresentado duas DIPJ para aquele exercício. A original, entregue em 30/06/2003, informa o montante de R$ 237.197,00 de estimativas de IRPJ com o saldo a pagar de R$ 62.015,76 e o montante de R$ 91.871,00 de estimativas de CSLL com o saldo a pagar de R$ 22.932,28. A retificadora, entregue em 28/11/2003, informa, o montante de R$ 440.336,00 de estimativas de IRPJ e o saldo negativo de R$ 95.040,95, e o montante de R$ 183.573,72 de estimativas de CSLL e o saldo negativo de R$ 53.426,76, valores esses que estão de acordo com o pedido de compensação apresentado. Nas DCTF apresentadas foi informado que os créditos apurados foram quitados mediante compensação de créditos originados de ressarcimento de IPI cujos processos se encontravam pendentes de apreciação, totalizando R$ 262.504,00 de estimativas de IRPJ R$ 115.234,72 .de CSLL Assim, enquanto a DIPJ retificadora apresentada informa valores de estimativas de R$ 440.336,00 para o IRPJ e R$ 183.573,72 para a CSLL, as DCTFs informam o total de estimativas de R$ 262.504,00 de IRPJ e R$ 115.234,72 .de CSLL Diante da divergência entre os valores informados na DIPJ e nas DCTFs, a autoridade intimou o contribuinte a saná-la, retificando a que estivesse 4 Processo n°13936.000111/2003-68 ' Acórdão n° 101-.755 incorreta (DIPJ, DCTF ou ambas, se incorretas). Em momento algum foi afirmado que não poderia constar saldo devedor da DIPJ nem foi indicado qual o documento que deveria ser retificado. Apenas foi acusada inconsistência entre os valores de estimativas declarados na DIPJ e na DCTF e determinado que fosse corrigido aquilo que estivesse errado, compatibilizando as informações. Atendendo a intimação para regularizar a divergência mediante retificação da declaração (DIPJ e/ou DCTF), a interessada retificou ambas. Ou seja, a própria interessada concluiu que tanto a DIPJ quanto as DCTFs apresentadas estavam erradas, e retificou-as. Na segunda DIPJ retificadora, apresentada em 09/08/2004, foi informado o montante de R$ 345.295,00 de estimativas de IRPJ, zerando o saldo de IRPJ do exercício, e o montante de R$ 130.146,96 de estimativas de CSLL, zerando o saldo de CSLL do exercício. Nas DCTFs retificadoras a interessada informou os montantes de R$ 345.295,00 de estimativas de IRPJ e de R$ 130.146,96 de estimativas de quitadas mediante compensação com processos de ressarcimento de IPI em fase de apreciação. Assim, os valores apurados das estimativas, informados nas DCTFs retificadoras, coincidem assim com os valores de estimativas informados na segunda DIPJ retificadora, na qual o saldo de IRPJ e de CSLL resultaram em zero, nada havendo a pagar ou a ser restituído ou utilizado para compensação. A situação da Recorrente pode ser evidenciada no seguinte demonstrativo: DIPJ DCTF A B C originais retificador as la etificadora 2' retificador a Original Imp s/ lucro real 299 309,75 345 295,95 345 295,95 Estimativas pagas 237,197,00 440 336,00 345 295,95 262 504,00 345 295,95 Valor a pagar 62 012,75 0,00 Valo/ a compensar 95 040,05 0,00 Por sua vez, em relação à CSLL, a situação da interessada é a seguinte: Ési) 5 , Processo n°13936.000111/2003-68 Acórdão n° 101-.755 DIPJ DCTF A B c originais t etificador as iginal 1' r etificador a 2 r etificador a CSLL apurada 114 803,28 130 146,96 130 146,96 Estimativas pagas 91 871,00 183 572,72 130 146,96 115 234,72 130 146,96 Valor a pagar 22 932,28 0,00 Valor a compensar 53 426,76 0,00 Evidenciada a situação da Recorrente, fica claro que a solução deste processo em nada depende dos processos administrativos nos quais postula a utilização do crédito de IPI para compensar as estimativas do ano-calendário de 2002. Isso porque, no presente processo, a não homologação da compensação decorre exclusivamente da inexistência de saldo negativo de IRPJ e de CSLL na declaração (DIPJ) retificadora, que é a única que fica valendo, pois substitui em tudo a retificada. Ou seja, se acolhidas as compensações pleiteadas naqueles processos, a interessada não tem saldo negativo de IRPJ e de CSLL a ser aproveitado por compensação, conforme por ela declarado (coluna C dos demonstrativos acima). Se não acolhidas as compensações pleiteadas naqueles processos, a conseqüência será que as estimativas que serviram para zerar o IRPJ e a CSLL da declaração relativa ao ano-calendário de 2002 serão tidas como não recolhidas, sujeitando-se às cominações legais por falta de recolhimento. Não há como deferir o pleito alternativo de compensação de ofício, não só por não haver previsão legal nesse sentido, mas também porque a existência de créditos líquidos e certos de IPI, a serem utilizados na compensação, não está confirmada em decisão definitiva. Nego provimento ao recurso. Sala das Sessões, DF, em 21 de setembro de 2006 fi SANDRA ARIA FARONI 6 Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1
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Numero do processo: 10825.900210/2008-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2000 Ementa: DCTF. INSTRUMENTO HÁBIL À CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. O débito confessado por meio de DCTF só pode ser alterado mediante retificação desta, que deve ocorrer no prazo de cinco anos. A DCTF entregue pelo sujeito passivo se constitui em instrumento por meio do qual o contribuinte informa o valor do crédito tributário apurado em favor do Fisco. Havendo erro na apuração a parte interessada tem prazo de cinco anos para retificá-la. O prazo quinquenal de que trata o artigo 149, parágrafo único, do CTN, é aplicável tanto ao Fisco quanto do contribuinte. Decorrido o prazo de cinco anos não é lícito ao sujeito passivo retificar a DCTF para alterar o valor apurado no passado, objetivando diminuir o imposto a pagar e fazer aflorar créditos a serem utilizados por meio de compensação. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação pressupõe a existência de crédito do devedor para com o credor. No momento em que o sujeito passivo não retificou a DCTF, antes do prazo decadencial, não fez com que se materializasse o valor pago a maior, cujo montante pretende utilizar, mediante compensação, para extinguir outros débitos. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-001.161
Decisão: Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório o voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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INSTRUMENTO HÁBIL À CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. O débito confessado por meio de DCTF só pode ser alterado mediante retificação desta, que deve ocorrer no prazo de cinco anos. A DCTF entregue pelo sujeito passivo se constitui em instrumento por meio do qual o contribuinte informa o valor do crédito tributário apurado em favor do Fisco. Havendo erro na apuração a parte interessada tem prazo de cinco anos para retificála. O prazo quinquenal de que trata o artigo 149, parágrafo único, do CTN, é aplicável tanto ao Fisco quanto do contribuinte. Decorrido o prazo de cinco anos não é lícito ao sujeito passivo retificar a DCTF para alterar o valor apurado no passado, objetivando diminuir o imposto a pagar e fazer aflorar créditos a serem utilizados por meio de compensação. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação pressupõe a existência de crédito do devedor para com o credor. No momento em que o sujeito passivo não retificou a DCTF, antes do prazo decadencial, não fez com que se materializasse o valor pago a maior, cujo montante pretende utilizar, mediante compensação, para extinguir outros débitos. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório o voto que integram o presente julgado. Fl. 623DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 2 (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Marcelo de Assis Guerra, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 624DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 3 Relatório O processo acima identificado retorna de diligência. Do relatório feito naquela ocasião, quando o processo esteve em pauta, transcrevo o quanto segue nos parágrafos subsequentes: Conforme demonstra o contrato social de fls. 87/90, a recorrente foi constituída no ano de 1976, sob a denominação social de Laboratório Bauru de Patologia Clínica Sociedade Civil Ltda., tendo por objeto “a prestação de serviços de análises, abrangendo (sic.) os campos da bioquímica, hematologia, parasitologia, anatomia patológica, citologia, microbiologia, etc., elaborando exames científicos de sangue, urina, fezes, secreções, etc., atendendo a todos os tipos de exames atinentes ao campo de análises clínicas.” A alteração contratual de fls. 82/86, datada de 11/11/2003, indica que em tal data a recorrente manteve o objeto social no campo de “análises clínicas, abrangendo o campo de bioquímica, hematologia, hormônios, imunologia, microbiologia, parasitologia e citologia”. A DIPJ fls. 13/26, entregue em 24/04/2008, demonstra que a interessada protocolizou declaração retificadora do período de 01/01/2000 a 31/12/2000, indicando ser tributada na sistemática do lucro presumido e base de cálculo de 8% (oito por cento). O acórdão recorrido, à fl. 94, diz que a retificação da DCTF referente ao segundo trimestre de 2000 ocorreu em 26/03/2008. Todavia, examinando os autos, não foi possível localizar a existência da referida declaração retificadora. As DCTF’s de fls. 27/75 se referem ao segundo trimestre de 2004 e não se tratam de retificadoras, conforme esclareço no parágrafo seguinte. O acórdão de fls. 93 e seguintes não homologou o procedimento de compensação sob o fundamento de que o direito creditório não estava devidamente comprovado. Em síntese, no caso concreto, alega a recorrente que ao calcular o imposto devido em relação ao segundo trimestre de 2000 utilizou base de cálculo de 32% (trinta e dois por cento), quando o correto seria 8% (oito por cento). Assim, pagou imposto a maior no ano de 2000 e, em 2004, “antes de seu crédito ser atingido pela decadência” realizou as compensações indicadas nas DCTF`s de fls. 27 e seguintes, no montante de R$ 34.066,18 Na ocasião, converteuse o julgamento em diligência para que viessem aos autos os seguintes elementos: a) cópia do contrato social que vigorava no período de apuração do crédito em discussão; b) cópias das DCTF`s referentes aos períodos dos alegados pagamentos a maior, junto com a DIPJ de cada um dos trimestres, identificando a base de cálculo aplicada e a natureza dos rendimentos; Fl. 625DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 4 c) cópia dos comprovantes de pagamento e/ou extinção dos débitos tributários por compensação; d) quadro demonstrativo referente ao período do alegado pagamento a maior, indicando a natureza da origem da receitas (comércio, prestação de serviços, atividades de laboratórios, etc.), a base de cálculo considerada, o valor pago à época, o quanto seria devido se aplicado base de cálculo de 8% (oito por cento) e não de 32% (trinta e dois por cento) e, e) nos casos de pagamentos a maior, com débitos subsequentes, deverá a requerente fazer constar do quadro acima quando isto se deu, em que valores e em que forma (DCTF, DCOMP etc). Intimada, quando da diligência, a empresa juntou, dentre outros, os seguintes documentos: (I) cópia de PER/COMPs; (II) planilha com demonstrativo de imposto a pagar no 4º trimestre de 1998 e do imposto a recuperar a partir do Segundo Trimestre de 1999; (III) comprovante de entrega da DIPJ retificadora de 1999, transmitido em 21052008; (IV) planilha com demonstrativo com imposto apurado com base de cálculo de 8%, em confronto com a base de cálculo de 32%, nos anos calendário de 2003, 2004 e 2005; (V) cópia do auto de infração datado de 18032008, exigindo crédito tributário com base na alíquota de 32%. (VI) Cópia de alteração contratual datada de 03 de março de 1999. (VII) quadro demonstrativo em face de faturamento obtido com pessoas jurídicas, em cada trimestre, com retenções de IRRF (ano de 2000); (VIII) quadro demonstrativo em face de faturamento obtido com pessoas jurídicas, em cada trimestre, sem retenções de IRRF (ano de 2000); (IX) quadro demonstrativo em face de faturamento obtido com pessoas, físicas em cada trimestre, sem retenções de IRRF (ano de 2000); (X) quadro resumo contendo o faturamento com IRF, o faturamento sem IRRF, o faturamento com IRRF e a soma destes três montantes em cada trimestre do anocalendário de 2000; (XI) livro razão referente ao período ano de 2000; Fl. 626DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 5 (XII) informe de rendimentos e de imposto retido de cada uma das fontes pagadoras referente aos ano de 2000, sendo que o maior faturamento diz respeito ao Ministério da Saúde, identificado como sendo “serviços hospitalares”. De posse das informações fornecidas pela parte interessada a autoridade fiscal elaborou o termo de verificação datado de 06122011, destacando os seguintes pontos: a) que o alegado direito creditório da recorrente referese à diferença pelo de ter recolhido tributos considerando base de cálculo de 32%, quando o correto, segundo seu entendimento, seria 8%; b) que esta diferença resultante entre 1998 e 2003 gerou mais de 180 PER/COMP; c) para facilitar a compreensão da matéria a autoridade fez análise por ano calendário, indicando o trimestre, o pagamento, a data do pagamento, o número do pedido de compensação e a localização dos autos. d) destacou a autoridade fiscal que para um mesmo Darf existem vários pedidos de compensação a serem controlados em diversos processos que se encontram em diferentes locais, conforme quadro que segue: e) Além do quadro acima, levando em consideração a DIPJ retificadora e as DCTFs retificadoras, a autoridade fiscal elaborou o seguinte demonstrativo: Fl. 627DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 6 Intimada dos levantamentos feitos pela autoridade fiscal, a recorrente manifestouse destacando os seguintes pontos: a) que dos demonstrativos apurados no exaustivo trabalho da autoridade fiscal notouse algumas divergências entre a receita declarada e a receita informada em DIRF. Igualmente, percebeuse pequenas divergências entre as retenções que foram utilizadas em compensações; b) relativamente às divergências de receitas e retenções declaradas, esclarece a recorrente que a contabilização da receita era feita pela nota fiscal e o aproveitamento da retenção na fonte pelo recebimento; c) por outro lado, esclarece a recorrente que o valor da nota fiscal emitida nem sempre correspondia ao pagamento, pois existiam glosas, ainda que indevidas, pelos tomadores dos serviços; d) que os valores sem DIRF, mas representativos, são do SUS e do SEPREM, ambos órgãos públicos a quem a recorrente solicitou os devidos comprovantes, sendo que a SEPREM o forneceu e o SUS informou que tais informações somente podiam ser obtidas por meio de diligências em Brasília, pois a verba para a saúde tem origem no Ministério da Saúde que repassa para os Estados e Municípios. e) destaca, ainda, que o processo documental do SUS é diferente, pois não existe nota fiscal de serviço, mas sim relatórios que são auditados, para os quais são emitidos ofícios com estimativa de pagamento. Neste sentido a recorrente apresenta exemplos. f) Junto com a manifestação em relação ao levantamento feito pela autoridade fiscal a contribuinte juntou documentos separados por anos (1998, 1999 e 2000). g) para cada ano e para cada empresa que apresentou problemas de falta ou de divergência de valores a contribuinte elaborou planilha contendo: 1. o ano da ocorrência; 2. o nome da empresa – fonte pagadora; 3. o nº atribuído a esta empresa que irá identificálo no razão; 4. o CNPJ da fonte pagadora; 5. o Banco onde eram creditados os rendimentos; 6. o faturamento líquido e a retenção em cada mês. Fl. 628DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 7 A planilha acima referida foi instruída com cópias de notas fiscais, onde por vezes constam anotadas as glosas, novo cálculo de retenções, valor líquido pago, data de pagamento e extrato onde se encontra registrado o crédito e, por vezes, o nome do pagador. A título de exemplo de glosa ocorrida a contribuinte menciona a nota fiscal nº 2035, de 30091998, no valor original de R$ 1008,30, com glosa de R$ 45,00. Assim, o valor da referida nota passou a ser R$ 963,30 (R$ 1.008,00 – R$ 45,00 ,00 = R$ 963,30). Sobre este valor houve retenções de R$ 81,40, o que resultou em recebimento líquido de 881,90. É o relatório. Fl. 629DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 8 Voto Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Relator. O recurso é tempestivo, na conformidade do prazo estabelecido pelo artigo 33, do Decreto nº. 70.235 de 06/03/1972, foi interposto por parte legítima, está devidamente fundamentado e preenche os requisitos de admissibilidade. Assim, conheçoo e passo ao exame da matéria. Antes de adentrar ao mérito faço questão de registrar o excelente trabalho de elaboração de planilhas elaborado tanto pela fiscalização quanto pela contribuinte. O atuar de uma facilitou no trabalho da outra e ambas propiciaram esclarecimentos aos fatos. Do retorno da diligência, levando em consideração seu objeto social, os tomadores dos serviços e demais dados existentes nos autos, já analisados quando da conversão do processo em diligência, resultei convencido de que, à luz do que foi decidido no REsp nº 1.116.399/BA, julgado sob o regime de recurso repetitivo de que trata o artigo 543C, do Código de Processo Civil, que nos termos do artigo 62A, do Regimento Interno, deve ser observado por este colegiado, a base de cálculo da tributação efetivamente era de 8%. Deixo de transcrever os fundamentos constantes do REsp nº 1.116.399/BA porque já o fiz quando da resolução que converteu o processo em diligência. À luz do parágrafo único do artigo 142, do CTN, a atividade de lançamento, assim entendido como o procedimento tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido e identificar o sujeito passivo, é atividade administrativa vinculada e obrigatória. Quer nos casos de lançamento de ofício, quer nas hipóteses de lançamento por homologação em que o sujeito passivo, por conta própria, identifica a matéria tributável, a base de cálculo, a alíquota incidente, o quanto devido e realiza o pagamento, não há faculdade, em relação a nenhuma das partes, para exigir ou deixar de pagar tributo previsto em lei. A garantia constitucional consagrada no artigo 150, I, da CF, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”, também contém a obrigação do contribuinte de pagar, com exatidão, os tributos previstos no ordenamento jurídico. Tal comando constitucional advém do princípio da legalidade consagrado no artigo 5º, II, da Constituição de 1988, e não é novo em nosso direito, pois já se encontrava previsto nas Constituições anteriores e no artigo 97, do Código Tributário Nacional. Nos casos de pagamento a menor cabe ao Fisco, nos termos do artigo 142 do CTN, por lançamento de ofício, exigir a diferença. Efetuado pagamento a maior, diante da impossibilidade de se exigir tributo além do montante fixado em lei, cabe à Administração proceder a restituição, que nos casos de pessoa jurídica pode darse mediante compensação, conforme previsto no artigo 170, do CTN. Fl. 630DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 9 Ainda em relação à compensação, o artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as modificações introduzidas pela Lei nº 10.637, de 2002 e Lei nº 10.833, de 2003, dispõe “in verbis”: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada ao caput pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002, DOU 31.12.2002 Ed. Extra, com efeitos a partir de 01.10.2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002, DOU 31.12.2002 Ed. Extra, com efeitos a partir de 01.10.2002. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002, DOU 31.12.2002 Ed. Extra, com efeitos a partir de 01.10.2002).” Quando examinei o processo pela primeira vez o fiz partindo da premissa de que a contribuinte, quando formulou os pedidos de compensação, havia retificado as DCTFs, sem proceder o mesmo em relação à DIPJ. Tendo por norte esta premissa entendi que as DCTF`s entregues eram documentos hábeis para constituir os débitos tributários nelas contidos, assim como para informar que tais débitos foram pagos mediante compensação. Assim, não havia o que se falar em decadência. Apesar dos fundamentos acima, como as DCTFs retificadoras não se encontravam nos autos, converti o julgamento em diligência solicitando que viessem aos autos ditos documentos. Se retificada a DCTF antes da extinção do direito da recorrente, ao meu sentir, em análise preliminar, não havia como negar a compensação ora analisada. Ocorre que a DCTF também foi retificada após o decurso do prazo de cinco anos. Assim, a premissa inicialmente considerada quando da conversão do processo em diligência, com a informação vinda aos autos, mostrouse inexistente. Nos termos do artigo 147 e seguintes do Código Tributário Nacional o lançamento pode darse por a) declaração; b) homologação e c) de ofício. No caso, interessanos o lançamento por homologação que à luz do artigo 150, do CTN, ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de identificar a matéria tributável, apurar o quanto devido e realizar o pagamento, cabendo à autoridade administrativa homologar a atividade praticada pelo sujeito passivo ou, em discordando, efetuar o lançamento de ofício. Quando o sujeito passivo, no lançamento por homologação, identifica a matéria tributável, apura a base de cálculo e calcula o valor do tributo devido, informandoo à Fl. 631DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10825.900210/200815 Acórdão n.º 1402001.161 S1C4T2 Fl. 0 10 Administração Tributária por meio de DCTF, temse a constituição de um crédito em favor do Fisco. Neste caso é o sujeito passivo que apura o valor que reconhece devido ao sujeito ativo. Por outro lado, quando o Fisco, em lançamento por declaração ou de ofício, apura o valor do imposto devido e notificao ao sujeito passivo, tem o credor o prazo de cinco anos para exigir o respectivo tributo, sob pena de prescrição. Pelo que se depreende do artigo 149, parágrafo único, este lapso temporal de 5 (cinco) anos também se verifica nos casos em que o sujeito passivo, nos lançamentos por homologação, comete erros na constituição do crédito. Por hipótese, se constituiu crédito tributário considerando base de cálculo além da devida, lhe é assegurado o prazo de cinco anos para retificar o ato de constituição do débito, no caso a DCTF. O prazo quinquenal de que trata o artigo 150, parágrafo único do CTN, é prazo aplicável tanto em favor do Fisco quanto do contribuinte para retificarem o lançamento nas hipóteses admitidas em lei. Decorrido tal prazo não é lícito o fisco fazer exigência em face do contribuinte e, tampouco, este pode retificar DCTF para diminuir o valor anteriormente constituído. O que o contribuinte precisa entender é que ao entregar a DCTF constitui crédito em favor do Fisco, podendo retificála no prazo de 5 (cinco) anos. Decorrido tal prazo extinguese o direito da parte em retificar a DCTF. Por fim, para que não se diga que o colegiado tangenciou sobre ponto relevante em relação ao qual deveria manifestarse, deixo consignado que o fato do sujeito passivo ter entregue pedido de compensação dentro do período de cinco anos não altera o resultado do julgamento. A compensação pressupõe um crédito do devedor para com o credor. Assim, no momento em que o sujeito passivo não retificou sua DCTF, dentro do período de 5 (cinco) anos, não fez aflorar o crédito pretendido que, mediante compensação, poderia utilizar para pagamento de outro tributo. ISSO POSTO, voto no sentido de negar provimento ao recurso por reconhecer a impossibilidade de retificação da DCTF depois de decorridos 5 (cinco) anos de sua entrega. (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Fl. 632DF CARF MF Impresso em 26/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 25/09/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA
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