Busca Facetada
Turma Camara- Segunda Câmara (71)
- 3ª SEÇÃO (16)
- 2016 (87)
- autos (87)
- castro (87)
- charles (87)
- colegiado (87)
- conselheiros (87)
- da (87)
- de (87)
- discutidos (87)
- do (87)
- e (87)
- em (87)
- julgamento (87)
- mayer (87)
- membros (87)
- os (87)
Numero do processo: 10980.927096/2009-69
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 08 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002
ENTIDADE DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. MENSALIDADES DE ALUNOS. ISENÇÃO. ATIVIDADE PRÓPRIA. ABRANGÊNCIA DO TERMO. POSSIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRAPRESTACIONAIS.
A entidade de educação sem fins lucrativos faz jus à isenção da Cofins sobre a receita relativa a sua atividade própria (aquela compatível com o seu objeto social), ainda que tenha origem em contraprestação direta dos beneficiários dos serviços prestados.
Recurso Especial do Contribuinte provido.
Numero da decisão: 9303-004.369
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201611
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 ENTIDADE DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. MENSALIDADES DE ALUNOS. ISENÇÃO. ATIVIDADE PRÓPRIA. ABRANGÊNCIA DO TERMO. POSSIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRAPRESTACIONAIS. A entidade de educação sem fins lucrativos faz jus à isenção da Cofins sobre a receita relativa a sua atividade própria (aquela compatível com o seu objeto social), ainda que tenha origem em contraprestação direta dos beneficiários dos serviços prestados. Recurso Especial do Contribuinte provido.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10980.927096/2009-69
anomes_publicacao_s : 201611
conteudo_id_s : 5660113
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9303-004.369
nome_arquivo_s : Decisao_10980927096200969.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10980927096200969_5660113.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Relator Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 08 00:00:00 UTC 2016
id : 6574554
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:54:37 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048688101687296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1391; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 178 1 177 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10980.927096/200969 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303004.369 – 3ª Turma Sessão de 08 de novembro de 2016 Matéria COFINS. ISENÇÃO. Recorrente SOCIEDADE PARANAENSE DE ENSINO E INFORMÁTICA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 ENTIDADE DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. MENSALIDADES DE ALUNOS. ISENÇÃO. ATIVIDADE PRÓPRIA. ABRANGÊNCIA DO TERMO. POSSIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRAPRESTACIONAIS. A entidade de educação sem fins lucrativos faz jus à isenção da Cofins sobre a receita relativa a sua atividade própria (aquela compatível com o seu objeto social), ainda que tenha origem em contraprestação direta dos beneficiários dos serviços prestados. Recurso Especial do Contribuinte provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial do Contribuinte e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 92 70 96 /2 00 9- 69 Fl. 178DF CARF MF 2 Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte contra o Acórdão nº 3803004.381, de 25/07/2013, proferido pela 3ª Turma Especial da 3ª Seção deste CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. RECEITAS DAS ATIVIDADES PRÓPRIAS. ISENÇÃO. São isentas da Cofins somente as receitas decorrentes das atividades próprias das instituições de educação sem fins lucrativos, não abarcando as receitas obtidas na prestação de serviços com caráter contraprestacional. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente suscitou divergência em relação ao entendimento de que as receitas obtidas na prestação de serviços com caráter contraprestacional não são receitas decorrentes das atividades próprias da instituição. Visando comprovar as divergências, apresentou, como paradigmas, os Acórdãos nº 3801001.005 e 310201.333, cujas cópias de inteiro teor foram juntadas aos autos. O exame de admissibilidade do Recurso Especial encontrase às fls. 170/171. As contrarrazões apresentadas pela Fazenda Nacional, às fls. 173/176. É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A questão é simples e não comporta maiores digressões. Restringese a saber se a isenção da Cofins para as entidades de educação sem fins lucrativos compreende ou não as receitas obtidas na prestação de serviços com caráter contraprestacional (no caso em exame, as mensalidades escolares). Conforme demonstrado no exame de sua admissibilidade, o recurso especial trouxe entendimentos divergentes adotados por Turmas diversas deste Conselho Administrativo. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10980.927096/200969 Acórdão n.º 9303004.369 CSRFT3 Fl. 179 3 Conhecido, o recurso também deve ser provido. É que, como é do conhecimento de todos, a matéria já foi pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ, por meio de decisão submetida à sistemática dos recursos repetitivos, assim ementada: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. COFINS. CONCEITO DE RECEITAS RELATIVAS ÀS ATIVIDADES PRÓPRIAS DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS PARA FINS DE GOZO DA ISENÇÃO PREVISTA NO ART. 14, X, DA MP N. 2.15835/2001. ILEGALIDADE DO ART. 47, II E § 2º, DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF N. 247/2002. SOCIEDADE CIVIL EDUCACIONAL OU DE CARÁTER CULTURAL E CIENTÍFICO. MENSALIDADES DE ALUNOS. 1. A questão central dos autos se refere ao exame da isenção da COFINS, contida no art. 14, X, da Medida Provisória n. 1.858/99 (atual MP n. 2.15835/2001), relativa às entidades sem fins lucrativos, a fim de verificar se abrange as mensalidades pagas pelos alunos de instituição de ensino como contraprestação desses serviços educacionais. O presente recurso representativo da controvérsia não discute quaisquer outras receitas que não as mensalidades, não havendo que se falar em receitas decorrentes de aplicações financeiras ou decorrentes de mercadorias e serviços outros (vg. estacionamentos pagos, lanchonetes, aluguel ou taxa cobrada pela utilização de salões, auditórios, quadras, campos esportivos, dependências e instalações, venda de ingressos para eventos promovidos pela entidade, receitas de formaturas, excursões, etc.) prestados por essas entidades que não sejam exclusivamente os de educação. 2. O parágrafo § 2º do art. 47 da IN 247/2002 da Secretaria da Receita Federal ofende o inciso X do art. 14 da MP n° 2.158 35/01 ao excluir do conceito de "receitas relativas às atividades próprias das entidades", as contraprestações pelos serviços próprios de educação, que são as mensalidades escolares recebidas de alunos. 3. Isto porque a entidade de ensino tem por finalidade precípua a prestação de serviços educacionais. Tratase da sua razão de existir, do núcleo de suas atividades, do próprio serviço para o qual foi instituída, na expressão dos artigos 12 e 15 da Lei n.º 9.532/97. Nessa toada, não há como compreender que as receitas auferidas nessa condição (mensalidades dos alunos) não sejam aquelas decorrentes de "atividades próprias da entidade", conforme o exige a isenção estabelecida no art. 14, X, da Medida Provisória n. 1.858/99 (atual MP n. 2.158 35/2001). Sendo assim, é flagrante a ilicitude do art. 47, §2º, da IN/SRF n. 247/2002, nessa extensão. Fl. 180DF CARF MF 4 4. Precedentes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF: Processo n. 19515.002921/200639, Acórdão n. 203 12738, 3ª TURMA / CSRF / CARF / MF / DF, Rel. Cons. Rodrigo Cardozo Miranda, publicado em 11/03/2008; Processo n. 10580.009928/200461, Acórdão n. 3401002.233, 1ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Emanuel Carlos Dantas de Assis, publicado em 16/08/2013; Processo n. 10680.003343/200591, Acórdão n. 3201001.457, 1ªTO / 2ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Mércia Helena Trajano Damorim, Rel. designado Cons. Daniel Mariz Gudiño, publicado em 04/02/2014; Processo n. 13839.001046/200558, Acórdão n. 3202000.904, 2ªTO / 2ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF. Rel. Cons. Thiago Moura de Albuquerque Alves, publicado em 18/11/2013; Processo n. 10183.003953/200414 acórdãos 930301.486 e 9303001.869, 3ª TURMA / CSRF, Rel. Cons. Nanci Gama, julgado em 30.05.2011; Processo n. 15504.019042/201009, Acórdão 3403002.280, 3ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Ivan Allegretti, publicado em 01/08/2013; Processo: 10384.003726/200775, Acórdão 3302001.935, 2ªTO / 3ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Fabiola Cassiano Keramidas, publicado em 04/03/2013; Processo: 15504.019042/201009, Acórdão 3403 002.280, 3ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Ivan Allegretti, julgado em 25.06.2013; Acórdão 9303 001.869, Processo: 19515.002662/200484, 3ª TURMA / CSRF / CARF / MF, Rel. Cons. Julio Cesar Alves Ramos, Sessão de 07/03/2012. 5. Precedentes em sentido contrário: AgRg no REsp 476246/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ 12/11/2007, p. 199; AgRg no REsp 1145172/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 29/10/2009; Processo: 15504.011242/201013, Acórdão 3401002.021, 1ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Odassi Guerzoin Filho, publicado em 28/11/2012; Súmula n. 107 do CARF: "A receita da atividade própria, objeto de isenção da COFINS prevista no art. 14, X, c/c art. 13, III, da MP n. 2.15835, de 2001, alcança as receitas obtidas em contraprestação de serviços educacionais prestados pelas entidades de educação sem fins lucrativos a que se refere o art. 12 da Lei n. 9.532, da 1997". 6. Tese julgada para efeito do art. 543C, do CPC: as receitas auferidas a título de mensalidades dos alunos de instituições de ensino sem fins lucrativos são decorrentes de "atividades próprias da entidade", conforme o exige a isenção estabelecida no art. 14, X, da Medida Provisória n. 1.858/99 (atual MP n. 2.15835/2001), sendo flagrante a ilicitude do art. 47, §2º, da IN/SRF n. 247/2002, nessa extensão. 7. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1353111/RS, rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 18/12/2015). Registrese que as decisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça proferidas na sistemática prevista pelos artigos 543 Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10980.927096/200969 Acórdão n.º 9303004.369 CSRFT3 Fl. 180 5 B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), são de observância obrigatória no julgamento dos recursos administrativos pelo CARF, por imposição do art. 62 do Regimento Interno deste Colegiado (Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 – RICARF). Ademais, e em razão desta decisão judicial e de decisões administrativas antes proferidas, este Colegiado Administrativo, o CARF editou a Súmula nº 107, segundo a qual "A receita da atividade própria, objeto da isenção da Cofins prevista no art. 14, X, c/c art. 13, III, da MP nº 2.15835, de 2001, alcança as receitas obtidas em contraprestação de serviços educacionais prestados pelas entidades de educação sem fins lucrativos a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997". Ante o exposto, conheço do recurso especial interposto pela contribuinte e, no mérito, doulhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 182DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.010828/2005-62
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA.
O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido.
Recurso Especial não conhecido.
Numero da decisão: 9303-004.355
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Redator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Luiz Augusto do Couto Chagas, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201610
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA. O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido. Recurso Especial não conhecido.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 11080.010828/2005-62
anomes_publicacao_s : 201611
conteudo_id_s : 5660109
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9303-004.355
nome_arquivo_s : Decisao_11080010828200562.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 11080010828200562_5660109.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Redator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Luiz Augusto do Couto Chagas, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
id : 6574310
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:54:37 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692426014720
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1219; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 355 1 354 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11080.010828/200562 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303004.355 – 3ª Turma Sessão de 06 de outubro de 2016 Matéria COMPENSAÇÃO. MULTA ISOLADA Recorrente JOSAPAR JOAQUIM OLIVEIRA S/A PARTICIPAÇÕES Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA. O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido. Recurso Especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Redator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 08 28 /2 00 5- 62 Fl. 356DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Luiz Augusto do Couto Chagas, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte acima identificada contra o Acórdão nº 20181.730, de 05/02/2009, proferido pela 1ª Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, que fora assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS I PI Período de apuração: 15/04/2004 a 15/07/2004 IPI. COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. MULTA ISOLADA. A compensação com supedâneo em decisão judicial efetuada antes do transito em julgado acarreta sua não homologação, bem assim enseja o lançamento de multa isolada, tendo em vista não ser passível de compensação, por expressa disposição legal, consoante arts. 18 da Lei n2 10.833/2003 e 170A do CTN. Recurso voluntário negado. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente aponta interpretações divergentes quanto à aplicação da multa isolada, mantida no acórdão recorrido. A respaldar o recurso, cita o Acórdão 2º CC nº 20179.619, segundo o qual a Lei nº 11.051, de 2004, manteve a aplicação da multa isolada em lançamento de oficio somente nos casos de sonegação, fraude ou conluio, aplicandose aos fatos anteriores e ocorridos durante a sua vigência, ainda que alterada por legislação posterior. A Recorrente apresentou “razões aditivas” ao recurso especial, postulando a preferência dos paradigmas com vistas à aferição da divergência jurisprudencial, defendeu o cabimento e a tempestividade das razões adicionais do recurso, sustentou a ocorrência de lapso manifesto por erro material de escrita, preliminar de nulidade a ser conhecida como matéria de ordem pública e, por fim, o próprio descabimento da multa isolada aplicada. As contrarrazões apresentadas pela Fazenda Nacional encontramse às fls. 324/337. O exame de admissibilidade do Recurso Especial, às fls. 258/259 (o Presidente da 4ª Câmara não conheceu das “razões adicionais” ao recurso especial e deu seguimento ao recurso especial por considerar que restou comprovada a divergência jurisprudencial em relação ao paradigma nº 20179.619). É o Relatório. Voto Fl. 357DF CARF MF Processo nº 11080.010828/200562 Acórdão n.º 9303004.355 CSRFT3 Fl. 356 3 Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso não deve ser conhecido. No exame de sua admissibilidade, entendeu o il. Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF que a divergência estaria comprovada em face do que decidido no Acórdão nº 20179.619, que reconheceu a retroatividade benigna em decisão que restou assim ementada: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 14/03/2003, 15/05/2003, 13/06/2003, 15/07/2003, 14/08/2003, 15/09/2003, 14/11/2003, 15/12/2003 Ementa: DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE NATUREZA NÃO TRIBUTÁRIA. SONEGAÇÃO, DOLO OU CONLUIO. A simples apresentação de declaração de compensação com créditos de natureza não tributários não configura hipótese de sonegação, fraude ou conluio, a ensejar a aplicação da multa de oficio qualificada. MULTA ISOLADA. LEI N2 11.051, DE 2004. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI MAIS BENÉFICA. A Lei nº 11.051, de 2004, manteve a aplicação da multa isolada em lançamento de oficio somente nos casos de sonegação, fraude ou conluio, aplicandose aos fatos anteriores e ocorridos durante a sua vigência, ainda que alterada por legislação posterior. Recurso de oficio negado. No paradigma, o caso versou sobre a compensação do conhecido crédito prêmio do IPI. Negada a compensação, a fiscalização aplicou a mesma multa isolada aqui tratada. Instaurado o litígio, a DRJ julgou procedente a impugnação, decisão mantida pelo então Conselho de Contribuintes, que negou provimento ao recurso de ofício. A justificativa foi a de que não havia, antes da edição da Lei nº 11.051, de 29/12/2004, vedação legal à compensação do créditoprêmio de IPI. Todavia, a situação aqui é outra: tratase de vedação à compensação antes do trânsito em julgado da ação judicial interposta pela Recorrente, hipótese prevista no Ordenamento Jurídico desde a introdução, no Código Tributário Nacional, do art. 170A pela Lei Complementar nº 104, de 10/01/2001. Para demonstrar o que se afirma, passamos a reproduzir a evolução legislativa aplicável à espécie: Fl. 358DF CARF MF 4 CTN Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10/01/2001) Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001 Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Lei 10.833, de 29/12/2003 – redação original Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1º (...) § 2o A multa isolada a que se refere o caput é a prevista nos incisos I e II ou no § 2º do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso. Lei 11.051, de 29/12/2004 Art. 25. Os arts. 10, 18, 51 e 58 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: (...) “Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão da não homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. (...) § 2o A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 2o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (...) Fl. 359DF CARF MF Processo nº 11080.010828/200562 Acórdão n.º 9303004.355 CSRFT3 Fl. 357 5 § 4o A multa prevista no caput deste artigo também será aplicada quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” (NR) Lei nº 9.430, de 27/12/1996 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I previstas no § 3o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1o do Decreto Lei no 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) c) refirase a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Lei 11.196, de 21/11/2005 Art. 117. O art. 18 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 18 . ........................................................................................ ........................................................................................................ § 4o Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicando se os percentuais previstos: Fl. 360DF CARF MF 6 I – no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996; II – no inciso II do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 5o Aplicase o disposto no § 2o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas no § 4o deste artigo.” (NR) Lei 11.488, de 15/06/2007 Art. 18. Os arts. 3o e 18 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: (...) “Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de não homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. ................................................... § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ................................................ § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicando se o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1o, quando for o caso. § 5o Aplicase o disposto no § 2o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2o e 4o deste artigo.” (NR) Evidenciamse, portanto, absolutamente distintas as hipóteses versadas no acórdão recorrido e no paradigma. Enquanto, no primeiro, a vedação legal à compensação já estava presente, no segundo, isto se deu apenas a partir de 29/12/2004, com a edição da Lei nº 11.051, de 2004. E, embora ambos tratem da mesma penalidade isolada, não havendo similitude fática entre as decisões cotejadas, o recurso não deve ser conhecido. Ante o exposto, não conheço do recurso especial. É como voto. Fl. 361DF CARF MF Processo nº 11080.010828/200562 Acórdão n.º 9303004.355 CSRFT3 Fl. 358 7 (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 362DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.720122/2013-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 29/10/2010 a 27/04/2011
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO.
Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
A jurisprudência administrativa e judicial tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, algum erro de fato.
Embargos de Declaração parcialmente acolhidos.
Numero da decisão: 3201-001.953
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos, sem efeitos infringentes.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201512
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 29/10/2010 a 27/04/2011 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. A jurisprudência administrativa e judicial tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, algum erro de fato. Embargos de Declaração parcialmente acolhidos.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 16327.720122/2013-04
anomes_publicacao_s : 201602
conteudo_id_s : 5567388
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-001.953
nome_arquivo_s : Decisao_16327720122201304.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 16327720122201304_5567388.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos, sem efeitos infringentes. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
dt_sessao_tdt : Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
id : 6276924
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:45:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048124765765632
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1801; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T1 Fl. 950 1 949 S1C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.720122/201304 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1101001.953 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 9 de dezembro de 2015 Matéria EMBARGOS Recorrente BANCO CRUZEIRO DO SUL SA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 29/10/2010 a 27/04/2011 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. A jurisprudência administrativa e judicial tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, algum erro de fato. Embargos de Declaração parcialmente acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos, sem efeitos infringentes. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 01 22 /2 01 3- 04 Fl. 950DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 2/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pela contribuinte acima identificada, em face do Acórdão nº. 3202001.216, de 28/05/2014 (fls. 874 e ss.), cuja ementa abaixo se transcreve: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 29/10/2010 a 27/04/2011 LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL E FALÊNCIA, APLICAÇÃO DE MULTA. IMPOSSIBILIDADE. Após a decretação da liquidação extrajudicial ou da falência não cabe a imposição de multa, seja de mora seja de ofício, por força do art. 18, "f", da Lei n° 6.024/74. COMPENSAÇÃO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. O direito à compensação pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN). DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou compensado. Recurso voluntário negado. Recurso de ofício negado. Alega a Embargante que a decisão incorreu em omissões, uma vez que não apreciou as seguintes questões: a) nulidade do Despacho Decisório por ter se baseado em fundamento jurídico inaplicável ao caso, qual seja, o art. 8º, § 1º, da Instrução Normativa – IN RFB n.º 900, de 2008; b), nulidade do Despacho Decisório em face da inovação do fundamento jurídico pela DRJ, que afastou a aplicação do art. 8º da IN RFB n.º 900, de 2008; c) a impossibilidade de se condicionar o reconhecimento do crédito de IOF à prova do estorno do respectivo valor da Embargante a seus clientes, pois, no caso dos autos, não sofreram o ônus financeiro do imposto, tendo em vista a natureza da operação praticada. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Fl. 951DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 2/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 16327.720122/201304 Acórdão n.º 1101001.953 S1C1T1 Fl. 951 3 Cabe ressaltar, inicialmente, que, como cediço, os embargos declaratórios têm a finalidade de aclarar a decisão embargada ou trazer à discussão matéria omitida no julgamento, de tal sorte que a solução dada pelo órgão encarregado de resolver a controvérsia demonstre, com clareza, haver enfrentado o objeto do litígio. É o que prevê o art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ao assim dispor: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Conforme doutrinam Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha, é omissa a decisão a) que não se manifestar sobre um pedido ou b) sobre argumentos relevantes lançados pelas partes e c) quando não apreciadas matérias de ordem pública, portanto cognoscíveis de ofício pelo magistrado, tenham ou não sido suscitadas pelas partes. Os mesmos autores consideram obscura a decisão quando ininteligível, portanto malredigida, faltandolhe a devida clareza. E contraditória, quando traz proposições inconciliáveis entre si, exemplificando com aquela em que há uma contradição entre os seus fundamentos e a sua conclusão (Direito processual civil: meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. Salvador: JusPODIVM, 2006, p. 131). Acresçase que a jurisprudência tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, um erro de fato – uma ideia equivocada sobre o que, no plano da realidade, ocorreu. Analisada a decisão recorrida, constatase, de fato, existir o vício apontado, a justificar a admissibilidade dos embargos. Todavia, a primeira alegação que fundamentou os embargos foi, sim, enfrentada na decisão embargada, como destacado num de seus parágrafos: No pertinente à preliminar, ainda que tenha havido um equívoco na citação dos dispositivos da legislação infralegal no Termo de Intimação de fl. 545, podese facilmente perceber o que pretendia a fiscalização quando requereu, no item 1 do mesmo Termo, que a Recorrente justificasse os motivos e esclarecesse as circunstâncias “que provocaram os recolhimentos indevidos de IOF (código 7893) entre 2009 e 2010, supostamente indevido ou maior que o devido”. Mais claro que isso, impossível! As demais alegações, de fato, não foram apreciadas. Improcede, contudo, a nulidade do Despacho Decisório em face da alegada inovação do fundamento jurídico pela DRJ, que teria afastado a aplicação do art. 8º da IN RFB n.º 900, de 2008. Isso porque a referência, na decisão proferida pela DRJ, ao art. 166 do CTN não alterou o fundamento do Despacho Decisório, mas apenas teve a intenção de tornar mais claro o tema, uma vez que, no art. 8º da IN nº 900, de 2008, está contida a norma encartada naqueloutro dispositivo. Vejamos: Fl. 952DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 2/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 CTN: Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. IN RFB nº 900, de 2008: Art. 8º O sujeito passivo que promoveu retenção indevida ou a maior de tributo administrado pela RFB no pagamento ou crédito a pessoa física ou jurídica, efetuou o recolhimento do valor retido e devolveu ao beneficiário a quantia retida indevidamente ou a maior, poderá pleitear sua restituição na forma do § 1º ou do § 2º do art. 3º, ressalvadas as retenções das contribuições previdenciárias de que trata o art. 18. (g.n.) Ora, como prevê o art. 8º da IN nº 900, de 2008, o sujeito passivo somente pode requerer, na situação em exame, a restituição do tributo retido a maior se efetuou o recolhimento do valor retido e devolveu ao beneficiário a quantia retida indevidamente ou a maior, o que está em total harmonia com o disposto no art. 166 do CTN, que estabelece o direito à restituição a quem tiver assumido o encargo decorrente da retenção a maior (primeira parte do dispositivo). Já a última alegação ventilada dos embargos na verdade decorre desta segunda, haja vista que, para fazer jus à restituição, a Embargante deveria ter demonstrado a devolução, aos beneficiários, da quantia retida a maior, o que, a despeito da intimação, não foi feito, conforme destacado no acórdão embargado. Pelo exposto, conheço e acolho parcialmente os embargos de declaração, para, sem efeitos infringentes, manter, com as considerações adicionais aqui adotadas, a decisão que negou provimento ao recurso de ofício e, quanto ao recurso voluntário, rejeitou as preliminares de nulidade e, no mérito, negoulhe provimento. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 953DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 2/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.004385/2007-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.681
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos do voto do relator. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 19515.004385/2007-97
anomes_publicacao_s : 201605
conteudo_id_s : 5587926
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-000.681
nome_arquivo_s : Decisao_19515004385200797.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 19515004385200797_5587926.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos do voto do relator. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
id : 6372036
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:48:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048419873849344
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2108; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1.030 1 1.029 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.004385/200797 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201000.681 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 28 de abril de 2016 Assunto Solicitação de diligência Recorrente GALDERMA BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos do voto do relator. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, referente a períodos de apuração compreendidos no ano de 2002, no valor total de R$ 5.748.544,40, incluídos multa proporcional de 150% e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Tratase de exigência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), formalizada no auto de infração de fls. 333/343, lavrado em 28/12/2007, com ciência da contribuinte na mesma data, totalizando o crédito tributário de R$ 5.748.544,40. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 04 38 5/ 20 07 -9 7 Fl. 1030DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 19515.004385/200797 Resolução nº 3201000.681 S3C2T1 Fl. 1.031 2 Segundo a descrição dos fatos de fls. 335/343 e o termo de verificação fiscal de fls. 316/322, no período de janeiro a dezembro de 2002, houve falta de lançamento de IPI, por ter o estabelecimento promovido a saída de produtos tributados com erro de classificação fiscal e alíquota menor do imposto. Foram constatadas as seguintes irregularidades: 1. Os produtos Cetaphil Sabonete Líquido e Soapex Cremoso tiveram sua alíquota de IPI alterada de 5% para 10% pelo Decreto n° 4.070 de 28/12/2001, porém, a empresa efetuou a mudança de alíquota nas saídas dos produtos somente a partir de 01/02/2002, o que gerou falta de lançamento de IPI durante o mês de janeiro de 2002; 2. A contribuinte, no período de janeiro a dezembro de 2002, adota classificação fiscal incorreta para os produtos Proderm Emulsão, Nutraplus Creme e Nutraplus Loção, classificados no código 3004.90.99 da TIPI, alíquota de 0%, destinada a outros medicamentos, e para os produtos Lactrex Creme e Lactrex Loção, classificados no código 3004.90.26, alíquota de 0%, destinada a outros medicamentos contendo ácido láctico, seus sais ou seus ésteres, ácido diiodofenilocético, ácido fumárico, seus sais ou seus ésteres, ou fenofibrato; tais produtos caracterizamse como preparações cosméticas/cremes hidratantes, destinados aos cuidados da pele, e classificamse no código 3304.99.10, alíquota de 20%, com base da Nota 1 d) do Capítulo 30 e Nota 3 do Capítulo 33 da TIPI. Considerandose que houve insuficiência de lançamento de IPI, por ter o estabelecimento promovido a saída de produtos tributados com alíquotas inferiores devido a erros de classificação fiscal, foi lavrado o competente auto de infração. Por já haver consulta sobre a classificação fiscal de outro produto semelhante fabricado pela própria autuada, o produto Nutraderm, que concluiu pela classificação no código 3304.99.10, a fiscalização entendeu que houve erro deliberado com o intuito de redução do tributo, o que resultou na aplicação da multa qualificada de 150%. Inconformada com a autuação, a contribuinte, por intermédio de seu representante legal, protocolizou impugnação de fls. 346/423, aduzindo em sua defesa as seguintes razões: 1. O auto de infração é nulo for falta de motivação, já que o autuante não esclareceu o que o levou a concluir pela ausência de finalidades profilática, terapêutica ou paliativa dos produtos, que levaria a classificação fiscal para a posição 3004; tal fato impediu a impugnante de exercer plenamente o seu direito de defesa; 2. O auto de infração é nulo por vício de motivação pela inconsistência da fundamentação; 3. Os produtos Prodenn, Lactrex e Nutraplus possuem as propriedades profiláticas e curativas que atendem a definição de medicamento estabelecida pelo art. 40, inciso II, da Lei n° 5.991/73; 4. A ANVISA reconheceu que o produto Proderm Emulsão possui finalidades profiláticas ou terapêuticas, certificando, em 24/04/1985, que deve ser considerado um medicamento e não um cosmético; além disso, de forma rotineira, a ANVISA tem classificado como Fl. 1031DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 19515.004385/200797 Resolução nº 3201000.681 S3C2T1 Fl. 1.032 3 medicamento produtos que possuam o triclosano, como é o caso do Proderm; 5. Apresenta Parecer de fls. 475/481 sobre o Proderm, elaborado pela Profa. Dra. Maria Valéria Robles Velasco, membro da Câmara Técnica de Cosméticos da ANVISA que conclui que o produto é um medicamento a ser classificado no Capítulo 3004 (sic) da TIPI; 6. O mesmo entendimento deve ser aplicado aos produtos Lactrex Creme e Lactrex Loção conforme Resolução da ANVISA e Parecer de fls. 482/495 elaborado pela mesma Profa. Dra. Maria Valéria Robles Velasco; 7. A mesma conclusão serve para os produtos Nutraplus Creme e Nutraplus Loção de acordo com o Relatório Técnico de fls. 496/507, que considerou os produtos como medicamentos classificáveis na posição 3003.90.99; 8. Caso os produtos possam ser classificados em duas ou mais posições, deve prevalecer a posição mais específica, com prescreve a Regra Geral de Interpretação do Sistema Harmonizado 3 a); 9. Classificar os produtos na posição 3304.99.90 da TIPI implica em violar o princípio da seletividade aplicável ao IPI, tributando produtos de inegável importância à alíquota de 20%; 10. Não tendo a autuada agido com dolo, operouse a decadência, com a conseqüente extinção dos créditos tributários, em conformidade com a regra prevista no art. 150, parágrafo 4°, do Código Tributário Nacional; 11. Em relação à diferença de alíquota para os produtos Cetaphil Sabonete Líquido e Soapex Cremoso no mês de janeiro de 2002, o lançamento também foi atingido pela decadência, e para esta parte do lançamento não há qualquer alegação de prática de fraude ou dolo pela autuada; 12.Não fica comprovado o dolo por parte da impugnante para fraudar o fisco, uma vez que a própria contribuinte forneceu todos os dados que foram utilizados pela fiscalização para a lavratura do auto de infração; não havendo dolo, o prazo decadencial deve ser contado a partir do fato gerador, e a multa aplicada deve ser reduzida para 75%; 13. O fisco vem acolhendo de forma tácita e expressa a classificação fiscal adotada pela impugnante há mais de cinco anos, e a mudança de critério jurídico tem que respeitar o disposto no art. 146 do Código Tributário Nacional; 14. É vedado ao fisco exigir a multa e os juros de mora em razão do art. 100, inciso III e parágrafo único, do CTN, 15.Falece competência à Delegacia de Julgamento para alterar os fundamentos fáticos ou de direito constantes do auto de infração, sendo necessário reconhecer os vícios e anular o auto de infração. Por fim, requer que as publicações sejam realizadas em nome do advogado. Fl. 1032DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 19515.004385/200797 Resolução nº 3201000.681 S3C2T1 Fl. 1.033 4 A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Ribeirão Preto julgou procedente em parte a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/POR n.º 1419.707, de 2/7/2008 (fls. 1731 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/01/2002 a 20/12/2002 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há ofensa à garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa quando todos os fatos estão descritos e juridicamente embasados, possibilitando à contribuinte impugnar todas razões de fato e de direito elencadas no auto de infração. DECADÊNCIA. Inexistindo o lançamento por homologação, o prazo de decadência para o lançamento de oficio deve ser contado pela regra do art. 173, I do CTN. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. PRODERM EMULSÃO. O Proderm Emulsão, produto hidratante para evitar a irritação da pele do bebê, caracterizase como preparação para os cuidados da pele, com propriedades profiláticas, classificandose no código 3304.99.10 da TIPI, pela aplicação da Regra Geral para Interpretação do Sistema Harmonizado n° 1, combinada com a Nota 1 d) do Capítulo 30 da TIPI. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. NUTRAPLUS CREME E NUTRAPLUS LOÇÃO. Os produtos Nutraplus Creme e Nutraplus Loção, hidratantes indicados para peles ásperas e secas, caracterizamse como preparações para os cuidados da pele, com propriedades profiláticas, classificandose no código 3304.99.10 da TIPI, pela aplicação da Regra Geral para Interpretação do Sistema Harmonizado n° 1, combinada com a Nota 1 d) do Capítulo 30 da TIPI. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. LACTREX CREME E LACTREX LOÇÃO. Os produtos Lactrex Creme e Lactrex Loção, hidratantes indicados para peles ásperas e secas, caracterizamse como preparações para os cuidados da pele, com propriedades profiláticas, classificandose no código 3304.99.10 da TIPI, pela aplicação da Regra Geral para Interpretação do Sistema Harmonizado n° 1, combinada com a Nota 1 d) do Capítulo 30 da TIPI. LANÇAMENTO. ERRO CLASSIFICAÇÃO FISCAL. A falta de pagamento do imposto, por erro de classificação fiscal/alíquota inferior à devida, justifica o lançamento de oficio do IPI, com os acréscimos legais cabíveis. Fl. 1033DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 19515.004385/200797 Resolução nº 3201000.681 S3C2T1 Fl. 1.034 5 MULTA DE 150%. IMPROCEDÊNCIA. Inexistindo motivação expressa para a multa por infração qualificada, infligese a multa de 75% pela mera falta de lançamento ou recolhimento. Lançamento Procedente em Parte Em vista do valor exonerado, recorreuse de ofício a este Colegiado Administrativo. Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal (ver despacho de fl. 1778), recurso voluntário de fls. 1781 e ss., por meio do qual, depois de relatar os fatos, repisa os mesmos argumentos já delineados em sua impugnação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Segundo noticia a fiscalização, a Recorrente promoveu a saída de mercadorias tributadas de seu estabelecimento comercial com recolhimento a menor do IPI devido ou mesmo sem o pagamento desse imposto: os produtos que saíram com alíquota menor que a devida foram Cetaphil Sabonete Líquido e Soapex Cremoso; os saídos com erro de classificação e sem o pagamento do IPI foram Proderm Emulsão 150 ml, Lactrex Creme, Lactrex Loção, Nutraplus Creme e Nutraplus Loção. Com relação aos produtos Cetaphil Sabonete Líquido e Soapex Cremoso, a própria Recorrente, que tiveram a alíquota majorada de 5% para 10% por meio do Decreto n° 4.070, de 2001, a própria Recorrente promoveu a alteração nos pagamentos realizados a partir de 01/02/2002, mas deixou de fazêlo nas saídas ocorridas em janeiro de 2002. Já os produtos Proderm Emulsão, Nutraplus Creme e Nutraplus Loção foram classificados no código 3004.90.99 (outros medicamentos) da TIPI, com alíquota de 0%, e os produtos Lactrex Creme e Lactrex Loção, classificados no código 3004.90.26 (outros medicamentos contendo ácido láctico, seus sais ou seus ésteres, ácido diiodofenilocético, ácido fumárico, seus sais ou seus ésteres, ou fenofibrato). No entender da fiscalização, tais produtos caracterizamse como preparações cosméticas/cremes hidratantes, destinados aos cuidados da pele, classificandose no código 3304.99.10, com alíquota de 20%, com base da Nota 1 d) do Capítulo 30 e na Nota 3 do Capítulo 33 da TIPI. Impugnada a exigência, a instância a quo manteve, no mérito, a autuação, mas reduziu a multa aplicada de 150% para 75%, porque entendeu inexistir razão para a qualificação da multa. A Recorrente alega extinto, pela decadência, o direito do Fisco. No caso em exame, os períodos de apuração do imposto vão de janeiro a dezembro de 2002. Tratase de IPI lançado em face da saída, do estabelecimento industrial, de produtos fabricados e comercializados pela Recorrente com alíquota inferior às devidas. Fl. 1034DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 19515.004385/200797 Resolução nº 3201000.681 S3C2T1 Fl. 1.035 6 Segundo a própria fiscalização consignou no Termo de Verificação Fiscal, houve lançamento do IPI quanto aos produtos Cetaphil Sabonete Líquido e Soapex Cremoso, mas não se atestou se houve recolhimentos do imposto nos períodos de apuração mencionados. Esse dado, como se sabe, é fundamental para o deslinde da questão. Ante o exposto, voto por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a unidade de origem ateste se houve recolhimentos de IPI nos períodos de apuração a que se referem os autos. Encerrada a instrução processual, a interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, antes da devolução do processo para julgamento. Salientese, entretanto, que a sua manifestação devese restringir ao resultado da diligência, não sendo cabível revolver questões de defesa já suscitadas quando do oferecimento do recurso voluntário. Ao término do procedimento, devem os autos retornar a este Colegiado para julgamento. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1035DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10945.720325/2013-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jul 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2008, 2009
CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE.
Por não integrarem o conceito de insumo utilizado na produção e nem corresponderem a uma operação de venda, as despesas com o frete contratado para promover a transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram créditos do PIS e da Cofins.
CRÉDITOS DE PIS. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS FINANCEIRAS. ALÍQUOTA ZERO. INCLUSÃO NO CONCEITO DE RECEITA BRUTA TOTAL.
O art. 3º, § 8º, II, da Lei nº 10.833/2003 não fala em receita bruta total, sujeita ao pagamento do PIS e da Cofins, não cabendo ao intérprete criar distinção onde a lei não o faz. Impõe-se o cômputo das receitas financeiras no cálculo da receita brutal total para fins de rateio proporcional dos créditos de PIS e de Cofins não cumulativos.
VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Consideram-se isentas da contribuição para o PIS e para a Cofins as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora.
CEREALISTA. VENDAS COM SUSPENSÃO PARA AGROINDÚSTRIA. VEDAÇÃO AO CRÉDITO.
É vedado o crédito em relação às vendas efetuadas por cerealistas, com suspensão, para as agroindústrias.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO.
Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativa, entende-se que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização, bem como que os insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringem apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2008, 2009
COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE.
Nos termos do art. 13 da Lei nº 10.833, de 2003, é vedada a correção monetária e a aplicação de juros sobre os valores ressarcidos do PIS e da Cofins.
Recurso de ofício negado.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3201-002.234
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos : a) por voto de qualidade, afastou-se a alegação de retroatividade do art. 56-A da Lei nº 12.350, de 2010. Vencidos, no ponto, os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo; b) por maioria de votos, mantiveram-se as glosas sobre as exportações realizadas por terceiros e sobre o transporte entre os estabelecimentos da Recorrente. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Tatiana Josefovicz Belisário e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o procurador Everdon Schlinewein.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente-Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201606
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2008, 2009 CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. Por não integrarem o conceito de insumo utilizado na produção e nem corresponderem a uma operação de venda, as despesas com o frete contratado para promover a transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram créditos do PIS e da Cofins. CRÉDITOS DE PIS. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS FINANCEIRAS. ALÍQUOTA ZERO. INCLUSÃO NO CONCEITO DE RECEITA BRUTA TOTAL. O art. 3º, § 8º, II, da Lei nº 10.833/2003 não fala em receita bruta total, sujeita ao pagamento do PIS e da Cofins, não cabendo ao intérprete criar distinção onde a lei não o faz. Impõe-se o cômputo das receitas financeiras no cálculo da receita brutal total para fins de rateio proporcional dos créditos de PIS e de Cofins não cumulativos. VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Consideram-se isentas da contribuição para o PIS e para a Cofins as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. CEREALISTA. VENDAS COM SUSPENSÃO PARA AGROINDÚSTRIA. VEDAÇÃO AO CRÉDITO. É vedado o crédito em relação às vendas efetuadas por cerealistas, com suspensão, para as agroindústrias. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativa, entende-se que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização, bem como que os insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringem apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2008, 2009 COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 13 da Lei nº 10.833, de 2003, é vedada a correção monetária e a aplicação de juros sobre os valores ressarcidos do PIS e da Cofins. Recurso de ofício negado. Recurso voluntário provido em parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jul 13 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10945.720325/2013-29
anomes_publicacao_s : 201607
conteudo_id_s : 5609637
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 14 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-002.234
nome_arquivo_s : Decisao_10945720325201329.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10945720325201329_5609637.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos : a) por voto de qualidade, afastou-se a alegação de retroatividade do art. 56-A da Lei nº 12.350, de 2010. Vencidos, no ponto, os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo; b) por maioria de votos, mantiveram-se as glosas sobre as exportações realizadas por terceiros e sobre o transporte entre os estabelecimentos da Recorrente. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Tatiana Josefovicz Belisário e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o procurador Everdon Schlinewein. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente-Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Winderley Morais Pereira.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 22 00:00:00 UTC 2016
id : 6441644
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:50:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048420731584512
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 22; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2179; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2.168 1 2.167 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10945.720325/201329 Recurso nº De Ofício e Voluntário Acórdão nº 3201002.234 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 22 de junho de 2016 Matéria PIS.COFINS.MULTA Recorrente DISAM DISTRIBUIDORA DE INSUMOS AGRICOLAS SUL AMERICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2008, 2009 CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. Por não integrarem o conceito de insumo utilizado na produção e nem corresponderem a uma operação de venda, as despesas com o frete contratado para promover a transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram créditos do PIS e da Cofins. CRÉDITOS DE PIS. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS FINANCEIRAS. ALÍQUOTA ZERO. INCLUSÃO NO CONCEITO DE RECEITA BRUTA TOTAL. O art. 3º, § 8º, II, da Lei nº 10.833/2003 não fala em receita bruta total, sujeita ao pagamento do PIS e da Cofins, não cabendo ao intérprete criar distinção onde a lei não o faz. Impõese o cômputo das receitas financeiras no cálculo da receita brutal total para fins de rateio proporcional dos créditos de PIS e de Cofins não cumulativos. VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Consideramse isentas da contribuição para o PIS e para a Cofins as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. CEREALISTA. VENDAS COM SUSPENSÃO PARA AGROINDÚSTRIA. VEDAÇÃO AO CRÉDITO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 72 03 25 /2 01 3- 29 Fl. 2168DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 É vedado o crédito em relação às vendas efetuadas por cerealistas, com suspensão, para as agroindústrias. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativa, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização, bem como que os insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringem apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008, 2009 COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 13 da Lei nº 10.833, de 2003, é vedada a correção monetária e a aplicação de juros sobre os valores ressarcidos do PIS e da Cofins. Recurso de ofício negado. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos : a) por voto de qualidade, afastouse a alegação de retroatividade do art. 56 A da Lei nº 12.350, de 2010. Vencidos, no ponto, os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo; b) por maioria de votos, mantiveramse as glosas sobre as exportações realizadas por terceiros e sobre o transporte entre os estabelecimentos da Recorrente. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Tatiana Josefovicz Belisário e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o procurador Everdon Schlinewein. Charles Mayer de Castro Souza PresidenteRelator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Winderley Morais Pereira. Fl. 2169DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.169 3 Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, referente a períodos de apuração compreendidos nos anos de 2008 e 2009, no valor total de R$ 5.614.501,38, incluídos multa proporcional e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente de autos de infração da Cofins (fls. 1830/1841) e Contribuição para o PIS/Pasep (fls. 1818/1829) não cumulativas, de diversos períodos dos anos de 2008 e 2009, decorrentes de fiscalização para apuração de créditos objeto de pedidos de ressarcimento e declarações de compensação. O valor total do crédito exigido é de R$ 5.614.501,38 (fl. 2). Conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 1803/1817 e cópia dos despachos decisórios dos processos de ressarcimento – anexados ao presente, foram verificadas as receitas decorrentes de vendas para o mercado externo, com suspensão no mercado interno e com alíquota zero também no mercado interno (não tributadas). Com relação às receitas de venda para o mercado externo, a fiscalização excluiu da rubrica de exportação as receitas auferidas como comercial exportadora, de exportação direta por divergências nos documentos comprobatórios e de exportação indireta, por meio de outras comerciais exportadoras, por falta de atendimento aos requisitos estabelecidos na legislação de regência. Sobre as receitas com suspensão, não foram identificadas vendas passíveis de tributação. No tocante às receitas tributadas à alíquota zero, a fiscalização não identificou glosa no que diz respeito à composição de vendas, ou seja, não verificou a existência de produtos tributados compondo tais receitas. Apenas no que diz respeito às receitas financeiras, ela foram excluídas do cálculo do rateio proporcional, ante o entendimento de não estarem “associadas ao montante de custos, despesas e encargos comuns”. Apurados os percentuais para rateio nos processos de ressarcimento, a fiscalização procedeu ao exame dos créditos Fl. 2170DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 informados nos Dacon da interessada. Dessa análise, resultaram as seguintes glosas: a) despesas de energia elétrica: foram glosados valores referentes a encargos, taxas e multas, que não se caracterizam como energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; b) armazenagem e frete: glosadas as notas fiscais relativas a transferência de mercadorias entre unidades da própria empresa, o que não se enquadra no conceito de frete na operação de venda; c) depreciação de máquinas e equipamentos: a glosa se deu em relação aos bens que não são utilizados diretamente na produção de mercadorias destinadas à venda; d) crédito presumido – atividades agroindustriais: as aquisições de pessoa física (grãos e lenha) foram excluídas da base de cálculo dos créditos, em virtude da revogação do crédito presumido de empresa cerealista pela Lei nº 10.925/2004. Nas planilhas de fls. 1799/1802, a fiscalização demonstrou os valores mensais reconhecidos e a utilização dos créditos deferidos, o que resultou – em razão das exclusões nas receitas de exportação – em saldo a pagar em quase todos os meses. Cientificada do despacho, a interessada apresentou a impugnação de fls. 1845/1895. Nela, discorreu sobre a sistemática da nãocumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, a legislação de regência, suas premissas e exposições de motivo, defendendo a tese de que o crédito presumido sobre aquisições de pessoas físicas já estava previsto desde seu nascedouro, não se tratando de favor ou subsídio fiscal. A seguir, tratou dos créditos vinculados às receitas de exportação e de sua previsão legal. Passando à analise da informação fiscal e despacho decisório, argumentou que a aquisição de mercadorias com o fim específico de exportação não gera direito a crédito, como de fato ela não se creditou, mas o fato da contribuinte não ser produtora das mercadorias não acarretam a tributação de suas vendas para o exterior, como entendeu a fiscalização. Exemplificou, acrescentando ter havido equívoco na interpretação do § 4º do art. 6º da Lei nº 10.833/2003, ao se ignorar a previsão de não incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins sobre todas as receitas de exportação. Sobre as exportações diretas, apresentou quadro com dados dos registros de exportação, que comprovariam as notas fiscais de exportação glosadas por supostas divergências de documentação. Além disso, as referidas notas fiscais trariam eu seu corpo dados correspondentes às informações do Siscomex, cujos comprovantes de exportação teriam sido anexados pela própria fiscalização. Fl. 2171DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.170 5 No tocante às exportações indiretas, por meio de vendas para comercial exportadora com o fim específico de exportação, alegou que as disposições mencionadas pela fiscalização – Decreto Lei nº 1.248/1972, art. 1º, parágrafo único, Lei nº 9.532/1997, art. 39, § 2º, Decreto nº 4.524/2002, art. 45, § 1º e Instrução Normativa RFB nº 1.068/2010 – “não definem em momento algum o que deve ser considerado como venda com fim específico de exportação, mas visam somente evitar que a mercadoria não deixe de ser exportada pela empresa comercial exportadora adquirente”. Aduziu que o art. 9º da Lei nº 10.833 “exime o vendedor das contribuições para o PIS e Cofins”, atribuindo a responsabilidade pelos tributos à comercial exportadora caso a exportação não venha a ocorrer no prazo devido. Assim, havendo comprovação da efetiva exportação da mercadoria, conforme documentação dos processos de ressarcimento, não se pode descaracterizar tais operações como fez a fiscalização. Argumentou que o procedimento de descaracterização prendeuse a excesso de formalismo, em desobediência aos princípios estabelecidos no art. 2º da Lei nº 9.784/1999. A propósito, transcreveu jurisprudência e doutrina. Refutou também a desconsideração das exportações em que se identificou que não foi o adquirente da mercadoria com o fim específico que a efetivamente exportou, mas uma terceira empresa. Procurou esclarecer como se dão determinadas vendas, reiterando que as exportações foram efetivamente realizadas e comprovadas, o que é suficiente para não incidência das contribuições. Suscitou a vedação constitucional ao tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente, transcrevendo jurisprudência. Discordou também do entendimento quanto às vendas para empresas que constam como fabricantes junto ao Siscomex, repetindo os mesmos argumentos do parágrafo anterior. Ainda sobre a exportação indireta, alegou não poder ser responsabilizada pelas contribuições sobre exportações não realizadas pelas comerciais exportadoras para as quais vendeu, notas fiscais relacionadas à fl. 1866, pois os arts. 7º da Lei nº 10.637 e 9º da Lei nº 10.833 prevêem sua exigência das referidas comerciais exportadoras. Sintetizando (fl. 1853): Ocorre que o agente fiscal em seu conceito, descaracterizou algumas vendas efetuadas para exportação (devidamente comprovadas), e deste forma ajustou a seu modo a base de cálculo das contribuições, considerando estas vendas como operações no mercado interno; tributando estas receitas e, por conseguinte, alterando a proporcionalidade das receitas de exportação em relação a receita bruta total utilizada no critério de rateio dos créditos apurados, conforme apontado a seguir. Fl. 2172DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 Com relação à glosa dos créditos das despesas de frete na transferência de produtos entre estabelecimentos, argumentou tratarse de etapa da operação de venda para exportação, o que justifica sua apropriação. Transcreveu acórdão do Carf nesse sentido. Defendeu caracterizarse como agroindústria, e como tal fazer jus a crédito presumido sobre aquisições de pessoas físicas e de pessoas jurídicas com suspensão, mencionando legislação e normas do Ministério da Agricultura sobre o processo produtivo de grãos e descrevendo suas etapas, a saber: recebimento e classificação, descarga das mercadorias, prélimpeza dos grãos, secagem, póslimpeza, armazenagem e controle de qualidade, expedição. Assim, as mercadorias produzidas pela recorrente passam por um processo que agrega insumos, produtos intermediários e embalagens. Transcreveu dispositivos do RIPI/2010 que tratam do produto industrializado e da industrialização, bem como jurisprudência sobre o conceito de processo produtivo, que apoiam sua tese sobre ser o beneficiamento de grãos a industrialização a que se refere a legislação de PIS/Cofins. Acrescentou que a própria fiscalização admitiu, em seu relatório, que a recorrente efetua vendas de “produção própria”, como comprovam também os memorandos de exportação. Reiterou enquadrarse no caput do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, “pessoas jurídicas (..) que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal”, fazendo jus a crédito presumido. Sobre o conceito de cerealista, procurou demonstrar que não desempenha somente essa atividade, definida no inciso I do § 1º do referido art. 8º, pois a atividade de secar, também desempenhada por ela, não altera tal interpretação, mesmo porque a Lei nº 11.906/2005 alterou tal inciso retirando o termo “secar”. Refutou a menção da fiscalização, no item 96 do relatório, da IN RFB nº 660/2006 sobre o conceito de cerealista, pois não ter atentado que o referido dispositivo está inserido no tópico – DAS PESSOAS JURÍDICAS QUE EFETUAM VENDAS COM SUSPENSÃO, não havendo o propósito de tratar de crédito presumido. O direito a esse crédito está previsto nos art. 5º a 7º dessa norma, onde se evidenciam as operações que permitem à recorrente o direito de crédito. Relativamente às vendas com suspensão, o art. 9º da Lei nº 10.925 permitiu sua efetivação para os produtos relacionados em seu art. 8º. Em contrapartida, o § 4º, II deste artigo vedava o aproveitamento dos créditos correspondentes, situação alterada com a edição da Medida Provisória nº 206/2004 (convertida na Lei nº 11.033/2004), cujo art. 16 (17 na conversão) teria derrogado tal vedação, ao prever: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Fl. 2173DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.171 7 De acordo com a Lei nº 11.116/2005, art. 16, a tais créditos foi possibilitada a compensação e o ressarcimento, não deixando dúvida quanto ao direito da requerente. A própria Receita Federal, em Solução de Consulta da 4ª Região Fiscal (nº 77, de 27/09/2005), teria corroborado tal entendimento. Porém, contrariando a lei a referida Solução de Consulta, a IN RFB nº 660, em seu art. 3º, § 2º, inovou, na tentativa de impedir o aproveitamento de tais créditos. Contra tal disposição, discorreu sobre seu direito, transcrevendo trecho da exposição de motivos da referida MP, recorreu à Lei de Introdução ao Código Civil (para explicar a derrogação da vedação ao aproveitamento do crédito) e mencionou jurisprudência para demonstrar a ilegalidade de tal dispositivo normativo. Pleiteou ainda: Relativo ao mérito dos indeferimentos dos créditos pleiteados, para cada trimestre, a RFB emitiu um despacho decisório, contendo as razões do indeferimento de acordo com o seu entendimento da legislação. Todavia, a contribuinte não concordou com os fundamentos apresentados pela fiscalização que motivaram o indeferimento destes créditos. Por conseguinte, visando ao melhor entendimento, a contribuinte propôs contra cada despacho decisório, as respectivas Manifestações de Inconformidade. Assim, considerando que o julgamento de mérito do crédito anteriormente pela RFB poderá afetar a base de cálculo da aplicação da multa isolada (que se considera em hipótese), relativo ao auto de infração também recebido, requer a contribuinte a reunião das peças dos processos nº 10945.720324/201384, 10945.721074/201219, 10945.721073/201274, 10945.721076/201216, 10945.721075/201263 e 10945.720325/201329, para que sejam decididos simultaneamente, conforme preceitua o § 3º do art. 18 da Lei nº 10.833/2003. Por fim, requereu o cancelamento das autuações. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto julgou procedente em parte a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/POR n.º 14 45.623, de 24/10/2013 (fls. 2055 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2008, 2009 EXPORTAÇÃO DIRETA E INDIRETA. NÃO INCIDÊNCIA. Fl. 2174DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 8 As receitas decorrentes de exportação direta ou indireta, por meio de comercial exportadora, não se sujeitam à incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins. VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. REQUISITOS LEGAIS. As vendas a comercial exportadora não se sujeitam à Contribuição para o PIS/Pasep e ao Cofins, se atendidos os requisitos legais da venda com fim específico de exportação. VENDA A COMERCIAL EXPORTADORA. COMPROVAÇÃO DE EXPORTAÇÃO. A comprovação da exportação da mercadoria vendida com fim específico cabe à comercial exportadora, e não ao vendedor da mercadoria. FRETE. CRÉDITOS. Apenas os fretes na operação de venda dão direito a crédito, não se enquadrando em tal conceito a transferência de mercadorias entre estabelecimentos. CEREALISTA. CRÉDITO PRESUMIDO. As empresas caracterizadas como cerealistas não fazem jus ao crédito presumido da Lei nº 10.925/2004. CEREALISTA. VENDAS COM SUSPENSÃO PARA AGROINDÚSTRIA. VEDAÇÃO AO CRÉDITO. É vedado o crédito em relação às vendas efetuadas por cerealistas, com suspensão, para as agroindústrias. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2008, 2009 CONEXÃO. Por serem conexos, aplicase ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep as mesmas conclusões referentes ao lançamento da Cofins. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008, 2009 REUNIÃO DE PROCESSOS. Indeferese o pedido de reunião de processos para julgamento conjunto quando não se enquadrarem na norma administrativa que disciplina a matéria. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Em face do valor exonerado, a DRJ recorreu de ofício. Fl. 2175DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.172 9 Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 2088/2147, por meio do qual, depois de relatar os fatos, repisa os mesmos argumentos já delineados em sua impugnação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Considerações iniciais A Recorrente pleiteou o ressarcimento de créditos de PIS/Cofins apurados no regime não cumulativo, cumulandoo com pedido de compensação de débitos próprios, com origem em todos os trimestres dos anos de 2008 e 2009. Deferido em parte o direito vindicado, o litígio foi submetido à instância de piso, que reformou parcialmente a decisão recorrida, reconhecendo o direito à apropriação de créditos sobre valores relativos a notas fiscais glosadas a título de “Receitas de Exportação Direta”, bem como sobre os itens referidos na “Relação dos Memorandos de Exportação Glosados – Exportação Indireta” (motivo alegado foi a exportação não comprovada). Quando da apreciação do pedido, a fiscalização efetuou algumas glosas de créditos e também alguns ajustes nas bases de cálculo das contribuições, daí resultando na lavratura de autos de infração para a cobrança do que deixou de ser recolhido pela Recorrente, o que é objeto deste processo administrativo, bem como para cobrança de multa isolada, formalizada em processo administrativo diverso. Exportações glosadas – recurso de ofício As planilhas nas quais estão relacionadas as exportações glosadas pela fiscalização encontramse às fls. 996 a 1.000 dos autos. Na primeira planilha anexada à fl. 996, constatase que foram glosadas exportações com fundamento nos seguintes fatos: a) “Atuação como comercial exportadora – Empresa não é fabricante da mercadoria”; e b) “Exportação Direta não comprovada – Divergência do fabricante entre NF – Memo e Siscomex”. Essas glosas foram reformadas pela instância a quo, daí o recurso de ofício, ao qual, pelos motivos que se passam a expor, deve ser negado provimento. Com efeito, concordamos com o relator da decisão recorrida, ao afirmar que o fato de a Recorrente ter atuado como comercial exportadora não transforma as exportações assim efetuadas como se internas fossem, mas apenas impossibilita a apropriação de créditos sobre os produtos adquiridos. Fl. 2176DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 10 Vale transcrever, também aqui, os dispositivos das Lei n.º 10.637, de 2002, e 10.833, de 2004, que versam sobre a matéria: Lei nº 10.637, de 2002: Art. 5° A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1º. Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3opara fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2º. A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1o, poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Lei nº 10.833, de 2003: Art. 6º. A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas;(Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1° Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3o, para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Fl. 2177DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.173 11 Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2° A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1° poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 3° O disposto nos §§ 1° e 2° aplicase somente aos créditos apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos §§ 8° e 9° do art. 3o. § 4° O direito de utilizar o crédito de acordo com o § 1° não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim previsto no inciso III do caput, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. (g.n.) Portanto, concluise que, em conformidade com o que estabelecem os dispositivos reproduzidos, as exportações realizadas pela Recorrente – na condição de comercial exportadora – não podem ser consideradas como se tributadas fossem, pois a exportação – inequívoca nos autos! – atrai o reconhecimento da não incidência do PIS/Cofins. Também concordamos com o entendimento esposado na decisão recorrida de que o fato de que em algumas exportações diretas ter havido mera divergência entre o fabricante informado na nota fiscal e o registrado no Siscomex não pode levar à glosa da exportação e a sua consideração como se interna fosse. Afinal, se a exportação também é inequívoca, incidência do PIS/Cofins também não há. Poderseia até aventar a possibilidade de promoverse a glosa dos créditos respectivos se o caso fosse idêntico ao anterior, mas este fato não foi afirmado pela fiscalização nem está comprovado nos autos. Por essas razões, há de se negar provimento ao recurso de ofício. De agora em diante, passamos a reproduzir, na íntegra, as mesmas razões de decidir expostas nos processos que versam sobre o ressarcimento de créditos do PIS/Cofins, uma vez que os valores lançados decorrem do que neles vier a ser definitivamente decidido: .................................................................................................................. Vendas a comerciais exportadoras O primeiro diz com as vendas realizadas a empresas comerciais exportadoras. Segundo a fiscalização, para caracterizar como regular uma venda realizada a uma comercial exportadora, seria necessária a observância dos seguintes requisitos objetivos: Fl. 2178DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 12 a) o destinatário da venda deve ser a comercial exportadora que efetivamente realizou a exportação da mercadoria, ou seja, a empresa destinatária da venda com fim específico de exportação deve constar como exportadora da mercadoria nas declarações de Despacho de Exportação DDE registradas no Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex; b) o local de destino da mercadoria vendida deve ser um recinto alfandegado ou ela deve ser remetida diretamente para embarque de exportação (por conta e ordem da empresa comercial exportadora). Como cediço, as exportações não se dão apenas através da própria empresa produtoraexportadora da mercadoria, mas, também, por meio das chamadas trading companies – aquelas adrede criadas com a só finalidade de promover a importação e a exportação de produtos fabricados no exterior ou aqui manufaturados –, para as quais o legislador ordinário atribuiu, também às vendas a estas efetuadas e em apreço à imunidade constitucional, uma isenção tributária das contribuições para o PIS e para a Cofins, desde que os produtos tenham sido adquiridos com o fim específico de exportação. O Decretolei nº 1.248/1972, ao dispor sobre o tratamento tributário das operações de compra de mercadorias no mercado interno, por empresa comercial exportadora, para o fim específico da exportação, deu a seguinte disciplina às operações por ela realizadas: “Art. 1º As operações decorrentes de compra de mercadorias no mercado interno, quando realizadas por empresa comercial exportadora, para o fim específico de exportação, terão o tratamento tributário previsto neste Decretolei. Parágrafo único. Consideramse destinadas ao fim específico de exportação as mercadorias que forem diretamente remetidas do estabelecimento do produtorvendedor para: a) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora; b) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação, nas condições estabelecidas em regulamento. Art.2º. O disposto no artigo anterior aplicase às empresas comerciais exportadoras que satisfizerem os seguintes requisitos mínimos: I – Registro especial na Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S/A. (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal, de acordo com as normas aprovadas pelo Ministro da Fazenda; II – Constituição sob forma de sociedade por ações, devendo ser nominativas as ações com direito a voto; III – Capital mínimo fixado pelo Conselho Monetário Nacional. § 1º. O registro a que se refere o item I deste artigo poderá ser cancelado, a qualquer tempo, nos casos: a) de inobservância das disposições deste DecretoLei ou de quaisquer outras normas que o complementem; b) de práticas fraudulentas ou inidoneidade manifesta. Fl. 2179DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.174 13 § 2º. Do ato que determinar o cancelamento a que se refere o parágrafo anterior caberá recurso ao Conselho Monetário Nacional, sem efeito suspensivo, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de sua publicação. § 3º. O Conselho Monetário Nacional poderá estabelecer normas relativas à estrutura do capital das empresas de que trata este artigo, tendo em vista o interesse nacional e, especialmente, prevenir práticas monopolísticas no comércio exterior. Art. 3º São assegurados ao produtorvendedor, nas operações de que trata o artigo 1º deste Decretolei, os benefícios fiscais concedidos por lei para incentivo à exportação.” (g.n). Assim também o Decreto nº 4.524, de 2002, que regulamenta as contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins: Art. 45. São isentas do PIS/Pasep e da Cofins as receitas (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 14, Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, § 2º, e Lei nº 10.560, de 2002, art. 3º, e Medida Provisória nº 75, de 2002, art. 7º): I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residentes ou domiciliadas no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível, observado o disposto no § 3º; V do transporte internacional de cargas ou passageiro; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pela Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei nº 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do Decretolei nº 1.248, Fl. 2180DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 14 de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; e IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. § 1º Consideramse adquiridos com o fim específico de exportação os produtos remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. (g.n.) Como se vê, o legislador estabeleceu alguns requisitos para que a isenção do PIS e da Cofins se confirmasse – os mesmos defendidos pela fiscalização e sustentados na decisão recorrida. Além de as vendas necessariamente terem de ser efetuadas a empresas comerciais exportadoras, devem ser assim realizadas com o fim específico de exportação, finalidade explicitada, embora já constante do Decretolei n.º 1.248, de 1972, por meio da IN SRF nº 247/2002, nos termos seguintes: remessa direta do produtorvendedor para embarque de exportação ou depósito em entreposto aduaneiro, em ambos os casos por conta da empresa comercial exportadora. Portanto, a questão de maior relevo para o desate do litígio, ao menos nesta matéria, resumese em saber se as vendas realizadas às trading pela Recorrente observaram tais requisitos, uma vez que a condição de comercial exportadora das destinatárias não foi questionada em nenhum momento nos autos. E, consoante informações fornecidas pela fiscalização e não contestadas no recurso, as mercadorias vendidas não foram depositadas em entreposto aduaneiro (recinto alfandegado) por conta e ordem das empresas que as adquiriram – as comerciais exportadoras, fato que impossibilita sejam tais vendas consideradas como exportações da Recorrente e acarreta a sua reclassificação como receita de venda de produção própria tributada no mercado interno. Como a lei não estabeleceu exceções, considerações outras como a forma em que se apresentavam as mercadorias exportadas pela Recorrente, ou mesmo a alegação de que as saídas das mercadorias se destinaram primeiramente à formação de lotes para a exportação, não são suficientes para afastar exigências previstas em dispositivos legais plenamente vigentes. Esse é o entendimento que vem sendo amplamente adotado nesta Corte Administrativa, inclusive nesta mesma Turma de Julgamento: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. SAÍDA PARA EMPRESA COMERCIAL EXPORTADORA. FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. No caso de venda à empresa comercial exportadora, para usufruir do benefício do crédito presumido, cabe à contribuinte comprovar o fim específico de exportação para o exterior, demonstrando que os produtos foram remetidos diretamente do Fl. 2181DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.175 15 estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. (CARF/3ª Seção/1ª Câmara /1ª Turma Ordinária, rel. Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Acórdão n.º 3101001.787, de 11/12/2014). CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI EXPORTAÇÃO INDIRETA VENDA COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Para que reste caracterizada a venda à comercial exportadora com finalidade específica de exportação é necessário que o produto seja remetido diretamente para embarque ou para recinto alfandegado, o que não ocorreu na hipótese. (Acórdão CARF/3ª Seção/1ª Câmara /1ª Turma Ordinária, rel. Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Acórdão n.º 3301 002.379, de 22/06/2014). SAÍDA COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. REQUISITOS. NÃO CUMPRIMENTO. As saídas para comercial exportadora com o fim específico de exportação referemse àquelas remetidas diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. Destarte, a passagem desses produtos por outros estabelecimentos intermediários, tais como armazéns gerais ou estabelecimento comercial, descaracteriza a saída com o fim especifico de exportação. (CARF/3ª Seção/1ª Câmara /1ª Turma Ordinária, rel. Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Acórdão n.º 3101000.874, de 31/08/2011). VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Consideramse isentas da contribuição para o PIS as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. (CARF/3ª Seção/2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, rel. Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Acórdão n.º 3202000.779, de 25/06/2013). Exportações realizadas por terceira empresa Outro tema referese às exportações que foram realizadas por uma terceira empresa, diversa da adquirente da mercadoria, ou por uma empresa exportadora na condição de fabricante. Fl. 2182DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 16 Conforme destacado na legislação aqui reproduzida, as saídas com o fim específico de exportação devem se destinar a uma comercial exportadora, diretamente para embarque de exportação, ou para recintos alfandegados, por conta e ordem desta. Já enfatizamos, não é o só fato da exportação que leva ao reconhecimento da não incidência das contribuições para o PIS/Cofins, mas a realização, no plano fático, dos requisitos previstos em lei já aqui expressamente ressaltados. Ainda que as mercadorias tenham sido vendidas para uma empresa exportadora (não se confunda com uma comercial exportadora, uma trading company) registrada na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as operações assim realizadas devem apresentarse com o fim específico de exportação para o exterior. É o que estabelece, como requisito à isenção, o inciso IX do art. 45 do Decreto nº 4.524, de 2002, que regulamenta as contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins. Correta, portanto, a fiscalização ao desconsiderar, como exportações da Recorrente, aquelas realizadas por uma terceira empresa, diversa da adquirente da mercadoria, ou por uma empresa exportadora na condição de fabricante. Exclusão das receitas financeiras no cálculo do rateio proporcional O terceiro tema é matéria recorrente neste Colegiado Administrativo. Diz com a exclusão, pela fiscalização, das receitas financeiras no cálculo do rateio proporcional, previsto no art. 3º, § 8º, II, das Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, dos custos, despesas e encargos vinculados às receitas submetidas aos regimes cumulativo e não cumulativo do PIS/Cofins. Essa mesma Turma de Julgamento já se posicionou a respeito, entendendo ilegal a exclusão, uma vez que, não falando a lei em receita bruta sujeita ao pagamento da Cofins, mas apenas em receita bruta sujeita à incidência não cumulativa, não caberia ao intérprete restringir o que a lei não restringiu. Eis a ementa da decisão: CRÉDITOS DE COFINS. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS FINANCEIRAS. ALÍQUOTA ZERO. INCLUSÃO NO CONCEITO DE RECEITA BRUTA TOTAL. O art. 3º, § 8º, II, da Lei nº 10.833/2003 não fala em receita bruta total, sujeita ao pagamento de COFINS, não cabendo ao intérprete criar distinção onde a lei não o faz. Impõese o cômputo das receitas financeiras no cálculo da receita brutal total para fins de rateio proporcional dos créditos de COFINS não cumulativo. (CARF/3ª Seção/2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, rel. Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves, Acórdão n.º 3202000.597, de 28/11/2012). De conseguinte, as receitas financeiras devem, sim, ser consideradas no cálculo do rateio proporcional dos custos, despesas e encargos vinculados às receitas submetidas aos regimes cumulativo e não cumulativo do PIS/Cofins. Distorção no rateio proporcional Sobre o suposto equívoco que teria decorrido da descaracterização de algumas vendas efetuadas para exportação, é evidente que a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não cumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês, deverá Fl. 2183DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.176 17 ser alterada quando modificadas as parcelas que as compõem, o que ocorrerá quando a unidade de origem, com as considerações expostas no presente voto, recalcular o valor a ser ressarcido. Frete na transferência entre estabelecimentos da mesma empresa A discussão em torno do creditamento sobre fretes pagos na transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma empresa também não é novo nesta mesma Turma de Julgamento. Temos entendido que, como a lei fala em “frete na operação de venda”, não se justificaria o crédito na circunstância de a operação reportarse a uma mera transferência entre estabelecimentos (CARF/2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, redator para o acórdão Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Acórdão n.º 3202000.597, de 28/11/2012). Esse também é o entendimento de outras Turmas de Julgamento. Exemplificativamente: CRÉDITOS. FRETES. REMESSA PARA ARMAZÉNS E DEPÓSITOS. IMPOSSIBILIDADE. Carece de previsão legal a apropriação de créditos, na apuração não cumulativa das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, em relação ao custo do frete arcado com a transferência de mercadorias acabadas ou prontas para consumo a depósitos ou armazéns, próprios ou de terceiros. (CARF/4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3403002.373, de 22/8/2013). CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados para as transferências de mercadorias (produtos acabados ou em elaboração) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram direito a créditos da Cofins e da Contribuição ao PIS. (CARF/3ª Câmara /2ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3302002.027, de 23/4/2013). FRETE ENTRE ESTABELECIMENTOS. FORMAÇÃO DE LOTE PARA EXPORTAÇÃO. CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. A transferência de produto acabado a estabelecimento filial para formação de lote de exportação, ainda que se efetive a exportação, não corresponde juridicamente à própria venda, ou exportação, não gerando o direito ao creditamento em relação à contribuição. (CARF/4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3403002.681, de 28/1/2014). Do crédito presumido da agroindústria Uma outra questão submetida à apreciação deste Colegiado envolve o crédito presumido conferido por lei às agroindústrias. As Leis n.º 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, estabelecem, como regra geral, o não creditamento nas aquisições de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento do PIS e da Cofins (art. 3º, § 2º, das Leis n.º 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003). Nada obstante, essa regra Fl. 2184DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 18 geral foi excepcionada por lei especial, qual seja, o art. 8º da Lei n.º 10.925, de 2004, que conferiu, apenas para as pessoas jurídicas que menciona, crédito presumido a ser calculado sobre o valor que seria devido fosse a operação tributada nos termos do art. 2º das Leis n.º 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003 (sobre os 1,65% e os 7,6% a título de PIS e de Cofins, respectivamente): Art. 8º. As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência) (Vide Lei nº 12.058, de 2009) (Vide Lei nº 12.350, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 545, de 2011) (Vide Lei nº 12.599, de 2012)” § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, e 18.01, todos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM); (Redação dada pela Lei nº 12.865, de 2013) II pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1o deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3º O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1º deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: I 60% (sessenta por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os produtos de origem animal Fl. 2185DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.177 19 classificados nos Capítulos 2 a 4, 16, e nos códigos 15.01 a 15.06, 1516.10, e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18; e II 50% (cinqüenta por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para a soja e seus derivados classificados nos Capítulos 12, 15 e 23, todos da TIPI; e (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) III 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007). § 4o É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1o deste artigo o aproveitamento: I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; II de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão às pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo. Art. 9o A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: I de produtos de que trata o inciso I do § 1o do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (g.n.). Afirma a fiscalização que, no período de análise, a Recorrente beneficia cereais (basicamente de milho NCM 1005.9010, soja NCM 1201.0090, trigo NCM 1001.9090 e triguilho NCM 1001.1090), atividade que se caracterizaria como a de um cerealista. No recurso voluntário, a Recorrente sustenta beneficiar as mercadorias referidas pelas fiscalização, que, posteriormente, são destinadas, já beneficiadas, à alimentação humana e animal. Com efeito, a despeito da exclusão do crédito da agroindústria pela fiscalização, este Conselho Administrativo, depois de intenso debate (no qual, registrese, restei vencido), assim como vem conferindo ao termo "insumos" interpretação mais abrangente que a definição conferida pela legislação do IPI, de molde a abarcar aqueles fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e para a obtenção da receita tributável pelo PIS/Cofins, também tem entendido que a produção de bens não se restringe apenas ao conceito estrito de industrialização. A título de ilustração: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Fl. 2186DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 20 Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. A aquisição de combustíveis gera direito a crédito quando comprovado que é utilizado como insumo no processo de produção dos bens vendidos e que geraram receita tributável. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. As alegações apresentadas no recurso devem vir acompanhadas das provas correspondentes. (g.n.) (3ª Seção, 4ª Câmara, 1ª TO, Acórdão nº 3401003.001 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, de 8/12/2015). É o que ocorre com a Recorrente, que adquire bens, de pessoas físicas e cooperativas, e os beneficia, produzindo mercadorias classificadas nos capítulos 10 e 12 da NCM, posteriormente destinadas à alimentação humana ou animal. A impossibilidade de ressarcimento do crédito presumido decorre da própria lei que o instituiu, como previsto no caput do art. 8º da Lei n.º 10.925, de 2004, que só permite seja utilizado como dedução dos débitos da própria exação. Não por outro motivo, a RFB, por meio do ADI SRF nº 15, de 2005, dispôs que “o valor do crédito presumido previsto na Lei n° 10.925, de 2004, arts. 8° e 15, somente pode ser utilizado para deduzir da Contribuição para o P1S/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) apuradas no regime de incidência nãocumulativa” e que “não pode ser objeto de compensação ou de ressarcimento” por falta de previsão legal. Concluindo, a Recorrente também faz jus ao crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei 10.925, de 2004, sobre as aquisições de bens, de pessoas físicas ou cooperativas, empregados na produção (beneficiamento) de mercadorias classificadas nos Capítulos 10 Fl. 2187DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10945.720325/201329 Acórdão n.º 3201002.234 S3C2T1 Fl. 2.178 21 e 12 da NCM, que, contudo, só pode ser utilizado para deduzir o PIS e a Cofins apurados no regime não cumulativo. Registrese, por fim, que a Recorrente defendeu, em memoriais, a retroatividade benigna da norma estatuída no art. 56A da Lei nº 12.350, de 2010, que previu o ressarcimento ou compensação dos saldo de créditos presumidos apurados a partir do anocalendário de 2006 na forma do § 3o do art. 8o da Lei no 10.925, de 23 de julho de 2004, existentes na data de publicação da Lei. A retroatividade benigna, é sabido, aplicase, quando cabível, em matéria de infrações à legislação tributária, não para conferir, retroativamente, direitos só estabelecidos em momento futuro. Com a devida vênia, discordamos veementemente de decisão administrativa que tenha adotando entendimento diverso. Das vendas efetuadas com suspensão A Recorrente pretende o reconhecimento de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão a empresas agroindustriais. Ocorre que, como ressaltado pela instância de piso, a Lei nº 11.033, de 2004, que resultou da conversão da Medida Provisória nº 206, de 2004, de fato previu a manutenção de créditos nos casos de vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS/Cofins, mas essa disposição normativa não revogou o disposto no § 4º do art. 8º da Lei n.º 10.925, de 2004, supra, conforme se depreende da simples leitura do disposto no art. 24 da Lei nº 11.033, de 2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. (...) Art. 24. Ficam revogados o art. 63 da Lei no 8.383, de 30 de dezembro de 1991, a partir de 1o de janeiro de 2005, e o § 2o do art. 10 da Lei no 10.925, de 23 de julho de 2004. Tratase de norma geral posterior que, nos termos do disposto no art. 2º, § 2º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil), não revoga nem modifica lei especial anterior, donde resta impossível a manutenção, pela Recorrente, de créditos de PIS/Cofins em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão a empresas agroindustriais. Da taxa Selic sobre os valores ressarcidos No que concerne aos juros à taxa Selic sobre os valores a serem ressarcidos, há norma expressa na Lei nº 10.833, de 2003, vedando, para o ressarcimento do PIS/Cofins, a correção monetária e a aplicação dos juros de mora. Confirase: Fl. 2188DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 22 Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4o do art. 3o, do art. 4o e dos §§ 1o e 2o do art. 6o, bem como do § 2o e inciso II do § 4o e § 5o do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. ............................................................................................................... Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de ofício e DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para que se recalcule os valores dos tributos devidos, considerando o que se decidido nos processos de ressarcimento de PIS/Cofins referidos no relatório. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 2189DF CARF MF Impresso em 13/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 3/07/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10314.011256/2005-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 29/09/2003
APRESENTAÇÃO DE CNDs POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENCAO/REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO.
A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado A. qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos federais, sendo cabível a aplicação ao caso do disposto no artigo 60 da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3201-002.125
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 29/09/2003 APRESENTAÇÃO DE CNDs POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENCAO/REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado A. qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos federais, sendo cabível a aplicação ao caso do disposto no artigo 60 da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995. Recurso Voluntário negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10314.011256/2005-85
anomes_publicacao_s : 201605
conteudo_id_s : 5587918
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-002.125
nome_arquivo_s : Decisao_10314011256200585.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10314011256200585_5587918.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 26 00:00:00 UTC 2016
id : 6371895
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:48:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048421607145472
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1791; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 334 1 333 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10314.011256/200585 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201002.125 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de abril de 2016 Matéria II. RESTITUIÇÃO Recorrente SIEMENS VDO AUTOMOTIVE LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 29/09/2003 APRESENTAÇÃO DE CNDs POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENCAO/REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado A. qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos federais, sendo cabível a aplicação ao caso do disposto no artigo 60 da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 01 12 56 /2 00 5- 85 Fl. 334DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição do Imposto de Importação que teria sido pago a maior na importação formalizada através da DI nº 03/08314870, em 29/09/2003 (apresentouse pedido de retificação de DI, mas cumulado com o pedido de restituição do II). Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo de pedido de restituição de Imposto de Importação, alegadamente recolhido a maior, pago através de débito automático em contacorrente bancária na data do registro da DI n° 03/08314870, em 29/09/2003 (fls. 6/9). Seguese um breve histórico dos fatos, conforme documentos nos autos. Alega o interessado ter direito ao benefício fiscal concedido pelo art. 5° das Medidas Provisórias es. 193924 (de 06/01/00), 2068 37 (de 27/12/00) e 206838 (de 25/01/01), convertidas em Lei n° 10.182, de 12 de fevereiro de 2001. Tal benefício consiste na redução de 40 % (quarenta por cento) do imposto de importação, para empresas devidamente habilitadas quanto ao mesmo no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, referindose especificamente à importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semiacabados, e pneumáticos, destinadas aos processos produtivos das empresas e dos fabricantes de produtos relacionados no art. 5°, § 1° I a X (veículos leves: automóveis e comerciais leves, ônibus, caminhões, etc).. Em 29/09/2003 submeteu a despacho aduaneiro mercadorias beneficiárias da mencionada redução, pela Declaração de Importação no 03/08314870, tendo deixado de pleitear o benefício em questão, e recolhido integralmente o Imposto de Importação. Em 06/12/2005, por requerimento de fls. 1, pleiteou a restituição do valor que entende recolhido a maior, no total de R$ 5.848,39 (cinco mil, oitocentos e quarenta e oito reais e trinta e nove centavos), Pedido de Restituição de fls. 2 e Pedido de Cancelamento de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito Creditório de fls. 3/4. Anexou As fls. 30 documento comprobatório fornecido pelo DECEX, segundo o qual a empresa está habilitada a fruir o benefício da Lei 10.182/2001 desde 12/02/2001. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10314.011256/200585 Acórdão n.º 3201002.125 S3C2T1 Fl. 335 3 O processo tramitou pela Inspetoria da Receita Federal em São Paulo (IRFSP), e em 07/12/2005 foi encaminhado para revisão aduaneira e eventual retificação de Declaração de Importação. Em 26/12/2005 foi proferido despacho indeferindo a retificação da Declaração de Importação, sob as seguintes alegações (v. fls. 45/47): 1 – O requerente teria recolhido integralmente o Imposto de Importação por ocasião do despacho aduaneiro, por ter espontaneamente renunciado ao benefício da Lei 10.182/2001; agora estaria tentando obter os benefícios previstos naquela norma legal, sem apresentar autorização formal do DECEX para tal. 2 Que o momento oportuno para pleitear a redução do II seria na data do registro da Declaração de Importação (data do fato gerador), e não posteriormente, como ocorreu, inexistindo amparo legal para atendimento do pedido. Da decisão denegatória do pleito foi dada ciência ao interessado em 10/01/2006 — (fls. 47v). Ciente do teor da decisão e inconformado com a mesma, o requerente apresentou arrazoado de fls. 49/66, em 09/02/2006 (trinta dias após a ciência), que denominou como "manifestação de inconformidade". Em 02/03/2006 (fls. 96), foi proferido despacho no sentido de desconhecimento do recurso administrativo acima, por extemporâneo. No entender, da equipe que analisara o pleito, a Lei 9.784/99 regeria o tema discutido, o que implicaria, conforme o disposto em seu artigo 59, em um prazo de 10 dias para interposição de recurso administrativo. Ao recorrer 30 (trinta) dias após a ciência do despacho denegatório, têloia feito intempestivamente. Diante do exposto, o requerente impetrou Mandado de Segurança contra Inspetor da Inspetoria da Receita Federal em Sao Paulo, de n° 2006.61.00.0191556 (Justiça Federal / SP — 22 Vara Cível de são Paulo) , tendolhe sido concedida liminar (fls. 100/102), reconhecendo ao impetrante o direito de apresentar seus recursos na forma e nos prazos previstos no Decreto n° 70.235/72, e determinando a autoridade impetrada que receba e processe regularmente a Manifestação de Inconformidade apresentada em 09/02/2006 (fls.49/66), nos autos do presente processo. Analisandose a Manifestação de Inconformidade de fls. 49/66, constatase que são os seguintes os principais argumentos do recorrente: 1 Alega terse habilitado junto ao SISCOMEX para fruição dos benefícios da Lei 10.182/2001, conforme documento de fls. 30. Para tal, uma das condições era a comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais, tendo apresentado ao DECEX todas as CNDs Fl. 336DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 (Certidões negativas de Débitos para com a Receita Federal). Com esse argumento o interessado refuta a alegação, para indeferimento da retificação da DI, de que não teria autorização formal da DECEX para usufruir do benefício da Lei 10.182/2001. 2 Posteriormente, com fundamento no art. 60, da Lei 9.069/95, a requerente foi compelida à apresentação de CND a cada importação, visando demonstrar sua regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais. Assim, nos períodos nos quais se encontrava impossibilitada de apresentar a competente CND, segundo suas palavras às fls. 54/55, acabava não usufruindo o benefício fiscal da Lei 10.182/01, para o qual já se encontrava habilitada. "Diante do cenário exposto, o II referente à importação registrada na DI 03/08314870 foi integralmente recolhido, ou seja, a requerente não se valeu do benefício fiscal de redução do imposto do qual era detentora por estar, reiteradamente, sendo compelida a apresentar a respectiva CND e, naquele momento, encontrarse impossibilitada de apresentála." (fls. 54/55). Com tal argumento, o interessado refuta a hipótese de ter renunciado espontaneamente ao benefício da Lei 10.182/2001. 3 7 Menciona a título de jurisprudência a Solução de Consulta SRF no 10, de 04 de junho de 2003, referente A Lei n° 8.032, de 12 de abril de 1990 e ementas de dois julgados do Superior Tribunal de Justiça (Recurso Especial n° 413.934 e Recurso Especial n° 434.621), ambos relacionados ao regime aduaneiro de "drawback". Argumenta que o caso ora discutido guarda correlação com os tratados na jurisprudência mencionada. 4 Alega que na Lei 10.182/2001 não há previsão para apresentação de CNDs (Certidões negativas de Débitos para com a Receita Federal) a cada despacho. 5 Coloca que à época do fato gerador já havia cumprido todos os requisitos e condições exigidos legalmente para usufruir a redução de caráter especial, e pagou indevidamente o imposto integral. Menciona o art. 109, III, do Regulamento Aduaneiro (Decreto 4.543/2001), para comprovar que caberá redução total ou parcial do imposto pago indevidamente, em diversos'casos, entre os quais: "... III verificação de que o contribuinte, época do fato gerador, era beneficiário de isenção ou de redução concedida em caráter geral, ou já havia preenchido as condições e requisitos exigíveis para concessão de isenção ou de redução de caráter especial (Lei 5.172/66, art. 144)". Com tal alegação o recorrente refuta o argumento de que o único momento para solicitação de reconhecimento do benefício seria a data do fato gerador, e que inexiste amparo legal a seu pleito. Em atendimento ao determinado pelo Judiciário, e antes dó encaminhamento da Manifestação de Inconformidade de fls. 49/66 a esta Delegacia de Julgamento, foi elaborado resumo dos fatos As fls. 106/108, para fins de saneamento dos tramites do processo), colocandose que o fulcro da questão a ser examinada referese As admissibilidade da exigência da CND a cada desembaraço de mercadorias importadas ao amparo de benefício fiscal. A conclusão é no sentido de que a não Fl. 337DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10314.011256/200585 Acórdão n.º 3201002.125 S3C2T1 Fl. 336 5 disponibilidade da CND da data de desembaraço da DI impede a fruição do benefício pretendido e, por conseqüência o deferimento do pedido de retificação da Declaração de Importação. A seguir é elaborado despacho decisório relativo ao Pedido de retificação de Declaração de Importação e de restituição de Imposto de Importação (reconhecimento do direito creditório), constando na ementa tratarse de pleito improcedente, pelo não atendimento de todas as condições legais no momento da ocorrência do fato gerador do imposto, tudo conforme CTN, art. 179 e Lei n° 9.069/95. art; 60, e Decreto 4.543/2001, art. 109 (Regulamento Aduaneiro) — v. fls. 110/112. Resumindose os fatos, o indeferimento do pleito quanto A retificação da DI e do reconhecimento do direito creditório prendeuse basicamente A não apresentação das CNDs (Certidões Negativas de Débito) à época do fato gerador, e a Manifestação de Inconformidade de fls. 49/66 também foca o mesmo assunto, ou seja, a pretendida inadmissibilidade de exigência de CNDs (Certidões Negativas de Débito) a cada despacho aduaneiro de importação onde seja pleiteado benefício de redução ou isenção de tributo. É o relatório. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo II julgou improcedente a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/SP2 n.º 17 22.813, de 07/02/2008 (fls. 269 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 29/09/2003 Ementa: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ALEGAÇÃO DE RECOLHIMENTO A MAIOR POR NÃO UTILIZAÇÃO DA REDUÇÃO PREVISTA NA LEI 10.182/2001 (REGIME AUTOMOTIVO). NÃO RECONHECIDO O DIREITO CREDITÓRIO TENDO EM VISTA A NÂO COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE QUANDO. AOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS A ÉPOCA DO FATO GERADOR. Conforme art. 165 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), cabe restituição de tributos recolhidos indevidamente ou a maior que o devido. Não caracterizado o recolhimento como indevido ou a maior que o devido, não cabe a restituição do mesmo ao sujeito passivo. APRESENTAÇÃO DE CNDs POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENCAO / REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado A. qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais, sendo cabível a aplicação ao caso do disposto no artigo 60 da Lei n°9.069, de 29 de junho de 1995. Solicitação Indeferida Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 297/311, por meio do qual, depois de relatar os fatos, repisa os mesmos argumentos já delineados em sua impugnação. Reproduz, também, decisões prolatadas pelo Superior Tribunal de Justiça STJ e decisões administrativas que, segundo afirma, respaldariam a sua pretensão. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente pleiteou a restituição do Imposto de Importação – II pago a maior na DI n° 03/08314870, registrada em 29/09/2003, com fundamento nos arts. 5º e 6º da Lei n° 10.182, de 2001, os quais estabeleceram uma redução de 40 % (quarenta por cento) sobre o II, bem como as condições de habilitação e fruição para operações de importação realizadas no âmbito do chamado regime automotivo. O pedido foi apresentado inicialmente como “Pedido de Retificação” de DI, mas cumulado, em seguida, com o pedido de restituição do imposto. Indeferido o pleito, a Recorrente apresentou, contra o Despacho Decisório, manifestação de inconformidade, que, porém, restou não conhecida, sob a alegação de que o rito a seguir era o estabelecido na Lei nº 9.784, de 1999, de forma que o prazo de defesa seria de 10 (dez) dias, não de trinta. A Recorrente, então, obteve decisão judicial favorável, proferida em mandado de segurança, determinando a apreciação da peça de defesa pela DRJ, que, por seu turno, consideroua improcedente, por entender que a concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal de caráter subjetivo (vinculado à qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade ou à destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos administrados pela Receita Federal, condiciona se à comprovação, pelo contribuinte, da quitação dos tributos federais, de sorte que entendeu aplicável ao caso o disposto no art. 60 da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995, segundo o qual “A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais”. Pois bem. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10314.011256/200585 Acórdão n.º 3201002.125 S3C2T1 Fl. 337 7 Para ilustrar a matéria, transcrevemos, inicialmente, os arts. 5 e 6º da Lei nº 10.182, de 2001: Art. 5o O Imposto de Importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semiacabados, e pneumáticos fica reduzido em: (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) I – 40% (quarenta por cento) até 31 de agosto de 2010; (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) II – 30% (trinta por cento) até 30 de novembro de 2010; (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) III – 20% (vinte por cento) até 30 de maio de 2011; e (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) IV – 0% (zero por cento) a partir de 1o de junho de 2011. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 1o O disposto no caput aplicase exclusivamente às importações destinadas aos processos produtivos das empresas montadoras e dos fabricantes de: I veículos leves: automóveis e comerciais leves; II ônibus; III caminhões; IV reboques e semireboques; V chassis com motor; VI carrocerias; VII tratores rodoviários para semireboques; VIII tratores agrícolas e colheitadeiras; IX máquinas rodoviárias; e X autopeças, componentes, conjuntos e subconjuntos necessários à produção dos veículos listados nos incisos I a IX, incluídos os destinados ao mercado de reposição. § 2o O disposto nos arts. 17 e 18 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, e no DecretoLei no 666, de 2 de julho de 1969, não se aplica aos produtos importados nos termos deste artigo, objeto de declarações de importações registradas a partir de 7 de janeiro de 2000. Art. 6o A fruição da redução do imposto de importação de que trata esta Lei depende de habilitação específica no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX. Parágrafo único. A solicitação de habilitação será feita mediante petição dirigida à Secretaria de Comércio Exterior do Fl. 340DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 8 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, contendo: I comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais; II cópia autenticada do cartão de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; III comprovação, exclusivamente para as empresas fabricantes dos produtos relacionados no inciso X do § 1o do artigo anterior, de que mais de cinqüenta por cento do seu faturamento líquido anual é decorrente da venda desses produtos, destinados à montagem e fabricação dos produtos relacionados nos incisos I a X do citado § 1o e ao mercado de reposição. Conforme se constata dos dispositivos reproduzidos, a redução do II em tela ficou condicionada à habilitação específica no Siscomex, a ser feita mediante petição dirigida à SECEX, contendo, entre outros, a comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos federais. A Recorrente defende que, uma vez habilitado ao regime automotivo, estaria livre do ônus de comprovar a quitação dos tributos federais por ocasião do registro das DIs. Portanto, como já ressaltado pela DRJ, percebese que, de fato, o fulcro da questão é a procedência ou não da exigência da CNDs (Certidões Negativas de Débito) a cada novo desembaraço de mercadorias ao amparo do benefício fiscal, mesmo que a apresentação das CNDs já tenha sido exigido para habilitação ao benefício. Como se passa a demonstrar, a exigência, além de decorrente de lei plenamente vigente (art. 60 da Lei nº 9.069, de 1995) – cuja aplicação não pode ser afastada pela autoridade administrativa (Súmula CARF nº 2) –, é racional e coerente. Racional e coerente, porque concordar com o entendimento de que, uma vez habilitado ao regime, a Recorrente estaria livre de comprovar a quitação dos tributos federais a cada nova importação equivaleria, em última análise, ao mesmo que permitir que, durante todo o período de vigência do benefício (no caso, dez anos!), o seu beneficiário poderia, ainda que devedor da União, continuar promovendo a importação dos produtos a que se referem o art. 5º da Lei nº 10.182, de 2001, com redução do II. O Direito, contudo, deve ser interpretado coerentemente, não de forma a envolver um absurdo, uma inconveniência. Assim, e sem maiores delongas, entendemos correta a decisão que indeferiu, por essa razão de mérito, o pedido formulado pela Recorrente. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 341DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10314.011256/200585 Acórdão n.º 3201002.125 S3C2T1 Fl. 338 9 Fl. 342DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 12466.001642/2010-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO.
Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. A jurisprudência administrativa e judicial tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, algum erro de fato, mas não para eventuais erros de interpretação. Não configuradas tais hipóteses, é de se rejeitar os embargos.
Embargos de Declaração acolhidos.
Numero da decisão: 3201-002.390
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente-Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Winderley Morais Pereira e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. A jurisprudência administrativa e judicial tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, algum erro de fato, mas não para eventuais erros de interpretação. Não configuradas tais hipóteses, é de se rejeitar os embargos. Embargos de Declaração acolhidos.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 12466.001642/2010-18
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5647572
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-002.390
nome_arquivo_s : Decisao_12466001642201018.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 12466001642201018_5647572.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente-Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Winderley Morais Pereira e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
id : 6543596
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:53:24 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691115294720
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1931; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1.967 1 1.966 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12466.001642/201018 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3201002.390 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de setembro de 2016 Matéria Embargos Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado SERVER COMPANY COMÉRCIO INTERNACIONAL S/A ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. A jurisprudência administrativa e judicial tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, algum erro de fato, mas não para eventuais erros de interpretação. Não configuradas tais hipóteses, é de se rejeitar os embargos. Embargos de Declaração acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza PresidenteRelator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Winderley Morais Pereira e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 16 42 /2 01 0- 18 Fl. 1967DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pela douta Procuradoria da Fazenda Nacional – PFN, em face do Acórdão nº. 320101.697, de 19 de agosto de 2014 (fls. 1947 e ss.), cuja ementa abaixo se transcreve: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 04/07/2005 MULTA DE OFÍCIO. LANÇAMENTO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Incabível o lançamento de multa de ofício na constituição de crédito tributário cuja exigibilidade esteja suspensa por medida judicial acautelatória. Alega a PFN que teria havido omissão na fundamentação do acórdão embargado, nos seguintes termos: Ao contrário do que sugere a decisão embargada, o presente lançamento fundamentouse não só na medida liminar concedida na cautelar preparatória da AR, mas também no entendimento de que a coisa julgada no Mandado de Segurança 99.00166582 reconhece o direito de compensar os créditos de IPI da SAB Trading com débitos de terceiros apenas até a edição da IN/SRF 41, de 07/04/2000, que vedou tal possibilidade a partir desta data. Os fiscais seguiram a orientação manifestada no item 4 da Nota n.º 91 da PRFN 2ª Região, segundo a qual, de acordo com o artigo 468 do CPC, “a sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas”. (g.n.) Assim, a decisão no mandado de segurança foi proferida levando em consideração a legislação vigente à época de sua propositura (08/07/1999). Com base nela, decidiuse pela existência do crédito prêmio, bem como pela possibilidade de sua restituição, ressarcimento, ou compensação, afastando a aplicação do ato declaratório 31/99. Contudo, a sentença nada decidiu sobre a possibilidade de compensação desses créditos com débitos de terceiros após a vigência da IN 41/2000. Neste diapasão, há que se considerar que, nos termos da Nota n.º 91, alterados os pressupostos legais que serviram de supedâneo à decisão judicial, não há que se pretender opôla à nova situação jurídica instaurada, com o advento de legislação posterior modificativa. (grifamos). Os embargos foram admitidos. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Fl. 1968DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 12466.001642/201018 Acórdão n.º 3201002.390 S3C2T1 Fl. 1.968 3 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Cabe ressaltar, inicialmente, que, como cediço, os embargos declaratórios têm a finalidade de aclarar a decisão embargada ou trazer à discussão matéria omitida no julgamento, de tal sorte que a solução dada pelo órgão encarregado de resolver a controvérsia demonstre, com clareza, haver enfrentado o objeto do litígio. É o que prevê o art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ao assim dispor: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Conforme doutrinam Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha, é omissa a decisão a) que não se manifestar sobre um pedido ou b) sobre argumentos relevantes lançados pelas partes e c) quando não apreciadas matérias de ordem pública, portanto cognoscíveis de ofício pelo magistrado, tenham ou não sido suscitadas pelas partes. Os mesmos autores consideram obscura a decisão quando ininteligível, portanto malredigida, faltandolhe a devida clareza. E contraditória, quando traz proposições inconciliáveis entre si, exemplificando com aquela em que há uma contradição entre os seus fundamentos e a sua conclusão (Direito processual civil: meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. Salvador: JusPODIVM, 2006, p. 131). Acresçase que a jurisprudência tem admitido o manejo dos embargos também para os casos em que se verifica existir, na decisão embargada, um erro de fato – uma ideia equivocada sobre o que, no plano da realidade, ocorreu. Pois bem. Na redação anterior do § 3º do art. 65 do atual RICARF/2015, recentemente modificado pela Portaria MF nº 39, de 2016, tinhamse mais elásticos os requisitos para a embargabilidade de nossas decisão colegiadas, daí que admitidos os embargos ora examinados (a redação atual permite a rejeição, pelo presidente da Turma, quando intempestivos e quando as alegações de omissão, contradição ou obscuridade sejam manifestamente improcedentes ou não estiverem objetivamente apontadas). Contudo, a despeito de admitidos os embargos, vemos agora que a douta PFN na verdade insurgese contra o entendimento firmado no acórdão embargado, que entendeu, pelas razões que expôs, que a sentença, posteriormente transitada em julgado, não limitava a compensação à vigência das IN SRF nº 21, de 1997. Confirase: A decisão que atribuiu efeito suspensivo ativo ao agravo de instrumento da SAB TRADING é omissa quanto à compensação, quer seja sob a égide da Instrução Normativa SRF nº 21, de 2000, quer seja sob a égide de ato normativo superveniente. Já a Fl. 1969DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 sentença que enfrentou o mérito da questão, preferida em 07/05/2001, reconheceu o direito creditório da impetrante, bem como a possibilidade de consumar esse direito mediante compensação na forma da Instrução Normativa SRF nº 21, de 1997, alterada pela Instrução Normativa SRF nº 73, do mesmo ano. A partir da leitura da sentença supra mencionada, percebese claramente que a interpretação pretendida pela PRFN2 é absurda. Em momento algum a sentença condiciona a realização das compensações à vigência da Instrução Normativa SRF nº 21, de 1997, alterada pela Instrução Normativa SRF nº 73, do mesmo ano; ao contrário, ela determina que as autoridades fiscais competentes observem os ditames dessas instruções normativas sempre que o crédito utilizado na compensação for objeto deste mandado de segurança específico, a despeito de haver mudança legislativa. Como informado, a sentença foi proferida no ano de 2001, sendo que a Instrução Normativa SRF nº 41 é anterior. Logo, se a juíza que proferiu a sentença quisesse impor essa limitação à SAB TRADING, teria o feito expressamente, determinando a compensação na forma da Instrução Normativa SRF nº 41, de 2000, e não na Instrução Normativa SRF nº 21, de 1997, com a alteração do mesmo ano. Embora desnecessário, cabe enfatizar que os vícios que permitem o manejo dos aclaratórios são aqueles que se verificam na própria decisão a ser embargada, mas não alcançam eventuais erros de interpretação, que, a propósito, se, no caso, existiu, não cabe aqui comentar. Os embargos, como se sabe, não se prestam para a reapreciação do litígio. Pelo exposto, voto por REJEITAR os embargos de declaração. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1970DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10920.905260/2008-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003
DIREITO CREDITÓRIO. RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO. DILIGÊNCIA.
É de se deferir o pedido de ressarcimento, cumulado com compensação, quando, na realização de diligência requerida pelo Colegiado, restar comprovada a existência de parte do direito creditório pleiteado pela interessada.
Recurso Voluntário provido em parte
Numero da decisão: 3201-002.143
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 DIREITO CREDITÓRIO. RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO. DILIGÊNCIA. É de se deferir o pedido de ressarcimento, cumulado com compensação, quando, na realização de diligência requerida pelo Colegiado, restar comprovada a existência de parte do direito creditório pleiteado pela interessada. Recurso Voluntário provido em parte
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10920.905260/2008-19
anomes_publicacao_s : 201605
conteudo_id_s : 5587924
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-002.143
nome_arquivo_s : Decisao_10920905260200819.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10920905260200819_5587924.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
id : 6371967
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:48:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048420055252992
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1759; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 362 1 361 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10920.905260/200819 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201002.143 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 28 de abril de 2016 Matéria IPI. RESSARCIMENTO.COMPENSAÇÃO Recorrente MARISOL INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 DIREITO CREDITÓRIO. RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO. DILIGÊNCIA. É de se deferir o pedido de ressarcimento, cumulado com compensação, quando, na realização de diligência requerida pelo Colegiado, restar comprovada a existência de parte do direito creditório pleiteado pela interessada. Recurso Voluntário provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 52 60 /2 00 8- 19 Fl. 362DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Relatório A interessada apresentou pedido de ressarcimento de crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, com origem no 3° trimestre de 2003, cumulandoo com pedido de compensação de débitos próprios. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão anteriormente proferida por este Colegiado Administrativo: Em 07/11/2008, foi emitido o Despacho Decisório eletrônico de fl. 78 que, do montante do crédito solicitado/utilizado de R$ 10.889,36 referente ao 3º trimestrecalendário de 2003, nada reconheceu, e, conseqüentemente, não homologou a compensação declarada no PER/DCOMP nº 05030.88471.150704.1.3.016570. Motivos da redução do valor pleiteado: a) constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado; b) constatação de utilização integral ou parcial, na escrita fiscal, do saldo credor passível de ressarcimento em períodos subseqüentes ao trimestre em referência, até a data da apresentação do PER/DCOMP. Os detalhamentos da análise do crédito e da compensação e saldo devedor estão disponíveis para consulta no sítio da internet da Secretaria da Receita Federal do Brasil. A requerente, inconformada com a decisão administrativa cientificada por AR em 18/11/2008, conforme comprovante de fl. 122, apresentou, em 18/12/2008, a manifestação de inconformidade de fls. 04/26, subscrita pelo patrono devidamente constituído, em que, em síntese, sustenta que há nulidade do Despacho Decisório, nos termos do PAF, art. 59, II, em virtude de erro de capitulação legal, ou até falta de fundamentação legal, que implica cerceamento do direito de defesa; não devem prosperar as glosas de créditos ocasionadas pelo registro de CFOP não admissível na operação e, no outro caso, por se tratar de empresa emitente da nota fiscal optante do Simples, resultando assim saldo credor suficiente para a compensação; houve um erro no PER/DCOMP nº 01132.53940.150704.1.3.013276 quanto ao primeiro decêndio de dezembro de 2003, tendo sido considerado como débito (estorno de crédito) o valor de R$ 133.840,64 alusivo, na verdade, a estorno de ressarcimento de créditos; a autoridade fiscal considerou como saldo credor inicial do trimestre o valor de R$ 116.049,64 e não o valor correto de R$ 201.629,26, conforme comprovação pelo Livro Registro de Apuração do IPI; a requerente tem direito à compensação conforme previsão legal. Por fim, requer que a manifestação de inconformidade seja recebida e acatada e que a compensação declarada no PER/DCOMP seja deferida, sendo legítima a existência do crédito. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.905260/200819 Acórdão n.º 3201002.143 S3C2T1 Fl. 363 3 A DRJ em Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: PER/DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. GLOSA DE CRÉDITOS. NOTAS FISCAIS EMITIDAS POR EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES. São insuscetíveis de aproveitamento na escrita fiscal os créditos concernentes a notas fiscais de aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem emitidas por empresas optantes pelo SIMPLES, nos termos de vedação legal expressa. PER/DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. APURAÇÃO DO SALDO CREDOR RESSARCÍVEL. O saldo credor ressarcível de cada trimestrecalendário é apurado mediante o confronto de créditos e débitos de cada período de apuração, sendo passíveis de glosa os créditos ressarcíveis não admitidos e os créditos não ressarcíveis; o estorno do montante do pleito é feito na data da transmissão de PER/DCOMP, estando sujeito à apuração do menor saldo credor; a apuração efetuada no âmbito do SCC em cada trimestre se reflete nos saldos credores iniciais de períodos posteriores. PER/DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. SALDO CREDOR RESSARCÍVEL DO PERÍODO TOTALMENTE ABSORVIDO POR DÉBITOS DOS PERÍODOS SUBSEQUENTES. MENOR SALDO CREDOR NULO. Sendo o saldo credor ressarcível do período do ressarcimento totalmente absorvido por débitos dos trimestres subsequentes (saldo credor não ressarcível em relação aos trimestres subsequentes), o menor saldo credor é nulo. NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Inexiste nulidade por cerceamento do direito de defesa se o despacho decisório ostentar os requisitos legais e a respectiva fundamentação for suficiente em todos os aspectos. Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário, instruído com diversos documentos. Em síntese, apresentou as mesmas alegações suscitadas na manifestação de inconformidade, acrescentando basicamente que: essas informações a que o julgador cita que a contribuinte consegue no site da Receita Federal do Brasil não é verdadeira, pois nem todas elas estão disponíveis para consulta. Como exemplo, citase a questão do saldo credor do período anterior considerado pelo fisco; Fl. 364DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 a questão debatida nos autos não se refere tão somente as informações complementares da análise do crédito, mas também ao enquadramento legal apontado no despacho decisório e que não foram sequer analisadas pelo julgador de primeira instância; insiste que o erro incorrido foi que, neste PER/DCOMP original, o valor de R$ 133.840,64 (cento e trinta três mil, oitocentos e quarenta reais e sessenta e quatro centavos) foi informado na linha “Estorno de Créditos”, quando na realidade deveria ser na linha abaixo, “ressarcimento de créditos”; ao elaborar o demonstrativo de apuração do saldo credor ressarcível após a apresentação de PER/DCOMP, o Fisco considera o valor de R$ 133.840,64 como débito, conseqüência do lançamento tido como “estorno de crédito”, fato este que resultou na apuração do menor saldo credor se zero fosse; a partir da correção no lançamento do valor de R$ 133.840,64, exsurge o crédito passível de ressarcimento requerido pela Contribuinte, de maneira que se mostra inerente o acatamento do PER/DCOMP em tela. Por fim, requereu que seu recurso você recebido para: acatar as preliminares arguidas, determinado a nulidade do despacho decisório e consequente deferimento do Pedido de Ressarcimento/Compensação, por inexistência de dispositivo legal infringido; que fosse reconsiderada a decisão do julgador simples a fim de que seja determinada a homologação das compensações realizadas. Posteriormente, apresentou outra petição denominada “Esclarecimentos ao Recurso Voluntário” em que requer a juntada do Livro de Apuração de IPI para comprovar a legítima existência de crédito originado de ressarcimento de IPI a fazer frente às compensações realizadas. Após esclarecer a apuração de seu saldo credor de IPI, pontua que as cópias do Livro RAIPI comprovam que em junho de 2003, o saldo credor da contribuinte era de R$ 201.629,26, e não R$ 116.049,64 como apurou a fiscalização. Aduz que do montante de R$ 133.840,64 lançados a débito pelo Fisco, comprovase pelo livro fiscal de IPI de 12/2003 que o valor de R$ 131.191,85 referese a estornos de ressarcimentos de créditos de IPI, não devendo, portanto, fazer parte da apuração realizada pelo fiscal, haja vista que o saldo credor do período anterior já está ajustado pelos ressarcimentos realizados. Reitera que as cópias do Livro RAIPI comprovam que o saldo credor do período anterior, ao invés de R$ 116.049,64, totalizava R$ 201.629,26. Por último requer o recebimento de sua petição com a juntada do Livro de Apuração de IPI. É o relatório. Fl. 365DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.905260/200819 Acórdão n.º 3201002.143 S3C2T1 Fl. 364 5 Com fundamento nas razões que expôs, a então 1ª Turma Especial, por meio da Resolução nº 3801000.801, de 19/8/2014, baixou os autos em diligência, a fim de que a unidade de origem apurasse a legitimidade do ressarcimento pleiteado com base na escrituração fiscal e contábil e que cientificasse a interessada quanto ao teor dos cálculos a serem realizados. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Segundo consta dos autos, a Recorrente apresentou pedido de ressarcimento de crédito de IPI, com fundamento na Lei nº 9.779, de 1999, cumulandoo com pedido de compensação de débitos próprios. O indeferimento parcial deveuse ao fato de que no Livro Registro de Apuração do IPI no Período de Ressarcimento Saídas, utilizouse indevidamente a linha Estorno de Créditos quando o correto seria a linha Ressarcimento de Créditos. Depois de proferida decisão pela DRJ, os autos chegaram, por interposição de recurso voluntário, a este Colegiado. Em julgamento anterior, a então 1ª Turma Especial, em face dos argumentos delineados na irresignação, baixou os autos em diligência, a fim de que, com base nos documentos a ele colacionados, recalculasse o crédito de IPI que a Recorrente teria direito. No Relatório de Diligência de fls. 350 e ss., a fiscalização promoveu a reapuração do saldo credor de IPI, estimandoo, para o 3º trimestre de 2003, em R$ 10.871,45, valor praticamente idêntico ao pleiteado pela Recorrente no PER/DCOMP (R$ 10.889,36; fl. 80). Portanto, não há mais litígio. Considerando o reconhecimento de valor quase igual ao pleiteado, a Recorrente sequer manifestouse sobre o resultado da diligência. Pelo exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para reconhecer o crédito creditório no valor de R$ 10.871,45 (dez mil, oitocentos e setenta e um reais e quarenta e cinco centavos). É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 366DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 Fl. 367DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002520/2006-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
PEREMPÇÃO. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Encontra-se perempta (intempestiva) a peça recursal interposta após decorrido o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão de primeira instância.
Recurso voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3201-002.139
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 PEREMPÇÃO. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Encontra-se perempta (intempestiva) a peça recursal interposta após decorrido o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão de primeira instância. Recurso voluntário não conhecido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 19515.002520/2006-89
anomes_publicacao_s : 201605
conteudo_id_s : 5587927
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 09 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-002.139
nome_arquivo_s : Decisao_19515002520200689.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 19515002520200689_5587927.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
id : 6372047
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:48:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048421542133760
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 2; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1925; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 335 1 334 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.002520/200689 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202002.139 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 27 de abril de 2016 Matéria PIS. COFINS. MULTA Recorrente EMBIARA SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 PEREMPÇÃO. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Encontrase perempta (intempestiva) a peça recursal interposta após decorrido o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão de primeira instância. Recurso voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrasio, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e para Financiamento da Seguridade Social – Cofins, referente a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 25 20 /2 00 6- 89 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 períodos de apuração compreendidos no ano de 2002, no valor total de R$ 454.362,96, incluídos multa proporcional e juros de mora. Impugnada a exigência, a 10ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/SP1 n.º 1632.131, de 16/06/2013 (fls. 289 e ss.). Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário de fls. 315 e ss., cujas razões de defesa não serão relatadas em vista do que se passa a expor no voto. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Conforme sucintamente relatamos, a Recorrente, inconformada com a decisão proferida pela instância a quo, apresentou recurso voluntário a este Colegiado Administrativo, o qual, todavia, por perempto, não pode ser apreciado. É que, cientificado da decisão em 25/06/2012, uma segundafeira (fl. 312), a Recorrente só postou o recurso voluntário, na agência dos Correios, em 31/07/2012, uma terça feira (fls. 313 e 330), quando já ultrapassado o prazo de 30 (trinta) dias estabelecido no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, uma vez que, no caso, o prazo para apresentação já havia expirado em 25/07/2012, a quartafeira anterior. Não foram identificados feriados, pontos facultativos ou expediente anormal no órgão que pudesse provocar a contagem do prazo para interposição do recurso. Ante o exposto, NÃO CONHECER do recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 336DF CARF MF Impresso em 09/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 9/05/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 13804.000472/2005-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 22 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.578
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Cássio Stokfisz, OAB/SP nº 257324.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Cassio Shappo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201601
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Feb 22 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13804.000472/2005-71
anomes_publicacao_s : 201602
conteudo_id_s : 5568239
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Feb 22 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-000.578
nome_arquivo_s : Decisao_13804000472200571.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 13804000472200571_5568239.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Cássio Stokfisz, OAB/SP nº 257324. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Cassio Shappo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
dt_sessao_tdt : Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
id : 6285661
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:45:18 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048121261424640
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2138; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 304 1 303 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13804.000472/200571 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201000.578 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2016 Assunto Solicitação de diligência Recorrente BRF BRASIL FOODS S/A (SUCESSORA POR INCORPORAÇÃO DE PERDIGÃO AGROINDUSTRIAL S/A CNPJ 86.547.619/000136) Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Cássio Stokfisz, OAB/SP nº 257324. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Cassio Shappo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório A interessada apresentou pedido de compensação de débito próprio com crédito da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS apurado no regime não cumulativo, com origem em agosto de 2003. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: 4. O caso submetido à apreciação desta DRJ versa sobre declaração de compensação apresentada pela empresa Perdigão Agroindustrial S/A (incorporada posteriormente por BRF — Brasil Foods S/A), com o objetivo de compensar débitos próprios com supostos créditos de PIS oriundos de operações de exportação, os quais teria apurado no mês RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 04 .0 00 47 2/ 20 05 -7 1 Fl. 305DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 9/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13804.000472/200571 Resolução nº 3201000.578 S3C2T1 Fl. 305 2 de agosto de 2003 pelo regime nãocumulativo e com fundamento no art. 5º, § 1°, da lei n° 10.637/2002. 5. A declaração citada foi apresentada em 31/01/2005, ocupando as fls. 1/2 dos autos. 6. Dada a complexidade da matéria e a necessidade de apurar a liquidez e certeza dos créditos informados pela requerente, a Divisão de Orientação e Análise Tributária (DIORT) da DERAT/SPO, em despacho de 22/08/2007 (fls. 22/23), determinou o envio do processo à DEFIS/SP para a realização de auditoria fiscal. 7. As autoridades tributárias incumbidas da diligência elaboraram em 22/07/2009 a informação fiscal anexa às fls. 36/38, na qual declaram em síntese que o sujeito passivo não apresentou a documentação mencionada no Termo de Início de Ação Fiscal (fls. 26/31), reiterado pelo Termo de Reintimação constante nas fls. 33/34, o que as impediu de analisar os créditos reivindicados. 8. Retornando os autos à DERAT/SP, a DIORT emitiu em 05/11/2009 o Parecer Decisório anexo às fls. 39/42, no qual se exprime nos seguintes termos: "Diante do exposto, indefiro o pedido de restituição e, como conseqüência, não homologo as compensações constantes das declarações de compensação vinculadas aos processos em tela, pela falta de comprovação dos créditos pleiteados, nos termos da legislação tributária vigente." (fl. 42) 9. Intimada da decisão por via postal em 03/12/2009 (fl. 43 — v.), a interessada apresentou em 30/12/2009 a manifestação de inconformidade anexa às fls. 47/67, cujo teor resumo a seguir, acompanhada de diversos documentos (fls. 68/123). Resumo I. Apresenta inicialmente um quadro demonstrativo na fl. 48, no qual expõe minuciosamente o conteúdo da declaração de compensação ora examinada, informando a natureza do débito a compensar, bem como o respectivo valor, código e período de apuração. Afirma que o "histórico do objeto" emitido pelos Correios e anexo à fl. 32 indica meramente a data de entrega do Termo de Início de Fiscalização, não contendo o aviso de recebimento com o nome e assinatura do recebedor. Acrescenta que o setor responsável da empresa não recebeu o aludido documento, o que a levou a solicitar aos Correios informações acerca do nome do recebedor no intuito de averiguar se teria havido extravio no interior de suas dependências. III. Assevera que, ao receber o Termo de Reintimação, entrou em contato com os auditores fiscais por intermédio de seu patrono, a fim de obter cópia do Termo de Início de Fiscalização e solicitar prorrogação do prazo de 5 dias concedido para a entrega dos arquivos magnéticos, tendo em vista que o art. 2° da IN SRF n° 86/2001 lhe facultava prazo de 20 dias para cumprir tal exigência. Fl. 306DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 9/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13804.000472/200571 Resolução nº 3201000.578 S3C2T1 Fl. 306 3 IV. Observando que, além de indeferir o pedido de prorrogação, os auditores fiscais não aceitaram os arquivos magnéticos que lhes foram apresentados após o decurso do prazo de 5 dias, assinala que o prazo de atendimento da segunda intimação também deveria ser de 20 dias, visto que, embora possuam discricionariedade para decidir se devem reintimar ou não o contribuinte, não podem as ditas autoridades fixar o prazo a ser cumprido, quando este se encontra previsto em diploma legal. Entende portanto que a fixação do referido prazo constitui ato vinculado, diferentemente do envio de nova intimação, a seu ver ato discricionário da autoridade administrativa. V. Ressalta ademais ser desnecessária a verificação dos arquivos magnéticos pertinentes à contabilidade da empresa, alegando que, para atestar a existência e a validade dos créditos de PIS apurados, bastaria analisar seus documentos fiscais, que sempre estiveram à disposição do Fisco, consistindo basicamente em DIPJ, DCTF, DACON, notas fiscais, livros de registro de entradas e saídas, etc. VI. Salienta a impossibilidade de apresentar no exíguo prazo de 5 dias os documentos requisitados, em virtude de seu volume expressivo, o qual se deve à quantidade de informações solicitadas e de lançamentos correspondentes. VII. No tocante ao item "6" do Termo de Início de Fiscalização, afirma que as notas fiscais de entrada e saída nele mencionadas sempre estiveram à disposição do Fisco e continuam a sua disposição. VIII. Esclarece que os créditos de PIS pleiteados, como consta no demonstrativo anexo à fl. 2, provêm de custos, despesas e encargos vinculados receitas de exportação e que os apurou na forma da lei n° 10.833/2003 (na verdade, Lei 10.637/2002, conforme se lê no dito demonstrativo), declarandoos devidamente na DIPJ e no DACON. IX. Ressalta que as autoridades fiscais, além de não abordar nenhum aspecto relativo à inexistência do direito creditório ou do seu quantum, não comprovaram que ele seja ficto ou inventado. X. Voltando a mencionar o DACON, o demonstrativo de créditos de PIS anexo à fl. 2, a DCTF e a DIPJ, assinala que os auditores fiscais não lhes questionaram a veracidade ou validade. XI. Assinala que as informações contidas nas fichas 20 e 21 da DIPJ relativa ao exercício de 2004 conferem com aquelas exibidas pelo DACON, como mostram as cópias desses documentos incluídas nas fls. 53/55. XII. Declara que, ao não apreciar os arquivos magnéticos, a DIPJ (fichas 20 e 21), o DACON, a DCTF, as notas fiscais de saída e de entrada e os livros fiscais, que sempre estiveram à disposição do Fisco, o autor do parecer decisório impugnado feriu os princípios da instrumentalidade processual e da verdade material. XIII. Afirma haver juntado aos autos 1 DVD contendo os arquivos magnéticos solicitados, assim como cópia física dos seguintes documentos: DACON, Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON, e Demonstrativo do Crédito de PIS ("Anexo 2"). Fl. 307DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 9/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13804.000472/200571 Resolução nº 3201000.578 S3C2T1 Fl. 307 4 XIV. Finalmente, estribada em diversos julgados do Conselho de Contribuintes transcritos nas fls. 57/67, requer que — na linha desses precedentes e em nome do princípio da verdade material — este órgão judicante anule o presente processo a partir do despacho decisório e determine que a autoridade a quo analise o pedido de restituição à luz dos documentos e arquivos magnéticos trazidos aos autos, "deferindo se, por conseguinte, o pedido de restituição e homologandose as compensações declaradas vinculadas ao presente processo" (fl. 67). 10. É o relatório. A 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I julgou improcedente a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/SPI n.º 16 25.647, de 10/06/2010 (fls. 132 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. A falta de comprovação do crédito informado não permite a homologação das compensações declaradas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 151/163, por meio do qual, depois de relatar os fatos, basicamente repisa os mesmos argumentos já delineados em sua manifestação de inconformidade. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto O litígio versa sobre pedido de compensação de débito próprio com crédito da PIS apurada sob o regime não cumulativo oriundo de operações de exportação de mercadorias para o exterior. Indeferido o pleito e mantida a decisão pela instância a quo, a Recorrente comparece a este Colegiado Administrativo alegando, preliminarmente, a nulidade do Despacho Decisório, ao fundamento de cerceamento ao seu direito de defesa. Argumenta que, através do Termo de Início de Ação Fiscal de fls. 28/33, teria sido intimada a apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias, uma série de documentos e arquivos magnéticos referentes a compensações de débitos seus com créditos de PIS/Cofins, solicitação que, no entanto, sustenta jamais ter chegado ao seu conhecimento, embora conste nos autos extrato dos Correios indicando que a entrega se deu em 17/04/2009 (fl. 34). Posteriormente, em 29/05/2009, foi reintimada a apresentar, também no prazo de 5 (cinco) dias, os documentos e Fl. 308DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 9/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 13804.000472/200571 Resolução nº 3201000.578 S3C2T1 Fl. 308 5 arquivos antes solicitados (Termo de Reintimação de fls. 35/36), que foi recebido em 24/06/2009, conforme cópia do Aviso de Recebimento AR de fls. 37. Assevera que, em face do exíguo prazo para a apresentação dos documentos e arquivos magnéticos, o que estaria em desacordo com o disposto no art. 2° da Instrução Normativa – IN SRF n° 86, de 2001, solicitou a dilação de prazo à fiscalização, pedido que, todavia, foi indeferido, “não tendo sido aceita a apresentação de qualquer documento à fiscalização após 29 de junho de 2009 (5 dias após o recebimento do Termo de Reintimação)”. Em seguida, a unidade de origem prolatou a sua decisão, negando, por falta de comprovação do crédito vindicado, o pedido formulado pela Recorrente. Pois bem. De início, verificamos existir uma irregularidade na intimação que teria ocorrido por meio do primeiro Termo de Início de Ação Fiscal: não há nos autos prova de que tenha sido recebido no endereço cadastral da Recorrente, uma vez que não anexado aos autos o AR correspondente, mas apenas informação unilateral, extraída do site dos Correios, de que a entrega teria ocorrido em 17/04/2009. A lei processual, contudo, exige a prova do recebimento, vale dizer, a assinatura do recebedor, que não necessariamente precisa ser o representante legal do contribuinte, sendo perfeitamente válida a intimação mesmo que o AR tenha sido firmado por membro de sua família ou pelo porteiro do prédio onde mora ou onde funciona o seu estabelecimento. É o que estabelece o art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, na redação dada pelo pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997: Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo;” (g.n.) Considerar, tal como considerou a decisão recorrida, que o simples histórico da entrega do AR, extraído do sítio eletrônico dos Correios, constituiria documento oficial dotado de fé pública, demandando, para que se o infirme, prova em contrário, significa exigir da Recorrente apresentar prova negativa do fato da intimação, algo absolutamente impossível de ser realizado. Ante o exposto, voto por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a unidade de origem anexe aos autos cópia do AR correspondente à primeira intimação cuja data de realização consta do extrato dos Correios de fl. 34. Ao término do procedimento, devem os autos retornar a este Colegiado para julgamento. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 309DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 9/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0