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Numero do processo: 13766.000635/99-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Apr 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/1989 a 30/04/1991
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO.
A autoridade da Receita Federal do Brasil competente para dar cumprimento à decisão judicial definitiva poderá exigir do sujeito passivo, como condição para a efetivação da restituição, que lhe seja apresentada cópia do inteiro teor da decisão.
CRÉDITO. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. PROVA. ÔNUS. DO DECLARANTE. AUSÊNCIA. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Cabe ao contribuinte o ônus de demonstrar a liquidez e a certeza do crédito tributário alegado.
Recurso Voluntário negado.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 3202-001.087
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/1989 a 30/04/1991 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. A autoridade da Receita Federal do Brasil competente para dar cumprimento à decisão judicial definitiva poderá exigir do sujeito passivo, como condição para a efetivação da restituição, que lhe seja apresentada cópia do inteiro teor da decisão. CRÉDITO. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. PROVA. ÔNUS. DO DECLARANTE. AUSÊNCIA. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Cabe ao contribuinte o ônus de demonstrar a liquidez e a certeza do crédito tributário alegado. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
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RESTITUIÇÃO Recorrente OLIMPIO PERIM Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/1989 a 30/04/1991 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. A autoridade da Receita Federal do Brasil competente para dar cumprimento à decisão judicial definitiva poderá exigir do sujeito passivo, como condição para a efetivação da restituição, que lhe seja apresentada cópia do inteiro teor da decisão. CRÉDITO. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. PROVA. ÔNUS. DO DECLARANTE. AUSÊNCIA. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Cabe ao contribuinte o ônus de demonstrar a liquidez e a certeza do crédito tributário alegado. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 76 6. 00 06 35 /9 9- 65 Fl. 514DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Relatório A interessada apresentou pedido de restituição, cumulado com pedido de compensação de débitos próprios, com origem em pagamento a maior do Finsocial, no valor de R$ 64.095,59, referente aos períodos de apuração compreendidos nos anoscalendário de 1989 a 1991. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo de pedido de restituição/compensação da empresa em epígrafe apresentado em 26/05/99, no qual pleiteia a compensação de diversos débitos com créditos decorrentes de valores recolhidos indevidamente a título de FINSOCIAL, conforme documentação de fls. 01 a 40. Posteriormente anexou novos pedidos de compensação, às fls. 57, 58, 74 e 75. A Delegacia da Receita Federal de VitóriaES, por meio do Despacho Decisório nº 315/99, julgou improcedente o pedido por entender ter transcorrido o prazo de cinco anos para que o contribuinte pudesse pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou a maior que o devido (fls. 42/43). Posteriormente, face à apresentação da Manifestação de Inconformidade pelo contribuinte, a DRJ/RJO II proferiu o Acórdão nº 1.954, indeferindo o pleito do contribuinte pelos mesmos motivos citados no Despacho Decisório (fls. 90). O contribuinte recorreu ao Conselho de Contribuintes que, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso apresentado. Foi então interposto Recurso Especial de Divergência pela Procuradoria da Fazenda Nacional. A Câmara Superior de Recursos Fiscais, por meio do Acórdão nº CSRF/0304.830, manteve a decisão recorrida, no sentido de que fosse afastada a “prescrição” do direito da recorrente de pleitear a restituição/compensação dos valores recolhidos indevidamente a título de FINSOCIAL e que fosse: “remetido à primeira instância administrativa para análise dos demais pressupostos formais que devem embasar tais requerimentos, tais como a subsunção das atividades comerciais desenvolvidas pelo contribuinte àquelas sobre as quais pairou a declaração de inconstitucionalidade, aferição dos cálculos apresentados, eventual existência de ações judiciais com desfecho favorável à Fazenda Nacional cuidando dos mesmos créditos, entre outros” A Delegacia de origem através do Despacho Decisório de fls. 356 a 362 não reconheceu o direito creditório do contribuinte, em resumo, pelo fato de o mesmo não ter apresentado cópia de inteiro teor da decisão judicial em que seu direito creditório foi reconhecido, que no seu entender seria o documento hábil a Fl. 515DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13766.000635/9965 Acórdão n.º 3202001.087 S3C2T2 Fl. 515 3 comprovar a homologação, pelo Poder Judiciário. Assim indeferiu o pleito “... até conhecimento do teor da Decisão Judicial”. Cientificada da decisão, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 397/400) alegando, em síntese, que: O presente processo administrativo já foi definitivamente julgado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais tendo retornado apenas para verificação do montante e efetivação dos cálculos devidos, e não para julgamento da matéria, pois esta já foi discutida e decidida. É impossível ter duas decisões no mesmo processo. As questões da prescrição, dos processos judiciais, do trânsito em julgado dos processos judiciais e dos créditos da empresa já foram analisadas e resolvidas. O pleito já foi deferido em função da existência de processo judicial, onde se aguarda a decisão definitiva quanto aos créditos pretendidos, porque a requerente não teria comprovado o seu fim. O prolator da decisão entendeu que por ter a certidão de objeto e pé apresentada, mencionado que a União ainda deveria manifestarse sobre cálculos apresentados nos autos, o processo não teria acabado. O processo judicial transitou em julgado e que a manifestação necessária certamente se refere a custas ou outros. Nestes autos administrativos foi reconhecido o direito da Autora, cabendo somente a verificação dos valores. O presente processo administrativo foi intentado por ordem judicial, que reconheceu os créditos. Na ação ordinária nº 91.00022047, a empresa discutiu a inconstitucionalidade da majoração da alíquota do FINSOCIAL, efetivando o depósito dos valores mensais questionados, entre maio/91 e março/92, até a decisão definitiva, quando levantou os valores que lhe eram devidos em tais depósitos. Na ação ordinária nº 94.00059612 foi discutida a inconstitucionalidade da majoração da alíquota do FINSOCIAL, desta vez, pretendendo a confirmação da inconstitucionalidade e a restituição ou compensação dos valores que foram anteriormente pagos, entre setembro/89 e abril/91, até a decisão definitiva, quando apresentou o pedido administrativo de compensação constante destes autos, de tudo informando o Juízo. A segunda ação determinou expressamente o acatamento da compensação pretendida aos limites impostos pela própria sentença. Fl. 516DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 Quanto ao questionamento sobre a inexistência ou desistência de execuções judiciais referentes às sentenças proferidas, além de descabidas e mesmo imorais, não têm qualquer procedência ou possibilidade de atendimento. No processo nº 94.00059612, a sentença, que é título executivo judicial, determinou a efetivação da compensação e o pagamento de honorários aos advogados, que já receberam tais valores. Se a União já efetuou os pagamentos aos advogados nada mais há a discutir quanto a este ponto. A União não se manifesta nos autos deste processo judicial, acarretando prejuízo à requerente. A desistência da execução ou de assunção dos honorários advocatícios por parte das empresas, aplicase para processos que não chegaram ao fim e em que a empresa pretenda a compensação com concessões mútuas. No presente caso já há um título judicial perfeito e acabado, cabendo apenas à Administração Pública cumprir as determinações impostas. A determinação judicial é para que a Administração Pública verifique a correção dos valores e índices de atualização utilizados. A Decisão atacada indeferiu o pleito já deferido em função da existência de processo judicial, entendendo que pelo fato de a certidão de objeto e pé apresentada ter mencionado que a União ainda deveria manifestarse sobre cálculos apresentados nos autos, o processo ainda não teria acabado. O processo já transitou em julgado e que a manifestação necessária certamente se refere a detalhes sobre custas ou outros. Nestes autos administrativos foi reconhecido o direito da autora, cabendo agora somente a verificação dos valores. O presente processo administrativo já foi julgado, em última instância administrativa, tendo sido decidido pela razão da requerente que teve seus créditos reconhecidos judicial e administrativamente e também reconhecido o seu direito de compensálos com os tributos indicados, bem como tudo o que se pediu, restando apenas a tarefa de se verificar os valores. Ao final requer seja determinado o prosseguimento do feito nos termos da decisão já proferida pela CSRF, reconhecendo todo o crédito e demais direitos da Autora, julgando integralmente procedente o presente processo administrativo de compensação, reformando a decisão proferida para novamente, como já feito pela CSRF, deferir e homologar o pedido formulado de restituição/compensação. É o relatório. Fl. 517DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13766.000635/9965 Acórdão n.º 3202001.087 S3C2T2 Fl. 516 5 A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro II julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/RJ2 n.º 1332.491, de 29/11/2010 (fls. 414/417), assim ementado: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/1989 a 30/04/1991 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO A autoridade da Receita Federal do Brasil competente para dar cumprimento à decisão judicial definitiva poderá exigir do sujeito passivo, como condição para a efetivação da restituição, que lhe seja apresentada cópia do inteiro teor da decisão. Manifestação de inconformidade improcedente Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 494/501, por meio do qual alega: O processo administrativo já foi julgado. Impossível duas decisões no mesmo processo administrativo. A decisão recorrida decidiu indeferir o que já havia sido deferido. Cabe apenas a definição dos valores. Havendo decisão anterior, a decisão recorrida deve ser anulada. O crédito objeto da compensação está com a exigibilidade suspensa. Os créditos pleiteados derivam do extinto Finsocial. A decisão indeferindo o pedido de compensação só foi proferida em 01/10/2003, enquanto que o pedido foi protocolado em 16/02/1998, em prazo, portanto, superior ao de cinco anos para a sua homologação. Ocorreu a homologação tácita. A decisão recorrida tem como pressuposto para a sua conclusão final o de que é vedada a compensação de crédito objeto de discussão judicial. Ocorre que o pedido de compensação de crédito do extinto Finsocial foi apresentado com base no art. 74 da Lei n.º 9.430, de 1996, que permite a compensação com quaisquer tributos administrados pela RFB, independentemente de existir ação judicial, quiçá com trânsito em julgado. A Instrução Normativa – IN n.º 32, de 1997, convalidou a compensação de créditos do Finsocial com débitos da Cofins. Não se aplica ao caso o art. 170A do CTN, uma vez que se refere às ações em que o sujeito passivo está contestando judicialmente o débito objeto do pedido de compensação, o que não ocorre na presente situação. Na ação ordinária de n.º 91.00022047, a Recorrente discutiu a inconstitucionalidade da majoração da alíquota do Finsocial, efetivando o depósito de valores mensais (entre maio de 1991 a março de 1992) até a decisão definitiva, quando os levantou. Na ação ordinária de n.º 91.00059612, também discutiu a mesma inconstitucionalidade, dessa feita pretendendo a sua confirmação e a restituição ou compensação dos valores pagos entre setembro de 1989 a abril de 1992, até a decisão definitiva, quando apresentou o pedido de compensação constante dos autos. Como a RFB impede a todo custo a compensação permitida Fl. 518DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 em lei, teve que ingressar com uma segunda ação, para determinar o acatamento da compensação, nos limites impostos pela própria sentença. Quanto ao questionamento sobre a inexistência ou desistência das execuções judiciais, não tem procedência, pois não existe qualquer processo executivo. No caso, já existe um título judicial, cabendo apenas à Administração cumprilo. A determinação judicial é para que se verifique a correção dos valores e índices de correção utilizados. Nada mais. Por fim, cabe ressaltar que o presente processo administrativo já foi julgado na última instância administrativa. Opina para que seja indicado um perito ou contador para auxiliar o encarregado dessa tarefa. Ao final, requer o reconhecimento de todo o crédito e demais direitos, julgando procedente a compensação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente teve o seu pleito de restituição de créditos de Finsocial indeferido na origem em face do entendimento de que já havia perecido, pela prescrição, o direito pleitear a restituição. Todavia, depois de analisada a matéria pela DRJ e pelo então Conselho de Contribuintes, a CSRF, em decisão definitiva, entendeu, ao apreciar Recurso Especial de Divergência então aviado pela PFN, que a prescrição não ocorrera, razão por que remeteu os autos à unidade de origem para análise dos demais requisitos necessários ao deferimento do pedido, “tais como a subsunção das atividades comerciais desenvolvidas pelo contribuinte àquelas sobre as quais pairou a declaração de inconstitucionalidade, aferição dos cálculos apresentados, eventual existência de ações judiciais com desfecho favorável à Fazenda Nacional cuidando dos mesmos créditos, entre outros”. Como se vê, a decisão proferida pela CSRF, tal como entendeu a instância a quo, não conferiu à Recorrente o direito à restituição, mas apenas ultrapassou óbice intransponível ao deferimento do pleito – no caso, a prescrição. Nada obstante, embora intimada três vezes a apresentar a documentação cuja análise se tornava necessária ao prosseguimento do processo administrativo – notadamente o inteiro teor das ações judiciais (petição inicial e decisões) –, a Recorrente permaneceu inerte. Sequer na nova manifestação de inconformidade – e, ressalto eu aqui, também no novo Recurso Voluntário –, nada apresentou, o que tornou impossível o deferimento do pleito. Nesse contexto, não havia mesmo como deferilo (consoante conhecido brocardo jurídico, o direito não socorre os que dormem). A propósito, não cabia ao Fisco a tarefa de ir ao Poder Judiciário para obter cópias das peças processuais, mas ao próprio Recorrente, interessado único na restituição. Por fim, cabe ressaltar que a decisão inicialmente proferida pela unidade de origem – essa é a que constitui o verdadeiro o marco final para a verificação da ocorrência da Fl. 519DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13766.000635/9965 Acórdão n.º 3202001.087 S3C2T2 Fl. 517 7 homologação tácita – é datada de 14/01/2000. Como os pedidos de compensação não foram todos acostados aos autos em datas bem anteriores a 14/01/1995 (cinco anos antes), não ocorreu, em relação a quaisquer deles, a homologação de que trata o § 5º do art. 74 da Lei n.º 9.430, de 1996. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 520DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 16682.720342/2011-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS COM NOTAÇÃO NT NA TIPI.
Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
Recursos de Ofício e Voluntário negados.
Numero da decisão: 3202-001.195
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira - Presidente
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS COM NOTAÇÃO NT NA TIPI. Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Recursos de Ofício e Voluntário negados.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS COM NOTAÇÃO “NT” NA TIPI. Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Recursos de Ofício e Voluntário negados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarouse impedido. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama. Relatório Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente do Imposto sobre Produtos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 03 42 /2 01 1- 19 Fl. 1661DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Industrializados – IPI, referente a períodos de apuração compreendidos no anocalendário de 2006, no valor total de R$ 4.440.615,93, incluídos multa proporcional (75%) e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Em julgamento o auto de infração de fls. 1332/1342, lavrado para exigência do IPI no valor de R$ 1.984.737,58, da multa de ofício [75%] da ordem de R$ 1.488.553,16 e dos juros de mora de R$ 967.325,19 [calculados até 31/03/2011], perfazendo o montante exigido de R$ 4.440.615,93. Decorreu a autuação da constatação de recolhimento a menor de IPI lançado, em virtude da utilização de créditos básicos indevidos (créditos relativos a aquisições de insumos empregados na fabricação de lubrificantes, produtos não tributados na TIPI). A fiscalização entendeu que os óleos lubrificantes fabricados pela autuada não são abrangidos pela imunidade constitucional conferida aos derivados de petróleo pelo artigo 155, § 3º, da Constituição Federal de 1988, e que a notação NT [não tributado], segundo consta da TIPI, decorreria de outras razões que não a mencionada imunidade. A infração, relatada pelos auditores no Termo de Verificação Fiscal de fls. 1207/1226, parte integrante do Auto de Infração, pode ser assim resumida: – inicialmente esclareceuse que por se tratar de matéria já auditada anteriormente no curso da ação fiscal que resultou nos processo nº 12897.000186/200985 e 12897.000354/200932 foram colhidos elementos de prova apresentados durante aquela ação fiscal, a fim de servir como meio de prova emprestada, de forma a agilizar os procedimentos de auditoria e subsidiar a presente análise; – com a finalidade de examinar a natureza dos óleos lubrificantes produzidos [classificados nas posições 2710.19.31 – óleos lubrificantes sem aditivos e 2710.19.32 – óleos lubrificantes com aditivos, possuem na sua composição 70% ou mais de óleos básicos, matériaprima oriunda de refino ou refinação], a empresa foi intimada a informar se industrializou algum produto através de operações de refino ou refinação, ao que a empresa respondeu informando que não realiza operações de refino ou refinação de petróleo, segundo documento de fls. 1204/1206, do qual também consta a descrição sumária de seu processo de fabricação, nos seguintes termos: O processo de fabricação dos lubrificantes classificados nos códigos da Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como 2710.19.31 e 2710.19.32 consiste nas seguintes etapas: • Mistura de óleos básicos minerais (derivados de destilação do petróleo e de outros processos de refino) por meio de misturadores ou tanques conforme formulações preestabelecidas em função da aplicação do produto final, podendo haver mistura Fl. 1662DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 16682.720342/201119 Acórdão n.º 3202001.195 S3C2T2 Fl. 1.661 3 simples de diferente óleos básicos (2710.19.31) e mistura de óleos básicos com aditivos (2710.19.32). • Envase dos produtos finais indicados acima em diversos tipos de embalagem. – de fato, óleos lubrificantes devem ser classificados nas posições 2710.19.31 e 2710.19.32 da TIPI, conforme Notas Explicativas do Sistema Harmonizado [vide IN RFB nº 807, de 11/01/2008, que aprova o texto consolidado da NESH] da posição 2710.1: “óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos; preparações não especificadas nem compreendidas em outras posições, contendo como constituintes básicos, 70% ou mais, em peso, de óleos de petróleo ou de minerais betuminosos; resíduos de óleos”; – como só podem ser enquadrados como derivados de petróleo para fins de reconhecimento da imunidade prevista no art. 155, § 3º, da CF os produtos originados da transformação do petróleo mediante as operações de refino, nos termos das disposições do art. 18, § 3º, do RIPI/2002 e conceitos dados pelo art. 6º da Lei 9.478/97, e como a empresa não atua no refino [operação física ou química diretamente realizada sobre o petróleo para a sua decomposição] de petróleo [ela apenas transforma derivados de petróleo em fases subsequentes ao refino], a fiscalização concluiu que os óleos lubrificantes produzidos pela interessada não estão alcançados pela imunidade citada; – os óleos lubrificantes produzidos pela autuada, classificados sob os códigos 2710.1931 e 2710.1932, apesar de possuírem a notação NT da TIPI, não são abrangidos pela imunidade constitucional em foco, sendo que a notação NT decorre de opção adotada pelo Estado para desonerar tais produtos da incidência do IPI, por motivos outros que não a imunidade, tratandose, portanto, de não incidência; – o que caracteriza a imunidade não é o fato de na composição do produto haver 70%, 80%, 90% ou 100% de óleos básicos, mas, sim, frisese, se o produto industrializado decorre da operação física ou química diretamente realizada sobre o petróleo para a sua decomposição; – por não estarem alcançados pela imunidade os produtos por ela industrializados, a empresa não pode ser socorrida pela Solução de Consulta SRRF/7ª RF/DISIT Nº 394/2003 por ela formulada, que reconheceu, a partir da publicação do art. 11 da Lei 9.779/99, o direito ao creditamento e à utilização (para compensar com tributos administrados pela então SRF) dos créditos oriundos da aquisição de insumos utilizados na fabricação de produtos imunes; – face à expressa exclusão do escopo da consulta da discussão sobre a existência ou não da imunidade em relação aos produtos Fl. 1663DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 industrializados pela consulente, entendeu a fiscalização que a consulta não se aperfeiçoou para a fiscalizada, pois ela não industrializa produtos imunes; – também a decisão judicial proferida no MS nº 2007.34.00.0310118 – impetrada pelo Sindicom, do qual a empresa é afiliada – que antecipou a tutela para afastar os efeitos do ADI/SRF nº 05/2006 em relação às empresas filiadas do sindicado beneficiadas pela imunidade, não alcança os créditos decorrentes de insumos utilizados nos produtos da fiscalizada e classificados na TIPI como NT, em razão de esses produtos não serem imunes; – em face da conclusão de que os produtos industrializados pela Fiscalizada não são imunes [a uma, porque não são derivados básicos de petróleo, mas, sim produtos que utilizam como matériaprima (70% ou mais da composição) derivados básicos de petróleo; a duas, porque não decorrem da operação física ou química diretamente realizada sobre o petróleo para a sua decomposição, mas sim da transformação de derivados de petróleo realizada em fase subseqüente; a três, porque embora estejam classificados como não tributados na TIPI, existem outros produtos com notação NT que sabidamente não são imunes] e, considerando que a Solução de Consulta nº SRRF/7ªRF/DISIT Nº 394/03 não se aperfeiçoou para a Fiscalizada, pois conferiulhe tão somente o direito ao creditamento de IPI na hipótese de industrialização de produtos imunes, concluiu a Fiscalização que os créditos decorrentes de insumos utilizados na industrialização de produtos classificados na TIPI como NT são indevidos, tornandose necessária a reconstituição da escrita fiscal; – os créditos glosados, relativos a aquisições de insumos aplicados na fabricação dos produtos NT (não imunes), foram relacionados, nota a nota, às fls. 1232/1243 [1º trimestre/2006], 1249/1269 [2º trimestre/2006], 1275/1299 [3º trimestre/2006], 1305/1327 [4º trimestre/2006] e consolidados nos demonstrativos de fls 1227/1231 [1º trimestre/2006], 1244/1248 [2º trimestre/2006], 1270/1274 [3º trimestre/2006], 1300/1304 [4º trimestre/2006], sendo que, depois da reconstituição da escrita fiscal [fls. 1328/1331] resultaram no valor exigido na presente autuação [fls. 1338/1340]. Cuidou, ainda, a Fiscalização, de destacar no relatório fiscal que, “em relação aos créditos devidos, concluise que não são passíveis de ressarcimento os relativos a entradas de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem para comercialização (CFOP 1102, 1652, 2152, 2659, 3102, 3651 e 3652). Cientificada pessoalmente do auto de infração em 11/04/2011 [fl. 1226] e inconformada com a exigência, apresentou a autuada, em 09/05/2011, a impugnação de fls. 1365/1398, na qual, em síntese: => inicialmente destaca que o presente crédito tributário tem por base argumentos utilizados em fiscalizações pretéritas acerca da matéria, alterandose apenas o período de apuração, Fl. 1664DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 16682.720342/201119 Acórdão n.º 3202001.195 S3C2T2 Fl. 1.662 5 e ressalta que tanto o processo 12897.000186/200985 quanto o processo 12897.000354/200932 já foram julgados pela DRJ/JFA, que decidiu pela improcedência do feito fiscal, conforme acórdão 0926987 proferido no primeiro processo. => destaca que comercializa lubrificantes derivados ou não do petróleo, sendo que os derivados do petróleo [posições 2710.19.31e 2010.19.32] são imunes ao IPI, na forma do art. 155, §3º da CF, estando, assim, indicados na TIPI com a notação NT; os não derivados do petróleo, por sua vez, têm a saída tributada normalmente pelo IPI; => informa que a comercialização do óleo lubrificante derivado do petróleo é superior ao do não derivado, acarretando o acúmulo de crédito do IPI na medida em que grande parte das operações de saída são, como dito, desoneradas do IPI em razão da imunidade; => argumenta que a redação do art. 11 da Lei 9.779/99 e do art. 4º da IN SRF nº 33/99 permitiram a utilização do crédito do IPI decorrente das aquisições de insumos aplicados na fabricação dos produtos imunes, isentos, ou tributados à alíquota zero; => acrescenta que da mesma forma o art. 195, §§ 1º e 2º do Decreto 4.544/02 (RIPI/2002) garante a utilização dos referidos créditos (de insumos tributados utilizados na industrialização de produtos imunes); => pondera que apesar da clareza da redação dos dispositivos mencionados, a empresa formalizou, em 15/10/2003, processo de Consulta à Legislação Tributária perante a 7ª Região Fiscal (processo 13707.002630/200364), consulta essa que foi decidida favoravelmente à interessada em 10/12/2003, sendolhe afirmado o direito ao creditamento do IPI, a partir de 01/01/1999, nas aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos imunes [fls. 1197/1203]; => discorre longamente acerca do ADI Nº 5, de 17/04/2006, da impossibilidade da sua aplicação retroativa, da sua inaplicabilidade ao caso por estar amparada por solução de consulta favorável no período a que se refere a autuação, da sua ilegalidade por criar restrição onde a Lei não restringe; => menciona que caso não se entenda configurada a ilegalidade do ADI/SRF nº 05/06, que ao menos se reconheça a impossibilidade de se exigir tributo em relação a períodos anteriores à vigência do ADI, em face de se encontrar a impugnante protegida por solução de consulta; => contesta a tese da Fiscalização no sentido de que o produto que industrializa é NT na TIPI mas não é imune, e ressalta que referida tese já foi rejeitada pela 3ª Turma da DRJ Juiz de Fora quando do julgamento do processo nº 12897.000186/200985, reproduzindo excerto do voto proferido; Fl. 1665DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 => insiste que os produtos que fabrica são derivados de petróleo, classificados como NT por serem imunes ao IPI e, para corroborar seu entendimento informa possuir dois pareceres técnicos, proferido pelo Conselho Nacional do Petróleo, ambos atestando a derivação em 100% do petróleo; => contesta a exigência da multa de ofício sob o argumento de que no período a que se refere a autuação encontravase abrigada por medida judicial, em razão do Mandado de Segurança impetrado pelo Sindicon [2007.34.00.0310118] objetivando a suspensão dos efeitos do ADI SRF 05/2006, com liminar deferida em sede de Agravo de Instrumento [2007.01.00.0492001], decisão esta vigente até a presente data; => requer, ao final, a insubsistência do auto de infração, e protesta por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente a pericial. Em síntese, é o relatório. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora julgou procedente em parte a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/CPS n.º 0339.195, de 28/02/2012 (fls. 1431/1449), assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 I IMUNIDADE. DERIVADOS DE PETRÓLEO. LUBRIFICANTES. São imunes da incidência do IPI os derivados de petróleo, assim entendidos os produtos decorrentes da transformação do petróleo por meio do conjunto de processos genericamente denominado refino ou refinação. Tais produtos, dentre os quais os óleos lubrificantes derivados de petróleo classificados nos códigos 2710.1931 e 2710.1932, possuem a notação de não tributados (NT) na TIPI em vigor, aprovada pelo Decreto nº 4.542/2002. II – SOLUÇÃO DE CONSULTA. EFEITOS. É de se restabelecer os créditos glosados em relação a períodos de apuração nos quais a contribuinte agiu seguindo orientação dada em solução de consulta eficaz, apresentada pelo estabelecimento matriz. III – SOLUÇÃO DE CONSULTA. MUDANÇA DE ORIENTAÇÃO. ADI SRF Nº 05/2006. Se após a resposta da consulta a administração alterar o entendimento nela expresso, a nova orientação atingirá os fatos geradores que ocorram após a ciência ao consulente ou após a publicação do ato pela imprensa oficial, ocorrida em 18/04/2006. Fl. 1666DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 16682.720342/201119 Acórdão n.º 3202001.195 S3C2T2 Fl. 1.663 7 IV – CREDITAMENTO DO IPI. SAÍDAS IMUNES. AÇÃO JUDICIAL. PEDIDO IMPROCEDENTE. Com a denegação da segurança [pedido julgado improcedente] restou mantida a aplicação do ADI SRF nº 05/2006, que afasta o direito de crédito nas saídas de produtos imunes, resultando, portanto, na procedência da glosa dos referidos créditos, a partir da publicação do referido ato, ou seja, a partir do período de apuração 04/2006, e, conseqüentemente, da exigência do IPI consignado no auto de infração. V – AUTO DE INFRAÇÃO. MEDIDA JUDICIAL. MULTA DE OFÍCIO. ART. 63, CAPUT E §1º DA LEI Nº 9.430/96. Aplicase o art. 63, caput e § 1º, da Lei nº 9.430/96, que determina a constituição do crédito tributário sem a exigência da multa de ofício se antes de iniciado o procedimento fiscal e da lavratura do auto de infração a autuada se encontrava amparada por medida judicial que afastava os efeitos do ADI SRF nº 05/2006. VI PROVAS/DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Indeferemse os pedidos de provas, diligências e/ou perícias solicitadas quando a autoridade julgadora as entende desnecessárias e prescindíveis em face dos dispositivos legais em vigor. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Irresignada, a interessada apresentou, no prazo legal, Recurso Voluntário de fls. 1476/1495, por meio do qual repisa os mesmos argumentos já encartados em sua impugnação. Em face do montante exonerado do crédito tributário, recorreu a DRJ de ofício. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O lançamento consubstancia exigência de IPI recolhido a menor em virtude da utilização de créditos básicos indevidos (créditos com origem na aquisição de insumos empregados na fabricação de lubrificantes, classificados na TIPI com a notação “NT”). A possibilidade de creditamento, nessa hipótese, é matéria absolutamente superada neste Colegiado Administrativo, tanto que editada a Súmula CARF nº 20, segundo a Fl. 1667DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 8 qual “Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT”. Isso por que o próprio Regulamento do IPI prevê a anulação do crédito em análise: Decreto n.º 7.212, de 2010 – RIPI/2010: Art. 254. Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do imposto (Lei no 4.502, de 1964, art. 25, § 3o, DecretoLei no 34, de 1966, art. 2o, alteração 8a, Lei no 7.798, de 1989, art. 12, e Lei no 9.779, de 1999, art. 11): I relativo a matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, que tenham sido: a) empregados na industrialização, ainda que para acondicionamento, de produtos não tributados; (g.n.) Por outro lado, correta a instância de piso ao exonerar parte do crédito tributário, ao fundamento de que, havendo alteração de entendimento por parte da Administração Pública (mudança de critério jurídico), os efeitos daí decorrentes somente podem alcançar fatos geradores futuros, conforme estabelece o art. 146 do CTN (“A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução”). É que, até a edição do ADI SRF n.º 05, de 2006, em 18/04/2006, a Recorrente estava albergada pela Solução de Consulta SRRF/7ª RF/DISIT n.º 394, de 2003, de forma que os créditos glosados nos períodos de apuração compreendidos entre 01/2006 a 03/2006 deverão ser restabelecidos. Como a multa de ofício já foi exonerada na decisão recorrida, nada resta a falar a respeito. O pedido de sustentação oral deveria ter sido endereçado em tempo oportuno à Secretaria desta Câmara. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO aos recursos de ofício e voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1668DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 16682.720342/201119 Acórdão n.º 3202001.195 S3C2T2 Fl. 1.664 9 Fl. 1669DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 10494.000097/2007-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3202-000.213
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira - Presidente
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Gilberto de Castro Moreira Junior e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2212; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 1.905 1 1.904 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10494.000097/200784 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3202000.213 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 27 de maio de 2014 Assunto Solicitação de diligência Recorrente AGCO DO BRASIL COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Gilberto de Castro Moreira Junior e Tatiana Midori Migiyama. Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito decorrente do Imposto de Importação – II e do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acrescido de juros e de multa proporcional de 75 %, no valor total de R$ 2.369.389,78. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Tratam os autos da constituição do crédito tributário no valor de R$ 2.369.389,78 (v. fl. 17), formalizado nos Autos de Infração acostados às fls. 01 a 141, em que se exige o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados, vinculados à importação, ambos acrescidos dos respectivos consectários legais (juros de mora calculados até 28.02.2007 e multa de ofício proporcional), em face do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 94 .0 00 09 7/ 20 07 -8 4 Fl. 1905DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.906 2 descumprimento das obrigações tributárias inerentes à permanência no regime especial de drawback suspensão, visto ter sido constatado que a pleiteante adimpliu parcialmente o compromisso de exportar as mercadorias (matériasprimas) importadas com suspensão dos mencionados tributos. Fato esse corroborado pela Secex (fl. 372). Compulsando o Relatório de Auditoria que integra os citados autos de infração, juntado às fls. 19 a 73, depreendese que a autuada submeteu ao Regime Especial de Drawback, modalidade Suspensão Genérico, ao amparo do Ato Concessório n° 169000/0002002, de 13.11.2000, “partes e peças para fabricação de tratores agrícolas e industriais”, no valor de US$ 10.200.000,00, se comprometendo, como contrapartida, exportar 32 “tratores industriais marca Massey Ferguson” e 3.478 “tratores agrícolas marca Massey Ferguson”, respectivamente, nos valores de US$ 766.387,00 e US$ 50.289.552,00 (fl. 224). As autoridades lançadoras informam que depois de analisarem a documentação referente ao ato concessório sob exame, tanto aquela apresentada pela empresa auditada quanto a extraída dos sistemas informatizados da RFB, constataram diversas inconsistências, em especial, as seguintes: (i) Dados de importação e exportação constantes do RUD divergentes com os constantes no sistema Siscomex; (ii) Importações vinculadas ao ato concessório, porém não declaradas nos RUD; (iii) Falta de identidade física entre os componentes importados e os produtos exportados; (iv) Exportações em quantidade menor do que o que poderia ser produzido com as peças importadas e; (v) Valores recolhidos em DARF, relativos a inadimplementos admitidos pelo contribuinte, sem multa de mora e em valores menores do que os devidos. As autoridades lançadoras evidenciam, como antes salientado, que em 05.06.2006 a Secex comunicou a baixa com inadimplência parcial do Ato Concessório n° 169000/0002002. Também que os valores recolhidos espontaneamente pela auditada divergem daqueles efetivamente devidos, ensejando a imputação dos pagamentos efetuados e respectivo lançamento das diferenças apuradas, notadamente, porque mencionados recolhimentos dizem respeito tão somente ao imposto de Importação sem a inclusão da multa de mora de 20%, pois os Darf’s foram pagos somente em 18.07.2006, conforme se depreende do demonstrativo de fls. 373 a 380 e da cópias dos Darf’s de 1503 a 1572. A fiscalização esclarece também que a partir da informações constantes dos mencionados Darf’s recalculou os valores devidos a título de II e de IPI, multas de ofício e juros de mora, considerando, como termo inicial, data de vencimento dos respectivos tributos (data de registro da DI) e, como termo final, a data de seu efetivo pagamento, utilizandose, para tanto, o método de “imputação proporcional” de que trata o Parecer PGFN/CDA nº 1.936/2005. Intimada da presente exação e não se conformando com a respectiva exigência, a interessada apresenta impugnação às fls. 1574 a 1580, fazendose acompanhar dos documentos juntados às fls. 1581 a 1632, para alegar, em apertada síntese, o que segue, que: Fl. 1906DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.907 3 (i) reconhece que nacionalizou parte das peças automotivas importadas não utilizadas no processo produtivo dos bens exportados, cuja quantidade é aquela aferida nos itens 4.4.1 a 4.4.13 do relatório fiscal; (ii) a apuração do crédito tributário apurado no auto de infração impugnado, não atende aos ditames da legislação aplicável aos impostos de importação e sobre produtos industrializados incidentes na importação de peças e componentes empregados no setor automotivo, atividade específica da autuada/impugnante; (iii) na importação dos insumos já vigorava a redução da base de cálculo do imposto de importação de acordo com o disposto no artigo 5° da Medida Provisória 1.92924, de 06.01.2000, sucessivamente reeditada até a Medida Provisória 2.06838 de 25.01.2001, e convertida na Lei 10.182 de 12.02.2001, sem que tenha sido modificada a redação original; (iv) sobrevindo a nacionalização dos insumos importados aplicados no processo produtivo de montagem e fabricação de tratores agrícolas, colheitadeiras e máquinas rodoviárias, deve, por conseguinte, incidir a legislação vigente ao seu tempo e ao respectivo segmento automotivo; (v) à época dos aludidos atos concessórios, relativamente ao imposto sobre produtos industrializados vinculado à importação de insumos destinados à montagem de tratores agrícolas, vigorava o tratamento constante na redação original do artigo 5° da Lei 9.826/1999. Logo, constatado que os referidos insumos foram empregados na montagem dos produtos classificados na posição 8701 da TIPI, evidente está a implementação da condição suspensiva, não havendo falar, no caso concreto, em pagamento deste tributo; (vi) o benefício fiscal de drawback não exclui a aplicação dos incentivos fiscais destinados ao setor automotivo, seja o de redução de base de cálculo do imposto de importação, seja de suspensão do imposto sobre produtos industrializados. Havendo que respeitar a disposição do artigo 142 do CTN; (vii) efetuou o recolhimento da parcela do crédito tributário devido, cujos demonstrativos anexa, considerando o disposto na legislação tributária que trata do incentivo fiscal ao setor automotivo. Requer, por se tratar de medida de justiça, seja declarado insubsistente a exigência tributária em comento, dispensandolhe de qualquer recolhimento a título de II e de IPI, e respectivos consectários legais. Conforme o expediente juntado à fl. 1633, o processo foi encaminhado a esta Delegacia de Julgamento. Em 14.03.2011 foi determinada a conversão do julgamento em diligência para que a autoridade preparadora se manifestasse quantos aos pagamentos efetuados pela autuada no prazo de impugnação (fls. 1634/1635). Por conta da diligência solicitada, a referida autoridade preparadora intimou a autuada a comprovar que a sociedade estava quite com os Fl. 1907DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.908 4 tributos e contribuições federais no período de novembro de 2000 a dezembro de 2001 (Termo de Intimação nº 073/2011fl. 1636). Na resposta protocolada em 02.09.2011, a intimada esclarece que a própria RFB, por meio da CAC/Novo Hamburgo, informou não possuir meios de resgatar as informações do período solicitado. Mas que não obstante esse fato entende desnecessária a produção de referida prova, pois à época lhe foi concedido outros atos concessórios, todos integralmente adimplidos, e a habilitação ao regime automotivo, evidenciando a quitação de quaisquer tributos e contribuições federais no período analisado (fls. 1638/1639). Em 12.09.2011, a autoridade encarregada da diligência, emite expediente informando, ipsis verbis, o que segue (fls. 1667 a 1669): “1. Achamos não ser preciso a elaboração da planilha requerida, pois revisamos todos os pagamentos, sendo que os mesmos constam no sistema informatizado da RFB (Sinal 10), estão calculados corretamente, inclusive as multas, que foram calculadas à alíquota de 37,5% (metade de 75%), a qual teria direito o contribuinte para pagamento em única parcela, e, se essa Delegacia de Julgamento vier a entender que o contribuinte tem razão quanto à mudança de regime tributário de suas importações, os mesmos estariam de acordo com os tributos devidos se as importações fossem amparadas no regime automotivo; 2. O contribuinte recebeu o termo de Intimação nº 073/2011 de 26 de agosto de 2011, que o intimava ao seguinte: (...) 3. Quanto ao item (a), temos o seguinte: (...) Nossa intenção ao intimar a sociedade empresária a apresentar a comprovação de quitação dos tributos federais entre novembro de 2000 e dezembro de 2001 foi em razão do seguinte: LEI Nº 9.059, DE 29 DE JUNHO DE 1995. Art. 60. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. regime aduaneiro especial de Drawback suspensão, onde são importadas mercadorias com suspensão de tributos incidentes na importação, é considerado incentivo à exportação, ou seja, tem natureza extrafiscal; já no regime Automotivo, onde são importadas mercadorias com redução dos tributos incidentes na importação, esta redução é considerada benefício fiscal, ou seja, tem natureza fiscal original. Sendo assim, para importações amparadas no Drawback, não é preciso que a sociedade empresária prove estar quite com as contribuições Fl. 1908DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.909 5 federais quanto pleiteia o regime, o que é obrigatório no momento de pleitear a redução dos tributos incidentes na importação de mercadorias amparadas no regime automotivo. A alegação do contribuinte de que estava quite com suas obrigações porque o Secex aprovara dois atos concessórios seus não tem fundamento legal. Feitas essas observações, daremos ciência para que em 30 (trinta) dias apresente resposta aos nossos comentários aqui mostrados.” Para responder ao Termo de Intimação nº 076/2011 (fl. 1666), no qual constam às considerações acima transcritas, a contribuinte protocola, em 14.10.2011, a petição de fls. 1641 a 1644. Nessa assevera que a falta das certidões de quitação de tributos e contribuições federais não foi fundamento para as supostas irregularidades apontadas pela fiscalização, reafirma que tal fato vem evidenciar que à época estava quite com essas obrigações fiscais. Observa também que, conforme dispõe o inciso I do art. 6º da MP nº 193924/2000 (convertida na Lei nº 10.182/2001), a habilitação de empresa no regime automotivo exige que a requerente faça a “comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais”, o que por si só evidencia sua regularidade fiscal à época. Ressalta que não obstante entender desnecessário, anexa, às fls. 1662 a 1665, os documentos comprobatórios de sua regularidade fiscal à época dos fatos, uma vez que, finalmente obteve sucesso em sua obtenção. Finaliza solicitando que todos os atos praticados no presente processo, em especial as intimações e comunicações, sejam encaminhadas em nome e no endereço profissional de sua procuradora (Marta Ione Guex de Oliveira). Encerrada a diligência solicitada e demais providências dela advinda (fl. 1670), em 20.10.2011 os presentes autos são encaminhados para esta Delegacia de Julgamento, para prosseguimento. É o relatório. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/FNS n.º 0730.258, de 7/12/2012 (fls. 1854 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 29/11/2000 a 14/12/2001 DRAWBACK SUSPENSÃO. INADIMPLEMENTO PARCIAL. EMPRESA HABILITADA NO REGIME AUTOMOTIVO. NACIONALIZAÇÃO. REDUÇÃO E SUSPENSÃO DOS IMPOSTOS INCIDENTES. A empresa habilitada ao regime automotivo, previsto no art. 5º da Lei nº 9.826/1999, no art. 66 da MP nº 2.15835/2001 e nos arts. 5º e 6º da Lei nº 10.182/2001, faz jus à redução do imposto de importação e à suspensão do imposto sobre produtos industrializados quando da nacionalização das mercadorias remanescentes do regime aduaneiro Fl. 1909DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.910 6 especial de drawback, modalidade suspensão, tipo genérico, em razão do descumprimento parcial das condições pactuadas em ato concessório, uma vez que inexiste na legislação de regência norma que impeça a fruição do incentivo fiscal estatuído pelo regime automotivo, além do fato de não caracterizar transferência de regime tributário. Impugnação Procedente Crédito Tributário Mantido em Parte Em face do montante exonerado do crédito tributário, recorreu a DRJ de ofício. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O lançamento destinouse a constituir crédito tributário decorrente do inadimplemento parcial do regime Drawbacksuspensão. Exonerado o crédito lançado pela instância de piso, recorreuse de ofício. A contribuinte autuada não contesta o fato do inadimplemento parcial, mas apenas sustenta que, à época, já vigia a redução da base de cálculo do II prevista no artigo 5° da Medida Provisória – MP n.º 1.92924, de 6/1/2000, sucessivamente reeditada até a MP n.º 2.06838, de 25/1/2001, convertida na Lei n.º 10.182, de 12/2/2001, bem como a suspensão do IPI estabelecida no art. 5º da Lei n.º 9.826, de 23/8/1999. Esses diplomas estabeleceram o chamado “regime automotivo”, para o qual a contribuinte autuada alega terem sido transferidos os bens importados sob o regime Drawback suspensão não aplicados nos produtos exportados. Assim afirma porque, no seu entender, nada obstaria que, sobrevindo a nacionalização dos insumos importados objeto do ato concessório parcialmente inadimplido, mediante a aplicação no processo produtivo de montagem e fabricação de tratores agrícolas, colheitadeiras, máquinas rodoviárias etc., nada haveria de ser cobrado pela fiscalização, já que a parcela dos tributos a recolher, fossem as importações amparadas no regime automotivo, foi devidamente recolhida aos cofres públicos, como, aliás, atestou a unidade de origem, em atendimento à diligência requerida pela DRJ. Todavia, a lei que disciplina a redução do II em questão não a estabeleceu de forma objetiva, em caráter geral, a depender apenas do ato, fato, negócio etc., mas de forma objetivosubjetiva, porquanto conferida em função do destinatário e da espécie de insumo importado. Vejamos: Lei n.º 10.182, de 2001: “Art.5o. Fica reduzido em quarenta por cento o imposto de importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semiacabados, e pneumáticos. Fl. 1910DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.911 7 §1oO disposto no caput aplicase exclusivamente às importações destinadas aos processos produtivos das empresas montadoras e dos fabricantes de: Iveículos leves: automóveis e comerciais leves; IIônibus; IIIcaminhões; IVreboques e semireboques; Vchassis com motor; VIcarrocerias; VIItratores rodoviários para semireboques; VIIItratores agrícolas e colheitadeiras; IXmáquinas rodoviárias; e Xautopeças, componentes, conjuntos e subconjuntos necessários à produção dos veículos listados nos incisos I a IX, incluídos os destinados ao mercado de reposição. §2o O disposto nos arts. 17 e 18 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, e no DecretoLei no 666, de 2 de julho de 1969, não se aplica aos produtos importados nos termos deste artigo, objeto de declarações de importações registradas a partir de 7 de janeiro de 2000. Art.6º. A fruição da redução do imposto de importação de que trata esta Lei depende de habilitação específica no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX. Parágrafo único. A solicitação de habilitação será feita mediante petição dirigida à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, contendo: Icomprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais; IIcópia autenticada do cartão de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; IIIcomprovação, exclusivamente para as empresas fabricantes dos produtos relacionados no inciso X do § 1o do artigo anterior, de que mais de cinqüenta por cento do seu faturamento líquido anual é decorrente da venda desses produtos, destinados à montagem e fabricação dos produtos relacionados nos incisos I a X do citado § 1o e ao mercado de reposição. (g.n.) Malgrado estabelecida em lei a necessária habilitação prévia, isso não se atesta nos autos. Fl. 1911DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10494.000097/200784 Resolução nº 3202000.213 S3C2T2 Fl. 1.912 8 E permitir a conversão pura e simples do regime Drawbacksuspensão para o automotivo sem essa necessária habilitação prévia corresponderia, a meu juízo, desconsiderar, como se inexistente, norma legal hoje e à época plenamente vigente. Ante o exposto, voto por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a unidade de origem certifiquese de que, à época dos fatos (em que se deu a defendida transferência de regime), a contribuinte autuada havia cumprido os requisitos estatuídos no art. 6º da Lei n.º 10.182, de 2001, acima reproduzido. Ao término do procedimento, deve a autoridade preparadora elaborar Relatório Fiscal sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes para esclarecer os fatos. Encerrada a instrução processual, a interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, antes da devolução do processo para julgamento. Salientese, entretanto, que a sua manifestação devese restringir ao resultado da diligência, não sendo cabível revolver questões de defesa já suscitadas quando do oferecimento do recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1912DF CARF MF Impresso em 30/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/07/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 15374.906516/2009-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Feb 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do Fato Gerador: 10/11/2000
O ICMS compõe o valor da operação de que decorre a saída de mercadoria de estabelecimento contribuinte do IPI, motivo pelo qual compõe a sua base de cálculo.
Recurso Voluntário Negado.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 3202-001.068
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1910; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 112 1 111 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15374.906516/200935 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202001.068 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2014 Matéria IPI. RESTITUIÇÃO Recorrente VALPLAST LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do Fato Gerador: 10/11/2000 O ICMS compõe o valor da operação de que decorre a saída de mercadoria de estabelecimento contribuinte do IPI, motivo pelo qual compõe a sua base de cálculo. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves. Irene Souza da Trindade Torres Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório A interessada apresentou pedido eletrônico de restituição, cumulado com pedido de compensação de débitos próprios, com origem em pagamento a maior do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, no valor de R$ 69.441,08, referente ao período de apuração encerrado em 10/11/2000. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 90 65 16 /2 00 9- 35 Fl. 112DF CARF MF Impresso em 11/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 7/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Por meio do Despacho Decisório de fl. 50, a unidade de origem não reconheceu o direito vindicado e não homologou a compensação. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo da DCOMP de número 33219.33934.130905.1.3.042434, que utilizou como lastro da compensação declarada pagamento indevido do IPI no valor original de R$ R$ 69.441,08, oriundo de recolhimento efetuado em 20/11/2000 nesse mesmo valor, relativo ao1º decêndio de novembro de 2000. A verificação da legitimidade dos créditos alegados foi efetuada pelo processamento eletrônico, que identificou o pagamento, mas constatou que o mesmo foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, segundo dados do Despacho Decisório. Em conseqüência, o direito creditório não foi reconhecido e a compensação declarada resultou não homologada. Cientificada do Despacho Decisório e intimada a recolher o crédito tributário decorrente da não homologação da compensação, em 27/04/2000, manifestou a pleiteante a sua inconformidade em 14/05/2000, por meio do arrazoado de fls. 02/21, alegando, em preliminar, o cerceamento do seu direito de defesa, sob o argumento de que os dispositivos legais indicados no despacho decisório (arts. 165 e 170 do CTN e art. 74 da Lei nº 9.430/96) “em nada se relacionam com um possível Fundamento Legal, que deveria constituir o Despacho Decisório, a fim de evidenciar as justificativas e fundamentos de tal Ato Administrativo, a fim de ensejar elementos básicos para constituição da presente Manifestação de Inconformidade”; e, ainda, de que “não há narrativa lógica entre os fatos e o enquadramento legal utilizado pela Autoridade Fiscal, o que impossibilita a defesa atacar o fato concreto”. Conclui que tal vício redundaria na nulidade. No mérito, sob o título “Crédito Utilizado nos PER/DCOMPs – Da exclusão do ICMS da Base de Cálculo do IPI, PIS e da Cofins”, desenvolve longo arrazoado acerca da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, sob o argumento de que tais impostos não representam receita ou faturamento (que são a base de cálculo do PIS e da Cofins) segundo seu entendimento, reproduzindo extensos excertos de doutrina e jurisprudência acerca do tema. Finaliza tal argumentação nos seguintes termos: “Tal entendimento, como facilmente demonstra o julgado, deverá ser extensivo para a exclusão do ICMS da base de cálculo de todos os Tributos Federais”; Vem ao final requerer que seja acolhida a preliminar invocada e, no mérito, seja dado provimento à manifestação de inconformidade e homologada a compensação e, caso entenda necessário, seja convertido o julgamento em diligência para a realização de prova contábil para que sejam constatados e confirmados os valores relativos à exclusão do ICMS das bases de cálculo dos Tributos Federais. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 11/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 7/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 15374.906516/200935 Acórdão n.º 3202001.068 S3C2T2 Fl. 113 3 Na sequência encontramse anexadas às fls. 22/41 dos autos longo arrazoado no qual a defendente discorre acerca do princípio da não cumulatividade e da base de cálculo do ICMS, concluindo que “todos os tributos cujo valor tributável tem como base de cálculo o faturamento, trazem consigo o valor do ICMS incluído em sua própria base de cálculo, caracterizando, portanto, flagrante BITRIBUTAÇÃO”. Em síntese, é o relatório. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora/MG julgou improcedente a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/JFA n.º 09 39.057, de 10/02/2012 (fls. 63/71), assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do Fato Gerador: 20/11/2000 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. Demonstrados no despacho decisório, com absoluta clareza, os fatos que ensejaram a não homologação da DCOMP e a sua correta fundamentação legal, é de se rejeitar a preliminar argüida, por total falta de fundamento. PERÍCIA/DILIGÊNCIA. Indeferemse as perícias ou diligências solicitadas quando a autoridade julgadora as entende desnecessárias e prescindíveis em face dos dispositivos legais em vigor. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. Conforme explicita o art. 47, II, "a", do CTN, a base de cálculo do IPI é dada pelo "valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria”. O ICMS, conforme já explicitado pelo Parecer CST nº 39/70, como "parte integrante" do valor da operação, se inclui, consequentemente, no valor tributável do IPI. DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. INEXISTÊNCIA DE SALDO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Comprovada e demonstrada nos autos a inexistência do saldo do pagamento supostamente indevido utilizado como lastro da DCOMP, é de ser não homologada a compensação declarada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 114DF CARF MF Impresso em 11/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 7/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 Irresignada, a interessada apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 73/100, por meio do qual repisa argumentos já delineados em sua manifestação de inconformidade quanto à exclusão do ICMS nas bases de cálculo do IPI, do PIS e da Cofins. O processo digitalizado foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Em seu alentado recurso, a Recorrente apenas questiona o entendimento firmado pela instância a quo quanto à inclusão do ICMS nas bases de cálculo do IPI, do PIS e da Cofins (não obstante, essas duas últimas contribuições não compõem o crédito vindicado). A matéria já foi objeto de diversos julgamentos deste Colegiado Administrativo e firmouse no sentido oposto ao pretendido no recurso. Por comungar com o mesmo entendimento, adoto, como razão de decidir, o voto proferido pelo Conselheiro Paulo Sergio Celani, nos autos do processo administrativo n.º 15374.914749/200910 (Acórdão n.º 3802 001.970, de 21/08/2013; transcrição parcial): Incidência do IPI sobre o ICMS No Sistema Tributário Nacional, cada tributo possui sua própria regra de incidência, à luz da qual se deve verificar se determinado valor integra sua base de cálculo. Sobre o IPI, o CTN dispõe: “Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considerase industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Art. 47. A base de cálculo do imposto é: (...); II – no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; Fl. 115DF CARF MF Impresso em 11/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 7/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 15374.906516/200935 Acórdão n.º 3202001.068 S3C2T2 Fl. 114 5 b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; (...)” A Lei nº 4.502, de 30/11/1964, que dispõe sobre o IPI, diz: “Art . 13. O impôsto será calculado mediante aplicação das alíquotas constantes da Tabela anexa sôbre o valor tributável dos produtos na forma estabelecida neste Capítulo. Art. 14. Salvo disposição em contrário, constitui valor tributável (Redação dada pela Lei nº 7.798, de 1989): (...) II – quanto aos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. (Redação dada pela Lei nº 7.798, de 1989). § 1º. O valor da operação compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário. (Redação dada pela Lei nº 7.798, de 1989) (...)” A Lei Complementar nº 87, de 13/09/1996, que dispõe sobre o ICMS, diz: “Art. 12. Considerase ocorrido o fato gerador do imposto no momento: I – da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; (...) Art. 13. A base de cálculo do imposto é: I – na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da operação; (...) § 1º. Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) I – o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; (...)” No julgamento do RE nº 582.461/SP, em 18/05/2011, o Plenário do STF decidiu, em regime de repercussão geral, que o montante Fl. 116DF CARF MF Impresso em 11/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 7/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 de ICMS deve ser incluído na própria base de cálculo, pois integra o valor da operação. Transcrevo parte da ementa que interessa: “3. ICMS. Inclusão do montante do tributo em sua própria base de cálculo. Constitucionalidade. Precedentes. A base de cálculo do ICMS, definida como o valor da operação da circulação de mercadorias (art. 155, II, da CF/88, c/c arts.2º, I, e 8º, I, da LC 87/96), inclui o próprio montante do ICMS incidente, pois ele faz parte da importância paga pelo comprador e recebida pelo vendedor na operação.” Uma vez que o ICMS faz parte do valor da operação, integra a base de cálculo do IPI. A jurisprudência do STJ corrobora esta conclusão, conforme decisão abaixo: RECURSO ESPECIAL Nº 675.663 PR (2004/01251439) EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO IPI. 1. A jurisprudência desta Corte é pacífica em proclamar a inclusão do ICMS na base de cálculo do IPI. Precedentes: REsp. Nº 610.908 PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. Alegações sobre a não incidência de outros tributos sobre o ICMS não se aplicam à incidência do IPI. Ante o exposto, não havendo equívocos na decisão recorrida, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 117DF CARF MF Impresso em 11/02/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 7/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 10240.721364/2011-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.445
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira (presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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COFINS. MULTA Recorrente DUPORTO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE ALIMENTOS E PRODUTOS DIVERSOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO. AQUISIÇÃO COM ALÍQUOTA ZERO. VEDAÇÃO. É vedada a utilização de créditos na aquisição de bens não sujeitos ao pagamento da contribuição. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO. AQUISIÇÃO COM ALÍQUOTA ZERO. VEDAÇÃO. É vedada a utilização de créditos na aquisição de bens não sujeitos ao pagamento da contribuição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 72 13 64 /2 01 1- 19 Fl. 902DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira (presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, referente a períodos de apuração compreendidos no ano de 2009, no valor total de R$ 904.124,89, incluídos multa proporcional e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo de autos de infração (fls. 02/22) lavrados pela DRF/Porto Velho/RO, em que foram lançados créditos de PIS/Pasep e Cofins nos valores respectivos de R$ 161.284,09 e R$ 742.840,80 (incluídos nesse montante os juros de mora e a multa proporcional aplicada). 2. Segundo a fiscalização (Relatório de fls. 494/509) os lançamentos decorreram da utilização indevida de créditos das contribuições em operações de revenda de mercadorias adquiridas através da Área de Livre Comércio de Guajará Mirim (ALCGM) sem incidência das contribuições (redução para zero – Lei nº 10.996, de 2004). 3. Ciente em 15.12.2011 (fls. 12 e 21), a interessada apresentou tempestivamente, em 13.01.2012, impugnação (fls. 512/528), na qual alega: a) “As mercadorias compradas e regularmente lançadas nos livros próprios são para comercialização e não para consumo ou industrialização como quer fazer crer os auditores envolvidos, portanto não são atingidas pela vigência do artigo 2o da Lei 10.996/2004”; b) “as notas fiscais as quais foram utilizadas os créditos (cópias de alguns exemplares em anexo) não estão indicando o valor do abatimento das contribuições para o PIS/Pasep e para a COFINS, cuja exigência era da Portaria da SUFRAMA 162/2005, o que levou a crer que os fornecedores da defendente não se beneficiaram do que vige o caput do artigo 2o da Lei 10.996/2004 já citado anteriormente, ou seja, da alíquota zero das contribuições” ; Fl. 903DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10240.721364/201119 Acórdão n.º 3202001.445 S3C2T2 Fl. 903 3 c) “Portanto, não há nenhum óbice legal da impugnante utilizar os créditos oriundos de tais compras para comercialização, pois, se houve ilegalidade, foi praticada unicamente pelos fornecedores por terem utilizado benefício sem cumprir as exigências legais.” ; d) “Não bastasse, como já dito, as compras realizadas para a filial de GuajaráMirim/RO tratamse de compras para comercialização e não para consumo ou industrialização na qual a lei veda a utilização do crédito” ; e) Requer a aplicação do art. 106 do CTN em função da inclusão posterior dos §§ 4º e 5º no art. 2º da Lei nº 10.996, de 2004, para, segundo entende, correção da interpretação do artigo; f) Entende haver sido viciado o procedimento da fiscalização, por ferir o princípio constitucional da legalidade e o da eficiência, “uma vez que foi feito em desacordo com as práticas contábeis geralmente aceitas, bem como com desprezo a realidade dos fatos”. Explica: “De forma presumida, sem ao menos manusearem fisicamente as notas fiscais que originaram os créditos, os auditores acusaram a defendente de ter utilizado crédito de forma ilegal e indevida, aplicando o auto de infração para cobrar esses créditos com aplicação de multa de 75% e mais juros e atualização monetária.” ; g) Entende caracterizar confisco a multa proporcional aplicada; h) Requer a realização de diligência para apurar se as empresas fornecedoras beneficiaramse da redução das contribuições e se o benefício seria legal por não terem as mesmas cumprido o determinado na Portaria Suframa; i) Ao final, requer: “a) a realização de diligências diretamente nos fornecedores da defendente em busca da verdade real trazendo aos autos as respostas dos quesitos apresentados; b) seja decretado nulo o auto de infração por vício insanável por ferir o princípio constitucional da legalidade e da eficiência; c) seja declarado IMPROCEDENTE o Auto de Infração haja vista a inexistência de ilegalidade na utilização dos créditos originados das compras de mercadorias para comercialização no mercado interno; d) caso seja mantido o auto de infração, seja aplicado o teor do artigo 106 do CTN para extinguir a multa aplicada, ou se assim não for o entendimento de Vossa Senhoria, seja reduzida a multa de 75% (setenta e cinco por cento) para 20% (vinte por cento); e) a suspensão dos débitos nos termos do artigo 151, III, do Código Tributário Nacional; Fl. 904DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 f) que todas as notificações, citações e intimações sejam realizadas no endereço da empresa Matriz, situada na avenida Amazonas, 3578, bairro Agenor de Carvalho, Porto Velho RO.” A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/BEL n.º 0126.127, de 17/4/2013 (fls. 863 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO. AQUISIÇÃO COM ALÍQUOTA ZERO. VEDAÇÃO. É vedada a utilização de créditos na aquisição de bens não sujeitos ao pagamento da contribuição. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO. AQUISIÇÃO COM ALÍQUOTA ZERO. VEDAÇÃO. É vedada a utilização de créditos na aquisição de bens não sujeitos ao pagamento da contribuição. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2009 INCONSTITUCIONALIDADE A instância administrativa não possui competência legal para se manifestar sobre questões em que se presume a colisão da legislação de regência e a Constituição Federal, atribuição reservada, no direito pátrio, ao Poder Judiciário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em face do valor exonerado, a DRJ recorreu de ofício. Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 875/889, por meio do qual, depois de relatar os fatos, repisa os mesmos argumentos já delineados em sua impugnação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Fl. 905DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10240.721364/201119 Acórdão n.º 3202001.445 S3C2T2 Fl. 904 5 O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O lançamento decorreu da falta de recolhimento do PIS e da Cofins, apurados na sistemática não cumulativa, em face da utilização indevida de créditos com origem em aquisições de mercadorias, sem a incidência das contribuições, por pessoa jurídica localizada na Área de Livre Comércio de GuajaráMirim (ALCGM). Sustenta a fiscalização que, no ano de 2009, de acordo com a Lei n.º 10.996, de 2004, com as alterações promovidas pela Lei n.º 11.945, de 2009, estavam reduzidas a zero as alíquotas de PIS/Cofins sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na ALCGM quando realizadas por empresas situadas fora desta área. Acresce que o § 1º do art. 2º da Lei n.º 10.996, de 2004, define mercadorias para consumo que sendo aquelas que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as utilizem diretamente ou as comercializem por atacado ou varejo. Vejamos: Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. § 1o Para os efeitos deste artigo, entendemse como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. § 2o Aplicamse às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o As disposições deste artigo aplicamse às vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização nas Áreas de Livre Comércio de que tratam as Leis nos 7.965, de 22 de dezembro de 1989, 8.210, de 19 de julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, o art. 11 da Lei no 8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei no 8.857, de 8 de março de 1994, por pessoa jurídica estabelecida fora dessas áreas. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). (Produção de efeitos). § 4o Não se aplica o disposto neste artigo às vendas de mercadorias que tenham como destinatárias pessoas jurídicas atacadistas e varejistas, sujeitas ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, estabelecidas nas Áreas de Livre Comércio referidas no § 3o. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 5o Nas notas fiscais relativas à venda de que trata o caput deste artigo, deverá constar a expressão “Venda de mercadoria efetuada com alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especificação do dispositivo legal Fl. 906DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) (grifamos). De fato, a aquisição de mercadorias não sujeitas às contribuições para o PIS e à Cofins não dá, como regra, o direito a créditos dessas contribuições. É o que preconizam o § 2º do art. 3º das Leis n.º 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, cuja redação é idêntica e cuja aplicação foi expressamente prevista no § 2º do art. 2º da Lei n.º 10.996, de 2004: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) § 2º Não dará direito a crédito o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I de mãodeobra paga a pessoa física; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Em sua defesa, a Recorrente alega que as mercadorias adquiridas destinaramse à comercialização na ALCGM, não ao consumo. Ora, como visto, o § 1º do art. 2º da Lei n.º 10.996, de 2004, incluiu, no conceito de consumo, a comercialização, ao menos para os efeitos da redução a zero das alíquotas do PIS/Cofins de que trata esse diploma legal, de modo que, considerado ao menos esse dado, a autuação é irrepreensível. No que concerne ao argumento de que não fora indicado nas notas fiscais de aquisição a redução a zero das alíquotas das contribuições para o PIS/Cofins, isso em nada altera o regime jurídicotributário aplicável ao caso, tampouco estabelece uma presunção de que a operações foram tributadas, em ordem a permitir o direito ao aproveitamento de créditos. A Recorrente reclama, e sem razão, a aplicação do disposto no art. 106 do CTN, em face da posterior inclusão, pela Lei n.º 12.350, de 2010, dos §§ 4º e 5º no art. 2º da Lei nº 10.996, de 2004, pois, no seu entender, tratase uma mera correção na interpretação do dispositivo. Ocorre que, como já destacado na decisão recorrida, o que houve foi uma alteração de fundo da legislação, não a edição de uma lei de caráter interpretativo, porquanto passouse a prever, em parágrafos apartados, que às vendas de mercadorias destinadas a pessoas jurídicas atacadistas e varejistas, sujeitas ao regime não cumulativo, não mais se aplicaria a redução à alíquota zero. Portanto, não há, nem explícita nem implicitamente, a natureza interpretativa que a Recorrente quer emprestar à Lei n.º 12.350, de 2010. Tampouco falhas há no lançamento que permitem acoimálo de ilegal, como quer crer a Recorrente, ao afirmar ter sido “feito em desacordo com as práticas contábeis geralmente aceitas, bem como com desprezo a realidade dos fatos”. Fl. 907DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10240.721364/201119 Acórdão n.º 3202001.445 S3C2T2 Fl. 905 7 Não houve presunção, mas a demonstração cabal, com apoio em dispositivos legais que fundamentaram a conclusão, que os créditos que a Recorrente reclama não encontravam amparo na legislação à época dos fatos vigente. A questão que envolve o caráter confiscatório da multa não pode ser apreciada por este Colegiado Administrativo, visto que, nos termos da Súmula CARF nº 2, este não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. A realização de diligência é de ser indeferida, com fundamento no art. 18 do Decreto n.º 70.235, de 1972, já que absolutamente desnecessária. Por fim, ressaltese que as intimações devem ser endereçadas ao domicílio fiscal eleito do contribuinte, em conformidade com o disposto no art. 23, II, do mesmo Decreto n.º 70.235, de 1972. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 908DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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Numero do processo: 19515.001087/2004-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/11/2000 a 31/12/2000, 01/01/2003 a 31/03/2003, 01/07/2003 a 31/08/2003
COFINS. DÉBITOS COMPENSÁVEIS. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO LANÇAMENTO. DCTF RETIFICADORA. APRESENTAÇÃO. ESPONTANEIDADE.
A fiscalização deve efetuar o lançamento destinado a constituir o crédito tributário quanto aos débitos informados em declaração prestada pelo contribuinte sem o atributo de confissão de dívida.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.371
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Presidente-substituto.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luís Eduardo Garrossino Barbieri (presidente-substituto), Charles Mayer de Castro Souza, Gilberto de Castro Moreira Junior, Tatiana Midori Migiyama, Paulo Roberto Stocco Portes e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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MULTA Recorrente L CASTELO ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA. . Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/11/2000 a 31/12/2000, 01/01/2003 a 31/03/2003, 01/07/2003 a 31/08/2003 COFINS. DÉBITOS COMPENSÁVEIS. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO LANÇAMENTO. DCTF RETIFICADORA. APRESENTAÇÃO. ESPONTANEIDADE. A fiscalização deve efetuar o lançamento destinado a constituir o crédito tributário quanto aos débitos informados em declaração prestada pelo contribuinte sem o atributo de confissão de dívida. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Presidentesubstituto. Charles Mayer de Castro Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luís Eduardo Garrossino Barbieri (presidentesubstituto), Charles Mayer de Castro Souza, Gilberto de Castro Moreira Junior, Tatiana Midori Migiyama, Paulo Roberto Stocco Portes e Thiago Moura de Albuquerque Alves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 10 87 /2 00 4- 01 Fl. 275DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social Cofins, referente a períodos de apuração compreendidos nos anoscalendário de 2000 e 2003, no valor total de R$ 696.971,291, incluídos multa proporcional e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra o contribuinte acima identificado, relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — COFINS, abrangendo os períodos de apuração (PA) 11/00, 12/00, 01/03 a 03/03, 07/03 e 08/03 (fls. 32 a 36), no valor (principal) de R$ 342.537,50, com multa de oficio de 75% no valor de R$ 256.903,11, e juros de mora, calculados até 31/05/2004, no valor de R$ 97.030,68, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 696.471,29, em decorrência de ação fiscal efetuada pela Delegacia da Receita Federal de Fiscalização em São Paulo (Defic/SPO), conforme Mandado de Procedimento Fiscal fl. 01. 2. Foi também lavrado auto ' de infração relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, abrangendo os períodos de apuração (PA) 11/00, 12/00 e 01/03 a 03/03 (fls. 134 á 138), no valor (principal) de R$ 55.066,51, com multa de oficio de 75% no valor de R$ 41.299,87, e juros de mora, calculados até 31/05/2004, no valor de R$ 18.629,42, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 114.995,80, em decorrência da mesma ação fiscal (v. fl. 102). 3. Na Descrição dos Fatos de fl. 35 (COFINS) e fl. 137 (PIS), bem como no Termo de Verificação Fiscal (COFINS —fls. 30/31; PIS — fls. 132/133), a autoridade autuante registra que, durante o procedimento de verificações obrigatórias, foram constatadas divergências entre os valores declarados/pagos e os valores escriturados de ambas as contribuições (PIS/COFINS), e ainda que: • tendo em vista as bases de cálculo das contribuições, constantes em planilhas apresentadas pelo contribuinte, bem como as informações contidas nos livros fiscais e DIPJ, constataramse diferenças entre essas e os valores dos débitos apurados declarados em DCTF, nos períodos acima discriminados; • o contribuinte afirmou trataremse estas diferenças de compensações solicitadas através dos processos administrativos n°s 13811.001991/0064 e 11610.000766/200383, pendentes de apreciação, sendo que as compensações em questão não foram devidamente informadas em DCTF nós períodos acima mencionados; Fl. 276DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI Processo nº 19515.001087/200401 Acórdão n.º 3202001.371 S3C2T2 Fl. 276 3 • assim sendo, lavraramse os presentes Autos de Infração (1 para o PIS; outro para a COFINS) nos períodos em que for constatadas diferenças entre o valor devido e o declarado em DCTF. 4. O enquadramento legal do lançamento fiscal da COFINS (fl. 35), cientificado ao contribuinte em 21/06/2004, consoante se observa à fl. 34, consistiu no art. 77, inciso III, do DecretoLei n° 5.844/43; art. 149 da Lei n 5.172/66; art. 1` da Lei Complementar (LC) n° 70/91; arts. 2°, 3° e 8°, da Lei n° 9.718/98, com as alterações da Medida Provisória n° 1.807/99 e suas reedições, com as alterações da Medida Provisória n° 1.858/99 e suas reedições; arts. 2°, inciso II e parágrafo único, 3°, 10, 22 e 51 do Decreto n° 4.524/2002. 5. Já o enquadramento legal do lançamento fiscal para o PIS (fl. 137), também 09 cientificado ao contribuinte em 21/06/2004, 'consoante se observa à fl. 136, consistiu nos art. 77, inciso III, do DecretoLei n° 5.844/43; art. 149 da Lei n° 5.172/66; arts. 1° e 3°, alínea "b", da Lei Complementar n° 07/70; art. 1°, parágrafo único, da Lei Complementar n° 17/73, Título 5, capítulo 1, seção 1, alínea "b", itens I e II, do Regulamento do PIS/PASEP, aprovado pela Portaria MF n° 142/82; arts. 2% inciso I, 8°, ir ciso I, e 9°, da Lei n° 9.715/98; arts. 2° e 3° da Lei n° 9.718/98; arts. 2% inciso I, alínea "a" e parágrafo único, 3°, 10, 26 e 51 do Decreto n° 4.524/2002. 6. No que se refere à multa de ofício e aos juros de mora, os dispositivos legais aplicados foram relacionados nos demonstrativos de fl. 33 (COFINS) e fl. 135 (PIS). 7. Após tomar ciência das autuações, a empresa fiscalizada, inconformada, apresentou, em 16/07/2004, as impugnações juntadas às fls. 38/45 (COFINS) e fls. 140/147 (PIS), e documentos anexos de fls. 46/93 (COFINS) e fls. 148/187 (PIS) — procuração, cópia do instrumento particular de alteração e consolidação de contrato social, cópia do CNPJ, cópia do documento de identidade do procurador ~da empresa, cópia dos Autos de Infração e dos Termos de Verificação Fiscal, cópia de DCTF's retificadoras e jurisprudência administrativa sobre erro de fato com as alegações a seguir resumidas: 7.1. como as diferenças apontadas nas autuações que se impugna nada mais são do que valores compensados através dos processos administrativos n°s 13811.001991/0064 e 11610.000766/200383, que não foram devidamente informadas nas DCTF's da época, a autoridade fiscal, destarte, poderia deixar de efetuar o lançamento fiscal, determinando as retificações das DCTF's; 7.2. mesmo depois de lavrada a autuação, poderia ainda a autoridade fiscal cancelála de ofício, e, em última hipótese, cancelar o lançamento fiscal no processo administrativo; 7.3. as compensações foram legítimas e suficientes para a extinção dos débitos, antes de qualquer notificação fiscal, uma Fl. 277DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI 4 ve que atenderam plenamente as condições da lei (art. 156 do CTN; art. 74 da Lei n° 9.430/96); 7.4. com fulcro nos dispositivos legais acima e nos documentos carreados aos autos, fica evidente que as compensações realizadas pelo impugnante extinguiram as exações de PIS e de COFINS, seja porque foram realizadas entre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (IPI X PIS/COFINS), seja porque o impugnante protocolizou declarações de compensação informando a origem dos créditos utilizados e os respectivos débitos compensados; 7.5. assim sendo, a exigência fiscal originada em erro de fato, no caso, erro de preenchimento da DCTF, deve ser cancelada imediatamente, com fulcro nos artigos 145 e 149, IV, do CTN; 7.6. ainda que o cancelamento não ocorra de oficio, ele poderá ocorrer através do processo administrativo, desde que comprovado o erro contido, sendo que, na hipótese concreta, a comprovação do erro de fato é simples e nítida, posto que comprovado que os valores apontados como "diferenças" são exatamente os mesmos valores declarados como compensados; 7.7. além disso, para sanear o erro cometido, o impugnante procedeu à retificação das DCTF's dos respectivos períodos (docs. 05, fls. 64/86 e fls. 166/180), informando as compensações efetuadas à época fiscalizada; 7.8. o E. Conselho de Contribuintes vem mantendo pacífica jurisprudência no sentido de ser cabível o cancelamento do lançamento fiscal, quando comprovado ter sido cometido erro de fato no preenchimento de declarações (docs. 06, fls. 87/93 e fls. 181/187), erro de fato esse exaustivamente comprovado através de demonstrativos, dos processos administrativos de crédito e de compensação, e através das retificadoras das DCTF"s; 7.9. em virtude de todo o exposto, requerse seja determinado o cancelamento dos Autos de Infração, bem como o arquivamento do correspondente processo administrativo, protestandose pela juntada posterior de outros documentos que se façam necessários ao desenvolvimento do procedimento. 8. Em cumprimento à disposição contida no artigo 2° da Portaria SRF n° 6.129, de 02/12/2005, foi juntado por anexação ao processo principal n° 19515.001087/200401 (v. fls. 191/192), que cuida de auto de infração de COFINS, o processo n° 19515.001088/200447 (auto de infração de PIS). 9. À fl. 193, tendo em vista o contido na Portaria RFB n° 10.706, de 1410712007, que transferiu a competência para julgamento dos processos relacionados em seu Anexo Único, da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de São Paulo I (DRJ/SP01) para a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro II (DRJ/RJ02), o presente processo foi encaminhado a esta DRJ/RJO2, para julgamento. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI Processo nº 19515.001087/200401 Acórdão n.º 3202001.371 S3C2T2 Fl. 277 5 A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/RJOII n.º 1317.882, de 8/11/2007 (fls. 207 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/2000 a 31/12/2000, 01/01/2003 a 31/03/2003, 01/07/2003 a 31/08/2003 PIS/COFINS. DÉBITOS COMPENSÁVEIS. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DCTF/DCOMP. LANÇAMENTO. DCTF RETIFICADORA. APRESENTAÇÃO. ESPONTANEIDADE. Detectada pela fiscalização a ausência de declaração com força de confissão de dívida (DCTF/Dcomp) do crédito tributário que se pretende compensar, somente a sua declaração espontânea possui o condão de afastar o lançamento dos débitos compensáveis. IMPUGNAÇAO. ELEMENTOS DE PROVA. A prova deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, por força do artigo 16, § 4% do Decreto n° 70.235/72. Lançamento Procedente Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 241/245, por meio do qual aduz, em síntese, depois de relatar os fatos: Sustenta a r. decisão que não há indícios de que as Declarações de Compensação foram apresentadas pela Recorrente. Uma simples consulta aos autos n°. 11610.000766/200386 é suficiente para concluir que a Recorrente requereu a juntada das Declarações de Compensação. No tangente às compensações realizadas no processo administrativo n°. 13110.01991/0064, depreendese da página 1 do referido processo que a Recorrente protocolou, corretamente, o pedido de restituição/compensação. Dessa forma, incabíveis as alegações de que a Recorrente não demonstrou, de forma inequívoca, o protocolo das Declarações de Compensação. Afirma a r. decisão que as DCTFs retificadoras apresentadas pela Recorrente não poderiam, em hipótese nenhuma, se prestar ao cancelamento do procedimento de ofício, haja vista a falta de espontaneidade prevista no artigo 138 do Código Tributário Nacional, bem como no artigo 7°, § 1º, do Decreto 70235/72. O dispositivo não se aplica ao caso em tela. A retificação das informações é admissível a qualquer tempo, por respeito ao princípio da verdade material, para excluir do lançamento a cobrança de valores indevidos. A própria Recorrida reconhece que a Recorrente retificou as DCTFs, pois as informações outrora enviadas não condiziam com os fatos. Ao enviar as DCTFs e não informar as compensações realizadas corretamente nos processos administrativos nº 11610.000766/2003 Fl. 279DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI 6 e 1311001991/0064, a Recorrente incorreu em erro material manifesto, pois informou créditos/débitos que não retratavam a realidade. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O lançamento decorreu da falta de recolhimento da Cofins apurada nos meses de novembro e dezembro de 2000 e janeiro, fevereiro, março, julho e agosto de 2003, valores que não haviam sido informados em DCTF. Em sua defesa, sustenta a Recorrente que as diferenças apontadas no lançamento referirseiam aos débitos cuja compensação foi solicitada nos processos administrativos n° 13811.001991/0064 (protocolado em 16/01/2003) e 11610.000766/200383 (protocolado em 16/01/2003). Ocorre que, tal como destacado pelo relator da decisão recorrida, somente a partir de 31/10/2003 é que as DCOMPs passaram a apresentar a natureza de confissão de dívida, de modo que as compensações veiculadas nos processos em referência (restituição cumulada com compensação), porque apresentadas antes desta data, assim não se qualificavam. Como os débitos a serem compensados não foram informados em DCTF, não restava outra alternativa à fiscalização senão a de promover o lançamento respectivo, exigindo não apenas os referidos débitos, mas também os acréscimos previstos em lei. Com efeito, a Fazenda Pública só pode exigir o seu crédito de natureza tributária se este encontrarse devidamente constituído, quer por declaração do próprio contribuinte – por meio de instrumento ao qual a lei tenha previamente atribuído a natureza de confissão –, quer por meio do lançamento de ofício, com o acréscimo das exigências legais, incluindo a multa de ofício, quando os débitos não se encontrarem suspensos, nos termos do art. 151 do CTN. Não sendo o primeiro caso, correta a fiscalização ao formalizar o título administrativo que legitimava a cobrança. A propósito, o fato da apresentação de DCTF retificadora não tem o condão de tornar inválido o lançamento, uma vez que, como também já ressaltado pela instância de piso, isso ocorreu após a ciência do lançamento. Cumpre observar, por fim, que isso não está a significar menosprezo ao princípio da verdade material, uma vez que a verdade aqui é uma só: a Recorrente não informou em DCTF os débitos que visava compensar, quando este era, à época, o instrumento adequado e necessário para fazêlo. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 280DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI Processo nº 19515.001087/200401 Acórdão n.º 3202001.371 S3C2T2 Fl. 278 7 Fl. 281DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por LUIS EDUARDO GA RROSSINO BARBIERI
score : 1.0
Numero do processo: 18471.004030/2008-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008
CIDE-ROYALTIES. EXPLORAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA.
O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei n.º 10.168/2000.
O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual - seja qual for o objeto do contrato - faz surgir a obrigação tributária correspondente à Cide.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.328
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Gilberto de Castro Moreira Junior, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda.
Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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MULTA Recorrente UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 CIDEROYALTIES. EXPLORAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei n.º 10.168/2000. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual seja qual for o objeto do contrato faz surgir a obrigação tributária correspondente à Cide. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Gilberto de Castro Moreira Junior, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda. Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 40 30 /2 00 8- 70 Fl. 7706DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres de Oliveira (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório Trata o presente processo de autos de infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – Cide sobre remessas de valores para o exterior, apurado nos anos de 2004 a 2008, no valor total de R$ 27.135.488,44, incluídos multa proporcional e juros de mora. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Versa o presente processo administrativo fiscal sobre auto de infração lavrado contra o contribuinte em 27/11/2008. Foi constituído crédito tributário de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Remessas ao Exterior CIDE (fls. 79 a 83), referente a fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2004 a 2008. 2. Consta no “Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo” (fl. 02) que o auto de inflação lavrado, depois de formalizado, totalizou o montante a pagar de R$ 27.135.488,44, já incluídos os valores devidos a título de tributo, de multa de oficio e de juros de mora, calculados até 31/10/2008. 3. A autoridade fiscal, além de relacionar a infração apurada no corpo do auto de infração, pormenorizoua no Termo de Constatação Fiscal ora em anexo (fls. 77 e 78), no qual relata o resultado da auditoria fiscal: 3.1 De plano, afirma que intimou o contribuinte a apresentar planilha com os valores mensais pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior, a título de direitos autorais, bem como j os comprovantes de pagamentos da CIDE, no período de 01/2004 a 08/2008. 3.2 Informa que o contribuinte disponibilizou as planilhas solicitadas, assim como toda documentação comprobatória. 3.3 Por outro lado, diz que o contribuinte declarou que não recolheu a CIDE porque não havia previsão legal. 3.4 O enquadramento legal da autuação são os artigos 2° e 3° da Lei n° 10.168/2000, com as alterações promovidas pela Lei n° 10.332/2001. 4. O contribuinte, que tomou ciência do aludido auto de infração em 27/11/2008, apresentou sua impugnação em 19/12/2008, nos termos da petição acostada aos autos (fls. 159 a 182). Alega, em síntese, o que segue abaixo: Fl. 7707DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 18471.004030/200870 Acórdão n.º 3202001.328 S3C2T2 Fl. 8.425 3 4.1 O impugnante é associação civil sem fins lucrativos, constituída para defesa dos direitos autorais de seus filiados e representados. Outrossim, é filiada à Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) e representa 68 sociedades autorais estrangeiras, que se beneficiam da administração centralizada de direitos autorais decorrentes da execução pública de obras musicais, lítero musicais e de fonogramas. 4.2 Informa, em seguida, que a associação é uma das 12 sociedades administradoras dos direitos autorais musicais, integrante do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD). 4.3 Diz ainda que representa praticamente a totalidade do repertório de música estrangeira executada no Brasil, direito este adquirido por intermédio dos Contratos de Representação de Repertório firmado com diversas sociedades congêneres no exterior. 4.4 Explica que compete ao ECAD arrecadar os direitos autorais de execução pública, distribuindoos às diversas entidades que o integram, que, por sua vez, devem repassar tais valores aos seus respectivos associados, bem como remeter aos autores estrangeiros os respectivos direitos autorais. 4.5 Aduz que a sociedade de origem estrangeira, mandatária de autor estrangeiro, não pode atuar diretamente no país e, para autorizar o uso das obras de seus sócios e garantirem seus direitos, precisam celebrar um contrato com a sociedade local, como dispõe o art. 97 da Lei n° 9.610/1998. 4.6 Em apertada síntese, garante que os direitos autorais remetidos ao exterior são pagamentos realizados aos autores originais, por conta da utilização de sua criação musical no Brasil, através da execução pública. 4.7 Entende que o legislador pátrio tratou de excepcionar do conceito de “royalties”, por intermédio do art. 22 da Lei n° 4.506/1964 e do art. 17 da IN SRF n° 252/2002, os casos de pagamentos de direitos realizados diretamente aos autores estrangeiros, para fins de incidência da CIDE, instituída pelo artigo 2°, § 2°, da Lei n° 10.168/2000. 4.8 Ademais, o Decreto n° 4.195/2005, que regulamenta atualmente a Lei n° 10.168/2000, ao relacionar taxativamente as hipóteses de incidência da contribuição em comento, não contemplo s contratos que tenham por objeto o pagamento de direitos autorais. 4.9 Pugna ser ilegal a exigência de multa de oficio e de juros de ira, por força do art. 100 do Código Tributário Nacional. Entende que o Decreto nº 4.195/2005 estabelece a não incidência da CIDE sobre as remessas ao exterior a título de pagamento de direitos autorais. Fl. 7708DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 4.10 Requer a realização de perícia e a declaração de improcedência da autuação. É o relatório. A 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/RJI n.º 1224.485, de 4/6/2009 (fls. 2092 e ss.), assim ementado: Assunto: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NNO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 PEDIDOS DE DILIGÊNCIA E DE PERÍCIA. Devem ser indeferidos os pedidos de diligência, bem como de perícia, quando forem prescindiveis para o deslinde da questão a ser apreciada ou se o processo possuir todos os elementos necessários para a formação da livre convicção do julgador. CIDE. REMESSAS AO EXTERIOR. ROYALTIES. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), conforme artigos 2° e 3° da Lei n° 10.168/2000, é devida também pela pessoa jurídica que pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter royalties, a qualquer título, a beneficiário residente ou domiciliado no exterior. A CIDE/Remessas incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties. MULTA DE OFÍCIO. LANÇAMENTO. A multa de oficio de 75% e de aplicação obrigatória nos casos de exigência de tributos decorrentes de lançamento de oficio, salvo se comprovada a exigibilidade do crédito tributário à época do lançamento. JUROS. TAXA SELIC. Os juros de mora são de aplicação obrigatória casos de exigência de tributos decorrentes lançamento de oficio. Lançamento Procedente Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 2113/2130, por meio do qual aduz, depois de relatar os fatos: Pedido de perícia – decisão nula A Recorrente requereu a realização de perícia, nos termos do art. 16, IV, do Decreto n° 70.235/1972, destinada a comprovar a veracidade das alegações, dos dados numéricos e dos elementos materiais constantes da defesa. A DRJ a indeferiu por entendela Fl. 7709DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 18471.004030/200870 Acórdão n.º 3202001.328 S3C2T2 Fl. 8.426 5 desnecessária, embora o pedido tenha preenchido todos os requisitos legais. A decisão recorrida deve ser anulada. Impossibilidade jurídicolegal de incidência da CIDE sobre as remessas ao exterior a título de pagamento de direitos autorais realizadas pela Recorrente no período de 01/01/2004 a 31/08/2008 As remessas para o exterior promovidas pela Recorrente a título de pagamento de direitos autorais estão fora do campo da incidência da CIDE, nos precisos termos da Lei n° 10.168/2000, regulamentada pelo Decreto n° 4.195/2002. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CIDE foi instituída pela Lei n° 10.168/2000 com fulcro na competência prevista no artigo 149 da Constituição Federal, destinandose ao financiamento do Programa de Estímulo à Interação Universidade Empresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. O fato gerador da CIDE, nos termos da Lei n° 10.168/2000, é a remessa de numerários para o exterior com a finalidade de remunerar contratos que compreendam a detenção de licença de uso, a aquisição de conhecimentos tecnológicos e a celebração de contratos relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica, desde que acordadas com pessoas residentes ou domiciliadas no exterior. De outra banda, por meio da Lei n° 10.332/2001, que acrescentou o parágrafo 2° ao artigo 2° da Lei n° 10.168/00, incluiuse no rol das hipóteses de incidência da contribuição em apreço os “serviços técnicos e de assistência administrativa”, bem como a incidência passou a ocorrer nas remessas de royalties ao exterior a qualquer título. Destarte, essa é o texto dos arts. 1° e 2° da Lei n° 10.168/2000, com a redação dada pela Lei n° 10.332/2001. Em decorrência da alteração promovida pela Lei n° 10.332/2001, a partir de 01/01/2002 a CIDE passou a incidir sobre os pagamentos ou remessas de royalties a beneficiários no exterior. Todavia, não são todos os pagamentos de royalties que estão sujeitos à incidência da CIDE. Com efeito, regulamentando a Lei n° 10.168/2000, o Poder Executivo editou o Decreto n° 4.195, de 11/04/2002, em cujo art. 10 relacionamse taxativamente as hipóteses de incidência da CIDE. É indubitável que o rol taxativo do art. 10 do Decreto n° 4.195/2002 não contempla, como hipótese de incidência da CIDE, os contratos que tenham por objeto o pagamento de direitos autorais, situação na qual se enquadram todas as remessa ao exterior realizadas pela Recorrente no período de 01/01/2004 a 31/08/2008 (fundamentase em ementas de decisões do antigo Conselho de Contribuintes). A própria DRJ/RJI, ao enfrentar a questão acima, reconheceu que “o chefe do Poder Executivo, no uso de seu poder regulamentar, delegado pelo artigo 84, inciso IV da Constituição Federal, ao publicar o Decreto n° 4.195, de 2002, não contemplou dentre as hipóteses de incidência da CIDE, os pagamentos a título de royalties relativos à exploração de direitos autorais, a residentes ou domiciliados no exterior. (...)”. Porém, logo em seguida a DRJ/RJI sustenta que caberia à mesma “(...) sopesar os efeitos jurídicos do referido decreto, mormente quanto à aplicação do dispositivo da Lei n” 10.168, de 2000, bem como à vinculação administrativa a que se sujeita o agente público. (...)”, para ao final alegar que “(...) o referido decreto nunca interpretou a Lei n° 10.168/2000 na forma pretendida pela impugnante. Com efeito, tratase de mero erro na redação do art. 10 do Decreto n” 4.195/2005, facilmente perceptível por meio da hermenêutica jurídica (...)”. Fl. 7710DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 As conclusões da DRJ/RJI acima mencionadas são completamente equivocadas e devem ser rechaçadas de plano, pois contrariam frontalmente o disposto no art. 142 do Código Tributário Nacional e no art. 116, inciso III, da Lei n° 8.112/1990, bem como violam os mais basilares princípios do direito constitucional, do direito administrativo e do direito tributário. O próprio Regimento Interno do CARF prevê, em seu art. 62, que “Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade”. Valiosa e esclarecedora decisão da própria Receita Federal do Brasil: A recente “Solução de Divergência COSIT n° 27” O entendimento esposado pela Recorrente no presente Recurso Voluntário recebeu recente entendimento favorável da própria Receita Federal do Brasil através da “Solução de Divergência COSIT n° 27”, datada de 30 de maio de 2008, expedida pela CoordenaçãoGeral de Tributação, reconhecendo que não estão sujeitos à incidência da CIDE “os valores remetidos ao exterior em pagamento pela aquisição ou pela licença de direitos de comercialização de software sob a modalidade de cópias múltiplas (“software de prateleira ”). Tal deliberação ocorreu pelo fato de que o software e os seus respectivos direitos estão regulados pelas normas relativas aos direitos autorais. Ou seja, o regime jurídico ao qual está submetido o software nenhuma relação guarda com direitos de propriedade industrial, na medida em que a proteção conferida aos programas de computadores (software) é a mesma destinada às obras literárias e artísticas, cujos direitos autorais, ainda que remetidos ao exterior, não são atingidos pelo recolhimento da CIDE (cita as Leis n.º 9.609/98 – Lei de Direitos Autorais e 9.610/98 – Lei do Software). Rendeuse a Autoridade Fiscal ao entendimento abraçado pela lei pátria, de distinguir os direitos de propriedade industrial dos direitos autorais. Se os direitos sobre os programas de computador comportam a mesma natureza jurídica dos direitos sobre obras literárias e artísticas, estando pois, submetido ao regime dos direitos autorais, podemos concluir que de que toda e qualquer obra artística deverá receber o mesmo entendimento, no sentido de que não cabe o recolhimento da CIDE sobre remessa de direitos autorais para o exterior. No caso vertente, os direitos autorais decorrem da utilização de obras musicais, direitos, como dito em toda a presente peça recursal, cujas remessas para o exterior não são abrigadas pela CIDE, o que veio a ser ratificado pela própria Receita Federal do Brasil através da “Solução de Divergência COSIT n° 27”. Se o entendimento vale para o software, vale de igual modo para a remessa de direitos autorais decorrentes da utilização de toda e qualquer obra intelectual protegida pela Lei de Direitos Autorais. Em face do valor exonerado, a DRJ recorreu de ofício. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente, União Brasileira de Compositores – UBC, é associação sem fins lucrativos, com a finalidade de defender os interesses e a distribuição dos rendimentos de direitos autorais. Na realização de seu objeto social, também remete ao exterior, para os titulares desses direitos, royalties devidos em face da exploração de suas obras. Fl. 7711DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 18471.004030/200870 Acórdão n.º 3202001.328 S3C2T2 Fl. 8.427 7 O litígio, portanto, reside na exigência ou não da Cide sobre essa remessa de numerários ao exterior. Embora inicialmente com alguma divergência, este Colegiado Administrativo findou por firmar o entendimento de que, no caso, há a incidência da Cide sobre os valores remetidos. Vejase a seguinte ementa de decisão da CSRF: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 28/02/2002, 31/03/2002, 30/04/2002 CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. Recurso Especial do Procurador Provido. (CARF, CSRF, 3ª Turma, rel. Henrique Pinheiro Torres, Acórdão n.º 930301.864, de 6/3/2012). A razão é simples: é que a incidência da Cide – Royalties não se limita às hipóteses em que há transferência de tecnologia, conforme se depreende da redação conferida à Lei n.º 10.168, de 2000: Art. 1º. Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação UniversidadeEmpresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Art. 2º. Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. (Vide Medida Provisória nº 510, de 2010) Fl. 7712DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 8 § 1º. Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. ........................................................................................................ § 2º. A partir de 1o de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 19.12.2001). § 3º. A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2o deste artigo. (Redação da pela Lei nº 10.332, de 19.12.2001). (g.n.). Como destacado pelo il. Relator da decisão que acabamos de reproduzir, a Lei n.º 10.332/2001 ampliou o campo de incidência da Cide, fazendoa também incidir sobre o pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa, a qualquer título, de royalties a residentes ou domiciliados no exterior. Ainda que a Recorrente entenda tenha o legislador, digamos assim, “cochilado” ao regulamentar, por meio do art. 10 do Decreto n.º 4.195, de 11/4/2002, o disposto no art. 2º da Lei n.º 10.168, de 2001, a verdade é que a previsão para a incidência da Cide encontrase plasmada na Lei, de modo que essa contribuição, não restam dúvidas, incide, sim, sobre as remessas ao exterior em decorrência da exploração de direitos autorais. A Solução de Divergência COSIT n° 27, de 30/5/2008, não socorre a Recorrente, já que versa sobre matéria distinta: valores remetidos ao exterior em pagamento pela aquisição ou pela licença de direitos de comercialização de software sob a modalidade de cópias múltiplas (“software de prateleira”), mesmo porque o fundamento legal para essa cobrança é o caput do art. 2º da Lei n.º 10.168, de 2001, não o § 2º do mesmo dispositivo. Por fim, cabe destacar que o entendimento aqui exposto está em harmonia com o que vem sendo adotado em sede judicial: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO AO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE – ROYALTIES – LEI FEDERAL Nº 10.168/00 – EXPLORAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS – CONSTITUCIONALIDADE. 1. A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) inCidente sobre “royalties” pagos ao exterior é constitucional (STF, 2ª Turma, REAgR 451915/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 01/12/2006). 2. Por definição legal, a exploração de direitos autorais é equiparada a “royalties” (artigo 22, d, da Lei Federal nº 4506/64). 3. Apelação parcialmente provida. Agravo regimental prejudicado. (AMS 200261000223606, DESEMBARGADOR FEDERAL Fl. 7713DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 18471.004030/200870 Acórdão n.º 3202001.328 S3C2T2 Fl. 8.428 9 FABIO PRIETO, TRF3 – QUARTA TURMA, DJF3 CJ2 DATA:31/03/2009 PÁGINA: 671.) (g.n.). Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 7714DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 6/10/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13936.000002/2002-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jun 03 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÃO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS.
O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, sob a sistemática do recurso repetitivo previsto no art. 543-C do CPC, de que o condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela Cofins criado via instrução normativa exorbita os limites impostos pela lei ordinária.
Recurso voluntário provido.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 3202-001.054
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RESSARCIMENTO Recorrente VALDIR LUIZ ROSSONI Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÃO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento, sob a sistemática do recurso repetitivo previsto no art. 543C do CPC, de que o condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela Cofins criado via instrução normativa exorbita os limites impostos pela lei ordinária. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 93 6. 00 00 02 /2 00 2- 60 Fl. 392DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 4/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 A interessada apresentou pedidos eletrônicos de ressarcimento, cumulado com pedido de compensação de débitos próprios, com fundamento na Portaria MF n.º 38, de 1997, no valor de R$ 63.554,69, referente ao 3º trimestre de 2001. Por meio da decisão de fl. 281, a unidade de origem deferiu parcialmente o pedido. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata a presente lide de manifestação de inconformidade apresentada contra Despacho Decisório que excluiu do calculo do crédito presumido pleiteado, a ser utilizado na compensação de débitos declarados pelo interessado, as parcelas referentes As aquisições de pessoas físicas. Tempestivamente, o contribuinte alegou, em síntese, que são ilegais as restrições feitas através de Instruções Normativas, relativas As aquisições de insumos de pessoas físicas conforme o entendimento dos tribunais que cita. Encerrou requerendo a concessão do que foi originalmente pedido. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP julgou improcedente a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/FNS n.º 14.13476, de 25/08/2006 (fls. 359/361), assim ementado: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. Os valores referentes às aquisições de insumos de pessoas físicas, nãocontribuintes do PIS/Pasep e da Cofins, não integram o cálculo do crédito presumido por falta de previsão legal. Solicitação Indeferida Irresignada, a interessada apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 1531/1552, por meio do qual requer a reforma da decisão, com base nos seguintes arumentos: O crédito glosado referese à aquisição de matériaprima de Pessoas físicas e cooperativas. O pedido foi negado com base de que a Instrução Normativa – IN SRF n.º 23/97, enquanto que a apuração deve ser realizada de acordo com o que determina a LEI n.º 9.363/1996, que concede o beneficio às empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais. Na lei inexiste previsão que diga que o beneficio é concedido ao produto classificado numa ou noutra posição da TIPI, que o produto é tributado ou não tributado pelo IPI, que se trata ou não de contribuinte do IPI, que se trata de produto industrializado ou, ainda, de que as aquisições de insumos de pessoas físicas ou de cooperativas não ensejam direito ao crédito (reproduz ementas de decisões do CARF para fundamentar o seu entendimento). Fl. 393DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 4/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13936.000002/200260 Acórdão n.º 3202001.054 S3C2T2 Fl. 393 3 Em momento algum à norma legal vedou ao estabelecimento produtor e exportador de mercadorias cujos insumos são adquiridos de pessoa física ou de cooperativas, o direito ao benefício fiscal. Portanto, não poderia os nobres agentes da Receita Federal deferir parcialmente o pedido de ressarcimento do crédito presumido IPI com argumento de que as referidas aquisições não geram direito ao crédito. Por meio da Resolução n.º 280300.001, de 10/03/2009 (fls. 374/384), a 3ª Turma Especial da 2° Seção de Julgamento do CARF baixou os autos em diligência, a fim de que a instância administrativa de origem juntasse ao processo demonstrativo da base de cálculo das contribuições para o PIS e para a Cofins, informada(s) pela(s) Cooperativa(s) constante(s) nos presentes autos em sua(s) DIPJ2002, anocalendário 2001. O processo digitalizado foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O caso não comporta maiores digressões. O valor glosado referese a aquisições de insumos adquiridos a pessoas físicas e cooperativas, matéria já pacificada no Poder Judiciário, conforme demonstra a seguinte ementa de acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ, em decisão submetida ao rito do recurso repetitivo, previsto no art. 543C do CPC: RECURSO ESPECIAL Nº 993.164 MG (2007/02311873) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. Condicionamento do incentivo fiscal aos insumos adquiridos de fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela COFINS. Exorbitância dos limites impostos pela lei ordinária. Súmula Vinculante 10/STF. Observância. Instrução Normativa (ato normativo secundário). Correção monetária. Incidência. Exercício do direito de crédito postergado pelo fisco. Não caracterização de crédito escritural. Taxa SELIC. Aplicação. violação do artigo 535, do CPC inocorrência. Cabe ressaltar que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Fl. 394DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 4/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 Código de Processo Civil, são de observância obrigatória no julgamento dos recursos administrativos pelo CARF. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 395DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 4/02/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 05/02/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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Numero do processo: 13502.000155/2007-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3202-000.204
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório A interessada apresentou pedido de restituição, cumulado com pedido de compensação de débitos próprios, de crédito oriundo de pagamento a maior da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, apurado no regime não cumulativo, relativo ao período de apuração de agosto de 2004. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Tratase de Manifestação de Inconformidade da interessada contra o Despacho Decisório n° 046/2010 (fls. 470483), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Camagari (DRF/CCI), que não homologou a compensação pretendida através de Declaração de Compensação (fls. 0207). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 35 02 .0 00 15 5/ 20 07 -1 1 Fl. 625DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 8/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13502.000155/200711 Resolução nº 3202000.204 S3C2T2 Fl. 626 2 A interessada pretendeu utilizar um crédito oriundo de pagamento a maior ou indevido da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — Cofins, apurados no regime nãocumulativo, relativos ao período de apuração de agosto de 2004, para compensar débitos próprios administrados pela Receita Federal. A autoridade fiscal, após a análise do Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais — Dacon, bem como dos documentos entregues pela contribuinte em resposta as intimações, não reconheceu o direito creditório em favor da interessada. Cientificada do despacho decisório em 01/06/10, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade em 01/07/10 (fls. 490 501), sendo esses os pontos de sua irresignação, em síntese: • A autoridade administrativa glosou integralmente os valores informados decorrentes de serviços utilizados como insumos, apresentando justificativa genérica, sem qualquer análise especifica, sem a realização de qualquer diligência no estabelecimento a fim de verificar a exatidão das informações prestadas, o que evidencia a nulidade do procedimento. • A autoridade administrativa também promoveu a glosa parcial dos créditos lançados em relação às despesas com aluguéis de máquinas e equipamentos. Todavia, deve ser revista a glosa de R$ 1.815,87 por se tratar de aluguel de andaime para manutenção da área produtiva. • A autoridade administrativa também promoveu glosas indevidas dos créditos lançados a titulo de despesas de armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, sustentando que os documentos fiscais deveriam ter sido lançados no Livro Registro de Entradas; No entanto, tendo em vista a natureza das operações (prestação de serviços), não há obrigatoriedade de lançamento no Livro Registro de Entradas; • Divergências na apuração do tributo devem ser objeto de lançamento de oficio, não podendo ser exigidos de forma obliqua na análise de pedidos de restituição; • Requer a realização de diligência fiscal. É o relatório. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador (BA) julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/SDR n.º 1525.366, de 10/11/2010 (fls. 580/586), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 26/10/2005 NULIDADE. As argüições de nulidade só prevalecem se enquadradas nas hipóteses previstas na lei para a sua ocorrência. Fl. 626DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 8/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13502.000155/200711 Resolução nº 3202000.204 S3C2T2 Fl. 627 3 NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DE INSUMOS E SERVIÇOS. Cabe à interessada a demonstração de que as despesas relativas a insumos e serviços utilizados no processo produtivo atendem à legislação no sentido de gerar direito a créditos de Cofins na sistemática de apuração não cumulativa. NÃO CUMULATIVIDADE. ALUGUEL DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. Restando comprovado que as despesas com aluguel de máquinas e equipamentos estão amparadas por notas fiscais e devidamente lançadas no Livro Diário Auxiliar de Estoque, é de se considerar os créditos correspondentes. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Não resta caracterizado o pagamento a maior ou indevido quando constatado que o pagamento é inferior ao valor da contribuição apurada pela autoridade fiscal. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a interessada apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 593/601, por meio do qual alegar, depois de relatar os fatos: A d. autoridade administrativa glosou integralmente os valores lançados na DACON a titulo de "serviços utilizados como insumos" no processo produtivo, por entender que estes serviços não estariam diretamente relacionados com a produção, na definição dada pelo §4°, do artigo 8°, da Instrução Normativa n° 404/2004, que dispôs sobre o conceito de insumo para fins de desconto de créditos na apuração da Cofins nãocumulativa, estabelecendo ser determinante a aplicação ou consumo destes na prestação do serviço. No caso dos autos, a d. autoridade administrativa procedeu à glosa de dispêndios relativos manutenção e recuperação de caldeiraria e do sistema de combate a incêndio (contas contábeis 4422111410 e 4422113810). A caldeiraria é área da indústria onde se realiza a produção, manutenção, preparação e possíveis reparos das resinas plásticas e cortes das chapas de acrílico que servirão de base para a fabricação dos produtos comercializados pela Recorrente. Logo, é evidente que a manutenção da caldeiraria é serviço utilizado como insumo, pois é imprescindível no processo industrial da Recorrente. Neste mesmo sentido, enquadrase no conceito de insumo a manutenção do sistema de combate a incêndio. Nada obstante, a r. decisão recorrida sustentou que as notas fiscais são referentes a serviços de manutenção em geral, não sendo possível caracterizar se esses custos/despesas de manutenção estariam propriamente relacionados com o processo produtivo e, ainda, se ocasionaram aumento da vida útil dos bens do ativo imobilizado superior a um ano (cf. item 24). Não houve qualquer verificação especifica do processo produtivo da Recorrente, notoriamente complexo, tendo em vista a natureza da atividade desenvolvida, para verificação dos serviços utilizados como insumos (glosados integralmente), sendo certo que o trabalho da autoridade administrativa resumiuse análise da DACON, DCTF e SIEF, sem a realização de qualquer diligencia no estabelecimento, a fim de verificar a exatidão das informações prestadas. As despesas efetuadas relacionamse a serviços de manutenção de máquinas e Fl. 627DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 8/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13502.000155/200711 Resolução nº 3202000.204 S3C2T2 Fl. 628 4 equipamentos empregados diretamente na produção e fabricação de bens ou produtos destinados venda. As demais glosas decorrem de despesas com a aquisição de partes e peças de reposição que sofrem desgaste, dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, utilizadas em máquinas e equipamentos que igualmente participam de todo o processo de fabricação dos bens e produtos destinados à venda. Este crédito foi glosado exclusivamente em razão de a d. fiscalização não ter encontrado o registro contábil dos documentos relativos s despesas lançadas no Livro Diário Auxiliar de Estoque e Notas Fiscais. Os lançamentos contábeis foram devidamente procedidos pela Recorrente. Os serviços preventivos de manutenção, a substituição e o reparo de partes e pegas vinculadas ao processo produtivo compõem a base de cálculo de créditos da Cofins no regime não cumulativo, conforme estabelece a legislação e vem decidindo a Receita Federal do Brasil. As despesas de armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda foram igualmente glosadas pela d. autoridade administrativa, que se fundamentou na suposta inexistência de registro dessas operações no Livro de Registro de Entradas. As glosas foram procedidas em relação às faturas de frete n.º 22819, 22849 e 22871, que acompanharam o transporte da produção para o porto com finalidade de exportação e venda. As faturas de frete foram juntadas aos autos e estão devidamente registradas no Livro Registro de Entradas, pelo que indevida glosa relativa a referidos dispêndios. Os custos com transporte e frete são passíveis de creditamento, conforme entendimento da Receita Federal. Foram glosados custos de armazenagem de mercadorias nas operações de venda, cujo ônus foi suportado pela Recorrente. As operações envolveram apenas a prestação de serviços, portanto, sem a necessidade de lançamento no Livro Registro de Entradas, evidenciandose a improcedência do argumento utilizado pela d. fiscalização para proceder glosa dos créditos. Os custos com a prestação de serviços de inertização e cabotagem também foram glosadas, apesar de ambos os serviços estarem diretamente relacionados ao processo produtivo e venda da produção. A d. autoridade julgadora afirma que cabia à Recorrente demonstrar que tais despesas atendem ã legislação, no sentido de gerarem credito de Cofins no regime não cumulativo. Neste sentido, a Recorrente apresentou memorial descritivo detalhado de sua sistemática de industrialização e produção ate a venda dos produtos, bem como livros e documentos fiscais. O processo de inertização com nitrogênio serve para garantir a integridade dos produtos estocados nos tanques e porões dos navios que fazem o seu transporte, evitando a entrada de ar e umidade, o que poderia alterar a composição ou estado químico dos mesmos. Este procedimento evita a polimerização dos produtos armazenados, a corrosão dos tanques e, sobretudo a reação dos produtos químicos e o consequente incêndio ou explosão durante o transporte e armazenagem. Portanto, o serviço de inertização é indispensável ao processo de produção da Recorrente. Já a cabotagem é o transporte marítimo de cargas realizado entre dois portos, serviço utilizado pela Recorrente para o transporte de insumos e na transferência da produção entre estabelecimento com a finalidade de venda. Portanto, estes valores integram o custo de aquisição do insumo ou da operação de venda. A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins está sujeita modalidade de lançamento por homologação, com disciplina no artigo 150 do CTN. Nesse Fl. 628DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 8/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13502.000155/200711 Resolução nº 3202000.204 S3C2T2 Fl. 629 5 caso, a Recorrente promoveu a declaração do tributo com o recolhimento do valor no prazo legal. Posteriormente, verificou que houve pagamento a maior, razão pela qual apresentou o competente pedido de restituição. Importante destacar que as divergências na apuração do tributo devem ser objeto de lançamento de oficio, não podendo ser exigidos de forma obliqua na analise de pedidos de restituição. Nesse aspecto, cumpre destacar que o lançamento e ato privativo e exclusivo de competência da autoridade administrativa (artigo 142, do CTN). Assim, eventual diferença entre o montante apurado e o declarado pela Recorrente deve ser objeto de lançamento de oficio, dentro do prazo legal, como ji decidiu o Conselho de Contribuintes. É imprescindível a realização de diligencia fiscal, a fim de que seja verificado se os créditos escriturados são relativos a serviços e insumos diretamente relacionados com o processo produtivo. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A recorrente ingressou com pedido eletrônico de restituição (PER/DCOMP), cumulado com pedido de compensação de débitos, de crédito oriundo de pagamento a maior da Cofins, apurado no regime não cumulativo, em agosto de 2004. Indeferido o pedido, recorreuse à instância a quo, com razões que se limitaram a atacar a higidez do Despacho Decisório e a glosa de créditos, especificamente serviços utilizados como insumos (no valor de R$ 136.788,31; corresponderiam a despesas com a aquisição de partes e peças de reposição, implementação de projetos e rateio de despesas), aluguéis de máquinas e equipamentos e armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda. Alegouse, também, que eventuais divergências na apuração de tributo devem ser objeto de lançamento de oficio. A decisão recorrida acatou a defesa apenas quanto às despesas com aluguéis de máquinas e equipamentos. As demais, com exceção da nulidade do Despacho Decisório, foram repisadas no Recurso Voluntário. No pertinente ao primeiro ponto controvertido, a fiscalização constatou que, dos R$ 141.585,79 registrados no Livro Razão como serviços utilizados como insumos, as notas fiscais apresentadas totalizam apenas R$ 66.161,53 (fls. 430/452). Já os serviços prestados não estariam relacionados à produção, conforme definição prevista no §4° do art. 8° da Instrução Normativa – IN SRF n.° 404, de 2004, o que se extrairia também da descrição do processo produtivo (fls. 263/267). Parte das notas fiscais referirseiam a “serviços de manutenção em geral”, pelo que não seria possível caracterizar se esses custos/despesas de manutenção estariam ou não diretamente relacionados com o processo produtivo e, em sendo o caso, se ocasionaram aumento da vida útil dos bens do ativo imobilizado superior a ano, caso em que não dariam direito a créditos a seres descontados da Cofins, mas ativados (agregados ao bem do ativo imobilizado). Portanto, o máximo que se poderia conceder à Recorrente seria um crédito no valor correspondente à soma das notas fiscais, nunca o valor registrado no Livro Razão. Isso é fato. Fl. 629DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 8/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13502.000155/200711 Resolução nº 3202000.204 S3C2T2 Fl. 630 6 Contudo, a leitura de algumas dessas notas fiscais indica que, sim, alguns dos produtos/serviços nelas discriminados podem enquadrarse como insumos, para efeito de creditamento do PIS/Cofins. Vejamos algumas: nota fiscal n.º 003863 (inspeção de equipamentos: que equipamentos?), nota fiscal n.º 007431 (mola, junta, anel etc.); nota fiscal n.º 164627 (correia Goodyear em V.A.), nota fiscal n.º 0568 (serviço de eliminação de vazamento). Algumas notas indicam tratarse de prestação de serviços de manutenção de equipamentos. Se realizadas em equipamentos da produção, poderiam dar direito ao crédito, caso não ocorra o que ressaltou a fiscalização (ativação dos serviços). Melhor seria que a instância a quo tivesse determinado uma diligência, a fim de identificar em que, afinal, esses produtos/serviços foram utilizados (embora algumas notas fiscais indiquem apenas serviço de manutenção em equipamentos, é de se esperar que haja outros documentos emitidos, à época dos fatos, pela Recorrente ou pelas empresas que a ela prestaram tais serviços, indicando em que equipamentos foram realizados). Já com relação às despesas de frete que foram glosadas, sustenta a Recorrente tratarse de transporte da produção para o porto com finalidade de exportação e venda, bem como que estariam devidamente registradas no Livro Registro de Entradas. É bem verdade que algumas faturas não foram entregues à fiscalização, bem como que o frete entre unidades da mesma empresa não dão direito ao crédito (a norma fala em frete na operação de venda). Enfim, entendo necessária a realização de uma diligência, a fim de que essas dúvidas sejam sanadas. Ante o exposto, voto por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a unidade de origem: a) certifiquese do direito vindicado, mediante a análise dos documentos trazidos aos autos pela Recorrente, que deve ser intimada para promover a entrega de outros que se considerem necessários ao deslinde do litígio, bem como para prestar esclarecimentos adicionais sobre os fatos relatados no recurso, caso também se faça necessário; b) analise e pronunciese sobre as questões aqui levantadas. Ao término do procedimento, deve a autoridade preparadora elaborar Relatório Fiscal conclusivo sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes para esclarecer os fatos. Encerrada a instrução processual, a interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, antes da devolução do processo para julgamento. Salientese, entretanto, que a sua manifestação devese restringir ao resultado da diligência, não sendo cabível revolver questões de defesa já suscitadas quando do oferecimento do recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 630DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 8/05/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 13708.000680/00-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1999 a 28/02/1999
CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. LEI N.º 9.779, DE 1999.
Os créditos de IPI relativos a matéria-prima (MP), produto intermediário (PI) e material de embalagem (ME), adquiridos para emprego nos produtos industrializados, devem ser registrados na escrita fiscal. O seu aproveitamento dar-se-á, inicialmente, por compensação do imposto devido pelas saídas dos produtos do estabelecimento industrial no período de apuração vigente à época da escrituração. Apenas no caso de remanescer saldo credor ao final de cada trimestre-calendário, esse poderá ser utilizado para ressarcimento ou compensação.
PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO.
Nos processos referentes a pedidos de compensação ou ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes, escriturados na forma da legislação de regência.
Recurso voluntário negado.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 3202-001.077
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente.
Charles Mayer de Castro Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RESSARCIMENTO Recorrente IPECOL S/A Indústria de Envelopes Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 28/02/1999 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. LEI N.º 9.779, DE 1999. Os créditos de IPI relativos a matériaprima (MP), produto intermediário (PI) e material de embalagem (ME), adquiridos para emprego nos produtos industrializados, devem ser registrados na escrita fiscal. O seu aproveitamento darseá, inicialmente, por compensação do imposto devido pelas saídas dos produtos do estabelecimento industrial no período de apuração vigente à época da escrituração. Apenas no caso de remanescer saldo credor ao final de cada trimestrecalendário, esse poderá ser utilizado para ressarcimento ou compensação. PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação ou ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes, escriturados na forma da legislação de regência. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Presidente. Charles Mayer de Castro Souza Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 06 80 /0 0- 47 Fl. 548DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres (presidente), Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama. Relatório A interessada apresentou pedido de ressarcimento, cumulado com pedidos de compensação de débitos próprios, com fundamento na Lei n.º 9.779, de 1999, no valor de R$ 24.354,02, referente aos meses de janeiro e fevereiro de 1999. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: A interessada solicita o ressarcimento de saldo credor de IPI originado da aquisição de insumos — matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem — utilizados na industrialização de produtos isentos, imunes ou tributados alíquota zero, nos termos do artigo 11 da Lei n° 9.779/99 e IN SRF n° 033/99, referente aos meses de janeiro e fevereiro de 1999, no valor de R$24.354,02, conforme fl. 02. Na mesma data foi solicitada a compensação do referido crédito com os débitos relacionados no pedido fl. 01. Posteriormente, em atendimento ao despacho de fl. 71, a contribuinte apresentou as três vias do Pedido de Ressarcimento As fls. 77/79. O despacho exarado pela DERAT no Rio de Janeiro em 03/05/2005, nas fls. 130/137, ratificou os termos da Informação Fiscal na fl. 126 e indeferiu o pedido de ressarcimento, deixando também de homologar a Declaração de Compensação. Segundo a citada informação, a diligência realizada constatou o que segue: o valor pleiteado não corresponde a nenhum saldo de trimestre registrado no Livro de Apuração do IPI; o referido livro apresenta escrituração em períodos mensais (ao invés de decendial); o que a interessada fez foi somar alguns créditos de notas fiscais de compras para industrialização de tal forma que o total coincidisse com os valores a serem compensados, sem levar em conta o saldo credor efetivamente existente; o processo está tecnicamente mal instruído e sem condições de saneamento. Insurgiuse a interessada contra o indeferimento, podendo o arrazoado de inconformismo (fls. 140/142) ser assim resumido: a contribuinte faz jus ao beneficio relativo à aquisição de insumos — matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem — utilizados na industrialização de produtos tributados à alíquota zero (envelopes), nos termos do artigo 11, da Lei n° 9.779/99 e da IN SRF n° 033/99; em 31 de dezembro possuía um saldo credor de R$158.023,06; só utilizou o beneficio a partir de janeiro/2000; o presente pedido de compensação foi feito de forma clara e objetiva, tendo sido apresentada toda a documentação necessária, inclusive cópias das notas fiscais; quando do pleito, a empresa optou pela manutenção de seus créditos, quer pelo saldo acumulado, quer Fl. 549DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13708.000680/0047 Acórdão n.º 3202001.077 S3C2T2 Fl. 549 3 pela diferença entre o valor a ser ressarcido e aquele a ser compensado. A solicitante finaliza sua peça pleiteando seja reconhecido o direito ao crédito de in e à compensação com os débitos apontados. É como relato. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora/MG julgou, noutros termos, improcedente a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/JFA n.º 10.668, de 14/07/2005 (fls. 368/376). Irresignada, a interessada apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 388/392, por meio do qual sustenta: Apesar de gozar do beneficio do crédito do IPI relativo à aquisição de insumos adquiridos para industrialização de produtos (Envelopes) tributados à alíquota zero, crédito demonstrado no Livro Registro de apuração do IPI – RAIPI, escriturado por decêndio, acumulando a cada período o crédito respectivo, de conformidade com a legislação em vigor, é oportuno salientar que a empresa só utilizouse do referido beneficio para exercer a compensação dos Impostos e Contribuições Administrados pela Secretaria da Receita Federal, a partir do ano calendário de 2000, dessa forma, em 31 de dezembro de 1999, possuía um crédito de IPI no valor de R$ 158.023,06, em conformidade com a legislação em vigor, como demonstrado no quadro demonstrativo da apuração do referido crédito, bem como nas cópias das fls. do livro. Em 14 de abril de 2000, utilizou o valor de R$ 24.354,02, referente a uma parte do crédito maior acumulado existente em 31 de março de 2000, no total de R$ 224.984,18, para compensar os débitos apurados em 31/03/2000, no valor de R$ 19.420,38. O pedido de compensação em apreço fora feito de maneira clara e objetiva, através de Requerimento ao Sr. Delegado da Receita Federal no Rio de Janeiro Região Centro Norte, norteada com toda documentação, ou seja, do Pedido de Compensação, do Pedido de Ressarcimento de Parte do Credito de IPI como fora dito anteriormente, do quadro discriminativo, contendo data da emissão, nome do fornecedor e do valor do credito do IPI, bem como acompanhado de toda as notas fiscais devidamente autenticadas. Por opção, somente compensou parte do referido crédito. É importante salientar ainda que, quando do pleito do crédito de IPI e da compensação, através do Processo de n° 13708.000680/0047, de 14 de abril de 2000, a empresa optou pela manutenção de seus créditos, “quer pelo saldo acumulado do IPI, bem como entre a diferença do valor solicitado no total de R$ 24.354,02 e o da compensação no valor de R$ 19.420,38, portanto, observase que a empresa neste processo, ainda mantém um credito a seu favor de R$ 4.933,64”. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Fl. 550DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente teve o seu pedido de ressarcimento indeferido, ao fundamento de que, além de não comprovada a existência material do crédito vindicado, a escrituração no RAIPI se deu por períodos mensais, em desacordo com as normas jurídicas que disciplinavam, à época, a apuração do IPI. Notese que, conforme registrado no despacho de fl. 262/274, a fiscalização também constatou: a) que o crédito pleiteado, no montante de R$ 24.354,02, não correspondia a nenhum saldo de decêndio ou de trimestrecalendário registrado no RAIPI; e b) a Recorrente apenas somou alguns créditos de notas fiscais de compras de forma a que o total coincidisse com os valores a serem compensados, sem nada apurar. Vale reproduzir, para melhor esclarecer o assunto, o seguinte trecho da decisão recorrida, em que são tratadas mais algumas irregularidades cometidas pela Recorrente: Por ocasião da interposição de sua manifestação de inconformidade, a interessada apresentou, juntamente com seus argumentos, os elementos às fls. 143/182, entre os quais se incluem o "Quadro Demonstrativo dos Créditos do IPI Para Beneficio do Art. 11 da Lei 9779/1999 Conforme Livro Registro de Apuração. do IPI Modelo8" e cópias xerográficas, sem autenticação, do Registros de Apuração do IPI, em períodos decendiais. A principio, estaria assim corrigida a irregularidade apontada. Entretanto, restaria um outro ponto a ser verificado: segundo o autor da diligência fiscal, o que a interessada fez foi somar alguns créditos de notas fiscais de compras para industrialização de tal forma que o total coincidisse com os valores a serem compensados, sendo que o valor pleiteado não corresponde a nenhum saldo de trimestre registrado no Livro de Apuração do IPI. Conforme destacado na legislação acima, a IN SRF n°33/99, em seu artigo, 2°, § 2°, incisos I e II, estabelece que o saldo credor remanescente de cada período de apuração será transferido para o período de apuração subsequente e que, ao final de cada trimestrecalendário, permanecendo saldo credor, esse poderá ser utilizado para ressarcimento ou compensação, na forma da Instrução Normativa SRF n.° 21/1997. A interessada formalizou vários processos solicitando ressarcimento/compensação de créditos de 1PI, sendo que aqueles abaixo elencados tiveram as manifestações de inconformidade a eles correlatas recentemente apreciadas por esta DRJ: (omissis) Neste processo e naqueles acima relacionados, a contribuinte adotou procedimento inverso àquele que determina a legislação ao invés de proceder à apuração do saldo credor trimestral; solicitando o ressarcimento desse valor e, concomitantemente, sua compensação com débitos de sua titularidade, ela centrou seu foco nos débitos, "pescando" os créditos existentes em sua contabilidade para quitálos. Em consequência, as vezes temos um processo referindose a créditos de períodos que pertencem Fl. 551DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13708.000680/0047 Acórdão n.º 3202001.077 S3C2T2 Fl. 550 5 a trimestrescalendários diferentes e as vezes temos vários processos para um mesmo trimestre. Assim nos temos, por exemplo, que o processo n° 13710.00001376/0003 requer o direito creditório sobre saldos existentes em novembro e dezembro/I999 e Janeiro e fevereiro/2000; por usa vez, a processo n°' 13710.001464/0061 reportase a créditos de janeiro, fevereiro, março e abril/2000; situação inversa ocorre para o 30 trimestre/2000, quando e temos cinco processos pleiteando o direito creditório sobre saldos registrados; os créditos do mês de setembro/2000 são pleiteados em três processos distintos. Acrescentese à situação acima o fato de existirem ainda na unidade de origem, para análise, quase duas dezenas de processos de ressarcimento/compensação, sendo que alguns deles referindose a saldos credores registrados em 2000; mesmo período de alguns dos processos acima relacionados.(g.n.) Nesse contexto, não havia como conceder o crédito pretendido, tampouco compensálo com débitos próprios. É que existem requisitos legais que são de tal ordem importantes, que, quando não observados, tornam absolutamente impossível a obtenção do direito material. Os exemplos pululam: requerer em juízo por meio de uma petição inicial descurando dos requisitos previstos no art. 282 do CPC, efetuar lançamento tributário sem a observância daqueles estabelecidos no art. 142 do CTN etc. etc etc. O mesmo ocorre com relação ao saldo credor de IPI de que trata o art. 11 da Lei n.º 9.779, de 1999. Os créditos devem ser primeiramente aproveitados com os débitos do imposto apurados no período de apuração correto (à época do pedido, apuração decendial). Somente depois de efetuada essa compensação, é que, ao final do trimestrecalendário (janeiro a março, abril a junho, julho a setembro, outubro a dezembro), havendo saldo credor, este poderá ser utilizado para ressarcimento ou compensação com outros tributos. Nada disso foi feito pela Recorrente. Não se trata de mera formalidade, cabe ressaltar por oportuno, mas requisito essencial à concessão do pedido de ressarcimento. No entanto, a defesa neste Colegiado apenas repetiu argumentos já direcionados à instância a quo, quando apenas se afirmou que o pedido fora feito de forma clara e objetiva, com base em documentação pertinente. Não é, como se viu, a realidade dos autos. Absolutamente correta a decisão recorrida, uma vez que os equívocos cometidos pela Recorrente impossibilitaram o deferimento do pedido de ressarcimento e, consequentemente, das compensações a ele vinculadas. Cumpre enfatizar, por importante, não caber à RFB, mas ao contribuinte, o ônus de elaborar o pedido na forma correta, o que em nada se confunde com a correção de erros pontuais, a serem corrigidos mediante alerta e orientação da RFB. Não é o caso, contudo. Fl. 552DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 553DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2014 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 31/03/2014 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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