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Numero do processo: 10925.911408/2011-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2006
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido.
ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.406
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araujo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES. Recorrente PARATI S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2006 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido. ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araujo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 91 14 08 /2 01 1- 00 Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição (PER) eletrônico por meio da qual a contribuinte solicita restituição de valor que teria sido indevidamente recolhido a título de Contribuição para o PIS/Pasep. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba SC pelo indeferimento do pedido de restituição, mediante Despacho Decisório, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o valor recolhido já havia sido integralmente utilizado para extinção do débito relativo ao período de apuração a que se referia, não restando crédito disponível para restituição. Inconformada com o indeferimento do PER, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual alega que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. A DRJ julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 07031.519. O fundamento adotado, em síntese, foi: (i) que, pagamentos efetuados mediante DARF (vinculados a débitos declarados em DCTF) somente se caracterizam como indevidos ou a maior, quando o contribuinte retifica a DCTF, informando corretamente o débito (a menor); e (ii) que, não procede a alegação da contribuinte de que o ICMS não compõe as bases de cálculo da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins; e (iii) que o órgão administrativo não pode ser pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Intimada de decisão piso, a Recorrente interpôs tempestivamente recurso voluntário, aduzindo (i) ausência de previsão legal exigindo a retificação da DCTF como condição para a restituição; (ii) inconstitucionalidade e ilegalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS; (iii) sobrestamento do feito até o transito em julgado da decisão proferida pelo STF (RE 574.706). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.379, de 28 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10925.907614/201298, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.379): Fl. 62DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 4 3 "I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 19.03.2014 (fls.43) e protocolou Recurso Voluntário em 07.04.2014 (fls.4653), dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche o requisito de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Mérito II.1 Inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 02 Inicialmente é imperioso destacar que nos termos da Súmula nº 02 "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". Deste modo, a análise da inconstitucionalidade da legislação tributária envolvendo a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS resta totalmente prejudicada. II.2 Ausência de retificação da DCTF direito creditório É incontroverso nos autos que a Recorrente não retificou a DCTF antes de apresentar o Pedido de Restituição (PER) Eletrônico nº 15219.42808.210808.1.2.043337, fato este que para fiscalização obsta o direito ao crédito buscado pelo contribuinte. Contudo, o fato de a Recorrente não ter retificado a DCTF antes de apresentar o pedido de restituição, por si só, não é motivo suficiente para que seu crédito não seja reconhecido, podendo, tal procedimento, ser superado com a apresentação de provas capazes de comprovar a existência de erro na apuração contábil/fiscal e consequentemente do pagamento indevido ou a maior alegado pelo contribuinte, nos termos do §1º ao art. 147 do CTN, a saber: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. §1º. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. No presente caso, a Recorrente não trouxe aos autos documentos necessários e substanciais à comprovar suas alegações e demonstrar a origem do crédito apresentado no Pedido de Restituição (PER) Eletrônico nº 15219.42808.210808.1.2.043337, alegando, pura e simplesmente que o citado pedido referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 5 4 Com efeito, o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC2). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o indeferindo do crédito é medida que se impõe. Nesse sentido: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/ RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/ PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Pertinente destacar a lição do professor Hugo de Brito Machado, a respeito da divisão do ônus da prova: No processo tributário fiscal para apuração e exigência do crédito tributário, ou procedimento administrativo de lançamento tributário, autor é o Fisco. A ele, portanto, incumbe o ônus de provar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária que serve de suporte à exigência do crédito que está a constituir. Na linguagem do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus do fato constitutivo de seu direito (Código de Processo Civil, art.333, I). Se o contribuinte, ao impugnar a exigência, em vez de negar o fato gerador do tributo, alega ser imune, ou isento, ou haver sido, no todo ou em parte, desconstituída a situação de fato geradora da obrigação tributária, ou ainda, já haver pago o tributo, é seu ônus de provar o que alegou. A imunidade, como isenção, impedem o nascimento da obrigação tributária. São, na linguagem do Código de Processo Civil, fatos impeditivos do direito do Fisco. A desconstituição, parcial ou total, do fato gerador do tributo, é fato modificativo ou extintivo, e o pagamento é fato extintivo do direito do Fisco. Deve ser comprovado, portanto, pelo contribuinte, que assume no processo administrativo de determinação e exigência do tributo posição equivalente a do réu no processo civil”. (original não destacado)3 2 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor 3 Mandado de Segurança em Matéria Tributária, 3. ed., São Paulo: Dialética, 1998, p.252. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 6 5 Somase a isso, que a escrituração somente faz prova a favor do sujeito passivo se acompanhada por documentos hábeis à comprovar a origem do crédito pleiteado, conforme previsão contida no artigo 26, do Decreto nº 7574/20114. Superada essa questão, passase a análise da matéria sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS. II.3 ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS Conforme relatado anteriormente, alega a Recorrente, sem contudo provar, que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Cita e pede aplicação dos RE´s 240.785 2/MS e 574.706. Para dirimir a controvérsia sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e afastar a aplicação da decisão proferida pela Suprema Corte ao presente caso, empresto as razões de decidir da i. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302 004.158): A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1144469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 4 Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o). Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 7 6 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMSST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da não cumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 8 7 técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendo se à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS inclui se na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃO APLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 9 8 de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.158 35, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 10 9 § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente, no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706 RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento ficam, desde já, encontramse fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. II.4 Sobrestamento do processo Por fim, a Recorrente pleiteou o sobrestamento do feito até o julgamento definitivo do RE 504.706, suplicando pela aplicação do princípio da economia processual. Com todo respeito ao pedido formulado pela Recorrente, as hipóteses de sobrestamento do feito previstas no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, não albergam o pedido do contribuinte, logo, deve ser afastado o requerimento anteriormente citado, por total ausência de fundamento legal. III. Conclusão Diante do exposto, considerando que a Recorrente não comprovou a origem do crédito e, que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.144.469/PR), aplicável ao presente caso, é no sentido de manter o ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10925.911408/201100 Acórdão n.º 3302004.406 S3C3T2 Fl. 11 10 Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o recurso voluntário também foi apresentado tempestivamente e, não obstante a Recorrente não ter retificado a DCTF antes de apresentar o pedido de restituição, não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, decorrente de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 70DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10814.723918/2014-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3302-000.590
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
RELATÓRIO
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. RELATÓRIO Transcrevese o relatório elaborado no acórdão recorrido, por bem retratar a realidade dos fatos: “Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 02/05/2014, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de multa regulamentar, no valor de R$ 10.000,00, em virtude dos fatos a seguir escritos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 14 .7 23 91 8/ 20 14 -1 3 Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10814.723918/201413 Resolução nº 3302000.590 S3C3T2 Fl. 67 2 Na noite de 01/05/2014, a Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil LUCIANA PIRES, matricula 880.831, em procedimento de vigilância aduaneira, por volta das 21:25h, estava realizando seu rotineiro trabalho de fiscalização na área restrita do desembarque internacional do terminal 1 do Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP quando foi selecionada para vistoria a passageira SABINNE MARIE TELLES DE CERJAT, Passaporte Brasileiro n° YA644123, CPF 864.863.22934, procedente de Nova Iorque, no voo da TAM JJ8083, que saia pelo canal "NADA A DECLARAR". A vistoria indireta sugeriu a existência de grande quantidade de roupas, motivo pelo qual a passageira foi encaminhada a uma bancada para a vistoria direta da sua bagagem. Durante a vistoria direta, o ATRFB MARCO ANTÔNIO GONÇALVES, matricula 26.953, constatou a existência de roupas novas, passiveis de tributação. O recolhimento dos tributos se deu por meio do DARF 07.15.14121.45132498, relativo à ocorrência 081760014033503RTE02. Quando a passageira retornou do Banco Safra, apresentou o DARF devidamente recolhido à AFRFB LUCIANA PIRES, dizendo: "Toma, vocês estavam precisando de dinheiro". A passageira foi questionada sobre o que acabara de afirmar ao que respondeu: "quero somente ir embora". Em seguida, passou a organizar seus bens dentro das malas, proferindo palavras desrespeitosas e em tom ameaçador, conforme transcrevo: "Você vai ver o que vai acontecer com você essa semana. Você tem filhos? Algo terrível vai acontecer com eles ainda nesta semana e com você também; eu tenho seu nome". A passageira foi alertada pela AFRFB LUCIANA PIRES sobre o desacato à autoridade, sugerindo que se controlasse. A despeito do alerta dado, a passageira continuou gritando palavras com esse teor. A passageira solicitou que alguém a ajudasse a organizar seus bens dentro das malas, motivo pelo qual a AFRFB LUCIANA PIRES autorizou a na área restrita do Agente de Aeroporto da TAM ALEXANDRE ALEX CORRÊA, CPF 364.772.43865, que auxiliou a passageira até a saída da área restrita. Enquanto saia, a passageira gritava de forma que todos os presentes puderam ouvir, as seguintes palavras, para a AFRFB LUCIANA PIRES: "Você vai morrer, sua filha da puta. Você vai ver o que vai te acontecer.". Lavrouse um Termo de Ocorrência, subscrito pelos servidores da Receita Federal do Brasil, pelo Vigilante Líder da empresa de segurança Lógica e pelo Agente de Aeroporto da empresa TAM que testemunharam os fatos. Assim sendo, procedeuse à lavratura deste Auto de Infração, para fim de aplicação da penalidade pecuniária por desacato à autoridade, nos termos do artigo 728, inciso III, alinea "a" do Regulamento Aduaneiro. Cientificado do auto de infração, pessoalmente, em 21/05/2014 (fls. 30), a contribuinte, protocolizou impugnação, tempestivamente em Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10814.723918/201413 Resolução nº 3302000.590 S3C3T2 Fl. 68 3 18/06/2014, na forma do artigo 56 do Decreto nº 7.574/2011, de fls. 11 à 16, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. O impugnante alegou que: Conforme se extrai do Auto de Infração ora impugnado, em 01.05.2014, às 22h50, a Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil, responsável pela fiscalização no desembarque internacional do terminal 1 no Aeroporto Internacional de São Paulo, aplicou pena de multa à Impugnante por suposto de desacato à autoridade. Ocorre que não corresponde a realidade da '‘circunstância, pois em momento alguma a Impugnante agiu com rispidez contra a agente aduaneira. Pelo contrário, em um momento de descontrole emocional de ambas as partes, houve um início de discussão entre a Impugnante e a autoridade, mas inexistindo qualquer ofensa ou ameaça. A Impugnante retornava dos Estados Unidos da América, após dias de férias naquele país, quando ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo foi conduzida pelas autoridades alfandegárias pura averiguação de sua bagagem. Ocorre que por ser um momento de grande tensão e de desconforto, inclusive para as autoridades que ali trabalham, a condução da Impugnante até a vistoria não foi das mais tranquilas, dotadas de austeridade pelas autoridades, deixando a Impugnante temerária com a forma bruta de tratamento. Ressaltese que a Impugnante havia sofrido um leve acidente antes de embarcar para o Brasil, oportunidade em que acabou machucando o braço direito, dificultando sua mobilidade com o membro, inclusive recebeu ajuda de funcionários da Companhia Área para colocar suas bagagens no carrinho. Mesmo percebendo que o braço da Impugnante estava imobilizado com tipoia, as autoridades foram duramente rude na averiguação, jogando todas as roupas e pertences pessoais da Impugnante ao chão. Após este ocorrido, tributaram as roupas se supuram ser novas e adquiridas nos EUA, encaminhando a Impugante até o Banco Safra para que efetuasse o pagamento da DARF. Ao retornar para pegar seus pertences, já extremante estremecida psicologicamente pela circunstância e pelo trato ríspido e desrespeitoso das autoridades aduaneira, em especial da Sra. Luciana Pires, a Impugante se deparou com todos os seus pertences ainda no chão, que foram arremessados na hora da vistoria. Reclamou com a Sra. Luciana Pires das roupas e entregou a DARF de pagamento, neste momento ambas as partes iniciaram uma discussão, em que a Autoridade aduaneira fiscal e a Impugnante levantaram a voz em um momento de descontrole mútua, mas sem haver troca de ofensas e, principalmente, ameaças. Posteriormente, a Impugnante pediu ajuda as autoridades para pegar seus pertences que tinham sido jogados na bancada e no chão sem motivo algum, reiterando seu problema no braço, mas a Sra. Luciana Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10814.723918/201413 Resolução nº 3302000.590 S3C3T2 Fl. 69 4 Pires, apenas deu prosseguimento a discussão, afirmando enfaticamente que não ajudaria a á impugnante, dizendo “você que se vire”. Em assim sendo, a Impugnante perguntou se poderia então pedir que alguém ajudasse a pegar suas roupas, respondido pela Sra. Luciana que poderia chamar alguém, pois ela não lhe ajudaria. A Impugnante pediu para um rapaz da companhia área, que entrou no local, colocando as roupas na mala. Neste momento, todos estavam extremamente exaltados e a Sra. Luciana e a Impugnante permaneciam conversando em um tom mais alto que o costume, pois ambas estavam com os ânimos abalados, quando por fim a Impugnante se retirou do local. Destarte, as partes tiveram uma conversa em tom mais ríspido, mas primeiro quem deu causa aos aborrecimentos foram as próprias autoridades alfandegárias, que trataram a Impugnante a todo o momento de forma hostil. Em segundo lugar, a discussão se deu por ambas as partes, em que a Impugnante e a Sra. Luciana Pires se exaltaram e começaram a conversar de modo mais agudo. Ora a Sra. Luciana é um autoridade aduaneira, profissional que lida com estas circunstâncias dia a dia, sendo inadmitido que haja de forma ríspida e desrespeitosa pela viajando que ali transitando. Por fim, e mais importante, a Impugnante em momento algum desacatou a autoridade da Sra. Luciana e muito menos proferiu qualquer palavra ameaçadora, não passando de mero aborrecimento por uma discussão em que próprio tratamento da Sra. Luciana veio a ocasionar. Assim, impõese o reconhecimento de insubsistência do Auto de Infração ora combatido, com a exclusão da multa e consequente arquivamento do procedimento administrativo. ⊙ INEXISISTÊNCIA DA PRÁTICA DO CRIME – AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ENSEJADORES CRIME NÃO RECEPCIONADO PELA CF/88 – INCONSTITUCIONALIDADE DO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE Noutro vértice, a conduta da Impugnante decorre que seu estado de ira e descontrole emocional, mas em nenhuma momento teve o dolo de desqualificar a pessoa do funcionário público. Destaquese que o crime de abuso de autoridade pressupõe o dolo, a livre vontade, do agente desprestigiar o cargo do funcionário público, ou seja, exige um fim específico em humilhar a função exercida pelo funcionário público. Desta forma, o simples descontrole emocional e mero ato de grosseria não caracteriza o abuso de autoridade, poderia caracterizar outro crime subjetivo a pessoa do funcionário pública, mas de forma alguma resta configurado o crime de desacato. Junta textos da doutrina de Fernando Capez: (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal Parte Especial. Vol. 3. Editora Saraiva. São Paulo, 2004. Pág. 494/495) Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10814.723918/201413 Resolução nº 3302000.590 S3C3T2 Fl. 70 5 Diante disto, resta latente que não houve a configuração do crime de abuso de autoridade, haja vista inexistir ânimo de ofensa à função exercida pelo funcionário público. Ainda, importante salientar que o crime de abuso de autoridade decorre do uma período lamentável na nação brasileira, na qual vigorava o estado ditatorial, que afastava toda e qualquer direito fundamental ao cidadão. Junta textos da doutrina: (Jornal do advogado. Ano XXXVII, mai/2012, número 372, p.15). Não obstante a isto, a Pacto São José da Costa Rica, ratificado pelo Brasil,também afasta a possibilidade de incidência desta prática delituosa, no qual afirma em seu artigo 11 que o crime de desacato atenta a liberdade de expressão. Diante do exposto, não merece prosperar o presente auto de infração, tendo em vista que a tipificação do abuso de autoridade não recepcionado pela Constituição Federal de 1988, bem como via contra os ditames do Pacto de São José da Costa Rica, acordo internacional ratificado pelo Brasil. ⊙ REQUERIMENTO Diante de todo o exposto, solicita a Vossa Senhoria seja julgado insubsistente o Auto de Infração n° 0817600/00189/14, com a anulação da multa imposta à Impugnante no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tendo em vista que inexistiu qualquer desacato ou ameaça a autoridade aduaneira, bem cc o mero ato grosseiro não caracteriza crime de desacato e, por fim, que o desacato à autoridade não foi recepcionado pela CF/88 e vai contra o Pacto de São José da Costa Rica, acordo internacional ratificado pelo Brasil. Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito, inclusive oitiva da autoridade aduaneira. É o relatório" A Vigésima Terceira Turma da DRJ em Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 16064.273, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 01/05/2014 Desacato à autoridade fiscal no estrito exercício de sua função, decorrente da vistoria direta da bagagem. Foram proferidas palavras desrespeitosas e em tom ameaçador à fiscalização. Conduta tipificada cuja sanção é a multa regulamentar de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as alegações deduzidas na impugnação. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10814.723918/201413 Resolução nº 3302000.590 S3C3T2 Fl. 71 6 VOTO Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos pressupostos processuais e dele tomo conhecimento. A controvérsia se estabeleceu em torno da ocorrência ou não da conduta prevista no artigo 728, inciso III do Decreto nº 6.759/2009 (RA/2009) e da não recepção do crime de desacato pela Constituição Federal. Quanto ao argumento relativo à não recepção do crime de desacato pela Constituição Federal, descabem maiores considerações, uma vez que é vedado a este Conselho conhecer de alegações de inconstitucionalidade, a teor da Súmula CARF nº 2. Concernente à ocorrência da conduta tipificada como desacato, os fatos narrados por ambas as partes são divergentes quanto à ocorrência de ofensa ou ameaça. Enquanto a autoridade fiscal afirmou ter sido tratada de forma desrespeitosa e ameaçadora, reproduzindo as expressões mencionadas pela recorrente, a recorrente negou tal fato e alegou ter sido tratada com rudeza e rispidez na averiguação de sua bagagem. Porém, a autoridade aduaneira informou ter lavrado Termo de Ocorrência, que foi subscrito por três testemunhas, a saber: servidor da Receita Federal do Brasil ATRFB MARCO ANTÔNIO GONÇALVES, matricula 26.953; vigilante líder da empresa de segurança Lógica e pelo agente de Aeroporto da empresa TAM ALEXANDRE ALEX CORRÊA, CPF 364.772.43865. Tal termo serviu de comprovação do fato, conforme relatado no Auto de Infração e no voto condutor do acórdão recorrido. Entretanto, não localizei tal termo nos autos. Pontuese, ainda, que está vinculado a este processo o de nº 10814000.087/201416 relativo à Representação Fiscal para Fins Penais, em cujos autos pode ter sido inserido o referido termo. Todavia, ao tentar acessar tal processo vinculado, o sistema retorna a seguinte mensagem: "Não foi identificado o Processo ou dados de sua situação ou o processo não é digital. " Destarte, diante do exposto, voto para converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem junte o Termo de Ocorrência mencionado no Auto de Infração e na decisão recorrida. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 71DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.901145/2014-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jun 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jul 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 25/11/2009
NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA.
É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA
Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.460
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 25/11/2009 NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA. É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1429; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.901145/201447 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302004.460 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 30 de junho de 2017 Matéria DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DIREITO DE CRÉDITO. Recorrente FISCHER INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 25/11/2009 NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA. É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 11 45 /2 01 4- 47 Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13888.901145/201447 Acórdão n.º 3302004.460 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação, não homologada em razão de o DARF informado na Dcomp ter sido utilizado para quitar outros débitos da recorrente, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP, conforme despacho decisório constante nos autos. Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou que: 1. O despacho decisório é nulo, pois sem maiores esclarecimentos, indeferiu a compensação sem se dar ao trabalho de intimar a recorrente para esclarecer os fatos, considerando o pagamento indisponível, sem motivar o porquê da indisponibilidade, causando cerceamento de defesa por ausência de motivação; 2. O despacho deveria explicar o significado da expressão "disponibilidade do crédito", pois o que parece à recorrente é que se trata de encontro de contas entre o débito recolhido mediante DARF e o crédito declarado em DCTF; 3. No mérito, a recorrente defendeu que incluiu na base de cálculo do IPI não somente receitas de faturamento, mas também outras que não compuseram o faturamento, conforme teses abarcadas pelo STF sobre a ampliação do conceito de faturamento, tendo o pedido como base a declaração de inconstitucionalidade, em consonância com o disposto na Lei nº 9.430/1996; 4. Necessária a produção posterior de provas, uma vez que, de acordo com o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972, não foi possível à recorrente entender a motivação do indeferimento do despacho, razão pela qual não produziu as provas na impugnação. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 14055.541. O fundamento adotado, em síntese, foi a inexistência de nulidade e a necessidade de comprovação pelo contribuinte do direito creditório pretendido. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as razões aduzidas na impugnação, quanto à falta de motivação do despacho decisório, da decisão da DRJ, causando cerceamento de defesa. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.452, de Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13888.901145/201447 Acórdão n.º 3302004.460 S3C3T2 Fl. 4 3 30 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900063/201485, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.452): O recurso voluntário interposto atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A recorrente alega apenas nulidades em seu recurso voluntário, nada referindo ao mérito, como fizera em manifestação de inconformidade. Concernente à nulidade do despacho, está claro que o indeferimento foi causado pela indisponibilidade do valor pleiteado pela recorrente, referente ao DARF de julho/2008 uma vez que fora utilizado no PA de julho/2008, conforme e fls. 38, não restando assim saldo disponível, restando evidente a motivação do indeferimento. Em manifestação, a recorrente alegou, no mérito, que se tratava de erro na base de cálculo do IPI, em razão de a tese do alargamento da base de cálculo ter sido declarada inconstitucional pelo STF. Inicialmente, esclareçase que a matéria de direito, superficialmente levantada pela recorrente em sua manifestação, se referia à PIS/Pasep e Cofins faturamento, pelo que se pode depreender, não se aplicando ao IPI, cujos fatos geradores estavam dispostos no artigo 341 do Decreto nº 4.544/2002 (vigente à época dos fatos) e não referiam a faturamento, mas a saídas dos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, e ao desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Quanto à alegação de nulidade da decisão da DRJ, não há reparos a se fazer na decisão que já havia exposto a motivação do despacho, acrescentando que caberia à recorrente a produção de prova de eventual pagamento indevido ou a maior que devido. O procedimento correto a ser tomado pela recorrente seria a retificação da DCTF, gerando assim um saldo credor, ou, na fase de manifestação de inconformidade, ter apresentado as provas de seu direito, como preceitua o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972 e o artigo 333 da Lei nº 5.869/1973 (antigo CPC) vigente à época dos fatos. Ocorre que a recorrente não se desincumbiu de tal ônus, restando não comprovadas suas alegações. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, em razão do pagamento indevido ou a maior de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI. 1 Art. 34. Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º): I o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou II a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13888.901145/201447 Acórdão n.º 3302004.460 S3C3T2 Fl. 5 4 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 56DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.025193/99-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 1995, 1996
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXISTÊNCIA DE OMISSÃO.
Devem ser acolhidos os embargos de declaração quando se constata a existência de omissão do colegiado em ponto sobre o qual deveria pronunciar.
PRECLUSÃO PROCESSUAL. MATÉRIA NÃO CONTESTADA EM IMPUGNAÇÃO.
Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.
Recurso Voluntário Conhecido em Parte.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-003.737
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher, parcialmente, os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão embargado.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 1995, 1996 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXISTÊNCIA DE OMISSÃO. Devem ser acolhidos os embargos de declaração quando se constata a existência de omissão do colegiado em ponto sobre o qual deveria pronunciar. PRECLUSÃO PROCESSUAL. MATÉRIA NÃO CONTESTADA EM IMPUGNAÇÃO. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Recurso Voluntário Conhecido em Parte. Crédito Tributário Mantido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher, parcialmente, os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão embargado. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
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EXISTÊNCIA DE OMISSÃO. Devem ser acolhidos os embargos de declaração quando se constata a existência de omissão do colegiado em ponto sobre o qual deveria pronunciar. PRECLUSÃO PROCESSUAL. MATÉRIA NÃO CONTESTADA EM IMPUGNAÇÃO. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Recurso Voluntário Conhecido em Parte. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher, parcialmente, os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão embargado. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 02 51 93 /9 9- 03 Fl. 1672DF CARF MF Processo nº 10480.025193/9903 Acórdão n.º 3302003.737 S3C3T2 Fl. 1.673 2 Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de julgamento de embargos acolhidos no Acórdão nº 3202 000.71 para apreciação de matéria omitida no Acórdão nº 30133.349 relativa ao pleito de aproveitamento dos créditos de entrada que não foram considerados pela fiscalização. A autuação decorreu de saída dos produtos industrializados abaixo mencionados, com incorreção na classificação fiscal e alíquotas adotadas: a) Removedores de esmalte, obtidos da mistura de álcool e acetona, apresentados em embalagens de volumes diversos (95, 100, 200, 480 e 950ml) e denominados nas notas fiscais de saída ora como "Removedor de Esmalte Acetona Guararapes", ora simplesmente como "Acetona Guararapes". A classificação correta seria 3304.30.0300, com alíquota de 30%; b) Frascos plásticos de diversas capacidades volumétricas. A classificação correta seria 3923.30.0000, com aliquota de 10%. Em impugnação, a recorrente refutou a classificação fiscal do removedor de esmalte e dos frascos plásticos, além do fato de que nos cinco anos anteriores, a fiscalização não questionou a adoção das alíquotas utilizadas pela recorrente o que configuraria prática reiterada, alegou, ainda, falta de provas do alegado pelo Fisco, a utilização da taxa Selic como juros de mora e a necessidade de perícia. A DRJ proferiu a Decisão nº 1.329/99, a qual foi anulada por não apreciação de prova produzida pela recorrente. No segundo julgamento, a A DRJ considerou o lançamento procedente, nos termos da seguinte ementa: FALTA DE LANÇAMENTO DO IMPOSTO. ERRO DE CLASSIFICAÇÃO — A saída de produtos tributados, com falta de destaque do imposto em decorrência de erro de classificação fiscal, implica no lançamento de oficio do que deixou de ser recolhido por iniciativa do sujeito passivo, acrescido dos consectários legais. Classificação de Mercadorias CLASSIFICAÇÃO FISCAL — Da simples característica dos produtos "Acetona Guararapes" e "Frascos Plásticos", é possível, com o auxilio exclusivo das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado, obter a classificação fiscal na TIPI: 3304.30.0300 e 3923.30.0000, respectivamente. Processo Administrativo Fiscal PERfCIAS — Dispensável a produção de perícias quando os documentos integrantes dos autos revelamse suficientes para formação de convicção e conseqüente julgamento defeito. Fl. 1673DF CARF MF Processo nº 10480.025193/9903 Acórdão n.º 3302003.737 S3C3T2 Fl. 1.674 3 Normas Gerais do Direito Tributário ONUS DA PROVA — Os documentos fiscais emitidos fazem prova contra seu autor, sendo licito a este demonstrar que as informações ali constantes não correspondem à verdade dos fatos. Normas Gerais do Direito Tributário PRATICAS REITERADAS — As práticas reiteradas, previstas no art. 100, III, do CTIV, representam uma posição sedimentada do fisco na aplicação da legislação tributária e devem ser acatadas como boa interpretação da lei. Processo Administrativo Fiscal JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A utilização da taxa Selic para cálculo dos juros moratórios decorre de expressa disposição legal. ARGUIÇÃO DE INCOSTITUCIONALIDADE E/OU ILEGALIDADE — Não compete à autoridade administrativa, com fundamento em juízo sobre constitucionalidade de norma tributária, negar aplicação da lei ao caso concreto. Prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário, por fiança de dispositivo constitucional. Lançamento Procedente. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário (efls. 786/806), repisando as alegações deduzidas em impugnação, além de acrescer a alegação da necessidade de se abater o IPI dos insumos utilizados na fabricação dos produtos tributados, de acordo com o artigo 82, inciso I do antigo regulamento de IPI Decreto nº 87.981/1982 e a exorbitância da multa de ofício de 75%. Na sessão de 25/01/2006, a Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes converteu o julgamento em diligência para verificar a destinação das embalagens. Cumprida a diligência, a turma proferiu o Acórdão nº 30133.349, negando provimento ao recurso voluntário, nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1996 Ementa: CLASSIFICAÇÃO FISCAL. IPI. ACETONA — 0 produto "Acetona", ainda que seja um conjunto orgânico de constituição química definida apresentado isoladamente, mas cujo acondicionamento seja para venda a retalho e cuja destinação é a remoção de esmalte (de unhas) tem sua classificação fiscal na posição 3304.30.0300. CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS. FRASCOS PLÁSTICOS. Frascos plásticos classificamse no código NBM 3923.30.0000, independentemente de sua destinação. Fl. 1674DF CARF MF Processo nº 10480.025193/9903 Acórdão n.º 3302003.737 S3C3T2 Fl. 1.675 4 PROVA PERICIAL — Quando o fundamento do lançamento não está pautado exclusivamente na composição química do produto e não seja esse o ponto fulcral da lide, 6 dispensável a produção de perícias. JUROS DE MORA — Taxa Selic. A utilização da Taxa Selic para cálculo dos juros moratórios decorre de expressa disposição legal. OBSERVÂNCIA DE NORMAS. MULTAS E JUROS DE MORA A nãodetecção das irregularidades pela fiscalização em ações anteriores não pode ser confundida com homologação de prática de atos infracionais nem arguida para a invocação do principio benigno de que trata o art. 100, inciso III, e parágrafo único, do CTN, para efeitos de exclusão dos acréscimos de multa e de juros moratórios. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO Cientificada, a recorrente opôs embargos em face do referido acórdão, os quais foram acolhidos em parte, mediante o Acórdão nº 3202000.71, para apreciação da matéria relativa ao crédito de IPI relativo aos insumos utilizados nos produtos fabricados. Na forma regimental, o processo foi remetido a este relator para inclusão em pauta. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. Os embargos foram admitidos apreciação de matéria omitida no Acórdão nº 30133.349 relativa ao pleito de aproveitamento dos créditos de entrada que não foram considerados pela fiscalização. Verificase que na impugnação (efls. 559/574), a recorrente nada objetou quanto à falta de aproveitamento de qualquer crédito pela fiscalização, mas impugnou apenas as matérias relativas à classificação fiscal do removedor de esmalte e dos frascos plásticos, à configuração de práticas reiteradas (que remonta novamente à classificação fiscal), à falta de provas do alegado pelo Fisco, à utilização da taxa Selic como juros de mora e à necessidade de perícia. Apenas em recurso voluntário, às efls. 802, a recorrente alegou eventual falta de consideração de IPI nas entradas de insumos utilizados nos produtos objeto da autuação, conforme abaixo: "NÃO FOI ABATIDO 0 VALOR DO IPI DA ENTRADA Ainda que se admita, só para argumentar, a exigência fiscal do IPI que ora se discute, é de ser compensado da exigência, o IPI dos insumos utilizados na fabricação dos produtos, tendo em vista o Fl. 1675DF CARF MF Processo nº 10480.025193/9903 Acórdão n.º 3302003.737 S3C3T2 Fl. 1.676 5 principio da nãocumulatividade (exvi do artigo 81, I do RIPI), segundo o qual: "Os estabelecimentos industriais têm direito ao crédito do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridas para emprego na industrialização de produtos tributados, exceto os de aliquota zero e os isentos, incluindose entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente". Portanto, Senhores Julgadores. Deixar de compensar do imposto exigido, o devido na compra dos insumos, é ferir o principio constitucional da nãocumulatividade. Esta regra da compensação, está também consubstanciada no artigo 11 da Lei n° 9.779, de 19 de janeiro de 1999 e farta jurisprudência dominante, tanto a nível administrativo como no judiciário. A não consideração do crédito relativo aos insumos implica dizer que o valor da imputação fiscal padece de improcedência, e não sendo função desse órgão a atividade de lançamento, a Denúncia deve ser considerada Improcedente de pleno direito. Assim sendo, por esse motivo, deve ser declarado a improcedência do presente auto, ou que seja determinada ã compensação dos valores destacado nas notas fi scais de entrada e constante da declaração de IRPJ, AnoCalendário 1996. — Doc. 04." Constatase, assim, que houve preclusão processual relativa a esta alegação, pois que não foi contestada no momento adequado, ou seja, na impugnação, conforme o disposto no artigo 17 do Decreto nº 70.235/1972, abaixo transcrito: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Neste sentido, citamse diversos acórdãos deste Conselho: Acórdão nº 9303004.171: MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. Nos termos do art. 17 do Decreto 70235/72, a matéria não impugnada, à exceção das matérias de ordem pública, está excluída do litígio e o crédito tributário respectivo tornase consolidado. Na ausência do litígio, a matéria não pode ser analisada em sede de Recurso Voluntário. Acórdão nº 3301003.104: MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. Acerca das infrações detectadas apontadas pela fiscalização, o montante do crédito tributário lançado, compreendendo o imposto, a multa de mora e a multa de ofício, sobre nada disso a impugnante se pronunciou, caracterizandose, por força do disposto no art.17 do Decreto 70.235/72, a preclusão quanto a Fl. 1676DF CARF MF Processo nº 10480.025193/9903 Acórdão n.º 3302003.737 S3C3T2 Fl. 1.677 6 essas matérias sobre as quais não houve contestação expressa por parte da ora impugnante. Acórdão nº 3402003.181: PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO DE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72 considerase preclusa a questão que não tenha sido suscitada expressamente em impugnação, de modo que sua colocação na peça recursal dirigida ao CARF não deve ser conhecida. Diante do exposto, voto para não conhecer da alegação de falta de aproveitamento de créditos de IPI relativos a insumos utilizados nos produtos autuados, mantendose o resultado do julgamento proferido no Acórdão nº 30133.349. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 1677DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.004019/2010-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3302-000.599
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
RELATÓRIO
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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score : 1.0
Numero do processo: 10925.904079/2012-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2007
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido.
ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.381
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araujo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES. Recorrente PARATI S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2007 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido. ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araujo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 40 79 /2 01 2- 13 Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição (PER) eletrônico por meio da qual a contribuinte solicita restituição de valor que teria sido indevidamente recolhido a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba SC pelo indeferimento do pedido de restituição, mediante Despacho Decisório, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o valor recolhido já havia sido integralmente utilizado para extinção do débito relativo ao período de apuração a que se referia, não restando crédito disponível para restituição. Inconformada com o indeferimento do PER, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual alega que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. A DRJ julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 07031.423. O fundamento adotado, em síntese, foi: (i) que, pagamentos efetuados mediante DARF (vinculados a débitos declarados em DCTF) somente se caracterizam como indevidos ou a maior, quando o contribuinte retifica a DCTF, informando corretamente o débito (a menor); e (ii) que, não procede a alegação da contribuinte de que o ICMS não compõe as bases de cálculo da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins; e (iii) que o órgão administrativo não pode ser pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Intimada de decisão piso, a Recorrente interpôs tempestivamente recurso voluntário, aduzindo (i) ausência de previsão legal exigindo a retificação da DCTF como condição para a restituição; (ii) inconstitucionalidade e ilegalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS; (iii) sobrestamento do feito até o transito em julgado da decisão proferida pelo STF (RE 574.706). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.379, de 28 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10925.907614/201298, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.379): Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 4 3 "I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 19.03.2014 (fls.43) e protocolou Recurso Voluntário em 07.04.2014 (fls.4653), dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche o requisito de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Mérito II.1 Inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 02 Inicialmente é imperioso destacar que nos termos da Súmula nº 02 "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". Deste modo, a análise da inconstitucionalidade da legislação tributária envolvendo a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS resta totalmente prejudicada. II.2 Ausência de retificação da DCTF direito creditório É incontroverso nos autos que a Recorrente não retificou a DCTF antes de apresentar o Pedido de Restituição (PER) Eletrônico nº 15219.42808.210808.1.2.043337, fato este que para fiscalização obsta o direito ao crédito buscado pelo contribuinte. Contudo, o fato de a Recorrente não ter retificado a DCTF antes de apresentar o pedido de restituição, por si só, não é motivo suficiente para que seu crédito não seja reconhecido, podendo, tal procedimento, ser superado com a apresentação de provas capazes de comprovar a existência de erro na apuração contábil/fiscal e consequentemente do pagamento indevido ou a maior alegado pelo contribuinte, nos termos do §1º ao art. 147 do CTN, a saber: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. §1º. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. No presente caso, a Recorrente não trouxe aos autos documentos necessários e substanciais à comprovar suas alegações e demonstrar a origem do crédito apresentado no Pedido de Restituição (PER) Eletrônico nº 15219.42808.210808.1.2.043337, alegando, pura e simplesmente que o citado pedido referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 5 4 Com efeito, o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC2). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o indeferindo do crédito é medida que se impõe. Nesse sentido: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/ RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/ PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Pertinente destacar a lição do professor Hugo de Brito Machado, a respeito da divisão do ônus da prova: No processo tributário fiscal para apuração e exigência do crédito tributário, ou procedimento administrativo de lançamento tributário, autor é o Fisco. A ele, portanto, incumbe o ônus de provar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária que serve de suporte à exigência do crédito que está a constituir. Na linguagem do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus do fato constitutivo de seu direito (Código de Processo Civil, art.333, I). Se o contribuinte, ao impugnar a exigência, em vez de negar o fato gerador do tributo, alega ser imune, ou isento, ou haver sido, no todo ou em parte, desconstituída a situação de fato geradora da obrigação tributária, ou ainda, já haver pago o tributo, é seu ônus de provar o que alegou. A imunidade, como isenção, impedem o nascimento da obrigação tributária. São, na linguagem do Código de Processo Civil, fatos impeditivos do direito do Fisco. A desconstituição, parcial ou total, do fato gerador do tributo, é fato modificativo ou extintivo, e o pagamento é fato extintivo do direito do Fisco. Deve ser comprovado, portanto, pelo contribuinte, que assume no processo administrativo de determinação e exigência do tributo posição equivalente a do réu no processo civil”. (original não destacado)3 2 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor 3 Mandado de Segurança em Matéria Tributária, 3. ed., São Paulo: Dialética, 1998, p.252. Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 6 5 Somase a isso, que a escrituração somente faz prova a favor do sujeito passivo se acompanhada por documentos hábeis à comprovar a origem do crédito pleiteado, conforme previsão contida no artigo 26, do Decreto nº 7574/20114. Superada essa questão, passase a análise da matéria sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS. II.3 ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS Conforme relatado anteriormente, alega a Recorrente, sem contudo provar, que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Cita e pede aplicação dos RE´s 240.785 2/MS e 574.706. Para dirimir a controvérsia sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e afastar a aplicação da decisão proferida pela Suprema Corte ao presente caso, empresto as razões de decidir da i. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302 004.158): A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1144469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 4 Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o). Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 7 6 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMSST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da não cumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 8 7 técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendo se à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS inclui se na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃO APLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 9 8 de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.158 35, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 10 9 § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente, no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706 RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento ficam, desde já, encontramse fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. II.4 Sobrestamento do processo Por fim, a Recorrente pleiteou o sobrestamento do feito até o julgamento definitivo do RE 504.706, suplicando pela aplicação do princípio da economia processual. Com todo respeito ao pedido formulado pela Recorrente, as hipóteses de sobrestamento do feito previstas no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, não albergam o pedido do contribuinte, logo, deve ser afastado o requerimento anteriormente citado, por total ausência de fundamento legal. III. Conclusão Diante do exposto, considerando que a Recorrente não comprovou a origem do crédito e, que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.144.469/PR), aplicável ao presente caso, é no sentido de manter o ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10925.904079/201213 Acórdão n.º 3302004.381 S3C3T2 Fl. 11 10 Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o recurso voluntário também foi apresentado tempestivamente e, não obstante a Recorrente não ter retificado a DCTF antes de apresentar o pedido de restituição, não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, decorrente de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 73DF CARF MF
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Numero do processo: 10940.901110/2012-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jul 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do despacho decisório que não homologou o pedido de restituição/compensação deve ser mantido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.415
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. Recorrente PARIZOTTO & CIA. LTDA. EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do despacho decisório que não homologou o pedido de restituição/compensação deve ser mantido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. Relatório Tratase o presente processo de Declaração de Compensação – DCOMP, com base em suposto crédito de contribuição social (PIS/Cofins), sendo que a DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico não homologando a compensação, sob o fundamento de que, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp, foram localizados um ou mais AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 90 11 10 /2 01 2- 76 Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10940.901110/201276 Acórdão n.º 3302004.415 S3C3T2 Fl. 3 2 pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Inconformada com a não homologação de sua compensação, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade, conforme relatado na decisão recorrida, alegando, em síntese: "Inicialmente, contextualiza a existência de seu direito creditório nos seguintes termos: 01. DOS FATOS ... A contribuinte é tributada pelo imposto de renda com base no lucro presumido. Por isso, permanece sujeita à sistemática cumulativa de tributação do PIS e da COFINS estabelecida na Lei n° 9.718/1998, mesmo com entrada em vigor, respectivamente, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, que introduziram modificações na legislação das referidas contribuições (sistemática nãocumulativa). A Recorrente é uma sociedade empresária limitada, cujo objeto social se resume no comércio de gêneros alimentícios naturais e industrializados, artigos de vestuário, utilidades domésticas e eletrodomésticas, bebidas, refrigerantes, produtos de limpeza, higiene pessoal, carnes e derivados, conforme comprova a inclusa cópia do seu contrato social (Doc. 02). Dentre os produtos comercializados em seu estabelecimento, há alguns que estão sujeitos a incidência do PIS/COFINS à alíquota zero, como por exemplo: a) Farinha de trigo: Lei n° 10.925/2004, art. I o , XIV; b) Leite fluido pasteurizado ou industrializado: Lei n° 10.925/2004, art. I, XI; c) Feijão comum, arroz e farinhas, sêmolas e pós de sagu ou das raízes ou tubérculos: Lei n° 10.925/2004, art. I, V; d) Farinha, grumos e sêmolas, grãos esmagados ou em flocos, de milho: Lei n° 10.925/2004, art. 1º, IX; e) Produtos hortícolas, frutas e ovos: Lei n° 10.865/2004, art. 8° , § 12, X e art. 28, III; f) Gás natural liqüefeito: Lei n° 10.865/2004, art. 8º , § 12, IX e XVI; g) Água, refrigerante, cerveja sem álcool e cerveja de malte: Lei n° 10.833/2003, art. 50, I; h) Produtos farmacêuticos e produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal: Lei n° 10.147/2000, Art. 2°. A Contribuinte tributou indevidamente PIS e COFINS nas saídas dos produtos acima listados, majorando a base de incidência das contribuições e aumentando o valor a ser recolhido mensalmente. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10940.901110/201276 Acórdão n.º 3302004.415 S3C3T2 Fl. 4 3 Alega ter retificado as informações prestadas em Dacon e DCTF anteriormente à formalização do pedido de restituição e implementação da compensação. Cita legislação que ampara seu direito de restituição e compensação. Cita ainda jurisprudência administrativa que vêm entendendo ser necessária a reforma da decisão para desconsiderar a alocação de valores maiores do que os efetivamente utilizados. Prossegue: Ficou evidente que a Contribuinte efetuou pagamento a maior e detém o crédito solicitado. Ao que tudo indica, ocorreu apenas equívoco no momento do processamento das informações na Receita Federal. Por certo, a DCTF e a DACON retificadoras não foram processadas juntamente com a PER/DCOMP, apontando assim divergências, que motivaram o Despacho Decisório expedido eletronicamente, indeferindo a pretensão da Contribuinte. Todas as informações prestadas pelo contribuinte devem ser analisadas e processadas pelo Fisco antes de se efetuar o lançamento de eventuais débitos. No caso vertente, é imperativo que a autoridade administrativa de primeira instância analise previamente o direito creditório declarado para só depois proferir decisão, propiciando adequado contraditório. A própria Receita Federal reconhece que pode ser exigida a apresentação de elementos que comprovem o direito creditório do contribuinte, em normas expedidas pelo órgão, como é o caso da Instrução Normativa n° 900/2008, pelo seu art. 65, vejamos: ... Diante dos fatos acima expostos, percebese que a Recorrente faz juz ao crédito decorrente de pagamento a maior de COFINS [...] Para demonstrar o seu direito, junta em anexo (Doc. 11) os demonstrativos dos produtos excluídos da base de cálculo de incidência da COFINS [...], em face da tributação à alíquota zero. Desta forma, requer a Contribuinte que o Despacho Decisório [...] seja cancelado, por ter suprimido a análise em primeira instância do direito creditório declarado. Requer também que, a declaração de compensação [...] seja homologada, tendo em vista que a Recorrente é detentora do crédito utilizado para amparála. Requer ainda que, o crédito declarado e compensado seja analisado com base nos documentos probatórios juntados a presente manifestação de inconformidade. Caso a Delegacia de Julgamento entenda não serem suficientes para efetuar a análise, que o processo seja baixado em diligência à origem, na Delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa PR, para que a Contribuinte seja intimada a apresentar novos documentos que se façam necessários, de acordo com o art. 65 da IN 900/2008. Requer, por fim, que quaisquer intimações relativos a atos e termos do presente processo recaiam na pessoa do subscritor da presente Manifestação de Inconformidade, mandatário da Contribuinte, devidamente habilitado nos autos, pessoalmente, ou pela via postal, no endereço constante do mandato, a fim de que não haja prejuízo para a Contribuinte. Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10940.901110/201276 Acórdão n.º 3302004.415 S3C3T2 Fl. 5 4 A DRJ julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, por entender que o contribuinte não comprovou documentalmente a origem dos créditos que alegou possuir, nos termos do Acórdão 14 052.228. Intimada de decisão piso, a Recorrente interpôs tempestivamente recurso voluntário, alegando, em síntese: (i) nulidade da decisão recorrida, por alteração do critério jurídico; e (ii) a falta de retificação de outras declarações não são hábeis a fazer com que o crédito deixe de existir. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.411, de 29 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10940.901106/201216, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.411): "I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 01.09.2014 (fls.127) e protocolou Recurso Voluntário em 16.09.2014 (fls. 131141), dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Nulidade da decisão recorrido mudança de critério jurídico Segundo a Recorrente houve mudança de critério jurídico por parte da Turma Julgadora "a quo", na medida em que Despacho Decisório não homologou as compensações apresentadas pela Recorrente pelo fato de que todos os DARF’s haviam sido integralmente utilizados para extinguir débitos (não havia saldo “em aberto”), ao passo que a decisão recorrida motivou a glosa pelo fato de não haver apoio legal (produtos que são tributados) e nem documental (ausência de apresentação de documentos). Sobre mudança de critério jurídico, vale transcrever os ensinamentos do i. professor Hugo Brito de Machado Machado que, com a clarividência que lhe é peculiar expõe seu entendimento sobre o tema: 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10940.901110/201276 Acórdão n.º 3302004.415 S3C3T2 Fl. 6 5 Há mudança de critério jurídico quando a autoridade administrativa simplesmente muda de interpretação, substitui uma interpretação por outra, sem que se possa dizer que qualquer das duas seja incorreta. Também há mudança de critério jurídico quando a autoridade administrativa, tendo adotado uma entre várias alternativas expressamente admitidas em lei, na feitura do lançamento, depois pretende alterar esse lançamento, mediante a escolha de outra das alternativas admitidas e que enseja a determinação de um crédito tributário em valor diverso, geralmente mais elevado (Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 12ª edição, Malheiros, 1997, p 123) No presente caso, entendo que não houve mudança de critério jurídico, na medida em que tanto a autoridade julgadora quanto a fiscalização analisaram a origem do crédito com base nos fatos e fundamentos apresentados pela Recorrente. Com efeito, a fiscalização indeferiu o pedido formulado pela Recorrente baseada nos dados informados na DCTF e DACON originariamente apresentadas, sendo que, naquela oportunidade foi constatada a ausência de saldo em aberto. Tanto é que própria Recorrente, após ser cientificada do despacho decisório e reconhecer o equivoco cometido, procedeu a retificação de suas declarações e pleiteou o reconhecimento do crédito em sede de manifestação de inconformidade. Nesse contexto, coube à autoridade julgador analisar o direito da Recorrente com base nos novos fatos e fundamentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, justificando, assim, a alteração dos fundamentos para manter o indeferimento do pedido de compensação, sem que isso acarrete em mudança de critério jurídico. Assim, afasto a preliminar de nulidade suscita pela Recorrente. III Mérito Neste ponto, sustenta a Recorrente (i) que com a retificação das declarações restaram sanados os motivos da glosa fiscal, com o que só por esta razão devem ser homologadas as declarações de compensação; (ii) que o direito à compensação decorre da existência do crédito e de sua titularidade e não do preenchimento do pedido pelo qual se requer a compensação ou pela retificação de outras declarações; (iii) que a retificação de declarações da empresa não é condição para homologação ou não das compensações, pois o direito creditório da Recorrente existe; e (iv) que autoridade julgadora deve sempre e obrigatoriamente verificar aquilo que é realmente verdadeiro para desvelar o direito da Recorrente, devendo proferir decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, isso em atenção ao princípio da verdade real. Inicialmente, é imperioso destacar que a decisão recorrida não desconsiderou as retificações realizados pela Recorrente para manter o indeferimento do pedido de compensação, sendo que o fundamento utilizado pela fiscalização foi apenas a ausência de comprovação documental da origem do crédito. Sobre isso, destaco trecho da decisão de piso: Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10940.901110/201276 Acórdão n.º 3302004.415 S3C3T2 Fl. 7 6 Oportuno ainda esclarecer que a simples retificação dessas declarações não é hábil à comprovação do crédito pretendido, devendo estar acompanhada dos documentos fiscais e contábeis pertinentes. Assim, a questão envolvendo a retificação da DCTF, não foi o fundamento utilizado pela autoridade julgadora para afastar o direito ao crédito, sendo que ela própria (autoridade julgadora), admitiu que tal procedimento pode ser superado com a apresentação de provas capazes de comprovar a existência de erro na apuração contábil/fiscal e consequentemente do pagamento indevido ou a maior alegado pelo contribuinte. No presente caso, a Recorrente não trouxe aos autos documentos necessários e substanciais à comprovar suas alegações e demonstrar a origem do crédito apresentado no PER/DCOMP nº 21879.54431.120609.1.3.042690, alegando, pura e simplesmente que o citado pedido referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão de ter considerado equivocadamente na base de cálculo das contribuições receitas sujeitas à alíquota zero. Com efeito, o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC2). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o indeferindo do crédito é medida que se impõe. Nesse sentido: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Pertinente destacar a lição do professor Hugo de Brito Machado, a respeito da divisão do ônus da prova: No processo tributário fiscal para apuração e exigência do crédito tributário, ou procedimento administrativo de lançamento tributário, autor é o Fisco. A ele, portanto, incumbe o ônus de provar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária que 2 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10940.901110/201276 Acórdão n.º 3302004.415 S3C3T2 Fl. 8 7 serve de suporte à exigência do crédito que está a constituir. Na linguagem do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus do fato constitutivo de seu direito (Código de Processo Civil, art.333, I). Se o contribuinte, ao impugnar a exigência, em vez de negar o fato gerador do tributo, alega ser imune, ou isento, ou haver sido, no todo ou em parte, desconstituída a situação de fato geradora da obrigação tributária, ou ainda, já haver pago o tributo, é seu ônus de provar o que alegou. A imunidade, como isenção, impedem o nascimento da obrigação tributária. São, na linguagem do Código de Processo Civil, fatos impeditivos do direito do Fisco. A desconstituição, parcial ou total, do fato gerador do tributo, é fato modificativo ou extintivo, e o pagamento é fato extintivo do direito do Fisco. Deve ser comprovado, portanto, pelo contribuinte, que assume no processo administrativo de determinação e exigência do tributo posição equivalente a do réu no processo civil”. (original não destacado)3 Somase a isso, que a escrituração somente faz prova a favor do sujeito passivo se acompanhada por documentos hábeis à comprovar a origem do crédito pleiteado, conforme previsão contida no artigo 26, do Decreto nº 7574/20114. IV Conclusão Diante do exposto, considerando que a Recorrente não comprovou a origem do crédito, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o recurso voluntário também foi apresentado tempestivamente e a Recorrente não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède 3 Mandado de Segurança em Matéria Tributária, 3. ed., São Paulo: Dialética, 1998, p.252. 4 Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o). Fl. 177DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.902047/2014-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jun 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jul 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 25/09/2009
NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA.
É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA
Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.472
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DIREITO DE CRÉDITO. Recorrente FISCHER INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 25/09/2009 NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA. É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 20 47 /2 01 4- 27 Fl. 97DF CARF MF Processo nº 13888.902047/201427 Acórdão n.º 3302004.472 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação, não homologada em razão de o DARF informado na Dcomp ter sido utilizado para quitar outros débitos da recorrente, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP, conforme despacho decisório constante nos autos. Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou que: 1. O despacho decisório é nulo, pois sem maiores esclarecimentos, indeferiu a compensação sem se dar ao trabalho de intimar a recorrente para esclarecer os fatos, considerando o pagamento indisponível, sem motivar o porquê da indisponibilidade, causando cerceamento de defesa por ausência de motivação; 2. O despacho deveria explicar o significado da expressão "disponibilidade do crédito", pois o que parece à recorrente é que se trata de encontro de contas entre o débito recolhido mediante DARF e o crédito declarado em DCTF; 3. No mérito, a recorrente defendeu que incluiu na base de cálculo do IPI não somente receitas de faturamento, mas também outras que não compuseram o faturamento, conforme teses abarcadas pelo STF sobre a ampliação do conceito de faturamento, tendo o pedido como base a declaração de inconstitucionalidade, em consonância com o disposto na Lei nº 9.430/1996; 4. Necessária a produção posterior de provas, uma vez que, de acordo com o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972, não foi possível à recorrente entender a motivação do indeferimento do despacho, razão pela qual não produziu as provas na impugnação. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 14055.555. O fundamento adotado, em síntese, foi a inexistência de nulidade e a necessidade de comprovação pelo contribuinte do direito creditório pretendido. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as razões aduzidas na impugnação, quanto à falta de motivação do despacho decisório, da decisão da DRJ, causando cerceamento de defesa. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.452, de Fl. 98DF CARF MF Processo nº 13888.902047/201427 Acórdão n.º 3302004.472 S3C3T2 Fl. 4 3 30 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900063/201485, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.452): O recurso voluntário interposto atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A recorrente alega apenas nulidades em seu recurso voluntário, nada referindo ao mérito, como fizera em manifestação de inconformidade. Concernente à nulidade do despacho, está claro que o indeferimento foi causado pela indisponibilidade do valor pleiteado pela recorrente, referente ao DARF de julho/2008 uma vez que fora utilizado no PA de julho/2008, conforme e fls. 38, não restando assim saldo disponível, restando evidente a motivação do indeferimento. Em manifestação, a recorrente alegou, no mérito, que se tratava de erro na base de cálculo do IPI, em razão de a tese do alargamento da base de cálculo ter sido declarada inconstitucional pelo STF. Inicialmente, esclareçase que a matéria de direito, superficialmente levantada pela recorrente em sua manifestação, se referia à PIS/Pasep e Cofins faturamento, pelo que se pode depreender, não se aplicando ao IPI, cujos fatos geradores estavam dispostos no artigo 341 do Decreto nº 4.544/2002 (vigente à época dos fatos) e não referiam a faturamento, mas a saídas dos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, e ao desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Quanto à alegação de nulidade da decisão da DRJ, não há reparos a se fazer na decisão que já havia exposto a motivação do despacho, acrescentando que caberia à recorrente a produção de prova de eventual pagamento indevido ou a maior que devido. O procedimento correto a ser tomado pela recorrente seria a retificação da DCTF, gerando assim um saldo credor, ou, na fase de manifestação de inconformidade, ter apresentado as provas de seu direito, como preceitua o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972 e o artigo 333 da Lei nº 5.869/1973 (antigo CPC) vigente à época dos fatos. Ocorre que a recorrente não se desincumbiu de tal ônus, restando não comprovadas suas alegações. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, em razão do pagamento indevido ou a maior de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI. 1 Art. 34. Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º): I o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou II a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13888.902047/201427 Acórdão n.º 3302004.472 S3C3T2 Fl. 5 4 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 100DF CARF MF
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Numero do processo: 13888.900421/2014-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jun 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jul 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 25/08/2011
NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA.
É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA
Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.459
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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(assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 04 21 /2 01 4- 50 Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13888.900421/201450 Acórdão n.º 3302004.459 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação, não homologada em razão de o DARF informado na Dcomp ter sido utilizado para quitar outros débitos da recorrente, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP, conforme despacho decisório constante nos autos. Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou que: 1. O despacho decisório é nulo, pois sem maiores esclarecimentos, indeferiu a compensação sem se dar ao trabalho de intimar a recorrente para esclarecer os fatos, considerando o pagamento indisponível, sem motivar o porquê da indisponibilidade, causando cerceamento de defesa por ausência de motivação; 2. O despacho deveria explicar o significado da expressão "disponibilidade do crédito", pois o que parece à recorrente é que se trata de encontro de contas entre o débito recolhido mediante DARF e o crédito declarado em DCTF; 3. No mérito, a recorrente defendeu que incluiu na base de cálculo do IPI não somente receitas de faturamento, mas também outras que não compuseram o faturamento, conforme teses abarcadas pelo STF sobre a ampliação do conceito de faturamento, tendo o pedido como base a declaração de inconstitucionalidade, em consonância com o disposto na Lei nº 9.430/1996; 4. 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Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.452, de Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13888.900421/201450 Acórdão n.º 3302004.459 S3C3T2 Fl. 4 3 30 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900063/201485, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.452): O recurso voluntário interposto atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A recorrente alega apenas nulidades em seu recurso voluntário, nada referindo ao mérito, como fizera em manifestação de inconformidade. Concernente à nulidade do despacho, está claro que o indeferimento foi causado pela indisponibilidade do valor pleiteado pela recorrente, referente ao DARF de julho/2008 uma vez que fora utilizado no PA de julho/2008, conforme e fls. 38, não restando assim saldo disponível, restando evidente a motivação do indeferimento. Em manifestação, a recorrente alegou, no mérito, que se tratava de erro na base de cálculo do IPI, em razão de a tese do alargamento da base de cálculo ter sido declarada inconstitucional pelo STF. Inicialmente, esclareçase que a matéria de direito, superficialmente levantada pela recorrente em sua manifestação, se referia à PIS/Pasep e Cofins faturamento, pelo que se pode depreender, não se aplicando ao IPI, cujos fatos geradores estavam dispostos no artigo 341 do Decreto nº 4.544/2002 (vigente à época dos fatos) e não referiam a faturamento, mas a saídas dos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, e ao desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Quanto à alegação de nulidade da decisão da DRJ, não há reparos a se fazer na decisão que já havia exposto a motivação do despacho, acrescentando que caberia à recorrente a produção de prova de eventual pagamento indevido ou a maior que devido. O procedimento correto a ser tomado pela recorrente seria a retificação da DCTF, gerando assim um saldo credor, ou, na fase de manifestação de inconformidade, ter apresentado as provas de seu direito, como preceitua o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972 e o artigo 333 da Lei nº 5.869/1973 (antigo CPC) vigente à época dos fatos. Ocorre que a recorrente não se desincumbiu de tal ônus, restando não comprovadas suas alegações. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, em razão do pagamento indevido ou a maior de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI. 1 Art. 34. Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º): I o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou II a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13888.900421/201450 Acórdão n.º 3302004.459 S3C3T2 Fl. 5 4 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19991.000019/2010-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3302-000.591
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
RELATÓRIO
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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(SPRESS CAFÉ IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. RELATÓRIO Tratamse de pedidos de ressarcimento de créditos de PIS/Pasep não cumulativos do 1º trimestre de 2006. As glosas empreendidas pela fiscalização foram relativas a aquisições de bens para revenda de pessoas jurídicas declaradas inaptas pela RFB, de acordo RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 99 91 .0 00 01 9/ 20 10 -4 9 Fl. 569DF CARF MF Processo nº 19991.000019/201049 Resolução nº 3302000.591 S3C3T2 Fl. 569 2 com os artigos 39 e 45 da IN RFB nº 1.005/2010 e de crédito presumido de que trata o artigo 8º da Lei nº 10.925/2004, em razão de não ter sido considerada produtora de café, nos termos do §6º do referido artigo. Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou que efetuou os pagamentos aos fornecedores declarados inaptos, que as mercadorias compuseram seu estoque, mediante notas fiscais de remessa para armazém geral e nota fiscal de retorno, que as mercadorias foram exportadas conforme notas fiscais informadas. Em relação aos fornecedores EXPORT DO BRASIL LTDA e J.B. BARONI, reitera que efetuou as operações com referidos fornecedores e que eventual descumprimento de obrigações fiscais por parte dos mesmos não pode servir de fundamento à glosa das operações com a recorrente. Complementa, alegando equivocado o entendimento da fiscalização em vincular a possibilidade de crédito à existência efetiva de pagamento das contribuições pelos fornecedores. Concernente à glosa por não ter sido considerada produtora, a recorrente alegou que é produtora de acordo com o artigo 4º do Decreto nº 4.544/2002 (RIPI/2002), ainda que industrialize por encomenda de terceiros, por ser equipada a industrial pela legislação do IPI. A DRJ, por seu turno, proferiu o Acórdão nº 0937.095, considerando a manifestação procedente em parte, nos termos da seguinte ementa: PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. No âmbito especifico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório é ônus do qual deve se desincumbir. CRÉDITO DE BENS PARA REVENDA, ADQUIRIDOS DE INAPTAS E OMISSAS CONTUMAZES. Na qualidade de terceiro interessado, há que se reconhecer tão somente o direito credit6rio dos valores de Pis/Cofins não cumulativos relativos ante os quais a contribuinte comprovou o pagamento do prep respectivo e o recebimento dos bens, direitos ou mercadorias, de sorte a que se visse livre da inidoneidade das respectivas notas fiscais de aquisição. CRÉDITO PRESUMIDO AGROINDUSTRIA Para fazer jus ao crédito presumido agroindústria, na espécie, mister que a pessoa jurídica produza o café que revende, considerandose como produção o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Em recurso voluntário, a recorrente reiterou a efetividade das operações ocorridas com os fornecedores CERRADO EXPORT DO BRASIL LTDA e J.B.BARONI, únicos Fl. 570DF CARF MF Processo nº 19991.000019/201049 Resolução nº 3302000.591 S3C3T2 Fl. 570 3 fornecedores inaptos cujas glosas de aquisições foram mantidas pela DRJ, afirmando que a declaração de inaptidão da CERRADO ocorreu apenas em 01/03/2010, mais de quatro anos após as operações e que a J.B.BARONI possui cadastro ativo e nunca foi declarada inapta, conforme tela do CNPJ juntada. Concernente ao crédito presumido de que trata o artigo 8º da Lei nº 10.925/2004, reprisou as alegações realizadas na manifestação de inconformidade. Na sessão de 29/01/2014, o julgamento foi convertido em diligência mediante a Resolução nº 3302000.380, para que a recorrente pudesse comprovar seu processo produtivo, elucidando como é realizado este processo produtivo, definindo as fases (recebimento do café/moagem/torra/etc) e todo o procedimento ao qual se submete o grão de café; quem é que faz este processo produtivo, clareando a informação do que é feito em seus próprios estabelecimentos e o que é terceirizado, apresentado, se o caso, provas deste procedimento de industrialização em seus estabelecimentos; comprovar documentalmente o procedimento de envio para industrialização por encomenda, bem como que realiza a venda de produto industrializado. Em resposta, a autoridade fiscal concluiu que a o processo produtivo previsto no §6º do artigo 8º da Lei nº 10.925/2004 foi cumprido, mas por outra pessoa jurídica, a saber um armazém geral local e não pela recorrente, que apenas efetuou a encomenda da industrialização. Em manifestação, a recorrente reiterou que todas as atividades previstas no §6º do artigo 8º ad Lei nº 10.925/2004 ocorreram, ainda que parte por encomenda, o que não retira a condição de produtora da recorrente, de acordo com a legislação do IPI. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. VOTO Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Destacase, inicialmente, que, embora a fiscalização tenha abrangido os pedidos de ressarcimento de PIS/Pasep e Cofins, do 1º ao 4º trimestres de 2006, este processo trata apenas do pedido de ressarcimento de PIS/Pasep referente ao 1º trimestre de 2006. A primeira questão diz respeito às glosas sobre aquisições de café dos fornecedores CERRADO EXPORT e JB BARONI, considerados inidôneos pela fiscalização, que afirmou estar a CERRADO inapta por se tratar de empresa omissa contumaz desde 01/07/2004, enquanto a J B BARONI foi considerada omissa contumaz desde 16/12/2004, data de abertura da empresa. A declaração de inaptidão torna presumida a inidoneidade dos documentos emitidos pela empresa assim considerada e não produzirá efeitos tributários perante terceiros, os quais assumem o ônus de provar o efetivo pagamento do preço respectivo e o efetivo recebimento dos bens ou da prestação de serviços, conforme disposto no artigo 82 da Lei nº 9.430/1996, a seguir: Fl. 571DF CARF MF Processo nº 19991.000019/201049 Resolução nº 3302000.591 S3C3T2 Fl. 571 4 Art. 82. Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido considerada ou declarada inapta. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços. A regulamentação coube à RFB que dispôs sobre o assunto nas instruções normativas que tratam do CNPJ, sendo que as declarações de inaptidão foram efetuadas com base na in IN RFB nº 748/2007, conforme informado no despacho decisório: IN RFB nº 748/2007: Art. 34. Será declarada inapta a inscrição no CNPJ de entidade: I omissa contumaz: a que, embora obrigada, tenha deixado de apresentar, por cinco ou mais exercícios consecutivos, DIPJ, DSPJ Inativa ou DSPJ Simples, e, intimada, não tenha regularizado sua situação no prazo de sessenta dias, contado da data da publicação da intimação; II omissa e não localizada: a que, embora obrigada, tenha deixado de apresentar as declarações referidas no inciso I, em um ou mais exercícios e, cumulativamente, não tenha sido localizada no endereço informado à RFB; III inexistente de fato; ou IV que não efetue a comprovação da origem, da disponibilidade e da efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior, na forma prevista em lei; Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à pessoa jurídica domiciliada no exterior. [...]Art. 48. Será considerado inidôneo, não produzindo efeitos tributários em favor de terceiro interessado, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no CNPJ haja sido declarada inapta. § 1º Os valores constantes do documento de que trata o caput não poderão ser: [...]III utilizados como crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e das Contribuições para o PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) não cumulativos; e § 2º Considerase terceiro interessado, para os fins deste artigo, a pessoa física ou entidade beneficiária do documento. § 3º O disposto neste artigo aplicarseá em relação aos documentos emitidos: I a partir da data da publicação do ADE a que se refere: Fl. 572DF CARF MF Processo nº 19991.000019/201049 Resolução nº 3302000.591 S3C3T2 Fl. 572 5 a) o art. 37, no caso de pessoa jurídica omissa contumaz; b) o art. 39, no caso de pessoa jurídica omissa e não localizada; II na hipótese do art. 41, desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde a sua constituição, se ela jamais houver exercido atividade; e III na hipótese de pessoa jurídica com irregularidade em operações de comércio exterior, desde a data de ocorrência do fato. [...]§ 5º O disposto no § 1º não se aplica aos casos em que o terceiro interessado, adquirente de bens, direitos e mercadorias, ou o tomador de serviços, comprovar o pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos ou mercadorias ou a utilização dos serviços. Art. 49. A pessoa jurídica com inscrição declarada inapta que regularizar sua situação perante a RFB terá sua inscrição enquadrada na condição de ativa. Inferese que a declaração de inaptidão torna presumida a inidoneidade dos documentos emitidos após a data de publicação do ADE ou após a data de ocorrência do fato, conforme o motivo que gerou a declaração, de acordo com o artigo 48 da IN RFB nº 748/2007, mas que tal presunção é relativa e comporta prova em contrário pelo beneficiário dos documentos, mediante a demonstração do efetivo pagamento do preço e do efetivo recebimento das mercadorias. Além disso, a empresa declarada inapta poderia regularizar sua situação e voltar à condição de ativa. Salientase que há algumas inconsistências fáticas no caso em concreto. A fiscalização afirmou que a CERRADO foi declarada inapta por ser omissa contumaz, de acordo com o artigo 48 da IN RFB 748/2007, com efeito a partir de 1º/07/2004. Porém, §3º do artigo 48 da IN dispunha que a inidoneidade de aplicaria aos documentos emitidos após a data de publicação do ADE, o que ocorreu após os fatos geradores (2006), uma vez que com base na IN RFB 748/2007. Além desta inconsistência, o próprio motivo da inaptidão está em desacordo com a informação constante no recurso voluntário, o qual mostra uma tela com inaptidão por inexistência de fato, diferentemente da informação constante no despacho decisório. Em consulta ao sítio da RFB, verificase que a CERRADO está declarada inapta desde 01/03/2010, por inexistência de fato. Em relação à J B BARONI, a inconsistência é similar, pois a acusação foi de ser omissa contumaz, com efeitos a partir de 16/12/2004, o que se mostra incompatível com o §3º do artigo 48 da IN RFB 748/2007, o qual determinava que os efeitos seriam a partir da data de publicação do ADE no caso de omissa contumaz. E tal ADE foi publicado posterior a 2006, pois com base na IN RFB 748/2007, como já se viu. Ainda no recurso voluntário, a J B BARONI se encontra como ativa em 20/12/2011, o que também não comprova a afirmação da recorrente de que a empresa nunca fora declarada inapta, pois pode ocorrer a declaração e posterior reativação como explicita o artigo 49 da referida instrução. Atualmente, esta empresa encontrase baixada por omissão contumaz, conforme tela do comprovante de inscrição extraída em 09/05/2017. Porém, frisese que não foram localizados os referidos ADEs nos autos para se confirmar o motivo e a data de publicação dos referidos. Assim, entendo necessária a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de origem junte os ADEs de Fl. 573DF CARF MF Processo nº 19991.000019/201049 Resolução nº 3302000.591 S3C3T2 Fl. 573 6 declaração de inaptidão mencionados no despacho decisório, identificando o motivo da declaração e a data de produção de efeitos, nos termos da IN RFB nº 748/2007. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 574DF CARF MF
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