Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (2,548)
- Terceira Turma Ordinária (348)
- Segunda Turma Ordinária d (2)
- Primeira Câmara (1)
- Quarta Câmara (2,898)
- ROSALDO TREVISAN (2,913)
- 2019 (888)
- 2018 (884)
- 2017 (695)
- 2014 (142)
- 2013 (141)
- 2016 (81)
- 2015 (41)
- 2012 (36)
- 2003 (2)
- 2009 (1)
- 2010 (1)
- 2021 (1)
- 2019 (1,206)
- 2018 (775)
- 2017 (471)
- 2014 (148)
- 2013 (129)
- 2016 (80)
- 2015 (59)
- 2012 (15)
- 2020 (13)
- 2021 (2)
- de (2,913)
- os (2,913)
- colegiado (2,911)
- por (2,906)
- julgamento (2,903)
- conselheiros (2,899)
- membros (2,899)
- do (2,898)
- e (2,898)
- presidente (2,898)
- rosaldo (2,898)
- trevisan (2,898)
- participaram (2,897)
- relator (2,865)
- em (2,825)
Numero do processo: 13603.901695/2008-67
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO A QUE CORRESPONDE, NA TIPI, A NOTAÇÃO NT. DERIVADO DE PETRÓLEO. PRODUTO IMUNE. CABIMENTO.
O chamado crédito presumido de IPI, concedido e disciplinado pelas Leis nos 9.363/96 e 10.276/01, alcança a exportação de produto submetido a processo industrial que, em razão da imunidade prevista pela CF/88, artigo 155, § 3o, corresponder à notação NT na TIPI.
Numero da decisão: 3403-001.907
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan (relator) e Antonio Carlos Atulim. Designado o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
Rosaldo Trevisan - Relator.
Marcos Tranchesi Ortiz - Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201302
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO A QUE CORRESPONDE, NA TIPI, A NOTAÇÃO NT. DERIVADO DE PETRÓLEO. PRODUTO IMUNE. CABIMENTO. O chamado crédito presumido de IPI, concedido e disciplinado pelas Leis nos 9.363/96 e 10.276/01, alcança a exportação de produto submetido a processo industrial que, em razão da imunidade prevista pela CF/88, artigo 155, § 3o, corresponder à notação NT na TIPI.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13603.901695/2008-67
anomes_publicacao_s : 201304
conteudo_id_s : 5210147
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3403-001.907
nome_arquivo_s : Decisao_13603901695200867.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 13603901695200867_5210147.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan (relator) e Antonio Carlos Atulim. Designado o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. Rosaldo Trevisan - Relator. Marcos Tranchesi Ortiz - Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
id : 4556729
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041395729563648
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1750; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 419 1 418 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13603.901695/200867 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403001.907 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 27 de fevereiro de 2013 Matéria IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS Recorrente PETRONAS LUBRIFICANTES BRASIL SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO A QUE CORRESPONDE, NA TIPI, A NOTAÇÃO “NT”. DERIVADO DE PETRÓLEO. PRODUTO IMUNE. CABIMENTO. O chamado “crédito presumido de IPI”, concedido e disciplinado pelas Leis nos 9.363/96 e 10.276/01, alcança a exportação de produto submetido a processo industrial que, em razão da imunidade prevista pela CF/88, artigo 155, § 3o, corresponder à notação “NT” na TIPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan (relator) e Antonio Carlos Atulim. Designado o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. Marcos Tranchesi Ortiz Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 90 16 95 /2 00 8- 67 Fl. 419DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho. Relatório Versa o presente sobre a DCOMP de fls. 9 a 2261, buscando compensar saldo credor de IPI (R$ 450.189,77) apurado no 4o trimestre de 2003. Na composição do saldo credor, há créditos básicos e crédito presumido de IPI (fls. 39 e 162). Por meio do Termo de Verificação Fiscal de fls. 303 a 311, concluise que: (a) a empresa adquire lacres para manter invioláveis os tambores que acondicionam seus produtos, que não podem ser considerados como material de embalagem, glosandose o crédito correspondente (R$ 145,00); e (b) no que se refere ao crédito presumido, parte dos produtos exportados (óleos lubrificantes) eram NT (nãotributados), devendo ser excluídos do cômputo, ocasionando glosa de R$ 61.445,69. A autoridade local da RFB acata o Termo de Verificação Fiscal e indefere parcialmente o pleito (fls. 282), reconhecendo direito creditório de R$ 388.599,08. Em sua manifestação de inconformidade (fls. 269 a 281), a empresa não questiona a glosa referente aos lacres, informando que efetuaria o correspondente pagamento, mas solicita reconhecimento total do crédito presumido, pois o art. 1o da Lei no 9.363/1996 não exige que as mercadorias sejam tributadas pelo IPI. Em 18/3/2011, no julgamento de primeira instância (fls. 372 a 377), analisa se exclusivamente a questão do crédito presumido (tendo a empresa pago o imposto relativo à matéria não contestada, referente à aquisição de lacres), acordandose: (a) pela falta de amparo legal para o reconhecimento do crédito de IPI para produtos exportados classificados na TIPI como “NT”; e (b) pelo reconhecimento de crédito presumido no valor de R$ 13.014,54, referente a créditos acumulados no segundo e no terceiro trimestres de 2003, segundo dados apurados pela fiscalização (demonstrativo de fl. 359), reduzindose a glosa a R$ 48.431,15. Cientificada da decisão em 2/5/2011 (fl. 382), a empresa apresenta recurso voluntário em 30/5/2011 (fls. 383 a 393), no qual argumenta que: (a) o objetivo do benefício estabelecido pela Lei no 9.363/1996, que tem origem na Medida Provisória no 948/1995, é desonerar as exportações, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros, não exigindo a lei que as mercadorias sejam tributadas pelo IPI, mas apenas que sejam mercadorias nacionais destinadas a exportação; (b) o ressarcimento é de “PIS” e COFINS e o mecanismo para tal ressarcimento é o crédito presumido de IPI, sendo irrelevante o fato de o produto exportado ser classificado como “NT” na TIPI; e (c) a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI das receitas decorrentes de exportação de produtos classificados na TIPI como “NT” é tema pacificado no âmbito do CARF. É o relatório. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 420DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13603.901695/200867 Acórdão n.º 3403001.907 S3C4T3 Fl. 420 3 Voto Vencido Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. A matéria controversa em sede de Recurso Voluntário restringese à oposição à glosa do crédito presumido pela autoridade fiscal, em virtude da exclusão das exportações de produtos “NT” da apuração do benefício. O crédito presumido em comento é estabelecido na Lei no 9.363/19962, que dispõe, nos arts. 1o, 2o, 3o e 6o que: “Art. 1o A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. (...) Art.2oA base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. Art.3o (...) Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matéria prima, produtos intermediários e material de embalagem. (...) Art.6oO Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais 2 A Lei no 10.276/2001 estabelece forma alternativa de creditamento, reconhecendo a aplicação subsidiária da Lei 9.363/96 em seu art. 1o, parágrafo 5o. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador.” (grifo nosso) Não há dúvidas de que o benefício criado pela Lei no 9.363/1996 objetivava desonerar as exportações, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros, como afirmado no Recurso Voluntário. Mas a simples leitura dos comandos legais já mostra que tal benefício não é amplo a ponto de abarcar quaisquer produtos nacionais exportados. Vejase que o caput do art. 1o fala em ressarcimento à empresa “produtora e exportadora” relativo a aquisições no mercado interno de bens para “utilização no processo produtivo”. Como se destaca na informação fiscal e no julgamento de piso, extraindose conceito da Lei do IPI (Lei no 4.502/64), com autorização expressa do parágrafo único do art. 3o da Lei no 9.363/1996, estabelecimento produtor é aquele que industrializa produtos sujeitos ao imposto. Não é, assim, irrelevante o fato de o produto exportado ser não industrializado ou classificado como “NT” na TIPI. A Portaria MF no 64, de 24/3/20033, com autorização expressa da lei (art. 6o da Lei no 9.363/1996) estabeleceu, no inciso II do § 12 de seu art. 3o: “§ 12. Para os efeitos deste artigo, considerase: (...) II receita bruta de exportação, o produto da venda para o exterior e para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, de produtos industrializados nacionais;” (grifos nossos) É de se destacar, aqui, que o pedido que dá ensejo a este processo (DCOMP transmitida em 14/1/2004, e referente ao 4o trimestre de 2003) ocorre sob a égide da referida Portaria MF, na qual o Ministro da Fazenda usa regularmente da competência legalmente atribuída. Assim, não se pode admitir a inclusão dos produtos “NT” e não industrializados no cômputo da receita bruta de exportação. E percebase que não se está a violar o art. 111 do CTN, seja porque tal comando trata especificamente de isenções, ou simplesmente porque a interpretação apontada como restritiva ao benefício é expressamente autorizada pelo legislador ordinário. Aliás, esse é o entendimento explicitado pelo STJ, em julgados recentes: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVOS REGIMENTAIS NOS RECURSOS ESPECIAIS. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. LEI 9.363/96. FORMA DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES REFERENTES A AQUISIÇÕES DE COOPERATIVAS E PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. TAXA SELIC. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 993.164/MG. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NÃO TRIBUTADO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O STJ já se manifestou pela legalidade da limitação imposta pelas IN SRF 313/2003 e 419/2004, de cômputo dos valores referentes a exportação de produtos não tributados na base de 3 Disciplinada pelas IN SRF 313/2003 (Lei 9.363/96) e 315/2003 (alternativaLei 10.276/2001). Fl. 422DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13603.901695/200867 Acórdão n.º 3403001.907 S3C4T3 Fl. 421 5 cálculo do crédito presumido do IPI, na medida em que, a própria Lei 9.363/96 admitiu a possibilidade de ampliação ou restrição do conceito de "receitas de exportação" por norma de hierarquia inferior. Precedentes: REsp 982.020/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 14/02/2011 e AgRg no REsp 1236305/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 16/05/2011. 2. Tendo em vista que, além do reconhecimento do direito da contribuinte a computar, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, os valores referentes aos insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas, houve o deferimento da pretensão de correção monetária de tais valores, concluise que houve o decaimento da Fazenda em maior proporção.” 4 (grifo nosso) O STJ notoriamente comunga do entendimento pela regularidade da definição infralegal de “receita de exportação”: “PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO DE PIS/COFINS. ARTS 1º, 2º E 6º, DA LEI N. 9.363/96. (...). ILEGALIDADE DO ART. 2º, §2º, DA INSTRUÇÃO NORMATIVA 23/97. LEGALIDADE DO ART. 17, §1º, DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF N. 313/2003. CORREÇÃO MONETÁRIA. (...). (...) 2. O art. 2º, § 2º, da Instrução Normativa n. 23/97, impôs limitação ilegal ao art. 1º da Lei n. 9.363/96, quando condicionou gozo do benefício do crédito presumido do IPI, para ressarcimento de PIS/PASEP e COFINS, somente às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições para o PIS/PASEP e COFINS. Tema já julgado pelo recurso representativo da controvérsia REsp. n.993.164/MG, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13.12.2010. 3. O art. 17, §1º, da IN SRF n. 313/2003, não viola o art. 2º, da Lei n. 9.363/96, pois encontra guarida no art. 6º, da mesma lei, que admitiu que o conceito de "receita de exportação" (componente da base de cálculo do benefício fiscal) ficaria submetido a normatização inferior, podendo, inclusive, ser restringido ou ampliado, conforme a teleologia do benefício e razões de política fiscal. 4. O tema da correção monetária dos créditos escriturais de IPI é matéria sumulada neste STJ (Súmula 411/STJ: "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco") e já foi objeto de julgamento pela sistemática para recursos repetitivos prevista no artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008, no REsp. Nº 1.035.847 RS, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24.6.2009. 4 AgRg no REsp 1239952/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, unânime, julgado em 08/05/2012, DJe 14/05/2012. Fl. 423DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 5. A compensação tributária submetese ao regime em vigor na data do ajuizamento da demanda. Tema que já foi objeto de julgamento no recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.137.738 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9.12.2009.” 5 (grifo nosso) Improcedente, então, o pleito de inclusão dos produtos NT e não industrializados no cômputo da receita bruta de exportação. Por fim, em relação à afirmação de que a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI das receitas decorrentes de exportação de produtos classificados na TIPI como “NT” é tema pacificado no âmbito do CARF, inclusive na CSRF, incumbe ressaltar que os julgados apresentados se referem a apreciações feitas pelo tribunal na década passada (de 2002 a 2008), em grande parte sob a influência de normas como a Portaria MF no 38, de 27/2/1997 (revogada pela retrocitada Portaria MF no 64, de 24/3/2003), que contemplava de forma alargada o benefício. Em julgados mais recentes (e que se referem a períodos em que a Portaria MF no 64, de 24/3/2003 já estava vigente), verificase que a jurisprudência majoritária é no sentido oposto ao apontado pela recorrente (seja no que se refere a produtos “NT” ou a produtos não industrializados). Em que pese o fato de tais julgamentos (assim como os trazidos no Recurso Voluntário) não vincularem a presente decisão, é de se transcrever abaixo excertos de acórdãos recentes (inclusive desta Turma), que demonstram o exposto: “Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. EXCLUSÃO. Na determinação da base de cálculo do crédito presumido do IPI, o montante correspondente à exportação de produtos não tributados (NT) deve ser excluído no cálculo do incentivo, tanto no valor da receita de exportação quanto no da receita operacional bruta. (...)” 6 “Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003. (...) CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. DEFINIÇÃO DE RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. RESTRIÇÃO A BENS NÃO INDUSTRIALIZADOS. PROCEDÊNCIA. A definição de “receita de exportação” estabelecida nas Portarias do MF encontra expresso amparo no art. 6o da Lei n o 9.363/1996. (...)”7 “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS NÃOTRIBUTADOS. IMPOSSIBILIDADE DE GOZO DO INCENTIVO. O caput do art. 1º da Lei 9.363/96, ao dispor que “a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados [...]” revela, de antemão, que o direito a aludido crédito se restringe a pessoa jurídica que, 5 REsp 982.020/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, unânime, julgado em 03/02/2011, DJe 14/02/2011. 6 Acórdão 3803003.586, CARF, 3a Turma Especial, Quarta Câmara, Terceira Seção, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânime, Sessão de 23.out.2012. 7 Acórdãos 3403001.735, 736, 737 e 738, CARF, Terceira Turma Ordinária, Quarta Câmara, Terceira Seção, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, maioria, Sessão de 26.set.2012. Fl. 424DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13603.901695/200867 Acórdão n.º 3403001.907 S3C4T3 Fl. 422 7 cumulativamente, satisfaça às seguintes condições: seja produtora e exportadora de mercadorias nacionais. O alcance conceitual do termo “empresa produtora”, por expressa disposição legal contida no parágrafo único do artigo 3° da Lei n° 9.363/96, deverá ser aquele objeto da legislação do IPI, aplicável para a definição “[...] de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem”. Nesse âmbito, o artigo 6o da Lei no 10.451/02 exclui do campo de incidência do IPI os produtos relacionados na TIPI com a notação “NT” (nãotributado). Ainda, o artigo 3o da Lei no 4.502/64 considera “estabelecimento produtor todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto”. Como os produtos gravados na TIPI como “NT” estão fora do campo de incidência do IPI, tais produtos, portanto, para fins do referido imposto, não podem ser considerados como advindos de um processo de industrialização, não sendo, pois, abrangidos, pelo incentivo de que trata o crédito presumido do IPI.” 8 “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS NÃO SUBMETIDAS A PROCESSO INDUSTRIAL. DESCABIMENTO. O chamado “crédito presumido de IPI”, concedido e disciplinado pelas Leis nºs 9.363/96 e 10.276/01, beneficia tãosomente o produtor exportador, assim compreendida a pessoa jurídica que realiza operação de industrialização segundo os conceitos definidos pela legislação do IPI.” 9 “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. O direito ao crédito presumido do IPI, instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, condicionase a que os produtos estejam dentro do campo de incidência do imposto, não estando, por conseguinte, alcançados pelo benefício, os produtos nãotributados (NT).” 10 8 Acórdão 3802000.739, CARF, 2a Turma Especial, Quarta Câmara, Terceira Seção, Rel. Cons. Francisco José Barroso Rios, unânime, Sessão de 21.nov.2011. 9 Acórdão 3403001.295, CARF, Terceira Turma Ordinária, Quarta Câmara, Terceira Seção, Rel. Cons. Marcos Tranchesi Ortiz, unânime, Sessão de 9.nov.2011. 10 Acórdão 9303001.450, CSRF, Rel. Cons. Gilson Macedo Rosenburg Filho, qualidade, Sessão de 30.mai.2011. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 8 Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado, mantendo a decisão de piso. Rosaldo Trevisan Fl. 426DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13603.901695/200867 Acórdão n.º 3403001.907 S3C4T3 Fl. 423 9 Voto Vencedor Segundo depreendo do voto do ilustre relator, Conselheiro Rosaldo Trevisan, o crédito presumido do IPI a que se referem as Leis nos 9.363/96 e 10.276/01 não alcançaria a exportação de produtos quaisquer produtos, enfatizese aos quais corresponda, na TIPI, a notação “NT”. De minha parte, tenho orientado meus posicionamentos a respeito em sentido distinto. Parcialmente distinto, para ser mais exato. É o que procurarei expor a seguir. Realmente, as Leis nos 9.363/96 e 10.276/01, nas quais o incentivo foi instituído e disciplinado, impõem ao beneficiário o desempenho de “produção”. Confirase: “Art. 1o. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos. 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.” “Art. 1o. Alternativamente ao disposto na Lei no. 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento.” A mesma Lei no 9.363/96 circunscreve o que se há de compreender por “produção”, para fins de determinação dos beneficiários do direito por ela outorgado. É o que se lê do seu artigo 3o, parágrafo único, segundo o qual o sentido do vocábulo coincide com aquele definido pela “legislação” do IPI. Vejase: “Art. 3o. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matéria prima, produtos intermediários e material de embalagem.” Sendo este o contexto normativo em que se insere a pretensão, peço vênia para reproduzir aqui as considerações externadas pelo Conselheiro Júlio César Alves Ramos, lançadas ao ensejo do julgamento de recurso voluntário interposto nos autos do processo no 13909.000124/200283, sob o qual se instalou controvérsia análoga à presente. Vejamos: Fl. 427DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 10 “Com isso, pareceme fora de qualquer discussão que o beneficiário do instituto criado em 1996 tem de ser um estabelecimento produtor na forma do que preceitua a legislação do imposto. (...) Ora, a legislação do IPI referida na norma tem como âncora a Lei no. 4.502 que, desde 1964, define o que seja produção para efeitos do IPI em seu artigo 3o: ‘Art. 3o. Considerase estabelecimento produtor todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, considerase industrialização qualquer operação de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto, salvo: I – o conserto de máquinas, aparelhos e objetos pertencentes a terceiros; II – o acondicionamento destinado apenas ao transporte do produto; III – o preparo de medicamentos oficiais ou magistrais, manipulados em farmácias, para venda no varejo, diretamente a consumidor, assim como a montagem de óculos, mediante receita médica; IV – a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento varejista, efetuada por máquina automática ou manual, desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdependentes, controladora, controlada ou coligadas.’ Mas nesse contexto original, cabia sim interpretar o alcance das expressões ‘alterar o acabamento ou a apresentação do produto’. Os diversos decretos que aprovaram regulamentos do IPI (RIPI) delimitaram o alcance das expressões contidas na lei ao definir, com precisão, cinco modalidades de industrialização. No período das exportações promovidas pela recorrente, o que vigia era ainda o RIPI baixado pelo decreto de no. 87.981, de 1982. Seu artigo 4o. assim regulamentava a definição de industrialização (disposição repetida em todos os regulamentos posteriores): ‘Art. 4o Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei no. 4.502, de 1964, art. 3o, parágrafo único, e Lei no. 5.172, de 25 de outubro de 1966, art. 46, parágrafo único): I – a que, exercida sobre matériasprimas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação); II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); Fl. 428DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13603.901695/200867 Acórdão n.º 3403001.907 S3C4T3 Fl. 424 11 III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo qual a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.’ Como se observa, a regulamentação, embora aprofundasse o alcance das expressões originais, ainda deixava aberto o campo de interpretação quanto aos limites das alterações que devem ser promovidas pelo ‘produtor’ sobre o produto para que se configure uma industrialização. Por este motivo, esta Câmara, por maioria, tem entendido possível ao contribuinte demonstrar o cumprimento dos requisitos previstos nesse dispositivo para enquadrarse como ‘produtor’, ainda que o seu produto esteja indicado na TIPI como NT. Dentre as modalidades ali definidas ressalvese que de modo exemplificativo duas parecem cogitáveis ao caso concreto: o beneficiamento e o acondicionamento. (...) Divirjo desse entendimento, embora deixando registrado que não concordo com o simples argumento de que basta o produto ser NT na TIPI para que o beneficio se torne incogitável. Cumpre esclarecer esse meu posicionamento. É que entendo que aquela tabela, igualmente baixada por meio de decreto regulamentar expedido pela Presidência da República, vem exatamente para impedir interpretações divergentes, no âmbito administrativo, acerca do que seja industrialização para efeito do IPI. (...) vêse que o que seja industrialização, mesmo com a definição que lhe deram tanto a Lei quanto o Decreto, pode ainda, em muitos casos, ser objeto de interpretações diversas. Para efeito de IPI, porém, toda discussão cessa diante da TIPI, pois é exatamente para dirimir qualquer dúvida nesse aspecto que ela é baixada. Não cabe, pois, ao agente administrativo considerar que o produto que ali esteja definido como não industrializado seja industrializado, ou viceversa. Trocando em miúdos, sempre que uma dada operação aparentemente puder enquadrarse como industrialização é aquela norma regulamentar que dirimirá, no âmbito das Fl. 429DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 12 obrigações atinentes ao IPI, o correto entendimento (ao menos, o correto na visão do Poder Executivo, de onde provém), e de forma vinculante a todos os aplicadores do direito integrantes de sua estrutura administrativa. E é claro que esse entendimento pode ser contestado pelos contribuintes, mas então há de ser objeto de apreciação pela instância constitucionalmente capaz: o Poder Judiciário. Nessa esteira é que entendo que não podem os aplicadores do direito não integrantes do Poder Judiciário ultrapassar as definições emanadas da TIPI no que se refere ao alcance do conceito de industrialização para efeito do IPI. Mas, como disse, esse posicionamento tampouco autoriza que se remeta automática e acriticamente à TIPI para desconfigurar o direito do postulante ao crédito presumido de que trata a Lei no. 9.363/96, apenas porque na TIPI o produto apareça como NT. E isso porque nem todos os produtos que ali aparecem com tal expressão o fazem por serem produtos não industrializados. De fato, muitos, sem dúvida a maioria, o são. Mas ao lado deles há também os casos da imunidade conferida a alguns produtos. Para eles também a TIPI reserva a expressão NT, desde que aquela não incidência não dependa de qualquer condição. No que respeita apenas à aplicação do IPI não faz qualquer diferença o motivo: sendo NT, o produto está fora do campo de incidência daquele imposto e quem o produz nenhuma obrigação tem com respeito ao tributo. Mas, quando se examina a TIPI com olhos no benefício da Lei no. 9.363/96, isso faz sim diferença, pois ela não exigiu, e nisso a recorrente tem inteira razão, que os produtos exportados estejam no campo de incidência do IPI. O que ela exige é que eles tenham sido submetidos a uma operação de industrialização. E, como espero ter deixado claro, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.”. A notação “NT” da TIPI é, portanto, polissêmica. Designa prioritariamente mercadorias que, ao menos sob a perspectiva do Executivo Federal, não resultem de processo industrial. Mas designa residualmente também produtos que, conquanto industrializados, tenham sido postos à margem da competência impositiva em matéria de IPI por obra de regra imunizante. Digo, aliás, que a norma de imunidade, nestes casos, tem razão de ser justamente porque são industrializados os produtos nela mencionados. Fossem produtos in natura ou obtidos de processos não industriais, não teria cabimento imunizálos, já que por obra de pura e simples nãoincidência ficaram a salvo da imposição tributária. Pois é disso que se trata nestes autos. Os produtos a que a ora recorrente dá saída para exportação são óleos lubrificantes, derivados de petróleo que, embora originados de processo industrial, recebem a notação “NT” na TIPI justamente porque o artigo 155, § 3o da CF/88 lhes confere imunidade frente ao IPI. Fl. 430DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13603.901695/200867 Acórdão n.º 3403001.907 S3C4T3 Fl. 425 13 Com estas considerações, peço vênia ao ilustre relator para dele divergir neste particular, a fim de reconhecer o direito ao crédito presumido vindicado pela ora recorrente e de dar provimento a seu recurso voluntário. É como voto. Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 431DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalme nte em 05/03/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
score : 1.0
Numero do processo: 10680.724080/2009-81
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/1988 a 30/09/1995
SENTENÇA JUDICIAL. COMPENSAÇÃO. CUMPRIMENTO ESTRITO.
Sentença judicial que defere unicamente a compensação não pode ser estendida para permitir a restituição na via administrativa.
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO.
O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado conta-se a partir da data do trânsito em julgado.
Numero da decisão: 3403-001.832
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao pedido alternativo efetuado no âmbito do recurso voluntário, assegurando a continuidade da compensação do saldo remanescente, inclusive com outros tributos administrado pela Receita Federal. Os Conselheiros Antonio Carlos Atulim e Marcos Tranchesi Ortiz votaram pelas conclusões, pois entendem que a restituição foi negada pelo Poder Judiciário e não que restituição e compensação sejam coisas distintas.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Rosaldo Trevisan- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/1988 a 30/09/1995 SENTENÇA JUDICIAL. COMPENSAÇÃO. CUMPRIMENTO ESTRITO. Sentença judicial que defere unicamente a compensação não pode ser estendida para permitir a restituição na via administrativa. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO. O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado conta-se a partir da data do trânsito em julgado.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10680.724080/2009-81
anomes_publicacao_s : 201302
conteudo_id_s : 5187911
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3403-001.832
nome_arquivo_s : Decisao_10680724080200981.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10680724080200981_5187911.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao pedido alternativo efetuado no âmbito do recurso voluntário, assegurando a continuidade da compensação do saldo remanescente, inclusive com outros tributos administrado pela Receita Federal. Os Conselheiros Antonio Carlos Atulim e Marcos Tranchesi Ortiz votaram pelas conclusões, pois entendem que a restituição foi negada pelo Poder Judiciário e não que restituição e compensação sejam coisas distintas. Antonio Carlos Atulim - Presidente. Rosaldo Trevisan- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
id : 4502899
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216177700864
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1936; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 893 1 892 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.724080/200981 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403001.832 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 27 de novembro de 2012 Matéria PISCompensação Recorrente ARCELORMITAL INOX BRASIL SA (ACESITA/APERAM) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/1988 a 30/09/1995 SENTENÇA JUDICIAL. COMPENSAÇÃO. CUMPRIMENTO ESTRITO. Sentença judicial que defere unicamente a compensação não pode ser estendida para permitir a restituição na via administrativa. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO. O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado contase a partir da data do trânsito em julgado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao pedido alternativo efetuado no âmbito do recurso voluntário, assegurando a continuidade da compensação do saldo remanescente, inclusive com outros tributos administrado pela Receita Federal. Os Conselheiros Antonio Carlos Atulim e Marcos Tranchesi Ortiz votaram pelas conclusões, pois entendem que a restituição foi negada pelo Poder Judiciário e não que restituição e compensação sejam coisas distintas. Antonio Carlos Atulim Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 40 80 /2 00 9- 81 Fl. 893DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Versa o presente processo sobre Declarações de Compensação DCOMP apresentadas por ARCELORMITTAL INOX BRASIL S.A. (fls. 160 a 2331) com intuito de utilizar créditos do PIS/Pasep reconhecidos judicialmente em virtude da inconstitucionalidade dos DecretosLei nos 2.445 e 2.449 de 1988 (acórdão de fls. 73 a 83), em compensação com débitos de Contribuição para o PIS/Pasep, de COFINS, de IRPJ, de CSLL, de CIDE e de IPI, bem como de ressarcirse dos créditos eventualmente remanescentes. A DRF/Belo Horizonte analisou as Declarações de Compensação e proferiu Despacho Decisório no 3.872 DRF/BHE (fls. 151 a 159) homologando em parte as compensações apresentadas pelo contribuinte, efetuadas com base no crédito oriundo da ação judicial no 95.00.253402, até o limite reconhecido nos demonstrativos de imputação, e não homologando a compensação com débitos de IRPJ, CSLL, CIDE e IPI. A autoridade administrativa, considerando o Despacho Decisório no 3.872 DRF/BHE explicitou (fls. 268/269) quais DCOMP foram homologadas, parcialmente homologadas e não homologadas. Cientificada do teor do Despacho Decisório em 22/12/2009 (fl. 376), a recorrente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 419 a 440), reputada tempestiva em informação de fls. 550. Buscou a recorrente a homologação de todas as compensações realizadas nas DCOMP vinculadas aos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep que lhe foram assegurados por decisão judicial proferida nos autos no 95.00.253402, a correção dos cálculos efetuados pela DRF/Belo Horizonte, bem como o ressarcimento em espécie do saldo ainda não compensado, argumentando, em síntese, que: (a) a DRF/Belo Horizonte deixou de considerar alguns pagamentos de Contribuição para o PIS/Pasep comprovadamente realizados, relativos às competências de outubro/1990, junho/1995, e outubro/1995 a fevereiro/1996; (b) nas competências em que o valor da Contribuição para o PIS/Pasep devido com base na Lei Complementar no 7/70 foi superior ao valor recolhido com base nos decretoslei inconstitucionais, a autoridade administrativa extinguiu os saldos verificados com vinculações aos créditos da recorrente sem a anterior constituição e exigência do crédito tributário, ofendendo assim ao art. 142 do CTN e ao princípio da legalidade; (c) houve a decadência do direito do Fisco de constituir o crédito tributário referente às competências em que o 1 Toda numeração de folhas indicada nesta decisão se refere à paginação eletrônica no "eprocessos". Fl. 894DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.724080/200981 Acórdão n.º 3403001.832 S3C4T3 Fl. 894 3 valor da Contribuição para o PIS/Pasep devido com base na Lei Complementar no 7/70 foi superior ao valor recolhido com base nos decretosleis inconstitucionais; (d) a autoridade administrativa não aplicou os índices de correção monetária estabelecidos na decisão judicial para a atualização da Contribuição para o PIS/Pasep pago a maior (IPC até a promulgação da Lei no 8.177/91, e INPC até 1/1/1996, quando deverão ser corrigidos pela Taxa SELIC), e cometeu erros de cálculo; e (e) não ofende a coisa julgada a homologação da compensação com débitos oriundos de tributos diversos da Contribuição para o PIS/Pasep, autorizada, posteriormente à propositura da ação judicial e aos julgamentos nela proferidos, pela Lei no 10.637/2002, que deu nova redação ao art. 74 da Lei no 9.430/96. Em 3/5/2010, a DRJ decide converter o julgamento em diligência (fls. 551 a 555). Considerando que as questões suscitadas pela recorrente dizem respeito aos cálculos procedidos pela autoridade administrativa, com exceção das alegações de exigência de créditos tributários sem o devido lançamento e de possibilidade de compensação com outros tributos, pediu a DRJ manifestação da DRF/Belo Horizonte: a) quanto aos pagamentos que a recorrente alega ter efetuado e que não foram considerados, confirmandoos e incluindoos nos cálculos, se for o caso, e justificando a não inclusão em caso contrário; b) sobre os índices de atualização utilizados nos cálculos efetuados e sobre os equívocos de cálculo apontados pela recorrente em sua manifestação de inconformidade, retificandoos e/ou justificando a não retificação; c) acerca do Pedido de Restituição/Ressarcimento no 08470.41731.180609.1.2.570589 (fls. 232 e 233), em vista da ausência de tratamento pelo despacho decisório recorrido; e d) no sentido de que se proceda a nova valoração do crédito, justificando detalhadamente as alterações efetuadas, de modo a não cercear o direito de defesa, e informando discriminadamente a nova situação do direito creditório e da homologação/deferimento dos PER/DCOMP. A recorrente apresenta (fls. 607 a 612) informações complementares aos pedidos eletrônicos de restituição nos 08470.41731.180609.1.2.570589 e 17082.77730.310810.1.2.570060, informando que apresentou este último pedido de restituição Fl. 895DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 apenas para prevenir a prescrição, no caso de o julgamento do presente processo não homologar as compensações efetuadas com tributos diversos da Contribuição para o PIS/Pasep. A unidade local da RFB prestou as informações solicitadas (fls. 720 a 723), destacando que: a) assiste razão à empresa quanto aos pagamentos referentes ao período de apuração de outubro de 1990, em parcelamento no processo administrativo no 10680.001882/9129. Tais pagamentos não constam dos sistemas informatizados da RFB, mas foram verificados quando do desarquivamento do processo de parcelamento; b) o pagamento efetuado em 14/7/1995, referente ao período de apuração de junho de 1995, inicialmente não localizado no sistema SINAL06 (pagamentos efetuados em agências bancárias localizadas dentro da 6a Região Fiscal) foi efetuado na jurisdição da Delegacia da Receita Federal em São Paulo, com o CNPJ no 33.390.170/000502 (cf. sistema SINAL08); c) foi confirmada a conversão dos depósitos judiciais referentes aos períodos de apuração de outubro de 1995 a fevereiro de 1996; d) foi utilizado equivocadamente na imputação dos créditos e débitos o aplicativo SICALC, quando deveria ter sido utilizado o aplicativo CTSJ Créditos Tributários Sub Judice. Este aplicativo faz a correção dos pagamentos pelos índices determinados nas respectivas decisões judiciais, até sua efetiva utilização; e) elaborouse novo demonstrativo de imputação, utilizandose o aplicativo CTSJ, com a inclusão dos pagamentos indevidamente excluídos nos cálculos anteriores (fls. 557 a 589); f) de acordo com o demonstrativo de saldos de pagamentos atualizados (fls. 600 a 605), extraído do aplicativo CTSJ em 31/12/1995, existia um saldo credor favorável à requerente, no qual os valores já estão corrigidos e atualizados pelos índices determinados no processo judicial no 95.00.25340 3; e g) em relação ao pedido de restituição apresentado por meio do PER no 08470.41731.180609.1.2.570589, a requerente obteve junto ao poder judiciário autorização para compensar os valores indevidamente recolhidos com débitos da mesma espécie, não constando autorização para que estes valores sejam restituídos em espécie, pelo que o pedido de restituição deve ser indeferido. Ciente do resultado da diligência em 7/10/2010 (fl. 606), apresenta o contribuinte, em 5/11/2010, razões adicionais de manifestação de inconformidade (fls. 671 a 694), em face das diligências determinadas pela DRJ, considerando que os novos cálculos elaborados pela DRF/Belo Horizonte que embasaram o Despacho Decisório de 7/10/2010 continuam equivocados. A recorrente, além de ratificar os argumentos expostos na manifestação de inconformidade inicialmente apresentada e solicitar a reunião ao presente processo do pedido de restituição 17082.77730.310810.1.2.570060 e seu despacho decisório, alega que: Fl. 896DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.724080/200981 Acórdão n.º 3403001.832 S3C4T3 Fl. 895 5 a) nos cálculos elaborados pela DRF de Belo Horizonte não foi computado recolhimento da competência de 11/1989, nem justificada a exclusão/omissão; b) a afirmação da DRF de que foram atualizados os valores pagos a maior a título de Contribuição para o PIS/Pasep pelo IPC até 2/1991, e pelo INPC, a partir de 3/1991, não corresponde integralmente à realidade, pois vêse nos cálculos que atualizaramse os pagamentos indevidos pela variação do INPC apenas no período de março/91 a dezembro de 91, sendo que no período entre 1/1/1992 a 31/12/1995 os pagamentos indevidos foram atualizados pela variação da UFIR; c) a decisão judicial transitada em julgado garantiu a aplicação dos índices reais de inflação, da seguinte maneira: IPC até a promulgação da Lei no 8.177/91 (28/02/91), INPC a partir de 1/3/91, e taxa Selic, a partir de janeiro de 1996; d) além de a DRF ter utilizado o indexador errado (UFIR), utilizouo de forma equivocada, quando o usou a UFIR do 4o trimestre/1995 (0,7952) para a reconversão dos pagamentos de UFIR para Reais, pois deveria ter utilizado a UFIR de 1/1/1996 (0,8287), cf. IN SRF no 210/2002, 460/2004, 600/2005 e 900/2008; e e) a DRF, ao indeferir o pedido de restituição dos saldos remanescentes dos valores recolhidos indevidamente a título de Contribuição para o PIS/Pasep, contrariou o artigo 876 do Código Civil, acolhido pelo artigo 165 do CTN. A recorrente apresenta, ainda, em 18/11/2010, “notícia de solução de divergência em caso idêntico ao dos autos” (fls. 725 a 727) pedindo que seja levada em consideração na análise da manifestação de inconformidade. A decisão de primeira instância, proferida em 28/2/2011 (fls. 753 a 762, 776 e 777), julgou procedente, em parte, a manifestação de inconformidade. Decidiu o órgão julgador, em preliminar, determinar o julgamento do processo referente ao segundo Pedido Eletrônico de Restituição (de no 17082.77730.310810.1.2.570060, formalizado no processo de no 10680.720211/201175) na mesma sessão de julgamento dos presentes autos e, no mérito: a) que assiste razão à recorrente quanto à desconsideração, nos cálculos efetuados, do pagamento da competência 11/89, determinando a sua inclusão nos cálculos de apuração do direito creditório; b) que assiste razão à recorrente quanto à alegação de que a autoridade administrativa não aplicou os índices de correção monetária estabelecidos na decisão judicial para a atualização da Contribuição para o PIS/Pasep recolhida indevidamente, pois, em face da decisão judicial transitada em julgado, deve ser aplicado o INPC e não a UFIR a partir de 1/3/1991; Fl. 897DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 c) que também assiste razão à recorrente quanto ao erro na reconversão de UFIR para Real, onde utilizouse a UFIR do último trimestre de 2005 e não a UFIR de 1/1/1996; porém, tal constatação não tem mais caráter prático para o presente caso, vez que reconhecido o uso do INPC, dado pela decisão judicial transitada em julgado, e não da UFIR, de 1/3/1991 a 31/12/1995; d) quanto ao indeferimento pela DRF do pedido de restituição de no 08470.41731.180609.1.2.570589, correspondente ao saldo remanescente das Contribuições para o PIS/Pasep recolhidas indevidamente, que não assiste razão à recorrente, pois a decisão judicial concedeu o direito de a interessada utilizar o crédito por intermédio de compensação, e nesse caso não houve legislação posterior que possibilitasse a interpretação diversa do disposto na coisa julgada material; e) que assiste razão à recorrente quanto ao direito de utilização do crédito reconhecido em ação judicial em compensação com outros tributos, além da Contribuição para o PIS/Pasep, pois, embora o direito obtido na via judicial tenha expressamente limitado a utilização do crédito na compensação com débitos de tal contribuição, a Solução de Divergência no 2/2010 COSIT veio a ampliar a possibilidade de compensação a outros tributos/contribuições administrados pela RFB; f) que não assiste razão à recorrente quando sustenta que nos períodos em que os recolhimentos feitos com base nos Decretosleis inconstitucionais foram inferiores ao devido com base na Lei Complementar no 7/70, não poderia a autoridade administrativa cobrar a diferença sem o devido lançamento e que já se operou o prazo decadencial para tanto. O judiciário concedeu ao recorrente o direito de compensar a diferença entre a Contribuição para o PIS/Pasep paga e a que seria devida. Ao cotejar o pago com o devido e concluir por um direito creditório não está a DRF procedendo a lançamento ou cobrança, apenas está apurando o valor a restituir conforme a decisão judicial determina. Cientificado do acórdão em 26/5/2011 a recorrente apresentou tempestivamente (certidão de fls. 866) Recurso Voluntário (fls. 780 a 789), no qual pede a reforma do acórdão no que concerne ao indeferimento do pedido de restituição em espécie do saldo remanescente das compensações efetuadas. Alega o recorrente que a DRJ entendeu equivocadamente que a decisão judicial concedeu apenas o direito de compensação dos valores recolhidos a maior referentes à Contribuição para o PIS/Pasep e pede seja deferida a restituição em espécie ou, caso assim não se entenda, seja declarado que o saldo de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep reconhecido na ação judicial no 95.00253403 e ainda não compensado nem restituído em espécie, possa ser utilizado em compensações futuras com tributos e contribuições administrados pela RFB (comunicando que ingressou com ação Fl. 898DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.724080/200981 Acórdão n.º 3403001.832 S3C4T3 Fl. 896 7 judicial de no 006422998.2010.4.01.3800, para interrupção da prescrição do direito de restituição do indébito). Sustenta que: a) solicitou judicialmente a compensação ou, alternativamente a restituição dos valores pagos a maior, e que formulou o pedido alternativo (art. 288 do CPC) pois a prestação da União poderia ser cumprida tanto pela compensação quanto pela restituição, aceitando a recorrente qualquer uma das formas; b) não há qualquer limitação na decisão judicial para utilização do crédito apenas mediante compensação (a parte dispositiva da sentença declarou expressamente o direito à compensação e silenciou a respeito da restituição pois não havia necessidade de se declarar direito assegurado em lei art. 66, § 2o da Lei no 8.383/91); c) caso se pretendesse limitar o direito da recorrente à compensação, teria a sentença expressamente disposto dessa maneira, excluindo a faculdade prevista em lei; e d) seu direito está amparado também em jurisprudência e na súmula 461 do STJ. A DRF/Belo Horizonte elaborou despacho informando: o cumprimento da decisão da DRJ (fls. 841 a 843), que o pedido de restituição formalizado por meio do PER no 17082.77730.310810.1.2.570060 e tratado no processo no 10680.720211/201175 (tal processo aparece como excluído no sistema eprocessos), foi indeferido pela DRF e a decisão mantida pela DRJ, e que o saldo credor após as compensações efetuadas, não restituível em função da decisão judicial que autorizou apenas a compensação, pode ser utilizado pelo contribuinte em compensações com outros débitos no prazo de cinco anos a partir do trânsito em julgado da ação judicial. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. A matéria controversa em sede de Recurso Voluntário resumese à (im)possibilidade de restituição do saldo remanescente das compensações efetuadas em virtude de decisão judicial, não tendo sido questionados outros tópicos da decisão de primeira instância. A recorrente questiona objetivamente a manutenção do indeferimento do pedido de restituição de no 08470.41731.180609.1.2.570589 (transmitido em 18/6/2009), Fl. 899DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 correspondente ao saldo remanescente das contribuições para o PIS/Pasep recolhidas indevidamente. No entendimento do julgador a quo, “a decisão judicial expressamente limitou o direito de a interessada utilizar o crédito decorrente da ação judicial que discutiu a constitucionalidade dos DecretosLeis nos 2.445 e 2.449, de 1988, por intermédio de compensação”, tendo transitado em julgado, não podendo ser seus efeitos modificados (cf. art. 467 do CPC), e devendo a aplicação pela autoridade administrativa ser efetuada a partir do dispositivo da sentença (cf. arts. 458, III e 469 do CPC). Assim, os indébitos fundamentados na ação judicial “somente podem ser utilizados para fins de compensação, pois não houve legislação posterior que possibilite a interpretação diferente do disposto na coisa julgada material”. A recorrente, em seu Recurso Voluntário, sustenta que a decisão judicial, mesmo fazendo referência expressa somente à compensação, ampara o direito à restituição, por estar tal direito expresso em lei (art. 66, § 2o da Lei no 8.383/91) e assegurado pela Súmula 461 do STJ, transcritos abaixo: “Lei no 8.383/91 Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subsequente. (redação dada pela Lei no 9.069/1995) § 1o A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. (redação dada pela Lei no 9.069/1995) § 2o É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. (redação dada pela Lei no 9.069/1995)” (grifo nosso) “Súmula STJ no 461 O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado”. (grifo nosso) Compulsandose os autos da ação judicial, é de se transcrever o pedido da inicial (fls. 30 e 31), para que reste clara qual a tutela jurisdicional buscada: “V DO PEDIDO "Ex positis", requer que V. Exa. Conceda a liminar "inaudita altera parte", já que o recolhimento darseá no dia 30 próximo, quando o dano já estará sendo causado à Autora, para que possa esta compensar seu crédito oriundo dos recolhimentos a maior do PIS, nos últimos 5 anos (para que controvérsias não existam), com os recolhimentos futuros desta mesma contribuição. Requer, também, que seja citada a Ré, para querendo contestar a presente e, ao final, julgar esta totalmente procedente, para Fl. 900DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.724080/200981 Acórdão n.º 3403001.832 S3C4T3 Fl. 897 9 declarar que a empresa deva recolher o PIS nos termos exatos do que ordena a Lei Complementar 7/70, dom mudança de alíquota da Lei 17/73, já que inconstitucionais são os Decretos leis 2445 e 2449, de 1988 e, como consequência, seja declarado o direito da Autora em ser ressarcida, via compensação com os pagamentos vincendos do PIS, de todos os valores pagos a maior desde 1988. Alternativamente, a compensação com os pagamentos vincendos do PIS, de todos os valores pagos a maior nos últimos 5 (cinco) anos, ou, ainda alternativamente, repetição de todos os valores, via precatório.” (grifo nosso) Vejase que realmente não é demandada restituição administrativa do saldo remanescente. O que se pede alternativamente é a repetição integral via precatório. No julgamento de primeira instância, o dispositivo da sentença (fls. 38) assevera: “Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido consubstanciado na presente AÇÃO DECLARATORIA No 95.00253402 proposta por COMPANHIA AÇOS ESPECIAIS ITAB1RA ACESITA contra a UNIÃO FEDERAL e declaro a inexistência de relação jurídica, que obrigue a Autora a recolher ao fisco as obrigações para o Fundo do PIS/PASEP, nos moldes dos decretosleis nos 2.445/88 e 2.449/88, no que tange à alíquota, à base de cálculos (sic) e aos prazos, prevalecendo a legislação anterior. Autorizo a Ré (sic) a compensar à Autora, os valores correspondentes, recolhidos a partir dos cinco anos anteriores à propositara da presente ação, com as guias constantes dos autos, destacados sob o título, apenas com as obrigações para o Fundo PIS/PASEP.” (grifo nosso) A recorrente apresenta embargos declaratórios à sentença judicial de primeiro grau. Ao considerar parcialmente procedentes os embargos (no que se refere a custas processuais), o juízo adverte (fls. 49/50) que: “Conforme já exposto na sentença, o instituto da compensação não se confunde com o da restituição. O pedido da autora, constante da peça exordial é claro: "Requer, também, que seja citada a Ré, para querendo contestar a presente e, ao final, julgar esta totalmente procedente, para declarar que a empresa deva recolher o PIS nos termos exatos do que ordena a Lei Complementar 7/70, com mudança de alíquota da Lei 17/73, já que inconstitucionais são os Decretosleis 2445 e 2449, de 1988 e, como consequência, seja declarado o direito da Autora em ser ressarcida, via compensação com os pagamentos vincendos do PIS, de todos os valores pagos d maior desde 1988.” (grifo nosso) Em segundo grau, alterase a sentença no que se refere a índices de correção, ocorrendo o trânsito em julgado em 8/9/2005 (fls. 98). Não há, assim, no processo judicial, nenhuma menção à possibilidade de ser restituído o saldo remanescente das compensações pela Administração. Fl. 901DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 Vejase que a Súmula 461 do STJ (derivada da aplicação do art. 66, § 2o da Lei no 8.383/91, quando invocada a tutela jurisdicional) também não assegura esse direito, garantindo apenas a possibilidade de recebimento via precatório (com execução judicial da sentença). Aliás, é exatamente esse o pedido alternativo da inicial da ação judicial da recorrente (repetição via precatório). Um dos julgamentos paradigmáticos em relação a tal súmula é o REsp no 1.114.404/MG, julgado na sistemática dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), que apresenta a seguinte ementa: “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. SENTENÇA DECLARATÓRIA DO DIREITO À COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. POSSIBILIDADE DE REPETIÇÃO POR VIA DE PRECATÓRIO OU REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. FACULDADE DO CREDOR. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. 1."A sentença declaratória que, para fins de compensação tributária, certifica o direito de crédito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo, contém juízo de certeza e de definição exaustiva a respeito de todos os elementos da relação jurídica questionada e, como tal, é título executivo para a ação visando à satisfação, em dinheiro, do valor devido" (REsp n. 614.577/SC, Ministro Teori Albino Zavascki). 2. A opção entre a compensação e o recebimento do crédito por precatório ou requisição de pequeno valor cabe ao contribuinte credor pelo indébito tributário, haja vista que constituem, todas as modalidades, formas de execução do julgado colocadas à disposição da parte quando procedente a ação que teve a eficácia de declarar o indébito. Precedentes da Primeira Seção: REsp.796.064 RJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22.10.2008; EREsp. Nº 502.618 RS, Primeira Seção, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 8.6.2005; EREsp. N. 609.266 RS, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 23.8.2006. 3. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.” (REsp 1114404/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, unânime, julgado em 10/02/2010, DJe 01/03/2010)” (grifo nosso) Unânime, destarte, o posicionamento no sentido de que se apresenta como alternativa à compensação em decorrência de sentença judicial transitada em julgado o direito de repetição via precatório. Tanto o STJ (Súmula 461) quanto a recorrente o reconhecem (veja se que este é o pedido inicial em juízo). Da mesma forma que não se pode confundir restituição com compensação, como já referido neste voto, não se pode confundir restituição administrativa em virtude de sentença judicial com repetição de indébito via precatório (que está sujeita a atributos orçamentários próprios). O que busca a interessada guarda características de uma execução administrativa da sentença judicial. Fl. 902DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.724080/200981 Acórdão n.º 3403001.832 S3C4T3 Fl. 898 11 O posicionamento aqui externado é endossado por precedente de substancial similitude neste tribunal administrativo. Vejase o voto condutor (unânime em relação ao tópico analisado) do Acórdão no 20402.110: “Verificase que a sentença e o acórdão da apelação cível se limita (sic) a autorizar a compensação do PIS recolhido a maior com o próprio PIS ou outros tributos administrados pela SRF, sem sequer mencionar o direito à restituição. Não poderia ser diferente, haja vista o motivo pelo qual a contribuinte ajuizou a préfalada ação judicial, detalhado pelo acórdão recorrido, confirase (fl. 698): (...) Assim, falece competência à autoridade administrativa para autorizar a restituição quando a decisão judicial ordenou a compensação dos seus créditos. Esclareçase, não se está negando direito ao referido crédito, mas tão somente afirmando que deve exercêlo dentro dos limites impostos pela decisão judicial transitada em julgado na Apelação Cível 9604589865, que lhe autorizou apenas o direito à compensação com o próprio PIS, conforme se verifica às fls. 521/522 dos autos.” (Conselho de Contribuintes, Acórdão 20402.110, Relator Cons. Rodrigo Bernardes de Carvalho, maioria, sessão de 24.jan.2007) (grifo nosso) Improcedente, assim, a argumentação da recorrente no que se refere à restituição administrativa da contribuição. Tratase a seguir do pedido alternativo formulado no Recurso Voluntário (seja declarado que o saldo de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep reconhecido na ação judicial no 95.00253403 e ainda não compensado nem restituído em espécie, possa ser utilizado em compensações futuras com tributos e contribuições administrados pela RFB). O prazo para repetição ou início da compensação de indébito, no caso de decisão judicial, extinguese em cinco anos do trânsito em julgado da ação, ou da homologação da desistência da execução do título judicial (arts. 165 e 168 do CTN), como já assentado neste tribunal: “PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO. Nos termos das IN SRF nºs 600/2005 e 900/2008, o prazo para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado conta se a partir da data do trânsito em julgado da decisão ou da homologação da desistência da execução do título judicial. Tendo o contribuinte obtido medida judicial autorizando a habilitação dos créditos sem a prévia homologação da desistência da execução do título judicial, deve o prazo para o pedido de compensação ser contado a partir da publicação desta Fl. 903DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 decisão, por se tratar de medida que substitui a exigência legal, tomada ordinariamente como termo a quo.” (CARF, Acórdão 3301001.381, Rel. Cons. Andréa Medrado Darzé, unânime, Sessão de 20.mar.2012) (grifo nosso) “FINSOCIAL. COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. DECADÊNCIA. Nos casos de ação judicial de repetição de indébito favorável ao contribuinte o prazo de cinco anos para requerer o direito na via administrativa deve ser contado a partir do trânsito em julgado da ação judicial. (...)”(CARF, Acórdão 3202000.304, Rel. Cons. José Luiz Novo Rossari, unânime, Sessão de 1.junr.2011) (grifo nosso) E o termo inicial para contagem dos cinco anos não poderia ser diferente, pois antes da declaração judicial no sentido de que os valores recolhidos pelo sujeito passivo efetivamente são indevidos não há nada a repetir ou compensar. No caso em análise, recordese que o trânsito em julgado da sentença ocorreu em 8/9/2005, e que não há registro em relação a eventual execução judicial (ou desistência desta). Assim, tendo a interessada habilitado integralmente o crédito dentro de tal prazo (em 2006 processo no 10680.008419/200655), cabível a continuidade das compensações, solicitada alternativamente no Recurso Voluntário. Por fim, destaquese que não se verifica aqui concomitância administrativa/judicial na informação constante do Recurso Voluntário, de que a recorrente ingressou com ação judicial buscando a interrupção da prescrição do direito de restituição do indébito. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao pedido alternativo no âmbito do recurso voluntário, para permitir a continuidade das compensações, inclusive com outros tributos administrados pela RFB. Rosaldo Trevisan Fl. 904DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 13807.006962/2004-71
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO.
O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).
Numero da decisão: 3403-001.841
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Rosaldo Trevisan- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13807.006962/2004-71
anomes_publicacao_s : 201302
conteudo_id_s : 5189497
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3403-001.841
nome_arquivo_s : Decisao_13807006962200471.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 13807006962200471_5189497.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Antonio Carlos Atulim - Presidente. Rosaldo Trevisan- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
id : 4511161
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216883392512
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1664; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 692 1 691 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13807.006962/200471 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3403001.841 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 28 de novembro de 2012 Matéria Ressarcimento de IPI Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado GRANOL IND E COM E EXPORTAÇÃO SA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Antonio Carlos Atulim Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 69 62 /2 00 4- 71 Fl. 686DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de embargos de declaração opostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao Acórdão nº 340301.736, de 22 de agosto de 2012, sob o fundamento de omissão. Alega a embargante que o voto condutor aduziu que “no julgamento do REsp 1.035.847, sob a relatoria do Ministro Luiz Fux, em procedimento previsto para os recursos repetitivos, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de considerar que a resistência oposta pelo fisco em face da utilização do direito de crédito de IPI retira desse crédito a sua natureza escritural”. E que “para evitar o enriquecimento sem causa da Fazenda Nacional, exsurge a legitimidade da atualização dos créditos presumidos do IPI pela taxa Selic, desde a data do protocolo do pedido”. Transcrevendo a ementa do julgado, sustenta a embargante que não houve o pressuposto que ensejou o julgado proferido pelo STJ (pois não houve qualquer ato de oposição estatal à utilização do crédito pleiteado pelo contribuinte, sequer mesmo de natureza legislativa). Afirma que o acórdão embargado é omisso, pois não aponta os fundamentos (fáticos) que assemelham o feito àquele no qual foi proferido o recurso especial repetitivo. Noutros termos, alega que o acórdão carece de fundamentação (vício da omissão) quando deixa de apontar o ato de oposição estatal, tendo em vista que “não restou configurada a oposição constante de ato estatal a que alude o julgado do STJ nem na forma de ação, tampouco na forma de omissão (mora na análise do pedido)”. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Os embargos de declaração preenchem os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, deles se toma conhecimento. A ementa do Acórdão embargado, exatamente no excerto objeto dos embargos, dispõe: “RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. CABIMENTO. O crédito referente a ressarcimento sujeitase a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos.” Analisandose a parte do voto no qual se discute a matéria em questão, percebese que também resta transcrita a ementa do julgamento do STJ sobre o tema, na sistemática dos recursos repetitivos: “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE Fl. 687DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13807.006962/200471 Acórdão n.º 3403001.841 S3C4T3 Fl. 693 3 CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” 1 (grifos nossos) Continuando a leitura do texto do voto condutor do acórdão, unanimemente acatado na parte que se refere à atualização monetária do ressarcimento, percebese que o julgamento do STJ cuja ementa foi transcrita “remete à oposição constante de ato estatal, que poderia ser interpretada tanto na forma de ação (indeferimento do pleito) quanto de omissão (mora na análise do pedido)” e que “isso exsurge da própria situação fática que enseja o acórdão, relatada pelo Min. Luiz Fux (vejase que não houve indeferimento no caso, mas mora na análise)”: “Noticiam os autos que MINUANO PNEUS E ADUBOS LTDA., em 29.06.2005, ajuizou ação ordinária em face da FAZENDA NACIONAL, pleiteando a restituição dos valores correspondentes à correção monetária desde a data de apuração do saldo credor de IPI até a data da efetiva compensação. Informou que requerera a restituição dos créditos do IPI do período de agosto de 2000 e outubro de 2001, mas 1 REsp 1.035.847RS, Primeira Seção, Rel. Ministro Luiz Fux, unânime, julgado em 24.jun.2009. Fl. 688DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 somente no ano 2005 foi comunicada do deferimento do pedido. Destacou que apesar de terem sido reconhecidos os créditos, a autoridade fiscal apurou débitos do PIS e COFINS e por esse motivo, iria proceder à compensação dos valores. Argumentou que os débitos das contribuições seriam atualizadas monetariamente, enquanto os créditos do IPI seriam utilizados no seu valor nominal, causando violação ao princípio da isonomia.” 2 (grifos nossos) A situação presente nestes autos não é diferente daquela tratada pelo STJ. Ilustrese com excerto do relatório do acórdão embargado: “Versa o presente processo sobre pedido de ressarcimento de IPI, referente ao 1o trimestre de 2003, apresentado por meio de PER/DCOMP transmitida em 14/10/2003 (fls. 2 a 37). Após decisão judicial interlocutória medida liminar em mandado de segurança impetrado pela recorrente, para que fossem apreciadas todas suas solicitações de ressarcimento em 30 dias (fls. 41 a 43), e a correspondente verificação fiscal, encerrouse a ação fiscal por meio do Termo de fls. 407, acompanhado do Relatório Fiscal de fls. 408 a 410.” “Por meio do despacho decisório de fls. 418 a 423, a Delegacia da Receita Federal da Administração Tributária em São Paulo (DERAT) concede parcialmente o ressarcimento, com as adequações e glosas indicados no Relatório Fiscal, e informando adicionalmente sobre a impossibilidade de atualização dos valores a serem ressarcidos, visto ser a medida um incentivo fiscal, e não meramente uma restituição de indébito”. (grifo nosso) Vejase que a empresa transmitiu seu pedido de ressarcimento em 14/10/2003, e teve que se socorrer de decisão judicial para que o fisco iniciasse a respectiva análise. Obtida a tutela jurisdicional (em setembro de 2004 fls. 41 a 43 do processo / ou fls. 350 a 352 do “arquivo pdf” constante no eprocessos), que determinou que o fisco analisasse o pedido em 30 dias, sob pena de multa diária, iniciouse o trabalho fiscal, que culminou no deferimento parcial do ressarcimento, negandose a atualização monetária (em janeiro de 2006 fls. 418 a 423 do processo / ou fls. 730 a 735 do “arquivo pdf” constante no eprocessos). Flagrante, assim, o ato de oposição estatal por mora na análise do pleito, tanto que ensejou a invocação da tutela jurisdicional para reparo, como descrito no relatório do acórdão embargado. Improcedente, então, a argumentação da embargante no sentido de que há omissão no acórdão porque “não restou configurada a oposição constante de ato estatal a que alude o julgado do STJ nem na forma de ação, tampouco na forma de omissão (mora na análise do pedido)”. O voto condutor aponta explicitamente que a oposição estatal caracterizase não só pela ação, mas pela mora na análise do pedido, que inegavelmente se faz presente nestes autos, como flagrado acima. Cristalina, assim, a similitude fática entre o caso em análise e o julgado pelo STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.035.847/RS), presente na simples leitura dos textos dos relatórios e votos condutores de ambos os acórdãos. 2 Idem. Fl. 689DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13807.006962/200471 Acórdão n.º 3403001.841 S3C4T3 Fl. 694 5 Ausente a omissão apontada, voto pela rejeição aos embargos de declaração, mantendose o teor do Acórdão nº 340301.736, de 22 de agosto de 2012, que admite a atualização monetária do crédito a ser ressarcido, com os mesmos atributos da atualização dos créditos administrados pela RFB, tendo como termo inicial a data de registro do pedido (transmissão da PER/DCOMP), e como termo final a data de sua efetiva utilização (seja mediante compensação, ou ressarcimento em espécie). Rosaldo Trevisan Fl. 690DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10925.001610/2008-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 11/07/2003 a 31/12/2005
Ementa:
MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO. FALTA DE CERTEZA E LIQUIDEZ EM VIRTUDE DE AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DE AÇÃO JUDICIAL. INSUFICIÊNCIA.
A simples existência de ação judicial discutindo o direito de crédito, ainda sem trânsito em julgado, não é motivação suficiente para o agravamento da multa de ofício em relação aos débitos decorrentes, por ausência de certeza e liquidez. Há que restar configurada especificamente uma das condutas referidas nos artigos 71 a 73 da Lei no 4.502/1964.
Numero da decisão: 3401-003.285
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 11/07/2003 a 31/12/2005 Ementa: MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO. FALTA DE CERTEZA E LIQUIDEZ EM VIRTUDE DE AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DE AÇÃO JUDICIAL. INSUFICIÊNCIA. A simples existência de ação judicial discutindo o direito de crédito, ainda sem trânsito em julgado, não é motivação suficiente para o agravamento da multa de ofício em relação aos débitos decorrentes, por ausência de certeza e liquidez. Há que restar configurada especificamente uma das condutas referidas nos artigos 71 a 73 da Lei no 4.502/1964.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10925.001610/2008-18
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5651968
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3401-003.285
nome_arquivo_s : Decisao_10925001610200818.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10925001610200818_5651968.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
dt_sessao_tdt : Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
id : 6549802
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:53:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048688054501376
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1440; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 503 1 502 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10925.001610/200818 Recurso nº De Ofício Acórdão nº 3401003.285 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de setembro de 2016 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO IPI Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado IGUAÇU CELULOSE PAPEL S.A. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 11/07/2003 a 31/12/2005 Ementa: MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO. FALTA DE CERTEZA E LIQUIDEZ EM VIRTUDE DE AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO DE AÇÃO JUDICIAL. INSUFICIÊNCIA. A simples existência de ação judicial discutindo o direito de crédito, ainda sem trânsito em julgado, não é motivação suficiente para o agravamento da multa de ofício em relação aos débitos decorrentes, por ausência de certeza e liquidez. Há que restar configurada especificamente uma das condutas referidas nos artigos 71 a 73 da Lei no 4.502/1964. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 16 10 /2 00 8- 18 Fl. 503DF CARF MF 2 Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre o Auto de Infração de fls. 380 a 3991, com ciência ao sujeito passivo em 18/07/2008 (fl. 381), para exigência de imposto sobre produtos industrializados (IPI), por utilização indevida de créditos referentes "a aquisição de insumo e matériaprima isenta, não tributada ou tributada com alíquota zero", no período de 20/07/2003 a 31/10/2005 (valor original de R$ 7.722.604,11), acrescido de juros de mora e de multa de ofício de 150%. No Relatório da Atividade Fiscal (fls. 371 a 379), narra a fiscalização que: (a) intimada a empresa a comprovar a origem de créditos de IPI escriturados referentes a aquisições isentas, não tributadas e tributadas à alíquota zero, a resposta foi de que tais créditos estavam assegurados por ação judicial (Apelação Cível no 2000.04.01.0766042/PR e RE no 502.260/PR); (b) tais ações ainda estão judicialmente tramitando, havendo interposição de Recurso Extraordinário pela Fazenda Nacional, e o STF já se pronunciou, revertendo decisão proferida no TRF4, e negando o direito ao crédito na aquisição de produtos tributados à alíquota zero e não tributados, e já pacificou o entendimento em seu tribunal pleno, não sendo o crédito líquido e certo; (c) a empresa já havia utilizado créditos idênticos em compensações, que foram consideradas não declaradas ou não homologadas, por derivarem de ações judiciais sem trânsito em julgado; (d) o "modus operandi" consistia em indicar parte dos créditos na própria escrituração, e outra parte em compensações, com pagamentos residuais via DARF; e (e) a qualificação da multa se deve aos artigos 71 e 72 da Lei no 4.502/1964 (sonegação e fraude). A empresa apresenta Impugnação em 11/08/2008 (fls. 411 a 416), argumentando, em síntese, que: (a) efetuou os registros correspondentes em sua escrita fiscal e transmitiu as DCOMP, não havendo que se falar em fraude; (b) a lei que dobra o valor da multa aplicada é de 2007 (Lei no 11.488/2007), não podendo ser aplicada aos fatos narrados na autuação, que abrangem o período de 2003 a 2005; (c) no caso em análise, o fato gerador já havia ocorrido e o pedido de compensação e registros, portanto, não se referiam à sua ocorrência, ou ao retardamento da ciência desta ocorrência; (d) sendo a multa de 75% aplicável, devese abrir novo prazo de impugnação para que a empresa possa eventualmente utilizar dos benefícios de redução da multa; (e) ao efetuar as declarações, a empresa o fez diante da decisão final ocorrida no tribunal local que reconheceu o direito de crédito, devendo, em caso de manutenção da glosa, se aplicada somente a atualização e a multa de mora, sendo confiscatória a multa de 150%; e (f) diante da questão submetida a juízo, o procedimento fiscal sequer deveria ter sido instaurado, ou, ainda que instaurado, deveria ficar sobrestado. Em 24/11/2008 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 429 a 433), no qual se decide unanimemente pela parcial procedência do lançamento, sob os seguintes fundamentos: (a) não havia qualquer medida judicial que impedisse a lavratura do auto de infração, e nem mesmo qualquer razão para suspender a exigibilidade do valor lançado, sendo que, à data de lavratura da autuação, já vigorava a Decisão do STF relativa ao Recurso Extraordinário impetrado pela Fazenda, que negou o direito ao crédito por parte da empresa; (b) a discussão administrativa sobre crédito em relação a insumos não onerados pelo IPI possui o mesmo objeto da matéria submetida ao Poder Judiciário, aplicandose o entendimento 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 504DF CARF MF Processo nº 10925.001610/200818 Acórdão n.º 3401003.285 S3C4T1 Fl. 504 3 previsto no ADN COSIT no 03/1996, sendo a propositura da ação judicial óbice à analise administrativa do mesmo tema; (c) não há motivação suficiente para o agravamento da multa de ofício ao patamar de 150%, e nem para a reabertura de prazo em caso de manutenção da multa em 75%; e (d) não cabe ao julgador administrativo se manifestar sobre a constitucionalidade de norma legal vigente. Em razão do montante exonerado, há interposição de Recurso de Ofício. Cientificada do acórdão da DRJ em 16/03/2009 (AR à fl. 442), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 11/03/2009 (fls. 443 a 454), basicamente reiterando as alegações expostas em sua impugnação, e agregando que seria necessário refazer a autuação, para que pudesse a recorrente gozar da redução da multa, e que nem mesmo a multa de 75% é aplicável, em face da existência de decisão judicial favorável. Em 26/02/2010 a empresa apresenta desistência total do recurso voluntário interposto, tendo em vista a adesão ao parcelamento instituído pela Lei no 11.941/2009 (fl. 458). À fl. 500 a unidade local informa que os débitos referentes ao recurso voluntário foram transferidos para outro processo, restando nestes autos somente a pendência de apreciação, pelo CARF, do recurso de ofício. Em 17/03/2016 o processo foi distribuído a este relator, por sorteio. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso de ofício apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Cabe a este tribunal administrativo, em função do relatado, manifestarse somente sobre o recurso de ofício, em razão de a DRJ ter afastado o agravamento da multa, reduzindoa de 150% para 75%, visto que não foi devidamente caracterizada nenhuma das condutas previstas nos artigos 71 a 73 da Lei no 4.502/1964. E, nesse tema, não merece aparas a decisão de piso. Quer fazer parecer o autuante que a existência de ação judicial discutindo o mesmo objeto, com decisão ainda não definitiva, maculando a liquidez e a certeza do crédito seria elemento que levaria à conclusão pelo dolo. Vejase excerto do relatório fiscal, às fls. 377/378, no qual se sustenta o porquê do agravamento da multa: Os fatos relatados até aqui já sã(o) indícios suficientes para caracterizar intuito de fraude da /fiscalizada, principalmente no que concerne à inserção de informação falsa em sua contabilidade (utilização de crédito de IPI aparentemente válido, mas que, conforme já relatado, está totalmente desprovido/ de liquidez e certeza). De qualquer modo, para reforçar ainda mais Fl. 505DF CARF MF 4 sua atitude, em tese, fraudulenta, cabem ainda outras ponderações. No caso dessa auditoria, por ter utilizado indevidamente créditos de IPI provenientes da aquisição de insumos e matérias primas isentas, não tributadas ou tributadas à alíquota zero, todos sujeitos a ulterior análise da autoridade tributária, a empresa fiscalizada o fez, em tese, com evidente intuito de fraude, porque: o seu ato se revestiu de aparência legal (ocorreu normalmente a escrituração dos créditos e a consequente diminuição do saldo devedor de IPI) ; entretanto, na verdade, esses créditos são totalmente desprovidos de certeza e liquidez, uma vez que estão vinculados a ação judicial não transitada em julgado; o ato de se utilizar desses créditos é de sua conveniência (caso a autoridade fazendária não iniciasse procedimento de fiscalização em questão, a empresa não recolheria o tributo devido, só que sem o amparo legal). Ao que parece, confunde a fiscalização ausência de certeza e liquidez sobre o crédito com certeza da inexistência do crédito. Não se tem dúvidas de que se a empresa, ao efetuar as compensações, alegasse que o crédito advinha de ação judicial que já soubesse ter transitado em julgado em seu desfavor, estaria agindo com dolo, sendo cabível a majoração da multa. Mas não é esse o caso. Não se tem certeza sobre a existência e sobre a liquidez do crédito, e isso é diferente de se ter certeza de sua inexistência. Hoje, após o trânsito em julgado (em 09/05/2012) do RE no 420.353/PR, originado da Apelação Cível no 2000.04.01.0766042/PR, sabese que o Poder Judiciário definiu que a empresa "não tem direito ao aproveitamento de créditos do IPI, presumidamente gerado pela aquisição de insumos sob o regime de nãotributação ou sujeito à alíquota zero". Mas nem isso se sabia, em definitivo, à época. Que seria do agravamento da multa, por exemplo, se o trânsito em julgado da ação judicial fosse totalmente favorável à recorrente? Ela teria cometido uma fraude ao invocar crédito que de fato possuía? Pensamos que não. E, por isso, acordamos com a DRJ de que as razões alegadas pela fiscalização para majoração da multa são insuficientes para que se evidencie dolo na conduta da empresa, ou uma das características demandadas para enquadramento nos artigos 71 a 71 a 73 da Lei no 4.502/1964. Diante do exposto, voto no sentido de dar negar provimento ao recurso de ofício. Rosaldo Trevisan Fl. 506DF CARF MF Processo nº 10925.001610/200818 Acórdão n.º 3401003.285 S3C4T1 Fl. 505 5 Fl. 507DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.002241/2008-37
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2006 a 30/11/2007
COMPENSAÇÃO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.
A legislação que regula a compensação é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito, como reconhece a jurisprudência do STJ.
Numero da decisão: 3403-003.472
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. A Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. Ausente ocasionalmente o Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Mônica Monteiro Garcia de los Rios (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201412
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/2006 a 30/11/2007 COMPENSAÇÃO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. A legislação que regula a compensação é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito, como reconhece a jurisprudência do STJ.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 11020.002241/2008-37
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414328
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3403-003.472
nome_arquivo_s : Decisao_11020002241200837.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 11020002241200837_5414328.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. A Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. Ausente ocasionalmente o Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Mônica Monteiro Garcia de los Rios (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
dt_sessao_tdt : Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
id : 5778641
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474522816512
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1708; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 470 1 469 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.002241/200837 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403003.472 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 12 de dezembro de 2014 Matéria CartacobrançaCOFINS Recorrente IBRAC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2006 a 30/11/2007 COMPENSAÇÃO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. A legislação que regula a compensação é a vigente à data do “encontro de contas” entre os recíprocos débito e crédito, como reconhece a jurisprudência do STJ. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. A Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. Ausente ocasionalmente o Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Mônica Monteiro Garcia de los Rios (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 22 41 /2 00 8- 37 Fl. 470DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Logo ao início (fls. 2 a 5)1, se esclarece que a formalização do presente processo de cartacobrança se deve à declaração de débitos de Contribuição para o PIS/PASEP e de COFINS em DCTF (períodos de apuração de fevereiro de 2006 a novembro de 2007) como compensados com crédito reconhecido no mandado de segurança no 2000.71.07.0075510, compensação essa que foi efetuada sem declaração específica, nos moldes do art. 66 da Lei no 8.383/1991 (“autocompensação”, com informação somente em DCTF). Narra o fisco que, de acordo com o processo de acompanhamento judicial (processo administrativo no 11020.000282/200112), na ação judicial (mandado de segurança) se demanda: (a) a declaração de inconstitucionalidade da majoração de alíquota da COFINS de 2 para 3% efetuada pela Lei no 9.718/1998; (b) a declaração de inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo efetuada pelo § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998; e (c) a declaração de que, mantida a majoração de alíquota da COFINS, seja mantido o direito de compensação, conforme §§ 1o e 4o do art. 8o da Lei no 9.718/1998, com a declaração de inconstitucionalidade da MP no 1.85810/1999 e reedições, assegurado o direito de transporte para exercícios futuros, com acréscimo à Taxa SELIC; e (d) direito de excluir da base de cálculo das contribuições as receitas computadas em suas demonstrações contábeis e transferidas a outras pessoas jurídicas, nos termos do § 3o do art. 2o, III, da Lei no 9.718/1998, afastando a incidência da MP no 1.99118/2000 e suas reedições e o Ato Declaratório SRF no 56/2000. O pedido de concessão liminar no processo judicial foi indeferido, sendo concedida em primeira instância unicamente o afastamento do § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998 (alargamento da base de cálculo). O TRF da 4a Região deu provimento à apelação e à remessa especial (reconhecendo a constitucionalidade do § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998), negando provimento ao recurso da impetrante. Inconformada, a empresa apresentou recurso extraordinário no qual, além das matérias já relacionadas, acrescenta que o ICMS deve ser excluído da base de cálculo da COFINS por não integrar o conceito de faturamento. Em 23/02/2006 foi proferida decisão pelo STF reconhecendo parcialmente o recurso no que se refere ao alargamento da base de cálculo (porque declarada a inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998). O trânsito em julgado ocorreu em 09/06/2006. Como o período abrangido pela decisão judicial, para a COFINS, é de fevereiro de 1999 (entrada em vigor do dispositivo declarado inconstitucional) a janeiro de 2004 (entrada em vigor da sistemática não cumulativa para a contribuição, com a Lei no 10.833/2003), foram apuradas pelo fisco as bases de cálculo após o provimento judicial, a partir de dados constantes de escrituração e declarações da própria empresa (Razão, DIPJ e DACON). Verificouse, assim, que o crédito é suficiente apenas para extinguir parte dos débitos das contribuições de outubro de 2001. Ademais, as compensações efetuadas a partir de outubro de 2002 (invocando como fundamento o art. 66 da Lei no 8.383/1991) não atenderam aos requisitos previstos na legislação que rege a matéria: art. 74, §§ 1o e 2o da Lei no 9.430/1996 (na redação dada pela MP no 66/2002, convertida na Lei no 10.637/2002, e disciplinada pela IN SRF no 210/2002). Cientificada da cartacobrança em 15/05/2008 (cf. AR de fl. 161), a empresa apresenta, em 23/05/2008, o documento de fls. 162 a 239, intitulado “recurso administrativo”, e endereçado ao Delegado da DRJ de Caxias do Sul /RS, no qual sustenta 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 471DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11020.002241/200837 Acórdão n.º 3403003.472 S3C4T3 Fl. 471 3 que: (a) nas DCTF estão as informações necessárias para o fisco verificar a legalidade das compensações efetuadas, não havendo lei obrigando a empresa a fazer a compensação de forma diversa à escolhida; (b) a autoridade administrativa deixou de homologar as compensações de forma indevida, pois o pedido de compensação teve amparo em decisão judicial (ainda de primeira instância); (c) a legislação que rege as contribuições é aquela vigente no momento em que são efetuados os recolhimentos indevidos/a maior; (d) como se trata de compensação não homologada, deveria ser aberto rito para manifestação de inconformidade, e não de apresentação de recurso de acordo com a Lei no 9.784/1999 (indicando que além do “recurso administrativo” protocolizaria posteriormente sua manifestação de inconformidade); (e) a Lei Complementar no 104/2001 não estava vigente ao tempo em que foram originados os créditos, sendo inaplicável ao caso em análise também pelo fato de ser mais específico que o CTN o comando do art. 12 da Lei no 1.553/1951; (f) a decisão invoca como fundamento apenas as Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003, que não prevêem a necessidade de trânsito em julgado da ação para que sejam efetuadas as compensações; (g) as leis ordinárias não podem contrariar leis complementares, sob pena de afronta ao “princípio da hierarquia das leis constitucionalmente previsto; e (h) as IN SRF que regulam a compensação são ilegais. No mais, volve a discutir as matérias já submetidas à apreciação judicial (inclusive no que se refere àquela apresentada em sede recursal, sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS) e solicita que as compensações sejam homologadas e as intimações dirigidas ao endereço do procurador. Negada a reconsideração da decisão (fls. 247 a 249), a matéria é submetida à Superintendência da RFB na 10a Região Fiscal, seguindo o rito da Lei no 9.784/1999. Em 16/09/2008 o Superintendente da RFB na 10a Região Fiscal analisa o “recurso administrativo”, emitindo o despacho de fls. 261 a 265, no qual entende que: (a) o rito aplicável ao caso é efetivamente o da Lei no 9.784/1999 (por inexistência de previsão de recurso específico); (b) a compensação tributária é regida pela legislação em vigor na data em que é efetivamente realizada (data do encontro entre débito e crédito), na linha do que entende o STJ, sendo assim improcedentes as alegações de que não havia lei regulando a matéria (pois havia: o art. 74 da Lei no 9.430/1996); (c) é correta a afirmação da fiscalização de que a empresa obteve judicialmente tão somente a declaração de inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998, sendo insuficientes os créditos decorrentes da decisão judicial para efetuar as compensações que desejou realizar administrativamente; e (d) tais créditos assegurados em juízo somente foram suficientes para extinguir parte dos débitos de COFINS e da Contribuição para o PIS/PASEP de outubro de 2001, sendo os demais débitos informados em DCTF simplesmente objeto de cobrança direta (e não de lançamento tributário), por se tratarem de débitos confessados, conforme § 1o do art. 5o do DecretoLei no 2.124/1984. Com fundamento em tal entendimento, o Superintendente nega provimento ao recurso, registrando que “a decisão é definitiva na esfera administrativa”. Cientificada da decisão do Superintendente em 26/09/2008 (cf. AR de fl. 266), a empresa apresenta documento intitulado de “recurso voluntário”, dirigido ao “Presidente da __ Câmara do Conselho de Contribuintes/MF” em 20/10/2008 (fls. 271 a 353), demandando a reforma da decisão do Superintendente, por contraria a legislação que rege a matéria e o “princípio do duplo grau de jurisdição”. No mais, reprisa os argumentos expostos na primeira peça recursal. Fl. 472DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 A unidade local então informa à empresa (despacho de fl. 354, com ciência em 30/10/2008, cf. AR de fl. 355) de que não foi considerado o documento apresentado, tendo em vista que já foi proferida decisão administrativa definitiva no processo. Diante de decisão judicial obtida em 06/04/2009 (cópia da sentença proferida no MS no 2009.71.07.0000057/RS às fls. 356 a 361), determinando o recebimento e o processamento dos recursos interpostos pela impetrante como se manifestação de inconformidade fossem, com o subsequente cabimento de eventual interposição de recurso voluntário, suspendendo a exigibilidade dos créditos até os julgamento de tais recursos, o processo foi enviado à DRJ , para julgamento, tendo aquele órgão (fls. 374/375) encaminhado o processo em diligência à unidade preparadora para juntada de cópia da petição inicial da ação no 2009.71.07.0000057/RS (o que se leva a cabo às fls. 376 a 406). Em 25/02/2010 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 409 a 419), no qual se acorda unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade (e pelo não conhecimento na parte já submetida à apreciação do Poder Judiciário), sob os fundamentos de que: (a) a compensação tributária é regida pela legislação em vigor na data em que é efetivamente realizada (data do encontro entre débito e crédito), na linha do que entende o STJ e do que entendeu o Superintendente da 10a RF, sendo assim improcedentes as alegações de que não havia lei regulando a matéria (pois havia: o art. 74 da Lei no 9.430/1996); (b) não havia suspensão dos débitos da recorrente, como esta informava em DCTF, atribuindo a suspensão ao processo judicial, estando correta a decisão da unidade de simplesmente efetuar a cobrança dos débitos confessados em DCTF, diante do fato de terem sido negadas em juízo todas as demandas de mérito agora reapresentadas administrativamente (à exceção da inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998, já tomada em conta na cobrança); e (c) não houve lançamento tributário, ou invocação ao art. 170A do CTN pelo fisco. Cientificada da decisão de piso em 19/03/2010 (cf. AR de fl. 421), a empresa apresenta recurso voluntário em 19/04/2010 (fls. 446 a 452), no qual sustenta que: (a) a legislação aplicável é aquela da época dos recolhimentos indevidos; e (b) é cabível a compensação efetuada com base no art. 66 da Lei no 8.383/1991. Na sessão de setembro de 2014 o processo foi a mim sorteado, tendo em vista que o relator anterior não mais fazia parte do colegiado. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade (tendo sua apreciação sido determinada em juízo2) e, portanto, dele se toma conhecimento. Restam contenciosos apenas dois temas: o aspecto cronológico/temporal da legislação aplicável à compensação e o cabimento da compensação nos moldes do art. 66 da Lei no 8.383/1991. 2 Decisão confirmada pelo STJ em 01/11/2012, com registro de baixa definitiva de ofício na mesma data, que corresponde à última movimentação do processo, conforme consulta efetuada no sítio web do TRF da 4a Região (Disponível em: <www2.trf4.jus.br>. Acesso em 24.nov.2014). Fl. 473DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11020.002241/200837 Acórdão n.º 3403003.472 S3C4T3 Fl. 472 5 Sobre o primeiro tema, cabe recordar que o STJ já definiu a questão da aplicação no tempo da legislação sobre compensação, na sistemática dos recursos repetitivos, ao analisar a possibilidade de superveniência de regra restritiva à compensação (especificamente a do art. 170A do CTN): “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEI APLICÁVEL. VEDAÇÃO DO ART. 170A DO CTN. INAPLICABILIDADE A DEMANDA ANTERIOR À LC 104/2001. 1. A lei que regula a compensação tributária é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda e do contribuinte. Precedentes. 2. Em se tratando de compensação de crédito objeto de controvérsia judicial, é vedada a sua realização "antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", conforme prevê o art. 170A do CTN, vedação que, todavia, não se aplica a ações judiciais propostas em data anterior à vigência desse dispositivo, introduzido pela LC 104/2001. Precedentes. 3. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08.” 3 (grifos nossos) Aliás, o Ministro relator do processo aproveita o voto para esclarecer o que alguns vinham interpretando como mudança de entendimento da corte no que se refere à aplicação temporal dos critérios para compensação. Por isso, vale transcrever abaixo significativo excerto do voto do relator em tal processo: “É certo que o suporte fático que dá ensejo à compensação tributária é a efetiva existência de débitos e créditos recíprocos entre o contribuinte e a Fazenda, a significar que, inexistindo um desses pilares, não nasce o direito de compensar. Daí a acertada conclusão de que a lei que regula a compensação é a vigente à data do "encontro de contas", entre os recíprocos débito e crédito, como reconhece a jurisprudência do STJ (v.g.: EResp 977.083, 1ª Seção, Min. Castro Meira, DJe 10.05.10; EDcl no Resp 1126369, 2ª Turma, Min. Eliana Calmon, DJe de 22.06.10; AgRg no REsp 1089940, 1ª Turma, Min. Denise Arruda, DJe de 04/05/09). É importante não confundir esse entendimento com o adotado pela jurisprudência da 1ª Seção, a partir do Eresp 488.452 (Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 07.06.04), precedente que, às vezes, é interpretado como tendo afirmado que a lei aplicável à compensação é a da data da propositura da ação. Não foi isso o que lá se decidiu, até porque, para promover a compensação tributária, não se exige o ajuizamento de ação. O que se decidiu, na oportunidade, após ficar historiada a evolução legislativa ocorrida nos anos anteriores tratando da matéria de compensação tributária, foi, conforme registrou a ementa, simplesmente que: 3 REsp 1.164.452MG, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, unânime, julgado em 25.ago.2010. Fl. 474DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 "6. É inviável, na hipótese, apreciar o pedido à luz do direito superveniente, porque os novos preceitos normativos, ao mesmo tempo em que ampliaram o rol das espécies tributárias compensáveis, condicionaram a realização da compensação a outros requisitos, cuja existência não constou da causa de pedir e nem foi objeto de exame nas instâncias ordinárias". Em outras palavras, o que se disse é que não se poderia julgar aquela causa, então em fase de embargos infringentes, à luz do direito superveniente à propositura da demanda. De modo algum se negou a tese de que a lei aplicável à compensação é a vigente à data do encontro de contas. Pelo contrário, tal tese foi, na oportunidade, explicitamente afirmada no item 4 do voto que proferi como relator. Mais: embora julgando improcedente o pedido, ficou expressamente consignada a possibilidade da realização da compensação à luz das normas (que não as da data da propositura da ação) vigentes quando da efetiva realização da compensação (ou seja, do encontro de contas). Assim, improcedente a argumentação da recorrente no sentido da aplicabilidade da legislação vigente à época do recolhimento indevido ou a maior. Tal entendimento já foi inclusive externado de forma unânime por esta Terceira Turma nos Acórdãos no 3403001.745 e no 3403001.746. Sobre a possibilidade de compensação com base no art. 66 da Lei no 8.383/1991, já restou suficientemente esclarecido nos julgamentos anteriores (Superintendência e DRJ) que não sobrevive ilesa à previsão expressa em lei posterior (inaugurada com a Medida Provisória no 66/2002) de nova forma de apresentação de compensação: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (...)” (grifo nosso) Ademais, ressaltese que o fisco reconheceu o crédito assegurado judicialmente (tomando em conta no cômputo do valor cobrado todo o crédito reconhecido em juízo, decorrente da inconstitucionalidade do § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/1998). Diante do exposto, voto no sentido negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 475DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11020.002241/200837 Acórdão n.º 3403003.472 S3C4T3 Fl. 473 7 Fl. 476DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 10983.900834/2010-34
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO DA ALOCAÇÃO E DA DISPONIBILIDADE DE PAGAMENTO.
Confirmada a alocação dos pagamentos a compensações efetuadas, e a disponibilidade de saldo suficiente para a compensação especificamente pleiteada no processo (e indeferida por despacho decisório eletrônico que indicava alocação a outro débito), esta deve ser acolhida.
Numero da decisão: 3403-003.450
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201412
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO DA ALOCAÇÃO E DA DISPONIBILIDADE DE PAGAMENTO. Confirmada a alocação dos pagamentos a compensações efetuadas, e a disponibilidade de saldo suficiente para a compensação especificamente pleiteada no processo (e indeferida por despacho decisório eletrônico que indicava alocação a outro débito), esta deve ser acolhida.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10983.900834/2010-34
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414375
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3403-003.450
nome_arquivo_s : Decisao_10983900834201034.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10983900834201034_5414375.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
dt_sessao_tdt : Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
id : 5778688
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:14 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474995724288
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1731; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 172 1 171 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10983.900834/201034 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403003.450 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 10 de dezembro de 2014 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente BRY TECNOLOGIA S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO DA ALOCAÇÃO E DA DISPONIBILIDADE DE PAGAMENTO. Confirmada a alocação dos pagamentos a compensações efetuadas, e a disponibilidade de saldo suficiente para a compensação especificamente pleiteada no processo (e indeferida por despacho decisório eletrônico que indicava alocação a outro débito), esta deve ser acolhida. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 08 34 /2 01 0- 34 Fl. 172DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Versa o presente sobre a DCOMP de fls. 3 a 61, transmitida em 11/08/2005, na qual se busca compensar valor recolhido a maior ou indevidamente (R$ 8.386,55, de um total de R$ 14.035,41, pago em 15/06/2005) a título de COFINS com débitos da própria COFINS e de Contribuição para ao PIS/PASEP. No Despacho Decisório eletrônico de fl. 7 (emitido em 19/04/2010, com ciência em 27/04/2010, conforme AR de fl. 8), acusase que o pagamento (DARF no valor total de R$ 14.035,41) foi localizado, tendo sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte (em outro processo de compensação), não restando crédito disponível para a compensação. Em sua manifestação de inconformidade (fl. 9), alega a empresa que “o valor não consta na DCTF do mês 05/2005, tendo em vista a inexistência de débito, pois o valor informando do DACON ficha 17, apresenta débito de R$ 344,05, e retido na fonte ficha 17A R$ 507,03, portanto o sistema não aceita a informação do referido DARF de R$ 14.035,41 na DCTF”. Para comprovar o alegado, junta o DARF (fl. 12), planilha interna (fl. 13) e DACON (fls. 14 a 21). Em 28/10/2011 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 23 a 25), no qual se acorda unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, por não haver comprovação do direito creditório. O julgador afirma que a motivação do indeferimento é utilização do crédito em outro processo de compensação (final 8273), e que a contribuinte nada alega a esse respeito. Cientificada da decisão de piso em 25/11/2012 (AR à fl. 27), a empresa apresenta recurso voluntário em 14/12/2012 (fls. 28 a 36), no qual alega que: (a) efetuou um pagamento a maior de R$ 14.035,41 a título de COFINS em 15/06/2005 (em relação a mês para o qual não possuía débito algum); (b) aproveitou inicialmente parte de tal o pagamento (R$ 5.205,34) na DCOMP retificadora de final 8273, remanescendo um saldo de R$ 8.881,61; (c) em 14/07/2005 registrou uma segunda DCOMP (final 6600), utilizando mais R$ 495,05, restando ainda R$ 8.386,56; (d) em 11/08/2005 transmitiu a DCOMP em análise neste processo (final 8090), no valor de R$ 8.597,05 (correspondente à atualização dos R$ 8.386,56 remanescentes); e (e) assim, há crédito suficiente para todas as compensações. Em anexo, adiciona DCTF1osem/2005 (fls. 37 a 110) e DIPJ2006 (fls. 111 a 134). Em 24/10/2013 esta Terceira Turma unanimemente decide pela conversão do julgamento em diligência, por meio da Resolução no 3403000.518, para que a unidade local da RFB apontasse, detalhadamente, as imputações efetuadas e o desfecho de cada processo de compensação referente ao pagamento de R$ 14.035,41, efetuado pela recorrente em 15/06/2005, no código 2172. No despacho de diligência de fls. 166/167, emitido em 28/08/2014, a autoridade local esclarece que “o pagamento em tela teria sido suficiente para compensar os débitos das DCOMP mencionadas” (DCOMP nº 38399.51580.280905.1.7.048273, R$ 5.153,80; DCOMP nº 07751.98146.140705.1.3.046600, R$ 495,05; e DCOMP nº 13009.36251.110805.1.3.048090, objeto do presente processo, R$ 8.386,56), sendo a recorrente cientificada do despacho em 11/09/2014 (cf. documento de fl. 169), sem apresentar manifestação sobre seu teor. É o relatório. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 173DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10983.900834/201034 Acórdão n.º 3403003.450 S3C4T3 Fl. 173 3 Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. O caso é de despacho decisório eletrônico. Mas, de forma diversa ao que normalmente acontece, o despacho, apesar de eletrônico, é extremamente preciso, indicando que o pagamento (R$ 14.035,41) efetuado no código 2172 (COFINS) em 15/06/2005 (PA 05/2005) foi utilizado integralmente em outra compensação (PER/DCOMP no 38399.51580.280905.1.7.048273). Após manifestação de inconformidade sintética e confusa, que ocasiona o indeferimento do direito creditório na instância de piso, a empresa torna mais clara em sede recursal a explicação para o ocorrido: teria registrado o PER/DCOMP no 12410.93656.120705.1.1.044627, retificado, em 28/09/2005, pelo PER/DCOMP no 38399.51580.280905.1.7.048273 (que é o referido no despacho decisório), compensando parte do crédito que possuía. Assim, o PER/DCOMP retificador (tratado no despacho decisório) aproveita R$ 5.153,80 (valor do crédito original) dos R$ 14.035,41, pagos em 15/06/2005 (código 2172), restando um saldo original de R$ 8.881,61. E tal saldo teria sido utilizado inicialmente em outro PER/DCOMP (de final 6660), no montante original de R$ 495,05, restando ainda disponíveis R$ 8.383,56, sendo que com o saldo disponível (ou melhor, com R$ 8.383,55, restando disponíveis R$ 0,01) se registra o PER/DCOMP de que trata o presente processo. Restando, a priori, demonstrada a utilização em compensações do valor constante do DARF apontado como origem do crédito, em tese estaria afastada a motivação do despacho decisório denegatório (de que o pagamento foi alocado integralmente ao PER/DCOMP no 38399.51580.280905.1.7.048273). Mas como não havia no processo cópia de nenhum dos PER/DCOMP adicionais citados pela recorrente, ou de seus processos correspondentes (que não foram localizados no “eprocessos”), determinouse a conversão em diligência para que fossem detalhadas as imputações efetuadas e o desfecho de cada processo de compensação referente ao pagamento de R$ 14.035,41, efetuado pela recorrente em 15/06/2005, no código 2172. No despacho de diligência de fls. 166/167, emitido em 28/08/2014, esclarece se que: “Por meio de pesquisa extraída dos sistemas da Receita Federal do Brasil (RFB), às fls. 144/145, verificamos, primeiramente, que o DARF indicado às fls. 4 (pagamento nº 5104802238), totalizando a quantia de R$ 14.035,41, não teria sido utilizado na vinculação de débito da COFINS (período de apuração maio/2005), uma vez que não consta a existência de crédito tributário constituído seja por meio de Declaração de Débitos e Fl. 174DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 Créditos de Tributos Federais –DCTF, seja por lançamento de ofício de eventual quantia devida da aludida contribuição. Ato contínuo, verificamos que este pagamento teria sido efetivamente aplicado na compensação da DCOMP nº 38399.51580.280905.1.7.0482731 (fls. 153/157), na quantia original de R$ 5.153,80, constando dos sistemas da RFB, a informação de que ocorreu a homologação total desta compensação, o que, por consequência, geraria saldo de crédito em favor do interessado (fls.145). Salientese, por oportuno, que o saldo do DARF em tela teria sido vinculado pelo contribuinte noutras duas DCOMP, a saber: i) na DCOMP nº 07751.98146.140705.1.3.046600 (fls. 158/161), com utilização da quantia original de R$ 495,05; e ii) na DCOMP nº 13009.36251.110805.1.3.048090 (objeto do presente processo), donde o crédito utilizado perfaz a quantia original de R$ 8.386,56. Quanto àquela DCOMP, verificamos que teria ocorrido a sua homologação (fls. 145). No entanto, quanto à DCOMP nº 13009.36251.110805.1.3.048090, verificamos que o despacho decisório de cuida o presente processo, às fls. 7, teria não homologado a referida DCOMP sob o argumento de que o pagamento ilustrado no demonstrativo de fls. 145 teria sido integralmente vinculado aos débitos da DCOMP nº 38399.51580.280905.1.7.048273, o que não corresponde com as informações nesta inseridas. Desta forma, temse que, a partir das informações constantes nos sistemas da RFB, sobretudo o demonstrativo de fls. 145, que apresenta as imputações realizadas ao pagamento nº 5104802238, apreciado em conjunto com a planilha de cálculos de fls. 162/165, entendemos, s.m.j,, que o pagamento em tela teria sido suficiente para compensar os débitos das DCOMP mencionadas acima.” (grifo nosso) Assim, resta clara a improcedência do despacho decisório eletrônico, que partiu de imputação equivocada do pagamento efetuado, como reconhece a própria autoridade local. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 175DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10983.900834/201034 Acórdão n.º 3403003.450 S3C4T3 Fl. 174 5 Fl. 176DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002369/2010-65
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/07/2006
DIVERGÊNCIAS DCTF x DIPJ. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA. LANÇAMENTO. CABIMENTO.
É cabível o lançamento pela verificação em ato de revisão interna de divergência entre DCTF e DIPJ (valor declarado em DIPJ e não declarado em DCTF), se a empresa, regularmente intimada, não logra justificar a divergência.
VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO.
A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.
INTIMAÇÃO. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. ESCOLHA DIVERSA. IMPOSSIBILIDADE.
As intimações no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são regidas pelo art. 23 do Decreto no 70.235/1972, que limita o envio ao endereço postal fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária, não contemplando o endereçamento a advogados ou representantes localizados em domicílio diverso.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA 4/CARF.
A partir de 01/04/1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela RFB são devidos, no período de inadimplência, à taxa SELIC.
Numero da decisão: 3403-003.465
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201412
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 31/07/2006 DIVERGÊNCIAS DCTF x DIPJ. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA. LANÇAMENTO. CABIMENTO. É cabível o lançamento pela verificação em ato de revisão interna de divergência entre DCTF e DIPJ (valor declarado em DIPJ e não declarado em DCTF), se a empresa, regularmente intimada, não logra justificar a divergência. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. INTIMAÇÃO. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. ESCOLHA DIVERSA. IMPOSSIBILIDADE. As intimações no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são regidas pelo art. 23 do Decreto no 70.235/1972, que limita o envio ao endereço postal fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária, não contemplando o endereçamento a advogados ou representantes localizados em domicílio diverso. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA 4/CARF. A partir de 01/04/1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela RFB são devidos, no período de inadimplência, à taxa SELIC.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 19515.002369/2010-65
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414332
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3403-003.465
nome_arquivo_s : Decisao_19515002369201065.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 19515002369201065_5414332.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
dt_sessao_tdt : Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
id : 5778645
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477956902912
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2075; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 146 1 145 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.002369/201065 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403003.465 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 11 de dezembro de 2014 Matéria AI IPI Recorrente INDÚSTRIA COSMÉTICA COPER LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 31/07/2006 DIVERGÊNCIAS DCTF x DIPJ. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA. LANÇAMENTO. CABIMENTO. É cabível o lançamento pela verificação em ato de revisão interna de divergência entre DCTF e DIPJ (valor declarado em DIPJ e não declarado em DCTF), se a empresa, regularmente intimada, não logra justificar a divergência. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. INTIMAÇÃO. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. ESCOLHA DIVERSA. IMPOSSIBILIDADE. As intimações no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são regidas pelo art. 23 do Decreto no 70.235/1972, que limita o envio ao endereço postal fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária, não contemplando o endereçamento a advogados ou representantes localizados em domicílio diverso. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA 4/CARF. A partir de 01/04/1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela RFB são devidos, no período de inadimplência, à taxa SELIC. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 23 69 /2 01 0- 65 Fl. 146DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre auto de infração lavrado em 05/08/2010 (fls. 77 a 85, com ciência à empresa em 17/08/2010 fl. 821), para exigência de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no período de janeiro a julho de 2006, acrescido de juros de mora e de multa de ofício de 75%, perfazendo total de R$ 1.717.553,57. No Termo de Verificação e Constatação Fiscal anexo à autuação (fls. 75/76), informa o fisco que: (a) a empresa foi intimada em 26/04/2010 a justificar insuficiências de declaração dos valores de saldo apurado de IPI (verificada pelo confronto entre DCTF e DIPJ, em revisão interna), tendo declarado que não foi possível localizar os documentos comprobatórios; (b) a exigência tributária está embasada nos arts. 841 e 845 do RIR/1999, e nos arts. 34, II, 122, 124, 125, III, 127, 130, 199, 200 e 202 do RIPI/2002. Em sua impugnação (fls. 88 a 96), apresentada em 16/09/2010, alega a empresa que a autuação é nula, por: (a) inexistir “termo de início de fiscalização”, indicando especificamente os tributos a serem fiscalizados, nem “termo de encerramento” com “demonstrativo consolidado”, e por ter sido desrespeitado o prazo estabelecido no art. 7, § 2o do Decreto no 70.235/1972; (b) haver cerceamento de defesa, pela falta de demonstração dos valores aos quais chegou o fisco; (c) não estarem as alegações do fisco respaldadas por provas; e (d) não ter havido intimação prévia da empresa para promover o estorno dos créditos nos seus livros fiscais. No mérito, a empresa alega que não praticou nenhuma infração, e só não apresentou os documentos solicitados pelo curto especo de tempo concedido pela fiscalização. Por fim, afirma ser ilegal a aplicação da Taxa SELIC ao caso. Em 27/08/2013 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 114 a 119), no qual se acorda unanimemente pela improcedência da impugnação apresentada, sob os fundamentos de que: (a) não houve nulidade, tendo sido lavrados os termos de início e encerramento, e demonstrada matéria tributável, não havendo previsão para a intimação 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 147DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 19515.002369/201065 Acórdão n.º 3403003.465 S3C4T3 Fl. 147 3 demandada; (b) não houve arbitrariedade, tendo a empresa sido regularmente intimada a apresentar documentos que nem durante o contencioso logra reunir; e (c) a legalidade da aplicação da Taxa SELIC para cômputo de juros de mora já foi reconhecida pelo STF, com repercussão geral, e é sumulada no âmbito do CARF (Súmula CARF no 4). Cientificada da decisão de piso em 06/02/2014 (AR à fl. 124), a empresa apresenta recurso voluntário em 17/02/2014 (fls. 125 a 134), afirmando que a DRJ não apreciou dois argumentos expressos na impugnação: falta de provas e intimação para estorno dos créditos. No mais, reproduz o texto de sua impugnação, e indica endereço para intimação. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Preliminarmente, a recorrente alega nulidade da decisão da DRJ, pela não apreciação de dois argumentos expressos na impugnação: falta de provas e intimação para estorno dos créditos. Cabe destacar, contudo, que ambos os argumentos foram analisados na instância de piso. A recorrente confunde a negativa de provimento com a falta de análise. Em relação à prova, transcrevamse os excertos correspondentes da decisão de piso, a começar pela ementa: “IPI. AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE TERMOS DE INÍCIO E ENCERRAMENTO DE FISCALIZAÇÃO. FALTA DE PROVAS. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não há que se falar em nulidade da autuação, quando não verificadas as alegações de irregularidade apontadas na impugnação ou não caracterizando vícios idôneos as situações apontadas. DIVERGÊNCIAS ENTRE VALORES DECLARADOS EM DCTF E DIPJ. CRÉDITOS ESCRITURAIS. ÔNUS DE PROVA. É do contribuinte o ônus de prova em relação às divergências apuradas na ação fiscal e às alegações de existência de crédito escritural compensável. (grifo nosso) E no voto condutor, esclarecemse as diferenças entre DCTF e DIPJ, e sobre a necessidade de lançamento no caso de divergência não justificada, tendo em vista a diferença de caráter probatório de tais declarações: “O mencionado termo de verificação esclareceu que a Interessada não justificou as divergências apuradas entre os valore declarados em DCTF e recolhidos e os valores apurados a partir da DIPJ, ônus que cabe ao contribuinte. Mais adiante Fl. 148DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 será analisada a questão de mérito relativa à apuração e, por consequência, restará demonstrada a improcedência da alegação de falta de provas. (...) Portanto, a DCTF é instrumento válido de constituição do crédito tributário e, na sua ausência, inexistindo outro meio para tanto, tem que ser efetuado lançamento pela autoridade fiscal. A Declaração Integrada de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ foi instituída originalmente pela Instrução Normativa SRF n. 127, de 1998, com base no art. 5º do mencionado Decretolei, mas não com efeito de comunicação formal da existência do crédito tributário e, sim, com finalidade informativa, conforme seu art. 5º. (...) Daí se conclui que, ao contrário da DIPJ, a DCTF não tem caráter meramente informativo, pois os saldos a pagar e as diferenças apuradas em auditoria interna poderiam ser inscritos em dívida ativa. Dessa forma, a DCTF enquadrase na disposição do art. 5º, § 1º, do Decretolei n° 2.124, de 1084, mas não a DIPJ. Portanto, os valores declarados na DIPJ não poderiam ser inscritos em dívida ativa, pois não haviam sido constituídos, nem confessados. Vejase que a DCTF, nesse aspecto, traz informações completas sobre o crédito tributário, indicando o valor apurado e trazendo informações sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, de forma que a Receita Federal tem condições de saber se o crédito é exigível ou não. Sem esse conhecimento, não seria possível inscrever o débito em dívida ativa, pois não haveria liquidez e certeza, conforme exigido pelo Código Tributário Nacional, art. 204. Assim, como no caso dos presentes autos, é necessário um procedimento de fiscalização, por meio do qual se apuram as razões da falta de declaração em DCTF e, além disso, se há algum óbice à constituição ou cobrança do crédito tributário. Portanto, o auto de infração é cabível no presente caso.” (grifo nosso) Sobre a questão relacionada à intimação para estorno dos créditos, assim se manifestou a DRJ: “Quanto à falta de intimação prévia para efetuar o estorno do crédito nos livros fiscais, não se consegue conceber a que fato, que a intimação teria que preceder, que justificaria algum vício. Se porventura a Interessada se referiu ao direito de utilizar os créditos constantes da escrituração para abater os débitos apurados na ação fiscal, tal ônus seria dela e as provas Fl. 149DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 19515.002369/201065 Acórdão n.º 3403003.465 S3C4T3 Fl. 148 5 deveriam ser apresentadas até o momento da impugnação, conforme previsto no art. 191 do RIPI/2002. Em relação aos créditos escriturados, a DIPJ da Interessada (fls. 48 e seguintes) demonstra a apuração original de débitos nos períodos objeto da autuação. Quanto à DCTF, em inúmeras decisões, o STJ considerou legal a declaração, tendo decidido, no REsp 1.120.295/SP, Rel. Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos recursos repetitivos, nos termos do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ, que a DCTF é modo de constituição do crédito tributário.” (grifo nosso) Pelo exposto, parece que a recorrente confunde o inconformismo com a análise da DRJ, que resulta em seu desfavor, com a falta de apreciação. Improcedente, destarte, a preliminar de nulidade no julgamento de piso. E o restante do recurso voluntário, que, como relatado, é simples cópia da impugnação, sem qualquer refutação aos argumentos apresentados pelo julgador de piso, não merece melhor sorte. A alegada ausência de termo de início e de encerramento é refutada pela simples leitura dos autos (o termo de início se encontra às fls. 3/4 e o de encerramento à fl. 85, ambos com ciência expressa do representante da recorrente). Os demonstrativos, por sua vez, estão às fls. 77 a 80, também deles tendo sido cientificada a empresa. A fiscalização tem origem na simples divergência de dados prestados pela própria recorrente. Assim, tratase de mera revisão interna. Constatada a divergência entre DIPJ e DCTF (já tendo sido explicado no julgamento de piso a função de cada uma dessas declarações), a recorrente foi cientificada do Termo de Início em 26/04/2010, no qual se concedeu o prazo de dez dias para: E a resposta da empresa à intimação foi a seguinte (fl. 71): Fl. 150DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 Em 10/06/2010, atestase o recebimento da resposta da empresa, continuando o procedimento fiscal. Vejase que a empresa sequer sinaliza a possibilidade de apresentação dos documentos, ou demanda prorrogação de prazo. O fisco então cientificou a empresa em 29/06/2010, de que estava dando continuidade à ação fiscal (fl. 72), e, em 17/08/2010, sobre a autuação. Não houve, assim, qualquer descumprimento de prazo processual, e nem cerceamento de defesa. Foi oportunizada a comprovação da divergência (digase, existente entre as próprias declarações da empresa). Buscou o fisco a verdade material, possibilitando que fossem corrigidas eventuais incorreções. Contudo, como ensina JAMES MARINS, a verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros): “As faculdades fiscalizatórias da Administração tributária devem ser utilizadas para o desvelamento da verdade material e seu resultado deve ser reproduzido fielmente no bojo do procedimento e do Processo Administrativo. O dever de investigação da Administração e o dever de colaboração por parte do particular têm por finalidade propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.” 2 Faltou com seu dever duplamente a recorrente: primeiro, pela inconsistência entre suas próprias declarações (DIPJ e DCTF), e segundo pela ausência de justificativa, quando intimada. Não há, assim, falha probatória do fisco (ou falta de demonstração dos valores lançados), tendo a fiscalização simplesmente adotado os valores declarados de forma divergente nas próprias declarações da recorrente, cada uma dentro de suas funcionalidades, como já aclarou a instância de piso (DCTF como modo de constituição do crédito tributário, nos moldes do art. 5o, § 1o do DecretoLei no 2.124/1984, e DIPJ como informação da existência do crédito tributário). Há, sim, falta de justificativa/colaboração da recorrente, que não se desincumbiu de seu dever de justificar a divergência. 2 MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 6.ed. São Paulo: Dialética, 2012, p.154. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 19515.002369/201065 Acórdão n.º 3403003.465 S3C4T3 Fl. 149 7 Além de a empresa não ter apresentado os documentos justificativos da divergência quando intimada (em abril de 2010), e sequer ter demandando prazo adicional ao fisco em junho de 2010, mantém a ausência de justificativa em sua impugnação, protocolizada já em setembro de 2010 (cinco meses depois), limitandose a afirmar (fl. 94) que: “o prazo a ser concedido para apresentação de documentos deverá ser estabelecido com razoabilidade, de forma proporcional ao seu tamanho, para permitir o fornecimento de tudo o que foi solicitado”. Chegase ao ano de 2014 (em 17/02, data de protocolo do recurso voluntário), e a recorrente continua não apresentando qualquer justificativa para a divergência, novamente limitandose a discutir questões processuais, que como aqui destacado, são todas sanadas com a simples leitura dos autos. E, no mérito, restringe sua defesa a afirmar genericamente que não existiu infração (fls. 131/132) e que desejava apresentar os documentos, mas não conseguiu: Chegase ao ano de 2014 (em 17/02, data de protocolo do recurso voluntário), e a recorrente continua não apresentando qualquer justificativa para a divergência, novamente limitandose a discutir questões processuais, que como aqui destacado, são todas sanadas com a simples leitura dos autos. E, no mérito, restringe sua defesa a afirmar Fl. 152DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 genericamente que não existiu infração (fls. 131/132) e que desejava apresentar os documentos, mas não conseguiu: Sobre a demanda de cancelamento da autuação por ausência de intimação, há que se acordar com a DRJ que é de difícil intelecção. Daí se transcrever abaixo a íntegra do tópico correspondente no recurso voluntário (fl. 131): A jurisprudência administrativa se refere a tributo estadual (ICMS), sem qualquer relação com a situação narrada nos autos. Ademais, não se indica objetivamente a fundamentação normativa da “intimação prévia” demandada. Nem qualquer erro de cálculo, reiterando que a autuação se deve a divergências entre as próprias declarações da empresa. Igualmente improcedente, assim, a alegação da recorrente. Indeferese ainda a solicitação de intimação em endereço diferente daquele informado ao fisco para fins cadastrais, em função da expressa previsão do art. 23 do Decreto no 70.235/1972, que regula o processo de determinação e exigência de crédito tributário: “Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (...) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 153DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 19515.002369/201065 Acórdão n.º 3403003.465 S3C4T3 Fl. 150 9 I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)” (grifo nosso) Por fim, destaque que a questão referente à possibilidade de aplicação da Taxa SELIC a título de juros de mora encontrase assentada neste tribunal administrativo, materializada na Súmula CARF no 4: “Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 154DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 13888.900317/2014-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 24/12/2010
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez.
Numero da decisão: 3401-003.700
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Data do fato gerador: 24/12/2010 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 13888.900317/2014-65
anomes_publicacao_s : 201706
conteudo_id_s : 5735101
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-003.700
nome_arquivo_s : Decisao_13888900317201465.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 13888900317201465_5735101.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6812102
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:01:52 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713049209680166912
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1588; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.900317/201465 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3401003.700 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de abril de 2017 Matéria IPI pagamento a maior ou indevido Recorrente RMF INDUSTRIA E COMERCIO DE EMBALAGENS PLASTICAS LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 24/12/2010 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 03 17 /2 01 4- 65 Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13888.900317/201465 Acórdão n.º 3401003.700 S3C4T1 Fl. 3 2 Versam os autos sobre PER/DCOMP cujo direito creditório alegado seria oriundo de recolhimento indevido do IPI, a ser compensado com débito de tributo administrado pela RFB. O despacho decisório não homologou a compensação em razão do recolhimento indevido já ter sido integralmente quitado com outros débitos do contribuinte. O contribuinte apresentou tempestivamente sua manifestação de inconformidade, arguindo várias nulidades, mormente que o aludido Despacho não teria fundamentação, teria se desviado de sua finalidade e lhe causado cerceamento de defesa. Sobreveio decisão da DRJ de Ribeirão Preto/SP, na qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja ementa possui o seguinte teor: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 24/12/2010 NULIDADES. As causas de nulidade no âmbito do processo administrativo fiscal são somente aquelas elencadas na legislação de regência. O Despacho Decisório devidamente fundamentado é regularmente válido. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. A homologação das compensações declaradas requer créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional. Não caracterizado o pagamento indevido, não há créditos para compensar com os débitos do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte interpôs tempestivamente o seu recurso voluntário, asseverando que a decisão não levou em consideração, nas razões de decidir a eficácia dos princípios constitucionais da motivação dos atos administrativos e da ampla defesa, impedindo que a Recorrente apresentasse defesa, bem como demonstrasse a existência do crédito, requerendo a nulidade da decisão, vez que não lhe foi oportunizado conhecer os motivos pelos quais sua compensação não foi homologada. É o relatório. Voto Fl. 63DF CARF MF Processo nº 13888.900317/201465 Acórdão n.º 3401003.700 S3C4T1 Fl. 4 3 Conselheiro Rosaldo Trevisan Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.652, de 25 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900243/201467, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401003.652): Como se viu do relatório, o presente recurso voluntário visa a nulidade da decisão da DRJ de Ribeirão Preto/SP, entendendo que esta não restou motivada, implicando seu cerceamento de defesa. Não merece prosperar as alegações da Recorrente. A uma, disse o Despacho Decisório: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A duas, mencionou expressamente a decisão de piso que a Recorrente não trouxe qualquer prova (DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI), indício ou justificativa que permitisse comprovar o alegado recolhimento indevido. A propósito, merece destaque parte do voto do e. relator: Inicialmente vale verificar o que consta no Despacho Decisório, devidamente assinado pela autoridade competente: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Ou seja, o alegado pagamento indevido não foi restituído porque já tinha sido utilizado para quitar outros débitos. Com efeito, se há erro nos arquivos da Receita, bastaria o interessado juntar a idônea e hábil documentação contraditória (DARF, DCTF e Livro de Apuração e Registro do IPI), até em homenagem o princípio da verdade material tanto invocado, sendo que, se tratam de declarações e livros cuja boa guarda e apresentação imediata estão legalmente determinadas. A manifestação do interessado não traz qualquer prova, indício ou mesmo justificativa que permita comprovar o alegado Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13888.900317/201465 Acórdão n.º 3401003.700 S3C4T1 Fl. 5 4 recolhimento indevido, limitandose, tão somente a colecionar julgados e doutrinas sobre nulidades. Considerando que nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, consta que os valores recolhidos no indigitado DARF já foram utilizados para quitar outros débitos e nada o contribuinte a isto contrapõe, não há o que reconsiderar ou anular, sendo que não se justifica a falta de apresentação de documentos que provassem seu direito creditório, na medida que a alegação de cerceamento da defesa não se sustenta. A três, vêse que a decisão fora motivada, embora cingiramse as assertivas da Recorrente apenas e tão somente na juntada da DCOMP, informando que detinha um crédito de IPI, oriundo de pagamento indevido, o qual seria compensado com débitos da COFINS. A quatro, temse que, sobrevindo a decisão da manifestação de inconformidade, deveria a Recorrente fazer prova deste suposto pagamento indevido ou a maior do IPI, conforme determinava o artigo 333 do CPC, vigente à época ademais, como ressalvada pela decisão da DRJ , porém, quedou silente a contribuinterecorrente. A quinto, o processo há de vir devidamente instruído para que o Colegiado possa apreciálo, de modo que, diante da ausência de qualquer prova, a conclusão que se chega é que a decisão de piso não merece reparos. Não maiores ilações a serem feitas e diante da ausência de provas, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Rosaldo Trevisan Fl. 65DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.900255/2014-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 25/04/2012
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez.
Numero da decisão: 3401-003.660
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Data do fato gerador: 25/04/2012 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 13888.900255/2014-91
anomes_publicacao_s : 201706
conteudo_id_s : 5735061
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-003.660
nome_arquivo_s : Decisao_13888900255201491.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 13888900255201491_5735061.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6812062
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:01:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713049209781878784
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1588; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.900255/201491 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3401003.660 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de abril de 2017 Matéria IPI pagamento a maior ou indevido Recorrente RMF INDUSTRIA E COMERCIO DE EMBALAGENS PLASTICAS LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 25/04/2012 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 02 55 /2 01 4- 91 Fl. 63DF CARF MF Processo nº 13888.900255/201491 Acórdão n.º 3401003.660 S3C4T1 Fl. 3 2 Versam os autos sobre PER/DCOMP cujo direito creditório alegado seria oriundo de recolhimento indevido do IPI, a ser compensado com débito de tributo administrado pela RFB. O despacho decisório não homologou a compensação em razão do recolhimento indevido já ter sido integralmente quitado com outros débitos do contribuinte. O contribuinte apresentou tempestivamente sua manifestação de inconformidade, arguindo várias nulidades, mormente que o aludido Despacho não teria fundamentação, teria se desviado de sua finalidade e lhe causado cerceamento de defesa. Sobreveio decisão da DRJ de Ribeirão Preto/SP, na qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja ementa possui o seguinte teor: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 25/04/2012 NULIDADES. As causas de nulidade no âmbito do processo administrativo fiscal são somente aquelas elencadas na legislação de regência. O Despacho Decisório devidamente fundamentado é regularmente válido. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. A homologação das compensações declaradas requer créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional. Não caracterizado o pagamento indevido, não há créditos para compensar com os débitos do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte interpôs tempestivamente o seu recurso voluntário, asseverando que a decisão não levou em consideração, nas razões de decidir a eficácia dos princípios constitucionais da motivação dos atos administrativos e da ampla defesa, impedindo que a Recorrente apresentasse defesa, bem como demonstrasse a existência do crédito, requerendo a nulidade da decisão, vez que não lhe foi oportunizado conhecer os motivos pelos quais sua compensação não foi homologada. É o relatório. Voto Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13888.900255/201491 Acórdão n.º 3401003.660 S3C4T1 Fl. 4 3 Conselheiro Rosaldo Trevisan Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.652, de 25 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900243/201467, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401003.652): Como se viu do relatório, o presente recurso voluntário visa a nulidade da decisão da DRJ de Ribeirão Preto/SP, entendendo que esta não restou motivada, implicando seu cerceamento de defesa. Não merece prosperar as alegações da Recorrente. A uma, disse o Despacho Decisório: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A duas, mencionou expressamente a decisão de piso que a Recorrente não trouxe qualquer prova (DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI), indício ou justificativa que permitisse comprovar o alegado recolhimento indevido. A propósito, merece destaque parte do voto do e. relator: Inicialmente vale verificar o que consta no Despacho Decisório, devidamente assinado pela autoridade competente: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Ou seja, o alegado pagamento indevido não foi restituído porque já tinha sido utilizado para quitar outros débitos. Com efeito, se há erro nos arquivos da Receita, bastaria o interessado juntar a idônea e hábil documentação contraditória (DARF, DCTF e Livro de Apuração e Registro do IPI), até em homenagem o princípio da verdade material tanto invocado, sendo que, se tratam de declarações e livros cuja boa guarda e apresentação imediata estão legalmente determinadas. A manifestação do interessado não traz qualquer prova, indício ou mesmo justificativa que permita comprovar o alegado Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13888.900255/201491 Acórdão n.º 3401003.660 S3C4T1 Fl. 5 4 recolhimento indevido, limitandose, tão somente a colecionar julgados e doutrinas sobre nulidades. Considerando que nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, consta que os valores recolhidos no indigitado DARF já foram utilizados para quitar outros débitos e nada o contribuinte a isto contrapõe, não há o que reconsiderar ou anular, sendo que não se justifica a falta de apresentação de documentos que provassem seu direito creditório, na medida que a alegação de cerceamento da defesa não se sustenta. A três, vêse que a decisão fora motivada, embora cingiramse as assertivas da Recorrente apenas e tão somente na juntada da DCOMP, informando que detinha um crédito de IPI, oriundo de pagamento indevido, o qual seria compensado com débitos da COFINS. A quatro, temse que, sobrevindo a decisão da manifestação de inconformidade, deveria a Recorrente fazer prova deste suposto pagamento indevido ou a maior do IPI, conforme determinava o artigo 333 do CPC, vigente à época ademais, como ressalvada pela decisão da DRJ , porém, quedou silente a contribuinterecorrente. A quinto, o processo há de vir devidamente instruído para que o Colegiado possa apreciálo, de modo que, diante da ausência de qualquer prova, a conclusão que se chega é que a decisão de piso não merece reparos. Não maiores ilações a serem feitas e diante da ausência de provas, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Rosaldo Trevisan Fl. 66DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.905044/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2004
RETENÇÃO NA FONTE POR ÓRGÃOS PÚBLICOS. COMPENSAÇÃO DOS VALORES RETIDOS COM DÉBITOS POSTERIORES.
O direito à compensação dos valores retidos por órgãos públicos quando de pagamentos efetuados pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, com débitos posteriores existe, mas antes é preciso que tais retenções na fonte, como antecipações das exações devidas no período a que se referem que são, sejam antes utilizadas como dedução dos impostos e contribuições referentes ao mesmo período-base de que fazem parte. Apenas o saldo eventualmente remanescente desta confrontação, é que é passível de compensação com débitos de períodos-base posteriores.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3401-003.649
Decisão: Por unanimidade de votos, deu-se provimento ao recurso voluntário, acolhendo o colegiado os valores apurados na diligência, reconhecendo-os como pagamentos a maior.
ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson Bayerl (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, André Henrique Lemos e Tiago Guerra Machado.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2004 RETENÇÃO NA FONTE POR ÓRGÃOS PÚBLICOS. COMPENSAÇÃO DOS VALORES RETIDOS COM DÉBITOS POSTERIORES. O direito à compensação dos valores retidos por órgãos públicos quando de pagamentos efetuados pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, com débitos posteriores existe, mas antes é preciso que tais retenções na fonte, como antecipações das exações devidas no período a que se referem que são, sejam antes utilizadas como dedução dos impostos e contribuições referentes ao mesmo período-base de que fazem parte. Apenas o saldo eventualmente remanescente desta confrontação, é que é passível de compensação com débitos de períodos-base posteriores. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10983.905044/2008-21
anomes_publicacao_s : 201707
conteudo_id_s : 5743094
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-003.649
nome_arquivo_s : Decisao_10983905044200821.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10983905044200821_5743094.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Por unanimidade de votos, deu-se provimento ao recurso voluntário, acolhendo o colegiado os valores apurados na diligência, reconhecendo-os como pagamentos a maior. ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson Bayerl (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, André Henrique Lemos e Tiago Guerra Machado.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6863604
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:03:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713049209796558848
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1767; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10983.905044/200821 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3401003.649 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de abril de 2017 Matéria Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Recorrente CENTRAIS ELETRICAS DE SANTA CATARINA SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2004 RETENÇÃO NA FONTE POR ÓRGÃOS PÚBLICOS. COMPENSAÇÃO DOS VALORES RETIDOS COM DÉBITOS POSTERIORES. O direito à compensação dos valores retidos por órgãos públicos quando de pagamentos efetuados pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, com débitos posteriores existe, mas antes é preciso que tais retenções na fonte, como antecipações das exações devidas no período a que se referem que são, sejam antes utilizadas como dedução dos impostos e contribuições referentes ao mesmo períodobase de que fazem parte. Apenas o saldo eventualmente remanescente desta confrontação, é que é passível de compensação com débitos de períodosbase posteriores. Recurso Voluntário Provido. Por unanimidade de votos, deuse provimento ao recurso voluntário, acolhendo o colegiado os valores apurados na diligência, reconhecendoos como pagamentos a maior. ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson Bayerl (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, André Henrique Lemos e Tiago Guerra Machado. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 50 44 /2 00 8- 21 Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10983.905044/200821 Acórdão n.º 3401003.649 S3C4T1 Fl. 3 2 Tratase de Pedido de Compensação de crédito de contribuição para a COFINS, referente a pagamento efetuado indevidamente ou ao maior. A Delegacia da Receita Federal (DRF) proferiu Despacho Decisório indeferindo o pedido formulado, sob o fundamento de que o DARF discriminado no PER/DCOMP, não foi localizado nos sistemas da Receita Federal. A contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade na qual alegou, em síntese, que: (i) a não identificação do DARF está associada ao fato de que o recolhimento é uma consolidação das retenções na fonte relativas a quatro exações distintas (IRPJ, CSL, COFINS e PIS), e que a DCOMP, ao incluir os dados relativos ao DARF, segregou o valor retido referente a cada uma destas exações; (ii) não se utilizou das retenções para deduzilas das contribuições devidas relativas aos períodosbase a que se referem, porque só percebeu que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vinha efetuando tais retenções posteriormente; como já havia anteriormente adimplido as contribuições devidas relativas a estes períodosbase, só lhe restou a utilização daqueles valores retidos e não contemporaneamente deduzidos, para a compensação de débitos posteriores; (iii) está acobertado pelo artigo 74 da Lei n° 9.430/1996, razão pela qual entende que o Despacho Decisório deve ser revisado, com a conseqüente homologação da compensação declarada. Foi proferido Acórdão DRJ julgando improcedente a manifestação de inconformidade interposta, de maneira a não reconhecer o direito creditório pleiteado, nos termos da ementa abaixo transcrita: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 RETENÇÃO NA FONTE POR ÓRGÃOS PÚBLICOS. COMPENSAÇÃO DOS VALORES RETIDOS COM DÉBITOS POSTERIORES. O direito à compensação dos valores retidos por órgãos públicos quando de pagamentos efetuados pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, com débitos posteriores existe, mas antes é preciso que tais retenções na fonte, como antecipações das exações devidas no período a que se referem que são, sejam antes utilizadas como dedução dos impostos e contribuições referentes ao mesmo períodobase de que fazem parte. Apenas o saldo eventualmente remanescente desta confrontação, é que é passível de compensação com débitos de períodosbase posteriores. A contribuinte interpôs Recurso Voluntário, reiterando as razões veiculadas em sua manifestação de inconformidade, em especial que a retenção é uma forma de pagamento, e afirmou, ainda, nunca ter utilizado o valor da retenção para fins de redução do saldo a pagar da Contribuição devida. Após encaminhamento e distribuição a este Conselho, resolveram os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, proferindo, assim, Resolução CARF para que a unidade local se pronunciasse acerca da existência de DCTF retificadora e sobre o seu acatamento ou não, bem como sobre a existência ou não de pagamento a maior realizado pela contribuinte. Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10983.905044/200821 Acórdão n.º 3401003.649 S3C4T1 Fl. 4 3 A unidade, em resposta à diligência formulada, concluiu, em síntese, que verificouse a ilegitimidade ad causam da contribuinte; e que não foi verificada a existência de pagamento a maior no período de apuração analisado. O processo foi encaminhado a este Conselho, e resolveram os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter novamente o julgamento em diligência, proferindo, assim, Resolução CARF nº 3401000.606 para conceder prazo para a contribuinte sanar a irregularidade na sua representação processual, bem como se manifestar acerca da resposta formulada em sede de diligência. A unidade realizou nova resposta à diligência, na qual informa ter constatado "(...) a existência de retenção em benefício da recorrente, equivalente à quantia de R$ 13.591,97(código 6147)1, a qual foi realizada pela fonte pagadora Universidade Federal de Santa Catarina (CNPJ 83.899.526/000182), ..., o qual foi obtido por meio de diligência outrora realizada por esta Unidade junto àquela fonte pagadora", e reforçou o entendimento, na mesma oportunidade, de se tratar de crédito inidôneo para fins de compensação, por falta de amparo legal. Em manifestação sobre a diligência, a contribuinte apontou a informação prestada pela autoridade fiscal no sentido de que a empresa de fato teria deixado de se valer da faculdade de dedução do valor relativo à COFINS retido na fonte, no montante mencionado, e mencionou, ainda, que a diligência, ao defender que a retenção não pode ser considerada como uma modalidade de pagamento indevido, adentra inadvertidamente a matéria de mérito em momento inoportuno. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.637 de 25 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 10983.901975/200850, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3401003.637): "O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10983.905044/200821 Acórdão n.º 3401003.649 S3C4T1 Fl. 5 4 A questão se resume (i) à comprovação, em primeiro lugar, da afirmação da contribuinte recorrente de que adimpliu as parcelas referentes à Cofins sem antes deduzir os respectivos valores retidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), bem como do quantum retido e não utilizado, e (ii) à resposta à indagação, em segundo lugar, sobre se as retenções na fonte podem ou não ser consideradas "pagamento indevido" ou a maior e, logo, se são ou não suscetíveis de compensação posterior. Quanto à primeira questão, destacamse, da segunda diligência efetuada, os seguintes trechos: "(...) a existência de retenção em benefício da recorrente, equivalente à quantia de R$ 17.281,96 (código 6147), a qual foi realizada pela fonte pagadora Universidade Federal de Santa Catarina (CNPJ 83.899.526/000182), consoante o documento de fls. 146, o qual foi obtido por meio de diligência outrora realizada por esta Unidade junto àquela fonte pagadora. (...) Em consulta aos Sistemas da RFB, notadamente o DIPJ, verificase que a recorrente teria, de fato, deixado de se valer da faculdade de dedução do valor relativo ao PIS/PASEP retido na fonte, nos termos do art. 64, § 3º, da Lei nº 9430/1996, consoante se verifica da Ficha 19a,/Linha 20 – Cálculo do PIS/PASEP (junho/2001), extraído da DIPJ 2002 (entregue à RFB na data de 29/03/2007) – fls. 149" (seleção e grifos nossos). Entendemos que os obstáculos procedimentais, em especial aqueles relativos ao fato de não ter a contribuinte procedido à entrega de DCTF retificadora mencionado pela segunda diligência, possam ser plenamente superáveis caso se comprove a existência efetiva de valores recolhidos a maior, o que de todo modo foi feito por meio da diligência realizada, em conformidade com os trechos acima transcritos, restando, assim, comprovada a alegação de fato da contribuinte. Quanto à segunda questão, de maneira a melhor colocála, o que se discute no presente caso é se houve ou não o recolhimento a maior; neste sentido, descabe se aventar se o valor a ser restituído é proveniente da retenção, pois esta era devida: indevido foi o recolhimento por parte da contribuinte, que, por lapso, deixou de deduzir o valor retido. Assim, nos termos do art. 64 da Lei nº 9.430/1996, acresce à fundamentação da contribuinte o fato de que todos os pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal se sujeitam à incidência, na fonte do IRPJ, da CSL, da Cofins e do PIS/PASEP, sendo que o "valor retido" é, de um lado, nos termos do § 2º do dispositivo legal, levado a crédito da respectiva conta de receita da União Federal, e, de outro, nos termos do § 3º, é considerado como antecipação do que for devido pela contribuinte em relação ao mesmo imposto e às mesmas contribuições. Assim, assiste razão ao despacho decisório quando menciona que a contribuinte não observou a forma adequada para a realização da compensação, i.e., apontar como a origem do crédito o pagamento indevido, mas a retenção realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tal inobservância, no entanto, merece ser superada uma vez constatada a existência do crédito, conforme apontado pela diligência efetuada. Fl. 184DF CARF MF Processo nº 10983.905044/200821 Acórdão n.º 3401003.649 S3C4T1 Fl. 6 5 Neste sentido, ademais, vem decidindo este Conselho, como no Acórdão CARF nº 3401002.805, proferido em sessão de 11/11/2014, de relatoria do Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça, que julgou procedente, por unanimidade de votos, o recurso voluntário interposto pela mesma contribuinte do presente caso, em sessão da qual participaram, além do relator, os conselheiros Júlio César Alves Ramos (presidente), Robson José Bayerl, Ângela Sartori, Eloy Eros da Silva e Bernardo Leite de Queiroz Lima, e cuja ementa abaixo se transcreve: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2002 PIS. VALOR RETIDO NA FONTE POR ENTIDADE PÚBLICA. NÃO UTILIZAÇÃO PARA DEDUÇÃO. POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO. O valor referente à retenção na fonte do PIS por entidade pública e não utilizado pelo contribuinte para dedução do valor devido pode ser posteriormente utilizado para compensar outros débitos. Não obstante, conforme também já decidido por este Conselho em inúmeros casos desta mesma contribuinte, fixase desde já, com a finalidade de se evitar a prorrogação indefinida deste contencioso, que a correção monetária dos valores a maior deverá ser calculada a partir do pagamento indevido, ou seja, jamais a partir do momento da retenção (devida), mas sim a partir do dies a quo do lapso do recolhimento sem a dedução realizado pela empresa, em conformidade com a ementa abaixo transcrita do Acórdão CARF nº 3401002.120, proferido em sessão de 31/01/2013, por unanimidade de votos, e de relatoria do Conselheiro Odassi Guerzoni Filho: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 20/08/2002 PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. RETENÇÃO NA FONTE FEITA POR ÓRGÃO PÚBLICO. DEDUÇÃO LEGAL DO VALOR DEVIDO NÃO EXERCIDA. CARACTERIZAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DO PAGAMENTO E NÃO DA RETENÇÃO. Caracterizase como “pagamento indevido ou a maior” a parcela correspondente ao valor da retenção na fonte feita por órgão publico sobre o valor das receitas auferidas, retenção essa que, por lapso da empresa que sofreu a retenção, deixou de ser utilizada na época correspondente para reduzir o valor da contribuição devida. De outra parte, a atualização monetária do valor reconhecido como pago a maior deve levar em conta a data do recolhimento/pagamento” da contribuição, e não a data em que houve a retenção. Recurso Voluntário Provido em Parte. Assim, voto por conhecer e, no mérito, dar provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o crédito no valor de R$ 17.281,96, de modo a acolher os exatos e precisos termos, quanto à apuração dos esclarecimentos de fato, da diligência realizada, devendo ser a correção monetária realizada a partir do efetivo pagamento indevido, e não do momento da retenção." Fl. 185DF CARF MF Processo nº 10983.905044/200821 Acórdão n.º 3401003.649 S3C4T1 Fl. 7 6 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário para reconhecer o crédito no valor de R$ 13.591,97, de modo a acolher os exatos e precisos termos, quanto à apuração dos esclarecimentos de fato, da diligência realizada, devendo ser a correção monetária realizada a partir do efetivo pagamento indevido, e não do momento da retenção. assinado digitalmente. Rosaldo Trevisan Relator Fl. 186DF CARF MF
score : 1.0