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Numero do processo: 13054.001684/2008-49
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. CRÉDITOS DE ICMS CEDIDOS A TERCEIROS. NÃO INCIDÊNCIA. RE 606.107/RS-RG.
Não incidem a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS sobre créditos de ICMS cedidos a terceiros, conforme decidiu definitivamente o pleno do STF no RE no 606.107/RS, de reconhecida repercussão geral, decisão esta que deve ser reproduzida por este CARF, em respeito ao disposto no art. 62-A de seu Regimento Interno.
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO.
O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos os combustíveis utilizados em caminhões da empresa para transporte de matérias primas, produtos intermediários e embalagens entre seus estabelecimentos. Por outro lado, não constituem insumos os combustíveis utilizados em kombis que eventualmente transportam funcionários.
Numero da decisão: 3403-002.913
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer: (a) a não incidência da contribuição em relação a créditos de ICMS transferidos a terceiros (reproduzindo decisão definitiva do STF no RE no 606.107/RS-RG); e (b) os créditos da contribuição em relação ao óleo diesel utilizado para abastecer os caminhões da frota da empresa, empregados no transporte de matérias primas, produtos intermediários e embalagens entre seus estabelecimentos. Ausente o Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista. Sustentou pela recorrente o Dr. Dílson Gerent, OAB/RS no 22.484.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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CRÉDITOS DE ICMS CEDIDOS A TERCEIROS. NÃO INCIDÊNCIA. RE 606.107/RSRG. Não incidem a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS sobre créditos de ICMS cedidos a terceiros, conforme decidiu definitivamente o pleno do STF no RE no 606.107/RS, de reconhecida repercussão geral, decisão esta que deve ser reproduzida por este CARF, em respeito ao disposto no art. 62 A de seu Regimento Interno. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos os combustíveis utilizados em caminhões da empresa para transporte de matérias primas, produtos intermediários e embalagens entre seus estabelecimentos. Por outro lado, não constituem insumos os combustíveis utilizados em “kombis” que eventualmente transportam funcionários. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer: (a) a não incidência da contribuição em relação a créditos de ICMS transferidos a terceiros (reproduzindo decisão definitiva do STF no RE no 606.107/RSRG); e (b) os créditos da contribuição em relação ao óleo diesel utilizado para abastecer os caminhões da frota da empresa, empregados no transporte de matérias primas, produtos intermediários e embalagens entre seus estabelecimentos. Ausente o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 05 4. 00 16 84 /2 00 8- 49 Fl. 237DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista. Sustentou pela recorrente o Dr. Dílson Gerent, OAB/RS no 22.484. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente processo sobre o Pedido de Ressarcimento (PER/DCOMP) de fls. 1 a 41, transmitido em 15/03/2007, referente a crédito da Contribuição para o PIS/PASEPExportação (§ 1o do art. 5o da Lei no 10.637/2002) do 2o trimestre de 2006 (no total de R$ 90.465,38). No Relatório de Verificação Fiscal (RVF) de fls. 64 a 68, foram apontadas como irregularidades: (a) a não inclusão das receitas com créditos de ICMS transferidos a terceiros na apuração da base de cálculo da contribuição; (b) a inclusão indevida na base de cálculo dos créditos das despesas com combustível (“que não é integrado ao produto no processo produtivo”); e (c) bens e serviços adquiridos de pessoas físicas. Tal relatório serviu de base ao presente processo e aos processos administrativos no 13054.001681/200813 (1o trimestre/2006), no 13054.001685/200893 (3o trimestre/2006) e no 13054.001687/200882 (4o trimestre/2006). Com base no RVF, é proferido o despacho decisório de fl. 70 (em 25/02/2009), reconhecendo parcialmente o direito creditório, no valor de R$ 77.841,97. A empresa apresenta manifestação de inconformidade em 03/11/2009 (fls. 88 a 104), alegando que: (a) a expressão “receita bruta”, desde a entrada em vigor do DecretoLei no 1.598/1977, reproduzida no art. 279 do RIR/1999 e na Instrução Normativa SRF no 51/1978, excluindo expressamente o ICMS; (b) os combustíveis utilizados na frota de veículos (onze caminhões movido a óleo diesel e duas Kombis movidas a gasolina) utilizada nas atividades da empresa, objeto de glosa, estão expressamente contemplados no art. 3o da Lei no 10.637/2002; e (c) a afirmação de que a empresa teria descontado créditos em relação a bens e serviços adquiridos de pessoas físicas é parcialmente incorreta, conforme planilha que anexa, reconhecendo que computou equivocadamente parte da base de cálculo dos créditos da contribuição (R$ 95.263,00). 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 238DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13054.001684/200849 Acórdão n.º 3403002.913 S3C4T3 Fl. 238 3 Em 10/02/2011 (fls. 144/145), a DRJ competente solicitou baixa em diligência, para que se verificasse conclusivamente a questão referente aos créditos referentes a aquisições de pessoas físicas. No Relatório de Diligência Fiscal de fl. 147, que se presta também a verificações referentes à Contribuição para o PIS/PASEP do 3o e do 4o trimestres de 2006 (processos administrativos no 13054.001685/200893 e no 13054.001687/200882, respectivamente), e à COFINS do 2o, do 3o e do 4o trimestres de 2006 (processos administrativos no 13054.001682/200850, no 13054.001686/200838 e no 13054.001688/2008 27, respectivamente, concluise ser correta a alegação da empresa (inclusive a admissão do erro cometido no 2o trimestre de 2006). O julgamento de primeira instância ocorre em 20/05/2011 (fls. 156 a 164), acordando unanimemente o tribunal administrativo pela parcial procedência da manifestação de inconformidade, afastandose a parcela incorreta da glosa que se referia a aquisições de pessoas físicas (R$ 9.741,16), e reconhecendose a definitividade da glosa em relação à parcela não contestada pela empresa (R$ 1.571,84). Quanto às receitas de transferência de créditos de ICMS, o julgador afirma que sua exclusão da base de cálculo só veio a ser reconhecida na Lei no 11.945/2009, com efeitos a partir de janeiro de 2009. E, no que se refere a combustíveis, os gastos devem ser vinculados às exportações (e não a operações no mercado interno), e o combustível utilizado pela frota da empresa não obedece ao conceito de insumo. Cientificada do resultado do julgamento em 16/09/2011 (AR de fl. 175), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 17/10/2011 (fls. 177 a 196), basicamente reiterando os argumentos expressos em sua manifestação de inconformidade, bem como a jurisprudência ali referida, e rechaçando a utilização do conceito de insumos da legislação do IPI para as contribuições. Por meio da Resolução no 3401000.713, de 22/05/2013 (fls. 233 a 235), relatada pelo Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis (que não mais faz parte deste CARF), houve sobrestamento do julgamento do processo para aguardar decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal no RE no 606.107/RS, que trata da inclusão (ou não) da receita de transferência de créditos de ICMS na base de cálculo das contribuições. Com o advento da Portaria MF no 545, de 18/11/2013, que revogou os §§ 1o e 2o do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, o presente processo passa a ser distribuído, para apreciação pelo colegiado, independente da decisão definitiva a ser proferida pelo STF no RE no 606.107/RS. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Fl. 239DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 Há que se esclarecer de plano que dos três temas inicialmente controversos, um restou solucionado nestes autos: o referente à glosa pela utilização de créditos decorrentes de aquisição de pessoas físicas, que foi em parte afastada pela DRJ (R$ 9.741,16) e em parte tornada definitiva diante da ausência de contestação pelo sujeito passivo (R$ 1.571,84). Assim, persistem contenciosos dois tópicos: a inclusão das receitas referentes a cessão de créditos de ICMS a terceiros (tema que ensejou o sobrestamento) e a glosa de despesas com combustíveis para veículos utilizados pela empresa (que demanda uma breve incursão inicial sobre o conceito de insumo na legislação que rege as contribuições). Da cessão de créditos de ICMS a terceiros A discussão sobre a inclusão ou não da receita decorrente de cessão de créditos de ICMS na base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS é frequente neste CARF. Contudo, não se pode afirmar que esteja assentado o posicionamento sobre a matéria. A recorrente aponta normas relativas ao Imposto de Renda (Decretolei no 1.598/77, art. 279 do Regulamento do Imposto de Renda e IN SRF no 51/78) como supedâneos para a conclusão de que a expressão “receita bruta” não abarca o crédito de ICMS registrado em seu ativo circulante. Adiciona precedentes jurisprudências administrativos e judiciais em seu favor. Analisandose julgados recentes (anos de 2011 e 2012) deste CARF, tribunal que substituiu o antigo Conselho de Contribuintes, encontramse tanto posicionamentos alinhados com o entendimento da recorrente2, quanto em sentido diverso3, pela incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS sobre o resultado da cessão de créditos de ICMS a terceiros. Também judicialmente a matéria é controversa, tanto que foi reconhecida sua repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal em 01/07/2010, no RE no 606.107/RS: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. VALORES DA TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS DE ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. 1. A questão de os valores correspondentes à transferência de créditos de ICMS integrarem ou não a base de cálculo das contribuições PIS e COFINS nãocumulativas apresenta relevância tanto jurídica como econômica. 2. A matéria envolve a análise do conceito de receita, base econômica das contribuições, dizendo respeito, pois, à competência tributária. 3. As contribuições em questão são das que apresentam mais expressiva arrecadação e há milhares de ações em tramitação a exigir uma definição quanto ao ponto. 4. Repercussão geral reconhecida4.(grifo nosso) 2 Acórdãos no 3202000.498 e 499, ambos relatados pela Cons. Irene Souza da Trindade Torres (vencida), maioria, sessão de 23.mai.2012; e Acórdãos no 3801001.041 a 043, todos relatados pelo Cons. Jose Luiz Bordignon, unânime, sessão de 22.mar.2012. 3 Acórdãos no 3301001.373 a 376, todos relatados pelo Cons. Antonio Lisboa Cardoso (vencido), qualidade, sessão de 22.mar.2012; Acórdãos no 3801001.343 a 353, todos relatados pela Cons. Andrea Medrado Darze (vencida), qualidade, sessão de 15.fev.2012; Acórdãos no 3301000.916 a 920, todos relatados pelo Cons. José Adão Vitorino de Morais, unânime, sessão de 2.mai.2011; e Acórdão no 3402000.988, Cons. Júlio Cesar Alves Ramos, unânime, sessão de 3.fev.2011. 4 RE no 606.107/RS, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 1.jul.2010, public. Em 20/8/2010. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13054.001684/200849 Acórdão n.º 3403002.913 S3C4T3 Fl. 239 5 Reconhecida a repercussão geral, a suprema corte vem determinando a devolução dos autos à origem, sobrestandoos (v.g. RE no 650.767/RS, RE no 641.035/RS, RE no 605.195/RS, RE no 631.574/DF, RE no 600.384/RS, e RE no 614.307/RS). Por isso, ocorreu o sobrestamento do julgamento, por determinação desta turma, conforme a Resolução no 3403 000.414. Contudo, dois eventos posteriores possibilitam (em verdade, obrigam) o retorno da análise, agora de forma definitiva, por este CARF. O primeiro é a revogação dos §§ 1o e 2o do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, pela Portaria MF no 545, de 18/11/2013, que permitia o sobrestamento administrativo dos processos sobre as matérias com repercussão geral reconhecida pelo STF, ainda não julgadas definitivamente pela corte suprema. Permaneceu vigente no referido art. 62A somente o comando do caput: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” (grifo nosso) O segundo evento é exatamente a decisão definitiva, pelo STF, em relação à matéria. Em 22/05/2013 (com publicação em 25/11/2013) o pleno da corte julgou o RE no 606.107/RS, acordando, por maioria de votos (vencido o Min. Dias Toffoli), que: “EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. II A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita” constante do seu art. 195, I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei. Tampouco está condicionada à lei a exegese dos dispositivos que estabelecem imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o acórdão de origem (arts. 149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, “a”, da CF). Em ambos os casos, tratase de interpretação da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com absoluta independência da atuação do legislador tributário. III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não cumulatividade, Fl. 241DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções concorrenciais. IV O art. 155, § 2º, X, “a”, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos , imuniza as operações de exportação e assegura “a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores”. Não incidem, pois, a COFINS e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal violação do preceito constitucional. V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas sobre o total das receitas, “independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. VI O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita tributável. Cuida se de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal. VII Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditarse do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificamse como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal. VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. IX Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, “b”, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose Fl. 242DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13054.001684/200849 Acórdão n.º 3403002.913 S3C4T3 Fl. 240 7 aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC.” (RE 606107, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe231 DIVULG 22112013 PUBLIC 2511 2013) (grifo nosso) Em consulta ao sítio web do STF, atestase que tal acórdão transitou em julgado ainda em dezembro de 2013. Aplicável, assim, o art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, devendo esta corte administrativa reproduzir a decisão definitiva de mérito proferida pelo STF na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil. Procedente, então, nesse tópico, o recurso voluntário. Do conceito de insumos para a contribuição O tópico restante a analisar trata da correta interpretação do conceito de insumos na legislação que rege a contribuição, pelo que se recomenda, inicialmente, tecer algumas considerações gerais sobre a matéria. O termo insumo é polissêmico. Por isso, há que se indagar qual é sua abrangência no contexto das Leis no 10.627/2002 e 10.833/2003. Na busca de um norte para a questão, poderseia ter em consideração os teores do § 5o do art. 66 da IN SRF no 247/2002 (editado com base no art. 66 da Lei no 10.637/2002) e do art. 8o da IN SRF no 404/2004 (editado com alicerce no art. 92 da Lei no 10.833/2003), que, para efeito de disciplina da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, estabelecem entendimento de que o termo insumo utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda abrange “as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado” e “os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto”. Outro caminho seria buscar analogia com a legislação do IPI ou do IR (ambas frequentes na jurisprudência deste CARF, cabendo ressaltar que ainda não há posicionamento assentado nesta corte administrativa sobre a matéria). Contudo, tal tarefa se revela improfícua, pois em face da legislação que rege as contribuições, o conceito expresso nas normas que tratam do IPI é demasiadamente restritivo, e o encontrado na legislação do IR é excessivamente amplo, visto que se adotada a acepção de “despesas operacionais”, chegarse ia à absurda conclusão de que a maior parte dos incisos do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e 10.833/2003 (inclusive alguns que demandaram alteração legislativa para inclusão v.g. incisos IX, referente a energia elétrica e térmica, e X, sobre valetransporte ... para prestadoras de serviços de limpeza...) é inútil ou desnecessária. A Lei no 10.637/2002, que trata da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa, e a Lei no 10.833/2003, que trata da COFINS nãocumulativa, explicitam, em seus arts. 3o, que podem ser descontados créditos em relação a: Fl. 243DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 “II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis (...)” (grifo nosso) A mera leitura dos dispositivos legais já aponta para a impossibilidade de se considerar como insumo um bem ou serviço que não seja utilizado na produção ou fabricação do bem destinado à venda. Há, assim, que se acolher a argumentação de que o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final, como vem reiteradamente decidindo esta Terceira Turma (v.g. Acórdãos no 3403002.469 a 477; 3403001.893 a 896; 3403001.935; e 3403002.318 e 319). Isto posto, cabe analisar a adequação ao conceito de insumo da rubrica questionada no presente contencioso: despesas com combustíveis consumidos pelos veículos da frota da recorrente. Das despesas com combustíveis A fiscalização alega que não pode haver crédito em relação a despesas com combustíveis, visto que tais combustíveis não se integram ao produto no processo produtivo. É nítida, assim, a aplicação da legislação do IPI à contribuição, em dissonância com as disposições gerais expostas no tópico anterior (conceito de insumos). Tal aplicação restritiva é corroborada pela decisão de piso. Incumbe já de início adequar tal raciocínio ao conceito de insumo compatível com a contribuição, seja porque a legislação expressamente relaciona os combustíveis na lista de insumos que podem ser aplicados no processo produtivo, ou mesmo porque é excepcional imaginar uma situação em que o combustível se integre ao produto, ou com ele entre em contato físico (não parecendo ter o comando a visão restritíssima que lhe dá a autoridade fiscal). Cabível, assim, a priori, o crédito em relação a despesas com combustíveis, desde que este seja necessário ao processo produtivo da empresa. Pelo teor do recurso voluntário, notase que a empresa possui onze caminhões (movidos a óleo diesel) e duas kombis (movidas a gasolina). A empresa afirma que “todos esses veículos são utilizados nas operações de transporte de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem entre os diversos estabelecimentos da empresa”. E acrescenta que “em alguns períodos, as KOMBIS também são utilizados para o transporte de funcionários da produção, que fazem horas extras”. Não se entende como atividade relacionada ao processo produtivo, necessária à obtenção do produto final, o transporte de passageiros (ainda que funcionários da empresa, e ainda que eventualmente) pelas KOMBIS. Assim recentemente decidiu esta turma, de forma unânime (Acórdãos no 3403002.783, e 784). Por carência probatória (detalhamento da forma de utilização no processo produtivo), então, afastase o direito creditório em relação ao combustível utilizado para abastecer tais veículos. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 13054.001684/200849 Acórdão n.º 3403002.913 S3C4T3 Fl. 241 9 No entanto, é perfeitamente crível que os caminhões da empresa tenham efetivamente sido utilizados para transportar materiais necessários à obtenção do produto final gerado pela empresa. Assim, afastase somente a glosa referente às despesas de abastecimento dos caminhões, movidos a óleo diesel. Como não se tem detalhamento preciso dos abastecimentos nos presentes autos, incumbe à autoridade responsável pela liquidação intimar a empresa a apresentar as referidas notas de abastecimento, que só poderão ser computadas para efeito de crédito se vinculadas estritamente a óleo diesel, ou aos caminhões da empresa (placas ILE 7837, IME 9339, IFJ 6407, IHT 6763, ICX 9137, IHY 3308, IOB 7137, IHH 1955, IOP 7436, IOQ 2612, e IOQ 1775). Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer: (a) a não incidência da contribuição em relação a créditos de ICMS transferidos a terceiros (reproduzindo decisão definitiva do STF no RE no 606.107/RS RG); e (b) os créditos da contribuição em relação ao óleo diesel utilizado para abastecer os caminhões da frota da empresa, empregados no transporte de matérias primas, produtos intermediários e embalagens entre seus estabelecimentos. Rosaldo Trevisan Fl. 245DF CARF MF Impresso em 15/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/04/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 10882.002334/2003-44
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Apr 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Exercício: 1998
COFINS. DECADÊNCIA. PAGAMENTO PARCIAL.
Reconhecido que o valor devido a título de COFINS foi parcialmente pago, e que não se configurou dolo, fraude ou simulação, aplicável se torna o art. 150, § 4o do Código Tributário Nacional, para configuração da decadência.
Numero da decisão: 3403-002.767
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Esteve presente ao julgamento o Dr. Leandro Bettini, OAB/DF no 34.515.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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DECADÊNCIA. PAGAMENTO PARCIAL. Reconhecido que o valor devido a título de COFINS foi parcialmente pago, e que não se configurou dolo, fraude ou simulação, aplicável se torna o art. 150, § 4o do Código Tributário Nacional, para configuração da decadência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Esteve presente ao julgamento o Dr. Leandro Bettini, OAB/DF no 34.515. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vicepresidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 23 34 /2 00 3- 44 Fl. 534DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração (fls. 36 a 451), lavrado em 13/06/2003 (com ciência em 01/07/2003 fl. 112), para exigência de COFINS referente a 1998 (primeiro, terceiro e quarto trimestres), no valor original a título de principal de R$ 3.806.251,19, em decorrência de auditoria interna de DCTF, na qual se detectou “Proc. inexist. no Profisc” e “Proc. de outro CNPJ”, mencionandose 16 números de processos administrativos de ressarcimento de IPI. Em sua impugnação (fls. 02 a 07), registrada em 28/07/2003, a empresa alega, em suma, que os processos de ressarcimento são de estabelecimento filial (no 61.074.829/000808 e no 61.074.829/001871) e que as compensações ainda estão em andamento, não havendo que se exigir em autuação créditos que derivariam da negativa em processos de compensação ainda não analisados em definitivo administrativamente. A unidade local, considerando o teor da impugnação, efetua revisão antes do encaminhamento à DRJ, cadastrando os processos das filiais no Profisc, e cancelando parte da autuação na revisão de ofício (fl. 138). A DRJ, ao analisar preliminarmente o processo, em 28/01/2005 (fls. 162/163), detectou inconsistências na revisão de ofício inicialmente efetuada pela unidade, e demandou informações sobre a situação dos pedidos de compensação, sugerindo eventual segunda revisão de ofício dos valores extintos por compensação. Em 15/06/2005, atendendo à recomendação da DRJ, a unidade local declara extintos por compensação os débitos referentes aos períodos de apuração agosto/98 e setembro/98, extinguindo ainda saldos devedores (fl. 170). O julgamento de primeira instância ocorre, então, em 22/07/2005 (fls. 217 a 223), decidindo a DRJ (somente na parte ainda restante da autuação: débito de R$ 458.636,82, relativo ao período de janeiro/98) pela parcial procedência, mantendo a exigência em virtude da não comprovação da compensação à qual o débito foi vinculado, e exonerando a multa de ofício decorrente da compensação não comprovada, por retroatividade benigna (art. 18 da MP no 135/2003, convertida na Lei no 10.833/2003, com a redação dada pela Lei no 11.051/2004). Cientificada da decisão de primeira instância em 14/09/2005 (cf. AR à fl. 226), a empresa apresenta recurso voluntário (fls. 232 a 250), sustentando: (a) preliminarmente a ocorrência de decadência (na forma do art. 150, § 4o do Código Tributário Nacional); (b) ter havido erro de fato no preenchimento da DCTF, notadamente quanto ao valor do tributo apurado (o valor devido no período de jan/1989 era de R$ 771.338,38, do qual foi recolhida a parcela de R$ 312.701,56 cf. DARF anexado tanto na impugnação quanto no recurso voluntário fl. 319, e compensado o montante de R$ 458.636,82, ao invés de R$ 771.338,38) e quanto ao crédito vinculado à compensação (erro na vinculação de parte do crédito ao processo administrativo no 11080.007663/9816, quando a vinculação deveria ter sido à ação judicial no 94.00093217, conforme atesta o próprio DARF de recolhimento); (c) tais erros de fato eram identificáveis pelo julgador de piso (ainda que entendida necessária a complementação via diligência); (d) a compensação foi regularmente efetuada, esclarecendo a origem do crédito de FINSOCIAL (decorrente da incorporação de empresas), e que, na impossibilidade administrativa de compensação do FINSOCIAL com COFINS, demandoua 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 535DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10882.002334/200344 Acórdão n.º 3403002.767 S3C4T3 Fl. 535 3 em juízo na referida ação (obtendoa, com trânsito em julgado em 12/11/1997), podendo efetuar a compensação independente de autorização da Administração (cf. IN SRF no 21/1997 e no 32/1997); (e) o crédito não decorre da ação judicial, que versa tão somente sobre o direito de compensar; e (f) a utilização da Taxa SELIC a título de juros de mora é ilegal e inconstitucional. O processo é apreciado em 25/01/2006 pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, que decide converter o julgamento em diligência, por meio da Resolução no 20200.912 (sob relatoria da Cons. Maria Cristina Roza da Costa fls. 380 a 386), para verificar se a escrituração fiscal da recorrente atestava sua argumentação de erro de fato e o vínculo e a pertinência da compensação com a ação judicial. A unidade local intima a empresa a apresentar documentos para verificação dos itens demandados na diligência (fl. 394). Em resposta, agregamse os documentos de fls. 432 a 502. Verificando os cálculos de recolhimentos indevidos de FINSOCIAL, com as comprovações possíveis nos sistemas da RFB, a unidade local apurou que a compensação dos valores determinada pela ação judicial não foi suficiente para saldar o débito do período de apuração de janeiro/98, restando débito de R$ 16.465,91 (fl. 529). Ciente do relatório da diligência em 04/07/2012 (cf. AR de fl. 531), a recorrente não apresenta qualquer manifestação. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator São matérias que restariam controversas no presente processo: (a) a alegação preliminar de decadência; (b) a existência/comprovação do erro de fato; (c) a regularidade da compensação efetuada em relação a janeiro/98; e (d) a utilização da Taxa SELIC a título de juros de mora. Há que se destacar, contudo, que a unidade local, pelo que se interpreta da acolhida da compensação obtida em juízo (fl. 529), apenas com ressalvas em relação a liquidez / cálculos (matéria não analisada em juízo), reconhece o erro de fato e a regularidade da compensação. Assim, não se está mais a discutir estes dois tópicos (“b” e “c”), tendo em vista que a própria autoridade local reconhece a compensação da forma em que foi efetuada e a existência do erro de fato. Por iniciativa própria, a autoridade responsável pela diligência já imputa os valores calculados referentes à compensação e chega a um saldo devedor de R$ 16.465,91, que não é objeto de contestação específica pela recorrente no retorno da diligência. Sendo a matéria referente à Taxa SELIC já sumulada no âmbito deste CARF (Súmula no 4), reconhecendose a legalidade de sua aplicação, e sendo vedado ao julgador a apreciação de constitucionalidade (Súmula no 2 do CARF), resta um único tópico a discutir no presente processo: a decadência. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 Reconhecido que o valor devido em janeiro de 1998 a título de COFINS (código 2172) foi parcialmente pago em 10/02/1998, conforme DARF de fl. 319, que não se configurou dolo, fraude ou simulação, e que a ciência da autuação se deu em 01/07/2003, aplicável se torna o art. 150, § 4o do Código Tributário Nacional, configurando a decadência. Do montante declarado de R$ 771.338,38, foram pagos R$ 312.701,56 e indicados à compensação em virtude da ação judicial R$ 458.636,82. Acatandose o resultado da diligência demandada à unidade local, o valor da autuação deveria ser reduzido a R$ 16.465,91. Mas tal montante revelouse fulminado pela decadência. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 537DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN
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Numero do processo: 10907.000911/2003-38
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Apr 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/08/2002 a 30/11/2002
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. AUTUAÇÃO POR NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Na hipótese de autuação decorrente de não homologação de compensações, aplica-se retroativamente o comando do art. 18 da Lei no 10.833/2003, em observância ao art. 106, II c do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 3403-002.788
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir a multa de ofício. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor Wolszczak, OAB/RJ no 169.407, que requereu a aplicação do princípio da retroatividade benigna.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/08/2002 a 30/11/2002 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. AUTUAÇÃO POR NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na hipótese de autuação decorrente de não homologação de compensações, aplica-se retroativamente o comando do art. 18 da Lei no 10.833/2003, em observância ao art. 106, II c do Código Tributário Nacional.
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AUTUAÇÃO POR NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na hipótese de autuação decorrente de não homologação de compensações, aplicase retroativamente o comando do art. 18 da Lei no 10.833/2003, em observância ao art. 106, II “c” do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir a multa de ofício. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor Wolszczak, OAB/RJ no 169.407, que requereu a aplicação do princípio da retroatividade benigna. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vicepresidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 09 11 /2 00 3- 38 Fl. 250DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração (fls. 30 a 351), lavrado em 25/03/2003 (com ciência na mesma data, cf. fl. 31), para exigência de Contribuição para o PIS/PASEP referente ao período de agosto a novembro de 2002, no valor original a título de principal de R$ 157.614,28, em decorrência de indeferimento de pedido de restituição no processo administrativo no 10907.001984/200266 (tendo sido efetuadas compensações indevidas, cabendo a aplicação do disposto no art. 90 da Medida Provisória no 2.15835/2001). O despacho decisório do referido processo consta às fls. 6 a 10. Em sua impugnação (fls. 37 a 44), a empresa alega que o pedido de restituição no outro processo se deve a recolhimento indevido em função de erro contábil (ausência de contabilização de efeitos ativos ou passivos referentes a contrato de arrendamento de instalação portuária), e as razões para a negativa de acolhida pela unidade local são descabidas, visto que a forma de contabilização que originou os créditos requeridos independe da natureza jurídica do contrato. E complementa afirmando que tal processo ainda não foi objeto de julgamento definitivo, o que torna nula a autuação. Junta também cópia da manifestação de inconformidade naquele processo (fls. 45 a 54), cópia de relatório de empresa de auditoria (fls. 62 a 65) e parecer jurídico (fls. 82 a 128). O julgamento de primeira instância ocorre em 31/07/2003 (fls. 130 a 137), decidindo a DRJ que não houve nulidade (por não estar configurada situação descrita no art. 59 do Decreto no 70.235/1972) e que a não homologação (ainda que pendente de recurso) das compensações constitui condição resolutória a reverter a extinção condicional dos créditos da contribuição (na forma do art. 150, § 1o do CTN). Por fim, o pedido de suspensão para que se aguardasse o julgamento do outro processo é rechaçado pela DRJ, por ausência de previsão no art. 151 do CTN. Em seu recurso voluntário, apresentado em 01/10/2003 (fls. 140 a 149), a empresa reitera a argumentação trazida em sua impugnação, no sentido de que as razões para negação da restituição no processo administrativo no 10907.001984/200266 são descabidas, e que tal processo ainda não foi definitivamente julgado na via administrativa. Pede ainda que os processos administrativos no 10907.000912/200382 e no 10907.001085/200344 sejam analisados conjuntamente, por se tratarem da mesma matéria. O processo é apreciado em 13/04/2004 pela Primeira Câmara do então Segundo Conselho de Contribuintes, que decide converter o julgamento em diligência, por meio da Resolução no 20100.412 (sob relatoria da Cons. Adriana Gomes Rego Galvão fls. 191 a 194), para aguardar o julgamento administrativo definitivo do processo no 10907.001984/200266. São anexados ao processo então cópias da decisão de primeira instância no processo administrativo no 10907.001984/200266 (fls. 199 a 213), proferida em 05/08/2004, na qual unanimemente se nega a restituição, e informação fiscal (fls. 214 e 215) que dá conta de que houve parcial provimento do recurso voluntário apresentado, conforme reconhecido no Acórdão no 910100.445, que determinou ainda o retorno dos autos à unidade de origem, para que fosse proferido outro despacho decisório em relação a créditos de IRPJ e CSLL, após 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 251DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10907.000911/200338 Acórdão n.º 3403002.788 S3C4T3 Fl. 251 3 atendidas providências pela recorrente (efetivação de registros contábeis, e elaboração de novas demonstrações de resultado de exercício e de Lucro Real/IR sobre Lucro Real). Cientificada do acórdão e intimada a cumprir as exigências nele estabelecidas para comprovação de seu direito creditório (AR à fl. 217, datado de 23/11/2010), a recorrente não toma nenhuma providência. Ainda em relação ao processo no 10907.001984/200266, é proferido, então, o despacho decisório de fls. 219 a 223 (em 28/06/2010), reconhecendo a definitividade da decisão do CARF em relação à parcela não reconhecida da restituição, e, em relação ao restante (parcela condicionalmente reconhecida), atestando a inexistência de qualquer providência por parte da interessada, o que culmina em não homologação das compensações. Cientificada do novo despacho decisório em 04/07/2011 (AR à fl. 225), a empresa apresenta manifestação de inconformidade, informando que as alterações contábeis demandadas são complexas e exigem trabalho minucioso, provocando inclusive reflexos em exercícios futuros, não tendo sido possível ainda efetuálas, e requerendo a suspensão do processo até que seja possível a empresa efetuar os registros demandados na decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais. A DRJ, em 24/11/2011, efetua novo julgamento do processo (fls. 227 a 233), acordando unanimemente em não conhecer da manifestação de inconformidade, por ser a pretensão da empresa tão somente a suspensão da cobrança, inexistindo contraditório. Na informação fiscal de fls. 235 a 237 (datada de 12/01/2012), narrase que o processo no 10907.001984/200266, diante da nova decisão da DRJ, “transitou em julgado administrativamente”. A empresa foi cientificada da nova decisão da DRJ e da informação fiscal em 30/05/2012 (cf. AR de fl. 247). Por fim, na informação fiscal de fl. 248, emitida em 15/08/2012, informase que resta atendida a solicitação de diligência efetuada pela Resolução no 20100.412 com a decisão administrativa definitiva no processo no 10907.001984/200266, retornando os autos a este colegiado para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Retornando o processo da diligência, tendo em vista a decisão administrativa definitiva no processo no 10907.001984/200266, verifiquei no sítio web do CARF se a Conselheira relatora do voto pela diligência ainda se encontra nos quadros do tribunal. Diante da negativa, e da distribuição do processo a mim, passo a analisálo. É preciso destacar, de início, que não há efetivo contencioso no presente processo. Fl. 252DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 Já na autuação se expressa que tendo em vista o indeferimento do pedido de restituição objeto do processo no 10907.001984/200266, e a existência de compensações, estava m sendo “lançados os valores de PIS compensados indevidamente, conforme art. 90 da Medida Provisória no 2.158/2001”. Diante da dependência do resultado administrativo definitivo daquele processo é que houve a baixa em diligência, pela Resolução no 20100.412. E agora se tem tal decisão. O Acórdão no 910100.445 acabou não sendo juntado ao presente processo. Contudo, é de fácil obtenção no sítio web do CARF: “Assunto: IRPJ Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003 IPRJ. CSLL. CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS OU BENS PÚBLICOS. AMORTIZAÇÃO. DEDUTIBILIDADE DAS VARIAÇÕES PASSIVAS DA DÍVIDA. POSSIBILIDADE. A assinatura de contrato de concessão de serviço público ou e bens públicos com o Poder Público provoca reflexos no patrimônio do contribuinte que devem ser contabilizados (tanto os direitos adquiridos quanto as obrigações assumidas). É legítimo ao particular, parte em contrato de concessão de serviços ou bens públicos, amortizar o valor pago ou devido ao Poder Concedente em parcelas iguais durante o prazo do contrato de concessão e deduzir, de acordo com o regime de competências, as variações passivas da dívida decorrentes de expressas previsões no contrato de concessão. IRPJ. CSLL. APURAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL OU BASE DE CÁLCULO NEGATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO EM PERÍODOS BASE ANTERIORES. Os prejuízos verificados pelo contribuinte em determinado período de apuração somente podem afetar a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social no mesmo período ou, nos casos e na forma previstos em lei, em períodos de apuração posteriores. O prejuízo decorrente do contrato assumido pelo contribuinte em abril de. 2001 não pode refletir em períodos base anteriores à data em que assumidas as obrigações e os direitos inerentes ao vínculo contratual. (CSRF, Acórdão no 910100.445, Rel. Cons. Antonio Carlos Guidoni Filho, unânime, sessão de 04.nov.2009) (grifo nosso) Com a decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais, dáse parcial provimento ao recurso especial do contribuinte: “para manter a decisão recorrida no que tange aos pagamentos das quotas do IRPJ e da CSLL apurados no segundo, terceiro e quarto trimestres de 1999, primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres de 2000 e no primeiro trimestre de 2001, e para determinar o retomo dos autos à Delegacia da Receita Federal de origem, para que seja proferido outro despacho decisório quanto aos pagamentos relativos às quotas do IRPJ e da CSLL apurados nos segundo, terceiro e quarto trimestres de 2001 e no primeiro e segundo trimestres de 2002”. (grifo nosso) No interior do voto do relator (com excertos abaixo transcritos), percebese o detalhamento do provimento parcial: Fl. 253DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10907.000911/200338 Acórdão n.º 3403002.788 S3C4T3 Fl. 252 5 “As considerações supra não significam provimento integral ao recurso da Contribuinte. (...) Se o Contribuinte Recorrente assumiu a posição de concessionário apenas em 10/4/2001, não é possível que os direitos e as obrigações a ele inerentes tenham causado reflexos sobre períodos de apuração anteriores à data da assunção da posição contratual (i. e., anteriores ao mês de março de 2001). (...) Por estas razões, no que tange aos pagamentos das quotas do IRPJ e da CSLL apurados nos segundo, terceiro e quarto trimestres de 1999, primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres de 2000 e no primeiro trimestre de 2001, o pedido de restituição deve ser indeferido. (...) A partir de abril de 2001, momento em que o contribuinte assumiu os direitos e obrigações inerentes ao contrato de. concessão é que lhe é possível proceder às retificações que deseja aplicar em sua contabilidade. Para tanto, deverá o contribuinte: (...) (i) Na data em que assumida a posição contratual (10/4/2001), deve o contribuinte considerar em conta de ativo permanente o seu direito à exploração do serviço e dos bens concedidos, avaliado pelo valor a ser quitado da obrigação para com o poder concedente. A contrapartida desse lançamento deverá ser feita em conta de passivo exigível a longo prazo. (ii) A dívida deverá ser amortizada, a cada período de apuração do imposto e da contribuição social, em parcelas iguais e durante o prazo restante do contrato de concessão. Os lançamentos devem ser feitos a crédito do ativo permanente e à débito em conta de despesa (valores dedutíveis da base de cálculo do imposto e da contribuição). (iii) Os lançamentos correspondentes às variações ativas (débito na conta de passivo exigível a longo prazo) e passivas (crédito na conta de passivo exigível) da dívida deverão ser lançadas contra contas de resultados (receitas ou despesas, se o caso), conforme o regime de competência. As variações passivas que estiverem expressamente previstas no contrato de concessão ou em seus termos aditivos serão dedutíveis no período em que contabilizadas. (iv) Os valores pagos ao poder concedente deverão ser lançados a crédito de disponíveis e a débito da conta de passivo exigível a longo prazo representativa da obrigação do Contribuinte em face do Poder Concedente. Fl. 254DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 As instâncias a quo (Delegacia da Receita Federal de jurisdição do Contribuinte, Delegacia de Julgamento e Câmara recorrida) não apreciaram o procedimento do Contribuinte com base nas premissas acima declinadas pois entenderam que não seriam aplicáveis ao caso do Contribuinte. No que tange as quotas do IRPJ e da CSLL apurados nos segundo, terceiro e quarto trimestres de 2001 e nos primeiro e segundo trimestres de 2002, pois, o pedido merece ser novamente apreciado, devendo a Delegacia da Receita Federal de jurisdição do Contribuinte intimálo a demonstrar, com base nas premissas acima, o pagamento indevido do IRPJ e da CSLL cuja repetição pleiteia, para, então, proferir novo despacho decisório.” (grifos nossos) Assim, a Câmara Superior não reconhece parte do direito creditório, e, em relação à parte que reconhece, o faz condicionalmente, demandando à unidade local que intime a empresa a demonstrar o pagamento indevido com base nas premissas relacionadas de (i) a (iv), sujeitando o feito a novos julgamentos. Não atendida a condição, resta não comprovado o direito creditório naquele processo. Cabível, então, a exigência dos montantes indevidamente compensados a título de Contribuição para o PIS/PASEP, pois efetivamente os débitos relacionados na autuação não foram pagos nem compensados. Dispõe o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835/2001 (ainda vigente por força do art. 2o da a Emenda Constitucional no 32/2001): “Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal.” Cabe, contudo, ressalvar a existência de comando legal posterior disciplinando a mesma matéria o art. 18 da Lei no 10.833/2003, com as alterações efetuadas pela Lei no 11.488/2007: “Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão de não homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6o a 11 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Fl. 255DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10907.000911/200338 Acórdão n.º 3403002.788 S3C4T3 Fl. 253 7 § 3o Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. § 4o Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1o, quando for o caso. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 5o Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2o e 4o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)” (grifo nosso) Sendo derivada de legislação superveniente à data da autuação, a matéria demanda análise de ofício, à luz do art. art. 106, II, “c” do Código Tributário Nacional: “Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” (grifo nosso) Considerando que não se apura nem suscita no presente processo a existência de falsidade na declaração apresentada pelo sujeito passivo, nem se visualiza hipótese de compensação não declarada, deve ser afastada a multa de ofício aplicada. Nesse sentido várias decisões deste CARF, sintetizadas em decisão unânime recente da Câmara Superior de Recursos Fiscais: “COMPENSAÇÃO INDEVIDA. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO PARA PERÍODO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 10.833/03. Necessário lançamento de ofício para exigência de valor declarado em DCTF como quitado por meio de compensação posteriormente não homologada, quando a compensação foi efetuada sob a égide do artigo 90, da MP 215835/ 2001, antes do advento da Lei 10.833/03, uma vez que o pedido de compensação ou a declaração de compensação não se constituíam em documentos hábeis à confissão de dívida. Válido o ato administrativo do lançamento. A retroatividade benigna se aplica para efeito de penalidade, excluindose a respectiva multa de ofício.” (CSRF, Acórdão n. 9101001.617, Rel. Cons. Karem Jureidini Dias, unânime, sessão de 16.abr.2013) Fl. 256DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, para excluir a multa de ofício lançada. Rosaldo Trevisan Fl. 257DF CARF MF Impresso em 03/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/03/2014 por ROSALDO TREVISAN
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Numero do processo: 12897.000460/2009-16
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Apr 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2006
SUJEIÇÃO PASSIVA. CONTRIBUIÇÕES. ESTABELECIMENTO MATRIZ.
Para cada espécie tributária, na formalização da exigência de crédito tributário, a identificação do sujeito passivo deve ser feita em consonância com a legislação de regência do correspondente tributo, vigente à época da ocorrência dos fatos geradores. No caso Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, para o período, a autuação deve ser lavrada contra o estabelecimento matriz da pessoa jurídica.
Numero da decisão: 3403-002.739
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Sustentou pela recorrente o Sr. Luis Felipe Krieger Moura Bueno , OAB/RJ no 117.908.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2006 SUJEIÇÃO PASSIVA. CONTRIBUIÇÕES. ESTABELECIMENTO MATRIZ. Para cada espécie tributária, na formalização da exigência de crédito tributário, a identificação do sujeito passivo deve ser feita em consonância com a legislação de regência do correspondente tributo, vigente à época da ocorrência dos fatos geradores. No caso Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, para o período, a autuação deve ser lavrada contra o estabelecimento matriz da pessoa jurídica.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Sustentou pela recorrente o Sr. Luis Felipe Krieger Moura Bueno , OAB/RJ no 117.908. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
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CONTRIBUIÇÕES. ESTABELECIMENTO MATRIZ. Para cada espécie tributária, na formalização da exigência de crédito tributário, a identificação do sujeito passivo deve ser feita em consonância com a legislação de regência do correspondente tributo, vigente à época da ocorrência dos fatos geradores. No caso Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, para o período, a autuação deve ser lavrada contra o estabelecimento matriz da pessoa jurídica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Sustentou pela recorrente o Sr. Luis Felipe Krieger Moura Bueno , OAB/RJ no 117.908. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vicepresidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 7. 00 04 60 /2 00 9- 16 Fl. 329DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Versa o presente sobre autos de infração (fls. 157 a 171, e 172 a 189)1, lavrado em 27/07/2009 (com ciência na mesma data) para exigência de COFINS e Contribuição para o PIS/PASEP, referente aos períodos de julho de 2004 a dezembro de 2006, nos totais (a título de principal), respectivamente, de R$ 6.306.613,01 e R$ 1.347.043,81. A fiscalização teve por origem indícios de irregularidade apontados pelo órgão central da RFB (Nota Cofis/GAB no 2007/279, de 01/10/2007 fls. 26 a 28), em relação ao IPI, tendo em vista a não obtenção de tutela judicial pela empresa, que buscava a declaração de inconstitucionalidade do art. 39 da Medida Provisória no 2.15835/2001, que equipara a estabelecimento industrial os comerciais atacadistas que adquirirem de estabelecimentos importadores produtos de procedência estrangeira classificados nas posições 3303 a 3307 da TIPI. Em 06/07/2009 a fiscalização redige, com fundamento na apresentação parcial de documentos pela empresa, o Termo de Constatação de fls. 18 a 22, por meio do qual conclui pela solicitação de informações adicionais, tendo em vista que a empresa é distribuidora exclusiva da PROCOSA Produtos de Beleza LTDA, que é importadora e forneceulhe praticamente (conforme DIPJ/2005) a totalidade de suas vendas no mercado interno, e que o estabelecimento que promover a importação, direta ou indiretamente (por conta e ordem ou encomenda) será contribuinte do IPI, como estabelecimento equiparado a industrial. Após manifestação da empresa, em 13/07/2009 (fls. 61 a 67), sobre o primeiro Termo de Constatação, no sentido de que a PROCOSA Produtos de Beleza LTDA não é importadora, limitandose a comercializar com a L’OREAL (mediante venda no mercado interno) os produtos importados por terceiros. Em 14/07/2009 a fiscalização lavra um segundo Termo de Constatação (fls. 112 a 119), considerado parte integrante da autuação, no qual reitera as constatações iniciais, sustentando ser a empresa PROCOSA Produtos de Beleza LTDA importadora (conforme registros na ANVISA) e fornecedora da L’OREAL (antiga BELOCAP), constituindo ambas um mesmo grupo econômico (conforme Parecer do CADE/MF). Após a sequência da fiscalização, contudo, apura não existir débito de IPI para a matriz, solicitando a emissão de MPF para autuação da filial 000838 (fl. 155). A autuação de IPI se dá pelo processo no 12897.000452/200970. Em sua impugnação (fls. 220 a 234), a empresa sustenta preliminarmente que há nulidade por erro na identificação do sujeito passivo, pelo fato de o lançamento ter sido efetuado contra a filial (o que até seria cabível em relação ao IPI, mas é inconcebível no que se refere às contribuições, que só podem ser lançadas em nome da matriz). Alega ainda a empresa que como o IPI não integra a receita bruta, as autuações em relação à contribuição não podem ser entendidas como decorrentes da autuação de IPI, e que as contribuições incidem apenas uma vez sobre produtos de procedência estrangeira classificados nas posições 3303 a 3307 da TIPI. Solicita, por fim, sejam ainda considerados os argumentos utilizados na impugnação da autuação de IPI, que anexa à sua defesa (fls. 242 a 261). 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 330DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 12897.000460/200916 Acórdão n.º 3403002.739 S3C4T3 Fl. 330 3 Em 13/05/2010 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 268 a 273), no qual se decide unanimemente pela acolhida da argumentação pela nulidade da autuação em virtude do erro na identificação do sujeito passivo, submetendose à apreciação deste CARF recurso de ofício, em decorrência do montante exonerado. Em que pese a julgamento ter indicado parcial procedência da impugnação, o fez (cf. despacho de fl. 248) porque sequer analisou os argumentos restantes da impugnação, em virtude de a preliminar ter sido suficiente para exonerar totalmente o crédito tributário. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso de ofício preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. A questão fulcral é a sujeição passiva. Como destaca o julgamento de piso, a Lei no 9.779/1999 dispõe que a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS serão apuradas e pagas de forma centralizada pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica (art. 15, III). E o Parecer COSIT no 59/1999, em que pese ser óbvia a informação, dispõe que “para cada espécie de tributo ou contribuição, na formalização da exigência de crédito tributário, a identificação do sujeito passivo deve ser feita em consonância com a legislação de regência do correspondente tributo ou contribuição, vigente à época da ocorrência dos fatos geradores”, e, que, no caso da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, “os Autos de infração deverão ser lavrados contra o estabelecimento matriz da pessoa jurídica”. Incontestável, assim, o erro na eleição do sujeito passivo pelo autuante, prejudicando em sua plenitude a autuação. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício. Rosaldo Trevisan Fl. 331DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 Fl. 332DF CARF MF Impresso em 28/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN
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Numero do processo: 10940.003003/2002-17
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992
SENTENÇA JUDICIAL. OPÇÃO ENTRE RESTITUIÇÃO VIA PRECATÓRIO E COMPENSAÇÃO. SÚMULA STJ N. 461. RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
Sentença judicial transitada em julgado que permite exclusivamente a compensação não garante o direito à restituição administrativa, mas a opção entre a restituição via precatório e a compensação, cf. Súmula STJ n. 461. No caso, incabível a restituição administrativa, que equivaleria à execução administrativa da decisão judicial.
Numero da decisão: 3403-002.740
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 SENTENÇA JUDICIAL. OPÇÃO ENTRE RESTITUIÇÃO VIA PRECATÓRIO E COMPENSAÇÃO. SÚMULA STJ N. 461. RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Sentença judicial transitada em julgado que permite exclusivamente a compensação não garante o direito à restituição administrativa, mas a opção entre a restituição via precatório e a compensação, cf. Súmula STJ n. 461. No caso, incabível a restituição administrativa, que equivaleria à execução administrativa da decisão judicial.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
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OPÇÃO ENTRE RESTITUIÇÃO VIA PRECATÓRIO E COMPENSAÇÃO. SÚMULA STJ N. 461. RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Sentença judicial transitada em julgado que permite exclusivamente a compensação não garante o direito à restituição administrativa, mas a opção entre a restituição via precatório e a compensação, cf. Súmula STJ n. 461. No caso, incabível a restituição administrativa, que equivaleria à execução administrativa da decisão judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vicepresidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 00 30 03 /2 00 2- 17 Fl. 116DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Versa o presente sobre pedido de restituição (fl 61) cumulado com declaração de compensação (fls. 3 a 5) de créditos de FINSOCIAL derivados de ação judicial (MS no 1999.70.09.0035900) com débitos de COFINS, com protocolo de 06/12/2002. A ação, transitada em julgado em 05/03/2001, garantiu o direito ao crédito, e à compensação com COFINS, nos termos do art. 66 da Lei no 8.383/1991 (peças às fls. 9 a 23, e 38 a 61). Por meio do despacho decisório no 275, de 27/04/2011 (fls. 65/66), a unidade local informa que, em relação à compensação, operouse a homologação tácita, mas que o crédito remanescente não pode ser restituído administrativamente, visto que a sentença autoriza tão somente a compensação de créditos de FINSOCIAL com débitos de COFINS. Em sua manifestação de inconformidade (fls. 69 a 79), a empresa alega que: (a) após o trânsito em julgado da sentença, já com o art. 49 da Lei no 10.637/2002 (que alterou o art. 74 da Lei no 9.430/1996) vigente, protocolizou também pedido de restituição, informando que devido a paralisação da empresa não haveria forma de compensar o seu crédito; (b) se quem tem crédito passível de restituição pode pedir a compensação, o oposto também é válido, cabendo referência à Súmula no 461, do STJ; e (c) a aplicação da lei nova pode retroagir, em benefício do postulante, cf. atestam a Nota COSIT no 141, de 23/05/2003, e a Solução de Consulta no 449, de 29/12/2010. Em 23/11/2011 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 90 a 96), no qual se decide unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, pelo fato de a decisão judicial não amparar o pedido de restituição, e porque o juízo fixou ainda que o direito de repetir o indébito extinguirseia em dez anos do fato gerador, tendo operado a decadência (pois o pedido é de 06/12/2002, e os pagamentos, referentes aos períodos de apuração de set/1889 e mar/1992, foram realizados entre 16/10/1989 e 20/04/1992). Cientificada do acórdão da DRJ em 15/12/2011 (AR à fl. 99), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 04/01/2012 (fls. 100 a 110), no qual argumenta que: (a) a propositura da ação judicial interrompeu a prescrição/decadência, não havendo que se falar em inércia do contribuinte; (b) a decisão judicial garantiu o direito ao crédito, sendo a compensação apenas uma das formas de se obter o crédito, reiterando as remissões efetuadas em sua manifestação de inconformidade à Lei no 9.430/1996, à Súmula STJ no 461, e à Solução de Consulta no 449/2010. É o relatório. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Fl. 117DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10940.003003/200217 Acórdão n.º 3403002.740 S3C4T3 Fl. 117 3 O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. O indeferimento da restituição se deu pelo fato de a sentença autorizar somente a compensação (e não a restituição). Contudo, como a DRJ suscitou questão preliminar (decadência), embora tenha também se manifestado sobre qual a tutela obtida em juízo (vinculando, inclusive, a decadência ao provimento judicial). É de se iniciar a análise justamente pela ação judicial (mandado de segurança preventivo com pedido de liminar), na qual a empresa informa ter recolhido FINSOCIAL com alíquota maior que 0,5% com base em legislação inconstitucional, e requer: “ que seja reconhecida, no mérito, a inconstitucionalidade “incider tantum” do art. (...), os quais majoraram as alíquotas do FINSOCIAL, e, em consequência, seja declarado o direito de crédito das Impetrantes; que seja reconhecido às Impetrantes o direito de procederem à compensação dos valores recolhidos indevidamente à (sic) título de FINSOCIAL, com prestações vincendas da COFINS, PIS, IRPJ e da CSLL; que lhes seja DEFERIDA DE IMEDIATO A LIMINAR, para inibir a Autoridade coatora de tomar qualquer iniciativa em detrimento da impetrante, quando da realização da compensação; que seja, em consequência, expedido ofício a (sic) ilustre Autoridade impetrada(...), a fim de que se abstenha de fazer qualquer coação sobre as Impetrantes ou de obstaculizar o exercício do direito à compensação de seu crédito. (grifos nossos) Ainda na peça inicial, que trata do direito de compensar, são efetuadas considerações sobre a “liquidez e a certeza dos créditos”, a “decadência/prescrição”, a “correção monetária” e a “necessidade de liminar”. No tópico intitulado “Decadência/Prescrição”, a então impetrante sustenta que está dentro do prazo para solicitar “a restituição, através (sic) da modalidade de compensação, haja vista que o FINSOCIAL indevidamente recolhido segue as regras dos tributos sujeitos a homologação”, e, como o recolhimento se deu a partir de janeiro de 1989, há “direito inequívoco de pleitear sua compensação até janeiro de 1999”. A sentença de primeiro grau restringe a acolhida do pleito de compensação, permitindoa somente com débitos de COFINS. É na decisão do TRF4, proferida em 28/09/2000, publicada em 17/01/2001 e transitada em julgado em 05/03/2001, que se estabelece precisamente a tutela judicial obtida: “TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PARA O FINSOCIAL. MAJORAÇÕES DE ALÍQUOTA. COMPENSAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS. DECADÊNCIA. 1. São inconstitucionais as majorações determinadas na alíquota do FINSOCIAL após a edição da Carta de 1988. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 2. Os valores recolhidos a esse título constituem pagamento indevido, passível de compensação, nos termos do art. 66 da Lei no 8.383/91, com a COFINS. 3. Deve ser reconhecido o direito à correção monetária integral (...), sendo igualmente devidos, no cálculo da correção monetária, os expurgos do IPC (...)”. 4. São devidos juros (...). 5. O direito de repetir o indébito no caso de tributo autolançado e sobre o qual não houve manifestação expressa do Fisco extinguese após o decurso de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador.” (Apelação em MS no 1999.70.09.0035900/PR, Rel. Juíza Tânia Terezinha Cardoso Escobar, unânime, DJU 17.jan.2001)” (grifo nosso) E é no item 5 do acórdão que a DRJ se apega para afirmar que houve decadência no caso concreto: “Ora, no caso dos autos, tendo sido fixado pelo próprio Juízo Federal, não só a forma que se daria o procedimento compensatório, mas também que ‘o direito de repetir o indébito no caso de tributo autolançado e sobre o qual não houve manifestação expressa do fisco extinguese após o decurso de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador’ (fl. 60), eis que o contribuinte formaliza, em 06/12/2002, pedido de restituição, utilizando, contudo, pagamentos de Finsocial, relativos aos períodos de apuração setembro/1989 a março/1992, realizados entre 16/10/1989 e 20/04/1992 (fl. 08). Por conseguinte, reiterase que, à luz da legislação Tributária, o direito sobre o qual fezse coisa julgada nos autos da ação ordinária ajuizada pela interessada (processo judicial n.º 1999.70.09.035900) diz respeito tão somente à compensabilidade do crédito aventado, todavia, exclusivamente, com débitos da Cofins, e que esse direito, por não estar condicionado, nem aos ditames do art. 170 do CTN nem ao trânsito em julgado da decisão judicial que o reconheceu, já se encontrava, na verdade, disponível para que fosse exercido pelo próprio contribuinte, na forma do art. 66 da Lei n.º 8.383, de 1991, desde a data em que foi realizado o pagamento indevido. Este, aliás, o direito cujo exercício restou garantido pelo órgão jurisdicional acionado pelo contribuinte. Já, diversamente do procedimento compensatório sobre o qual versou o aludido ‘decisum’, para a restituição ora pretendida pela interessada não basta que o valor apontado como crédito pelo contribuinte tenha sido pago sob a égide da norma acoimada de inconstitucional, é preciso que este pagamento exceda ao valor efetivamente devido segundo o regramento que, afastada a norma inconstitucional, remanesceu incólume no ordenamento jurídico. Notese que, se de acordo com a doutrina jurídica e a própria jurisprudência, estes atributos de liquidez e certeza do crédito não constituíam condição de procedibilidade para a realização da compensação na forma da Lei 8.383, de 1991, visto que a sua verificação representava tão somente mais um encargo do Fisco na hipótese de ulterior homologação do Fl. 119DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10940.003003/200217 Acórdão n.º 3403002.740 S3C4T3 Fl. 118 5 procedimento, fato é que, nos moldes da legislação, tais atributos são indispensáveis ao deferimento da restituição do indébito pelo fisco. Logo, fixadas essas distinções, eis as razões pelas quais considerase que o pedido de restituição formalizado pela interessada, por configurar um novo procedimento, distinto daquele que foi deduzido judicialmente, encontrase, em princípio, sujeito, na esfera administrativa, ao exame de decadência do direito de pleitear a restituição dos valores reclamados, por força do disposto nos artigos 165, I, e 168, I, ambos do CTN, e Ato Declaratório SRF n.º 96, de 26 de novembro de 1999. Vejase, ainda, que tal exame, por se tratar de matéria de interesse público, podese dar em qualquer fase de apreciação do pedido de restituição. De acordo com a planilha de cálculo do Finsocial, elaborado pela própria interessada (fls. 08), a contribuinte realizou pagamentos entre 16/10/1989 e 20/04/1992. Observese, assim, que é de se considerar prejudicado pela decadência o direito à restituição vindicada pelo contribuinte, em relação aos pagamentos realizados antes de 06/12/1992, posto que a formalização do pedido de restituição em exame se deu apenas em 06/12/2002, quando já havia expirado o prazo que a contribuinte dispunha para pleitear a restituição do eventual indébito, conforme disposição contida na ementa do julgamento no TRF/4ª Região da apelação em mandado de segurança n.º 1999.70.09.0035900, com a seguinte redação: “5. O direito de repetir o indébito no caso de tributo autolançado e sobre o qual não houve manifestação expressa do Fisco extinguese após o decurso de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador.” (fl. 60). (grifos no original) Há aqui que se discordar da decisão de piso, em relação à ocorrência de decadência/prescrição. Quando a empresa questionou em juízo o direito de repetir o indébito, ainda que pela via da compensação, o fez dentro do prazo decenal. E a isso é que se referia sua petição, também sendo a isso que remete o acórdão do TRF4. Seria absolutamente ilógico a decisão judicial, com uma mão, dar provimento ao pleito, para, com outra, impedir sua fruição, por já se encontrar decaído/prescrito integralmente o direito. Também incoerente seria atribuir o decurso de prazo para pleitear a restituição à mora do Poder Judiciário. Também não prospera a análise do pedido de restituição como autônomo/independente da ação judicial, porque destoa do próprio pedido de restituição (que, expressamente, insere no campo “outras informações” a mensagem “ação transitou em julgado / cópia da sentença em anexo”), que deixa claro que se refere a saldo das compensações autorizadas judicialmente, com os critérios de atualização/correção em juízo determinados. O pedido de restituição inequivocamente decorre da ação judicial, como entende a unidade local, e como solicita a recorrente. Impecável ainda a constatação, pela unidade local, de que a sentença claramente se referiu à compensação. O reconhecimento judicial do crédito, com os índices de atualização/correção e nos moldes por ele estabelecidos, e a permissão para que haja compensação administrativa não implica a concessão de restituição administrativa. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 A própria súmula invocada no Recurso Voluntário pela empresa endossa o aqui exposto: “Súmula STJ no 461 O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado”. (grifo nosso) Vejase que a Súmula no 461 do STJ (derivada da aplicação do art. 66, § 2o da Lei no 8.383/91, quando invocada a tutela jurisdicional) não assegura o direito à restituição administrativa, garantindo apenas a possibilidade de recebimento via precatório (com execução judicial da sentença) ou compensação. A alternativa à compensação não é a restituição administrativa, mas o precatório judicial. Esse reconhecimento é patente na própria inicial da ação judicial da recorrente (fl. 49): “ dano de difícil reparação deve ser frisado que se as Impetrantes não conseguirem a segurança para efetivarem a compensação, deixarão seus haveres para a Receita Federal ou terão que lançar mão de ação de repetição de indébito que pode demorar vários anos, além de terem de executar o julgado pela via do precatório”. (grifos no original) E a jurisprudência trazida em sede de recurso voluntário basicamente segue o mesmo sentido: “TRIBUTÁRIO. AGRAVO LEGAL. PRESCRIÇÃO. COMPENSAÇÃO. Está sedimentado o entendimento no sentido de que a compensação tributária e a restituição de indébito tributário em dinheiro, mediante expedição de requisição de pequeno valor ou de precatório, são ambas modalidades de execução da sentença (...)” (fl. 104) “Portanto, tanto a compensação tributária, realizada pelo contribuinte no âmbito administrativo, como a restituição em dinheiro, efetuada na via judicial mediante a expedição de precatório ou RPV, são modalidades de concretização da pretensão executiva (..;.)” (fl. 105) Um dos julgamentos paradigmáticos em relação à Súmula no 461 é o REsp no 1.114.404/MG, com acórdão proferido na sistemática dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC, constituindo julgado de observância obrigatória por este CARF, por força do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do colegiado), e que apresenta a seguinte ementa: “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. SENTENÇA DECLARATÓRIA DO DIREITO À COMPENSAÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. POSSIBILIDADE DE REPETIÇÃO POR VIA DE PRECATÓRIO OU REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. FACULDADE DO CREDOR. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. 1."A sentença declaratória que, para fins de compensação tributária, certifica o direito de crédito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo, contém juízo de certeza e de definição exaustiva a respeito de todos os elementos da relação jurídica questionada e, como tal, é título executivo para a ação Fl. 121DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10940.003003/200217 Acórdão n.º 3403002.740 S3C4T3 Fl. 119 7 visando à satisfação, em dinheiro, do valor devido" (REsp n. 614.577/SC, Ministro Teori Albino Zavascki). 2. A opção entre a compensação e o recebimento do crédito por precatório ou requisição de pequeno valor cabe ao contribuinte credor pelo indébito tributário, haja vista que constituem, todas as modalidades, formas de execução do julgado colocadas à disposição da parte quando procedente a ação que teve a eficácia de declarar o indébito. Precedentes da Primeira Seção: REsp.796.064 RJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22.10.2008; EREsp. Nº 502.618 RS, Primeira Seção, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 8.6.2005; EREsp. N. 609.266 RS, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 23.8.2006. 3. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.” (REsp 1114404/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, unânime, julgado em 10/02/2010, DJe 01/03/2010)” (grifo nosso) Certeiro, destarte, o posicionamento no sentido de que se apresenta como alternativa à compensação em decorrência de sentença judicial transitada em julgado o direito de repetição via precatório. Da mesma forma que não se pode confundir restituição com compensação, não se pode confundir restituição administrativa em virtude de sentença judicial com repetição de indébito via precatório (que está sujeita a atributos orçamentários próprios). O que busca a interessada com a restituição administrativa guarda características de uma execução administrativa da sentença judicial. O posicionamento aqui externado é endossado por precedente de substancial similitude neste tribunal administrativo. Vejase o voto condutor (unânime em relação ao tópico analisado) do Acórdão no 20402.110: “Verificase que a sentença e o acórdão da apelação cível se limita (sic) a autorizar a compensação do PIS recolhido a maior com o próprio PIS ou outros tributos administrados pela SRF, sem sequer mencionar o direito à restituição. Não poderia ser diferente, haja vista o motivo pelo qual a contribuinte ajuizou a préfalada ação judicial, detalhado pelo acórdão recorrido, confirase (fl. 698): (...) Assim, falece competência à autoridade administrativa para autorizar a restituição quando a decisão judicial ordenou a compensação dos seus créditos. Esclareçase, não se está negando direito ao referido crédito, mas tão somente afirmando que deve exercêlo dentro dos limites impostos pela decisão judicial transitada em julgado na Apelação Cível 9604589865, que lhe autorizou apenas o direito à compensação com o próprio PIS, conforme se verifica às Fl. 122DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 fls. 521/522 dos autos.” (Conselho de Contribuintes, Acórdão 20402.110, Relator Cons. Rodrigo Bernardes de Carvalho, maioria, sessão de 24.jan.2007) (grifo nosso) No mesmo sentido já decidiu unanimemente esta Terceira Turma por meio dos Acórdãos no 3403001.832, em 27/11/2012, e no 3403002.534, em 23/10/2013. Improcedente, assim, a argumentação da recorrente no que se refere à restituição administrativa da contribuição, vinculada à ação judicial. E nem a solução de consulta trazida no Recurso Voluntário (que trata de situação temporal e normativamente diversa, na qual não se discute se a sentença foi restrita à compensação) nem a redação dada ao art. 74 da Lei no 9.430/1996 pelo art. 49 da Lei no 10.637/2002 (que não promove alterações em relação à matéria aqui tratada, mas apenas explicita a possibilidade de compensação com crédito decorrente de ação judicial transitada em julgado e amplia o rol de espécies tributárias passíveis de compensação) possuem o condão de afastar as conclusões aqui externadas. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 123DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN
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Numero do processo: 10909.001033/2002-77
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 1997
COFINS. LANÇAMENTO. PAGAMENTO. COMPENSAÇÃO COMO LASTRO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
Na ausência de comprovação da certeza e da liquidez do crédito informado na compensação que serviria de lastro à ausência de pagamento indicada em autuação, deve ser mantido o lançamento. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação.
Numero da decisão: 3403-002.730
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vice-presidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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LANÇAMENTO. PAGAMENTO. COMPENSAÇÃO COMO LASTRO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. Na ausência de comprovação da certeza e da liquidez do crédito informado na compensação que serviria de lastro à ausência de pagamento indicada em autuação, deve ser mantido o lançamento. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Marcos Tranchesi Ortiz (vicepresidente), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 10 33 /2 00 2- 77 Fl. 185DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração Eletrônico (fls. 8 a 15)1, para exigência de COFINS, no valor de R$ 13.004,23 (a título de principal), em decorrência de auditoria interna em DCTF referente ao segundo, ao terceiro e ao quarto trimestre de 1997, na qual se apurou “falta de recolhimento ou pagamento do principal”. Nos Demonstrativos de fls. 10 a 13, informase o valor individualizado dos débitos, registradas as seguinte ocorrências: “Pgto parc/útil. S/ pend. De MM e de J” (maio/1997) e “Pgto não Localizado” (demais períodos). Na impugnação de fls. 2 a 5, protocolizada em 19/04/2002, a empresa sustenta que: (a) recolheu indevidamente à Fazenda Nacional a importância correspondente a 116.214,57 UFIR, referente ao FINSOCIAL, cuja legislação foi julgada inconstitucional pelo STF; (b) impetrou Mandado de Segurança, obtendo decisão favorável (ementa em anexo); e (c) a partir de maio de 1997, compensou seu crédito com débitos vincendos da COFINS (exatamente nos montantes lançados), independente de autorização do órgão fazendário, cf. Lei no 8.383/1991. Constam solicitações de retificação de DCTF também datadas de 19/04/2002 às fls. 28 a 33, 34 a 39, e 40 a 45, cópia da petição no Mandado de Segurança (fls. 53 a 65), documentos referentes a parcelamento (fls. 66 e 70), indeferimento da liminar (fls. 71/72), sentença denegatória da segurança (fls. 73 a 77), e provimento da apelação pelo TRF4 para afastar a exigência relativa às majorações de alíquota efetuadas na contribuição ao FINSOCIAL (fls. 78 a 84). Após a impugnação, a unidade local da RFB traz ao processo cópias do processo administrativo de controle e acompanhamento do Mandado de Segurança. Na informação fiscal de fls. 88 a 91, dáse conta de que: (a) atendendo aos pedidos de revisão de débitos inscritos em Dívida Ativa da União referentes aos processos no 10909.500582/200491, 10909.500838/200461 e 10909.500924/200554, a empresa informa que tais débitos foram extintos por compensação por meio do processo aqui analisado (no 10909.001033/200277), que remete ao Mandado de Segurança no 93.20008132/SC (AMS no 94.04.375616/SC); (b) foi requerido pela empresa, e obtido, administrativamente, parcelamento dos débitos de FINSOCIAL com período de apuração 04/1991 a 03/1992 (processo no 10909.000907/9335), com a utilização da alíquota de 0,5%; (c) em 22/11/1993 foi ajuizado o referido MS para impedir a cobrança de FINSOCIAL a alíquota de 1,5% nos períodos que antecederam a Lei Complementar no 70/91; (d) após indeferimento da liminar (23/11/1993) e denegação da segurança em primeiro grau (11/02/1994 por haver indícios veementes de que a empresa seja prestadora de serviços, implicando utilização de alíquota de 2%), é dado provimento à apelação no TRF4, tendo a decisão transitado em julgado em 08/05/1996; e (e) a empresa não solicitou judicialmente a restituição ou compensação dos valores recolhidos a título de FINSOCIAL que tenham excedido a 0,5% do faturamento, e não há pedido expresso nesse sentido. Ao final, solicitase a intimação da empresa para que comprovasse a compensação efetuada. Em resposta à intimação de fls. 92/93, a empresa informa (fls. 94/95) que está impossibilitada de apresentar os livros fiscais solicitados, pois os débitos já haviam sido alcançados pela prescrição, tendo sido a documentação incinerada. Junta, assim, somente o 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 186DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10909.001033/200277 Acórdão n.º 3403002.730 S3C4T3 Fl. 186 3 Livro Diário (fls. 104 a 147), com o lançamento das compensações efetuadas, e cópia do acórdão do TRF4 (fls. 96 a 103). Não apresentados vários dos documentos solicitados (entre eles o demonstrativo de apuração dos indébitos de FINSOCIAL), foram encerrados os trabalhos da equipe de acompanhamento de ações judiciais da unidade local (fls. 148 a 151), em relação ao MS. Assim, ao encaminhar a impugnação a julgamento, a unidade local informa (fls. 162 a 165) que os débitos lançados na autuação (referentes aos períodos de apuração de 05/1997 a 12/1997) foram nas DCTF vinculados a pagamentos, não localizados pelo SIEF (à exceção de um pagamento parcial referente a 05/1997). Na mesma data em que a empresa protocoliza sua impugnação, apresenta solicitação de retificação as DCTF dos períodos autuados, solicitando alteração da informação de que havia “pagamento”, para a de que houve “compensação sem DARF”., informando a origem do crédito como “COFINS Retenção por Órgão Público”. Ao analisar se cabia revisão de ofício, a unidade local conclui que diante de carência probatória, incabível a revisão de ofício. Em 30/06/2011, a DRJ julga a impugnação improcedente (fls. 169 a 172), sob o fundamento de que “a compensação de créditos tributários depende da comprovação da liquidez e da certeza dos créditos contra a Fazenda Nacional”. Cientificada da decisão da DRJ em 15/02/2012 (AR à fl. 175), a empresa apresenta peça intitulada “embargos de declaração” em 22/02/2012 (fls. 176 a 182), na qual argumenta que: (a) juntou aos autos os registros contábeis, e somente não procedeu à juntada dos documentos de arrecadação tenso em vista que não mais os possui; (b) a autoridade fiscal possui em seus sistemas o extrato com todos os pagamentos efetuados pela empresa, podendo apurara de forma concreta o crédito; (c) diante da informação de que a empresa não possuía os documentos, deveria a autoridade fiscal baixar os autos em diligência para apurar se os valores informados e que originaram seu crédito foram efetivamente recolhidos; e (d) como a autuação é por falta de DARF de comprovação do pagamento, caberia à autoridade fiscal a comprovação acerca da inexistência do crédito, e não exigir os comprovantes, em nome da verdade material e da oficialidade. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator A peça apresentada é tempestiva, e, em que pese ter sido intitulada de “embargos de declaração”, seu teor deixa inequívoco tratarse, de fato, de recurso voluntário (a uma, porque não existe previsão normativa para embargos à decisão da DRJ; a duas, porque sequer suscita qualquer contradição, omissão ou obscuridade; e, a três, porque o texto menciona a decisão da DRJ e expressamente a contesta). Preenchidos os requisitos formais de admissibilidade e, toma conhecimento da peça como Recurso Voluntário. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 A autuação eletrônica decorrente de revisão interna de DCTF efetivamente é lavrada por falta de comprovação dos pagamentos, o que era correto, pois a empresa informava em suas DCTF que havia DARF de pagamento, e tais DARF não foram encontrados pelo sistema SIEF (à exceção de um, parcial, referente a maio/1997). E a empresa, junto com sua impugnação (na qual sustenta que o indébito decorre de decisão judicial), retifica as DCTF, passando a não mais informar que havia pagamento, mas que havia compensação (dispondo, na origem do crédito, que se referia a “COFINS Retenção por Órgão Público”). Vejase que a argumentação externada na impugnação (de que não houve DARF de pagamento, mas compensação sem DARF), aliada à retificação da DCTF (ainda que fora do prazo permitido, e invocando origem de crédito distinta), e à existência de ação judicial, ensejou trabalho da própria unidade local, buscando saber se era caso de revisão de ofício, o que sequer ensejaria o envio da impugnação à DRJ. E a documentação que a unidade local solicita (fls. 92/93) não se resume a comprovantes de pagamento, como parece crer a recorrente. Basta verificar a intimação para perceber que há ali documentos essenciais à “liquidação” de eventual provimento judicial, como os livros fiscais e balancetes relativos aos períodos de apuração que geraram créditos de FINSOCIAL, e o demonstrativo de apuração de indébitos do FINSOCIAL, documentos esses que não estão de posse da Administração. Improcedente assim a demanda de baixa em diligência, visto não se prestar tal procedimento a produção de prova (que digase, já foi demandada à recorrente, e não está de posse do fisco). Restou inequivocamente comprovado o teor da autuação eletrônica: não foi localizado DARF de pagamento das contribuições para os períodos de apuração de 05/1997 a 12/1997 (à exceção do já citado DARF parcial para 05/1997, mencionado na autuação). Não foi nem nunca será, porque não eram pagamentos efetuados por DARF, mas sim compensações sem DARF. A recorrente informava pagamentos com DARF. Ao retificar os dados, e informar que, em verdade, eram compensações sem DARF, incumbia à empresa comprovar a origem de tais compensações, o que não foi feito no presente processo. Oportunizada a prova posterior, a empresa novamente não logra êxito sequer em detalhar qual o efetivo crédito de FINSOCIAL. A verdade material e a oficialidade foram reiteradamente observadas no presente processo, tendo a unidade local inclusive tomado a cautela de, antes de enviar o processo ao julgamento de piso, verificar se seria caso de revisão de ofício, buscando verificar a liquidez do crédito, considerando mesmo a retificação intempestiva da DCTF. Esgotadas as formas de verificar a efetiva existência e a liquidez do crédito, mormente por falta de auxílio da própria interessada, que não conservou documentos que permitiam apurar a liquidez da compensação que a favoreceria, incabível acolher os valores que a empresa alega deter a título de crédito. Diante da ausência de amparo documental para quantificar e determinar a compensação pleiteada, resta hígida a autuação. É de se endossar que a comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. É o que reza o caput do art. 170 do CTN: Fl. 188DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10909.001033/200277 Acórdão n.º 3403002.730 S3C4T3 Fl. 187 5 “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública”. (grifo nosso) E no presente processo, em que pese tratarse de autuação, não supre a recorrente a carência probatória para a compensação informada, compensação essa que buscou rebater a ausência de pagamento retratada no Auto de Infração. Assim, em face da ausência de comprovação da certeza e da liquidez do crédito informado na compensação que serviria de lastro à ausência de pagamento indicada na autuação, deve ser mantido o lançamento. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 189DF CARF MF Impresso em 07/03/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 18/02/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/02/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 10940.000616/98-10
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/1988 a 30/09/1995
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Os embargos de declaração se prestam ao questionamento de omissão em acórdão proferido pelo CARF. Não identificada omissão, incabíveis os embargos.
Numero da decisão: 3403-003.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração apresentados.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Rosaldo Trevisan - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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OMISSÃO. Os embargos de declaração se prestam ao questionamento de omissão em acórdão proferido pelo CARF. Não identificada omissão, incabíveis os embargos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração apresentados. Antonio Carlos Atulim Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela contribuinte ao Acórdão nº 3403002.598, de 26/11/2013, em face de “omissão”. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 00 06 16 /9 8- 10 Fl. 857DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 A ciência do julgamento ocorreu em 29/01/2014 (cf. AR. de fl. 854), tendo os embargos sido interpostos em 03/02/2014 (fls. 812 a 815). Argumenta a embargante que a decisão adotada por este tribunal fundamentou a decisão pela negativa de aplicação de “expurgos inflacionários” em função de ausência de ação judicial da empresa. No entanto, a empresa, em conversa com seu departamento jurídico, “verificou a existência de processo judicial no 0035751.33.1998.4.03.6100, que tramitou perante a 5a Vara da Justiça Federal de São Paulo”, na qual a empresa “obteve ordem judicial, já transitada em julgado, determinando expressamente que a correção monetária das importâncias recolhidas indevidamente fosse feita em consonância com a Resolução nº 561/07, do Conselho da Justiça Federal, o qual aplica o entendimento consolidado do E. STJ, e inclui os expurgos inflacionários nos cálculos da correção monetária”. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Os embargos de declaração foram interpostos com respeito ao prazo previsto no § 1o do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno deste CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF no 256/2009, passando a ser analisados quanto aos demais requisitos de admissibilidade. A ementa do Acórdão embargado dispõe (em relação às matérias aqui discutidas): “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO ADMINISTRATIVAMENTE RECONHECIDO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE. No caso de o direito creditório e as compensações serem, ambos, reconhecidos/homologados administrativamente, os índices de correção a serem adotados pela Administração são os constantes da Norma de Execução Conjunta COSIT/COSAR no 08/1997, pela ausência de medida (legal ou “jurisprudencial vinculante”) que garanta, em um processo sobre crédito tributário que sequer transite pelo Poder Judiciário, os índices de correção que este adota.” (grifo nosso) No voto condutor, majoritariamente acolhido na turma, esclarecese já de início que o contencioso em sede de recurso voluntário restringese à atualização monetária, e deriva de decisão ilíquida anteriormente proferida por este Conselho. A unidade local utiliza, na atualização monetária, a Norma de Execução Conjunta COSIT/COSAR, que, como informado pelo julgador de piso, contempla o IPC de janeiro/1998 a fevereiro/1990 (com a variação da OTN de outubro a dezembro de 1988 e do BTN de fevereiro/1989 a fevereiro/1990), o BTN de março/1990 a janeiro/1991 e o INPC de fevereiro a dezembro/1991, excluindo índices que acabaram por ser designados de “expurgos inflacionários”. E a DRJ entendeu que tais expurgos inflacionários somente poderiam ser reconhecidos pela Administração se existisse ação judicial assecuratória. Fl. 858DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10940.000616/9810 Acórdão n.º 3403003.012 S3C4T3 Fl. 858 3 Tanto na sua manifestação de inconformidade quanto em seu recurso voluntário a empresa traz julgados de terceiros em sentido diverso e argumenta que há julgamento do STJ no REsp no 1.112.524/DF, na sistemática dos recursos repetitivos, de observância obrigatória pelo CARF, determinando a aplicação dos “expurgos inflacionários”. E silencia sobre o fato de ser parte em ação judicial. Pelo contrário, argumenta em seu recurso voluntário, após a DRJ ter negado seu pleito de atualização com os mesmos pressupostos do acórdão ora embargado (ausência de ação judicial) que (fl. 755): “Evidente que a obrigatoriedade da ação judicial para o reconhecimento e aplicação dos expurgos inflacionários gera tratamento desigual entre contribuintes em situações idênticas, ou seja, gera desigualdade entre os contribuintes que pleitearam a restituição do crédito na esfera judicial e aqueles que a pleitearam na esfera administrativa e, consequentemente, gera enorme insegurança jurídica, razão pela qual devese incluir os “expurgos inflacionários” na atualização monetária” Tanto o julgamento de piso quanto o acórdão embargado foram emitidos sem qualquer manifestação da empresa no sentido de que havia ação judicial interposta pela empresa. Não há, assim, qualquer omissão em tais julgados, visto que a informação sobre a ação judicial não havia sido trazida aos autos, mesmo após a decisão da DRJ, que indeferia o pleito pela ausência de ação judicial. O que se vê é uma argumentação inovadora, um fato novo em sede de embargos de declaração, e que demanda verificação das novas provas apresentadas (provas essas já existentes, ao menos no que se refere à eventual demanda judicial, tanto ao tempo da manifestação de inconformidade quanto do recurso voluntário). Juntamse aos embargos os seguintes “novos” documentos: (a) cópia de petição em juízo datada de 24/08/1998, referente a ação ordinária com pedido de tutela antecipada, versando sobre compensação fundada em crédito de Contribuição para o PIS/PASEP decorrente da inconstitucionalidade dos Decretosleis no 2.445 e 2.449/1998 (fls. 831 a 840); (b) cópia de extrato do TRF3 com o julgamento da apelação / reexame necessário no 003575133.1998.4.03.6100/SP 2 / no 2007.03.99.0047615/SP (fls. 841 a 846); e (c) cópia de extrato de consulta ao processo efetuada em 03/02/2014, na qual se verifica trânsito em julgado em 22/02/2012 (fls. 847 a 850). Ainda que se releve a preclusão para o trato da matéria no processo administrativo, nessa fase, em nome da verdade material, haveria óbice ainda maior: as peças juntadas apontam para o fato de que a empresa, ao mesmo tempo em que discutia administrativamente a matéria, também a questionava em juízo (operandose a concomitância). Recordese que a empresa demandou administrativamente em 15/06/1998 o crédito discutido nestes autos (fls. 3 a 9) buscando compensar valor recolhido a maior ou indevidamente (total de R$ 1.891.308,47), a título da Contribuição para o PIS/PASEP com débitos de COFINS, IRPJ e CSLL vincendos, explicando que os recolhimentos efetuados tomaram como base de cálculo a receita operacional bruta do mês de competência, de acordo com os Decretosleis no 2.445 e 2.449, ambos de 1988, que foram declarados inconstitucionais pelo STF (RE no 148.7542/RJ). Fl. 859DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 E, dois meses depois do pedido administrativo, aponta agora a empresa, em sede de embargos declaratórios, que efetuou idêntica demanda em juízo, em 24/08/1998 (fls. 831 a 840). Ou seja, a matéria foi discutida paralelamente nas esferas administrativa e judicial, com o silêncio da recorrente sobre a concomitância durante todo o processo administrativo. E a “reanálise” demandada, além de ser incompatível com o instituto dos embargos declaratórios, implicaria o descabimento de tudo o que foi decidido no processo administrativo, em face da concomitância. Vejase, por exemplo, que as 12 DCOMP apresentadas em 2007 o foram enquanto pendia decisão judicial a matéria, e que o Despacho Decisório de fls. 673/674, em 16/03/2012, analisou as DCOMP administrativamente após o trânsito em julgado da ação judicial. Não se nega, esclareçase, que a empresa possui tutela judicial assecuratória de crédito e de metodologia de correção transitada em julgado. O que se discute aqui é tão somente o cabimento da análise da matéria em sede de embargos de declaração (momento processual em que se encontram os presentes autos). Em suma, nesta fase processual (embargos de declaração), não se vê a alegada “omissão” em relação a tal matéria nova, que sequer havia sido suscitada no processo. No máximo existe uma discussão sobre incorreção ou incompletude nas premissas adotadas para o julgamento, por força de omissão da própria recorrente, o que não é atacável pela via de embargos. Tendo em vista o exposto, voto por rejeitar os embargos de declaração apresentados. Rosaldo Trevisan Fl. 860DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 10880.004672/2002-50
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Ano-calendário: 1997
AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO DO LANÇAMENTO. AFASTAMENTO.
Motivada a autuação eletrônica pela falta de localização de pagamentos e de compensações, e localizados tais pagamentos e compensações, demonstrando-se que estão vinculados aos períodos constantes na autuação, incabível a alteração da fundamentação, em sede de revisão de ofício, efetuada mais de oito anos após a autuação, para discutir outros temas, como alocação de pagamentos a períodos diversos e assunção de ônus financeiro nas compensações.
Numero da decisão: 3403-003.167
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Esteve presente ao julgamento o Dr. Eduardo Lourenço Gregório Júnior, OAB/DF no 36.531.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF Ano-calendário: 1997 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO DO LANÇAMENTO. AFASTAMENTO. Motivada a autuação eletrônica pela falta de localização de pagamentos e de compensações, e localizados tais pagamentos e compensações, demonstrando-se que estão vinculados aos períodos constantes na autuação, incabível a alteração da fundamentação, em sede de revisão de ofício, efetuada mais de oito anos após a autuação, para discutir outros temas, como alocação de pagamentos a períodos diversos e assunção de ônus financeiro nas compensações.
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(sucessor de BANCO SUDAMERIS BRASIL S.A.) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Anocalendário: 1997 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO DO LANÇAMENTO. AFASTAMENTO. Motivada a autuação eletrônica pela falta de localização de pagamentos e de compensações, e localizados tais pagamentos e compensações, demonstrandose que estão vinculados aos períodos constantes na autuação, incabível a alteração da fundamentação, em sede de revisão de ofício, efetuada mais de oito anos após a autuação, para discutir outros temas, como alocação de pagamentos a períodos diversos e assunção de ônus financeiro nas compensações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Esteve presente ao julgamento o Dr. Eduardo Lourenço Gregório Júnior, OAB/DF no 36.531. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 00 46 72 /2 00 2- 50 Fl. 361DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre auto de infração eletrônico, lavrado em 21/02/2002 (fls. 25 e 26, e 57 a 77)1 para exigência de IOF (referente ao segundo, ao terceiro e ao quarto trimestres de 1997), acrescido de juros de mora e multa de 75%, no total de R$ 52.659.483,34), em função de inconsistências nas DCTF apresentadas. Em sua impugnação (fls. 2 a 15), a instituição postula a nulidade da autuação, por carência de fundamentação, em violação ao art. 142 do Código Tributário Nacional, tendo o fisco se contentado com o cruzamento de dados efetuado por sistema informatizado, sem efetivamente fiscalizar. No mérito, afirma que: (a) os valores exigidos como “pagamentos não localizados” foram efetivamente recolhidos, conforme diversos DARF que anexa (tabela sintética às fls. 9/10), tendo, em alguns DARF e DCTF, havido equívocos, pelo que se anexam ambos para efeitos de comprovação (síntese dos dados na tabela de fl. 11); (b) os valores exigidos em relação a “compensações com pagamentos não localizados” foram objeto de regular compensação, conforme se demonstra com DARF anexos (resumo na tabela de fl. 14). A partir dos documentos apresentados na impugnação, a fiscalização efetua Revisão do Lançamento, em 16/11/2010 (fls. 188 a 190), acatando todos os pagamentos que não haviam sido localizados pelo sistema, e informando que resta ainda saldo devedor. Em relação às compensações, acusa que não podem ser aceitas diante da ausência de comprovação da assunção do ônus financeiro pela instituição. Como resultado, é mantido no lançamento o valor de R$ 6.087.235,47 (aí já incluídos a multa de ofício e os juros de mora). A DRJ, então, converte em diligência o julgamento em 23/05/2011 (fls. 199 a 201), por constatar que parte dos pagamentos apresentados não foi utilizada nas imputações realizadas de ofício, demandando justificativa para o fato, e determinando que o sujeito passivo fosse cientificado do procedimento de revisão efetuado. Como resposta, a unidade local informa que tais pagamentos já haviam sido alocados a outros débitos, não restando saldo, havendo ainda lapso na imputação original, agora sanado (fl. 230), e cientifica o sujeito passivo (em 10/10/2011 fl. 231). Sobre a diligência, a instituição apresenta manifestação em 01/11/2011 (fls. 232 a 237), reafirmando a nulidade da autuação, e, no mérito, sustentando em relação: (a) aos “pagamentos não localizados”, que todas as quantias foram pagas, juntando novamente comprovantes, e detalhando as imputações em relação aos débitos remanescentes, e que a DEINF não fundamenta claramente as razões pelas quais não cancelou a totalidade das exigências fiscais (se a fiscalização identificou outros débitos, deveria ter efetuado o correspondente lançamento, e não efetuar as imputações de acordo com sua vontade, sem ciência ao contribuinte); e (b) às “compensações com pagamentos não localizados”, apresenta os comprovantes de que assumiu efetivamente o encargo, frente à alteração de motivação efetuada na revisão. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 362DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10880.004672/200250 Acórdão n.º 3403003.167 S3C4T3 Fl. 362 3 Em 24/01/2012 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 314 a 327), no qual se decide unanimemente pela parcial procedência da impugnação, sob os argumentos de que: (a) a revisão de ofício não abrange a modificação dos fundamentos do lançamento; (b) o lançamento efetuado era devido à não localização de pagamentos e compensações; (c) tendo sido localizados os pagamentos e as compensações, não poderia a autoridade revisora ter informado que parte dos pagamentos foi alocada a outros débitos (em detrimento ao definido pelo contribuinte em suas declarações), ou que o sujeito passivo não assumiu o ônus financeiro em relação às compensações. Por fim, detecta a DRJ débitos que não foram objeto de questionamento específico por parte do sujeito passivo, no total de R$ 28.199,97 (a título de principal), o que motiva a procedência parcial e a interposição de recurso de ofício, em virtude do montante exonerado. Cientificado do resultado do julgamento em 09/02/2012 (AR à fl. 337), o sujeito passivo não apresenta recurso voluntário, o que faz com que o crédito incontroverso seja transferido para o processo administrativo no 16327.720425/201238 (cf. despacho de fl. 350). É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Não existindo recurso voluntário a analisar, e já tendo a quantia correspondente ao crédito tributário mantido após o julgamento pela DRJ sido transferida a outro processo, resta, no presente, avaliar somente o cabimento do recurso de ofício. E, nesse aspecto, não merecem aparas as conclusões da DRJ. De longa data, esta turma vem entendendo unanimemente que a motivação expressa nas autuações (principalmente nas autuações eletrônicas, nas quais as motivações geralmente apresentam um conjunto de abreviações como “proc. jud. não comprova”, “pgto não localizado”, “comp. c/pagto. não localizado”, entre outras) não pode ser objeto de “aperfeiçoamento” ou alteração (nem pelo órgão julgador, nem pelo fisco, sem que isso seja entendido como um novo lançamento, dentro das situações normativamente autorizadas e dos limites impostos). Embora os precedentes recentes desta turma (e da Câmara Superior de Recursos Fiscais) sejam majoritariamente em relação a “proc. jud. não comprova”, é imperioso destacar que o raciocínio é idêntico no que se refere a fundamentos como “pgto não localizado” e “comp. c/pagto. não localizado”: “Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1997 a 30/06/1997 NORMAS PROCESSUAIS. IMPROCEDÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO DO LANÇAMENTO. Comprovado que o processo judicial informado na DCTF existe e trata do direito creditório que se informa ter utilizado em compensação, deve ser considerado Fl. 363DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 improcedente o lançamento “eletrônico” que tem por fundamentação “proc. jud. não comprova”. Recurso negado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 9303002.326, Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres, unânime, sessão de 20.jun.2013) “AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. FUNDAMENTAÇÃO DO LANÇAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. Comprovado que o processo judicial informado na DCTF existe e trata do direito creditório que se informa ter utilizado em compensação, deve ser considerado improcedente o lançamento “eletrônico” que tem por fundamentação “proc. jud. não comprova”. (grifo nosso) (Acórdão n. 3403002.870, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 26.mar.2014) Assim, motivada a autuação eletrônica pela falta de localização de pagamentos e de compensações, e localizados tais pagamentos e compensações, demonstrando se que estão vinculados aos períodos constantes na autuação, incabível a alteração da fundamentação, em sede de revisão de ofício, efetuada mais de oito anos após a autuação, para discutir outros temas, como alocação de pagamentos a períodos diversos e assunção de ônus financeiro nas compensações. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 364DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001335/2008-68
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 31/08/1989 a 30/06/1993
COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO.
O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado conta-se a partir da data do trânsito em julgado.
Numero da decisão: 3403-003.158
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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PRAZO. O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado contase a partir da data do trânsito em julgado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 13 35 /2 00 8- 68 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Versa o presente processo sobre PER/DCOMP (no 08447.96923.150903.1.3.542765) transmitida em 15/09/2003 (fls. 2 a 51) para compensar valores pagos a maior ou indevidamente em função de ação judicial (no 9300260049) com decisão judicial transitada em julgado em 12/05/1997, a título de Contribuição para o PIS/PASEP (R$ 166.319, 23 de um total pago a maior de R$ 701.190,46) com débitos de Contribuição para o PIS/PASEP (R$ 29.618,49) e COFINS (R$ 136.700,74) referentes a agosto de 2003. Há também um segundo PER/DCOMP (no 07301.04506.151003.1.3.54 2365) transmitida em 15/10/2003 (fls. 6 a 9) para compensar valores pagos a maior ou indevidamente em função de ação judicial (no 9600260049) com decisão judicial transitada em julgado em 12/05/1997, a título de Contribuição para o PIS/PASEP (R$ 274.509,27 de um crédito de R$ 534.871,23) com débitos de Contribuição para o PIS/PASEP (R$ 38.372,26) e COFINS (R$ 236.137,01) referentes a setembro de 2003. Por fim, há ainda um último PER/DCOMP (no 17364.17692.141103.1.3.54 7049) transmitida em 14/11/2003 (fls. 10 a 13) para compensar valores pagos a maior ou indevidamente em função de ação judicial (no 9600260049) com decisão judicial transitada em julgado em 12/05/1997, a título de Contribuição para o PIS/PASEP (R$ 30.165,36) com débitos de Contribuição para o PIS/PASEP de mesmo valor, referentes a outubro de 2003. Todas as DCOMP foram registradas em nome de FATOR DORIA ATHERINO S/A CORRETORA DE VALORES, CNPJ no 63.062.749/000183. Há cópia de extrato de consulta processual (fls. 15 a 17), no qual se registra o trânsito em julgado em 12/05/1997 da apelação cível derivada do processo originário no 9300260049, movida por REBENGENHARIA E OUTROS. Pelo despacho decisório de 11/09/2008 (fl. 21), não é reconhecido o direito creditório, visto que o direito de o contribuinte pleitear a restituição extinguiuse em 12/05/2002, cinco anos após o trânsito em julgado da ação. Em sua manifestação de inconformidade, com protocolo de 10/10/2008 (fls. 24 a 30), a empresa sustenta que: (a) a decisão judicial que transitou em julgado em 15/09/1997 declarava a inconstitucionalidade dos Decretosleis no 2.445/88 e no 2.449/1988, que acabaram declarados inconstitucionais também pelo STF (RE no 148.7542/RJ), tendo sido a eficácia estendida erga omnes pela Resolução do Senado no 49/1995; (b) independente da data do trânsito em julgado, a empresa possui o direito à compensação, pelo teor de qualquer das decisões, sendo a do STF vinculante para a Administração, por força do Decreto no 2.346/97; (c) em 15/09/2003, “quando formalizou a compensação”, a empresa “tinha o direito de retroagir em até dez anos a compensação”, a teor da jurisprudência firmada no âmbito do STJ; (d) quando formalizou sua compensação em 2003 a empresa sequer estava sujeita à regra da Lei Complementar no 118/2005, nem à IN SRF no 600/2005, sendo inaplicável o prazo de cinco anos referido no despacho decisório (e ilegal a regra estabelecida no art. 51, § 2o, IV da referida IN), que não tem fundamento legal; (e) como a fiscalização deixou de homologar a compensação apenas em razão do transcurso do prazo de cinco anos, “não cabe comprovar, nestes autos, a existência dos créditos e a acurácia dos valores utilizados para compensação”, devendo o processo ser anulado se superada a questão do prazo, para que seja proferida novo despacho decisório, reabrindose o prazo recursal. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 92DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 16327.001335/200868 Acórdão n.º 3403003.158 S3C4T3 Fl. 92 3 Em 28/05/2013, ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 61 a 66), no qual se acorda unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob o fundamento de que: (a) a compensação é regulada pelos arts. 170 e 170A do Código Tributário Nacional (CTN) e pelo art. 74 da Lei no 9.430/1996, e é facultada somente para créditos passíveis de restituição ou ressarcimento, devendo obediência aos prazos previstos no art. 168 do CTN; (b) o prazo de cinco anos deriva, assim, da leitura dos comandos legais dos arts. 165 e 168 do CTN, como vem entendendo o CARF (v.g. Acórdãos no 20180215, no 201 80199, e no 10195495); e (c) no caso concreto, tendo a decisão judicial trânsito em julgado em 12/05/1997, a empresa tinha até 12/05/2002 para exercer o direito de compensação. Cientificada da decisão de piso em 22/08/2013 (cf. AR de fl. 75), a empresa apresenta recurso voluntário em 02/09/2013 (fls. 77 a 88), no qual basicamente reitera a argumentação exposta na manifestação de inconformidade, no que se refere à jurisprudência pacífica do STJ sobre ser de dez anos o prazo “prescricional” para compensações formalizadas antes de 09/06/2005, derivado de interpretação conjunta dos arts. 150, §§ 1o e 4o, 156, VII e 168, I do CTN, consoante RE no 566.621/RS e Acórdão no 9900000.968, da CSRF, havendo inclusive dispensa de interposição de recurso pela PGFN em relação à matéria (cf. Portaria PGFN no 294/2010). Afirma, por fim, que a decisão da DRJ é nula por descumprir a decisão dos tribunais superiores na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC, em afronta ao que determina o art. 19, § 5o da Lei no 10.522/2002. E que também o CARF, em função do art. 62 A de seu Regimento Interno, deve obediência aos julgados do STJ e do STF em tal sistemática. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Há basicamente uma discussão jurídica nos autos, sobre o prazo de que dispõe a empresa para apresentar pedidos de compensação em virtude de decisões judiciais transitadas em julgado. Tanto o despacho decisório quanto o julgamento de primeira instância detectaram preliminar temporal que inviabilizaria as compensações: a existência de mais de cinco anos entre os PER/DCOMP (datados de 15/09, 15/10 e 14/11/2003) e o trânsito em julgado da sentença judicial que assegurou o direito (em 12/05/1997). Assim, nem uma nem outra autoridade julgadora chegou sequer a verificar a liquidez e a certeza do direito creditório da recorrente. Como não há nenhuma peça do processo judicial juntada ao processo, buscouse no sítio web do TRF da 2a Região mais detalhamento, encontrandose o processo no 002231506.1995.4.02.0000 (TRF2 no 95.02.223152) correspondente ao originário de no 9300260049, onde se pode confirmar somente que a recorrente se encontra entre os autores da ação judicial em comento, que versa sobre “PISContribuição Social Tributário”, não havendo nenhuma peça processual disponível para consulta. Fl. 93DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 Assim, sequer se sabe qual a extensão do provimento judicial obtido, seja em termos quantitativos (montante/períodos), seja no que se refere à extensão (direito creditório e restituição/compensação administrativa, com verificação da liquidez pelo fisco, ou direito creditório e restituição/compensação judicial). Ao que tudo indica, bastou ao julgador de piso a diferença temporal superior a cinco anos entre o trânsito em julgado da ação judicial (qualquer que fosse seu teor) e a transmissão administrativa do PER/DCOMP. Em suas peças recursais, parece a empresa confundir a motivação do indeferimento administrativo. Afirma que teria direito a retroagir em dez anos a compensação, conforme entendimento do STJ, atingindo indébitos pagos desde 15/09/1993 (em que pese versarem as compensações sobre indébitos de 31/08/1989 a 30/06/1993, que teriam sido reconhecidos pela decisão transitada em julgado em 12/05/1997). A jurisprudência citada (do entendimento firmado pelo STJ ao RE no 566.621/RS) é perfeitamente cabível para matéria questionada em juízo. Do disposto no art. 168, I do CTN, deriva que o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. E a Lei Complementar no 118/2005, com o caráter declaradamente interpretativo, estabeleceu, em seu art. 3o, que: “Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. Art. 4o Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3o, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional.” (grifo nosso) Contudo, o STF entendeu como inconstitucional a parte final do art. 4o da Lei Complementar, no julgamento do RE no 566.621/RS (de reconhecida Repercussão Geral), acordando que: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo Fl. 94DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 16327.001335/200868 Acórdão n.º 3403003.158 S3C4T3 Fl. 93 5 jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.(RE no 566621, Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, maioria, 04.ago.2011, Publ. 11.out.2011).” (grifos nossos) Tendo a Lei Complementar no 118/2005 sido publicada em 09/02/2005, foi admitido pelo STF, em nome da segurança jurídica, que empresas ajuizassem ação para restituição do indébito com a fórmula então dominante jurisprudencialmente (dez anos do fato gerador). No caso concreto aqui analisado, a empresa ajuizou ação (não se sabe ao certo se demandando o direito creditório, ou este mais a restituição) em 1993, sobre indébitos de 31/08/1989 a 30/06/1993. Assim, restou o pedido judicial dentro dos limites temporais fixados legalmente e majoritariamente acolhidos nos tribunais superiores. E cabe ainda mencionar que este CARF tem, em diversas decisões, acolhido a tese de que também ao pedido administrativo se aplicaria a decisão do STF. Sintetizamos tais decisões em um julgamento recente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, do qual se transcreve a ementa e excerto do voto, acolhido unanimemente: “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRAZO PARA EXERCER O DIREITO. O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da Fl. 95DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Para restituição/compensação de créditos relativos a fatos geradores ocorridos entre setembro de 1989 e março de 1992, cujo pedido foi protocolado até 08 de junho de 2005, aplicavase o prazo decenal tese dos 5 + 5. Recurso negado. (...) Do outro lado, não se alegue que predita decisão seria inaplicável ao CARF já que o acórdão do STF teria vedado a aplicação retroativa da lei aos casos de ação judicial impetradas até o início da vigência da lei interpretativa, pois o fundamento para declarar a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4o acima citado, foi justamente a ofensa ao princípio da segurança jurídica e da confiança, o que se aplica, de igual modo, aos pedidos administrativos, não havendo qualquer motivo, nesse quesito – segurança jurídica – para diferenciálos dos pedidos judiciais. De todo o exposto, concluise que aos pedidos administrativos de repetição de indébito, formalizados até 8 de junho de 2005, aplicase o prazo decenal.” (grifos nossos) (CSRF, Acórdão n. 9303002.214, Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres, unânime, sessão de 13.mar.2013) A série de precedentes serviu inclusive para que houvesse proposta de súmula do CARF a esse respeito. E tal súmula foi aprovada na sessão de 09/12/2013, pelo pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (e publicada no DOU de 18/12/2013, p. 31/32), com o seguinte texto: “Súmula 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador”. Mas é preciso voltar ao caso concreto em análise, no qual os pedidos administrativos (efetuados em 15/09, 15/10 e 14/11/2003) remontam a fatos geradores de 31/08/1989 a 30/06/1993, com indébito que teria sido reconhecido por sentença transitada em julgado em 12/05/1997. Iniciada a contagem do pedido administrativo na forma disciplinada pelas cortes superiores, mesmo o prazo de 10 anos teria sido extrapolado. Contudo, diante da existência de ação judicial, é forçoso entender que não faz mais sentido o cômputo pela forma tratada pelos tribunais superiores, pois se correria o risco de haver extrapolação do prazo no próprio curso da ação judicial (v.g. quando esta demandar mais de 10 anos para trânsito em julgado). Como externamos em julgado recente desta turma: “Que sentido há em acolher administrativamente uma compensação com amparo em ação judicial (desde que transitada em julgado), e, ao momento do trânsito em julgado, declarar a decadência? Tal raciocínio atribui a eventual morosidade do Poder Judiciário um efeito devastador sobre o crédito do postulante. E não parece esse o sentido das normas Fl. 96DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 16327.001335/200868 Acórdão n.º 3403003.158 S3C4T3 Fl. 94 7 (...).” (Voto condutor do Acórdão no 3403002.699, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 28.jan.2014) Estáse, assim, diante de situação diversa da externada nos precedentes do STF e do STJ colacionados em sede recursal. O trânsito em julgado da ação judicial, conforme art. 156, X do CTN, extingue o crédito tributário. Assim, os prazos de cinco anos do art. 168 do CTN devem ser contados do trânsito em julgado (antes ou depois da Lei Complementar no 118/2005, pois não se está a discutir antecipação de pagamento, sendo irrelevante ao presente caso concreto as decisões dos tribunais superiores mencionadas nas peças recursais). Vejase que após o trânsito em julgado da ação judicial, a empresa demanda administrativamente a compensação, com mais de cinco anos de retardo. Portanto, não se está mais a discutir o julgado do STF ou o entendimento do STJ, nas sistemáticas referidas no recurso voluntário, mas a morosidade da própria recorrente em demandar administrativamente o crédito eventualmente reconhecido em juízo (o que, destaquese, é uma alternativa à restituição por precatório ou a compensação ainda na via judicial, que também devem respeitar prazos). Assim, sem qualquer afronta às citadas decisões emitidas na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC, por estar o presente processo versando sobre matéria não afetada por tais precedentes, concluise que o prazo para repetição ou início da compensação de indébito, no caso de decisão judicial, extinguese em cinco anos do trânsito em julgado da ação, invocandose os citados arts. 165 e 168 do CTN. A matéria já está amadurecida neste tribunal: “FINSOCIAL. COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. DECADÊNCIA. Nos casos de ação judicial de repetição de indébito favorável ao contribuinte o prazo de cinco anos para requerer o direito na via administrativa deve ser contado a partir do trânsito em julgado da ação judicial. (...)”(CARF, Acórdão 3202000.304, Rel. Cons. José Luiz Novo Rossari, unânime, Sessão de 1.jun.2011) (grifo nosso) “PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO. Nos termos das IN SRF nºs 600/2005 e 900/2008, o prazo para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado contase a partir da data do trânsito em julgado da decisão ou da homologação da desistência da execução do título judicial.” (CARF, Acórdão 3301001.381, Rel. Cons. Andréa Medrado Darzé, unânime, Sessão de 20.mar.2012) (grifo nosso) No mesmo sentido, decisões unânimes desta terceira turma, praticamente com a mesma composição atual: “PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO RECONHECIDO POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO. O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por Fl. 97DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 decisão judicial transitada em julgado contase a partir da data do trânsito em julgado. (CARF, Acórdão 3304001.832, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, Sessão de 27.nov.2012) (grifo nosso) “COMPENSAÇÃO DE CRÉDITO DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. PRAZO. O prazo de cinco anos para o início do procedimento de compensação dos créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado conta se a partir da data do trânsito em julgado. (...) (Acórdão no 3403002.699, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 28.jan.2014) Assim, e ainda sem penetrar na discussão sobre a liquidez e a certeza do direito creditório da recorrente (em relação à qual seria pouco produtivo o material probatório que figura nos autos), temse que os elementos constantes no presente processo são suficientes para que se conclua pela improcedência do pleito de compensação, diante das razões temporais levantadas no despacho decisório, confirmadas no julgamento de piso, e não afastadas pela recorrente. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Rosaldo Trevisan Fl. 98DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por ROSALDO TREVISAN
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Numero do processo: 15374.916873/2008-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS. DÉBITOS. INEXISTÊNCIA. COBRANÇA. SALDOS.
Verificado que a declaração de compensação apresentada busca compensar créditos inexistentes (pagamentos já alocados) com débitos em parte igualmente inexistentes (porque saldados mediante pagamento), cabe a cobrança somente do saldo de débitos para os quais não se comprovou ter existido pagamento, nem hipótese legal de afastamento de incidência.
Numero da decisão: 3403-003.479
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da cobrança decorrente da não homologação da compensação a quantia correspondente ao débito de R$ 222.969,05, e os juros e multa correspondentes. A Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Mônica Monteiro Garcia de los Rios (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS. DÉBITOS. INEXISTÊNCIA. COBRANÇA. SALDOS. Verificado que a declaração de compensação apresentada busca compensar créditos inexistentes (pagamentos já alocados) com débitos em parte igualmente inexistentes (porque saldados mediante pagamento), cabe a cobrança somente do saldo de débitos para os quais não se comprovou ter existido pagamento, nem hipótese legal de afastamento de incidência.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS. DÉBITOS. INEXISTÊNCIA. COBRANÇA. SALDOS. Verificado que a declaração de compensação apresentada busca compensar créditos inexistentes (pagamentos já alocados) com débitos em parte igualmente inexistentes (porque saldados mediante pagamento), cabe a cobrança somente do saldo de débitos para os quais não se comprovou ter existido pagamento, nem hipótese legal de afastamento de incidência. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da cobrança decorrente da não homologação da compensação a quantia correspondente ao débito de R$ 222.969,05, e os juros e multa correspondentes. A Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Mônica Monteiro Garcia de los Rios (em substituição a Alexandre Kern), Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 91 68 73 /2 00 8- 21 Fl. 220DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 Relatório Versa o presente sobre formalização de pedido de ressarcimento/restituição cumulado com declaração de compensação PER/DCOMP transmitido em 04/11/2004 (fls. 3 a 7)1, decorrente de crédito de COFINS não cumulativa (arrecadação em 12/04/2001), no valor de R$ 223.097,70, a ser compensado com débitos da mesma contribuição, relativos a março (R$ 222.969,05) e maio/2001 (R$ 128,65). No despacho decisório eletrônico de fl. 8, emitido em 12/08/2008, informa se que foi localizado o pagamento, mas que este foi integralmente utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação pleiteada. Em sua manifestação de inconformidade (fls. 9 a 13), empresa alega que após efetuar o pagamento da contribuição no valor de R$ 223.097,70, verificou que o recolhimento era insuficiente, tendo complementado o pagamento em 15/05/2001, quando recolheu R$ 5.737,69 (R$ 5.173,76 a título de principal, com R$ 512,20 de multa e R$ 51,73 de juros). Para comprovar o alegado anexa ambos os DARF, afirmando que os totais são compatíveis com o declarado em DIPJ. Assim, a DCOMP transmitida informou equivocadamente a utilização de crédito da ordem de R$ 223.097,70. E informou ainda débitos da mesma contribuição referentes aos períodos de março e maio/2001, com valores de R$ 222.969,05 (que era na verdade valor devido referente a março), e de R$ 128,65 (equivocadamente mencionado como débito de maio/2001). Sustentou que a compensação deveria ter sido restrita à quantia de R$ 225,00, correspondente a crédito originado de IRRF retido por instituição do governo federal “Ministério da Educação e Desportos”, como informado no verso do DARF). Ao final, informa anexar cópias autenticadas de todos os pagamentos da contribuição em 2011, pois constatou em auditoria interna que todos os recolhimentos foram a maior. Anexa ainda planilhas de cálculo e planilhas comparativas com os dados declarados em DIPJ em 2001. Por fim, destaca que o equívoco no preenchimento do PER/DCOMP não ocasionou qualquer prejuízo à Fazenda, mas apenas à própria contribuinte. Pede assim que sejam desconsiderados os dados contidos na PER/DCOMP, que não correspondem à verdade material comprovada, reconhecendo a inexistência de qualquer “valor devedor”, a nenhum título, eis que comprovado de forma cabal e inequívoca o integral recolhimento não só da COFINS relativa ao período de apuração de março de 2001, mas também de todo o ano de 2001. Em 29/06/2011, ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 96 a 99), acordandose unanimemente pelo não conhecimento da manifestação de inconformidade, reenviando o processo à unidade local, para que analisasse o pedido de cancelamento do PER/DCOMP (matéria que não é de competência regimental das DRJ, mas dos Delegados das DRF, conforme Regimento Interno da RFB). A DRJ verifica que não há litígio sobre o não reconhecimento do direito creditório externado no despacho decisório eletrônico, mas pedido de desistência da compensação em virtude da alegação de inexistência de débitos declarados como compensados e transmissão equivocada do PER/DCOMP. Cientificada da decisão de piso em 14/09/2011 (cf. AR de fl. 217), a empresa apresenta recurso voluntário em 14/10/2011 (fls. 104 a 118), onde a empresa se insurge em relação a informação constante no DARF anexo ao Acórdão, sobre o período de apuração a ser indicado no recolhimento, e sustenta que: (a) houve nulidade na decisão da DRJ, que não se manifestou sobre os demais pedidos feitos na manifestação de inconformidade (como a 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 221DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 15374.916873/200821 Acórdão n.º 3403003.479 S3C4T3 Fl. 321 3 comprovação dos recolhimentos em 2001, e as demonstrações efetuadas, planilhas e DIPJ apresentadas); e (b) em nenhum momento formulou pedido de cancelamento de PER/DCOMP (que a DRJ entende ser o único pedido da empresa), mas apenas que “se desconsiderem os dados contidos na PER/DCOMP em referência que não correspondem à verdade material comprovada”. No mais, endossa e complementa a argumentação expressa na manifestação de inconformidade sobre a comprovação do equívoco cometido e de que não houve pagamento a menor em nenhum período de 2001, e complementa informando que ainda que houvesse débitos, estariam atingidos pela decadência. O processo, no CARF, é distribuído por sorteio ao Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte, que não mais faz parte deste colegiado, e redistribuído, em novo sorteio, a mim, em setembro de 2014. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. É matéria preliminarmente controversa eventual nulidade da decisão de piso por cerceamento do direito de defesa, por ter interpretado a DRJ que o pedido se resumia a cancelamento de DCOMP, não se analisando a documentação acostada pela empresa no sentido de que ocorreu erro na DCOMP, buscando identificar os dados efetivamente corretos. No mérito, discutese não só a existência do direito creditório, mas também a existência dos próprios débitos declarados na DCOMP, à luz dos documentos e explicações apresentados pela recorrente. Na decisão de piso acordouse por não conhecer da manifestação de inconformidade. Isso porque se fez a seguinte leitura do pleito da empresa (fls. 98/99): “8. Alega a impugnante que houve equivoco no preenchimento do PER/DCOMP n° 38344.33685.041104.1.3.040365, já que, conforme comprova a documentação anexada, inexistem os débitos nele informados como compensados. Devido a isso, requer que sejam desconsideradas as compensações declaradas no referido PER/DCOMP. 9. Conforme pode ser observado, a Impugnante não discorda do Despacho Decisório recorrido, no que se refere ao não reconhecimento do direito ao crédito informado no PER/DCOMP n° 38344.33685.041104.1.3.040365, em virtude da sua inexistência, já que o pagamento do qual seria oriundo foi integralmente utilizado para quitar a Cofins (cód. 2172), atinente ao período de apuração 03/2001, fato esse confirmado pela interessada em sua peça impugnatória. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 10. Como a inexistência do crédito informado foi o que motivou a não homologação da compensação declarada no PER/DCOMP apreciado, temse, por conseqüência, a concordância da Interessada com essa parte da decisão, ou seja, diante das informações por ela fornecidas no PER/DCOMP o Despacho Decisório estaria correto. 11. Diante disso, é de se constatar a ausência de litígio em relação ao não reconhecimento do direito ao crédito informado no PER/DCOMP n° 38344.33685.041104.1.3.040365, que motivou a não homologação da compensação nele declarada. 12. Não obstante tal concordância, requer a Interessada que sejam desconsideradas as compensações declaradas no referido PER/DCOMP, alegando a inexistência dos débitos declarados como compensados e a transmissão equivocada do referido PER/DCOMP. 13. Assim, em face do requerido, é de se concluir que a pretensão da Impugnante é o cancelamento do PER/DCOMP apreciado. 14. Ocorre que, não se inclui dentre as atribuições desta Delegacia a apreciação de pedido de cancelamento de PER/DCOMP, ex vi do. art. 229 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n° 587, de 21/12/2010, (...)” (grifo nosso) Diante da decisão da DRJ, cabe destacar que a unidade local não efetuou qualquer análise em relação a eventual pedido de cancelamento da compensação. Limitouse a cientificar a recorrente da decisão, e encaminhar a peça recursal apresentada a este CARF. E na peça recursal a empresa expressamente afirma (fl. 110) que: E que, na verdade, o que solicitou em sua manifestação de inconformidade foi (fl. 110) que: Fl. 223DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 15374.916873/200821 Acórdão n.º 3403003.479 S3C4T3 Fl. 322 5 Assim, cabe analisar preliminarmente se de fato houve cerceamento de defesa pela não análise na instância de piso das argumentações trazidas pela empresa em sua manifestação de inconformidade. É inequívoco que houve o pagamento (DARF de R$ 223.097,70, como já reconhecia o despacho decisório, que informa ter sido o montante pago alocado “para quitação de débitos do contribuinte”. Contudo, não informa o despacho decisório precisamente a qual débito teria sido alocado o pagamento. Segundo a empresa, o montante pago em 12/04/2001 (DARF de R$ 223.097,70, referente ao período de apuração de março) deveria ter sido alocado exatamente para o período de apuração de março. E ao invés de ser a maior ou indevido (como se afirma no PER/DCOMP), o pagamento foi, na verdade, a menor, tendo sido complementado em 15/05/2001. Assim, resta claro (e incontroverso) ser inexistente o crédito, que não resultou de pagamento a maior. Contudo, a empresa sustenta ainda que não existem os débitos a compensar, relativos a março (R$ 222.969,05) e maio (R$ 128,65). O primeiro, porque saldado com o pagamento efetuado. E o segundo, porque inserido por equívoco. Ou seja, na prática, a empresa sustenta que todos os dados informados na DCOMP estão incorretos: débitos e créditos, não espelhando a DCOMP a efetiva operação que desejava ter efetuado a empresa. A DRJ, assim, não teve dúvidas de que a empresa, ao assumir que o pagamento constante como crédito na DCOMP foi efetuado a menor (e não a maior), tendo sido complementado de forma a não restar saldo para o débito indicado, estava a concordar com o teor do despacho decisório: de que o valor pago havia sido integralmente alocado a débitos do contribuinte (isso fica claro nos itens 9 a 11 do voto condutor, aqui já transcrito). Não havia, assim, contencioso em relação à matéria principal: o direito creditório. E também não teve dúvidas o julgador de piso ao entender que a empresa desejava na verdade o cancelamento do PER/DCOMP, pois a empresa, ao mesmo tempo em que informava não deter o crédito, também reconhecia serem equivocados o débitos por ela declarados na DCOMP, pedindo que “fossem desconsiderados os dados contidos na PER/DCOMP” (sic), que “não correspondem à verdade material comprovada”. Se não existia o crédito, nem eram devidos os valores indicados a título de débito, não restaria função para o PER/DCOMP. Assim, não se rechaça de plano o entendimento da DRJ de que o que desejava a empresa de fato era o cancelamento do PER/DCOMP. Afinal de contas, atender ao pedido da empresa para que “fossem desconsiderados os dados contidos na PER/DCOMP” (sic), que “não correspondem à verdade material comprovada”, ou seja, todos os dados (débitos e créditos), estaria a DRJ, em verdade a apreciar ou o efetivo cancelamento do PER/DCOMP (como entendeuse no voto condutor) ou matéria alheia à submetida ao despacho decisório, distanciandose do objeto do presente processo. E não podemos nos olvidar do objeto do presente processo. Não se está aqui a fiscalizar ou verificar a regularidade da COFINS do período de 2001 da empresa (e nem se Fl. 224DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 poderia fazêlo, seja pelo decurso de prazo, ou ainda por que carece de competência o órgão julgador administrativo para apreciar além do pedido inicialmente efetuado, e jamais retificado, que constitui o objeto do processo). O pedido apresentado em 04/11/2004 é de compensação de crédito de COFINS (arrecadação em 12/04/2001), no valor de R$ 223.097,70, com débitos da mesma contribuição, relativos a março (R$ 222.969,05) e maio/2001 (R$ 128,65). E a decisão denegatória da compensação informa que o pagamento foi encontrado, mas que foi integralmente utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível. Assim, não se vê nulidade da decisão da DRJ, que não conhece da manifestação de inconformidade, interpretando que o que desejava de fato a empresa era o cancelamento de seu PER/DCOMP. Na linha adotada pela DRJ, seria absolutamente irrelevante a busca pela “verdade material”, analisandose os documentos (DARF e DIPJ) e as planilhas apresentados, pois ainda que se chegasse aos valores corretos de crédito e débito, estes não corresponderiam (como reconhece a própria empresa) aos constantes do PER/DCOMP tratado no despacho decisório. E a Instrução Normativa (IN) editada pela SRF/RFB que tratava da matéria à época da transmissão das DCOMP (em 04/11/2004), de no 460, de 18/10/2004, dispunha, em seus arts. 55 a 60 sobre retificação do PER/DCOMP, e em seus arts. 61 e 62, sobre desistência de PER e cancelamento de DCOMP, sendo a competência da unidade local da RFB jurisdicionante (atendidos os requisitos ali estabelecidos). Assim, a DRJ, ao decidir que a solução demandada era de fato o cancelamento, não cerceou o direito de defesa. Pelo contrário, possibilitou que a matéria fosse eventualmente apreciada pela unidade local da RFB, o que acabou não ocorrendo, pois foi esclarecido em sede recursal que a empresa divergia da interpretação da DRJ de que pretendia um “cancelamento da DCOMP”, aclarando que desejava efetivamente que a DCOMP fosse considerada, mas com os dados corretos (o que se assemelharia mais a uma retificação). Afastada a nulidade do julgamento de piso, passo de imediato a refletir sobre algo intrigante, já atrelado às razões de mérito do recurso voluntário. Realmente, é intrigante (curioso ou até estranho) que a empresa apresente um DARF de R$ 223.097,70, pago em 12/04/2001 (código de receita 2172), referente a COFINS relativa a março de 2001 como crédito para compensar com um débito com data de vencimento também em 12/04/2001, e igualmente referente a COFINS relativa a março de 2001 (código 2172). A situação assemelha se mais a pagamento do que a compensação. E o DARF apresentado, que trata a nosso ver de “pagamento” relativo a março/2001, é indicado ainda para compensar R$ 128,65, referentes à COFINS de maio/2001 (também com o código de receita 2172, e com vencimento em 15/06/2001). A efetivação do pagamento de R$ 223.097,70, como já dito, é incontroversa: fisco e contribuinte confirmam o recolhimento. A empresa, no entanto, afirma que verificou que os R$ 223.097,70, ao invés de recolhimento a maior, tratavase de fato de recolhimento a menor. E que, por isso, complementou o pagamento referente ao período de apuração de março em 15/05/2001 (com DARF de R$ 5.737,69, que corresponde ao principal de R$ 5.173,76, acrescido de multa de R$ 512,20 e juros de R$ 51,73). E, com base nos DARF (fl. 18), e na DIPJ (fl. 34) correspondente, assume verossimilhança a versão apresentada pela empresa. Passo, assim, em nome da verdade material, a verificar o que realmente aconteceu, embora compreenda, como já exposto, as razões de a DRJ não têlo feito. Fl. 225DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 15374.916873/200821 Acórdão n.º 3403003.479 S3C4T3 Fl. 323 7 Isso porque até o momento nenhum ser humano verificou efetivamente as compensações demandadas, tendo sido o despacho decisório emitido de forma eletrônica/massiva, e a decisão de piso sido paralisada em aspectos formais/preliminares. Como ensina JAMES MARINS, a verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros): “As faculdades fiscalizatórias da Administração tributária devem ser utilizadas para o desvelamento da verdade material e seu resultado deve ser reproduzido fielmente no bojo do procedimento e do Processo Administrativo. O dever de investigação da Administração e o dever de colaboração por parte do particular têm por finalidade propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.” 2 É nessa linha que se passa a verificar qual é de fato a matéria que compõe o contencioso, formandose a convicção à luz do exposto pelo fisco e dos documentos/elementos agregados pela parte, sendo um bom começo para verificar o que efetivamente ocorreu o cotejo dos valores declarados em DIPJ com os valores pagos por DARF (dados disponíveis no processo). Como resultado, teríamos a seguinte tabela, para o mês de março e maio de 2001 (suficientes para a análise do pleito): Período de Apuração Valor DARF (data de arrecadação fl.) Valor declarado em DIPJ (fl.) Março/2001 R$ 223.097,70 (12/04/2001 fl. 18) R$ 5.173,76 (15/05/2001 fl. 18) 3 R$ 228.380,80 (fl. 34) Maio/2001 R$ 174.869,73 (15/06/2001 fl. 21) R$ 3.834,75 (12/07/2001 fl. 20) 4 R$ 178.833,13 (fl. 35) Assim, percebese que os pagamentos efetuados (todos confirmados com comprovantes de arrecadação fls. 186/187 e 190/191), inclusive o indicado como crédito na compensação demandada no presente processo (R$ 223.097,70), estão realmente já alocados, e especificamente à parcela do período de apuração de março/2001 dos débitos que se buscou compensar. No período de apuração de março/2001, a soma dos valores dos DARF equivale a R$ 228.271,46, valor ainda inferior ao declarado em DIPJ (R$ 228.380,80). A empresa justifica a diferença (R$ 109,34) afirmando que não estão aí computados os R$ 225,00 referentes a crédito originado de IRRF retido por instituição do governo federal “Ministério da Educação e Desportos”, de janeiro de 2001, como informado no verso do DARF de R$ 223.097,70 (fls 169/170). Assim, em verdade teria não um débito de R$ 109,34, mas um pagamento a maior de R$ 115,66. 2 MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 6.ed. São Paulo: Dialética, 2012, p.154. 3 Valor principal. Foram ainda recolhidos multa (R$ 512,20) e juros (R$ 51,73) de mora, em função do atraso no pagamento. 4 Valor principal. Foram ainda recolhidos multa (R$ 329,02) e juros (R$ 38,34) de mora, em função do atraso no pagamento. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 No julgamento do processo administrativo no 15374.916872/200886, da mesma empresa, referente à COFINS do período de apuração de janeiro/2001, já nos manifestamos sobre tal montante (R$ 225,00), entendendo que constituía um débito do mês de janeiro. E se era um débito do mês de janeiro, não pode ser o mesmo valor também um débito do mês de março. E, no período de maio/2001, a soma dos DARF resulta em R$ 178.704,48, também inferior aos R$ 178.833,13, sendo a diferença exatamente os R$ 128,65 indicados como débito no PER/DCOMP (e assim explicados no verso do DARF de fls. 172/173: “Tr. 115,67; T.S. 11,83; J. 1,16” compensação ref. março). Contudo, afirma expressamente a recorrente que a inclusão de tal valor como débito foi equivocada (tratandose em verdade de crédito). Mas isso não resta demonstrado de forma detalhada documentalmente, de forma a permitir a alocação inequívoca, pelo que não se pode acolher a exclusão da quantia de R$ 128,65 dos débitos. As verificações aqui efetuadas, como dito, objetivam tão somente atestar a existência do crédito e dos débitos indicados na DCOMP. E foi possível verificar que o crédito (R$ 223.097,70) é inexistente, assim como o débito referente a março de 2001 (R$ 222.969,05). Ou melhor, ambos existiam, e o crédito foi alocado ao débito. Contudo, os elementos apresentados pela recorrente não são conclusivos a ponto de afastar o débito confessado de R$ 128,65. Nesse contexto, é ainda pertinente destacar a irrelevância da formalidade apontada no documento de cobrança apresentado (DARF), que espelha o débito confessado em DCOMP, porque se alocado indevidamente o pagamento por cumprimento da determinação do fisco, não pode existir qualquer ônus ao contribuinte. Assim, merece ser revisto o despacho decisório não em relação ao crédito, que é inexistente, mas em relação aos débitos (que deveriam ser de R$ 128,65, e não de R$ 223.097,70), havendo demonstração nos autos de que parte dos débitos confessados (R$ 222.969,05) já havia sido saldada mediante pagamento. E, verificado que a declaração de compensação apresentada busca compensar créditos inexistentes (pagamentos já alocados) com débitos em parte igualmente inexistentes (porque saldados mediante pagamento), cabe a cobrança somente do saldo de débitos para os quais não se comprovou ter existido pagamento, nem hipótese legal de afastamento de incidência. Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário apresentado, devendo ser excluída da cobrança decorrente da não homologação da compensação a quantia correspondente ao débito de R$ 222.969,05, e multas/juros decorrentes. Rosaldo Trevisan Fl. 227DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 15374.916873/200821 Acórdão n.º 3403003.479 S3C4T3 Fl. 324 9 Fl. 228DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por ROSALDO TREVISAN
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