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Numero do processo: 12466.003494/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II
Período de apuração: 20/10/2003 a 23/12/2003
IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA.
PENA DE PERDIMENTO PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO
V.
Ficam sujeitas a pena de perdimento as mercadorias importadas cuja
operação foi realizada por meio de interposição fraudulenta, conforme
previsto no art. 23, inciso V, do DecretoLei
nº 37/66, não sendo aplicável a
multa prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64:
Numero da decisão: 3102-001.559
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. PENA DE PERDIMENTO PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO V. Ficam sujeitas a pena de perdimento as mercadorias importadas cuja operação foi realizada por meio de interposição fraudulenta, conforme previsto no art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 37/66, não sendo aplicável a multa prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Helder Kanamura, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Trata o presente de Recurso de Ofício interposto pela turma julgadora da Delegacia da Receita Federal de Julgamento. Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da autoridade de primeira instância. "Versa o presente processo sobre Auto de Infração (fls. 01 a 13) lavrado contra a empresa em epígrafe, com vistas à constituição de crédito tributário, no valor total de R$ 1.271.921,77 (um milhão, duzentos e setenta e um mil, novecentos e vinte e um reais e setenta e sete centavos), consistente nas multas aplicadas com base no inciso I do art. 83 da Lei n.° 4.502, de 1964, com redação dada pelo art. Io do DecretoLei n.° 400, de 1968, para os fatos geradores ocorridos em 20/10/2003 e 23/10/2003, e no mesmo dispositivo combinado com o inciso V do art. 65 da Medida Provisória n.° 135, de 2003, para os fatos geradores ocorridos entre 31/10/2003 e 23/12/2003, ambas em virtude da entrega a consumo de produtos de procedência estrangeira, que foram importados de forma fraudulenta. Segundo relata a fiscalização às fls. 03 a 12, as provas caracterizadoras da infração cominada pela presente penalidade são constituídas pela cópia de atos e elementos probatórios constantes do processo administrativo fiscal n.° 12466.003452/200811, onde foram identificadas as importações realizadas fraudulentamente (fls. 52 a 521), e pelas notas fiscais colacionadas às fls. 16 a 50 do processo. Relativamente ao procedimento que constituiu o objeto do PAF n.° 12466.003452/200811, a fiscalização descreveu, em síntese, as seguintes irregularidades: a) as empresas DARCK e TEMA COMERCIAL LTDA estão envolvidas nas importações relacionadas à fl. 54, tidas como simuladas, e realizadas com o objetivo de nacionalizar mercadorias com valores subfaturados, além da prática de utilização de documentos ideológico e/ou materialmente falsos e declarações ideologicamente falsas; b) as importações acobertadas pelas DI sob apreço foram registradas pela empresa TEMA por conta e risco próprio, sendo que, na realidade, quem financiava as operações de importação era a empresa DARCK, configurando um quadro de simulação e interposição fraudulenta; c) a DARCK foi identificada como real compradora das mercadorias no exterior, real importadora e como real adquirente no mercado nacional ao passo que a TEMA, ao Fl. 592DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 2 3 revestirse da qualidade di importadora, serviu de escudo e blindagem para a real importadora; d) os fornecedores e a DARCK (real importadora) foram os que acertaram as condições dos contratos de compra e venda, definindo mercadorias, preços efetivos, formas de pagamento, etc, que representa a operação real, aquela que os intervenientes colimaram ocultar; e) os valores de transação declarados nas DI analisadas são muito inferiores aos valores efetivamente praticados, havendo a empresa fiscalizada incorrido na prática de subfaturamento. A este quadro, acrescenta, ainda, a autoridade autuante que, apesar de não terem sido identificadas declarações de importação referentes a cinco notas fiscais listadas à fl. 04, tais mercadorias foram nacionalizadas fraudulentamente já que a empresa TEMA jamais atuou efetivamente no comércio exterior, servindo unicamente de "prestanome" para blindagem do real adquirente, e foi, ainda, considerada inapta perante o CNPJ, com efeito a partir de 13/09/2003, em virtude de sua inexistência de fato. Regularmente cientificado, em 30/09/2008 (fl. 02), o sujeito passivo, irresignado, apresentou, em 30/10/2008, os documentos de fls. 544 a 553 e a impugnação de fls. 522 a 543, onde, em síntese: Alega que não pode ser responsabilizado pela infração descrita no presente processo, ao argumento de que todos os tributos incidentes nas operações que praticou, inclusive aqueles que incidiram na venda a varejo das mercadorias adquiridas foram recolhidos, além do que pagou pela aquisição no mercado interno das mercadorias importadas, fato este que foi desconsiderado pela fiscalização; Considera descabidas as acusações que lhe foram imputadas, já que as empresas que lhe venderam as mercadorias estavam habilitadas no RADAR para efetivar suas atividades na qualidade de trading company, além do que reclama de estar sendo acusado por condutas que não lhe dizem respeito e que, ante a ausência de documentos, os valores aduaneiros arbitrados pelo Fisco encontramse fulcrados em suposições e ficções, em flagrante desatendimento ao princípio do ônus da prova; Nega ter assumido financeiramente os custos incorridos nas operações de importação, ao que aduz não ser da atividade da empresa desincumbirse de operações de logística atinentes ao comércio internacional e que o aspecto mais importante das operações realizadas pelas trading é a necessidade de recursos financeiros e fluxo de caixa para fazer frente aos tributos no momento da nacionalização das mercadorias importadas; Alega que, em razão de os tributos incidentes nas operações de importação serem pagos antecipadamente, a terceirização das Fl. 593DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 atividades de logística internacional tornase conveniente, não só do ponto de vista de custos e de estrutura organizacional, mas também em face do próprio aspecto econômicofinanceiro inerente às trading, como o financiamento de todos os custos e tributos até a entrega do bem no armazém do distribuidor e a possibilidade da redução de custos oriundos de benefícios e créditos fiscais das trading; Reclama que a autoridade autuante desbordou do que determinam as disposições contidas no art. 10 do Decreto n.° 70.235, de 1972, e no caput do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), visto que trouxe para o feito, indevidamente, relatos e graves afirmações extraídos de procedimentos levados a efeito nas esferas policial e judicial, quando deveria limitarse aos fatos que ensejaram o ato do lançamento para a constituição do crédito tributário; Nesta mesma linha, reclama também ter sido violado o sigilo de seus dados, com a juntada de peças do processo de competência das autoridades policial e judicial, pelo que entende ter sido ofendido, na realização do feito ora atacado, o direito previsto no inciso XII do art. 5o da Constituição Federal; Insurgese contra a afirmação da autoridade autuante que se refere à prática de sonegação, fraude, conluio, falsificação de documentos, prestação de informações falsas e de benefícios obtidos com as ilegalidades praticadas, eis que jamais buscou o encerramento de suas atividades e ofereceu ao Fisco toda a documentação requerida, havendo, inclusive, incabível apreensão sem devolução de todos os documentos solicitados, em razão de que entende ter a presente autuação desrespeitado as disposições contidas nos artigos 2º e 3º da Lei n.° 9.784, de 1999, dentre os quais destaca a previsão de ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devem facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; Nega ter participado do esquema fraudulento apontado pela fiscalização, ao argumento de que não é empresa de grande porte, seu faturamento é limitado, não movimenta grande soma de recursos financeiros, além do que não é detentor de informações de natureza fiscal e procedimental relacionadas às demais empresas citadas no relatório da autuação; Reclama não poder ser equiparado à empresa industrial para efeito de exigir o IPI, pois jamais desenvolveu atividade industrial ou a ela equiparada, nem é importador, pelo que entende não poder ser responsabilizado pela exigência do IPI, nos moldes estabelecidos na autuação, ao que noticia ter recolhido todos os tributos que incidiram nas operações realizadas com a aquisição das mercadorias em relevo no mercado interno e posterior venda a varejo das mercadorias adquiridas; Em outro plano, contesta a cobrança de juros de mora calculados à taxa referencial Selic, eis que eivada de incerteza e iliquidez, por entender ser referida cobrança ilegal e inconstitucional; Fl. 594DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 3 5 Quanto à aplicação da multa veiculada no auto de infração, alega não ter sido demonstrada ou comprovada a prática da infração cominada pela mencionada penalidade que reputa ser confiscatória, violando o preceito contido no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal, ao que aduz não ter incorrido em qualquer fraude que desse azo a essa penalização; Finalmente, em face de tudo o quanto foi exposto, requer o cancelamento do auto de infração hostilizado." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento deu provimento parcial a impugnação para cancelar o lançamento referente a pena prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64, por entender que a tipificação dos fatos ensejaria a aplicação da penalidade prevista no art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76, por tratarse de penalidade mais específica. Por fim, entendeu a autoridade de piso em manter a penalidade para a mercadoria constante da nota fiscal nº 3480, por entender que nesta operação restou caracterizado a entrega a consumo de mercadoria importada de forma iregular, sendo aplicável o art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64. A decisão foi assim ementada. “Assunto : Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 20/10/2003 a 23/12/2003 MULTA REGULAMENTAR DO IPI. E incabível a aplicação da multa regulamentar do IPI por entrega a consumo de mercadoria estrangeira importada de forma irregular ou fraudulentamente, quando a fraude ou a irregularidade que macula a importação é definida legalmente de forma mais específica como dano ao Erário, porquanto, nesses casos, a não localização da mercadoria sujeita a perdimento em face da entrega a consumo é penalizada expressamente na forma de outra disposição legal. IMPORTAÇÃO CLANDESTINA. Incorrem em multa igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe é atribuído na nota fiscal, todos aqueles que entregarem ao consumo, ou consumirem produto de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" Diante da decisão da DRJ, cuja exoneração do sujeito passivo ultrapassou o limite de alçada, foi apresentado pela Turma Julgadora o competente recurso de ofício. Fl. 595DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Do Recurso de Ofício O recurso de ofício apresentado pela turma da DRJ, que por atender os requisitos de admissibilidade, merece ser conhecido. A autoridade de primeira instância decidiu exonerar parcialmente o lançamento por entender que identificado pela Fiscalização Aduaneira a interposição fraudulenta, caberia a aplicação da pena de perdimento e na sua impossibilidade a conversão em multa nos termos do art. 23, do DecretoLei nº 1.455/76. Ao analisar os autos e o trabalho fiscal, entendo estar caracterizado a ocorrência da interposição fraudulenta nas operação da Recorrente. Apesar do caráter irregular das operações, tenho o mesmo entendimento da autoridade da primeira instância. Identificada a ocorrência da interposição é obrigatória a aplicação da penalidade prevista no art. 23, do DecretoLei nº 1.455/76, por tratarse de penalidade mais específica. Para esclarecer este entendimento, faço a análise a seguir da interposição fraudulenta nas operações de comércio exterior e as penalidades aplicadas a estes casos. O controle aduaneiro e a interposição fraudulenta O controle aduaneiro é matéria relevante em todos os países e a comunidade internacional busca de forma incessante o controle das mercadorias importadas, de forma a garantir a segurança e a concorrência leal dentro das regras econômicas e tributárias.. Desde da edição do DecretoLei 37/66, o Brasil busca coibir as irregularidades na importação. Este diploma legal, determinava a conferência física e documental da totalidade das mercadorias importadas. Com o crescimento da economia nacional, a crescente integração do País no plano internacional e o aumento significativo das operações de comércio exterior. O Estado Brasileiro, decidiu modificar os controles que até então vinha exercendo sobre a importação, desenvolvendo controles específicos que se adequassem ao incremento das operações na área aduaneira. A solução veio com a entrada em produção do SiscomexImportação em janeiro de 1997. A partir deste sistema, os controles de despacho aduaneiro de importação passaram a utilizar canais de conferência, que determinaram níveis diferentes de controles aduaneiros. Desde um controle total durante o despacho aduaneiro, com conferência documental, física das mercadorias e avaliação do valor aduaneiro até a um nível mínimo de conferência. Fl. 596DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 4 7 Ao modernizar o seu sistema de controle aduaneiro o País flexibilizou o controle individual das mercadorias importadas, mas, dai nasceu a necessidade de também trabalhar o controle em nível de operadores de comércio exterior. A partir desta premissa foram definidos controles aduaneiros em dois momentos distintos. O primeiro, anterior a operação de importação, quando é exigido uma habilitação prévia da empresas interessada em operar no comércio exterior. Este controle busca avaliar a idoneidade daquelas empresas que pretendem operar no comércio, e atualmente esta disciplinado na Instrução Normativa da SRF nº 228/2002. Apesar deste controle ser preferencialmente em momento anterior as operações. Existem situações em que não é suficiente para impedir operações irregulares. Para coibir estas irregularidades a Fiscalização Aduaneira também atua em momento posterior ao desembaraço aduaneiro, buscando identificar irregularidades nas operações realizadas. O caminho adotado vem sendo o de confirmar a idoneidade das empresas envolvidas nas operações e investigar a origem do recursos utilizados. A identificação de ilícitos nas operações ou a falta de comprovação da origem dos recursos implica na aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas por operações irregulares. Por força legal, considerase dano ao erário, punível com a pena de perdimento das mercadorias, a ocultação do real adquirente das mercadorias importadas, mediante fraude ou simulação, conforme o art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76. " Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: ... V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) Fl. 597DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 8 § 4o O disposto no § 3o não impede a apreensão da mercadoria nos casos previstos no inciso I ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território nacional.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002)" É mister salientar que não são todas as operações por conta e ordem de terceiros são consideradas interposição fraudulenta. O art. 80 da Medida Provisória nº 2.158 35/01 estabeleceu a possibilidade de pessoas jurídicas importadoras atuarem em nome de terceiros por conta e ordem destes. Os procedimentos a serem seguidos nestas operações estão atualmente disciplinados nas IN SRF nº 225/02 e 247/02. Considerando a possibilidade de importações, com a intervenção de terceiros, fato previsto em lei e disciplinado pela Receita Federal, torna mais forte a pena a ser aplicada quando importador e real adquirente, utilizando de fraude ou simulação oculta esta operação do conhecimento dos órgãos de controle aduaneiro, visto que, o fato de não seguir as determinações normativas para as importações por conta e ordem, acarretam prejuízo aos controles aduaneiros, fiscais e tributários. Contudo, a matéria ainda não fica totalmente resolvida, visto que em determinadas situações, a pena de perdimento por diversos motivos não pode ser aplicada. Aqui temos um empecilho ao cumprimento da norma, já que impedida de aplicar o perdimento, se não existir outra pena possível, equivaleria a uma ausência de punibilidade, o que poderia além do prejuízo não ser ressarcido, estimular futuros atos ilícitos, diante da não aplicação da pena aos infratores. Tal fato não ficou desconhecida pelo legislador, que de forma lúcida, criou a possibilidade da conversão da pena de perdimento em multa, no valor de 100% do valor da mercadoria, conforme previsto art. 23, § 3º do DecretoLei nº 1.455/76. Diante do arcabouço legal que trata a matéria, fica cristalino a procedência da aplicação da pena de perdimento nas situações em que for comprovada ou presumida a interposição fraudulenta, bem como a conversão da pena de perdimento em multa. Tal posição já é matéria assentada neste Conselho, conforme se verifica nos acórdãos nº 9303001.632, 320100.837 e 310200.792. A penalidade aplicada pela Fiscalização Aduaneira esta prevista no art. 704 do regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.579/2009. In verbis. "Art. 704. Sem prejuízo de outras sanções administrativas ou penais cabíveis, incorrerão na multa igual ao valor comercial da mercadoria os que entregarem a consumo, ou consumirem mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestinamente no País ou importada irregular ou fraudulentamente ou que tenha entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido sem que tenha havido registro da declaração da importação, ou desacompanhada de Guia de Licitação ou nota fiscal, conforme o caso (Lei no 4.502, de 1964, art. 83, inciso I; e DecretoLei no 400, de 30 de dezembro de 1968, art. 1o, alteração 2ª). Parágrafo único. A pena a que se refere o caput não se aplica quando houver tipificação mais específica neste Decreto. " Fl. 598DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 5 9 Conforme se depreende da leitura do Parágrafo único do artigo, a pena prevista no art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64 não se aplica quando houver tipificação mais específica. A penalidade prevista no art. 23 do DecretoLei nº 1.455/76 esta prevista no art. 689 do mesmo Regulamento Aduaneiro. "Art. 689. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decreto Lei no 37, de 1966, art. 105; e DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, caput e § 1o, este com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): I em operação de carga ou já carregada em qualquer veículo, ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito, da autoridade aduaneira, ou sem o cumprimento de outra formalidade essencial estabelecida em texto normativo; II incluída em listas de sobressalentes e de provisões de bordo quando em desacordo, quantitativo ou qualitativo, com as necessidades do serviço, do custeio do veículo e da manutenção de sua tripulação e de seus passageiros; III oculta, a bordo do veículo ou na zona primária, qualquer que seja o processo utilizado; IV existente a bordo do veículo, sem registro em manifesto, em documento de efeito equivalente ou em outras declarações; V nacional ou nacionalizada, em grande quantidade ou de vultoso valor, encontrada na zona de vigilância aduaneira, em circunstâncias que tornem evidente destinarse a exportação clandestina; VI estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver sido falsificado ou adulterado; VII nas condições do inciso VI, possuída a qualquer título ou para qualquer fim; VIII estrangeira, que apresente característica essencial falsificada ou adulterada, que impeça ou dificulte sua identificação, ainda que a falsificação ou a adulteração não influa no seu tratamento tributário ou cambial; IX estrangeira, encontrada ao abandono, desacompanhada de prova do pagamento dos tributos aduaneiros; X estrangeira, exposta à venda, depositada ou em circulação comercial no País, se não for feita prova de sua importação regular; XI estrangeira, já desembaraçada e cujos tributos aduaneiros tenham sido pagos apenas em parte, mediante artifício doloso; XII estrangeira, chegada ao País com falsa declaração de conteúdo; Fl. 599DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 10 XIII transferida a terceiro, sem o pagamento dos tributos aduaneiros e de outros gravames, quando desembaraçada com a isenção referida nos arts. 142, 143, 162, 163 e 187; XIV encontrada em poder de pessoa física ou jurídica não habilitada, tratandose de papel com linha ou marca d'água, inclusive aparas; XV constante de remessa postal internacional com falsa declaração de conteúdo; XVI fracionada em duas ou mais remessas postais ou encomendas aéreas internacionais visando a iludir, no todo ou em parte, o pagamento dos tributos aduaneiros ou quaisquer normas estabelecidas para o controle das importações ou, ainda, a beneficiarse de regime de tributação simplificada (Decreto Lei no 37, de 1966, art. 105, inciso XVI, com a redação dada pelo DecretoLei no 1.804, de 1980, art. 3o); XVII estrangeira, em trânsito no território aduaneiro, quando o veículo terrestre que a conduzir for desviado de sua rota legal, sem motivo justificado; XVIII estrangeira, acondicionada sob fundo falso, ou de qualquer modo oculta; XIX estrangeira, atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem públicas; XX importada ao desamparo de licença de importação ou documento de efeito equivalente, quando a sua emissão estiver vedada ou suspensa, na forma da legislação específica; XXI importada e que for considerada abandonada pelo decurso do prazo de permanência em recinto alfandegado, nas hipóteses referidas no art. 642; e XXII estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1o A pena de que trata este artigo convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 3o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). § 2o A aplicação da multa a que se refere o § 1o não impede a apreensão da mercadoria no caso referido no inciso XX, ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território aduaneiro (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 4o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). § 3o Na hipótese prevista no § 1o, após a instauração do processo administrativo para aplicação da multa, será extinto o processo administrativo para apuração da infração capitulada como dano ao Erário (Lei no 10.833, de 2003, art. 73, caput e § 1o). Fl. 600DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 6 11 § 3oA. O disposto no inciso VI do caput inclui os casos de falsidade ideológica na fatura comercial. § 4o Considerase falsa declaração de conteúdo, nos termos do inciso XII, aquela constante de documento emitido pelo exportador estrangeiro, ou pelo transportador, anteriormente ao despacho aduaneiro. § 5o Consideramse transferidos a terceiro, para os efeitos do inciso XIII, os bens, inclusive automóveis, objeto de: I transferência de propriedade ou cessão de uso, a qualquer título; II depósito para fins comerciais; ou III exposição para venda ou para qualquer outra modalidade de oferta pública. § 6o Para os efeitos do inciso XXII, presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 2o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). Ao ser comprovada a existência da interposição fraudulenta, o que se caracteriza como dano ao erário previsto no art. 23 do DecretoLei nº 1.455/76 e trazida no art. 689 do Regulamento Aduaneiro, não é aplicável nestes casos a penalidade prevista no art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso de Ofício. Winderley Morais Pereira Fl. 601DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 10880.012215/2001-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Ano-calendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.409
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Ricardo Paulo Rosa Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Fl. 379DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da primeira instância, que passo a transcrever, com as devidas adições. " Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 18/27 em virtude da apuração de falta de recolhimento do IPI de períodos entre janeiro e dezembro de 1997, exigindoselhe o crédito tributário no valor total de R$ 265.306,11.0 enquadramento legal encontrase as fls. 21 e 24. Cientificada, a interessada apresentou a impugnação de fls. 1/6, na qual denunciou a arbitrariedade das autoridades responsáveis pelo lançamento, que deixaram de efetuar diligências para verificar, no período em questão, a existência de medida judicial suspensiva da exigibilidade do crédito tributário e optaram por lançar os valores, com a imposição de penalidade, por meio de peça fiscal genérica e imotivada, sem que a empresa fosse previamente intimada a apresentar documentos. Alegou que parte dos açúcares comercializados pela impugnante está abrangida pela Instrução Normativa SRF no 67, de 1998, que reconheceu serem isentas as saídas de determinados tipos de açúcar, no período de 06/07/1995 a 16/11/1997 (abrangendo todo o período objeto da autuação). Assim, sendo tal fato desconsiderado pelo auto de infração, ele é nulo. No que diz respeito aos demais açúcares, estaria a interessada amparada por liminares (posteriormente ratificadas por sentenças concessivas de segurança) nos autos dos Mandados de Segurança n° 96.00110018 e 97.00069729, o que implicaria na suspensão da ação fiscal e exclusão dos valores lançados a titulo de multa e juros, o que pleiteou nos termos da Lei n°9.430, de 1996, art. 63 e ADN CST n° 1/97. Em 27/06/2007, a impugnante apresentou o requerimento de fl. 173, acompanhado dos documentos de fls. 174/210, argumentando que, no período da autuação, ela dera saída apenas a açúcares a que se referem a Instrução Normativa, devendo ser cancelada a autuação. Encaminhado em diligência para se apurar os valores de IPI constantes do lançamento e que atendem ás condições da Instrução Normativa SRF n° 67, conforme despacho de fls. 221/222, o presente retornou com o despacho contido no "Termo de Encerramento de Diligencia Fiscal" de fls. 277/282. Nele, a fiscalização considerou como sujeito à referida Instrução Normativa apenas o açúcar refinado granulado — descrito pela Coopersucar como AC GR. Entendeu também que, apesar das saídas do açúcar denominado CRISTALÇUCAR conterem lançamento do IPI, ele não se enquadraria na Instrução Fl. 380DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 310201.409 S3C1T2 Fl. 2 3 Normativa por "falta de literalidade", ou seja, não estar descrito como um dos tipos de açúcar previstos em Resolução do IAA citada na Instrução. Assim, os valores correspondentes as saídas, que atendem o disposto na Instrução Normativa, seriam aqueles indicados no quadro de fl. 282." A Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu pela procedência parcial da impugnação, cancelando a multa de ofício, mantendo o restante do lançamento. Entendendo não comprovado nos autos que a filial de n° 006896, estava contemplada nas ações judiciais impetradas. A decisão da DRJ foi assim ementada. “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1997 MEDIDA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. Cabe a impugnante fazer prova de que é beneficiária de medida judicial afastando a incidência de tributo. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXONERAÇÃO. Exonerase a multa de oficio imposta sobre diferença apurada em débito declarado na DCTF, tendo em vista a retroatividade benigna do art. 18 da Lei n° 10.833, de 2003, com a redação do art. 18 da Lei n° 11.488, de 2007. Lançamento Procedente em Parte” Cientificada da decisão, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando os argumentos já apresentados na impugnação. Reafirmando a existência da ação judicial que afastaria a incidência do tributo, inclusive para a filial de n° 006896. A embasar as alegações trouxe aos autos cópia da petição inicial, com anexo listando todos estabelecimentos abarcados pela ação judicial. É o Relatório. Voto Fl. 381DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O lançamento (fls. 18 a 27) que foi realizado em auditoria eletrônica de DCTF, teve origem na localização do Processo Judicial informado, a Recorrente trouxe aos autos na manifestação de inconformidade cópia de ações judiciais que confirmariam a existências dos processos judiciais em questão, entretanto, a decisão de primeira instância entendeu, que os lançamentos referentes a filial de n° 006896 não estariam amparados na decisão judicial. Posteriormente, quando da apresentação do Recurso Voluntário a Recorrente trouxe aos autos cópia do Processo Judicial, onde consta a lista de estabelecimentos amparados no pedido inicial da ação (fls. 353 a 357) e dentre eles consta o estabelecimento de n° 006896. Quanto à matéria, cabe ressaltar, que entendo não ser obrigação da discussão administrativa e suas instâncias a investigação sobre os detalhes da ação judicial e o que acarretaria quanto aos tributos suspensos, a decisão do poder judiciário. Tal atividade equivaleria a um procedimento de fiscalização o que não se coaduna com a atividade de julgamento. O Auto de Infração é justificado no fato do processo judicial, informado na DCTF, não ser localizado pelos Sistemas Informatizados da Receita Federal. O Processo Administrativo Fiscal, por obrigação, regese pelo principio da vinculação legal. O art. 10 do Decreto nº 70.235/72 determina as exigências para formalização do Auto de Infração. “Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” O inciso IV, do art. 10 é claro ao exigir para a constituição do Auto de Infração a disposição legal infringida e a penalidade aplicável. O lançamento ora combatido, teve como base a não localização do Processo Judicial. Cientificado do lançamento a Recorrente trouxe cópia do Processo Judicial aos autos, confirmando a existência e procedência da Ação informada. Portanto é evidente a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos. Qualquer alterações promovida pela Unidade Preparadora ou na decisão a quo para justificar o lançamento não podem suprir as irregularidades praticadas quando da formalização da exigência fiscal. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 310201.409 S3C1T2 Fl. 3 5 Diante do exposto voto no sentido de dar provimento ao Recurso para cancelar o lançamento. Winderley Morais Pereira Fl. 383DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 18471.002667/2003-17
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 28/02/1999 a 30/06/2003
CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1
DO CARF.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo,
de matéria distinta da constante do processo judicial.
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MEDIDA JUDICIAL
SUSPENSIVA.
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151 do CTN não obsta o lançamento de ofício.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. DILIGÊNCIA. ERRO NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO.
Verificada a existência de erro na apuração da base de cálculo do lançamento tributário deverá ser providência a correção nos termos apurados na diligência.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3403-000.891
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não se tomar conhecimento do recurso na parte em que existe concomitância com o processo judicial e, na parte conhecida, também por unanimidade, dar provimento parcial para corrigir a base de cálculo e homologar o resultado da diligência.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 28/02/1999 a 30/06/2003 CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151 do CTN não obsta o lançamento de ofício. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. DILIGÊNCIA. ERRO NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. Verificada a existência de erro na apuração da base de cálculo do lançamento tributário deverá ser providência a correção nos termos apurados na diligência. Recurso Voluntário Provido em Parte
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1604; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 1 1 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18471.002667/200317 Recurso nº 238.637 Voluntário Acórdão nº 340300.891 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 7 de abril de 2011 Matéria PIS Recorrente COOPER CAMERON DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 28/02/1999 a 30/06/2003 CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151 do CTN não obsta o lançamento de ofício. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. DILIGÊNCIA. ERRO NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. Verificada a existência de erro na apuração da base de cálculo do lançamento tributário deverá ser providência a correção nos termos apurados na diligência. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 404DF CARF MF Emitido em 16/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Assinado digitalmente em 09/05/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREI RA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não se tomar conhecimento do recurso na parte em que existe concomitância com o processo judicial e, na parte conhecida, também por unanimidade, dar provimento parcial para corrigir a base de cálculo e homologar o resultado da diligência. Antonio Carlos Atulim Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Winderley Morais Pereira, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração para exigência de diferenças apuradas entre o valor escriturado e o declarado/pago da contribuição para o Programa de Integração Social – PIS. O crédito tributário lançado encontrase com a exigibilidade suspensa em razão da Recorrente ter obtido decisão liminar no processo judicial nº 2000.61.00.0186777 em tramitação na 10ª Vara Federal de São Paulo. A decisão judicial afastou a aplicação do alargamento da base de cálculo do PIS, promovida pelos art. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. Inconformada, a empresa impugnou o lançamento, alegando a improcedência do auto de infração em razão da matéria ser objeto de discussão judicial. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento decidiu pela manutenção do lançamento, por entender estar caracterizada a concomitância e a procedência do lançamento com exigibilidade suspensa nos termos do art. 63, da Lei nº 9.430/96. Cientificada da decisão da DRJ, a empresa apresentou recurso voluntário, alegando a inconstitucionalidade da tributação sobre receitas nãooperacionais e cambiais e erro na base de cálculo apurada no lançamento em relação aos valores referentes à variação monetária ativa referente ao período de agosto a dezembro de 2001. Na análise do recurso voluntário, os Membros da Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, resolveram converter o julgamento do recurso em diligência para que a autoridade preparadora confirmasse a base de cálculo que embasou o lançamento no que concerne a variação monetária ativa do ano de 2001. Fl. 405DF CARF MF Emitido em 16/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Assinado digitalmente em 09/05/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREI RA Processo nº 18471.002667/200317 Acórdão n.º 340300.891 S3C4T3 Fl. 2 3 A Unidade Preparadora procedeu à diligência e confirmou a existência de erro na apuração da base de cálculo do lançamento, reduzindo o valor referente à variação cambial ativa do ano de 2001, conforme consta do relatório de diligência à fl. 348, verbis. “Assim sendo, a efetiva variação cambial ativa do ano calendário de 2001 é a abaixo demonstrada: Janeiro R$ 805.134,55 Junho R$ 1.420.143,13 Novembro R$ 7.053.342,95 Dezembro R$ 5.425.729,36 TOTAL R$ 14.704.349,99” Cumprida a diligência, retornaram os autos ao CARF, sendo o processo sorteado a este relator. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O objeto da Ação Judicial em questão e do Auto de Infração constante desse processo tratam da mesma matéria. A inclusão das receitas não operacionais na base de cálculo do PIS, prevista na Lei nº 9.718/98. Em razão da discussão judicial, as alegações quanto à incidência do PIS sobre receitas nãooperacionais e cambiais não podem ser apreciadas por esta turma, pois a decisão na Ação Judicial interfere diretamente no lançamento ora combatido. O código Tributário Nacional ao excluir da apreciação dos tribunais administrativos, a matéria objeto de ação judicial, visa evitar decisões divergentes, diante do principio da unidade de jurisdição prevalente no País em que decisões judiciais são soberanas e a propositura destas afasta a possibilidade de apreciação pela via administrativa. Este entendimento foi objeto da Súmula nº 1 do CARF, publicada no DOU de 22/12/2009. Fl. 406DF CARF MF Emitido em 16/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Assinado digitalmente em 09/05/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREI RA 4 “Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Quanto a alegação de ilegalidade no lançamento realizado, visto a matéria ser objeto de discussão judicial, também não pode prosperar. O art. 151 do Código Tributário Nacional determina a suspensão da exigibilidade do crédito tributário com liminar judicial. Entretanto, a suspensão da exigibilidade não obsta o lançamento pelo Fisco. A suspensão prevista no art. 151 impede a fazenda pública que adote medidas coercitivas para exigir do sujeito passivo o cumprimento da obrigação tributária, não impedindo o lançamento para constituição do crédito tributário ainda não constituído. Ademais, o prazo decadencial não se suspende ou interrompe e não existindo a constituição do crédito tributário objeto de discussão judicial, fica a autoridade fiscal obrigada a adotar todas as condutas necessárias a constituição do crédito, que deverá ser registrado com a exigibilidade suspensa até que se resolva a discussão na esfera judicial. Neste diapasão, agiu dentro das normas legais a autoridade autuante ao realizar o lançamento com a exigibilidade suspensa. Quanto aos questionamento em relação a apuração da base de cálculo, no que concerne a variação cambial ativa do ano de 2001, por tratarse de matéria distinta daquela tratada na ação judicial, merece ser analisada. A teor do relatado, a diligência, determinada pela Quarta Turma do Segundo Conselho de Contribuintes, confirmou o equívoco na apuração da base de cálculo do PIS no que se refere à variação monetária ativa no ano de 2001, devendo ser reduzida a base de cálculo do lançamento de acordo com a apuração da diligência, constante do relatório à fl. 348. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao Recurso para reduzir os valores referentes à variação cambial ativa do ano de 2001, utilizando os valores apurados pela diligência fiscal, constante do relatório à fl. 348. Winderley Morais Pereira Fl. 407DF CARF MF Emitido em 16/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Assinado digitalmente em 09/05/2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, 08/05/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREI RA
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Numero do processo: 13971.900768/2008-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Ano calendário: 2003
COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.
EXIGÊNCIA DE CRÉDITO LIQUÍDO E CERTO.
O crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior somente pode ser
objeto de indébito tributário, quando comprovado a sua certeza e liquidez.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3102-01.486
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Ano calendário: 2003 COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. EXIGÊNCIA DE CRÉDITO LIQUÍDO E CERTO. O crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior somente pode ser objeto de indébito tributário, quando comprovado a sua certeza e liquidez. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Fl. 434DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/06/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de compensação, cujos créditos teriam origem em pagamento a maior da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS. A unidade de origem decidiu não homologar o pedido de compensação, em razão de estarem os pagamentos supostamente realizados a maior, alocados a débitos do PIS, conforme declarado em DCTF. Inconformada, a Recorrente impugnou o despacho alegando que houve um erro no preenchimento da DCTF, sendo o valor correto declarado em DIPJ e DACON. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve o despacho, exarado pela unidade de origem. Decidindo que os débitos a serem considerados são os declarados em DCTF e não os valores declarados em DIPJ e na DACON, que seriam meramente informativos. A ementa do Acórdão da DRJ foi a seguinte: “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL ANOCALENDÁRIO: 2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITO DE VALIDADE A compensação de créditos tributários depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos contra a Fazenda Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido.” Cientificada da decisão, a empresa apresentou recurso voluntário, repisando as alegações apresentadas na impugnação, reafirmando o equívoco no preenchimento da DCTF, informando a apresentação de DCTFRetificadora, apresentado cópia da DACON e da DIPJ para comprovar as suas alegações. Ao analisar o Recurso, a Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara resolveu determinar a baixa dos autos em diligência para que a Unidade Preparadora verificasse se os valores informados na DACON e na DIPJ estariam de acordo com os registros contábeis da Recorrente, confirmando o erro no preenchimento da DCTF. A Unidade de origem intimou a Recorrente a apresentar os documentos contábeis que comprovassem os erros no preenchimento da DCTF. Atendendo a intimação, a Recorrente apresentou os livros e lançamento contábeis referentes ao período. De posse dos documentos, a Unidade de Origem verificou os lançamento contábeis e não comprovou os erros alegados. A contabilidade registra como valor devido da contribuição o valor constante da DCTF original, ou seja, aquela que o contribuinte afirmou estar com erro de preenchimento. Fl. 435DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/06/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 13971.900768/200813 Acórdão n.º 310201.486 S3C1T2 Fl. 2 3 Portanto, o valor da DCTF original corresponde aos registros contábeis, não existindo recolhimento a maior da contribuição. Cientificada do resultado da diligência, a Recorrente se manifestou nos autos, reafirmando o seu direito creditório. Informando que procedeu ao lançamento da diferença na contabilidade. Entretanto, não trouxe nenhuma documento ou alegação que confronte a posição relatada pelo fisco na diligência. Os autos retornaram ao CARF para prosseguimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. A Recorrente alega o direito à restituição sob o argumento que ocorreu um erro no preenchimento da DCTF, sendo lançado um valor da contribuição para o PIS maior do que o realmente devido, apesar do pedido de retificação de DCTF complementar, a época do indeferimento do pedido, a DCTF original registrava a utilização integral do pagamento, não existindo nenhum direito creditório. O Fisco decidiu utilizando as informações apresentadas pela própria Recorrente. Caso exista algum erro nestas informações, conforme alegado na impugnação e posteriormente no Recurso Voluntário, caberia a comprovação do fato. Para melhor enfrentar a questão, vejamos o enunciado do artigo 170, do Código Tributário Nacional – CTN, que ao disciplinar o instituto da compensação, exige certeza e liquidez dos créditos alegados. “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.” Fl. 436DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/06/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 A exigência de liquidez e certeza dos créditos sempre foi condição sine qua non, para a compensação. Autorizar a compensação com créditos pendentes de certeza e liquidez não encontra amparo na legislação. A alteração dos débitos lançados em DCTF necessita de prova clara e inconteste. No caso em tela, o contribuinte argumente a ocorrência de equívoco no preenchimento da DCTF, informando que teria um crédito referente ao PIS do período de abril de 2003, no valor de R$ 912,94, decorrente da diferença entre o valor recolhido de R$ 18.182,19 e o que seria devido no valor de R$ 17.269,25. Diante deste fato, resolveu a Terceira Turma da Quarta Câmara baixar os autos em diligência para que fossem verificado o suposto equivoco no preenchimento da DCTF. Realizada a diligência, a Unidade de Origem, cotejando os documentos fiscais da Recorrente e as informações prestadas nas declarações, não confirmou o suposto equívoco, visto que os valores constantes dos assentamentos contábeis e fiscais, apresentam um valor devido da contribuição de R$ 17.943,52 e o pagamento de R$ 18.182,19. A diferença foi lançada a título de "PIS a Recuperar", entretanto não fica evidente que este valor a recuperar diga respeito ao Período de Apuração de abril de 2003. As conclusões da diligência foram assim detalhadas no termo de diligência fiscal. " Os registros disponibilizados, porém, NÃO evidenciam o direito creditório da forma como postulado, senão vejamos: o contribuinte alega possuir crédito no valor de R$ 912,94, decorrente da diferença entre o valor recolhido a título de PIS (cód. 8109 – PA 04/2003), R$ 18.182,19, e o efetivamente devido, R$ 17.269,25. ... da obrigação, em 2003, no valor de R$ 17.943,67, e o pagamento de R$ 18.182,19. A diferença, ou seja, R$ 238,52, foi lançada a título de “PIS a Recuperar” (conta contábil 1.1.4.06.02). tais registros, de outra via, não se prestam a comprovar o alegado montante de crédito. Isto porque os lançamentos contábeis efetuados no Livro 76 (fls. 94 e 95) não deixam claro que a importância de R$ 1.684,02, lançada em 30/11/2003 a débito na conta “PIS a Recuperar” (conta contábil 1.1.4.06.02) diga respeito ao PA 04/2003. Em tais condições, é de se concluir que os registros contábeis apresentados não confirmam integralmente a existência do crédito pleiteado através do PER/DCOMP nº 31606.40117.120404.1.3.040758. Com base nos documentos ofertados, somente o valor de R$ 238,52 compreenderia crédito oriundo do pagamento de PIS do PA 04/2003." Diante do exposto, por ausência do indébito tributário, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/06/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 13971.900768/200813 Acórdão n.º 310201.486 S3C1T2 Fl. 3 5 Winderley Morais Pereira Fl. 438DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/06/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 10880.012215/2001-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OPOSIÇÃO ACOLHIDA EM PARTE PARA ESCLARECER QUE COMPROVADA A EXISTÊNCIA DO PROCESSO JUDICIAL INFORMADO PELA RECORRENTE NA DCTF. COMPROVOU-SE UM VÍCIO NA MOTIVAÇÃO DO LANÇAMENTO, ENSEJANDO A NULIDADO DO AUTO DE INFRAÇÃO POR VICIO MATERIAL.
Comprovado que existiu uma omissão no Acórdão embargado, ao não esclarecer o tipo de vício que determinou a nulidade do lançamento.
Acolhe-se em parte, os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para esclarecer que sendo o lançamento em razão da ausência de processo judicial e sendo comprovado por meio de documentos apresentados pela empresa autuada, a existência do processo judicial, fica evidente a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos, restando comprovado o vício material, determinando a nulidade do Auto de Infração.
Embargos acolhidos em parte
Numero da decisão: 3102-001.694
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos de declaração para sanear obscuridade, retificar o voto-condutor e ratificar o acórdão 3102-001.409.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Leonardo Mussi da Silva, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos de declaração para sanear obscuridade, retificar o voto-condutor e ratificar o acórdão 3102-001.409. Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente. Winderley Morais Pereira - Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Leonardo Mussi da Silva, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama.
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OPOSIÇÃO ACOLHIDA EM PARTE PARA ESCLARECER QUE COMPROVADA A EXISTÊNCIA DO PROCESSO JUDICIAL INFORMADO PELA RECORRENTE NA DCTF. COMPROVOUSE UM VÍCIO NA MOTIVAÇÃO DO LANÇAMENTO, ENSEJANDO A NULIDADO DO AUTO DE INFRAÇÃO POR VICIO MATERIAL. Comprovado que existiu uma omissão no Acórdão embargado, ao não esclarecer o tipo de vício que determinou a nulidade do lançamento. Acolhese em parte, os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para esclarecer que sendo o lançamento em razão da ausência de processo judicial e sendo comprovado por meio de documentos apresentados pela empresa autuada, a existência do processo judicial, fica evidente a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos, restando comprovado o vício material, determinando a nulidade do Auto de Infração. Embargos acolhidos em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos de declaração para sanear obscuridade, retificar o votocondutor e ratificar o acórdão 3102001.409. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 01 22 15 /2 00 1- 58 Fl. 397DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/02/ 2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Leonardo Mussi da Silva, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Cuidase de embargos de declaração, interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, com base no artigo 65 do Regimento Interno do CARF, contra o acórdão nº 340300.944, que foi assim ementado: “Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Anocalendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido” A douta procuradoria alega a existência de omissão na decisão, em razão da não indicação de qual seria o tipo de vício que supostamente maculou o lançamento (se material ou formal). Alega que o esclarecimento deste ponto é questão relevante para que não haja prejuízo ao disposto no art. 173 do CTN. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/02/ 2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 3102001.694 S3C1T2 Fl. 391 3 Nos embargos apresentados pede a douta procuradoria o esclarecimento quanto ao tipo de vício formal que ensejou a nulidade do lançamento. A forma tem a ver com a forma que o ato se exterioriza no mundo, como ele nasce e ganha contornos. O Lançamento tributário tratase de ato jurídico formal e esta definida no art. 10 do Decreto lei nº 70.235/72. "Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula." Como se depreende da leitura do artigo, o lançamento tributário necessariamente possui forma definida sendo requisito necessário para sua validade que o Auto de Infração lavrado e contenha os itens necessário a sua formalização. Qualquer falha ou ausência nestes termos é um vicio que leva a nulidade do lançamento e aqui por obvio estamos a falar de um vício na forma do lançamento tributário, portanto, um vicio formal. De outro giro, saindo dos termos definidos no art. 10, o restante dos componentes do lançamento dizem respeito a motivação e justificativa legal para o lançamento, que consta da descrição dos fatos. assim, a origem da infração tributária, a motivação para o lançamento, as razões de decidir da autoridade lançadora que sustentam a exigência tributária, todos são aspectos intrínsecos ao Auto de Infração e dizem respeito a característica individual do lançamento. Neste ponto estes requisitos, dizem respeito ao fato em si objeto do lançamento, ao mérito do assunto abordado, a matéria objeto da lide e da discussão que a autoridade lançadora entendeu ter ocorrido o descumprido da legislação tributária. Assim, erros, falhas e omissões dizem respeito a essência do lançamento a própria matéria fática que originou a exigência tributária, assim as falhas e omissões são nestes casos, vícios materiais. O Auto de Infração que originou o processo em discussão, teve origem em auditoria eletrônica que não identificou a existência de processo judicial, interposto pela Recorrente, que lhe asseguraria o direito a créditos utilizados na compensação de débitos. Em razão da existência apurada na auditoria eletrônica, realizouse automaticamente a exigência dos débitos que estariam compensados com este processo inexistente. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/02/ 2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 Entretanto, ao tomar ciência da exigência a autuada veio aos autos e trouxe a ação judicial em discussão comprovando a sua existência e assim, um erro fático, no lançamento, já que a motivação do lançamento foi a inexistência do processo judicial. Confirmado a procedência da ação judicial, comprovado também o erro fático no lançamento temos um vício material. Neste caminho a lição de Celso Antônio Bandeira de Melo. "Motivo é o pressuposto de fato que autoriza ou exige a prática do ato. É pois, a situação do mundo empírico que deve ser tomada em conta para a prática do ato. Logo, é externo ao ato. Inclusive o antecede. Por isso não pode ser considerado como parte, como elemento do ato. O motivo pode ser previsto em lei ou não. Quando previsto em lei, o agente só pode praticar o ato se houver ocorrido a situação prevista. Quando não há previsão legal, o agente tem liberdade de escolha da situação (motivo( em vista da qual editará o ato. É que, mesmo se a lei não alude expressamente aos motivos propiciatórios ou exigentes de um ato, nem por isto haverá liberdade para expedilo sem motivo ou perante um motivo qualquer. Só serão de aceitar os que possam ser havidos como implicitamente admitidos pela lei à vista daquele caso concreto, por corresponderem a supostos fáticos idôneos para demandar ou comportar a prática daquele específico ato, espelhando, dessarte, sintonia com a finalidade legal. Vale dizer: prestantes serão os motivos que revelem pertinência lógica, adequação racional ao conteúdo doa to, ao lume do interesse prestigiado na lei aplicanda. Além disto, em todos e qualquer caso, se o agente se embasar na ocorrência de um dado motivo, a validade do ato dependerá da existência do motivo que houver sido enunciado. Isto é, se o motivo que invocou for inexistente, o ato será inválido". (grifei) (Bandeira de Melo, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo, 28ª ed., Malheiros, São Paulo, p. 397) A decisão embargada decidiu pela anulação do auto de infração, em razão da empresa autuada quanto da impugnação trazer documentos aos autos comprovando a existência do processo judicial que originou o lançamento. O auto de lançamento foi motivado no fato do processo judicial, não ter sido identificado. Aqui conforme já descrito, existe um erro de fato intrínseco ao lançamento, justificando a sua anulação, assim, o que estamos diante é de um vicio material, pois, fica evidente que a premissa utilizada para o lançamento da não existência do processo era inconsistente, assim todo o lançamento ficou viciado pois, a motivação do lançamento mostrouse inexistente, portanto, um vício material. Verificando o voto da decisão embargada, constatase que não foi esclarecido qual seria o tipo de vício que determinou a nulidade do lançamento. Assim, existe a omissão apontada pela Embargante, mas em nada afeta a decisão adotada no Acórdão nº 3102001.409. Diante do exposto, acolho em parte, os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, para esclarecer que existiu vício material no lançamento realizado, decorrendo dai a nulidade do Auto de Infração. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/02/ 2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 3102001.694 S3C1T2 Fl. 392 5 Winderley Morais Pereira Fl. 401DF CARF MF Impresso em 06/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/02/ 2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10074.001349/2004-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA
Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.
FUNDAF. CONTRATO DE SERVIÇO PÚBLICO. PREÇO PÚBLICO. OBRIGAÇÃO CONTRATUAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO INCABIVEL.
A cobrança do FUNDAF decorrente de contrato celebrado entre a Administração Tributária e as operadoras de comércio exterior pra exploração de terminais alfandegados públicos, configura obrigação contratual, não sendo admitido a restituição de tais valores.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-001.621
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Elias Fernandes Eufrásio, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama, que davam provimento integral.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrásio e Nanci Gama.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa. FUNDAF. CONTRATO DE SERVIÇO PÚBLICO. PREÇO PÚBLICO. OBRIGAÇÃO CONTRATUAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO INCABIVEL. A cobrança do FUNDAF decorrente de contrato celebrado entre a Administração Tributária e as operadoras de comércio exterior pra exploração de terminais alfandegados públicos, configura obrigação contratual, não sendo admitido a restituição de tais valores. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Elias Fernandes Eufrásio, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama, que davam provimento integral. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 4. 00 13 49 /2 00 4- 91 Fl. 956DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrásio e Nanci Gama. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da autoridade de primeira instância, com as devidas adições. "Trata o presente processo do Pedido de Restituição dos valores pagos ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização — Fundaf (v. fls. 01 a 24), no valor histórico de R$ 2.926.243,42, conforme documentos de arrecadação (DARFs) juntados As fls. 87 a 190. Buscando sustentar o pleito, a interessada, partindo do entendimento de que o recolhimento a titulo de contribuição ao Fundaf tem natureza tributária e, por ter sido estabelecido com vícios de inconstitucionalidade e de ilegalidade, isto a partir da atribuição de competência ao Poder Executivo para a instituição da contribuição em tela, para a definição de seu fato gerador, dos sujeitos passivos e ativo da relação obrigacional, do critério temporal para o recolhimento da Contribuição para o estabelecimento de sua base de cálculo e alíquotas, bem como sobre a penalidade no caso de recolhimento em atraso ou não recolhimento, argumenta que esses vícios acabaram por macular referidos recolhimentos em razão da caracterização da exigência de tributo indevido. Argumenta ainda, a interessada, que no caso concreto, verifica se ofensa à capacidade contributiva e à vedação ao confisco, pois levou aos cofres públicos exação sem sustentação constitucional, além de ser instituída por veiculo inidôneo e por órgão incompetente para tanto, o que a caracteriza como indevida e passível de restituição, sob pena de enriquecimento ilícito da União Federal. Nesse sentido cita alguns julgados do Terceiro Conselho de Contribuintes, trazendo a ementa de dois deles: Fl. 957DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 957 3 "Fundaf. 0 fato gerador e a base de cálculo só podem ser definidos por lei. É o principio da legalidade que assegura o Estado de Direito. Não se pode admitir que a norma inferior institua fato e base de cálculo do tributo. Contribuição ao Fundaf — É verdadeira taxa e como tal só a lei pode estabelecer a sua instituição (art. 47, I do CTN) e não uma instrução Normativa." Com isso, afirma a interessada, ser inegável que, inclusive no âmbito administrativo, a inconstitucionalidade e a ilegalidade da Contribuição ao Fundaf foram reconhecidas e que maculam, por completo, a arrecadação da exação. Apreciado o pleito pela autoridade competente para o mister, Inspetor da Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro, com base em parecer constante às fls. 192 e 193, foi o mesmo indeferido, conforme se vê em despacho posto à fl. 193. Discordando do indeferimento que lhe foi dirigido, a interessada apresenta Manifestação de Inconformidade, requerendo o seu encaminhamento a DRJ de Florianópolis (v. fls. 199 a 222). Como pode se perceber, os argumentos trazidos em dita manifestação de inconformidade são em essência aqueles oferecidos quando do ingresso do pedido de restituição, junto a IRF/Rio de Janeiro, a exceção daqueles que atacam as razões sustentadoras do indeferimento. Por entender não ser de competência das Delegacias de Julgamento apreciar o pedido em questão, haja vista tal contribuição não ter natureza tributária, matéria pacificada no âmbito administrativo, o processo foi devolvido para sua unidade de origem (v. despacho as fls.226 a 228). Retornado o processo a Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro, o mesmo foi objeto do despacho de fls. 229 a 231 que, concordando com o entender esposado pela DRJ/Florianópolis propôs o encaminhamento dos autos para SRRF/TRF. Assim, no âmbito daquela Superintendência, foi proferida decisão, com base no Parecer n° 27 (fls. 233 a 241), julgando improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela interessada, cuja ementa encontrase posta nos seguintes termos: Fundaf — Natureza Jurídica. Ressarcimento de Despesas Administrativas Decorrentes de Atividade Extraordinária de Fiscalização Aduaneira. Não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da inconstitucionalidade e/ou ilegalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. Os recolhimentos ao Fundaf relativos a ressarcimento de despesas administrativas decorrentes de atividades extraordinárias de fiscalização aduaneira, de que tratam a IN Fl. 958DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 SRF n° 14/1993, não tem natureza de tributo, mas de obrigação contratual em razão de permissão onerosa de serviço público. Em 09/10/2007, a interessada apresenta o Recurso Administrativo (fls.247 a 269) dirigido ao senhor Superintendente Regional da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro, requerendo pelas razões aduzidas, a reconsideração da decisão de fl. 241 (Parecer n° 27 de fls. 233 a 241) e, no caso da não reconsideração fosse o processo encaminhado, nos termos do § 1° do art. 56 da Lei n° 9.784/99, a autoridade administrativa imediatamente superior para julgamento. Apreciando o Recurso Administrativo em menção, foi elaborado o Parecer n° 44 (Fls.302 a 304) tendo, com base no mesmo, sido proferida a decisão de fl.304 que deixou de acatar o pedido de reconsideração apresentado pela interessada e, determinou, com base no § 1° do art. 56 da Lei n° 9.784/1999, o encaminhamento do presente processo à CoordenaçãoGeral de Tributação, para fins de apreciação. Ocorre que, também, a interessada ingressou com mandado de segurança (v. fls. 313 a 337), junto a 1ª Vara Federal de Florianópolis, tendo como autoridade impetrada o Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis, para ver julgada a manifestação de inconformidade contra a decisão de indeferimento do seu pleito pela Inspetoria da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro. Notificado do mencionado mandamus, em 17/10/2007 As 17h30min (v. f1.311) sobre o indeferimento da liminar pretendida e, solicitado, o delegado da DRJ/Florianópolis prestou as informações de fls. 458 a 469, as quais foram encaminhadas, em 24/10/2007, mediante o Oficio GAB.DRJ/FNS/SC n° 39. Na sentença (v. fls. 471 a 472 e, respectivos versos), o senhor Juiz concedeu a segurança para determinar que esta Delegacia dê seguimento ao julgamento da manifestação de inconformidade apresentada pela impetrante, solicitando, para tanto, a remessa do respectivo processo administrativo da Inspetoria da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro para nova análise. Com isso, estando o processo em questão na Coordenação Geral de Tributação, foi encaminhado o Memo.GAB/DRJ/FNS/SC n° 10, de 07/03/2008 (f1.305) solicitando a remessa do mesmo para esta Delegacia o que se verificou, conforme Despacho Cosit n° 16 (v. fl. 307)." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve oindeferimento do pedido de ressarcimento. A decisão da DRJ foi assim ementada. “Assunto: Restituição Fundaf Fl. 959DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 958 5 Período: 1994 a 2004 Argüição de Inconstitucionalidade. Sede Administrativa. Apreciação. Impossibilidade. A argüição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria, do ponto de vista constitucional. Esse oficio, é exclusivo do Poder Judiciário. Assim, impedido está o julgador administrativo de apreciar matéria relativa ao ressarcimento para o Fundaf naquilo que respeita a sua natureza jurídica e vícios de inconstitucionalidade e de ilegalidade. Julgamento Primeira Instância. Atos Administrativos e Normativos. Observância. Ao julgador de primeira instância incumbe, no cumprimento de seu oficio, observar o entendimento emanado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Assim, estabelecida a sistemática, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, para fins de cálculo e recolhimento dos valores a titulo de ressarcimento para o Fundaf, deve essa ser observada em todos os seus termos e condições. Solicitação Indeferida" Cientificada da decisão a empresa interpos recurso voluntário, repisando as alegações apresentadas na impugnação e pedindo a nulidade da decisão da primeira instância pela ausência de apreciação do mérito, pois aquela decisão não apreciou a integralidade dos argumentos constantes da impugnação e não analisou as alegações de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos e normas. Ao apreciar o Recurso, os Membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara resolveram converter o julgamento do recurso em diligência, para que fossem juntados cópias de todos os instrumentos contratuais relativos à outorga da prestação de serviço de Depósito Alfandegado Público, Estação Aduaneira Interior, Terminal Retroportuário Alfandegado e Porto Seco firmado entre a Recorrente e a União. A unidade de origem juntou os contratos conforme determinado na resolução e proferiu manifestação acerca da lide constante dos autos, defendendo a posição já adotada na DRJ de considerar o FUNDAF obrigação contratual. (fls. 657 a 663). Cientificada dos documentos e da manifestação anexados pela Unidade de Origem, a Recorrente veio aos autos e também apresentou manifestação (fls. 670 a 684), afirmando que a posição apresentada pela Unidade de Origem extrapolou o que foi determinado na Resolução do CARF, e defende os argumentos já apresentados na impugnação e no Recurso Voluntário e rebate a posição defendida pela Unidade de Origem. Fl. 960DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. Da discussão sobre a decisão da DRJ e a falta de enfrentamento dos pontos alegados na manifestação de inconformidade. Inicialmente, cabe manifestação sobre a alegação apresentada pela Recorrente sobre o acórdão exarado pela autoridade de primeira instância, que não teria enfrentado todos os argumentos constantes da impugnação. Nesta matéria não assiste razão ao Recurso. Ao julgador cabe o enfrentamento de todas as linhas de defesa presentes no recurso, entretanto, não lhe é obrigado enfrentar todos os argumentos. Sob este prima, a decisão de primeira instância não se furtou a enfrentar nenhuma das linhas de defesa constantes da manifestação de inconformidade. Alega a Recorrente que por vezes a posição da autoridade a quo, não enfrentou a totalidade das alegações constantes do Recurso. Entendo, não assistir razão ao Recurso. As razões de decidir foram externadas pela autoridade de primeira instância, e quanto a descrição da motivação, independente da extensão do voto esta claramente delineada, demarcando a posição daquela autoridade sob o tema em discussão nos autos. As posições adotadas pela turma da DRJ foram identificadas pela Recorrente, que apresentou os argumentos que julgou pertinentes para ver discutida a decisão da primeira instância. Esta nova discussão sobre os pontos e a decisão da DRJ é inerente ao Recurso Voluntários e serão analisados neste voto. O julgamento realizado em primeira instância aconteceu dentro das normas legais e atendeu todos os requisitos previstos na legislação. A autoridade a quo seguiu os ditames legais e ao enfrentar as alegações trazidas na impugnação deixando claro os seus motivos de decidir. A Recorrente não ficou satisfeita com o julgamento prolatado pela autoridade a quo, e apresentou Recurso Voluntário, no qual rebate as posições adotadas pela autoridade de primeira instância, combatendo as razões de decidir daquela autoridade, portanto, a posição adotada naquele julgamento foi claramente identificada. Ademais, a partir deste histórico de discussão administrativa, não se pode falar em cerceamento de direito de defesa, todo o procedimento previsto no Decreto 70.235/72 foi observado, tanto quanto a análise da decisão que indeferiu o pedido de ressarcimento, bem como, os ritos do processo administrativo Fiscal. Fl. 961DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 959 7 Os Recintos Alfandegados e as operações de armazenagem e movimentação de cargas por empresas privadas. Para a análise do mérito da lide é necessário relembrar os conceitos aduaneiros inerentes a matéria. Em um primeiro momento, detalho a atividade desenvolvida pelos Terminais Alfandegados de Uso Público. O comércio exterior operase em zona primária, que abrange os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados e em zona secundária, que correspondem as áreas alfandegadas no restante do território nacional. Dentro das áreas alfandegadas, tanto de zona primária quanto secundaria, existem locais específicos, denominados recintos alfandegados, onde são armazenadas as mercadorias oriundas do exterior e também realizados procedimentos necessários ao despacho aduaneiro. Estes recintos são operados via de regra, por empresas autorizadas pela Receita Federal, que se submetem a regras especificas para autorização. Os art. 9º a 14 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009 disciplinam o funcionamento destes recintos. Conforme consta do Regulamento, os recintos alfandegados são administrados por empresas privadas, que tendo interesse em administrar estes recintos, peticiona a Unidade da Receita Federal, responsável pela administração aduaneira, a permissão para operar estes Recinto oferecendo serviços de armazenageme movimentação de carga. A Receita Federal avaliando a necessidade do funcionamento destes recintos, inicia um processo de habilitação que ao final, sendo atendidos todos os pressupostos necessários, formaliza um ato de habilitação, permitindo que a empresa privada passe a operar este novo Recinto Alfandegado. A possibilidade do Estado permitir que empresas privadas operem serviços públicos consta do art. 175 da Constituição Federal. "Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II os direitos dos usuários; III política tarifária; IV a obrigação de manter serviço adequado." Estas permissões foram disciplinadas pela Lei nº 8.987, de 13 e fevereiro de 1995, que trata assim a permissão para a utilização de serviços público nos seus art. 1º e 2º. Fl. 962DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 8 "Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos regerseão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos. Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalidades dos seus serviços. Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considerase: I poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão; II concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; III concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; IV permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco." As duas as formas permitidas de cessão de atividades estatais para empresas privadas são a concessão e a permissão. A diferença entre estas duas modalidades segundo a Lei nº 8.987/95 estria no caráter precário da delegação dos serviços. Para a solução da demanda constante dos autos e mister definir qual a situação em que se enquadra as atividades realizadas em recintos alfandegados por empresas privadas se concessão ou permissão. Na solução desta questão podemos nos socorrer do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, que ao tratar dos Recintos Alfandegados determina a forma de funcionamento dos serviços prestados por empresas privadas. "CAPÍTULO III Fl. 963DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 960 9 DOS RECINTOS ALFANDEGADOS Seção I Das Disposições Preliminares Art. 9o Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de: I mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial; II bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e III remessas postais internacionais. Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona primária, recintos destinados à instalação de lojas francas. Art. 10. A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá, no âmbito de sua competência, editar atos normativos para a implementação do disposto neste Capítulo. Seção II Dos Portos Secos Art. 11. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. § 1o Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. § 2o Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de exportação ou ambas, tendo em vista as necessidades e condições locais. Art. 12. As operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro, bem como a prestação de serviços conexos, em porto seco, sujeitamse ao regime de concessão ou de permissão. Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos serviços referidos no caput serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão precedida da execução de obra pública. " Fl. 964DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 10 O Parágrafo único do art. 12 do RA define que as operações e a prestação dos serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias, sob controle aduaneiro, serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será adotado o regime de concessão. Portanto, em regra geral, a prestação dos serviços de movimentação e armazenagem de carga por empresas privadas adotarão o regime de permissão. Definido, o regime a ser adotado, passo a analisar a discussão constante dos autos com base nesta premissa. A Lei 8.987/95 define no seu art. 40, que as permissões de serviço público serão formalizadas mediante contrato, que observará as normas pertinentes ao edital e a licitação. "Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Parágrafo único. Aplicase às permissões o disposto nesta Lei." No inciso art. 15, inciso II, da Lei nº 8.987/95 consta dentre os critérios para o julgamento da licitação, a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão. "Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios: I o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; II a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão; " Portanto, existe a previsão de pagamento ao órgão concedente pela empresa cessionária ou permissionária. Este mesmo entendimento é exposto por Celso Bandeira de Melo. "Permissão de serviço público, segundo conceito tradicionalmente acolhido na doutrina, é o ato unilateral e precário, intuitu pesonae, através do qual o Poder Público transfere a alguém o desempenho de um serviço de sua alçada, proporcionando, à moda do que faz na concessão, a possibilidade de cobrança de tarifas dos usuários. Dita outorga se faz por licitação (art. 175 da Constituição Federal) e pode ser gratuita ou onerosa, isto é, exigindose do permissionário pagamento(s) como contraprestação."(Bandeira de Melo, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo, 28ª ed., Malheiros, São Paulo, p. 767) Fl. 965DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 961 11 Assim, esta previsto em lei, a possibilidade da cobrança de valores por parte do órgão cedente para a concessão da permissão. Neste caminho trilhou a Receita Federal, que ao permitir a prestação de serviços de movimentação e armazenagem de cargas por empresas privadas, formalizou por meio de contrato a cobrança de valores, consubstanciado no Recolhimento ao FUNDAF. Os contratos de permissão para prestação de serviços de armazenagem e movimentação de carga da empresa Multiterminais Alfandegados do Brasil. Conforme consta dos autos, a permissão da Recorrente para operar Recinto Alfandegado tem a data inicial em 19/02/1976 (fls. 685 a 688) esta autorização passou por mudança de titularidade, sendo a última a da empresa Multiterminais autora do pedido de ressarcimento em discussão nos autos, apesar da existência de diversas pessoas jurídicas nos diversos contratos, tratarei sempre como se pertencentes a Multiterminais em razão de que a empresa sucessora recebe a titularidade dos bens, direito e obrigações da sucedida. Voltando ao histórico das habilitações realizadas, a teor do relatado na diligência determinada pela Segunda Turma Ordinária e nos documentos apresentados pela Recorrente, inicialmente foi atribuído a Multiterminais a permissão para operar os terminais alfandegados públicos em ato de 19/02/1976, sendo esta autorização prorrogada em atos publicados no Diário Oficial da União. Esta situação foi alterada em 20/05/1998 (fls. 722 a 731), quando foi celebrado contrato de prorrogação da permissão para prestação de serviços publicos de movimentação e armazenagem de mercadorias na Estação Aduaneira Interior EADI/São Cristovão. Deste contrato extraio os trechos abaixo, onde constam o tipo de serviço a ser executado. "CLAUSULA PRIMEIRA DO OBJETO O presente Contrato tem por objeto deferir a prorrogação da permissão para prestação dos serviços públicos de movimentação e armazenagem de mercadorias na Estação Aduaneira Interior EADI / SAO CRISTOVÃO, para carga geral, localizada no município do RIO DE JANEIRO/RJ, doravante denominada simplesmente EADI." A prorrogação deste contrato faz referência expressa ao alfandegamento anterior. "PARÁGRAFO TERCEIRO DA DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR A execução dos serviços obedecerão ao estipulado neste Contrato, bem como ás disposições constantes dos documentos, que integram o Processo nº 10711.002796197 Fl. 966DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 12 14 e que, independentemente de transcrição, fazem parte integrante e complementar deste Contrato: PARÁGRAFO QUARTO De acordo com o disposto nos Decretos 1.910, de 21 de maio de 1996 e 2.168, de 28 de fevereiro de 1998, o objeto deste Contrato passou a denominar Estação Aduaneira Interior EADI/São Cristovão, autorizando os citados Decretos a que o prazo inicial de vigência contratual fosse prorrogado por mais cinco anos contados a partir do dia 23 de maio de 1998." Também foram definidos no contrato o pagamento a ser realizado pela empresa permissionária ao FUNDAF. "XXX pagar ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização FUN DAF, até o décimo dia do mês subseqüente ao da operação: a) seis por cento (6 %) da receita mensal obtida com armazenagem e movimentação de mercadorias na importação ou no trânsito aduaneiro de passagem; b) dois por cento (2 %) da receita mensal obtida com armazenagem e movimentação de mercadorias na exportação, na reexportação, na devolução ou na redestinação, inclusive quando admitidas no regime de Depósito Alfandegado Certificado DAC." Por fim, o contrato confirma que as partes são autônomas sendo de livre vontade a assinatura e aceitação das cláusulas do contrato. "CLAUSULA DÉCIMA QUARTA FORO Para dirimir todas as questões oriundas do presente Contrato, será competente o Juízo Federal da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro. E, para firmeza e como prova de assim haverem, entre si, ajustado e contratado, foi lavrado o presente Contrato, que depois de lido e achado conforme, e assinado, em três vias de igual teor e forma, pelas partes Contratantes e pelas testemunhas abaixo nomeadas, tendo sido arquivado na D1POL da SRRF/ 7° RF, com registro de seu extrato, e dele extraído as cópias necessárias." A seguir são colecionados documentos, incluindo contrato de prorrogação e documentos de avaliação, indicando que os termos constante do contrato de prorrogação de 20/05/1998 foram mantidos com termos idênticos aqueles constates do contrato inicial.(fls. 732 a 752) Fl. 967DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 962 13 Portanto, existe um pacto entre a Administração Pública e a Recorrente, que trata da execução de serviços com a consequente cláusula de remuneração prevendo o recolhimento ao FUNDAF. Os contratos são pactos de vontade realizados pelas partes que fazem lei entre si. No caso da Administração Pública, os contratos possuem a exceção de poderem se realizar dentro da esfera civil, onde os contratos seguem as regras daquele ramo do direito, tais como aluguel de edifícios, etc. Já quando tratam de assuntos essencialmente públicos os contratos realizados entre a administração e terceiros regemse por controles legais diversos daquele previstos na esfera civil. Os chamados contratos administrativos possuem regras próprias e assim são tratados pela doutrina e legislação. Estamos diante de um contrato essencialmente administrativo, pois, tratase da autorização emanada pela Administração Pública para que um terceiro exerça atividade essencialmente pública. Os terminais alfandegados são utilizados para entrepostos no comércio exterior e estão sob administração da Receita Federal. ao conceder a terceiros a administração destes recintos não poderia ser outro o meio que não um contrato administrativo. Os contratos administrativos, por possuirem normas próprias trazem diversas garantias, no intuito de oferecer uma maior segurança ao Estado, que em última análise representa toda a sociedade. Ao serem permitido ao Estado uma certa prevalência sobre o terceiro que com ele faz o contrato, a legislação lhe deu guarida para fazer diversas exigência. No caso em tela, o contrato firmado entre as partes prevê o recolhimento ao FUNDAF, de percentuais aplicados sobre o valor auferido pela empresa com a prestação de serviços de entrepostamento de mercadorias, que conforme dito alhures é uma atividade essencialmente do Poder Público. Assim, ao prever o recolhimento ao Fundo, a Administração Pública, seguiu um norte ao permitir a um terceiro a exploração da atividade de entrepostamento.Buscou pormeio do recolhimento ao Fundo para aparelhar o estado e auxiliar no controle fiscal. Verificase que não existe no contrato de permissão nenhuma vinculação entre o recolhimento ao FUDAF e uma atividade a ser exercida pelo Estado, unicamente o recolhimento ao fundo sem nenhuma contraprestação especifíca do estado. Aqui não estamos falando de uma atividade de policia do estado, que ocorre de forma diversa. Para não sair da área aduaneira, podemos utilizar como exemplo a taxa cobrada para utilização do sistema Siscomex, esta sim, uma taxa ligada a utilização de um serviço público e que obriga a qualquer um, que queira se utilizar do serviço público administrado pela Administração Aduaneira, que para importar qualquer mercadoria, a pagar a taxa para utilização do sistema. Esta sim um pagamento de taxa especifica ligada a uma atividade individual e especifíca. No caso em tela, temos situação diversa, não existe contraprestação do estado ao recolhimento do FUNDAF, que foi determinado por força de um contrato realizado entre as partes. O terceiro que pretendeu obter lucro com a atividade eminentemente estatal, solicitou a Administração Pública a permissão para explorar esta atividade. A Administração Pública entendeu por bem, permitir esta exploração dentro de certas normas e critérios e obrigação de ambas as partes. Dai a existência de um pacto, formalizado por meio de um contrato, entre a Administração Pública e o interessado. Neste pacto foram definidas as obrigações de cada uma das partes e dentre as obrigações que couberam ao terceiro permissionário a obrigação de recolhimento de um percentual sobre a receita auferida com a exploração do entreposto ao FUNDAF. Fl. 968DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 14 O permissionário aceitou as regras exigidas pela Administração Pública para explorar a atividade de entrepostamento e se assim, não fosse a sua vontade, poderia não aceitar o contrato e as regras definidas pela administração e não explorar a permissão concedida pela Receita Federal. A aceitação das regras previstas para a exploração do alfandegamento estão claras no contrato, conforme já exposto, e assumidas pelas partes a sua realização não há que se falar em exigência indevida ou fora de regramento. Do recolhimento ao FUNDAF O Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização FUNDAF foi criado pelo Decretolei nº 1.437, de 17 de dezembro de 1975 com a finalidade de fornecer recursos para financiar o reaparelhamento e reequipamento e encargos inerentes aos trabalhos de fiscalização realizados pela da Receita Federal do Brasil, conforme consta do art. 6º do citado Decreto. "Art 6º Fica instituído, no Ministério da Fazenda, o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização FUNDAF, destinado a fornecer recursos para financiar o reaparelhamento e reequipamento da Secretaria da Receita Federal, a atender aos demais encargos específicos inerentes ao desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de fiscalização dos tributos federais e, especialmente, a intensificar a repressão às infrações relativas a mercadorias estrangeiras e a outras modalidades de fraude fiscal ou cambial, inclusive mediante a instituição de sistemas especiais de controle do valor externo de mercadorias e de exames laboratoriais. Parágrafo único. O FUNDAF destinarseá, também, a fornecer recursos para custear: (Incluído pela lei nº 9.532, de 1997) a) o funcionamento dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, inclusive o pagamento de despesas com diárias e passagens referentes aos deslocamentos de Conselheiros e da gratificação de presença de que trata o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 5.708, de 4 de outubro de 1971; (Incluída pela lei nº 9.532, de 1997) b) projetos e atividades de interesse ou a cargo da Secretaria da Receita Federal, inclusive quando desenvolvidos por pessoa jurídica de direito público interno, organismo internacional ou administração fiscal estrangeira. (Incluída pela lei nº 9.532, de 1997) Art 7º Os recursos provenientes do fornecimento dos selos de controle, a que se refere o art. 3º, constituirão receita do FUNDAF e à conta deste serão recolhidos ao Banco do Brasil S.A. (Vide Decretolei nº 1.754, de 1981) Art 8º Constituirão, também, recursos do FUNDAF: (Vide Decretolei nº 1.754, de 1981) Fl. 969DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 963 15 I Dotações específicas consignadas na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais; lI Transferências de outros fundos; (Revogado pela Lei nº 7.711, de 1988) III Receitas diversas; e III receitas diversas, decorrentes de atividades próprias da Secretaria da Receita Federal; e (Redação dada pela Lei nº 7.711, de 1988) IV Outras receitas que lhe forem atribuídas por Lei. Art 9º O FUNDAF será gerido pela Secretaria da Receita Federal, obedecido o plano de aplicação previamente aprovado pelo Ministro da Fazenda." O argumento apresentado pela Recorrente, que o pagamento seria taxa, em razão de não existir lei que determinasse o recolhimento de valores ao FUNDAF, não pode prosperar, conforme detalhado, o FUNDAF foi criado como um fundo com diversas receitas para financiar as atividades de modernização da Administração Tributária. conforme consta do art. 6º, 7º e 8º do Decretolei nº 1.437/75. As origens das receitas do Fundo não são exaustivas, sendo permitido a Receita Federal criar novas fontes de financiamento e assim foi feito quando da concessão para prestação de serviços no terminal alfandegado. Quanto ao conceito do recolhimento tratarse de taxa, conforme já dito, não pode prosperar. A taxa é vinculada a uma prestação do estado, fato que não existe no presente caso, onde o recolhimento ao FUNDAF não guarda nenhum atividade especifica do estado. Neste caso estamos a falar de preço público, neste caminho a lição esclarecedora de Roque Antonio Carrazza. "Se, no entanto, o Estado pretender remunerarse pelos serviços públicos que presta ou pelos atos de policita que realiza (tudo vai depender de sua decisão política, expressa em lei), deverá obrigatoriamente, fazêlo por meio de taxas (obedecido, pois, o regime jurídico tributário). Nunca por meio de preços públicos (também chamados tarifas ou, simplesmente, preços). Apenas para tangenciarmos o assunto, os preços possuem regime jurídico diverso das taxas, não sendo dado ao legislador transformar estas naqueles, e viceversa. De feito, enquanto os preços (tarifas) são regidos pelo direito privado, as taxas obedecem ao regime jurídico público. Nelas não haja relação contratual, mas relação jurídica de conteúdo manifestamente publicístico. Noutras palavras, o preço deriva de um contrato firmado, num clima de liberdade, pelas partes, com o fito de criarem direitos e Fl. 970DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 16 deveres recíprocos. Sobremais, as cláusulas desta obrigação convencional não podem ser alteradas unilateralmente por qualquer dos contratens, que devem observar, com fidelidade, o que pactuaram. Destarte, as prestações de cada uma das partes equivalemse em encargos e vantagens, sendo umas causa e efeito das outras. É o que ocorre, por exemplo, no contrato de compra e venda, no qual uma parte paga o preço (objeto da prestação) e a outra entrega a coisa. Em suma, o preço, embora elemento essencial da compra e venda (devendo ser na lição precisa de Maria Helena Diniz certo, real, determinado, indicando contraprestação), é fixado pelos contratantes e deflui da própria relação jurídica contratual. Diferentemente ocorre com a taxa, que, nascida da lei, sobre ser compulsória, resulta de uma atuação estatal desenvolvida debaixo de um regime de direito público e relacionada, "direta e imediatamente", ao contribuinte. Sendo tal atividade realizada por imperativo de lei, não pode fazer nascer uma simples preço (uma contraprestação). Sem dúvida, eis aí duas colocações antitéticas, pois, se a atividade vem a lume por determinações legal não se opera em consequência de uma contraprestação."(Carrazza, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 26ª ed. Malheiros. São PauloSP. p. 555 a 556). Esclarecendo, mais ainda, a separação entre taxa e preço público, esclarece o doutrinador, que o preço e contrapartida de uma prestação contratual voluntária enquanto a taxa esta vinculada a uma prestação legal de um serviço público do Estado, que é obrigado a prestalo por força de lei, independentemente da existência de um pagamento para realização do serviço. "Depois, o serviço público é bem indisponível. O Estado não dispõe do serviços público: prestao, nos termos da lei, para atender, conforme determina a Constituição, ao interesse público. É, pois, res extra commercium e, nesta medida, insuscetível de negociação. Claro esta, pois, que não pode ensejar a cobrança de preço, que, além de pressupor igualdade das partes contratantes, exige disponibilidade do objeto do negócio. De fato, o preço é a contrapartida de uma prestação contratual voluntária. Serve, no nosso caso, para remunerar a venda ou a locação de coisas pertencentes ao patrimônio público. Assim, por exemplo, paga um preço quem, voluntariamente adquire do Estado viaturas inservíveis, postas em licitação. Ou quem loca um imóvel público. Em ambos os casos, facilmente percebemos a possibilidade de livre negociação. Ora, o serviço público não comporta nenhum tipo de negociação, quer da parte do Estado (que é obrigado a prestálo nos termos da lei), quer do contribuinte (que, para a ele ter acesso, deve curvarse às exigências legais pertinentes). Aliás, como já enfatizamos, o fator desencadeante do serviço público não é o pagamento que a pessoa por ele alcançada faz ao Estado, mas exclusivamente a lei, que determina sua prestação. Com ou sem pagamento de taxa, o Estado não pode eximirse de, em cumprimento à lei, Fl. 971DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 964 17 prestálo. Logo, claro está que não pode ser preço, mas só taxa, a quantia por meio da qual o Poder Público se remunera por prestar, para uma pessoa, um serviço público." ."(Carrazza, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 26ª ed. Malheiros. São PauloSP. p. 557). Assim, fica claramente delineado que a taxa esta vinculada a uma prestação de serviço público pelo Estado. Os valores recebidos pelo Estado, que constam em contratos celebrados entre a Administração Pública e particulares, com livre atuação de vontade do particular não configura taxa. Assim somente podemos falar nestes casos em preço público, o particular esta remunerando o Estado para utilização de um bem do Estado. No caso em tela, não estamos falando em um bem físico, mas a prestação de serviços de movimentação e armazenagem, com a possibilidade de aferição de lucro por parte daquele que passa a prestar o serviço. A administração "locou" um bem, que é o serviço de movimentação e armazenagem de carga, permitindo ao locador (permissionário) usufruir dele para auferir vantagens financeiras. Em não existindo a vontade do particular em prestar este serviço, não existe norma legal que o obrigue a contratar com a Administração, sendo assim, não se pode falar aqui em taxa. Ademais, para que existisse a configuração da exigência de taxa, conforme faz crer a Recorrente é preciso analisar a exigência de recolhimento para o FUNDAF, dentro das premissas legais necessárias para a configuração da taxa. Neste caminho a lição do Professor Paulo de Barros Carvalho. "Taxas são tributos que se caracterizam por apresentarem, na hipótese da norma, a descrição de um fato revelador de uma atividade estatal, direta e especificadamente dirigida ao contribuinte. Nisso diferem dos impostos, e a análise de suas bases de cálculo deverá exibir, forçosamente, a medida da intensidade da participação do Estado. Acaso o legislador mencione a existência de taxa, mas eleja base de cálculo mensuradora de fato estranho a qualquer atividade do Poder Público, então a espécie tributária será outra, naturalmente um imposto."(Carvalho, Paulo de Barros, Curso de Direito Tributário. 19ª ed. rev. São Paulo. Saraiva. 2007. p. 38 a 39) No caso em tela, os recolhimentos para o FUNDAF são calculados com base no faturamento da Recorrente, não existindo individualização ou quiçá mensuração do serviço porventura prestado pela Receita Federal à Recorrente. Assim falta uma característica essencial para configurar o recolhimento ao FUNDAF como uma taxa. Portanto, não prospera a pretensão da Recorrente de classificar como taxa o recolhimento para o FUNDAF, que é obrigação contratual prevista em contrato firmado entre a Recorrente e a Receita Federal, sendo os recolhimentos ali previstos, obrigação contratual. Fl. 972DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 18 Da ausência de contrato para o período de 19/02/1976 a 19/05/1998. Quanto ao argumento que não existiria um contrato de prestação de serviços entre a Recorrente e a União, também aqui não pode prosperar as pretensões do Recurso, pois, o art. 42 da Lei 8.987/95, prevendo a situação em que a permissão ou cessão já acontecia reafirmou a validade destas permissões, considerando os prazos previstos no contrato ou no ato de outorga. "Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideramse válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei. § 1o Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou entidade do poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo contrato. § 2o As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo vencido e as que estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à organização das licitações que precederão a outorga das concessões que as substituirão, prazo esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses. § 3º As concessões a que se refere o § 2o deste artigo, inclusive as que não possuam instrumento que as formalize ou que possuam cláusula que preveja prorrogação, terão validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições: I levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos constituintes da infraestrutura de bens reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e comerciais relativos à prestação dos serviços, em dimensão necessária e suficiente para a realização do cálculo de eventual indenização relativa aos investimentos ainda não amortizados pelas receitas emergentes da concessão, observadas as disposições legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da publicação desta Lei; II celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário sobre os critérios e a forma de indenização de eventuais créditos remanescentes de investimentos ainda não amortizados ou depreciados, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por instituição especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e III publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder concedente, autorizando a prestação precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses, renovável até 31 de Fl. 973DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 965 19 dezembro de 2008, mediante comprovação do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo. § 4o Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3o deste artigo, o cálculo da indenização de investimentos será feito com base nos critérios previstos no instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das sociedades por ações, efetuada por empresa de auditoria independente escolhida de comum acordo pelas partes. § 5o No caso do § 4o deste artigo, o pagamento de eventual indenização será realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e de outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com capital próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de operações de financiamento, ou obtidos mediante emissão de ações, debêntures e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o último dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão. § 6o Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5o deste artigo ser paga mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço. " Ademais, se considerado o tempo da primeira concessão existia um contrato de adesão, pois o ato de outorga da permissão foi publicado no diário oficial. Considerando a lição de Silvio Rodrigues, que ao conceituar o contrato, deixa evidente que a forma não é o pressuposto principal, mas sim a vontade das partes. "Dentro da teoria dos negócios jurídicos, é tradicional a distinção entre os atos unilaterais e os bilaterais. Aqueles se aperfeiçoam pela manifestação da vontade de uma das partes, enquanto estes dependem da coincidência de dois ou mais consentimentos. Os negócios bilaterais, isto é, os que decorrem de acordo de mais de uma vontade, são os contratos. Portanto, o contrato representa uma espécie do gênero negócio jurídico. E a diferença específica entre ambos consiste na circunstância de o aperfeiçoamento do contrato depender da conjunção da vontade de duas ou mais partes."(Rodrigues, Silvio. Direito Civil, vol. III. 29ª ed. atualizada. São Paulo. Saraiva. 2003. p. 9) Assim, o ato de outorga publicado no diário oficial configura um contrato e nele já constava o compromisso assumido pela Recorrente em aceitar as regras impostas pela administração Pública, neste caminho a lição de Celso Bandeira de Mello. Fl. 974DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 20 "Tradicionalmente entendese por contrato a relação jurídica formada por um acordo de vontades, em que as partes obrigam se reciprocamente a prestações concebidas como contrapostas e de tal sorte que nenhum dos contratantes pode unilateralmente alterar ou extinguir o que resulta da avença. Daí o dizerse que o contrato é uma forma de composição pacífica de interesses e que faz lei entre as partes." ."(Bandeira de Melo, Celso Antônio, Curso de Direito Administrativo, 28ª ed., Malheiros, São Paulo, p. 620) Conforme a lição do nobre doutrinador, o contrato busca a satisfação das partes por meio de acordo consensual. A publicação do ato de permissão para o funcionamento do terminal alfandegado publicado no diário oficial, confirma a vontade das partes e as suas obrigações em relação ao objeto, que no caso em tela, seria a prestação de serviços de movimentação e armazenagem de cargas. Assim, para o período de 19/02/1976 a 19/05/1998 fica comprovado a existência de um contrato entre as partes, consubstanciado em ato publicado no Diário Oficial da União. Corroborando a existência deste pacto, nos contratos seguintes é sempre confirmado a existência de um contrato anterior e que este novo instrumento nada mais é, do que uma prorrogação deste antecedente. Todos estes contratos foram aceitos pela Recorrente, dentro dos termos ali lavrados e conhecidos e de forma pacífica, não existindo em nenhum destes momentos, desde a outorga inicial e as prorrogações posteriores, questões quanto as clausulas ali apresentadas. Não podendo agora, depois de tantas prorrogações, vir a Recorrente aos autos e alegar que não existe um contrato anterior. Mesmo que fosse aceito o argumento, que entre 19/02/1976 a 19/05/1998 não existiria um contrato, mesmo assim, tal fato não poderia socorrer a Recorrente. O fato de não existir contrato se tivesse alguma implicação seria do ponto de vista administrativo. Tal fato não teria o condão de tratar de forma diferente a relação entre a Recorrente e a União no que concerne a prestação de serviços de terminais alfandegados, o que restou comprovado por meio dos contratos públicos celebrados a partir de 20/05/1998. Quanto a exigência do recolhimento para o FUNDAF para este período, que alega a Recorrente por legislação infralegal. Aqui não vejo ilegalidade, pois o inciso III, do art. 8º do DecretoLei 1.433/75 que criou o FUNDAF, incluiu dentre as contribuições para este fundo, “receitas diversas, decorrente de atividades próprias da Secretaria da Receita Federal”. Assim, a formalização da exigência do FUNDAF, por Decretos teve como fulcro legal as definições do DecretoLei nº 1.437/75. Aclarando a legalidade da exigência, basta a leitura do DecretoLei nº 1.455/76, que no seu art. 22 inclui a determinação que o recolhimento ao FUNDAF pelos permissionários de recintos alfandegados seria disciplinado em Regulamento. “Art 22. O regulamento fixará a forma de ressarcimento pelos permissionários beneficiários, concessionários ou usuários, das despesas administrativas decorrentes de atividades extraordinárias de fiscalização, nos casos de que tratam os artigos 9º a 21 deste Decretolei, que constituirá receita do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Fl. 975DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 966 21 Atividades de Fiscalização FUNDAF, criado pelo Decretolei número 1.437, de 17 de dezembro de 1975.” Posteriormente, foi editado o Decreto nº 78.450/1976, que no seu art. 29, disciplina o recolhimento para o FUNDAF. “Art. 29. O permissionário do regime de entreposto aduaneiro na importação, de uso público, deverá recolher contribuição mensal para o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização FUNDAF, criado pelo Decretolei nº 1.437, de 17 de dezembro de 1975, calculada mediante a aplicação de percentual mínimo, fixado pela Secretaria da Receita Federal, sobre a receita bruta operacional do entreposto aduaneiro, como forma de ressarcimento das despesas administrativas decorrentes de atividade extraordinárias de fiscalização. § 1º O percentual oferecido para cálculo da contribuição mensal devida ao FUNDAF constituirá um dos critérios a ser levado em conta no julgamento das propostas apresentadas na concorrência pública a que se refere o artigo 4º deste Decreto. § 2º No caso dos regimes de entreposto aduaneiro na importação, de uso público, concedidos anteriormente a vigência deste Decreto, caberá à Secretaria da Receita Federal estabelecer o percentual para efeito do cálculo da contribuição mensal destinada ao FUNDAF, bem como determinar a data de início do respectivo recolhimento. § 3º O beneficiário do regime de entreposto aduaneiro na importação, concedido na forma do artigo 11 do presente Decreto, não estará sujeito ao disposto neste artigo. § 4º A Secretaria da Receita Federal fixará o montante da contribuição mensal, devida pelos beneficiários de locais alfandegados de que trata o artigo 26 deste Decreto e pelos concessionários das lojas francas a que se refere o artigo 15 do Decretolei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, que constituirá receita do FUNDAF.” Decreto que foi posteriormente revogado pelo Decreto nº 91.030/1985, que aprovou o Regulamento Aduaneiro, mas que manteve a contribuição para o FUNDAF, desta feita, no art. 566, deste Decreto. “Art. 566. O Secretário da Receita Federal estabelecerá a contribuição que será devida ao Fundo de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF), criado pelo DecretoLei nº 1.437, de 17 de dezembro de 1975 , pelos permissionários de entreposto aduaneiro de uso público, Fl. 976DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 22 de lojas francas e de outros locais alfandegados, e pelos beneficiários do regime de trânsito aduaneiro ou de outros regimes aduaneiros especiais ou atípicos, se for o caso. § 1º. O Secretário da Receita Federal poderá dispensar da contribuição de que trata este artigo os permissionários do regime de entreposto aduaneiro na exportação. § 2º. A contribuição destinase ao ressarcimento das despesas administrativas com os serviços de fiscalização decorrentes das permissões, concessões e benefícios autorizados.” Assim, fica cristalino que o recolhimento ao FUNDAF era matéria prevista em Decretos emitidos pelo Poder Executivo. Afastar a exigência do recolhimento, por ilegalidade nos decreto é discussão que não pode acontecer neste colegiado, em obediência ao Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria nº 256, de 22 de junho de 2009, que não permite aos membros das turmas de julgamento deste Conselho, afastar a aplicação de tratado, Leis ou Decretos. “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993.” Assim, por mais, que possam ser relevantes e importantes os argumentos constantes do recurso. Este colegiado é compelido a seguir nos seus julgados, as determinações legais e conforme descrito alhures, a exigência da contribuição para o FUNDAF, foi baseado em atos normativos e nos contratos de permissão e outorga celebrados entre a Recorrente e Administração Pública. Quanto ao pedido de correção do indébito, deixo de apreciar a matéria, por estar prejudicada, em razão do indeferimento total do pedido. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Fl. 977DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10074.001349/200491 Acórdão n.º 3102001.621 S3C1T2 Fl. 967 23 Winderley Morais Pereira Fl. 978DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 13888.003703/2010-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 30/06/2005 a 30/06/2008
CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-001.620
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em se tomar conhecimento parcial do recurso e, na parte conhecida, negar provimento.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrásio e Nanci Gama.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 30/06/2005 a 30/06/2008 CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em se tomar conhecimento parcial do recurso e, na parte conhecida, negar provimento. Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente. Winderley Morais Pereira - Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrásio e Nanci Gama.
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AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em se tomar conhecimento parcial do recurso e, na parte conhecida, negar provimento. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrásio e Nanci Gama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 37 03 /2 01 0- 83 Fl. 233DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 10/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da primeira instância. "O contribuinte em epígrafe ajuizou Ação Declaratória com pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela n° 2001.61.09.0050775, cujo mérito do processo é sobre o direito ao creditamento do valor do IPI, corrigido monetariamente, dentro do período decenal, sobre aquisições de insumos em operações Isentas, Imunes, NãoTributadas ou Tributados à Alíquota Zero e utilizados na industrialização de produtos tributados, bem como reconhecer o direito da autora de utilizar este credito na compensação de debito do mesmo ou de outros tributos administrados pela SRF. Tendo a fiscalização apurado que não houve concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, conforme previsto no CTN art 151, incisos IV e V, e, portanto, não estando o Crédito Tributário com exigibilidade suspensa, foi refeita a escrituração do contribuinte com a glosa dos indigitados créditos que foram escriturados e abateram os débitos do IPI, sem fundamentação legal ou sem a definitiva sentença judicial transitada em julgado. Conseqüentemente, foi apurado e constituído de ofício o crédito tributário montante em R$3.994.115,95, nele inclusos os juros de mora e a multa de ofício aplicada no percentual de 75% sobre o valor do imposto, conforma a capitulação legal e descrição de fls. 02/30. Tempestivamente o contribuinte apresentou a impugnação de fls. Alegando, em síntese, que o lançamento ofende o princípio da nãocumulatividade, conforme doutrina e julgados que cita, e requereu a suspensão deste processo administrativo, até o trânsito em julgado do processo de n° 2001.61.09.0050775 e/ou ulterior apreciação definitiva pelo Supremo Tribunal Federal no RE n° 590.8097, que vinculará as demais lides acerca do tema." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, ao analisar a impugnação, decidiu por não conhecer da impugnação quanto ao mérito da lide por ser matéria em discussão no poder judiciário, aplicando o instituto da concomitância e indeferiu o pedido para a suspensão do julgamento por falta de amparo legal. A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 30/06/2005 a 30/06/2008 Fl. 234DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 10/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 13888.003703/201083 Acórdão n.º 3102001.620 S3C1T2 Fl. 234 3 INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPI. CONCOMITÂNCIA. As decisões do Poder Judiciário prevalecem sobre o entendimento da esfera administrativa, assim, não se discute na esfera administrativa a mesma matéria discutida em processo judicial, mas, tão somente, os diferentes objetos, como determina o ADN COSIT nº 03/96. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" A autuada ao tomar ciência da decisão da DRJ, veio aos autos apresentado Recurso Voluntário, pedindo o sobrestamento do julgamento administrativo em razão da existência do Recurso Extraordinário nº 5908097 em andamento perante o Supremo Tribunal Federal, no qual foi reconhecida a repercussão geral da matéria nos termos do art. 543B do Código de Processo Civil. Tal sobrestamento seria obrigatório em atendimento ao § 1º do art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A seguir traz alegações quanto a pertinência do direito ao crédito do IPI sobre as aquisições de insumos tributados à alíquota zero e NT, repisando os argumentos já apresentados na impugnação. Ao fim do Recurso, pede o afastamento da multa de ofício, substituindoa pela multa de mora em razão da integral confissão dos débitos declarados e ainda, caso o julgamento do Recurso decida pela manutenção do lançamento para prevenir a decadência, pede a substituição da multa de ofício pela multa de mora em obediência ao art. 63 da Lei nº 9.430/96. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O objeto da Ação Judicial em questão e do Auto de Infração constante desse processo tratam da mesma matéria. A possibilidade de utilização de crédito do IPI nas aquisições de insumos não tributados e tributados a alíquota zero. Em razão da discussão judicial, as alegações apresentados no Recurso não podem ser objeto de deliberação por parte deste colegiado, pois a decisão a ser adotada na Ação Judicial interfere diretamente no lançamento ora combatido. O código Tributário Nacional ao excluir da apreciação dos tribunais administrativos, a matéria objeto de ação judicial, visa evitar decisões divergentes, diante do principio da unidade de jurisdição prevalente no País em que decisões judiciais são soberanas e Fl. 235DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 10/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 a propositura destas afasta a possibilidade de apreciação pela via administrativa. Este entendimento foi objeto da Súmula nº 1 do CARF, publicada no DOU de 22/12/2009. “Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Quanto aos pedidos de sobrestamento do julgamento e da substituição da multa de ofício pela multa de mora, por tratarse de matérias distintas daquela tratada na ação judicial, merecem ser discutidas. A partir das alterações promovidas no Regimento Interno do CARF, com a edição da Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, foi incluída a determinação de reproduzir nos julgamentos deste colegiado as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF e pelo STJ, julgados nos termos do art. 543B e do art. 543C, do CPC e também o sobrestamento dos julgamentos dos recursos administrativos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria. Estas determinações constam do art. 62A, do Regimento Interno do CARF, aprovado na portaria MF nº 256/2009. In verbis: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes..” Esclarecendo o alcance do sobrestamento dos recursos administrativos previsto no art. 62A do RICARF, em 03/01/2012 foi publicada a Portaria CARF nº 001/2012. Que no seu art. 1º detalhou as situações em que deveria ocorrer o sobrestamento dos processos. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 10/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 13888.003703/201083 Acórdão n.º 3102001.620 S3C1T2 Fl. 235 5 "Art. 1º. Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria, para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão, nos termos do art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso." Conforme se depreende da leitura do artigo 1º da citada portaria, os julgamentos somente serão sobrestados por parte deste conselho, quando o sobrestamento foi comprovadamente determinado pelo STRF. A decisão da Repercussão Geral no RE 5908097, que tratava do crédito de IPI referente a insumos isentos e de alíquota zero não determinou explicitamente o sobrestamento de processos, assim, em atendimento ao art. 1º da Portaria CARF 001/2012, não pode prosperar o pedido da Recorrente. Quanto a substituição da multa de ofício pela multa de mora, em razão da matéria ser objeto de discussão na esfera judicial, também aqui não assiste razão ao Recurso. O art. 63 da Lei nº 9.430/96 determinam a aplicação da multa de mora, nos lançamentos para prevenir a decadência, quando existe decisão judicial determinando a suspensão da exigência. Tal situação não aconteceu para a Recorrente, assim, correto o lançamento realizado pela Autoridade Fiscal com a exigência da multa de ofício. Por fim, quanto a alegação que deveria ser aplicada a multa de mora em razão dos débitos serem objeto de confissão espontânea, também aqui não prospera o Recurso. O relatório fiscal esclarece que o lançamento corresponde a parte não declarada pela Recorrente (fl. 36). Destarte, foi excluído do lançamento os valores declarados e confessados. Diante do exposto, voto no sentido de não conhecer do Recurso na parte que existe concomitância com a ação judicial e quanto à parte conhecida negar provimento. Winderley Morais Pereira Fl. 237DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 10/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 Fl. 238DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 10/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 16561.000042/2008-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 03/04/2008
MATÉRIA INCONTROVERSA
Considera-se incontroversa a matéria objeto do recurso, quando não impugnada em primeiro grau.
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA
Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
FALTA DE ATENDIMENTO A INTIMAÇÃO QUE IMPEDE OU DIFICULTA A APURAÇÃO DOS FATOS. MULTA DE EMBARAÇO A FISCALIZAÇÃO
A falta de atendimento a intimação da Fiscalização, que impede ou dificulta a apuração dos fatos sujeita o infrator a aplicação da penalidade de embaraço a fiscalização, prevista no art. 107, inciso IV, alínea c, do Decreto-Lei 37/66.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-001.665
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Adriana Oliveira e Ribeiro e Nanci Gama.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 03/04/2008 MATÉRIA INCONTROVERSA Considera-se incontroversa a matéria objeto do recurso, quando não impugnada em primeiro grau. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. FALTA DE ATENDIMENTO A INTIMAÇÃO QUE IMPEDE OU DIFICULTA A APURAÇÃO DOS FATOS. MULTA DE EMBARAÇO A FISCALIZAÇÃO A falta de atendimento a intimação da Fiscalização, que impede ou dificulta a apuração dos fatos sujeita o infrator a aplicação da penalidade de embaraço a fiscalização, prevista no art. 107, inciso IV, alínea c, do Decreto-Lei 37/66. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 03/04/2008 MATÉRIA INCONTROVERSA Considerase incontroversa a matéria objeto do recurso, quando não impugnada em primeiro grau. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. FALTA DE ATENDIMENTO A INTIMAÇÃO QUE IMPEDE OU DIFICULTA A APURAÇÃO DOS FATOS. MULTA DE EMBARAÇO A FISCALIZAÇÃO A falta de atendimento a intimação da Fiscalização, que impede ou dificulta a apuração dos fatos sujeita o infrator a aplicação da penalidade de embaraço a fiscalização, prevista no art. 107, inciso IV, alínea “c”, do DecretoLei 37/66. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 00 42 /2 00 8- 91 Fl. 86DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Adriana Oliveira e Ribeiro e Nanci Gama. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. “Trata o presente processo de lançamento consubstanciado no Auto de Infração de fls. 33/38, que constituiu crédito tributário no valor de R$ 5.000,00, correspondente à multa por embaraço à fiscalização, prevista pelo artigo 107, IV, "c", do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833/2003. Conforme relato da autoridade autuante, a referida multa foi aplicada pelo fato de a empresa cima qualificada não haver atendido, no prazo estipulado, à intimação fiscal par apresentação de documentos e esclarecimentos. Consta da "Descrição dos Fatos" contida na peça impositiva, que a empresa foi intimada pelo Termo de Início de Fiscalização, de 23/12/2006, a fornecer cópia da documentação relativa ao pagamento de seguro sobre transporte internacional de mercadorias importadas no período de 2003 a 2005. Na resposta de 12/03/2007, a empresa informou não ser possível atender à intimação, posto que os documentos estavam apreendidos pela Receita Federal de Ribeirão Preto, por determinação judicial. Segundo a fiscalização, referida situação poderia ter sido contornada, bastando que a empresa solicitasse à Seguradora cópia dos referidos documentos. Todavia, acrescenta o fisco que no Termo de Intimação nº 1, de 10/08/2007, item 7, foi solicitado à contribuinte que informasse o nome e o CNPJ da Seguradora que realizou as operações no período declinado. Na resposta de 25/09/2007, esse item foi ignorado. Reintimada em 24/10/2007, pelo Termo nº 2, a resposta de 08/11/2007 novamente deixou de fornecer tais informações. O Termo nº 3, de 19/12/2007, não obteve melhor Fl. 87DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16561.000042/200891 Acórdão n.º 3102001.665 S3C1T2 Fl. 87 3 sorte, posto que a empresa ignorou essa solicitação da administração tributária na resposta de 11/01/2008. Cientificada do lançamento em 09/04/2008 (fl. 34), a interessada apresentou impugnação postada nos Correios em 25/04/2008 (fls. 42/56), alegando em síntese que: (a) o lançamento padece de nulidade em face da ofensa ao princípio da motivação e tipicidade, já que não houve fundamentação fática e legal quanto à aplicação da penalidade multa isolada. Isto porque, no auto de infração, a autoridade administrativa não apresenta os valores que funcionaram como base de cálculo da imposição multa. Mais do que isso: inexiste o percentual da multa isolada imposta; (b) não há nenhuma determinação legal que imponha a impugnante o dever de apresentar os documentos referentes ao seguro de transportes internacionais, sendo que todos os documentos exigidos em lei foram entregues à fiscalização; (c) quanto aos documentos apreendidos pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Ribeirão Preto, caberia a fiscalização solicitar as cópias diretamente daquela Delegacia, que está em posse dos documentos; (d) ademais, a multa aplicada ofende aos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade e da proibição ao confisco, previstos na Constituição Federal, segundo doutrina e jurisprudência que cita; (e) requer, assim, seja acolhida a impugnação para: a) acolher a nulidade ventilada; b) determinar o cancelamento do auto, pois a impugnante não deixou de apresentar esclarecimentos à fiscalização; c) julgar improcedente o lançamento tributário, tendo em vista sua insubsistência, como medida de legalidade." A Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu pela improcedência da impugnação, mantendo integralmente o lançamento. A decisão da DRJ foi assim ementada. "ASSUNTO: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 03/04/2008 Ementa: MULTA. EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO. Aplicase a multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal. Impugnação Improcedente Fl. 88DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 Crédito Tributário Mantido" Cientificada da decisão, a empresa apresentou recurso voluntário, repisando as alegações já apresentadas na impugnação e incluindo nova argumentação, alegando que a multa aplicada seria uma dupla punição sobre o mesmo fato, pois a mesma penalidade consta do Auto de Infração lavrado em 04 de abril de 2008. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. Da discussão sobre a motivação e legalidade do Auto de Infração, da decisão da DRJ e de ofensa a princípios constitucionais Inicialmente, por tratar de questão preliminar, merece análise da alegação de nulidade do Auto de infração sob o argumento de falta de clareza da fundamentação fática e da motivação par ao lançamento. Nesta matéria não assiste razão ao Recurso. O Auto de Infração foi realizado dentro das normas legais, atendendo todos os requisitos previstos na legislação quanto a formalização do lançamento tributário, a descrição da motivação esta claramente delineada, demarcando a posição daquela autoridade sob o tema em discussão nos autos. A multa foi corretamente descrita e detalhada, sendo o lançamento objeto de impugnação e julgamento pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento e ainda, não tendo as suas pretensões atendidas, a Recorrente protocolou o competente Recurso Voluntário. Com todo este histórico de discussão administrativa, não se pode falar em cerceamento de direito de defesa. O procedimento previsto no Decreto 70.235/72 foi observado, tanto quanto ao lançamento tributário, bem como, ao devido processo administrativo fiscal. Quanto à alegação que o lançamento estaria ferindo princípios constitucionais. Também aqui não pode prosperar as alegações do recurso. Os princípios constitucionais atingiriam o legislador e estando a multa prevista em Lei e em plena vigência, não há que se considerar qualquer ofensa a preceitos constitucionais. Ainda que pudesse restar alguma dúvida sobre a legalidade sob o viés constitucional do lançamento tributário, mesmo assim, este colegiado não poderia apreciar a matéria, diante da emissão da súmula nº 2 do Fl. 89DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16561.000042/200891 Acórdão n.º 3102001.665 S3C1T2 Fl. 88 5 CARF, publicada no DOU de 22/12/2009, que veda o pronunciamento sobre constitucionalidade de lei tributária. “Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a constitucionalidade de lei tributária” Assim, este colegiado é compelido a seguir nos seus julgados, as determinações legais e conforme descrito alhures, as multas aplicadas, foram lastreadas em atos legais normativos vigentes e de cumprimento obrigatório, por parte da Fiscalização Aduaneira. Da multa aplicada em razão do embaraço a fiscalização A Recorrente deixou de atender diversas intimações que determinavam a apresentação de documentos referentes ao frete e seguro das importações realizadas. A auditoria, em qualquer de suas esferas, é o trabalho de verificação das informações registradas com a realidade documental e fática. As informações sobre frete e seguro na importação são obrigatórias e necessárias ao registro das Declarações de Importação no Sistema Siscomex e aos procedimentos do despacho aduaneiro. Os trabalhos de auditoria, realizados pela Fiscalização Aduaneira da Receita Federal buscam aferir a regularidade e veracidade das informações constantes nas Declarações de Importação com a realidade dos fatos. O caminho adotado pela Recorrente de não informar os dados sobre frete e seguro, sem sombra de dúvida dificultaram o trabalho da Fiscalização, que precisou buscar de outras formas as informações necessárias a auditoria. A afirmação da Recorrente que a lei não obriga o importador a prestar as informações referentes ao seguro não pode prosperar. o art. 195 do Código Tributário Nacional, deixa claro o amparo legal para a fiscalização realizar a exigência das informações referentes ao seguro " Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram." Fl. 90DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 A multa por embaraço a fiscalização. A multa por embaraço a fiscalização esta prevista na alínea “c”, do inciso IV, do art. 107, do DecretoLei nº 37/66. " Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: I .... ... IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): a) ... ... c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal;" O embaraço pressupõe a interferência na atividade de fiscalização impedindo o seu prosseguimento ou criando obstáculos a sua execução e dentre estes obstáculos é citado especialmente os casos de não apresentação de resposta a intimações realizadas em procedimento fiscal, fato que se amolda exatamente ao procedimento adotado pela Recorrente. Assim, não resta sombra de dúvida da legalidade do lançamento realizado. A suposta duplicidade do lançamento. Alega a Recorrente a ocorrência da duplicidade do lançamento em razão do mesmo fato ter acarretado o presente lançamento e também outro lançamento realizado em 04/04/2008. Analisando a impugnação, verificase que tal matéria não foi objeto de contestação. Portanto, a decisão a quo não poderia e não se manifestou sobre a questão. Diante da ausência do questionamento da matéria na impugnação, a apreciação por este colegiado não é mais possível, conforme determina o art. 17, do Decreto nº 70.235/72. “Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.” Entretanto, no que pese a impossibilidade da análise da alegação de duplicidade no lançamento, mesmo se apreciado, não traria melhor sorte a Recorrente. Apesar de constar do Recurso Voluntário a citação do referido auto, não foi apresentado nenhum documento que comprovasse a existência do alegado auto em duplicidade. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16561.000042/200891 Acórdão n.º 3102001.665 S3C1T2 Fl. 89 7 Analisando a situação da exigência da prova para aceitação do pedido, lembro da lição de Humberto Teodoro Júnior. “Não há um dever de provar, nem à parte contraria assiste o direito de exigir a prova do adversário. Há um simples ônus, de modo que o litigante assume o risco de perder a causa se não provar os fatos alegados dos quais depende a existência de um direito subjetivo que pretende resguardar através da tutela jurisdicional. Isto porque, segundo máxima antiga, fato alegado e não provado é o mesmo que fato inexistente.” 1 Portanto, a simples alegação de duplicidade do lançamento, sem a apresentação de documentos que se contraponham ao Auto de Infração e a decisão de primeira instância, não são suficiente para afastar a aplicação da penalidade aplicada. Conclusão. Diante do exposto voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Winderley Morais Pereira 1 Huberto Teodoro Júnior, Curso de Direito Processual Civil, 41ª ed., v. I, p. 387. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 12897.000011/2010-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Ano-calendário: 2007
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa. A obstrução à defesa, motivadora de nulidade do ato administrativo de referência, deve apresentar-se comprovada no processo.
IOF. FALTA DE RECOLHIMENTO. OPERAÇÕES DE MÚTUO DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE PESSOAS JURÍDICAS
As operações de crédito correspondentes a mútuos de recursos financeiros entre pessoas jurídicas sujeitam-se à incidência do imposto segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-001.612
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, superar a preliminar de nulidade do lançamento complementar. Vencidos os Conselheiros Adriana Oliveira e Ribeiro e Elias Fernandes Eufrásio e, no mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Adriana Oliveira e Ribeiro, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Elias Fernandes Eufrásio.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. Não há que se cogitar em nulidade do lançamento de ofício quando, no decorrer da fase litigiosa do procedimento administrativo é dada ao contribuinte a possibilidade de exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa. A obstrução à defesa, motivadora de nulidade do ato administrativo de referência, deve apresentarse comprovada no processo. IOF. FALTA DE RECOLHIMENTO. OPERAÇÕES DE MÚTUO DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE PESSOAS JURÍDICAS As operações de crédito correspondentes a mútuos de recursos financeiros entre pessoas jurídicas sujeitamse à incidência do imposto segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, superar a preliminar de nulidade do lançamento complementar. Vencidos os Conselheiros Adriana AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 7. 00 00 11 /2 01 0- 10 Fl. 312DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Oliveira e Ribeiro e Elias Fernandes Eufrásio e, no mérito, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Adriana Oliveira e Ribeiro, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Elias Fernandes Eufrásio. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da primeira instância. "Vistos e analisados os presentes autos, tratase de lançamento de ofício do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários IOF, apurado em fiscalização levada a efeito pela Delegacia da Receita Federal de Fiscalização DEFISRJO RJ e ao amparo do mandado de procedimento fiscal (MPF) n° 07.1.90.00/94676/2009, que cobriu o período base de 01/01/2007 a 31/12/2007. O valor do IOF lançado é de R$ 1.811.550,67, acrescidos de multa de 75% e juros de mora, perfazendo um crédito tributário de R$ 3.639.838,66 (vide fl. 1). 2 Os fatos que deram origem ao lançamento se encontram discriminados no Auto de Infração (AI) de fls. 22 a 35 e Termo de Complemento ao Auto de Infração, fls. 212 a 214, tendo como motivação a falta de cobrança e recolhimento do IOF devido sobre juros, em conseqüência de mútuo realizado com empresa ligada, apurado conforme demonstrativo anexo, fatos geradores indicados de 10/01 a 31/12 de 2007 apurados a cada decêndio. 3 A ação fiscal teve como origem o termo de início de fiscalização lavrado em 21/10/2009 em que foram solicitados os seguintes documentos: livro diário e razão; DIPJ; documentos relativos ao valor de R$ 156.422.217,14 constante da DIPJ, ficha 36 a, realizável a longo prazo, item 16; contratos de mútuo realizados e demais documentos que fossem necessários no Fl. 313DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12897.000011/201010 Acórdão n.º 3102001.612 S3C1T2 Fl. 313 3 decorrer da fiscalização.Em 9/12/2009 foi lavrado um termo de continuidade de fiscalização (fl. 21). 4Em 26/01/2010 foi lavrado o auto de infração (fls. 22/35), onde consta, como descrição dos fatos e enquadramento legal: 001 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CREDITO, CAMBIO E SEGURO, OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF FALTA DE RECOLHIMENTO DO IMOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CREDITO, CAMBIO E SEGURO, OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS. Falta de cobrança e recolhimento do IOF devido sobre juros, em conseqüência de mutuo realizado com empresa ligada, apurado conforme demonstrativo anexo. 4.1 Seguindo, apontouse a data do fato gerador, o valor tributável ou imposto e a indicação da multa e seu percentual (75%). 4.2 O enquadramento legal se deu nos artigos 13 da Lei 9779/99; 63, 64, I, da Lei 5.172/66; I o e parágrafo único da Lei 8.814; 70, II, "b" da Lei 11.196/2005 e Decreto 4494/2002. Como parte do auto de infração, apontou o autuante os termos, demonstrativos, anexos e documentos nele mencionados. 4.3 Em seguida lavrou o DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO do IOF, indicando a data do fato gerador, a moeda tributável e alíquota, o valor devido e o valor recolhido, o valor a recolher e a multa aplicável. 4.4 Ainda como parte do auto de infração, lavrou o demonstrativo de multa e juros de mora, indicando as datas do fato gerador e do vencimento do imposto, o imposto, a multa em percentual e valor e os juros em percentual e valor, cujas bases legais indicadas são, para a multa, artigo 44, I, Lei 9.430/96, com a redação dada pelo art. 14 da Lei 11.488/2007 (fatos geradores posteriores a 15/06/2007 e para os juros de mora, percentual equivalente à taxa referencial do sistema de liquidação e custódia SELI para títulos federais, acumulada mensalmente, artigo 61, parágrafo 3o , da Lei 9.430/96. 5 Inconformada com a exigência fiscal, a interessada apresentou impugnação em 21/02/2010, fls. 102/117 e 18/11/2010, fls. 218 a 244. As peças de defesa se fundamentam nos seguintes fatos e fundamentos de direito invocados pela interessada: 5.1 alega a tempestividade das impugnações; 5.2 pugna pela nulidade do lançamento de oficio em face de vícios insanáveis, quais sejam: 5.2.1 teria o autuante inobservado o artigo 10, incisos III e IV do Decreto 70.235/72, por não descrever o fato nem a disposição Fl. 314DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 infringida e a penalidade aplicável, o que, no seu entendimento, restringiu o direito à ampla defesa da impugnante. Tal entendimento está embasado em que: "o Fisco se limitou a demonstrar através de planilha, os valores supostamente devidos pela impugnante, apontando apenas o fato gerador e valor devido e a multa" e "em nenhum momento o fisco demonstrou a base de cálculo utilizada para apuração do imposto no auto de infração, tampouco a alíquota, tendo ainda omitido informações quanto ao contrato de mútuo". 5.2.2 As omissões do Fisco teriam, assim, restringido à interessada o direito constitucionalmente garantido ao contraditório e à ampla defesa e tais restrições "importarão em cerceamento do direito de defesa e violação das garantias constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa dos litigantes ". 5.3.3 Cita e referencia a impugnante diversas jurisprudências administrativas do Conselho de Contribuintes para embasar o seu entendimento. 5.2.4 o autuante teria cometido o erro quanto ao enquadramento legal, indicando artigo que não condiz com a cobrança do IOF, qual seja, o artigo I e parágrafo único da lei 8.814/94, que trata de Orçamentos da União em favor dos Ministérios da Justiça e Saúde e não guarda relação com o fato gerador informado pela Fiscalização; 5.2.5 é incoerente o lançamento, por apontar como fato gerador o pagamento de juros em operação de mútuo. Ressalta que juros em contrato de mútuo entre empresas ligadas é fato gerador do IRRF, cf artigos inciso III, da IN n° 25/2001 5.3 quanto ao mérito, o auto de infração não deve prosperar uma vez que "a finalidade do IOF é de regular a política monetária, destinado a coibir as drásticas e caóticas flutuações do mercado financeiro (art. 14,1 e parágrafos I o e 2 o da EC 18/65" e "não se aplica às operações de mútuo entre pessoas jurídicas coligadas". 6. Por considerar obscuro o fato da ciência do auto de infração dada ao contribuinte, em que não restou claro se o contribuinte havia recebido as planilhas com os cálculos do IOF objeto de lançamento pelo A.I., o processo foi objeto da Resolução n° 063/2010, da 5a Turma de Julgamento da DRJ RJ1, retornando ao fiscal autuante para se pronunciar e juntar provas da entrega e do recebimento integral da peça de autuação pelo sujeito passivo. 6.1 O autuante retornou informação fiscal de fls. 163/4 e a interessada se manifestou às fls. 168/9 e, utilizandose dos princípios do contraditório e da ampla defesa, negou que tivesse recebido as planilhas com os cálculos do IOF, alegando que sequer são mencionados no auto de infração, protestando pela vista aos autos. 6.2 Retornando o processo para apreciação e julgamento pela 5ª Turma da DRJ/RJ1, o relator entendeu não haver como Fl. 315DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12897.000011/201010 Acórdão n.º 3102001.612 S3C1T2 Fl. 314 5 formar convicção quanto à lide e votou, e foi acompanhado em seu voto pelos demais julgadores, para que o processo voltasse ao autuante com disposição expressa para que: 1 fosse emitido termo de complemento ou aditivo ao auto de infração para que dele viesse a constar corretamente: 1.1 a descrição do fato; 1.2 a disposição legal infringida; 1.3 planilha explicativa da formação da base de cálculo do IOF reproduzindo as informações contidas no livro Razão da interessada; 2 fosse entregue ao contribuinte todos os documentos integrantes do auto de infração; 3 fosse dada ciência à interessada do termo aditivo, devolvendo ao mesmo o prazo para impugnação, nos termos do artigo 15 do Decreto 70.235/72, com a redação dada pelo artigo I, da Lei 8.748/93. Tal decisão constou da Resolução n° 116, de 16/09/2010, fls 171/2. 6.3 Em atendimento ao que foi descrito no subitem anterior, a autuante emitiu o termo complementar ao auto de infração de fls. 212 a 214 e que foi recebido pelo contribuinte em 19/10/2010 (fl. 2214). 7. Exercendo seu direito de defesa, a interessada apresentou impugnação ao termo de complemento ao auto de infração em 12 de novembro de 2010 alegando, em preliminar, a nulidade do auto de infração, nos termos da impugnação inicialmente apresentada e, ainda, por exceder a DRJ a competência que lhe foi atribuída pela Portaria MF n° 125/2009, visto que não teria ela competência para atos que não fossem tão somente prolatar decisão acerca de seu convencimento e, por isso, seria nula a decisão de determinar diligências e, em conseqüência, nulo o auto de infração. Reiterou todos os termos da peça inicial de defesa. E o relatório." Ao apreciar a impugnação a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento negou provimento a impugnação, mantendo integralmente o lançamento. A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 NULIDADE. LANÇAMENTO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Incabível falar em nulidade quando o lançamento fiscal foi efetuado na devida forma da lei e sem que contribuinte tivesse cerceado o seu direito de ampla defesa, não se enquadrando portanto nas causas enumeradas no art. 59 do Decreto n° 70.235, de 1972. Fl. 316DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Anocalendário: 2007 IOF. FALTA DE RECOLHIMENTO. OPERAÇÕES DE MÚTUO DE RECURSOS FINANCEIROS ENTRE PESSOAS JURÍDICAS As operações de crédito correspondentes a mútuos de recursos financeiros entre pessoas jurídicas sujeitamse à incidência do imposto segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Cientificada da decisão, a empresa apresentou recurso voluntário, pedindo a nulidade do lançamento em razão do cerceamento do direito de defesa por descumprimento do art. 10 do Decreto nº 70.235/72. Isto, porque não houve a correta demonstração da base de cálculo e alíquotas utilizadas pela autoridade lançadora; erro no enquadramento legal que utilizou o art. 1º e § único da Lei 8.814/94 que trata de autorização para utilização do Orçamento Federal pelos Ministérios da Justiça e da Saúde. Assim, houve manifesto erro no enquadramento legal apontado pela autoridade fiscal; e houve flagrante incoerência do lançamento, eis que apontou como fato gerador do IOF o pagamento de juros em operação de mútuo, muito embora seja sabido que os juros em contrato de mútuo entre empresas ligadas é fato gerador de Imposto de Renda Retido na Fonte. Prossegue o recurso, afirmando que a Delegacia de Julgamento da Receita Federal, reconhecendo que tais nulidade poderiam ensejar o cancelamento do lançamento, determinou a emissão de "termo de complemento ou aditivo ao auto de infração", com o intuito de "corrigir" as inconsistência apontadas pela Recorrente. Agindo assim, a Delegacia de Julgamento excedeu a sua competência, exercendo de forma indevida as atribuições conferidas pelo art. 212 da Portaria MF nº 125/2009. Quanto ao mérito, alega a Recorrente que a autoridade lançadora equivocou se quanto à base de cálculo do tributo lançado, na medida em que se pautou na existência de contrato de mútuo sem definição do valor principal, aplicando a regra inserta do art. 7º, inciso I, alínea 'a' do Decreto nº 6.306/2007. Pois apesar do contrato de mútuo estipular o empréstimo até o valor de R$ 100.000.000,00. O empréstimo contratado entre a Recorrente e sua coligada teve o valor de R$ 66.470.983,18, como demonstram seus documentos contáveis e planilhas já constantes dos presentes autos. Destarte a autoridade lançadora não poderia ter se valido do saldo devedor diário para apuração da base de cálculo do tributo supostamente devido, devendo ter utilizado para seu cálculo o valor certo do principal entregue ao mutuário, consoante o art. 7º, inciso I, 'b' do Decreto nº 6.306/2007." Finalizando, a Recorrente, discute a finalidade constitucional do IOF, que segundo o seu entendimento foi criado para regular a política monetária e o Fisco ao considerar devido o referido imposto sobre os juros decorrentes de contrato de mútuo, realizados entre empresas do mesmo grupo, frustra a finalidade constitucional deste tributo. É o Relatório. Fl. 317DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12897.000011/201010 Acórdão n.º 3102001.612 S3C1T2 Fl. 315 7 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. Inicialmente, enfrento o pedido de nulidade da decisão da primeira instância, que segundo a Recorrente teria inovado o lançamento ao determinar a lavratura de Auto Complementar com informações adicionais e apresentação de prazo de 30 (trinta) dias para manifestação da Recorrente. A possibilidade de alteração do Auto de Infração pelo julgamento da primeira instância está previsto no art. 18 do Decreto nº 70.235/72. "Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) § 1º Deferido o pedido de perícia, ou determinada de ofício, sua realização, a autoridade designará servidor para, como perito da União, a ela proceder e intimará o perito do sujeito passivo a realizar o exame requerido, cabendo a ambos apresentar os respectivos laudos em prazo que será fixado segundo o grau de complexidade dos trabalhos a serem executados.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) § 2º Os prazos para realização de diligência ou perícia poderão ser prorrogados, a juízo da autoridade. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) § 3º Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendose, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993)" O § 3º do art. 18, determina que nas situações em que os exames posteriores ou diligências realizadas no curso do processo resultem em alteração da exigência deverá ser dado prazo ao sujeito passivo para impugnação no que concerne a matéria modificada. Fl. 318DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 8 Este foi o procedimento adotado pela autoridade de primeira instância. As duas diligências realizadas resultaram na lavratura de Auto Complementar do qual foi dado ciência a Recorrente, sendo concedido o prazo de 30 (trinta) dias para nova impugnação. Entendo, que ao ser adotado as determinações do art. 18, ficou afastada quaisquer ilegalidades que pudessem ser atribuídas ao julgamento. Ademais, as razões de decidir foram externadas pela autoridade de primeira instância, e a motivação esta claramente delineada, demarcando a posição daquela autoridade sob o tema em discussão nos autos. As posições adotadas pela turma da DRJ foram identificadas pela Recorrente, que apresentou os argumentos que julgou pertinentes para ver rediscutida a decisão. A partir de todo este histórico de discussão administrativa, não se pode falar em cerceamento de direito de defesa.O procedimento previsto no Decreto 70.235/72 foi observado, tanto quanto ao lançamento tributário, bem como, o devido processo administrativo Fiscal. Quanto a ilegalidade na lavratura de auto complementar, também nesta matéria não assiste razão a Recorrente. O lançamento complementar ocorreu a partir de diligências determinadas durante o julgamento. A diligência é instrumento previsto no Decreto nº 70.235/72 para subsidiar o julgador na sua decisão, podendo ser determinado de ofício ou a pedido do Recorrente. Cabe ao impugnante, no caso de discordância da decisão, utilizar das vias processuais adequadas, que no presente caso seria apresentar Recurso Voluntário, questionando os fatos apurados na diligência. O contribuinte foi intimado do Auto de Infração complementar e apresentou tempestivamente recurso voluntário, portanto, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa ou qualquer vício que ensejaria a nulidade do procedimento. Do Recurso consta a alegação que existiria um equívoco em parte do enquadramento legal do Auto de Infração, onde teria sido listado o art. 1º e § único da Lei 8.814/94. Observando as normas pertinentes a apuração do IOF, concluise que o lançamento buscava informar o art. 1º da Lei nº 8.894/94. O equívoco é evidente, pois observase a troca de um algarismo ao compararmos as Leis nº 8.814/94 (equivocada) 8.894/94 (correta). O equívoco foi resolvido quando da lavratura do Auto de Infração complementar, conforme consta da sua fundamentação legal (fls. 212 a 214). “Conforme determinação de e fls. 211/213 esclareço que para ciência do contribuinte o que segue: 1 Fato Imponível: IOF devido sobre o saldo devedor diário incidente sobre o valor líquido entregue a o mutuário. 2 Enquadramento Legal: Esclareço que, no contrato de Mútuo assinado entre as partes, não consta cláusula prevendo prazo para vencimento, Assim sendo a incidência tributária é diária e não mensal conforme planilha de fls. 56/91 e o enquadramento legal é: Artigo 2º., inciso I, letra "C", artigo 3º e parágrafo 1°., inciso I, do Decreto 4494/2002; Artigo 2°. Inciso I da Lei 8894/1994;” Fl. 319DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12897.000011/201010 Acórdão n.º 3102001.612 S3C1T2 Fl. 316 9 Portanto, conforme dito alhures, estando correto os procedimentos adotados nas diligências realizadas pela DRJ, o equivoco na informação de parte do enquadramento legal foi sanado. Quanto ao mérito, a Recorrente traz argumentos referentes a improcedência da base de cálculo utilizada pela Fiscalização no valor de R$ 100.000.000,00, quando deveria ter sido considerada o valor de R$ 66.470.983,18, efetivamente objeto de empréstimo. Aqui, cabe a transcrição do trecho do Relatório Fiscal que embasou o lançamento ora combatido, na parte em que é detalhada a forma de apuração da base de cálculo. "Planilha explicativa reproduzindo a planilha anexa a o Auto de Infração de fls. 32/45 e 66/101: Conforme consta da planilha o valor do saldo inicial de R$ 118.107.329,76 corresponde ao valor líquido do empréstimo registrado na data de 01.01.2007, Sobre este valor e os juros mensais devidos e registrados contabilmente pelo contribuinte, foi aplicada a alíquota do IOF de 0,0041% diariamente de acordo com a Lei 8894/1994, IN RFB no. 907/2009, artigo 7º parágrafo 3º e parágrafo 6º' que é o 3º. dia subseqüente ao decêndio de sua apuração." A base de cálculo foi obtida dos assentamentos contábeis da Recorrente e partiu do valor escriturado em 01/01/2007, cobrando o IOF até o final do anocalendário de 2007, incluindo os juros cobrados neste período. Ao buscar no contrato de mútuo, realizado entre a Recorrente e a Castrol Brasil Ltda. (fls. 57 a 60), não existe um montante determinado, sendo o valor do mutuo previsto até R$ 100.000.000,00, sendo determinado a cobrança de juros de mora sobre o montante emprestado. Clausulas 1.1, 1.2 , 1.3, 1.4 e 3.1 do referido contrato, listadas abaixo. "1.1 A MUTUANTE emprestará à MUTUÁRIA O montante,equivalente à até R$ 100.000.000,00 (cem milhões de Reais). 1.2 A disponibilização da referida quantia pela MUTUANTE, em favor da MUTUÁRIA, será efetuada pela MUTUANTE de acordo com as instruções a serem fornecidas pela MUTUÁRIA, conforme as necessidades da última. 1.3 A MUTUÁRIA fica livre para amortizar o montante emprestado ou parte dele a qualquer momento, assim como para requisitar nova quantia, desde que limitada ao teto estipulado na cláusula 1.1, 1.4 As partes desde já convencionam que a taxa de juros estipulada para o presente empréstimo, definida na cláusula 3.1, apenas incidirá sobre o montante efetivamente emprestado, composto do principal acrescido dos eventuais juros não pagos incorporados, e pelo prazo que esteve a quantia no domínio da MUTUÁRIA, considerando o disposto na cláusula 1.4. Fl. 320DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 10 ... 3.1 Como forma de remuneração do capital emprestado, a MUTUÁRIA pagará à MUTUANTE, juros calculados conforme a taxa média mensal do "Hot Money" praticada pelo mercado financeiro, divulgada no site da internet do Banco Central do Brasil." Em 01/01/2002, foi celebrado Termo Aditivo ao Contrato Original em que nada foi modificado quanto ao valor do empréstimo, sendo alterada a forma de cobrança dos juros. Conforme consta das clausulas 1.1 e 1.2, deste aditivo. "1.1 O presente instrumento tem por objeto a alteração parcial da Cláusula Terceira do Contrato de Mútuo anteriormente celebrado, que trata da Remuneração, para focar os juros em 12% (doze por cento) ao ano, a partir de 01° de Janeiro de 2002. 1.2 Em decorrência das alterações introduzidas e pactuadas neste Aditivo Cláusula Terceira do Contrato de Mútuo passará a vigorar com a seguinte e nova redação: "3.1 Como forma de remuneração do capital emprestado pagará à MUTUANTE, juros fixos calculados em 12% (doze por cento valor em empréstimo."." Conforme se depreende da leitura do contrato de mutuo e do seu aditivo, o valor do empréstimo em nenhum momento é certo e definido, sendo colocado a disposição da mutuaria o valor de R$ 100.000.000,00. A base de cálculo do IOF para os contratos de mutuo, vigente à época dos fatos geradores, estava prevista no art. 3º, Inciso I, do Decreto 4.494/2002. "Art. 3º O fato gerador do IOF é a entrega do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado § 1º Entendese ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre operação de crédito: I na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado;" Especificamente tratando da base de cálculo, o mesmo decreto define as alíquotas aplicáveis no art. 7º, inciso I, alínea 'a'. "Art. 7º A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do IOF são (Lei nº 8.894, de 1994, art. 1º, parágrafo único, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 64, inciso I): Fl. 321DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12897.000011/201010 Acórdão n.º 3102001.612 S3C1T2 Fl. 317 11 I na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: a) quando não ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, inclusive por estar contratualmente prevista a reutilização do crédito, até o termo final da operação, a base de cálculo é o somatório dos saldos devedores diários apurado no último dia de cada mês, inclusive na prorrogação ou renovação: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041%; 2. mutuário pessoa física: 0,0041%; " Assim, agiu acertadamente a autoridade autuante ao definir a base de cálculo, a partir do somatórios dos saldos devedores diários, do cotrato de mutuo com a Castrol do Brasil Ltda. Por fim, alega a Recorrente a finalidade constitucional do IOF de regular a política monetária e assim, não poder ser exigido sobre os contratos de mutuo realizados entre empresas do mesmo grupo. Quanto a estas discussões constitucionais é mister salientar, que os princípios constitucionais atingem o legislador. Estando a cobrança do imposto prevista em Lei e em plena vigência, a norma atende aos preceitos constitucionais. Ainda que pudesse restar alguma dúvida sobre a legalidade constitucional do lançamento, mesmo assim, este colegiado não poderia apreciar a matéria, diante da emissão da súmula nº 2 do CARF, publicada no DOU de 22/12/2009, que veda o pronunciamento sobre constitucionalidade de lei tributária. “Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 322DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 12 Fl. 323DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 11020.720378/2007-96
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 09 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007
PIS NÃO CUMULATIVO. CUSTO DE FRETE REFERENTE AO
TRANSPORTE ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA.
IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO.
O custo referente ao frete pago pelo transporte de produtos acabados entre
estabelecimentos da mesma empresa não integra a base de cálculo para o
crédito previsto para o PIS não cumulativo.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS.
INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre
constitucionalidade das leis tributárias.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3403-001.144
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 PIS NÃO CUMULATIVO. CUSTO DE FRETE REFERENTE AO TRANSPORTE ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO. O custo referente ao frete pago pelo transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma empresa não integra a base de cálculo para o crédito previsto para o PIS não cumulativo. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Fl. 151DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Winderley Morais Pereira, Domingos de Sá Filho, Liduína Maria Alves Macambira, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento da contribuição para o PIS apurada na sistemática da não cumulatividade, parcialmente deferida pela Delegacia de origem, sendo glosados os créditos referentes às despesas com frete entre estabelecimentos da empresa. Inconformada, a empresa impugnou a decisão pleiteando a integralidade do crédito. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve o despacho decisório, sendo a decisão assim ementada: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 INCONSTITUCIONALIDADE OU ILEGALIDADE DE LEIS, NORMAS OU ATOS. COMPETÊNCIA. As Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento não são competentes para se pronunciar acerca de inconstitucionalidade ou ilegalidade de leis, normas ou atos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. APURAÇÃO DE CRÉDITOS RELATIVOS A DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PRÓPRIA EMPRESA. IMPOSSIBILIDADE. Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados para as transferências de mercadorias (produtos acabados ou em elaboração) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram direito a créditos da contribuição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido” Cientificada da decisão da DRJ, a empresa apresentou recurso voluntário, requerendo a reforma da decisão, alegando que a regra geral prevista na Lei nº 10.637/2002 permite o aproveitamento de todas as despesas e custos referentes a sua atividade e a limitação Fl. 152DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11020.720378/200796 Acórdão n.º 340301.144 S3C4T3 Fl. 2 3 do direito de crédito a aquelas poucas situações previstas na legislação ordinária, configura restrição indevida, ilegal e inconstitucional. Alega a recorrente que os serviços de frete entre estabelecimentos da empresa, denota uma despesa inerente a atividade econômica da Recorrente, sendo que a Lei nº 10.637/2002, prevê no seu art. 3º, Inciso II a possibilidade de se creditar dos valores pagos a título de serviços prestados para destinar os produtos a venda, estando ai incluída o valores pagos sobre o transporte e a lei não exige que o insumo esteja ligado a operação de venda, considerada em seu tempo real, exige somente que as despesas com bens e serviços estejam atreladas a produção ou fabricação de bens que se destinem a venda. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O despacho que negou parcialmente o pedido de compensação, o fez baseado na premissa de que as despesas com frete entre estabelecimentos da mesma empresa, não podem ser utilizadas para cálculos dos créditos do PIS não cumulativo. Para analisar melhor a questão transcrevo o inciso IX, do artigo 3º da Lei nº 10.833/2003, que define a utilização do custo de frete para cálculo dos créditos. “IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor.” Conforme pode ser visto a possibilidade de utilização do frete exige que seja custo referente a operação de venda e que o ônus seja suportado pelo vendedor. No caso em tela tratase de frete entre estabelecimentos da mesa empresa e não estão vinculados a uma operação de venda. A Recorrente pretende modificar o despacho decisório que homologou parcialmente o pedido de compensação com base em dois argumentos: o primeiro que o custo do frete entre estabelecimentos da mesma empresa, teria a finalidade de uma operação de venda futura e portanto estaria abarcado pelo inciso IX, do art. 3º da Lei nº 10.833/2003 e a segunda, em um conceito amplo para utilização dos créditos de PIS e COFINS não cumulativos em que todos os custos e despesas realizados pela empresa seriam possíveis de admitir créditos, em razão do § 12º, do art. 195 da Constituição Federal ao definir a possibilidade da não cumulatividade para as contribuições, não prever nenhuma restrição e assim, todas as despesas e custos estariam incluídos nas operações possíveis de gerar créditos na apuração do PIS e da COFINS. Fl. 153DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 O primeiro argumento da Recorrente carece de amparo legal, a interpretação do inciso IX, do art. 3º da Lei nº 10.833/2003 é cristalino. A operação de frete necessita estar vinculada a uma operação de venda e mais, que o custo desta despesa seja suportado pelo vendedor. A pretensão da Recorrente em considerar no custo de frete entre estabelecimentos da mesma empresas como custos de frete referente a venda, visto este ser o objetivo final da atividade da Recorrente não pode prosperar. Portanto, trabalhando com a literalidade da norma a vinculação do frete a operação de venda, necessita estar claramente identificada. A Lei nº 10.833/2003 limitou de forma evidente a possibilidade de crédito nos custos de transporte, e não temos como realizar outro entendimento que não seja, que o frete ali citado, diz respeito aquele referente ao transporta das mercadorias do estabelecimento do vendedor para o comprador,e ainda que este frete tenha que ser suportado pelo vendedor. Neste ponto, afastado a possibilidade de tratamento do transporte entre estabelecimentos da mesma empresa, naquele frete previsto no inciso IX, do art. 3º da Lei nº 10.833/2003. Afastada o primeiro argumento da Recorrente, resta a apreciação da possibilidade de aplicação ao conceito amplo de insumo, onde todos os custos e despesas suportados pela empresa, estariam incluídos nas operações possíveis de gerar créditos do PIS não cumulativo. Bem, ao definir a não cumulatividade do PIS e da COFINS a Emenda Constitucional nº 42/2002. incluiu o § 12º no art. 195 da CF. verbis: “§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão nãocumulativas.” As alterações promovidas pela EC nº 42 deixou à legislação infraconstitucional definir quais setores econômicos poderiam utilizar a forma de apuração não cumulativa das contribuições. A regulamentação efetiva da utilização da não cumulatividade veio com a edição da Medida Provisória nº 66, de 29 de agosto de 2002, convertida posteriormente na Lei nº 10.637/2002 para o PIS e tratando da COFINS foi editado a Medida Provisória 135, de 30 de outubro de 2003, posteriormente convertida na Lei nº 10.833/2003. As alegações da Recorrente ao afirmar que a norma constitucional não definiu quaisquer restrições não podem prevalecer. O § 12º do art. 195 da CF atribui a legislação infraconstitucional determinar quais setores econômicos poderiam utilizar a não cumulatividade. Destarte, a própria norma constitucional definiu a existência de limites e restrições para a utilização da não cumulatividade. A possibilidade de utilização de créditos para redução da contribuição devida das aquisições de bens e serviços utilizados como insumo, foi prevista no art. 3º, inciso II, da Lei nº 10.637/2002. Verbis: “II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto Fl. 154DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11020.720378/200796 Acórdão n.º 340301.144 S3C4T3 Fl. 3 5 em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI;” O conceito de insumo constante da Lei nº 10.637/2002 não foi perfeitamente delimitado na norma, surgindo desta indeterminação, uma grande discussão sobre o alcance da palavra “insumo” inserida no texto da norma, gerando diversos entendimentos sobre a matéria. As interpretações adotadas ocupam um vasto campo entre duas posições extremas. A primeira defendida em normas da Receita Federal, criando posições restritivas a utilização do conceito de insumo, conforme previsto no § 4º, do art. 8º, da Instrução Normativa SRF nº 404/2004. “§ 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entende se como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço.” Outra linha de pensamento trata o conceito de insumo da forma mais abrangente possível, estendendo o seu conceito a toda e qualquer despesa realizada pela empresa para realização do suas atividades. A Recorrente alega que o conceito da palavra insumo contida no inciso II, do art. 3º, da Lei nº 10.637/2002 teria este caráter geral e extensivo, onde todos os custos e despesas incorridos pela empresa ensejariam a possibilidade de utilização de créditos. A posição que vem sendo adotada nas turmas do CARF vai no sentido da análise restritiva do conceito de insumo, como pode ser visto na decisão adotada no Acórdão nº 330100.423, que foi assim ementado: Fl. 155DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 6 Acórdão n° 330100.423 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 03 de fevereiro de 2010 Matéria Cofins NãoCumulativa ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/03/2004 INSUMOS. CRÉDITOS NA INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA O conceito de insumo previsto no inciso II do art. 3° da Lei n° 10.637/02 e normalizado pela IN SRF n° 247/02, art. 66, § 5°, inciso I, na apuração de créditos a descontar do PIS não cumulativo, não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária à atividade da empresa, mas tão somente aqueles adquiridos de pessoa jurídica, intrínsecos à atividade, que efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. AQUISIÇÃO DE PESSOA FÍSICA. CRÉDITOS NA INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. IMPOSSIBILIDADE. A Lei n° 10.637102 que instituiu o PIS nãocumulativo, em seu art. 3°, § 3°, inciso I, de modo expresso, como regra geral, vedou o aproveitamento de créditos decorrentes de aquisições de pessoas físicas. FRETE INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. CUSTO DE PRODUÇÃO. Gera direito a créditos do PIS e da Cofins nãocumulativos o dispêndio com o frete pago pelo adquirente à pessoa jurídica domiciliada no País, para transportar bens adquiridos para serem utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda, bem assim o transporte de bens entre os estabelecimentos industriais da pessoa jurídica, desde que estejam estes em fase de industrialização, vez que compõe o custo do bem. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. IMPOSSIBILIDADE. São incabíveis alegações genéricas. Os argumentos aduzidos deverão ser acompanhados de demonstrativos e provas suficientes que os confirmem.” Neste sentido tem caminhado diversos julgados do CARF, ao se ater essencialmente aos conceitos definidos na norma ordinária para definir a procedência do crédito alegado pelos contribuintes, de outra forma não há o que trabalhar, pois se identificássemos a existência da não cumulatividade integral ao PIS e COFINS todo e qualquer despesa, sendo de serviço ou aquisição de insumos comporiam o quadro de créditos possíveis de redução da contribuição devida e não é o que observamos em todo arcabouço de legislação Fl. 156DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 11020.720378/200796 Acórdão n.º 340301.144 S3C4T3 Fl. 4 7 ordinária em vigência para o cálculo do PIS e da COFINS que lista uma série de definições e regras para fruição dos créditos. Afastar por completo as restrições legais não é possível, de outra banda utilizar o conceito restritivo previsto na IN SRF 404/2004, ao meu sentir, também não é melhor solução para a questão, visto o conceito da Instrução Normativa, copiar o conceito do insumo do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, entretanto, as Contribuições incidem sobre o faturamento, gerando uma distorção na utilização daquele conceito para a não cumulatividade do PIS e da COFINS. O conceito de insumo previsto no art. 3º da Lei nº 10.637/2002, esclarece que são possíveis de gerar créditos as aquisições de bens e serviços a serem utilizados na prestação de serviços ou na produção de bens. Acredito que o caminho para delimitar se as despesas incorridas geram ou não o crédito passa pela definição da atividade que gerou a despesas e sua interferência na prestação de serviços ou produção de bens. O ônus que se apresenta ao julgador será para cada caso, delimitar o serviço prestado ou o processo produtivo do contribuinte e dele extrair as atividades essenciais e necessárias a sua realização e partindo deste universo, identificar os custos e despesas que possibilitariam a utilização do crédito. No caso em tela, a Recorrente industrializa, vende e comercializa produtos alimentícios em geral, adquirindo insumos e submetendoos a um processo produtivo. Conforme se verifica dos autos o seu pedido de compensação foi parcialmente homologado pela Delegacia da Receita Federal, restando a discussão sobre o custo dos fretes referentes ao transporte entre estabelecimentos da mesma empresa. Conforme dito alhures o trabalho neste julgamento se atem a decidir se o transporte entre estabelecimentos da mesma empresa seria atividade constante do processo produtivo. Pela descrição constante do recurso esta discussão é resolvida quando delimitamos as matériasprimas, os produtos intermediários, o material de embalagem e os serviços prestados diretamente no produto final ou aqueles consumidos na sua industrialização. Aqui chamo a atenção para a posição adotada que os bens adquiridos e os serviços prestados, para configurar insumo necessitam ser utilizados diretamente na produção ou na realização dos serviços. O frete pago a que se refere às glosas em discussão, correspondem a transferência de produtos acabados do estabelecimento industrial da Recorrente em Serafina Corrêa no Rio Grande do Sul para os estabelecimentos distribuidores, também da Recorrente, nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Curitiba, A movimentação de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma empresa não tem nenhum efeito sobre o produto final, visto o processo produtivo já estar concluído e não pode ser utilizado para gerar os créditos do PIS e da COFINS não cumulativos. Quanto à alegação que a restrições para utilização do crédito do PIS e da COFINS não cumulativos violam o preceito constitucional. Em que pese todos os argumentos da recorrente de afronta a carta magna pela não permissão de utilização dos créditos. Estando as restrições previstas em norma e em plena vigência, como no caso em tela é obrigatória pelas autoridades fiscais a sua aplicação. Destarte estes esclarecimentos, as turmas do CARF estão impedidas de manifestação sobre inconstitucionalidade, diante da emissão da súmula nº 2, publicada no DOU de 22/12/2009. Fl. 157DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 8 “Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso. Winderley Morais Pereira Fl. 158DF CARF MF Emitido em 14/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/09/ 2011 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 12/09/2011 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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