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Numero do processo: 10480.917580/2011-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001
DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO INDEVIDO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO.
Conforme reconstrução lógica e expressa de dispositivos da Constituição Federal, do Código Tributário Nacional e da legislação pertinente ao Processo Administrativo Fiscal, assim como do previsto no art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, o contribuinte deve comprovar o direito creditório e o pagamento indevido em casos de pedido de restituição.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.596
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001 DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO INDEVIDO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO. Conforme reconstrução lógica e expressa de dispositivos da Constituição Federal, do Código Tributário Nacional e da legislação pertinente ao Processo Administrativo Fiscal, assim como do previsto no art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, o contribuinte deve comprovar o direito creditório e o pagamento indevido em casos de pedido de restituição. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório DELTA VEÍCULOS LTDA. apresentou Pedido de Restituição (PER) de alegado pagamento indevido da contribuição (PIS/Cofins). A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico indeferindo o pedido, em razão do fato de que os pagamentos informados pelo declarante já haviam sido AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 91 75 80 /2 01 1- 35 Fl. 123DF CARF MF Processo nº 10480.917580/201135 Acórdão n.º 3201003.596 S3C2T1 Fl. 3 2 integralmente utilizados para quitação de débitos de sua titularidade, não restando crédito disponível. Em Manifestação de Inconformidade, o Requerente solicitou a reunião para julgamento conjunto dos processos administrativos conexos, arguindo o seguinte: a) o pagamento indevido decorrera da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998, declarada em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), de observância obrigatória por parte dos órgãos da Administração Tributária por força do art. 26 A, § 6º, do Decreto nº 70.235/1972 e do art. 59 do Decreto nº 7.574, de 2011, bem como do art. 62, § 1º, I, do Regimento Interno do CARF (RICARF); b) contrariamente ao disposto no art. 65 da Instrução Normativa SRF nº 900, de 2008, não fora intimado a esclarecer a higidez de seu crédito e que, tivesse isto ocorrido, o pedido de restituição teria sido deferido, na medida em que teria logrado comprovar o direito ao reconhecimento do indébito; c) nos termos do art. 142 do CTN, é dever da Fiscalização aprofundar o exame da situação concreta, de modo que o lançamento e também as demais glosas fiscais se baseiem na correta subsunção dos fatos à lei, não tendo a Fiscalização sequer tomado conhecimento das razões que justificavam o pedido de restituição; d) o art. 62A, caput, do RICARF vincula o Colegiado a adotar as decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF sob o regime previsto no art. 543B do CPC, tal como ocorrera, na situação aqui tratada, no RE nº 585.235, pois “um dispositivo de lei declarado inconstitucional é uma norma absolutamente nula, impossibilitada de produzir efeitos jurídicos válidos, em razão de seu desacordo com o texto constitucional, a quem deve irrestrita obediência”, sendo ilógico "que a administração fazendária continuasse a reconhecer a validade de um texto de lei já declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal”, entendimento esse escorado em diversos precedentes administrativos da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF); e) na base de cálculo da contribuição, “somente deveriam ter sido incluídos pela requerente os valores correspondentes ao seu faturamento, ou seja, os ingressos que correspondem às suas receitas das vendas de mercadorias e da prestação de serviços”. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte anexou, além de documentos de representação processual, (i) planilha com as rubricas sobre as quais apurou o suposto crédito a ser restituído e (ii) cópia de folhas de Balancete correspondente ao período de apuração aqui tratado. Nos termos do Acórdão nº 11040.489, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento (DRJ) decidido que o reconhecimento do direito à restituição exige a comprovação da realização de pagamento de tributo indevido ou a maior, cujo ônus recai sobre o sujeito passivo. Decidiu também a DRJ que, ressalvadas as hipóteses das alíneas “a” a “c” do art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, as provas comprobatórias do direito creditório devem ser apresentadas por ocasião da interposição da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de posterior juntada. Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10480.917580/201135 Acórdão n.º 3201003.596 S3C2T1 Fl. 4 3 Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterou seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa, e juntou aos autos cópias de documentos que, segundo ele, comprovariam o direito creditório pleiteado. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.578, de 21/03/2018, proferido no julgamento do processo 10480.900123/201292, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.578): Conforme o Direito Tributário, a legislação, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase este voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, o tempestivo Recurso Voluntário deve ser conhecido. Em que pese a brilhante construção de argumentos a favor do contribuinte, não há nos autos nenhuma prova inequívoca do direito creditório, que permita caracterizar as receitas como hipóteses de exclusão da base de cálculo do Pis, mesmo dentro do conceito de faturamento determinado pelo STF. Desse modo, votase para que a decisão de primeira instância seja mantida sob o fundamento da ausência de comprovação do direito creditório por parte do contribuinte, nos mesmos moldes do seguinte trecho: "44. Antes de adentrar no exame da possibilidade, ou não, desta primeira instância administrativa afastar a disposição contida no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, consigno que, para evidenciar o seu direito à restituição, a contribuinte se limitou a apresentar planilha em que lista diversas rubricas que entende escapariam do conceito de receita de vendas de mercadorias e/ou de prestação de serviços e, além disto, cópia de Balancete Mensal em que constam registros de diversas receitas, mas não comprovou que, efetivamente, incluiu, na base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep recolhida de acordo com o valor confessado em DCTF, as receitas por ele indicadas na Manifestação de Inconformidade. 45. Para fazer jus à repetição do indébito, a recorrente, além de ter comprovado que auferiu as outras receitas por ela apontada no recurso, deveria ter apresentado demonstrativo, acompanhado dos correspondentes Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10480.917580/201135 Acórdão n.º 3201003.596 S3C2T1 Fl. 5 4 documentos contábeis fiscais/contábeis comprobatórios de sua exatidão, da apuração da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, devida à alíquota de 0,65%, sobre as receitas de venda de mercadorias e/ou prestação de serviços, o que aqui é indispensável, pois, diante da atividade exercida pela recorrente, é evidente que ela também comercializa produtos (tais como veículos) cujas receitas sofre a incidência desta contribuição à alíquota zero, pois o produto, a depender do período de apuração, foi submetido em etapa anterior à tributação por substituição tributária ou de forma concentrada5." Conforme reconstrução lógica e expressa de dispositivos da Constituição Federal, do Código Tributário Nacional e da legislação pertinente ao processo administrativo fiscal, assim como do previsto no Art. 16 do Decreto 70.235/72, o contribuinte deve comprovar o direito creditório e o pagamento indevido em casos de pedido de restituição. Diante do exposto, votase para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Voto proferido. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 126DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.727981/2013-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2009
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. ATO DE CONTROLE.
O Mandado de Procedimento Fiscal manifesta-se como elemento de controle interno da administração tributária e não influi na validade do lançamento, que é pautado pelos requisitos do artigo 142 do Código Tributário Nacional. Eventuais omissões ou incorreções do MPF não são causa de nulidade do auto de infração.
A ciência do sujeito passivo ao MPF e suas prorrogações se dá mediante consulta na página da RFB na Internet, com a utilização do código de acesso informado ao contribuinte no termo inicial da ação fiscal.
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Limitando-se a impugnação a questionar matéria preliminar, considera-se não impugnada a matéria de mérito que constitui o objeto do lançamento.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.657
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso, apenas quanto à preliminar de nulidade por vício no Mandado de Procedimento Fiscal e, na parte conhecida, em negar-lhe provimento. Processo julgado em sessão de julgamento do dia 19/04/2018, no período da tarde.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Cássio Schappo (suplente convocado).
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2009 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. ATO DE CONTROLE. O Mandado de Procedimento Fiscal manifesta-se como elemento de controle interno da administração tributária e não influi na validade do lançamento, que é pautado pelos requisitos do artigo 142 do Código Tributário Nacional. Eventuais omissões ou incorreções do MPF não são causa de nulidade do auto de infração. A ciência do sujeito passivo ao MPF e suas prorrogações se dá mediante consulta na página da RFB na Internet, com a utilização do código de acesso informado ao contribuinte no termo inicial da ação fiscal. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Limitando-se a impugnação a questionar matéria preliminar, considera-se não impugnada a matéria de mérito que constitui o objeto do lançamento. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso, apenas quanto à preliminar de nulidade por vício no Mandado de Procedimento Fiscal e, na parte conhecida, em negar-lhe provimento. Processo julgado em sessão de julgamento do dia 19/04/2018, no período da tarde. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Cássio Schappo (suplente convocado).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2009 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. ATO DE CONTROLE. O Mandado de Procedimento Fiscal manifestase como elemento de controle interno da administração tributária e não influi na validade do lançamento, que é pautado pelos requisitos do artigo 142 do Código Tributário Nacional. Eventuais omissões ou incorreções do MPF não são causa de nulidade do auto de infração. A ciência do sujeito passivo ao MPF e suas prorrogações se dá mediante consulta na página da RFB na Internet, com a utilização do código de acesso informado ao contribuinte no termo inicial da ação fiscal. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Limitandose a impugnação a questionar matéria preliminar, considerase não impugnada a matéria de mérito que constitui o objeto do lançamento. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso, apenas quanto à preliminar de nulidade por vício no Mandado de Procedimento Fiscal e, na parte conhecida, em negarlhe provimento. Processo julgado em sessão de julgamento do dia 19/04/2018, no período da tarde. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 79 81 /2 01 3- 39 Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 94 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Cássio Schappo (suplente convocado). Relatório Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: Contra a contribuinte identificada no preâmbulo foram lavrados os autos de infração às fls. 02/15, formalizando lançamento de ofício do crédito tributário discriminado, relativo aos períodos de apuração de 31/01 a 31/122009, incluindo juros de mora e multa proporcional, totalizando R$ 705.183,81: Segundo a descrição dos fatos dos autos de infração, que remete ao Termo de Verificação Fiscal integrante das peças acusatórias (fls. 16/20), os lançamentos decorrem de procedimento fiscal que constatou falta de declaração/recolhimento de Cofins e contribuição para o PIS sobre a receita de prestação de serviços escriturada e comprovada no documentário da empresa. Cientificada pessoalmente das exigências em 02/09/2013, a contribuinte apresentou em 30/09/2013 a petição impugnativa acostada às fls. 109/116, impugnando o feito fiscal argumentando que a fiscalização iniciada em 03/02/2012 foi concluída em 30/08/2013, após 578 dias, sem que o MPF fosse prorrogado e o contribuinte tivesse ciência formal de sua prorrogação, o que implica nulidade dos autos de infração. O argumento tem como sustentação os arts. 12, 13 e 15 da Portaria RFB nº. 4.066, de 2007, acrescentando que, a desobediência aos prazos fixados na norma posta atropela o art. 145, § 1º., da CF/88, o art. 196 do CTN e os arts. 1º e 2º da Lei nº. 9.784, de 1999, citando, ainda, em defesa de sua tese, Acórdão do então Conselho de Contribuintes que decidiu por declarar nulo o lançamento cientificado após o prazo de validade do MPFF correspondente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF por intermédio da 2ª Turma, no Acórdão nº 0358.918, sessão de 31/12/2014, julgou improcedente a impugnação do contribuinte. A decisão foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2009 a 31/12/2009 Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 95 3 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Limitandose a impugnação a questionar questão preliminar, considerase não impugnada a matéria de mérito que constitui o objeto do lançamento. MPF. PRORROGAÇÕES. CIÊNCIA AO SUJEITO PASSIVO. A ciência do sujeito passivo ao MPF e suas prorrogações se dá mediante consulta na página da RFB na Internet, com a utilização do código de acesso informado ao contribuinte no termo inicial da ação fiscal. PIS. IMPUGNAÇÃO COMUM. Em se tratando de impugnação comum, aplicase ao lançamento da contribuição para o PIS o decidido em relação ao lançamento da Cofins. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada a contribuinte, apresentou recurso voluntário repisando os argumentos de nulidade do auto de infração decorrentes de supostas irregularidades nas alteração do MPF. Acrescentase que inovou com uma única matéria de mérito, sob o título " 2.1 DA APURAÇÃO E REVISÃO DOS CÁLCULOS APURADOS EM RELAÇÃO AO PIS E COFINS". É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A matéria passível de apreciação neste voto cingese apenas à questão preliminar, relativa à validade do MPF e anteriormente suscitada na impugnação, ante a impossibilidade de se analisar questões de mérito eventualmente trazidas em recurso, já fulminadas pela preclusão, como bem destacado na decisão recorrida. Conforme anteriormente relatado, a autuada pugna pela nulidade dos autos de infração impugnados, sob a alegação de que a feitura dos instrumentos desrespeitou requisito essencial à sua validade, determinado pela Portaria RFB nº. 4.066, de 2007. Limitandose à defesa a esta questão preliminar, sem atacar a matéria objeto dos lançamentos, o mérito da autuação constitui matéria incontroversa, por não haver sido expressamente Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 96 4 contestada, tornandose matéria preclusa, insuscetível de questionamento em eventual recurso voluntário, à luz do que prescreve o art. 17 do Dec. nº. 70.235, de 1972, com a redação da Lei nº. 9.532, de 1997, verbis: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. A recorrente protesta contra a decisão recorrida de que não impugnou a matéria de mérito da autuação, a saber, o lançamento do PIS e Cofins. Os argumentos para refutar a preclusão consubstanciamse na refutação genérica da integralidade do lançamento e na ausência de concordância com os valores apurados pela fiscalização. Vejase excertos de seu recurso (fls. 148/149): 2 DO MÉRITO A recorrente discorda plenamente, o relato da pag. 3 no segundo parágrafo do acórdão, que a empresa limitouse a defesa na questão preliminar conforme premissas abaixo: (...) b) A Empresa impugnou tempestivamente o processo como um todo, de forma global, com suas argumentações lógicas e cabíveis, uma vez que o crédito tributário, consequente do ato norma de lançamento tributário, para ser alterado requer outra norma individual e concreta que invalide a norma original instituidora do crédito. Segundo o art. 145 do CTN , o lançamento regularmente notificado ao contribuinte so pode ser alterado em virtude de: "I impugnação do sujeito passivo; II recurso de ofício; III iniciativa de oficio da autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149. (...) d) A empresa no seu requerimento, constante na defesa inicial, requer o cancelamento do lançamento tributário, na SUA TOTALIDADE, não há em nenhum momento o reconhecimento dos valores supostamente apurados. tornando assim a matéria [sic] preculsa, a qual reproduzimos assim este significado: (...) Como se vê, a recorrente reconhece que o mérito não foi impugnado expressamente, eis que refutado no todo e genericamente, sob argumento de discordância com o valor autuado. A teor do art. 17 do PAF acima reproduzido, a matéria deve ser impugnada expressamente, precluindo o direito de fazêla em momento posterior. Facilmente constatase a ausência de contestação do mérito. Basta verificar as matérias aduzidas em impugnação e aquelas inovadas em sede de recurso voluntário. Na impugnação desenvolveu os tópicos de defesa: Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 97 5 "2. PRELIMINARES DE NULIDADES DO AUTO DE INFRAÇÃO 2.1 Extrapolado o prazo máximo para a conclusão dos trabalhos 2.2 Questões preliminares, prejudiciais c meritórias 2.3 Invocação de preliminares de nulidades absolutas (Terminativas) No requerimento final, postulou: Diante do exposto, requerse seja julgada procedente a presente impugnação ao A.I do PIS e COFINS, cancelando totalmente o presente Auto de Infração, para fins de reconhecer: 5.1 A nulidade ab initio do auto de infração, acolhendose as preliminares arguidas: a) A atuação não foi conduzida segundo padrões éticos de probidade, decoro e boafé, observando a lei e o direito, fato que venho requer a nulidade do auto de infração por flagrante desrespeito aos direitos do contribuinte, conforme exposto no item 2.1; Diante do exposto, requerse seja provida o presente impugnação, para fins de e reconhecer a ocorrência da nulidade, bem como a improcedência pelas razões de fato e de direito, do Auto de Infração da Receita Federal quanto ao direito de constituir o crédito tributário relativo ao ano base 2009. Comparando, temse que no recurso voluntário aduziu as questões: " 1 RESUMO DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA" no qual repisou os argumentos de nulidade do auto de infração decorrente das irregularidades do MPF. "2.1 DA APURAÇÃO E REVISÃO DOS CÁLCULOS APURADOS EM RELAÇÃO AO PIS E COFINS.", expondo os argumentos para o cancelamento do auto de infração de PIS/Cfins. "3. DO PEDIDO", assim enunciados: Em face às razões expendidas, requer a Recorrente que seja conhecido e processado regularmente o presente Recurso Voluntário pela competente Câmara de Julgamento desse CARF. objetivando o provimento do seu pedido, no sentido de que seja reformado o acórdão 2a Turma DRJ/BSB no. 0358.919, no sentido de reconhecer a NULIDADE e/ou improcedência do auto de infração, referente ao PIS E COFINS. Requer que seja deferida caso seja necessário, uma perícia, e que seja encaminhado administrativamente á PROCURADORIA, no sentido de que seja feita, visando dirimir dúvidas sobre tudo o quanto alegado neste Recurso, nomeadamente quanto à infração Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 98 6 do PIS e COFINS para emitir parecer opinativo, face ás argumentações e provas acostadas. Outrossim, requer no julgamento do presente recurso que seja intimado o contribuinte para que efetue sua SUSTENTAÇÃO ORAL, através de seus Profissionais, Contador e Advogado, visando dirimir dúvidas sobre tudo o quanto alegado neste Recurso. Observando as matérias e argumentos de defesa, temse que na impugnação não houve qualquer contestação expressa com razões de mérito, caracterizandose a preclusão; no recurso voluntário, o tópico "2.1" inova com os fundamentos de mérito. Destarte, reconheço a preclusão da matéria de mérito inovada em sede de recurso voluntária. Passo ao enfrentamento da única matéria suscitada em impugnação para a qual houve recurso voluntário. Nulidade do Auto de Infração irregularidade no MPF Em sede de impugnação a contribuinte alega a nulidade do auto de infração em razão de irregularidade na prorrogação e validade temporal do MPF nº 05.01.002011 008410, emitido em 03/02/2012. Continua sua argumentação sustentando que a teor do art. 9º da Portaria RFB nº 3.014/2014, que regula o Procedimento Fiscal, as alterações no Mandado decorrentes de prorrogação devem ser cientificadas ao contribuinte nos termos do parágrafo único do art. 4º da mesma Portaria. Reproduzse o dispositivos: Art. 4 º O MPF será emitido exclusivamente na forma eletrônica e assinado pela autoridade emitente, mediante a utilização de certificado digital válido, conforme modelos constantes dos Anexos de I a III desta Portaria. Parágrafo único. A ciência do MPF pelo sujeito passivo darseá no sítio da RFB na Internet, no endereço < http://www.receita.fazenda.gov.br >, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. De pronto, de se ver que não assiste qualquer razão à recorrente. A ciência não é formal, mas sim mediante consulta com o código acesso no sítio da Receita Federal, no endereço eletrônico informado no próprio dispositivo. Não se exige qualquer procedimentos fiscal para cientificar o contribuinte acerca do MPF; é providência a cargo do interessado. Igualmente, inexiste irregularidade nas prorrogações de forma que pretensamente restaria o procedimento fiscal desamparado de MPF. Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 99 7 No procedimento fiscal, o MPF foi regularmente prorrogado (fl. 131) estando vigente até a data de ciência no auto de infração (03/09/2013), conforme imagem: Ressaltase, conquanto houvesse irregularidade na prorrogação do MPF não estaria maculado o auto de infração. É pacífico nas Turmas deste Conselho que eventuais irregularidades formais ou materiais no MPF não são passíveis de nulidade do procedimento fiscal ou auto de infração, mormente em virtude de ausência de prejuízo à parte. Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 100 8 Ademais, o MPF é instrumento de controle interno de procedimentos fiscais e em nenhum momento limita ou condiciona o lançamento efetuado pela autoridade fiscal, desde que atendidos os pressupostos de validade do art. 142 do CTN. Nesta turma, o entendimento é unânime, como exarado no acórdão nº 3201 003.146, sessão de 25/09/2017, de relatoria do conselheiro Windereley Morais Pereira: MPF. AUSÊNCIA DE NULIDADE. O Mandado de Procedimento Fiscal MPF é instrumento de controle administrativo e de informação ao contribuinte. Eventuais omissões ou incorreções do MPF não são causa de nulidade do auto de infração. A discussão acerca do MPF de que trata estes autos foi enfrentada por Turma deste CARF em processo que decorreu de mesmo procedimento fiscal em face de ISOREL LOCACAO E SERVICOS LTDA.. Tratase do PAF nº 10580.727986/201361, julgado em 21/01/2016, acórdão nº 1201001.289, que recebeu a seguinte ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2009 Ementa: MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. ATO DE CONTROLE. O Mandado de Procedimento Fiscal manifestase como elemento de controle interno da administração tributária e não influi na validade do lançamento, que é pautado pelos requisitos do artigo 142 do Código Tributário Nacional. Na ocasião a Turma decidiu por unanimidade de voto negar provimento ao recurso voluntário afastandose "todas as alegações de nulidade suscitadas pela Recorrente, com fundamento na invalidade dos lançamentos por supostos vícios decorrentes do Mandado de Procedimento Fiscal mencionado neste processo, restando também prejudicadas eventuais questões de mérito, por força do disposto no artigo 17 do Decreto n. 70.235/72." Conclusão Diante de todo o exposto, VOTO para conhecer do recurso exclusivamente quanto à preliminar de nulidade por vício no Mandado de Procedimento Fiscal e NEGARLHE PROVIMENTO. Paulo Roberto Duarte Moreira Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10580.727981/201339 Acórdão n.º 3201003.657 S3C2T1 Fl. 101 9 Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.904633/2016-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 28/02/2011
CRÉDITO INTEGRALMENTE RECONHECIDO E DEFERIDO EM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DISCORDÂNCIA QUANTO À COMPENSAÇÃO EM PROCEDIMENTO DE OFÍCIO.
Não se conhece de recurso voluntário cujo direito creditório fora integralmente reconhecido e deferido em Pedido de Restituição.
A negativa da unidade de origem em efetuar compensação de crédito deferido em razão de débito pendentes de liquidação não se constitui matéria a ser apreciada pela instância julgadora.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 3201-003.522
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DISCORDÂNCIA QUANTO À COMPENSAÇÃO EM PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. Não se conhece de recurso voluntário cujo direito creditório fora integralmente reconhecido e deferido em Pedido de Restituição. A negativa da unidade de origem em efetuar compensação de crédito deferido em razão de débito pendentes de liquidação não se constitui matéria a ser apreciada pela instância julgadora. Recurso Voluntário Não Conhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S/A declarou compensação de crédito da contribuição (PIS/Cofins) com débito de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 90 46 33 /2 01 6- 14 Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10680.904633/201614 Acórdão n.º 3201003.522 S3C2T1 Fl. 3 2 A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em razão do fato de que os pagamentos informados pelo declarante já haviam sido integralmente utilizados para quitação de débitos de sua titularidade, não restando crédito disponível. Em Manifestação de Inconformidade, o Requerente requereu a anulação do despacho decisório e a homologação da compensação, alegando o seguinte: a) transmitira Pedido de Restituição (PER) para garantir o direito ao crédito de pagamento efetuado a maior, crédito esse objeto de compensação declarada posteriormente; b) devido a incompatibilidade do programa gerador da declaração, o número do PER não foi informado na declaração de compensação. Nos termos do Acórdão nº 06057.499, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento (DRJ) decidido que, por se encontrar retido o direito creditório reconhecido administrativamente até que fossem liquidados os débitos existentes em nome do contribuinte para com a Fazenda Pública, encontravase correto o despacho decisório de não homologação da compensação declarada. Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, aduzindo, inicialmente, que havia entendido que a glosa de seu crédito se dera por ocorrência de erro operacional nos sistemas da Receita Federal, fato esse esclarecido somente na decisão da DRJ. Arguiu o Recorrente que a decisão recorrida sustentarase na premissa equivocada de que o não deferimento do direito creditório decorrera da discordância do contribuinte quanto ao procedimento de compensação de ofício, procedimento esse que não alcança débitos que se encontrem com exigibilidade suspensa, de acordo com decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) REsp nº 1.213.082/PR , submetido à sistemática dos recursos repetitivos, de observância obrigatória pelos Conselheiros do CARF,. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.508, de 20/03/2018, proferido no julgamento do processo 10680.904616/201679, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.508): O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. (...) Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10680.904633/201614 Acórdão n.º 3201003.522 S3C2T1 Fl. 4 3 Não há litígio a ser decidido nesta instância. A pretensão da contribuinte é ter reconhecido seu direito ao crédito informado em Pedido de Restituição. Ocorre que, conforme informado no voto da decisão recorrida, o crédito indicado já foi integralmente reconhecido e deferido no PER n° 39452.15834.310314.1.2.044815, tendo como resultado extraído da tela do Sief Processo: "DEFERIDO TOTALMENTE RDC AUTOMÁTICO". Ora, uma vez reconhecido e deferido o crédito não há o que se decidir quanto ao direito da contribuinte. A negativa da unidade de origem em efetuar a compensação, sob o fundamento de que o crédito está retido frente a débito pendente de liquidação, não se constitui matéria a ser apreciada pelo CARF, devendo negar conhecimento ao recurso da contribuinte. Conclusão Diante do exposto, voto para NÃO CONHECER do recurso voluntário interposto, uma vez que na origem o crédito fora reconhecido e deferido. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à contribuição para o PIS. Além disso, devese ressaltar, que, neste processo, também ocorreram fatos da mesma natureza daqueles observados no processo paradigma que ensejaram o não conhecimento do recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira . Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.721183/2015-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2010 a 27/12/2011
DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.
Nos casos em que há pagamento, ainda que parcial, o direito da fazenda pública constituir o crédito tributário relativo ao IPI extingue-se em cinco anos a contar do fato gerador. Fundamento na aplicação conjunta do Art. 62 do Ricarf, do entendimento firmado no REsp 973.733/SC e Art. 150, §4.º do Código Tributário Nacional.
MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA.
Não ocorre alteração de critério jurídico nem ofensa ao art. 146 do CTN se a Fiscalização promove autuação baseada em entendimento distinto daquele que seguidamente adota o contribuinte, mas que jamais foi objeto de manifestação expressa da Administração Tributária.
APROVEITAMENTO DE CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS DESONERADOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. AÇÃO JUDICIAL. ALCANCE. CONCOMITÂNCIA.
Em lides administrativas fiscais provenientes de autos de infração que possuem o mesmo objeto e, a causa de pedir do contribuinte for a mesma que a presente em ação judicial, havendo decisão judicial, definitiva ou não, que reconhece o direito do contribuinte, verifica-se ter ocorrido o fenômeno da concomitância. Diante de concomitância, mesmo se solucionada a lide no Poder Judiciário, a administração fiscal não deve decidir sobre a matéria, para evitar decisões conflitantes e o acionamento duplo da máquina estatal. Súmula CARF n.º 01.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL. KITS PARA PRODUÇÃO DE REFRIGERANTES.
Nas hipóteses em que a mercadoria descrita como kit ou concentrado para refrigerantes constitui-se de um conjunto cujas partes consistem em diferentes matérias-primas e produtos intermediários que só se tornam efetivamente uma preparação composta para elaboração de bebidas em decorrência de nova etapa de industrialização ocorrida no estabelecimento adquirente, cada um dos componentes desses kits deverá ser classificado no código próprio da TIPI.
Numero da decisão: 3201-003.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer em parte o Recurso Voluntário e na parte conhecida dar parcial provimento. Por unanimidade de votos aplicou-se a decadência aos fatos geradores ocorridos até a data de 15/04/2010. Por maioria de votos não se conheceu do recurso quanto as isenções da ZFM, em razão da concomitância. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que não reconheciam a concomitância e davam provimento ao recurso quanto a ZFM. Por maioria de votos não se conheceu da matéria referente a isenção da Amazônia Ocidental. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira e Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Por voto de qualidade foi negado provimento quanto a classificação de mercadorias. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam provimento ao recurso quanto a classificação e Tatiana Josefovicz Belisário, que não conhecia do recurso quanto a classificação. Designado para o voto vencedor quanto a isenção da Amazônia Ocidental e a classificação de mercadorias o Conselheiro Winderley Morais Pereira.
(assinatura digital)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Redator Designado.
(assinatura digital)
PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 27/12/2011 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que há pagamento, ainda que parcial, o direito da fazenda pública constituir o crédito tributário relativo ao IPI extingue-se em cinco anos a contar do fato gerador. Fundamento na aplicação conjunta do Art. 62 do Ricarf, do entendimento firmado no REsp 973.733/SC e Art. 150, §4.º do Código Tributário Nacional. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA. Não ocorre alteração de critério jurídico nem ofensa ao art. 146 do CTN se a Fiscalização promove autuação baseada em entendimento distinto daquele que seguidamente adota o contribuinte, mas que jamais foi objeto de manifestação expressa da Administração Tributária. APROVEITAMENTO DE CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS DESONERADOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. AÇÃO JUDICIAL. ALCANCE. CONCOMITÂNCIA. Em lides administrativas fiscais provenientes de autos de infração que possuem o mesmo objeto e, a causa de pedir do contribuinte for a mesma que a presente em ação judicial, havendo decisão judicial, definitiva ou não, que reconhece o direito do contribuinte, verifica-se ter ocorrido o fenômeno da concomitância. Diante de concomitância, mesmo se solucionada a lide no Poder Judiciário, a administração fiscal não deve decidir sobre a matéria, para evitar decisões conflitantes e o acionamento duplo da máquina estatal. Súmula CARF n.º 01. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. KITS PARA PRODUÇÃO DE REFRIGERANTES. Nas hipóteses em que a mercadoria descrita como kit ou concentrado para refrigerantes constitui-se de um conjunto cujas partes consistem em diferentes matérias-primas e produtos intermediários que só se tornam efetivamente uma preparação composta para elaboração de bebidas em decorrência de nova etapa de industrialização ocorrida no estabelecimento adquirente, cada um dos componentes desses kits deverá ser classificado no código próprio da TIPI.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer em parte o Recurso Voluntário e na parte conhecida dar parcial provimento. Por unanimidade de votos aplicou-se a decadência aos fatos geradores ocorridos até a data de 15/04/2010. Por maioria de votos não se conheceu do recurso quanto as isenções da ZFM, em razão da concomitância. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que não reconheciam a concomitância e davam provimento ao recurso quanto a ZFM. Por maioria de votos não se conheceu da matéria referente a isenção da Amazônia Ocidental. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira e Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Por voto de qualidade foi negado provimento quanto a classificação de mercadorias. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam provimento ao recurso quanto a classificação e Tatiana Josefovicz Belisário, que não conhecia do recurso quanto a classificação. Designado para o voto vencedor quanto a isenção da Amazônia Ocidental e a classificação de mercadorias o Conselheiro Winderley Morais Pereira. (assinatura digital) WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Redator Designado. (assinatura digital) PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 27/12/2011 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que há pagamento, ainda que parcial, o direito da fazenda pública constituir o crédito tributário relativo ao IPI extinguese em cinco anos a contar do fato gerador. Fundamento na aplicação conjunta do Art. 62 do Ricarf, do entendimento firmado no REsp 973.733/SC e Art. 150, §4.º do Código Tributário Nacional. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA. Não ocorre alteração de critério jurídico nem ofensa ao art. 146 do CTN se a Fiscalização promove autuação baseada em entendimento distinto daquele que seguidamente adota o contribuinte, mas que jamais foi objeto de manifestação expressa da Administração Tributária. APROVEITAMENTO DE CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS DESONERADOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. AÇÃO JUDICIAL. ALCANCE. CONCOMITÂNCIA. Em lides administrativas fiscais provenientes de autos de infração que possuem o mesmo objeto e, a causa de pedir do contribuinte for a mesma que a presente em ação judicial, havendo decisão judicial, definitiva ou não, que reconhece o direito do contribuinte, verificase ter ocorrido o fenômeno da concomitância. Diante de concomitância, mesmo se solucionada a lide no Poder Judiciário, a administração fiscal não deve decidir sobre a matéria, para evitar decisões conflitantes e o acionamento duplo da máquina estatal. Súmula CARF n.º 01. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. KITS PARA PRODUÇÃO DE REFRIGERANTES. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 72 11 83 /2 01 5- 98 Fl. 13217DF CARF MF 2 Nas hipóteses em que a mercadoria descrita como “kit ou concentrado para refrigerantes” constituise de um conjunto cujas partes consistem em diferentes matériasprimas e produtos intermediários que só se tornam efetivamente uma preparação composta para elaboração de bebidas em decorrência de nova etapa de industrialização ocorrida no estabelecimento adquirente, cada um dos componentes desses “kits” deverá ser classificado no código próprio da TIPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer em parte o Recurso Voluntário e na parte conhecida dar parcial provimento. Por unanimidade de votos aplicouse a decadência aos fatos geradores ocorridos até a data de 15/04/2010. Por maioria de votos não se conheceu do recurso quanto as isenções da ZFM, em razão da concomitância. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que não reconheciam a concomitância e davam provimento ao recurso quanto a ZFM. Por maioria de votos não se conheceu da matéria referente a isenção da Amazônia Ocidental. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira e Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Por voto de qualidade foi negado provimento quanto a classificação de mercadorias. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam provimento ao recurso quanto a classificação e Tatiana Josefovicz Belisário, que não conhecia do recurso quanto a classificação. Designado para o voto vencedor quanto a isenção da Amazônia Ocidental e a classificação de mercadorias o Conselheiro Winderley Morais Pereira. (assinatura digital) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto e Redator Designado. (assinatura digital) PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls 12861 em face do Acórdão de primeira instância da DRJ/RS de fls. 12809 que negou provimento para a impugnação de fls. 12180, mantendo o Auto de Infração de IPI e Relatório Fiscal de fls 12137 e 12005, por suposto erro na classificação de refrigerantes e, alternativamente, em razão do suposto erro na alíquota, aproveitamento de crédito de forma indevida. Fl. 13218DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 3 3 Como de costume, transcrevese o relatório desta decisão de primeira instância para a demonstração e acompanhamento dos fatos do presente procedimento administrativo: “Tratase de auto de infração lavrado por autoridade da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba/SP para exigir o montante de R$ 60.901.517,19, à data da autuação, relativo a Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI – e respectivos juros de mora e multa de ofício de que trata o art. 80, caput, da Lei n° 4.502/1964, com a redação dada pelo art. 13 da Lei n° 11.488/2007. As infrações apontadas foram a utilização de saldo credor de período anterior considerado indevido e o aproveitamento de crédito incentivado indevido, pelos motivos expostos no Relatório Fiscal que integra o auto de infração, a seguir sintetizado. No início do Relatório Fiscal o autuante aponta que a autuada é integrante do denominado “Sistema CocaCola Brasil”, tendo como principal fornecedora a empresa RECOFARMA INDÚSTRIA DO AMAZONAS LTDA, CNPJ 61.454.393/0001 06, situada na Zona Franca de Manaus – ZFM, também integrante do "Sistema CocaCola Brasil”, e que produz kits para refrigerantes, cuja entrada originou a maior parte dos créditos de IPI escriturados pela fiscalizada. A empresa Sorocaba Refrescos já foi submetida à ação fiscal anterior, que resultou em lançamento de ofício objeto do processo administrativo 10855.721827/201114, relativo a períodos de apuração entre outubro de 2005 a março de 2010. Nesse procedimento foi reconstituída a escrita fiscal, baseada na glosa de créditos indevidos, lançados no Livro Registro de Apuração do IPI – RAIPI. Foi efetuada ação fiscal junto à referida fornecedora, com base em MPF Nacional, tendo por objeto a análise do direito de aproveitamento de créditos do IPI por parte dos adquirentes, integrantes do Sistema CocaCola Brasil, localizados em todo território nacional. A referida ação fiscal está sintetizada nos itens 2.2 a 2.27.4 do Relatório Fiscal e resultou na apuração de irregularidades quanto à classificação fiscal dos produtos, e na lavratura de auto de infração objeto do processo 11080.732960/201410, contra a fornecedora RECOFARMA, do qual foram extraídos diversos documentos que constam no presente processo, como por exemplo laudos periciais, fotografias, relatório da ação fiscal, entre outros. No curso da fiscalização, a empresa autuada defendeu que os concentrados estariam beneficiados por duas isenções previstas na legislação do IPI, a saber: art. 69, II do Decreto nº 4.544, de 2002 (Regulamento do IPI – RIPI/2002) e art. 81, inc. II do Decreto 7.212/2010 (RIPI/2010), cuja base legal é o art. 9º do DecretoLei 288/1967, por serem produzidos na Zona Franca de Manaus (ZFM) e art. 82, III do RIPI/2002 e art. 95, III, do RIPI/2010, que tem base legal no art. 6º do DecretoLei 1.435/1975, porque além de produzidos na ZFM teriam sido Fl. 13219DF CARF MF 4 elaborados com matériaprima agrícola adquirida de produtor situado na Amazônia Ocidental. No seu entendimento, quanto ao aproveitamento de créditos decorrente das aquisições isentas com base no art. 81, inc. II do RIPI/2010 estaria legitimada pela necessidade de observância compulsória, pela Administração, da coisa julgada formada no julgamento do Recurso Extraordinário n° 212.484RS, que beneficiou outra empresa do Sistema Coca Cola (Vonpar Refrescos S.A), bem como do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) n° 91.00477834, interposto pela Associação dos Fabricantes Brasileiros de CocaCola (AFBCC), dentre os quais se inclui. Os argumentos da fiscalizada não foram aceitos, conforme fundamentação exposta no item 3.15 do Relatório Fiscal. No item 4.1 e seguintes a fiscalização aponta, em síntese, que a classificação dos kits para refrigerantes, como se fossem um produto único, é incorreta, devendo seus componentes ser classificados separadamente, do que resulta a inexistência de valor a ser aproveitado. A maior parte desses componentes, inclusive aqueles que contem ingrediente fundamental no aroma e/ou sabor da bebida, devem ser classificados no código NCM 2106.90.10 (“Preparação do tipo utilizado para elaboração de bebidas”), tributado à alíquota zero. Foi efetuada a reconstituição da escrita fiscal, com glosa dos créditos considerados indevidos, bem como a importância de R$ 9.239.220,11, mantido em abril de 2010 a título de saldo credor de período anterior, o que não foi aceito, uma vez que a reconstituição da escrita fiscal procedida na ação fiscal precedente resultou em saldo devedor ao final do período imediatamente anterior (março/2010). Os demonstrativos pertinentes integram o auto de infração. IMPUGNAÇÃO PRELIMINAR DE DECADÊNCIA Regularmente cientificado, o contribuinte apresentou impugnação tempestiva, assinada por procurador habilitado e acompanhada de documentos. Aponta, em preliminar, a decadência do direito da Fazenda Pública efetivar o lançamento relativo a fatos geradores ocorridos na 1ª quinzena de abril de 2010, tendo em vista o disposto no art. 150, § 4º do CTN, combinado com o art. 124 do RIPI/2002. ALTERAÇÃO DO CRITÉRIO JURÍDICO DO LANÇAMENTO Alega que o auto de infração teria violado o art. 146 da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), alterando retroativamente o critério jurídico já adotado em lançamento anterior, quando a fiscalização teria aceitado a classificação fiscal adotada pela empresa, estando tal autuação fundamentada unicamente na falta de reconhecimento do direito ao crédito com base na coisa julgada formada no MSC n° 91.00477834 impetrado pela AFBCC. Alega que, à vista do disposto no art. 146 do CTN, o novo critério jurídico só poderia alcançar fatos geradores ocorridos a partir da lavratura do auto de infração contra a RECOFARMA (22/12/2014), quando a fiscalização questionou a classificação até então adotada por aquela fornecedora, sendo esse posicionamento coerente com o entendimento da 1ª Seção do Fl. 13220DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 4 5 Superior Tribunal de Justiça (STJ), no REsp n° 1.130.545RJ, relator Ministro Luiz Fux, DJe de 22.02.2011, julgado sob a sistemática de recursos repetitivos, cuja ementa transcreve parcialmente. DO DIREITO AO CRÉDITO RELATIVO À AQUISIÇÃO DE CONCENTRADOS ISENTOS/ DA CLASSIFICAÇÃO FISCAL DOS CONCENTRADOS PARA REFRIGERANTES Defende a competência da SUFRAMA para conceder os benefícios previstos no art. 9º do DecretoLei n° 288/1967 e no art. 6º do DL n° 1.435/1975, bem como determinar e administrar questões inerentes aos referidos benefícios, conforme se depreende dos arts. 1º, inc. VI, e 4º, inc. I, “c”, ambos do Anexo I, do Decreto n° 7.139, de 29/03/2010, que transcreve, e dos dispositivos da Resolução do CAS n° 202, de 17/05/2006, vigente quando foi aprovado o projeto industrial da RECOFARMA, o que, por si só, justificaria que este órgão determine a classificação fiscal do produto incentivado, que embasa o cálculo do crédito. Aponta que classificação fiscal adotada decorreria da definição feita na Resolução do CAS n° 298/2007 e do Parecer Técnico n° 224/2007, que a integra, atos que gozam de presunção de legitimidade, veracidade e legalidade, e conformamse ao ordenamento jurídico. Aponta acórdãos da CSRF que decidiram pela falta de competência do Fisco para desconsiderar atos da SUFRAMA e conclui que eventual discordância deve ser analisada por aquela entidade, para que venha alterar a definição do produto beneficiado pela isenção. O não reconhecimento dos efeitos dos referidos atos, sem instauração de processo administrativo de cassação, com a participação de todas as partes interessadas, violaria o devido processo legal com evidente cerceamento do direito de defesa, nos termos da Lei n° 9.784/1999, arts. 2º, X, 3º, II, III, 38 e 44. Quanto aos aspectos técnicos da classificação, argumenta que a legislação não exige que a preparação já esteja pronta para uso e que a classificação prevista especificamente para os concentrados para refrigerantes seria no Ex 01 ou 02 da posição 2106.90.10 da TIPI/2006, variando apenas em função do grau de diluição. As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (NESH), ao esclarecer a posição 2106, deixam claro que as preparações compostas para fabricação de refrigerantes não precisariam estar prontas para uso pelo destinatário, de um modo geral, estando equivocada a interpretação restritiva dada pelo Fisco. Também argumenta que o fato de o item XI da Nota Explicativa da Regra 3b), excluir os produtos destinados à fabricação de bebidas do campo de aplicação desta Regra decorreria da existência de classificação fiscal específica para os concentrados para refrigerantes, qual seja, o código 2106.90.10, Ex 01 e 02 da TIPI/2006. Sustenta, ainda, que os produtos devem ser classificados simplesmente pela aplicação da Regra Geral 1 de Interpretação, Fl. 13221DF CARF MF 6 ou seja, diretamente de acordo com os textos das posições e das Notas de Seção ou de Capítulo, devendose considerar que o fatos de serem transportados em formato de kits não desnaturaria sua característica de produto único e que a própria definição constante do texto dessa posição pressupõe que o concentrado seria formado de diversas partes. Resumindo, a definição dada pela empresa e pela própria SUFRAMA aos concentrados para refrigerantes estaria de acordo com a NESH e com as regras de classificação fiscal. DO DIREITO AO CRÉDITO COM BASE NA ISENÇÃO DO ART. 82, III DO RIPI/2002 E ART. 95, INC. III, DO RIPI/2010 (base legal: art. 6º do DecretoLei 1.435/1975) Discorda da conclusão de que a fornecedora RECOFARMA não teria direito ao benefício pela falta de utilização direta de matériasprimas agrícolas extrativas vegetais na fabricação dos concentrados, tendo em vista que os insumos seriam industrializados Considera que, para a SUFRAMA conceder ou renovar o beneficio seria suficiente a utilização indireta de matériaprima agrícola regional na fabricação dos concentrados, enquanto para a RFB a utilização deve ser direta. Diante desta divergência, o Fisco deveria dirigirse à própria SUFRAMA, que pode cancelar a concessão do benefício, na forma do art. 54 da Resolução do CAS n° 203/2012, o que até hoje não ocorreu. Os atos administrativos daquele órgão continuam em vigor, não podendo ser desconsiderados pela RFB, conforme entendimento assentado pela CSRF, em acórdãos que cita. E mais, o termo matériaprima compreenderia produtos industrializados com e/ou a partir de matériaprima regional, como, por exemplo, o corante caramelo, fabricado a partir de canadeaçúcar. Finalizando, cita decisões da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém, em que foram parte outros fabricantes de produtos CocaCola, nos quais foi reconhecido o beneficio previsto no art. 6º do DecretoLei n° 1.435/1975: EXISTÊNCIA DE COISA JULGADA COLETIVA Invoca existência de coisa julgada no âmbito do MSC n° 91.00477834, impetrado pela AFBCC, em 14.08.1991, com o objetivo de evitar que seus associados fossem compelidos a estornar o crédito do IPI incidente sobre as aquisições de matéria prima isenta (concentrado), de fornecedor situado na Zona Franca de Manaus, e utilizada na industrialização dos seus produtos, cujas saídas são sujeitas ao IPI. No seu entendimento, mesmo não estando localizada na jurisdição do 2º Tribunal Regional Federal, esta decisão ampararia a empresa, em virtude do entendimento expresso no julgamento dos REsp nº 1.117.887SP e nº 1.295.383BA, e em especial, do REsp n° 1.243.887PR, relatado pelo Ministro Luis Felipe Salomão, julgado à sistemática de recursos repetitivos, nos termos do art. 543C do CPC, no qual a Corte Especial do STJ decidiu que a limitação prevista no art. 2°A da Lei 9.494/1997, introduzido pela MP n° 1.7981/1999, somente é aplicável às ações coletivas ajuizadas após a sua entrada em vigor (11/02/1999). Sustenta que a autoridade administrativa também deve aplicar esse julgado ao Fl. 13222DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 5 7 presente caso, nos termos do art. 62, § 2º, do Regimento Interno do CARF. Registra que o concentrado fabricado pela RECOFARMA foi tratado como sendo produto único no citado MSC n° 91.00477834 e, assim, em respeito à coisa julgada, a autoridade não poderia considerálo um "produto inacabado". DO DIREITO AO CRÉDITO COM BASE NA ISENÇÃO DO 69, II do RIPI/2002 e ART. 81, INC. II, DO RIPI/2010 (Base Legal: art. 9º do DecretoLei 288/1967) APLICABILIDADE do RE n° 212.484RS O concentrado adquirido pela impugnante é isento com base no citado dispositivo, por ser oriundo da Zona Franca de Manaus e utilizado na fabricação de produtos (refrigerantes) sujeitos ao IPI; isenção também concedida pela Resolução do CAS n° 298/2007. O STF, em sessão plenária, no julgamento do RE n° 212.484RS, de que foi redator para acórdão o Ministro Nelson Jobim, firmou o entendimento de que em tais aquisições, é assegurado o direito ao crédito do IPI à alíquota de 27%, conforme Voto que transcreve, em parte. O mesmo entendimento foi mantido pelo STF no julgamento dos REs 353.657 e n° 370.682, em que foi analisada a questão do direito a créditos relativos à aquisição de insumos sujeitos à aliquota zero ou não tributados. Invoca também o julgamento do RE n° 566.819RS, no qual o Plenário do STF esclareceu que para hipóteses de aquisições da ZFM ainda prevaleceria o entendimento adotado no julgamento do RE 212.484RS. O mesmo posicionamento também teria sido adotado pela Procuradoria da Fazenda Nacional, no julgamento do RE n° 590.809, conforme gravação que transcreve em parte (fl. 5217). Além disso, no RE n° 592.891SP, o STF reconheceu a existência de repercussão geral da questão concernente ao direito ao crédito de IPI relativo à aquisição de insumos beneficiados por isenção subjetiva, ou seja, oriundos de fornecedor situado na Zona Franca de Manaus: Assim, até que este seja julgado, permaneceria hígido o entendimento do RE n° 212.484RS. Por consequência, continuaria válida a decisão do CARF que seguia esse entendimento, objeto do Acórdão CSRF n° 0202.357, cuja ementa transcreve parcialmente APLICAÇÃO DO ART. 11 DA LEI 9.779/1999 Sustenta que, a partir da edição do art. 11 da Lei 9.779/1999, teria passado a existir o direito ao crédito do imposto relativo à aquisição de qualquer matériaprima, produto intermediário e material de embalagem utilizados na industrialização, sem estar condicionado ao pagamento do IPI na operação anterior, conforme já teria sinalizado o STF, no julgamento da proposta de Súmula Vinculante n° 26. DA IDONEIDADE DAS NOTAS FISCAIS EMITIDAS POR RECOFARMA E DA BOA FÉ DA IMPUGNANTE Defende que as informações contidas nas notas fiscais emitidas por RECOFARMA permitem concluir que a classificação fiscal nelas adotada está correta, e que atendem o disposto nos arts. 62, 48 e Fl. 13223DF CARF MF 8 53 da Lei 4.502/1964, sendo documentos idôneos, com validade fiscal, e, assim, a impugnante, na qualidade de adquirente de boafé, ao utilizar referidos créditos não estaria cometendo infração, eis que teria direito a eles. Invoca o entendimento expresso pelo STJ (com relação ao ICMS), consolidado no enunciado da Súmula n° 509, publicada no Diário da Justiça Eletrônico de 31/03/2014. INAPLICABILIDADE DA MULTA DE OFÍCIO E IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO Alega que a à época dos fatos geradores, a jurisprudência administrativa reconhecia o direito ao crédito de IPI relativo à aquisição de insumos isentos, utilizados na fabricação de produtos sujeitos ao IPI, em observância ao entendimento do STF no julgamento do RE 212.4842. Por essa razão, defende a exclusão da multa de ofício, à vista do disposto no art. 76, II, “a”, da Lei 4.502/1964, tal como ocorrido no Acórdão nº 220200.142, de 03/06/2009, que transcreve em parte. Também contesta a incidência de juros de mora sobre a multa de oficio porque implicaria numa indireta majoração da própria penalidade, não se podendo falar em mora na exigência de multa, à vista do disposto no art. 16 do Decretolei 2.323/1987, com a redação dada pelo artigo 6º do Decretolei 2.331/1987. Ademais, o artigos 59 da Lei 8.383/1991 e art. 61 da Lei 9.430/1996), também não prevêem essa cobrança. Invoca jurisprudência administrativa do CARF. É o relatório." Esta decisão de primeira instância da DRJ/RS foi publicada com a seguinte Ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 27/12/2011 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos casos de falta de pagamento, o direito da fazenda pública constituir o crédito tributário relativo ao IPI extinguese em cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA. Não ocorre alteração de critério jurídico nem ofensa ao art. 146 do CTN se a Fiscalização promove autuação baseada em entendimento distinto daquele que seguidamente adota o contribuinte, mas que jamais foi objeto de manifestação expressa da Administração Tributária. AÇÃO JUDICIAL. ALCANCE. O provimento jurisdicional abrange o objeto da demanda judicial, vale dizer, o conteúdo do pedido da petição, e seu Fl. 13224DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 6 9 alcance restringese aos associados da impetrante domiciliados no âmbito da competência territorial do órgão prolator. INSUMOS ISENTOS. ZONA FRANCA DE MANAUS. APROVEITAMENTO DE CRÉDITO. A aquisição de insumos isentos, provenientes da Zona Franca de Manaus, não legitima aproveitamento de créditos de IPI. GLOSA DE CRÉDITOS. INOBSERVÂNCIA DE REQUISITOS PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO QUE INSTITUI INCENTIVO FISCAL A ESTABELECIMENTOS LOCALIZADOS NA AMAZÔNIA OCIDENTAL. É indevido o aproveitamento de créditos de IPI decorrentes de aquisições de insumos isentos feitas a estabelecimentos industriais localizados na Amazônia Ocidental e com projetos aprovados pelo Conselho de Administração da SUFRAMA, mas que não tenham sido elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais, exclusive as de origem pecuária, de produção regional. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. KITS PARA PRODUÇÃO DE REFRIGERANTES. Nas hipóteses em que a mercadoria descrita como “kit ou concentrado para refrigerantes” constituise de um conjunto cujas partes consistem em diferentes matériasprimas e produtos intermediários que só se tornam efetivamente uma preparação composta para elaboração de bebidas em decorrência de nova etapa de industrialização ocorrida no estabelecimento adquirente, cada um dos componentes desses “kits” deverá ser classificado no código próprio da TIPI. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa sobre lançamento de ofício consiste em débito para com a União decorrente de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e, por isso, é legítima a incidência de juros de mora sobre o respectivo valor, a partir do vencimento. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido." Em resumo, o Recurso Voluntário reforçou as argumentações da impugnação e solicitou a aplicação do Art 112 do Código Tributário Nacional, que prevê a possibilidade da interpretação dos fatos e fundamentos legais serem realizadas de forma mais favorável ao contribuinte, diante dúvida na ocorrência da infração. Em fls. 13055, o nobre Procurador Pedro Cestari apresentou as Contra Razões em nome da União e reforçou todos os pontos do lançamento. O processo digitalizado foi distribuído, encaminhado a este Conselheiro e pautado em acordo com o regimento interno deste Conselho. Fl. 13225DF CARF MF 10 Ao analisar os autos, esta Turma de julgamento decidiu por converter o julgamento em diligência nos seguintes termos: "Conforme Relatório Fiscal de fls 12137, as vendas da Recofarma para o contribuinte também foram autuadas e compõem os mesmos fatos do lançamento presente no processo administrativo fiscal de n.º 11080.732960/201410, com ingresso no CARF por Recurso Voluntário, ainda sem julgamento. A conexão dos processos é importante, visto que os fatos são os mesmos e a operação é a mesma, assim como a Recofarma foi quem primeiro classificou o produto na NCM 2106.90.10. Este processo conexo possui o lançamento que corresponde à própria operação de venda dos concentrados de refrigerante da Recofarma à Sorocaba Refrescos, objeto de ambas as autuações. Inclusive, no relatório fiscal deste processo da Sorocaba Refrescos, foram transcritas e copiadas as razões do processo que contém a autuação da Recofarma, na reclassificação do concentrado. Diante do exposto, com fundamento no 1Art. 6.º, §1.º, I, do RICARF, votase para que o julgamento seja convertido em diligência para que: o processo de n.º 11080.732960/201410 seja distribuído para este Conselheiro relator." O processo conexo foi distribuído para a conexão e os autos foram pautados novamente, restando cumprida a diligência. Relatório proferido. Voto Vencido Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase este voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os tempestivos Recursos Voluntários devem ser conhecidos. DA DECADÊNCIA. Verificase nos autos que a razão acompanha o contribuinte ao alegar a decadência dos períodos anteriores a 15/04/10, visto que fora cientificada do AI somente em 15/04/15. Fl. 13226DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 7 11 Além de estar aparente nos autos, o contribuinte alegou e comprovou que apurou débitos e créditos na escrita fiscal dentro do período lançado, logo, em virtude do que determinou o julgamento (em sede de recurso repetitivo e obrigatório à este Conselho conforme Art. 62 do Ricarf) do REsp 973.733/SC, é adequada a aplicação do Art. 150, §4.º do CTN, que definiu o termo inicial de contagem da decadência como o fato gerador. Merece provimento a alegação de decadência. Assim, o período anterior a 15/04/10 deve ser considerado como decaído e excluído do lançamento. DAS PRELIMINARES. O contribuinte alega alteração de critério jurídico em razão de já ter sido autuado, anteriormente, pelos mesmos fatos, conforme Acórdão Carf de n.º 3402002.932, processo administrativo fiscal de n.º 10855.721827/201114. Contudo, em que pese a previsão do Art. 146 do CTN, não é o caso de alteração de critério jurídico, porque a fiscalização lavrou novo auto de infração sobre outro período, com fundamentos próprios e não propriamente novos fundamentos, de modo que não restou configurada a alteração de critério jurídico. O contribuinte também alegou que a competência na classificação dos refrigerantes, neste caso, é somente da SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços MDIC, e não da Receita Federal. Porém, ainda que a SUFRAMA tenha competência para administrar, identificar e autorizar os produtos sob seu regime, a razão não acompanha o contribuinte, porque a Receita Federal possui competência para expor seu entendimento com relação à classificação fiscal de produtos, assim como possui o direito/dever de realizar o lançamento, nos moldes do Art 142 do CTN. Assim, as preliminares não merecem provimento. DA AÇÃO JUDICIAL EM FAVOR DO CONTRIBUINTE. Conforme alegado pelo contribuinte, este possui decisão judicial a seu favor, em âmbito de Mandado de Segurança coletivo. Conforme fls. 8464 deste autos, contribuinte é parte do MS Coletivo e integrante da Associação dos Fabricantes Brasileiros de CocaCola AFBCC (Doc 06 da Impugnação), logo, possui o direito de usufruir do resultado da decisão final, transitada em julgado (fls. 12570), conforme print screen de fls 178 dos autos, exposto a seguir: Fl. 13227DF CARF MF 12 Mesmo ciente desta informação, a fiscalização alegou em seu lançamento que o contribuinte não possui o direito reconhecido na ação judicial acima mencionada, em razão de decisão proferida em sede de Agravo de Instrumento de n.º 2004.02.01.0132984. Nesta decisão de fls. 8705, 8708 e 8742, o Supremo Tribunal Federal teria pretendido limitar o efeito da decisão favorável ao contribuinte, para ser somente aplicada na região territorial do TRF da 2.ª região, território estranho ao do contribuinte, conforme print screen de fls. 8752 a seguir: Fl. 13228DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 8 13 Ao analisar toda a questão discutida no Poder Judiciário, verificase que o Supremo Tribunal Federal, de uma forma não muito usual, reconheceu o trânsito em julgado na decisão proferida no âmbito do Mandado de Segurança Coletivo (favorável ao contribiunte), negou provimento ao Agravo de Instrumento apresentado pela União, mas no corpo do voto Fl. 13229DF CARF MF 14 acaba por limitar o efeito daquela decisão favorável, já transitada em julgado, que já havia configurado coisa julgada. A situação judicial do contribuinte é sui generis, visto que possui duas decisões judiciais, que criaram norma concreta com relação ao seu direito ao crédito de IPI nos casos de aquisição de insumos isentos, provenientes da Zona Franca de Manaus. Diante de sua complexidade, a coisa julgada é matéria de estudo em qualquer ordenamento jurídico, de extensa doutrina e desafio extremo. Poderiase concluir que posterior decisão, em âmbito de agravo de instrumento, poderia reformar um direito adquirido? Conforme voto da notável Conselheira Thais de Laurenttis, no julgamento do mencionado caso, Acórdão n.º 3402002.932, prevalece neste Conselho a aplicação da decisão transitada em julgado (MS coletivo) em detrimento da decisão constante no Agravo de Instrumento, conforme trechos extraídos de sua declaração de voto, in verbis: "Sobre o Mandado de Segurança Coletivo n. 91.00477834, entende o Contribuinte que possui coisa julgada em seu favor, à medida que esta ação foi impetrada pela Associação dos Fabricantes Brasileiros de Cocacola (AFBCC), como substituta processual de seus associados. A seu turno a Fazenda Pública alega que a coisa julgada não beneficia o Contribuinte. Isto porque a ação foi manejada no Rio de Janeiro, tendo sido elencada como autoridade coatora o Delegado da Receita Federal daquela jurisdição. Assim, a coisa julgada ali formada não alcançaria o Contribuinte, cujo domicílio fiscal está sob a jurisdição do Delegado da Receita Federal de outro estado brasileiro, responsável pela lavratura do auto de infração ora sob análise. A discussão acerca dos efeitos do julgamento do citado Mandado de Segurança Coletivo com relação às empresas associadas à AFBCC não é nova no CARF. Em julgamentos de casos semelhantes, este Conselho vem afastando a autoridade da coisa julgada formada no Mandado de Segurança Coletivo n. 91.00477834, cuja decisão favorável aos contribuintes transitou em julgado em 02/12/1999, depois de negado o Agravo de Instrumento interposto no bojo do Recurso Extraordinário manejado pela União (e.g. Processo n. 10950.000026/201052, Acórdão n. 3403003.323, de 15 de outubro de 2014; e Processo n. 15956.720043/201316, Acórdão n. 3403003.491, de 27 de janeiro de 2015). Pautam este entendimento no fato de o Supremo Tribunal Federal (“STF”), quando da análise da Reclamação 7.7781/ SP (apresentada por Associado da AFBCC), julgada em 30/04/2014, ter decidido pela restrição territorial dos efeitos do Mandado de Segurança Coletivo n. 91.00477834 à jurisdição do órgão prolator, vale dizer, o Rio de Janeiro. Vejase a ementa da Reclamação: "Agravo regimental em reclamação. 2. Ação coletiva. Coisa julgada. Limite territorial restrito à jurisdição do órgão prolator. Art. 16 da Lei n. 7.347/1985. 3. Mandado de segurança Fl. 13230DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 9 15 coletivo ajuizado antes da modificação da norma. Irrelevância Trânsito em julgado posterior e eficácia declaratória da norma. 4. Decisão monocrática que nega seguimento a agravo de instrumento. Art. 544, § 4º, II, b, do CPC. Não ocorrência de efeito substitutivo em relação ao acórdão recorrido, para fins de atribuição de efeitos erga omnes, em âmbito nacional, à decisão proferida em sede de ação coletiva, sob pena de desvirtuamento da lei que impõe limitação territorial. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (grifei)" Destaco abaixo trecho do voto do Ministro Relator, Gilmar Mendes Ferreira, no qual encontramos a razão que levou ao julgamento neste sentido: "Ocorre que o art. 2ºA da Lei 9.494 aduz expressamente que “ a sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator”. Assim, o limite da territorialidade pretende demarcar a área de produção dos efeitos da sentença, tomando em consideração o território dentro do qual o juiz tem competência para processamento e julgamento dos feitos. (grifei)" Todavia, ouso, com a devida vênia, discordar do julgamento proferido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, razão pela qual entendo que esta decisão não merece guarida do CARF. Efetivamente, o julgamento da Reclamação n. 7.7781/ SP recaiu em uma “vala comum” a qual não pertence, culminando em decisão totalmente dissociada do direito processual aplicável aos mandados de segurança coletivos de matéria tributária, bem como do caso concreto levado à apreciação do STF, e que agora merece uma análise mais cuidadosa deste Conselho. Neste sentido, vale salientar que, em consulta sobre o andamento processual da Reclamação n. 7.778 (apresentada por Companhia de Bebidas Ipiranga, associada que fora substituída pela AFBCC no Mandado de segurança Coletivo n. 91.00477834) no sítio eletrônico do STF, constatase que foram opostos embargos de declaração ainda pendentes de julgamento. Assim, a decisão ainda não é final. (...) Por conseguinte, entendo que não resta outro caminho a este Conselho se não reconhecer o direito do Contribuinte, nos exatos moldes da decisão transitada em julgado no Mandado de Segurança Coletivo n. 91.00477834, que garantiu o direito comum a todos os membros da Associação ao creditamento de IPI, e que agora deve ser viabilizado." Fl. 13231DF CARF MF 16 Firme nesta mesma posição de que prevalece a aplicação da decisão transitada em julgado (MS coletivo) em detrimento da decisão constante no Agravo de Instrumento, um outro ponto a favor do contribuinte deve ser considerado. Conforme apontado em fls. 13130, em pedido do contribuinte, o STF proferiu nova decisão no julgamento do RE n.º 612.043/PR, em sede de repercussão geral, determinando que o limite territorial somente pode ser aplicado em casos de rito ordinário e, não sendo o Mandado de Segurança Coletivo uma medida judicial de rito ordinário, neste caso em concreto prevalece esta decisão do STF, que, segundo o Art. 62 do RICARF, é de aplicação obrigatória a este conselho. Assim, neste caso em concreto, permanece válida a decisão que reconheceu o direito de crédito na aquisição de insumos desonerados, provenientes da Zona Franca de Manaus. Com a clareza e segurança de que a decisão favorável ao contribuinte deve ser aplicada e, solucionada esta questão, para evitar o conflito de decisões entre a administração fiscal e o Poder Judiciário, não é necessário discutir novamente esta questão do creditamento de IPI na aquisição de insumos desonerados da ZFM dentro deste processo administrativo fiscal. Pelo exposto e, nesta mesma linha de preservar a hierárquia entre os poderes Executivo e Legislativo, em lides administrativas fiscais provenientes de autos de infração que possuem o mesmo objeto e, a causa de pedir do contribuinte for a mesma que a presente em ação judicial, havendo decisão judicial, definitiva ou não, que reconhece o direito do contribuinte, verificase inúmeros precedentes deste Conselho que reconheceram o fenômeno da concomitância. Diante de concomitância, mesmo se solucionada a lide no Poder Judiciário, a administração fiscal não deve decidir sobre a matéria, para evitar decisões conflitantes e o acionamento duplo da máquina estatal. Este é o entendimento apresentado na Súmula CARF n.º 01. Portanto, sem prejuízo de que em outras situações este Conselho deva, sim, mandar aplicar a coisa julgada expressamente e dar ou negar provimento aos recursos, verifica se neste caso em concreto que há a concomitância, no que diz respeito ao direito ao crédito de IPI dos insumos desonerados, adquiridos por este contribuinte, para a fabricação de refrigerantes. Assim, deve ser aplicada a Súmula n.º 01 deste Conselho, transcrita a seguir: "Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." Por fim, a lide deste procedimento administrativo fiscal limitase à discussão das demais matérias, como a reclassificação dos concentrados para a fabricação de refrigerantes adquiridos da RECOFARMA. Fl. 13232DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 10 17 DO MÉRITO. Considerando as diversas argumentações do contribuinte, em que pese haver a concomitância na questão discutida no tópico acima e, sem qualquer prejuízo à decisão favorável ao contribuinte, exponho uma breve análise técnica sobre a legislação e as diversas decisões proferidas no âmbito do STF. Nas operações isentas, como não há cobrança de IPI na saída, não deveria haver direito creditório a ser escriturado, sob pena de violação ao princípio da não cumulatividade, previsto no art. 153, § 3º, II, da CF/88, art. 49 do CTN, art. 25 da Lei nº 4.502/1964 e art. 11 da Lei nº 9.779/1999. A nãocumulatividade voltase à quantificação tributária nas várias etapas de processo produtivo plurifásico, com a finalidade de evitar que a última etapa da cadeia (venda ao consumidor final) seja onerada pelo que se agregou em cada fase anterior. Assim, se não houver recolhimento de IPI na operação precedente, não há que se falar em creditamento. Se a entrada de matériaprima for não tributada (alíquota zero, isenção ou nãoincidência), então não haverá direito a crédito escritural correspondente à entrada. Além disso, a Súmula CARF n° 18 prescreve que a aquisição de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI. Entendo que a alíquota zero e a isenção têm a mesma repercussão de não gerarem recolhimento na entrada, o que veda o creditamento, como acima já se defendeu. Logo, sem decisão judicial favorável e, pela simples aplicação da legislação vigente, não haveria como permitir os créditos. Considerando os diversos precedentes proferidos no âmbito do STF, a situação já seria diferente, visto que não há posição específica sobre a questão do creditamento do IPI na aquisição de insumos desonerados provenientes da Zona Franca de Manaus. Posteriormente ao julgamento do RE nº 212.484, citado pela Recorrente, o STF, nos RE nº 370.682SC e nº 353.657PR, decidiram de modo contrário à sua pretensão: "Recurso extraordinário. Tributário. 2. IPI. Crédito Presumido. Insumos sujeitos à alíquota zero ou não tributados. Inexistência. 3. Os princípios da nãocumulatividade e da seletividade não ensejam direito de crédito presumido de IPI para o contribuinte adquirente de insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero. 4. Recurso extraordinário provido.RE 370.682SC, DJ 19/12/2007. E IPI. INSUMO. ALÍQUOTA ZERO. AUSÊNCIA DE DIREITO AO CREDITAMENTO. Conforme disposto no inciso II do § 3º do artigo 153 da Constituição Federal, observa se o princípio da nãocumulatividade compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ante o que não se pode cogitar de direito a crédito quando o insumo entra na indústria considerada a alíquota zero. Fl. 13233DF CARF MF 18 IPI. INSUMO. ALÍQUOTA ZERO. CREDITAMENTO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO. EFICÁCIA. Descabe, em face do texto constitucional regedor do Imposto sobre Produtos Industrializados e do sistema jurisdicional brasileiro, a modulação de efeitos do pronunciamento do Supremo, com isso sendo emprestada à Carta da República a maior eficácia possível, consagrandose o princípio da segurança jurídica. RE 353.657PR, DJ 07/03/2008." Em seguida, o STF, no julgamento do RE nº 566.819, sem tratar dos insumos da Zona Franca de Manaus, alinhou a negativa da possibilidade de creditamento em relação a insumo adquirido sob qualquer regime de desoneração, assentando que insumo isento não dá direito a crédito de IPI: "IPI. CRÉDITO. A regra constitucional direciona ao crédito do valor cobrado na operação anterior. IPI. CRÉDITO. INSUMO ISENTO. Em decorrência do sistema tributário constitucional, o instituto da isenção não gera, por si só, direito a crédito. IPI CRÉDITO. DIFERENÇA. INSUMO. ALÍQUOTA. A prática de alíquota menor para alguns, passível de ser rotulada como isenção parcial não gera o direito a diferença de crédito, considerada a do produto final. RE 566.819, DJ 10022011." Em que pese a existência destas decisões anteriores, é preciso considerar que somente com o julgamento do RE nº 592.891, em repercussão geral, que será decidido, de forma específica, a questão do créditamento do IPI nas aquisições desoneradas provenientes da ZFM. Não há qualquer vinculabilidade, neste caso, das decisões proferidas no âmbito do STF. Isto significa que não há posicionamento final do STF sobre a questão específica do creditamento do IPI na aquisição de insumos desonerados da Zona Franca de Manaus. Mas cumpri salientar que o caso destes autos também envolve aquisições provenientes da Amazônia Ocidental (DecretoLei n° 291/67, art.1º, §4º), que é a área abrangida pelos Estados do Amazonas, Acre e Territórios de Rondônia e Roraima. Visto que o creditamento de IPI nas aquisições provenientes da Amazônia Ocidental não são objeto de discussão no Poder Judiciário, nesta matéria não há concomitância, portanto, deve ser considerada na presente lide administrativa fiscal. Em que pese o entendimento excessivamente restrito apresentado pela fiscalização, não há dúvida de que os produtos adquiridos pela Recorrente são aqueles definidos no art. 6º, do DecretoLei nº 1.435/75: “matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional”. Entendido isto, devese considerar a aplicação do disposto nos art. 174 a 176 do RIPI/2002, acompanhado do Art. 82, assim como dos Art. 95 e 237 do RIPI/10, a seguir: "Dos Créditos como Incentivo Incentivos à ADENE e ADA Art. 174. Será convertido em crédito do imposto o incentivo atribuído ao programa de alimentação do trabalhador nas áreas da ADENE e ADA, nos termos dos arts. 2º e 3º da Lei nº 6.542, Fl. 13234DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 11 19 de 28 de junho de 1978, atendidas as instruções expedidas pelo Secretário da Receita Federal (Lei nº 6.542, de 1978, arts. 2º e 3º e Medidas Provisórias nºs 2.156 e 2.157, de 2001). Aquisição da Amazônia Ocidental Art. 175. Os estabelecimentos industriais poderão creditarse do valor do imposto calculado, como se devido fosse, sobre os produtos adquiridos com a isenção do inciso III do art. 82, desde que para emprego como MP, PI e ME, na industrialização de produtos sujeitos ao imposto (Decretolei nº 1.435, de 1975, art. 6º, § 1º). Outros Incentivos Art. 176. É admitido o crédito do imposto relativo às MP, PI e ME adquiridos para emprego na industrialização de produtos destinados à exportação para o exterior, saídos com imunidade (Decretolei nº 491, de 1969, art. 5º, e Lei nº 8.402, de 1992, art. 1º, inciso II). Art. 177. É admitido o crédito do imposto relativo às MP, PI e ME adquiridos para emprego na industrialização de produtos saídos com suspensão do imposto e que posteriormente serão destinados à exportação nos casos dos incisos IV e V do art. 42 (Decretolei nº 491, de 1969, art. 5º, e Lei nº 8.402, de 1992, arts. 1º, inciso II, e 3º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, § 1º). Da Amazônia Ocidental Isenção Art. 82. São isentos do imposto: III os produtos elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem pecuária, por estabelecimentos industriais localizados na Amazônia Ocidental, cujos projetos tenham sido aprovados pelo Conselho de Administração da SUFRAMA, excetuados o fumo do Capítulo 24 e as bebidas alcoólicas, das posições 22.03 a 22.06 e dos códigos 2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o Ex 01) da TIPI (Decretolei nº 1.435, de 1975, art. 6º, e Decretolei nº 1.593, de 1977, art. 34). § 1º Quanto a veículos nacionais beneficiados com a isenção referida no inciso I, a transformação dos mesmos em automóvel de passageiros, dentro de três anos de sua fabricação importará na perda do benefício e sujeitará o seu proprietário ao recolhimento do imposto que deixou de ser pago, independentemente das penalidades cabíveis. § 2º Os Ministros da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão fixarão periodicamente, em portaria interministerial, a pauta das mercadorias a serem comercializadas com a isenção prevista no inciso II, levando em conta a capacidade de produção das unidades industriais localizadas na Amazônia Ocidental (Decretolei nº 356, de 1968, art. 2º, parágrafo único, e Decretolei nº 1.435, de 1975, art. 3º). Fl. 13235DF CARF MF 20 (...) RIPI 2010 Da Amazônia Ocidental Isenção Art.95. São isentos do imposto IIIos produtos elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem pecuária, por estabelecimentos industriais localizados na Amazônia Ocidental, cujos projetos tenham sido aprovados pelo Conselho de Administração da SUFRAMA, excetuados o fumo do Capítulo 24 e as bebidas alcoólicas, das Posições 22.03 a 22.06, dos Códigos 2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o Ex 01)da TIPI(DecretoLei nº 1.435, de 1975, art. 6º,eDecretoLei no1.593, de 1977, art. 34). Dos Créditos como Incentivo Aquisição da Amazônia Ocidental Art.237.Os estabelecimentos industriais poderão creditarse do valor do imposto calculado, como se devido fosse, sobre os produtos adquiridos com a isenção doinciso III do art. 95, desde que para emprego como matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, na industrialização de produtos sujeitos ao imposto(DecretoLei no1.435, de 1975, art. 6o, § 1o). O mesmo é previsto no Decreto 1435/75, no Art 6.º, in verbis: Art 6º Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados os produtos elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem pecuária, por estabelecimentos localizados na área definida pelo§ 4º do art. 1º do Decretolei nº 291, de 28 de fevereiro de 1967. Logo, com fundamento na Resolução CAS de n.º 298/07 e Parecer Técnico 224/07 (fls 13019) e Ofício de fls. 13130, é possível verificar que o contribuinte aproveitou crédito sob a segurança jurídica resultante de previsões legais dos créditos concedidos na Amazônia Ocidental, visto que utiliza matéria prima agrícola, conforme aprovação do PPB de com extrato agrícola, como cana de açúcar e guaraná. É sabido que, conforme Relatório Fiscal de fls. 12005, no período de 04/10 a 12/11, o contribuinte fabricou refrigerante, dentro do sistema cocacola Brasil. Adquire insumos da Recofarma para fabricar refrigerantes da posição 22.02 da TIPI e aproveita créditos de IPI nas aquisições da Recofarma. Estes insumos adquiridos são identificados pelo contribuinte como concentrados de refrigerante e o contribuinte recebe estes insumos já classificados na NCM 2106.90.10, de acordo com as NFs de venda da RECOFARMA para o contribuinte em fls. 12674. A fiscalização, por sua vez, alega em síntese que não se trata de um concentrado, que é um produto intermediário e não um concentrado, visto que este deveria ser um produto pronto. Fl. 13236DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 12 21 Também alega que a coca cola zero nunca chega a diluir 10 vezes conforme exposto na NCM utilizada pelo contribuinte. Assim, em fls. 12047, apresenta uma tabela com todas as reclassificações. Apesar de mencionado pela fiscalização, não estão nos autos o laudo do Instituto Falcão Bauer e não há nenhum laudo ou perícia que permita concluir de forma técnica se as reclassificações da fiscalização estão corretas ou não. Segue em comparação a NCM 2106.90.10, do contribuinte e, em seguida, as NCMs da fiscalização, a seguir: (...) Veja que, em alguns casos, a própria reclassifição reconhece a aplicação da NCM utilizada pelo contribuinte, talvez nos Ex tarifários, mas sem apontar em qual Ex tarifário e para qual produto. Ainda que a fiscalização tivesse apontado, de forma individualizada, em qual Ex Tarifário cada produto corresponderia, não haveria infração ou o erro em classificar os concentrados no caput ou nos Ex Tarifários, visto que a posição e o texto são os mesmos, conforme trecho das posições reproduzidos a seguir: "TIPI 2106.90.10 Preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida da posição 22.02, com capacidade de Fl. 13237DF CARF MF 22 diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado. NCMM EXEX Descrição IPI 2106.90.10 Ex 01 Preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida da posição 22.02, com capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado 20 2106.90.10 Ex 02 Preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante do Capítulo 22, com capacidade de diluição de até 10 partes da bebida para cada parte do concentrado 4 2106.90.10 Preparações do tipo utilizado para elaboração de bebidas 0 Aliás, como é de conhecimento geral, os Ex Tarifários possuem o fim social de desoneração, por redução temporária de alíquota, conforme pode ser verificado na doutrina brasileira, arcabouço legislativo e, inclusive, no próprio site do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços: "Ataualizado em: 08/01/2018 O regime de ExTarifário consiste na redução temporária da alíquota do imposto de importação de bens de capital (BK), de informática e telecomunicação (BIT), assim grafados na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), quando não houver a produção nacional equivalente. Atualmente, o Conselho de Ministros da CAMEX tem promovido a redução a 0% (zero), ao amparo do ExTarifário. Sem a aplicação do regime, as importações de BK têm incidência de 14% de Imposto de Importação e, as de BIT, 16%. Ou seja, o regime de Extarifário promove a atração de investimentos no País, uma vez que desonera os aportes direcionados a empreendimentos produtivos.A importância desse regime consiste em três pontos fundamentais: Viabiliza aumento de investimentos em bens de capital (BK) e de informática e telecomunicação (BIT) que não possuam produção equivalente no Brasil; Possibilita aumento da inovação por parte de empresas de diferentes segmentos da economia, com a incorporação de novas tecnologias inexistentes no Brasil, com reflexos na produtividade e competitividade do setor produtivo. Produz um efeito multiplicador de emprego e renda sobre segmentos diferenciados da economia nacional. A concessão do regime é dada por meio deResolução CAMEX nº 66/2014da Câmara de Comércio Exterior (Camex), após análise, pelo Comitê de Análise de ExTarifários (CAEx), dos pareceres elaborados pela SDCI." Não há nos autos sequer os textos das posições apontadas como corretas pela fiscalização. Sendo os produtos reclassificados, estes mencionados acima, além deste quadro, não houve nenhuma prova ou sequer individualização por parte da fiscalização na re classificação fiscal. Fl. 13238DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 13 23 Não basta afirmar que a classificação utilizada pelo contribuinte é equivocada para a desmerecer, a fiscalização deve explicar e comprovar, de forma individualizada e de acordo com o texto das posições e regras gerais de classificação, qual a razão de considerar as outras posições como corretas. Não foi comprovado que o produto não é uma preparação composta; que é bebida alcoólica; que não se caracteriza como extrato concentrado ou sabor concentrado; que não é própria para elaboração de bebida da posição 22.02 e que não tenha capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado. Ao contrário, tudo indica que é uma preparação composta, que não é bebida alcoólica, que pode ser extrato ou sabor concentrado, que é própria para elaboração da bebida da posição 22.02 e que tem capacidade superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado. Há uma clara ausência de fundamentação legal e de descrição a respeito das reclassificações. Além disto, não faz sentido concluir que um concentrado, do que quer que seja, é um produto pronto para uso. O conceito de concentrado, por si, é algo que deve ser diluído em água ou qualquer outra substância. Em adição, se a SUFRAMA autorizou a operação, visto que não há nenhuma prova de descumprimento dos requisitos de aproveitamento dos créditos permitidos pela SUFRAMA, tal atividade é protegida pelo Art. 179 do CTN, in verbis: "Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão." E, ao seu favor, o contribuinte apresentou provas e verossimilhança suficiente para comprovar que a reclassificação apresentada pela fiscalização não deveria prosperar, uma vez que é impossível transportar, vender, industrializar ou comercializar os concentrados de refrigerante em uma única solução, mistura, um vez que o produto sofre deterioração e reações químicas que inviabilizam a qualidade de seu produto e toda a sua atividade industrial. Assim, faz sentido que os concentrados de refrigerantes sejam transportados em kits, condição formal que em nada altera a sua condição material, essencial, de ser um concentrado para refrigerantes. Ficou demonstrado que não há qualquer interesse da indústria em comercializar nenhum dos componentes do kit de forma separada, de modo que, resta evidente que o produto comercializado não é nenhum dos componentes do kit de forma separada, mas sim o concentrado. Todas a escrita fiscal e documentos das operações demonstram fielmente esta condição mercadológica. Fl. 13239DF CARF MF 24 E para enfraquecer o lançamento, é condição determinada no Art. 16 do RIPI/10, que toda a classificação deve seguir as Regras Gerais para Interpretação do SIstema Harmonizado e às Notas Explicativas: "TÍTULO III DA CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS Art.15.Os produtos estão distribuídos na TIPI por Seções, Capítulos, Subcapítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens (Lei nº 4.502, de 1964, art. 10). Art.16.Farseá a classificação de conformidade com as Regras Gerais para InterpretaçãoRGI, Regras Gerais Complementares RGC e Notas ComplementaresNC, todas da Nomenclatura Comum do MERCOSULNCM, integrantes do seu texto (Lei nº 4.502, de 1964, art. 10). Art.17.As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de MercadoriasNESH, do Conselho de Cooperação Aduaneira na versão lusobrasileira, efetuada pelo Grupo Binacional Brasil/Portugal, e suas alterações aprovadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, constituem elementos subsidiários de caráter fundamental para a correta interpretação do conteúdo das Posições e Subposições, bem como das Notas de Seção, Capítulo, Posições e de Subposições da Nomenclatura do Sistema Harmonizado (Lei nº 4.502, de 1964, art. 10)." Premissa básica e antecedente que não foi seguida pela fiscalização, que sequer divulgou os textos das posições em que pretendeu reclassificar os concentrados. E, ainda mais grave, não seguiu a obrigação de aplicar as Regras Gerais de forma escalonada, conforme texto oficial das Notas Explicativas exposto a seguir: "NOTA EXPLICATIVA I) A Nomenclatura apresenta, sob uma forma sistemá tica, as mercadorias que são objeto de comércio internacional. Estas mercadorias estão agrupadas em Seções, Capítulos e Subcapítulos que receberam títulos tão concisos quanto possível, ind icando a categoria ou o tipo de produtos que se encontram ali classificados. Em muitos casos, porém, foi materialmente impossível, em virtude da diversidade e da quantidade de mercadorias, englobá las ou enumerálas completamente nos títulos daqueles agrupamentos. II) A Regra 1 começa, portanto, por determinar que os títulos “têm apenas valor indicativo”. Deste fato não resulta nenhuma consequência jurídica quan to à classificação. III) A segunda parte da Regra prevê que a classifi cação seja determinada: a) De acordo com os textos das posições e das Notas de Seção ou de Capítulo, e b) Quando for o caso, desde que não sejam contrárias aos textos das refer idas posições e Notas, de acordo com as disposições das Regras 2, 3, 4 e 5. IV) A disposição III) a) é suficientemente clara e numerosas mercadorias podem classificarse na Nomenclatura sem que seja Fl. 13240DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 14 25 necessário recorrer às ou tras Regras Gerais Interpretativas (por exemplo, os cavalos vivos (posição 01.01), as prepa rações e artigos farmacêuticos especificados pela Nota 4 do Capítulo 30 (posição 30.06)). V) Na disposição III) b): a) A frase “desde que não sejam contrárias aos text os das referidas posições e Notas”, destinase a precisar, sem deixar dúvidas, que os dizeres das posições e das Notas de Seção ou de Capítulo prevalecem, para a determinação da classif icação, sobre qualquer outra consideração. Por exemplo, no Capítulo 31, as Notas estabelecem q ue certas posições apenas englobam determinadas mercadorias. Consequentemente, o alcance dessas posições não pode ser ampliado para englobar mercadorias que, de outra forma, aí se incluiriam por aplicação da Regra 2 b). " Assim, sem saber quais os textos das "novas" posições, como poderia a fiscalização reclassificar sem, primeiro, analisar se os textos das posições correspondem ao produto comercializado ou não? Não poderia. Por fim, conforme Relatório Fiscal de fls 12137, as vendas da Recofarma para o contribuinte também teriam sido autuadas e, de acordo com a fiscalização, comporiam os mesmo fatos do lançamento existente no processo administrativo fiscal de n.º 11080.732960/201410, com ingresso no CARF por Recurso Voluntário, ainda sem julgamento. De forma clara, é possível verificar que este lançamento utilizou o lançamento do processo conexo, inclusive com cópia do próprio relatório fiscal, para descrever a infração tributária. Confira este trecho do relatório utilizado pela DRJ/RS: "Foi efetuada ação fiscal junto à referida fornecedora, com base em MPF Nacional, tendo por objeto a análise do direito de aproveitamento de créditos do IPI por parte dos adquirentes, integrantes do Sistema CocaCola Brasil, localizados em todo território nacional. A referida ação fiscal está sintetizada nos itens 2.2 a 2.27.4 do Relatório Fiscal e resultou na apuração de irregularidades quanto à classificação fiscal dos produtos, e na lavratura de auto de infração objeto do processo 11080.732960/201410, contra a fornecedora RECOFARMA, do qual foram extraídos diversos documentos que constam no presente processo, como por exemplo laudos periciais, fotografias, relatório da ação fiscal, entre outros." Da mesma forma, confira este trecho do "Relatório Fiscal" de fls. 12008 a reproduzido em print screen a seguir, com a cópia do outro relatório: Fl. 13241DF CARF MF 26 O "Relatório Fiscal" segue esse formato até chegar ao seu final, oportunidade em que a fiscalização simplesmente "remendou" a escrita fiscal do contribuinte com os fatos do outro processo, como em uma colcha de retalhos. Ao analisar os autos do processo conexo (que foi distribuído para atender à conexão), verificouse que as operações daqueles autos (data do fato gerador: 31/12/2013) são posteriores às operações do presente processo (01/04/2010 a 27/12/2011), de modo que, não existe amparo fático entre um processo e outro. Não existe a conexão apontada. A operação de compra e venda dos concentrados de refrigerantes que está apontada na escrita fiscal do contribuinte não é a mesma operação de compra e venda apontada no processo conexo. Como aceitar um relatório da fiscalização que está presente em outro lançamento, de outro contribuinte, que não possui conexão com os autos? Não houve fiscalização das operações da Sorocaba Refrescos! A conseqüência de um lançamento sem substância própria, é a total ausência de relação dos fatos com a norma, ausência de descrição e fundamentação da infração tributária no presente processo administrativo fiscal. Fl. 13242DF CARF MF Processo nº 10855.721183/201598 Acórdão n.º 3201003.462 S3C2T1 Fl. 15 27 Estes fatos que somamse à ausência de laudo neste processo, ausência do texto das posições indicadas pela fiscalização, ausência da subsunção dos fatos e características dos produtos às Regras Gerais da NESH e às posições apontadas. É igualmente importante mencionar que a Câmara Superior desta Terceira Seção anulou por vício material um lançamento de classificação fiscal que continha os mesmos defeitos deste, conforme pode ser verificado no Acórdão CSRF 9303005.501. E por fim, mas não menos importante, não haveria nenhuma novidade em seguir esta linha de entendimento para a presente Turma de julgamento, visto que cancelou inúmeros lançamentos em razão de defeito na reclassificação por parte da fiscalização, conforme pode ser verificado no Acórdãos 3201003.039, 3201002.253 e 3402003.448. Diante de todo o exposto, dentro dos fundamentos já expostos, votase para DAR PROVIMENTO na parte conhecida do Recurso Voluntário, para que todo lançamento seja cancelado, inclusive as multa e juros. Voto proferido. (assinatura digital) Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Voto Vencedor Conselheiro Winderley Morais Pereira, Redator Designado. Em que pese o extenso e bem elaborado voto do i. Relator, a Turma concordou em parte com a posição, decidindo por maioria de seus membros, por manter a reclassificação fiscal realizada pela Receita Federal e não conhecer do recurso quanto a discussão do benefício fiscal aplicado a Amazônia Ocidental. Diante da divergência parcial, fui designado para redigir o voto quanto a posição que restou vencedora. O Relator votou por afastar a reclassificação promovida pela Fiscalização, por entender que não existia nos autos a justificativa e motivação para alteração das classificação realizada pela Recorrente, tampouco a juntada de laudo pericial. Divirjo da posição adotada pelo I. Relator. No Relatório fiscal elaborado pela Fiscalização, constam às folhas 57 a 78, descrição minuciosa do trabalho realizado pela fiscalização e os fundamentos e motivação que levaram a reclassificação fiscal realizada pela Receita Federal. Quanto ao laudo técnico, consta do Anexo 2 do mesmo relatório fiscal, laudo elaborado pelo Laboratório Falcão Bauer, que confirma o entendimento da Receita Federal quanto a classificação dos produtos. Ainda a convalidar o trabalho fiscal é apresentado fluxograma da processo produtivo da Recorrente e outras informações que fundamentam a reclassificação fiscal de mercadoria. Assim, estando plenamente motivado e fundamentada, e ainda, com Laudo Técnico emitido por laboratório reconhecido nacionalmente, não se pode falar em ausência de provas e motivação. Fl. 13243DF CARF MF 28 Quanto a possibilidade de utilização dos benefícios fiscais previstos para a Amazônica Ocidental. Entendo, que para está matéria também não se pode conhecer do recurso. A maioria da turma decidiu pela existência de ação judicial discutindo a aplicação dos benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. Assim, caso seja analisado a matéria referente a Amazônia Ocidental, a turma estaria enfrentando matéria ligada diretamente ao mérito da presente lide, que já está submetida ao Poder Judiciário, pois se enfrentado a turma teria que se manifestar sobre a aplicação do benefício fiscal referente a Amazônia Ocidental em substituição ou de forma concomitante ao benefício fiscal previsto para a Zona Franca de Manaus. O que implicaria em adentrar a matéria que vai ser dirimida pelo Poder Judiciário, Assim, a turma entendeu por não conhecer da matéria referente ao pedido de aplicação subsidiária do benefício previsto para a Amazônia Ocidental. Diante do exposto, voto por manter a reclassificação realizada pela Auditoria Fiscal e não conhecer do recurso quanto a aplicação do benefício fiscal previsto para a Amazônia Ocidental. Winderley Morais Pereira Fl. 13244DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.904627/2016-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 28/02/2011
CRÉDITO INTEGRALMENTE RECONHECIDO E DEFERIDO EM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DISCORDÂNCIA QUANTO À COMPENSAÇÃO EM PROCEDIMENTO DE OFÍCIO.
Não se conhece de recurso voluntário cujo direito creditório fora integralmente reconhecido e deferido em Pedido de Restituição.
A negativa da unidade de origem em efetuar compensação de crédito deferido em razão de débito pendentes de liquidação não se constitui matéria a ser apreciada pela instância julgadora.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 3201-003.516
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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DISCORDÂNCIA QUANTO À COMPENSAÇÃO EM PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. Não se conhece de recurso voluntário cujo direito creditório fora integralmente reconhecido e deferido em Pedido de Restituição. A negativa da unidade de origem em efetuar compensação de crédito deferido em razão de débito pendentes de liquidação não se constitui matéria a ser apreciada pela instância julgadora. Recurso Voluntário Não Conhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S/A declarou compensação de crédito da contribuição (PIS/Cofins) com débito de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 90 46 27 /2 01 6- 59 Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10680.904627/201659 Acórdão n.º 3201003.516 S3C2T1 Fl. 3 2 A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em razão do fato de que os pagamentos informados pelo declarante já haviam sido integralmente utilizados para quitação de débitos de sua titularidade, não restando crédito disponível. Em Manifestação de Inconformidade, o Requerente requereu a anulação do despacho decisório e a homologação da compensação, alegando o seguinte: a) transmitira Pedido de Restituição (PER) para garantir o direito ao crédito de pagamento efetuado a maior, crédito esse objeto de compensação declarada posteriormente; b) devido a incompatibilidade do programa gerador da declaração, o número do PER não foi informado na declaração de compensação. Nos termos do Acórdão nº 06057.493, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento (DRJ) decidido que, por se encontrar retido o direito creditório reconhecido administrativamente até que fossem liquidados os débitos existentes em nome do contribuinte para com a Fazenda Pública, encontravase correto o despacho decisório de não homologação da compensação declarada. Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, aduzindo, inicialmente, que havia entendido que a glosa de seu crédito se dera por ocorrência de erro operacional nos sistemas da Receita Federal, fato esse esclarecido somente na decisão da DRJ. Arguiu o Recorrente que a decisão recorrida sustentarase na premissa equivocada de que o não deferimento do direito creditório decorrera da discordância do contribuinte quanto ao procedimento de compensação de ofício, procedimento esse que não alcança débitos que se encontrem com exigibilidade suspensa, de acordo com decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) REsp nº 1.213.082/PR , submetido à sistemática dos recursos repetitivos, de observância obrigatória pelos Conselheiros do CARF,. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.508, de 20/03/2018, proferido no julgamento do processo 10680.904616/201679, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.508): O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. (...) Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10680.904627/201659 Acórdão n.º 3201003.516 S3C2T1 Fl. 4 3 Não há litígio a ser decidido nesta instância. A pretensão da contribuinte é ter reconhecido seu direito ao crédito informado em Pedido de Restituição. Ocorre que, conforme informado no voto da decisão recorrida, o crédito indicado já foi integralmente reconhecido e deferido no PER n° 39452.15834.310314.1.2.044815, tendo como resultado extraído da tela do Sief Processo: "DEFERIDO TOTALMENTE RDC AUTOMÁTICO". Ora, uma vez reconhecido e deferido o crédito não há o que se decidir quanto ao direito da contribuinte. A negativa da unidade de origem em efetuar a compensação, sob o fundamento de que o crédito está retido frente a débito pendente de liquidação, não se constitui matéria a ser apreciada pelo CARF, devendo negar conhecimento ao recurso da contribuinte. Conclusão Diante do exposto, voto para NÃO CONHECER do recurso voluntário interposto, uma vez que na origem o crédito fora reconhecido e deferido. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à contribuição para o PIS. Além disso, devese ressaltar, que, neste processo, também ocorreram fatos da mesma natureza daqueles observados no processo paradigma que ensejaram o não conhecimento do recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira . Fl. 78DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10245.001000/2010-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Período de apuração: 25/09/2009 a 23/11/2009
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS NA IMPORTAÇÃO.
A interposição fraudulenta de terceiros na importação resta caracterizada diretamente por indícios fortes e convergentes, ou por presunção legal, pela ausência de comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos utilizados na operação.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-003.669
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Cássio Schappo (suplente convocado), Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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A interposição fraudulenta de terceiros na importação resta caracterizada diretamente por indícios fortes e convergentes, ou por presunção legal, pela ausência de comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos utilizados na operação. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Cássio Schappo (suplente convocado), Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 5. 00 10 00 /2 01 0- 98 Fl. 306DF CARF MF 2 Relatório Reproduzo trecho do relatório de primeira instância: Cuida o presente de exigência de crédito tributário decorrente de procedimento especial de fiscalização (IN SRF nº 228/2002), levado a efeito pela DRF em Boa Vista (RR), concernente às importações realizadas pela empresa SANTOS E SANTOS COMÉRCIO LTDA. ME., que culminou com a lavratura, datada de 13/12/2010, do Auto de Infração (AI) MPF nº 0260100/00042/10 relativo à conversão em multa pecuniária da pena de perdimento das mercadorias fruto da ocorrência de interposição fraudulenta de terceiros – art. 23, V, parágrafos 1º, 2º e 3º do Decretolei nº 1.455/1976, com esteio na redação dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002, e arts. 73, §§ 1º e 2º, e 77 da Lei nº 10.833/2003, bem como no art. 689 e parágrafos do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 6.759/2009 , em vista da impossibilidade de apreensão das mesmas, no importe equivalente ao respectivo valor aduaneiro dos bens, redundando no montante de R$ 255.252,12 (conforme demonstrativo de apuração, à fl.15), nos termos da Peça de Autuação, às fls. 2/21, e do Relatório Final da Ação Fiscal, às fls. 22/51. Foi, igualmente, objeto desta autuação, na condição de responsável solidário, o senhor CHARLES DANTAS DA SILVA, ex vi do art. 124, inciso II, do CTN c/c art. 95, inciso I, do Decretolei nº 37/1966. Tratase de empresa que tem como atividade Lan House, em sala alugada a R$ 350,00, que habilitouse para comércio exterior, e importou milhares de sacos de cimento, ferros para construções e carvão mineral. O Fisco aponta os seguintes irregularidades: Não há comprovação de integralização de capital, os sócios não tinham recursos; O Livro Caixa mostra reiterados saldos credores de caixa, evidenciando a insuficiência dos recursos para amparar as importações; As notas fiscais indicam movimento de estoque com necessidade de armazenamento de milhares de sacos de cimento, e não há espaço/depósito/armazém da empresa; Que diversas notas fiscais de venda não foram reconhecidas pelos respectivos clientes; Em entrevista, o sócio Ruy Costa afirma: que teria começado as importações em 2010, quando na verdade as operações em foco são de 2009; que o responsável pelas transações comerciais seria Charles Dantas; que Charles já trabalhava com importações de cimento; Fl. 307DF CARF MF Processo nº 10245.001000/201098 Acórdão n.º 3201003.669 S3C2T1 Fl. 307 3 que Charles não era sócio porque tinha problemas no CPF; que seus clientes seriam Itaoca e Forte Construções. Na verdade, a Itaoca não confirmou as operações, e não há notas fiscais de venda para Forte Construções; Desse modo, o Fisco aplicou multa substitutiva do perdimento das mercadorias, conforme art. 23, §§ 1º e 3º, do Decreto 1.455/76, por ocultação do real adquirente, fundado ainda na presunção do §2º do mesmo artigo. Aplicou ainda a multa prevista no artigo 702, I, b1 do Regulamento Aduaneiro, nos casos de notas fiscais consideradas inidôneas, isto é, cujas vendas não foram confirmadas pelos supostos clientes. A empresa apresentou Impugnação, onde sustenta: que reconhece ter havido erros contábeis; que os recursos utilizados foram financiamentos dos fornecedores, com prazo de pagamento de até 180 dias, que são recursos em espécie, inferiores a R$10.000,00 que podem passar pela Alfândega sem necessidade de registro ou fechamento de câmbio; que o sócio Ruy Costa seria inexperiente, e por isso teve assessoria do Sr. Charles, que seria remunerado por comissão de 2,5% a 5%; que as vendas à Itaoca não confirmadas, seriam negociações não fechadas, e as notas fiscais deveriam ser canceladas, mas por inexperiência, o sócio Ruy Costa não pediu à contabilidade para cancelar; que usou a sede da empresa como depósito em 2009, e que somente se transformou em Lan House em 2010, quando o Auditor Fiscal lá compareceu; que a responsabilização solidária do Sr. Charles só seria possível se houvesse algum vínculo formal, como relação empregatícia; apresenta nova contabilidade corrigida. A DRJ/Fortaleza/CE – 7ª Turma, por meio do Acórdão 0823.754, de 15/06/2012, decidiu pela improcedência da Impugnação, mantendo integralmente o lançamento. Transcrevo a ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 25/09/2009 a 23/11/2009 LEGITIMIDADE PASSIVA SOLIDÁRIA. CABIMENTO. 1 Art. 702. Aplicamse as seguintes multas, proporcionais ao valor do imposto incidente sobre a importação da mercadoria ou o que incidiria se não houvesse isenção ou redução (DecretoLei nº 37, de 1966, art. 106, caput): I de cem por cento: (...) b) pelo desvio, por qualquer forma, de bens importados com isenção ou com redução do imposto; Fl. 308DF CARF MF 4 Responde pela infração, conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. A ausência de impugnação por parte de sujeito passivo solidário acarreta, contra o revel, a preclusão temporal do direito de praticar o ato impugnatório, prosseguindo, o litígio administrativo, em relação aos demais. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 25/09/2009 a 23/11/2009 IMPORTAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DA ORIGEM, DISPONIBILIDADE E TRANSFERÊNCIA DOS RECURSOS EMPREGADOS. PRESUNÇÃO LEGAL. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. OCORRÊNCIA. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA PECUNIÁRIA. A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior pela não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. Considerase dano ao erário a interposição fraudulenta de terceiros, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. A empresa então apresenta o Recurso Voluntário, que tem o mesmo teor da Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, relator. O recusto é tempestivo e não vislumbro óbices a seu conhecimento. A ocultação fraudulenta de intervenientes em operação de comércio exterior é considerada dano ao eráro e punida com o perdimento das mercadorias, cf. DL 1.455/76, art. 23, V, e §1º, ou com multa equivalente ao valor aduaneiro, cf. §3º2: 2 Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a Fl. 309DF CARF MF Processo nº 10245.001000/201098 Acórdão n.º 3201003.669 S3C2T1 Fl. 308 5 A ocultação fraudulenta pode ser provada diretamente, pela coleta de provas ou indícios convergentes da fraude ou simulação, ou por presunção legal, pela demonstração da “nãocomprovação da origem disponibilidade e transferência dos recursos empregados” na operação, cf §2º3: Desse modo, e por imposição legal, a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação enseja o perdimento ou multa substitutiva. Com efeito, em vista da infinidade de fraudes e interesses nas fraudes em comércio exterior4, e ainda, a impossibilidade de regulação de intervenientes estrangeiros, é que a legislação impõe transparência plena nas operações. No presente caso, há elementos mais que suficientes para que se considere o Sr. Charles Dantas como real adquirente das mercadorias, tal como relatado em entrevista pelo sócio Ruy Costa. Não há contestação das informações prestadas pelo Sr. Ruy Costa, apenas se tentou, nos recursos, caracterizar o Sr. Charles como “assessor”. Todavia, o conjunto probatório leva à conclusão de que era o real adquirente, pois 1 – o sr. Ruy Costa não demonstra conhecer os detalhes do negócio, dando informações incorretas, e aponta o Sr. Charles como o responsável pelas negociações, sendo remunerado com 20%, depois corrigido para 2,5% ou 5%, e ainda, por divisão de lucros; 2 – Os clientes informaram que somente tiveram negociações com o Sr. Charles, reconhecendoo como o representante da empresa; 3 – O Sr. Charles já trabalhava com importação de cimento, e tinha problemas no CPF, não podendo figurar como importador; Além desse elementos, outros corroboram na caracterização da ocultação fraudulenta do real adquirente: 4 – Não se comprovaram a origem, disponibilidade e transferência dos recursos utilizados nas operações; 5 – A contabilidade indicava saldos credores reiterados, em clara demonstração de insuficiência de recursos; 6 – não havia depósito para o armazenamento das mercadorias; 7 – não se confirmou a venda de mercadorias a clientes indicados em diversas notas fiscais, caracterizandoas como inidôneas. interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002). (…) § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) (...) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. 3 § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. 4 , tais como lavagem de dinheiro, operações fíctícias para auferimento de benefícios à exportação, ocultação de intervenientes para ludibrirar controles e cotas, ocultação de interveniente para evasão tributária, blindagem patrimonial do real interveniente, e muitos outros Fl. 310DF CARF MF 6 A alegada origem dos recursos pelo financiamento dos exportadores carece de qualquer amparo, seja porque contraria a contabilidade registrada, seja porque alegadamente feita em espécie. Ora, os valores transacionados superam os R$ 10.000,00 que seriam permitidos para operações em espécie no comércio exterior. A alegada utilização da sede da empresa como depósito para milhares de sacos de cimento também soa inverossímil, numa localidade alugada por R$ 350,00 para Lan House. Tal inverossimilhança somase ao conjunto probatório como direcionador da formação do convencimento do julgador5 em sentido desfavorável à empresa. A falta de comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos, por si só, caracteriza a ocultação fraudulenta de terceiros, conforme §2º do art. 23 do Decreto 1.455/76. Cumulado com os outros indícios veementes, não há como deixar de concluir pela efetiva interposição fraudulenta de terceiros, com ocultação do real adquirente, no presente caso, e a particpação efetiva do Sr. Charles, ensejando sua responsabilização tributária solidária, conforme artigo 124, I do CTN6 e artigo 95, I, do Decreto Lei 37/667. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Marcelo Giovani Vieira Relator 5 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. 6 Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; 7 Art.95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; Fl. 311DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.915053/2012-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.257
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
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(assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado em face de decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada para se contrapor ao Despacho Decisório que não homologara a compensação declarada, sob o argumento de que o pagamento informado havia sido localizado mas utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Na Manifestação de Inconformidade, o Impugnante alegou que não era contribuinte da Cofins, tratandose de uma cooperativa, nos termos dos artigos 3º e 4º da Lei nº 5.764/71, que somente praticava atos com cooperados. Argumentou que sua atividade era a coordenação de serviços de saúde, laboratoriais e de hospitais para seus cooperados, de modo que todos seus atos eram cooperativos, isentos da Cofins. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 15 05 3/ 20 12 -5 0 Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10830.915053/201250 Resolução nº 3201001.257 S3C2T1 Fl. 120 2 Concluiu, pleiteando o reconhecimento da ineficácia do despacho decisório e do direito creditório e, por conseguinte, a homologação da compensação. A decisão da Delegacia de Julgamento, denegatória do direito pleiteado, fundamentouse na constatação de que a isenção da Cofins para as cooperativas, prevista no art. 6°, I, da Lei Complementar n° 70, de 1991, vigorou até outubro de 1999, tendo sido revogada expressamente, a partir de novembro de 1999, pela Medida Provisória (MP) nº 1.858 6, de 1999, passando as cooperativas, a partir de então, a apurar a base de cálculo da contribuição da mesma forma das demais pessoas jurídicas. Destacou o órgão julgador de primeira instância que os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente eram passíveis de restituição/compensação se os indébitos reunissem as características de liquidez e certeza. Cientificado da decisão, o contribuinte pleiteou o provimento do Recurso Voluntário, interposto de forma hábil e tempestiva, ou, alternativamente, a conversão do feito em diligência, em respeito ao princípio da verdade material, arguindo o seguinte: a) possui direito ao crédito pleiteado em respeito ao princípio da verdade material; b) o acórdão recorrido é insubsistente, pois a Administração deveria ter investigado com maior afinco a origem do crédito indicado, não se limitando unicamente à alegação de ausência de crédito; c) a prova de que o mero argumento de vinculação à obrigação confessada em DCTF não é suficiente para a negativa do direito creditório é que somente com a decisão recorrida que os fundamentos de direto foram aduzidos, ao arrepio do contraditório e da ampla defesa, extrapolandose os limites da lide que foram demarcados pelo indeferimento no despacho decisório; d) no acórdão proferido pela DRJ, não foi consignada nenhuma objeção ao fato de se tratar de uma cooperativa, cujos atos cooperativos não sofrem a incidência da Cofins; e) a Constituição Federal prevê tratamento diferenciado às cooperativas e os artigos 3°, 4º e 5º da Lei n° 5.764/1971 trazem, respectivamente, a definição de sociedade cooperativa, as suas características e a possibilidade de adoção de objeto de qualquer gênero de serviços, operação ou atividade; f) a discussão travada nos autos não diz respeito à isenção da Cofins, mas à não incidência da contribuição sobre os atos cooperativos, estes preceituados pelo art. 79 da Lei n° 5764/1971; g) no caso em apreço, há o exercício de coordenação de serviços de saúde, laboratoriais e de hospitais para seus cooperados, decorrendo das contribuições desses mesmos cooperados todos os valores nela ingressados, valores esses destinados à contratação de médicos, dentistas, psicólogos, serviços de laboratórios e de hospitais, todos eles diretamente ligados à sua atividade. h) a matéria está submetida à Repercussão Geral no Supremo Tribunal Federal (RE 672215). Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10830.915053/201250 Resolução nº 3201001.257 S3C2T1 Fl. 121 3 É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3201001.249, de 20/03/2018, proferido no julgamento do processo 10830.914988/201219, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3201001.249): Depreendese do caderno processual, que não há oposição em relação ao fato de que a recorrente praticou atos cooperativos. Assim, o cerne da questão está em apreciar o direito de a recorrente ter afastada a tributação pela COFINS, dos atos cooperativos típicos por ela praticados, quais sejam, de operações entre a Cooperativa e seus associados, o que lhe conferiria o direito de ter retornado ao seu patrimônio o valor pago a maior a título de COFINS, o que viabilizaria a compensação pretendida. Ocorre que, no caso em debate tanto o despacho decisório, quanto a decisão proferida em sede de manifestação de inconformidade informam não estar comprovada a certeza e a liquidez do direito creditório. A decisão, portanto, foi no sentido de que inexiste crédito apto a lastrear o pedido da recorrente. No entanto, entendo como razoável as alegações produzidas pela recorrente aliado aos documentos apresentados nos autos, o que atesta que procurou se desincumbir do seu ônus probatório em atestar a existência dos créditos alegados. Neste contexto, a teor do que preconiza o art. 373 do diploma processual civil, teve a manifesta intenção de provar o seu direito creditório, sendo que tal procedimento, também está pautado pela boafé. Assim, entendo que há dúvida razoável no presente processo acerca da liquidez, certeza e exigibilidade do direito creditório, o que justifica a conversão do feito em diligência, não sendo prudente julgar o recurso em prejuízo da recorrente, sem que as questões aventadas sejam dirimidas. Diante do exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que seja intimada a recorrente para no prazo de 30 (trinta) dias, renovável uma vez por igual período, a apresentar (i) os cálculos e (ii) outros documentos, porventura, ainda necessários aptos a comprovar os valores pretendidos. Deve, ainda, a autoridade administrativa informar se há o direito creditório alegado pela recorrente e se o mesmo é suficiente para a extinção do débito existente tomando por base toda a documentação apresentada pelo contribuinte. Fl. 121DF CARF MF Processo nº 10830.915053/201250 Resolução nº 3201001.257 S3C2T1 Fl. 122 4 Isto posto, deve ser oportunizada à recorrente o conhecimento dos procedimentos efetuados pela repartição fiscal, inclusive do relatório elaborado pela fiscalização, com abertura de vistas pelo prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, para que se manifeste nos autos, para, na sequência, retornarem os autos a este colegiado para prosseguimento do julgamento. Os fatos que ensejaram a conversão em diligência do julgamento do processo paradigma também se encontram presentes nestes autos, justificando, por conseguinte, a aplicação da mesma decisão a este processo. Portanto, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem intime o Recorrente para, no prazo de 30 (trinta) dias, renovável uma vez por igual período, apresente (i) os cálculos e (ii) outros documentos porventura ainda necessários aptos a comprovar os valores pretendidos. Deve, ainda, a autoridade administrativa informar se há o direito creditório alegado e se ele é suficiente para a extinção do débito existente, tomando por base toda a documentação apresentada pelo contribuinte. Após, concedase o prazo de 30 (trinta) dias ao Contribuinte para que tome conhecimento dos procedimentos realizados pela repartição de origem, inclusive do relatório a ser elaborado pela Fiscalização, e se manifeste, a seu critério, acerca do resultado da diligência. Concluída a instrução do feito, retornem os autos para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 122DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11543.002084/2006-07
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.311
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, vencidos os Conselheiros Marcelo Giovani Vieira e Charles Mayer de Castro Souza. Fizeram sustentações orais, pela contribuinte, o Dr. Ricardo Corrêa Dalla, OAB/ES nº 4055 e Dr. Antônio Cruz Netto, OAB/ES 17270.
(assinatura digital)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
(assinatura digital)
PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Cássio Schappo, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, vencidos os Conselheiros Marcelo Giovani Vieira e Charles Mayer de Castro Souza. Fizeram sustentações orais, pela contribuinte, o Dr. Ricardo Corrêa Dalla, OAB/ES nº 4055 e Dr. Antônio Cruz Netto, OAB/ES 17270. (assinatura digital) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. (assinatura digital) PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Cássio Schappo, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório. Tratase de Recurso Voluntário de fls. 5370 em face da decisão de primeira instância administrativa fiscal proferida no âmbito da DRJ/RJ que julgou improcedente a RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 43 .0 02 08 4/ 20 06 -0 7 Fl. 5601DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.602 2 manifestação de inconformidade do contribuinte, mantendo a não homologação da compensação solicitada por meio de Dcomp, no regime não cumulativo do Pis e da Cofins. Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a decisão recorrida. "Trata o presente processo de Pedidos de Ressarcimento/Declarações de Compensação (Dcomp) de crédito relativo a Cofins nãocumulativa referente ao período de fevereiro de 2004 a dezembro de 2006. A DRF/Vitória exarou o despacho decisório de fls. 1044, com base no Parecer SEORT/DRF/VIT nº 1125, de 26/05/2009 (fls. 1031/1043), decidindo reconhecer em parte o direito creditório pleiteado, no valor de R$ 998.272,17 e homologar parcialmente as compensações declaradas. Os ajustes efetuados pela autoridade fiscal na base de cálculo dos créditos do regime nãocumulativo da Cofins resultaram em saldo de contribuição a pagar apurado nos períodos de junho de 2004 a março de 2005 e julho de 2005 a janeiro de 2006. Foi então lavrado o Auto de Infração relativo à falta/insuficiência de recolhimento da Cofins referente aos períodos de apuração citados, formalizado no processo nº 15578.000632/200952, apensado a este (fls. 148/157), no valor total de R$ 2.037.215,11, incluído principal, multa de ofício e juros de mora calculados até 30/04/2009. O enquadramento legal do auto de infração encontrase à fl. 157 e a base legal da multa e dos juros, em fl. 153. No Parecer SEORT, que serviu de base para o Despacho Decisório e fundamentou o Auto de Infração, a autoridade fiscal registra, em resumo, que: • Equivocouse o sujeito passivo ao não incluir na base de cálculo da Cofins as receitas financeiras (até 01/08/2004) e receitas diversas. Foram realizados ajustes tomando por base os lançamentos a crédito efetuados nos balancetes; • Na apuração dos créditos, constatouse, em alguns meses, divergência entre os valores informados no DACON e nas planilhas apresentadas, em relação às aquisições de café. Foram adotados os dados das planilhas • As compras de café foram pulverizadas em mais de 60 fornecedores PJ e vários PF. Para efeito de análise dos fornecedores, optouse por uma amostragem que representa mais de 80% das aquisições de café de pessoa jurídica no período de 2004 a 2006; • Verificouse irregularidades em 24 dos 27 maiores fornecedores PJ (omissos, inativos, receita declarada nula ou incompatível com as vendas realizadas); • As empresas Riocoffe Imp. Exp. Ltda e Cometa Comércio de Cereais Ltda foram declaradas inaptas pela SRF. Dos fornecedores analisados, 88,89% encontramse em situação irregular; • Na hipótese relatada, sabidamente não houve o respectivo recolhimento tributário de forma tal que não há razoabilidade em se admitir o reconhecimento do direito creditório, sob pena de se patrocinar verdadeira sangria nas finanças públicas; • Com base nas planilhas/arquivos magnéticos das compras enviadas pelo sujeito passivo, foi elaborado o "Demonstrativo de Apuração das Contribuições nãocumulativas" discriminando todos os Fl. 5602DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.603 3 ajustes procedidos. Os ajustes realizados no Demonstrativo foram consubstanciados a partir dos valores na "Planilha de Glosas efetuadas/compras de café", na qual contém as compras adquiridas de pessoas jurídicas que foram desconsideradas para fins de cálculo dos créditos a descontar; • De acordo com as planilhas apresentadas, no que tange as aquisições de pessoas físicas, foram registradas compras de café sob o CFOP 1.102, que se refere a compras de mercadorias a serem comercializadas e que, portanto, não geram crédito presumido; • O sujeito passivo equivocouse ao incluir no cômputo dos créditos a descontar as aquisições de café sob o CFOP 1.501, que se refere a compras com fim especifico de exportação, já que referidas vendas encontramse fora do campo de incidência da contribuição; • Não foi possível homologar as declarações de compensação em sua totalidade, por insuficiência de créditos, de acordo com a Tabela de Compensação elaborada no Parecer; • Além disso, foi apurado saldo de Cofins a pagar nos meses de junho de 2004 a março de 2005 e julho de 2005 a janeiro de 2006, tendo sido emitido auto de infração para os referidos meses. O saldo de Cofins a pagar nos meses de fevereiro e março de 2004 já se encontram decaídos. A contribuinte foi cientificada do Despacho Decisório e do Auto de Infração em 01/07/2009 (fl. 1102) e apresentou, em 30/07/2009, a Manifestação de Inconformidade em fls. 1291/1308 e a Impugnação em fls. 1103/1119, alegando, em síntese que: • O Agente Fiscal deveria proceder ao lançamento das contribuições omitidas e não recolhidas pelo sujeito passivo da obrigação que neste caso é o fornecedor das matérias primas adquiridas; • Querer impor à impugnante, que de boafé comprou e pagou as mercadorias, a obrigação de pagar, pela via da exclusão glosa dos créditos apurados é no mínimo arbitrário e ilegal; • Não há previsão legal que impute ao comprador de mercadorias a verificação da situação cadastral do fornecedor. Conforme se pode observar, pelos espelhos, agora emitidos, as situações cadastrais mencionadas como argumento de glosa deramse em data posterior aos registros de entradas das mercadorias. Para comprovar anexamos os Comprovantes de Inscrição e de Situação Cadastral; • A falta de pagamento não é responsabilidade da impugnante, que nenhum vinculo societário tem com aquelas pessoas jurídicas, não podendo ser penalizada por um ato que foge inteiramente ao seu controle; • Todas as mercadorias adquiridas pela impugnante têm o propósito de comercialização, passando obrigatoriamente por processo de industrialização, fazendo jus, portanto, aocrédito presumido do PIS e da COFINS, independente do CFOP utilizado; • A mercadoria ou matéria prima adquirida sob o CFOP 1501, apesar de registrada sob este código, foi adquirida para industrialização e posterior comercialização. Não há nenhuma possibilidade da empresa adquirir de pessoa física, mercadoria com fim específico de exportação; • O Parecer é arbitrário, vez que o enquadramento legal descrito não foi descumprido pela impugnante; • A autoridade fiscal, para a lavratura do auto de infração, não provou o descumprimento da legislação de regência da Cofins, mas resolveu de forma arbitrária, efetuar o lançamento e cobrar o tributo, da impugnante, que não tem qualquer responsabilidade pelas obrigações tributárias do fornecedor; • O lançamento tributário promovido não pode subsistir, devendo ser declarado nulo, uma vez que não há fato Fl. 5603DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.604 4 imponível a ser reconhecido, pelo menos no que diz respeito à Impugnante; • Para comprovar, apresenta cópias das notas fiscais de compras de pessoas jurídicas, cópias dos comprovantes de pagamento, comprovação da operação de industrialização da empresa; • Requer seja o Parecer declarado nulo, juntamente com a pretensão fiscal em comento, com o restabelecimento integral dos créditos tributários legalmente lançados. Requer a suspensão da exigibilidade dos créditos tributários decorrentes e que, em razão do grande volume de notas fiscais e comprovantes de pagamentos, que estes permaneçam à disposição da fiscalização em sua sede, sendo anexados, por amostragem, alguns casos. Por fim requer o direito de apresentar outros documentos, necessários ao deslinde da questão, inclusive a diligência fiscal. Em 20/12/2011, a então 5a Turma da DRJ/RJ2 encaminhou o processo em diligência, por meio da Resolução nº 185 (fls. 4784/4785) para que a Delegacia de origem prestasse maiores esclarecimentos quanto ás irregularidades apuradas na apropriação de créditos da nãocumulatividade da COFINS sobre as aquisições de café junto a pessoas jurídicas inaptas, inativas ou omissas. Em atendimento ao solicitado, foram anexados aos autos os documentos de fls. 4788/5166 e o resultado do procedimento de diligência realizado pelo SEFIS/DRF/Vitória consta do Termo de Enceramento de Diligência em fls. 5167/5277. No referido Termo, a autoridade fiscal registra, em resumo, que: • Para apurar as irregularidades cometidas no mercado de café foi deflagrada a operação fiscal TEMPO DE COLHEITA, pela DRF/Vitória, em outubro de 2007, como relatado nos itens seguintes, que resultou na comunicação de tais fatos ao Ministério Público Federal; • Em 01/06/2010, deflagrouse a operação BROCA parceria do Ministério Público, Polícia Federal, e Receita Federal, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 74 locais; • A douta Procuradoria da República no Município de Colatina, por meio do Ofício nº 466/2010 PRM/COL/PAG, de 12 de agosto de 2010, encaminhou à RFB cópia dos documentos oriundos das buscas e apreensões realizadas pela OPERAÇÃO BROCA, bem como cópia da DENÚNCIA oferecida e aceita nos autos do processo principal nº 2008.50.05.0005383 (processos dependentes nº 2009.50.01.0005193 e 2010.50.05.0001610 e Inquérito Policial nº 541/2008DPF/SR/ES); • Com base na denúncia oferecida, consta nos referidos autos depoimento do Sr.JULIANO SALA PADOVAN, titular e gestor da empresa R. ARAÚJO –CAFECOL MERCANTIL (fornecedora KAFFE neste processo), prestado à Polícia Federal, onde afirma que algumas empresas exportadoras fingem que compram café da R. Araújo , mas sabem que estão comprando diretamente dos produtores rurais; • a motivação da operação Tempo de Colheita foi a flagrante divergência entre as movimentações financeiras de 36 pessoas jurídicas atacadistas– na ordem de 3 bilhões de Reais nos anos de 2003 a 2006 – e os valores insignificantes das receitas declaradas; • 53% das empresas atacadistas fiscalizadas foram criadas a partir de 2002, e passaram a ter movimentação financeira crescente e expressiva a partir de 2003; • ao contrário dos tradicionais atacadistas, tais Fl. 5604DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.605 5 empresas ocupam salas pequenas e acanhadas, sem qualquer estrutura física ou logística, nem dispõem de funcionários para operar como atacadistas. Cita como exemplo a Acádia, Do Grão, L&L e Colúmbia (fornecedoras da KAFFEE neste processo ou em períodos seguintes); • O resultado das investigações apontou tratarse de um esquema que consiste na utilização de pseudoempresas atacadistas para simular transações de compra e venda de café para empresas comerciais exportadoras e indústrias, dando aparência de legalidade às operações; • a existência das pseudoempresas e o modo delas operarem não só é de pleno conhecimento das empresas exportadoras e torrefadoras como algumas ditavam as regras, conforme detectado no curso das diligências e fiscalizações; • os depoimentos dos produtores rurais, das mais diversas localidades do ES, têm o mesmo teor: as notas fiscais do produtor rural, preenchidas pelos compradores/corretores/maquinistas ou a mando deles, têm como destinatárias supostas “empresas” TOTALMENTE DESCONHECIDAS DOS DEPOENTES e que não são as reais adquirentes do café. Transcreve trechos de depoimentos; • em depoimentos prestados durante a operação Tempo de Colheita, os corretores de café foram unânimes em asseverar que os reais compradores do café (atacadistas, exportadores e indústrias) detêm o pleno conhecimento da existência do mercado de venda de notas fiscais realizado por intermédio de diversas pseudoatacadistas de café. Transcreve trechos de depoimentos; • a fiscalização resume os fatos apurados e depoimentos colhidos junto a diversas empresas fornecedoras da KAFFEE (Riocoffe, Montreal, Monte Verde, Acádia, R. Araújo, Do Norte Café, Agar, Agrosanto, Celba, Porto Velho, Danúbio, Arace Mercantil, Coffer Company e Cafeeira Centenário, Continental Trading, Galdino Tomaz Ferreira de Camargo, Coipex, Mourão Forte e Femar Café, São Jorge e A.A. de Paulo, Cometa) e junta aos autos Termos de Verificação Fiscal, Termos de Constatação Fiscal, depoimentos e confirmações de negócio relativos a cada empresa citada; • R. Araújo – Cafecol Mercantil foi baixada pela RFB por motivo “inexistente de fato”; • Restou comprovado que os fornecedores de café da Kaffee, neste processo administrativo, encontravamse em situação irregular perante a RFB. Alguns já tiveram sua INAPTIDÃO declarada, por inexistência de fato. Outros foram considerados “pseudoatacadistas”, seja por diligências realizadas pelos Auditores Fiscais,seja pelos inúmeros depoimentos de produtores rurais, maquinistas, corretores e sócios de empresas de café tomados a termo nas operações “Tempo de Colheita” e “Broca”; • A própria KAFFEE assumiu como sendo de sua titularidade as operações mercantis realizadas pela RIOCOFFE (seu principal fornecedor entre 2002 e 2006) desde 2001 até 2004; • A fraude não visou apenas diminuir a carga tributária das empresas na comercialização no mercado interno. Nas vendas ao mercado externo, não sujeitas à incidência do PIS/COFINS, a fraude gerou créditos às exportadoras de 9,25% sobre o valor das compras, o que representa um ganho financeiro extraordinário; • De acordo com a análise das mudanças ocorridas em suas aquisições de café ao longo dos anos, praticamente todas as empresas fornecedoras, nos anoscalendário de 2004/2005, deixaram de operar. Fl. 5605DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.606 6 Em contrapartida, novas empresas surgiram, como a Colúmbia, Do Grão e L & L, todas empresas fictícias, ratificando, neste sentido, o entendimento de que a Kaffee foi conivente com o esquema de fornecimento de notas fiscais. O contribuinte foi cientificado do Termo de Enceramento de Diligência em 10/12/2012 e apresentou, em 08/01/2013, a Manifestação de fls. 5282/5301, alegando o seguinte: • As operações Broca e Tempo de Colheita não geraram nenhum procedimento criminal aos sócios da Kaffee, eis que não houve envolvimento desta na prática das condutas repreendidas; • Sem demonstrar qualquer envolvimento direto da Kaffee na fraude em comento, entendeu o ente fazendário por afastar o creditamento dos valores de Cofins decorrentes das operações de aquisição; • No momento das compras efetuadas, as fornecedoras estavam aptas perante a RFB e Secretaria Estadual da Fazenda, tinham contacorrente bancária e eram notoriamente reconhecidas como fornecedoras de café. Se havia irregularidades, a Kaffee não tinha conhecimento; • Em momento algum a Kaffee foi citada como autora ou cúmplice na formação das empresas fornecedoras de café, nem teve nenhum de seus sócios ou funcionários citados como representantes do suposto esquema; • Houve erro na identificação do sujeito passivo pelo agente fiscalizador. A glosa dos créditos foi indevida, já que motivada pela presunção de que a Kaffee estaria envolvida em tal esquema fraudulento; • O CARF, já de longa data vem julgando como inválidos, por nulidade insanável, os Autos de Infração que contenham erro na identificação do sujeito passivo; • Por evidente que o Parecer apresenta vício insanável em razão da ausência de prova cabal a ônus do Fisco, que acabou por penalizar a Kaffee com base em simples presunções; • Pelo método subtrativo indireto adotado pelas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, para a concessão do crédito fiscal não se exige qualquer vinculação com o montante recolhido na etapa anterior; • A Lei nada dispõe sobre impossibilidade de concessão de crédito em relação à aquisição de bens sujeitos à Cofins, porém não recolhidos pelos fornecedores de tais bens; • A conduta da autoridade fazendária, conforme parecer Seort configura verdadeira insegurança jurídica; • As respostas aos quesitos da DRJ/RJ2 para diligência foram evasivas e genéricas, sem apresentação de provas contra a Kaffee e são imprestáveis para fins de análise do direito creditório; • Protesta pela produção de prova pericial contábil para demonstrar que as operações efetivamente ocorreram (mediante prova do pagamento e do recebimento das mercadorias). Formula quesitos e indica perito. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório pleiteado, bem como manteve o lançamento da multa isolada, conforme ementa abaixo transcrita: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2006 NULIDADE. Fl. 5606DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.607 7 Não padece de nulidade o auto de infração, lavrado por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa, onde constam requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. DESNECESSÁRIA. INDEFERIMENTO Indeferese o pedido de diligência (ou perícia) quando a sua realização revelese prescindível ou desnecessária para a formação da convicção da autoridade julgadora. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Operamse os efeitos preclusivos previstos nas normas do processo administrativo fiscal em relação à matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ELEMENTOS DE PROVA. A prova deve ser apresentada na manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, por força do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2006 FRAUDE. DISSIMULAÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO. NEGÓCIO ILÍCITO. Comprovada a existência de simulação/dissimulação por meio de interposta pessoa, com o fim exclusivo de afastar o pagamento da contribuição devida, é de se glosar os créditos decorrentes dos expedientes ilícitos, desconsiderando os negócios fraudulentos. IMPUGNAÇÃO. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da impugnação trazer ao julgado todos os dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido." Inconformada com a decisão, apresentou a recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua manifestação de inconformidade . Ao apreciar a lide, esta Turma converteu o julgamento em diligência em fls. 5515 para que a fiscalização discriminasse e individualizasse as aquisições de máfé das aquisições de boafé (com o encontro de datas e inaptidões e demais documentos), assim como para que fosse verificado o processo produtivo do contribuinte. Em fls. 5572 a fiscalização apresentou seu relatório, em fls. 5591 o contribuinte contestou o relatório fiscal e a União se manifestou em seguida em fls. 5595 para reiterar o lançamento. Fl. 5607DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.608 8 Relatório proferido. Voto. Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase esta Resolução. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, o tempestivo Recurso Voluntário deve ser conhecido. Ao analisar o relatório fiscal de fls. 5572, a contestação do contribuinte de fls. 5591 e a Resolução de fls. 5515 proferida por esta Turma de julgamento, é possível concluir que a fiscalização cumpriu em parte com a diligência determinada e argumentou pela manutenção do lançamento, conforme pode ser verificado nos trechos do relatório fiscal expostos a seguir: "(...) Em função de tudo que foi exposto, entendemos ser irrelevante as informações e demonstrativos requeridos às letras “a”, “b”, “c” e “d” da solicitação de diligência determinada na resolução desse Colegiado. Os atos que as tornaram nessas situações cadastrais foram expedidos após a emissão das notas fiscais e do recebimento das mercadorias. Mas, os seus efeitos, em regra, retrocederam a data da própria constituição da pessoa jurídica. As notas fiscais emitidas por essas pessoas jurídicas são, portanto, inidôneas para efeitos tributários por serem ideologicamente falsas. Ainda nesse sentido, as pseudoempresas atacadistas de café que estavam, no período das operações ilícitas, com situação “ativa” tanto no cadastro da Receita Federal (CNPJ) quanto na Fazenda Estadual (SINTEGRA), não servem para demonstrar a boafé da Recorrente. (...) Feitas estas considerações, prescindem de quaisquer esclarecimentos o item i, iii e iv da presente Resolução do CARF." A Resolução não trata do mérito e não confronta ou tem o objetivo de ignorar a junção de indícios e provas apresentadas pela fiscalização, mas sim, tem o objetivo de discriminar as pessoas, os fatos, as operações e as conexões destes com a fraude apontada pela fiscalização. Em palavras populares, a resolução tem o objetivo de identificar e separar, se for o caso, o "joio do trigo". Fl. 5608DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.609 9 Assim, as operações devem ser apuradas e discriminadas de forma clara, para que se possa vincular ou desvincular as aquisições do lançamento. Como esclarecido pela ilustre excolega de Turma, conselheira Ana Clarissa Mazuko dos Santos, existem indícios de que o contribuinte recebeu, pagou e comprovou as operações e isto justifica a busca da verdade material. Dessa forma, com a consciência de que as alegações do contribuinte podem ser consideradas procedentes diante de uma nova negativa da diligência, reiterase a conversão do julgamento em diligência, nos seguintes moldes da Resolução proferida por este Conselho em fls. 5515: "Sensível, inicialmente, a essas questões postas, a Delegacia de Julgamento, antes de proferir a decisão recorrida, determinou a conversão do julgamento em diligência, para que fossem esclarecidos os seguintes pontos: a os fornecedores de café ao interessado, encontramse localizados, efetivamente, no endereço informado à Receita Federal do Brasil (RFB), constante do cadastro do CNPJ, e além disso, se possuem patrimônio e capacidade operacional necessários à realização do objeto que se refere à venda de café, esclarecendose a suposta utilização de empresas “laranjas” pelo interessado como “intermediárias fictícias na compra de café dos produtores”, tal como consta às fls. 5820/5821; b os fornecedores acima referidos se tratam, porventura, de pessoa jurídica inexistente de fato”, em qualquer uma das situações aludidas no art. 37 da IN SRF nº 200, de 13/09/2002, vigente à ocasião em que ocorridos os fatos geradores do PIS tratados no presente processo administrativo, e que já se encontra atualmente revogada, encontrandose hoje em vigor a IN RFB nº 1.005, de 08/02/2010 (art.28, II); c os fornecedores ora em comento possuem escrituração contábil fiscal hábil e idônea, e registraram na sua contabilidade as vendas (faturamento) de café ao interessado para os períodos mensais de apuração do PIS tratados no presente processo; d há instrumentos particulares (contratos) hábeis e idôneos, com reciprocidade de direitos e obrigações, firmados entre o interessado e seus fornecedores para a venda de café destes ao primeiro. O Termo de Diligência trouxe um apanhado assistemático de informações selecionadas e trasladadas do inquérito policial, que não responderam, de forma objetiva e pontual, o quanto questionado pela Delegacia de Julgamento, em cada um dos itens propostos na diligência. Com relação à empresa Riocoffee, há anexo específico nos autos, demonstrando que seria uma empresa de fachada, criada para operações da Recorrente e outro cafeicultor, tendo sido aberto procedimento de fiscalização específico, que, culminou, sem que houvesse manifestação em contrário, em tipificação da conduta Fl. 5609DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.610 10 imputada. Contudo, em relação às demais intermediárias, não se verifica o mesmo trabalho da fiscalização. Assim sendo, e no contexto das ponderações acima formuladas, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que: i. sejam respondidos e acostados aos autos os documentos solicitados, em cada um dos quatro itens propostos na resolução da Delegacia de Julgamento, acima transcritos, para cada uma das empresas mencionadas no relatório da diligência (exceto Riocoffee), quais sejam: Fl. 5610DF CARF MF Processo nº 11543.002084/200607 Resolução nº 3201001.311 S3C2T1 Fl. 5.611 11 ii. se verifique se todos os créditos glosados originaramse de operações com as empresas acima arroladas, ou se houve glosas relativas a empresas que não constam do relatório de diligência; iii. apontar a inidoneidade das notas fiscais e comprovantes de pagamentos, por amostragem, de cada um dos fornecedores em referência; iv. se verifique se à época das operações que geraram os créditos, as empresas intermediárias estavam com situação cadastral irregular/inaptas, nos termos da legislação vigente à época;" A fiscalização deve apresentar, em seu relatório de diligência, uma planilha que contenha e confronte as datas das operações, datas e informações das notas fiscais, identifique as empresas e as datas de suas inaptidões. Diante do exposto, votase para que o julgamento seja convertido em diligência. Resolução proferida. (assinado digitalmente) Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Fl. 5611DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10711.004236/2006-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos. No caso concreto, comprovado a existência de omissão na decisão, cabe a admissibilidade dos embargos para a correção do Acórdão.
Embargos Providos
Numero da decisão: 3201-003.634
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e acolher os embargos declaratórios.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Cassio Shappo e Marcelo Giovani Vieira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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OMISSÃO. Os embargos de declaração são cabíveis quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos. No caso concreto, comprovado a existência de omissão na decisão, cabe a admissibilidade dos embargos para a correção do Acórdão. Embargos Providos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e acolher os embargos declaratórios. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Cassio Shappo e Marcelo Giovani Vieira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 42 36 /2 00 6- 56 Fl. 694DF CARF MF 2 Relatório Tratase de embargos opostos pela Unidade de Origem, em face do Acórdão 3201002.421, que foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 2003 IPI. MULTA DO ART. 83, II DA LEI N. 4502/64. Cabível a multa por emissão de notafiscal que não corresponda à saída efetiva, quando se apura, em procedimento de fiscalização a inexistência das operações de exportação, registradas e averbadas no Siscomex A embargante alega que a decisão foi omissa em relação a decisão adotada pela turma para o recurso de ofício. Os embargos foram admitidos, nos seguintes termos. Com essas considerações, para os fins previstos no § 7° do art. 65 do RICARF, com a redação que lhe foi dada pela Portaria MF nº 39, de 12 de fevereiro de 2016, acolho como embargos de declaração o despacho de fls. 689, para que o Colegiado julgue o recurso de Processo nº ofício interposto pelo Presidente da 2ª Turma da DRJ/JFA contra o Acórdão nº 0943.662, fls. 623 a 628. Encaminhese à unidade de origem da Receita Federal do Brasil para dar ciência ao sujeito passivo. Após, retornese o processo à 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF, para promover nova distribuição mediante sorteio, já que a relatora do acórdão embargado não mais integra este Colegiado. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Consultando os autos e o acórdão embargado é possível comprovar a existência da omissão alegada pela Embargante, ao não se manifestar sobre o recurso de ofício interposto Fl. 695DF CARF MF Processo nº 10711.004236/200656 Acórdão n.º 3201003.634 S3C2T1 Fl. 3 3 pela DRJ em relação a exclusão do pólo passivo da obrigação tributária os responsáveis solidários, conforme consta da conclusão do Acórdão da primeira instância. Pelo exposto voto pela improcedência da impugnação apresentada pela empresa Vitrotec Vidros de Segurança Ltda., pela manutenção do crédito tributário lançado em relação a ela, e pela procedência das impugnações apresentadas por Anderson Roberto Barros da Silva, Levi Ferreira da Silva e Márcio Ruas Pereira, para excluílos do pólo passivo da obrigação, assim como Waldir Conde Antonio, Christian Conde Antonio, Milene Conde Antonio e Odílio Alves, pelos motivos constantes no voto acima. A decisão da primeira instância motivou a exclusão dos solidários em razão da ausência de citação de parte dos solidários e para os que foram citados, o prazo da citação ter ocorrido em período superior a 5 (cinco) anos dos fatos geradores que deram origem ao lançamento, conforme pode ser verificado no trecho abaixo extraído da decisão de piso. Assim, passo a análise das impugnações interpostas por Anderson Roberto Barros da Silva – CPF 051.773.81714, Levi Ferreira da Silva – CPF 716.747.56704 e Márcio Ruas Pereira – CPF 004.178.41701, sendo forçoso reconhecer que ocorreu a decadência por eles alegada, tendo em vista que os fatos referemse aos períodos de abril a outubro de 2002 e eles só foram intimados dos auto de infração e dos respectivos arrolamento como responsáveis solidários em 03/12/2009 (fls. 385/389). Entendo ser desnecessário intimar os responsáveis solidários que não o foram, tendo em vista que a decadência operouse também em relação a eles. A decisão da primeira instância não deixa dúvidas quanto a ocorrência da decadência na citação de parte dos solidários e ausência da citação dos outros responsáveis. Assim, não existe reparo a ser feito na decisão de piso, quanto a exclusão dos responsáveis solidários do pólo passivo da obrigação tributária. Diante do exposto voto no sentido de conhecer e acolher os embargos para sanar a omissão do Acórdão para negar provimento ao recurso voluntário e negar provimento ao recurso de ofício. Winderley Morais Pereira Fl. 696DF CARF MF 4 Fl. 697DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.917001/2011-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.282
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Paulo Roberto Duarte Moreira.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Paulo Roberto Duarte Moreira. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado em face de decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada para se contrapor ao Despacho Decisório que indeferira o Pedido de Restituição formulado sob o argumento de que o pagamento informado havia sido localizado mas utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Na Manifestação de Inconformidade, o contribuinte requereu o deferimento de seu pedido de restituição, arguindo que o indébito decorrera da incidência da contribuição sobre receitas financeiras e outras receitas, incidência essa julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE nº 346.084. Alegou, ainda, que o CARF já se pronunciara, em diversas oportunidades, pela extensão da decisão do STF a todos os contribuintes, transcrevendo ementas. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .9 17 00 1/ 20 11 -6 0 Fl. 183DF CARF MF Processo nº 13888.917001/201160 Resolução nº 3201001.282 S3C2T1 Fl. 184 2 A decisão da Delegacia de Julgamento, denegatória do direito pleiteado, fundamentouse na ausência de efeitos erga omnes da decisão do STF que reconhecera a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo das contribuições promovida pela Lei nº 9.718/1998, bem como na falta de comprovação da liquidez e certeza do indébito reclamado. Cientificado da decisão, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, repisando os argumentos de defesa, afirmando existir nos autos documentação comprobatória do seu direito. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3201001.265, de 21/03/2018, proferido no julgamento do processo 13888.914725/201151, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3201001.265): Como relatado, discutese no presente feito a legitimidade de crédito postulado pela Recorrente por meio de PER/DCOMP, originado de pagamento indevido ou a maior Em despacho decisório eletrônico, foi indeferida a solicitação da contribuinte, em razão da inexistência de saldo do pagamento indicado no PER/DCOMP, o qual teria sido utilizado integralmente para quitar débito informado pela própria contribuinte em DCTF. Em sua Manifestação de Inconformidade, a Recorrente aduz que o crédito utilizado é legítimo, informando que o crédito decorre do recolhimento indevido da contribuição sobre parcelas que não integram o faturamento, nos termos da declaração de inconstitucionalidade, pelo STF, do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Foi anexada à Impugnação documentação comprobatória da existência do crédito. A Delegacia da Receita Federal indeferiu a Manifestação apresentada ao argumento de que a "alegação deveria vir acompanhada da documentação comprobatória da existência do pagamento a maior, mesmo porque, nesse caso, o ônus da comprovação do direito creditório é da contribuinte, pois se trata de uma solicitação de seu exclusivo interesse", o que não teria logrado comprovar a Recorrente. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente reafirma os argumentos de defesa e, diante dos fundamentos do acórdão recorrido, ressalta que foram anexados diversos documentos à Manifestação de Inconformidade e requer a juntada e exame das cópias dos DARFs, Pedido de Restituição e Livro Razão Geral. Além disso, apresenta planilha demonstrativa do crédito postulado. Fl. 184DF CARF MF Processo nº 13888.917001/201160 Resolução nº 3201001.282 S3C2T1 Fl. 185 3 Na hipótese dos autos, não houve inércia do contribuinte na apresentação de documentos. O que se verifica é que os documentos inicialmente apresentados em sede de Manifestação de Inconformidade se mostraram insuficientes para que a Autoridade Julgadora determinasse a revisão do crédito tributário. E, imediatamente após tal manifestação, em sede de Recurso Voluntário, foram apresentados novos documentos. Ademais, não se pode olvidar que se está diante de um despacho decisório eletrônico, ou seja, a primeira oportunidade concedida ao contribuinte para a apresentação de documentos comprobatórios do seu direito foi, exatamente, no momento da apresentação da sua Manifestação de Inconformidade. E, foi apenas em sede de acórdão, que tais documentos foram tidos por insuficientes. Sabese que em autuações fiscais realizadas de maneira ordinária, é, em regra, concedido ao contribuinte diversas oportunidades de apresentação de documentos e esclarecimentos, por meio dos Termos de Intimação emitidos durante o procedimento. Assim, limitar, na autuação eletrônica, a oportunidade de apresentação de documentos à manifestação de inconformidade, aplicando a preclusão relativamente ao Recurso Voluntário, não me parece razoável ou isonômico, além de atentatório aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. Desse modo, voto por CONVERTER O FEITO EM DILIGÊNCIA para que a Autoridade Preparadora efetue a análise do Pedido de Compensação com base nos documentos já acostados aos autos, tanto em sede de Manifestação de Inconformidade, como em Recurso Voluntário, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessários. Após a manifestação fiscal, concedase vista ao contribuinte pelo prazo de 30 (trinta dias) para se manifestar acerca das conclusões. Após, retornemse os autos para julgamento. Importa registrar que, nos presentes autos, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência, para que a Autoridade Preparadora efetue a análise do Pedido de Compensação com base nos documentos já acostados aos autos, tanto em sede de Manifestação de Inconformidade, como em Recurso Voluntário, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessários. Após a realização da diligência, concedase vista ao contribuinte pelo prazo de 30 (trinta dias) para se manifestar acerca das conclusões. Após, retornemse os autos para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 185DF CARF MF
score : 1.0