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Numero do processo: 19515.000466/2008-07
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 08 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 10/01/2004 a 31/12/2006
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. FALHAS. LANÇAMENTO. NULIDADE As falhas cometidas no cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), tais como renovações e prorrogações, não constituem fundamento de nulidade do lançamento.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 10/01/2004 a 31/12/2006
CRÉDITOS APROVEITADOS INDEVIDAMENTE. LANÇAMENTO
Os créditos de IPI sobre aquisições de insumos desoneradas deste imposto, indevidamente escriturados e aproveitados na escrita fiscal, estão sujeitos a lançamento de ofício, acrescido das cominações legais. MULTA DE OFÍCIO. DISPENSA. AÇÃO JUDICIAL Somente enseja a dispensa da multa de ofício o lançamento efetuado com suspensão da exigibilidade do crédito tributário constituído, em face de medida judicial.
MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA
Súmula CARF nº 1:
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Numero da decisão: 3301-001.024
Decisão: Acordam os membros do colegiado:
I) por maioria de votos, rejeitar a suscitada preliminar de nulidade do lançamento, vencida a Conselheira Maria Teresa Martínez López;
II) por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, quanto à questão oposta concomitantemente nas esferas, administrativa e judicial; e,
III) na parte conhecida, por unanimidade de votos, negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IPI- ação fiscal- insuf. na apuração/recolhimento (outros)
Nome do relator: José Adão Vitorino de Morais
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 10/01/2004 a 31/12/2006 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. FALHAS. LANÇAMENTO. NULIDADE As falhas cometidas no cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), tais como renovações e prorrogações, não constituem fundamento de nulidade do lançamento. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 10/01/2004 a 31/12/2006 CRÉDITOS APROVEITADOS INDEVIDAMENTE. LANÇAMENTO Os créditos de IPI sobre aquisições de insumos desoneradas deste imposto, indevidamente escriturados e aproveitados na escrita fiscal, estão sujeitos a lançamento de ofício, acrescido das cominações legais. MULTA DE OFÍCIO. DISPENSA. AÇÃO JUDICIAL Somente enseja a dispensa da multa de ofício o lançamento efetuado com suspensão da exigibilidade do crédito tributário constituído, em face de medida judicial. MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: I) por maioria de votos, rejeitar a suscitada preliminar de nulidade do lançamento, vencida a Conselheira Maria Teresa Martínez López; II) por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, quanto à questão oposta concomitantemente nas esferas, administrativa e judicial; e, III) na parte conhecida, por unanimidade de votos, negarlhe provimento, nos termos do voto do Relator. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente José Adão Vitorino de Morais – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Fábio Luiz Nogueira, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Ribeirão Preto que julgou procedente o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) referente aos períodos de competência de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, conforme descrição dos fatos e enquadramento legal às fls. 608/613 e termo de verificação fiscal às fls. 576/579. O auto de infração decorreu da glosa de créditos escriturais de IPI sobre aquisições de insumos nãotributados por este imposto. Ainda, segundo a decisão recorrida, os créditos escriturados e aproveitados pela recorrente estavam amparados em liminar concedida em mandado de segurança, processo nº 2000.61.00.0357006, impetrado com o objetivo de lhe assegurar o direito de aproveitar créditos sobre aquisições de insumos isentos ou tributados à alíquota zero do IPI, utilizados na fabricação de cigarros. Contudo, verificouse que o TRF da 3ª Região proferiu acórdão em 14/11/2007 autorizando somente a apropriação dos créditos sobre insumos adquiridos sob o regime de isenção, na Zona Franca de Manaus (ZFM). Dessa forma, o auto de infração foi lavrado com respaldo no acórdão daquele Tribunal. Cientificada da exigência do crédito tributário, a recorrente o impugnou, alegando razões que foram assim resumidas por aquela DRJ: “1. O auto de infração é nulo porque os auditores que o lavraram não estavam mais autorizados por Mandado de Procedimento Fiscal, carecendo assim de competência; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 19515.000466/200807 Acórdão n.º 330100.024 S3C3T1 Fl. 918 3 2. Houve irregularidade na prorrogação dos MPF por três anos e oito meses para os mesmos auditores, e também, na prorrogação do MPF em prazos superiores a trinta dias; 3. É nulo o auto de infração tendo em vista encontrarse o suposto crédito tributário apurado amparado por sentença concessiva de segurança n° 2000.61.0357006; 4. A liminar concedida em MS suspende a exigibilidade do crédito tributário, não podendo ser aplicada a multa punitiva de 75%, fato que constitui evidente nulidade ao lançamento. 5. O crédito é legítimo, pois decorre do princípio da nãocumulatividade do IPI prevista no artigo 49 do CTN e seu ressarcimento é previsto pelo artigo 11 da Lei n° 9.779/99; 6. Não há base legal para a incidência da Selic no cálculo de juros de mora decorrentes de descumprimento de obrigação de IPI; 7. As decisões do STJ que fixem de forma inequívoca e definitiva a interpretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observadas pela Administração Pública.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou o lançamento procedente, conforme acórdão nº 1419.806, datado de 23/07/2008, às fls. 818/835, sob as seguintes ementas: “MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. O Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) foi concebido com o objetivo de disciplinar a execução dos procedimentos fiscais relativos aos tributos e contribuições sociais administrados pela Secretaria da Receita Federal, não atingindo a competência impositiva dos auditores fiscais. AÇÃO JUDICIAL. PROPOSITURA. EFEITOS. A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Pública, de ação judicial, por qualquer modalidade e a qualquer tempo, importa renúncia às instâncias administrativas, as quais ficam vinculadas ao teor do provimento judicial. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. Suspende a exigibilidade do crédito tributário o depósito do seu montante integral; a concessão de medida liminar em mandado de segurança ou em tutela antecipada. MULTA. DECISÃO JUDICIAL. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. A lavratura da multa de ofício, quando não há suspensão da exigibilidade do tributo, é procedimento obrigatório da autoridade.” Inconformada, com essa decisão, a requerente interpôs recurso voluntário (fls. 851/858), requerendo: i) em preliminar, a nulidade do lançamento, alegando as mesmas razões expendidas na impugnação, ou seja, falta de MPF válido, autorizado expressamente pelo Fl. 3DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Delegado da Unidade e prorrogações do MPF em desacordo com a Portaria RFB nº 4.066, de 2007; e, ii) no mérito: ii.1) vedação à exigência de multa de ofício, em virtude da liminar concedida nos autos do mandado de segurança, reconhecendolhe o direito de aproveitar créditos sobre aquisições de insumos isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero do IPI e, ainda, que embora o TRF da 3ª Região tenha modificado a decisão dada em sede de liminar, autorizando somente o aproveitamento sobre aquisições isentas feitas perante na ZFM, interpôs tempestivamente recurso especial para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), bem como recurso extraordinário para Supremo Tribunal Federal (STF) contra o acórdão daquele Tribunal; assim, a data de lavratura do auto de infração, não havia trânsito em julgado, e os efeitos da liminar ainda persistiam, vedando a aplicação da multa de ofício; e, ii.2) tem direito de aproveitar créditos do IPI nas aquisições dos insumos desonerados deste imposto em virtude do princípio da nãocumulatividade, previsto na Constituição Federal (CF) de 1988, art. 153, §3º, inciso II. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim dele conheço. i – Preliminar A suscitada preliminar de nulidade do lançamento sob os argumentos de falta de MPF válido, autorizado expressamente pelo Delegado da Unidade, e de prorrogações do MPF em desacordo com a Portaria RFB nº 4.066, de 2007, não tem amparo legal. O auto de infração e, conseqüentemente, o lançamento somente seriam nulos se tivesse sido lavrado por pessoa incompetente ou sem fundamentação legal, conforme dispõe o Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, art. 59, inciso I, in verbis: “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; (...).” O auto de infração em discussão foi lavrado por AuditorFiscal da Receita Federal, servidor competente para exercer fiscalizações externas de pessoas jurídicas e, se constatadas faltas na apuração do cumprimento de obrigações tributárias, por parte da fiscalizada, tem competência legal para a sua lavratura, com o objetivo de constituir o crédito tributário por meio do lançamento de ofício. Possíveis incorreções e/ ou deficiências não o tornam nulo nem anulável e sim defeituoso ou ineficaz até a sua retificação. Contudo, nada disto foi demonstrado. O MPF tem tripla função: a) materializa a decisão da administração, trazendo implícita a fundamentação requerida para a execução do trabalho de auditoria fiscal; b) atende ao princípio constitucional da cientificação e define o escopo da fiscalização; e, c) reverência o princípio da pessoalidade. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 19515.000466/200807 Acórdão n.º 330100.024 S3C3T1 Fl. 919 5 No presente caso, conforme consta dos autos, a recorrente foi intimada da ação fiscal por meio do MPF à fl. 01, em 01/09/2004. Posteriormente foi expedido o MPF Complementar às fls. 04 do qual foi intimada em 21/11/2007, sendo que o último foi expedido em 24/02/2008 com validade ate´24/04/2008, conforme consta do demonstrativo às fls. 05. Questões ligadas ao descumprimento do escopo do MPF, inclusive do prazo e das prorrogações, ainda que comprovadas devem ser resolvidas no âmbito do processo administrativo disciplinar e não tem o condão de tomar nulo o lançamento tributário que atendeu aos requisitos do CTN, art. 142, e do Decreto nº 70.235, de 1972, art. 10. Além disto, instrumento de controle administrativo, como MPF, criado por portaria não pode se sobrepor ao Código Tributário Nacional que determina a realização do lançamento que é vinculado e obrigatório. Dessa forma não há que se cogitar da nulidade do lançamento por possíveis falhas no MPF. ii – Mérito ii.1) Vedação a exigência de multa de ofício Conforme demonstrado nos auto e no relatório deste julgamento, a recorrente havia obtido liminar em mandado de segurança, processo nº 2000.61.00.0357006, que a autorizou a aproveitar créditos de IPI sobre aquisições desoneradas deste imposto, ou seja, isentos, tributados à alíquota zero ou nãotributados. Posteriormente, o TRF 3ª Região no julgamento da remessa oficial e do recurso de apelação interposto pela União Federal, realizado em 24/10/2007, decidiu que a recorrente não tinha direito ao aproveitamento de créditos sobre aquisições de matériasprima e insumos utilizados em seu processo de industrialização, adquiridos sob os regimes de isenção, tributação à alíquota zero e/ ou nãotributação pelo IPI, reconhecendolhe somente o direito de se creditar sobre matériasprimas e insumos isentos adquiridos na Zona Franca de Manaus (fls. 541/572). A publicação do acórdão no DJU se deu na data de 14 de novembro de 2007. Segundo a legislação tributária que trata de constituição de crédito tributário, somente não caberá lançamento de multa de ofício quando o lançamento for efetuado para prevenir a decadência do direito de a Fazenda Pública constituílo e cuja exigibilidade houver sido suspensa nos termos dos incisos IV e V do art. 151 do CTN. A Lei nº 9.430, de 27/12/1996, estabelece: “Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a Fl. 5DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.” Já o CTN, assim dispõe: “Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: (...); IV a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (...).” Ora, o lançamento em discussão não se enquadra em nenhum dos dispositivos legais citados e transcritos. Conforme consta do auto de infração, o crédito tributário em discussão não foi constituído com exigibilidade suspensa nem teve como objetivo prevenir a decadência do direito de a Fazenda Pública constituílo. Também, na data de sua constituição, em 12/03/2008, a recorrente não dispunha de medida liminar em mandado de segurança nem medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de ação judicial suspendendo sua exigência. O fato de a recorrente ter apresentado recurso especial e recurso extraordinário ao STJ e STF, respectivamente, contra o acórdão do TRF da 3ª Região que lhe desfavorável, não tem o condão de restabelecer a medida liminar concedida em primeira instância e que foi derrubada pela decisão de segunda instância. Nos lançamentos de ofício a Lei nº 9.430, de 27/12/1996, art. 44, II, assim determina: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...).” Dessa forma, correta a exigência da multa de ofício juntamente o imposto lançado e exigido. ii.2) Direito ao aproveitamento de créditos do IPI nas aquisições dos insumos desonerados por este imposto Conforme consta da decisão recorrida e a própria recorrente reconheceu, o aproveitamento de créditos do IPI sobre aquisições desoneradas por este imposto, como se devido fosse, foi também objeto do mandado de segurança nº 2000.61.00.0357006, em trâmite no STF. Ora, a opção da recorrente pela via judiciária para a discussão de matéria tributária com idêntico pedido na instância administrativa implicou renúncia ao poder de Fl. 6DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 19515.000466/200807 Acórdão n.º 330100.024 S3C3T1 Fl. 920 7 recorrer nesta instância, nos termos da Lei nº 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único, e do Decretolei nº 1.737, de 1979, art. 1º, § 2º. Tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), devendo ser aplicada ao presente caso a Súmula nº 01 que assim dispõe, in verbis: “Súmula CARF nº 01. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Assim, me relação a esta matéria, deve ser não se toma conhecimento das aplicada esta súmula. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, rejeito a suscitada preliminar de nulidade do lançamento, não conheço da matéria oposta concomitantemente nas esferas administrativa e judicial, ou seja, o direito de a recorrente aproveitar créditos de IPI sobre aquisições de matériasprima e insumos desonerados por este imposto, e, na parte conhecida, nego provimento ao recurso voluntário. José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 7DF CARF MF Emitido em 18/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14 /07/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 14/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10510.003095/2005-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 29 00:00:00 UTC 2020
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
Período de apuração: 31/01/2003 a 30/11/2004
NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA.
Não há que se cogitar de nulidade de lançamento que obedeceu às disposições do art. 142 do CTN, bem assim do art. 10 do Decreto 70.235/72, quando não se verifica cerceamento do direito de defesa e, ainda, inocorrendo qualquer das previsões de nulidade existentes no artigo 59 do Decreto nº 70.235/72.
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Inexiste cerceamento do direito de defesa quando se concede ao contribuinte o devido prazo para apresentar suas razões de defesa e se infere, a partir de sua irresignação, o pleno conhecimento da motivação do lançamento.
DECADÊNCIA. IPI
Por expressa disposição legal, o lançamento por homologação do IPI aperfeiçoa-se com o pagamento do imposto ou com sua compensação.
A inobservância das normas que regem a matéria enseja o lançamento de ofício, cujo prazo decadencial rege-se
pelo art. 173, I do CTN.
IPI. CRÉDITO FICTO. INSUMO SEM DESTAQUE DE IPI.
Inexiste direito a crédito de IPI decorrente de insumos isentos, tributados à alíquota zero ou não tributados, por ausência de previsão legal.
ENERGIA ELÉTRICA.
A energia elétrica não se enquadra no conceito jurídico de matéria-prima ou produto intermediário.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-001.013
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IPI- ação fiscal- insuf. na apuração/recolhimento (outros)
Nome do relator: Mauricio Taveira e Silva
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ementa_s : Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 31/01/2003 a 30/11/2004 NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Não há que se cogitar de nulidade de lançamento que obedeceu às disposições do art. 142 do CTN, bem assim do art. 10 do Decreto 70.235/72, quando não se verifica cerceamento do direito de defesa e, ainda, inocorrendo qualquer das previsões de nulidade existentes no artigo 59 do Decreto nº 70.235/72. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Inexiste cerceamento do direito de defesa quando se concede ao contribuinte o devido prazo para apresentar suas razões de defesa e se infere, a partir de sua irresignação, o pleno conhecimento da motivação do lançamento. DECADÊNCIA. IPI Por expressa disposição legal, o lançamento por homologação do IPI aperfeiçoa-se com o pagamento do imposto ou com sua compensação. A inobservância das normas que regem a matéria enseja o lançamento de ofício, cujo prazo decadencial rege-se pelo art. 173, I do CTN. IPI. CRÉDITO FICTO. INSUMO SEM DESTAQUE DE IPI. Inexiste direito a crédito de IPI decorrente de insumos isentos, tributados à alíquota zero ou não tributados, por ausência de previsão legal. ENERGIA ELÉTRICA. A energia elétrica não se enquadra no conceito jurídico de matéria-prima ou produto intermediário. Recurso Voluntário Negado.
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score : 1.0
Numero do processo: 10530.001975/2008-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 20/06/2003 a 31/07/2004
MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
MULTA DE OFÍCIO.
No lançamento de ofício para a constituição e exigência de crédito tributário, é devida a multa punitiva nos termos da legislação tributária então vigente.
JUROS DE MORA À TAXA SELIC.
Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Numero da decisão: 3301-001.065
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos: I) não se conhecer da matéria submetida ao Poder Judiciário; e, II) na parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Matéria: IPI- ação fiscal- insuf. na apuração/recolhimento (outros)
Nome do relator: José Adão Vitorino de Morais
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 20/06/2003 a 31/07/2004 MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. MULTA DE OFÍCIO. No lançamento de ofício para a constituição e exigência de crédito tributário, é devida a multa punitiva nos termos da legislação tributária então vigente. JUROS DE MORA À TAXA SELIC. Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
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CONCOMITÂNCIA. Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. MULTA DE OFÍCIO. No lançamento de ofício para a constituição e exigência de crédito tributário, é devida a multa punitiva nos termos da legislação tributária então vigente. JUROS DE MORA À TAXA SELIC. Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos: i) não se conhecer da matéria submetida ao Poder Judiciário; e, II) na parte conhecida, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (Assinado Digitalmente) Fl. 132DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 30 /08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 01/09/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Fábio Luiz Nogueira, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Salvador que julgou procedente o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) referente aos períodos de competência de 20 de junho de 2003 a 31 de julho de 2004, conforme descrição dos fatos e enquadramento legal às fls. 99/102 e relatório de fiscalização às fls. 03/04. O auto de infração decorreu da glosa de créditos escriturais de IPI sobre aquisições de insumos isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero por este imposto. Cientificada da exigência do crédito tributário, a recorrente impugnou o lançamento, alegando razões que foram assim resumidas por aquela DRJ: “ a vedação ao creditamento do IPI na aquisição de insumos isentos, não tributados ou tributados à alíquota zero contraria o princípio da não cumulatividade previsto no art. 153, § 3º, inciso II da Constituição Federal e no art. 49 do Código Tributário Nacional CTN; a Constituição Federal estabeleceu regra de exceção aplicável tãosomente ao ICMS, nas hipóteses de isenção ou não incidência, inexistindo em relação ao IPI; a mudança de posicionamento jurisprudencial pelo Supremo Tribunal Federal STF diz respeito apenas e tãosomente aos créditos decorrentes da aquisição de insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero, não atingindo os insumos isentos; muitos dos insumos genericamente classificados pela fiscalização como ‘NT’ (não tributados) na realidade são produtos imunes, que se aproximam dos produtos isentos, posto que nesse caso também ocorre uma exceção à regra de tributação, em nível infraconstitucional, e não simplesmente a ausência de competência para tributar; é ilegítima a cobrança da multa de ofício no percentual de 75%, pois o próprio autuante reconhece que foi ajuizada ação judicial visando a apropriação dos créditos glosados, não havendo dúvida, portanto, de que ocorreu a denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do CTN; também é ilegítima a cobrança de juros moratórios calculados com base na taxa SELIC.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou o lançamento procedente, conforme acórdão nº 1517.103, datado de 01/10/2008, às fls. 504/508, sob as seguintes ementas: Fl. 133DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 30 /08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 01/09/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10530.001975/200886 Acórdão n.º 330101.065 S3C3T1 Fl. 529 3 “CRÉDITOS DECORRENTES DE AQUISIÇÕES DE INSUMOS ISENTOS, NÃOTRIBUTADOS OU SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL. A propositura pelo contribuinte de ação judicial com o mesmo objeto do processo administrativo fiscal de exigência de crédito tributário, implica a renúncia da discussão na esfera administrativa, tornandose ela definitiva. PRINCÍPIO DA NÃOCUMULATIVIDADE. No direito constitucional positivo vigente, o princípio da não cumulatividade garante aos contribuintes apenas e tãosomente o direito ao crédito do imposto que foi pago nas operações anteriores. Em não havendo pagamento, como no caso dos insumos imunes, não há valor a ser creditado. MULTA DE OFÍCIO. Tratandose de lançamento de ofício decorrente de infração a dispositivo legal detectado pela administração em exercício regular da ação fiscalizadora, é legítima a cobrança da multa punitiva correspondente. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, além de ampararse em legislação ordinária, não contraria as normas balizadoras contidas no Código Tributário Nacional.” Ainda, segundo a decisão recorrida, a recorrente discute na esfera judicial, por meio das ações nºs 2003.33.000184580, 2004.33.000123702 e 2004.33.000246178, o direito de se creditar do IPI sobre aquisições de insumos isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero por este imposto. Inconformada, com a decisão em primeiro grau, a requerente interpôs recurso voluntário (fls. 512/524), requerendo a sua reforma a fim que se julgue o insubsistente o auto de infração, cancelandose, na integra, o crédito tributário. Para fundamentar seu recurso expendeu extenso arrazoado sobre: i) da apropriação de créditos de IPI advindos de aquisição de produtos isentos, não tributados e tributados com alíquota zero; ii) da ilegitimidade da cobrança de multa; e, iii) da ilegitimidade da cobrança de juros de mora, concluindo, ao final, que: i) em face do princípio da não cumulatividade do IPI, previsto na Constituição Federal (CF) de 1988, art. 153, § 3º, tem direito de se creditar desse imposto, como se devido fosse, nas aquisições de insumos isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero; ii) é ilegítima a cobrança da multa de ofício, pelo fato de ter interposto ações judiciais, visando o reconhecimento do seu direito de se creditar do IPI nas aquisições de insumos desonerados por este imposto, fato que caracterizou denúncia espontânea nos termos do CTN, art. 138; e, iii) é ilegítima a cobrança de juros de mora à taxa Fl. 134DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 30 /08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 01/09/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Selic, tendo em vista que esta taxa não é índice juridicamente hábil para suportar o cálculo dos juros de mora, vez que tem natureza eminentemente remuneratória. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim dele conheço. Conforme demonstrado nos autos, o lançamento em discussão corresponde à glosa de créditos do IPI indevidamente escriturados, decorrentes de aquisições de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero por este imposto, cujo direito ao creditamento é objeto das ações judiciais n°s 2003.33.000184580, 2004.33.000123702 e 2004.33.0002461. Ora, a opção da recorrente pela via judiciária para a discussão de matéria tributária com idêntico pedido na instância administrativa implicou renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos da Lei nº 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único, e do Decretolei nº 1.737, de 1979, art. 1º, § 2º. Tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), devendo ser aplicada ao presente caso a Súmula nº 01 que assim dispõe, in verbis: “Súmula CARF nº 01. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Assim, não se toma conhecimento das razões de mérito contra a decisão recorrida, ou seja, o direito ao aproveitamento do valor do IPI nas aquisições de aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero indevidamente escriturado, glosado e exigido de ofício por meio do lançamento em discussão, aplicandose à matéria a súmula citada e transcrita. Remanesce, todavia, as questões nãoopostas ao Poder Judiciário, ou seja, a exigência de multa no lançamento de ofício e de juros de mora à taxa Selic. A recorrente defende a exclusão da multa de ofício sob a alegação de que teria ocorrido a denúncia espontânea do débito, nos termos do CTN, art. 138, pelo fato de ela ter interposto ações judiciais pleiteando o direito de se creditar do IPI nas aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero por este imposto. No entanto, esse entendimento é equivocado. A interposição de ações judiciais pleiteando o reconhecimento do direito de se creditar de valores do IPI, sem o Fl. 135DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 30 /08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 01/09/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10530.001975/200886 Acórdão n.º 330101.065 S3C3T1 Fl. 530 5 depósito dos valores em discussão, não configura denúncia espontânea nos termos do CTN, art. 138, que assim dispõe, in verbis: “Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.” No presente caso, a recorrente não efetuou o pagamento do tributo devido, acrescido dos juros de mora, nem o depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa competente. Assim, não há que se falar na exclusão da multa de ofício que foi lançada e exigida com fundamento na Lei nº 9.430, de 27/12/1996, art. 44, inciso II. Já a exigência de juros de mora à taxa Selic constitui matéria sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos (CARF), nos termos da súmula nº 3 que assim dispõe, in verbis: “Súmula nº 3. É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic para títulos federais.” Dessa forma, em relação a esta matéria, devese aplicar esta súmula. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, não conheço do recurso voluntário, quanto à matéria oposta concomitantemente nas esferas, administrativa e judicial, ou seja, o direito da recorrente ao aproveitamento dos créditos de IPI indevidamente escriturados, glosados e exigidos por meio de lançamento de ofício, decorrentes de aquisições de aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero por esse imposto, e, na parte conhecida, negolhe provimento. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 136DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 30 /08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 01/09/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Fl. 137DF CARF MF Emitido em 06/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 30 /08/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 01/09/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10830.005979/2001-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 31/12/1998 a 10/03/2001
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PARCELAS INCLUÍDAS NO PAES. PARCELAS EXIGIDAS DE TERCEIROS. EXCLUSÃO.
Demonstrado e provado que parte do crédito tributário lançado e exigido, em face da utilização indevida de créditos básicos do IPI e de glosas de ressarcimento e/ ou restituição indevida de créditos financeiros deste mesmo imposto, excluem-se do seu total, os valores que comprovadamente foram incluídos no PAES pelo próprio contribuinte e, ainda, os valores cedidos a terceiros para compensação e que depois de glosados foram exigidos de daqueles mediante processos específicos. Mantém-se a exigência das parcelas cujas inclusões no PAES não foram comprovadas, bem como daquelas cujas cessões para terceiros também não foram comprovadas.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
Numero da decisão: 3301-001.377
Decisão: Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Andréa Medrado Darzé e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento parcial com maior extensão.
Fez sustentação oral: USINA AÇUCAREIRA ESTER S A.
Matéria: IPI- ação fiscal- insuf. na apuração/recolhimento (outros)
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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PARCELAS INCLUÍDAS NO PAES. PARCELAS EXIGIDAS DE TERCEIROS. EXCLUSÃO. Demonstrado e provado que parte do crédito tributário lançado e exigido, em face da utilização indevida de créditos básicos do IPI e de glosas de ressarcimento e/ ou restituição indevida de créditos financeiros deste mesmo imposto, excluemse do seu total, os valores que comprovadamente foram incluídos no PAES pelo próprio contribuinte e, ainda, os valores cedidos a terceiros para compensação e que depois de glosados foram exigidos de daqueles mediante processos específicos. Mantémse a exigência das parcelas cujas inclusões no PAES não foram comprovadas, bem como daquelas cujas cessões para terceiros também não foram comprovadas. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Andréa Medrado Darzé e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento parcial com maior extensão. Fez sustentação oral: USINA AÇUCAREIRA ESTER S A. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Possas Presidente. (Assinado Digitalmente) Fl. 3962DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 José Adão Vitorino de Morais Relator. Participaram do presente julgamento: os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Alan Fialho Gandra, Andréa Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Possas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Ribeirão Preto que julgou procedente o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) referente aos fatos geradores ocorridos nos períodos de competência de 31/12/1998 a 10/03/2001. O lançamento decorreu da glosa de créditos básicos indevidamente escriturados e da cobrança de ressarcimento de créditos de IPI recebidos indevidamente pela recorrente, conforme detalhado na descrição dos fatos e enquadramento legal às fls. 07/58 (05/56). Cientificada da exigência do crédito tributário, a recorrente, inconformada, apresentou a impugnação às fls. 426/461 (146/181), alegando razões que foram assim resumidas por aquela DRJ: “Desrespeito à decisão judicial 33. Inconformada, propugna a ilicitude (crime de desobediência) da autuação pelo menoscabo à medida liminar, concedida nos autos da ação cautelar n° 1999.03.00.0573376, que, ao conferir o feito suspensivo ativo à apelação interposta em ação de mandado de segurança, teria colocado a requerente a salvo de qualquer exigência fiscal relativa ao crédito sub examen até o julgamento do recurso de apelação. 34. Afirma que a ordem judicial autorizaria uma fiscalização posterior ao julgamento da apelação, nunca antes, pois o provimento liminar restaria sem nenhuma serventia. Nulidade do auto de infração 35. Clama pela nulidade do auto de infração em virtude de deficiência, pois o auditor não teria explicitado, clara e objetivamente, em que dispositivos da legislação do IPI se enquadraria a pretensa infração imputada à impugnante, nem tampouco estaria consignada a capitulação legal da multa aplicada, em manifesta afronta ao art. 10 do PAF. Cita escólios doutrinários e invoca o art. 5°, inciso LV, da Constituição Federal: o direito de ampla defesa, aplicável ao processo administrativo. Direito ao crédito relativo aos insumos empregados em produtos exportados 36. Aduz que o aproveitamento dos créditos relativos aos produtos intermediários utilizados na produção do açúcar e do álcool a ser exportado é pretensão embasada na legislação (Decretolei n° 491, de 1969, art. 5°; Lei n° 8.402, de 1992, art. 1°, II; RIPI/1998, art. 159) e jurisprudência, e, a utilização dos referidos créditos nos moldes da IN SRF n° 21, de 1997, foi objeto de medida liminar concedida. 37. Refuta a argumentação esposada pelo exator de que os bens adquiridos pela impugnante não se classificariam como insumos, mas integrariam o seu ativo Fl. 3963DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.005979/200182 Acórdão n.º 330101.377 S3C3T1 Fl. 3.925 3 permanente, e salienta que é empresa agroindustrial, dedicada à exploração agrícola de canadeaçúcar e sua transformação em açúcares e álcoois, que utiliza diversos insumos indispensáveis à atividade; é certo, pois, que os referidos créditos decorrem da entrada destes insumos no processo de fabricação do açúcar e/ou álcool a ser exportado. 38. Afirma que desenvolve uma inequívoca atividade integrada iniciada com a etapa agrícola (aragem, plantio, irrigação), em que são empregados insumos como adubos, fertilizantes e defensivos, e seguida pela colheita, carregamento e transporte: em todas as etapas são obtidos insumos pela empresa que se consumiriam diretamente na produção do açúcar e do álcool. 39. Assevera que todos os materiais relacionados como insumos atenderiam às especificações legais quanto ao enquadramento como produtos intermediários, ainda que não integrem o produto final, conforme pareceres exarados, para outras empresas congêneres, por órgão técnico em obediência As normas baixadas pelo Ministério da Indústria e Comércio, "dês que a classificação daqueles produtos exige conhecimentos técnicos somente acessíveis àqueles que se dedicam ao estudo da engenharia de produção". 40. Transcreve acórdãos promanados do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo e do Supremo Tribunal Federal acerca de produtos intermediários na área do ICMS e cita laudo técnico fornecido pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil que elenca todas as etapas do processo produtivo das empresas que se dedicam à atividade sucroalcooleira. 41. Conclui esta parte da defesa dizendo que os créditos dos produtos enquadrados como insumos não podem ser negados, pelo fato de que "não cabe à autoridade fiscal, por simplória presunção, recusarlhes essa qualidade". Crédito relativo a insumos isentos, não tributados e tributados à alíquota zero 42. Repele a nãoaceitação do direito ao crédito de insumos isentos, não tributados e tributados à alíquota zero e reproduz jurisprudência procedente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, atinente ao creditamento de IPI nas aquisições de insumos isentos ou com alíquota zero; também, relativamente a insumos isentos, aresto emanado do Supremo Tribunal Federal. 43. Ademais, traslada ementa de julgado dimanado do Conselho de Contribuintes que versa sobre o direito ao incentivo fiscal de que trata o Decretolei n° 491, de 1969, art. 5º, no caso de produto classificado na TIPI como não tributado e destinado à exportação. 44. Acrescenta que o mesmo entendimento aplicável aos insumos isentos deve ser estendido aos insumos adquiridos com alíquota zero e, nesta linha, traz a lume vários depoimentos de luminares da doutrina pátria. Crédito do art. 1° do Decretolei nº 491, de 1969 (Créditoprêmio de IPI) 45. Combate o entendimento de que o incentivo fiscal teria sido revogado em 1983 pelos Decretoslei n° 1.658, de 24 de janeiro de 1979, e n° 1.722, de 3 de dezembro de 1979, e suscita entendimento pacifico do Superior Tribunal de Justiça de que, com a declaração de inconstitucionalidade do Decretolei n° 1.724, de 7 de dezembro de 1979, teriam ficado sem efeito (revigorados, mas sem os efeitos operantes; inaplicáveis) os atos normativos acima referidos e que o beneficio fiscal em comento teria sido restaurado, sem definição de prazo, com a edição do Fl. 3964DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Decretolei n° 1.894, de 16 de dezembro de 1981. Outros julgados, neste diapasão, são aduzidos. Entretanto, agrega à argumentação ementa oriunda do 2° Conselho de Contribuintes relativa a crédito presumido de IPI. 46. Afirma, também, que o estimulo fiscal em pugna teria sido restaurado pela Lei n° 8.402, de 8 de janeiro de 1992. 47. Em seguida, assegura que o disposto no art. 41 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 não se aplicaria à espécie, que não teria caráter setorial, pois não se restringe a um segmento especifico de contribuintes, mas a todas as empresas que exportem produtos manufaturados. 48. Destaca a tese doutrinária de que incentivo fiscal setorial seria aquele que quebra o principio constitucional da uniformidade do imposto e, também, o significado semântico multívoco do termo setorial, trazendo, uma das acepções registradas no Dicionário Aurélio Buarque de Hollanda par o vocábulo setor: esfera ou ramo de atividade. 49. Alude ao Decretolei nº 1.894, de 1981, art. 3º, que autorizava a alteração do benefício de forma genérica ou setorial (tratandose de incentivo de caráter setorial não se poderia cogitar de alteração em caráter geral), e ao Decretolei nº 2.433, de 19 de maio de 1988, que teria delineado o que se pode entender por caráter setorial. 50. Ressalta que o legislador teria incorporado o seguinte conceito referente à expressão setorial: segmento industrial específico; e que a Carta Constitucional jamais permitiria a derrocada de incentivos fiscais por mera inação da Administração para revalidálos; porém, transcreve somente julgados referentes ao crédito incentivado incidente sobre produtos destinados à exportação, ou seja, sob o pálio da imunidade, não ao incentivo fiscal em debate. Alíquota aplicável 51. Faz distinção entre os créditos referentes a produtos adquiridos com isenção e aqueles não tributados ou tributados à alíquota zero, e também entre o crédito incentivado de insumos aplicados em produtos exportados e o crédito prêmio, mas somente expende suas razões quanto à autorização legal para a utilização da alíquota de 15% na hipótese do cálculo do créditoprêmio de IPI (Decretolei nº 491, de 1969, art. 2º § 2º). Além desse dispositivo, arrola outros: art. 3º do sobredito diploma legal e Decreto nº 64.833, de 17 de julho de 1969, art. 1º, § 4º. Reproduz, ainda, ementa defluente do TRF da 5ª Região que trata da alíquota aplicável ao créditoprêmio de IPI no caso de produto exportado com alíquota reduzida a zero. Apuração dos créditos 52. Certifica que a adoção da apuração decendial para os créditos em pauta anteriormente a novembro de 1993, quando deveria ter sido quinzenal, não teria acarretado nenhum prejuízo ao procedimento adotado pela requerente que, com a apuração decendial, antecipara em 5 (cinco) dias o valor do imposto e, por isso, afirma que o exator apegouse “a filigranas para açoitar o procedimento levado a cabo pela impugnante”. Escrituração regular dos créditos 53. Salienta que a imputação de que se teria creditado duplamente do IPI relativo a alguns insumos merece “temperamento” e, admitindo a inclusão no pleito de créditos de IPI anteriormente escriturados no livro de apuração e submetidos à Fl. 3965DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.005979/200182 Acórdão n.º 330101.377 S3C3T1 Fl. 3.926 5 regular compensação com débitos do imposto – 9 (nove) notas fiscais em 10 (dez) anos , diz que a análise da questão exige “uma visão grandiosa dos fatos, ouse já, com olhos voltados para floresta e não para a árvore”. Inocorrência da prescrição 54. Insurgese contra a pretensão da autoridade fiscal de considerar prescritos, os créditos, em face do caráter financeiro destes, relativos às exportações efetuadas antes do prazo de ”prescrição” de 5 (cinco) anos com base no art. 1º do Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932. 55. Afirma que o antigo Tribunal Federal de Recursos (TFR) havia se pronunciado a respeito, atestando a natureza fiscal do créditoprêmio, e que a este devem ser aplicadas as normas prescricionais atinentes aos tributos. 56. Com menção a aresto promanado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nos termos do qual "a ação de ressarcimento de créditosprêmio relativos ao IPI obedece às disposições legais referentes a repetição de indébito", e, assim, com base no CTN, art. 150, § 4º, combinado com o art. 168, I, tratandose de homologação tácita, assevera a impugnante que o direito para repetir o indébito tributário prescreveria em 10 (dez) anos a contar da ocorrência dós fatos geradores dos créditos. Aplicação de correção monetária e da taxa Selic aos créditos 57. Defende a atualização monetária dos credito alegando que, do contrário, haveria enriquecimento ilícito da União, e traz à colação: ementas decorrentes do STJ que tratam da aplicação de juros de mora ao créditoprêmio após o trânsito em julgado da sentença; parecer exarado pela Advocacia Geral da União (AGU) que sufraga o entendimento de que "a correção monetária não constitui um plus, a exigir expressa previsão legal. É, apenas, recomposição do crédito corroído pela inflação."; ementa de acórdão proferido em apelação cível do TRF da região Sul que reconhece a incidência de correção monetária no caso de ressarcimento de crédito de IPI; decisão do 2° Conselho de Contribuintes que considera o ressarcimento como espécie do gênero restituição e admite a aplicação de taxa Selic para correção dos créditos pleiteados por ressarcimento. 58. Por fim, transcreve a Lei n° 9.250, de 1995, art. 39, § 4°, que determina a aplicação da taxa Selic nos casos de compensação e restituição, e destaca julgado proveniente do TRF da 5ª Região que se pronuncia a favor do caráter compensatório do índice em tela e afasta outras incidências a titulo de correção monetária.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou o lançamento procedente, conforme acórdão nº 870, datado de 12/03/2002, às fls. 2.797/2.816 (2.182/2.201), sob as seguintes ementas: “LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. OBRIGATORIEDADE. O lançamento é atividade administrativa plenamente vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. MEDIDA LIMINAR CONCEDIDA EM AÇÃO CAUTELAR. MATÉRIA TRIBUTÁVEL NÃO COINCIDENTE COM O OBJETO DA AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. INOCORRÊNCIA. Fl. 3966DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Concedida medida liminar em ação cautelar, inocorre a suspensão da exigibilidade se a matéria tributável estiver fora da delimitação do objeto da lide judicial, sendo cabível a inflição de multa de oficio. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. ENQUADRAMENTO LEGAL DEFICIENTE. Sendo o enquadramento legal das infrações e da penalidade pecuniária infligida perfeitamente evidenciados nos autos, é improcedente a alegação de nulidade do feito por preterição do direito de defesa. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. DESDOBRAMENTO NECESSÁRIO. Caracterizada a falta de contestação expressa de uma das infrações imputadas pela autoridade fazendária, o órgão preparador deve providenciar a apartação da parte não impugnada pela contribuinte para cobrança imediata. CRÉDITOS INCENTIVADOS. EXPORTAÇÃO. PEDIDO DE RESSARCIMENTO FORMALIZADO. ESTORNO OBRIGATÓRIO DOS VALORES. Formalizado o pedido administrativo de ressarcimento de créditos incentivados, é obrigatório o estorno dos valores no livro de apuração do imposto. CRÉDITOS INCENTIVADOS. EXPORTAÇÃO. APURAÇÃO. Na apuração dos créditos incentivados alusivos aos insumos ingressados no estabelecimento industrial, com destinação comum no processo produtivo, o sujeito passivo deveria ter observado o requisito básico preconizado pela norma tributária vigente na época: cálculo dos créditos incentivados em determinado período de apuração com base em percentual obtido da relação média, dos três meses anteriores, entre as saídas de produtos para exportação e o total de saídas de produtos. RESSARCIMENTO INDEVIDO. COBRANÇA. Cobrase o valor correspondente ao ressarcimento indevido, pago em espécie ou aproveitado na forma de compensação homologada por ordem judicial, com a imposição de multa de oficio. INSUMOS COM DIREITO AO CRÉDITO DO IMPOSTO. Somente os insumos tributados (matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem), restritivamente admitidos pela legislação de regência do imposto, geram créditos suscetíveis de manutenção e utilização. CRÉDITOPRÊMIO. ESCRITURAÇÃO NO LIVRO DE APURAÇÃO. VEDAÇÃO. Fl. 3967DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.005979/200182 Acórdão n.º 330101.377 S3C3T1 Fl. 3.927 7 Consoante a legislação tributária, enquanto vigia o estimulo fiscal era vedada a respectiva escrituração dos valores no livro de apuração do imposto. DÍVIDA PASSIVA DA UNIÃO. DECADÊNCIA. O prazo decadencial qüinqüenal é aplicável aos pleitos administrativos referentes a créditos do imposto, conforme legislação tributária. CRÉDITOS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. UFIR E TAXA SELIC. É inaplicável a atualização monetária para ressarcimento de créditos do imposto, somente prevista para os casos de restituição ou compensação de valores do imposto pagos indevidamente ou a maior” A DRJ considerou não impugnada parte crédito tributário, no valor total de R$11.995.731,51, sendo R$6.511.598,75 de imposto (IPI), R$4.883.698,82 de multa de ofício, e R$600.433,94 de juros de mora, determinando ao órgão preparador que providenciasse o desdobramento necessário para cobrança imediata dos referidos valores, permanecendo nos autos deste processo a parte impugnada. Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário, às 2.860/2.941 (2.244/2.325) requerendo: “I — no que tange as preliminares (a) a Recorrente impugnou totalmente o auto de infração em comento, quando da apresentação de sua Defesa, inclusive a alegação de não estorno/abatimento dos valores utilizados para quitação de tributos com os créditos por ela possuídos, ora mais uma vez inequivocamente demonstrada; (b) a demonstração de duplicidade de cobrança de crédito tributário que está sendo realizada paralelamente nos presentes autos e nos autos do processo administrativo n° 10830.004389/200213 (créditos apartados sob alegação de ausência de impugnação), com a conseqüente manutenção de créditos tributários e emissão de guias DARF's com valores equivocados; (c) a indevida imputação de multa em face de créditos tributários cujo aproveitamento e compensação se deu ao amparo de medida judicial. REQUER a retificação do lançamento tributário, com a reinclusão na presente discussão dos créditos de que tratam o item (a) do presente pedido, bem como com a adequação do valores exigidos em face de todos os tópicos acima. REQUER, ainda, a remessa dos presentes autos ao órgão administrativo de origem, a fim de que realize as diligências necessárias para verificação dos corretos valores que deverão Fl. 3968DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 integrar o presente auto de infração, inclusive com a exclusão da multa aplicável. II – No que tange ao direito: (a) a premência em se dar efetividade ao principio da não cumulatividade em face aos insumos adquiridos, empregados em produtos destinados ao mercado interno; a aquisição de bens do ativo imobilizado, bem corno a aquisição de insumos empregados em produtos exportados; (b) a desnecessidade de separação e desproporcionalização dos créditos básicos e incentivados em face dos produtos exportados, em razão de todos os insumos adquiridos pela Recorrente serem passíveis de creditamento; (c) a plena vigência da legislação de regência do créditoprêmio, (d) a correção das alíquotas aplicadas na apuração dos créditos em discussão; (e) a necessidade de os valores objeto de pedidos de ressarcimento e de restituição serem corrigidos monetariamente, bem como atualizados pela Taxa SELIC; (f) a inocorrência da prescrição para realização dos creditamentos de IPI sob análise, REQUER seja dado provimento ao presente Recurso Voluntário, afastandose a exigência imposta à Recorrente, com o conseqüente cancelamento do Auto de Infração originário dos presentes autos, inclusive no que tange à. parcela do crédito tributário segregado dos presentes autos sob alegação de ausência de impugnação. Ainda que o provimento seja parcial, o que se admite tão somente em face do principio da eventualidade, REQUER seja realizada a retificação do auto de infração, com a adequação do valor do crédito tributário, tendo em vista o erro de apuração de seu valor e a indevida imputação de multa de mora em face dos creditamentos realizados ao amparo de medida judicial. Reitera, por fim, que seja determinada a realização de diligência visando a. correção dos erros informados no presente Recurso.” Para fundamentar seu recurso, expendeu extenso arrazoado sobre: I – Dos Fatos; II – Preliminar: II – A) Da Necessidade de Retificação do Crédito Tributário Exigido – Do Valor Apartado do Auto de Infração por Alegação de Ausência de Impugnação; II – B) Da Incorreção dos Valores Lançados em Darf de Exigência de Tributo; II – C) Da Incorreção da Multa Cominada; II – D) Conclusão da Preliminar; e, III) Do Direito: III – A) Do Mérito Propriamente Dito; III – A 1) Da Vedação do Aproveitamento de Créditos Relativos a Insumos: III – A – 1 a) Do Princípio Constitucional da NãoCumulatividade; III – A – 1 b) Do Direito ao Crédito Relativo a Insumos Empregados em Produtos Destinados ao Mercado Interno, Exportados e a Bens Integrantes do Ativo Imobilizado; III – A – 1 c) Desnecessidade de Separação e Proporcionalização dos Créditos Básicos e Incentivados – Produtos Exportados; III – A 2) Crédito do Art. 1º do Decretolei nº 491, de 1969 (créditoprêmio); III – A 3) Da Alíquota Aplicada aos Creditamentos Efetuados; III – B) Da Correção Monetária e Taxa Selic; e, III – C) Da Inexistência de Prescrição. Fl. 3969DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.005979/200182 Acórdão n.º 330101.377 S3C3T1 Fl. 3.928 9 Depois de interposto o recurso voluntário, a recorrente protocolou neste Conselho, em 16/05/2003, o requerimento às fls. 3.239/3.243 (2.605/2.609), requerendo a exclusão do valor de R$1.219.105,45 do crédito tributário em discussão, correspondente ao valor transferido para a Comercial Agrícola Cosmópolis Ltda., para compensação de débitos desta (de terceiros) com parte do ressarcimento glosado e objeto do lançamento em discussão e que, posteriormente, foi exigido por meio de auto de infração, formulado no processo nº 10830.008398/200283, evitandose assim a exigência dos mesmos débitos em duplicidade. Em 08/08/2003, a recorrente protocolou, neste Conselho, o requerimento às fls. 3.297/3.300 (2.663/2.666), desistindo expressa e irrevogavelmente do Recurso Voluntário interposto contra a decisão da DRJ Ribeirão Preto, exclusivamente, quanto ao ressarcimento/ compensação do créditoprêmio do IPI, no valor de R$6.483.462,20, compensado indevidamente com débitos próprios a fim de fossem incluídos no PAES, nos termos da Lei nº 10.684, de 2003, e Portaria Conjunta PGN/SRF nº 01, de 2003, mantendo o litígio em relação às demais matérias. Ainda, antes do julgamento do recurso, protocolou em 11/11/2003, outro requerimento, às fls. 3.302/3.304 (2.668/2.670), requerendo a exclusão do valor de R$5.090.516,63 do crédito tributário em discussão, correspondentes ao valor do ressarcimento/ restituição, objeto do lançamento contestado e que fora cedido à empresa Ipiranga Petroquímica S/A para utilizar na compensação de débitos desta e que posteriormente foi exigido por meio de auto de infração, formulado no processo nº 11080.005173/200349. Em 23/04/2004, protocolou mais um requerimento às fls. 3.348/3.353 (2.701/2.706), requerendo a exclusão do valor de R$1.573.400,20 do crédito tributário em discussão, sendo R$1.186.896,66 da Greenplast Reciclados do Brasil Ltda, processo nº 11080.001450/200182, e R$386.503,54 da Polimarketing Resinas Petroquímicas Ltda, Processo nº 10830.005413/200151. Em ambos os processos, foi exigida parte do ressarcimento/restituição, objeto do lançamento em discussão, e que fora cedida àquelas empresas para compensação com seus débitos (terceiros). Novo requerimento foi protocolado em 26/04/2004, desta vez na DRF em Campinas, às fls. 3.391/3.406 (2.734/2.749), requerendo a revisão do lançamento, sob os argumentos de que parte dos débitos lançados e exigidos foi reconhecida por ela recorrente e parte foi exigida de terceiros (Banco ABC Brasil Ltda., Ipiranga Petroquímica S/A., Comercial e Agrícola Cosmópolis Ltda., Green Plast Reciclados do Brasil Ltda., Polimarketing Resinas Petroquímicas Ltda., e Empresa de Com. E Editora Ltda Multiesportes Ltda.) Em face do requerimentos às fls. 3.391/3.406 (2.734/2.749) e cumprimento ao disposto no §7º do Regimento Interno do Antigo Conselho de Contribuintes, o Procurador da Fazenda Nacional junto a Segunda Câmara foi intimada daquele requerimento. Notificada, a Procuradoria apresentou a manifestação às fls. 3.409/3.410 (2.752/2.753), entendendo a necessidade de aguardar a apreciação do pedido de revisão do crédito tributário em discussão, por parte da Delegacia da Receita Federal em Campinas e, em especial, para que aquela se manifestasse sobre o pedido de redução de arrolamento de bens e sobre os créditos tributários transferidos para terceiros, o que para tanto, farseia necessário através de diligência. Em virtude do falecimento do Conselheiro Relator Raimar da Silva Aguiar, o processo foi sorteado e redistribuído para então Conselheiro Gustavo Kelly Alencar. Fl. 3970DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 Colocado em votação por aquele Relator, os Membros da Segunda Câmara do Antigo Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, converteram o julgamento do recurso em diligência, nos termos da Resolução nº 20201.143, datada de 18/07/2007, às fls. 3.419/3.426 (2.762/2.769), a fim de que os autos fossem remetidos à unidade de origem para que se manifestasse sobre a petição apresentada pela contribuinte, nos termos ali esposados, inclusive, quanto à inclusão de encargos moratórios no Paes, e, ainda, tendo em vista as alegações da contribuinte, determinou também que fosse realizada a análise das suas alegações quanto ao estorno dos créditos de IPI após suas utilizações. Em atendimento àquela Resolução, a DRF em Campinas produziu o Relatório Fiscal às fls. 3.439/3.447 (2.782/2.790) e a Informação Fiscal às fls. 3.667/3.677 (3.007/3.017), datada de 26/04/2011. Intimada daqueles documentos, a recorrente apresentou a manifestação às fls. 3.742/3.749 (3.081/3.088), alegando e requerendo: “(i) relativamente ao aproveitamento de créditos indevidos, o montante de R$ 20.761.981,74, originariamente lançado, e que atualmente deveria corresponder a apenas R$ 1.454.095,04, deve ser totalmente excluído do lançamento, haja vista tratarse de sujeição passiva de terceiro, impossível de ser imputada à ora Requerente sob pena de ilegalidade; (ii) relativamente ao IPI não recolhido por suposto não estorno de créditos na escrita fiscal, dos R$ 6.511.598,75 originariamente lançados, foram considerados estornados apenas os valores compensados a titulo de COFINS e Contribuição ao PIS, que representam R$ 1.289.947,96, sendo equivocadamente mantidos os relativos ao IPI, no montante de R$ 5.221.650,79, montante este que também deverá ser integralmente afastado da exigência em razão da inclusão dos respectivos valores em parcelamento de débitos beneficiado – PAES, conforme extratos anexos; e (iii) seja realizada a imediata correção dos valores lançados no presente feito e no processo de n° 10830.004389/200213 junto à base de dados desta Receita Federal do Brasil, de modo a retratar as reduções já realizadas até o momento, bem como as que advirão da análise dos argumentos acima expostos.” É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. Em face da desistência parcial do recurso voluntário interposto e do resultado da diligência proposta pela Segunda Câmara do Antigo Segundo Conselho de Contribuintes, o litígio nesta fase recursal se restringe à exigência de R$6.675.744,40, sendo R$5.221.650,78 que, segundo a recorrente, teriam sido incluídos no PAES e R$1.454.093,62 que teriam sido Fl. 3971DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.005979/200182 Acórdão n.º 330101.377 S3C3T1 Fl. 3.929 11 exigidos de terceiros (Green Plast Reciclados do Brasil Ltda, Eucatex S/A Ind. e Com., e M Perussi Assessoria e Planejamento Tributário S/C Ltda.) O IPI (principal) lançado totalizou R$27.273.579,07, conforme consta do auto de infração às fls. 04/72 (02/70) e mais as cominações legais, multa de ofício de 75,0% e juros de mora à taxa Selic. Baixados os autos em diligência, a autoridade administrativa competente, por meio do Relatório Fiscal às fls. 3.439/3.447 (2.782/2.790) e da Informação Fiscal às fls. 3.667/3.677 (3.007/3.017), demonstrou e provou que daquele total, R$19.307.886,70 deveriam ser excluídos do imposto lançado por terem sido incluídos no PAES e/ ou exigidos de terceiros, conforme discriminados a seguir: a) R$6.483.462,20 incluídos no PAES pela recorrente, tabela às fls. 3.670 (3.010); b) R$1.219.105,55 exigidos de Comercial e Agrícola Cosmópolis Ltda., processo nº 10830.008398/200283 [fls. 3.671 (3.011)]; c) R$4.865.866,40 exigidos e pagos pelo Banco ABC do Brasil Ltda. [fls. 3.671 (3.011)]; d) R$7.894,67 exigidos da Empresa de Comunicação e Ed. Jornalística Multiesporte Ltda., processo nº 10830.455804/200465 [fls. 3.672 (3.012)]; e) R$5.090.516,63 exigidos de Ipiranga Petroquímica S/A, processo nº 11080.005173/200349 [fls. 3.672 (3.012)]; f) R$386.503,84 exigidos de Polimarketing Resinas Petroquímicas Ltda., processo nº 10830.005413/200151 [fls. 3.672 (3.012)]; e, g) R$1.254.537,41 exigidos de Greenplast Reciclados do Brasil Ltda., processo nº 11080.001450/200182. Além destes valores, deverá ser excluídos também a quantia de R$1.289.947,96 decorrentes de estorno na escrita tributária, conforme demonstrado na Tabela às fls. 3.446 (2.789) do Relatório Fiscal. Deduzidos todos estes valores remanesceu saldo de imposto, no valor de R$6.675.744,41, cujo cancelamento a recorrente solicita sob os argumentos de que deste total, R$5.221.650,78 foram incluídos no PAES, conforme provaria as planilhas anexas, e R$1.454.093,63 teriam sido exigidos de terceiros, sendo R$145.092,25 da Green Plast Reciclados do Brasil Ltda., R$1.290.435,79 da Eucatex S/A Ind. e Comércio, e R$18.565,58 da M Perussi Assessoria e Planejamento Tributário S/C Ltda. Em relação ao valor de R$5.221.650,78, ao contrário do alegado pela recorrente, as planilhas denominadas “Demonstrativo de Compensações e Pagamentos Autuação e Consolidação” às fls. 3.886/3.889 (3.225/3.228) e “Consolidação de Débitos no PAES” às fls. 3.890/3.905 (3.229/3.244), anexadas aos autos, mais especificamente à manifestação sobre o resultado da diligência – Relatório Fiscal às fls. 3.439/3.447 Fl. 3972DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 12 (2.782/2.790) e Informação Fiscal às fls. 3.667/3.677 (3.007/3.017) – provam que nenhuma parcela correspondente àquele débito (saldo remanescente) foi incluída no PAES. Quanto ao valor de R$ R$1.454.093,62, a recorrente não apresentou quaisquer documentos comprovando sua cessão para terceiros e, principalmente, que foram exigidos destes por meio de autos de infrações próprios. A carta cobrança apresentada como prova, ao contrário do seu entendimento, não contempla nenhuma parcela de IPI lançado e exigido de ofício cujo código de receita é 2945. A título de esclarecimento, o valor total excluído do crédito tributário, em face da diligência, cedido à Green Plast Reciclados do Brasil Ltda, excede o valor daquela carta consulta. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, dou provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do total do IPI (principal) lançado e exigido, o valor de R$20.597.834,96 (vinte milhões quinhentos e noventa e sete mil oitocentos e trinta e quatro reais e noventa e seis centavos), mantendose o saldo de R$6.675.744,41 (seis milhões seiscentos e setenta e cinco mil setecentos e quarenta e quatro reais e quarenta e um centavos), acrescido das cominações legais, multa de ofício de 75,0 % e juros de mora à taxa Selic. (Assinado Digitalmente). José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 3973DF CARF MF Impresso em 10/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /04/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 11080.006079/2007-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 08 00:00:00 UTC 2010
Numero da decisão: 3301-000.051
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converteu-se o julgamento em diligencia, no termos da proposta do Relator.
Matéria: IPI- ação fiscal- insuf. na apuração/recolhimento (outros)
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converteu-se o julgamento em diligencia, no termos da ptoposta do Relator. aVi/T) Rodrigo djCosa Possas — Presidente EDITADO EM: 21/12/2010 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Mauricio Taveira e Silva, Rodrigo Pereira de Mello, Maria Teresa Martinez LOpez, Antônio Lisboa Cardoso (Relator) e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente da Turma). Relatório Cuida-se de recursos de oficio e voluntário em face do acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Porto Alegre (DRJ/POA), que manteve parcialmente procedente o Auto de Infração de Imposto sobre Produtos Industrializados — IPI, do período de apuração de 28/02/2002 a 29/02/2004, decorrente da glosa do credito presumido de 1P1, referente aos valores pagos pelas aquisiOes de "água clarificada" e vapor", sintetizado nos termos da seguinte ementa (fis. 125/128): ASSUNTO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apulação• 28/02/200.2 a 29/02/2004 MA TERIA NÃO IMPUGNADA Considera-se definitivo o lançamento *wad°, na esfera administrativa, a matéria não impugnada. DECADÊNCIA. Verificada a antecipação de pagamento e expirado o prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato getador, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário, decaindo a Fazenda Pública do direito de exigir eventuais diferenças', a titulo de IPI não recolhido, por glosas de créditos presumidos do 111 não admitidoS. GLOSA DO CRÉDITO PRESUMIDO DE IPL• BASE DE CÁLCULO. Or valores pagos pelas aquisiçães de "água clarificada" e "vapor", não entram na base de cálculo do beneficio, por não se enquacharem no conceito de matéria-prin?a, produto intermediário ou material de embalagem, únicos in5111110S autorizados pela lei, o que justifica a glosa dos créditos do IPI registrados em excesso INDEFERIMENTO DE PERIM. Indejete-se o pedido de perícia quando a providência se mostra desnecessária à solução da lide. Lançamento Procedente em Palle" A DRJ/P0A, recorreu de oficio, em relação à parcela cancelada no valor de R$1.015357,88, em razão de ter sido reconhecida a ocorrência do instituto da decadência sobre o período de 01/02/2002 a 20/02/2002, tendo em vista que a Contribuinte deu ciência ao Auto de Infração em 30/02/2007 (ff. 102), tendo em vista que, efetuado o pagamento antecipado do T1, nos moldes do art, 150, § 4 0 do CTN, sem a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de parte do sujeito passivo, o decurso do prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, sem manifestação expressa da Fazenda, implica a homologação tácita do lançamento, conforme ementário que se transcreve do Acórdão CSRF/02-02,618, sessão de 23/04/2007: "Ementa. 1101 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Em se tratando de tributos si.i j eitos a longa nento por homologação, a contagem do prazo decadencial se derived da regra geral, prevista no art, 17.3 do CTN, pal a encontrar respaldoN 4 0 do artigo 150 do mesmo Código, hipótese em que o ler1110 inicia para contagem do prazo de cinco anos é a data da ocorrência do lino gerador Expirado esse prazo, sem i que a Fazenda Pziblica tenha se pronunciado, considera-se homologado o lançamenlo C definitivamente extinto o crédito Acolhido a preliminar de decadência em i elagdo aos fatos geradores ocorridos até 28,de dezembro de 1994 " Plocetiso a' I 1080.006079/2007-3 I E0.3 Rcsolugiio " 3301-00.051 Fl 2 Já em relação as glosas no cálculo do crédito presumido do IN sobre aquisições dos produtos denominados "água clarificada" e "vapor", que não se enquadi am no conceito de MP, PI e ME, o contribuinte alega, basicamente, tratar-se de materiais inter-medlar ios consumidos no seu processo produtivo . De acordo corn a decisfio recorrida, o art. 10 da Lei 9.363, de 1996, prevê que a empresa produtora exportadora fará jus ao Crédito Presumido do IPI, para se ressarcir do valor das contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins "incidentes sobre as respectivas aquisiOes, no nieicado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e »laterial de embalagem, para utilizaçao no pi ocesso produtivo", Segundo o parágrafo único do artigo 3° da mesma Lei, subsidiariamente, a legislação do IPI para o estabelecimento dos conceitos de produção, matérias-primas (MP), produtos intermediários (PI) e material de embalagem (ME). Pois bem: o conceito desses insuntos (MP, PI, ME) se extrai da norma do artigo 147, inciso I, do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto n° 2,637, de 25 de junho de 1998 (RIPI/98), convertido no art. 164, inciso I, do RIPI/02, aprovado pelo Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002: t 147. Os eAtabeleciinentos industrials, e os que lhes são equiparados, podei fio creditor-se (Lei a' 4 502, de 1964, art. 25): - do imposto relativo a matérias-primas, pi °dittos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo-se, entre as matérias-primas produtos intermediát ios, aqueles que, embora mio se integrando ao now pruchtio, fOrem cohstunidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos elute os heirs do ativo permanente; Por sua vez, o alcance da expressão "constunidos no proc de industrialização" é esclarecido pelo Parecer Normativo CST n.° 65/79, publicado de 06-11-1979, que assevera: "10 Resume-se, portanto, o problema na deteminação do que se deva entender como produtos 'que embora não se integrando ao novo produto, fbrem consumidos no processo de industrialização.' 10.2 — A exp . es.são 'consumidos , ' lid de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, eyemplifleativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou quimieas, desde de que deconentes de ação direta do instinto sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo." (negrito na transcrição) Consta ainda, para que seja dado o tratamento de instintos aos bens que, embota não se integrando ao novo produto, sejam consumidos no processo de industrialização, tais bens devem guardar semelhança Corn 45 MP e OS PI, em sentido estrito, semelhança essa que reside no fato de exercerem, na operação de industrialização, função análoga a das MP e PI, ou seja, se consumirem, em decorancia de u ni contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou por esse diretamente sofrida. No aludido parecer so mencionados os seguintes exemplos: lixas, laminas de serra e catalisadores, desde que não integrem o ativo permanente. Dos termos dos atos normativos acima mencionados, deduz-se que a inclusão dos valores de " água clarificada" e do "vapor", não identificados como MP, PI e ME, na base de cálculo do crédito presumido, improcedente, porque não atende aos requisitos (se consumirem em contato fisieo direto com o produto industrializado) para serem considerados iris/tows empregados no processo de industrialização dos produtos exportados. A propósito, o próprio contribuinte reconhece em sua impugnação, item .3.30, fls. 114 e item 3.36, fls. 115, não haver contato físico dosses produtos com o produto em fabricação. Nesse sentido a Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de Contribuintes decidiu no mesmo sentido, ao apreciar Recurso Especial interposto por outro contribuinte, conforme- ementário do Acórdão -CSRF/02-01.912 da Segunda Turma, em sessão de 12/04/2005, que assim julgou: Ementa: JPJ — Crédito Presumido — Energia Elên ica, Combustiveis e Ág-tia Clarificada — Para enquadramento no beneficio, somente se caracterizam como malária-prima e produto inter mediário or inS'111110V que -se integram ao produto final, ou que, embora a ele não se integrando, sejam consumidos, em decorrência de ação diz eta sobre este, no processo de fabricação. A energia ele/rica usada como forgo 1170friz Oti fonte de calor ou de iluminação, os combustíveis e a água clarificada por não atuarem t diretamente sabre o produto em fabricação, não se enquadra nos conceitos de inaféria-prima au produto intermedicirio. (grit-el) Dessa forma, conclui a decisão, que os materiais denominados "água clarificada" e "vapor" não podem ser incluídos na base de cálculo do crédito presumido do IPI, por não se enquadrarem no conceito de MP, PI, ME, únicos insionos admitidos pela lei. Por fim, sobre o pedido de realização de pericia, aduz que, apesar de ter sido indicado profissional e a formulação de quesitos pelo impugnante, a mesma seria inócua a realização de perícia solicitada pelo contribuinte, visto que o que se discute é se os produtos em questão ("Agua clarificada" e "vapor"), se consomem em contato direto com o produto industrializado, fatos que o próprio contribuinte, ao descrever o processo produtivo, em sua impugnação e em Laudo de Especificação Técnica, não logrou comprovar tais requisitos, e a realização de perícia não supriria essa deficiencia, não havendo, portanto, motivação suficiente que justifique o pedido do irnpugnante, sendo desnecessária para a solução do litígio, podendo ser indeferida de acordo corn o art. 18 do-PAF. Ademais, o pedido para a realização de prova pericial, deve-se ter presente que, de acordo corn o art. 16, IV, do Decreto n 0 70,235, de 6 de março de 1972 ( )AF) com a redação dada pelo art, 10 da Lei n2 8.748, de 9 de dezembro de 1993, a impt gnaçaR deve mencionar as diligências ou pericias que o impugnante pretenda sejam efetuada expostos, em conformidade corn decisão do extinto Conselho de Contribuintes: - "DILIGÊNCIA FISCAL/PERÍCIA — A determinação de realização de diligências elou pericias compete a autoridade singular; podendo a mesma ser de oficio ou a requerimento do sujeito passivo. O seu indeferintento pelo julgador de primeira instiincia não acarreta cerceamento de defesa, se as provas p .esentes nos autos são sulicientes part', formação da livre convicção sobre os tatos ensejadores do lançamento" (1° CC; 4° Camara; ptoc 10825 000839/98-67, Acórdão 104-17667). É. o relatório. Process() n" 11080 006079/2007-3 I S3 -1 LO3 Resoluçtio n. 3301-00.051 Fl 3 Voto Conselheiro Relator, Relator O recurso de oficio merece ser conhecido e improvido por seus próprios fundamentos, porquanto, conforme bem frisado no voto condutor do acórdão recoirido, '... eft/rock o pagamento antecipado do IPI, nos moldes do art, 1.50 do CTN, sem a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de parte do sujeito passivo, o decurso do prazo de cinco anos, contados da ocori encia do lato gerador, sem manifestação expresso da Fazenda, implica homologação kicita do lançamento". Inform ainda que, no presente caso "efetivamente ocorreu pagamento antecipado do IPI conforme demonstram os extratos das ,f1s. 215/216, obtidos no sistema SINAL 10 da RFB, de modo a "concretizar a hipótese de lançamento por homologação antes citado, cujo prazo ,I, decadencial, coma já dito, é de cinco anos contados do/cito gerador." Nesse sentido cita a douta Camara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de Contribuintes também entende que no lançamento por homologação o prazo decadencial é contado nos terms do § 4" do art. 150 do CTN, confbune ementário que se transcreve do Acórdão CSRF/02-01618, sessão de 23/04/2007: Ementa IPI, DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento pot homologação, a contagem do prazo decadencial se desloca da regra geral, pi evista no art. 173 do ON, para encontrar respaldo no § 40 do artigo 150 do mesmo Código, hipótese em que o termo inicial para contagem do prazo de cinco anos é a data da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considet homologado o langamento e dqfinitivantente extinto o crédito. Acolhido a preliminar de decadência em relação aos fittos geradores ocort idos até 28,de dezembro de 1994. No mesmo sentido vem decidindo o STJ, como bem demonstra a ementa abaixo reptoduzida, que resume o julgamento do REsp n° 636.626, de 15 de maio de 2007, publicada no DJ de 04/06/2007, relatado pelo Min. •Teori Zavaselci: TRIBUTAIO E PROCESSO CIVIL. RECURSO LSPEC AL VIOLAÇÃO AO ART 535, II, DO CPC. INOCORRENCIA, RA 6ES RECURSALS QUE NÃO INFIRMAM O ACÓRDÃO RECORfq SÚMULA 284/SIF. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO HOMOLOGAÇÃO ArÃOCIPAGAMENTO. PRAZO DLCADENCIAL'—' PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. TERMO INICIAL. DEPÓSITO JUDICIAL, DISPENSA DO ATO FORMAL DE LANÇAMENTO. PRECEDENTES 3. 0 prazo decadencial para efetuar o lançamento do tributo ú, eni regra, o do ai t 173. I, do CTN, segundo o qual "o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco 'altos, 5 contados: do primeiro dia do eyereicio seguinte àquele em que o lanÇalne7710 poderia ler sido efetuado" 4 Todavia, porn or tributar sujeitos a lançamento por homologaçao — que, segundo o art. ISO do CTN, "ocorre quanto any tributar cula legisla çâo atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio crome da autoridade administrative e "opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assincexercida pelo obrigado, expressamente a homologa" rep a especifica. Relativamente a eles, ocorrendo o pagamento antecipado por parte do contribuinte, o Faro decadencial paiv o lançamento de eventuais diferenças ci de cinco anos a cantor do fato geradoi; conforme estabelece o ,sç 4 0 do art. 150 do CTN Precedentes- da 1" Seção: ERESP 101.407/SP, Min. Ari Pargendler, DJ de 0805.2(100, ERESP 279 473/SP, Min. Than Zavaseki, DJ de 11.10.2004; ERESP 278 727/DF, Min Francitilli Ne/to, DJ de 28 10 2003 Assim sendo, voto no sentido de julgar improcedente o recurso de oficio. O recurso yoluntario, igualmente, merece ser conhecido, porquanto tempestivamente interposto e revestido das demais formalidades. Em relação ao recurso voluntário, em que se discute as glosas no calculo do crédito presumido do IN relativo ás aquisições dos produtos denominados "Agua clarificada" e "vapor", desconsiderados pela decisão recorrida, por entender que não se enquadram no conceito de MP, PI e ME, o contribuinte alega, basicamente, tratar-se de materiais intermediúrios consumidos no seu processo produtivo, entendo ser necessária a conversão do julgamento em diligência , pois, segundo a recorrente, a "agua clarificada" e o "vapor" são consumidos em seu processo produtivo, sofrendo perda de suas propriedades fisicas e químicas em decorrência de uma ação direta sobre os produtos em fabricação. que de acordo com a legislação do JPI, art. 147, I do Decreto n" 2.637/98 e art. 164, I, do Decreto 4,544/2002, devem ser incluidas entre as matérias-primas e os produtos intermediários "aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização . Portanto, em principio, o que se exige para a inclusão de um determinado insumo na base de cálculo do crédito presumido de IPI é que este seja "consumido no processo de industrialização". Por sua vez, o Parecer CST n° 65/79, define quais são os insumos que, embora não se integrando ao novo produto, são "consumidos no processo de ind sly.isalização", exigindo, tão somente, que haja "ação direta" do insumo sobre o produto em f ricaç-o e que, em decorrência dessa ação direta, o insurno sofia alterações como "desgaste, o dà o o A perda de propriedades lisicas ou químicas". De acordo com as informações da recorrente, de forma simplificada, aduz que ern seu processo produtivo, os hidrocarbonetos (etenos, propeno, buteno), catalisadores, ativadores, hidrogénio e outros produtos químicos são introduzidos ern reatores de polimerização e, entrando em contato, inicia-se urna reação quimica de "polimerização", da qual se originarão os polimeros fabricados pela Recorrente E, para tanto, a "água clarificada" e , o "vapor" desempenham um papel preponderante nesse processo. 3 Processo U 11080,006079/2007-3 S3-1T03 ResoNO° n " 3301-00,051 Fl 4 Explica ainda que, a reação química de polimerização é urna reação exotermica, que libera calor. E, quanto mais calor é liberado pela reação quimica, mais a temperatura dentro do reator se eleva e mais a reação se acelera. Para manter' a reação sabre controle e assegurar que o produto possa ser fabricado corn as características desejadas e especificadas, é imprescindivel que a temper atura seja mantida estável. Assim sendo, a função da "água clarificada" é a de absorver o calor do produto que está sendo fabricado, havendo urna transferência do produto que está sendo fabricado para a "água clarificada", que retira a energia calorifica do produto, mantendo-o na temperatura adequada. Ressalta, ainda que, "não se tiara de resfriamento de máquinas ou equipamentos, mas de redução da temperatura do próprio produto em fabricação". Da mesma forma, o "vapor", que atua na secagem do pó de polímero que deixa os reatores, na eliminação de resquícios de hexano (produto tóxico, inflamável), cuja eliminação se dá por secagem, porquanto em decorrência da ação do vapor, o polimero, que saiu dos reatores com resíduos de hexano, deixa de conter estes resíduos. 0 vapor atua ainda na fase de extrusao, ern que o pó de polimero é transformado em "pellets" (pequenos grãos esfericos), havendo urna troca de calor entre o vapor e o p6 de polimero, que em decorrência da elevação da temperatura se funde (deixa de ser pó e se torna uma liga). Aduz ainda que essas informações corroboram corn o Laudo de Especificação Técnica que instruiu a Impugnação, e que seriam comprovadas pela pericia técnica requerida, Vê-se, portanto, que a "água clarificada" e o "vapor": a) integram o processo produtivo da Recorrente; b) mesmo naqueles casos em que não há contato fisieo entre a "água clarificada" e o "vapor" e os produtos em fabricação, há ação direta da "água clarificada" e do "vapor" sobre os produtos ern fabricação, e, em consequência dessa ação direta, os produtos em fabricação sofrem transformação em suas características; c) em decorrência da ação direta da "água clarificada" e do "vapor" sabre os produtos em fabricação, e destes sobre aqueles, a "água clarificada" e o "vapor" sofrem alterações, identificadas corn a perda de suas propriedades fisicas e químicas originais. Assim sendo, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, para qu seja realizada a prova pericial requerida pela Recorrente, tanto na impugnação quanto/no recurso, corn fulcra no art. 16, IV, do Decreto n° 70.235, conforme requerido As fis. 12 / 2 (vol. 1), nos seguintes termos e quesitos a seguir relacionados: "42 A prova pericial se destinará a demonstrar que a) a "água dal ificada" e o "vapor" integram o processo produtivo da Impugnante; b) lid ação direta da "água clarificada" e do "vapor" sobre os produtos. em fabricação; e c) em decorrência da ação da "cigua clarificada" e do "vapor", os produtos en, fabricação soften i transfoi ntação em suas características e a "água clarijicada" e o "vapor" 30"C111 alteração em suas pi•opiledades físicas. 7 4 3 Para tanto, a hnpugnante indica como seu perito o Engenheiro Químico Elávio Roberto Lima de Barmy, Engenheiro de Processo sênior, CRO n° 05.301320, com endereço profissional no III Pérto Petroquintico, s/14 Lote 04, Terceiro Distrito, Trittufo, RS, e fonnula or seguintes quesitos.: i) há t ai sAréncia de calor entre o produto que está sendo Mbricado e a "água elm ficada"? ii) de que forma se dá a transferéncia de calor do produto em fabricação paro a "água clarificada"? para que haja esta transferencia de calor entre o pi °ditto em fabricação e a água clarificada, é necessário que kaki contato fisico entre eles? iii) em decorrência desta transferencia de calor do produto em fabricação para a "água clarificada", a temperatura do produto em fabricação e da reação de polinterização é mantida sob controle, de modo que o pi ochno final apresente as características desejadas e as propriedades especificadas? iv) em decorrência da transferência de calor entre o produto e a "água clarificada", a "água clarificada" sake alteração em suas propriedades fisicas, em especial em sua temperatura? na secagem do pó de polimero que deixa or reatores de polimerização nos processos em suspensão, há transferência de calor do "vapor" para o pó de polluter° contendo hexano? VI) de que forma se dá a transferência de calor do "vapor" para o pó de polhnero contendo hexano? para que haja esta transferência de calor entre o "vapor" e o pó de polimero contendo heyano, é necessário que haja contato físico entre eles? vii) em decorrência da transferência de calor cio "vapor" para o pó de polímero contendo hevano, ha o aumento da temperatura do pó de polímero e do !levant) e a passagem do hexano da fase líquida para a fase gasosa, com sua evaporação? Depois da secagem, o pó de polimero apresenta resquicias de hexano? viii) O em t decorrência da transferência de calor do "vapor" para o pó tie polímero contendo hexano, o "vapor" sofre tranvfiffmaelio física , passado da fase gasova para a fase liquida? ix)na ex-ausão, há translerência de calor do "vapor" para o pó de polimero 2 x) de que forma se dá a transferência de calor do "vapor" pain o 1)6 de polímero? para que haja esta transferência de calor entre o "vapor" e o pó de polimero, é necesseirio que haja contain físico entre ales? xi) em decorrência da transferência de calor cio "vapor" para o pá de polimero, o pó de polhnero tem sua temperatura aumentada e se funde? xii) em decorrência da transferência de calor do "vapor" para o pá c1 Kadk polimero contendo hevano, o "vapor" .safre transformação lírica, pas- vado eke?. ga 50 50 para a fase líquida? „. .xiiOna destilação do liquor-mãe, há transferência de calm- do "vapor" para.a mistura de hexano e outros prodmos? xiv)de que „forma se dá a iransferencia de calor do "vapor" para a mistura de hexano e outros produtos? para que haja esta lianyerdlicia de calor entre o "vapor" e a mistui a de hexano e outros pi odutos, é !recess-6i ia que haja contato físico enlre eles? xv) em decoirência da transferéocia tle calor cio "vapor' para a mistura de hexano e outros produtos, há o caimento de (empei atura do he.yano e a pctssagen ,-do ( Processo n" 1 1080,006079/2007-31 S3-*TE03 Resolue5o n° 3301-00.051 Fl. 5 hexano rfase liquida paw a fase gasosa, com sua evaporação? em decorrência da aiqerência de calor cio "vapor" para o Itexano, o hexano se sepata dos mat os produtos da wisteria? .xvi)ent decorrência c/a transferência de calor do "vapor" para a mis-lura de hexcuto e outros produtos, o "vapor" sofre transformação física, passado c/a fase gasosa para a lase liquida" .xvii)na etapa de steaming, há contato físico entre a "vapor" e o produto em fabr icaçiio? will) na etapa de steaming, em decorrência da ação do "vapor" sobre o pi oduto em fabricação, verifica-se a desativação das residue's de catalisador, bent como a reinação de hidrocarbonetos impregnados nos pellets de polímero? xix) ao final da etapa de steaming, verifica-se a transformação física do "vapor", com sua passagem da fase gasosa para a .fase liquida? xx) na secagem, há transfer acia de calor do "vapor" para o produto eat fabricação? xxi) cio que fat ma se dá a transferência de calo). do 'vapor" para o produto em fabricação na secagem? para que haja esta transferência de color crave o "vapor" e o produto en: fob, icação na secagem, é necessário que haja cantata [is/co (mire eles? .xxii) na secagem, ern decorrência da transferência de calor do "vapor" pma o ¡mocha° cat fabricação, verifica-se o aumento da temperatura do produto em fabricação e a evaporação dos residuos de água que acompanham o produto em fabricação depois da etapa de steaming? xxiii) na secagem, em decorrência da liansferência de calor do "VC11701'" para o produto cm fiebricução, a "vapor" sofre transfbrmação física, passado da .fase gasosa paia a fase liquida? ,xxiv) na aditiva ção, há transferencia de calor do "vapor" pm ci o produto em fabricacão e para os. aditivos.? xxv) c/c que .fbrina se dá a transferência de calor do "vapor" para o produto em fabricação e ON aditivos na adifivação? para que haja esta transferência de calor entre o "vapor" e o produto em fabricação e os aditivos, é necessário que haja contato físico elate des? xxvi)em decorrência da transferência de calor do "vapor" para o produto en; fabricação e Os aditivos, verifica-se o aumento de temperatura do produto em fabricação e dos aditivos e sua fusão? xxvii) na aditivação, en: decorrência da transferência de calor do "vapor's] am o produto em fabricação e para os aditivos, o "vapor" so fie transfarmação ji.iq, passado da lase gasosa para afase liquida? 4.4 Como se vê, os quesitos.formulados pela Impugnante buscam determinar se a "água clarificada" e o "vapor" enquadram-se no conceito definido pelo Pai CST n ° 65/79 de "produtos que 'embora não se integrando no novo piado/o, fbrein consumidos, no processo de inclustrialização 1, e, ern conseqüência, mesmo que se adote o entendimento perfilado pelo Auto de biliação, devenz ter seu custo considerado na determinação da base de cálculo do crédito prestimido do .1P1 previste) na Lei n° 9363/96." 9 AN\ o Lisboa Cardo Após realizada a diligencia, retornem os autos para prosseguimento do julgamento. 10
score : 1.0
Numero do processo: 11080.006079/2007-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 28/02/2002 a 29/02/2004
DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. CONSTATAÇÃO DE PAGAMENTO. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543-C DO CPC). REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF (ART. 62-A DO RI-CARF). Nos tributos sujeito a lançamento por homologação, como é o caso do IPI, em havendo pagamento, o prazo decadencial conta-se do fato gerador, considerando-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário com o transcurso do prazo quinquenal. CRÉDITOS PRESUMIDOS. PRODUTOS NÃO UTILIZADOS NEM CONSUMIDOS NO PROCESSO PRODUTIVO
Os produtos que não se enquadram no conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, nos termos da legislação do IPI, não geram créditos presumidos desse imposto, a título de PIS e Cofins.
VAPOR DA ÁGUA. “STEAMING”. PROCESSOS “SPHERILENE” E “SPHERIPOL”.
As aquisições de vapor da água, consumidos na etapa “Steaming” dos processos “Spherilene” e “Spheripol”, na industrialização de produtos exportados, geram créditos presumidos do IPI, passíveis de dedução do imposto devido mensalmente.
Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3301-001.591
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso de ofício e pelo voto de qualidade dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Maria Teresa Martínez López, que proviam a totalidade do recurso. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Declarou-se impedida a Conselheira Andrea Medrado Darzé. Sustentou pela Contribuinte o Advogado Henry Gonçalves Lummertz, OAB/RS nº 39.164.
Matéria: IPI- ação fiscal- insuf. na apuração/recolhimento (outros)
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 28/02/2002 a 29/02/2004 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. CONSTATAÇÃO DE PAGAMENTO. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543-C DO CPC). REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF (ART. 62-A DO RI-CARF). Nos tributos sujeito a lançamento por homologação, como é o caso do IPI, em havendo pagamento, o prazo decadencial conta-se do fato gerador, considerando-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário com o transcurso do prazo quinquenal. CRÉDITOS PRESUMIDOS. PRODUTOS NÃO UTILIZADOS NEM CONSUMIDOS NO PROCESSO PRODUTIVO Os produtos que não se enquadram no conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, nos termos da legislação do IPI, não geram créditos presumidos desse imposto, a título de PIS e Cofins. VAPOR DA ÁGUA. “STEAMING”. PROCESSOS “SPHERILENE” E “SPHERIPOL”. As aquisições de vapor da água, consumidos na etapa “Steaming” dos processos “Spherilene” e “Spheripol”, na industrialização de produtos exportados, geram créditos presumidos do IPI, passíveis de dedução do imposto devido mensalmente. Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Provido em Parte.
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TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. CONSTATAÇÃO DE PAGAMENTO. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C DO CPC). REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF (ART. 62A DO RICARF). Nos tributos sujeito a lançamento por homologação, como é o caso do IPI, em havendo pagamento, o prazo decadencial contase do fato gerador, considerandose homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário com o transcurso do prazo quinquenal. CRÉDITOS PRESUMIDOS. PRODUTOS NÃO UTILIZADOS NEM CONSUMIDOS NO PROCESSO PRODUTIVO Os produtos que não se enquadram no conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, nos termos da legislação do IPI, não geram créditos presumidos desse imposto, a título de PIS e Cofins. VAPOR DA ÁGUA. “STEAMING”. PROCESSOS “SPHERILENE” E “SPHERIPOL”. As aquisições de vapor da água, consumidos na etapa “Steaming” dos processos “Spherilene” e “Spheripol”, na industrialização de produtos exportados, geram créditos presumidos do IPI, passíveis de dedução do imposto devido mensalmente. Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao recurso de ofício e pelo voto de qualidade dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Maria Teresa Martínez López, que proviam a totalidade do recurso. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Declarouse impedida a Conselheira Andrea Medrado Darzé. Sustentou pela Contribuinte o Advogado Henry Gonçalves Lummertz, OAB/RS nº 39.164. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (Assinado Digitalmente) Antônio Lisboa Cardoso Relator. (Assinado Digitalmente) JOSÉ ADÃO VITORINO DE MORAIS Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Moraes, Antônio Lisboa Cardoso (relator), Amauri Amora Câmara Júnior, Fábia Regina Freitas, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente). Declarouse impedida a Conselheira Andréa Medrado Darzé. Relatório Cuidase de retorno de diligência destinada à realização de prova pericial requerida pela Recorrente, com o objetivo de comprovação do crédito presumido de IPI, relativamente aos valores pagos pelas aquisições de água clarificada e vapor d´água, no período de apuração de 28/02/2002 a 29/02/2004, objeto dos recursos de ofício e voluntário sobre os assuntos discutidos no presente processo, sintetizados na ementa do acórdão recorrido (fls. 125/128), nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 28/02/2002 a 29/02/2004 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA Considerase definitivo o lançamento efetuado, na esfera administrativa, a matéria não impugnada. DECADÊNCIA. Verificada a antecipação de pagamento e expirado o prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, considera se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário, decaindo a Fazenda Pública do direito de exigir eventuais diferenças, a título de IPI não recolhido, por glosas de créditos presumidos do IPI não admitidos. GLOSA DO CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.006079/200731 Acórdão n.º 330101.591 S3C3T1 Fl. 399 3 Os valores pagos pelas aquisições de "água clarificada" e "vapor", não entram na base de cálculo do benefício, por não se enquadrarem no conceito de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, únicos insumos autorizados pela lei, o que justifica a glosa dos créditos do IPI registrados em excesso. INDEFERIMENTO DE PERÍCIA. Indeferese o pedido de perícia quando a providência se mostra desnecessária à solução da lide. Lançamento Procedente em Parte” A DRJ/POA recorreu de ofício, em relação à parcela cancelada no valor de R$1.015.757,88, em razão de ter sido reconhecida a ocorrência do instituto da decadência sobre o período de 01/02/2002 a 20/02/2002, tendo em vista que a Contribuinte deu ciência ao Auto de Infração em 30/02/2007 (fl. 102), tendo em vista que, efetuado o pagamento antecipado do IPI, nos moldes do art. 150, § 4º do CTN, sem a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de parte do sujeito passivo, o decurso do prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, sem manifestação expressa da Fazenda, implica a homologação tácita do lançamento, conforme ementário que se transcreve do Acórdão CSRF/0202.618, sessão de 23/04/2007: “Ementa: IPI. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a contagem do prazo decadencial se desloca da regra geral, prevista no art. 173 do CTN, para encontrar respaldo no § 4° do artigo 150 do mesmo Código, hipótese em que o termo inicial para contagem do prazo de cinco anos é a data da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito. Acolhido a preliminar de decadência em relação aos fatos geradores ocorridos até 28,de dezembro de 1994.” Em relação às glosas no cálculo do crédito presumido do IPI sobre as aquisições dos produtos denominados "água clarificada" e "vapor", decidiuse que não se enquadram no conceito de MP, PI e ME, embora a Contribuinte alegue tratarse de materiais intermediários consumidos no seu processo produtivo. Também de acordo com a decisão recorrida, o art. 10 da Lei 9.363, de 1996, prevê que a empresa produtora exportadora para fazer jus ao Crédito Presumido do IPI, destinado ao ressarcimento do valor das contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins, deve haver incidência do IPI nas respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Nesse sentido, o conceito desses insumos (MP, PI, ME) se extrai da norma do artigo 147, inciso I, do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto n° 2.637, de 25 de junho de 1998 (RIPI/98), convertido no art. 164, inciso I, do RIPI/02, aprovado pelo Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002: Fl. 400DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Art 147. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei n.° 4.502, de 1964, art. 25): 1 do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo se, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; Cita ainda, que, o alcance da expressão "consumidos no processo de industrialização" é esclarecido pelo Parecer Normativo CST n.° 65/79, publicado no DOU de 06111979, que assevera: "10. Resumese, portanto, o problema na determinação do que se deva entender como produtos 'que embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização.' (.) 10.2 — A expressão `consumidos...’ há de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde de que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo." (negrito na transcrição) Consta ainda, para que seja dado o tratamento de insumos aos bens que, embora não se integrando ao novo produto, sejam consumidos no processo de industrialização, tais bens devem guardar semelhança com as MP e os PI, em sentido estrito, semelhança essa que reside no fato de exercerem, na operação de industrialização, função análoga a das MP e PI, ou seja, se consumirem, em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou por esse diretamente sofrida. No aludido parecer são mencionados os seguintes exemplos: lixas, lâminas de serra e catalisadores, desde que não integrem o ativo permanente. Dos termos dos atos normativos acima mencionados, deduzse que a inclusão dos valores de "água clarificada" e do "vapor", não identificados como MP, PI e ME, na base de cálculo do crédito presumido, é improcedente, porque não atende aos requisitos (se consumirem em contato físico direto com o produto industrializado) para serem considerados insumos empregados no processo de industrialização dos produtos exportados. A propósito, o próprio contribuinte reconhece em sua impugnação, item 3.30, fls. 114 e item 3.36, fls. 115, não haver contato físico desses produtos com o produto em fabricação. Nesse sentido a Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de Contribuintes decidiu no mesmo sentido, ao apreciar Recurso Especial interposto por outro contribuinte, conforme ementário do Acórdão CSRF/0201.912 da Segunda Turma, em sessão de 12/04/2005, que assim julgou: Ementa: IPI — Crédito Presumido — Energia Elétrica, Combustíveis e Água Clarificada — Para enquadramento no benefício, somente se caracterizam como matériaprima e produto intermediário os insumos que se integram ao produto Fl. 401DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.006079/200731 Acórdão n.º 330101.591 S3C3T1 Fl. 400 5 final, ou que, embora a ele não se integrando, sejam consumidos, em decorrência de ação direta sobre este, no processo de fabricação. A energia elétrica usada como força motriz ou fonte de calor ou de iluminação, os combustíveis e a água clarificada por não atuarem diretamente sobre o produto em fabricação, não se enquadra nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. (grifei) Dessa forma, conclui a decisão, que os materiais denominados "água clarificada" e "vapor" não podem ser incluídos na base de cálculo do crédito presumido do IPI, por não se enquadrarem no conceito de MP, PI, ME, únicos insumos admitidos pela lei. Cientificada em 16/06/2009 (AR fl. 229) , foi interposto o recurso voluntário de fls. 234 e seguintes, em 16/07/2009, alegando, em síntese: preliminarmente, a nulidade do acórdão recorrido pelo fato de ter indeferido a realização de prova pericial, alegando cerceamento do direito de defesa. Em relação ao mérito, sustenta o direito à inclusão dos valores referentes ao custo dos produtos “água clarificada” e “vapor” na base de cálculo do crédito presumido do IPI Sugere a necessidade de cautelas na aplicação do Parecer Normativo CST n° 65/79, visto que, o primeiro ponto que se há que destacar é que o espaço para a aplicação da legislação do IPI, na definição da base de cálculo do crédito presumido do IPI instituído pela Lei n° 9.363/96, é o da aplicação subsidiária. Especificamente sobre os insumos utilizados, "água clarificada" e o "vapor", sustenta que integram o processo produtivo da Recorrente e, mesmo naqueles casos em que não há contato físico entre a "água clarificada" e o "vapor" e os produtos em fabricação, há ação direta da "água clarificada" e do "vapor" sobre os produtos em fabricação, e, em consequência dessa ação direta, os produtos em fabricação sofrem transformação em suas características. Requer, alternativamente, que mesmo que superados os argumentos expostos, e se admitisse, como pretende o r. Acórdão DRJ/POA n° 1018.400, que a Recorrente só poderia incluir na base de cálculo do crédito presumido do IPI previsto na Lei n° 9.363/96 aqueles valores referentes a insumos que se consumissem em decorrência de uma ação direta identificada com o contato físico com o produto em produção, o presente Recurso Voluntário deve ser provido pelo menos no que diz respeito aos valores referentes ao "vapor" empregado na fase de steaming das Plantas de Spherilene e Spheripol. Submetido a julgamento, na sessão de 08/12/2010, o julgamento foi convertido em diligência através da Resolução nº 330100.051 (fls. 282/286), para a realização de prova pericial. Desta forma, realizada a diligência foi anexado laudo técnico do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (doc. 2), assinado pelo Prof. Dr. Ing. Jorge Otávio Trierweiler, professor do Departamento de Engenharia da UFRGS, identificado na Declaração de Capacitação Técnica de fls. 308, elaborandose em seguida o laudo técnico de fls. 324/357, destinado à avaliação do consumo de vapor e água clarificada utilizados em processos de polimerização, contemplando os Fl. 402DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 quesitos indicados no pedido destinado á produção de prova técnica pericial, para tanto conforme descrito no resumo de fl. 325: Após discorrer sobre o processo de transformação dos referido produtos empregados no processo produtivo, passouse a responder aos quesitos apresentados na solicitação de diligência, merecendo destacar os seguintes pontos: Fl. 403DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.006079/200731 Acórdão n.º 330101.591 S3C3T1 Fl. 401 7 É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso O recurso de ofício merece ser conhecido em razão do valor exonerado ultrapassar o valor de alçada, e quanto ao mérito deve ser improvido por seus próprios fundamentos, porquanto, conforme bem frisado no voto condutor do acórdão recorrido, “... efetuado o pagamento antecipado do IPI, nos moldes do art. 150 do CTN, sem a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de parte do sujeito passivo, o decurso do prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, sem manifestação expressa da Fazenda, implica a homologação tácita do lançamento”, sobretudo porque, no caso “efetivamente ocorreu pagamento antecipado do IPI conforme demonstram os extratos das fls. 215/216, obtidos no sistema SINAL 10 da RFB, de modo a "concretizar a hipótese de lançamento por homologação antes citado, cujo prazo ,1, decadencial, como já dito, é de cinco anos contados do fato gerador.” Nesse sentido cita a douta Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de Contribuintes também entende que no lançamento por homologação o prazo decadencial é contado nos termos do § 4º do art. 150 do CTN, conforme ementário que se transcreve do Acórdão CSRF/0202.618, sessão de 23/04/2007: Ementa: IPI. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a contagem do prazo decadencial se desloca da regra geral, prevista no art. 173 do CTN, para encontrar respaldo no § 4° do artigo 150 do mesmo Código, hipótese em que o termo inicial para contagem do prazo de cinco anos é a data da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito. Acolhido a preliminar de decadência em relação aos fatos geradores ocorridos até 28,de dezembro de 1994. No mesmo sentido vem decidindo o STJ, como bem demonstra a ementa abaixo reproduzida, que resume o julgamento do REsp n° 636.626, de 15 de maio de 2007, publicada no DJ de 04/06/2007, relatado pelo Min. Teori Zavascki: Ademais disto, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça – STJ, , no julgamento do REsp 973733/SC, Rel. Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos recursos Fl. 404DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 repetitivos (art. 543C do CPC e Resolução 8/2008 do STJ), consolidou entendimento segundo o qual nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, em que não ocorre pagamento antecipado, o prazo decadencial regese pelas disposições do art. 173, inciso I, do CTN; ou seja, será de 5 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, o período durante o qual a Fazenda deve promover o lançamento de ofício em substituição ao lançamento por homologação, conforme sintetiza a respectiva ementa, in verbis: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. Fl. 405DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.006079/200731 Acórdão n.º 330101.591 S3C3T1 Fl. 402 9 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial quinquenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009). De acordo com o art. 62A do RICARF, as decisões proferidas pelo E. STF em sede de repercussão geral (art. 543B do CPC) e do STJ na sistemática dos recursos repetitivos (Art. 543C do CPC) deves ser reproduzidas nos julgamentos do CARF. Assim sendo, voto no sentido de julgar improcedente o recurso de ofício. O recurso voluntário, igualmente, merece ser conhecido, porquanto tempestivamente interposto e revestido das demais formalidades. O que se discute, no caso, são às glosas no cálculo do crédito presumido do IPI sobre as aquisições dos produtos denominados "água clarificada" e "vapor", desconsiderados pela decisão recorrida, por entender que não se enquadram no conceito de MP, PI e ME. Nesse sentido, é importante destacar que o crédito presumido de IPI, instituído pela Lei nº 9.363/96, tem o objetivo de incentivar as exportações e se processa através do ressarcimento das contribuições PIS/PASEP e COFINS, instituídas pelas Leis Complementares nº 7, de 1970, nº 8, de 1970 e nº 70, de 1991, incidentes sobre as aquisições ocorridas no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, utilizados no processo produtivo, conforme previsto no art. 1º da aludida lei, in verbis: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos Fl. 406DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Igualmente consta do Regulamento do IPI – RIPI/2010, a partir do art. 141, in verbis: Art.241.A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do imposto, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares no 7, de 1970, no 8, de 1970, e no 70, de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, para utilização no processo produtivo (Lei no 9.363, de 13 de dezembro de 1996, art. 1o). §1oO disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior (Lei no 9.363, de 1996, art. 1o, parágrafo único). §2oO crédito presumido de que trata o caput será determinado de conformidade com o art. 242 (Lei nº 9.363, de 1996, art. 2º). §3oAlternativamente ao disposto no § 2o, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do imposto, de conformidade com o disposto no art. 243 (Lei no 10.276, de 10 de setembro de 2001, art. 1o). §4oAplicamse ao crédito presumido determinado na forma do § 3o todas as demais normas estabelecidas na Lei nº 9.363, de 1996, que institui o crédito presumido a que se refere o caput (Lei nº 10.276, de 2001, art. 1º, § 5º). §5oO disposto neste artigo não se aplica às pessoas jurídicas produtoras sujeitas à incidência não cumulativa das contribuições de que trata o caput (Lei no 10.833, de 2003, art. 14). Da mesma forma, e alternativamente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996. Assim como ocorrido com os créditos básicos de IPI, a jurisprudência administrativa, também caminhou no sentido de aplicar os princípios contidos no Parecer CST nº 65, de 1979, que dispõe que sobre os insumos que são capazes de gerar crédito de IPI, assim entendido as matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, que se integrarem ao novo produto, ou embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização. Abaixo, trechos do Parecer nº 65, de 1979, da Coordenação de Tributação da Receita Federal, que a despeito do alegado pela interessada, impõe interpretação diversa quanto ao sentido de “consumidos” no processo de industrialização. (...) Fl. 407DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.006079/200731 Acórdão n.º 330101.591 S3C3T1 Fl. 403 11 Em estudo o inciso I do artigo 66 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto nº 83.263, de 9 de março de 1979 (RIPI/79). ......................................................................................................... “Art. 66 Os estabelecimentos industriais e os que lhe são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502/64 arts. 25 a 30 e Decretolei nº 3.466, art. 2º, alt. 8ª): I do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo se, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente”. (...) (Grifouse) Relativamente aos créditos básicos de IPI faz todo sentido a exigência sintetizada no Parecer CST nº 65/79, porquanto o imposto é não cumulativo, autorizando o contribuinte ao abatimento do imposto já pago pelos componentes (insumos) do produto acabado, todavia, em relação ao crédito presumido do IPI, a lógica não é a mesma, pois, a partir de uma leitura mais atenta do art. 3º da Lei nº 9.363, de 1996, levará ao intérprete à conclusão de que, para fins de conceituação do que seja “matériaprima” (MP), “produto intermediário” (PI), e “material de embalagem” (ME), não faz qualquer sentido a condição imposta pelo Parecer CST 65/79, pois, somente subsidiariamente é que deve ser utilizada a legislação do IPI, vez que tais conceitos devem ser produzidos a partir da legislação do PIS/Pasep e Cofins, in verbis: Art. 3º Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1º, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Assim sendo, o conceito de insumos, compreendendo o conjunto de matérias primas (MP), produtos intermediários (PI) e material de embalagem (ME), a condicionante inserida pelo Parecer CST 65/79, relativamente aos produtos intermediários, “aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização”, não deve ser aplicada no caso do crédito presumido de IPI, em substituição às contribuições PIS/Pasep e Cofins, estabelecidos nas Leis nº 9.363/96 e 10.276/2001. De acordo com as informações da recorrente, de forma simplificada, aduz que em seu processo produtivo, os hidrocarbonetos (etenos, propeno, buteno), catalisadores, Fl. 408DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 12 ativadores, hidrogênio e outros produtos químicos são introduzidos em reatores de polimerização e, entrando em contato, iniciase uma reação química de “polimerização”, da qual se originarão os polímeros fabricados pela Recorrente. E, para tanto, a “água clarificada” e o “vapor” desempenham um papel preponderante nesse processo. Conforme relatado, com a realização da diligência, determinada pela Resolução nº 330100.051, na sessão de 08/12/2010 (fls. 282/286), para a produção de prova pericial, foi anexado laudo técnico do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (doc. 2), assinado pelo Prof. Dr. Ing. Jorge Otávio Trierweiler, professor do Departamento de Engenharia da UFRGS, identificado na Declaração de Capacitação Técnica de fls. 308, elaborandose em seguida o laudo técnico de fls. 324/357, destinado à avaliação do consumo de vapor e água clarificada utilizados em processos de polimerização, contemplando os quesitos indicados no pedido destinado á produção de prova técnica pericial, onde após descrever os passos do processo produtivo, concluiuse que embora os produtos considerados insumos não façam parte explícita da composição dos produtos, eles são fundamentais ao processo produtivo da Consulente, ora Recorrente. No referido laudo, consta que o vapor e a água clarificada, desempenham um papel similar ao da luz na fotossíntese, não aparecendo explicitamente no produto final, entretanto, são fundamentais para que sejam produzidos e, especificamente na etapa steaming, consta que no caso, há contato físico entre o vapor e o produto em fabricação. Portanto, por entender que a condicionante prevista no Parecer CST nº 65/79 não encontra guarida na legislação, e mesmo que, assim considerando, com a realização da diligência e dos quesitos apresentados, posto que a "água clarificada" e o "vapor", embora não façam parte explicitamente da composição dos produtos, são fundamentais ao processo produtivo, pois, mesmo nas situações em que não há contato físico entre a "água clarificada" e/ou "vapor" e os produtos em fabricação, ocorre a ação direta desses insumos sobre os produtos em fabricação, e, em consequência dessa ação direta, os produtos em fabricação sofrem transformação em suas características, ensejando o afastamento das glosas levadas a efeito pela decisão recorrida. Em face do exposto, voto no sentido de conhecer de ambos os recursos, negar provimento ao recurso de ofício e dar provimento ao recurso voluntário. Antônio Lisboa Cardoso Relator Voto Vencedor Conselheiro JOSÉ ADÃO VITORINO DE MORAIS Redator designado. Discordo do Ilustre Relator, exclusivamente, quanto ao direito de a recorrente apurar créditos presumidos do IPI sobre custos de bens que não integram o produto fabricado e não consumidos diretamente no seu processo produtivo nem mantém contato direto com o produto fabricado durante sua industrialização. O benefício fiscal denominado “créditopresumido do IPI”, a título de ressarcimento do PIS e da Cofins incidentes nas aquisições de matérias primas, produto intermediário e material de embalagem, utilizados em produtos industrializados e exportados foi inicialmente instituído pela Lei nº 9.363, de 13/12/1996 e, posteriormente, por meio da Lei nº 10.276, de 10/09/2001, foi criado o regime alternativo. Fl. 409DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.006079/200731 Acórdão n.º 330101.591 S3C3T1 Fl. 404 13 A Lei nº 9.363, 13/12/1996, assim dispõe: “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. (...).” Posteriormente, foi editada a IN SRF nº 69, de 06/08/2001, que regulamentou a aplicação desse dispositivo, assim dispondo: “Art. 5º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o art. 1º a empresa produtora e exportadora de produtos industrializados nacionais. §1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I a produto industrializado sujeito a alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. §2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, na industrialização de produtos exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins.” Ora, segundo os dispositivos legais citados e transcritos acima, somente geram créditos presumidos do IPI as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem empregados na industrialização dos exportados para o exterior diretamente pelo próprio produtor exportador e/ ou via empresa comercial exportadora. No pressente caso, conforme demonstrado no Laudo Técnico de Avaliação do Consumo de Vapor e Água Clarificada de Processo de Polimerização apresentado pela própria recorrente, a “água clarificada” e o “vapor da água”, este com exceção do consumo na Fl. 410DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 14 etapa denominada “Steaming” e exclusivamente nos processos denominados “Spherilene” e “Spheripol”, não constituem matéria prima ou produto intermediário. Assim, não geram créditos presumidos do IPI. Já o “vapor da água” consumido na etapa “Steaming”, exclusivamente nos processos “Spherilene” e “Spheripol”, por terem contato direito com o produto industrializado naquela etapa e naqueles processos, caracteriza como produtos intermediários e, portanto, geram créditos presumidos do IPI, nos termos das normas citadas anteriormente. Em face do exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário apenas e tão somente para reconhecer à recorrente o direito de apurar créditos presumidos do IPI sobre o valor de 12,2% (doze vírgula dois por cento) dos custos de aquisições do “vapor da água” consumido na etapa “Steaming” dos processo “Spherilene” e “Spheripol”, cabendo a autoridade administrativa competente apurar os créditos presumidos sobre os custos do “vapor da água”, utilizando como base de cálculo as notas fiscais de aquisição de tais produtos, deduzindo o valor apurado do crédito tributário, objeto do lançamento em discussão, exigindo se o saldo devedor acrescido das cominações legais, multa de ofício, no percentual de 75,0 %, e juros de mora à taxa Selic. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Fl. 411DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25 /09/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANTONIO LISBOA CA RDOSO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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