Busca Facetada
Turma Camara- Terceira Câmara (306)
- colegiado (306)
- de (306)
- do (306)
- em (306)
- membros (306)
- os (306)
- e (305)
- conselheiros (304)
- fernandes (304)
- josé (304)
- paulo (304)
- araújo (303)
- autos (303)
- discutidos (303)
- julgamento (303)
Numero do processo: 15868.720033/2013-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. COMPROVADA APENAS A OMISSÃO. CONHECIMENTO PARCIAL. IMPROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO MERITÓRIA. INTEGRAÇÃO DO JULGADO SEM EFEITO INFRINGENTE. POSSIBILIDADE.
Se alegado contradição e omissão no acórdão embargado e comprovada apenas a omissão, mas demonstrada a improcedência da pretensão meritória suscitada pela embargante, acolhe-se parcialmente os aclaratórios apenas para suprir a omissão e, sem efeito infringente, rerratificar o acórdão embargado.
Embargos Acolhidos em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.745
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão embargado. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède e a Conselheira Maria do Socorro votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. COMPROVADA APENAS A OMISSÃO. CONHECIMENTO PARCIAL. IMPROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO MERITÓRIA. INTEGRAÇÃO DO JULGADO SEM EFEITO INFRINGENTE. POSSIBILIDADE. Se alegado contradição e omissão no acórdão embargado e comprovada apenas a omissão, mas demonstrada a improcedência da pretensão meritória suscitada pela embargante, acolhe-se parcialmente os aclaratórios apenas para suprir a omissão e, sem efeito infringente, rerratificar o acórdão embargado. Embargos Acolhidos em Parte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 15868.720033/2013-70
anomes_publicacao_s : 201704
conteudo_id_s : 5713519
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3302-003.745
nome_arquivo_s : Decisao_15868720033201370.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 15868720033201370_5713519.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão embargado. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède e a Conselheira Maria do Socorro votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
id : 6725290
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948780826624
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1630; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 3.391 1 3.390 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15868.720033/201370 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3302003.745 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 29 de março de 2017 Matéria PIS/COFINS AUTO DE INFRAÇÃO Embargante JBS S/A. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. COMPROVADA APENAS A OMISSÃO. CONHECIMENTO PARCIAL. IMPROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO MERITÓRIA. INTEGRAÇÃO DO JULGADO SEM EFEITO INFRINGENTE. POSSIBILIDADE. Se alegado contradição e omissão no acórdão embargado e comprovada apenas a omissão, mas demonstrada a improcedência da pretensão meritória suscitada pela embargante, acolhese parcialmente os aclaratórios apenas para suprir a omissão e, sem efeito infringente, rerratificar o acórdão embargado. Embargos Acolhidos em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão embargado. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède e a Conselheira Maria do Socorro votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 86 8. 72 00 33 /2 01 3- 70 Fl. 3391DF CARF MF 2 Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo. Relatório Tratase de embargos de declaração (fls. 3353/3363), tempestivamente, opostos pela autuada, com o objetivo suprir supostos vícios de contradição e omissão contidos no acórdão nº 3101001.704, de 17 de setembro de 2014 (fls. 3315/3326), em que, por unanimidade de votos, decidiram os membros da extinta 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta Seção, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer o direito à apropriação do crédito presumido na forma do artigo 8º, 3º, inciso I, da Lei nº 10.925, de 2004, no valor equivalente a 60% das alíquotas básicas previstas nos arts. 2º da Lei nº 10.637, de 2002 e da Lei nº 10.833, de 2003. A embargante alegou que houve contradição no julgado embargado, sob o argumento de que ao se insurgir contra a autuação, alegara que o agente fiscal, ao recompor os créditos e débitos existentes no período, incorrera em erro de fato, pois considerara créditos de algumas filiais e débitos de outras, enquanto que a Turma de Julgamento limitarase a afirmar que a contribuinte devia demonstrar pontualmente porque os créditos glosados eram legítimos. No tocante ao vício de omissão, a embargante alegou que, em seu recurso voluntário, teria demonstrado sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da presente autuação e a responsabilidade exclusiva dos administradores à época dos fatos, segundo prescreve o art. 135 do CTN, porém, esta questão não fora examinada pelo referido Colegiado de julgamento. Por meio do despacho de fls. 3387/3389, com amparo no disposto no art. 4º, § 2º, I, da Portaria CARF nº 29, de 23 de junho de 2015, o presidente a da 1ª Câmara desta 3ª Seção, reconheceu a procedência parcial dos embargos, para: a) rejeitar a alegada contradição, porque a embargante limitarase a apontar a ocorrência de erro de fato na apuração efetuada pelo Fisco, porém, em nenhum momento demonstrara, objetivamente, a contradição porventura existente entre a decisão e seus fundamentos; b) acatar a alegada omissão, porque fora demonstrada, objetivamente, que o Colegiado julgador não apreciara a questão atinente à responsabilidade exclusiva dos administradores. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Atendidos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento parcial dos presentes embargos de declaração, para análise apenas do vício de omissão alegado pela recorrente. No recurso voluntário e nos presentes embargos, a embargante alegou que era parte ilegítima para compor o pólo passivo das presentes autuações, porque, nos termos Fl. 3392DF CARF MF Processo nº 15868.720033/201370 Acórdão n.º 3302003.745 S3C3T2 Fl. 3.392 3 prescritos pelo art. 135, III, do CTN, estavam caracterizados os pressupostos para responsabilização exclusiva dos então administradores da pessoa jurídica incorporada, Bertim S/A., pelos débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, cujos fatos geradores ocorreram até a data da incorporação da citada pessoa jurídica pela embargante, haja vista que eles agiram com clara infração à lei e ao estatuto social, ao não terem declarado e recolhido os créditos tributários lançados, aliado à declaração de que havia crédito a ser ressarcido. A pretensão da recorrente foi baseado no disposto no art. 135, III, do CTN, que, para melhor análise da questão, segue transcrito: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: [...] III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. (grifos não originais) Da interpretação do referido preceito legal, em especial da expressão em destaque (“obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei”), extraise que o ato ilícito que dá ensejo a responsabilidade do administrador da pessoa jurídica é aquele praticado com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, que resulta na correspondente obrigação tributária. Assim, a condição necessária para que administrador seja incluído no polo passivo da respectiva obrigação tributária é que o ato ilícito societário (excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto) por ele praticado tenha resultado, simultaneamente, na prática do fato que resultou na obrigação tributária objeto da autuação. Porém, embora necessária, essa condição não é suficiente para configuração da responsabilidade do administrador. No caso, além da prática do ilícito societário, com o consequente surgimento de obrigação tributária, exigese ainda que o ato societário tenha sido praticado em detrimento da pessoa jurídica administrada. Dito de outra forma, se o ato praticado com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto foi praticado em benefício da sociedade, obviamente, não há razão para incluir o administrador no polo passivo da respectiva obrigação. Em suma, para que o administrador integre polo passivo da obrigação tributária, além da comprovação da prática do ilícito societário, resultante da correspondente obrigação tributária, também deve ser comprovado que ele atuou com desvio finalidade, no que concerne aos interesses e fins da sociedade por ele administrada, e tenha causado prejuízo à sociedade. Assim, a configuração da responsabilidade do administrador depende da comprovação da violação dos poderes definidos na lei, no contrato social ou no estatuto, bem como da comprovação de que ilícito societário foi cometido com desvio de finalidade, ou seja, contra os fins e interesses da sociedade empresária e tenha lhe causado efetivo prejuízo. Alguns exemplos contribuirá para a compreensão da explicação aqui apresentada: a) no caso de subfaturamento de vendas, quando a diferença não contabilizada e Fl. 3393DF CARF MF 4 tributada é embolsada pelo administrador; e b) a escrituração de despesas fictícias, quando o valor excluído da base cálculo dos tributos é apropriado pelo administrador. Nos dois exemplos, é evidente a prática de ato com infração de lei, contrato social ou estatuto, assim como desvio de finalidade, ou contrário aos interesses e fins da pessoa jurídica, e que resulta no surgimento de obrigação tributária. Logo, nos dois hipotéticos casos, diante do ilícito societário praticado pelo administrador contra a sociedade empresária, há inequívoco surgimento de obrigação tributária e, nesta condição, ele deve compor o polo passivo da obrigação tributária, na condição de responsável. No caso em tela, nenhuma das situações ficou configurada, ou seja, nem há provas da prática do ilícito societário, de que decorra surgimento de obrigação tributária, nem desvio de finalidade e tampouco prejuízo à sociedade empresária. Com efeito, o fato de os administradores da sociedade incorporada não terem declarado e recolhido os créditos tributários lançados foi baseado no entendimento de que fazia jus a parcela dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins que foram glosados pela fiscalização, no curso do procedimento fiscal, conforme se infere dos relatos da fiscalização colacionados aos autos. Em relação a declaração de que havia crédito a ser ressarcido, além de não provada, por certo, tal declaração não configura ato praticado com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, que tenha resultado surgimento de obrigação tributária e causado prejuízo a sociedade, o que não ocorreu no caso em apreço. E como o bem jurídico protegido pelo art. 135, III, do CTN, não foi conspurcado, logo, não fundamento legal nem jurídico para inclusão dos administradores no polo passivo da autuação como responsável pelo crédito tributário. No caso, como o procedimento fiscal em questão teve início antes da incorporação da companhia fiscalizada (Bertin S/A.) pela ora embargante, cabialhe o dever de diligência, com vista ao conhecimento da existência de eventual passivo tributário. Ao assim não proceder, a recorrente deve assumir as consequências da sua negligência. Entretanto, ainda que configurasse ato praticado com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, inequivocamente, no entendimento deste Conselheiro, os atos praticados pelos administradores não resultaram em obrigação tributária, como exige o caput do art. 135 do CTN. Em decorrência da prática dos referidos atos também não é possível vislumbrar desvio de finalidade em relação aos interesses e fins da sociedade empresária incorporada, haja vista que não há provas nos autos de que os administradores tenham se apropriado dos recursos financeiros não destinados ao pagamento dos valores dos créditos tributários lançados. E na ausência dessa comprovação, não há como ser imputado aos referidos administradores qualquer responsabilidade pelo crédito tributário lançado em desfavor da recorrente. Enfim, cabe consignar que, na mesma linha do entendimento aqui esposado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial (REsp) 1.101.728/SP, submetido ao rito do art. 543C do CPC, decidiu que o simples inadimplemento do pagamento do crédito tributário não caracteriza ilícito societário, para fins de responsabilização do sócio gerente, sendo necessária a comprovação da prática de excesso de poder ou de infração à lei, contrato social ou estatuto, conforme dispõe o art. 135, III, do CTN. Para melhor compreensão Fl. 3394DF CARF MF Processo nº 15868.720033/201370 Acórdão n.º 3302003.745 S3C3T2 Fl. 3.393 5 do teor do entendimento esposado pela referida Corte, segue reproduzido o enunciado da ementa do referido julgado: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DISPENSA. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. TRIBUTO NÃO PAGO PELA SOCIEDADE. 1. A jurisprudência desta Corte, reafirmada pela Seção inclusive em julgamento pelo regime do art. 543C do CPC, é no sentido de que "a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco" (REsp 962.379, 1ª Seção, DJ de 28.10.08). 2. É igualmente pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa (EREsp 374.139/RS, 1ª Seção, DJ de 28.02.2005). 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/081. (Grifos não originais). Esse entendimento foi ratificado pela Súmula 430/STJ, que tem os seguintes dizeres: “o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sóciogerente”. Assim, além de manifestar o entendimento de que o mero inadimplemento do pagamento do tributo não constitui motivo suficiente para a inclusão do administrador no polo passivo da obrigação tributária, a referida jurisprudência também definiu que a responsabilidade do administrador era solidária ou subsidiária, mas não exclusiva, como defendeu a embargante. Logo, na condição de sucessora da contribuinte, há sim legitimidade passiva da recorrente para compor o polo passivo das autuações. E como a referida jurisprudência é de adoção obrigatório pelos integrantes deste Conselho, nos termos do art. 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF 343/2015 (RICARF/2015), adotase neste julgado os referidos entendimentos. 1 BRASIL. STJ. PRIMEIRA SEÇÃO. REsp 1101728/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, julgado em 11/03/2009, DJe 23/03/2009. Fl. 3395DF CARF MF 6 Por todo o exposto, votase por acolher parcialmente os embargos, para, sem efeitos infringentes, rerratificar a decisão consignada no acórdão embargado. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 3396DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.901086/2008-82
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Aug 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 14/11/2000
INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3302-004.648
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201707
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 14/11/2000 INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Aug 09 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 13819.901086/2008-82
anomes_publicacao_s : 201708
conteudo_id_s : 5755308
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Aug 09 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3302-004.648
nome_arquivo_s : Decisao_13819901086200882.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 13819901086200882_5755308.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
dt_sessao_tdt : Fri Jul 28 00:00:00 UTC 2017
id : 6883980
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:04:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713049467578482688
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1380; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 59 1 58 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13819.901086/200882 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302004.648 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de julho de 2017 Matéria PIS COMPENSAÇÃO Recorrente NOVA ADMIN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 14/11/2000 INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 10 86 /2 00 8- 82 Fl. 59DF CARF MF 2 Por bem descrever os fatos, aqui adotase o relatório encartado na decisão de primeira instância, que segue transcrito: Tratase de Despacho Decisório que não homologou Declaração de Compensação eletrônica. Na fundamentação do ato, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que: Em 29/12/2005, a empresa temendo que a Receita Federal não processasse o citado PER/DCOMP, a mesma por sua liberalidade quitou este débito com multa e juros, através do Darf código 2372 referente ao período de apuração 31/12/2003, no valor de R$ 10.701,94, portanto não há o que se falar em valores devidos, ou seja, a empresa não é devedora de débito algum, pois foi devidamente quitado, conforme cópia em anexo. Desta feita os débitos se tornam extintos face a quitação dos mesmos, em que pese a mesma ter cometido o lapso de não efetuar o cancelamento do PER/DCOMP, pois seguimos orientações do Setor de Atendimento da SRF de que não havia necessidade de cancelar o PER/DCOMP. Senhor julgador, são estes, em síntese, os pontos de discordância apontados nesta Manifestação de Inconformidade: a) A empresa quitou este débito, desta maneira não há o que se falar em valor devido, ou seja, a empresa não é devedora de débito algum, pois este débito está pago conforme citado anteriormente, segue cópia em anexo, bem como qualquer cobrança relacionada a não utilização dos créditos como consta no Despacho Decisório. b) Em que pese a Lei 10.833, capítulo II, artigo 17, § 6º ‘A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados’. Tal Lei por subordinação não pode ferir o artigo 149 inciso IV do CTN, no sentido de promover a revisão de ofício do lançamento (confissão efetuada pela própria empresa, já que foi comprovado erro de fato, pela ausência do cancelamento do PER/DCOMP). c) Destarte requer que seja feita a revisão de ofício do Despacho Decisório, contemplando o respectivo cancelamento da PER/DCOMP e eximir a empresa de pagamento de qualquer débito oriundo da falta de cancelamento desta decl Sobreveio a decisão de primeira Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13819.901086/200882 Acórdão n.º 3302004.648 S3C3T2 Fl. 60 3 instância (fls. 25/28), em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente e mantida a não homologação da compensação declarada, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas, que seguem transcritos: ração. Sobreveio a decisão de primeira instância, em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas, que seguem transcritos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Data do fato gerador: 14/11/2000 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos pela interessada elemento que permita a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 16/11/2011, a contribuinte foi cientificada da referida decisão e apresentou o recurso voluntário em 15/12/2011, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na manifestação de inconformidade. O julgamento foi convertido em diligência, perante a unidade da Receita Federal de origem juntasse aos autos o Aviso de Recebimento (AR), por meio do qual a recorrente fora cientificada da decisão de primeiro grau. A referida diligência foi prontamente cumprida, mediante a juntada aos autos do referido documento. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado, mas, por falta de objeto, não deve ser conhecido. Com efeito, no recurso em apreço, a recorrente não contestou o motivo da não homologação da compensação, ou seja, a inexistência do valor crédito utilizado na compensação em apreço. Fl. 61DF CARF MF 4 A confirmação do asseverado foi feita pela própria recorrente no demonstrativo de apuração e pagamento integral do débito da CSLL do período, colacionado na peça recursal em apreço. Assim, se não está em questão a existência ou não do direito creditório informado pela recorrente na Declaração de Compensação (DComp) colacionada aos autos e declarado inexistente pela autoridade fiscal, no âmbito do questionado Despacho Decisório, obviamente, não existe litígio a ser dirimido por este Colegiado. Em consequência, o presente o recurso, inequivocamente, perdeu o seu objeto. De toda sorte, cabe esclarecer que, caso a recorrente não tenha recolhido a parcela do débito confessado na referida DComp, obviamente, a cobrança desse valor deverá ser feita pela unidade da Receita Federal de origem, na forma da legislação vigente. Por todo o exposto, votase pelo não conhecimento do recurso, para manter na íntegra a decisão recorrida. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 62DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000439/2002-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/10/2000
AUTENTICIDADE DA ASSINATURA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
A autenticidade da assinatura do representante legal do recorrente reveste-se de requisito essencial à admissibilidade do recurso interposto. Se não comprovado esse requisito, não se toma conhecimento do recurso voluntário.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3302-004.778
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Cássio Schappo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201709
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2000 a 31/10/2000 AUTENTICIDADE DA ASSINATURA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. A autenticidade da assinatura do representante legal do recorrente reveste-se de requisito essencial à admissibilidade do recurso interposto. Se não comprovado esse requisito, não se toma conhecimento do recurso voluntário. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 19515.000439/2002-31
anomes_publicacao_s : 201710
conteudo_id_s : 5788404
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3302-004.778
nome_arquivo_s : Decisao_19515000439200231.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 19515000439200231_5788404.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Cássio Schappo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus e Walker Araújo.
dt_sessao_tdt : Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
id : 6984512
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:07:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713049468131082240
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1462; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 141 1 140 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.000439/200231 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302004.778 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de setembro de 2017 Matéria PIS AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente SUPERMERCADO KI PREÇO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2000 a 31/10/2000 AUTENTICIDADE DA ASSINATURA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. A autenticidade da assinatura do representante legal do recorrente revestese de requisito essencial à admissibilidade do recurso interposto. Se não comprovado esse requisito, não se toma conhecimento do recurso voluntário. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Cássio Schappo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus e Walker Araújo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 04 39 /2 00 2- 31 Fl. 141DF CARF MF 2 Tratase de auto de infração em que formalizada a exigência da Contribuição para o PIS/Pasep do período de janeiro a outubro de 2000, no montante de R$ 98.731,42. Em sede de impugnação, a recorrente alegou, em síntese, que: 1. a Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998, não poderia ter modificado a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, pois lhe era hierarquicamente inferior; 2. era questionável a adoção de medida provisória para exigência de contribuição, pois o seu mecanismo de vigência imediata não se coaduna com a obrigatoriedade do prazo nonagesimal para a cobrança da contribuição; 3. a majoração da alíquota da Cofins promovida pela Lei n° 9.718, de 1998, vinculada à compensação do percentual de 1% com a CSLL afrontava o principio da capacidade contributiva e o principio da isonomia; 4. o auto de infração era irregular porque exigia valor a maior em relação à CSLL apurada no mesmo período, conquanto não fora compensado o propalado percentual majorado da Cofins; 5. a multa no percentual de 75% caracterizava confisco, o que era proibido pelo art. 150, inciso IV, da Constituição Federal. Ainda que tal penalidade fosse prevista em lei vigente, o fato dessa norma oporse à Constituição Federal era motivo bastante para impedir sua validade; 6. a aplicação da Selic era flagrantemente inconstitucional porque: deveria ser criada apenas por lei complementar, nos termos do art. 192 da Constituição Federal; violava o principio da legalidade, em confronto com o art. 150, inciso I, da Constituição Federal; e era contrária ao limite determinado pelo art. 192, § 3°, da Constituição Federal; 7. era cabível a não aplicação pela Administração Pública de ato ou norma ilegal. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 71/75), em que, por unanimidade de votos, o auto de infração foi julgado procedente e mantido o crédito tributário lançado, com base no fundamento resumido no enunciado da ementa que segue transcrito: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2000 a 31/10/2000 Ementa: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade da legislação que fundamenta o lançamento é de competência exclusiva do Poder Judiciário e, no sistema difuso, centrado em última instância revisional no STF. Lançamento Procedente. Em 27/9/2007, a recorrente foi cientificada da referida decisão. Inconformada, no dia 18/10/2007, protocolou o recurso voluntário de fls. 81/114, em que reprisou os argumentos de defesa suscitados na peça impugnatória. Fl. 142DF CARF MF Processo nº 19515.000439/200231 Acórdão n.º 3302004.778 S3C3T2 Fl. 142 3 Em 22 de agosto de 2013, por meio da Resolução nº 3801000.524, os membros da extinta 1ª Turma Especial desta Terceira Seção de Julgamento converteram o julgamento em diligência perante a unidade da RFB de origem, para que a recorrente fosse intimada a apresentar, no prazo de dez dias, prova da identidade do signatário do recurso e, assim, referendar a assinatura aposta no referido documento. Segundo o despacho de fl. 139, informou a autoridade fiscal da unidade da RFB de origem que, após ter se revelado sem resultado a tentativa da intimação pessoal, a recorrente foi cientificada por edital em 29/03/2014, porém, não compareceu aos autos, para esclarecimento ou apresentação dos documentos necessários à confirmação da autenticidade da assinatura do signatário do recurso voluntário colacionado aos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Embora tempestivo, o recurso não pode ser conhecido em razão da falta de comprovação da autenticidade da assinatura do seu signatário. De fato, a assinatura do subscritor da peça recursal em apreço difere totalmente daquela que aposta no seu documento de identidade acostado aos autos (fl. 122), bem daquela constante nos demais documentos constantes dos autos. Diante da dúvida sobre a autenticidade da assinatura e da autoria do recurso em apreço, acertadamente, os autos foram baixados em diligência. Porém, embora regularmente cientificada, a recorrente não compareceu aos autos, para esclarecer ou comprovar o motivo da alegada divergência de assinatura, ou até mesmo sanear o vício em destaque. Cabe ressaltar que a referida diligência foi feita com amparo no artigo 4º do Decreto 7.574/2011. Dispõe o referido dispositivo, que, no caso de dúvida sobre a autenticidade da assinatura na peça recursal, a autoridade julgadora pode exigir a apresentação de prova de identidade do requerente. Para melhor compreensão, segue transcrito o inteiro teor do referido dispositivo: Art. 4º É dispensado o reconhecimento de firma em petições dirigidas à administração pública, salvo em casos excepcionais ou naqueles em que a lei imponha explicitamente essa condição, podendo, no caso de dúvida sobre a autenticidade da assinatura ou quando a providência servir ao resguardo do sigilo, antes da decisão final, ser exigida a apresentação de prova de identidade do requerente. Assim, como a autenticidade da assinatura do representante legal do recorrente revestese de requisito essencial à admissibilidade do recurso interposto, uma vez não observado esse requisito, o recurso não poderá ser conhecido, por falta de atendimento de pressuposto recursal necessário. Por todo o exposto, votase pelo não conhecimento do recurso voluntário. Fl. 143DF CARF MF 4 (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 144DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.720554/2010-82
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Aug 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008
PIS. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS COM INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. DESCONTO DE CRÉDITOS SOBRE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. POSSIBILIDADE.
As mercadorias sujeitas ao regime monofásico de incidência das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS (produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal) sujeitas ao regime não cumulativo de apuração das citadas contribuições, tem o direito de descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por ele suportadas na condição de vendedor, nos termos do art. 3°, IX, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-004.605
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por qualidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes e Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza. Designado o Conselheiro Walker Araújo, para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
(assinado digitalmente)
Walker Araújo - Redator Designado.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201707
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 PIS. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS COM INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. DESCONTO DE CRÉDITOS SOBRE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. POSSIBILIDADE. As mercadorias sujeitas ao regime monofásico de incidência das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS (produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal) sujeitas ao regime não cumulativo de apuração das citadas contribuições, tem o direito de descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por ele suportadas na condição de vendedor, nos termos do art. 3°, IX, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Aug 10 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10882.720554/2010-82
anomes_publicacao_s : 201708
conteudo_id_s : 5756481
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 10 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3302-004.605
nome_arquivo_s : Decisao_10882720554201082.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 10882720554201082_5756481.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por qualidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes e Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza. Designado o Conselheiro Walker Araújo, para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. (assinado digitalmente) Walker Araújo - Redator Designado. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 26 00:00:00 UTC 2017
id : 6884654
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:04:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713049468756033536
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 20; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1699; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 403.393 1 403.392 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10882.720554/201082 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302004.605 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de julho de 2017 Matéria PIS COMPENSAÇÃO Recorrente NATURA COSMÉTICOS S/A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 PIS. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS COM INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. DESCONTO DE CRÉDITOS SOBRE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. POSSIBILIDADE. As mercadorias sujeitas ao regime monofásico de incidência das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS (produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal) sujeitas ao regime não cumulativo de apuração das citadas contribuições, tem o direito de descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por ele suportadas na condição de vendedor, nos termos do art. 3°, IX, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por qualidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes e Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza. Designado o Conselheiro Walker Araújo, para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 72 05 54 /2 01 0- 82 Fl. 403393DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Walker Araújo Redator Designado. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus. Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento eletrônico de nº 41076.70778.290708.1.1.101209 (fls. 3/5), em que a contribuinte pleiteia o ressarcimento de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep do 2º trimestre de 2008, no valor de R$ 5.175.491,75, a ser utilizado na compensação de débitos do IRPJ e da CSLL do mês de julho de 2008, declarada por meio da DComp nº 14285.53613.2908.1.3.103359 (fls. 6/9). Em 17/11/2010, o Delegado Adjunto da DRF em Osasco, com respaldo no Parecer Seort nº 1333/2010 (fls. 21/29), por meio do Despacho Decisório de fl. 29, indeferiu o referido Pedido de Ressarcimento e não homologou as compensações declaradas. O referido Despacho Decisório foi declarado nulo pela 3ª Turma da DRJ em Campinas/SP, por intermédio Acórdão nº 0538.171, de 18 de junho de 2012, sob o fundamento de que a decisão não fora motivada adequadamente. Com o retorno dos autos à unidade da Receita Federal de origem, foi prolatado novo Despacho Decisório (fls. 403054/403060), que indeferiu o pleito de ressarcimento e não homologou as compensações vinculadas, sob o fundamento de que o desconto de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep calculados sobre às despesas com armazenagem de mercadoria e com frete na operação de venda, no caso de o ônus ter sido assumido pelo vendedor, não se aplicava em relação aos produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal, sujeitos a tributação concentrada/monofásica, prevista na Lei 10.147/2000. A autoridade fiscal esclareceu ainda que a requerente: a) informara que o direito creditório pleiteado fora apurado sobre despesas incorridas com fretes nas vendas dos produtos sujeitos à tributação concentrada (monofásicos); b) esclarecera que as despesas que deram origem ao crédito ocorreram no período compreendido entre 05/2004 e 10/2007, tendo inclusive apresentado planilha demonstrativa da composição do crédito pleiteado e cópia do livro de registro de apuração do ICMS, comprovando o valor total da despesa incorrida com frete em cada período de apuração; e c) destacara que o crédito fora calculado proporcionalmente ao valor total das receitas provenientes, única e exclusivamente, das vendas dos produtos sujeitos à tributação concentrada, não aproveitado anteriormente. Em sede de Manifestação de Inconformidade, a recorrente apresentou as razões de defesa, que foram assim resumidas no relatório encartado na decisão recorrida: Afirma que as Leis nº 10.637 e nº 10.833, de 2003 garantem o direito à apuração de créditos de PIS e da Cofins não cumulativos sobre gastos imprescindíveis para o desenvolvimento de sua atividade empresarial e a percepção da Fl. 403394DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.394 3 receita, como vem a ser o caso dos dispêndios com fretes nas operações de venda, inclusive nas vendas de produtos sujeitos à tributação monofásica. A seu ver, a interpretação sistemática das Leis nº 10.637, de 2002 nº 10.833, de 2003 e nº 11.033 de 2004, afasta o entendimento que orientou o despacho decisório. Diz que a não cumulatividade das ditas contribuições é princípio que tem sede na Constituição e cujo alcance não pode ser restringido pelo legislador ordinário. Acrescenta que o critério a ser invocado na aplicação do princípio da não cumulatividade é o da percepção do faturamento ou receita e não, como ocorre com relação a legislação do ICMS e do IPI, a desoneração de determinada venda de bens. Nesse cenário, o conceito de insumo para efeito de apuração de créditos não cumulativos não coincide com o utilizado na formatação do IPI. Assim, prossegue, os créditos permitidos devem refletir todas as despesas e os custos que colaboram direta ou indiretamente na formação do faturamento. Entende assim, que não pode prosperar a glosa de créditos calculados sobre os fretes, mesmo os incorridos nas vendas de produtos sujeitos à tributação concentrada já que estes se revelam indissociáveis do auferimento das receitas. Na sequência de sua manifestação de defesa, a contribuinte detalha sua atividade empresarial, especificamente a forma de distribuição de seus produtos pelo sistema de venda direta ou portaaporta, procurando justificar a necessidade de desembolso dos valores pagos com fretes: Em outras palavras, todos os serviços de transporte contratados (frete) pela Requerente estão diretamente relacionados com as vendas dos produtos da marca “Natura”, pois viabiliza a sua remessa para os revendedores autônomos e posterior distribuição para os consumidores finais, sendo imprescindíveis para o desenvolvimento da atividade empresarial geradora de receitas, representando, portanto, gasto efetivo, usual, normal e necessário. Sobre o entendimento expresso no despacho decisório de que haveria vedação legal à apuração de créditos sobre dispêndios com fretes nas vendas de produtos sujeito à tributação concentrada, diz que a alínea a “b” do inciso I do art. 3º das Leis nº 10.637 de 2002 e nº 10.833, de 2003 vedou apenas apuração de créditos sobre as aquisições, para revenda, de produtos sujeitos à tributação concentrada. Não se estenderia essa vedação aos fretes incorridos na vendas desses produtos, como também seria o entendimento expresso pela própria Receita Federal do Brasil na regulamentação do ressarcimento e compensação de créditos não cumulativos tratado no art. 27 da Instrução Normativa nº 1.300, de 2012. Assim, a citada alínea “b” do inciso I do art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002 e nº Fl. 403395DF CARF MF 4 10.833, de 2003 não se aplica aos demais gastos incorridos nas vendas dos produtos monofásicos, como é o caso dos fretes. Continuando, interpreta ela própria o inciso IX, art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, concluindo que não há nenhuma vedação à apuração de crédito não cumulativo sobre os fretes suportados pelo vendedor nas operações de venda de produtos sujeitos à tributação monofásica. Destaca a contribuinte, mais à frente, que a possibilidade de apuração de créditos sobre o frete mesmo na venda de produtos sujeitos à tributação monofásica se impõe na medida em que impede o efeito cascata já que os serviços de frete são normalmente tributados pelo PIS e Cofins. Abrindo outro tópico, discorre a peça de defesa acerca da impossibilidade de cobrança de estimativas de IRPJ e CSLL compensadas com o crédito em discussão. Isso porque, após o encerramento do anocalendário, as estimativas deixam de existir, assumindo em seu lugar a apuração do tributo com períodobase anual. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 403127/403137), em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 PIS NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. FRETES NA VENDA. PRODUTOS TRIBUTADOS COM INCIDÊNCIA CONCENTRADA/MONOFÁSICA. IMPOSSIBILIDADE. Pessoa jurídica que, na espécie, atua no ramo de venda por atacado de produtos de perfumaria, higiene pessoal e de toucador, sujeitos ao modelo monofásico de incidência não cumulativa do PIS, não pode, tendo em vista expressa vedação legal, apurar créditos relativos às despesas de frete na venda dos aludidos produtos, ainda que os fretes tenham sido por ela suportados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 8/7/2013, a interessada foi cientificada da referida decisão (fl. 403139). Inconformada, em 6/8/2013, protocolou o recurso voluntário de fls. 403141/403214, em que reapresentou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Fl. 403396DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.395 5 O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O litígio cingese às questões atinentes a: a) possibilidade ou não de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep sobre as despesas com frete nas operações de revenda de produtos sujeitos ao regime de tributação concentrada do tipo monofásica; e b) não cabimento da cobrança dos débitos das estimativas mensais de IRPJ e CSLL, informados na referida DComp, sob o argumento de que, após o final do período de apuração dos referidos tributos, tais débitos não eram mais passíveis de cobrança, mas os débitos dos referidos tributos apurados final do anãocalendário de 2008, com base no ajuste anual. Da apropriação dos créditos. Em geral, o direito de dedução dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, calculados sobre as despesas com frete nas operações de venda, encontrase assegurado no art. 3º, IX, da Lei 10.833/2003, especificamente para Cofins, mas cujo efeito foi expressamente estendido também para a Contribuição para o PIS/Pasep pelo art. 15, II, do mesmo diploma legal. Para maior clareza, transcrevese a seguir os citados preceitos legais: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. [...] Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa de que trata a Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] II nos incisos VI, VII e IX do caput e nos §§ 1º e 10 a 20 do art. 3º desta Lei; [...] (grifos não originais) Notícia os autos que a recorrente é pessoa jurídica dedicada ao comércio atacadista de produtos de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal e que apura o IRPJ com base no lucro real, portanto, sujeita ao regime de apuração não cumulativo das referidas contribuições. Nessa condição, a recorrente alegou que fazia jus à dedução de créditos relacionados às despesas com frete nas operações de revenda dos citados produtos, sob o argumento de que, embora tais produtos estivessem sujeitos ao regime de tributação monofásica, ela tinha o direito de apropriação de créditos sobre as despesas com frete nas operações de revenda dos citados produtos, nos termos art. 3º, IX, da Lei 10.833/2003. Fl. 403397DF CARF MF 6 Por sua vez, o Colegiado julgador de primeiro grau manteve o não reconhecimento do direito creditório pleiteado pela recorrente, sob fundamento de que art. 3º, IX, combinado com do disposto no art. 15, II, da Lei 10.833/2003, não amparava a pretensão da recorrente, em face do disposto no art. 3º, I, “b”, combinado com o disposto no art. 2º, § 1º, II, da Lei 10.637/2002, a seguir transcritos: Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] II no inciso I do art. 1o da Lei no10.147, de 21 de dezembro de 2000, e alterações posteriores, no caso de venda de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal nele relacionados; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] b) no § 1º do art. 2º desta Lei1; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] Da interpretação sistemática dos preceitos legais transcritos, é possível afirmar que a autorização de dedução dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep, calculados sobre as despesas com frete nas operações de revenda ou venda, aplicase somente às despesas vinculadas às operações de revenda dos bens adquiridos prontos e de venda dos produtos acabados produzidos ou fabricados pelo vendedor, decorrentes das operações de aquisição dos bens adquiridos para revenda ou dos insumos utilizados na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, submetidos ao regime não cumulativo a 1 A partir da nova redação dada pela Lei 11.787/2008, a referida alínea passou a ter o seguintes teor: "b) nos §§ 1oe 1oA do art. 2odesta Lei;". Fl. 403398DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.396 7 alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), conforme estabelecido no art. 3º, I e II, da Lei 10.637/2002. Todavia, por força do disposto no art. 3º, I, “b”, da Lei 10.637/2002, as operações de aquisição do bens para revenda relacionados no art. 2º, § 1º, do mesmo diploma legal, não sujeitas à alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), foram expressamente excluídos da autorização de descontar créditos calculados sobre os respectivos custos de aquisição, dentre os quais, cabe destacar o custo de aquisição de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal para revenda por distribuidor ou comerciante final, posto que sujeitos ao regime de cobrança concentrada no fabricante ou importador, nos termos do art. 1o da Lei 10.147/2000. Com efeito, ao vincular o direito de apropriação de créditos sobre as despesas com frete nas operações de venda de “bens adquiridos para revenda” aos casos previsto no inciso I do art. 3º da Lei 10.637/2002, assim como o Colegiado julgador a quo, este Relator também entende que o art. 3º, IX, da Lei 10.833/2003, expressamente, excluiu o direito de apropriação de créditos sobre as despesas com frete nas operações de revenda dos produtos excepcionados na alínea “b” do inciso I do citado art. 3º, o que alcança, portanto, as operações de revenda de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, comercializados pela recorrente e objeto do presente pedido de ressarcimento. Sabidamente, a lei não contém palavras inúteis, conforme ensina o vetusto brocardo jurídico. Logo, se o inciso IX do artigo 3º limitou as despesas com frete aos “casos dos incisos I e II”, por força do disposto do princípio da estrita legalidade tributária, não cabe ao interprete fazer qualquer interpretação extensiva, especialmente, para ampliar hipótese de apropriação de créditos para situações não expressamente prevista em lei. A recorrente alegou que, diante da estratégia empresarial por ela adotada (“venda direta” ou “portaaporta”), a contratação de serviços de transporte (frete) era absolutamente imprescindível para a remessa para os revendedores autônomos, e posterior distribuição aos consumidores finais, dos produtos da marca “Natura” por ela comercializados, incluindo os produtos sujeitos à tributação concentrada (monofásica). Assim, se as Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 não vedavam expressamente a apuração de créditos sobre as despesas com fretes incorridas nas vendas dos produtos monofásicos, não podia o intérprete restringir a sistemática não cumulativa de apuração e recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, sob pena de violação ao princípio da estrita legalidade em matéria tributária. Não assiste à recorrente. No âmbito do regime não cumulativo das referidas contribuições, instituído pelos citados diplomas legais, as hipóteses que asseguram o direito de apropriação de créditos das referidas contribuições são apenas aquelas taxativa e expressamente mencionadas nos incisos I a XI do art. 3º da Lei 10.833/2003, com as restrições contidas no referido preceito legal. Assim, para correta interpretação, primeiro devese analisar as hipóteses de permissão de apropriação de créditos, expressamente, previstas no art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 e, em segundo, analisar as restrições determinadas no referido comando legal. Seguindo essa orientação, com base no disposto no art. 3º, IX, da Lei 10.833/2003, extraise que, desde que o vendedor assuma o ônus, as despesas com frete nas operações de revenda de produtos sujeitos à alíquota normal (1,65%) do regime cumulativo propiciam o direito de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep. De outra parte, não geram direito a crédito, se sujeito a alíquotas do regime concentrado (monofásico ou Fl. 403399DF CARF MF 8 substituição tributária) ou especial de tributação, de que trata o art. 2º, § 1º, da Lei 10.637/2002, por estarem expressamente excluídos do inciso I, "b", do art. 3º dos citados diplomas legais. Logo, com o devido respeito, não se revela adequado o procedimento interpretativo adotado pela recorrente que, diante da suposta inexistência de expressa vedação legal, estava autorizada dedução dos referidos créditos. A recorrente alegou que se já houvesse a restrição a tomada de crédito em relação às despesas com frete nas operações de revenda de bens sujeitos ao regime de tributação monofásica, o Poder Executivo não teria proposto a vedação a esse tipo de crédito, por meio das Medidas Provisórias 413/2008 e 451/2008. No entendimento deste Relator, também não procede tal alegação, pois, a referida alteração legislativa visava estender a restrição de apropriação de créditos às hipóteses previstas nos demais incisos do art. 3º, para os quais não havia e continua não havendo proibição de apropriação de créditos (despesas com energia elétrica e aluguel, encargos de depreciação etc.) por parte dos distribuidores e comerciantes atacadistas e varejistas dos citados produtos. Em outros termos, se tivesse sido concretizada a referida alteração, a citada proibição alcançava todas as hipóteses de dedução de crédito previstas no citado art. 3º sobre os custos, despesas e encargos vinculados às receitas com a revenda dos produtos relacionados no § 1º do art. 2º das referidas Leis, que inclui os produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, comercializados pela recorrente, conforme já mencionado. Além disso, se tal alteração tivesse sido implementada, além da falta de amparo legal, construída por meio da interpretação conjunta do art. 3º, IX, da Lei 10.833/2003 com o disposto no art. 3º, I, “b”, combinado com o disposto no art. 2º, § 1º, da Lei 10.637/2002, o impedimento aos distribuidores e comerciantes atacadistas e varejistas de apropriação de créditos sobre as despesas com frete nas operações de revenda dos referidos produtos passaria a ser também por expressa proibição legal. A contribuinte alegou ainda que o disposto no art. 17 da Lei 11.033/2004, amparava o seu direito de apuração dos créditos sobre os fretes em comento, bem como de utilizar os valores de tais créditos na compensação de débitos tributários federais próprios. Para reflexão segue a redação do citado dispositivo, in verbis: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O disposto no citado preceito legal condiciona a manutenção dos créditos vinculados às operações de venda efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência das referidas contribuições, que haja amparo legal para apropriação dos correspondentes créditos, o que não se vislumbra no caso dos créditos calculados sobre as despesas com fretes nas revendas de produtos submetidos à tributação concentrada, objeto da presente controvérsia, cuja dedução não encontra respaldo no inciso IX do art. 3º da Lei 10.833/2003, em face da restrição determinada no art. 3º, I, “b”, combinado com o disposto no art. 2º, § 1º, II, da Lei 10.637/2002, anteriormente analisada. Também não ampara a pretensão recorrente o disposto no art. 27 da Instrução Normativa 1.300/2012, a seguir transcrito: Fl. 403400DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.397 9 Art. 27. Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das respectivas Contribuições, poderão ser objeto de ressarcimento, somente depois do encerramento do trimestre calendário, se decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados: [...] II às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência. [...] § 4º O disposto no inciso II do caput não se aplica às aquisições, para revenda, dos seguintes produtos: [...] VIII produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições 33.03 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 9603.21.00 da TIPI [...] (grifos não originais) Diferentemente do alegado pela recorrente, a simples leitura do referido comando normativo confirma o entendimento aqui explicitado no sentido de que as despesas com frete vinculadas às operações de revenda de produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, ainda que suportadas pelo vendedor, não propiciam direito à apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins. Por todas essas considerações, chegase a conclusão que estão excluídas da previsão de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep, contida no art. 3º, IX, da Lei 10.833/2003, as despesas com frete nas operações de venda de produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, ainda que o ônus tenha sido suportado pela recorrente. Da impossibilidade da cobrança dos débitos. Dessa forma, definido que não existe o direito creditório, passase a analisar a segunda alegação da recorrente de que não caberia a cobrança dos débitos das estimativas mensais de IRPJ e CSLL, informados na referida DComp, haja vista que, após o final do período de apuração dos referidos tributos, tais débitos não eram mais passíveis de cobrança, mas os débitos dos referidos tributos apurados final do anãocalendário de 2008, com base no ajuste anual. De acordo com o art. 1º da Lei 9.430/1996, a partir do anocalendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas passou a ser determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário. Entretanto, por opção, a pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real foi autorizada a realizar o pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, nos termos do art. 2º do citado diploma legal. Ainda consoante este preceito legal, a pessoa jurídica Fl. 403401DF CARF MF 10 optante pelo pagamento do imposto de forma estimada ficou obrigada apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, para fim de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, quando, além de outras deduções, a pessoa jurídica fica autorizada a deduzir do imposto devido apurado no final do anocalendário o valor o imposto de renda pago pela forma estimada, que deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente àquele a que se referir, segundo determinação do art. 6º da citada lei. Portanto, em conformidade com disposto nos referidos preceitos legais, o valor do IRPJ e da CSLL estimados são devidos mensalmente, tanto que a não realização do seu pagamento nas datas estabelecidas, sujeita a pessoa jurídica ao pagamento de acréscimos a título de multa e juros moratórios ou multa de ofício isolada, na forma da legislação vigente. Neste caso, a pessoa jurídica somente não fica sujeita à obrigatoriedade do pagamento mensal estimado, se demonstrar, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso, condição que não foi comprovada pela recorrente. A recorrente também não comprovou que os valores dos débitos por ela compensados por meio da DComp em apreço não foram deduzidos dos valores do IRPJ e da CSLL, apurados no final do anocalendário de 2008, o que impossibilita qualquer análise a respeito da questão atinente à cobrança dos referidos débitos. Na ausência desses elementos probatórios e tendo em conta que, nos termos art. 74, § 6º, da Lei 9.430/1996, a “declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados”, mantémse a cobrança dos débitos estimados do IRPJ e da CSLL do mês agosto de 2008, objeto da compensação em apreço, nos termos da legislação vigente. Da conclusão. Por todo o exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra a decisão recorrida. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Voto Vencedor Conselheiro Walker Araújo, Redator Designado. Em que pese as razões arroladas pelo ilustre Relator, peço licença para divergir dos fundamentos e do resultado dado ao presente o processo administrativo. Em síntese, o cerne da questão visa analisar o direito de descontar créditos da Contribuição para o PIS/Pasep calculados sobre às despesas com frete na operação de venda, no caso de o ônus ter sido assumido pelo vendedor, relacionado aos produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal, sujeitos a tributação concentrada/monofásica, prevista na Lei 10.147/2000. Em suma, no entendimento do nobre Relator não há legislação que permita desconto de créditos calculados sobre as despesas com fretes nas revendas de produtos submetidos à tributação concentrada, objeto da presente controvérsia, cuja dedução, inclusive não encontra respaldo no inciso IX do art. 3º da Lei 10.833/2003, em face da restrição Fl. 403402DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.398 11 determinada no art. 3º, I, “b”, combinado com o disposto no art. 2º, § 1º, II, da Lei 10.637/2002, " Em que pese os fundamentos do i. Relator, entendo que o contribuinte faz jus ao desconto de créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por ele suportadas na condição de vendedor, nos termos do art. 3°, IX, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003, sendo que para dirimir a controvérsia da matéria sob análise, empresto as razões de decidir do i. Conselheiro João Carlos Cassuli Júnior, nos autos do processo administrativo nº 16682.720005/201393 (acórdão 3402002.520): O deslinde da questão passa pela análise da legislação que envolve a matéria, sendo pertinente trazer à colação o preceito legal que veda o direito ao desconto de créditos sobre a aquisição para revenda, de produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, que nos autos restou incontroverso serem aqueles que foram comercializados pela Recorrente e que geraram as despesas de frete. Vejamos: Art. 3° Do valor apurado na forma do art. 2° a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) nos incisos III e IV do § 3° do art. 1° desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004)(Vide Medida Provisória nº 413, de 2008) (Vide Lei nº 11.727, de 2008). b) nos §§ 1° e 1°A do art. 2° desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998) (grifouse) Art. 2° (...) § 1° Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) (...) II no inciso I do art. 1° da Lei n° 10.147, de 21 de dezembro de 2000, e alterações posteriores, no caso de venda de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, nele relacionados; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) A celeuma, por sua vez, reside na interpretação do disposto no inciso IX, do art. 3°, da Lei n° 10.833/2003 (aplicável a Contribuição ao PIS/Pasep por força do art. 15, desta mesma Lei), e que está assim vazado: Art. 3° Do valor apurado na forma do art. 2° a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. (grifouse) Fl. 403403DF CARF MF 12 Com efeito, segundo se colhe da decisão recorrida, houve o entendimento de que, considerando que haveria a restrição ao desconto de créditos sobre a aquisição, para revenda, de produtos sujeitos a incidência monofásica das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS, e, considerando estarem os fretes nas operações de venda vinculados à entrega destes mesmos produtos monofásicos, igualmente não poderia haver o desconto de créditos, eis que o dispositivo em questão (inciso IX, do art. 3°), reportase ao frete na operação de venda “nos casos dos incisos I e II”. Portanto, no entendimento da decisão de piso, se pelo teor do inciso I do art. 3°, da Lei de regência, não houver o direito ao crédito, igualmente não haverá o direito ao crédito sobre o frete na operação de venda. Tenho, no entanto e com a devida vênia dos julgadores da regional, que no caso em concreto a interpretação que foi dada ao preceito legal não é a que melhor atende às normas de hermenêutica e mesmo à sistemática não cumulativa da contribuição, havendo fundamentos para concluir de modo diverso, como passo a expor. Inicialmente, porque as empresas que dedicamse à revenda de produtos sujeitos a incidência monofásica fazem parte daquelas pessoas jurídicas que sujeitamse à nãocumulatividade das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS, pois que as receitas provenientes da comercialização de tais produtos são tributadas, porém, em função do regime de tributação concentrado pelo qual se aumenta a alíquota no fabricante ou importador, reduzindoa a zero nos distribuidores atacadistas ou nos varejistas (caso da Recorrente). Assim, as revendas (distribuidores e atacadistas) de produtos monofásicos estão sujeitas a nãocumulatividade, embora as receitas sejam tributadas à alíquota zero. Por tal razão, têm direito ao desconto dos créditos permitidos pela legislação, arrolados nos incisos III e seguintes do art. 3°, das Leis n°s 10.637/2002 para o PIS/Pasep e 10.833/2003 para a COFINS. Cabe pontuar que quanto aos incisos I e II, do mesmo diploma, tratamse dos créditos sobre os produtos para revenda, aqui analisados, e os bens e serviços utilizados como insumo (inc. II), os quais igualmente devem conceder o crédito, nas hipóteses legais pertinentes e de acordo com a atividade de cada contribuinte em particular, já que componentes da sistemática não cumulativa. Neste caso em particular, não estamos lidando com insumos, previsto no inciso II, já que o contribuinte não desenvolve atividade industrial ou de prestação de serviços. Pois bem, tenho que quando o inciso I do art. 3° em questão veda o direito ao desconto de créditos, o faz sobre os bens adquiridos para revenda sujeitos à tributação concentrada. A vedação legal à tomada de créditos referese expressamente à aquisição de bens, de modo que os “custos de aquisição” estão compreendidos na vedação ao crédito, devendo ser interpretado que neste “custo” estão englobados os dispêndios para trazer as mercadorias ao estoque de mercadorias para revenda, nos termos dos itens 9 e 10, do pronunciamento técnico CPC nº 16, aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários através da Deliberação CVM nº 575, de 05 de Junho de 2009, que regulamenta o registro dos estoques. Esta Deliberação possui força de Lei e disciplina o Direito Privado, devendo ser observado pelo direito tributário, nos termos dos arts. 109 e 110, do CTN. Por outro lado, quando o inciso IX, do mesmo art. 3°, das Leis n°s. 10.637/02 e 10.833/03, permite o direito ao desconto de créditos sobre “armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor”, está tratando de despesas comerciais, inerentes à venda das mercadorias, e não à dispêndios relativos a sua aquisição. Esses dispêndios de entrega dos produtos revendidos não agregam ao “custo de aquisição” das mercadorias, mas antes são despesas de vendas, não podendo ser Fl. 403404DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.399 13 abrangidas na vedação contida no inciso I, do mesmo dispositivo legal, pelo fato de consistir em outra operação de aquisição, relacionada com outra pessoa jurídica (que não o fornecedor de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal), que é o prestador dos serviços de transportes nas operações de entrega da mercadoria para o comprador, o qual é contribuinte das contribuições em questão sobre a receita do frete cobrado à Recorrente. Tenho que a menção existente no inciso IX, do art. 3°, em questão, quando reportase aos “casos dos incisos I e II”, visa firmar que o direito ao desconto de crédito será quando a armazenagem ou o frete na operação de venda tiver como objeto mercadorias para revenda ou bens ou produtos fabricados a partir dos insumos que ali estão especificados, independentemente do regime de sua tributação, não podendo abranger a armazenagem e o frete de bens que não se enquadrem como mercadorias para revenda e nem como bens ou produtos fabricados a partir dos referidos insumos (seria o exemplo de armazenagem ou transporte de bens do ativo imobilizado). Ademais, no caso em questão, o art. 17, da Lei n° 11.033/04 não deixa dúvidas que há direito em manter os créditos que sejam vinculados à venda de produtos desonerados. Vejamos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Como já me manifestei em outras oportunidades, esse dispositivo trata da “manutenção dos créditos” que são passíveis de serem efetivamente “descontados” pelos contribuintes, de modo que, se for permitido descontar o crédito, poderão eles ser mantidos, ainda que vinculados a operações de vendas de produtos sujeitos à suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência das contribuições ao PIS/COFINS. E apenas para o caso de interpretações que tendam a compreender que o dispositivo legal acima refirase apenas ao regime específico de tributação denominado Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuárias – REPORTO, afasto desde já esta possibilidade, colacionando recente julgado do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que julgou especificamente matéria neste sentido, cuja inteligência nos ensina de que o referido artigo não se restringe ao REPORTO, sendo tal aplicação restrita apenas aos artigos 13 a 16 da Lei 11.033/04. Por ser de extrema valia no caso, transcrevo a ementa e parte do voto do Eminente Ministro Mauro Campbell: RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. PIS/PASEP E COFINS. CREDITAMENTO. ART. 17 DA LEI 11.033/2004, C/C ART. 16, DA LEI N. 11.116/2005. INCIDÊNCIA QUE NÃO SE RESTRINGE AO REPORTO. NECESSIDADE DE REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ QUANTO AO PONTO. REGIME DE INCIDÊNCIA MONOFÁSICA DAS CONTRIBUIÇÕES AO PIS/PASEP E COFINS. REGIME ESPECIAL EM RELAÇÃO AO REGIME DE INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVO. APLICAÇÃO DO ART. 2º, §1º, I, IV E V; E ART. 3º, I "B” DA LEI N. 10.637/2002 E DA LEI N. 10.833/2003. IMPOSSIBLIDADE DE CREDITAMENTO SALVO DETERMINAÇÃO LEGAL EXPRESSA QUE SOMENTE PASSOU A EXISTIR EM 24.06.2008 COM A PUBLICAÇÃO DO ART. 24, DA LEI N. 11.727/2008. Fl. 403405DF CARF MF 14 1. O art. 17, da Lei 10.833/2004, e o art. 16, da Lei n. 11.116/2005, não são de aplicação exclusiva o Regime Tributário para incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária REPORTO. Necessidade de revisão da jurisprudência do STJ, pois equivocados quanto a pontos precedentes: AgR no REsp. n 1.226.371/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 03.05.2001; REsp. n. 1.217.828/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12.04.2001; REsp. n. 1.218.561/SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 07.04.2001; AgR no REsp. n. 1.224.392/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 22.02.2011; AgR no REsp. n 1.219.450/SC, Segunda Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17.02.2011; REsp. n. 1.140.723/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 02.09.2010. 2. As receitas provenientes das atividades de venda revenda de veículos automotores, máquinas, pneus, câmaras de ar, autopeças e demais acessórios, por estarem sujeita ao pagamento das contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS em Regime Especial de Tributação Monofásica, com alíquota concentrada na atividade de venda, na forma dos artigos 1º, caput; 3º, caput; e 5º, caput, da Lei n. 10.485/2002, e alíquota zero na atividade de revenda, conforme os artigos 2º, §2º, I; 3º, §2º, I e I; e 5º, parágrafo único, da mesma lei, não permitem o creditamento pelo revendedor das referidas contribuições incidentes sobre as receitas do vendedor por estarem fora do Regime de Incidência NãoCumulativo, a teor dos artigos 2º, §1º, I, IV e V; e 3º, I "b” da Lei n. 10.637/2002 e da Lei n.10.803/2003. Deste modo, não se lhes aplicam, por incompatibilidade de regimes por especialidade de suas normas, o disposto nos artigos 17, da Lei n.11.033/2004, e 16, da Lei n. 11.116/2005, cujo âmbito de incidência se restringe ao Regime NãoCumulativo, salvo determinação legal expressa que somente passou a existir em 24.6.2008 com a publicação do art. 24, da Lei n. 11.727/2008, para os casos ali previstos. 3. Recurso especial não provido com o alerta pra necessidade da revisão da jurisprudência desta Casa, conforme item "1.” (REsp. Nº 1.267.003 RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17.09.2013) E assim, concluiu o voto, neste tocante: “[...] Deste modo, pareceme claro que somente os artigos 13a 16, da Lei n. 11.033/2004, tratam especificamente do REPORTO, sendo que o art. 17 tem aplicação par fora d citado regime, podendo, em tese, alcançar o contribuinte. Neste ponto, acredito na necessidade de revisão da jurisprudência desta Casa, pois não vejo com aplicarse o benefício instituído pelo art. 17, da Lei 11.033/2004, c/c art. 16, da Lei n. 11.116 /2005, exclusivamente ao REPORTO. Nesta linha surge, portanto, a necessidade de examinar a compatibilidade do sistema monofásico com a técnica do creditamento e identificar e aplicar legislação correta ao caso concreto.” E no caso em análise, embora seja inerente à venda de produtos sujeitos à alíquota zero, própria do regime da tributação concentrada ou monofásica, houve a contratação de serviços de transporte para a entrega dos produtos em questão, de modo que o fato de estar sujeita a alíquota zero nas aquisições e nas revendas, não impede o direito à tomada e manutenção dos créditos sobre o frete na operação de venda, se suportado pelo vendedor, nos termos do preceito legal supra. Digno de nota que houveram tentativas do Governo em restringir o direito à tomada de créditos pelos distribuidores e comerciantes de produtos sujeitos à incidência monofásica. Primeiramente através da edição da Medida Provisória n° Fl. 403406DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.400 15 413, de 03/01/2008, que inseriu os §§ 14 e 22, no art. 3°, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, nos seguintes termos: § 14 / §22. Excetuamse do disposto neste artigo os distribuidores e os comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias e produtos referidos no § 1° do art. 2° desta Lei, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas, não se aplicando a manutenção de créditos de que trata o art. 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004. Referido dispositivo foi rejeitado pelo Congresso Nacional nos termos do Parecer n° 00053, do Deputado Sandro Mabel, nos seguintes termos: Os Artigos 14 e 15 da supracitada MP inseriu novos parágrafos nas leis 10.637/02 e 10.833/03, vedando aos comerciantes varejistas e atacadistas a tomada de créditos de PIS e COFINS sobre serviços tomados, energia elétrica, armazenagem, aquisição de ativos imobilizados, entre outros. A matéria, entretanto, já encontrase amplamente disciplinada,tratandose esta alteração de aumento de impostos a fim de obter compensações pela rejeição da CPMF. A segunda tentativa veio através da Medida Provisória n° 451, de 15/12/2008, que inseriu os §§ 15 e 23, no art. 3°, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, nos seguintes termos: § 15 / § 23. Sem prejuízo da vedação constante na alínea "b" do inciso I do caput, excetuamse do disposto nos inciso II a IX do caput os distribuidores e os comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias e produtos referidos no § 1 o do art. 2 o , em relação aos custos, despesas e encargos vinculados às receitas com a venda desses produtos. Referido dispositivo, por seu turno, foi rejeitado pelo Congresso Nacional nos termos do Parecer n° 00009, do Deputado Eduardo Gomes, nos seguintes termos: Os artigos 8o e 9o da supracitada Medida Provisória inseriram novos parágrafos aos artigos 3o das Leis n°s 10.637/02 e 10./833/03, vedando aos distribuidores e aos comerciantes varejistas e atacadistas de produtos sujeitos às alíquotas monofásicas o reconhecimento de créditos de PIS e COFINS sobre fretes, armazenagem, aluguéis, energia elétrica, dentre outros. Frisese que dispositivos semelhantes haviam sido também incluídos quando da edição da Medida Provisória n° 413, de 03 de janeiro de 2008, tendo sido suprimidos pelo Legislativo Federal quando de sua votação para conversão da MP na Lei n° 11.727, de 23 de junho de 2008. As alterações previstas na MP 451 resultariam em injustificado aumento da PIS/COFINS incidente na gasolina, diesel e querosene de avião, que tem toda a carga tributária concentrada de forma monofásica na refinaria. A vedação dos créditos de PIS/COFINS incidente sobre esses custos inerentes a comercialização destes combustíveis, caracterizase como aumento da carga tributária, com impactos nos preços, e prejuízos para os consumidores finais. Com efeito, após as duas rejeições à tentativa de impor restrições ao direito de tomada e manutenção de créditos, implementadas nas Medidas Provisórias n°s. 413 e 451, ambas de 2008, emerge claro que não subsiste a referida proibição ao Fl. 403407DF CARF MF 16 desconto de créditos sobre os dispêndios previstos nos inciso II a X, dos art. 3º, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003, senão durante a vigência das citadas MPs. Emerge claro, ainda, que o preceito do inciso IX, do art. 3°, das Leis de regência do PIS e da COFINS, quando reportase aos casos dos incisos I e II, do mesmo dispositivo, não veda a tomada de créditos, pois que se o vedasse, seria desnecessário a edição de Medida Provisória para proibir o que já seria proibido, do que se conclui que não existe a proibição no preceito em questão, mas que ele apenas está se reportando ao dispêndios com armazenagem e frentes nas operações de revenda de mercadorias e de insumos, unicamente. Neste sentido, cumpre invocar o entendimento contido nas Soluções de Consulta n°s. 178/2008, 126/2010, 139/2010. Embora todas sejam aplicáveis, pois que relativas à tributação monofásica, destaco a ementa da Solução de Consulta n° 178/08, por se referir aos produtos da indústria farmacêutica: “DISTRIBUIDOR ATACADISTA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E DE HIGIENE PESSOAL. CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. Relativamente a períodos posteriores a 1º de agosto de 2004, o distribuidor atacadista das mercadorias citadas no art. 1º da Lei nº 10.147/2000 (produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal) faz jus aos créditos do regime nãocumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep, nos termos da legislação de regência. Tais créditos não abrangem as aquisições, para revenda, das mercadorias em questão” (grifou se) Dentro deste Conselho Administrativo já há entendimentos que sinalizam positivamente ao direito ao crédito aqui debatido, como se pode ver pelos seguintes excertos: “(...) Importante denotar que é inerente do regime de nãocumulatividade o direito de crédito, sendo que as hipóteses das receitas sujeitas à alíquota zero, não prejudicam o regime da nãocumulatividade, o qual tem sua alíquota aplicável prevista no art 2o das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03. Apesar de não serem aplicáveis à base de cálculo das revendedoras de combustíveis, devido ao regime especial da alíquota zero, estas alíquotas são utilizadas para designar o montante do crédito, pois o art. 2o determina em seu §1o que se excetua desse regime exclusivamente a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, os quais devem aplicar as alíquotas previstas nos incisos I a III do art. 4o, da Lei n° 9.718/98 e alterações posteriores. (...) Diante do exposto, concluise que há o direito de crédito para as pessoas jurídicas que auferem receitas de vendas de produtos que incidem a alíquota zero, pois é característica do regime de nãocumulatividade o direito deste. Ademais, inexiste qualquer vedação legal, prevalecendo o direito subjetivo das pessoas jurídicas à compensação ou recuperação dos créditos, mediante a aplicação das alíquotas pertinentes ao regime nãocumulativo, previsto no art. 16 da Lei n° 11.116/2005. (...)” (Processo Administrativo n° 13161.000646/200690, Recurso n° 153.835, Acórdão n° 210200.083, Relator Conselheiro Maurício Taveira e Silva, 2a Turma Ordinária da 1a Câmara da 2a Seção do CARF, sessão de julgamentos de 06/05/2009). (grifouse) “(...) O contribuinte tem razão quando argumenta que o frete sofreu a incidência integral do PIS e da COFINS e, por isso, não pode ser comparado ao procedimento aplicável ao insumo não tributado. Não se comparam elementos distintos por absoluta impropriedade de meio e inconsistência de conclusão. Fl. 403408DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.401 17 Ao meu sentir também não é possível a restrição imposta sob a fundamentação de que o custo do frete passa a ser o custo do próprio insumo. O custo do insumo é aquele representado na nota fiscal de sua compra e é sobre este número que se deve imputar as regras específicas do crédito presumido. Qualquer outra interpretação resultaria na redução do direito ao crédito do contribuinte sem o supedâneo de fundamentação legal para tanto. (...)” (Processo Administrativo n° 11065.724992/201197, Acórdão n° 3302001.916, Redator Designado Conselheiro José Antonio Francisco, 2a Turma Ordinária da 3a Câmara da 3a Seção do CARF, sessão de julgamentos de 29/01/201) grifouse. “(...) Contudo, é de se observar que o comando transcrito impede o creditamento em relação bens não sujeitos ao pagamento da contribuição e serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. Não trata o dispositivo de serviços sujeitos à tributação efetuados em/com bens não sujeitos a tributação (o que é o caso do presente processos). Improcedente assim a subsunção efetuada pelo julgador a quo no sentido de que o fato de o produto não ser tributo ‘contaminaria’ também os serviços a ele associados. Vejase que é possível um bem não sujeito ao pagamento das contribuições ser objeto de uma operação de transporte tributada. E que o dispositivo legal citado não trata desse assunto. (...) Assim, as Leis n° 10.637/2002 e 10.833/2003 impedem o creditamento no caso de a aquisição de bens ou serviços não estar sujeita ao pagamento da contribuição. E a Lei n° 11.033/2004 não gera direito a novo crédito (contrapondo a vedação), mas tãosomente permite a manutenção dos créditos (se existentes), no caso de venda efetuada com suspensão, isenção, alíquota zero ou nãoincidência das contribuições. Vejase que, no caso em questão, em face da inexistência de vedação no dispositivo legal analisado, era (e continua sendo) possível o creditamento em relação a serviços tributados efetuados em/com bens não sujeitos a tributação pela contribuição. (...) Destaquese, por fim, que o fato de o serviço compor o custo de aquisição dos bens utilizados como insumos não opera uma transformação da natureza dos serviços tributados em bens não tributados, impossibilitando o creditamento. ‘Integrar o custo de aquisição do bem adquirido’ difere de ‘integrar o tratamento tributário do bem adquirido’. (...)” (Processo Administrativo n° 10950.003054/200645, Acórdão n° 3403001.940, Relator Conselheiro Rosaldo Trevisan, 3a Turma Ordinária da 4a Câmara da 3a Seção do CARF, sessão de julgamentos de 19/03/2013) Com efeito, tenho que a restrição ao desconto de créditos para os produtos sujeitos à incidência monofásica, são inerentes aos “custos” de aquisições, como literalmente disciplinado pela legislação (art. 3°, I, das Leis n°s. 10.637/02 e 10.833/03), não podendo ser estendida para as operações de venda, que são despesas inerentes à outra etapa do processo empresarial, pagas para outra pessoa jurídica, Fl. 403409DF CARF MF 18 diversa daquela do fornecedor do produto monofásico e que está fora dos dispêndios que compõem os “custos de aquisição”, de modo que entendo que não deve prevalecer a glosa dos créditos em questão. Cabe mencionar ainda, que o regime de tomada de créditos das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS não se reveste da natureza nem de benefício e nem de desoneração, não podendo ser implementada uma interpretação literal e restritiva do direito aos créditos. Nas palavras de MARCO AURÉLIO GRECO, temos: “Desta ótica, a não cumulatividade se vocaciona a assegurar a neutralidade da exigência à vista da multiplicidade de modos operacionais de estruturação dos negócios. Por isso, regras sobre regime geral de créditos são regras de adequação da tributação à realidade sobre a qual a norma tributária incide. Têm a fundamental função de garantir a adequada distribuição do ônus tributário em abstrato, pela sequência de operações em concreto. Por ser esta sua função, não visam nem onerar nem desonerar quem quer que seja, mas apenas implementar a tributação adequada para que, de um lado, o conceito abstrato de nãocumulatividade não se apresente como fórmula linguística desprovida de qualquer significado e, por outro lado, que a realidade econômica concreta não seja negativamente discriminada por uma distribuição da carga tributária que privilegie uns em detrimento de outros. (...) Por isso, o artigo 111 do CTN não é aplicável às regras que preveem o direito ao crédito, no âmbito normal de não cumulatividade de PIS e COFINS.” (GRECO, Marco Aurélio. Artigo: PIS e Cofins – Fretes pagos para o transporte de mercadorias. PEIXOTO, Marcelo Magalhães/MOREIRA JUNIOR, Gilberto de Castro. In PIS e COFINS à luz da jurisprudência do CARF – Vol. 2. São Paulo: MP Editora, 2013, p. 347 e ss.) A partir das lições de GRECO, devese averiguar a realidade da incidência tributária no caso em que a empresa distribuidora atacadista adquire produtos gravados pelo regime de tributação concentrada. A política governamental culminou na elevação da alíquota das contribuições ao PIS e da COFINS na “fase” do fabricante ou importador, e na redução a zero das alíquotas dos tributos em questão, nas fases seguintes, dos comerciantes distribuidores atacadistas e varejistas. Com isso, criou a tributação dita “concentrada” ou “monofásica” para determinados produtos. E, aliás, fêlo em troca da sistemática da “substituição tributária” que era aplicada em massa anteriormente, mas que, sabidamente, criava muitas dificuldades de controle quanto a margem de valor agregado – MVA, bem como quanto ao direito de ressarcimento das operações presumidas que não ocorriam. Logo, a mudança de mecanismo da substituição tributária para a de monofasia, manteve a tributação concentada no fabricante ou importador, relativamente a toda a cadeia de circulação de bens, sem que houvesse aumento da carga tributária. Isso é público e notório, e, pois, desnecessário prova matemática neste momento, bastando a citação para o raciocínio em desenvolvimento. Pois bem, ainda que concentrada a tributação em uma única fase (fabricante ou importador), com elevação da alíquota nesta fase, não se poderia prever quais os dispêndios de frete que seriam incorridos pelos distribuidores atacadistas e varejistas no transporte dos produtos sujeitos à incidência monofásica até chegar ao consumidor final. Continuam na cadeia de circulação os transportadores que são contribuintes do PIS e da Cofins, assim como continuam sujeitos a incidência não cumulativas os próprios distribuidores atacadistas e varejistas, sem que, no entanto, os dispêndios com o frente no transporte necessário à entrega das mercadorias Fl. 403410DF CARF MF Processo nº 10882.720554/201082 Acórdão n.º 3302004.605 S3C3T2 Fl. 403.402 19 revendidas, tenham sido atingidos pela concentração de tributação inerente a monofasia. Assim é que quando o comerciante atacadista adquire produtos monofásicos, já está nele contida tributação de toda a cadeia de circulação inerente àqueles produtos. Mas tenho que não se poderia prever a forma ou mesmo o volume das entregas que seriam necessárias para se levar a mercadoria revendida até o consumidor final. Daí porque, os dispêndios com o frete nas operações de entrega da mercadoria revendida não estão contemplados no preço da mercadoria adquirida que já foi “economicamente” tributada pela alíquota concentrada; os serviços de fretes não foram submetidos à incidência monofásica, mas apenas aqueles expressamente elencados no inciso I, do art. 3°, em questão. Não conceder o crédito sobre os serviços de frete cuja receita será tributada pelo transportador, transmudaria o frete em incidência monofásica, contrariamente à Lei, ou pior, transformaria os serviços de frete, quando relativos a produtos monofásicos, em tributação cumulativa. Anulando a sistemática. Por tais razões, a interpretação que entendo deva prevalecer, por privilegiar o desígnio da não cumulatividade, é aquela que concede o direito ao crédito nas operações de armazenagem e frete nas operações de venda, desde que o frete tenha sido suportado pelo vendedor. Apenas durante a vigência das Medidas Provisórias 413 e 451, de 2008, deve prevalecer a glosa de créditos. Na esteira das considerações acima, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, para exonerar do lançamento tributário o crédito tributário decorrente dos efeitos da tomada de créditos sobre frentes nas operações de venda de produtos monofásicos. Outro não é entendimento da Câmara Superior de Recurso Fiscais (acórdão 9303004.311 e 9303004.310): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2008 a 31/12/2010 PIS. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS COM INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. DESCONTO DE CRÉDITOS SOBRE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. POSSIBILIDADE. As mercadorias sujeitas ao regime monofásico de incidência das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS (produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal) sujeitas ao regime não cumulativo de apuração das citadas contribuições, tem o direito de descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por ele suportadas na condição de vendedor, nos termos do art. 3°, IX, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2008 a 31/12/2010 COFINS. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS COM INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. DESCONTO DE CRÉDITOS SOBRE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. POSSIBILIDADE. Fl. 403411DF CARF MF 20 As mercadorias sujeitas ao regime monofásico de incidência das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS (produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal) sujeitas ao regime não cumulativo de apuração das citadas contribuições, tem o direito de descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por ele suportadas na condição de vendedor, nos termos do art. 3°, IX, das Leis n°s. 10.637/2002 e 10.833/2003. Por concordar com os argumentos utilizados na decisão proferida nos autos do processo administrativo nº 16682.720005/201393, anteriormente citado, o adoto como fundamento para afastar a exigência do crédito tributário, o que faço com base no artigo 50, §1º, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Redator Designado Fl. 403412DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.005203/2009-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007
REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. TRANSPORTE DE BENS SEM DIREITO A CRÉDITO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do regime não cumulativo da Cofins, se no transporte de bens para revenda ou utilizado como insumos na produção/industrialização de bens de destinados à venda, o gasto com frete, suportado pelo comprador, somente propicia a dedução de crédito se incluído no custo de aquisição dos bens, logo, se não há previsão legal de apropriação de crédito sobre o custo de aquisição dos bens transportados, por falta de previsão legal, não há como ser apropriada a parcela do crédito calculada exclusivamente sobre o valor do gasto com frete.
REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE NO TRANSPORTE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO CONTRIBUINTE E REMESSA PARA DEPÓSITO FECHADO E ARMAZÉM GERAL. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é admitida a apropriação de créditos da Cofins calculados sobre os gastos com frete por serviços de transporte prestados nas transferências de produtos acabados entre estabelecimentos do próprio contribuinte ou nas remessas para depósitos fechados ou armazéns gerais.
REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE INTERNO NO TRANSPORTE DE PRODUTO IMPORTADO DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.
Os gastos com frete interno relativos ao transporte de bens destinados à revenda ou utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ainda que pagos a pessoa jurídica domiciliada no País, não geram direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, pois sobre tais gastos não há pagamento da Cofins-Importação e da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação, por não integrarem a base de cálculo destas contribuições (valor aduaneiro, segundo art. 7º, I, da Lei 10.865/2004), nem se enquadrarem nas demais hipóteses de dedução de crédito previstas nos incisos III a XI do art. 3º da Lei 10.833/2003.
REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS ENTRE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DO CONTRIBUINTE. SERVIÇO DE TRANSPORTE COMO INSUMO DE PRODUÇÃO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE.
Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, os gastos com frete por prestação de serviços de transporte de insumos, incluindo os produtos inacabados, entre estabelecimentos industriais do próprio contribuinte propiciam a dedução de crédito como insumo de produção/industrialização de bens destinados à venda.
REGIME NÃO CUMULATIVO. OPERAÇÕES DE DEVOLUÇÃO DE COMPRA E DE VENDA. DESPESA COM FRETE NO TRANSPORTE DO BEM DEVOLVIDO. DIREITO DE DEDUÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é passível de apropriação os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep calculados sobre as despesas com frete incorridas na operação de devolução de bem vendido ou comprado, ainda que tais despesas tenha sido suportadas pelo contribuinte.
REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. FALTA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA DOS CRÉDITOS APROPRIADOS. CABIMENTO.
No âmbito do regime não cumulativo, ainda que haja previsão legal da dedução, a glosa dos créditos da Cofins deve ser integralmente mantida se o contribuinte não comprova a realização do pagamento dos gastos com frete à pessoa jurídica domiciliada no País com documento hábil e idôneo.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do processo administrativo fiscal, não configura cerceamento do direito de defesa a decisão que apresenta fundamentação adequada e suficiente para o indeferimento do pleito de restituição formulado pela contribuinte, que foi devidamente cientificada e exerceu em toda sua plenitude o seu direito de defesa nos prazos e na forma na legislação de regência.
DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. INOCORRÊNCIA CERCEAMENTO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade, por cerceamento ao direito de defesa, a decisão de primeiro grau em que houve pronunciamento claro e suficiente sobre todas as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória e cujas conclusões foram apresentadas de forma congruente e devidamente fundamentada.
PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. NÃO DEMONSTRADA A IMPRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. POSSIBILIDADE.
Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indefere-se, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.209
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e o pedido de realização de diligência e, no mérito, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reverter a glosa correspondente aos gastos com fretes no transporte de insumos e produtos em elaboração transferidos entre estabelecimentos ou remetidos para depósitos fechados ou armazéns gerais. Os Conselheiros Walker Araújo e Domingos de Sá e a Conselheira Lenisa Prado votaram pelas conclusões em relação à manutenção da glosa sobre dos gastos com fretes vinculados às operações de devolução de venda. Fez sustentação oral o Dr. Fábio Ricardo Roble - OAB 254.891 - SP.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento,Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201605
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13971.005203/2009-01
anomes_publicacao_s : 201606
conteudo_id_s : 5595887
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3302-003.209
nome_arquivo_s : Decisao_13971005203200901.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 13971005203200901_5595887.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e o pedido de realização de diligência e, no mérito, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reverter a glosa correspondente aos gastos com fretes no transporte de insumos e produtos em elaboração transferidos entre estabelecimentos ou remetidos para depósitos fechados ou armazéns gerais. Os Conselheiros Walker Araújo e Domingos de Sá e a Conselheira Lenisa Prado votaram pelas conclusões em relação à manutenção da glosa sobre dos gastos com fretes vinculados às operações de devolução de venda. Fez sustentação oral o Dr. Fábio Ricardo Roble - OAB 254.891 - SP. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento,Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
dt_sessao_tdt : Thu May 19 00:00:00 UTC 2016
id : 6401661
ano_sessao_s : 2016
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. TRANSPORTE DE BENS SEM DIREITO A CRÉDITO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo da Cofins, se no transporte de bens para revenda ou utilizado como insumos na produção/industrialização de bens de destinados à venda, o gasto com frete, suportado pelo comprador, somente propicia a dedução de crédito se incluído no custo de aquisição dos bens, logo, se não há previsão legal de apropriação de crédito sobre o custo de aquisição dos bens transportados, por falta de previsão legal, não há como ser apropriada a parcela do crédito calculada exclusivamente sobre o valor do gasto com frete. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE NO TRANSPORTE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO CONTRIBUINTE E REMESSA PARA DEPÓSITO FECHADO E ARMAZÉM GERAL. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é admitida a apropriação de créditos da Cofins calculados sobre os gastos com frete por serviços de transporte prestados nas transferências de produtos acabados entre estabelecimentos do próprio contribuinte ou nas remessas para depósitos fechados ou armazéns gerais. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE INTERNO NO TRANSPORTE DE PRODUTO IMPORTADO DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Os gastos com frete interno relativos ao transporte de bens destinados à revenda ou utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ainda que pagos a pessoa jurídica domiciliada no País, não geram direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, pois sobre tais gastos não há pagamento da Cofins-Importação e da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação, por não integrarem a base de cálculo destas contribuições (valor aduaneiro, segundo art. 7º, I, da Lei 10.865/2004), nem se enquadrarem nas demais hipóteses de dedução de crédito previstas nos incisos III a XI do art. 3º da Lei 10.833/2003. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS ENTRE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DO CONTRIBUINTE. SERVIÇO DE TRANSPORTE COMO INSUMO DE PRODUÇÃO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, os gastos com frete por prestação de serviços de transporte de insumos, incluindo os produtos inacabados, entre estabelecimentos industriais do próprio contribuinte propiciam a dedução de crédito como insumo de produção/industrialização de bens destinados à venda. REGIME NÃO CUMULATIVO. OPERAÇÕES DE DEVOLUÇÃO DE COMPRA E DE VENDA. DESPESA COM FRETE NO TRANSPORTE DO BEM DEVOLVIDO. DIREITO DE DEDUÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é passível de apropriação os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep calculados sobre as despesas com frete incorridas na operação de devolução de bem vendido ou comprado, ainda que tais despesas tenha sido suportadas pelo contribuinte. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. FALTA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA DOS CRÉDITOS APROPRIADOS. CABIMENTO. No âmbito do regime não cumulativo, ainda que haja previsão legal da dedução, a glosa dos créditos da Cofins deve ser integralmente mantida se o contribuinte não comprova a realização do pagamento dos gastos com frete à pessoa jurídica domiciliada no País com documento hábil e idôneo. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, não configura cerceamento do direito de defesa a decisão que apresenta fundamentação adequada e suficiente para o indeferimento do pleito de restituição formulado pela contribuinte, que foi devidamente cientificada e exerceu em toda sua plenitude o seu direito de defesa nos prazos e na forma na legislação de regência. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. INOCORRÊNCIA CERCEAMENTO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, por cerceamento ao direito de defesa, a decisão de primeiro grau em que houve pronunciamento claro e suficiente sobre todas as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória e cujas conclusões foram apresentadas de forma congruente e devidamente fundamentada. PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. NÃO DEMONSTRADA A IMPRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. POSSIBILIDADE. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indefere-se, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. Recurso Voluntário Provido em Parte.
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:49:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048415921766400
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 33; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2417; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 1.421 1 1.420 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13971.005203/200901 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302003.209 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 19 de maio de 2016 Matéria COFINS RESTITUIÇÃO Recorrente BUNGE ALIMENTOS S/A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. TRANSPORTE DE BENS SEM DIREITO A CRÉDITO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo da Cofins, se no transporte de bens para revenda ou utilizado como insumos na produção/industrialização de bens de destinados à venda, o gasto com frete, suportado pelo comprador, somente propicia a dedução de crédito se incluído no custo de aquisição dos bens, logo, se não há previsão legal de apropriação de crédito sobre o custo de aquisição dos bens transportados, por falta de previsão legal, não há como ser apropriada a parcela do crédito calculada exclusivamente sobre o valor do gasto com frete. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE NO TRANSPORTE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO CONTRIBUINTE E REMESSA PARA DEPÓSITO FECHADO E ARMAZÉM GERAL. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é admitida a apropriação de créditos da Cofins calculados sobre os gastos com frete por serviços de transporte prestados nas transferências de produtos acabados entre estabelecimentos do próprio contribuinte ou nas remessas para depósitos fechados ou armazéns gerais. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE INTERNO NO TRANSPORTE DE PRODUTO IMPORTADO DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Os gastos com frete interno relativos ao transporte de bens destinados à revenda ou utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 52 03 /2 00 9- 01 Fl. 1422DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 2 ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ainda que pagos a pessoa jurídica domiciliada no País, não geram direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, pois sobre tais gastos não há pagamento da CofinsImportação e da Contribuição para o PIS/PasepImportação, por não integrarem a base de cálculo destas contribuições (valor aduaneiro, segundo art. 7º, I, da Lei 10.865/2004), nem se enquadrarem nas demais hipóteses de dedução de crédito previstas nos incisos III a XI do art. 3º da Lei 10.833/2003. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS ENTRE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DO CONTRIBUINTE. SERVIÇO DE TRANSPORTE COMO INSUMO DE PRODUÇÃO. DIREITO DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Na sistemática de apuração não cumulativa da Cofins, os gastos com frete por prestação de serviços de transporte de insumos, incluindo os produtos inacabados, entre estabelecimentos industriais do próprio contribuinte propiciam a dedução de crédito como insumo de produção/industrialização de bens destinados à venda. REGIME NÃO CUMULATIVO. OPERAÇÕES DE DEVOLUÇÃO DE COMPRA E DE VENDA. DESPESA COM FRETE NO TRANSPORTE DO BEM DEVOLVIDO. DIREITO DE DEDUÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do regime não cumulativo, por falta de previsão legal, não é passível de apropriação os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep calculados sobre as despesas com frete incorridas na operação de devolução de bem vendido ou comprado, ainda que tais despesas tenha sido suportadas pelo contribuinte. REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM FRETE. FALTA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA DOS CRÉDITOS APROPRIADOS. CABIMENTO. No âmbito do regime não cumulativo, ainda que haja previsão legal da dedução, a glosa dos créditos da Cofins deve ser integralmente mantida se o contribuinte não comprova a realização do pagamento dos gastos com frete à pessoa jurídica domiciliada no País com documento hábil e idôneo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO ADEQUADA E SUFICIENTE. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, não configura cerceamento do direito de defesa a decisão que apresenta fundamentação adequada e suficiente para o indeferimento do pleito de restituição formulado pela contribuinte, que foi devidamente cientificada e exerceu em toda sua plenitude o seu direito de defesa nos prazos e na forma na legislação de regência. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. INOCORRÊNCIA CERCEAMENTO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 1423DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.422 3 Não é passível de nulidade, por cerceamento ao direito de defesa, a decisão de primeiro grau em que houve pronunciamento claro e suficiente sobre todas as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória e cujas conclusões foram apresentadas de forma congruente e devidamente fundamentada. PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. NÃO DEMONSTRADA A IMPRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. POSSIBILIDADE. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e o pedido de realização de diligência e, no mérito, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reverter a glosa correspondente aos gastos com fretes no transporte de insumos e produtos em elaboração transferidos entre estabelecimentos ou remetidos para depósitos fechados ou armazéns gerais. Os Conselheiros Walker Araújo e Domingos de Sá e a Conselheira Lenisa Prado votaram pelas conclusões em relação à manutenção da glosa sobre dos gastos com fretes vinculados às operações de devolução de venda. Fez sustentação oral o Dr. Fábio Ricardo Roble OAB 254.891 SP. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento,Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o Relatório encartado na decisão de primeiro grau, que segue integralmente transcrito: Trata o presente processo de pedido de restituição, por meio do qual a contribuinte acima qualificada busca repetir valores, através dos PER nº 22087.45262.030409.1.2.041335 e 36766.06984.290109.1.2.048255, os quais teriam sido indevidamente recolhidos em 20/11/2007, referente ao período de apuração de outubro de 2007, a título de Cofins, e através de 2 (dois) DARF, no importe de R$ 6.455.808,55 cada [total de R$ 12.911.617,10]. Fl. 1424DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 4 Em análise do pleito, inicialmente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Blumenau/SC entendeu por não reconhecer o direito creditório pleiteado em sua totalidade (Parecer SAORT/DRF/Blumenau n.° 017/2010), decisão esta que foi objeto de manifestação de inconformidade por parte da contribuinte e, conseqüentemente, motivo de análise por parte desta Delegacia de Julgamento. Em sessão realizada no dia 25 de março de 2011, a 4ª Turma da DRJ/Florianópolis, por meio do Acórdão nº 0723.616 (fls. 268/277), anulou o referido Despacho Decisório e determinou que um novo fosse formalizado. Segundo a decisão prolatada pela DRF/Blumenau, o processo foi encaminhado à Seção de Fiscalização – Safis, para a análise das operações geradoras de crédito registradas pela contribuinte e a conseqüente determinação do valor da contribuição para a Cofins devida no mês de setembro de 2007, correspondente à linha 27 da ficha 25B do Dacon (Cofins a pagarFaturamento). Conforme o Relatório de Auditoria Fiscal, foram feitas as análises fiscais dos Pedidos de Ressarcimento realtivos aos Processos abaixo relacionados, todos do ano de 2007, instrumentadas através de diversas intimações à contribuinte para obtenção de informações, documentos e esclarecimentos. [...] Em razão da análise fiscal empreendida, procederamse às seguintes glosas: 1. Glosas de créditos constantes da Linha 01 do Dacon relativo a “Bens para Revenda”, os quais foram adquiridos para uso e consumo (Arquivo Digital RVJ), cujo critério para a glosa foi a descrição incompatível com a finalidade de revenda, constante do demonstrativo intitulado “Glosa Produtos Incompatíveis” – Linha 1.xls – DVD 2. 2. Glosas de Complemento de Valor, relativa a aquisições sem direito a crédito, constantes dos Arquivos RVJ, INJ, AGS e AGD, referentes às operações de compra de soja com “preço a fixar” (commoditie), relativa às remessas e/ou complementações de valor efetuadas em períodos pretéritos, sem direito à créditos da nãocumulatividade. A contribuinte efetua operações de compra, venda e industrialização de insumos (preponderância de soja) com preço a fixar, feitas de pessoas físicas e jurídicas. As glosas se fundamentaram, em síntese, no fato de que o direito ao crédito do PIS/Pasep apurado na modalidade nãocumulativa foi regulado respeitando o regime de competência. Desta forma, não foram consideradas as complementações dos valores ocorridas no regime nãocumulativo, em relação às remessas (aquisições) ocorridas no período da cumulatividade, bem como em relação àquelas que, no regime da nãocumulatividade, não geram direito aos créditos. Fl. 1425DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.423 5 Coube a glosa, da mesma forma, em relação aos créditos sem a devida comprovação das operações, bem como quanto às aquisições de milho em grão com fim específico de exportação (Compl_RVJ), identificados no campo “FEX” do Demonstrativo de percentual de glosas do 2º. Semestre de 2007. Para o cálculo das glosas dos complementos de valores foi considerada a mesma razão existente entre as remessas sem direito a créditos e as remessas totais, conforme o Demonstrativo de Percentual de Glosas dos Contratos de Complemento de Valores, onde constam todas as remessas de cada contrato informado no arquivo “Compl”. Os itens glosados estão contidos no Demonstrativo da Glosa de Complementos de Valor, cujas bases de cálculo encontramse totalizadas, conforme item 59 do Relatório Fiscal. 3. Glosas do Imobilizado, por falta de comprovação do valor de aquisição e inexistência de fundamentação legal para o crédito do bem. Os valores glosados encontram nos Demonstrativos de Glosa do Valor de Aquisição de bens do Imobilizado, por bem do Ativo Imobilizado e do arquivo AI_Aq. No arquivo AI_Aq_NF, foram identificados: diferenças entre o valor de aquisição do bem constante do arquivo AI_Aq e o valor comprovado no arquivo AI_Aq_NF no mercado interno, valores estes glosados por falta de comprovação; registros com o código de operação fiscal de importação, parte dos quais foram selecionados para instruir o processo; e registros com o código de operação fiscal de compra de material para uso ou consumo. Todos esses registros se encontram identificados no Demonstrativo de glosas do valor de aquisição do imobilizado Houve glosa, ainda, por falta de comprovação de aquisições em razão da não apresentação dos documentos fiscais solicitados, conforme identificados no Demonstrativo de glosas do valor de aquisição do imobilizado. No arquivo “AI_Imp”, foram localizados bens do Ativo Imobilizado importados, com tomada de crédito também no arquivo “AI_Aq”, o qual se refere a aquisições de ativo imobilizado no mercado interno, os quais foram glosados, sendo estas identificadas no Demonstrativo de glosa por bem do ativo imobilizado. 4. Glosa de valores incluídos no demonstrativo “Créditos sobre Peças 2007.xlx”, este relativo a aquisição de serviços e peças de manutenção, onde foram incluídas valores de bens e serviços relacionados à vigilância, limpeza, segurança contra incêncio, transporte de pessoas e outros que não guardam qualquer relação com a manutenção de máquinas e equipamentos utilizados como insumos na fabricação de bens destinados à venda. 5. Glosas dos Fretes: Fl. 1426DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 6 Fretes internos em importações (após desembaraço), correspondentes a operações com CFOP de importação; Fretes em aquisições com CFOP indicativo de fim específico de exportação; Fretes correspondentes a operações de devolução de vendas ou de compras de mercadorias; Fretes em transferências de bens entre estabelecimentos BUNGE; Fretes correspondente a fretes em remessas para armazéns gerais; Fretes em aquisições de pessoas físicas de bens para revenda, Falta de comprovação dos fretes, relativas a operações com remetente Pessoa Física e CFOP de compra para comercialização; Frete relativo à aquisições de Pessoa Física de insumos para industrializaçâo que foram posteriormente revendidos/exportados, não gerando créditos, de forma que as despesas com os respectivos fretes são glosadas na mesma proporção daqueles estornos (arquivo EST_Rv). 6. Glosa – Falta de Comprovação, por falta de apresentação de documentos fiscais comprobatórios do crédito, por amostragem, conforme critério de relevância das operações. 7. Demonstrativo das Glosas: encontramse relacionados os demonstrativos no itens 132 do Relatório Fiscal. As totalizações encontramse discriminadas nos itens 133 a 135 do Relatório Fiscal. Em vista do Relatório de Auditoria Fiscal, foi proferido o Despacho Decisório ora impugnado, onde o direito creditório é reconhecido em parte e a restituição deferida parcialmente. Segundo o referido Despacho Decisório: Uma vez que a restituição pleiteada se refere a um valor supostamente indevido, relativo à COFINS apurada pelo regime da nãocumulatividade, o processo seguiu à apreciação da EFI3/Safis desta DRF/Blumenau, equipe especializada neste tributo. No decorrer da análise foram juntados os documentos de fls. 284/412 e, especialmente, a Informação Fiscal de fls. 389/392, cujos itens 4 a 7 esclarecem que os valores das glosas fiscais consideradas na AuditoriaFiscal provêm dos relatórios fiscais de fls. 752/781 e 789/809, bem assim dos exarados nos autos nºs 13971.001036/200598, 13971.001375/200493, 13971.001080/200417, 13971.001568/200444, 13971.005306/200963, 13971.000132/200519, 13971.001475/200509, 13971.005209/200971, 13971.005212/200994, e 13971.005208/200926, os quais, portanto, tiveram suas cópias juntadas às fls. 413/922. (g.n.) Fl. 1427DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.424 7 Em relação às análises feitas anteriormente, ressalta que os relatórios fiscais lá exarados tiveram suas cópias juntadas ao presente processo sendo que, a despeito de a contribuinte já ter obtido ciência dos mesmos, manifestando à época seu inconformismo para a maioria deles, foilhe entregue novamente uma via de cada relatório. No tocante à utilização dos créditos e apuração de saldos, a AuditoriaFiscal confeccionou planilha demonstrativa da origem e aproveitamento dos créditos da empresa mediante a identificação: a) do crédito apurado no mês, que, quando transferidos de períodos de apuração anteriores, não correspondem aos do Dacon (contribuinte), mas aos saldos remanescentes de créditos do período de origem ajustados pelas glosas fiscais; b) das glosas fiscais aplicadas sobre o crédito apurado no mês; c) da eventual diminuição da glosa pela Delegacia de Julgamento – DRJ; d) da utilização do crédito em descontos, respeitandose sempre a informação do Dacon; e) dos remanejamentos dos créditos (de ofício, visando ao aproveitamento de créditos porventura existentes para cobrir insuficiências decorrentes de glosas fiscais, no próprio mês ou em meses seguintes); f) saldo disponível de créditos, antes da utilização em compensação ou ressarcimento. Em razão das glosas fiscais deste e de períodos anteriores, os créditos apurados e utilizados em desconto das contribuições mostraramse insuficientes no mês 09/2007. Tal insuficiência está demonstrada na planilha “Utilizações de Créditos Bunge – Cofins.xls” e sua constatação pelo Fisco repercute no valor da contribuição para a Cofins a pagar apurado pela contribuinte. De acordo com o Despacho Decisório, após “a análise das operações geradoras de crédito registradas pela contribuinte”, a AuditoriaFiscal demonstrou que o valor correto da Cofins a pagar (Linha 27 da Ficha 25B do Dacon) é R$ 8.511.197,03 e este, então, é o valor que a contribuinte deveria ter informado na DCTF como “Débito Apurado” e, por consequência, levado à conta para apuração de eventual pagamento indevido. Conclui, por fim, que uma parte do DARF reclamado pela contribuinte prestase a solver a contribuição devida no mês, remanescendo crédito em seu favor no importe de R$ 4.400.420,07, o que corresponde à diferença entre o pagamento (R$ 12.911.617,10) e o valor da contribuição (R$ 8.511.197,03). Manifestação de Inconformidade: Fl. 1428DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 8 Em sua manifestação de inconformidade, a contribuinte suscita inicialmente a tempestividade da manifestação. Explica que, com base em diversas Soluções de Consulta, retificou suas Dacon desde 2004 até 2008 para se ajustar aos termos das mesmas, formulando pedidos de restituição. Após, coloca as suas considerações com a legislação que rege o sistema tributário, às dificuldades da empresa para produzir as provas documentais específicas em filiais remotas, e ao que chama de burocrático de sistema de obrigações acessórias e de pagamento dos tributos. Na continuidade, aborda as seguintes questões, ora em breve síntese: 1. Questões preliminares de mérito: Inicialmente, sob o título “Dos antecedentes processuais” a contribuinte traça um histórico do desenrolar do processo desde as Soluções de Consulta formuladas e dos pedidos de restituição, o que a levou a retificar os respectivos Dacon desde 2004 até 2008. Observa que as primeiras alterações que geraram as restituições pleiteadas ocorreram a partir de 2005 e que, em face de tais circunstâncias, nem todas as alterações foram para reduzir tributo, na medida em que também ocorreram alterações para aumentar o tributo devido ou diminuir os saldos credores acumulados. Em seguida, desenvolve os seus argumentos sob os seguinte títulos: Da natureza dos ajustes após 2009, em que observa que as alterações efetuadas após 2009 registraram apenas troca de linhas (reclassificações) e para reduzir o saldo credor ou aumentar o débito a recolher, nunca para reduzir a contribuição devida. Da inexistência de preclusão por força maior demonstrada e reconhecida pela própria Receita Federal do Brasil, em que sustenta que o prazo de 30 (trinta) dias é insuficiente para produzir a ampla defesa que lhe é assegurada constitucionalmente, em vista das assertivas fiscais e dos relatórios que incluem inúmeras planilhas de cálculos a serem examinados, e suscita a incidência da norma prevista no art. 16, do Decreto 70.235/72, §4º. por entender que a força maior está perfeitamente demonstrada nos autos pela declaração feita pelos agentes da RFB no que tange aos prazos exíguos para análise dos pedidos de restituição; Da contestação das premissas dos Despachos Decisórios e do feito fiscal, onde alega que os atos da administração pública lesivos ao patrimônio das pessoas de direito privado são tipificados nos termos da Lei nº. 4717/65, sendo anuláveis, segundo as prescrições legais. Da contribuição para o PIS/Pasep relativa ao período de dezembro/2003, onde alega que a análise do crédito depende do desfecho do Processo nº. 13971.000029/200498, uma vez que constatouse a inexistência de saldo credor no final do período de apuração do mês de dezembro/2003, e que não se pode considerar a inexistência de saldo, enquanto não houver decisão Fl. 1429DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.425 9 definitiva perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Carf, sob pena de efetuarse glosas indevidamente. Da Decisão sobre alegações não contidas nas manifestações de inconformidade, onde argumenta que, no caso concreto, a própria ação fiscal demonstra com clareza o montante que julga ser devido, em face das circunstâncias materiais do caso concretamente examinado, sem subterfúgios a quaisquer eventuais “teses tributárias” que a fiscalização afirma existirem fora destes autos (existência de tributaristas que sustentam que o valor do tributo devido a ser considerado pela autoridade administrativa no exame de pedidos de restituição ou de declarações de compensação é o valor do débito declarado pelo sujeito passivo em DCTF) e que nunca foram alegadas neste processo e que, portanto, nada tem a ver com os lançamentos contidos nos Autos de Infração impugnados nem como os Despachos Decisórios objetos de manifestações de inconformidade protocoladas a tempo e modo. Suscita, ainda, que a ocorrência de decisões caracterizadamente “chapadas” enseja e confirma a nulidade do feito em face do vício de forma e do desvio de finalidade. Do pagamento indevido e do direito a restituição, em que alega vícios no despacho decisório que ensejariam a anulação do mesmo, tais como a exiguidade do intervalo de tempo entre a juntada do feito fiscal e o despacho decisório demonstra que quem decidiu sobre o assunto foram os agentes fiscais que promoveram a fiscalização direta e não o Sr. Delegado competente; que, no caso, não existe previsão legal de delegação de competência; e que esta evidência atrai a regra da Lei nº. 4.717/65 que considera caracterizada a incompetência quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou. Suscita expressamente e questiona a matéria para os fins de evitarse a preclusão, devendo a questão ser apreciada e julgada para, ao final, determinar a nulidade do feito para que novo despacho seja proferido nos termos da Lei e do Direito como expressão de justiça. Da resistência ao cumprimento de sentenças, onde aduz que os procedimentos fiscais que embasaram o despacho decisório ora contestado (cita alguns exemplos), adotou os mesmos critérios genéricos e sem fundamento, tomou as falhas pontuais como reiteradas e uniformes, generalizou sob a forma de percentual e o aplicou durante todo o período de fiscalização, sem levar em conta o fato concretamente ocorrido; que, ao estabelecer critérios genéricos para determinar o montante a ser glosado, contraria expressamente o comando da decisão da 4ª. Turma da DRJ/FNS, a qual proíbe a aplicação deste tipo de procedimento; e reitera que o prazo de 30 dias é exíguo para se pronunciar acerca de cálculos produzidos por processamento eletrônico, o qual requer conhecimento especializado e estrito, além do conhecimento da matéria legal a ser examinada e contestada. Fl. 1430DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 10 Alega, ainda, que a comprovação desta ocorrência somente poderá ser feita mediante prova pericial, que o procedimento deve ser refeito, e, suscita a nulidade por falta de fundamento legal. Da produção de todas as provas admitidas em direito: Pedido de Perícia: Requer expressamente, nos termos do regulamento do PAF, a produçaõ de perícia para exame e verificação das planilhas e processamento eletrônico de informações trazidas ao processo pelos auditores. Indica o perito assistente, formula 12 quesitos e justifica o pedidos, alegando que, os trabalhos de perícia e diligência se fazem necessários por envolver processamento eletrônico automático e inúmeras operações produzidas pela RFB que, a exemplo de outros casaos, tem dado azo a rpocessos administrativos totalmente deprovidos de sentido e realidade, tal como os lançamentos eletrônicos em processamentos de DCTF. Por outrolado, alega que há necessidade de testes de consistências impossíveis de serem transpostas por meio de documentos porque envolvem processamento de informações, seus cruzamentos e conciliações, somente possível por trbalho de auditoria e perícia, e, ainda, que em sendo constatado inconsistências, haverá necessidade de recorrerse aos documentos físicos. 2. Das circunstâncias materiais de fato e de direito: Da alegação de decadência impossível de ser vista nos autos, em que alega que o fundamento do indeferimento parcial nem de longe sustenta o feito em face da legalidade e das exigências previstas no art. 37 da Constituição Federal; e que, ao se recusar a examinar o que é de seu ofício, a autoridade fiscal remeteu o exame e fiscalização à DRJ, o que não pode ser feito, em face da incompatibilidade entre os trabalhos de exame da materialidade tributária (art. 142 do CTN) e a função de julgador no mesmo caso. Do que se pode efetivamente verificar nos autos: as retificações dos Dacon, onde alega que a retificação do Dacon em 2012 resultou em um aumento da contribuição devida e somente ocorreu devido a entendimentos com os auditores da RFB, conforme evidenciado nos emails anexos; que a retificação, como visto, não apresentou alterações para acrescer créditos, e que as afirmações dos auditores fiscais não podem ser levadas em consideração na questão relativa a qualquer decadência dos direitos creditórios. Da igualdade de todos perante a Lei: onde alega que a apresentação do Pedido de Restituição interrompe e extingue qualquer pretensão fazendária à decadência do direito da manifestante em se ver ressarcida do pagamento a maior ou indevido das contribuições sociais, afastando a possibilidade de alegarse a decadência do seu direito. As situações normadas: a exigência de verificação das circunstâncias materiais necessárias e da situação jurídica definitivamente constituída (art. 116 do CTN): – a exigência de verificação das circunstâncias materiais necessárias e da Fl. 1431DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.426 11 situação jurídica definitivamente constituída (art. 116, CTN) onde alega, após a citação de várias doutrinas/doutrinadores: Daí a razão pela qual o feito carece de sentido, uma vez que se prende ao mero formalismo abstrato da norma, sem considerar nem integrar a situação normada ao Direito a ser aplicado e observado (decisão conforme a lei e Direito – nos termos do Processo Administrativo Disciplinar), e constitutivo da fórmula concreta do Devido Processo Legal (...). Dos Complementos de Valor por preços a fixar e Do faturamento no regime de competência – o fato gerador das contribuições e a comparação com outros tributos sobre o faturamento: onde sustenta que, ao contrário do alegado pela autoridade fiscal (que o faturamento deve ocorrer no momento da tradição), cujo raciocínio seria induzido pela a analogia com os demais tributos (ISS, ICMS, IPI), o faturamento no regime de competência, onde se tem preço a fixar, jamais pode ser considerado no momento da tradição, eis que neste momento não há, a rigor, nenhum faturamento, pela absoluta ausência do preço real da transação, constando somente o seu valor simbólico em nota exclusivamente fiscal, sendo que o faturamento ocorrerá somente quando da fixação do preço, oportunidade em que os contratantes tomarão conhecimento preciso do valor da operação outrora contratada, o que seria impossível mensurar em tempo pretérito (à época da tradição). Alega, ainda, que a complementação de preço lastreada em remessa que detenha direito a crédito gera o direito de retificar a sua base, no momento do faturamento (quando da fixação do preço e não da tradição), para complementar o preço da transação de origem; que, havendo remessa originária com direito a crédito o mesmo deverá ocorrer na complementação, sendo que qualquer glosa contrária a tal regra deve ser repudiada; e que o § 4º do art. 3º da lei de regência do crédito é muito clara ao dispor expressamente que o crédito não apropriado no mês poderá ser aproveitado nos meses posteriores. Dos fatos geradores pendentes e o alcance da nova lei, onde remete aos artigos 105 e 116 do Código Tributário Nacional para afirmar que o caso pertinente ao tema “Preços a Fixar” abrange as duas situações: “de fato (manifestação do vendedor para fixar o preço) e jurídica (contrato – como assinalado pelos auditores, definitivamente constituído, porém pendente de liquidação do preço). E continua: Nestas circunstâncias os fatos futuros (reajustes e liquidação de preço) são submetidos definitivamente à lei nova como sempre entendeu a Fazenda Pública em termos de inovação legal para majoração da cobrança de tributos sujeitos à anterioridade anual e consolidada na Súmula 577 do STF (“Na importação de mercadorias do exterior, o fato gerador do Imposto de Circulação de Mercadorias ocorre no momento de sua entrada no estabelecimento do importado”), e também a Súmula Fl. 1432DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 12 584 do STF: “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do anobase, aplicase a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.” Completa a sua argüição afirmando que os casos específicos sujeitos à norma de transição foram expressamente contemplados na lei específica, tais como os casos dos contratos de longo prazo, atividades imobiliárias e inúmeros outros, o que motivou complexidade da legislação até então pendente de consolidação e unificação num Regulamento Geral. Do Complemento de preços nas remessas com FEX, onde sugere que podem ter havido falhas humanas eventuais e pontuais na execução dos procedimentos internos, principalmente nos primeiros anos em face dos motivos já alegados e que motivaram tantas retificações dos Dacons, mas não de procedimento uniforme e reiterado. Segundo ela, caso constatado o erro, estará sujeito ao ajuste necessário, mas jamais poderá ser generalizadamente calculado com base em percentuais para ser aplicado em todo o período fiscalizado, o que deverá ser objeto de reexame para eventual constatação, em homenagem ao Princípio da Verdade Real. Justifica a alegação pelo fato do feito fiscal desconsiderar os valores específicos de cada operação de entrada, considerando as todas ao mesmo preço, o que distorceria o cálculo final, motivo pelo qual haveria necessidade de perícia sobre os cálculos efetuados e em especial quanto aos critérios escolhidos pelos agentes. Dos créditos relativos aos contratos de transporte tomados de pessoas jurídicas ou a ela equiparadas e da situação normada as contribuições sociais sobre o faturamento no regime da não cumulatividade e as atividades econômicas empresariais: Sob estes itens, a contribuinte traça um perfil das atividades empresariais e conclui, em síntese, que, tanto as atividades principais quanto as secundárias, enquanto atividades que adicionam valor à economia da empresa e à renda nacional se habilitam à tomada de créditos, sendo as atividades auxiliares desprovidas dos requisitos que habilitam à tomada de créditos. Com base nas suas conclusões, entende que a contratação do frete está relacionado à atividade principal da empresa, estando atrelados por força das circunstâncias de que não há nem pode haver circulação de bens sem o necessário contrato de transporte. Aduz que os gastos com fretes nas aquisições de bens destinados ao custeio da atividade econômica não se encontra expressamente listado nos itens da norma que autoriza o direito ao crédito porque subsumese ao conceito de insumo necessário ao exercício das atividades relacionadas nos incisos I e II da norma autorizadora dos créditos. Em relação às despesas de frete com transferência dos bens para o armazém, alega que o mesmo fundamento que motiva a glosa, também fundamenta a contestação: a falta de fundamento legal Fl. 1433DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.427 13 para a glosa. Sustenta que falta autorização legal expressa para a glosa dos fretes que ocorrem nas operações de transferências internas entre estabelecimentos da mesma empresa para fins de remessa de industrialização ou para fins de armazenamento. Requer, desta forma, que sejam admitidos os créditos relativos aos fretes para a transferência entre estabelecimentos e para armazéns gerais ou depósitos fechados(para simples armazenamento ou para formação de lotes padronizados para venda). Remete à Solução de Consulta nº. 210/SRRF/8a. RF/Disit e ao Acórdão nº. 330100.4243ª Câmara/1ª Turma Ordinária. Sustenta que hão de ser considerados os créditos oriundos de fretes sobre transferências de matériasprimas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços realizados entre filiais ou entre parceiros integrados a as filiais do contribuinte, os quais compõem o custo de produção do produto final, nos termos do art. 3º. , II, das Leis nº. 10.637/02 e 10.833/03, o que não se confunde com o transporte do produto acabado entre os estabelecimentos. Insurgese, ainda, contra o fato de ser negado o direito ao crédito em relação às compras de produtos adquiridos com a finalidade exclusiva de exportação. Das glosas de créditos sobre Fretes referentes a devoluções de compra e de venda, alega que devem ser analisados funcionalmente para o fim de ensejar direito de crédito, anulado o feito fiscal que entende em sentido contrário. Das glosas de créditos de Fretes Internos em importações (após o desembaraço), em importações (após o desembaraço), do Pedido Incidental, em aquisições de pessoas físicas para revenda, e das inconsistências em relação à nota vinculada: Alega que as importações constituem uma operação de compra, logo devem gerar o direito ao crédito, e contesta o fundamento da glosa com base no § 3º. da Lei 10.833/03. Insurgese, especificamente, contra a glosa com base no CFOP das operações, alegando que o CFOP das operações não podem ser os mesmos da importação de produtos, que não há nenhuma lógica, evidência, racionalidade e muito menos qualquer indicação de documentos que amparem este procedimento e que possibilite dar consistência aos argumentos trazidos à colação neste tópico; que não há cópias dos conhecimentos de transportes comprovando serem as prestadoras dos serviços de transportes empresas não domiciliadas no país, e que não há justificação séria nem a comprovação requerida para suportar a motivação do lançamento neste item; que é manifesto o cerceamento do amplo direito de defesa, como de resto, todos os argumentos contraditórios entre sai dificultam e impossibilitam a defesa. Fl. 1434DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 14 São mencionados os artigos 289 e 290 do RIR/99, que só se aplicam a insumos utilizados na produção industrial ou em relação a mercadorias para revenda, portanto, não há que deixar de reconhecer tratase da importação de bens que eles mesmos classificam como objeto da atividade principal e secundária da impugnante e que, portanto , são geradores de créditos na importação. Que o desvio de forma se apresenta configurado de modo a atrair a nulidade , senão de todo o processo, pelo menos e sem dúvida deste tópico. Em face do exposto e considerando o que do Processo de Consulta nº. 13971.000992/200633, que resultou na Solução de Consulta nº. 441 de 18 de dezembro de 2006 da DISIT da 9ª. RF/SRRF, tendo como interessada a contribuinte identificada nestes autos, pede que seja apensado a este feito cópia daquela Solução de Consulta e do respectivo processo, ficando dispensada a produção de prova por se tratar de docuemntos emitidos pela própria RFB. Das glosas referentes à falta de comprovação e Das demais glosas referentes, a contribuinte alega que a eventual e fortuita falta de comprovação documental está sendo analisada e será providenciada tão logo tenha completado o ciclo das verificações necessárias para a presente defesa e contestação, nos termos justificados por motivo de força maior. Dos pedidos, onde requer, em síntese: o direito à restituição requerida até a apreciação final de todos os demais processos matrizes do qual este é parcialmente decorrente, em face da continência dos temas e das matérias; que seja declarada a improcedência das glosas de créditos; que, alternativa e sucessivamente, seja anulado o Despacho Decisório para que outro seja proferido, sob pena de cerceamento de defesa; que o presente processo seja convertido em diligência para o exame, verificação e constatação de quaisquer elementos da situação normada (nos termos do art. 114, 116 c/c art. 142 do CTN) e os termos do disposto no art. 18 do Decreto Federal nº. 70.235. Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a juntada de novos documentos, bem como a realização de perícia técnica, e requer, em suma, que seja assegurado o seu direito de ser notificada da juntada de qualquer documento ou de qualquer outro ato ou fato superveniente que venha a ocorrer nos presentes autos. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 1251/1282), em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/10/2011 a 30/10/2011 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. Fl. 1435DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.428 15 Para efeito da nãocumulatividade das contribuições, há de se entender o conceito de insumo não de forma genérica, atrelando o à necessidade na fabricação do produto e na consecução de sua atividadefim (conceito econômico), mas adstrito ao que determina a legislação tributária (conceito jurídico), vinculando a caracterização do insumo à sua aplicação direta ao produto fabricado. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO. Para fins de créditos na aquisição de insumos, a despesa é considerada incorrida quando ocorre o consumo do bem ou do serviço, independentemente do pagamento. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. SERVIÇOS. Para efeito da nãocumulatividade das contribuições, há de se entender o conceito de insumo não de forma genérica, atrelando o à necessidade na fabricação do produto e na consecução de sua atividadefim (conceito econômico), mas adstrito ao que determina a legislação tributária (conceito jurídico), vinculando a caracterização do insumo à sua aplicação direta ao produto em fabricação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2007 a 30/10/2007 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 30/5/2013, a autuada foi cientificada da referida decisão (fl. 1284). Inconformada, em 28/6/2013, postou o recurso voluntário de fls. 1285/1356, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. Adicionalmente, alegou nulidade da decisão de primeiro grau, sob o argumento de que (i) não fora reconhecida a segregação da função da autoridade julgadora e fiscalizadora, (ii) houve cerceamento do direito de defesa, por ausência de enfrentamento de alegações suscitadas na manifestação de inconformidade e inovação do feito, ao fazer afirmações não contidas no despacho decisório. Em caráter alternativo, caso não fossem acatados os pedidos de nulidade e improcedência formulados, que o julgamento fosse convertido em diligência, para juntada de novos documentos, comprovação dos motivos de força maior e realização de perícia técnica. Fl. 1436DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 16 É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Nos presentes autos, a recorrente pleiteou a restituição do pagamento da Cofins do mês de setembro de 2007, no valor total de R$ 12.911.617,10. Deste valor, a autoridade julgadora da unidade da Receita Federal de origem reconheceu o direito da recorrente à restituição da importância de R$ 4.400.420,07 e indeferiu o saldo remanescente, no valor de R$ 8.511.197,03, que é parcela do valor do crédito objeto do presente litígio, que compreende questões preliminares e de mérito, a seguir analisadas. 1) Da Análise das Questões Preliminares. Em sede de preliminar, a recorrente alegou nulidade do despacho decisório e da decisão de primeiro grau e, em caráter alternativo, formulou pedido de realização diligência/perícia. Da preliminar de nulidade do despacho decisório. No recurso em apreço, a recorrente reiterou a preliminar de nulidade do despacho decisório, com base nos seguintes argumentos: (i) fora exíguo o intervalo de tempo entre a juntada do feito fiscal e o prolação do despacho decisório, (ii) foram adotados critérios genéricos para determinar o montante valor do crédito glosado e (iii) o prazo de defesa de 30 (trinta) dias fora insuficiente para analisar todos os documentos elaborados pela fiscalização. No âmbito processo administrativo fiscal federal, as hipóteses de nulidade do despacho decisório encontramse estabelecidas no art. 59, II, do Decreto 70.235/1972, a saber: (i) incompetência da autoridade julgadora e (ii) preterição do direito de defesa do sujeito passivo. No caso em tela, não se vislumbra nenhuma das situações. Com efeito, o citado despacho decisório foi proferido pelo titular da unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) da jurisdição da recorrente, que é a autoridade competente para decidir sobre o pedido de restituição colacionados aos autos, nos termos do art. 302, VI, do Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF 203/2012. E compulsando o referido decisório, verificase que ele apresenta adequada fundamentação fática e jurídica, ademais, nas robustas peças defensivas colacionadas aos autos a recorrente demonstrou pleno conhecimento das razões do indeferimento do seu pleito de restituição, o que afasta qualquer imputação de cerceamento de direito defesa. Dada essa característica, todas as alegações de vício de nulidade do citado despacho decisório, aduzidas pela recorrente, não tem procedência, pelas razões a seguir. A recorrente alegou que o intervalo de tempo exíguo entre a juntada dos documentos e relatórios de auditoria fiscal pela fiscalização e a prolação do despacho decisório em questão, o que demonstrava que quem decidira o assunto foram os agentes fiscais que promoveram a fiscalização e não o Sr. Delegado competente; que, no caso, não existia previsão Fl. 1437DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.429 17 legal de delegação de competência; e que esta evidência atrai a regra da Lei 4.717/1965, que considera caracterizada a incompetência quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou. De forma equivocada a recorrente utilizase de conceitos e institutos da Lei 4.717/1965, denominada de Lei da Ação Popular, para fundamentar juridicamente os seus argumentos, quando é de sabença que o processo administrativo fiscal federal é regido por diploma legal próprio e específico (o Decreto 70.235/1972), aplicandoselhe subsidiariamente os preceitos da Lei 9.784/1999 e do Código de Processo Civil. E especificamente sobre o ponto em comento, expressamente autoriza o art. 501, § 1º, da Lei 9.784/199, que, na motivação do ato administrativo, principalmente, do ato administrativo de natureza decisória, a autoridade julgadora pode declarar concordância com fundamentos de anteriores informações, que, neste caso, passam integrar o ato decisório. No caso, foi o que fez a autoridade julgadora da unidade da RFB de origem, ao utilizar na motivação do questionado despacho decisório as informações colacionadas aos autos pela fiscalização, que foram exaradas em perfeita consonância com o disposto no art. 65 da Instrução Normativa RFB 900/2008, vigente à época do pedido, que assim determinava, in verbis: Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. [...] (grifos não originais) Também conflita com as informações e os dados detalhados nas planilhas e informações coligidas aos autos pela fiscalização, o argumento apresentado pela recorrente de que foram utilizados critérios genéricos para determinar o montante valor do crédito glosado, sem que apresentasse qualquer elemento indicativo da existência dessa circunstância. Também sem não procede alegada da recorrente de que fora insuficiente o prazo de 30 (trinta) dias para se manifestar sobre os demonstrativos e planilhas elaborados pela fiscalização. A uma, porque tais documentos foram elaborados com base nos dados e informações extraídos da escrituração contábil e fiscal da própria recorrente, portanto, elementos que já eram do seu pleno conhecimento. A duas, porque por ocasião da formulação do pedido de restituição a recorrente já deveria ter todos os elementos probatórios do valor do crédito pleiteado, logo, se não os tinha o valor do indébito pleiteado não era certo e líquido, ou seja, não existia e, por essa circunstância, o pedido fora formulado indevidamente. A três, porque o referido prazo de defesa foi estabelecido por lei, no caso o art. 15 do Decreto 1 “Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: [...] § 1oA motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.” Fl. 1438DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 18 70.235/1972, logo, aplicável a todos sem qualquer distinção; ademais, por se tratar de norma legal vigente, não cabe a este Colegiado afastar a sua aplicada. Com base nessas considerações, ficam rejeitadas todas as alegações de nulidade do despacho decisório em apreço. Da nulidade da decisão primeiro grau. A recorrente alegou nulidade da decisão de primeiro grau, sob o argumento de que (i) não fora reconhecida a segregação da função da autoridade julgadora e fiscalizadora, (ii) houve cerceamento do direito de defesa, por ausência de enfrentamento de alegações suscitadas na manifestação de inconformidade e inovação do feito, ao fazer afirmações não contidas no despacho decisório. Sem razão a recorrente. Diferentemente do alegado, da leitura da decisão vergastada, constatase que o Colegiado se pronunciou de forma adequada e suficiente sobre todas as razões de defesa suscitadas pela recorrente na manifestação inconformidade. Portanto, tratase de decisão adequadamente motivada. Além disso, de acordo com robusta peça recursal em apreço, a recorrente demonstrou pleno conhecimento dos fundamentos fáticos e jurídicos aduzidos no voto condutor da questionada decisão, inclusive, apresentou as razões de discordância em relação aos argumentos aduzidos no voto condutor do referido julgado, o que contraria o alegado cerceamento do direito de defesa. O mero fato de a recorrente discordar dos referidos fundamentos, certamente, não representa circunstância idônea com vistas a conspurcar a legitimidade da decisão em apreço. Da mesma forma, o fato de constar do referido voto afirmações não contidas no despacho decisório não implica inovação do feito, pois, além de demonstrada, verificase tratarse novos argumentos destinados a rebater as razões de defesa e robustecer os motivos consignados no referido despacho como fundamento para o indeferimento do pedido de restituição em apreço, que foram integralmente mantidos pela decisão recorrida, sem qualquer inovação. Além disso, no âmbito do processo administrativo fiscal, não existe determinação de qualquer ordem que obrigue o julgador do órgão ad quem a utilizar os mesmos argumentos ou informações aduzidos no julgamento a quo, ao contrário, desde que devidamente motivado, o efeito devolutivo amplo e o princípio da livre convicção, previsto no art. 29 do Decreto 70.235/1972, asseguralhe ampla liberdade para fundamentar a sua decisão. Também não configura cerceamento do direito de defesa o fato de o órgão julgador de primeiro grau não ter analisado as provas coligidas aos autos pela recorrente após a fase de manifestação de inconformidade, porque atingidas pela preclusão e rejeitado o alegado motivo força maior. E nesse ponto, entende este Relator que decidiu com o acerto o Colegiado a quo, porque a razão aduzida pela recorrente, ou seja, a existência de relatórios fiscais que incluíam inúmeras planilhas de cálculos não tem a menor a procedência, pois, além de fácil compreensão, as glosas realizadas, na grande maioria, foi motivada por questões de direito, falta de previsão legal para apropriação de crédito ou em razão da decadência do direito incluir novos créditos no Dacon retificador. As glosas motivadas por ausência de provas e que demandavam a coleta de documentos foram inexpressivas e, por óbvio, não se inclui na alegada condição de força maior, principalmente tendo vista que, no ato formulação do pleito a recorrente estava obrigada a manter a disposição da fiscalização todos os documentos comprobatórios do crédito pleiteado. Fl. 1439DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.430 19 Também não justificativa a alegada força maior, o fato de a recorrente ter sido cientificada de vários despachos decisórios na mesma ou em data aproximada, pois, se não tinha condição de comprovar o alegado em tantos pedidos de restituição formulados, tal deficiência não pode ser apresentada como justificativa para o não cumprimento das normas legais. Enfim, não procede a alegação de que houve cerceamento do direito de defesa, porque o órgão julgador de primeira instância não apreciou todos os argumentos de defesa suscitados na manifestação inconformidade, pois, não se pode olvidar que, no âmbito do processo administrativo fiscal, por força do disposto no art. 312 do Decreto 70.235/1972, o órgão de julgamento de primeira instância deve analisar todas as razões de defesa suscitados pela impugnante/manifestante, porém, sem a obrigatoriedade de rebater, um a um, todos argumentos aduzidos na peça defensiva. No mesmo sentido, tem se pronunciado a jurisprudência do STF, conforme se infere dos enunciados da ementa do julgado, analisado sob regime de repercussão geral, que seguem transcritos: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (BRASIL. STF. AI 791292 QORG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe149 DIVULG 1208 2010 PUBLIC 13082010 EMENT VOL0241006 PP01289 RDECTRAB v. 18, n. 203, 2011, p. 113118 ) Com base nessas considerações, rejeitase a preliminar de nulidade da decisão de primeiro grau suscitada pela recorrente. Do pedido de realização de diligência/perícia. Em caráter alternativo, caso não fossem acatados os pedidos de nulidade e de improcedência formulados na peça recursal em apreço, a recorrente pleiteou que o julgamento fosse convertido em diligência, para juntada de novos documentos, comprovação dos motivos de força maior e realização perícia técnica. No âmbito do processo administrativo fiscal, além do atendimento dos requisitos legais, a decisão quanto ao deferimento ou não de realização de diligência ou de produção de prova pericial integra poder discricionário da autoridade julgadora. Assim, 2 "Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências". (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 1440DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 20 somente se esta entender necessária a obtenção de provas adicionais imprescindíveis ao deslinde da controvérsia é que converterá o julgamento em diligência, caso contrário, indeferirá o pedido, sendo suficiente que apresente fundamentação adequada para sua decisão. Esse é o entendimento que se extrai da leitura combinada dos arts. 18, 28 e 293 do Decreto 70.235/1972. Ainda segundo os referidos preceitos legais, o deferimento de realização de diligência somente se justifica se as provas documentais não puderem ser carreadas aos autos pelas partes e o de perícia somente quando há dúvida sobre questão de natureza técnica, cujos esclarecimentos dependem de conhecimento especializado, não sendo necessária nenhuma das duas quando o fato probante puder ser demonstrado com a mera juntada de documentos aos autos. No caso em tela, o pleito da autuada não merece acatamento, pois se limita a pedido de exame de provas documentais que se encontram sob sua guarda e que, certamente, poderia ter sido coligidas aos autos na fase processual adequada. Além disso, os questionamentos por ela formulados podem ser facilmente respondidos com base na análise dos elementos probatórios coligidos aos autos, em especial, dos demonstrativos e planilhas que integram o relatório fiscal, em que explicitados, pormenorizadamente, quais os valores dos créditos que foram glosados em correlação os valores informados nos respectivos Dacon, o que dispensa o concurso de profissional especializado, o que, por si só, torna desnecessária a realização da perícia requerida, conforme expressamente prevê o art. 4204, parágrafo único, I, do Código de Processo Civil. Com base nessas considerações, por entender prescindíveis, indeferese o pedido de diligência/perícia reiterado pela recorrente. 2) Da Análise das Questões de Mérito. Em relação ao pedido de restituição em apreço, de acordo com o Relatório de Auditoria Fiscal de fls. 356/382, os créditos glosados pela fiscalização referemse a: a) “Glosa de créditos calculados indevidamente”; b) “Glosas do Imobilizado”; c) “Glosa de Complementos de Valor”; d) “ Glosa dos Fretes”; e e) “Glosa de Falta de Comprovação”. No recurso em apreço, a recorrente não apresentou qualquer manifestação contrária a glosa dos créditos calculados indevidamente e sobre o valor do ativo imobilizado, bem como em relação aos créditos não comprovados, com exceção da glosa dos créditos calculados sobre os gastos com frete não comprovados, a seguir analisados. Dessa forma, a controvérsia remanescente cingese a glosa dos créditos calculados sobre (i) complementos de preço; e (ii) gastos com fretes, por falta de amparo legal e por falta de comprovação. 3 "Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. [...] Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso. Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias." 4 Eis a redação do citado preceito legal: "Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando: I a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; II for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III a verificação for impraticável." Fl. 1441DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.431 21 Da glosa dos créditos calculados sobre complementos de valor. De acordo com referido Relatório de Auditoria Fiscal, no período de apuração do crédito pleiteado, a recorrente adquiriu produtos (soja e outras commodities) de pessoas jurídicas para revenda, que dependia da fixação do preço definitivo a posteriori (modalidade de compra a “preço a fixar”), em que a entrega era feita em várias remessas, com preço unitário provisório, cujo preço definitivo somente era definido no final. Dada essas características, frequentemente, havia complementação do valor a ser pago pela adquirente, se o preço final fosse superior aos praticados nas remessas com preços provisórios. Caso contrário, ou seja, se o preço das remessas resultasse superior ao preço definitivo, havia a devolução simbólica de certa quantidade do bem e o acerto financeiro da diferença apurada. Segundo a fiscalização, no período analisado, a recorrente adquiriu parte das mercadorias (soja e outras commodities) com direito a crédito e outra parte sem direito a crédito da Cofins não cumulativa, porém, apropriou créditos sobre os valores integrais dos complementos de preço, isto é, sem excluir a parcela dos créditos referente às mercadorias adquiridas sem direito a crédito. No caso, se não havia amparo legal para apropriar crédito sobre o valor da aquisição desse tipo mercadoria, por óbvia, o valor complementar do preço da operação também não podia propiciar direito a crédito da referida contribuição. Aliás, a recorrente sequer questionou a legalidade da glosa em questão, tendo se limitado a solicitar a produção de prova pericial, para reavaliar o critério de apuração e a exatidão dos valores das glosas efetuadas pela autoridade fiscal, o que, evidentemente, não se justifica, por se tratar de valores calculados com base nos dados dos documentos fiscais emitidos pela própria recorrente e extraídos dos arquivos por ela fornecidos à fiscalização. Logo, se existente algum equívoco na apuração dos valores dos créditos glosados, cabia a recorrente apurar qual seria o valor correto e indicar a documentação comprobatória do equívoco. Como não o fez, deve arcar com ônus da sua omissão. Por todas essas razões, mantémse a glosa do valor integral do crédito, conforme determinado pela fiscalização. Da glosa dos créditos relativo a gastos com frete. No que tange às glosas dos créditos calculados sobre o valor dos gastos com frete, antes de analisar os pontos controvertidos da lide, entendese oportuno apresentar uma breve digressão a respeito do fundamento jurídico do direito de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os variadas formas como se efetivam os gastos com a prestação de serviços de transporte a pessoas jurídicas que desenvolvem atividades comercial e industrial ou de produção. Em consonância com a legislação vigente, há fundamento jurídico para a apropriação de créditos sobre o valor do frete sob a forma de custo de aquisição, custo de produção e despesa de venda, conforme demonstrado a seguir. No âmbito da atividade comercial (revenda de bens), embora não exista expressa previsão legal, a partir da interpretação combinada do art. 3°, I e § 1°, I, das Leis Fl. 1442DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 22 10.637/2002 e 10.833/20035, com o art. 289 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda de 1999 RIR/1999), é possível extrair o fundamento jurídico para a apropriação dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins calculados sobre o valor dos gastos com os serviços de transporte de bens para revenda, conforme se infere dos trechos relevantes dos referidos preceitos normativos, a seguir transcritos: Lei 10.833/2003: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, [...]; [...] § 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2º desta Lei sobre o valor: I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; [...] (grifos não originais) RIR/1999: Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 14). §1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13). [...] (grifos não originais) Com base no teor dos referidos preceitos legais, podese afirmar que o valor do frete, relativo ao transporte de bens para revenda, integra o custo de aquisição dos referidos bens e somente nesta condição compõe a base cálculo dos créditos das mencionadas contribuições. Assim, somente se o custo de aquisição dos bens para revenda propiciar a apropriação dos referidos créditos, o valor do frete no transporte dos correspondentes bens, sob a forma de custo de aquisição, também integrará a base de cálculo dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins não cumulativas. Em contraposição, se sobre o valor do custo de aquisição dos bens para revenda não for permitida a dedução dos créditos das citadas contribuições (bens adquiridos de pessoas físicas ou com fim específico de exportação, por exemplo), por ausência de base cálculo, também sobre o valor do frete integrante do custo de aquisição desses bens não é permitida a apropriação dos citados créditos. Neste caso, apropriação de créditos sobre o valor do frete somente seria permitida se houvesse expressa previsão legal que autorizasse a dedução 5 Por haver simetria entre os textos dos referidos diplomas lgais, aqui será reproduzido apenas os preceitos da Lei 10.833/2003, por ser mais completa e, em relação aos dispositivos específicos, haver remissão expressa no seu art. 15 de que eles também se aplicam à Contribuição para o PIS/Pasep disciplinada na Lei 10.637/2002. Fl. 1443DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.432 23 de créditos sobre o valor do frete na operação de compra de bens para revenda, o que, sabidamente, não existe. Em relação à atividade industrial, embora também não haja expressa previsão legal, a partir da interpretação combinada do art. 3°, II e § 1°, I, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, com o art. 290 do RIR/1999, é possível extrair o fundamento jurídico para a apropriação dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, calculados sobre o valor do frete relativo ao serviço de transporte: a) de bens de produção (matériasprimas, produtos intermediários e material e embalagem) a serem utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; e b) bens em fase de produção ou fabricação (produtos em fabricação) entre estabelecimentos fabris do contribuinte ou não. Senão, veja a redação dos trechos relevantes dos citados preceitos legais, in verbis: Lei 10.833/2003: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, [...]; [...] [...] § 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2ª desta Lei sobre o valor: I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; [...] (grifos não originais) Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13, §1º): I o custo de aquisição de matériasprimas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior; [...] (grifos não originais) De acordo com os referidos preceitos legais, inferese que a parcela do valor do frete, relativo ao transporte de bens a serem utilizados como insumos de produção ou fabricação de bens destinados à venda, integra o custo de aquisição dos referidos bens e somente nesta condição compõe a base cálculo dos créditos das mencionadas contribuições, enquanto que o valor do frete referente ao transporte dos bens em produção ou fabricação entre estabelecimentos fabris integra o custo produção na condição de serviços aplicados ou consumidos na produção ou fabricação de bens destinados à venda. Com a ressalva de que, Fl. 1444DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 24 pela razões anteriormente aduzidas, há direito de direito de apropriação de crédito sobre o valor do frete no transporte de bens utilizados como insumos, somente se o valor de aquisição destes bens gerar direito a apropriação de créditos das referidas contribuições. No âmbito da atividade de produção ou fabricação, os insumos representam os meios materiais e imateriais (bens e serviços) utilizados em todas as etapas do ciclo de produção ou fabricação, que se inicia com o ingresso dos bens de produção (matériasprimas ou produtos intermediários) e termina com a conclusão do produto a ser comercializado. Se a pessoa jurídica tem algumas operações do processo produtivo realizadas em unidades produtoras ou industriais situadas em diferentes localidades, certamente, durante o ciclo de produção ou fabricação haverá necessidade de transferência dos produtos em produção ou fabricação para os outros estabelecimentos produtores ou fabris, que demandará a prestação de serviços de transporte. Assim, em relação à atividade industrial ou de produção, a apropriação dos créditos calculados sobre o valor do frete, normalmente, darseá de duas formas diferentes, a saber: a) sob forma de custo de aquisição, integrado ao custo de aquisição do bem de produção (matériasprimas, produtos intermediários ou material de embalagem); e b) sob a forma de custo de produção, correspondente ao valor do frete referente ao serviço do transporte dos produtos em fabricação nas operações de transferências entre estabelecimentos industriais. Com o fim do ciclo de produção ou industrialização, há permissão de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre o valor do frete no transporte dos produtos acabados na operação de venda, desde que o ônus seja suportado pelo vendedor, conforme expressamente previsto no art. 3º, IX, e § 1º, II, da Lei 10.833/2003, que seguem reproduzidos: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2oa pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. [...] § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2ª desta Lei sobre o valor: [...] II dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos no mês; [...] (grifos não originais) Cabe ainda ressaltar que, em todas as hipóteses de creditamento, o direito de apropriação dos referidos créditos está condicionado ao atendimento das condições instituídas no art. 3º, § 3°, da Lei 10.637/2002, a seguir transcrito: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] Fl. 1445DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.433 25 § 3º O direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação: I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; II aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; III aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir do mês em que se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei. Dessa forma, somente o valor do gasto com frete incorrido no mês (regime de competência), pago ou creditado a pessoa jurídica domiciliada no País, gera direito à apropriação de créditos das referidas contribuições. Em suma, chegase a conclusão que o direito de dedução dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, calculados sobre valor dos gastos com frete, são assegurados somente para os serviços de transporte: a) de bens para revenda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos sob forma de custo de aquisição dos bens transportados (art. 3º, I, da Lei 10;637/2002, c/c art. 289 do RIR/1999); b) de bens utilizados como insumos na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens destinados à venda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos como custo de aquisição dos insumos transportados (art. 3º, II, da Lei 10;637/2002, c/c art. 290 do RIR/1999); c) de produtos em produção ou fabricação entre unidades fabris do próprio contribuinte ou não, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como serviço de transporte utilizado como insumo na produção ou fabricação de bens destinados à venda (art. 3º, II, da Lei 10;637/2002); e d) de bens ou produtos acabados, com ônus suportado do vendedor, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como despesa de venda (art. 3º, IX, da Lei 10.637/2002). Enfim, cabe esclarecer que, por falta de previsão legal, o valor do frete no transporte dos produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica (entre matriz e filiais, ou entre filiais, por exemplo), não geram direito a apropriação de crédito das referidas contribuições, porque tais operações de transferências (i) não se enquadra como serviço de transporte utilizado como insumo de produção ou fabricação de bens destinados à venda, uma vez que foram realizadas após o término do ciclo de produção ou fabricação do bem transportado, e (ii) nem como operação de venda, mas mera operação de movimentação dos produtos acabados entre estabelecimentos, com intuito de facilitar a futura comercialização e a logística de entrega dos bens aos futuros compradores. O mesmo entendimento, também se aplica às transferência dos produtos acabados para depósitos fechados ou armazéns gerais. Será com base nesse entendimento que serão analisadas as glosas dos créditos apropriados sobre gastos com fretes objeto da presente controvérsia. Fl. 1446DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 26 De acordo com o citado Relatório da Auditoria Fiscal, a glosa dos créditos calculados sobre os gastos com fretes foram motivadas por falta de amparo legal, por falta de comprovação e por falta de estorno. As glosas por falta de amparo legal foram realizadas em relação aos créditos apropriados sobre os gastos com fretes relativos às operações de: a) de importação de bens após desembaraço (frete interno), b) aquisições de mercadorias com fim específico de exportação; c) de devolução de vendas e de compras de mercadorias; d) de transferências de mercadorias entre estabelecimentos; e) de remessas para armazéns gerais; e f) aquisições de pessoas físicas de bens para revenda. As glosas dos créditos com fretes não comprovados referemse aos gastos com transporte, em que, embora intimada a comprovar, a contribuinte não apresentou os documentos fiscais solicitados pela fiscalização. Por fim, as glosas dos créditos não estornados relativo a “frete de grãos exportados”, ou seja, a parcela do valor do crédito relativo aos gastos com frete correspondente ao valor dos insumos (bens) adquiridos de pessoas físicas para industrialização, posteriormente revendidos, cujo valores dos créditos estornados pela recorrente limitaramse apenas a parcela dos custos dos bens revendidos, sem o estorno do valor do frete incorporado aos custos de aquisição. A seguir serão analisados apenas as glosas relativas aos gastos com fretes contestados pela interessada no recurso em apreço e que se refira a glosas realizadas pela fiscalização. Do frete interno vinculado à operação de importação. Segundo a fiscalização, no regime não cumulativo da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não havia amparo legal para apropriação de créditos sobre os gastos com transporte de mercadoria importadas, inclusive, o frete interno (após o desembaraço aduaneiro) pago a pessoa jurídica domiciliada no País. Assiste razão à fiscalização, pois, em conformidade com o disposto no art. 3º, § 3º, da Lei 10.833/2003, o direito à dedução do crédito da Cofis e da Contribuição para o PIS/Pasep, em regra, é assegurado em relação ao custo de aquisição do bem para revenda ou utilizado como insumo de produção ou fabricação quando adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País, bem como em relação aos custos e despesas incorridos pagos ou creditados à pessoa jurídica domiciliada no País, expressamente designados no referido preceito legal. Em relação aos bens para revenda ou utilizados como insumo de produção ou fabricação de bens destinados à venda, adquiridos de pessoas não domiciliadas no País, excepcionalmente, é assegurado o direito de desconto de crédito das referidas contribuições somente em relação aos bens importados sujeitos ao pagamento da CofinsImportação e da Contribuição para o PIS/PasepImportação, porém, valor a ser deduzido, fica limitado ao valor das contribuições efetivamente pagas na importação dos respectivos bens, segundo dispõe o art. 15, I e II, e § 1º, da Lei 10.685/2004, a seguir transcritos: Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos dos arts. 2o e 3odas Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações Fl. 1447DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.434 27 sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1º desta Lei, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) I bens adquiridos para revenda; II – bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificantes; [...] § 1º O direito ao crédito de que trata este artigo e o art. 17 desta Lei aplicase em relação às contribuições efetivamente pagas na importação de bens e serviços a partir da produção dos efeitos desta Lei. [...] (grifos não originais) Assim, os gastos com frete interno relativos ao transporte de bens destinados à revenda ou utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ainda que pagos a pessoa jurídica domiciliada no País, não geram direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, pois sobre tais gastos não há pagamento da CofinsImportação e da Contribuição para o PIS/PasepImportação, por não integrarem a base de cálculo destas contribuições (valor aduaneiro, segundo art. 7º, I, da Lei 10.865/2004), nem se enquadrarem nas demais hipóteses de dedução de crédito previstas nos incisos III a XI do art. 3º da Lei 10.833/2003. A recorrente alegou que o direito aos referidos créditos estava amparado no entendimento exarado na Solução de Consulta n° 441, de 18 de dezembro de 2006, editada pela Disit da Superintendência Regional da Receita Federal da 9ª Região Fiscal (Disit/SRRF/9ª RF), expedida em resposta a consulta por ela formulada no âmbito do processo n° 13971.000992/200633. Sem razão a recorrente. O entendimento explicitado na referida Solução de Consulta não trata de direito ao crédito da Cofins e Contribuição para o PIS/Pasep sobre gasto com frete interno no transporte de produto importado, mas, especificamente, do direito ao crédito da Cofins na importação de cereais por cerealistas, condicionado a que a venda subsequente não fosse feita com suspensão das referidas contribuições, conforme se infere do texto em destaque do enunciado da ementa que segue transcrito: SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 9ª REGIÃO FISCAL SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 441 de 18 de dezembro de 2006 EMENTA: SUSPENSÃO. CEREALISTA. AGROINDÚSTRIA. CRÉDITOS NA IMPORTAÇÃO. Somente cabe a suspensão da COFINS nas vendas efetuadas por cerealista em que, na aquisição, o cereal for utilizado como insumo na produção das mercadorias do caput do art. 8º da Lei nº 10.925/2004. As vendas de cereais, efetuadas por cerealista, para outros fins não dão direito à suspensão. Quando é desempenhada, pela pessoa jurídica, mais de uma atividade, a Fl. 1448DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 28 incidência da COFINS fica suspensa somente em relação às vendas na condição de cerealista, desde que essas vendas se destinem às pessoas jurídicas agroindustriais do caput do art. 8º da Lei nº 10.925/2004. Da mesma forma, somente as vendas na condição de pessoa jurídica agroindustrial, obedecidos os requisitos do caput do artigo 8º, permitem descontar crédito presumido em relação aos cereais do § 1º do artigo 8º da Lei nº 10.925/2004, adquiridos de cerealistas, utilizados como insumo na produção agroindustrial. Há direito ao desconto de créditos de COFINS, paga na importação de cereais por cerealista, somente quando a venda subseqüente não for feita com suspensão. (grifos não originais) Com base nessas considerações, mantémse a glosa integral dos créditos em questão. Dos fretes vinculados às aquisições com fim específico de exportação. Em relação aos gastos com fretes vinculados às aquisições de mercadorias com fim específico de exportação há expressa vedação à apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins sobre tais operações, determinada no art. 6º, § 4º, combinado com o disposto no art. 15, III, da Lei 10.833/2003, que seguem transcritos: Art. 6o A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: [...] III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. [...] § 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3o, para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. [...] § 4o O direito de utilizar o crédito de acordo com o § 1o não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim previsto no inciso III do caput, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. [...] Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa de que trata a Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 1449DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.435 29 (...) III nos §§ 3o e 4o do art. 6o desta Lei; [...]. (grifos não originais) A vedação de dedução de créditos em destaque tem por objetivo evitar a apropriação de créditos em duplicidade, tanto pela pessoa jurídica vendedora quanto pela pessoa jurídica compradora e exportadora. Ademais, por se tratar norma legal vigente, por força do disposto no caput do art. 26A do Decreto 70.235/1972, não cabe a este Conselheiro afastar aplicação a referida norma sob argumento de que ela fere preceito de ordem constitucional, em especial, princípio da não cumulatividade das referidas contribuições. Em relação ao ponto, a recorrente alegou que era possível a apropriação de crédito sobre os gastos com frete vinculados tais operações, porque, como se tratava de operação isenta, em conformidade com o entendimento do STF, exarado no julgamento dos RREE 196.527/MG e 212.637/MG, era legítimo o direito de apropriação de crédito nas operações de fretes em questão, uma vez que houve incidência sobre o gasto com a operação de frete e a lei previa a manutenção de créditos nas operações anteriores à exportação. Sem razão à recorrente. A uma, porque à jurisprudência citada referese ao princípio da não cumulatividade do IPI e se encontra superada pela atual jurisprudência da colenda Corte. A duas, porque a glosa em apreço não se refere à manutenção de crédito sobre os gastos com frete vinculados à operação exportação, mas à gastos com operação de frete vinculado a vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, que, conforme demonstrado, há expressa determinação legal que proíbe a apropriação de créditos. O entendimento exarado no Acórdão nº 340300.485 também não se aplica ao caso tela, pois, além de ser uma Resolução, no referido julgado não foi abordado o assunto em comento. Por todas essas razões, mantémse a glosa integral dos créditos apropriados sobre o valor dos gastos com frete vinculados às operações de venda com fim específico de exportação. Dos fretes vinculados às transferências entre estabelecimentos e remessas para depósitos fechados e armazéns gerais. Segundo a fiscalização, as glosas dos créditos calculados sobre os gastos com fretes nas operações de transporte entre estabelecimentos alcançavam transferência de produtos acabados, de produtos em elaboração e de insumos, pois, em qualquer dessas situações, inexistia previsão legal para a tomada de créditos relativamente aos serviços de transporte. O deslinde da questão envolve a análise do tipo gasto com transporte que permite apropriação de crédito. E com base no entendimento anteriormente esposado, geram de direito de créditos da Cofins os gastos com frete no transporte (i) de bens utilizados como insumos de industrialização de produtos destinados à venda e dos produtos em elaboração, nas transferências entre os estabelecimentos industriais da própria pessoa jurídica; e b) dos produtos acabados na operação de venda. Fl. 1450DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 30 Por outro lado, não geram direito a crédito da Cofins os gastos com o transporte de produtos acabados entre estabelecimentos industriais e os estabelecimentos distribuidores da pessoa jurídica, por não configurar transferência de bens a ser utilizado como insumo nem operação de venda, mas mera operação de transferência dos produtos acabados, com intuito de facilitar a comercialização e a logística de entrega aos futuros compradores. Dessa forma, chegase a conclusão que a recorrente só não faz jus aos créditos sobre os gastos com frete no transporte dos produtos acabados entre estabelecimentos da pessoa jurídica. Logo, apenas em relação a esses gastos deve ser mantida a glosa. Pelas mesmas razões anteriormente aduzidas, também deve ser mantida a glosa dos créditos calculados sobre os gastos com fretes nas operações de remessas de produtos acabados para depósito fechado ou armazém geral, porque, induvidosamente, tais operações também não se enquadram como serviço de transporte utilizado como insumo de industrialização nem como operação de venda, operações asseguram a apropriação dos referidos créditos, conforme anteriormente demonstrado. Dos fretes vinculados às operações de devolução de venda e de compra. Segundo a fiscalização, a presente glosa referese a créditos calculados sobre despesas com frete no transporte de mercadorias devolvidas tanto nas operações de devolução de compras quanto nas operações de devolução de vendas. Em relação à operação de devolução de venda, há permissão apenas para o estorno do valor do débito da contribuição calculado sobre o valor da receita da venda do bem devolvido, conforme se extrai do disposto no art. 3º, VIII, e § 1º, IV, da Lei 10.833/2003, a seguir transcrito: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] VIII bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei. [...] § 1º O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2odesta Lei sobre o valor: [...] IV dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês. [...] (grifos não originais) Já no que tange à operação de devolução de compra, não há previsão de legal de apropriação de crédito, mas determinação para o estorno do valor do crédito calculado sobre custo de aquisição do bem devolvido. Assim, independentemente do tipo de operação de devolução, não existe amparo legal para a apropriação de crédito da contribuição calculado sobre os gastos com frete Fl. 1451DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.436 31 no transporte de bens devolvidos tanto nas operações de devolução de vendas6 quanto nas operações de devolução de compras. Com base nessas considerações, deve ser integralmente mantida a presente glosa determinada pela fiscalização. Dos fretes vinculados às aquisições de pessoas físicas de bens para revenda. Segundo a fiscalização, se não há direito a créditos nas aquisições de mercadorias para revenda, feitas de produtor pessoa física não havia que se falar em créditos relativos aos fretes relacionados a essas aquisições, visto que os mesmos constituemse em parte do custo de aquisição. Assiste razão à fiscalização. Os bens adquiridos para revenda de pessoas físicas não asseguram direito ao crédito da Cofins, segundo determina o art. 3º, § 3º, I, da Lei 10.833/2003, a seguir transcrito: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, [...]; [...] § 3º O direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação: I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; [...] (grifos não originais) Dessa forma, se os gastos com frete vinculados ao transporte de bens adquiridos para revenda admitem apropriação de crédito somente sob forma de custos agregados aos referidos bens, conforme anteriormente demonstrado, como não há direito a apropriação de crédito sobre aquisição de produtos adquiridos para revenda de pessoas físicas, por conseguinte, também não existe permissão para dedução de créditos sobre os gastos de frete com transporte de tais bens. Assim, fica demonstrada a improcedência da alegação da recorrente de que fazia jus ao referido crédito, porque as operações de aquisição e as operações de transporte (frete) eram operações de distintas naturezas e a isenção ou não incidência em uma das operações não afetava a incidência tributária da outra operação, nem lhe prejudicava o direito ao crédito quando admitido nos termos da lei. Com base nessas considerações, mantémse integralmente a glosa realizada pela fiscalização. 6 Cabe esclarecer que nas assentadas anteriores, com base na análise isolada do art. 3º, VIII, da Lei 10.637/2002, este Relator apresentou entendimento de que, em relação à operação de devolução de venda, era assegurado o direito de apropriação de crédito calculado sobre a despesa com frete no transporte dos bens devolvidos. Porém, após análise combinada do disposto no inciso VIII com o disposto no § 1º, IV, ambos do art. 3º da Lei 10.637/2002, este Relator rever o o entendimento anterior e passa a admitir que também em relação à operação de devolução de venda também não existe amparo legal para apropriação de crédito sobre o valor da despesa com frete relativa a esta operação. Fl. 1452DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A 32 Da glosa dos créditos de fretes não comprovados. Em relação as glosas dos créditos por falta de comprovação, a recorrente limitouse em alegar que não havia apresentados as provas em razão do prazo exíguo do 30 (trinta) dias que lhe fora concedido, que deveria ser dilatado por este Conselho, sob pena de mais uma vez ferir o direito de ampla defesa. Sem procedência a alegação da recorrente. Os documentos comprobatórios do valor crédito pleiteado, se existentes, deveriam estar em poder da recorrente desde o momento em que formulado o pedido de restituição, para que, quando solicitado pela fiscalização, fosse apresentado dentro do prazo estabelecido, o que não ocorreu no caso em tela. Noticiam os autos que, embora regularmente intimada, a recorrente não apresentou os documentos comprobatórios dos gastos relativos aos créditos declarados no respectivo Dacon. Da mesma forma, no prazo legal de apresentação manifestação de inconformidade, a recorrente também não apresentou tais documentos, a que estava obrigada, nos termos do art. 16, III, do Decreto 70.235/1972. Assim, ao não apresentar a referida documentação com a manifestação de inconformidade, por força do disposto no art. 16, § 4º, do Decreto 70.235/1972, consumouse a preclusão do direito de posteriormente apresentála nos presentes autos. Além disso, no recurso em apreço, a recorrente não dignou demonstrar quais a quais itens dos gastos com frete referiamse os supostos documentos comprobatórios, o que impossibilita analisálos. Com efeito, no final recurso, a recorrente apenas mencionou que foi coligido aos autos arquivo em excel contendo listagens das notas fiscais do ano 2007, sem contudo especificar quais tipos de gastos as referidas notas fiscais destinamse a comprovar. A propósito, não se pode olvidar que o exercício do direito de defesa prescinde de objetividade e clareza nos argumentos e, quando necessário a comprovação, da apresentação e referência direta aos elementos probatórios correspondentes. A apresentação de longo texto recheado, em grande parte, de argumentos desconexos e fora de contexto, sem qualquer referência direta aos meios de provas adequados que lhe dão sustentação, além de não esclarecer o cerne da questão, atrapalha e dificulta o deslinde da contenda. Dada essa circunstância, este Relator fica impossibilitado de analisar a citada documentação e, por conseguinte, converter o julgamento em diligência, pelas razões anteriormente aduzidas, por entender que, no caso em tela, não ficou demonstrada a intenção da recorrente em comprovar os fatos em questão, no tempo propício e por meio da documentação adequada, pois, se assim desejasse, certamente, teria trazido aos autos, sem dificuldade, a documentação adequada, posto que, no caso em tela, a comprovação dos fatos controversos dependia apenas da apresentação de documentos fiscais e contábeis que, se existentes, deveriam estar em poder da recorrente. Por essas razões, mantémse a glosa integral dos referidos créditos, por ausência de comprovação. Dos supostos erros de apuração cometidos pela fiscalização. No recurso em apreço, a recorrente reiterou o alegado erro cometido pela fiscalização na apuração dos créditos do 1º trimestre 2005 e no 2º trimestre de 2006. Fl. 1453DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13971.005203/200901 Acórdão n.º 3302003.209 S3C3T2 Fl. 1.437 33 Entretanto, por não se referir ao período de apuração dos créditos em apreço e não haver a recorrente demonstrado qualquer influência dos alegados erros sobre a apuração do valor dos créditos apurados no período de apuração dos créditos objeto do presente pedido de restituição, deixase de analisar o mérito dos citados erros. 3) Da Conclusão. Por todo o exposto, votase pela rejeição das preliminares de nulidade do despacho decisório e da decisão de primeiro grau e pelo indeferimento do pedido de diligência/perícia, e, no mérito, pelo PROVIMENTO PARCIAL do recurso, para restabelecer o direito da recorrente à dedução dos créditos calculados sobre o valor dos gastos com frete no transporte de bens utilizados como insumos de industrialização de produtos destinados à venda, inclusive os produtos em processamento, entre os estabelecimentos industriais da própria pessoa jurídica ou remetidos para depósitos fechados ou armazéns gerais. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 1454DF CARF MF Impresso em 09/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03 /06/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 13053.000041/2009-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jun 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXISTÊNCIA DE VÍCIO DE CONTRADIÇÃO. ACOLHIMENTO.
Uma vez demonstrado o vício de contradição existente entre o enunciado da ementa e o dispositivo do acórdão recorrido, acolhe-se os embargos de declaração, para retificar o enunciado da ementa, conferindo-lhe redação em consonância com o fundamento do voto condutor do julgado e o dispositivo do acórdão.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 3302-003.172
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o enunciado da ementa e ratificar o dispositivo do acórdão embargado, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXISTÊNCIA DE VÍCIO DE CONTRADIÇÃO. ACOLHIMENTO. Uma vez demonstrado o vício de contradição existente entre o enunciado da ementa e o dispositivo do acórdão recorrido, acolhe-se os embargos de declaração, para retificar o enunciado da ementa, conferindo-lhe redação em consonância com o fundamento do voto condutor do julgado e o dispositivo do acórdão. Embargos Acolhidos.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jun 08 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13053.000041/2009-79
anomes_publicacao_s : 201606
conteudo_id_s : 5595400
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jun 08 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3302-003.172
nome_arquivo_s : Decisao_13053000041200979.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 13053000041200979_5595400.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o enunciado da ementa e ratificar o dispositivo do acórdão embargado, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
id : 6400721
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:49:29 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422758481920
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1982; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 451 1 450 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13053.000041/200979 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3302003.172 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 27 de abril de 2016 Matéria PIS RESSARCIMENTO Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado FRS S/A AGRO AVICOLA INDUSTRIAL (SUCESSORA DA DOUX FRANGOSUL AGRO AVÍCOLA INDUSTRIAL) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EXISTÊNCIA DE VÍCIO DE CONTRADIÇÃO. ACOLHIMENTO. Uma vez demonstrado o vício de contradição existente entre o enunciado da ementa e o dispositivo do acórdão recorrido, acolhese os embargos de declaração, para retificar o enunciado da ementa, conferindolhe redação em consonância com o fundamento do voto condutor do julgado e o dispositivo do acórdão. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o enunciado da ementa e ratificar o dispositivo do acórdão embargado, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 05 3. 00 00 41 /2 00 9- 79 Fl. 451DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24 /05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROS A 2 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, com o objetivo suprir suposto vício contradição contido no acórdão nº 3102001.039, de 02 de junho de 2011 (fls. 204/206), em que, por unanimidade de votos, decidiram os membros da extinta 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta Seção, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, “para reconhecer o direito à apuração de créditos pela sistemática não cumulativa do PIS sobre os insumos aplicados pela recorrente em relação de parceria, na qual o bem produzido pela parceira retorne ao processo produtivo da Recorrente, limitados ao valor do débito incorrido em cada período de apuração. Reconheceuse, outrossim, a correção dos créditos ora deferidos partir da data da ciência do despacho decisório. Os conselheiros Ricardo Rosa, Paulo Celani e Luis Marcelo Castro acompanharam o relator pelas conclusões, no que se refere à correção monetária dos créditos.” Os fundamentos do referido julgado encontramse resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. IMPEDIMENTO REGIMENTAL DO CARF. Nos termos da Súmula nº 2 do CARF, esta instância administrativa não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. AGROINDÚSTRIA. AQUISIÇÕES DE INSUMOS. CRÉDITO PRESUMIDO. APURAÇÃO. Nos termos da legislação de regência, as pessoas jurídicas que produzirem mercadorias de origem vegetal ou animal destinadas à alimentação humana ou animal, podem descontar como créditos as aquisições de insumos, considerados os percentuais de acordo com a natureza dos insumos adquiridos (art. 8o, §3o, da Lei nº 10.925/2004), e que variam de acordo com a espécie dos insumos adquiridos. AGROINDÚSTRIA. CRIAÇÃO DE ANIMAIS PELO SISTEMA DE PARCERIA (INTEGRAÇÃO). A pessoa jurídica que se dedica ao abate e beneficiamento de animais poderá, observados os demais requisitos legais, creditarse de PIS relativamente à ração e outros insumos efetivamente utilizados na criação por meio de sistema de integração, em que, mediante contrato de parceria, o parceiro da pessoa jurídica (produtor rural integrado) encarregase, dentre outras atribuições, da criação dos animais que lhes foram entregues, a ele tocando parte da quantidade produzida. Nesse caso, o valor do crédito a que faz jus a pessoa jurídica será proporcional à parcela da produção que efetivamente lhe couber. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. Fl. 452DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24 /05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13053.000041/200979 Acórdão n.º 3302003.172 S3C3T2 Fl. 452 3 Incide a correção monetária sobre os pedidos de ressarcimento, a partir do protocolo deste. Preservação do direito à propriedade e vedação ao enriquecimento sem causa. Inteligência do art. 108 do CTN. TAXA SELIC. Deverá ser observada a taxa SELIC, em analogia ao art. 39, §4º, da Lei n. 9.250/95, a partir de 01.01.96. Precedentes da CSRF. Tempestivamente, em 7/1/2015, a recorrente apresentou os embargos de declaração de fl. 444, em que alegou contradição entre o dispositivo do acórdão e a ementa e os fundamentos do respectivo voto condutor, pois enquanto primeiro fixara o termo inicial de incidência da taxa Selic a partir da data da ciência do despacho decisório, os segundos fixaram a partir da data do protocolo do pedido de ressarcimento. Com base nas razões aduzidas no despacho de fls. 448/450, com fundamento no art. 65, § 3º, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF 259/2009 (RICARF/2009), o então presidente da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta 3ª Seção, reconheceu a procedência do alegado vício de contradição e determinou que este Conselheiro colocasse os autos em pauta de julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Atendidos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento dos presentes embargos de declaração, para análise do vício de contradição alegado pela recorrente. Conforme delineado no relatório, a contradição alegada pela recorrente cingese ao termo inicial da atualização pela taxa Selic do valor do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativa do 4º trimestre de 2008, reconhecido no julgado embargado, a saber: enquanto o dispositivo do acórdão determinou o início da correção a partir do ciência do despacho decisório, diferentemente, o enunciado da ementa e o voto condutor do julgado estabeleceram o início da correção a partir da data do protocolo do pedido de ressarcimento. Assiste razão à recorrente, conforme evidenciado nos excertos extraídos do referido julgado, que, para facilitar a compreensão, seguem transcritos: TRECHO EXTRAÍDO DO VOTO: Sendo assim, reconhecida como já o foi pelas instâncias inferiores a pertinência parcial dos créditos objetos dos pedidos de ressarcimento, ora ampliados, entendo pela aplicabilidade da correção monetária a partir da data do protocolo do pedido de ressarcimento perante a Autoridade Fazendária competente, com base na taxa SELIC por analogia ao §4º, do art. 39, da Lei n. 9.250/95, situação que deve ser observada no caso presente. (grifos não originais) TRECHO EXTRAÍDO DO ENUNCIADO DA EMENTA: Fl. 453DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24 /05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROS A 4 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. Incide a correção monetária sobre os pedidos de ressarcimento, a partir do protocolo deste. Preservação do direito à propriedade e vedação ao enriquecimento sem causa. Inteligência do art. 108 do CTN. TAXA SELIC. Deverá ser observada a taxa SELIC, em analogia ao art. 39, §4º, da Lei n. 9.250/95, a partir de 01.01.96. Precedentes da CSRF. (grifos não originais) TRECHO EXTRAÍDO DO DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, deuse parcial provimento ao recurso, para reconhecer o direito à apuração de créditos pela sistemática não cumulativa do PIS sobre os insumos aplicados pela recorrente em relação de parceria, na qual o bem produzido pela parceira retorne ao processo produtivo da Recorrente, limitados ao valor do débito incorrido em cada período de apuração. Reconheceuse, outrossim, a correção dos créditos ora deferidos partir da data da ciência do despacho decisório. Os conselheiros Ricardo Rosa, Paulo Celani e Luis Marcelo Castro acompanharam o relator pelas conclusões, no que se refere à correção monetária dos créditos. (grifos não originais) Do simples cotejo dos textos em destaque, fica evidenciado a existência do vício de contradição suscitado pela recorrente. E diante dessa constatação, entende este Relator que deve prevalecer o dispositivo da decisão proferida pelo Colegiado. Dessa forma, acolhese os embargos interpostos pela Fazenda Nacional, para retificar o enunciado da ementa do acórdão embargado, que passará a ter a seguinte redação: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. Incide a correção monetária sobre os pedidos de ressarcimento, a partir da data da ciência do despacho decisório proferido pelo titula da unidade da Receita Federal de origem. Preservação do direito à propriedade e vedação ao enriquecimento sem causa. Inteligência do art. 108 do CTN. TAXA SELIC. Deverá ser observada a taxa SELIC, em analogia ao art. 39, §4º, da Lei n. 9.250/95, a partir de 01.01.96. Precedentes da CSRF. Por todo o exposto, votase pelo acolhimento dos embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, para retificar o enunciado da ementa, que passará a ter a redação acima explicitada, e ratificar dispositivo do acórdão embargado. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 454DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24 /05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13053.000041/200979 Acórdão n.º 3302003.172 S3C3T2 Fl. 453 5 Fl. 455DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24 /05/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 10142.000462/2008-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Dec 17 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3302-000.508
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201512
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Dec 17 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10142.000462/2008-21
anomes_publicacao_s : 201512
conteudo_id_s : 5554285
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Dec 17 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3302-000.508
nome_arquivo_s : Decisao_10142000462200821.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 10142000462200821_5554285.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
dt_sessao_tdt : Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
id : 6232455
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:43:38 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048122207240192
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2027; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 723 1 722 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10142.000462/200821 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3302000.508 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 08 de dezembro de 2015 Assunto II MULTA ADUANEIRA Recorrente EXPRESS COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase do auto de infração (fls. 4/89), em que formalizada a exigência da multa, no valor de R$ 2.886.830,86, equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas e exportadas no período da autuação, em decorrência da conversão da pena de perdimento aplicada em decorrência da prática da infração por dano Erário, caracterizada por interposição fraudulenta de terceiros, definida no art. 23, V, §§ 1º e 3º, do Decretolei 1.455/1976, com redação dada pelo art. 59 da Lei 10.637/2002. Além da pessoa jurídica Express Comércio Importação e Exportação Ltda. (doravante denominada de autuada Express), autuada na condição importadora e exportadora, RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 42 .0 00 46 2/ 20 08 -2 1 Fl. 723DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10142.000462/200821 Resolução nº 3302000.508 S3C3T2 Fl. 724 2 também foi incluída no polo passivo da autuação a pessoa jurídica Comissária de Despachos Aduaneiros Mundo Novo EPP (doravante denominada responsável solidária Comissária), na condição de responsável solidária, por revelar interesse comum e ter concorrido para a prática da interposição fraudulenta ou dela se beneficiado, nos termos do art. 124, I, do CTN e art. 95, I, do Decretolei 1.455/1976. De acordo com a Descrição dos Fatos (fls. 6/71), que integra o referido auto de infração, a fiscalização apurou os seguintes fatos: a) a situação dos estabelecimentos matriz (fechado) e filial era incompatível como a capacidade da empresa de realizar as operações de comércio exterior declaradas, pois, não havia empregados nem área para o manejo das cargas, o que demonstrava que as mercadorias eram destinadas diretamente aos clientes. O patrimônio restringiase a valores em espécie; b) os dois sócios eram interpostas pessoas ("laranjas"), pois, além de desconhecer os aspectos essenciais da empresa, não comprovaram a integralização do capital social, o que tornava a empresa inexistente de fato; c) não tinha escrituração contábil e fiscal, bem como não foram apresentados os documentos relativos às operações de comércio exterior realizadas no período fiscalizado. Não foram utilizados contratos de câmbio no pagamento de todas as operações de importação. d) não foi comprovada a origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos utilizados nas operações de comércio exterior; e) a responsável solidária Comissária atuara com poderes além dos que eram necessários para realizar o despacho aduaneiro das mercadorias, inclusive tinha total liberdade para emitir as notas fiscais de venda. Além disso, os tributos vinculados às operações de importação das mercadorias, tais como o II, IPI, PIS e Cofins, eram pagos pela responsável solidária, sem que houvesse comprovação do ressarcimento dos correspondentes valores; e t) as operações de importação e de exportação foram realizadas mediante a prática de interposição fraudulenta, com a ocultação dos reais vendedores/adquirentes, traduzindo dano ao Erário, sancionada com a pena de perdimento, porém, como as mercadorias não foram localizadas, a referida penalidade foi convertida em multa equivalente ao valor das mercadorias, nos termos do art. 23, V e §§ 1º e 2º, do Decreto 1.455/1976. Cientificada da autuação, a autuada Express apresentou a peça impugnatória de fls. 637/648, em que alegou, em síntese, as seguintes razões de defesa: 1) em preliminar, alegou nulidade do auto de infração, com base no argumento de que, com o advento do art. 33 da Lei 11.488/2007, deixou de ser imputável ao importador ou exportador ostensivo, em coautoria com real comprador/vendedor, a infração do artigo 23, V, do Decretolei 1.455/1976. A importadora cedente do nome passou responder apenas pela multa de 10% (dez por cento) sobre o valor da operação estabelecida no primeiro preceito legal; 2) no mérito, alegou que: a) a responsável solidária Comissária era detentora de capacidade financeira bem aquém da impugnante e não tinha qualquer participação na autuada, sendo dela somente Fl. 724DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10142.000462/200821 Resolução nº 3302000.508 S3C3T2 Fl. 725 3 mera prestadora de serviços de despacho aduaneiro de mercadoria, logo, era um contrasenso atribuirlhe qualquer responsabilidade pelos fatos em exame; b) no curso da ação fiscal, a impugnante oferecera toda a documentação requisitada pela fiscalização e quanto aos documentos não enviados ao fisco apresentara justificativas para tal omissão; c) não havia qualquer ilícito relativo ao fato de a empresa despachante haver recolhido os tributos de que a defendente era devedora nas operações de importação; d) era descabida qualquer declaração de inaptidão da sua inscrição no CNPJ, fato que implicaria graves dissabores ao seu funcionamento, enquanto não concluído o julgamento deste processo; e) não fora provada a interposição fraudulenta de terceiras pessoas, restando, por conseguinte, imprópria a aplicação da pena de perdimento das mercadorias já desembaraçadas. Aliás, todos os seus clientes estão perfeitamente identificados nas notas fiscais de saída a que a fiscalização teve acesso; f) não procede a alegação de hipossuficiência econômicofinanceira a amparar suas importações e exportações, visto que suas próprias movimentações bancárias propositadamente não encartadas nos autos pela fiscalização , aliadas à pequena monta das transações comerciais, davam suporte à concretização das correspondentes operações internacionais, oferecendo pleno giro de capital; g) a Lei 10.637/2002, que deu nova redação ao Decretolei 1.455/76, bem como o art. 81 da Lei 9.430/1996, estabeleceram o rito a disciplinar a prova da origem de recursos empregados na importação, porém devem ser interpretados de forma sistemática; e h) a fiscalização não lograra provar quem era os reais importadores, tendo fundamentado suas conclusões apenas em presunções, o que esmaece a concreção do tipo infracional eleito. Os autuantes até tentaram considerar os clientes da defendente como reais importadores, porém tal desiderato não subsistiu, tendo em vista a inexistência de qualquer irregularidade nas operações analisadas. Por sua vez, cientificada da autuação, a responsável solidária Comissária apresentou a impugnação de fls. 477/495, em que apresentou as seguintes alegações: a) fora incluída indevidamente no polo passivo da autuação como responsável solidária, sem apoio instrutivo, o que inquinava de nulidade o próprio procedimento fiscal, tornando igualmente nulo o lançamento fiscal dele aflorado; b) não participara como sócia cotista tampouco gestora da autuada Express, apenas a ela prestou serviços atinentes ao despacho aduaneiro e somente em época específica. Aliás, a autuada Express não era sua única cliente, conforme documentação anexada, sobretudo porque há mais de cinco anos militava nesse ramo de atividade; c) a fiscalização extraíra dos autos, equivocadamente, a responsabilidade solidária da defendente, traduzida na condição de interessada na existência e operação da empresa comercial qualificada como interposta pessoa; Fl. 725DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10142.000462/200821 Resolução nº 3302000.508 S3C3T2 Fl. 726 4 d) houve equívoco interpretativo no que tange à diferenciação entre responsabilidade solidária e responsabilidade por infração. A solidariedade prevista no CTN não se alicerçava em interesse comum fincado em meros fatos; mas, sim, em interesse jurídico. E para delimitação da responsabilidade por infração, era necessária a satisfação dos requisitos previstos no art. 137 do CTN, que não foi demonstrado pela fiscalização; e) a dimensão do termo “na forma da legislação aplicável”, inserido na definição do fato gerador da obrigação acessória, explicitado no art. 115 do CTN, devia ser interpretado de forma restritiva. Na mesma linha, para a aplicação do art. 95 do Decretolei 37/1966, com necessária observância das balizas do CTN, faziase necessária a prática da ação fraudulenta na constituição do fato gerador; f) extraíase do lançamento que, além da omissão da comprovação da origem de recursos, fora imputado às autuadas a condição de interpostas pessoas, impulsionadores de falsidade ideológica. Porém, para a configuração do dano ao Erário, consoante se verifica no inciso V do art. 23 do mencionado diploma legal, faziase necessária a demonstração da fraude e/ou simulação, aqui ausentes, visto que baseadas em meras ilações; g) a impugnante jamais teve a gestão, posse, domínio ou a propriedade de quaisquer mercadorias transacionadas pela autuada Express, pois, na condição de prestadora de serviços jungidos ao despacho aduaneiro, não poderia fazêlos, à luz da legislação que rege aludida atividade, sobretudo o Decreto 646/1992, restando descabida a pena de perdimento em seu desfavor, ou mesmo, a penalidade pecuniária alternativa; h) os despachantes aduaneiros e seus ajudantes era uma categoria profissional disciplinada em lei, no caso, o Decretolei 2.472/1988, sendo erigidos ao posto de profissionais liberais, auferindo honorários pelo seu mister, pagos mediante seu órgão de classe; f) a impugnante levou a cabo seu trabalho nos estritos termos definidos na legislação de regência, em especial, relacionados aos ditames dos incisos I a V do art. 1º do Decreto 646/1992, assim como ao art. 71 da Lei 10.833/2003. Mediante contrato remunerado de prestação de serviços, somente assessorara, auxiliara, nos moldes da citada legislação, a autuada Express, nunca a compôs e tampouco geriu sua atividade empresarial, principalmente à vista de expressa vedação disposta no art. 10 do Decreto 646/1992; g) quanto a eventuais deficiências de ordem estrutural e logística da primeira autuada, não lhe competia qualquer papel de censor nessa matéria, pois transbordava o escopo de sua atividade profissional tal incumbência; h) o pagamento dos tributos devidos nas importações é operacionalizado por intermédio de débito bancário na contacorrente do importador ou, por autorização deste, na contacorrente do despachante aduaneiro correspondente, conforme expressamente disciplinado no art. 11 da Instrução Normativa 680/2006; e i) predicar como laranja o profissional que laborou seu ofício em estrita observância à legislação que rege sua atividade, calcado em meras ilações ou presunções descabidas, sem qualquer prova nesse sentido, afrontava princípios jurídicos fundamentais, dentre o quais, os princípios da legalidade, impessoalidade e razoabilidade. Além disso, referido pensar ensejaria a equivocada inferência que todos os profissionais que prestaram serviços à primeira autuada, advogados, contadores, etc, patrocinaram suposto modo defeso agir, fato dissonante com os princípios elementares do direito. Fl. 726DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10142.000462/200821 Resolução nº 3302000.508 S3C3T2 Fl. 727 5 Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 652/684), em que, por unanimidade de votos, a preliminar de nulidade formal foi rejeitada e, no mérito, negado provimento às impugnações e integralmente mantido o crédito tributário, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 NORMAS PROCESSUAIS. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUSÊNCIA DE NULIDADE DO LANÇAMENTO. O pleno exercício da atividade fiscal não pode ser obstruído por força de ato administrativo de caráter gerencial. O mandado de procedimento fiscal, por ser medida disciplinadora visando à administração dos trabalhos de fiscalização, não pode sobreporse ao que dispõe o Código Tributário Nacional acerca do lançamento tributário, bem como aos dispositivos da Lei nº 10.593/2002, que trata da competência funcional para a lavratura do auto de infração. INAPTIDÃO DE CNPJ. PROCESSO ADMINISTRATIVO. DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE JULGAMENTO. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA. Falece competência à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento para adentrar no exame de feito relacionado à inaptidão de CNPJ, sob pena de imiscuirse em âmbito de processo administrativo restrito ao titular da unidade local da Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 SUJEIÇÃO PASSIVA. DESPACHANTE ADUANEIRO. INTERESSE COMUM NAS ATIVIDADES DA EMPRESA. SUJEIÇÃO PROCESSUAL PASSIVA SOLIDÁRIA. O despachante aduaneiro e seu ajudante estão proibidos de efetuar, em nome próprio ou no de terceiro, importação e exportação de quaisquer produtos, ou exercer comércio interno de mercadorias estrangeiras (art. 10 do Decreto nº 646/1992). A Comissária de Despachos equiparase ao despachante aduaneiro, pois somente essas pessoas possuem a devida autorização, perante a Receita Federal do Brasil, para procederem a atos relativos às operações de despacho de importação/exportação. Se, tanto como pessoas físicas, quanto como pessoas jurídicas, demonstrarem interesse comum no fato gerador do imposto de importação e violarem essa proibição, respondem como responsáveis solidários, cabendo a exigência também contra eles dos tributos e multas das operações de importação/exportação, concomitantemente com as penalidades pertinentes. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 INCOMPATIBILIDADE ENTRE OS MONTANTES DAS OPERAÇÕES TRANSACIONADAS NO COMÉRCIO EXTERIOR E A CAPACIDADE FINANCEIRA E ECONÔMICA DA EMPRESA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. PRESUNÇÃO LEGAL. Fl. 727DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10142.000462/200821 Resolução nº 3302000.508 S3C3T2 Fl. 728 6 A incompatibilidade entre os volumes transacionados no comércio exterior e a capacidade financeira e econômica da pessoa jurídica é uma presunção legal juris tantum de interposição fraudulenta de terceiros, a qual só poderá ser afastada pela apresentação de documentação idônea capaz de comprovar a origem dos recursos utilizados nas transações. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. A pena de perdimento, na hipótese de interposição fraudulenta de terceiros, deve ser substituída pela multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria quando esta houver sido consumida ou não for localizada. EXPORTAÇÃO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS UTILIZADOS NA AQUISIÇÃO DAS MERCADORIAS EXPORTADAS. A legislação aduaneira exige para a empresa exportadora a comprovação da origem dos recursos utilizados na aquisição das mercadorias exportadas. A não comprovação da origem lícita dos recursos empregados na aquisição dessas mercadorias caracteriza a presunção legal de interposição fraudulenta de terceiros em tais aquisições. A autuada Express foi cientificada da decisão de primeira instância em 8/3/2010 (fls. 697 e 699/700). Em 7/4/2010, apresentou o recurso voluntário de fls. 701/712, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na peça impugnatória. Enquanto a responsável solidária Comissária foi cientificada em 10/3/2010, por meio do Edital de fl. 698, afixado no dia 23/2/2010 e desafixado no dia 10/3/2010, porém, É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Embora tempestivo e atenda os demais requisitos de admissibilidade, o recurso apresentado pela autuada Express (fls. 701/712) não pode ser analisado nessa assentada, porque o processo não se encontra em condições de ser submetido a julgamento por este Colegiado. O motivo do impedimento, salvo melhor juízo, está relacionado com a irregular na intimação da responsável solidária Comissária. Com efeito, para ciência do acórdão proferido pela Turma de Julgamento de primeiro grau, a referida pessoa jurídica fora intimada por meio do Edital de fl. 698, sem que tivesse sido demonstrado, nos autos, que a unidade da Receita Federal de origem tenha providenciado a ciência da referida pessoa jurídica, por um dos meios de intimação previstos nos incisos I a III do Decreto 70.235/1972, ou seja, a intimação pessoal, por via postal ou por meio eletrônico, e tivesse resultado improfícuo, ou que a intimada tivesse com a sua inscrição no CNPJ declara inapta, conforme exigência determinada no art. 23, § 1º, do Decreto 70.235/1972, a seguir transcrito: Fl. 728DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10142.000462/200821 Resolução nº 3302000.508 S3C3T2 Fl. 729 7 Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante:(Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou(Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.(Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] (grifos não originais) Dessa forma, com respaldo no art. 60 do referido Decreto, votase pela conversão do julgamento em diligência, para que a unidade da Receita Federal de origem comprove que as referidas condições para intimação por edital foram atendidas, ou, se não cumprida tais exigências, seja sanada a mencionada irregularidade. Após, retornem os autos a este Colegiado, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 729DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 10283.905335/2012-92
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/2008 a 30/06/2008
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA. IMPOSSIBILIDADE.
A apresentação da manifestação de inconformidade fora do prazo de 30 (trinta dias), ainda que seja apenas 1 (um) dias, não instaura a fase litigiosa do processo e impede o conhecimento da matéria litigiosa pelas instâncias julgadoras.
PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE SUSCITADA. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO PELAS INSTÂNCIAS JULGADORAS. NÃO COMPROVADO O CUMPRIMENTO DO PRAZO. CONHECIMENTO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do processo administrativo fiscal, é passível conhecimento pelas instâncias julgadoras apenas a preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pelo sujeito passivo, porém, se referida preliminar não for superada, como ocorreu nos presentes, não se toma conhecimento das questões meritórias suscitadas em sede de manifestação de inconformidade e de recurso voluntário.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.936
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201801
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2008 a 30/06/2008 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA. IMPOSSIBILIDADE. A apresentação da manifestação de inconformidade fora do prazo de 30 (trinta dias), ainda que seja apenas 1 (um) dias, não instaura a fase litigiosa do processo e impede o conhecimento da matéria litigiosa pelas instâncias julgadoras. PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE SUSCITADA. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO PELAS INSTÂNCIAS JULGADORAS. NÃO COMPROVADO O CUMPRIMENTO DO PRAZO. CONHECIMENTO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, é passível conhecimento pelas instâncias julgadoras apenas a preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pelo sujeito passivo, porém, se referida preliminar não for superada, como ocorreu nos presentes, não se toma conhecimento das questões meritórias suscitadas em sede de manifestação de inconformidade e de recurso voluntário. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10283.905335/2012-92
anomes_publicacao_s : 201802
conteudo_id_s : 5830897
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3302-004.936
nome_arquivo_s : Decisao_10283905335201292.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 10283905335201292_5830897.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
dt_sessao_tdt : Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
id : 7125520
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:12:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050006187933696
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1705; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 182 1 181 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10283.905335/201292 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302004.936 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 29 de janeiro de 2018 Matéria PIS COMPENSAÇÃO Recorrente MASA DA AMAZÔNIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2008 a 30/06/2008 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA. IMPOSSIBILIDADE. A apresentação da manifestação de inconformidade fora do prazo de 30 (trinta dias), ainda que seja apenas 1 (um) dias, não instaura a fase litigiosa do processo e impede o conhecimento da matéria litigiosa pelas instâncias julgadoras. PRELIMINAR DE TEMPESTIVIDADE SUSCITADA. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO PELAS INSTÂNCIAS JULGADORAS. NÃO COMPROVADO O CUMPRIMENTO DO PRAZO. CONHECIMENTO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, é passível conhecimento pelas instâncias julgadoras apenas a preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pelo sujeito passivo, porém, se referida preliminar não for superada, como ocorreu nos presentes, não se toma conhecimento das questões meritórias suscitadas em sede de manifestação de inconformidade e de recurso voluntário. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 53 35 /2 01 2- 92 Fl. 182DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o relatório que integra o acórdão recorrido, que segue integralmente transcrito: Contra o contribuinte acima identificado foi emitido o Despacho Decisório de fl. 27, pelo qual a RFB não homologou a compensação realizada através do PER/DCOMP nº 32575.81640.150512.1.3.048380. Referido PER/DCOMP teve como suporte um crédito declarado a título de pagamento indevido ou a maior de PIS, código 5856, do período de apuração – PA jun/08, no valor de R$ 22.803,80, tendo como origem um DARF no valor total de R$ 22.803,80, pago em 18/07/2008. O Despacho Decisório fundamentou a não homologação da compensação sob a justificativa de que o pagamento referente ao DARF indicado no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Ciente do Despacho Decisório em 22/01/2013 (fl. 81), o contribuinte apresentou em 22/02/2013 a Manifestação de Inconformidade de fls. 02 a 12, na qual alega em síntese que: • Sua manifestação de inconformidade era tempestiva e afirmou que recebeu a Intimação da Exigência em 23/01/2013 e apresentou a manifestação em 22/02/2013 (fls. 95 a 98). • Ressalta, que “ainda que o recurso seja intempestivo, o que se admite apenas para fins de argumentação, a autoridade local encarregada da administração do tributo (Delegacia da Receita Federal em Manaus) não é competente para julgar a tempestividade do recurso, devendo este seguir para a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, órgão competente para julgar tal fato, conforme previsão do art. 35 do Decreto nº 70.235/72.” • A legislação federal referente à restituição/compensação assegura em caso de não homologação da compensação o direito a interposição de manifestação de inconformidade; • O Despacho Decisório de não homologação foi demasiadamente sucinto e não esclareceu o porquê da decisão. Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10283.905335/201292 Acórdão n.º 3302004.936 S3C3T2 Fl. 183 3 • Os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa não foram respeitados pela administração tributária. O Despacho Decisório deve ser considerado nulo uma vez que não expôs os motivos da não homologação prejudicando seu direito de defesa; • É “empresa industrial com projeto aprovado na SUFRAMA e detentora de incentivos fiscais próprios da Zona Franca de Manaus, instituídos pelo DecretoLei nº 288/1967, bem como sujeita ao regime de apuração pela sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, podendo descontar créditos que poderão ser deduzidos do montante devido de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil.” • Faz jus aos créditos de PIS e COFINS, com base nos artigos 3º da Lei 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003, especificamente com relação ao inciso III: “energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica.” • Levantou os créditos no mês de competência e utilizou parte do crédito oriundo de energia elétrica prevista no inciso III, conforme DACONs retificadoras para pagamento das contribuições vencidas no período; • “A manifestante, inclusive, providenciou a retificação da DCTF correspondente, regularizando qualquer pendência que ainda pudesse haver.” A defesa relaciona os Acórdãos nºs 1246124 de 10 de maio de 2012 da 17ª Turma e 1638673 de 11 de maio de 2012 da 3ª Turma. 17ª TURMA ACÓRDÃO N° 1246124 de 10 de Maio de 2012 ASSUNTO: Normas de Administração Tributária EMENTA: COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Em face das evidências de erro na apuração e recolhimento do tributo, e não se verificando outros impedimentos ao reconhecimento do direito creditório alegado, cumpre admitir a compensação promovida até o limite do crédito informado na DCOMP. 3ª TURMA ACÓRDÃO N° 1638673 de 11 de Maio de 2012 ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário EMENTA: DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. DESPACHO DECISÓRIO. ERRO. SALDO UTILIZÁVEL. Verificado erro no despacho decisório, o qual afirmara equivocadamente ter sido o valor pago indevidamente totalmente utilizado em momento anterior, restabelecese o direito ao crédito contra o Fisco a ser utilizado nas compensações constantes da DCOMP. Fl. 184DF CARF MF 4 Período de apuração: 01/05/2003 a 31/05/2003 • “é fato que a Declaração entregue à Receita Federal do Brasil pela Manifestante não nega seu direito à compensação e, mais, comprova a legitimidade de seu comportamento idôneo.” • Ao final requer que se julgue procedente a Manifestação de Inconformidade, para o efeito de reformar o Despacho Decisório exarado no processo e homologar integralmente a PER/DCOMP n° 32575.81640.150512.1.3.048380. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 122/126), em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/06/2008 a 30/06/2008 INTEMPESTIVIDADE DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Considerase intempestiva a manifestação de inconformidade apresentada após o decurso do prazo estabelecido na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 12/5/2015, a recorrente foi cientificada da decisão (fls. 129/131). Inconformada, em 10/6/2015, protocolou o recurso voluntário de fls. 133/149, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, em sede de preliminar, a recorrente alegou que a decisão do órgão julgador de primeiro grau de não analisar o mérito em razão da apresentação intempestiva da manifestação de inconformidade não merecia prosperar, pelas seguintes razões: a) a manifestação da inconformidade fora apresentada com apenas 1 (um) dia de atraso, porque não fora possível protocolar no dia 21/1/2015, mas somente no dia seguinte, por “questões impeditivas do próprio Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC em Manaus/AM.”; e b) não era razoável que o mérito da manifestação de inconformidade fosse vilipendiado em razão de um fato totalmente alheio à vontade do contribuinte, “sendo uma afronta, inclusive aos Princípios da Razoabilidade, Ampla Defesa e do Contraditório.”; e c) a autoridade julgadora desconsiderou os princípios basilares do processo administrativo, a saber, os Princípios da Verdade Material, da Moralidade e do Informalismo Moderado É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Fl. 185DF CARF MF Processo nº 10283.905335/201292 Acórdão n.º 3302004.936 S3C3T2 Fl. 184 5 O recurso foi apresentado tempestivamente, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O litígio cingese à preliminar de intempestividade da apresentação da manifestação de inconformidade, que foi apreciada no julgamento de primeiro grau, por força do que dispõe o art. 56, § 2º, do Decreto 7.574/2011, a seguir transcrito: Art. 56. A impugnação, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência, instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto no70.235, de 1972, arts. 14e15). [...] §2º Eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade, como preliminar. [...] (grifos não originais) Não há controvérsia nos autos quanto ao descumprimento do prazo de apresentação da manifestação de inconformidade. Nas próprias peças defensivas colacionadas aos autos, a recorrente, expressamente, reconhecera que a peça instauradora do litígio fora apresentada no dia seguinte ao vencimento do prazo de 30 (trinta) dias, fixado no art. 15 do Decreto 70.235/1972. Diante dessa constatação, não remanesce qualquer dúvida que, como não foi instaurado o litígio em relação ao mérito, nos termos do art. 14 do Decreto 70.235/1972, induvidosamente, este Colegiado não poderá se manifestar sobre as questões meritórias alegadas pela recorrente no recurso em apreço. Portanto, a presente análise limitarseá à preliminar de tempestividade da manifestação de inconformidade suscitada pela recorrente. E em relação a essa questão, no recurso em apreço, a recorrente alegou que a manifestação da inconformidade não fora apresentada dentro prazo legal, porque “questões impeditivas do próprio Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC em Manaus/AM.” Acontece que a recorrente não trouxe à colação dos autos nenhum elemento probatório que confirmasse o alegado. Assim, em razão dessa omissão, por razão óbvia, não há ser acatada tal alegação. A recorrente alegou que não era razoável que o mérito da manifestação de inconformidade fosse vilipendiado em razão de um fato totalmente alheio à vontade do contribuinte, “sendo uma afronta, inclusive aos Princípios da Razoabilidade, Ampla Defesa e do Contraditório.” No âmbito do processo administrativo fiscal, por disposição expressa do caput do art. 26A do Decreto 70.235/1972, é expressamente vedado ao julgador afastar aplicação ou deixar de observar preceito legal dotado de plena vigência e eficácia, inclusive, Fl. 186DF CARF MF 6 em situações que, em tese, possa configurar conflito com os princípios constitucionais explícitos ou implícitos. Assim, ainda que se possa vislumbrar, no caso em tela, algum conflito com os princípios da razoabilidade, ampla defesa e do contraditório, há de prevalecer o disposto no art. 14, combinado com o disposto no art. 15, ambos do Decreto 70.235/1972. Portanto, não há como acatar a presente alegação suscitada pela recorrente. Com base no mesmo fundamento, também não merece acolhimento a alegação da recorrente de que a autoridade julgadora desconsiderou princípios basilares do processo administrativo, tais como os princípios da verdade material, da moralidade e do informalismo moderado. Aliás, no caso, não houve desconsideração dos referidos princípios no julgamento de primeiro grau, haja vista que as autoridades julgadoras não apreciaram as questões meritórias, por estrito cumprimento do disposto nos referidos preceitos legais. Com base nessas considerações, resta demonstrado que a decisão de primeiro foi proferida com estrita observância das normas legais que regem o processo administrativo fiscal, portanto, não há qualquer reparo a ser feito. Por todo o exposto, votase por negar provimento ao recurso voluntário, para manter na íntegra a decisão recorrida. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 187DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18302.000159/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 25/02/2008
CIGARRO DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. INFRAÇÃO À MEDIDA DE CONTROLE FISCAL. APLICAÇÃO DA MULTA REGULAMENTAR. POSSIBILIDADE.
Se comprovado nos autos o cometimento da infração às medidas de controle fiscal, relativas ao transporte de cigarros de procedência estrangeira sem documentação probante de sua importação regular, o infrator responde pela multa regulamentar no valor de R$ 2,00 (dois reais) por maço de cigarro.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3302-005.239
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 25/02/2008 CIGARRO DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. INFRAÇÃO À MEDIDA DE CONTROLE FISCAL. APLICAÇÃO DA MULTA REGULAMENTAR. POSSIBILIDADE. Se comprovado nos autos o cometimento da infração às medidas de controle fiscal, relativas ao transporte de cigarros de procedência estrangeira sem documentação probante de sua importação regular, o infrator responde pela multa regulamentar no valor de R$ 2,00 (dois reais) por maço de cigarro. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 18302.000159/2008-51
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5843762
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3302-005.239
nome_arquivo_s : Decisao_18302000159200851.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 18302000159200851_5843762.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
id : 7174155
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050006706978816
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1533; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 84 1 83 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18302.000159/200851 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302005.239 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2018 Matéria MULTA REGULAMENTAR AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente JUAREZ MOREIRA JUNIOR E OUTRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 25/02/2008 CIGARRO DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. INFRAÇÃO À MEDIDA DE CONTROLE FISCAL. APLICAÇÃO DA MULTA REGULAMENTAR. POSSIBILIDADE. Se comprovado nos autos o cometimento da infração às medidas de controle fiscal, relativas ao transporte de cigarros de procedência estrangeira sem documentação probante de sua importação regular, o infrator responde pela multa regulamentar no valor de R$ 2,00 (dois reais) por maço de cigarro. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 30 2. 00 01 59 /2 00 8- 51 Fl. 84DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o relatório que integra o acórdão recorrido, que segue integralmente transcrito: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para a exigência de crédito tributário no valor de R$ 20.940,00 referente a multa exigida por infração às medidas de controle fiscal relativas a cigarro de procedência estrangeira. Depreendese da descrição dos fatos e enquadramento legal do auto de infração em tela que, em 25/02/2008, conforme IPL nº 093/2008DPF/ GPB/PR, foram apreendidos em poder dos autuados um veículo IMP/Fiat Tipo de placas AFE0639 e 10.470 (dez mil quatrocentos e setenta) maços de cigarro de procedência estrangeira sem documentação comprobatória de sua regular importação. Os cigarros foram encaminhados à Receita Federal que declarou a pena de perdimento das mercadorias apreendidas (fl. 58). Assim, a fiscalização lavrou auto de infração para exigência da multa prevista no parágrafo único do artigo 3º do Decretolei nº 399/1968 com a redação dada pelo artigo 78 da Lei nº 10.833/2003. Os autuados foram cientificados da exigência e apresentaram impugnação: Juarez Moreira Junior alega que: Requer a redução da multa pelos motivos que seguem: Jamais desejou o enriquecimento ilícito ou valerse da ilegalidade. Realizou a compra de tais produtos por estar desempregado e passando por dificuldades. Não pretende se eximir do pagamento pelo erro, porém deseja que o valor seja reduzido. Passa por muitas dificuldades pessoais e financeiras. Oferece o valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para o pagamento da multa. Marcel Henrique Moreira alega que: Requer a redução da multa pelos motivos que seguem: Jamais desejou o enriquecimento ilícito ou valerse da ilegalidade. Acompanhou seu irmão na compra de tais produtos por estar desempregado e passando por dificuldades. Não pretende se eximir do pagamento pelo erro, porém deseja que o valor seja reduzido. Fl. 85DF CARF MF Processo nº 18302.000159/200851 Acórdão n.º 3302005.239 S3C3T2 Fl. 85 3 Passa por muitas dificuldades pessoais e financeiras. Oferecem o valor de R$ 20,00 (vinte reais) para o pagamento da multa. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 60/63), em que, por unanimidade de votos, a impugnação foi julgada improcedente e o crédito tributário integralmente mantido, com base no fundamento resumido no enunciado da ementa que segue transcrito: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 25/02/2008 MULTA REGULAMENTAR Constitui infração às medidas de controle fiscal a aquisição, o transporte, a venda, a exposição à venda, o depósito, a posse e o consumo de cigarros de procedência estrangeira sem documentação probante de sua regular importação, sujeitando se o infrator à multa legal, além da aplicação da pena de perdimento dos cigarros apreendidos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em 24/10/2013 e 18/11/2013, os recorrentes Juarez Moreira Junior e Marcel Henrique Moreira foram, respectivamente, cientificados da decisão. Inconformados, em 22/11/2013, protocolaram o recurso voluntário de fl. 73, em que reafirmam as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. Em aditamento, pediram a devolução do veículo e a extinção do processo, sob o argumento que o valor cobrado era insignificante. Juntaram aos autos sentença absolutória do Juízo criminal (fls. 74/79). É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Os recursos foram apresentados tempestivamente, tratam de matéria da competência deste Colegiado e preenchem os demais requisitos de admissibilidade, portanto, devem ser conhecidos. De acordo com a descrição dos fatos integrante do presente auto de infração (fls. 12/14), em 25/2/2008, conforme IPL nº 093/2008DPF/GPB/PR, foram apreendidos em poder dos autuados um veículo IMP/Fiat Tipo de placas AFE0639 e 10.470 (dez mil quatrocentos e setenta) maços de cigarro de procedência estrangeira sem documentação comprobatória de sua regular importação. Em decorrência desse fato, aos autuados foram imputada a infração e penalidade definidas no 3º do Decretolei 399/1968, com a redação dada pelo art. 78 da Lei Fl. 86DF CARF MF 4 10.833/2003, que segue transcrito juntamente com o art. 2º do mesmo diploma legal, ao qual faz referência: Art 2º O Ministro da Fazenda estabelecerá medidas especiais de contrôle fiscal para o desembaraço aduaneiro, a circulação, a posse e o consumo de fumo, charuto, cigarrilha e cigarro de procedência estrangeira. Art 3º Ficam incursos nas penas previstas no artigo 334 do Código Penal os que, em infração às medidas a serem baixadas na forma do artigo anterior adquirirem, transportarem, venderem, expuserem à venda, tiverem em depósito, possuirem ou consumirem qualquer dos produtos nêle mencionados. Parágrafo único. Sem prejuízo da sanção penal referida neste artigo, será aplicada, além da pena de perdimento da respectiva mercadoria, a multa de R$ 2,00 (dois reais) por maço de cigarro ou por unidade dos demais produtos apreendidos. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) grifos não originais. No recurso em apreço, os recorrentes limitaram a pedir extinção do processo, porque o valor dos impostos sonegados era inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), e a restituição do carro apreendido. A segunda a alegação diz respeito ao processo de perdimento, matéria estranha aos presentes autos, portanto, dela não se toma conhecimento. Da primeira alegação, que diz respeito ao limite de cobrança/execução de impostos, por ser matéria estranha aos autos, também não se toma conhecimento. A presente autuação trata de aplicação de multa regulamentar por infração às medidas especiais de controle fiscal o desembaraço aduaneiro, a circulação, a posse e o consumo de cigarro de procedência estrangeira e a infração encontrase devidamente materializada e a multa corretamente aplicada. Por todo o exposto, votase por não conhecer do recurso e reconhecer a procedência da autuação. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 87DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10477.000097/2007-92
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 03/04/2006
CIGARRO DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. INTRODUÇÃO E TRANSPORTE CLANDESTINOS PELO PAÍS. INFRAÇÃO ÀS MEDIDAS DE CONTROLE FISCAL. MULTA REGULAMENTAR. LEGITIMIDADE PASSIVA DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO POR PRESUNÇÃO RELATIVA. POSSIBILIDADE.
O proprietário do veículo transportador, por presunção relativa (juris tantum), responde pela multa regulamentar sancionadora da infração às medidas especial de controle fiscal, relativas à aquisição e transporte de cigarro de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País e sem a devida identificação do respectivo proprietário.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-005.240
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 03/04/2006 CIGARRO DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. INTRODUÇÃO E TRANSPORTE CLANDESTINOS PELO PAÍS. INFRAÇÃO ÀS MEDIDAS DE CONTROLE FISCAL. MULTA REGULAMENTAR. LEGITIMIDADE PASSIVA DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO POR PRESUNÇÃO RELATIVA. POSSIBILIDADE. O proprietário do veículo transportador, por presunção relativa (juris tantum), responde pela multa regulamentar sancionadora da infração às medidas especial de controle fiscal, relativas à aquisição e transporte de cigarro de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País e sem a devida identificação do respectivo proprietário. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10477.000097/2007-92
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5841406
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3302-005.240
nome_arquivo_s : Decisao_10477000097200792.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 10477000097200792_5841406.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
id : 7170628
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:13:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050007201906688
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1575; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 139 1 138 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10477.000097/200792 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302005.240 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2018 Matéria MULTA REGULAMENTAR AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente LUIZ CARLOS PEREIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 03/04/2006 CIGARRO DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. INTRODUÇÃO E TRANSPORTE CLANDESTINOS PELO PAÍS. INFRAÇÃO ÀS MEDIDAS DE CONTROLE FISCAL. MULTA REGULAMENTAR. LEGITIMIDADE PASSIVA DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO POR PRESUNÇÃO RELATIVA. POSSIBILIDADE. O proprietário do veículo transportador, por presunção relativa (juris tantum), responde pela multa regulamentar sancionadora da infração às medidas especial de controle fiscal, relativas à aquisição e transporte de cigarro de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País e sem a devida identificação do respectivo proprietário. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Raphael AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 47 7. 00 00 97 /2 00 7- 92 Fl. 139DF CARF MF 2 Madeira Abad, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o relatório que integra o acórdão recorrido, que segue integralmente transcrito: Neste processo tratase do lançamento da Multa Regulamentar no valor de R$ 278.000,00, lavrada contra LUIZ CARLOS PEREIRA, [...]. Em meio à ação de controle fiscal de fumo, cigarro e charuto de procedência estrangeira foram constadas infrações que levam, além da aplicação da pena de perdimento, também à exigência de multa regulamentar, com o enquadramento legal descrito às fls.3 no auto de infração (AI). Neste processo tratase apenas do lançamento da Multa Regulamentar lavrada contra LUIZ CARLOS PEREIRA, CPF nº [...]. Em meio à ação de controle fiscal de fumo, cigarro e charuto de procedência estrangeira foram constadas infrações que levaram, além da aplicação da pena de perdimento (objeto de outro processo, nº 10140.000309/200652, conforme informado às fls.64), também à exigência da multa prevista no Dl nº 399/68, art.3º, parágrafo único, c/a redação dada pela Lei nº 10.833/2003, art.78, objeto do presente processo. Conforme descrito nestes autos, em decorrência de diligência policial foram localizados 15 caminhões de carga sendo 03 caminhões tanque. Que nos 12 caminhões de carga foram encontrados cigarros contrabandeados (sic), todos de fabricação paraguaia. Que no local não foi encontrada qualquer pessoa, mas pelos restos de alimentos no local, havia indícios que os que ali estavam empreenderam fuga pela vegetação local. Que não foi encontrado ali nenhuma documentação de identificação dos envolvidos, contudo foram encontrados alguns documentos dos caminhões. Que todos os veículos seriam levados pela autoridade policial para depósito da Receita Federal. Entre os caminhões apreendidos pela Polícia Federal estava o Mercedes Benz L1516, cor vermelha, Placa AEN9650, de Guairá/PR, carregado com 278 caixas de cigarros provenientes do Paraguai, de diversas marcas, contendo cada caixa cinquenta (50) pacotes de dez (10) maços, conforme consta do Laudo de Exame às fls.27 – veículo 11). Que por estar com problemas mecânicos foi levado para a Delegacia de Polícia Federal em Dourados/MS Compõem estes autos o Boletim de Ocorrências (BO nº 004/MRG/DOF/2006 –05/04/2006), autos de recolhimento dos veículos e mercadorias, bem como o relato dos policiais que efetuaram a apreensão, tudo conforme Termo de Depoimento prestado no curso do inquérito policial (IPL) nº 045/2006/DPF/NVI/MS, instaurado pela Polícia Federal em Naviraí/MS, assim como o LAUDO nº 1.137/DOF/SEJUSP/MS relativo ao exame pericial dos veículos, cargas e local da Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10477.000097/200792 Acórdão n.º 3302005.240 S3C3T2 Fl. 140 3 apreensão, contendo fotografias do local e dos veículos, retratando inclusive a adulteração desses veículos, conforme fotos tiradas no depósito da DRF/Campo Grande/MS (ver documentos de fls.7 e fls.18/34). Consta nestes autos a descrição das circunstâncias em que ocorreram as apreensões desses veículos juntamente como outros 14 veículos, conforme foi detalhado no BO anexo, de modo a caracterizar as infrações que motivaram a aplicação da pena de perdimento dos veículos e das mercadorias, objeto de outro processo já mencionado acima. Nos termos da legislação regente, além da pena de perdimento objeto do processo nº 10140.000309/200652, e conforme auto de infração de fls.2/6, foi também aplicada a multa por maço de cigarro apreendido, nos termos do Dl nº 399/68, art.3º, parágrafo único, c/a redação dada pelo art.78 da Lei 10.833/2003. Sendo a aplicação desta penalidade o objeto específico deste processo. Devidamente cientificado do lançamento em 23/05/2007, o interessado protocolou tempestivamente em 24/05/2007 sua impugnação (ver fls.46 e 48), cuja íntegra está às fls. 48/49, e suas razões essenciais podem ser assim resumidas: 1. Em 05/04/2006 o Caminhão M. Benz, RENAVAM nº 520012445, chassis n 34530512632296, Placa AEN 9650, ano fabricação 1983, foi apreendido com mercadoria ilegal, sendo autuado o ora impugnante no AITAGF nº 10140/sma/273/06. Ocorre que o Impugnante ao tempo da infração não era mais o proprietário do veículo acima descrito (rectius, segundo doc fls.12, a apreensão do veículo e da carga respectiva, pela Polícia Federal ocorreu em 03/04/2006; a data do BO foi 05/04/2006 (fls.10), cf AITAGF nº 273/06 às fls.7; a entrega à Receita Federal ocorreu em 05/04/2006, mas o auto de infração aponta e confirma a data de 03/04/2006 como a de ocorrência do fato infracional) 2. Em 28/03/2006, ou seja, antes de ser apreendido, o Impugnante vendeu o referido caminhão para o Sr. IZEQUIEL DE SOUZA, conforme contrato de compra e venda celebrado (documento incluso). 3. No ato da venda o ora Impugnante entregou todos os documentos ao comprador, o qual se responsabilizou por efetuar a transferência do mesmo para o seu nome. O recibo de quitação do caminhão foi entregue devidamente preenchido em nome do comprador, o qual não efetuou a referida transferência. Mas, o ora Impugnante, por precaução, efetuou junto ao DETRAN/PR a comunicação da venda do caminhão. 4. O fato é que o ora Impugnante, ao tempo da apreensão, não era mais o proprietário do caminhão, fato que o exime de qualquer responsabilidade, estando somente o veículo em seu nome, mas de fato já tinha sido vendido anteriormente. Toda a responsabilidade sobre os fatos relacionados ao caminhão não deve recair sobre o ora Impugnante, que já não era o seu proprietário. Fl. 141DF CARF MF 4 Por força da Portaria RFB nº 453, de 11/04/2013, c/c o disposto na Portaria RFB nº 1.006, de 24/07/2013, este processo foi encaminhado para julgamento pela DRJ/REC. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 68/77), em que, por unanimidade de votos, a impugnação foi julgada improcedente e o crédito tributário integralmente mantido, com base no fundamento resumido no enunciado da ementa que segue transcrito: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 03/04/2006 LEGITIMIDADE PASSIVA. CIGARROS APREENDIDOS. TRANSPORTE DE MERCADORIA INTRODUZIDA CLANDESTINAMENTE NO PAÍS. MULTA ADMINISTRATIVA. Na dicção do Código Tributário Nacional, art. 123, salvo disposição legal em contrário, as convenções entre particulares, no que tange à responsabilidade pelo pagamento de tributos ou penalidades tributárias, não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Na data da infração constatada, conforme registrado no DETRAN competente, o formal proprietário do veículo apreendido transportando cigarros de procedência estrangeira introduzidos clandestinamente no país é legítimo responsável perante a administração aduaneira fiscal, e está sujeito à multa prevista no Dl nº 399/68, art.3º, com a redação dada pelo art. 78 da Lei 10.833/2003, independentemente de quem seja o real proprietário dessas mercadorias. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em 2/9/2013, o recorrente foi cientificado da decisão. Inconformado, em 23/9/2013, protocolou o recurso voluntário de fls. 91/96, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso foi apresentado tempestivamente, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. De acordo com a descrição dos fatos integrante do presente auto de infração (fls. 2/3) e do Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal nº 273/06 (fls. 7/9), baseada nos relatos registrados no Boletim de Ocorrência nº 004/MRG/DOF/2006 (fls. 10/12), estes dois últimos extraídos do processo nº l0140.000.309/200652 (processo de perdimento), a inclusão do recorrente no polo passivo da presente autuação foi motivada pelo fato dele ser, na data da ocorrência da infração, o proprietário do veículo do tipo caminhão, marca e modelo Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10477.000097/200792 Acórdão n.º 3302005.240 S3C3T2 Fl. 141 5 Mercedes Benz L1516, cor vermelha, Placa AEN9650 de Guairá/PR (fls. 15/16), no qual foram encontradas e apreendidas, no dia 3/4/2006, 278 (duzentos e setenta e oito) caixas de cigarros de procedência estrangeira (provenientes do Paraguai), de diversas marcas, contendo cada caixa cinquenta (50) pacotes de dez (10) maços, conforme relatado no Laudo de Exame Pericial colacionado aos autos (fls. 19/34), sem documentação comprobatória da regular importação. No referido laudo pericial (fl. 27), o citado veículo foi identificado como o veículo de nº 11 (onze), dentre os 15 (quinze) caminhões de carga apreendidos na mesma operação, sendo 3 (três) caminhões do tipo tanque. Em decorrência do fato de ser o proprietário do citado caminhão, na data da apreensão, ao autuado foi imputada a infração e penalidade definidas no 3º do Decretolei 399/1968, com a redação dada pelo art. 78 da Lei 10.833/2003, que segue transcrito juntamente com o art. 2º do mesmo diploma legal, ao qual faz referência: Art 2º O Ministro da Fazenda estabelecerá medidas especiais de contrôle fiscal para o desembaraço aduaneiro, a circulação, a posse e o consumo de fumo, charuto, cigarrilha e cigarro de procedência estrangeira. Art 3º Ficam incursos nas penas previstas no artigo 334 do Código Penal os que, em infração às medidas a serem baixadas na forma do artigo anterior adquirirem, transportarem, venderem, expuserem à venda, tiverem em depósito, possuirem ou consumirem qualquer dos produtos nêle mencionados. Parágrafo único. Sem prejuízo da sanção penal referida neste artigo, será aplicada, além da pena de perdimento da respectiva mercadoria, a multa de R$ 2,00 (dois reais) por maço de cigarro ou por unidade dos demais produtos apreendidos. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) grifos não originais. Os fatos relatados nos citados documentos não deixam qualquer dúvida que o motivo da inclusão do recorrente no polo passivo da autuação foi a sua condição de proprietário do veículo transportador dos cigarros apreendidos em situação irregular. Dada essa particularidade, a condição de proprietário do veículo, na data da apreensão dos cigarros, induvidosamente, revestese de elemento essencial para a definição da pessoa legitimada a integrar o polo passivo da presente autuação, especialmente, tendo em conta o que dispõe o art. 74, § 3º, da Lei 10.833/2003, a seguir transcrito: Art. 74. O transportador de passageiros, em viagem internacional, ou que transite por zona de vigilância aduaneira, fica obrigado a identificar os volumes transportados como bagagem em compartimento isolado dos viajantes, e seus respectivos proprietários. § 1º No caso de transporte terrestre de passageiros, a identificação referida no caput também se aplica aos volumes portados pelos passageiros no interior do veículo. § 2º As mercadorias transportadas no compartimento comum de bagagens ou de carga do veículo, que não constituam bagagem identificada dos passageiros, devem estar acompanhadas do respectivo conhecimento de transporte. Fl. 143DF CARF MF 6 § 3º Presumese de propriedade do transportador, para efeito fiscais, a mercadoria transportada sem a identificação do respectivo proprietário, na forma estabelecida no caput ou nos §§ 1º e 2º deste artigo. § 4º Compete à Secretaria da Receita Federal disciplinar os procedimentos necessários para fins de cumprimento do previsto neste artigo. Assim, em face dessa presunção relativa (juris tantum), o recorrente tinha o ônus de apresentar prova em contrário, no sentido de infirmar o documentos colacionado aos autos e demonstrar que, na data da infração, não era o proprietário do citado veículo e, por conseguinte, dos cigarros nele transportados. E com esse propósito, o recorrente alegou que fora proprietário do veículo somente até 28/3/2006, quando o alienou ao Sr. Izequiel de Souza. E para comprovar o alegado, o recorrente trouxe à colação dos autos, na fase impugnatória, as cópias autenticadas dos seguintes documentos: a) “Termo de Comunicação de Venda de Veiculo” de fl. 52, com data de 1º/6/2006, em que o Chefe da Ciretran da cidade de Guaíra/PR informou que fora comunicado ao Detran/PR, no dia 31/5/2006, a venda do citado veículo; b) Contrato Particular de Venda e Compra do citado caminhão de fls. 54/56, celebrado entre o recorrente e o Sr. Izequiel de Souza no dia 28/3/2006, com firma reconhecida no dia 17/4/2006; c) Certificado de Registro de Veículo (CRV), com autorização de transferência no dia 28/3/2006 e reconhecimento de firma no dia 31/5/2006; e d) 2 Notas Promissórias de fl. 58, com datas de vencimento nos dias 28/4/2006 e 28/5;2006. Dada a evidente precariedade e as incongruências, a seguir mencionadas, para este Relator, todos esses documentos não servem de prova de que, na data da apreensão dos cigarros, o citado veículo não era de propriedade do recorrente. Com efeito, embora tenham sido emitidos no 28/3/2006, o reconhecimento de firma consignado na Autorização para Transferência de Veículos e no Contrato de Venda Compra, somente ocorreu, respectivamente, nos dias 17/4/2006 e 31/5/2006, ou seja, após a data da apreensão dos cigarros, ocorrida no dia 3/4/2006. Também, não por acaso, somente no dia 31/5/2006 o recorrente comunicou ao Detran/PR a venda do citado veículo, quando já havia expirado o prazo máximo de 30 (trinta) dias, determinado no art. 1341 da Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro CTB). Esse fatos conjuntamente sopesados demonstram que, somente após tomar conhecimento da apreensão do veículo e dos cigarros nele transportados, o recorrente adotou as providências de reconhecer firma dos referidos documentos e comunicar a alienação do veículo ao Detran/PR, com o nítido propósito de descaracterizar a condição de proprietário do veículo na data da ocorrência da infração. Além disso, para fim de comprovar a efetiva realização da alegada operação de venda do veículo, o recorrente limitouse a apresentar cópias de duas notas promissórias, desacompanhada de qualquer outro documento bancário ou emitido por outra fonte externa 1 "Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da comunicação. Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que trata o caput poderá ser substituído por documento eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)" Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10477.000097/200792 Acórdão n.º 3302005.240 S3C3T2 Fl. 142 7 idônea, com vistas a confirmar a efetiva realização do pagamento do veículo pelo suposto adquirente. Em face dessas evidentes deficiências e precariedades, tais documentos não se prestam como meio de prova da venda e transferência da propriedade do citado veículo e, por decorrência, para afastar a condição de proprietário do veículo e a presunção relativa (juris tantum) de que também era proprietário e o transportador dos cigarros apreendidos, objeto da presente autuação, o que o qualifica como o verdadeiro legitimado a integrar o polo passivo da autuação, na condição de autor da infração. E essa circunstância revelase suficiente não só para configurar a prática da infração às medidas especiais de controle fiscal em comento, bem como para ratificar o acerto da atribuição da autoria do fato infracional ao recorrente, o que afasta a alegação de ilegitimidade passiva por ele suscitada no recurso em apreço. Em suma, por ter cometido a infração tipificada no art. 3º do Decretolei 399/1968, com redação dada pela Lei 10.833/2003, o recorrente deve responder pela multa regulamentar fixado no referido preceito legal, na condição de autor da infração. Por todo o exposto, votase por negar provimento ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 145DF CARF MF
score : 1.0