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Numero do processo: 18471.000500/2007-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2007 COFINS E PIS. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Não cabe a apreciação pela autoridade administrativa de questões já submetidas à esfera judicial. Alteração normativa superveniente não descaracteriza o objeto da ação judicial, quando não acompanhada de alteração legal ou de norma interpretativa. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE ATRIBUIÇÃO DO CARF. Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. O atributo de suspensão de exigibilidade do crédito tributário reconhecido no auto de infração somente pode ser alterado por revisão de lançamento. Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3302-001.586
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Fizeram sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo Fernando Souto Maior Borges – OAB/RJ 158037 e pela Fazenda Nacional a Procuradora Bruna Garcia Benevides.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Não cabe a apreciação pela autoridade administrativa de questões já submetidas à esfera judicial. Alteração normativa superveniente não descaracteriza o objeto da ação judicial, quando não acompanhada de alteração legal ou de norma interpretativa. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE ATRIBUIÇÃO DO CARF. Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. O atributo de suspensão de exigibilidade do crédito tributário reconhecido no auto de infração somente pode ser alterado por revisão de lançamento. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Fizeram sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo Fernando Souto Maior Borges – OAB/RJ 158037 e pela Fazenda Nacional a Procuradora Bruna Garcia Benevides. (Assinado digitalmente) Fl. 1027DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 2 Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, José Evande Carvalho Araújo, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.. Relatório Tratase de recurso recurso voluntário (fls. 922 a 954) apresentado em 15 de agosto de 2008 contra o Acórdão no 1320.022, de 30 de maio de 2008, da 5ª Turma da DRJ/RJOII (fls. 896 a 920), cientificado em 21 de julho de 2008, que, relativamente a auto de infração de Cofins e PIS dos períodos de janeiro de 2005 a março de 2007, considerou procedente o lançamento efetuado, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2005, 01/01/2006 a 31/08/2006, 01/10/2006 a 31/10/2006, 01/12/2006 a 31/03/2007 AÇÃO JUDICIAL PROPOSTA PELO CONTRIBUINTE RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS Não cabe a apreciação pela autoridade administrativa de questões já submetidas à esfera judicial. INCONSTITUCIONALIDADE/ILEGALIDADE Não compete à autoridade administrativa apreciar argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. DECISÃO JUDICIAL ALCANCE Somente é alcançada pela decisão judicial a norma expressamente contestada na correspondente ação, não se estendendo tais efeitos à norma editada posteriormente ao ajuizamento, ainda que trate de matéria idêntica. PIS/COFINS PREÇO PREDETERMINADO REAJUSTE CONTRATUAL A partir de 01/02/04, para fins de apuração do PIS e da COFINS, o preço predeterminado não é descaracterizado apenas quando o reajuste de preços se dá em percentual não superior ao correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. PIS/COFINS. APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. Com o advento da Lei nº 10.865, de 2004, que deu nova redação ao art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, não mais se poderá Fl. 1028DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 964 3 descontar créditos relativos à COFINS e ao PIS/Pasep, decorrentes de aquisições de insumos com alíquota zero, utilizados na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. Lançamento Procedente O auto de infração foi lavrado em 24 de maio de 2007, de acordo com o termo de fls. 8 a 10. A Primeira Instância assim resumiu o litígio: Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, abrangendo os períodos de apuração (PA) 01/05 a 11/05, 01/06 a 08/06, 10/06, 12/06 a 03/07 (fls. 553 a 562), no valor (principal) de R$ 13.471.553,08, sem multa de ofício e com juros de mora, calculados até 30/04/2007, no valor de R$ 2.141.906,78, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 15.613.459,86, em decorrência de ação fiscal efetuada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Fiscalização no Rio de Janeiro (Defic/RJO), conforme Mandado de Procedimento Fiscal à fl. 01. 2. Foi também lavrado auto de infração relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, abrangendo os mesmos períodos de apuração (PA) acima discriminados (fls. 563 a 572), no valor (principal) de R$ 2.946.467,60, sem multa de ofício e com juros de mora, calculados até 30/04/2007, no valor de R$ 468.571,03, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 3.415.038,63, em decorrência da mesma ação fiscal. 3. Na Descrição dos Fatos de fl. 554 (COFINS) e de fl. 564 (PIS), a autoridade autuante registra que, durante o procedimento de verificações obrigatórias, foram constatadas diferenças (divergências) entre os valores escriturados e os valores declarados/pagos para ambas as contribuições acima referidas (PIS/COFINS), conforme Relatório Fiscal de fls. 08/10, que, por sua vez, esclarece que: a empresa sob ação fiscal se dedica à atividade de Geração de Energia Elétrica a partir de uma usina termoelétrica à base de gás natural, e, em 31/08/2001, firmou contrato de fornecimento com a empresa Light Serviços de Eletricidade S/A, com duração de vinte anos; apesar do advento da Lei nº 10.833, de 29/12/2003, que instituiu o regime da nãocumulatividade para a COFINS a partir de 01/02/2004, a fiscalizada entendeu que teria o direito de permanecer sujeita ao regime cumulativo, no tocante às receitas oriundas do contrato firmado com a Light, para efeito do cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS, baseando Fl. 1029DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 4 se, para isto, no disposto no art. 10, inc. XI, letra b, c/c art. 15 da Lei acima referida; posteriormente, com a edição da IN SRF nº 468/2004, revogada pela IN SRF nº 658/2006, a Receita Federal esclareceu, em seu art. 3º, o que estava citado na Lei no tocante à expressão “preço determinado”, deixando de considerar como “preço determinado”, em resumo, aquele fixado no contrato, após o primeiro reajuste, mesmo na situação em que este visasse à manutenção de seu equilíbrio econômicofinanceiro; sendo assim, a empresa estaria sujeita ao regime de apuração das contribuições (PIS/COFINS) pela nãocumulatividade a partir de 30/11/2004, data em que o contrato com a Light teve o preço do GWH (Giga Watt Hora), reajustado de R$ 125,53 para R$ 134,25, conforme nota fiscal em anexo (Doc. 1, fl. 11); inconformada, a empresa buscou junto à Justiça Federal o reconhecimento do direito de permanecer na cumulatividade, pois este método lhe seria bem mais vantajoso, do ponto de vista do pagamento do PIS e COFINS, que seriam inferiores do que no regime da nãocumulatividade, conforme levantamento feito pela autuada e conferido por amostragem pela fiscalização, que compõe este Auto de Infração (doc. 2, fls. 12/18); em 27/06/2006, a autuada obteve junto à Justiça Federal do Ceará, em 1ª. Instância, o reconhecimento provisório deste direito (doc. 3, fls. 19/26), ou seja, o de permanecer no regime da cumulatividade referente às receitas provenientes do contrato com a Light, e a respectiva sentença determina, de forma clara, a abstenção da cobrança por parte da União da diferença apurada de forma diversa; sendo assim, procedeuse à lavratura do Auto de Infração com exigibilidade suspensa, a fim de resguardar futuro direito da Fazenda Nacional de se ressarcir da diferença dos valores do PIS e da COFINS, provenientes do cálculo destas contribuições pelo regime da cumulatividade, em detrimento da apuração pelo regime da nãocumulatividade, que não foram recolhidos pela autuada, por força da disposição judicial supracitada; a partir da memória de cálculo já citada (doc. 2), a fiscalização elaborou planilhas (fl. 10), segregando, mês a mês, os valores quando devidos, a título de diferença não lançada ou paga do PIS e da COFINS. 4. O enquadramento legal do lançamento fiscal da COFINS (fl. 555), cientificado ao contribuinte em 24/05/2007, consoante se observa à fl. 553, consistiu nos arts. 2º, inciso II e parágrafo único, 3º, 10, 22 e 51 do Decreto nº 4.524/2002; Lei nº 10.833/2003, art. 10, inc. XI, letra b; IN SRF nº 658/2006, art. 3º. 5. Já o enquadramento legal do lançamento fiscal para o PIS (fl. 565), também cientificado ao contribuinte em 24/05/2007, consoante se observa à fl. 563, consistiu nos arts. 2º, inciso I, alínea “a” e parágrafo único, 3º, 10, 26 e 51 do Decreto nº 4.524/2002; Lei nº 10.833/2003, art. 10, inc. XI, letra b, e art. 15; IN SRF nº 658/2006, art. 3º. Fl. 1030DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 965 5 6. No que se refere à multa de ofício e aos juros de mora, os dispositivos legais aplicados foram relacionados nos demonstrativos de fls. 560/561 e fls. 570/571 (PIS). 7. Após tomar ciência das autuações, a empresa fiscalizada, inconformada, apresentou, em 25/06/2007, as impugnações juntadas às fls. 589/618 (PIS) e fls. 730/759 (COFINS), e documentos anexos de fls. 619/729 (PIS) e fls. 760/874 (COFINS) – doc. 01, contendo procuração, documentos de identificação e CPF dos representantes da empresa, cartão do CNPJ na obtido na internet, estatuto e ata; doc. 02, contendo cópia dos autos de infração; doc. 03, contendo cópia do Relatório Fiscal; doc. 04, contendo cópia do contrato de fornecimento de energia elétrica Light x UTE Norte Fluminense S/A; doc. 05, contendo cópia da petição inicial de que trata a ação de rito ordinário nº 2005.34.00.0007150; doc. 06, contendo cópia de decisão, deferindo o pedido de antecipação de tutela nos autos da ação nº 2005.34.00.0007150; doc.07, contendo cópia da sentença de mérito, prolatada nos autos da ação nº 2005.34.00.0007150 com as alegações assim resumidas: 7.1. a impugnante é pessoa jurídica de direito privado, que tem por objeto principal financiar, construir e operar uma usina termoelétrica, à base de gás natural, de 780MW de potência, situada no Município de Macaé, Estado do Rio de Janeiro, com vistas à comercialização da energia originada a partir de tal usina, como se depreende de uma rápida leitura do Capítulo I de seu Estatuto Social (doc. 1); 7.2. com o propósito de eliminar a cumulatividade na apuração do PIS e da COFINS, foram publicadas as Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, alterando a dinâmica de recolhimento das referidas contribuições sociais para o denominado regime não cumulativo tributário; 7.3. o legislador ordinário, contudo, fez constar exceções à aplicação do regime da nãocumulatividade, como, por exemplo, a exclusão de diversas receitas ou atividades do seu campo de incidência, provavelmente reconhecendo as distorções que a aplicação pura e simples de tal regime a todas as situações poderia gerar, sendo uma destas exceções aquela prevista no inciso XI, art. 10, da Lei nº 10.833/2003, vigente tanto para o PIS quanto para a COFINS, por força das disposições do art. 15 da referida Lei; 7.4. existe um contrato firmado entre a impugnante e a empresa Light Serviços de Eletricidade (“Light”), de fornecimento de bens, no caso, energia elétrica, anterior a 31/10/03, em que a impugnante se obriga a fornecer, por quatro anos, certa quantidade de energia elétrica, obrigandose a Light a comprar energia elétrica da impugnante, pelo prazo estipulado e a preço predeterminado (doc. 4, fls. 653/689); 7.5. assim, a impugnante, em relação às receitas auferidas em virtude desse contrato, nos termos do artigo 10, inciso XI, alínea Fl. 1031DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 6 “b” da Lei nº 10.833/03, vinha se sujeitando, desde o início de suas operações de venda, em março de 2004, ao regime cumulativo do PIS e da COFINS, sem o cômputo de qualquer crédito; 7.6. contudo, a IN/SRF nº 468/04 inovou no mundo jurídico, elegendo critérios não previstos na Lei nº 10.833/2003 para definição do conceito de preço predeterminado; 7.7. ante a flagrante inconstitucionalidade de tal norma, a impugnante ajuizou a Ação Ordinária nº 2005.34.00.0007150, com pedido de “antecipação dos efeitos da tutela”, a fim de resguardar seu direito de permanecer sob o regime da cumulatividade, em relação às receitas provenientes dos contratos firmados com a Light (doc. 5, fls. 690/721), sendo que, após distribuída a referida medida judicial para a 17ª. Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, deferiuse o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, e, ainda na seqüência, julgouse, em sentença de mérito, procedente a postulação autoral (docs. 6 e 7, fls. 722/729); 7.8. não obstante haver medida judicial resguardando o procedimento adotado pela impugnante, e a suspensão da exigibilidade desta parcela do crédito por força do artigo 151V do CTN, foi lavrado o auto de infração ora impugnado; 7.9. acerca do tema, trazse o disposto no artigo 62 do Decreto nº 70.235/72; 7.10. é preciso distinguir a constituição do crédito tributário, que se dá pelo lançamento, de sua exigibilidade, que decorre de sua cobrança, não se podendo olvidar que o ato de lançamento busca evitar a ocorrência da decadência do direito do Fisco em constituir o crédito tributário; 7.11. por outro lado, a ação judicial ainda não teve decisão final transitada em julgado e, assim sendo, caso a impugnante logre se vencedora, tal fato afetará o processo administrativo fiscal, pois acarretará o cancelamento da presente autuação, nos termos do disposto no artigo 149VIII do CTN; 7.12. portanto, concluise que o fiscal não poderá dar prosseguimento à cobrança do crédito, uma vez que sua exigibilidade encontrase suspensa por força de decisão judicial; porém, na hipótese de vir a fazêlo, não poderá exigir a parcela correspondente à multa de ofício, face à sua manifesta ilegalidade; 7.13. para a aplicação do regime cumulativo do PIS e da COFINS (art. 10 da Lei nº 10.833/03) são necessários os seguintes requisitos: seja o contrato de fornecimento de bens e serviços; o prazo de duração do contrato seja no mínimo superior a um ano; assinatura de contrato anteriormente a 31/10/03; e o preço do fornecimento de bens e serviços esteja predeterminado no contrato; 7.14. Tanto a IN/SRF nº 468/04 quanto a IN/SRF nº 658/06 inovaram no mundo jurídico, criando requisitos não previstos para o enquadramento no regime cumulativo das contribuições; Fl. 1032DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 966 7 7.15. no contexto da profunda reforma institucional e direcional por que passa o setor elétrico brasileiro, com a transferência do controle das referidas atividades das mãos do Estado para a iniciativa privada, e, por conseqüência, com a sujeição desse segmento a práticas comerciais competitivas, é que se insere o Contrato de Fornecimento de Energia Elétrica entre a impugnante e a Light (conhecido no jargão setorial como “PPA”, abreviação do inglês “power purchase agreement”), o qual segue um padrão consistente com a legislação e o modelo do setor elétrico brasileiro; 7.16. por meio do referido contrato PPA (doc. 4), a impugnante obrigouse a vender à Light praticamente toda a quantidade de energia elétrica que sua usina é capaz de gerar (cf. Cláusula 1ª e definições de Energia Contratada e Potência Garantida); 7.17. tratase do único contratos de venda celebrados pela impugnante, e, portanto, sua única fonte de receitas; 7.18. assim, presente o primeiro requisito previsto no artigo 10, inciso XI, alínea “b” da Lei nº 10.833/03, qual seja, a existência de contrato de fornecimento de bem, no caso, energia elétrica; 7.19. também se constata o segundo requisito, qual seja, a existência de contrato com prazo de duração superior a um ano, já que, aprovado o contrato pelos órgãos deliberativos das partes, o compromisso de venda tornouse “incondicional e irretratável” (cf. Cláusula 1º, § 1º) pelo prazo mínimo de 20 (vinte) anos (Cláusula 6ª, “Da Vigência”), muito superior, portanto, ao prazo mínimo previsto na Lei nº 10.833/2003, para o enquadramento da exceção ao regime da nãocumulatividade; 7.20. o terceiro requisito também se encontra presente, qual seja, assinatura do contrato anterior a 31/10/2003, haja vista ter sido o contrato originalmente assinado pelas partes em 31/08/2001; 7.21. quanto ao quarto requisito, qual seja, que o preço do fornecimento esteja predeterminado no contrato, cabe esclarecer que não existe em lei definição do que venha a ser preço predeterminado, sendo possível, no entanto, extrair a definição a partir de uma interpretação sistemática do nosso ordenamento jurídico, com base nos princípios do direito privado, nos termos do artigo 109 do CTN; 7.22. preço, como elemento fundamental de validade do contrato de compra e venda, “é a quantia que o comprador se obriga a pagar ao vendedor”, muito embora o mesmo não precise ser exato, mas apenas determinável; 7.23. preço determinado é o preço fixo, já conhecido pelas partes desde a celebração do contrato (art. 483 do Código Civil), e preço determinável é “aquele de que não se tem conhecimento objetivo do quanto, ou dele não se tem conhecimento subjetivo, mas já se sabe como se há de determinar”; Fl. 1033DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 8 7.24. nessa última classificação se insere o que se denomina de preço variável, ou seja, aquele que não tem um preço inicial estipulado, porém, deve se ajustar a um parâmetro qualquer escolhido pelas partes para sua aferição, sendo passível de determinação objetiva no futuro; 7.25. no preço variável inexiste qualquer preço inicial fixado, estando ele dependente do evento ou critério escolhido pelas partes para se determinar futuramente o preço; 7.26. o preço predeterminado não se insere na classificação de preço determinável, pois a característica daquele é a fixação inicial do preço do negócio acordado entre as partes; 7.27. contudo, eventual cláusula de reajuste não descaracteriza a natureza do preço predeterminado quando tal reajuste tem por objetivo somente preservar o poder aquisitivo do preço nominal inicialmente pactuado e a equação econômicofinanceira originalmente estabelecida entre as partes; 7.28. ou seja, no preço predeterminado, as partes têm conhecimento objetivo e real do preço acordado, ainda que sujeito a eventuais ajustes futuros, diferentemente do que ocorre no preço determinável, em que as partes não têm, no momento da celebração do contrato, qualquer conhecimento objetivo do quantum a ser fixado apenas em momento futuro; 7.29. o preço reajustado nada mais é do que a tradução do preço nominal originalmente pactuado segundo o novo cenário econômico verificado, ou seja, o preço passado trazido para o presente; 7.30. esse mesmo pensamento era encontrado na IN/SRF nº 21/79, utilizada como base de resposta à consulta de contribuintes sobre a matéria, pela qual não seria requisito essencial à caracterização de preço predeterminado a inexistência de cláusulas de reajuste, mas sim a necessidade de o preço estar inicialmente fixado no contrato; 7.31. a grande volatilidade dos preços da energia traz enorme incerteza aos investidores, que não podem confiar na evolução do preço de curto prazo para justificar seus investimentos; 7.32. para fazer frente aos elevados investimentos, a impugnante assumiu financiamento de longo prazo, o que só poderia ser atendido se pudesse contar com uma fonte previsível de receitas, também a longo prazo, livre do risco de oscilação de preços e diminuição de demanda; 7.33. notase, portanto, a existência de preço fixado pelas partes no contrato desde o início de sua vigência, ou seja, preço de conhecimento objetivo e prévio das partes, sendo este o requisito caracterizador do preço predeterminado; 7.34. existe no contrato preço firme estipulado de antemão, devendo assim a impugnante submeter as receitas advindas desse contrato ao regime cumulativo das contribuições sociais (PIS e COFINS); Fl. 1034DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 967 9 7.35. da análise do contrato, é possível verificar que o preço inicialmente fixado está sujeito à alteração quando do reajustamento anual necessário à preservação do seu poder aquisitivo (Cláusula 19), porém, esse fator não tem o condão de retirar a característica peculiar presente no contrato firmado pela impugnante, que é a existência de preço predeterminado; 7.36. da análise das Cláusulas 18 e 19, verificase que a previsão de reajuste do preço do contrato do PPA é anual e se baseia em índice que afere a inflação, e, portanto, a desvalorização da moeda no período, tratandose de mera cláusula de reajuste de preço do valor do bem em fornecimento, ou seja, mera cláusula de correção monetária, não se tratando, assim, de qualquer “plus” ou acréscimo ao valor original; 7.37. no caso específico da impugnante, é o Valor Nominativo o índice de atualização monetária aplicável, tendo ele como premissa inclusive a sua regulamentação pelo órgão regulador, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; 7.38. essa definição de correção monetária, como forma de recomposição do valor no tempo, é corroborada pela doutrina e pela jurisprudência de nossos Tribunais; 7.39. no momento em que os preços sofrerem a adequada aplicação da cláusula de reajuste acima prevista, terseá apenas a preservação do valor inicialmente acordado pelas partes, ou seja, o preço real e originário da energia elétrica a ser fornecida, não havendo, assim, que se falar em qualquer variação descaracterizadora do preço inicial nem muito menos em preço supostamente desconhecido, já que a manutenção da expressão nominal do preço do contrato ao longo de sua vigência de 4 anos, além de inconcebível, propiciaria, ela sim, o efeito de mudança do preço real, já que o poder aquisitivo do preço declinaria inexoravelmente com o tempo, sendo certo, portanto, por incontroversos os requisitos previstos na Lei nº 10.833/2003, que a impugnante deve continuar a se sujeitar aos ditames do regime cumulativo do PIS e da COFINS; 7.40. As IN/SRF nºs 468/04 e 658/06 estão eivadas de vícios de ilegalidade e inconstitucionalidade, pois criam mandamentos novos não previstos em lei; 7.41. As instruções normativas, nos termos do artigo 100 do CTN, assim como qualquer ato expedido por autoridade administrativa, inseremse na classificação de normas complementares, que nada mais são do que espécies de norma pertencente à legislação tributária nacional, conforme artigo 96 do CTN, que têm por finalidade regulamentar mandamentos já existentes no ordenamento jurídico, não podendo inovar, modificar ou alterar a ordem jurídica vigente, criando ou extinguindo direitos; 7.42. a função de tais normas não poderia ser outra, haja vista que no ordenamento jurídico brasileiro prevalece o que se Fl. 1035DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 10 denomina de princípio da legalidade, que está expressamente previsto no artigo 5ºII da Constituição; 7.43. em matéria tributária este princípio tornase ainda mais rígido em virtude do que dispõe o artigo 150I da Constituição Federal, regra incorporada na legislação complementar tributária nacional, no artigo 97 do CTN, sendo a lei o instrumento capaz de criar direitos e impor obrigações, motivo que a leva a ser denominada de fonte primária; 7.44. assim, jamais um ato infralegal, como é o caso da IN nº 468/04, poderia ultrapassar os limites estabelecidos na lei que regulamenta, o que indevidamente aconteceu, pois a citada norma estabeleceu conceitos e critérios novos para a definição de preço predeterminado; 7.45. com isso, o Poder Executivo criou mandamentos não previstos em lei, haja vista que a Lei nº 10.833/03 não criou qualquer critério para definição de preço predeterminado, pelo contrário, apenas o citou como um dos requisitos para a manutenção do contribuinte no regime de cumulatividade; 7.46. não há na Lei nº 10.833/03, em nenhum de seus dispositivos, esse critério de que os contratos que contiverem cláusulas de reajuste ou, ainda, de revisão para manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro, subsistirão na qualidade de possuidores de preço predeterminado somente até a eventual implementação de sua primeira alteração, como dispõe a IN/SRF nº 468/04; 7.47. tanto é assim que a SRF editou a IN/SRF nº 658/06, numa tentativa de minorar os impactos da IN anterior; porém, a interpretação dada pelo fiscal autuante ao seu texto é manifestamente equivocada e ilegal, pois buscou um entendimento que reafirme o teor da IN/SRF 468/04, a qual é inconstitucional; 7.48. é inquestionável que padeceria de invalidade qualquer pretensão em se tributar sob o regime da nãocumulatividade as receitas auferidas anteriormente à IN/SRF nº 468/04, sob pena de afronta ao princípio da irretroatividade da lei tributária, conforme artigo 150IIIa da Constituição Federal, como pretende o artigo 6º daquele ato normativo; 7.49. ainda que se considerem devidos os valores de PIS e COFINS apurados de forma nãocumulativa sobre as receitas decorrentes dos citados contratos, a impugnante deverá arcar apenas com o principal das contribuições, conforme artigo 100 do CTN, pois, se os recolhimentos foram efetuados com base no conceito de preço predeterminado trazido pela IN/SRF 21/79, a posterior modificação deste conceito pela IN/SRF 468/04 não tem o condão de cominar penalidade em relação ao período anterior à sua edição; 7.50. a matéria em discussão na presente autuação fiscal, embora nova, já foi apreciada pelo Poder Judiciário, conforme decisões transcritas; Fl. 1036DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 968 11 7.51. a Lei nº 11.196/05, em seu artigo 109, tentou reduzir o impacto tributário causado pela IN SRF nº 468/04, sendo que seu parágrafo único lhe atribui efeitos retroativos a 01/11/03; 7.52. tal norma extinguiu a presente celeuma, restando reconhecido o direito de a impugnante permanecer sujeita ao regime cumulativo das referidas contribuições, no tocante às receitas em questão, afastando a aplicação da IN/SRF nº 468/04; 7.53. no mesmo sentido foi editada a IN/SRF nº 658/06, que buscou ajustar o posicionamento da SRF com a norma contida na Lei nº 11.196/05; 7.54. portanto, a interpretação dada pelo fiscal autuante à IN/SRF nº 658/06 está em manifesto confronto com a norma contida na Lei nº 11.196/05, impondose o cancelamento da autuação; 7.55. ainda que não sejam acolhidos os fundamentos expostos, sujeitandose a impugnante ao regime da nãocumulatividade, é inequívoco o direito de apropriação do crédito das contribuições (PIS/COFINS) incidentes na aquisição de gás natural, tributadas à alíquota zero conforme disposto na Lei nº 10.312/2001, insumo essencial à produção de energia elétrica, necessitando a impugnante adquirir esse produto em grande volume, muito embora não seja essa a interpretação que vem sendo adotada pela Secretaria da Receita Federal, remetendose à Lei nº 10.865/2004; 7.56. há direito ao crédito do PIS e da COFINS não somente nos casos de aquisição de insumos isentos para posteriores vendas tributadas, mas também nos casos de aquisição de insumos adquiridos sob a alíquota zero, como é o caso da impugnante relativamente às suas aquisições de gás natural; 7.57. não aceitar o direito ao crédito na situação ora analisada implicaria frustrar o princípio da nãocumulatividade, previsto na Constituição Federal, porque a manutenção do crédito é a única maneira de garantir que o tributo pago nas operações subseqüentes não seja novamente pago pelo adquirente do bem adquirido sob alíquota zero ou isenção, o que acarretaria, isso sim, em cumulatividade do produto; 7.58. também o Supremo Tribunal Federal (STF) entende ser imprescindível o creditamento relativo à aquisição de bens isentos ou tributados à alíquota zero, a fim de dar aplicação ao princípio da nãocumulatividade, e a não anular o benefício da isenção ou alíquota zero, conforme apontado no Recurso Extraordinário (RE) nº 350446/PR, no qual se examinou questão análoga, referente ao IPI; 7.59. Pelo exposto, requer, preliminarmente, a suspensão do presente feito, vez que o crédito objeto da autuação se encontra com sua exigibilidade suspensa por força do artigo 151V do CTN, c/c o artigo 62 do Decreto nº 70.235/72; Fl. 1037DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 12 7.60. caso a impugnante saia vencedora do pleito judicial, requer a desconstituição do lançamento, nos termos do artigo 149VIII do CTN; 7.61. na hipótese de superado o pedido anterior, requer seja julgada procedente a impugnação, cancelandose o crédito exigido, em face das razões apresentadas. No recurso, a Interessada alegou, inicialmente, a impossibilidade de autuação à vista da existência de sentença a ela favorável, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 62 do Decreto n. 70.235, de 1972. Ademais, segundo a Interessada, não poderia ter sido exigida multa, em razão do disposto no art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. Em relação ao mérito, alegou que, “embora nessa parte da defesa exista uma identidade de argumentos com a ação judicial proposta pela Recorrente, deve este E. Conselho de Contribuintes, também, apreciála sob pena de nulidade [...]”. Tratou, na sequência, da “não definição do conceito de preço predeterminado em lei”, do entendimento da Receita Federal constante da IN SRF n. 21, de 1979, da presença de preço predeterminado nos contratos firmados pela Recorrente, da Inalterabilidade do preço inicialmente acordado pelas cláusulas de reajuste de preço, da criação de mandamentos não previstos em lei pela IN SRF n. 458, de 2004, do direito superveniente contido na Lei n. 11.196, de 2005, e de sua não consideração pelo acórdão de primeira instância. Em relação à última questão acima mencionada, acrescentou: 121. A única novidade na IN 658 (art. 3°, § 3º) diz respeito à inserção do artigo 109 da Lei 11.196/05, em especial, em relação à inalterabilidade do preço predeterminado na aplicação de cláusula de reajuste que reflita o custo de produção ou dos insumos utilizados. 122. Essa regra contida no artigo 109 da Lei 11.196/05 reconhece o direito buscado pela Recorrente. Isso porque, a cláusula de atualização de todos os contratos das Recorrentes tem o IGPM como índice, e a ANEEL, valendose de sua competência reguladora prevista em lei, confirmou de forma expressa que tal índice refletiria o custo de produção das empresas do setor elétrico (Nota Técnica 224/2006 e, Ofício n.° 1.431/2006). 123. Assim sendo, a aplicação de cláusulas de atualização pelo índice IGPM não alteraria o preço dos contratos inicialmente estipulado pela Recorrente, devendo, assim, ser as receitas originárias desses contratos mantidas no regime cumulativo das contribuições do PIS e da COFINS. Não abordou as questões relativas aos créditos das contribuições. É o relatório. Voto Fl. 1038DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 969 13 Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento, nos termos abaixo expostos. A alegação de que não seria possível efetuar o lançamento à vista do art. 62 do Decreto n. 70.235, de 1972, é improcedente, uma vez que tal norma foi revogada tacitamente pelo art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. Ademais, a sentença apenas vedou a adoção de “atos ostensivos” à cobrança (fl. 26), o que não ocorreu, pois a cobrança não seria possível com a auto de infração tendo sido lavrado com exigibilidade suspensa. No restante, inicialmente em relação às questões de inconstitucionalidade de lei e à matéria submetida ao Judiciário, aplicamse as Súmulas Carf abaixo reproduzidas, conforme Portaria Carf n. 106, de 21 de dezembro de 2009: Súmula CARF n. 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF n. 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Com relação à multa, a Fiscalização esclareceu o seguinte em seu relatório: Em 27 de junho de 2006 a autuada obteve junto à Justiça Federal do Ceará em 1a. Instância o reconhecimento provisório deste direito, (Doc. 3), ou seja, o de permanecer no regime da cumulatividade referente às receitas provenientes do contrato com a Light, e a respectiva sentença determina de forma clara a abstenção da cobrança por parte da União da diferença apurada de forma diversa. Sendo assim, lavramos este auto com exigibilidade suspensa a fim de resguardar futuro direito da Fazenda Nacional de se ressarcir da diferença dos valores do PIS e da COHNS provenientes do cálculo destas contribuições pelo regime da cumulatividade em detrimento da apuração pelo regime da não cumulatividade, que não foram recolhidos pela autuada, por força da disposição judicial supracitada. Segundo os autos de infração (fls. 554 e 555, 564 e 565), não foi aplicada multa de ofício e o lançamento foi efetuado para prevenir a decadência, nos termos do art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. A Primeira Instância discordou de tal entendimento, considerando o seguinte: Fl. 1039DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 14 Também não se aplica ao presente caso o disposto no artigo 149VIII, citado pela autuada, considerando que, na eventual hipótese de provimento judicial final favorável à empresa nos autos da Ação Ordinária nº 2005.34.00.0007150, este, como já demonstrado acima, não afetará o presente crédito, fundamentado em norma diversa da questionada judicialmente. No entanto, ainda que assim não fosse – ou seja, ainda que vinculação da discussão travada na ação nº 2005.34.00.000715 0 com o crédito tributário lançado existisse , não se cogitaria de eventual descabimento do lançamento, que se fez necessário, na forma do art. 63 da Lei nº 9.430/96, de modo a prevenir a decadência, sendo somente o caso, na hipótese de decisão final favorável à autuada – citamos, meramente a título de argumentação de extinção do crédito constituído em decorrência de decisão judicial transitada em julgado, nos termos do artigo 156X do CTN, nunca o sendo, tal como alegado, de aplicação do art. 149VIII, do CTN. A discordância da DRJ disse respeito às alterações posteriores ao lançamento, que capitulou como infringida a norma da IN SRF n. 658/2006, art. 30, não abrangida pela ação judicial. Em relação a tal questão, a Fiscalização a considerou irrelevante. Ademais, as IN não produzem norma por si só, uma vez que devem encontrar respaldo em lei, o que não foi alterado até a publicação da Lei n. 11.196, de 2005. Entretanto, tem razão a Primeira Instância na seguinte observação: É interessante observar, ainda, que a modificação na legislação aplicável não é abordada claramente pela autuada em sua impugnação, manifestandose a empresa de forma contraditória, ora inserindo a IN/SRF nº 658/06 nas alegações relativas à inconstitucionalidade/ilegalidade, repetindo os mesmos argumentos já submetidos ao Poder Judiciário, os quais somente se referiam à IN/SRF nº 468/04 (fls. 597 e 606), ora alegando que a IN/SRF nº 658/06 “buscou ajustar o posicionamento da Secretaria da Receita Federal com a norma contida na Lei nº 11.196/05”, sendo que a “interpretação dada pelo Fiscal autuante à Instrução Normativa SRF nº 658/06 está em manifesto confronto com a norma contida na Lei nº 11.196/05” (fl. 613). Assim, não resta claro se a autuada pretende invalidar também a IN/SRF nº 658/06 por inconstitucionalidade/ilegalidade, ou se considera a norma em questão aplicável, vindo ao encontro de suas pretensões, na medida em que corresponderia à adequação da SRF à determinação contida na Lei nº 11.196/05, sendo equivocada apenas a interpretação que lhe foi dada pela autoridade fiscal. É claro que a referida disposição legal estabeleceu que somente a adoção de índice de reajuste de custo não representaria violação à regra do preço predeterminado. Nesse contexto, não seria diferente o procedimento adotado pelo Fisco diante das duas instruções normativas citadas. Fl. 1040DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 970 15 Ademais, a norma do art. 109 tem caráter interpretativo, respaldando a interpretação oficial. Por isso, tais questões trazidas pela Interessada ao recurso não lhe beneficiam no sentido de que tal norma lhe seria benéfica. Entretanto, as considerações acima expostas demonstram que, ainda que não tenham sido abordadas na ação judicial, as alterações legais e infralegais posteriores não afetariam o resultado da coisa julgada em relação ao período objeto do auto de infração. No caso específico do art. 109 da Lei n. 11.196, de 2005, publicada em novembro de 2005, tratase de norma interpretativa, como já esclarecido, com vigência a partir de novembro de 2003. Obviamente, a Interessada não poderia prever, ao propor a ação judicial, que no futuro houvesse a edição de uma norma interpretativa sobre o mérito da questão. Descabe, assim, razão à Primeira Instância, tendo sido o auto de infração lavrado corretamente nos termos do art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. De toda forma, tais efeitos não poderiam ser modificados pela DRJ, pois haveria uma alteração no lançamento efetuado, especificamente quanto à suspensão da exigibilidade do crédito por conta da decisão judicial. Tal alteração somente poderia ser efetuada por meio de revisão de lançamento, nos termos do art. 149, IX, do Código Tributário Nacional, uma vez que diz respeito à correta interpretação dos fatos. Por outro lado, tal situação implica reconhecer que o mérito legal do lançamento foi submetido ao Judiciário, descabendo sua apreciação no âmbito administrativo, conforme a súmula anteriormente citada. Esclareçase, ainda, que, na interpretação divergente (sustentada pela Interessada), se fosse o caso de não aplicar retroativamente as disposições do art. 109 da Lei n. 11.196, de 2005, ainda assim não deixaria de haver a renúncia às instâncias administrativas. Nessa eventualidade e sendo decidida a não aplicação retroativa da lei, ou a Interessada perderia o interesse processual (com a declaração, no processo, de tal situação) ou a não aplicação retroativa poderia lhe garantir o sucesso na ação. Num e noutro caso, a autoridade fiscal ficaria obrigada a aplicar a decisão judicial ao caso dos autos. Esclareçase que, como é elementar, se a antecipação de tutela for revogada, cassada ou reformada, a suspensão do crédito ficará prejudicada, uma vez que o auto de infração foi lavrado com a suspensão de exigibilidade pelo fato de existir decisão judicial que a determinava. É importante, ademais, esclarecer que o recurso versa sobre toda a matéria submetida ao contraditório. Nesse contexto, a Fiscalização lavrou o auto de infração com exigibilidade suspensa e, em decorrência, sem a aplicação da multa de ofício. A DRJ, por sua vez, não só decidiu o julgamento da impugnação em desfavor da Interessada, como agravou o lançamento, afastando a suspensão da exigibilidade. Nesse contexto, toda matéria decidida pela DRJ submetese também ao recurso da Interessada. Como a questão é de mérito, pois a suspensão da exigibilidade é aplicável ao caso dos autos, cabe decidir sobre a matéria em sede de mérito do recurso e não Fl. 1041DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 16 somente declara a nulidade do acórdão de primeira instância por agravamento da exigência (já que a competência para tal agravamento caberia somente à Fiscalização). Vejase que na hipótese de a Primeira Instância reconhecer a renúncia às instâncias administrativas e ser essa posição mantida pelo Carf, em regra se nega provimento ao recurso voluntário, que pretenderia a alteração da decisão da primeira instância, mantendo se a renúncia e, em consequência, não se analisando as razões do recurso. Entretanto, no caso dos autos ocorre o oposto em relação a tais matérias. Portanto, cabe prover o recurso quanto ao que foi agravado pela Primeira Instância. À vista do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para declarar a de concomitância de processos administrativo e judicial e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, negando provimento em relação às demais matérias preliminares. Quanto ao mérito, voto por não tomar conhecimento do recurso, por estar sujeita a matéria ao Judiciário. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 1042DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002666/2004-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/10/1999
COFINS. DECADÊNCIA.
Existindo pagamentos antecipados, o prazo de decadência da Cofins é de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3302-001.096
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Declarou-se impedido o conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Fez sustentação oral, pela recorrente, o Dr. Rodolfo Tsunetaka Tamanaha, OAB/DF 31795.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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DECADÊNCIA. Existindo pagamentos antecipados, o prazo de decadência da Cofins é de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Declarouse impedido o conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Fez sustentação oral, pela recorrente, o Dr. Rodolfo Tsunetaka Tamanaha, OAB/DF 31795. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 2 2 Relatório Tratase de retorno de diligência aprovada pela Resolução no 330200.005, de 13 de agosto de 2009 (fls. 681 a 683), cujo relatório foi o seguinte: Tratase de recurso voluntário (fls. 366 a 388) apresentado em 29 de abril de 2008 contra o Acórdão nº 1317.006, de 31 de agosto de 2007, da 4ª Turma da DRJ Rio de Janeiro II / RJ (fls. 323 a 333), do qual tomou ciência a Interessada em 31 de março de 2003 e que, relativamente a auto de infração de Cofins dos períodos de fevereiro de 1999 a julho de 2003, considerou procedente o lançamento, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS “Período de apuração: 01/02/1999 a 30/04/1999, 01/06/1999 a 30/06/1999, 01/08/1999 a 31/08/1999, 01/10/1999 a 31/10/1999, 01/02/2000 a 31/03/2000, 01/06/2000 a 30/06/2000, 01/08/2000 a 31/10/2000, 01/01/2001 a 31/03/2001, 01/05/2001 a 31/05/2001, 01/08/2001 a 31/10/2001, 01/12/2001 a 31/05/2002, 01/07/2002 a 31/08/2002, 01/10/2002 a 31/10/2002, 01/12/2002 a 31/01/2003, 01/03/2003 a 31/03/2003, 01/07/2003 a 31/07/2003 “DECADÊNCIA. “O prazo decadencial para a constituição de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins é de 10 (dez) anos, iniciandose no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. “RETENÇÃO POR ÓRGÃO PÚBLICO. COMPENSAÇÃO. FACULDADE LEGAL. FALTA DE COMPROVAÇÃO. “É descabida a modificação do lançamento de ofício em relação à faculdade legal de se proceder à compensação dos valores retidos por órgãos públicos que não foi comprovada pela pessoa jurídica. “COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. “Somente se considera para fins de extinção da obrigação tributária a compensação efetivamente efetuada mediante os lançamentos contábeisfiscais próprios. “MOMENTO DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS. “A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; refirase Fl. 2DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 3 3 a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. “AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DE ESPONTANEIDADE. LANÇAMENTO. CABIMENTO. “As providências adotadas pela contribuinte no curso da ação fiscal, quando a sua espontaneidade encontravase afastada pelo procedimento administrativo, não é oponível ao lançamento por ato de ofício. “JUROS DE MORA. TAXA SELIC. “Procede a cobrança de encargos de juros com base na taxa Selic, porque se encontra amparada em lei, cuja constitucionalidade não pode ser aferida na esfera administrativa. “Lançamento procedente” O auto de infração foi lavrado em 30 de novembro de 2004 e, segundo o termo de fls. 143 a 145, a Interessada apresentou ação judicial (processo n. 1999.61.00.0091300, São Paulo), requerendo antecipação de tutela, contra a Cofins e o PIS exigidos na forma da Lei n. 9.718, de 1998. Em 5 de março de 1999, foi concedida a tutela antecipada, autorizando o recolhimento das contribuições de acordo com a legislação anterior. A PFN apresentou agravo contra a decisão, que somente foi recebido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região com efeito devolutivo. A seguir, a sentença de primeira instância julgou procedente o pedido, tendo a União apresentado recurso de apelação, que, à época da autuação, aguardava julgamento. O auto de infração foi lavrado com multa de 75%. Na impugnação, a Interessada alegou haver ocorrido decadência, à vista da disposição do art. 150, § 4º, do CTN. Ademais, a Fiscalização não teria levado em conta as retenções efetuadas por órgãos públicos e a Interessada teria efetuado compensações nos termos do art. 66 da Lei n. 8.383, de 1991. A Fiscalização também teria deixado de considerar pagamentos efetuados em fevereiro e março de 2003. Por fim, alegou ser inconstitucional e ilegal a utilização da Selic como taxa de juros de mora. A Primeira Instância afastou a decadência, aplicando o art. 45 da Lei n. 8.212, de 1991. Ademais, considerou que os valores retidos por órgãos públicos representariam apenas antecipação dos pagamentos efetuados a partir do mês da retenção, não se referindo necessariamente ao mesmo fato gerador. Como tais Fl. 3DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 4 4 valores não foram incluídos nas planilhas apresentadas pela Interessada à Fiscalização e a “compensação” representaria apenas faculdade, não deveriam ser consideradas no lançamento. Além disso, a Interessada deveria ter demonstrado claramente por documentos contábeis a utilização dos créditos na extinção dos créditos lançados, sem o que haveria “mera possibilidade de compensar”. Em relação à apresentação de documentação, considerou que a Interessada não teria logrado demonstrar a impossibilidade de apresentação de provas no momento da impugnação. Assim, não teria sido demonstrada a anterior compensação “com créditos de Cofins decorrentes de pagamentos feitos, ‘por estimativa’, a maior, nos moldes do art. 66 da Lei n. 8.383/91 [...]”. Enfatizou que a Interessada estaria requerendo a compensação, além das informadas em DCTF e efetuadas pela Fiscalização. No tocante aos pagamentos que não teriam sido efetuados, considerou a Primeira Instância que teriam sido efetuados em atraso e de forma não espontânea, razão pela qual não poderiam ser opostos ao lançamento. Afastou, por fim, a possibilidade de analisar a ilegalidade e inconstitucionalidade da Selic. No recurso, a Interessada repisou os argumentos apresentados na impugnação, destacando que a não consideração dos valores retidos por órgãos públicos representaria violação do princípio da verdade material. Segundo a Interessada, os valores retidos deveriam ser considerados no ajuste anual. Acrescentou que a Fiscalização informou no auto de infração haver efetuado “cruzamento” com dados constantes dos sistemas da Receita Federal e que, assim, não teria aprofundado suficientemente “as investigações necessárias para averiguar o motivo das supostas diferenças” apuradas. Contestou a conclusão do acórdão de Primeira Instância de que os valores indicados nas planilhas apresentadas durante a ação fiscal seriam definitivos e citou ementa de acórdãos administrativos segundo os quais caberia à Fiscalização a prova de omissão de receitas e das presunções legais. Contestou a impossibilidade de posterior apresentação de documentação, alegando que até o desfecho do processo seria possível apresentar provas. Quanto às compensações, alegou que, embora o ônus da prova fosse da Fiscalização, teria demonstrado na impugnação o direito de crédito e as compensações efetuadas. Por fim, atacou novamente a Selic. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 5 5 O teor da diligência solicitada foi o seguinte: Em relação às compensações e às retenções alegadas, não foram esclarecidos suficientemente alguns fatos, razão pela qual o processo deve ser baixado em diligência, para verificar o seguinte: 1) Apurar o montante das retenções e de suas exclusões a partir do mês da retenção e verificar se os valores não foram utilizados posteriormente pela interessada; 2) Verificar se o contribuinte efetuou, na escrituração, as compensações do art. 66 da Lei n. 8.383, de 1991; 3) Em relação à multa de ofício, a fiscalização iniciouse em 27 de setembro de 2002 e a ação judicial foi proposta em 1999. Esclarecer se o lançamento referese apenas às diferenças que seriam exigíveis ou se todo o valor lançado não estava com a exigibilidade suspensa e se foi lavrado auto de infração em relação à parte suspensa. A Fiscalização poderá intimar a Interessada para prestar esclarecimentos e deverá, ao final, lavrar relatório conclusivo, do qual será cientificada a Interessada, para apresentar resposta no prazo de trinta dias. A diligência iniciouse na fl. 693, tendo a Interessada apresentado a resposta de fls. 694 e 695, em que esclarece adesão ao parcelamento da Lei no 11.941, de 2009: Diante disso, a Requerente houve por bem aderir ao parcelamento instituído pela Lei no 11.941/2009, conforme se verifica dos respectivos comprovantes, obtidos a partir do sitio eletrônico deste órgão, nele incluindo parte do crédito tributário objeto do presente processo. Observese, ademais, que desde então a Requerente vem quitando regularmente as parcelas provisórias. Assim, e para que dúvidas não pairem acerca do cumprimento de todos os requisitos impostos para a fruição do beneficio, requerse, nos termos do art. 13 da Portaria PGFN/RFB no 006/2009, a juntada do Anexo I, por meio do qual desiste parcialmente do recurso voluntário interposto nos autos do presente processo administrativo; renunciando às alegações de direito sobre as quais se funda a discussão relativa à parte dos créditos tributários incluídos no parcelamento. Requerse, assim, seja homologado seu pedido de parcelamento, reconhecendose a suspensão da exigibilidade do presente crédito tributário, conforme disposto no art. 151, III e VI, do Código Tributário Nacional, sendo ao final extinto o processo e arquivados os respectivos autos. O pedido de parcelamento envolveu os débitos a partir de fevereiro de 2000 (fl. 706), restando em litígio os períodos de fevereiro a outubro de 1999. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 6 6 Ademais, na fl. 708, requereu prazo adicional para juntar os comprovantes de retenções por órgãos públicos e esclarecer as compensações efetuadas. Nas fls. 711 e 712, apresentou resposta, dando conta da juntada dos documentos de fls. 716 e seguintes (relatório de retenções, informes de rendimentos, cópias do Razão e tabelas das compensações). Das fls. 934 e seguintes, constaram novas intimações e novos documentos apresentados pela Interessada. Finalmente, a Fiscalização lavrou o relatório de fls. 1038 a 1042, dando conta, depois de longa análise, de que “Tendo em vista que as informações prestadas basearamse apenas em livros contábeis, sem respaldo em documentos, tendo o próprio contribuinte declarado às fls 962 que não ‘logrou êxito na obtenção de documentação que comprove toda a retenção por ela sofrida e devidamente registrada em sua escrituração contábil’, esta fiscalização não pode atestar a veracidade dos fatos razão pela qual manifestase pela desconsideração dos valores referente às retenções por Órgãos Públicos, considerando apenas a compensação dos valores pagos a maior, conforme nova planilha elaborada por esta fiscalização, denominada Demonstrativo de Recolhimento e Compensações de COFINS pela Lei n° 8.383/91 em anexo, apresentando na coluna ‘Diferença’ os valores a serem mantidos no Auto de Infração.” Segundo a Fiscalização, em relação às retenções relativas ao período em litígio, “A COFINS Retida pelos Órgãos Públicos referentes aos meses de janeiro a outubro de 1999, foram recolhidas pelo contribuinte, já excluindo esses valores, conforme os recolhimentos confirmados pelo sistema SINAL 08 de fls. 1029 a 1036.” Quanto às compensações, “Foi verificado que o contribuinte efetuou as compensações estabelecidas pelo art. 66 da Lei 8.383, de 1991(nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, a compensação somente poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie), conforme o Quadro apresentado pelo contribuinte de fls. 981.” Quanto à multa, informou que o auto de infração de que trata o presente processo referese à parcela não abrangida por suspensão de exigibilidade. Ao final, apresentou a tabela de fl. 1043, donde constam os saldos restantes após sua efetuação. A Interessada apresentou a resposta de fls. 1048 a 1053, contestando o relatório, uma vez que, “Conforme exposto anteriormente, a D. Fiscalização entendeu por bem desconsiderar os valores relativos às retenções por órgãos públicos sob o argumento de que as informações prestadas terseiam baseado apenas nos livros contábeis, sem respaldo em documentos”, mas todos os documentos teriam sido juntados. Ademais, segundo acórdão que citou e com base no art. 276 do RIR/99, alegou que “a escrita contábil faz sim prova em favor do contribuinte, cabendo à fiscalização produzir provas em sentido contrário.” A seguir, alegou que “todo o crédito tributário da COFINS que continua em litígio (fevereiro a outubro de 1999) já está decaído”, à vista da aplicação do art. 150, § 4º, do CTN. É o relatório. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 7 7 Voto Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento. Conforme esclarecido no relatório, somente fazem parte do litígio os períodos de fevereiro a outubro de 1999. O auto de infração foi lavrado em 30 de novembro de 2004 e foram apuradas divergências entre os valores recolhidos e os devidos, conforme descrito na fl. 145. Como se trata de diferenças apuradas entre os valores apurados e os recolhidos, a regra de decadência a ser aplicada é a do art. 150, § 4º, do CTN, à vista da inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n. 8.212, de 1991, declarada pelo Supremo Tribunal Federal e objeto da Súmula Vinculante n. 8: Súmula Vinculante nº 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. A respeito da matéria, o Superior Tribunal de Justiça pacificou seu entendimento, como demonstra a ementa abaixo reproduzida (REsp 512840 / SP; Relatora: Ministra Eliana Calmon; DJ 23.05.2005 p. 194): TRIBUTÁRIO DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO (ART. 150 § 4º E 173 DO CTN). 1. Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado, contase o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CNT). 2. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. 3. Em normais circunstâncias, não se conjugam os dispositivos legais. 4. Precedentes das Turmas de Direito Público e da Primeira Seção. 5. Recurso especial provido. Portanto, tendo sido o auto de infração lavrado em novembro de 2004, restaram decaídos os períodos até outubro de 1999, o que corresponde à totalidade dos períodos submetidos ao recurso. À vista do exposto, voto por dar provimento ao recurso. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 8 8 (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 8DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO
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Numero do processo: 10735.002039/2005-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL COFINS
Período de apuração: 01/11/1999 a 31/12/2002
Ementa:
PAGAMENTOS EFETUADOS A TÍTULO DE SIMPLES. ERRO DE
FATO. ÔNUS DA PROVA.
Se o contribuinte efetua seus recolhimentos indicando código de Receita do
SIMPLES, ao alegar que não estava submetido à tal sistemática, deve
comprovar que houve o alegado erro de fato. Não havendo documentação
suficiente nos autos, e não tendo juntado qualquer documento adicional, suas
alegações não podem prosperar.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-000.975
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/1999 a 31/12/2002 Ementa: PAGAMENTOS EFETUADOS A TÍTULO DE SIMPLES. ERRO DE FATO. ÔNUS DA PROVA. Se o contribuinte efetua seus recolhimentos indicando código de Receita do SIMPLES, ao alegar que não estava submetido à tal sistemática, deve comprovar que houve o alegado erro de fato. Não havendo documentação suficiente nos autos, e não tendo juntado qualquer documento adicional, suas alegações não podem prosperar. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora. Fl. 251DF CARF MF Emitido em 08/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 07/1 2/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 2 EDITADO EM: 02/12/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Alan Fialho Gandra, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratase de Auto de Infração (fls. 168/179) constituindo crédito tributário de COFINS, derivado de falta de recolhimento da contribuição sobre valores escriturados em seu Livro Caixa, porém, não declarados em suas DCTF’s, o que foi verificado pela Fiscalização e apontado no Termo de Verificação Fiscal (fls. 164/167). As divergências lançadas referemse ao período de novembro de 1999 a dezembro de 2002, e ao principal foram incluídos juros de mora e multa de oficio no percentual de 75%, totalizando R$ 36.797,45. Irresignada com a autuação promovida a Recorrente apresentou sua Impugnação (fls. 187/193), alegando em síntese que (i) os recolhimentos por ela promovidos nos anoscalendário de 2000 e 2001, sob o código 6106 — SIMPLES e, no período de 2002 e 2003, sob o código 2172 — COFINSFaturamento, não foram considerados, quando da apuração dos valores indevidos, objeto do Auto de Infração; e que (ii) constatada a existência de recolhimentos para o período autuado não poderia ter sido aplicada a multa de 75%, mas apenas a de 20%, já que aquela teria caráter confiscatório e só seria aplicada em casos de fraude, o que, todavia, não ocorreu. A DRJ, ao analisar a defesa apresentada (fls. 219/226), constatou que de fato não haviam sido considerados os pagamentos efetuados pela Recorrente, quando da constituição do crédito tributário. Desta feita, julgou parcialmente procedente a Impugnação apresentada, determinando a exclusão dos valores recolhidos a título de COFINS (proporcionalizando as quantias, em relação aos pagamentos efetuados na égide do SIMPLES), da quantia total objeto do lançamento. Assim, foi reduzido de R$ 15.277,26 para R$ 3.854,84 o valor de principal. No que se refere à multa questionada, manteve sua aplicação, por estar adstrita ao comando legal contido no artigo 44, I da Lei nº 9.430/96, esclarecendo que não se tratava de atraso no pagamento que pudesse ensejar apenas a aplicação da penalidade de 20%, mas sim caso de falta de pagamento. Houve o cancelamento da multa proporcionalmente ao valor cujo pagamento foi reconhecido no acórdão, reduzindoa de R$ 11.457,80 para R$ 2.891,13. Diante da decisão proferida a Recorrente apresentou seu Recurso Voluntário (fls. 237/241) alegando que não houve diligência suficiente da fiscalização e da DRJ, especialmente em relação a pagamentos efetuados no âmbito do SIMPLES – rechaçando a proporcionalização do valor – pois a empresa jamais teria sido optante do referido sistema. Alega, ainda, que caberia ao Fisco promover esta verificação. Vieramme, então, os autos para decidir. Fl. 252DF CARF MF Emitido em 08/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 07/1 2/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10735.002039/200543 Acórdão n.º 330200.975 S3C3T2 Fl. 252 3 É o relatório. Voto Conselheira FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. A matéria objeto do presente restringese à adequação dos valores do Auto de Infração, realizada pela DRJ, ao constatar que pagamentos de COFINS efetuados pela Recorrente não haviam sido considerados no cômputo dos valores objeto do lançamento. Diante de tal constatação a DRJ promoveu a exclusão dos valores pagos, no valor cobrado no Auto de Infração. Ocorre que, parte destes valores foram pagos sob o código de receita do SIMPLES, o que ocasionou o aproveitamento apenas da parcela dos pagamentos que se referia à COFINS – na medida em que se trata de sistema de pagamento que contempla (em percentuais e proporções reduzidas) o recolhimento de diversos tributos. Todavia, segundo as alegações da Recorrente, ela jamais fora optante do SIMPLES, razão pela qual tal proporcionalização no aproveitamento dos pagamentos seria equivocada. Porém, apesar de apresentar tais alegações em seu Recurso Voluntário a Recorrente não fez qualquer prova a respeito, limitandose a afirmar que caberia ao Fisco promover tais verificações. Ocorre que, conforme se constata da análise dos documentos trazidos pela autoridade fiscal (fls. 200/201 e 218) os pagamentos foram realizados, pela Recorrente, sob o código utilizado para pagamentos no SIMPLES. A própria Recorrente, em sua Impugnação, alerta para os pagamentos efetuados, citando expressamente que foram efetuados sob o código 6106 – SIMPLES. Neste momento, contudo, não fez qualquer afirmação no sentido de que teria ocorrido um eventual erro de fato no pagamento dos DARF’s, pois não seria optante do Regime. A Fiscalização, por sua vez, referese no Termo de Verificação Fiscal (fls. 164/167) que a Recorrente foi excluída do SIMPLES em 1999, e contra tal assertiva a Recorrente também não fez qualquer comentário em sua Impugnação, tampouco comprovou de qualquer forma que jamais teria sido optante do regime. Por outro lado, intimada a apresentar suas DCTF’s retificadoras a Recorrente não o fez alegando que havia perdido todos seus registros contábeis, acusando em sua defesa o antigo contador da empresa de ter desaparecido “com a totalidade dos documentos contábeis, recolhendo indevidamente os tributos, empregando códigos diversos e variados, totalmente contrário com as entregas de suas declarações anuais”. Se assim foi, como poderiam ter certeza de que a empresa não era optante do SIMPLES? Ademais, verificase que os Livros Caixa e as Notas Fiscais do período foram apresentadas à Fiscalização – tanto que fundamentaram a divergência entre valores pagos e valores declarados que ensejaram o lançamento – e constam dos autos. Fl. 253DF CARF MF Emitido em 08/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 07/1 2/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 4 Fato é que, na ocorrência de eventual erro de fato, por parte do Contribuinte, cabe a ele comprovar o erro. Se equivocouse no preenchimento de Declarações e/ou guias de recolhimento, não cabe ao Fisco investigar para saber se o contribuinte agiu equivocadamente. Ao contrário, cabe ao contribuinte informar ao fisco sobre seu erro e corrigilo, apresentando documentação hábil e suficiente a comprovar a ocorrência do erro. Só desta maneira é possível reconhecer a existência do erro de fato e corrigilo, ainda no curso do processo administrativo. Considerando que a Recorrente não procedeu desta forma, e não obstante tenha alegado que jamais foi optante do SIMPLES, as evidências constantes dos autos apontam para conclusão contrária. Sendo assim, entendo que não merecem prosperar as alegações do Recorrente, devendo ser mantida a decisão proferida pela DRJ. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos expostos. É como voto. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora Fl. 254DF CARF MF Emitido em 08/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 07/1 2/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/12/2011 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Numero do processo: 16349.000410/2009-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed May 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007
MATÉRIA CONSTITUCIONAL. APRECIAÇÃO IMPOSSIBILIDADE.
Descabe ao Carf manifestarse,
originalmente, em relação à matéria
constitucional, como pressuposto a afastar a aplicação da lei.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL COFINS
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007
INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA E TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA.
PRODUTOS.
A tributação monofásica é específica e distinta da incidência não cumulativa,
que é geral, não havendo que se falar em créditos para a segunda decorrentes
de entradas sujeitas à primeira.
ALÍQUOTA ZERO E OUTRAS HIPÓTESES DESONERATIVAS.
MANUTENÇÃO DE CRÉDITO. LEI No 11.033, DE 2004.
A manutenção de créditos, que não se confunde com exclusões da base de
cálculo, prevista na Lei no 11.033, de 2004, referese
às hipóteses
desonerativas criadas pela própria Lei e não alteram o regime de tributação
monofásico previsto em legislação anterior.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-000.949
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros
Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto apresentaram declaração de voto. Fez
sustentação oral em abril de 2011, pela recorrente, o Dr. Rodrigo da Rocha Costa, OAB/SP no
203.988. Esteve presente ao julgamento em maio de 2011 o Dr. Rodrigo da Rocha Costa,
OAB/SP no 203988.
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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ementa_s : ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 MATÉRIA CONSTITUCIONAL. APRECIAÇÃO IMPOSSIBILIDADE. Descabe ao Carf manifestarse, originalmente, em relação à matéria constitucional, como pressuposto a afastar a aplicação da lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA E TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. PRODUTOS. A tributação monofásica é específica e distinta da incidência não cumulativa, que é geral, não havendo que se falar em créditos para a segunda decorrentes de entradas sujeitas à primeira. ALÍQUOTA ZERO E OUTRAS HIPÓTESES DESONERATIVAS. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO. LEI No 11.033, DE 2004. A manutenção de créditos, que não se confunde com exclusões da base de cálculo, prevista na Lei no 11.033, de 2004, referese às hipóteses desonerativas criadas pela própria Lei e não alteram o regime de tributação monofásico previsto em legislação anterior. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 MATÉRIA CONSTITUCIONAL. APRECIAÇÃO IMPOSSIBILIDADE. Descabe ao Carf manifestarse, originalmente, em relação à matéria constitucional, como pressuposto a afastar a aplicação da lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA E TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. PRODUTOS. A tributação monofásica é específica e distinta da incidência não cumulativa, que é geral, não havendo que se falar em créditos para a segunda decorrentes de entradas sujeitas à primeira. ALÍQUOTA ZERO E OUTRAS HIPÓTESES DESONERATIVAS. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO. LEI No 11.033, DE 2004. A manutenção de créditos, que não se confunde com exclusões da base de cálculo, prevista na Lei no 11.033, de 2004, referese às hipóteses desonerativas criadas pela própria Lei e não alteram o regime de tributação monofásico previsto em legislação anterior. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Os conselheiros Fl. 123DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO 2 Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto apresentaram declaração de voto. Fez sustentação oral em abril de 2011, pela recorrente, o Dr. Rodrigo da Rocha Costa, OAB/SP no 203.988. Esteve presente ao julgamento em maio de 2011 o Dr. Rodrigo da Rocha Costa, OAB/SP no 203988. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Alan Fialho Gandra, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 57 a 77) apresentado em 26 de março de 20100 contra o Acórdão no 1624.068, de 26 de janeiro de 2010, da 6ª Turma da DRJ / SP1 (fls. 45 a 55), cientificado em 02 de março de 2010, que, relativamente a Declaração de Compensação sobre créditos de Cofins do primeiro trimestre de 2007, considerou improcedente a manifestação de inconformidade da Interessada, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS. PEDIDO ELETRÔNICO DE RESSARCIMENTO. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS MONOFÁSICOS PARA REVENDA. INEXISTÊNCIA DE DIREITO A CRÉDITO. A aquisição de produtos monofásicos para revenda constitui exceção à regra geral da não cumulatividade, não gerando créditos por força da vedação contida no art. 3 , I, da lei nº 10.833/2003. Em razão disso, não se aplica a esses produtos — notadamente aos veículos automotores e autopeças comercializados pela recorrente — o art. 17 da lei nº 11.033/2004. DESPACHO DECISÓRIO. PRELIMINAR DE NULIDADE. DESCABIMENTO. Somente se reputa nulo o despacho decisório nas hipóteses previstas no art. 59, II, do Decreto nº 70.235/72. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. Não Fl. 124DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 16349.000410/200904 Acórdão n.º 330200.949 S3C3T2 Fl. 0 3 compete ao julgador da esfera administrativa a análise de questões que versem sobre a constitucionalidade de norma legal regularmente editada. ANTINOMIA JURÍDICA. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE SOBRE O CRITÉRIO CRONOLÓGICO. Segundo a regra de interpretação contida no brocardo latino lex posterior generalis non derogat legi priori speciali, o princípio da especialidade sempre prevalece sobre o critério cronológico. Manifestação de Inconformidade Improcedente A Primeira Instância assim resumiu o litígio: 4. O processo em exame versa sobre pedido eletrônico de ressarcimento formulado nas fls. 1/2, relativo a supostos créditos de Cofins apurados no 1o trimestre de 2007. 5. Em despacho decisório de 26/05/2009 (fls. 6/8), a Divisão de Orientação e Análise Tributária (DIORT) da DERAT/SPO indeferiu o pleito, o que levou a recorrente a apresentar a manifestação de inconformidade anexa às fls. 13/33, cujo teor resumo a seguir. 5.1) Observa inicialmente que, com o advento da lei nº 10.485/2002, a receita proveniente da venda de veículos automotores passou a sujeitarse à incidência monofásica do Pis e da Cofins, recaindo sobre o montador ou importador a responsabilidade pelo recolhimento dessas contribuições. 5.2) Afirma que a lei nº 10.865/2004, ao alterar a lei nº 10.485/2002 — com reflexos nas leis nº 10.637/2002 (Pis) e nº 10.833/2003 (Cofins) — se por um lado reduziu a zero a alíquota de ambas as contribuições relativamente às receitas auferidas pelas concessionárias com a comercialização dos produtos sujeitos ao regime monofásico, por outro lado vetou o aproveitamento dos créditos correspondentes a essas operações. 5.3) Depreende daí que as alterações introduzidas pelas leis nº 10.485/2002 e nº 10.865/2004, a par de criar “exação muito superior ao usual” e vetar a não cumulatividade (regime a que faz jus), criaram “carga tributária além da capacidade contributiva do recorrente, em verdadeiro confisco tributário, exigência portanto inconstitucional”(fl. 16). 5.4) Ressalta que, procurando corrigir a distorção, o art. 17 da lei nº 11.033/2004, oriunda da MP nº 206/2004, autorizou de forma expressa o aproveitamento dos créditos vinculados a operações comerciais de venda realizadas com alíquota zero. 5.5) Alega que a Fazenda Pública, ao indeferir o pedido de ressarcimento, negou vigência ao referido dispositivo legal, “que alterou a Legislação atinente a espécie, negando coercitivamente o DIREITO do recorrente de utilizar seus créditos vinculados a suas vendas com alíquota ‘ZERO’, razão Fl. 125DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO 4 do inconformismo que traz o recorrente a esta Delegacia de Julgamento” (fl. 17). 5.6) Passando a discorrer sobre o princípio da não cumulatividade, reafirma que o entendimento da DIORT a impede de exercer “DIREITO LÍQUIDO E CERTO de creditar se dos valores recolhidos nas fases anteriores, sob pena de ver se autuado e cobrado judicialmente” (fl. 20). 5.7) Invocando o art. 195 da Constituição Federal e alegando que o sistema monofásico de tributação teria instituído novo imposto sem amparo legal, assevera que a lei nº 10.865/2004, embora determine que a recorrente promova os fatos geradores relativos ao Pis e à Cofins, não lhe permite aproveitar os créditos advindos dos produtos a serem vendidos com alíquota zero. Acrescenta que tal vedação — sobre ser ilegal e inconstitucional — constitui grave ofensa aos ditames da lei nº 11.033/2004. 5.8) Afirmando que a exclusão das operações de venda com alíquota zero do regime não cumulativo implica tributação excessiva ou confisco e que o art. 17 da lei nº 11.033/2004 teria por objetivo precisamente afastar a ilegalidade e a inconstitucionalidade ínsitas a essa sistemática, declara que o indeferimento do pedido de ressarcimento representa “flagrante afronta ao princípio da capacidade contributiva, da isonomia, da estrita legalidade e o desrespeito a vinculação dos atos públicos” (fl. 29). 5.9) Assinala ainda que, em face da recusa do recorrido em atender à determinação legal, não lhe restou alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário para que este determine que a Delegacia de Arrecadação de São Paulo respeite a lei, vale dizer, o art. 17 da lei nº 11.033/2004, reconhecendolhe o direito líquido e certo ao crédito vinculado. 5.10) Discorrendo ligeiramente acerca dos princípios da capacidade contributiva, da isonomia e da legalidade, afirma ser “ilegal e nula a exigência” (fl. 31), uma vez que a autoridade administrativa age em desacordo com a lei, que permite à recorrente aproveitar integralmente seu crédito vinculado, inclusive os créditos vinculados a vendas com alíquota zero. 5.11) Acrescenta que, ao afirmar que o pedido da requerente, fundado no art. 17 da lei nº 11.033/2004, não se aplica, excepcionalmente, à revenda de veículos e peças, o chefe da DIORT pretende “fazer legislação anterior modificar a posterior em absoluto descompasso com a Lei natural”(fl. 32). 5.12) Rematando o arrazoado, requer que este órgão julgador lhe assegure o direito de apurar os débitos de Pis e Cofins vincendos mercê do aproveitamento dos créditos vinculados à compra de veículos “zero”, peças e acessórios, nos moldes do art. 17 da lei nº 11.033/2004, bem como a autorize, para determinar tais créditos, a aplicar as alíquotas de 1,65% para o Pis e 7,60% para a Cofins, segundo prevêem respectivamente as leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003. Requer, em suma, a reforma do despacho decisório impugnado, bem como o Fl. 126DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 16349.000410/200904 Acórdão n.º 330200.949 S3C3T2 Fl. 0 5 ressarcimento “dos valores relativos ao crédito vinculado de PIS e COFINS nos termos do art. 17 da Lei 11.033” (fl. 33). No recurso, a Interessada alegou que “vedação ao aproveitamento do crédito vinculado ao faturamento relativo aos bens vendidos com alíquota zero fere a o art. 17 da Lei 11.033/2004 além do principio da igualdade tributária.” Após esclarecer que, “Anteriormente já havia previsão legal, Lei 10.485/2002, que determinava que a exigências, relativas ao PIS e a Cofins, fossem recolhidas por expressa responsabilidade do montador ou importador, ao que se denominou recolhimento por substituição tributária, monofásico, no entendimento do Fisco”, acrescentou que, “Com a transformação das exações, razão do inconformismo, em tributos não cumulativos, a Lei 10.865/04, inovou, determinando que o recorrente (concessionário de veículos) promovesse o fato gerador das contribuições, contudo, determinou que o PIS e a Cofins fossem tributados a alíquota ‘0’, uma vez recolhidos, em porcentagem superior a usual, pelo importador ou montador.” De acordo com a Interessada, “[...] hodiernamente, de forma geral, a exigência quanto ao recolhimento das exações ao PIS e a COFINS é calculada pelo resultado dos custos e despesas subtraídos da receita a que deu origem [...]”. Na sequência, aborda a questão principal do litígio, esclarecendo o seguinte: Ocorre que a mesma Lei 10.865/04, alterou a Lei 10.485/02 com reflexo nas Leis 10.637/02 e 10.833/03, determinando a alíquota zero para a venda de carros zero e vetando o aproveitamento do crédito vinculado, o que leva ao recorrente sofrer tratamento desigual. Tal tratamento desigual ocorreria, no entendimento da Recorrente, pelo fato de não poder utilizar o crédito em relação ao que dispôs as Leis nos 10.865, de 2004, e 10.485, de 2002, que “vetou a não cumulatividade, ainda que determinando o calculo da alíquota do PIS e da COFINS em ‘zero’ criando carga tributária além da capacidade contributiva do recorrente, em verdadeiro confisco tributário, exigência portanto inconstitucional.” Entretanto, segundo a Interessada, somente a partir de agosto de 2004, com a Medida Provisória no 206, foi autorizado o aproveitamento dos créditos vinculados a operações de alíquota zero. A seguir, analisou o princípio da não cumulatividade, citando doutrina e jurisprudência, que lhe daria o direito de “de somar todas os custos e despesas, quaisquer que seja[m], desde que vinculados ao seu faturamento, e diminuir de seu faturamento ou receita, o resultado apurado é a base de cálculo dessas exações incluindo nos valores agregados como despesas vinculadas ao faturamento, aquelas relativas às vendas com alíquota ‘zero’, assim determina a Lei [no 11.033, de 2004]”. Defendeu a tese de que a tributação monofásica seria uma substituição tributária disfarçada e que, continuando a ser tributada sobre o faturamento por determinação constitucional “e ainda em parte pelo valor de venda do veículo ao concessionário”, haveria a “inegável instituição de novo imposto, sem amparo legal.” Analisou, então, a legislação e reafirmou que o entendimento da primeira instância afrontaria vários princípios constitucionais. Fl. 127DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO 6 É o relatório. Voto Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento. A Interessada não repetiu no recurso as alegações sobre nulidade do despacho decisório, cabendo, portanto, apenas a análise do mérito da matéria. Pretende excluir da base de cálculo da contribuição não cumulativa os custos decorrentes de aquisição de produtos sujeitos à alíquota zero em face de sujeitaremse ao regime monofásico. Primeiramente, há que se esclarecer que a não cumulatividade não é uma regra geral constitucional. A simples consulta ao texto constitucional e suas alterações permite concluir que a não cumulatividade aplicarseia irrestritamente apenas aos tributos criados na competência residual da União (art. 154, I). Em relação aos tributos originalmente previstos na Constituição, apenas o ICMS e o IPI eram sujeitos à não cumulatividade, que, segundo José Souto Maior Borges, seria uma “simples regra” e não um princípio como pretendido pela maioria da doutrina (Teoria Geral da Isenção Tributária. 3ª ed. São Paulo: Editora Malheiro, 2001, ps. 3412). Portanto, a regra (ou, se se preferir, o princípio) constitucional da não cumulatividade simplesmente não se aplicava às contribuições sociais no texto original da Constituição. Com a Emenda Constitucional no 47, de 2005, a Constituição passou a prever, no art. 195, § 9º, a possibilidade de diferenciação de alíquota e base de cálculo. Entretanto, à vista de matéria constitucional, o Carf não pode deixar de afastar a aplicação de lei, conforme sua Súmula no 2 (Portaria Carf no 106, de 2009): Súmula Carf nº 2: O Carf não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ademais, tal impossibilidade é reforçada pelas disposições do art. 62 do seu Regimento Interno (Portaria MF no 256, de 2009). Dessa forma, somente é possível, em sede do presente recurso voluntário, apreciar as alegações da Interessada em relação ao que determina a lei, uma vez que sua aplicação não pode ser afastada. Entretanto, antes cabe esclarecer que, em alguns pontos, as alegações da Interessada são contraditórias, como nos exemplos a seguir. 1. Violação à não cumulatividade Fl. 128DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 16349.000410/200904 Acórdão n.º 330200.949 S3C3T2 Fl. 0 7 Parte dos produtos vendidos pela Interessada sujeitase ao regime monofásico, que, pelas próprias disposições legais, como se verá adiante, é um regime distinto do não cumulativo. Dessa forma, tratandose de um regime diverso, paralelo e específico de incidência da contribuição, não há como haver violação de regra aplicável a outro regime. 2. Violação ao princípio da isonomia Isonomia implica tratamento igual aos que estejam em igual situação. Portanto, não faz sentido argumentar violação à isonomia se a regra é aplicável não só à Recorrente como a todos os contribuintes que se encontram na mesma situação. 3. Violação à capacidade contributiva No caso em questão, não é possível violação à capacidade contributiva, uma vez que os produtos vendidos sujeitos à alíquota zero já foram tributados pelo regime monofásico anteriormente. Dessa forma, o valor da contribuição devida pela Recorrente, em relação a tais produtos, é zero. O que a Interessada pretende é, na realidade, ao incluir na dedução da base de cálculo da contribuição devida em relação aos demais produtos, reduzir a base de cálculo destes últimos, cuja contribuição devida nada tem a ver com daqueles. 4. Sugestão de bitributação Em suas alegações, a Interessada sugere aparentemente que estaria sujeita a duas tributações. De fato, está, mas, além de os produtos sujeitos à incidência monofásica não estarem sujeitos à incidência não cumulativa (inexiste bitributação), tais produtos sujeitamse à alíquota zero. De fato, para concluir que a forma de tributação por incidência monofásica seria tão injusta a ponto de exigir deduções das bases de cálculo do revendor, seria preciso demonstrar que o resultado dessa tributação, no geral, seria injustificadamente maior do que a dos demais produtos sujeitos à não cumulatividade, o que sequer foi abordado adequadamente pela Interessada. Feitas as observações acima, passase à análise da legislação. Conforme bem observado pela primeira instância, as leis que instituíram as contribuições não cumulativas previram expressamente que suas disposições não se aplicariam às receitas “decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero” e ainda aos casos de substituição tributária. Vale dizer, o regime de não cumulatividade é geral, enquanto que o regime de tributação concentrada ou monofásico é específico e apurado paralelamente àquele. O que se discute, a seguir, é a aplicação do art. 17 da Lei no 11.033, de 2004, ao caso dos autos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota ‘0’ (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Tal dispositivo deve ser lido atentamente. Fl. 129DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO 8 Em primeiro lugar, por que não é uma disposição legal generalista como pretende a Interessada. Vale dizer, não se aplica à toda a legislação de PIS/Pasep e Cofins, por dizer respeito somente às hipóteses previstas na própria lei, que trata do “Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária”. Nesse contexto, a própria lei prevê a incidência de “suspensão”, “isenção”, “não incidência” e especificamente de alíquota zero no art. 14, § 2º. Por isso, no art. 17, prevê a manutenção de créditos. Aí reside a segunda atenção que se deve ter ao ler o dispositivo, uma vez que, especificamente, prevê a “manutenção” dos créditos vinculados às vendas de produtos de alíquota zero. Vale dizer, não trata de exclusões de base de cálculo, mas de créditos que tenham sido escriturados e que, em função da incidência de alíquota zero e das demais hipóteses previstas na própria lei, poderiam ser objeto de uma eventual interpretação restritiva, como a que ocorre no IPI, quanto a seu aproveitamento. Então, a própria lei já previu, para que não houvesse dúvidas sobre a matéria, que a incidência das hipóteses desonerativas não implicaria glosa de créditos. Portanto, as alegações da Interessada fundamse em equívocos de interpretação da legislação, uma vez que as duas modalidades de apuração da contribuição coexistem mas não se comunicam. Por fim, observese que as referências posteriores da legislação ao referido dispositivo legal não têm o condão de estender sua abrangência. Na realidade, limitamse a regular o crédito do “Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária”, conforme esclarecido acima. À vista do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Declaração de Voto Conselheiro Gileno Gurjão Barreto Da atual possibilidade de tomada de créditos – Lei nº 11.727/08 Primeiramente, cabe relembrar que foi com o advento das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 (conversões das MP’s nº 66/02 e nº 135/03) que as contribuições para o PIS/PASEP e COFINS passaram a ter como regime geral o sistema de nãocumulatividade, entretanto, esse dispositivo foi além da aplicação desse regime e também admitiu o direito de Fl. 130DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 16349.000410/200904 Acórdão n.º 330200.949 S3C3T2 Fl. 0 9 descontar créditos calculados a partir das etapas anteriores de bens adquiridos para revenda, a saber, independentemente do sujeito detentor do crédito: “Art. 3º. Do valor apurado na forma do art. 2º, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em ralação a: I – bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: a) – nos incisos III e IV do § 3º do art. 1º desta Lei (...) (...)§ 2º Não dará direito a crédito o valor: I de mãodeobra paga a pessoa física; e II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. (Redação do § 2º dada pela Lei nº 10.865/04)(...) (...) § 7º Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitarse à incidência nãocumulativa da COFINS, em relação apenas à parte de suas receitas, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas. § 8º Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal, no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas no § 7º e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de: I apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou II rateio proporcional, aplicandose aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não cumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês. § 9º O método eleito pela pessoa jurídica para determinação do crédito, na forma do § 8º, será aplicado consistentemente por todo o ano calendário e, igualmente, adotado na apuração do crédito relativo à contribuição para o PIS/PASEP nãocumulativa, observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal.(...)” “Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos art. 1 a 8. VII – as receitas decorrentes das operações: Fl. 131DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO 10 a) referidas no inciso IV do § 3 do art. 1. b) sujeitas à substituição tributária da COFINS”. Tais dispositivos legais vedavam, entretanto, a tomada de crédito de PIS e COFINS pelas pessoas jurídicas revendedoras, nas operações de revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição fosse exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária e também em relação à venda de álcool para fins carburantes. No entanto, essa situação perdurou até a edição da Lei nº 10.865/04 que alterou consideravelmente as Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03. Aquela lei, dentre outras alterações, ampliou o regime não cumulativo para que esse alcançasse também as receitas sujeitas à incidência monofásica do PIS e da COFINS, manteve as alíquotas diferenciadas dispersas na legislação do PIS/COFINS, inseriu as alíneas a e b nos incisos I dos arts. 3º das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03 e por fim, alterou os parágrafos 2º dos arts. 3º das mencionadas leis, no sentido de indicar a impossibilidade da tomada de crédito relativamente a bens e serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. Posteriormente, em 2004 ainda, foi adicionado à MP nº 206/04, posteriormente convertida na Lei nº 11.033, o art. 16 (quando da conversão passou a ser o art. 17) que tratava sobre a manutenção de créditos nas vendas efetuadas com isenção, alíquota zero, suspensão e nãoincidência do PIS e COFINS. Esse dispositivo veio assim redigido: “Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.(...)” Importantíssimo ressaltar que a partir desse momento, duas normas aparentemente contraditórias passaram a vigorar no ordenamento jurídico relativo às contribuições mencionadas. Porém, por regra geral de hermenêutica, norma específica sobrepõese à norma geral, e assim esses dispositivos deverão ser interpretados a partir da inserção do fato concreto à norma, dentro de suas especificidades. O dispositivo retro estendeu o alcance do direito de manutenção de crédito de PIS e COFINS, alcançando o vendedor, atacadista ou até mesmo varejista, que viesse a efetuar vendas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e da COFINS como regra geral, exceto quanto a operação porventura estiver sob a égide de norma específica que disponha em contrário. Posteriormente, em janeiro de 2008, foi editada a MP nº 413, que resultou em sua conversão na Lei nº 11.727/08, cujo objetivo precípuo fora adotar medidas de natureza tributária destinadas a estimular os investimentos e a modernização do setor de turismo, reforçar o sistema de proteção tarifária brasileiro e estabelecer a incidência de forma concentrada da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS na produção e comercialização de álcool. Por meio dessa Medida Provisória, o Poder Executivo tentou inserir dispositivo alheio às operações inicialmente objeto da Medida, para obstar a tomada de créditos relativa às operações ora em comento, ao literalmente tentar aprovar o texto dos artigos 14 e 15 em que vedava a apropriação de créditos de PIS/COFINS sobre os custos, encargos e despesas relativos às vendas de produtos onde incidiam o regime monofásico, apropriação antes Fl. 132DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 16349.000410/200904 Acórdão n.º 330200.949 S3C3T2 Fl. 0 11 permitida, por meio da inserção do § 14 ao art. 3º das Leis nº 10.637 e § 15 ao art. 3º da Lei nº 10.833/03: “Art. 14. Os arts. 2o e 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, passam avigorar com a seguinte redação: .................................................................................... § 14. Excetuamse do disposto neste artigo os distribuidores e os comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias e produtos referidos no § 1o do art. 2o desta Lei, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas, não se aplicando a manutenção de créditos de que trata o art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004.” (NR) Art. 15. Os arts. 2o e 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam avigorar com a seguinte redação: “Art. 2o .................................................................... (...).................................................................................. § 22. Excetuamse do disposto neste artigo os distribuidores e os comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias e produtos referidos no § 1o do art. 2o desta Lei, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas, não se aplicando a manutenção de créditos de que trata o art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004.” (NR)” Tal pretensa vedação simplesmente foi retirada da MP nº 413 durante seu tramite legislativo, ao qual foram interpostas 185 emendas, de modo que sua conversão em lei (Lei nº 11.727/08) não contém tal vedação. Importante observar o reconhecimento pleno do direito ao crédito pela aplicação do art. 17 da lei nº 11.033/04. Outrossim, consideramos que a pretensa vedação à tomada dos créditos ora em discussão, prevista nos art. 3º, I, b, das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 restou totalmente superada com a nova redação conferida ao art. 24 da mencionada Lei nº 11.727/08. Previu esse dispositivo a possibilidade de os revendedores de produtos monofásicos tomarem créditos sobre a aquisição de produtos sujeitos à alíquota monofásica, pelos mesmos valores aos quais elas foram destacadas na etapa anterior, litteris: “Art. 24. A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, produtora ou fabricante dos produtos relacionados no § 1º do art. 2º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, pode descontar créditos relativos à aquisição desses produtos de outra pessoa jurídica importadora, produtora ou fabricante, para revenda no mercado interno ou para exportação. § 1º Os créditos de que trata o caput deste artigo correspondem aos valores da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidos pelo vendedor em decorrência da operação. Fl. 133DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO 12 § 2º Não se aplica às aquisições de que trata o caput deste artigo o disposto na alínea b do inciso I do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e na alínea b do inciso I do caput do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.” Ademais, corrobora com todo esse entendimento o disposto no art. 16 da Lei nº 11.116/05, ao disciplinar a compensação e o ressarcimento de créditos de PIS e COFINS, referindose expressamente ao art. 17 da Lei nº 11.033/2004, sendo oportuna sua transcrição: “Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei.” Nesse sentido, o entendimento atual é de que há o direito de crédito para as pessoas jurídicas que auferem receitas de vendas de produtos sobre os quais incide a alíquota zero, em sendo intrínseca ao regime de nãocumulatividade o direito desse. Ademais, inexiste qualquer vedação legal, prevalecendo o direito subjetivo das pessoas jurídicas à compensação ou recuperação dos créditos, mediante a aplicação das alíquotas pertinentes ao regime não cumulativo, previsto no art. 16 da Lei nº 11.116/2005. Cabe ressaltar que em 15 de dezembro de 2008 foi publicada a Medida Provisória nº 451, tratandose de mais uma tentativa do Governo em restringir os créditos de PIS e COFINS das distribuidoras e varejistas que comercializam produtos monofásicos. Tal MP em seus artigos 8 e 9 retirava a possibilidade de descontar créditos de PIS e COFINS dos distribuidores, dos comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias e produtos (produzidos e importados), quanto aos custos, despesas e encargos vinculados às receitas com a venda destes produtos. Dentre as 64 emendas apresentadas ressaltase a emenda supressiva número 09, apresentada pelo Deputado Eduardo Gomes, cuja justificativa: “Os artigos 8º e 9º da supracitada Medida Provisória inseriram novos parágrafos aos artigos 3º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, vedando aos distribuidores e aos comerciantes varejistas e atacadistas de produtos sujeitos às alíquotas monofásicas o reconhecimento de créditos de PIS e COFINS sobre fretes, armazenagem, aluguéis, energia elétrica, dentre outros. Frisese que dispositivos semelhantes haviam sido também incluídos quando da edição da Medida Provisória nº 413, de 03 de janeiro de 2008, tendo sido Fl. 134DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 16349.000410/200904 Acórdão n.º 330200.949 S3C3T2 Fl. 0 13 suprimidos pelo Legislativo Federal quando de sua votação para conversão da MP na Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008. As alterações previstas na MP 451 resultariam em injustificado aumento da PIS/COFINS incidente na gasolina, diesel e querosene de aviação, que tem toda a carga tributária concentrada de forma monofásica na refinaria. A vedação dos créditos de PIS/COFINS incidente sobre esses custos inerentes a comercialização destes combustíveis, caracterizase como aumento da carga tributária, com impactos nos preços, e prejuízos para os consumidores finais.” Em parecer proferido em plenário, o Deputadorelator Sr. João Leão votou pela admissibilidade da MP nº 451, acolhendo a emenda nº 09. Por conseguinte, apresentou o Projeto de Lei de Conversão nº 04/2009 como substitutivo à Medida Provisória nº 451/08, que altera a legislação tributária federal, e dá outras providências. Esse Projeto foi aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados em 07/04/2009 e convertida na Lei nº 11.945 em 05 de junho de 2009. Até que ocorra alguma alteração nos dispositivos retromencionados, entendemos que permanece o direito ao crédito sobre o qual discorremos. Nesse sentido, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário (Assinado digitalmente) Gileno Gurjão Barreto Fl. 135DF CARF MF Emitido em 19/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 25/05/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, 27/06/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/07/2011 por GILENO GURJAO BARRETO
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Numero do processo: 10680.005374/2005-86
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTO INDUSTRIALIZADOS IPI
Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003,
31/07/2003, 31/10/2003, 30/01/2004, 30/04/2004, 30/07/2004
DIF PAPEL
IMUNE. MULTA POR ATRASO. OBRIGAÇÃO
ACESSÓRIA CRIADA PELA RFB. PENALIDADE APLICÁVEL. ERRO
DE CAPITULAÇÃO LEGAL.
Antes da edição da Medida Provisória nº 451/2008, o atraso na apresentação
de DIF Papel
Imune ensejava a aplicação da multa prevista no art. 507 do
RIPI/2002 e não a prevista do art. 505, também do RIPI/02.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3302-000.880
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os
Conselheiros José Antonio Francisco (Relator) e Alan Fialho Gandra. Designado o Conselheiro
Gileno Gurjão Barreto para redigir o voto vencedor.
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTO INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 30/01/2004, 30/04/2004, 30/07/2004 DIF PAPEL IMUNE. MULTA POR ATRASO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA CRIADA PELA RFB. PENALIDADE APLICÁVEL. ERRO DE CAPITULAÇÃO LEGAL. Antes da edição da Medida Provisória nº 451/2008, o atraso na apresentação de DIF Papel Imune ensejava a aplicação da multa prevista no art. 507 do RIPI/2002 e não a prevista do art. 505, também do RIPI/02. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os Conselheiros José Antonio Francisco (Relator) e Alan Fialho Gandra. Designado o Conselheiro Gileno Gurjão Barreto para redigir o voto vencedor. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Fl. 142DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 126 2 (Assinado digitalmente) Gileno Gurjão Barreto Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Andrea Medrado Darzé, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 90 a 108) apresentado em 20 de março de 2009 contra o Acórdão no 0921.275, de 16 de outubro de 2008, da 3ª Turma da DRJ/JFA (fls. 55 a 63), cientificado em 19 de março de 2009, que, relativamente a auto de infração de IPI Multa dos períodos de julho de 2002 a julho de 2004, considerou procedente o lançamento, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2002, 2003, 2004 DIFPAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. A nãoapresentação, ou a apresentação da DIFPapel Imune após os prazos estabelecidos para a entrega dessa declaração, sujeita o contribuinte à imposição da multa prevista no art. 57 da MP nº 2.15834, de 2001, e reedição. Lançamento Procedente O auto de infração foi lavrado em 06 de maio de 2005, de acordo com o termo de fl. 6. A Primeira Instância assim resumiu o litígio: Tratase de auto de infração para exigência da multa regulamentar no valor de R$1.110.000,00, lavrado em decorrência da constatação de ausência na entrega da Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle do Papel Imune (DIFPapel Imune). O lançamento foi amparado nos dispositivos legais relacionados na descrição dos fatos e enquadramento legal do auto de infração, merecendo destaque a Instrução Normativa (IN) SRF nº 71, de 2001, bem como o art. 57 da Medida Provisória (MP) nº 2.15834, de 2001, e reedições, matriz legal do art. 505 do Decreto nº 4.544, de 2002 (RIPI/02). Cientificada do lançamento de ofício pela via postal em 06/05/2005 (fl. 24), a autuada, por meio do procurador constituído pelo instrumento de fl. 35, apresentou em 03/06/2005 Fl. 143DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 127 3 sua impugnação de fls. 27/33, na qual solicitou a improcedência da autuação sob os argumentos, em síntese, de que: a sociedade constituíra uma filial para operar com atividades gráficas, tendo, inclusive, obtido o registro especial para operar com papel imune, que foi publicado em 07/03/2002 (cópia à fl. 44). Porém, tal filial encerrara definitivamente suas atividades em abril/2002, tendo emitido sua última nota fiscal de prestação de serviços, nº 3887, em 1º de abril de 2002 e, após, desmantelado sua estrutura física e requerido sua baixa perante o Município de Belo Horizonte, baixa esta que, entretanto, só foi concedida em julho de 2003; “não se poderia exigir da empresa o cumprimento de obrigação que, ainda que autônoma, depende, de fato, da existência física e jurídica do estabelecimento, existência esta, essencial para tipificar a obrigação contida na IN 71/01. Cumpre apenas anotar que a empresa não promoveu a alteração em seu contrato social, nem tampouco deu baixa na JUCEMG ou mesmo no CNPJ quanto à sua filial porquanto a impugnante ainda está a quitar débitos seus incluídos no REFIS (...). Enquanto não quitar definitivamente suas dívidas para com a União, a empresa impugnante não conseguirá promover a baixa de seu CNPJ. De toda sorte, o que importa é que a empresa deixou de exercer qualquer atividade já em abril 2002, sendo absolutamente despropositada e ilegal a aplicação da penalidade ora impugnada. Nos períodos fiscalizados e exigidos pelo fisco não existia mais qualquer atividade que pudesse, de qualquer forma, atrair para o impugnante o dever de cumprir obrigação estampada na IN 71/02”; assinala a realização de diligência pela autoridade julgadora caso entenda necessário para maiores esclarecimentos, tendo indicando perito e relacionado quesitos; a delegação dada pelo art. 16 da Lei nº 9.779, de 1999, para a Receita Federal criar obrigações acessórias, dentre elas a de entrega da DIFPapel Imune, nos termos do art. 10 da IN SRF nº 71, de 2001, ofendia a legalidade e a separação de poderes, sendo inconstitucional, porquanto tal função era privativa da lei, não podendo ter sido feita por ato administrativo infralegal; a aplicação da multa em pauta era absurda, pois na não refletia “a extensão do ato a que pretende punir, na medida em que não foi frustrado objetivo maior da União Federal: o recolhimento do imposto devido”, além do que, multa não podia ser utilizada como meio de arrecadação alternativo; o valor exigido implicava o arruinamento da empresa e ofendia os princípios constitucionais da razoabilidade, da proporcionalidade e do nãoconfisco; o auto de infração devia ser cancelado ou, ao menos, reduzido para que a penalidade aplicada ficasse condizente com os princípios constitucionais da proporcionalidade e da Fl. 144DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 128 4 razoabilidade, bem como ao disposto no art. 150, § 4º, da Constituição Federal de 1988. No recurso, a Interessada alegou ter havido cerceamento de defesa, pela impossibilidade de produção de provas em relação a ter suas atividades encerradas em abril de 2002, sem nunca ter operado com papel imune. A seguir, alegou que a instituição da multa teria sido efetuada por meio de delegação legislativa inconstitucional. Ademais, a aplicação da multa implicaria violação dos princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. Finalmente, a disposição que preveria a multa seria ambígua, admitindo a interpretação de que seria devido o valor especificado para cada mês referente à DIF e não as meses em atraso. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento. Em relação aos aspectos preliminares de validade da autuação, com fundamento do art. 50, § 1º, da Lei no 9.784, de 1999, adoto os fundamentos do acórdão de primeira instância, uma vez que a DIF deve ser apresentada ainda que a empresa encontrese inativa. Não há, assim, que se falar em cerceamento de defesa, uma vez que a alegação da Interessada é irrelevante ao caso. Quanto ao mérito, primeiramente, há que se diferenciar “prazo de apresentação de declaração” de “prazo de cumprimento de intimação”. O primeiro está previsto na lei em relação a cada período de apuração e é imutável. Na falta de cumprimento da obrigação acessória (apresentação da declaração no prazo legal), a legislação prevê que a Fiscalização intime o sujeito passivo a cumprila em determinado prazo, mas tal intimação não altera o prazo legal inicial para cumprimento da obrigação. A intimação, no caso, é resultado de uma autorização legal que dota o Fisco de um meio para fazer o contribuinte cumprir a lei. Caso o contribuinte cumpra a obrigação no prazo da intimação, terá apenas direito à redução da multa, conforme expressamente previsto na lei. Esse é único efeito do cumprimento do prazo de intimação, que não substitui o prazo legal inicial. Caso descumpra a intimação, o contribuinte perde o direito à redução. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 129 5 Quanto às matérias constitucionais, é preciso esclarecer que o art. 62 do Regimento Interno do Carf, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, dispõe o seguinte: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Dessa forma, se o STF já houver se pronunciado definitivamente pelo seu plenário a respeito da inconstitucionalidade de lei, o parágrafo único, I, do artigo acima citado permite que a aplicação da lei seja afastada. Nesse contexto, conforme Súmula nº 2 do Carf, aprovada pela Portaria Carf no 106, de 2009, “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Entretanto, merecem justificativa algumas das questões levantadas pela Interessada no recurso. No tocante à legislação, saber se o legislador ultrapassou os limites constitucionais de razoabilidade, ao instituir os percentuais das multas representa questão de controle constitucional do devido processo legal substantivo. Vejase a respeito parte da ementa de decisão do Supremo Tribunal Federal pronunciada no exame da medida cautelar requerida na ADC nº 1.063/DF: SUBSTANTIVE DUE PROCESS OF LAW E FUNÇÃO LEGISLATIVA: A cláusula do devido processo legal objeto de expressa proclamação pelo art. 5º, LIV, da Constituição deve ser entendida, na abrangência de sua noção conceitual, não só sob o aspecto meramente formal, que impõe restrições de caráter ritual à atuação do Poder Público, mas, sobretudo, em sua dimensão material, que atua como decisivo obstáculo à edição de atos legislativos de conteúdo arbitrário. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 130 6 A essência do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislação que se revele opressiva ou destituída do necessário coeficiente de razoabilidade. Isso significa, dentro da perspectiva da extensão da teoria do desvio de poder ao plano das atividades legislativas do Estado, que este não dispõe da competência para legislar ilimitadamente, de forma imoderada e irresponsável, gerando, com o seu comportamento institucional, situações normativas de absoluta distorção e, até mesmo, de subversão dos fins que regem o desempenho da função estatal. O magistério doutrinário de CAIO TÁCITO. Observância, pelas normas legais impugnadas, da cláusula constitucional do substantive due process of law. Obviamente, o controle do ato legislativo, nesses termos, não poderia ser efetuado no âmbito de processo administrativo. No tocante à criação de declarações por meio de instruções normativas, a Lei nº 9.779, de 1999, art. 16, atribuiu competência à Receita Federal para dispor sobre obrigações acessórias: Art. 16. Compete à Secretaria da Receita Federal dispor sobre as obrigações acessórias relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável. A MP nº 2.15835, de 2001, art. 57, previu a multa em questão. A legalidade da criação da declaração e da aplicação da multa é clara. Diz o mencionado dispositivo: Art. 57. O descumprimento das obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 1999, acarretará a aplicação das seguintes penalidades: I R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mêscalendário, relativamente às pessoas jurídicas que deixarem de fornecer, nos prazos estabelecidos, as informações ou esclarecimentos solicitados; II cinco por cento, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta. Parágrafo único. Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo SIMPLES, os valores e o percentual referidos neste artigo serão reduzidos em setenta por cento. A Lei é clara ao determinar a aplicação da multa “por mêscalendário”. Dessa forma, para cada mêscalendário, a multa é acrescida em cinco mil Reais. A multa é única, fixada em função do número de mesescalendário em atraso. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 131 7 Outra questão seria considerar inconstitucionais os arts. 16 e 57 supracitados e, por via de consequência, inexigível ou excessiva a multa, o que, juntamente com as alegações de violação dos princípios da vedação ao Confisco, da razoabilidade e da proporcionalidade não poderia ser deliberado, por se tratar de matéria constitucional. Em relação à aplicação das disposições do Regulamento do IPI, considerando que houvesse penalidade específica no RIPI, se a Lei nº 9.779, de 1999, e a MP nº 2.15835, de 2001, fossem gerais, então elas não revogariam a lei especial, conforme a antiga lei de introdução ao Código Civil. Entretanto, essa revogação não ocorreria se a lei geral ou especial não criassem dispositivo “a par dos já existentes”. Assim, seria preciso saber duas coisas: se as disposições da Lei nº 9.779, de 1999, foram efetuadas “a par” das já existentes (se a obrigação acessória a que se referiu é de outra natureza daquelas previstas no RIPI), e se houve intenção de revogar as disposições anteriores. Entretanto, as “informações adicionais” não correspondem à DIF, que é uma declaração específica para o controle de circulação e consumo de papel imune e, assim, não se enquadra na regra específica do RIPI. Tomando as disposições do Ripi/2002 (Decreto nº4.544, de 27 de dezembro de 2002), dispõe o seguinte o art. 368: Art. 368. Os documentos de declaração do imposto e de prestação de informações adicionais serão apresentados pelos contribuintes, de acordo com as instruções expedidas pela SRF. § 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito (Decretolei nº 2.124, de 1984, art. 5º, § 1º). § 2º As diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativas ao imposto, serão objeto de lançamento de ofício (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 90). Verificase, portanto, que a “declaração do imposto” é documento relativo aos valores apurados do imposto e sujeito ao disposto no § 1° do citado artigo. Já o documento “de prestação de informações adicionais” referese a outras informações a serem definidas em instruções da Receita Federal. Entretanto, tratase de um único documento que tem caráter geral dentro da legislação do IPI. Portanto, a DIF não poderia ser criada por autorização do citado art. 368. Já as obrigações acessórias previstas no art. 16 da Lei nº 9.779, de 1999, podem ter caráter geral ou específico. Fl. 148DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 132 8 Em outras palavras, a DIF somente poderia ter sido instituída com base na Lei n. 9779, porque o regulamento regula apenas a “prestação de informações adicionais”. Além disso, as disposições do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001, são claras em estabelecer uma única multa cujo valor é calculado pelo número de meses em atraso na apresentação da declaração. Não se trata, portanto, de várias multas aplicadas cumulativamente, como defendeu o voto vencido de primeira instância. Entretanto, a Lei n. 11.945, de 2009, reduziu a multa, conforme seus §§ 4º e 5º: Art. 1º Deve manter o Registro Especial na Secretaria da Receita Federal do Brasil a pessoa jurídica que: I exercer as atividades de comercialização e importação de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se refere a alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal; e II adquirir o papel a que se refere a alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal para a utilização na impressão de livros, jornais e periódicos. § 1º A comercialização do papel a detentores do Registro Especial de que trata o caput deste artigo faz prova da regularidade da sua destinação, sem prejuízo da responsabilidade, pelos tributos devidos, da pessoa jurídica que, tendo adquirido o papel beneficiado com imunidade, desviar sua finalidade constitucional. § 2º O disposto no § 1º deste artigo aplicase também para efeito do disposto no § 2º do art. 2º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, no § 2º do art. 2º e no § 15 do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e no § 10 do art. 8º da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004. § 3º Fica atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil competência para: I expedir normas complementares relativas ao Registro Especial e ao cumprimento das exigências a que estão sujeitas as pessoas jurídicas para sua concessão; II estabelecer a periodicidade e a forma de comprovação da correta destinação do papel beneficiado com imunidade, inclusive mediante a instituição de obrigação acessória destinada ao controle da sua comercialização e importação. § 4º O não cumprimento da obrigação prevista no inciso II do § 3o deste artigo sujeitará a pessoa jurídica às seguintes penalidades: I 5% (cinco por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais) e não superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), do valor das Fl. 149DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 133 9 operações com papel imune omitidas ou apresentadas de forma inexata ou incompleta; e II de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para micro e pequenas empresas e de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para as demais, independentemente da sanção prevista no inciso I deste artigo, se as informações não forem apresentadas no prazo estabelecido. § 5º Apresentada a informação fora do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício, a multa de que trata o inciso II do § 4o deste artigo será reduzida à metade. Dessa forma, aplicando o princípio da retroatividade benigna (CTN, art. 106, II, c), voto por dar provimento parcial ao recurso, para reduzir a multa aplicada ao valor de R$ 5.000,00 para cada DIF apresentada em atraso. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Voto Vencedor Conselheiro Gileno Gurjão Barreto, Redator Designado A respeito da matéria em julgamento, esta Turma posicionouse pela não aplicação, à DIF Papel Imune, das disposições do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001, nos termos dos fundamentos abaixo reproduzidos contidos no voto do Conselheiro Walber José da Silva, no recurso voluntário 877058: Como relatado, contra a recorrente foi lavrado auto de infração de multa regulamentar pela entrega, com atraso, de DIF – Papel Imune, instituída pela IN SRF no 71/2001, que em seu art. 12 assim estabelece: “Art. 12. A não apresentação da DIF Papel Imune, nos prazos estabelecidos no artigo anterior, enseja a aplicação da penalidade prevista no art. 57 da Medida Provisória no 2.158 34, de 27 de julho de 2001.” Em sua defesa, o recorrente alega, basicamente, que a multa remanescente é a prevista na MP 2.158/01, no valor de R$ 1.500,00 e não a prevista na Lei nº 11.945/09. Com razão em parte, a recorrente. É inquestionável que a RFB está autorizada a instituir obrigações acessórias do IPI (art. 16 da Lei no 9.779/99, matriz legal do art. 212 do RIPI/2002). A instituição de penalidade, no entanto, é privativa de lei, mesmo na hipótese das obrigações acessórias serem criadas pela RFB. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 134 10 Quanto à multa pelo atraso na entrega da DIF – Papel Imune, entendo que o art. 12 da IN SRF no 71/2001 está equivocado ao aplicar a penalidade do art. 57 da Medida Provisória no 2.158 35/2001 no caso de atraso de entrega de declaração regularmente instituída no âmbito da legislação do IPI. Para uma melhor clareza, transcrevo o art. 57, acima citado: “Art.57. O descumprimento das obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 16 da Lei no 9.779, de 1999, acarretará a aplicação das seguintes penalidades: “I R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mêscalendário, relativamente às pessoas jurídicas que deixarem de fornecer, nos prazos estabelecidos, as informações ou esclarecimentos solicitados.” (grifei) Verificase que a obrigação a que alude o art. 16 da Lei no 9.779/99 referese a todo e qualquer imposto ou contribuição administrado pela RFB e a penalidade do art. 57, I, da Medida Provisória no 2.15835/2001 aplicase, em tese, a todo e qualquer descumprimento de fornecimento de informações e esclarecimentos solicitados pelos agentes do Fisco ou pela RFB. Ocorre que na legislação do IPI existe uma penalidade pela falta da apresentação de declaração do imposto e de prestação de informação, na forma das instruções expedidas pela RFB. Falo dos arts. 212, 368, 506, 507 e 508, todos do RIPI/02, que abaixo se reproduz, junto com os arts. 505, 509 e 510, também relacionados ao tema. “Art. 212. A SRF poderá dispor sobre as obrigações acessórias relativas ao imposto, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável (Lei nº 9.779, de 1999, art.16). “(...) “Art. 368. Os documentos de declaração do imposto e de prestação de informações adicionais serão apresentados pelos contribuintes, de acordo com as instruções expedidas pela SRF. “§ 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito (Decretolei nº 2.124, de 1984, art. 5º, § 1º). “§ 2º As diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativas ao imposto, serão objeto de lançamento de ofício ( Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 90).” (...) Fl. 151DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 135 11 “Art. 505. O descumprimento das obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 212 acarretará a aplicação da multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por mêscalendário, aos contribuintes que deixarem de fornecer, nos prazos estabelecidos, as informações ou esclarecimentos solicitados (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 57). “Parágrafo único. Na hipótese de pessoa jurídica optante Pelo SIMPLES, a multa de que trata o caput será reduzida em setenta por cento (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art.57, parágrafo único).” “Art. 506. O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de nãoapresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela SRF, e sujeitarseá às seguintes multas ( Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, art. 7º ): “I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º ( Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, inciso I) ; “II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF ou na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º ( Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, inciso II); e III – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, inciso III). “§ 1º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I e II do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 1º). “§ 2º Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas ( Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 2º): “I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício ( Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 2º, inciso I) ; e II a setenta e cinco por cento, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 2º, inciso II). Fl. 152DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 136 12 “§ 3º A multa mínima a ser aplicada será de (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 3º): “I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 1996 (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 3º, inciso I); e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 3º,inciso II). “§ 4º Considerarseá não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas pela SRF (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 4º). “§ 5º Na hipótese do § 4º , o sujeito passivo será intimado a apresentar nova declaração, no prazo de dez dias, contado da ciência da intimação, e sujeitarseá à multa prevista no inciso I do caput, observado o disposto nos § 1º a § 3º (Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º, § 5º).” “Art. 507. Serão punidos com a multa de R$ 31,65 (trinta e um reais e sessenta e cinco centavos), aplicável a cada falta, os contribuintes que deixarem de apresentar, no prazo estabelecido, o documento de prestação de informações a que se refere o art. 368 (Decretolei nº 1.680, de 1979, art. 4º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 30). (grifei) “Parágrafo único. As disposições do caput aplicamse exclusivamente aos contribuintes do imposto não sujeitos ao disposto no art. 506.” “Art. 508. As infrações para as quais não se estabeleçam, neste Regulamento, penas proporcionais ao valor do imposto ou do produto, pena de perdimento da mercadoria ou outra específica, serão punidas com a multa básica de R$ 21,90 (vinte e um reais e noventa centavos) (Lei nº 4.502, de 1964, art. 84, Decretolei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 24ª, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 30).” “Art. 509. A inobservância de normas prescritas em atos administrativos de caráter normativo será punida com a multa estabelecida no art. 508, se outra maior não estiver prevista neste Regulamento.” “Art. 510. Em nenhum caso a multa aplicada poderá ser inferior à prevista nos arts. 508 e 509 (Lei nº 4.502, de 1964, art. 86, e Decretolei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 25ª).” Notese que no RIPI/02, o art. 212 está no Capítulo I do Título VIII, que trata das disposições preliminares das obrigações acessórias. Por sua vez, o art. 368 está na Subseção IV, da Seção II (dos documentos fiscais), do Capítulo IX (do documentário fiscal), também do Título III (das obrigações acessórias), que trata dos documentos de declaração e de prestação de informações. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 137 13 Estes dois dispositivos, e as respectivas penalidades a eles vinculadas, tratam de obrigação acessória instituída pela RFB, sendo que o art. 368 trata especificamente de declaração de informação e o art. 212 trata de toda e qualquer modalidade de obrigação acessória. Existindo legislação específica no RIPI/02, entendo que esta deve prevalecer sobre a legislação que alcança toda e qualquer obrigação acessória vinculada a qualquer imposto ou contribuição administrado pela RFB. Entendo que a DIF Papel Imune classificase como um documento de prestação de informação a que se refere o art. 368 do RIPI/2002 (como o era a DIPI) e, conseqüentemente, ao descumprimento de sua apresentação aplicase a penalidade prevista no art. 507 do RIPI/2002, acima transcrito, e não a penalidade do art. 505, reproduzido no art. 12 da IN SRF no 71/2001. Em conclusão, entendo que o fundamento da multa aplicada ao caso concreto é o art. 507 e não o art. 505, ambos do RIPI/2002, sendo, portanto, improcedente o lançamento por enquadramento legal equivocado e exigência de penalidade diversa da aplicável à espécie, merecendo ser cancelado de ofício. Devo esclarecer, também, que o § 4o, do art. 1o, da Medida Provisória no 451, de 15/12/20081, estabeleceu uma multa específica para a apresentação fora do prazo da DIF Papel Imune e para erro no seu preenchimento. Tal dispositivo, no meu entendimento, não significa redução da penalidade para a referida infração fiscal. Ao contrário, houve um agravamento da multa antes prevista para o referido delito fiscal. Pelas razões acima expostas, ficou provado que também não procede o argumento da recorrente de que aplicase ao caso as 1 Art. 1º Deve manter o Registro Especial na Secretaria da Receita Federal do Brasil, a pessoa jurídica que: I exercer as atividades de comercialização e importação de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se refere a alínea “d” do inciso VI do art. 150 da Constituição; e II adquirir o papel a que se refere a alínea “d” do inciso VI do art. 150 da Constituição para a utilização na impressão de livros, jornais e periódicos. (. . .) § 3º Fica atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil competência para: I expedir normas complementares relativas ao Registro Especial e ao cumprimento das exigências a que estão sujeitas as pessoas jurídicas para sua concessão; II estabelecer a periodicidade e a forma de comprovação da correta destinação do papel beneficiado com imunidade, inclusive mediante a instituição de obrigação acessória destinada ao controle da sua comercialização e importação. § 4º O nãocumprimento da obrigação prevista no inciso II do § 3º sujeitará a pessoa jurídica às seguintes penalidades: I cinco por cento, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das operações com papel imune omitidas ou apresentadas de forma inexata ou incompleta; e II de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), independentemente da sanção prevista no inciso I, se as informações não forem apresentadas no prazo estabelecido. § 5º Apresentada a informação fora do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício, a multa de que trata o inciso II do § 4º será reduzida à metade. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 10680.005374/200586 Acórdão n.º 330200.880 S3C3T2 Fl. 138 14 disposições do art. 57 da MP 2.158/01 que, aliás, não prevê limite de valor da multa ali prevista, como entende a recorrente. Deve, portanto, o lançamento ser cancelado de ofício por está contaminado de vício material. Acrescentese que a Lei no 11.945, de 2009, na realidade, criou uma nova multa específica para o caso e não reduziu uma multa anteriormente existente. Dessa forma, voto por dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Gileno Gurjão Barreto Fl. 155DF CARF MF Impresso em 02/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 21/12/20 11 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 29/01/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO
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Numero do processo: 11050.000474/2002-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/04/1997, 31/05/1997, 30/06/1997
PIS. COMPENSAÇÃO. LEI No 8.383, DE 1991. EFETUAÇÃO. MEIO.
A compensação prevista no art. 66 da Lei no 8.383, de 1991, era realizada
pelo sujeito passivo no âmbito do lançamento por homologação e, para
produzir efeitos, teria que ser realizada em sua escrituração.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-001.089
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros
Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/04/1997, 31/05/1997, 30/06/1997 PIS. COMPENSAÇÃO. LEI No 8.383, DE 1991. EFETUAÇÃO. MEIO. A compensação prevista no art. 66 da Lei no 8.383, de 1991, era realizada pelo sujeito passivo no âmbito do lançamento por homologação e, para produzir efeitos, teria que ser realizada em sua escrituração. Recurso Voluntário Negado
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COMPENSAÇÃO. LEI No 8.383, DE 1991. EFETUAÇÃO. MEIO. A compensação prevista no art. 66 da Lei no 8.383, de 1991, era realizada pelo sujeito passivo no âmbito do lançamento por homologação e, para produzir efeitos, teria que ser realizada em sua escrituração. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Fl. 1DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 2 2 Tratase de retorno de diligência aprovada pela Resolução no 20100.694, de 20 de junho de 2007, da antiga 1ª Câmara do 2o Conselho de Contribuintes (fls. 106 a 110). O relatório da resolução foi o seguinte: Tratase recurso voluntário (fls. 42 a 53) apresentado em 4 de abril de 2006 contra o Acórdão nº 7.054, de 9 de dezembro de 2005, da DRJ em Porto Alegre / RS (fls. 33 a 35), que considerou procedente em auto de infração de DCTF de PIS dos períodos de abril a junho de 1997. A interessada tomou ciência do acórdão em 7 de março de 2006. O auto de infração foi lavrado em 13 de março de 2002 e, segundo o termo de verificação fiscal (fls. 5 a 7), não teria sido confirmado o direito de crédito decorrente do processo judicial vinculado à compensação (94.1002428.5) declarada. Da fl. 14, constou cópia de certidão de objetoepé, segundo a qual a medida liminar teria sido denegada, mas a sentença teria posteriormente concedido a segurança, relativamente à exigência do PIS nos termos dos DecretosLeis n. 2.445 e 2.449, de 1988. Segundo a DRJ, o interessado não teria demonstrado o direito de crédito que daria respaldo às compensações informadas em DCTF, razão pela qual o lançamento seria procedente. Entretanto, com a edição da Medida Provisória nº 135, de 2003, com a redação dada pela Lei n. 11.051, de 2004, a multa de ofício, no caso de declaração em DCTF, teria deixado de ser aplicada, cabendo a redução da multa para o percentual de 20%, em face do disposto no art. 106, II, c, do Código Tributário Nacional (Lei n. 5.172, de 1966). No recurso, o interessado alegou que ingressou com mandado de segurança contra a exigência do PIS nos moldes instituídos pelos decretoslei declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, tendo o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmado a sentença no processo 96.04.037820. Nos termos da Instrução Normativa SRF nº 21, de 1997, teria efetuado “diretamente” as compensações efetuadas e as informado em DCTF. Segundo o recorrente, o acórdão de primeira instância teria partido de premissas equivocadas para manter o lançamento, uma vez que a informação contida na DCTF no item “medida judicial” não se referiria a “medida liminar” que autorizasse a compensação, mas a decisão definitiva “que criava um crédito tributário decorrente de todo e qualquer pagamento indevido do PIS efetuado pela Recorrente e calculado com base nos DL’s (...)”. Assim, as informações constantes da certidão juntada aos autos seriam incompletas. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 3 3 Ademais, o auto de infração recebido imputava a falta de recolhimento ou pagamento principal e declaração inexata, tendo assim apresentado apenas a justificativa de que não haveria efetuado o pagamento em razão da compensação. Teria, assim, restado “ferido o ‘Princípio da Objetividade da Ação Fiscal’, no qual o contribuinte, sob ação fiscal, tem o direito de expor suas razões desde o início do procedimento fiscal, a fim de que não seja pego de surpresa, ao final do processo, depois do fato consumado”, e violada a segurança jurídica e a busca da verdade material. Citou vários autores da doutrina e ementas de decisões administrativas. Instruíram o recurso as cópias de Darf de fls. 57 a 87, demonstrativos de fls. 88 a 91 e demais documentos. A diligência foi aprovada com o seguinte objeto: Os fatos demonstrados nos autos dão conta de que o recorrente apresentou mandado de segurança (94.10.024285) contra ato do Delegado da Receita Federal, para que não fosse exigido o PIS com base nos DecretosLei nº 2.445 e 2.449, de 1988. Em 7 de outubro de 1994, o Juízo denegou a concessão da medida liminar. Entretanto, em 10 de agosto de 1995, a segurança foi concedida por sentença. Distribuída a remessa oficial ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região em 26 de janeiro de 1996, em 23 de fevereiro o Tribunal denegou o seguimento da remessa, tendo ocorrido o decurso de prazo para interposição de recurso em 28 de março de 1996. Na DCTF que gerou o lançamento, o recorrente declarou compensação vinculada a processo judicial, como causa da suspensão da exigibilidade dos créditos tributários declarados. O lançamento ocorreu em face de não ter sido comprovado o processo judicial como autorizador da suspensão de exigibilidade do crédito. Nesse contexto, o lançamento foi corretamente efetuado, uma vez que aquele processo judicial informado de fato não daria suporte à suspensão da exigibilidade dos créditos, conforme declarado pelo recorrente. Nos casos de compensação, havia, à época dos fatos, duas formas de vincular os créditos tributários aos créditos do sujeito passivo. [...] Assim, na impugnação, deveria o contribuinte demonstrar o direito alegado, especialmente no que concerne à realização escritural da compensação e à apuração do direito de crédito. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 4 4 Entretanto, seria formalismo excessivo considerar simplesmente não demonstrado o direito, em razão de haver o contribuinte demonstrado a existência de decisão transitada em julgado. À vista do exposto, voto por converter o julgamento em diligência, para que o contribuinte seja intimado a apresentar cópia da petição inicial e da sentença, relativamente ao mandado de segurança interposto, e a demonstrar haver realizado escrituralmente as compensações. Além disso, a Fiscalização deverá verificar a apuração informada pelo interessado no recurso (fls. 88 a 91), informando se está correta ou não, de acordo com os critérios adotados pela Secretaria da Receita Federal, dando ciência do relatório ao interessado, para que apresente, se quiser, resposta no prazo de trinta dias. A diligência foi efetuada nas fls. 113 a 314 e seu resultado resumido no relatório de fls. 315 e 316: No dia 22/03/2010, a empresa atendeu, de forma parcial, a Intimação Fiscal através de Declaração, fls. 114, apresentando planilhas mensais de apuração de PIS, FINSOCIAL e COFINS referente ao período solicitado. Diante de tal informação, realizamos diligência no estabelecimento da empresa com vistas a constatar a veracidade dos dados contábeis apresentados nas planilhas em comparação com os Livros Diários. Cabe destacar que a empresa só dispunha dos Livros Diários como elementos contábeis para a apuração da base de cálculo, o que só podemos constatar através dos Balanços Patrimoniais, tendo em vista que no período de janeiro de 1990 a dezembro de 1993, os Livros Diários não eram escriturados através de balancetes mensais, fato que só ocorreu a partir de janeiro de 1994. Desta forma, para o período de janeiro de 1990 a dezembro de 1990, o que se pode apurar a partir dos elementos apresentados pela empresa, são os valores referentes a Receita Operacional Bruta constante dos Balanços Patrimoniais, fls. 271 a 280. Ou seja, no curso do período supramencionado, somente podese apurar, para efeito de base de cálculo, o valor anual, o que restou prejudicada qualquer análise mensal com vistas a apurar a base de cálculo neste período. Já no curso do período que compreende de janeiro de 1994 a outubro de 1995, a empresa apresentou os balancetes correspondentes, fls. 281 a 286. Assim sendo, a partir desses elementos contábeis podese apurar a nova base de cálculo, de forma mensal. Há que se destacar que para efeito de base de cálculo relativo ao Faturamento, foram deduzidas as contas contábeis de Devolução de Vendas e Vendas para Exportação. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 5 5 O Diante de todo o exposto e, com base nos Livros, nos Balanços Patrimoniais e Balancetes apresentados pela interessada, no curso do período de janeiro de 1990 a outubro de 1995, constatamos que a base de cálculo, conforme apuração, a partir das planilhas apresentadas pela interessada, em confronto com a Conta Contábil "OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS", confere com as planilhas constantes do presente processo, fls. 89 a 91. Por derradeiro, cabe ainda destacar que na intimação fiscal datada de 15/03/2010, foi solicitado ao contribuinte que apresentasse cópia da petição inicial, fato que não ocorreu até o fim desta Diligência, tendo a interessada apresentado apenas as cópias da Sentença do Tribunal Regional Federal 4a Região (Recurso) e da Sentença da Justiça Federal. Com isso, cientifico o contribuinte do resultado da diligência e do Recurso interposto n° 134.747, reabrindo o prazo para impugnação (30 dias) conforme dispõe o art.18, §30 do Decreto n° 70.235, 06/03/1972, com redação dada pelo art. 1° da Lei n° 8.748/1993. Cientificada do relatório (fl. 317), a Interessada apresentou a resposta de fl. 311, informando juntar a cópia da petição inicial solicitada na diligência (fls. 319 a 326). É o relatório. Voto Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento. Conforme esclarecido no relatório, a Interessada vinculou nas DCTF os débitos dos períodos de abril a junho de 1997 a compensação sem Darf com suposta autorização no processo judicial no 94.10024285. Entretanto, os sistemas da RFB não confirmaram os valores declarados. Entretanto, a segurança teria sido concedida e as compensações teriam sido realizadas como forma de extinção do crédito tributário e não apenas suspensão, à vista do trânsito em julgado da ação. Ainda conforme o relatório, “na impugnação, deveria o contribuinte demonstrar o direito alegado, especialmente no que concerne à realização escritural da compensação e à apuração do direito de crédito”, uma vez a declaração foi efetuada incorretamente. Por tais razões, aprovouse a diligência, basicamente para se saber o que foi objeto da ação judicial e se as compensações foram realizadas contabilmente. Segundo a cópia de petição judicial apresentada pela Interessada (fls. 319 e seguintes), a Interessada requereu a declaração de inconstitucionalidade “dos Decretosleis Fl. 5DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 6 6 2.445/88 e 2.449/88 e reconhecendo o direito liquido e certo de a Impetrante não se sujeitar às contribuições ao PIS por eles determinadas, e, sim, às previstas na Lei Complementar n° 7/70.” Constatase, assim, que a ação não se referiu a autorização para compensação, mas apenas para declaração de inexistência de relação jurídica em relação aos Decretoslei no 2.445 e 2.449, de 1988, em que a Interessada pretendeu apenas deixar de recolher o PIS sob a sistemática criada pelos decretoslei. Entretanto, obtida a declaração, é claro que a Interessada poderia realizar as compensações com base no art. 66 da Lei no 8.383, de 1991, desde que obedecesse à forma legal. Daí a realização da diligência. A ação fiscal iniciouse pela intimação de fl. 113, em que a Interessada foi intimada a comprovar o direito de crédito alegado e a realização das compensações. Na fl. 114, apresentou “planilhas mensais” de apuração, seguindose novas intimações. As decisões judiciais apresentadas referiramse a uma ação cível que discutia o Finsocial. Os documentos contábeis referiramse a períodos da apuração do crédito (até 1995). Conforme destacado pelo acórdão de primeira instância, a Interessada juntou o documento “declaração de ausência de receita e de compensação efetuada” (fl. 15), o que “não tem o condão de extinguir os débitos em questão, uma vez que sequer houve a comprovação da efetiva entrega dessas declarações à SRF, bem como por não ter ocorrido homologação expressa ou tácita por parte da SRF, procedimento necessário para que haja a extinção de débitos compensados.” Portanto, a compensação não foi realizada contabilmente. Nesse contexto, reproduzse o que já havia sido fundamentado na resolução: Nos casos de compensação, havia, à época dos fatos, duas formas de vincular os créditos tributários aos créditos do sujeito passivo. Na modalidade de compensação com Darf, o contribuinte deveria vincular os Darf recolhidos, relativamente à parcela do recolhimento efetuada a maior. Na modalidade de compensação sem Darf, deveria vincular os créditos com um número de processo administrativo, em que seria apurada a parcela do recolhimento efetuado a maior, nos termos da decisão judicial transitada em julgado. Em ambos os casos, a compensação seria realizada de acordo com o disposto na Lei n. 8.383, de 1991, art. 66, e Instrução Normativa SRF nº 21, de 1997, que regulamentaram a compensação entre créditos e débitos de tributos da mesma espécie e destinação constitucional. Nos termos de entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça, a referida compensação seria efetuada pelo próprio Fl. 6DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 7 7 sujeito passivo, no âmbito do lançamento por homologação, independentemente de pedido ou autorização da autoridade fiscal, ficando sujeita à posterior fiscalização. No caso dos autos, a fiscalização ocorreu dentro dos limites do que foi informado à Secretaria da Receita Federal pelo contribuinte. Nesse contexto, não houve violação alguma do devido processo legal, uma vez que o auto de infração originouse das informações prestadas pelo próprio contribuinte, de quem passou a ser o ônus da prova dos fatos e do direito. Assim, na impugnação, deveria o contribuinte demonstrar o direito alegado, especialmente no que concerne à realização escritural da compensação e à apuração do direito de crédito. Corroborando o que foi acima afirmado, o entendimento do STJ é o seguinte: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PARA O FINSOCIAL (LEI 7.689/1988). CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS (LC 70/1991). COMPENSAÇÃO (LEI 8.383/1991): POSSIBILIDADE. EMBARGOS RECEBIDOS. I Os valores recolhidos a titulo de contribuição para o Finsocial, cuja exação foi considerada inconstitucional pelo DTF (RE 150.7641), são compensáveis diretamente pelo contribuinte com aqueles devidos a conta de Cofins, no âmbito do lançamento por homologação. Precedente: EREsp 78.301/BA, relator ministro Ari Pargendler, 1a Seção, julgado em 11/12/1996. II Tributos, cujo crédito se constitui através de lançamento por homologação, como no caso, são apurados em registros do contribuinte, devendo ser considerados líquidos e certos para efeito de compensação a se concretizar independentemente de previa comunicação a autoridade fazendária (CF/1988 art. 2o da IN/SRF 67/1992), cabendo a essa a fiscalização do procedimento. III Embargos recebidos. (EREsp 89038 / BA, Ministro Adhemar Maciel, 23 abr 1997, DJ 30 jun 1997, p. 30825) Portanto, a compensação do art. 66 da Lei no 8.383, de 1991, era realizada pelo próprio sujeito passivo, no âmbito do lançamento por homologação, por meio de seu lançamento na escrita contábil. Realizada contabilmente a compensação, o Fisco teria o prazo de cinco anos para discordar, sob pena de ocorrer a sua homologação. Entretanto, por todo o exposto, verificase que, de fato, a compensação não ocorreu. Portanto, conforme a acusação fiscal inicial, inexistiu a extinção dos créditos tributários por compensação, implicando sua exigência por meio de auto de infração. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 11050.000474/200252 Acórdão n.º 330201.089 S3C3T2 Fl. 8 8 Dessa forma, voto por negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 8DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Assinado digitalmente em 23/07/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO
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Numero do processo: 10909.001589/00-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 28 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Feb 28 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998
Ementa:
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CONVERSÃO EM DECLARAÇÃO DE
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 4º.
Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de pedido
de compensação convertido em declaração de compensação que não seja
objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da
data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do
montante do crédito.
DCOMP. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR.
HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 5º.
Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de
declaração de compensação (Dcomp), que não seja objeto de despacho
decisório proferido, e cientificado o sujeito passivo, no prazo de cinco anos,
contado da data de seu protocolo.
Numero da decisão: 3302-000.840
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator
Nome do relator: ALEXANDRE GOMES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CONVERSÃO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 4º. Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de pedido de compensação convertido em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito. DCOMP. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 5º. Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de declaração de compensação (Dcomp), que não seja objeto de despacho decisório proferido, e cientificado o sujeito passivo, no prazo de cinco anos, contado da data de seu protocolo.
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Matéria RESSARCIMENTO IPI Recorrente REFINADORA CATARINENSE S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CONVERSÃO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 4º. Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de pedido de compensação convertido em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito. DCOMP. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 5º. Será considerada tacitamente homologada a compensação objeto de declaração de compensação (Dcomp), que não seja objeto de despacho decisório proferido, e cientificado o sujeito passivo, no prazo de cinco anos, contado da data de seu protocolo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) ALEXANDRE GOMES Relator. Fl. 310DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES 2 EDITADO EM: 14/05/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), José Antonio Francisco, Andréa Medrado Darzé, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes (Relator) e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento de crédito presumido de IPI, fundamentado na Lei nº. 9.363/96, efetuados nos termos da Portaria MF 38/97, relativo ao período de apuração de 01/01/1998 a 31/12/1998, que foi protocolado em 20/07/2000. Em 18/10/2000 foi apresentado pedido de compensação (fls.70) de débitos de PIS e COFINS com o créditos decorrentes do pedido de ressarcimento. Em 27/11/2000, novo pedido de compensação é apresentado (fls. 71). Por fim, nas fls. 192 encontrase pedido de compensação protocolado em 15/09/2000. Por meio de Mandado de Procedimento Fiscal – Diligencia nº 09251000 2000 001016, a Inspetoria da Receita Federal de Itajaí inicia os procedimentos de verificação dos créditos requeridos. Por meio de Termo de Intimação Fiscal de fls. 79,a Recorrente é intimada para apresentar diversos documentos fiscais. As fls. 82 a 96, foram anexadas cópias da inicial do Mandado de Segurança 93.00011847, protocolado junto à Justiça Federal de Santa Catarina, bem como das decisões judiciais relativas ao processo, onde se discutia a não incidência do IPI nas vendas de açúcar de cana de seu estabelecimento industrial situado no Município de Ilhota/SC. Após análise dos documentos juntados foi proferido despacho pela IRF de Itajaí (fl. 190), em 22/05/2001, reconhecendo parcialmente os créditos pleiteados e deferindo a compensação conforme proposta. Consta ainda nas fls. 206 a 208, relatórios da Receita Federal do Brasil, datados de 05/02/2007, onde as compensações efetuadas pelo Recorrente são parcialmente baixadas por meio de “compensação SIEF”. Por meio de Despacho Decisório (fls. 225) datado de 18/04/2007 a Delegacia da Receita Federal de Florianópolis entendeu por bem INDEFERIR o pedido de Ressarcimento e os pedidos de compensação, em despacho assim assentado: CONSIDERANDO o que consta dos autos e com base na Informação Fiscal de fls. 217/225, que aprovo, uso da competência definida pelo art. 250, inciso XXI, do Regimento Interno aprovado pela Portaria MF n° 30, de 25 de fevereiro de 2005, para: • Indeferir o pedido de ressarcimento de fl. 01, do contribuinte REFINADORA CATARINENSE S/A, CNPJ 86.151.586/000100; • Indeferir os pedidos de compensação de fls. 70, 71 e 192. Fl. 311DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 10909.001589/0058 Acórdão n.º 330200.840 S3C3T2 Fl. 295 3 A Recorrente foi intimada desta decisão em 07/05/2007. Da Informação Fiscal (fls. 219) que lastreou o despacho decisório cumpre destacar: “A apreciação deste processo nesta DRF devese à alteração de oficio do domicílio fiscal, através do Ato Declaratório Executivo n° 72, de 13/07/2006, do Sr. Delegado da Receita Federal em Florianópolis, publicado no DOU de 17/07/2006, que estabeleceu o domicílio tributário da empresa à Rodovia SC 401, km 5, n° 4756, Saco Grande II, Florianópolis, SC.” (...) “Evidente que a interpretação da IN SRF 21/97 só pode ser feita à luz da Portaria MF 38/97 então vigente. Sendo assim, necessariamente, o contribuinte deveria em primeiro lugar compensar os créditos enquadrados no art. 4° com débitos do mesmo imposto e, somente na SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL EM FLORIANÓPOLIS – SC DESPACHO DECISÓRIO (Processo n2 10909.001589/0058 — Pedido de Ressarcimento de Crédito Presumido do IPI Compensação) hipótese de impossibilidade de compensação com débitos do IPI, poderia pedir o ressarcimento em espécie.” “É fato que, por força do art. 3° da IN SRF n° 67, de 14/07/1998, no período de 06/07/1995 a 16/11/1997 a empresa teve convalidado seu procedimento, tendo inclusive obtido decisão administrativa favorável no processo 10909.000855/97 67, uma vez que o valor do IPI devido naquele período deixou de depender do assunto tratado na demanda judicial. Também é verdade que o procedimento adotado pela IRF/Itajaí (hoje DRF) é exatamente o mesmo que o ordenado na decisão da DRJ/Porto Alegre para o citado processo, juntando a inicial do Mandado de Segurança e realizando a apuração do crédito pretendido com base em diligência, levandose em conta os valores presentes na contabilidade do contribuinte.” (...) “Com o advento da IN SRF 233/2002, os pedidos de compensação pendentes de apreciação em 01/10/2002 foram transformados em declarações de compensação. Este entendimento permanece válido segundo o art. 64 da IN SRF 600/2005.” (...) “Em 28 de setembro de 2005, a Procuradoria da Fazenda emitiu Parecer PGFN/CDA/CAT n° 1.499/05, que analisa diversos aspectos inerentes ao instituto da compensação tributária, o qual, em seu item "c.1" dispõe : "c.1) os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa só podem ser considerados Fl. 312DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES 4 declaração de compensação, desde o seu protocolo, se observadas todas as demais condições estabelecidas na Lei n° 9.430/96 e legislação correlata;"” “Sendo assim, de conformidade com o item "c.1" do referido Parecer, tendo em vista que a situação específica do pedido de ressarcimento de fl. 01 estava expressamente vedada. Os pedidos de compensação de fls. 70, 71 e 192 (acessórios) que utilizavam o crédito do pedido de ressarcimento de fl. 01 (principal), não se transformaram em "declarações de compensação", permanecendo como "pedidos de compensação", não se aplicando o § 2° do art. 29 da IN SRF 600/2005.” “Os débitos de IPI do período de setembro a dezembro de 1998 que deixaram de ser reconhecidos pelo contribuinte foram lançados de oficio pela fiscalização e são tratados no processo 18471.002611/200362. Tal processo, após impugnação, encontrase em cobrança final desde 06/05/2004. Após esta data, foi apresentado recurso ao Segundo Conselho de Contribuintes, não conhecido por perempto, e à Câmara Superior de Recursos Fiscais. O processo foi encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional.” “Tendo em vista a existência de litígio judicial que pode alterar o valor a ser ressarcido, é vedado o ressarcimento dos créditos, inclusive para fins de compensação com débitos administrados pela SRF (IN SRF 21/97, art. 8°, § 6° e IN SRF 600/2005, art. 0).” (...) 5 Da Competência “Consta dos autos, à fl. 190, Despacho Decisório proferido pelo sr. Inspetor da Inspetoria da Receita Federal — IRF de Itajaí SC (hoje DRF), do qual, no entanto, o contribuinte jamais foi cientificado, não surtindo efeitos jurídicos. Conforme anteriormente mencionado, o domicílio tributário do contribuinte, desde 17/07/2006, está jurisdicionado pela DRF Florianópolis. Do art. 43 da IN SRF 600/2005: Art. 43. O reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF ou da Derat que, à data do reconhecimento, tenha jurisdição sobre o domicilio tributário do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos.” Irresignada, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade onde, em síntese, alegou que: 1.Preliminarmente, deve ser declarada nulidade do despacho decisório nos termos do art. 5°, inciso LIII, da Constituição Federal, art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/72, e jurisprudência administrativa colacionada, pois a competência para analisar a questão concernente ao presente processo Fl. 313DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 10909.001589/0058 Acórdão n.º 330200.840 S3C3T2 Fl. 296 5 pertence a Inspetoria da Receita em Itajaí/SC, autoridade que o contribuinte era subordinado à época do protocolo dos pedidos; 2. A autoridade fiscal esforçase ao máximo, fazendo verdadeiro histórica da legislação, com vistas a demonstrar que era vedado à contribuinte o ressarcimento em espécie, quando, em momento algum, a contribuinte fez tal solicitação, conforme podese perceber pelos documentos de fls. 70, 71 e 192; 3. A legislação que não teria sido observada pela contribuinte inviabilizando, assim, a conversão dos seus pedidos de compensação em declarações de compensação, e vedando o pedido de ressarcimento, é quase toda posterior ao protocolo dos citados pedidos, portanto, não podendo ser aplicada ao caso presente. As únicas legislações correlatas vigentes à época do protocolo dos pedidos (Portaria MF 38/97 e IN 21/97), não prevêem qualquer vedação à situação específica da contribuinte. Incorreu, portanto, em completo equívoco a autoridade julgadora; 4. Não acatadas as teses da nulidade do despacho decisório e da ocorrência da homologação tácita das compensações, entende a contribuinte que os valores exigidos á título de PIS e COFINS constantes do Demonstrativo de Débito de fl. 227 já prescreveram, uma vez que vencidos há mais de 5 anos. Após análise dos argumentos apresentados a DRJ de Ribeirão Preto entendeu por bem indeferir a solicitação, em decisão que assim ficou ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. É vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo judicial ou administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito de IPI cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido. RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. ABRANGÊNCIA DO PEDIDO. A ressarcimento/compensação de tributos é um direito subjetivo a ser exercido dentro de regras administrativas processuais próprias, estabelecidas na legislação tributária. IPI. RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS. COMPETÊNCIA O reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos do IPI cabe ao titular da DRF que, à data do reconhecimento, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Solicitação Indeferida Fl. 314DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES 6 Após cientificada da decisão, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário onde reprisa os argumentos de sua Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Relator ALEXANDRE GOMES O presente Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os demais requisitos e dele tomo conhecimento. Conforme se destacou no relatório acima exposto, a Recorrente apresentou pedido de Ressarcimento de Créditos Presumidos de IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996 e a ele atrelou compensações que foram apresentadas nos dias 15/09/2000 (fls. 192), 18/10/2000 (fls. 70) e em 27/11/2000 (fls.71). Consta também que os créditos foram alvo de diligências por parte da IRF de Itajaí que os reconheceu parcialmente, conforme despacho exarado nas fls. 190, em 22/05/2000. Outro destaque importante é que a Delegacia da Receita Federal de Florianópolis, 05/02/2007, deu cumprimento a decisão exarada em 2001, conforme se verifica dos relatórios de “COMPENSAÇÃO SIEF” de fls. 206 a 208. Somente em 18/04/2007, a mesma DRF decide por rever os atos até então praticados, anulando a decisão exarada em 2001 pela IRF de Itajaí, sob o argumento de que em função da ausência de intimação do contribuinte o despacho não produziria efeitos jurídicos. Entendeu ainda, que a existência de ação judicial relacionada ao IPI impediria o deferimento dos pedidos de Restituição, motivo pelo qual estes foram indeferidos. Em relação às compensações, foi afastada a sua homologação tácita tendo por fundamento o Parecer PGFN/CDA/CAT nº 1.499/05, sendo as mesmas também indeferidas. A Recorrente foi cientificada do despacho decisório que indeferiu a restituição e as compensações no dia 07/05/2007. A respeito da competência para análise do pedido de restituição e das compensações efetuadas, assim prescrevia a IN 21/97: Art. 8º O ressarcimento dos créditos relacionados no art. 3º será efetuado, inicialmente, mediante compensação com débitos do IPI relativos a operações no mercado interno. (...) § 2° Compete à autoridade administrativa da DRF ou da IRFA, do domicilio fiscal da pessoa jurídica, proferir despacho decisório quanto ao crédito pleiteado e autorizar o seu pagamento, na forma da Instrução Normativa Conjunta SRF/STN n° 117, de 1989, integral ou na parte em que for favorável o despacho. Fl. 315DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 10909.001589/0058 Acórdão n.º 330200.840 S3C3T2 Fl. 297 7 Em maio de 2000, o domicilio fiscal da Recorrente encontravase vinculado a IRF de Itajaí, que tinha competência para analisar e decidir a respeito dos pedidos promovidos no âmbito deste processo de ressarcimento. Isto é incontestável. O fato de não ter ocorrido a intimação do contribuinte da decisão proferida pelo Delegado de Itajaí não altera o desfecho a ser dado no presente processo, ainda que, como registrado, a própria DRF de Florianópolis tenha dado cumprimento a referida decisão quando, em 05/02/2007, alterou os saldos dos débitos vinculados nas compensações, tudo conforme se verifica dos relatórios de compensação SIEF. É inegável que, em determinados casos, pode a administração pública rever seus atos, desde que eivados dos vícios listados na legislação e, principalmente, respeitados os prazos fixados na legislação tributária, e em especial no Código Tributário Nacional e na Lei 9.430/96, que fixam expressamente o prazo de 5 anos tanto para a revisão dos atos praticados como das declarações de compensação apresentadas pelos contribuintes. Em que pese ser discutível a declaração de nulidade promovida pela DRF de Florianópolis, verifico que existe questão a ser analisada que põe termo ao presente processo. Tal questão está relacionada à homologação tácita das compensações efetuadas. Em se tratando de pedidos de compensação protocolados no ano de 2000, convém analisar o disposto no art. 74 da Lei 9.430/96, com a redação dada pelas Leis nº. 10.637/2002 e nº. 10.833/03, assim determinou: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física;(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) Fl. 316DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES 8 III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Nos termos do § 4º do artigo 74 da Lei nº. 9.430/96, os pedidos de compensação pendentes de análise por parte da SRF em 01/10/2002 foram automaticamente convertidos em Declaração de Compensação desde o seu protocolo, passando, a partir disto, estarem sujeitos à homologação tácita quando não analisados dentro do prazo de 5 anos a contar do seu protocolo. A Instrução Normativa SRF n° 460, de 18/10/2004, primeira a regular a matéria tratada nos parágrafos 2° e 5° do art. 74 da Lei n° 9.430/96, após a edição da MP n° 66/2002, basicamente repete os dispositivos contidos naquela Lei, vejase a seguir: Art. 29. A autoridade da SRF que nãohomologar a compensação cientificará o sujeito passivo e intimáloá a efetuar, no prazo de trinta dias, contados da ciência do despacho de nãohomologação, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. § 1º. Não ocorrendo o pagamento ou o parcelamento no prazo previsto no caput,o débito deverá ser encaminhado à PGFN, para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no art. 48. § 2º. prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de cinco anos, contados da data da entrega da Declaração de Compensação. (...) Art. 64. Serão considerados Declaração de Compensação, para os efeitos previstos no art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com a redação determinada pelo art. 49 da Lei nº 10.637, de 2002, e pelo art. 17 da Lei nº 10.833, de 2003, os pedidos de Fl. 317DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 10909.001589/0058 Acórdão n.º 330200.840 S3C3T2 Fl. 298 9 compensação que, em 1º de outubro de 2002, encontravamse pendentes de decisão pela autoridade administrativa da SRF. (...) Art. 70. A data de início da contagem do prazo previsto no § 2º. do art. 29, na hipótese de pedido de compensação convertido em Declaração de Compensação, é a data da protocolização o do pedido na SRF. A Secretaria da Receita Federal, por meio da sua CoordenaçãoGeral de Tributação, editou a Solicitação de Consulta Interna n° 01, de 04 de Janeiro de 2006, em que restou esclarecido: ASSUNTO : Homologação tácita de compensação objeto de pedido de compensação convertido em declaração de compensação. EMENTA : Pedido de compensação convertido em declaração de compensação. Prazo de cinco anos para homologação tácita da compensação. Inexistência de homologação tácita para pedidos de compensação não convertidos em declaração de compensação. Obrigatoriedade de exame do pedido de restituição. Cabimento de manifestação de inconformidade contra o não reconhecimento do crédito objeto do pedido de restituição. O prazo para a homologação de compensação requerida à Secretaria da Receita Federal tem sua contagem iniciada na data do protocolo do pedido de compensação convertido em declaração de compensação. Será considerada tacitamente homologada, mediante despacho proferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal, a compensação objeto de pedido de compensação convertido em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito. Ou seja, não existe, na legislação de regência, qualquer determinação ou exigência relacionada a procedência ou não dos pedidos de ressarcimento, nem a eventuais requisitos a serem cumpridos por estes. A homologação tácita ocorre somente em relação aos pedidos de compensação que foram automaticamente convertidos em Declaração de Compensação e não em relação aos pedidos de ressarcimento, que em alguns casos não precisam sequer ser analisados, como no caso de os créditos requeridos estarem sendo totalmente utilizados nas compensações informadas. A interrupção do prazo disposto no § 5º do art. 74 da Lei 9.430/96, somente ocorre com a regular intimação da decisão ao sujeito passivo. Esta é a determinação contida na Instrução Normativa SRF nº 460/2004, senão vejamos: Fl. 318DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES 10 Art. 73. Considerase pendente de decisão administrativa, para fins do disposto nos arts. 57, 62 e 64, a Declaração de Compensação, o Pedido de Restituição ou o Pedido de Ressarcimento em relação ao qual ainda não tenha sido intimado o sujeito passivo do despacho decisório proferido pelo titular da DRF, Derat, Deinf, IRFClasse Especial ou ALF competente para decidir sobre a compensação, a restituição ou o ressarcimento. (grifos nossos) No presente caso isto somente ocorreu em 07/05/2007, ou seja, quase sete anos após o protocolo ((15/09/2000 (fls. 192), 18/10/2000 (fls. 70) e em 27/11/2000 (fls.71)) dos Pedidos de Compensação que foram posteriormente convertidos em Declaração de Compensação. Tendo sido homologadas todas as compensações requeridas, as outras questões levantadas no Recurso Voluntário perdem força, motivo pelo qual deixo de examiná las. Neste sentido já decidiu o antigo Conselho de Contribuintes, em acórdão de lavra do eminente conselheiro Antônio Zomer, cuja ementa assim ficou assentada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/0712000 a 31/10/2000 RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. LITÍGIO NÃO CONFIGURADO. O reconhecimento da ocorrência de homologação tácita da compensação, conforme disposto nos §4 e 52 do art. 74 da Lei nº. 9.430/96, prejudica a análise do mérito do pedido de ressarcimento dos créditos utilizados pelo contribuinte e resolve processo administrativo, extinguindo o correspondente litígio. (Acórdão nº20219304 – Relator Antônio Zomer. Data Julgamento 04/09/2008) Por todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário reconhecendo a homologação tácita das compensações protocoladas em 15/09/2000 (fls. 192), 18/10/2000 (fls. 70) e em 27/11/2000 (fls.71), cancelandose por inteiro a exigência fiscal. (assinado digitalmente) ALEXANDRE GOMES Relator Fl. 319DF CARF MF Emitido em 24/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Assinado digitalmente em 14/05/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 14/05/2011 por ALEXANDRE GOMES
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Numero do processo: 13931.000339/2007-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 10 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Fri Dec 10 00:00:00 UTC 2010
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP.Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. CRÉDITOS. BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS NO PROCESSO PRODUTIVO.O PIS incidente nas aquisições de bens e serviços utilizados no processo produtivo, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado, geram direito a crédito.Recurso Voluntário Provido.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 3302-000.765
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro José Antonio Francisco.
Nome do relator: ALAN FIALHO GANDRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. CRÉDITOS. BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS NO PROCESSO PRODUTIVO. O PIS incidente nas aquisições de bens e serviços utilizados no processo produtivo, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado, geram direito a crédito. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro José Antonio Francisco. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Alan Fialho Gandra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 0623.558, da DRJ/Curitiba, o qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada pela interessada. Usando do princípio da economia processual e no intuito de ilustrar aos pares a matéria, adoto e ratifico excertos do relatório objeto da decisão recorrida, que bem descrevem os fatos até aquela fase dos autos, ipsis verbis: “Trata o processo de Pedido de Ressarcimento de créditos do PIS/PASEP Exportação. apurados no regime de incidência nãocumulativa — Mercado Externo, correspondente ao 3º trimestre de 2004, totalizando R$ 26.402.95 (fls. 21,23), cumulado com Declarações de Compensação transmitidas em 17/07/2007 e 10/08/2007 (fls. (12/10 e 32/35). A DRF em Ponta Grossa/PR. por meio do Despacho Decisório nº 484/2008 (fls. 165 175). a partir das informações fornecidas pela interessada, reconheceu parcialmente o direito creditório postulado, deferindo o valor de R$ 24,799,75, bem como homologando as compensações até o limite do crédito reconhecido. Na análise realizada pela autoridade administrativa, foram feitas glosas dos créditos decorrentes de: 1) compra de material para uso ou consumo (CFOP 1.556 e 2.556), no total de R$ 60.181.49. que não geram créditos por não se enquadrarem no conceito de bens e serviços utilizados como insumos na produção de bens destinados à venda; 2) notas fiscais não apresentadas para conferência, no valor de R$ 1.413.72; 3) taxas municipais de iluminação pública e encargos de capacidade emerge ncial seguro apagão , no montante de R$ 1.654,62, incluída na conta de energia elétrica, mas que não se trata de energia consumida no estabelecimento; 4) aquisição de combustíveis, no valor de R$ 22.705.63, que não se caracterizam como insumos utilizados no processo produtivo; 5) compras de paletes, estrados, ripas e etiquetas, totalizando R$ 5.700,39, que não se enquadram no conceito de insumos; e 6) serviços de fretes de equipamentos, no montante de R$ 6.490.00, que não são considerados para efeito de crédito. Cientificada em 13/06/:2008 (fl. 196), a interessada, por intermédio de seu representante legal (fls. 11/18), ingressou com a manifestação de inconformidade de fls. 197/203, em 14/07/20, contestando as glosas procedidas pela autoridade administrativa, com o teor a seguir descrito. Diz que os valores incluídos nos CFOP 1.556 e 2.556, embora os códigos se refiram a material de consumo, tratase de aquisição de bens para manutenção das máquinas utilizadas no processo produtivo, e que é praxe os contribuintes incluírem essas aquisições nesses códigos, dada a inexistência de CFOP específico. Reconhece que, no mesmo CFOP, existem entradas com direito ao crédito e outras sem, contudo, não poderia a autoridade glosar todos os valores, deveria, sim, analisar Fl. 2DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Processo nº 13931.000339/200721 Acórdão n.º 330200.765 S3C3T2 Fl. 2 3 minuciosamente as informações prestadas em resposta à intimação n° 258/2008, a fim de garantir o crédito em relação às aquisições de bens para manutenção das máquinas utilizadas no processo produtivo, nos termos das Soluções de Consulta n° 131 e 140 da Receita Federal. Argumenta que as aquisições de óleo diesel e gás GLP (cerca de 90%) são utilizados no processo produtivo, agregandose fisicamente à produção, conforme informado em resposta à intimação n° 781/2007. Salienta que a aquisição de paletes, estrados, ripas e etiquetas são para utilização como material de embalagem no processo produtivo, sendo utilizados para embalar seus produtos destinados à venda, de modo a garantir que cheguem em perfeitas condições ao destino final, que são, posteriormente, descartados pelo adquirente das mercadorias”. A DRJ não acolheu as alegações do contribuinte e manteve a glosa do crédito pretendido, em acórdão resumido na seguinte ementa: “INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITOS. INSUMOS. O sujeito passivo poderá descontar da contribuição apurada no regime nãocumulativo, créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos as matériasprimas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. PEÇAS PARA MANUTENÇÃO E COMBUSTÍVEIS (ÓLEO DIESEL, GÁS GLP). As peças para manutenção e os combustíveis para que possam ser considerados como insumos devem ser consumidos em decorrência de • ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação e não utilizados em máquinas, equipamentos e veículos de transporte/manuseio de matériaprima, insumos e/ou produtos acabados. EMBALAGEM DE TRANSPORTE (PALETES, ESTRADOS, RIPAS E ETIQUETAS). As embalagens que não são incorporadas ao produto durante o processo de industrialização, mas apenas depois de concluído o processo produtivo, e que se destinam tãosomente ao transporte dos produtos acabados, não geram direito ao crédito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido”. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 4 Cientificada do acórdão, a interessada insurgese contra seus termos, interpondo recurso voluntário a este Eg. Conselho, repisando, relativamente a matéria recorrida, os mesmos argumentos aduzidos anteriormente. Finaliza requerendo “... o recebimento e a apreciação do presente RECURSO VOLUNTÁRIO, para o efeito de reconhecer o direito da recorrente de ressarcir se dos créditos do Programa de Integração Social PIS, relativos ao 3° trimestre do ano de 2004, no que toca (i) os bens adquiridos para a manutenção de máquinas e equipamentos, (ii) os combustíveis (óleo diesel e gás GLP) utilizados como insumos e (iii) os paletes, estrados, ripas e etiquetas empregados no processo produtivo”. É o relatório. Voto Conselheiro Alan Fialho Gandra< Relator Admissibilidade O recurso voluntário merece ser conhecido, pois é tempestivo e preenche os demais requisitos formais e materiais exigidos para sua admissibilidade. Créditos Descontáveis A recorrente defende que (i) os bens adquiridos para a manutenção de máquinas e equipamentos, (ii) os combustíveis (óleo diesel e gás GLP) e (iii) os paletes, estrados, ripas e etiquetas são utilizados no processo produtivo e, portanto, a glosa desses créditos é indevida, no que a decisão recorrida discorda. Sobre este tema, o art. 3o da Lei no 10.637/02 e alterações posteriores, no que interessa, assim dispõe: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o; I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3o do art. 1o; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 413, de 2008) a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) Fl. 4DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Processo nº 13931.000339/200721 Acórdão n.º 330200.765 S3C3T2 Fl. 3 5 b) no § 1o do art. 2o desta Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.787, de 2008) II bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; II – bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples); V – despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 5DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 6 VII edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; VIII bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei. IX energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) IX energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no art. 2o sobre o valor: § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos III a V do caput, incorridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos no mês; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; IV dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês. § 2o Não dará direito a crédito o valor de mãodeobra paga a pessoa física. § 2o Não dará direito a crédito o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I de mãodeobra paga a pessoa física; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) § 3o O direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação: Fl. 6DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Processo nº 13931.000339/200721 Acórdão n.º 330200.765 S3C3T2 Fl. 4 7 I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; II aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; III aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir do mês em que se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei. § 4o O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes. Disciplinando a matéria, foi editada a Instrução Normativa SRF nº 209/02, que, quanto ao assunto, assim discorre: INSRF nº 209/02 Art. 8º Do valor apurado na forma do art. 7º, a pessoa jurídica pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: I das aquisições efetuadas no mês: a) de bens para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do art. 5º; b) de bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; II das despesas e custos incorridos no mês, relativos a: a) energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; b) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; c) despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamento de pessoa jurídica, exceto daquelas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples); III dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos à: a) máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem assim a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; b) edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; e IV relativos aos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do mês ou de Fl. 7DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 8 mês anterior, e tenha sido tributada conforme o disposto nesta Instrução Normativa. § 1º Não gera direito ao crédito o valor da mãodeobra paga a pessoa física. § 2º O crédito não aproveitado em determinado mês pode ser utilizado nos meses subseqüentes. Art. 9º O direito ao crédito de que trata o art. 8º aplicase, exclusivamente, em relação: I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; II aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; e III aos bens e serviços adquiridos e aos custos, despesas e encargos incorridos a partir de 1º de dezembro de 2002. Parágrafo único. Para efeitos do disposto neste artigo, a pessoa jurídica deve contabilizar os bens e serviços adquiridos e os custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoas jurídicas domiciliadas no País separadamente daqueles efetuados a pessoas jurídica domiciliada no exterior. Da leitura atenta dos trechos da legislação acima, concluise que a condição para descontar o crédito sobre os bens e serviços é que eles sejam utilizados na produção ou fabricação de outros bens ou serviços, restando superada a discussão se os mesmos são ou não insumos. A Lei determina que os mesmos sejam assim tratados. No tocante a manutenção de máquinas e equipamentos, a decisão de primeira instância glosa o crédito pretendido argumentando que “... a aquisição de bens e de gastos com reparos, manutenção de bens, partes e peças que não sofrem alterações em decorrência da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, destinandose tãosomente a manter os bens a serem aplicados em condições eficientes de operação, além de muitos desses gastos se referirem a uso geral sem que haja identificação em que fase do sistema produtivo possam ser consumidos ou aplicados diretamente aos produtos em fabricação (p.ex: correia, rolamentos, óleos diversos, sensor ótico etc.)”. Discordo de tal posicionamento, pelas mesmas razões esposadas na Solução de Consulta nº 131 – as quais adoto e ratifico com fulcro no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Leiase: Solução de Consulta n° 131: PIS NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. INSUMOS. A aquisição de peças de reposição para manutenção das máquinas e dos equipamentos empregados na produção de bens destinados à venda pode ser considerada aquisição de insumos para efeito de cálculo do crédito a ser descontado da contribuição para o PIS/Pasep no regime de incidência nãocumulativa, desde que essas peças não devam ser incluídas no ativo imobilizado e respeitadas as demais normas da legislação referentes ao desconto de créditos. A aquisição de serviços de manutenção das máquinas e dos equipamentos empregados na produção de bens destinados à venda pode ser considerada aquisição de insumos Fl. 8DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Processo nº 13931.000339/200721 Acórdão n.º 330200.765 S3C3T2 Fl. 5 9 para efeito de cálculo do crédito a ser descontado da contribuição para o PIS/Pasep no regime de incidência não cumulativa, respeitadas as demais normas da legislação referentes ao desconto de créditos. Em relação aos combustíveis (óleo diesel e gás GLP), a previsão de que são descontáveis é literal (Lei nº 10.637/02, art. 3º. II, e INSRF nº 209/02, art. 8º, I, “b”). Pelo que disse a recorrente, no que concordo, os combustíveis são utilizados no processo produtivo, sendo o “...óleo diesel combustível para equipamentos como pá carregadeira, carregador florestal, utilizados na movimentação de matéria prima, insumos e produtos intermediários nos setores de serraria e secagem. Gás GLP utilizado principalmente como combustível para o forno de secagem, onde é aplicada uma camada de gesso, originando o produto final. Utilizado também, mas em baixa escala, como combustível para empilhadeira na movimentação de matéria prima, insumos e produtos intermediários e acabados em todos os setores produtivos... Quanto ao Óleo Diesel e a pequena fração de Gás GLP utilizados nos equipamentos como pá carregadeira e carregador florestal, para a movimentação de matérias primas, insumos e produtos intermediários nos setores de serraria e secagem, bem como para a empilhadeira na movimentação destes mesmos elementos, resta evidente seu consumo no processo de produção, em perfeita harmonia com o conceito de insumo”. Sendo os combustíveis empregados diretamente na produção bens destinados à venda, ou em veículos que nela operem, os créditos decorrentes de suas aquisições podem ser descontados. Quanto aos paletes, estrados, ripas e etiquetas, o acórdão recorrido nega o creditamento aduzindo que a contribuinte os utiliza para embalar e proteger seus produtos até o seu destino final, se destinando inequivocamente apenas para movimentação, armazenagem e transporte de produtos, sem que haja a incorporação desses bens durante o processo de industrialização. Mas apenas com a sua utilização depois de concluído o processo produtivo, não pode gerar direito ao crédito da contribuição. Ao contrário do que afirma o decisum, entendo que esses produtos são incorporados ao produto final, pois sem eles não podem ser comercializados, quer por exigência da legislação, quer por propiciar o manuseio/transporte. Portanto, os créditos decorrentes da aquisição de paletes, estrados, ripas e etiquetas. utilizados para embalar, armazenar, proteger e identificar seus produtos, podem ser deduzidos. Conclusão Com essas considerações, voto por dar provimento ao recurso voluntário, reconhecendo o direito de desconto dos créditos decorrentes das aquisições de (i) bens adquiridos para a manutenção de máquinas e equipamentos, (ii) combustíveis (óleo diesel e gás GLP) utilizados como insumos e (iii) os paletes, estrados, ripas e etiquetas empregados no processo produtivo. Atentese que as demais matérias não foram suscitadas no recurso voluntário. Fl. 9DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 10 (assinado digitalmente) Alan Fialho Gandra Relator Fl. 10DF CARF MF Emitido em 25/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 08/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 07/02/2011 por ALAN FIALHO GANDRA
score : 1.0
Numero do processo: 13931.000220/2005-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 10 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Fri Dec 10 00:00:00 UTC 2010
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS.Período de apuração: 01/02/1999 a 30/04/2000PRAZO DE RESTITUIÇÃO Nos termos da Lei Complementar nº 118/05 é de cinco anos o prazo para o pedido de restituição, contados da data do recolhimento a maior ou indevido.RESTITUIÇÃO LC 118/05 Inconstitucionalidade do art. 4º da Lei Complementar. É vedado ao julgador administrativo declarar a inconstitucionalidade de dispositivo legal em vigor.Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins.Período de apuração: 01/05/2000 a 31/12/2000INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO.A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de ilegalidade ou inconstitucionalidade de lei.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 3302-000.773
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Matéria: Cofins- proc. que não versem s/exigências de cred.tributario
Nome do relator: ALEXANDRE GOMES
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RESTITUIÇÃO LC 118/05 Inconstitucionalidade do art. 4º da Lei Complementar. É vedado ao julgador administrativo declarar a inconstitucionalidade de dispositivo legal em vigor. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/05/2000 a 31/12/2000 INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de ilegalidade ou inconstitucionalidade de lei. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Gomes Relator Fl. 1DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES 2 EDITADO EM: 26/01/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva (Presidente), José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes (Relator) e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição de COFINS protocolado em 06/06/2005, relacionado aos períodos de apuração 03/1999 a 12/2000, tendo por base pagamentos indevidos em decorrência de alegada inconstitucionalidade da Lei 9.718/98. A DRF de Ponta Grossa indeferiu o pedido por entender que, em relação ao períodos de apuração 03/1999 a 04/2000, teria ocorrido a prescrição dos créditos pleiteados. Já em relação aos períodos de apuração 05/2000 a 12/2000, entendeu não haver direito a restituição por falecer competência ao julgador administrativo para declarar a inconstitucionalidade de lei. A DRJ de Curitiba manteve o indeferimento, em decisão que assim ficou ementada: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/1999 a 30/04/2000 PREJUDICIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. DECADÊNCIA. O direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, ou em valor maior que o devido, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/05/2000 a 31/12/2000 INDÉBITO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA. A apuração e pagamento da Cofins, nos termos da legislação tributária vigente não constitui indébito tributário. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de ilegalidade ou inconstitucionalidade de lei. Solicitação Indeferida No Recurso Voluntário defende o prazo de 10 anos para o exercício do direito a restituição dos valores pagos indevidamente e, no mérito, que foi ilegal e Fl. 2DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 13931.000220/200597 Acórdão n.º 330200.773 S3C3T2 Fl. 72 3 inconstitucional a revogação da Lei Complementar nº 70/91 nos moldes preconizados pela Lei nº 9.718/98. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Gomes, Relator O presente Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os demais requisitos e dele tomo conhecimento. São dois períodos distintos a serem analisados no presente recurso, tendo em vista a questão preliminar de prescrição de parte dos créditos. Períodos de apuração 01/02/1999 a 30/04/2000 Em relação às competências 02/1999 a 04/2000, a DRJ afastou a pretensão diante da ocorrência da prescrição dos créditos e da inexistência dos alegados créditos, tendo em vista a aplicação do disposto no art. 165, inciso I, do CTN. Como já me manifestei em outras oportunidades, coaduno com o entendimento de que o prazo de restituição dos tributos recolhidos indevidamente iniciase decorridos cinco anos, contados a partir do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio, computados a partir do termo final do prazo atribuído à Fazenda Pública para aferir o valor devido referente à exação. Ou seja, considero que somente após a homologação é que se inicia o curso do prazo prescricional qüinqüenal, de modo que, na prática, o prazo total fixado para restituição é de dez anos após o recolhimento indevido. Neste sentido, o E. STJ, após inúmeras reviravoltas, já pacificou seu entendimento, senão vejamos: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. DECRETOS LEIS 2.445/88 E 2.449/88. PRESCRIÇÃO. CINCO ANOS DO FATO GERADOR MAIS CINCO ANOS DA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INAPLICABILIDADE DO ART. 3º DA LC N. 118/2005. INÍCIO DA VIGÊNCIA SOMENTE APÓS 120 DIAS CONTADOS DA PUBLICAÇÃO. INTELIGÊNCIA DO ART. 4º DA MESMA LEI. Está uniforme na 1ª Seção do STJ que, no caso de lançamento tributário por homologação e havendo silêncio do Fisco, o prazo decadencial só se inicia após decorridos 5 (cinco) anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio, a partir da homologação tácita do lançamento. Estando o tributo em tela sujeito a lançamento por homologação, aplicamse a decadência e a prescrição nos moldes acima delineados. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES 4 O disposto no artigo 3º da Lei Complementar n. 118, de 09 de fevereiro de 2005 é inaplicável, uma vez que ainda não iniciada a sua vigência, a qual somente terá início após 120 dias contados da publicação, a teor do artigo 4º da mesma lei. Agravo regimental não conhecido.1 Ocorre que, com o advento da Lei Complementar 118/05, a questão da prescrição do direito a repetição do indébito ganhou nova conotação, senão vejamos: Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. Art. 4o Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3o, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional Não obstante afastar a interpretação que vinha sendo consagrada pela doutrina e pelo judiciário, a nova lei ainda determinou sua aplicação retroativa, uma vez que determinou a observância do disposto do art. 106, inciso I do CTN, que assim prescreve: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; É bom destacar que a respeito da legalidade do disposto no art. 4º da Lei Complementar 118/05, o STJ já manifestou sua posição, entendendo pela manifesta inconstitucionalidade dos dispositivos, conforme se depreende da decisão proferida no Resp nº 644.736/PE, cuja ementa segue abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. LC 118/2005. INCONSTITUCIONALIDADE DA APLICAÇÃO RETROATIVA. 1. Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. 2. A norma do art. 3º da LC 118/05, que estabelece como termo inicial do prazo prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a Corte 1 AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 653.771 SP (2005/00095396). RELATOR : MINISTRO Francisco Peçanha Martins. Segunda Turma. 05/05/2005. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 13931.000220/200597 Acórdão n.º 330200.773 S3C3T2 Fl. 73 5 Especial, em sessão de 06/06/2007, DJ 27.08.2007, declarou inconstitucional a expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional", constante do art. 4º, segunda parte, da referida Lei Complementar. 3. Embargos de divergência a que se nega provimento. Contudo, como é de conhecimento geral ao julgador administrativo é vedado declarar a inconstitucionalidade de norma tributária vigente, como é o caso do art. 4º da Lei Complementar 118/05, até que haja manifestação plenária do Supremo Tribunal Federal. É o que se extrai do disposto no art. 62 do Regimento Interno do CARF: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. No âmbito do CARF a matéria encontrase sumulada: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Sumula 2 do 1º e 2º CC. Assim, não havendo possibilidade de afastar, em sede administrativa, a prescrição dos créditos pleiteados, correta a decisão da DRJ que afastou a pretensão do Recorrente em relação as competências anteriores a 05/2000. Período de Apuração 01/05/2000 a 31/12/2000 Em relação ao segundo período pleiteado e não alcançado pela prescrição, melhor sorte não socorre o recorrente. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES 6 A DRJ manteve o indeferimento do pedido em relação as competências posteriores a 04/2000 por entender que a legislação enfrentada não padecia de vicio e ainda que assim não fosse, não haveria possibilidade de o julgador administrativo declarar a inconstitucionalidade de lei. No âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais esta matéria já se encontra sumulada, como vemos: O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) Ressaltase que o pedido de restituição protocolado pelo Recorrente, conforme claramente demonstrado na planilha de fls. 06, está relacionado somente ao pagamento da COFINS efetuado com a majoração da alíquota de 2% para 3%, ou seja, pretende restituir os valores relativos ao 1% recolhidos a maior com base na Lei nº 9.718/98, que no seu entender não possui amparo constitucional. Não há no pedido formulado, valores relativos à COFINS que tenham incidido sobre outras receitas estranhas ao faturamento. Tal assertiva decorre da simples analise da planilha de fls. 06, onde constam colunas com valores zerados para receitas financeiras, de aluguéis e outras. Em se tratando de questionamento relacionado à majoração da alíquota promovida pela Lei 9.718/98, é imperioso destacar que o Supremo Tribunal Federal já decidiu pela sua constitucionalidade, conforme se vislumbra das decisões reproduzidas na seqüência: EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO ARTIGO 8º DA LEI Nº 9.718/98. MAJORAÇÃO DA ALÍQUOTA DA COFINS. CONSTITUCIONALIDADE. QUESTÃO ALUSIVA AOS VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS. NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 357.950, da relatoria do ministro Marco Aurélio, entendeu que o aumento da alíquota da COFINS por lei ordinária não violou o princípio da hierarquia das leis. Por outra volta, esta colenda Corte, ao julgar o RE 336.134, da relatoria do ministro Ilmar Galvão, concluiu que o regime de compensação de que trata o art. 8º da Lei nº 9.718/98 é legítimo, dado que diz respeito a empresas em situações distintas. A controvérsia alusiva aos valores indevidamente recolhidos (compensação e prescrição) tem natureza infraconstitucional, o que não autoriza a abertura da via extraordinária. Em boa verdade, cuidase de questão cujo deslinde compete ao Juízo da execução. Precedentes. Agravo regimental desprovido.( RE AgR480191 / SP. Relator(a): Min. CARLOS BRITTO . Data Julgamento 20/11/2007) EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. COFINS. ART. 8º, CAPUT, DA LEI 9.718/98. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. I O Supremo Tribunal Federal, nos julgamentos dos RE 336.134/RS e RE 357.950/RS, decidiu pela constitucionalidade do art. 8º, caput, e § 1º, da Lei 9.718/98. II Desnecessidade de lei complementar para majoração de alíquota de contribuição cuja instituição ocorreu nos termos do art. 195, I, da CF. Precedentes. III Fl. 6DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 13931.000220/200597 Acórdão n.º 330200.773 S3C3T2 Fl. 74 7 Aplicação, no tempo, dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei 9.718/98. Redação anterior ao advento da EC 20/98. IV Embargos de declaração convertidos em agravo regimental a que se nega provimento. (REED 378.877/GO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI. Julgamento: 27/11/2007) Na esteira destas decisões, padece de competência, este julgador, para declarar a inconstitucionalidade ou ilegalidade de dispositivo legal vigente. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Alexandre Gomes Fl. 7DF CARF MF Emitido em 03/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES Assinado digitalmente em 19/02/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 18/02/2011 por ALEXANDRE GOMES
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Numero do processo: 10980.010711/2006-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 08 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Thu Dec 09 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Assuyro: CoNnunuicAo PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
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Período de apuração: 15/03/1999 a 15/02/2001
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O direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição paga
indevidamente, ou em valor maior que o devido, extingue-se com o decurso
do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do credito tributário,
assim entendido como o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por
homologação. Observância aos princípios da estrita legalidade e da segurança
j uridica,
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-000.716
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: WALBER JOSE DA SILVA
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conteudo_txt : Metadados => date: 2011-08-23T13:49:49Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 8; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-08-23T13:49:49Z; Last-Modified: 2011-08-23T13:49:49Z; dcterms:modified: 2011-08-23T13:49:49Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:646517c5-0eae-40ed-bac4-321f6a93a23f; Last-Save-Date: 2011-08-23T13:49:49Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-08-23T13:49:49Z; meta:save-date: 2011-08-23T13:49:49Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-08-23T13:49:49Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-08-23T13:49:49Z; created: 2011-08-23T13:49:49Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2011-08-23T13:49:49Z; pdf:charsPerPage: 1383; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-08-23T13:49:49Z | Conteúdo => j.; • S3-C3-12 Fl 63 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n" 10980 010711/2006-53 Recurso n" 238.927 Voluntário Acórdão n" 3302-00.716 — 3" Câmara / 2" Turma Ordinária Sessão de 09 de dezembro de 2010 Matéria COF1NS - RESTITUIÇÃO Recorrente OSMAR LIEBL Recorrida FAZENDA NACIONAL Assuyro: CoNnunuicAo PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL- CORNS Período de apuração: 15/03/1999 a 15/02/2001 DIREITO CREDIT6R10. RESTITUIÇÃO. PRAZO. O direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição paga indevidamente, ou em valor maior que o devido, extingue-se com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do credito tributário, assim entendido como o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por homologação. Observância aos princípios da estrita legalidade e da segurança j uridica, Recurso Voluntário Negado Vistos. relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waiber lose da Silva - Presidente e Relator EDITADO EM: 11/12/2010 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber Jose da Silva, Jose Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Curia) Barreto. Relatório No dia 26/09/2006 a firma OSMAR LlEBL, já qualificada, ingressou com o pedido de restituição de Cofias, relativo a pagamentos efetuados no período de 15/031 1999 a 15/02/2001, alegando inconstitucionalidade do § ll do art. 3" da Lei n" 9.718/98, que ampliou a base de cálculo da exação. A DIU em Joinville - SC indeferiu o pedido da recorrente, alegando a extinção do direito de a recorrente pleitear a restituição, conforme Despacho Decisório de 11. 14. Ciente da decisão, a empresa interessada ingressou com a manifestação de inconformidade de fls. 17/33, na qual alega, resumidamente, que o direito de pedir a restituição extingue-se em cinco anos contados após a homologação do pagamento antecipado, data era que se considera extinto o crédito tributário. Cita jurisprudência judicial e administrativa A Turma de Julgamento da DRJ em Florianópolis - SC indeferiu solicitação da recorrente, nos terms do Acórdão n 07-9.175, de 15/12/2006, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSthVIO NORMAS GERAIS DE DIRE110 1 RIBLITÀRIO Pei iodo de apt, ação 5/03/1999 a 15/02/2001 PEDIDO DE RES/ 11 U1(7.4.0 PRAZO DEC4DENC1AL O di, eito de pleiteai- a restintição ertingue-se tom o deem in do par° decadencial de cinco C7/703, contact° c/a clam: do pagamemo indevido Solicitação Inclefoida A recorrente tomou ciência da decisão de primeira instância no dia 16/01/2007, conforme AR de U. 40, e, discordando da mesma, impetrou, no dia 08/02/2007, o recurso voluntário de fis. 41/61, no qual reprisa os argumentos da manifestação de inconformidade. Na forma regimental, o recurso voluntário foi a mim distribuido.. Voto Conselheiro Walber José da Silva 0 recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais preceitos legais. Dele se conhece. A recorrente esta pleiteando a restituição de Cofins cujos pagamentos, que entende indevidos ou maiores que os devidos, foram realizados no período de 15/03/1999 a 15/02/2001. 0 pedido de restituição foi apresentado no dia 26/09/2006. : • • 2 1) 1 Process() n' 10980 010711/2006-53 S3-C312 cnrdrio n' 3302-00.716 Fl 64 A Receita Federal do Brasil (RFB), por meio das suas DRF e DRJ, entendeu extinto o direito de a recorrente pleitear a restituiçáo em tela em face do decurso do prazo, que entende ser de 5 (cinco) anos a contar do pagamento tido como indevido e objeto do pedido de restituiçáo.. Concordo e ratifico o entendimento da RFB e julgo improcedentes os argumentos da recorrente quanto ao transcurso do prazo para pleitear restituiçáo de eventual pagamento indevido ou a maior de Cofins.. A achninistraçáo pública rege-se pelo principio da estrita legalidade (CF, art. 37, alma). especialmente em matéria de administrayilo tributária, que é uma atividade administrativa plenamente vinculada (CTN, art. 3 e 142, parágrafo único). Desta forma, o agente público encontra-se preso aos teimes da Lei, nao se lhe cabendo inovar ou suprimir as normas vigentes, o que significa, em última análise, introduzir discricionariedade onde náo lhe 8 permitida. Sobre o prazo e o termo a quo do mesmo para pedir restituiçáo de tributos e contribuições pagos indevidamente, reza o art. 168 do CTN: "Art. 168. 0 direito de pleitear a restituição extingue-se com o decut so do pra:o de 5 (cinco) anos. contados 1 nas hipóteses dos iliCiSOS I e 11 do artigo 165, da data da extinção do crédito tributdrio; II - na hipótese do inciso III do al ligo 16.5, da dam em que se tot oar delinlliva a decisão administratim ou passai em julgado a decisão judicial que tenha refonnado. anulado, revogado ou I escindido a decisão condenató, ia" ('neg, itei) Para terminar de vez a querela sobre o termo a quo da contagem do referido prazo, para os tributos lançados por homologaçáo (se a data do pagamento au a data da homologaçáo do pagamento), a Lei Complementar n' 118, de 09/02/2005, determinou que a extingilo do crédito tributário ocorre no momento do pagamento antecipado. Reza o artigo 3' da referida lei: Art. 3"- Pala efeito de imequetação do inciso I do all 168 da Lei nu 5 172. de 25 de outuln o de 1966 - Código Tributritio Nacional. a extinção do médito tributório ocorre, no Caso de tributo sujeito a lançamento por homologação. no momento do pagamento amecipado 1e que trata o 1° do art 150 da refer ida Lei Mais ainda, o art. 40 da mesma lei determina que o disposto no art. 3 0 aplica- se a ato ou lato pretérito, in Ye; his: Art. 4'2 Esta lei antra cm vigor 120 (coma e rime) dias após 51Ia publicação , observado, quanto ao art. 30, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n° 5.172, de 2.5 de outuln o de 1966 - Código ii ibutat in Nacional (gt ?lei) O citado art. 106, inciso 1, do CTN regulamenta a aplicaçáo da lei tributária no tempo, a saber: 3 : t 106 A lei aplicir-se a too ou fato prod, ira 1 - cio qualquer caso, quando seja expresso:none interpretativa. excluida a aplicação de penalidade it infração dos dispositivos into pretados, Pottanto, não há corno a administiação deixar de aplicar os referidos dispositivos e, consequentemente, indeferir o pleito da rem lente. No mais, com Moo no alt 50, § 1', da Lei n' 9.784/1999 1 , adoto e ratilico os fundamentos do acOldão de pr imeit a instância. Por tais 'aides, voto no sentido de negar ptovimento ao tecuiso voluntário (assinado digitalmente) Walber José da Silva Art 50 Os ;nos nth inistrativos devenlo ser motivados, com indicacao dos limos e dos fundamentos juridicos quando: .1 I° A motivaetio deve ser explicita, clara e congruente. podendo consistir cm deelarao de concordancia com rundententos de anteriores pareceres, inlbrintagies, decisOes ou propostas, que, neste caso, sera() parte integrante do ato t.t.. 4 E.:. t. .
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