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Numero do processo: 10980.001684/2006-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003, 2004
OMISSÃO DE RECEITAS APURADA COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS.
A ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários autoriza a presunção de omissão de receitas, não sendo o CARF o foro próprio para discutir se a norma se amolda aos contornos constitucionais.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA.
É aplicável a multa de ofício qualificada, naqueles casos em que resta constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso
MULTA AGRAVADA.
A lei prevê o agravamento, que corresponde a acrescê-la em 50%, nos casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada, no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos, tipo no qual não se amoldam a falta de apresentação de livros e documentos e a não comprovação da origem dos recursos depositados em contas bancárias.
Recurso provido em parte.
O ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data se dá a exclusão, não cabendo ao CARF apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes.
Numero da decisão: 1301-001.621
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, dado provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Valmar Fonsêca de Menezes
Presidente
(documento assinado digitalmente)
Valmir Sandri
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros os Conselheiros: Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003, 2004 OMISSÃO DE RECEITAS APURADA COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. A ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários autoriza a presunção de omissão de receitas, não sendo o CARF o foro próprio para discutir se a norma se amolda aos contornos constitucionais. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. É aplicável a multa de ofício qualificada, naqueles casos em que resta constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso MULTA AGRAVADA. A lei prevê o agravamento, que corresponde a acrescê-la em 50%, nos casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada, no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos, tipo no qual não se amoldam a falta de apresentação de livros e documentos e a não comprovação da origem dos recursos depositados em contas bancárias. Recurso provido em parte. O ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data se dá a exclusão, não cabendo ao CARF apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes.
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Conforme dispõe § 3o, inciso VI, da Lei Complementar 105/2001, não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos seus artigos 5º e 6o. O CARF não é competente para apreciar a constitucionalidade da Lei Complementar 105 (Súmula CARF nº 2) EXCLUSÃO DO SIMPLES EXCESSO DE RECEITA APURADO COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA COMPATIBILIDADE ENTRE O ART. 42 DA LEI N° 9.430/1996 E A LEI COMPLEMENTAR N° 105/2001. A falta de comprovação da origem dos recursos creditados em instituição financeira em nome do contribuinte caracteriza omissão de receitas por presunção legal, não podendo o CARF apreciar a constitucionalidade da norma (Súmula CARF nº 2). A Lei Complementar n° 105, de 2001, não trata da mesma matéria do art. 42 da Lei nº 9.430/96, não havendo que se falar de revogação desta por aquela. EXCLUSÃO DO SIMPLES DE MICROEMPRESA, POR EXCESSO DE RECEITA POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DA INSCRIÇÃO COMO EMPRESA DE PEQUENO PORTE. Se a microempresa que exceder o limite de receita bruta não proceder à exclusão do sistema mediante alteração cadastral, a exclusão é feita de ofício. A nova inscrição, como empresa de pequeno porte, se o limite da receita o permitir, não pode ser feita pelo fisco, tratandose de ato de vontade do contribuinte. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 16 84 /2 00 6- 28 Fl. 687DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 3 2 EXCLUSÃO DO SIMPLES EFEITO RETROATIVO DIREITO ADQUIRIDO IMPERTINÊNCIA. O ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data se dá a exclusão, não cabendo ao CARF apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO NÃO INCIDÊNCIA NO PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. Descabe suscitar violação ao princípio do contraditório, eis que tal norma não incide no procedimento fiscalizatório, de índole inquisitiva, sendo aplicável somente na fase litigiosa, que se instaura com a impugnação ao lançamento. SIGILO BANCÁRIO. A prestação de informações pelas instituições financeiras, na forma dos artigos 5º e 6º da Lei Complementar 105/2001, não constitui violação de sigilo, e independem de autorização judicial. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO DE FATO PROSSEGUIMENTO NA EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE SOCIAL RESPONSABILIDADE PESSOAL DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA. Responde pelos tributos devidos pela pessoa jurídica extinta o sócio de fato que prossegue na exploração da atividade social. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003, 2004 INSUBSISTÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO POR EXTINÇÃO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. É infundada a alegação de insubsistência do lançamento por extinção do órgão responsável pelo lançamento, uma vez que a Medida Provisória que criou a Receita Federal do Brasil, que perdeu sua eficácia, apenas conferiu nova denominação à SRF. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003, 2004 OMISSÃO DE RECEITAS APURADA COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. A ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários autoriza a presunção de omissão de receitas, não sendo o CARF o foro próprio para discutir se a norma se amolda aos contornos constitucionais. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. É aplicável a multa de ofício qualificada, naqueles casos em que resta constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo Fl. 688DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 4 3 do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso MULTA AGRAVADA. A lei prevê o agravamento, que corresponde a acrescêla em 50%, nos casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada, no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos, tipo no qual não se amoldam a falta de apresentação de livros e documentos e a não comprovação da origem dos recursos depositados em contas bancárias. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PPRRIIMMEEIIRRAA SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, dado provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Valmar Fonsêca de Menezes Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros os Conselheiros: Valmar Fonsêca de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Relatório Cuidase de recurso impetrado por Rafael Selvatici Borges, contra a decisão da 2ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba, que julgou procedente o ato de exclusão do SIMPLES por excesso de receita bruta no anocalendário de 2002, rejeitou o pedido de exclusão da responsabilidade tributária, e julgou procedentes os lançamentos, mantendo integralmente as exigências de IRPJ, PIS, Cofins e CSLL relativos aos anos calendários de 2003 e 2004, respectivas multas e juros de mora. Conforme consta dos autos do processo nº 10980.014674/200571, pelo Ato Declaratório Executivo DRF/CTA n° 28, emitido em 14/02/2006, do contribuinte Big Wall Comercial Ltda. foi excluído do regime do Simples, por incorrer na vedação prevista no art. 9º, inciso I da Lei n° 9.317, de 1996, tendo sido lançados tributos relativos ao Simples, do ano calendário de 2002, que são objeto do processo n° 10980.001913/200612. Fl. 689DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 5 4 O processo de exclusão do Simples foi apensado ao presente, que recebeu os lançamentos relativos aos anoscalendário de 2003 e 2004. Consta dos autos que o sócio de fato da pessoa jurídica é o Sr. Rafael Selvatici Borges, CPF 004.024.95900, que figura no polo passivo do auto de infração relativo aos tributos devidos por aquela empresa. Na manifestação de inconformidade relativa à exclusão do Simples, a interessada, em preliminar, requereu a declaração de insubsistência do Ato Declaratório de exclusão do Simples, por impossibilidade de demonstração de excedente de receita com base em violação do sigilo bancário da contribuinte, e por impossibilidade de lançamento fundado em simples movimentação bancária. Alegou que: (a) o lançamento assim fundamentado redunda em violação ao art. 150, IV da Carta Magna, que veda a instituição de tributos confiscatórios; (b) configurase confiscatório todo tributo que incida sobre hipótese que não contenha em seu bojo um fato signopresuntivo de riqueza; (c) o art. 42 da Lei n° 9.430/96, que fundamentou o lançamento, foi revogado pelo art. 5º, §4° da Lei Complementar n° 105/2001, de modo que o fisco não pode mais tributar os depósitos bancários com base em presunção, devendo proceder à tributação real e efetiva da omissão de rendimentos ou receitas, encontrada e provada pelo fisco. Quanto aos autos de infração, desenvolveu longo arrazoado sustentando, em síntese: (a) Violação do princípio do contraditório em razão de autuação com base em documentos não submetidos à vista do contribuinte; (b) Invalidade dos atos administrativos praticados no presente processo fiscal, em razão da extinção da Secretaria da Receita Federal; (c) Nulidade dos lançamentos por terem se baseado em informações obtidas mediante quebra de sigilo, violando a garantia de proteção à intimidade e à vida privada; (d) Impossibilidade de lançamento fundado em simples movimentação bancária por violação ao art. 150, IV, da CF, que veda a instituição de tributos confiscatórios, e pela revogação do art. 42 da Lei nº 9.430/96 pelo art. 5º, § 4º, da LC 105; (e) Violação do princípio da legalidade, face à inexistência de outro tributos incidentes sobre movimentações financeiras, que não a CPMF; (f) Ausência de responsabilidade da contribuinte nas operações bancárias envolvendo a empresa Big Wall. Alegou ainda impossibilidade de exclusão da empresa do Simples nos anos calendário de 2003 e 2004 por ausência de demonstração dos requisitos legais para a exclusão, quais sejam: (i) possibilidade de manter a inscrição na condição de empresa de pequeno porte, com faturamento até R$ 1.200.000,00; (ii) impossibilidade jurídica de invocar a suposta interposição de pessoas (que, inclusive, não teria sido comprovada) para justificar a exclusão; (iii) não configuração de embaraço à fiscalização por constituir, a ausência de apresentação dos documentos requeridos pela fiscalização, exercício regular de direito do contribuinte. Defendeu a irretroatividade do Ato Declaratório de exclusão e a impossibilidade de aplicação da multa majorada. A 2ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba julgou procedente o ato de exclusão do SIMPLES, rejeitou o pedido de exclusão da responsabilidade tributária, e julgou procedentes os lançamentos, em decisão assim ementada: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Anocalendário: 2002 Fl. 690DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 6 5 Ementa: EXCLUSÃO DO SIMPLES. SIGILO BANCÁRIO. DIREITO À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE. INOPONIBILIDADE A PESSOAS JURÍDICAS. MATÉRIA NÃO SUJEITA À RESERVA DE JURISDIÇÃO. É improcedente o pedido de insubsistência do ato de exclusão do Simples por violação do sigilo bancário da empresa, eis que o acesso às informações bancárias diretamente pelo fisco é legítimo, não configurando afronta ao direito de intimidade e privacidade, defesas estas que não são oponíveis em face de pessoas jurídicas, e, além disso, o ato de levantamento do sigilo bancário não se insere nas matérias sujeitas à reserva de jurisdição. EXCLUSÃO DO SIMPLES POR LANÇAMENTO FUNDADO EM SIMPLES MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS FINANCEIROS. COMPATIBILIDADE ENTRE O ART. 42 DA LEI N° 9430/1996 E A LEI COMPLEMENTAR N° 105/2001. É improcedente o pedido de cancelamento do ato de exclusão do Simples por impossibilidade de lançamento fundado em simples movimentação bancária, eis que o verdadeiro fundamento é a falta de comprovação da origem dos recursos financeiros, que se equipara à omissão de receita, por presunção legal, estabelecida pelo art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, dispositivo este que não foi revogado pela Lei Complementar n° 105, de 2001. EXCLUSÃO DO SIMPLES. RECEITA APURADA INFERIOR AO LIMITE FIXADO ÀS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (EPP). REENQUADRAMENTO CONDICIONADO À MANIFESTAÇÃO VOLUNTÁRIA. Correto o ato de exclusão fundado em excesso de receita bruta, ainda que a receita apurada seja inferior ao limite fixado às EPP, cabendo ao contribuinte, conforme expressa previsão legal, a iniciativa do reenquadramento, via alteração cadastral da condição de microempresa à EPP, não podendo o fisco efetuálo de oficio, por configurar decisão de caráter privado. EXCLUSÃO DO SIMPLES. EFEITO RETROATIVO. DIREITO ADQUIRIDO. IMPERTINÊNCIA. A exclusão do Simples surte efeitos retroativos, por previsão legal, descabendo alegar direito adquirido para afastar a eficácia retroativa do ato administrativo, eis que tal instituto jurídico pressupõe existência de direito subjetivo sendo obstado pela superveniência de lei nova, sendo que, no caso concreto, inexiste qualquer direito subjetivo sendo lesado, nem há hipótese de lei posterior revogando anterior. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCIDÊNCIA DE MÚLTIPLAS HIPÓTESES DE EXCLUSÃO. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DO ATO ADMINISTRATIVO. INAPLICABILIDADE. Fl. 691DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 7 6 Na hipótese de ato de exclusão do Simples, em que o Ato Declaratório de Exclusão fundamentase no excesso de receitas, sendo que o autuante comprova também a interposição de pessoas e o embaraço à fiscalização, não cabe invocar a teoria dos motivos determinantes do ato administrativo para afastar os demais motivos, eis que o motivo determinante, consistente no excesso de receitas, não se revela falso, inexistente, nem incorretamente qualificado pelo administrador autuante. EXCLUSÃO DO SIMPLES. EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO CARACTERIZADO. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. MOTIVAÇÃO DA EXIGÊNCIA CONSISTENTE NA PRÓPRIA AÇÃO DE FISCALIZAÇÃO. O embaraço à fiscalização resta caracterizado pela recusa injustificada de apresentação de livros e documentos fiscais, obrigação esta legalmente prevista, inclusive com respaldo constitucional; além disso, não subsiste a alegação de falta de motivação da exigência, eis que o motivo é a própria ação fiscalizatória, de cuja delimitação o contribuinte teve ciência por constar no corpo do Mandado de Procedimento Fiscal. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003, 2004 Ementa: PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA NO PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. APLICABILIDADE SOMENTE NA FASE LITIGIOSA DA IMPUGNAÇÃO. Descabe suscitar violação ao princípio do contraditório, eis que tal norma não incide no procedimento fiscalizatório, de índole inquisitiva, sendo aplicável somente na fase litigiosa de impugnação ao lançamento. SIGILO BANCÁRIO. DIREITO À INTIMIDADE E À PRIVACIDADE. INOPONIBILIDADE A PESSOAS JURÍDICAS. MATÉRIA NÃO SUJEITA À RESERVA DE JURISDIÇÃO. É improcedente o pedido de insubsistência do auto de infração de IRPJ e reflexos, por violação do sigilo bancário da empresa, eis que o acesso às informações bancárias diretamente pelo fisco é legítimo, não configurando afronta ao direito de intimidade e privacidade, defesas estas que não são oponíveis em face de pessoas jurídicas, e, além disso, o ato de levantamento do sigilo bancário não se insere nas matérias sujeitas à reserva de jurisdição. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO DE FATO. PROSSEGUIMENTO NA EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE SOCIAL. RESPONSABILIDADE PESSOAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA. Responde pelos tributos devidos pela pessoa jurídica extinta o sócio de fato que prossegue na exploração da atividade social, Fl. 692DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 8 7 sob outra razão social, responsabilidade esta que se reveste de natureza pessoal em caso de dissolução irregular da empresa. Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2003, 2004 Ementa: PERDA DA EFICÁCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA CRIADORA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. EXISTÊNCIA DO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO LANÇAMENTO. FATO NOTÓRIO. É infundada a alegação de insubsistência do lançamento por extinção do órgão responsável pelo lançamento, uma vez que a Medida Provisória que criou a Receita Federal do Brasil, que perdeu sua eficácia, apenas conferiu nova denominação à SRF, e ademais, é fato notório que este órgão continua existindo, dispensandose qualquer comprovação. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003, 2004 Ementa: MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. COMPATIBILIDADE ENTRE O ART. 42 DA LEI N° 9430/1996 E A LEI COMPLEMENTAR N° 105/2001. Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituirse de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei n° 9.430/1996, dispositivo este que não foi revogado pela Lei Complementar n° 105, de 2001. MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. CRIAÇÃO DE TRIBUTO COM MESMA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA DA CPMF. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. Descabe alegar violação ao princípio da legalidade, com base em suposta criação de tributo com mesma hipótese de incidência da CPMF, eis que o IRPJ não foi exigido com base na movimentação bancária, mas sim na ausência de comprovação de sua origem. MULTA QUALIFICADA. MULTA AGRAVADA. EVIDÊNCIAS DE SONEGAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DA CONTABILIDADE. Correta a aplicação da multa qualificada e agravada, quando há evidências inequívocas da figura da sonegação, e o contribuinte se nega, injustificadamente, a apresentar livros e documentos contábeis/fiscais. Lançamento Procedente Fl. 693DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 9 8 Ciente da decisão em 30 de agosto de 2009, o Sr. Rafael Salvatici Borges subscreve recurso protocolizado em 29 de setembro seguinte. Na peça recursal, reedita as razões da impugnação, articulandoas sob os seguintes títulos: (1) Da impossibilidade de exclusão do Simples com base em demonstração de excedente de receita com violação do sigilo a bancário da contribuinte; (2) Exclusão indevida do Simples. Da não configuração de movimentação bancária como receita; (3) Inexistência de previsão legal de exclusão na hipótese examinada princípio da legalidade artigos 37, caput, e 150, I, da CF/88; (4) Irretroatividade do Ato Declaratório Executivo DRF/CTA 28/2006; (5) Exclusão do Simples em razão de interpostas pessoas e embaraço à fiscalização; (6) e (7) Violação ao princípio do contraditório Autuação com base em documentos não submetidos à vista da contribuinte; (8) Extinção do órgão responsável pelo lançamento; (9) Violação ao sigilo bancário da empresa Big Wall; (10) Ilegalidade do lançamento fundado em simples movimentação bancária; (11) Tributo sobre movimentação financeira. CPMF. Princípio da legalidade; (12) Ausência de responsabilidade do contribuinte; (13) Multa Agravada. Afinal, requer seja determinada a reinclusão da empresa Big Wall no SIMPLES e sejam declarados improcedentes os lançamentos de IRPJ, Cofins e CSLL, bem como as respectivas multas e, ainda, declarado insubsistente o Auto de Infração lavrado face ao contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso preenche os requisitos para a sua admissibilidade. Dele, portanto, tomo conhecimento. Não havendo razões de recurso particularizadas em função do tributo lançado, o que vier a ser decidido sobre o principal (IRPJ) aplicase a todos os lançamentos litigados. Inicialmente, observo que não compete a este Conselho julgar a lei, mas apenas sua aplicação ao caso concreto, traduzida no auto de infração, se feita adequadamente. Assim, alegações relacionadas à inconstitucionalidade da norma (tais como, vedação ao confisco, violação ao princípio da capacidade contributiva, etc.) não serão apreciadas. Este tema é objeto da Súmula CARF nº 2, que enuncia: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”. Estabelecida essa premissa, passo a analisar as questões recursais, na ordem em que foram apresentadas no recurso. 1 Da impossibilidade de exclusão do simples com base em demonstração de excedente de receita com violação do sigilo a bancário da contribuinte. Alega a Recorrente que sua exclusão do SIMPLES e o lançamento realizado com base em informações das contas bancárias da empresa Big Wall foram praticados mediante violação do disposto no artigo 5°, incisos X e XII, da Constituição Federal, já que a fiscalização quebrou o sigilo bancário da empresa sem autorização judicial para tanto. Fl. 694DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 10 9 Todavia, não houve nenhuma “violação de sigilo”. O art. 1o da Lei Complementar 105/2001 determina que as instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados, dispondo, seu § 3o, inciso VI, que não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos, entre outros, nos artigos 5o e 6o. O artigo 6º dispõe que os agentes fiscais poderão examinar os livros, documentos e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso, e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. O referido art. 6º da Lei Complementar foi disciplinado pelo Decreto no 3.724/2001. O artigo 2º do Decreto regulamentador estabelece que as autoridades somente podem requisitar informações relativas a terceiros, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis. O artigo 3º, por seu turno, estabelece que serão considerados indispensáveis, entre outras hipóteses, a presença de indício de que o titular de direito é interposta pessoa do titular de fato. Portanto, no caso, a requisição das informações financeiras observou as disposições legais e regulamentares (Lei Complementar 105 e Decreto 3.724/2001), e foi feita na forma prevista, mediante Requisição de Movimentação Financeira devidamente motivada. Questionamentos quanto à constitucionalidade da Lei Complementar 105/2001, que se encontra legitimamente inserida no ordenamento jurídico pátrio, não podem ser apreciados por este CARF. 2 Exclusão indevida do Simples. Da não configuração de movimentação bancária como receita. Alega a Recorrente não ser razoável interpretar isoladamente cada ingresso nas contas bancárias do contribuinte como sendo representativo de um incremento patrimonial, e sobre ele lançar tributo com base em presunção legal. Afirma que a Constituição Federal somente admite a tributação de incremento patrimonial, e que não pode o legislador fugir dos princípios constitucionais e instituir presunção de receita a ser tributada. Lembra que a movimentação bancária do contribuinte não é exclusivamente composta por créditos, nem se depreende, dela, a existência de qualquer renda que não tenha sido objeto de declaração ao Fisco. Como já dito, não cabe analisar a adequação da presunção estabelecida pelo art. 42 da Lei nº 9.430/96 aos contornos constitucionais. O foro para esse fim é o Poder Judiciário. A presunção estabelecida pela lei autoriza que o fisco considere como receita omitida os valores creditados para os quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprove a origem dos recursos utilizados. Fl. 695DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 11 10 Apenas os créditos são objeto de verificação, e a fiscalização os analisa individualizadamente, desconsiderando os decorrentes de transferências de outras contas da própria jurídica. Portanto, não tem relevância o fato de a conta não comportar apenas créditos. A Súmula 26 do CARF enuncia que a presunção legal estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários de origem não comprovada. O limite de R$ 12.000,00, referido no recurso, aplicase exclusivamente a contribuintes pessoas físicas, conforme dispõe expressamente o inciso II do § 3º do art. 42 da lei questionada. Diz, ainda, a Recorrente, que o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, teria sido revogado pelo § 4º do art. 5º da LC 105/2001. Argumenta que a Lei nº 9.430/96 é anterior à Lei Complementar 105, e que, se nos termos do § 4º do art. 5º desta Lei Complementar, o fisco pode requisitar os documentos que julgar necessários à apuração adequada dos fatos (como manda a lei nova), o conseqüente será a tributação real e efetiva da omissão de rendimentos ou receitas encontradas e provadas pelo fisco, não podendo mais, a administração, tributar os depósitos bancários com base na presunção do artigo 42 da Lei 9.430/96, que considera, a priori, os depósitos bancários como omissão de receita ou rendimento, cabendo ao contribuinte a prova em contrário. Equivocado o entendimento da Recorrente. Não havendo disposição expressa, a lei nova revoga a anterior quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente da matéria tratada na lei mais antiga. E, no caso, nada disso ocorre. Os artigos 5o e 6o da Lei Complementar tratam de acesso às informações mantidas pelas instituições financeiras relativas aos seus clientes. A lei contém previsão para prestação das informações de suas formas: (a) periodicamente, mediante declaração própria de informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, sem elementos que permitam identificar a origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados (art. 5º, disciplinado no Decreto nº 4.489, de 28/11/2002); e (b) particularmente em relação a um determinado cliente, em atendimento a requisição específica (art. 6o, disciplinado no Decreto no 3.724/2001). Essas disposições não são incompatíveis com a presunção de omissão de receitas de que trata o art. 42 da Lei nº 9.430/96. As informações obtidas com fulcro nos artigos 5º e 6º da LC 105 são instrumentos que servirão à averiguação de eventual omissão de receitas, que pode, inclusive, ser determinada com base na presunção legal do art. 42 da Lei nº 9.430/96 (se o contribuinte não comprovar a origem dos recursos creditados em seu nome). Se as duas leis não tratam da mesma matéria e as disposições de ambas não são incompatíveis, não se pode falar em revogação tácita da antiga pela nova. 03Inexistência de previsão legal de exclusão na hipótese examinada princípio da legalidade artigos 37 caput e 150, I, da CF/88. Argumenta a Recorrente que sua exclusão do Sistema SIMPLES, pelo singelo e suposto excesso de receita, não encontra base legal. Diz que a única hipótese de exclusão por excesso de receita bruta é a do inciso II do art. 9º da Lei nº 9.317/96, que permite Fl. 696DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 12 11 que empresas com faturamento de até R$1.200.000,00 mantenham sua inscrição no SIMPLES, desde que na qualidade de empresas de pequeno porte, em lugar de microempresas. Invoca vários princípios para combater a possibilidade de exclusão do sistema pelo fato de o contribuinte haver passado de microempresa a empresa de pequeno porte sem alterar os dados cadastrais. Ocorre que a lei assim o determina. Vejase: Das vedações à opção Art. 9o Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: I na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais); (Redação dada pela Medida Provisória no 2.18949, de 2001) II na condição de empresa de pequeno porte, que tenha auferido, no anocalendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais); (Redação dada pela Medida Provisória no 2.18949, de 2001) (...) Da exclusão do SIMPLES Art. 12. A exclusão do SIMPLES será feita mediante comunicação pela pessoa jurídica ou de ofício. Art. 13. A exclusão mediante comunicação da pessoa jurídica darseá: I por opção. II obrigatoriamente, quando: a) incorrer em qualquer das situações excludentes constantes do art. 9º; (...) § 1º A exclusão na forma deste artigo será formalizada mediante alteração cadastral. § 2° A microempresa que ultrapassar, no anocalendário imediatamente anterior, o limite de receita bruta correspondente a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), estará excluída do SIMPLES nessa condição, podendo mediante alteração cadastral, inscreverse na condição de empresa de pequeno porte. § 3º No caso do inciso II e do parágrafo anterior, a comunicação deverá ser efetuada: Fl. 697DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 13 12 a) até o último dia útil do mês de janeiro do anocalendário subseqüente àquele em que se deu o excesso de receita bruta, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 9º; (...) Art. 14. A exclusão darseá de ofício quando a pessoa jurídica incorrer em quaisquer das seguintes hipóteses: I exclusão obrigatória, nas formas do inciso II e § 2º do artigo anterior, quando não realizada por comunicação da pessoa jurídica; (negritos acrescentados) Como se vê, de acordo com a lei, o contribuinte inscrito como microempresa, que ultrapassar o limite da receita bruta, está obrigado a promover a exclusão mediante alteração cadastral, sendolhe facultada nova inscrição na condição de empresa de pequeno porte, se sua receita se contiver no limite para tanto. A exclusão, quando obrigatória e não levada a efeito pelo contribuinte, é feita de ofício pela administração tributária. A nova inscrição, todavia, não pode ser feita pelo fisco, tratandose de ato de vontade do contribuinte. Portanto, correta a apreciação do julgador a quo, que assim se manifestou: 59. Não pode prevalecer o entendimento da impugnante, no sentido de que, sendo a receita apurada pelo auditor fiscal inferior ao limite de receita bruta anual fixada para as empresas de pequeno porte (R$ 1.094.150,82 contra R$ 1.200.000,00), a empresa deveria continuar no regime do Simples, na condição de EPP. O art. 13, §2° da Lei do Simples, acima transcrito é claro ao condicionar a permanência no regime simplificado à manifestação voluntária do contribuinte, que se faz mediante simples alteração cadastral. 60. Não se trata aqui de mera formalidade, como quer a litigante. Não pode o fisco proceder de oficio ao re enquadramento do contribuinte, passando de microempresa para empresa de pequeno porte, uma vez que esta é uma decisão de caráter privado, de interesse exclusivo da pessoa jurídica envolvida, que pode até mesmo concluir que o regime do lucro real lhe é mais favorável. Não é lícito, em suma, à Administração Tributária substituir a vontade do contribuinte, alterando de oficio seu regime de tributação, cabendo a ele informar ao fisco qualquer mudança nesse sentido. 61. Além disso, também não pode o fisco aceitar que o contribuinte possa ter sua situação cadastral alterada aos sabores de uma eventual ação fiscal. A impugnante menciona a ocorrência de desacerto formal e classificação errônea, insinuando que tivesse incorrido em mero esquecimento quanto ao correto enquadramento do porte da empresa, quando, na realidade, a verdadeira receita bruta somente veio à tona como decorrência do procedimento de fiscalização. Assim, é inaceitável que o contribuinte fique impune diante de atitude reprovável, pois ao invés de declarar toda a receita e assumir a condição de empresa de pequeno porte, preferiu omitir rendimentos para continuar se beneficiando dos percentuais Fl. 698DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 14 13 previstos às microempresas. Tendo o autuante revelado a receita omitida, pretende agora a impugnante seja reconhecida a qualificação que já deveria ter sido por ela informada. Ora, em resumo, pleiteia a litigante o beneficio de sua própria torpeza, pedido este que deve ser negado, por afronta direta a princípio geral de Direito. 4 Irretroatividade do Ato Declaratório Executivo DRF/CTA 28/2006. Alega a Recorrente que o Ato Declaratório Executivo n° 28/2006, ao excluir a empresa do SIMPLES nos anoscalendário de 2003 e 2004, violou seu direito adquirido, em manifesta afronta ao princípio constitucional instituído no artigo 5°, XXXVI, da Constituição Federal. Todavia, o ato que exclui a empresa é meramente declaratório, não tendo efeito constitutivo ou desconstitutivo de direito. A lei estabelece expressamente a partir de que data fica excluída do sistema a empresa que tenha incorrido em uma das situações previstas como impeditivas da opção. Não cabe a este Conselho apreciar alegação de que a previsão legal fere garantias constitucionais e legais dos contribuintes. Novamente de se mencionar a Súmula CARF nº 2, que enuncia: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. 5 Exclusão do simples em razão de interpostas pessoas e embaraço à fiscalização Na impugnação aos autos de infração a interessada alegou questões referentes à interposição de pessoas e ao embaraço à fiscalização. Afirmou não ter ficado demonstrada a figura da interposição de pessoa, e que o motivo determinante para a exclusão foi o excesso de receitas. Sobre o embaraço à fiscalização, contestou sua caracterização, por entender que este enquadramento, bem como o texto da IN n° 355/2003, não encontram apoio legal. Manifestou sua posição, no sentido de considerar que a ausência de apresentação dos documentos solicitados implica exercício regular de direito pelo contribuinte, e não embaraço à fiscalização, entendendo que as exigências formuladas pela autoridade fazendária não têm apoio em lei. Invocou a teoria dos motivos determinantes para argumentar que, indicada determinada motivação para a prática de um ato, não pode o administrador, invalidado tal motivo, pretender a subsistência ao ato por outros motivos. A decisão recorrida apreciou as alegações da então impugnante, afirmou que todos os argumentos por ela construídos são insustentáveis e concluiu que “é de se manter o ato de exclusão do Simples, não cabendo reparos nem mesmo quanto à caracterização da interposição de pessoas e do embaraço à fiscalização”. No recurso são reeditadas as alegações da impugnação, e postulada a reforma da decisão recorrida. A figura de embaraço à fiscalização, não obstante indicada no Termo de Encerramento da Ação Fiscal, não foi erigida como motivadora da exclusão da empresa do SIMPLES, que se deu, como, aliás, registra a Recorrente, por excesso de receita bruta. Fl. 699DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 15 14 A questão de interposição de pessoa, que também não foi indicada no ato declaratório como motivadora da exclusão do SIMPLES, tem relevância para fins do dimensionamento da penalidade e da responsabilização, e nesse contexto será analisada. 6 e 71 Violação ao princípio do contraditório Autuação com base em documentos não submetidos à vista do contribuinte. Alega a Recorrente que a condição de sucessor da empresa Big Wall foi obtida com base em documentos e informações ofertados pela empresa Placo do Brasil Ltda., dos quais não teve vistas, nem oportunidade de manifestação, com violação do princípio do contraditório e da ampla defesa. Contesta a afirmativa da decisão recorrida de que, "em sede de processo administrativo fiscal, o contraditório não se opera com a mesma amplitude oferecida nos processos judiciais". Diz que “se pudesse o Poder Público escolher discricionariamente quando atribuir maior ou menor amplitude ao contraditório e à ampla defesa, de pouca ou nenhuma valia seria sua positivação constitucional”. Argumenta que “o ato de lançamento é por si só atentatório contra os direitos do contribuinte, especialmente a liberdade e a propriedade. Logo, deve ser precedido de amplo contraditório e ampla defesa, sob pena de se verificar verdadeira afronta aos direitos fundamentais do recorrente”. Na verificação do cumprimento dos deveres dos contribuintes, o fisco detém os mais amplos poderes de investigação, podendo obter informações não só junto ao contribuinte, mas também junto a terceiros. Na fase de fiscalização não há que se falar em contraditório, pois o princípio que a rege é o inquisitório. A partir da instauração do processo, com a impugnação, é que passa a ser observado o contraditório. Leciona Alberto Xavier2 que “ o fato de ser assegurada a existência de um direito à defesa e à audiência não envolve necessariamente um modo contraditório do seu exercício, podendo a Administração limitarse a considerar as razões apresentadas pelo administrado, sem contudo se envolver num diálogo procedimental primário. Dificilmente se concebe, na verdade, que o lançamento tributário deva ser precedido de uma necessária audiência prévia dos interessados. Duas razões desaconselham tal audiência: em primeiro lugar, o caráter estritamente vinculado do lançamento quanto ao seu conteúdo torna menos relevante a prévia ponderação de razões e interesses apresentados pelo particular do que nos atos discricionários; em segundo lugar, o fato de se tratar de um ‘procedimento de massas’, dirigido a um amplo universo de destinatários e baseado em processos tecnológicos informáticos, tornaria inviável o desempenho da função, se submetida ao rito da prévia audiência individual .” 1 Por equívoco, houve repetição do tema. 2 XAVIER, Alberto Do lançamentoTeoria geral do Ato do Procedimento e do Processo Tributário Forense, 1997, pág.163 e seguintes Fl. 700DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 16 15 A oportunidade para contraditar os documentos e informações colhidos na fase inquisitória se abre de forma ampla com a impugnação, sem qualquer limitação ao contraditório e à ampla defesa. 8 Extinção do órgão responsável pelo lançamento. Em sua impugnação a contribuinte argüiu a insubsistência do lançamento, sob alegação de que o órgão perante o qual o procedimento foi instaurado e os atos foram praticados (a Secretaria da Receita Federal) foi extinto com a criação, pela MP 258/2005, da Receita Federal do Brasil, para exercício das competências anteriormente atribuídas à Secretaria da Receita Federal. Argumentou a contribuinte que como a referida Medida Provisória perdeu a eficácia a partir de 18/11/2005, conforme o disposto no art. 62, §3° da Constituição Federal, o novo órgão criado cessou de existir na estrutura jurídica brasileira, e todos os atos administrativos praticados no procedimento em análise, desde o termo de início, perderam a validade. No recurso, alega a Recorrente que a Delegacia de Julgamento rechaçou sua postulação sob argumento de que os atos praticados pelo órgão extinto foram convalidados pela Portaria 6.088/2005, do SRF, porém contrapõe que o defeito de que se trata não comporta convalidação. Diz que os atos praticados pelo órgão extinto são inexistentes que, portanto, não podem ser convalidados. A decisão de primeira instância não se reportou à Portaria 6.088/2005 para desconstituir os argumentos da contribuinte. Suas razões, que subscrevo, assentamse no fato de que não ocorreu extinção da Secretaria da Receita Federal, mas apenas alteração de sua denominação. Confirase: 107. A argumentação formulada pela impugnante, apesar de criativa, é infundada. A citada Medida Provisória n° 258, de 21/07/2005, assim dispunha em seu art. 1°: Art. 1 o A Secretaria da Receita Federal passa a denominarse Receita Federal do Brasil, órgão da administração direta subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda, mantidas as competências previstas na legislação em vigor na data de publicação desta Medida Provisória. 108. Como se vê, tratou o efêmero instrumento legislativo de conferir nova denominação à Secretaria da Receita Federal, além de atribuir competência de arrecadar e fiscalizar as contribuições previdenciárias. Ao contrário do que pensa a litigante, não há falarse em novo órgão integrante da Administração Direta, pois o legislador não previu a extinção da Secretaria da Receita Federal nem a criação de um outro órgão. 109. Quanto à alegação de extinção do órgão responsável pelo lançamento, é fato notório que a SRF continua existindo, dispensando, nos termos do art. 334, inciso I do Código de Processo Civil, qualquer comprovação, e maiores comentários. 9 Violação ao sigilo bancário da empresa Big Wall. Fl. 701DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 17 16 Afirma a Recorrente que o lançamento realizado com base em informações das contas bancárias da empresa Big Wall violou o disposto no artigo 5°, inciso XII da Constituição Federal, já que quebrou o sigilo bancário da empresa sem autorização judicial, e que as leis embasadoras desse procedimento padecem de incontornável vício de inconstitucionalidade. Como dito no item 1 deste voto, segundo dispõe o § 3º do art. 1º da Lei Complementar 105/2001, a prestação de informações, pelas instituições financeiras, nos termos e condições estabelecidos nos seus artigos 5o e 6º, não caracterizam violação de sigilo, e independem de autorização judicial. . E questionamentos quanto à constitucionalidade da Lei Complementar 105/2001, que se encontra legitimamente inserida no ordenamento jurídico pátrio, não podem ser apreciados por este CARF. 10 Ilegalidade do lançamento fundado em simples movimentação bancária. Nesse item a Recorrente se reporta ao item 2 do recurso, aduzindo que “os argumentos válidos para afastar a exclusão da empresa Big Wall do Simples em virtude de informações da movimentação bancária também se aplicam para determinar a ilegalidade do lançamento com base nas mesmas informações. Além disso, a presunção legal instituída no artigo 42 da Lei 9430/1996 não pode ser defendida, pois entre o fato conhecido (fato indiciário) e o fato desconhecido (provável) deve estar presente uma correlação segura e direta, será margem de dúvidas sobre a materialização dessa correlação, sob pena desse artifício legal resultar indevido por absoluta inadequação do conceito jurídico escolhido para sua concreção (...)”. Como já dito neste voto, não cabe analisar a adequação da presunção estabelecida pelo art. 42 da Lei nº 4.930/96 aos contornos constitucionais. O foro para esse fim é o Poder Judiciário. 11 Tributo sobre movimentação financeira. CPMF. Princípio da legalidade Alega a Recorrente que o tributo que ostenta como hipótese de incidência a movimentação financeira é a CPMF, e que no auto de infração combatido, a pretexto de se apurar Imposto de Renda, estáse lançando outro tributo sobre a movimentação financeira, sem que haja previsão para tanto na ordem jurídica. Afirma que o lançamento de ofício de IR tendo como base simples movimentação financeira implica criação de uma nova hipótese de incidência, com violação do art. 150, I, da Constituição Federal. Novamente de se afirmar que pode este órgão julgador, integrante do Poder Executivo, deixar de aplicar lei vigente, pois, como enuncia a Súmula CARF nº 2, “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” 12 Ausência de responsabilidade do contribuinte. A autoridade fiscal atribuiu a responsabilidade tributária ao Sr. Rafael Selvatici Borges, com base nos arts. 132 do CTN e art. 207, IV, do RIR/99, cujas bases legais são o art. 132 do CTN e o art. 5º do Decretolei nº 1.598/ 76, que dispõem: Fl. 702DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 18 17 CTN: Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Decretolei nº 1.598 Art 5º Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas: I a pessoa jurídica resultante da transformação de outra; II a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de sociedade; III a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida; IV a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação que continuar a exploração da atividade social, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual; V os sócios com poderes de administração da pessoa jurídica que deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de rendimentos no encerramento da liquidação. (negritos acrescentados) Nos termos da norma, as condições para atribuir a responsabilização ao sócio remanescente são: (a) que tenha se extinguido a pessoa jurídica por liquidação e, (b) que a pessoa física tenha continuado a exploração de sua atividade social. A Recorrente alega que não ocorreu a liquidação da Big Wall, e que, pelo fato de ela ter encerrado suas atividades em 26/11/2004 sem apresentar a declaração no ano do encerramento, devem ser responsabilizados os sócios administradores da empresa, e não o contribuinte, somente porque em um determinado momento integrou seus quadros. Sobre a liquidação da empresa Big Wall, consta dos autos a prova de que a empresa encontrase baixada no Cadastro da Receita Federal desde 26/11/2004, por motivo de "extinção por encerramento/liquidação voluntária" (fl. 484/485), bem como cópia do distrato social efetivado pela empresa e encaminhado pela Junta Comercial do Paraná, em que se verifica que os sócios de direito Eliazer Prado Machado e Helier Machado, voluntariamente decidiram pela extinção da sociedade em 22/09/2004 (fls. 20/22). Fl. 703DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 19 18 Sobre a continuidade de exploração de sua atividade pelo Sr. Rafael, a fiscalização coligiu os seguintes fatos indicativos de que a empresa Curitiba Gesso Comercial Ltda., constituída pelo Sr. Rafael (juntamente com o sócio Gustavo Gatass de Campos) após extinguir a Big Wall, continuou com a exploração da atividade da extinta: (i) o sistema Sintegra/ICMS (Consulta Pública ao Cadastro de Estado do Paraná) registra, no campo "Informações Complementares", que a atividade econômica principal de ambas as empresas é a mesma, Comércio Varejista de Materiais de Construção não Especificados anteriormente; (ii) as notas fiscais emitidas em nome das empresas Big Wall Comercial Ltda. e Curitiba Gesso Comercial Ltda., apresentadas pela empresa Placo do Brasil Ltda., demonstram que os produtos comercializados pelas duas empresas são os mesmos, o que caracteriza a continuidade da exploração do ramo de negócio pelo sócio remanescente; (iii) questionada, a Placo do Brasil Ltda. informou que respondem pela Big Wall Comercial Ltda. os Srs. João Carlos de Campos e Rafael Selvatici Borges, e pela Curitiba Gesso Comercial Ltda., os Srs. Gustavo Gattas de Campos e Rafael Selvatici Borges; (iv) A Placo não citou como responsáveis pelas empresas as pessoas que figuram como sócios (Eliazer Prado Machado e Helier Machado que a fiscalização identificou como interpostas pessoas). A coincidência da atividade econômica, dos produtos comercializados, dos responsáveis pela empresa perante o fornecedor, reforçada pelo fato de que a empresa Curitiba Gesso Comercial Ltda. ter sido constituída no mesmo endereço da Big Wall (contratos sociais, às fls. 13 e 24), convergem no sentido de permitir concluir que não houve descontinuidade na exploração das atividades sociais da empresa Big Wall, e que o Sr. Rafael Salvatici Borges prosseguiu na exploração da atividade social antes desempenhada pela extinta pessoa jurídica, sob outra razão social, a partir do momento em que constituiu a empresa Curitiba Gesso Comercial Ltda. Tratase de prova indireta, plenamente aceita no direito pátrio, em relação à qual a Recorrente não trouxe um único fato que a pudesse enfraquecer. 13 Multa Agravada. Sob esse título, refuta a Recorrente a qualificação e o agravamento da multa, que foi aplicada no percentual de 225%; Inicialmente, não merece acolhida a alegação da Recorrente, de que não se vislumbra a ocorrência de evidente intuito de fraude, que justificaria o percentual de 150%. Os fatos constatados pela autoridade fiscal, e descritos no Termo de Encerramento da Fiscalização, militam em sentido oposto. A qualificação se impõe quando presentes as figuras de sonegação, fraude ou conluio, definidas na Lei nº 4.502/64, verbis: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Fl. 704DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 20 19 Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Às fls. 138/141 a autoridade fiscal alude a um esquema montado pelas empresas Big Wall e a Curitiba Gesso Comercial, envolvendo também a empresa BCR Comercial Ltda., que faz parte do mesmo grupo comercial da autuada, e o fornecedor Placo do Brasil Ltda.. Constatou o autuante que as notas fiscais de venda eram emitidas contra a BCR Comercial Ltda., a qual possui domicílio em Campo Grande/MS, mas as mercadorias eram enviadas a Big Wall Comercial Ltda., em Curitiba, acompanhadas de nota fiscal de simples remessa em nome desta e de nota fiscal simbólica de simples remessa em nome da BCR Comercial Ltda. Restou demonstrado, contudo, que apesar de não constar nenhuma nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor contra a Big Wall, houve pagamentos desta a favor da Placo do Brasil, conforme cópia de cheques, às fls. 337, 378, 390 e 400 do Anexo I, todos assinados pelo sócio Rafael Selvatici Borges. O auditor fiscal infere que tais operações podem ter sido motivadas pela obtenção de redução de tributos estaduais ou municipais. Notese que à época em que o Sr. Rafael Salvatici Borges assinou os cheques em nome da Big Wall, formalmente ele já havia se retirado da sociedade (fls. 21/24). A interposição de pessoas no quadro societário restou evidenciada nos autos. Pela alteração contratual datada de 14 de novembro de 2003 (fls. 21/24), os sócios originários da empresa, Srs. Rafael Selvatici Borges e João Carlos de Campos retiraramse da sociedade, e foram substituídos pelos irmãos Eliazer Prado Machado e Helier Machado. Verificouse que os novos sócios são pessoas humildes, que residiam próximo ao endereço da sede da empresa, exerciam a profissão de motoristas e não dispunham de condições financeiras ou econômicas para adquirir as cotas de capital, nem escolaridade mínima para gerir um grupo comercial de empresas, compostas por Big Wall Comercial Ltda., MHE Gesso Ltda. e BCR Comercial. Além disso, os documentos bancários encaminhados pelo Unibanco e Caixa Econômica Federal permitiram constatar que todos os cheques encaminhados pelos bancos, sem exceção, foram assinados por Rafael Selvatici Borges, sem que houvesse instrumento outorgando poderes a pessoas não integrantes do quadro societário para movimentar as contas bancárias. Ora, a interposição, no quadro societário, de pessoas de inexpressiva capacidade econômica representa, inequivocamente, ação dolosa tendente a impedir o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a o crédito tributário, caracterizando sonegação. Além disso, como registrou a autoridade fiscal, foram apontadas “(...) vultosas quantias e a prática reiterada (centenas e valores depositados) entre 01/01/2002 a 31/12/2004, a existência no rol da planilha e créditos de operações de cobrança de títulos, caracterizando ou evidenciando a prática de atos comerciais desprovidos da emissão do correspondente documentário fiscal (nota fiscal), permite concluir que o contribuinte agiu Fl. 705DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 21 20 dolosamente no sentido de impedir o conhecimento por parte da autoridade fazendária do fato gerador do imposto de renda e das contribuições sociais devidas pela pessoa jurídica fiscalizada. (...) Por outro lado, a hipótese de erro escusável fica prejudicada quando há habitualidade na prática da infração. Durante três anos calendário — 2002, 2003 e 2004 — o contribuinte usou o mesmo artificio, praticando inúmeras operações comerciais e financeiras, geradas por suas atividades comerciais, convenientemente mantidas à margem da escrituração contábil e fiscal. Dessa forma, os chamados erros escusáveis se distinguem daqueles cometidos intencionalmente. O contribuinte que, reiteradamente, insere elementos inexatos em sua declaração, afasta a possibilidade de desatenção eventual, justificando a aplicação da multa qualificada prevista no artigo 957, inciso II do Decreto 3000/99 (RIR/99).” De fato, não há como negar à conduta do contribuinte, apurada pela fiscalização, a intenção de deixar de pagar tributo. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso. O agravamento, que corresponde ao acréscimo de 50% no percentual da multa, está previsto para os casos de não atendimento pela pessoa fiscalizada (sujeito passivo), no prazo marcado, de intimação para prestação de esclarecimentos. A fiscalização agravou a multa em razão da falta de atendimento às intimações encaminhadas solicitando livros, documentos, extratos bancários, etc. Justificou o autuante que, com este procedimento, o contribuinte fiscalizado dificultou os trabalhos da fiscalização, obrigandoa a socorrerse de elementos junto a terceiros contribuintes. A falta de apresentação de livros e documentos fiscais e contábeis justifica o arbitramento dos lucros, não se amoldando ao tipo “não atendimento para prestar esclarecimentos”. Por seu turno, a falta de esclarecimentos e apresentação da prova sobre a origem dos recursos utilizados nos depósitos tem como decorrência terse por verdade aquilo que a hipótese legal (art. 42 da Lei nº 4.930/96) presume. Essa não comprovação não obsta a atividade fiscal, pelo contrário a facilita, pois tal conduta do contribuinte coloca a presunção legal contra ele, autorizando o lançamento de ofício. Assim, entendo como não concretizada a hipótese que autoriza o agravamento da penalidade. Pelas razões expostas, rejeito as preliminares e dou provimento parcial ao recurso tão somente para afastar o agravamento da multa, reduzindoa ao percentual de 150%. É como voto. Sala das Sessões, em 27de agosto de 2014. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 706DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI PPrroocceessssoo nnºº 10980.001684/200628 AAccóórrddããoo n.º 1301001.621 SS11CC33TT11 Fl. 22 21 Fl. 707DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10166.914311/2009-65
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3801-000.810
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes- Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 66 .9 14 31 1/ 20 09 -6 5 Fl. 179DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 180 2 Trata o presente processo de compensação declarada que, conforme apontado pela Recorrente, tem origem em crédito referente a valor indevidamente recolhido a título de CIDE, apurada no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2007 sobre remessas ao exterior para pagamento de licença de uso ou de direitos de comercialização de programas de computador. A compensação não foi homologada, sob a alegação de inexistência do crédito informado, em virtude de o pagamento do qual seria oriundo já ter sido integralmente utilizado para quitar outros débitos da contribuinte. A Recorrente apresentou manifestação de inconformidade apontando os aspectos legais estabelecidos em conformidade com o artigo 21 da Lei 11.452, de 27 de fevereiro de 2007, que contemplou a nãoincidência da referida contribuição a partir de janeiro de 2006 e informou que feito o pagamento tem direito à devolução dos mesmos. A DRJ, em seu julgamento, não reconheceu o direito creditório da contribuinte, entendendo improcedente sua Manifestação de Inconformidade. Baseou seu entendimento no fato de a contribuinte não ter juntado aos autos documentos fiscais e contábeis imprescindíveis à constatação da existência do crédito solicitado, fazendose o conjunto probatório incapaz de aferir certeza e liquidez do crédito pretendido, bem assim, entende que a DCTF retificadora apresentada o foi em data posterior à ciência do despacho decisório. O acórdão de fls. restou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2006 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento indevido, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a inexistência do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Irresignada com a decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário fundamentandose no princípio da verdade material, juntou aos autos documentos relativos às compensações com o fito de demonstrar que foram devidamente registradas na Fl. 180DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 181 3 contabilidade do sujeito passivo, ponderando serem suficientes para constatação da certeza e liquidez do crédito ora pretendido, quais sejam: a) DARF comprobatória do recolhimento indevido, comprovando o pagamento indevido no período de junho de 2006, instruído na PER/DCOMP; b) Cópia do Livro Razão Analítico do exercício de 2007, em que se verifica o estorno do montante recolhido na subconta CIDE – Remessas Exterior, também instruído na PER/DCOMP; c) Cópia do Livro Razão Consolidado do exercício de 2006, em que se verifica o lançamento referente ao mês de junho de 2006; d) Cópias das DCTFs original e retificadora. Requereu seja a presente compensação homologada. É o que importa relatar. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 182 4 Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. Primeiramente, é preciso apontar que não há impedimento para retificação da DCTF após o despacho decisório e antes de remessa dos créditos para inscrição em dívida ativa da União. Vejamos que a Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008 no seu artigo 11 prescreve : Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou, III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. A norma é clara a estabelecer que a DCTF somente não poderia ser retificada nas situações em que já houvesse remessa dos montantes para inscrição do montante declarado em dívida ativa ou houvesse início de procedimento fiscal, o que não ocorreu no presente caso. Conforme relatado, o ponto crucial da lide consiste na ausência de elementos probatórios capazes de aferir o direito ao crédito solicitado decorrente do suposto pagamento indevido a título de CIDE incidente sobre remessas ao exterior de remunerações pagas pela licença de uso ou de direitos de comercialização de softwares, com base nos artigos 20 e 21 da Lei 11.452/2007 que delimitou expressamente o campo de abrangência da Lei 10.168/2000 ao instituir a nãoincidência da CIDE a partir de janeiro de 2006, assim expresso: Art. 20. O art. 2º da Lei n.º 10.168, de 29 de dezembro de 2000, alterado pela Lei n.º 10.332, de 19 de dezembro de 2001, passa a vigorar acrescido do seguinte § 1º A: "Art. 2º ................................................................................. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10166.914311/200965 Resolução nº 3801000.810 S3TE01 Fl. 183 5 § 1ºA. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (...) Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos em relação ao disposto no art. 20 a partir de 1º de janeiro de 2006. Certo é que a supracitada norma contempla a nãoincidência da CIDE para remunerações pagas ao exterior vinculadas a contratos de licenciamento de uso de programas de computador e, nesta esteira, fazse necessário averiguar o objeto da relação contratual, ou seja, é certo que os pagamentos dos contratos relativos ao licenciamento de uso ou direito de software, não obrigam ao pagamento da CIDE, desde 1º de janeiro de 2006, sendo que, tendo havido tal pagamento a Recorrente possui indébito possível de creditamento. Entretanto, apesar da Recorrente ter juntado documentos e comprovantes de pagamento tenho que os mesmos são insuficientes para se apurar se realmente se relacionam a remunerações pagas ao exterior vinculadas a contratos de licenciamento de uso de programas de computador, de modo que apenas mediante o confronto dos documentos contábeis com o contrato de licenciamento, licença de uso de software ou documento semelhante é que essa Turma poderá evidenciar se o pagamento efetivamente se deu por esse motivo. Nesse sentido, voto para baixar em diligência à Delegacia de origem para determinar ao contribuinte que apresente: 1. A cópia autenticada do Contrato referente de Licença de Uso ou de Direito de Programas de Computador ou documento que ateste o efetivo motivo do pagamento e cópia das notas fiscais (ou invoices, devidamente traduzidas) correspondentes; 2. Retorne o processo a este CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl, Relator Fl. 183DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10218.000313/2006-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
TRANSFERÊNCIA DO SIGILO BANCÁRIO AO FISCO. DESNECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. A Lei complementar 105, de 10/01/2001, definiu o âmbito de aplicação do conceito de sigilo com relação às informações bancárias, dispensando a administração tributária da autorização judicial para obtê-las, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso.
ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. INEXISTÊNCIA. Encontra-se apta a figurar no pólo passivo da obrigação tributária a titular da conta bancária em que foram depositados valores de origem não comprovada.
OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO. SÚMULA CARF nº 26. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-003.136
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
___________________________________
José Raimundo Tosta Santos Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Sidnei de Sousa Pereira.
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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DESNECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. A Lei complementar 105, de 10/01/2001, definiu o âmbito de aplicação do conceito de sigilo com relação às informações bancárias, dispensando a administração tributária da autorização judicial para obtêlas, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. INEXISTÊNCIA. Encontrase apta a figurar no pólo passivo da obrigação tributária a titular da conta bancária em que foram depositados valores de origem não comprovada. OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO. SÚMULA CARF nº 26. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos – Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 00 03 13 /2 00 6- 70 Fl. 519DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Sidnei de Sousa Pereira. Relatório O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão nº 0110.338 (373/380), que julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte o Auto de Infração às fls. 328/349, referente ao imposto sobre a renda da pessoa física do exercício de 2004, sob a acusação de omissão de receitas caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto (acrescido da multa de ofício de 75%) e depósitos bancários de origem não comprovada (com multa de ofício agravada de 112,5%). Ao apreciar o litígio, instaurado com a apresentação da impugnação ao lançamento (fls. 354/369), o Órgão julgador de primeiro grau cancelou a exigência com base na apuração de acréscimo patrimonial a descoberto e desagravou a multa de ofício da omissão caracterizada por depósito bancário sem origem comprovada, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei n° 9430/1996 estabeleceu em seu art. 42 presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Nesse caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. A apuração de acréscimo patrimonial a descoberto deve ser realizada mediante confrontação de origens e recursos. A ausência de demonstrativo prejudica o direito de defesa da contribuinte. Referido crédito tributário deve ser exonerado. MULTA DE OFÍCIO 112,5%. Fl. 520DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.000313/200670 Acórdão n.º 2102003.136 S2C1T2 Fl. 498 3 Tendo sido atendida a intimação para apresentar documentos referentes à movimentação financeira, descabe a majoração da multa, a qual deve ser reduzida para 75%. Lançamento Procedente em Parte Em seu apelo ao CARF (fls. 391/411), a recorrente reitera as mesmas questões suscitadas perante o Órgão julgador de primeiro grau, não parte em que a decisão a quo lhe foi desfavorável. Aduz, preliminarmente, que o Auto de Infração fundase exclusivamente em informações colhidas de forma ilícita junto às instituições financeiras, mediante requisição administrativa. Colaciona doutrina e jurisprudência judicial acerca da excepcionalidade da quebra do sigilo bancário, que somente deverá ocorrer mediante autorização judicial, sendo inadmissíveis a utilização no processo de provas obtidas por meios ilícitos. Pugna pela nulidade do lançamento. Argumenta que a doutrina também se posiciona sobre a ofensa ao principio da segurança jurídica de forma uníssona, posto que a qualquer tempo o fisco pode, sem qualquer análise pelo poder Judiciário, quebrar seu sigilo bancário, para ter acesso à sua movimentação financeira. Conclui ser totalmente ilegal e abusiva a quebra do sigilo bancário sem a devida autorização judicial. Em seguida discorre acerca da inexistência de correlação entre depósitos bancários e rendimentos. Assevera que a presunção representa uma prova indireta, partindose de ocorrências de fatos secundários, fatos indiciários, que apontam para o fato principal, necessariamente desconhecido, mas relacionado diretamente ao fato conhecido. A presunção nunca poderá ser resultado da iniciativa criativa e original do legislador, pois ela deve sempre estar apoiada na repetida e comprovada correlação natural entre os dois fatos considerados, o conhecido e o desconhecido. Só a certeza da correlação natural entre esses fatos autoriza a inserção da correção lógica entre tais fatos, mediante a via legislativa. A caracterização do sinal de riqueza, para fins de descoberta do sinal exterior de riqueza, depende de vários requisitos, que os depósitos bancários, por si sós, não satisfazem. Os depósitos representam o marco inicial de investigação, pois subjacentes a tais valores pode estar, por exemplo, presente um empréstimo, uma doação, uma atividade comercial indevidamente exercida em nome da pessoa física etc. Afirma que, pelo menos no tocante às pessoas físicas, a presunção estabelecida pelo art. 42 da Lei n° 9.430/96 colide com as diretrizes do processo de criação das presunções legais, posto que entre os depósitos bancários e a omissão de rendimentos não há uma correlação lógica direta e segura: não há nexo causal. Colaciona doutrina e jurisprudência acerca da matéria. Argumenta a recorrente ser parte ilegítima para figurar no pólo passivo do Auto de Infração, posto que comprovado nos autos que a movimentação financeira auferida referese à pessoa jurídica. Afirma que toda a movimentação financeira realizada na conta corrente da pessoa física é fruto de movimentação financeira de uma empresa, ou seja, de pessoa jurídica de fato, uma vez que esta não existe de direito para esta atividade exercida. É público e notório que exerce atividade na cidade de Marabá, no comércio de bares, restaurantes e entretenimento pertinentes, cujo nome de fantasia dos estabelecimentos são: FAROL e Fl. 521DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 VITRINE 403. Sendo a atividade exercida de domínio e conhecimento do público, no qual se enquadram também os funcionários da Receita Federal e demais órgãos públicos, não há necessidade de realizar tal prova, conforme preceitua o artigo 334 do Código de Processo Civil. Caberia, portanto, ao fisco esgotar todos os meios lícitos para se encontrar um modo de constituir o crédito tributário na pessoa jurídica, ressaltando que a autuada possui empresa jurídica constituída em 03/08/1995 junto à JUCEPA e com CNPJ nº 00.734.252/000144. Entende que a constituição do crédito tributário na pessoa fisica, feriu o principio da reserva legal, onde somente a lei pode definir o sujeito passivo da obrigação tributária, bem como feriu o principio da razoabilidade, visto que ficou bastante evidente o fato de que toda movimentação financeira e cartões de crédito realizados pela pessoa fisica, na verdade são de responsabilidade e para gestão do ramo de atividade de bares e similares. Requer, ao final, seja julgado nulo e insubsistente o auto de infração, cancelandose totalmente o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Em relação ao acesso pela fiscalização aos dados bancários do contribuinte, constatase que a fiscalização procedeu à requisição dos extratos bancários às instituições financeiras com suporte na Lei complementar 105, de 2001, regulamentado pelo Decreto n.º 3.724, de 10 de janeiro de 2001, que define o âmbito de aplicação do conceito de sigilo com relação às informações bancárias, dispensando a administração tributária da autorização judicial para obtêlas, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso. No presente caso, conforme Termo de Constatação à fl. 19, tal requisição somente ocorreu no curso do processo administrativo que culminou com o lançamento em tela e após o contribuinte, regularmente intimado, não ter apresentado os documentos solicitados, imprescindíveis para que a fiscalização pudesse realizar o seu trabalho. O acesso aos dados financeiros constitui uma das formas de obtenção de elementos para configurar os fatos econômicos possíveis de subsunção à hipótese de incidência do tributo. Existem diversos tipos de informações pessoais que a lei obriga ou permite que sejam comunicadas aos poderes públicos em diversos momentos da vida do cidadão. Por exemplo, o patrimônio individual deve ser informado na declaração de ajuste anual, os rendimentos devem ser informados pelas fontes pagadoras. Em nenhum destes casos estão sendo violados princípios constitucionais garantidores de direitos fundamentais. Por outro lado, cabe ressalvar que o nosso ordenamento constitucional, na medida em que prevê a proteção a privacidade, igualmente chancela, no seu art. 145, parágrafo 1º, o direito da administração pública de identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. É desnecessário afirmar que sobre a administração tributária também pesa o dever do sigilo. Neste contexto, o jurista Hugo Brito de Machado se pronunciou: “não tivesse a Administração Pública a faculdade de identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, não poderia tributar, a não ser na medida em que os contribuintes, Fl. 522DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.000313/200670 Acórdão n.º 2102003.136 S2C1T2 Fl. 499 5 espontaneamente, declarassem ao fisco os fatos tributáveis. O tributo deixaria de ser uma prestação pecuniária e compulsória, para ser uma prestação voluntária, simples colaboração do contribuinte, prestada ao Tesouro Público” (Caderno de Pesquisas Tributárias, vol. 18 – Editora Resenha Tributária – São Paulo/1993). A despeito desta questão ainda não estar definida no âmbito do Poder Judiciário, havendo decisões que atendem a teses divergentes, o Superior Tribunal de Justiça – STJ em decisão exarada no Recurso Especial nº 506.232PR, cuja ementa é a adiante transcrita, também já decidiu sobre a possibilidade de quebra do sigilo bancário levada a efeito pela Lei Complementar 105/2001: TRIBUTÁRIO. NORMAS DE CARÁTER PROCEDIMENTAL. APLICAÇÃO INTERTEMPORAL. UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES OBTIDAS A PARTIR DA ARRECADAÇÃO DA CPMF PARA A CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO REFERENTE A OUTROS TRIBUTOS. RETROATIVIDADE PERMITIDA PELO ART. 144, § 1º DO CTN. 1. O resguardo de informações bancárias era regido, ao tempo dos fatos que permeiam a presente demanda (ano de 1998), pela Lei 4.595/64, reguladora do Sistema Financeiro Nacional, e que foi recepcionada pelo art. 192 da Constituição Federal com força de lei complementar, ante a ausência de norma regulamentadora desse dispositivo, até o advento da Lei Complementar 105/2001. 2. O art. 38 da Lei 4.595/64, revogado pela Lei Complementar 105/2001, previa a possibilidade de quebra do sigilo bancário apenas por decisão judicial. 3. Com o advento da Lei 9.311/96, que instituiu a CPMF, as instituições financeiras responsáveis pela retenção da referida contribuição, ficaram obrigadas a prestar à Secretaria da Receita Federal informações a respeito da identificação dos contribuintes e os valores globais das respectivas operações bancárias, sendo vedado, a teor do que preceituava o § 3º da art. 11 da mencionada lei, a utilização dessas informações para a constituição de crédito referente a outros tributos. 4. A possibilidade de quebra do sigilo bancário também foi objeto de alteração legislativa, levada a efeito pela Lei Complementar 105/2001, cujo art, 6º dispõe: "Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente." 5. A teor do que dispõe o art. 144, § 1º do Código Tributário Nacional, as leis tributárias procedimentais ou formais têm aplicação imediata, ao passo que as leis de natureza material só alcançam fatos geradores ocorridos durante a sua vigência. Fl. 523DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 6. Norma que permite a utilização de informações bancárias para fins de apuração e constituição de crédito tributário, por envergar natureza procedimental, tem aplicação imediata, alcançando mesmo fatos pretéritos. 7. A exegese do art. 144, § 1º do Código Tributário Nacional, considerada a natureza formal da norma que permite o cruzamento de dados referentes à arrecadação da CPMF para fins de constituição de crédito relativo a outros tributos, conduz à conclusão da possibilidade da aplicação dos artigos 6º da Lei Complementar 105/2001 e 1º da Lei 10.174/2001 ao ato de lançamento de tributos cujo fato gerador se verificou em exercício anterior à vigência dos citados diplomas legais, desde que a constituição do crédito em si não esteja alcançada pela decadência. 8. Inexiste direito adquirido de obstar a fiscalização de negócios tributários, máxime porque, enquanto não extinto o crédito tributário a Autoridade Fiscal tem o dever vinculativo do lançamento em correspondência ao direito de tributar da entidade estatal. 9. Recurso Especial provido. Como é cediço, o acesso às informações bancárias independe de autorização e não constitui quebra de sigilo. As informações obtidas permanecem protegidas. A Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), em seu artigo 198, veda sua divulgação para qualquer fim, por parte da Fazenda Pública Nacional ou de seus funcionários, sem prejuízo do disposto na legislação criminal. O sigilo bancário tem por finalidade a proteção contra a divulgação ao público dos negócios das instituições financeiras e de seus clientes. Assim, havendo repasse de informações das instituições financeiras à autoridade tributária não há quebra do sigilo bancário, mas apenas a transferência da responsabilidade de sigilo. A Constituição Federal prevê a proteção à inviolabilidade da privacidade e de dados. Conferiu, contudo, igualmente, em seu art. 145, § 1º, à administração pública o direito de identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas dos contribuintes, o que não lhe tira o direito à privacidade, visto que a Fazenda Pública tem obrigação de sigilo. Desta forma, sem razão a contribuinte quanto alega que as provas utilizadas no lançamento foram obtidas irregularmente, ou viola o princípio da segurança jurídica, tendo em vista que a atuação fiscal encontra suporte no artigo 6º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, norma legal válida e vigente no ordenamento jurídico. O processo administrativo tributário materializa um instrumento de controle da legalidade do lançamento, espécie de ato administrativo. Vale dizer, sua atribuição consiste em aferir o grau de compatibilidade existente entre o lançamento e a legislação que o rege. Mas isso, sempre tendo por premissa básica a presunção de constitucionalidade e legalidade que são inerentes aos diplomas legais. Também não assiste razão à contribuinte quanto requer a nulidade do lançamento alegando erro na identificação do sujeito passivo, por entender que os recursos transitados em sua conta corrente pertenciam a pessoa jurídica, à qual entende deveriam ser imputados eventuais efeitos tributários decorrentes da movimentação bancária. Nenhum elemento de prova foi apresentado pela defesa para dar suporte a tal alegação. Não há nos autos Fl. 524DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.000313/200670 Acórdão n.º 2102003.136 S2C1T2 Fl. 500 7 documentos que estabeleçam relação entre a movimentação bancária e o exercício de atividade econômica (formal ou informal). Ora, da parte da fiscalização foram identificados e listados individualizadamente cada depósito, como determina o artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Cabe ao titular da conta bancária, por expressa determinação legal, comprovar a origem dos créditos, mediante apresentação de documento hábil e idôneo. Por óbvio que subjacente a cada depósito pode existir um rendimento omitido, um empréstimo, uma doação, a alienação de patrimônio etc. Por isso mesmo é que a norma de incidência impõe que, antes da lavratura do auto de infração, o titular da conta bancária deve ser intimado a comprovar a origem dos créditos bancários. Por expressa determinação legal é ônus probatório da contribuinte comprovar a origem dos créditos, caso contrário, aplicase a regra que presume referirse a omissão de rendimentos em favor do próprio titular da conta bancária. Cumpre à contribuinte apresentar documento hábil e idôneo relacionado a cada depósito, até porque os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. A prova requerida pela fiscalização estava ao alcance da contribuinte e não foi produzida por questão de foro íntimo ou estratégia de defesa, razão pela qual descabe a realização da perícia solicitada. Conforme relata o Termo de Verificação Fiscal (fls. 328/332) foram dadas várias oportunidades para a contribuinte se manifestar sobre a origem dos depósitos, mas esta preferiu não se pronunciar. Em diversos processos que tramitaram por este Colegiado, com decisões favoráveis ao sujeito passivo, o esforço da defesa em verdadeiramente esclarecer a matéria tributável, durante o procedimento fiscalização, foi devidamente levada em consideração. A atribuição da responsabilidade a terceiro (pessoa física ou jurídica diversa do titular da conta bancária) só é possível mediante prova robusta. Nos termos da Súmula CARF nº 32, a titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. Nem mesmo em sede de impugnação ou de recurso voluntário foi apresentado pela defesa documento relacionado à movimentação bancária, razão pela qual nenhum reparo merece ser efetuado na matéria tributária em exame. Com efeito, a exigência tributária em exame está devidamente alicerçada em norma legal válida e vigente: no artigo 42 da Lei n.º 9.430/1996, a seguir transcrito, com as alterações posteriores introduzidas pelo art. 4º da Lei nº 9.481, de 13/08/1997, e pelo art. 58 da Lei nº 10.637, de 30/12/2002: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 525DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 8 § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I – os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II – no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais). § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. O fato gerador do imposto de renda é sempre a renda auferida. Os depósitos bancários (entrada de recursos), por si só, não se constituem em rendimentos. Daí por que não se confunde com a tributação da CPMF, que incide sobre a mera movimentação financeira, pela saída de recursos da conta bancária do titular. Por força do artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, o depósito bancário foi apontado como fato presuntivo da omissão de rendimentos, desde que a pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados na operação. Alfredo Augusto Becker1, alicerçado na doutrina francesa e espanhola, ao distinguir presunção legal e ficção legal, assim escreveu: 1 BECKER, Alfredo Augusto, Teoria Geral do Direito Tributário, 3ª. ed. – São Paulo: Lejus, 1998, pág. 509. Ed. Lejus Fl. 526DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.000313/200670 Acórdão n.º 2102003.136 S2C1T2 Fl. 501 9 Existe uma diferença radical entre a presunção legal e a ficção legal. ‘A presunção tem por ponto de partida a verdade de um fato: de um fato conhecido se infere outro desconhecido. A ficção, todavia, nasce de uma falsidade. Na ficção, a lei estabelece como verdadeiro um fato que é provavelmente (ou com toda a certeza) falso. Na presunção a lei estabelece como verdadeiro um fato que é provavelmente verdadeiro. A verdade jurídica imposta pela lei, quando se baseia numa provável (ou certa) falsidade é ficção, quando se fundamenta numa provável veracidade é presunção legal`. A regra jurídica cria uma presunção legal quando, baseandose no fato conhecido cuja existência é certa, impõese a certeza jurídica da existência do fato desconhecido cuja existência é provável em virtude da correlação natural de existência entre estes dois fatos. A regra jurídica cria uma ficção legal quando, baseandose no fato conhecido cuja existência é improvável (ou falsa) porque falta correlação natural de existência entre os dois fatos. Para Pontes de Miranda2, presunções são fatos que podem ser verdadeiros ou falsos, mas o legislador os têm como verdadeiros e divide as presunções em iuris et de iure (absolutas) e iuris tantum (relativas). As presunções absolutas, na lição deste autor, são irrefragáveis, nenhuma prova contrária se admite; quando, em vez disso, a presunção for iuris tantum, cabe a prova em contrário. Conforme já destacado, na presunção o legislador apanha um fato conhecido, no caso o depósito bancário e, deste dado, mediante raciocínio lógico, chega a um fato desconhecido que é a obtenção de rendimentos. A obtenção de renda presumida a partir de depósito bancário é um fato que pode ser verdadeiro ou falso, mas o legislador o tem como verdadeiro, cabendo à parte que tem contra si presunção legal fazer prova em contrário. Neste sentido, não se pode ignorar que a lei, estabelecendo uma presunção legal de omissão de rendimentos, autoriza o lançamento do imposto correspondente sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. Em síntese, a lei considera que os depósitos bancários, de origem não comprovada, analisados individualizadamente, caracterizam omissão de rendimentos. A presunção em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, no caso, da origem dos recursos. A caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, considerado isoladamente. Pelo contrário, a presunção de omissão de rendimentos está ligada à falta de esclarecimentos da origem dos recursos depositados em contas bancárias, com a análise individualizada dos créditos, conforme expressamente previsto na lei. Portanto, claro está que o fato gerador do imposto de renda, no caso, não está vinculado ao crédito efetuado na conta bancária, pois, se o crédito tiver por origem transferência de outra conta do mesmo titular, ou a alienação de bens do patrimônio do contribuinte, ou a assunção de exigibilidade, como dito anteriormente, não cabe falar em rendimentos ou ganhos, justamente porque o patrimônio da pessoa não terá sofrido qualquer alteração quantitativa. O fato gerador é a circunstância de tratarse de dinheiro novo no seu 2 MIRANDA, Pontes, Comentários ao Código de Processo Civil, vol. IV, pág. 234, Ed. Forense, 1974. Fl. 527DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 10 patrimônio, assim presumido pela lei em face da ausência de esclarecimentos da origem respectiva. Quanto à tese de ausência de evolução patrimonial ou consumo capaz de justificar o fato gerador do imposto de renda, é verdade que este imposto, conforme prevê o artigo 43 do CTN, tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, isto é, de riqueza nova. Entretanto, o legislador ordinário presumiu que há aquisição de riqueza nova nos casos de movimentação financeira em que o contribuinte não demonstre a origem dos recursos. A atuação da administração tributária é vinculada à lei (artigo 142 do CTN), sendo vedado ao fisco declarar a inconstitucionalidade de lei devidamente aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da Republicano, nos termos do artigo 26A do Decreto 70.235/72, além de violar a jurisprudência uníssona deste Tribunal, materializada na Súmula CARF nº 2, segundo a qual não cabe ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais pronunciarse acerca da inconstitucionalidade de leis. A partir da vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, os depósitos bancários deixaram de ser “modalidade de arbitramento” — que exigia da fiscalização a demonstração de gastos incompatíveis com a renda declarada (aquisição de patrimônio a descoberto e sinais exteriores de riqueza), conforme interpretação consagrada pelo poder judiciário (súmula TFR 182), pelo Primeiro Conselho de Contribuintes, e artigo 9º, inciso VII, do DecretoLei nº 2.471/88 (que determinava o cancelamento dos lançamentos do imposto de renda arbitrado com base exclusivamente em valores de extratos ou de comprovantes de depósitos bancários) — para se constituir na própria omissão de rendimento (art. 43 do CTN), decorrente de presunção legal, que inverte o ônus da prova em favor da Fazenda Nacional, nos termos dos artigos 333 e 334 do Código de Processo Civil: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Art. 334. Não dependem de prova os fatos: (...) IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. (grifos acrescidos). Convém, ainda, trazermos à baila os argumentos expostos por Hugo de Brito Machado (Imposto de Renda – Estudos, Editora Resenha Tributária, pág. 123: 5.6. Realmente, a existência de depósito bancário em nome do contribuinte,... é indício que autoriza a presunção de auferimento de renda. Cabe então ao contribuinte provar que os depósitos tiveram origem outra, que não seja tributável. Pode ser que decorra de transferências patrimoniais (doações e heranças), por exemplo, de rendimentos não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte, ou mesmo de rendimentos tributáveis auferidos Há muito tempo, relativamente aos quais extinto já esteja, pela decadência, o direito de a Fazenda Pública fazer o lançamento do tributo, nos termos do art. 173 do Código Tributário Nacional. Ao contribuinte cabe o ônus da prova, que pode ser produzida antes ou durante o procedimento do Fl. 528DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.000313/200670 Acórdão n.º 2102003.136 S2C1T2 Fl. 502 11 lançamento, impedindo que este se consume, e pode até ser produzida depois, em ação anulatória. 5.7. Isto não significa considerar rendimentos os depósitos bancários. Tais depósitos são indícios, isto é, são fatos conhecidos que autorizam a presunção de existência de rendimentos, fatos sobre cuja existência se questiona. Ordinariamente a disponibilidade de dinheiro decorre de auferimento de renda. Por isso a existência de disponibilidade de dinheiro autoriza a presunção de auferimento de renda. Tudo de pleno acordo coma teoria das provas. No âmbito do contencioso administrativo fiscal, a fim de consolidar o entendimento deste CARF sobre a matéria, foi editada a Súmula de nº 26, restando inteiramente superada a jurisprudência colacionada no recurso voluntário, que tem suporte em legislação anterior à edição da Lei nº 9.430, de 1996. Confirase: Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancário sem origem comprovada. Em face ao exposto, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José Raimundo Tosta Santos Fl. 529DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 28/1 0/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 11040.720031/2008-96
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações.
No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto pago apurado na apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4º, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador.
Como o fato gerador do ITR ocorre em 1º de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1º da Lei nº 9.393, de 1996, para o exercício de 2003 ele se iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 17/10/2008, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2801-003.736
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Marcio Henrique Sales Parada e Marcelo Vasconcelos de Almeida que negavam provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente e Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2003 ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN. O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto pago apurado na apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4º, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do ITR ocorre em 1º de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1º da Lei nº 9.393, de 1996, para o exercício de 2003 ele se iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 17/10/2008, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Recurso Voluntário Provido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2226; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE01 Fl. 200 1 199 S2TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11040.720031/200896 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2801003.736 – 1ª Turma Especial Sessão de 07 de outubro de 2014 Matéria ITR Recorrente ARNOLDO TAROUCO DIAS ESPÓLIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto pago apurado na apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4º, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do ITR ocorre em 1º de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1º da Lei nº 9.393, de 1996, para o exercício de 2003 ele se iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 17/10/2008, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 72 00 31 /2 00 8- 96 Fl. 200DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11040.720031/200896 Acórdão n.º 2801003.736 S2TE01 Fl. 201 2 Conselheiros Marcio Henrique Sales Parada e Marcelo Vasconcelos de Almeida que negavam provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente e Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 1ª Turma da DRJ/CGE/MS. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: Contra o interessado supra foi lavrada a Notificação de Lançamento e respectivos demonstrativos de fls. 01 a 05, por meio do qual se exigiu o pagamento do ITR do Exercício 2003, acrescido de juros moratórios e multa de oficio, totalizando o crédito tributário de R$ 8.346,25, relativo ao imóvel rural denominado "Fazenda da Invemada II — Lado Direito", com área de 353,0 ha, NIRF 4.837.7350, localizado no município de Canguçu/RS. Constou da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal a citação da fundamentação legal que amparou o lançamento e as seguintes informações, em suma: que, após regularmente intimado, o contribuinte não logrou comprovar a área de preservação permanente e o valor da terra nua declarados, posto que o laudo apresentado limitase a descrever a área de preservação permanente como mata nativa sem situála dentro do imóvel, não identificando tal área como previsto no Código Florestal, sendo procedida a sua glosa, devido a desqualificação do referido laudo e, apesar de ter apresentado ADA, o mesmo se encontra intempestivo, pois foi entregue em 20/09/2006, fora do prazo previsto na legislação vigente, para o Exercício de 2003; quanto ao valor da terra nua, em razão da não apresentação do laudo de avaliação, elaborado conforme a NBR 14.6533, da ABNT com grau de fundamentação e precisão II, para a comprovação do VTN declarado, o mesmo foi arbitrado com base nas informações contidas no SIPT — Sistema de Pregos de Terra da Receita Federal, nos termos do art. 14 da Lei n° 9.393/96. Cientificado do lançamento, por via postal, em 17/10/2008, conforme AR a fl. 65, a impugnação, As fls. 28 a 43, foi Fl. 201DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11040.720031/200896 Acórdão n.º 2801003.736 S2TE01 Fl. 202 3 apresentada pelo inventariante, em 17/11/2008, onde alega, em síntese, que: • 0 Fisco na ânsia de proceder ao lançamento, desconsiderou a área de preservação permanente, sendo esta de interesse ambiental em consonância com o Código Florestal, elevando a área tributável e a alíquota, de forma a majorar, arbitrariamente, o valor do ITR/2003, afinal a área glosada não é passível de exploração para atividade rural; • Concorda com o valor da terra nua arbitrado com base nas informações do SIFT, onde foi utilizado como VTN/ha o valor de R$ 754,24; • 0 lançamento desconheceu os objetivos socioeconômicos do imóvel, afastando o principio da eficiência, presente no art. 37 da Constituição Federal, que impõe como dever ao agente público a busca da solução que melhor atenda ao interesse público do qual aquele é curador; • Por questões ambientais, objetivando a proteção do ecossistema, a área de preservação permanente, presente no imóvel, não deve ser incluída na Área tributável do ITR, uma vez que não há possibilidade de exploração daquela área, pois se encontra sob a tutela do Estado, estando prevista a autorização para sua exploração no art. 4°, § 1° do Código Florestal; • Conforme prevê o § 7°, art. 10, da Lei n° 9.393/96, alterada pela MP n° 2.16667/2001, a DITR não está sujeita a prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, caso fique comprovada a falsidade dos dados declarados, não sendo, portanto, a situação do presente imóvel, pois ficou provada a existência da área de preservação permanente, com a anexação de novo laudo técnico; • Em observância ao principio da verdade material, a documentação comprobatória anexada aos autos deve ser analisada e considerada pela autoridade fiscal, haja vista que o Fisco tem como função a fiscalização da situação Mica, para em seguida, se posicionar sobre a veracidade das informações trazidas pelo contribuinte; • 0 Conselho de Contribuintes, em seu julgado, entende que a não apreciação de elementos probatórios apresentados na fase impugnatória fere o principio da ampla defesa e o contraditório, tanto no processo judicial como no administrativo; • 0 Superior Tribunal de Justiça, em seu entendimento jurisprudencial, dispensa a prévia apresentação do ADA pelo contribuinte, para fins de isenção do ITR; • A apresentação do ADA, ainda que intempestivo, e do laudo técnico são prérequisitos suficientes para que as áreas de interesse ambiental sejam consideradas isentas do ITR, conforme jurisprudência do Conselho de Contribuintes; Fl. 202DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11040.720031/200896 Acórdão n.º 2801003.736 S2TE01 Fl. 203 4 • As razões expostas no lançamento para desqualificar o laudo técnico, que foi apresentado de acordo com os requisitos exigidos na intimação, e efetuar, conseqüentemente, a glosa da área de preservação permanente não são suficientes para desconsiderála, contudo, com o intuito de comprovar os 150,0 ha de preservação permanente, apresenta novo laudo, conforme as normas da ABNT; • Por derradeiro, solicita cancelamento do débito original de R$ 3.308,11 referente ao ITR12003, por inteira justiça fiscal. Instruíram a impugnação os documentos de fls. 44 a 65. A impugnação foi julgada procedente em parte, conforme Acórdão de fls. 141/159, que restou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR Exercício: 2003 Nulidade do Lançamento Cerceamento do Direito de Defesa e Contraditório. Descabe invocar nulidade por cerceamento de defesa, se foi facultado ao contribuinte a produção de provas na fase fiscalizatória e no prazo da impugnação. Área de Preservação Permanente. Comprovação. Laudo Técnico. ADA. Cabe afastar da tributação do ITR, a área de preservação permanente devidamente comprovada nos autos com documentos hábeis e idôneos (ADA, Laudo Técnico e Mapa). Valor da Terra Nua. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, conforme legislação processual. Aplicabilidade da Multa de Oficio e Taxa Selic. São cabíveis as cobranças da multa de oficio, por falta de recolhimento do tributo, apurada em procedimento de fiscalização, e de juros equivalentes ã taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SEL1C, por expressa previsão legal. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Regularmente cientificado daquele acórdão em 08/06/2011 (fl. 169), o Inventariante do Espólio de Arnoldo Tarouco Dias interpôs recurso voluntário de fls. 171/197, em 07/07/2011. Em sua defesa, alega que o ponto central da presente contestação está na comprovação de que a área de preservação permanente de 150,0 ha está amparada pela documentação exigida pela legislação do ITR para gozar da isenção do referido imposto, e não Fl. 203DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11040.720031/200896 Acórdão n.º 2801003.736 S2TE01 Fl. 204 5 somente os 68,3 ha aceitos em primeira instância, embasados em ADA apresentado em 08/06/1998. Ressalta que não está em discussão neste processo a existência efetiva da área de preservação permanente de 150,0 ha, sobejamente comprovada pelo litigante, inclusive com novo laudo, e, sim, o cumprimento tempestivo de obrigação prevista em instrução normativa para que a mesma seja isenta da tributação pertinente. Discorre sobre o princípio da verdade material, desnecessidade do ADA para efeito de isenção do ITR, entendo que a isenção do ITR relativamente a área de preservação permanente de 150,0 ha existente e devidamente comprovada baseiase 1) na dispensa de apresentação prévia do ADA de acordo com o § 7°, art. 10, da Lei n° 9.393/1996, inserido pela MP n° 2.16667/2001 e, concomitantemente, 2) na irrelevância para fins tributários da apresentação do mesmo a destempo, conforme forte jurisprudência administrativa. A numeração de folhas citada nesta decisão referese à serie de números do arquivo PDF. É o Relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Apesar de a questão da decadência não ter sido suscitada pela recorrente, em se tratando de matéria de ordem pública, pode ser levantada de ofício, como ocorre no presente caso. Quanto à decadência do direito de a Fazenda Pública constituir crédito tributário, o Superior Tribunal de Justiça STJ firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE.1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração Fl. 204DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11040.720031/200896 Acórdão n.º 2801003.736 S2TE01 Fl. 205 6 prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005).2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210).3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199).(...)7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Como essa decisão foi submetida ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, ela deve obrigatoriamente ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009.Desta forma, este Colegiado deve aplicar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. No caso, verificase que ocorreu pagamento antecipado de ITR na forma de imposto a pagar apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003 no valor de R$ 81,19 (fl. 17), quantia inclusive considerada pela autoridade lançadora, que a deduziu do imposto devido apurado na autuação (fl. 09). Assim, tendo ocorrido pagamento antecipado, e não tendo havido a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, devese iniciar a contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador, que, no caso do ITR, ocorre em 1º de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1º da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Para o exercício 2003, ele se Fl. 205DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 11040.720031/200896 Acórdão n.º 2801003.736 S2TE01 Fl. 206 7 iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como o lançamento se deu apenas em 17/10/2008 (fl. 55), o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 206DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 14/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
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Numero do processo: 10865.002035/2009-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/04/2009
SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
A empresa é obrigada a recolher as contribuições previdenciárias a seu cargo, no percentual de 15%, sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço de cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, de conformidade com o artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91.
IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE ARGUMENTO FUNDADO EM INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO, ACORDO INTERNACIONAL, LEI OU DECRETO.
Por força do art. 26-A do Decreto 70.235/72, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.
LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA C, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA APLICADA ATÉ 11/2008.
A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea c, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora até 11/2008, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%.
TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91.
Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia - Selic para títulos federais. Acrescente-se que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2301-004.068
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Andrea Brose Adolfo e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Sustentação oral: Murilo Marco. OAB: 238.689/SP. Fez sustentação oral: BAUMER S A
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Mauro José Silva - Relator.
Participaram do presente julgamento a Andrea Brose Adolfo, bem como os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior, Wilson Antonio de Souza Correa, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 30/04/2009 SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. A empresa é obrigada a recolher as contribuições previdenciárias a seu cargo, no percentual de 15%, sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço de cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, de conformidade com o artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE ARGUMENTO FUNDADO EM INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO, ACORDO INTERNACIONAL, LEI OU DECRETO. Por força do art. 26-A do Decreto 70.235/72, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA C, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA APLICADA ATÉ 11/2008. A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea c, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora até 11/2008, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91. Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia - Selic para títulos federais. Acrescente-se que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Andrea Brose Adolfo e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Sustentação oral: Murilo Marco. OAB: 238.689/SP. Fez sustentação oral: BAUMER S A (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva - Relator. Participaram do presente julgamento a Andrea Brose Adolfo, bem como os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior, Wilson Antonio de Souza Correa, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira.
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PREV. COOP. MEDICA.. Recorrente BAUMER S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/04/2009 SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. A empresa é obrigada a recolher as contribuições previdenciárias a seu cargo, no percentual de 15%, sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço de cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, de conformidade com o artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE ARGUMENTO FUNDADO EM INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO, ACORDO INTERNACIONAL, LEI OU DECRETO. Por força do art. 26A do Decreto 70.235/72, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA “C”, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA APLICADA ATÉ 11/2008. A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea “c”, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora até 11/2008, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91. Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 00 20 35 /2 00 9- 11 Fl. 532DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA 2 contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia Selic para títulos federais. Acrescentese que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Andrea Brose Adolfo e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Sustentação oral: Murilo Marco. OAB: 238.689/SP. Fez sustentação oral: BAUMER S A (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. Participaram do presente julgamento a Andrea Brose Adolfo, bem como os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior, Wilson Antonio de Souza Correa, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. Fl. 533DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10865.002035/200911 Acórdão n.º 2301004.068 S2C3T1 Fl. 533 3 Relatório Tratase de Lançamento por meio de Auto de Infração, lavrado em 14/09/2009, por ter a empresa acima identificada, segundo Relatório Fiscal da Infração, fls. 33/41, deixado de recolher contribuições previdenciárias sobre serviços prestados por cooperativas de trabalho médico, nas competências 01/2004 a 04/2009, tendo resultado na constituição de crédito tributário de R$ 291.339,21. Após tomar ciência pessoal da autuação em 16/09/2009, fls. 01, a recorrente apresentou impugnação, fls. 157/187, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. A 7ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto, no Acórdão de fls. 460/468, julgou o lançamento procedente em parte, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 04/03/2010, fls. 470. O recurso voluntário, apresentado em 05/04/2010, fls. 472/503, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. De início, pleiteia a exclusão do lançamento de fatos geradores atingidos pela decadência, tendo esta prazo de cinco anos e dies a quo aquele do art. 150, §4º do CTN. Entende ser indevida a contribuição social sobre a prestação de serviços contratados com cooperativas de trabalho com argumentos de inconstitucionalidade. Colaciona diversas jurisprudências judiciais. Argumenta que inexiste base de cálculo para a autuação, uma vez que não há lucro e a base de cálculo da Lei 9.876/99 não se enquadra em qualquer das hipóteses constitucionais. Discorda da base de cálculo utilizada pela fiscalização, tendo em vista que parte dos valores era descontada dos empregados. Conclui ser a multa indevida, pois esta deve seguir o mesmo destino da obrigação principal. Entende que a Taxa Selic não pode ser aplicada, pois utiliza componentes e cálculos não especificamente previstos em lei, mas em norma do BACEN. Entrando em pauta o processo, esta Turma converteu o julgamento em diligência para que o processo ficasse sobrestado por conta do conteúdo do §1º do art. 62A, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF). Com a revogação do referido dispositivo que autorizava o sobrestamento pela Portaria 345/2013, o processo retorna a julgamento. É o relatório. Fl. 534DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA 4 Voto Conselheiro Mauro José Silva, Relator Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Retomamos o julgamento do processo por não existir mais autorização, desde a Portaria 345/2013, para que permaneça sobrestado. Inicialmente, destacamos que apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter declarado inconstitucional, por unanimidade, a cobrança da contribuição previdenciária em relação a pagamentos a cooperativas, o referido Acórdão ainda não transitou em julgado, motivo pelo qual ainda não o aplicamos. Incidência da contribuição previdenciária sobre valores pagos por prestação de serviços por meio de cooperativas de trabalho A incidência da contribuição previdenciária na parte da empresa sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho está prevista no art. 22. inciso IV da Lei 8.212/91. A incidência vem sendo repetidamente confirmada por este colegiado, conforme podemos extrair do exemplo seguinte: Acórdão 20500630 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO. ISENÇÃO. COOPERATIVAS. SALÁRIOEDUCAÇÃO. Para que as empresas usufruam de isenção da cota patronal e da contribuição ao SalárioEducação há a necessidade de comprovação de requisitos listados em Lei. Há fato gerador de contribuição à Seguridade Social nos serviços que são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. Acórdão 20600823 SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCIDÊNCIA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. A empresa é obrigada a recolher as contribuições previdenciárias a seu cargo, no percentual de 15%, sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço de cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, de conformidade com o artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91. Fl. 535DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10865.002035/200911 Acórdão n.º 2301004.068 S2C3T1 Fl. 534 5 Portanto, a inclusão dos valores pagos a cooperativas de trabalho na base de cálculo da contribuição previdenciária encontra respaldo na legislação tributária. O argumento da recorrente de que descontava parte do valor dos serviços de seus empregados em nada afeta a base de cálculo da contribuição, uma vez que o art. 22, inciso IV da Lei 8.212/91 estabelece como base de cálculo o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços sem previsão de qualquer possibilidade de dedução. Inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Não podem ser apreciados os argumentos baseados em inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto pelas razões que a seguir serão expostas. A competência para decidir sobre a constitucionalidade de normas foi atribuída especificamente ao Judiciário pela Constituição Federal no Capítulo III do Título IV. Em tais dispositivos, o constituinte teve especial cuidado ao definir quem poderia exercer o controle constitucional das normas jurídicas. Decidiu que caberia exclusivamente ao Poder Judiciário exercêla, especialmente ao Supremo Tribunal Federal. Por seu turno, a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, in verbis: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.” Acatando tais imposições constitucionais e legais, o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais insiste na referida vedação, bem como já foi editada Súmula do Colegiado sobre o assunto, conforme podemos conferir a seguir: “Portaria MF nº 256, de 23 de junho de 2009 (que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Portanto, deixamos de apreciar todos os argumentos da recorrente fundados em discussão sobre constitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA 6 Multas no lançamento de ofício após a edição da MP 449 convertida na Lei 11.941/2009. Enfrentamos a seguir a questão do regime jurídico das multas, ainda que tal questão não tenha sido suscitada no Recurso Voluntário, por entendermos tratarse de questão de ordem pública. Antes da MP 449, se a fiscalização das contribuições previdenciárias constatasse o não pagamento de contribuições, sejam aquelas já declaradas em GFIP, omitidas da GFIP ou mesmo omitidas da escrituração ocorria a aplicação de multa de mora, sendo que esta partia de 12% e poderia chegar a 100%, segundo o inciso II do art. 35 da Lei 8.212/91. Além disso, a fiscalização lançava as multas dos §§4º, 5º e 6º do art. 32 por incorreções ou omissões na GFIP. O §4º tratava da não apresentação da GFIP, o §5º da apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores e o §6º referiase a apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Com a edição da referida MP, foi instituído o art. 32A da Lei 8.212/91 que trata da falta de apresentação da GFIP, bem como trata da apresentação com omissões ou incorreções. Porém, foi também previsto, no art. 35A, a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 para os casos de lançamento de ofício. Interessanos o inciso I do referido dispositivo no qual temos a multa de 75% sobre a totalidade do imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Tais inovações legislativas associadas ao fato de a fiscalização realizar lançamento que abrangem os últimos cinco anos e de existirem lançamentos pendentes de definitividade na esfera administrativa no momento da edição da novel legislação colocamnos diante de duas situações: · Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta; · Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Vamos analisar individualmente cada uma das situações. Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta Para os lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta, o procedimento de ofício está previsto no art. 35A da Lei 8.212/91, o que resulta na aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 e na impossibilidade de aplicação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Assim, se constatar diferença de contribuição, a fiscalização, além do próprio tributo, lançará a multa de ofício que parte de 75% e pode chegar a 225% nas hipóteses de falta Fl. 537DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10865.002035/200911 Acórdão n.º 2301004.068 S2C3T1 Fl. 535 7 de recolhimento, falta de declaração ou declaração inexata. A falta de recolhimento é uma hipótese nova de infração que, portanto, só pode atingir os fatos geradores posteriores a MP 449. Por outro lado, com relação às contribuições previdenciárias, a falta de declaração e a declaração inexata referemse a GFIP e são infrações que já eram punidas antes da MP 449. A falta de GFIP era punida pelo §4º do art. 32 da Lei 8.212/91 e a declaração inexata da GFIP era punida tanto pelo §5º quanto pelo 6º do mesmo artigo, a depender da existência (§5º) ou não (§6º) de fatos geradores da contribuição relacionados com as incorreções ou omissões. É certo que, a princípio, podemos vislumbrar duas normas punitivas para a não apresentação e a apresentação inexata da GFIP relacionada a fatos geradores de contribuições: o art. 32A da Lei 8.212/91 e o inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Tendo em conta o princípio geral do Direito Tributário de que a mesma infração não pode ser sancionada com mais de uma penalidade, temos que determinar qual penalidade aplicar. Numa primeira análise, vislumbramos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 seria aplicável para os casos relacionados à existência de diferença de contribuição ao passo que o art. 32A da Lei 8.212/91 seria aplicável aos casos nos quais não houvesse diferença de contribuição. No entanto, tal conclusão não se sustenta se analisarmos mais detidamente o conteúdo do art. 32A da Lei 8.212/91. No inciso II, temos a previsão da multa de “de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, (...)”. Claramente, o dispositivo em destaque estipula a multa aplicável quando houver contribuições apuradas, recolhidas ou não, nos casos nos quais a GFIP não for apresentada ou for apresentada fora de prazo. Logo, podemos concluir que tal inciso aplicase também àquelas situações em que há apuração de diferença de contribuição. Confirmando tal conclusão, temos o inciso II do §3º do mesmo artigo que estipula a multa mínima aplicável nos casos de omissão de declaração com ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária. Portanto, diversamente do que preliminarmente concluímos, tanto o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 quanto o art. 32A da Lei 8.212/91 são aplicáveis aos casos de falta de declaração ou declaração inexata de GFIP quando for apurada diferença de contribuição em procedimento de ofício. Temos, então, configurado um aparente conflito de normas que demanda a aplicação das noções da teoria geral do Direito para sua solução. Três critérios são normalmente levados em conta para a solução de tais antinomias: critério cronológico, critério da especialidade e critério hierárquico. O critério cronológico (norma posterior prevalece sobre norma anterior) não nos ajuda no presente caso, uma vez que a determinação de aplicarmos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e a inclusão do art. 32A da Lei 8.212/91 foram veiculados pela mesma Lei 11.941/2009. O critério hierárquico também não soluciona a antinomia, posto que são normas de igual hierarquia. Restanos o critério da especialidade. Observamos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/86 referese, de maneira genérica, a uma falta de declaração ou declaração inexata, sem especificar qual seria a declaração. Diversamente, o art. 32A faz menção específica em seu caput à GFIP no trecho em que diz “o contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do Fl. 538DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA 8 caput do art. 32 desta Lei(...)”. Logo, consideramos que no conflito entre o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e o art. 32A da Lei 8.212/91, este último é norma específica no tocante à GFIP e, seguindo o critério da especialidade, deve ter reconhecida a prevalência de sua força vinculante. Em adição, a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91 pode ser justificada pelo nítido caráter indutor que a penalidade do art. 32A assume, facilitando , no futuro, o cálculo do benefício previdenciário. Pretende a norma do art. 32A estimular a apresentação da GFIP na medida em que a penalidade é reduzida à metade se a declaração for apresentada antes de qualquer procedimento de ofício (§2º, inciso I); ou reduzida a 75% se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação(§2º, inciso II). Esse estímulo pode ser compreendido em benefício do trabalhador na medida em que as informações da GFIP servirão como prova a favor deste no cálculo da benefício previdenciário, tendo em conta que, segundo o §3º do art. 29 da Lei 8.213/91, “serão considerados para cálculo do saláriodebenefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário (gratificação natalina).” Se o cálculo do saláriodebenefício considerará a base de cálculo das contribuições, certamente a GFIP é um importante meio de prova dos valores sobre os quais incidiram as contribuições. Se aplicássemos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96, não haveria qualquer mecanismo de estímulo ao empregador para apresentar a GFIP. Iniciado o procedimento de ofício, seria aplicada, no mínimo, a multa de 75% sobre a diferença das contribuições sem que a apresentação da GFIP pudesse alterar tal valor. O empregador poderia simplesmente pagar a multa e continuar omisso em relação à GFIP, deixando o empregado sem este importante meio de prova para o cálculo do benefício de aposentadoria. Assim, a hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário reforça a necessidade de prevalência do art. 32A. Portanto, seja pela aplicação do critério da especialidade ou pela hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário, temos justificada a aplicação do art. 32A no caso de omissão na apresentação da GFIP ou apresentação desta com informações inexatas. Acrescentamos que não há no regime jurídico do procedimento de ofício previsto na MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, a previsão para multa de mora pelo fato de ter ocorrido atraso no recolhimento. Tratase de infração – o atraso no recolhimento que deixou de ser punida por meio de procedimento de ofício. Outra infração similar, mas não idêntica, foi eleita pela lei: a falta de recolhimento. Apesar de mantermos nossa posição a respeito da inexistência de multa de mora no novo regime do procedimento de ofício, deixamos de apresentar tal voto em homenagem ao princípio da eficiência devido às reiteradas decisões do Colegiado no sentido de manter a multa de mora que registraram nossa posição isolada. Assim, nosso voto é no sentido de, acompanhando os demais membros do Colegiado, manter a aplicação da multa de mora. No entanto, mantida a multa de mora, esta deve ser limitada a 20% com a retroatividade benéfica do art. 61 da Lei 9.430/96. Podemos assim resumir o regime jurídico das multas a partir de 12/2008: · A multa de mora, se aplicada, deve ser mantida e limitada a 20%; · A multa de ofício de 75% é aplicada pela falta de recolhimento da contribuição, podendo ser majorada para 150% em conformidade com o §1º do art. 44 das Lei 9.430/96, ou seja, nos casos em que existam provas de atuação dolosa de sonegação, fraude ou conluio. A majoração poderá atingir 225% no caso de Fl. 539DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10865.002035/200911 Acórdão n.º 2301004.068 S2C3T1 Fl. 536 9 não atendimento de intimação no prazo marcado, conforme §2º do art. 44 da Lei 9.430/96; · A multa pela falta de apresentação da GFIP ou apresentação deficiente desta é aquela prevista no art. 32A da Lei 8.212/91. Nesses termos, temos como delineado o novo regime jurídico das multas em lançamento de ofício das contribuições previdenciárias previsto pela MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, aplicável aos fatos geradores ocorridos após a edição da referida MP. Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Com base nesse novo regime jurídico vamos determinar a penalidade aplicável à outra situação, ou seja, para os casos de lançamento relacionado aos fatos geradores anteriores à edição da MP porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Para tanto, devemos tomar o conteúdo do art. 144 do CTN em conjunto com o art. : Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; Fl. 540DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA 10 c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A interpretação conjunta desses dois dispositivos resulta na conclusão de que devemos aplicar o regime jurídico das penalidades conforme a lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, salvo se lei posterior houver instituído penalidade menos severa ou houver deixado de definir um fato como infração. O que devemos ressaltar é que o art. 106 do CTN determina a comparação da penalidade mais benéfica por infração e não em um conjunto. Assim, cada infração e sua respectiva penalidade deve ser analisada. Para os lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, de plano devemos afastar a incidência da multa de mora, pois a novo regime jurídico do lançamento de ofício deixou de punir a infração por atraso no recolhimento. O novo regime pune a falta de recolhimento que, apesar de similar, não pode ser tomada como idêntica ao atraso. O atraso é graduado no tempo, ao passo que a falta de recolhimento é infração instantânea e de penalidade fixa. No regime antigo, o atraso era punido com multa de mora de 12% a 100%, ao passo que no regime atual o atraso não é punível em procedimento de ofício e pode atingir até 20% nos casos em que não há lançamento de ofício. Nossa conclusão de afastar a multa de mora pode também ser amparada no princípio da isonomia. Vejamos um exemplo. Duas empresas, A e B, atuam no mesmo ramo, tem a mesma estrutura de pessoal e de remuneração, bem como utilizam o mesmo escritório contábil para tratar de sua vida fiscal. A empresa A foi fiscalizada em 2007 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, a multa de mora e a multa por incorreções na GFIP prevista no art. 32, §5º da Lei 8.212/91. Quando do julgamento de seu processo, considerando o novo regime de multas segundo nossa interpretação, o órgão julgador manteve o lançamento, mas determinou que a multa relacionada à GFIP fosse comparada com a multa do 32A da Lei 8.212/91. A empresa B foi fiscalizada em 2009 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, sem aplicação de multa de mora, e a multa pela declaração inexata da GFIP com base no art. 32A da Lei 8.212/91 ou com base no art. 32, §5º da Lei 8.212/91, o que lhe for mais favorável. Facilmente pode ser notado que a empresa B responde por crédito tributário menor que a empresa A, pois não foi aplicada a multa de mora. Somente com a aplicação do art. 106, inciso II, alínea “a” do CTN para afastar a multa de mora no caso da empresa A é que teremos restaurada a situação de igualdade entre as empresas A e B. Conforme já assinalamos, apesar de mantermos nossa posição a respeito da inexistência de multa de mora no novo regime do procedimento de ofício, deixamos de apresentar tal voto em homenagem ao princípio da eficiência devido às reiteradas decisões do Colegiado no sentido de manter a multa de mora que registraram nossa posição isolada. Assim, nosso voto é no sentido de, acompanhando os demais membros do Colegiado, manter a aplicação da multa de mora. No entanto, mantida a multa de mora, esta deve ser limitada a 20% com a retroatividade benéfica do art. 61 da Lei 9.430/96. No tocante às penalidades relacionadas com a GFIP, deve ser feito o cotejamento entre o novo regime – aplicação do art. 32A para as infrações relacionadas com a Fl. 541DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10865.002035/200911 Acórdão n.º 2301004.068 S2C3T1 Fl. 537 11 GFIP – e o regime vigente à data do fato gerador – aplicação dos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, prevalecendo a penalidade mais benéfica ao contribuinte em atendimento ao art. 106, inciso II, alínea “c”. Tal procedimento aplicase, inclusive, para a multa de ofício aplicada com fundamento no art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 motivada por falta de declaração ou declaração inexata. Passamos a resumir nossa posição sobre o regime jurídico de aplicação das multas para fatos geradores até 11/2008. A aplicação do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN deve ser feita ato ou fato pretérito considerado como infração no lançamento de modo que até 11/2008: · As multas por infrações relacionadas a GFIP (falta de apresentação ou apresentação deficiente), previstas nos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, devem ser comparadas com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91, devendo prevalecer aquela que for mais benéfica ao contribuinte; · Nas competências nas quais a fiscalização aplicou somente a penalidade relativa ao atraso no pagamento, a multa de mora, esta deve ser mantida, mas limitada a 20%; · Nas competências nas quais a fiscalização aplicou a penalidade de 75% prevista no art. 44 da Lei 9.430/96 por concluir se tratar da multa mais benéfica quando comparada aplicação conjunta da multa de mora e da multa por infrações relacionadas a GFIP, deve ser mantida a penalidade equivalente à soma de: multa de mora limitada a 20% e multa mais benéfica quando comparada a multa do art. 32 com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91. Legalidade da Taxa SELIC como juros de mora A insurgência da recorrente contra a aplicação da Taxa Selic como juros moratórios não pode prosperar, uma vez que se trata de matéria sumulada neste Tribunal Administrativo no sentido de sua legalidade, conforme podemos conferir a seguir: Súmula CARF No 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.. Acrescentese que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic. Fl. 542DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA 12 Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário de modo a limitar a multa aplicada a 20%. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Fl. 543DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10166.010079/2002-18
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 1998
DCTF RETIFICADORA. ERRO DE PREENCHIMENTO. COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL.
O ônus de comprovar a ocorrência de erro material no preenchimento da DCTF é do próprio sujeito passivo. Alegações desprovidas de provas não podem ser acatadas em respeito ao princípio da verdade material.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 2802-003.147
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jaci de Assis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, Guilherme Barranco de Souza (suplente), Ronnie Soares Anderson e Nathalia Correia Pompeu (suplente). Ausente, justificadamente, a Conselheira Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: JACI DE ASSIS JUNIOR
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ERRO DE PREENCHIMENTO. COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O ônus de comprovar a ocorrência de erro material no preenchimento da DCTF é do próprio sujeito passivo. Alegações desprovidas de provas não podem ser acatadas em respeito ao princípio da verdade material. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, Guilherme Barranco de Souza (suplente), Ronnie Soares Anderson e Nathalia Correia Pompeu (suplente). Ausente, justificadamente, a Conselheira Julianna Bandeira Toscano. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 01 00 79 /2 00 2- 18 Fl. 433DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão n° 0331.567, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF – DRJ/BSB, fls. 173 a 178, que julgou parcialmente procedente a exigência consubstanciada no Auto de Infração — IRRF/1998 Declaração de Contribuições e Tributos Federais, ano calendário de 1998, folha 37, nos termos da seguinte conclusão: a) que seja mantida a importância de R$ 229,56 (pagamentos não localizados — código 2932) com os acréscimos correspondentes, ressaltando que a interessada já efetuou o pagamento no valor de R$190,26, conforme DARF de folha 23; b) manter também a importância de R$ 8.367.99 (juros pagos a menor ou não pagos — código 6583), salientando o constante nas folhas 100, item 07, referente a valores disponíveis, e: c) seja cancelada o restante da exigência fiscal. Cientificado em 25/08/2009, fls. 186, a interessada interpôs recurso voluntário em 24/09/2009, fls. 193 a 202, alegando, em síntese, que: A autoridade julgadora operou em contradição ao longo da análise, pois, a despeito de considerar correto o procedimento adotado pela Contribuinte em retificar as Declarações de Contribuições e Tributos Federais —DCTF estabelecendo a verdade real dos fatos, manteve a cobrança dos juros de mora sob a alegação de atraso no pagamento dos débitos e não considerando elidido o suposto "ilicito" ; efetivamente recolhera aos cofres públicos as quantias que lhe foram cobradas e lançadas através do auto de infração; ocorre que incorrera em erro nas DCTF, referentes ao anocalendário de 1998, quando teria consignado como data do fato gerador do débito n° 479931 o período de 01 01/98 quando deveria ser 0103/98; as provas de suas alegações estão contidas nas fls. 61 e 67 dos autos em que a própria RFB atesta a correção da informação pela Contribuinte e seu processamento em seus sistemas; a autoridade julgadora ao manter a cobrança dos juros contraria os princípios que norteiam o processo administrativo fiscal em especial o princípio da verdade real dos fatos; às fls. 31 dos autos, anexara à peça de impugnação a ficha da DCTF do 1° Trimestre de 1998, na qual foi consignado o débito de Imposto de Renda na Fonte — IRRF — Rendimentos do Trabalho Assalariado (Código 05611), para a 1ª semana de março de 1998, no valor de R$ 267.347,95, exatamente em consonância com o valor recolhido em DARF na data do vencimento, juntado às fls. 32. considerando que o processamento da DCTF pelos sistemas da RFB tenha sido feito após a lavratura do auto de infração, o que deve prevalecer é que esta informação corresponde à verdade real dos fatos e pode facilmente ser verificada com a simples vistas ao DARF; Fl. 434DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10166.010079/200218 Acórdão n.º 2802003.147 S2TE02 Fl. 434 3 a decisão recorrida ao não admitir a DCTF apresentada após a lavratura do auto de infração fere o disposto no § 2º do art. 147 do CTN; nesse sentido transcreve ementas de acórdãos proferidos pelo antigo Conselho de Contribuintes; A manutenção do lançamento e a conseqüente cobrança dos valores de juros de mora se revela descabido e despropositado se revelando em locupletamento indevido da Fazenda Pública; se a RFB efetuar neste momento uma verificação da alocação do pagamento através do DARF anexado com os débitos informados na DCTF Retificadora que já foi há muito processada, verificará a quitação dos mesmos, sem a existência de nenhum valor excedente a ser cobrado da Contribuinte; requer a revisão da decisão exarada no acórdão recorrido, deferindo à Contribuinte o cancelamento da carta de cobrança dos juros de mora no valor original de R$8.367,99 referente ao débito n° 479331, em virtude da comprovação da exatidão do recolhimento na data de vencimento e da retificação das declarações que atestam o procedimento efetuado. É o relatório. Voto Conselheiro Jaci de Assis Junior, Relator O recurso foi tempestivamente apresentado e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Inicialmente cumprese ressaltar que tendo em vista que o contribuinte não se manifestou expressamente acerca da manutenção do lançamento do IRRF no valor de R$229,56 (código 2932) pela decisão recorrida, remanesce em litígio apenas a matéria relacionada à exigência de juros de mora isolados, no valor R$ 8.367.99 (código 6583). O recorrente pretende a exclusão da exigência dos juros de mora isolados, alegando que esse lançamento decorre da incorreta transcrição da semana pertinente ao fato gerador do Imposto de Renda Retido na Fonte, quando da elaboração das Declarações de Contribuições e Tributos Federais — DCTF, originalmente apresentadas. Para tanto, invoca a aplicação do princípio da verdade material, alegando que as DCTF Retificadoras, mesmo apresentadas após a lavratura do auto de infração, constituiriam prova da ocorrência de erro no preenchimento das declarações originalmente apresentadas. Com efeito, no julgamento do processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que se buscar descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em discussão é a legitimidade da tributação. Tendo em vista essa busca da verdade material, importa ao contribuinte comprovar que o fato gerador não ocorreu e, por via de consequência, não nasceu a obrigação tributária que serviu de base para o lançamento da exigência de recolhimento dos juros de mora isolados. Fl. 435DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Em outras palavras, o ônus de comprovar o que alega é do próprio sujeito passivo, a teor do art. 36 da Lei n° 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo fiscal. Nesse sentido, a recorrente alega que as provas de que incorrera em erro de preenchimento da DCTF estariam contidas nas fls. 61 e 67 dos autos, nas quais “a própria SRFB atesta a correção da informação pela Contribuinte e seu processamento em seus sistemas”. Citou também as fls. 31 e 32 dos autos, que instruiu sua impugnação, alegando que nelas também estaria a demonstração do erro cometido quando do preenchimento da DCTF original. Das folhas 61 e 67, do anexo ao processo (fls. 327 e 333 do processo digitalizado), constam cópia da DCTF retificadora que foi entregue em 7/10/2003. Por sua vez, a folha 31 do processo (fls. 35 do processo digitalizado) referese também à mencionada DCTF retificadora e a folha 32 (fls. 36, digital) encontrase juntado o DARF correspondente ao débito recolhido em 11/03/1998. Do exame desses elementos, contudo, constatase que, ao contrário do entendimento da recorrente, a apresentação de DCTF retificadora, por si só, não consegue demonstrar a verdade material pretendida. Os dados nela consignados constituem apenas informações que necessitam de lastro em outros documentos que possam evidenciar a alegação de que o fato gerador declarado originalmente na primeira semana de janeiro de 1998 somente ocorreu na primeira semana de março de 1998. Observese que a contribuinte em sua impugnação, fls. 57 (fls. 62 do processo digitalizado) chegou a mencionar que o procedimento de retificar as declarações retificadoras, em referência, somente foi possível “após exaustivo trabalho de levantamento de informações e documentos contábeis(...)”. Contudo, deixou de instruir sua impugnação com os documentos contábeis que eventualmente possibilitariam demonstrar que, de fato, houve erro de preenchimento da DCTF. Portanto, alegações desprovidas de provas não podem ser acatadas em respeito ao princípio da verdade material. Precedentes nesse sentido colhemse das próprias ementas transcritas na peça recursal: ACÓRDÃO 10247.820 do Primeiro Conselho de Contribuintes / 2ª. Câmara: IRRF DCTF ERRO DE PREENCHIMENTO Comprovados os recolhimentos de IRRF, mediante apresentação das guias respectivas, acompanhadas da regular retificação e complementação da DCTF e dos respectivos lançamentos contábeis, afastase o lançamento. (negrito acrescentado). ACÓRDÃO 20312.581 2° Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara: COFINS. AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. DCTF RETIFICADORA PREENCHIDA COM ERRO. COMPROVAÇÃO DA INCORREÇÃO. CANCELAMENTO DO LANÇAMENTO. Cancelase o lançamento eletrônico decorrente de suposto recolhimento a menor, quando comprovada por meio da escrita contábil, da DCTF original e dos pagamentos realizados, que a Fl. 436DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10166.010079/200218 Acórdão n.º 2802003.147 S2TE02 Fl. 435 5 DCTF retificadora, com base na qual foi lavrado o auto de infração, foi preenchida erroneamente e informa, como valor devido num único mês, o que na verdade corresponde à sorna dos valores devidos nos três meses de um trimestre. (negrito acrescentado). Observese, quanto às alegadas provas apresentadas às fls. 61 e 67, conforme informou a decisão recorrida, declarações retificadoras apresentadas após a lavratura do auto de infração não servem para descaracterzar o ilícito, mormente quando não comprovada documentalmente a ocorrência do suposto erro de transcrição. Voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Fl. 437DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 10675.002281/2004-98
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 07 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3403-000.598
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por maoria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente. Esteve presente ao julgamento a Dra. Isabelle Resende Alves Rocha, OAB/MG 129.530.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Luiz Rogério Sawaya Batista - Relator
Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por maoria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente. Esteve presente ao julgamento a Dra. Isabelle Resende Alves Rocha, OAB/MG 129.530. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista - Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por maoria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente. Esteve presente ao julgamento a Dra. Isabelle Resende Alves Rocha, OAB/MG 129.530. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 75 .0 02 28 1/ 20 04 -9 8 Fl. 1048DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10675.002281/200498 Resolução nº 3403000.598 S3C4T3 Fl. 5 2 RELATÓRIO Tratase de auto de infração lavrado em face da empresa Ipiranga Asfaltos S.A., abordando a falta de pagamento de Imposto Sobre Produtos Industrializados, sendo constituído crédito tributário decorrente das saídas de emulsões asfálticas e asfaltos modificados ocorridas no período compreendido entre janeiro de 2000 e dezembro de 2002. A Recorrente dava saída de tais produções sem o destaque do IPI por entender que tais operações estariam livres da incidência do Imposto por serem derivados de petróleo, nos termos do parágrafo 3, do artigo 155 da Constituição Federal. A Recorrente apresentou impugnação alegando, em síntese: a) que os produtos em questão, por serem derivados de petróleo, gozam da imunidade do artigo 155, parágrafo 3 da Constituição Federal, aplicável em razão da natureza do produto e independe de regulamentação do legislador infraconstitucional; b) o parágrafo 3, do artigo 18 do RIPI/98 não é apto a regulamentar a imunidade tributária do artigo 155, parágrafo 3 da Constituição Federal. A DRJ/Juiz de Fora manteve o auto de infração na íntegra, sob o fundamento de que a imunidade decorre dos hidrocarbonetos decorrentes do refino do petróleo, o que levou a Recorrente a apresentar Recurso Voluntário no qual repisou os argumentos trazidos em sua Manifestação de Inconformidade. A Terceira Câmara do antigo Segundo Conselho de Contribuintes converteu o julgamento em diligência para que fosse produzido laudo pelo Instituto Nacional de Tecnologia, respondendo aos seguintes questionamentos: a) se as emulsões asfálticas e os asfaltos modificados que foram objeto de autuação fiscal em exame são ou não derivados de petróleo; b) sendo afirmativa a resposta do item 1, descrever o processo de obtenção dos produtos ali referidos e informar se tais produtos são classificados quimicamente como hidrocarbonetos. A Recorrente juntou laudo aos autos respondendo aos quesitos, em que conclui que os produtos são derivados de petróleo constituído de hidrocarbonetos. Posteriormente foi juntado laudo solicitado pelo Delegado da Receita Federal do Brasil em Uberlândia, que conclui que emulsões asfálticas e os asfalto modificados são produzidos pela mistura e/ou dispersão de um derivado de petróleo (CAP) com outros aditivos não derivados do petróleo. E de acordo com a informação fiscal, a DRF/Uberlândia conclui que as emulsões asfálticas e os asfaltos modificados não estão abrangidos pela imunidade prevista no parágrafo 3, do artigo 155 da Constituição Federal. A Recorrente se manifesta contrariamente à informação fiscal. Fl. 1049DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10675.002281/200498 Resolução nº 3403000.598 S3C4T3 Fl. 6 3 O processo foi levado ao CARF, sendo que o Conselheiro Relator externou opinião favorável a Recorrente, afirmando que o laudo solicitado pela DRF/Uberlândia não seria necessário, mas que, na realidade, o Instituto Nacional de Tecnologia não podia, por excesso de trabalho, realizar a tempo o laudo, que inicialmente foi solicitado. Por essa razão, decidiuse, por unanimidade, converter o julgamento em diligência para que o INT ou o Instituto de Pesquisa Rodoviária IPR, responda o seguinte: a) se o cimento asfáltico de petróleo (CAP) corresponde a betume natural desidratado ou pulverizado; b) se este betume está disperso em água contendo uma pequena quantidade de emulsificante; c) em caso negativo, se tratarse de emulsões ou suspensões estáveis em água, de asfalto, de betumes, de breu ou de alcatrões, dos tipos utilizados principalmente para revestimento de estradas. Às fls. 1007/1008 dos autos, consta informação da Fiscalização, em que assevera que reconhece a pertinência da diligência e não se furta a realizálas, mas informa a existência de ação judicial intentada pela Recorrente com o mesmo objeto do auto de infração em questão. De acordo com a informação fiscal, a Ação já teve inclusive Sentença, dando conta da existência de Apelação por parte da Recorrente, que fazem referência aos documentos de fls. 991/1004, em que constam extratos de andamento processual e decisões extraídas da Ação mencionada na Informação Fiscal, conforme se verifica abaixo: É o relatório. Fl. 1050DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10675.002281/200498 Resolução nº 3403000.598 S3C4T3 Fl. 7 4 VOTO Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista, Analisando os autos em fase adiantada de julgamento, em que aguardavase a realização de derradeira diligência, verificase a existência de informação fiscal que dá conta da existência de ação judicial proposta pela Recorrente logo após a lavratura do auto de infração, o que se enquadra tranqüilamente como concomitância de discussão, resultando, pois, na renúncia, pela Recorrente, à discussão administrativa. De qualquer maneira, diante da juntada da documentação de fls. 991/1004 e da própria informação fiscal de fls. 1007/1008, documentos extremamente relevantes ao deslinde dos presentes autos, observo que o processo veio ao CARF sem que tenha sido aberta vista ao Recorrente para se manifestar sobre a documentação juntada. O princípio do devido processo legal, de estrita observância no processo administrativo, exige que se exercite o contraditório, tanto prevendo prazo para juntada de provas no processo, como dando à parte o direito de se manifestar sobre documentação acostada aos autos, sob pena de nulidade. Nesse sentido, fazse necessário, antes que se delibere sobre o conteúdo da documentação juntada e da informação, que a Recorrente tenha a oportunidade de se manifestar sobre tais documentos. Por outro lado, fazse necessário que a Recorrente junte todas as peças da Ação judicial noticiada, bem como certidão de objeto de pé atualizada dos autos. Dessa forma, converto o julgamento em diligência para que a Recorrente seja intimada, inicialmente, a se manifestar sobre a documentação de fls. 991/1004 e junte ainda as principais peças do respectivo processo e certidão de objeto e pé atualizada de sua discussão judicial. É como voto. (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Relator Fl. 1051DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA
score : 1.0
Numero do processo: 13502.000412/2005-53
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/1999
RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO.
Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, conforme a tese cognominada de cinco mais cinco.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE PROVIDO
Numero da decisão: 9303-002.878
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas (Substituta convocada) e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente Substituto).
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/1999 RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, conforme a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE PROVIDO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao Recurso Especial. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Substituto (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas (Substituta convocada) e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente Substituto). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 00 04 12 /2 00 5- 53 Fl. 352DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 17/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO Processo nº 13502.000412/200553 Acórdão n.º 9303002.878 CSRFT3 Fl. 349 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo Contibuinte contra o acórdão proferido pelo colegiado a quo, assim ementado. Relator: Henrique Pinheiro Torres Acórdão: 20401.984 NORMAS PROCESSUAIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o qüinqüênio legal, contado a partir daquela data. Recurso negado.O sujeito passivo apresentou Recurso especial onde pleiteia a reforma do acórdão sob a alegação que apresentou o pedido de compensação antes de decorridos os dez anos dos fatos geradores que ensejaram o direito à retição do indébito. A PGFN apresentou contrarrazões a esta CSRF alegando, em síntese, que o direito de ação relativo ao exercício de um direito subjetivo de crédito decorrente de pagamento indevido é atribuído ao sujeito passivo, e o termo inicial do prazo prescricional de 05 (cinco) anos (art. 168 do CTN) para exercêlo, começa da data da extinção do crédito tributário, operandose este tão logo efetue o pagamento indevido. Voto O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e deve ser admitido. O contribuinte acima identificado apresentou, em 07/06/2005, pedido de restituição referente ao período de apuração de janeiro a dezembro de 1999. O recurso voluntário foi negado. Foi apresentado o presente recurso especial, pelo contribuinte, onde se pleiteia a reforma do acórdão sob a alegação que apresentou o pedido de compensação antes de decorridos os dez anos dos fatos geradores que ensejaram o direito à repetição do indébito. Assiste razão a recorrente, pois, com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Na mesma toada, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pagamentos e pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais Fl. 353DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 17/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO Processo nº 13502.000412/200553 Acórdão n.º 9303002.878 CSRFT3 Fl. 350 3 cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido. Assim, visto que a interessada protocolizou seu pedido de restituição em 07/06/2005, os pagamentos referentes aos fatos geradores anteriores a 10 anos dessa data estão com o eventual direito de restituição extinto, tendo em vista terem sido alcançados pela prescrição, o que não ocorreu in casu. Portanto, em que pese a minha total discordância com tal entendimento, com fulcro no art. 62A do Anexo II à Portaria MF nº 256/09 (RICARF), deve ser reconhecida a aplicabilidade da tese dos cinco mais cinco. No presente caso, não existe nenhum período cujo direito de se pleitear a repetição esteja prescrito. Ante o exposto voto pelo provimento do recurso interposto pelo sujeito passivo. O processo deve retornar à origem para a análise do direito à repetição. Rodrigo da Costa Possas Relator Fl. 354DF CARF MF Impresso em 28/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 17/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO
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Numero do processo: 13971.902781/2009-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3201-000.492
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 07/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira, e Mônica Elisa de Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Ana Clarissa Masuko Araújo. O Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto declarou-se impedido.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI - Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 07/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira, e Mônica Elisa de Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Ana Clarissa Masuko Araújo. O Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto declarou-se impedido.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 07/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira, e Mônica Elisa de Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Ana Clarissa Masuko Araújo. O Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto declarouse impedido. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 39 71 .9 02 78 1/ 20 09 -8 0 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 157 ___________ Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o julgamento da instância a quo, transcrevese abaixo o relatório do acórdão recorrido, seguido da sua ementa e das razões recursais: Trata o presente processo de Declaração de Compensação – DCOMP apresentada pela contribuinte acima qualificada. Em análise da compensação intentada, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Blumenau/SC entendeu de não homologála, em razão de que o valor recolhido via DARF, indicado como fonte do crédito contra a Fazenda Nacional, já havia sido integralmente utilizado para o pagamento de débitos da própria contribuinte. Irresignada com a não homologação de sua compensação, encaminhou a contribuinte manifestação de inconformidade, na qual alega que a razão para a não homologação é a de que alocou incorretamente, em DCTF apresentada, recolhimentos anteriormente efetuados. Com a decisão da DRF/Blumenau/SC, tratou de retificar a DCTF para fins de corrigir o erro. Pede, assim, a homologação da compensação. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 07 25.727, de 26/07/2011, que restou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. REQUISITO PARA HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que a existência do indébito incluído em declaração de compensação está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é maior do que o devido, só se pode homologar tal compensação, independentemente de eventuais outras verificações, nos casos em que o contribuinte, previamente à apresentação da DCOMP, retifica regularmente a DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Novamente inconformada com o resultado do julgamento, a Recorrente interpôs recurso voluntário tempestivamente, reiterando, em suma, os argumentos suscitados em sua defesa original. O processo foi distribuído e sorteado a este Conselheiro, seguindo o rito regimental. É o relatório. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13971.902781/200980 Resolução nº 3201000.494 S3C2T1 Fl. 158 3 Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário atende os pressupostos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações posteriores, razão pela qual deve ser conhecido. Conforme se depreende do relatório, o núcleo do presente contencioso cingese aos efeitos do procedimento adotado pela Recorrente no sentido de retificar a sua DCTF para legitimar o crédito informado em DCOMP pretérita. A instância a quo, sem entrar no mérito da existência do crédito, entendeu que a compensação é indevida, pois o crédito utilizado pela Recorrente somente passou a existir formalmente após a retificação da DCTF. Por outro lado, a Recorrente alega que o direito creditório sempre existiu, tendo havido apenas um erro formal na DCTF e no DACON originais, o que pode ser verificado pela fiscalização em seus registros contábeis. É certo que o contencioso administrativo fiscal deve ser guiado pelo princípio da verdade material, segundo o qual os formalismos exacerbados devem ser afastados para que prevaleça a realidade dos fatos. Os fatos relacionados ao caso concreto sucederamse da seguinte forma: o DARF que originou o crédito em discussão foi pago em 12/11/2004, a DCOMP foi transmitida em 16/06/2005, o despacho decisório foi proferido em 09/04/2009, a retificação da DCTF ocorreu em 21/04/2009, e a do DACON, em 05/05/2009. A partir da análise dos fatos, percebese que, ao tempo em que a DCOMP foi transmitida, a informação de que a Receita Federal dispunha era o pagamento do DARF para a quitação do débito de Cofins nãocumulativa referente à competência 10/2004, não havendo, até a emissão do despacho decisório, qualquer informação de que o referido débito não era devido. Por essa razão, o despacho decisório não mereceria reparos. A questão que se coloca aqui é outra. Tendo verificado o suposto erro na informação prestada em sua DCTF, quando da ciência do despacho decisório, a Recorrente procedeu à retificação imediata e apresentou manifestação de inconformidade reconhecendo o equívoco cometido. Contudo, não prestou informações sobre a origem do erro ou provas. Posteriormente, já em sede recursal, a Recorrente alegou que o motivo da retificação da DCTF do 4º trimestre de 2004 foi mudança do regime de apuração da Cofins para receitas de hotelaria, nos termos da Portaria Interministerial nº 33, de 2005. Segundo a nova sistemática, a Recorrente teria apurado um saldo credor no mês de outubro de 2004, razão pela qual o valor que já havia recolhido tornouse indevido. Para comprovar que a sua apuração era realizada parte com base no regime não cumulativo e parte com base no regime cumulativo, a Recorrente apresentou os livros contábeis (razão e diário – efls. 78 e 106), o demonstrativo de cálculo da Cofins no período (e Fl. 159DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13971.902781/200980 Resolução nº 3201000.494 S3C2T1 Fl. 159 4 fl. 46) e o comprovante de recolhimento com o código de receita 5856 – Cofins não cumulativa (efls. 07 e 47). A jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF tem sido flexível acerca do assunto, admitindo a retificação extemporânea da DCTF, desde que o interessado prove o equívoco cometido, ou seja, a existência do crédito à época em que a DCOMP foi transmitida. Confirase: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. A simples retificação, desacompanhada de qualquer prova, não autoriza a homologação da compensação. (Acórdão nº 3802002.345, Rel. Cons. Solon Sehn, Sessão de 29/01/2014) ......................................................................................................... DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A DCTF retificadora apresentada após a ciência da contribuinte do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável à comprovação do erro em que se funde o que não ocorreu. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. (Acórdão nº 3801002.926, Rel. Cons. Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Sessão de 25/02/2014) ......................................................................................................... DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. (Acórdão nº 3302002.124, Rel. Cons. Alexandre Gomes, Sessão de 22/05/2013) Considerando que, no caso concreto, a Recorrente teve que refazer a apuração da Cofins desde maio de 2004, por força da Portaria Interministerial nº 33, de 2005, e Fl. 160DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13971.902781/200980 Resolução nº 3201000.494 S3C2T1 Fl. 160 5 demonstrado que ela efetuou pagamento de Cofins nãocumulativa referente à competência de outubro de 2004, quando, segundo a nova sistemática de apuração, nada deveria recolher, verificase que o direito creditório da Recorrente é líquido e certo. Embora a Recorrente somente tenha feito prova dos fatos narrados acima em sede recursal, em homenagem ao princípio da verdade material, as provas devem ser admitidas no julgamento deste CARF. Nesse particular, transcrevese a ementa de um interessante julgado, a saber: ERRO FORMAL PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL PREVALÊNCIA. Embora a DCTF seja o documento válido para constituir o crédito tributário, se o contribuinte demonstra que as informações nela constantes estão erradas, pois foram por ele prestadas equivocadamente, deve ser observado o princípio da verdade material, afastando quaisquer atos da autoridade fiscal que tenham se baseado em informações equivocadas. DCTF COM INFORMAÇÕES ERRADAS TRIBUTO PAGO INDEVIDAMENTE CRÉDITO EXISTENTE HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. O PIS apurado e recolhido sob a sistemática cumulativa, quando o contribuinte submetiase a não cumulatividade, em competência cujo saldo de PIS a pagar, segundo esta sistemática, foi zero, consubstanciase em recolhimento indevido. Crédito apto a ser utilizado em compensação, cuja homologação deve ser reconhecida. (Acórdão nº 3302001.212, Rel. Cons. Fabíola Cassiano Keramidas, Sessão de 01/09/2011) Superado, então, o entendimento de que a Recorrente não poderia juntar provas em fase recursal nem retificar a sua DCTF em momento posterior ao despacho decisório, proponho a conversão do presente julgamento em diligência para que a Delegacia da Receita Federal de Fiscalização de Blumenau/SC para que confirme, ou não, se as alegações da Recorrente estão lastreadas em sua escrita contábil e fiscal, considerando todo o suporte documental constante dos autos. Concluída a diligência, a Recorrente deverá ser intimada para, querendo, manifestarse acerca do termo de conclusão de diligência no prazo de 30 (trinta) dias. Em seguida, a Procuradoria da Fazenda Nacional deverá ser intimada para os mesmos fins no mesmo prazo. Após o decurso desses prazos, o processo deverá retornar para o CARF para que o julgamento seja retomado por este Conselheiro ou quem lhe fizer as vezes. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 161DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO
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Numero do processo: 19515.002935/2007-33
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 10 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2802-000.048
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos sobrestar o julgamento nos termos do §1º do art. 62-A do Regimento Interno do CARF c/c Portaria CARF nº 01/2012.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
German Alejandro San Martín Fernández - Relator.
EDITADO EM: 18/07/2013
Nome do relator: Não se aplica
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RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos sobrestar o julgamento nos termos do §1º do art. 62A do Regimento Interno do CARF c/c Portaria CARF nº 01/2012. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Relator. EDITADO EM: 18/07/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Jaci de Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite e Sidney Ferro Barros. Trata de Auto de Infração de fls. 135/138, para cobrança do Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2004, anocalendário de 2003, no valor de R$ 51.608,90, acrescido dos juros de mora e multa de ofício, calculados de acordo com a legislação de regência. O lançamento de ofício decorre de omissão de rendimentos constatada mediante confronto com dados apresentados pela operadoras de cartões de crédito e demais movimentações financeiras efetuadas. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 02 93 5/ 20 07 -3 3 Fl. 212DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 18/07/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 19515.002935/200733 Resolução nº 2802000.048 S2TE02 Fl. 204 2 Perante o órgão colegiado a quo, a ação fiscal foi julgada procedente, por não ter o Recorrente comprovado, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados, bem como manteve a autuação por omissão de rendimentos provenientes de ganho de capital na alienação de bem móvel (automóvel) e conseqüente acréscimo patrimonial a descoberto, em face da constatação de rendimentos não declarados. Rejeitadas as alegações quanto à inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário por ato de autoridade administrativa, por não caber à autoridade julgadora se manifestar sobre argüições de inconstitucionalidade de normas (fls. 192/200). Inconformado, o Recorrente interpôs Voluntário (fls. 181/185) com vistas a obter a reforma do julgado, alegando em pequena síntese: a) ilegalidade da lei n. 9.430/96; b) ofensa ao princípio constitucional da proteção ao sigilo de dados bancários; c) inadmissibilidade de prova ilícita, tudo com fulcro nas mesmas razões já apresentadas por ocasião da Impugnação. Era o de essencial a ser relatado. A presente ação fiscal decorre da análise de informações fiscais fornecidas à RFB pelos seguintes bancos: Banco Citicard S.A, Bradesco S/A e Citibank S/A, realizada com a finalidade de verificar se os valores referente às movimentações financeiras com cartões de crédito e demais movimentações financeiras efetuadas no ano calendário de 2003 pela Recorrente, são proporcionais aos rendimentos declarados em DIRF (fls. 123/127). Constatada a omissão de rendimentos, foi lavrado Auto de Infração e constituído o respectivo crédito tributário, com fulcro no artigo 42 da lei n° 9.430/96. Apesar de se tratar de tema submetido a Repercussão Geral no STF (RE 601314, Relator Min. Ricardo Lewandowski), não há determinação expressa do STF, por ocasião do reconhecimento do rito a que se refere o artigo 543B do CPC, pelo sobrestamento dos feitos nas instâncias inferiores, o que em tese, impõe o julgamento do feito, nos termos da determinação contida no parágrafo único do artigo 1º da Portaria CARF n. 1/2012. Entretanto, é de se constatar, que o posicionamento reiterado do STF tem sido no sentido de sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários que veiculam a mesma matéria objeto do Recurso Extraordinário n.º 601.314, a seguir: DESPACHO: Vistos. O presente apelo discute a violação da garantia do sigilo fiscal em face do inciso II do artigo 17 da Lei n° 9.393/96, que possibilitou a celebração de convênios entre a Secretaria da Receita Federal e a Confederação Nacional da Agricultura CNA e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag, a fim de viabilizar o fornecimento de dados cadastrais de imóveis rurais para possibilitar cobranças tributárias. Verificase que no exame do RE n° 601.314/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, foi reconhecida a repercussão geral de matéria análoga à da presente lide, e terá seu mérito julgado no Plenário deste Supremo Tribunal Federal Destarte, determino o sobrestamento do feito até a conclusão do julgamento do mencionado RE nº 601.314/SP. Devem os autos permanecer na Secretaria Judiciária até a conclusão do referido julgamento. Publiquese. Brasília, 9 de fevereiro de 2011. Ministro DIAS TOFFOLI Relator Documento assinado digitalmente. (RE Fl. 213DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 18/07/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 19515.002935/200733 Resolução nº 2802000.048 S2TE02 Fl. 205 3 488993, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 09/02/2011, publicado em DJe035 DIVULG 21/02/2011 PUBLIC 22/02/2011) DECISÃO REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA – PROCESSOS VERSANDO A MATÉRIA – SIGILO DADOS BANCÁRIOS – FISCO – AFASTAMENTO – ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 – SOBRESTAMENTO. 1. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 601.314/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu pela repercussão geral do tema relativo à constitucionalidade de o Fisco exigir informações bancárias de contribuintes mediante o procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 2. Ante o quadro, considerado o fato de o recurso veicular a mesma matéria, tendo a intimação do acórdão da Corte de origem ocorrido anteriormente à vigência do sistema da repercussão geral, determino o sobrestamento destes autos. 3. À Assessoria, para o acompanhamento devido. 4. Publiquem. Brasília, 04 de outubro de 2011. Ministro MARCO AURÉLIO Relator. (AI 691349 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 04/10/2011, publicado em DJe213 DIVULG 08/11/2011 PUBLIC 09/11/2011) REPERCUSSÃO GERAL. LC 105/01. CONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.174/01. APLICAÇÃO PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES À EXERCÍCOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DA UNIÃO PREJUDICADO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DO PROCESSO AO TRIBUNAL DE ORIGEM (ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO RISTF ). Decisão: Discutese nestes recursos extraordinários a constitucionalidade, ou não, do artigo 6º da LC 105/01, que permitiu o fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco, sem autorização judicial; bem como a possibilidade, ou não, da aplicação da Lei 10.174/01 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou seguimento à remessa oficial e à apelação da União, reconhecendo a impossibilidade da aplicação retroativa da LC 105/01 e da Lei 10.174/01. Contra essa decisão, a União interpôs, simultaneamente, recursos especial e extraordinário, ambos admitidos na Corte de origem. Verificase que o Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial em decisão assim ementada (fl. 281): “ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO – UTILIZAÇÃO DE DADOS DA CPMF PARA LANÇAMENTO DE OUTROS TRIBUTOS – IMPOSTO DE RENDA – QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO – PERÍODO ANTERIOR À LC 105/2001 – APLICAÇÃO IMEDIATA – RETROATIVIDADE PERMITIDA PELO ART. 144, § 1º, DO CTN – PRECEDENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO – RECURSO ESPECIAL PROVIDO.” Irresignado, Gildo Edgar Wendt interpôs novo recurso extraordinário, alegando, em suma, a inconstitucionalidade da LC 105/01 e a impossibilidade da aplicação retroativa da Lei 10.174/01 . O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da controvérsia objeto destes autos, que será submetida à apreciação do Pleno desta Corte, nos autos do RE 601.314, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski. Pelo exposto, declaro a prejudicialidade do recurso extraordinário interposto pela União, com fundamento no Fl. 214DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 18/07/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 19515.002935/200733 Resolução nº 2802000.048 S2TE02 Fl. 206 4 disposto no artigo 21, inciso IX, do RISTF. Com relação ao apelo extremo interposto por Gildo Edgar Wendt, revejo o sobrestamento anteriormente determinado pelo Min. Eros Grau, e, aplicando a decisão Plenária no RE n. 579.431, secundada, a posteriori pelo AI n. 503.064AgRAgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO; AI n. 811.626AgR AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, e RE n. 513.473ED, Rel. Min CÉZAR PELUSO, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem (art. 328, parágrafo único, do RISTF c.c. artigo 543B e seus parágrafos do Código de Processo Civil). Publiquese. Brasília, 1º de agosto de 2011. Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente. (RE 602945, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 01/08/2011, publicado em DJe158 DIVULG 17/08/2011 PUBLIC 18/08/2011) DECISÃO: A matéria veiculada na presente sede recursal –discussão em torno da suposta transgressão à garantia constitucional de inviolabilidade do sigilo de dados e da intimidade das pessoas em geral, naqueles casos em que a administração tributária, sem prévia autorização judicial, recebe, diretamente, das instituições financeiras, informações sobre as operações bancárias ativas e passivas dos contribuintes será apreciada no recurso extraordinário representativo da controvérsia jurídica suscitada no RE 601.314/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, em cujo âmbito o Plenário desta Corte reconheceu existente a repercussão geral da questão constitucional. Sendo assim, impõese o sobrestamento dos presentes autos, que permanecerão na Secretaria desta Corte até final julgamento do mencionado recurso extraordinário. Publiquese. Brasília, 21 de maio de 2010. Ministro CELSO DE MELLO Relator (RE 479841, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 21/05/2010, publicado em DJe 100 DIVULG 02/06/2010 PUBLIC 04/06/2010) Sendo assim, é inquestionável o enquadramento do presente caso ao art. 62A, §1º, do RICARF, ratificado pelas decisões acima transcritas, de sorte a impedir a apreciação, ao menos por ora, do mérito do presente feito. Nesses termos, proponho o sobrestamento do presente feito, até o julgamento definitivo do Recurso Extraordinário n.º 601.314, pelo STF. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Fl. 215DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 18/07/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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