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Numero do processo: 16095.000519/2010-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006 NULIDADE. CIÊNCIA POSTAL.
É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário Aplicação da Súmula CARF n° 9.
INTIMAÇÃO. AUSÊNCIA DE ORDEM DE PREFERÊNCIA.
No âmbito do processo administrativo fiscal federal, regido pelo Decreto n° 70.235/72, não estão sujeitos a ordem de preferência os meios de intimação pessoal, postal e eletrônica, pelo que não há obrigatoriedade de intimação pessoal, se válida a intimação postal ou eletrônica porventura adotada. Apenas a intimação por edital imprescinde da prova de ter resultado improfícuo qualquer dos outros meios anteriormente adotados.
NULIDADE. LOCAL DA VERIFICAÇÃO DA FALTA.
É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. Aplicação da Súmula CARF n° 6.
NULIDADE. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO.
O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. Aplicação da Súmula CARF n° 8.
COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO JULGADOR
O julgamento administrativo está estruturado como uma atividade de controle interno dos atos praticados pela administração tributária, sob o prisma da legalidade, não podendo negar os efeitos à lei vigente, pelo que estaria o Tribunal Administrativo indevidamente substituindo o legislador e usurpando a competência privativa atribuída ao Poder Judiciário.
GLOSA DE CUSTOS. COMPROVAÇÃO INIDÔNEA. CUSTOS INEXISTENTES.
Devem ser reputadas inidôneas, as notas fiscais de entrada emitidas pela própria pessoa jurídica fiscalizada, relativas a aquisições de sucatas de cobre, ocorridas em curto período de tempo, a envolver expressivas quantidades e valores suficientes a absorver completamente as receitas auferidas na atividade empresarial, em relação às quais não há qualquer outro elemento de prova acerca dos alienantes, do transporte ou do pagamento.
Foge da razoabilidade admitir que operações tão relevantes para o patrimônio e a atividade da empresa não possuam elementos de prova produzidos ou referendados por terceiros desinteressados.
MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. EMISSÃO DE NOTA FISCAL DE ENTRADA INIDÔNEA. CUSTOS INEXISTENTES.
Configura fraude fiscal a emissão de notas fiscais de entrada inidôneas para acobertar custos inexistentes, na medida em que é uma ação dolosa, tendente a impedir ou retardar o conhecimento por parte da autoridade administrativa da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais, com a intenção de reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar o seu pagamento.
GLOSA DE CUSTOS. TOTALIDADE.
Se a glosa dos custos inexistentes representa a totalidade dos custos e despesas da atividade, impõe-se a desclassificação da escrituração comercial e fiscal apresentada, e conseqüentemente, a adoção do Lucro Arbitrado.
A mera glosa da totalidade dos custos, na sistemática do Lucro Real, enseja a tributação das receitas auferidas na atividade empresarial, em ofensa à definição das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, definidas legalmente: o lucro líquido ajustado.
Deve ser cancelada a exigência por erro de sistemática de tributação.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL.
Na medida em que as exigências reflexas têm por base os mesmos fatos que ensejaram o lançamento do imposto de renda, a decisão de mérito prolatada naquele constitui prejulgado na decisão dos autos de infração decorrentes.
Recurso de ofício conhecido e não provido.
Numero da decisão: 1201-000.812
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso de Ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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Numero do processo: 10120.010621/2007-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2004
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL.
Válido o MPF quando o mesmo encontra-se devidamente prorrogado com data posterior ao encerramento da ação fiscal.
ATIVIDADE RURAL. GLOSA DE DESPESA. DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA.
O resultado da exploração da atividade rural apurado pelas pessoas físicas é apurado mediante escrituração do Livro Caixa, que deverá abranger as receitas, as despesas de custeio, os investimentos e demais valores que integram a atividade, devidamente comprovados, mediante documentação hábil e idônea, hipótese que não se configura nos autos. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO EMPRÉSTIMO - COMPROVAÇÃO.
Somente podem justificar os acréscimos patrimoniais a descoberto, os empréstimos devidamente comprovados, com documentação hábil e idônea, demonstrada a efetiva entrada do numerário, hipótese não configurada nos autos.
MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. LEGALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme Súmula 2.
Numero da decisão: 2101-002.162
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal (AF) - atividade rural
Nome do relator: GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA
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Válido o MPF quando o mesmo encontrase devidamente prorrogado com data posterior ao encerramento da ação fiscal. ATIVIDADE RURAL. GLOSA DE DESPESA. DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA. O resultado da exploração da atividade rural apurado pelas pessoas físicas é apurado mediante escrituração do Livro Caixa, que deverá abranger as receitas, as despesas de custeio, os investimentos e demais valores que integram a atividade, devidamente comprovados, mediante documentação hábil e idônea, hipótese que não se configura nos autos. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO EMPRÉSTIMO COMPROVAÇÃO. Somente podem justificar os acréscimos patrimoniais a descoberto, os empréstimos devidamente comprovados, com documentação hábil e idônea, demonstrada a efetiva entrada do numerário, hipótese não configurada nos autos. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. LEGALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme Súmula 2. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 01 06 21 /2 00 7- 73 Fl. 546DF CARF MF Excluído Documento de 2 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14475.9STJ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Célia Maria de Souza Murphy, Eivanice Canario da Silva, Alexandre Naoki Nishioka. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls.513/542) interposto em 24 de dezembro de 2008 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF) (fls.498/509), do qual o Recorrente teve ciência em 28 de novembro de 2008, fls.512, que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 409/424, lavrado em 09 de junho de 2008, em decorrência de glosa de despesas da atividade rural, acréscimo patrimonial a descoberto e dedução indevida de despesas médicas, constituindose um imposto no valor de R$ 167.893,55, mais cominações legais. O acórdão teve a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2004 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. Válido o MPF quando o mesmo encontrase devidamente prorrogado com data posterior ao encerramento da ação fiscal. ATIVIDADE RURAL. GLOSA DE DESPESA. DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA. O resultado da exploração da atividade rural apurado pelas pessoas físicas é apurado mediante escrituração do Livro Caixa, que deverá abranger as receitas, as despesas de custeio, os investimentos e demais valores que integram a atividade, devidamente comprovados, mediante documentação hábil e idônea. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO Fl. 547DF CARF MF Excluído Documento de 2 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14475.9STJ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10120.010621/200773 Acórdão n.º 2101002.162 S2C1T1 Fl. 547 3 São tributáveis as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos isentos, tributáveis, nãotributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO EMPRÉSTIMO – COMPROVAÇÃO. Somente podem justificar os acréscimos patrimoniais a descoberto, os empréstimos devidamente comprovados, com documentação hábil e idônea, demonstrada a efetiva entrada do numerário. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. LEGALIDADE. O percentual de multa de lançamento de ofício é previsto legalmente, não cabendo sua graduação subjetiva em âmbito administrativo. Lançamento Procedente em Parte Cientificado da decisão de primeira instância em 28/11/2008 (fl.512), o contribuinte apresentou, em 04/10/2010, o recurso de fls. 513/542, onde tão somente reitera alegações suscitadas perante o juízo à quo. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 545, que também trata do envio dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Voto Conselheiro GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Do exame das peças processuais firmo convencimento de que o lançamento e a decisão de primeiro grau não merecem qualquer reparo. A autuação versa sobre glosa de despesas da atividade rural, acréscimo patrimonial a descoberto e dedução indevida de despesas médicas. No concernente à preliminar suscitada pelo recorrente, em sede de recurso, cujas razões foram extraídas ipsis litteris da impugnação à quo, a decisão recorrida ao analisar a questão concernente ao cerceamento do direito de defesa e, ainda, à caducidade do MPF, assim se pronunciou: “A impugnação apresentada pelo contribuinte é a prova cabal de que conhecia plenamente as infrações apuradas, pois rebate de forma minuciosa todas as razões de mérito apresentadas no Fl. 548DF CARF MF Excluído Documento de 2 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14475.9STJ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 auto de infração, demonstrando conhecer perfeitamente a constituição da matéria tributável, demonstrando ter tido acesso a todos os documentos do processo, inclusive mencionando, as páginas em que se localizam, descabendo, portanto, o cerceamento do direito de defesa. (...) Diferente do que argumenta o interessado, somente seria necessária a emissão de novo MPF caso tivesse ocorrido o decurso do prazo, o que não existiu, tendo em vista as prorrogações efetuadas como já mencionado.” Portanto, improcede a preliminar argüida. Quanto ao mérito, no concernente ao acréscimo patrimonial, despesas médicas e multa de ofício, o recorrente não carreou aos autos quaisquer documentos probatórios capazes de proporcionar reparos no lançamento, limitandose a relatar os mesmos argumentos insertos na impugnação à quo, como acima relatado. Destaquese ainda o disposto na Súmula 2 deste Conselho, “o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator Fl. 549DF CARF MF Excluído Documento de 2 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14475.9STJ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por DOV GILVANCI LEVI NAJMAN DE OLIVEIRA SOUSA em 13/05/2013 10:22:27. Documento autenticado digitalmente por DOV GILVANCI LEVI NAJMAN DE OLIVEIRA SOUSA em 13/05/2013. Documento assinado digitalmente por: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 13/05/2013 e DOV GILVANCI LEVI NAJMAN DE OLIVEIRA SOUSA em 13/05/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 19/12/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP19.1219.14475.9STJ Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 48F6C159FB40812A1EDCC0EA27A1A305C65D9201 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10120.010621/2007-73. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 16542.000921/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2008
RENDIMENTOS RECEBIDOS EM AÇÃO JUDICIAL. TRIBUTAÇÃO.
Comprovado nos autos o valor líquido recebido em ação judicial, bem como a natureza das parcelas que o compõem, para se chegar ao valor tributável deve-se (a) acrescerao valor líquido o imposto de renda retido; (b) excluir do resultado as parcelas isentas e não tributáveis, bem como os honorários advocatícios proporcionalizados com os rendimentos tributáveis. Hipótese em que, realizado o cálculo com base nos dados dos autos, chegou- se a um valor de rendimentos tributável inferior ao declarado, não restando diferença a ser lançada.
RENDIMENTOS ISENTOS. FGTS E MULTA DE 40%. INDENIZAÇÃO PELO NÃO FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO.
O FGTS e multa de 40%, bem como a indenização pelo não fornecimento de alimentação, possuem natureza isenta, nos termos do art. 6 o, incisos I e V da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NATUREZA NÃO TRIBUTÁVEL. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. Não incide imposto de renda sobre a verba percebida a título de dano moral, nos termos do Recurso Especial nº 1.152.764 - CE. Matéria decidida na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil pelo Superior Tribunal de Justiça, sendo portanto de reprodução obrigatória pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do art. 62-A do RICARF.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-002.095
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para cancelar o lançamento. (
Nome do relator: José Evande Carvalho Araujo
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TRIBUTAÇÃO. Comprovado nos autos o valor líquido recebido em ação judicial, bem como a natureza das parcelas que o compõem, para se chegar ao valor tributável devese (a) acrescerao valor líquido o imposto de renda retido; (b) excluir do resultado as parcelas isentas e não tributáveis, bem como os honorários advocatícios proporcionalizados com os rendimentos tributáveis. Hipótese em que, realizado o cálculo com base nos dados dos autos, chegou se a um valor de rendimentos tributável inferior ao declarado, não restando diferença a ser lançada. RENDIMENTOS ISENTOS. FGTS E MULTA DE 40%. INDENIZAÇÃO PELO NÃO FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO. O FGTS e multa de 40%, bem como a indenização pelo não fornecimento de alimentação, possuem natureza isenta, nos termos do art. 6o, incisos I e V da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NATUREZA NÃO TRIBUTÁVEL. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. Não incide imposto de renda sobre a verba percebida a título de dano moral, nos termos do Recurso Especial nº 1.152.764 CE. Matéria decidida na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil pelo Superior Tribunal de Justiça, sendo portanto de reprodução obrigatória pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do art. 62A do RICARF. Recurso Voluntário Provido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 54 2. 00 09 21 /2 00 9- 21 Fl. 58DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para cancelar o lançamento. (assinado digitalmente) _____________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Gonçalo Bonet Allage, Alexandre Naoki Nishioka. Relatório AUTUAÇÃO Contra a contribuinte acima identificada, foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 16 a 19, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2008, para lançar omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de ação trabalhista, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$4.897,61, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou impugnação (fl. 1), acatada como tempestiva. O relatório do acórdão de primeira instância descreve os argumentos do recurso da seguinte maneira (fl. 22): A contribuinte apresenta a impugnação de fl. 1, na qual alega que as informações prestadas pela empresa Ponto 1 Comércio de Veículos Ltda., que também foram utilizadas pela beneficiária para efetuar a declaração de ajuste anual do imposto de renda 20072008 não correspondem aquelas que foram realmente pagas de acordo com a sentença trabalhista. No item II, relaciona os valores que entende correto: Rendimentos tributáveis.........R$ 63.224,89 Rendimentos isentos..............R$ 14.365,94 Descontos – INSS..................R$ 5.170,39 IRRF......................................R$ 9.868,33 Fl. 59DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 4 3 Calcula, de acordo com os valores acima, que a base de cálculo do imposto de renda, considerando ainda despesas médicas de R$ 2.621,31 seria de R$ 55.433,19, apurando o imposto a restituir de R$ 926,53. Requer o cancelamento do lançamento fiscal. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento sem ementa, pelos seguintes argumentos (fls. 21 a 22v): Inicialmente, observase que a contribuinte apresentou sua declaração de ajuste anual informando o rendimento tributável recebido em decorrência da ação judicial no valor de R$ 39.607,05, com IRRF de R$ 5.516,00. Os valores informados nessa declaração estão de acordo com o comprovante de rendimentos anexado à fl. 7, fornecido pela fonte pagadora. Em sede de revisão, a autoridade lançadora ajustou o montante dos rendimentos para R$ 69.156,00, tributando a omissão de rendimentos de R$ 39.548,95, explicitando que o rendimento foi obtido somandose o valor de R$ 50.000,00 referente ao acordo efetuado em 31/01/2007, recebidos através dos Alvarás expedidos em 16/02/2007, 20/04/2007, ao valor de R$ 13.640,00 pagos a título de danos morais e ao valor do Imposto de Renda de R$ 5.513,00. Por sua vez, a interessada aduz que recebeu acumuladamente o rendimento tributável de R$ 63.224,89, que o imposto que lhe foi retido seria de R$ 9.868,33 e que esses valores estão de acordo com documento apresentado à fl. 5, denominado Quadro IX – Resumo da Condenação Corrigidos até 01/11/2006. Entretanto, da análise dos documentos anexados com a impugnação, não pode ser acolhido o pleito da interessada. A simples apresentação dos cálculos judiciais (folha 5) não comprova que o rendimento acumulado ali apurado corresponde ao efetivamente pago, até porque os valores estavam corrigidos até 01/11/2006 e o pagamento ocorreu no anocalendário 2007, quando deve ter sido atualizado monetariamente. Não se pode inferir, também, que o IRRF calculado nesse demonstrativo, de R$ 9.868,33, foi de fato retido pela fonte pagadora dos rendimentos tributáveis pagos acumuladamente na ação judicial. Para tanto, seria necessário que a contribuinte apresentasse a decisão judicial que homologou os cálculos ou o acordo final, bem como determinou à fonte pagadora que procedesse a retenção, ou, ainda, cópia dos Alvarás Judiciais comprovando o valor líquido recebido e que ocorreu a retenção pleiteada. Outrossim, inferese dos autos que a autoridade lançadora analisou documentos referentes à ação judicial (precatórios) para obter o valor da remuneração e do IRRF. No que refere à dedução de despesas, observase na consulta ao banco de dados da Secretaria da Receita Federal (Portal IRPF), que as deduções informadas pela interessada na sua DIRPF, dentre elas despesas médicas no valor de R$ 2.621,31, não foram glosadas pela autoridade lançadora. O valor total das deduções Fl. 60DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 5 4 legais consideradas no lançamento, de R$ 8.370,79 corresponde ao somatório do valor de R$ 5.749,48 a Previdência Social e R$ 2.621,31 a título de despesas médicas. Desta forma, mantémse o lançamento na forma em que realizado pela autoridade lançadora. RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificada da decisão de primeira instância em 28/3/2011 (fl. 25), a contribuinte apresentou, em 26/4/2011, recurso voluntário (fls. 27 a 47v), onde afirma: a) que está ocorrendo bitributação nos rendimentos recebidos a título de danos morais, que estão inclusos no valor total do acordo e não foram recebidos separadamente, e que também não foram retirados os valores referentes aos honorários advocatícios. b) que dentro dos R$50.000,00 do acordo estão inclusos os danos morais, e que, no mesmo documento, está determinado o valor de R$7.500,00 de honorários advocatícios, o que resultaria em uma base tributável de R$48.016,00 e em um imposto a restituir de R$915,89. Para a comprovação das informações, anexa cópias da declaração IRPF 2008, do acordo homologado judicialmente e dos cinco alvarás dos depósitos judiciais. Ao final, pugna pelo cancelamento do débito fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. A discussão cingese à tributação dos rendimentos recebidos em ação trabalhista pela contribuinte. O lançamento tributou, como omissão de rendimentos tributáveis, R$39.548,95, apurados da seguinte maneira (fl. 17): Fl. 61DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 6 5 Valor líquido pago por alvarás 50.000,00 (+) Danos morais 13.640,00 (+) Imposto de Renda 5.516,00 = Total Tributável 69.156,00 () Valor Declarado 29.607,05 Diferença Lançada 39.548,95 A recorrente alega que os R$13.640,00 já estão incluídos nos R$50.000,00, e que tem direito ainda a R$7.500,00 de dedução relativos à honorários advocatícios, o que resultaria em uma base de cálculo de R$48.016,00 (R$50.000,00+ R$5.516,00 R$7.500,00). De fato, o acordo homologado da ação trabalhista (fls. 45 e 46) determina o pagamento de R$50.000,00 líquidos à autora e que, desse valor, R$33.940,00 correspondem às seguintes parcelas indenizatórias: Indenização por danos morais 13.640,00 Indenização pelo não fornecimento de alimentação 3.000,00 FGTS e multa dos 40% 9.800,00 Honorários assistenciais 7.500,00 33.940,00 De fato, nos termos do acordo, há que se concluir que os R$13.640,00 de danos morais estão incluídos nos R$50.000,00 pagos, como afirma a recorrente. Além disso, dos valores pagos, possuem natureza isenta o FGTS e multa de 40%, e a indenização pelo não fornecimento de alimentação, nos termos do art. 6o, incisos I e V da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Quanto aos danos morais, apesar de minha convicção de sua natureza tributável, há que se reconhecer que o Superior Tribunal de Justiça STJ decidiu de modo contrário no Recurso Especial nº 1.152.764 – CE, julgado em 23 de junho de 2010, com trânsito em julgado em 1o de setembro de 2010, que possui a seguinte ementa: PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. IMPOSSIBILIDADE. CARÁTER INDENIZATÓRIO DA VERBA RECEBIDA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. A verba percebida a título de dano moral tem a natureza jurídica de indenização, cujo objetivo precípuo é a reparação do sofrimento e da dor da vítima ou de seus parentes, causados pela lesão de direito, razão pela qual tornase infensa à incidência do imposto de renda, porquanto inexistente qualquer acréscimo patrimonial. (Precedentes: REsp 686.920/MS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em Fl. 62DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 7 6 06/10/2009, DJe 19/10/2009; AgRg no Ag 1021368/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 25/06/2009; REsp 865.693/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 04/02/2009; AgRg no REsp 1017901/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/11/2008, DJe 12/11/2008; REsp 963.387/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/10/2008, DJe 05/03/2009; REsp 402035 / RN, 2ª Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ 17/05/2004; REsp 410347 / SC, desta Relatoria, DJ 17/02/2003). 2. In casu, a verba percebida a título de dano moral adveio de indenização em reclamação trabalhista. 3. Deveras, se a reposição patrimonial goza dessa não incidência fiscal, a fortiori, a indenização com o escopo de reparação imaterial deve subsumirse ao mesmo regime, porquanto ubi eadem ratio, ibi eadem legis dispositio. 4. "Não incide imposto de renda sobre o valor da indenização pago a terceiro. Essa ausência de incidência não depende da natureza do dano a ser reparado. Qualquer espécie de dano (material, moral puro ou impuro, por ato legal ou ilegal) indenizado, o valor concretizado como ressarcimento está livre da incidência de imposto de renda. A prática do dano em si não é fato gerador do imposto de renda por não ser renda. O pagamento da indenização também não é renda, não sendo, portanto, fato gerador desse imposto. (...) Configurado esse panorama, tenho que aplicar o princípio de que a base de cálculo do imposto de renda (ou de qualquer outro imposto) só pode ser fixada por via de lei oriunda do poder competente. É o comando do art. 127, IV, do CTN. Se a lei não insere a "indenização", qualquer que seja o seu tipo, como renda tributável, inocorrendo, portanto, fato gerador e base de cálculo, não pode o fisco exigir imposto sobre essa situação fática. (...) Atentese para a necessidade de, em homenagem ao princípio da legalidade, afastarse as pretensões do fisco em alargar o campo da incidência do imposto de renda sobre fatos estranhos à vontade do legislador." ("Regime Tributário das Indenizações", Coordenado por Hugo de Brito Machado, Ed. Dialética, pg. 174/176) 5. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. Fl. 63DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 8 7 6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Como essa decisão foi submetida à sistemática do art. 543C do CPC, ela é de adoção obrigatória nos julgamentos do CARF, por determinação do art. 62A do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Assim, do total recebido, R$26.440,00 (R$13.640,00 + R$3.000,00 + R$9.800,00) possuem natureza isenta ou não tributável, e não podem compor a base de cálculo do imposto de renda. O valor dos honorários advocatícios pode também ser deduzido do valor pago, mas não em sua integralidade, como pretende a recorrente, mas apenas na proporção dos rendimentos tributáveis. Para o cálculo da proporção, excluirei os honorários advocatícios, para os quais se quer decidir sobre a natureza tributável. Assim, dos R$42.500,00 recebidos (R$50.000,00 – R$7.500,00), R$26.440,00 eram isentos, e, por conseguinte, R$16.060,00 tributáveis, o que equivale a uma proporção de 37,79%. Aplicandose esse percentual ao total de R$7.500,00 de honorários pagos, chegase ao valor da dedução de R$2.834,25. Desta forma, obtémse o valor tributável de R$26.241,75, assim calculado: Valor líquido pago por alvarás 50.000,00 (+) Imposto de Renda 5.516,00 () valores isentos 26.440,00 () honorários dedutíveis 2.834,25 Valor tributável 26.241,75 Como o valor declarado como tributável foi de R$29.607,05, não existe diferença a ser lançada. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso, para cancelar o lançamento. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 64DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 16542.000921/200921 Acórdão n.º 2101002.095 S2C1T1 Fl. 9 8 Fl. 65DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.1219.14397.S57J. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO em 22/02/2013 09:53:11. Documento autenticado digitalmente por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO em 22/02/2013. Documento assinado digitalmente por: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 28/02/2013 e JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO em 22/02/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 19/12/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP19.1219.14397.S57J Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 4D3D9D0D664D5A588E9D3A7146A474BAB2B6F661 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 16542.000921/2009-21. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10530.722236/2011-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007
PERDAS DE ESTOQUE. MEDICAMENTOS COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO. AUSÊNCIA DE PROVA. Para integrar o custo das mercadorias vendidas, as perdas de estoque correspondentes a medicamentos
com prazo de validade vencido devem ser provadas por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruidas ou inutilizadas e as razões da providencia.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS.
0 não-recolhimento de estimativas sujeita a pessoa jurídica A multa de oficio isolada, ainda que encerrado o ano-calendário. CUMULAÇÃO COM MULTA DE OFÍCIO. COMPATIBILIDADE. É compatível com a multa isolada a exigência da multa de oficio relativa ao tributo apurado ao final do ano-calendário, por caracterizarem penalidades distintas.
Numero da decisão: 1101-000.877
Decisão: Acordam os membros do colegiado em: 1) por unanimidade de votos,
NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário relativamente As exigências de 1RPJ e CSLL devidos no ajuste anual; e 2) por voto de qualidade, DAR PROVIMENTO PARCIAL recurso voluntário relativamente As exigências de multas isoladas, divergindo os Conselheiros
Benedicto Celso Benicio Júnior, Marcelo de Assis Guerra e José Ricardo da Silva, que davam provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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MEDICAMENTOS COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO. AUSÊNCIA DE PROVA. Para integrar o custo das mercadorias vendidas, as perdas de estoque correspondentes a medicamentos com prazo de validade vencido devem ser provadas por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruidas ou inutilizadas e as razões da providencia. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. 0 não-recolhimento de estimativas sujeita a pessoa jurídica A multa de oficio isolada, ainda que encerrado o ano-calendário. CUMULAÇÃO COM MULTA DE OFÍCIO. COMPATIBILIDADE. É compatível com a multa isolada a exigência da multa de oficio relativa ao tributo apurado ao final do ano-calendário, por caracterizarem penalidades distintas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado em: 1) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário relativamente As exigências de 1RPJ e CSLL devidos no ajuste anual; e 2) por voto de qualidade, DAR PROVIMENTO PARCIAL recurso voluntário relativamente As exigências de multas isoladas, divergindo os Conselheiros Benedicto Celso Benicio Júnior, Marcelo de Assis Guerra e José Ricardo da Silva, que davam provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. 1 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 FL 3 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa (presidente substituta da turma), José Ricardo da Silva (vice-presidente), Carlos Mozart Barreto Vianna, Benedicto Celso Benicio Júnior, Mônica Sionara Schpallir Calijuri e Marcelo de Assis Guerra. 2 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 4 Relatório FARMÁCIA REMÉDIO BARATO LTDA, já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 2 Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Salvador/BA que, por unanimidade de votos, julgou IMPROCEDENTE a impugnação interposta contra lançamento formalizado ern 13/05/2011, exigindo crédito tributário no valor total de R$ 12.690.419,90. A autoridade lançadora promoveu a glosa das parcelas de R$ 3.709.783,29 e R$ 3.895.433,58 deduzidas, respectivamente, nos anos-calendário 2006 e 2007 a titulo de perdas eventuais em razão de remédios vencidos. Intimada a comprovar a efetiva incineração dos medicamentos assim contabilizados, acompanhada de documentação hábil e idônea dentro das exigências das legislações sanitárias e ambientais, bem como da AN VISA, vigentes época, inclusive detalhando, em planilha, os medicamentos incinerados com quantidade e valor, separado por ano-calendário, a contribuinte apresentou o documento de fls. 63/97, consistente em parecer técnico em papel timbrado da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, relacionando estoque de medicamentos vencidos em 04/06/2008, relativamente aos quais a empresa teria se comprometido a incinerá-los com auxilio de órgão competente, efetuando esse procedimento dentro das exigências das legislações sanitárias e ambientais vigentes. Em razão de intimação dirigida ao Fundo Municipal de Saúde de Feira de Santana, a autoridade lançadora exigiu a apresentação de relatório de acompanhamento que comprove a efetiva incineração/destruição dos medicamentos referentes aos anos-calendário 2006 e 2007 relativamente à empresa fiscalizada, solicitando, também, planilhas dos medicamentos incinerados com quantidade e valor, separados por ano-calendário. Em resposta, a Chefe da DIVISA — Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana/BA informou inexistir no cadastro daquele órgão qualquer informação, a qualquer titulo, que diga respeito à eventual processo de incineração/destruição de medicamentos, ou qualquer outro produto da mesma natureza ou congênere, procedida pela autuada, atinente ao período aludido, qual seja, anos-calendário 2006 e 2007 (fls. 98/99). Em paralelo, a autoridade fiscal intimou a empresa a apresentar planilha da composição do valor das Despesas Eventuais, indicando também as correspondentes contas contábeis nas quais encontram-se devidamente escrituradas as referidas despesas e apresentando o RELATÓRIO/ATESTADO DE INCINERAÇÃO DA ANVISA E/OU VIGILÂNCIA SANITÁRIA, mas não obteve resposta. A autoridade lançadora, então, promoveu a glosa das perdas com fundamento no art. 291, inciso II, alíneas "a" e "c", do RIR/99, bem como recompôs os balancetes de suspensão/redução de apuração de estimativas de IRPJ e CSLL, determinando valores não recolhidos em todos os meses de 2006 e 2007, sobre os quais aplicou multa isolada no percentual de 50%. Sobre os créditos tributários devidos no ajuste anual de 2006 e 2007, a t autoridade lançadora aplicou multa de 75%, mas registrou a formalização de representg do 3 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 5 fiscal para fins penais em observância ao art. 1 0 da Portaria SRF no 665/2008, a qual observará o rito do art. 3 ° e parágrafos da referida Portaria. Impugnando a exigência, a contribuinte questionou a restrição aos conceitos de despesas dedutiveis, asseverou que a prova contábil é a manutenção e a guarda em seu depósito de todos os medicamentos vencidos retirados da comercialização, defendeu a classificação da perda como despesa e restringiu a aplicação do art. 291 do RIR199 à dedução de custos, observou as dificuldades para incineração do grande volumes de medicamentos por inexistir empresa especializada para tanto até 2011, registrou a necessidade de conferência para fins de restituição de ICMS, ressaltou que a inclusão das perdas no CMV somente reduziria o prejuízo fiscal do período, reportou-se a processo administrativo virtual junto 5. Visa Municipal atestando que as mercadorias permaneciam em depósito até que fosse possível a incineração, asseverou que houve efetiva perda por não se possível incinerar os produtos nem vendê-los. Discordou da necessidade de apresentação do laudo (prova indireta) se é possível a prova da perda de validade do medicamento com sua apresentação física (prova direta), e observou que a conferência poderia ter sido feita pela própria autoridade fiscal. Por fim, opôs-se à aplicação concomitante da multa de oficio e da multa isolada e requereu diligência para confirmação da permanência dos medicamentos em depósito e da compatibilidade deste estoque com os valores lançados como perdas. A Turma julgadora indeferiu o pedido de diligência e afirmou que a infração foi devidamente enquadrada no art. 291, inciso II do RIR11 999, pois nos casos de produtos que ofereçam riscos a saúde ou à segurança pública, a perda, por deterioração, deve ser comprovada por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruidas ou inutilizadas e as razões da providencia. Discordou da necessidade de verificação fisica, na medida em que a legislação prevê a necessidade de laudo, e, confrontando os relatórios apresentados em impugnação, identificou divergências entre os itens que teriam sido contabilizados como perdas e aqueles que se encontravam armazenados segundo Parecer Técnico da Prefeitura Municipal de Feira de Santana. Ainda, deixou-se de apreciar a arguição de ilegalidade dos dispositivos que fundamentam a exigência, e firmou-se a possibilidade de exigência da multa isolada, em razão de determinação legal especifica neste sentido. Cientificada da decisão de primeira instância em 31/08/2011 (fl. 1515), a contribuinte interpôs recurso voluntário, tempestivamente, em 21/09/2011 (fls. 1516/1556). Reputa abusiva a exigência de laudo da vigilância sanitária, ante a demonstração da dificuldade de se encontrar um local que atendesse às normas ambientais para a devida incineração dos medicamentos vencidos. Classifica de superficial o julgamento feito em pouco mais de dois meses da apresentação de sua defesa, defende que não é o laudo que atesta o prejuízo, mas a data de expiração da validade, e apresenta relação de notas fiscais de medicamentos remetidos para incineração e todos os documentos pertinentes, para ver afastada a glosa promovida. Invoca o principio da verdade material, reportando-se a acórdãos da CSRF que o aplicam, e pede a apreciação pormenorizada dos argumentos apresentados em impugnação, reproduzidos nos seguintes tópicos do recurso voluntário: • 3.2. Impossibilidade da glosa de despesas dedutíveis, perdas eventuais referentes aos medicamentos vencidos: opõe-se à restri -o 4 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CI TI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 6 dedutibilidade de despesas operacionais, a qual caracterizaria ofensa ao critério material de hipótese de incidência do IRPJ. Aborda o conceito de renda sob diversas vertentes doutrinárias e jurisprudenciais, invocando o art. 110 do CTN, bem como seu art. 44, a exigir a caracterização de acréscimo patrimonial para incidência do IRPJ. Defende a dedução dos gastos para obtenção da riqueza, na medida em que só os valores líquidos acrescem o patrimônio, distingue custos de despesas, critica a subjetividade na determinação do que sejam despesas necessárias à atividade, e reafirma que a prova necessária para a perda registrada é a manutenção e guarda em seu depósito de todos os medicamentos vencidos retirados da comercialização, destacando que o fato de expirar a data de validade dos produtos decorrem da atividade normal e necessária para manter estoques em condições de atender a seus clientes. Conclui que as perdas não são custos, mas sim despesa operacional que observa o art. 299 do RIR/99, essencial A. sua atividade comercial. Acrescenta, ainda, que a prova da existência dos medicamentos vencidos foi produzida através de levantamento apresentado em 05 de maio de 2011, e que todo o medicamento vencido está guardado em depósito fechado aguardando destinação final, por ausência de empresa incineradora na cidade; • 3.3. Da aplicação de norma referente a custo mantida pela decisão. Art. 291 do RIR/99: demonstra que a inclusão das perdas no CMV deduzido no período de apuração não altera o resultado do período, mas reitera que o valor foi lançado como despesa e glosado sob dispositivo equivocado. Reporta-se ao relatório de fls. 63/97 como demonstração de que as mercadorias encontravam-se em estoque em 04/06/2008, aguardando incineração, bem como a resposta da Secretaria de Serviços Públicos do Município de Feira de Santana acerca da inexistência de empresa habilitada para a incineração, e do desconhecimento acerca de licença ambiental e aterro para destinação final dos medicamentos no Município. Menciona ação equivocada da ANVISA que interditou e lacrou depósito no qual os medicamentos eram mantidos em guarda, afirma que se tratam de cerca de 30 toneladas de medicamentos vencidos, e reporta-se ao custo para incineração e transporte fora do Município, bem como A. necessidade de conferência do Fisco Estadual para restituição do ICMS. Conclui, assim, que não havia como incinerar de imediato as mercadorias, mas a perda efetivamente ocorreu, na medida em que não pode comercializar produtos vencidos. Dai porque a expiração do prazo de validade é suficiente para o registro da perda, e a prova poderia ser feita pela contagem fisica dos medicamentos em depósito, inclusive pela própria autoridade lançadora, dispensando-se a exigência do laudo, consoante jurisprudência administrativa que cita; • 3.4. Ilegalidade na determinação da presunção indicada no artigo 291, II do RIR e da Lei 4.506/64, art. 46, VI: tais dispositivos implicam a presunção de que somente o laudo comprovaria as perdas ou quebras de estoque. Considerando os requisitos doutrinários pa1a Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CI TI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 7 que uma presunção legal se estabeleça, afirma a inadequação da presunção legal apontada, entendendo que o laudo, como prova indireta, não supera a confirmação da existência dos medicamentos em estoque (prova direta), mas acrescentando que agora já se encontram incinerados. Entende que o desmerecimento da prova material que detém ofende o contraditório e a ampla defesa, consoante ementa de julgado administrativo que transcreve; 3.5. Inaplicabilidade da multa isolada concomitantemente com a multa de oficio, reportando-se ao acórdão n° 1803-00.459, de relatoria do Conselheiro Benedicto Celso Benicio Júnior, e a outros julgados administrativos. Ao final, requer diligência para comprovação de que os medicamentos vencidos foram incinerados não restando razão para a glosa do prejuízo. Afirma junt r ) documentação de toda incineração do medicamento vencido. 6 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 8 Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA 0 presente lançamento decorre da dedução contábil de perdas eventuais nos valores correspondentes a R$ 3.709.783,29, em 2006, e R$ 3.895.433,58, em 2007. Durante o procedimento fiscal, e também ao longo do contencioso administrativo, alegou a contribuinte que tais valores corresponderiam a remédios vencidos, defendendo que a dedução destas perdas — que seriam despesas necessárias, e não custos — verifica-se na data de expiração da validade, bastando a prova de que estes produtos encontravam-se armazenados para destruição. A contribuinte atua no comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas, e assim adquire medicamentos para revenda, os quais, em observância ao regime de competência, somente afetam o resultado do período em que registrada a correspondente receita de venda (art. 187, §1 0 da Lei n° 6.404/76). Dai porque o art. 289 do RIR199 exige a manutenção de registro permanente de estoques ou de registro periódico em Livro de Inventário, por meio do qual determina-se quais mercadorias permanecem na propriedade do sujeito passivo, admitindo-se a dedução das demais como custo das mercadorias revendidas. As baixas de estoques, em regra, integram o custo das mercadorias vendidas que, confrontado com as receitas liquidas de vendas, resulta no lucro bruto do período (art. 187, inciso II da Lei n° 6.404/76). Os demais gastos, pagos ou incorridos para vender mercadorias e administrar a empresa representam despesas, que deduzidas do lucro bruto resultam no lucro operacional (art. 187, inciso III da Lei n° 6.404/76). Baixas de estoque por deterioração ou obsolescência representam custo, porque tais gastos foram promovidos com o objetivo de revenda de mercadorias, a qual somente não se verificou por razões alheias à vontade da pessoa jurídica. As despesas decorrem de operações acessórias à revenda; essenciais, mas acessórias sob a ótica do objeto social da pessoa jurídica. Correta, portanto, a fundamentação da exigência no art. 291 do RIR199, que assim estabelece: Art. 291. Integrará também o custo o valor (Lei n°4.506, de 1964, art. 46, inciso V e VI): I - das quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem e da atividade, ocorridas na fabricação, no transporte e manuseio; II - das quebras ou perdas de estoque por deterioração, obsolescência ou pela ocorrência de riscos não cobertos por seguros, desde que comprovadas: a) por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruídas ou inutilizadas e as razões da providência; b) por certificado de autoridade competente, nos casos de incêndios, inundações u outros eventos semelhantes; 7 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 9 c) mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruição de bens obsoletos, invendáveis ou danificados, quando não houver valor residual apurável. 0 caso em tela está tratado no inciso II, alínea "a" do referido dispositivo. Dele consta exigência de prova especifica para dedução de custos decorrentes de perdas de estoque por deterioração ou obsolescência, qual seja, laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruidas ou inutilizadas e as razões da providência. Nestes termos, para fins de apuração do lucro tributável, não basta a afirmação da contribuinte de que houve perdas em razão da impossibilidade de revenda da mercadoria com prazo de validade vencido; esta afirmação deve ser feita pela autoridade pública competente para destruição ou inutilização destas mercadorias. Significa dizer que estas mercadorias, mesmo inserviveis, se mantidas em estoque, não podem afetar o lucro tributável. 0 legislador reputou necessária a sua destruição ou inutilização para assegurar a impossibilidade de venda da mercadoria. Impróprio, portanto, discutir a necessidade das aquisições destas mercadorias e a razoabilidade do risco de perdê-las por expiração de sua validade, ou mesmo a normalidade do volume destas ocorrências em razão da atividade da contribuinte. Inaplicável, A. espécie, o art. 299 do RIR199, pois a legislação não cogita das exigências ali prescritas relativamente aos custos, que representam a essência da atividade da pessoa jurídica. A questão 6, meramente, de prova. Assim, é inócua a demonstração, feita pela contribuinte, de que o resultado do período não seria afetado pelo cômputo das perdas no custo das mercadorias vendidas — CMV. E desnecessário discutir, aqui, a que titulo a perda foi deduzida na apuração do lucro contábil, mas sim a prova de que estas mercadorias estariam reconhecidamente deterioradas ou obsoletas para afetarem o lucro tributável. Inexiste, ainda, qualquer ofensa ao critério material da hipótese de incidência do IRPJ, visto que o art. 44 do CTN define sua base de cálculo como o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis, e a legislação compilada no Regulamento do Imposto de Renda estabelece o que se caracteriza como lucro real, nos termos antes descritos. De outro lado, o contencioso administrativo não é o espaço para discussão da validade de lei regularmente editada, a teor da Sumula CARF n° 2 (0 CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.) E, relativamente à prova das perdas, consta dos autos o que segue: - parecer técnico em papel timbrado da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, relacionando estoque de medicamentos vencidos em 04/06/2008, relativamente aos quais a empresa teria se comprometido a incinerá-los com auxilio de órgão competente, efetuando esse procedimento dentro das exigências das legislações sanitárias e ambientais vigentes (fls. 63/97); - levantamento apresentado em 05 de maio de 2011, evidenciando que todo o medicamento vencido está guardado em depósito fechado aguardando destinação final, por ausência de empresa incineraclora na cidade, possivelmente representado pelo documento de fls. 434/437, apresentado em impugnação, composto de resposta do Secretário Municipal de Serviços Públicos da Prefeitura Municipal de Feira de Santana a questionamentos feitos pelos patronos da recorrente acerca da inviabilidade de incineração dos medicamentos em 2006 e Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 10 2007, e da indisponibilidade deste serviço público em maio/2011, bem como de aterro sanitário. O Secretário Municipal respondeu sim A pergunta: Esta Secretaria detém informação de que a Recorrente mantém depósito fechado, neste Município, onde acondiciona e centraliza todos os medicamentos vencidos da rede de farmácias? - defesa prévia formulada em 16/06/2010, em razão de ação da ANVISA no Município de Feira de Santana, que resultou na interdição de estabelecimento da empresa em razão da manutenção de medicamentos com prazo de validade vencido, ante a possibilidade sua reutilização. Alegou a contribuinte que as mercadorias foram mantidas em depósito fechado aguardando conferência do Fisco Estadual para fins de restituição do ICMS, e que a exposição das mercadorias A poeira e animais evidenciava que nunca houve a intenção de reutilização (fls. 452/464); - certificado de tratamento de resíduos sólidos de serviços de saúde, emitido em 11/02/2011, atestando o tratamento, pela empresa autuada, de medicamentos vencidos através de processo de incineração (fls. 1572/1616), correspondentes a notas fiscais ali relacionadas, juntadas As fls. 1617/1766, emitidas pela autuada em 14/01/2010 sob o CFOP 5927 (baixa de estoque em decorrência de deterioração), tendo como destinatário Qualix Serviços Ambientais Ltda, CNPJ n° 02.592.658/0015/60, a mesma parte principal daquele indicado por Sustentare Serviços Ambientais Ltda, emitente do certificado inicialmente mencionado. 0 parecer técnico de 2008, como anotado pela Fiscalização, não prova a destruição das mercadorias. Ao contrário, atesta que em 04/06/2008, depois do encerramento dos períodos fiscalizados, alegadas mercadorias com prazo de validade expirado ainda permaneciam em estoque. No mesmo sentido é o levantamento de maio/2011, que se presta a atestar a manutenção dos medicamentos vencidos em estoque. Já a defesa prévia de 16/06/2010 aponta outra razão para a permanência destes produtos em estoque: a necessidade de conferência, pelo Fisco Estadual, para restituição do ICMS correspondente. Ao fim, o certificado de 11/02/2011 está vinculado a notas fiscais de baixa de estoque emitidas em 14/01/2010, inexistindo qualquer evidência de que as mercadorias ali relacionadas poderiam corresponder Aquelas deduzidas como perdas nos períodos autuados. De toda sorte, se esta vinculação existe, seria de se questionar a razão de ela não ter sido apresentada A fiscalização, ou mesmo alegada em impugnação, sendo aventada apenas em recurso voluntário e de forma superficial. Acrescente-se, por fim, que se esta destruição foi, efetivamente, promovida em 11/02/2011, antes da ciência do auto de infração (13/05/2011), a glosa subsistiria pertinente nos períodos autuados, podendo-se cogitar, apenas, de eventual recolhimento de tributo postergado pela dedução que deixaria de ser promovida no ano-calendário 2011, hábil a reduzir o valor aqui lançado, desde que devidamente provado. Resta, assim, concluir que a contribuinte não logrou produzir a prova necessária para admitir-se a dedutibilidade, em 2006 e 2007, das perdas registradas em razão da existência de remédios vencidos em seus estoques, subsistindo regular a glosa promovida pela autoridade lançadora. De outro lado, também não provou ter recolhido valores a maior de IRPJ e CSLL antes da lavratura do auto de infração, que pudessem ser reconhecidos co 17'o parcelas postergadas e redutoras dos valores lançados em 2006 e 2007. 9 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CIT1 Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 11 Por fim, quanto à multa isolada, trata-se de penalidade imposta aos contribuintes que, optando pela apuração anual do lucro real, deixem de recolher estimativas ao longo do ano-calendário. Sua aplicação é cabível durante e depois de encerrado o ano- calendário, na medida em que não se confunde com o crédito tributário devido no ajuste anual, sendo irrelevante, inclusive, se o ajuste anual se mostra inferior à soma das estimativas devidas mensalmente. Constatado o descumprimento daquela obrigação acessória, é devida a penalidade aqui exigida, não se verificando cumulação com a multa de oficio, devida em razão da falta de recolhimento do tributo devido no ajuste anual. Neste sentido já era a determinação contida na redação original da Lei n° 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I - de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; [-.] §1° As multas de que trata este artigo serão exigidas: [-..] IV -isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro liquido, na forma do art. 2°, que deixar de fazê-lo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro liquido, no ano-calendário correspondente; [...] De toda sorte, cumpre observar que a exigência contida nestes autos alcança períodos já sob a vigência das alterações inseridas no referido dispositivo pela Medida Provisória n° 351/2007 (publicada em 22/01/2007), posteriormente convertida na Lei n° 11.488/2007: Art. 14. 0 art. 44 da Lei n°9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação, transformando-se as alíneas a, b e c do § 2° nos incisos I, II e "Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2° desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social o Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 12 sobre o lucro liquido, no ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. 5S' 1" 0 percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. I - (revogado); II - (revogado); (revogado); IV - (revogado); V - (revogado pela Lei n°9.716, de 26 de novembro de 1998). ,sç' 2" Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o sç 1" deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo niarcado, de intimação para: I - prestar esclarecimentos; II - apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; III - apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. PI Em ambos os dispositivos estão presentes idênticos elementos para aplicação da penalidade: permanece ela isolada, aplicável aos casos de falta de recolhimento de estimativas mensais de IRPJ e CSLL por pessoa jurídica (art. 2° da Lei n° 9.430/96), mesmo se apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa da CSLL ao final do ano-calendário. Impróprio, assim, falar em aplicação concornitante de penalidades em razão de uma mesma infração: a hipótese de incidência da multa isolada é o não cumprimento da obrigação correspondente ao recolhimento das estimativas mensais — obrigação acessória imposta aos optantes pela apuração anual das bases tributáveis — e a hipótese de incidência da multa proporcional é o não cumprimento da obrigação referente ao recolhimento do tributo devido ao final do período. Apenas que a autoridade lançadora errou em dois pontos na determinação das estimativas mensalmente devidas em razão das glosas de perdas: 1) em todos os meses deduziu a mesma parcela como isenta de adicional do IRPJ (R$ 20.000,00), sem observar que este valor deveria ser multiplicado pelo número de meses ao qual corresponde o resultado acumulado; 2) aplicou multa de 50% sobre o valor da estimativa apurada a partir do lucro acumulado mês a mês, sem deduzir a parcela que corresponderiam aos meses anteriores, de modo a apurar a estimativa que deveria ter sido paga no mês correspondente, mas não o foi. Assim, as penalidades devem ser reduzidas, para que correspondam a 50% do 6.1 IRPJ e da CSLL que resultem devidos mensalmente após tais ajustes, consoante abai , demonstrado: 11 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI -CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 13 a) IRPJ — ano-calendário 2006: a.1) Calculado pela Fiscalização: 2006 A BC/IRPJ B= A x 15% IMPOSTO 15% C = A - 20000,00 x 10% ADICIONAL 10% D=B+C ESTIMATIVA IRPJ E= D/50% MULTA ISOLADA 50% Janeiro 111.568,00 16.735,20 9.156,80 25.892,00 12.946,00 Fevereiro 232.672,39 34.900,86 21.267,24 56.168,10 28.084,05 Margo 400.885,76 60.132,86 38.088,58 98.221,44 49.110,72 Abril 490.263,37 73.539,51 47.026,34 120.565,84 60.282,92 Maio 1.106.035,96 165.905,39 108.603,60 274.508,99 137.254,50 Junho 1.501.065,84 225.159,88 148.106,58 373.266,46 186.633,23 Julho 1.947.898,97 292.184,85 192.789,90 484.974,74 242.487,37 Agosto 2.225.987,26 333.898,09 220.598,73 554.496,82 277.248,41 Setembro 2.732.296,24 409.844,44 271.229,62 681.074,06 340.537,03 Outubro 2.949.580,12 442.437,02 292.958,01 735.395,03 367.697,52 Novembro 3.415.628,64 512.344,30 339.562,86 851.907,16 425.953,58 Dezembro 3.709.783,29 556.467,49 368.978,33 925.445,82 462.722,91 TOTAL 2.590.958,23 a.2) Recálculo com ajuste do adicional e exclusão dos valores pertinentes aos períodos anteriores: 2006 A BC/I RPJ B= A x 15% IMPOSTO 15% C = A - (20000,00 x n° meses) x 10% ADICIONAL 10% D = B + C ESTIMATIVA IRPJ D' = D - ACUMULADO ATÉ 0 MÊS ANTERIOR E = D/50% MULTA ISOLADA 50% Janeiro 111.568,00 16.735,20 9.156,80 25.892,00 25.892,00 12.946,00 Fevereiro 232.672,39 34.900,86 19.267,24 54.168,10 28.276,10 14.138,05 Margo 400.885,76 60.132,86 34.088,58 94.221,44 40.053,34 20.026,67 Abril 490.263,37 73.539,51 41.026,34 114.565,84 20.344,40 10.172,20 Maio 1.106.035,96 165.905,39 100.603,60 266.508,99 151.943,15 75.971,57 Junho 1.501.065,84 225.159,88 138.106,58 363.266,46 96.757,47 48.378,74 Julho 1.947.898,97 292.184,85 180.789,90 472.974,74 109.708,28 54.854,14 Agosto 2.225.987,26 333.898,09 206.598,73 540.496,82 67.522,07 33.761,04 Setembro 2.732.296.24 409.844,44 255.229,62 665.074,06 124.577,25 62.288,62 Outubro 2.949.580,12 442.437,02 274.958,01 717.395,03 52.320,97 26.160,49 Novembro 3.415.628,64 512.344,30 319.562,86 831.907,16 114.512,13 57.256,07 Dezembro 3.709.783,29 556.467,49 346.978,33 903.445,82 71.538,66 35.769,33 TOTAL 903.445,82 451.722,91,, 12 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórddo n.° 1101 -000.877 Fl. 14 b) IRPJ — ano-calendário 2007: b.1) Calculado pela Fiscalização: 2007 A BC/IRPJ B=Ax 15% IMPOSTO 15% C=A- 20000,00 x 10% ADICIONAL 10% D=B+C ESTIMATIVA IRPJ E=D/50% MULTA ISOLADA 50% Janeiro 45.335,68 6.800,35 2.533,57 9.333,92 4.666,96 Fevereiro 198.428,82 29.764,32 17.842,88 47.607,21 23.803,60 Margo 609.518,75 91.427,81 58.951,88 150.379,69 75.189,84 Abril 919.117,48 137.867,62 89.911,75 227.779,37 113.889,69 Maio 1.163.609,75 174.541,46 114.360,98 288.902,44 144.451,22 Junho 1.583.781,63 237.567,24 156.378,16 393.945,41 196.972,70 Julho 1.860.979,65 279.146,95 184.097,97 463.244,91 231.622,46 Agosto 2.346.342,80 351.951,42 232.634,28 584.585,70 292.292,85 Setembro 2.691.304,60 403.695,69 267.130,46 670.826,15 335.413,08 Outubro 3.133.617,98 470.042,70 311.361,80 781.404,50 390.702,25 Novembro 3.628.417,54 544.262,63 360.841,75 905.104,39 452.552,19 Dezembro 3.895.433,56 584.315,03 387.543,36 971.858,39 485.929,20 TOTAL 2.747.486,03 b.2) Recálculo com ajuste do adicional e exclusão dos valores pertinentes aos períodos anteriores: 2007 A BC/I RPJ B= A x 15% IMPOSTO 15% C = A - (20000,00 x n° meses) x 10% ADICIONAL 10% D = B + C ESTIMATIVA IRPJ D' = D - ACUMULADO , - ATE 0 MÊS ANTERIOR E = D/50% MU LTA ISOLA DA 50% Janeiro 45.335,68 6.800,35 2.533,57 9.333,92 9.333,92 4.666,96 Fevereiro 198.428,82 29.764,32 15.842,88 45.607,21 36.273,29 18.136,64 Março 609.518,75 91.427,81 54.951,88 146.379,69 100.772,48 50.386,24 Abril 919.117,48 137.867,62 83.911,75 221.779,37 75.399,68 37.699,84 Maio 1.163.609,75 174.541,46 106.360,98 280.902,44 59.123,07 29.561,53 Junho 1.583.781,63 237.567,24 146.378,16 383.945,41 103.042,97 51.521,49 Julho 1.860.979,65 279.146,95 172.097,97 451.244,91 67.299,51 33.649,75 Agosto 2.346.342,80 351.951,42 218.634,28 570.585,70 119.340,79 59.670,39 Setembro 2.691.304,60 403.695,69 251.130,46 654.826,15 84.240,45 42.120,23 Outubro 3.133.617,98 470.042,70 293.361,80 763.404,50 108.578,35 54.289,17 Novembro 3.628.417,54 544.262,63 340.841,75 885.104,39 121.699,89 60.849,95 Dezembro 3.895.433,56 584.315,03 365.543,36 949.858,39 64.754,01 32.377,00 TOTAL 949.858,39 474.929,20 13 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 15 c) CSLL — ano-calendário 2006: c.1) Calculado pela Fiscalização: 2006 A BC/CSLL B= A x 9% CONTRIBUIÇÃO 9% E = B/50% MULTA ISOLADA 50% Janeiro 111.568,00 10.041,12 5.020,56 Fevereiro 232.672,39 20.940,52 10.470,26 Margo 400.885,76 36.079,72 18.039,86 Abril 490.263,37 44.123,70 22.061,85 Maio 1.106.035,96 99.543,24 49.771,62 Junho 1.501.065,84 135.095,93 67.547,96 Julho 1.947.898,97 175.310,91 87.655,45 Agosto 2.225.987,26 200.338,85 100.169,43 Setembro 2.732.296,24 245.906,66 122.953,33 Outubro 2.949.580,12 265.462,21 132.731,11 Novembro 3.415.628,64 307.406,58 153.703,29 Dezembro 3.709.783,29 333.880,50 166.940,25 TOTAL 937.064,96 c.2) Recálculo corn exclusão dos valores pertinentes aos períodos anteriores: 2006 A BC/CSLL B= A x 9% CONTRIBUIÇÃO 9% B' = B - ACT JMULADO ATE 0 MÊS ANTERIOR E = B/50% MULTA ISOLADA 50% Janeiro 111.568,00 10.041,12 10.041,12 5.020,56 Fevereiro 232.672,39 20.940,52 10.899,40 5.449,70 Margo 400.885,76 36.079,72 15.139,20 7.569,60 Abril 490.263,37 44.123,70 8.043,98 4.021,99 Maio 1.106.035,96 99.543,24 55.419,53 27.709,77 Junho 1.501.065,84 135.095,93 35.552,69 17.776,34 Julho 1.947.898,97 175.310,91 40.214,98 20.107,49 Agosto 2.225.987,26 200.338,85 25.027,95 12.513,97 Setembro 2.732.296,24 245.906,66 45.567,81 22.783,90 Outubro 2.949.580,12 265.462,21 19.555,55 9.777,77 Novembro 3.415.628,64 307.406,58 41.944,37 20.972,18 Dezembro 3.709.783,29 333.880,50 26.473,92 13.236,96 TOTAL 333.880,50 166.940,25 , 14 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórdão n.° 1101-000.877 Fl. 16 d) CSLL — ano-calendário 2007: d.1) Calculado pela Fiscalização: 2007 A BC/CSLL B=Ax 9% CONTRIBUIÇÃO 9% E = B/50% MULTA ISOLADA 50% Janeiro 45.335,68 4.080,21 2.040,11 Fevereiro 198.428,82 17.858,59 8.929,30 Março 609.518,75 54.856,69 27.428,34 Abril 919.117,48 82.720,57 41.360,29 Maio 1.163.609,75 104.724,88 52.362,44 Junho 1.583.781,63 142.540,35 71.270,17 Julho 1.860.979,65 167.488,17 83.744,08 Agosto 2.346.342,80 211.170,85 105.585,43 Setembro 2.691.304,60 242.217,41 121.108,71 Outubro 3.133.617,98 282.025,62 141.012,81 Novembro 3.628.417,54 326.557,58 163.278,79 Dezembro 3.895.433,56 350.589,02 175.294,51 TOTAL 993.414,97 d.2) Realculo com exclusão dos valores pertinentes aos períodos anteriores: 2007 A BC/CSLL B= A x 9% CONTRIBUIÇÃO 9% B' = B - ACUMULADO ATÉ 0 M ÊS ANTERIOR E = B/50% MU LTA ISOLADA 50% Janeiro 45.335,68 4.080,21 4.080,21 2.040,11 Fevereiro 198.428,82 17.858,59 13.778,38 6.889,19 Março 609.518,75 54.856,69 36.998,09 18.499,05 Abril 919.117,48 82.720,57 27.863,89 13.931,94 Maio 1.163.609,75 104.724,88 22.004,30 11.002,15 Junho 1.583.781,63 142.540,35 37.815,47 18.907,73 Julho 1.860.979,65 167.488,17 24.947,82 12.473,91 Agosto 2.346.342,80 211.170,85 43.682,68 21.841,34 Setembro 2.691.304,60 242.217,41 31.046,56 15.523,28 Outubro 3.133.617,98 282.025,62 39.808,20 19.904,10 Novembro 3.628.417,54 326.557,58 44.531,96 22.265,98 Dezembro 3.895.433,56 350.589,02 24.031,44 12.015,72 TOTAL 350.589,02 175.294,51 6c 15 Processo n° 10530.722236/2011-27 SI-CITI Acórddo n.° 1101-000.877 Fl. 17 Ante o exposto, o presente voto é no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para excluir parcialmente as multas isoladas, indevidamente exigidas sobre parcelas que não corresponderiam a estimativas não recolhidas nos meses autuados. /WAD E ELI PEREIRA BESSA — Relatora 16
score : 1.0
Numero do processo: 10940.720004/2009-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2004
ITR. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICA-SE O PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ACORDO COM A SISTEMÁTICA PREVISTA PELO ARTIGO 543-C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62-A, DO ANEXO II, DO SEU REGIMENTO INTERNO.
Consoante entendimento consignado no Recurso Especial n.º 973.733/SC, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se
do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão
legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.
Nos casos em que a lei prevê o pagamento antecipado e esse ocorre, a contagem do prazo decadencial desloca-se para a regra do art. 150, §4º, do CTN.
Recurso de ofício negado.
Numero da decisão: 2101-002.251
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso de ofício.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICASE O PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ACORDO COM A SISTEMÁTICA PREVISTA PELO ARTIGO 543C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62A, DO ANEXO II, DO SEU REGIMENTO INTERNO. Consoante entendimento consignado no Recurso Especial n.º 973.733/SC, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Nos casos em que a lei prevê o pagamento antecipado e esse ocorre, a contagem do prazo decadencial deslocase para a regra do art. 150, §4º, do CTN. Recurso de ofício negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 72 00 04 /2 00 9- 98 Fl. 232DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.08324.355S. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10940.720004/200998 Acórdão n.º 2101002.251 S2C1T1 Fl. 233 2 (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso de ofício interposto pela Fazenda Nacional em face do acórdão de fls. 208/212, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (MS), que, por unanimidade de votos, exonerou o crédito tributário exigido pelo lançamento de fls. 01/04, lavrado em 02 de fevereiro de 2009, em virtude da falta de recolhimento do imposto sobre a propriedade territorial rural, verificada no exercício de 2004. O acordão teve a seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR Exercício: 2004 NIRF: 6.350.8125 – Fazenda Campina DECADÊNCIA. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Havendo pagamento tempestivo do imposto calculado na declaração, a contagem do prazo decadencial de cinco ano tem início na data de ocorrência do fato gerador. Crédito tributário extinto pela decadência. Impugnação Procedente. Crédito Tributário Exonerado” (fl. 208). É o relatório. Fl. 233DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.08324.355S. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10940.720004/200998 Acórdão n.º 2101002.251 S2C1T1 Fl. 234 3 Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Em relação à decadência, vinha me manifestando no sentido de que, para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, sempre seria aplicável o prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, §4º, do CTN, independentemente da existência ou não de princípio de pagamento, pois, à regra geral do artigo 173, I, o Código estabeleceu justamente a exceção contida no artigo 149, V. Homologase, na verdade, a atividade do contribuinte. Todavia, cumpre registrar que o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC, apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, representativo da controvérsia acerca do prazo decadencial para o Fisco constituir o crédito tributário, assim se manifestou: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, Fl. 234DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.08324.355S. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10940.720004/200998 Acórdão n.º 2101002.251 S2C1T1 Fl. 235 4 iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543 C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” (STJ, Primeira Seção, REsp 973733/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009). (Grifouse). Como é cediço, o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n.º 256, de 22 de junho de 2009, no artigo 62A de seu Anexo II, acrescentado pela Portaria do Ministério da Fazenda n.º 586, de 21/12/2010, determina que as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática estabelecida nos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros desse Conselho Administrativo no julgamento dos respectivos recursos. Vejase: “Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes.” Assim, muito embora já tenha me manifestado em diversas oportunidades, anteriormente ao julgamento do Recurso Especial n.º 973.733, acerca da aplicabilidade do prazo decadencial previsto no artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional àqueles casos relativos a tributos sujeitos a lançamento por homologação, independentemente de haver início de pagamento, tratandose, o caso concreto, da exata hipótese apreciada sob a sistemática dos Fl. 235DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.08324.355S. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10940.720004/200998 Acórdão n.º 2101002.251 S2C1T1 Fl. 236 5 recursos repetitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, passei a adotar, nos termos do aludido art. 62A do Anexo II do RICARF, o entendimento daquela Corte infraconstitucional. Tendo o lançamento sido realizado em 02 de fevereiro de 2009, correta a decisão que conheceu a decadência do direito de lançar referente ao exercício de 2004, pois conforme demonstra o documento de fl. 207, houve princípio de pagamento. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 236DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.08324.355S. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 18/07/2013 14:42:02. Documento autenticado digitalmente por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 18/07/2013. Documento assinado digitalmente por: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 23/07/2013 e ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 18/07/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 16/09/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP16.0919.08324.355S Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 1F91C96717A20BFE18041D0CDDD33815423CC6DF Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10940.720004/2009-98. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10530.720366/2008-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. CONTRADIÇÃO.
Cabíveis os embargos de declaração para retificar a conclusão do voto e o acórdão quando estes espelharem contradição com o teor do voto da relatora, voto este que está em conformidade com o entendimento da Turma Julgadora.
Numero da decisão: 2101-002.349
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para retificar a conclusão do voto da relatora, proferido no âmbito do Acórdão n.º 2101-002.283, de 17.9.2013, conforme seu voto, e o próprio Acórdão, que passa a ser: “Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para considerar como área de preservação permanente os 8 mil ha declarados no ADA tempestivamente apresentado ao Ibama. Vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, que votou por negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Alexandre Naoki Nishioka e Eivanice Canário da Silva”.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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ACOLHIMENTO. CONTRADIÇÃO. Cabíveis os embargos de declaração para retificar a conclusão do voto e o acórdão quando estes espelharem contradição com o teor do voto da relatora, voto este que está em conformidade com o entendimento da Turma Julgadora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para retificar a conclusão do voto da relatora, proferido no âmbito do Acórdão n.º 2101002.283, de 17.9.2013, conforme seu voto, e o próprio Acórdão, que passa a ser: “Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para considerar como área de preservação permanente os 8 mil ha declarados no ADA tempestivamente apresentado ao Ibama. Vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, que votou por negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Alexandre Naoki Nishioka e Eivanice Canário da Silva”. (assinado digitalmente) ________________________________________________ LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. (assinado digitalmente) ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 72 03 66 /2 00 8- 20 Fl. 171DF CARF MF Documento de 4 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.14365.JONY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Eivanice Canário da Silva, Celia Maria de Souza Murphy, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa, Francisco Marconi de Oliveira Relatório Em 17 de setembro de 2013, este Colegiado emitiu o Acórdão n.º 2101 002.283, que, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário interposto pela parte interessada. Em procedimento de verificação, esta Relatora observou ter havido um equívoco na conclusão do voto, eis que esta não espelhou o correto posicionamento manifestado no seu teor. Este equívoco se refletiu no Acórdão, que, também em contradição com o conteúdo do voto, deu provimento integral ao recurso do sujeito passivo, quando deveria ter dado provimento em parte. Uma vez verificado o equívoco, foram opostos embargos de declaração, com base no artigo 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 2009, ante o entendimento que os autos deveriam retornar à apreciação do Colegiado para que sobre eles se pronunciasse, diante da contradição apontada. Os embargos foram submetidos à apreciação do Presidente desta 1ª Turma Ordinária, da 1ª Câmara, da 2ª Seção de Julgamento, que determinou que os autos retornassem a esta Conselheira. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Esta 1.ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento emitiu, nos autos deste processo, o Acórdão 2101002.283, de 17 de setembro de 2013, que, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário interposto pela parte interessada, nos seguintes termos: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, que votou por negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Alexandre Naoki Nishioka e Eivanice Canário da Silva. Ocorre que esta Conselheira, ao promover a verificação do texto integral produzido, verificou haver uma contradição, sobre a qual a seguir se discorrerá. Fl. 172DF CARF MF Documento de 4 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.14365.JONY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10530.720366/200820 Acórdão n.º 2101002.349 S2C1T1 Fl. 3 3 No voto condutor da decisão deste Conselho, esta Relatora fez consignar o seguinte posicionamento: Na hipótese dos autos, o contribuinte protocolou ADA junto ao Ibama, de acordo com as normas vigentes: em 1999, declarou a existência de área de preservação permanente de 8.000,0 hectares, área essa que foi alterada para 10.000,0 hectares por meio do ADA protocolado em 1.4.2004 (fls. 19) (o ADA entregue em 2004, no formulário de 1997 – fls. 19 foi regularmente recebido na repartição do Ibama). Em 2007, apresentou ADA no qual declarou APP de 8.000 hectares. Não consta que a área de preservação permanente nele informada tenha sido objeto de modificação, em nenhum momento, pelo órgão ambiental, por meio de ADA lavrado de ofício. Diante disso, entendemos que o ADA entregue em data mais recente, anterior ao início da fiscalização, isto é, aquele apresentado em 2007 (fls. 20), prevalece sobre os demais e é apto para comprovar a existência da área de preservação permanente nele declarada, de 8.000 hectares, para o fim de excluíla do cômputo do ITR, tendo em conta que o órgão ambiental, responsável pela execução das políticas e diretrizes para a proteção do meio ambiente e responsável pela emissão e controle do ADA, não a alterou, o que, a rigor, significa dizer que com ela concordou, homologandoa. (grifouse) A compreensão do texto acima reproduzido conduz à conclusão que o entendimento manifestado foi de que estaria comprovada nos autos uma área de preservação permanente de 8.000 hectares. Tendo em vista que a área do imóvel rural é de 10.000 hectares, conforme Certidão do Cartório do Registro de Imóveis e Hipotecas de Barra (BA), anexado às fls. 16 dos autos, a exclusão da área de 8.000 hectares a título de preservação permanente ensejaria o provimento parcial do recurso voluntário. É esse o entendimento que consta da ementa do julgado, a seguir reproduzida: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2005 ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA A partir da Lei n.º 10.165, de 2000, para a exclusão da área de preservação permanente da área total do imóvel rural, no cômputo do ITR, exigese Ato Declaratório Ambiental ADA protocolado junto ao Ibama. Tempestivamente protocolado, o ADA tem o condão de comprovar, por presunção legal, que a área de preservação permanente nele declarada pelo titular do imóvel rural é reconhecida pelo Ibama. Fl. 173DF CARF MF Documento de 4 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.14365.JONY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Na hipótese, a área de preservação permanente foi comprovada em parte por meio de ADA protocolado tempestivamente. (grifouse) No entanto, em contradição com esse entendimento, a conclusão que se fez consignar foi pelo provimento total do recurso, posição que não espelha o que se manifestou e fundamentou no decorrer do voto. O correto teria sido concluir pelo provimento em parte do recurso, para considerar comprovada a área de preservação permanente de 8.000 hectares. A fim de sanar a contradição apontada, propõese alterar a redação da conclusão do voto, substituindose pela seguinte: Ante todo o exposto, voto por dar provimento em parte ao recurso, para considerar como área de preservação permanente os 8.000 ha declarados no ADA tempestivamente apresentado ao Ibama. O equívoco apontado refletiuse também na construção do Acórdão, que restou igualmente equivocado, e deve ser retificado, para os seguintes termos: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para considerar como área de preservação permanente os 8 mil ha declarados no ADA tempestivamente apresentado ao Ibama. Vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, que votou por negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Alexandre Naoki Nishioka e Eivanice Canário da Silva. Conclusão Ante o exposto, voto por acolher os embargos de declaração, para retificar a redação da conclusão do voto e do Acórdão n.º 2101002.283, de 17 de setembro de 2013, que devem manifestar a efetiva decisão deste Colegiado, por dar provimento em parte ao recurso para considerar como área de preservação permanente os 8.000 ha declarados no ADA tempestivamente apresentado ao Ibama. Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 174DF CARF MF Documento de 4 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP16.0919.14365.JONY. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY em 20/11/2013 16:03:00. Documento autenticado digitalmente por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY em 20/11/2013. Documento assinado digitalmente por: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 12/12/2013 e CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY em 20/11/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 16/09/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP16.0919.14365.JONY Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 961505C3C4F0AFFE544F104F9C6EC524472D0AA4 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10530.720366/2008-20. 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Numero do processo: 13984.000555/2010-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2006
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO OCORRÊNCIA.
O contribuinte poderia ter realizado a denúncia, pois não havia sido intimado da prorrogação do MPF, portanto restava restabelecido o direito de realizar a denúncia espontânea, o que não ocorreu no presente caso.
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. SÚMULA CARF nº 61.
Embora a súmula efetivamente preceitua que os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no ano-calendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física, no caso em litígio, conforme se depreende dos autos, a respectiva soma dos depósitos
bancários, efetuados no ano de 2005, ultrapassam em muito o valor de R$ 80.000,00.
ATIVIDADE EXERCIDA PELO CONTRIBUINTE. COMPROVAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS HÁBEIS E IDÔNEOS Dá analise do contexto probatório, constata-se que o contribuinte exercia efetivamente a atividade de intermediário na compra e venda de alho, de produtores rurais da região de Curitibanos, SC. Ademais, em que pese os produtores rurais não terem apresentado a totalidade das notas fiscais das
vendas, sob vários argumentos, tal responsabilidade não pode lhe ser atribuída, tendo em vista que não cabe ao Recorrente a guarda de tais documentos fiscais, os quais são de responsabilidade dos produtores rurais e compradores dos produtos agrícolas. Portanto, os documentos acostados aos autos, quais sejam, as declarações, cópias das notas fiscais e cópia dos cheques emitidos à terceiros, corroboram as alegações do contribuinte e são
documentos hábeis e idôneos à comprovar que este exercia efetivamente a atividade de intermediação de produtos agrícolas, assim, inaplicável o art. 42 da Lei 9.430/96.
Recurso Provido
Numero da decisão: 2102-002.771
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Jailson Fernandes, OAB/SC nº 20146.
Nome do relator: ALICE GRECCHI
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NÃO OCORRÊNCIA. O contribuinte poderia ter realizado a denúncia, pois não havia sido intimado da prorrogação do MPF, portanto restava restabelecido o direito de realizar a denúncia espontânea, o que não ocorreu no presente caso. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. SÚMULA CARF nº 61. Embora a súmula efetivamente preceitua que os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no anocalendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física, no caso em litígio, conforme se depreende dos autos, a respectiva soma dos depósitos bancários, efetuados no ano de 2005, ultrapassam em muito o valor de R$ 80.000,00. ATIVIDADE EXERCIDA PELO CONTRIBUINTE. COMPROVAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS HÁBEIS E IDÔNEOS Dá analise do contexto probatório, constatase que o contribuinte exercia efetivamente a atividade de intermediário na compra e venda de alho, de produtores rurais da região de Curitibanos, SC. Ademais, em que pese os produtores rurais não terem apresentado a totalidade das notas fiscais das vendas, sob vários argumentos, tal responsabilidade não pode lhe ser atribuída, tendo em vista que não cabe ao Recorrente a guarda de tais documentos fiscais, os quais são de responsabilidade dos produtores rurais e compradores dos produtos agrícolas. Portanto, os documentos acostados aos autos, quais sejam, as declarações, cópias das notas fiscais e cópia dos cheques emitidos à terceiros, corroboram as alegações do contribuinte e são documentos hábeis e idôneos à comprovar que este exercia efetivamente a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 4. 00 05 55 /2 01 0- 57 Fl. 727DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 atividade de intermediação de produtos agrícolas, assim, inaplicável o art. 42 da Lei 9.430/96. Recurso Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Jailson Fernandes, OAB/SC nº 20146. (Assinado digitalmente) Jose Raimundo Tosta Santos Presidente (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Alice Grecchi, Atílio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Jose Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Tratase de auto de infração, contra o contribuinte acima qualificado, referente ao anocalendário 2005, exercício 2006, que exige do interessado Imposto de Renda Pessoa Física no valor de R$ 343.347,77, incluída multa de oficio de 75% e juros de mora. Da leitura da "Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is)", as fls. 413/413v, e do "Termo de Verificação Fiscal", às fls. 416/421v, verificase que a autuação decorreu da apuração de omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em Conta bancária, em relação aos quais o sujeito passivo, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos recebidos. Segundo a autoridade fiscal, diante da análise da movimentação da bancária no Banco do Brasil do fiscalizado, foi constatado depósitos cuja a origem não foi comprovada, entre o período de 02/02/2005 à 25/08/2005. Ainda de acordo com a autoridade lançadora, foram realizadas, durante o procedimento fiscal, diligências nas pessoas físicas e jurídicas apontadas pelo Autuado como depositantes de recursos em sua conta bancária ou como favorecidas pela emissão de cheques de sua titularidade (fls. 411/570) Tendo em vista a ocorrência, em tese, de crime contra a ordem tributária, foi lavrada representação fiscal para fins penais (processo n° 13984.000556/201000). Fl. 728DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13984.000555/201057 Acórdão n.º 2102002.771 S2C1T2 Fl. 728 3 Irresignado, o interessado apresentou a impugnação de fls. 433/459, instruída com os documentos de fls. 460/473. Relata que até agosto de 2005 exercia de forma autônoma a atividade rural de intermediário de venda de produtos agrícolas, especificamente de alho, e a partir de setembro de 2005 passou a ocupar cargo comissionado na Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina. Afirma que em decorrência da atividade rural de intermediação, recebia em sua contacorrente depósitos relativos a venda de produtos agrícolas de produtores rurais da região de Curitibanos/SC, que eram posteriormente repassados aos mesmos. Aduz que o auto de infração é nulo, porquanto a lavratura do mesmo ocorreu mais de 120 dias após ser dada ciência ao Interessado do inicio do procedimento fiscal e do Mandado de Procedimento Fiscal de nº 09205002009002179. Alega que em nenhum momento foi cientificado sobre eventual prorrogação do prazo do mandado de procedimento fiscal. Diz que o inciso I do artigo 11 da Portaria RFB n° 11.371/2007 estabelece que o prazo máximo de validade do Mandado de Procedimento Fiscal de Fiscalização (MPFF) é de 120 dias. Sustenta que o vício que suscita é irrefutável, "a uma pela negativa da própria legislação da Receita Federal do Brasil e do art. 142 do Código Tributário Nacional e a duas pela primazia e observância dos preceitos constitucionais, notadamente o da legalidade inserta no art. 5°, II, e 150, I, da CF/88". Assevera que a presunção prevista no artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, pelo menos no tocante às pessoas físicas, é inadequada, pois entre os depósitos bancários e a omissão de rendimentos não há uma correlação lógica direta e segura. Ressalta que o artigo 43 do Código Tributário Nacional e o artigo 2° do Decreto n° 3.000/1999 deixam claro que para a configuração do fato gerador do imposto sobre a renda se torna necessária a ocorrência da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou o acréscimo patrimonial dela decorrente. Alega que não obteve disponibilidade econômica ou jurídica dos valores depositados em sua contacorrente, visto que os mesmos foram repassados a terceiros. Aduz que tampouco auferiu acréscimo patrimonial correspondente aos valores depositados em sua contacorrente, já que suas DIRPF demonstram que não ocorreu qualquer evolução patrimonial ao longo dos anos. Sustenta que a hipótese de incidência do IRPF prevista no art. 42 da Lei 9.430/96, por ser hipótese de aferição indireta, não revela de forma absoluta que a movimentação bancária constatada via CPMF corresponde a ingresso de recursos em favor do contribuinte. Fl. 729DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Afirma que, por força do disposto § 5 ° do art. 42 da Lei 9.430/96, uma vez provada que determinada quantia movimentada na contacorrente se trata de receita de terceiros, a estes, os terceiros é que deve ser o auto de infração direcionado. Assevera que deve ser afastada a presunção aplicada pela autoridade fiscal porquanto consta do processo administrativo declarações dos produtores rurais e de seus respectivos clientes, além de vários documentos hábeis e idôneos, tais como cheques (fls. 127/246), notas fiscais, dentre algumas ( fls. 291/301; 309/310; 319), as quais demonstram que efetivamente o produto financeiro movimentado na contacorrente do Recorrente era transferido para terceiros, não revelando aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica dos valores movimentados, nem tampouco revelando acréscimos patrimoniais. Afirma que somente 3% do volume financeiro movimentado em sua conta corrente do Banco do Brasil, que correspondia a sua comissão pela intermediação de negócios, é que poderia ser considerado renda própria e/ou disponibilidade financeira auferida. Alega que os depósitos bancários não servem de base de cálculo para impor obrigação fiscal relativa ao IRPF contra o impugnante, vez que a hipótese prevista no art. 42 da Lei 9.430/96 foi devidamente elidida no processo administrativo, mediante juntada de provas adequadas, hábeis e idôneas. Diz que a autoridade fiscal desconsiderou as provas produzidas pelo contribuinte somente com meras alegações, sem qualquer juntada de documentos que pudessem lastrear seus argumentos em sentido inverso. Afirma que as fls. 127/246 estão juntados os cheques que demonstram a quantia repassada pelo impugnante aos produtores rurais da região, e que as fls. 257/268 se encontram juntadas declarações dos clientes destinatários do alho intermediado pelo contribuinte, ratificando sua operação de intermediação e provando que os valores depositados em sua contacorrente decorreram da compra e venda de alho. Aduz que a alegação de que as declarações de fls. 257/268 possuem as mesmas palavras é irrelevante para a constatação de suposta infração fiscal, visto que representam mero juízo subjetivo da autoridade lançadora. Sustenta que o fato dos cheques emitidos serem preenchidos pelo seu pai também não tem o condão de caracterizar infração fiscal, visto que a fl. 24 dos autos se encontra repousada procuração pública outorgada pelo impugnante para a finalidade de movimentação bancária. Assevera que a autoridade fiscal, em respeito ao princípio da verdade material, deveria ter intimado o Sr. Invanicio Alves da Silva para sanear a falta de assinatura da declaração constante do documento de fl. 271. Diz que nos documentos de fls. 279/287 a empresa Roxão Indústria e Comércio Ltda — EPP demonstra que os valores depositados na conta do Recorrente decorreram de intermediação rural na compra e venda de alho. Alegou que as dúvidas levantadas pela autoridade fiscal no que tange as declarações prestadas por Josivaldo Alves dos Santos (fls. 289 e 291) não são lastreadas em prova em contrário que pudessem desqualificar o conjunto probatório acostado no processo. Sustenta que a autoridade fiscal, ao não aceitar a alegação de que somente 3% do valor dos depósitos não identificados constituíam renda do Autuado, deveria, ao menos, Fl. 730DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13984.000555/201057 Acórdão n.º 2102002.771 S2C1T2 Fl. 729 5 considerando a natureza das operações realizadas e provadas no processo, ter aplicado a regra prevista no art. 5°, da Lei 8.023/90, que limita a base tributável em 20% (vinte por cento) da receita bruta auferida no ano. Assevera que não há como se negar o enquadramento da atividade desenvolvida pelo impugnante dentre aquelas hipóteses do art. 2 ° da Lei 8.023/90. Diz que, considerando que a fiscalização não demonstrou que outra atividade era exercida pelo Impugnante e nem que a origem dos valores movimentados em conta corrente seriam provenientes de outras fontes, deverá ser aplicado o instituto da dúvida, nos termos do artigo 112, incisos I e II, do Código Tributário Nacional. Requer, por fim, sucessivamente: o cancelamento integral do auto de infração; a redução da base de cálculo do lançamento para valor correspondente a 3% do montante total do depósitos bancários não identificados; a redução da base de cálculo do lançamento para valor correspondente a 20% do montante total dos depósitos bancários não identificados. A Turma de primeira instância ao examinar a impugnação do contribuinte proferiu a seguinte decisão (fls. 476/485): [...] 1. Preliminar de vicio relativo ao Mandado de Procedimento Fiscal [...] A alegação de que o Autuado não teria sido cientificado da prorrogação do prazo do mandado de procedimento fiscal, entretanto, é procedente, porquanto em nenhum dos atos de oficio enviados ao Autuado durante o procedimento fiscal (fls. 02 a 04, 14/15, 247 a 250, 253/254, 412 a 421) consta observação sobre a prorrogação do MPF 09.2.05.002009 002,179. Cabe ressaltar, porém, que tal fato não constitui motivo suficiente para decretar a nulidade do auto de infração, porquanto o MPF é um instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais, que não influi na legitimidade de lançamento tributário efetuado no estrito cumprimento das leis tributárias. [...] 2. Depósitos bancários de origem não comprovada [...] Como se vê da leitura dos dispositivos legais em epígrafe, basta ao Fisco demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma, até prova em contrário, a cargo do contribuinte, a ocorrência de omissão de rendimentos. Tratase de uma presunção legal do tipo juris tantum (relativa), e, portanto, cabe ao Fisco comprovar apenas o fato definido na lei como necessário e suficiente ao estabelecimento da presunção, para que fique evidenciada a omissão de rendimentos. Fl. 731DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 Assim, feita a análise individualizada de cada um dos depósitos, observandose os critérios estabelecidos na legislação de regência, e intimado o contribuinte a se manifestar sobre os valores que restaram incomprovados, compete ao contribuinte e não ao Fisco, provar a origem de cada um dos depósitos questionados se quiser eximirse da exação. [...] Sucede que, em análise ao processo, verificase que não assiste razão ao Autuado, porquanto os documentos carreados aos autos não foram capazes de comprovar, de forma individualizada, a origem dos depósitos discriminados pela autoridade fiscal (fls. 248/249). Conforme já registrado pela autoridade fiscal, em relação a nenhum dos referidos depósitos (fls. 248/249) foram apresentados elementos suficientes que provem a intermediação alegada pelo Autuado. Ressaltese que a alegação de intermediação, para ser aceita, deveria ter sido provada, em relação a cada depósito discriminado As fls. 248/249, ao menos com a juntada da nota fiscal que registre a transação que se alega ter intermediado, com a juntada de comprovante de que o Autuado era intermediário do produtor rural discriminado na nota fiscal (contrato ou declaração), com a juntada de comprovante de que o depósito foi feito pelo adquirente que consta na nota fiscal, com a juntada de comprovante de que foi feito o repasse de parte do valor depositado ao produtor rural que consta na nota fiscal e com a indicação de quais depósitos e repasses se referem a cada nota fiscal. Analisando os autos, entretanto, observase que o Autuado e as demais pessoas intimadas pela fiscalização (pessoas físicas e jurídicas apontadas pelo Autuado como depositantes de recursos em sua conta bancária ou como favorecidas pela emissão de cheques de sua titularidade), além de não terem apresentado elementos suficientes para comprovar a alegação de intermediação em relação a nenhum dos depósitos discriminados As fls. 248/249, apresentaram diversos documentos que sequer servem como suporte parcial para a referida alegação (de intermediação). [...] E importante destacar, por fim, que a apresentação de cópias de cheques e de declarações firmadas por pessoas envolvidas nas operações de intermediação que o Autuado aduz ter efetuado, por si só, também não é suficiente para provar a origem de depósitos discriminados na relação de fls. 248/249, visto que, conforme já dito, deveriam ter sido produzidas, conjuntamente, outras provas, como a apresentação de nota fiscal que registre a transação que se alega ter intermediado, a juntada de comprovante de que o depósito foi feito pelo adquirente que consta na nota fiscal e a indicação de quais depósitos e repasses se referem a cada nota fiscal. [...] 3. Alegação de ilegalidade do artigo 42 da Lei n° 9.430/1996 Fl. 732DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13984.000555/201057 Acórdão n.º 2102002.771 S2C1T2 Fl. 730 7 A alegação no sentido de que a presunção prevista no artigo 42 da Lei n° 9.430/1996 fere o artigo 43 do Código Tributário Nacional, não pode ser apreciada no presente julgamento, já que é vedado A autoridade julgadora, em sede de processo administrativo fiscal, afastar a aplicação, por inconstitucionalidade ou ilegalidade, de artigo de lei regularmente editado e em vigor. Tal impedimento se deve ao caráter vinculado da atuação das instâncias administrativas. [...] 4. Atividade Rural O Decreto n° 3.000/1999, ao tratar da incidência de imposto de renda pessoa física sobre o resultado da atividade rural, deixa claro que a forma de tributação favorecida prevista para tal atividade, só se aplica quando for comprovado que a receita realmente decorre da atividade rural, conforme disposto nos artigos 61, §5°, e 71, §1°: [...] Constatase, portanto, que o pleito para que os depósitos bancários de origem não comprovada sejam tributados na forma prevista nos artigos 60, §2°, e 71 do Decreto n° 3.000/1999, não merece guarida, visto que não foi demonstrado nos autos que os mesmos (depósitos de origem não comprovada) decorrem de atividade rural exercida pelo Autuado. 5. Pedido de realização de perícia [...] No caso em questão, a perícia solicitada não aborda questão controversa que tenha deixado margem a dúvidas, estando presente nos autos todos os elementos essenciais ao lançamento. O Interessado foi cientificado do Acórdão nº 0725.237, da 5ª Turma da DRJ/FNS em 09/08/2011 (fl. 671). Sobreveio Recurso Voluntário em 06/09/2011 (fls. 672/711), que, em síntese, reprisou as alegações da impugnação. No mérito, ratificou que o MPF é nulo, sobretudo pela Portaria RFB nº 11.371/07, que prevê a necessidade de substituição da autoridade fiscal de prorrogação do MPF, e colacionou jurisprudências neste sentido. Sustenta que a autoridade fiscal que deu início ao procedimento fiscalizatório foi a mesma que lavrou o Auto de Infração, em inobservância aos próprios atos normativos internos da RFB. Ratifica que as provas acostadas aos autos são hábeis e suficientes para comprovar que o Recorrente jamais obteve disponibilidade econômica ou jurídica dos valores depositados em sua contacorrente, tendo em vista que foram repassados à terceiros. Alega que no caso de lançamento fiscal por aferição indireta, não se deve considerar a totalidade da movimentação para lançar crédito tributário de IRPF, pois, de acordo com a jurisprudência colacionada pelo Interessado, depósitos inferiores à R$ 12.000,00 (doze Fl. 733DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 8 mil reais), limitados à R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), devem ser excluídos do lançamento fiscal. Sustenta que ao ferimento do art. 42 da Lei 9.430/96, em face do art. 43 do CTN, a administração pública ao reger o princípio da legalidade, pode, no caso de dúvida, até mesmo por força do art. 112 do CTN, aplicar a legislação mais favorável ao contribuinte. Diz ser notório que no período compreendido entre janeiro à agosto de 2005, o Recorrente possuía como única fonte de renda a intermediação da compra e venda de alho, tendo receita exclusivamente proveniente de atividade rural, e somente, a partir de setembro do mesmo ano, passou a exercer cargo em comissão na Procuradoria Geral do Estado de SC. Nesse aspecto, aduz que embora o fisco não reconheça a atividade rural, por insuficiência de provas, este não demonstrou de forma inequívoca a fonte dos recursos fiscalizados, não cabendo o deslocamento dos rendimento apurados para a tributação normal. Alega que não havendo indicação pela fiscalização de que outra atividade era exercida ou que a origem dos valores movimentados em contacorrente seriam provenientes de outras fontes, deveria fisco ter aplicado o instituto da dúvida em favor do recorrente, conforme o art. 112, I e II, do CTN. Requer em preliminar o reconhecimento do vício formal do Mandado de Procedimento Fiscal e o cancelamento do Auto de Infração. No mérito requer que seja reconhecido o cancelamento parcial do lançamento fiscal, visando o afastamento dos valores inferiores à R$ 12.000,00, limitados no montante de R$ 80.000,00; sucessivamente, o afastamento de qualquer exigência tributária da base de cálculo superior à 3% (três por cento), dos depósitos bancários de 2005; que não sendo acolhidos os pedidos supra, que seja decretado o cancelamento do Auto de Infração para limitar o imposto devido em 20% (vinte por cento) da receita bruta anual de 2005, com base no art. 5º da Lei 8.023/90; o cancelamento da multa aplicada, bem como a redução de seu percentual ao patamar de 20% (vinte por cento); e a possibilidade de elidir o lançamento com outros documentos eventualmente necessários, e a realização de perícia. É o relatório. Passo a decidir. Voto Conselheira Alice Grecchi O recurso voluntário ora analisado, possui todos os requisitos de admissibilidade do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. Passo a análise das preliminares. Deixo de analisar a preliminar quanto ao Mandado de Procedimento Fiscal, pois no mérito acolho o pedido do Recorrente. Fl. 734DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13984.000555/201057 Acórdão n.º 2102002.771 S2C1T2 Fl. 731 9 Quanto a alegação de supressão da opção do contribuinte pela denúncia espontânea, verificase que quando da extinção do Mandado de Procedimento Fiscal pelo decurso de prazo, qual seja, 60 dias, conforme dispõe o art. 11, II, da Portaria, RFB nº 11.371/07, o contribuinte poderia ter realizado a denúncia, pois não havia sido intimado da prorrogação do MPF, lhe restabelecendo o direito de realizar a denúncia espontânea, o que não ocorreu no presente caso, portanto, não há que se falar em prejuízos àquele que deixou de denunciar espontaneamente no momento oportuno. In verbis: Art. 11. Os MPF terão os seguintes prazos máximos de validade: I cento e vinte dias, nos casos de MPFF e de MPFE; II sessenta dias, no caso de MPFD. Rejeito a preliminar de em relação à denúncia espontânea, e passo à análise do mérito. No mérito o contribuinte suscita a aplicação da súmula nº 61 deste Egrégio Conselho, o qual prevê que os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no anocalendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física. No entanto, conforme se depreende dos autos, a soma dos depósitos bancários realizados no Banco do Brasil, agência 05177 contacorrente nº 98671, de titularidade do contribuinte, efetuados no ano de 2005, ultrapassam em muito o valor de R$ 80.000,00 (fls. 31/55). Quanto a imputação no auto de infração referente ao art. 42 da Lei 9.430/96, entendo que este não se aplica no presente caso, pois a origem e, inclusive, o destino dos recursos creditados na conta bancária do Recorrente restaram comprovados, mediante documentação hábil e idônea, conforme será demonstrando a seguir, cumprindo o que determina o referido artigo, abaixo transcrito. In verbis: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.” Compulsando os autos, verificase que foi realizado pelo Fisco “Termos de Diligência Fiscal” direcionados às pessoas indicadas pelo contribuinte como sendo produtores rurais e clientes, os quais, através de declarações e demais documentos (fls. 269/408), demonstraram que efetivamente o contribuinte exercia a atividade de intermediário na compra e venda de alho, no período compreendido entre janeiro à agosto de 2005, de produtores rurais da região de Curitibanos, SC, perante compradores, inclusive de outros Estados. Ainda, a par da movimentação bancária do contribuinte e pelas declarações apresentadas, vislumbrase que o valor da venda dos produtos foram depositados na conta bancária do Recorrente (Banco do Brasil, agência 05177 contacorrente nº 98671), o qual repassava aos produtores rurais através de cheques (fls. 138/376), que foram devidamente identificados às fls. 16/23, e Fl. 735DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 10 descontado o valor da comissão, que segundo o Recorrente, seria de 3% pela venda. Portanto, o lançamento deveria ser, tão somente em relação a disponibilidade econômica ou jurídica dos valores relativos a comissão, movimentados em sua contacorrente, tendo em vista que o restante foi comprovada a sua origem. Em que pese os produtores rurais não terem apresentado a totalidade das notas fiscais das vendas, sob vários argumentos, tal responsabilidade não pode ser atribuída ao Recorrente, bem como não pode ser fundamento legal para manter o Auto de Infração, pois a lei considera como omissão de rendimentos a origem dos recursos e não se terceiros conservaram ou não a guarda dos documentos fiscais. Ademais, a guarda de tais documentos fiscais não são objeto do presente litígio, bem como são de responsabilidade dos produtores rurais e compradores dos produtos agrícolas. Da análise das declarações apresentadas, por ocasião dos termos de diligências realizados pelo fisco, grande parte dos produtores rurais e compradores, informam que parte dos documentos foram extraviados, entre outros motivos, o que não pode resultar prejuízo ao Recorrente, que repiso, não tem responsabilidade pela manutenção e guarda dos documentos. Assim, entendo que os documentos acostados aos autos são hábeis e idôneos à comprovar a origem dos recursos creditados na conta bancária do Recorrente. Outrossim, embora o próprio contribuinte admita que não tenha oferecido à tributação o percentual de 3%, relativo as comissões pela compra e venda dos produtos agrícolas, o respectivo valor não pode ser mantido como omissão de receitas, sujeitas a tributação do imposto, tendo em vista que tal omissão de rendimentos não consta do presente Auto de Infração sob exame, o qual necessariamente dependeria de novo lançamento pelo Fisco, cuja atividade de constituição do crédito tributário, compete privativamente a autoridade fiscal, nos termos do art. 142 do CTN. No que tange a alegação do Recorrente que exercia atividade rural, esta não pode prosperar, tendo em vista o mesmo por ocasião do presente Recurso, traz o art. 2º, Parágrafo Único da Lei 8.023/90, com as alterações pelas Leis 9.250 e 9.430/96, que dispõe sobre a atividade rural e expressamente refere que não se aplica à esta a mera intermediação de animais e produtos agrícolas, conforme texto legal transcrito abaixo: Art. 2º Considerase atividade rural: I – a agricultura; II – a pecuária; III – a extração e a exploração vegetal e animal; IV – a exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais; V – a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matériaprima produzida na área rural explorada, tais como a pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em embalagem de apresentação. Fl. 736DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13984.000555/201057 Acórdão n.º 2102002.771 S2C1T2 Fl. 732 11 Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à mera intermediação de animais e de produtos agrícolas. (grifei) Portanto, resta afastada a hipótese de incidência do imposto de renda nos termos da atividade rural. Ante o exposto, voto no sentido de dar PROVIMENTO ao Recurso, excluindo o crédito tributário constituído pelo Auto de Infração, visto terem sido comprovada a origem dos recursos creditados na conta bancária do Contribuinte. (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora Fl. 737DF CARF MF Documento de 11 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP09.0919.15531.9YDZ. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por ALICE GRECCHI em 25/11/2013 15:10:00. Documento autenticado digitalmente por ALICE GRECCHI em 25/11/2013. Documento assinado digitalmente por: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS em 27/11/2013 e ALICE GRECCHI em 25/11/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 09/09/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP09.0919.15531.9YDZ Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: B8283E73EE0A98817CB4A5D9DA32876022216E1C Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 13984.000555/2010-57. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
score : 1.0
Numero do processo: 13527.000637/2008-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 16 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 1998
IRPF. IMPOSTO RETIDO NA FONTE. COMPENSAÇÃO.
O imposto retido na fonte deve ser compensado com o valor do imposto de renda apurado na Declaração de Ajuste Anual, desde que comprovada a retenção.
Hipótese em que o Recorrente comprovou a retenção.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2101-002.201
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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IMPOSTO RETIDO NA FONTE. COMPENSAÇÃO. O imposto retido na fonte deve ser compensado com o valor do imposto de renda apurado na Declaração de Ajuste Anual, desde que comprovada a retenção. Hipótese em que o Recorrente comprovou a retenção. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 52 7. 00 06 37 /2 00 8- 74 Fl. 45DF CARF MF Documento de 3 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP13.0919.13473.G9GH. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13527.000637/200874 Acórdão n.º 2101002.201 S2C1T1 Fl. 46 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Francisco Marconi de Oliveira, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 34/35) interposto em 29 de abril de 2011 contra o acórdão de fls. 26/26v, do qual o Recorrente teve ciência em 01 de abril de 2011 (fl. 30), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 04/06, lavrado em 25 de agosto de 2008, em decorrência de compensação indevida de imposto de renda retido na fonte, verificada no anocalendário de 2006. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006 IMPOSTO RETIDO. COMPROVAÇÃO. A retenção do imposto na fonte deve ser comprovada com documentos hábeis. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” (fls. 26). Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 34/35), pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Discutese, no presente caso, apenas e tãosomente glosa relativa à compensação indevida de imposto de renda retido na fonte, no valor de R$ 631,89. Isto porque o contribuinte indicou, equivocadamente, em sua declaração de ajuste, como fonte pagadora responsável por tal retenção, o INSS, enquanto foi o Banco do Brasil que reteve o valor no pagamento de precatório ao Recorrente. Tal equívoco não foi comprovado adequadamente no momento da apresentação da impugnação, conforme corretamente mencionou o acórdão recorrido (fls. 26 v). De fato, naquela oportunidade, o ora Recorrente apresentou documento diverso, inclusive de outra pessoa, inviável para comprovar a efetiva retenção (fl. 11). Fl. 46DF CARF MF Documento de 3 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP13.0919.13473.G9GH. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13527.000637/200874 Acórdão n.º 2101002.201 S2C1T1 Fl. 47 3 No entanto, por ocasião da interposição do recurso voluntário, o Recorrente apresentou novo documento, qual seja, o extrato da conta judicial n.º 3500101132991, do Banco do Brasil, referente ao Precatório n.º 200501000459332, proveniente da Justiça Federal e cujo requerente é o ora Recorrente (fl. 36). Tal extrato comprova a retenção de imposto de renda, pelo Banco do Brasil, no valor de R$ 631,89, o equivalente a 3% do valor do montante pago ao Recorrente (R$ 20.015,35, conforme fl. 36). Tal retenção é legal e permite a compensação, pois é considerada antecipação do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual, conforme a legislação em vigor. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de DAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 47DF CARF MF Documento de 3 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP13.0919.13473.G9GH. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 16/05/2013 09:56:51. Documento autenticado digitalmente por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 16/05/2013. Documento assinado digitalmente por: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 21/05/2013 e ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 16/05/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 13/09/2019. 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Numero do processo: 36266.006142/2005-20
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 17 00:00:00 UTC 2013
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/08/2001 a 31/03/2005
COMPENSAÇÃO. APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA.
A compensação é um procedimento realizado pelo contribuinte nos casos de pagamento indevido ou a maior, estando sujeito à revisão fiscal.
No caso concreto, ficou comprovado que o contribuinte compensou valores indevidamente.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 2.
Nos termos da Súmula n°. 04 do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC para débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal.
As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2301-003.804
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em
retificar o lançamento, de acordo com a informação fiscal prestada nas folhas 0608 a 0611, nos termos do voto do Relator; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada.
Nome do relator: Damiao Cordeiro de Moraes
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2001 a 31/03/2005 COMPENSAÇÃO. APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA. A compensação é um procedimento realizado pelo contribuinte nos casos de pagamento indevido ou a maior, estando sujeito à revisão fiscal. No caso concreto, ficou comprovado que o contribuinte compensou valores indevidamente. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 2. Nos termos da Súmula n°. 04 do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC para débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte
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APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA. A compensação é um procedimento realizado pelo contribuinte nos casos de pagamento indevido ou a maior, estando sujeito à revisão fiscal. No caso concreto, ficou comprovado que o contribuinte compensou valores indevidamente. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 2. Nos termos da Súmula n°. 04 do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC para débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em retificar o lançamento, de acordo com a informação fiscal prestada nas folhas 0608 a 0611, nos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 26 6. 00 61 42 /2 00 5- 20 Fl. 634DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 termos do voto do Relator; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzáles Silvério, Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro De Moraes, Mauro Jose Silva. Relatório 1. Aproveito o relatório produzido na assentada anterior, considerando que os autos retornam de diligência realizada pela autoridade de primeira instância: “Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa DIMAS DE MELO PIMENTA SISTEMAS DE PONTO E ACESSO LTDA em face de decisão que julgou procedente o lançamento de débito referente à glosa de compensação sobre verbas indenizatórias e valores destinados ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e a outras importâncias arrecadadas destinadas às entidades e terceiros, relativas ao período de 08/2001 a 03/2005. 2. O julgamento de primeira instância que deu origem ao decisum contraposto deu origem à seguinte ementa: “PREVIDENCIÁRIO. RELATÓRIO FISCAL. CORESPONSÁVEIS. COMPENSAÇÃO DE VERBAS INDENIZATÓRIAS E SAT. MULTA. JUROS. A NFLD foi lavrada em conformidade com a legislação previdenciária, Lei n.º 8.212/91. O Relatório Fiscal atendeu aos dispositivos pertinentes para constituição do presente crédito previdenciário. Fl. 635DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 36266.006142/200520 Acórdão n.º 2301003.804 S2C3T1 Fl. 635 3 A NFLD foi lavrada em nome da empresa impugnante conforme Lei n.º 8.212/91. As verbas indenizatórias foram devidas na vigência da Medida Provisória n.º 1.523/97. A falta de apresentação de memorial descritivo da compensação efetuada enseja sua glosa. Os acréscimos legais, juros e multa aplicados atendem à legislação pertinente e têm caráter irrelevável. Lançamento Procedente.” 3. Em sede recursal, buscando a improcedência do lançamento, o contribuinte aduziu, em síntese: a) preliminarmente, a inconstitucionalidade de condicionar o recebimento do recurso ao depósito de 30% do valor do débito; b) afirma que os órgãos do contencioso administrativo possuem competência para examinar a incompatibilidade de determinada lei com a Carta Magna, sob pena de fazer observar norma manifestamente inconstitucional; c) a inconstitucionalidade e ilegalidade da exigência do SAT; d) impossibilidade da cobrança, tendo em vista que no caso concreto houve a extinção do crédito tributário com a compensação realizada; e) por fim, a utilização indevida da taxa SELIC. 4. Devidamente cientificado da apresentação de recurso por parte do contribuinte, o fisco limitouse a encaminhar os autos à apreciação deste Conselho sem a juntada de contrarrazões. É o relatório.” 2. Na sessão de 08 de junho de 2011 este colegiado resolveu converter o julgamento em diligência (acórdão 230100.132) para que a fiscalização trouxesse aos autos as seguintes informações: “5. E como a empresa trouxe aos autos, juntamente com a peça recursal,“MEMORIAL DE CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO” (fls. 403/414), entendo que, no que diz respeito às verbas compensadas relacionadas ao SAT, o pleito da recorrente deve ser analisado pela autoridade lançadora, em obediência ao princípio da verdade material.” 3. Em resposta a diligência solicitada o auditor fiscal emitiu Relatório com as seguintes conclusões: “3 CONCLUSÃO Fl. 636DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 No período de 08/2001 a 03/2005, houve glosas de compensações efetuadas pela empresa, glosas que foram objeto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD 35.634.8296. As compensações tiveram como origem recolhimentos a maior de contribuições destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho SAT/RAT (Código de Levantamento GST) e recolhimentos indevidos de contribuições sobre verbas indenizatórias (Código de Levantamento GVI). Com relação a estas, a decisão da 3ª Câmara – 1ª Turma Ordinária, não determinou esclarecimentos. Portanto, o período a ser analisado restringiuse a 08/2001 a 04/2003, haja vista que no período de 05/2003 a 03/2005 as compensações referemse a contribuições sobre verbas indenizatórias.” (f. 607). 4. De acordo com a fiscalização o contribuinte não apresentou contrarrazões do resultado da diligência dentro do prazo previsto. 5. Posteriormente, o recorrente juntou aos autos Memoriais (ff. 620 a 629) alegando em síntese que o lançamento deve ser cancelado, em razão da legalidade das compensações realizadas e a consequente extinção do crédito tributário ora impugnado. 6. Após o cumprimento da diligência, os autos retornaram a esse Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Damião Cordeiro de Moraes ADMISSIBILIDADE DO RECURSO 1. No que se refere à exigibilidade do depósito recursal, cumpre ressaltar que a garantia de instância para admissibilidade do Recurso Voluntário foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº. 1976, não sendo mais exigível o depósito recursal para seguimento do Recurso. Dessa forma, conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DAS QUESTÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE NA ESFERA ADMINISTRATIVA. 2. Sobre as questões de inconstitucionalidade arguidas pelo contribuinte, cumpre esclarecer, que não compete aos órgãos julgadores da Administração Pública exercer o controle de constitucionalidade de normas legais. 3. Notese, que o escopo do processo administrativo fiscal é verificar a regularidade/legalidade do lançamento à vista da legislação de regência, e não das normas Fl. 637DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 36266.006142/200520 Acórdão n.º 2301003.804 S2C3T1 Fl. 636 5 vigentes frente à Constituição Federal. Essa tarefa é de competência privativa do Poder Judiciário. 4. O CARF Sumulou entendimento no seguinte sentido, Súmula CARF nº 02,: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” 5. E, segundo o artigo 72, e parágrafos, do Regimento Interno do CARF, as Súmulas, que são o resultado de decisões unânimes, reiteradas e uniformes, serão de aplicação obrigatória por este Conselho. 6. Dessa forma, não há como se acolher a pretensão da contribuinte em relação à inconstitucionalidade de normas ou atos normativos que fundamentaram o presente lançamento. DA DECADÊNCIA 7. Compulsando os autos depreendese do relatório fiscal que a autuação foi lavrada contra o contribuinte e recebida em 29/05/2005, referente às contribuições do período de 01/08/2001 a 31/03/2005. Assim, constatase que independentemente da regra a ser aplicada, artigos 173, inciso I ou 150, § 4º, do CTN, o crédito tributário não foi atingido pelo instituto da decadência. DA COMPENSAÇÃO 8. Os autos foram baixados em diligência para que o Fisco analisasse o “MEMORIAL DE CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO” (fls. 403/414), no que diz respeito às verbas compensadas relacionadas ao SAT/RAT. 9. Em resposta a diligência a fiscalização analisou a documentação juntada pelo contribuinte apresentando Relatório Fiscal conclusivo (ff. 588 a 611). 10. No que se refere ao SAT/RAT, o relatório apresentado pelo auditor concluiu que: “Houve, efetivamente, recolhimento a maior de contribuições destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (alíquota SAT/RAT), nas competências (mês de recolhimento) a seguir elencadas com seus respectivos valores.” (ff. 588/589). 11. Entretanto, a empresa compensou valores maiores a que teria direito. Portanto, sujeitos à glosa. 12. No que se refere às diferenças a título das contribuições destinadas ao SAT/RAT, a auditoria fiscal comparou às planilhas: “Valores Originários”, “Valores Compensados” e “Cálculo das Compensações”, chegando às planilhas “Valores a Glosar”. Com base nesse procedimento, a auditoria logrou êxito ao afirmar que foram compensados valores a maior referente às verbas destinadas ao SAT/RAT, o que originou o presente lançamento fiscal. 13. Ainda, de acordo com a diligência: “os índices utilizados para atualização dos valores a compensar não guardam relação com os critérios para atualização Fl. 638DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 nos casos de restituição e compensação especificados na legislação aplicável à época, qual seja: a partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação é acrescida de juros correspondentes a 1% (um por cento) no mês de recolhimento indevido ou a maior, e o equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC), a partir dos meses subsequentes, até o mês anterior ao da compensação e de um por cento relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. (OS/CONJUNTA/INSS/DAF/DSS/DFI 51 DE 28/06/96, INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC Nº 67 – DE 10 DE MAIO DE 2002)”. (ff. 598/599). 14. Dessa forma, após examinar a documentação, o relatório fiscal produzido após a diligência, em que pesem os esforços empreendidos pela recorrente em seu arrazoado, razão não lhe assiste no sentido de ainda ter algum direito à compensação. Ao contrário, verifico que verdadeiramente restou crédito tributário em favor da Fazenda. 15. Importante registrar, que a compensação é um procedimento realizado pelo contribuinte nos casos de pagamento indevido ou a maior, estando sujeito à revisão fiscal. E, caso haja descumprimento das normas tributárias vigentes, cabe ao fisco lavrar auto de infração ou notificação de lançamento, notificando o contribuinte nos termos do art. 37 da Lei 8.212/91. 16. Diante do acima exposto, dou provimento parcial ao recurso do contribuinte quanto à compensação, para que o crédito tributário seja constituído nos moldes do Relatório da diligência constante nas folhas 608 a 611. DA UTILIZAÇÃO DA TAXA SELIC 17. A recorrente, sem razão, aduz ser indevida a utilização da taxa SELIC na apuração do crédito tributário, por diversos motivos. 18. Registrese, porque importante, que a legislação de regência, sobretudo a Lei nº 8.212/91, afasta literalmente os argumentos erguidos pelo recorrente. De fato, as contribuições sociais arrecadadas estão sujeitas à incidência da taxa referencial SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, nos termos do artigo 34 da Lei nº 8.212/91: Art. 34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, a que se refere o art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. (Restabelecido com redação alterada pela MP nº 1.571/97, reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97. A atualização monetária foi extinta, para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/95, conforme a Lei nº 8.981/95. A multa de mora esta disciplinada no art. 35 desta Lei) 19. A propósito do tema convém mencionar que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovou a Súmula nº 04, nos seguintes termos: Súmula CARF Nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Fl. 639DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 36266.006142/200520 Acórdão n.º 2301003.804 S2C3T1 Fl. 637 7 19. Nesse contexto, correta a aplicação da taxa SELIC como juros de mora, com fulcro na Súmula nº 4 do CARF. DA APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA 20. Sobre a multa aplicada, cumpre ressaltar que, em respeito ao art. 106 do CTN, inciso II, alínea “c”, deve o Fisco perscrutar, na aplicação da multa, a existência de penalidade menos gravosa ao contribuinte. No caso em apreço, esse cotejo deve ser promovido em virtude das alterações trazidas pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que instituiu mudanças à penalidade cominada pela conduta da Recorrente à época dos fatos geradores. 21. Assim, identificando o Fisco benefício ao contribuinte na penalidade nova, essa deve retroagir em seus efeitos, conforme ocorre com a nova redação dada ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991 que assim dispõe: “Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” 22. E o supracitado art. 61, da Lei nº 9.430/96, por sua vez, assevera que: “Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.” 23. Confrontando a penalidade retratada na redação original do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 com a que ora dispõe o referido dispositivo legal, vêse que a primeira permitia que a multa atingisse o patamar de cem por cento, dado o estágio da cobrança do débito, ao passo que a nova limita a multa a vinte por cento. 24. Sendo assim, diante da inafastável aplicação da alínea “c”, inciso II, art. 106, do CTN, concluise pela possibilidade de aplicação da multa prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991, se for mais benéfica para o contribuinte. CONCLUSÃO Fl. 640DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 8 25. Dado o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL para: a) no que se refere ao SAT/RAT, confirmar a retificação dos valores do crédito tributário, nos termos do Relatório Fiscal da Diligência constante nas folhas 608 a 611; e b) aplicar a multa prevista no art. 35 da Lei n.º 8.212/91 combinada com o art. 61, §2º da Lei n.º 9.430/96, se mais benéfica ao contribuinte; (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 641DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP24.0119.15075.SSQ5. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES em 11/12/2013 15:37:00. Documento autenticado digitalmente por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES em 11/12/2013. Documento assinado digitalmente por: MARCELO OLIVEIRA em 13/12/2013 e DAMIAO CORDEIRO DE MORAES em 11/12/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 24/01/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP24.0119.15075.SSQ5 Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 4BF738BBB212F2BEC5B677E00D08CBB659199485 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 36266.006142/2005-20. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10821.720066/2013-32
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II
Data do fato gerador: 08/10/2012
DOCUMENTOS INSTRUTIVOS DO DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO À FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA DE DOCUMENTO NÃO OBRIGATÓRIO. PENALIDADE. DESCABIMENTO.
Os documentos obrigatórios para a instrução da declaração de importação são a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; e o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível. Descabe a aplicação de penalidade cominada para o descumprimento das obrigações de manutenção em boa guarda e ordem e de apresentação à fiscalização aduaneira do documento comprobatório do frete, que não conste desse rol taxativo.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Data do fato gerador: 08/10/2012
NORMA DE DESPENALIZAÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA.
Aplica-se retroativamente aos fatos do lançamento de ofício a norma que deixou de tratar como infração o descumprimento no curso do despacho aduaneiro de importação, até o desembaraço da mercadoria, da obrigação de apresentação à fiscalização aduaneira dos documentos obrigatórios para a instrução do despacho aduaneiro.
Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Numero da decisão: 3403-002.479
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: Alexandre Kern
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II Data do fato gerador: 08/10/2012 DOCUMENTOS INSTRUTIVOS DO DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO À FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA DE DOCUMENTO NÃO OBRIGATÓRIO. PENALIDADE. DESCABIMENTO. Os documentos obrigatórios para a instrução da declaração de importação são a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; e o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível. Descabe a aplicação de penalidade cominada para o descumprimento das obrigações de manutenção em boa guarda e ordem e de apresentação à fiscalização aduaneira do documento comprobatório do frete, que não conste desse rol taxativo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 08/10/2012 NORMA DE DESPENALIZAÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA. Aplica-se retroativamente aos fatos do lançamento de ofício a norma que deixou de tratar como infração o descumprimento no curso do despacho aduaneiro de importação, até o desembaraço da mercadoria, da obrigação de apresentação à fiscalização aduaneira dos documentos obrigatórios para a instrução do despacho aduaneiro. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2050; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 130 1 129 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10821.720066/201332 Recurso nº 10.821.720066201332 Voluntário Acórdão nº 3403002.479 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2013 Matéria MULTA ADUANEIRA FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS Recorrente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRÁS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 08/10/2012 DOCUMENTOS INSTRUTIVOS DO DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO. FALTA DE APRESENTAÇÃO À FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA DE DOCUMENTO NÃO OBRIGATÓRIO. PENALIDADE. DESCABIMENTO. Os documentos obrigatórios para a instrução da declaração de importação são a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; e o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível. Descabe a aplicação de penalidade cominada para o descumprimento das obrigações de manutenção em boa guarda e ordem e de apresentação à fiscalização aduaneira do documento comprobatório do frete, que não conste desse rol taxativo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 08/10/2012 NORMA DE DESPENALIZAÇÃO. APLICAÇÃO RETROATIVA. Aplicase retroativamente aos fatos do lançamento de ofício a norma que deixou de tratar como infração o descumprimento no curso do despacho aduaneiro de importação, até o desembaraço da mercadoria, da obrigação de apresentação à fiscalização aduaneira dos documentos obrigatórios para a instrução do despacho aduaneiro. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 1. 72 00 66 /2 01 3- 32 Fl. 139DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP07.0319.11026.O2IL. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antônio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRÁS foi autuada pela Fiscalização da IRF/São SebastiãoSP pelo descumprimento da obrigação instituído no art. 18 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009 – RA/2009, cominada no art. 70, inc. II, alínea “b”, item 1, da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Segundo o Termo de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, constante do Auto de Infração de fls. 10 a 16, intimado a apresentar os documentos comprobatórios de frete e seguro até 06/12/2012, o importador deixou de fazêlo. A exação montou a R$ 10.230.868,95. Sobreveio impugnação, fls. 21 a 31, por meio do qual o interessado alega que os documentos requeridos não eram de apresentação obrigatória para a instrução do despacho aduaneiro de importação; que, ainda assim, apresentou cópia simples, presumidamente verdadeira até ulterior comprovação de sua falsidade, nos termos do art. 225 do Código Civil – CC Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Argui ainda a inconstitucionalidade da penalidade, por ter caráter confiscatório e desproporcional. Invoca o art. 736 do RA/2009. A 11ª Turma da DRJ/SP1 julgou a impugnação improcedente. O Acórdão nº 16046.107, de 26 de abril de 2013, fls. 73 a 81, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 08/10/2012 DOCUMENTOS INSTRUTIVOS DO DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO Os documentos instrutivos do despacho aduaneiro são todos aqueles previstos no artigo 553 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6759/2009), e devem ser apresentados no original. Documentos complementares ao despacho, como documentos comprobatórios de valor de frete e seguro, para fins de comprovação do valor aduaneiro, poderão ser originais ou cópias autenticadas, não se admitindo cópias simples, por força do artigo 10 da Lei 6932/2009. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE A lei não confere qualquer âmbito de discricionariedade ao agente administrativo, nem ao julgador, no tocante à dosimetria desta punição ou se lhe aplica, ou não sendo suficiente que se caracterize a situação descrita na lei para que haja a aplicação Fl. 140DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP07.0319.11026.O2IL. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10821.720066/201332 Acórdão n.º 3403002.479 S3C4T3 Fl. 131 3 da punição, por dever de ofício, sendo irrelevante a ocorrência ou não de prejuízo ao Erário. A RELEVAÇÃO DE PENALIDADES A decisão sobre tal pedido compete exclusivamente ao Secretário da Receita Federal, em razão de delegação de competência do Ministro de Estado da Fazenda. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 11ª Turma da DRJ/SP1. O arrazoado de fls. 115 a 126, após síntese dos fatos relacionados com a lide, repete as razões de defesa já oferecidas por ocasião da impugnação, acrescentado que: a) Se necessário, os documentos relativos ao frete poderão ser apresentados, caso se entenda necessário, convertendose o julgamento em diligência; b) Uma vez apresentado o documento comprobatório do valor do frete declarado, o auto de infração deverá ser anulado, já que o tipo infracional para atendimento extemporâneo de documentos exigidos por meio de fiscalização não é o mesmo. Pede provimento. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 115 a 126 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão nº 16046.107, de 26 de abril de 2013. O art. 70, caput, da Lei nº 10.833, de 2003, instituiu, para aqueles que importarem, exportarem ou adquirirem mercadoria importada por sua conta e ordem, a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial, e de apresentálos à fiscalização aduaneira quando exigidos (art. 18 do RA/2009). Para os casos de descumprimento dessas obrigações, o inc. II, alínea “b”, item 1, do mesmo dispositivo cominou a penalidade reproduzida no art. 710 do RA/2009: Art.710. Aplicase a multa de cinco por cento do valor aduaneiro das mercadorias importadas, no caso de descumprimento de obrigação referida no caput do art. 18, se relativo aos Fl. 141DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP07.0319.11026.O2IL. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 documentos obrigatórios de instrução das declarações aduaneiras (Lei nº 10.833, de 2003, art. 70, inciso II, alínea "b", item 1). §1° A multa referida no caput não se aplica no caso de regular comunicação da ocorrência de um dos eventos previstos no § 2° do art. 18 (Lei nº 10.833, de 2003, art. 70, § 3º). §2° O disposto no caput não prejudica a aplicação das multas previstas nos arts. 714, 715 e 728, nem a de outras penalidades cabíveis (Lei nº 10.833, de 2003, art. 70, inciso II, alínea "b", e § 6º). Os documentos obrigatórios para a instrução da declaração de importação são aqueles arrolados no art. 553 do RA/2009 (redação vigente à época dos fatos): Art.553. A declaração de importação será instruída com (DecretoLei nº 37, de 1966, art. 46, caput, com a redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 1988, art. 2°): I a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; II a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; III o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível; e IV outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou por força de lei, de regulamento ou de outro ato normativo. A decisão recorrida alçou o documento comprobatório do valor do frete, quando solicitado durante o despacho de importação, à condição de documento obrigatório, “...uma vez que, conforme previsão legal expressa no artigo 76 do RA, toda mercadoria submetida ao despacho de importação está sujeita ao controle do correspondente valor aduaneiro.” Ato contínuo, manteve a penalidade aplicada. Julgo que esse entendimento merece reparo. Em primeiro lugar, não há como atribuir o caráter de obrigatório ao documento comprobatório do valor do frete. Ele não consta dos numerus clausus dos incisos I a III. A possibilidade de incluílo na norma de extensão do inc. IV, por outro lado, reclamaria a prova da exigência do documento em acordo internacional, lei, regulamento ou outro ato normativo, o que não constou, nem do auto de infração, nem da decisão recorrida. Ainda que assim não fosse, e se pudesse incluir no rol dos documentos obrigatórios para a instrução do despacho de importação os documentos comprobatórios do frete, releva considerar que o art. 1° do Decreto nº 8.010, de 16 de maio de 2013, acrescentou o § 1°A ao art. 710 do RA/2009, com a seguinte redação: § 1ºA A multa referida no caput não se aplica no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria. (Incluído pelo Decreto nº 8.010, de 16 de maio de 2013) Tratandose de norma que despenalizou o descumprimento da obrigação inscrita no art. 18 do RA/2009 no curso do despacho aduaneiro de importação, até o desembaraço da mercadoria (deixando claro que se trata de penalidade aplicável somente em Fl. 142DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP07.0319.11026.O2IL. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10821.720066/201332 Acórdão n.º 3403002.479 S3C4T3 Fl. 132 5 procedimento de revisão aduaneira), tem aplicação retroativa autorizada pelo art. 106, inc. II, alínea “a”, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional CTN. Também em consequência disso, cuidandose obviamente de ato não definitivamente julgado, devese cancelar a penalidade aplicada. Por essas considerações, voto pelo provimento do recurso voluntário, cancelandose integralmente a penalidade aplicada. Sala de sessões, em 26 de setembro de 2013 Alexandre Kern Fl. 143DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP07.0319.11026.O2IL. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por ALEXANDRE KERN em 26/09/2013 13:54:49. Documento autenticado digitalmente por ALEXANDRE KERN em 26/09/2013. Documento assinado digitalmente por: ANTONIO CARLOS ATULIM em 29/09/2013 e ALEXANDRE KERN em 26/09/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por VALERIA JOSE VIEIRA DA COSTA em 07/03/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP07.0319.11026.O2IL Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 36AB7F9025AF0079D841D83EE2B0AC9CAA631D90 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10821.720066/2013-32. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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