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Numero do processo: 10830.011074/2002-22
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1997, 1998, 1999, 2000
NORMAS PROCESSUAIS RECURSO ESPECIAL POR CONTRARIEDADE Á LEI - DECADÊNCIA - CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS -
Uma vez que o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, tendo editado, a respeito, em 12.06.08, a Súmula Vinculante nº 8, não se conhece do recurso da Fazenda Nacional fundado no descumprimento daquela norma.
NORMAS PROCESSUAIS - NULIDADE DO LANÇAMENTO PROMOVIDO POR AUTORIDADE JULGADORA - ADMISSIBILIDADE. DO RECURSO ESPECIAL - DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. -
Além de os paradigmas tratarem de situações fáticas totalmente distintas da tratada no recorrido, não se prestando para o confronto, não houve divergência jurisprudencial, pois todos os acórdãos confrontados afastaram a majoração promovida pela decisão de primeira instância.
NORMAS PROCESSUAIS - DECADÊNCIA - ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL - DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. -
No que respeita à decadência, não se configura divergência jurisprudencial entre o acórdão guerreado, que afastou a majoração feita pela decisão de primeira instância, seja porque o novo lançamento estaria parcialmente abarcado pela decadência, seja porque não foram seguidos os trâmites legais do lançamento de ofício, e os acórdãos paradigmas que afastaram o aperfeiçoamento do lançamento porque já se havia operado a decadência.
Numero da decisão: 9101-001.603
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso da Fazenda Nacional. Por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso do contribuinte. Ausente, justificadamente a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
(documento assinado digitalmente)
Henrique Pinheiro Torres
Presidente Substituto
(documento assinado digitalmente)
Valmir Sandri
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto, Mario Sérgio Fernandes Barroso (Substituto), José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Karem Jureidini Dias, Plínio Rodrigues de Lima, Valmir Sandri e Jorge Celso Freire da Silva. Ausente justificadamente a Conselheira Suzy Gomes Hoffmann.
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1997, 1998, 1999, 2000 NORMAS PROCESSUAIS RECURSO ESPECIAL POR CONTRARIEDADE Á LEI DECADÊNCIA CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Uma vez que o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, tendo editado, a respeito, em 12.06.08, a Súmula Vinculante nº 8, não se conhece do recurso da Fazenda Nacional fundado no descumprimento daquela norma. NORMAS PROCESSUAIS NULIDADE DO LANÇAMENTO PROMOVIDO POR AUTORIDADE JULGADORA ADMISSIBILIDADE. DO RECURSO ESPECIAL DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. Além de os paradigmas tratarem de situações fáticas totalmente distintas da tratada no recorrido, não se prestando para o confronto, não houve divergência jurisprudencial, pois todos os acórdãos confrontados afastaram a majoração promovida pela decisão de primeira instância. NORMAS PROCESSUAIS DECADÊNCIA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. No que respeita à decadência, não se configura divergência jurisprudencial entre o acórdão guerreado, que afastou a majoração feita pela decisão de primeira instância, seja porque o novo lançamento estaria parcialmente abarcado pela decadência, seja porque não foram seguidos os trâmites legais do lançamento de ofício, e os acórdãos paradigmas que afastaram o aperfeiçoamento do lançamento porque já se havia operado a decadência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 01 10 74 /2 00 2- 22 Fl. 2355DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 3 2 ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso da Fazenda Nacional. Por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso do contribuinte. Ausente, justificadamente a Conselheira Susy Gomes Hoffmann. (documento assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente Substituto (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto, Mario Sérgio Fernandes Barroso (Substituto), José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Karem Jureidini Dias, Plínio Rodrigues de Lima, Valmir Sandri e Jorge Celso Freire da Silva. Ausente justificadamente a Conselheira Suzy Gomes Hoffmann. Fl. 2356DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 4 3 Relatório São objeto deste processo Autos de Infração relativos ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, alcançando fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 1997 a 2000, dos quais o contribuinte tomou ciência em 20/12/2002. A fiscalização arbitrou o lucro do contribuinte para o período alcançando o 2º trimestre de 1997 ao 1º trimestre de 2002, pela falta de apresentação dos livros e documentos da sua escrituração. Foi também constatada omissão de receitas: (i) da revenda de mercadorias sem emissão da(s) respectiva(s) nota(s) fiscal (is) no 3º e 4º trimestres de 1997 e no 2º trimestre de 1998, apurada pelo confronto da totalidade dos valores extraídos das notas fiscais de venda exibidas pelo contribuinte e os valores e rendimentos efetivamente declarados pelo mesmo; (ii) de prestação de serviços gerais em todos os trimestres de 1997 ao 1º de 2002 e (iii) apurada com base na confrontação dos totais de depósito/créditos bancários não comprovados com os totais de faturas. Em razão das alegações de defesa apresentadas na impugnação, o julgamento foi convertido em diligência a fim de que a autoridade fiscal, entre outros esclarecimentos pedidos pelo julgador, se manifestasse a respeito das divergências existentes na determinação do valor das receitas de serviços constantes das notas fiscais emitidas no período fiscalizado, precisando se elas provocam alterações nos valores exigidos e prestasse esclarecimentos de forma a determinar se há valores que, por sua natureza, deveriam ser excluídos dos créditos/depósitos de origem não comprovada. A partir do resultado da diligência, a autoridade fiscal recalculou todos os créditos, com majoração dos valores em alguns períodos. Cientificado em 26/12/2003, o contribuinte apresentou manifestação em 22/01/2003. O julgador de primeira instância, apreciando as duas impugnações apresentadas, considerou parcialmente procedentes as exigências, afastando, porém, em virtude da decadência, os acréscimos formulados em diligência, relativos à exigência do lRPJ no 2° e 3° trimestres de 1997. As exigências de CSLL, PIS e COFINS relativas a este período, aumentadas pela revisão do cálculo pelo agente fazendário no procedimento de diligência, foram mantidas, dado o entendimento exposto pela DRJ de Campinas quanto ao prazo de dez anos para constituição dos créditos atinentes a tais contribuições. Apresentado recurso ao Conselho, foi o julgamento convertido em diligência em sessão de 18 de maio de 2005. Como resultado, a autoridade fiscal executora da diligência recalculou as infrações fiscais de OMISSÃO DE RECEITA DE DEPÓSITO DE ORIGEM NÃO COMPROVADA (1998), cujo resultado consta do Termo de Verificação Diligência Fiscal, às folhas 1656 a 1777. Fl. 2357DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 5 4 No prazo de 30 dias concedido para impugnar as majorações decorrentes da diligência, o contribuinte contraditouas e requereu, afinal, que o Conselho reconhecesse a natureza de decisãolançamento no ato expedido pela DRJCampinas, que requalificou matérias e incluiu novas operações que não constavam do lançamento primitivo, majorando as exigências iniciais, bem como o reconhecimento da decadência para os fatos geradores compreendidos nos anos de 1997, 1998.e primeiro trimestre de 1999, uma vez que a decisão lançamento só foi cientificada à empresa em 22.04.04 (fls.1798 a 1817). Em 31 de agosto de 2006 o contribuinte desistiu parcialmente do recurso, permanecendo o litígio apenas em relação aos tributos lançados para os anoscalendário de 1997 e 1998. Em sessão de 21/09/2006 o recurso foi julgado pela 8ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso para: (1) reduzir as multas de oficio de 225% e 150% para o percentual' de 75%; (2) por decorrência, reconhecer a decadência para o 2° e3° trimestres de 1997 para o IRPJ e CSL e até novembro de 1997 para o COFINS e PIS; (3) afastou todas as majorações efetuadas pela fiscalização nas diligências requeridas nos julgamentos de primeira e segunda instâncias; (4) excluiu os valores apontados pela diligência de fls. 16578 como não oriundas de terceiros, conforme planilha retificada pela fiscalização (Acórdão 10809.009). O voto condutor apresentou a seguinte motivação para afastar as majorações efetuadas nas diligências: Finalmente, quanto aos ajustes efetuados nas diligências solicitadas, que implicaram em majoração do lançamento, verificase que nesta parte houve novo lançamento. Se houve novo(s) lançamento(s), todas as majorações efetuadas nas diligências ocorridas no curso do julgamento em primeira e segunda instância devem ser afastadas, seja porque estaria abarcado (parcialmente) pela decadência, seja porque não foram seguidos os trâmites legais do lançamento de ofício (abertura de prazo para impugnação ou pagamento com redução de multa, dentre outros). A Fazenda Nacional apresentou recurso especial, ao qual foi dado seguimento, contestando a não observância do prazo de dez anos para a decadência das contribuições sociais. Para a Cofins e a CSLL, cujas decisões foram não unânimes, alega contrariedade à lei. Para o PIS, invoca divergência com o decidido pelo Acórdão 20306655 de 05/07/2000. Em face da planilha elaborada pela DRF/Campinas (executora da decisão) para demonstrar a aplicação do acórdão do Conselho de Contribuintes, o contribuinte apresentou embargos de declaração alegando: (a) obscuridade/dúvida, pois entendeu que o Conselho teria decidido que os únicos valores possíveis de cobrança seriam os constantes nos Autos de Infração, mas que no demonstrativo elaborado pela DRF os valores exigidos continuam a ser definidos na decisão exarada pela primeira instância; (b) omissão quanto aos rendimentos tributados com base no artigo 42 da Lei 9.430/96, pois o acórdão embargado não trouxe, em detalhes, exame do tópico "6 — VALORES DE DEPÓSITOS JÁ Fl. 2358DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 6 5 COMPROVADOS CONTINUAM RELACIONADOS NO DEMONSTRATIVO PÓS DILIGÊNCIA”. Pelo Acórdão nº 10809.590 (sessão de 16 de abril de 2008) os embargos foram acolhidos para sanar dúvidas de execução, sem contudo alterar a decisão contida no Acórdão n° 10809.009 de 21/09/06. Ciente, o contribuinte interpôs recurso especial, que foi admitido em relação a duas divergências de interpretação apontadas (quanto à formalização da exigência por autoridade incompetente e quanto à argüição de decadência para o lançamento feito por meio de decisão de primeira instância), as quais estão assim apresentadas: DIVERGÊNCIA UM — Nulidade do lançamento, tendo em vista vício na formalização da exigência por autoridade (julgadora) incompetente. Entende o recorrente ter havido "novo lançamento" pela autoridade julgadora, incompetente para o feito, já que a exigência inicial formalizada pelo auto de infração foi agravada com base no resultado de diligência realizada na fase de julgamento em primeira instância. Tenta demonstrar sua alegação transcrevendo parte o voto da relatora dado no acórdão recorrido (n° 10809.009), e parte do que foi decidido no acórdão proferido após os embargos de declaração (n° 10809.590), como abaixo reproduzido: Acórdão n° 10809.009 "Finalmente, com os ajustes efetuados nas diligências solicitadas, que implicaram em majoração do lançamento, verificase que nesta parte houve novo lançamento”. Acórdão n° 10809.590 "No que tange à obscuridade/dúvida quanto às exclusões das majorações efetuadas após instaurado litígio, entendo que a decisão restou clara que o que existe é erro no cumprimento do decidido, o que pelo princípio da economia processual, acolho, como dúvida a ser sanada. Pois bem, o acórdão embargado deixa claro que os ajustes efetuados na diligência implicaram novo lançamento. Ao mencionar momento em que estes ajustes foram feitos, expressamente referiuse às diligências ocorridas no curso do julgamento, não só em segunda instância, mas também em primeira instância” Os acórdãos paradigmas e suas ementas são os seguintes: Acórdão 10320754 fl. 2145 LR.P.J. INOVAÇÃO QUANTO AO LANÇAMENTO NO ATO DECISÓRIO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE O dever poder de decidir conferido ao Delegado da Receita Federal de Julgamento está adstrito aos termos do lançamento efetuado pela autoridade fiscal, não cabendolhe aperfeiçoálo ou transformálo de qualquer forma, sob pena de transposição de sua competência. CSLL ERRO NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO IMPOSSIBILIDADE DE APERFEIÇOAMENTO POR ESTE ÓRGÃO JULGADOR Não tendo a autoridade lançadora obedecido aos preceitos legais para afixação da base de cálculo Fl. 2359DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 7 6 da contribuição, não cabe a este órgão aperfeiçoar o lançamento, mas apenas afastar a exigência, diante do erro ocorrido: PIS e COFINS OMISSÃO DE RECEITAS SIMULAÇÃO DESCONSTITUIÇÃO DE CONTRATO PARA EFEITOS TRIBUTÁRIOS Verificada mácula nos contratos celebrados pelo contribuinte por decorrência de simulação, não deve persistir, para efeitos tributários, o negócio jurídico praticado, restando, via de conseqüência, reconhecida a omissão de receitas e, portanto, a subsunção do fato às normas pertinentes a estes tributos. Acórdão n° 10417.447 fl. 2146 IRPF DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA LANÇAMENTO Desconstituindo a autoridade julgadora o lançamento inicial, não tem a mesma competência ao decidir, exigir valores não reclamados no Auto de Infração, sob nova acusação, uma vez que o lançamento é ato de competência privativa da autoridade lançadora. DIVERGÊNCIA DOIS: Reconhecimento da decadência para novo lançamento. Argui a embargante que, em se tratando de segundo lançamento, ou melhor, de "novo lançamento", como descrito no argumento precedente; é preciso reconhecer que somente em 22/04/2004, conforme Aviso de Recebimento de fl. 1587, se consumou a sua regular notificação, impondose que a decadência seja estendida ao anocalendário de 1988. Como prova de que a contagem do prazo de decadência, na situação em exame, tem como termo final a "decisãolançamento", posição já adotada em outras Câmaras dos Conselhos de Contribuintes, traz as ementas a seguir reproduzidas, na parte objeto da discussão: Acórdão 10513.336 ementa de fl. 2147 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DECADÊNCIA INOVAÇÃO DA EXIGÊNCIA INICIAL NA DECISÃO DE 1° GRAU O direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário somente se extingue após decorridos cinco anos da entrega da declaração de rendimentos do período de apuração correspondente, salvo se a entrega ocorrer a partir do exercício seguinte a que se referir. É legítimo o agravamento da exigência por parte do julgador singular, desde que observado o prazo decadencial e assegurado o pleno exercício do direito de defesa, o que pressupõe, no processo administrativo fiscal, a devolução do prazo para impugnação da matéria agravada, em homenagem ao princípio do duplo grau de jurisdição. Acórdão 10614.542 ementa de fls. 2148/2149 Fl. 2360DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 8 7 AUTO DE INFRAÇÃO COMPLEMENTAR — CABIMENTO PRAZO PARA O LANÇAMENTO Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendose, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à parte modificada (§ 3º, do art. 18, do Dec. no 70.235, de 1972, com a redação dada pelo artigo lo da Lei no 8.748, de 1993). No entanto, o aperfeiçoamento do lançamento de oficio limitase temporalmente, vez que somente pode ocorrer enquanto não ultrapassado o prazo determinado para que a Fazenda Pública efetue o lançamento, conforme exposto no parágrafo único, do artigo 149 do CIN. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 2361DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 9 8 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator Do Recurso da Fazenda Nacional Conforme se depreende do relatório, a questão levantada pela PFN reside no fato de não ter sido considerada, no caso, a aplicabilidade do art. 45 da Lei 8.212/91, que estabelece o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições para a seguridade social. Ocorre que o dispositivo legal cuja aplicação pleiteia a PFN foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que editou, a respeito, a Súmula Vinculante nº 8. Dessa forma, nos termos do que dispõe o art. 103 da Constituição Federal, referido dispositivo não pode ser invocado como contrariado, para justificar recurso especial. Da mesma forma, os Acórdãos que decidiram de forma contrária à Súmula não se prestam como paradigma. Isto posto, NÃO conheço do recurso especial da Fazenda Nacional. Do Recurso do Contribuinte. Como visto do relatório, duas são as divergências de interpretação apontadas pelo contribuinte e admitidas como ensejadoras de recurso especial, ambas ligadas à questão do agravamento da exigência pela decisão de primeira instância, a partir de resultado de diligência. Na petição recursal, a Recorrente centra sua exposição no anocalendário de 1998, esclarecendo que o grande volume de crédito tributário remanescente a ele diz respeito, em razão de já ter liquidado, em fase anterior ao julgamento, as exigências tributadas nos anos calendário de 1999, 2000, 2001 e 2002, e do acatamento da decadência para o IRPJ e CSLL lançados nos três primeiros trimestres do ano de 1997, assim como da decadência das contribuições do PIS e COFINS cujos fatos geradores ocorreram até novembro de 1997. Inicialmente, diz o contribuinte que o Acórdão recorrido, embora tenha reconhecido que "os ajustes efetuados na diligência implicaram novo lançamento", a Câmara pecou pela convalidação da exigência requalificada, quando deveria ter pronunciado a nulidade do novo lançamento com apoio no art. 59 do Decreto 70.235/72, uma vez que aperfeiçoado por autoridade incompetente. Traz decisões das antigas Terceira e Quarta Câmaras do Primeiro Conselho alegando que a 3ª Câmara rejeita a possibilidade de convalidação, por vício de competência que implica (Ac. 10320754), e a 4ª Câmara que, ante a inovação do lançamento pela autoridade julgadora, não titubeou sobre o vício de competência e, à unanimidade, deliberou pelo provimento integral do recurso, cancelando o lançamento viciado (Ac. 10417.477). Fl. 2362DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 10 9 As situações fáticas tratadas nos acórdãos confrontados são as seguintes: I Acórdão recorrido: a. Auto de infração apurou omissão de receitas de revenda de mercadorias, de prestação de serviço, e apurada com base na confrontação dos totais de depósito/créditos bancários não comprovados com os totais de faturas. b. Diligência determinada pela Delegacia de Julgamento alterou os valores das omissões apuradas, para mais ou para menos. Foi dado prazo ao contribuinte para impugnar o resultado da diligência. c. DRJ, ao julgar as duas impugnações, manteve os valores de omissões apuradas na diligência, afastando apenas os aumentos relativos aos períodos que, quando da diligência, estavam alcançados pela decadência. d. O Conselho afastou todos os aumentos resultantes de diligência (ou seja, não prevaleceram às alterações para maior procedidas em relação ao que constou do auto de infração). II Paradigma Ac. 10320.754 a. Auto de infração apurou omissão de receita e tributou na forma do arts. 43 e 44 da Lei 8.541/92 (tributação em separado de 100% da receita omitida); b. Decisão de primeira instância considerou inaplicável a tributação em separado dos artigos 43 e 44 da lei 8.542 para as empresas sujeitas à tributação pelo lucro presumido, hipótese da autuada, e reformulou o lançamento de IRPJ para reduzir a receita omitida ao percentual de 50%; c. O Conselho cancelou o lançamento ao fundamento de que o Delegado de Julgamento está adstrito aos termos do lançamento efetuado pela autoridade fiscal, não tendo poderes para reformular lançamentos equivocados. III Paradigma Ac. 104 17447 a. Auto de Infração inicial é composto de dois itens (Acréscimo Patrimonial a Descoberto de Bens e Direitos e Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos, pela venda de um deles; b. A decisão de 1ª instância considerou justificados os acréscimos patrimoniais, excluindo os respectivos valores da exigência, porém, além do ganho de capital, exigiu o IRPF relativos aos rendimentos recebidos de pessoas físicas e pessoas jurídicas nos anoscalendário de 1994 e 1995, tomando por base os valores Fl. 2363DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 11 10 informados pelo contribuinte, muito embora tal exigência não conste do lançamento; c. O Contribuinte recorreu apenas quanto ao IRPF relativos aos rendimentos recebidos de pessoas físicas e pessoas jurídicas nos anoscalendário de 1994 e 1995; d. O Conselho cancelou a exigência ao fundamento de que, se a autoridade lançadora não exigiu o tributo, a autoridade julgadora não pode fazêlo, inovando o lançamento, já que lhe falta competência para tal. Como se vê, as situações fáticas são totalmente distintas, não se prestando para identificar divergência jurisprudencial. No presente processo, a alteração promovida pela decisão de primeira instância foi apenas na apuração do valor da receita omitida. No primeiro paradigma, a decisão de primeira instância alterou o regime de tributação, de “em separado” para “lucro presumido”. No segundo paradigma, a decisão de primeira instância incluiu infração que sequer foi cogitada pela autoridade lançadora. Além disso, ainda que os paradigmas indicados se prestassem ao confronto, não há divergência, pois nos três julgados (o guerreado e os paradigmas) não foi mantida a majoração promovida pela decisão de 1ª instância, que caracterizaria um “novo lançamento”. A segunda divergência apontada diz respeito ao termo inicial do prazo de decadência para o “segundo lançamento”. Postula o contribuinte que uma vez reconhecida à natureza de “decisãolançamento” no ato expedido pela DRJ Campinas, como expressamente declarado no voto condutor do Acórdão Recorrido, “é preciso reconhecer que somente em 22.04.2004 (AR de fls. 1.587) é que se consumou a sua regular notificação, impondose que a decadência reconhecida pela 8ª Câmara seja estendida para o anocalendário de 1998, ainda objeto de litígio”. Indica, como paradigma, acórdão da Quinta Câmara (10513.336), que assentou que “É legítimo o agravamento da exigência por parte do julgador singular, desde que observado o prazo decadencial e assegurado o pleno exercício do direito de defesa, o que pressupõe, no processo administrativo fiscal, a devolução do prazo para impugnação da matéria agravada, em homenagem ao princípio do duplo grau de jurisdição”. Indica, ainda, como paradigma, o Ac. 106.542, que trata de auto de infração complementar lavrado para agravamento da exigência inicial, tendo a 6ª Câmara decidido ser legítimo o aperfeiçoamento do lançamento de ofício que, contudo, somente pode ocorrer enquanto não ultrapassado o prazo determinado para que a Fazenda Pública efetue o lançamento, conforme exposto no parágrafo único, do artigo 149 do CTN. Também nesse tema não foi feliz o Recorrente. Os paradigmas consideraram válida a majoração feita pela decisão de primeira instância ou pelo autocomplementar, mas cancelaramna porque, à data da ciência da decisão ou ciência do auto complementar, já se havia operado a decadência. Por seu turno, o Acórdão guerreado não validou a majoração feita pela DRJ (que considerou segundo lançamento), afastandoa seja porque o novo lançamento estaria abarcado (parcialmente) pela decadência, seja porque não foram seguidos os trâmites legais do Fl. 2364DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI Processo nº 10830.011074/200222 Acórdão n.º 9101001.603 CSRFT1 Fl. 12 11 lançamento de ofício (abertura de prazo para impugnação ou pagamento com redução de multa, dentre outros). Portanto, não configurada a alegada divergência jurisprudencial, não cabe recurso especial. Pelas razões acima expostas, NÃO conheço de ambos os recursos. É como voto. Sala das Sessões, em 20 20 de fevereiro de 2013. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 2365DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 09/04/2013 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 16327.002203/2001-87
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Exercício: 1997
RECONHECIMENTO JUDICIAL, EM CARÁTER LIMINAR, DE INCONSTITUCIONALIDADE DA ALTERAÇÃO DA ALÍQUOTA PARA FATOS GERADORES OCORRIDOS ANTERIORMENTE A 1º DE JUNHO DE 1996.
Tendo a liminar judicial reconhecido que, para os fatos geradores ocorridos antes da entrada em vigor da norma veiculada pelo art. 72, III, do ADCT, com a redação dada pela EC nº 10/76, a incidência ocorre com base na legislação infraconstitucional vigente, correta a apuração do ajuste em bases proporcionais, a fim de permitir a aplicação de nova alíquota apenas em relação aos meses se junho a dezembro de 1996.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES. MULTA. INAPLICABILIDADE.
Tributo e multa não se confundem, eis que esta tem caráter de sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se inclui a multa punitiva aplicada à empresa.
Recurso Especial do Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9101-001.527
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso Especial do Contribuinte na parte admitida, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo Presidente
(Assinado digitalmente)
José Ricardo da Silva Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Karem Jureidini Dias, João Carlos de Lima Junior, José Ricardo da Silva, Plínio Rodrigues de Lima, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira (suplente convocado). Ausente, justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
Matéria: CSL - AF (ação fiscal) - Instituição Financeiras (Todas)
Nome do relator: JOSE RICARDO DA SILVA
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ARRENDAMENTO MERCANTIL (INCORPORADA POR BRADESCO LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL). Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 1997 RECONHECIMENTO JUDICIAL, EM CARÁTER LIMINAR, DE INCONSTITUCIONALIDADE DA ALTERAÇÃO DA ALÍQUOTA PARA FATOS GERADORES OCORRIDOS ANTERIORMENTE A 1º DE JUNHO DE 1996. Tendo a liminar judicial reconhecido que, para os fatos geradores ocorridos antes da entrada em vigor da norma veiculada pelo art. 72, III, do ADCT, com a redação dada pela EC nº 10/76, a incidência ocorre com base na legislação infraconstitucional vigente, correta a apuração do ajuste em bases proporcionais, a fim de permitir a aplicação de nova alíquota apenas em relação aos meses se junho a dezembro de 1996. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES. MULTA. INAPLICABILIDADE. Tributo e multa não se confundem, eis que esta tem caráter de sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se inclui a multa punitiva aplicada à empresa. Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso Especial do Contribuinte na parte admitida, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 22 03 /2 00 1- 87 Fl. 553DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo – Presidente (Assinado digitalmente) José Ricardo da Silva – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Karem Jureidini Dias, João Carlos de Lima Junior, José Ricardo da Silva, Plínio Rodrigues de Lima, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira (suplente convocado). Ausente, justificadamente, a Conselheira Susy Gomes Hoffmann. Fl. 554DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.002203/200187 Acórdão n.º 9101001.527 CSRFT1 Fl. 3 3 Relatório BCN LEASING S/A. ARRENDAMENTO MERCANTIL (INCORPORADA POR BRADESCO LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL), contribuinte inscrito no CNPJ/MF sob o nº 62.868.302/000133, com domicílio fiscal na cidade de Barueri Estado de São Paulo, na Alameda Madeira, nº 222, Bairro Alphaville, jurisdicionado a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras em São Paulo SP, inconformado com a decisão de Segunda Instância prolatada pela então Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, através do Acórdão nº 10516.233, de 24/01/2007 (fls. 327/346) cuja decisão, por maior de votos, negou provimento ao seu Recurso Voluntário (fls. 327/346), recorre, em 07/05/2007, a esta 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, nos termos do seu Recurso Especial (354/356). O pleito do contribuinte busca amparo no art. 7º, inciso II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25/06/2007, atualmente regido pelo art. 64, II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010. Consta dos autos que contra o contribuinte foi lavrado, em 18/10/2001, o Auto de Infração de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (fls. 02/06), com ciência, em 18/10/2001 (fls. 02) exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 2.889.974,68, a título de contribuição social, relativo ao exercício de 1997, correspondente ao anocalendário de 1996. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização, onde a autoridade fiscal lançadora entendeu haver apuração incorreta de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Infração capitulada no art. 2º e §§, da Lei nº 7.689, de 1988 e art. 19, § único, da Lei nº 9.249, de 1995, alterado pelo art. 2º da Emenda Constitucional nº 10/96. O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, ainda, através do Termo de Verificação Fiscal de fls. 07/08, lavrado em 18/10/2001, entre outros, os seguintes aspectos: que no ano de 1996 a empresa apresentou, conforme DIRPJ 97, ficha 11, a Base de Cálculo da CSLL no valor de R$ 41.026.536,38 e CSLL no valor de R$ 8.392.802,76. 2. O valor da CSLL devida foi apurado pelo contribuinte com base em sentença obtida no Mandado de Segurança n° 96.00067252 (anexa a este termo). A referida sentença determinava que em 31 de dezembro de 1996 deveria ser aplicada a alíquota de 30% sobre a base de cálculo da CSLL. 4. Uma vez que a empresa apresentou sua Declaração de ajuste —DIRPJ/97 tendo como base a apuração anual, temse que o fato gerador da CSLL aperfeiçoouse somente no final do período base, ou seja, no último dia do ano; que a norma aplicável no momento em que o fato gerador da CSLL tornou se perfeito e acabado, 31/12/96, era o Art.19, parágrafo único, da Lei n°9.249/95, alterado pelo Fl. 555DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 4 art. 2°, da Emenda Constitucional n°10/96, que determinava a aplicação da alíquota de 30% sobre a base de cálculo da CSLL apurada para o ano de 1996. Impugnado o lançamento, de forma tempestiva, em 19/01/2001 (fls. 56/92) e após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pelo impugnante a 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo SP decide, em 22/11/2005, julgar procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário lançado (fls. 209/221), amparado, em síntese, nos seguintes argumentos básicos: que o prazo decadencial para a constituição de crédito tributário relativo As contribuições sociais é de 10 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido constituído; que a multa de oficio, aplicada pela autoridade fiscal por infração praticada pelo contribuinte à lei tributária, não possui caráter de pessoalidade, típica das penas criminais, mas ostenta caráter econômico e integra o passivo patrimonial das pessoas jurídicas, sendo, assim, transferível para o sucessor, da mesma forma que os demais elementos do passivo; que no regime de apuração anual, o fato gerador da CSLL se dá no último dia do anocalendário, tendo como base de cálculo o lucro liquido ajustado, situação essa que não se altera pela obrigação de o contribuinte efetuar antecipações mensais com base na receita bruta; que a finalidade primeira do lançamento fiscal é apurar o valor devido, consoante estipulado no artigo 142, do CTN. Inexiste norma que obrigue a autoridade fiscal a proceder à compensação no próprio lançamento da CSLL, de eventual pagamento realizado a maior de IRPJ, em decorrência do próprio lançamento, para que se apure somente o valor liquido a pagar; que as autoridades administrativas preparadoras e julgadoras compete apenas agir dentro do ordenamento jurídico aplicando as normas existentes aos casos concretos, carecendolhes poderes para negar vigência tanto as infralegais como à legais, com fundamento em ilegalidade ou inconstitucionalidade, poder esse atribuído pela CF exclusivamente ao Judiciário. Cientificada da decisão de Primeira Instância, em 06/02/2006, conforme Termo constante às fls. 222/224, e com ela não se conformando, o recorrente interpôs, tempestivamente, em 14/03/2006, o seu Recurso Voluntário (fls. 225/258), o qual, ao ser apreciado pela então Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, através do Acórdão nº 10516.233, de 24/01/2007, teve seu provimento negado, por maioria de votos, conforme se verifica de sua ementa e decisão: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO EXERCÍCIO: 1997 DECADÊNCIA No anocalendário de 1996, os contribuintes submetidos ao regime de apuração com base no lucro real poderiam determinar o valor do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro liquido de duas formas: mensalmente, apurando a base de cálculo das exações de forma definitiva; ou, anualmente, promovendo recolhimentos mensais, recolhimentos esses feitos por valores estimados com base na receita bruta ou com base em balanços ou balancetes mensais. Tratandose, pois, de regime anual de apuração da contribuição, em que o fato gerador correspondente é Fl. 556DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.002203/200187 Acórdão n.º 9101001.527 CSRFT1 Fl. 4 5 considerado ocorrido em 31 de dezembro, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário desaparecerá após o prazo de cinco anos, contado dessa data. RESPONSABILIDADE TRIBUTARIA DE SUCESSORES A expressão "crédito tributário" contida no art. 129 do Código Tributário Nacional (CTN) alcança tanto o valor do tributo porventura devido, como os demais acréscimos incidentes sobre estes, incluídas ai as multas de oficio regularmente aplicadas. TAXA SELIC A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia — SELIC para títulos federais. CSLL ANOCALENDÁRIO DE 1996 EC N° 10/96 MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA – Na esteira de manifestações advindas do Supremo Tribunal Federal (STF), no caso de contribuições que se destinam a financiar a seguridade social, é inviável a aplicação da teoria do fato gerador complexivo, sob pena de se tornar inócua a denominada "anterioridade mitigada" do art. 195, parágrafo 6°, da Constituição Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso voluntário interposto por BCN LEASING S/A. ARRENDAMENTO MERCANTIL (INCORPORADA POR BRADESCO LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL ACORDAM os Membros da QUINTA CÂMARA do PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Roberto William Gonçalves (Suplente Convocado), Roberto Bekierman (Suplente Convocado) e José Clóvis Alves que afastavam a multa de oficio. Cientificado da decisão de Segunda Instância, em 07/05/2007, conforme Termo constante às fls. 354/356, o contribuinte interpôs, tempestivamente, em 23/05/2007, o seu Recurso Especial de fls. 359/398, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra ementada, baseado, em síntese, nas seguintes considerações: que, de inicio, os signatários da presente declaram, nos termos do artigo 37 da Lei n° 9.784/99, que os Acórdãos cujas cópias são anexadas presente, e servirão de paradigma para fins de comprovação da divergência de interpretação da legislação tributária, encontramse registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo, cabendo a. Administração Tributaria a ratificação das mesmas, encontrandose superada, pois, a necessidade da juntada de cópias autenticadas em Cartório; que conforme se depreende da análise do presente auto de infração, alegou a recorrente em seu Recurso Voluntário três questões distintas, sendo duas delas em preliminar e uma relativa ao mérito. Desta forma, argüiu a recorrente (i) a decadência do direito de ação, (ii) a inaplicabilidade da multa, vez que a ora recorrente pessoa jurídica de direito privado, incorporadora da pessoa jurídica que, supostamente, haveria cometido as irregularidades apontadas, bem como, com relação mérito, (iii) haver sido favorecida por decisão judicial Fl. 557DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 6 transitada em julgado, que lhe garantia o direito de proceder ao recolhimento da CSLL à alíquota de 18% no período de janeiro à maio de 1996; que, no que diz respeito a decadência, é de se dizer, que para melhor elucidar a questão e, ante à imensa semelhança do caso supra transcrito com a matéria ora debatida, oportuno destacarse alguns trechos do voto do Exmo. Relator, Conselheiro Sebastião Rodrigues Cabral, especificamente sobre a questão da decadência de CSLL sobre determinados meses, consagrando amplamente a tese ora defendida (integra do Acórdão em anexo); que o Auto de Infração é datado de 18.10.01, o que no entendimento da ora Recorrente somente poderia abranger o período de cinco anos para trás, ou seja, 18 de outubro de 1996. Estaria, portanto decaído o direito de a fiscalização analisar o período de janeiro a setembro daquele ano; que ainda que a fiscalização entenda que se operaria a decadência a partir da declaração de 1997, relativa ao exercício de 1996, baseada na premissa de que a declaração é o instrumento de lançamento, a partir da edição da Lei 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e a instituição do regime de apuração mensal, a declaração de 1996 tornouse apenas instrumento de verificação; que, no que diz respeito a questão da responsabilidade da sucessora — inaplicabilidade da multa, e de se dizer, que o artigo 132 do CTN, determina clara e expressamente que a pessoa jurídica sucessora/incorporadora, é responsável pelos tributos devidos pela pessoa jurídica de direito privado incorporada, deixando patente que essa responsabilidade limitarseia aos tributos, e não às multas; que, assim, mesmo que devido fosse o tributo objeto do presente Auto de Infração, o que se admite apenas ad argumentandum e por amor ao debate, apenas os valores devidos referentes A Contribuição Social sobre o Lucro Liquido cm si poderiam ser imputados a ora recorrente, jamais a multa; que concluise pela absoluta inaplicabilidade da multa de oficio ao caso cm tela, vez que a ora recorrente é pessoa jurídica de direito privado, sucessora de outra sociedade, e, nos termos do artigo 132 do CTN, somente o tributo em si — se devido fosse, repitase — poderia a ela ser imputado; que, no que diz respeito a alíquota aplicável, é de se dizer, que conforme declarado pelo D. Agente Fiscal, em seu Termo de Verificação Fiscal, a recorrente ajuizou o Mandado de Segurança n° 96.00067252, obtendo, através de decisão judicial transitada em julgado, o direito líquido e certo de proceder ao cálculo e ao recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido à alíquota de 18% (dezoito por cento), no período de janeiro a maio de 1996, conforme se constada pela parte dispositiva da R. Sentença concessiva da segurança; que, assim, nos precisos termos da decisão judicial o recorrente procedeu ao cálculo e ao recolhimento da CSLL, no período de janeiro a maio de 1996, à alíquota de 18%, e, no período de junho a dezembro daquele ano, alíquota de 30%, conforme estabelecido na E.C. 10/96, conforme demonstrado abaixo e comprovado pelas anexas guias de recolhimento e Declaração de Renda; que toda controvérsia apontada pelo D. Agente autuante, concentrase no fato de que, no entendimento daquela Autoridade Fiscal, o fato gerador da CSLL seria o lucro apurado em 31 de dezembro de 1996, não constituindose os meses de janeiro a maio de 1996 Fl. 558DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.002203/200187 Acórdão n.º 9101001.527 CSRFT1 Fl. 5 7 fatos geradores da contribuição, em 31.12.96 a alíquota seria de 30%. resultando na diferença apurada; que, em verdade, a ação fiscal, de maneira inequívoca, nega validade a uma decisão judicial transitada em julgando, deixando o D. Agente Fiscal de acatar uma ordem clara e expressa, de absterse de exigir a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido à alíquota de 30%, anteriormente e até 90 dias após a edição da E.C. 10/96. O contribuinte indicou como paradigmas os acórdãos abaixo relacionados, cuja ementa se transcreve na parte que interessa (fls. 399/487): Acórdão nº 101.95.558 RECONHECIMENTO JUDICIAL, EM CARÁTER LIMINAR, DE INCONSTITUCIONALIDADE DA ALTERAÇÃO DA ALÍQUOTA PARA FATOS GERADORES OCORRIDOS ANTERIORMENTE A 1 2 DE JUNHO DE 1996. Tendo a liminar judicial reconhecido que, para os fatos geradores ocorridos antes da entrada em vigor da norma veiculada pelo art. 72, III, do ADCT, com a redação dada pela EC nº 10/76, a incidência ocorre com base na legislação infraconstitucional vigente, correta a apuração do ajuste em. bases proporcionais, a fim de permitir a aplicação de nova alíquota apenas em relação aos meses se junho a dezembro de 1996. Acórdão nº 10193.726 I.R.P. J — PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES. MULTA. Tributo e multa não se confundem, eis que esta tem caráter de sanção, inexistente naquele. Na responsabilidade tributária do sucessor não se inclui a multa punitiva aplicada à empresa. Inteligência dos artigos 3. ° e 132 do CTN.» (Decisão do STF no RE n.° 90.834MG, relator Ministro DJACI Falcão, RTJ n.° 93, pág. 862). Acórdão nº 10193.300 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL — DECADÊNCIA — I.R.P.J. E CSLL — O imposto de renda pessoa jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro se submetem à modalidade de lançamento por homologação, eis que é exercida pelo contribuinte a atividade de determinar a matéria tributável, o cálculo do imposto e pagamento do "quantum" devido, independente de notificação, sob condição resolutória de ulterior homologação. Assim, o fisco dispõe de prazo de 5 (cinco) anos, contados da ocorrência do fato gerador, para homologálo ou exigir seja complementado o pagamento antecipadamente efetuado, caso a lei não tenha fixado prazo diferente e não se cuide da hipótese de sonegação, fraude ou conluio (e.,T vi do disposto no parágrafo 4° do art. 150 do GIN). A ausência de recolhimento do imposto não altera a natureza do lançamento, vez que o contribuinte continua sujeito aos encargos decorrentes da obrigação inadimplida (atualização, multa, juros etc. a partir Fl. 559DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 8 da data do vencimento originalmente previsto, ressalvado o disposto no art. 106 do CTN). Ao proceder ao exame de admissibilidade do Recurso Especial apresentado pelo recorrente (fls. 359/398), o Presidente da então Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por intermédio do Despacho nº 105036/2008, de 15/02/2008 (fls. 493/496), o admitiu de forma parcial, considerando que a recorrente lograra comprovar a ocorrência de dissenso jurisprudencial, em face da identidade fática e de direito que instruem as respectivas decisões apresentadas relativo as seguintes matérias: multa na sucessão e alíquota da CSLL em 1996. Encaminhado os autos para ciência da Fazenda Nacional, nos termos do art. 70, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (fls. 24/04/2008), foram apresentadas, em 24/04/2008, as contrarrazões (fls. 499/507), argumentando, em síntese: que, no que diz respeito a multa na sucessão, é de se dizer, que não devem prosperar os argumentos levantados pelo contribuinte, a fim de que seja afastada sua responsabilidade, como pessoa jurídica sucessora, pelas infrações cometidas pela pessoa jurídica sucedida; que constituindose em regra geral, o art. 129 do Código Tributário deve ser aplicado a todas as disposições sobre a responsabilidade dos sucessores. Portanto, os artigos 132 e 133 devem ser interpretados como se referindo a "créditos tributários" (o que inclui multa de oficio e juros de mora), e não apenas a "tributos", como ocorreria numa interpretação literal do art. 132 do CTN; que observese, ainda, que o preceito do art. 132 do CTN, diversamente do que alega o contribuinte, não impede a imputação de multa à sociedade sucessora, por fatos praticados pela sociedade sucedida, isso porque deve ser interpretado sistematicamente com o art. 129 do mesmo diploma; que, no que diz respeito a alíquota da CSLL em 1996, é de se dizer, que no regime de apuração anual, pelo qual optou o contribuinte, o fato gerador da CSLL ocorre no Ultimo dia do anocalendário, tendo como base de cálculo o lucro liquido ajustado, circunstância esta que não se modifica pela obrigação de o contribuinte efetuar antecipações mensais com base na receita bruta; que, forçosa, portanto, também quanto a este ponto, a preservação do que decido pelo colegiado a quo, que, considerando a opção do contribuinte pelo lucro real anual (fl. 116), com fato gerador da CSSL em 31.12.1996, aplicou a alíquota de 30% a todo o ano calendário. É o relatório Fl. 560DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.002203/200187 Acórdão n.º 9101001.527 CSRFT1 Fl. 6 9 Voto Conselheiro José Ricardo da Silva, Relator Tendo o Contribuinte tomado ciência do decisório recorrido em 07/05/2007 (fls. 354/356) e tendo protocolizado o presente apelo em 23/05/2007 (fls. 359/398), isto é, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, evidenciase a tempestividade do mesmo nos termos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Da análise dos autos do processo verificase, que ao proceder ao exame de admissibilidade do Recurso Especial apresentado pelo recorrente (fls. 359/398), o Presidente da então Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por intermédio do Despacho nº 105036/2008, de 15/02/2008 (fls. 493/496), o admitiu de forma parcial, considerando que a recorrente lograra comprovar a ocorrência de dissenso jurisprudencial, em face da identidade fática e de direito que instruem as respectivas decisões apresentadas relativo as seguintes matérias: multa na sucessão e alíquota da CSLL em 1996. É de se observar, que o Contribuinte cumpriu com os requisitos previstos no RICARF para interpor Recurso Especial do Divergência, já que demonstrou que a decisão deu a lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. Do simples confronto da ementa do acórdão recorrido com as ementas dos acórdãos paradigmas, é possível se concluir que houve o dissídio jurisprudencial. Isso porque se tratam das mesmas matérias fáticas e a divergência de julgados, nos termos Regimentais, referese a interpretação divergente em relação ao mesmo dispositivo legal aplicado ao mesmo fato, que no caso em questão é com relação a multa na sucessão e alíquota da CSLL em 1996. Assim, o mero cotejo da ementa e voto do acórdão recorrido com as ementas e votos dos acórdãos paradigmas já caracteriza a divergência, haja vista que tipifica tratamentos diferenciados. Ou seja, questionase a multa na sucessão e alíquota da CSLL em 1996. Enquanto, os acórdãos paradigmas defendem a tese de que o legislador ao utilizar a expressão "tributos" no artigo 132 do CTN e no artigo 5° e inciso III do Decretolei n 1.598/77 e não a expressão "obrigação tributária", indica que a responsabilidade se resume aos tributos e não as penalidades por infrações cometidas pelo sucedido, bem como defende a tese de que lei dispõe, expressamente, no seu artigo 27, que o imposto pago mensalmente, apurado por estimativa, se refere ao fatos geradores ocorridos em cada mês. Por conseguinte, qualquer alteração na base de cálculo ou na alíquota não pode alcançar os fatos geradores relativos aos meses anteriores, ainda que para efeito de declaração anual de ajuste. Por sua vez, o acórdão recorrido ao contrário defende a tese de que na expressão "créditos tributários" prevista no art. 129 do Código Tributário Nacional alcança tanto os tributos como as multas por ventura lançadas. E mais, consoante disposição contida no próprio artigo 129 do Código Tributário Nacional, o disposto naquela seção, que trata especificamente da responsabilidade dos sucessores, aplicase, por igual, aos créditos Fl. 561DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 10 tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição a data dos atos nela referidos, e aos constituídos ou em curso de constituição a data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data, não merecendo guarida, assim, o argumento de que a multa passível de ser transmitida seria tãosomente aquela que já se encontrava formalizada a época da sucessão, bem como defende a tese de que a alíquota é de 30% pois em 31/12/1996 quando ocorreu o fato gerador anual da CSLL, estava em vigor tal percentual. Assim não poderia a empresa segregar os percentuais em 18 % até maio e 30% de junho em diante. Assim sendo, o Recurso Especial, interposto pelo Contribuinte, preenche os requisitos legais de admissibilidade merecendo ser conhecido pela turma julgadora. Como visto do relatório, o ponto nodal da presente discussão diz respeito a aplicabilidade da multa de ofício na sucessão e quais seriam as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido vigentes durante o anocalendário de 1996. No que diz respeito a aplicação de multa de ofício na sucessão, é de se dizer, que a incidência da penalidade de oficio nas situações previstas no artigo 132 e seu § único, do Código Tributário Nacional – CTN, alcance da responsabilidade tributária, nos casos de fusão, transformação, ou incorporação de outra pessoa jurídica ou em outra, ou, de extinção de pessoa jurídica quando a exploração da respectiva atividade seu a continuada por qualquer outro sócios remanescente, ou seu espolio, sobre a mesma ou outra denominação social, ou sob firma individual. O contexto do Capitulo V da Lei n° 5.172, de 1966 trata da responsabilidade tributária, em seus desdobramentos nos artigos 128 a 138. A seção II do Capitulo V do Código Tributário Nacional, ao tratar da extensão da responsabilidade a terceiros, evidencia que as disposições contidas na seção se aplicam por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição data dos atos na mesma seção referenciados, consoante disposto em seu artigo 129. Por fim, em seus desdobramentos, a Seção II, em comento, ora se referencia a crédito tributário, artigos 128, 129 e 130, ora a tributo devido, a dizer de seus artigos 131, 132, 133 134, 135 e 138. Isto posto, se o próprio Código Tributário Nacional define o conceito de tributo, relacionao, também, ao contexto conceitual de crédito tributário, a dizer de seu artigo 139, não o confundindo com o conceito de penalidade, artigo 157. Do mesmo modo, diferencia crédito tributário, em sua essência, como decorrente de tributo, dos juros moratórios sobre ele incidente. Igualmente, ao somatório de crédito tributário, penalidade e juros de mora, o mesmo Código Tributário Nacional denomina débito, consoante exposto em seu artigo 163. Mesmo porque o Código Tributário Nacional não trata de penalidades. Apenas as admite, a dizer de artigos 142 e 157. A legislação ordinária introduziu o conceito de crédito para dividas com a Fazenda Nacional, conforme artigo 9º do Decretolei n° 1.893, de 1981, ao mencionar "créditos da Fazenda Nacional decorrentes de multas ou penalidades pecuniárias" aplicados até a data de decretação de falência. Dai, tornarse comum referenciarse a crédito tributário como débito junto à Fazenda Nacional. Fl. 562DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.002203/200187 Acórdão n.º 9101001.527 CSRFT1 Fl. 7 11 Se o Código Tributário Nacional já estabelecera juros moratórios, encargos pecuniários que se adicionam ao crédito tributário (= crédito originário de tributo, definição do CTN), como constitutivo de débitos para com a Fazenda Nacional, no mesmo diapasão a legislação ordinária instituiu distintas fontes do agora denominado crédito da Fazenda Nacional (= débitos junto à Fazenda Nacional) em matéria de tributo ou crédito tributário. A saber: tributo (definição originaria do CTN, do qual se exemplifica o IRPF, IPPJ, o IPI e as contribuições apuradas pelos contribuintes; tributo e penalidade decorrentes de lançamento de oficio (Decretolei n° 5.844/43, artigo 49; Lei n° 2.354/54, artigo 32, c; Lei no 9.430/96, art. 44); juros moratórios (CTN, artigo 161); penalidade de mora (Lei n°§ 9.430/96, artigo 61); penalidade de oficio isolada (artigo 44, § 1°, II a V); penalidade por descumprimento de obrigação acessória (Lei n°.8981/95, artigo 86, § 2° , Lei n° 9.249/95, art. 30, Decretolei n° 1.968/82, artigo 11, §§ 2° e 30 ; Decretolei n° 2.065/83, art. 10; Decretolei n° 2.287/86, art. 11; Decretolei n° 2.323/87, artigos 5° e 6°, Decretolei n° .2396/897, artigo 13, § 2°; Lei n° 7.799189, art 66, Lei n° 8.383/81, artigos 3° e 86, § 2°, Lei n° 9.249/95, artigo 30); infrações regulamentares sem penalidade especifica (Decretolei n° 40168, art. 22; Lei n° 8.383;91, artigo 3°, I, Lei n° 9.249/95, art. 30). Por pertinente, a própria legislação tributária ordinária, ao se referenciar a crédito tributário, por vezes utiliza a terminologia original do Código Tributário Nacional, denominandoo débito. De que são exemplos, dentre outros: o artigo 61 da Lei n° 9.430, de 1996, ao se relacionar à multa de mora; a Lei n° 8.981, de 1995, artigo 84, § 2°, ao se referenciar a juros de mora sobre débito vencido; o artigo 63, § 2°, da Lei n° 9.430, de 1996 acerca da incidência de mora sobre débito com exigibilidade suspensa por medida judicial. Portanto, nos termos da própria legislação o conceito de crédito tributário (= débito junto à Fazenda Nacional) pode ser originário: apenas do tributo devido; do tributo acrescido juros moratórios; do tributo acrescido de multa moratória; do tributo acrescido de penalidade proporcional, porque apurado de oficio; de penalidade de oficio isolada; de penalidade de oficio não proporcional (infrações acessórias). Isto posto, a prescrição dos artigos 131, 132, 133, 134, 135 e 138, todos do Código Tributário Nacional, ao se referenciarem, expressamente, a limites da responsabilidade tributária, vinculandoa, exclusivamente a tributo devido (= crédito tributário, na definição do Fl. 563DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 12 mesmo CTN), nos casos objetos desses artigos da legislação infraconstitucional, não pode, por isso mesmo, ser estendidos à penalidades tributárias, quaisquer que sejam, por expressa vedação do mesmo Código Tributário Nacional. Mesmo a legislação ordinária, ao conceituar crédito tributário como sinonímia de débito junto à Fazenda Nacional, não autoriza, nem poderia autorizar, a apropriação desse conceito para exigirse penalidade onde a legislação tributária maior. O Código Tributário Nacional veda, expressa e explicitamente, a exigência. Ainda que amparada a pretensão na também sinonímia conceitual de que a penalidade é patrimonial. Evidentemente, penalidade pecuniária, de qualquer natureza, por sua essência mesma, é necessariamente patrimonial. Por outro lado, o reexame de ato administrativo por provocação de oficio, ou por iniciativa do contribuinte, junto aos Conselhos de Contribuintes, provocando efeito devolutivo ao ato litigado, obrigatoriamente se ater aos pressupostos da legalidade estrita e objetiva e da verdade factual. Se o pressuposto da verdade factual é necessariamente trazido aos autos pela autoridade administrativa lançadora, como fundamento material da exação, ou, pelo contribuinte, em ratificação a alegações processuais, o preceito da legalidade estrita e objetiva decorre de imposição do artigo 37 da Carta Constitucional L:e 1988. Por isso mesmo, independe até de manifestação prévia de qualquer das partes, uma vez que a legalidade de um ato administrativo é condição sublimar e inafastável de sua substancialidade. Ocioso mencionar que as decisões emanadas de órgãos colegiados tributários decidem sobre a vida econômico/financeira dos cidadãos/contribuintes. Não, sobre teses acadêmicas. Devem, portanto, deve aterse, exclusivamente, à legalidade estrita da exigência e à materialidade da hipótese de incidência, prescrita em lei, como condição da sustentabilidade, por legalidade, objetividade e legitimidade da exigência tributária. Afastados tais pressupostos e operarseá em favor de enriquecimento sem causa. Assim, se o disposto no artigo 129 do mesmo Código Tributário Nacional impõe a aplicação das normas dos artigos 130 a 138: aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos referenciados na mesma seção, constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. Impõese observar, preliminarmente, que, além do conceito de crédito tributário (= crédito de tributo) do Código Tributário Nacional, antes referenciado, o crédito tributário é constituído pelo lançamento — ato meramente declaratório que não cria, não extingue, nem altera um direito. Apenas o reconhece. Ora, o lançamento, tanto pode advir de iniciativa do contribuinte, por imposição da legislação ordinária, estribada no artigo 150 e seus §§, do mesmo Código Tributário Nacional — lançamento por homologação, como pode decorrer de iniciativa da autoridade administrativa fundada no artigo 142 do mesmo Código Tributário Nacional, em particular, nas regras atuais de tributação, o lançamento de oficio, através do qual se propõe, em sendo o caso, a aplicação da penalidade cabível. Nessas condições, conforme o ensina o Mestre Aliomar Balleeiro, in Direito Tributário Brasileiro, 9 a. edição, forense, pág. 437: Fl. 564DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.002203/200187 Acórdão n.º 9101001.527 CSRFT1 Fl. 8 13 Definido os casos de responsabilidade por sucessão, nos arts. 130 a 133, o CTN, previamente, estabelece que essas normas se aplicam tanto aos créditos (o texto não se refere ás obrigações tributárias) constituídas à data dos atos nela referidos quanto aos que estejam em curse ou venham a ser constituídos posteriormente, desde que relativos a obrigações surgidas até aquela data. Por outras palavras, a responsabilidade de terceiro, por sucessão do contribuinte, tanto pode ocorrer quanto ás dividas fiscais deste, preexistentes, quanto ás que vierem a ser lançadas ou apuradas posteriormente á sucessão, desde que o fato gerador haja ocorrido até a data dessa sucessão. Em síntese, nos casos de sucessão ressalva o artigo 129 que ao sucessor não escapa a responsabilidade do crédito tributário, conforme definido no próprio Código Tributário Nacional — crédito de tributo, artigos 139 e 142. Ora, a penalidade não pode ultrapassar do infrator. Dai, a coerência do Código Tributário Nacional, de fixação de limites à responsabilidade tributária nas hipóteses elencadas no capitulo V. No que diz respeito a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido vigente no anocalendário de 1996, é de se dizer, que o deslinde da controvérsia cingese em definir se o Recorrente estava autorizado a calcular a contribuição social no anocalendário de 1996 utilizando a alíquota de 18% para o período até maio de 1996, aplicando a alíquota de 30% para os meses seguintes. O Termo de Verificação Fiscal (fls. 07/08/ deixa claro que o contribuinte possui liminar, concedida nos autos de ação de Mandado de Segurança, que estipula a aplicação da alíquota de 18% até a entrada em vigor da EC nº 10/96. Também é induvidoso, porque assim o atesta a fiscalização, que para atender a determinação judicial, quando da apuração da CSLL devida no período, o contribuinte segregou o lucro anual em 2 (dois) períodos, aplicando a alíquota de 18% até 31/05/1996, e 30% a partir de 01/06/1996, apurando um montante devido de CSLL de R$ 8.392.802,76. Sendo que a autoridade fiscal lançadora apurou um montante de R$ 9.467.662,24. É de se destacar, portanto, que a CSLL exigida no presente Auto de Infração é exclusivamente decorrente da diferença entre o valor obtido pela aplicação de alíquota de 30% sobre todo o ano de 1996, e aquele apurado pelo contribuinte, coma aplicação de 18% no período de janeiro a maio e de 30% no período de junho a dezembro. A análise há que ser feita à luz da legislação do Imposto de Renda, eis que A Contribuição Social sobre o Lucro se aplicam as normas estabelecidas para o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas. Os fatos ocorreram sob a vigência da Lei n° 8.981, de 1995, que cuidou de estabelecer que: (a) o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive das equiparadas, será devido à medida em que os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo auferidos (art. 26); (b) para apuração do imposto relativo aos fatos geradores ocorridos em cada mês, a pessoa jurídica determinará a base de cálculo mediante a aplicação de determinado percentual sobre a receita bruta registrada na escrituração, auferida na atividade (arts. 27 e 28); (c) as pessoas jurídicas Fl. 565DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 14 tributadas pelo lucro real poderão: (c.1) optar pelo pagamento do imposto mensalmente por estimativa, deduzindo o valor pago do apurado com base no lucro real em 31 de dezembro do ano calendário, para efeito de determinar o saldo do imposto a pagar ou a compensar ; ou (c.2) determinar, mensalmente, o lucro real e a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, de acordo com a legislação comercial e fiscal (art. 37, § 6º). A lei dispõe, expressamente, no seu artigo 27, que o imposto pago mensalmente, apurado por estimativa, se refere aos fatos geradores ocorridos em cada mês. Por conseguinte, qualquer alteração na base de calculo ou na alíquota não pode alcançar os fatos geradores relativos a meses anteriores, ainda que para efeito da declaração anual de ajuste. Vejase que a motivação da decisão que deferiu a liminar foi a de que “a cobrança da exação a partir de 1º de janeiro de 1996, como estatuído pelo ar. 71 do ADCT, com a redação dada pela EC nº 10/96, não se compatibiliza com os princípios da irretroatividade das leis e da anterioridade (,„)" A apuração do ajuste em bases proporcionais, a fim de permitir a aplicação de nova alíquota apenas em relação aos meses se junho a dezembro de 1996, está acobertada pela liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança. Assim, tendo a liminar judicial reconhecido que, para os fatos geradores ocorridos antes da entrada em vigor da norma veiculada pelo art. 72, III, do ADCT, com a redação dada pela EC nº 10/76, a incidência ocorre com base na legislação infraconstitucional vigente, correta a apuração do ajuste em bases proporcionais, a fim de permitir a aplicação de nova alíquota apenas em relação aos meses se junho a dezembro de 1996. Nestas condições, conheço do recurso especial interposto pelo Contribuinte, por tempestivo, preenchendo as demais questões de admissibilidade e, no mérito, doulhe provimento na parte admitida. (Assinado digitalmente) José Ricardo da Silva Fl. 566DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/201 3 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA
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Numero do processo: 13502.000867/2006-50
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de
recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é meio de execução da
segunda. A aplicação concomitante de multa de ofício e de multa isolada na estimativa implica em penalizar duas vezes o mesmo contribuinte, já que ambas as penalidades estão relacionadas ao descumprimento de obrigação principal que, por sua vez, consubstancia-se no recolhimento de tributo.
Numero da decisão: 9101-001.401
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª TURMA DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS
FISCAIS, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Alberto Pinto Souza Júnior
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: KAREM JUREIDINI DIAS
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INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é meio de execução da segunda. A aplicação concomitante de multa de ofício e de multa isolada na estimativa implica em penalizar duas vezes o mesmo contribuinte, já que ambas as penalidades estão relacionadas ao descumprimento de obrigação principal que, por sua vez, consubstanciase no recolhimento de tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 11ªª TTUURRMMAA DDAA CCÂÂMMAARRAA SSUUPPEERRIIOORR DDEE RREECCUURRSSOOSS FFIISSCCAAIISS,, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Alberto Pinto Souza Júnior. (assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias Relatora Fl. 415DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 2 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, João Carlos de Lima Junior, José Ricardo da Silva, Alberto Ponto Souza Junior, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire, Valmir Sandri e Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Relatório Tratase de Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional, contra o Acórdão n° 10709.613, proferido pela então Sétima Câmara do então Primeiro Conselho de Contribuintes. O Auto de Infração exige IRPJ e CSLL, bem como multas isoladas relativas à falta de recolhimento mensal dos referidos tributos, referentes a períodos dos anoscalendário de 2003 e 2004. Impugnado o lançamento, sobreveio acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, julgando o lançamento procedente em parte, a fim de reduzir os valores da multa isolada, aplicandose o percentual de 50%, previsto na nova redação da Lei nº 9.430/96. Sobrevieram, então, Recurso Voluntário e o Acórdão nº. 10709.613, o qual, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso para excluir a multa isolada. A decisão restou assim ementada: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ PRELIMINAR DE NULIDADE — CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O prazo de 20 dias para o sujeito passivo efetuar o pagamento de que trata o art. 47 da Lei 9.430/96, com a redação dada pelo art. 70 da Lei 9.532/97 referese a tributos e contribuições já declarados, o que não interfere nestes autos, porque nenhum crédito tributário declarado foi constituído. PRELIMINAR DE NULIDADE — CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA — PRAZO PARA ATENDIMENTO DE INTIMAÇÕES. O Termo de Início de Fiscalização referese a intimação para apresentação de informações e documentos relativos a fatos que deveriam estar registrados na escrituração contábil ou fiscal do sujeito passivo ou em declarações já apresentadas, cujo prazo é de cinco dias úteis. Em relação à intimação que se deu a seguir foi concedido prazo de 5 dias, entretanto, mesmo que devesse ser concedido prazo de 20 dias, a contribuinte atendeu parcialmente a intimação no prazo de 20 e de 27 dias. Assim, não está caracterizado cerceamento do direito de defesa ou ofensa ao devido processo legal. Fl. 416DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 3 3 PRELIMINAR DE NULIDADE — INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Não tendo a contribuinte apresentado os documentos comprobatórios das exclusões do lucro líquido, bem como outros documentos, e tendo os autos sido lavrados com os elementos necessários para a formalização do lançamento, não há elementos que sejam suficientes para que seja acatada a preliminar de nulidade, pois não está caracterizado que tenha havido irregular inversão do ônus da prova. Ademais, com o início da fase litigiosa, a contribuinte tem o direito de exercer plenamente seu direito de defesa, podendo apresentar todos os elementos de prova contra o lançamento. EXCLUSÃO DO LUCRO LÍQUIDO – VALORES RECUPERADOS – IMPOSSIBILIDADE. Ainda que a contribuinte tenha apresentado algumas informações sobre as ações judiciais que teriam reconhecido o indébito tributário em parte, estas não são suficientes para justificar a exclusão do lucro real, uma vez que não apresentou as memórias de cálculo dos valores excluídos, não demonstrou a que períodos se referem os supostos créditos e não comprovou que esses valores não foram deduzidos em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado, nos termos da Lei 9.430/96. PENALIDADE MULTA ISOLADA FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ SOB BASE ESTIMADA CONCOMITÂNCIA. Não cabe a aplicação concomitante da multa de ofício incidente sobre o tributo apurado, e da multa isolada por falta de recolhimento das estimativas prevista no art. 44, § 1°, inciso IV da Lei n° 9.430/96, quando calculadas sobre os mesmos valores, apurados em procedimento fiscal. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS TRAVA DE 30% SÚMULA N° 3 DO 1° CC. Conforme dispõe a súmula n° 3 do 1°CC, para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do anocalendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. PENALIDADE – LANÇAMENTO DE OFÍCIO – DECLARAÇÃO INEXATA MULTA DE OFÍCIO. Tratandose de lançamento de oficio por declaração inexata, aplicase a multa prevista no • art. 44, I, da Lei 9.430/96, com a redação vigente à época do lançamento. Não há base legal que permita a este colegiado reduzir o percentual aplicado. JUROS SELIC – SÚMULA N°4 DO 1° CC. Conforme dispõe a Súmula n° 4 do 1° CC, a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados Fl. 417DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 4 4 pela Secretaria da Receita Federal são devidos no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 2003, 2004. CSLL RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. A Emenda Constitucional n° 33/2001 dispõe que as contribuições sociais não incidem sobre a receita de exportação, o que alcança apenas as contribuições instituídas com base na alínea "b" do inciso I do art. 195, que são aquelas que incidem sobre a receita ou faturamento, não alcançando a CSLL, que incide sobre o lucro. CSLL — GLOSA DA COMPENSAÇÃO — INEXISTÊNCIA DE BASE NEGATIVA. Nr6 tendo sido apresentado argumento específico em relação à glosa da compensação de base negativa da CSLL inexistente, deve ser mantida a glosa. A Fazenda Nacional apresentou, então, Recurso Especial (fls. 383/391), no qual argumenta ser possível a aplicação da multa isolada concomitantemente à multa de ofício sobre estimativas não recolhidas. Em Despacho de fls. 395/397, foi dado seguimento ao Recurso Especial. O contribuinte apresentou suas contrarrazões às fls. 403/415. É o relatório. Voto Conselheira Karem Jureidini Dias, Relatora O Recurso Especial da Fazenda Nacional requer a reforma do acórdão na parte em que cancelou a multa isolada, em razão de o lançamento ter sido feito após o encerramento do anocalendário, sendo a multa isolada concomitante com a multa de ofício. Conheço do Recurso Especial porquanto interposto em face de divergência jurisprudencial, conforme despacho de fls. Sobre o tema, já me manifestei por diversas vezes nessa Câmara Superior de Recursos Fiscais. Neste passo, para que se firme o adequado entendimento da questão que ora se coloca, fazse necessário ponderar a natureza das penalidades e os critérios para a aplicação da multa. Fl. 418DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 5 5 ESTRUTURA E NATUREZA DA SANÇÃO A sanção é instrumento jurídico utilizado pelo Estado para desestimular diretamente um ato ou fato que a ordem jurídica proíbe. Significa dizer que a desobediência de um dever estabelecido por uma norma jurídica corresponde a um ilícito – negativa da observância da relação jurídica prevista no conseqüente da norma primária dispositiva que, por sua vez, é a razão da imposição de sanção (conseqüência jurídica). Segundo Sacha Calmon Navarro Coelho “os ilícitos correspondem às hipóteses de incidência das sanções” (in Teoria Geral do Tributo e da Exoneração Tributária). A norma jurídica que estabelece a sanção contém no antecedente um fato jurídico correspondente ao evento ilícito que se pretende desestimular. No conseqüente da norma primária sancionadora está a própria sanção, com as indicações precisas dos sujeitos vinculados em razão do ilícito, e da forma de cálculo da penalidade a ser imputada ou, na hipótese de aplicação de sanção não pecuniária, a determinação do dever a que estará obrigado aquele que cometeu o ilícito. A natureza jurídica da sanção está diretamente relacionada com a natureza jurídica da norma de comportamento desobedecida, já que a sanção é conseqüência jurídica da desobediência da relação jurídica prevista na norma primária dispositiva. SANÇÕES EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA A sanção de natureza tributária decorre do descumprimento de obrigação tributária – qual seja, obrigação de pagar tributo. A sanção de natureza tributária pode sofrer agravamento ou qualificação, esta última em razão de o ilícito também possuir natureza penal, como nos casos de existência de dolo, fraude ou simulação. O mesmo auto de infração pode veicular, também, norma impositiva de multa em razão de descumprimento de uma obrigação acessória obrigação de fazer – pois, ainda que a obrigação acessória sempre se relacione a uma obrigação tributária principal, revestese de natureza administrativa. Sobre as obrigações acessórias e principais em matéria tributária, vale destacar o que dispõe o artigo 113 do Código Tributário Nacional: “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Fl. 419DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 6 6 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” Fica evidente da leitura do dispositivo em comento que a obrigação principal, em direito tributário, é pagar tributo, e a obrigação acessória é aquela que possui características administrativas, na medida em que as respectivas normas comportamentais servem ao interesse da administração tributária, em especial, quando do exercício da atividade fiscalizatória. O dispositivo transcrito determina, ainda, que em relação à obrigação acessória, ocorrendo seu descumprimento pelo contribuinte e imposta multa, o valor devido convertese em obrigação principal. Vale destacar que, mesmo ocorrendo tal conversão, a natureza da sanção aplicada permanece sendo administrativa, já que não há cobrança de tributo envolvida, mas sim a aplicação de uma penalidade em razão da inobservância de uma norma que visava proteger os interesses fiscalizatórios da administração tributária. Assim, as sanções em matéria tributária podem ter natureza (i) tributária principal quando se referem a descumprimento da obrigação principal, ou seja, falta de recolhimento de tributo; (ii) administrativa – quando se referem à mero descumprimento de obrigação acessória que, em verdade, tem por objetivo auxiliar os agentes públicos que se encarregam da fiscalização; ou, ainda (iii) penal – quando qualquer dos ilícitos antes mencionados representar, também, ilícito penal. Significa dizer que, para definir a natureza da sanção aplicada, necessário se faz verificar o antecedente da norma sancionatória, identificando a relação jurídica desobedecida. Aplicamse às sanções o princípio da proporcionalidade, que deve ser observado quando da aplicação do critério quantitativo. Neste ponto destacamos a lição de Helenilson Cunha Pontes a respeito do princípio da proporcionalidade em matéria de sanções tributárias, verbis: “As sanções tributárias são instrumentos de que se vale o legislador para buscar o atingimento de uma finalidade desejada pelo ordenamento jurídico. A análise da constitucionalidade de uma sanção deve sempre ser realizada considerando o objetivo visado com sua criação legislativa. De forma geral, como lembra Régis Fernandes de Oliveira, “a sanção deve guardar proporção com o objetivo de sua imposição”. O princípio da proporcionalidade constitui um instrumento normativo constitucional através do qual podese concretizar o controle dos excessos do legislador e das autoridades estatais em geral na definição abstrata e concreta das sanções”. O primeiro passo para o controle da constitucionalidade de uma sanção, através do princípio da proporcionalidade, consiste na perquirição dos objetivos imediatos visados com a previsão abstrata e/ou com a imposição concreta da sanção. Vale dizer, na perquirição do interesse público que valida a previsão e a imposição de sanção”. (in “O Princípio da Proporcionalidade e o Direito Tributário”, ed. Dialética, São Paulo, 2000, pg.135) Assim, em respeito a referido princípio, é possível afirmar que: se a multa é de natureza tributária, terá por base apropriada, via de regra, o montante do tributo não recolhido. Se a multa é de natureza administrativa, a base de cálculo terá por grandeza Fl. 420DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 7 7 montante proporcional ao ilícito que se pretende proibir. Em ambos os casos as sanções podem ser agravadas ou qualificadas. Agravada, se além do descumprimento de obrigação acessória ou principal, houver embaraço à fiscalização, e, qualificada se ao ilícito somarse outro de cunho penal – existência de dolo, fraude ou simulação. A MULTA ISOLADA POR NÃO RECOLHIMENTO DAS ANTECIPAÇÕES A multa isolada, aplicada por ausência de recolhimento de antecipações, é regulada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, verbis:1 “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.” A norma prevê, portanto, a imposição da referida penalidade quando o contribuinte do IRPJ e da CSLL, sujeito ao Lucro Real Anual, deixar de promover as antecipações devidas em razão da disposição contida no artigo 2º da Lei nº 9.430/96, verbis: “Art.2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. §1º O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. §2º A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais)ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. 1 Redação Original: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 8 8 §3º A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§1º e 2º do artigo anterior. §4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: I dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; IV do imposto de renda pago na forma deste artigo.” A natureza das antecipações, por sua vez, já foi objeto de análise do Superior Tribunal de Justiça, que manifestou entendimento no sentido de considerar que as antecipações se referem ao pagamento de tributo, conforme se depreende dos seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. CSSL. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ESTIMATIVA. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. 1. "É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96" (AgRg no REsp 694278RJ, relator Ministro Humberto Martins, DJ de 3/8/2006). 2. A antecipação do pagamento dos tributos não configura pagamento indevido à Fazenda Pública que justifique a incidência da taxa Selic. 3. Recurso especial improvido.” (Recurso Especial 529570 / SC Relator Ministro João Otávio de Noronha Segunda Turma Data do Julgamento 19/09/2006 DJ 26.10.2006 p. 277) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSSL APURAÇÃO POR ESTIMATIVA PAGAMENTO ANTECIPADO OPÇÃO DO CONTRIBUINTE LEI N. 9430/96. É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96. Precedentes: REsp 492.865/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ25.4.2005 e Fl. 422DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 9 9 REsp 574347/SC, Rel. Min. José Delgado, DJ 27.9.2004.Agravo regimental improvido.” (Agravo Regimental No Recurso Especial 2004/01397180 Relator Ministro Humberto Martins Segunda Turma DJ 17.08.2006 p. 341) Do exposto, inferese que a multa em questão tem natureza tributária, pois aplicada em razão do descumprimento de obrigação principal, qual seja, falta de pagamento de tributo, ainda que por antecipação prevista em lei. Debates instalaramse no âmbito desse Conselho Administrativo sobre a natureza da multa isolada. Inicialmente me filiei à corrente que entendia que a multa isolada não poderia prosperar porque penalizava conduta que não se configurava obrigação principal, tampouco obrigação acessória. Ou seja, mantinha o entendimento de que a multa em questão não se referia a qualquer obrigação prevista no artigo 113 do Código Tributário Nacional, na medida em que penalizava conduta que, a meu ver à época, não podia ser considerada obrigação principal, já que o tributo não estava definitivamente apurado, tampouco poderia ser considerada obrigação acessória, pois evidentemente não configura uma obrigação de caráter meramente administrativo, uma vez que a relação jurídica prevista na norma primária dispositiva é o “pagamento” de antecipação. Nada obstante, modifiquei meu entendimento, mormente por concluir que tratase, em verdade, de multa pelo não pagamento do tributo que deve ser antecipado. Ainda que tenha o contribuinte declarado e recolhido o montante devido de IRPJ e CSLL ao final do exercício, fato é que caberá multa isolada quando o contribuinte não efetua a antecipação deste tributo. Tanto assim que, até a alteração promovida pela Lei nº 11.488/07, o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96, previa que o cálculo das multas ali estabelecidas seria realizado “sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição”. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105139.794, Processo n° 10680.005834/2003 12, Acórdão CSRF/0105.552, verbis: “Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução do tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador – totalidade ou diferença de tributo – só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido”. É bem verdade que melhor seria se a penalidade em comento fosse tratada como uma pena aplicada pela postergação do pagamento de imposto ou contribuição, mas existe regra específica para o caso de ausência de pagamento ou pagamento a menor de antecipação devida de IRPJ e CSLL, sobrepondose, portanto, à regra da postergação. Fl. 423DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 10 10 Adotada a premissa de que a imputação da multa isolada tem por fundamento norma primária sancionadora, em cuja hipótese está o descumprimento de obrigação principal, então a multa isolada é prevista para as hipóteses de não recolhimento ou recolhimento a menor do tributo na forma antecipada. Entendo que não há como se admitir que o valor da antecipação seja, após o encerramento do anocalendário, um tributo isolado. A antecipação não é inconstitucional, nem ilegal. Isto porque, como o próprio nome enseja, é mera antecipação de tributo – IRPJ e CSLL – apurado de forma definitiva após o encerramento do anocalendário, no caso de apuração na forma de lucro real anual. O disposto no artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 veicula norma que estabelece a imputação de penalidade isolada pelo não recolhimento de IRPJ e CSLL, de forma antecipada. Dado o fato do não recolhimento do tributo no prazo estipulado para sua antecipação, deve ser imputada a multa isolada. No conseqüente desta norma resta claro que, como critério pessoal, temse de um lado o contribuinte sujeito ao pagamento da antecipação, de outro a União como sujeito ativo. Como critério quantitativo temse o percentual atual de 50% do tributo devido e não pago. Utilizase o termo tributo porque a sanção é aplicada sobre o descumprimento de obrigação principal. Neste passo, até o encerramento do anocalendário o que se tem por tributo devido é o IRPJ e a CSLL, apurados conforme cálculo previsto para antecipação. Já após o encerramento do anocalendário e apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro real, não há como negar que o montante do tributo devido é aquele definitivamente apurado, após as adições, exclusões e compensações previstas em lei. Considerando que o IRPJ e a CSLL são auferidos ao final do anocalendário, sendo provisório o montante calculado nas antecipações, concluise que: i) Quando a multa isolada é aplicada durante o anocalendário, a base é o tributo até então apurado, conforme cálculo das antecipações, já que outro não existe a substituílo por definitividade naquele momento. ii) Quando a multa isolada é imputada após o encerramento do ano calendário e apuração definitiva do tributo devido, sem dúvida a hipótese de aplicação é a mesma, falta de recolhimento das antecipações, não obstante, sua base de incidência terá por limite o valor do tributo definitivamente apurado. Nem há que se imaginar que se nega vigência à norma em questão. O que ocorre é a eliminação, pela interpretação, de eventual contrariedade. Ressaltese que não se trata sequer de contradição, mas de mera e aparente contrariedade. Isto porque, tanto a multa isolada, quanto a multa de ofício têm seu lugar, bem como a multa isolada pode ser aplicada inclusive após o encerramento do anocalendário, mas, em se tratando de multa de natureza tributária, a base é o tributo que deixou de ser recolhido. Este tributo – IRPJ e CSLL – é aquele apurado conforme cálculo de antecipação até o encerramento do período e é aquele apurado pelo lucro real após o encerramento do período. Fl. 424DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 11 11 Neste ponto, peço vênia para novamente transcrever trecho do voto do brilhante Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, proferido no julgamento do recurso nº l05l39.794, já mencionado anteriormente, verbis: “(...) Vale dizer, após o encerramento do período, o balanço final (de dezembro) é que balizará a pertinência do exigido sob a forma de estimativa, pois esse acumula todos os meses do próprio anocalendário. Nesse momento, ocorre juridicamente o fato gerador do tributo e podese conhecer o valor devido pelo contribuinte. Se não há tributo devido, tampouco há base de cálculo para se apurar o valor da penalidade.(...).” Se o lançamento é efetuado antes do fim do exercício – portanto antes dos ajustes / apuração do lucro, base de cálculo do IRPJ e da CSLL devidos – a base para imposição da sanção é aquela devida por antecipação e calculada até aquele momento. Naquele momento, inclusive, não há autorização para constituição de obrigação principal definitiva – tributo – especialmente porque o mesmo ainda não se quantificou definitivamente porque não concluído o fato gerador. Nestes termos dispõe o caput do artigo 15 da Instrução Normativa nº 93/97, verbis: “Art. 15. O lançamento de ofício, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa, restringirse á à multa de ofício sobre os valores não recolhidos.” De outra feita, em momento posterior ao encerramento do anocalendário, já existe quantificação do tributo devido definitivamente pelos ajustes determinados em legislação de regência, então esta é a limitação ao critério quantitativo da imposição de multa isolada. Vale destacar a lição de Marco Aurélio Greco a respeito do tema, verbis: “(...) mensalmente o que se dá é apenas o pagamento por imposto determinado sobre base de cálculo estimada (art. 2º, caput), mas a materialidade tributada é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano (art. 3º do art. 2º). Portanto, imposto e contribuição verdadeiramente devidos, são apenas aqueles apurados ao final do ano. O recolhimento mensal não resulta de outro fato gerador distinto do relativo período de apuração anual; ao contrário, corresponde a mera antecipação provisório de um recolhimento, em contemplação de um fato gerador e uma base de cálculo positiva que se estima venha ou possa vir a ocorrer no final do período. Tanto é provisória e em contemplação de evento futuro que se reputa em formação – e que dele não pode se distanciar – que, mesmo durante o período de apuração, o contribuinte pode suspender o recolhimento se o valor acumulado pago exceder o valor calculado com base no lucro real do período em curso (art. 35 da Lei n° 8.891/95)”. (In: “Multa Agravada em Duplicidade” São Paulo, Revista Dialética de Direito Tributário n° 76, p. 159). Fl. 425DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 12 12 Tampouco é de se questionar esta interpretação com base no fato de que a multa em questão é aplicável até mesmo em casos de apuração de base negativa da CSLL e de prejuízo fiscal no anocalendário correspondente, conforme dispõe a alínea “b”, do inciso II, do artigo 44, da Lei nº 9.430/96, anteriormente capitulado no § 1º do citado artigo. O direito, in casu, deve ser analisado à luz da relação de coordenação existente entre a norma veiculada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 e aquela veiculada pelo artigo 39, parágrafo segundo, da Lei nº 8.383/91, verbis: “Art. 39. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão optar pelo pagamento, até o último dia útil do mês subseqüente, do imposto devido mensalmente, calculado por estimativa, observado o seguinte: (...) § 2° A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto mensal estimado, enquanto balanços ou balancetes mensais demonstrarem que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto calculado com base no lucro real do período em curso.(...)” Referido dispositivo, conforme é possível constatar, autoriza que o contribuinte interrompa ou reduza os pagamentos devidos por antecipação desde que demonstre, por meio de balancete mensal, que o valor da estimativa anteriormente paga e, portanto, acumulada no período, excede o valor do tributo apurado com base no lucro ajustado no período em curso. Portanto, se a legislação possibilita o não recolhimento de antecipação, desde que apresentado o balancete mensal que comprove que as antecipações recolhidas superam o valor do tributo até aquele momento apurado, então é evidente que a multa instituída pelo artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 não é devida em casos de prejuízo fiscal ou base negativa, sendo aplicável, somente, se não houver a apresentação do referido balancete. Significa dizer que a multa isolada deve ser aplicada em casos de apuração negativa e prejuízo fiscal desde que, no próprio anocalendário, o contribuinte não faça prova de que, mensalmente, inexiste tributo devido, o que se realiza através da apresentação dos balancetes mensais e desde que, ainda, inexistente o balanço final do período. Se a multa é de natureza tributária e, portanto, tem por base o tributo devido, o balanço final do exercício é prova suficiente para afastar a multa isolada por falta de recolhimento da estimativa, no caso de apuração de prejuízo fiscal e base negativa da CSLL, bem como, para determinar o limite da multa – cuja base não pode ultrapassar o valor do tributo, quando devido sob pena de descaracterizar sua natureza de multa imputada em razão de descumprimento de obrigação principal. CONCOMITÂNCIA DA MULTA ISOLADA E DA MULTA DE OFÍCIO Por tudo quanto exposto na interpretação da norma que dispõe sobre a multa isolada em razão do não pagamento, ou pagamento a menor de antecipações, concluise que esta é devida e calculada sobre a obrigação principal até então apurada. O mesmo ocorre com a Fl. 426DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 13 13 multa de ofício que acompanha o lançamento referente à totalidade ou diferença de tributo que deixou de ser constituído pelo contribuinte, ao final do anocalendário. Verifico identidade quanto ao critério pessoal e material de ambas as normas sancionatórias, pois ambas alcançam o contribuinte sujeito passivo e têm por critério material o descumprimento da relação jurídica que determina o recolhimento integral do tributo devido. Inevitável, portanto, concluirse que impor sanção pelo não recolhimento do tributo apurado conforme lançamento de ofício que apura IRPJ e CSLL devidos ao final do anocalendário e impor sanção pelo não recolhimento ou recolhimento a menor das antecipações devidas, relativamente aos mesmos tributos, é penalizar o mesmo contribuinte duas vezes por ter deixado de recolher integralmente o tributo devido. Portanto, nestes casos, uma penalidade é excludente da outra. Se o que prevalece para fins de quantificação da obrigação principal é o valor decorrente da apuração final, consolidada e definitiva do tributo – justamente porque as antecipações são apurações provisórias do mesmo tributo – também assim deve ser em relação a aplicação das penalidades: prevalece a multa aplicada quando o contribuinte não recolhe o tributo devido em conformidade com a apuração definitiva. Além disso, é inegável que no caso em análise a aplicação da multa isolada é mera penalização de conduta meio de deixar de recolher tributo, uma vez que, por meio do mesmo lançamento, foi constituída, também, multa de ofício pelo não recolhimento de tributo apurado quando da consolidação da obrigação principal devida no exercício e não constituída/recolhida pelo contribuinte. Neste ponto vale destacar outro trecho do bem elaborado voto proferido pelo Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, em julgamento já referido, realizado nesta mesma Turma, a respeito da matéria ora sob análise, tratando do princípio da consunção da condutameio pela condutafim, verbis: “Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinada conduta, é importante identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito. Nesse sentido, para a solução do conflito normativo, devese investigar se uma das sanções previstas para punir determinada conduta pode absorver a outra, desde que o fato tipificado constitui passagem obrigatória de lesão, menor, de um bem de mesma natureza para a prática da infração maior. No caso sob exame, o não recolhimento da estimativa mensal pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa Fl. 427DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 14 14 mesma arrecadação. Assim, a interpretação do conflito de normas deve prestigiar a relevância do bem jurídico e não exclusivamente a grandeza da pena cominada, pois o ilícito de passagem não deve ser penalizado de forma mais gravosa que o ilícito principal. É o que os penalistas denominam “princípio da consunção”. (Recurso do Procurador nº 105139.794 – Primeira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais – Rel. Marcos Vinícius Neder de Lima – Sessão de 04/12/2006) Adicionalmente, vale notar que é possível valorar as duas penalidades e estabelecer qual delas deve ser aplicável porque, em casos como o ora analisado, senão em razão da identidade de critérios pessoal e material das duas penalidades, ou por força da impossibilidade de se apenar conduta meio e conduta fim, também porque a lei que estabelece as referidas multas não determina expressamente que deve haver concomitância. A lei não estabelece concomitância, não se tratando in casu de contradição. E como não há determinação legal de que ambas sejam aplicadas, o que vemos é um caso de aparente contrariedade. Ou seja, há aplicação normativa por excludência, segundo o que se determina a aplicação de uma ou de outra penalidade, a depender do caso, da valoração do bem maior a ser protegido, e das condutas incorridas pelo contribuinte. Se somente houve falta de recolhimento das antecipações esta é a conduta fim. Se, por outro lado, o contribuinte além de não recolher as antecipações, também deixou de constituir/recolher o tributo devido conforme a apuração definitiva, ocorrida após o encerramento do anocalendário, então aquela é conduta meio desta que é a condutafim. No mesmo sentido, é o entendimento outrora pacificado nesta Câmara Superior, conforme se demonstra por meio dos julgados abaixo transcritos: “PENALIDADE – MULTA ISOLADA – LANÇAMENTO DE OFÍCIO FALTA DE RECOLHIMENTO – PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada por falta de recolhimento de tributo por estimativa concomitante com a multa de lançamento de ofício, ambas calculadas sobre os mesmos valores apurados em procedimento fiscal.” (Recurso n.º : RD/101134.520 Sessão de : 18/09/2006, Acórdão n.º : CSRF/0105.503). “CSLL – MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA – TRIBUTO APURADO INFERIOR AO VALOR CALCULADO POR ESTIMATIVA. O artigo 44 da Lei nº 9.430/96 determina que a multa de ofício seja calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, grandeza que não se confunde com o valor calculado sob base estimada ao longo do ano. Na apuração do lucro real anual, o tributo devido pelo contribuinte só é conhecido ao final do período de apuração quando ocorre a aquisição de renda pelo contribuinte fato gerador do Imposto sobre a Renda. Improcede a aplicação de penalidade pelo nãorecolhimento de estimativa quando o valor do cálculo estimado ultrapassa o tributo devido na escrita fiscal ao final do exercício. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13502.000867/200650 Acórdão n.º 910101.401 CSRF‐T1 Fl. 15 15 APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA – Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação”. (Recurso nº: 105139794, Sessão: 04/12/2006, Acórdão nº : CSRF/0105.552). “PENALIDADE – MULTA ISOLADA – LANÇAMENTO DE OFÍCIO FALTA DE RECOLHIMENTO – PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada por falta de recolhimento de tributo por estimativa concomitante com a multa de lançamento de ofício, ambas calculadas sobre os mesmos valores apurados em procedimento fiscal. Não pode ser base de cálculo valor que não integra a base de calculo do tributo que deveria ser calculado por estimativa.” (Recurso nº : 107139.896 Sessão : 11/06/2007. Acórdão nº : CSRF/01 05.675) Assim, no presente caso não pode prosperar a multa isolada em razão de insuficiência nos recolhimentos mensais de IRPJ e CSLL, pois foi também constituída multa de ofício em razão do lançamento para constituição do tributo. Pelo exposto, voto por NEGAR ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Karem Jureidini Dias Fl. 429DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS
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Numero do processo: 16327.001561/2004-15
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003
COOPERATIVA DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. NÃO TRIBUTAÇÃO.
A efetivação de aplicações financeiras por cooperativas de crédito no mercado constitui ato cooperativo não sujeito à tributação.
Recurso Especial do Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9101-001.535
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso Especial do Contribuinte, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto)
(Assinado digitalmente)
José Ricardo da Silva Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto), João Carlos de Lima Junior, José Ricardo da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira (suplente convocado), Plínio Rodrigues de Lima, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Ausentes justificadamente, os Conselheiros Suzy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente).
Nome do relator: JOSE RICARDO DA SILVA
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APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. NÃO TRIBUTAÇÃO. A efetivação de aplicações financeiras por cooperativas de crédito no mercado constitui ato cooperativo não sujeito à tributação. Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso Especial do Contribuinte, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto) (Assinado digitalmente) José Ricardo da Silva – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto), João Carlos de Lima Junior, José Ricardo da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira (suplente convocado), Plínio Rodrigues de Lima, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Ausentes justificadamente, os Conselheiros Suzy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 15 61 /2 00 4- 15 Fl. 509DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 2 Relatório COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL COOPERCITRUS, contribuinte inscrita no CNPJ/MF sob o nº 54.037.916/000145, com domicílio fiscal na cidade de Bebedouro Estado de São Paulo, na Praça Monsenhor Aristides, nº 207, Bairro Centro, jurisdicionada a Delegacia Especial de Instituições Financeiras em São Paulo SP, inconformada com a decisão de Segunda Instância prolatada pela 1ª TO – 1ª Câmara – 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, através do Acórdão nº 1101 00.206, de 29/09/2009 (fls. 374/376) cuja decisão, por unanimidade de votos, negou provimento ao seu Recurso Voluntário (fls. 271/294), recorre, em 17/02/2010, a esta 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, nos termos do seu Recurso Especial (381/395). O pleito do contribuinte busca amparo nos arts. 64, II e 67, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010. Consta dos autos que contra o contribuinte foi lavrado, em 12/11/2004, o Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (fls. 179/185), com ciência, em 19/11/2004 (fls. 195) exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 5.941.246,52, a título de imposto de renda, relativo aos exercícios de 2000 a 2003, correspondentes aos anoscalendário de 1999 a 2002, respectivamente. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização, onde a autoridade fiscal lançadora entendeu que o contribuinte, desde o ano de 1999 até 2002, vem excluindo, sistematicamente, na apuração do Lucro Real todo o resultado positivo obtido no exercício. Tal exclusão é indevida, pois não está prevista na legislação do IRPJ Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas. O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, ainda, através do Termo de Verificação Fiscal de fls. 188/193, lavrado em 08/11/2004, entre outros, os seguintes aspectos: que as sociedades cooperativas de crédito têm por objeto fomentar recursos financeiros e prestar serviços a seus associados. Regemse pelas disposições da Lei 5.764/71 e da Lei nº. 4.595/64, uma vez que são consideradas instituições financeiras; que o contribuinte auferiu, além de outras receitas, rendimentos com aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários de Renda Fixa e Renda Variável. Tais operações foram efetuadas em várias instituições financeiras fora do âmbito do cooperativismo, conforme pode ser constatado nas DIRF's, cujas cópias podem ser encontradas de fls. de 89 até 118 deste processo de auto de infração; que essas aplicações financeiras acima não podem ser consideradas atos cooperativos visto que foram praticados entre lima cooperativa e uma instituição financeira, e tal situação não se enquadra na definição contida no art. 79 da Lei n° 5.764/71. Impugnado o lançamento, de forma tempestiva, em 13/12/2004 (fls. 198/212), instruído pelo documentos de fls. 213/251 e após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pela impugnante a 4ª Turma da Delegacia da Fl. 510DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.001561/200415 Acórdão n.º 9101001.535 CSRFT1 Fl. 3 3 Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro – RJ I decide, em 31/10/2006, julgar procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário lançado (fls. 254/266), amparado, em síntese, no argumento básico de que as aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas de crédito em outras instituições financeiras, não cooperativas, não se caracterizam como atos cooperados e o seu resultado se sujeita a incidência do imposto de renda. Cientificada da decisão de Primeira Instância, em 15/12/2006, conforme Termo constante às fls. 268/270, e com ela não se conformando, a recorrente interpôs, tempestivamente, em 15/01/2007, o seu Recurso Voluntário (fls. 271/294), instruído pelos documentos de fls. 295/347, o qual, ao ser apreciado pela 1ª TO – 1ª Câmara – 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, através do Acórdão nº 1101 00.206, de 29/09/2009, teve seu provimento negado, por unanimidade de votos, conforme se verifica de sua ementa e decisão: IRPJ — COOPERATIVA — RECEITAS FINANCEIRAS — TRIBUTAÇÃO. A legislação tributária isenta apenas os atos cooperados, sendo as receitas oriundas dos atos não cooperados tributadas pelo IRPJ. As aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas de crédito em outras instituições financeiras, não cooperativas, não são atos cooperativos, incidindo o imposto de renda sobre o resultado obtido pela cooperativa nessas aplicações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Cientificado da decisão de Segunda Instância, em 01/02/2010, conforme Termo constante às fls. 379/380, a contribuinte interpôs, tempestivamente, em 17/02/2010, o seu Recurso Especial de fls. 381/395, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra ementada, baseado, em síntese, nas seguintes considerações: que entende a Recorrente, com o respeito devido, que o caso ora trazido à apreciação dessa E. Câmara subsumese, perfeitamente, hipótese do dispositivo citado, viabilizando o processamento do presente recurso, pois conforme se verificará das razões que seguem adiante, não só comprova a Recorrente documentalmente o dissídio jurisprudencial havido entre o acórdão recorrido e os indicados como paradigmas como também demonstra, no corpo do recurso, o respectivo cotejo analítico das circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados; que como prova das divergências apontadas no recurso, junta a Recorrente, cópia integral dos acórdãos proferidos pela 3ª Câmara do 1° Conselho no julgamento do Recurso n° 157.972 e pela 1ª Turma dessa Câmara Superior, no julgamento do Recurso n° RD n° 1030.989, obtidas via internet, diretamente do site do site do CARF, tudo conforme o exige o § 7° do artigo 67 do Regimento desse E. Conselho; que ao ser apresentado o recurso, fundamentou a Recorrente que tal exigência se apresentava claramente indevida, pois que se tratando a Recorrente de cooperativa de crédito, toda a sua movimentação financeira constituise no denominado ato cooperativo, Fl. 511DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 4 que, por tipificação legal (artigo 79 da Lei n° 5.764/71) não se constitui em base de cálculo para a incidência de quaisquer tributos; que a decisão recorrida, no entanto, sob o argumento de que o que a legislação tributária isenta do IR apenas, são os atos cooperativos, não se incluindo nesse conceito a realização de aplicações financeiras por cooperativas de crédito em outras instituições financeiras, não cooperativas, houve por bem improver o recurso, mantendo, pois integralmente a exigência fiscal; que entende a Recorrente, contudo, que ao ser desconsiderado do conceito de ato cooperativo a realização de aplicações financeiras, por cooperativas de crédito, junto ao mercado a decisão recorrida não se houve com o necessário acerto, divergindo que está, inclusive, de outras decisões proferidas por esse E. Conselho, sobre o mesmo assunto; que como já esclarecido nos autos, constituise a Recorrente em uma cooperativa de crédito, formada por produtores rurais, tendo por objetivo, como reza o artigo 3° de seu Estatuto Social, prestar, sem fins especulativos, assistência financeira aos seus associados, visando fomentar e estimular as suas atividades próprias produção rural , bem como proporcionar melhores condições para a circulação e industrialização dos bens por eles produzidos; que como exaustivamente demonstrado nos autos, é que o artigo 79 da Lei n° 5.764/71 estabelece, em seu parágrafo único, que "o ato cooperativo não implica operação de mercado nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria". E é também, exatamente por isso, que é entendimento de há muito pacificado tanto junto ao Poder Judiciário quanto junto a esse próprio Conselho, o de que, em se tratando de sociedades cooperativas, as (micas operações com aptidão para gerar "lucro", em seu sentido técnico, isto 6, maisvalia, ganho, acréscimo patrimonial, são aquelas de seu objeto social praticadas com não associados. Os resultados das operações praticadas com associados denominamse, por disposição da própria lei de regência, de "sobras", não havendo mínima possibilidade de se estabelecer qualquer confusão entre elas e o lucro suscetível de tributação tanto pelo Imposto de Renda quanto pela Contribuição Social sobre o Lucro Liquido; que a vista de tais considerações, especialmente de que as únicas operações capazes de gerar lucro para uma sociedade cooperativa são aquelas de seu objeto social praticadas com terceiros não associados, afirma a decisão recorrida, que a realização de aplicações financeiras no mercado não constitui ato cooperativo, porque praticadas junto a terceiros, não associados; que o argumento defendido pela decisão recorrida, repitase, somente estaria correto se tratasse de qualquer outra cooperativa que não a de crédito, porque nesta, a finalidade da cooperativa é, justamente, a prestação de serviços aos seus associados na área financeira, onde a aplicação dos recursos destes associados no mercado respectivo é da essência da própria atividade. Em uma cooperativa de crédito, como é o caso, somente seria possível falarse em resultados passíveis de tributação pelo imposto de renda ou pela contribuição social caso a cooperativa operasse com terceiros, não associados. Isso, no entanto, não é permitido pela legislação pertinente, como acima se viu. O contribuinte indicou como paradigmas os acórdãos abaixo relacionados, cuja ementa se transcreve na parte que interessa (fls. 398/422): Acórdão nº 10323.202 Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – CSLL Fl. 512DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.001561/200415 Acórdão n.º 9101001.535 CSRFT1 Fl. 4 5 Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002 Ementa: COOPERATIVA. RESULTADO DO ATO COOPERADO. As sobras, entendendose como tal o resultado positivo do ato cooperado, não sofrem a incidência da CSLL por não se enquadrarem no conceito de lucro, base de cálculo dessa contribuição. COOPERATIVA DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATO COOPERADO. A realização de aplicações financeiras no mercado pela cooperativa de crédito, com vistas À obtenção de recursos para o cumprimento de seus objetivos estatutários constituise em ato cooperado, não cabendo a incidência da CSLL sobre os rendimentos dai decorrentes. Acórdão CSRF/0103.278 COOPERATIVA — CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO— As sobras apuradas pelas Sociedades Cooperativas, resultado obtido através de atos cooperados não é considerado lucro. Ante a inexistência de lucros, não devera ser cobrada a contribuição Social sobre o Lucro, pela inexistência da sua base de cálculo. COOPERATIVAS — APLICAÇÕES FINANCEIRAS Inocorrendo a proporcionalização do resultado positivo de aplicações financeiras em relação às atividades não cooperadas, a tributação somente pode alcançar o rendimento real, expurgados os índices oficiais de inflação. Ao proceder ao exame de admissibilidade do Recurso Especial apresentado pela recorrente (fls. 381/395), o Presidente da 1ª Câmara – 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por intermédio do Despacho nº 110100.031, de 11/07/2011 (fls. 494/496), o admitiu, considerando que a recorrente lograra comprovar a ocorrência de dissenso jurisprudencial, em face da identidade fática e de direito que instruem as respectivas decisões apresentadas. Encaminhado, em 23/08/2011, os autos para ciência da Fazenda Nacional, nos termos do art. 70, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (fls. 497), foram apresentadas, em 30/08/2011, as contrarrazões (fls. 499/505), argumentando, em síntese: que a e. Câmara a quo manteve corretamente a autuação ao argumento de que os resultados obtidos pela cooperativa de crédito em aplicações financeiras junto a terceiros estão submetidos à incidência do Imposto de Renda por não se caracterizarem como ato cooperado; que a especialidade das cooperativas de crédito face às demais sociedades cooperativas originase da natureza das operações mantidas junto aos associados. Os serviços prestados pela cooperativa de crédito aos associados equiparamse à intermediação financeira; Fl. 513DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 6 que, entretanto, os clientes da cooperativa são os seus sócios, os quais arcam, como qualquer cliente de instituição financeira, com os custos da intermediação de recursos promovida pela cooperativa. Sobre as quantias repassadas pela cooperativa ao associado, logicamente, são cobrados juros e demais encargos; que as aplicações de recursos realizadas pelas cooperativas de crédito dentro do sistema cooperativo associado são as que devem ser tratadas como efetivos atos cooperativos. Na hipótese dos autos, contudo, tais aplicações financeiras foram efetuadas junto a terceiros não cooperados, não havendo, portanto, como considerálos isentos e não geradores de lucros tributáveis pelo imposto de renda; que ressaltese que, eventuais mudanças de interpretação jurisprudencial proferidas pelo e. Superior Tribunal de Justiça, não podem ser fundamento bastante para justificar o acolhimento dos argumentos suscitados pelo recorrente, sobretudo quando se trata de tribunal que não possui posicionamento assente sobre a matéria, haja vista constantes mudanças de entendimento sobre os mais variados temas; que concluise, dessa forma, que o entendimento firmado no acórdão a quo está em total consonância com a legislação aplicável ao tema, na medida em que mantém a tributação incidente sobre resultado positivo decorrente das aplicações financeiras realizadas pela cooperativa em tela no mercado externo, ato este que deve ser considerado como não cooperativo e, portanto, não isento. É o relatório Fl. 514DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.001561/200415 Acórdão n.º 9101001.535 CSRFT1 Fl. 5 7 Voto Conselheiro José Ricardo da Silva, Relator Tendo o Contribuinte tomado ciência do decisório recorrido em 01/02/2010 (fls. 379/380) e tendo protocolizado o presente apelo em 17/02/2010 (fls. 381/395), isto é, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, evidenciase a tempestividade do mesmo nos termos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Da análise dos autos do processo verificase, que ao proceder ao exame de admissibilidade do Recurso Especial apresentado pelo recorrente (fls. 381/395), o Presidente da 1ª Câmara do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por intermédio do Despacho nº 110100.031, de 23/08/2011 (fls. 494/496), o admitiu, considerando que o recorrente lograra comprovar a ocorrência de dissenso jurisprudencial, em face da identidade fática e de direito que instruem as respectivas decisões apresentadas. É de se observar, que o Contribuinte cumpriu com os requisitos previstos no RICARF para interpor Recurso Especial do Divergência, já que demonstrou que a decisão deu a lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. Do simples confronto da ementa do acórdão recorrido com as ementas dos acórdãos paradigmas, é possível se concluir que houve o dissídio jurisprudencial. Isso porque se tratam das mesmas matérias fáticas e a divergência de julgados, nos termos Regimentais, referese a interpretação divergente em relação ao mesmo dispositivo legal aplicado ao mesmo fato, que no caso em questão é a discussão sobre a tributação das receitas financeiras auferidas pelas cooperativas de crédito rural. Enquanto, os acórdãos paradigmas defendem a tese no sentido de que os resultados positivos das cooperativas de crédito, decorrentes de aplicações financeiras no mercado, inseremse no conceito de resultado de atos cooperados, imunes à tributação. Por sua vez, o acórdão recorrido ao contrário expressou o entendimento de que os resultados de aplicações financeiras no mercado, por cooperativas de crédito, não se traduzem em resultados de atos cooperados devendo sofrer a incidência tributária, ao passo que em situações fáticas semelhantes, também se referindo, especificamente, a resultado de aplicações financeiras no mercado, por cooperativas de créditos. Assim sendo, o Recurso Especial, interposto pelo Contribuinte, preenche os requisitos legais de admissibilidade merecendo ser conhecido pela turma julgadora. Depreendese do relatado que o Contribuinte ingressou com Recurso Especial de Divergência, com amparo nos arts. 64, II e 67, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010, insurgindose contra decisão da 1ª TO – 1ª Câmara 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, exarado pelo Acórdão 110100.206, de 29/09/2009, que, por unanimidade de votos, negou provimento ao Fl. 515DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 8 recurso voluntário interposto pelo contribuinte, baseado no entendimento de que a legislação tributária isenta apenas os atos cooperados, sendo as receitas oriundas dos atos não cooperados tributadas pelo IRPJ. As aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas de crédito em outras instituições financeiras, não cooperativas, não são atos cooperativos, incidindo o imposto de renda sobre o resultado obtido pela cooperativa nessas aplicações. Como visto do relatório, o cerne da questão cingese à discussão da tributação das receitas financeiras auferidas pelas cooperativas de crédito rural. O acórdão proferido pela Primeira Câmara a quo negou provimento ao Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte por considerar que objetivo social das cooperativas de credito não é captar recursos para aplicações financeiras, essas somente deverão ocorrer quando existir sobras ou recursos ociosos existentes no seu caixa devendo constituirse em transações eventuais e excepcionais, sob pena de desvirtuamento da finalidade precípua desse tipo de cooperativa, portanto, não haveria qualquer fato que justificasse a solicitada não tributação das receitas financeiras. O dispositivo legal que fundamenta o lançamento efetuado são o art. 79 da Lei n° 5.764, de 1971 e os arts. 182 e 183 do RIR/1999: Art. 79. Denominamse atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. Art. 182. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto no legislação especifica não terão incidência do imposto sobre suas atividades econômicas, de proveito comum, sem objetivo de lucro (Lei n° 5.764, de 16 de dezembro de 1971, art. 3°, e Lei n° 9.532, de 1997, art. 69). § 1º É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício as quotaspartes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou terceiros, excetuados os juros até o máximo de doze por cento ao ano atribuídos ao capital integralizado (Lei n° 5.764, de 1971, art. 24, § 3º). § 2º A inobservância do disposto no parágrafo anterior importará tributação dos resultados, na forma prevista neste Decreto. Art. 183. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação especifica pagarão o imposto calculado sobre os resultados positivos das opera cães e atividades estranhas à sua finalidade, tais como (Lei n° 5.764, de 1971, arts. 85, 86, 88 e 111, e Lei n° 9.430, de 1996, arts. 1º e 2°): I de comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias ou de pesca, de produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalações industriais; Fl. 516DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.001561/200415 Acórdão n.º 9101001.535 CSRFT1 Fl. 6 9 II de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aos objetivos sociais; III de participação em sociedades não cooperativas, públicas ou privadas, para atendimento de objetivos acessórios ou complementares Com efeito, dispõem os artigos 85, 86, 87 e 111 da Lei n.° 5.764, de 1971, litteris: Art. 85. As cooperativas agropecuários e de pesca poderão adquirir produtos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou suprir capacidade ociosa de instalações industriais das cooperativas que as possuem. Art. 86. As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e estejam de conformidade com a presente lei. Parágrafo único. No caso das cooperativas de crédito e das seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas, o disposto neste artigo só se aplicará com base em regras a serem estabelecidas pelo órgão normativo. Art. 87. Os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados 6 conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos. [...] Art. 111. Serão considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os artigos 85, 86 e 88 desta Lei. Como visto, as cooperativas de crédito são formadas para baratear o custo financeiro dos cooperados, atuando da mesma forma que as instituições financeiras, captando e emprestando recursos dos próprios associados. Ao negociar diretamente no mercado financeiro, conseguem financiar melhor a sua atividade produtiva, por obterem recursos mais facilmente do que se atuassem de forma isolada. As cooperativas de crédito assumem uma das formas permitidas pelo art. 5º da Lei nº 5.764, de 1971, subordinandose supletivamente às diretrizes fixadas pelo Conselho Monetário Nacional, consoante o disposto no art. 103 da mesma lei. Apesar disso, sua forma de tributação é especial e não pode ser simplesmente equiparada à das instituições financeiras, pois não descaracteriza a sua natureza de cooperativa o objetivo de ofertar crédito aos seus cooperados. A tributação deve atingir apenas atos não cooperativos e, neste ponto, é assente a posição deste Colegiado. Fl. 517DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 10 A questão específica do presente recurso referese ao correto enquadramento do resultado das aplicações financeiras realizadas pela cooperativa com os recursos disponíveis. Do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.057.481 – CE (2008/1048520), de relatoria do Ministro Francisco Falcão, que trata da incidência do PIS e da COFINS, se extrai a seguinte fundamentação, verbis: (...) Também remanesce pacificado o entendimento de que os atos praticados pelas cooperativas de crédito não auferem lucro, porquanto as despesas e os resultados são divididos entre seus cooperados. Esse entendimento está consagrado em inúmeros precedentes desta Corte, a exemplo dos que se seguem: REsp nº 573.393/RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 28/06/2004, p. 282; AgRg no REsp nº 650.656/RJ, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJ de 17/12/2004; AgRg nos EDcl no Ag 980095/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 29/09/2008, este último assim ementado, verbis: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PIS. COOPERATIVA DE CRÉDITO. ATOS COOPERATIVOS. 1. A base de cálculo da COFINS e do PIS restou analisada pelo Eg. STF que, na sessão plenária ocorrida em 09 de novembro de 2005, no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, todos da relatoria do Ministro Marco Aurélio, e n.º 346.0846/PR, do Ministro Ilmar Galvão, consolidou o entendimento da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo das contribuições destinadas ao PIS e à COFINS, promovida pelo § 1º, do artigo 3º, da Lei n.º 9.718/98, o que implicou na concepção da receita bruta ou faturamento como o que decorra quer da venda de mercadorias, quer da venda de mercadorias e serviços, quer da venda de serviços, não se considerando receita bruta de natureza diversa. 2. Os atos normativos e exegese jurisprudencial descaracterizam as cooperativas de crédito como entidades bancárias assemelhadas, a saber: (Resolução 3.106/2003 BACEN, restringiu as atividades das cooperativas de crédito somente com cooperados, limitando as à prática de atos cooperados; Circular BACEN 3.238/2004, que, ao estabelecer o Plano Contábil do Sistema Financeiro Nacional COSIF, e aduzir à centralização financeira como sendo autêntico ato cooperativo, atesta, jurídicocontabilmente, a efetiva prática destes atos pelas cooperativas de crédito; Resolução 2.788/2000 CMN, que, ao permitir que somente as cooperativas centrais de crédito participem acionariamente de bancos, e como forma de viabilizar sua atividade, o que por si os diferencia; Parecer PGFN/CPA 1.088/99, que concluiu pelas diferenças estruturais e funcionais existentes entre as sociedades cooperativas de crédito e os bancos, obstando, assim, que aquelas atuassem como órgãos arrecadadores federais, posto não ostentarem natureza de agência ou posto bancário; RR 5.919/1988.2SP, Rel. Min. Ermes Pedro Pedrassani, DJU 25.08.1989; RR 214.732/1995.3MG, Rel. Min. Armando de Brito, DJU 16.05.1997). 3. Deveras, a Lei 5.764/71, mercê de posterior à Lei do Mercado de Capitais, é especial em relação à Fl. 518DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.001561/200415 Acórdão n.º 9101001.535 CSRFT1 Fl. 7 11 mesma. Art. 2º, § 2º, da LICC. Lex generalis convive com a lex specialis. 4. No campo da exação tributária com relação às cooperativas, a aferição da incidência do tributo impõe distinguir os atos cooperativos através dos quais a entidade atinge os seus fins e os atos não cooperativos; estes extrapolantes das finalidades institucionais e geradores de tributação; diferentemente do que ocorre com os primeiros. Precedentes jurisprudenciais. 5. A cooperativa prestando serviços a seus associados, sem interesse negocial, ou fim lucrativo, goza de completa isenção, porquanto o fim da mesma não é obter lucro, mas, sim, servir aos associados. 6. Os atos cooperativos não estão sujeitos à incidência do PIS e da COFINS, porquanto o art. 79 da Lei 5.764/71 (Lei das Sociedades Cooperativas) dispõe que o ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. 7. Não implicando o ato cooperativo em operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria, a revogação do inciso I, do art. 6°, da LC 70/91, em nada altera a não incidência da COFINS sobre os atos cooperativos. O parágrafo único, do art. 79, da Lei 5.764/71, não está revogado por ausência de qualquer antinomia legal. 8. A Lei 5.764/71, ao regular a Política Nacional do Cooperativismo, e instituir o regime jurídico das sociedades cooperativas, prescreve, em seu art. 79, que constituem 'atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais', ressalva, todavia, em seu art. 111, as operações descritas nos arts. 85, 86 e 88, do mesmo diploma, como aquelas atividades denominadas 'não cooperativas' que visam ao lucro. Dispõe a lei das cooperativas, ainda, que os resultados dessas operações com terceiros 'serão contabilizados em separado, de molde a permitir o cálculo para incidência de tributos (art. 87). 9. É princípio assente na jurisprudência que: "Cuidandose de discussão acerca dos atos cooperados, firmouse orientação no sentido de que são isentos do pagamento de tributos, inclusive da Contribuição Social sobre o Lucro". (Min. Milton Luiz Pereira, Resp 152.546, DJU 03/09/2001, unânime) 10. A doutrina, por seu turno, é uníssona ao assentar que pelas suas características peculiares, principalmente seu papel de representante dos associados, os valores que ingressam, como os decorrentes da conversão do produto (bens ou serviços) do associado em dinheiro ou crédito nas de alienação em comum, ou os recursos dos associados a serem convertidos em bens e serviços nas de consumo (ou, neste último caso, a reconversão em moeda após o fornecimento feito ao associado), não devem ser havidos como receitas da cooperativa. 11. Incidindo o PIS e a COFINS sobre o faturamento/receita bruta, impõese aferir essa definição à luz do art. 110 do CTN, que veda a alteração dos conceitos do Direito Privado. Consectariamente, faturamento é o conjunto de faturas emitidas em um dado período ou, sob outro aspecto vernacular, é a soma dos contratos de venda realizados no período. Conseqüentemente, a cooperativa, posto não realizar contrato de venda, não se sujeita à incidência do PIS ou da Fl. 519DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 12 COFINS. 12. Outrossim, a Primeira Seção, no julgamento do REsp 591298/MG, Relator para o acórdão o Ministro Castro Meira, sessão de 27 de outubro de 2004, firmou o entendimento de que os atos praticados pelas cooperativas de crédito não são passíveis de incidência tributária, uma vez que a captação de recursos e a realização de aplicações no mercado financeiro, com o intuito de oferecer assistência de crédito aos associados, constituem atos cooperativos. 13. A intributabilidade pelo PIS do ato cooperativo alcança todas as aplicações financeiras, conducentes à consecução dos objetivos sociais das cooperativas. 14. Agravo regimental desprovido. (grifei). No mesmo sentido: EDcl nos EDcl nos EDcl no REsp 611217 / MGEMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL 2003/02138920 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 20/10/2009 Data da Publicação/Fonte DJe 04/11/2009 Ementa PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – NÃO INCIDÊNCIA DO PIS SOBRE AS APLICAÇÕES FINANCEIRAS REALIZADAS PELAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO. 1. Conforme jurisprudência sedimentada pelas Turmas da Primeira Seção, as aplicações financeiras das sociedades cooperativas de crédito não sofrem a incidência do PIS. 2. Embargos de declaração acolhidos para explicitação. Essa orientação ainda pode ser confirmada em julgado recente da Segunda Turma daquele Egrégio tribunal no AgRg no AgRg no REsp 717126 / SC, de relatoria do Ministro Herman Benjamin, julgado em 09/02/2010, abaixo transcrito: Ementa PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. COOPERATIVAS DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. IMPOSTO DE RENDA. NÃOINCIDÊNCIA. SÚMULA 262/STJ. INAPLICABILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmouse no sentido de que os atos cooperativos típicos – assim entendidos aqueles praticados entre as cooperativas e seus associados ou entre os associados e as cooperativas, ou ainda entre cooperativas, para a consecução dos objetivos sociais – não geram receita ou lucro, consoante disposto no art. 79, parágrafo único, da Lei 5.764/1971. 2. A Primeira Seção do STJ pacificou o entendimento de que toda movimentação financeira das cooperativas de crédito – incluindo a captação de recursos, a realização de empréstimos aos cooperados, bem como a efetivação de aplicações financeiras no mercado – constitui ato cooperativo. 3. Inferese que, se as aplicações financeiras das cooperativas de crédito, por serem atos cooperativos típicos, não geram receita, lucro ou faturamento, o resultado positivo decorrente desses negócios jurídicos não sofre a incidência do Imposto de Renda. 4. Acresçase que os julgados que deram origem ao enunciado da Súmula 262/STJ não Fl. 520DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA Processo nº 16327.001561/200415 Acórdão n.º 9101001.535 CSRFT1 Fl. 8 13 analisaram a situação específica das cooperativas de crédito, cuja atividade básica está relacionada à gerência financeira dos recursos creditícios dos associados. 5. Provido o Recurso Especial para reformar o acórdão recorrido quanto ao mérito, fazse necessária a apreciação pelo STJ dos honorários advocatícios devidos pelo sucumbente. Tratase de aplicação do direito à espécie. 6. No caso concreto, inverto os honorários advocatícios, restabelecendo os valores fixados na sentença, a qual condenou a União ao pagamento da verba honorária em 5% (cinco por cento) do valor atribuído à causa (R$ 805.433,30 – oitocentos e cinco mil, quatrocentos e trinta e três reais e trinta centavos), corrigido monetariamente, dado o elevado valor conferido à demanda. 7. Essa inversão é possível, pois, de acordo com a jurisprudência deste Tribunal Superior, "1. O STJ, ao aplicar o direito à espécie, após conhecer do recurso especial, rejulga a causa (...). 2. Possibilidade de fixação de honorários advocatícios em percentual inferior ao mínimo de 10% (dez por cento), quando vencida a Fazenda Pública, mediante a aplicação do art. 20, § 4º do CPC" (AgRg no Resp 418.640/DF, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 2.6.2003). Na mesma linha de entendimento: "conhecido o recurso, é possível ao STJ, desde logo, aplicar o direito à espécie, nos termos do art. 257 do seu Regimento Interno, não havendo que se falar em supressão de instância. 3. O valor dos honorários foi fixado com razoabilidade, no mínimo legal, devendo ser ressaltado o fato de que a tese defendida pela parte só veio a ser acolhida na instância Superior, demandando acompanhamento profissional contínuo, que merece ser prestigiado" (EDcl REsp 1.130.634/RS. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, Dje 15.12.2009). 8. Agravo Regimental do Ministério Público não provido e Agravo da Fazenda Nacional parcialmente provido tãosomente para inverter os honorários advocatícios, restabelecendo a condenação da União, fixada na sentença, ao pagamento dos ônus sucumbenciais em 5% sobre o valor da causa, atualizado monetariamente. (grifouse) Diante da firme orientação jurisprudencial emanada da Corte judicial competente, em que pese não vinculante, e em homenagem ao princípio da economia processual e à segurança jurídica, a instância administrativa deve trilhar o mesmo caminho, considerando não tributáveis os resultados das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas de crédito, porque enquadrados como atos cooperados. Nestas condições, conheço do recurso especial interposto pelo Contribuinte, por tempestivo, preenchendo as demais questões de admissibilidade e, no mérito, voto por dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) José Ricardo da Silva Fl. 521DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA 14 Fl. 522DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/201 3 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por JOSE RICARDO DA SILVA
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Numero do processo: 10680.001172/2002-12
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL.
Anos calendário 2004 a 2006
Ementa:
NORMAS PROCESSUAIS - RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA FUNDADO EM CONTRARIEDADE À LEI - DECADÊNCIA – CSLL - Uma vez que o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, tendo editado, a respeito, em 12.06.08, a Súmula Vinculante nº 8, não se conhece do recurso da Fazenda Nacional fundado no descumprimento daquela norma.
Numero da decisão: 9101-001.477
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos iscais, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso.
Matéria: CSL - ação fiscal (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1797; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 1 1 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10680.001172/200212 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101001.477 – 1ª Turma Sessão de 16 de agosto de 2012 Matéria CSLL Recorrente Fazenda Nacional Interessado Ela Transporte e Comércio Ltda. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL. Anos calendário 2004 a 2006 Ementa: NORMAS PROCESSUAIS RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA FUNDADO EM CONTRARIEDADE À LEI DECADÊNCIA – CSLL Uma vez que o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, tendo editado, a respeito, em 12.06.08, a Súmula Vinculante nº 8, não se conhece do recurso da Fazenda Nacional fundado no descumprimento daquela norma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso. (documento assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente Substituto (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto), Albertina Silva Santos de Lima (Suplente Convocada), José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Karem Jureidini Dias, João Carlos de Lima Junior, Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva e Suzy Gomes Hoffmann. Fl. 440DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI 2 Relatório Em sessão plenária de 12 de novembro de 2004, a Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por meio do Acórdão nº 10514.8441, por maioria de votos, acolheu a preliminar de decadência suscitada pelo contribuinte, e cancelou a exigência de CSLL objeto do litígio, conforme ementa a seguir: CSLL DECADÊNCIA O prazo de decadência das contribuições sociais é o constante no art. 150, do CTN, (cinco anos contados do fato gerador) que tem caráter de Lei Complementar, não podendo a Lei Ordinária n° 8.212/91, hierarquicamente inferior, estabelecer prazo diverso. Inconformado, o Procurador da Fazenda Nacional ingressou com recurso especial, alegando contrariedade ao art. 45 da Lei nº 8.212/91. O Presidente da Quinta Câmara deu seguimento ao recurso, por atendidos os requisitos para sua interposição. É o relatório. 1 Retificado por despacho do Presidente da Câmara datado de 25 de outubro de 2007, para correção de erro material. Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator Fl. 441DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 10680.001172/200212 Acórdão n.º 9101001.477 CSRFT1 Fl. 2 3 O auto de infração objeto deste litígio foi cientificado ao sujeito passivo em 15 de janeiro de 2002, e trata de falta de recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, alcançando períodos bases ocorrido nos anoscalendário de 1994 a 1996, sendo que nesse último (1996) o contribuinte apresentou declaração pelo lucro real mensal, e fato gerador mais recente alcançado pelo lançamento corresponde ao mês de novembro de 1996. A Quinta Câmara acolheu a decadência, e o voto condutor do Acórdão assim se expressou: Nos termos do § 4º , do art. 150, do Código Tributário Nacional, o Fisco dispõe do prazo de 5 anos, contado da ocorrência do fato gerador, para homologálo ou exigir seja complementado o pagamento antecipadamente efetuado, caso a lei não tenha fixado prazo diferente e quando não se tratar de dolo, fraude ou simulação. Considerando que a homologação é condição resolutiva e não suspensiva, claro está que não ocorrendo a homologação nos cinco anos seguintes ao fato gerador decai o Fisco do direito de lançar, ao contrário do que afirma a corrente de que, esgotados esses cinco anos, contarseia novo prazo de cinco anos para o lançamento. Sendo hipótese de dolo, fraude ou simulação, entendo que o prazo de decadência deixa de ser o constante no art. 150, do CTN, para ser o disposto no artigo 173, inciso I, do CTN, ou seja, a contagem do prazo qüinqüenal passa a se iniciar no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, o que não se verificou no caso em comento. Ademais, cumpre mencionar que as contribuições também estão sujeitas ao prazo decadencial qüinqüenal e não de 10 (dez) anos, já que consoante o disposto no art. 146, III, "b", da Constituição Federal de 1988, somente à lei complementar cabe ditar normas gerais em matéria tributária, entre outras sobre prescrição e decadência. A questão levantada pela PFN reside no fato de não ter sido considerada, no caso, a aplicabilidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, que estabelece o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições para a seguridade social. Ocorre que o dispositivo legal cuja aplicação pleiteia a PFN foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que editou, a respeito, a Súmula Vinculante nº 8. Dessa forma, nos termos do que dispõe o art. 103A da Constituição Federal, referido dispositivo não pode ser invocado como contrariado, para justificar recurso especial. Isto posto, não conheço do recurso interposto pela D. Procuradoria da Fazenda Nacional. É como voto. Sala das Sessões, em 16 de agosto de 2012. Fl. 442DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI 4 (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 443DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por HE NRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10768.018885/00-21
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PERC – PEDIDO DE REVISÃO DE ORDEM DE EMISSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS – MATÉRIA SUMULADA. RECURSO NÃO CONHECIDO. Em relação ao “PERC” a matéria foi sumulada conforme súmula 37 do CARF, razão pela qual, de acordo com o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009, não cabe recurso especial.
Numero da decisão: 9101-001.465
Decisão: Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. Vencido o Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior.
Matéria: IRPJ - outros assuntos (ex.: suspenção de isenção/imunidade)
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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LTDA PERC – PEDIDO DE REVISÃO DE ORDEM DE EMISSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS – MATÉRIA SUMULADA. RECURSO NÃO CONHECIDO. Em relação ao “PERC” a matéria foi sumulada conforme súmula 37 do CARF, razão pela qual, de acordo com o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009, não cabe recurso especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. Vencido o Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO – Presidente (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), João Carlos de Lima Junior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Suzy Gomes Hoffmann, Albertina Silva Santos de Lima (suplente convocada) e Valmir Sandri. Fl. 3454DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 08/1 1/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no artigo 7°, inciso I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 25 de junho de 2007. A Recorrente insurgiuse contra o acórdão 10323.552 (fls. 1.068/1.076) proferido pela Terceira Câmara do extinto 1° Conselho de Contribuintes que, por maioria de votos, acolheu o recurso voluntário para determinar o exame do Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais PERC pela autoridade competente, por entender que, no caso, a verificação fiscal não se deu em relação ao período contemporâneo à entrega de sua declaração, bem como porque considerou legítimo ao contribuinte regularizar sua situação fiscal enquanto o processo não se tornar definitivo na esfera administrativa. O acórdão recorrido foi assim ementado: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1998 Ementa: INCENTIVOS FISCAIS PEDIDO DE REVISÃO DE ORDEM DE EMISSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS — somente débitos não regularizados da pessoa jurídica originalmente interessada e contemporâneos à entrega da declaração de rendimentos impedem o deferimento ao pedido de revisão da ordem de emissão de incentivos fiscais. Débitos posteriores ou relativos à incorporadora não valem de fundamento para o indeferimento do pedido.” A Fazenda Nacional argumentou no sentido de que não merece prosperar o acórdão recorrido porque (1) apesar da emissão do extrato de regularidade fiscal do contribuinte ter ocorrido apenas em novembro/2004, neste constavam débitos referentes a época da opção pelo benefício, bem como porque (2) entende que o contribuinte deve provar sua regularidade fiscal no momento da opção pelo incentivo e não em qualquer fase do processo administrativo. A Recorrida apresentou contrarrazões (fls. 1093/1104) por meio da qual alegou, em síntese, que o acórdão recorrido mostrase irretocável, fazendose imperiosa a sua manutenção, porque a autoridade fiscal fundamentou o indeferimento a partir de débitos extemporâneos à opção pelo incentivo fiscal, bem como porque demonstrou sua regularidade fiscal ao longo do processo administrativo. É o relatório Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. O Recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Fl. 3455DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 08/1 1/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10768.018885/0021 Acórdão n.º 9101001.465 CSRFT1 Fl. 2 3 Tratase de Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional em face do acórdão 10323.552 proferido pela Terceira Câmara do extinto 1° Conselho de Contribuintes, o qual, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário em razão de 2 (dois) fundamentos. O primeiro fundamento que se extrai do acórdão recorrido é no sentido de que a verificação fiscal não se deu em relação ao período contemporâneo à entrega de sua declaração, já que o extrato de regularidade fiscal foi emitido apenas à época da análise do pedido pelo benefício pretendido pelo contribuinte. Outro fundamento que justificou o acórdão recorrido foi no sentido de que é legítimo ao interessado regularizar sua situação fiscal enquanto o processo não se tornar definitivo na esfera administrativa, o que ocorreu no caso em questão. Nesse ponto cumpre destacar o seguinte trecho: “Assim, inclineime inicialmente. Todavia, após as brilhantes considerações tecidas pelo Conselheiro Antonio Bezerra Neto, alterei meu posicionamento para considerar legítimo ao interessado regularizar a sua situação fiscal enquanto o processo não se tornar definitivo na esfera administrativa, como, de fato, assim procedeu” O inconformismo da Recorrente foi pautado na irregularidade fiscal da Recorrida no momento da opção pelo incentivo fiscal, bem como na impossibilidade da regularização da mesma ao longo do processo administrativo. Assim, diante das questões em debate, cabe destacar o que dispõe a súmula CARF nº 37, a qual resolve, em sua redação, duas questões diversas: “Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindose a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto nº 70.235/72.” A primeira questão resolvida é a delimitação do momento em que a regularidade fiscal deve ser analisada pela autoridade administrativa para fins de deferimento ou indeferimento do PERC. Outra questão tratada pela súmula é a da possibilidade de demonstração da regularidade fiscal, pelo contribuinte, em qualquer momento do processo administrativo e, isto porque, o objetivo da lei é condicionar o gozo do benefício pretendido à quitação do débito. O entendimento exposto pode ser verificado em diversos julgados deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e tornase mais claro a partir da análise do voto condutor do acórdão 110200.023, proferido pela então conselheira Sandra Maria Faroni, em 26/08/2009. Nesse ponto cumpre destacar trecho do voto mencionado: Fl. 3456DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 08/1 1/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 4 “(...) o sentido da lei não é impedir que o contribuinte em débito usufrua o benefício, mas sim condicionar seu gozo à quitação do débito. Dessa forma, identificado que na data da entrega declaração o contribuinte possuía débitos de tributos ou contribuições federais, deverá ele quitar os débitos para obter o deferimento do pedido, o que poderá ser feito em qualquer fase do processo (...)” Nesse mesmo sentido são os seguintes julgados: 10323546, de 14/08/2008, 107 09202, de 18/10/2007, 19500110, de 10/12/2008, 19800080, de 09/12/2008. Os citados acórdãos conduziram à aprovação da súmula CARF nº37 e são capazes de esclarecer possíveis divergências quanto a sua interpretação. Esse posicionamento resta pacífico e continua prevalecendo nos julgados deste Conselho, conforme se verifica do voto condutor do acórdão 1401000.677, de 20/10/2011, relatado pelo conselheiro Antônio Bezerra Neto: “(..) Assim, segundo meu entendimento baseado na súmula CARF n 37, a comprovação da regularidade fiscal em qualquer dos momentos processuais (desde a entrega da declaração até o julgamento final administrativo) possibilita o deferimento do pleito para aqueles débitos existentes na data da declaração. (...) Nessa linha de raciocínio, uma vez identificado que na data da entrega da declaração o contribuinte possuía débitos de tributos ou contribuições federais, deverá ele quitar os débitos para obter o deferimento do pedido ou provar que estavam com a exigibilidade suspensa, o que pela súmula CARF n 37, poderá ser feito em qualquer fase do processo.(...)” Diante do exposto, tornase evidente que, no presente caso, o cerne da questão em debate está diretamente relacionado com o que dispõe a súmula transcrita, ou seja, o presente Recurso Especial pretende a reforma do acórdão proferido pela câmara a quo, o qual trata exclusivamente de matéria sumulada. Nesse passo, se faz importante observar o que dispõe o artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria de número 256, de 22 de junho de 2009: “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF: (...) § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. (...)” Fl. 3457DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 08/1 1/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 10768.018885/0021 Acórdão n.º 9101001.465 CSRFT1 Fl. 3 5 Do exposto, resta clara a existência de vedação expressa quanto a possibilidade de interposição de recurso especial contra decisão que trata de matéria sumulada por este Conselho. É o que ocorre o presente caso, razão pela qual não conheço o Recurso Especial. Pelo exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso interposto. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Fl. 3458DF CARF MF Impresso em 13/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 08/1 1/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR
score : 1.0
Numero do processo: 10242.000015/2004-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTOS DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTESIMPLES
Ano-calendário: 2000
ATIVIDADE VEDADA. PREVISÃO DO CONTRATO SOCIAL. SITUAÇÃO QUE, POR SI SÓ, NÃO ENSEJA A EXCLUSÃO DO SIMPLES. PROVA DA INEXISTÊNCIA DE PRÁTICA EFETIVA PELO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE CONTRAPROVA PELO FISCO.
A previsão, no contrato social, de atividade vedada ao Simples não importa, necessariamente, a exclusão do sistema especial de pagamento, quando o contribuinte junta provas no sentido de que desenvolvia apenas as atividades, constantes do seu contrato social, permitidas para o Simples. Inércia do Fisco no sentido de comprovar que o contribuinte efetivamente desenvolvia as
atividades proibidas.
Numero da decisão: 9101-001.170
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos
FISCAIS, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: SUSY GOMES HOFFMANN
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTOS DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTESIMPLES Ano-calendário: 2000 ATIVIDADE VEDADA. PREVISÃO DO CONTRATO SOCIAL. SITUAÇÃO QUE, POR SI SÓ, NÃO ENSEJA A EXCLUSÃO DO SIMPLES. PROVA DA INEXISTÊNCIA DE PRÁTICA EFETIVA PELO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE CONTRAPROVA PELO FISCO. A previsão, no contrato social, de atividade vedada ao Simples não importa, necessariamente, a exclusão do sistema especial de pagamento, quando o contribuinte junta provas no sentido de que desenvolvia apenas as atividades, constantes do seu contrato social, permitidas para o Simples. Inércia do Fisco no sentido de comprovar que o contribuinte efetivamente desenvolvia as atividades proibidas.
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DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE N° 08. RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO COM BASE EM CONTRARIEDADE À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. NÃO CONHECIMENTO. Recurso especial que não deve ser conhecido, pois com a com a edição da súmula vinculante n° 08, o dispositivo legal tido como contrariado não pertence mais ao sistema normativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos FFIISSCCAAIISS, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Otacilio Dantas Cartaxo Presidente (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 215DF CARF MF Emitido em 30/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 27/12/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10768.032877/9766 Acórdão n.º 9101001.218 CSRFT1 Fl. 2 2 Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacilio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Antonio Carlos Guidoni Filho, João Carlos de Lima Junior, Alberto Pinto Souza Junior, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri e Claudemir Rodrigues Malaquias. Relatório Tratase de recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, com fundamento em violação à legislação tributária. Lavrouse o auto de infração contra o contribuinte O contribuinte apresentou impugnação (fls. 56/61). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgou parcialmente procedente o lançamento, nos termos da seguinte ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1992 NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. AUSENTES OS PRESSUPOSTOS LEGAIS INERENTES À SUA CONCREÇÃO. Inexiste cerceamento do direito de defesa quando as irregularidades apontadas pelo sujeito passivo na confecção do auto de infração não influenciam na solução do litígio, bem como causam influência direta nas questões meritórias, deixando, quanto a este ponto, de ser declarada a nulidade para que no mérito a questão possa ser decidida a favor do sujeito passivo. DECADÊNCIA DO DIREITO DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. O decurso do prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese dentro de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. Inexistindo pagamento de tributo, o prazo decadencial contado a partir do fato gerador para os casos de lançamento por homologação, deslocase para a norma genérica prevista no artigo 173, inciso I do Código Tributário Nacional. Inaplicável à espécie o instituto de decadência, uma vez que ainda transcorria o prazo legal para a Fazenda exercitar seu direito. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica Anocalendário: 1992 Fl. 216DF CARF MF Emitido em 30/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 27/12/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10768.032877/9766 Acórdão n.º 9101001.218 CSRFT1 Fl. 3 3 Ementa: OMISSÃO DE RECEITA. SALDO CREDOR DE CAIXA. Firmase a presunção de omissão de receitas quando o sujeito passivo deixa de trazer aos autos elementos probantes capazes de afastar a imputação fiscal, argüindo apenas aspectos formais que não teriam o condão de influenciar a solução do litígio. OMISSÃO DE RECEITA. SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO. Deixa de se caracterizar a omissão de receita com base em suprimento de numerário quando o fisco não comprovar que o ingresso de recursos no caixa da pessoa jurídica foi realizado pelas pessoas expressamente designadas na lei tributária tipificadora da presunção legal. Assunto: Outros Tributos e Contribuições Anocalendário: 1992 Ementa: TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. COFINS. CSL. Verificada a procedência parcial da matéria objeto da infração principal, igual sorte colherão os lançamentos decorrentes. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Exigível o crédito tributário proveniente do lançamento a título de IRRF quando há previsão no contrato social ou alteração contratual da distribuição de lucros aos sócios (IN SRF n° 63/1997 c/c Lei n° 7713/1988, art. 35). Lançamento Procedente em Parte O contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 120/127). A antiga Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes deu parcial provimento ao recurso do contribuinte. Eis a ementa do julgado: DECADÊNCIAOMISSÃO DE RECEITAS —SALDO CREDOR DE CAIXA SUPRIMENTO DE NUMERÁRIO Preliminar de decadência que se acolhe para os fatos geradores de 1992, uma vez que se trata de lançamento por homologação, cujo prazo se inicia dos fatos geradores e não do pagamento, que é irrelevante para tal contagem. Quanto ao mérito, uma vez não afastada a presunção de omissão de receitas por absoluta carência de provas documentais em contrário, é de se manter a exigência principal e reflexos tributários. A Procuradoria da Fazenda Nacional opôs embargos de declaração (fls. 156/157), os quais restaram rejeitados. Fl. 217DF CARF MF Emitido em 30/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 27/12/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10768.032877/9766 Acórdão n.º 9101001.218 CSRFT1 Fl. 4 4 A Procuradoria da Fazenda Nacional, então, interpôs o presente recurso especial (fls. 168/180), com fundamento em violação à legislação tributária. A recorrente insurgiuse, especificamente, contra a parte do acórdão recorrido em que, por maioria de votos, se acolheu a preliminar de decadência do lançamento da CSLL e da COFINS. Defende a incidência do artigo 45 da Lei n° 8.212/91. que estabelece o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições sociais para a seguridade social. O contribuinte apresentou suas contrarrazões às fls. 187/193 dos autos. Voto Conselheira Susy Gomes Hoffmann, Relatora O presente recurso é tempestivo. Contudo, não preenche os demais requisitos de admissibilidade, de modo que não deve ser conhecido. Com efeito, o recorrente fundamentou o seu recurso especial em violação da decisão recorrida ao artigo 45 da lei n° 8212/91. Sucede que, em 12 de junho de 2008, a Corte Máxima do País julgou inconstitucional o referido dispositivo, editando a Súmula Vinculante nº 8, publicada no Diário Oficial da União do dia 20/06/2008 com o seguinte enunciado: “Em sessão de 12 de junho de 2008, o Tribunal Pleno editou os seguintes enunciados de súmula vinculante que se publicam no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União, nos termos do § 4º do art. 2º da Lei nº 11.417/2006: Súmula vinculante nº 8 São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Precedentes: RE 560.626, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 12/6/2008; RE 556.664, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 12/6/2008; RE 559.882, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 12/6/2008; RE 559.943, rel. Min.Cármen Lúcia, j. 12/6/2008; RE 106.217, rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 12/9/1986; RE 138.284, rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/8/1992. Legislação: Fl. 218DF CARF MF Emitido em 30/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 27/12/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10768.032877/9766 Acórdão n.º 9101001.218 CSRFT1 Fl. 5 5 DecretoLei nº 1.569/1997, art. 5º, parágrafo único Lei nº 8.212/1991, artigos 45 e 46 CF, art. 146, III Brasília, 18 de junho de 2008. Ministro Gilmar Mendes Presidente” (DOU nº 117, de 20/06/2008, Seção I, pág. Diante disso, verificase que não há violação à legislação tributária, já que a norma reputada como atingida não pode, sob qualquer aspecto, ser aplicada. Ora, norma que é declarada inconstitucional em súmula vinculante é norma que foi retirada do ordenamento jurídico brasileiro. Destarte, não conheço do presente recurso especial, tendo em vista que não restou demonstrada a violação à legislação tributária. Sala das Sessões, em 18 de outubro de 2011 (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 219DF CARF MF Emitido em 30/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 02/12/2011 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 27/12/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 10680.003927/00-07
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 1996
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MANIFESTO. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM.
Devem ser admitidos os embargos de declaração quando constatado que a decisão incorreu em erro manifesto ao proceder a contagem do prazo decadencial.
Numero da decisão: 9101-000.951
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para reparar as imperfeições do Acórdão nº 9101-00260, de 28 de julho de 2009, dando-lhes efeito infringentes, para restabelecer a exigência.
Nome do relator: CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1996 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MANIFESTO. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM. Devem ser admitidos os embargos de declaração quando constatado que a decisão incorreu em erro manifesto ao proceder a contagem do prazo decadencial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para reparar as imperfeições do Acórdão no 9101-00260, de 28 de julho de 2009, dando-lhes efeito infringentes, para restabelecer a exigdn 'a. Claudemir • laquias — Rela °I. ad h°1 0 NI A I 2U11 Participara da sess o de julgamento os conselheiros: Caio Marcos Cândido (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho, Claudemir Rodrigues Malaquias, Alexandre Antônio Alkimim Teixeira, Viviane Vidal Wagner, Antonio Carlos Guidoni Filho, Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri e Susy Gomes Hoffman (Vice-Presidente). Processo n° 10680.003927/00-07 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-00.951 Fl , 197 Relatório Com fundamento no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF n 2 256, de 22.06.2009, a Fazenda Nacional apresenta Embargos de Declaração em face do Acórdão 9101-00.260, proferido por esta Primeira Turma e que restou assim ementado: "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1998 DECADÊNCIA — Nos tributos lançados originalmente por homologação o prazo decadencial é de 5 (cinco) anos contados do fato gerador, inclusive na hipótese de realização incentivada do lucro inflacionário. Recurso Provido" Argumenta a embargante que o entendimento exarado na ementa e no corpo acórdão, no que diz respeito ao termo inicial para a contagem do prazo decadencial, não foi observado pela decisão, caracterizando a obscuridade no julgado. Ao final, a embargante requer o acolhimento dos presentes declaratórios para sanar o vicio apontado, com a devida integração do julgado. Os autos foram a mim distribuídos com fundamento no art. 49, § 7 2, do Anexo II do RICARF, verbis: "Art. 49. Os processos recebidos pelas Câmaras serão sorteados aos conselheiros. 70 Os processos que retornarem de diligência, os com embargos de declaração opostos e os conexos, decorrentes ou reflexos serão distribuídos ao mesmo relator, independentemente de sorteio, ressalvados os embargos de declaração opostos, em que o relator não mais pertença ao colegiado, que serão apreciados pela turma de origem, com designação de relator ad hoc." o relatório no essencial. Processo n° 10680.003927100-07 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-00.951 F1.198 Voto Conselheiro Claudemir Rodrigues Malaquias, relator ad hoc Os embargos foram apresentados tempestivamente e preenchem os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual deles tomo conhecimento. Em seus embargos, a Fazenda Nacional sustenta que o entendimento exarado na ementa e no corpo acórdão, no que diz respeito ao termo inicial para a contagem do prazo decadencial, não foi observado pela decisão, caracterizando a obscuridade do julgado. 0 colegiado, seguindo por maioria o voto do relator, considerou que o termo inicial para a contagem do prazo decadencial e a data do fato gerador. Porém, este entendimento não foi aplicado A. decisão que cancelou a exigência, ao admitir que o lançamento de oficio, cientificado em 12.04.2000, relativo ao fato gerador de 31.12.1995, havia sido alcançado pelo instituto da decadência. Examinando-se o teor do acórdão embargado, constata-se, de fato, a existência da imperfeição alegada, ensejando seu pronto suprimento. Como dito acima, a decisão fixou, no caso dos autos, que o termo inicial para a contagem do prazo decadencial deve ser o dia seguinte A ocorrência do fato gerador. A fundamentação foi apresentada no seguinte trecho da decisão (fls. 189): "0 Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, a partir da Lei n 2 8.383/1991, passaram a ser apurados mensalmente e, após a Lei n2 9.430/1996, trimestralmente. Assim, a partir do dia seguinte a ocorrência do fato gerador, quando o contribuinte realiza espontaneamente a apuração do tributo devido, inicia-se a contagem do prazo decadencial. (...) 0 que o Código Tributário Nacional determina homologar é o lançamento e não o pagamento. (Procedimento que tanto pode apontar lucro, resultado nulo, ou prejuízo). 0 entendimento majoritário dessa Turma da CSRF, bem como do pleno tem (sic) vem sendo nesse sentido e se aplica inclusive na hipótese versada nos autos (falta de realização do lucro inflacionário). Diante do exposto, oriento meu voto no sentido de dar provimento ao recurso interposto pela contribuinte, cancelando a exigência." (negritou-se) Das partes destacadas, depreende-se, sem qualquer dúvida, que a decisão considerou que o termo inicial para a contagem do prazo decadeneial é o dia seguinte à ocorrência do fato gerador. Entretanto, compulsando-se os autos, verifica-se que houve um lapso manifesto ao admitir o fato gerador como termo inicial para a contagem do prazo Clauclemir,R drigues Malaqui— Relator ad hoc ar Processo n° 10680.003927/00-07 CSRF-T 1 Acórdão n.° 9101-00.951 Fl. 199 decadencial e afastar exigência decorrente de lançamento efetivamente efetuado antes dos cinco anos. No caso concreto, a contribuinte optou pela apuração anual do lucro real no ano-calendário de 1995. Assim, os valores exigidos relativos ao período referem-se ao fato gerador ocorrido em 31.12.1995 (fls. 01/12). Tendo em conta o critério adotado pela decisão, conforme trecho acima transcrito, o prazo de cinco anos para a constituição do crédito tributário iniciou-se em 31.12.1995 e findou-se em 31.12.2000. Conforme consta dos autos, a contribuinte tomou ciência do auto de infração no dia 12.04.2000 (fls. 37/38). Logo, se a ciência do lançamento ocorreu em 12.04.2000, portanto, antes do fim do prazo extintivo do direito de lançar (31.12.2000), não se verificou a decadência como, por lapso manifesto, equivocadamente admitiu o colegiado. Em consequência do erro manifesto verificado na decisão embargada, a decisão precisa ser reparada, sendo que os presentes embargos constituem a via processual adequada para suprir as deficiências do julgado. Diante do exposto, voto por CONHECER dos embargos opostos pela Fazenda Nacional para, no mérito, ACOLHE-LOS para suprir a imperfeição do Acórdão n2 9101-00.260, de 28 de julho de 2009, atribuindo-lhes os necessários efeitos modificativos, restabelecendo-se a exigência dos tributos lançados. E como voto. 4
score : 1.0
Numero do processo: 10140.003546/2002-41
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 10 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Wed Nov 10 00:00:00 UTC 2010
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO — CSLL — ATIVIDADE RURAL — COMPENSAÇÃO DO SALDO DE BASE DE CALCULO NEGATIVA — LIMITAÇÃO DE 30%. 0 limite máximo de redução do lucro liquido ajustado, previsto no artigo 16 da Lei n° 9.065, de 20.06.95, não se aplica ao resultado decorrente de atividade rural, relativamente à compensação da base de cálculo negativa de CSLL, mesmo que se tratar de período anterior à vigência dó artigo 42 da Medida Provisória n° 1991-15, de 10 de marco de 2000.
Numero da decisão: 9101-000.746
Decisão: ACORDAM os membros da lª turma do câmara SUPERIOR DE RECURSOS
FISCAIS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional.
Matéria: CSL - ação fiscal (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: Karem Jureidini Dias
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conteudo_txt : Metadados => date: 2011-09-09T14:32:50Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 8; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-09-09T14:32:50Z; Last-Modified: 2011-09-09T14:32:50Z; dcterms:modified: 2011-09-09T14:32:50Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:5e07279c-5875-4e13-a023-cc3ea224e519; Last-Save-Date: 2011-09-09T14:32:50Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-09-09T14:32:50Z; meta:save-date: 2011-09-09T14:32:50Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-09-09T14:32:50Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-09-09T14:32:50Z; created: 2011-09-09T14:32:50Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2011-09-09T14:32:50Z; pdf:charsPerPage: 1525; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-09-09T14:32:50Z | Conteúdo => H 126 CSRi,T1 Fl I MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo n° 10140.003546/2002-41 Recurso n° 10_314.9760 Especial do Procurador Acórdão n° 9101-00.746 — 1 4 Turma Sessão de 10 de novembro de 2010 Matéria rRPJ E OUTRO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado AGRO FIB S.A. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO — CSLL — ATIVIDADE RURAL — COMPENSAÇÃO DO SALDO DE BASE DE CALCULO NEGATIVA — LIMITAÇÃO DE 30%. 0 limite máximo de redução do lucro liquido ajustado, previsto no artigo 16 da Lei n° 9.065, de 20.06.95, não se aplica ao resultado decorrente de atividade rural, relativamente à compensação da base de cálculo negativa de CSLL, mesmo que se tratar de período anterior à vigência dó artigo 42 da Medida Provisória n° 1991-15, de 10 de marco de 2000. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da l turma do câmara SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho, Leonardo de Andrade Couto, Karem Jureidini Dias, Clauderriir Rodrigues IVIalaquias, Antonio Carlos Guidoni Filho, Viviane Vidal Wagner, Valmir Sandri, I "i 4;1:0 CARL.C;F:, ALBE7%70 FRE,TAS BARRETO. r.Kli2F/:'.3IC r. KAREM JUREIOs K.L.F3Et:i FL17.:Enct>. 127 G O omes Hoffmann, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz e Carlos Alberto Freitas tá rio rata-se de Recurso Especial da Fazenda Nacional, com fundamento no 070, incisos I e H, do antigo Regimento Interno da Camara Superior de Recursos Fiscais nte, contra Acórdão n° 103-23.405, proferido pela então Terceira Camara do Primeiro elho de Contribuintes. 0 Auto de Infração exige Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, nte ao ano-calendário de 2002, decorrente da compensação de bases de cálculo negativas, observância da trava de 30%. Impugnado o lançamento, o contribuinte alega que não está sujeito ao rido limite por possuir atividade rural. Sobreveio acórdão da Delegacia da Receita Federal trigarnento, que entendeu por bem considerar o lançamento procedente. Sobrevieram Recurso Voluntário e o Acórdão n°103-23.405, da Terceira ara do Primeiro Conselho de Contribuintes, o qual deu provimento ao recurso, nos termos eguinte ementa: Assunto Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – CSLL Exercício: 1998 Ementa. CSLL COMPENSAÇÃO DE BASES NEGATIVAS — ATIVIDADE RURAL — atividack rural não se aplica a limitação da compensação das bases negativas da CSLL pois o disposto no art. 42 da MP 1991-15/2000 tem caráter meramente interpretativo, sendo a seu conceito, por conseguinte, aplicável a instituição da pópria limitação Recurso provido A Fazenda Nacional apresentou, então, Recurso Especial, no qual alega, em a, que (i) a Lei n° 8.023/90 não prevê incentivos fiscais de apuração, pelas pessoas dicas que exploram atividade rural da CSLL devida; (ii) o limite de compensação de 30% 'se de calculo negativa para IRPJ e CSLL foi previsto pela Lei n° 8.981/95; (iii) para os tribuintes que exploram atividade rural, o limite de 30% foi excetuado apenas no caso do J;I lconforme previsão da Lei n° 8.023; (iv) somente com a edição da MP n° 1,991-15/2000 ficou autorizado que as pessoas jurídicas que exploram atividade rural pudessem pensar integralmente da base de cálculo negativa da CSLL, não podendo tal norma Pagir ao presente caso. Junta, ainda, como paradigma, o acórdão n° 105-13.625 O exame de admissibilidade foi realizado as fls. 114/115, determinando-se o UiMENTO do Recurso Especial. Devidamente intimado (fl 117) o contribuinte não sentou Contra-Razões. E o relatório. to !merle Ern 1 1 : 1212':: : 13 poi CARLOS ALBERTO rRE:Ti,S EIARRET ,) r);3/12/2010 p,r 1:1%REL: 'ailments em 0F../. I 2i20 K‘kriEkiJOREM11 , 110(A5:. 2 1/2011 pea PrOCCSSO a° 10140 00354612002-41 Acórchlo n.° 9101-00,746 Conselheira Karem Jureidini Dias, Relatora 0 Recurso é tempestivo e foi determinado seu seguimento em juizo de admissibilidade, pelo que dele conheço. A matéria sob enfoque diz respeito à Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL, especificamente à "COMPENSAçÃo INDEVIDA DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DE PERIODOS ANTERIORES", em percentual superior a 30%, sendo o resultado decorrente de atividade rural. Importa esclarecer que em nenhum momento nos autos foi levantada a possibilidade de não se tratar de atividade rural. A DIPJ acostada aos autos aponta que a contribuinte exerce atividade rural —"criação de bovinos" (fls. 04). Neste ponto, valho-me do voto proferido no acórdão CSRF/01-05.375 (Processo n° 104120.003771/2001-35), ao tratar da mesma matéria: "Ocorre que a empresa se dedica exclusivamente a atividade rural, e está regida quanta à apuração do lucro liquido pela lei n° 8.023/90 lei n° 8.023, de 12 de abril de 1990 Art 4° - Considera-se resultado da atividade rural a diferença entre os valores das receitas recebidas e das despesas pagas no ano-base § • 1° - É indedutivel o valor da correção monetária dos empréstimos contraídos para financiamento da atividade rural. § 2° - Os investimentos são considerados despesa no més do efetivo pagamento.. Para efeito do Imposto de renda, a própria administração, através da IN SRF 51 de 31,10.95, reconheceu que a limitação de compensação de prejufros estabelecida pelo artigo 42 da Lei n° 8,981/95, não se aplica às pessoas jurídicas que tenham por objeto a exploração da atividade rural. O SRF ancorou tal dispensa na Lei n°8 023/90, que rege a atividade rural IN SRF n° 11/96 Art. 35. Para fins de determinação do lucro real, o lucro liquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas au autorLadas pela legislação do imposto de renda, poderá ser redzcido pela compensação de prejufros fiscais em até, no máximo trinta por cento. § - O limite de redução de que trata este artigo não se aplica aos prejuLos fiscais apurados pelas pessoas jurídicas que tenham por objeto a exploração de atividade ruraL bem como aos apurados pelas empresas industriais titulares de Programas Especiais de Exportação aprovados até 3 de junho de 1993, pela Comissão para Concessão de Beneficios Fiscais a programas Especiais de Exportação — BEF1EX, nos termos, respectivamente, da Lei no 8.023, de 12 de abril de 1990 e do ioro ;11 .212C10 ç:ur C.AY:Tf_i ALBERT!) FREITAS BARRETC 572.i12/201 1) per KAREN1JUNEIDi nj: r;r4ittit; ;;;;; t:;;112i2Z1 i 1 ;RE4)11, 11 DIAS r-HH'Hif] 5.1 tv rD1-t.,Lip artigo 95 da Lei no 8.981 com redação dada pela Lei n°9.065, ambas de 1995 " Com efeito, as empresas que tenham por objeto social a atividade rural, assim d da aquela discriminada pet() artigo 2 ° da Lei no 8.023/1990, não estão submetidas ção na compensação do lucro auferido no período, podendo compensá-lo integralmente a ,base de calculo negativa acumulada de períodos anteriores, consoante o disposto no 14 da aludida norma, abaixo transcrita: "Art 14 0 prejuízo apurado pela pessoa fisica e pela pessoa jurídica poderá ser compensado corn o resultado positivo obtido 4ire, nos anos-base posteriores Parágrafo único. 0 disposto neste artigo aplica-se, inclusive, ao saldo de prejuLos anteriores, constante da declaração de rendimentos relativa ao ano-base de 1989 " assim, que a limitação imposta originariamente pela Lei n ° 1/1995, não alcançou os contribuintes que tenham por objeto a atividade rural, cuja 00 do lucro é regulamentada por norma especifica Alias, tal situação foi reconhecida ssamente pela Secretaria da Receita Federal, conforme se verifica da Instrução Normativa 11995, verbis: "Art 27 — A partir do ano-calendário de 1995, para fins de determinação do lucro real, o lucro liquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda, poderá ser deduzido pela compensação dc prejulzos fiscais em até, no maxima, trinta por cento §3° O limite de redução de que trata este at tigo não se aplica aos prejuizos fiscais apurados pelas pessoas jurídicas que tenham por objeto a exploração de atividade rural, bem coma pelas empresas industriais titulares de Programas Especiais de Exportação aprovados até 3 de junho de 1993. pela Comissão para Concessão de Beneficios Fiscais a Programas Especiais de Exportação — BEFIEY; nos termos, respectivamente, da Lei re 8023, de 12 de abril de 1990 e do art. 95 da Lei n" 8981 corn a redação dada pela Lei n°9065, ambas de 1995 11 O governo, inclusive, confirmou a não aplicação da referida limitação por da legislação abaixo transcrita: MP 1991-15 de 10 de março de 2 000 Art 42 — O limite máximo de redução do lucro liquido ajustado, previsto no artigo 16 da Lei n°9.065, de 20 de junho de 1995, não se aplica ao resultado decorrente da exploração de atividade rural, relativamente à compensação de base negativa da CSLL Ademais, esta questão já foi pacificada pela jurisprudência deste Conselho inistrativo, o qual firmou entendimento no sentido de que a limitação de 30% na pensação do lucro liquido ajustado não se aplica as empresas voltadas à atividade rural, de ,h I er, ern 1 i 12I2C pOr FO FREITAS BAP RETO, .0;!12:20 cr EAREr.il SUREIDI Dirn5nt5 ern212C. If] ' 4 12311 Fl F30 Processo n° 10140 003546/2002-41 csr(F-r AcOrd5o n ° 9101-0IL746 Fl 3 acordo com o que indica a ementa de decisão proferida pela P Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de Contribuintes: TONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO — ATIVIDADE RURAL — COMPENSAÇÃO DE BASES NEGATIVAS ACUMULADAS DE PERÍODOS ANTERIORES — LIMITAÇÃO A 30 DO LUCRO LIQUIDO AJUSTADO (TRAV4)— A limitação a 30% do lucro liquido ajustado para compensação de prejukos fiscais e de bases negativas acumuladas da CSLL não e aplicável atividade rural" (Recurso n° 105-123691, Sessão de 11,082003) Portanto, tratando-se de matéria cujo entendimento já está pacificado neste Conselho Administrativo, a conclusão não pode ser outra sendo a de que tal limitação de 30% na compensação da base de cálculo negativa da CSLL não pode ser aplicada para as empresas, como a ora Recorrente, que exercem atividade rural, mesmo se se tratar de período anterior vigância do artigo 42, da Medida Provisória n° 1991-15, de 10 de março de 2000. Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do Recurso interposto pela Fazenda Nacional e negar-lhe provimento. Sala das Sessões, 10 de novembro de 2010. (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias. 10 de novembro de 2010 ertz-, 1 . 1./12/2ci rC, RLC)S AL3Eill -r) FIREiTr.S B1RETO. Dr:412,201 rj JUREIDI d am Z..r.te per 1::
score : 1.0
Numero do processo: 13362.000159/2004-07
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jun 27 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Jun 27 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Exercício: 2003, 2004
Ementa:
VALORES RECOLHIDOS NA SISTEMÁTICA DO SIMPLES. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DEDUÇÃO DO VALOR A SER LANÇADO. POSSIBILIDADE.
Para fins de determinação dos valores a serem lançados de ofício, a autoridade fiscal deve considerar (deduzir) os eventuais recolhimentos efetuados pelo contribuinte na sistemática do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES.
Numero da decisão: 9101-001.037
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional.
Matéria: IRPJ - AF- lucro presumido(exceto omis.receitas pres.legal)
Nome do relator: CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Exercício: 2003, 2004 Ementa: VALORES RECOLHIDOS NA SISTEMÁTICA DO SIMPLES. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DEDUÇÃO DO VALOR A SER LANÇADO. POSSIBILIDADE. Para fins de determinação dos valores a serem lançados de ofício, a autoridade fiscal deve considerar (deduzir) os eventuais recolhimentos efetuados pelo contribuinte na sistemática do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES.
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LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DEDUÇÃO DO VALOR A SER LANÇADO. POSSIBILIDADE. Para fins de determinação dos valores a serem lançados de ofício, a autoridade fiscal deve considerar (deduzir) os eventuais recolhimentos efetuados pelo contribuinte na sistemática do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Relator. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 13362.000159/200407 Acórdão n.º 910101.037 CSRFT1 Fl. 148 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Claudemir Rodrigues Malaquias, Antônio Carlos Guidoni Filho, Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Viviane Vidal Wagner, Karen Jureidini Dias e Susy Gomes Hoffman (Vice Presidente). Relatório Com fundamento no art. 7º, inciso II do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (RICSRF), aprovado pela Portaria MF nº 147/07, a Fazenda Nacional interpõe recurso especial em face do acórdão nº 10516.664, de 13.09.2007, proferido pela Quinta Câmara do antigo Primeiro Conselhos de Contribuintes, assim ementado, na parte que interessa à presente discussão: “COMPENSAÇÃO DARF/SIMPLES Para fins de determinação dos valores a serem lançados de oficio, a autoridade fiscal deve, antes, promover a subtração dos eventuais pagamentos efetuados pelo contribuinte no Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES. Recurso Provido parcialmente.” A presente autuação referese ao lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) promovido em decorrência do Ato Declaratório Executivo DRF/FLO nº 001, de 31 de março de 2004 (fls.18), que excluiu de ofício a contribuinte da sistemática do Simples a partir de 01.01.2002. No procedimento fiscal, que alcançou os anoscalendários 2002 e 2003, a fiscalização constatou divergências entre os valores declarados e os valores escriturados, oriundas da exclusão da autuada do regime de tributação simplificada, com efeitos a partir de janeiro de 2002, inclusive. Em sede de recurso especial, a Fazenda Nacional aponta divergência na interpretação da legislação atinente à compensação, sustentando que não é possível, pela autoridade fiscal o reconhecimento e utilização dos valores recolhidos indevidamente sob a sistemática do Simples para reduzir o montante a ser lançado de ofício. O acórdão recorrido acolheu o entendimento de que, com a exclusão da pessoa jurídica do Simples, com efeitos retroativos, são indevidos os pagamentos por ela feitos no período abrangido pela eficácia da ato declaratório de exclusão e, portanto, podem ser compensados com débitos apurados em lançamento de ofício. No seu apelo, a Fazenda Nacional demonstrou haver divergência entre o acórdão recorrido e o Acórdão nº 10807.169, de 17.10.2002, proferido pela antiga Oitava Câmara, o qual firmou o entendimento de que é “incabível a redução dos tributos lançados de ofício pela utilização de valores pagos a título de SIMPLES, porque em se tratando de recolhimentos indevidos, em virtude da exclusão do regime, eles só poderão ser considerados por meio de compensação com o crédito tributário lançado e após aval da autoridade local da Secretaria da Receita Federal”. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 13362.000159/200407 Acórdão n.º 910101.037 CSRFT1 Fl. 149 3 Conforme Despacho nº 10500.128/2008 (fls. 132/133), o Presidente da Quinta Câmara do Primeiro Conselhos de Contribuintes deu seguimento ao recurso especial da Fazenda. Regularmente intimada, a contribuinte apresentou suas contrarrazões, onde sustenta a procedência do acórdão (fls. 138/141). É o breve relatório. Voto Conselheiro Claudemir Rodrigues Malaquias O recurso especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. A questão a ser dirimida por este Colegiado limitase a saber se, nos casos de exclusão do contribuinte da sistemática do Simples, por ocasião do procedimento de fiscalização, na apuração dos valores a serem exigidos, a autoridade fiscal deve considerar os valores pagos indevidamente no período em que estava sob o regime, compensandoos com os valores a serem lançados de ofício. Entendo, no mesmo sentido que entendeu a decisão ora recorrida, que não assiste razão à Recorrente Fazenda Nacional, porquanto, dentro da melhor interpretação dada aos normativos vigentes, não há como não considerar no procedimento de ofício, os recolhimentos feitos pela contribuinte sob a sistemática do Simples. Conforme o disposto no art. 3º da Lei nº 9.317/1996, a adesão ao Simples implica o pagamento unificado de diversos tributos ali especificados, entre eles o IRPJ objeto da presente autuação. Assim, os valores que a Contribuinte recolheu a título de IRPJ, CSLL, Cofins e Pis/Pasep na sistemática do Simples, devem ser considerados (deduzidos), na determinação dos valores a ser objeto do auto de infração, quando se tratar de lançamento desses mesmos tributos e em relação aos fatos geradores ocorridos nos mesmos anos calendários. A apuração dos valores devidos, relativos aos períodos abrangidos pela exclusão do Simples, deve levar em conta e deduzir do crédito a ser constituído de ofício, os valores efetivamente recolhidos verificados nos DARF/Simples apresentados pela Contribuinte. In casu, a fiscalização deveria ter excluído dos valores lançados os recolhimentos efetuados pois, afinal, correspondem aos mesmos tributos pagos na sistemática do Simples. Em que pesem as alegações da Fazenda Nacional acerca dos limites legais à compensação tributária, no caso, não se trata de compensação propriamente dita, mas de mero critério de apuração do valor efetivamente devido, para fins de lavratura do auto de infração. Devese pontuar também que a consideração dos valores recolhidos feita no momento do lançamento de ofício, evita a geração de processos administrativos de pedidos compensação e um menor ônus para a Contribuinte e trâmite injustificável de processos no âmbito da Administração Pública. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 13362.000159/200407 Acórdão n.º 910101.037 CSRFT1 Fl. 150 4 Nesse sentido, entendo que pode este Colegiado, em respeito aos princípios da finalidade, razoabilidade e eficiência, todos previstos no caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo federal, determinar que se proceda a apuração dos valores devidos, considerandose os valores recolhidos na sistemática do Simples, conforme bem decidiu a Câmara a quo, Por estas razões, NEGO provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É como voto. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Relator Fl. 4DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
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