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Numero do processo: 13896.904173/2008-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: MUDANÇA DE DOMICÍLIO FISCAL SEM A DEVIDA COMUNICAÇÃO AO FISCO. VALIDADE DE NOTIFICAÇÃO POR EDITAL.
O processo administrativo fiscal possibilita que a intimação seja feita, tanto pessoalmente, quanto pela via postal, inexistindo qualquer preferência entre os meios de ciência. Assim, não é inquinada de nulidade a intimação por edital, quando resultarem improfícuos os meios de intimação pessoal e via postal, em virtude de mudança do domicílio fiscal do contribuinte, sem a
devida comunicação ao fisco, já que de sua desídia não pode advir vantagem para si.
IMPUGNAÇÃO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE.
Intimado o contribuinte por edital sem divergência de identificação, conforme determina o artigo 23, parágrafo 1o., item II, do Decreto n°. 70.235, de 1972, há de se ratificar a perempção.
Numero da decisão: 1301-000.868
Decisão: Acordam os membros da Turma por unanimidade, negar provimento ao
recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Nome do relator: PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1808; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 1 1 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.904173/200879 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1301000.868 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 16 de março de 2012 Matéria IRPJ/COMPENSAÇÃO Recorrente HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S/A (incorporada pela Tele Norte Leste Participações S/A) Recorrida FAZENDA NACIONAL MUDANÇA DE DOMICÍLIO FISCAL SEM A DEVIDA COMUNICAÇÃO AO FISCO. VALIDADE DE NOTIFICAÇÃO POR EDITAL. O processo administrativo fiscal possibilita que a intimação seja feita, tanto pessoalmente, quanto pela via postal, inexistindo qualquer preferência entre os meios de ciência. Assim, não é inquinada de nulidade a intimação por edital, quando resultarem improfícuos os meios de intimação pessoal e via postal, em virtude de mudança do domicílio fiscal do contribuinte, sem a devida comunicação ao fisco, já que de sua desídia não pode advir vantagem para si. IMPUGNAÇÃO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. Intimado o contribuinte por edital sem divergência de identificação, conforme determina o artigo 23, parágrafo 1o., item II, do Decreto n°. 70.235, de 1972, há de se ratificar a perempção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma acordam, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Fl. 294DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13896.904173/200879 Acórdão n.º 1301000.868 S1C3T1 Fl. 2 3 Relatório Tratase das DCOMP apresentadas pela HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A. (CNPJ n° 03.541.297/000190), e apreciadas no Despacho Decisório n° 783781479 da DRF Barueri/SP, emitido em 26/08/2008 (fls. 07), vinculadas ao saldo negativo de IRPJ de 01/01/2003 a 31/12/2003, no valor originário de R$ 482.377,56. No processamento eletrônico da compensação, verificouse a falta de apuração de saldo negativo de IRPJ na DIPJ 2004 (anocalendário 2003), pelo que foram não homologadas as compensações e cobrados os débitos no valor total de R$745.420,61. Consta dos autos, a tentativa de intimação da empresa, por via postal, tendo a correspondência sido devolvida em 09/09/2008 (cf docs. de fls. 08/09 e 14), pelo que teria sido providenciada a ciência, mediante o Edital n° 1495/2008 (fls. 10/13), afixado na DRF Barueri/SP, em 02/10/2008. Em 04/06/2009, a TELE NORTE PARTICIPAÇÕES S.A., CNPJ n° 02.558.134/000158 (sucessora por incorporação da HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A.) apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 17/22, na qual aduz em sua defesa as seguintes razões de fato e de direito: 1.Preliminares: a. protesta pela produção de prova pericial na documentação contábil para verificação do saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2005, formula os quesitos a serem respondidos e indica o assistente técnico. b. protesta pela nulidade da intimação por edital, pela tempestividade da manifestação apresentada e pela suspensão da exigibilidade dos débitos, cuja compensação não fora homologada; c. afirma que o descumprimento da intimação, por via postal, teria decorrido de erro cometido pelo próprio Fisco no endereçamento da intimação, para o endereço da sucedida e incorporada, ao invés de encaminhar para o domicílio da sucessora e incorporadora, fato que teria impossibilitado a ciência do Despacho Decisório; d. a intimação por edital seria nula porque a intimação postal teria sido efetuada em endereço diverso do domicílio tributário eleito pela empresa; e. em decorrência, a manifestação de inconformidade deveria ser recebida sob pena de violação do princípio da ampla defesa; 2. Mérito: a. afirma que a divergência de informações na DIPJ e na DCOMP acerca do valor do saldo negativo de IRPJ não seria suficiente para a nãohomologação das compensações, tendo em conta a existência do saldo negativo e o erro de preenchimento da DIPJ; Fl. 296DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 b. com fundamento no princípio da verdade material, diz que o mero erro de preenchimento da DIPJ não poderia obstar o direito ao crédito, de vez que comprovados o recolhimentos e as retenções das antecipações correspondentes; c. que o direito à compensação seria decorrente do princípio da moralidade; A autoridade julgadora de primeira instância decidiu a matéria por meio do Acórdão 0530.750 da DRJ/CAMPINAS, em 21/09/2010, (doc. fls.217/224), não conhecendo da manifestação de inconformidade por se configurar intempestiva, tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de,apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 Nulidade. Intimação por Edital. Quando resultar improfícuo qualquer dos meios primários de intimação (pessoal, por via postal ou por meio eletrônico), a intimação deve ser feita por edital afixado em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação. Considerase feita a intimação 15 (quinze) dias após a publicação do edital. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. A nulidade da intimação por edital, efetuado em função de a pessoa jurídica não ter sido localizada no endereço constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ, não pode ser invocada pela sucessora e incorporadora, quando não adotados os procedimentos cabíveis tendentes à atualização das informações cadastrais perante o CNPJ. É intempestiva e não instaura o contraditório a manifestação de inconformidade apresentada após o prazo de 30 (trinta) dias da data da ciência. É o relatório. Passo ao voto. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13896.904173/200879 Acórdão n.º 1301000.868 S1C3T1 Fl. 3 5 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Tratase de recurso voluntário contra decisão que não conheceu da manifestação de inconformidade por esta se configurar intempestiva. Em breve síntese, a decisão do Despacho Decisório negando homologação à compensação pleiteada, foi encaminhada ao contribuinte, via correio, não tendo sido recebida no endereço constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ, devolvida em 09/09/2008, conforme documentos de fls. 08/09 e 14. Na data da postagem da intimação, em 29/08/2008, a empresa H1CORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A. (CNPJ n° 03.541.297/000190) encontravase no CNPJ na situação cadastral ATIVA e sediada na Alameda Araguaia, 933, 8o andar, Conjunto 88, Alphaville, Barueri/SP (fls. 177), este era o domicílio tributário eleito ou o endereço postal fornecido pela contribuinte, para fins cadastrais, à administração tributária. Em seguida foi providenciado a ciência por Edital afixado na DRF de origem em 02/10/2008 (fls. 10/13). Somente em 04/06/2009, a TELE NORTE PARTICIPAÇÕES S.A., CNPJ n° 02.558.134/000158 (sucessora por incorporação da HICORP COMUNICAÇÕES CORPORATIVAS S.A.) apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 17/22, na qual aduz em sua defesa que a intimação por edital seria nula porque a intimação postal teria sido efetuada em endereço diverso do domicílio tributário eleito pela empresa. Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (I) o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (II) o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo (Decreto 70.235/1972, art. 23, par. 4o.e Lei 11.196/2005, art. 113). Diante disso, no âmbito do processo administrativo tributário entendo como válida a citação por edital. Uma vez transcorrido o prazo regulamentar e não havendo apresentação de impugnação no prazo legal, encerrase o direito do contribuinte, não cabendo apreciação a posteriori. Em que pese os argumentos suscitados, a intimação postal só tem validade quando realizada no domicílio fiscal do contribuinte, que para todos os efeitos é aquele declarado e constante nos sistemas da Receita Federal. Por sua vez para que a intimação por edital seja válida, a autoridade fiscal deve ter esgotado, sem sucesso, as tentativas de intimação por via postal. No caso concreto utilizouse a citação por edital, instrumento jurídico válido, quando o sujeito passivo não é localizado no domicílio tributário constante nos cadastros da Receita Federal. Acolher a pretensão do suplicante implicaria grave ofensa aos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal, já que é valida a intimação via edital. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 6 Nestes termos, posicionome no sentido de negar provimento ao recurso, por extemporânea a peça impugnatória. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 299DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/ 05/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10830.005020/2008-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 01 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DUPLICIDADE DE DECLARAÇÕES PARA MESMO DÉBITO. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE DUPLA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória (não-homologação pelo Fisco). É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que o primeiro pedido de compensação extingue o débito e, via de conseqüência, este mesmo débito não pode servir de substrato para outro pedido de compensação. Se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR TER EFEITO CONFISCATÓRIO. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário.
Numero da decisão: 1401-000.722
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em der provimento parcial ao recurso, apenas para cancelar a multa isolada relativa à Dcomp 13710.48934.110405.1.3.04- 0843.
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 34; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2084; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1‐C4T1 Fl. 631 1 630 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.005020/200813 Recurso nº 915.051 Voluntário Acórdão nº 1401000.722 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 1º de fevereiro de 2012 Matéria MULTA ISOLADA E COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Recorrente SOTREQ S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DUPLICIDADE DE DECLARAÇÕES PARA MESMO DÉBITO. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE DUPLA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória (nãohomologação pelo Fisco). É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que o primeiro pedido de compensação extingue o débito e, via de conseqüência, este mesmo débito não pode servir de substrato para outro pedido de compensação. Se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR TER EFEITO CONFISCATÓRIO. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 631DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 2 ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em der provimento parcial ao recurso, apenas para cancelar a multa isolada relativa à Dcomp 13710.48934.110405.1.3.04 0843. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes De Mattos e Karem Jureidini Dias. Fl. 632DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 632 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 0523.794, proferido pela Quinta Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, que, por unanimidade de votos, decidiu “DEFERIR PARCIALMENTE a manifestação de inconformidade contida no processo apenso n° 10830.001321/200614, ratificando o ato de nãohomologação, mas afastando parcialmente a cobrança dele decorrente, bem como JULGAR PROCEDENTES as exigências de multa isolada formalizadas nestes autos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.” Por descrever os fatos com a riqueza de detalhes necessária para a compreensão da controvérsia, adoto e transcrevo o relatório elaborado pela DRJ: Trata o presente processo de multa de ofício isolada por compensação indevida mediante Declarações de Compensação DCOMP, apontando crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior verificado nos autos do processo administrativo n° 10830.504124/200563, no valor original de R$ 10.000.000,00. Tal crédito foi utilizado na quitação de débitos de Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF, Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição para o Programa de Integração Social PIS. A estes autos foram apensados os seguintes processos administrativos: • 10830.001321/200614, que trata de nãohomologação de compensações formalizadas em DCOMP apresentadas de 11/04/2005 e 15/04/2005; • 10830.005066/200832, que abriga representação fiscal para fins penais, associada ao lançamento formalizado nos autos do processo principal n° 10830.005020/200813. Às fls. 324 do processo apenso n° 10830.001321/200614 consta despacho produzido por esta Relatora nos seguintes termos: O presente processo referese à nãohomologação das DCOMP nº 13710.48935.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080, objeto do despacho decisório de fls. 161/162, contra o qual o interessado Fl. 633DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 4 apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 172/182, enviada a esta DRJ para julgamento. Verificase que, em paralelo, a DRF/Campinas também promoveu o lançamento da multa de ofício isolada, em razão das compensações assim consideradas indevidas, formalizandoa sob n° 10830.005020/200813. Contra tal lançamento, o interessado interpôs impugnação, também remetida a esta DRJ para julgamento. Ocorre que, o art. 18 da Medida Provisória n" 135/2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, e já alterada pela Lei n° 11.051/2004, assim dispôs: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão da nãohomologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964. [...] § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. [...] Assim, é necessário que os feitos sejam reunidos para julgamento simultâneo, razão pela qual encaminho este processo ao SECOJ desta DRJ, para que se promova a sua juntada por apensação ao processo administrativo n° 10830.005020/200813, haja vista que a juntada por anexação é inviável, na medida em que os autos controlam créditos tributários cadastrados em diferentes sistemas (PROFISC e SIEF). Seguindo a ordem cronológica dos atos praticados, vêse no processo apenso n° 10830.001321/200614, às fls. 54/55, que as DCOMP n° 13710.48935.110405.1.3.04 0843 e 36921.01195.150405.1.3.046080 foram selecionadas para trabalho manual neste processo em virtude de haver dúvidas quanto à pertinência do direito creditório oferecido como contrapartida aos débitos apresentados para compensação, já que o processo informado pela contribuinte como origem do crédito (n° 10830.504124/200563) trata de inscrição na dívida ativa da União IRRF, conforme se comprova nas consultas aos sistemas Comprot e Projetos PGFN, fls. 28, 29 e 51 a 54, ou seja, não diz respeito a reconhecimento de direito creditório. Fl. 634DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 633 5 Ressaltando que, com base nas mesmas consultas, verificouse que a dívida era oriunda de 2 (dois) débitos de IRRF no anocalendário de 1999, e que foi quitada através de pagamento realizado em 31.05.2005, no valor de RS 4.794,92, o Serviço de Orientação e Análise Tributária SEORT da DRF/Campinas encaminhou os autos, em 22/03/2006, ao Serviço de Fiscalização (Sefis) desta Delegacia da Receita Federal (DRF) para apuração das informações prestadas pela interessada nas 2 (duas) declarações de compensação objeto destes, principalmente em relação ao crédito informado. Em continuidade a ação fiscal já em curso, os auditores responsáveis iniciaram os questionamentos acerca das referidas DCOMP em termo cientificado ao contribuinte em 03/04/2006 (fls. 110/111), e em 27/04/2007 informaram ao SEORT/DRF Campinas que o contribuinte não prestou os esclarecimentos solicitados em 03/04/2006, 04/05/2006 e 15/05/2006, relativamente à origem do crédito pleiteado. Consignaram também que: Por conseguinte, em 13/03/2007 (fls 131 e 132), cientificamos o contribuinte do Termo de Constatação e Intimação Fiscal 12/03/2007, tendo sido solicitado as seguintes informações: “... Em resposta ao Termo de Constatação e Intimação Fiscal datado de 04/05/2006, relacionado à PER/DCOMP 13710.48935.110405.1.3.040843. transmitida em 11/04/2005, bem como à PER/DCOMP 36921.01195.15 0405.1.3.046080, transmitida em 15/04/2005. Vsa declarou: “2. Informamos que toda documentação hábil e idônea que comprove a existência do crédito especificados nos referidos Per/Dcomp, já foram apresentados no início dessa fiscalização, em atendimento ao termo de intimação datado em 23 de junho de 2005” Entretanto, em análise aos documentos apresentados por Vsa em resposta ao termo de intimação de 23/06/2006, NÃO foram encontrados documentos relacionados ao aludido crédito pleiteado nas Per/Dcomp. Isto posto: Fl. 635DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 6 1. Esclarecer qual é a origem do crédito tributário (Processo Administrativo mencionado nas PER/DCOMP: 10830.504124/200563) pleiteado nas Per/Dcomp retromencionadas, 2. Apresentar ou reapresentar a documentação hábil e idônea coincidentes em datas e valores que comprovem a origem do crédito tributário pleiteado por Vsa, no montante original de RS 10.000.000,00 (dez milhões de reais). Em 27/03/2007 (fls 133 a 147), o contribuinte apresentou petição e, novamente, NÃO comprovou a origem do crédito pleiteado no montante de R$ 10.000.000,00 limitandose a informar que os processos de compensações haviam sido efetuados por terceiros que já havia solicitado à SRF a retificação dos mesmos, não teriam sido aceitas as retificações tendo em vista a ação fiscal em andamento. Também, não esclareceu o PAF 10830.504124/200563. Portanto, o contribuinte em epígrafe, regularmente intimado e com amplo prazo para o atendimento, NÃO comprovou, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, a origem do crédito pleiteado (R$ 10.000.000,00) compensado nas PER/DCOMP 13710.48935.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405. 1.3.046080. Diante do exposto, PROPOMOS o encaminhamento do presente processo ao SEORT para elaboração do Despacho Decisório em face da não comprovação do crédito pleiteado no montante de R$ 10.000.000,00. Diante destas circunstâncias, formalizouse o Despacho Decisório que integra o processo administrativo apenso n° 10830.001321/200614 (fls. 161/162), no qual dispôsse o que segue: [...] Tendo em vista que à época do início da análise das Declarações de Compensação tratadas neste processo, havia procedimento da fiscalização em curso junto à contribuinte, foi proposto através do despacho de fl. 55, anteriormente mencionado, o encaminhamento deste processo ao Serviço de Fiscalização – SEFIS – desta Delegacia, para apuração das informações prestadas pela interessada referente às duas Declarações de Compensação, principalmente em relação ao crédito informado. Estas informações contidas nas Declarações de Compensação, foram aferidas em análise efetuada pelo Serviço de Fiscalização SEFIS, desta Delegacia, Fl. 636DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 634 7 consoante Informação fiscal elaborada em 27/04/2007, fls. 148 e 150 documento este que passa a ser parte integrante deste despacho. De acordo com esta análise, o SEFIS alega que o crédito, objeto das Declarações de Compensação, no montante de RS 10.000.000,00, não foi comprovado. Diante do exposto, considerando tudo o mais que do processo consta, PROPONHO: 1. A não homologação das Declarações de Compensação; 2. O encaminhamento deste processo ao SEFIS para: a) Verificar a pertinência ou não do lançamento da multa isolada prevista no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003. b) No caso de aplicação da multa supracitada, dar ciência ao contribuinte deste despacho junto com o(s) auto(s) de infração, e efetuar a cobrança de todos os débitos declarados nas compensações, conforme extrato do sistema SINCORPROFISC de fls. 151156; caso contrário, retornar o processo a este SEORT. Em 30/05/2008 o interessado foi cientificado do referido despacho decisório, bem como do Auto de Infração e do Termo de Verificação Fiscal que integram este processo principal n° 10830.005020/200813, formalizandose a exigência de R$ 13.017.613,72, correspondente à multa de ofício isolada no percentual de 150%, calculada sobre o valor total dos débitos compensados nas referidas DCOMP. Firmouse no Termo de Verificação Fiscal que diante dos fatos apresentados, pelos quais exsurge inquestionável a intenção do contribuinte em fraudar o sistema de cobrança da Receita Federal, provocando a extinção indevida de tributos, concluímos pela aplicação da multa prevista no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (observadas as redações dadas pelas Leis nos 11.051/2004 e 11.196/2005), no percentual de 150%. Manifestando sua inconformidade contra o despacho decisório proferido nos autos do processo apenso n° 10830.001321/2006 14, o interessado, por intermédio de seus advogados e procuradores, apresentou sua defesa em 27/06/2008 (fls. 172/182 do processo apenso n° 10830.001321/200614), alegando, em síntese, o que segue: • Em preliminar assevera que apresenta a presente Manifestação de Inconformidade com fundamento no artigo 48, da Instrução Normativa n° 600 de 2005 c/c § 7º a § 11º, do artigo 74, da Lei nº 9.430/96, em razão de compensações nãohomologadas, para destacar que ela tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, não se admitindo, portanto, que os Fl. 637DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 8 lançamentos dela advindos sejam óbice a expedição de futuras Certidões Negativas de Débitos. • Relata sua fundação em 1941, e sua condição de revendedora exclusiva dos produtos, serviços e sistemas Caterpillar, bem como a dimensão de sua estrutura operacional de serviços, para acrescentar que para estes 67 anos de crescimento, sua idoneidade foi atributo indispensável, e mais à frente afirmar que em harmonia com sua sempre ilibada conduta, foi que a própria Requerente protocolizou em janeiro de 2005, perante a Secretaria da Receita Federal, um pedido de revisão quanto a uma Declaração de Compensação indeferida nos autos do Processo Administrativo 10166.000251/200578. • Reportase ao processo de fiscalização ocorrido em 2006, no qual se verificou a compensação de créditos oriundos do Processo n" 696/1949 (RESP037056STJ), mencionando o desprezo à realização de uma análise detalhada da origem do crédito compensado e o fato de se ter sugerido arbitrariamente que as DCOMP's entregues até 30 de dezembro de 2004 não deveriam ser homologadas, além de que fossem consideradas "não declaradas " as Declarações de Compensações, entregues após aquela data. • Menciona que ali ressalvouse que não se analisaria as DCOMP que são objeto do Despacho Decisório ora atacado, cita que a Ilustríssima Delegada da Receita Federal em Campinas, sem qualquer espécie de fundamentação, limitouse a proferir despacho decisório "acatando” a manifestação da fiscalização no sentido de considerar não homologadas as DCOMPs entregues até 30 de dezembro de 2004, bem como que em razão de sua boafé pagou os tributos compensados em 15/01/2007, no valor total de R$ 21.346.880,06. • Posteriormente, relata que foi cientificada de auto de infração exigindolhe o pagamento de R$ 2.639.366,47, com o acréscimo de multa de 150%, por conta de PERD/COMP'S considerados não declarados pelo Fisco, em razão do qual efetuou pagamento de R$ 2.723.627,40 em 27/04/2007, para na seqüência afirmar: Ocorre que para a surpresa da Requerente, mediante o Despacho Decisório ora atacado, proferido nos autos do Processo Administrativo n° 10830.01321/200614, estão sendo exigidos NOVAMENTE tributos cujas compensações foram consideradas nãohomologadas pelo Fisco, os quais foram objeto dos PERDCOMP's identificados sob o n° 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080. No entanto, tal exigência não merece prosperar em razão de dois fatores que serão abordados no próximo tópico, abaixo resumidamente expostos: a) as Duas Declarações de Compensação foram objeto dos PERD/Comp's recepcionados sob números 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080, os quais foram objeto de dois pedidos expressos de cancelamento em razão de duplicidade de envio, Fl. 638DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 635 9 e o que é pior: b) os tributos ora exigidos ESTÃO EXTINTOS NOS TERMOS DO INCISO I, DO ARTIGO 156. DO CTN. pois foram QUITADOS quando da liquidação dos lançamentos perpetrados em razão do Despacho Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n° 10166.000251/200578 e do Auto de Infração nº 10830.001497/200749. • Reportase à existência de assessoria técnica especializada contratada para adequação das compensações realizadas à legislação pátria e que, em meados de 2005, já na posse da documentação relativa às compensações, a ora requerente constatou vários erros nas transmissões dos PERDCOMP'S, as quais poderiam resultar em sérios prejuízos, tais como: duplicidade e triplicidade de transmissões. Daí as tentativas de retificações e cancelamentos, inclusive das DCOMP em referência, sem contudo obter êxito, fato que foi devidamente comunicado ao Delegado da Receita Federal em Campinas mediante petições protocolizadas em várias oportunidades, dentre elas em 25 de junho de 2005 e 24 de fevereiro de 2006. • Invoca a espontaneidade e o direito de petição, que se respeitados evitaria o lançamento de tributos ora discutidos e ensejaria a reforma do Despacho Decisório, que sequer adentrou no fato de que os PERDCOM'S n°s 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.04 6080 já foram objeto de pedido de cancelamento em razão de duplicidades constatadas internamente pela companhia, o que por si só, faria com que perdesse seu objeto. Aliás, a veracidade dessa alegação (duplicidade) pode ser facilmente constatada pelo fato dos tributos/períodos exigidos em razão de Despacho Decisório ora atacado, estarem compreendidos dentre aqueles que foram lançados e quitados pela Requerente, em razão do Despacho Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n" 10166.000251/2005 78 e do Auto de Infração n° 10830.01497/200749. Assim, mesmo que não sejam acatada a alegação de que os PERDCOMP'S em questão foram objeto de pedido de cancelamento não atendido pelo Fisco, o que se admite apenas a título de argumentação, o fato é que os valores exigidos em razão do Despacho Decisório ora guerreado, encontramse extintos por pagamento nos termos do inciso I, do artigo 156, do Código Tributário Nacional, como a seguir será demonstrado. • Em quadro demonstrativo, contendo os códigos tributos, período de apuração e vencimentos dos tributos exigidos pela nãohomologação em tela, associa os valores quitados relativos a processo administrativo 10166000.251/200578* e do Auto de Infração 10830.001497/200749**, e conclui que todos os lançamentos oriundos de Despacho Decisório em tela, guardam Fl. 639DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 10 relação com exigências já QUITADAS em outros processos administrativos (10166.000251/200578 e 10830.0014797/2007 49), RAZÃO PELA QUAL NÃO PODEM PREVALECER SOB PENA DE VERDADEIRO BIS IN IDEM. Assim, a Requerente que já arcou com o pagamento de dezenas de milhões de reais, certamente não se sujeitará a COBRANÇA EM DUPLICIDADE COMO ESTÁ DE QUASE SETE MILHÕES DE REAIS E RESPECTIVA MULTA DE 13 MILHÕES DE REAIS, DELA DECORRENTE EXIGIDA NO AUTO DE INFRAÇÃO 10830.005020/200813. Tal situação, portanto, carece de imediata revisão por parte da Delegacia da Receita Federal em Campinas, pois é INADMISSÍVEL que a Requerente fique a mercê de trabalhos fiscais que lhe imputam créditos tributários já pagos e ainda autuações deles decorrentes objetivando a aplicação de penalidade de multa de 150% por suposta "fraude", caracterizando, tais atos arbitrários, num tratamento desigual e de total descaso a um dos maiores contribuintes da jurisdição desta E. Delegacia, e a "maior empresa do setor em faturamento no Estado de São Paulo e no país". Não obstante, apesar de nada dever ao erário, a Requerente ainda é submetida a Representação Penal, que culminará em Inquérito Policial, situação extremamente constrangedora e que certamente trará danos irreparáveis a companhia. Ainda, impugnando o lançamento de multa de ofício isolada presente neste processo principal n° 10830.005020/200813, o contribuinte, por intermédio de seus advogados e procuradores, deduz as seguintes razões de fato e de direito em 26/06/2008: • Reprisa os mesmos argumentos tecidos na manifestação de inconformidade, para concluir que o Termo Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n. ° 10830.001321/2006 14, não pode sob nenhum aspecto prevalecer, pois a não homologação das compensações resultou na exigência de créditos tributários já QUITADOS. E acrescenta que, se a não homologação dos créditos tributários não surtiu qualquer efeito jurídico ou financeiro, tendo em vista que os objetos das compensações já haviam sido recolhidos ao erário anteriormente, não há porque prevalecer a multa ora atacada. • Na seqüência, entende necessária a recapitulação da multa aplicada, na medida em que a utilização do percentual de 150% depende da plena caracterização e comprovação da prática de uma conduta fraudulenta por parte do contribuinte, conforme doutrina que reproduz, no sentido da demonstração da própria materialidade da conduta fraudulenta, bem como o dolo específico do agente, evidenciando não somente a intenção mas também o seu objetivo, uma vez que a fraude não pode ser presumida mas deve sim ser comprovada através de elementos contundentes apuráveis, inclusive, através do devido processo legal. Fl. 640DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 636 11 • Reportase à responsabilidade objetiva do art. 136 do CTN, mas ressalva que à fraude é imprescindível a comprovação do dolo, o qual, por sua vez, é excluído pelo erro do agente que crê na licitude de sua conduta – ainda que tenha sido induzido a erro por terceiros e não tem a intenção de praticar fraude. • Conclui, assim, que não estão presentes os requisitos necessários à caracterização da fraude. Em suas palavras: a Requerente não praticou qualquer conduta omissiva ou comissiva que visasse reduzir o montante do imposto devido, tendo declarado e compensado os tributos de forma a possibilitar a presente averiguação fiscal; não houve dolo na redução do imposto devido, ou seja, intenção de provocar um evento ou resultado contrário ao Direito, eis que a Requerente contratou uma consultoria jurídica que previamente lhe assegurou a legalidade da operação, levandoa a engano; não restou comprovado pelo Fisco a prática de simulação quanto à ocorrência ou ao momento da ocorrência do fato gerador, uma vez que a Requerente ofereceu inúmeros documentos à Receita Federal, como escrituras e contratos, que demonstravam não só a ocorrência do fato gerador, mas as suas particularidades. • Acrescenta que realizou de boafé todos os procedimentos referentes à compensação de créditos, e para isso contratou a consultoria referida, que comprometeuse a prestar serviço de "advocacia e assessoria tributária na aquisição de crédito por cessão para quitação de tributos incidentes na contratante, de natureza federal". Inclusive, na referida contratação foram previstos a seleção do crédito e a qualidade dele, o trânsito em julgado e a conformidade com as normativas impostas pela Receita Federal [...], bem como assegurado que a compensação seria válida nos termos do art. 170 do CTN. • Acreditou, assim, que agiu dentro da mais absoluta legalidade, sem qualquer intenção de cometer qualquer tipo de infração, e não está aqui, pretendendo opor convenção particular ao Fisco, mas sim demonstrar que não agiu com dolo em fraudar os cofres públicos, em prejuízo alheio, Inclusive, tais serviços prestados pelo escritório Walmir Barroso Advogados Associados S/C, que não se prestaram para o fim contratado, qual seja, para aquisição e compensação de créditos tributários, levaram a Requerente a ingressar com ação de indenização contra o mesmo, a qual tramita perante o Foro Central da capital (doe. n" 14). • Teria havido, assim, no máximo culpa "in eligendo", pela má escolha do prestador de serviços jurídicos, na medida em que sua conduta foi exclusivamente embasada no referido contrato. Fl. 641DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 12 • Reportase à responsabilidade decorrente da culpa "in eligendo" pelos danos causados, mas entende que estaria automaticamente descartada a suposta fraude alegada pela Requerida. Em reforço à sua boafé, menciona também sua colaboração no curso do procedimento fiscal, demonstrando claramente como toda a operação de compensação foi realizada, oferecendo documentos e indicando inclusive os valores que foram adquiridos bem como os créditos que foram utilizados no procedimento administrativo. • Menciona, também que levada à engano pela assessoria contratada, a Requerente jamais negou intencionalmente a legislação pátria, inexistindo portanto o próprio nexo de causalidade. Reproduz doutrina que exige a prática voluntária do antijurídico, e conseqüente culpa subjetiva para imputação da responsabilidade por infração, e conclui que a multa deveria ser reduzida, no mínimo, a 75%, na ausência de prova da fraude. • Reportase a julgados administrativos do Terceiro Conselho de Contribuintes que demonstram a necessidade de descaracterização da multa isolada quando não restar devidamente comprovado o intuito de fraude, e acrescenta: Portanto, não há como se pretender sustentar a prática de atividade dolosa que visasse evitar ou diferir o pagamento dos tributos, sendo que nenhuma prova foi apresentada neste sentido, restando comprovada a boafé da Requerente no ato da contratação dos serviços prestados pela assessoria do escritório Walmir Barroso Advogados Associados S/C Consultoria Empresarial, que indicoulhe a compensação como em “conformidade com as normativas impostas pela Receita Federal e outros órgãos pertinentes a pronta aquisição e conclusão do processo de transferência”. • Recorda que a fiscalização em tela somente foi iniciada a partir da provocação da própria Requerente, ou seja, a partir do processo n° 10166.000251/200578, onde se pretendia a declaração de regularidade da compensação, a evidenciar a total boa fé da empresa, não se realizando meramente na contabilidade da empresa, consoante julgado administrativo mencionado em sua defesa. Considerados tais esclarecimentos, onde estaria a tentativa de impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo na reduzir o montante do imposto devido ou a evitar ou diferir o seu pagamento, necessária à tipificação da fraude? Mais complexa ainda é a tentativa do Auditor Fiscal da Receita Federal imputar uma atitude fraudulenta à Requerente, que ressaltou sua boafé com o pagamento dos tributos apontados como devidos pela autoridade fiscal. • Conclui, assim, que não está tipificada a fraude, e demonstrada a sua boafé, passa a apontar o caráter inconstitucional da multa de ofício aplicada pelo Fisco, na medida em que, acrescido da multa de mora exigida para o recolhimento do Fl. 642DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 637 13 valor compensado, resta evidente que o percentual assim totalizado em 170%, é confiscatório. • Ressalta que tal limitação constitucional é referida apenas no âmbito dos tributos, mas a doutrina pacificamente a estende às multas, na medida em que estas não devem ter caráter arrecadatório, mas tão só sancionatório, com respeito aos princípios da proporcionalidade e isonomia com relação a situações similares. • Entende caracterizado o confisco nas multas que ultrapassam em muito o valor do próprio tributo, ou mesmo o valor do bem ou riqueza que ensejou a tributação, extrapolando o dimensionamento necessário para desestimular o ilícito. • Assevera que a indenização ao Fisco se faz pela aplicação de juros de mora e correção monetária, e a utilização da taxa SELIC para cálculo dos juros, associada a multas superiores a 100%, ofende o princípio da proporcionalidade e tem feição confiscatória. • Apenas o tributo deve ter função arrecadatória. A multa deve ser fixada para incentivar o cumprimento do dever pelo contribuinte e, para manter as suas funções de punir, reprimir e ressocializar, deve também observar o princípio do não confisco. • Cita também o princípio da razoabilidade, reportandose a precedentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Regionais Federais, e acrescenta que o valor excessivo da penalidade é suficiente para inviabilizar a vida financeira da empresa punida. E, por fim, menciona que o alcance do preceito constitucional que veda o confisco é também extensivo às penalidades, por ser desdobramento da garantia do direito de propriedade, previsto no inciso XXII, do artigo 5º, e inciso II do artigo 170, ambos da Constituição Federal. • Requer, por todo o exposto, a declaração de nulidade do presente lançamento, eis que demonstrado que os créditos tributários não homologados nos autos do Processo Administrativo n° 10830.001321/200618, já foram devidamente recolhidos, ou então que seja ele julgado improcedente, por inaplicabilidade da multa de 150%, ou que este percentual seja reduzido para 75%, tendo em vista que a Requerente não praticou a aquisição e compensação dos créditos com intuito de fraude. Submetidas a Manifestação de Inconformidade e a Impugnação à apreciação da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, esta houve por bem julgar procedente em parte a manifestação, ratificando o ato de não homologação, mas afastando parcialmente a cobrança dela decorrente. Entretanto, julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da multa isolada formalizada nestes autos. O acórdão restou assim ementado: Fl. 643DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 14 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. INEXISTÊNCIA. ORIGEM EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DE INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. Inadmissível a compensação de suposto crédito de natureza tributária, oriundo de processo administrativo destinado à inscrição em Dívida Ativa da União de débito cujo valor é irrisório, se comparado com o crédito alegado. FALSIDADE EM DCOMP. IMPOSSIBILIDADE. IMPOSIÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. PROCEDÊNCIA. Inserir informação falsa em DCOMP, a fim de possibilitar o seu envio por meio eletrônico e dar aparência de regularidade à utilização de créditos de natureza tributária inexistentes, demonstra a falsidade e o evidente intuito de fraude que devem ser penalizados com o lançamento de multa qualificada no percentual de 150%. DÉBITOS PAGOS EM RAZÃO DE PROCEDIMENTO ANTERIOR. NÃO HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE. Se o interessado não providencia espontaneamente o cancelamento das DCOMP cujos débitos foram posteriormente pagos, necessário é o ato de não homologação para desfazer seu efeito extintívo evitar eventual alegação de pagamento indevido. COBRANÇA. Descabe nova cobrança de débitos que, embora objeto de DCOMP nãohomologada, já se encontram pagos ou foram objeto de representação para cobrança em razão de procedimento fiscal anterior. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. O pagamento posterior dos débitos compensados não afasta a multa isolada por compensação indevida, na medida em que ela decorre do efeito extintivo das DCOMP, e visa coibir seu uso em hipóteses distintas daquelas autorizadas na lei, mormente se vinculada a créditos inexistentes de natureza tributária e com inserção de elementos falsos. MULTA DE OFÍCIO POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA COM EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. ATOS PRATICADOS POR TERCEIROS. Imprópria é a alegação de culpa in eligendo da assessoria contratada, se inexiste qualquer evidência de que o procedimento questionado tenha sido promovido por terceiros. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE EFEITO CONFISCATÓRIO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário. COBRANÇA DOS DÉBITOS COMPENSADOS. COEXISTÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO ISOLADA E MULTA Fl. 644DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 638 15 MORA. A multa isolada de que trata o art. 18 da Lei nº e 10.833, de 2003, é penalidade nova, aplicável sobre o valor total do débito indevidamente compensado nos casos de abuso de forma e/ou fraude no uso da DCOMP como meio extintivo do crédito tributário. Assim, não se caracteriza como acréscimo do principal não recolhido e coexiste com eventual exigência deste acrescido de multa de mora ou de ofício. Lançamento Procedente. Vale mencionar que, ao longo do voto condutor do julgado acima, a DRJ reconheceu que os débitos que constavam na DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 (cuja manifestação de inconformidade fora apresentada nos autos do PTA nº 10830.001321/200614, apenso a este processo quando da análise pela SRJ) já haviam sido objeto de compensação anterior e integralmente pagos pelo contribuinte nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749. Entendeu, assim, que nova cobrança dos mesmos débitos, dessa vez consubstanciada no PTA nº 10830.001321/200614 (destinado à cobrança dos débitos relativos a não homologação das compensações formalizadas em DCOMPs n°s 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080) caracterizaria a duplicidade na exigência dos mesmos débitos relacionados à DCOMPs n° 13710.48934.110405.1.3.040843. Com relação à multa isolada, o seu lançamento foi realizado em Auto de Infração próprio, consubstanciado no presente PTA 10830.005020/200813. No entendimento da DRJ, embora tenha considerado válido e necessário o ato de não homologação da DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, decidiu que não deveria prosseguir a cobrança dos débitos a ela correspondentes, já que foram integralmente pagos, conforme acima noticiado. Já com relação à DCOMP nº 36921.01195.150405.1.3.04 6080, como não foram comprovados os pagamentos dos débitos nela compensados, não havendo qualquer relação com a aqueles cobrados em procedimentos anteriores, entendeu que não seria a mesma situação da outra DCOMP (n° 13710.48934.110405.1.3.040843). Por esse motivo, manteve integralmente a cobrança dos débitos daquela DCOMP. No que diz respeito à multa isolada lançada nos presentes autos (PTA nº 10830.005020/200813), exigida em sua modalidade agravada (150%), a DRJ houve por bem manter integralmente o seu lançamento ao fundamento de que, apesar de as compensações realizadas em duplicidade envolverem os mesmos débitos, elas se valeram de créditos distintos, submetendo o infrator a tantas punições quantas forem as condutas praticadas em inobservância de norma, reunindo as características necessárias para a aplicação da multa isolada pela não homologação da compensação. Manteve, ainda, a penalidade em sua forma qualificada e, para tanto, justificou ser: “indubitável que a inserção de informações cujas características não estão de acordo com a legalidade que ampararia o direito de compensação de créditos junto ao Fisco tipifica a conduta do agente que deliberadamente inseriu a informação com o fim de ser eximir de recolhimento de tributos. Da inserção de dados Fl. 645DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 16 relativos a créditos inexistentes, ou ente diverso da fazenda pública federal, ou que seja de natureza nãotributária, depreendese que, regra geral, a conduta não foi, em tese, culposa, mas sim dolosa. No mínimo, ocorreu o dolo eventual, pois o agente vislumbrou o resultado (extinção do crédito tributário) e o assumiu, no esteio de que o último risco seria a simples nãohomologação da compensação.” (fl. 570) Regularmente intimado do acórdão acima, a Recorrente interpôs o Recurso Voluntário de fls. 594/620, informando que o saldo remanescente do PTA nº 10830.001321/200614 será devidamente quitado, tendo em vista a sua inclusão no Parcelamento nº 18043.000091/200999. Não é, portanto, objeto de discussão no presente recurso. A matéria em debate limitase a discutir a cobrança da multa isolada, bem como o seu enquadramento na modalidade qualificada (150%). Depois de interposto o recurso voluntário supramencionado, foi certificado à fl. 621 que apenas o presente processo (PTA 10830.005020/200813) foi encaminhado à ARF/Sumaré para continuidade, já que o processo apenso 10830.001321/200614 foi parcelado. Na sequência, certificouse à fl. 622 que, em 21/06/2010, o PTA nº 10830001321200614 foi desapensado do PTA n° 10830.005020/200813. Desse modo, apenas o Recurso Voluntário discutindo a multa isolada é objeto de análise por este Conselho. Recebido o feito para apreciação, passo a analisálo. É o relatório. Fl. 646DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 639 17 Voto Conselheiro Relator Alexandre Antonio Alkmim Teixeira O Recurso Voluntário preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Da leitura do Auto de Infração, verificase à fl. 35 que o enquadramento legal da multa isolada em razão da não homologação da compensação foi embasado no art. 18 da Lei 10.833/2003, com redação dada pela Lei nº 11.051/04. Confirase: 001 MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA COMPENSAÇÃO INDEVIDA EFETUADA EM DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO O contribuinte efetuou compensação indevida de valores em declaração prestada, conforme Termo de Verificação Fiscal, parte integrante e indissociável do presente Auto de Infração. Data Valor Multa Regulamentar 30/04/2005 R$ 10.702.357,98 30/04/2005 R$ 2.315.255,74 ENQUADRAMENTO LEGAL Art. 18 da Lei n° 10.833/03, com redação dada pela Lei n° 11.051/04. A aplicação da multa isolada sobre o débito objeto de compensação não homologada tem embasamento legal no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que, em sua redação original, assim dispunha: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n°4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1º Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6º a 11 do art. 74 da Lei nº9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 647DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 18 § 2º A multa isolada a que se refere o caput é a prevista nos incisos I e II ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso. § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. No ano seguinte, o citado art. 18 da Lei nº 10.833/2003 foi modificado pela Lei n° 11.051, de 27 de dezembro de 2004, que alterou a redação do caput e do § 2°, bem como incluiu o § 4°, o qual passou a tratar da incidência da multa isolada para os casos em que a compensação for considerada não declarada, restringindo expressamente a aplicação dessa penalidade às hipóteses enquadradas no II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Confirase: Art. 25. Os arts. 10, 18, 51 e 58 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: "(...) Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão da não homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ............................................................................ § 4º A multa prevista no caput deste artigo também será aplicada quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996." (NR) A Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, por sua vez, ao alterar a redação do citado § 4° do art. 18 da Lei nº 10.833/2003, o fez apenas para definir que a multa será aplicada sobre o total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada, bem como para estabelecer os percentuais que seriam aplicados para cada situação, inclusive os casos de qualificação da multa. Não realizou, entretanto, nenhuma alteração em relação à estrita incidência da referida multa isolada, que deve ser aplicada somente se verificada as hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Para que não restem dúvidas, veja a redação abaixo: Art. 117. O art. 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 18. ........................................................................................ ........................................................................................ Fl. 648DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 640 19 § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose os percentuais previstos: I no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; II no inciso II do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 5º Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas no § 4º deste artigo." (NR) Novamente a redação do art. 18 foi modificada, agora pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007, que atribuiu nova redação ao caput do art. 18, bem como aos parágrafos, 2º, 4º e 5º, definindo a redação atualmente em vigor. Todavia, manteve a mesma restrição de que a multa isolada será aplicada apenas quando “a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996”: Art. 18. Os arts. 3º e 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: (...) "Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão de não homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. ........................................................................... § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ........................................................................... § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1º, quando for o caso. Fl. 649DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 20 § 5º Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2º e 4º deste artigo." (NR) Feitas essas considerações iniciais acerca da multa isolada prevista para compensação não homologada e compensação não declarada, passase a delimitar o campo de aplicação das penalidades impostas pelo art. 18 da Lei nº 10.833/2003, bem como analisar se o caso em tela é passível de ser considerado uma compensação não homologada ou não declarada. Inicialmente, é importante salientar que pedido de compensação é causa extintiva do crédito tributário, sob condição resolutória, nos termos do art. 156, inciso II, do CTN e o art. 74, § 2o, da Lei nº 9.430/96. Nos dizeres de Paulo de Barros Carvalho, no seu livro “Direito Tributário, linguagem e método”, 4ª edição, “na compensação tributária são dissolvidas, simultaneamente, essas duas relações: (i) de crédito tributário e (ii) de débito do Fisco. Direitos e deveres funcionam como vetores de mesma intensidade e direção, mas de sentidos opostos que se anulam. A compensação é forma extintiva das obrigações em geral, encontrando fundamento de validade no art. 368 do Código Civil: ‘Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações se extinguem, até onde se compensarem’. No que concerne à obrigação do tributo, o Código Tributário Nacional acolhe o instituto, desde que, em homenagem ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos, seja autorizado em lei.” De acordo com o § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” O efeito de extinção do crédito, pela compensação, operase de imediato, portanto, a partir da entrega da declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. Contudo, somente irá vigorar enquanto não haja despacho decisório indeferindo o pedido de compensação. Essa é a condição resolutória e está relacionada ao prazo de cinco de que dispõe a Administração Pública para verificar a regularidade do ato e homologálo. Caso ela não se manifeste durante o prazo acima assinalado, a compensação será tacitamente homologada, permanecendo o crédito extinto. Caso ela se manifeste indeferindo o pedido de compensação, o crédito tributário será exigido. Ou seja, a implementação da condição poderá desfazer o ato jurídico perfeito que resultou na extinção do crédito tributário e, assim, este passará a ser novamente exigido com todos os encargos cabíveis. A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória, qual seja, a sua nãohomologação pelo Fisco. É o mesmo raciocínio aplicado para o pagamento antecipado dos lançamentos por homologação (art. 150, § 4º do CTN). Nessa hipótese, a extinção do crédito ocorre na data do pagamento antecipado. Entretanto, por ser uma condição resolutória, caso a administração tributária, em posterior procedimento de fiscalização, venha a apurar que o sujeito passivo não efetuou o pagamento adequadamente, cuidará de adotar todas as providências necessárias para exigir os valores que deixaram de ser pagos, acrescidos das penalidades cabíveis. Fl. 650DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 641 21 A lógica é tão semelhante que, durante o período em que o pedido de compensação estiver pendente de análise, os débitos informados na DCOMP são tratados como inexistentes pelo sistema da RFB, que permite, inclusive, a renovação de certidão negativa de débitos. Tendose em vista que a compensação extingue o débito, resta impossível apresentar novo pedido de compensação quanto o débito encontrase extinto. É pressuposto básico do pedido de compensação a existência do débito a ser compensado. A este respeito, confirase a opinião de Sacha Calmon1: A compensação pode ser legal, jurídica ou voluntária. A compensação legal é feita nos termos da lei, ipso jure. É o caso da compensação fiscal porque o tributo é ex lege, indisponível pelo EstadoAdministração. A compensação é voluntária quando resulta de convenção entre as partes. Dela se diz que é judicial quando a dívida se faz líquida e certa por decisão judicial. São pressupostos da compensação legal: a) Duas dívidas que sejam recíprocas; b) Fungíveis; e c) Exigíveis. É dizer: não há como existir a compensação legal (que é a compensação ora analisada) diante da inexistência do débito a ser compensado. Assim, como a Recorrente havia apresentado declaração de compensação anterior, cujo efeito foi extinguir os débitos, a declaração de compensação posterior visando extinguir os mesmos débitos que já se encontravam extintos não pode existir juridicamente vez que ausente o pressuposto da existência do débito a ser compensado. Isso porque, a compensação anula, sob condição resolutória, o débito, como bem explica o professor Paulo de Barros Carvalho, vez que no quadro da fenomenologia das extinções, a compensação ocupa o tópico de modalidade extintiva tanto do direito subjetivo como do dever jurídico, uma vez que o crédito do sujeito pretensor, num dos vínculos, é anulado pelo seu débito, no outro, o mesmo se passando com o sujeito devedor. A jurista Misabel Abreu Machado Derzi2 também realiza considerações interessantes sobre o instituto da compensação, valendo conferir os seguintes trechos: a peculiaridade da compensação no Direito Tributário, realçada especialmente nos tributos lançados por homologação, conforme modelo adotado pela Lei nº 8.383/91, está exatamente no fato de que ela extingue a obrigação sob condição resolutória, como é 1 Curso de Direito Tributário Brasileiro. 11ª ed. Forense, p.735. 2 Direito Tributário Brasileiro. Aliomar Baleeiro. Editora Forense. 11ª Edição. Fl. 903 Fl. 651DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 22 próprio do pagamento antecipado (art. 150, § 4º do CTN). A certeza e a liquidez serão apuradas pelo sujeito passivo, que procederá à compensação, ficando os atos assim praticados sujeitos à fiscalização futura pelo prazo de cinco anos. (...) O fenômeno é ordinário. Afinal, os impostos e contribuições mais importantes do sistema tributário brasileiro são sujeitos a lançamento por homologação, em que o sujeito passivo, calculando e apurando o montante a pagar, antecipa o pagamento, que se sujeita a ato administrativo de homologação posterior, expresso ou tácito, como condição resolutória de extinção. No ICMS e no IPI, ordinariamente, o contribuinte também realiza as compensações inerentes ao princípio da não cumulatividade. Seria estranho ao regime do próprio tributo e mesmo impraticável que o contribuinte, que pagou o que não devia, para compensar o seu crédito – como forma de restituição do indébito – se sujeitasse à conferência prévia pela Fazenda Pública de todos os atos praticados” Não se trata, portanto, de DCOMP não homologada ou não declarada, vez que a ausência de débito impossibilita a apresentação de DCOMP. Explicase. A lógica corrobora para impossibilitar a existência de duas declarações de compensação sobre o mesmo débito. Em síntese, sobre a matéria envolvendo vários pedidos de compensação relativos aos mesmos débitos, três hipóteses distintas são possíveis: (i) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada quando a primeira DCOMP ainda não foi analisada: quando a segunda DCOMP é apresentada antes do despacho decisório e antes do início do procedimento fiscal, ela deve ser interpretada como retificadora da primeira e esta, por conseqüência, perde o seu objeto, dispensando a sua análise. A segunda DCOMP, portanto, substitui a primeira, devendo somente aquela ser analisada, já que a primeira deixa de produzir efeitos; (ii) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada após o início do procedimento fiscal, mas antes do despacho decisório: quando a segunda DCOMP é apresentada antes do despacho decisório, mas depois de iniciado o procedimento fiscal (não podendo a primeira ser retificada), ela perde o seu objeto, devendo ser considerada inexistente, já que, iniciado o procedimento fiscal o contribuinte não pode retificar a primeira declaração, e o débito, antes do despacho não homologatório está extinto, podendo, portanto, a segunda DCOMP produzir nenhum efeito sobre aqueles débitos; (iii) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada após o despacho que não homologa a primeira: havendo despacho acerca da não homologação da primeira DCOMP, aplicandose a multa isolada competente e realizandose a cobrança dos débitos correspondentes, a segunda DCOMP, quando apresentada após o referido despacho decisório, deve ser considerada como não declarada (nos termos do §3º, V, e §12, do art. 74 da Lei nº 9.430/96), já que a legislação não permite a coexistência dessas duas declarações sobre os mesmos débitos. Aplicandose os conceitos acima ao caso em tela, é de se concluir que, em relação aos débitos consubstanciados DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843, transmitida em 11/04/2005, como já haviam sido objeto de pedidos de compensação anteriores, e, como confirmado pela DRJ, já haviam sido integralmente pagos nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749, a cobrança da multa isolada exigida por meio do meio do presente PTA não deve subsistir. Explicome: Fl. 652DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 642 23 A DRJ de Campinas teve o cuidado de realizar uma análise muito detalhada dos débitos envolvidos, visando justamente evitar a duplicidade na cobrança. Assim, constatou que todos os débitos informados na DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 haviam sido objeto de pedidos de compensação anteriores, sendo que todas as DCOMPs envolvidas foram transmitidas no período de outubro/2004 e janeiro/2005, ou seja, anteriores à DCOMP ora analisada, que, como dito, foi transmitida em abril/2005. Ressaltou, ainda, que todos os débitos constantes da DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 já haviam sido cobrados do contribuinte e por ele pagos. Veja o trecho abaixo, extraído do acórdão nº 0523.794, elaborado pela DRJ, fl. 549: Concluise, desta forma, a análise dos débitos compensados na DCOMP n° 13710.48935.110405.1.3.040843, evidenciandose que todos os valores ali constantes já haviam sido cobrados do contribuinte e por ele pagos. Para maior clareza, o número de ordem atribuído a cada um dos débitos analisados está referenciado na cobrança/lançamento evidenciado nos extratos dos processos administrativos n° 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749 (fls. 352/374). Ali, apenas deixam de ser consignados os débitos de n° 1, 6 e 29, que embora não constem naqueles autos, foram indicados para cobrança na ordem de intimação do Acórdão DRJ/CPS n° 18.644. Apenas para que não restem dúvidas quanto às compensações realizadas, convém notar os trechos a seguir, os quais demonstram que todas as DCOMPs mencionadas e analisadas pela DRJ, em relação à DCOMPs n°s 13710.48934.110405.1.3.040843, foram transmitidas no período entre 10/2004 e 01/2005. Confirase: 1) Código 0561, PA 110/2004, valor original de RS 761.445.08: Código 0561, PA 510/2004, valor original de R$ 761.445,08 O contribuinte aponta compensações de: R$ 761.445,08 na DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878 (retificadora da DCOMP 29705.87825.031104.1.3.571640); R$ 942.135,99 (principal de R$ 761.445,08) na DCOMP 36750.45364.050105.1.3.570527; (...) Como se vê, o débito de R$ 761.445,08, aqui indicado como referente à 1ª semana de outubro/2004, em verdade consta como pertinente à 5 a semana de outubro/2004 na DCTF deste período. O mesmo se infere da DCOMP aqui tratada (n° 13710.48935.110405.1.3.040843), na qual ele é associado ao vencimento de 04/11/2004, e não 06/10/2004, como seria esperado para débitos da 1ª semana de outubro/2004. (...) Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. Fl. 653DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 24 2) Código 0561. PA 112/2004. valor original de R$ 577.998.86: Código 0561, PA 112/2004, valor original de RS 615.229,22 O contribuinte aponta compensações de: R$ 615.229,22 na DCOMP 22107.55657.261104.1.3.571445; R$ 615.229,22 na DCOMP 39819.06004.071204.1.3.572423; R$ 686.778,23 (principal de R$ 577.998,86) e de R$ 1.999,84 (principal de R$ 1.683,09) na DCOMP 38486.24773.070105. 1.3.570600; e R$ 42.237,26 (principal de R$ 35.547,27) na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300. (...) Observase, do exposto, que o débito de IRRF, sob código 0561, apurado na 1ª semana de dezembro/2004 seria, em todos os documentos apresentados, de R$ 615.229,22. Apenas que este valor foi decomposto nas parcelas de R$ 577.998,86 e R$ 1.999,84 indicadas na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.57 0600 e da parcela de R$ 35.547,27 compensada na DCOMP n° 24322.97492.070105.1.3.573300, as quais totalizam também R$ 615.229,22. Confirmase, ainda, que a parcela de R$ 615.229,22 foi objeto de cobrança no processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, na medida em que o débito de R$ 577.998,86 integra o valor de R$615.229,22, cobrado naquele processo administrativo, descabe nova exigência. 3) Código 0561. PA 212/2004, valor original de R$ 1.683.09: Como se vê acima, o valor de R$ 1.683,09 foi apontado como parcela integrante do débito de R$ 615.229,22, apurado na 1ª semana de dezembro/2004, sendo objeto de compensação na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600. Aqui, não obstante ele tenha sido indicado como referente à 2 a semana de dezembro/2004, seu vencimento foi declarado como sendo 08/12/2004, o mesmo apontado para o débito de R$ 577.998,86. Concluise, daí, que esta parcela, à semelhança do débito de R$ 577.998,86, também integra o valor de R$ 615.229,22 cobrado e pago no processo administrativo n° 10166.000251/200578, devendo ser interrompida esta nova cobrança. 4 e 5) Código 0561. PA 112/2004. valor original de RS 23.152.85. e Código 0561, PA 212/2004. valor original de RS 112,94: (...)Código 0561, PA 212/2004, valores originais de R$ 112,94 e R$ 23.152,85, informados na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600, mas cobrados, pelo valor total de R$ 23.265,79, em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600 para o débito R$ 23.152,85 (1 12/2004) estaria incorreto; Fl. 654DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 643 25 Aqui, também, o débito compensado de R$ 23.152,85 foi novamente vinculado à 1ª semana de dezembro/2004, mas tendo como data de vencimento 15/12/2004, prevista para a 2ª semana de dezembro2004. Daí a evidência de incorreção do período de apuração indicado na DCOMP 13710.48935.110405.1.3.04 0843 e, conseqüentemente, da sua anterior cobrança nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, juntamente com a parcela de R$ 112,94, o que totaliza R$ 23.265,79 no período de 212/2004 e impõe o afastamento da cobrança renovada nestes autos. 6) Código 1708, PA 110/2004. valor original de RS 11.239.66: Código 1708, PA 510/2004, valor original de R$ 11.239,66 O contribuinte aponta compensações de: R$ 11.239,66 na DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878; R$ 13.906,82 (principal de R$ 11.239,66) na DCOMP 36750.45364.050105.1.3.570527; e R$ 13.906,82 (principal de R$ 11.239,66) na DCOMP 17421.01212.060105.1.3.574064. (...) Como se vê, o débito de RS 11.239,66, aqui também indicado como referente ao código 1708 e à 1ª semana de outubro/2004, em verdade consta como pertinente à 5ª semana de outubro/2004 na DCTF deste período, aspecto confirmado no processo administrativo n° 10166.000251/200578. (...) Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. 7 e 8) Código 1708. PA 211/2004. valor principal de RS 29.669.72. e Código 1708, PA 112/2004. valor original de R$ 2.930.11: À semelhança dos itens 4 e 5, verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fis. 285/286: [...] Código 1708, PA 211/2004, valor original de RS 29.669,72, informado na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 24408.15721.171104.1.3.574925; Fl. 655DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 26 [...] Código 1708, PA 212/2004, valor original de RS 2.930,11, informado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600 para o débito RS 2.930,11 (1 12/2004) estaria incorreto; Evidente, portanto, a anterior cobrança dos débitos de R$ 29.669,72 e R$ 2.930,11 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, o que impõe o afastamento das cobranças renovadas nestes autos. 9) Código 2172, PA 08/2004, valor original de R$ 10.067,00: No Acórdão n° 18.644 esta Relatora verificou a compensação de débito com estas características por meio da DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, a qual foi considerada não declarada e ensejou o lançamento de ofício dos valores correspondentes nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749, não impugnado e quitado pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que o referido débito foi objeto de compensação anterior, e também recolhido, mas agora em razão do lançamento de ofício formalizado nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749. Assim, não deve prosseguir a cobrança correspondente, aqui promovida. 10) Código 2172. PA 09/2004. valor original de RS 18.268.50: Código 5979, PÁ 209/2004, valor original de R$ 28.316,17 Este código de receita corresponde a retenções da Contribuição ao PIS sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado. No período em questão, o contribuinte aponta, no demonstrativo à fl. 287, compensações de: R$ 3.997,36 (principal de R$ 3.958,17), R$ 18.449,36 (principal de R$ 18.268,50), R$ 6.149,79 (principal de R$ 6.089,50) na DCOMP 09370.80623.111004.1.3.573903; R$ 34.616,51 (principal de R$ 28.316,17) na DCOMP 38948.41809.081204.1.3.573800; R$ 22.603,21 (principal de RS 18.268,50), R$ 7.534,53 (principal de R$ 6.089,50) e de RS 4.897,43 (principal de RS 3.958,17) na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600. Confirmase, daí que, como alegado pelo impugnante, a COFINS apurada em setembro/2004 no valor de R$ 18.268,50 foi objeto de cobrança e pagamento no processo administrativo n° 10166.000251/200578, razão pela qual descabe a renovação desta exigência. 11.12 e 13) Código 2172. PA 10/2004, valor original de R$ 34.021,73; PA 11/2004, valor original de R$ 68.405,08; e PA 12/2004, valor original de RS 70.354.78: Fl. 656DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 644 27 À semelhança do descrito no débito n° 9, os valores em referência também foram identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação. Os valores assim exigidos nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foram pagos pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que os referidos débitos foram objeto de compensação anterior, e também recolhidos. Observese, apenas, que todos assim o foram em razão do lançamento de ofício formalizado nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749, muito embora o recorrente vincule os débitos de R$ 68.405,08 e R$ 70.354,78 a recolhimento decorrente da cobrança efetuada nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, não deve prosseguir a cobrança a eles correspondente, aqui promovida. 14 e 15) Código 2362. PA 10/2004. nos valores originais de R$ 542.152,53 e R$ 263.434,83: À semelhança dos itens 4, 5, 7 e 8 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 2362, PA 10/2004, valores originais de R$ 263.434,83 e R$ 542.152,53, informados na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrados em razão da nãohomologação das DCOMP 24408.15721.171104.1.3.57 4925 e 05223.55367.231104.1.3.572278; Portanto, também aqui, a cobrança anterior dos débitos de R$ 542.152,53 e R$ 263.434,83 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, impõe o afastamento das cobranças renovadas nestes autos. 16) Código 2372. PA 1/2004. valor original de RS 3.355,67: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12 e 13, o valor em referência também foi identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação. O valor assim exigido nos autos do processo Fl. 657DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 28 administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado. (...) Confirmase, daí, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tal débito foi objeto de compensação anterior, e também recolhido. Portanto, descabe a cobrança a eles correspondente, aqui promovida. 17) Código 2372. PA 3/2004. valor original de R$ 6.089,50: Código 5979, PA 209/2004, valor original de RS 28.316,17. Este código de receita corresponde a retenções da Contribuição ao PIS sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado. No período em questão, o contribuinte aponta, no demonstrativo à fl. 287, compensações de: R$ 3.997,36 (principal de R$ 3.958,17), R$ 18.449,36 (principal de R$ 18.268,50), R$ 6.149,79 (principal de RS 6.089,50) na DCOMP 09370.80623.111004.1.3.573903; R$ 34.616,51 (principal de R$ 28.316,17) na DCOMP 38948.41809.081204.1.3.573800; R$ 22.603,21 (principal de R$ 18.268,50), R$ 7.534,53 (principal de R$ 6.089,50) e de R$ 4.897,43 (principal de R$ 3.958,17) na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600. (...) Confirmase, portanto o alegado pelo impugnante, no sentido de que a CSLL apurada no 3 o trimestre/2004 no valor de R$ 6.089,50 foi objeto de cobrança e pagamento no processo administrativo n° 10166.000251/200578, não devendo prosseguir a cobrança nestes autos. 18. 19. 20 e 211 Código 2372. PA 2/2004. valor original de R$ 1.085,12; PA 4/2004. valor original de R$ 22.801,69: PA 3/2004, valor original de R$ 11.340,58: e PA 2/2004. valor original de R$ 10.203,16: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12, 13 e 16, os valores em referência também foram identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada não declarada a compensação. O valor assim exigido nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado. (...) Confirmase, daí, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tais débitos foram objeto de compensação anterior, e também recolhidos após lançamento de ofício. Portanto, não se deve prosseguir, aqui, na cobrança dos mesmos valores. 22 e 23) Código 2484. PA 10/2004. nos valores originais de R$ 65.261,60 e R$ 199.974,29: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14 e 15 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria Fl. 658DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 645 29 autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 2484, PA 10/2004, valores originais de R$ 199.974,29 e R$ 65.261,60, informados na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrados em razão da nãohomologação das DCOMP 24408.15721. 171104.1.3.57 4925 e 05223.55367.231104.1.3.572278; Assim, a cobrança anterior dos débitos de R$ 199.974,29 e R$ 65.261,60 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, impede, aqui, que se prossiga na cobrança dos débitos em referência. 24) Código 3208. PA 112/2004. no valor original de RS 3.549,00: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22 e 23 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 3208, PA 212/2004, valor original de RS 3.549,00, informado na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600 para o débito RS 3.549,00 (1 12/2004) estaria incorreto; [...] Como se vê, o débito de R$ 3.549,00, sob código 3208, foi objeto de compensações anteriores, muito embora vinculado ao período de apuração 212/2004 na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, e cobrado em razão da DCOMP n° 39228.04322.151204.1.3.577088, na qual foi atribuído ao período de apuração 112/2004, como nas compensações aqui tratadas. Logo, descabe nova cobrança deste valor. 25 e 26) Código 5706. PA 211/2004 no valor original de RS 122.117,66; e PA 311/2004. no valor original de R$ 33.882,03: Código 5706, PA 311/2004, valor original de RS 156.000,01 Fl. 659DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 30 O contribuinte aponta compensações de: R$ 156.000,01 na DCOMP 05223.55367.231104.1.3.572278; e R$ 149.569,70 (principal de R$ 122.117,66) e de R$ 41.498,78 (principal de R$ 33.882,03) na DCOMP 24322.97492. 070105.1.3.573300. Na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300 o valor principal de R$ 122.117,66foi informado no PÁ 21172004, e a parcela de R$ 33.882,03 no PA 311/2004 (fl. 335 do processo apenso n° 10166.000251/200578). Já na DCOMP 05223.55367.231104.1.3.572278, o débito de R$ 156.000,01 foi indicado para o PA 311/2004 (fl. 257 do processo apenso n° 10166.000251/200578). (...) Tais constatações infirmam a indicação contida na impugnação (fl. 181), de que os débitos de R$ 33.882,03 e R$ 122.117,66 integrariam o valor de R$ 156.000,01 recolhido em razão da cobrança promovida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Apenas a parcela de R$ 33.882,03 foi admitida como integrante do débito sob código 5706, no período de apuração 311/2004. De toda sorte, a outra parcela de R$ 122.117,66, que se entendeu relativa ao período de apuração 211/2004, foi objeto de lançamento de ofício n° 10830.001497/200749, também pago. Assim, descabe prosseguir na cobrança de ambos os débitos. 27) Código 5856. PA 10/2004, valor original de R$ 964.147,68: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12, 13, 16, 18, 19, 20 e 21, o valor em referência também foi identificados como compensado na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, mas sem que isto suscitasse seu lançamento de ofício, e sim a sua cobrança em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação, possivelmente em razão de o débito ter sido também declarado em DCTF. Tal cobrança acompanhou as demais promovidas no processo administrativo n° 10166.000251/200578 e foi paga pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tais débitos foram recolhidos em razão da cobrança promovida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, não se deve prosseguir, aqui, na cobrança dos mesmos valores. 28) Código 5856. PA 11/2004, no valor original de RS 1.638.587,68: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22, 23 e 24 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes Fl. 660DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 646 31 débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 5856, PA 11/2004, valor originai de R$ 1.638.587,68, informado nas DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600 e 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322. 151204.1.3.577088; [...] Considerando que a cobrança acima referida foi paga no processo administrativo n° 10166.000251/200578, como alegado pelo impugnante, descabe aqui repetila. 29 ) Código 6912. PA 09/2004. no valor original de R$ 126.141.65: Concluída a análise dos valores questionados pelo contribuinte no demonstrativo de fls. 285/288, cumpre ainda observar que, dentre os débitos por ele indicados como declarados em DCTF e compensados, notase que o valor de R$ 126.141,65 (atualizado em R$ 156.075,06 na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300), relativo ao período de apuração de setembro/2004 e informado sob código 6912, não foi objeto de cobrança. (...) Como se vê, à semelhança dos débitos n° 1 e 6, embora o valor de R$ 126.141,65 não tenha sido cobrando nos autos n° 10166.000251/200578 como acima relatado, esta Relatora, no mesmo Acórdão n° 18.644, fez constar de sua ordem de intimação o encaminhamento à DRF jurisdicionante do contribuinte para que: “Adote as providências necessárias relativamente aos débitos abaixo indicados que, nos termos do voto deste julgado, foram indevidamente compensados, mas não constam da carta cobrança de fls. 521/529 do processo apenso n° 10166.000251/200578: Tributo PA Valor DCOMP 6912 09/2004 126.141,65 24322.97492.070105.1.3.573300 [...]” Observese, inclusive, que o impugnante também se reporta a este débito em sua impugnação classificandoo dentre os valores que ainda serão objeto de levantamento interno (fl. 179). Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. 30. 31. 32 e 33) Código 6912, PA 08/2004, no valor original de RS 2.181.18: PA 10/2004. no valor original de R$ 7.371,37; PA Fl. 661DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 32 U/2004, no valor original de R$ 14.821,11: PA 12/2004. no valor original de R$ 15.243,54: À semelhança do descrito nos débitos n° 9,11,12,13,16,18,19, 20, 21 e 27, os valores em referência também foram identificados como compensados nas DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.57 0600 e 24322.97492.070105.1.3.573300, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de terem sido consideradas nãodeclaradas as compensações. O valor assim exigido nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado.(...) 34) Código 8045. PA 110/2004. valor original de R$ 668,33: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22, 23, 24 e 28 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de jls. 285/286: [...] Código 8045, PA 110/2004, valor original de RS 668,33, informado nas DCOMP 36750A5364.050105.1.3.570527 e 17421.01212.060105A.3.574064, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 29705.87825.031104.1.3.571640 (retificada pela DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878). E, muito embora o impugnante não cite tal ocorrência em seu demonstrativo de fls. 179/181, tendo em conta o pagamento da cobrança acima referida, procedida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, descabe aqui renová la. Relacionando tudo o que foi dito até o momento com o caso em análise, vêse que a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843 foi transmitida em 11/04/2005. Desse modo, (i) sendo posterior às demais DCOMPs acima mencionadas (transmitidas entre 10/2004 a 01/2005) e (ii) tendo sido apresentada antes do despacho decisório e antes do início do procedimento fiscal que resultou nas cobranças realizadas nos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749, devidamente pagas pela Recorrente, é de se declarar indevida a cobrança da multa isolada, já exigida da contribuinte nos autos do PTA nº 10830.006690/2006 95. Isso porque, a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843 deveria ter sido interpretada como retificadora das DCOMPs anteriores, que diziam respeito aos mesmos débitos. Ao analisar as DCOMPs apresentadas primeiramente (entre outubro/2004 e janeiro/2005), não deveria a Autoridade Fiscal simplesmente ter desprezado a existência da DCOMP posterior que, por versar sobre os mesmos débitos que as anteriores, evidenciava a necessidade de se promover a substituição das outras declarações, evitandose a duplicidade de pedidos de compensação para os mesmos débitos. Inclusive, a própria contribuinte, ao constatar a duplicidade de pedidos de compensação, pediu o cancelamento da DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, cujos Fl. 662DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 647 33 débitos foram quitados nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/2007 49. Contudo, o pedido de cancelamento não foi acolhido por ter sido formulado no curso da ação fiscal. Assim, a Autoridade Fiscal desprezou a existência de DCOMP posterior que tentava compensar débitos que constavam nas DCOMPs anteriores e, ao não homologar as primeiras DCOMPs, exigiu o pagamento do débito acrescido da multa isolada na modalidade qualificada. O aspecto mais relevante sobre a discussão deixou de ser analisado: se o pedido de compensação extingue os débitos sob condição resolutória, é impossível coexistirem duas declarações sobre um mesmo débito, já que ele é extinto no momento da entrega da declaração de compensação, deixando de existir até ulterior condição resolutória. Desse modo, não se pode permitir a cobrança de nova multa isolada, na modalidade qualificada, pela não homologação de compensação que versava sobre débitos constantes de DCOMPs anteriores, as quais já foram não homologadas e a multa isolada já imposta. É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que, ao apresentar o primeiro pedido de compensação, o débito é extinto e, via de conseqüência, não pode servir de substrato para outro pedido de compensação que verse sobre o mesmo débito, ainda que aborde créditos distintos. É admissível, entretanto, a retificação da declaração de compensação, situação em que a segunda declaração deve substituir a primeira que, por conseqüência, perde o seu objeto, dispensando a sua análise. Assim, somente a segunda DCOMP deveria ser analisada, de modo que a primeira deixa de produzir efeitos naquilo em que alterado. Além disso, não pode prosperar a aplicação de multa por não homologação de compensação que sequer existiu, vez que na apresentação da segunda DCOMP, conforme explanado nas linhas acima, inexistia pressuposto básico do instituto da compensação – o débito (que estava extinto por compensação anterior, que ainda não havia sido não homologada). Logo, se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. No entendimento da DRJ, embora tenha decidido que não deveria prosseguir a cobrança dos débitos correspondentes a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, manteve a exigência da penalidade nos presentes autos, mesmo sabendo que ela já havia sido fixada no PTA nº 10830.006690/200695. Na verdade, entendo que o procedimento mais adequado seria a aplicação da presente penalidade apenas nos presentes autos, haja vista que somente aqui foi analisada a DCOMP retificadora. Contudo, como a Recorrente já fora naqueles autos (PTA nº 10830.006690/200695) condenada ao pagamento da multa isolada pela não homologação do pedido de compensação, entendo não incabível repetir a penalidade nos presentes autos. Fl. 663DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 34 Assim, afasto a exigência da multa isolada em relação à DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843. Entretanto, por se tratar de situação absolutamente diferente, mantenho, pelos fundamentos adotados pela DRJ, a exigência da multa isolada e qualificada em relação à DCOMP nº 36921.01195.150405.1.3.046080, já que não foram comprovadas compensações anteriores e o pagamento dos débitos nela compensados. Tanto que a Recorrente, em seu recurso, informa que irá efetuar o pagamento dos débitos por meio de parcelamento. Em relação à existência de dolo específico que enseje a aplicação da multa na modalidade qualificada, entendo estar presente um conjunto de indícios consistentes e convergentes no sentido da inverdade das informações apresentadas nas DCOMPs, vez que verificase a apresentação de diversas DCOMPs com créditos inexistentes ou indicando como créditos processos administrativos que, na verdade, tratavamse de débitos não quitados pela contribuinte. Por fim, quanto à argüição de inconstitucionalidade da multa aplicada pelo Fisco, entendo que este Conselho não deve se manifestar sobre discussões que versem sobre essa matéria, visto que não é sua função afastar a aplicação de leis validamente inseridas no ordenamento jurídico pátrio. É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira relator Fl. 664DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR
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Numero do processo: 13855.002038/2006-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2005
EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO.
É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96.
Numero da decisão: 1202-000.770
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2005 EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO. É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96.
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EPP (antiga denominação NETRADIO MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA LTDA EPP) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005 EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO. É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Losso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho (Presidente), Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno Fl. 253DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 2 Relatório Cuidase de Representação Fiscal intentada contra a contribuinte Netradio Manutenção e Equipamentos de Informática Ltda. (CNPJ 07.448.886/000180), atual Netradio Comunicações Ltda. – EPP, que culminou com a exclusão da sistemática do SIMPLES. Após representação administrativa, iniciada pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social (fl.01), com posterior remessa do processo à SRF – Secretaria da Receita Federal, onde se emitiu o Parecer DRF/FCA/SORAT n. 134/2006 KVS (fl. 3337), que fundamenta que a natureza das atividades da contribuinte são de prestação de serviços de manutenção e operação de sistema de rede. Tal entendimento tem origem nas notas fiscais acostadas ao processo, bem como da análise das informações de sua página na internet, onde consta que a empresa é especializada em rádio corporativa interna, com tecnologia própria. Dali também se verifica que os serviços são prestados em mais de 170 cidades e seu principal cliente é a rede de Lojas Magazine Luíza S/A. Por fim, conclui que a atividade é a de prestação de serviços de engenharia, situação vedada para opção à sistemática do Simples. Com isso, foi emitido o Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA n. 19/2006 (fl. 38), com efeitos a partir de 20 de junho de 2005, nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9317/96, fundamentando a exclusão na prestação de serviços profissionais cujo exercício depende de habilitação legalmente exigida. Foi apresentado pela contribuinte a Solicitação de Revisão de Exclusão do Simples – SRS (fls. 5152), onde aduziu que suas atividades referemse a prestação de serviços de manutenção de equipamentos de informática, que é manutenção referente aos computadores interligados nas lojas (por rede interna), tendo como único cliente a rede de lojas acima citada. Destaca que não se trata de atividade exclusiva de engenheiro. A SRS foi indeferida (fl. 52), por se entender que a atividade exercida é vedada, podendo caracterizarse como prestação de serviço profissional na área de engenharia. Foi intimada da decisão em 16 de outubro de 2006. Irresignada, apresentou impugnação (fls. 84/100), onde aduz que a empresa, optante pelo Simples desde 20 de junho de 2005, foi notificada da exclusão do sistema em 8 de setembro de 2006, por meio do Ato Declaratório Executivo nº 19, de 28 de agosto de 2006, bem como da existência de processo administrativo (nº 002038/200610). Informa que em 7 de junho de 2006 a empresa enviou ao INSS pedido de Certidão Negativa de Débito, negada na ocasião em virtude de alegadas restrições, o que não se mostrou verdadeiro, já que a intentada certidão foi emitida em 14 de junho de 2006. A partir desses fatos, informa que a Auditora Fiscal da Previdência Social, Sra. Elisabete Chaves, com base na análise do Contrato Social da empresa e do confronto com notas fiscais presumiu a vedação ao Simples prevista no artigo 9º, inciso XIII da Lei nº 9317/96. Informa que o equívoco se deu em virtude de utilizar em algumas notas fiscais a expressão “manutenção e operação de sistema de rede”. Corrobora que à época, a empresa prestava essencialmente serviços de manutenção de equipamentos de serviços de informática num único cliente, a saber, o Magazine Luíza S.A. Destaca que a “atividade consistia na manutenção dos computadores que são interligados nas lojas (via rede interna) atividade esta, descrita nas notas fiscais como “manutenção e operação de sistema da Rádio Luiza” (fl. 85), informando que as lojas deste grupo possuem um software que regula transmissões de música e Fl. 254DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 240 3 anúncios internos, tal como um sistema de auto falantes. Ou seja, a função da empresa era a manutenção dos equipamentos onde funciona este programa. Alega que não há vedação para a atividade descrita na sistemática do Simples, destacando que a expressão “manutenção e operação de sistema de rede”, além de genérica, não esta prevista no artigo 9º, XIII da Lei nº 9317/96, nem se relaciona com a atividade exclusiva de Engenheiro, como está descrito na norma. Informa que, em virtude da alteração do contrato socia,l em 3 de julho de 2006 (protocolo na JUCESP em 24/7/06), pela expansão de suas atividades, a empresa requereu “seu desenquadramento do sistema Simples” (fl. 86), ou seja, em data anterior à expedição e publicação do Ato Declaratório Executivo retro. Ainda, cita que é dever constitucional o tratamento diferenciado dado pelo legislador às micro e pequenas empresas, por força do artigo 179 da Constituição Federal, sendo expedido em complemento ao dispositivo constitucional a Lei nº 9.317/96, que, em seu artigo 2º, define micro empresa e empresa de pequeno porte. Adiciona que sua receita não ultrapassa o valor legal de renda bruta auferida, evidenciandose como microempresa, mais um motivo para que mereça tratamento jurídicotributário diferenciado, fazendo jus à opção pela sistemática do Simples. Traz ementas de julgamentos do TRF de diversas regiões: "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. EXCLUSÃO. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. ART. 9°, DA LEI N° 9.317/96. PODER REGULAMENTAR EXORBITANTE. CONFEA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL. EXIGÊNCIA LEGAL. PRESCINDIBILIDADE. Art. 108, §1° CTN. REMESSA OFICIAL. I — A atividade econômica de instalação elétrica, não está enumerada nos óbices legais à adesão ao regime do SIMPLES. Indevida a ampliação das atividades vedadas por meio de veículos normativos inferiores, ensanchando os lindes interpretativos do art. 108, § 1 0 do CTN. 2 — Atividades desenvolvidas pela impetrante não enquadradas em atividade típicas cujo desempenho nãoprescinda de habilitação profissional legalmente exigida. 3—Consectários legais mantidos, em face da ausência de recursos voluntários e sob pena de incorrerse em reformatio in pejus. 4—Remessa oficial improvida.". (REO no 2003371070124649RS, Rel. Juiz Álvaro Eduardo Junqueira, TRF 4Região, DJU de 07122005, p. 676). (grifouse). "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. EXCLUSÃO. MANUTENÇÃO E CONSERTO DE EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS. ARTIGO 9° DA LEI N° 9.317/96. PODER Fl. 255DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 4 REGULAMENTAR EXORBITANTE. CONFEA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL EXIGÊNCIA LEGAL. PRESCINDIBILIDADE. ART. 108, § 1°, CTN. I — A atividade econômica de comércio varejista de artigos, manutenção e reparação de equipamentos no ramo odontológico, não está enumerada nos óbices legais à adesão ao regime do SIMPLES. Indevida a ampliação das atividades vedadas por meio de resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, COSIFEA, ensanchando os lindes• interpretativos do art. 108, § 1° do CTN. 2Atividades desenvolvidas pela impetrante não enquadradas em atividades típicas cujo desempenho não prescinda de habilitação profissional legalmente exigida. 3 — Apelação improvida." (AMS no 2004 71000274171RS, Relator Juiz Álvaro Eduardo Junqueira, TRF 4Região, DJU, de 30112005, p. 599). (grifouse). "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. ART. 9°, XIII, DA LEI 9.317/96. ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS DE ARTESANATO. EXCLUSÃO DO SIMPLES. IMPOSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA. 1 — Consoante entendimento pacificado no STF (no julgamento da ADIN 1643/DF), para que as empresas sejam enquadradas no SIMPLES não basta que ostentem a condição de pequena ou microempresa, sendo necessário, ainda, que a atividade que desenvolvem não esteja enquadrada dentre as hipóteses do art. 9º, XIII, da Lei 9.317/96 e não seja requerida qualificação profissional especifica. 2— Tratandose de pequena empresa, e de atividade que não demanda qualificação profissional específica exigida em lei (organização de feiras de artesanato), ao menos por este fundamento não pode ser excluída do SIMPLES. 3— Ato declaratório que se anula para manter a empresa inscrita no SIMPLES desde sua inscrição. 4 Verba honorária fixada em R$ 300,00." (AC n° 200372010052510SC, Rel. Juiz Dirceu de Almeida Soares, TRF 4ª Região, DJU, de 16112005, p. 668). (grifouse). Cita também que o STJ se manifestou sobre o mesmo tema e transcreve as ementas: "TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS , E CONTRIBUIÇÕES (SIMPLES). ANÁLISE: DÉ. MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA.INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL. SÚMULAS N° S. 5 E 7, DO STJ. As atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 90, § 40, da Lei 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços ser optante. (Resp 380761). Fl. 256DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 241 5 Ainda que assim não fosse, as próprias regras da experiência comum indicam que exploram serviços de instalação e manutenção de equipamentos elétrico mecânicos não se enquadram no art. 90, inciso XII, alínea f da Lei 9.317/96. Equiparar essas empresas implicaria em analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretaçãomais benéfica (art. 106, I,CTN). Deveras, a análise do contrato social com o escopo de aferir o objeto da empresa e suas atividades para afastar funções assemelhadas, data venia, incide no mesmo veto da sindicância fáticoprobatória (Súmulas 05 e 07 do STJ). Recurso Especial não conhecido.". (Resp n°4O3568/SC, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 27052002, p. 138) “EMENTA. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (SIMPLES). LEI N°9.317/96. AGÊNCIAS DE VIAGENS. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO. 1 — Em se tratando de interpretação da legislação tributária acerca de atividades similares, não se presta a analogia para legitimar ato administrativo concebido com o propósito de obstaculizar isenção fiscal prevista em lei. 2 — O inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317/96, ao relacionar as pessoas jurídicas impedidas de aderir ao"SIMPLES", somente alcança aquelas atividades cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, situação na qual não se enquadram as agências de viagens. 3 — Recurso especial provido". (grifouse). (REsp n° 437051/PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 03082006, p. 239). Traz na Impugnação que a Lei n°10.964/2004 que,em seu artigo 4°, expressamente excluiu a empresa de manutenção de informática da vedação, a saber: "Art. 4°. Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1966, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: I — serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, e outros veículos pesados (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). II serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores (redação dada pela Lei n°11.051/2004). III — serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas (Redação dada pelaLei n°11.051/2004). Fl. 257DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 6 IV — serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). V serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). § 1° Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação (Redação dada pela Lei n° 11.051/2004). § 2° As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9° da Lei n°9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema com efeitos retroativos à data da opção desta, nos termos prazos e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, desde que não (se enquadrem nas demais i hipóteses de vedação previstas na legislação (Redação dada pela Lei n° 11.051/2004).” A atividade da empresa, como cita o Parecer do INSS, é “Manutenção, Reparação e Instalação de Equipamentos de Informática" e consta nas notas fiscais "Manutenção e Operação de Sistema de Rede", isto é, a atividade que pode optar pelo SIMPLES. Reforça que a vedação prevista no inciso XIII, artigo 9º da Lei nº 9317/96 é no sentido de impedir “prestação de serviços profissionais” ou de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, o que não é o caso das atividades desenvolvidas pela impugnante. Não há, na legislação que regulamenta o Estatuto dos Engenheiros, Arquitetos e Engenheiros Agrônomos (lei 5194/66), qualquer exigência para a prática das atividades descritas, profissional habilitado como engenheiro. Acresce que, em decorrência do princípio da legalidade tributária, conforme artigo 150, I, da Constituição Federal temse o impedimento ao emprego da analogia para exigência de tributo sem previsão legal. Ao final, requer a anulação do Ato Declaratório Executivo n. 19/2006, e da decisão SORAT n. 3351/2006 da DRF Franca, ante a afronta a dispositivos legais expressos, requerendo também a produção de todos os meios de prova, especialmente pericial e documental, bem como a intimação do procurador que subscreveu a impugnação de todos os atos praticados no processo administrativo em apreço. A 1ª Turma da DRJ/RPO, ao proferir sua decisão no Acórdão nº 1422.242 (fls. 151/157), houve por bem indeferir a solicitação. Inicialmente, reconhece a presença dos requisitos de admissibilidade da manifestação de inconformidade. Em relação ao pedido de encaminhamento das intimações ao advogado da contribuinte, esclarece que, para a validade da intimação por via postal, cabe a entrega no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, entendido como o fornecido para fins cadastrais, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 70.235/72. Dada a atuação vinculada à lei da autoridade administrativa, descabido é o envio também ao advogado da contribuinte. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 242 7 O pedido de perícia restou indeferido, já que se apresentavam nos autos os elementos para a formação da livre convicção do julgador, conforme as regras do Processo Administrativo Fiscal (artigo 18, Decreto nº 70.235/72), sendo prescindível para a solução do processo a prova solicitada. Destaca que os requisitos de admissibilidade da prova pericial refletem simples formalidade processual, mas elemento essencial para que se analise a necessidade da perícia. No mais, em virtude do pleito ter sido efetuado de maneira genérica, sem a precisão necessária e tampouco sem considerar a forma prevista no artigo 18 do Decreto nº. 70.235/72, considerouse o pedido de prova pericial não formulado. Lembra que o inciso III do supracitado dispositivo determina que “a impugnação mencionará os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir”, informando que eventual prova documental deveria ter sido apresentada pela contribuinte com sua manifestação de inconformidade. Informa que embora a contribuinte alegue que sua atividade ao tempo dos fatos descritos no Processo Administrativo, consistia somente na prestação de serviços de manutenção em equipamentos de informática realizados no único cliente deste, a saber, o Magazine Luiza S/A, não é esta a situação que as provas espelham. O Contrato Social vigente à época dos fatos apurados consta a atividade de “manutenção, reparação e instalação de equipamentos de informática”, todavia da análise das notas fiscais (fls. 1421) depreendese a prestação de serviços de “manutenção e operação da rede de rádio Luiza”, serviços prestados ao Magazine Luíza. Reforçado pelas descrições das atividades desenvolvidas pela contribuinte, através de reprodução de páginas de internet (28 32), verificase que se trata de “empresa especializada em rádio corporativa interna, com estrutura que reúne avançados recursos, trabalhando com tecnologia própria”. Assim, não há que se falar que as atividades eram restritas ao alegado pela contribuinte, não sendo cabível, desta feita, a aplicação da previsão do artigo 4º, IV, da Lei nº 10.964/2004. Da análise dos fatos, temse que a situação excludente prevista no Ato Declaratório Executivo n. 19/2005 é a descrita no artigo 9º, XIII da Lei nº 9317/96, de cuja interpretação evidenciase que não podem optar pelo Simples o rol de atividades previstas no dispositivo, o qual não é exaustivo. Demais disso, informa que a autoridade administrativa não possui competência para examinar alegação de inconstitucionalidade ou invalidade de norma inserida no ordenamento jurídico nacional, matérias estas reservadas ao exame do Poder Judiciário. Destaca que a atividade na esfera administrativa é vinculada ao cumprimento da lei, sendo neste mesmo sentido o Parecer COSIT/SRF n.329/1970, acostando jurisprudência dos colegiados administrativos no mesmo sentido. Assim, entende ter sido o Ato Declaratório Executivo nº 19/2006 corretamente emitido pela DRF/Franca, já que a atividade exercida pela contribuinte é própria e exige conhecimentos de engenheiro, programador e analista de sistemas ou assemelhados, destacando que o sócio da empresa, Alberto Eliezer Neto é engenheiro. Para o acórdão recorrido, “ A atividade do contribuinte exige não apenas a instalação e manutenção de placas de som e de vídeo para a transmissão de som e imagem, mas também a elaboração e aplicação de software apropriado para tanto e, ainda, o desenvolvimento de sistema apropriado ao cliente” (cf. fl. 157), votando pelo indeferimento da solicitação. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 8 Cientificada em 27 de abril de 2009 (fl. 160), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 13 de maio do mesmo ano (fls. 161/177), aduzindo, em síntese, as razões trazidas com sua impugnação. Com o recurso, vieram os autos para julgamento perante este Conselho. Voto Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta O Recurso preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme relatado, o presente processo trata de pedido de revisão da exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), que ocorreu mediante a edição do Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA nº. 19/2006 (fl. 38), com efeitos a partir de 20 de junho de 2005, nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9317/96, isto é, a prestação de serviços profissionais cujo exercício depende de habilitação legalmente exigida. O retromencionado artigo 9°, inciso XIII, da Lei n° 9.317, de 1996,dispõe que: "Artigo 9o Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica: (...) XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor. ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (grifei) Por seu turno, o Parecer do INSS se fundamentou: no contrato social, cláusula segunda, fl. 7, que descreve o objeto social da empresa como segue: “CLÁUSULA SEGUNDA — DO OBJETO SOCIAL O objeto social será manutenção, reparação e instalação de equipamentos de informática.” nas notas fiscais de prestação de serviços dos anos de 2005 e 2006, anexadas por amostragem, que comprovam a prestação de serviços de "Manutenção e Operação de Sistema de Rede" Segundo a interessada, o exercício dessas atividades não prescinde de profissional com habilitação legalmente exigida (engenheiro). A prestação de serviços que faz para o seu cliente Magazine Luíza é a manutenção, reparação e instalação do sistema de rede, como consta do seu objeto social. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 243 9 Primeiramente, cabe uma análise da Resolução CONFEA N° 218, de 1973, mencionado no Acórdão da DRJ. Da leitura dessa Resolução, podese constatar que as atividades privativas de engenheiro são apenas aquelas listadas nos itens de 01 a 08, pois as demais, de 09 a 18, são concorrentes com os Tecnólogos e os Técnicos de Grau Médio. Vale dizer, são privativas de engenheiro somente as atividades de supervisão, estudo, planejamento, projeto, estudo de viabilidade técnicoeconômica, assessoria, consultoria, direção de obra, ensino, pesquisa, vistoria, perícia, dentre outros, conforme ressaltado pelos artigos 23 e 24 dessa Resolução. Ou seja, não há exigência ou prérequisito legal algum para que o exercício das atividades da interessada seja feito por engenheiro. Suas atividades estão elencadas dentre aquelas descritas nos itens 15 a 17 do artigo 1º da Resolução acima referida, as quais podem ser exercidas por profissional Técnico de Nível Médio, consoante art. 24 da mesma Resolução, sem a necessidade de profissional de engenharia como entendeu a DRJ. Há serviços de prestação de serviços de manutenção e reparos de máquinas industriais que até podem requerer a supervisão de engenheiro, porém, pelos elementos que compõem os autos, isto é, notas fiscais e contrato social, não parece ser o caso. Ainda, é indubitável que um engenheiro possa exercer tais atividades de supervisão, manutenção e reparos de máquinas industriais; mas nao é imprescindivel que quem as execute possua a habilitação legal de engenheiro, a qual requer tão somente mãodeobra técnica treinada para a execução desses serviços. Assim, ter um sócio que seja engenheiro, não configura a exigência de se ter um engenheiro ou faz que a atividade seja exclusiva de engenheiro, portanto, também não fundamenta a necessidade alegada pela DRJ. Ainda, consta no Parecer da DRF, fl. 33, que a empresa possui como atividade principal cadastrada a de "Outras Telecomunicações", CNAE: 64203/99 e que foi verificado no sistema CNPJ a transmissão do evento 302, em 07/8/2006, que é a Exclusão do SIMPLES por opção da contribuinte, com efeitos a partir de 01/1/2007. Ficou esclarecido pela recorrente que efetuou a exclusão por ter alterado seu contrato social expandindo suas atividades para atividades vedadas, assim solicitou a exclusão. A solicitação de exclusão posterior não significa que exercia atividades vedadas desde o início de suas atividades em 20/06/2005. A autoridade fiscal observou os fatos na data em que procedia sua análise e, não, no período a que se refere a exclusão, assim, não pode fundamentar a emissão do ADE da forma que procedeu. Seria de se esperar que, por prudência, a apreciação fosse feita no período correto para descaracterizar uma situação jurídica existente na época. Da sua análise, feita nas Notas Fiscais apenas, sem diligência no local da prestação do serviço, depreendese que a atividade não prescinde de profissão regulamentada, portanto, não há como caracterizar que a empresa que pratique serviços de engenharia, arquitetura ou assemelhado. Da mesma forma, o fato de ter um sócio engenheiro, não quer dizer que seja exercida atividade de engenharia. Esse colegiado também tem se posicionado nesse sentido, consoante a Súmula nº 57 do CARF, in verbis: “A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.” Fl. 261DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 10 Também o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 403568, também se alinha com o entendimento acima esposado, conforme ementa que se transcreve: TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES (SIMPLES). ANÁLISE DE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL SÚMULAS N.°S 5 E 7, DO STJ. "As atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 9º, § 4o, da Lei 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços ser optante" (Resp 380761) Ainda que assim não fosse, as próprias regras da experiência comum indicam que exploram serviços de instalação e manutenção de equipamentos elétrico mecânicos não se enquadram no art. 9o, inciso XII, alínea "f" da Lei 9.317/96. Equiparar essas empresas implicaria em analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretação mais benéfica (art. 106, I, CTN). Deveras, a análise do contrato social com o escopo de aferir o objeto da empresa e suas atividades para afastar funções assemelhadas, data venia, incide no mesmo veto da sindicância fáticoprobatória (Súmulas 05 e 07 do STJ).”(grifei) Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para cancelar Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA nº 19/2006 (fl. 38), referente à exclusão do SIMPLES. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Fl. 262DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT
score : 1.0
Numero do processo: 13804.000680/97-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: COMPENSAÇÃO. DÉBITOS INFORMADOS PELO DEVEDOR.
Nos casos de compensação de crédito tributário cabe ao devedor indicar qual débito pretende ver compensado com seu crédito. Na situação dos autos, conforme demonstrativo de fl. 234, a interessada não indicou para ser compensado com o saldo negativo do IRPJ de 1995, exercício 1996, as estimativas devidas nos meses de janeiro e fevereiro de 1997. Em, assim sendo, devem ser considerados quitados os créditos indicados pela recorrente,
sendo que os valores correspondentes às estimativas devidas em janeiro e fevereiro de 1997, caso não quitadas com o saldo negativo dos anos de 1992, 1993 e 1994, conforme informado pela recorrente, podem ser objeto de verificação e adoção dos procedimentos cabíveis.
Recurso provido.
Numero da decisão: 1402-001.071
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira
SEÇÃO DE JULGAMENTO, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para que as compensações sejam efetuadas nos moldes indicados pelo sujeito passivo, nos termos do voto do relator.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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DÉBITOS INFORMADOS PELO DEVEDOR. Nos casos de compensação de crédito tributário cabe ao devedor indicar qual débito pretende ver compensado com seu crédito. Na situação dos autos, conforme demonstrativo de fl. 234, a interessada não indicou para ser compensado com o saldo negativo do IRPJ de 1995, exercício 1996, as estimativas devidas nos meses de janeiro e fevereiro de 1997. Em, assim sendo, devem ser considerados quitados os créditos indicados pela recorrente, sendo que os valores correspondentes às estimativas devidas em janeiro e fevereiro de 1997, caso não quitadas com o saldo negativo dos anos de 1992, 1993 e 1994, conforme informado pela recorrente, podem ser objeto de verificação e adoção dos procedimentos cabíveis. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para que as compensações sejam efetuadas nos moldes indicados pelo sujeito passivo, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator Fl. 269DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 2 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 270DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de pessoa jurídica tributada com base no lucro real, com período de apuração anual. Conforme documentos de fls. 29 e 43, no ano de 1996, a recorrente entregou DIPJ em relação ao anocalendário de 1995, com saldo negativo de imposto de renda no valor de R$ 32.988,91 (fl. 130). Os comprovantes de recolhimento dos impostos que gerou o saldo negativo constam das fls. 31 a 35 e foram confirmados pelo sistema da Receita às fls. 37, 38 e 40. Por meio do despacho decisório de fls. 54 e seguintes, datado de 10012003, cientificado à interessada em 26022003 (fl. 115), o saldo negativo do IRPJ relativo ao ano calendário de 1995 foi reduzido de R$ 32.988,91 para R$ 31.894,59. Dita diferença resultou em razão da dedução de valetransporte que foi reduzida de R$ 5.586,08 para R$ 4.941,95 e do IRRF reduzido de R$ 1.273,37 para R$ 1.131,26. Segundo o citado despacho decisório, a causa para redução do valetransporte deuse porque o valor deduzido ultrapassou ao limite de 8% de que trata os artigos 594 e 595 do Regulamento do Imposto de Renda de 1994. O valor do IRRF foi reduzido de R$ 1.273,37 para R$ 1.131,26 porque em consulta no sistema da Receita Federal consta retido somente a importância de R$ 1.131,26. Às fls. 101 e 102 a autoridade preparadora relacionou os débitos com vencimento no ano de 1997 e 1998, supostamente pagos com o saldo negativo de R$ 31.894,59, relativo ao ano de 1995. Intimada, a parte interessada apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 118 e seguintes destacando os seguintes pontos: i) que reconhece que a dedução a título de valetransporte deve ser de R$ 5.586,08 para R$ 4.941,95, portanto aceita a diferença de R$ 644,13 (5.586,08 R$ 4.941,95 = 644,13). ii) que nos termos do demonstrado à fl. 119 o saldo negativo do imposto é de R$ 32.444,78 e não R$ 31.894,59. iii) Na impugnação, a recorrente destacou que no ano de 1995 tinha optado pelo lucro presumido e efetuado recolhimento de valores com base nesta sistemática. Contudo, no decorrer do anocalendário optou pelo lucro real, conforme permitido na época. Por meio da planilha de fl. 121/122 a recorrente indica o valor corrigido que afirma ter pago a maior. Por meio do acórdão de fl. 176 e seguintes a DRJ julgou procedente a manifestação de inconformidade, sendo que o acórdão contém a seguinte ementa: Fl. 271DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 4 4 Apesar de o acórdão ter deferido a compensação, em seus fundamentos constam as seguintes passagens: Fl. 272DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 5 5 D C Conforme AR de fls. 215, em 30 de novembro de 2004 a parte interessada foi intimada da decisão recorrida e em 17 de dezembro de 2004 ingressou com o recurso de fls. 228 a 231, por meio do qual repisa os fundamentos articulados quando a manifestação de inconformidade, rebatendo os item apontados pelo relator, dentre os quais destaco os seguintes pontos: “ item 26. Com a entrega da DIRPJ/1998, restou evidenciado que houve recolhimento (extinção através de compensação) indevido, pois a interessada apurou base de cálculo positiva. Neste momento, surge o direito creditório a favor da interessada no valor de R$ 21.103,64, relativo ao saldo credor de IRPJ apurando na DIRPJ/1998.” “ item 27. Assim sendo, a interessada faria jus à restituição do montante de R$ 38.274,76, descontado a compensação realizada em janeiro e fevereiro de 1997, e do montante de R$ 21.103,64, correspondente ao saldo apurado na DIRPJ/1998.” Ressaltamos, que os valores devidos em janeiro/97 = 12.135,81 e fevereiro/97 = 8.967,83, que posteriormente geraram o Crédito de R$ 21.103,64, citados no item 26, foram de fato compensados com imposto a restituir apurados em exercício anteriores, e complementados com um valor do PRÓPRIO 1° TRIMESTRE DE 1997 (e isto ocorreu devido a obrigatoriedade, de apresentarmos os referidos débitos, tanto na DCTF, como na Declaração de IRPJ/98, logo, a exigência destes recolhimentos nos 2 primeiros meses de 1997, não deram margem as empresas de não o fazêlo, mesmo com prejuízos tributários visíveis no trimestre, que para melhor elucidarmos o assunto demonstramos a formação dos valores abaixo. Reconhecemos que talvez a nossa colocação na manifestação anterior, tenha sido incompleta, portanto inexata, o que deu margem a interpretação do relator, reforçamos que o valor de R$ 21.103,64 foi, de fato, em grande parte, compensados com créditos a restituir (oriundos de IR retido na Fonte), gerados IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Saldo Credor Restituível Reconhecido pela autoridade a quo Alterado pelo julgamento DIRPJ/1996 R$ 31.894,59 R$ 21.775,13 DIRPJ/1998 ................................. R$ 21.103,64 Fl. 273DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 6 6 nas declarações de IRPJ de exercício anteriores, créditos estes convertidos para a moeda corrente e corrigidos de acordo com a legislação, sendo: Créditos à restituir da empresa no IRPJ de 1992 = R$ 3.133,79 Créditos à restituir da empresa no IRPJ de 1993 = R$ 8.550,79 Partes dos Créditos à restituir da empresa no IRPJ de 1994 = R$ 451,86 COMPENSAÇÃO DE JANEIRO 97 = R$ 12.135,81 Créditos a restituir da empresa no IRPJ de 1994 (Saldo) = R$ 4.107,43 Para complementar utilizamos valores do próprio 1° Trimestre de 1997, (apurados pela base de calculo positiva no trimestre). = R$ 4.860,40 TOTAL PARA QUITAR FEVEREIRO 1997 = R$ 8.967,83 Vale ressaltar, que este valor de R$ 4.860,40, foi reduzido do Crédito gerado por base de calculo positiva do 1° Trimestre de 1997, portanto, não utilizamos este valor em quaisquer Compensações e sim utilizamos o resultado apurando, sou seja, R$ 21.103,64 () 4.860,40 = 16.243,24 saldo disponível. “Item 28. Impede verificar, portanto, qual seja o direito creditório da interessada relativo ao saldo credor de IRPJ apurado na DIRPJ/1996, com a referida compensação. Para tanto, basta efetuarmos a imputação do crédito original de R$ 38.274,76 aos “débitos” de IRPJ relativos aos meses de janeiro e fevereiro de 1997 (fls.162), com que atingese o saldo de R$ 21.775,13.” São 2 pontos que devam ser esclarecidos para este item: * Não está visível a composição do saldo de R$ 21.775,13 pois, 38.274,76 21.103,64 = 17.171,12 * De fato, conforme explicamos acima, os R$ 21.103,64, não foram compensados com créditos oriundos de R$ 38.274,76, (inicialmente este credito para nós, era de R$ 38.844,60, alterado em razão de reconhecemos o erro de utilização a maior do Beneficio de Vale Transporte (item 4 do Relatório), o resultado apura uma compensação indevida de R$ 507,17); * Quanto ao credito de R$ 21.103,64, deduzimos os R$ 3.413,68, nos restou um saldo disponível de R$ 16.243,24, que compensamos conforme Processo n°s 13804.000256/9850, após, resta sim uma compensação indevida na ordem de R$ 1.614,96; * Esta diferença de compensação indevida é visível nos nossos demonstrativos (demonstrativos a partir dos créditos aprovados), os quais deveremos, após esclarecimentos definitivamente todo este processo, recolher a diferença, sendo respectivamente R$ 507,17 e R$ 1.614,96. O processo entrou em pauta no dia 19 de maio de 2005. Na ocasião os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuinte, por unanimidade de votos, Resolveram converter o julgamento em diligência por entenderem que os demonstrativos de fls. 218 a 222 deviam ser analisados pela autoridade encarregada das compensações. Foi expedida intimação de fl. 260, para que a interessada apresentasse as declarações de rendimentos dos períodos citados, assim como os informes de rendimentos, DARFs e DCTFs que registraram as compensações. Fl. 274DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 7 7 A intimação foi expedida para a Rua Roma, 217, anexo 207/223/233/235/241, Vila Romana. Pelo Ar de fl. 260 a referida correspondência retornou com a informação: “outros. Aguardar Visita”. Diante de tal fato, expediuse o edital de fl. 262, o que resultou infrutífero, sendo que a diligência de fl. 264 retornou sem nada esclarecer acerca do que fora solicitado pelo relator, isto é, a existência de compensação anterior. É o relatório. Fl. 275DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 8 8 Voto Conselheiro Relator Moises Giacomelli Nunes da Silva O recurso é tempestivo, foi interposto por parte legítima e está devidamente fundamentado. Assim, conheçoo e passo a examinálo. Não há controvérsia neste processo quanto ao saldo do crédito da recorrente. Este, conforme item 24 da decisão da DRJ, já transcrito no relatório, reconheceu crédito em favor da recorrente no valor de R$ 38.274,46, correspondente a saldo negativo do ano de 1995. exercício 1996. A controvérsia que surge diz respeito à utilização deste crédito. Nos meses de janeiro e fevereiro de 1997 a parte interessada apurou estimativa a pagar nos valores de R$ 12.135,81 e R$ 8.967,83. Como tais valores não foram recolhidos por meio de Darf, o acórdão da decisão da DRJ considerou como sendo quitados mediante compensação do saldo negativo do IRPJ do ano de 1995, exercício 1996. Contudo, a parte interessada se insurge em relação a tal fato destacando que os valores relativos aos débitos de janeiro e fevereiro de 1997 foram quitados com saldo negativo dos anos de 1992, 1993 e 1994, conforme quadro de fls. 230 e seguintes, cuja parte segue transcrita: À fl. 234 a parte interessada apresentou histórico indicando em quais tributos utilizou a compensação do saldo negativo do IRPJ, com o seguinte demonstrativo: Fl. 276DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 9 9 No demonstrativo de fl. 234, a recorrente indica que os valores correspondentes às estimativas de janeiro e fevereiro de 1997 foram quitadas conforme com saldo negativo de 1992, 1993 e 1994. Neste sentido aponta o seguinte quadro: Fl. 277DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 13804.000680/9727 Acórdão n.º 1402001.071 S1C4T2 Fl. 10 10 Em se tratando de compensação de crédito tributário cabe ao devedor indicar qual débito pretende ver compensado com seu crédito. No caso dos autos, o demonstrativo de fl. 234, ou 219 na numeração antiga, especifica que a interessada não indicou para ser compensado com o saldo negativo do IRPJ de 1995, exercício 1996, as estimativas devidas nos meses de janeiro e fevereiro de 1997. Indicou outros débitos. Em assim sendo, devem ser considerados quitados os créditos indicados pela recorrente, sendo que os valores correspondentes às estimativas devidas em janeiro e fevereiro de 1997, caso não quitadas com o saldo negativo dos anos de 1992, 1993 e 1994, conforme informado pela recorrente, podem ser objeto de verificação e adoção dos procedimentos cabíveis. ISSO POSTO, voto no sentido de dar provimento ao recurso para que as compensações sejam homologadas na forma indicada pela contribuinte. (assinado digitalmente) Relator Moises Giacomelli Nunes da Silva – Relator. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 19288.000031/2011-81
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano-calendário: 2010 DCTF. ATRASO NA ENTREGA NÃO CONFIGURADO. PENALIDADE. DESCABIMENTO. Demonstrado que não houve atraso na entrega da declaração, deve ser cancelada a penalidade imposta.
Numero da decisão: 1803-001.446
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, deram provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Walter Adolfo Maresch e Sérgio Rodrigues Mendes que lhe negavam provimento.
Nome do relator: SELENE FERREIRA DE MORAES
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ATRASO NA ENTREGA NÃO CONFIGURADO. PENALIDADE. DESCABIMENTO. Demonstrado que não houve atraso na entrega da declaração, deve ser cancelada a penalidade imposta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, deram provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Walter Adolfo Maresch e Sérgio Rodrigues Mendes que lhe negavam provimento. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes – Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Selene Ferreira de Moraes. Fl. 39DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES 2 Relatório Trata o presente processo de notificação de lançamento de multa por atraso na DCTF relativa ao mês de janeiro de 2010. Irresignada com a exigência, a contribuinte apresentou impugnação, em que alegou em síntese que: a) Que apresentou as declarações exigidas no presente lançamento por meio de processo eletrônico. b) O certificado digital que habilitaria cumprir a obrigação só foi adquirido em 08/12/2010, e neste momento, foram reapresentadas as DCTF’s e as DIPJ’s. c) Ao processar as declarações apresentadas em janeiro a autoridade lançadora equivocadamente considerou que se tratava de uma nova declaração, quando na verdade era apenas a ratificação da declaração existente. d) As obrigações acessórias de apresentar declaração não podem ser punidas porque o impede o art. 138 do CTN. A Delegacia de Julgamento considerou o lançamento procedente, com base nos seguintes fundamentos: a) Cabe ao contribuinte o dever de cuidar de sua senha. Assim, supostas alegações da interessada de que somente apresentou suas declarações após 08/12/2010 por culpa de atraso na obtenção de seu certificado digital, não afastam a multa pelo atraso na entrega delas. b) A recorrente tentou apresentar a declaração em 05/03/2010, em papel, tendo o requerimento sido indeferido. c) O art. 138 do CTN não pode ser invocado para afastar as multas aplicadas por atraso na apresentação das declarações. d) A legislação não dá margem a incertezas ou dúvidas. Se a Declaração foi apresentada depois do prazo regulamentar, independente de qualquer circunstância, o contribuinte está sujeito à multa. Contra a decisão, interpôs a contribuinte o presente Recurso Voluntário, em que apenas reitera a alegação de que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea, acompanhada do pagamento do tributo. É o relatório. Voto Conselheira Selene Ferreira de Moraes Fl. 40DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES Processo nº 19288.000031/201181 Acórdão n.º 180301.446 S1TE03 Fl. 2 3 A contribuinte foi cientificada por via postal, tendo recebido a intimação em 12/09/2012 (extrato de fls. 36). O recurso foi protocolado em 27/09/2011, logo, é tempestivo e deve ser conhecido. Alega a recorrente que a transmissão da DCTF foi impedida pelo programa ReceitaNet, pelo fato de que as sociedades cadastradas sob o código 2127 (sociedade em conta de participação) estariam dispensadas de apresentação da referida declaração. Diante desta situação, a contribuinte efetuou a entrega da declaração em papel. A autoridade administrativa indeferiu o requerimento de apresentação da DCTF em papel com base nos seguintes fundamentos (fls. 16/18): “A sociedade em conta de participação (direito brasileiro) ou conta da metade (direito português) é uma sociedade empresária que vincula, internamente, os sócios. É composta por duas ou mais pessoas, sendo que uma delas necessariamente deve ser empresário ou sociedade empresária. Por ser apenas uma ferramenta existente para facilitar a relação entre os sócios não é uma sociedade propriamente dita, ela não tem personalidade jurídica autônoma, patrimônio próprio e não aparece perante terceiros. O empreendimento é realizado por dois tipos de sócios: o sócio ostensivo e o sócio oculto. O sócio ostensivo (necessariamente empresário ou sociedade empresária) realiza em seu nome os negócios jurídicos necessários para ultimar o objeto do empreendimento e responde pelas obrigações sociais não adimplidas. O sócio oculto, em contraposição, não tem qualquer responsabilidade jurídica relativa aos negócios realizados em nome do sócio ostensivo. (...) Nesse sentido e pelo acima exposto, indeferimos o pleito do contribuinte, eis que ausente previsão legal que o ampare, mormente na hipótese em que a legislação estabelece a forma para adimplemento da obrigação acessória em questão, que, no caso, deve ser cumprida pelo sócio ostensivo inscrito no CNPJ, face à sua equiparação à pessoa jurídica”. O fundamento da decisão que indeferiu a entrega da declaração em papel não é válido. Isto porque, a legislação relativa ao CNPJ faculta a inscrição da sociedade em conta de participação no cadastro. Tanto é assim que, há previsão expressa de código de natureza jurídica para as sociedades em conta de participação, qual seja, 2127. A legislação oferece duas possibilidades às sociedades em conta de participação: cumprir suas obrigações acessórias por meio do sócio ostensivo, ou inscreverse no CNPJ, e cumprilas tal como as demais pessoas jurídicas. Fl. 41DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES 4 Apesar do despacho decisório não ser objeto de discussão no presente processo, a análise de sua validade é essencial para a convicção acerca da existência da infração de atraso na entrega da declaração, esta sim, objeto da autuação questionada neste recurso. Tratase de uma questão prejudicial, ou seja, de controvérsia cuja solução é imprescindível para a decisão relativa à existência da conduta infracional de atraso na entrega da declaração. O prazo para apresentação da DCTF relativa ao mês de janeiro de 2010 encerrouse em 19/03/2010. A recorrente protocolou o requerimento de apresentação da DCTF em papel em 5/03/2010, ou seja, dentro do prazo legal de entrega previsto na legislação (fls. 16). A decisão recorrida desconsiderou a declaração em papel por entender que não há previsão legal para sua entrega em papel, sendo o único meio possível, aquele previsto na legislação: entrega mediante transmissão pela Internet, com assinatura digital. O contribuinte, impedido de cumprir obrigação acessória por meio da Internet, diligentemente enviou a DCTF em papel, protocolando requerimento na repartição, dentro do prazo legal. Em que pese a instrução normativa ser clara ao dispor que a DCTF deverá ser apresentada em meio magnético, mediante a utilização de programa gerador de declaração, disponível na Internet, o contribuinte não pode ser penalizado na hipótese dos presentes autos. Sua conduta não pode ser equiparada à do contribuinte que não efetuou nenhum esforço para cumprir a obrigação acessória dentro do prazo legal. A situação fática dos presentes autos não é a mesma do caso em que o contribuinte simplesmente entrega sua declaração fora do prazo, sem qualquer tentativa comprovada de cumprila, ainda que por meio diverso daquele previsto em lei. Como diz Eros Roberto Grau, em sua obra “Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito”, o intérprete discerne o sentido do texto a partir e em virtude de um determinado caso dado. (item X). Em suas palavras: “Vou repetir mais uma vez: a norma é produzida, pelo intérprete, não apenas a partir de elementos colhidos no texto normativo (mundo do deverser), mas também a partir de elementos do caso ao qual será ela aplicada, isto é, a partir de dados da realidade (mundo do ser). Por oportuno, trazemos à colação decisão do Poder Judiciário que analisa situação análoga: “TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENTREGA DE DCTF DE FORMA MANUAL. MULTA. CERTIFICAÇÃO DIGITAL. POSTERIOR. SENTENÇA PROCEDENTE. EFEITOS. INALTERADOS. TRÂNSITO EM JULGADO. AUSÊNCIA. DESCUMPRIMENTO. I É importante ressaltar que o juiz não está vinculado a examinar todos os argumentos expendidos pelas partes, nem a se pronunciar sobre todos os artigos de lei, restando bastante que, Fl. 42DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES Processo nº 19288.000031/201181 Acórdão n.º 180301.446 S1TE03 Fl. 3 5 no caso concreto, decline fundamentos suficientes e condizentes a lastrear sua decisão. II Inicialmente, devese salientar que a discricionariedade da Administração Pública não pode sobrepor o limite da razoabilidade, na medida em que, caso não existisse o aludido limite, tornariase um verdadeiro obstáculo às empresas que cumprem com suas obrigaçõese e que por algum motivo não poderiam apresentar as declarações legalmente previstas em lei por motivos alheios à sua vontade. III Vêse dos autos, que a impetrante agiu com toda a transparência, inclusive tendo buscado o cumprimento nos prazos fixados pela Receita Federal. Aliás, o procedimento necessário à obtenção de certificação não é automático, é complexo e burocrático, tendo o contribuinte inciado os trâmites necessários, para a regularização. Registrese, ainda, que a impetrante não pretende postergar a entrega de qualquer declaração, apenas objetiva a autorização para momentânea entrega manual das declarações a que está obrigada, sem a imposição da multa prevista pela Receita. IV Não é demais, também, falar sobre o princípio da proporcionalidade. O grande fundamento deste princípio é o excesso de poder e o fim a que se destina é exatamente o de conter atos, decisões e condutas de agentes públicos que ultrapassem os limites adequados, com vistas ao objetivo colimado pela Administração, ou até mesmo pelo Poderes representativos do Estado. Significa que o Poder Público, quando intervém nas atividades sob seu controle, deve atuar porque a situação reclama realmente a intervenção, e esta deve processarse com equilíbrio, sem excessos e proporcionalmente ao fim a ser atingido. V Desse modo, obstaculizar a entrega das declarações de modo manual, enquanto a impetrante providencia a certificação digital, ofende os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, razão pela qual, a sentença não merece reforma. VI Ademais, recebida a apelação apenas no efeito devolutivo, persistem os efeitos da sentença que tornou o débito inexigível até o pronunciamento definitivo das instâncias superiores, o que não ocorreu, acarretando, o descumprimento, em afronta ao disposto no artigo 26 da Lei nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança). VII – Remessa necessária e apelação não providas.”(AMS 2005.51.01.0167166, sessão em 12/04/2011). Por conseguinte, não há como deixar de concluir que na hipótese dos autos não houve descumprimento da obrigação acessória, tendo a recorrente entregue a declaração no prazo, valendose do meio possível na época dos fatos, qual seja, a entrega em papel na repartição. No caso concreto, a conduta prevista na legislação – atraso na entrega da declaração – não se materializou, e portanto, não pode dar azo à imposição de penalidade. Fl. 43DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES 6 No que se refere à exclusão da responsabilidade pela denúncia espontânea da infração, de que trata o art. 138 do CTN, tratase de matéria sumulada neste Conselho: “Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.” Ante todo o exposto, dou provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Fl. 44DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES Processo nº 19288.000031/201181 Acórdão n.º 180301.446 S1TE03 Fl. 4 7 Declaração de Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes Votei, juntamente com o Conselheiro Walter Adolfo Maresch, pela negativa de provimento ao recurso voluntário interposto, por entender que se está diante de caso no qual a impossibilidade de entrega da Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) pela internet, por falta da indispensável assinatura digital, decorreu, unicamente, da culpa in eligendo e in vigilando da Recorrente, a qual, de nenhum modo, poderia alegar desconhecimento da legislação pertinente. Quanto à questão de a transmissão da DCTF ter sido supostamente impedida pelo programa ReceitaNet, pelo fato de que as sociedades cadastradas sob o código 2127 (sociedade em conta de participação) estariam dispensadas de sua apresentação, não foi, essa matéria, objeto de discussão pela decisão recorrida, restando, de todo modo, prejudicada pela falta da necessária assinatura digital. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 45DF CARF MF Impresso em 29/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 24/08 /2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES
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Numero do processo: 15540.720419/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
Multa isolada. Falta de pagamento do IR sobre a base estimada.
O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano-calendário.
Numero da decisão: 1302-001.050
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri.
EDUARDO DE ANDRADE - Presidente.
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Relator.
EDITADO EM: 13/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Falta de pagamento do IR sobre a base estimada. O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano calendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri. EDUARDO DE ANDRADE Presidente. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Relator. EDITADO EM: 13/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 72 04 19 /2 01 1- 11 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 2 Relatório Versa o presente processo sobre recurso voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão no 1246.918 da 6a Turma da DRJ/RJ1, na parte que manteve a multa isolada sobre o imposto sobre as bases estimadas que deixaram de ser recolhidos, se não vejamos o seguinte excerto da ementa: “MULTA ISOLADA. MULTA ACOMPANHADA DO TRIBUTO. CONCOMITÂNCIA. A multa de ofício aplicada isoladamente sobre o valor do imposto apurado por estimativa, que deixou de ser recolhido, no curso do ano calendário, é aplicável concomitantemente com a multa de ofício calculada sobre o imposto devido com base no lucro real anual igualmente não recolhido, em face de se tratar de infrações distintas.”. Em sua peça recursal, a contribuinte alega as seguintes razões de defesa: a) que o autuante levantou débitos complementares de IRPJ com acréscimo da multa de ofício, e, ao mesmo tempo, lançou multas isoladas por falta de recolhimento das antecipações mensais, ou seja, a ora recorrente foi penalizada duas vezes em função de uma mesma infração; b) que a posição deste Colegiado é favorável ao contribuinte no que tange à aplicação da multa isolada após o encerramento do exercício; c) que foi demonstrado ao autuante, durante sua verificação, que existia um erro material quanto ao preenchimento da DIPJ, sendo este o único elemento de convicção do mesmo; d) que há necessidade de realização de diligência para apuração do alegado pela verificação dos livros da ora recorrente. É o relatório. Voto Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Preliminarmente, com relação ao pedido de diligência, ratifico tudo quanto fora sustentado no acórdão recorrido. Ademais, ao se compulsar os autos, não se encontra qualquer demonstração do aludido erro material, como alegar ter feito a contribuinte na sua peça recursal. Ora, a contribuinte teve já duas oportunidades para demonstrar o referido erro material, a primeira na fase impugnatória e a segunda nesta fase recursal, podendo fazêlo já Fl. 133DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 15540.720419/201111 Acórdão n.º 1302001.050 S1C3T2 Fl. 133 3 que estava de posse de sua escrita contábil, mas nada demonstrou, o que revela que o seu pleito tem função meramente protelatória do feito. Por essa razão afasto a preliminar suscitada. No mérito, a questão reside em saber se há possibilidade ou não de aplicação da multa isolada por falta de pagamento do imposto sobre a base estimada após o encerramento do período de apuração. Inicialmente, friso que este Colegiado tem firmado diferentes posições sobre o tema, se não vejamos: a) há quem sustente que não se aplica a multa isolada após o encerramento do anocalendário, pois, a partir desse momento, só caberia a multa de ofício sobre o imposto de renda devido sobre o lucro real, já que não se pode penalizar duas vezes pela mesma infração; b) há quem sustente que só se aplica a multa isolada sobre o valor que o montante do imposto sobre as bases estimadas superarem o imposto de renda sobre o lucro real devido ao final do ano; c) há quem sustente que, até a entrada em vigor da redação dada pela Lei 11.488/07, a literalidade da redação original do art. 44, § 1o , IV, da Lei 9.430/96 impunha que a multa isolada só fosse devida quando a pessoa jurídica deixasse de pagar o IRPJ e a CSLL e que os valores calculados sobre a base estimada são meras antecipações, logo não se confundem com tais tributos; d) há quem sustente que a multa isolada não é devida juntamente com a multa de ofício por ser aplicável o instuto do Direito Penal da “consunção”. Tratase assim de questão de amplo conhecimento deste Colegiado, razão pela qual, peço vênia aos meus pares para reproduzir voto proferido em outras assentadas, no qual enfrentei cada uma dessas posições. Da inviabilidade de aplicação do princípio da consunção O princípio da consunção é princípio específico do Direito Penal, aplicável para solução de conflitos aparentes de normas penais, ou seja, situações em que duas ou mais normas penais podem aparentemente incidir sobre um mesmo fato. Primeiramente, há que se ressaltar que a norma sancionatória tributária não é norma penal stricto sensu. Vale aqui a lembrança que o parágrafo único do art. 273 do anteprojeto do CTN (hoje, art. 112 do CTN), elaborado por Rubens Gomes de Sousa, previa que os princípios gerais do Direito Penal se aplicassem como métodos ou processos supletivos de interpretação da lei tributária, especialmente da lei tributária que definia infrações. Esse dispositivo foi rechaçado pela Comissão Especial de 1954 que elaborou o texto final do anteprojeto, sendo que tal dispositivo não retornou ao texto do CTN que veio a ser aprovado pelo Congresso Nacional. À época, a Comissão Especial do CTN acolheu os fundamentos de que o direito penal tributário não tem semelhança absoluta com o direito penal (sugestão 789, p. 513 dos Trabalhos da Comissão Especial do CTN) e que o direito penal tributário não é autônomo ao direito tributário, pois a pena fiscal mais se assemelha a pena cível do que a criminal (sugestão 787, p.512, idem). Não é difícil, assim, verificar que, na sua gênese, o CTN afastou a possibilidade de aplicação supletiva dos princípios do direito penal na interpretação Fl. 134DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 4 da norma tributária, logicamente, salvo aqueles expressamente previstos no seu texto, como por exemplo, a retroatividade benigna do art. 106 ou o in dubio pro reo do art. 112. Das condutas infracionais diferentes Ainda que aplicável fosse o princípio da consunção para solucionar conflitos aparentes de norma tributárias, não há no caso em tela qualquer conflito que justificasse a sua aplicação. Conforme já asseverado, o conflito aparente de normas ocorre quando duas ou mais normas podem aparentemente incidir sobre um mesmo fato, o que não ocorre in casu, já que temos duas situações fáticas diferentes: a primeira, o não recolhimento do tributo devido; a segunda, a não observância das normas do regime de recolhimento sobre bases estimadas. Ressaltese que o simples fato de alguém, optante pelo lucro real anual, deixar de recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada não enseja per se a aplicação da multa isolada, pois esta multa só é aplicável quando, além de não recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada, o contribuinte deixar de levantar balanço de suspensão, conforme dispõe o art. 35 da Lei no 8.981/95. Assim, a multa isolada não decorre unicamente da falta de recolhimento do IRPJ mensal, mas da inobservância das normas que regem o recolhimento sobre bases estimadas, ou seja, do regime. Temos, então, duas situações fáticas diferentes, sob as quais incidem normas também diferentes. O art. 44 da Lei no 9.430/96 (na sua redação vigente à época do lançamento) já albergava várias normas, das quais vale pinçar as duas sub examine: a decorrente da combinação do inciso I do caput com o inciso I do § 1o aplicável por falta de pagamento do tributo; e a decorrente da combinação do inciso I do caput com o inciso IV do § 1o – aplicável pela não observância das normas do regime de recolhimento por estimativa. Ora, a norma prevista da combinação do inciso I do caput com o inciso I do § 1o do art. 44 jamais poderia ser aplicada pela falta de recolhimento do IRPJ sobre a base estimada, então, como se falar em consunção, para que esta absorva a norma prevista da combinação do inciso I do caput com o inciso IV do mesmo § 1o . Assim, demonstrado que temos duas situações fáticas diferentes, sob as quais incidem normas diferentes, resta irrefutável que não há unidade de conduta, logo não existe qualquer conflito aparente entre as normas dos incisos I e IV do § 1º do art. 44 e, consequentemente, indevida a aplicação do princípio da consunção no caso em tela. Noutro ponto, refuto os argumentos expendidos no acórdão recorrido, os quais concluem que a falta de recolhimento da estimativa mensal seria uma conduta menos grave, por atingir um bem jurídico secundário – que seria a antecipação do fluxo de caixa do governo. Conforme já demonstrado, a multa isolada é aplicável pela não observância do regime de recolhimento pela estimativa e a conduta que ofende tal regime jamais poderia ser tida como menos grave, já que põe em risco todo o sistema de recolhimento do IRPJ sobre o lucro real anual – pelo menos no formato desenhado pelo legislador. Em verdade, a sistemática de antecipação dos impostos ocorre por diversos meios previstos na legislação tributária, sendo exemplos disto, alem dos recolhimentos por estimativa, as retenções feitas pelas fontes pagadoras e o recolhimento mensal obrigatório (carnêleão), feitos pelos contribuintes pessoas físicas. O que se tem, na verdade são diferentes formas e momentos de exigência da obrigação tributária. Todos esses instrumentos visam ao mesmo tempo assegurar a efetividade da arrecadação tributária e o fluxo de caixa para a execução do orçamento fiscal pelo governo, impondose igualmente a sua proteção (como bens jurídicos). Portanto, não há um bem menor, nem uma conduta menos grave que possa ser englobada pela outra, neste caso. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 15540.720419/201111 Acórdão n.º 1302001.050 S1C3T2 Fl. 134 5 Ademais, é um equívoco dizer que o não recolhimento do IRPJestimada é uma ação preparatória para a realização da “conduta mais grave” – não recolhimento do tributo efetivamente devido no ajuste. O não pagamento de todo o tributo devido ao final do exercício pode ocorrer independente do fato de terem sido recolhidas as estimativas, pois o resultado final apurado não guarda necessariamente proporção com os valores devidos por estimativa. Ainda que o contribuinte recolha as antecipações, ao final pode ser apurado um saldo de tributo a pagar, com base no resultado do exercício. As infrações tributárias que ensejam a multa isolada e a multa de ofício nos casos em tela são autônomas. A ocorrência de uma delas não pressupõe necessariamente a existência da outra, logo inaplicável o princípio da consunção, já que não existe conflito aparente de normas. Das diferentes bases para cálculos das multas A tese de que as multas isolada e de ofício, no presente caso, estariam incidindo sobre a mesma base, também, não deve prosperar, seja porque as bases não são idênticas, seja porque, ainda que idênticas, o bis in idem só ocorreria se as duas sanções fossem aplicadas pela ocorrência da mesma conduta, o que já ficou demonstrado que não ocorre, se não vejamos. A multa isolada corresponde a um percentual do IRPJ calculado sobre a base estimada, na qual o valor das despesas e custos decorrem de uma estimativa legal, ou seja, o legislador quando determina a aplicação de um percentual sobre a receita bruta, para o cálculo da base estimada, está, em verdade, estimando custos e despesas. A multa de ofício, in casu, corresponde a um percentual sobre o IRPJ calculado sobre o lucro real, na qual se leva em conta as despesas e custos efetivamente incorridos. Em suma, se a base estimada difere do lucro real, se são valores distintos, inclusive com previsões legais distintas, os impostos delas resultantes são também valores distintos e, consequentemente, as multas ad valorem que incidem sobre elas, também, são valores que não se confundem. Todavia, ainda que as multas isolada e de ofício fossem calculadas sobre o IRPJ incidente sobre a mesma base de cálculo, isso não significaria um bis in idem, pois, como já asseverado acima, a ocorrência de uma infração não importa necessariamente na ocorrência da outra, o que torna irrefutável que as infrações decorrem de condutas diversas. O contribuinte pode ter recolhido todo o IRPJ devido sobre a base estimada em cada mês do anocalendário e não recolher a diferença calculada ao final do período, ficando sujeito assim a multa de ofíco, mas não a multa isolada. Ao contrário, pode deixar de recolher o IRPJ sobre a base estimada, mas pagar, ao final do ano, todo o IRPJ sobre o lucro real, hipótese na qual só ficará sujeito à multa isolada. A definição da infração, da base de cálculo e do percentual da multa aplicável é matéria exclusiva de lei, nos termos do art. 97, V do CTN, não cabendo ao intérprete questionar se a dosimetria aplicada em tal e qual caso é adequada ou excessiva, a não ser que adentre a seara da sua constitucionalidade, o que está expressamente vedado pela Súmula CARF no 2. Da redação original do art. 44, § 1o, IV, da Lei 9430/96 Aditese ainda, que o legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa ao final do ano, deixando claro, assim, que: Fl. 136DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 6 a) primeiro, que estava se referindo ao imposto ou contribuição calculado sobre a base estimada, já que em caso de prejuízo fiscal e base negativa, não há falar em tributo devido no ajuste; e b) segundo, que o valor apurado como base de cálculo do tributo ao final do ano é irrelevante para se saber devida ou não a multa isolada; e c) terceiro, que a multa isolada é devida ainda que lançada após o encerramento do anocalendário, já que pode ser lançada mesmo após apurado prejuízo fiscal ou base negativa. Da negativa de vigência de lei federal Peço vênia aos meus pares, para expressar minha profunda discordância com as referidas posições adotadas por este Colegiado: Entendo que tais posicionamentos têm, em verdade, por via oblíqua, negado vigência a uma lei federal, pois afrontam literalmente o disposto nos art. 2o e 44, § 1o , IV, da Lei no 9.430/96 (vigente à época do lançamento) e no art. 35 da Lei 8.981/95. É demais imaginar que se coaduna com os mais comezinhos princípios do direito a permissão dada ao contribuinte, por tais decisões, para, em janeiro de um determinado ano calendário, decidir se obedece ou não o art. 2o e segs. da Lei no 9.430/96. Em outras palavras, os referidos posicionamentos deste Colegiado desnaturam a norma tributária tornandoa uma norma facultativa, já que a sua não observância não traz, à luz de tais posicioamentos, qualquer consequência jurídica. Alfim, ressalto que a autoridade lançadora, em observância ao disposto no art. 106, II, c, do CTN, já aplicou a multa no percentual de 50%, conforme previsto no art. 44 da Lei 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007. Assim, por todo o exposto, voto no sentido de afastar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário do contribuinte. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 137DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE
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Numero do processo: 10925.002478/2004-38
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano-calendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.
Numero da decisão: 1803-001.346
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: WALTER ADOLFO MARESCH
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GRATT Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator. Fl. 1017DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 502 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (presidente), Walter Adolfo Maresch, Sergio Rodrigues Mendes, Victor Humberto Da Silva Maizman, Viviani Aparecida Bacchmi e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório B. J. GRATT, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ BELO HORIZONTE (MG), interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Adoto o relatório da DRJ por bem retratar os fatos. A optante pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES foi excluída de oficio pelo Ato Declaratório Executivo DRF/JOA n° 552.135, de 02 de agosto de 2004, fl. 13 com efeitos a partir de 01/01/2002, com base nos fundamentos de fato e de direito indicados: Data da opção pelo Simples: 01/01/1997 Situação excludente: (evento 306): Descrição atividade econômica vedada: 29297102 Instalação, reparação e manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso geral Data da ocorrência: 28/03/1996 Fundamentação legal: Lei n° 9.317, de 05/12/1996, art. 9° XIII; art. 12; art. 14, I art. 15, II. Medida Provisória n" 2.15834, de 27/07/2001. art. 73. Instrução Normativa SRF n° 355, de 29/08/2003, art. 20, XII; art. 21; art. 23, I; art. 24, II, c/c parágrafo único. A empresa manifestouse contrariamente ao procedimento, apresentando a Solicitação de Revisão a Exclusão do Simples — SRS, fl. 14, com pedido de revisão do ato em rito sumário. A decisão administrativa considerou improcedente a SRS, fl. 15, nos seguintes termos: 1..1 as empresas que se dedicam as atividades de: auto mecânica, autoelétrica, serviços de latoaria, funilaria, pintura, manutenção, reparação e substituição de peças, por assemelharemse à profissão legalmente habilitada estão impedidas pela legislação de optarem pelo SIMPLES. Cientificada em 13/10/2004, fls. 15 e 21, a optante em 12/11/2004 apresentou manifestação de inconformidade, fls. 01/12, com as alegações abaixo sintetizadas. Discorre sobre a exclusão efetuada de ofício contra a qual se insurge. Aduz que efeito retroativo é imotivado, uma vez que sua opção foi efetuada e então cumpre com suas obrigações tributárias. Esclarece que presta serviços de conservação de máquinas industriais, manutenção e conservação de máquinas agrícolas, comércio varejista e transporte rodoviário de cargas em geral. Fl. 1018DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 503 3 Informa que não aufere receita de serviço profissional de engenheiro ou assemelhado e que o exercício da sua atividade não depende de habilitação profissional legalmente exigida, tampouco está expressamente indicada do inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 1996. Esclarece que não está sujeita à inscrição no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia — CREA. Alega novamente que essa matéria está prevista na Lei n° 9.317, de 1996 e que a indicação de um código Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE) não pode inovar na ordem jurídica (art. 110 e art. 111 do Código Tributário Nacional — CTN), em conformidade com o princípio da legalidade. Com o objetivo de sustentar o instrumento jurídico de que quer se socorrer interpreta a legislação de regência e cita entendimentos jurisprudenciais. Em face do exposto requer o cancelamento do ato de exclusão e que seja intimação da decisão. Houve alteração da competência de julgamento deste processo pela Portaria 10.621, de 06/07/2007. Tendo em vista Despacho DRJ/BHE n° 48, de 16/08/2007, fls. 38/40, em observância do disposto no art. 10, § 8°, do art. 15 e § 2º do art. 22, da Portaria MF nº 58, de 17 de março de 2006, para retorno do processo à unidade de origem para caracterizar a prestação de serviço profissional que a pessoa jurídica exerce e qual a receita auferida a partir de 01/01/2002, fl. 41. A requerente foi cientificada em 12/12/2007, fls. 42, e de acordo com a Informação SACAT n° 175/2008 de 20/06/2008, fls. 45/46 ela se absteve de se pronunciar a respeito. A DRJ BEL HORIZONTE (MG), através do acórdão nº 0218.449, de 17 de julho de 2007 (fls. 47/53), julgou procedente em parte o lançamento, ementando assim a decisão: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – SIMPLES Exercício: 2003 OPÇÃO. Vedada a opção pelo Simples pela pessoa jurídica que presta serviço profissional de engenheiro. Solicitação Indeferida Ciente da decisão em 07/08/2008, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 55), apresentou o recurso voluntário em 29/08/2008 fls. 480/487, onde reitera os argumentos da inicial aduzindo que há ofensa ao princípio da isonomia e que a Lei 10.964, de 01/01/2004 (alterada pela Lei 11.054/2004), permitiu a inclusão e manutenção retroativa da atividade no SIMPLES FEDERAL. Fl. 1019DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 504 4 Por oportuno, registrese a existência da informação SACAT nº 246/2008 (fls. 475/476), que analisando as notas fiscais apresentadas extemporaneamente pela contribuinte (fls. 56/473), apenas consignou as diversas atividades detectadas através das notas fiscais apresentadas. A informação SACAT foi cientificada à contribuinte e que em 21/09/2008, apenas ratificou suas declarações anteriores afirmando não haver exercício de atividade vedada e solicitando o prosseguimento do feito (fls. 494/495). É o relatório. Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de exclusão do SIMPLES conforme ADE (fl. 13), por exercício de atividade vedada, com base no CNAE Fiscal 29297/02 – Instalações, Reparos, manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso geral . Alega a recorrente que não exerce qualquer atividade vedada para ingresso ou manutenção do SIMPLES FEDERAL e que a sua exclusão implica ofensa ao princípio da isonomia. A decisão de primeira instância merece reforma. Com efeito, a elástica ampliação de atividades vedadas com base na restritiva interpretação do inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317/96, conduziu a absurda exclusão de milhares de pequenos estabelecimentos de prestação de serviços principalmente no ramo de manutenção e reparação de veículos, máquinas e equipamentos como aqui se observa. Não há nos autos qualquer evidência de que a recorrente atue utilizando os serviços de engenheiro ou mesmo de profissão regulamentada (por lei) sendo que o Ato Declaratório Executivo (fl. 13), tem por base única e exclusivamente o CNAE Fiscal informado no CNPJ. Ao revés temse que a recorrente apresentou embora extemporaneamente, a totalidade ou grande parte das notas fiscais emitidas no período de 2002 a 2007. Nestas, conforme verificou a própria Administração Tributária, constatase em sua esmagadora maioria, simples serviços de torno e solda ou manutenção e reparação de máquinas, equipamentos e veículos, bem como usinagem e jato de areia. Embora possa ser afirmado que algumas atividades exercidas pela recorrente, ultrapassem de certa forma o conceito de simples serviços pois tem nítida conotação de fabrico de pequenas peças de reposição principalmente de máquinas utilizadas em agroindústrias, não Fl. 1020DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 505 5 há qualquer elemento que possa conduzir a conclusão de que utilizem ou sejam equiparadas ou assemelhadas a de engenheiro ou outra profissão legalmente regulamentada. Neste diapasão, pacificouse o entendimento no CARF consubstanciado na Súmula CARF nº 57, com o seguinte teor: Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Destarte, entendo que o CNAE Fiscal apontado pelo Ato Declaratório de Exclusão não caracteriza qualquer exercício de atividade vedada, segundo exegese extraída da Súmula CARF nº 57. Conforme consignado pela recorrente, a própria legislação que rege a sistemática de recolhimento simplificado foi melhor elucidada com o advento da Lei 10.964/2004 (com a redação que lhe foi dada pela Lei 11.051/2004): (verbis) Art. 4o Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I – serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus e outros veículos pesados; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) II – serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) III – serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) IV – serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V – serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1o Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 506 6 § 2o As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema, com efeitos retroativos à data de opção desta, nos termos, prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal – SRF, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 3o Na hipótese de a exclusão de que trata o § 2o deste artigo ter ocorrido durante o anocalendário de 2004 e antes da publicação desta Lei, a Secretaria da Receita Federal – SRF promoverá a reinclusão de ofício dessas pessoas jurídicas retroativamente à data de opção da empresa. § 4o Aplicase o disposto no art. 2o da Lei no 10.034, de 24 de outubro de 2000, a partir de 1o de janeiro de 2004. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Destarte, conforme dispõe o § 2º do dispositivo legal transcrito, considerando seu caráter interpretativo, já poderia ter a Administração Tributária procedido de ofício a inclusão em caráter definitivo da recorrente pois equivocada a exegese adotada como fundamento para o Ato Declaratório Executivo de Exclusão. À toda evidência, mediante uma exegese de integração entre os dispositivos da Lei nº 10.964/2004 e a Súmula CARF nº 57, constatase não haver qualquer óbice ou impedimento para a permanência da recorrente na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), desde 01/01/2002 até sua exclusão voluntária requerida a partir de 01/01/2006 (fl. 499). Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Walter Adolfo Maresch Relator Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH
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Numero do processo: 19515.003325/2010-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Tendo o auto de infração preenchido os requisitos legais e o processo administrativo proporcionado plenas condições à interessada de contestar o lançamento ou o Termo de Responsabilidade tributária, descabe a alegação de nulidade. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Durante a fase procedimental inexiste litígio que enseje alegação de nulidade do lançamento, por cerceamento do direito de defesa. IRPJ E CONTRIBUIÇÕES. PRAZO DECADENCIAL. DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO. A existência de dolo, fraude ou simulação na conduta do contribuinte, bem assim a ausência de pagamentos impõe necessariamente que o termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para constituição de créditos referentes ao IRPJ e Contribuições, submetido a lançamento por homologação, seja deslocado da ocorrência do fato gerador para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Numero da decisão: 1401-000.835
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade, AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso .
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
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ementa_s : Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Tendo o auto de infração preenchido os requisitos legais e o processo administrativo proporcionado plenas condições à interessada de contestar o lançamento ou o Termo de Responsabilidade tributária, descabe a alegação de nulidade. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Durante a fase procedimental inexiste litígio que enseje alegação de nulidade do lançamento, por cerceamento do direito de defesa. IRPJ E CONTRIBUIÇÕES. PRAZO DECADENCIAL. DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO. A existência de dolo, fraude ou simulação na conduta do contribuinte, bem assim a ausência de pagamentos impõe necessariamente que o termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para constituição de créditos referentes ao IRPJ e Contribuições, submetido a lançamento por homologação, seja deslocado da ocorrência do fato gerador para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
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NULIDADE. Tendo o auto de infração preenchido os requisitos legais e o processo administrativo proporcionado plenas condições à interessada de contestar o lançamento ou o Termo de Responsabilidade tributária, descabe a alegação de nulidade. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Durante a fase procedimental inexiste litígio que enseje alegação de nulidade do lançamento, por cerceamento do direito de defesa. IRPJ E CONTRIBUIÇÕES. PRAZO DECADENCIAL. DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO. A existência de dolo, fraude ou simulação na conduta do contribuinte, bem assim a ausência de pagamentos impõe necessariamente que o termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para constituição de créditos referentes ao IRPJ e Contribuições, submetido a lançamento por homologação, seja deslocado da ocorrência do fato gerador para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 952DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 953 2 PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA. As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tão somente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. GLOSA DE DESPESAS. A despesas registradas nos livros contábeis devem estar suportadas por documentação hábil e idônea. Mantida a glosa realizada. MULTA QUALIFICADA. Correta a aplicação da multa qualificada sobre o IRPJ e lançamentos reflexos decorrente das receitas omitidas, pois a conduta do contribuinte se enquadrou no previsto no art. 71, inciso I, da Lei n.° 4.502/64, ao sonegar imposto e contribuições não informando valores de receitas tributáveis na DIPJ, agindo reiteradamente com essa finalidade, tentando impedir o conhecimento, por parte das autoridades tributárias, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS COFINS – CSLL. Estendese aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade, AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso . (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva. Fl. 953DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 954 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra Acórdão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de São Paulo I. Adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância, compondo em parte este relatório: Em decorrência de ação fiscal levada a efeito junto ao contribuinte acima identificado e, em razão de irregularidades apuradas, foram lavrados 4 (quatro) Autos de Infração (fls.590 a 626), em 14/10/2010, com ciência dada em 15/10/2010, por meio dos quais foram constituídos os seguintes créditos tributários: 2. Totalizaram, portanto, tais lançamentos, a importância de R$ 3.272.968,38, aí incluídos os valores dos tributos, das multas de ofício e dos juros de mora (estes calculados até 30/09/2010). Os enquadramentos legais utilizados para fundamentar as autuações encontramse nos respectivos autos de infração. 3. A fiscalização apresenta por meio do "Termo de Verificação Fiscal" (TVF), (fls. 583 a 589), resumidamente, o seguinte. Convém salientar que em pesquisa realizada em nossos sistemas, constatamos que após intimada do início da ação fiscal, a empresa retificou a sua DIPJ do ano calendário de 2005. Com esse procedimento, procurou gerar um prejuízo maior àquele que já apresentava na DIPJ originariamente entregue, aumentando o valor das despesas, para possível diminuição do valor tributável eventualmente apurado no decorrer da fiscalização; elevou também as receitas, porém não na mesma proporção das despesas. Abaixo, reproduzimos a Demonstração do Resultado, constante da DIPJ original e na retificadora: DIPJ/2006 ORIGINAL RETIFICADORA Ficha 06A Demonstração do Resultado R$ R$ 08Receita da Prestação de Serviços 264.824,04 795.675,17 09 Receita Líquida das Atividades 264.824,04 752.354,12 18 () Custo Bens, Serv. Vendidos 37.115,97 347.330,30 19 () Lucro Bruto 227.708,07 405.023,82 24 Outras Receitas Financeiras 466,33 31 Despesas Operacionais 275.443,10 961.607,25 36 Outras Despesas Financeiras 29.020,07 55 Lucro Líquido do Período 76.755,10 556.117,10 Fl. 954DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 955 4 Com o intuito de verificar a veracidade e a confiabilidade das informações constantes da DIPJ/2006 retificadora, solicitamos a comprovação das despesas daquelas contas mais expressivas, mediante a apresentação dos respectivos documentos em que se embasariam tais dispêndios e necessários à obtenção da sua receita. Os documentos apresentados foram cotejados com a escrituração do Livro Razão e constatamos que grande parte dos valores escriturados não estão embasados em qualquer documentação ou não nos foram apresentados, mesmo após cientificado dessas deficiências através do Termo de Constatação e Intimação Fiscal. Ocorreram diversos casos em que documentos apresentados não foram localizados na escrituração das contas onde deveriam constar, pela natureza dos produtos adquiridos. Há, ainda, documentos que podem sido registrados em contas que não foram examinadas e, portanto, confrontadas com o Livro Razão. Encontramos, também, notafíscal emitida em nome da Empresa Hosp. São Paulo Laser and Medical Center S/C Ltda, estranha à empresa objeto desta fiscalização. Ademais, localizamos comprovante de Despesas de Viagens que se refere a dispêndio com turismo realizado pelo sócio majoritário, com a respectiva família, conforme discriminado no documento apresentado. Expostas essas situações, foram examinadas as contas de despesas que apresentavam montantes mais significativos, quais sejam: I 411.07.00.0014 Materiais Clínicos R$ 347.330,30 1411.05.00.0123Serviços Pessoas Jurídicas R$35.422,15 I 411.09.00.0012 Locação de Imóveis R$ 61.168,00 I 411.09.00.0053 Locações Diversas R$ 166.189,78 I 411.10.00.0053 Manutenção de Bens e Instalações R$ 71.869,53 I 411.17.00.0053 Assistência Médica 52.059,86 I 411.18.00.0037 Despesas de Viagens R$ 41.202,90 I 411.18.00.0094 Telefone R$ 45.631,75 I 411.18.00.0227 Cópias e Reproduções Gráficas R$ 84.865,45 Resumidamente, verificamos que do total da amostra de despesas, no valor de R$ 905.729,72, o contribuinte não logrou comprovar com documentos hábeis e idôneos o montante de R$ 400.072,48: Janeiro 17.211,92 Fevereiro 17.626,90 Março 9.856,18 Abril 19.981,34 Maio 38.256,53 Junho 41.630,01 Julho 55.558,77 Agosto 60.254,92 Fl. 955DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 956 5 Setembro 40.213,20 Outubro 29.230,20 Novembro 45.209,73 Dezembro 25.042,78 Total não comprovado 400.072,48 3.1. A fiscalização apresenta demonstrativo, para cada conta contábil analisada, com os valores totais mensais correspondentes aos lançamentos em que os documentos não foram apresentados. Os valores individualizados por lançamento estão assinalados nas cópias do livro razão (fls 451 a 581). 3.2. Continuando, o relatado no (TVF): Ainda, através do exame de sua contabilidade, constatamos que/b contribuinte não contabilizou a movimentação financeira dos Banco Santander, Unibanco e Safra, o que demonstra fortes indícios de omissão de receitas. Desta forma, em que se pese o fato do contribuinte ter refeito a contabilidade, aumentando receitas, custos e despesas, esta fiscalização não pode aceitála pelos motivos acima expostos e, conseqüentemente, não pode aceitar sua DIPJ/2006 retificadora, mesmo porque foi entregue após o início do procedimento fiscal. Em continuação aos trabalhos de fiscalização, com base nos extratos bancários entregues pelo contribuinte, após expurgados os valores referentes a empréstimos, transferências interagências e outros créditos que consideramos justificados, intimamos o mesmo a apresentar justificativas quanto à origem dos demais créditos. Decorrido o prazo legal, o contribuinte não ser manifestou, o que levou esta fiscalização a apurar o seguinte, conforme o quadro demonstrativo abaixo: Janeiro 17.211,92 Fevereiro 17.626,90 Março 9.856,18 Abril 19.981,34 Maio 38.256,53 Junho 41.630,01 Julho 55.558,77 Agosto 60.254,92 Setembro 40.213,20 Outubro 29.230,20 Novembro 45.209,73 Dezembro 25.042,78 Total não comprovado 400.072,48 Lavramos, ainda, Termo de Constatação e Intimação Fiscal, através do qual foi intimada a apresentar dados que retificassem ou complementassem as informações ali mencionadas, sendo que o contribuinte não se manifestou dentro do prazo que lhe foi concedido. Fl. 956DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 957 6 Diante do exposto, será lavrado o competente Auto de Infração de IRPJ e seus reflexos, por evidente omissão de receitas decorrentes de prestação de serviços com cartão de crédito não declaradas em sua DIPJ/2006 com multa de 150%, em consonância com os Art. 24 da Lei n. 9.249/95, Arts. 249, inciso II, 251 e parágrafo único, 278, 279,280, 283 e 288 do RIR/99 e Art. 44, inciso I, § 1° da Lei n. 9.430/96, com redação dada pela Lei n. 11.488/2007 e por presunção de omissão de receitas decorrentes depósitos bancários não contabilizados com multa de ofício de 75%, consonância com o Art. 24 da Lei n. 9.249/95, Arts. 42, 44, inciso I, da Lei n. 9.430/96 e Arts. 249, inciso II, 251 e parágrafo único, 279, 282, 287 e 288 do RIR/99. Informamos que será formalizada Representação Fiscal para fins penais, pela existência de fatos que, em tese, configuram crime contra ordem tributária, definidos pelos artigos 1° e 2° da Lei n. 8.137/90. IMPUGNAÇÃO 4. A Empresa tempestivamente apresentou impugnação protocolada em 16/11/2010 (fls. 645 a 656) contestando a lavratura dos Autos de Infração, nos seguintes termos, resumidamente. PRELIMINAR DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA 4.1. Embora conste do relatório fiscal a intimação da Impugnante para prestar esclarecimentos quanto a eventuais diferenças apontadas pela fiscalização, a autuação se deu por mera presunção, considerando toda a movimentação financeira na conta bancária como receita omitida. 4.2. Não há como aceitar que houve a ampla defesa e contraditório, quando a presunção considerada é genérica e indiscriminada. Ainda, quando houve exame parcial dos documentos fiscais. DA OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA 4.3. Os tributos objeto desta autuação estão sujeitos ao regime de lançamento por homologação, regulamentado pelo artigo 150 do CTN, cujo prazo para homologação é de 5 (cinco) anos a contar de sua constituição. 4.4. A partir da entrega da declaração, seja DCTF ou DIPJ, está constituído o crédito tributário, passando a ser regido pelas disposições do artigo 150 do CTN. Desta forma, os débitos constituídos pela entrega da DCTF do 1o semestre do ano de 2005, "tiveram findo o seu prazo exatamente em julho de 2010, por decorrido 5 (cinco) anos de sua constituição". MÉRITO DA ILEGALIDADE DA AUTUAÇÃO POR MERA PRESUNÇÃO 4.5. A fiscalização com o singelo posicionamento, de que houve depósitos bancários que em seu entendimento constituem receita da Impugnante, sem identificar pormenorizadamente quais são esses depósitos, impede até mesmo a defesa da Impugnante. O artigo 42 da lei n° 9.430/96, § 3o prevê; "para efeito de Fl. 957DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 958 7 determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualmente, observando que não serão considerados...". 4.6. A Fiscalização não cumpriu o determinado pela lei, não identificou individualmente cada depósito, não produzindo prova competente. Ao contrário, analisou os depósitos por amostragem, como afirma em seu termo de encerramento de fiscalização. Entendeu que por ter intimado a Impugnante a prestar os esclarecimentos e em razão dela não ter feito esse esclarecimento, presumiu que todos os depósitos bancários se referem à receita omitida. 4.7. A aplicação da presunção legal de omissão de receitas encontra limites objetivos. Mesmo se tratando de presunção legal, esta presunção deve estar pautada em provas concretas, sob pena de ofensa ao disposto no artigo 333 do Código de Processo Civil, cuja aplicação é indubitavelmente subsidiária ao Decreto n° 70.235/72. 4.8. Não há como constituir crédito tributário por mera presunção, sem que haja alguma prova desta suspeita. Tal pratica viola frontalmente o princípio da prova, segundo o qual quem alega tem de provar. DA ILEGALIDADE NA GLOSA DAS DESPESAS CONTABILIZADAS 4.9. Com relação a glosas de despesas, por não terem sido comprovadas com a apresentação de documentos hábeis e idôneos, pela simples leitura do relatório fiscal, constatase claramente que não há certeza no procedimento adotado pela fiscalização, já que o mesmo afirma, que os documentos não foram localizados onde, em seu entendimento, deveriam estar e, ainda, há documentos que podem estar registrados em outras contas não examinadas. 4.10. Completa a Impugnante "pasmem Nobres Julgadores” analisou a contabilidade de forma integral, ao contrário, analisou por anos ainda assim, considerou não comprovadas determinadas receitas e sob este frágil fundamento, houve por bem glosar e autuar". 4.11. "É inadmissível considerar essa prática como legítima, e os motivos são vários". Uma, porque a análise foi superficial, já que se preocupou com as contas contábeis com montantes mais significativos. Segundo, a atividade da Impugnante se refere a uso de produtos específicos, de sua especialidade, cabendo a ela "o entendimento de como proceder ao registro contábil/fiscal de acordo com seu magistério". Caso a fiscalização não entendesse da mesma maneira deveria proceder à discussão, garantindo o contraditório e a ampla defesa. 4.12. Conforme já mencionado a Autoridade Administrativa não é livre para formar sua convicção em presunções. Para que possamos considerar como válida a presunção, há necessidade de que a fiscalização comprove que esgotou todas as possibilidades de exame dos documentos fiscais e contábeis, o que não restou provado nos autos. 4.13. Todos os documentos fiscais relacionados ao ano calendário sob exame estavam à disposição da fiscalização, de forma que se não foram considerados e analisados, não há que se falar em transferir essa responsabilidade de apuração e, tampouco, o ônus da prova para o contribuinte. DA INEXISTÊNCIA DE CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 4.14. Pelo apresentado é de se considerar pela inexistência de qualquer conduta tida como crime contra a ordem tributária. Primeiro porque em nenhum Fl. 958DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 959 8 momento a Impugnante se furtou em atender à fiscalização e em segundo, porque a fiscalização não agiu com a acuidade que deveria, em examinar todos os documentos fiscais e contábeis, de forma a esgotar qualquer possibilidade de prova em contrário quanto à suposta omissão de receitas, que caracteriza crime. 4.15. Diz a Impugnante que "é patente a ilegalidade cometida nesta autuação, seja pela presunção imotivada, forçosa e prematura de que houve receita e omissão de receita seja pela precariedade do procedimento adotado, em analisar parcialmente os documentos contábeis e, como se não bastasse, entender/que TESE, há crime contra a ordem tributária". 5. É o relatório. A DRJ MANTEVE os lançamentos, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 2005 PRESUNÇÃO HUMANA. PRESUNÇÃO LEGAL. Nada impede a utilização da presunção humana, como meio de prova, nos casos das vendas omitidas realizadas por meio de cartão de crédito. No caso dos depósitos bancários, em que não foi comprovada a origem, correto a aplicação da presunção legal de omissão de receita. GLOSA DE DESPESAS. A despesas registradas nos livros contábeis devem estar suportadas por documentação hábil e idônea. Mantida a glosa realizada. MULTA QUALIFICADA. Correta a aplicação da multa qualificada sobre o IRPJ e lançamentos reflexos decorrente das receitas omitidas, pois a conduta do contribuinte se enquadrou no previsto no art. 71, inciso I, da Lei n.° 4.502/64, ao sonegar imposto e contribuições não informando valores de receitas tributáveis na DIPJ, agindo reiteradamente com essa finalidade, tentando impedir o conhecimento, por parte das autoridades tributárias, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. AUTOS REFLEXOS. PIS. COFINS. CSLL. O decidido quanto ao IRPJ aplicase à tributação dele decorrente. Irresignada com a decisão de primeira instância a interessada interpôs recurso voluntário a este CARF, repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório. Fl. 959DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 960 9 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a autuação envolveu omissão de receitas por presunção legal a partir de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, bem assim glosa de despesas que também não foram comprovas através de documentos hábeis e idôneos. Após intimada sem que comprovasse a origem dos depósitos bancários constante em extratos bancários apresentados por ela própria o autuante lavrou a presente autuação para o anocalendário de 2005 com base em presunção legal de depósitos não comprovados (art. 42 da Lei n. 9.43096). Preliminar de Nulidade Alega, em síntese, que a lavratura dos autos de infração implicou cerceamento do direito de defesa, vez que a fiscalização se valeu de presunções. Apenas para um melhor esclarecimento sobre o assunto, transcrevese o dispositivo que rege a matéria no processo administrativo fiscal. Prescreve o art. 59 do Decreto 70235/72 com a nova redação dada pela Lei 8748/93: Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa; Por conseguinte, considerase nulo o ato, se praticado por pessoa incompetente ou com preterição do direito de defesa, não tendo se caracterizado quaisquer das situações, pois não se põe em dúvida a competência do autor, nem há que se falar em preterição do direito de defesa, vez que os fatos apurados foram descritos com o respectivo enquadramento legal, e levados ao conhecimento, da autuada, levando a mesma a defenderse plenamente através da peça impugnatória acostada aos autos. Examinadose o Auto de Infração, não se constata nenhum vício de forma, tendo sido observadas as prescrições contidas no Decreto n° 70.235, de 1972. Verificase que constam adequadamente descritos os fatos apurados pela autoridade, a fundamentação legal, a matéria tributável, os valores apurados e os fatos motivadores da autuação. A fase preliminar do procedimento fiscal tem natureza inquisitorial não se aplicando nesse momento o princípio do contraditório e da ampla defesa. Até porque nem todo documento apreendido tem, necessariamente, interesse fiscal. Porém, até isso Fl. 960DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 961 10 Após a lavratura do Auto de Infração, abrese o prazo para manifestação do sujeito passivo que, além de receber cópia dos principais elementos identificadores da exigência, tem acesso aos autos e pode solicitar cópias de quaisquer documentos que entender relevantes à sua defesa. No entanto, no decorrer da ação fiscal, a interessada foi intimada de acordo com os Termos de Intimações, sempre com oportunidade de apresentar documentação que comprovasse a origem dos depósitos bancários ou sua contabilização, não logrando êxito nesse mister. O mesmo aconteceu em relação à glosa de despesas. O que se vê foi um grande empenho da fiscalização em cumprir o seu papel e somente após a não comprovação da origem dos depósitos bancários relacionados pela fiscalização é que o auto de infração foi lavrado, tudo isso com base em previsão legal muito bem consignada no auto de infração (art. 42 da Lei n. 9.43096). A Recorrente quer fazer crer que o procedimento fiscal estaria pretensamente amparado na Lei n° 10.174, de 09/01/2001 e que haveria quebra ilegal do sigilo bancário. Desarrazoada a alegação da Recorrente por ser impertinente ao caso concreto. É que os dados da movimentação financeira foram obtidos por meio dos extratos bancários fornecidos pela própria fiscalizada, em atendimento às intimações feitas no decorrer desta ação fiscal. Portanto, inválida a alegação de que o procedimento fiscal estaria pretensamente amparado na Lei n° 10.174, de 09/01/2001. Acrescentese que, quando muito, em se admitindo o fato da autoridade lançadora ter cometido algum engano com relação à matéria de fato, enquadramento legal e a sua subsunção à norma, tratarseia então de questão de mérito e não de preliminar de nulidade. Assim, rejeito as preliminar de nulidade suscitada. PREJUDICIAL DE DECADÊNCIA A DRJ afastou a decadência nos termos descritos abaixo, naquilo que interessa: (...) d) para fins de cômputo do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplicase a regra do art. 173, inc. I do CTN, pouco importando se houve ou não declaração, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; e) para fins de cômputo do prazo de decadência, tendo havido pagamento antecipado, aplicase a regra do § 4o do art. 150 do CTN; f) para fins de cômputo do prazo de decadência, todas as vezes que comprovadas as hipóteses de dolo, fraude e simulação devese aplicar o modelo do inciso I, do art. 173, do CTN; (...)" 13. No presente caso em discussão, aplicase o previsto no artigo 173, inciso I, do CTN, visto que: (i) não houve pagamento parcial, pois, tratase de omissão de receita e, (ü) houve a qualificação da multa de ofício. 14. Conseqüentemente: (i) no caso do IRPJ e da CSLL, como a Impugnante optou pelo lucro real anual, no anocalendário de 2005, não ocorreu à decadência. Foi dada ciência do auto de infração em 15/10/2010, antes da data limite de 31/12/2011 (contagem do prazo: primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido feito); (ii) no caso do PIS e da COFINS, também não Fl. 961DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 962 11 foram atingidos pela decadência os lançamentos (visto que a contagem destes início em 01/01/2006, com o prazo até 31/12/2010). 15. Ressaltase que, o exercício seguinte se refere ao exercício financeiro posterior àquele em que o lançamento poderia ser efetuado, em consonância com o art. 9o, II do CTN ("... com base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro...") e com a CF/88, art. 150, III, "b" ("cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou majorou"). Nada a reparar na decisão de piso tanto na questão de direito quanto em relação à aplicação da regra de direito aos fatos. É que “curveime” à jurisprudência atual do STJ, no sentido de entender que a aplicação do art.150, §4º, do CTN atrai a realização de um pagamento. Porém, na ausência de pagamentos ou no caso de dolo, como é o caso concreto, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese também após 5 (cinco) anos, mas, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art.173, I, do CTN). Pelo exposto, AFASTO a decadência. MÉRITO PRESUNÇÃO LEGAL Depósitos Bancários Sem Comprovação da Origem dos Recursos O art. 42, da Lei nº 9.430/1996 é cristalino ao determinar que a omissão de receitas pode ser caracterizada por meio de valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Ora, como se vê da descrição dos fatos, a empresa não apresentou documentação que comprovasse a origem dos recursos daqueles diversos depósitos apontados pela fiscalização com base nos extratos bancários fornecidos pelo próprio contribuinte. Com efeito, sequer os contabilizou ou os declarou. A recorrente não logrou comprovar, através de documentação hábil e idônea, coincidentes em datas e valores, a ligação dos recursos recebidos em conta bancária e o seu discurso apresentado. Na verdade, a interessada ao invés de tentar provar os fatos alegados, se limita a tecer considerações de direito, no sentido de enfraquecer o lançamento por ter sido lastreado apenas em presunções. Nesse ponto, cabe ressaltar que presunção é um meio válido de prova há muito admitido pelo Direito e isso está positivado tanto no novo quanto no antigo código civil (arts. 212, 136, respectivamente), bem assim no art. 332 do CPC (Código de Processo Civil). E com mais motivo ainda a presunção legal, como é o caso que se cuida, é também admitida, pois é estipulada pela própria lei. Porém, as presunções, tirante a “presunção absoluta”, admite sempre prova em contrário. Assim, uma vez que a peça de defesa rebate a acusação fiscal sem qualquer apresentação de prova, sem se desincumbir do seu ônus, prevalece a presunção de omissão de receita. Em verdade, a argumentação da recorrente denota um total desconhecimento da existência do art. 42 da Lei nº 9.43096, fazendo referência inclusive a jurisprudência Fl. 962DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 963 12 judicial ultrapassada, anterior a edição da referida Lei, que representa um verdadeiro marco em termos de presunção legal de omissão de receitas, verbis: LEI n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 DOU de 30.12.96 “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Tratandose de uma presunção legal de omissão de rendimentos, o ônus da prova fica invertido, a autoridade lançadora eximese de provar no caso concreto a sua ocorrência, transferindo o ônus da prova à contribuinte. O contribuinte, por sua vez, não logrando êxito nessa tarefa que se lhe impunha, como ocorre no caso presente, temse a autorização para considerar ocorrido o fato gerador, ou seja, por presunção legal se toma como verdadeiro que os recursos depositados representam rendimentos do contribuinte. Por se tratar de uma presunção relativa juris tantum, somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal regularmente estabelecida. Feitas tais digressões e, evidenciada a absoluta licitude do estabelecimento das presunções legais, cumpre dizer que, em relação ao anoscalendário 2005, as alegações trazidas pelo contribuinte mostramse despropositadas, visto que, o simples fato da existência de depósitos bancários com origem não comprovada é, por si só, hipótese presuntiva de omissão de receitas, cabendo ao sujeito passivo a prova em contrário que, conforme dito, não as apresentou. Outrossim, o dispositivo legal acima citado supramencionado é válido e vigente em nosso ordenamento jurídico, dando respaldo à autuação praticada pela Autoridade Fiscal. Por diversas vezes em seu recurso, a Recorrente aponta ilegalidades e inconstitucionalidades no auto de infração guerreado que gravitariam em torno do art. 42 da Lei n. 9.430/96, bem assim o caráter confiscatório de tal dispositivo. Quanto à esse aspecto reiterese, a autoridade administrativa é vinculada a lei válida e vigente, não cabendo a este órgão do Poder Executivo deixar de aplicálas, encontrando óbice, inclusive na Súmula nº 2 deste Conselho (atual Primeira Sessão do CARF), in verbis: Súmula 1ºCC nº 2: O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (DOU, Seção 1, dos dias 26, 27 e 28/06/2006, vigorando a partir de 28/07/2006). Portanto, mantenho a autuação. Glosa de despesas contabilizadas Apesar de a fiscalização trazer provas que precisariam ser infirmadas pela recorrente, bem assim a DRJ ter reforçado mais ainda os argumentos da fiscalização, a Fl. 963DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 964 13 recorrente faz ouvido de mercador e em sede recursal contentase em repisar as mesmas justificativas que foram reportadas para o fiscal e para a DRJ. Os princípios da ampla defesa e do contraditório garantem ao defendente o direito de tomar conhecimento de tudo o que consta nos autos e de se manifestar a respeito, trazendo para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade. Apesar desses princípios se caracterizarem como direitos dos contribuintes, estão implícitos nos mesmos, também deveres, de forma a regulamentar o processo para que chegue a um fim. Nesse passo, é inerente ao princípio do contraditório que o processo deva caminhar através de um caráter dialético que perpassa, se for o caso, as duas instâncias do Processo Administrativo Fiscal. Dessa forma, é imperioso, em acontecendo de a lide atingir a segunda instância, que se ofereçam razões ou contraargumentações claras e específicas contra não somente a manutenção do lançamento, mas também levando em consideração, um mínimo que seja, o que ficou dito na decisão de primeira instância, mormente em se tratando de matéria probatória, como é o caso. Isso porque as contradições ou erros ainda por ventura existentes por ocasião da decisão de primeira instância devem ser apontadas especificamente para que a instância ad quem, tome conhecimento, e se for o caso, corrijaos e supereos pela sua atividade sintetizadora de órgão revisor. Dessa forma, em vista das explicações escorreitas da decisão de piso e do que se colocou nos parágrafos anteriores, complemento as minhas razões de decidir adotando também os fundamentos utilizados pela decisão de piso, abaixo reproduzidos: 26. Quanto à glosa de despesas a Impugnante declara que: (i) não há certeza no procedimento adotado pela fiscalização, pois, ela própria declara que pode haver documentos que não foram contabilizados nas contas onde deveriam ser registradas; (ii) fica perplexa pelo fato da fiscalização não ter analisado a contabilidade de forma integral, mas sim por amostragem; (iii) alega que se a fiscalização tinha um entendimento diferente da Impugnante quanto à conta que deveria ser contabilizada certa despesa, deveria proceder à discussão, garantido o contraditório; (iv) para ser aceita a presunção a fiscalização teria que esgotar todas as possibilidades de exame das despesas e (v) todos os documentos estavam àdisposição da fiscalização. 27. Quanto a estas alegações, temse que: (i), (iii) e (v) a fiscalização na verdade mencionou no TFV que "os documentos apresentados foram cotejados com a escrituração do Livro Razão e foi constatado que grande parte dos valores escriturados não estavam embasados em qualquer documentação ou não foram apresentados". Menciona inclusive, que os documentos não foram apresentados mesmo após a Impugnante ter sido informada destas deficiências através do "Termo de Constatação e Intimação Fiscal". Quanto aos documentos que a fiscalização menciona que não foram localizadas as contabilizações nas contas onde deveriam constar, também, a Impugnante foi informada pelo recebimento do termo acima mencionado. Cabe destacar que nas cópias no Livro Razão (fls. 452 a 581) estão assinalados individualmente os lançamentos das despesas em que os documentos não foram apresentados. Logo, ao contrário do que afirma a Impugnante foi garantido o contraditório e a ampla defesa, inclusive possibilitando que ela apresentasse os documentos que alega ter, durante a fiscalização e agora na impugnação. Fl. 964DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 965 14 (ii) quanto ao fato da fiscalização ter realizado os seus exames por amostragem e não ter analisado a contabilidade de forma integral, como já comentado acima, tal prática é aplicada normalmente em uma fiscalização, pois, seria totalmente inviável, dependendo do porte de uma empresa, analisar todos registros contábeis das operações realizadas juntamente com os documentos. (iv) quanto à alegação de que, no caso da glosa das despesas para se aplicar à presunção teria que esgotar todas as possibilidades de exame, é der dizer que na verdade não foi aplicada presunção: foi apurado um fato, ou seja, falta de apresentação de documentação. 28. Concluindo, a Impugnante sem fazer nenhuma menção em sua impugnação e sem dar nenhuma explicação, anexa ao processo cópias dispersas dos seguintes documentos: (i) "Protocolo de Entrega de Declaração de Serviços" da Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de São Paulo, juntamente com relação das notas fiscais de serviços emitidas e cópias das mesmas. Não dá nenhuma informação se as notas foram pagas através de cartão de crédito e se foram devidamente contabilizadas, ou outra informação que justificasse a apresentação destes documentos. (ii) Cópias de notas fiscais emitidas por fornecedores em nome da Impugnante, sem apresentar indicação em que contas foram contabilizadas e se referem a alguma nota não apresentada durante a fiscalização. Portanto, mantenho a glosa de despesas. Multa Qualificada (150%) Quanto à multa qualificada: Artigo 14, da Lei n° 11.488/2007, que deu nova redação ao artigo 44, da Lei n° 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ajnda \ que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo^ A negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano ^ calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Fl. 965DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 966 15 § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 2° Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1° deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I prestar esclarecimentos; II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11a 13 da Lei n° 8.218, de 29 de agosto de 1991; III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei (destaquei) Assoma claro nos autos que a empresa, de forma intencional e reiterada, buscou ocultar receitas com o fim de eximirse do devido recolhimento dos tributos, o que caracteriza ação dolosa visando a impedir ou retardar o conhecimento da obrigação tributária por parte da Fazenda Pública, nos termos do art. 71 da Lei nº 4.502, de 1964, adiante reproduzido: Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Nestes termos, como nos autos está devidamente evidenciado que o contribuinte, ao longo de 12 (doze) meses, omitia receitas de forma contínua e reiterada, em valores substancialmente mais elevados do que os montantes declarados (deixou de oferecer à tributação menos de 10% do total de seu faturamento), não se pode chegar a outra conclusão que não seja a de que o que houve, concretamente, foi conduta tendente a manter ao largo da tributação o montante dos seus ganhos auferidos. Apesar de o caso concreto não se amparar apenas na chamada “prática reiterada” de omissão de receitas, a existência dessa, para mim, por si só, já constitui condição suficiente para a caracterização do evidente intuito de fraude. É que pauto o meu sistema de referência em cima da impossibilidade epistemológica (limites do conhecimento) de se caracterizar o evidente “intuito” de fraude nos termos postos por alguns julgados. Parto do princípio de que não se deve nunca interpretar uma lei quando o resultado dessa exegese leve a absurdos tais como o de imaginar que o dolo ou “o evidente intuito de fraude” devam ser extraídos da mente do sujeito passivo e não das circunstâncias fáticas que permeiam todo o contexto onde a prática aconteceu. É o elemento objetivo que se deve procurar e daí, a partir dele, valendose do raciocínio lógico e probabilístico, extrair aquilo que o impregna: o elemento subjetivo (dolo). Nesse contexto, descabida a alegação de que o caso concreto se enquadraria na súmula nº 25 do CARF, uma vez que não se trata de mera presunção legal de omissão de receitas, como já se disse a prática é reiterada e o montante declarado (R$ 264.824,04) é significativamente menor do que a parcela omitida(R$ 3.326.393,18), ou seja o declarado foi Fl. 966DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 967 16 menos de 10%(7,96%)do omitido, ou por outras palavras, para cada 1 (um) real declarado R$ 12,56 (doze reais e cinqüenta e seis centavos) foram omitidos. Dessa forma, a prática de omitir receitas por 12 meses de forma de forma reiterada (elemento objetiva) e em montantes bastante superiores ao declarado denota concretamente o “evidente intuito de fraude”. Não se pode aqui imaginar que o agente que pratica “erros” de forma contínua por um longo tempo não possua a intenção de retardar/impedir ou afetar as características essenciais da ocorrência do fato gerador. Diante desse contexto, deve ser mantida a multa qualificada de 150%. Lançamentos Reflexos Por estarem sustentados na mesma matéria fática, os mesmos fundamentos devem nortear a manutenção em parte das exigências lançadas por via reflexa. Por todo o exposto, rejeito a preliminar de nulidade, AFASTO a Decadência e, quanto ao mérito, NEGO provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 967DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
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Numero do processo: 10855.001065/99-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1996, 1997
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROVIMENTO RECURSAL COM REFORMATIO IN PEJUS.
Tendo sido identificado que a decisão do recurso tornou a situação do Recorrente mais gravosa, [é de se limitar os seus efeitos ao que decido na decisão original, sob pena de ofensa ao princípio do non reformatio in pejus.
Numero da decisão: 1401-000.708
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e lhes dar efeitos infringentes para então negar provimento ao recurso voluntário, desfazendo-se o reformatio in pejus.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1996, 1997 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROVIMENTO RECURSAL COM REFORMATIO IN PEJUS. Tendo sido identificado que a decisão do recurso tornou a situação do Recorrente mais gravosa, [é de se limitar os seus efeitos ao que decido na decisão original, sob pena de ofensa ao princípio do non reformatio in pejus. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e lhes dar efeitos infringentes para então negar provimento ao recurso voluntário, desfazendose o reformatio in pejus. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes De Mattos e Karem Jureidini Dias. Fl. 808DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 2 Relatório Trata o presente feito de embargos de declaração opostos pela Delegacia da Receita Federal de Sorocaba, em que argui contradição na decisão proferida por este Conselho Administrativo de Recurso Fiscais, consubstanciada no acórdão nº 140100410, da 4ª Turma Ordinária da 1ª Seção. Na processo em questão, pretende, a Contribuinte, a restituição de saldo negativo de imposto de renda dos anoscalendário 1996 e 1997, no valor de R$2.886.506,55 (dois milhões, oitocentos e oitenta e seis mil, quinhentos e seis reais e cinquenta e cinco centavos). Por meio do despacho decisório nº 461, de 22 de setembro de 2006, a SEORTR deferiu parcialmente o pedido da Contribuinte, reconhecendo um direito de crédito no montante de R$2.135.987,88 (fls. 142 a 146). Inconformada, a Contribuinte aviou manifestação de inconformidade, alegando equívoco na apreciação do seu direito creditório, tendo o pedido sido negado pela Delegacia Regional d Julgamento. Inconformada, a Contribuinte aviou recurso voluntário pata este Conselho, acostando farta documentação comprobatória do seu direito creditório. Tendo o processo sido distribuído para minha relatoria, e tendo em vista o princípio da verdade material, a 3ª Câmara do então 1º Conselho de Contribuintes determinou a baixa do feito em diligência para que fossem confrontadas as documentações apresentadas pela Contribuinte. Em retorno da diligência, restou reconhecido o direito de crédito no montante de R$1.244.556,47. Diante disso, a 4ª Câmara da 1ª Seção deste CARF decidiu por dar pracial provimento ao recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório postulado no montante de R$ 1.244.556,47, homologando as respectivas compensações neste limite. Todavia, como o valor do crédito reconhecido nesta Instância foi inferior àquele reconhecido pelo despacho decisório original, a Delegacia da Receita Federal em Sorocaba embargou de declaração, postulando a solução da contradição da decisão. É este o relatório. Fl. 809DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10855.001065/9924 Acórdão n.º 1401 S1‐C4T1 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Relator: Os embargos são tempestivos e a parte embargante é legítima em razão da matéria invocada, razão pela qual conheço dos embargos de declaração. Revisitando o relatório da diligência realizado pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba às fls. 484 e seguintes, identifico que a Autoridade Fiscal recompôs os recolhimentos por estimativa e antecipações de IRRF dos anoscalendário de 1996 e 1997, assim como das compensações de saldo negativo de 196 nos anoscalendário de 1997 e 1998, de forma a apurar eventual saldo negativo passível de restituição, tendo encontrado direito creditório no montante de R$1.244.556,47. Todavia, a decisão original havia reconhecido direito creditório no montante de R$2.135.987,88 (fls. 142 a 146), não podendo, o recurso voluntário, implicar em decisão mais prejudicial do que aquela objeto de recurso. De fato, segundo o princípio da reformatio in pejus, a decisão do recurso não pode ser mais gravosa do que a decisão recorrida, pelo que o resultado do recurso voluntário apresentado pela Recorrente não poderia ser mais gravoso do que a decisão originária que reconheceu o direito creditório em R$2.135.987,88. Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração e lhe dou efeito infringente, para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Fl. 810DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 4 Fl. 811DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR
score : 1.0
Numero do processo: 16682.900180/2010-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL
Ano-calendário: 2003
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.
ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõe-se a não homologação das compensações com ele pleiteadas.
Numero da decisão: 1102-000.719
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Antônio Carlos Guidoni Filho votou pelas conclusões.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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Recorrente PETROBRAS DISTRIBUIDORA S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõese a não homologação das compensações com ele pleiteadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Antônio Carlos Guidoni Filho votou pelas conclusões. Documento assinado digitalmente. Albertina Silva Santos de Lima Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 11 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Albertina Silva Santos de Lima, Antonio Carlos Guidoni Filho, João Otávio Oppermann Thomé, Silvana Rescigno Guerra Barretto, Plínio Rodrigues Lima, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Relatório No presente recurso insurgese a recorrente contra a decisão da 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RJ1 que não acolheu a solicitação de reforma do despacho eletrônico da Demac/RJ, o qual por sua vez, não homologara as compensações por ela pretendidas. Na Declaração de Compensação apresentada, foi informado como origem do crédito o saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor original de R$ 4.004.379,74. De acordo com o Despacho Decisório nº 863963237 (fls. 53 a 58), não foi confirmada a existência do crédito informado, pois, embora coincidente o mesmo com aquele informado na DIPJ/2004, nem todas as parcelas que compunham o crédito ali informado puderam ser confirmadas. Conforme as tabelas anexas ao Despacho, um total de R$ 4.036.159,13 informado como retenção de fonte sob o código 6150 não foi confirmado. Além disto, com relação às estimativas, apenas o montante de R$ 40.326.979,41 foi confirmado como o total de estimativas pagas ou compensadas com outros pagamentos indevidos ou a maior. Cientificada do despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 62 a 67), argumentando, em síntese, o seguinte: • Foram formalizados quatro PER/DCOMP: A de número 31558.99246.211008.1.7.030874, retificadora da PERD/COMP nº 17574.80105.190204.1.3.038450, para a compensação do Saldo Negativo de CSLL do período 01/01/2003 a 31/12/2003 de R$ 4.004.379,74 conforme DIPJ/2004. Esta PER/DCOMP foi utilizada parcialmente para pagamento da CSLL Código 2484 de Janeiro/2004 no valor de R$ 3.805.106,71. Este valor foi informado na DCTF Retificadora do 1° Trim. de 2004 no mês de Janeiro/2004 como sendo o utilizado no PER/DCOMP 36922.23146.301107.1.7027407 (PERD/COMP informada ERRONEAMENTE). Solicitamos RETIFICAR a DCTF do 1° Trim. de 2004 no mês de Janeiro/2004, informando o número do PER/DCOMP correto:31558.99246.211008.1.7.030874. tendo vista que não foi possível retificar eletronicamente a DCTF em virtude da prescrição. • Parte do saldo restante da DCOMP 31558.99246.21108.1.7.030874 foi utilizada para pagamento da CSLL Código 2484 referente à competência de Fevereiro de 2004 no valor de R$ 143.140,09. Após análise, verificamos a existência de duas DCOMP de mesmo valor para quitação do mesmo débito, sendo que a correta é a DCOMP Fl. 141DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 12 3 08425.34643.301107.1.3.030369, portanto solicitamos o cancelamento do PER/DCOMP 23677.53089.240304.1.3.032684. • O saldo remanescente da DCOMP 31558.99246.21108.1.7.030874 foi utilizado para pagamento da CSLL Código 2484 referente a competência de Maio de 2004 no valor de R$ 155.600,93, através da DCOMP 41974.43653.301107.1.3.038638.Solicitamos retificar a DCTF do 2° Trim. de 2004 no mês de Maio/2004, informando o número da PERD/COMP correta:41974.43653.301107.1.3.038638 tendo vista que não foi possível retificar eletronicamente a DCTF em virtude da prescrição de prazo. • Em síntese: os valores recolhidos não se alteraram em momento algum, apenas houve imputação dos pagamentos por meio das PER/DCOMPs informadas (1a, 2a e 3a ) e retifícação das: DCTF do 1° Trim. 2004, nos meses de Janeiro e Fevereiro/2004 e DCTF do 2° Trim. 2004, no mês de Maio/04. Na fl. 65 consta o resumo das solicitações feitas, ratificando o que deverá constar nas DCTF do 1° e 2° Trim. de 2004. • Na decisão em tela negouse a homologação integral do pleito pelo fundamento da inexistência do crédito. Ora, como já se informou, a questão é de simples compreensão. O pagamento deuse tempestivamente através das PERD/COMPs relacionadas, conforme demonstrado acima. O que. ocorreu após foi apenas o uso dos PERD/COMPs para quitação de débitos com o crédito demonstrado. • Não houve pagamento novo ou intempestivo, apenas se procedeu a informação que viabilizava imputação de pagamento já efetuado. Todos os valores devidos já estavam nos cofres da Receita Federal desde o primeiro DARF. • Requer a homologação das compensações. A 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RJ1 julgou improcedente a manifestação de inconformidade, e destacou que o contribuinte não acostou ao feito qualquer documento que comprovasse as retenções de CSLL no código 6150, nem apresentou qualquer argumento ou documento que comprovasse a existência de saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2003, limitandose a solicitar retificações de DCTF relativas ao ano de 2004, e cancelamento de PER/DCOMP apresentado, itens que não fazem parte do litígio. Apesar disto, observou a DRJ que, em razão de duplicidade de declaração dos mesmos débitos em duas PER/DCOMP, de fato não deve ser objeto de cobrança o débito da PER/DCOMP 23667.53089.240304.1.3.03 2684, de estimativa de CSLL de 02/2004, no valor de R$ 143.140,09, e que, portanto, a mesma deve ser considerada como cancelada. O Acórdão 1234.979, fls. 89 a 93, está assim ementado: “MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. EFICÁCIA. Não há como abrigar manifestação de inconformidade que não logra desconstituir os fundamentos do despacho decisório. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 13 4 CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição/compensação, devendo o contribuinte comproválo.” Cientificada desta decisão em 30/12/2010, conforme AR de fls. 99, e com ela inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 27/01/2011, fls. 100 a 106, no qual reprisa os argumentos já expostos por ocasião da inicial, e acrescenta, ainda, o seguinte: O fato é que os códigos na PER/DCOMP em litígio foram todos informados como sendo 6150 (COMBUSTÍVEIS — RETENÇÃO EM PAGAMENTO POR ÓRGÃO PÚBLICO) devido à impossibilidade sistêmica do Sistema Contábil utilizado na época, no qual não foi possível utilizar os códigos corretamente de acordo com a retenção feita. Ratificamos que todos os créditos informados referentes a impostos retidos na fonte são reais, relacionamos abaixo alguns de nossos principais clientes que juntos representam 90% (noventa por cento) do valor retido informado, com os códigos 8739, 8770 e 6147 e que tais informações são geradas pelo SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), como Órgão da União, será possível (sic) confirmar tais retenções (apresenta tabela discriminando cinco retenções, totalizando R$ 3.629.687,48). Apesar de a RFB ter acolhido o pedido de cancelamento da PER/DCOMP n° 23667.53089.240304.1.3.032684, conforme voto da 8ª Turma da DRJ/RJ1, a mesma emitiu uma cobrança através do DARF nº de referência 16682900.303/201012 no valor total atualizado de R$ 293.594,63, do que decorrem a inexistência de valor cobrado e a improcedência da decisão no que se refere a tal quantia. Finaliza requerendo o provimento do recurso, o cancelamento da cobrança do DARF acima especificado, e o reconhecimento de que o presente feito nada tem a ver com a PETRÓLEO BRASILEIRO S/A — PETROBRAS, CNPJ 33.000.167/000101, razão pela qual não seria legitimo qualquer impacto a sua regularidade fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Cediço que o regime jurídico da compensação tributária, em vigor a partir da Lei nº 10.637, de 2002, e Lei nº 10.833, de 2003, as quais introduziram alterações no artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, requisita a iniciativa do contribuinte, que, mediante a apresentação da Declaração de Compensação, informa ao Fisco que efetuou o encontro de contas entre seus débitos e créditos, o qual possui o efeito de extinção dos débitos fiscais ali indicados, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Ao fisco cabe verificar a consistência das Fl. 143DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 14 5 informações prestadas pelo contribuinte na Declaração de Compensação, em especial quanto ao crédito por ele alegado, posto que somente créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública podem ser compensados, conforme reza o artigo 170 do CTN. As informações prestadas no PER/DCOMP, portanto, situamse na esfera de responsabilidade do próprio contribuinte, a quem cabe demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. No caso concreto, o crédito alegado é de saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor original de R$ 4.004.379,74. No Despacho Decisório, consta que o somatório das parcelas de composição do crédito informado na DIPJ é de R$ 57.839.042,52, e que a CSLL devida é R$ 53.834.662,78, do que decorreria, por subtração, o referido saldo negativo. Ocorre que, consoante o mesmo Despacho Decisório, das parcelas de composição do crédito, somente foi confirmado o montante de R$ 40.326.979,41, a título de estimativas pagas ou compensadas com outros pagamentos indevidos ou a maior. Por outro lado, nenhum dos valores informados a título de retenção de fonte, no total de R$ 4.036.159,13, foi confirmado. Em lugar de demonstrar, com provas consistentes, que efetivamente recolhera ou compensara estimativas em valor superior aos R$ 40.326.979,41 informado no Despacho, ou que efetivamente sofrera as retenções de fonte no valor de R$ 4.036.159,13, a defesa inicial do contribuinte apresentouse completamente desconexa dos fatos em litígio, posto que limitouse a apontar incorreções no preenchimento de várias DCTF relativas a trimestres do ano de 2004, enquanto o crédito em litígio é do ano calendário de 2003. Mesmo após ter tomado conhecimento, por meio do acórdão ora recorrido, de tais impropriedades, em sede recursal torna a recorrente a não apresentar um único documento comprobatório de seu pretenso crédito, e almeja repassar à administração tributária a responsabilidade por identificar as retenções alegadamente por ela sofridas, sob códigos distintos daqueles por ela apresentados no PER/DCOMP, o que se revela uma total impropriedade ante o ônus da prova que lhe compete. A simples alegação de impossibilidade técnica do sistema contábil utilizado na época para indicar o correto código de arrecadação sob o qual se fez a retenção tampouco pode ser acatada, posto que desacompanhada de qualquer prova de sua efetiva existência, além do que soa desarrazoada, ante o porte da empresa de que aqui se trata. Por fim, de se destacar também que, além da não comprovação da retenções de fonte no valor de R$ 4.036.159,13, tampouco houve qualquer contestação por parte da recorrente quanto ao fato de somente terem sido confirmadas estimativas pagas ou compensadas no montante de R$ 40.326.979,41, de sorte que, ainda que porventura viessem a ser comprovadas as referidas retenções, o somatório das parcelas de composição do crédito seria insuficiente para produzir saldo negativo, ante o valor da CSLL informada como devida na DIPJ. Assim, em face da inexistência do direito creditório alegado, a decorrência legalmente prevista é a não homologação das compensações com ele pleiteadas. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 15 6 Quanto ao pedido de cancelamento da cobrança do DARF afeto à PER/DCOMP cujo cancelamento a DRJ reconhecera devido, observo que tal providência deve ser demandada junto à própria unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte, sendo matéria alheia ao presente litígio. Da mesma forma, não faz parte do presente litígio qualquer reconhecimento quanto à regularidade ou irregularidade fiscal da empresa mencionada pela recorrente, assim não há por que esta Turma julgadora pronunciarse a respeito. Pelo exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 145DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA
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