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Numero do processo: 10865.001503/2004-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 15/05/2003 a 15/10/2004 ERRO FORMAL NA INDICAÇÃO DE SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO NA DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Mero erro formal no preenchimento da Per/Dcomp que não pode servir como fundamento para a não homologação da compensação pleiteada. Assunto: Contribuição ao PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/04/1998, 31/10/1998, 30/11/1998, 31/12/1998 DECRETOS Nº 2.445 E 2.449. INCONSTITUCIONALIDADE. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da semestralidade da Contribuição ao PIS estabelecidas pelos Decretos-Leis 2.445/88 e 2.449/88, Posteriormente, o Senado Federal editou a Resolução 49/95, suspendendo a execução dos referidos Decretos. Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3301-001.485
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora. Vencidos os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (presidente) e José Adão Vitorino de Morais
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 15/05/2003 a 15/10/2004 ERRO FORMAL NA INDICAÇÃO DE SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO NA DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Mero erro formal no preenchimento da Per/Dcomp que não pode servir como fundamento para a não homologação da compensação pleiteada. Assunto: Contribuição ao PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/04/1998, 31/10/1998, 30/11/1998, 31/12/1998 DECRETOS Nº 2.445 E 2.449. INCONSTITUCIONALIDADE. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da semestralidade da Contribuição ao PIS estabelecidas pelos DecretosLeis 2.445/88 e 2.449/88, Posteriormente, o Senado Federal editou a Resolução 49/95, suspendendo a execução dos referidos Decretos. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora. Vencidos os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (presidente) e José Adão Vitorino de Morais [assinado digitalmente] Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Relatora. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE 2 Participaram ainda da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Antônio Lisboa Cardoso, José Adão Vitorino de Morais e Amauri Amora Câmara Júnior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra a decisão da DRJ em Ribeirão Preto, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, por entender que não foi observado o disposto no art. 170A, do Código Tributário Nacional. A ora Recorrente transmitiu Pedidos de Restituição/Declarações de Compensação (Per/Dcomps), visando a homologação da compensação dos débitos fiscais vencidos de sua responsabilidade, no valor total de R$ 7.578,13 (sete mil quinhentos e setenta oito reais e treze centavos), com vencimentos a partir de 15/05/2003 a 15/10/2004, com créditos no montante de R$ 10.915,14 (dez mil novecentos e quinze reais e quatorze centavos) decorrentes de pagamentos indevidos a titulo de contribuição para o PIS nos termos dos indigitados Decretoslei n° 2.445 e n° 2.449, ambos de 1988. A DRF em Limeira não homologou a compensação dos débitos declarados sob o argumento de que créditos, objeto de discussão judicial, somente poderiam ser compensados, após o trânsito em julgado da decisão que reconheceu o direito de o contribuinte repetilos/compensálos. Notificada do despacho decisório, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando, em estreita síntese, que: (ii) a declaração da inconstitucionalidade dos Decretos nº 2.445 e 2.449 pelo Supremo Tribunal Federal seria suficiente para fundamentar o seu pedido de compensação; (i) não obstante a decisão judicial indicada nos Per/Dcomps não tenha transitado em julgado, possui direito à compensação dos créditos tendo em vista que, no presente caso, não se aplicaria o art. 170A, do CTN, tendo em vista que os créditos surgiram antes da vigência deste dispositivo legal, sendo que sua aplicação ao presente caso configuraria retroatividade da lei implicando prejuízo ao seu patrimônio; (iii) a menção nas PER/DCOMPS à Ação Coletiva proposta pela Associação à qual é filiada justificase na medida em visava apenas a reforçar a existência do seu direito creditório. A DRJ em Ribeirão Preto julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 15/05/2003 a 15/10/2004 AÇÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS. VEDAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. A compensação de crédito financeiro contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, mediante a entrega de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada ao trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. AÇÃO JUDICIAL. PROPOSITURA. EFEITOS. A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Pública, de ação judicial por qualquer modalidade e a qualquer tempo, Fl. 151DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE Processo nº 10865.001503/200418 Acórdão n.º 3301001.485 S3C3T1 Fl. 93 3 com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, aplicandose ao caso a decisão judicial. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 15/05/2003 a 15/10/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO A homologação de compensação de débitos fiscais, mediante a entrega de Declaração de Compensação (Dcomp), depende da certeza e liquidez do crédito financeiro utilizado pelo contribuinte. Irresignada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário repetindo as razões da sua Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira Andréa Medrado Darzé. O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme é possível perceber do relato acima, a presente controvérsia se restringe à análise da possibilidade de a ora Recorrente compensar créditos decorrentes do pagamento indevido da Contribuição ao PIS, nos termos determinados pelos Decretos nº 2.445 e 2.449, antes do trânsito em julgado da sentença proferida em sede de Mandado de Segurança coletivo. Isso porque, não há dúvidas quanto à procedência do crédito tributário, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade dos referidos diplomas normativos. Pois bem. A despeito de a ora Recorrente fazer constar nos seus pedidos de compensação a informação de que o crédito pleiteado decorreria de sentença transitada em julgado, já na manifestação de inconformidade esclareceu que a declaração da inconstitucionalidade dos referidos diplomas normativos seria suficiente para fundamentar o seu pedido de compensação. Por outro lado, afirmou que a menção nas PER/DCOMPS à Ação Coletiva proposta pela Associação à qual é filiada justificase na medida em visava apenas a reforçar a existência do seu direito creditório. De fato, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da semestralidade da Contribuição ao PIS estabelecidas pelos DecretosLeis 2.445/88 e 2.449/88, nos seguintes termos: CONSTITUCIONAL. ART. 55II DA CARTA ANTERIOR. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. DECRETOSLEIS 2.445 E 2.449, DE 1988. INCONSTITUCIONALIDADE. I CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS: SUA ESTRANEIDADE AO DOMÍNIO DOS TRIBUTOS E MESMO AQUELE, MAIS LARGO, DAS FINANÇAS PÚBLICAS. ENTENDIMENTO, Fl. 152DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE 4 PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA EC Nº 8/77 (RTJ 120/1190). II TRATO POR MEIO DE DECRETOLEI: IMPOSSIBILIDADE ANTE A RESERVA QUALIFICADA DAS MATÉRIAS QUE AUTORIZAVAM A UTILIZAÇÃO DESSE INSTRUMENTO NORMATIVO (ART. 55 DA CONSTITUIÇÃO DE 1969). INCONSTITUCIONALIDADE DOS DECRETOS LEIS 2.445 E 2.449, DE 1988, QUE PRETENDERAM ALTERAR A SISTEMÁTICA DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. (RE 148754, Rel. Min. Carlos Velloso, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Francisco Resek, Tribunal Pleno, julgado em 24/06/1993, DJ 04031994 PP03290 EMENT VOL0173502 PP00175 RTJ VOL0015003 PP00888) Posteriormente, o Senado Federal editou a Resolução 49/95, suspendendo a execução dos Decretos supracitados. Como consequência, a base de cálculo da Contribuição ao PIS voltou a ser o faturamento do sexto mês anterior à ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 6º, da Lei Complementar nº 07/70. A exigência mantevese nesses moldes até a publicação da Medida Provisória no 1.212/95, quando a base de cálculo da Contribuição ao PIS passou a ser o faturamento do mês anterior. Vale ressaltar que esse entendimento é pacífico neste Tribunal Administrativo, existindo, inclusive Súmula do extinto Conselho de Contribuintes sobre o tema: Súmula nº 15: A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior. Sendo este o contexto normativo e jurisprudencial no qual se insere o crédito pleiteado e tendo em vista que a própria Recorrente, desde a sua primeira manifestação no processo, afirma que a sua “causa de pedir” não seria propriamente a ação coletiva, mas a própria declaração de inconstitucionalidade dos Decretos nº 2.445 e 2.449, entendo que a indicação da Ação Coeletiva na PER/DCOMP configura de mero erro formal, que não pode servir como fundamento para a não homologação da compensação pleiteada. Pelo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário para que seja reconhecido o direito de crédito da ora Recorrente, tomando por base seus cálculos e considerando a semestralidade da Contribuição ao PIS, homologando a compensação até o limite dos valores dos créditos apurados. Ressaltese que o direito ora reconhecido restringese aos pagamentos indevidos realizados nos dez anos anteriores à data da transmissão dos respectivos pedidos de compensação, em face da decadência. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Fl. 153DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE Processo nº 10865.001503/200418 Acórdão n.º 3301001.485 S3C3T1 Fl. 94 5 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE
score : 1.0
Numero do processo: 10580.004571/00-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Data do fato gerador: 25/05/2000, 07/07/2000, 01/08/2001, 28/10/2002
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INAPLICABILIDADE.
Inexiste amparo legal para se aplicar a homologação tácita aos débitos tributários informados em pedido de compensação que não foram convertidos em declaração de compensação (Dcomp).
DÉBITO INSCRITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO.
É vedada a compensação de débito inscrito em Dívida Ativa da União Federal cuja inscrição ocorreu em data anterior à do protocolo do respectivo pedido de compensação. DÉBITOS. DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. INSCRIÇÃO EQUIVOCADA. CANCELAMENTO. COMPENSAÇÃO.
Reconhecido o equívoco na inscrição de débitos em Dívida Ativa da União, esta deve ser cancelada e os débitos compensados com o saldo credor do crédito tributário reconhecido ao contribuinte pela autoridade administrativa competente. DÉBITO. DISCUSSÃO EM OUTRO PROCESSO.
Comprovado que um mesmo débito foi objeto de outro processo administrativo já analisado e julgado, não cabe novo julgamento.
DÉBITOS NÃO INSCRITOS EM DÍVIDA ATIVA. COMPENSAÇÃO. Comprovado que a autoridade administrativa competente deferiu e efetuou as compensações dos débitos não inscritos em Dívida Ativa da União, as razões suscitadas contra a não realização delas ficaram prejudicada.
CRÉDITO FINANCEIRO. DISCUSSÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO.
A compensação de débitos tributários com crédito financeiro contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão, é possível desde que o pedido tenha sido protocolado antes da vigência do dispositivo legal que a condiciona à ocorrência daquele e os débitos sejam passíveis de compensação.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
Numero da decisão: 3301-001.466
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. A conselheira Andréa Medrado Darzé voltou pelas conclusões.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 25/05/2000, 07/07/2000, 01/08/2001, 28/10/2002 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INAPLICABILIDADE. Inexiste amparo legal para se aplicar a homologação tácita aos débitos tributários informados em pedido de compensação que não foram convertidos em declaração de compensação (Dcomp). DÉBITO INSCRITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO. É vedada a compensação de débito inscrito em Dívida Ativa da União Federal cuja inscrição ocorreu em data anterior à do protocolo do respectivo pedido de compensação. DÉBITOS. DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. INSCRIÇÃO EQUIVOCADA. CANCELAMENTO. COMPENSAÇÃO. Reconhecido o equívoco na inscrição de débitos em Dívida Ativa da União, esta deve ser cancelada e os débitos compensados com o saldo credor do crédito tributário reconhecido ao contribuinte pela autoridade administrativa competente. DÉBITO. DISCUSSÃO EM OUTRO PROCESSO. Comprovado que um mesmo débito foi objeto de outro processo administrativo já analisado e julgado, não cabe novo julgamento. DÉBITOS NÃO INSCRITOS EM DÍVIDA ATIVA. COMPENSAÇÃO. Comprovado que a autoridade administrativa competente deferiu e efetuou as compensações dos débitos não inscritos em Dívida Ativa da União, as razões suscitadas contra a não realização delas ficaram prejudicada. CRÉDITO FINANCEIRO. DISCUSSÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. A compensação de débitos tributários com crédito financeiro contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão, é possível desde que o pedido tenha sido protocolado antes da vigência do dispositivo legal que a condiciona à ocorrência daquele e os débitos sejam passíveis de compensação. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2174; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 475 1 474 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.004571/0058 Recurso nº 000.001 Voluntário Acórdão nº 330101.466 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 22 de maio de 2012 Matéria PIS DCOMP Recorrente INCONTEL INDÚSTRIA COMÉRCIO E CONSTRUÇOES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 25/05/2000, 07/07/2000, 01/08/2001, 28/10/2002 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INAPLICABILIDADE. Inexiste amparo legal para se aplicar a homologação tácita aos débitos tributários informados em pedido de compensação que não foram convertidos em declaração de compensação (Dcomp). DÉBITO INSCRITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO. É vedada a compensação de débito inscrito em Dívida Ativa da União Federal cuja inscrição ocorreu em data anterior à do protocolo do respectivo pedido de compensação. DÉBITOS. DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. INSCRIÇÃO EQUIVOCADA. CANCELAMENTO. COMPENSAÇÃO. Reconhecido o equívoco na inscrição de débitos em Dívida Ativa da União, esta deve ser cancelada e os débitos compensados com o saldo credor do crédito tributário reconhecido ao contribuinte pela autoridade administrativa competente. DÉBITO. DISCUSSÃO EM OUTRO PROCESSO. Comprovado que um mesmo débito foi objeto de outro processo administrativo já analisado e julgado, não cabe novo julgamento. DÉBITOS NÃO INSCRITOS EM DÍVIDA ATIVA. COMPENSAÇÃO. Comprovado que a autoridade administrativa competente deferiu e efetuou as compensações dos débitos não inscritos em Dívida Ativa da União, as razões suscitadas contra a não realização delas ficaram prejudicada. CRÉDITO FINANCEIRO. DISCUSSÃO JUDICIAL. POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 A compensação de débitos tributários com crédito financeiro contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão, é possível desde que o pedido tenha sido protocolado antes da vigência do dispositivo legal que a condiciona à ocorrência daquele e os débitos sejam passíveis de compensação. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. A conselheira Andréa Medrado Darzé voltou pelas conclusões. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Amauri Amora Câmara Júnior, Andréa Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Salvador que julgou improcedente manifestação de inconformidade interposta contra despacho decisório que deferiu o pedido de restituição de PIS às fls. 107, datado de 18/12/2000, no montante de R$12.644,49 (fls. 156), a valores de 01/01/1996, decorrente de pagamentos indevidos e/ ou a maior da contribuição para o PIS, referente aos fatos geradores ocorridos no período de janeiro de 1989 a março de 1993, cumulado com pedidos de compensação às fls. 02; 103; 157; 175; e 181, protocolados, respectivamente em 25/05/2000; 07/07/2000; 31/07/2001; 28/10/2002; e 28/10/2002, deferidos em parte. Por meio do Despacho Decisório às fls. 348/355, de cuja ciência a recorrente foi intimada em 08/05/2008, a DRF em Salvador reconheceulhe o direito à repetição do montante de R$12.555,27, a valores de 01/01/1996, valor este superior ao pleiteado por ela, e efetuou a compensação dos débitos fiscais discriminados no extrato deste processo às fls. 390/393, conforme planilhas às fls. 394/401, remanescendo um saldo credor de R$8.918,14, a valores de 01/01/1996, correspondente ao montante de R$30.937,93, a valores de 31/01/2010. (fls. 401). No entanto, os débitos informados nos pedidos de compensação e que se encontravam inscritos em Dívida Ativa da União, cujas inscrições ocorreram antes de protocolos dos respectivos pedidos, tiveram suas compensações indeferidas. Ainda, segundo aquele despacho decisório, o direito à repetição/compensação dos valores pleiteados foi reconhecido à recorrente por meio da ação judicial nº 1999.33.000045641 cuja decisão transitou em julgado na data de 25/10/2004. Fl. 476DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10580.004571/0058 Acórdão n.º 330101.466 S3C3T1 Fl. 476 3 Inconformada com o deferimento parcial dos pedidos de compensação, a recorrente interpôs manifestação de inconformidade (fls. 364/374), insistindo no deferimento das compensações de todos os débitos fiscais, informados nos pedidos de compensação, alegando razões assim resumidas por aquela DRJ: “• Débitos inscritos em Dívida Ativa: a proibição de se compensar débitos inscritos em Dívida Ativa só foi criada a partir da Lei n° 10.833, de 2003, que alterou o art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996; À época da apresentação dos pedidos de compensação não havia vedação em lei para o encontro de contas entre créditos e débitos, inscritos ou não; • Débitos apreciados em outro processo: o indeferimento do pleito no processo n° 10580.005281/0011 ensejou o encaminhamento dos débitos para inscrição em dívida ativa; Mas esses débitos também são objeto do recurso judicial apresentado pela empresa e foram inscritos em dívida ativa de modo ilegal e arbitrário; • Débitos não inscritos em Dívida Ativa: apesar de a própria autoridade fiscal reconhecer que não há qualquer óbice à quitação desses débitos com o crédito decorrente do PIS, ainda assim não o fez; • Homologação tácita: o Despacho Decisório DRF/SDR n° 81, de 2008, não atendeu ao prazo de 5 anos para apreciar as compensações, sendo que os débitos cobrados estão extintos pela homologação tácita.” Analisada a manifestação de inconformidade, aquela DRJ julgoua improcedente, mantendo a decisão da DRF em Salvador, conforme Acórdão nº 1524.325, datado de 14/07/2010, às fls. 425/430, sob as seguintes ementas: “PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CONVERSÃO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Os pedidos de compensação com créditos decorrentes de decisão judicial não transitada em julgado, pendentes de apreciação, ficaram de fora do rol daqueles pedidos que foram convertidos em Declaração de Compensação, quando das modificações impostas pelas n° 10.637, de 2002, e n° 10.833, de 2003, no artigo 74 da Lei n° 9.430, de 1996, motivo pelo qual não há que se falar em homologação tácita nestes casos. DÉBITOS INSCRITOS EM DÍVIDA ATIVA. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Não poderão ser objeto de compensação efetuada pelo sujeito passivo os débitos relativos aos tributos e contribuições administrados pela RFB inscritos em Dívida Ativa da União.” Cientificada dessa decisão, inconformada, recorrente interpôs recurso voluntário (439/454) requerendo a sua reforma a fim que se defira as compensações de todos débitos, informados nos pedidos de compensação, alegando, em síntese, as mesmas razões expendidas na manifestação de inconformidade e, ainda, inovou nas razões de mérito, alegando, nesta fase recursal, a possibilidade de compensação dos valores pagos indevidamente antes do trânsito em julgado da decisão judicial que lhe reconheceu o direito à restituição/ compensação do crédito financeiro indicado para as compensações. Fl. 477DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. As questões opostas nesta fase recursal abrangem: a) homologação tácita das compensações dos débitos fiscais informados nos pedidos de compensação; b) vedação à compensação de débitos inscritos em Dívida Ativa da União (DAU) em data anterior à dos protocolos dos respectivos pedidos; c) compensação de débito, discutida em outro processo administrativo; d) compensação dos débitos não inscritos em DAU; e, e) a possibilidade de compensação antes do trânsito em julgado. a) homologação tácita A contrário do entendimento da recorrente, a homologação tácita de compensações de débitos tributários, com créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, somente se aplica às declarações de compensações (Dcomp) e aos pedidos de compensação convertidos em Dcomp, conforme estabelece a Lei nº 9.430, de 27/12/1996, art. 74, com a redação dada MP nº 66, de 29/08/2002, convertida na Lei nº 10.637, de 30/11/2002: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...). § 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5º A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo.” Já o instituto da homologação tácita surgiu com a edição da MP nº 135, de 30/10/2003, com vigência a partir de 30/10/2003, convertida na Lei nº 10.833, de 29/12/2003, que, por meio art. 17, deu nova redação ao art. 74 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, incluindo nele o parágrafo 5º, assim dispondo: Fl. 478DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10580.004571/0058 Acórdão n.º 330101.466 S3C3T1 Fl. 477 5 “§5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação.” De acordo com os dispositivos citados e transcritos anteriormente, ao contrário do entendimento da recorrente, para o presente caso, não há que se falar em homologação tácita, porque o crédito financeiro informado nos pedidos de compensação era objeto de discussão judicial ainda pendente de trânsito em julgado quando dos protocolos dos respectivos pedidos. Assim, a compensação daquele crédito financeiro não poderia ser efetuada mediante apresentação de Dcomp nem os pedidos de compensação não foram convertidos em Dcomp. b) vedação à compensação de débitos inscritos em Dívida Ativa da União (DAU) em data anterior à dos protocolos dos respectivos processos Do exame dos autos, verificase que os pedidos de compensação dos débitos às fls. 02; às fls. 103; e às fls. 157 foram deferidos e efetuadas as compensações de todos os débitos informados; já as compensações dos débitos, objetos dos outros dois pedidos, às fls. 175 e às fls. 181, foram deferidas em parte e, conseqüentemente, efetuadas as compensações de parte dos débitos neles informados. A parte dos débitos cujas compensações não foram deferidas teve como fundamento as suas inscrições em DAU, em datas anteriores à do protocolo dos respectivos pedidos, e um deles, informado no pedido às fls. 175, no valor R$2.578.98, código de receita 2172, vencimento em 10/1997, foi objeto de outro pedido de compensação, processo administrativo nº 10580.005281/0011, já analisado. Realmente o débito informado no pedido de compensação às fls. 175, no valor de R$2.578,98, código de receita 2172, vencido em 10/1997, foi objeto do pedido de compensação formalizado no referido processo. Já os débitos, nos valores de R$5.536,95, código de receita 0220, vencido em 01/1998; R$4.218,63, código de receita 6012, vencido em 01/1998; R$1.076,30, código de receita 2172, vencido em 08/1997; e, R$2.931,39, código de receita 2172, vencido em 11/1997; todos informados no pedido às fls. 175, protocolado em 22/10/2002, já haviam sido inscritos em DAU antes do protocolo daquele pedido, ou seja, em 27/09/2002. Assim, para estes débitos, correta a decisão da DRJ que manteve o indeferimento dos pedidos de compensação e, conseqüentemente, suas exigências. Conforme demonstrado na decisão recorrida, os débitos inscritos em DAU, em data anterior à do protocolo do pedido de compensação, não podiam ser objeto de compensação, mediante Dcomp, por expressa vedação legal, nos termos da IN SRF nº 210, de 30/09/2002, art. 21, § 3º, III. Já o débito, objeto de outro processo, terá seu pedido de compensação apreciado e decidido naquele processo. O débito, no valor de R$2.251,42, código de receita 2172, vencido em 12/1997, também informado no pedido às fls. 175, quando do protocolo daquele pedido, em 28/10/2002, ainda não havia sido inscrito em DAU, assim como todos os débitos informados no pedido às fls. 181. Aquele débito e todos os informados no pedido às fls. 181 foram inscritos, em DAU, na data de 14/01/2003, via processo administrativo nº 10580.503351/200218. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Contudo, tal inscrição foi efetuada de forma equivocada, tendo em vista que aqueles débitos deveriam estar com suas exigibilidades suspensas, em face da tramitação deste processo em que se discute suas compensações. Dessa forma, a DRF em Salvador deverá solicitar a Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional local, o cancelamento da inscrição em DAU daqueles débitos e, posteriormente, efetuar a compensação deles com o saldo credor apurado a favor da recorrente, neste processo, às fls. 401 (fls. 378), caso, ainda não tenha sido repetido. c) compensação de débitos, discutida em outro processo administrativo Conforme demonstrado no item imediatamente anterior (b), o débito, no valor de R$ 2.578,98, código de receita 2172, vencido em 10/1997, informado no pedido às fls. 175, já foi objeto de outro processo administrativa de nº 10580.005281/200011 já analisado e indeferido. Assim, não cabe novo julgamento neste processo. d) compensação dos débitos não inscritos em DAU Ao contrário do entendimento da recorrente os débitos que não foram inscritos em DAU e cujas compensações poderiam ser realizadas, de fato, já foram efetuadas pela DRF em Salvador, conforme provam as planilhas às fls. 394/400 e o extrato do processo às fls. 416/423 (fls. 393/400). Assim, a manifestação sobre esta alegação ficou prejudicada. e) possibilidade de compensação antes do trânsito em julgado Os débitos cujas compensações foram indeferidas, ou seja, não fora realizadas pela DRF em Salvador e cujo indeferimento será mantido em parte, nesta fase recursal, foram informados nos pedidos às fls. 175 (fls. 155) e às fls. 181 (fls. 161), ambos protocolados na data de 28/10/2002, quando já vigia o art. 170A do CTN, que assim dispõe: “Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.(Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)” Assim, segundo este dispositivo legal, a compensação de crédito financeiro contra a Fazenda Nacional somente pode ser pleiteada depois do trânsito em julgado da respectiva decisão. f) compensação suplementar Conforme demonstrado, parte dos débitos tiveram suas compensações indeferidas sob o fundamento de que haviam sido inscritos em DAU em datas anteriores às do protocolo dos respectivos pedidos de compensação. No entanto, conforme demonstrado no item “b” deste Voto, parte deles foi inscrita de forma equivocada e deverá ter sua inscrição cancelada, prosseguindo sua discussão neste processo administrativo. Também, conforme demonstrado nos autos e neste Voto, depois de realizadas as compensações deferidas pela DRF em Salvador, remanesceu um saldo credor a favor da recorrente, no valor de R$30.937,05, a valores de janeiro de 2010, planilha às fls. 401 (fls. 378). Fl. 480DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10580.004571/0058 Acórdão n.º 330101.466 S3C3T1 Fl. 478 7 Dessa forma, se aquele valor ainda não foi repetido, deverá ser compensado com os débitos inscritos indevidamente em DAU cujo cancelamento da inscrição deverá ser solicitado pela DRF em Salvador a quem caberá realizar as referidas compensações. Em face de todo o exposto e de tudo o mais que consta dos autos, dou provimento parcial ao recurso voluntário para: a) cancelar a inscrição em DAU dos débitos informados nos pedidos de compensação: a.1) às fls. 175 (fls. 155): no valor de R$2.251,42, código de receita 2172, vencimento em 12/1997; e, a.2) às fls. 181 (fls. 161), nos valores de: R$1.095,00, código de receita 2172, vencimento em 04/1999; R$300,00 (R$1.095,00), código de receita 2172, vencimento em 05/1999; R$495,000 (R$300,00), código de receita 2172, vencimento em 06/1999; R$645,00, código de receita 2172, vencimento em 07/1999; R$310,50, código de receita 2172, vencimento em 09/1999; e R$286,64, código de receita 2172, vencimento em 11/1999; b) deferir a compensação destes débitos com o saldo credor do crédito financeiro apurada pela autoridade administrativa às fls. 401 (fls. 378), no valor de R$8.918,14, a valores de 28/12/1995; e, c) manter o indeferimento das compensações dos demais, ou seja, dos débitos, nos valores de: R$2.578,98, código de receita 2172, vencido em 10/1997, discutido em outro processo administrativo; R$5.536,95, código de receita 0220, vencido em 01/1998; R$4.218,63, código de receita 6012, vencido em 01/1998; R$1.076,30, código de receita 2172, vencido em 08/1997; e, R$2.931,39, código de receita 2172, vencido em 10/1997, pelo fato de terem sido inscritos em DAU, em data anterior à do protocolo deste pedido, cabendo à autoridade administrativa competente tomar as providências necessárias ao cumprimento desta decisão. (Assinado Digitalmente). José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 481DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10218.000793/2007-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Anocalendário:
2003, 2004
PARCELAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA.
RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C
DO CPC). APLICAÇÃO
OBRIGATÓRIA PELO CARF (ART. 62A
DO RICARF).
Em havendo parcelamento do crédito tributário afasta qualquer possibilidade
de aplicação do instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138, do
CTN, segundo precedente do E. STJ, em sede de recursos repetitivos:
TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA
ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C
DO CPC.
1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos
casos de parcelamento de débito tributário.
2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C
do
CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
(REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009).
ARBITRAMENTO. TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
Em se tratando arbitramento com base em tributação reflexa do IRPJ, o
decidido no processo matriz deve ser aplicado no processo reflexo.
MULTA QUALIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES.
A constatação das circunstâncias agravantes previstas no art. 44, § 1º da Lei
nº 9.430, de 1996, impõe a manutenção da multa agravada.
Recurso Improvido.
Numero da decisão: 3301-001.524
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003, 2004 PARCELAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C DO CPC). APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF (ART. 62A DO RICARF). Em havendo parcelamento do crédito tributário afasta qualquer possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138, do CTN, segundo precedente do E. STJ, em sede de recursos repetitivos: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C DO CPC. 1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009). ARBITRAMENTO. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Em se tratando arbitramento com base em tributação reflexa do IRPJ, o decidido no processo matriz deve ser aplicado no processo reflexo. MULTA QUALIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES. A constatação das circunstâncias agravantes previstas no art. 44, § 1º da Lei nº 9.430, de 1996, impõe a manutenção da multa agravada. Recurso Improvido.
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DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C DO CPC). APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF (ART. 62A DO RICARF). Em havendo parcelamento do crédito tributário afasta qualquer possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138, do CTN, segundo precedente do E. STJ, em sede de recursos repetitivos: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543 C DO CPC. 1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009). ARBITRAMENTO. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Em se tratando arbitramento com base em tributação reflexa do IRPJ, o decidido no processo matriz deve ser aplicado no processo reflexo. MULTA QUALIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES. A constatação das circunstâncias agravantes previstas no art. 44, § 1º da Lei nº 9.430, de 1996, impõe a manutenção da multa agravada. Recurso Improvido. Fl. 706DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente Antônio Lisboa Cardoso Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Moraes, Antônio Lisboa Cardoso (relator), Amauri Amora Câmara Júnior, Andrea Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente). Relatório Cuidase de recurso em face do acórdão da DRJ de Belém/PA que julgou procedente o auto de infração da Contribuição PIS/Pasep dos anoscalendários 2003 e 2004, decorrente de lançamento reflexo do IRPJ, arbitrado em razão de não terem sido entregues os livros solicitados, sendo aplicada a multa qualificada, prevista no inciso I, §1º do art. 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme sintetiza a ementa a seguir reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003, 2004 INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL ESPONTANEIDADE O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. Débitos informados em declarações retificadoras ou originais em atraso e por meio de programa de parcelamento excepcional, quando já iniciado o procedimento fiscal, ficam sujeitos a lançamento com multa de ofício pertinente. TRIBUTAÇÃO REFLEXA Os lançamentos reflexos devem observar o mesmo procedimento adotado no principal, em virtude da relação de causa e efeito que os vincula. ARBITRAMENTO DO LUCRO. O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não apresentar os livros e documentos de sua escrituração. Fl. 707DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 707 3 BASE DE CÁLCULO. Na falta de apresentação dos livros comerciais e fiscais de escrituração obrigatória do contribuinte, é lícito o lançamento que tomou por base os valores constantes dos livros de apuração de ICMS. Lançamento Procedente. Relativamente ao lucro arbitrado, importante transcrever os seguintes esclarecimentos constantes do relatório do acórdão recorrido: LUCRO ARBITRADO Introdutoriamente, oportunizase esclarecer à impugnante que a autuação sobre os depósitos de origem não comprovada, que não faz parte deste processo e sim do processo 10218.0000791/200761, não foi feita no regime do lucro real e sim do lucro arbitrado, como também o foi Os valores contabilizados retirados dos livros fiscais do ICMS caracterizados como saídas tributáveis e conseqüentemente como receitas tributáveis, como se depreende dos demonstrativos de apuração do IRPJ — Lucro Arbitrado de fls. 627 e 628 do processo 10218.0000791/200761. Da mesma maneira, toda e qualquer alegação relativa aos depósitos de origem não comprovada, já foi analisada no processo onde constam os respectivos autos, ou seja no processo 10218.0000791/200761, não cabendo aqui a sua repetição. A empresa alega que o lançamento do presente crédito tributário é decorrência natural (reflexo) da incidência do IRPJ e que mantida, anulada ou reformada a imposição fiscal no lançamento matriz ou principal, vale dizer, no IRPJ, os tributos lançados por reflexos seguemlhe a sorte idêntica, sujeitandose aos mesmíssimos efeitos. O lançamento do IRPJ constante do processo 10218.0000791/200761 foi julgado procedente por esta 1ª Turma de Julgamento em 21/02/2008 (acórdão n° 0110.431) o que por si só, de acordo com a argumentação do contribuinte já fundamentaria a procedência do presente lançamento. Como as alegações do contribuinte estão focadas no IRPJ em relação à tributação reflexa aplicase aos lançamentos ditos decorrentes da autuação do IRPJ o mesmo tratamento dado ao lançamento matriz, devido à íntima relação de causa e efeito que os une, passo a analisar as demais razões de defesa. PARCELAMENTO EXCEPCIONAL PAEX Em relação ao Parcelamento Excepcional – PAEX, a Recorrente contesta a não exclusão do lançamento de oficio dos valores declarados no PAEX, pleiteando a aplicação do art. 138 do CTN e no art. 70, § I° do Decreto n° 70.235, de 1972, que tratam sobre a espontaneidade do sujeito passivo. Em relação à essa alegação a decisão recorrida aduz que apesar de ter informou na Declaração PAEX débitos de tributos e contribuições passíveis de DCTF, relativos a períodos sob fiscalização, todavia olvidou de entregar a tempo as DCTF's, conforme documento de fl.449. Fl. 708DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 4 Salienta que a espontaneidade do sujeito passivo é excluída pela ciência do primeiro ato escrito, lavrado por servidor competente, e somente é readquirida se, transcorridos sessenta dias, não for praticado qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. Em 16/02/2006, a empresa foi cientificada do Termo de Início de Ação Fiscal e do MPF (fls.. 06 e 07), tendo recebido, posteriormente, diversos Termos de Ciência de . Prosseguimento da Ação e de Constatação e Intimação, conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 445 a 517, concluindo pela impossibilidade de aplicação do art. 138, do CTN. ARBITRAMENTO COM BASE NOS LIVROS FISCAIS DE ICMS De acordo com o art. 845, II do mesmo regulamento, farseá o lançamento de ofício abandonandose as parcelas que não tiverem sido esclarecidas e fixando os rendimentos tributáveis de acordo com as informações de que se dispuser, quando os esclarecimentos deixarem de ser prestados, forem recusados ou não forem satisfatórios. Igualmente, o art. 911 do RIR11999 dispõe que os AuditoresFiscais procederão ao exame dos livros e documentos de contabilidade dos contribuintes e realizarão as diligências e investigações necessárias para apurar a exatidão das declarações, balanços e documentos apresentados, das informações prestadas e verificar o cumprimento das obrigações Ciscais. Portanto, o procedimento fiscal no que tange ao uso de informações constantes dos livros de apuração do ICMS pautouse nos estritos limites das normas legais aplicáveis à espécie, notadamente quando se verifica que o contribuinte não forneceu nenhum dos livros comerciais e fiscais solicitados. Desta forma, a autoridade fiscal intentou obter, sem sucesso, por meio de reiteradas intimações dirigidas ao contribuinte, os livros comerciais e fiscais de escrituração obrigatória, tendo concluído que não havia condições para apurar o lucro real da empresa. Neste contexto, legitimouse o arbitramento do lucro nos períodos considerados para fins de apuração do IRPJ e da Contribuição Social. O faturamento assim obtido serviu de base ainda para a determinação do PIS e da Cofins, nos termos da legislação específica dessas contribuições. DAS MULTA QUALIFICADA Por fim, consta da decisão recorrida que o art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430, de 1996, em sua redação original, dispõe que, nos casos de lançamento de ofício deve ser aplicada a multa de 150% (cento e cinquenta por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo devido, nos casos de evidente intuito de fraude: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de Fl. 709DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 708 5 novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Desta forma, sustenta que o procedimento da empresa ao usar de falsidades ideológicas em seu Contrato Social e alterações contratuais, como amplamente circunstanciado neste voto, utilizandose de "interpostas pessoas", a fim de encobrir os verdadeiros sócios da sociedade, constitui simulação e fraude o que justifica a aplicação de multa qualificada. Em procedendo assim estaria justificada a aplicação da multa qualificada à empresa, tendo em vista ter sido constatado que seu Contrato Social e alterações contratuais estariam maculados pelos vícios da simulação e fraude. Cientificada em 25/03/2008 (AR – fl. 611 do processo digital), foi interposto recurso voluntário de fls. 613/704, em 23/04/2008, juntandose inclusive cópia do Livro de Registro e Apuração de ICMS, anobase 2004. A Impossibilidade de Cumulação do Arbitramento (Depósitos Bancários Não Identificados) com a Tributação da Omissão de Receita (Livro do ICMS) pelo Lucro Real. 4. Como dito acima, a Autuação cumulou o arbitramento do lucro do Recorrente, aferidas através dos depósitos bancários não identificados, com a tributação das receitas encontradas pelos livros de registro e apuração do ICMS pela sistemática do lucro real. Vale conferir a justificativa utilizada pela Fiscalização para a adoção do arbitramento, às fls. 43 e 44 do "Termo de Verificação Fiscal", in verbis: "No caso vertente, tendo em vista a receita bruta apurada nos livros de ICMS da fiscalizada nos anosbase 2003 e 2004, a mesma estava obrigada à apuração pelo regime do Lucro Real, pois sua receita bruta em ambos os anos ultrapassou o valor limite para o Lucro Presumido, ou seja, os R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais). Conforme se depreende da leitura dos termos e documentos encaminhados pela Fiscalização, combinados com as respostas formuladas pela fiscalizada, desde nossa primeira intervenção na empresa (16.02.2006) foram solicitados os Livros DIÁRIO e RAZÃO dos anos fiscalizados, sendo que até a presente data, apesar das reiteradas reprimendas da Fiscalização, nenhum dos livros nos foi apresentado. Nesse sentido, considerando a impossibilidade de se compor a base imponível para fins do cálculo do IRPJ, face à não nos apresentação dos livros hábeis para tanto: considerando, ainda, a não apresentação de declarações pela fiscalizada nos anosbase sob procedimento, ou seja, não adotou nenhum regime de apuração: e considerando, ao final, o disposto na alínea 'a' do inciso II e no inciso III do artigo 47 da Lei n°8.981/95, procedemos ao ARBITRAMENTO do lucro do mesmo com base na Receita Bruta conhecida, aquela constante dos LIVROS DE REGISTRO DE APURAÇÃO DE 1CMS do fiscalizado.*(grifos nossos) Em paralelo, o Sr. Auditor Fiscal procedeu à tributação das receitas apuradas através dos valores apurados no Livro de Registro do 1CMS, como se tratasse de um fato jurídico distinto, inserindo os referidos valores como omissão de receita num fictício resultado positivo (base de cálculo) resultante do sistema de tributação pelo lucro real. A justificativa Fl. 710DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 6 pela cumulação dos regimes — arbitramento e lucro real — encontrase às fls. 64 e 65 do citado "Termo de Verificação Fiscal", assim: "Depósitos bancários se apresentam, num primeiro momento, como simples indicio de omissão de rendimentos. Entretanto, esse indicio se transforma na prova da omissão de rendimentos, quando o contribuinte, tendo a oportunidade — e efetivamente a teve — de comprovar a origem dos recursos aplicados em tais depósitos se nega a fazêlo, ou simplesmente não o faz, hipótese, esta última, aplicada ao caso concreto. Ressaltamos, ainda, que procedemos à seleção apenas dos depósitos/ingressos de valores iguais ou superiores a R$ 10.000,00 (expressivo valor) para que fossem justificadas as suas origens pelo fiscalizado, tendo em vista a considerável movimentação financeira do mesmo, no anocalendário em comento, para valores superiores a esse patamar, evitandose, desta forma, fosse onerado o trabalho fiscal com valores insignificantes. Ademais, como resposta àqueles que se insurgem contra a utilização do REGIME DE TRIBUTAÇÃO com base no LUCRO ARBITRADO concomitantemente com o lançamento de tributos com base em depósitos bancários de origem não comprovada. 5. Acerca do tema — a impossibilidade de constituir o crédito tributário, de uma parte, arbitrandose os valores com base na movimentação bancária, e, de outra, lançando em separado, pelo lucro real, os valores encontrados nos Livros de Registro do 1CMS —, a DRJ de origem preferiu desviarse da controvérsia, limitandose a assentar o que se segue: "LUCRO ARBITRADO Introdutoriamente, oportunizase esclarecer à impugnante que a autuação sobre os depósitos de origem não comprovada não foram tributados pelo regime do lucro real e sim do lucro arbitrado, como também o foi os valores contabilizados retirados dos livros fiscais do ICMS caracterizados como saídas tributáveis e consequentemente como receitas tributáveis, como se depreende dos demonstrativos de apuração do IRPJ — Lucro Arbitrado de fls. 627 e 628 do processo 10218.000079112007 61." Ora, simples cotejo da forma de constituição do crédito tributário (além do reconhecimento exarado pelo próprio AFRF responsável pela lavratura do auto) comprova a concomitância da utilização da técnica do arbitramento e do lançamento pelo lucro real. Vale dizer, para os depósitos bancários de origem não identificada a autuação utilizou a técnica do ARBITRAMENTO: ao mesmo tempo, no que se refere à diferença de valores encontrada nos Livros de Registro do 1CMS, a fiscalização lançou o crédito tributário pelo LUCRO REAL. E isso é comprovado, insistase, através da simples análise da forma de constituição do auto de infração, como exemplifica o quadro abaixo: LIVRO ICMS (LUCRO REAL) DEP. BANCÁRIOS (ARBITRAMENTO) Fato gerador 31/03/2003 Base de Cálculo 1.163.176,08 IRPJ L Real (15%) 170.426,41 IR Adicional (10%) 107.717,61 Fl. 711DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 709 7 IR Lançado 278.044,02 Fato Gerador 1º Trim./2004 Base de Cálculo 28.809.447,69 Base Arbitramento 2.765.706,98 IR Lançado 414.856,05 Com essa ordem de idéias, manifestase inarredável a conclusão de que o lançamento de ofício ora vergastado deve ser anulado, em face da evidente impossibilidade jurídica de coexistirem o arbitramento e o lançamento pelo lucro real sobre receitas omitidas descortinadas na ação fiscal. III — Da Obrigatoriedade da Exclusão dos Valores Já Confessados no PAEX. Como dito, no curso da ação fiscal em análise, o Recorrente aderiu ao Parcelamento Excepcional — PAEX de que trata o art. 8° da Medida Provisória n° 303/2006, confessando aproximadamente R$ 7,7 milhões para pagamento parcelado em 120 meses. 12. Devese considerar, na verdade, que a formalização da opção pelo PAEX implica em confissão irretratável do crédito tributário parcelado, consoante reza a legislação de regência: LEI n° 10.522/2002 Art. 11.... § 5°. O pedido de parcelamento constitui confissão irretratável de divida, mas a exatidão do valor dele constante poderá ser objeto de verificação." Da simples leitura do enunciado hospedado no art. 11, § 5°, da supra transcrita Lei n° 10.522/2002 intuise que (a) o débito objeto de parcelamento constitui termo de confissão e (b) o valor nele constante pode ser revisto pela autoridade administrativa competente. Não há dúvidas, portanto, de que os valores incluídos formalmente no PAEX prescindem de lançamento de ofício, simplesmente porque os mesmos já foram formalmente confessados pelo Recorrente. Na verdade, como a confissão ocorreu antes da lavratura do auto de infração, o lançamento de ofício relativo ao valor confessado é mais que desnecessário: é incabivel, uma vez que havendo confissão do débito, o não pagamento do respectivo parcelamento ou mesmo a exclusão do Recorrente do PAEX implicará na imediata cobrança do crédito tributário confessado. Fl. 712DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 8 Nesse sentido, no que interessa ao particular, a manifestação do Colendo Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES NO ACÓRDÃO. DCTF. AUTOLANÇAMENTO. PRESCRIÇÃO. DESPACHO CITATÓRIO. ARTS. 2°, § 3°, E 8°, § 2°, DA LEI N° 6830/80. ART. 219, § 4°, DO CPC. ART. 174,00 CTN. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA. PRECEDENTES. 3. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a declaração do contribuinte por meio da Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF elide a necessidade da constituição formal do débito pelo Fisco. Caso não ocorra o pagamento no prazo, poderá efetivarse imediatamente a inscrição na dívida ativa, sendo exigível independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte...." (EDcl no AgRg no REsp 443971/PR, rel. Min. José Delgado, 1ª Turma, Data do Julgamento 1011212002, Data da Publicação/Fonte DJ 24.02.2003 p. 196 RTFP vol. 49 p. 280) Das Necessárias Exclusões da Base de Cálculo. A base de incidência eleita, que levou em conta a movimentação financeira posta nos livros do ICMS, manifestase descabida, uma vez que faz incidir tributo sobre parcelas pecuniárias não representativas do resultado operacional desenvolvido pelo Recorrente. V — Da Ausência de Requisitos para a Imposição da Multa Qualificada. Tãosó o não cumprimento ou mesmo o cumprimento inadequado das obrigações tributárias acessórias, como a entrega da DCTF ou da DIPJ, não configura, isoladamente, fato suficiente para a tipificação almejada pela Fiscalização. Nessa vereda, não comprovada a presença do elemento subjetivo do tipo argüido pela Fiscalização, para fins de legitimar a incidência da multa qualificada, incabível a sua imputação, a luz da Súmula 1ª CC Conclusão. 19. Posto isto, diagnosticada a fragilidade da atuação fiscal objurgada, depreca para que seja conhecido e provido o presente recurso voluntário, para (a) declarar nulo o presente lançamento de oficio, em razão da evidente impossibilidade _jurídica da cumulação do regime de tributação pelo lucro arbitrado e pelo lucro real sobre omissão de receitas; ou, alternativamente, (b) seja anulado o auto por vício de eleição de base imponivel, dês que tanto os valores constantes nos livros de apuração do ICMS quanto à movimentação financeira aferida na conta corrente bancária do Recorrente são, na forma adotada no lançamento, inservíveis para a tributação, dês que não escoimados os signos não representativos de riqueza. Ultrapassadas estas prejudiciais, requer (c) seja reformado o auto de infração para excluir do crédito tributário (c.1) a parcela relativa ao lançamento pelo lucro real da movimentação constante nos livros do ICMS, tanto em face da impossibilidade, in casu, da Fl. 713DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 710 9 apuração do próprio lucro real, quanto em função destas receitas (declaradas no livro do 1CMS) já estarem englobadas na movimentação financeira descortinada na conta bancária da empresa Recorrente, sob pena de lançamento em duplicidade, (c.2) os valores confessados e parcelados pelo contribuinte junto ao PAEX, o que retira do crédito tributário o requisito da exigibilidade e implica, também, na constituição do bis in idem tributário, dado ao duplo pagamento de tais quantias, uma vez pelo presente auto de infração e outra em face do efeito da confissão decorrente do PAEX, (c.3) as quantias relativas a transferências, devoluções de mercadorias ou mesmo ao próprio PI encontradas no livro de saída do ICMS, utilizado como base de cálculo para o arbitramento do lucro, e, ainda, (c.5) o excesso decorrente da indevida imputação da multa qualificada, por força do entendimento sedimentado na Súmula 1° do CC. É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, Relator O recurso é tempestivo e encontrase revestido das demais formalidades legais, devendo o mesmo ser conhecido. Relativamente aos débitos incluídos em parcelamento, não há como ser aplicado o benefício da denúncia espontânea prevista no art. 138, do CTN, tendo em vista que o assunto encontrase pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF, por força do art. 62A do RICARF, senão vejamos: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C DO CPC. 1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009) LUCRO ARBITRADO De acordo com a decisão recorrida, a autoridade fiscal intentou obter, sem sucesso, por meio de reiteradas intimações dirigidas ao contribuinte, os livros comerciais e fiscais de escrituração obrigatória, tendo concluído que não havia condições para apurar o lucro real da empresa. Neste contexto, legitimouse o arbitramento do lucro nos períodos considerados para fins de apuração do IRPJ e da Contribuição Social. O faturamento assim obtido serviu de base ainda para a determinação do PIS e da Cofins, nos termos da legislação específica dessas contribuições. Fl. 714DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 10 Consta ainda, que a autuação sobre os depósitos de origem não comprovada, não faz parte deste processo e sim do processo 10218.0000791/200761, não foi feita no regime do lucro real e sim do lucro arbitrado, como também o foi os valores contabilizados retirados dos livros fiscais do ICMS caracterizados como saídas tributáveis e conseqüentemente como receitas tributáveis, como se depreende dos demonstrativos de apuração do IRPJ — Lucro Arbitrado de fls. 627 e 628 do processo 10218.0000791/200761. Desta forma toda e qualquer alegação relativa aos depósitos de origem não comprovada, já teria sido analisada no processo onde constam os respectivos autos, ou seja no processo 10218.0000791/200761. A empresa alega que o lançamento do presente crédito tributário é decorrência natural (reflexo) da incidência do IRPJ e que mantida, anulada ou reformada a imposição fiscal no lançamento matriz ou principal, vale dizer, no IRPJ, os tributos lançados por reflexos seguemlhe a sorte idêntica, sujeitandose aos mesmíssimos efeitos. O lançamento do IRPJ constante do processo 10218.0000791/200761 foi julgado procedente pela mesma Turma de Julgamento em 21/02/2008 (acórdão n° 0110.431) o que por si só, já fundamentaria a procedência do presente lançamento. Portanto, como as alegações da Recorrente estão focadas no IRPJ e em relação à tributação reflexa aplicase aos lançamentos ditos decorrentes da autuação do IRPJ o mesmo tratamento dado ao lançamento matriz, devido à íntima relação de causa e efeito deve ser aplicado no processo reflexo. Entretanto, consta que foram utilizadas duas bases diversas, a relativa ao IRPJ e com base no ICMS, entretanto, conforme consta do Termo de Verificação Fiscal, reproduzido no voto condutor do acórdão recorrido, evidencia o contrário, ou seja, o lucro é que foi arbitrado com base na receita bruta conhecida, constante dos Livros de Registros e Apuração de ICMS, senão vejamos: Conforme se depreende da leitura dos termos e documentos encaminhados pela Fiscalização, combinados com as respostas formuladas pela fiscalizada, dede nossa primeira intervenção na empresa (16.02.2006) foram solicitados os Livros DIÁRIO e RAZÃO dos anos fiscalizados, sendo que até a presente data (21.08.07), apesar das reiteradas reprimendas da Fiscalização, nenhum dos livros nos foi apresentado. Nesse sentido, considerando a impossibilidade de se compor a base imponivel para fins de cálculo do IRPJ, face à não apresentação dos livros hábeis para tanto; considerando ainda a não apresentação de declarações pela fiscalizada nos anosbase sob procedimento, ou seja, não adotou nenhum regime de apuração; e considerando ao final o disposto na alínea "a" do inciso II e no inciso III do artigo 47 da Lei 8.981/95, procedemos ao ARBITRAMENTO do lucro do mesmo com base na Receita Bruta conhecida, aquela constante dos LIVROS DE REGISTRO E APURAÇÃO DE ICMS dá fiscalizada. Portanto, não há como ser acolhida a argumentação da Recorrente sobre a utilização de duas bases para o arbitramento do faturamento. Fl. 715DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 711 11 Em relação à irresignação da Recorrente contra a multa aplicada (150%), igualmente não procede, pois, os fatos apurados no processo e relatados no acórdão recorrido, são suficientes para a aplicação do art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430, de 1996, senão vejamos: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 27 de junho de 2012 Antônio Lisboa Cardoso Fl. 716DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO
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Numero do processo: 13830.000096/2006-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
CRÉDITO DE IPI. AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS – PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO, NÃO TRIBUTADOS (N/T) OU ISENTOS.
As aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero ou não tributados (NT) não gera crédito de IPI.
Recurso Improvido.
Numero da decisão: 3301-000.834
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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INDÚSTRIA E COMÉRCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 Ementa: CRÉDITO DE IPI. AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS – PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO, NÃOTRIBUTADOS (N/T) OU ISENTOS. As aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero ou não tributados (NT) não gera crédito de IPI. Recurso Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. ANTÔNIO LISBOA CARDOSO Relator. EDITADO EM: 26/04/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Rodrigo Pereira de Mello, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Cuidase de recurso em face do acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), que indeferiu a solicitação de ressarcimento de créditos do IPI, presumidamente calculado no período de 01/01/2001 a 31/12/2004, sobre as aquisições de insumos isentos e tributados à alíquota zero, conforme ementa de fl. 223, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2004 DIREITO AO CRÉDITO. INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPI. É inadmissível, por total ausência de previsão legal, a apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo, de créditos do imposto alusivos a insumos isentos, não tributados, sujeitos à aliquota zero, ou saídos com suspensão, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. INCONSTITUCIONALIDADE. A autoridade administrativa é incompetente para declarar a inconstitucionalidade da lei e dos atos infralegais. RESSARCIMENTO DE IPI. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI. Solicitação Indeferida.” O pleito foi indeferido, conforme despacho decisório exarado pela autoridade competente, em razão de, tanto o principio da nãocumulatividade, como a legislação relativa ao IPI, só abrigarem o direito ao crédito no caso de aquisições sujeitas ao pagamento do imposto. Cientificada em 10/07/2009 (AR – fl. 236), a interessada ingressou com recurso voluntário de fls. 237/256, em 11/08/2009, alegando, em síntese, reiterou os argumentos constantes de sua manifestação de inconformidade, acrescentando estudos doutrinários e julgados que comprovariam sua tese. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13830.000096/200689 Acórdão n.º 330100.834 S3C3T1 Fl. 266 3 Encerrou solicitando o reconhecimento de seus créditos, devidamente atualizados pela SELIC, nos termos do art. 39, § 40, da Lei n° 9.250/95, e o deferimento integral de seu pedido. É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso O recurso é tempestivo e revestido das demais condições necessárias a sua admissibilidade, devendo o mesmo ser conhecido. A decisão recorrida é fundamentada, ainda, por decisão do então Segundo Conselho de Contribuintes, contrário ao aproveitamento pelo sujeito passivo de créditos fictos concernentes à aquisição de insumos isentos, não tributados ou com aliquota zero, na mesma esteira de outros acórdãos exarados das Câmaras do Egrégio Segundo Conselho de Contribuintes, dos quais cito o de n° 20206358, de 23/02/1994: "IPI APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS Só são reconhecidos aqueles provenientes de aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagens sujeitos ao pagamento do imposto. Produtos isentos, não tributados e de aliquota reduzida a zero não podem oferecer direito a crédito, porquanto inocorreu pagamento do tributo pelo remetente e, conseqüentemente, não feriu o princípio da não cumulatividade. ENCARGOS DA TRD: Inaplicabilidade. A título de juros no período de 04.02.91 a 30.07.91. Princípio da irretroatividade da norma tributária. Recurso provido em parte". Consta ainda, que, mesmo que fossem admitidos os créditos concernentes a insumos isentos e tributados à aliquota zero, em nenhuma hipótese poderiam ser admitidos aqueles referentes a insumos não tributados, vale falar, situados fora do campo de incidência do tributo. Da mesma forma, a decisão recorrida é sustentada em decisão do E. STF, como se constata pela citação a seguir: RECURSO EXTRAORDINÁRIO 551.2444(798) PROCED. : SANTA CATARINA RELATOR : MIN. GILMAR MENDES RECTE.(S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL Fl. 3DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 RECDO.(A/S) : DANICA TERMOINDUSTR1AL LTDA ADV. (A/S) : CELSO MEIRA JUNIOR E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI DECISÃO: Tratase de recurso extraordinário interposto em face de acórdão que reconheceu direito ao crédito de IPI nos casos de insumos adquiridos sob o regime de isenção, ou não tributação ou sujeitos à alíquota zero. O acórdão recorrido divergiu do entendimento firmado por esta Corte. No julgamento dos RREE 370.682, Rel. limar Gaivão, e 353.657, Rel. Marco Aurélio, sessão de 15.2.2007, decidiuse que a admissão do creditamento de IPI, nas hipóteses de produtos favorecidos pela alíquota zero, pela nãotributação e pela isenção, implica ofensa ao art. 153, sç 3o, II, da Carta Magna. 0 Plenário desta Corte decidiu, ainda, não ser aplicável ao caso a limitação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade (REQO 353.657, Rel. Marco Aurélio, sessão de 25.6.2007). Assim, conheço do recurso e doulhe provimento (art. 557, caput, do CPC). Fixo os ônus da sucumbência em 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa devidamente atualizado. Publiquese. Brasília, 10 de agosto de 2007. Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente.” (DJe n° 115/2007 terçafeira, 02 de outubro Supremo Tribunal Federal 146) Assim sendo, penso que o assunto está definido, me refiro às aquisições de insumos isentos, tributados à alíquota zero e não tributos, na Suprema Corte e também no âmbito administrativo,senão vejamos dos seguintes julgados: RE 370682 ED / SC SANTA CATARINA EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 06/10/2010 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação :DJe220 DIVULG 16112010 PUBLIC 17112010 EMENT VOL0243201 PP0015Parte(s) EMBTE.(S) : INDÚSTRIA DE EMBALAGENS PLÁSTICAS GUARÁ LTDA ADV.(A/S) : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZ E OUTRO(A/S) Fl. 4DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13830.000096/200689 Acórdão n.º 330100.834 S3C3T1 Fl. 267 5 EMBDO.(A/S) : UNIÃO ADV.(A/S) : PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL Ementa Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Não há direito a crédito presumido de IPI em relação a insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis. 3. Ausência de contradição, obscuridade ou omissão da decisão recorrida. 4. Tese que objetiva a concessão de efeitos infringentes para simples rediscussão da matéria. Inviabilidade. Precedentes. 5. Embargos de declaração rejeitados. E, ainda: RE 566551 AgR / RS RIO GRANDE DO SUL AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 06/04/2010 Órgão Julgador: Segunda Turma Publicação: DJe076 DIVULG 29042010 PUBLIC 30042010 EMENT VOL0239908 PP01798Parte(s) AGTE.(S) : DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS CARINHOSA LTDA ADV.(A/S) : BEATRIZ MARTINHA HERMES AGDO.(A/S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL Ementa TRIBUTÁRIO. IPI. INSUMOS ISENTOS, NÃOTRIBUTADOS OU SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO AOS CRÉDITOS. DECISÃO COM FUNDAMENTO EM PRECEDENTES DO PLENÁRIO. 1. A decisão recorrida está em consonância com a jurisprudência do Plenário desta Corte (RE 370.682/SC e RE 353.657/RS), no sentido de que não há direito à utilização dos créditos do IPI no que tange às aquisições insumos isentos, nãotributados ou sujeitos à alíquota zero. 2. Agravo regimental improvido. E, relativamente às aquisições de insumos tributados à alíquota zero merece ser mencionada a Súmula CARF n° 18: “A aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.” Fl. 5DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 O pleito da recorrente para atualização dos créditos pela Taxa Selic resta prejudicado pela inexistência do direito ao creditamento. Em face do exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. Antônio Lisboa Cardoso Relator Fl. 6DF CARF MF Impresso em 28/03/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10980.003319/2005-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon May 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL COFINS
Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004
CRÉDITOS DE IMPORTAÇÃO. COMPENSAÇÃO
A compensação de créditos de CofinsImportação,
apurados no período de
novembro e dezembro de 2004, mediante a entrega de declaração de
compensação (Dcomp), somente passou a ser permitida legalmente a partir de
19 de maio de 2005.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/10/2004
CRÉDITOS DE IMPORTAÇÃO. COMPENSAÇÃO
A compensação de créditos de PISImportação,
apurados no período de
outubro de 2004, mediante a entrega de declaração de compensação
(Dcomp), somente passou a ser permitida legalmente a partir de 19 de maio
de 2005.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Data do fato gerador: 08/04/2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO
A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio
sujeito passivo, mediante a apresentação de Declaração de Compensação
(Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros
declarados.
CRÉDITOS DE PIS COMPENSADOS. JUROS SELIC
Inexiste amparo legal para o pagamento de juros compensatórios sobre
créditos de Cofins compensados com débitos fiscais próprios.
Numero da decisão: 3301-000.911
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Fez sustentação pela parte a
advogada Heloísa Guarita Souza OAB/PR nº 16.597.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004 CRÉDITOS DE IMPORTAÇÃO. COMPENSAÇÃO A compensação de créditos de CofinsImportação, apurados no período de novembro e dezembro de 2004, mediante a entrega de declaração de compensação (Dcomp), somente passou a ser permitida legalmente a partir de 19 de maio de 2005. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/10/2004 CRÉDITOS DE IMPORTAÇÃO. COMPENSAÇÃO A compensação de créditos de PISImportação, apurados no período de outubro de 2004, mediante a entrega de declaração de compensação (Dcomp), somente passou a ser permitida legalmente a partir de 19 de maio de 2005. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 08/04/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a apresentação de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros declarados. CRÉDITOS DE PIS COMPENSADOS. JUROS SELIC Inexiste amparo legal para o pagamento de juros compensatórios sobre créditos de Cofins compensados com débitos fiscais próprios.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1839; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 303 1 302 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.003319/200577 Recurso nº 000.001 Voluntário Acórdão nº 330100.911 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 2 de maio de 2011 Matéria DCOMP Recorrente VOLVO DO BRASIL VEÍCULOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004 CRÉDITOS DE IMPORTAÇÃO. COMPENSAÇÃO A compensação de créditos de CofinsImportação, apurados no período de novembro e dezembro de 2004, mediante a entrega de declaração de compensação (Dcomp), somente passou a ser permitida legalmente a partir de 19 de maio de 2005. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/10/2004 CRÉDITOS DE IMPORTAÇÃO. COMPENSAÇÃO A compensação de créditos de PISImportação, apurados no período de outubro de 2004, mediante a entrega de declaração de compensação (Dcomp), somente passou a ser permitida legalmente a partir de 19 de maio de 2005. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 08/04/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a apresentação de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros declarados. CRÉDITOS DE PIS COMPENSADOS. JUROS SELIC Inexiste amparo legal para o pagamento de juros compensatórios sobre créditos de Cofins compensados com débitos fiscais próprios. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Fez sustentação pela parte a advogada Heloísa Guarita Souza OAB/PR nº 16.597. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. José Adão Vitorino de Morais Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Fábio Luiz Nogueira, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Possas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ Curitiba, PR, que julgou improcedente a manifestação inconformidade interposta contra despacho decisório que homologou em parte a compensação dos débitos fiscais vencidos, declarados nas Dcomps em discussão protocoladas em 08/04/2005, com créditos de Cofins, de CofinsImportação, de PIS e de PISImportação referentes ao 4º trimestre de 2004. A DRF reconheceu parcialmente os créditos declarados e homologou a compensação dos débitos fiscais declarados até o total dos créditos reconhecidos. As glosas efetuadas por ela se referem aos créditos da Cofins e do PIS pagos em importações por falta de amparo legal para o seu ressarcimento/compensação. Ainda, segundo o despacho decisório, o crédito da Cofins reconhecido para o mês de novembro de 2004 já havia sido utilizado integralmente pela recorrente para compensar débitos na Dcomp discutida no processo nº 10980.003039/200569. Cientificada do despacho decisório, inconformada, interpôs a manifestação de inconformidade às fls. 276/288, insurgindo contra o nãoreconhecimento do seu direito àqueles créditos, alegando razões assim sintetizadas pela DRJ: “Quanto às glosas de créditos das notas fiscais, reitera os mesmos argumentos apresentados nos processos nºs 10980.003313/200586 e 10980.003318/200522. Em relação a ‘créditos a descontar na importação PIS pago’, ressalta que, embora tenha sido reconhecido que tais créditos estão vinculados às receitas de exportação, houve a glosa sob a premissa de que apenas com a edição da Lei n° 11.116/2005 os mesmos tornaramse passíveis de compensação ou ressarcimento. Alega que o saldo credor do PIS nãocumulativo, decorrente de operações de exportação, tem fundamento no art. 50, 1, e parágrafos, da Lei n" 10.637/2002, que garante a manutenção dos créditos, nos casos de exportação de produtos para o exterior, dentre os quais estaria o P1SImportação, quando integrante do custo de aquisição de bens e serviços utilizados como insumos. Diz que o art. 15 da Lei n° 10.865/2005 (conversão da MP n° 164, de 29/01/2004), que instituiu o PIS/Cofins Fl. 2DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS Processo nº 10980.003319/200577 Acórdão n.º 330100.911 S3C3T1 Fl. 304 3 Importação, permitindo que essas contribuições pagas em importações específicas (incisos I a V) fossem aproveitadas como créditos para compensação. E o art. 17 da Lei nº 11.033/2004, em que se fundamenta a decisão, tratase, sem dúvida, de benefício fiscal, que estendeu às operações com suspensão, isenção, alíquota zero e nãoincidência o mesmo tratamento beneficiado já concedido (desde sempre) às exportações manutenção dos créditos. Ressalta que também não procede o entendimento esboçado no Despacho Decisório de que os créditos apurados em razão do art. 15 da Lei nº 10.865/2004 tornaramse passíveis de compensação segundo as regras do art. 16 da Lei n° 11.116/2005, mas, segundo alega, não trata do crédito objeto do presente processo administrativo, sendo de todo inaplicável ao caso concreto. Entende que esse dispositivo não se aplica aos créditos vinculados à exportação, uma vez que o direito ao ressarcimento e compensação em geral já lhes é garantido desde a edição das Leis nºs 10.637 e 10.833, restando evidente que o art. 16 da Lei nº 11.116 limitase aos créditos referidos no art. 17 da Lei n° 11.033, não trazendo qualquer alteração no tratamento dos créditos vinculados à exportação, nem mesmo a eles se referindo. Para corroborar sua tese, diz que a Secretaria da Receita Federal reconhece, em inúmeras soluções de consultas, anteriores ao advento das Leis n°s 11.033/2004 e 11.116/2005, a legitimidade da compensação de créditos vinculados a operações de exportação. Expõe que o Despacho Decisório também não confere ao crédito a sua devida valoração, por não computar qualquer acréscimo legal de correção monetária, o que deve ser revisto, devendo o saldo remanescente apurado depois de deduzida a compensação ser corrigido monetariamente, até o integral aproveitamento do crédito tributário.” Analisada a manifestação de inconformidade, a DRJ Curitiba julgoua improcedente, conforme acórdão nº 0625.829, datado de 17/03/2010, às fls. 369/374, sob as seguintes ementas: “COFINSIMPORTAÇÃO. CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO. Os créditos da Cofins Importação somente serão passíveis de compensação com outros tributos administrados pela SRF, quando as respectivas importações forem vinculadas a vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência dessas contribuições, a partir do disposto na Lei nº 11.116, de 2005. PISIMPORTAÇÃO. CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO. Os créditos do PIS Importação somente serão passíveis de compensação com outros tributos administrados pela SRF, quando as respectivas importações forem vinculadas a vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência dessas contribuições, a partir do disposto na Lei n° 11.116, de 2005. RESSARCIMENTO. JUROS EQUIVALENTES A TAXA SELIC. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. É incabível a incidência de juros compensatórios com base na taxa Selic sobre valores deferidos a título de compensação/ressarcimento de créditos.” Fl. 3DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS 4 Cientificada dessa decisão, inconformada, a recorrente interpôs o recurso voluntário às fls. 377/391, requerendo a sua reforma a fim de que se reconheça o seu direito à compensação de todos os valores reclamado, acrescidos de juros compensatórios, alegando, em síntese, que tem direito ao ressarcimento/compensação dos créditos decorrentes da Cofins e do PIS pagos nas importações de insumos aplicados na produção de bens para exportação. Ainda, segundo seu entendimento, a Lei n° 10.865/2005 (conversão da MP nº 164, de 29.01.2004), que instituiu o PIS/CofinsImportação, permitiu que essas contribuições pagas em importações específicas fossem aproveitadas como créditos para a compensação do PIS/Cofins nãocumulativos. Também, ao contrário do entendimento da autoridade julgadora de primeira instância, a Lei nº 11.116, de 18/05/2005, art, 16, não se aplica ao presente pedido de ressarcimento, limitando sua aplicação aos créditos referidos no art. 17, da Lei 11.033, que dizem respeito às importações e às vendas realizadas no mercado interno, não trazendo qualquer alteração no tratamento dos créditos vinculados à exportação nem mesmo a eles se referindo. Ao final, requereu a incidência de juros compensatórios sobre os valores deferidos e/ ou a serem deferidos, à taxa Selic, sob argumento de que o nãoreconhecimento de sua incidência implicará flagrante lesão patrimonial à empresa, e, por outro lado, o enriquecimento sem causa da União. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. As questões de mérito opostas nesta fase recursal se resumem ao direito ou não de a recorrente compensar os saldos dos créditos da PIS/CofinsImportação, apurados nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004, com débitos fiscais de outra natureza, bem como ao pagamento de juros compensatórios sobre tais créditos. A legislação que trata do PIS e da Cofins com incidência nãocumulativa assim dispõe, in verbis: Lei nº 10.637, de 30/12/2002 (PIS) nãocumulativo: “Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (...); § 3º O direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação: Fl. 4DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS Processo nº 10980.003319/200577 Acórdão n.º 330100.911 S3C3T1 Fl. 305 5 I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; II aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; (...). “Art. 5º A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; (...). § 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3º para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2º A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1º, poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria.” Lei nº 10.833, de 29/12/2003 (Cofins nãocumulativa): “Art. 3º. Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...); II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (...). Art. 6º A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; § 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3º, para fins de: Fl. 5DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS 6 I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2º A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1º poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 3º O disposto nos §§ 1º e 2º aplicase somente aos créditos apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos §§ 8º e 9º do art. 3º. (...).” Cabe ressaltar que esses dispositivos, citados e transcritos anteriormente, se aplicam ao PIS e à Cofins com incidência nãocumulativa apurada sobre o faturamento mensal e aquisições no mercado interno. A Lei nº 10.865, de 30/04/2004, com vigência a partir de 1º de maio de 2004, que instituiu o PIS/CofinsImportação incidente sobre as importações de bens adquiridos para revendas e/ ou utilizados como insumos na produção de bens destinados a vendas, dispõe, in verbis: “Art. 1º Ficam instituídas a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEPImportação e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior COFINS Importação, com base nos arts. 149, § 2º, inciso II, e 195, inciso IV, da Constituição Federal, observado o disposto no seu art. 195, § 6º. Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos dos arts. 2º e 3º das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1º desta Lei, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) I bens adquiridos para revenda; II – bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificantes; (...). § 1º O direito ao crédito de que trata este artigo e o art. 17 desta Lei aplicase em relação às contribuições efetivamente pagas na Fl. 6DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS Processo nº 10980.003319/200577 Acórdão n.º 330100.911 S3C3T1 Fl. 306 7 importação de bens e serviços a partir da produção dos efeitos desta Lei. § 2º O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes. (...).” Ora, conforme se verifica dos §§ 1º e 2º transcritos acima, os créditos do PIS/CofinsImportação pagos na importação de bens somente podiam ser deduzidos das contribuições devidas no mês ou aproveitados nos meses subsequentes, inexistindo amparo legal para compensálos com outros débitos fiscais e/ ou para os seus ressarcimentos. Posteriormente, a Lei nº 11.033, de 21/12/2004, convertida da MP nº 206, de 06/08/2004, com vigência a partir de 09/08/2004, assim dispôs quanto aos créditos de PIS/Cofins decorrentes de custos de produtos vendidos sem a incidência dessa contribuição, in verbis: “Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.” Finalmente, a Lei nº 11.116, com vigência a partir de 19/05/2005, assim dispôs quanto ao aproveitamento dos créditos de Cofins, in verbis: “Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei.” (grifos nãooriginais) Da interpretação dos dispositivos legais transcritos anteriormente, concluise que somente, a partir de 19/05/2005, os saldos credores trimestrais dos créditos de PIS/Cofins Importação passaram a ser passíveis de compensação com débitos próprios e/ ou de pedido de ressarcimento. Na prática os saldos credores apurados para o 2º trimestre de 2005 em diante. Assim, os saldos credores trimestrais apurados para os trimestres anteriores àquele, não são passíveis de compensação/ressarcimento, mas tão somente dedutíveis das Fl. 7DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS 8 contribuições devidas, tendo em vista que aqueles dispositivos legais restringiram de forma expressa a compensação e/ ou o pedido de ressarcimento somente a partir de 19/05/2005. No presente caso, os saldos de créditos de PIS/CofinsImportação cuja compensação se pleiteia referemse aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004. Dessa forma, não há amparo legal para homologar a compensação dos débitos fiscais declarados na Dcomps em discussão. Quanto à aplicação de juros compensatórios, à taxa Selic, sobre créditos de PIS/Cofins nãocumulativas, utilizados em compensação e/ ou passiveis de ressarcimento, inexiste amparo legal para o seu pagamento. Ao contrário, a Lei nº 10.833, de 2003, que instituiu esta modalidade de contribuição, veda expressamente a aplicação de juros compensatórios sobre tais créditos, assim dispondo, in verbis: “Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. Art; 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa de que trata a Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (...); VI – no art. 13 desta Lei.” Já a homologação da compensação de créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, mediante a apresentação de Dcomp, bem como a extinção do débito fiscal declarado, a Lei nº 9.430, de 27/12/1996, art. 74, a condiciona à certeza e liquidez do crédito financeiro utilizado. No presente caso, conforme demonstrado, o direito de a recorrente compensar os créditos financeiros utilizados nas Dcomps em discussão não foi reconhecido. Assim não há que se falar em homologação da compensação dos débitos fiscais declarados remanescentes. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, nego provimento ao recurso voluntário. José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 8DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS Processo nº 10980.003319/200577 Acórdão n.º 330100.911 S3C3T1 Fl. 307 9 Fl. 9DF CARF MF Emitido em 20/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 13/05/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 08/06/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS
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Numero do processo: 11020.007215/2008-03
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
RESSARCIMENTO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A
INDUSTRIAL. IMPOSSIBILIDADE.
O texto do art. 11 da Lei nº 9.779/99 é taxativo em atribuir o ireito ao ressarcimento do saldo credor do IPI apurado na escrita fiscal às operações decorrentes da industrialização e não da revenda de produtos.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO
A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio
sujeito passivo, mediante a transmissão de Pedido de restituição/Declaração de Compensação (Per/Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros declarados.
Recurso Improvido.
Numero da decisão: 3301-000.849
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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ementa_s : Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 RESSARCIMENTO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. IMPOSSIBILIDADE. O texto do art. 11 da Lei nº 9.779/99 é taxativo em atribuir o ireito ao ressarcimento do saldo credor do IPI apurado na escrita fiscal às operações decorrentes da industrialização e não da revenda de produtos. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a transmissão de Pedido de restituição/Declaração de Compensação (Per/Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros declarados. Recurso Improvido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1605; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 198 1 197 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.007215/200803 Recurso nº 01 Voluntário Acórdão nº 330100.849 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de março de 2011 Matéria IPI Recorrente CELPACK DO BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 Ementa: Ementa: RESSARCIMENTO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. IMPOSSIBILIDADE. O texto do art. 11 da Lei nº 9.779/99 é taxativo em atribuir o direito ao ressarcimento do saldo credor do IPI apurado na escrita fiscal às operações decorrentes da industrialização e não da revenda de produtos. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a transmissão de Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (Per/Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros declarados. Recurso Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. ANTÔNIO LISBOA CARDOSO Relator. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 EDITADO EM: 26/04/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Rodrigo Pereira de Mello, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Cuidase de recurso em face do acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre (RS), que indeferiu a solicitação de ressarcimento de créditos do IPI, relativamente ao quarto trimestre de 2006, e em conseqüência, não homologou as compensações declaradas, conforme ementa de fl. 143, in verbis: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 Ementa: ESTABELECIMENTO IMPORTADOR DE PRODUTOS DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA QUE DÁ SAÍDA A ESSES PRODUTOS. EQUIPARAÇÃO A INDUSTRIAL. PEDIDO DE RESSARCIMENTO DO IPI PAGO NO DESEMBARAÇO ADUANEIRO. DESCABIMENTO. O estabelecimento importador de produtos de procedência estrangeira equiparase a estabelecimento industrial, ao dar saída a esses produtos, com suspensão indevida do IPI, não tem direito ao ressarcimento do imposto pago no desembaraço aduaneiro. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” Segundo a decisão recorrida, o indeferimento do pedido de ressarcimento e a consequente não homologação das compensações ocorreu em virtude de os créditos do IPI constantes da escrita fiscal do interessado decorrem do imposto pago no desembaraço aduaneiro de embalagens por ele importadas, créditos que se prestam exclusivamente para dedução do IPI que é devido na saída dos mesmos produtos, não sendo passíveis de ressarcimento. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11020.007215/200803 Acórdão n.º 330100.849 S3C3T1 Fl. 199 3 Consta também que a recorrente importa embalagens e as revende, efetuando, em alguns casos, impressões gráficas nessas embalagens, operações insuficientes para caracterizar industrialização. Conforme Termo de Constatação Fiscal, fl. 21, lavrado pela fiscalização, não há quaisquer indícios na área útil do estabelecimento capazes de caracterizar as operações por ele realizadas como sendo de industrialização, na forma do disposto no art. 4° do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002, concluindo que: a) o estabelecimento dedicase a revenda de mercadorias (embalagens) adquiridas no mercado externo; b) o estabelecimento não realiza operações que possam caracterizar industrialização, conforme disposto no art. 4° do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002; c) o estabelecimento se inclui dentre os EQUIPARADOS A INDUSTRIAL. Cientificada em 13/11/2009 (AR – fl. 148), a interessada ingressou com recurso voluntário de fls. 149/329, em 14/12/2009, alegando, em síntese, que: a) que se dedica, basicamente, à industrialização de estojos para ovos, conforme disposto no objeto social constante do contrato social, cláusula 2.00, que não realiza apenas revenda de embalagens no mercado interno; mas realiza dentro de seu estabelecimento a fabricação de embalagens de material plástico, sendo que sua atividade de industrialização consiste no processo de correção de deformações, melhora no acabamento e impressão gráfica nos estojos para ovos, caracterizando a industrialização prevista no art. 4°, inciso IV, do RIPI/98, fazendo jus ao benefício, como estabelecimento industrial. b) que, pelo fato de ser estabelecimento industrial, deu saída dos produtos de seu estabelecimento, com suspensão do IPI, com base na Lei n° 10.637/02, o que acarretou, em determinados períodos, saldo credor de IPI, em razão destas operações de saída. c) que, na forma da Lei 9.779/99, têm direito às compensações pleiteadas, considerando equívoco o enquadramento dado ao seu estabelecimento como equiparado a industrial. Cita decisões administrativas que entende serem aplicáveis ao caso concreto. Por fim, requer a suspensão da exigibilidade do crédito, o reconhecimento de seu estabelecimento como executor de atividade industrial e a homologação das compensações pleiteadas. É o Relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso Fl. 3DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Tratase de pedido de ressarcimento de créditos escriturais de IPI pagos na importação de mercadorias sob o argumento de que se trata de compras para fabricação de embalagens de material plástico que consiste no processo de correção de deformações, melhora no acabamento e impressão gráfica daquelas mercadorias, cumulado com declaração de compensação. De acordo com o contrato social, a recorrente tem o seguinte objeto social: "Cláusula:2:00 Constitui objeto da sociedade:; a • industrialização, a importação, exportação, comercialização e distribuição de produtos plásticos e celulose em geral.” Desta forma, a atividade econômica desenvolvida pela recorrente, consiste na importação de embalagens (estojos) plásticos/papelão para acondicionamento de ovos in natura e revenda no mercado interno, sendo que, para alguns clientes, realiza, sob encomenda, impressões gráficas, tais como nome, marca, classificação dos produtos, etc., as quais, não se caracterizam como processo de industrialização. Os produtos importados e revendidos, estojos de plástico/papelão para acondicionamento de ovos, com exceção da impressão gráfica em algumas embalagens, efetuada sob encomenda, não sofrem quaisquer das ações elencadas no RIPI/2002, art. 4º, caput e incisos, senão vejamos, in verbis: “Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, e Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, art. 46, parágrafo único): I a que, exercida sobre matériasprimas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação); II a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); III a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); IV a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou V a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do Fl. 4DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11020.007215/200803 Acórdão n.º 330100.849 S3C3T1 Fl. 200 5 produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.” O simples fato de o estabelecimento adquirente/revendedor das embalagens colocar rotulagem, marcação, impressão gráfica com indicação do produto, ou indicação da granja, não o transforma em estabelecimento industrial nos moldes preconizados pelo Regulamento do IPI. Conforme bem registrou o acórdão recorrido, constituem provas inequívocas de que a recorrente não exerce atividade industrial: a) as rubricas e valores constantes das Declarações do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – DIPJ – relativas aos anoscalendário de 1999 a 2007, constam que ela declarou que sempre atuou no ramo de importação e revenda de embalagens no mercado interno; b) quase totalidade das aquisições da empresa se classifica como entradas do mercado externo; c) os insumos/mercadorias que ingressam no estabelecimento são os mesmos que dele é promovida a saída; d) o custo da empresa se concentra em “custo das mercadorias revendidas (CMV) – compras de mercadorias a prazo”; e) inexistência de custo de fabricação própria; a alocação da despesa com pessoal e dos encargos de depreciação exclusivamente como despesas operacionais e não como custos de fabricação, e ainda, o ativo imobilizado é incompatível com a existência de um parque fabril que produza embalagens. Também, o fato de a recorrente estar cadastrada na SRF sob o código o Código Nacional de Atividade Econômica – CNAE, industria de transformação, de ter livro de apuração de IPI, efetuar pagamento desse imposto, estar registrada na Junta Comercial como indústria e, ainda, nos órgãos de classe, não comprova que a atividade de importação e rotulagem de estojos de plástico e/ ou papelão revendidos no mercado interno é de industrialização nos termos definidos pelo RIPI/2002, art. 4º. A industrialização de produtos é caracterizada pela atividade exercida para a sua fabricação. Uma empresa pode ter como atividade a industrialização e não exercer tal atividade. Inexiste impedimento legal ao registro nos órgãos públicos de atividades que, embora previstas nos estatutos e/ ou contratos sociais das pessoas jurídicas, de fato, não venha ser exercida por ela. Também, o fato de pagar IPI não caracteriza a atividade exercida por ela como de industrialização. O pagamento efetuado por ela decorre de seu enquadramento como estabelecimento equiparado a industrial pela importação dos produtos que revende. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 O RIPI assim dispõe quanto à equiparação industrial para efeito de pagamento desse imposto: “Art. 9º Equiparamse a estabelecimento industrial: I os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I); (...). Art. 34. Fato gerador do imposto é (Lei n° 4. 502, de 1964, art. 2°): I o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou II a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.” Conforme demonstrado e a própria recorrente reconhece, ela importa e dá saída a produtos de procedência estrangeira. Daí sua condição de estabelecimento equiparado a industrial e contribuinte do IPI. O ressarcimento de IPI está regulamentado pela Lei nº 9.779, de 19/01/1999, que assim dispõe: “Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.” Em cumprimento ao comando determinado neste dispositivo legal, a Secretaria da Receita Federal (SRF) expediu a IN nº 210, de 30/09/2002, que assim dispunha, in verbis: “Art. 14. Os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IP1), escriturados na forma da legislação específica, poderão ser utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. §1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: I créditos presumidos do IPI, como ressarcimento das contribuições para o Programa de Integração Social e para o Fl. 6DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11020.007215/200803 Acórdão n.º 330100.849 S3C3T1 Fl. 201 7 Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), previstos na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, e na Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001; II créditos decorrentes de estímulos fiscais na área do IPI a que se refere o art. 10 da Portaria MF nº 134, de 18 de fevereiro de 1992; e III — créditos do IPI passíveis de transferência a filial atacadista nos termos do item 6 da IN SRF nº 87/89, de 21 de agosto de 1989. §2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, mediante utilização do "Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI", bem assim utilizálos na forma prevista no art. 21 desta Instrução Normativa. §3º São passíveis de ressarcimento apenas os créditos presumidos do IPI a que se refere o inciso I do §1º, apurados no trimestrecalendário, excluídos os valores recebidos por transferência da matriz e os créditos relativos a entradas de matériasprimas, produto intermediário e material de embalagem para industrialização, escriturados no trimestre calendário.” Conforme se verifica destes dispositivos, o ressarcimento está restringido aos casos de saldo credor, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização e não a produtos de revenda. O estabelecimento equiparado a industrial não tem direito ao ressarcimento pelo fato de ele não ter agregado insumos ao produto adquirido e vendido por ele. Assim, todo o imposto pago na aquisição foi repassado para o adquirente dos respectivos produtos. Houve apenas uma operação comercial típica de compra e revenda de mercadoria. Em razão da pertinência e similaridade com o presente caso, peço vênia para citar o acórdão nº 20218.522, datado de 2007, de relatoria da ilustre Conselheira Maria Cristina Roza da Costa, da 2ª Câmara do extinto Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, negou o recurso do contribuinte no qual pleiteava o ressarcimento do saldo credor do imposto, na condição de equiparado a estabelecimento industrial, sob a seguinte ementa: “RESSARCIMENTO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. IMPOSSIBILIDADE. O texto do art. 11 da Lei nº 9.779/99 é taxativo em atribuir o direito ao ressarcimento do saldo credor do IPI apurado na escrita fiscal às operações decorrentes da industrialização e não da revenda de produtos. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da SEGUNDA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. José Márcio Diniz Filho, OAB/MG nº 90.527, advogado da recorrente. (....). Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Gustavo Kelly Alencar, Nadja Rodrigues Romero, Antonio Zomer, Ivan Allegretti (Suplente), Antônio Lisboa Cardoso e Maria Teresa Martínez López.” Assim, não há que se falar em ressarcimento do saldo credor do IPI ora reclamado. Quanto à compensação de créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, mediante a transmissão de pedido de ressarcimento/declaração de compensação (Per/Dcomp), bem como a extinção dos débitos fiscais declarados, a Lei nº 9.430, de 27/12/1996, art. 74, assim dispõe, que a compensação, mediante a transmissão de Per/Dcomps pelo contribuinte, assim como a sua homologação, está condicionada à certeza e liquidez dos créditos financeiros declarados. Em face do exposto voto no sentido de negar provimento ao recurso. Antônio Lisboa Cardoso Relator Fl. 8DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/04/2011 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 26/04/20 11 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13973.000391/2003-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 10/07/2000 a 20/12/2002
MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E
JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA
Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a
propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade
processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do
processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de
julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo
judicial.
JUROS DE MORA À TAXA SELIC
Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios
incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita
Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC
para títulos federais.
Numero da decisão: 3301-000.899
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer
do recurso quanto à matéria oposta nas esferas administrativa e judicial, ou seja, o direito de a
recorrente se creditar dos créditos de IPI glosados e, conseqüentemente, da exigência do
crédito tributário decorrente das glosas e, na parte conhecida, negarlhe
provimento termos do
voto do Relator.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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ementa_s : ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 10/07/2000 a 20/12/2002 MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. JUROS DE MORA À TAXA SELIC Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso quanto à matéria oposta nas esferas administrativa e judicial, ou seja, o direito de a recorrente se creditar dos créditos de IPI glosados e, conseqüentemente, da exigência do crédito tributário decorrente das glosas e, na parte conhecida, negarlhe provimento termos do voto do Relator.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 10/07/2000 a 20/12/2002 MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. JUROS DE MORA À TAXA SELIC Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso quanto à matéria oposta nas esferas administrativa e judicial, ou seja, o direito de a recorrente se creditar dos créditos de IPI glosados e, conseqüentemente, da exigência do crédito tributário decorrente das glosas e, na parte conhecida, negarlhe provimento termos do voto do Relator. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente Fl. 1DF CARF MF Emitido em 29/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 26/04/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS 2 José Adão Vitorino de Morais Relator Participaram do presente julgamento: os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Rodrigo Pereira de Mello, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pela recorrente contra a decisão proferida pela DRJ Ribeirão Preto, SP, que julgou procedente o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI referente ao período de competência de julho de 2000 a dezembro de 2002, conforme termo de verificação e de encerramento da ação fiscal às fls. 348/357. O auto de infração decorreu da glosa de créditos escriturais de IPI sobre aquisições de produtos isentos, nãotributados ou tributados à alíquota zero, a partir de 30 de maio de 1995 em diante, cujo direito ao creditamento, ressarcimento e/ ou à compensação é objeto da ação judicial nº 2000.72.0032181 interposta perante a 4ª Vara da Justiça Federal em Joinville, SC. Cientificada da autuação, inconformada, a recorrente impugnou o lançamento (fls. 384/395), alegando razões que foram assim sintetizadas pela DRJ Ribeirão Preto, SP: “ que as compensações foram efetuadas através de Pedidos/Declarações de Compensação formulados no pedido de Ressarcimento n° 13973.000370/20018 (sic); que os créditos que possui (ressarcimento de IPI) tem como base um processo administrativo e não um processo judicial, razão pela qual não se necessita de trânsito em julgado para tanto; que estando utilizandose de crédito apurado em processo administrativo de ressarcimento, dúvidas não restam quanto à possibilidade da mesma efetuar a compensação de seus débitos com os créditos a que tem direito perante o fisco federal (transcreve artigos da IN, SRF 21, de 10/03/1997 , da IN, SRF 210, de 30/09/2002 e artigo da Lei 9.430/96, fls.231/232); que não se pode esquecer que a demanda administrativa instaurada pela Impugnante encontrase pendente de julgamento, conforme já noticiado na própria notificação fiscal pelos fiscais; há que se esclarecer a existência de uma incoerência nas notificações lavradas, na medida em que, por um lado, o fisco federal não aceita as compensações efetuadas pela Impugnante, objetos deste auto de infração, sob a alegação de que não houve o trânsito em julgado da decisão correspondente, sendo que, por outro lado, inclui os créditos apurados pela mesma a título de ‘Recuperação de Custo – Proc. IPI’ na base de cálculo de outras notificações, Autos de Infração números 13973.000401/200365 e 13973.000402/200318, que tratam, respectivamente, da PIS e da COFINS; que não pode a administração pública recusar ditos valores em um momento (compensação) e, em seguida, aceitálos quando os mesmos lhe dão benefícios (autuações da PIS e da COFINS); quanto aos juros aplicados, discorre acerca da ilegalidade/inconstitucionalidade da utilização da taxa SELIC como juros de mora, para fins tributários. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 29/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 26/04/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS Processo nº 13973.000391/200368 Acórdão n.º 330100.899 S3C3T1 Fl. 473 3 Encerrou requerendo a extinção do crédito tributário lançado de oficio, excluindose os valores indevidamente apontados, tais como os juros aplicados.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou o lançamento procedente, conforme acórdão nº 1415.840, datado de 25 de maio de 2007, às fls. 424/429, sob as seguintes ementas: “LANÇAMENTO DE OFÍCIO E PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CONCOMITÂNCIA. A existência, em nome da interessada, de processo pendente de decisão definitiva acerca de pedido indeferido de restituição não impede o lançamento de oficio, pela autoridade administrativa (até para prevenir a decadência), em relação aos tributos então indevidamente compensados. JUROS DE MORA. APLICABILIDADE DA TAXA SELIC. Sobre os débitos Tributários para com a União, não pagos nos prazos previstos em lei, aplicamse juros de mora calculados, a partir de abril de 1995, com base na taxa SELIC.” Ainda, de acordo com essa decisão, a exigibilidade do crédito tributário mantido ficará suspensa enquanto prevalecer a ordem judicial que autoriza o creditamento. Inconformada, com essa decisão, a requerente interpôs o presente recurso voluntário (fls. 446/457), requerendo a sua reforma a fim de que se cancele o lançamento e, caso não seja acolhido o pedido de cancelamento, seja ao menos sobrestada a presente demanda até o julgamento e encerramento da ação judicial nº 2000.04.0040806, bem como do processo administrativo nº 13973.000370/200181, alegando, em síntese, que tem direito aos créditos do IPI utilizados na compensação glosada, apurados sobre as entradas de insumos isentos, nãotributados e/ ou tributados à alíquota zero por esse imposto, apurados a partir de 30 de maio de 1995. Suscitou ainda a irregularidade da utilização da taxa Selic para o cálculo dos juros moratório sob o argumento de inconstitucionalidade de seu uso para tal fim. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. Conforme se verifica dos autos e, ainda, ressaltou a recorrente, em seu recurso voluntário, o lançamento em discussão decorreu da glosa de créditos de IPI escriturados sobre entradas de insumos isentos, nãotributados e/ ou tributados à alíquota zero por este imposto, a partir de 30 de maio de 1995, cujo direito ao ressarcimento/compensação é objeto da ação judicial nº 2000.72.01.00021881, bem como do processo administrativo nº 13973.000370/200181. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 29/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 26/04/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS 4 Dessa forma, o cancelamento ou manutenção da exigência do crédito tributário em discussão dependerá das decisões proferidas naqueles processos. No processo administrativo, as decisões proferidas pela DRF em Joinville e pela DRJ Porto Alegre foram contrárias à recorrente e não lhe reconheceram o direito ao ressarcimento/compensação pleiteada. Já o recurso voluntário interposto contra a decisão de primeira instância foi analisado e julgado pela Segunda Câmara do antigo Segundo Conselho de Contribuintes, cujos Membros, por unanimidade de votos, não conheceram dele, em face da concomitância entre o processo administrativo e o judicial, nos termos do acórdão nº 202 18.919, datado de 08 de abril de 2008. Esta decisão tornouse definitiva na instância Administrativa. Já a ação judicial ainda se encontra em trâmite. Consulta efetuada ao site do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região mostra que: a) a União Federal interpôs ação rescisória contra a decisão transitada em julgado a favor da recorrente; b) foi deferida a antecipação de tutela suspendendo os efeitos da decisão rescindenda (01/03/2007); c) o pedido de reconsideração efetuado pela recorrente foi indeferido (08/05/20070; d) o TRF da 4ª Região, por unanimidade, julgou procedente a ação rescisória (07/05/2009) e não reconheceu à recorrente o direito aos créditos do IPI relativos às aquisições de matériasprimas isentas, nãotributadas ou tributadas à alíquota zero que originaram a industrialização de produtos finais onerados por este imposto; e) os embargos de declaração opostos pela União Federal visando sanar omissão foram parcialmente acolhidos (06/08/2009); f) o recurso especial interposto pela recorrente não foi admitido (24/05/2010); g) também o recurso extraordinário não foi admitido (24/05/2010); h) em 01/07/2010, a recorrente interpôs agravo de instrumento de decisão denegatória de recursos especial e extraordinário que ainda não foi julgado. Ora, a opção da recorrente pela via judiciária para a discussão de matéria tributária com idêntico pedido na instância administrativa implicou renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos da Lei nº 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único, e do Decretolei nº 1.737, de 1979, art. 1º, § 2º. Tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), devendo ser aplicada ao presente caso a Súmula nº 01 que assim dispõe, in verbis: “Súmula CARF nº 01. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Assim, em relação ao direito de a recorrente se creditar de IPI sobre aquisições de insumos isentos, nãotributados ou tributadas à alíquota zero por este imposto, e, consequentemente, a procedência do crédito tributário, objeto do lançamento em discussão, aplicase esta súmula. Remanescem, todavia, as matérias nãoopostas na esfera judicial, ou seja, o sobrestamento da demanda até o encerramento dos processos, administrativo e judicial, nos quais a recorrente discute os créditos escriturais do IPI glosados que resultaram no lançamento em discussão, bem como a exigência de juros de mora à taxa Selic. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 29/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 26/04/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS Processo nº 13973.000391/200368 Acórdão n.º 330100.899 S3C3T1 Fl. 474 5 Quanto ao sobrestamento, em relação ao processo administrativo aquele já possui decisão definitiva desfavorável à recorrente. Contudo, o processo judicial ainda se encontra em trâmite. Assim, conforme já constou da decisão recorrida, a exigibilidade do crédito tributário permanecerá suspensa até a decisão definitiva no processo judicial em que a recorrente discute o direito de se creditar sobre a entrada de insumos isentos, nãotributados e/ ou tributados à alíquota zero pelo IPI. Já em relação, à exigência de juros de mora à taxa Selic, tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Cart) nos termos da súmula nº 3 que assim dispõe, in verbis: Súmula nº 3. É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic para títulos federais.” Em face do exposto e de tudo o mais que dos autos consta, não tomo conhecimento da matéria oposta concomitantemente nas instâncias, judicial e administrativa, ou seja, o direito de a recorrente se creditar do IPI, como se devido fosse, nas aquisições de insumos isentos, nãotributados e tributados à alíquota zero por este imposto, mantenho a exigência do crédito tributário, objeto do lançamento em discussão, com exigibilidade suspensa até o trânsito em julgado na ação rescisória discutida nos autos do processo judicial nº 2000.72.01.01.0002181, cabendo à autoridade administrativa competente cumprir a decisão judicial transitada em julgado, e, na parte conhecida, nego provimento ao recurso voluntário. José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 5DF CARF MF Emitido em 29/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Assinado digitalmente em 21/04/2011 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, 26/04/2011 por RODRIGO DA COST A POSSAS
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Numero do processo: 13151.100004/2007-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins
Anocalendário:
2003
Ementa: PAGAMENTO ANTERIOR OU CONCOMITANTE À
RETIFICAÇÃO DE DCTF. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
CONFIGURAÇÃO. MULTA DE MORA. INEXIGIBILIDADE. RECURSO
REPETITIVO STJ.
Com a edição do art. 62A
do RICARF, as decisões proferidas pelo STJ
submetidas ao rito do art. 543C
do CPC devem ser seguidas pelo CARF.
Assim, conforme acórdão do STJ, proferido no REsp no 1.149.022, o
pagamento de diferença de contribuição devida anterior ou
concomitantemente à retificação de DCTF representa denúncia espontânea,
hipótese que afasta a incidência da multa moratória.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3301-000.905
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do
voto do relator.
Nome do relator: MAURICIO TAVEIRA E SILVA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2003 Ementa: PAGAMENTO ANTERIOR OU CONCOMITANTE À RETIFICAÇÃO DE DCTF. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CONFIGURAÇÃO. MULTA DE MORA. INEXIGIBILIDADE. RECURSO REPETITIVO STJ. Com a edição do art. 62A do RICARF, as decisões proferidas pelo STJ submetidas ao rito do art. 543C do CPC devem ser seguidas pelo CARF. Assim, conforme acórdão do STJ, proferido no REsp no 1.149.022, o pagamento de diferença de contribuição devida anterior ou concomitantemente à retificação de DCTF representa denúncia espontânea, hipótese que afasta a incidência da multa moratória. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) MAURICIO TAVEIRA E SILVA Relator Fl. 212DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13151.100004/200790 Acórdão n.º 3301000.905 S3C3T1 Fl. 202 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Rodrigo Pereira de Mello e Maria Teresa Martínez López. Sustentou pela parte a Advogada Anete Mariel Maciel Medeiro OAB/DF nº. 15.787. Relatório PERDIGÃO AGROINDUSTRIAL MATO GROSSO LTDA., devidamente qualificada nos autos, recorre a este Colegiado, através do recurso de fls. 142/152, contra o acórdão nº 0418.974, de 06/11/2009, prolatado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande MS, fls. 130/135, que julgou procedente o auto de infração de Cofins de fls. 39/40, relativo a pagamento de contribuição após o vencimento, com insuficiência de acréscimos legais, referente a períodos compreendidos entre 01/01/2003 a 31/12/2003, cuja ciência ocorreu em 17/04/2007 (fls. 01 e 128), conforme relatado pela instância a quo, nos seguintes termos: Tratase de impugnação apresentada contra auto de infração que, apurando pagamento em atraso desacompanhado dos respectivos acréscimos moratórios, formalizou a exigência de multa de mora relativamente a débitos de PIS, tendo por fundamento legal o art. 61 da Lei nº 9.430/1996 e demais dispositivos citados no auto de infração de fls. 38 a 56. Preliminarmente alegou ilegitimidade passiva, dado que na qualidade de sucessora não responde por infrações praticadas pela sucedida, quando a multa é lançada após a sucessão. No mérito, a contribuinte apresentou impugnação na qual, em síntese, alegou que, antes de qualquer procedimento fiscal, procedera aos pagamentos dos débitos não inseridos previamente nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF. O tributo, embora pago em atraso, foi acrescido apenas de juros de mora, porquanto entende a impugnante estar amparada pelo art. 138 do Código Tributário Nacional – CTN, o qual, consagrando o instituto da denúncia espontânea, afasta a imposição de qualquer tipo de multa, inclusive a de natureza moratória. Com esses fundamentos, pugnou pela improcedência do auto de infração. A DRJ julgou procedente o lançamento cujo acórdão restou assim ementado: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2003 ALTERAÇÃO DE QUADRO SOCIETÁRIO E DE DENOMINAÇÃO SOCIAL. SUCESSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. SUCESSOR. CRÉDITOS RELATIVOS A FATOS GERADORES OCORRIDOS ANTES DA SUCESSÃO. RESPONSABILIDADE. Fl. 213DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13151.100004/200790 Acórdão n.º 3301000.905 S3C3T1 Fl. 203 3 A alteração do quadro societário e da denominação social não caracterizam sucessão, porquanto se trata da mesma pessoa jurídica. Entretanto, mesmo na hipótese de sucessão, o sucessor responde pelos créditos relativos a fatos geradores ocorridos antes desse evento, mesmo que o lançamento seja efetuado posteriormente. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA. ALCANCE. A denúncia espontânea não afasta a aplicação da multa de mora pelo cumprimento tardio da obrigação tributária, seja acessória ou principal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, em 01/09/2009, a contribuinte protocolizou recurso voluntário de fls. 142/152, no sentido de que a denúncia espontânea tem o condão de afastar a aplicabilidade de multa (moratória ou punitiva), no caso de recolhimentos em atraso, nos termos do art. 138 do CTN e jurisprudência do STJ, cujos requisitos são: (i) o pagamento da totalidade do tributo devido, incluídos os juros de mora porventura existentes; (ii) a inexistência de processo de fiscalização iniciado relacionado com a infração; e (iii) no caso dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a inexistência de débito tributário declarado em DCTF e não pago. De se ressaltar que os pagamentos da contribuição e juros moratórios ocorreram antes da apresentação das DCTF retificadas em 17/11/2005. Por fim, requer o afastamento da multa de mora imposta pelo auto de infração É o Relatório. Voto Conselheiro MAURICIO TAVEIRA E SILVA, Relator O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual, dele se conhece. No auto de infração à fl. 39, verificase que, em relação aos dados das DCTF referentes ao ano calendário de 2003, a contribuinte apresentou as DCTF retificadoras em 17/11/2005, referente aos quatro trimestres de 2002. Por sua vez, os pagamentos correram nas seguintes datas: Fl. 214DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13151.100004/200790 Acórdão n.º 3301000.905 S3C3T1 Fl. 204 4 Por meio da fls. 53/54 e das precitadas, verificase que os juros de mora, quando devidos foram corretamente pagos e, somente a multa de mora deixou de ser paga, fato que motivou o presente lançamento. Por outro lado, a contribuinte entende ter se valido do instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do CTN, e assim sendo, tornase incompatível a exigência de multa de mora. Sobre o tema cabem algumas considerações. É certo que no nosso diaadia, caso não se pague o compromisso na data de seu vencimento, devese fazêlo com os devidos acréscimos, apesar de não sermos notificados do atraso. Sendo a multa moratória uma realidade inconteste nas relações obrigacionais privadas, não há razoabilidade para tratamento diverso no caso de dívidas tributárias. A vigorar a tese da denúncia espontânea para pagamentos a destempo, sem os acréscimos devidos, seus vencimentos passarão a ser meras referências. Todos os tributos com vencimento no mês poderiam ser pagos no último dia do próprio mês, sem qualquer acréscimo. A certeza de imposição de penalidade estipulada em lei (multa e juros) àqueles que ignoram o vencimento é que faz os contribuintes recolherem os tributos com a multa de mora, para os vencimentos dentro do mês. Não há como ignorar a multa instituída pela Lei n° 9.430/96, destinada ao pagamento espontâneo e extemporâneo, sendo de 0,33% ao dia, limitada a 20%, consignada no art. 61 e §§. A não observância deste preceito ensejaria a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44, inciso I. Conforme se observa, o legislador elaborou uma sistemática visando motivar a contribuinte ao recolhimento dos tributos nos respectivos vencimentos. A multa de mora, portanto se constitui em um encargo menos oneroso que a multa aplicada em procedimento de ofício, a qual, por se tratar de penalidade, está sujeita ao contraditório e a ampla defesa. A iniciativa da contribuinte em efetuar o pagamento de seus débitos em atraso, com observância dos juros e multa de mora, portanto de natureza indenizatória, tem a função de afastar a aplicação de multa punitiva. Fls. P. Apuração Vencimento Pagamento Vl. Principal 47 jan/03 14/2/2003 25/7/2005 98.281,60 48 fev/03 14/3/2003 25/7/2005 90.434,90 49 mar/03 15/4/2003 25/7/2005 90.616,00 41 abr/03 15/5/2003 25/7/2005 94.899,13 42 mai/03 13/6/2003 30/6/2003 4.508,43 42 mai/03 13/6/2003 25/7/2005 83.522,47 43 jun/03 15/7/2003 30/7/2003 4.833,32 43 jun/03 15/7/2003 25/7/2005 89.230,34 50 jul/03 15/8/2003 25/7/2005 97.204,06 51 ago/03 13/9/2003 25/7/2005 92.749,77 52 set/03 15/10/2003 25/7/2005 95.193,26 44 out/03 14/11/2003 25/7/2005 107.929,00 45 nov/03 13/12/2003 25/7/2005 98.590,04 46 dez/03 15/1/2004 29/1/2004 4.932,49 46 dez/03 15/1/2004 25/7/2005 97.209,25 Fl. 215DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13151.100004/200790 Acórdão n.º 3301000.905 S3C3T1 Fl. 205 5 A multa moratória sempre funcionou como encargo decorrente do recolhimento do tributo a destempo, de modo espontâneo efetuado pelo contribuinte, sem o concurso do fisco. A vigorar a tese da recorrente, a multa de mora seria inaplicável, pois, sendo efetuado o recolhimento antes de qualquer procedimento de ofício, com base nesse entendimento ela se torna indevida e, por outro lado, se o recolhimento fosse efetivado após o inicio de procedimento fiscal, somente a multa de ofício, mais gravosa deveria ser exigida. Portanto, não haveria aplicabilidade à multa de mora, a despeito de sua previsão pelo legislador. Conforme demonstrado, contrariar o instituto da denúncia espontânea contido no art. 138 do CTN, com suas previsões sancionatórias elaboradas de modo sistêmico como fixou o legislador pátrio, além de retirar a eficácia das normas que determinam os prazos de vencimentos dos tributos, desorganizando a arrecadação tributária do Estado, ainda extirparia a multa de mora do ordenamento jurídico, pela sua total inaplicabilidade. Contudo, por meio do Resp nº 1.149.022, de relatoria do Ministro Luiz Fux, julgado em 09/06/2010, o STJ pronunciouse de outro modo, conforme registram as razões de decidir postas nos seguintes termos: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, Fl. 216DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13151.100004/200790 Acórdão n.º 3301000.905 S3C3T1 Fl. 206 6 independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine . 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (grifos constam do original) Por outro lado, a Portaria MF nº 256/09, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nos 446/09 e 586/10, que aprova o Regimento Interno do CARF, passou a dispor do seguinte modo: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 217DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13151.100004/200790 Acórdão n.º 3301000.905 S3C3T1 Fl. 207 7 Portanto, vez que a decisão citada fora proferida em conformidade com o rito previsto no art. 543C, deverá ser seguida por este colegiado. Assim, conforme bem concluiu o Conselheiro José Antonio Francisco, relator do voto condutor do acórdão nº 330200.832, de 04/02/2011: “havendo pagamento da diferença antes ou concomitantemente à retificação da declaração, sem que o Fisco tenha tomado providências em relação à matéria, configurase a denúncia espontânea”. Vez que este fato se verificou no presente caso, não deverá incidir a multa de mora. Isto posto, dou provimento ao recurso voluntário para cancelar o auto de infração. (ASSINADO DIGITALMENTE) MAURICIO TAVEIRA E SILVA Fl. 218DF CARF MF Emitido em 25/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 03/05/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/06/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10845.006919/94-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL COFINS
Período de apuração: 01/04/1992 a 30/06/1992, 01/08/1992 a 31/08/1992
MULTA DE OFÍCIO. PARCELA DEVIDA. DEPÓSITO CONVERTIDO
EM RENDA DA UNIÃO FEDERAL.
Comprovada a conversão em renda do depósito judicial da parcela do crédito
tributário, cancelase
a multa de ofício lançada sob o fundamento que de não
teria havido a conversão.
MULTA DE OFÍCIO. PARCELA DEVIDA. DEPOSITO INSUFICIENTE.
Mantémse
a multa lançada em decorrência de depósito insuficiente para
liquidar a parcela do crédito tributário devido.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE
Numero da decisão: 3301-001.247
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento parcial ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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(SUCESSORA) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/1992 a 30/06/1992, 01/08/1992 a 31/08/1992 MULTA DE OFÍCIO. PARCELA DEVIDA. DEPÓSITO CONVERTIDO EM RENDA DA UNIÃO FEDERAL. Comprovada a conversão em renda do depósito judicial da parcela do crédito tributário, cancelase a multa de ofício lançada sob o fundamento que de não teria havido a conversão. MULTA DE OFÍCIO. PARCELA DEVIDA. DEPOSITO INSUFICIENTE. Mantémse a multa lançada em decorrência de depósito insuficiente para liquidar a parcela do crédito tributário devido. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Possas Presidente. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 07 /02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Participaram do presente julgamento: os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Maurício Taveira e Silva, Fábio Luiz Nogueira, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Possas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo contra decisão da DRJ São Paulo I que julgou procedente em parte o lançamento da contribuição para o Financiamento da Seguridade Social referente aos fatos geradores ocorridos nos períodos de competência de abril, maio, junho e agosto de 1992. O lançamento decorreu da falta de declaração e pagamento da contribuição devida naqueles períodos. Cientificada da exigência do crédito tributário, a recorrente impugnou o lançamento (fls. 6.543/6.566), alegando razões assim resumidas por aquela DRJ: “... ingressou com mandado de segurança em relação à Cofins, sendo ‘concedida liminar mediante depósito do montante integrar’ (fl. 30); de que a exigibilidade do crédito tributário está suspensa; e de que, ainda que o direito pleiteado judicialmente não se assente como procedente, incabível seria a imposição de multa de mora ou por infração, assim como a imposição de juros.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou o lançamento procedente em parte, excluindo os juros de mora e multa de ofício sobre as parcelas lançadas e exigidas para as competências de abril e maio de 1992, mantendo tais exigências para as demais competência, com redução do percentual da multa de 100,0 % para 75,0%, sob os argumentos de que para o mês de junho o depósito efetuado foi inferior a parcela devida e para o mês de agosto foi levantado o depósito, conforme acórdão nº 1621.456, datado de 20/05/2009, às fls. 88/98, sob as seguintes ementas: “NULIDADE. E incabível de ser pronunciada a nulidade de Auto de Infração não comprovadamente lavrado por autoridade incompetente. COFINS. LANÇAMENTO. A atividade de Lançamento é vinculada e obrigatória, fazendose necessária sempre que presentes os pressupostos legais, não lhe obstando a existência de eventual ação ou depósito judicial (integral ou parcial), cuja conseqüência é, conforme seja, a mera suspensão de exigibilidade de crédito tributário. AÇÃO JUDICIAL. Nos termos do art. 62 do Decreto n° 70.235/72, combinado com o art. 151 do Código Tributário Nacional, é devida a constituição do crédito tributário durante a vigência de medida judicial. E robustecido fica o Lançamento se o impugnante não evidencia qualquer eventual decisão/provimento judicial que porventura lhe possa efetivamente favorecer contra as pretensões do fisco relativamente à COFINS, pesando em favor da aludida contribuição a Ação Declaratória de Constitucionalidade n° 1, da qual emerge claramente a constitucionalidade da exação. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. De acordo com o princípio da retroatividade benigna e na linha do Fl. 259DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 07 /02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10845.006919/9491 Acórdão n.º 330101.247 S3C3T1 Fl. 198 3 Ato Declaratório Normativo COSIT 01/1997, aplicase a atos pretéritos, não julgados definitivamente, lei que comine penalidade menos severa que a anteriormente prevista. MULTA DE OFICIO. E incabível o Lançamento de multa de ofício na constituição, para prevenir decadência, de crédito tributário cuja exigibilidade esteja suspensa, inclusive na hipótese de depósito do seu montante integral. JUROS. Nos termos do art. 5 ° do Decretolei n° 1.736, de 20 de dezembro de 1979 (Diário Oficial da União de 21.12.1979), ‘A correção monetária e os juros de mora serão devidos inclusive durante o período em que a respectiva cobrança houver sido suspensa por decisão administrativa ou judicial. Paralelamente, o regular depósito judicial favorece o sujeito passivo, a partir da data em que é efetuado, contra o ônus da correção monetária e contra a fluência dos juros de mora. E embora o tributo se repute pago na data do devido depósito judicial, a extinção do crédito tributário não se operará juridicamente antes da conversão em renda.” Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 147/151), requerendo a sua reforma a fim de seja excluída a multa mantida sobre as parcelas de junho e agosto de 1992, alegando que, para o mês de junho, o comprovante de depósito comprova que o depósito efetuado (doc. 04), em 16/08/1993, corresponde ao valor da contribuição devida, esclarecendo que o valor depositado foi apurado com base na Declaração de Ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIPJ) do anocalendário de 1992, sendo que a base de cálculo autuada foi superior a do valor declarado, daí a diferença; quanto à competência de agosto de 1992, o deposito foi convertido em renda da União Federal nos autos do MS nº 92.02047405, conforme provam os documentos em anexo (doc. 06). É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. Do exame da documentação acostada ao recurso voluntário, verificase que as alegações da recorrente são procedentes em parte. Quanto ao mês de agosto de 1992, as copias, às fls. 186, do Ofício nº 539/96, expedido pela 4ª Vara da Justiça Federal em Santos, SP, ao Gerente da Caixa Econômica Federal, solicitando a conversão em Renda da União do depósito efetuado no dia 21/09/1992, no valor de $ 20.210.544,18; às fls. 187, do Ofício 1732/96, expedido pela Caixa Econômica Federal ao Juiz Federal daquela Vara, comunicando a conversão em renda da União daquele depósito; e, às fls. 188, do darf, comprovam a conversão em renda União do depósito judicial referente à parcela da contribuição lança e exigida para o mês de agosto de 1992. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 07 /02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Já em relação ao mês de junho de 1992, o alegado erro na base de cálculo utilizada pelo autuante e, consequentemente, erro no valor da parcela da Cofins lançada e exigida, não se toma conhecimento, nesta fase recursal, por se tratar de matéria preclusa, não questionada na impugnação, ou seja, matéria nãooposta à primeira instância. Quando da impugnação do lançamento, a recorrente não contestou o valor da parcela lançada e exigida para aquele mês. Assim, seu valor e sua exigência tornaramse definitivos na instância administrativa. A fase litigiosa do procedimento se instaura com a interposição da impugnação, quando aquela matéria deveria ter sido contestada, conforme estabelece o Decreto nº 70.235, de 06/03/1972, art. 15. Também, o art. 17, deste mesmo diploma legal, estabelece que “considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante”. Dessa forma, não tendo a matéria sido oposta à autoridade julgadora de primeira instância, ocorreu a preclusão de seu direito de suscitála nesta fase recursal. Em obediência ao princípio da verdade material, tal preclusão poderia ser superada desde que comprovado o alegado erro na base de cálculo da contribuição para aquele mês. Contudo, a documentação apresentada pela recorrente, cópia da DIPJretificadora, desacompanhada de outros documentos, como cópia de Razão ou balancete mensais contendo a escrituração das receitas operacionais, não serve de prova de sua alegação. Do exame dos autos, verifica que a base de cálculo utilizada pelo autuante, obtida dos registros fiscais e contábeis da recorrente, foi de CR$1.379.121.330,00, contribuição apurada de R$27.582.426,60, correspondente a 13.107,77 UFIR. Já na DIPJretificadora do anocalendário de 1992, às fls. 181/183, apresentada em 10/03/1995, consta base de cálculo da Cofins, no valor de CR$817.763.002,00, correspondente a apenas 59,3 % daquele valor. Já base do PIS declarada naquela mesma retificadora foi R$1.562.832.593,00. Se as contribuições para o PIS e Cofins, naquele período de competência, tinham a mesma base de cálculo, ou seja, a receita operacional bruta, como se explica tamanha discrepância entre ambas. Caberia a recorrente apresentar provas hábeis, livro Razão, balancete mensal, ou livros fiscais, comprovando o alegado erro. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, dou provimento parcial ao recurso voluntário para que se cancele apenas e tão somente a multa de ofício incidente sobre a parcela da Cofins lançada para o mês de competência de agosto de 1992. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 261DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 07 /02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10845.006919/9491 Acórdão n.º 330101.247 S3C3T1 Fl. 199 5 Fl. 262DF CARF MF Impresso em 10/02/2012 por LEVI ANTONIO DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 07 /02/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10920.002085/2006-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon May 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
Ementa: RESSARCIMENTO. HABILITAÇÃO NO TRIMESTRE DE
ESCRITURAÇÃO.
Os créditos de IPI remanescentes da compensação da escrita fiscal são
suscetíveis de ressarcimento relativo às entradas de insumos quando
escriturados no respectivo trimestrecalendário,
conforme previsão
normativa.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-00.923
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos
do voto do relator.
Nome do relator: MAURICIO TAVEIRA E SILVA
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HABILITAÇÃO NO TRIMESTRE DE ESCRITURAÇÃO. Os créditos de IPI remanescentes da compensação da escrita fiscal são suscetíveis de ressarcimento relativo às entradas de insumos quando escriturados no respectivo trimestrecalendário, conforme previsão normativa. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) MAURICIO TAVEIRA E SILVA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábio Luiz Nogueira e Maria Teresa Martínez López. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/07/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10920.002085/200636 Acórdão n.º 330100.923 S3C3T1 Fl. 3.42 2 Relatório MÓVEIS RUDNICK S/A, devidamente qualificada nos autos, recorre a este Colegiado, através do recurso de fls. 119/124, contra o acórdão nº 1427.088, de 16/12/2009, prolatado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto – SP, fls. 114/117, que considerou improcedente a manifestação de inconformidade relativa à solicitação de ressarcimento do crédito presumido de IPI, com fulcro no art. 11 da Lei nº 9.779/99, referente ao 1º trimestre de 2005, e homologação das compensações declaradas até o limite do crédito reconhecido, conforme relatado pela instância a quo, nos seguintes termos (fl. 115): A interessada transmitiu, em 16/08/2006, a PER/DCOMP principal (fls. 01/04), tendo sido informado como créditos passíveis de ressarcimento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) o montante de R$ 225.098,21, respeitante ao 1° trimestrecalendário de 2005. Os débitos compensados somam o mesmo montante nas declarações de compensação de fls. 01/16. O processo em exame tem protocolo de 07/08/2006. Conforme informações nos autos, tratase de excedente de crédito de IPI no trimestre previsto na Lei n° 9.779, de 19 de janeiro de 1999, e na Instrução Normativa SRF n° 33, de 4 de março de 1999, referente a insumos empregados na industrialização. À luz do demonstrativo de fl. 53, o valor correto de excedente de crédito para o trimestre seria de R$ 202.206,24, e não de R$ 225.098,21, sendo cabível, daí, a glosa de R$ 22.891,97. Segundo o Despacho Decisório de fls. 56/58, de 03/11/2008, exarado no âmbito da Delegacia da Receita Federal em Joinville, SC, são passíveis de ressarcimento apenas os créditos relativos a entradas de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem para industrialização, escriturados no trimestrecalendário concernente ao pedido, nos termos da Instrução Normativa SRF n° 600, de 28 de dezembro de 2005, art. 16, II, § 4°. Insatisfeita com a decisão administrativa de cujo teor teve ciência em 09/12/2008, conforme aviso de recebimento nos autos (fl. 69), a interessada ofereceu, em 08/01/2009, a manifestação de inconformidade de fls. 70/73 subscrita pelos administradores procuradores da pessoa jurídica, conforme documentação de fls. 89/112, em que aduz, em síntese, que, concorda com a homologação resultante do reconhecimento do direito creditório no valor de R$ 202.206,24 mas discorda do estorno de créditos no valor de R$ 22.891,97, parcela relativa ao 3° trimestre de 2005 (sic), porque não teria sido observado o disposto na IN SRF n° 600/05; a conduta da requerente não representou prejuízo ao erário público e as circunstâncias de fato devem ser reapreciadas em face dos elementos juntados aos autos e das informações pertinentes ao pedido formulado, sendo que o total dos créditos realmente existe; por fim, requer o acolhimento da manifestação de inconformidade e a reforma do despacho Fl. 2DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/07/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10920.002085/200636 Acórdão n.º 330100.923 S3C3T1 Fl. 4.42 3 decisório para que seja reconhecida a compensação do crédito tributário no montante de R$ 22.891,97, assim como protesta pelo direito de provar o alegados por todos os meios em direito admitidos. A DRJ considerou improcedente a manifestação de inconformidade, cujo acórdão restou assim ementado: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 CRÉDITOS. RESSARCIMENTO. HABILITAÇÃO NO TRIMESTRE DE ESCRITURAÇÃO. Os créditos do imposto remanescentes da compensação da escrita fiscal não são suscetíveis de ressarcimento em trimestres posteriores, por expressa vedação normativa aplicável às ocorrências fáticas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Tempestivamente, a contribuinte protocolizou recurso voluntário de fls. 119/124, alegando que o direito aos créditos tributários objeto dos pedidos administrativos são legítimos, legais e constitucionalmente assegurados à recorrente. Assim, consoante a teoria da moralidade administrativa, seu direito deve ser reconhecido, independentemente de eventual divergência em relação ao trimestre a que se refere o pedido. Por fim, requer “seja reformada a decisão recorrida, homologandose em favor da Recorrente o respectivo valor do crédito tributário.” É o Relatório. Voto Conselheiro MAURICIO TAVEIRA E SILVA, Relator O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual, dele se conhece. Conforme relatado anteriormente, a contribuinte pleiteou o ressarcimento/compensação no valor de R$225.098,21, com fulcro no art. 11 da Lei nº 9.779/99, referente ao 1º trimestre de 2005, tendo sido glosada a quantia de R$22.891,97, vez que não se refere ao ingresso de insumos escriturados no trimestre objeto do pedido, contrariando a IN SRF nº 600/05, art. 16, § 4º, II. O precitado art. 11, da Lei nº 9.779/99, assim dispõe: Fl. 3DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/07/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10920.002085/200636 Acórdão n.º 330100.923 S3C3T1 Fl. 5.42 4 Art.11.O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.(grifei) Nesse passo, à época da apresentação da Per/Dcomp encontravase vigente a IN SRF nº 600/05, a qual tratava da matéria em seu art. 16, § 4º, inciso II, nos seguintes termos: Art. 16. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. [...] § 4º Somente são passíveis de ressarcimento: [...] II – os créditos relativos a entradas de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem para industrialização, escriturados no trimestrecalendário; e [...] Portanto, somente são passíveis de ressarcimento os créditos relativos a entradas de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem para industrialização, escriturados no trimestrecalendário, ou seja, 1º trimestre de 2005. De se ressaltar que os procedimentos de restituição, ressarcimento e compensação são intensamente regrados de modo a evitar a saída indevida de valores dos cofres públicos, bem assim, a extinção do crédito tributário pela compensação irregular. Nessa toada cabe ao administrado a observância das regras impostas, e não à administração fazendária se sujeitar a análises casuísticas em contradição com o regramento. Sendo essas as considerações que reputo suficientes e necessárias à resolução da lide, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida. MAURICIO TAVEIRA E SILVA Fl. 4DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/07/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10920.002085/200636 Acórdão n.º 330100.923 S3C3T1 Fl. 6.42 5 Fl. 5DF CARF MF Emitido em 15/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA Assinado digitalmente em 08/06/2011 por MAURICIO TAVEIRA E SILVA, 08/07/2011 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
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