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Numero do processo: 10384.004546/2009-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 13/10/2009
LEI TRIBUTÁRIA. ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE. IRRETROATIVIDADE.
Com a revogação do artigo 41 da Lei 8.212/1991, operada pela Medida Provisória n° 449/2008, posteriormente convertida na Lei 11.941/2009, os entes públicos passaram a responder pelas infrações oriundas do descumprimento de obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária. Tratando-se de regra impositiva de responsabilidade pelo descumprimento de obrigação acessória e conseqüente penalidade pelo seu descumprimento, não é possível a sua aplicação retroativa.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.241
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Julio Cesar Vieira Gomes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 13/10/2009 LEI TRIBUTÁRIA. ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE. IRRETROATIVIDADE. Com a revogação do artigo 41 da Lei 8.212/1991, operada pela Medida Provisória n° 449/2008, posteriormente convertida na Lei 11.941/2009, os entes públicos passaram a responder pelas infrações oriundas do descumprimento de obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária. Tratando-se de regra impositiva de responsabilidade pelo descumprimento de obrigação acessória e conseqüente penalidade pelo seu descumprimento, não é possível a sua aplicação retroativa. Recurso Voluntário Provido.
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ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE. IRRETROATIVIDADE. Com a revogação do artigo 41 da Lei 8.212/1991, operada pela Medida Provisória n° 449/2008, posteriormente convertida na Lei 11.941/2009, os entes públicos passaram a responder pelas infrações oriundas do descumprimento de obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária. Tratandose de regra impositiva de responsabilidade pelo descumprimento de obrigação acessória e conseqüente penalidade pelo seu descumprimento, não é possível a sua aplicação retroativa. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 45 46 /2 00 9- 72 Fl. 88DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 11/09/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente a autuação fiscal realizada em 13/10/2009 por omissão de fatos geradores em folhas de pagamento. A recorrente não teria declarado os valores pagos a contribuintes individuais. Seguem transcrições de trechos da decisão recorrida: MULTA POR INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Deixar a empresa de preparar folha(s) de pagamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e das pagas ou devidas aos contribuintes individuais, a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil. RELATÓRIOS PRODUZIDOS PELA FISCALIZAÇÃO. ENTREGA AO SUJEITO PASSIVO EM ARQUIVOS DIGITAIS. Os relatórios e os documentos emitidos em procedimento fiscal podem ser entregues ao sujeito passivo em arquivos digitais; autenticados pelo auditorfiscal da RFB. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA; Estando o auto de infração devidamente instruído com os documentos e demonstrativos que embasaram os valores lançados, não há que se falar em cerceamento de defesa. Tendo o contribuinte tomado ciência regularmente do lançamento, do qual recebeu cópia integral, descabe a alegação de cerceamento de defesa por falta de recebimento de cópias dos documentos que instruem o processo, se este estava à sua disposição para vista ou obtenção de cópia. ... Tratase de auto de infração (AI DEBCAD n° 37.248.9621) emitido em desfavor da empresa supra citada, por infringência ao art 32, inciso I, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 225, inciso I e §9°, do RPS Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. O Relatório Fiscal da Infração (07) informa que a autuada remunerou os segurados contribuintes individuais (trabalhadores autônomos) a seu serviço (conforme cópias por amostragem) e deixou de preparar folha de pagamento com os padrões e normas estabelecidos. Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde reitera as alegações trazidas na impugnação: O arquivo eletrônico encaminhado juntamente com as notificações, à evidência, não é cópia anexada ao processo. Ainda que o INSS queira informatizar os procedimentos administrativos, não poderá fazêlo em prejuízo do direito Fl. 89DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 11/09/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10384.004546/200972 Acórdão n.º 2402004.241 S2C4T2 Fl. 89 3 constitucional, que assiste ao contribuinte, à ampla defesa e contraditório. Após a análise do CD, constatouse que o mesmo contém vícios e omissões insanáveis. A título exemplificativo, citase o caso do auto de infração 37.243.8660, cujo relatório fiscal alude às fls. 165/185, 186, 187, 195/208, 209/215, 216/218, 219/229, sendo que, o arquivo gravado no CD, alusivo ao mencionado auto, é ali apresentado com apenas 107 páginas em seu "anexo II", com 21 páginas em seu anexo, com 1 página em seu anexo III e com 1 página em seu anexo IV. Os demais anexos, perfazendo um total de 12, simplesmente não estão numerados; Na procuradoria Geral do Estado, os processos são distribuídos de maneira individualizada a Procuradores distintos, que assim formulam suas respectivas defesas de maneira isolada, individual, conquanto devam seguir diretrizes de defesa que traduzem a orientação dos órgãos administrativos da Instituição. Cada Procurador deverá contar com os elementos necessários à elaboração da defesa que lhe foi delegada, dentre os quais deverão estar as informações consignadas em um CD único entre à PGE quando da notificação dos autos de infração. O INSS, na medida que oferece apenas um CD, no qual estão todas as informações referentes aos 12 autos de infração, força o Estado à extração de cópias para cada Procurador, sem as quais a defesa seria uma aventura no vazio, totalmente despossuída de qualquer concretude; Impende considerar que a formalização do ato de notificação fezse mediante a aposição da assinatura do Procurador Geral do Estado em somente um dos autos de infração (AI 37.243.866 7) e, também, no recibo de entrega do arquivo eletrônico. Em que pese à menção, no relatório fiscal do aludido auto de infração, aos demais com ele foram lavrados, não consta de nenhum dos outros o recibo do Procurador Geral. Conforme se sabe, todos os processos individualmente, devem merecer específica notificação que deflagre, para cada qual, a abertura de prazo para elaboração de defesa. Sabese que uma só citação por meio de um só mandado, pretendase formalizar a angulação processual própria a todos os demais processos. Isso a evidencia, é também uma agressão incoercível aos princípios do contraditório e da ampla defesa. E ainda que o lançamento seria nulo por não ter sido observado o prazo de 360 dias para a decisão administrativa. O recorrente faz referência a jurisprudência do STJ determinando o cumprimento do aludido prazo: Na esteira desta diretriz constitucional e a fim de efetivar a segurança jurídica nas relações entre Fisco e contribuinte, o legislador editou a lei 11.457/2007, a qual em seu art. 24 fixa prazo para o julgamento de recursos e defesas dos contribuintes perante a Receita Federal em seus diversos órgãos: Fl. 90DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 11/09/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 "Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte." É o Relatório. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 11/09/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10384.004546/200972 Acórdão n.º 2402004.241 S2C4T2 Fl. 90 5 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Preliminares Responsabilidade do ente público por infrações A recorrente é entidade de direito público. No caso, até a vigência da Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, a responsabilidade por infrações era atribída ao dirigente, conforme dispunha o art. 41 da Lei nº 8.212/1991, revogado pela citada Medida Provisória, in verbis: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição Como se vê até a edição da Medida Provisória nº 449/2008, de 03/12/2008, publicada no D.O.U. em 04/12/2008, não havia previsão para aplicação de multa ao órgão público, sendo que esta obrigação cabia ao dirigente por disposição legal. A infração objeto da autuação é por descumprimento de obrigação acessória: deixar de descontar contribuições dos segurados. Para verificação do momento que se considera incorrida a infração, o Código Tributário Nacional define que a infração ocorre quando reunidas todas as circunstanciais materiais: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. ... § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. ... ... Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: Fl. 92DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 11/09/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 I tratandose de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II tratandose de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Assim, temos que a infração no presente caso fica configurada pelo pagamento da remuneração sem o desconto e, posteriormente, na data de vencimento da obrigação principal. Como a MP nº 449/2008 entrou em vigor em dezembro de 2008 e prevalece como regra a irretroatividade da legislação tributária, que somente nos casos elencados no CTN pode ser excepcionada, em especial no artigo 106, a infração já havia ocorrido, o que impede a imputação da responsabilidade ao ente público, já que, como informado, vigia o artigo 41, cuja regra era a responsabilidade do dirigente do órgão. Acolho a preliminar de nulidade do lançamento por ilegitimidade passiva do órgão público recorrente. Voto pelo provimento ao recurso voluntário. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 93DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 11/09/ 2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 11080.918988/2012-81
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2011
MULTA DE MORA. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA NÃO CONHECIDA. SÚMULA CARF Nº 02.
De acordo com a Súmula CARF nº 02, o Conselho não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses previstas no art. 62 do Regimento Interno.
PRELIMINAR. NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
Não é nulo o despacho decisório que, embora conciso, contém a exposição das razões de fato e de direito que fundamentaram a não-homologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, porque o interessado foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação. Preliminar de nulidade afastada.
DILIGÊNCIA. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO.
No processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferi-las, quando prescindíveis ou impraticáveis.
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Na falta de provas, deve ser mantida a não-homologação da compensação.
MULTA DE MORA. LEGALIDADE. ART. 61 DA LEI Nº 9.430/1996.
A incidência de multa de mora encontra-se expressamente prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Alegação de ilegalidade afastada.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3802-002.447
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2011 MULTA DE MORA. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA NÃO CONHECIDA. SÚMULA CARF Nº 02. De acordo com a Súmula CARF nº 02, o Conselho não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses previstas no art. 62 do Regimento Interno. PRELIMINAR. NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não é nulo o despacho decisório que, embora conciso, contém a exposição das razões de fato e de direito que fundamentaram a não-homologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, porque o interessado foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação. Preliminar de nulidade afastada. DILIGÊNCIA. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. No processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferi-las, quando prescindíveis ou impraticáveis. PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Na falta de provas, deve ser mantida a não-homologação da compensação. MULTA DE MORA. LEGALIDADE. ART. 61 DA LEI Nº 9.430/1996. A incidência de multa de mora encontra-se expressamente prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Alegação de ilegalidade afastada. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2011 MULTA DE MORA. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA NÃO CONHECIDA. SÚMULA CARF Nº 02. De acordo com a Súmula CARF nº 02, o Conselho não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses previstas no art. 62 do Regimento Interno. PRELIMINAR. NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não é nulo o despacho decisório que, embora conciso, contém a exposição das razões de fato e de direito que fundamentaram a nãohomologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, porque o interessado foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação. Preliminar de nulidade afastada. DILIGÊNCIA. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. No processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferilas, quando prescindíveis ou impraticáveis. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 89 88 /2 01 2- 81 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Na falta de provas, deve ser mantida a nãohomologação da compensação. MULTA DE MORA. LEGALIDADE. ART. 61 DA LEI Nº 9.430/1996. A incidência de multa de mora encontrase expressamente prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Alegação de ilegalidade afastada. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2011 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 104DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.918988/201281 Acórdão n.º 3802002.447 S3TE02 Fl. 103 3 O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. O Recorrente, nas razões recursais de fls. 61 e ss., alega preliminarmente a nulidade do despacho decisório, por ausência de fundamentação e violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. No mérito, sustenta que o ônus da prova do direito de crédito não seria do sujeito passivo. Ao contrário, caberia à decisão recorrida demonstrar a ausência de liquidez e de certeza do crédito, nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional. Aduz que deve ser possibilitado ao contribuinte, inclusive por meio de diligência, a juntada posterior de provas do direito de crédito. Por fim, sustenta a ilegalidade e a inconstitucionalidade da incidência de multa de mora sobre o débito confessado, por incompatibilidade com os princípios constitucionais do nãoconfisco, da razoabilidade e da proporcionalidade. Requer o provimento do recurso voluntário e a consequente reforma da decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn O Recorrente teve ciência da decisão no dia 13/09/2013 (fls. 59), interpondo recurso tempestivo em 07/10/2013 (fls. 61). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o mesmo pode ser conhecido, ressalvado no que se refere às alegações de inconstitucionalidade da multa de mora. Isso porque, consoante entendimento consolidado na Súmula CARF nº 2, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não tem competência para a declaração de inconstitucionalidade de atos normativos fora das hipóteses do art. 62 do Regimento Interno: Súmula Carf nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; Fl. 105DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 1993. Por outro lado, em que pese os argumentos apresentados pelo Recorrente, não há como se acolher a preliminar de nulidade. Isso porque, ainda que conciso, o despacho decisório encontrase suficientemente fundamentação, contendo a exposição das razões de fato e de direito da nãohomologação da compensação. Não há, ademais, qualquer violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. O interessado, afinal, foi devidamente intimado do despacho decisório e da decisão recorrida, apresentando manifestação de inconformidade e interpondo recurso voluntário, na forma prevista na legislação federal que disciplina o procedimento administrativo fiscal. No tocante à diligência, devese ter presente que, no processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos termos dos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências que entender necessárias ou indeferindoas, quando prescindíveis ou impraticáveis: “Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” “Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias.” No presente caso, por sua vez, é prescindível a realização da diligência, porquanto o feito pode ser decidido à luz das regras de distribuição do ônus da prova. Com efeito, o contribuinte, ao transmitir o PER/Dcomp, deixou de retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) do período correspondente, o que fez com que a mesma continuasse atrelada à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. Em casos dessa natureza, a Turma tem interpretado que o contribuinte, por força do princípio da verdade material, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado. Nesse sentido, cumpre destacar os seguintes julgados: “PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A INSCRIÇÃO DO DÉBITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado (art. 12, § 3o, da Instrução Normativa SRF nº. 583/2005, vigente à época da transmissão das DCTF’s retificadoras). A retificação, porém, não produz Fl. 106DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.918988/201281 Acórdão n.º 3802002.447 S3TE02 Fl. 104 5 efeitos quando o débito já foi enviado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.” (Carf. 3ª S. 2ª T.E.Acórdão nº 380201.078. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). “PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. [...] Recurso Voluntário Negado.” (Carf. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.290. Rel. Conselheiro José Fernandes do Nascimento. S. 25/09/2012). “COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.” Fl. 107DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 (Carf. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 3802001.593. Rel. Conselheiro Francisco José Barroso Rios. S. 27/02/2013). “PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, “C”, DO DECRETO Nº 70.235/1972. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. Havendo prova do crédito, a compensação deve ser homologada, a despeito da retificação a posteriori da Dctf. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido.” (Carf. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.005. Rel. Solon Sehn. S. 22/05/2012). “PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova contábil da existência do crédito compensado. A simples retificação após o despacho decisório não autoriza a homologação da compensação do crédito tributário. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.” (Carf. S3TE02. Acórdão nº 380201.112. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). “COMPENSAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS. AUSÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DA DCTF. IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO PELO CONTRIBUINTE APÓS DECORRIDOS CINCO ANOS DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO. EXCEPCIONALIDADE DE ACEITAÇÃO PELO CARF. A retificação de DCTF constitui requisito formal do contribuinte, ao efetuar pedido de compensação com base em créditos decorrentes de retificação de documentos de cunho declaratório (DACON, DIPJ, dentre outros). Assim, a ausência de apresentação da DCTF retificadora é causa para negação do crédito pleiteado. Todavia, excepcionalmente se permite a Fl. 108DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11080.918988/201281 Acórdão n.º 3802002.447 S3TE02 Fl. 105 7 compensação caso o contribuinte demonstre que a retificação só foi apontada como não efetuada após o decurso dos cinco anos contados da extinção do crédito, sendo certo que a negativa importaria em situação excepcional de restrição formal à verdade material, contrassenso à própria finalidade do processo administrativo tributário. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.” (Carf. S3TE02. Acórdão nº 3802001.642. Rel. Conselheiro Bruno Macedo Curi. S. 28/02/2013) No presente caso, o contribuinte não apresentou qualquer prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Portanto, nada justifica a reforma da decisão recorrida, porque, ao contrário do sustentado pelo Recorrente, cabe ao sujeito passivo o ônus da prova nos pedidos de compensação. Por fim, melhor sorte não socorre ao Recorrente na pretensão de afastamento da multa de mora. Esta foi exigida validamente, na forma do art. 61 da Lei nº 9.430/1996, o que torna manifestamente improcedente a alegação de ilegalidade. Votase, assim, pelo conhecimento parcial e desprovimento do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 109DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 13609.720479/2010-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
SALDO NEGATIVO. COMPENSAÇÃO.
ANTECIPAÇÕES UTILIZADAS EM LANÇAMENTO FORMALIZADO DEPOIS DA COMPENSAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. DECISÃO DEFINITIVA QUE DECLARA IMPROCEDENTE O LANÇAMENTO. EFEITOS EX TUNC. Se o ato de não-homologação é motivado, apenas, pela utilização das antecipações em lançamento formalizado depois da compensação declarada pela contribuinte, a improcedência do lançamento no âmbito administrativo impõe o reconhecimento do direito creditório ao sujeito passivo, mormente se no momento do julgamento administrativo já foi ultrapassado o prazo legal para homologação das compensações.
Numero da decisão: 1101-001.181
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra.
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 SALDO NEGATIVO. COMPENSAÇÃO. ANTECIPAÇÕES UTILIZADAS EM LANÇAMENTO FORMALIZADO DEPOIS DA COMPENSAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. DECISÃO DEFINITIVA QUE DECLARA IMPROCEDENTE O LANÇAMENTO. EFEITOS EX TUNC. Se o ato de não-homologação é motivado, apenas, pela utilização das antecipações em lançamento formalizado depois da compensação declarada pela contribuinte, a improcedência do lançamento no âmbito administrativo impõe o reconhecimento do direito creditório ao sujeito passivo, mormente se no momento do julgamento administrativo já foi ultrapassado o prazo legal para homologação das compensações.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra.
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COMPENSAÇÃO. ANTECIPAÇÕES UTILIZADAS EM LANÇAMENTO FORMALIZADO DEPOIS DA COMPENSAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. DECISÃO DEFINITIVA QUE DECLARA IMPROCEDENTE O LANÇAMENTO. EFEITOS EX TUNC. Se o ato de nãohomologação é motivado, apenas, pela utilização das antecipações em lançamento formalizado depois da compensação declarada pela contribuinte, a improcedência do lançamento no âmbito administrativo impõe o reconhecimento do direito creditório ao sujeito passivo, mormente se no momento do julgamento administrativo já foi ultrapassado o prazo legal para homologação das compensações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 72 04 79 /2 01 0- 87 Fl. 521DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra. Fl. 522DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 4 3 Relatório EMPRESA DE CIMENTOS LIZ S/A, já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belo Horizonte/MG que, por unanimidade de votos, julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE a manifestação de inconformidade interposta contra despacho decisório que não homologou compensação declarada com saldo negativo de IRPJ apurado no anocalendário 2005. Consta da decisão recorrida o seguinte relato: A interessada apurou no anocalendário de 2005 saldo negativo de IRPJ no montante de R$ 1.915.782,89, demonstrado na Declaração de Compensação (DCOMP) nº 28410.21757.140706.1.3.027132 (fls. 3/12). Segundo os sistemas informatizados da RFB (fls. 257), o crédito foi utilizado pela interessada na supracitada DCOMP e ainda nas DCOMP nos 21622.51615.150806.1.3.025381 e 22374.52763.140906.1.3.020744, com cópias às 14/26. À fls. 28, consta Representação Fiscal informando o encerramento de ação fiscal realizada na interessada, da qual resultou a lavratura de autos de infração para exigência de IRPJ e de CSLL referentes ao anocalendário de 2005, consubstanciados no processo administrativo nº 13603.000758/200725. Conforme fls. 39/52, em 13/12/2007 os lançamentos foram julgados procedentes por esta DRJ. Após análise dos mencionados documentos, a DRF/Sete Lagoas exarou Despacho Decisório, a fls. 53/54, concluindo pela inexistência do crédito pretendido, em razão de ter sido apurado em ação fiscal imposto de renda a pagar, ao invés de saldo negativo de IRPJ. Ponderouse que, embora a decisão da DRJ não fosse definitiva, o crédito alegado não estaria revestido dos requisitos de liquidez e certeza, e que, caso o crédito fosse restabelecido, haveria a possibilidade de sua utilização na extinção de outros débitos ou mesmo serlhe restituído. Ciente da decisão em 06/06/2011 (fls. 65), a contribuinte apresentou, em 04/07/2011 (fls. 121/122), manifestação de inconformidade às fls. 66/69. Alega, essencialmente, que a autuação fiscal ainda estaria em fase de julgamento, sob efeito da suspensão da exigibilidade, pelo que considera líquido e certo seu direito creditório. Afirma ainda que a DIPJ retificadora do período de apuração de 01/01/2005 a 15/12/2011 (sic), enviada em 05/11/2009, evidencia a apuração de prejuízo fiscal e confirma a existência do saldo negativo do imposto de renda. Em 05/03/2013, a interessada fez juntar ao processo os doc. de fls. 225/253, segundo os quais o recurso voluntário interposto no processo administrativo nº 13603.000758/200725 havia sido provido e o crédito tributário exonerado. A Turma Julgadora, confirmando o cancelamento integral da exigência formalizada nos autos do processo administrativo nº 13603.000758/200725, e observando que o saldo negativo utilizado referiase à apuração de 01/01/2005 a 15/12/2005, identificou retenções de imposto de renda na fonte no montante de R$ 1.194.956,99, aferiu a compatibilidade dos rendimentos correspondentes com aqueles declarados pela contribuinte, confirmou estimativas no valor total de R$ 504.209,95, e reconheceu à contribuinte direito creditório de R$ 1.699.126,91. Fl. 523DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 5 4 Cientificada da decisão de primeira instância em 03/08/2013 (fl. 491), a contribuinte interpôs recurso voluntário, tempestivamente, em 19/08/2013 (fls. 492/517), no qual afirma seu direito ao reconhecimento integral do direito creditório utilizado, na medida em que os informes de rendimento juntados à sua defesa são prova suficiente das retenções de imposto sofridas no período, na esteira de jurisprudência que cita. Totaliza em R$ 1.455.200,44 as retenções sofridas de 01/01/2005 a 15/12/2005, e somandoas às estimativas do período pede que seja reconhecido o direito a compensação pelo valor integral pleiteado na DCOMP, ou então a conversão do julgamento em diligência para confirmação destas ocorrências. Fl. 524DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 6 5 Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Do ato de nãohomologação das compensações extraise o que segue: A representação fiscal de fl. 26 teve origem em procedimento fiscal que redundou em lançamento decorrente de glosa de exclusão não autorizada pela legislação tributária, de valor do lucro líquido, para fins de apuração do lucro real relativo ao anocalendário de 2005. No referido procedimento foi constatado que, ao invés de prejuízo, a contribuinte auferiu lucro relativamente a este período de apuração e, por este motivo, foi lavrado o auto de infração constante do processo 13609.000758/200725, que é objeto de discussão administrativa. Segundo detalhamento do procedimento relatado na referida representação, ao apurar o IRPJ devido no período auditado, o fisco respeitou o determinado no art. 837 do RIR, de 1999, deduzindo do imposto apurado o IRF retido pelas fontes pagadoras (antecipação do devido na apuração anual), o que resultou no Auto de Infração cujo demonstrativo de apuração foi anexado à fl. 27. No demonstrativo do período auditado, o anocalendário de 2005, cujo pretenso "saldo negativo de IRPJ" foi utilizado pela contribuinte na extinção dos débitos pela compensação informada nas DCOMP's anexadas ao presente processo, podese verificar que as retenções e as estimativas recolhidas no valor total de R$ 1.915.782,89 foram utilizadas para reduzir o IRPJ a ser lançado. Efetuado este procedimento, ainda restou IRPJ a pagar. Conseqüentemente, o "Saldo Negativo de IRPJ" utilizado pela contribuinte nas DCOMP's passou a inexistente. O lançamento constante do processo 13609.000758/200725 foi impugnado pela contribuinte e já foi apreciado pela DRJ/BHE aos 13/12/2007, resultando na prolação do Acórdão n° 0216.560, às fls. 37 a 43, do qual transcrevo: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDAM os membros da 4a Turma da DRJ em Belo Horizonte, por unanimidade de votos, INDEFERIR o pedido de pericia e JULGAR PROCEDENTES os lançamentos consubstanciados nos Autos de Infração de fls. 139/143 e 144/148, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Portanto, no âmbito da DRJ o lançamento promovido pelo fisco foi mantido, todo o IRF antecipado pelo contribuinte durante o anocalendário de 2005 consumido na apuração do IRPJ a pagar e mantida a inexistência do "Saldo Negativo de IRPJ" relativa ao período. O processo de lançamento se encontra atualmente no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. (negrejouse) Observase, do exposto, que a autoridade lançadora não questionou as antecipações informadas pela contribuinte em sua DIPJ, e as admitiu integralmente para reduzir o crédito tributário lançado nos autos do processo administrativo nº 13609.000758/200725. Por sua vez, o ato de não homologação das compensações vinculadas ao saldo negativo de IRPJ originalmente informado pela contribuinte traz como motivação única o procedimento fiscal antes referido, expressando ao seu final que: Fl. 525DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 7 6 Considerando a constatação da inexistência do pretenso "saldo negativo de IRPJ" em procedimento de auditoria, mesmo que tal questão ainda se encontre em discussão administrativa, impõese a invalidação das compensações declaradas pela contribuinte através deste processo, nos termos da legislação vigente. Tal invalidação não prejudica o direito da contribuinte, pois, ainda que em instância superior o crédito apurado pela mesma seja restabelecido, sempre há a hipótese da sua utilização na extinção de outros débitos ou mesmo serlhe restituído em espécie (inciso II do art. 168 do CTN), enquanto os débitos apurados pela contribuinte e constituídos pela DCOMP são inquestionáveis. Enfim, considerando que o crédito utilizado pela contribuinte na extinção de débito através das DCOMP's anexadas ao processo é inexistente, as compensações declaradas mediante a utilização deste crédito não podem ser homologadas. O exame dos autos digitais do processo administrativo nº 13609.000758/200725, disponíveis no Eprocesso, também permite constatar que a autoridade lançadora não promoveu qualquer conferência acerca das retenções de imposto de renda na fonte informadas pela contribuinte em DIPJ. Todavia, como a autoridade fiscal que produziu o ato de nãohomologação não acrescentou qualquer questionamento àquela dedução admitida no lançamento fiscal, uma vez declarado improcedente o lançamento por decisão administrativa definitiva, não subsiste outro motivo para a nãohomologação das compensações. E esta improcedência, constatase, é definitiva no âmbito administrativo vez que, cientificada do Acórdão nº 130200.786, a Procuradoria da Fazenda Nacional declarou que não haveria interposição de recurso especial (fl. 459 do processo administrativo nº 13609.000758/200725). Frisese que as compensações foram declaradas de 14/07/2006 a 14/09/2006, tendo em conta saldo negativo de IRPJ apurado no anocalendário 2005 e informado na DIPJ correspondente, e o lançamento que desconstitui esta operação somente se verificou em 26/09/2007, ou seja, depois de a contribuinte já ter compensado o direito creditório que veio a ser revertido em saldo a pagar. Em tais condições, a insubsistência do lançamento tributário tem efeitos ex tunc, restabelecendo a validade das compensações declaradas, diversamente dos casos nos quais o lançamento é formalizado antes da utilização do direito creditório, tornando o indisponível para pedido de restituição ou declaração de compensação enquanto houver litígio administrativo acerca da apuração do tributo no período correspondente, como já decidido por este Colegiado nos termos do Acórdão nº 1101001.124, assim ementado: RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. INDÉBITO PLEITEADO DEPOIS DA FORMALIZAÇÃO DO LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIA. A alegação de antecipações em valor superior ao IRPJ originalmente apurado pelo sujeito passivo é insuficiente para a formação de indébito passível de restituição ou compensação se, antes de qualquer manifestação do sujeito passivo em favor daquele crédito, a autoridade fiscal formaliza lançamento e constitui crédito tributário, inclusive destinando aquelas antecipações para redução do saldo a pagar. SOBRESTAMENTO. INADMISSIBILIDADE. Inócua a suspensão do processo se eventual decisão favorável ao sujeito passivo no litígio inicialmente formado somente constituiria indébito no momento em que se tornasse definitiva e extinguisse o crédito tributário lançado A autoridade julgadora de 1a instância, porém, embora constatando que o crédito tributário formalizado nº 13609.000758/200725 fora declarado improcedente, discordou das retenções de imposto de renda informadas pela contribuinte em DIPJ, porque não confirmadas integralmente em DIRF, como exposto no quadro a seguir transcrito: Fl. 526DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 8 7 CNPJ Cód.Receita IRRF declarado IRRF confirmado 00.000.000/504076 3426 48.533,69 35.371,15 01.701.201/000189 3426 84.165,28 84.165,28 03.737.190/000112 3426 15.700,76 0,00 33.066.408/000115 3426 211.771,31 197.810,02 60.701.190/000104 3426 173.124,77 0,00 60.746.948/000112 3426 456.194,62 456.194,62 61.472.676/000172 3426 421.415,92 421.415,92 Total 1.194.956,99 Por esta razão, a contribuinte juntou, em seu recurso voluntário, os documentos de fls. 504/514, correspondentes aos informes de rendimento que lhe teriam sido enviados pelas fontes pagadoras, nos quais observase que a primeira divergência indicada na tabela acima resulta da desconsideração das retenções sofridas pela filial nº 0003, e que a não confirmação da retenção promovida pelo Banco Itaú S/A decorre da indicação incorreta do CNPJ (60.701.190/000104, ao invés de 17.298.092/000150, pertencente ao Banco Itaú BBA S/A), o mesmo se verificando em relação às retenções promovidas pela Caixa Econômica Federal (CNPJ informado 03.737.180/000113, ao invés de 00.360.305/000104). Somese a estas ocorrências o fato de os Bancos ABN Amro S/A (CNPJ nº 33.066.408/000115) e Bradesco S/A (CNPJ 60.746.948/000112) terem informado em DIRF retenções inferiores àquelas consignadas nos informes de rendimento juntados à defesa. Considerando que à época da decisão de 1a instância (16/05/2013) já havia transcorrido o prazo previsto no §5o do art. 74 da Lei nº 9.430/96, na redação dada pela Lei nº 10.833/2003, não há como admitir o acréscimo de razões para manutenção, ao menos parcial, do ato de nãohomologação das compensações. Desnecessário, portanto, confirmar a autenticidade dos informes de rendimento juntados por meio digital à defesa. Na medida em que a única motivação para o ato de nãohomologação foi desconstituída com a declaração de improcedência do crédito tributário formalizado nº 13609.000758/200725, o direito creditório informado pela contribuinte nas DCOMP aqui analisadas é restabelecido, devendo ser imputado aos débitos compensados. Por tais razões, o presente voto é no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para reconhecer à contribuinte o direito creditório de R$ 1.915.782,89 utilizado nas compensações aqui nãohomologadas. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Relatora Fl. 527DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13609.720479/201087 Acórdão n.º 1101001.181 S1C1T1 Fl. 9 8 Fl. 528DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 07/09/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 11634.720612/2011-43
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/09/2006 a 31/12/2010
ONUS PROBANDI DO CONTRIBUINTE QUANDO ALEGA EQUÍVOCO NO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOBRE FOLHA DE SALÁRIO. RUBRICAS DE NATUREZA DESCONHECIDA E NÃO COMPROVADA. APLICAÇÃO DA MULTA DE 75% PARA LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
O lançamento tributário, segundo o art. 142, do Código Tributário Nacional, é um procedimento administrativo, portanto um conjunto de atos, que tem como atributo a presunção de legitimidade, veracidade e validade, indicando que eles surgiram em conformidade com as normas vigentes. Na hipótese em questão, a presunção é iuris tantum, devendo o contribuinte fazer prova em contrário, se entender indevido o lançamento.
Aplicase aos processos de lançamento fiscal dos fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP nº 449 e declarados em GFIP o artigo 106, inciso I, alínea c do CTN para que as multas de mora sejam adequadas às regras do artigo 61, da Lei nº 9.430/96. No caso da falta de declaração, a multa aplicável é a prevista no artigo 35 da Lei nº 8.212, de 24/07/91, limitada a 75%, nos percentuais vigentes à época de ocorrência dos fatos geradores.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2803-003.491
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Natanael Vieira dos Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Oséas Coimbra Júnior, Natanael Vieira dos Santos, Gustavo Vettorato e Caio Eduardo Zerbeto Rocha.
Nome do relator: NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS
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EPP Recorrida FAZENDANACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/2006 a 31/12/2010 ONUS PROBANDI DO CONTRIBUINTE QUANDO ALEGA EQUÍVOCO NO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOBRE FOLHA DE SALÁRIO. RUBRICAS DE NATUREZA DESCONHECIDA E NÃO COMPROVADA. APLICAÇÃO DA MULTA DE 75% PARA LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O lançamento tributário, segundo o art. 142, do Código Tributário Nacional, é um procedimento administrativo, portanto um conjunto de atos, que tem como atributo a presunção de legitimidade, veracidade e validade, indicando que eles surgiram em conformidade com as normas vigentes. Na hipótese em questão, a presunção é iuris tantum, devendo o contribuinte fazer prova em contrário, se entender indevido o lançamento. Aplicase aos processos de lançamento fiscal dos fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP nº 449 e declarados em GFIP o artigo 106, inciso I, alínea “c” do CTN para que as multas de mora sejam adequadas às regras do artigo 61, da Lei nº 9.430/96. No caso da falta de declaração, a multa aplicável é a prevista no artigo 35 da Lei nº 8.212, de 24/07/91, limitada a 75%, nos percentuais vigentes à época de ocorrência dos fatos geradores. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 63 4. 72 06 12 /2 01 1- 43 Fl. 260DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11634.720612/201143 Acórdão n.º 2803003.491 S2TE03 Fl. 255 2 (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Oséas Coimbra Júnior, Natanael Vieira dos Santos, Gustavo Vettorato e Caio Eduardo Zerbeto Rocha. Fl. 261DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11634.720612/201143 Acórdão n.º 2803003.491 S2TE03 Fl. 256 3 Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa MENDES & DOMINGUES LTDA, em face do acórdão que julgou improcedente a impugnação, com a manutenção integral do crédito tributário. 2. A autuação se refere ao auto de infração, correspondente ao lançamento tributário de contribuição previdenciária, quota patronal, pagamentos aos empregados, SAT\RAT e contribuições destinadas a terceiros dos períodos de apuração 01/2009 a 13/2010. 3. A contribuinte foi cientificada da constituição do credito tributário, e por não se conformar, apresentou impugnação de fls. 126/137. 4. O acórdão de primeira instância, que julgou improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte, restou lavrado com a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/2006 a 31/12/2010 ÔNUS DA PROVA DA INEXISTÊNCIA DO FATO JÁ PROVADO. Se o Auditor Fiscal descreve adequadamente os fatos e anexa documentos que comprovam os fatos que embasaram o lançamento, o ônus de provar que esses fatos não existiram é do impugnante. Uma vez que a folha de pagamento constitui documento de aferição direta do fato gerador das contribuições previdenciárias, se o contribuinte argumenta que as informações nela contidas estão equivocadas, cabe a ele a ônus de provar o alegado. BASE DE CÁLCULO. VERBA RECEBIDA EM FUNÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. Tendo o empregado recebido determinada verba em função do seu contrato de trabalho, resta ela incluída no conceito de salário de contribuição e é base de cálculos das contribuições previdenciárias, exceto se ela se enquadrar em algumas das exceções previstas no art. 28, §9º, da Lei nº 8.212/1991. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” 5. Intimada da decisão da instância a quo, em 08/10/2013, conforme faz prova aviso de recebimento da ECT de fls. 223, em 05/11/2013, a recorrente interpôs, tempestivamente, o recurso voluntário de fls. 225/236, alegando em síntese que: Fl. 262DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11634.720612/201143 Acórdão n.º 2803003.491 S2TE03 Fl. 257 4 a) em relação à natureza das verbas pagas sob a rubrica “ajuda de custo” (diárias de viagem), não houve a devida investigação da sua natureza, havendo desobediência ao principio da verdade material, uma vez que não foram realizadas as devidas diligências para apurar inteiramente os fatos, devendo ser pesquisado se são reembolsos de vale refeição, transporte, dentre outros, bem como se houve de fato o reembolso e a prestação de contas por parte do trabalhador; b) nenhuma das diárias de viagem ultrapassou o limite legal de 50% da remuneração de trabalhador, conforme dispõe o art. 457 da CLT; c) quanto à multa aplicável à época do lançamento tributário, afirma que não se podia ter aplicado a multa de 75%, já que não houve falta de declaração ou declaração inexata, devendo incidir, portanto a multa prevista no art. 61, §1º da lei nº 9.430\1996, limitada a 20%; d) além disso, quanto à falta de declaração, a autoridade administrativa afirma que não foi apresentada a GFIP da competência de 13/2009, o que não é verdade, pois a mesma foi entregue tempestivamente e a contribuição foi declarada. 6. Ao final, a contribuinte requer para que seja demonstrada a insubsistência e a improcedência da ação fiscal, e que seja acolhido o seu recurso para total reforma da decisão recorrida com a finalidade de se extinguir o crédito tributário. 7. Sem contrarrazões fiscais, os autos foram encaminhados à apreciação e julgamento por este Conselho. É o relatório. Fl. 263DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11634.720612/201143 Acórdão n.º 2803003.491 S2TE03 Fl. 258 5 Voto Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, Relator. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que foi tempestivamente apresentado, preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº. 70.235, de 6 de março de 1972 e passo a analisálo. DO ONUS PROBANDI 2. A recorrente em seu recurso informa que sua atividade empresarial é a distribuição de bebidas, “cujo raio de ação alcança o norte e noroeste do Paraná”, sendo imprescindível o trabalho dos vendedores externos, que repõem diariamente as mercadorias, e, para tanto, são reembolsados em suas despesas, sendo os valores lançados em folha de salário como “ajuda de custo”. 3. Apesar de toda a alegação da recorrente, que em tese geraria a não incidência da contribuição sobre os valores ditos como ajuda de custo, vislumbro que não constam dos autos qualquer documento que comprove a natureza das verbas. Outrossim, em análise as folhas juntadas aos autos, observo que os valores pagos eram fixos, e não é possível saber do que se tratam, uma vez que de forma alguma foi explicado como se dava o “reembolso”, muito menos foi especificada a sua origem. 4. Certamente, a recorrente deveria ter apresentado a origem das verbas, mencionando se era referente a reembolso de gasolina, alimentação, hospedagem, e como se procedia ao calculo. Contudo, limitouse a informar, de forma perfunctória, que se referia à “ajuda de custo”. 5. O lançamento tributário, segundo o art. 142, do Código Tributário Nacional CTN é um procedimento administrativo, portanto um conjunto de atos, que tem como atributo a presunção de legitimidade, veracidade e validade, indicando que eles surgiram em conformidade com as normas vigentes. Na hipótese em questão, a presunção é iuris tantum, devendo o contribuinte fazer prova em contrário, se entender indevido o lançamento. 6. A presunção de veracidade dos atos administrativos tem como elemento axiológico a proteção ao interesse público, como bem lecionou José dos Santos Carvalho Filho, que assim dispôs: “Vários são os fundamentos dados a essa característica. O fundamento precípuo, no entanto, reside na circunstância de que se cuida de atos emanados de agentes detentores de parcela do Poder Público, imbuídos, como é natural, do objetivo de alcançar o interesse público que lhes compete proteger. Desse modo, inconcebível seria admitir que não tivessem a aura da legitimidade, permitindose que a todo momento sofressem algum entrave oposto por pessoas de interesses contrários. Por Fl. 264DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11634.720612/201143 Acórdão n.º 2803003.491 S2TE03 Fl. 259 6 esse motivo é que se há de supor que presumivelmente estão em conformidade com a lei.” 7. No caso trazido a baila, o lançamento foi procedido com base na folha de salário apresentada, de forma objetiva, não tendo a contribuinte logrado êxito em provar o seu equívoco, o que, por si só, leva ao não provimento do pleito. 8. Assim, tendo em vista que o Fisco apresentou suas razões para proceder o lançamento e a recorrente não fez prova contrária, não há como prosperar o seu pleito recursal. 9. Este é o entendimento deste Conselho de Recursos Administrativos Fiscais, como pode ser vislumbrado em trecho do julgado abaixo colacionado. “Como se observa, o procedimento do arbitramento, uma vez constatados os requisitos exigidos pela legislação de regência, é legal e inverte o ônus da prova ao contribuinte. Tratase, pois, de presunção legal – júris, que desdobrase, ensinam os doutrinadores, em presunções "juris et de jure" e "juris tantum". As primeiras não admitem prova em contrário; são verdades indiscutíveis por força de lei.” (CARF Processo 14333.000281/200728, Acórdão 2401 002.732, 4ª Câmara, 1ª Turma Ordinária, Relator Rycado Henrique Magalhães de Oliveira, Seção de 17/10/2012). 10. Diante do exposto, é axiomática a impossibilidade da procedência do recurso, tendo em vista, reiterese, a falta de produção de provas. DA MULTA APLICADA 11. A recorrente alega que a aplicação da multa de 75% (setenta e cinco por cento) é equivocada, uma vez que, “não houve omissão de informações relacionadas a fatos geradores de contribuições previdenciárias” e requer a aplicação da multa de 20% (vinte por cento), do art. 61, §1º, da Lei nº 9.430/96. 12. Tendo em vista que a recorrente não logrou êxito em demonstrar a natureza da rubrica titulada como “ajuda de custo”, a falta dos valores na declaração gerou o lançamento de ofício, incidindo a penalidade de 75% a título de multa, conforme dispõe o art. 44, da Lei nº 9.430/96, que reza o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração inexata.” 13. Observese que a multa de 20%, da Lei nº 9.430/96, é aplicável aos caos em que o pagamento não é feio na data prevista, o que não é o caso dos autos, haja vista que os valores foram lançados de ofício pelo Fisco. 14. Segue nesta linha o entendimento do CARF, conforme ementa abaixo transcrita: Fl. 265DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11634.720612/201143 Acórdão n.º 2803003.491 S2TE03 Fl. 260 7 “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2005 a 31/08/2008 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a titulo de participação nos lucros e resultados da empresa quando descumprida regra para distribuição do benefício fixada no instrumento de ne gociação. MULTA DE MORA. Aplicase aos processos de lançamento fiscal dos fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449 e declarados em GFIP, o artigo106, incisoI, alínea "c" do CTN para que as multas de mora sejam adequadas às regras do artigo 61 da Lei nº 9.430/96. No caso da falta de declaração, a multa aplicável é a prevista no artigo 35 da Lei nº 8.212, de 24/07/91 limitada a 75%, nos percentuais vigentes à época de ocorrência dos fatos geradores.” (CARF, Processo 10580.728333/20092013, Acórdão 2402 004.082, 4ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, Relator Julio Cesar Vieira Gomes). 15. Diante do exposto, entendo que a multa foi aplicada corretamente. CONCLUSÃO 16. Por todo exposto, conheço do recurso voluntário, para, no mérito, negar lhe provimento. É como voto. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA
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Numero do processo: 10875.720603/2011-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
RECURSO VOLUNTÁRIO. APRESENTAÇÃO FORA DO PRAZO. INTEMPESTIVIDADE.
É facultado ao contribuinte apresentar Recurso Voluntário contra a decisão desfavorável da autoridade julgadora de 1ª instância administrativa no prazo de 30 (trinta) dias a contar da intimação desta decisão. Não se conhece do recurso apresentado depois deste prazo, por ser intempestivo.
Recurso Voluntário não Conhecido.
Numero da decisão: 2401-003.603
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Carolina Wanderley Landim - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim, Igor Araújo Soares, Kleber Ferreira de Araújo e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: CAROLINA WANDERLEY LANDIM
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APRESENTAÇÃO FORA DO PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. É facultado ao contribuinte apresentar Recurso Voluntário contra a decisão desfavorável da autoridade julgadora de 1ª instância administrativa no prazo de 30 (trinta) dias a contar da intimação desta decisão. Não se conhece do recurso apresentado depois deste prazo, por ser intempestivo. Recurso Voluntário não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Carolina Wanderley Landim Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim, Igor Araújo Soares, Kleber Ferreira de Araújo e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 72 06 03 /2 01 1- 57 Fl. 770DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Relatório Tratamse de Autos de Infração – DEBCAD’s nºs 37.307.3925, 37.307.393 3, 37.307.3941, 37.270.0519, 37.307.3801, 37.307.3917, 37.307.3968, 37.307.3976 e 37.307.3950, consubstancializados no PAF nº 10875.720603/201157, por meio dos quais estão sendo exigidas contribuições previdenciárias referentes ao período de Janeiro/2007 a Dezembro/2007, cuja ciência foi obtida pela ora Recorrente em 29.03.2011 (fls. 2; 13; 24; 36; 37; 38; 39; 40 e 41). Da análise do respectivo Relatório Fiscal elaborado pela autoridade competente (fls. 67/79), observase que o crédito exigido por meio do PAF 10875.720603/201157, tem por objeto a cobrança de valores oriundos dos seguintes fatos: 2. DO DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES 2.1. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS 2.1.1. Durante a ação fiscal, verificamos que foram pagas diversas rubricas aos segurados empregados, no ano de 2007, e que não foram consideradas salário de contribuição pela empresa, portanto sem a devida declaração na GFIPGuia do Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. Esses valores foram encontrados nas folhas de pagamento e na contabilidade da Autuada. Não foram recolhidas as contribuições previdenciárias devidas sobre as mesmas. (...) 2.1.2. Na análise da contabilidade da Empresa, no Livro Diário nº 10, verificamos que a conta de despesas 3.3.02.02.3251 – Serviços de Terceiros recebeu diversos lançamentos, que pelo histórico sugere que foram despesas com serviços realizados por pessoas jurídicas e pessoas físicas. (...)Foram solicitados para a Autuada, todos os documentos que serviram de fulcro para os lançamentos na conta acima. A fiscalização foi parcialmente atendida, uma vez que a Empresa não apresentou todos os comprovantes dos pagamentos efetuados. Assim, a diferença dentro do mês entre o saldo da conta 3.3.02.02.3251 – Serviços de Terceiros e as Notas Fiscais apresentadas foram consideradas remuneração de contribuinte individual. 2.1.3. A Empresa não recolheu a contribuição para o Salário Educação, nas competências 01/2007 a 13/2007, incidente sobre a folha de pagamento declarada nas GFIP’s. (...). 2.2. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 2.2.1. A Empresa apresentou as Gfip’s nas competências 01/2007 a 12/2007 com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias; 2.2.2. A Empresa apresentou as Gfip’s nas competências 01/2007 a 13/2007 com informações inexatas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias; 2.2.3. A Empresa deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições de segurados empregados e contribuintes individuais; 2.2.4. A Empresa deixou de preparar folhas de pagamento das remunerações pagas a todos os segurados a seu serviço; 2.2.5. A Empresa deixou de lançar em títulos próprios de sua contabilidade, os fatos geradores das contribuições previdenciárias, uma vez que lançou na mesma conta de Serviços de Terceiros, despesas de serviços prestados por pessoa física e jurídica, e 2.2.6. A Empresa deixou de exibir todos os documentos relacionados com as contribuições previdenciárias. Há, ainda no Relatório Fiscal, uma descrição completa dos fatos acima elencados, acompanhados de planilhas demonstrativas do quantum exigido. A partir do Fl. 771DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10875.720603/201157 Acórdão n.º 2401003.603 S2C4T1 Fl. 3 3 apurado durante a fiscalização, foram lavrados os seguintes autos de infração (descrição contida nas fls. 72/78): · DEBCAD 37.307.3925 – Obrigação principal – Código de Levantamento “FP – Diferença Folha de Pagamento” – Neste código, que está demonstrado no anexo “DDDiscriminativo do Debito”, estão lançadas as contribuições patronais para a Seguridade Social e para o Seguro Acidente do Trabalho incidentes sobre as rubricas citadas no item 2.1.1; e Código de Levantamento “CI Contribuinte Individual” Foi lançada neste código, no “DD”, a contribuição previdenciária patronal devida pela Empresa e incidente sobre a remuneração de contribuintes individuais citados no item 2.1.2. · DEBCAD 37.307.3933 – Obrigação principal – No código de levantamento “FP” estão lançadas as contribuições, pela alíquota mínima, a cargo dos segurados empregados, incidentes sobre as rubricas citadas no item 2.1.1; e No código de levantamento “CI” foi lançada a contribuição previdenciária de 11,00% do segurado, incidente sobre a remuneração dos contribuintes individuais, citada no item 2.1.2. · DEBCAD 37.307.3941 – Obrigação principal No código de levantamento “FP” estão lançadas todas as contribuições para as outras entidades (Salário Educação, Sesc, Senac, Incra e Sebrae) incidentes sobre as rubricas já citadas no item 2.1.1; No código de levantamento “SE – Salário Educação” foi lançada somente a contribuição para o Salário Educação, incidente sobre a remuneração dos empregados declarada na GFIP, uma vez que a Empresa informou “Código Outras Entidades = 0114”, porém não comprovou a existência do convênio. · DEBCAD 37.270.0519 – Obrigação acessória A empresa apresentou o documento a que se refere o art. 32, inc. IV, da Lei n° 8.212, de 24/07/1991 (GFIP), com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, uma vez que não incluiu nas mesmas as remunerações dos segurados empregados citadas no item 2.1.1 e as remunerações de contribuintes individuais citados no item 2.1.2. · DEBCAD 37.307.3801 – Obrigação acessória A Empresa apresentou o documento a que se refere o art. 32, inc. IV, da Lei n° 8.212, de 24/07/1991 (GFIP), com informações inexatas, em relação aos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias. · DEBCAD 37.307.3917 – Obrigação acessória A Empresa deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais já citados nos itens 2.1.1e 2.1.2. · DEBCAD 37.307.3968 – Obrigação acessória Deixou a empresa de preparar folhas de pagamento das remunerações pagas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pela RFB, tendo em vista que a mesma não elaborou folhas de pagamentos dos contribuintes individuais já citados no item 2.1.2. Fl. 772DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 · DEBCAD 37.307.3976 – Obrigação acessória A Empresa não lançou mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. · DEBCAD 37.307.3950 – Obrigação acessória A Empresa deixou de exibir todos os documentos relacionados com as contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212, de 24.07.91 e alterações posteriores. uma vez que não apresentou, apesar de solicitados, todos os comprovantes que compuseram a conta contábil de despesas 3.3.02.02.3251 – Serviços de Terceiros, verificada no Livro Diário nº 10 de 2007, registrado sob nº 38.851 no Registro de Títulos e Documentos de Pessoa JurídicaPoá em 21/12/2010. Diante das autuações efetuadas, o contribuinte apresentou, em 28/04/2011, sua Impugnação (fls. 357/373), alegando em breve síntese: · Preliminarmente: o que houve cerceamento do direito de defesa por conta de o Auditor Fiscal ter efetuado os lançamentos sem que a empresa tivesse tempo hábil para a apresentação de toda a documentação exigida na fiscalização, devendo, por isto, ser anulada a presente autuação; · No mérito: o Junta, no momento da impugnação, as notas fiscais de prestação de serviço que não foram apresentadas anteriormente ao Auditor Fiscal, pugnando pela revisão da base de cálculo utilizada e as inconsistências que tiveram impacto nas obrigações acessórias; o Quanto às verbas referentes ao “VT + VR pago” e “Vale Transporte Pago”, a empresa não descumpriu a legislação vigente, pois a norma coletiva prescrevia que o valor creditado a esse fim não se integra ao salário do empregado; o Os benefícios de vale alimentação ou vale refeição não devem integrar o salário do empregado para fins de pagamento de obrigações tributárias ou verbas trabalhistas, de acordo com a lei vigente; o O reembolso de quilometragem é pago pelas empresas para as quais a H2M presta serviços, portanto, as notas fiscais referentes a eles são arquivadas e contabilizadas nas referidas empresas clientes; o Não há como comprovar o ressarcimento das despesas de vale transporte com notas fiscais, uma vez que os transportes urbanos não fornecem recibo de pagamento, sequer notas fiscais; o A empresa não possui os comprovantes e/ou Notas Fiscais dos valores pagos sob a rubrica “propriedade intelectual”, pois se trata de verba oriunda da produção mental da pessoa; Fl. 773DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10875.720603/201157 Acórdão n.º 2401003.603 S2C4T1 Fl. 4 5 o Não há exigência na legislação vigente de que a verba referente aos treinamentos deva integrar a remuneração para todos os fins; o A empresa não possui as notas fiscais referentes a valores pagos sob a rubrica “auxílio vestuário”, pois se trata de verba oriunda de outra empresa; o A legislação vigente determina que as verbas referentes a “auxílio educação” são parcelas não integrantes da remuneração, pugnando pela sua exclusão da base de cálculo; o A Consolidação das Leis do Trabalho prevê o pagamento da verba de seguro de vida, assistência odontológica e assistência médica sem que haja a sua integração ao salário; o A contabilização das Notas Fiscais referentes às diárias são procedidas pelas empresasclientes da H2M, por isso não foram encaminhadas ao auditor fiscal, e que a CLT prevê a não inclusão destas verbas no salário até um determinado limite; o As despesas com cotas de utilidades são comprovadas através das notas fiscais fornecidas pelos empregados da empresa H2M, e esses empregados estão sublocados nas empresasclientes da H2M, que são quem contabilizam as notas fiscais; o Em relação aos estagiários, por não configurarem relação de emprego, devem ser desconsiderados da base de cálculo da contribuição em questão; o Que não houve descumprimento às obrigações acessórias que ensejasse a lavratura de autos de infração; · Pugnou pela anulação dos AI’s por cerceamento de defesa, e subsidiariamente, fosse revisto lançamento com base nos documentos e argumentos apresentados, requerendo, ainda, concessão de prazo para juntada posterior de documentos. Instada a se manifestar acerca da Impugnação apresentada pelo contribuinte, a 6ª turma da DRJ/CPS proferiu o acórdão de nº 0538.122 (fls. 659686), dando parcial provimento ao pleito do contribuinte. Segue ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO. LANÇAMENTO. PAGAMENTOS A PESSOAS JURÍDICAS. COMPROVAÇÃO. RETIFICAÇÃO. Havendo a comprovação nos autos de que os pagamentos se referem a pessoas jurídicas, aplicável a retificação do lançamento. Fl. 774DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARCELAS INTEGRANTES. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. No âmbito da conferência da regularidade quanto à composição da base de cálculo das contribuições previdenciárias, incumbe à fiscalização da Receita Federal do Brasil a função de verificar quais parcelas foram ou deveriam ter sido consideradas para efeito de tributação. PREVIDENCIÁRIO. VALE TRANSPORTE. PAGAMENTO EM DINHEIRO. INCIDÊNCIA. Incide contribuições previdenciária sobre a parcela paga pelo contribuinte empregador, em pecúnia, ao segurado, relativamente ao vale transporte. PREVIDENCIÁRIO. VALEREFEIÇÃO E VALEALIMENTAÇÃO. PAGAMENTO EM PECÚNIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Incide contribuição previdenciária sobre os pagamentos feitos a título de vale refeição e vale alimentação em pecúnia, considerandose parcela integrante do salário de contribuição. PREVIDENCIÁRIO. DIÁRIAS DE VIAGENS. NÃOINCIDÊNCIA. Não constitui fato gerador de contribuições previdenciárias o pagamento de diárias de viagens, sem que se demonstre que os valores pagos superam o limite de 50% da remuneração. PREVIDENCIÁRIO. REEMBOLSO QUILOMETRAGEM. COMPROVAÇÃO DOS GASTOS REALIZADOS. INCIDÊNCIA. Incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos pelo contribuinte a título de reembolso de quilometragem quando ausente comprovação dos gastos realizados e, em tese, reembolsados. PREVIDENCIÁRIO. PROPRIEDADE INTELECTUAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. OBJETO SOCIAL. INCIDÊNCIA. Constitui fato gerador de contribuição previdenciária o pagamento de verbas relativas à propriedade intelectual exercida no âmbito do contrato de trabalho entre segurado e empresa, cujo objeto é o desenvolvimento de sistemas de computadores, não se cogitando de direitos autorais independentes. PREVIDENCIÁRIO. TREINAMENTO. EXTENSÃO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Constitui fato gerador de contribuição previdenciária o pagamento de treinamento a segurados do contribuinte, quando não demonstrado que o acesso ao treinamento seja de caráter abrangente a todos os segurados da empresa. Incumbe ao contribuinte o ônus da prova. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO VESTUÁRIO. REMUNERAÇÃO INDIRETA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Fl. 775DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10875.720603/201157 Acórdão n.º 2401003.603 S2C4T1 Fl. 5 7 No que tange ao auxílio vestuário, não havendo comprovação de que se trata, em realidade, de fornecimento efetivo de vestuário para o trabalho, incide contribuição previdenciária sobre tal rubrica. Incumbe ao contribuinte o ônus da prova. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO EDUCAÇÃO. EXTENSÃO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Constitui fato gerador de contribuição previdenciária o pagamento de auxílio educação a segurados do contribuinte, quando não demonstrado que o acesso ao benefício de fomento ao ensino seja de caráter extensivo a todos os segurados do contribuinte. Incumbe ao contribuinte o ônus da prova. PREVIDENCIÁRIO. ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA. EXTENSÃO DE ABRANGÊNCIA. GENERALIDADE. Não incide contribuição previdenciária sobre os pagamentos realizados a título de assistência médica e odontológica quanto tais benefícios, por força de convenção coletiva, abrangem a totalidade de segurados do contribuinte, ausente prova nos autos de tratamento diferenciado. PREVIDENCIÁRIO. SEGURO DE VIDA. PREVISÃO EM CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. ROL TAXATIVO DE NÃO INCIDÊNCIA. Incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de cobertura de seguro de vida, uma vez que não abrangido pelo rol taxativo do § 9º do artigo 28 da Lei nº 8.212/91. PREVIDENCIÁRIO. COTAS UTILIDADE. INCIDÊNCIA. Incide contribuição previdenciária sobre os valores denominados “cota utilidade”, não havendo previsão de não incidência, tampouco influência da convenção coletiva de trabalho quanto a este efeito. PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. FATOS GERADORES NA GFIP. Constitui infração, passível de aplicação de penalidade pecuniária, a apresentação da Guia de Recolhimento ao FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuição previdenciária. PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. Constitui infração, passível de aplicação de penalidade pecuniária, a omissão do contribuinte em não proceder ao desconto das contribuições previdenciárias devidas por segurados a seu serviço. Fl. 776DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. CÓDIGO DE TERCEIROS NA GFIP. Constitui infração, passível de aplicação de penalidade pecuniária, a apresentação da Guia de Recolhimento ao FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, com dados não correspondentes à veracidade quanto à existência de convênio junto ao FNDE Salário educação. PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. FOLHA DE PAGAMENTO. INCLUSÃO DE CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. Havendo o registro de operações de prestação de serviços por pessoas jurídicas e pessoas físicas, englobadas em única conta contábil, sem que haja comprovação de cada prestação de serviços, de rigor entender cabível a consideração dos pagamentos não comprovados como pagamentos realizados a pessoas físicas, devendo haver a inclusão dos mesmos em folha de pagamento, constituindo infração, passível de aplicação de penalidade pecuniária, a sua não inserção. PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. Constitui infração, passível da aplicação de penalidade pecuniária, a não apresentação de livros e documentos solicitados pela fiscalização. PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO EM TÍTULOS PRÓPRIOS DA CONTABILIDADE. Constitui infração, passível da aplicação de penalidade pecuniária, o não registro em títulos próprios da contabilidade, de operações relativas ao pagamento de prestação de pessoas jurídicas e pessoas físicas, englobadas em única conta contábil. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Intimado acerca do resultado do julgamento em 02/07/2012 (fl. 703), o contribuinte interpôs em 02/08/2012 Recurso Voluntário (fls. 706/737), reiterando o quantum aduzido inicialmente em relação aos créditos mantidos no julgamento de primeira instância. À fl. 739 foi proposto o encaminhamento do presente recurso para análise deste CARF, sendo ressaltada nesse despacho de encaminhamento a INTEMPESTIVIDADE do Recurso Voluntário apresentado. É o relatório. Fl. 777DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10875.720603/201157 Acórdão n.º 2401003.603 S2C4T1 Fl. 6 9 Voto Conselheira Carolina Wanderley Landim Relatora Do exame dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com o transcurso do prazo para interposição de Recurso Voluntário. Como se sabe, o contribuinte dispõe do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão desfavorável proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, para apresentar Recurso Voluntário dirigido a este Conselho. No presente caso, verificase que o Recorrente foi cientificado do acórdão nº 0538.122 – prolatado pela 6º Turma da DRJ/CPS, via postal, no dia 02/07/2012 (segunda feira), conforme cópia do AR juntado às fls. 703. Deste modo, o Recorrente deveria ter interposto o seu Recurso Voluntário até o dia 01/08/2012 (quartafeira). No entanto, realizou este protocolo apenas em 02/08/2012 (quintafeira), depois de decorrido, portanto, o prazo preclusivo disposto no art. 33 do Decreto 70.235/72. A data do protocolo do Recurso Voluntário, 02/08/2012, pode ser comprovada pelo carimbo aposto na peça recursal (fl. 706. CONCLUSÃO Nestes termos, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, por ser intempestivo. É como voto. Carolina Wanderley Landim. Fl. 778DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 11516.000833/2005-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 02 00:00:00 UTC 2010
Ementa: CONSTITUCIONALIDADE - 0 Primeiro Conselho de Contribuintes não é
competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula n° 2, 1° CC).
PRELIMINAR. NULIDADE. PROVAS ILÍCITAS. Rejeitada a preliminar
de nulidade dos autos sob alegação de origem ilícita de documentos que foram enviadas pelo Ministério Público Federal. A requisição para instauração de procedimento administrativo bem como a remessa de provas documentais pelo Ministério Público Federal tem amparo no artigo 129, inciso VI da Constituição Federal de 1988 e no artigo 70 da Lei Complementar n° 75, de 20 de maio de 1993.
IRPJ. RECOMPOSIÇÃO DA CONTA CAIXA. Os cheques emitidos pela
empresa em favor de terceiros, lançados a débito da conta 'Caixa' como recursos, deverão ter seu correspondente registro a crédito desta conta, pela saída de caixa para o pagamento do gasto, para que se opere a neutralidade da sistemática contábil adotada.
IRPJ. RECOMPOSIÇÃO DO FLUXO FINANCEIRO. SALDO CREDOR DA CONTA CAIXA. OMISSÃO DE RECEITA. Não comprovando a empresa o registro de saída do numerário, é legitima a recomposição do saldo da conta 'Caixa', com a exclusão dos valores indevidamente registrados com ingressos. A conseqüente apuração do saldo credor evidencia a prática de omissão de receitas.
IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS. VENDA DE UNIDADES IMOBILIÁRIAS CONSTRUÍDAS. PERMUTAS. 0 recebimento de parte do valor da venda de unidades imobiliárias construídas representa dação em pagamento. Para que os imóveis recebidos em pagamento tenham o
tratamento de permuta, é imprescindível que a transação tenha sido realizada por escritura pública e com fiel observância da legislação tributária vigente.
IRPJ. LUCRO PRESUMIDO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, MULTAS E JUROS CONTRATUAIS INCIDENTES SOBRE 0 VALOR DA VENDA DE UNIDADES IMOBILIÁRIAS CONSTRUÍDAS. As atualizações monetárias, multas e juros contratuais incidentes sobre o valor das vendas de
unidades imobiliárias construídas não são parte integrante da receita de vendas por decorrerem de ingressos que não têm como causa a atividade principal da pessoa.
LANÇAMENTOS REFLEXIVOS. CSLL. COFINS. PIS. Os lançamentos
reflexivos fundados nos fatos apurados para a incidência de lançamento principal (IRPJ) tern a mesma sorte do principal face á. relação de causa e efeito de vincula um ao outro.
MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. A escrituração viciada, com
inserção de elementos inexatos para legitimar omissão de receitas, bem como sua transposição para as declarações entregues evidencia o intuito de fraude, autorizando a exasperação da multa de oficio.
Numero da decisão: 1302-000.376
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não
reconhecer as nulidades argüidas. Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Irineu Bianchi (Relator) e Lavinia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, que afastavam a tributação da infração 3 e a multa qualificada e Daniel Salgueiro da Silva, que afastava a tributação em relação ao item 1, nos termos do voto do relator. Designado o Conselheiro Eduardo de Andrade para redigir o voto vencedor.
Nome do relator: Irineu Bianchi
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ementa_s : CONSTITUCIONALIDADE - 0 Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula n° 2, 1° CC). PRELIMINAR. NULIDADE. PROVAS ILÍCITAS. Rejeitada a preliminar de nulidade dos autos sob alegação de origem ilícita de documentos que foram enviadas pelo Ministério Público Federal. A requisição para instauração de procedimento administrativo bem como a remessa de provas documentais pelo Ministério Público Federal tem amparo no artigo 129, inciso VI da Constituição Federal de 1988 e no artigo 70 da Lei Complementar n° 75, de 20 de maio de 1993. IRPJ. RECOMPOSIÇÃO DA CONTA CAIXA. Os cheques emitidos pela empresa em favor de terceiros, lançados a débito da conta 'Caixa' como recursos, deverão ter seu correspondente registro a crédito desta conta, pela saída de caixa para o pagamento do gasto, para que se opere a neutralidade da sistemática contábil adotada. IRPJ. RECOMPOSIÇÃO DO FLUXO FINANCEIRO. SALDO CREDOR DA CONTA CAIXA. OMISSÃO DE RECEITA. Não comprovando a empresa o registro de saída do numerário, é legitima a recomposição do saldo da conta 'Caixa', com a exclusão dos valores indevidamente registrados com ingressos. A conseqüente apuração do saldo credor evidencia a prática de omissão de receitas. IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS. VENDA DE UNIDADES IMOBILIÁRIAS CONSTRUÍDAS. PERMUTAS. 0 recebimento de parte do valor da venda de unidades imobiliárias construídas representa dação em pagamento. Para que os imóveis recebidos em pagamento tenham o tratamento de permuta, é imprescindível que a transação tenha sido realizada por escritura pública e com fiel observância da legislação tributária vigente. IRPJ. LUCRO PRESUMIDO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, MULTAS E JUROS CONTRATUAIS INCIDENTES SOBRE 0 VALOR DA VENDA DE UNIDADES IMOBILIÁRIAS CONSTRUÍDAS. As atualizações monetárias, multas e juros contratuais incidentes sobre o valor das vendas de unidades imobiliárias construídas não são parte integrante da receita de vendas por decorrerem de ingressos que não têm como causa a atividade principal da pessoa. LANÇAMENTOS REFLEXIVOS. CSLL. COFINS. PIS. Os lançamentos reflexivos fundados nos fatos apurados para a incidência de lançamento principal (IRPJ) tern a mesma sorte do principal face á. relação de causa e efeito de vincula um ao outro. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. A escrituração viciada, com inserção de elementos inexatos para legitimar omissão de receitas, bem como sua transposição para as declarações entregues evidencia o intuito de fraude, autorizando a exasperação da multa de oficio.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2011-07-01T12:53:16Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 7; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2011-07-01T12:53:15Z; Last-Modified: 2011-07-01T12:53:16Z; dcterms:modified: 2011-07-01T12:53:16Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:2ececd72-8887-4fa0-871d-2f1195538e2c; Last-Save-Date: 2011-07-01T12:53:16Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2011-07-01T12:53:16Z; meta:save-date: 2011-07-01T12:53:16Z; pdf:encrypted: false; modified: 2011-07-01T12:53:16Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2011-07-01T12:53:15Z; created: 2011-07-01T12:53:15Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 30; Creation-Date: 2011-07-01T12:53:15Z; pdf:charsPerPage: 2240; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2011-07-01T12:53:15Z | Conteúdo => SI-C3T2 Fl. I MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 11516.000833/2005-08 Recurso n° 152.598 Voluntário Acórdão n° 1302-00.376 — 3' Câmara / 2 Turma Ordinária Sessão de 02 de setembro de 2010 Matéria OMISSÃO DE RECEITAS. Recorrente CONSTRUTORA MERIDIANA Recorrida 4a TURMA/DRJ-FLORIAN6POLIS/SC CONSTITUCIONALIDADE - 0 Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula n° 2, 1° CC). PRELIMINAR. NULIDADE. PROVAS ILÍCITAS. Rejeitada a preliminar de nulidade dos autos sob alegação de origem ilícita de documentos que foram enviadas pelo Ministério Público Federal. A requisição para instauração de procedimento administrativo bem como a remessa de provas documentais pelo Ministério Público Federal tem amparo no artigo 129, inciso VI da Constituição Federal de 1988 e no artigo 70 da Lei Complementar n° 75, de 20 de maio de 1993. IRPJ. RECOMPOSIÇÃO DA CONTA CAIXA. Os cheques emitidos pela empresa em favor de terceiros, lançados a débito da conta 'Caixa' como recursos, deverão ter seu correspondente registro a crédito desta conta, pela saída de caixa para o pagamento do gasto, para que se opere a neutralidade da sistemática contábil adotada. IRPJ. RECOMPOSIÇÃO DO FLUXO FINANCEIRO. SALDO CREDOR DA CONTA CAIXA. OMISSÃO DE RECEITA. Não comprovando a empresa o registro de saída do numerário, é legitima a recomposição do saldo da conta 'Caixa', com a exclusão dos valores indevidamente registrados com ingressos. A conseqüente apuração do saldo credor evidencia a prática de omissão de receitas. IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS. VENDA DE UNIDADES IMOBILIÁRIAS CONSTRUÍDAS. PERMUTAS. 0 recebimento de parte do valor da venda de unidades imobiliárias construídas representa dação em pagamento. Para que os imóveis recebidos em pagamento tenham o tratamento de permuta, é imprescindível que a transação tenha sido realizada por escritura pública e com fiel observância da legislação tributária vigente. IRPJ. LUCRO PRESUMIDO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA, MULTAS E JUROS CONTRATUAIS INCIDENTES SOBRE 0 VALOR DA VENDA DE UNIDADES IMOBILIÁRIAS CONSTRUÍDAS. As atualizações monetárias, multas e juros contratuais incidentes sobre o valor das vendas de unidades imobiliárias construídas não são parte integrante da receita de vendas por decorrerem de ingressos que não têm como causa a atividade principal da pessoa. LANÇAMENTOS REFLEXIVOS. CSLL. COFINS. PIS. Os lançamentos reflexivos fundados nos fatos apurados para a incidência de lançamento principal (IRPJ) tern a mesma sorte do principal face á. relação de causa e efeito de vincula um ao outro. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. A escrituração viciada, com inserção de elementos inexatos para legitimar omissão de receitas, bem como sua transposição para as declarações entregues evidencia o intuito de fraude, autorizando a exasperação da multa de oficio. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não reconhecer as nulidades argüidas. Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Irineu Bianchi (Relator) e Lavinia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, que afastavam a tributação da infração 3 e a multa qualificada e Daniel Salgueiro da Silva, que afastava a tributação em relação ao item 1, nos termos do voto do relator. Designado o Conselheiro Eduardo de Andrade para redigir o voto vencedor. MARCOS RODRIGUES DE MELLO - Presidente IRINEU BIANCHI — Relator EDUARDO DE ANDRADE — Redator Designado EDITADO EM: 7) „ ,\ 4 JUN /01i Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Wilson Fernandes Guimarães, Lavinia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, Daniel Salgueiro da Silva, Eduardo de Andrade, Irineu Bianchi e Marcos Rodrigues de Mello. 2 Processo n° 11516000833/2005-08 Acórdão n.° 1302-00.376 S1 -C3T2 Fl. 2 Relatório CONSTRUTORA MERIDIANA LTDA., empresa inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob n° 81.538.472/0001-02, inconformada com a decisão de 1° grau proferida pela 4a Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis(SC), apresenta recurso voluntário a Colegiado, objetivando A. reforma da mesma. A exigência original diz respeito aos seguintes créditos tributários de tributos e contribuições: TRIBUTOS LANÇADOS JUROS MULTAS TOTAIS IRPJ 153.179,77 104.002,69 130.833,74 388.016,20 PIS/FAT 12.835,94 8.748,41 14.810,31 36.394,66 COFINS 61.343,04 41.653,97 54.042,15 157.039,16 CSLL 59.242,94 40.377,77 . 68.355,63 167.976,34 TOTAIS 286.601,69 194.782,84 268.041,83 749.426,36 No lançamento principal e correspondente ao IRPJ e também para a incidência de CSLL, as bases de cálculo adotadas pela fiscalização foram as seguintes: TRIM/ANO IMÓVEIS RECEBIDOS-75% SALDO CREDOR DE CAIXA-I50% TOTAL DA RECEITA OMITIDA LUCRO PRESUMIDO - 8% ADIÇÃO AO LUCRO BASES DE CÁLCULO 01/2000 0 0 0 0 43.831,23 43.831,23 02/2000 47.500,00 0 47.500,00 3.800,00 85.379,21 89.179,21 03/2000 300.000,0 53.500,00 353.500,00 28.280,00 48.246,48 76.526,48 04/2000 310.000,00 439.666,77 749.229,36 59.938,34 32.194,79 92.133,13 , 2000 657.500,00 493.166,77 1.150.229,36 92.018,34 209.651,71 301.670,0 01/2001 60.000,00 0 60.000,00 4.800,00 59.483,18 64.283,18 02/2001 60.000,00 143.938,75 203.938,75 16.315,10 63.229,47 79.544,57 03/2001 60.000,00 0 60.000,00 4.800,00 65.646,06 70.446,06 04/2001 74.000,00 426.597,25 500.597,25 40.047,78 70.206,92 110.254,70 2001 254.000,00 570.536,00 824.536,00 65.962,88 258.565,63 324.528,51 Os valores indicados na coluna "IMÓVEIS RECEBIDOS" representam os imóveis recebidos como dação em pagamento nas transações com imóveis construidos e vendidos pelo sujeito passivo e que não foram computados como receitas de vendas imóveis. Alem disso, nas vendas de imóveis para pagamento em prestações mensais incidiam acréscimos relativos A. atualização monetária, juros e multas que o sujeito passivo apropriou como receita bruta e, desta forma, entendeu a autoridade fiscal que foi tributado apenas o valor correspondente a 8% do valor das vendas, motivo porque, a parcela de 92% do valor dos acréscimos deveriam ser tributadas como acréscimo ou adição do lucro presumido. Estas parcelas foram computadas na coluna "ADIÇÃO AO LUCRO", na terceira coluna, no demonstrativo acima. As bases de cálculo utilizadas pela fiscalização para a incidência de contribuições para COFINS e PIS/FATURAMENTO foram as seguintes: 3 4 MÊS/ANO IMÓVEIS RECEBIDOS SALDO CREDOR DE CAIXA TOTAL DE RECEITA OMITIDA BASE DE CALCULO PIS/FATURAMENTO BASE DE CALCULO COFINS 31/05/2000 47.500,00 0 47.500,00 47.500,00 47.500,00 31/08/2000 70.000,00 0 70.000,00 70.000,00 70.000,00 30/09/2000 230.000,00 53.500,08 283.500,08 283.500,08 283.500,08 31/10/2000 60.000,00 210.666,77 270.666,77 270.666,77 270,666,77 30/11/2000 151.000,00 10.011,12 161.011,12 161.011,12 161.011,12 31/12/2000 99.000,00 218.551,47 317.551,47 317.551,47 317.551,47 31/01/2001 60.000,00 0 60.000,00 60.000,00 60.000,00 30/04/2001 0 127.513,72 127.513,72 127.513,72 127.513,72 31/05/2001 60.000,00 16.425,03 76.425,03 76.425,03 76.425,03 30/09/2001 60.000,00 0 60.000,00 60.000,00 60.000,00 31/10/2001 74.000,00 228.961,11 302.961,11 302.961,11 302.961,11 30/11/2001 0 77.426,34 77.426,34 77.426,34 77.426,34 31/12/2001 0 120.209,80 120.209,80 120.209,80 120.209,80 911.500,00 1.063.265,44 1.974.765,44 1.974.765,44 1.974.765,44 Outro tópico da autuação e relativa A. coluna "SALDO CREDOR DE CAIXA" diz respeito às operações comerciais realizadas pelo sujeito passivo e movimentadas na contabilidade sob a conta "BANCO BANDEIRANTES S/A" que corresponderia a "CAIXA 2" da fiscalizada. Tendo em vista que o sujeito passivo não tem conta aberta neste banco, a fiscalização deduziu que todos os recursos escriturados como depositados ou utilizados corresponderia a receitas não contabilizadas e em virtude desta constatação, a fiscalização realizou a reconstituição da conta Caixa, com expurgo daquelas movimentações financeiras, e apurou os saldos credores em diversos períodos de apuração. Os saldos credores apurados na conta Caixa foram considerados receitas omitidas na forma do artigo 281, inciso I, e 528, do RIR199. Inconformada com a exigência, a interessada apresentou a impugnação de fls. 1094/1119, instruída com os documentos de fls. 1120/1193 (Volume VI), 1196/1392 (Volume 07) e 1395/1438 (Volume 08), inaugurando, assim, o contencioso administrativo. Na decisão de 1° grau, a preliminar de nulidade do lançamento foi rejeitada e no mérito, o lançamento foi julgado parcialmente procedente, confirmando as exigências relativas as receitas não computadas e caracterizadas por imóveis de menor valor recebidos como pagamento parcial pela venda de unidades construídas e as parcelas relativas aos acréscimos cobrados sobre vendas e correspondentes a juros, multas e atualizações de créditos recebidos pela venda de imóveis, objeto de sua atividade operacional. A mesma decisão julgou parcialmente procedente o lançamento correspondente às omissões de receitas caracterizadas por saldo credor da conta Caixa. A decisão administrativa de 1 0 grau entendeu que no demonstrativo de fls. 1003 a 1022, a rubrica denominada "SUPRIMENTO INCONSISTENTE" não poderia ser considerada como receita omitida porque a autoridade lançadora não coletou e nem apresentou elementos materiais que evidenciassem destinação diferente daquela atribuida na escrita contábil da fiscalizada. Entretanto, outros tópicos constantes do demonstrativo de fls. 1003 a 1022, sob a denominação de "PAGAMENTO COMPROVADO POR DOCUMENTOS SEM REGISTRO DE SAÍDA CORRESPONDENTE", "PAGAMENTO IDENTIF CA 0 EM Processo no 1 1516000833/2005-08 SI -C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 3 RELATÓRIO SEM REGISTRO DE SAÍDA CORRESPONDENTE" e "CHEQUE COMPENSADO SEM REGISTRO DE SAIDA CORRESPONDENTE", constituem provas indicidrias suficientes para presumir-se a omissão de receitas. Desta forma, as bases de cálculo remanescentes foram reduzidas e demonstradas pela autoridade julgadora, nos seguintes termos: BASES DE CALCULO DE IRPJ E CSLL: TRIM/ANO IMOVEIS RECEBIDOS-75% SALDO CREDOR DE CAIXA-150% TOTAL DA RECEITA OMITIDA LUCRO PRESUMIDO - 8% ADIÇÃO AO LUCRO BASES DE CALCULO 01/2000 0 0 0 0 43.831,23 43.831,23 02/2000 47.500,00 o 47.500,00 3.800,00 85.379,21 89.179,21 03/2000 300.000,0 • 0 300.000,00 24.000,00 48.246,48 72.246,48 04/2000 310.000,00 94.698,91 404.698,91 32.375,92 32.194,79 64.570,71 2000 657.500,00 94.698,91 752.198,91 60.175,92 209.651,71 269.827,63 01/2001 60.000,00 0 60.000,00 4.800,00 59.483,18 64.283,18 02/2001 60.000,00 44.802,42 104.802,42 8.384,20 63.229,47 71.613,67 03/2001 60.000,00 o 60.000,00 4.800,00 65.646,06 70.446,06 04/2001 74.000,00 244.722,97 318.722,97 25.497,84 70.206,92 95.704,76 2001 254.000,00 289.525,39 543.525,39 43.482,04 258.565,63 302.047,67 BASES DE CALCULO DE COFINS e PIS/FATURAMENTO : MÊS/ANO IMÓVEIS RECEBIDOS SALDO CREDOR DE CAIXA TOTAL DE RECEITA OMITIDA BASE DE CALCULO PIS/FATURAMENTO BASE DE CALCULO COFINS 31/05/2000 47.500,00 o 47.500,00 47.500,00 47.500,00 31/08/2000 70.000,00 o 70.000,00 70.000,00 70.000,00 30/09/2000 230.000,00 o 230.000,00 230.000,00 230.000,00 31/10/2000 60.000,00 o 60.000,00 60.000,00 60.000,00 30/11/2000 151.000,00 o 151.000,00 151.000,00 151.000,00 31/12/2000 99.000,00 94.698,91 193.698,91 193.698,91 193.698,91 31/01/2001 60.000,00 o 60.000,00 60.000,00 60.000,00 30/04/2001 0 44.802,42 44.802,42 44.802,42 44.802,42 31/05/2001 60.000,00 o 60.000,00 60.000,00 60.000,00 30/09/2001 60.000,00 o 60.000,00 60.000,00 60.000,00 31/10/2001 74.000,00 101.795,37 175.795,37 175.795,37 175.795,37 30/11/2001 0 51.743,39 51.743,39 51.743,39 51.743,39 31/12/2001 0 91.184,21 91.184,21 91.184,21 91.184,21 911.500,00 384.224,30 1.295.724,30 1.295.724,30 1.295.724,30 A ementa da decisão de 1° grau, por si só, sintetiza o conteúdo do julgado e foi redigida nos seguintes termos: LICITUDE DAS PROVAS. Sao lícitas as provas encaminhadas ao fisco pelo Ministério Público, no exercício de suas funções institucionais, obtidas em virtude de procedimento judicial para apuração de ilícito penal. LANÇAMENTOS DECORRENTES. CSLL. PIS. COFINS., DECISÃO RELATIVA AO LANÇAMENTO PRINCIPAA. Ern\ razão da vinculaoão entre o lançamento principal e os que--lhe são decorrentes, devem as conclusões relativas àquel 5 prevalecerem na apreciação destes, uma vez que não estão presentes argüições especificas ou elementos de prova novos. LUCRO PRESUMIDO. RECEITA BRUTA, IMÓVEL RECEBIDO EM PAGAMENTO. 0 valor do imóvel recebido em pagamento faz pane do preço de venda de unidade imobiliária e, por conseguinte, deve compor a receita bruta. OMISSÃO DE RECEITAS. SALDO CREDOR DE CAIXA. RECOMPOSIÇÃO PELA EXCLUSÃO DE CHEQUES LANÇADOS A DÉBITO. Para que se opere a neutralidade da escrita contábil, os cheques emitidos pela empresa, lançados a débito na conta Caixa, deverão ter correspondente registro a crédito nesta mesma conta, pela saída para a efetivação de pagamentos. A falta deste registro legitima a exclusão dos valores indevidamente registrados como ingressos, sendo que a apuração do saldo credor de caixa evidencia omissão de receitas. LUCRO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. VENDAS DE IMÓVEIS A PRAZO. ENCARGOS. Os juros, multas e atualizações monetárias decorrentes de operações de venda de imóveis, a prazo, não integram o valor dessas operações, sendo considerados receitas financeiras para efeito de determinação da base de cálculo do lucro presumido. PRESUNÇÕES LEGAIS. PRESUNÇÃO DA PRESUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. As presunções, legalmente firmadas, estabelecem variações no ônus probatório colocado a cargo das partes, mas seus limites devem ser interpretados restritivamente. Não é licita a extensão do instituto para fins de, também por via presuntiva e sem autorização legal, buscar a comprovação do fato que é, justamente, o elemento conformador da presunção estabelecida em lei (impossibilidade da 'presunção da presunção). MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. E aplicável a multa de oficio de 150%, naqueles casos em que, no procedimento fiscal, constatado resta que a conduta do contribuinte esteve associado o evidente intuito defraude. Cientificado da decisão de 1° grau, o sujeito passivo apresenta o recurso voluntário (fls. 1482/1509), com a anexação de Parecer de lavra do Professor Paulo de Barros Carvalho (fls. 1545/1590), com solicitação de cancelamento dos autos de infração e entre outras considerações destaca os seguintes pontos: a) o auto de infração contraria o art. 5°, inciso LVI, da CF/88 e baseou-se, unicamente, em documentos encaminhados pelo Ministério Público Federal, os quais foram forjados e obtidos por meios ilícitos pelos ex-funcionários de empresa do mesmo grupo econômico, cujos autores foram condenados na Ação Penal n° 023.02.002137-5; b) não se pode presumir que os simples extratos bancários na conta corrente da recorrente, bem como, os cheques emitidos e sacados na 'boca do caixa' podem ensejar omissões de receitas, eis que não podem ser considerados como provas a p nto de ensejar a tributação do imposto de renda e tendo seus reflexos na CSLL, PIS e COFINS; 6 Processo n° 11516000833/2005-08 SI-C3T2 Acórd5o n.° 1302-00376 Fl. 4 c) não houve omissão de receita advinda do recebimento de imóveis em pagamento visto que os documentos que serviram de base para tal conclusão foram forjados e obtidos por meio ilícito e, também, por se tratar de operações de permuta prescritas na legislação tributária; d) não houve omissão de receita em razão do suposto saldo credor de caixa tendo em vista que os documentos que serviram de base para tal fim foram forjados e obtidos por meio ilícito, pelos ex-funcionários do mesmo grupo econômico e, principalmente porque a autoridade fiscal desconsiderou a emissão de cheques e saques na 'boca do caixa'; e) os acréscimos cobrados sobre as vendas e correspondentes a atualização monetária, juros e multa, devem seguir o mesmo tratamento dado ao principal, pois a totalidade das quantias recebidas deve ser considerada receita da atividade operacional da recorrente consoante o disposto no art. 25 da Lei n° 9.430/96, combinado com o art. 31 da Lei n° 8.981/95, ADN/CST n° 07/903, § 3 0, do art. 1° da 1N/SRF no 104/98 e § 1°, do art. 4° da Lei n° 10.931/2004; f) impossibilidade de imposição da multa de oficio, no patamar de 150%, porque o lançamento está fundado em documentos obtidos de forma ilícita e, também, porque as provas do saldo credor de caixa não foram exaustivas, desconsiderando-se todos os cheques emitidos e sacados na 'boca de caixa' e, principalmente, em razão do seu efeito consfiscatório, contrariando o disposto no art. 150, inciso II, alínea 'c' da Constituição Federal, de 1988; e, g) finalmente sejam considerados os argumentos expendidos acima para o julgamento de lançamentos reflexivos referentes A. CSLL, PIS e COFINS. 0 Parecer elaborado pelo Professor Paulo de Barros Carvalho, anexado as fls. 1545 a 1590, em resposta a consulta formulado pelo sujeito passivo e relativamente à adição de atualização monetária, juros e multas sobre o lucro presumido, foram sintetizadas nos seguintes termos: a) a correção monetária presta-se à recomposição do valor da moeda em virtude da passagem do tempo, evitando perdas decorrentes da inflação e tem a mesma natureza do principal e não um acréscimo de patrimônio e que nas vendas a prazo, a atualização monetária não representa riqueza nova, distinta do preço pactuado, mas elementos acessórios e indissociáveis, devendo ser contabilizados como receita operacional para fins de determinação do lucro presumido e respectiva tributação pelo Imposto de Renda; b) os juros embutidos nos preços de imóveis vendidos a prazo configuram receitas operacionais por se tratar de sua natureza meramente compensatória, não se representando como remuneração de capital e como tal estes juros, limitados a 12% ao ano, pre-estabelecidos e incluídos no preço dos imóveis vendidos a prazo submetem-se a disciplina aplicável às receitas operacionais; c) a indagação sobre a possibilidade de arbitramento de lucro, o Parecer esclarece que a aplicação do art. 534, do RIR/99, analisado de modo apartado do sistema, tica totalmente sem sentido, sendo necessário levar em conta o contexto em que se encontra inserido, de forma que no caso, os artigos 531 e 532 do RIR199 devem ser examinados porquanto estabelecem o modo pelo qual se opera o arbitramento quando a-receita bruta é conhecida, prescrevendo a aplicação de determinado percentual sobre aquel receita para, por esse meio, calcular-se o lucro presumido; N ■ 7 8 d) esclarece que o artigo 534, por sua vez, é regra especifica dirigida aos contribuintes que praticam atividades imobiliárias, conferindo-lhes a possibilidade de, antes de aplicar o percentual referido pelo art. 532, deduzir da sua receita bruta os valores correspondentes ao custo dos imóveis, devidamente comprovados; e, e) finalmente, que o entendimento sugerido acima para IRPJ deve ser aplicado para a tributação de CSLL, dada prescrição estabelecida no artigo 57 da Lei n° 8.981/95. o relatório Voto Vencido Conselheiro IRINEU BIANCHI 0 recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade, devendo ser conhecido. INCONSTITUCIONALIDADE 0 recurso voluntário traz questões cuja solução passa pela análise da legalidade e/ou inconstitucionalidade de leis tributárias. • A este respeito, deixo assentado que no âmbito do CARF vige a Súmula n° 2, do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, com a seguinte dicção: 0 Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. A vista disto, não conheço das matérias que envolvam a análise acerca da ilegalidade e/ou inconstitucionalidade de leis tributárias. 1. PRELIMINAR DE NULIDADE A preliminar de nulidade do lançamento face ao entendimento adotado pelo sujeito passivo no sentido de que já exigência funda-se em provas ilícitas não tem cabimento. De fato, como salientou a autoridade julgadora de 1° grau, as provas constantes destes autos não foram obtidas de forma ilícita porquanto o Ministério Público tem a competência constitucional para requisições de informações e documentos e ate requisitar a instauração de procedimentos administrativos na forma prescrita no artigo 129, inciso VI, da Constituição Federal de 1988 e no artigo 7° da Lei Complementar n° 075, de 20 de maio de 1993. 0 trajeto de documentos e informações que chegaram as mãos das autoridades fiscais está acobertado pela legislação vigente e não comporta a ilação quanto h. nulidade do lançamento. Além disso, o lançamento não está fundado em documentos (enCaminhados pelo Ministério Público Federal porquanto a fiscalização realizou um trabalho minucioso e Processo n° 11516000833/2005-08 S1-C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 5 competente para apurar as infrações de natureza fiscal, examinando toda a documentação e a contabilidade do sujeito passivo como estão demonstrados nestes autos. O lançamento é resultado de uma auditoria dos auditores fiscais da Receita Federal e as informações e documentos recebidos do Ministério Público Federal serviram, apenas, como meros indícios de irregularidades. A jurisprudência judicial sobre o tema examinado já está pacificado conforme Acórdão TRF/ACR n° 200203990119525, de 24/06/2003, em cuja ementa registra as seguintes assertivas: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (ARTIGO 1 0, INCISO I, DA LEI N° 8.137190). PRELIMINARES DE NULIDADE. PROVA ILICITA QUE SERVE DE AMPARO INICIAL. AUTORIA E MATERIALIDADE DELITIVAS PROVADAS. EXTRATOS BANCÁRIOS NÃO RECONHECIDOS COMO ÚNICO ELEMENTO DE PROVA. RECLASSIFICAÇÃ 0 DA CONDUTA PARA A FIGURA DO INCISO I DO ARTIGO 2° DA LEI 8.137/90. CRIME MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO DO MONTANTE DA PENA RELATIVAMENTE A CONTINUIDADE DELITICA (ARTIGO 71 DO CPB). CONDENAÇÃO MANTIDA. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 5. Se o Ministério Público Estadual remeteu cópias da movimentação bancária do apelante a Receita Federal, para que esta realizasse a competente fiscalização, nada mais fez que dar cumprimento a um dever funcional seu. E dever inafastável do servidor público, que toma conhecimento de eventual fato ilícito no desempenho de suas funções, comunicar eis respectivas autoridade competentes para que procedam a apuração de fato. 6. Não se pode conceber a idéia de que o 'parquet' Estadual não poderia enviar os documentos referentes a movimentação bancária do apelante para Receita Federal, e nem que o Fisco, ao recebe-los, deveria postular primeiramente a Justiça Federal para só então apurar a ocorrência de eventual sonegação de imposto de renda, como pretende a defesa. 7. A prova impugnada pela defesa foi submetida ao contraditório nos presentes autos, como se vê do interrogatório do apelante, da defesa prévia, das alegações finais e das r azoes de apelo. Evidente que o apelante teve oportunidade de se manifestar sobre os documentos advindos da quebra do seu sigilo bancário, na conformidade da legislação processual penal. 8. A reprodução de documento, sem autenticação, tem a mesma força probante da original se aquele contra que foi produzido não alega a sua falsidade, sendo despicienda a mera impugnação sob o aspecto formal, da falta de ?at nticação. Precedentes desta Egrégia Corte. 9. Preliminares de nulidade rejeitadas. 9 O acórdão do Tribunal Regional Federal da 3' Regido cuja ementa foi transcrita acima parece ter sido proferido no litígio estabelecido nestes autos, relativamente As alegações de nulidade de lançamento fundadas em provas obtidas ilicitamente. Nestas condições, inocorre o alegado descumprimento do disposto no artigo 5° inciso LVI, da Constituição Federal, de 1988, motivo porque rejeito a preliminar de nulidade do lançamento alegada pela recorrente. 2. MÉRITO . No mérito, as razões expostas pela recorrente referem-se aos seguintes assuntos: a) omissão de receitas operacionais caracterizada por saldo credor de conta Caixa apurado mediante recomposição da mesma conta pela exclusão de cheques lançados a débito e, também, face A desconsideração das operações registradas e controladas sob a rubrica 'Banco Bandeirantes S/A', cujo titulo/conta que na verdade representa o popularmente conhecido como 'Caixa 2'; b) recebimento de imóveis em pagamento cujos valores correspondentes não foram computados na receita bruta; c) acréscimos cobrados não tributados em consonância com a legislação fiscal de regência (atualização monetária, juros e multas foram computados como receita bruta conhecida em vez de ser adicionado ao lucro presumido); e, d) inaplicabilidade da multa qualificada sobre os tributos e contribuições incidentes sobre receitas omitidas (saldo credor de conta Caixa). Em seguida, examinam-se as razões de fato e de direito expostas pela recorrente sobre os respectivos temas. 2.1 — Omissão de Receitas. Saldo Credor de Caixa As provas documentais enviadas pelo Ministério Público Federal indicavam que algumas operações realizadas pela empresa estavam escrituradas como contrapartida na conta 'Banco Bandeirantes S/A', quando a fiscalizada não tinha conta corrente aberta no 'Banco Bandeirantes S/A' e, portanto, todas as operações que estavam escrituradas nesta rubricas, em verdade, representavam numerários advindos de receitas operacionais não contabilizados. Iniciada a auditoria contábil, com a requisição dos livros contábeis e fiscais, as principais suspeitas aventadas confirmaram-se e no decorrer da análise da documentação contábil, a fiscalização efetuou a reconstituição da conta Caixa mediante exclusão de cheques escriturados a débito da conta Caixa para registro de seguintes pagamentos: a) pagamentos por serviços de intermediação na venda de imóveis; b) registros correspondentes A taxa de admiuistração; c) pagamentos As empreiteiras de Mao' de obra; d) compra e venda de CUBS; e, 10 Processo n° 11516000833/2005-08 SI-C3T2 Acórdão n.° 1302-00376 Fl. 6 e) recebimentos não escriturados (subfaturamento) como a venda de apartamento n° 305-H, do Edificio Porto Principe para Vilza Terezinha Guindani Weber e apartamento n° 704, do Residencial Maison Carter, para Lirio Utech. Estes registros tendo sido lançados a débito da conta Caixa, deveriam ter os correspondentes registros a crédito da mesma conta Caixa, pela saída na efetivação dos pagamentos e, desta forma, a falta deste registro legitima a exclusão dos valores indevidamente registrados como ingressos na conta Caixa e, portanto, feita a recomposição da conta Caixa e apurado o saldo credor de Caixa fica evidenciada a omissão de receitas. Além disso, algumas operações realizadas pela empresa estavam escrituradas como contrapartida na conta 'Banco Bandeirantes S/A', quando a fiscalizada não tinha conta corrente aberta no 'Banco Bandeirantes S/A' e, portanto, todas as operações que estavam escrituradas nesta rubricas, em verdade, representavam numerários advindos de receitas operacionais não contabilizados. A fiscalização descreveu as operações realizadas pelo sujeito passivo, as fls. 1079, do Termo de Verificação Fiscal e Encerramento da Fiscalização, nos seguintes termos: A contribuinte em questão utilizou-se da pratica de dissimular, dentro da escrita comercial mantida, a movimentação de ativos financeiros relacionada as operações sem lastro em documentos hábeis e idôneos. Por esta sistemática, que é bem conhecida do fisco, consignou a movimentação de todos os ativos financeiros na escrita comercial, inclusive a sem lastro. Não obstante, nas movimentações atinentes as operações não assentadas em documentos hábeis e idôneos, ocultou/dissimulou o fato contábil verdadeiro. Assim, na efetivação de pagamentos mediante cheques, consignou, em contrapartida do saque bancário, débito de conta 'Caixa', todavia sem correspondente saída dos ativos financeiros. Destarte, ocorre suprimento fictício do `Caixa', que acaba por gerar saldo positivo que possibilita fazer frente a todas as saídas (pagamentos e depósitos), mesmo com a omissão de entradas/ingressos de recursos. Em suma, as movimentações de numerário sem lastro em documentação hábil e idônea (recebimentos, pagamentos, depósitos) ficam dissimulados dentro da própria escrita contábil, pratica viabilizada a partir do lançamento indevido, como suprimento do caixa, de cheques emitidos na realização de pagamentos, procedimento que, por sua vez, oculta entrada/recebimentos não escriturados regularmente. As irregularidades apuradas foram agrupadas em quatro tópicos: (a) cheques de emissão da empresa lançados a débito da conta 'Caixa' com a informação 'pagamento comprovado por documento sem registro de saída correspondente'; (b) cheque de emissão da empresa lançados a débito da conta Caixa com a informação 'pagamento identificado em relatório sem registro de saída correspondente'; (c) cheque de emissão da empresa lançados a débito da conta Caixa grafados com a observação 'cheque compensado sem registro de saída correspondente; e, (d) finalmente, a infração que foi denominada de 'suprimento inconsistente' que no julgamento de 1° grau foi cancelada pela autoridade julgadora de 1° grau. Os argumentos expendidos pela recorrente sobre o tópico foram de que o decidido em primeira instância para 'suprimento inconsistente' deve ser esten ido \ os tópicos (a) e (b) porque tratar-se-iam de mesma exigência já cancelada pela autoridade julgadora de 1° grau e que o terceiro tópico, sustenta que foi objeto de impugnação. 0 outro argumento diz respeito ao exagero da autoridade fiscal no tocante ao Banco Bandeirantes S/A, visto que a fiscalização sequer indagou a recorrente sobre a existência real da conta corrente naquele banco e, ainda, contesta a exigência fiscal relativamente aos seguintes valores: R$ 128.664,52, R$ 514.658,08, R$ 80.000,00, R$ 53.000,00, R$ 35.878,19, R$ 103.808,00 e R$ 16.000,00 (fls. 1500, do recurso voluntário). Sobre estes argumentos deve ser esclarecido que o Banco Bandeirantes S/A foi incorporado ao Unibanco no mês de julho de 2000 e, portanto, no período fiscalizado sequer existia e, portanto, a escrituração das supostas movimentações financeiras não poderiam ser verdadeiras e, ainda, os valores indicados pela recorrente como legitimas sequer foram objeto de autuação porquanto no constam das movimentações financeiras levantadas pela fiscalização porque não foram listadas na planilha, de fls. 1009 a 1022. As fls. 470 a 590, a escrituração contábil da recorrente registra movimentação da conta corrente no Banco Bandeirantes S/A, nos meses de janeiro a setembro de 2001. A jurisprudência administrativa sobre o tema em exame já está pacificada neste Conselho de Contribuintes, como demonstram as ementas dos acórdãos 1 : SALDO CREDOR DE CAIXA. RECOMPOSIÇÃO DE SALDO PELA EXCLUSÃO DE CHEQUES COMPENSADOS E LANÇADOS A DÉBITO DESTA CONTA. Os cheques emitidos pela empresa em favor de terceiros, compensados por instituição bancária, lançados a débito da conta `Caixa' como recursos, deverão ter seu correspondente registro a crédito desta conta, pela saída de caixa para o pagamento do gasto, para que se opere a neutralidade da sistemática contábil adotada, vulgarmente chamada de 'lançamento cruzado na conta Caixa'. Não comprovando a empresa o registro desta saída, é legitima a recomposição do saldo da conta raixa', com a exclusão dos valores indevidamente registrados com ingressos. A conseqüente apuração do saldo credor evidencia a prática de omissão de receitas." (Ac. 108-06.018, de 23.02.2000, DOU de 17.04.2000). SALDO CREDOR DE CAIXA. CHEQUES LIQUIDADOS POR COMPENSAÇÃO. Os cheques liquidados por compensação bancária, por não constituírem ingresso efetivo de recursos, somente podem ser registrados a debito da conta Caixa se esta conta, na mesma data, registrar as saídas a que se destinaram os cheques emitidos. Não comprovadas as saídas, o caixa deve ser reconstituído e ajustado, tributando-se, como omissão de receita, os eventuais saldos credores. Recurso parcialmente provido." (Ac. 107-07.375, de 16.10.2003. No caso dos autos, o período de apuração é trimestral conforme estatuído no artigo 1° da Lei n° 9.430/96 e a jurisprudência administrativa já está consagrada no sentido de que no caso de omissão de receita presumida com base no saldo credor de conta -Caixa, toma- se, sempre e necessariamente, o maior saldo credor do período de apuração dos . ribut\ s. BRASIL. Conselhos de Contribuintes. Disponível em www.conselhos.fazenda.gov.br e acesso em 13/04/2010. 12 Processo n° 11516000833/2005-08 S1-C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 7 A decisão de 1° grau realizou a recomposição do fluxo da conta Caixa, após o expurgo de valores relativos a 'suprimentos inconsistentes' e determinou os seguintes saldos credores, nos respectivos períodos de apuração: MÊS/ANO DADOS DA ESCRITURAÇÃO VALORES EXCLUÍDOS EM 1° GRAU SALDO RECONSTITUIDO SALDO INICIAL DIF. DEB/CRED LANÇADA CREDOR SALDO FINAL DEVEDOR DEVEDOR CREDOR 01/2000 900,00 424.736,94 0 425.636,94 1.137,05 424.499,89 0 02/2000 425.636,94 0 50.867,00 374.769,49 300,00 373.332,89 0 03/2000 374.769,49 107.142,80 0 481.912,29 0 480.475,69 0 SALDO CREDOR NO 1° TRIMESTRE DE 2000 0 04/2000 481.912,29 142.147,46 0 624.059,75 9.904,98 612.718,17 0 05/2000 624.059,75 27.124,65 0 651.184,40 6.021,42 633.839,40 0 06/2000 651.184,40 0 45.859,77 605.324,63 5.215,13 582.764,50 0 SALDO CREDOR NO 2° TRIMESTRE DE 2000 07/2000 605.324,63 186.059,95 0 791.384,58 11.049,12 757.775,33 0 08/2000 791.384,58 0 81.113,59 710.270,99 32.070,45 644.591,29 0 09/2000 710.270,99 0 393.484,97 316.786,02 26.307,26 224.799,06 0 SALDO CREDOR NO 3° TRIMESTRE DE 2000 0 10/2000 316.786,02 0 173.301,44 143.484,58 16.501,40 34.996,22 0 11/2000 143.484,58 36.476,45 0 179.961,03 32.842,61 38.630,06 0 12/2000 179.961,03 0 75.399,85 104.561,18 57.929,12 0 94.698,91 SALDO CREDOR NO 4° TRIMESTRE DE 2000 94.698,91 01/2001 104.561,18 125.224,36 0 229.785,54 36.439,17 88.785,19 0 02/2001 229.785,54 111.065,12 0 340.850,66 37.745,67 162.104,64 0 03/2001 340.850,66 11.030,06 0 351.880,72 11.086,47 162.048,23 0 SALDO CREDOR NO 1° TRIMESTRE DE 2001 0 04/2001 351.880,72 0 202.817,83 149.062,89 4.032,82 0 44.802,42 05/2001 149.062,89 16.542,67 0 165.605,56 10.660,14 5.882,53 0 06/2001 165.605,56 65.014,14 0 230.619,70 33.371,64 37.525,03 0 SALDO CREDOR NO 2° TRIMESTRE DE 2001 44.802,42 07/2001 230.619,70 111.583,26 0 342202,96 10.787,04 138.321,25 0 08/2001 342.202,96 13.316,59 0 355.519,55 14.442,37 137.195,47 0 09/2001 355.519,55 32.463,75 0 387.983,30 28.238,22 141.421,00 0 SALDO CREDOR NO 3° TRIMESTRE DE 2001 0 10/2001 387.983,30 0 243.216,37 144.766,93 0 0 101.795,37 11/2001 144.766,93 0 51.275,26 93.491,67 468,13 0 51.743,39 12/2001 93.491,67 0 91.184,21 2.307,46 0 0 91.184,21 SALDO CREDOR NO 4° TRIMESTRE DE 2001 244.722,97 No demonstrativo acima, o titulo VALORES EXCLUÍDOS EM 1° GRAU pode acarretar uma interpretação equivocada do cálculo, mas em verdade, os valores indicados na referida coluna refere-se valores retificados na decisão de 1° grau que afetam os saldos devedores subseqüentes que podem ser demonstrados como segue: MÊS/ANO SALDO INICIAL REGISTRO DEVEDOR DÉBITO EXCLUÍDO(*) TOTAL DEVEDOR REGISTRO CREDOR SALDO FINAL 900,00 01/2000 900,00 424.736,94 1.137,05 423.599,89 0 424.499,89 02/2000 424.499,89 0 300,00 (300,00) 50.867,00 373.332,89 03/2000 373.332,89 107.142,80 o 107.142,80 0 480.475,69 SALDO CREDOR NO 1° TRIMESTRE DE 2000 0 , 04/2000 05/2000 06/2000 480.475,69 612.718,17 633.821,40 142.147,46 27.124,65 0 9.904,98 6.021,42 5.215,13 132.242,48 21.103,23 (5.215,130 0 0 45.859,77 , -, 612.718,17 633.821,40 582.746,50 SALDO CREDOR NO 2° TRIMESTRE DE 2000 0 07/2000 582.746,50 186.059,95 11.049,12 175.010,83 0 757.757,330 08/2000 757.757,33 0 32.070,45 (32.070,45) 81.113,59 644.573,29 09/2000 644.573,29 0 26.307,26 (26.307,26) 393.484,97 224.781,06 SALDO CREDOR NO 3° TRIMESTRE DE 2000 0 10/2000 224.781,05 0 16.501,40 (16.501,40) 173.301,44 34.978,22 11/2000 34.978,22 36.476,45 32.842,61 3.633,84 0 38.612,06 12/2000 38.612,06 0 57.929,12 (57.929,12) 75.399,85 (94.716,91) SALDO CREDOR NO 4° TRIMESTRE DE 2000 (94.698,91) 01/2001 0 125.224,36 36.439,17 88.785,19 0 88.785,19 02/2001 88.785,19 111.065,12 37.745,67 73.319,45 0 162.104,64 03/2001 162.104,64 11.030,06 11.086,47 (56,41) 0 162.048,23 SALDO CREDOR NO 1° TRIMESTRE DE 2001 0 04/2001 162.048,23 0 4.032,82 (4.032,82) 202.817,83 (44.802,42 05/2001 0 16.542,67 10.660,14 5.882,53 0 5.882,53 06/2001 5.882,53 65.014,14 33.371,64 31.642,50 0 37.525,03 SALDO CREDOR NO 2° TRIMESTRE DE 2001 (44.802,42) 07/2001 37.525,53 111.583,26 10.787,04 100.796,22 0 138.321,25 08/2001 138.321,25 13.316,59 14.442,37 (1.125,78) 0 137.195,47 09/2001 137.195,47 32.463,75 28.238,22 4.225,53 0 141.421,00 , SALDO CREDOR NO 3° TRIMESTRE DE 2001 0 10/2001 141.421,00 0 o 0 243.216,37 (101.795,37) 11/2001 0 0 468,13 (468,13) 51.276,26 (51.743,39) 12/2001 0 0 o 0 91.184,21 (91.184,21) SALDO CREDOR NO 4° TRIMESTRE DE 2001 (244.722,97) (*) o titulo "DEBITO EXCLUÍDO EM 1° GRAU", representa uma redução do SALDO DEVEDOR originalmente contabilizado e a nova forma de cálculo leva ao mesmo resultado. No 3° trimestre de 2000, o saldo credor foi apurado no Ines de dezembro de 2000 e, portanto, foi considerado o único e maior saldo credor do trimestre, no valor de R$ 94.698,91, e a apuração está correta. Entretanto, no 1° trimestre de 2001, foi apurado um saldo credor no mês de abril e nos dois meses subseqüentes no trimestre, foram apurados saldos devedores e tendo em vista que a infração deve ser apurada no respectivo período de apuração, impõe uma conferência de recomposição. Da mesma forma, no 4° trimestre do ano-calendário de 2001, a fiscalização apurou saldos credores nos três meses do trimestre e adotou como montante da receita omitida a soma dos saldos credores dos três meses, contrariando a jurisprudência assentada. Assim e para confirmar ou infirmar a apuração determinada pela autoridade fiscal, sell demonstrada uma nova recomposição ou reconstituição do fluxo da conta Caixa, conforme planilha abaixo: MÊS/ANO SALDO INICIAL REGISTRO DEVEDOR DÉBITO EXCLUÍDO(*) TOTAL DEVEDOR REGISTRO CREDOR SALDO FINAL 01/2000 900,00 424.736,94 1.137,05 423.599,89 7 --\ 900,00 424.499,89 4 Processo n° 11516000833/2005-08 SI-C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 8 02/2000 03/2000 424.499,89 373.332,89 0 107.142,80 300,00 o (300,00) 107.142,80 50.867,00 0 373.332,89 480.475,69 SALDO CREDOR NO 1° TRIMESTRE DE 2000 0 04/2000 05/2000 06/2000 480.475,69 612.718,17 633.821,40 142.147,46 27.124,65 0 9.904,98 6.021,42 5.215,13 132.242,48 21.103,23 (5.215,130 0 0 45.859,77 612.718,17 633.821,40 582.746,50 SALDO CREDOR NO 2° TRIMESTRE DE 2000 07/2000 582.746,50 186.059,95 11.049,12 175.010,83 0 757.757,330 08/2000 757.757,33 0 32.070,45 (32.070,45) 81.113,59 644.573,29 09/2000 644.573,29 0 26.307,26 (26.307,26) 393.484,97 224.781,06 SALDO CREDOR NO 3' TRIMESTRE DE 2000 0 10/2000 224.781,05 0 16.501,40 (16.501,40) 173.301,44 34.978,22 11/2000 34.978,22 36.476,45 32.842,61 3.633,84 0 38.612,06 12/2000 38.612,06 0 57.929,12 (57.929,12) 75.399,85 (94.716,91) SALDO CREDOR NO 4° TRIMESTRE DE 2000 (94.698,91) 01/2001 0 125.224,36 36.439,17 88.785,19 , 0 88.785,19 02/2001 88.785,19 111.065,12 37.745,67 73.319,45 ' 0 162.104,64 03/2001 162.104,64 11.030,06 11.086,47 (56,41) 0 162.048,23 SALDO CREDOR NO 1° TRIMESTRE DE 2001 0 04/2001 162.048,23 0 4.032,82 (4.032,82) 202.817,83 (44.802,42 05/2001 (44.802,42) 16.542,67 10.660,14 5.882,53 0 (38.919,89) 06/2001 (38.919,89) 65.014,14 33.371,64 31.642,50 0 (7.277,39) MAIOR SALDO CREDOR NO 2° TRIMESTRE DE 2001 (44.802,42) 07/2001 (7.277,39) 111.583,26 10.787,04 100.796,22 0 93.518,83 08/2001 93.518,83 13.316,59 14.442,37 (1.125,78) 0 92.393,05 09/2001 92.393,05 32.463,75 28.238,22 4.225,53 0 96.618,58 SALDO CREDOR NO 3° TRIMESTRE DE 2001 0 10/2001 96.618,58 0 o 0 243.216,37 (146.597,79) 11/2001 0 0 468,13 (468,13) 51.276,26 (198.342,18) 12/2001 0 0 o 0 91.184,21 (289.526,39) MAIOR SALDO CREDOR NO 4° TRIMESTRE DE 2001 (289.526,39) De acordo com a reconstituição/recomposição do fluxo da conta Caixa, o maior saldo credor do período de apuração do 2° trimestre de 2001 foi de R$ 44.802,41 que corresponde exatamente ao valor calculado pela fiscalização e confirmado no julgamento de 1° grau e no período de apuração do 4° trimestre de 2001 seria de R$ 289.526,39 e, portanto, maior do que o valor apurado de R$ 244.723,97, correspondente a somatório dos três meses no trimestre. Entretanto e tendo em vista que a autoridade julgadora não tem a competência de constituir novo crédito tributário, a solução plausível é a de confirmar o montante da receita omitida em R$ 244.722,97, que foi a base de cálculo adotada pela fiscalização. Desta forma, confirmo a decisão de 1° grau para negar provimento ao recurso voluntário relativamente a este tópico. 2.2 - Recebimento de imóveis em pagamento cujos valores correspondentes não foram computados na receita bruta 15 A fiscalização comprovou que o sujeito passivo vendeu diversos apartamentos construidos e recebeu imóveis em pagamento sem apropriar os valores destes imóveis recebidos como receita de venda dos apartamentos, nos seguintes valores: DATA DA OPERAÇÃO EMPREENDIMENTO/IMÓVEL (Compromisso de Compra e Venda, fls.) NOME DO CLIENTE/COMPRADOR VALOR DO IMÓVEL ACEITO 05/05/2000 Forest Park — Apto. 331 — BL C (fls. 605/604) Olga Pan 47.500,00 05/08/2000 Porto do Sol — Apto. 1005 (fls.615/622) Frontildes B. Souza Filho 70.000,00 05/09/2000 Forest Part — Apto. 231 — BL B (fls. 623/628) Maria A. Comandoli Sedrez 120.000,00 05/09/2000 Por do Sol — Apto. 1401 (fls. 629/633) Dirceu Francisco de Mello 110.000,00 05/10/2000 Porto Principe — Apto. 704 (fls. 648/660) Aristeu Luiz Ribeiro 60.000,00 05/11/2000 Porto Principe — Apto. 1302 (fls. 668/680) Nédio Atenor Becker 151.000,00 31/12/2000 Porto Principe — Apto. 406(fls. 681/697) Susanne Altmann 59.000,00 31/12/2000 Porto Principe — Apto. 402 (fls. 698/710) Luiz Gustavo Claumann 40.000,00 TOTAL DO ANO 2000 657.500,00 05/01/2001 Forest Park — Apto. 524— BL B (fls. 711/721) Anelisa Gehring 60.000,00 05/05/2001 Porto Principe — Apto. 701 (fls. 722/739) Ester Fernanda Coelho 60.000,00 05/08/2001 Porto Principe — Apto. 1002 (fls. 730/738) Fatima Regina Pereira 60.000,00 05/10/2001 Forest Park — Apto. 232— BL C (fls. 739/747) Rogério Bravo 74.000,00 TOTAL DO ANO 2001 254.000,00 TOTAL GERAL 911.500,00 A fiscalização comprovou que os Compromissos de Compra e Venda firmados entre a autuada e os adquirentes dos apartamentos estabeleciam que os pagamentos fossem parcialmente efetuados mediante entrega de imóveis (apartamentos e terrenos) nos valores acima especificados. A fiscalização demonstrou, também, que o Livro Diário, de fls. 777 a 858, os imóveis recebidos em pagamento (dação em pagamento) não foram computados como receita operacional e, conseqüentemente, nas contas de resultados. A recorrente não contesta a falta de apropriação nos resultados e esclarece que as transações objeto dos autos referem-se as permutas de imóveis e, portanto a imputação fiscal resultaria em dupla tributação de um só venda vez que não lid qualquer acréscimo patrimonial nas transações. A recorrente cita os seguintes exemplos numéricos relativamente as duas transações: a) Venda no ano de 2000 — do imóvel original a. 1 . em 05.11.2000 — venda do apto. 1302 - Ed. Resid. Porto Principe — por R$ 243.000,00 recebido como parte de pagamento um terreno no valor de R$ 151.000,00 (documento n° 13), a.2. em 05.11.2000— venda do terreno acima por R$ 151.000,00, recebido como parte de pagamento o apto. 404-A — Ed. Resid. Saint Louis, por R$ 85.000,00; a.3. em 05.11.2000 — venda do apto. 404-A — Ed. Resid.aint Louis por R$ 92.000,00, recebido como parte de paga ento d apartamento 202-B — Ed. Resid. Brasilar, por R4 45.000, 00. 16 Processo n° 11516000833/2005-08 SI-C3T2 Acórdão n.° 1302-00376 Fl. 9 a.4. em 05.01.2001 — venda do apto. 202-B - Ed. Resid. Brasilar, por R$ 49.000,00 a receber em dinheiro. b) Venda no ano de 2001 — do imóvel original b. 1 . em 05.08.2001 — venda do apto. 1002 — Ed. Resid. Porto Principe, por R$ 147.000,00, recebido como parte do pagamento o apartamento 501-B — Ed. Maracaibo —por R$ 60.000,00 b.2 — Em 19.09.2001 — Venda do apto. 501-B — Ed. Marcaibo — por R$ 59.000,00, a receber em dinheiro. Note-se a reação em cadeia nestes tipos de casos, aliás, é uma freqüente, em se tratando de negócios efetivados pela Recorrente. No primeiro caso teve tributação sobre um total de R$ 535.000,00 (243.000,00 + 151.000,00 + 92.000,00 + 49.000,00), para uma venda original do imóvel de R$ 243.000,00. Já no segundo caso ocorreu a tributação sobre um total de R$ 206.000,00 (147.000,00 + 59.000,00) para uma venda original do imóvel de R$ 147.000,00. Com estes dois exemplos numéricos, a recorrente entende que não pode prevalecer o entendimento exposto pelas autoridades fiscais, por resultar uma tributação em cascata e em duplicidade de uma venda e, também, por inexistir qualquer acréscimo patrimonial porquanto o objeto da recorrente é a construção e venda de imóveis novos e a revenda de imóveis não constituem seu objeto. Os argumentos expostos pela recorrente são relevantes, mas não tem amparo na legislação tributária vigente. Além dos fundamentos expostos pela autoridade julgadora de 1° grau deve ser examinado o artigo 411 do RIR199 que consolida o artigo 27, § 1°, do Decreto-Lei n° 1598/77, estabelece: Art. 411 — 0 lucro bruto na venda de cada unidade será apurado e reconhecido quando contratada a venda, ainda que mediante instrumento de promessa, ou quando implementada a condição suspensiva a que estiver sujeita a venda. Assim, a apuração do resultado no período de contratação da venda é uma condição inafastável, anda que a venda tenha sido para pagamento a prazo ou recebimento de parte do pagamento em imóveis. Os argumentos expostos pela recorrente no sentido de que as transações objeto dos autos tratar-se-iam de permutas não podem ser aceitos porquanto o sujeito passivo não observou as regas estabelecidas na legislação tributária vigente. A alegada permuta não foi realizada mediante escritura pública conforme prescrição constante do artigo 121, inciso II, do RIR199 e desta forma, para a hipótese dos ,- -. autos, o lucro deve ser obrigatoriamente apurado no período da venda e apenas nos casos de \ 17 venda a prazo, a tributação do lucro pode ser transferida para o período em que a 'receita foi recebida. De fato, o caso dos autos, é um caso típico de dação em pagamento e que não se aplica as regras de permuta conforme o disposto no item 4, da Instrução Normativa SRF n° 107/88, com a seguinte redação: COMPRA E VENDA COM DAÇÃO DE UNIDADE IMOBILIÁRIA EM PAGAMENTO 4. NORMAS APLICÁVEIS 4.1 — São aplicáveis as operações quitadas de compra e venda de terreno seguidas de confissão de divida e promessa de dação, em pagamento, de unidade imobiliária construída ou a construir, todos os procedimentos e normas constantes das Seções I e II desta Instrução Normativa, desde que observadas as condições cumulativas a seguir: a) a alienação do terreno e o compromisso de dação em pagamento sejam levados a efeito na mesma data, mediante instrumento público; b) o terreno objeto da operação de compra e venda seja, até o final do período-base seguinte ao em que esta ocorrer, dado em hipoteca para obtenção de financiamento ou, no caso de loteamento, oferecido em garantia ao poder público, nos termos da Lei n°6.766, de 19 de dezembro de 1979. 4.1.1 — A não observância das condições cumulativas aqui estipuladas sujeitará o promitente da dação a apuração dos resultados da operação tomando-se por base, para determinação do prep de alienação dos bens permutados, o valor de mercado tal como previsto no subitem 1.2 ou, na ausência de laudo da avaliação, o valor que vier a ser arbitrado pela autoridade fiscal. Nesta hipótese, a apuração do resultado reportar-se-á ao ano-base ou período-base em que tiver ocorrido, sujeitando-se o promitente da dação ao recolhimento do imposto de renda sobre o lucro da compra e venda como tributo postergado." A recorrente argumentou, também, que de acordo com o artigo 534 do RJR/99, as pessoas jurídicas que tern com objetivo social a venda de imóveis construidos ou adquiridos para revenda, a incorporação de prédios em condomínio devem ter os lucros calculados, deduzindo-se da receita bruta trimestral o custo do imóvel devidamente comprovado e será tributado na proporção da receita recebida ou cujo recebimento seja previsto para o próprio trimestre. A leitura isolada deste artigo 534 do RIR199 pode levar o interprete a uma confusão, mas uma análise mais detalhada da matéria leva uma conclusão diferente. 0 texto do artigo 534 do RIR/99 tem origem no artigo 49 da Lei n° 8.981, de 1995, na `Seção V — Do Regime de Tributação com Base no Lucro Arbitrado' com a seguinte redação: Art. 49. As pessoas jurídicas que se dedicarem a venda de imóveis construidos ou adquiridos para revenda, ao loteâ mento de terrenos e a incorporação de prédios em condominio\terão 18 2 BRASIL. Receita Federal do Brasil. Disponível em www.receita.fazenda.gov.br e acesso em 30/04/2010. 19 Processo n° 11516000833/2005-08 S1-C3T2 Acórdão n.° 1302-00376 Fl. 10 seus lucros arbitrados deduzindo-se da receita bruta o custo do imóvel devidamente comprovado. Parágrafo único. 0 lucro arbitrado será tributado na proporção da receita recebida ou cujo recebimento esteja previsto para o próprio mês. Entretanto, a mesma Lei n° 8.891, de 1995, em seu artigo 30, estabeleceu expressamente que: Art. 30. As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativa a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados el venda, bem como a venda de imóveis construidos ou adquiridos para revenda, deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo ás unidades imobiliárias. (destaquei). Art. 31. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os imposto não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário. Como se vê, esta Lei n° 8.981/95 confirmou a definição da receita bruta que já havia sido estabelecida pelo artigo 44 da Lei n° 4.506/64 e mantida pelo artigo 12 de Lei n° 1.598/88, com pequenas alterações. A dedução do custo dos imóveis vendidos tem cabimento nos casos de apuração de ganhos de capital e, com fundamento no art. 49, da Lei n° 8.891/95, na determinação da base de cálculo do lucro arbitrado. Desta forma, para efeito de determinação da base de cálculo do lucro presumido, o percentual de 8% deve ser aplicado sobre a receita bruta, propriamente dita, sem a dedução dos custos. Aliás, este entendimento foi adotado pela Secretaria da Receita Federal, na solução de consulta das Superintendências Regionais da Receita Federal da 8 e 9' Regido Fiscal, conforme as seguintes ementas 2 : Processo de Consulta n°247/09 — Superintendência Regional da Receita Federal — SRRF/9" RF. ATIVIDADE IMOBILIÁRIA. PERMUTA. As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados a venda, bem a venda de imóveis construidos ou adquiridos para revenda, deverão considerar como receita bruta o montante, em bens ou dinheiro, recebido em pagamento, relativo ás unidades imobiliárias vendidas. Processo de Consulta n° 68/09 — Superintendência Regional da Receita Federal — SRRF/10a RF. LUCRO PRESUMIDO. PERMUTA DE IMÓVEIS. RECEITA BRUTA. Na operação de permuta de imóveis sem recebimento de torna, realizada por pessoa jurídica tributada pelo IRPJ com base no lucro presumido, dedicada ix atividade imobiliária, constitui receita bruta o prep do imóvel recebido em permuta." Não resta, pois, qualquer dúvida que a apuração dos resultados de vendas de unidades imobiliárias construídas deve ser realizada quando das respectivas vendas e os imóveis recebidos em dação para pagamento devem compor as receitas brutas dos respectivos períodos. Pelas razões expostas nego provimento ao recurso voluntário. 2.3 — Atualização Monetária, Juros e Multas Apropriados como Receita Bruta, nos Anos-Calendário de 2000 e 2001 Neste tópico, a fiscalização determinou que as atualizações monetárias, juros e multas que foram declaradas pelo sujeito passivo como a receita bruta operacional deveriam ter o tratamento de ganhos de capital e serem computados como acréscimo ao lucro presumido e, assim, 90% do valor da receita bruta declarada foi adicionado ao lucro presumido e integrou a base de cálculo do IRPJ. Esta matéria foi objeto de Parecer elaborado pelo Professor Paulo de Barros Carvalho e anexado, as fls. 1545 a 1590, onde concluiu que as atualizações monetárias, juros e multas estão vinculados As receitas operacionais e como tal, como acessórios, devem acompanhar a mesma sorte da receita operacional e, assim, estas rubricas devem compor a receita bruta. O litígio contido neste tópico merece uma análise mais detalhada posto que envolve os conceitos de receita bruta operacional, atualização monetária, juros e multas e para cada matéria tem um tratamento distinto. 0 conceito de receita bruta operacional está sedimentado desde o advento do artigo 44 da Lei n° 4.506/64, com a seguinte redação: Art. 44 — Integram a receita operacional bruta: I — o produto da venda dos bens e serviços nas transações ou operações de conta própria; — o resultado auferido nas operações de conta alheia." Originalmente, a receita bruta abrangia o produto da venda dos bens e serviços nas transações ou operações de conta própria e apenas o resultado auferido nas operações de conta alheia e, portanto, eventuais juros, multas ou atualização monetária estariam incorporados a receita bruta operacional. A Lei n° 5.844, de 23 de setembro de 1943, estabelecia o se 20 Processo n° 11516000833/2005-08 S 1-C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 11 Art. 40— 0 lucro presumido sera determinado pela aplicação do coeficiente de 8% sobre a receita bruta. s¢ 1° - constitui receita bruta a soma das operações realizadas por conta própria e das remunerações recebidas como prep de serviços prestado. ,¢ 2° - incluem-se na receita bruta as receitas totais de transações alheias ao objeto do negócio. Na sua origem o lucro presumido era calculado sobre a receita bruta total, inclusive sobre transações alheias ao objeto do negócio. Posteriormente, com o advento do Decreto-Lei n0 1.598/77, as receitas passaram a ser classificadas como receita bruta operacional (art. 279 do RIR199), outros resultados operacionais onde se incluem receitas e despesas financeiras (art. 373, do RIR/99) e variações monetárias (art. 375 a 378, do RIR199) e, ainda, os resultados não operacionais resultante de ganhos de capital. (art. 418, do RIR/99). Após a expedição do Decreto-lei e 1598/77, foi expedido o Ato Declaratório Normativo COSIT n° 07/93, onde foi exposta a interpretação sobre o tema em apreço, nos seguintes termos: ... nas vendas et prazo, o custo do financiamento, contido nos valores dos bens ou serviços ou destacados na nota fiscal, integra a receita bruta para efeito da tributação com base no lucro presumido, do pagamento do imposto sobre a renda mensal calculado por estimativa e da incidência da contribuição social para o financiamento da seguridade social." Como se vê, a interpretação contida neste ADN consagrou o entendimento no sentido de que a rubrica 'outras receitas operacionais como as receita financeiras e variações monetárias tem a mesma natureza da receita operacional e como tal integram a receita bruta operacional. Na seqüência, o artigo 30 da Lei n° 8.891, de 1995, determinou que as pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados a venda, bem como a venda de imóveis construidos ou adquiridos para revenda, deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo As unidades imobiliárias, ou seja, confirmou a interpretação estabelecida no ADN (COSIT) n° 07/93. Neste contexto, foi expedida Lei n° 9.430, de 1996, que institui o período trimestral de apuração da base de cálculo e referendou todas as normas vigentes sobre a tributação de pessoas jurídicas e entre outras considerações e sobre a tributação com base no lucro presumido definiu: Art. 24 — 0 lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: I— o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata 7i artigo 15 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sofre a receita bruta definida pelo artigo 31 da Lei n° 8.981, de 204& 21 janeiro de 1995, auferida no período de apuração de que trata o art. desta Lei; 11 — os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período." Esta norma consagra as regras já estabelecidas anteriormente no sentido de que sobre a receita bruta operacional aplica-se o percentual de 8% e sobre este lucro adicionam-se os ganhos de capital e receitas de aplicações financeiras e resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas no inciso I, acima transcrito, ou seja, as receitas financeiras de aplicações financeiras. As atualizações monetárias, juros e eventuais multas que constituem receitas operacionais não se equiparam a ganhos de capital ou rendimentos de aplicações financeiras desvinculadas das atividades operacionais. Na esteira deste entendimento, foi expedida a Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998, que em seu artigo 14, excluiu da proibição de opção pelo lucro presumido as pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem a venda de imóveis construídos ou adquiridos para venda passaram a ter a faculdade de tributação de seus lucros mediante apuração de lucro presumido, a partir de 1° de janeiro de 1999. Veja-se, pois, que a autorização para as pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados 6. venda, bem como a venda de imóveis construidos ou adquiridos para revenda venham a optar pela tributação com base no lucro presumido foi estabelecida de forma indireta e, portanto, não criou nenhuma regra nova ou especifica sobre a base de cálculo do lucro presumido. Ainda no ano-calendário de 1999, foi expedida a Instrução Normativa SRF n° 25/99, onde foi estabelecido que: Art. 1° - Nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, as variações monetárias a que se refere o art. 9° da Lei n°9.718, de 27 de novembro de 1998, para efeitos do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro liquido, terão o seguinte tratamento: (.) II — no caso de tributação com base no lucro presumido, as receitas serão adicionadas ao lucro presumido, pelo regime de competência ou de caixa, conforme op cão do contribuinte." 0 Professor Paulo de Barros Carvalho enfatizou com meridiana clareza que a hipótese versada só se aplica as variações monetárias a que se refere o artigo 9° da Lei n° 9.718, de 1998, ou seja, para as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa cambial ou de indices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, cujas variações não se confundem com a simples atualização - do poder aquisitivo da moeda ou com juros compensatórios integrantes do preço de behs verididos a prazo. 22 Processo n° 11516000833/2005-08 S 1 -C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 12 Além disso, caso queira estender a norma contida no artigo 1° e seu inciso II, da Instrução Normativa SRF 0 25/99, acima transcrita, este entendimento contraria frontalmente a determinação expressa no inciso II, do artigo 24, da Lei n° 9.430, de 1996, visto que o que se adiciona ao lucro presumido são os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados e auferidos no mesmo período de apuração. Ora, as atualizações monetárias, juros e multas como acessórios do valor da venda de unidades imobiliárias vendidas não constituem ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras que se equiparam a ganhos de capital, pela venda de bens do ativo permanente. Quando o inciso II, do artigo 24 de Lei n° 9.430, de 1996, diz rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras o texto só pode referir-se a aplicações financeiras das disponibilidades financeiras acumuladas pelas pessoas jurídicas e que não tem qualquer implicação com as receitas operacionais. Entretanto, os dispositivos legais acima examinados podem ter resultado interpretações das mais diversas e para sanar possíveis confusões, foi editada a Lei n° 10.931, de 02 de agosto de 2004, onde seu artigo 4°, § 1 0, determinou: Art. 4° - § 1° - Para fins do disposto no caput, considera-se receita mensal a totalidade das receitas auferidas pela incorporadora na venda das unidades imobiliárias que compõem a incorporação, bem como as receitas financeiras e variações monetárias decorrentes desta operação." Alem disso, a Lei n° 11.196, de 21 de dezembro de 2005, em seu artigo 34, alterou a redação do artigo 15, da Lei n° 9.249, de 1995, e o novo texto passou a vigorar com o acréscimo do § 4°, com a seguinte redação: Art. 15 — A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (.) § 40 - 0 percentual de que trata este artigo também sera aplicado sobre a receita financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construidos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente -de comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato." 23 24 A meu ver, o artigo 15, § 4° acima transcrito, tem a natureza de lei interpretativa do artigo 24, inciso II, da Lei n° 9.430, de 1996, cuja redação dava margem as variadas interpretações. Este entendimento tem amparo no artigo 106, inciso I, do Código Tributário Nacional. Nestas condições, a minha convicção é a de que as atualizações monetárias, juros e multas, por se tratarem de valores adicionais ao valor da venda de imóveis e como parcelas acessórias devem acompanhar o valor principal da venda e, portanto, o procedimento adotado pelo sujeito passivo quando a apresentação das DIPJ/2000 e DIPJ/2001 não merece qualquer reparação. Desta forma, dou provimento ao recurso voluntário, relativamente a este tópico. 2.4 — Multa Qualificada sobre Omissão de Receitas — Saldo Credor de Caixa 0 crédito tributário incidente sobre as receitas omitidas caracterizadas por saldo credor da conta Caixa, mediante reconstituição da mesma conta e com base na escrituração contábil mantida pelo sujeito passivo, a autoridade fiscal aplicou a multa qualificada de 150%. A fiscalização registrou que diante do evidente intuito de fraude caracterizado, visto que não restam dúvidas quanto h. intenção do contribuinte em ludibriar o fisco, causando prejuízo aos cofres públicos mediante a falta e/ou redução do recolhimento/pagamento dos tributos devidos, é de se aplicar a qualificação da multa. Acrescentou a autoridade fiscal que a multa de oficio qualificada aplicável ao caso em tela está prevista no artigo 44, inciso II, da Lei n° 9.430/96, e tem como pressuposto para sua aplicação a existência de 'evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964. Como se vê, a digna autoridade fiscal entendeu que estaria caracterizada a sonegação, fraude e conluio entre o sujeito passivo e as suas interligadas. Conforme minuciosa descrição contida no Termo de Verificação Fiscal e Encerramento da Fiscalização, a recomposição da conta Caixa deu-se em virtude da constatação de erro de contabilização que registrou regularmente as operações relativas a: a) pagamentos por serviços de intermediação na venda de imóveis; b) registros correspondentes à taxa de administração; c) pagamentos às empreiteiras de mão de obra; d) compra e venda de CUBs; e) recebimentos de imóveis não escriturados como receitas relativos a venda de apartamento n° 305-H, do Edificio Porto Principe para Vilza Terezinha Guindani Weber e apartamento n° 704, do Residencial Maison Carter, para Lirio Utech, mas que foram registrados como imóveis em estoque e posteriormente apropriados como receita quando da efetiva venda. Desta forma, não concordo com o entendimento firmado pela auto dade fiscal porquanto no caso dos autos, a reconstituição ou a recomposição da conta Caix foi 3 BRASIL. Conselho de Contribuintes. Disponível em www.conselhos.fazenda.gov.br e acess /em 09)02/2010. '■ 25 Processo n° 11516000833/2005-08 SI-C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 13 efetuada pela fiscalização com base na escrituração contábil regulamente mantida pelo sujeito passivo e este lançamento funda-se, única e exclusivamente, em presunção legal estabelecida no artigo 281, inciso I, do RIR/99. A jurisprudência administrativa já está plenamente pacificada no sentido de que quando a autoridade fiscal apura o crédito tributário com base em operações regularmente contabilizadas, não há lugar para a aplicação da multa qualificada, conforme as ementas dos seguintes acórddos 3 : MULTA QUALIFICADA. A aplicação da multa qualificada pressupõe c comprovação do evidente intuito de fraude, não sendo autorizado ao Fisco impô-la quando a verificação do ilícito emerge de dados e elementos apurados dentro da contabilidade do sujeito passivo ou em face de informes que este possa apresentar não somente ao Fisco Federal, mas aos Fiscos Estadual e Municipal. (Ac. 103-21.718, de 16/09/2004)." IRPJ. OMISSÃO DE RECEITAS. MULTA AGRAVADA. A aplicação da multa agravada ou qualificada depende da comprovação especifica do dolo, sendo certo que quando a fiscalização apura omissão em base da escrituração do sujeito passivo e de demais elementos por ele fornecidos não há como se penalizá-lo pela multa de lançamento de oficio excedente ao percentual de 75%. (Ac. 103-21.255, de 11/03/2003)." FRAUDE E SONEGAÇÃO FISCAL. ACERVO PROBANTE APOIADO EM ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL REGULAR. AUSÊNCIA DOS PRINCÍPIOS DE OCULTAÇÃO E PRÁTICA REITERADA CONDENÁVEL. DESCABIMENTO. 0 acervo probante do ato tributário ilícito, no mais das vezes, exige, para a sua validade e sustentag do, a busca de elementos outros que estão a margem do rotineiro material colocado a disposição do fisco para o seu conhecimento, análise, convicção e conclusão. Não lhe podem servir, como apoio, as evidências nitidamente veementes afloradas pelos entes probantes colocados — sem maiores resistências — a sua mercê, provindos dos arquivos da própria empresa. (Ac. 107-06.938, de 28/01/2003 — DOU de 07.11.2003). Além disso, a jurisprudência administrativa está assente no sentido de que quando o lançamento foi efetuado com base em presunção legal, absoluta ou relativa, não cabe a aplicação da multa qualificada conforme as ementas dos seguintes acórdãos: Por outro lado, os dispositivos legais apontados como infringidos e relativos a Lei n° 4.502/64, dispõe expressamente: Art. 71 — Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazenddria: I — da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II — das condições pessoas de contribuintes, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal, ou o crédito tributário correspondente. Art. 72 — Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73 — Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos no artigo 71 e 72. Os textos acima transcritos determinam expressamente que as irregularidades tenham relação direta e especifica com a obrigação tributária principal, ou seja, com a ocorrência do fato gerador dos respectivos tributos e no caso dos autos, a fiscalização não demonstrou qualquer ato ou fato que o sujeito passivo tenha praticado para subtrair a ocorrência do fato gerador. A fiscalização demonstrou apenas que houve erro de contabilização de movimentação financeira e dai a recomposição da conta Caixa e, por presunção, concluiu pela omissão de receita. Nas hipóteses de apuração de irregularidades por presunção, a legislação tributária vigente tem sido estabelecida que não cabe a aplicação da multa qualificada e entre outros acórdãos, podem ser transcritas as seguintes ementas 4 : MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. Simples omissão de receitas ou declaração inexata não representam, por si só, intuito evidente de fraude que não se presume, sendo necessária a demonstração cabal da conduta material suficiente para sua caracterização. Recurso provido. (Ac.104-19.825, de 18/02/2004). MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO QUALIFICADA. JUSTIFICATIVA PARA APLICAÇÃO DA MULTA. Qualquer circunstância que autorize a exasperação da multa de lançamento de oficio de 75% prevista como regra geral, deverá ser minuciosamente justificada e comprovada nos autos. Além disso, para que a multa de 150% seja aplicada, exige-se que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude. Desta forma, se a fiscalizagdo não demonstrou, nos autos, que a ação do contribuinte teve o propósito deliberado de impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, utilizando-se de recursos que caracterizam evidente intuito de fraude, não cabe a aplicação da multa qualificada. (Ac. 104-18.070, de 20/06/2001). MULTA AGRAVADA. APLICAÇÃ O. LANÇAMENTO COM BASE EM PRESUNÇÃO LEGAL. Incabível o agravamento da multa de oficio quando não caracterizada nos autos a prática de dolo, fraude ou simulação por parte da autuada. A prestiii0o legal de omissão de receitas por falta de comprovação de rigehi 4 BRASIL. Conselhos de Contribuintes. Disponível em wwvv.conselhosfazenda.gov.br e acesso em 30/04/2010. 26 Processo n° 11516000833/2005-08 SI-C3T2 Acórdão n.° 1302-00.376 Fl. 14 de depósitos bancários não justifica a aplicação da multa exacerbada. (Ac. 108-07.390, de 14/05/2003). A matéria já esta pacificada na Câmara Superior de Recursos conforme Acórdão CSRF/04-00.963, de 04, de agosto de 2008, com o seguinte enunciado 5 : LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA QUALIFICADA. A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo (Sumula n° 14, do Primeiro Conselho de Contribuintes). Recurso Especial do Procurador Negado. enunciado6 : A Súmula n° 14, do Primeiro Conselho de Contribuintes tem o seguinte Súmula 1°CC n° 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualifica cão da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Diante do exposto, dou provimento ao recurso voluntário para reduzir o percentual da multa de lançamento de oficio de 150% para 75%. 3. LANÇAMENTOS REFLEXIVOS Os lançamentos reflexivos estão fundados nos mesmos fatos apurados na exigência inicial e relativa ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica e, portanto, o decidido no lançamento matriz deve ser estendido para os demais lançamentos. 4. CONCLUSÃO De todo o exposto e tudo o mais que consta dos autos, voto no sentido de rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir da base de cálculo de IRPJ e CSLL, seguintes parcelas computadas como acréscimo ao lucro presumido: R$ 43.831,23, R$ 85.379,21, R$ 48.246,48 e R$ 32.194,79, respectivamente, nos 1° a 40 trimestre do ano-calendário de 2000 e as parcelas de R$ 59.483,18, R$ 63.229,47, R$ 65.646,06 e R$ 70.206,92, respectivamente no ano-calendário de 2000 e, ainda, reduzir o percentual da multa- lançamento de oficio de 150% para 75% sobre tributos calculados sobre a omissão de recitas cracterizadas por saldo credor da conta Caixa. IRINEU BIANCHI - Relator 5 BRASIL. Conselhos de Contribuintes. Disponível em www.conselhos.fazenda.gov.br e acesso em 30/04/2010. 6 BRASIL. Conselhos de Contribuintes. Disponível em www.conselhos.tazenda.00v.br e acesso em 28/0412009. 27 Voto Vencedor Conselheiro EDUARDO DE ANDRADE — Redator Designado Neste julgado, manifestou o ilustre Conselheiro Relator Irineu Bianchi seu posicionamento no sentido de que as atualizações monetárias, multas e juros contratuais incidentes sobre o valor das vendas de unidades imobiliárias construídas são parte integrante da receita de vendas por se tratarem de acessórios tem a mesma natureza das vendas e definidas como outras receitas operacionais pela legislação tributária vigente. Não obstante estar tal posição escorada em valiosos fundamentos jurídicos e em parecer do eminente prof Paulo de Barros Carvalho, o colegiado divergiu, pelo voto de qualidade, seguindo o entendimento de que tais rubricas não podem ser incluídas como receita bruta da venda de mercadorias e serviços, devendo serem adicionadas ao lucro presumido. Assim, designado para redigir o voto vencedor, manifesto meu entendimento no sentido de que, embora os contribuintes que efetuem comercialização de imóveis, nos termos do art. 29 do Decreto-Lei n° 1.598/77, possam gozar de regime especial de apuração do IRPJ, reconhecendo o lucro bruto segundo o recebimento das receitas de vendas recebidas, nem por isso se afastam das normas gerais que regem a tributação dos acréscimos que acompanham tais recebimentos. Assim, nos termos dos art. 17 e 18 do Decreto-lei n° 1.598/77 c/c o art. 9° da Lei n° 9.718/98, os juros ativos, bem como as variações monetárias e multas compensatórias previstas contratualmente recebidos são classificados como receitas financeiras, inseridos dentro do resultado operacional da empresa como atividade acessória, que, embora seja usual, diverge do objetivo buscado pelo empreendimento, que se dá pelo exercício de sua atividade principal (venda de mercadorias e serviços). Com efeito, não é porque são recebidos juntamente com a parcela relativa atividade principal (venda de mercadorias e serviços) que passam a ter tal natureza, devendo-se discriminar a rubrica em razão da natureza do ingresso. E bem verdade que pela natureza da atividade exercida pela recorrente, a usualidade com que tais receitas se incluem nas parcelas recebidas pede tratamento diferenciado neste caso, com sua adição à receita bruta de vendas, o que foi efetivamente realizado pela Lei n° 11.196/2005, ao inserir o §4° ao art. 15 da Lei n° 9.249/95. Porém, o dispositivo entrou em vigor somente em 01/01/2006, não se aplicando ao caso presente. Divirjo, ainda, do ilustre relator no que tange aos efeitos do referido dispositivo, que, para mim, ao alterar a legislação vigente inovou o Ordenamento Jurídico, estabelecendo novo deôntico do tipo obrigatório (embora mais favorável), não podendo ser tido, portanto, como interpretativo. Destarte, embora possa parecer injusto não estender o tratamento favorecido ao recorrente, releva notar que não é dado ao Órgão Administrativo de Julgamento integrar a Lei tributária, para empregar a equidade, e assim, dispensar o contribuinte do pagamento de tributo devido. E também vedado atribuir à Lei tributária efeitos retroativos, exceto nos casos previstos nos art. 105 e 106 do CTN, que não se configuram in casu. Feitas tais observações, releva notar que a exclusão das receitas financeiras relativas a juros, atualizações e multas compensatórias foi realizada no art. 25 da Lei n° 9.430/96, que inclui na parcela a ser sujeita a aplicação do coeficiente de 8% (inciso I) apenas a 28 Processo n° 11516000833/2005-08 S 1-C3T2 Acórdão n.° 1302-00376 Fl. 15 receita bruta definida no art. 31 da Lei n° 8.981/95, que, nesta qualidade, somente inclui a receita bruta das vendas e serviços, a qual compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. Por outro lado, o inciso II do art. 25 da Lei n° 9.430/96 (abaixo transcrito) relaciona tais receitas financeiras expressamente A. margem da aplicação do coeficiente de 8%, na medida em que inclui as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período, além dos ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, no seu rol. Verifica-se, pois, que a redação buscou abarcar todas as receitas não incluidas no inciso I. Art. 25. 0 lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: I - o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n°9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 31 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995, auferida no período de apuração de que trata o art. 1° desta Lei; - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período. Isto posto, voto para negar provimento no tocante a esta matéria. O Colegiado, também por voto de qualidade, divergiu da posição do ilustre Relator que rechaçou a aplicação da multa qualificada para os créditos tributários constituídos com base na reconstituição do caixa da recorrente. Desta forma, inserido dentre aqueles que manifestaram-se pela viabilidade da penalidade exasperada, embora reconheça o valor jurídico doutrinário e jurisprudencial manifestado no posicionamento do voto vencido, entendo que a multa de 150% foi aplicada corretamente pela autoridade fiscal. Com efeito, a recomposição da conta Caixa deu-se em virtude da constatação de erro de contabilização que registrou as operações relativas a: a) pagamentos por serviços de intermediação na venda de imóveis; b) registros correspondentes à taxa de administração; c) pagamentos As empreiteiras de mão de obra; d) compra e venda de CUBs; 29 e) recebimentos de imóveis não escriturados como receitas relativos a venda de apartamento n° 305-H, do Edificio Porto Principe para Vilza Terezinha Guindani Weber e apartamento n° 704, do Residencial Maison Carter, para Lirio Utech, mas que foram registrados como imóveis em estoque e posteriormente apropriados como receita quando da efetiva venda. No entanto, conforme bem relatado, as provas documentais enviadas pelo Ministério Público Federal indicavam que algumas operações realizadas pela empresa estavam escrituradas como contrapartida na conta 'Banco Bandeirantes S/A', quando a fiscalizada não tinha conta corrente aberta no 'Banco Bandeirantes S/A' e, portanto, todas as operações que estavam escrituradas nesta rubricas, em verdade, representavam numerários advindos de receitas operacionais não contabilizados. Contudo, iniciada a auditoria contábil, com a requisição dos livros contábeis e fiscais, as principais suspeitas aventadas confirmaram-se. O relatório aduz, adiante, que Estes registros tendo sido lançados a débito da conta Caixa, deveriam ter os correspondentes registros a crédito da mesma conta Caixa, pela saída na efetivação dos pagamentos e, desta forma, a falta deste registro legitima a exclusão dos valores indevidamente registrados como ingressos na conta Caixa e, portanto, feita a recomposição da conta Caixa e apurado o saldo credor de Caixa fica evidenciada a omissão de receitas. Além disso, algumas operações realizadas pela empresa estavam escrituradas como contrapartida na conta `Banco Bandeirantes S/A', quando a fiscalizada não tinha conta corrente aberta no 'Banco Bandeirantes S/A' e, portanto, todas as operações que estavam escrituradas nesta rubricas, ern verdade, representavam numerários advindos de receitas operacionais não contabilizados. Desta forma, verifica-se que o recorrente reduziu valores devidos ao Fisco, lançando mão da inexistente conta corrente mantida no Banco Bandeirantes, contabilizando, assim, recursos obtidos A. margem da contabilidade, e dando-lhes forma de aparente regularidade, para nela se escudar quando do preenchimento de suas declarações. Tal postura, para mim, revela o dolo na escrituração, na prestação indevida das informações e nos recolhimentos reduzidos em relação ao valor total devido. Assim, a conduta de falsear tais elementos, reduzindo-lhes os valores devidos, demonstra intenção de esconder do Fisco a ocorrência de fatos geradores. Provada a redução, entendo caracterizado o intuito de fraude, o qual autoriza a exasperação da multa. Neste sentido, voto para manter a multa qualificada. EDUARDO D ANDRADE — Redator Designado 30
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Numero do processo: 10166.721538/2009-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
TICKET ALIMENTAÇÃO E LANCHE MATINAL. PAGAMENTO IN NATURA. SEM ADESÃO AO PAT. AUSÊNCIA DE NATUREZA SALARIAL. AUXÍLIO ESCOLAR E PROGRAMA DE INCENTIVO EDUCACIONAL. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
O fornecimento de ticket alimentação e de lanche matinal não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT.
Os valores relativos ao auxílio escolar e à programa de incentivo educacional não possuem natureza salarial, deixando, portanto, de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois os benefícios se revestem de características próprias no sentido de que são para o trabalho e não pelo trabalho.
As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996
Recurso Voluntário Provido.
Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 2301-002.567
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso nas questões relacionadas ao auxílio alimentação e ao auxílio educação aos dependentes dos segurados da recorrente, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Mauro José Silva e Marcelo Oliveira, que votaram em negar provimento ao recurso nessas questões; II) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento ao recurso, na questão do auxílio educação aos segurados, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Damião Cordeiro de Moraes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzáles Silvério, Damiao Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes.
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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PAGAMENTO IN NATURA. SEM ADESÃO AO PAT. AUSÊNCIA DE NATUREZA SALARIAL. AUXÍLIO ESCOLAR E PROGRAMA DE INCENTIVO EDUCACIONAL. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. O fornecimento de ticket alimentação e de lanche matinal não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Os valores relativos ao auxílio escolar e à programa de incentivo educacional não possuem natureza salarial, deixando, portanto, de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois os benefícios se revestem de características próprias no sentido de que são para o trabalho e não pelo trabalho. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996 Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 15 38 /2 00 9- 69 Fl. 451DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso nas questões relacionadas ao auxílio alimentação e ao auxílio educação aos dependentes dos segurados da recorrente, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Mauro José Silva e Marcelo Oliveira, que votaram em negar provimento ao recurso nessas questões; II) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento ao recurso, na questão do auxílio educação aos segurados, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzáles Silvério, Damiao Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pelo contribuinte, CEB DISTRIBUIÇÃO S/A, contra decisão que julgou válido o lançamento, mantendo o débito contra a empresa. 2. Conforme o Relatório Fiscal, constituem fatos geradores do lançamento as contribuições sociais devidas pelo contribuinte (parte do empregado) à Seguridade Social incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados, provenientes do fornecimento das rubricas ticket alimentação, lanche matinal, auxílio escolar, e programa de incentivo educacional, no período de 01/2006 a 12/2006. 3. Cumpre transcrever a ementa do julgamento administrativo de origem nos seguintes termos: “CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO ALIMENTAÇÃO. Integra o saláriodecontribuição o valor concernente à alimentação fornecida se a empresa não fez adesão ao programa de alimentação do trabalhador previamente aprovado pelo Ministério do Trabalho. (Lei nº 6.321, de 14.04.1976 e art. 195, I, “a”, da CF/88). Fl. 452DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721538/200969 Acórdão n.º 2301002.567 S2C3T1 Fl. 451 3 EDUCAÇÃO. ISENÇÃO. Nos termos do art. 111 c/c art. 176, ambos do CTN, a isenção, como forma de exclusão do crédito tributário, é matéria plenamente vinculada à lei, que especifica as condições e requisitos para a concessão, devendo ser interpretada sempre de forma restritiva. Desse modo, para as despesas de auxílio escolar, concernentes à educação superior, graduação e pós graduação; os valores reembolsados por cursos frequentados pelos dependentes dos empregados, e os relativos ao programa de incentivo educacional, que consiste no ressarcimento, por parte da empresa, dos gastos efetuados pelo empregado com matrículas e mensalidades de cursos de graduação e pósgraduação, não existe direito à isenção por falta de previsão legal. Impugnação improcedente Crédito tributário mantido” 4. O contribuinte, por sua vez, interpôs recurso voluntário, alegando em suma: a) nulidade do auto de infração na medida em que não constam, expressamente, quais as obrigações tributárias que teriam motivado o crédito tributário tal como lançado, os erros constatados nas informações prestadas pelo contribuinte e os dispositivos legais que o fundamentaram; b) os benefícios ticket alimentação e lanche matinal fornecidos pelo contribuinte a seus empregados estavam enquadrados na exceção do art. 28,§ 9º, “c”, da Lei nº 8.212/91, pois o contribuinte encontravase devidamente inscrito no Programa de Alimentação ao Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego (PAT); c) ainda que o contribuinte não fosse inscrito no PAT desde o ano de 2004, o lanche matinal fornecido e o ticket alimentação não poderiam integrar o salário de contribuição por possuírem finalidade de manter a integridade da saúde dos trabalhadores, possuindo, assim, caráter indenizatório, posto que, somente as verbas que fazem parte da remuneração dos empregados integram a base de cálculo da contribuição social; d) as rubricas programa de incentivo educacional e auxílio escolar, seja em face da legislação previdenciária ou trabalhista, não podem fazer parte do salário de contribuição. 5. Sem contrarrazões, os autos foram encaminhados a este Conselho para apreciação do recurso voluntário. É o relatório. Fl. 453DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 4 Voto Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DA INEXISTÊNCIA DE NULIDADE 2. Preliminarmente, alega o contribuinte a existência de nulidade do auto de infração, em razão de não constarem, expressamente, as obrigações tributárias que teriam motivado o crédito tributário tal como lançado, os erros constatados nas informações prestadas pelo contribuinte e os dispositivos legais que o fundamentaram. 3. Contudo, entendo que razão não lhe assiste, pois foram apontados os fundamentos de fato, conforme se depreende do item 1 do Relatório Fiscal, in verbis: “1. Contribuições sociais devidas pelo contribuinte (parte do empregado) à Seguridade Social incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados, provenientes do pagamento das rubricas ‘ticket alimentação’, ‘lanche matinal’, ‘auxílio escolar’ e ‘programa de incentivo educacional’.” 4. Além disso, verificase que os fundamentos de direito estão presentes nos Fundamentos Legais do Débito FLD, ff.. 19 a 20, no item 42 do Relatório Fiscal: “42. O lançamento fiscal está fundamentado na Constituição Federal e legislação constante do anexo Fundamentos Legais do Débito – FLD, além da já citada textualmente neste relatório” 5. Desse modo, restam evidenciadas, de forma clara, as razões técnicas e jurídicas que determinaram o lançamento fiscal. 6. Por fim, cumpre ressaltar que o lançamento encontrase devidamente fundamentado e motivado, em consonância com o que determina a legislação que rege o processo administrativo fiscal, notadamente o art. 50, da Lei n.º 9.784/99 e o art. 38, do Decreto 7.574/2011. Desta forma, não há que se falar em anulação do lançamento fiscal. DO LANÇAMENTO TICKET ALIMENTAÇÃO E LANCHE MATINAL 7. Como narrado no relatório fiscal, a empresa CEB Distribuição disponibilizou, conforme previsão em Acordo Coletivo de Trabalho, o benefício da alimentação a seus empregados, no ano de 2006, mediante fornecimento de vales refeição/alimentação e de kit lanche matinal. O regulamento interno da empresa previa, ainda, o fornecimento de vales refeição/alimentação também aos diretores da empresa. 8. E a despeito do bom arrazoado trazido pelo fisco, a meu ver, o débito não merece prosperar, conforme passarei a demonstrar a seguir. Fl. 454DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721538/200969 Acórdão n.º 2301002.567 S2C3T1 Fl. 452 5 9. Tenho firmado entendimento no sentido de que o pagamento do auxílio alimentação “in natura” não sofre a incidência da contribuição previdenciária, haja vista a ausência de sua natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no PAT. 10. Corroborando o posicionamento ora exposto, temse a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificando o entendimento no sentido de que o pagamento ‘in natura’ do auxílioalimentação não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Com tal atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da produtividade e eficiência funcionais. (Precedentes. EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006). 11. Confirase, a propósito, recente julgado da Primeira Turma deste Colendo Tribunal, in verbis: “TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO. VALEALIMENTAÇÃO. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR PAT. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃOINCIDÊNCIA. 1. O valor concedido pelo empregador a título de vale alimentação não se sujeita à contribuição previdenciária, mesmo nas hipóteses em que o referido benefício é pago em dinheiro. 2. A exegese hodierna, consoante a jurisprudência desta Corte e da Excelsa Corte, assenta que o contribuinte é sujeito de direito, e não mais objeto de tributação. 3. O Supremo Tribunal Federal, em situação análoga, concluiu pela inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o valor pago em espécie sobre o vale transporte do trabalhador, mercê de o benefício ostentar nítido caráter indenizatório. (STF RE 478.410/SP, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 10.03.2010, DJe 14.05.2010) 4. Mutatis mutandis, a empresa oferece o ticket refeição antecipadamente para que o trabalhador se alimente antes e ir ao trabalho, e não como uma base integrativa do salário, porquanto este é decorrente do vínculo laboral do trabalhador com o seu empregador, e é pago como contraprestação pelo trabalho efetivado. 5. É que: (a) ‘o pagamento in natura do auxílioalimentação, vale dizer, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito, ou não, no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, ou decorra o pagamento de acordo ou convenção coletiva de trabalho’ (REsp 1.180.562/RJ (grifo nosso) Fl. 455DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 6 (...) 6. Recurso especial provido.” (STJ REsp 1185685/SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2010, DJe 10/05/2011) (g.n.) 12. Salientase, ainda, que para firmar esse entendimento fazse mister a referência de acórdão cuja relatoria é do Ministro José Delgado que tratou da matéria em questão, conforme ementa abaixo transcrita: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. REFEIÇÃO REALIZADA NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. NÃOINCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRECEDENTES. DÉBITOS PARA COM A SEGURIDADE SOCIAL. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ DA CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA. PRECEDENTES. 1. Recurso especial interposto pelo INSS contra acórdão proferido pelo TRF da 4ª Região segundo o qual: a) o simples inadimplemento da obrigação tributária não constitui infração à lei capaz de ensejar a responsabilidade solidária dos sócios; b) o auxílioalimentação fornecido pela empresa não sofre a incidência de contribuição previdenciária, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Em seu apelo, o INSS aponta negativa de vigência dos artigos 135 e 202, do CTN, 2º, § 5º, I e IV, 3º da Lei 6.830/80, 28, § 9º, da Lei n. 8.212/91 e divergência jurisprudencial. Sustenta, em síntese, que: a) a) o ônus da prova acerca da não ocorrência da responsabilidade tributária será do sócio executado, tendo em vista a presunção de legitimidade e certeza da certidão da dívida ativa; b) é pacífico o entendimento no STJ de que o auxílioalimentação, caso seja pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, é salário e sofre a incidência de contribuição previdenciária. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o pagamento in natura do auxílioalimentação, isto é, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Com tal atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da produtividade e eficiência funcionais. Precedentes. EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006. Fl. 456DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721538/200969 Acórdão n.º 2301002.567 S2C3T1 Fl. 453 7 3. Constando o nome do sóciogerente na certidão de dívida ativa e tendo ele tido pleno conhecimento do procedimento administrativo e da execução fiscal, responde solidariamente pelos débitos fiscais, salvo se provar a inexistência de qualquer vínculo com a obrigação. 4. Presunção de certeza e liquidez da certidão da dívida ativa. Ônus da prova da isenção de responsabilidade que cabe ao sóciogerente. Precedentes: EREsp 702.232/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 26/09/2005; EREsp 635.858/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 02/04/2007. 5. Recurso especial parcialmente provido.” (REsp 977.238/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13.11.2007, DJ 29.11.2007 p. 257) [grifo nosso] 13. Inclusive, a argumentação da Fazenda Nacional nos autos acima (REsp 977.238/RS) era de que o auxilio alimentação, pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), possuía natureza salarial sendo, portanto, passível de recolhimento de tributo. No entanto, sua sustentação não foi provida em razão da orientação jurisprudencial pacífica do STJ em sentido contrário, qual seja não incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores pagos a título de auxilio alimentação. 14. Digase, também, pelo que se indica nestes casos, que a concessão da alimentação é desvinculada do salário por força da própria Lei nº 8.212/91 que determina a não integração do saláriodecontribuição às importâncias recebidas a título de ganhos expressamente desvinculados do salário (art. 28, §9º, letra “e”, número 7). 15. É oportuno dizer que as empresas, na verdade, estão desempenhando enorme papel social ao fornecerem alimentação a seus trabalhadores, notadamente para aqueles de menor renda. Ressaltase que cobrar contribuições sociais sobre o fornecimento próprio de alimentação é penalizar as empresas e desestimular a colaboração da sociedade na saúde do trabalhador. 16. Dessa forma, a mesma orientação do ticket alimentação aplicase à rubrica lanche matinal pelos mesmos fundamentos acima transcritos, já que a mesma não tem natureza salarial e não se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos. Sendo o caso, portanto, de dar provimento ao recurso nesta parte. 17. Por fim, embora não tenha influência para o meu voto, deixo registrado que o contribuinte alega que estava inscrito no Programa de Alimentação ao Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego (PAT); em motivo de ser integral sucessor da Companhia Energética de BrasíliaCEB, devidamente inscrita no Programa desde 04/03/2004. Não obstante, compulsando os autos, verificase por meio da análise dos comprovantes de inscrição fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, ff. 510 a 511, que a data de inscrição da sucedida (06/08/2008) é posterior a da sucessora (03/04/2008) e, por consequência, não há que se falar em adesão ao PAT no período de 2006. Fl. 457DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 8 “AUXÍLIO ESCOLAR” E “PROGRAMA DE INCENTIVO EDUCACIONAL” 18. Como consta do Relatório Fiscal, item 27, o fornecimento do auxílio escolar se deu mediante crédito em folha de pagamento, código “V 138”, sendo pagos os valores de R$ 212,04 para reembolso de cursos em que o empregado estava matriculado e de R$ 161,04 por dependente que também fizesse jus ao benefício. 19. E quanto à rubrica programa de incentivo educacional trazida no item 34 do Relatório Fiscal consiste no ressarcimento, por parte da empresa, com gastos efetuados pelo empregado com matrículas e mensalidades de cursos de doutorado, mestrado, graduação, pós graduação, língua estrangeira, técnicos profissionalizantes, atualização regular, supletivo de ensino fundamental e médio. 20. No presente caso, conforme a decisão de primeira instância, não foram considerados como alcançados pela exclusão prevista na alínea “t”, § 9º, art. 28 da Lei 8.212/91 os valores de auxílio escolar, concernentes à educação superior, graduação e pós graduação; os valores reembolsados por cursos frequentados pelos dependentes dos empregados, e os relativos ao programa de incentivo educacional, que consiste no ressarcimento, por parte da empresa, dos gastos efetuados pelo empregado com matrículas e mensalidades de cursos de graduação e pósgraduação. 21. Dessa forma, verificase que deve ser feita análise da incidência de contribuições sociais sobre os valores considerados pelo fisco como salário, uma vez que o agente fiscal atribuiu equivocadamente natureza salarial ao auxílio escolar e ao programa de incentivo educacional concedido pela empresa. 22. Posto que, no meu entender, os planos educacionais disponibilizados pelas empresas a seus empregados, ou a dependentes, não gera a incidência de contribuição previdenciária, eis que desvinculadas do salário do trabalhador.’ 23. Sobre essa questão, o meu ponto de vista encontra respaldo no artigo 458, parágrafo 2º, inciso II, da Consolidação das Leis do Trabalho, que retirou a natureza salarial do benefício de educação, facultando que os cursos sejam fornecidos em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo, inclusive, os valores relativos à matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático. 24. Cumpre ressaltar que a legislação trabalhista também não colocou qualquer trava para o benefício, simplesmente o desvinculou do salário, conforme transcrito abaixo: “Art. 458 Além do pagamento em dinheiro, compreendese no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada pelo Decretolei nº 229, de 28.2.1967) (...) § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) Fl. 458DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721538/200969 Acórdão n.º 2301002.567 S2C3T1 Fl. 454 9 (...) II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) (...)” 25. A propósito, essa é a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Superior do Trabalho, que se posicionam no sentido de que o auxílio educação não remunera o trabalho, pois não retribui o trabalho efetivo, assim não pode ser considerado salário in natura, conforme jurisprudência abaixo: “TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃOINCIDÊNCIA. AUXÍLIOEDUCAÇÃO DE EMPRESA (PLANO DE FORMAÇÃO EDUCACIONAL). VERBAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL. 1. Tratam os autos de embargos à execução fiscal opostos por TELECOMUNICAÇÕES DO PARANÁ S/A TELEPAR em face de execução fiscal movida pelo INSS para cobrar valores notificados referentes a auxílioeducação em face da autarquia previdenciária considerar que tal benefício integra o saláriodecontribuição. A exordial do presente processado restou fundada no seguinte pedido (fls. 15/16): a) "o acolhimento da preliminar de nulidade do título executivo, ante as razões supra aduzidas, extinguindose a execução sem julgamento de mérito"; b) "caso não seja acolhida a preliminar suscitada, no mérito seja julgado procedentes os presentes embargos, com a declaração de inexigibilidade do título executado, cancelandose o crédito tributário constituído, a respectiva inscrição em dívida ativa e a execução fiscal correspondente, com a condenação do Instituto embargado em custas e honorários advocatícios"; c) "'ad argumentandum tantum', na hipótese de manutenção, total ou parcial, de qualquer das exigências fiscais, seja reconhecido o caráter confiscatório da multa, ou seja considerado o percentual de 40% para as multas impostas, ..". O juízo de primeiro grau julgou procedente o pleito, desconstituindo o título executivo, tornando insubsistente a penhora e declarando extinta a execução fiscal. Inconformado, apelou o INSS e o Tribunal a quo, por unanimidade, negou provimento ao recurso, mantendo incólume a sentença prolatada ao afirmar que os valores pagos a título de auxílioeducação constituem investimento da empresa na qualificação profissional de seus empregados, não integrando o saláriodecontribuição, por se tratar de ganho eventual. Na via especial, a autarquia previdenciária alega negativa de vigência aos artigos 28, I, § 9º, "t" da Lei nº 8.212/91 e 457, § 1º, da CLT. Sustenta que os pagamentos efetuados pela recorrida habitualmente a título de "auxílio educação" integram a remuneração, incidindo nas disposições do artigo 28, I, da Lei nº 8.212/91, tornandose, portanto, válido o título executivo. 2. Fl. 459DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 10 Os valores recebidos como formação profissional incentivada não podem ser considerados como salário in natura, porquanto não retribuem o trabalho efetivo, não integrando, portanto, a remuneração do empregado, afinal, investimento na qualificação de empregados não há que ser considerado salário. É um benefício que, por óbvio, tem valor econômico, mas que não é concedido em caráter complementar ao salário contratual pago em dinheiro. Salário é retribuição por serviços previamente prestados e não se imagina a hipótese de alguém devolver salários recebidos. Precedente: (REsp 365398/RS, DJ de 18/03/2002, desta Relatoria). 3. Recurso especial improvido. Decisão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda votaram com o Sr. Ministro Relator.” (Superior Tribunal de Justiça; turma.1: acordão; Resp:20050303;695514602309) 26. Corroborando tal entendimento, têmse os seguintes julgados: “(...) O auxílioeducação, embora contenha valor econômico, constitui investimento na qualificação de empregados, não podendo ser considerado como salário in natura, porquanto não retribui o trabalho efetivo, não integrando, desse modo, a remuneração do empregado. É verba empregada para o trabalho, e não pelo trabalho.” (REsp 324.178PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 17/12/2004). “O entendimento da Primeira Seção já se consolidou no sentido de que os valores despendidos pelo empregador com a educação do empregado não integram saláriode contribuição e, portanto, não compõem a base de cálculo da contribuição previdenciária mesmo antes do advento da Lei n. 9.528/97. Recurso especial improvido.” (REsp 371.088/PR, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 25/08/2006)” 27. Por esse motivo, o correto é que a legislação previdenciária (artigo 28, §9º, ‘t’) não deve considerar para efeitos de incidência de contribuição valores a título de benefício, notadamente quando excluídos do salário do trabalhador pela legislação trabalhista. 28. Salientese que o programa de incentivo educacional possui a mesma natureza jurídica do auxílio escolar, qual seja de promover o desenvolvimento educacional dentro da empresa. Fl. 460DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721538/200969 Acórdão n.º 2301002.567 S2C3T1 Fl. 455 11 29. Isto posto, as rubricas programa de incentivo educacional e auxílio escolar, seja em face da legislação previdenciária ou trabalhista, não podem fazer parte do saláriode contribuição. CONCLUSÃO 30. Assim, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, darlhe PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 461DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 27/06/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 11080.725649/2012-52
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2010
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO.
O pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124-A.
Importância paga por mera liberalidade não é dedutível, porquanto se mantém a glosa das despesas de pensão alimentícia judicial, vez que o contribuinte não logrou comprovar o cumprimento do acordo homologado judicialmente.
DOCUMENTO IDÔNEO APRESENTADO EM FASE RECURSAL
Admite-se documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que são titulares os contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada a destempo.
Numero da decisão: 2003-000.011
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a dedução de pensão alimentícia no valor comprovado de R$ 4.427,70.
Sheila Aires Cartaxo Comes - Presidente.
Francisco Ibiapino Luz - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz
Nome do relator: FRANCISCO IBIAPINO LUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2010 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. O pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124-A. Importância paga por mera liberalidade não é dedutível, porquanto se mantém a glosa das despesas de pensão alimentícia judicial, vez que o contribuinte não logrou comprovar o cumprimento do acordo homologado judicialmente. DOCUMENTO IDÔNEO APRESENTADO EM FASE RECURSAL Admite-se documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que são titulares os contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada a destempo.
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DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. O pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124A. Importância paga por mera liberalidade não é dedutível, porquanto se mantém a glosa das despesas de pensão alimentícia judicial, vez que o contribuinte não logrou comprovar o cumprimento do acordo homologado judicialmente. DOCUMENTO IDÔNEO APRESENTADO EM FASE RECURSAL Admitese documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que são titulares os contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada a destempo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a dedução de pensão alimentícia no valor comprovado de R$ 4.427,70. Sheila Aires Cartaxo Comes Presidente. Francisco Ibiapino Luz Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 56 49 /2 01 2- 52 Fl. 64DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância, que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo Contribuinte com o fito de extinguir crédito tributário constituído mediante Notificação de Lançamento. Notificação de Lançamento Foi constituído crédito tributário no valor de R$ 9.088,38, referente a Imposto de Renda Pessoa Física IRPF do exercício de 2010, anobase de 2009, apurado em Notificação de Lançamento, decorrente da glosa de pensão alimentícia judicial no valor de R$ 19.500,00, por falta de comprovação do atendimento das normas do Direito de Família, ou seja, não foi apresentada decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124A (fls. 03/07). .Impugnação Inconformado, o Contribuinte apresentou impugnação, alegando que foi solicitado o desarquivamento do processo judicial, para fins de atendimento integral da intimação. Na mesma oportunidade, anexa documentos que supostamente comprovam os pagamentos realizados, como também o comprovante da solicitação de desarquivamento do mencionado processo (fls. 02). Julgamento de Primeira Instância A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Porto Alegre, por unanimidade, julgou improcedente a pretensão externada por meio de mencionada contestação, sob o argumento de que o Contribuinte poderia ter solicitado a juntada dos documentos do processo judicial mediante requerimento à Unidade preparadora, mesmo após a apresentação da impugnação, o que não foi feito (fls. 36/38). Recurso Voluntário Discordando da respeitável decisão, o Sujeito Passivo interpôs Recurso Voluntário, acompanhado de cópia da Ação de Reconhecimento da Dissolução da Sociedade de Fato, aduzindo, em síntese, os seguintes argumentos (fls. 45/60): 1. que, recebido o resultado da decisão de primeira instância, foi ao Fórum de Butiá/RS, conseguindo obter a cópia do processo judicial; 2. que o valor descontado de R$ 19.500,00 se refere à pensão alimentícia dos anoscalendário de 2007 (em atraso) e de 2009, ambas pagas em 2009; 3. que, embora conste no acordo homologado judicialmente a obrigatoriedade do pagamento de 20% (vinte por cento) incidente sobre o valor da aposentadoria do INSS, houve pagamento a tal título decorrente de outras fontes de renda. Fl. 65DF CARF MF Processo nº 11080.725649/201252 Acórdão n.º 2003000.011 S2C0T3 Fl. 65 3 Voto Conselheiro Francisco Ibiapino Luz Relator Admissibilidade O Recurso é tempestivo, pois a ciência da decisão recorrida se deu em 08/10/2013 (fls. 42), e a Peça recursal foi recebida em 29/10/2013 (fls. 45/60), dentro do prazo legal para sua interposição. Logo, já que atendidos os demais pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Mérito Inicialmente, pertinente registrar ser razoável a admissão de documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que é titular o contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada em fase recursal. Com efeito, tratase de entendimento que vem sendo adotado neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, ao qual me filio, pois, como se há verificar, aplicáveis ao caso os seguintes princípios: 1. do devido processo legal (CF, de 1988, art. 5º, inciso LIV), vinculando a intervenção Estatal à forma estabelecida em lei; 2. da ampla defesa e do contraditório (CF, de 1988, art. 5º, inciso LV), tutelando a liberdade de defesa ampla, “...com os meios e recursos a ela inerentes, englobados na garantia, refletindo todos os seus desdobramentos, sem interpretação restritiva”. Logo, correlata a apresentação de provas (defesa) pertinentes ao debate inaugurado no litígio (contraditório), já que inadmissível acatar este sem pressupor a existência daquela; 3. da verdade material (princípio implícito, decorrente dos princípios da ampla defesa e do interesse público), asseverando que, quanto ao alegado por ocasião da instauração do litígio, há de se trazer aos autos aquilo que, realmente, ocorreu. Evidentemente, o documento extemporâneo deve guardar pertinência com a matéria controvertida na reclamação, sob pena de operarse a preclusão; 4. do formalismo moderado (Lei nº 9.784, de 1999, art. 2º, incisos VI, IX, X, XIII e Decreto nº 70.235, de 1972, art. 2º, caput), manifestando que os atos processuais administrativos, em regra, não dependem de forma , ou terão forma simples, respeitados os requisitos imprescindíveis à razoável segurança jurídica processual. Ainda assim, acatase aqueles praticados de modo diverso do exigido em lei, quando suprido o desígnio legal. Posta assim a questão, é de se verificar que, consoante a Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "f", o pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido quando restarem comprovados seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124A, nesses termos: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: Fl. 66DF CARF MF 4 [...] II das deduções relativas: [...] f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; Cumpre assinalar que a ordem mandamental, presente no referido Acordo homologado judicialmente, estabelece parâmetro específico para determinação do valor da reportada pensão alimentícia, devendo ser de 20% (vinte por cento), incidente sobre o rendimento mensal, como aposentado, bem como determina a forma de processamento do respectivo encargo, que será o desconto direto pela fonte pagadora, a Autarquia Federal INSS, a ser depositada na conta nº 50789, da Caixa Econômica Federal de Butiá/RS, em nome da Sra. Gislaine Mari (fls. 52 e 57). Por outro lado, o Requerente pretendeu comprovar o efetivo pagamento da pensão alimentícia com a apresentação de 12 (doze) recibos, assinados pela Sra. Gislaine Mari, cada um no valor de R$ 1.500,00, sendo R$ 600,00 e R$ 900,00 referentes aos anos calendário de 2007 e 2009 respectivamente. Logo, inferese não se tratar da obrigação alimentar amparada em face do acordo homologado judicialmente, descontada da aposentadoria, diretamente, pela fonte pagadora INSS, e sim de outras fontes de renda, conforme admitiu o requerente em sua contestação. Por ser adequada a ocasião, é de ser relevado, portanto, que o Recorrente declarou rendimento tributável recebido do INSS, CNPJ nº 29.979.036/000140, na quantia de R$ 22.138,48 (fls. 27), fonte pagadora que foi notificada judicialmente por meio do Ofício nº 1.347/2000, de 01/11/2000, do Juízo de Butiá, RS, a "...proceder ao desconto da pensão alimentícia no valor correspondente a 20% (vinte por cento) dos rendimentos mensais de Taurino Gonçalves de Araújo, como aposentado, a ser descontado diretamente por esta Autarquia Federal e depositado em conta bancária, em nome da Requerente GislaineMari Gularte D'Avila...." (fls. 58). Ante o exposto, se por um lado indubitável é que importância paga por mera liberalidade não poderá ser dedutível a título de pensão alimentícia judicial, porquanto ausente a obrigatoriedade em si do reportado dispêndio; por outro, a autoridade judicante administrativa deverá prolatar sua decisão com base na versão mais legítima dos fatos, corolário do princípio da verdade material. Assim entendido, há de se adotar de ofício a busca dos fatos que supostamente fundamentam o interesse público tutelado. Nessa perspectiva, embora o Contribuinte não tenha apresentado o comprovante de rendimento ou outro documento provando o desconto efetuado pela respectiva fonte pagadora diretamente de sua aposentadoria, os documentos acostados aos autos fazem prova de que o pagamento da mencionada pensão no valor de R$ 4.427,70 (20% de R$ 22.138,48) ocorreu dentro dos preceitos definidos pela legislação regente, já que há a homologação do acordo e a determinação judicial para a fonte pagadora efetuar citado desconto. Fl. 67DF CARF MF Processo nº 11080.725649/201252 Acórdão n.º 2003000.011 S2C0T3 Fl. 66 5 Conclusão Isto posto, voto por dar provimento parcial ao Recurso interposto, restabelecendo a dedução requerida no valor comprovado de R$ 4.427,70. Francisco Ibiapino Luz Relator Fl. 68DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.720361/2012-10
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2010 a 31/12/2010
Não comprovada a divergência de interpretação da legislação entre o acórdão recorrido e o aresto paradigma, resta não atendido um dos pressupostos do recurso especial de divergência, pelo que não deve este ser conhecido.
Recurso Especial do contribuinte não conhecido.
Numero da decisão: 9303-008.327
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Érika Costa Camargos Autran e Tatiana Midori Migiyama, que conheceram do recurso.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Érika Costa Camargos Autran e Tatiana Midori Migiyama, que conheceram do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
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Recurso Especial do contribuinte não conhecido. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Érika Costa Camargos Autran e Tatiana Midori Migiyama, que conheceram do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 03 61 /2 01 2- 10 Fl. 16913DF CARF MF Processo nº 10783.720361/201210 Acórdão n.º 9303008.327 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo Contribuinte contra o acórdão n.º 3301002.781, proferido pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que por maioria de votos, negou provimento ao Recurso Voluntário. A discussão dos presentes autos tem origem pedido de reconhecimento de direito creditório (ressarcimento) de contribuição não cumulativa. Nos termos do despacho decisório, foi decidido procedência parcial do pedido. Inconformado, o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, julgada improcedente pelo colegiado de primeira instância. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, que teve provimento negado. O Contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência em face do acordão recorrido que negou provimento ao recurso voluntário, as divergências suscitadas pelo Contribuinte são as seguintes: 1 da nulidade da decisão de primeiro grau e de todo o processo administrativo., com a supressão da garantia do contraditório e da ampla defesa; 2 as empresas fornecedoras de café para a recorrente não são as mesmas das citadas no acórdão recorrido; 3 do direito à apropriação integral dos créditos de PIS/COFINS decorrentes de aquisição de mercadorias de cooperativas. Para comprovar a divergências jurisprudenciais suscitadas, o Contribuinte apresentou como paradigma o acórdão de nº 3401001.794 a fim de comprovar a matéria do item 1 da nulidade da decisão de primeiro grau e de todo o processo administrativo, com a supressão da garantia do contraditório e da ampla defesa; e acórdão nº 3102002.341 Fl. 16914DF CARF MF Processo nº 10783.720361/201210 Acórdão n.º 9303008.327 CSRFT3 Fl. 4 3 referente a matéria do item 3 do direito à apropriação integral dos créditos de PIS/COFINS decorrentes de aquisição de mercadorias de cooperativas. O Recurso Especial do Contribuinte foi parcialmente admitido, para que seja rediscutida apenas a matéria do item 3– do direito à apropriação integral dos créditos de PIS/COFINS decorrentes de aquisição de mercadorias de cooperativas, conforme despacho de fls. 16.889 a 16.895. O Contribuinte interpôs agravo, sendo que este não foi admitido. Inconformado com a decisão, o Contribuinte opôs novamente embargos de declaração, sendo que a petição não foi conhecida, mas foi admitida como veículo de alegações de lapso manifesto ou inexatidão material. Desta forma, foi indeferida por nada demonstrar neste sentido. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, manifestando pelo não provimento do Recurso Especial do Contribuinte e que seja mantido v. acórdão. É o relatório em síntese. Fl. 16915DF CARF MF Processo nº 10783.720361/201210 Acórdão n.º 9303008.327 CSRFT3 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303008.320, de 20 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10783.720354/201218, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 9303008.320): 1 "Com a devida vênia, divirjo da i. Conselheira Érika Autran, pois entendo que não houve divergência de interpretação de divergência da legislação entre o aresto recorrido e o paradigmático em relação à matéria admitida pelo despacho de admissibilidade (do direito à apropriação integral dos créditos de PIS/COFINS decorrentes de aquisição de mercadorias de cooperativas), pelo que não deve ser conhecido o recurso em testilha. Isso porque ambos deram o mesmo entendimento em relação à possibilidade de apuração integral de créditos nas aquisições de café de cooperativa. Ambos proferiram entendimentos de que se o café adquiridos das cooperativas já tivessem sofrido as etapas industriais de que cuida a legislação, haveria direito ao crédito integral. Porém, no acórdão recorrido, o colegiado entendeu que o contribuinte não comprovou esta condição (ressalta ainda no voto de que o próprio contribuinte havia declarado em atendimento a termo de intimação que ele próprio é quem realizava as operações de beneficiamento exigidos pela Lei). Por sua vez o acórdão paradigma entendeu que estas condições estavam comprovadas. Vejase trechos dos respectivos acórdãos: Acórdão recorrido: Agora, após o lançamento consumado, o contribuinte quer alterar totalmente a realidade antes afirmada. Agora ele não é mais um típico beneficiador de café na concepção da lei. De forma inusitada ele agora já adquire o grão beneficiado e é somente um revendedor de café que nesta condição não tem mais direito ao crédito presumido e sim ao crédito integral. Que sua principal atividade é a revenda de café já beneficiado. Para tanto traz como prova, uma amostra das notas de aquisição das 1 Transcrito apenas o entendimento vencedor no julgamento dos autos. Íntegra dos votos pode ser obtida no processo paradigma (10783.720354/201218). Fl. 16916DF CARF MF Processo nº 10783.720361/201210 Acórdão n.º 9303008.327 CSRFT3 Fl. 6 5 cooperativas, nas quais não consta o carimbo indicativo da suspensão do PIS e da Cofins. Junto com esta pretensa prova, apresenta como se fosse uma realidade óbvia do mercado as três etapas da comercialização do café: 1ª) a compra do produto in natura; 2ª ) o beneficiamento transformando o café in natura em "café cru em grão"; e 3º) a revenda do "café cru em grão" pela recorrente no máximo exercendo sobre o produto algum rebeneficiamento, o qual não atingiria as condições cumulativas previstas no art. 6º da IN SRF nº 660/2006. Contrariando o que declarou expressamente, em resposta ao Termo de Início de Ação Fiscal, agora ele afirma que atua na 3ª etapa, o que caracteriza simples revenda. Muito oportuno esta mudança, não fosse uma necessidade essencial de fazer prova efetiva em seu favor. Acórdão paradigma 3102002.341 (fls. 16.859 e segs.): Portanto, não há divergência de interpretação a ensejar o conhecimento do recorrido. CONCLUSÃO Ante o exposto, não conheço do recurso de divergência do contribuinte." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado não conheceu do Recurso Especial interposto pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 16917DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.728040/2017-74
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO.
São isentos os rendimentos de aposentadoria e pensão do contribuinte que completar 65 anos.
Numero da decisão: 2001-001.159
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Relator
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos os rendimentos de aposentadoria e pensão do contribuinte que completar 65 anos.
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ISENÇÃO. São isentos os rendimentos de aposentadoria e pensão do contribuinte que completar 65 anos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Relator Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal. Relatório Tratase de pedido de revisão de lançamento de imposto de renda pessoa física referente a isenção de rendimentos de pensão ou aposentadoria do contribuinte de mais de 65 anos. O Recurso Voluntário foi apresentado pelo relator para a Turma, assim como os demais documentos do processo. Não se destacaram algumas dessas partes, pois tanto o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 72 80 40 /2 01 7- 74 Fl. 69DF CARF MF 2 presente acórdão como o inteiro processo ficam disponíveis a todos os julgadores durante a sessão. A ementa do acórdão de impugnação foi dispensada e o relatório assim foi apresentado: Foi efetuada notificação de lançamento de fls. 25/28, em decorrência de apuração da infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas no exercício de 2013, ano calendário 2012. A Contribuinte foi cientificada do lançamento em 31/08/2017 (fl 30) e apresentou a impugnação de fls. 02/06 em 15/09/2017, na qual concordou expressamente com a exigência apurada na notificação de lançamento. Todavia, solicitou a exlusão de rendimentos informados na DIRPF/2013 como tributáveis, no montante de R$8.086,00, por alegar que corresponderiam à parcela isenta de proventos de aposentadoria. O contribuinte reitera as alegações da impugnação agora no recurso voluntário. Voto Conselheiro Jorge Henrique Backes, Relator Verificada a tempestividade do recurso voluntário, dele conheço e passo à sua análise. Tratase de discussão relativa a de rendimentos de pensão ou aposentadoria do contribuinte de mais de 65 anos. Em relação aos proventos de aposentadoria, o art. 6º da Lei nº 7.713/88, a seguir reproduzido, trata da matéria: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XV os rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, de transferência para a reserva remunerada ou de reforma pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidade de previdência privada, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, sem prejuízo da parcela isenta prevista na tabela de incidência mensal do imposto, até o valor de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) Examinando o recurso e o lançamento, verificase que os rendimentos de aposentadoria da contribuinte não foram considerados isentos no cálculo. A própria contribuinte recebe rendimentos do INSS, de aposentadoria dela, R$ 8.086,00, que ela havia informado como tributáveis, mas são isentos, pois a contribuinte tem mais de 65 anos. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10480.728040/201774 Acórdão n.º 2001001.159 S2C0T1 Fl. 3 3 A alegação da DRJ de que a contribuinte já utilizou o limite legal não é confirmada, não foi discutida, pois os rendimentos informados pela contribuinte como isentos foram alocados como tributáveis pelo lançamento. O documento da fl. 7 informa rendimentos isentos do exmarido não da contribuinte. De toda forma, o lançamento não menciona existência de outros rendimentos isentos, não é matéria do litígio, e no acórdão de impugnação trazer fundamentos adicionais, além do que foi disposto no lançamento original, se constitui em inovação, cerceando direito de defesa, suprimindo instância. Assim, deve ser retirado dos rendimentos tributáveis o valor de R$ 8.086,00. Conclusão Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, reconhecendo à isenção de R$ 8.086,00. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Relator Fl. 71DF CARF MF
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