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Numero do processo: 13807.007565/2002-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002
DECADÊNCIA DO DIREITO À RESTITUIÇÃO. SÚMULA CARF N° 91
Em relação a pedidos de restituição realizados antes de 09/06/05, devem ser reconhecidos os créditos relativos ao período de dez anos, contados da data da protocolização do pedido na unidade da RFB, nos termos da Súmula CARF n° 91.
PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ.
Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno.
Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF.
INCONSTITUCIONALIDADE DO PIS DE MARÇO DE 1996 A OUTUBRO DE 1998 - ADIN N° 1.417 - 0/DF
Não devem ser conhecidos os argumentos não incluídos na manifestação de inconformidade.
HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA DCOMP
São consideradas como tacitamente homologadas as DCOMP, somente após transcorridos cinco anos entre a data da protocolização da declaração e a data do despacho decisório.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002
DECADÊNCIA DO DIREITO À RESTITUIÇÃO. SÚMULA CARF N° 91
Em relação a pedidos de restituição realizados antes de 09/06/05, devem ser reconhecidos os créditos relativos ao período de dez anos, contados da data da protocolização do pedido na unidade da RFB, nos termos da Súmula CARF n° 91.
INCONSTITUCIONALIDADE DA INCLUSÃO DO ICMS NAS BASES DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS
PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ.
Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno.
Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF.
INCONSTITUCIONALIDADE DO PIS DE MARÇO DE 1996 A OUTUBRO DE 1998 - ADIN N° 1.417 - 0/DF
Não devem ser conhecidos os argumentos não incluídos na manifestação de inconformidade.
HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA DCOMP
São consideradas como tacitamente homologadas as DCOMP, somente após transcorridos cinco anos entre a data da protocolização da declaração e a data do despacho decisório.
Numero da decisão: 3301-004.973
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semirames de Oliveira Duro e Valcir Gassen, que votaram por dar parcial provimento ao recurso.Votaram pelas conclusões os conselheiros Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini. Designado para o voto vencedor o conselheiro Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho - Redator do Voto Vencedor
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002 DECADÊNCIA DO DIREITO À RESTITUIÇÃO. SÚMULA CARF N° 91 Em relação a pedidos de restituição realizados antes de 09/06/05, devem ser reconhecidos os créditos relativos ao período de dez anos, contados da data da protocolização do pedido na unidade da RFB, nos termos da Súmula CARF n° 91. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno. Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF. INCONSTITUCIONALIDADE DO PIS DE MARÇO DE 1996 A OUTUBRO DE 1998 - ADIN N° 1.417 - 0/DF Não devem ser conhecidos os argumentos não incluídos na manifestação de inconformidade. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA DCOMP São consideradas como tacitamente homologadas as DCOMP, somente após transcorridos cinco anos entre a data da protocolização da declaração e a data do despacho decisório. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002 DECADÊNCIA DO DIREITO À RESTITUIÇÃO. SÚMULA CARF N° 91 Em relação a pedidos de restituição realizados antes de 09/06/05, devem ser reconhecidos os créditos relativos ao período de dez anos, contados da data da protocolização do pedido na unidade da RFB, nos termos da Súmula CARF n° 91. INCONSTITUCIONALIDADE DA INCLUSÃO DO ICMS NAS BASES DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno. Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF. INCONSTITUCIONALIDADE DO PIS DE MARÇO DE 1996 A OUTUBRO DE 1998 - ADIN N° 1.417 - 0/DF Não devem ser conhecidos os argumentos não incluídos na manifestação de inconformidade. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA DCOMP São consideradas como tacitamente homologadas as DCOMP, somente após transcorridos cinco anos entre a data da protocolização da declaração e a data do despacho decisório.
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SÚMULA CARF N° 91 Em relação a pedidos de restituição realizados antes de 09/06/05, devem ser reconhecidos os créditos relativos ao período de dez anos, contados da data da protocolização do pedido na unidade da RFB, nos termos da Súmula CARF n° 91. PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno. Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF. INCONSTITUCIONALIDADE DO PIS DE MARÇO DE 1996 A OUTUBRO DE 1998 ADIN N° 1.417 0/DF Não devem ser conhecidos os argumentos não incluídos na manifestação de inconformidade. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA DCOMP São consideradas como tacitamente homologadas as DCOMP, somente após transcorridos cinco anos entre a data da protocolização da declaração e a data do despacho decisório. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 75 65 /2 00 2- 54 Fl. 365DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 366 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002 DECADÊNCIA DO DIREITO À RESTITUIÇÃO. SÚMULA CARF N° 91 Em relação a pedidos de restituição realizados antes de 09/06/05, devem ser reconhecidos os créditos relativos ao período de dez anos, contados da data da protocolização do pedido na unidade da RFB, nos termos da Súmula CARF n° 91. INCONSTITUCIONALIDADE DA INCLUSÃO DO ICMS NAS BASES DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno. Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF. INCONSTITUCIONALIDADE DO PIS DE MARÇO DE 1996 A OUTUBRO DE 1998 ADIN N° 1.417 0/DF Não devem ser conhecidos os argumentos não incluídos na manifestação de inconformidade. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DA DCOMP São consideradas como tacitamente homologadas as DCOMP, somente após transcorridos cinco anos entre a data da protocolização da declaração e a data do despacho decisório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semirames de Oliveira Duro e Valcir Gassen, que votaram por dar parcial provimento ao recurso.Votaram pelas conclusões os conselheiros Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini. Designado para o voto vencedor o conselheiro Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Fl. 366DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 367 3 Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator (assinado digitalmente) Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho Redator do Voto Vencedor Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Relatório Adoto o relatório da decisão de primeira instância: "Tratase de pedido de restituição de valores recolhidos ao PIS e à Cofins (fl. 02), cumulado com pedidos de compensação (fls. 04/12). Utilizando o referido crédito, também foi transmitida, em 16/11/2006, a Dcomp nº 06331.82334.161106.1.3.042508, constante das fls. 234/256. Para o indébito referente ao Pis dos PA Outubro/1995 a Janeiro/1999, o contribuinte fundamenta o pedido na ADIN nº 1.4170. O restante do pleito baseiase na exclusão do ICMS das bases de cálculo do Pis e da Cofins recolhidos nos últimos dez anos do protocolo do pedido. Os pedidos de compensação entregues em papel (fls. 04/12) foram convertidos em Declarações de Compensação, conforme art. 74 da lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo art. 49 da lei nº 10.637/2002. O Despacho Decisório proferido pela unidade de jurisdição da Requerente indeferiu o pedido de restituição e não homologou as Declarações de Compensação (fls. 257/263), sob os seguintes fundamentos: 1) A legislação de regência não prevê a exclusão do ICMS das bases de cálculo das contribuições para o Pis e da Cofins. 2) Parte do crédito pleiteado originase de recolhimentos efetuados em prazo superior ao previsto no art. 165, I e 168, I do CTN e, portanto, o eventual direito à restituição/compensação desses pagamentos (efetuados antes de 28/08/1997) estaria fulminado pela decadência. 3) No julgamento da ADIN 1.4170/ DF, a MP 1.212/95 – convertida após sucessivas reedições na Lei nº 9.715/1998 – foi legitimada e o Pis passou a ser exigido conforme seus comandos a partir de março de 1996. Sendo assim, não há que se cogitar de devolução integral de pagamentos relativos ao Pis, no período compreendido entre Março/1996 e Outubro/1998. 4) Por fim arremata a autoridade administrativa: “... concluise serem inaceitáveis a restituição e as compensações ora pretendidas, uma vez que, com relação aos pagamentos realizados até 28/06/1997 referentes aos períodos de apuração entre jan/1992 a jun/1997 o direito de pleitear a/restituição, no âmbito administrativo, encontrase irremediavelmente atingido pela decadência qüinqüenal (haja vista a protocolização do pedido de restituição datada de 28/06/2002), bem como não restou caracterizada a alegada existência de pagamentos indevidos ou a Fl. 367DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 368 4 maior para todo o restante do período, jul/1997 a mar/2002, conforme acima demonstrado.” Cientificada do Despacho Decisório em 11/11/2011 (fl. 265), a Interessada apresentou em 08/12/2011 suas razões de inconformidade (271/293), alegando, em síntese o que se segue: • Preliminarmente requer a atribuição de efeito suspensivo ao recurso apresentado e o reconhecimento de ter ocorrido a homologação tácita, dado que as Declarações de Compensação foram protocoladas em 28/06/2002 e a ciência do Despacho Decisório ocorrera em 11/1/2011. • Considerando que o STJ declarou a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º da LC 118/2005, que determinou a diminuição do prazo prescricional para restituição de tributo pago indevidamente, somente pagamentos feitos a partir de 09/06/2005 obedecem ao prazo de 05 (cinco) anos para pleitear restituição. • Nestes termos, não há que se falar em decadência, pois na data do protocolo do pedido de restituição (28/06/2002), o prazo para pleitear restituição era de (5+5) contados da data do fato gerador do tributo. • Defende a legalidade da exclusão do ICMS da base de cálculo do Pis e da Cofins e o consequente direito à restituição dos valores recolhidos indevidamente a este título. É o relatório." A DRJ em Belo Horizonte (MG) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte. Reconheceu o argumento do contribuinte de que já ocorrera a homologação tácita das Declarações de Compensação protocolizadas em 28/06/02, posto que a ciência do Despacho Decisório se dera em 11/11/11. O Acórdão n° 02051.497 foi assim ementado: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Transcorrido o prazo de cinco anos contados da data da Declaração de Compensação, sem que o Fisco tenha se pronunciado, operase a homologação tácita da compensação declarada, restando extinto o crédito tributário nela informado. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. LC 118/2005 Na inexistência de ação judicial ajuizada anteriormente ao início de vigência da Lei Complementar nº 118/2005, a decadência do direito de pleitear a restituição ocorre em cinco anos contados da extinção do crédito pelo pagamento. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 368DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 369 5 Não há previsão legal para a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Cofins apuradas pelos regimes cumulativo e não cumulativo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1992 a 30/03/2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Transcorrido o prazo de cinco anos contados da data de transmissão da Declaração de Compensação, sem que o Fisco tenha se pronunciado, operase a homologação tácita da compensação declarada, restando extinto o crédito tributário nela informado. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. LC 118/2005 Na inexistência de ação judicial ajuizada anteriormente ao início de vigência da Lei Complementar nº 118/2005, a decadência do direito de pleitear a restituição ocorre em cinco anos contados da extinção do crédito pelo pagamento. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Cofins apuradas pelos regimes cumulativo e não cumulativo. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte" Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário, em que repetiu os argumentos contidos na manifestação de inconformidade e adicionou os seguintes tópicos, para robustecer posições defendidas na primeira instância: "Da inexistência da decadência quanto ao crédito de PIS decorrente da ADIN 1.4170/DF IN SRF n° 6/00; Da falta de veneração ao princípio da isonomia; Do desrespeito ao princípio da capacidade contributiva; Da falta de veneração ao princípio da não cumulatividade; Do efeito confiscatório da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS sobre o ICMS." É o relatório. Voto Vencido Fl. 369DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 370 6 Conselheiro Relator Marcelo Costa Marques d'Oliveira O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. A DERAT em São Paulo (SP) indeferiu o Pedido de Restituição dos seguintes créditos, protocolizado em 28/06/02: pagamentos indevidos de PIS e COFINS sobre as parcelas de ICMS inclusas nos preços de venda, relativos aos fatos geradores ocorridos no período de janeiro de 1992 a março de 2002; e pagamentos indevidos de PIS, surgidos em razão da declaração de inconstitucionalidade do art. 15 da Lei n° 9.715/98 (ADIN n° 1.417 0/DF), relativos aos fatos geradores ocorridos no período de outubro de 1995 a agosto de 1997. Por conseguinte, não homologou as correspondentes Declarações de Compensação, protocolizadas em 28/06/02 e 16/11/06. O contribuinte tomou ciência do Despacho Decisório (fls. 257 a 264) em 11/11/11 (fl. 265). A fiscalização alegou que: nos períodos de apuração de março de 1996 a agosto de 1997 aplicavase a sistemática da Lei n° 9.715/98, não incidindo a decisão proferida em sede da ADIN n° 1.417 0/DF; não havia previsão legal para a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS; e além dos argumentos anteriores, havia decaído direito de pleitear a restituição dos supostos pagamentos indevidos, realizados antes de 28/06/97, pois já teriam transcorridos mais de cinco anos entre as datas dos pagamentos e do Pedido de Restituição, protocolizado em 28/06/02, com fulcro no inciso I do art. 168 c/c o art. 165 do CTN. Apreciemos os argumentos contidos no recurso voluntário Decadência do direito à restituição de indébitos Em suas peças de defesa, a recorrente contestou o posicionamento da fiscalização. Invocou decisões do STJ (ED no REsp n° 644.736/PE 2005/00551121 e AgRg no REsp 872.704 SP 2006/01576025) que dispõem que o art. 3° da LC n° 118/05 não teria eficácia retroativa. Adicionalmente, colacionou doutrina e jurisprudência administrativa, dispondo que, no tocante aos créditos de PIS, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial seria a data da publicação de ato normativo reconhecendo a inconstitucionalidade da exigência e dispensando a constituição de novos créditos tributários. Fl. 370DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 371 7 E, na presente contenda, aplicarseia a IN SRF n° 6/00, cuja data de publicação, 21/01/00, constituiria o termo inicial para a contagem do prazo decadencial: "Art. 1º Fica vedada a constituição de crédito tributário referente à contribuição para o PIS/PASEP, baseado nas alterações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212, de 1995, no período compreendido entre 1º de outubro de 1995 e 29 de fevereiro de 1996, inclusive. Parágrafo único. Aos fatos geradores ocorridos no período compreendido entre 1º de outubro de 1995 e 29 de fevereiro de 1996 aplicase o disposto na Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e nº 8, de 3 de dezembro de 1970." A DRJ, por sua vez, reconheceu que o posicionamento firmado pelo STF, em regime de repercussão geral (RE n° 561.908 e 566.621), é no sentido de que o prazo para requerer a restituição é de dez anos, porém apenas nos casos em que o contribuinte tenha proposto ação judicial antes do início da vigência da LC n° 118/05, que se deu em 9/06/05. Fundamentou seu posicionamento no Parecer PGFN/CRJ n° 1.528/12: "2. Entretanto, da leitura dos demais trechos do voto da Ministra Relatora, no RE nº 566.621/RS, inferese que a eficácia vinculativa da decisão apenas diz respeito à aplicação do prazo prescricional de dez anos apenas às ações ajuizadas anteriormente ao início de vigência da LC nº 118/2005, aplicandose às ações ajuizadas após o início de sua vigência. Segundo prevaleceu, no STF, esse posicionamento garantiria que o princípio da segurança jurídica não seja violado pela aplicação da lei nova." Como, no caso em tela, o contribuinte não ajuizou pedido de restituição, aplicarseia a regra de cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, com base nos artigos 150, 156, 165 e 168 do CTN e no entendimento manifestado pelo ADN SRF n° 96/99. Desta forma, não seriam admissíveis restituições de créditos, cujos fatos geradores tiverem ocorrido antes de 28/06/97, posto que o Pedido de Restituição foi protocolizado em 28/06/02. A meu ver, caberia uma discussão acerca de possível inovação do critério jurídico por parte da decisão recorrida. Contudo, como o tema já se encontra pacificado no âmbito do CARF, com a edição da Súmula n° 91, reputo desnecessário trazer tal controvérsia ao debate, em homenagem ao Princípio da Celeridade a anulação da decisão de piso requereria novo julgamento por aquela instância, o que aumentaria sobremaneira o tempo de duração do processo. Assim dispõe a Súmula CARF n° 91: "Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador." Fl. 371DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 372 8 Assim, diferentemente do que consignaram a DRF e a decisão recorrida, o prazo é dez anos, contado do fato gerador, sendo suficiente que o contribuinte tenha protocolizado pedido a restituição na correspondente unidade da RFB, até 8/06/05. No presente processo, o Pedido de Restituição foi protocolizado em 28/06/02, abrangendo fatos geradores ocorridos no período de janeiro de 1992 a março de 2002. Contudo, de acordo com a citada Súmula CARF n° 91, o Pedido de Restituição tão somente poderia comportar indébitos cujos fatos geradores tivessem ocorrido a partir de 28/06/92. Portanto, dou parcial provimento aos argumentos, reconhecendo a possibilidade de aproveitamento de indébitos de PIS relativos aos fatos geradores ocorridos no período de 28/06/92 a 31/03/02. Inconstitucionalidade da inclusão do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da COFINS: afrontas à alínea "b" do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, ao princípio da isonomia, ao princípio da capacidade contributiva e ao princípio da não cumulatividade; e efeito confiscatório da incidência do PIS e da COFINS sobre o ICMS A recorrente pleiteou a restituição, seguida de compensação, de pagamentos de PIS e COFINS sobre ICMS incluso na receita de venda, que considerou como indevidos, pois tal incidência seria inconstitucional. O pleito abrangeu fatos geradores ocorridos no período de janeiro de 1992 a março de 2002. A DRF negou tais pedidos, por entender que o ICMS integra o faturamento e, por conseguinte, as bases de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos dos artigos 2° das LC n° 7/70 e 70/91 e artigos 2° e 3° da Lei n° 9.718/98. Além disto, já teria decaído o direito à restituição dos supostos pagamentos indevidos efetuados após 28/07/97. A controvérsia acerca da decadência já foi abordada no tópico anterior, em que acatei a possibilidade de a recorrente pleitear créditos relativos ao período de 28/06/92 a 31/03/02, com base na Súmula CARF n° 91. Sobre a inclusão ou não do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da COFINS, lastreado pelo § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/99, faço do voto da i. Conselheira Semíramis de Oliveira Duro, em sede do Acórdão n° 3301004.355, minha razão de decidir: "Insurgese a Recorrente quanto à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. No Recurso Extraordinário n° 574.706PR, discutiuse o conceito jurídicoconstitucional de faturamento ou receita, base de cálculo das contribuições, nos termos do art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional n° 20/1998. O texto constitucional, em sua redação originária, estabelecia a incidência das contribuições sobre “o faturamento”. Após a EC nº 20/98, a incidência se dá sobre “a receita ou o faturamento”. Em apertada síntese, as alegações voltaramse à existência de direito líquido e certo de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, Fl. 372DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 373 9 uma vez que faturamento seria o somatório da receita obtida com a venda de mercadorias ou a prestação de serviços, não se podendo admitir a abrangência de outras parcelas que escapam a essa estrutura e, o ICMS não representaria patrimônio/riqueza da empresa (princípio da capacidade contributiva), mas sim ônus fiscal ao qual as empresas estão sujeitas. O STF reconheceu a repercussão geral da matéria em 16/05/2008. Concluído o julgamento, foi dado provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto da Relatora Ministra Cármen Lúcia, proferido na Sessão de 9 de março de 2017. O acórdão foi publicado no Diário de Justiça de 02/10/2017. Assim, o STF fixou a tese: “O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS”. Restou a ementa assim redigida: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomando‐se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota‐se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando‐se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindo‐se o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. O voto da Relatora Ministra Cármen Lúcia foi acompanhado pelos Ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Foram vencidos os Ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, os quais votaram pela constitucionalidade da exação, mantendo o ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. O voto condutor da Ministra Cármen Lúcia adotou o entendimento do STF, expresso nos RE n° 346.084, 358.273, 357.950 e 390.840, no sentido de que faturamento é “receita bruta de vendas e de serviços.” Como precedente da tese fixada no acordão em comento, cita a Relatora também o Recurso Extraordinário n° 240.785, de relatoria do Fl. 373DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 374 10 Ministro Marco Aurélio, no qual o STF fixou a exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS: TRIBUTO – BASE DE INCIDÊNCIA – CUMULAÇÃO – IMPROPRIEDADE. Não bastasse a ordem natural das coisas, o arcabouço jurídico constitucional inviabiliza a tomada de valor alusivo a certo tributo como base de incidência de outro. COFINS – BASE DE INCIDÊNCIA – FATURAMENTO – ICMS. O que relativo a título de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços não compõe a base de incidência da Cofins, porque estranho ao conceito de faturamento. (RE 240785, Relator Ministro MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, DJe 16.12.2014) Ao interpretar o RE n° 240.785, a Ministra apontou que: a tributos não devem integrar a base de cálculo de outros tributos e b a base de cálculo da Cofins, constitucionalmente prevista, não comporta a inclusão de receita de terceiros, como é o caso do ICMS, de competência dos Estados. Assim, o ICMS não constitui receita do contribuinte, ainda que contabilmente seja escriturado, pois tem como destinatário fiscal a Fazenda Pública Estadual, para a qual será transferido. Ressaltese que na decisão não houve modulação de efeitos. O requerimento de modulação feito pela PGFN, na tribuna, foi no sentido de que a decisão somente surta efeitos a partir de janeiro de 2018. Entretanto, como consignou a Relatora Ministra Cármen Lúcia, nos autos nada constava sobre a modulação, já que a empresa obteve provimento em primeira instância, perdeu em segunda instância e, no seu recurso extraordinário, logrouse vencedora. Todavia, entenderam os Ministros que a modulação poderia ser suscitada por embargos de declaração. Posteriormente, foram interpostos os embargos de declaração pela Fazenda Nacional, em 19/10/2017, apontando a existência de contradição, obscuridade, erro material e omissão e, pleiteando efeitos infringentes. A PGFN requereu a modulação dos efeitos da decisão embargada, para que produza efeitos ex nunc, apenas após o julgamento dos embargos. Ademais, reitera o pedido de sobrestamento de todos os processos pendentes sobre a matéria, até o trânsito em julgado. Até a data do julgamento deste processo, não houve qualquer manifestação do STF quanto à modulação. Segundo o art. 14 do Novo CPC/15, a norma processual se aplica imediatamente aos processos em curso: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 375 11 Dispõe também o Novo CPC/15 que os recursos não suspendem a eficácia das decisões, tampouco a propositura de Embargos de Declaração: Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Diante das prescrições do novo CPC, os tribunais judiciais têm aplicado imediatamente o entendimento do STF: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 543B DO CPC/1973. RE 574.796/PR. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Instado o incidente de retratação em face do v. acórdão recorrido, em observância ao entendimento consolidado pelo C. Supremo Tribunal Federal no julgamento do mérito do Recurso Extraordinário com repercussão geral reconhecida RE n° 574.796/PR. 2. O Plenário do E. Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 574.796/PR, publicado em 02.10.2017, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, firmou entendimento no sentido de que "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". 3. Efetuado o juízo de retratação, nos termos do artigo 543B, § 3º, do CPC/1973, para dar provimento à apelação da impetrante. (TRF 3, Apel. 002047195.1993.4.03.6100, DJ 21/12/2017) CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LITISPENDÊNCIA NÃO COFIGURADA. SENTENÇA ANULADA. JULGAMENTO DO MÉRITO. ART. 1013, § 3º, DO NCPC. PIS. COFINS. BASE DE CÁLCULO. ICMS. INCLUSÃO INDEVIDA. REPERCUSSÃO GERAL. STF. (1). 1. Verificase a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada, existindo entre elas identidade de partes, causa de pedir e pedido. Não identificada a tríplice identidade, porque diferentes os pedidos, a litispendência não pode ser invocada como justa causa para extinção do feito sem resolução do mérito. 2. Anulada a sentença e encontrandose a relação processual devidamente formada, inexistindo necessidade de produção de outras provas e não vislumbrando qualquer prejuízo ou cerceamento de defesa de qualquer das partes, é possível a Fl. 375DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 376 12 apreciação do mérito, nesta instância recursal, nos termos do disposto no art. 1013, § 3º, do CPC/2015. 3. O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o Recurso Extraordinário 574.706 pela sistemática da repercussão geral, firmou a tese de "o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS". (RE 574706 RG, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 15/03/2017). 4. Especificamente em relação à Lei 12.973/2014 se encontra consolidado o entendimento no sentido de a ampliação do conceito do faturamento não alterou o conceito de base de cálculo sobre a qual incide o PIS e a COFINS, tanto mais diante da consolidada a jurisprudência da Suprema Corte, a quem cabe o exame definitivo da matéria constitucional, no sentido da inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Precedentes. 5. Apelação provida, para anular a sentença e, prosseguindo no julgamento, nos termos do art. 1013, § 3º, do CPC/2015, julgar procedente o pedido. (TRF 1, Apel. 001138906.2017.4.01.3400/DF, DJ 01/12/2017). Quanto à aplicação dessa decisão em sede de processo administrativo, dispõe o § 2º, do art. 62 do RICARF, o seguinte: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) A aplicação do RE n° 574.706 – RG nos processos administrativos, enquanto não houver o trânsito em julgado, é questão muito debatida. Isso porque dispõe o § 2º, do art. 62 do RICARF, o seguinte: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Nos termos do art. 62, caput do RICARF, é vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Tal vedação é também prescrita pela Súmula n° 2 do CARF: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. O CARF vem negando a aplicação da decisão do RE n° 574.706, socorrendo se da aplicação do REsp n° 1.144.469/PR, o qual já está transitado em julgado, e exemplo do acórdão 3402004.742 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, julgado em 24/10/2017: Fl. 376DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 377 13 PIS/COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. TRÂNSITO EM JULGADO. CARF. REGIMENTO INTERNO. Em 13.03.2017 transitou em julgado o Recurso Especial nº 1144469/PR, proferido pelo STJ sob a sistemática do art. 543C do CPC/73, que firmou a seguinte tese: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", a qual deve ser reproduzida nos julgamentos do CARF a teor do seu Regimento Interno. Em que pese o Supremo Tribunal Federal ter decidido em sentido contrário no Recurso Extraordinário nº 574.706 com repercussão geral, publicado no DJE em 02.10.2017, como ainda não se trata da "decisão definitiva" a que se refere o art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, não é o caso de aplicação obrigatória desse precedente ao caso concreto. Recurso Voluntário Negado. Todavia, não me parece o melhor fundamento, porquanto o STJ realinhou o posicionamento para reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS, afastando a aplicação do REsp 1.144.469/PR, julgado em recurso repetitivo. Confirase: AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.355.713 – SC, DJ 24/08/2017: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO. ICMS. INTEGRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. I – Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplicase o Código de Processo Civil de 2015. II – O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 674.706/PR, em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria em exame, concluiu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. III – Esta Corte realinhou o posicionamento para reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS. IV – A Agravante não apresenta argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. V – Agravo Interno improvido. Consta no voto da Ministra Regina Helena Costa: Entretanto, possui razão a Agravada, acerca da não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 574.706/PR, em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria em exame, concluiu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. Na esteira de entendimento do Supremo Tribunal Federal, esta Corte realinhou o posicionamento para reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS e da COFINS. Fl. 377DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 378 14 O STJ, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator Napoleão Nunes Maia Filho, AgInt no AgRg no AgRg no Ag, em RESp 430.921 – SP, DJ 07/11/2017: TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR). AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça reafirmou seu posicionamento anterior, ao julgar o Recurso Especial Repetitivo 1.144.469/PR, em que este Relator ficou vencido quanto à matéria, ocasião em que a 1a. Seção entendeu pela inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS (Rel. p/acórdão o Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 2.12.2016, julgado nos moldes do art. 543C do CPC). 2. Contudo, na sessão do dia 15.3.2017, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, julgando o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do Contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da Seguridade Social. 3. Agravo Interno da Fazenda Nacional desprovido. E ainda, o AgInt nos EDcl nos EDcl no AgRg no Ag 1063262/SC, DJ 24/08/2017: TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. O ICMS INTEGRA A BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. MANUTENÇÃO DAS SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. RESP 1.144.469/PR, REL. MIN. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, REL. P/ ACÓRDÃO O MIN. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJE 2.12.2016, JULGADO SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR) EM SENTIDO CONTRÁRIO. AGRAVO INTERNO DA EMPRESA PROVIDO PARA DAR PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO. 1. O Superior Tribunal de Justiça reafirmou seu posicionamento anterior, ao julgar o Recurso Especial Repetitivo 1.144.469/PR, em que este Relator ficou vencido quanto à matéria, ocasião em que a 1a. Seção entendeu pela inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS (Rel. p/acórdão o Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 2.12.2016, julgado nos moldes do art. 543C do CPC). 2. Contudo, na sessão do dia 15.3.2017, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, julgando o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da seguridade social. 3. O REsp. 1.144.469/PR tratou, ainda, da incidência do ICMS no PIS/COFINS repassados a terceiro, verificase que neste ponto não há divergência quanto à matéria (item 12 da ementa REsp. 1.144.469/PR, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/acórdão Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 1a. Seção, DJe 2.12.2016). Assim, não assiste razão à parte agravante quanto a este ponto. 4. Agravo Interno da empresa provido para dar parcial provimento ao Agravo e reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo do PIS/COFINS. (AgInt nos EDcl nos EDcl no AgRg no Ag 1063262/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/04/2017, DJe 19/04/2017). Ademais, o art. 927, III c/c art. 928, II do CPC/15 prescrevem que os juízes e os tribunais obrigatoriamente observarão o julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos. Fl. 378DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 379 15 Com isso, a não aplicação da decisão judicial “repetitiva” (com teor de precedente) no processo administrativo viola o monopólio da última palavra pelo STF, em matéria de interpretação constitucional. Por conseguinte, estando o acórdão do RE n° 574.706 RG desprovido de causa suspensiva, tal situação se coaduna com a prescrição do RICARF que exige a condição de “decisão definitiva de mérito” para ser aplicada obrigatoriamente pelos Conselheiros. Inclusive, recentemente, o STJ se manifestou no sentido da obrigatoriedade da aplicação do decisum, independentemente do trânsito em julgado (AgInt no Agravo em Recurso Especial nº 282.685 – CE, DJ 27/02/2018): TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR). AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do Contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da Seguridade Social. 2. A existência de precedente firmado sob o regime de repercussão geral pelo Plenário do STF autoriza o imediato julgamento dos processos com o mesmo objeto, independentemente do trânsito em julgado do paradigma. Precedentes: RE 1.006.958 AgREDED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Dje 18.9/2017; ARE 909.527/RSAgR, Rel Min. LUIZ FUX, DJe de 30.5.2016. 3. Agravo Interno da Fazenda Nacional desprovido. Em suma, entendo que a aplicação do RE n° 574.706 é obrigatória. Conclusão Do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora" Com base no acima exposto, dou provimento parcial aos argumentos da recorrente, reconhecendo como créditos os pagamentos de PIS e COFINS sobre os valores de ICMS incluídos na receita com venda, efetuados no período de 28/06/92 a 31/03/02. Ressalve se que o efetivo aproveitamento dos créditos dependerá de prévia validação dos cálculos por parte da unidade de origem. Inconstitucionalidade do PIS do período de março de 1996 a outubro de 1998 ADIN n° 1.417 0/DF No Pedido de Restituição (fl. 2), o contribuinte indica que haveria créditos do período de 10/95 a 01/99, os quais fundamentarseiam na ADIN n° 1.4170/DF e no Acórdão da CSRF n° 0103.239. Na planilha que instruiu o pedido (fl.18), contudo, constam créditos de outubro de 1995 a agosto de 1997. Fl. 379DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 380 16 Não há demonstrativos das bases de cálculo e valores devidos mensais que a recorrente entendia como adequados, comparados com os adotados, resultando na apuração das diferenças (pagamentos indevidos créditos). A Medida Provisória n° 1.212/95, publicada em 28/11/95, posteriormente convertida na Lei n° 9.715/98, alterou a base de cálculo do PIS para empresas prestadoras de serviços de 5% do IRPJ devido para 0,65% da receita de serviços. Em seu artigo 15, dispunha que a alteração aplicarseia aos fatos geradores ocorridos a partir de 01/10/95. O STF decidiu que citado artigo era inconstitucional, pois não observava a anterioridade nonagesimal. O dispositivo foi excluído do mundo jurídico pela Resolução do Senado n° 10/05. E a alteração passou então a viger a partir de março de 1996. Conforme tratado no item anterior, a DRF considerou que decaíra o direito a restituições de indébitos, cujos pagamentos tivessem ocorrido antes de 28/06/97. E, no caso específico do presente tópico, consignou que, a partir de março de 1996, o PIS era devido, nos moldes da Medida Provisória n° 1.212/95, publicada em 28/11/95, posteriormente convertida na Lei n° 9.715/98. Na manifestação de inconformidade, a questão de fundo não foi contestada pagamentos indevidos efetuados por conta da alteração da base de cálculo do PIS , porém tão somente o prazo para ingresso do pedido de restituição, com contestação à aplicação retroativa da LC n° 118/05. Diante disto, a DRJ considerou a matéria como não contestada. No recurso voluntário, menciona que o direito ao crédito encontraria respaldo na ADIN n° 1.4170/DF e no Acórdão da CSRF n° 0103.239, que, todavia, também trata apenas do prazo para ingressar com o pedido de restituição. Reproduzo a ementa: "DECADÊNCIA PEDIDO DE RESTITUIÇÃO TERMO INICIAL Em caso de conflito quanto à inconstitucionalidade da exação tributária, o termo inicial para contagem do prazo decadencial do direito de pleitear a restituição de tributo pago indevidamente iniciase: a) da publicação do acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal em ADIN; b) da Resolução do Senado que confere efeito erga omnes à decisão proferida inter partes em processo que reconhece inscontitucionalidade de tributo; c) da publicação de ato administrativo que reconhece caráter indevido de exação tributária. Recurso conhecido e improvido." Como a matéria não foi incluída na manifestação de inconformidade, reputo a como preclusa (artigos 14 e 17 do Decreto n° 70.235/72) e voto por não conhecer dos argumentos da recorrente. Homologação tácita da DCOMP nº 06331.82334.161106.1.3.042508 Fl. 380DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 381 17 A recorrente alegou que a DCOMP protocolizada em 16/11/06 já teria sido tacitamente homologada, à luz do § 5° do art. 74 da Lei n° 9.430/96, haja vista que, "por conta de trâmites burocráticos", somente fora intimada do conteúdo do Despacho Decisório que não as homologou "após 17/11/11". Dispõe o § 5° do art. 74 da Lei n° 9.430/96 "Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (. . .) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de cinco anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 135, de 2003)" Consta dos autos comprovação de que o contribuinte tomou ciência do Despacho Decisório (fls. 257 a 264) em 11/11/11 (fl. 265). Sendo assim, a DCOMP protocolizada em 16/11/06 ainda não havia sido tacitamente homologada. Portanto, nego provimento ao argumento que pretendia ver reconhecida a homologação tácita da DCOMP protocolizada em 16/11/06. Conclusão Dou provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos: Decadência do direito à restituição de créditos: parcial provimento, reconhecendo a possibilidade de aproveitamento de indébitos de PIS relativos aos fatos geradores ocorridos no período de 28/06/92 a 31/03/02. Inconstitucionalidade da inclusão do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da COFINS: provimento parcial aos argumentos da recorrente, reconhecendo como créditos os pagamentos de PIS e COFINS sobre ICMS efetuados no período de 28/06/92 a 31/03/02. Ressalvese que o efetivo aproveitamento dos créditos dependerá de prévia validação dos cálculos por parte da unidade de origem. Inconstitucionalidade do PIS do período de março de 1996 a outubro de 1998 ADIN n° 1.417 0/DF: não conhecimento dos argumentos. Homologação tácita da DCOMP nº 06331.82334.161106.1.3.042508: nego provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 381DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 382 18 Marcelo Costa Marques d'Oliveira Voto Vencedor Conselheiro Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Redator Designado Com a devido vênia, divirjo do excelente voto do Relator, pelas razões expostas a seguir. Sobre o tema da inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, o STJ decidiu, em recurso especial sob a sistemática de recurso repetitivo, pela inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições, já com trânsito em julgado. Já o STF entendeu pela sua não inclusão, em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral, mas em caráter não definitivo, pois pende de decisão sobre embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional. É o que detalha decisão recente deste Conselho: PIS/COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. TRÂNSITO EM JULGADO. CARF. REGIMENTO INTERNO. Decisão STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática do recurso repetitivo, art. 543C do CPC/73, que firmou a seguinte tese: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", a qual deve ser reproduzida nos julgamentos do CARF a teor do seu Regimento Interno. Em que pese o Supremo Tribunal Federal ter decidido em sentido contrário no Recurso Extraordinário nº 574.706 com repercussão geral, publicado no DJE em 02.10.2017, como ainda não se trata da "decisão definitiva" a que se refere o art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, não é o caso de aplicação obrigatória desse precedente ao caso concreto. Recurso Voluntário Negado (CARF, 3º Seção, 4º Câmara, 2º Turma Ordinária, Ac. 3402004.742, de 24/10/2017, rel. Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire). Assim, transitada em julgado decisão do STJ, em recurso especial, sob a sistemática de recurso repetitivo, pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, deve este Conselho observála, nos termos do seu Regimento Interno, descabendo analisar argumentos trazidos aos autos sobre o tema. A decisão do STF, em sentido contrário, em recurso extraordinário de repercussão geral, mas de caráter não definitivo, não tem o mesmo efeito. Nos ditos embargos, a Fazenda Nacional requer a modulação dos efeitos da decisão embargada, para que produza efeitos ex nunc, apenas após o julgamento dos embargos. Ora, se há pedido de modulação dos efeitos, tratase de atividade satisfativa, incluíndose na Fl. 382DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 383 19 solução de mérito nos termos do art. 487 do atual CPC. E se assim é, podese afirmar que não houve ainda decisão definitiva de mérito, independentemente do transito em julgado. A embargante ainda suscita, entre outras questões, haver erro material ou omissão, por ter a corrente vencedora prestado ao art. 187 da Lei 6.404/76 efeito que ele não possui: estabelecer conceito de receita bruta: 7. Observese que, no caso dos autos, alguns votos da corrente vencedora2 [...] concederam grande relevância ao fundamento de que “receita bruta”, expressão a que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao longo de inúmeros julgados, equiparou ao vocábulo “faturamento” (art. 195, I, b, da Constituição), possui um sentido próprio no direito privado, definido no art. 187, I, da Lei 6.404/76. 8. No entanto, cumpre destacar que há um equívoco evidente em tal linha de argumentação: o mencionado dispositivo legal não estabelece qualquer conceito para receita bruta. Apenas disciplina que, na demonstração do resultado do exercício, deverá estar descrita a “receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos”. A assertiva, simplesmente, permite concluir que tais expressões se referem a grandezas diferentes, mas não afirma que uma não esteja contida na outra. Levanta também, na mesma toada que os votos vencedores "deixaram de considerar o disposto no art. 12 do DecretoLei 1.598/77, reiteradamente citado pelos votos vencidos", que dá pela inclusão dos tributos na receita bruta: art. 12. A receita bruta compreende: I o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II o preço da prestação de serviços em geral; III o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. § 1o A receita líquida será a receita bruta diminuída de: (...) III tributos sobre ela incidentes; e (...) § 4o Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário. § 5o Na receita bruta incluemse os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do Fl. 383DF CARF MF Processo nº 13807.007565/200254 Acórdão n.º 3301004.973 S3C3T1 Fl. 384 20 caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4o. (Grifos do original). Ainda que sejam três os pilares da argumentação da corrente vencedora, apenas um deles tratando do conceito de receita, tratase evidentemente de questão meritória. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho Redator designado Fl. 384DF CARF MF
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Numero do processo: 10907.002720/2008-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Ano-calendário: 2003
IMPOSTOS. INCIDÊNCIA. IMPORTAÇÃO. RESPONSÁVEL. IMUNIDADE RECÍPROCA. CABIMENTO.
Em homenagem à segurança jurídica, adota-se o entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão nº 9101-002.204, no sentido de que a contribuinte interessada, à época dos fatos sob análise, fazia jus à imunidade recíproca estabelecida no art. 150, VI, "a" e §2º da Constituição Federal, no que concerne aos "impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros".
A imunidade recíproca é extensível ao Imposto sobre a Importação (II) e ao IPI vinculado à importação (Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 20/2002).
O fato de a pessoa jurídica não estar na condição de contribuinte, mas de responsável tributário, por si só, não obsta à fruição da imunidade recíproca, desde que atendidos aos demais requisitos do art. 150, VI, "a", §§2º e 3º da Constituição Federal e não configure a exceção disposta no art. 9º, IV, "a" e §1º do CTN.
No caso, tratando-se de responsabilidade do depositário incumbido da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro (art. 121, II do CTN c/c o art. 32, II do Decreto-lei nº 37/66), que está intimamente ligada às finalidades essenciais da entidade, relativamente à prestação de serviços públicos no âmbito da exploração de portos, tem-se como atendido o disposto no art. 150, §2º da Constituição Federal.
PIS/PASEP-IMPORTAÇÃO. COFINS-IMPORTAÇÃO. IMUNIDADE RECÍPROCA. NÃO APLICÁVEL. FATO GERADOR E RESPONSABILIDADE DO DEPOSITÁRIO. CONFIGURAÇÃO.
As contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação não são abrangidas pela imunidade recíproca, restrita à espécie tributária dos impostos.
Nos termos da Lei nº 10.865/2004, o fato gerador de tais contribuições é a entrada de bens estrangeiros no território nacional, inclusive aqueles cujo extravio venha a ser apurado pela autoridade aduaneira, situação na qual pode ser imputada a responsabilidade solidária ao depositário, assim considerado a pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro.
Recurso Voluntário provido em parte
Numero da decisão: 3402-005.598
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para exonerar do lançamento o crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Importação, ao IPI e à multa de ofício.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado em substituição a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz). Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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INCIDÊNCIA. IMPORTAÇÃO. RESPONSÁVEL. IMUNIDADE RECÍPROCA. CABIMENTO. Em homenagem à segurança jurídica, adotase o entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão nº 9101002.204, no sentido de que a contribuinte interessada, à época dos fatos sob análise, fazia jus à imunidade recíproca estabelecida no art. 150, VI, "a" e §2º da Constituição Federal, no que concerne aos "impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros". A imunidade recíproca é extensível ao Imposto sobre a Importação (II) e ao IPI vinculado à importação (Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 20/2002). O fato de a pessoa jurídica não estar na condição de contribuinte, mas de responsável tributário, por si só, não obsta à fruição da imunidade recíproca, desde que atendidos aos demais requisitos do art. 150, VI, "a", §§2º e 3º da Constituição Federal e não configure a exceção disposta no art. 9º, IV, "a" e §1º do CTN. No caso, tratandose de responsabilidade do depositário incumbido da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro (art. 121, II do CTN c/c o art. 32, II do Decretolei nº 37/66), que está intimamente ligada às finalidades essenciais da entidade, relativamente à prestação de serviços públicos no âmbito da exploração de portos, temse como atendido o disposto no art. 150, §2º da Constituição Federal. PIS/PASEPIMPORTAÇÃO. COFINSIMPORTAÇÃO. IMUNIDADE RECÍPROCA. NÃO APLICÁVEL. FATO GERADOR E RESPONSABILIDADE DO DEPOSITÁRIO. CONFIGURAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 27 20 /2 00 8- 15 Fl. 119DF CARF MF 2 As contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação não são abrangidas pela imunidade recíproca, restrita à espécie tributária dos impostos. Nos termos da Lei nº 10.865/2004, o fato gerador de tais contribuições é a entrada de bens estrangeiros no território nacional, inclusive aqueles cujo extravio venha a ser apurado pela autoridade aduaneira, situação na qual pode ser imputada a responsabilidade solidária ao depositário, assim considerado a pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro. Recurso Voluntário provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para exonerar do lançamento o crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Importação, ao IPI e à multa de ofício. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado em substituição a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz). Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia de Julgamento em São Paulo que julgou improcedente a impugnação da contribuinte. Versa o processo sobre Notificações de Lançamento decorrente de vistoria aduaneira para a exigência de Imposto sobre a Importação (II) e a correspondente multa de ofício, IPI, PIS/Pasepimportação, Cofinsimportação, em razão de extravio das mercadorias importadas (CD's virgens), que encontravam acondicionadas no contêiner FSCU6203154 e depositadas no Entreposto de Depósito Franco Paraguaio. O referido contêiner foi localizado posteriormente em área rural da município de Céu AzulPR, mas estava vazio. Inconformada, a interessada impugnou o lançamento, alegando, em síntese: i) imunidade aos tributos na condição de autarquia; ii) ilegitimidade passiva em face de acordo firmado com o Depósito Franco Paraguaio; e iii) não incidência dos tributos exigidos na mercadoria importada pelo Paraguai. A Delegacia de Julgamento não acatou as razões de defesa da impugnante, sob os seguintes fundamentos principais, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10907.002720/200815 Acórdão n.º 3402005.598 S3C4T2 Fl. 120 3 Anocalendário: 2003 VISTORIA ADUANEIRA. EXTRAVIO DE MERCADORIA. RESPONSABILIDADE. Verificada em vistoria aduaneira o extravio de mercadoria depositada em entreposto aduaneiro responde, em razão de previsão legal, o depositário pelos tributos/contribuições relacionados às mercadorias extraviadas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada dessa decisão em 03/03/2017, a interessada interpôs recurso voluntário em 23/03/2017, aduzindo, em síntese: a) Prescrição intercorrente; b) Ilegitimidade passiva em face de acordo firmado com o Depósito Franco Paraguayo; c) Tratandose a recorrente, à época, de autarquia do Estado do Paraná, desfrutaria da imunidade recíproca (art. 150, VI e §2º da Constituição Federal); d) Não incidência de PIS e Cofins sobre as receitas percebidas pela APPA. e) Não incidência dos impostos e das contribuições sobre a Importação sobre mercadoria em trânsito aduaneiro; É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Atendidos aos requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário. A questão da prescrição intercorrente já está pacificada neste CARF, mediante a Súmula nº 11, que enuncia que "Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal", sendo de aplicação obrigatória pelos Conselheiros nos julgamentos no âmbito deste Conselho, nos termos do art. 72 do Anexo II do seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. O art. 32, inciso II do Decretolei nº 37/66 estabelece, com força de lei, hipótese de responsabilidade tributária em perfeita consonância com a autorização dada pelo art. 121, II do Código Tributário Nacional (CTN), como se vê abaixo: CTN: Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal dizse: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Fl. 121DF CARF MF 4 Decretolei nº 37/66: Art. 32. É responsável pelo imposto: (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) I o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) II o depositário, assim considerada qualquer pessoa incubida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) (...) Ao contrário do que crê a recorrente, eventual acordo firmado com o Depósito Franco Paraguayo não a exime da responsabilidade estabelecida em lei pelo pagamento dos tributos sobre a mercadoria extraviada, na condição de depositário, conforme disposto no CTN: "Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes". Sustenta a recorrente que, à época dos fatos sob análise, seria uma autarquia, razão pela qual faria jus à imunidade recíproca estabelecida no art. 150, VI, "a" e §2º da Constituição Federal: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; (...) § 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. (...) Consta nos autos que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) seria, desde 1947, uma autarquia estadual do Paraná, tendo sido transformada em empresa pública em 27 de dezembro de 2013, com a entrada em vigor da Lei estadual do Paraná nº 17.895/2013, publicada nessa data. Conforme já decidido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão nº 9101002.204 – 1ª Turma, de 2 de fevereiro de 2016, sob a relatoria do Conselheiro Luís Flávio Neto, a imunidade recíproca aplicase à recorrente: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 IMUNIDADE RECÍPROCA. IMPOSTO SOBRE A RENDA. ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E ANTONINA. A imunidade recíproca prevista no art. 150, IV, "a", da Constituição Federal, é aplicável à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, que presta serviço público por delegação da União ao Estado do Paraná. Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10907.002720/200815 Acórdão n.º 3402005.598 S3C4T2 Fl. 121 5 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 CSL, PIS e COFINS. AUTUAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO SEM FINS LUCRATIVOS COM BASE EM LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ÀS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO COM FINS LUCRATIVOS. NULIDADE. Não subsiste a autuação fiscal lavrada com base em dispositivos legais aplicáveis exclusivamente às pessoas jurídicas de direito privado e com fins lucrativos, quando a autuada é pessoa jurídica de direito público sem fins lucrativos. Recurso Especial do Procurador Negado. (...) Voto Vencedor quanto ao mérito. (...) De forma positiva, prescreveu o Constituinte quem está protegido pela imunidade recíproca (art. 150, inciso VI, “a” e § 2º) e, de forma negativa, as situações em que esta não deve ser aplicada (art. 150, § 3º). A solução do presente caso passa por essas duas delimitações, que conduzem às respostas quanto à aplicação da imunidade recíproca à APPA, considerando, em especial, (i) a natureza de seus serviços prestados e de suas receitas obtidas, (ii) a potencialidade de afetação da concorrência no mercado que poderia ser gerada pela imunidade, (iii) a sua qualificação em empresa pública ou autarquia e (iv) a destinação das receitas obtidas. Assim, de início, é preciso assentar que não merece reparos a decisão da Turma a quo, a qual demonstrou que a qualificação da APPA em empresa pública ou autarquia não é relevante, importando, para a fruição da imunidade recíproca, que os seus serviços sejam públicos, in verbis (fls. 896 e seg. do eprocesso): “Foi exatamente a verificação de que o Estado pode prestar serviço público diretamente por meio de autarquia ou empresa pública que levou o Supremo Tribunal Federal a entender que apenas quando o Estado explora a atividade econômica é que haverá de submeterse ao regime de Direito Privado, independentemente da forma como isso acontece (por autarquia ou empresa pública). Do contrário, é o regime de Direito Público que haverá de ser aplicado. Por exemplo, aquela Corte já decidiu que são imunes a impostos a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que é empresa pública e presta serviço publico (RE 407099), e a Companhia de Aguas e Esgotos de Rondônia (CAERD), que é sociedade de economia mista prestadora de serviço público (Ação Cautelar 1.5502). O mesmo fenômeno ocorre com a INFRAERO, que é empresa publica prestadora de serviço público e goza de imunidade reciproca, consoante entendimento firmado em repercussão geral (ARE 638.315/BA) e em diversos outros precedentes. Logo, é equivocado afirmar que as sociedades de economia mista e as empresas públicas deverão sempre ser submetidas ao regime jurídico de direito privado, como concluiu o AFRFB, pois estas podem ter sido constituídas para prestar unicamente serviço público.” A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal realmente possui fartura de julgados nos quais se questionavam se, por se tratar de imunidade subjetiva, entidades como autarquias, empresas públicas ou mesmo sociedades de economia mista, relacionadas a variados setores, estariam abarcadas pela imunidade recíproca. Nesses julgados, a natureza da entidade envolvida não se mostrou fator decisivo, pelo contrário: foi determinante, em especial, saber se haveria um serviço público envolvido. Acrescendo aos precedentes trazidos pelo acórdão recorrido, é possível citar o RE 580.2642 que, pelo regime da repercussão geral, decidiu que “As sociedades de Fl. 123DF CARF MF 6 economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal”. Citese, ainda, o ARE 7630003, que assim decidiu: “É firme o entendimento desta Corte no sentido de que a imunidade recíproca é aplicável às sociedades de economia mista prestadoras de serviço de distribuição de água e saneamento, tendo em vista que desempenham atividade de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. As instâncias ordinárias assentaram que a companhia é controlada pelo Governo do Estado do Espírito Santo e que tem por finalidade essencial os serviços de abastecimento de água e esgotos sanitários, razão pela qual as taxas cobradas a título de serviço teriam por escopo cobrir os custos operacionais, sem qualquer finalidade lucrativa”. Um outro precedente do Supremo Tribunal Federal deve ser levado em consideração no presente recurso especial. Tratase do RE 253.472, no qual o Pleno da Suprema Corte analisou a imunidade da Companhia Docas Do Estado De São Paulo (CODESP), administradora do Porto de Santos. A semelhança daquele caso com o ora em análise, envolvendo a APPA, é patente, com a distinção – que milita a favor da APPA – de que a CODESP é uma empresa de economia mista, enquanto a APPA pertence totalmente ao ente federado. (...) Por fim, ao adotar como fundamento para a autuação o sentimento de que a APPA seria uma empresa pública e não uma autarquia e que, por consequência, não faria jus à imunidade recíproca, a fiscalização incorreu em vício de motivação insanável no lançamento tributário. Como se demonstrou, a qualificação da APPA como empresa pública ou autarquia não é relevante, importando, para a fruição da imunidade recíproca, que os seus serviços sejam públicos e as suas receitas sejam destinadas à satisfação dos aludidos serviços públicos. Ainda assim, caso tal distinção possuísse alguma relevância, é importante consignar que tudo leva a crer que a APPA é justamente uma autarquia, ao contrário do que imaginou a fiscalização. Tal fator já foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, com a reiterada afirmação de que a APPA “se trata de autarquia prestadora de serviço público”, como se observa dos seguintes julgados: Recurso Extraordinário. 2. APPA. Natureza Autárquica. 3. Execução por precatório. 4. Art. 173. Inaplicabilidade. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF, RE 356711, Relator Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 06/12/2005) Agravo regimental no agravo de instrumento. Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA). Natureza de autarquia. Execução. Regime de precatório. Precedentes. 1. É pacífico o entendimento desta Corte de que não se aplica o art. 173, § 1º, da Constituição Federal à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), uma vez que se trata de autarquia prestadora de serviço público e que recebe recursos estatais, atraindo, portanto, o regime de precatórios contido no art. 100 da Constituição Federal. 2. Agravo regimental não provido. (STF, AI 390212 AgR, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 13/09/2011) Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional quanto aos lançamentos de IRPJ e os seus acessórios, tendo em vista a fruição de imunidade recíproca pela APPA. Dessa forma, em homenagem à segurança jurídica, adotase aqui o entendimento acima da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no sentido de que a ora recorrente, à época dos fatos sob análise, fazia jus à imunidade recíproca estabelecida no art. 150, VI, "a" e §2º da Constituição Federal no que concerne aos "impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros". Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10907.002720/200815 Acórdão n.º 3402005.598 S3C4T2 Fl. 122 7 Conforme entendimento veiculado pelo Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 20/2002, a imunidade recíproca é também aplicável em relação ao Imposto de Importação e ao IPI vinculado, nestes termos: Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 20, de 05 de novembro de 2002 (Publicado(a) no DOU de 06/11/2002, seção , página 35) Dispõe sobre a imunidade intergovernamental recíproca. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 259, de 24 de agosto de 2001, e tendo em vista o disposto no Parecer PGFN/CAT nº 748, de 12 de maio de 2000, e conforme consta do processo nº 10168.003634/200235, declara: Artigo único. A vedação de instituir impostos de que trata a alínea "a" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal (CF) aplicase às importações realizadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, não sendo exigível o imposto de importação e o imposto sobre produtos industrializados nessas operações. Parágrafo único. O disposto neste artigo estendese às importações realizadas por autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público, desde que os bens importados estejam vinculados a suas finalidades essenciais ou sejam delas decorrentes, nos termos do § 2º do art. 150 da CF. Conforme se vê, o Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 20/2002 dispõe apenas sobre a abrangência da imunidade recíproca às importações realizadas pelas pessoas jurídicas apontadas, ou seja, na condição de contribuinte, sendo que, no presente caso, a recorrente ocupa a posição de responsável pelos tributos. Não se tratando de hipótese de responsabilidade por sucessão, não se aplica aqui o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) adotado no Recurso Extraordinário (RE) 5991761, com repercussão geral reconhecida. Entendo que a imunidade recíproca não é restrita à hipótese em que os entes especificados no art. 150 e §2º estejam na condição de contribuintes. O dispositivo constitucional não traz essa restrição. Se o que se pretende com a imunidade recíproca é preservar o patrimônio do ente beneficiado da incidência de impostos, inclusive é isso que justifica o entendimento de que a imunidade recíproca seria extensiva ao Imposto de Importação e ao IPI vinculado2, ela deve também ser aplicável na hipótese em que a pessoa 1 RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.176 PARANÁ RELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSA RECTE.(S) :MUNICÍPIO DE CURITIBA RECDO.(A/S) :UNIÃO EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. INAPLICABILIDADE À RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUCESSÃO. ART. 150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa” da imunidade tributária). Recurso Extraordinário ao qual se dá provimento. 2 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. ARTIGO 150, VI, A, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. HONORÁRIOS MANTIDOS. 1. O artigo 150, VI, a, § 2º, da Consitutição Federal assegura a imunidade tributária por extensão, ao patrimônio, rendas e serviços vinculados às finalidades essenciais ou delas decorrentes das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 2. A embargante, fundação instituída pelo Fl. 125DF CARF MF 8 jurídica é responsável tributário, situação que também acarretará a diminuição de seu patrimônio desde que atendidos aos demais requisitos do art. 150, VI, "a", §§2º e 3º da CF. É de se ressalvar, como bem observaram SANTOS e SILVA3, que a única exceção expressa à aplicação da imunidade recíproca aos responsáveis pelo imposto está disposta no art. 9º, IV, "a" e §1º do CTN, que diz respeito ao substituto tributário na condição de responsável pelo imposto que lhe caiba reter na fonte, nestes termos: A imunidade recíproca está disposta no art. 150, inc. VI, alínea a, da Constituição Federal, considerada cláusula pétrea garantidora do pacto federativo, cabendo somente à Lei Complementar regular suas limitações, na forma do art. 146, inc. II, da Lei Maior, o qual transcrevo litteris: Art. 146. Cabe à lei complementar: (...) II regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; Pois bem, tal regulamentação encontrase prevista no Código Tributário Nacional, que em seu Capítulo II rege as “Limitações da Competência Tributária”. Ocorre que a única exceção prevista pelo mencionado diploma legal à regra da imunidade, no que tange à condição de responsável, na forma do art. 121, inc. II, está prevista em seu § 1º do art. 9º, in verbis: Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros (...) § 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros. Observase que tal exceção à regra constitucional diz respeito à hipótese em que o ente político figura como responsável por substituição, quando lhe cabe reter tributo na fonte. Notese, porém, que por ser regra que excepciona disposição constitucional, deve ser interpretada restritivamente, razão pela qual não há o que se falar em sub rogação da União na forma do art. 130 do CTN, uma vez que nenhuma restrição fora Poder Público Estadual, por força da Lei Estadual nº 9.849, de 26 de setembro de 1967, é pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que tem por finalidade a promoção de atividades educativas e culturais por meio de rádio e televisão, conforme prevê seu Estatuto Social. 3. Tratandose de importação de bens essenciais as atividades da fundação, a qual tem por finalidade propiciar o acesso à educação e cultura, é de se afastar a exigibilidade do tributo. 4. No cenário da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal localizase o entendimento de todos os impostos, direta ou indiretamente, incidem sobre patrimônio; dessa forma, para fins da aplicação da imunidade recíproca, não pode ter relevância a classificação dos impostos sobre renda, patrimônio e serviços, mas todo e qualquer imposto que, na compreensão da Suprema Corte, repercutirá até de modo reflexo, no patrimônio e por consequência também nas finalidades do ente federativo. (...) 6. Apelação improvida. (TRF3 AC: 00074345520074036182 SP 000743455.2007.4.03.6182, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, Data de Julgamento: 04/02/2016, SEXTA TURMA, Data de Publicação: e DJF3 Judicial 1 DATA:19/02/2016) "... não se trata de imunizar apenas a incidência do imposto de renda, dos impostos sobre o patrimônio e dos impostos sobre serviços, como durante muito tempo pensou o STF e também nós. Tratase de vedar a incidência de quaisquer impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços das pessoas políticas, como sempre quis Baleeiro. (...) ... o que importa é preservar o 'patrimônio' e a 'renda' das pessoas políticas e de suas autarquias do ataque de quaisquer impostos. Este, sem dúvida, é o melhor caminho, o mais consentâneo com a axiologia do princípio imunitório in examen". (Sacha Calmon Navarro Coelho, Curso de Direito Tributário Brasileiro, 3ª edição. Forense, 1999, p. 259 e 264) in: PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 10. ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, p. 248. 3 SANTOS, Ramon Rocha; SILVA, Suênio Walttemberg Gonçalves e. A Responsabilidade Tributária por Sucessão e a Imunidade Recíproca à Luz do Entendimento do STF no Julgamento do RE 599176. https://www.conpedi.org.br/publicacoes/27ixgmd9/72z02mdp/1RbrEb8A0hly081y.pdf Acesso em 15/08/2018. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10907.002720/200815 Acórdão n.º 3402005.598 S3C4T2 Fl. 123 9 feita à condição de responsabilidade por transferência, hipótese esta que é do RE 599.176, no que diz respeito aos fatos geradores anteriores a extinção da Ferroviária, caso não fosse o adquirente imune. No presente caso, a responsabilização da recorrente pelo Imposto de Importação e pelo IPI vinculado à importação, com base na sua condição de depositária, incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro (art. 121, II do CTN c/c o art. 32, II do Decretolei nº 37/66), está intimamente ligada às finalidades essenciais da APPA, relativamente à prestação de serviços públicos no âmbito da exploração de portos: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; (...) § 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. (...) Dessa forma, deve ser reconhecida a imunidade da recorrente relativamente a exigência de Imposto de Importação e de IPI, cujos montantes devem ser exonerados do lançamento. Quanto às contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, elas não se beneficiam da imunidade recíproca, restrita aos impostos. Também não se trata de aplicar aqui o entendimento do citado Acórdão nº 9101002.204 – 1ª Turma, de 2 de fevereiro de 2016, que era relativo ao PIS/Pasep e à Cofins incidentes sobre o "auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado". No presente processo, tratandose das referidas contribuições incidentes na importação, discutese materialidade completamente diversa. Com efeito, a situação fática retratada nos autos, de entrada no território aduaneiro de mercadoria estrangeira, cujo extravio foi depois apurado pela autoridade aduaneira, ainda que sob o regime de trânsito aduaneiro, subsumese ao disposto nos dispositivos abaixo da Lei nº 10.865/2004: Lei nº 10.865/2004: Art. 1o Ficam instituídas a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEPImportação e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior COFINSImportação, com base nos arts. 149, § 2o, inciso II, e 195, inciso IV, da Constituição Federal, observado o disposto no seu art. 195, § 6o. (...) Fl. 127DF CARF MF 10 Art. 3o O fato gerador será: I a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou (...) § 1o Para efeito do inciso I do caput deste artigo, consideramse entrados no território nacional os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira. (...) Art. 4º Para efeito de cálculo das contribuições, considerase ocorrido o fato gerador: (...) II no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria for apurado pela autoridade aduaneira; Art. 6º São responsáveis solidários: (...) IV o depositário, assim considerado qualquer pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro; e (...) Não socorrem a recorrente os argumentos relativos à aplicação de regime de suspensão de tributos na importação (Decreto nº 50.259A/61) eis que se trata o presente caso exatamente do descumprimento do regime de trânsito concedido, o que acarreta a exigência dos tributos suspensos em face do regime especial. Por essas razões devem ser mantidas as exigências das contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação. Assim, pelo exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, para exonerar do lançamento o crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Importação, ao IPI e à multa de ofício. (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Fl. 128DF CARF MF
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Numero do processo: 10882.903369/2008-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Sep 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
Não há ofensa à garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa quando todos os fatos estão descritos e juridicamente embasados, possibilitando à contribuinte contestar todas razões de fato e de direito elencadas no despacho decisório.
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO.
Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários adequada solução da lide, indefere-se, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia.
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não há ato legal específico que conceda isenção ou outra forma de desoneração de PIS e COFINS nas vendas à Zona Franca de Manaus, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Numero da decisão: 3402-005.432
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado) que davam provimento em conformidade com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no AgRg no Ag 1.420.880/PE.
(assinado com certificado digital)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há ofensa à garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa quando todos os fatos estão descritos e juridicamente embasados, possibilitando à contribuinte contestar todas razões de fato e de direito elencadas no despacho decisório. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não há ato legal específico que conceda isenção ou outra forma de desoneração de PIS e COFINS nas vendas à Zona Franca de Manaus, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado) que davam provimento em conformidade com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no AgRg no Ag 1.420.880/PE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 33 69 /2 00 8- 15 Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 3 2 (assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Declaração de Compensação (DCOMP) mediante a qual a contribuinte pretendeu extinguir débito com pretenso crédito com origem em pagamento indevido de contribuição social. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação face a inexistência de crédito disponível para compensação. Cientificada do despacho, a contribuinte manifestou sua irresignação arguindo em síntese que o crédito utilizado na compensação teria origem em pagamento da contribuição na parcela calculada sobre vendas realizadas à Zona Franca de Manaus. Argumenta que as vendas à Zona Franca de Manaus (ZFM) no período em tela estavam imunes à incidência do PIS e da Cofins e, portanto, o pagamento teria sido feito a maior. Iniciando essa linha de argumentação, assevera que o art. 4° do DecretoLei (DL) n° 288, de 1967, equiparou, para todos os efeitos fiscais, as vendas realizadas a Zona Franca de Manaus a uma operação de exportação. Tal disposição, a seu ver, possui envergadura de norma de caráter complementar, e nesse nível de hierarquia teria sido incorporado ao ordenamento jurídico pela recepção que lhe deu a Constituição Federal de 1988, pelo artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Defende que o mesmo tratamento dado às exportações, aplicável às vendas realizadas à Zona Franca de Manaus, seria também extensível às vendas efetuadas para destinatários sediados nos municípios integrantes das Areas de Livre Comércio. Ao fim, requer o recebimento da presente manifestação de inconformidade com o seu regular efeito suspensivo da exigibilidade do crédito. Pleiteia ainda o reconhecimento do direito credit6rio referente aos recolhimentos indevidos ou a maior a titulo de PIS e Cofins incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias à Zona Franca de Manaus e a consequente a homologação da compensação.” Por meio do acórdão nº 0529.891, a DRJ não acolheu as razões de defesa da manifestante, mantendo a não homologação da compensação. Regularmente cientificado, o contribuinte tempestivamente apresentou seu Recurso Voluntário, repisando os argumentos apresentados em sua Manifestação de Inconformidade, acrescentando que não foi intimado pela fiscalização, em nenhum momento, a apresentar comprovantes da origem dos seus créditos e que, no despacho eletrônico proferido, também não foi apresentado nenhum argumento para que os créditos pleiteados fossem indeferidos. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 5 4 Argumenta ainda que trouxe aos autos planilha comprovando que os créditos indicados no pedido de compensação são originados de pagamento indevido ao a maior, uma vez que efetuou vendas destinadas à Zona Franca de Manaus. O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra , Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.398, de 24 de julho de 2018, proferido no julgamento do processo 10882.900443/200833, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.398): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A questão trazida a este colegiado cingese sobre direito creditório não reconhecido pela constatação de utilização integral do pagamento na quitação de débitos do contribuinte. Também se discute, a partir das alegações trazidas na Manifestação de Inconformidade, o direito ao crédito do PIS e da COFINS nas operações com empresas situadas na Zona Franca de Manaus, que poderia lastrear o pleito inicial da interessada. Ainda que o Despacho Decisório nada tenha se manifestado acerca de qualquer documento probatório, o sujeito passivo, além de contestar a vinculação do pagamento, também argumentou quanto às razões pela qual entendia que parte do recolhimento seria indevido, por se referir a vendas realizadas à Zona Franca de Manaus. Segundo seu entendimento, tais vendas estariam imunes à incidência das contribuições, resultando em saldo recolhido à maior. A 3ª Turma da DRJ em Campinas não acolheu as razões de defesa do sujeito passivo, entendendo que o pretendido pagamento indevido teria origem no período de apuração 01/09/2002 a 30/09/2002, em relação ao qual a isenção em comento alcançaria apenas as receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do artigo 14 Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 6 5 da MP n°2.15835, de 2001. Segundo a turma julgadora, os autos não trazem comprovação suportada por documentação contábilfiscal da inclusão das receitas decorrentes das mencionadas operações isentas na base que serviu para o cálculo do pagamento formador do apontado indébito, não se podendo reconhecer o pretendido direito de crédito aproveitado na compensação. Preliminarmente, a recorrente alega nulidade do processo administrativo em razão da ausência de diligências na documentação que comprovaria o indébito tributário. Não assiste razão à recorrente. Conforme disposto no artigo 29 do PAF, as diligências são determinadas pela autoridade julgadora, na apreciação da prova, caso entenda necessárias, o que não é o caso. A recorrente não apresentou qualquer documento comprobatório do crédito pleiteado, nem na fase de impugnação, nem nesta fase recursal, em descumprimento do artigo 15 do PAF que determina a instrução dos documentos comprobatórios juntamente com a impugnação. Apenas uma planilha intitulada “VENDAS PARA A ZONA FRANCA DE MANAUS E AREAS DE LIVRE COMÉRCIO UNIDADE SUMARÉ SETEMBRO DE 2002” (fls.43) foi apresentada, sem nenhum documento comprobatório. A prova deve ser feita nos autos, não fora dele, e no momento oportuno. Destacase que o indeferimento do direito creditório foi motivado pela utilização do(s) pagamento(s) na quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Nenhuma prova contrária à tal constatação fiscal foi apresentada. Portanto, não resta configurada qualquer nulidade quanto à ausência de diligência. Em consequência, rejeitase o pedido de diligência. A recorrente alega cerceamento de seu direito de defesa, por entender que a decisão de primeira instância teria inovado o lançamento inicial. Segundo seu entendimento, o Despacho Decisório eletrônico não mencionou qualquer documento (físico ou eletrônico) que embasasse a glosa da compensação, limitandose apenas a mencionar que o crédito não existiria, imputando penalidade a Recorrente, sem qualquer análise da materialidade do crédito compensado. Também neste ponto não assiste razão à recorrente. Nenhuma inovação foi trazida aos autos pelo julgador de primeiro grau na apreciação da matéria, que apenas trouxe os fundamentos necessários para rechaçar as alegações do sujeito passivo trazidas na Manifestação de Inconformidade. Tratase Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 7 6 do pleno exercício do contraditório, que exige a plena fundamentação das decisões na apreciação de todos os pontos levantados pela defesa do contribuinte. A motivação do indeferimento do direito creditório continua sendo a inexistência de crédito. Dessa forma, também não está configurado qualquer cerceamento do direito de defesa da recorrente, visto que a questão foi por ela trazida e por ela novamente repisada em sua peça recursal. No mérito, a recorrente alega o direito ao crédito do PIS e da COFINS nas operações com empresas situadas na Zona Franca de Manaus. O tema foi objeto de julgamento repetitivo na 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em processos cujo interessado foi a própria recorrente. Dessa forma, adoto no presente voto os fundamentos do Acórdão nº 9303003.934, de 07 de junho de 2016, da lavra do i. Conselheiro Júlio César Alves Ramos, a seguir reproduzido: “Fui incumbido de apontar as razões que levaram o colegiado, por voto de qualidade, a negar provimento ao recurso do contribuinte, sob o entendimento de que, até a redução a zero da alíquota da contribuição efetuada em julho de 2004, não havia qualquer dispositivo legal que concedesse isenção de COFINS às vendas para aquela área. O argumento inicial em sentido contrário buscaa na própria norma que criou a Zona Franca de Manaus. Segundo tal entendimento, o art. 4º do Decretolei 288, ao afirmar que as remessas para aquela região equiparavamse a exportação para o exterior, deveria ser estendido à COFINS, embora, cediço, ela somente tenha sido posteriormente criada. E isso porque tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 8 7 interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Pretendem alguns que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 9 8 e renda para a região Norte. Para tanto, definiu se um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser tachada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 10 9 tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em julho de 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. É que, nos termos constitucionais, a concessão de isenção requer lei específica1 , de modo que, ou se aceita que seja ela o decretolei ou ela não existe. Não se pode inferir que haja uma lei simplesmente porque um parágrafo em artigo de lei posterior a "exclua". Em outras palavras, há apenas dois caminhos interpretativos. O primeiro: se considera que o decretolei 288 fez uma equiparação genérica das Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10882.903369/200815 Acórdão n.º 3402005.432 S3C4T2 Fl. 11 10 vendas àquela região a exportação e, portanto, qualquer ato posterior que concedesse benefício (isenção ou outro) a operações de exportação se aplicava imediatamente e automaticamente às vendas para lá. Nesse caso, a isenção concedida pela Lei Complementar 85 a elas se estende, mesmo não tendo ela sido expressamente referida no dispositivo. Essa interpretação contraria, a meu ver, o art. 150, § 6º da Constituição. Ou, como entendo eu, considerase que não havia dispositivo que concedesse isenção ou qualquer outra forma de desoneração àquelas vendas até a redução a zero de sua alíquota, promovida em 2004. Não contemplo um terceiro caminho. Com tais considerações, negouse provimento ao recurso do contribuinte.” Também não prospera qualquer argumento que aponte a obrigatoriedade do acatamento do entendimento do STF, exceto nos casos de repercussão geral reconhecida, conforme determina o RICARF, o que não é o caso. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 158DF CARF MF
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Numero do processo: 16561.000177/2008-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 08 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.388
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo Contribuinte em face do acórdão nº 1754.533, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento São Paulo II (SP), que assim relatou o feito: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 65 61 .0 00 17 7/ 20 08 -5 6 Fl. 469DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 451 2 Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado para a cobrança da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias não localizadas ou consumidas, nos termos do art. 23, §§ 1º e 3º, do Decretolei nº 1.455/1976, regulamentado pelo art. 618, § 1ª, do Decreto nº 4.543/2002. Á fls. 02 antecede o RELATÓRIO DE AUDITORIA FISCAL o seguinte: Transcrevo a síntese do necessário da Descrição dos Fatos do Relatório de Auditoria Fiscal , parte integrante do Auto de Infração. “Em procedimento fiscal nos estabelecimentos dos sujeitos passivos acima identificados, para verificação de obrigações tributárias incidentes sobre operações de comércio exterior, constatamos, nas importações listadas no demonstrativo nº 1, a simulação de operações de importação direta, quando na realidade se tratava de operações de importação por conta e ordem de terceiro, disso resultando dano ao erário, pela ocultação do sujeito passivo/comprador/adquirente, com sonegação ao Fisco da condição de contribuinte –Imposto sobre Produtos Industrializados, por ser o adquirente equiparado e estabelecimento industrial. .../... Perante a Aduana, Policom Comércio Importação e Exportação Ltda (doravante Policom), não se apresenta em nenhuma importação como pessoa jurídica importadora em operações procedidas por conta e ordem de terceiro, nos termos da Instrução Normativa SRF n 225/2002, mas comparece nas Declarações de Importação (DI) na condição tanto de importadora como de adquirente de mercadoria de procedência estrangeira. Por sua vez, tanto JB Import Serviços de Telemarketing Ltda. (doravante JB Import) quanto JBI Comercial de Plásticos Refletivos Ltda. (doravante JBI Comercial) jamais se apresentam ao Fisco Federal como equiparadas a estabelecimento industrial, ao revenderem no mercado nacional mercadoria de procedência estrangeira, mas agem como se apenas fossem meros compradores no mercado interno de mercadoria estrangeira já nacionalizada por Policom. DAS OPERAÇÕES REAIS DE IMPORTAÇÃO POR CONTA E ORDEM DE TERCIERO.../... Fl. 470DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 452 3 No exercício da competência privativa prevista no art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), identificamos JB Import e JBI Comercial como sujeitos passivos tanto do Imposto de Importação (II) quanto do IPI. Pelo II, são ambos responsáveis solidários, nos termos do art. 32, parágrafo único, inc. III, do Decretolei nº 37/1966. Do IPI, são ambos contribuintes, por força do disposto no art. 79 da Medida Provisória nº 2.15835/ 2001. Tal sujeição passiva decorre do fato de serem JB Import e JB Comercial adquirentes de produtos de procedência estrangeira, importados por sua conta e ordem, por intermédio de Policom. DA INFRAÇÃO E SUA COMINAÇÃO LEGAL Reconhecida a materialidade dos fatos acima descritos, à fiscalização não restou alternativa senão subsumílos à norma jurídica expressa no art. 23, inc. V do Decretolei nº 1.455/19786, regulamentado pelo art. 618, inc. XXII, do Decreto nº 4.543/2002, normatizado pelo art. 4º, inc. II, da Instrução Normativa SRF nº 225/2002. Revendidas as mercadorias por JB Import e JBI Comercial a milhares de consumidores no mercado nacional, conforme notas fiscais de saída apresentadas à fiscalização, das quais anexamos amostragem listada nos demonstrativos nº 2 e 3, o dano ao erário decorrente da infração de ocultação do sujeito passivo/comprador/adquirente é punido não com a pena de perdimento das mercadorias, mas com a multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias não localizadas ou consumidas, nos termos do art. 23, §§ 1º e 3º, do Decretolei nº 1.455/19+76, regulamentado pelo art. 618, º 1º, do Decreto nº 4.543/2002. DO DANO AO ERÁRIO “Informamos que não anexamos o REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI pois a empresa não é contribuinte deste imposto”: assim responderam à fiscalização respectivamente em 29/10/2002 e 03/11/2008, tanto JB Import quanto JBI Comercial, quando instados a apresentarem o livro fiscal. Ocultando JB Import e JBI Comercial sua condição de adquirentes de procedência estrangeira, importados por sua conta e ordem, por intermédio de Policom, ambas deixaram de se equiparar a estabelecimento produtor industrial, nos termos do art. 79 da medida Provisória nº 2.15835/ 2001. Desse modo, ao darem saída de tais produtos, tanto JB Import quanto JBI Comercial deixaram de recolher aos cofres públicos o IPI. DA RESPONSABILIDADE CONJUNTA PELA INFRAÇÃO. Para a prática da infração de ocultação dos sujeitos passivos, compradores e adquirentes JB Import e JBI Fl. 471DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 453 4 Comercial, de forma imprescindível concorreu Policom, responsável pelo registro das DIs , e dessa mesma prática evidentemente se beneficiaram JB Import e JBI Comercial, ao desobrigaremse ambos do pagamento do IPI, de modo que, nos termos do art. 95, inc. I, do Decretolei nº 37/1966, regulamentado pelo art. 603, inc. I, do Decreto nº 4.543/2002, respondem conjuntamente pela infração, nas importações respectivas, Policom e JB Import, e Policom e JBI Comercial configurada a relação infratorbeneficiário. Por outro lado, dada a relação importadoradquirente, de novo respondem conjuntamente pela infração citada Policom e JB Import, e Policom e JBI Comercial, nas importações respectivas, nos termos do art. 95, inc. V, do Decretolei nº 37/1966, regulamentado pelo art. 603, inc. V, do Decreto nº 4.543/2002. Em havendo responsabilidade conjunta pela infração, seja por conta do par infratorbeneficiário ou do par importador adquirente, estabelecese a solidariedade entre as pessoas jurídicas assim ligadas, por força do art. 124, inc. II, do CTN, sem benefício de ordem (idem, parágrafo único), com os efeitos previstos no art. 125 seguinte. DA RELAÇÃO ENTRE JB IMPORT E JBI COMERCIAL Inativa JB Import desde meados de março/2007, conforme declaração de seu contador em 29/10/2008, sucedelhe sem solução de continuidade JBI Comercial. De fato, a nota fiscal nº 007532, emitida por JB Import em 06/03/2007, em sua última transação comercial característica, segue a nota fiscal nº 000002, emitida por JBI Comercial no dia seguinte, 07/03/2007, dando continuidade às mesmas transações comerciais. A comparação entre o leiaute dessas duas notas fiscais denuncia que na prática JB Import e JBI Comercial são uma só e a mesma empresa, ostentando ambas o mesmo logotipo (a coruja), o mesmo telefone para vendas (21714100), o mesmo email (jbimport@jbimport.com.br), o mesmo site (www.jbimport.com.br) e, a partir da nota fiscal nº 000080, emitida cinco dias depois, o mesmo endereço (rua dos três irmãos, 201 – Morumbi –São PauloSP). Em suas últimas notas fiscais, JB Import desfazse de seu estoque (NF nº 007535, 007536, 007537, 007538, 007547) e de seu mobiliário (NF nº 007545), destinando todos esses ativos a JBI Comercial. Por fim, embora em percentuais diferentes, tanto JB Import quanto JBI Comercial ostentam o mesmo quadro societário: Jayme Alípio de Barros Filho e Mebahiah Optic Technology Investiments Ltd (20% 80% e 48,94% 51,06%, respectivamente). Fl. 472DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 454 5 A extinção formal de JB Import, seja por liquidação voluntária, por reconhecimento administrativo ou por decretação judicial, ensejará de imediato a aplicação do parágrafo único do art. 132 do CTN. DOS ELEMENTOS DE PROVA Intimado em 14/02/2008 sobre a origem de recursos aplicados em suas operações de comércio exterior, Policom responde em 20/05/2008, descrevendo sua prática comercial, que pode ser assim sistematizada: 1º) a iniciativa da operação de comércio exterior partia do cliente: “ o cliente desejava importar (...) e, para isso solicitava à Policom que fizesse a operação”; 2º) Policom não dispunha de recursos suficientes para realizar as operações de comércio exterior: “A Policom nunca teve capital exclusivamente próprio para consumar as operações realizadas”; 3º) as operações de comércio exterior foram realizadas por Policom mediante a utilização de recursos do cliente: “Policom (...) sempre contou – de forma legítima, válida e regular – com os adiantamentos realizados por seus clientes”, “clientes que adiantaram valores referentes às operações que foram posteriormente realizadas por Policom”. Intimado novamente em 06/06/2008 a esclarecer que importações seguem a prática descrita acima, Policom responde em 31/07/2008, precisando a origem dos recursos aplicados em cada DI: “capital próprio da empresa” ou “adiantamento de cliente”. Assim tendo afirmado e confirmado o uso de recursos de clientes em suas operações de importação, de imediato se aplica o disposto no art. 27 da Lei nº 10.637/2002: “A operação de comércio exterior realizada mediante utilização de recursos de terceiro presumese por conta e ordem deste, para fins de aplicação do disposto nos arts. 77 a 81 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001.” Conforme demonstrativo nº 1, tais operações foram praticadas entre Policom e JB Import e Policom e JBI Comercial. O exame das notas fiscais listadas nesse demonstrativo mostra que as mercadorias, a cada fornecimento do exterior, destinavamse em bloco para JB Import e JBI Comercial, evidenciando que tais mercadorias não eram de nenhum modo disponibilizadas no mercado nacional para quem quisesse adquirilas, mas já tinham destinatário final prédeterminado: o próprio adquirente da mercadoria. Fl. 473DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 455 6 Sem subterfúgios, JB Import e JBI Comercial informam em seu site: “há 10 anos, a JB Import desenvolve, importa e comercializa produtos refletivos de alta qualidade, que podem ser utilizados em diversos ramos de atividade” (negrito da fiscalização). JB Import e JBI Comercial se apresentam a seus clientes como empresa que adquire no exterior os produtos que comercializa. Com efeito, sua primeira razão social (JB Import Importação e Exportação Ltda. ) e seu nome reduzido (JB Import), pelo qual se faz conhecer no mercado nacional e que permanece no email e no site, expressam sua condição de comércio exterior.” Ciente do Auto de Infração a interessada apresentou a impugnação de fls, 306/342, onde em síntese do necessário alegou: · o requerimento de cópia do processo e da coletânea de documentos denominada “Dossier do Contribuinte”, em sua integridade, capaacapa, cuja cópia se encontra em anexo, foi recebido no dia 04/12/2008, pelo Sr. Chefe Substituto da DIFIS que informou não poder fornecer as cópias pedidas, sem o prévio consentimento do agente responsável pela fiscalização; · começa aí o verdadeiro calvário do contribuinte; · inobstante o requerimento e insistentes telefonemas, não logrou obter as cópias do Processo Administrativo Fiscal e do Dossier do Contribuinte para a elaboração de sua peça impugnatório o que configura grave e flagrante desrespeito ao seu direito constitucional de defesa; · quanto ao “dossier do contribuinte” o impugnante foi informado de que este não seria fornecido uma vez que se tratava de documento sigiloso de interesse exclusivo da administração ; · assim, sob a alegação de sigilo, negase a IMPUGNANTE o acesso a documentos que lhe dizem respeito e que certamente, comprovariam a origem e a forma irregular como a ação fiscal se desenvolveu, além da desídia do agente exator no atendimento às solicitações do contribuinte; · doutrina e jurisprudência, tanto administrativa quanto judicial, são pacíficas no sentido de que o ato do lançamento fiscal está delimitado por princípios legais de observância obrigatória, sob pena de nulidade; · os documentos públicos ditos SIGILOSOS receberam classificações e critérios a partir do Decreto nº 2.134/97; · ora, o IMPUGNANTE não cuida de operações militares, não lida com instalações estratégicas nem, tampouco, milita nos negócios diplomáticos internacionais da nação; · por outro lado, o AGENTE EXATOR, O SUPERVISOR DO GRUPO DE FISCALIZAÇÃO, ou mesmo o CHEFE DE FISCALIZAÇÃO DA DRF/SP, não são chefes de nenhum dos Poderes da República, nem Governadores do Estado e nem Fl. 474DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 456 7 tampouco Ministros de Estado. Não consta, ainda, que tenham recebido delegação específica de qualquer uma destas autoridades para declarar SECRETO algum documento; · na medida em que a publicidade dos atos é condição essencial de sua eficácia e existência, os atos administrativos decorrentes de decisões secretas ou implícitas, como ocorre no caso do auto de infração ora impugnado, SÃO NULOS DE PLENO DIREITO; · em atitude arbitrária, o Poder Público, deixou de atender a princípios constitucionais básicos, tais quais o da legalidade, da publicidade, do contraditório e da ampla defesa, dentre outros, além de violar, frontalmente, a legislação aplicável ao caso, transcrita nesta peça impugnatória (cita julgamento proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém e mais outros julgados judiciais e também administrativos); · a falta de assinatura do agente administrativo ANULA O AUTO DE INFRAÇÃO. Como se poderá verificar dos documentos a que teve acesso a Impugnante, quais sejam., apenas aqueles que acompanharam o auto de infração, NÃO HÁ QUALQUER ASSINATURA APOSTA EM NENHUMA DAS FOLHAS DO RELATÓRIO DA AÇÃO FISCAL, não se podendo afirmar, com certeza, estas foram, realmente produzidas pelo agente exator. Este, por sua vez, limitase a assinar o auto de infração apenas na primeira folha do auto de infração e do termo de encerramento; · a peça que compõe o chamado “Relatório de Auditoria Fiscal”, além de apócrifo, não foi impresso em papel timbrado da Receita Federal do Brasil, nem, nem outro tipo de papel que possam ao menos sugerir que tenha sido ali produzido e firmado pelo agente exator; · a Delegacia Especial de Assuntos Internacionais da Receita Federal do BrasilDEAIN não é competente para a realização da ação fiscal e, menos ainda, para proceder ao lançamento(art. 170 do RI); · ação fiscal, assim como o lançamento em si mesmo deveriam ter sido encaminhados à Alfândega da Receita Federal competente que tem, esta sim, poderes para fiscalizar e lançar nos moldes propostos; · nula a ação fiscal em razão de falta de competência regimental do agente lançador; · que se ponha de lado, desde logo, a pretensa responsabilidade da Impugnante quanto ao pagamento tanto do II quanto do IPI; · recentissimamente, com fundamento na Lei 11.488/2007 a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo, por sua segunda turma, no PAF 10314.005794/ 200883, decidiu pela improcedência do lançamento; Fl. 475DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 457 8 · as importações foram realizadas com todos os cuidados e obediência à legislação de regência, o que faz com que as práticas da Impugnante se enquadrem nos dispositivos da Lei 11.488/07; · não há qualquer prova das afirmações de prática irregulares das empresas apontadas como solidárias (JB e JBI), uma vez que estas, tampouco, procederam como “ocultas” em atitudes dolosas demonstrando a intenção de onerar o fisco ou de provocar prejuízo ao tesouro; · se no gráfico apresentado no “relatório” pretendeuse configurar a conta e ordem” com o ocultamento da pessoa do importador, o que existe em verdade, é a subsunção à Lei 11.488/07 onde a figura do importador é ostensiva e, portanto, diferente daquela tipificada pelo Decreto Lei 1455. A mera leitura dos fatos, sob a óptica do contribuinte “não bandido” seria suficiente para se verificar o que ora se préquestiona; · no que concerne à responsabilidade conjunta ou solidária da infração, a Impugnante reportase integral e totalmente ao acórdão da DRJ/SPO retro citado, sendo que tal solidariedade é inaplicável ao caso corrente, mesmo que o lançamento fosse procedente e devido o crédito tributário; · as relações entre JB JBI elencadas como justificativas são, como todo o demais, mera tentativa de comprovar fraude e simulação para justificar, ao final a aplicação da penalidade; · os elementos de prova colhidos e caracterizados como “prova do crime” justificadores do lançamento (contidos no item “Dos elementos de prova” do Relatório) servem apenas para caracterizar a honestidade e lisura dos atos comerciais da impugnante e a forma ostensiva como foram procedidas as transações à luz da Lei 11.488/07; · a legislação justificativa (art. 27 da Lei 10.637/2002) se aplicáveis, deixariam de sêlo por força da retroatividade da lei nova; · quanto ao conteúdo do site de JB e JBI existir o termo “importa” poderia justificar uma punição do CONAR mas jamais ser utilizado como instrumento de prova da Receita Federal contra o contribuinte. Na propaganda utilizase material e linguagem acessível a clientes e consumidores e não termos técnicos passíveis de serem utilizados como provas; · dada as preliminares, requer a nulidade do auto de infração determinado seu arquivamento; · em não assim sendo, no mérito, requer o acolhimento integral das razões expostas, com a consequente improcedência do Auto de Infração; requer, outrossim, seja o Impugnante oficialmente notificado da data e local da sessão de julgamento por essa E. Delegacia d Receita Federal de Julgamento em São Paulo. Fl. 476DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 458 9 Após exame da Impugnação apresentada pelo Contribuinte, a DRJ proferiu acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 12/08/2004 a 13/05/2008 CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO EM MULTA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. Responsabilidade solidária de terceiro, adquirente dos produtos importados no mercado interno. Artigo 124, inciso I, do CTN e artigo 95, inciso I do DL 37/1966. Terceiro oculto, destinatário final de mercadorias importadas mediante esquema fraudulento. Responsável solidário por coautoria da infração PRELIMINAR DE NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Consignada no auto de infração a ciência do lançamento e de todos os seus anexos, e facultada vista do processo na repartição fiscal, durante o prazo para impugnação da exigência, resta descaracterizado o alegado cerceamento do direito de defesa. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados quanto ao crédito tributário mantido. O feito foi inicialmente distribuído por sorteio à 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara desta 3ª Seção de Julgamento do CARF, sob relatoria do então Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas (conforme Resolução nº 3301000.240, de 23 de fevereiro de 2016, fls. 444/456), onde foi consignada a conexão com o processo nº 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS e solicitada a conexão dos feitos com posterior remessa conjunta àquele Relator para prosseguimento e elaboração dos votos. Todavia, tal diligência restou pendente de cumprimento e, em 28/09/2017, o processo conexo nº 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS foi distribuído por sorteio à minha Relatoria. Tenho em vista que a conexão entre os feitos era evidente e, considerando que, quando da distribuição do feito conexo à minha relatoria, o então Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas prevento não mais integrava este órgão Julgador, proferi, em 07 de maio de 2018, despacho nos autos do processo nº 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS, solicitando a reunião dos feitos e a remessa conjunta à minha relatoria. A reunião dos feitos foi realizada, conforme despacho de fl. 468 e, finalmente, foram ambos os feitos remetidos à minha relatoria. É o relatório. Voto Conforme Relatório de Auditoria Fiscal (fls. 4 e seguintes), a ação fiscal compreendeu 3 contribuintes distintos sendo que, para cada um deles, foi lavrado um Auto de Infração distinto: Fl. 477DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 459 10 Nesta assentada, estão sendo examinados exclusivamente os Autos de Infração nº 16561.000176/200810 (JB Import) e nº 16561.000177/200856 (Policom). O Auto de Infração nº 16561.000175/200867 (JBI Comercial) não se encontra conexo pois não foi distribuído à este CARF. A constatação fiscal é de que teria ocorrido "simulação de operações de importação direta, quando na realidade se tratava de operações de importação por conta e ordem de terceiro, disso resultando dano ao erário, pela ocultação do sujeito passivo/comprador/adquirente" e esta simulação teria como objetivo a "sonegação ao Fisco da condição de contribuinte do IPI Imposto sobre Produtos Industrializados, por ser o adquirente equiparado a estabelecimento industrial". A ação fiscal teve como objeto exclusivamente o lançamento da multa substitutiva à pena de perdimento de mercadorias importadas mediante fraude ou simulação. Todavia, conforme já relatado pelo Relator original do presente feito na Resolução nº 3301000.240, de 23 de fevereiro de 2016, fls. 444/456, o lançamento foi feito de forma individualizada para cada um dos sujeitos passivos. Transcrevo: Estamos tratando de 3 processos: 16561.000177/200856 POLICOM R$ 978.325,41 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS R$ 591.864,78 16.561.000175/200867 JBI COMERCIAL R$ 386.460,63 Portanto, em tese, os 3 processos possuem tramitação independente. O processo vinculado 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS está no CARF na situação de "distribuir e sortear". No processo vinculado 16.561.000175/200867 JBI COMERCIAL houve a adesão ao parcelamento da Lei 11.941/09. Posteriormente, houve o pedido de cancelamento de ofício da adesão por falta de envio de dados para a consolidação do parcelamento. Em seguida, o débito foi inscrito em dívida ativa da União. Em 10/06/2013, houve novo pedido de parcelamento à Procuradoria da Fazenda Nacional, entretanto, o requerimento foi indeferido por falta de apresentação de garantia. Fl. 478DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 460 11 Os recursos voluntários do processo 16561.000177/200856 POLICOM e do processo vinculado 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS são praticamente idênticos. Preliminarmente, informo que, das 44 páginas do recurso voluntário, 36 páginas tratam de alegações de nulidades. Em relação ao mérito, a fiscalização sustenta que não há dúvida de que houve a interposição fraudulenta caracterizada nos autos de infração, pois a própria Policom afirma que realizava as importações para os seus clientes, JB e JBI. Como se verifica no relatório fiscal, a própria Policom informa como funcionava a operação: Intimado em 14/02/2008 sobre a origem de recursos aplicados em suas operações de comércio exterior, Policom responde em 20/05/2008, descrevendo sua prática comercial, que pode ser assim sistematizada: 1º) a iniciativa da operação de comércio exterior partia do cliente: “ o cliente desejava importar (...) e, para isso solicitava à Policom que fizesse a operação”; 2º) Policom não dispunha de recursos suficientes para realizar as operações de comércio exterior: “A Policom nunca teve capital exclusivamente próprio para consumar as operações realizadas”; 3º) as operações de comércio exterior foram realizadas por Policom mediante a utilização de recursos do cliente: “Policom (...) sempre contou – de forma legítima, válida e regular – com os adiantamentos realizados por seus clientes”, “clientes que adiantaram valores referentes às operações que foram posteriormente realizadas por Policom”. A fiscalização sustenta também que não há duvida de que há solidariedade pela infração, já que a Policom concorreu para a prática da infração de ocultação dos sujeitos passivos, compradores e adquirentes JB Import e JBI Comercial. A Policom foi responsável pelo registro das DIs e dessa prática evidentemente se beneficiaram JB Import e JBI Comercial, ao desobrigaremse ambos do pagamento do IPI, de modo que, nos termos do art. 95, inc. I, do Decretolei nº 37/1966, regulamentado pelo art. 603, inc. I, do Decreto nº 4.543/2002, respondem conjuntamente pela infração, nas importações respectivas, Policom e JB Import, e Policom e JBI Comercial configurada a relação infratorbeneficiário. Dada a relação entre importador e adquirente, respondem conjuntamente pela infração citada Policom e JB Import, e Policom e JBI Comercial, nas importações respectivas, nos termos do art. 95, inc. V, do Decretolei nº 37/1966, regulamentado pelo art. 603, inc. V, do Decreto nº 4.543/2002. Em havendo responsabilidade conjunta pela infração, seja por conta do par infratorbeneficiário ou do par importadoradquirente, estabelecese a solidariedade entre as pessoas jurídicas assim ligadas, Fl. 479DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 461 12 por força do art. 124, inc. II, do CTN, sem benefício de ordem, com os efeitos previstos no art. 125 seguinte. Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. Verificase que a aplicação da penalidade em tela exige que a importação tenha ocorrido mediante fraude ou simulação. A fiscalização sustenta que a simulação restou devidamente comprovada nos autos, tanto com os documentos contábeis da empresa Policom, quanto com as informações prestadas pelas empresas intimadas, que adquiriram os produtos importados. Entretanto, antes de analisarmos os argumentos do recurso voluntário é preciso constatarmos que houve a autuação principal da empresa Policom Comércio Importação e Exportação Ltda, que foi considerada a importadora de direito, enquanto as empresas JB Import Serviços de Telemarketing Ltda e JBI Comercial de Plásticos Refletivos Ltda foram consideradas importadoras de fato. Como já constatado na decisão de 1ª instância, houve 3 lançamentos relativos às operações elencadas. Os créditos tributários de cada processo são os seguintes: 16561.000177/200856 POLICOM R$ 978.325,41 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS R$ 591.864,78 16.561.000175/200867 JBI COMERCIAL R$ 386.460,63 Analisando os 3 Autos de Infração constatase que os fatos geradores lançados na Policom foram também lançados na JB e na JBI, de acordo com as importações que a Policom realizou para cada uma das duas empresas. A soma dos valores dos autos de infração lavrados na JB e JBI é igual ao valor lavrado na Policom. A infração tipificada em cada processo, também é a mesma: OCULTAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO/COMPRADOR/ADQUIRENTE, MEDIANTE SIMULAÇÃO A fundamentação também é idêntica: Da infração: art. 23, inc. V, do Decretolei n° 1.455/1976, regulamentado pelo art. 618, inc. XXII, doDecreto n° Fl. 480DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 462 13 4.543/2002, normatizado pelo art. 4o , inc. II, da Instrução Normativa SRF n° 225/2002. Da penalidade: art. 23, §§ I o e 3o , do Decretolei n° 1.455/1976, regulamentado pelo art. 618, § Io , do Decreto n° 4.543/2002. Da responsabilidade: art. 95, inc. I e V, do Decretolei n° 37/1966, regulamentado pelo art. 603, inc. I e V, do Decreto n° 4.543/2002. Portanto, foram lavrados 3 autos de infração para cobrança de multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias não localizadas ou consumidas, nos termos do art. 23, §§ 1º e 3º, do Decretolei nº 1.455/1976, regulamentado pelo art. 618, § 1ª, do Decreto nº 4.543/2002. Como dito, constatouse que o crédito tributário do processo 16561.000177/200856 Policom, é o mesmo dos outros 2 (dois) processos, os solidários, somados O débito da JBI COM DE PLÁSTICOS REFLETIVOS LTDA foi inscrito em Dívida Ativa da União. Assim, diante da dúvida fundada acerca do ocorrido, para evitar a exigência de crédito tributário em duplicidade e também em homenagem ao princípio da verdade material, regente do processo administrativo fiscal, proponho a conversão do julgamento em diligência para que se providencie o seguinte: Para que a Secretaria da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento distribua o processo vinculado 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS, que está no CARF na situação de "distribuir e sortear", para o presente relator, em observância ao art. 6º, do Anexo II, da Portaria MF n° 343/2015, Ricarf. Findo o procedimento, que o presente processo e o processo nº 16561.000176/200810 JB SERVIÇOS retornem a este relator para prosseguimento e elaboração dos votos. (sem grifos no original) Ou seja, antes de se adentrar ao mérito, é necessário verificar a ocorrência de lançamento em duplicidade da penalidade exigida. A Fiscalização, ao invés de lavrar um único Auto de Infração em face do sujeito passivo ocultado e ostensivo, na condição de solidários, como de praxe, optou por lavrar um Auto de Infração para cada um dos sujeitos passivos solidários. Com isso, como já suscitado acima, acabou por efetuar 2 (dois) lançamentos distintos para um único fato gerador, situação inadmissível, sob pena de se buscar a satisfação de um mesmo crédito tributário em duplicidade. Ainda que, como afirma a Fiscalização, não exista benefício de ordem entre sujeito passivo ostensivo e ocultado, a solidariedade existente permite (e recomenda) que seja lavrado um único Auto de Infração em face de 2 (dois) sujeitos passivos distintos. Fl. 481DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 463 14 Na hipótese dos presentes autos, lavrado em face do importador ostensivo, POLICOM, foram lançados valores correspondentes a diversas importações realizadas por dois ocultados distintos: JB Serviços e JBI Comercial. Quanto ao ocultado JB Serviços (16561.000176/200810), a questão pode ser saneada por meio do julgamento conjunto de ambos os processos que se encontram conexos e estão sendo julgados de forma conjunta. Contudo, o mesmo não ocorre com o ocultado JBI Comercial (16.561.000175/200867), já que, como já relatado, o feito não está em julgamento e não foi distribuído a este CARF. E, quanto à este, JBI Comercial (16.561.000175/200867), o Relator original consignou na Resolução já transcrita: No processo vinculado 16.561.000175/200867 JBI COMERCIAL houve a adesão ao parcelamento da Lei 11.941/09. Posteriormente, houve o pedido de cancelamento de ofício da adesão por falta de envio de dados para a consolidação do parcelamento. Em seguida, o débito foi inscrito em dívida ativa da União. Em 10/06/2013, houve novo pedido de parcelamento à Procuradoria da Fazenda Nacional, entretanto, o requerimento foi indeferido por falta de apresentação de garantia. Inicialmente, é preciso consignar que as informações lançadas na referida Resolução não constam formalmente nos presentes autos. Tais informações apenas podem ser obtidas por meio de acesso aos autos do processo 16.561.000175/200867, franqueada exclusivamente aos Conselheiros representantes da Receita Federal (Auditores Fiscais), como é o caso do Relator originário. Esta Relatora, representante dos Contribuintes, não possui acesso a qualquer outro processo senão aqueles já distribuídos à Turma Julgadora que integra. Desse modo, tornase impossível efetuar a análise já iniciada pelo Relator original quanto ao possível parcelamento do débito relativo aos fatos geradores vinculados à JBI Comercial, também lançados no presente feito em face do contribuinte solidário, Policom, ou mesmo a sua inscrição em dívida ativa com o possível ajuizamento de Execução Fiscal. É certo que o parcelamento do crédito tributário corresponde à hipótese de extinção do crédito tributário e, ocorrendo tal extinção, esta exonera todos os sujeitos passivos coobrigados. Lado outro, tendo sido lavrada Certidão de Dívida Ativa e proposta a Execução Fiscal, configurarseá situação de cobrança em duplicidade. Assim, a meu ver, não há como se efetuar a análise acerca da legitimidade do crédito tributário vinculado à JBI Comercial, também lançado por meio do presente PAF nº 16.561.000175/200867, sem que se tenha a exata compreensão acerca de sua extinção ou mesmo inscrição em dívida ativa. Por esta razão, proponho a conversão do feito em diligência para que a Autoridade Lançadora esclareça: Fl. 482DF CARF MF Processo nº 16561.000177/200856 Resolução nº 3201001.388 S3C2T1 Fl. 464 15 1. Os valores lançados por meio do presente Auto de Infração nº 16561.000177/200856 (Policom) são correspondentes aos mesmos fatos geradores objeto dos Autos de Infração nº 16561.000176/200810 (JB SERVIÇOS) e 16.561.000175/200867 (JBI COMERCIAL)? 2. Em caso positivo, qual a atual situação dos débitos objeto dos processos 16561.000176/200810 (JB SERVIÇOS) e 16.561.000175/200867 (JBI COMERCIAL)? Informar se foram efetivamente incluídos em parcelamento ou se foram inscritos em Dívida Ativa. Caso tenham sido inscritos em Dívida Ativa, informar se são objeto de ação judicial. Após, retornem os autos para minha relatoria. É como voto. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 483DF CARF MF
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Numero do processo: 10725.903045/2009-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2001
PER/DCOMP. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. NÃO RECONHECIDO.
A falta de certeza e liquidez do direito creditório indicado no PER/DCOMP impossibilita a homologação da compensação declarada.
Numero da decisão: 1402-003.330
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone. Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. NÃO RECONHECIDO. A falta de certeza e liquidez do direito creditório indicado no PER/DCOMP impossibilita a homologação da compensação declarada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone. Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 72 5. 90 30 45 /2 00 9- 62 Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10725.903045/200962 Acórdão n.º 1402003.330 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente de Recurso Voluntário interposto em face de decisão proferida pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I RJ, em primeira instância administrativa, que julgou IMPROCEDENTE, a manifestação de inconformidade do contribuinte em epígrafe, agora recorrente. Do Despacho Decisório: Trata o presente processo da Declaração de Compensação, na qual a recorrente alega possuir crédito contra a Fazenda Pública, decorrente de pagamento a maior ou indevido, buscando extinguir por compensação de débito próprio, conforme detalhamento que consta no Despacho Decisório acostado aos autos. Transmitida, a DCOMP recebeu da DRF de origem o Despacho Decisório de não homologação da compensação, cujas razões da negativa se fundam no fato de que o DARF informado no PER como pago a maior ou indevido já ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação com os débitos informados na DCOMP. Da Manifestação de Inconformidade: Inconformada com o despacho decisório, a recorrente interpôs a manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que o crédito pleiteado de pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco através de DCTF retificadora, que zerou o valor de débito anteriormente declarado. Da decisão da DRJ: A DRJ, em seu julgamento, considerou improcedente a manifestação de inconformidade, e não reconheceu o direito creditório pleiteado, e consequente não homologação da compensação da PER/DCOMP objeto do presente processo. Na decisão ora recorrida, informa que além da DCTF original, já houve outra retificadora anterior a ultima, em que confirmou o valor anteriormente declarado de débito, que está alocado ao DARF agora pleiteado como indevido. Anos depois, no limiar da decadência da repetição do indébito, retifica novamente a DCTF, zerando o débito, sem juntar qualquer documentação comprobatória da veracidade das informações nela contidas. Não houve DIPJ retificadora para o período em foco, e esta está em consonância com o valor declarado originalmente. A restituição/compensação de tributos no âmbito da Receita Federal do Brasil é regido pelos artigos 165 e 170 do CTN. E quanto à retificação de DCTF, para diminuir ou excluir tributo, é regido pelo artigo 147, §1º, que estipula que só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10725.903045/200962 Acórdão n.º 1402003.330 S1C4T2 Fl. 4 3 Assim, além de não haver coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte, deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao valor devido. Por conseguinte, entendeu não haver certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor. Do Recurso Voluntário: Irresignada com o a decisão, apresentou recurso voluntário em que, em síntese, alega vícios de nulidade do despacho decisório, por conta da inexistência de fundamentação e cerceamento de sua defesa, pois no seu entender, não recebera oportunidade de comprovar o seu direito creditório. Igualmente, suscita e alega apenas na sua peça recursal, que o direito creditório pleiteado decorre de alteração no seu coeficiente de apuração do lucro presumido, pois tinha aplicado o de 32%, mas o correto seria de 8%, pois exerce prestação de serviços hospitalares. É o relatório. Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10725.903045/200962 Acórdão n.º 1402003.330 S1C4T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.291, de 26/07/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10725.903030/2009 02, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.291): "O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, podese dele conhecer. Antes de adentrar no mérito, cabe informar que o julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, sendo o paradigma. Síntese dos fatos O presente processo versa sobre um PER/DCOMP, em que a recorrente pleiteou um direito creditório baseado em um pagamento indevido ou a maior, de IRPJ referente ao 3º ou 4º trimestre de 2001, ou 1º trimestre de 2002. O Despacho Decisório atacado denegou tal pleito, pois verificou que o DARF objeto do pedido estava integralmente utilizado para quitação de débitos da recorrente, não havendo crédito disponível. A recorrente na sua manifestação de inconformidade alega que o pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco, através de DCTF retificadora apresentada em 14/08/2009, após ter verificado que não apurou tributo a pagar de IRPJ no período referente ao crédito ora pleiteado. A decisão da DRJ considerou improcedente sua manifestação de inconformidade, pois, em linhas gerais, a DCTF retificadora veio desacompanhada de comprovação do erro em que se funde, nos termos do art. 147, §1º do CTN. Além do mais, a DIPJ não foi retificada, havendo incoerência entre as declarações prestadas. Por conseguinte, não haveria certeza e liquidez do direito creditório alegado pela recorrente. Em sede recursal, alega vícios de nulidade do despacho decisório, por conta da inexistência de fundamentação, Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10725.903045/200962 Acórdão n.º 1402003.330 S1C4T2 Fl. 6 5 e por conseguinte, acarretaria cerceamento de defesa. Igualmente, suscita e alega apenas neste momento, sem nada comprovar, que utilizou indevidamente o coeficiente de 32% no lucro presumido para apurar o seu IRPJ, quando o devido seria 8%, já que exerce a atividade de prestação de serviços hospitalares. Da preliminar suscitada Como já exposto anteriormente, a recorrente alega nulidade do Despacho Decisório, ao fundamento que este sofreria de inafastáveis vícios, quais sejam: a) inexistência de fundamentação; b) cerceamento de defesa, por não ter sido oportunizado a possibilidade de comprovar o seu direito creditório. Compulsando os autos, não verifico o alegado. Vejo nesta preliminar suscitado mais uma discordância com os fatos e sua respectiva capitulação legal, o que não é causa de pedir nulidade. O Despacho Decisório está devidamente fundamentado pelo motivo que denegou o pedido de compensação pleiteado, pois se baseou em informações prestadas pela própria recorrente então, quais sejam, o confronto do seu pleito via PER/DCOMP cotejado com o DARF , DCTF e DIPJ. Além do mais, a comprovação do seu crédito já surge oportunizada para a recorrente quando apresentou sua peça impugnatória, mas nada ali agregou comprovando, e pior, então, nem alegou por qual motivo entendia ter direito a repetição do indébito pleiteado como pagamento indevido ou maior. Igualmente, na sua peça recursal nada apresentou comprovando o alegado apenas se limitou a alegar neste momento. Por conseguinte, REJEITO A PRELIMINAR suscitada pela recorrente. Do mérito Em sua peça recursal, a recorrente alega que o direito creditório pleiteado é decorrente da apuração do imposto pelo regime do lucro presumido, com a aplicação do percentual, no seu entender equivocado, de 32% sobre a receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo do IRPJ, enquanto o correto seria o percentual de 8%, pois se dedicaria à prestação de serviços hospitalares. Tal assunto foi suscitado apenas em sede da segunda instância administrativa, e de forma um tanto sucinta, sem nada agregar comprovando o alegado. Se resumiu a dizer que retificou sua DCTF relacionada ao presente feito pois apurou e recolheu valores maiores a título de IRPJ, pois o correto seria 8%, conforme previa o art. 15, §1º, inciso III, alínea a, da Lei nº Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10725.903045/200962 Acórdão n.º 1402003.330 S1C4T2 Fl. 7 6 9.249/95 (com redação sem as modificações introduzidas pela Lei nº 11.727/2008) combinado com o art. 25, da Lei nº 9.430/1996. Reitero não houve nenhuma comprovação desta alegação, e esta apenas agora apresentada na discussão do presente litígio. A recorrente pretende que se reforme a decisão a quo sob o mero argumento de que sua confissão de dívida prestada em DCTF foi efetuada com erro, o que lhe permitiria obter o direito creditório ora pleiteado. Todavia, inexiste nos autos qualquer prova do alegado erro, ônus que caberia à recorrente, para dar a liquidez e certeza do seu direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN1. A mera apresentação de DCTF retificadora (24/08/2009), diminuindo um débito já considerado extinto, quando já se perfez os 5 anos estabelecidos para se pleitear eventual restituição, nos termos do art. 168 do CTN2, não tem o condão de, por si só, comprovar a certeza e liquidez do direito creditório. Entendo que no caso, é necessário, na primeira oportunidade, alegar e tentar rechaçar o despacho decisório da forma mais completa possível, já trazendo aos autos comprovações destas alegações. A recorrente não fez isso, pelo contrário omitiu detalhes importantes a serem considerados no julgamento de piso, o que suscitou agora, mas ainda assim, sem nenhuma comprovação, por mais precária que seja. A Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, no seu art. 36, estabelece que cabe a carga probatória nestas situações: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 373 desta Lei. Logo, no processo administrativo fiscal, regido e permeado pelo princípio da busca da verdade material, um vetor válido tanto para a Fazenda Nacional quanto para os 1 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 2 Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. 3 Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10725.903045/200962 Acórdão n.º 1402003.330 S1C4T2 Fl. 8 7 contribuintes, não basta apenas alegar, quando deveria também provar o alegado. Alegar sem provar equivale a nada alegar. Repetindo o que já dito anteriormente, o direito creditório deve se revestir das características de liquidez e certeza, para que a compensação possa ser efetivada. Quem pleiteia este direito é que cabe demonstrar esta liquidez e certeza. Não cabe agora ao colegiado procurar fazer prova da mera alegação da recorrente, tomandolhe partido, quando esta se mostrou inerte. Eventuais diligências seriam cabíveis para esclarecer algum ponto porventura obscuro, sobre o qual restassem dúvidas, mas não para restabelecer a certeza e liquidez dos créditos pretendidos, o que já deveria estar demonstrado desde a primeira oportunidade ofertada à recorrente. Destarte, pelo todo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 69DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.900973/2008-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Sep 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/08/2003 a 31/08/2003
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
Não há ofensa à garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa quando todos os fatos estão descritos e juridicamente embasados, possibilitando à contribuinte contestar todas razões de fato e de direito elencadas no despacho decisório.
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO.
Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários adequada solução da lide, indefere-se, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia.
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não há ato legal específico que conceda isenção ou outra forma de desoneração de PIS e COFINS nas vendas à Zona Franca de Manaus, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Numero da decisão: 3402-005.415
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado) que davam provimento em conformidade com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no AgRg no Ag 1.420.880/PE.
(assinado com certificado digital)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2003 a 31/08/2003 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há ofensa à garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa quando todos os fatos estão descritos e juridicamente embasados, possibilitando à contribuinte contestar todas razões de fato e de direito elencadas no despacho decisório. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não há ato legal específico que conceda isenção ou outra forma de desoneração de PIS e COFINS nas vendas à Zona Franca de Manaus, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado) que davam provimento em conformidade com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no AgRg no Ag 1.420.880/PE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 09 73 /2 00 8- 81 Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 3 2 (assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Declaração de Compensação (DCOMP) mediante a qual a contribuinte pretendeu extinguir débito com pretenso crédito com origem em pagamento indevido de contribuição social. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação face a inexistência de crédito disponível para compensação. Cientificada do despacho, a contribuinte manifestou sua irresignação arguindo em síntese que o crédito utilizado na compensação teria origem em pagamento da contribuição na parcela calculada sobre vendas realizadas à Zona Franca de Manaus. Argumenta que as vendas à Zona Franca de Manaus (ZFM) no período em tela estavam imunes à incidência do PIS e da Cofins e, portanto, o pagamento teria sido feito a maior. Iniciando essa linha de argumentação, assevera que o art. 4° do DecretoLei (DL) n° 288, de 1967, equiparou, para todos os efeitos fiscais, as vendas realizadas a Zona Franca de Manaus a uma operação de exportação. Tal disposição, a seu ver, possui envergadura de norma de caráter complementar, e nesse nível de hierarquia teria sido incorporado ao ordenamento jurídico pela recepção que lhe deu a Constituição Federal de 1988, pelo artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Defende que o mesmo tratamento dado às exportações, aplicável às vendas realizadas à Zona Franca de Manaus, seria também extensível às vendas efetuadas para destinatários sediados nos municípios integrantes das Areas de Livre Comércio. Ao fim, requer o recebimento da presente manifestação de inconformidade com o seu regular efeito suspensivo da exigibilidade do crédito. Pleiteia ainda o reconhecimento do direito credit6rio referente aos recolhimentos indevidos ou a maior a titulo de PIS e Cofins incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias à Zona Franca de Manaus e a consequente a homologação da compensação.” Por meio do acórdão nº 0529.822, a DRJ não acolheu as razões de defesa da manifestante, mantendo a não homologação da compensação. Regularmente cientificado, o contribuinte tempestivamente apresentou seu Recurso Voluntário, repisando os argumentos apresentados em sua Manifestação de Inconformidade, acrescentando que não foi intimado pela fiscalização, em nenhum momento, a apresentar comprovantes da origem dos seus créditos e que, no despacho eletrônico proferido, também não foi apresentado nenhum argumento para que os créditos pleiteados fossem indeferidos. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 5 4 Argumenta ainda que trouxe aos autos planilha comprovando que os créditos indicados no pedido de compensação são originados de pagamento indevido ao a maior, uma vez que efetuou vendas destinadas à Zona Franca de Manaus. O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra , Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.398, de 24 de julho de 2018, proferido no julgamento do processo 10882.900443/200833, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.398): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A questão trazida a este colegiado cingese sobre direito creditório não reconhecido pela constatação de utilização integral do pagamento na quitação de débitos do contribuinte. Também se discute, a partir das alegações trazidas na Manifestação de Inconformidade, o direito ao crédito do PIS e da COFINS nas operações com empresas situadas na Zona Franca de Manaus, que poderia lastrear o pleito inicial da interessada. Ainda que o Despacho Decisório nada tenha se manifestado acerca de qualquer documento probatório, o sujeito passivo, além de contestar a vinculação do pagamento, também argumentou quanto às razões pela qual entendia que parte do recolhimento seria indevido, por se referir a vendas realizadas à Zona Franca de Manaus. Segundo seu entendimento, tais vendas estariam imunes à incidência das contribuições, resultando em saldo recolhido à maior. A 3ª Turma da DRJ em Campinas não acolheu as razões de defesa do sujeito passivo, entendendo que o pretendido pagamento indevido teria origem no período de apuração 01/09/2002 a 30/09/2002, em relação ao qual a isenção em comento alcançaria apenas as receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do artigo 14 Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 6 5 da MP n°2.15835, de 2001. Segundo a turma julgadora, os autos não trazem comprovação suportada por documentação contábilfiscal da inclusão das receitas decorrentes das mencionadas operações isentas na base que serviu para o cálculo do pagamento formador do apontado indébito, não se podendo reconhecer o pretendido direito de crédito aproveitado na compensação. Preliminarmente, a recorrente alega nulidade do processo administrativo em razão da ausência de diligências na documentação que comprovaria o indébito tributário. Não assiste razão à recorrente. Conforme disposto no artigo 29 do PAF, as diligências são determinadas pela autoridade julgadora, na apreciação da prova, caso entenda necessárias, o que não é o caso. A recorrente não apresentou qualquer documento comprobatório do crédito pleiteado, nem na fase de impugnação, nem nesta fase recursal, em descumprimento do artigo 15 do PAF que determina a instrução dos documentos comprobatórios juntamente com a impugnação. Apenas uma planilha intitulada “VENDAS PARA A ZONA FRANCA DE MANAUS E AREAS DE LIVRE COMÉRCIO UNIDADE SUMARÉ SETEMBRO DE 2002” (fls.43) foi apresentada, sem nenhum documento comprobatório. A prova deve ser feita nos autos, não fora dele, e no momento oportuno. Destacase que o indeferimento do direito creditório foi motivado pela utilização do(s) pagamento(s) na quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Nenhuma prova contrária à tal constatação fiscal foi apresentada. Portanto, não resta configurada qualquer nulidade quanto à ausência de diligência. Em consequência, rejeitase o pedido de diligência. A recorrente alega cerceamento de seu direito de defesa, por entender que a decisão de primeira instância teria inovado o lançamento inicial. Segundo seu entendimento, o Despacho Decisório eletrônico não mencionou qualquer documento (físico ou eletrônico) que embasasse a glosa da compensação, limitandose apenas a mencionar que o crédito não existiria, imputando penalidade a Recorrente, sem qualquer análise da materialidade do crédito compensado. Também neste ponto não assiste razão à recorrente. Nenhuma inovação foi trazida aos autos pelo julgador de primeiro grau na apreciação da matéria, que apenas trouxe os fundamentos necessários para rechaçar as alegações do sujeito passivo trazidas na Manifestação de Inconformidade. Tratase Fl. 147DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 7 6 do pleno exercício do contraditório, que exige a plena fundamentação das decisões na apreciação de todos os pontos levantados pela defesa do contribuinte. A motivação do indeferimento do direito creditório continua sendo a inexistência de crédito. Dessa forma, também não está configurado qualquer cerceamento do direito de defesa da recorrente, visto que a questão foi por ela trazida e por ela novamente repisada em sua peça recursal. No mérito, a recorrente alega o direito ao crédito do PIS e da COFINS nas operações com empresas situadas na Zona Franca de Manaus. O tema foi objeto de julgamento repetitivo na 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em processos cujo interessado foi a própria recorrente. Dessa forma, adoto no presente voto os fundamentos do Acórdão nº 9303003.934, de 07 de junho de 2016, da lavra do i. Conselheiro Júlio César Alves Ramos, a seguir reproduzido: “Fui incumbido de apontar as razões que levaram o colegiado, por voto de qualidade, a negar provimento ao recurso do contribuinte, sob o entendimento de que, até a redução a zero da alíquota da contribuição efetuada em julho de 2004, não havia qualquer dispositivo legal que concedesse isenção de COFINS às vendas para aquela área. O argumento inicial em sentido contrário buscaa na própria norma que criou a Zona Franca de Manaus. Segundo tal entendimento, o art. 4º do Decretolei 288, ao afirmar que as remessas para aquela região equiparavamse a exportação para o exterior, deveria ser estendido à COFINS, embora, cediço, ela somente tenha sido posteriormente criada. E isso porque tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 8 7 interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Pretendem alguns que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 9 8 e renda para a região Norte. Para tanto, definiu se um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser tachada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 10 9 tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em julho de 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. É que, nos termos constitucionais, a concessão de isenção requer lei específica1 , de modo que, ou se aceita que seja ela o decretolei ou ela não existe. Não se pode inferir que haja uma lei simplesmente porque um parágrafo em artigo de lei posterior a "exclua". Em outras palavras, há apenas dois caminhos interpretativos. O primeiro: se considera que o decretolei 288 fez uma equiparação genérica das Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10882.900973/200881 Acórdão n.º 3402005.415 S3C4T2 Fl. 11 10 vendas àquela região a exportação e, portanto, qualquer ato posterior que concedesse benefício (isenção ou outro) a operações de exportação se aplicava imediatamente e automaticamente às vendas para lá. Nesse caso, a isenção concedida pela Lei Complementar 85 a elas se estende, mesmo não tendo ela sido expressamente referida no dispositivo. Essa interpretação contraria, a meu ver, o art. 150, § 6º da Constituição. Ou, como entendo eu, considerase que não havia dispositivo que concedesse isenção ou qualquer outra forma de desoneração àquelas vendas até a redução a zero de sua alíquota, promovida em 2004. Não contemplo um terceiro caminho. Com tais considerações, negouse provimento ao recurso do contribuinte.” Também não prospera qualquer argumento que aponte a obrigatoriedade do acatamento do entendimento do STF, exceto nos casos de repercussão geral reconhecida, conforme determina o RICARF, o que não é o caso. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 152DF CARF MF
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Numero do processo: 10120.726167/2015-86
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Sep 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2010, 2011
DECADÊNCIA. FRAUDE.
Em face da ocorrência de fraude amplamente demonstrada pelos elementos coligidos aos autos, praticada pela fiscalizada com o concurso de seus sócios, o prazo decadencial aplicado ao caso concreto é o do art. 173, inc. I, do Código Tributário Nacional.
GANHO DE CAPITAL. OCORRÊNCIA. APROPRIAÇÃO PROPORCIONAL DOS CUSTOS.
Dada a apuração incontroversa de ganho de capital, os custos associados aos recebimentos devem ser apropriados de modo proporcional.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
À vista de fundamentos que se coadunam perfeitamente com o que estabelece o art. 135, inc. III, CTN, isto é, que os sócios são pessoalmente responsáveis, cabe manter os termos de sujeição passiva e autuações.
Numero da decisão: 1302-002.929
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário do contribuinte; em negar provimento aos recursos voluntários dos responsáveis solidários; e em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2010, 2011 DECADÊNCIA. FRAUDE. Em face da ocorrência de fraude amplamente demonstrada pelos elementos coligidos aos autos, praticada pela fiscalizada com o concurso de seus sócios, o prazo decadencial aplicado ao caso concreto é o do art. 173, inc. I, do Código Tributário Nacional. GANHO DE CAPITAL. OCORRÊNCIA. APROPRIAÇÃO PROPORCIONAL DOS CUSTOS. Dada a apuração incontroversa de ganho de capital, os custos associados aos recebimentos devem ser apropriados de modo proporcional. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. À vista de fundamentos que se coadunam perfeitamente com o que estabelece o art. 135, inc. III, CTN, isto é, que os sócios são pessoalmente responsáveis, cabe manter os termos de sujeição passiva e autuações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário do contribuinte; em negar provimento aos recursos voluntários dos responsáveis solidários; e em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 61 67 /2 01 5- 86 Fl. 1033DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 3 2 Rogério Aparecido Gil Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto face ao Acórdão nº 0654.644 de 02 de maio de 2016 da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Curitiba (DRJ/CTA) que, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares e no mérito julgou parcialmente procedente a impugnação, registrandose a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2010, 2011 COMPETÊNCIA DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO Malgrado as diversas noticias de ocorrência de supostos crimes e suas negativas trazidas, respectivamente, ao feito pela Autoridade Fiscal a quo e pela impugnante, dada a competência atribuída às Delegacias de Julgamento de constituirse em órgão revisor dos lançamentos tributários, tais questões não serão apreciadas. ARGUIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. Não compete ã autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendolhe observar a legislação em vigor. DECADÊNCIA. FRAUDE. Em face da ocorrência de fraude amplamente demonstrada pelos elementos coligidos aos autos, praticada pela fiscalizada com o concurso de seus sócios, o prazo decadencial aplicado ao caso concreto é o do art. 173,1, do Código Tributário Nacional. GANHO DE CAPITAL. OCORRÊNCIA. APROPRIAÇÃO PROPORCIONAL DOS CUSTOS. Dada a apuração incontroversa de ganho de capital, os custos associados aos recebimentos devem ser apropriados de modo proporcional. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Restou demonstrado o interesse comum dos sócios nos eventos e diversas infrações às leis fiscais que autorizam a imputação de responsabilidade solidária com fundamento nos art. 124, I, e 135, II do CTN. Impugnação Procedente em Parte Fl. 1034DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 4 3 Crédito Tributário Mantido em Parte Em virtude da exoneração de crédito tributário em montante superior a R$2.500.000,00 (Portaria MF. nº 63, de 09/02/2017), a DRJ interpôs Recurso de Ofício, em cumprimento às disposições do art. 34, inc. I, Dec. n° 70.235/72, com a redação dada pelo art. 67 da Lei n.° 9.532/97. Em conformidade com o Auto de Infração, a fiscalização visou verificar ocorrência de Ganhos de Capital não oferecidos à tributação, nos anoscalendário de 2010 a 2013, em que constatouse as infrações a seguir expostas. O Relatório Fiscal sintetiza a origem dos fatos registrando que na Operação ARARATH desenvolvida pelo Ministério Público Federal em conjunto com a Polícia Federal foi apreendido na casa do Sr. ÉDER DE MORAES DIAS e Sra. LAURA TEREZA DA COSTA DIAS, cópia de Contrato de Cessão de Crédito feito entre a empresa CONSTRUTORA ANDRADE GUTIEREZ S/A, CNPJ nº 17.262.213/000194 (cedente) e a PIRAN PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA., CNPJ n° 07.931.446/000189 (cessionário), proveniente de Precatórios emitidos pelo Estado de Mato Grosso (MT) (devedor) nas seguintes condições (IPL 237/2014 com denúncia do Ministério Público): a) objeto do negócio, os precatórios n° 37/1997 e 39/1997; b) valor do crédito adquirido R$ 288.270.654,69; c) valor pago pelos créditos de precatórios R$ 156.761.582.00; d) expectativa de Ganho de Capital na transação, caso o contribuinte (cessionário) recebesse do devedor o crédito cedido (Governo do Estado do Mato Grosso): RS 131.509.072,69; e e) data da assinatura do contrato: 05/06/2009. Em verificação interna na RFB foi identificada nas DIRPF 2010 dos sócios da empresa PIRAN PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA. o Sr. Valdir Agostinho Piran, CPF n° 589.567.35972 e a Sra. Cleabedais Mantovani Piran, CPF n° 589.567.35972, (após divórcio, Sra. Cleabedais Mantovani) declarações de Ganhos de Capital originários de contratos com a Recorrente, nos mesmos valores transcritos no contrato entre a Recorrente e a empresa Construtora Andrade Gutierrez S/A. A Receita Federal teve conhecimento da Operação ARARATH, por intermédio do Ministério Público Federal que juntamente com a Policia Federal instituiu o Inquérito Policial IPL n° 237, para investigar. Na investigação, registrouse suspeita de que o contrato de cessão de crédito firmado entre as duas empresas teria sido a forma encontrada pela empresa Construtora Andrade Gutierez S/A para repassar parte do valor recebido do governo estadual para pagamento de dívidas de pessoas detentoras de cargos perante o grupo comandado por Valdir Agostinho Piran. Desta forma chamou a atenção do Fisco para verificar se os referidos ganhos na compra dos créditos foram oferecidos a tributação. Por outro lado, verificouse que a empresa Piran Participações e Investimentos Ltda., tinha apresentado sua DIPJ 2010, como optante do Lucro Presumido. Fl. 1035DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 5 4 Nesta declaração, consignou na Ficha 14a Apuração do Imposto de Renda sobre o Lucro Presumido, os seguintes dados (fls. 399 e 403). Item 19 Demais Receitas e Ganhos de Capital.............R$ 96.422.900,59 Item 20 Ajuste Referente ao RTT Demais Receitas...R$ 96.421.259,38 A Fiscalização constatou, portanto, que a Recorrente reconhecia o Ganho de Capital e anulavao ao mesmo tempo. Relatou que, em 09/02/2015, depois da emissão de TDPFDiligência. intimou os contribuintes envolvidos (fls. 02/09), e recebeu as respostas com cópia dos referidos contratos e demonstrativos dos valores repassados (fl. 234). A empresa Piran Participações e Investimentos Ltda., formalizou Contrato de Cessão de Crédito com a empresa Construtora Andrade Gutierrez S/A em que assumia o direito pagando 54,38% do valor total. Para tanto, deu em garantias do pagamento alguns imóveis. A empresa cedente fez constar no contrato que se responsabilizaria pela existência do direito creditório perante o Governo de Mato Grosso mas "não respondendo em nenhuma hipótese em nenhuma circunstância, pela solvência do devedor" (Cláusula 3.1 do contrato de cessão de crédito, fl. 217). Firmouse, assim, que se o devedor, Governo do Mato Grosso MT, viesse a pagar os precatórios num montante superior ao valor pago pela empresa Piran Participações e Investimentos Ltda., ao dono do crédito, que é de R$156.761.582,00, a empresa teria ganho de capital. Caso contrário, a empresa poderia ter prejuízo na operação. A empresa Piran Participações e Investimentos Ltda. calcula o IRPJ e CSLL pela modalidade do Lucro Presumido, considerandose o seu lucro, como um percentual de sua receita operacional, acrescido de eventual ganho de capital. Sendo assim, o montante do Ganho de Capital da empresa Piran Participações e Investimentos Ltda. só seria conhecido a partir do recebimento de mais de R$ 156.761.582,00. Concluiuse, nesse sentido, pelo fato de que a empresa não teria recebido o valor total do crédito (R$288.270.654,69). Até aquele momento, teria recebido R$244.574.757,36. Registrouse que, os valores pagos pelo governo do Estado do Mato Grosso foram repassados à Piran Participações e Investimentos, por meio de conta bancária da empresa Construtora Andrade Gutierrez S/A, conforme dados retirados pela Fiscalização da página na Internet do Fiplan (Sistema Integrado de Planejamento Contabilidade e Finanças do estado do MT. Apresentou quadro demonstrativo (fls. 392). No demonstrativo apresentado pela cedente, Construtora Andrade Gutierrez S/A, repassouse à cessionária, Piran Participações e Investimentos Ltda., R$148.708.591,04 (fls. 234). Como a empresa cedente tem garantias reais em imóveis dados pela cessionária e que, até o momento da fiscalização, existia um saldo dos precatórios não honrados pelo devedor, Estado do Mato Grosso, concluiuse que, o ganho de capital auferido pela empresa cessionária, Piran Participações e Investimentos Ltda., na operação, foi de R$87.813.175,36. Fl. 1036DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 6 5 Assim, esse valor constituiuse na base de cálculo considerada para o lançamento pela falta de oferecimento à tributação. A Fiscalização considerou que, a Recorrente teve por objetivo, diminuir o valor do imposto a pagar sobre o ganho de capital. Pois, o cessionário, concomitantemente, formalizou outro contrato de cessão deste direito, com seus respectivos sócios, em valores proporcionais à participação de cada um na empresa. Registrou que teria havido o objetivo claro de pagar apenas imposto de renda nas pessoas físicas (15% sobre o ganho de capital). No caso do reconhecimento do ganho de capital na empresa, advertiu que o contribuinte deveria recolher IRPJ à alíquota de 15%, com acréscimo de 10% sobre o montante que ultrapassasse o valor de R$60.000,00, além de CSLL, em 9%. Destacou o Auditor Fiscal: de modo a "excluir o fato gerador do ganho de capital da responsabilidade da sociedade empresária e artificialmente transferilo para os sócios sujeitos a um regime de tributação mais favorável". Sendo assim, a empresa teria deixado de recolher o valor 34%, entre CSLL e IRPJ, para recolher 15% de IRPF A Fiscalização concluiu que teria havido "dissimulação na cessão de direito creditório do contribuinte para seus sócios", tendo em vista as seguintes constatações: a) o contrato de cessão dos créditos entre a contribuinte e seus sócios foram assinados no mesmo dia em que foi assinado o contrato da contribuinte com a Construtora Andrade Gutierez S/A; b) intimados os sócios para demonstrar os valores pagos e recebidos referentes aos contratos, os dois sócios não comprovaram o pagamento inicial previstos no contrato de R$13.739.709,47, por parte do Sr. Valdir Agostinho Piran e de R$5.808.290,53, por parte da sócia .Cleabedais Mantovani Piran; e c) os valores recebidos pela empresa a título do direito creditório e que foram repassados pela empresa Construtora Andrade Gutierez S/A, a maior parte não foram repassados para as contas dos sócios, como os próprios demonstrativos apresentados pelos sócios confirmam (fls284 e 292 ). Assim, concluiuse pela ocorrência de omissão de receita não operacional infração: ganhos de capital (arts. 904 e 926, Dec. nº 3.000/99). Aplicouse, ainda, sobre os valores entendidos como ganho de capital, não oferecidos à tributação, multa de ofício qualificada de 150%, com fundamento nas disposições do art. 44, § 1º da Lei nº 9.430/96. Lavraramse Termos de Sujeição Passiva Solidária dos quais foram intimados os sócios, Valdir Agostinho Piran, e Cleabedais Mantovani. A empresa contribuinte, Piran Participações e Investimentos Ltda., foi intimada pelos Correios, em 07/06/2016 (Aviso de Recebimento – AR, fl. 864). Interpôs Recurso Voluntário, em 06/07/2016 (fl. 905). Fl. 1037DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 7 6 O devedor solidário, Valdir Agostinho Piran, foi intimado pelos Correios, em 07/06/2016 (Aviso de Recebimento – AR, fl. 865). Interpôs Recurso Voluntário, em 06/07/2016 (fl. 869). O devedor solidário, Cleaubedais Mantovani, foi intimado pelos Correios, em 07/06/2016 (Aviso de Recebimento – AR, fl. 866). Interpôs Recurso Voluntário, em 06/07/2016 (fl. 887). Das Razões de Recursos Voluntários Em suas razões a recorrente reitera seus argumentos de defesa expendidos na Impugnação e alega que, as operações realizadas pela empresa e seus sócios, em momento algum violaram as normas jurídicas pertinentes. Com relação às informações colhidas pela fiscalização a respeito do Inquérito Policial, a Recorrente alega que, devem ser desconsideradas neste processo administrativo, em função da inexistência de prova a respeito, bem assim pelo fato de que a maioria delas foram afastadas em favor do Sr. Valdir Piran. Alega que não houve operações casadas entre a empresa contribuinte e seus sócios, no que diz respeito às referidas operações concomitantes de cessão de crédito. Com relação à alegação de inconstitucionalidade e ilegalidade de dispositivos legais, em que a DRJ limitouse às suas competências, citou o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento com repercussão geral reconhecida, sobre o estabelecimento de novo parâmetro para o percentual máximo de multa. Entende, assim, que seria obrigatório para a DRJ, observar essa limitação. Sobre a decadência, a Recorrente alega que deveriam ter sido observadas as disposições do art. 150 e não art. 173, inc. I do CTN, por entender que não teria havido dolo. No mérito, sustenta que estariam autorizados, empresa contribuinte e sócios, a realizarem negócios da forma menos onerosa, do ponto de vista tributário; que não haveria infração legal na cessão de crédito da empresa diretamente para seus sócios, sem tributar os valores que recebera da cedente. A Recorrente reitera os argumentos apresentados nas respectivas impugnações, por meio das quais alega que não houve intenção dos sócios de extrair vantagem do fato gerador, ao registrar a menor tributação nas declarações de ajuste anual dos sócios, em que se baseou a DRJ para manter a responsabilidade tributária dos sócios. Reitera ainda, seus argumentos quanto à inconstitucionalidade da multa qualificada de 150% e a incidência de juros de mora, com base na taxa Selic. A Recorrente sustenta, ainda, que a Fiscalização deveria ter considerado os 15% de imposto pagos quando os sócios receberam da empresa fiscalizada, mediante o segundo contrato de cessão entre a empresa contribuinte e os sócios. Conclui, nesse ponto, que haveria pagamento em duplicidade, pois estaria sendo cobrado da pessoa jurídica, tributo parcialmente antecipado (IRRF), como acima exposto. Fl. 1038DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 8 7 Alega que a Fiscalização ignorou a obrigatoriedade de apropriar proporcionalmente os custos de aquisição dos precatórios, na recomposição da base tributária. Na oportunidade, esta Turma verificou que, para a apreciação de tais razões da recorrente, havia a necessidade de se certificar se realmente foram efetivados os referidos recolhimentos, bem assim, demonstrar que tais valores realmente estariam disponíveis a requerida compensação dos 15% com os 25% exigidos nestes autos. Assim, converteuse o julgamento em diligência determinandose o retorno dos autos à DRF para que fossem adotadas as seguintes providências, com o objetivo de certificarse que houve efetivamente o recolhimento e a disponibilidade dos valores referentes aos DARFs recolhidos pelos sócios pessoas físicas: a) confirmar os recolhimentos efetuados pelos sócios pessoas físicas a partir de 2010 (fls. 768/798), indicandose o código de recolhimento (ganho de capital); e b) conformar a disponibilidade dos respectivos valores para a compensação pretendida. As providências foram devidamente atendidas pela Unidade Preparadora que apresentou Relatório de Diligência Fiscal (fl. 1007), nos seguintes termos: 1) Em atendimento à Resolução n° 1302000.505 da 3a Câmara / 2a Turma Ordinária do CARF, temos a informar que os valores referentes aos Darfs apontados às fls. 768/798 estão plenamente alocados a débitos constantes no sistema de controle de créditos tributários de pessoas físicas CCPF, com seis exceções, por haver saldos parciais sem alocações. Dessas exceções, dois valores já estão reservados para restituições/compensações pelo sistema SCC. A planilha de fls. 1006 relaciona os pagamentos com os CTs aos quais foram alocados, bem como os valores que restaram sem alocações. 2) Às fls. 1002 a 1005 constam os créditos tributários aos quais foram alocados os valores apresentados às fls. 768/798. 3) À consideração superior, sugerindo a devolução do presente processo ao CARF. Após a conclusão da diligência a recorrente apresentou (fls. 1022/1032) Memorial; apresentou resumo das razões pelas quais requer o provimento dos recursos voluntários. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Relator A tempestividade e os demais pressupostos de admissibilidade dos Recursos Voluntários foram apreciados na primeira oportunidade em que foram submetidos a esta Turma e foram conhecidos (Recursos Voluntários interpostos pela contribuinte, Piran Participações e Investimentos Ltda., e os sócios, Valdir Agostinho Piran e Cleabedais Mantovani). Preliminares Inconstitucionalidade da Multa Qualificada e Juros de Mora pela Taxa Selic Fl. 1039DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 9 8 Não há como acolher a alegação preliminar dos Recorrentes, quanto à competência das autoridades administrativas para julgar a inconstitucionalidade da Multa Qualificada de 150% e os Juros de Mora, com base na Taxa Selic. A vedação a essa discussão, inclusive, está prevista na Súmula Carf nº 2, verbis: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Decadência Os autos de infração referemse a fatos geradores ocorridos no período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2011 (Termo de Início de Fiscalização de 24/03/2015, fl. 297). Os ganhos de capital decorrentes dos referidos contratos de cessão, firmados em 05/06/2009, considerados em valores incorretos pela Fiscalização, foram declarados pelos Recorrentes à Receita Federal, no exercício 2012, ano calendário 2011. Os Recorrentes alegam que teria ocorrido a decadência do direito do Fisco de lançar crédito tributário, pelo fato de haver transcorrido mais de cinco anos entre os fatos geradores relativos aos referidos contratos de cessão de 05/06/2009 e a intimação dos autos de infração, 21/09/2015, com base nas disposições do art. 150, § 4º do CTN. De outro modo, o Acórdão recorrido registrou que a cessão de crédito havida entre a empresa contribuinte e seus dois sócios, na mesma data em que a empresa firmou cessão dos mesmos créditos com terceiro, caracterizaria simulação (art. 150, § 4º, CTN) entre as partes realizada com o intuito pagar menos tributos, mediante o repasse direto da contribuinte (IRPJ: 25%) para os sócios (IRPF: 15%). Assim, a DRJ ratificou o entendimento da DRF no sentido de que, no caso, aplicamse as disposições do art. 173, parágrafo único do CTN de forma que, o prazo de cinco anos deve ser contado, não dos fatos geradores, mas do recebimento das notificações aos Recorrentes, relativa ao início dos procedimentos de fiscalização, ocorridas em 19/02/2015 (fls. 106/110). Os Recorrentes foram intimados dos Autos de Infração, em 21/09/2015 (AR, fl. 466). Com base nesses fundamentos a DRJ rejeitou a preliminar de decadência arguida pela Recorrente. Para se chegar a essa conclusão, portanto, é necessário, previamente, aprofundar a análise sobre a forma e as circunstâncias em que foram realizadas as cessões de crédito havidas entre: (a) a Construtora Andrade Gutierrez e a empresa contribuinte; e (b) a empresa contribuinte e seus sócios. Nessa análise, é necessário avaliar questões relativas ao mérito dos fatos em questão. Assim, avaliarei esse pedido preliminar de decadência, em conjunto com os fatos considerados como caracterizadores de simulação, à frente. Mérito Cessões de Crédito Fl. 1040DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 10 9 Multa Qualificada e Decadência Os Recorrentes contestam a alegação geral de fraude e a primeira afirmação da Autoridade Fiscal, mediante o argumento de que não teria havido simulação. Sustenta que, a natureza do negócio declarado coincide com a do negócio real, ainda que ele tenha se concretizado de modo indireto. Aduz que a coincidência de datas decorreu da necessidade de oferecer garantias à cessionária, Construtora Andrade Gutierrez, as quais, por fim, mostraram se necessárias face à frustração de negócio imobiliário que respaldaria a transação acertada entre ela e a empreiteira. A DRJ entendeu que, a coincidência de datas, por si só, não constituiria elemento suficiente para sustentar a imputação de fraude. Em relação à conclusão da DRJ de que, também caracterizaria fraude, o fato de o pagamento ter sido efetuado pelos próprios sócios (cessionários) à empresa fiscalizada (cessionária) para honrar as parcelas de pagamento da cessão originária, com a Construtora Andrade e Gutierrez, a recorrente juntou, em seu Memorial de fls. 1022/1033, cópias de cheques e de recibos com o objetivo de comprovar que, em realidade, foram pagamentos efetuados por outras empresas do Grupo Piran, assinados pelos sócios recorrentes. Verificase, dessa forma, que os valores transferidos pelos sócios, Valdir Piran e Cleabedais Mantovani, à sociedade empresária Piran foram pagos com cheques de empresas do grupo, sob a alegação de que socorriase dos sócios porque não dispunha de recursos para fazer frente ao investimento. O Acórdão recorrido, no entanto, registrou que os pagamentos teriam sido efetuados com cheques da própria empresa recorrente. Acrescentou a esse entendimento, o fato de a transação em questão haver eliminado todo ganho de capital auferido com a transação na pessoa jurídica, transferindoo para as pessoas físicas. Assim, concluiu que houve fraude, conforme definida no art. 72 da Lei n° 4.502, de 1964, justificando a sanção de 150% e, ao mesmo tempo, afastou a decadência. Nessa linha de verificação, a DRJ analisou o terceiro ponto considerado pela Fiscalização como caracterizador de fraude, isto é, se os valores teriam sido pagos, ou não, aos sócios, e concluiu que essa constatação seria irrelevante e estaria prejudicada, tendo em vista as circunstância em que ocorreram as cessões de crédito entre os sócios, pois a fraude apurada pela Autoridade Fiscal, estaria comprovada, na forma exposta pela fiscalização, e os autos de infração deveriam, ser mantidos, bem assim, a sanção qualificada aplicada. Apresentada nesses termos a questão quanto à ocorrência ou não de fraude, entendo que a forma e as circunstância com que o contrato de cessão de crédito, entre a empresa fiscalizada e seus sócios, foi firmado com a intenção de modificar as características essenciais do fato gerador, de modo a reduzir o valor do imposto devido e evitar o pagamento de IRPJ ao percentual de 25% para pagar IRPF a 15%. Dessa forma, concluo por manter a autuação por entender que aplicamse à operação acima descrita as disposições do art. 72 do Lei nº 4.502/64. Assim, voto no sentido de negar provimento aos Recursos Voluntários para manter a multa de ofício qualificada (150%), bem assim, afastar a decadência (art. 173, parágrafo único, CTN). Fl. 1041DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 11 10 Duplicidade do recolhimento do tributo A Recorrente sustenta em suas razões que a Fiscalização deveria ter considerado os 15% de imposto pagos (antecipados) quando os sócios receberam os referidos valores da empresa fiscalizada, mediante o segundo contrato de cessão entre a empresa contribuinte e os sócios. Alegou que haveria pagamento em duplicidade, pois estaria sendo cobrado da pessoa jurídica, percentual de imposto de renda já pago pelos sócios. Por sua vez, a DRJ concluiu que, "não constitui objeto desta lide, a discussão sobre o pagamento em duplicidade do Imposto de Renda, tendo em vista que as pessoas físicas recolheram o tributo que ora está sendo lançado na pessoa jurídica". Acrescentou ao Acórdão recorrido que, tratase de matéria que deverá ser abordada em eventual pedido de restituição de tributo pago indevidamente ou maior. Registrouse, ainda, que nas declarações individuais de ajuste anual da pessoa física (DIRPF 2011/2010, fls. 771 e 776), ambos os sócios declararam a transação de modo invertido. Isto é, indicaram como se a adquirente dos papéis fosse a pessoa jurídica, quando em realidade, a empresa fiscalizada havia promovido a cessão de tais títulos aos sócios. Analisandose a situação, entendo que, de qualquer forma, houve retenção e recolhimento de imposto de renda, em virtude de ganho de capital, decorrente da operação. Sendo assim, entendo que é devido, no caso, considerar no cálculo do tributo devido pela empresa fiscalizada, os valores pagos a esse título pelos sócios. Cabe, assim, acolher a tese da recorrente de que, caso não considerado o valor pago pela pessoa física, haveria cobrança em duplicidade, em relação à pessoa jurídica. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário da fiscalizada para acolher o pedido de inclusão no cálculo dos tributos devidos, os valores pagos pelos sócios na forma acima indicada. Recurso de Ofício O acolhimento pela DRJ de razões da Recorrente, mesmo com a retificação de valores calculados a maior pela fiscalizada, resultou em exoneração de créditos tributários em montante para o qual há determinação para a interposição de Recurso de Ofício, por extrapolar o limite fixado pelo Ministro da Fazenda, por meio da Portaria MF. nº 63, de 09/02/2017 (créditos de tributos e encargos de multa superior a R$ 2.500.000,00). Nessas circunstâncias, o Recurso de Ofício deve ser conhecido. Verificase que, o Acórdão recorrido concluiu que assistia razão à Recorrente, no que dizia respeito ao questionamento sobre a necessidade de observância dos custos incorridos na aquisição dos precatórios. No entanto, havia a necessidade de se retificar valores calculados a maior pela Recorrente. Registrouse, assim, a seguinte ementa, a respeito: PROPORCIONAL DOS CUSTOS. Fl. 1042DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 12 11 Dada a apuração incontroversa de ganho de capital, os custos associados aos recebimentos devem ser apropriados de modo proporcional. Analisandose os fundamentos apresentados pela DRJ nos itens 107 a 110 do Acórdão recorrido, bem assim os valores demonstrados nos quadros demonstrativos apresentados, quanto aos valores corretos a serem considerados como custo de aquisição dos precatórios, entendo que é correto manter a conclusão e os referidos valores, uma vez que, houve equívocos na apuração das diferenças tributáveis apontadas pela Recorrente e que, portanto, impunhase o ajuste dos valores lançados na mesma proporção Sendo assim, voto por negar provimento ao Recurso Ofício. Responsabilidade solidária dos sócios Valdir e Cleabedais Piran A Fiscalização lavrou Termos de Sujeição Passiva Solidária (fls. 368 e 369) dos quais foram intimados os sócios, Valdir Agostinho Piran, e Cleabedais Mantovani. Apresentaramse impugnações individuais, porém contemplando os mesmos fatos e fundamentos. Sendo assim, a DRJ analisou em conjunto as impugnações. Verificase, da mesma forma, que apresentaram Recursos Voluntários individualizados, os quais também analisaremos em conjunto. Verificase nos Termos de Sujeição Passiva Solidária que, imputouse responsabilidade passiva aos sócios Valdir Piran e Cleabedais Mantovani, com fundamento no art. 135, III, do CTN, reproduzido abaixo: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: (...) III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Consignouse que os sócios praticaram "atos com evidente intuito de fraude (dissimulou ganhos de capital na empresa usando para tal um suposto contrato entre a pessoa jurídica e seus sócios". Registrou, ainda, que "da dissimulação e consequentemente, do ato de deixar de pagar tributos sobre ganho de capital auferido na empresa, resultou o lançamento de ofício". Observase, no caso, as seguintes especificidades dos atos praticados pelos sócios, em pleno exercício de administração da fiscalizada: a) subscreveram o contrato de cessão de crédito, na qualidade sócios proprietários da empresa contribuinte, firmado com a cedente, Construtora Andrade Gutierrez; Fl. 1043DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 13 12 b) subscreveram o contrato de cessão de crédito, na qualidade de sócios proprietários da empresa contribuinte, firmado com eles próprios; c) os documentos apresentados, em resposta às intimações pessoais, demonstram que não houve transferência dos valores da cessão para a titularidade dos sócios. A maior parte do valor permaneceu na posse da empresa fiscalizada; e d) quando da necessidade de capitalizar a empresa para honrar prestação da aquisição dos precatórios, perante a Construtora Andrade Gutierrez, os sócios emitiram cheques de empresas do grupo. Verificase, portanto, que os atos que resultaram na redução de 25% para 15% a tributação pelo Imposto de Renda, foram praticados sob a responsabilidade pessoal, plena e exclusiva dos dois sócios. Na qualidade de únicos sócios proprietários, não há como não visualizar nesses atos intenção de fraudar o Fisco. Assumiuse o risco de expor a empresa às autuações em questão. Agiuse com infração à norma legal que prevê a tributação na empresa que obteve ganho de capital, ao formalizar contrato de cessão incontinenti para eles próprios (os sócios). Além disso, tais atos praticados pelos sócios configuram prejuízo ao erário, face ao recolhimento a menor ao Fisco. Notese, nesse contexto, que a exigência contida nos autos de infração em questão é resultante, exclusivamente, dos atos irregularmente praticados pelos sócios. Os atos pessoais, comprovados nos autos, por meio dos referidos contratos de cessão, emissão de cheques da empresa, recibos, entre outros, tornam os sócios responsáveis pelo nascimento da exação. Há a presença de provas efetivas de conduta dolosa, que visava favorecer os únicos sócios. O contrato social da empresa consigna os poderes de plena administração dos sócios, inclusive isoladamente, e os atos praticados configuram o exercício de tais poderes. Verificase, portanto, que não cabe, nesse caso, a alegação de que a falta de pagamento de tributos não pode ser capaz de ensejar a responsabilidade dos sócios. A forma e as circunstâncias em que transcorreram as operações de cessão revelam contexto do qual emerge a intenção de reduzir valor do imposto devido. Também não cabe a alegação de que os sócios estariam autorizados a realizar negócios com a própria empresa, pois não se trata, no caso, de negócio usual e normal, nos moldes dos procedimentos correntes no mercado. Ao final de suas razões, os sócios alegaram que haveria equívoco de tipificação legal no Acórdão recorrido, pelo fato de que constou "responsabilidade solidária" e, ao mesmo tempo, enquadrouse a situação nas disposições do art. 135, inc. III, CTN. Realmente houve esse equívoco, meramente material, pois, as fundamentações se coadunam perfeitamente e concluíram em consonância com o que estabelece o art. 135, inc. III, CTN. Isto é, os sócios são pessoalmente responsáveis. Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento aos Recursos Voluntários interpostos pelos sócios, Valdir Agostinho Piran, CPF n° 589.567.35972 e Cleabedais Mantovani, CPF n° 589.567.35972, ratificandose os Termos de Sujeição Passiva. (assinado digitalmente) Fl. 1044DF CARF MF Processo nº 10120.726167/201586 Acórdão n.º 1302002.929 S1C3T2 Fl. 14 13 Rogério Aparecido Gil Fl. 1045DF CARF MF
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Numero do processo: 10510.001114/2010-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Sep 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/05/2005 a 31/12/2007
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO AO PASEP.
Segundo dispõe a legislação de regência, a base de cálculo da contribuição devida ao PASEP pelas pessoas jurídicas de direito público é o valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas.
RECEITAS FINANCEIRAS. PASEP. BASE DE CÁLCULO.
As receitas financeiras auferidas por Município integram suas receitas correntes arrecadadas e transferências correntes e de capital recebidas, base de cálculo mensal, para a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep.
CONSTITUCIONALIDADE. LEGALIDADE - Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-004.809
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Valcir Gassen - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: VALCIR GASSEN
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BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO AO PASEP. Segundo dispõe a legislação de regência, a base de cálculo da contribuição devida ao PASEP pelas pessoas jurídicas de direito público é o valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. RECEITAS FINANCEIRAS. PASEP. BASE DE CÁLCULO. As receitas financeiras auferidas por Município integram suas receitas correntes arrecadadas e transferências correntes e de capital recebidas, base de cálculo mensal, para a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep. CONSTITUCIONALIDADE. LEGALIDADE Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 11 14 /2 01 0- 51 Fl. 482DF CARF MF Processo nº 10510.001114/201051 Acórdão n.º 3301004.809 S3C3T1 Fl. 497 2 (assinado digitalmente) Valcir Gassen Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 429 a 436) interposto pelo Contribuinte, em 20 de maio de 2014, contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 1264.123 (fls. 417 a 422), de 20 de março de 2014, proferido pela 17ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) – DRJ/RJI – que decidiu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a Impugnação (fls. 54 a 60) mantendo o crédito tributário exigido. Visando a elucidação do caso e a economia processual adoto e cito o relatório do referido Acórdão: Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 02/17 em virtude da apuração de falta de recolhimento da PASEP no período de 01/05/2005 a 31/12/2007, exigindoselhe contribuição de R$12.289,31, multa de ofício de R$9.216,89 e juros de mora de R$5.782,67, calculados até 26/02/2010, perfazendo o total de R$27.288,87. Consta da “Descrição dos Fatos” (fl. 6) que o lançamento foi efetuado sobre as receitas correntes e transferências correntes e de capital recebidas, excluídas as transferências intragovernamentais, porque já tributadas em face do Governo do Estado. A base de cálculo foi obtida a partir da contabilidade do contribuinte, juntados, por amostragem, os balancetes mensais de agosto/2005, janeiro e agosto/2006, janeiro e agosto/2007, resumidos em Demonstrativos de folhas 51 a 53, apresentados em atendimento a intimação efetuada pela fiscalização. Informa ainda que a exigência se fez na EMPRESA SERGIPANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EMGETIS, empresa pública resultante por transformação da Companhia de Processamento de Dados de Sergipe PRODASE sucessora da AGÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DE SERGIPE AGETIS, conforme Lei n° 6.336, de 02 de janeiro de 2008 e Lei n°6.396, de 04 de abril de 2008. O enquadramento legal encontrase a(s) fl(s). 08. Cientificada em 29/03/2010, a interessada apresentou em 28/04/2010 a impugnação de fls. 54/60, na qual alegou que: Que entende ser devido em parte o lançamento de PASEP procedido pela RFB, no montante de base cálculo de R$ 54.331,55, cujo fato gerador foi o faturamento mensal, detalhado na planilha anexada à folha 61; Cerca de R$ 1.054.198,22, referemse a ressarcimento, que se traduz em transferências do governo estadual (intragovernamentais) para custeio da folha de Fl. 483DF CARF MF Processo nº 10510.001114/201051 Acórdão n.º 3301004.809 S3C3T1 Fl. 498 3 pagamento de servidores cedidos, consoante se depreende dos documentos acostados; Diante dos documentos acostados, é forçoso concluir que embora a Auditora afirmasse que teria excluído as ditas transferências intragovernamentais, tal não se deu em relação aos ressarcimentos; Foram indevidamente incluídas na base de cálculo receitas financeiras decorrentes de aplicações financeiras, no montante de R$ 119.430,95 e receitas de investimentos em ações no montante de R$ 883,82; Ao estender a incidência do PASEP a todas as transferências devidas constitucionalmente entre os entes estatais, a Lei nº 9.715/98 restringiu, ao arrepio da Carta Magna, autonomia financeira do ente federativo, violando os arts. 158 e 159 da CF/1988. Tendo em vista a negativa do Acórdão da 17ª Turma da DRJ/RJI que julgou improcedente a Impugnação apresentada, o Contribuinte ingressou com Recurso Voluntário, visando reformar a referida decisão. É o relatório. Voto Conselheiro Valcir Gassen Relator O Recurso Voluntário interposto em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 1264.123 é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O ora analisado Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/2005 a 31/12/2007 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO AO PASEP. Segundo dispõe a legislação de regência, a base de cálculo da contribuição devida ao PASEP pelas pessoas jurídicas de direito público é o valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. RECEITAS FINANCEIRAS. PASEP. BASE DE CÁLCULO. As receitas financeiras auferidas por Município integram suas receitas correntes arrecadadas e transferências correntes e de capital recebidas, base de cálculo mensal, para a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep. CONSTITUCIONALIDADE. LEGALIDADE Não compete à autoridade administrativa apreciar argüi..es de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. Fl. 484DF CARF MF Processo nº 10510.001114/201051 Acórdão n.º 3301004.809 S3C3T1 Fl. 499 4 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O Contribuinte argumenta em seu Recurso Voluntário pela (i) não incidência sobre transferências intragovernamentais decorrentes de ressarcimentos de despesa de pessoal; (ii) não incidência sobre receitas financeiras decorrentes de rendimentos de aplicação financeira e ações; (iii) diferença no conceito entre receitas e entradas, com a necessidade de expurgo da base de cálculo dos recursos que transitam nas contas do ente público; e, (iv) inclusão indevida na base de cálculo de verbas que não se enquadram no conceito de receita própria. Requer, por fim, que a decisão ora recorrida seja reformada declarando extinto o débito fiscal reclamado. No recurso ora analisado verificase que o Contribuinte repete os argumentos acerca dos quatro pontos levantados quando da Impugnação em 27 de abril de 2010 (fls. 54 a 60) não ofertando novos elementos de prova e ou discordância frente a decisão proferida no Acórdão nº 1264.123. A decisão recorrida não merece reparos, pois expõe a legislação de regência e enfrenta todos os argumentos trazidos quando da Impugnação e agora quando da interposição do Recurso Voluntário e os bem fundamenta. Cito trechos do Acórdão recorrido como razões para decidir (fls. 419 a 422) A Contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP foi instituída pela Lei Complementar no 8, de 03 de dezembro de 1970. Nos termos desse diploma, são contribuintes do PASEP a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios, bem como suas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações. O artigo 2º da LC no 08/70 assim dispõe: Art. 2º. A União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os territórios contribuirão para o Programa, mediante recolhimento mensal ao Banco do Brasil das seguintes parcelas: (...) II Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios: a) 1% (um por cento) das receitas correntes próprias, deduzidas as transferências feitas a outras entidades da Administração Pública, a partir de 1o de julho de 1971, 1,5% (um e meio por cento) em 1972 e 2o (dois por cento) no ano de 1973 e subseqüentes; b) 2% (dois por cento) das transferências recebidas do Governo, da União, dos Estados, através do Fundo de Participações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, a partir de 1o de julho de 1971. Ao tempo da ocorrência dos fatos geradores ora discutidos, 2005 a 2007, a incidência de tal contribuição se efetivou em consonância com as inovações introduzidas pela Lei nº 9.715/98, com alterações promovidas pela MP nº 2.158 35/01, bem como pelo Decreto nº 4.524/2002, que assim dispõem: Lei nº 9.715/98 Art. 2º A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: (...) Fl. 485DF CARF MF Processo nº 10510.001114/201051 Acórdão n.º 3301004.809 S3C3T1 Fl. 500 5 III – pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas. (...) Art. 7o Para efeitos do inciso III do art. 2o, nas receitas correntes serão incluídas quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas, no todo ou em parte, por outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. Art.8o A contribuição será calculada mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes alíquotas: (...) III um por cento sobre o valor das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas. Decreto nº 4.524/2002 Art. 70. As pessoas jurídicas de direito público interno, observado o disposto nos arts. 71 e 72, devem apurar a contribuição para o PIS/Pasep com base nas receitas arrecadadas e nas transferências correntes e de capital recebidas (Lei no 9.715, de 1998, art. 2o, inciso III, § 3o e art. 7o). § 1o Não se incluem, entre as receitas das autarquias, os recursos classificados como receitas do Tesouro Nacional nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União. § 2o Para os efeitos deste artigo, nas receitas correntes serão incluídas quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas, no todo ou em parte, por outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades de direito público interno. (...) No caso da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a base de cálculo do PASEP é composta pelas receitas correntes arrecadas, transferências correntes destinadas à manutenção e funcionamento de serviços e transferências de capital destinadas a investimentos, recebidas de outras entidades da Administração Pública. Além disso, poderão ser deduzidas da base de cálculo as “transferências correntes e de capital” que tais contribuintes destinarem a outras entidades da Administração Pública, evitandose, com isso, a dupla tributação. Assim, são dedutíveis as transferências para outros órgãos e não, como pretende a interessada as transferências recebidas de outros órgão da administração. Logo incabível a exclusão das receitas referentes ao ressarcimento de servidores cedidos. Para apreciar a questão da inclusão das receitas financeiras e decorrentes de investimentos em ações na base de cálculo do Pasep cabe trazer a definição estabelecida pela Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, com a redação dada pelo Decreto Lei no 1.939, de 20 de maio de 1982: Art. 11 A receita classificarseá nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1o São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Fl. 486DF CARF MF Processo nº 10510.001114/201051 Acórdão n.º 3301004.809 S3C3T1 Fl. 501 6 Conforme Manual Técnico de Contabilidade Aplicada ao Setor Público aprovado pela Portaria Conjunta STN/SOF no 3, de 14 de outubro de 2008, publicada no Diário Oficial da União de 16/10/2008, vejase definição de receita patrimonial: Item 5.1.1.3 – Receita Patrimonial É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes. (negritouse) Diante dos dispositivos retrotranscritos, fica evidente que as receitas financeiras, auferidas por meio de remuneração de depósitos bancários e/ou de aplicações financeiras no mercado por serem consideradas receitas correntes, integram a base de cálculo de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep. Nestes termos, todas as receitas correntes arrecadadas integram a base de cálculo da contribuição, donde sua inclusão de ofício diante da constatação da omissão da contribuinte em fazêlo. Por fim, cabe colocar que as argüições de inconstitucionalidade não são oponíveis na esfera administrativa de julgamento, uma vez que sua apreciação foge à alçada da autoridade administrativa de qualquer instância, não dispondo esta de competência legal para examinar hipóteses de violação às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. Com efeito, a apreciação dessas questões achase reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos de validade das normas jurídicas deve ser submetida àquele Poder. Portanto, é inócuo suscitar tais alegações na esfera administrativa, pois ao julgador é vedado desrespeitar textos legais em vigor, sob pena de responsabilidade funcional. Tal limitação decorre da disposição expressa do parágrafo único do artigo 142 do CTN, que determina que a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, bem como do princípio da legalidade, pelo qual devem se pautar todos os atos da Administração Pública. Portanto, não existe outro procedimento possível à autoridade fiscalizadora senão constituir o crédito tributário com base na legislação aplicável em vigor ao tempo do lançamento, não cabendo à autoridade julgadora administrativa avaliar a constitucionalidade de tais dispositivos. Portanto, na análise da legislação e dos autos do processo, percebese que não merece reparos a decisão proferida pela DRJ, voto, assim, em negar provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte. (assinado digitalmente) Valcir Gassen Fl. 487DF CARF MF Processo nº 10510.001114/201051 Acórdão n.º 3301004.809 S3C3T1 Fl. 502 7 Fl. 488DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13952.720026/2011-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Sep 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/07/2006 a 31/12/2006
DACON. ENTREGA INTEMPESTIVA. MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE
A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Aplicação da Súmula CARF 49.
Recurso Voluntário Improcedente
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3402-005.529
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/07/2006 a 31/12/2006 DACON. ENTREGA INTEMPESTIVA. MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Aplicação da Súmula CARF 49. Recurso Voluntário Improcedente Crédito Tributário Mantido
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ENTREGA INTEMPESTIVA. MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Aplicação da Súmula CARF 49. Recurso Voluntário Improcedente Crédito Tributário Mantido Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 95 2. 72 00 26 /2 01 1- 21 Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13952.720026/201121 Acórdão n.º 3402005.529 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração para exigência de multa por atraso na entrega do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON). Cientificada do lançamento, o sujeito passivo apresentou impugnação, alegando que apresentou a DACON de forma espontânea, o que excluiria a penalidade nos termos do artigo 138 do CTN. Por meio do acórdão nº 06038.739, o Colegiado a quo julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Regularmente cientificado, o contribuinte tempestivamente apresentou seu Recurso Voluntário, repisando a alegação de sua impugnação pela exclusão da penalidade nos termos do artigo 138 do CTN (denúncia espontânea). O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra , Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.503, de 26 de julho de 2018, proferido no julgamento do processo 10840.002032/201091, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.503): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A questão trazida a este colegiado cingese à aplicação da denúncia espontânea, prevista no artigo 138 do CTN, em caso de entrega intempestiva de obrigação acessória (DACON), mas antes de qualquer ato de ofício da autoridade fiscal. Tratase de aplicação direta da Súmula CARF nº 49: Fl. 66DF CARF MF Processo nº 13952.720026/201121 Acórdão n.º 3402005.529 S3C4T2 Fl. 4 3 “A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.” As Súmulas do CARF são de observância obrigatória pelos membros do colegiado, conforme disposto no artigo 72 do RICARF. Recentemente, por meio da Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, foi atribuído a determinadas súmulas do CARF, dentre as quais se encontra a Súmula 49, efeito vinculante em relação à administração tributária federal. Dessa forma, a matéria se encontra pacificada em sentido contrário àquele defendido pela recorrente, não restando qualquer análise a ser feita neste julgamento. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo, pela aplicação da Súmula CARF 49. É como voto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bezerra Fl. 67DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15521.000191/2007-82
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2005
RECURSO VOLUNTÁRIO. NEGATIVA GERAL. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO.
Recurso voluntário que limita-se a repisar os fundamentos desenvolvidos na impugnação não merece ser objeto de conhecimento, por completa ofensa ao princípio da dialeticidade.
Numero da decisão: 3402-005.612
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário interposto, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Ávila (suplente convocado).
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1550; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 1.123 1 1.122 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15521.000191/200782 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402005.612 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2018 Matéria PIS Recorrente PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPERUNA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2005 RECURSO VOLUNTÁRIO. NEGATIVA GERAL. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO. Recurso voluntário que limitase a repisar os fundamentos desenvolvidos na impugnação não merece ser objeto de conhecimento, por completa ofensa ao princípio da dialeticidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário interposto, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 52 1. 00 01 91 /2 00 7- 82 Fl. 1123DF CARF MF 2 1. Tratase de auto de infração lavrado contra a Prefeitura em epígrafe e que tem por objeto a cobrança de PIS sobre os valores recebidos em transferência da União para fins de custeio do Sistema Único de Saúde SUS. 2. Devidamente intimada, a recorrente apresentou a impugnação de fls. 1.091/1.101, a qual foi julgada improcedente pelo acórdão n. 1329.699 (fls. 1.108/1.117), da lavra da DRJ do Rio de Janeiro e que restou assim ementado: Assunto: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2005 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUS. REPASSES RECEBIDOS POR MUNICIPIOS. PASEP. BASE DE CALCULO. INCLUSÃO. O Município, na qualidade de pessoa jurídica de direito público interno, está sujeito a incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o valor das receitas arrecadadas e das transferências recebidas, incluindose nesta última rubrica os valores recebidos da União, para cobertura dos serviços e ações de saúde relativos ao SUS. Impugnação lmprocedente. Crédito Tributário Mantido. 3. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs o recurso voluntário de fls. 1.057/1.063, oportunidade em que limitouse a repisar os fundamentos desenvolvidos em sede de impugnação. 4. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 5. O recurso interposto é tempestivo, mas não preenche um dos demais pressupostos de admissibilidade. 6. Ao se analisar o sobredito recurso, é possível observar que o contribuinte limitase a reiterar os fundamentos desenvolvidos em sua impugnação, fundamentos esses que foram refutados pelo acórdão recorrido e que, em razão da ideia da dialeticidade recursal, mereceriam contraposições específicas por parte do recorrente. Nesse sentido, destaco o seguinte trecho do recurso do contribuinte: Fl. 1124DF CARF MF Processo nº 15521.000191/200782 Acórdão n.º 3402005.612 S3C4T2 Fl. 1.124 3 7. Este tipo de recurso, carente de dialeticidade e semelhante, portanto, a um recurso por negativa geral, vem sendo reiteradamente refutado por este Tribunal Administrativo e, em particular, por esta Turma julgadora. É o que se observa, v.g., da ementa do acórdão n. 3402003.253, da lavra do Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, in verbis: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006 PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. DIALETICIDADE. O Contribuinte deve, em seu Recurso Voluntário, indicar os fundamentos de fato e de Direito pelos quais se insurge contra a decisão recorrida. Não pode ser conhecida a peça recursal que não traz qualquer fundamento, apenas pretendendo juntar novas provas. (...). 8. No mesmo sentido é o acórdão n. 3402003.237, de relatoria da Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz que, em preciso voto, assim se manifestou: (...). Isto porque tanto a legislação que rege o processo administrativo fiscal (“PAF”), como o processo civil no âmbito do Poder Judiciário – aplicável subsidiariamente ao PAF , são claras sobre a necessidade de apresentação das razões de fato e de direito em sede recursal, atacando especificamente os fundamentos da decisão recorrida, sob pena de inadmissibilidade da peça recursal. Efetivamente, o Decreto 70.235/72, que rege o PAF, estabelece que: Fl. 1125DF CARF MF 4 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Muito embora tais dispositivos refiramse textualmente só às “impugnações” ao lançamento tributário, aplicamse igualmente aos “recursos voluntários” apresentados pelos contribuintes ao CARF, haja vista a lógica do efeito devolutivo recursal e o princípio da dialeticidade. Sobre esse último, vale realçar a definição doutrinária sobre o seu conteúdo e alcance. Nas palavras de Nelson Nery Junior: A doutrina costuma mencionar a existência de um princípio da dialeticidade dos recursos. De acordo com este princípio, exige se que todo recurso seja formulado por meio de petição pela qual a parte não apenas manifeste sua inconformidade com o ato judicial impugnado, mas, também e necessariamente, indique os motivos de fato e de direito pelos quais requer o novo julgamento da questão nele cogitada. Rigorosamente, não é um princípio: tratase de exigência que decorre do princípio do contraditório, pois a exposição das razões de recorrer é indispensável para que a parte recorrida possa defenderse. Justamente no sentido de conferir o devido valor ao princípio da dialeticidade, ao não conhecer recursos voluntário apresentados por “negativa geral”, vem se posicionando a jurisprudência do CARF, como se depreende das ementas dos julgados abaixo colacionadas: Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 21/03/1999 a 31/12/2002 RECURSO VOLUNTÁRIO. NEGATIVA GERAL. Recurso voluntário que não declina expressamente as matérias recorridas, limitandose negativa geral, não merece ser conhecido por carência de objeto. (Processo 19647.000531/200467, Data da Sessão 09/12/2010, Acórdão 380301.067). Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1994 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NEGATIVA GERAL. As alegações de defesa devem vir acompanhadas dos fundamentos de fato e de direito. Não se admitem, no processo administrativo fiscal, a negação geral, nem as alegações Fl. 1126DF CARF MF Processo nº 15521.000191/200782 Acórdão n.º 3402005.612 S3C4T2 Fl. 1.125 5 desvinculadas dos elementos constantes do processo administrativo fiscal. (Processo 10880.008813/9811, Data da Sessão 25/08/2009, Acórdão 180300027). Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 RELATÓRIO FISCAL QUE DESCREVE OS FATOS GERADORES E APONTA AS NORMAS QUE ENSEJARAM À AUTUAÇÃO. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Ao narrar com clareza os fatos geradores e apontar a legislação que dá suporte à lavratura, o fisco possibilitou ao sujeito passivo todos os dados necessários ao exercício da ampla defesa. NEGATIVA GERAL DA ACUSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE Na defesa/recurso o sujeito passivo deve indicar especificamente os pontos do lançamento que merecem sofrer alteração, não se aceitando a contestação por negativa geral da ocorrência do fato gerador. PEDIDO DE PERÍCIA. DILIGÊNCIA. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar a realização de diligências e perícias apenas quando entenda necessárias ao deslinde da controvérsia. PEDIDO DE PERÍCIA. FALTA DE CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS LEGAIS. INDEFERIMENTO. Será indeferido o pedido de perícia formulado sem que sejam mencionados os quesitos acerca da matéria controvertida e feita a indicação do perito. APRESENTAÇÃO DE RECURSO. PEDIDO DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. DESNECESSIDADE Por ser um benefício concedido pela legislação processual tributária, não há necessidade de se pedir no recurso a suspensão da exigibilidade do crédito. Recurso Voluntário Negado. (Processo 10325.721798/201421, Data da Sessão 12/04/2016, Acórdão 2402005.183). Como já destacado acima, o regime processual civil prevê expressamente a obrigatoriedade de definição específica e clara das razões de apelação, para fins de admissibilidade. Era o antigo texto do artigo 514, inciso II do Código de Processo Civil de 19732 que abrangia tal situação, hoje disciplinada pelo Fl. 1127DF CARF MF 6 artigo 1.010 do Novo Código de Processo Civil, que manteve o mesmo mandamento normativo. In verbis: Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I os nomes e a qualificação das partes; II a exposição do fato e do direito; III as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV o pedido de nova decisão. Os precedentes do Superior Tribunal de Justiça (“STJ”) sobre a matéria corroboram o entendimento aqui apresentado: Ementa: PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO E AGRAVO REGIMENTAL. PRECLUSÃO. UNIRRECORRIBILIDADE. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO RECEBIDO COMO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO PROFERIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM QUE NÃO ADMITIU O RECURSO ESPECIAL. APLICAÇÃO DO ART. 544, § 4º, I, DO CPC. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE, QUE IMPÕE O ATAQUE ESPECÍFICO AOS FUNDAMENTOS. INSUFICIÊNCIA DE ALEGAÇÃO GENÉRICA. PRECEDENTES. MANUTENÇÃO DA DECISÃO ORA AGRAVADA. RECURSO MANIFESTAMENTE INFUNDADO E PROCRASTINATÓRIO. APLICAÇÃO DE MULTA. ART. 557, § 2º, CPC. [...] 4. À luz do princípio da dialeticidade, que norteia os recursos, compete à parte agravante, sob pena de não conhecimento do agravo, infirmar especificamente os fundamentos adotados pelo Tribunal de origem para negar seguimento ao reclamo, sendo insuficiente alegações genéricas de não aplicabilidade do óbice invocado. Precedentes. 5. O recurso revelase manifestamente infundado e procrastinatório, devendo ser aplicada a multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC. 6. Agravo regimental de fls. 445.448 não conhecido. Pedido de reconsideração de fls. 439.443 recebido como agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação de multa (RCD no AREsp 581.722/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 06/11/2014, DJe 11/11/2014). Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL. APELAÇÃO. FUNDAMENTOS DA SENTENÇA NÃO IMPUGNADOS. INÉPCIA. Fl. 1128DF CARF MF Processo nº 15521.000191/200782 Acórdão n.º 3402005.612 S3C4T2 Fl. 1.126 7 (...) É inepta a apelação quando o recorrente deixa de demonstrar os fundamentos de fato e de direito que impunham a reforma pleiteada ou de impugnar, ainda que em tese, os argumentos da sentença. Recurso especial não provido. (REsp 1320527/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 29/10/2012). Ementa: PROCESSUAL CIVIL – RECURSO ESPECIAL – RAZÕES RECURSAIS QUE NÃO ATACAM OS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA – AUSÊNCIA DA REGULARIDADE FORMAL – DISSÍDIO NÃO CONFIGURADO. 1. Não merece ser conhecida a apelação se as razões recursais não combatem a fundamentação da sentença Inteligência dos arts. 514 e 515 do CPC Precedentes. 2. Inviável o recurso especial pela alínea "c", se não demonstrada, mediante confrontação analítica, a existência de similitude das circunstâncias fáticas e do direito aplicado. 3. Recurso especial não conhecido. (REsp 1006110/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/09/2008, DJe 02/10/2008). (...). 9. Assim, com base em tais razões de decidir, as quais adoto como fundamento para o presente voto, nos termos do art. 50, § 1o da lei 9.784/991, não conheço do recurso voluntário interposto. Dispositivo 10. Diante do exposto, voto por não conhecer o recurso voluntário interposto, mantendo a decisão recorrida tal como exarada. 11. É como voto. 1 "Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...). § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato." Fl. 1129DF CARF MF 8 (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Fl. 1130DF CARF MF
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