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Numero do processo: 10950.006713/2008-67
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jun 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS. CONHECIMENTO.
Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, em face da ausência de similitude fática entre os julgados em confronto.
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. SOLICITAÇÃO DE ELEMENTOS DE PROVA ADICIONAIS. POSSIBILIDADE.
A apresentação de recibos e declaração do profissional, por si só, não exclui a possibilidade de exigência de elementos comprobatórios adicionais, tais como prova da efetiva prestação do serviço e do respectivo pagamento, mormente quando os recibos e a declaração da profissional não coincidem quanto ao valor e ao beneficiário do serviço.
Numero da decisão: 9202-007.892
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à despesa médica no valor de R$ 13.100,00 e, no mérito, na parte conhecida, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Patrícia da Silva, que lhe deu provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Ausente a Conselheira Ana Paula Fernandes.
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, em face da ausência de similitude fática entre os julgados em confronto. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. SOLICITAÇÃO DE ELEMENTOS DE PROVA ADICIONAIS. POSSIBILIDADE. A apresentação de recibos e declaração do profissional, por si só, não exclui a possibilidade de exigência de elementos comprobatórios adicionais, tais como prova da efetiva prestação do serviço e do respectivo pagamento, mormente quando os recibos e a declaração da profissional não coincidem quanto ao valor e ao beneficiário do serviço. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à despesa médica no valor de R$ 13.100,00 e, no mérito, na parte conhecida, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencida a conselheira Patrícia da Silva, que lhe deu provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício e Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 67 13 /2 00 8- 67 Fl. 244DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Ausente a Conselheira Ana Paula Fernandes. Relatório O presente processo trata de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física do exercício de 2006, anocalendário de 2005, acrescido de juros de mora e multa de ofício, tendo em vista a apuração de deduções indevidas de despesas de instrução e médicas. Em sessão plenária de 27/10/2011, foi julgado o Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2101001.357 (efls. 177 a 187), assim ementado: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO DE PAGAMENTOS A CURSO PRÉVESTIBULAR. IMPOSSIBILIDADE. Podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda os pagamentos a estabelecimentos de ensino relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as préescolas; ao ensino fundamental; ao ensino médio; à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pósgraduação (mestrado, doutorado e especialização); à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico; até o limite anual individual de R$2.198,00 no exercício de 2006. Os pagamentos de cursos preparatórios para vestibulares não são dedutíveis por falta de previsão legal. DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR. Podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados e dos correspondentes pagamentos. Nessa hipótese, a apresentação tão somente de recibos é insuficiente para comprovar o direito à dedução pleiteada. Fl. 245DF CARF MF Processo nº 10950.006713/200867 Acórdão n.º 9202007.892 CSRFT2 Fl. 245 3 Hipótese em que o recorrente teve sucesso em superar os óbices impostos pelo julgador de primeira instância para parte das deduções pleiteadas. MULTA DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. REDUÇÃO PARA O PERCENTUAL DA MULTA DE MORA. A multa de ofício está prevista explicitamente em lei, não sendo permitido ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação de lei por sua incompatibilidade com a Constituição Federal (Súmula CARF nº 2 e art. 62 do Regimento Interno do CARF). Impossível a redução da multa para o percentual da multa de mora, aplicável apenas aos casos em que o pagamento é feito espontaneamente, e não em lançamento de ofício, que possui penalidade mais gravosa. Recurso Voluntário Provido em Parte." A decisão foi assim registrada: “Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer dedução de despesa médica no valor de R$1.230,00." Cientificada, a Fazenda Nacional não interpôs Recurso Especial (efls. 189). Intimada do acórdão em 06/07/2012 (AR Aviso de Recebimento de efls. 196), a Contribuinte interpôs, em 23/07/2012 (carimbo de efls. 197), o Recurso Especial de e fls. 197 a 213, com fundamento no artigo 37, § 2º, inciso II, do Decreto nº 70.235, de 1972, suscitando diversas matérias. Ao Recurso Especial foi dado seguimento parcial, apenas em relação às glosas de despesas médicas, conforme despacho de 26/04/2017 (efls. 171/172). Em seu apelo, quanto à matéria que obteve seguimento, a Contribuinte alega: o entendimento da decisão a quo foi no sentido de que é função do sujeito passivo a comprovação exigida pela autoridade fiscal, o que data venia, deve ser reformado, porquanto fere o princípio da legalidade; denotase que a legislação do Imposto de Renda não obriga o Contribuinte a pagar tratamento médico com cheque; se a Recorrente optou por pagar em dinheiro e não recolher CPMF (existente à época), não pode ser penalizada; em que pese o pagamento não ter sido feito através de cheque nominal, os recibos são provas idôneas de que houve pagamento; não se justifica a necessidade de comprovação de movimentação bancária, porque a Recorrente é professora e sócia de escritório de advocacia recebendo, por vezes, honorários em espécie, o que demonstra a ineficácia desse critério; Fl. 246DF CARF MF 4 os recibos emitidos pelos próprios profissionais guardam similitude fática e presunção de veracidade, portanto são idôneos para comprovar as despesas médicas; os recibos relativos aos serviços prestados pelos mencionados profissionais, bem como as declarações e os documentos comprobatórios, especificam expressamente o nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF dos respectivos profissionais, nos termos previstos legalmente; como se infere das declarações dos profissionais, bem como dos recibos, houve a efetiva prestação dos serviços que deram ensejo à dedução de despesas médicas; conforme entendimento predominante no extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, a existência dos recibos de pagamento, bem como de documentos que mencionem os dados dos profissionais que prestam os serviços, são suficientes para ensejar a dedução de despesas médicas. Ao final, a Contribuinte pede que seja conhecido e provido o recurso, cancelandose o lançamento. O processo foi encaminhado à PGFN em 21/11/2017 (Despacho de Encaminhamento de efls. 233) e, em 06/12/2017 (Despacho de Encaminhamento de efls. 242), foram oferecidas as Contrarrazões de efls. 234 a 241, contendo os seguintes argumentos: Preliminar de não conhecimento inicialmente, é preciso observar que o recurso interposto não deve ser conhecido, em virtude da ausência de identidade fática entre os acórdãos em cotejo; essa circunstância foi reconhecida pelo próprio Presidente da Câmara quando do juízo de admissibilidade do recurso; com a devida vênia, ou os acórdãos reportam a situações equivalentes e o recurso é conhecido, ou os acórdãos dizem respeito a situações dissonantes, e o recurso não é conhecido; não nos parece ser a solução jurídica mais acertada conhecer do Recurso Especial em relação a um recibo específico, como consignado no despacho; o acórdão paradigma não se assemelha ao acórdão recorrido, na medida em que, no caso dos presentes autos, o Colegiado a quo encontrou razões fundamentadas para recusar a dedução de algumas despesas. Do mérito diante de dúvidas ou suspeição quanto à idoneidade da documentação apresentada, o que põe em questionamento a própria existência das despesas médicas, o Fisco pode e deve perquirir se os serviços foram efetivamente prestados ao declarante ou a seus dependentes (efetividade dos serviços) e se houve o efetivo dispêndio de recursos pelo declarante para pagamento dessas despesas (efetivo pagamento); a dedução é exceção e como tal merece interpretação restritiva, como dispõe o art. 111, do CTN; Fl. 247DF CARF MF Processo nº 10950.006713/200867 Acórdão n.º 9202007.892 CSRFT2 Fl. 246 5 em situações em que há a redução da base de cálculo do imposto, em razão de certos privilégios ou benefícios concedidos pela legislação, compete ao Contribuinte comprovar que tem direito a eles, caso contrário, está o Fisco autorizado a efetuar as glosas correspondentes; neste sentido, o art. 73, do Decreto n° 3.000, de 1999 (RIR/1999), estabelece, expressamente, que o Contribuinte pode ser instado a comprovar ou justificar as deduções, deslocando para ele o ônus probatório; documentos particulares, caso de recibos e declarações, que contêm ciência de determinado fato, provam a declaração, mas não o fato declarado, cabendo ao interessado o ônus de provar o fato (CPC, art. 368); assim, mesmo que os recibos tragam as informações elencadas na lei tributária, no contorno jurídico, apenas dão notícias do ali relatado e da forma como possivelmente teria ocorrido, devendo o interessado, quando exigido, demonstrar, por meio de outros documentos, a veracidade de sua ocorrência; é de se observar que essas declarações presumemse verdadeiras apenas em relação ao signatário (Código Civil, art. 219), mas quando enunciam o recebimento de um crédito fazem prova apenas contra quem os escreveu (CPC, art. 376), e vale somente entre as partes nele consignadas, não em relação a terceiros, estranhos ao ato (Código Civil, art. 221), no caso a RFB. Ao final, a Fazenda Nacional pede que seja negado provimento ao recurso. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial interposto pela Contribuinte é tempestivo, restando perquirir se atende aos demais pressupostos de admissibilidade Tratase de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, tendo em vista glosas de despesas médicas e de instrução, referentes ao anocalendário de 2005, sendo que o Recurso Especial somente teve seguimento quanto às glosas de despesas médicas. As despesas médicas ora analisadas, no total de R$ 25.923,91, estão assim distribuídas: Brasilsaude Cia de Seguros R$ 1.493,91; Renata Paschoalino de Souza Carreira R$ 200,00; José L. V. Kallas R$ 9.900,00; Maridalva B. Kallas R$ 13.100,00; e Márcia Ap. de Oliveira R$ 1.230,00. Fl. 248DF CARF MF 6 No acórdão recorrido, deuse provimento parcial ao Recurso Voluntário, restabelecendose a dedução de despesa médica no valor de R$ 1.230,00. Quanto às demais deduções, foram mantidas as glosas, sob diversos fundamentos. A Contribuinte, por sua vez, pede que sejam restabelecidas as deduções de despesas médicas, ao fundamento de que os recibos/declarações seriam suficientes, na falta de indícios que os desabonassem. Em sede de Contrarrazões, oferecidas tempestivamente, a Fazenda Nacional alega ausência de identidade fática entre os acórdãos recorrido e paradigma. Para demonstrar a alegada divergência, a Contribuinte indicou o Acórdão 9202001.775 como paradigma, levando a cabo o seguinte cotejo: Acórdão recorrido "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 (...) DESPESAS MÉDICAS. APRESENTAÇÃO DE RECIBOS. SOLICITAÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA PELO FISCO. COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR. Podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar motivadamente elementos de prova da efetividade dos serviços médicos prestados e dos correspondentes pagamentos. Nessa hipótese, a apresentação tão somente de recibos é insuficiente para comprovar o direito à dedução pleiteada. Hipótese em que o recorrente teve sucesso em superar os óbices impostos pelo julgador de primeira instância para parte das deduções pleiteadas." Paradigma Acórdão 9202001.775 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 DESPESAS MÉDICAS — RECIBOS QUE ATENDEM AS EXIGÊNCIAS DA LEGISLAÇÃO — REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPF — OBRIGATORIEDADE. Para rejeição de recibos médicos que atendem os requisitos da legislação, deve a autoridade autuante comprovar que os serviços não foram regularmente prestados ou pagos. Não se pode, Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10950.006713/200867 Acórdão n.º 9202007.892 CSRFT2 Fl. 247 7 simplesmente baseado em reiterada prática de dedução indevida de outras despesas pelo contribuinte, glosar àquelas que obedecem aos requisitos formais da legislação, sem um aprofundamento da investigação que desnude a inidoneidade dos recibos. Recurso especial negado." (grifei) Com efeito, o paradigma vaza o entendimento no sentido de que, quando os recibos atendem aos requisitos da legislação, a sua desconsideração tem de ser precedida de aprofundamento da investigação, de sorte a motivar o descarte do documento. Nesse passo, constatase que, relativamente a Brasilsaude Cia de Seguros, Renata Paschoalino de Souza Carreira e José L. V. Kallas, a situação não se assemelha à do paradigma, já que, no caso dessas despesas, no acórdão recorrido entendeuse que os recibos não atenderam aos requisitos da legislação. Confirase: "b.1) Brasilsaude Cia de Seguros, CNPJ nº 60.831.427/0001 63, R$1.493,91: A contribuinte tentou comprovar essa despesa com os extratos de fls. 73 a 75. Entretanto, a fiscalização observou que nos demonstrativos não constavam o nome do titular, nem a data de pagamento, constando valor do serviço e nada informado no campo "valor empregado" (fl. 37). Intimado a comprovar o efetivo pagamento (fl. 89), o sujeito passivo informou não ser possível apresentar a documentação solicitada (fls. 90 a 93). Analisando a prova apresentada, concordo com todos os óbices levantados pela fiscalização, acrescentando que parte dos serviços indicados foram executados no marido da recorrente, que não é seu dependente, e que o valor total dos serviços é menor do que o deduzido. (...) b.2) Renata Paschoalino de Souza Carreira, CPF nº 606.220.32968, R$200,00: Do total de R$2.080,00 deduzidos com a profissional de odontologia, foram glosados R$200,00 referente à despesa comprovada por recibo datado de 12/01/2006 (fl. 84), o que a impediria de ser deduzida no exercício 2006, anocalendário 2005. (...) b.3) José L. V. Kallas, CPF nº 144.525.88972, R$9.900,00: Buscouse comprovar essa despesa com os recibos de fl. 23, que totalizavam R$3.900,00, e com a declaração do profissional confirmando a prestação do serviço e o pagamento do valor (fl. 22). (...) Fl. 250DF CARF MF 8 Com as provas carreadas aos autos, não é possível afastar a glosa efetuada. A uma, porque os recibos apresentados são de valor inferior ao valor deduzido. E a duas, porque a despesa é de valor elevado, sendo razoável se exigir comprovações complementares da efetiva prestação do serviço. (...) Já no caso da profissional Maridalva B. Kallas, não foi explicitado óbice quanto aos recibos/declaração apresentada, sendo a motivação para manutenção da glosa a falta de comprovação do efetivo pagamento: b.4) Maridalva B. Kallas, CPF nº 258.525.90649, R$13.100,00: A contribuinte buscou comprovar essa despesa com os recibos de fls. 25 a 27, que totalizam R$19.100,00, referentes a tratamentos odontológicos em seus dependentes Lucas S.G. Cardin e Guilherme S. G. Cardin, bem como com declaração da profissional confirmando a prestação do serviço e o pagamento do valor (fl. 24). Intimada a comprovar a utilização dos serviços profissionais e o efetivo pagamento (fl. 89), a contribuinte alega ter efetuado pagamento em dinheiro proveniente de saques de cheques emitidos pelo Cesumar (fls. 90 a 93). Na autuação, essa despesa foi glosada por falta de comprovação do efetivo pagamento, conforme solicitado em intimação específica (fl. 20v). Novamente, não será possível se admitir a dedução pleiteada. Penso ter sido razoável a exigência de comprovação complementar de despesa de valor tão elevado." (grifos originais) Assim, relativamente a esta última profissional, restou demonstrada a alegada divergência: em um lado, situase o acórdão recorrido, no qual considerouse que não bastaria a exibição de recibos, sendo necessário apresentar prova do respectivo pagamento, nos termos exigidos pela autoridade fiscal; em outro lado, encontrase o acórdão paradigma, no qual os recibos foram tidos como suficientes para o restabelecimento da dedução, por atenderam aos requisitos legais. Assim, demonstrada a divergência jurisprudencial somente no que tange a parte das despesas médicas, conheço parcialmente do Recurso Especial interposto pela Contribuinte, apenas quanto à glosa referente à profissional Maridalva B. Kallas, no valor de R$ 13.100,00, e passo a analisarlhe o mérito. A matéria não é nova neste Colegiado e já foi objeto de inúmeros julgamentos. Dentre esses julgados, destacase o Acórdão nº 9202005.461, de 24/05/2017, da lavra do Ilustre Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, cujos fundamentos ora adoto e colaciono como minhas razões de decidir: "Acerca do assunto, entendo que as despesas médicas dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda restringemse aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10950.006713/200867 Acórdão n.º 9202007.892 CSRFT2 Fl. 248 9 tratamento e ao de seus dependentes, e se limitam, sim, a serviços comprovadamente realizados quando objeto de indagação pela autoridade fiscal, a partir de dúvida razoável, bem como a pagamentos especificados e comprovados. Nesse sentido, é oportuno, conferir o estabelecido na Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, que traz essas condições para dedução desse tipo de despesa: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...). II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...). § 2º O disposto na alínea “a” do inciso II: (...). II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; Complementando a necessidade dessa comprovação, o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, em seu art. 73, dispõe que (a) as deduções estão sujeitas à comprovação e (b) deduções exageradas poderão ser glosadas inclusive sem audiência do contribuinte, conforme a seguir reproduzido: Art.73. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, §3º). §1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Por certo, a legislação, em regra, estabelece a apresentação de recibos como forma de comprovação das despesas médicas, a teor do que dispõe o art. 80, § 1º, III, do RIR/1999, mas não restringe a ação fiscal apenas a esse exame. Em uma visão sistêmica da legislação tributária, verificase, inclusive, que a indicação do cheque nominativo, apesar de conter muito menos Fl. 252DF CARF MF 10 informação que o recibo, é também eleito como meio de prova, evidenciando a força probante da efetiva comprovação do pagamento. Portanto, em vista do exposto, podemos concluir que a dedução de despesas médicas na declaração do contribuinte está, sim, condicionada ao preenchimento de alguns requisitos legais: (a) a prestação de serviço tendo como beneficiário o declarante ou seu dependente, e (b) que o pagamento tenha se realizado pelo próprio contribuinte. Todavia, havendo qualquer dúvida em um desses requisitos, é não só direito mas também dever da Fiscalização exigir provas adicionais ou da efetividade do serviço, e/ou do beneficiário deste e/ou do pagamento efetuado. E é dever do contribuinte apresentar comprovação ou justificação idônea no caso de tal exigência, sob pena de ter suas deduções não admitidas pela autoridade fiscal. Entendo que a conclusão acima esteja alicerçada no art. 73 do RIR/99, já transcrito." Destarte, no presente caso não se afigurou irregular, tampouco desarrazoada, a exigência, por parte da Fiscalização, da comprovação do pagamento das despesas médicas. Observase, da Declaração de Ajuste Anual de fls. 40 a 43, que as despesas médicas da Contribuinte são efetivamente bastante expressivas, em relação a seus rendimentos (aproximadamente 25%). Quanto aos recibos relativos à cirurgiã dentista Maridalva Barra Kallas, no total de R$ 19.100,00 (fls. 24 a 27), estes indicam que os serviços teriam sido prestados aos dependentes da Contribuinte. Entretanto, a declaração que teria sido prestada pela profissional às fls. 28, informa que os serviços, no valor de apenas R$ 13.100, teriam sido prestados à própria Contribuinte. Ademais, não foi efetuada pela Contribuinte qualquer correlação que permitisse associar os pagamentos aos extratos bancários de fls. 97 a 102, tampouco foram apresentados prontuários que justificassem as despesas, o que inviabiliza a sua aceitação. Nessas circunstâncias, ausente a apresentação de documentação adicional, esta Conselheira não logrou formar convicção no sentido de que a despesa relativa à profissional Maridalva Barra Kallas, no valor de R$ 13.100,00, poderia ser aceita sem a comprovação do efetivo pagamento, de sorte que deve ser mantida a glosa desse valor. Diante do exposto, conheço parcialmente do Recurso Especial interposto pela Contribuinte, apenas no que tange à despesa médica relativa à profissional Maridalva Barra Kallas, no valor de R$ 13.100,00 e, no mérito, na parte conhecida, negolhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10950.006713/200867 Acórdão n.º 9202007.892 CSRFT2 Fl. 249 11 Fl. 254DF CARF MF
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Numero do processo: 37173.008892/2006-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Apr 26 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/1999 a 31/12/1999
RESTITUIÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RETENÇÃO 11%. PRESTADOR. ÔNUS DA RETENÇÃO.
Não obstante o prestador, ainda que não sofrera o ônus da retenção do tributo, possa aproveitar em sua apuração, dispensando-o assim do recolhimento do tributo, o valor posteriormente recolhido pelo tomador a esse título; não é legitimado a, uma vez que recolhera a contribuição a seu cargo, requerer a restituição do valor posteriormente recolhido pelo tomador, do qual, lembre-se, não arcara com seu ônus.
Numero da decisão: 2402-007.171
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
Mauricio Nogueira Righetti - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mauricio Nogueira Righetti, Denny Medeiros da Silveira (Presidente), Wilderson Botto (suplemente convocado), João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Gregório Rechmann Junior e Paulo Sergio da Silva. Ausente a conselheira Renata Toratti Cassini, que foi substituída pelo conselheiro Wilderson Botto.
Nome do relator: MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RETENÇÃO 11%. PRESTADOR. ÔNUS DA RETENÇÃO. Não obstante o prestador, ainda que não sofrera o ônus da retenção do tributo, possa aproveitar em sua apuração, dispensandoo assim do recolhimento do tributo, o valor posteriormente recolhido pelo tomador a esse título; não é legitimado a, uma vez que recolhera a contribuição a seu cargo, requerer a restituição do valor posteriormente recolhido pelo tomador, do qual, lembre se, não arcara com seu ônus. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Denny Medeiros da Silveira Presidente Mauricio Nogueira Righetti Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mauricio Nogueira Righetti, Denny Medeiros da Silveira (Presidente), Wilderson Botto (suplemente convocado), João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Gregório Rechmann Junior e Paulo Sergio da Silva. Ausente a conselheira Renata Toratti Cassini, que foi substituída pelo conselheiro Wilderson Botto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 37 17 3. 00 88 92 /2 00 6- 19 Fl. 142DF CARF MF Processo nº 37173.008892/200619 Acórdão n.º 2402007.171 S2C4T2 Fl. 142 2 Cuida o presente de Recurso Voluntário em face do Acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que considerou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo sujeito passivo, contra decisão proferida pela DRF/BHE que indeferiu o Pedido de Restituição do contribuinte, relativos às competências de setembro a dezembro de 1999 (fls. 76/78). Por bem relatar o caso, valhome do relatório do acórdão de piso, a diante colacionado: A unidade de origem, por meio de Despacho Decisório indeferiu o pleito ao fundamento de que não havia identificado o recolhimento em duplicidade, na medida em que as contribuições incidentes sobre a folha são recolhidas sob o código 2100, ao passo que aquelas relativas a retenção de 11% sobre notas fiscais, sob o código 2631. Cientificado da decisão, o requerente apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 85/90, aduzindo, em síntese, os seguintes argumentos: Que a partir do momento em que a empresa Consita passou a quitar em nome da peticionária e via PAES obrigações previdenciárias que já estavam extintas pelo pagamento direto configurouse o pagamento em duplicidade ou em excesso de contribuições sobre a folha de salário, o que justifica o pedido de restituição. Assim, irrelevante o código de recolhimento da contribuinte, se via retenção, ou se via pagamento direito, posto que haverá, de todo modo, recolhimento em excesso da mesma contribuição social, nas mesmas competências, ainda que promovido por diferentes canais ou instrumentos de pagamento. Acrescenta que é evidente que são utilizados diferentes códigos de recolhimento, pois se trata de recolhimento via retenção, pelo tomador do Fl. 143DF CARF MF Processo nº 37173.008892/200619 Acórdão n.º 2402007.171 S2C4T2 Fl. 143 3 serviço e outro, recolhimento direto pelo prestador de serviço, obrigado principal, sem que isso afaste o recolhimento em duplicidade ou em excesso. Mais importante é que ambos os recolhimentos se referem à mesma contribuição sobre a folha de salários, devidas nos mesmos meses de setembro a dezembro de 1999. Que os valores que integraram a NFLD 35.072.9263 e que foram devidamente quitados pela empresa Consita via PAES se referem às contribuições sobre a folha de salários, que deixaram de ser retidas da peticionária, mas que foram por ela direta e integralmente recolhidas nas competências 09/1999, 10/1999, 11/1999 e 12/1999, o que configura pagamento excessivo ao INSS e autoriza a restituição pretendida. Que seu direito à restituição teria origem em 25.07.2003, quando a autuada (CONSITA) extinguiu o débito, via sua inclusão no PAES. Como já dito, A DRJ julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade no que toca ao discutido nestes autos (fls. 94/99), com a seguinte ementa: Irresignado, às fls. 108/115 apresentou Recurso Voluntário em face do referido acórdão, por meio do qual reforçou suas razões da Impugnação e acresceu: Diferentemente de sua Impugnação, onde afirmara a extinção do débito lançado de ofício por meio de pagamento no âmbito do PAES, em seu recurso sustenta a extinção do débito por novação, na medida em que o saldo dessa parcelamento especial (PAES) teria migrado para o PAEX. Em 28.7.14, às fls. 133/135, houve a apresentação de petitório por meio do qual a recorrente noticia a definitiva quitação do PAEX da Lei 11.941/09. É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Nogueira Righetti, Relator Fl. 144DF CARF MF Processo nº 37173.008892/200619 Acórdão n.º 2402007.171 S2C4T2 Fl. 144 4 O requerente tomou ciência do acórdão recorrido em 13.05.2010, consoante se denota de fls 101 e apresentou, tempestivamente, seu Recurso Voluntário em 11.06.2010 (fls. 108). Preenchido os demais requisitos, dele passo a conhecer. A lide posta a exame resumese ao direito do recorrente em reaver os valores das contribuições previdenciárias (11% sobre os serviços) incidentes sobre 5 (cinco) notas fiscais de sua emissão, quais sejam, as de nº 145, 150, 151, 158 e 161, formalizado por meio do Pedido de Restituição datado de 11.10.2006. Tais créditos tributários teriam sido constituídos de ofício por meio da NFLD 35.072.9263 em desfavor da tomadora da recorrente, CONSITA LTDA, que não promoveu as retenções à época do pagamento pela prestação de serviços. Notese dessa forma, que o requerente não arcou com qualquer ônus dessa falta de retenção, vale dizer, recebeu do tomador o valor sem esse desconto, não sofreu a autuação por isso, além de, aparentemente, não ter arcado com o pagamento desses débitos lançados pela autuada em parcelamento. De início, cabe refutar a tese de que a inclusão do débito em parcelamento, resultando no que chamou de "novação", configuraria sua extinção para fins de caracterizar "recolhimento em duplicidade". Ora, as hipóteses de extinção do crédito tributário encontramse taxativamente elencadas no artigo 156 do CTN, dentre as quais não se encontram o parcelamento, tampouco a novação de dívida, prevista no artigo 360 e ss do CC/02 e que não representa ingresso de numerário apto a ser restituído. Há a mera extinção da dívida em função de sua substituição por outra. Nesse rumo, seja a época do pedido de restituição (11.10.06), seja a do Recurso Voluntário (11.06.10), não havia a comprovação de que os valores lançados de ofício haviam sido efetivamente liquidados. Prosseguindo sobre o assunto, vejamos o que diz o artigo 31, e seus §§ 1º e 2º, da Lei 8.212/91, com a redação à época dos fatos geradores: Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mãodeobra, observado o disposto no § 5o do art. 33. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 37173.008892/200619 Acórdão n.º 2402007.171 S2C4T2 Fl. 145 5 § 1o O valor retido de que trata o caput, que deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, será compensado pelo respectivo estabelecimento da empresa cedente da mãodeobra, quando do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. § 2o Na impossibilidade de haver compensação integral na forma do parágrafo anterior, o saldo remanescente será objeto de restituição. Por sua vez, o § 5º do artigo 33 da Lei 8.212/91 estabelece que aquela retenção presumese feita oportuna e regularmente pela contratante, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto na lei. Em outras palavras, ainda que não tenha descontada a retenção ao efetuar o pagamento ao prestador, permanece responsável pela retenção que lhe cabia. Passa a assumir seu ônus. Das disposições legais, temse, de forma sui generis, uma espécie de tributação "exclusiva" na fonte suscetível de aproveitamento, como se antecipação fosse, na apuração da contribuição devida pelo contratado. Diante dessa sistemática, podese dizer que em não havendo retenção nem recolhimento, é exigível de ambos, tomador e prestador, o recolhimento da contribuição, em vista da presunção de retenção pelo tomador e de ausência de autorização legal para o prestador compensar valor não retido e não recolhido ou verse dispensado do recolhimento da contribuição por outro dispositivo legal, de forma que o pagamento por qualquer um do dois extingue o crédito tributário. Por sua vez, não havendo retenção, mas havendo o recolhimento do valor correspondente pelo tomador, em nome do prestador, inclusive se tal recolhimento se der por meio de quitação de NFLD pelo pagamento, o valor recolhido (principal, juros e multa de mora), poderá ser utilizado pelo prestador para compensar as respectivas rubricas por ele devidas, isto é, o principal, juros e multa de mora relativos às contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de salários elaborada em separado pelo prestador para aquele tomador. No caso dos autos, conforme alega o recorrente, seus recolhimentos foram efetuados por imposição legal bem antes daqueles decorrentes do lançamento de ofício no tomador, não havendo que se falar, assim, em recolhimento indevido a seu cargo. Ou seja, o contribuinte poderia ter se compensado desse valor, após o pagamento da NFLD pelo tomador, o que não foi feito, na medida em que optou por recolher o débito que lhe era devido à época. Percebase: deixar de recolher o tributo em função de sua extinção pelo tomador, ainda que o prestador não tenha sofrido o ônus da retenção, não significa dizer que estaria autorizado a verlhe restituído valor nessas mesmas circunstâncias, o que implicaria escolher, indevidamente a seu juízo, qual pagamento deveria ser utilizado para extinção do crédito. É dizer: o seu, por conta de sua folha de pagamento, ou o do tomador, em função da liquidação do parcelamento ? Fl. 146DF CARF MF Processo nº 37173.008892/200619 Acórdão n.º 2402007.171 S2C4T2 Fl. 146 6 Explico: a pretensão do requerente perpassa pela tese de que a extinção do crédito, com o seu pagamento devido e não há dúvida de que tenha sido devido à época derase de forma condicionada. Teria sido devido até que sobreviesse a extinção do débito pelo tomador, por novação da dívida1, fazendo com que, seus recolhimentos passassem a ser indevidos. Entretanto, seu pleito de restituição teve como objeto os pagamentos por aquele efetuado (retenção dos 11%). Assim, conforme alega, seu direito teria "nascido" com a alegada extinção do débito lançado de ofício. Data maxima venia, não vejo coerência na pretensão. Os valores recolhidos pelo requerente são e sempre foram devidos. Já aqueles eventualmente recolhidos, a posteriori, pelo tomador, ainda que com a indicação de que se refeririam ao recorrente, não devem ser objeto de restituição por este, eis que não suportou seu ônus. Voltando ao texto da lei, temse que o legitimado para pleitear a restituição é determinado prestador, que uma vez ter arcado com o ônus da retenção, não foi capaz de utilizar todo esse crédito na compensação de suas contribuições devidas sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. Assim sendo, restame claro que o recorrente, ao que tudo indica, não tem legitimidade, neste caso, para pleitear tal restituição, como bem asseverou a decisão de piso. Confirase: Ainda sob essa mecânica, há de se admitir, e aqui registro minha evolução sobre o tema, uma solução intermediária para o caso, no sentido de, no contencioso administrativo, exonerar a fonte pagadora do lançamento por falta de retenção, caso incontestavelmente provado que o prestador pagou o tributo sobre sua real folha de pagamento, sendo que, no que toca a essa comprovação, há de se destacar, não obstante as alegações do Recurso Voluntário, a assertiva da instância a quo no sentido de que "Nestes autos, assim como na NFLD DEBCAD nº 35.072926,3, também não há provas do recolhimento direto, pela prestadora de serviços, das contribuições sociais previdenciárias incidentes sobre as suas folhas de pagamento, dentre as quais, sobre a folha de pagamento específica da mãodeobra empregada na obra de matrícula CEI 11.901.822575 e que seria objeto das Notas Fiscais de serviços de nº 145, 150, 151, 158 e 161, período de setembro a dezembro de 1999. Não constam do processo comprovante de recolhimentos. Foram trazidos aos autos apenas folhas de pagamentos genéricas das competências em questão, que não possuem quaisquer registros que permitam vincular tais documentos à obra de matrícula CEI 11.901.8225/75 e/ou às Notas Fiscais apontadas." Ressaltase, a análise tendente a apurar o quantum do eventual indébito passaria, a rigor, pela conferência dos valores e informações constantes da folha de pagamento 1 Alegação no sentido de que a migração do débito do PAES para o regime do PAEX (Lei 11.941/09) teria ocasionado sua extinção por NOVAÇÃO. Fl. 147DF CARF MF Processo nº 37173.008892/200619 Acórdão n.º 2402007.171 S2C4T2 Fl. 147 7 da mãodeobra empregada naquela obra específica para aquele tomador, e não somente o mero cotejo entre o "retido" e o recolhido. Nessa mesma linha, quanto a exonerar a fonte pagadora do débito, foi a conclusão adotada pela instância de piso, com a qual concordo, nos seguintes termos: (...) Face ao exposto, VOTO no sentido de CONHECER do recurso apresentado para NEGARLHE provimento. Mauricio Nogueira Righetti Fl. 148DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.901669/2013-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2013 a 31/01/2013
PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracteriza-se a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade.
Numero da decisão: 3302-006.890
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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CONCOMITÂNCIA. A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracterizase a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. Relatório Trata o presente processo do Pedido de Restituição (PER), transmitido pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a restituição de PIS. Consta no processo Despacho Decisório Eletrônico proferido pela unidade de origem, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER, sob o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 16 69 /2 01 3- 51 Fl. 408DF CARF MF Processo nº 16682.901669/201351 Acórdão n.º 3302006.890 S3C3T2 Fl. 3 2 fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 12089.021. Inconformado com a decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) A ausência de retificação de DCTF ou de qualquer outra obrigação acessória jamais poderia ser impeditivo do reconhecimento do seu direito ao crédito, na medida em que o Fisco possui outros meios de apurar a existência de eventual indébito tributário. Assim, não restam dúvidas de que a falta de retificação da DCTF não deve implicar na perda do direito ao crédito; b) Não há concomitância entre o presente processo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. A lide proposta foi no sentido de que fosse reconhecido o direito líquido e certo da recorrente não se sujeitar à incidência do PIS/Cofins sobre as receitas de interconexão, bem como para reconhecer o crédito referente a eventuais valores pagos indevidamente, relativamente a contribuições apuradas e recolhidas após a impetração do writ. O objeto da ação judicial se destina apenas às contribuições de PIS e Cofins apuradas e recolhidas após a distribuição do referido MS; c) No caso concreto, há uma divisão muito clara. Os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição. Apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Bem verdade que há certa semelhança entre as causas de pedir dos processos administrativos e judicial. Ambos estão fundados na “não incidência do PIS/COFINS sobre receitas de interconexão”. Todavia, os pedidos efetuados para se afastar o PIS e a COFINS sobre as receitas de interconexão, bem como para se reconhecer o crédito sobre pagamentos indevidos realizados envolvem a mesma discussão para períodos de apuração distintos. Frisese: os pedidos administrativos se voltam às contribuições apuradas e pagas antes da impetração do mandado de segurança. Já aquelas apuradas e pagas após o ajuizamento da ação judicial são objeto do mandado de segurança. Diante desse cenário, verificase que não há concomitância entre o mandado de segurança em curso perante o Poder Judiciário e o presente processo administrativo, tendo em vista que os períodos de apuração relativos ao crédito referente ao indébito tributário são distintos; d) Os valores recebidos pela Recorrente e repassados a outras operadoras a título de interconexão de redes não configuram receita tributável pelo PIS e COFINS, pois não se trata de “receita” auferida pela Recorrente, quer do ponto de vista jurídico, quer mesmo do ponto de vista contábil. No caso dos valores recebidos pela Recorrente e repassados a terceiros a título de interconexão de redes, o que se verifica é um mero e transitório ingresso de recursos que devem ser repassados ao terceiro que cedeu seus meios de rede à Recorrente. Não há, portanto, qualquer efetivo acréscimo patrimonial da Recorrente, porque já há um imediato e compulsório destino para aquele valor recebido, que é repassado para as outras operadoras de telecomunicação; e) A tributação nos moldes pretendidos pelo Fisco implica a tributação pelo PIS/COFINS da receita total auferida pela Recorrente pela prestação do serviço de Fl. 409DF CARF MF Processo nº 16682.901669/201351 Acórdão n.º 3302006.890 S3C3T2 Fl. 4 3 telecomunicação, incluindo a parcela que será repassada a terceiros pela interconexão de redes. E, além dessa tributação, nos termos da pretensão fiscal, haveria uma nova incidência do PIS/COFINS pelo terceiro que realiza a interconexão, no momento em que ele apropriar a receita que lhe é repassada, caracterizando o bis in idem tributário; f) A base de cálculo do PIS/COFINS não deve ser integrada por elementos estranhos à receita auferida, notadamente pelos valores que devem ser repassados a terceiros a título de interconexão de redes. Na prática, isso faz com que todo o valor pago pela Recorrente a título de PIS/COFINS sobre esses valores de interconexão de redes seja qualificado como indébito tributário, que lhe deve ser restituído. Termina o recurso requerendo o provimento para que seja reformado o acórdão recorrido, a fim de que seja deferido o pedido de restituição formulado. É o breve relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.815, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 16682.900008/201490, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.815): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise. O cerne da questão está em decidir se há concomitância entre esse processo administrativo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Para tanto, é necessário analisar os objetos dos respectivos processos. Conforme já mencionado na decisão a quo, o indébito pleiteado no Pedido de Restituição decorre, nas palavras do contribuinte, “da indevida inclusão na base de cálculo do PIS de valores referentes a ingressos de numerário em razão de contratos de interconexão, os quais não constituem "receita" da Manifestante”. Portanto, defende em processo administrativo a não incidência do PIS/COFINS sobre tarifas de interconexão. Vejamos o objeto do MS nº 002418579.2013.4.02.5101: Pela petição inicial, temos os seguintes pedidos: a) concessão de medida liminar para assegurar o direito liquido e certo da impetrante à suspensão da exigibilidade dos créditos tributários, nos termos do art. 151, IV, do CTN, das Fl. 410DF CARF MF Processo nº 16682.901669/201351 Acórdão n.º 3302006.890 S3C3T2 Fl. 5 4 contribuições ao PIS e a Cofins, sobre os meros ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza); b) determinação à Autoridade Coatora sobre o contudo da decisão liminar, bem como acerca do conteúdo do presente mandamus, para que no prazo legal, preste as informações que entender necessárias, com a posterior oitiva do representante do Ministério Público; c) Ciência à União Federal, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009; d) ao final, a concessão da segurança para confirmar a liminar requerida e assegurar o direito liquido e certo de a impetrante não se sujeitar à incidência das contribuições ao PIS e à Cofins, sobre meros ingressos apurados mensalmente pelo regime da competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza), sob pena de violação ao art. 2º da Lei nº 9,718/99 e aos arts. 5º, II; 145 § 1º; 150, I e IV e 195, I, "b" da Constituição Republicana de 1988, com a consequente compensação do indébito dessas contribuições, apurados desde a distribuição do presente writ, devidamente atualizado pela Taxa Selic, após o trânsito em julgado, nos termos dos artigos 165, 170 e 170A do CTN. A sentença de primeiro grau do Mandado de Segurança nº 002418579.2013.4.02.5101, assim decidiu: Tratase de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado por INTELIG COMUNICAÇÕES LTDA contra ato atribuído ao DELEGADO DA DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE MAIORES CONTRIBUINTES NO RIO DE JANEIRO DEMAC, objetivando a declaração de não incidência das contribuições ao PIS e à COFINS, sobre os ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela Impetrante, decorrentes de tarifas de interconexão serviços prestados pelas demais operadoras, que são posteriormente repassados àquelas congêneres, bem como a declaração do direito de compensar o indébito referente a estas contribuições, apurado desde a distribuição do writ. Sustenta, em apertada síntese, que as chamadas "tarifas de interconexão" não constituem receita, e sim meros ingressos econômicos ou financeiros, tendo cm vista que são recebidas, cm um primeiro momento, pela Impetrante, porem repassadas cm seguida às operadoras que efetivamente prestaram os serviços ao cliente usuário da Impetrante. (...) Fl. 411DF CARF MF Processo nº 16682.901669/201351 Acórdão n.º 3302006.890 S3C3T2 Fl. 6 5 Pelo exposto, com fulcro no art. 269. I, do CPC. JULGO PROCEDENTE O PEDIDO e CONCEDO A SEGURANÇA, para determinar ao Impetrado que se abstenha de exigir da Impetrante que recolha o PIS e a Cofins, incluindo na base de cálculo o valor recebido pela Impetrante e posteriormente repassado a operadora congênere, que prestou efetivamente o serviço, a título de "tarifa de interconexão", bem como para declarar o direito da Impetrante à compensação do indébito, apurado desde a distribuição do presente, na forma da lei de regência, de acordo com a modalidade escolhida pelas Impetrantes, aplicandose a SELIC como critério de atualização do indébito, vedada a cumulação com qualquer outro índice, nos termos da fundamentação supra. Analisando as razões jurídicas apresentadas na peça recursal, fico convencido da identidade das demandas administrativa e judicial, pois nas duas esferas o que se discute é a inexistência de relação jurídica tributária do PIS e da Cofins em relação as receitas de interconexão. O próprio recorrente reconhece essa congruência entre os processos administrativo e judicial. Sua alegação para afastar a concomitância se ampara no fato de que os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição, e que apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 0024185 79.2013.4.02.5101. Não comungo do entendimento no qual a concomitância é afastada pela falta de identidade entre os períodos de apuração apontados nos processos judicial e administrativo. O diferencial entre os períodos de apuração, aqueles contemplados pelo mandamus e os não contemplados, na minha visão, referese somente à possibilidade de o recorrente utilizálos para pedido de compensação antes do trânsito em julgado, por ordem judicial, conforme sua solicitação na exordial. Os demais períodos de apuração, os que foram apurados antes da distribuições do writ, deverão esperar o trânsito em julgado da ação para poderem se credenciar a objeto de um pedido de restituição, com possíveis compensações. Digo isso, pois a decisão do Poder Judiciário sobre a incidência do PIS e da Cofins nas receitas oriundas das tarifas de interconexão, terá reflexos para todos os períodos de apuração, independentemente se foi contemplado no pedido do MS nº 002418579.2013.4.02.5101 ou não Isso se deve ao fato de que na existência de processos paralelos, com objeto e finalidade idênticos, não é salutar que haja decisões com efeitos redundantes ou antagônicos. Em qualquer das hipóteses, prevalecerá a decisão judicial, motivo pelo qual a concomitância de processos ofende o princípio da economia processual. Em face disso, a opção do contribuinte pela via judicial encerra o processo administrativo fiscal em definitivo, em qualquer das fases em que ele se encontre. Fl. 412DF CARF MF Processo nº 16682.901669/201351 Acórdão n.º 3302006.890 S3C3T2 Fl. 7 6 Registrese que a coisa julgada a ser proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, pois tal procedimento feriria a Constituição Federal, que adota o modelo de jurisdição una, onde são soberanas as decisões judiciais. Sendo assim, nos casos em que o sujeito passivo opta pela via judicial para a discussão de matéria tributária implica na renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos do parágrafo único do art. 38 da Lei nº 6.830/80 e do § 2º, art. 1º do Decretolei nº 1.737, de 1979. Ratificando este entendimento, foi aprovado o enunciado de Súmula CARF nº 01, in verbis: Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Na linha do entendimento fixado, não conheço do recurso quanto à matéria submetida ao crivo do Poder Judiciário e na parte conhecida, nego provimento ao recurso por enxergar identidade entre os pedidos e as causas de pedir apresentados no MS nº 2007.70.00.0222765 e neste recurso administrativo." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 413DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.908082/2012-99
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 24 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.928
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte, que foi julgada improcedente, nos termos da ementa abaixo transcrita: (...) APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 08 08 2/ 20 12 -9 9 Fl. 372DF CARF MF Processo nº 13896.908082/201299 Resolução nº 3402001.928 S3C4T2 Fl. 3 2 débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, bem como cópias de livros contábeis, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Tendo em vista a aludida decisão, o contribuinte interpôs o recurso voluntário, acompanhado de documentos fiscais, oportunidade em que reiterou a alegação de retificação da sua DCTF original e que os documentos acostados com o recurso fariam prova da correição do quantum vindicado a título de crédito. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.925, de 24 de abril de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 13896.908078/201221. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela resolução (Resolução nº 3402001.925): "5. Primeiramente, insta destacar que o despacho denegatório da compensação perpetrada (fl. 87) pautouse pelo fato do crédito utilizado pelo contribuinte ter sido supostamente utilizado para saldar outro débito apontado pelo próprio recorrente em DCTF. 6. Ciente deste despacho, o contribuinte retificou a DCTF sobredita, acostando documentos fiscais com sua manifestação de inconformidade e informando em suas razões que o débito para o qual o crédito foi originalmente utilizado era inexistente. 7. O acórdão recorrido, por seu turno, entendeu que o contribuinte não fez prova suficiente do seu direito, uma vez que a simples retificação da Fl. 373DF CARF MF Processo nº 13896.908082/201299 Resolução nº 3402001.928 S3C4T2 Fl. 4 3 DCTF não seria suficiente para atestar seu direito, a qual deveria ser acompanhada dos documentos fiscais aptos a demonstrar a devida apuração do pretenso crédito. 8. Assim, em sede de recurso voluntário, o contribuinte trouxe aos autos cópia de farta documentação fiscal (fls. 126/357) que comprovaria a correição do quantum vindicado a título de crédito. 9. Embora não se olvide do disposto no art. 16, §4o do Decreto n. 70.235/72, também não é demais frisar que no processo administrativo fiscal vige o princípio da verdade material1 que, por sua vez, reforça a existência de outro princípio que ganhou novo fôlego com o advento do CPC/2015: o princípio da primazia da decisão de mérito, que visa prestigiar a decisão que resolva definitivamente a lide posta para julgamento. 10. Assim, no presente caso, parecenos que a simples chancela da tecnicamente adequada decisão da DRJ de Brasília resultaria em um convite para que o contribuinte continuasse discutindo a presente demanda pelos mesmos fundamentos aqui expostos, só que agora em outro palco, i.e., no âmbito do Poder Judiciário. 11. Tal postura, pura e simples, implicaria em uma sobrecarga do já assoberbado Poder Judiciário, bem como da própria Procuradoria da Fazenda Nacional, além de poder redundar, em ultima ratio, em uma condenação da Fazenda Pública em honorários advocatícios que, diante do CPC/2015, pode ter impacto significativo aos cofres públicos em razão do disposto no art. 85, §3o da novel legislação2. Em suma, tal postura se demonstraria assaz afrontosa a ideia de interesse público primário3, bem como ao princípio da moralidade, que devem nortear a Administração Pública. Ademais, também conflitaria contra os 1 O princípio da verdade material é valor normativo que aqui se convoca não como uma ferramenta mágica, semelhante a uma "varinha de condão" dotada de aptidão para "validar" preclusões e atecnias e transformar tais defeitos em um processo administrativo "regular". Com a devida vênia, este tipo de interpretação a respeito do princípio da verdade material só se presta a apequenar e, até mesmo, achincalhar esta importante norma. Assim, quando se fala em verdade material o que se quer aqui exprimir é a possibilidade de reconstruir fatos sociais no universo jurídico por intermédio de uma metodologia jurídica mais flexível, ou seja, menos apegada à forma, o que se dá, preponderantemente, em razão da relevância do valor jurídico do fato social que se pretende provar juridicamente. Em outros termos, "verdade material" é sinônimo de uma maior flexibilização probante em sede de processos administrativos, o que, se for usado com a devida prudência à luz do caso decidendo, só tem a contribuir para a qualidade da prestação jurisdicional atipicamente prestada em tais processos. 2 "Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (..). § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) saláriosmínimos; II mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) saláriosmínimos até 2.000 (dois mil) saláriosmínimos; III mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) saláriosmínimos até 20.000 (vinte mil) saláriosmínimos; IV mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) saláriosmínimos até 100.000 (cem mil) saláriosmínimos; V mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) saláriosmínimos." 3 O qual se configura como interesse de toda uma coletividade e não da Administração Pública enquanto parte (no caso, enquanto parte litigante). Fl. 374DF CARF MF Processo nº 13896.908082/201299 Resolução nº 3402001.928 S3C4T2 Fl. 5 4 desígnios da própria existência do processo administrativo, i.e., de promover um controle de legalidade do crédito tributário e evitar, sempre que possível,.a judicialização de demandas. 12. Diante de tais razões, entendo por bem converter o julgamento em diligência para que a unidade preparadora: (i) analise os documentos acostados aos autos e, sem prejuízo de outros que possam ser solicitados, verifique se o contribuinte faz ou não jus ao crédito vindicado, apresentando, inclusive, planilha analítica a fundamentar suas considerações. 13. Uma vez realizada a diligência acima (ii) o Recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. 14. É a resolução." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por determinar a realização de diligência para que a Unidade de Origem: (i) analise os documentos acostados aos autos e, sem prejuízo de outros que possam ser solicitados, verifique se o contribuinte faz ou não jus ao crédito vindicado, apresentando, inclusive, planilha analítica a fundamentar suas considerações. 13. Uma vez realizada a diligência acima (ii) o Recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 375DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.010961/2008-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2006
CESSÃO ONEROSA DE CRÉDITO DE ICMS A TERCEIRO. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. NÃO INCIDÊNCIA
Nos termos do art. 62, §2º do Anexo II do RICARF/2015, em obediência à decisão plenária do STF, no julgamento do RE 606.107, não há que se falar em incidência de PIS e Cofins sobre os valores recebidos a título de cessão onerosa a terceiros de créditos de ICMS provenientes de exportação.
Numero da decisão: 3402-006.613
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2006 CESSÃO ONEROSA DE CRÉDITO DE ICMS A TERCEIRO. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. NÃO INCIDÊNCIA Nos termos do art. 62, §2º do Anexo II do RICARF/2015, em obediência à decisão plenária do STF, no julgamento do RE 606.107, não há que se falar em incidência de PIS e Cofins sobre os valores recebidos a título de cessão onerosa a terceiros de créditos de ICMS provenientes de exportação.
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BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. NÃO INCIDÊNCIA Nos termos do art. 62, §2º do Anexo II do RICARF/2015, em obediência à decisão plenária do STF, no julgamento do RE 606.107, não há que se falar em incidência de PIS e Cofins sobre os valores recebidos a título de cessão onerosa a terceiros de créditos de ICMS provenientes de exportação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 09 61 /2 00 8- 61 Fl. 216DF CARF MF 2 1. Por bem retratar o caso em questão, emprego parte do relatório desenvolvido no acórdão n. 1042.312 (fls. 110/115), desenvolvido pela DRJ de Porto Alegre/RS, o que passo a fazer nos seguintes termos: Tratase de Auto de Infração, fls. 5/12, lavrado durante ação fiscal que verificou a legitimidade dos créditos referentes à apuração da Cofins não cumulativa, relativamente ao período compreendido entre Maio de 2003 e Dezembro de 2006, conforme descrições dos fatos que integram o respectivo lançamento. A fiscalização apurou irregularidades relativas à não exclusão de créditos apurados nas devoluções de compras e constatou, ainda, que o interessado não ofereceu à tributação as receitas decorrentes de cessões de créditos de ICMS a terceiros. Ao final, aponta que após efetuadas as compensações de créditos pela interessada no 1º trimestre de 2005, verificouse a insuficiência de créditos para descontar a Cofins em Abril de 2005. (...). 2. A empresa autuada apresentou impugnação (fls. 26/42), a qual foi julgada parcialmente procedente pelo sobredito acórdão, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2006 Ementa: CESSÃO DE ICMS INCIDÊNCIA DE PIS/PASEP E COFINS. A cessão de direitos de ICMS compõe a receita do contribuinte, sendo base de cálculo para o PIS/PASEP e a COFINS até a edição dos arts.7º, 8º e 9º da Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte. 3. Em suma, a instância a quo deu parcial provimento para a impugnação do contribuinte para cancelar as parcelas referentes às devoluções de compras efetuadas pelo contribuinte no primeiro trimestre de 2005, bem como para confirmar o saldo credor de COFINS em abril de 2005. 4. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs o recurso voluntário de fls. 121/136, insurgindose apenas quanto à parcela remanescente da autuação, i.e., debatendo a não incidência de COFINS sobre as cessões onerosas de crédito de ICMS. 5. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Diego Diniz Ribeiro Fl. 217DF CARF MF Processo nº 11080.010961/200861 Acórdão n.º 3402006.613 S3C4T2 Fl. 469 3 I. Da não incidência de COFINS sobre as cessões onerosas de crédito de ICMS 6. A discussão aqui travada já foi objeto de manifestação no âmbito judicial, por intermédio de precedente vinculante (art. 927, inciso V do CPC) veiculado pelo Supremo Tribunal Federal no recurso extraordinário n. 606.107, afetado por repercussão geral e assim ementado: EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. II A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita” constante do seu art. 195, I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei. Tampouco está condicionada à lei a exegese dos dispositivos que estabelecem imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o acórdão de origem (arts. 149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, “a”, da CF). Em ambos os casos, tratase de interpretação da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com absoluta independência da atuação do legislador tributário. III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções concorrenciais. IV O art. 155, § 2º, X, “a”, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos , imuniza as operações de exportação e assegura “a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores”. Não incidem, pois, a COFINS e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal violação do preceito constitucional. V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas sobre o total das Fl. 218DF CARF MF 4 receitas, “independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. VI O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita tributável. Cuidase de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal. VII Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditarse do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificamse como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal. VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. IX Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, “b”, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC. (RE 606107, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe231 DIVULG 2211 2013 PUBLIC 25112013) (grifos nosso). 7. O sobredito julgado tido como precedente é análogo ao caso aqui tratado, uma vez que lá também se discutiu a não incidência de COFINS sobre as cessões onerosas de crédito de ICMS, exatamente como ocorre no caso em tela. 8. Nesse esteio, referido precedente pretoriano tem força vinculativa para este julgador, nos exatos termos do que prevê o art. 62, §2° do Regimento Interno do CARF, razão pela qual mister se faz dar provimento ao recurso voluntário em análise. Aliás, assim já decidiu a Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Tribunal, in verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Fl. 219DF CARF MF Processo nº 11080.010961/200861 Acórdão n.º 3402006.613 S3C4T2 Fl. 470 5 Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 CESSÃO ONEROSA DE CRÉDITO DE ICMS A TERCEIRO. BASE DE CÁLCULO DA COFINS. NÃO INCIDÊNCIA Nos termos do art. 62, §2º do Anexo II do RICARF/2015, em obediência à decisão plenária do STF, no julgamento do RE 606.107, não há que se falar em incidência de PIS e Cofins sobre os valores recebidos a título de cessão onerosa a terceiros de créditos de ICMS provenientes de exportação. (Acórdão CARF n. 9303006.890). 9. Patente está, portanto, a procedência do recurso voluntário interposto. Dispositivo 10. Diante do exposto, dou provimento ao recurso voluntário interposto. 11. É como voto. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Fl. 220DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13706.000415/2007-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF
Ano-calendário: 2001
IRRF. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Aplica-se ao pedido
de restituição do IRRF retido a título de antecipação do devido na declaração de ajuste anual o prazo decadencial previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, contado a partir da data da ocorrência do fato gerador, que, no caso, concretiza-se no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário.
Numero da decisão: 2101-001.885
Decisão: Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em NEGAR
provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Ano-calendário: 2001 IRRF. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Aplica-se ao pedido de restituição do IRRF retido a título de antecipação do devido na declaração de ajuste anual o prazo decadencial previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, contado a partir da data da ocorrência do fato gerador, que, no caso, concretiza-se no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1603; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T1 Fl. 1 1 S2C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13706.000415/200762 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2101001.885 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 19 de Setembro de 2012 Matéria IRPF Recorrente MARLY THEREZINHA DE ANDRADE MARQUES DA ROCHA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 2001 IRRF. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Aplicase ao pedido de restituição do IRRF retido a título de antecipação do devido na declaração de ajuste anual o prazo decadencial previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, contado a partir da data da ocorrência do fato gerador, que, no caso, concretizase no dia 31 de dezembro de cada anocalendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gilvanci Antôno de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage. Fl. 44DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão proferida pela 2ª. Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) no Rio de Janeiro II RJ, fls. 31/33, que não reconheceu o direito creditório relativo à restituição de IRRF, anocalendário 2001, em virtude de a contribuinte ser portadora de doença grave. O pleito, protocolado em 07/02/2002, fl.2, foi inicialmente apreciado pela DRF/Derat – Rio de Janeiro, fls.16, que considerou atingido pela decadência, por força do disposto no Inciso I, do artigo 168 da Lei nº 5.172/66 – CTN. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, que foi indeferida pela DRJ, conforme Acórdão de fls. 31/33, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 2001 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição de imposto de renda retido indevidamente na fonte extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. A ciência do Acórdão ocorreu em 19/08/2010, AR de fl. 37. Em 30/08/2010 a interessada protocolou recurso voluntário (fls. 38), identificando o assunto como Pedido de Restituição Ano 2002, onde informa que houve equívoco quanto ao ano de 2001, sendo sabedora de que não teria direito quanto a esse último. Ao final requer seja efetuada à restituição relativa ao ano de 2002. É o relatório. Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. De início, em sede de preliminar, fazse necessária a análise do decurso de prazo para interposição do pedido. In casu, o pedido foi interposto em 07/02/2007, fl. 02, cujo motivo recebeu a seguinte informação: “Isenção do Imposto de Renda por motivo de doença grave (amparada por Lei) Referente ao exercício 2001 – anocalendário 2001.” Fl. 45DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13706.000415/200762 Acórdão n.º 2101001.885 S2C1T1 Fl. 2 3 No caso do IRRF, por se tratar de tributo cujo fato gerador é complexivo, mister considerarse como termo a quo do prazo de 05 (cinco) anos previsto no art. 168, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), data que efetivamente concretizado o fato gerador, qual seja, o dia 31 de dezembro do respectivo anocalendário. Compulsandose os autos, verificase que, de fato, na impugnação (fls.28), e também nesta fase recursal, não se fez juntar qualquer documento em contraposição à informação de que o pedido foi apresentado com equívoco. Não há sequer declaração retificadora alusiva ao anocalendário 2002. O que se tem de concreto é o pedido de restituição concernente ao anocalendário 2001. Em face do exposto, entendo que a decisão recorrida não merece reparo, a cujos fundamentos me reporto e adoto como razões de decidir. Dessa forma, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário. Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 46DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10821.000600/2009-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 08/02/2005 a 30/11/2005
AGÊNCIA MARÍTIMA REPRESENTANTE DE TRANSPORTADOR ESTRANGEIRO. PRESTAÇÃO INTEMPESTIVA DE INFORMAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA.
A agência de navegação marítima representante no País de transportador estrangeiro responde por irregularidade na prestação de informações que estava legalmente obrigada a fornecer à Aduana nacional.
INFORMAÇÃO SOBRE O EMBARQUE. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO. CONDUTA DESCRITA NO ART. 107, INCISO IV, ALÍNEA E, DO DECRETO-LEI Nº 37/66.
O registro, no Siscomex, dos dados pertinentes ao embarque da mercadoria objeto de exportação, fora do prazo previsto na legislação de regência, tipifica a infração prevista na alínea e do inciso IV do art.107 do Decreto-Lei nº 37/66, sujeitando-se à penalidade correspondente.
Numero da decisão: 3301-006.047
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para excluir as multas aplicadas nos casos sujeitos a despacho pós-embarque em que as informações foram prestadas dentro do prazo de dez dias.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Presidente
(assinado digitalmente)
Liziane Angelotti Meira Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Candido Brandão Junior, Marco Antônio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 08/02/2005 a 30/11/2005 AGÊNCIA MARÍTIMA REPRESENTANTE DE TRANSPORTADOR ESTRANGEIRO. PRESTAÇÃO INTEMPESTIVA DE INFORMAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. A agência de navegação marítima representante no País de transportador estrangeiro responde por irregularidade na prestação de informações que estava legalmente obrigada a fornecer à Aduana nacional. INFORMAÇÃO SOBRE O EMBARQUE. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO. CONDUTA DESCRITA NO ART. 107, INCISO IV, ALÍNEA E, DO DECRETO-LEI Nº 37/66. O registro, no Siscomex, dos dados pertinentes ao embarque da mercadoria objeto de exportação, fora do prazo previsto na legislação de regência, tipifica a infração prevista na alínea e do inciso IV do art.107 do Decreto-Lei nº 37/66, sujeitando-se à penalidade correspondente.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para excluir as multas aplicadas nos casos sujeitos a despacho pós-embarque em que as informações foram prestadas dentro do prazo de dez dias. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Candido Brandão Junior, Marco Antônio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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PRESTAÇÃO INTEMPESTIVA DE INFORMAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. A agência de navegação marítima representante no País de transportador estrangeiro responde por irregularidade na prestação de informações que estava legalmente obrigada a fornecer à Aduana nacional. INFORMAÇÃO SOBRE O EMBARQUE. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO. CONDUTA DESCRITA NO ART. 107, INCISO IV, ALÍNEA ‘E’, DO DECRETOLEI Nº 37/66. O registro, no Siscomex, dos dados pertinentes ao embarque da mercadoria objeto de exportação, fora do prazo previsto na legislação de regência, tipifica a infração prevista na alínea ‘e’ do inciso IV do art.107 do Decreto Lei nº 37/66, sujeitandose à penalidade correspondente. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para excluir as multas aplicadas nos casos sujeitos a despacho pósembarque em que as informações foram prestadas dentro do prazo de dez dias. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 1. 00 06 00 /2 00 9- 12 Fl. 339DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 340 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Candido Brandão Junior, Marco Antônio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório do Acórdão da DRJ/SP1, (fls. 126/135): Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 01/12/2009, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência da multa por registro intempestivo dos dados de embarque, em operação de exportação , preceituada no art. 15, 17, 24, 27, 30 a 32, 36 a 43, 52 a 55, 59 a 60 do Decreto 4.543/02, no art. 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833/03 e art. 37 da Instrução Normativa SRF nº 28, de 27/04/1994, com a redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 1.096/2010. Relata a autoridade fiscal que as mercadorias despachadas através das DDE’s relacionadas às fls. 95/97 foram embarcadas em navios descritos na mesma listagem, sempre com mais de 07 (sete) dias contados da data do efetivo embarque. Assim, pelo fato de não ter registrado no Siscomex os dados de embarque daquelas mercadorias, na forma e prazo estabelecidos no art. 37 da Instrução Normativa SRF nº 28, de 27/04/1994, o contribuinte foi autuado para exigência da multa prevista no inciso IV, item “e” do art. 107, do Decretolei nº 37/66, alterado pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/03, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por evento infracional. Ao todo foram 92 registros intempestivos (v. fls. 95/97), sendo que a multa aplicada (por DDE) totalizou o valor de R$ 460.000,00 (quatrocentos e sessenta mil reais) para o Auto de Infração. Ciente do teor do Auto de Infração, e inconformada com o mesmo, a autuada apresentou sua peça impugnatória às fls. 109/114 , cujos principais argumentos podem ser assim descritos: 01 Por razões alheias à vontade da Impugnante, como o atraso das informações que deveriam ser prestadas pelos exportadores, as referidas DDEs não puderam ser entregues dentro do prazo estabelecido. Resta, portanto, demonstrado que a Impugnante não deixou de prestar informações sobre veiculo ou carga nele transportada. Apenas o fez com atraso, hipótese diferente da prevista na penalidade cominada. 02 Alega ilegitimidade passiva , por entender que não lhe pode ser cominada a penalidade prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei n° 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03, já que a Impugnante não reveste a condição, Fl. 340DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 341 3 conforme o relato fiscal, de transportador internacional legal no Pais, ou seja, a Impugnante não é empresa transportadora que promova transporte nacional ou internacional e nem é prestadora de serviços de transporte internacional ou agente de carga, mas apenas uma agência de navegação que tem por fim prover todas as necessidades do navio no porto de destino. 03 – Alega ter direito ao benefício do instituto da denúncia espontânea, pois que a prestação de informações foi feita antes do início de qualquer procedimento administrativo. 04 Se devida fosse a multa, entende que esta deveria ser aplicada uma única vez por veiculo transportador, pela omissão de não prestar as informações exigidas na forma e no prazo estipulados. Por meio do Acórdão no 1644.20223ª Turma da DRJ/SP1, julgouse improcedente a impugnação com a seguinte Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 08/02/2005 a 30/11/2005 MULTA POR REGISTRO INTEMPESTIVO DE DADOS DE EMBARQUE. Aplicase a multa por registro intempestivo dos dados de embarque no Siscomex, relativamente a despachos de exportação, quando o mesmo ocorrer além do prazo de sete dias, em face da nova redação do art. 37 da IN SRF nº 28/94, dada pela IN SRF no 1.096/ 2010, ao amparo da retroatividade benigna prevista na alínea “b” do inciso II do art. 106 do CTN. A base legal para a penalidade encontrase consubstanciada no art. 107 do DecretoLei nº 37/66, inciso IV, alínea “e”. A multa é calculada por embarque em veículo transportador. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 08/02/2005 a 30/11/2005 ILEGITIMIDADE PASSIVA. Por expressa determinação legal, o Agente marítimo, no caso de também ser o representante do transportador estrangeiro no País, é responsável solidário com este, com relação à eventual exigência de tributos e penalidades decorrentes da prática de infração à legislação aduaneira. Derrogação da Súmula 192 do extinto Tribunal Federal de Recursos. DecretoLei nº 37/66, art. 32, com redação dada pelo DecretoLei nº 2.472/88 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 08/02/2005 a 30/11/2005 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Em relação à figura da denúncia espontânea, contemplada no art. 138 do CTN, e, no art. 102 do DecretoLei nº 37/66, frisese a sua inaplicabilidade ao fato, porque, juridicamente, somente é possível haver denúncia espontânea de fato desconhecido pela autoridade, o que não é o caso em relação ao registro com atraso, no Siscomex, dos dados pertinentes ao embarque da mercadoria, que se torna ostensivo com o decurso do prazo para tal fixado. Fl. 341DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 342 4 A Recorrente apresentou Recurso Voluntário (fls. 152/160), que teve provimento por meio do Acórdão no 3801003.254– 1ª Turma Especial (fls.183/191), com a seguinte Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 08/02/2005 a 30/11/2005 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO ÀS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INTEMPESTIVIDADE NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Aplicase o instituto da denúncia espontânea às obrigações acessórias de caráter administrativo cumpridas intempestivamente, mas antes do início de qualquer atividade fiscalizatória, relativamente ao dever de informar, no Siscomex, os dados referentes ao embarque de mercadoria destinada à exportação. Recurso Voluntário Provido. Cientificada do acórdão mencionado, o Representante da Fazenda Nacional apresentou Recurso Especial (fls. 193/199 ), suscitando divergência quanto à exoneração da penalidade em comento por aplicação da denúncia espontânea prevista no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37/1966, com a nova redação dada pela Lei no 12.350, de 2010. O recurso foi admitido por intermédio de Despacho 3100390 – 1ª Câmara (fls 201/202), e a Recorrente apresentou contrarrazões (fls 207/215). O Recurso Especial foi provido em parte, por meio do Acórdão no 9303003.590– 3ª Turma (fls. 256/264) com a seguinte Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 08/02/2005 a 30/11/2005 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento de deveres instrumentais, como os decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37/1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Recurso Especial Provido em Parte. Determinouse ainda na referida decisão o seguinte (fl. 264) Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso interposto pela Fazenda Nacional, para considerar inaplicável ao caso a denúncia espontânea, devendo o processo retornar à instância a quo para apreciação das demais questões trazidas no recurso voluntário e que não foram objeto de deliberação por aquele Colegiado." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, dáse provimento parcial ao recurso interposto pela Fazenda Nacional, Fl. 342DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 343 5 para considerar inaplicável ao caso a denúncia espontânea, devendo o processo retornar à instância a quo para apreciação das demais questões trazidas no recurso voluntário e que não foram objeto de deliberação por aquele Colegiado. Dessarte, conforme determinado pelo acórdão referido, os autos do processo em referência foram reencaminhados a esta Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para apreciação das questões trazidas no Recurso Voluntário do Recorrente que não foram objeto de deliberação. Por meio da Resolução no. 3301000.506 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, esta turma solicitou à unidade de origem que emitisse relatório evidenciando, em relação a cada a penalidade aplicada, as seguintes informações: 1. a modalidade de despacho de adotada pela Recorrente; 2. a data de embarque; 3. a data de registro da declaração de exportação; e 4. a data de registro dos dados de embarque no Siscomex. Determinouse também que, após concluídas as diligências, a unidade de origem deveria cientificar o contribuinte do relatório elaborado, dandolhe prazo de 30 dias para se pronunciar. A Recorrente se manifestou sobre a diligência às fls. 318/321. É o relatório. Voto Conselheira Liziane Angelotti Meira O recurso voluntário foi tempestivo e atendeu aos demais pressupostos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. No Recurso Voluntário (fls. 152/160) a Recorrente alegou em síntese os seguintes itens: I DA TEMPESTIVIDADE II. DO LANÇAMENTO III. DA DECISÃO RECORRIDA IV. DA ANÁLISE DOS FATOS V. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA Sobre o item I, já houve manifestação conhecendo o Recurso. No item II, a Recorrente faz referência à infração e à respectiva penalidade constantes do Auto de Infração. No item III, é transcrita a ementa decisão recorrida. Fl. 343DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 344 6 No item IV, questionase a multa aplicada, defendendo inexistência de infração, e, por outro lado, havendo a infração, alegase que estaria configurada sua ilegitimidade, além da denúncia espontânea. Tendo em conta que nesta decisão não cabe se manifestar sobre a denúncia espontânea, colacionamos os demais aspectos deste item do Recurso Voluntário: 6. Contudo, é ainda absurda a imposição da multa pretendida pela fiscalização sob o pressuposto de registro intempestivo de dados de embarque, ausência de ilegitimidade passiva e inaplicabilidade da denúncia espontânea contemplada no art. 138 do CTN e no art. 102 do DecretoLei nº 37/66, com base no Art. 107, inc. IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37/66, com redação dada pelo Art. 77 da Lei nº 10.833/2003, que dispõe, in verbis: "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga;" 7. Estabelece o artigo 3º da IN SRF nº 28, de 27 de abril de 1994 que: "Art. 3º O despacho de exportação terá por base declaração formulada pelo exportador ou por seu mandatário, assim entendido o despachante aduaneiro ou o empregado, funcionário ou o servidor especificamente designado." 8. Salientase que tendo a autoridade aduaneira se baseado, para aplicação da respectiva penalidade, no art. 37 da IN SRF nº 28, de 27/04/1994, com redação dada pelo art. 1º da Instrução Normativa RFB nº 1096, de 13/12/2010, contrariou o disposto no art. 56, da referida IN SRF nº 28/94, já que o art. 37 estabelece o prazo de 07 (sete) dias para o transportador efetuar o registro no Siscomex dos dados pertinentes ao embarque da mercadoria, enquanto que o inciso III do art. 56 confere o prazo de até 10(dez) dias contado após a conclusão do embarque ou transposição de fronteira, para o exportador efetuar a declaração para o despacho aduaneiro de exportação. 9. Consequentemente, a informação relativa ao embarque no Siscomex só pode ser levada a efeito pelo transportador após o exportador efetuar o registro da respectiva declaração de exportação. Considerando que o exportador tem prazo, devidamente autorizado pela norma de regência, superior a 07 (sete) dias para a realização do despacho, após o embarque, há que se concluir que, para estes casos, não se pode aplicar o disposto no art. 37 da IN SRF nº 28/94 , com pretende a fiscalização aduaneira, haja vista a clara incompatibilidade entre os prazos definidos nos respectivos comandos normativos, o que torna insubsistente o crédito tributário total exigido. Fl. 344DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 345 7 10. Caso pudesse considerar como infração a conduta da Recorrente, hipótese que se cogita apenas para argumentar, ainda assim não seria cabível a aplicação de qualquer penalidade, iso porque a Recorrente não é empresa transportadora de mercadorias e nem tampouco empresa de transporte internacional expresso portaaporta ou agente de carga A Recorrente é tão somente uma agência marítima que se destina a atender as necessidade do navio no porto de destino. (...) 15. Ainda, não pode prosperar o entendimento do v. Acórdão de que evidenciase, no caso, a responsabilidade do agente marítimo, quando tal agente tem atuação no País, como representante do transportador marítimo estrangeiro, uma vez que esta tem que estar prevista em lei e o agente marítimo não é responsável solidário, vez que lei assim não estabeleceu. 16. Neste diapasão, encontrase sedimentada jurisprudência do extinto, mas sempre Egrégio Tribunal Federal de Recursos e do Colendo Superior Tribunal de Justiça com fulcro no artigo 121, parágrafo único, inciso II, do Código Tributário Nacional, Lei Complementar. Reza o artigo 121, parágrafo único, inciso II, do CTN: "Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal dizse: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei." 17. Portanto, o agente marítimo é consoante o art. 4o da IN RFB 800/2007 representante da empresa de navegação, mas não responsável solidário com este com relação à eventual exigência de penalidades decorrentes de infração à legislação aduaneira. 18. Assim, se o legislador ordinária pretendesse impor a penalidade em discussão à agência marítima, o teria feito de forma expressa, e se não o fez não cabe ao intérprete fazêlo, em respeito ao princípio da tipicidade fechada que norteia direito tributário brasileiro. Por sua vez, no item V, a Recorrente apresenta seus argumentos relativos à ilegitimidade de sua autuação como responsável, transcrevemos: 19. A Recorrente também não pode ser cominada a penalidade prevista na alínea "e", do Inciso IV, do art. 107 do DecretoLei no 37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/03, já que a Recorrente, agente de navegação, não reveste a condição de empresa de transporte internacional e nem é prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta ou Fl. 345DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 346 8 agente de carga, mas apenas, uma agência marítima que tem por fim promover todas as necessidades do navio no porto de destino. 20. Com efeito, qualquer equiparação de uma agência de navegação à uma empresa de transporte internacional ou a uma prestadora de serviços de transporte internacional expresso porta aporta ou agente de carga para efeito de cominação da penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decreto Lei no 37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/03, caracteriza, para todos os efeitos legais, extrapolação do poder de regulamentar da autoridade administrativa. 21. Neste diapasão, segue a IN nº 800/2007, que em seu art. 4º estabelece: "Art. 4º A empresa de navegação é representada no País por agência de navegação, também denominada agência marítima. § 1º Entendese por agência de navegação a pessoa jurídica nacional que represente a empresa de navegação em um ou mais portos no País. § 2º A representação é obrigatória para o transportador estrangeiro. § 3º Um transportador poderá ser representado por mais de uma agência de navegação, a qual poderá representar mais de um transportador." 22. Ainda, preceitua o art. 5ºda IN nº 800/2007 que: "Art. 5º As referências nesta Instrução Normativa a transportador abrangem a sua representação por agência de navegação ou por agente de carga." 23. Portanto, nem o comando legal mencionado, . 107, inciso IV, alínea "e" do DecretoLei no 37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/03, e nem tampouco a IN nº 800/2007, que por aquele deveria estar autorizada, imputam a responsabilidade solidária à agência marítima, mormente no que tange à penalidade pretendida pela fiscalização. 24. Consequentemente, representação não se confunde com responsabilidade solidária para fins tributários, daí porque às agências marítimas, como no caso da Recorrente, não pode ser imputada a multa prevista pelo art. 107, inciso IV, alínea "e" do DecretoLei no 37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/03. 25. E, nesse sentido, decidiu pela ilegitimidade passiva das agências marítimas, no Recurso Voluntário no 506.150, processo no 10711.003636/200644, a 2a Turma Ordinária, 1a Câmara, da 3a Seção, do Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 26. A lei e a jurisprudência não dispõem responsabilidade à agência de navegação no que tange à assunção de ônus pertinente à multa estabelecida pelo art. 107, inciso IV, alínea "e" do DecretoLei no 37/66, com redação dada pelo Art. 77 da Lei no Fl. 346DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 347 9 10.833/03, sendo esta única e exclusivamente de responsabilidade da empresa transportadora. 27. Consequentemente, qualquer equiparação de uma agência de navegação à uma empresa de transporte internacional para efeito de cominação da penalidade pretendida pela fiscalização, caracteriza, para todos os efeitos legais, extrapolação do poder de regulamentar da autoridade administrativa. A peça básica, no seu relato fiscal, chama a agência de navegação de uma companhia de navegação, quando assim a identifica no auto de infração. 28. Ademais, exige a legislação de regência a identificação do sujeito passivo, art. 142 do CTN, no caso, a pessoa do transportador, o que não se acha devidamente esclarecido na peça fiscal. De se dizer que o auto de infração, por si só, não traz qualquer informação capas de ao menos, contribuir para a identificação do transportador. 29. Ainda há que se considerar, conforme se depreende da parte final do caput do art. 9o do Decreto no. 70.235/72, que os autos de infração deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. 30. Portanto, as ações da fiscalização devem estar devidamente consubstanciadas por provas que sustentem o fato acusado, o que no caso do presente auto de fato não aconteceu. 31. Dessa forma, ao se pesquisar sobre a pessoa que atuou na condição de transportador para fins de aplicação da norma disposta, respectivamente nos art. 37 e 32, ambos do DecretoLei no 37/66, ficase diante dos autos que integram o presente processo, sem a devida resposta, uma vez que dito os autos nada informaram a respeito. 32. Assim, não procede o ato administrativo do lançamento que imputa sujeição passiva sem carrear aos autos prova dessa condições. Inúmeras decisões nesse sentido há estão sendo proferidas pela 1a Turma de Julgamento da DRJ/FNS. Alega a Recorrente, no subitem 8 do item IV do Recurso Voluntário, a incompatibilidade entre o art. 37 da IN SRF nº 28, de 27/04/1994, com redação dada pelo art. 1º da Instrução Normativa RFB nº 1096, de 13/12/2010 (que prevê um prazo de sete dias para o registro dos dados de embarque), e o art. 56 do mesmo diploma normativo (o qual prevê um prazo de até dez dias contados do embarque ou da transposição da fronteira para registro da declaração de exportação no Siscomex). Sobre essa questão, anotese que a alegação não consta da impugnação (fls 109/114) e, conseqüentemente, houve preclusão consumativa. Contudo, vale ter presente que a alegação não prospera também pelo seu mérito. O art. 56 da IN SRF nº 28/94 prevê prazo específico de despacho pós embarque para os bens constantes do art. 52 do mesmo ato normativo; o prazo de dez dias é para registro da declaração de exportação e início do despacho aduaneiro de exportação. O objetivo da declaração de exportação, que deve ser prestada em regra pelo exportador e antes do embarque, é iniciar o despacho de exportação, permitir o gerenciamento Fl. 347DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 348 10 das informações pelo Siscomex, a conferência aduaneira e o desembaraço. Na declaração de exportação, são fornecidas informações com foco na fiscalização da mercadoria. Contudo, nos casos previstos no art. 52 da IN SRF nº 28/94, seja porque são vendas no mercado interno a não residente, seja porque se trata de lojas francas, combustível ou outros casos a critério do chefe da unidade local da RFB, permitiuse que a declaração de exportação fosse registrada depois do embarque. Outra situação é a prestação de informação sobre o embarque das mercadorias exportadas, que cabe ao transportador, agente de carga ou qualquer pessoa que, em nome do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos. A prestação dessa informação serve para o Fisco conhecer e controlar o fluxo internacional de mercadorias, gerenciar esses dados e verificar eventuais desvios, descaminhos, contrabandos. Portanto, as informações constantes da declaração de exportação e a informação sobre o embarque são distintas, com finalidades diversas e com regimes jurídicos, inclusive prazos, distintos. Ou seja, o prazo para a declaração de exportação nada tem que ver com o prazo para informação do embarque. Dessarte, no presente caso, correta a aplicação da penalidade por descumprimento do prazo previsto no art. 37 da IN SRF nº 28/94, conforme consta do Auto de Infração. Do Termo de Diligência Fiscal, verificase a data em que foram registrados, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, especialmente a adoção de despacho a posteriori (fl. 309/311 ): 1.b. Modalidade de despacho adotada nos demais itens: Procedimento especial autorizado pelo art. 52 da IN SRF n.º 28/1994, com a redação dada pela IN SRF n.º 510, de 14/02/2005 (“O registro da declaração para despacho aduaneiro de exportação, no SISCOMEX, poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria ...”), conforme discriminação a seguir. Fl. 348DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 349 11 Fl. 349DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 350 12 O prazo, nos termos da legislação vigente, considerado no auto de infração foi de sete dias após o embarque. Contudo, verificase, nos casos de despacho pósembarque, o prazo de dez dias é para registro da Declaração de Exportação e início do Despacho Aduaneiro de Exportação. Dessa forma, nos casos sujeitos a despacho pósembarque em que as informações foram prestadas dentro do prazo de dez dias, a razão pertence à Recorrente. Para verificação do cumprimento desse prazo, deve ser considerada a informação fiscal em resposta à diligência, constante das fls. 433/434. Nos demais casos, deve ser mantida a exação. Necessário se volver à análise da lei e da legislação concernente à responsabilidade da Recorrente pela infração. O DecretoLei nº 37/66 que prevê, em seu art. 37, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003, o dever de prestar informações ao Fisco, nos seguintes termos: Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. Fl. 350DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 351 13 § 1º O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (...) (grifouse) O art. 107 do DecretoLei nº 37/66, também com redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003, prevê a multa pelo descumprimento desse dever, nos seguintes termos: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; (grifouse) No exercício da competência estabelecida pelo art. 107, IV, "e", do Decreto Lei nº 37/66, foi editada a Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, que nos seus arts. 4º e 5º, equipara ao transportador a agência de navegação representante no País de empresa de navegação estrangeira: Art. 4º A empresa de navegação é representada no País por agência de navegação, também denominada agência marítima. § 1º Entendese por agência de navegação a pessoa jurídica nacional que represente a empresa de navegação em um ou mais portos no País. § 2º A representação é obrigatória para o transportador estrangeiro. § 3º Um transportador poderá ser representado por mais de uma agência de navegação, a qual poderá representar mais de um transportador. Art. 5º As referências nesta Instrução Normativa a transportador abrangem a sua representação por agência de navegação ou por agente de carga. (grifouse) No caso em pauta, tratandose de infração à legislação aduaneira e tendo em vista que a Recorrente concorreu para a prática da infração, necessariamente, ela responde pela correspondente penalidade aplicada, de acordo com as disposições sobre responsabilidade por infrações constantes do inciso I do art. 95 do DecretoLei nº 37, de 1966: Art. 95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; (...). O art. 135, II, do CTN determina que a responsabilidade é exclusiva do infrator em relação aos atos praticados pelo mandatário ou representante com infração à lei. Em consonância com esse comando legal, determina o caput do art. 94 do Decretolei n° 37/66 que constitui infração aduaneira toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que “importe Fl. 351DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 352 14 inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste Decretolei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos”. Por sua vez, em relação à Súmula 192 do extinto TRF, trazida pela Recorrente, perfilhase a conclusão constante do Acórdão no 1644.20223ª Turma da DRJ/SP1 (fls. 130/131), de que essa Súmula, anterior à atual Constituição Federal, encontrase superada porque em desacordo com a evolução da legislação de regência. Com o advento do Decreto Lei nº 2.472/1988, que deu nova redação ao art. 32 do DecretoLei nº 37/1966, o representante do transportador estrangeiro no País foi expressamente designado responsável solidário pelo pagamento do imposto de importação. Nesse mesmo sentido, a responsabilidade solidária por infrações passou a ter previsão legal expressa e específica com a Lei nº 10.833/2003, que estendeu as penalidades administrativas a todos os intervenientes nas operações de comércio exterior. Dessa forma, na condição de representante do transportador estrangeiro, a Recorrente estava obrigada a prestar as informações no Siscomex . Ao descumprir esse dever, cometeu a infração capitulada na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei n° 37, de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, e, com supedâneo também no do inciso I do art. 95 do Decretolei nº 37, de 1966, deve responder pessoalmente pela infração em apreço. Transcrevese Ementa de decisão do CARF no mesmo sentido, Acórdão n° 3401003.884: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 04/01/2004 a 18/12/2004 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INFORMAÇÃO DE EMBARQUE. SISCOMEX. TRANSPORTADOR ESTRANGEIRO. RESPONSABILIDADE DA AGÊNCIA MARÍTIMA. REPRESENTAÇÃO. A agência marítima, por ser representante, no país, de transportador estrangeiro, é solidariamente responsável pelas respectivas infrações à legislação tributária e, em especial, a aduaneira, por ele praticadas, nos termos do art. 95 do Decretolei nº 37/66. LANÇAMENTO. DESCRIÇÃO DOS FATOS. CLAREZA. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Descritas com clareza as razões de fato e de direito em que se fundamenta o lançamento, atende o auto de infração o disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, permitindo ao contribuinte que exerça o seu direito de defesa em plenitude, não havendo motivo para declaração de nulidade do ato administrativo assim lavrado. INFORMAÇÃO SOBRE O EMBARQUE. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO. CONDUTA DESCRITA NO ART. 107, INCISO IV, ALÍNEA ‘E’, DO DECRETOLEI Nº 37/66. O contribuinte que presta informações fora do prazo sobre o embarque de mercadorias para exportação incide na infração tipificada no art. 107, inciso IV, alínea ‘e’, do Decretolei nº 37/66, sujeitandose à penalidade correspondente. Recurso voluntário negado. (grifei) Consignase, por fim, que esse entendimento é amplamente adotado na jurisprudência recente deste Conselho, conforme se depreende das seguintes Acórdãos: no 3401003.883; no 3401003.882 ; no 3401003.881; no 3401002.443; no 3401002.442; no 3401002.441, no 3401002.440; no 3102001.988; no 3401002.357; e no 3401002.379. Fl. 352DF CARF MF Processo nº 10821.000600/200912 Acórdão n.º 3301006.047 S3C3T1 Fl. 353 15 Considerando que foi demonstrada a infração e a legitimidade passiva da Recorrente para responder pela multa capitulada na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei n° 37, de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, mas que também devem ser excluídas as multas aplicadas nos casos sujeitos a despacho pós embarque em que as informações foram prestadas dentro do prazo de dez dias, voto dar provimento parcial ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Relatora Fl. 353DF CARF MF
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Numero do processo: 13840.720835/2014-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008
CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS À SEGURIDADE SOCIAL. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COM REPERCUSSÃO GERAL. RICARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO.
1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do inc. IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (RE nº 595.838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014).
2. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543-B e 543-C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código de Processo Civil vigente, deverão ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
3. Diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento.
Numero da decisão: 2402-007.157
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sergio da Silva, Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada), Luis Henrique Dias Lima, Wilderson Botto (Suplente Convocado) e Gregorio Rechmann Junior. Ausente a conselheira Renata Toratti Cassini, substituída pelo conselheiro Wilderson Botto (Suplente Convocado).
Nome do relator: DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008 CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS À SEGURIDADE SOCIAL. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COM REPERCUSSÃO GERAL. RICARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do inc. IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (RE nº 595.838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014). 2. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543-B e 543-C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código de Processo Civil vigente, deverão ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 3. Diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sergio da Silva, Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada), Luis Henrique Dias Lima, Wilderson Botto (Suplente Convocado) e Gregorio Rechmann Junior. Ausente a conselheira Renata Toratti Cassini, substituída pelo conselheiro Wilderson Botto (Suplente Convocado).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1824; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13840.720835/201443 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 2402007.157 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 9 de abril de 2019 Matéria CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS À SEGURIDADE SOCIAL. RETENÇÃO POR SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS ATRAVÉS DE COOPERATIVAS DE TRABALHO Recorrente SULAMERICANA INDUSTRIAL LIMITADA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/11/2008 CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS À SEGURIDADE SOCIAL. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COM REPERCUSSÃO GERAL. RICARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do inc. IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (RE nº 595.838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014). 2. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código de Processo Civil vigente, deverão ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 3. Diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 0. 72 08 35 /2 01 4- 43 Fl. 150DF CARF MF Processo nº 13840.720835/201443 Acórdão n.º 2402007.157 S2C4T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sergio da Silva, Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada), Luis Henrique Dias Lima, Wilderson Botto (Suplente Convocado) e Gregorio Rechmann Junior. Ausente a conselheira Renata Toratti Cassini, substituída pelo conselheiro Wilderson Botto (Suplente Convocado). Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na Sistemática dos Recursos Repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015. Nessa perspectiva, adotamos o relatório objeto do Acórdão nº 2402007.150 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 9 de abril de 2019, proferido no âmbito do processo n° 10865.001232/201049, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2402007.150 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada em resistência ao lançamento de ofício das contribuições previdenciárias devidas pela empresa incidentes sobre o valor bruto das notas fiscais ou faturas de prestação de serviços, relativamente aos serviços que lhe foram prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. Devidamente intimado da decisão de Primeira Instância, o Contribuinte interpôs recurso voluntário pugnando pela improcedência do Lançamento. É o relatório." Voto Conselheiro Denny Medeiros da Silveira Relator. Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Assim sendo, ao presente litígio aplicase a decisão de mérito plasmada no Acórdão nº 2402007.150 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 9 de abril de 2019, proferido no âmbito do processo n° 10865.001232/201049, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevemos, a seguir, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pelo Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci, digno Relator da decisão paradigma suso citada, reprisese, Acórdão nº 2402007.150 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 9 de abril de 20. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 13840.720835/201443 Acórdão n.º 2402007.157 S2C4T2 Fl. 4 3 Acórdão nº 2402007.150 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária "1. Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo legal de trinta dias, e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2. Da declaração de inconstitucionalidade O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código de Processo Civil ora vigente, deverão ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Até pelo uso do verbo (deverão), vêse que se trata de norma cogente, de aplicação obrigatória por parte do Conselheiro. É sabido, ademais, que a tradição jurídica brasileira adotou a tese da nulidade absoluta do ato inconstitucional. Isto é, prevalece o entendimento segundo o qual são absolutamente nulos os atos normativos contrários à lei fundamental, pois tais atos são repudiados pela necessidade de se preservar o princípio da supremacia da Constituição e, consequentemente, a unidade da ordem jurídica nacional. Tomandose de empréstimo a assertiva do Min. Celso de Mello (STF, ADI 652), "esse postulado fundamental de nosso ordenamento normativo impõe que preceitos revestidos de menor grau de positividade jurídica guardem, necessariamente, relação de conformidade vertical com as regras inscritas na Carta Política, sob pena de sua ineficácia e de sua completa inaplicabilidade". Daí, porque, nas palavras do citado Ministro: – Atos inconstitucionais são, por isso mesmo, nulos e destituídos, em conseqüência, de qualquer carga de eficácia jurídica. – A declaração de inconstitucionalidade de uma lei alcança, inclusive, os atos pretéritos com base nela praticados, eis que o reconhecimento desse supremo vício jurídico, que inquina de total nulidade os atos emanados do Poder Público, desampara as situações constituídas sob sua égide e inibe – ante a sua inaptidão para produzir efeitos jurídicos válidos – a possibilidade de invocação de qualquer direito. – A declaração de inconstitucionalidade em tese encerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competência de rejeição deferida ao Supremo Tribunal Federal, consiste em remover do ordenamento positivo a manifestação estatal inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as conseqüências daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia da lei e das normas afetadas pelo ato declarado inconstitucional. Esse poder excepcional – que extrai a sua autoridade da própria Fl. 152DF CARF MF Processo nº 13840.720835/201443 Acórdão n.º 2402007.157 S2C4T2 Fl. 5 4 Carta Política – converte o Supremo Tribunal Federal em verdadeiro legislador negativo. No caso concreto, vêse que o lançamento tem como fato gerador a prestação de serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, conforme previsto no inc. IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99, que era assim redigido: Lei nº 8.212/91 Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: [...] IV quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). (Execução suspensa pela Resolução nº 10, de 2016) Ocorre que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do citado dispositivo (RE nº 595.838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014). Segue a ementa da decisão: EMENTA Recurso extraordinário. Tributário. Contribuição Previdenciária. Artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. Sujeição passiva. Empresas tomadoras de serviços. Prestação de serviços de cooperados por meio de cooperativas de Trabalho. Base de cálculo. Valor Bruto da nota fiscal ou fatura. Tributação do faturamento. Bis in idem. Nova fonte de custeio. Artigo 195, § 4º, CF. 1. O fato gerador que origina a obrigação de recolher a contribuição previdenciária, na forma do art. 22, inciso IV da Lei nº 8.212/91, na redação da Lei 9.876/99, não se origina nas remunerações pagas ou creditadas ao cooperado, mas na relação contratual estabelecida entre a pessoa jurídica da cooperativa e a do contratante de seus serviços. 2. A empresa tomadora dos serviços não opera como fonte somente para fins de retenção. A empresa ou entidade a ela equiparada é o próprio sujeito passivo da relação tributária, logo, típico “contribuinte” da contribuição. 3. Os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus cooperados, não se confundem com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados. 4. O art. 22, IV da Lei nº 8.212/91, com a redação da Lei nº 9.876/99, ao instituir contribuição previdenciária incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura, extrapolou a norma do art. 195, inciso I, a, da Constituição, descaracterizando a contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos Fl. 153DF CARF MF Processo nº 13840.720835/201443 Acórdão n.º 2402007.157 S2C4T2 Fl. 6 5 do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da cooperativa, com evidente bis in idem. Representa, assim, nova fonte de custeio, a qual somente poderia ser instituída por lei complementar, com base no art. 195, § 4º com a remissão feita ao art. 154, I, da Constituição. 5. Recurso extraordinário provido para declarar a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. (RE 595838, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe196 DIVULG 07 102014 PUBLIC 08102014) (destacouse) Foi, inclusive, negada a modulação dos efeitos da decisão, conforme se vê na ementa abaixo: EMENTA Embargos de declaração no recurso extraordinário. Tributário. Pedido de modulação de efeitos da decisão com que se declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. Declaração de inconstitucionalidade. Ausência de excepcionalidade. Lei aplicável em razão de efeito repristinatório. Infraconstitucional. 1. A modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade é medida extrema, a qual somente se justifica se estiver indicado e comprovado gravíssimo risco irreversível à ordem social. As razões recursais não contêm indicação concreta, nem específica, desse risco. 2. Modular os efeitos no caso dos autos importaria em negar ao contribuinte o próprio direito de repetir o indébito de valores que eventualmente tenham sido recolhidos. 3. A segurança jurídica está na proclamação do resultado dos julgamentos tal como formalizada, dandose primazia à Constituição Federal. 4. É de índole infraconstitucional a controvérsia a respeito da legislação aplicável resultante do efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. 5. Embargos de declaração rejeitados.(RE 595838 ED, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe036 DIVULG 24022015 PUBLIC 25022015) No âmbito do legislativo, foi editada a Resolução Senado Federal nº 10/2016, para "suspender" a execução do dispositivo inconstitucional. Em sendo assim, deve ser aplicado o art. 62, § 2o, do RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 343/2015, segundo o qual as decisões definitivas de mérito do STF e do STJ, tomadas, respectivamente, em sede de repercussão geral ou recurso repetitivo devem ser reproduzidas por suas Turmas. Logo, diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser Fl. 154DF CARF MF Processo nº 13840.720835/201443 Acórdão n.º 2402007.157 S2C4T2 Fl. 7 6 dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento ora em debate. 3. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido conhecer e dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci" Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por CONHECER do Recurso Voluntário para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, cancelando se integralmente o lançamento. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Relator. Fl. 155DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.904734/2012-33
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2008
COMPENSAÇÃO. INFORMAÇÃO DA DIPJ. NECESSÁRIA.NÃO SUFICIENTE.
A informação prestada em DIPJ é condição necessária, mas não suficiente, para comprovar a existência de direito creditório decorrente de pagamento indevido ou a maior, pelo fato de ter apenas caráter informativo, e deve ser corroborado com outras provas. Exegese da Súmula CARF 92.
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito ,que alega possuir junto a Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
Numero da decisão: 1003-000.673
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Wilson Kazumi Nakayama - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Barbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça, Wilson Kazumi Nakayama e Carmen Ferreira Saraiva( (Presidente)
Nome do relator: WILSON KAZUMI NAKAYAMA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2008 COMPENSAÇÃO. INFORMAÇÃO DA DIPJ. NECESSÁRIA.NÃO SUFICIENTE. A informação prestada em DIPJ é condição necessária, mas não suficiente, para comprovar a existência de direito creditório decorrente de pagamento indevido ou a maior, pelo fato de ter apenas caráter informativo, e deve ser corroborado com outras provas. Exegese da Súmula CARF 92. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito ,que alega possuir junto a Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva - Presidente. (assinado digitalmente) Wilson Kazumi Nakayama - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Barbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça, Wilson Kazumi Nakayama e Carmen Ferreira Saraiva( (Presidente)
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INFORMAÇÃO DA DIPJ. NECESSÁRIA.NÃO SUFICIENTE. A informação prestada em DIPJ é condição necessária, mas não suficiente, para comprovar a existência de direito creditório decorrente de pagamento indevido ou a maior, pelo fato de ter apenas caráter informativo, e deve ser corroborado com outras provas. Exegese da Súmula CARF 92. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito ,que alega possuir junto a Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente. (assinado digitalmente) Wilson Kazumi Nakayama Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 47 34 /2 01 2- 33 Fl. 289DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Barbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça, Wilson Kazumi Nakayama e Carmen Ferreira Saraiva( (Presidente) Relatório Tratase de recurso voluntário em face do acórdão 1451.0714, de 24 de junho de 20124, da 13ª Turma da DRJ/RPO, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte. A Recorrente formalizou os Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (PER/DCOMP) nº 27165.21736.120310.1.3.049080, em 12/03/2010, efls. 116121, utilizandose do crédito relativo a Pagamento Indevido ou a Maior de Imposto de IRPJ relativo ao período de apuração 31/12/2007, para compensação dos débitos ali confessados. As compensações pleiteadas não foram homologadas pela DRF Joaçaba, conforme excerto abaixo colacionado do Despacho Decisório (efl. 2): Inconformada, a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, julgada pela DRJ/RPO, cujo acórdão foi assim ementado: DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO UTILIZADO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Se, do confronto entre a DIPJ e a DCTF, resultarem valores de débitos informados a maior nesta última declaração, a contribuinte deve comprovar, mediante apresentação de documentação hábil e idônea, que o erro de preenchimento se deu em relação à DCTF não à DIPJ, sob pena de não reconhecimento do direito creditório pleiteado. Fl. 290DF CARF MF Processo nº 10925.904734/201233 Acórdão n.º 1003000.673 S1C0T3 Fl. 290 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada do acórdão em 08/07/2014 (efl. 146), irresignada a Recorrente apresentou recurso voluntário em 07/08/2014 (efls. 148150), no qual alega o seguinte: Que consta no acórdão recorrido a seguinte afirmação: " Examinandose, mais detidamente, as DIPJ, verificase que a retificação foi realizada para fazer constar o IRRF no valor de R$ 18.614,57. Com isso, parte do IRPJ devido (R$ 36.318,00) foi quitada mediante antecipações, resultado no IRPJ a pagar no valor sustentado pela interessada:" Que tal assertiva não retrata a realidade, uma vez que realizou o pagamento integral dos R$ 36.318,00, como prova o documento anexo de n° 11139903156008770, com data de 31/03/2008; Que verificou, com base na DIPJ, a retenção de IRRF no valor de R$ 18.614,57, que teria sido homologado, conforme consta à fl. 05, parágrafo terceiro; Questiona porque deveria pagar R$ 17.703,43, se pagou o valor de R$ 36.318,00, e teve homologada a retenção de R$ 18.614,57? Concluiu que na verdade deveria ser creditada no valor de R$ 17.703,43; Requer ao final em acolher a comprovação do pagamento de R$ 36.318,00 e a homologação da retenção de R$ R$ 18.614,57, e por conseguinte dar provimento ao recurso interposto. É o relatório. Voto Conselheiro Wilson Kazumi Nakayama, Relator O recurso voluntário atende aos requisitos formais de admissibilidade, assim dele tomo conhecimento. Verifico que a matéria contraditória cingese a divergência entre os valores apontados em DCTF e na DIPJ. A Recorrente confessou em DCTF transmitida em 07/04/2008 relativa ao PA 31/12/2007, o valor de R$ 36.318,00, que foi pago por meio de DARF. Por outro lado, em DIPJ 2008 retificadora, transmitida em 08/08/2008, a Recorrente informa o IRPJ relativo ao PA 31/12/2007 no valor de R$ 17.703,43. Fl. 291DF CARF MF 4 A diferença entre o valor de IRPJ apurado em DCTF (R$ 36.318,00) e o valor de IRPJ a pagar na DIPJ retificadora (R$ 17.703,43) corresponde ao valor de R$ 18.614,57, que consta na linha 13 (IRRF) da Ficha 12A (efl.71). A Recorrente alega que " a retenção de IRRF no valor de R$ 18.614,57, que teria sido homologado, conforme consta à fl. 05, parágrafo terceiro". Imagino que se seja sua interpretação acerca de trecho do acórdão assim vazado: " As retenções informadas na ficha 54 da DIPJ são as que se seguem:" Segue uma tela com as informações da Ficha 54 Demonstrativo do Imposto de Renda, CSLL e Contribuições Previdenciárias Retidos em Fonte (efl. 140). Em seguida, consta no acórdão a seguinte afirmação: "Estes valores, no entanto, não são plenamente confirmados pelas DIRF transmitidas pelas fontes pagadoras" Foi juntado tela do sistema com o recolhimento de fonte. Dessa forma, forçoso reconhecer que não cabe a afirmação da Recorrente de que as retenções em fonte teriam sido "homologadas". A informação prestada em DIPJ é condição necessária, mas não suficiente, para comprovar a existência de direito creditório decorrente de pagamento indevido ou a maior, pelo fato de ter apenas caráter informativo, e deve ser corroborado com outras provas. Esse o entendimento pacificado neste Colegiado, conforme súmula vinculante abaixo transcrito: Súmula CARF nº 92 A DIPJ, desde a sua instituição, não constitui confissão de dívida, nem instrumento hábil e suficiente para a exigência de crédito tributário nela informado. Concluise portanto que não é possível confirmar o direito líquido e certo crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior apenas com informação contida na DIPJ, eis que não tem natureza jurídica de tributo lançado. Corroborando o que foi afirmado no acórdão recorrido, além da informação prestada na DIPJ, a Recorrente deveria ter apresentado para a defesa de seus interesses outras provas indispensáveis para atestar a legitimidade do direito vindicado, como Livro Diário, Livro de Apuração do Lucro Real, balancetes transcritos na sua escrita contábil, quadro analítico descritivo e detalhado do suposto crédito e as declarações fiscais do período com eles relacionados (DCTF, DACON, etc). O embasamento está no Decreto 7.574/2011, artigos 26 a 27, transcrito a seguir: Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o) Parágrafo único. Cabe à autoridade fiscal a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no caput (DecretoLei no 1.598, de 1977, art. 9o, § 2o). Fl. 292DF CARF MF Processo nº 10925.904734/201233 Acórdão n.º 1003000.673 S1C0T3 Fl. 291 5 Art. 27. O disposto no parágrafo único do art. 26 não se aplica aos casos em que a lei, por disposição especial, atribua ao sujeito passivo o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração (DecretoLei no 1.598, de 1977, art. 9o, § 3o). A obrigatoriedade de apresentação das provas pela Recorrente está arrimada no Código de Processo Civil, em seu art. 333: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Os documentos comprobatórios contábeis e fiscais são imprescindíveis, no caso de alegação de pagamento indevido ou a maior, para se comprovar o direito ao alegado crédito. A autoridade administrativa tem o dever de verificar, por exemplo, se as receitas relativas as retenções que constam no sistema do Fisco foram oferecidas a tributação, o que não é possível sem documentos contábeis e fiscais relativas ao fato. Considerando que o artigo 170 do CTN só autoriza a compensação de débitos tributários com créditos líquidos e certos dos interessados frente à Fazenda Pública; e que a Recorrente não apresentou documentos capazes de confirmar o crédito tributário vindicato, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (assinado digitalmente) Wilson Kazumi Nakayama Fl. 293DF CARF MF
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Numero do processo: 16682.900010/2014-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2013 a 31/05/2013
PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracteriza-se a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade.
Numero da decisão: 3302-006.817
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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CONCOMITÂNCIA. A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracterizase a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. Relatório Trata o presente processo do Pedido de Restituição (PER), transmitido pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a restituição de PIS. Consta no processo Despacho Decisório Eletrônico proferido pela unidade de origem, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER, sob o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 00 10 /2 01 4- 69 Fl. 425DF CARF MF Processo nº 16682.900010/201469 Acórdão n.º 3302006.817 S3C3T2 Fl. 3 2 fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 12088.962. Inconformado com a decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) A ausência de retificação de DCTF ou de qualquer outra obrigação acessória jamais poderia ser impeditivo do reconhecimento do seu direito ao crédito, na medida em que o Fisco possui outros meios de apurar a existência de eventual indébito tributário. Assim, não restam dúvidas de que a falta de retificação da DCTF não deve implicar na perda do direito ao crédito; b) Não há concomitância entre o presente processo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. A lide proposta foi no sentido de que fosse reconhecido o direito líquido e certo da recorrente não se sujeitar à incidência do PIS/Cofins sobre as receitas de interconexão, bem como para reconhecer o crédito referente a eventuais valores pagos indevidamente, relativamente a contribuições apuradas e recolhidas após a impetração do writ. O objeto da ação judicial se destina apenas às contribuições de PIS e Cofins apuradas e recolhidas após a distribuição do referido MS; c) No caso concreto, há uma divisão muito clara. Os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição. Apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Bem verdade que há certa semelhança entre as causas de pedir dos processos administrativos e judicial. Ambos estão fundados na “não incidência do PIS/COFINS sobre receitas de interconexão”. Todavia, os pedidos efetuados para se afastar o PIS e a COFINS sobre as receitas de interconexão, bem como para se reconhecer o crédito sobre pagamentos indevidos realizados envolvem a mesma discussão para períodos de apuração distintos. Frisese: os pedidos administrativos se voltam às contribuições apuradas e pagas antes da impetração do mandado de segurança. Já aquelas apuradas e pagas após o ajuizamento da ação judicial são objeto do mandado de segurança. Diante desse cenário, verificase que não há concomitância entre o mandado de segurança em curso perante o Poder Judiciário e o presente processo administrativo, tendo em vista que os períodos de apuração relativos ao crédito referente ao indébito tributário são distintos; d) Os valores recebidos pela Recorrente e repassados a outras operadoras a título de interconexão de redes não configuram receita tributável pelo PIS e COFINS, pois não se trata de “receita” auferida pela Recorrente, quer do ponto de vista jurídico, quer mesmo do ponto de vista contábil. No caso dos valores recebidos pela Recorrente e repassados a terceiros a título de interconexão de redes, o que se verifica é um mero e transitório ingresso de recursos que devem ser repassados ao terceiro que cedeu seus meios de rede à Recorrente. Não há, portanto, qualquer efetivo acréscimo patrimonial da Recorrente, porque já há um imediato e compulsório destino para aquele valor recebido, que é repassado para as outras operadoras de telecomunicação; e) A tributação nos moldes pretendidos pelo Fisco implica a tributação pelo PIS/COFINS da receita total auferida pela Recorrente pela prestação do serviço de Fl. 426DF CARF MF Processo nº 16682.900010/201469 Acórdão n.º 3302006.817 S3C3T2 Fl. 4 3 telecomunicação, incluindo a parcela que será repassada a terceiros pela interconexão de redes. E, além dessa tributação, nos termos da pretensão fiscal, haveria uma nova incidência do PIS/COFINS pelo terceiro que realiza a interconexão, no momento em que ele apropriar a receita que lhe é repassada, caracterizando o bis in idem tributário; f) A base de cálculo do PIS/COFINS não deve ser integrada por elementos estranhos à receita auferida, notadamente pelos valores que devem ser repassados a terceiros a título de interconexão de redes. Na prática, isso faz com que todo o valor pago pela Recorrente a título de PIS/COFINS sobre esses valores de interconexão de redes seja qualificado como indébito tributário, que lhe deve ser restituído. Termina o recurso requerendo o provimento para que seja reformado o acórdão recorrido, a fim de que seja deferido o pedido de restituição formulado. É o breve relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.815, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 16682.900008/201490, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.815): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise. O cerne da questão está em decidir se há concomitância entre esse processo administrativo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Para tanto, é necessário analisar os objetos dos respectivos processos. Conforme já mencionado na decisão a quo, o indébito pleiteado no Pedido de Restituição decorre, nas palavras do contribuinte, “da indevida inclusão na base de cálculo do PIS de valores referentes a ingressos de numerário em razão de contratos de interconexão, os quais não constituem "receita" da Manifestante”. Portanto, defende em processo administrativo a não incidência do PIS/COFINS sobre tarifas de interconexão. Vejamos o objeto do MS nº 002418579.2013.4.02.5101: Pela petição inicial, temos os seguintes pedidos: a) concessão de medida liminar para assegurar o direito liquido e certo da impetrante à suspensão da exigibilidade dos créditos tributários, nos termos do art. 151, IV, do CTN, das Fl. 427DF CARF MF Processo nº 16682.900010/201469 Acórdão n.º 3302006.817 S3C3T2 Fl. 5 4 contribuições ao PIS e a Cofins, sobre os meros ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza); b) determinação à Autoridade Coatora sobre o contudo da decisão liminar, bem como acerca do conteúdo do presente mandamus, para que no prazo legal, preste as informações que entender necessárias, com a posterior oitiva do representante do Ministério Público; c) Ciência à União Federal, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009; d) ao final, a concessão da segurança para confirmar a liminar requerida e assegurar o direito liquido e certo de a impetrante não se sujeitar à incidência das contribuições ao PIS e à Cofins, sobre meros ingressos apurados mensalmente pelo regime da competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza), sob pena de violação ao art. 2º da Lei nº 9,718/99 e aos arts. 5º, II; 145 § 1º; 150, I e IV e 195, I, "b" da Constituição Republicana de 1988, com a consequente compensação do indébito dessas contribuições, apurados desde a distribuição do presente writ, devidamente atualizado pela Taxa Selic, após o trânsito em julgado, nos termos dos artigos 165, 170 e 170A do CTN. A sentença de primeiro grau do Mandado de Segurança nº 002418579.2013.4.02.5101, assim decidiu: Tratase de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado por INTELIG COMUNICAÇÕES LTDA contra ato atribuído ao DELEGADO DA DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE MAIORES CONTRIBUINTES NO RIO DE JANEIRO DEMAC, objetivando a declaração de não incidência das contribuições ao PIS e à COFINS, sobre os ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela Impetrante, decorrentes de tarifas de interconexão serviços prestados pelas demais operadoras, que são posteriormente repassados àquelas congêneres, bem como a declaração do direito de compensar o indébito referente a estas contribuições, apurado desde a distribuição do writ. Sustenta, em apertada síntese, que as chamadas "tarifas de interconexão" não constituem receita, e sim meros ingressos econômicos ou financeiros, tendo cm vista que são recebidas, cm um primeiro momento, pela Impetrante, porem repassadas cm seguida às operadoras que efetivamente prestaram os serviços ao cliente usuário da Impetrante. (...) Fl. 428DF CARF MF Processo nº 16682.900010/201469 Acórdão n.º 3302006.817 S3C3T2 Fl. 6 5 Pelo exposto, com fulcro no art. 269. I, do CPC. JULGO PROCEDENTE O PEDIDO e CONCEDO A SEGURANÇA, para determinar ao Impetrado que se abstenha de exigir da Impetrante que recolha o PIS e a Cofins, incluindo na base de cálculo o valor recebido pela Impetrante e posteriormente repassado a operadora congênere, que prestou efetivamente o serviço, a título de "tarifa de interconexão", bem como para declarar o direito da Impetrante à compensação do indébito, apurado desde a distribuição do presente, na forma da lei de regência, de acordo com a modalidade escolhida pelas Impetrantes, aplicandose a SELIC como critério de atualização do indébito, vedada a cumulação com qualquer outro índice, nos termos da fundamentação supra. Analisando as razões jurídicas apresentadas na peça recursal, fico convencido da identidade das demandas administrativa e judicial, pois nas duas esferas o que se discute é a inexistência de relação jurídica tributária do PIS e da Cofins em relação as receitas de interconexão. O próprio recorrente reconhece essa congruência entre os processos administrativo e judicial. Sua alegação para afastar a concomitância se ampara no fato de que os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição, e que apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 0024185 79.2013.4.02.5101. Não comungo do entendimento no qual a concomitância é afastada pela falta de identidade entre os períodos de apuração apontados nos processos judicial e administrativo. O diferencial entre os períodos de apuração, aqueles contemplados pelo mandamus e os não contemplados, na minha visão, referese somente à possibilidade de o recorrente utilizálos para pedido de compensação antes do trânsito em julgado, por ordem judicial, conforme sua solicitação na exordial. Os demais períodos de apuração, os que foram apurados antes da distribuições do writ, deverão esperar o trânsito em julgado da ação para poderem se credenciar a objeto de um pedido de restituição, com possíveis compensações. Digo isso, pois a decisão do Poder Judiciário sobre a incidência do PIS e da Cofins nas receitas oriundas das tarifas de interconexão, terá reflexos para todos os períodos de apuração, independentemente se foi contemplado no pedido do MS nº 002418579.2013.4.02.5101 ou não Isso se deve ao fato de que na existência de processos paralelos, com objeto e finalidade idênticos, não é salutar que haja decisões com efeitos redundantes ou antagônicos. Em qualquer das hipóteses, prevalecerá a decisão judicial, motivo pelo qual a concomitância de processos ofende o princípio da economia processual. Em face disso, a opção do contribuinte pela via judicial encerra o processo administrativo fiscal em definitivo, em qualquer das fases em que ele se encontre. Fl. 429DF CARF MF Processo nº 16682.900010/201469 Acórdão n.º 3302006.817 S3C3T2 Fl. 7 6 Registrese que a coisa julgada a ser proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, pois tal procedimento feriria a Constituição Federal, que adota o modelo de jurisdição una, onde são soberanas as decisões judiciais. Sendo assim, nos casos em que o sujeito passivo opta pela via judicial para a discussão de matéria tributária implica na renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos do parágrafo único do art. 38 da Lei nº 6.830/80 e do § 2º, art. 1º do Decretolei nº 1.737, de 1979. Ratificando este entendimento, foi aprovado o enunciado de Súmula CARF nº 01, in verbis: Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Na linha do entendimento fixado, não conheço do recurso quanto à matéria submetida ao crivo do Poder Judiciário e na parte conhecida, nego provimento ao recurso por enxergar identidade entre os pedidos e as causas de pedir apresentados no MS nº 2007.70.00.0222765 e neste recurso administrativo." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 430DF CARF MF
score : 1.0
