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Numero do processo: 10920.002336/2007-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2005, 2006 IRPF.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS.
O artigo 42 da Lei n. 9.430/96 estabelece presunção relativa que, como tal, inverte o ônus da prova, cabendo ao contribuinte desconstituí-la. A comprovação da origem dos depósitos deve ser feita pelo contribuinte de forma individualizada e que permita estabelecer um vínculo claro entre cada depósito e a correspondente origem. Hipótese em que o Recorrente não desconstituiu a presunção.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2101-002.245
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. O artigo 42 da Lei n. 9.430/96 estabelece presunção relativa que, como tal, inverte o ônus da prova, cabendo ao contribuinte desconstituíla. A comprovação da origem dos depósitos deve ser feita pelo contribuinte de forma individualizada e que permita estabelecer um vínculo claro entre cada depósito e a correspondente origem. Hipótese em que o Recorrente não desconstituiu a presunção. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 23 36 /2 00 7- 63 Fl. 185DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP21.1216.14534.512M. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10920.002336/200763 Acórdão n.º 2101002.245 S2C1T1 Fl. 186 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 166/177) interposto em 05 de julho de 2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) (fls. 127/129), do qual o Recorrente teve ciência em 21 de julho de 2011 (fl. 165), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o auto de infração de fls. 99/101, lavrado em 12 de junho de 2007, em decorrência de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, verificada nos anoscalendário de 2004 e 2005. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ADEQUAÇÃO DA PRESUNÇÃO LEGAL. VINCULAÇÃO DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. Não cabe ao julgador administrativo discutir se a presunção estabelecida em lei é apropriada ou não, pois se encontra totalmente vinculado aos ditames legais (artigo 116, inciso III, da Lei n.° 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (artigo 142 do Código Tributário Nacional CTN). Nesse passo, não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia do preceito legal que, de modo inequívoco, estabelece a presunção legal de omissão de rendimentos (artigo 42, caput, da Lei n.° 9.430/1996). DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A Lei n° 9.430, de 1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em suas contas de depósitos ou investimentos. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. Tratandose de situação de fato, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, desde o momento da disponibilização dos recursos, nos termos do artigo 116 do CTN. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido” (fl. 127). Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 166/177), pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. É o relatório. Fl. 186DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP21.1216.14534.512M. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10920.002336/200763 Acórdão n.º 2101002.245 S2C1T1 Fl. 187 3 Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator. O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Inicialmente, cumpre tecer breves esclarecimentos acerca do tema que motivou a lavratura do auto de infração, qual seja, omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Como é pacífico na jurisprudência deste Conselho, desde 1997, após a edição da Lei n.º 9.430/96, em se verificando depósitos bancários sem origem comprovada, e em não havendo o contribuinte logrado êxito em demonstrar sua origem, gravita em prol do Fisco presunção relativa. Nesse sentido, conforme preceitua o artigo 42 da Lei n.º 9.430/96: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. §1º. O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2º. Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos.” Na realidade, instituiu o referido dispositivo autêntica presunção legal relativa, cujo condão é justamente o de inverter o ônus da prova, atribuindoo ao contribuinte, que passa a ter o dever de a refutar. Como é cediço, a presunção, seja ela hominis ou legal, é meio de prova que prescreve o reconhecimento jurídico de um fato provado de forma indireta. Ou seja, provando se diretamente o fato indiciário, temse, por conseguinte, a formação de um juízo de probabilidade com relação ao fato presumido que, a partir de então, necessita ser afastado pelo contribuinte. Nesse sentido, a presunção relativa referida pelo artigo 42 da Lei n.º 9.430/96 é legítima, não ferindo, em nenhum ponto, a legislação tributária em vigor. Notese, ainda, que a Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos (TFR), segundo a qual seria insuficiente para comprovação da omissão de rendimentos a simples verificação de movimentação bancária, consubstancia jurisprudência firmada anteriormente à edição da Lei n.º 9.430/96, motivo pelo qual não deve ser aplicada. A 2ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, da qual esta 1ª Turma Ordinária teve origem, por sua vez, já consolidou entendimento de acordo com o qual, a partir da edição da Lei n.º 9.430/96, é válida a presunção em referência, sendo ônus do Recorrente Fl. 187DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP21.1216.14534.512M. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10920.002336/200763 Acórdão n.º 2101002.245 S2C1T1 Fl. 188 4 desconstituíla com a apresentação de provas suficientes para tanto. É o que se depreende das seguintes ementas, destacadas dentre as inúmeras existentes sobre o tema: “OMISSÃO DE RENDIMENTOS LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. ÔNUS DA PROVA Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários.” (1º Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, Recurso Voluntário nº. 158.817, Relatora Conselheira Núbia Matos Moura, sessão de 24/04/2008) “LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. TRIBUTAÇÃO PRESUMIDA DO IMPOSTO SOBRE A RENDA O procedimento da autoridade fiscal encontrase em conformidade com o que preceitua o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, em que se presume como omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantidos em instituição financeira, cuja origem dos recursos utilizados nestas operações, em relação aos quais o titular pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ÔNUS DA PROVA Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários, que não pode ser substituída por meras alegações.” (1º Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, Recurso Voluntário nº. 141.207, Relator Conselheiro Romeu Bueno de Camargo, sessão de 22/02/2006) Nesse sentido, verificase, a partir de um breve compulsar dos autos, que o presente caso cingese à análise de depósitos realizados em contascorrentes de titularidade do Recorrente, ao longo dos anos de 2005 e 2006. Em que pesem as alegações ventiladas pelo Recorrente, fato é que, muito embora tenha apresentado extratos bancários alegadamente referentes aos depósitos glosados pela fiscalização e a declaração de ajuste anual de sua irmã, Maria Aparecida Aguiar Caliento, fato é que esses não são documentos suficientes para comprovar a origem de tais depósitos feitos em suas contas, não tendo sido acostadas aos autos provas que comprovassem a origem dos valores depositados. Ressaltese que as declarações feitas pelo próprio Recorrente, em que este justifica os depósitos bancários, não os comprovam, pois desprovidas das respectivas provas documentais. Fl. 188DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP21.1216.14534.512M. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10920.002336/200763 Acórdão n.º 2101002.245 S2C1T1 Fl. 189 5 Diante desse panorama, não há elementos probatórios aptos e suficientes a amparar a pretensão do Recorrente, haja vista a inexistência de documentos hábeis a comprovar a origem dos depósitos bancários. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 189DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP21.1216.14534.512M. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 18/07/2013 14:40:00. Documento autenticado digitalmente por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 18/07/2013. Documento assinado digitalmente por: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS em 23/07/2013 e ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA em 18/07/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 21/12/2016. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP21.1216.14534.512M Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Outros". 3) Selecione a opção "eAssinaRFB - Validação e Assinatura de Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10920.002336/2007-63. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
score : 1.0
Numero do processo: 15979.000020/2005-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2002
EXCLUSÃO DO SIMPLES. PRÁTICA DE ATIVIDADE VEDADA.
SERVIÇOS DE ENGENHARIA.
Comprovada a prestação de serviços de engenharia, atividade expressamente vedada pela legislação de regência, deve ser mantido o ato de exclusão.
Numero da decisão: 1102-000.696
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. PRÁTICA DE ATIVIDADE VEDADA. SERVIÇOS DE ENGENHARIA. Comprovada a prestação de serviços de engenharia, atividade expressamente vedada pela legislação de regência, deve ser mantido o ato de exclusão.
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ME Recorrida 1ª TURMA DRJ/SPOI ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. PRÁTICA DE ATIVIDADE VEDADA. SERVIÇOS DE ENGENHARIA. Comprovada a prestação de serviços de engenharia, atividade expressamente vedada pela legislação de regência, deve ser mantido o ato de exclusão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Assinado digitalmente ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Presidente. Assinado digitalmente SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ivete Malaquias Pessoa de Monteiro (presidente da turma à época), Antônio Carlos Guidoni Filho (vice presidente), João Otávio Oppermann Thomé, Silvana Rescigno Guerra Barretto, Leonardo de Andrade Couto e Gleydson Kleber Lopes de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 97 9. 00 00 20 /2 00 5- 13 Fl. 197DF CARF MF Impresso em 25/03/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 07/03/2013 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 15979.000020/200513 Acórdão n.º 1102000.696 S1C1T2 Fl. 198 2 Relatório Cientificada do Ato Declaratório Executivo n.º3, de 04 de janeiro de 2006, que determinou a sua exclusão do SIMPLES, em razão da prática de atividades vedadas pelo art. 9º, XIII, da Lei n.º 9.317/96, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, aduzindo, em síntese, que: i) exerce atividade puramente comercial, sendo esporádica a prestação de serviços de manutenção; ii) da totalidade das notas fiscais emitidas, menos de 10% seria referente a serviços simples de instalação e manutenção efetuados por técnicos e não por engenheiros; iii) a ausência de ART e de responsabilidade técnica de engenheiro afastaria a exclusão do SIMPLES; iv) a instalação de material hidráulico e elétricos exercidas por encanadores e eletricistas não exigiria engenheiros; v) os sócios não tem a formação de engenharia, o que autorizaria a anulação da exclusão determinada. A DRJ de São Paulo I manteve a exclusão, sob o entendimento de que a prestação de serviços de engenharia impede a opção pelo SIMPLES, além de registrar que a vedação legal persiste independentemente da qualificação profissional dos sócios. Inconformada, a Recorrente interpôs o presente recurso repetindo as razões expostas na peça impugnatória. É o relatório. Fl. 198DF CARF MF Impresso em 25/03/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 07/03/2013 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 15979.000020/200513 Acórdão n.º 1102000.696 S1C1T2 Fl. 199 3 Voto Conselheira SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO O recurso é tempestivo, passo a apreciálo. Tratase de exclusão do Simples, amparada no art. 9º, XIII, da Lei n.º 9.317/96, de sociedade cujo objeto social é de comércio varejista de bombas, filtros, motores, equipamentos de incêndios, máquinas, materiais elétricos e hidráulicos, produtos para piscina em geral, prestação de serviços de eletricidade, bombas de água e motores elétricos em geral. Em que pese defender a Recorrente não possuir em seus quadros engenheiros e representar a prestação de serviços apenas 10% (dez por cento) de suas atividades, consta nos autos (fl. 07) nota fiscal de serviços por ela emitida, que discrimina a prestação de serviços de engenharia. Configurada a prestação de serviços de engenharia, inaplicável o comando da Súmula n.º 57, desse Conselho a seguir reproduzida e inexorável a manutenção do ato de exclusão, verbis: “Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.” Em face do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Assinado digitalmente SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO Relatora Fl. 199DF CARF MF Impresso em 25/03/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente e m 07/03/2013 por SILVANA RESCIGNO GUERRA BARRETTO, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
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Numero do processo: 14041.000056/2007-77
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2002, 2003 CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS DE IRPJ E CSLL. RECOLHIMENTO. MATÉRIA INCONTROVERSA. O recolhimento dos créditos tributários de IRPJ e CSLL, com os consectários legais, antes mesmo da decisão de primeira instância, implica em não conhecimento das alegações de defesa veiculadas no recurso voluntário, não havendo controvérsia a ser equacionada em segunda instância. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRECLUSÃO LÓGICA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. Falta interesse recursal ao contribuinte para discutir a qualificação da multa de ofício, incidente sobre os créditos tributários de PIS e Cofins (reflexos), quando em momento anterior, ao recolher as exigências de IRPJ e CSLL, concordou com o percentual de 150% (cento e cinquenta por cento). Preclusão lógica caracterizada. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2002, 2003 AÇÃO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA. RENÚNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1)
Numero da decisão: 1103-000.891
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, em negar provimento ao recurso, pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Fábio Nieves Barreira e Manoel Mota Fonseca, unicamente quanto à preclusão administrativa da matéria relativa à multa qualificada.
Nome do relator: ALOYSIO JOSÉ PERCÍNIO DA SILVA
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RECOLHIMENTO. MATÉRIA INCONTROVERSA. O recolhimento dos créditos tributários de IRPJ e CSLL, com os consectários legais, antes mesmo da decisão de primeira instância, implica em não conhecimento das alegações de defesa veiculadas no recurso voluntário, não havendo controvérsia a ser equacionada em segunda instância. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRECLUSÃO LÓGICA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. Falta interesse recursal ao contribuinte para discutir a qualificação da multa de ofício, incidente sobre os créditos tributários de PIS e Cofins (reflexos), quando em momento anterior, ao recolher as exigências de IRPJ e CSLL, concordou com o percentual de 150% (cento e cinquenta por cento). Preclusão lógica caracterizada. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003 AÇÃO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA. RENÚNCIA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 00 56 /2 00 7- 77 Fl. 1039DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.040 2 Acordam os membros do Colegiado, em negar provimento ao recurso, pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Fábio Nieves Barreira e Manoel Mota Fonseca, unicamente quanto à preclusão administrativa da matéria relativa à multa qualificada. (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro – Relator (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Marcos Shigueo Takata, André Mendes de Moura, Fábio Nieves Barreira, Manoel Mota Fonseca e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Tratase de autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, anoscalendário 2002 e 2003, no valor total de R$ 6.006.569,28 (seis milhões, seis mil, quinhentos e sessenta e nove reais e vinte e oito centavos), sobre o qual incidem juros de mora e multa de ofício no percentual de 150% (fls.806/861). A ciência do contribuinte efetivouse em 29/03/07 (fl.862). No “Relatório de Verificação Fiscal” (fls.809/828), a autoridade fiscal consignou, em síntese: a autuação decorreu da constatação de não oferecimento à tributação da quase totalidade dos rendimentos de aplicações financeiras percebidos durante os anoscalendário 2002 e 2003; o contribuinte informou que “...a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Distrito Federal impetrou Mandado de Segurança coletivo Proc. n°. 2003.34.00.0429404 contra o Delegado da Receita Federal em Brasília/DF válido para todas as sociedades de advogados registrados na circunscrição da OAB em Brasília (caso desta empresa) para desobrigálas do recolhimento da COFINS (art. 56 da Lei n°. 9.430/96) podendo ainda ser compensado o imposto eventualmente pago, desde 11/12/1998, com outros tributos administrados pela S.R.F. Referido processo foi julgado favoravelmente às sociedades em questão, tendo transitado em julgado em 7 de abril de 2006, conforme comprova a certidão judicial em anexo. Continuou informando que ‘tendo em vista o trânsito em julgado, o processo é definitivo, pelo que esta Advocacia não está sujeita ao pagamento da COFINS e tem direito à compensação das contribuições já pagas”; verificouse, “...no site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que o sujeito passivo impetrou o Mandado de Segurança Individual de n° 1997.34.00.0158845 (Seção Judiciária do Distrito Federal)”, em que se discute a exigibilidade das contribuições sociais (CSLL, PIS e Cofins); Fl. 1040DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.041 3 de acordo com informações prestadas pelo contribuinte, “...impetrou em 12/02/2007, o Mandado de Segurança n°. 2007.34.00.0044004, perante a 2a Vara Federal no Distrito Federal para discutir a base de cálculo do PIS/COFINS”, sendo que até a data de lavratura do auto de infração, “...o MM. Juiz Federal da 2ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal ainda não apreciou o pedido liminar”; “Em complemento às informações prestadas em atendimento ao Termo de Intimação Fiscal n° 001 (fls.608/613), a firma apresentou ‘certidão expedida pelo Supremo Tribunal Federal referente ao Agravo de Instrumento n°. 551.227’, assim como também informou que ‘foi publicado no DJU de 07/03/2007 o despacho nesse processo homologando a desistência do recurso, o qual, como informado antes, é decorrente do Mandado de Segurança n°. 1997.34.00.0158845, conforme cópias anexas’ (fls.798/803)”. Acerca da multa de ofício, a fiscalização assim fundamentou a qualificação: “Sobre o valor dos tributos lançados no Auto de Infração, decorrentes da omissão de rendimentos de aplicações financeiras, o percentual da multa de oficio foi duplicado, passando para 150% (cento e cinqüenta por cento), segundo preceitua o art. 44, §1º, da Lei n° 9.430/96, modificada pelo art. 14 da Medida Provisória no 351, de 22 de janeiro de 2007, tendo em vista a conduta dolosa da contribuinte em omitir, em dois exercícios consecutivos, ou seja, de forma reiterada, a quase totalidade dos rendimentos de aplicações financeiras percebidos por ela durante os anosbase de 2002 e 2003. Além de não ter declarado a maioria desses rendimentos ao Fisco, por meio de suas Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJs fls.14/86), também não escriturou esses valores em seus livros contábeis (Diário e Razão 457/532 e 646/710). Outrossim, foram ainda omitidos, na contabilidade da firma, os recursos que geraram esses rendimentos, ou seja, o principal aplicado. Notese que não estamos falando de valores irrelevantes, ou que poderiam passar despercebidos pelo setor de contabilidade da empresa. No ano base de 2002 foram mais de treze milhões de reais de rendimento, sendo que no anocalendário de 2003 esse valor sobe para mais de vinte milhões de reais. Qual o montante aplicado necessário para se ter um rendimento desta monta? Considerando uma rentabilidade média anual de 20% (vinte por cento), seria necessária uma aplicação de aproximadamente 100 (cem) milhões de reais no anobase de 2003. Caso fosse verdade a alegação da empresa de que não tributou esses valores porque talvez, no futuro, tivessem que ser devolvidos aos seus clientes, na hipótese de os mesmos não conseguirem compensar ou receber o valor da causa patrocinada pela firma, seria razoável supor que esses valores estariam na contabilidade da empresa, até mesmo por uma questão de controle, e que somente não tivessem sido oferecidos à tributação. O dolo está caracterizado pelo fato de a empresa ter oferecido à tributação uma pequena parcela dos rendimentos de aplicações financeiras (CEF, Banco do Brasil e Banco BNP Paribás Brasil), indicando que a mesma tinha conhecimento de que essas Fl. 1041DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.042 4 receitas deveriam ser tributadas. Ressaltese que a firma tinha também todas as informações necessárias para se apurar o montante dessas receitas omitidas, como ficou comprovado pela apresentação de todos os Informes/Comprovantes de Rendimentos Financeiros pela interessada. Além de não pagar a totalidade dos tributos incidentes sobre os rendimentos omitidos, a conduta da contribuinte objetivou ocultar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da ocorrência dos fatos geradores das obrigações tributárias provenientes da percepção dos rendimentos de aplicações financeiras. Não fosse as informações disponibilizadas pelas fontes pagadoras em suas DIRFs, os tributos devidos nunca teriam sido apurados e lançados de oficio pela fiscalização.” Os lançamentos foram considerados procedentes pela Segunda Turma da DRJ – Brasília (DF), conforme acórdão que recebeu a seguinte ementa (fls.926/941): IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA 1RPJ LUCRO PRESUMIDO OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE RENDA FIXA PAGAMENTO EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Comprovado o recolhimento integral dos valores lançados nos Autos de Infração a titulo de IRPJ e CSLL, acrescidos dos respectivos encargos legais, inclusive da multa de oficio qualificada, considerase a matéria não impugnada e os créditos tributários respectivos extintos pelo pagamento. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL REFLEXO. Aplicase à Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável. CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE CARACTERIZAÇÃO DA INTENÇÃO DO AGENTE NA PRÁTICA DA INFRAÇÃO. A omissão de rendimentos relevantes, tanto na escrituração contábil quanto nas declarações apresentadas ao Fisco, praticada de forma reiterada, ocultando o efetivo valor da obrigação tributária principal e impedindo o conhecimento da ocorrência dos fatos geradores, evidencia a intenção dolosa do agente no cometimento da infração e implica qualificação da multa de oficio. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. IMPUGNAÇÃO NÃO CONHECIDA. A propositura pelo contribuinte de ação judicial contra a Fazenda Nacional, por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa em renúncia à discussão na via administrativa, tornandose definitiva a exigência discutida. Fl. 1042DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.043 5 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE CARACTERIZAÇÃO DA INTENÇÃO DO AGENTE NA PRATICA DA INFRAÇÃO. A omissão de rendimentos relevantes, tanto na escrituração contábil quanto nas declarações apresentadas ao Fisco, praticada de forma reiterada, ocultando o efetivo valor da obrigação tributária principal e impedindo o conhecimento da ocorrência dos fatos geradores, evidencia a intenção dolosa do agente no cometimento da infração e implica qualificação da multa de oficio. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. IMPUGNAÇÃO NÃO CONHECIDA. A propositura pelo contribuinte de ação judicial contra a Fazenda Nacional, por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa em renúncia à discussão na via administrativa, tornandose definitiva a exigência discutida. Na oportunidade, decidiuse: “[...] a) não conhecer da impugnação do sujeito passivo quanto à matéria objeto de discussão na órbita do Poder Judiciário (processos judiciais n° 2007.34.00.0044004, 1997.34.00.0158845 e 2003.34.00.0429404), relativa à exigência de Contribuições para o PIS e COFINS, deixando, nessa parte, de apreciar o mérito correspondente, e declarar definitivamente constituído, na esfera administrativa, o respectivo crédito tributário; b) conhecer da referida impugnação, na parte não objeto de ação judicial, e considerar PROCEDENTE a exigência da Multa Majorada aplicada, em percentual de 150%, nos termos do Voto que acompanha o presente Acórdão; c) considerar não impugnadas as exigências a titulo de IRPJ e CSLL, cujo credito tributário encontrase extinto, tendo em vista o pagamento integral do valor lançado.” Devidamente cientificado em 07/02/08 (fl.944), o contribuinte tempestivamente interpôs Recurso Voluntário em 28/02/08 (fls.945/984), em que alega, em síntese: a não incidência de PIS e Cofins sobre rendimentos de aplicações financeiras, conforme decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (RE nº 357.9509); não poderia o CARF, “...tendo sido a inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal para a espécie discutida neste processo, simplesmente ignorar a realidade, alegando não poder se pronunciar sobre matéria constitucional, colocando um grosso véu sobre a realidade e mantendo iníqua autuação, que deve, por Direito, ser julgada improcedente, o quanto antes, por ferir a Constituição”; ao contrário do afirmado pela DRJ – Brasília (DF), “...o crédito da União não está definitivamente constituído na esfera administrativa, porque o que é inconstitucional não gera efeito algum (a não ser quanto à responsabilização penal do agente público que desrespeite ordem judicial) já que a Desembargadora Federal da 1ª Região, Dra. Maria do Carmo Fl. 1043DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.044 6 Cardoso, no Agravo de Instrumento nº 2007.01.00.013652/DF deferiu em 14/6/2007 pedido de tutela antecipada, requerida pela recorrente, com apoio no julgado do STF que declarou a inconstitucionalidade do §1º do art.3º da Lei 9718/98, decisão já comunicada à Delegacia da Receita Federal de Brasília, suspendendo a exigibilidade da COFINS e do PIS sobre as receitas financeiras da Advocacia, mesmo após a edição da EC 20/98, até final julgamento do Recurso Judicial”; inexistiu dolo a justificar a multa qualificada, tendo havido erro na escrituração; quanto aos anos 2003 e 2004 não teriam sido encontradas quaisquer irregularidades relacionadas à “...atividade principal da empresa, ou seja, a prestação de serviços advocatícios que geraram a receita majoritária da Advocacia, como reconhecido pelo Fisco no item III de seu Relatório”; as aplicações financeiras em questão originarseiam de ações judiciais transitadas em julgado, relativas a ressarcimento de créditoprêmio de IPI, sendo que, em razão de contrato de risco, “...só teria direito ao recebimento de seus honorários por ocasião de seu efetivo ressarcimento pela União aos clientes, seja em dinheiro (precatório judicial), seja através da compensação com tributos determinada pelo juiz ao fisco, sem risco de autuação. Assim, para a Advocacia o direito ao recebimentos desses honorários ainda não existia, posto não concluído o processo judicial, sendo mera antecipação de pagamentos condicionais, por conta de honorários futuros, se a final tornaremse devidos, na hipótese dessas autuações vierem a ser julgadas improcedentes e legítimas as compensações efetuadas pelos clientes”. “Por erro, o contador autônomo (contador desde 1985 e amigo particular do Dr. Francisco, hoje com 75 anos) ao invés de contabilizar tais aplicações como exigibilidade de terceiros, já que feitas para preservar o seu poder aquisitivo, de vez que a Advocacia teria que devolver tais adiantamentos corrigidos aos seus clientes, em caso de serem as autuações julgadas procedentes, não o fez”; dedicarseia apenas a “...velhos processos judiciais, a maioria sobre o CréditoPrêmio do IPI iniciados na década de 1980 e só recebe honorários quando a União paga os precatórios ou, quando algum cliente, após o trânsito em julgado, resolve compensar seus créditos com débitos de tributos”; recolhera integralmente os tributos incidentes sobre a prestação de serviços advocatícios; todas as indagações do Fisco teriam sido respondidas de forma clara e verdadeira; “...o IRF retido pelos Bancos nas aplicações financeiras de clientes jamais foi usado pela empresa em seus negócios próprios, como informado e constatado pelo fisco em seu Relatório, não se praticando qualquer ilicitude”; “...os adiantamentos não foram ocultados do fisco, eis que abertas contascorrentes bancárias regulares de aplicação, sem saques, guardandose o dinheiro para ser restituído aos clientes se, a final, fossem julgados indevidos os créditos fiscais, ou devidos, com o advento da condição suspensiva, quando seriam tributados, aí sim, como receita da Advocacia”; o percentual de 150% teria caráter confiscatório e agrediria os princípios da razoabilidade e da capacidade contributiva, conforme decisões dos Tribunais superiores; os rendimentos de aplicações financeiras não teriam sido omitidos, mas oferecidos à fiscalização, não tendo havido máfé no proceder do contador; “...a autuada deu tratamento fiscal diverso para duas situações distintas, pois se uma receita é definitiva ela deve ser tributada, mas se outros recebimentos são feitos como adiantamento, Fl. 1044DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.045 7 sob condição suspensiva, de só virem a pertencer ao patrimônio da Advocacia se as compensações de tributos forem aprovadas pelo fisco e em caso contrário deverem ser restituídas ao cliente, com acréscimos de juros e correção, não haveria tributação alguma, como exporemos em seguida, sempre no intuito de mostrar sua boafé e a razoabilidade de seu entendimento, no concernente à aplicação da multa em dobro de 150%, quando inexistiu dolo da autuada.”; a diferença de tributação sobre receitas financeiras decorreriam de adiantamentos de honorários de contratos de risco, não podendo ser considerados recursos do contribuinte, não podendo ser enquadrados no conceito de renda definido no art.43 do Código Tributário Nacional; considerando que os contratos de prestação de serviços foram celebrados sob condição suspensiva, cuja eficácia dependia da ocorrência de evento futuro e incerto, apenas quando implementada nasceria o direito ao recebimento de honorários e o fato gerador do imposto de renda; “...a Advocacia não falsificou documentos, ou registros, não deu informações falsas, ou fez lançamentos inverídicos nos livros fiscais; existe há 27 anos e tem pago todos os tributos nesse tempo todo; nada devia à União ou a quem quer que seja, até a lavratura do Auto; não responde a processos fiscais ou civis de cobrança de dividas, e não tinha porque esconder receitas de aplicações (mesmo porque todos sabemos que com o advento da CPMF, os Bancos fornecem todas as informações ao FISCO) e não se pode esconder o que não é ocultável. Diante de tudo o que foi exposto, resta evidente que o mero erro ou desconhecimento da boa técnica contábil consistente na falta de contabilização dos rendimentos dos clientes em uma conta de ‘exigibilidade de terceiros’, em razão do valor não ter ingressado efetivamente no patrimônio da Recorrente, e conseqüentemente não haver disponibilidade jurídica e acréscimo patrimonial, não pode ser equiparado a uma atitude dolosa, fraudulenta ou feita com o intuito de conluio”. Em petição protocolizada em 06/03/13 (fls.992/994 e 997/999 – numeração eletrônica), informa que penderia de apreciação no CARF “...o recurso apenas no que se refere à não incidência do PIS e da Cofins sobre os rendimentos de aplicações financeiras e o pedido de redução da multa de 150%, que, mesmo já recolhida a multa também, ficará com o direito de compensála com débitos passados e futuros”. Acrescenta que em razão de decisões judiciais que lhe foram favoráveis, “...a exigência do PIS e COFINS sobre as receitas financeiras restou inteiramente prejudicada na autuação, perdendo o objeto o auto de infração nessa parte”. É o que importa relatar. Fl. 1045DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.046 8 Voto Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, Relator. Preenchidos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário, dele se toma conhecimento. De início, reafirmase a inexistência de controvérsia quanto às exigências de IRPJ e CSLL, inclusive dos juros de mora e da multa de ofício qualificada, pois o contribuinte recolheuas integralmente, como afirmado no acórdão recorrido: “[...] A matéria impugnada restringese à exigência das Contribuições para o PIS e COFINS e à aplicação da multa qualificada, de 150%, incidente exclusivamente sobre tais contribuições, tendo em vista que o crédito tributário exigido a titulo de IRPJ e CSLL (inclusive a multa qualificada) foi integralmente recolhido pela autuada, encontrandose extinto, pelo pagamento, conforme cópia de DARF à fl.917, cujo recolhimento foi confirmado por meio das telas do Sistema SINAL01 de fls.924/925.” Tal informação foi confirmada pelo próprio contribuinte, quando, na petição encaminhada ao CARF em 05/03/13, informou ter “...recolhido os valores relativos ao IRPJ e CSLL em 27/04/07, conforme DARF's anexados à impugnação como Doc.1, no valor de R$11.393.119,32, com a redução da multa em 50%, conforme faculta a Lei n°. 9.430/96, art. 44, §3º”. Assim, as alegações de defesa relacionadas a tais autuações (v.g., alcance do conceito de renda) deixam de ser conhecidas, haja vista a não instauração da controvérsia desde a primeira instância. O litígio limitouse, portanto, aos autos de infração de PIS e Cofins. A Segunda Turma da DRJ – Brasília (DF) não conheceu da impugnação quanto à matéria, tendo em vista a existência de ações judiciais em que o contribuinte discutiu(e) exatamente a incidência daquelas contribuições sociais. Dispôs o respectivo voto condutor: “Tendo em vista o que consta da decisão juntada as fls.918/922, proferida nos autos de Agravo de Instrumento n° 2007.34.00.0044004, foi deferida a tutela antecipada e suspensa a exigibilidade da COFINS e do PIS sobre receitas financeiras até final julgamento do presente recurso. Conforme Mandado de Intimação à f.917, do Juízo Federal da 2ª Vara do Distrito Federal, o Delegado da Receita Federal do Brasil em Brasília foi cientificado e intimado a dar cumprimento da referida decisão. Fl. 1046DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.047 9 Anteriormente, a autuada já havia impetrado o Mandado de Segurança Individual n° 1997.34.00.0158845, sendo, também, parte do Mandado de Segurança Coletivo impetrado pela OAB DF n° 2003.34.00.0429404, ambos tratando especificamente da incidência das Contribuições ao PIS e à COFINS.” O contribuinte noticiou (fl.998 – numeração eletrônica): “[...] Quanto ao PIS e COFINS, a Requerente impetrara o Mandado de Segurança n°. 2007.34.00.0044004 perante a Justiça Federal do Distrito Federal para desobrigála do recolhimento dessas contribuições sem nenhuma incidência sobre as receitas financeiras em face de ser pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, não se aplicando as alterações promovidas pelas Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, pois continuava a ter a mesma base de cálculo para o PIS e COFINS fixadas anteriormente às Leis n°s. 10.637/02 e 10.833/03, conforme exceções contidas no inciso II do artigo 8° da Lei n°. 10.637/2002 (em relação ao PIS) e no inciso II do artigo 10 da Lei n°. 10.833/2003 (em relação ao COFINS), pedindo o reconhecimento do seu direito à compensação dos valores recolhidos desde 11/12/1998 com quaisquer tributos que viessem a ser lançados e exigidos pela fiscalização, obtendo decisão concessiva da segurança nesse aspecto e reconhecendo a não ocorrência de prescrição quinquenal do direito de compensar, porque seria contada em dez anos [...]”. Tal informação confirmase com a certidão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, lavrada em 07/02/13 nos seguintes termos (fl.1.000 – numeração eletrônica), com alguns destaques por mim efetuados: “FÁBIO AUGUSTO NEIVA DE LIMA, Diretor da Divisão de Processamento, da Coordenadoria de Recursos, da Secretaria Judiciária, do Tribunal Regional Federal da 1ª Regido, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, CERTIFICA, a pedido da parte interessada, que revendo os autos do MANDADO DE SEGURANÇA n. 2007.34.00.0044004, provenientes da 2a Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, em que figuram como Impetrante ADVOCACIA FRANCISCO R. S. CALDERARO S/C. (CNPJ n. 47.435.912/000150) e como Impetrado o DELEGADO DA RECEITA FEDERAL NO DISTRITO FEDERAL, autuados nesta Corte na classe de Apelação em Mandado de Segurança sob o mesmo número, tendo como apelante a FAZENDA NACIONAL e como apelado FRANCISCO R. S CALDERARO SOCIEDADE DE ADVOGADOS. Dos autos constam que a impetrante objetiva que seja desobrigada do recolhimento da COFINS na integralidade, em razão de decisão transitada em julgado em mandado de segurança coletivo impetrado pela OAB/DF, que reconheceu a isenção da contribuição para as sociedades prestadoras de serviço (advogados e escritórios de advocacia); que seja desobrigada do recolhimento do PIS e da COFINS sobre o que exceder o faturamento/receita bruta e sobre quaisquer outras receitas não integrantes do seu Fl. 1047DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.048 10 faturamento, tais como rendimentos recebidos oriundos de aplicações financeiras e seja declarado o direito à compensação dos valores pagos indevidamente do PIS e da COFINS, corrigidos pela taxa SELIC, com tributos eventualmente devidos em caso de lavratura do auto de infração. Por sentença de fls. 287/300, o Juiz a quo "julgou procedente em parte o pedido da impetrante para desobrigála do recolhimento do PIS e da COFINS sobre o que exceder o faturamento/receita bruta e sobre quaisquer outras receitas não integrantes do seu faturamento, bem como para reconhecer o direito de proceder à compensação dos valores indevidamente recolhidos a título de COFINS e da contribuição ao PIS, sob a égide do art.3º, §1º, da Lei n.9.718/98 no período não alcançado pela prescrição, com outro tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, na forma do art. 74 da Lei n. 9.430/96, com a redação que lhe foi conferida pelo art.49 da Lei n. 10.637/2002, corrigidos pela taxa SELIC desde o recolhimento indevido”. A União interpôs recurso de apelação. Neste Tribunal, a Oitava Turma decidiu, à unanimidade, negar provimento à apelação e à remessa oficial. Em seguida, a apelante interpôs recurso extraordinário, tendo a parte apelada apresentado contrarrazões. Certifica, finalmente, que, nesta data, os autos serão conclusos à Presidência para decisão, quanto ao juízo de adrnissibilidade, do mencionado recurso [...]” Conforme decisão datada de 14/06/07 (fls.918/922), exarada em sede de Agravo de Instrumento (processo original 2007.34.00.0044004) interposto contra o indeferimento da medida liminar pelo Juízo da 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, concedeuse tutela antecipada para suspender a “...exigibilidade da COFINS e do PIS da agravante sobre as receitas financeiras, mesmo após a edição da EC 20/98”. Notese que tal decisão foi proferida após a autuação fiscal. Quanto ao Mandado de Segurança Coletivo n° 2003.34.00.0429404, impetrado pela OAB, apesar de não constar dos autos cópia da petição inicial, notase que não se referiu especificamente à incidência das contribuições sobre rendimentos de aplicações financeiras, de que trata o presente processo administrativo, mas à exigibilidade da Cofins em geral, em face da isenção contemplada na Lei Complementar nº 70/91. Na certidão do TRF – 1ª Região, lavrada em 20/09/06 (fl.582), evidenciase que tal ação judicial objetivou: “...a suspensão da exigibilidade da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, previsto no art.56 da Lei nº 9.430/96, para todas as sociedades de advogados registrados em sua circunscrição, em face da isenção concedida pelo art.6º, inciso II, da Lei Complementar nº 70/91, para as sociedades prestadoras de serviços de profissões regulamentadas, ou alternativamente, a declaração incidental de inconstitucionalidade da exação nos moldes previstos na Lei nº 9.718/98”. Fl. 1048DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.049 11 Ainda que se entenda que tal decisão não se limitaria à isenção da Cofins incidente sobre receitas próprias da atividade, na hipótese, de prestação de serviços advocatícios, vale lembrar que o contribuinte já havia impetrado um Mandado de Segurança Individual em 1997, quando sustentava não ser contribuinte da CSLL, PIS e Cofins, tendo preferido persistir nesta demanda, não tendo requerido suspensão nem desistência a tempo de se beneficiar dos efeitos da coisa julgada da ação coletiva. A propósito, aqui são adotadas as lições do atual Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Albino Zavascki, ainda sob a égide da antiga lei do mandado de segurança, postas como um dos fundamentos doutrinários do acórdão proferido pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (EDcl Execução em Mandado de Segurança nº 7.385 DF, Rel. Min. Paulo Gallotti, Julg. 11/02/09, DJe 17/03/09) nos seguintes termos,: “[...] Às regras sobre coisa julgada previstas na Lei 1.533, de 1951, agregamse, em se tratando de mandado de segurança coletivo, as que são próprias das ações coletivas, nomeadamente as do art.103 da Lei 8.078, de 1990. Ali se estabelece que a coisa julgada será erga omnes, somente em caso de procedência do pedido (inc.III). A mesma Lei, no seu art.104, segunda parte, estabelece que ‘os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do ajuizamento da ação coletiva’. Desse conjunto normativo, podese extrair o seguinte regime, próprio para o mandado de segurança coletivo: a) só a sentença de procedência faz coisa julgada material; b) a sentença tem eficácia erga omnes, beneficiando a todos os substituídos processuais; c) todavia, o interessado que tiver optado por promover ou dar seguimento a ação individual para tutelar seu direito, ficará sujeito à sentença de mérito que nela for proferida, não se beneficiando e nem se prejudicando com o que for decidido no mandado de segurança coletivo” (in Processo Coletivo. Tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p.222) (destaquei) Notese que este entendimento, a prestigiar um coerente sistema de vasos comunicantes entre as ações coletivas, foi prestigiado na decisão proferida no mencionado Agravo de Instrumento (fl.920), na parte em que não se acolheu um dos fundamentos do agravante. In verbis: “[...] Quanto à questão de estar a agravante amparada pela decisão proferida nos autos da Apelação em Mandado de Segurança Coletivo 2003.34.00.0429404, não vislumbro plausibilidade jurídica nesta tese. ..... Em segundo, coaduno do entendimento firmado pelo Juízo a quo no sentido de que não ficou comprovada a desistência do Mandado de Segurança 1997.34.00.0158845, traçado nos seguintes termos: Fl. 1049DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.050 12 Da mesma forma, no que tange à Contribuição para o financiamento da Seguridade Social COFINS, deixo de conferir relevância jurídica ao direito invocado na exordial. É que os efeitos da coisa julgada do Mandado de Segurança Coletivo no 2003.34.00.0429404, impetrado vela Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Distrito Federal, somente se estenderiam à impetrante – se ela tivesse requerido a suspensão da ação individual anteriormente proposta (Mandado de Segurança n° 1997.34.00.0158845, ao tomar ciência da ação coletiva em comento [...].” Quando da autuação fiscal, a autoridade fazendária igualmente sustentou tal tese para justificar a autuação quanto à Cofins. Vejamos: “[...] No tocante à COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), apesar de a contribuinte postular que está amparada pelo Mandado de Segurança Coletivo n° 2003.34.00.0429404 (fls.553/590), impetrado pela OAB/DF em favor de todas as sociedades civis de advogados registrados nesse órgão, e que determinou que para as sociedades de advogados do DF vigora a isenção da COFINS expressa no art. 6° da Lei Complementar n° 70/91, afastada a regra do art. 56 da Lei n° 9.430/96, ficou evidenciado que a interessada impetrou o Mandado de Segurança Individual de n° 1997.34.00.0158845 (fls.712/781), visando o mesmo resultado obtido pelo Mandado de Segurança impetrado pela OAB/DF. Neste contexto, embora inexista litispendência entre o mandado de segurança coletivo e o individual, consoante entendimento pacificado na jurisprudência e na doutrina, os efeitos da coisa julgada ultra partes produzida na ação coletiva só beneficiam o demandante individual se, após tomar conhecimento da existência da ação coletiva, requerer no prazo de trinta dias a suspensão do feito individual, conforme assevera o artigo 104 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90), aplicado analogicamente à espécie. Desta forma, se o autor não postular o sobrestamento da ação individual no prazo legal de trinta dias, como aduz o aludido dispositivo legal, importa dizer que optou por defender seu direito individualmente, retirando a legitimidade da entidade de classe de substituílo na ação coletiva, e, conseqüentemente, fica ciente de que não será beneficiado nem alcançado pelos efeitos da coisa julgada ultra partes produzida na ação coletiva. No caso em concreto, a contribuinte apresentou cópia do informativo da OAB/DF, de outubro de 2006, onde é reproduzido um facsímile da certidão emitida pelo TRF da 1ª Região sobre o caso (fls.553), evidenciando, dessa forma, que a interessada estava ciente da existência da ação coletiva, no mínimo, desde a citada data. No entanto, a firma não requereu a suspensão do feito individual dentro do prazo de trinta dias, só vindo a apresentar petições de desistência dos recursos interpostos no dia 02 de fevereiro de 2007 (fls.778/780), após expirado o prazo legal.” Fl. 1050DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.051 13 Lembrese que a Lei nº 12.016, de 07/08/09, que atualmente disciplina o mandado de segurança individual e coletivo, recepcionou tal entendimento doutrinário e jurisprudencial, exigindo, entretanto, a desistência da ação individual, conforme art.22, §1º: Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. § 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. A respeito do Mandado de Segurança Individual nº 1997.34.00.0158845, que também não se relaciona especificamente com a incidência do PIS e da Cofins sobre rendimentos de aplicações financeiras1, o contribuinte informou, durante o procedimento fiscal, ter requerido a desistência (fl.611): “...Em anexo seguem cópias da inicial, sentença, acórdão, e decisão do STJ e do STF, bem como os pedidos de desistência e outras peças relativas ao processo nº 1997.34.00.0158845”. Verificase, ainda, que foi denegada a segurança, conforme sentença datada de 16/09/97 (fls.726/730), e que a apelação não foi provida pelo TRF – 1ª Região (fls.732/740), não tendo o Recorrente tido sucesso também perante o STJ e STF, conforme documentação acostada às fls.746/777. Constam, às fls.778/779, cópias de pedidos de desistência de Agravo de Instrumento perante o STJ e de Agravo Regimental perante o STF, ambos protocolizados em 02/02/2007. Considerando as mencionadas ações judiciais, vêse que o contribuinte, quando da lavratura dos autos de infração, não estava acobertado por qualquer decisão que, por exemplo, impedisse a autuação ou implicasse na realização de lançamento tributário com exigibilidade suspensa, para fins de se evitar a decadência. Em que pese a decisão da DRJ – Brasília ter mencionado os Mandados de Segurança nº 1997.34.00.0158845 e 2003.34.00.0429404, apenas com o Mandado de Segurança nº 2007.34.00.0044004 é suficiente concluir pela concomitância, ou seja, pela identidade entre o objeto da ação judicial e o do presente processo administrativo, no tocante à exigência de PIS e Cofins, conforme certidão acima transcrita. Em tais casos, a jurisprudência, com base no princípio da unicidade de jurisdição, pacificouse no sentido de que a propositura de ação judicial com o mesmo objeto do processo administrativo implica renúncia à instância administrativa, consoante Enunciado nº 1 da Súmula de jurisprudência do CARF, de observância obrigatória por seus membros (art.72 do Anexo II do Regimento Interno do CARF): 1 Como causa de pedir, apontou o impetrante: "...não está sujeita ao recolhimento de nenhuma das Contribuições Sociais Sobre o Lucro (Lei 7.689/88), PIS (Lei Complementar 7/70) e COFINS (Lei Complementar 70/91), pelo simples motivo de não ser empregadora, conforme determinação da Constituição Federal, que em seu art. 195, I, define que estas contribuições serão devidas apenas por empregadores, conceito este adotado no seu sentido técnicojurídico, válido para o direito no campo trabalhista, ou seja, quem não tem empregados, não é empregador e quem não é empregador, não está obrigado a financiar a seguridade ou sujeito aos recolhimentos em causa. Não é qualquer pessoa jurídica, indistintamente, que se enquadra nessa condição de contribuinteempregador, como vem sendo exigida pela autoridade impetrada." (fls.712/713) Fl. 1051DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.052 14 “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Portanto, reafirmase a decisão a quo, de não se conhecer das razões de defesa quanto às exigências de PIS e Cofins, restando definitiva a discussão na esfera administrativa. Passase à apreciação da qualificação da multa de ofício. A conclusão primeira a que se chega é que restou caracterizada a preclusão lógica. O contribuinte não poderia mais discutir os fundamentos da qualificação da penalidade em sede de recurso voluntário, quando anteriormente com eles concordou ao praticar inequívoco ato em tal sentido, qual seja, o recolhimento das exigências de IRPJ e CSLL, acompanhadas da multa de ofício no percentual de 150% (cento e cinquenta por cento), ainda que tenha se valido da redução legal para pagamento à vista. Ao reconhecer a procedência da qualificação, faltalhe interesse recursal para posteriormente contestála. Os fundamentos da fiscalização, atinentes à qualificação da multa de ofício, foram únicos, justificando a sua incidência proporcionalmente sobre todos os tributos exigidos no auto de infração (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins), de maneira que não há como se fazer qualquer segregação, como entende o Recorrente. Por absoluta impossibilidade lógica, não é possível se conformar com a qualificação da multa de ofício no tocante aos créditos tributários de IRPJ e CSLL, e, ao mesmo tempo, insurgirse contra os mesmos fundamentos daquela, quando aplicadas relativamente às exigências de PIS e Cofins. Ao tratar da preclusão, Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart (in Manual do Processo de Conhecimento. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p.609), com base nas lições de Chiovenda, esclarecem: “Preclusão lógica: a extinção do direito de efetivar certo ato processual também pode derivar da prática de algum ato com ele incompatível. Dessa forma, se a parte renuncia ao direito de recorrer, certamente não poderá manifestar interesse em oferecer recurso, já que praticara anteriormente ato incompatível com a segunda faculdade. A perda do direito de recorrer decorre da prática de ato logicamente inconciliável com aquele”. Em suma, não pode nos próprios autos o contribuinte concordar com os fundamentos da qualificação da multa de ofício e contestálos, faltandolhe o necessário interesse recursal. Não sendo possível transpor tal barreira processual, tornase desnecessário analisar os argumentos de defesa relacionados à qualificação. Fl. 1052DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 14041.000056/200777 Acórdão n.º 1103000.891 S1C1T3 Fl. 1.053 15 Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro Fl. 1053DF CARF MF Impresso em 28/08/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 14/08/2013 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 20/08/2013 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001816/2008-73
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 15 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Auto de Infração IRPJ/CSLL
Ano-calendário: 2003
Ementa: PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS, ABRANGÊNCIA, As perdas no recebimento de créditos a que se refere o caput do art. 9º da Lei nº 9.4.30/96 não estão limitadas, unicamente, as perdas
vinculadas ao não recebimento de créditos o riundos de operações decorrentes das atividades inerentes ao objeto social da pessoa jurídica, mas sim, em relação aos créditos decorrentes de todas as atividades da pessoa juridiea, sem restrições.
PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS, DEDUTIBILIDADE,
REQUISITOS EXIGIDOS. As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica, quando de valor superior a R$ 30,000,00 por operação, sem garantia, somente poderão ser deduzidas como despesas para a determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social, quando vencidos há mais de um ano, portanto, liquidas, certos e exigíveis, e
desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu
recebimento (art. 9', § 1", inc. H, letra "c" e art, 11, § ambos da Lei n"
9,430/94
PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS. ENCARGOS
FINANCEIROS SOBRE CRÉDITOS VENCIDOS, As receitas financeiras,
apropriados contabilmente a partir do terceiro mês após o vencimento de um
crédito superior a R$ .30,000,00, não recebido, poderão ser excluidas do lucro
liquido para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da
contribuição social sobre o lucro liquido, desde que a pessoa juridica credora
houver tomado as providencias de caráter judicial necessárias ao recebimento
do crédito (art, 11, eaput e § 1" da Lei n" 9,4.30/96).
Numero da decisão: 1103-000.380
Decisão: Acordam os membros do colegiada, por unanimidade de votos rejeitar as preliminares, e no mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, vencidos, quanto ao mérito, os conselheiros
Marcos Shigueo Takata e Hugo Correa Sotero,
Nome do relator: Gervásio Nicolau Recketenvald
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PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS, DEDUTIBILIDADE, REQUISITOS EXIGIDOS. As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica, quando de valor superior a R$ 30,000,00 por operação, sem garantia, somente poderão ser deduzidas como despesas para a determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social, quando vencidos há mais de um ano, portanto, liquidas, certos e exigíveis, e desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento (art. 9', § 1", inc. H, letra "c" e art, 11, § ambos da Lei n" 9,430/94 PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS. ENCARGOS FINANCEIROS SOBRE CRÉDITOS VENCIDOS, As receitas financeiras, apropriados contabilmente a partir do terceiro mês após o vencimento de um crédito superior a R$ .30,000,00, não recebido, poderão ser excluidas do lucro liquido para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro liquido, desde que a pessoa juridica credora houver tomado as providencias de caráter judicial necessárias ao recebimento do crédito (art, 11, eaput e § 1" da Lei n" 9,4.30/96). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ALOYSIO ERCINI VA - Preside GERVATb NICOLAU R .CKTENVALD Relator_ Acordam os membros do colegiada, por unanimidade de votos rejeitar as preliminares, e no mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, vencidos, quanto ao mérito, os conselheiros Marcos Shigueo Takata e Hugo Correa Sotero, EDITADO EM: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aloysio Jose Percinio da Silva (Presidente da Turma), Marcos Shigueo Takata, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Hugo Correa Sotero, Mário Sergio Fernandes Barroso e Gervisio Nicolau Recktenvald. 2 Processo n" 16327.001816/2008-73 Sl-C11.3 Ae.Ora° n." 1103-00380 Fl 2 Relatório A empresa BRADESCO VIDA E SAÚDE S/A, CNPJ 51,990,695/0001-37, que tern por objeto "a instituição e operação de seguros de vida, compreendendo todas as modalidades dos seguros de pessoas e excluídas quaisquer espécies de seguros de dano, bem como a instituição e operação de pianos previdenciários nas modalidades de pecúlio e de renda" (fl, 18), veio perante este Conselho para, através do competente recurso voluntário, demonstrar sua não conformidade com o decidido pela 10" Turma da DRJ de São Paulo, que confirmou pelo Acórdão 16-20,647, de 09 de março de 2009, o lançamento de oficio, de IRPJ e CSLL„ efetuado pela fiscalização da DEINF/SP, por constatadas supostas divergências na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, relativamente ao ano calendário de 2003. Compulsando os autos, verifica-se que a interessada, corn apuração pelo lucro real anual em 200.3, levou para os resultados fiscais perdas no recebimento de créditos, tidas pelo fisco corno indedutiveis. As referidas perdas decorreram de baixa contábil de ativo financeiro representado por 35,000 Letras Financeiras do Tesouro do Estado de Santa Catarina (LFTs/SC) que haviam sido adquiridas em 12/0.3/1998 pelo valor de R$ 50,651,174,75 (fl, 31). Ainda, para fins de perdas, ao referido valor de compra foi acrescido o estorno de rendimentos de juros e variações monetárias, relativos aos anos de 1998 a 2002, no valor de R$ 81,465,829,62, oferecidos tributação quando da apropriação contábil correspondente (if 32)„ Assim, a baixa das bases fiscais, tanto do IRPJ corno da CSLL„ resultou num valor acumulado de R$ 132A 17,004,.37 (fl. 32), tido pelo fisco como indedutível, razão pela qual o adotou como infração para a apuração e lançamento do IRP1 (fl, 212) e da CSLL (217). A baixa fiscal da perda foi efetivada pela recorrente em novembro de 2003, tendo em vista que naquela data, embora o vencimento das LFTs estivesse marcado para 01/08/1999, ela não mais via possibilidades de recebimento, uma vez que a legalidade da emissão das LFTs/SC havia sido questionada pela Ação Popular n" 239724.3870,7, corn decretação de nulidade, por decisão de Primeiro Grau da justiça estadual de Santa Catarina, de todo o processo de emissão dos referidos titulos . Também, mas em outra frente, a recorrente não obteve êxito corn o Mandado de Segurança 99.014„895-5, interposto por ela na qualidade de terceiro prejudicado pela decisão da Ação Popular, através do qual tencionava ver anulada aquela decisão, bem como, ver garantido direito ao recebimento dos valores originariamente ajustados. Nesse contexto, sobreveio a autuação. Segundo o Termo de Verificação Fiscal elaborado pelo autuante (ti, 200), as perdas no recebimento de créditos não seriam dedutíveis da base de cálculo do IRPI e da CSLL pelos motivos a seguir sintetizados: 3 a) somente as perdas de créditos decorrentes das atividades próprias das pessoas juridicas poderiam ser deduzidas; assim, no caso, considerando que os créditos em foco são decorrentes de relação jurídica entre o credor e terceiro, uma vez que os títulos não foram comprados diretamente do Governo do Estado de Santa Catarina, as perdas em tela, para fins de dedutibilidade, estariam fora do alcance da Lei n° 9.430/96 (fl„ 205), portanto, seriam indedutíveis; b) além, as perdas só poderiam ser deduzidas após o "empreendimento dos esforços para o recebimento do crédito frente ao devedor e pela imposição de atos judiciais de cobrança" (fl. 205); no caso, como o contribuinte não havia ingressado com ação de cobrança dos títulos vencidos, as pretensas perdas ainda não seriam dedutíveis (fl, 207); ainda, a mera titularidade e posse desses títulos públicos, tidos judicialmente como nulos, seria insuficiente para garantir a dedutibilidade de pretensas perdas (fl. 207); por fim, ainda segundo o fisco, os títulos públicos não se enquadrariam no conceito de "títulos e valores mobiliátios", razão pela qual, para efeitos da Lei IV 9,430/96, a transação não seria operação de crédito e, portanto, a dedutibilidade das perdas não estaria abarcada por aquele dispositivo legal (II. 207). Ern sua impugnação a fiscalizada arguiu, de maneira geral, ser seu procedimento (de considerar as perdas dedutíveis) absolutamente legítimo, não existindo qualquer ofensa As normas legais vigentes (fl. 238), o que sustenta através dos argumentos a seguir expostos de forma resumida: inicialmente, no que concerne à fundamentação do fisco de que "somente as perdas de crédito decorrentes das atividades próprias seriam dedutiveis", a interessada diz que isto constava na legislação que regulamentava a matéria antes da vigência da Lei IV 9,430/96; segundo a defesa, a Lei ora vigente não mais fazia referência a "atividades próprias", expressão indevidamente inserida pelo fisco no texto legal; dessa forma, a Lei atual, já vigente á época dos fatos, permitia a dedutibilidade de quaisquer "perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica" (fl, 238/239), mesmo que os títulos em tela não estivessem vinculados a reservas técnicas e mesmo que adquiridos de terceiros; b) quanta à fundamentação do fisco, de que os títulos em foco não se enquadrariam no conceito de "aplicação de recursos financeiros em titulos e valores mobiliários", a litigante arguiu em seu favor o disposto no § 20 do art, 24 da IN SRF 93/97 que regula a matéria em questão, alegando que essa IN faz referência expressa à "aplicação de recursos financeiros em operações com títulos e valores mobiliários" (fl. 240); portanto, se ajustavam ao conceito; c) no concernente A fundamentação do fisco, pertinente A ausência de ação de cobrança, a litigante alegou que a Lei IV 9,430/96 não impunha "ação de cobrança", mas somente exigia a "manutenção de procedimento judicial adequado ao recebimento do crédito"; nesse contexto, diz que o ajuizamento de ação de cobrança não poderia ter sido imposta por 4 Processo n" 16327 001816/2008-73 S1-C1T3 Acõid5o n." 1103-00.380 Fl 3 impossível, razão pela qual teria cumprido a exigência da Lei n" 9.430/96 mediante a impetração de Mandado de Segurança (fl., 251); d) por fim, a então impugnante insurgiu-se contra o fato do fisco não ter dispensado tratamento diferenciado As perdas autuadas, isto 6, A perda do principal e A perda, pelo estorno, dos rendimentos contabilizados e tributados quando da apropriação contábil; segundo alegou, o art. 11 da Lei IV 9..430/96 dispensava tratamento fiscal especifico para a receita de encargos financeiros incidentes sobre o crédito principal após dois meses do vencimento, quando se tornariam passíveis de exclusão da base de cálculo do IRP.1 e da CSLL, independentemente de outras condições.. Encaminhado o processo para o julgamento administrativo de primeiro grau, a recorrida decidiu, por unanimidade de votos, confirmar os Autos de Inflação, corn o que declarou inteiramente improcedentes as alegações trazidas pela impugnante. O Acórdão a quo fundamentou a decisão, em síntese, nos argumentos a seguir expostos (fls. 268 e seguintes) . Quanto à interpretação da legislação que regia (e atualmente ainda rege) a dedutibilidade de perdas no recebimento de créditos, isto é, os arts, 9" a 14 da Lei n" 9..430/96, que segundo a impugnante teriam sido interpretados equivocadamente pelo fisco, especialmente pela inserção da expressão "atividades próprias", a DIU concluiu não ter havido violação ao principio da estrita legalidade, pois a expressão teria sido "extraída do caput do art. 9" da Lei n" 9.430/96" (fl, 280). No que tange A discussão acerca da exclusão, do alcance do artigo 9° da Lei n" 9.430/96, das perdas com títulos públicos, apesar da IN SRF n" 9.3/97 que regula o citado artigo se referir expressamente "a aplicação de recursos .financeiros em operações com títulos e valores mobiliários" (§ 2' do art, 24 da IN n° 93/97), a DIU concorda corn o fisco, que considerou "que a expressão títulos e valores mobiliários é uma locução adjetiva usada pelo legislador como sinônimo" (fl, 280) e desta feita não englobaria dois institutos distintos, conforme alegara a requerente. Diante disso, após longas análises conceituais, a DIU rematou que "as perdas com as Letras Financeiras do Tesouro do Estado de Santa Catarina não estão abrangidas na dedução de que trata o art.. 9" da Lei n" 9.430/96, poi . força da Instrução Normativa n" 93/97 (art. 24, PI, cuja observância se impõe ao julgador administrativo" (fl. 283) (sublinhamos). Num outro ponto, caracterizado pela DR.! corno relacionado h "exigibilidade do titulo público estadual, objeto da autuação" (fL 284), o acórdão recorrido justificou a indedutibilidade das perdas em questão no fato da Ação Popular ter suspenso a exigibilidade dos valores das LFTs, e, "enquanto pendente a ação judicial, tais títulos não se revestiam das atributos de liquidez, certeza e exigibilidade, inerentes a qualquer processo de execução previsto no Código de Processo Civil" (fl, 284). Assim, também por essa razão, "a dedução efetuada pela requerente não se encontraria abrangida pela Lei n" 9.430/96" (if 286). Por fim, no tocante A dedutibilidade do estorno das receitas financeiras reconhecidas contabilmente e já tributadas nos anos da apropriação, cujas, segundo a requerente, teriam tratamento diferenciado do dispensado h perda do principal, a DR.', por ausente o requisito "vencimento" (exigibilidade), e baseada no art. 11 da Lei II' 9..430/96, argumenta que esta dedutibilidade também estaria atrelada ao procedimento judicial, pois "pressupõe processo de execução ou cobrança" (fl. 286), razão pela qual também seria indedutiveL 5 Não conformada, a interessada interpôs recurso voluntário (fls. 295 a 324), repisando, fundamentalmente, as alegações da impugnação, assim sintetizadas: a) inicialmente, o recurso voluntário aponta como equivocados os pretensos fundamentos do lançamento, tais como: (1) que o fisco teria se baseado em legislação anterior A Lei n°9430/96 (fls. 305, 309 a 312, itens 1, 13 a 20 do RV); (2) que o fisco teria adotado como premissa para a dedutibilidade das perdas, ser imprescindível que os títulos compusessem a provisão técnica da recorrente "seguradora" (fl„ 305, item 2 do RV); (3) que o fisco teria introduzido no texto do art, 9' da Lei n" 9..430/96 a expressão "atividades próprias", que, embora ausente do texto legal, teria influído na glosa das perdas (fls. 305 e 312, itens 3, 4, 21 a 23 do RV); (4) que em função da adoção da expressão "atividades próprias", o fisco teria concluído que as perdas se encontrariam fora do alcance da Lei no 9A30/96, por ausente, na operação que gerou as discutidas perdas, relação direta entre o credor e o devedor (fls. 306 e 313, itens 6 e 26 do RV); b) depois, em decorrência das impropriedades acima, a recorrente diz que o fisco, para não entrar em contradição com o disposto no § 2' do artigo 24 da IN n° 93/97, teria adotado uma nova teoria, equivocada, consistente na tese de que as letras financeiras não se enquadrariam na expressão "aplicação de reciusos financeiros em títulos e valores ,nobiliários", referida pela rN n° 93/97; através disso, ainda segundo a recorrente, o fisco pretendia comprovar que as perdas autuadas não estariam abarcadas pela dedutibilidade regulamentada pela Lei IV 9.430/96 (fls. 306 a 309, 312 a 317, itens 7 a 11, 24, 25, 27 a 43 do RV); c) em seguida, o recurso voluntário contesta o entendimento fiscal de que as perdas não seriam dedutiveis pelo fato da interessada não ter "cumprido requisitos da Lei n" 9.430/96, vez que não ajuizou a competente ação de cobrança, afirmando que o mandado de segurança não é substitutivo, da mencionada modalidade de ação"; segundo argumenta a defesa, a "legislação deixou ao arbítrio do maior interessado no recebimento do crédito a decisão pelo tipo de ação judicial mais apropriada ao caso, ou melhor, no caso específico, o caminho judicial passive" (fls. 309, 317 a 322, itens 12, 44 a 59 do RV); d) num outro ponto, a recorrente diz que a DRJ, após admitir, expressamente, a impossibilidade do ajuizamento de uma ação executiva ou de cobrança, teria inovado o lançamento "ao afirmar que 'tais titulas não se revestem dos atributos da liquidez, certeza e exigibilidade', para, em seguida [4 concluir que 'o aspecto exigibilidade (vencimento da obrigação) é requisito básico para a dedutibilidade das perdas de que trata o art. 9" da Lei 11" 9..430/96 " (fl. 318 e319, item 51); e) por fim, a recorrente repisa o fato do fisco não ter dispensado tratamento diferenciado As perdas autuadas, isto 6, A perda do principal e A perda dos rendimentos contabilizados e tributados quando da apropriação contábil, estornados por ocasião da baixa; segundo alega, o art. 11 da Lei n" 9.430/96 dispensa tratamento fiscal especifico para a receita de encargos financeiros incidentes sobre o crédito principal após dois meses do vencimento, quando seriam passíveis de exclusão da base de cálculo do 6 Process° a" 16327 001816/2008-73 Si-Cl T3 Acórdiio LI " 1103-00380 Fl 4 IRRI e da CSL,L, "independente de qualquer outra condição" (fls. 322 a 323, itens 60 a 65 do RV). Nos pedidos, a interessada requer seja reformado o acórdão recorrido, corn reconhecimento da improcedência total da ação fiscal, e pede seja determinado o arquivamento destes Autos de Infração. o Relatório. 7 Voto Conselheiro Gervásio Nicolau Recktenvald O recurso voluntário interposto é tempestivo e fbi apresentado por parte legitima . Assim, por reunir os pressupostos de admissibilidade, é conhecido. Conforme relatado, a discussão proposta no recurso voluntário abarca diversos questionamentos, todos relacionados à dedutibilidade, ou não, de perdas no recebimento de créditos, única infração autuada. As referidas perdas, contabilizadas e deduzidas em novembro de 2003, decorreram, conforme já antecipado, de Letras Financeiras do Tesouro do Estado de Santa Catarina, adquiridas pela interessada em 12/03/98, através do Banco Bradesco S/A, conforme Nota de Venda Definitiva n° 279,249-00 (fl. 31), com vencimento em 01/08/1999, compradas corn o "objetivo de remunerar seu capital de giro" (fl, 237). As mencionadas Letras foram declaradas nulas em face de Ação Popular proposta em fevereiro de 1997, fundamentada em investigações da CPI dos Títulos Públicos (CPI dos Precatórios) do Congresso Nacional, tendo sido decidida em Primeiro Grau em 27.04.99, cuja sentença em seu dispositivo determinou: a) DECLARO a nulidade da Orden' de Set viço SEF/GASEC/N" 005/88 e, consequentemente, todos os demais atos referentes ao processo de emissão das Letras Financeiras do Tesouro do Estado de Santa Catarina — LFTSC, por violação expressa aos arts, 15, V, e 37, § 4", da Magna Carta, e 33, do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal, alérn do art. 20, ktras "a" e "c", da Lei Federal n°4717/65 e arts. 11, "caput", e 12, III, da Lei 8.429/92. b) CONDENO a todos os beneficiários dos atos constitucionais tidos como nulos, os que receberam e aqueles que eventualmente obtiveram a posse das referidas tetras, a devolve-las, em 30 (trinta) dias, à Secretaria de Estado da Fazenda. Determino por ilação lógica, o seqiiestro dos títulos públicos acima mencionados, coin fidcro no art. 14, § 48, da Lei n" 4,717/65, A partir dessa decisão, a recorrente impetrou, em 30 de agosto de 1999, Mandado de Segurança (n° 99.014.895-5), onde, basicamente, defendeu dois aspectos: (a) que ela deveria ter sido citada corno litisconsorte passiva necessária para integrar a relação processual na Ação Popular acima mencionada, sob pena da sentença nela proferida estar viciada de nulidades; (b) que "seria tuna sandice inominável pretender que o Estado não fosse obrigado sequer a restituir o dinheiro que lhe foi entregue, acrescido da remuneração ajustada, quando não hó qualquer razão de ordem lógica ou de natureza . jurídica que justifique tal retenção" (ff 141), As duas alegações, entretanto, não foram acolhidas nem pelo TJ/SC e nem pelo ST.1, este acionado por Recurso em 10/12/2001. A primeira arguição foi afastada corn fundamento no art, 6" da Lei n° 4,717/65, sob a alegação de que a pessoa adquirente de boa-fé, 8 Process o rt" 16327 001816/2008-73 S1-C1T3 Acôrtifio o " 1103-00380 Fl 5 não sendo beneficiária direta da emissão fraudulenta, não necessitaria ser citada e, mesmo assim, permaneceria válida a sentença que declarou a nulidade do processo administrativo de criação, emissão e circulação dos títulos públicos. A segunda alegação foi afastada com fundamento na súmula 269, do STF, que diz que "o mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança".. Cabe registrar, por oportuno, que a segurança foi concedida parcialmente pelo TJ/SC, mas em outro aspecto do solicitado: tão somente para assegurar a posse dos títulos adquiridos ate o trânsito em julgado do acórdão na apelação cível 1999,019464-7, que versa sobre a Ação Popular acima referida. Nesse panorama, em novembro de 2003, por decisão da recorrente, as perdas foram levadas para os resultados fiscais do IRRI e da CSLL, fato que ensejou o lançamento questionado nestes autos. Feitas essas considerações introdutórias, e para iniciar a efetiva apresentação do voto, que, obviamente, 6 orientado pelos pontos de divergência trazidos pela recorrente, dos quais deduzo alegações preliminares e de méritó, que são a seguir sintetizadas. Nas argumentações preliminares, embora não claramente definidas nesta categoria pela pega recursal, o recurso voluntário permite inferir dois pontos hostilizados: a) que a fiscalização, em que pese ter declinado, no enquadramento legal dos lançamentos, violação h Lei IV 9.4.30/96, na prática, teria adotado as normas e regras da Lei IV 8.981/95, superadas a partir de 1997 (11. 309, item 13); b) que a DRJ, após admitir, expressamente, a impossibilidade do ajuizamento de urna ação executiva ou de cobrança, teria inovado o lançamento "ao afirmar que "tais titulas não se revestem dos atributos da liquidez, certeza e para, em seguida, [Jconcluir que `o aspecto exigibilidade (vencimento da obriga cão,) é requisito bcrsico para a dedutibilidade das perdas de que trata o art, 9" da Lei u" 9,430/96" (fl. 318 e 319, item 51). De outra parte, as arguições de maito, para fins de análise podem ser agrupadas em três enfoques a seguir sintetizados: a) num primeiro bloco discute-se se o regramento da dedutibilidade de perdas - para fins de IRPJ e CSLL — que é disciplinado pelos arts. 9' a 14 da Lei n" 9.4.30/96 e regulamentado pela IN SRF n" 93/97 - abarca as perdas derivadas de operação com aplicação em títulos públicos, quando, como no caso, esses títulos não estão vinculados à garantia de cobertura de provisões técnicas; b) num segundo bloco são analisadas as divergências quanta ao cumprimento, ou não, dos requisitos para a dedutibilidade previstos na Lei IV 9,430/96, isto 6, a questão relacionada ao requisito de vencimento (exigibilidade), bem como, se os procedimentos judiciais para o recebimento dos créditos, adotados pela recorrente, foram suficientes para atender o disposto na Lei, uma vez que esta condiciona 9 a dedutibilidade dos créditos, no caso, por superiores a RS 30„000,00, "interposição e manutenção de procedimentos ,judiciais papa o seu recebimento" (art, 9, § 1', inc. II, letra "c", da Lei n° 9.430/96); c) num último bloco de discussão das razões de mérito, aborda-se o pleito da recorrente, no concernente ao pretendido tratamento diferenciado que, segundo ela, deveria ter sido dispensado pelo fisco As perdas; conforme arguiu, a legislação pertinente impunha requisitos distintos para a dedutibilidade do prejuízo derivado da perda representada pelo custo de aquisição dos ativos financeiros tidos corno incobraveis (RS 50,651.174,75) e para a redução provocada pelo estorno das receitas apropriadas a esses resultados no decorrer dos períodos base em que os títulos em questão permaneceram no ativo da empresa (R$ 81465,829,62). Fixados esses delineamentos, a seguir eles serão enfrentados individualmente, Razões Preliminares 12:. -LAttgagauttlins_42.4.41...Normas e Regras da Lei n" 8.981/95 - Revogada Segundo o recurso voluntário, o fisco, ao constituir o lançamento assentado em fatos ocorridos em 2003, teria informado no auto de inflação o enquadramento legal do art, 90 e artigos seguintes da Lei n° 9,430/96, então vigente. Porém, de fato, para configurar a infração, teria 'aplicado o regramento da Lei n° 8.981/95, que, por seu artigo 43, regulava a matéria concernente As perdas no recebimento de créditos nos anos de 1995 e 1996, ocasião em que foi revogada pela citada Lei n° 9430/96. A irresignação da litigante tem origem na interpretação dispensada pelo fisco ao caput do art. 9' da citada Lei no 9.430/96, mais exatamente quanta à abrangência da expressão "créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica". Segundo a recorrente, a • citada expressão teria sido interpretada pelo fisco nos termos do contido no parágrafo 2 0 do art 43 da Lei IV 8.981/95, já revogada, que admitia, para fins de perdas no recebimento de créditos, apenas aquelas derivadas de "créditos oriundos da exploração da atividade econômica da pessoa jurídica, decorrentes da venda de bens nas operações de conta própria, dos serviços prestados e das operações de conta alheia" De fato, nesse aspecto, o fisco, ao inserir, para fins de interpretação, na expressão original do caput do artigo 9' a palavra "próprias", aproximou os dois comandos, trazendo o atual, o da Lei if 9.340/96, mais proximo do comando mais restritivo, que era o da Lei n° 8.981/95. Todavia, mesmo tendo o fisco adotado urna linha de interpretação controvertida quanto à abrangêcia do caput do art. 9' da Lei n° 9.430/96, no que, inclusive, foi apoiado pelo acórdão a quo, no meu entender tal fato "não caracteriza uma violação ao principio da estrita legalidade em matéria tributária" (fl. 280), conforme, aliás, já decidiu a DRJ recorrida, lo Processo n" 16327.001816/2008-73 SI-CIT3 Acórdfio n 0 1103-00,380 Fl. 6 Afasto, assim, a alegação preliminar de eventual vicio de nulidade do lançamento por pretensa ilegalidade, embora a interpretação aludida mereça apreciação sob outro enfoque, o que sera feito na discussão das razões de mérito. Da Alegada Inovação do Lançamento pela DIU Conforme afirma a recorrente, a DR.I, após admitir, expressamente, a impossibilidade do ajuizamento, por parte da autuada, de uma ação executiva ou de cobrança, teria inovado o lançamento, pois teria condicionado a dedutibilidade ao afirmar que "tais títulos não se revestiam dos atributos da liquidez, certeza e exigibilidade", para, em seguida, concluir que "o aspecto exigibilidade (vencimento da obrigação) é requisito bórico para a dedutibilidade das perdas de que trata o art.. 9" da Lei n" 9..430/96" (lls. 318/319). Mais adiante, ainda na esteira da alegada inovação, a defesa diz ter havido "uma perpetrada Jukadora, pois a premissa lançada pela fiscalização ao lavrar os autos de infração é de que recorrente não teria ajuizado a competente ação de cobrança, requisito essencial â dedutibilidade, afirmando, ainda, que o mandado de segurança não seria substituto da ação de cobrança, tendo a recorrente rechaçado veementemente tal argumentação" (fl. 319), Disso tudo se infere que a interessada sugere que a discussão acerca da "liquidez, certeza e exigibilidade" das LFTs, como requisito necessário para a dedutibilidade de eventuais perdas originadas desses créditos, deveria ser varrida do processo, por não pertencer aos autos desde a formalização do lançamento. Porem, não assiste razão à recorrente, pois o fisco, no Termo de Verificação Fiscal, ao analisar o texto legal (Lei n" 9.430/96) diz que "a perda só é concebida após o empreendimento dos esforços para o recebimento do crédito . frente ao devedor e pela imposição de atos judiciais de cobrança" (fl. 205). Evidentemente, tal afirmação só faz sentido no pressuposto de que os créditos sejam "líquidos, certos e exigíveis". Mais adiante, ao analisar os requisitos de dedutibilidade impostos pela legislação fiscal, e especialmente aqueles determinados pela Lei n" 9,4.30/96, o autuante diz que "o contribuinte tem, por decisão judicial, tão somente a posse de TiTULOS POBLICOS QUE FORAM CONSIDERADOS NULOS, até o trânsito em julgado de acórdão proferido na Ação Popular, ,fato este por si só suficiente para torná-los indedutiveis para determinação do lucro real" (fl. 208). Evidentemente, mais urna vez a motivação expressa, manifestada pelo autuante, esta assentada na "liquidez, certeza e exigibilidade" das LFTs. Por fim, embora no Termo de Verificação Fiscal o fisco, reiteradas vezes, tenha se referido ao desatendimento, por parte da autuada, dos requisitos do art. 9' da Lei n" 9.430/96, este também está citado no auto de infração do IRPJ (11. 212). Tal enquadramento, evidentemente, abarca a condição imposta pela letra "c" do inciso II do § 1" da Lei n" 9.430/96 que exige, para a dedutibilidade, estejam os créditos "vencidos hó mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento". E isso pressupõe condição de "liquidez, certeza e exigibilidade". Ante o exposto, não prospera a alegação de inovação do lançamento pela decisão recorrida, motivo pela qual desacolho também esta preliminar, Razões de Mérito Perdas no Recebimento de Créditos Alcance do Artigo 9 0 da Lei n° 9.430/96 Compulsando os autos, observa-se que intensas discussões envolvem análises acerca do alcance do disciplinado pelos arts. 9° a 12 da Lei n' 9.430/96, mais exatamente quanto à extensão da expressão "créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica", empregada no caput do art. 9'. Para enfrentá-las, mister se faz, inicialmente, reproduzir os mencionados .artigos, na parte de interesse, pois são eles que disciplinam, fundamentalmente, a matéria discutida nestes autos: Art 9" As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da essoa *uritlica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real, observado o disposto neste artigo (grifei). § 1" Poderão ser registrados como perda os créditos. ri II - sem garantia, de valor. - a) ate R$ 5 000,00 (cinco mil teals), pot operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, - b) acima de R$ 5,000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil leafs), por opera cão, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança administrativa; c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há antis de um ano desde que iniciados e mantidos os procedimentos fudicqjj ara o seu recebimento; (grifei) De inicio, diante do dispositivo legal ora parcialmente reproduzido, infere- se, já pelo contido no caput do art,. 9°, que assiste razão à recorrente quando diz que o fisco inseriu no texto legal uma palavra nele não contida, isto 6, a referência de que os créditos devam ser derivados de "atividades próprias da pessoa jurídica" (fl. 205) para que eventuais perdas deles decorrentes possam ser admitidas como dedutíveis. Associado a esse entendimento, o fisco ainda sugere que as pretensas perdas em questão, por não contidas no conceito de despesas operacionais, não seriam dedutíveis para fins de IRPJ (fl, 203/204), por não enquadradas no caput do art. 9' da Lei n° 9,430/96. Em outra parte, por outro enfoque, também persistiriam vedações dedutibilidade em vista da origem dos créditos. Estes também não se encaixariam no caput do art, 9°, em razão de decorrerem de relação jurídica entre o credor e terceiro. uma vez que os títulos não foram comprados diretamente do Governo do Estado de Santa Catarina. mas sim no mercado secundário. Na conclusão do fisco, perdas desta natureza, para fins de dedutibilidade, 12 Processo n" 16327 001816/2008-73 si-C1 T3 Acórd5o o" 1103-00.380 Fl 7 também estariam fora do alcance da Lei n" 9.430/96, por não enquadráveis no conceito de "créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica". Essas ilações do fisco, evidentemente, são extraídas de urna interpretação restritiva da expressão "créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica", contida no caput do art, 9', suso reproduzido. E é por isso que a recorrente reclama que o fisco, nesse aspecto, teria adotado a legislação anterior, que efetivamente era menos abrangente que a atual, pois aquela apenas admitia perdas corn "créditos decorrentes da exploração da atividade operacional da empresa" (art. 277, § 3°, do RIR/94 Decreto IV I ,041/94). Como se vê, ha sensíveis diferenças entre as duas expressões, o que impõe sejam interpretadas de forma diferente, aceitando-se uma abrangência maior para a redação mais recente (Lei n° 9.430/96), vigente no ano calendário da ocorrência dos fatos autuados, O próprio agente fiscal autuante percebeu a dessemelhança, fato que ele mesmo denunciou ao introduzir, para favorecer sua tese, a palavra "atividades próprias", Isso, convenhamos, se fosse admissivel, aproximaria bem mais o alcance das duas expressões, ou mesmo as tornaria congruentes. Porém, conforme arguiu a recorrente, a Lei não impõe as restrições em comento, autorizando, portanto, que "as perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas" sem as exceções aventadas pelo fisco. Evidentemente, admite-se a dedutibilidade dentro desse contexto, desde que cumpridas, ainda, outras condições, também determinadas pela Lei n° 9,430/96, mas que não estão vinculadas h natureza ou origem do crédito em vias de perdimento, aqui enfrentadas . Diante disso, no meu entender, os créditos em tela, analisando-se apenas o aspecto "natureza", estão abarcados pela atual regulamentação das "perdas no recebimento de créditos" a que se refere o caput do art. 9" da Lei n" 9.430/96, por ausentes restrições legais expressas. Porém, antes de firmar esse entendimento, merece análise o juízo do acórdão recorrido, que apoiou, inteiramente, as conclusões do fisco, acima comentadas . Nesse panorama, o decisório a quo fundamenta seu apoio as conclusões do fisco - de que as perdas não estariam abarcadas pelo art. 90, capuz, da Lei n" 9.430/96 - no contido no § 2" do art, 24 da IN n° 93/97, abaixo reproduzido: Art 24 As podas no recebimento de créditos decorremes das atividades da pessoa juridic(' poderrio ser deduzidas coin() despesas, para doermina0o do lucro real, obsen,ado o disposto neste artigo. I" Podeiiio ei ie,g-istrados COMO perda Os creditos - II - sem garantia, de valor, a) até! R$ .5 000.00 (Ono) reais), por operacilo, venc idos mais de seis mews, independentemente de iniciados os- procedimentos judiciais para o ye!! recebimento, 13 b) acima de R$ .5 000,00 (cinco mil reais) atc:.. R$ 30.000.00 (trinta mil teals), por operação, vencidos ha mais de lan ano, independentemente de iniciados os mocedimentos judiciais para o seu recebimento, porém mantida a cobrança administrativa,. (grifi2i) c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos ha mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento; I I § 2".Para os eleitos deste artigo, considera-se operação a venda de bens, a prestação de serviços, a cessão de direitos, a aplica cão de recursos financeiros em operaçães com títulos e valores constante de um único contrato, no (pal esteja prevista a forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a transação seja realizada para pagamento em mais de uma parcela. (gr.if0) I. .1 Corno se vê, o referido parágrafo 2' não disciplina o disposto no caput do art. 24 da TN n° 93/97, que por sua vez reproduz o caput do art. 9" da Lei n° 9.430/96, ou seja, caracterizar o alcance e a abrangência da expressão "atividades da pessoa jurídica". Esclarece, isto sim, acerca do alcance da expressão "por operação", relacionada As tetras "a", "b" e "c" do inciso TT do § 1° do art. 9° da Lei n° 9,430/96, para o que, entre outras operações, faz referência a "operação com títulos e valores mobiliários" . Infere-se dai que para enquadrar urna operação na letra "a" ou "b" ou "c", acima citadas, isto 6, para quantificar a operação sem garantia, o parâmetro é"por contrato". Portanto, se a empresa possui dois contratos, mesmo que firmados corn o mesmo devedor, cada crédito é tratado isoladamente, Assim, se urn contrato envolve um crédito de, por exemplo, R$ 28,000,00, e o outro urn credito de R$ 4.000,00, mesmo que firmados com a mesma pessoa e na mesma data, o segundo crédito reger-se-ii pelas condições da letra "a" e o primeiro pelas condições da letra "b", e não conjuntamente segundo as condições da letra "c", por somados ultrapassarem a R$ 30,000,00, Diante disso, parece-me inócua a discussão travada, isto 6, se as LFTs se enquadram no conceito de "títulos e valores mobiliários" ou não, pois o parágrafo 2° do art. 24 da IN n° 23/97 não delimita a abrangência do que deve ser entendido por "créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica", e sim, esclarece quanto h graduação da inadimplência para a vinculação desta As letras "a" ou "b" ou "c" do inciso II do § 1° do art. 9° da Lei n° 9,430/96. Por outra, o § 2", em tela, tern corno função única esclarecer o que deve ser entendido pela expressão "por operação", e não está ai para exemplificar o que são "créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica". Nesse pensamento, admitindo-se, por hipótese, que as LFTs não estão abarcadas pela expressão "títulos e valores mobiliários" a que se refere o § 2° do art. 24 da IN 93/97, o intérprete, para fins de dedutibilidade de que trata a Lei n° 9,430/96, poderia enfrentar dificuldades para quantificá-las "por operação", Porém, concluir, com base no disposto no citado parágrafo 2°, que a compra de um lote de LFTs não caracterize "créditos decorrentes das atividades da pessoa .jurídica" (caput do art. 9" da Lei n° 9,430/96), com a devida vênia, parece-me decisão desamparada de embasamento legal 14 Processo n" 16327.001816/2008-7.3 S1-C1T3 AcOrdao o" 1103-00.380 Fl 8 Assim, nas alegações cunhadas pelo Colegiado a quo, analisadas detidamente à luz da legislação de regência, também não encontro guarida para afiançar, de forma consistente, as inferências fiscais em comento. Ante o exposto, não merece prosperar o entendimento fiscal de que as aplicações de recursos em LFTs, quando perdidas, desde que cumpridas as condições, no caso, da letra "c" do inciso II do § 1 0 do art. 9° da Lei n° 9.430/96, não possam ser deduzidas, Perdas no Recebimento de Créditos — Dedutibilidade Condicionada à Exigibilidade e Cobrança Judicial Vencida a questão do balizamento dos créditos objeto da presente controvérsia, com a conclusão de que estes se inserem no Caput do art, 9" da Lei n° 9.430/96, passo à analise do cumprimento, ou não, pela recorrente, das condições para a dedutibilidade impostas pela letra "c" do inciso IT do § 1' do art. 9' da Lei n° 9.430/96. Para relembrar, reproduzo as condições exigidas pela letra "c": § I" Potter(7o .ver registrados como poda as cr&litos II - sem garantia, de valor /- c) superior a RS 30.000,00 ('trinta reais)., vencidos há mais de um ono, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento,.(griPi) Do texto reproduzido infere-se que a vigente sistemática para a dedutibilidade de perdas no recebimento de créditos, trazida pela Lei n° 9.430/96, condiciona os créditos a três aspectos: (1) o valor do crédito; (2) a graduação, no tempo, do risco de perder; (.3) a implementação de procedimentos judiciais para o recebimento, 0 primeiro aspecto, relativo ao valor do crédito, no caso, não oferece qualquer dificuldade, pois ele 6. superior a R$ 30,000,00 (trinta mil reais), estando, desta forma, inserido na letra "c" do inciso II do § 1° do art. 9° da Lei n° 9.4.30/96. t, portanto, incontroverso este ponto. 0 segundo aspecto vencidos há mats de 11171 ano — impõe como condição imprescindível para a dedutibilidade da perda a inadimplência, ou seja, ser exigível o crédito . Nessa circunstãncia, há divergências, em vista da exigibilidade das LFTs ser objeto da Ação Popular já referida . A recorrente, admitindo que por ocasião da ocorrência dos fatos autuados "a decisão proferida na ação popular já existia, (pois) a matéria de .fato e de direito — a exigibilidade das LFTs j/i se encontrava posta na ação popular" (tI. 318), entende ser 15 condição única para a dedutibilidade, quanto ao quesito em foco, que "os créditos se encontrassem vencidos lid mais de um ano — .fato que qualifica como incontroverso" (fl, 319), pois o vencimento marcado nos títulos é o dia 01/08/99 . Por outro lado, o fisco, considerando que a interessada tern, por decisão judicial, ate o trânsito em julgado do acórdão proferido na Ação Popular, tão somente a posse dos títulos públicos que foram considerados nulos, entende que isto, por si só, não é suficiente para torná-los dedutíveis (ft. 207), A DR,J, também fundamentada na "suspensão judicial da exigibilidade dos valores das LFTs por .1brça da Ação Popular" (ft 286), entendeu que a dedução efetuada pela requerente não se encontrava abrangida pela Lei n° 9.430/96. Nesse panorama, este segundo requisito tem sua controvérsia centrada em duas teses: (1) a da recorrente, que entende ser suficiente o transcurso de um hiato temporal de mais de um ano entre o vencimento das LFTs e a data do reconhecimento fiscal das perdas; (2) a do fisco, que tem o apoio do acórdão a quo, que entende ser necessária a exigibilidade dos créditos para possibilitar a dedutibilidade destes como perdas. Posta a controvérsia, de inicio, cabe dizer ser inquestionável e incontroverso que por ocasião da contabilização das perdas autuadas, os créditos, no caso representados pelas LFTs, apesar de vencidos há mais de dois anos, eram inexigíveis em vista da decisão de judicial, proferida em função da Ação Popular suso mencionada, que reconheceu a nulidade das LFTs. A própria litigante reconheceu que a Ação Popular afetou os créditos em questão, tanto é que pleiteou, via mandado de segurança, o afastamento dos efeitos daquela decisão, para que houvesse o reconheeimento de seus direitos creditórios e para que fossem sustados os efeitos do arresto dos títulos (fl. 237), Todavia, conforme relatado, a recorrente somente obteve êxito, provisório, quanto ao arresto dos títulos. Também, na fundamentação do recurso voluntário em que a recorrente contesta o entendimento fiscal de que as perdas, entre outros requisitos, para serem dedutiveis deviam estar submetidas a procedimentos judiciais para o seu recebimento, flea patente que os créditos eram inexigíveis, tanto é que a litigante observa se "verificar a absoluta impossibilidade processual do ajuizamento de uma ação de cobrança" (fl., 318). Por outra via, quando da interposição, pela recorrente, do Recurso Ordinário em MS IV 14.705-SC perante o STJ (fl. 121 a 158), também fica explícito o reconhecimento da inexigibilidade dos créditos. Nessa petição, a ora recorrente expôs seu entendimento de que o remédio jurídico que estava interpondo era apenas preparatório para uma efetiva ação para o recebimento dos créditos, exigida pela Lei IV 9.430/96, Certamente por isso requereu fosse "declarada a legitimidade desse crédito representado pelas respectivas letras, para que delas pudesse dispor livremente, inclusive euizando ação de Cobrança contra o devedor ou coobri,Qados, ou deles utilizar-se para pagamento de impostos estaduais, de acordo com a lei que autorizou suas emissões, evitando-se novas violências em outros insólitos procedimentos, de cujo rol o acórdão recorrido é exemplo lamentável' (ft 158) (o destaque não é do original). Diante disso, considerando que a Lei n° 9.430/96 impõe que "poderão ser registrados como perda os créditos vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento" (sublinhamos), pressupõe-se, por dedução lógica, que para inserir as perdas na Lei IV 9,430/96, dentre outros requisitos, os créditos devem ser exigíveis.. 16 Processo 16327 001816/2008-73 SI-Cl T3 AcOrd5o " 1103-00,380 Fl. 9 o que dispõe o art, 586 do CPC: "A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível". Ainda, o art, 618 do mesmo código estabelece que "6 nula a execução se o titulo executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigiver, Ante o exposto, endosso a conclusão do acórdão recorrido, vazada nos seguintes termos: "No presente caso, como já mencionado, houve a suspensão judicial da exigibilidade dos valores das LFTs por força da Ação Popular, Logo, a dedução efetuada pela requerente não se encontra abrangida pela referida Lei na 9..430/96" (fi, 286). Por fim, o terceiro aspecto de dedutibilidade previsto na letra "e" antes reproduzida, que exige sejam "iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o recebimento dos créditos", tem sua solução, aparentemente, resolvida pelo exposto na discussão do "segundo aspecto", acima analisado. Em simples palavras, concluiu-se naquela análise que o requisito "procedimento ,judicial para o recebimento" não foi diretamente cumprido até a época da contabilização das perdas objeto da controvérsia, por inexigíveis, naquela ocasião, os créditos tidos como perdidos. Isso não significa, todavia, que essa condição, por impossível de ser cumprida na época do cômputo fiscal das perdas através de execução para cobrança, possa ser suprida ou substituida por outra ação, apenas preparatória para a interposição de uma eventual futura ação de execução para cobrança. Portanto, também essa discussão deve ser enfrentada neste voto, especialmente para analisar se é efetiva a alegada absoluta impossibilidade de interposição de ação de cobrança, exigida pela Lei n° 9.430/96. Conforme se infere dos autos, a condição em foe() não foi tida como cumprida, nem pela autoridade lançadora e nem pela decisão recorrida, pois, em síntese, ambas convergem para o entendimento de que a interessada não teria "cumprido requisitos da Lei n" 9,430/96, vez que não ajuizou a competente ação de cobrança, pois o mandado de segurança não seria substitutivo da mencionada modalidade de ação".. A defesa, por sua vez, arguiu que "a legislação deixou ao arbítrio do maior interessado no recebimento do crédito a decisão pelo tipo de ação judicial mais apropriada ao caso, ou melhor, no caso específico, o caminho judicial possível". Assim, por ter ingressado com mandado de segurança em 30/08/99, teria cumprido os requisitos para a dedutibilidade. Reconhece, entretanto, que o MS não se constituiu numa ação de execução para cobrança, mas que, no caso, teria se verificado a absoluta impossibilidade processual do ajuizamento de uma ação dessa natureza. Justifica tal impossibilidade no fato de ter havido o reconhecimento prévio da nulidade dos titulas através de decisão proferida em Ação Popular. Analisando a questão, e estabelecendo um breve histórico dos procedimentos judiciais relacionados, tem-se que em vista da Ação Popular, decidida em Primeiro Grau pela Justiça do Estado de Santa Catarina em .30/11/1999, a recorrente impetrou Mandado de Segurança (n° 99.014.895-5) perante o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (fls.. 79 a 120), no qual, após afirmar que deveria ter sido citada como litisconsorte passiva necessária, requereu, entre outros pleitos, "sejam cassados os efeitos da sentença impugnada quanto aos títulos pertencentes ã impetrante, bem como a anulação do decretado sequestro, rogando seja 17 it declarada a legitimidade desse crédito para evitar-se novas violências em outros insólitos procedimentos, reconhecendo-s e . a validade da obriga cão enquanto não houver ação direta do Estado contra seus legítimos credores, que não podem ser privados de seus bens sem o devido processo legal" (f1,118), Tal pleito foi parcialmente acolhido, "apenas para assegurar a posse dos títulos comprados até o transito em julgado daquele v. acórdão insculpido na apelação cível n" 99.019464-7, da Capital, que versa sobre a Ação Popular n. 023.97,243870-7, da Comarca de Florianópolis, vencido o eminente Des, Newton Trisotto, que declarava extinto o processo", Após, em 10 de dezembro de 2001, considerando que "o acórdão recorrido denegou a segurança impetrado, uma vez que não acatou o fidcro central do "writ", qual seja, a concessão da ordem para o fim de cassar os efeitos da sentença impugnada quanto aos títulos pertencentes a Recorrente" (fl. 150), a interessada interpôs o Recurso Ordinário em MS .n° 14,705-SC, perante o STJ (fl. 121 a 158). Nele requereu, em síntese, fosse "dado provimento ao presente recurso ordinário, com a reforma integral do acórdão recorrido (art.. 512, do CPC), para o Jim especial de ser concedido o "writ" e cassar os efeitos da sentença inipugnada". Pediu ainda, fosse deferida "a ordem originariamente postulada, não apenas mediante a garantia de permanecer a Impetrante na posse de seus bens, como e ainda, mediante a declarada legitimidade desse crédito representado pelas respectivas letras" para que delas pudesse "dispor livremente, inclusive ajuizando ação de cobrança contra o devedor ou coo brigados, ou deles utilizar-se para pagamento de impostos estaduais, de acordo com a lei que autorizou suas emissões" (fl. 158), O Recurso foi negado, por unanimidade, pela Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, julgado em 17 de agosto de 2004, tendo sido produzida a seguinte ementa (fl. 161): ADMINISTRATIVO PROCESSUAL. AÇÃO POPULAR. EMISSÃO FRAUDULENTA DE TITULOS LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, ADQUIRENTE DOS TÍTULOS. TERCEIRO DE BOA-Ft CITAÇÃO, INEXTGIBILIDADE. ART. 6", DA LEI N" 4.71 7/65. MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LIQUIDO E CERTO.. AUSÊNCIA, SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO, SUBSTITUTIVO DE AÇÃO DE COBRANÇA.. VEDAÇÃO. I — A questão em mime gravita em torno de sentença pro latada em ação popular ajuizada contra o Estado de Santa Catarina e outros responsáveis paid emissão irregular de títulos públicos do Estado de Santa Catarina, para pagamento de precatórios, ocorrida em outubro de 1996. — A pessoa adquirente de boa-fé, por não ser beneficiária direta da emissão fraudulenta, não integra a relação processual, não sendo obrigatória a sua citação, permanecendo válida a sentença que declarou a nulidade do processo administrativo de criação, emissão e circulação dos títulos públicos (Ari 6" da Lei n°4 717/65). 111 — Os títulos pelos quais o recorrente tenciona receber o pagamento originalmente ajustado foram emitidos, reconhecidamente, coin a interRrência de. várias irregularidades, inclusive, em relação ao descigio ofertado na 18 Process° n" 16.327001816/2008-7.3 SI-CIT3 Act5i d io n " 1103-00380 Fl. 10 operação, mitigando o direito do impetrante de assegurar a cobrança das cártulas e, nessa ática, inexistente o direito liquido e certo necessário à concessão da segurança. (gi ifamos) IV — A Administração deve arcar com os prejuízos impostos aos adquirentes de boa-fé, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado em face do particular. Não obstante, também é igualmente certo que a Administração não pode convalidar atos reconhecidamente irregulares, devendo atenção ao primado da prevalência do interesse público (Lei 9.784/99). (grifamos) V — O mandado de Segurança não é sub 5titutivo de ação de cobrança (Sum. 269, do STF). VI — Precedente (RMS n" 14.351/SC, DJ de 03/02/2003, deste Relator), VII — Recurso ordinário improvhio. A decisão mostra, especialmente pelos itens IV e V, que é entendimento do STJ que o Governo do Estado de Santa Catarina deve arcar corn os prejuizos impostos aos adquirentes de boa-fé. Entretanto, forte na súmula 269 dos STF, conclui que o Mandado de Segurança não é substitutivo da ação de cobrança. Tal conclusão, certamente decorre da alegação da recorrente, arguida por ocasião da interposição do Recurso Ordinário no Mandado de Segurança, assim destacada pd.° Ministro Relator: "alega ainda a recorrente que a não restituição dos valores pagos na aquisição dos titulas representaria verdadeiro enriquecimento .sem causa, sendo devida devolução do que pagou com a remuneração ajustada ou, ao menos, o valor pago acrescido dos encargos pela mora" (11 164). Ao comentar as contrarrazões do Estado de Santa Catarina, o Ministro Relator ressaltou as seguintes ponderações (fl, 164): - ser inviável o mandado de segurança para o caso presente, porquanto o recorrente não se caracterizaria como terceiro prejudicado, faltando-lhe interesse de agir; - ser incabível o Mandado de Segurança por este remédia jurídico pressupor uma injustiça evidente, uma afronta clara ao sistema jurídico, o que não seria o caso; que o *it° suspensivo imanente ao recurso do processo principal teria afastado a possibilidade de dano irreparável; - que o Estado não resgatou os titulas não porque se tenha recusado a fazê- lo, mas por determinação judicial que suspendeu a circulação e resgate, a fim de resguardar o interesse público, até que sejam esclarecidos os fatos que envolvem a emissão dos titulas, com evidente ocorrência de fraude; nesse panorama, o detentor de tais letras não poderia exigir que uma obrigação declarada nula fosse cumprida, no presente momenta; - que o recorrente, visando ressarcir-se de suposto prejuízo, deveria utilizar ação indenizatória ou ainda ação de cobrança, com instrução probatória adequada, 19 No voto, o Relator, Ministro Francisco Falcão, ainda pondera outras situações, pertinentes ao caso em discussão: - o próprio recorrente se declara como terceiro de boa-fé, porquanto não se beneficiou da emissão fraudulenta nem tampouco do deságio praticado pelas corretoras; nesse contexto, sua citação para integrar a lide não é de rigor, devendo, entretanto, para salvaguardar seus direitos de terceiro interessado, ajuizar demanda para restituição do valor pago pelas cártulas, permanecendo vigente, contudo, a sentença que declarou a nulidade do processo da emissão (fl. 167); - diante dos . fatos e argumentos antes expedidos, exs urge a inviabilidade do desiderato perseguido pelo impetrante, por meio da presente garantia constitucional, verificando-se que a hipótese se enquadra peifeitamente à vedação contida no verbete sumular n" 69 do STF, que desautoriza o mandamento de segurança como substitutivo de ação de cobrança (ft. 168). De tudo que foi discutido perante o Poder Judiciário, extrai-se que, embora tenha sido considerado incabível o remédio jurídico interposto para ver reconhecidos os legítimos direitos da recorrente acerca dos créditos em questão, também é unânime a opinião de que a interessada deveria ajuizar demanda para pleitear a restituição do valor pago pelas cárhilas, bem como, reivindicar os acréscimos financeiros originariamente pactuados. Os fundamentos da ação foram inclusive adiantados pelo STJ, quando da decisão do recurso em Mandado de Segurança: "A Administração deve arcar com os prejuízos impostos aos adquirentes de boa-fé, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado enrface do particular". que também prevê o art 884 do Código Civil (Lei a' 10.406/2002): "Aquele que, sem justa causa, se enriquecer a custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários". E uma vez instaurada tal demanda, esclarecer-se-iam também as questões pendentes, a exemplo da definição quanto à exigibilidade do valor investido nas LFTs/SC, e ainda, em decorrência, ante eventual insucesso, implementar-se-iam as condições de dedutibilidade das perdas, nos tennos do preconizado na letra "c" do inciso IT do § 1° do art. 9' da Lei IV 9.430196. Sem isso, entendo ser inadmissível o revés fiscal intentado, o que equivaleria aceitar que a empresa amenizasse, à custa do Tesouro Nacional, ao menos parcialmente, os prejuízos sofridos, sem molestar judicialmente quem se beneficiou do dano suportada. E é essa proteção ao erário público que a letra "c" do inciso H do § 1' do art, 9 0 da Lei n° 9.430/96 busca estabelecer. Por tudo isso, associo-me aos que defendem a tese de que não restou evidenciado que por ocasião do cômputo das perdas autuadas, para fins fiscais, tivesse sido cumprido o requisito sob análise, isto 6, "iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o recebimento dos créditos". Tratamento Fiscal do Estorno das Receitas Financeiras sobre Créditos Incobritveis Classificado no recurso voluntário como "equivoco mais grave", a recorrente insurge-se contra o procedimento fiscal que, segundo ela, "ao arrepio da lei, deu o mesmo 20 ( ljj Gervásio i o u Recktenvald - Relato Processo n" 16327.001816/2008-73 Accirdiin o " 1103-00.380 SI-C1T3 Fl 11 tratamento aos rendimentos dos títulos a aquele dispensado ao valor principal do.s mesmos" (f1. 322). Para embasar o entendimento de que o prejuízo derivado da perda representada pelo custo de aquisição dos ativos financeiros tidos como incobráveis, de R$ 50.651.174,75, tem tratamento fiscal diverso do da dedutibilidade da redução dos resultados fiscais em vista do estorno das receitas apropriadas a esses resultados no decorrer dos períodos base em que os títulos em questão permaneceram no ativo da empresa, de R$ 81.465.829,62, a litigante apóia-se no caput do art. 11 da Lei if 9.430/97, redigido nos seguintes termos: Art. II . Após dois meses do vencimento do crédito, sem que tenha havido o seu recebimento, a pessoa jurídica credora poderá excluir do lucro liquido, para determinação do lucro real, o valor dos encargos .financeiros incidentes sobre o crédito, contabilizado como receita, au/rido a partir do prazo definido neste artigo. Ocorre, entretanto, que o dispositivo acima reproduzido vem acompanhado de diversos parágrafos, dentre os quais, mostra-se pertinente, especialmente, o § 1 0, que determina: I" Ressalvadas as hipóteses das alíneas a e b do inciso II do I" do art 90, o disposto neste artizo somente se aplica quando a pessoa jurídica houver tomado as providências de caráter judicial necessárias ao recebimento do crédito. (grifamos) Frente a essa determinação, as duas pretensas perdas tam sua dedutibilidade condicionada a urn mesmo embasamento legal, uma vez que o § 1 0, acima reproduzido, também remete a dedutibilidade dos encargos financeiros de créditos vencidos A letra "c" do inciso II do § 1' do art. 9" da Lei ri° 9430/96, onde já está inserida a condição para a dedutibilidade da perda do ativo principal. Assim, considerando que os requisitas da letra "c" não foram cumpridos, conforme já exposto em item precedente, desenvolvido sob o título de "Perdas no Recebimento de Créditos — Dedutibilidade Condicionada à Exigibilidade e à Cobrança Judicial", por coerência, também aqui entendo não assistir razão à recorrente, onde pleiteia a dedutibilidade do estorno das receitas financeiras, independentemente de condições . Por fim, vencidas todas as controvérsias postas, ante todo o exposto neste relatório e voto, e considerando tudo que dos autos consta, inicialmente, nego provimento As razões preliminares. Quanto As razões de mérito, apesar de reconhecer que as perdas em questão, quando efetivas, estarão abarcadas pelo disposto no caput do artigo 9" da Lei n" 9.430/96, nego provimento ao recurso por não cumpridos, para possibilitar a dedutibilidade das perdas, os requisitos de que trata a letra "c" do inciso II do § 1" do art, 9' e o § 1' do art. 11, ambos da Lei n°9.430/96.. Diante disso, voto pela manutenção integral dos autos de infração de IRPI e CSLL contidos no presente processo, e nego provimento ao recurso - oluntário.. 21
score : 1.0
Numero do processo: 13609.907473/2009-89
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL
Ano-calendário: 2008
COMPENSAÇÃO
Não se admite a compensação de débitos com créditos que se comprovam inexistentes.
Numero da decisão: 1103-000.746
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, negar provimento por unanimidade.
Nome do relator: Mário Sérgio Fernandes Barroso
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, negar provimento por unanimidade. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente (assinado digitalmente) Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa, Manoel Mota Fonseca e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório 2 Contra o interessado acima identificado foi emitido o despacho decisório de fl. 53, por meio do qual a compensação declarada no PER/DCOMP n.º 41341.21304.151008.1.3.047894, transmitida em 15/10/2008, não foi homologada. A não homologação foi motivada pela inexistência do crédito utilizado na compensação pretendida. Tal crédito se refere a recolhimento de CSLL de código 2372 (lucro presumido), no valor de R$ 137.816,60, efetuado em 31/01/2008. Consta do despacho decisório, que o DARF discriminado no PER/DCOMP foi localizado, mas não foi reconhecido crédito disponível para compensação dos débitos informados. No documento intitulado “DCOMP Despacho Decisório – Análise do Crédito”, fl. 55, consta que os valores informados em DCTF são divergentes dos declarados em DIPJ. O valor do débito indevidamente compensado é igual a R$ 9.128,89 (principal). Como enquadramento legal são citados os seguintes dispositivos: arts. 165 e 170 da Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN), art. 74 da Lei n.º 9.430, 27 de dezembro de 1996. A ciência do despacho se deu em 21/12/2009 (fl. 62). Em 20/01/2010 (fl. 44), foi postada a manifestação de inconformidade de fl. 01 a 03. Nela constam os seguintes argumentos: • a empresa apurou débito de CSLL do 4º trim. de 2007 no valor de R$ 127.219,63; • esse débito foi pago com DARF; • com referido DARF foram recolhidos R$ 137.816,60, restando direito creditório no valor de R$ 10.596,97; • a não homologação foi arbitrária, já que o crédito apresentado é compensável, conforme sistemática fixada em lei; • a empresa retificou DIPJ e DCTF apresentada, para informar valores que estão de acordo com a compensação realizada, o que talvez tenha gerado confusão na análise do fiscal; • a decisão não foi fundamentada, tendo em vista que o despacho decisório não informou o motivo pelo qual o indeferimento foi realizado; • o contribuinte não sabe o porque da não aceitação do crédito; • a empresa colocase a disposição para apresentar qualquer documentação comprobatória do direito ao crédito, bem como junta DIPJ, DCTF, DARF e outros documentos, justificando a existência do crédito; diante do exposto, pedese o reconhecimento do crédito, a homologação da compensação e a extinção dos débitos compensados. Por meio do acórdão n.º 0232.470, a 3ª turma da DRJ de Belo Horizonte – MG decidiu (ementa): Processo nº 13609.907473/200989 Acórdão n.º 1103000.746 S1C1T3 Fl. 2 3 “COMPENSAÇÃO CRÉDITO INEXISTENTE. Não se admite a compensação de débito com crédito que se comprova inexistente.” O contribuinte alega em seu recurso (resumo): Apurara um débito de CSLL no valor de R$ 127.219,63 relativo ao 4.º trimestre de 2007, contudo por meio do DARF foi recolhido R$ 137.816,60, circunstância esta que reflete um direito creditório de R$ 10.596,97. As informações trazidas em DCTF e em DIPJ consistem em meras obrigações acessórias e não podem sobrepujar o recolhimento do imposto. Apresentara as retificações das DCTF e DIPJ. Do efeito confiscatório da multa. Indevida utilização da Taxa selic. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. A questão não é de difícil deslinde, pois, a recorrente alega que apurara débito de CSLL no valor de R$ 127.219,63, e pagara R$ 137.816, 60. Alega também que fizera suas retificadoras, e que estas são meras obrigações acessórias. Conforme fl. 16 dos autos, consta retificadora da DIPJ 2008, de recibo 12.9911602270, recebida via internet em 30/06/2008 às 11:41:19. Nesta retificadora, realmente consta CSLL a pagar R$ 127.219,63, fl. 22. Contudo, na fl. 64 consta uma outra retificadora apresentada no mesmo dia da citada pela contribuinte, e posterior, as 11:58:57. Nesta última retificadora, consta CSLL a pagar de R$ 137.816,60, fl. 66. Ou seja, o valor recolhido pela contribuinte. A questão, acredito já estaria resolvida, pois, o que vale é, por óbvio, a última declaração. Contudo, pelo amor ao bom debate, observamos que a diferença de valores apurados se deu pelos rendimentos de aplicações financeiras na fl. 66, que constam R$ 343.646,41. Na retificadora anterior apenas R$ 225.902,24, por isso uma apuração a menor da retificadora anterior. 4 Acontece, que conforme DIRF de fl. 74, abaixo transcrito, o valor dos rendimentos para o 4ª trimestre foi de R$ 342.747,00, como abaixo: Declarante 30.833.936/000169 Fundo 04.061.061/000110 Mês Rendimentos IRRF jan/07 fev/07 10.061,18 2.263,76 mar/07 1º trim 10.061,18 2.263,76 abr/07 mai/07 20.190,74 3.028,61 jun/07 2º trim 20.190,74 3.028,61 jul/07 2.437,50 847,80 ago/07 4.185,55 1.206,55 set/07 10.465,17 2.757,44 3º trim 17.088,22 4.811,79 out/07 4.309,61 906,89 nov/07 338.437,39 50.765,61 dez/07 4º trim 342.747,00 51.672,50 TOTAL 390.087,14 61.776,66 Assim, a uma porque o que vale é a última retificadora, e a duas, pois, pelo que transcrito a segunda retificadora, a apresentada, 11:58:57, é a que esta de acordo com o que foi pago (corretamente) e com a DIRF. Dessa forma, não há reparos a fazer no r. acórdão atacado. Quanto a multa ser confiscatória temos: Alegou a contribuinte que a multa aplicada seria confiscatória e, por conseguinte, inconstitucional. Não compete à autoridade administrativa apreciar a argüição e declarar ou reconhecer a inconstitucionalidade de lei, pois essa competência foi atribuída, em caráter privativo, ao Poder Judiciário, pela Constitucional Federal, art. 102. A mais abalizada doutrina escreve que toda atividade da Administração Pública passase na esfera infralegal e que as normas jurídicas, quando emanadas do órgão legiferante competente, gozam de presunção de constitucionalidade, bastando sua mera existência para inferir a sua validade. Vale dizer que, inovado o sistema jurídico com uma norma emanada do órgão competente, ela passa a pertencer ao sistema, cabendo à autoridade administrativa tão somente velar pelo seu fiel cumprimento até que seja expungida do mundo jurídico por uma outra superveniente, ou por declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ou em controle difuso, neste caso, após a publicação de resolução do Senado Federal. Como, no caso concreto, essas hipóteses não ocorreram, as normas inquinadas de inconstitucionais pelo impugnante continuam válidas, não sendo lícito à autoridade administrativa absterse de cumprilas e nem declarar sua inconstitucionalidade, sob pena de violar o princípio da legalidade, na primeira hipótese, e de invadir seara alheia, na segunda. Processo nº 13609.907473/200989 Acórdão n.º 1103000.746 S1C1T3 Fl. 3 5 Ademais, a vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador. Tal princípio orienta a feitura da lei, que deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco. Uma vez positivada a norma, é dever da autoridade fiscal aplicála, sem perquirir acerca da justiça ou injustiça dos efeitos que gerou. O lançamento é uma atividade vinculada. Assim, não há que se falar em confisco com relação à multa aplicada de 75% prevista no artigo 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Quanto a Selic temos a Súmula CARF n.º 4 “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 11 de setembro de 2012 Mário Sérgio Fernandes Barroso
score : 1.0
Numero do processo: 18239.005761/2008-95
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SIMPLES NACIONAL
Ano-calendário: 2008
OPÇÃO PELO REGIME DO SIMPLES NACIONAL.
A opção pelo regime do Simples Nacional, exceto no caso de início de atividade econômica, deve se dar até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário da opção. Quanto ao ano-calendário de 2007 a opção poderia ser realizada, excepcionalmente, no período de 1º de julho até 20 de agosto daquele ano.
Numero da decisão: 1103-000.665
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: JOSÉ SÉRGIO GOMES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2008 OPÇÃO PELO REGIME DO SIMPLES NACIONAL. A opção pelo regime do Simples Nacional, exceto no caso de início de atividade econômica, deve se dar até o último dia útil do mês de janeiro do anocalendário da opção. Quanto ao anocalendário de 2007 a opção poderia ser realizada, excepcionalmente, no período de 1º de julho até 20 de agosto daquele ano. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. documento assinado digitalmente ALOYSIO JOSÉ PERCÍNIO DA SILVA Presidente. documento assinado digitalmente JOSÉ SÉRGIO GOMES Relator. Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Aloysio José Percínio da Silva, Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes e Cristiane Silva Costa. Relatório Fl. 1DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 18239.005761/200895 Acórdão n.º 110300.665 S1C1T3 Fl. 41 2 Em foco recurso voluntário visando a reforma da decisão da 1ª Turma de Julgamento da DRJI no Rio de JaneiroRJ, a qual negou o pedido da contribuinte de revisão do ato de indeferimento de sua inclusão administrativa no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), ultimado em 11 de dezembro de 2009 pela Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de JaneiroRJ. Em 21 de agosto de 2008 a contribuinte aviou a petição de fl. 01 perante a autoridade fiscal jurisdicionante requerendo sua inclusão no regime especial, oportunidade na qual informou que solicitou opção pelo Simples Nacional, mas não foi processada pelo sistema e recolheu na condição de ME/EPP os DARFs gerados pelo sistema de pagamento dos tributos (PGDAS), muito embora a empresa possui robusta prova de estar efetivamente enquadrada. A Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de JaneiroRJ expediu despacho decisório consignando que os demonstrativos de fls. 03 e 13 informam inexistir solicitação de opção para os anos de 2007 e 2008, bem assim, que a contribuinte não anexou qualquer documento indicando a opção pelo Simples Nacional para esses anos. Passo seguinte, indeferiu o pedido ao pressuposto de que a contribuinte não encaminhou a solicitação de opção dentro do prazo legal, fundamentando a negativa na Resolução CGSN nº 4, de 30/05/2007. Cientificada, a contribuinte interpôs manifestação de inconformidade onde argüiu que agendou a opção pelo Simples Nacional em 30/07/2007, produzindo efeitos a partir de 01/07/2007, conforme Termo de Opção pelo Simples Nacional anexado (fl. 17). O inconformismo foi admitido e analisado pela douta 1ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de JaneiroRJ a qual entendeu, por unanimidade de votos, que o interessado não comprovou ter efetuado solicitação de opção pelo Simples Nacional para os anos de 2007 e 2008 dentro do prazo legal, sendo que a tela juntada à fl. 17 não contém data. Observou, ainda, que em relação ao anocalendário de 2009 houve a solicitação, inclusive indeferida por existência de pendências não resolvidas Ciente do decisório em 05 de março de 2010, fl. 23v., a contribuinte apresentou em 29 seguinte o recurso de fls. 24/25 reprisando suas razões originárias e acrescentando que os pagamentos mensais comprovam a intenção de adesão ao Simples Nacional, requerendo, ao final, o acolhimento da opção pelo regime. É o relatório, em apertada síntese. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 18239.005761/200895 Acórdão n.º 110300.665 S1C1T3 Fl. 42 3 Voto Conselheiro JOSÉ SÉRGIO GOMES, Relator Observo a legitimidade processual e o aviamento do recurso no trintídio legal. Assim sendo, dele tomo conhecimento. Inicialmente, registro que o documento de fl. 13 atesta que a contribuinte encaminhou pela internet em 30 de janeiro de 2009 solicitação de opção pelo regime do Simples Nacional para o anocalendário de 2009. Conseqüentemente, a questão posta a julgamento centrase na opção a fim do gozo do regime simplificado em períodos anteriores. O Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (CGSN) baixou a Resolução nº 4, de 30 de maio de 2007, regulamentando a forma e prazo de opção pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), a ver: “Art. 7º. A opção pelo Simples Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. § 1º A opção de que trata o “caput” deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 3º deste artigo e observado o disposto no § 3º do art. 21. (.......................................................................................) Art. 17. Excepcionalmente, para o anocalendário de 2007, a opção a que se refere o art. 7º poderá ser realizada do primeiro dia útil de julho de 2007 até 20 de agosto de 2007, produzindo efeitos a partir de 1º de julho de 2007. Art. 18. Serão consideradas inscritas no Simples Nacional, em 1° de julho de 2007, as ME e EPP regularmente optantes pelo regime tributário de que trata a Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma das vedações previstas nesta Resolução. (........................................................................................)” Quando do aviamento da petição de fl. 01 a própria contribuinte carreou uma tela de consulta do Simples Nacional, fl. 03, fornecida pela rede mundial de computadores (internet), com data de 14 de julho de 2008, enunciando que não existe nenhuma solicitação de opção pelo simples Nacional para este CNPJ. À época em que a autoridade fiscal jurisdicionante exarou a decisão indeferitória do pedido carreouse aos autos uma outra tela intitulada “Consulta Histórico da Empresa no Simples Nacional”, igualmente fornecida pela rede mundial de computadores em data de 03 de dezembro de 2009, que traz, entre outras informações, o seguinte enunciado: não foram encontradas opções pelo simples Nacional para o CNPJ informado. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 18239.005761/200895 Acórdão n.º 110300.665 S1C1T3 Fl. 43 4 Considerando que o artigo 7º da Resolução CGSN nº 04/2007 elegeu a internet como meio de comunicação e relacionamento entre a Administração e o administrado, a tanto autorizado pelo artigo 5º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, há que se atribuir plena validade a esses informes. Conseqüentemente, incumbe ao administrado provar a contrariedade, no caso, que teria feito solicitação da opção em 30/07/2007, consoante alega. Quando da manifestação de inconformidade a empresa juntou cópia reprográfica da suposta “tela de consulta” de fl. 17 segundo a qual já teria sido efetuada solicitação de opção pelo Simples Nacional, porém, como apropriadamente observado pela decisão recorrida, inexistente o elemento crucial ao desate da controvérsia: a data em que expedida. Agora, com o recurso voluntário, ressurge nova cópia reprográfica, supostamente da mesma tela de consulta, surpreendentemente com a impressão no “rodapé” de que teria sido impressa em 30/07/2007. Assim, a menção à data, que não existia, passou a existir. Com todo o respeito, ouso não atribuir autenticidade a nenhuma dessas cópias. Em relação aos pagamentos efetuados sob a égide do regime especial, bem assim a entrega de declaração simplificada para o ano de 2007, tenho que não possuem o condão de substituir o rito próprio. Aliás, o “extrato de PGDAS” de fl. 28 expõe logo em seu quadro 1 que a empresa não é optante pelo Simples Nacional, enquanto o recibo de entrega da Declaração Anual do Simples Nacional à fl. 37 cuida de alertar a contribuinte que essa declaração, por si só, não valida qualquer opção pelo regime. Com tais razões, VOTO pelo improvimento do recurso. documento assinado digitalmente José Sérgio Gomes Fl. 4DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 po r JOSE SERGIO GOMES, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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Numero do processo: 10580.902892/2008-11
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário.
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO.
O pedido de restituição e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrafiva à data do envio do documento retificador.
Numero da decisão: 1103-000.414
Decisão: ACORDAM os membros da lª câmara / 3ª turma ordinária da primeira
SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: Eric Castro e Silva
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PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO. O pedido de restituição e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrafiva à data do envio do documento retificador. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da la câmara / 3' turma ordinária da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. ce em exercício da presidência ERIC CASTRO E SILVA - Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Mario Sérgio Fernandes Barroso, José Sergio Gomes, Gervasio Nicolau Recktevald, Hugo Correia Sotero e Marcos Shigueo Takata. Relatório Trata-se de Recurso Voluntário contra o acórdão que manteve o indeferimento da Declaração de Compensação formulado pelo Recorrente para compensar débitos de COFINS no valor originário de R$ 40.016,87 com saldo negativo da CSLL. A decisão recorrida, reiterando o despacho decisório, entendeu por não homologar a compensação em razão da não comprovação da existência do saldo negativo, haja vista não ter sido juntado aos autos DARF demonstrando o pagamento da estimativa que havia dado origem ao saldo credor da CSLL. Nesse sentido, assim foi fundamentada a decisão recorrida: "Apesar de ter alegado que pagou RS 83.200,64 a titulo de CSLL estimativa e que leria anexado os respectivos comprovantes (DARPA), não consta nos autos. qualquer DARF e no sistema de pagamentos du Receita Federal do Brasil (Sinal 05) somente constam pagamentos de CSLL estimativas relativos ao ano de 2003 (código 2484) no montante de R$ 40.617,42, conforme cópias das telas do sistema (fls. 37 e 38). Portanto, ao contrário do alegado pelo impugnante, não há saldo credor de ('SLL estimativa no ano-calendário de 2003, e, portanto, não podem ser efetuadas as compensações dos débitos infbrmaclos no seu PER/DCOMP" (fls. 38). Inconformado, vem o Recorrente no seu Recurso Voluntário alegar que o seu saldo credor seria, agora, oriundo de saldo negativo de CSLL do ano calendário de 2002, cujo pedido de reconhecimento do crédito foi protocolado posteriormente ao presente processo via PERD/COMP própria. Em outras palavras, o saldo credor a ser aqui compensado não mais seria o valor pago por estimativa em 2003, mediante DARF, como exposto na Manifestação de Inconformidade, o que nas razões recursais foi posto nos seguintes termos: "1. 0 Contribuinte apurou saldo negativo de CSLL no ano calendário 2002, no valor de RS 33.560,18, informação passível de verificação em sua DIPJ relativo ao referido ano base, cujas cópias do respectivo recibo de entrega e da ficha 17. 2. 0 saldo negativo apurado e demonstrado na forma supra descrita, fbi objeto de compensação com parte dos valores devidos a titulo de estimativa de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido, sob o código 2484 referente aos meses de fevereiro a junho do ano calendário imediatamente posterior — ano calendário 2003 — cujas Declarações de Compensação foram devidamente submetidas a V. Sus., ainda que de forma extemporânea em 27/10/2006 (1..) (fls. 42). Com tais considerações, formula o Recorrente o seguinte pedido: "Por força de todo o exposto, respeitosamente requer a Recorrente a este Colendo Conselho de Contribuintes seja dado provimento ao presente Recurso pela absoluta legitimidade clo.s procedimentos adotados pela Recorrente, sendo declarada, por conseguinte, o reconhecimento do said° credor de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido no ano de 2003, bem como a compensação por este realizada, que Cei' 2 Processo 0 10580.902892/2008-11 SI-Cl T3 Acórdão n.° 1103-00.414 Fl. 2 efetuada, conforme demonstrado, de forma correta e em atendimento ao disposto na legislaoo de regência o relatório. Voto Conselheiro ERIC CASTRO E SILVA, Relator O recurso satisfaz os seus requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Como relatado, a questão ora controvertida se restringe a comprovação do suposto crédito de CSLL a ser utilizado para compensar o débito de COFINS. No pedido inicial (fls. 18), o Recorrente indicou como seu crédito "saldo negativo do exercício de 2004", no valor de R$ 40.016,87. 0 mesmo foi afirmado pelo contribuinte quando da não homologação da compensação pelo despacho decisório, onde na sua Manifestação de Inconformidade explicitou que o seu crédito decorreria de pagamento a maior de "estimativas" no exercício de 2004, feito mediante DARF que estariam acostados aos autos. Neste sentido peço vênia para transcrever a fundamentação da Manifestação de Inconformidade, verbis: "Em sua Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica — DIPJ, do ano calendário 2003, o contribuinte informou na Ficha 17 na linha 41 - valor pogo por estimativa da contribuição social sobre o lucro líquido - o valor de RS 83.200,64 (cópia dos darf 's anexo), sendo que a contribuição social devida no ano foi de RS 43.183,74, portanto restando crjdito a compensar de R$ 40.016,90" (lis. 01). Como a decisão recorrida verificou que não haviam DARFs juntados aos autos, nem constava nos sistemas da Administração Tributária recolhimento daquele período, o contribuinte agora no Recurso Voluntário alterou a origem do seu crédito, que seria, como já relatado, "saldo negativo de CSLL no ano calendário 2002", cujo pedido de ressarcimento seria objeto de nova PER/DCOMP, realizada em 27/10/2006. Assim, o que se percebe é que houve a alteração da fundamentação do pedido após a ocorrência do despacho decisório, o que não se aceita, nos termos do art. 77 da IN/SRF n. 900/2008 a seguir transcrito: Art. 77. 0 pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, observado o disposto nos arts. 78 e 79 no que se refere à Declaração de Compensação. Pelo exposto, voto por julgar improcedente o presente Recurso Voluntário, mantendo a decisão recorrida pelos seus exatos termos. como voto. Sala de Sessões, 23 de fevereiro de 2011. /144 ERIC CASTRO E S LVA - RELATOR. 4
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Numero do processo: 10166.009078/2003-10
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003
Ementa: RETIFICADORA
O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
Numero da decisão: 1103-000.537
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Mário Sérgio Fernandes Barroso
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ementa_s : Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2003 Ementa: RETIFICADORA O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Aloysio José Percínio da Silva Presidente Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes, Cristiane Silva Costa, Marcelo Baeta Ippólito e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Fl. 228DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 Trata se de recurso voluntário interposto pela contribuinte acima qualificada a respeito da decisão da DRJ de Brasília que negou a manifestação de inconformidade da contribuinte. Trata o processo de declaração de compensação (fl. 1), na qual a contribuinte acima identificada, compensa pretenso crédito de IRRF incidente sobre Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica (Cód. 1708), no valor de R$ 1.862,50, como débito de Cofins apurado em julho/2003, no mesmo valor. Para subsidiar o seu pedido à empresa juntou a este processo cópia do Razão Analítico das retenções efetuadas no anocalendário 2003 (fl. 2). A autoridade administrativa no despacho decisório (fls. 17/19), após examinar a questão, resolveu não homologar a declaração de compensação por considerar indevida a compensação direta do IRRF com tributos ou contribuições de espécies diferentes. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 10/04/2007 (fl. 22 v). Inconformada apresentou em 07/05/2007, a manifestação de inconformidade (fls. 23 a 24), na qual, em resumo, apresenta os seguintes argumentos de defesa: a decisão proferida no despacho decisório está equivocada, porque o pedido não trata de compensação de imposto de renda retido na fonte, mas sim de saldo negativo de imposto de renda retido por pessoas jurídicas nos anoscalendários 1999 a 2002, compensado neste processo e demonstrado no Per/Dcomp pelo que não há se falar em antecipação; o saldo negativo compensado está informado na pág. 20, 4º trimestre, linhas 12 e 18 da DIPJ/2002, e o total de impostos e contribuições a recuperar na página 50 linha 10, na qual consta às contribuições retidas por pessoas jurídicas, que compõe o saldo negativo, e houve falha no preenchimento da declaração de compensação ao não marcar o item de saldo negativo de IRPJ e CSLL e também no preenchimento da DIPJ/2002, mas tais falhas já foram corrigidas, conforme cópias anexadas da DIPJ retificada; do Balanço de 2002 e do Razão Analítico de 1999 a 2003 da conta IRRF a recuperar e anexo geral para todos os processos de cópias das Notas Fiscais onde ocorreram as retenções do IRRF, que visam provar o saldo na conta do ativo "Impostos e Contribuições a Recuperar", no valor de R$ 15.888,87 e sua evolução em 2003, e caso essa Secretaria entenda que os documentos apresentados não se mostram suficientes para provar o alegado, está ao inteiro dispor para apresentar o que for solicitado. Se ainda assim persistir dúvidas, requer diligência para verificar "in loco" os documentos fiscais que comprovam de forma inequívoca a verdade do que ora requer. Por derradeiro, requer a reconsideração do despacho decisório, para homologar a referida compensação, eis que a mesma foi regularmente efetuada, conforme se pode constatar na análise dos documentos, ora anexados. A DRJ decidiu (ementa): “Restituição/Compensação de tributos/contribuições. A restituição de indébito fiscal, bem como a sua compensação somente poderá ser autorizada pela autoridade administrativa com crédito liquido e certo do sujeito passivo, contra a Fazenda Pública.” Fl. 229DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009078/200310 Acórdão n.º 110300.537 S1C1T3 Fl. 2 3 A contribuinte recorre (resumo): DA COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO SALDO NEGATIVO DE IRPJ O Livro Diário e o Razão demonstram claramente que os valores relativos ao Imposto de Renda Retido Na FonteIRRF, incidentes sobre as Notas Fiscais emitidas pela empresa, e identificadas uma a uma, tiveram seus saldos superiores ao imposto de renda devido, passando de um para outro exercício, o que caracteriza a existência de Saldo Negativo do IRPJ, senão vejamos: Da composição do saldo da conta contábil 128536 — IRRF A RECUPERAR: Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/1999 R$ 15.589,77; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2000 R$ 16.914,47; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2001 R$ 17.908,26; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2002 R$ 15.888,87 Na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica DIPJ do Exercício de 2003 —página 20, Ficha 12A, 40 trimestre, linha 13 e linha 18, encontrase a informação do saldo negativo de IRPJ no valor de R$ 15.888,87; Ainda nessa mesma DIPJ — balanço patrimonial — página 50, Ficha 38A, linha 10, encontrase o valor dos impostos e contribuições a recuperar no total de R$ 18.244,21, onde está contido o valor de R$ 15.888,87 relativo ao saldo do IRPJ a recuperar. O prazo para o contribuinte efetuar a retificação das declarações é o mesmo prazo previsto no §4° do art. 150 do CTN, qual seja, 5 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador. Assim, dentro deste prazo legal, constatado o erro material no preenchimento, perfeitamente válida é a retificação. O mero erro material não altera o direito do contribuinte, pois, como demonstramos anteriormente, não se pode admitir que um erro material na informação dada em uma obrigação acessória seja o suficiente para configurar a existência de um crédito tributário. É certo que somente após constatar os equívocos cometidos é que o recorrente teve a oportunidade de proceder a correção dos erros de preenchimento da DIPJ e do PERD/COMP. Anexa jurisprudência. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 A questão fulcral para o deslinde da pendência é o reconhecimento ou não do pretenso crédito de IRRF, bem como a sua compensação com débito de Cofins, apurado no mês de julho de 2003. A legislação tributária estabelece que a pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor pago ou retido na fonte na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período (IN SRF nº 600, de 2005, art. 10). A recorrente afirma que com a retificadora, os créditos seriam de saldo negativo. Do Acórdão da DRJ transcrevo: “A recorrente argumenta que o crédito pleiteado não se refere ao IRRF, mas sim saldo negativo de imposto. Para provar tal alegação junta ao processo cópia de DIPJ retificadora; Per/Dcomp retificadora, e cópias do Balança Patrimonial, Demonstração do resultado do Exercício e de folha do Razão Analítico; contudo, nesses documentos a manifestante não prova a existência do saldo negativo reclamado. Registrese, por oportuno, que esses documentos não servem de provas para comprovar o saldo negativo alegado: primeiro, porque as declarações retificadoras (DIPJ e Per/Dcomp) foram apresentadas, após a ciência do despacho decisório, e segundo, porque nos demonstrativos e balanço patrimonial consta apenas à existência de suposto crédito a recuperar, não fazendo qualquer referência a saldo negativo de imposto.” De fato, a legislação de regência Instrução Normativa n°. 376/2003, art. 6°determina: "Art. 6 O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação gerados a partir do Programa PER/DCOMP 1.2 (ou versão anterior) e transmitidos à SRF poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador gerado a partir do Programa PER/DCOMP 1.2, desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 7 2 e 82" Assim, como vemos, a retificadora aqui apresentada foi a destempo, pois, foi 04/05/2007 enquanto o despacho decisório foi em 10/04/2007, portanto, as informações nela contidas não podem ser consideradas. Quanto à documentação acostada pela recorrente, só há provas da retenção, não há provas do saldo negativo. Ademais, a recorrente fazia sim compensação de fonte, não se tratando de erro de fato. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009078/200310 Acórdão n.º 110300.537 S1C1T3 Fl. 3 5 Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 04 de outubro de 2011 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 232DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
score : 1.0
Numero do processo: 10166.009074/2003-23
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2003
RETIFICADORA
O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.
Numero da decisão: 1103-000.528
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado negar provimento por unanimidade.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: MÁRIO SÉRGIO FERNANDES BARROSO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1540; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T3 Fl. 1 1 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.009074/200323 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 110300.528 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 03 de outubro de 2011 Matéria Compensação Recorrente VIA INTERNET INFORMÁTICA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 RETIFICADORA O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado negar provimento por unanimidade. Aloysio José Percínio da Silva Presidente Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes, Cristiane Silva Costa, Marcelo Baeta Ippólito e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Fl. 227DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 Trata se de recurso voluntário interposto pela contribuinte acima qualificada a respeito da decisão da DRJ de Brasília que negou a manifestação de inconformidade da contribuinte. Trata o processo de declaração de compensação (fl. 1), na qual a contribuinte acima identificada, compensa pretenso crédito de IRRF incidente sobre Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica (Cód. 1708), no valor de R$ 1.708,20, como débito de Cofins apurado em junho/2003, no mesmo valor. Para subsidiar o seu pedido à empresa juntou a este processo cópia do Razão Analítico das retenções efetuadas no anocalendário 2003 (fl. 2). A autoridade administrativa no despacho decisório (fls. 17/19), após examinar a questão, resolveu não homologar a declaração de compensação por considerar indevida a compensação direta do IRRF com tributos ou contribuições de espécies diferentes. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 10/04/2007 (fl. 22 v). Inconformada apresentou em 07/05/2007, a manifestação de inconformidade (fls. 23 a 24), na qual, em resumo, apresenta os seguintes argumentos de defesa: a decisão proferida no despacho decisório está equivocada, porque o pedido não trata de compensação de imposto de renda retido na fonte, mas sim de saldo negativo de imposto de renda retido por pessoas jurídicas nos anoscalendários 1999 a 2002, compensado neste processo e demonstrado no Per/Dcomp pelo que não há se falar em antecipação; o saldo negativo compensado está informado na pág. 20, 4º trimestre, linhas 12 e 18 da DIPJ/2002, e o total de impostos e contribuições a recuperar na página 50 linha 10, na qual consta às contribuições retidas por pessoas jurídicas, que compõe o saldo negativo, e houve falha no preenchimento da declaração de compensação ao não marcar o item de saldo negativo de IRPJ e CSLL e também no preenchimento da DIPJ/2002, mas tais falhas já foram corrigidas, conforme cópias anexadas da DIPJ retificada; do Balanço de 2002 e do Razão Analítico de 1999 a 2003 da conta IRRF a recuperar e anexo geral para todos os processos de cópias das Notas Fiscais onde ocorreram as retenções do IRRF, que visam provar o saldo na conta do ativo "Impostos e Contribuições a Recuperar", no valor de R$ 15.888,87 e sua evolução em 2003, e caso essa Secretaria entenda que os documentos apresentados não se mostram suficientes para provar o alegado, está ao inteiro dispor para apresentar o que for solicitado. Se ainda assim persistir dúvidas, requer diligência para verificar "in loco" os documentos fiscais que comprovam de forma inequívoca a verdade do que ora requer. Por derradeiro, requer a reconsideração do despacho decisório, para homologar a referida compensação, eis que a mesma foi regularmente efetuada, conforme se pode constatar na análise dos documentos, ora anexados. A DRJ decidiu: “O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa.” Fl. 228DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009074/200323 Acórdão n.º 110300.528 S1C1T3 Fl. 2 3 A contribuinte recorreu: DA COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO SALDO NEGATIVO DE IRPJ O Livro Diário e o Razão demonstram claramente que os valores relativos ao Imposto de Renda Retido Na FonteIRRF, incidentes sobre as Notas Fiscais emitidas pela empresa, e identificadas uma a uma, tiveram seus saldos superiores ao imposto de renda devido, passando de um para outro exercício, o que caracteriza a existência de Saldo Negativo do IRPJ, senão vejamos: Da composição do saldo da conta contábil 128536 — IRRF A RECUPERAR: Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/1999 R$ 15.589,77; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2000 R$ 16.914,47; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2001 R$ 17.908,26; Saldo de IRRF A RECUPERAR em 31/12/2002 R$ 15.888,87 Na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica DIPJ do Exercício de 2003 —página 20, Ficha 12A, 40 trimestre, linha 13 e linha 18, encontrase a informação do saldo negativo de IRPJ no valor de R$ 15.888,87; Ainda nessa mesma DIPJ — balanço patrimonial — página 50, Ficha 38A, linha 10, encontrase o valor dos impostos e contribuições a recuperar no total de R$ 18.244,21, onde está contido o valor de R$ 15.888,87 relativo ao saldo do IRPJ a recuperar. O prazo para o contribuinte efetuar a retificação das declarações é o mesmo prazo previsto no §4° do art. 150 do CTN, qual seja, 5 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador. Assim, dentro deste prazo legal, constatado o erro material no preenchimento, perfeitamente válida é a retificação. O mero erro material não altera o direito do contribuinte, pois, como demonstramos anteriormente, não se pode admitir que um erro material na informação dada em uma obrigação acessória seja o suficiente para configurar a existência de um crédito tributário. É certo que somente após constatar os equívocos cometidos é que o recorrente teve a oportunidade de proceder a correção dos erros de preenchimento da DIPJ e do PERD/COMP. Anexa jurisprudência. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator Fl. 229DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. O recurso preenche o requisito de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. A questão fulcral para o deslinde da pendência é o reconhecimento ou não do pretenso crédito de IRRF, bem como a sua compensação com débito de Cofins, apurado no mês de junho de 2003. A legislação tributária estabelece que a pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição somente poderá utilizar o valor pago ou retido na fonte na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período (IN SRF nº 600, de 2005, art. 10). A recorrente afirma que com a retificadora, os créditos seriam de saldo negativo. Do Acórdão da DRJ transcrevo: “A recorrente argumenta que o crédito pleiteado não se refere ao IRRF, mas sim saldo negativo de imposto. Para provar tal alegação junta ao processo cópia de DIPJ retificadora; Per/Dcomp retificadora, e cópias do Balança Patrimonial, Demonstração do resultado do Exercício e de folha do Razão Analítico; contudo, nesses documentos a manifestante não prova a existência do saldo negativo reclamado. Registrese, por oportuno, que esses documentos não servem de provas para comprovar o saldo negativo alegado: primeiro, porque as declarações retificadoras (DIPJ e Per/Dcomp) foram apresentadas, após a ciência do despacho decisório, e segundo, porque nos demonstrativos e balanço patrimonial consta apenas à existência de suposto crédito a recuperar, não fazendo qualquer referência a saldo negativo de imposto.” De fato, a legislação de regência Instrução Normativa n°. 376/2003, art. 6°determina: "Art. 6 O Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento e a Declaração de Compensação gerados a partir do Programa PER/DCOMP 1.2 (ou versão anterior) e transmitidos à SRF poderão ser retificados pelo sujeito passivo mediante o preenchimento e envio à SRF de documento retificador gerado a partir do Programa PER/DCOMP 1.2, desde que o pedido ou a declaração se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 7 2 e 82" Assim, como vemos, a retificadora aqui apresentada foi a destempo, pois, foi 04/05/2007 enquanto o despacho decisório foi em 10/04/2007, portanto, as informações nela Fl. 230DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10166.009074/200323 Acórdão n.º 110300.528 S1C1T3 Fl. 3 5 contidas não podem ser consideradas. Quanto à documentação acostada pela recorrente, só há provas da retenção, não há provas do saldo negativo. Ademais, a recorrente fazia sim compensação de fonte, não se tratando de erro de fato. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 03 de outubro de 2011 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 231DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 28/10/2011 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
score : 1.0
Numero do processo: 11080.003885/2010-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006 e 2007
LUCRO ARBITRADO. NÃO APRESENTAÇÃO DOS LIVROS COMERCIAIS E FISCAIS. ARQUIVO MAGNÉTICO INSERVÍVEL.
Apesar de devidamente intimado, a não apresentação pelo contribuinte dos livros e documentos de escrituração comercial e fiscal, bem como a apresentação de arquivo magnético em desacordo com a legislação regente, quando optante do lucro presumido, autoriza o arbitramento do lucro.
LUCRO ARBITRADO. VÍCIO, ERRO OU DEFICIÊNCIA NA ESCRITURAÇÃO
A legislação tributária prevê como hipótese de arbitramento
do lucro caso verificado vícios, erros ou deficiências que
tornem a escrituração imprestável para identificar a efetiva
movimentação financeira.
LUCRO ARBITRADO. PERÍCIA CONTÁBIL.
Realizado o lançamento por arbitramento do lucro, não cabe mais pedido de perícia contábil para que se apresente escrituração contábil e fiscal. Além disso, é descabido o pedido de realização de perícia em sede de Recurso Voluntário, pois afronta o disposto no art. 16, IV do Decreto n° 70. 235/72, Súmula n° 59 do CARE: A tributação do lucro na sistemática do lucro arbitrado não é invalidada pela apresentação, posterior ao lançamento, de livros e documentos imprescindíveis para a apuração do crédito tributário que, após regular intimação, deixaram de ser
exibidos durante o procedimento fiscal.
MULTA QUALIFICADA. EXCESSIVA DIVERGÊNCIA ENTRE A RECEITA DECLARADA E A AUFERIDA.
A apresentação de DIPJ zerada, não apresentação de DACON e DCTF sem tributo a declarar quando o contribuinte auferiu renda manifestamente significante, caracteriza o dolo exigido para a qualificação da multa.
LANÇAMENTOS REFLEXOS. CSLL, PIS e COFINS.
0 decidido no lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ é aplicável aos Autos de Infração reflexos em face da relação de causa e efeito entre eles existente.
Numero da decisão: 1101-000.707
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Ausente, justificadamente, o Presidente Valmar Fonseca de Menezes, substituído na presidência pelo Conselheiro Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro e no colegiado pelo Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro.
Nome do relator: Nara Cristina Takeda Taga
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Recorrida 5a Turma da DRJ em Porto Alegre Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006 e 2007 LUCRO ARBITRADO. NÃO APRESENTAÇÃO DOS LIVROS COMERCIAIS E FISCAIS. ARQUIVO MAGNÉTICO INSERVÍVEL. Apesar de devidamente intimado, a não apresentação pelo contribuinte dos livros e documentos de escrituração comercial e fiscal, bem como a apresentação de arquivo magnético em desacordo com a legislação regente, quando optante do lucro presumido, autoriza o arbitramento do lucro. LUCRO ARBITRADO. VÍCIO, ERRO OU DEFICIÊNCIA NA ESCRITURAÇÃO. A legislação tributária prevê como hipótese de arbitramento do lucro caso verificado vícios, erros ou deficiências que tornem a escrituração imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira. LUCRO ARBITRADO. PERÍCIA CONTÁBIL. Realizado o lançamento por arbitramento do lucro, não cabe mais pedido de perícia contábil para que se apresente escrituração contábil e fiscal. 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A apresentação de DIPJ zerada, não apresentação de DACON e DCTF sem tributo a declarar quando o contribuinte auferiu renda manifestamente significante, caracteriza o dolo exigido para a qualificação da multa. LANÇAMENTOS REFLEXOS. CSLL, PIS e COFINS. 0 decidido no lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ é aplicável aos Autos de Infração reflexos em face da relação de causa e efeito entre eles existente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Ausente, justificadamente, o Presidente Valmar Fonseca de Menezes, substituído na presidência pelo Conselheiro Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro e no colegiado pelo Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro. -.-------C OS >EDUARDO DE ALMEIDA GUERREIRO — Presidente substituto. v0011, NARA CRIST A KEDA TAGA - Relatora. EDITADO EM: 26/06/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Benedicto Celso Bel-lick) Júnior, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vice-presidente), Eduardo Martins Neiva Monteiro, Nara Cristina Takeda Taga e Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro (presidente substituto) Relatório Versam os presentes autos sobre Recurso Voluntário interposto em face de Acórdão exarado pelo 5a Turma da DRJ em Porto Alegre que manteve a exação de créditos de IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e COFINS. 2 Fl. 784DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo n°11080.003885/2010-52 SI-CIT1 Acórdão n.° 1101-00.707 Fl. 2 Segundo o Termo de Verificação Fiscal (proc. fls. 47 a 54), foi apurado omissão de receitas operacionais, originadas da prestação de serviços de transporte rodoviário de cargas. A autoridade fazenddria relatou que "a Expresso Duplex apresentou Declarações de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica, relativas aos anos- calendário de 2006 e 2007, sem qualquer valor informado a titulo de receita. Já os demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais, referentes ao mesmo período, nos quais o contribuinte também poderia ter informado a receita auferida, não foram sequer entregues, Nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais, relativas ao mesmo período, apesar de apresentadas por ele, o procedimento adotado foi não reconhecer nenhum valor como devido, tanto a titulo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica quanto a titulo da Contribuição para o Programa de Integração Social, Contribuição Social sobre o Lucro Liquido e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Por fim, em consulta a sistema da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), apurei a inexistência de pagamentos relativos a esses tributos, para os fatos geradores ocorridos nesses anos. Em síntese, nada foi declarado, tampouco pago". Afirmou ainda que em outro Procedimento Fiscal, realizado junto à Companhia de Distribuição Araguaia — CDA, com domicilio em Anápolis/GO, foi identificado que a Expresso Duplex, a despeito de entregar declarações zeradas, em 2007, prestou serviço de transporte rodoviário de cargas para a Companhia mencionada. 0 auditor fiscal acostou aos autos planilha com a relação das operações realizadas, elaborada pela CDA (proc. fls. 107 a 110), além de alguns Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas — CTRC (proc. fls. 111 a 112). Constatou-se que de um total de 229 conhecimentos de transporte emitidos pela Expresso Duplex contra a CDA, apenas 95 foram escrituradas nos Livros de Registro de Saídas. 0 restante dessas operações, 134 ao todo, não foi objeto de qualquer registro. A autoridade lançadora relatou que mesmo após diversas intimações (proc. fls. 114, 120 e 131), o contribuinte não apresentou os seus Livros Diário e Razão, nem forneceu justificativa para essa falta, sendo então alertado de que isso acarretaria a determinação dos tributos devidos com base no lucro arbitrado. Foram fornecidos apenas os Livros Registro de Saídas, tanto do estabelecimento matriz quanto das filiais, nos quais há o registro de "milhares de conhecimentos de transporte emitidos" perfazendo os montantes de R$ 9.236.178,45, no ano de 2006, e R$ 7.305.232,12, ano de 2007 (proc. fls. 135 a 462). Concluiu o auditor fiscal que apesar de escrituradas nos livros fiscais, as receitas omitidas não foram declaradas à RFB. Desta forma, verificou-se que o contribuinte omitiu receitas não as declarando A. RFB, sendo que algumas foram escrituradas e outras não. Em resposta ao Termo de Inicio de Ação Fiscal, por meio do qual foi requerido a apresentação dos Livros Diário e Razão, o contribuinte apresentou arquivos denominados "diar2006.dup", "diar2007.dup", "razao06.dup" e razao07.dup". No entanto, a autoridade fazenddria afirmou que não foi possível a auditoria de referidos arquivos, pois não estavam formatados de acordo com a legislação de regência. Este fato foi levado ao conhecimento do interessado por meio do Termo de Reintimação Fiscal (proc. fls. 132) e em resposta apresentada em 23/06/2010 (proc. fls. 134) o interessado silenciou-se sofre o ocorrido. 3 Fl. 785DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. A autoridade fiscalizadora ressalvou que, apesar de os arquivos apresentados não estarem em nenhum dos formatos previstos na legislação, a visualização do seu conteúdo foi possível, com a utilização de um programa de edição de texto. No entanto, de sua análise verificaram-se "erros que os tornam imprestáveis para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, do contribuinte". Segundo o agente fiscal, tratavam-se de erros na conta caixa, que expressava números irreais, e omissão na rubrica bancos quanto a duas contas em instituições financeiras nas quais a empresa mais movimentava recursos. Assim, não apresentados os Livros Diário e Razão, impressos ou em meio digital, ou os Livros Caixa, todos relativos aos anos de 2006 e 2007, entendeu o Fisco que seria caso de adoção do regime de tributação com base no lucro arbitrado, com fundamento no art. 47, III, da Lei n° 8.981/95. Em conclusão, a autoridade fiscalizadora entendeu que "a Expresso Duplex, ao entregar Declarações de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica, relativas aos anos-calendário de 2006 e 2007, e Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais, referentes ao mesmo período, todas completamente zeradas, apesar de ter auferido receitas de mais de R$ 17 milhões de reais nesses anos com a venda de serviços de transporte rodoviário de cargas, agiu dolosamente com o objetivo de impedir o conhecimento da ocorrência dos fatos geradores das obrigações tributárias principais. Essa conduta caracteriza a sonegação, definida no artigo 71 da Lei n° 4.502/64, e justifica a aplicação da multa de oficio no percentual de 150%". Desta feita, em 27/09/2010, foram lavrados os Auto de Infração de IRPJ (proc. fls. 2 a 6), PIS (proc. fls. 14 a 18), CSLL (proc. fls. 25 a 29) e COFINS (proc. fls. 36 a 39). Em 27/10/2010, o contribuinte apresentou Impugnação (proc. fls. 612 a 614). De inicio alegou que a entrega das DIPJs de 2007 e 2008, dentro do prazo e de acordo com as exigências legais afastaria os motivos A. autuação fiscalizadora. Além disso, acostou aos autos DARFs relativas as competências dos anos de 2006 e 2007, que supostamente comprovariam os recolhimentos efetivados nesse interregno, o que também demonstrariam a inexistência de motivação à autuação fiscalizadora. Afirmou que o arbitramento é meio excepcional e que somente deve ser utilizado quando houver recusa do contribuinte e/ou do sujeito passivo em apresentar a documentação necessária à fiscalização, não sendo o caso em tela. Asseverou que apresentou toda a escrituração contábil do período vistoriado por meio de um pen-drive. Desta forma, entendeu que não houve sonegação de informação, recusa A. apresentação de sua escrita contábil, bem como irregularidade documental, o que por si só afastaria o arbitramento e a aplicação de multas. Além disso, relatou que os valores foram impostos sem demonstração da base de cálculo e/ou o modo como foi processado pelo agente fiscalizador. Assim, restou prejudicada a possibilidade de defesa por não dispor o Impugnante do "modus operandi" e/ou do critério de aferição da exação lançada. 0 Postulante valeu-se ainda dos argumentos de que não houve irregularidade na escrituração contábil, que as Declarações de Rendimentos foram corretamente entregues nos prazos legais impostos pela fiscalização, e que como não se tem conhecimento da base de cálculo, ou, o modo como operou o fiscalizador, restam indevidos e descabidos os créditos exigidos, motivo pelo qual improcede e é passível de nulidade o Auto de Infração. 4 Fl. 786DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo n° 11080.003885/2010-52 SI-CIT1 Acórdao n.° 1101-00.707 Fl. 3 A DRJ em Porto Alegre se manifestou por meio do Acórdão proferido em 20/05/2011 @roc. fls. 696 a 700). Quanto A alegação de nulidade do processo administrativo fiscal a Turma afirmou que todos os requisitos formais dos Autos de Infração foram cumpridos, com clareza e precisão. "Os autos de infração, em conjunto com o relatório fiscal, expressam cristalinamente quais foram as receitas utilizadas como base de cálculo das exigências, como elas foram apuradas, quais foram os coeficientes utilizados para o arbitramento do lucro, quais foram as aliquotas de tributação aplicadas e como foram calculados os consectários legais". Destarte, entendeu que não há motivos para acolhimento de nulidade. Referente ao arbitramento do lucro, o órgão julgador alegou que frente às diversas intimações para que o Impugnante apresentasse os Livros Diário, Razão ou Caixa, o mesmo não o fez. Desta forma, a falta de cumprimento das condições para a escrituração eletrônica impediu ou dificultou o acesso as informações pela Receita Federal, já que a linguagem apresentada estava em formato não apropriado à interpretação pelos sistemas oficiais e desconforme com o disposto na legislação tributária vigente. Ressalvou ainda, que apesar disso, o auditor fiscal teve acesso a alguns dos documentos magnéticos nos quais foram verificadas irregularidades que os tornariam imprestáveis para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, situação que também ensejaria o arbitramento do lucro. Por fim, quanto à. alegação de que as multas são excessivamente punitivas, a Turma asseverou que não cabe A. autoridade autuante questionar os percentuais de multa estabelecidos pela legislação, nem se os montantes aplicados têm ou não caráter pedagógico. Além disso, entendeu correta a aplicação da multa de oficio no percentual de 150% posto que o Postulante apresentou DIPJs e DCTFs, referentes aos anos-calendário de 2006 e 2007, completamente zeradas, apesar de auferir receitas em mais de R$ 17 milhões com a venda de serviços, o que resta demonstrada a conduta de sonegação. Cientificado em 08/06/2011, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 06/07/2011 (proc. fls. 706 a 722). De inicio afirmou que o agente fiscalizador não observou que a maior parte dos CTRC estavam direcionados ao trânsito interno, dentro do Estado, onde há o diferimento, e, por consequência, diminuição sensível em relação aos encargos devidos ao Fisco Estadual e Federal. Alegou o Recorrente que o faturamento bruto da empresa não pode servir de base de cálculo as exigências tributárias, pois não há condições de "sobrevivência empresarial" frente â. tributação no percentual de 9,6%. Quanto ao arbitramento do lucro, o Postulante se valeu dos mesmos argumentos esposados quando da Impugnação. Assegurou que foram entregues à autoridades fazenddria todos os documentos exigidos, e que o simples fato da escrita contábil não se encontrar no modo prescrito em lei não seria motivo suficiente a justificar o arbitramento do lucro. Por diversas vezes o contribuinte afirmou que a sociedade empresária não pode ser penalizada em razão da má atuação do responsável pela escrita fiscal. Alegou que a responsabilidade deveria ser atrelada ao contador. 5 Fl. 787DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Insurgiu-se ainda contra a multa de oficio no percentual de 150% pois entendeu que esta possui caráter expropriatório, devendo ser reduzida ao percentual de 75%, de acordo com os atos/fatos descritos no Recurso. Requereu a realização de perícia técnica com o intuito de comprovar que o \ arbitramento foi indevido e não calcado na escrita contábil. E o relatório. Voto Nara Cristina Takeda Taga, Conselheira Relatora. 0 recurso interposto é tempestivo, dele tomo conhecimento. A Autoridade Fazenddria apurou que a contribuinte não ofereceu à tributação, nos anos-calendário de 2006 e 2007, a totalidade das suas receitas operacionais relativas prestação de serviços de transporte rodoviário de cargas. A despeito das intimações recebidas, a interessada não apresentou os Livros Razão ou Caixa. Também não foram entregues documentos de venda. 0 contribuinte forneceu um pen-drive com arquivos que, no entanto, não estavam em nenhum dos formatos previsto na legislação de vigência. Intimada sobre o ocorrido, e aberta a possibilidade de apresentação dos livros na forma impressa, a interessada não se manifestou mesmo tendo sido alertada para o fato de que a falta de apresentação dos livros de sua escrituração contábil ou dós Livros Caixa teria como consequência o arbitramento do lucro. De posse dos Livros de Registro de Saídas, tanto do estabelecimento matriz quanto das filiais, a autoridade fazenddria constatou a escrituração de "milhares" (sic) de Conhecimentos de Transportes Rodoviários de Cargas — CTRC, entretanto, não houve qualquer recOlhimento de tributos federais. A Companhia de Distribuição Araguaia — CDA domiciliada em Anápolis/GO foi intimada a apresentar informações e documentos relativos à contratação da contribuinte em questão. Em resposta, a CDA encaminhou planilha com a relação das operações realizadas alérn de alguns CTRCs. Do encontro entre as planilhas apresentadas pela CDA e os registros no Livro de Saídas, a autoridade fiscalizadora verificou que muitas operações de venda não foram escrituradas, caracterizando-se, desta forma, omissão de receitas. Mesmo frente a este panorama, a Recorrente alegou que não há justificativa plaufvel para a tributação por meio do lucro arbitrado. Afirmou que apresentou DIPJ no prazo, bem 'como todos os documentos solicitados pela Fiscalização. Asseverou que a despeito da formátação dos documentos magnéticos apresentados não estarem em conformidade com a legislação vigente, isto não seria motivo para o arbitramento. No entanto, compulsando os autos é possível verificar que as DIPJs foram entregues zeradas @roc. fls. 67 a 87), as DACONs não foram entregues (proc. fl. 88) e nas DCTFs entregues constavam que não havia valor devido de qualquer tributo (proc. fls. 89 a 104). I 6 Fl. 788DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. I Processo n° 11080.003885/2010-52 SI-C1T1 Acórdão n.° 1101-00.707 Fl. 4 A Postulante alegou que no pen-drive entregue constava toda a sua documentação contábil e isso, por si só, afastaria o arbitramento do lucro, mesmo a formatação dos arquivos magnéticos estando em desacordo com a legislação tributária vigente. Esta alegação não pode prosperar. A autoridade fazenddria afirmou que a despeito da documentação do pen-drive apresentar-se em formatação diversa da estipulada em lei, procedeu A. análise de algum dos documentos que ali constavam e asseverou que eram imprestáveis para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária. Isto posto, verifica-se que tanto a conduta da Recorrente em apresentar documentação magnética fora dos moldes em desacordo com a legislação vigente, como apresentar escrituração contábil imprestável A identificação efetiva da movimentação financeira, dão margem ao arbitramento conforme se depreende do art. 47, incisos II e III, da Lei n° 8.981/95, vide: "Art. 47. 0 lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando: ... II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, na hipótese de que trata o art. 45, parágrafo único;" "Art. 45. A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter: I - escrituração contábil nos termos da legislação comercial; Parágrafo único: 0 disposto no inciso I deste artigo não se aplica A. pessoa jurídica que, no decorrer do ano-calendário, mantiver livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária." Ainda em preliminar, é importante mencionar as frequentes tentativas de responsabilização do contador com o intuito de eximir o contribuinte de qualquer responsabilidade. A conduta adotada pelo contador não tem qualquer efeito frente A legislação tributária. 0 art. 264 do RIR/99 afirma que é de responsabilidade da pessoa jurídica a obrigação de conservar em ordem os livros e documentos relativos a sua atividade, e esta não pode ser transferida. No mérito, o procedimento de fiscalização foi iniciado referente aos anos- calendário 2006 e 2007, e como é sabido o contribuinte sujeito A. tributação pelo lucro real está obrigado a manter em ordem e boa guarda a totalidade dos documentos que consubstanciam os seus registros contábeis. No entanto, após diversas intimações e reintimações, apenas foi 7 Fl. 789DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. - 1 entregue A autoridade fiscalizadora os Livros de Saida e um pen-drive contendo arquivos 11 magnéticos classificados pelo Fisco como imprestáveis A escrituração contábil. Desta forma, com base nos arts. 259 e 530, III do RIR/99 a tributação se deu \ por meio do lucro arbitrado. "Art. 259. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas I para resumir e totalizar, por conta ou subconta os lançamentos efetuados no Diário, mantidas as demais \ exigências e condições previstas na legislação (Lei n° 8.218, de 1991, art. 14, e Lei n° 8.383, de 1991, art. 62) 1 \ ssS 2°. A não manutenção do livro de que trata este artigo, nas condições determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica (Lei n° 8.218, de 1991, art. 14, 1 parágrafo único, e Lei n°8.383, de 1991, art. 62)". (grifei) "Art. 530. 0 imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, semi determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n°8.981, de 1995, 1 ■ art. 47, e Lei n°9.430, de 1996, art. 1°): I — o contribuinte obrigado el tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal" I Mesmo frente à evidente falta de exibição da escrituração fiscal e contábil exigida por lei, a Recorrente aduziu que não estão presentes, no caso em tela, os requisitos para o arbitramento. Não é esse o entendimento já consolidado neste Conselho: OMISSÃO DE RECEITAS. LUCRO ARBITRADO. Inexistente a escrituração regular e não atendidos os requisitos para tributação pelo lucro presumido ou real, impõe-se o regime do lucro arbitrado, que será aplicado sobre as receitas declaradas e omitidas, compensando-se o imposto recolhido. (CARF, Primeira Seção de Julgamento, 3a Turma Especial, acórdão 1803-00.764, julgado em 26/01/2011) LUCRO ARBITRADO. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. 0 fato de o contribuinte deixar de apresentar A. autoridade tributária os livros e documentos de escrituração comercial e fiscal, apesar de devidamente intimado, autoriza o arbitramento do lucro. Tendo entregue o livro de Registro de Apuração do ICMS, levam-se em consideração na apuração da base de cálculo as receitas ali escrituradas. (CARF, 4' Camara, la Turma Ordinária, acórdão n° 1401- 00.404, julgado em 16/12/2010) 8 Fl. 790DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo n° 11080.003885/2010-52 Acórcido n.° 1101-00.707 SI-CIT1 Fl. 5 0 arbitramento foi lastreado em hipótese prevista em lei e em consonância com o entendimento deste Conselho Administrativo, não merecendo, em razão disso, nenhum reparo. Vale mencionar que, no caso em análise, o arbitramento do lucro é a única alternativa e caminho obrigatório a ser seguido pela autoridade lançadora cuja atividade é vinculada à lei. Como é sabido, o arbitramento do lucro não é condicionado, constituído o crédito, é irrelevante a posterior apresentação da escrituração, motivo pelo qual foi requerida a manifestação da interessada antes do lançamento. A Recorrente alegou que seu direito de defesa foi cerceado frente à ausência de indicativo da base de cálculo utilizada para o arbitramento bem como por não ter sido mencionado como se deu o processamento. Mais uma vez não assiste razão a Postulante. Da análise do Auto de Infração e do Termo de Verificação Fiscal depreende-se claramente quais as receitas utilizadas para o arbitramento, e quais os coeficientes aplicados. .,:k fl. 52 há explicita demonstração do que se afirma, verbis: "Como o objeto social do contribuinte era, a época, o transporte rodoviário de cargas em geral, o coeficiente de presunção desse lucro, para fins de imposto sobre a renda, é de 9,60%, conforme determinam os artigos 15, caput, e 16 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Já para a contribuição social, esse coeficiente é de 12%, nos termos do artigo 20 da mesma Lei n°9.249/95." A Postulante alegou que como apresentou todos os documentos requisitados e sempre se mostrou solicita a colaborar com a fiscalização não há que se impor multa de oficio no percentual de 150% sob o argumento de que houve fraude. Entendo cabível a aplicação da multa na sua forma qualificada. Compulsando os autos verifica-se que a Recorrente entregou A RFB DIPJs zeradas, não entregou DACONs e no tocante as DCTF, ao apresentá-las afirmou não haver valor devido. No entanto, frente à documentação encaminhada por contratante da contribuinte bem como com base nos Livros de Saida ofertados pela Recorrente A. autoridade fiscalizadora, foi apurado nos anos-calendário de 2006 e 2007 receitas superiores a R$ 17 milhões. Em sede de Impugnação, a contribuinte afirmou que não se trata de omissão de receitas, mas sim de verdadeiro planejamento tributário. Entendo configurado o dolo necessário à aplicação da multa qualificada nos termos do art. 44, II da Lei n° 9.340/96, frente à gritante disparidade entre o valor declarado ao Fisco, zero, e o montante auferido pela Recorrente, R$ 17 milhões. Desta forma, nitidamente caracterizada a ação dolosa da contribuinte em face da expressividade dos valores omitidos. Por derradeiro, em sede de Recurso, a Postulante requereu a realização de perícia técnica para que se comprovasse a desnecessidade de aplicação do arbitramento do lucro. Como já mencionado, o lucro não é arbitrado de forma condicional. Por este motivo, frente a não apresentação da documentação contábil e comercial solicitada a interessado foi alertada de que a não apresentação levaria ao arbitramento do lucro. Se de fato existissem documentos capazes de afastar o arbitramento, este seria o momento adequado para a sua apresentação e não em sede de Recurso Voluntário por meio de requisição de Diligência para tanto. Pois o art.16, inciso IV do Decreto n° 70.235/72 é expresso ao afirmar que o pedido de realização de diligência ou perícia deve se dar quando da apresentação da Impugnação. 9 Fl. 791DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Neste panorama, verifica-se que a contribuinte antes do arbitramento foi cientificada de que caso não apresentasse os documentos pertinentes A. sua escrituração contábil seria adotada a tributação por arbitramento do lucro e, no entanto, manteve-se silente, não deixando outra saída para a administração tributária. Assim, verifica-se que é descabida a realização de perícia técnica ou diligência. Além disso, há entendimento sumulado deste Conselho no sentido de que a posterior apresentação de livros e documentos não invalida o arbitramento. Súmula n° 59 do CARF: A tributação do lucro na sistemática do lucro arbitrado não é invalidada pela apresentação, posterior ao lançamento, de livros e documentos imprescindíveis para a apuração do crédito tributário que, após regular intimação, deixaram de ser exibidos durante o procedimento fiscal. Quanto à alegação de inconstitucionalidade da multa de oficio por afronta ao Principio Constitucional do Não Confisco, não cabe a este Colegiado Administrativo a manifestação sobre a constitucionalidade e/ou ilegalidade de preceito normativo tributário vigente. Este entendimento encontra-se sumulado por este Conselho: Súmula 2 do CARF: 0 CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ante o exposto, nego provimento ao Recurso interposto para manter o lançamento realizado. Sala das Sessão, 10 de abril 2012. Nara Cristina eda Taga - Relatora 1 0 Fl. 792DF CARF MF Documento de 10 página(s) autenticado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP02.0419.13293.YX9F. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento autenticado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Corresponde à fé pública do servidor, referente à igualdade entre as imagens digitalizadas e os respectivos documentos ORIGINAIS. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por JOSE ANTONIO DA SILVA em 30/11/2012 15:10:28. Documento autenticado digitalmente por JOSE ANTONIO DA SILVA em 30/11/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 02/04/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP02.0419.13293.YX9F Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 5439DCB6D9C4DFE826A876DDFA0EA043118CCC09 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 11080.003885/2010-52. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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