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Numero do processo: 11128.005671/2009-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 27/01/2005
INFRAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA.
Documentos acostados aos autos não afastam a premissa adotada pela fiscalização, no sentido de que a empresa foi a responsável pelos transportes cujas informações foram prestadas à destempo no SISCOMEX.
PRESTAÇÃO EXTEMPORÂNEA DOS DADOS DE EMBARQUE.
Aplica-se a multa por embaraço à fiscalização, se o registro no SISCOMEX dos dados pertinentes ao despacho de exportação ocorrer além do prazo de 7 (sete) dias, na hipótese de embarque marítimo, prevista no inciso IV, item e do art. 107, do Decreto lei nº 37/66, alterado pelo artigo 77 da Lei nº 10.833, de 2003.
PENALIDADE ADMINISTRATIVA. ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 126.
A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-005.821
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Diego Diniz Ribeiro, substituído pelo conselheiro Márcio Robson Costa (suplente convocado).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Avila (suplente convocado).
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
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LEGITIMIDADE PASSIVA. Documentos acostados aos autos não afastam a premissa adotada pela fiscalização, no sentido de que a empresa foi a responsável pelos transportes cujas informações foram prestadas à destempo no SISCOMEX. PRESTAÇÃO EXTEMPORÂNEA DOS DADOS DE EMBARQUE. Aplicase a multa por embaraço à fiscalização, se o registro no SISCOMEX dos dados pertinentes ao despacho de exportação ocorrer além do prazo de 7 (sete) dias, na hipótese de embarque marítimo, prevista no inciso IV, item “e” do art. 107, do Decreto lei nº 37/66, alterado pelo artigo 77 da Lei nº 10.833, de 2003. PENALIDADE ADMINISTRATIVA. ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 126. A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Declarouse impedido de participar do julgamento o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 56 71 /2 00 9- 93 Fl. 171DF CARF MF 2 conselheiro Diego Diniz Ribeiro, substituído pelo conselheiro Márcio Robson Costa (suplente convocado). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Avila (suplente convocado). Relatório Tratase de Auto de infração lavrado contra a Recorrente, na condição de agência de navegação responsável pela exportação, para exigir multa regulamentar com fulcro na previsão do art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decretolei nº 37/1966, passível de ser aplicada "por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal". Conforme indicado no relatório fiscal da autuação, o fato que ensejou a lavratura da autuação foi o atraso no envio das informações da importação que competem à transportadora: "Concluído levantamento realizado na Equipe de Averbação de manifesto e Retificação de RE Averbado (EQMAX) do Setor de Exportação da Alfândega do Porto de Santos, através do qual se apurou informação dos dados de embarque no Sistema Integrado de Comercio Exterior (Siscomex), por parte da transportadora MAERSK BRASIL BRASMAR LTDA no ano de 2005 em prazo superior a 07 (sete) dias em 83 embarques/SD realizados através de 11 navios/viagem por ela representados. Em anexo consta A planilha com a relação dos dados de embarque informados fora do prazo por DDE, a data de embarque de cada DDE, a data da informação no Siscomex dos respectivos dados de embarque e quantidade de dias informados fora do prazo, por navio. Tendo em vista que para cada navio existem diversas datas de informações de embarque e no sistema só é permitido informar uma, a ficha Fato Gerador foi preenchida com a primeira data informada em atraso. O atraso na informação dos dados de embarque no Siscomex, de acordo com o art. 44 da IN 28/1994, constitui embaraço à fiscalização, e sujeita o Transportador Marítimo ao pagamento de multa no valor de R$ 5.000,00, conforme previsão legal do art. 107 do DecretoLei 37/1966, alterado pelo art. 77 da Lei 10.833/2003. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 11128.005671/200993 Acórdão n.º 3402005.821 S3C4T2 Fl. 172 3 O DecretoLei 37/1966, art. 107, nos traz em sua alínea c. que embaraçar, dificultar ou impedir a ação da fiscalização aduaneira por qualquer meio ou forma (omissiva ou comissiva) constitui embaraço à fiscalização. Nesse caso, a própria IN 28/2004, expressamente no art. 44, enquadra este descumprimento de prazo na informação dos dados de embarque como embaraço cabendo, portanto a multa de R$ 5.000,00. Reforçando, no mesmo artigo 107, na alínea e. está expresso que deixar de prestar informação nos prazos estabelecidos pela RFB sobre veiculo transportador ou carga nele transportada ou suas operações enseja multa de R$ 5.000,00. Com isso, fica claro, por meio desses dois dispositivos legais a infração cometida pelo transportador marítimo. A presente autuação está lastreada na alínea "e", inciso IV, do artigo 107 do DecretoLei n ° 37/66, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n ° 10.833/03, e traz a seguinte redação "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal; e) por deixar de prestar informação sobre veiculo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada A empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga" E também no artigo 37 da Instrução Normativa SRF n ° 28/94: "Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. Parágrafo único. Na hipótese de embarque de mercadoria em viagem internacional, por via rodoviária, fluvial ou lacustre, o registro de dados do embarque, no SISCOMEX, sera de responsabilidade do exportador ou do transportador, e deverá ser realizado antes da apresentação da mercadoria e dos documentos A unidade da SRF de despacho. " O termo "imediatamente" foi esclarecido nos termos da noticia SISCOMEX n ° 0105, item "2", de 27/07/1994: "27/07/1994 0105 INFORMAÇÃO DE DADOS DE EMBARQUE NO SISCOMEX 2) POR OPORTUNO, ESCLARECEMOS QUE 0 TERMO IMEDIATAMENTE", CONTIDO NO ART 37 DA IN 28/94, DEVE SER INTERPRETADO COMO "EM ATE 24 HORAS DA DATA DO EFETIVO EMBARQUE DA MERCADORIA, O TRANSPORTADOR REGISTRARA OS DADOS PERTINENTES NO SISCOMEX, COM BASE NOS DOCUMENTOS POR ELE EMITIDOS". SALIENTAMOS O DISPOSTO NO ART. 44 DA REFERIDA IN, OU SEJA, A PREVISÃO LEGAL PARA AUTUAÇÃO DO TRANSPORTADOR NO CASO DE DESCUMPRIMENTO DO PREVISTO NO ARTIGO ACIMA REFERENCIADO." Por sua vez o artigo 44 da IN/SRF 28/94, citado na noticia acima, claramente tipifica a conduta de omissão de registro dos dados de embarque no SISCOMEX pelo transportador como embaraço: "Art. 44. O descumprimento, pelo transportador, do disposto nos arts. 37, 41 e § 3 0 do art. 42 desta Instrução Normativa constitui embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, sujeitando o infrator ao pagamento da multa prevista no art. 107 do Decretolei n ° 37/66 com a redação do art. 5 do Decretolei n ° 751, de 10 de agosto de 1969, sem prejuízo de sanções de caráter administrativo cabíveis." (Grifos acrescidos) Fl. 173DF CARF MF 4 Entretanto, o prazo foi dilatado com o advento da noticia SISCOMEX n ° 002, de 07/01/2005. "07/01/2005 0002 ASSUNTO: PRAZO PARA INFORMAÇÃO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. 0 PRAZO PARA 0 TRANSPORTADOR REGISTRAR OS DADOS DE EMBARQUE DA MERCADORIA NO SISCOMEX DEFINIDO NO ART. 37 DA IN 28/94, SERÁ DE 7 DIAS DA DATA DO EFETIVO EMBARQUE DA MERCADORIA, QUANDO A VIA FOR MARÍTIMA. TORNASE SEM EFEITO 0 ITEM 2 DA NOTÍCIA SISCOMEX EXPORTAÇÃO 105/94. " (Grifos acrescidos) (...) CONCLUSÃO 17.Em face do exposto, concluise que; a) cabe à situação em curso a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN. Portanto, aplicase a multa por falta de registro, no Siscomex, dos dados pertinentes ao embarque de mercadorias, fora do prazo estipulado, somente se o registro foi efetuado depois de dois dias, no caso de transporte aéreo, ou depois de sete dias, no caso de transporte marítimo; b) a multa a ser aplicada ao caso em questão, para as infrações cometidas a partir de 31 de dezembro de 2003, é a que se refere à alínea "e" do inciso IV do art. 107 do Decretolei n° 37, de 1966, com a redação dada pela Lei n° 10.833, de 2003. c) deve ser aplicada ao transportador uma única multa de R$ 5.000,00, uma vez que ocorre o descumprimento da obrigação acessória de informar os dados de embarque, no Siscomex, não sendo determinante a quantidade de dados não informados. Diante dos fatos expostos, fica clara a infração cometida pela MAERSK BRASIL BRASMAR LTDA, por descumprimento do prazo na informação dos dados de embarque no Siscomex em relação a 83 embarques em 11 navios, ensejando a multa de R$ 5.000,00 por navio/viagem num total de R$ 55.000,00." (efls. 5/8 grifei) Inconformada, a empresa apresentou Impugnação Administrativa, julgada integralmente improcedente pelo Acórdão 16077.784, da 21ª Turma da DRJ/SPO, ementado nos seguintes termos: " ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 27/01/2005 A empresa de transporte internacional deixou de prestar informação sobre carga transportada. O autuado foi impelido a agir em virtude de um ato da fiscalização: o bloqueio do sistema. A lei designou como responsável solidário o representante no País do transportador estrangeiro. O exame da proporcionalidade entre o fato infracional e o valor da multa não é passível de exame neste foro, porquanto a autoridade administrativa não pode usurpar a competência do legislador para alterar o valor da multa definido na lei. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" (efl. 69) Cientificada desta decisão em 13/06/2017 (efls. 119), a empresa apresentou Recurso Voluntário em 03/07/2017 (efls. 121) reiterando suas razões de defesa, alegando em síntese: (i) preliminarmente: (i.1) a ilegitimidade passiva da Recorrente por ter atuado na condição de agente marítimo, com a realização de atos na condição de mandatário, em nome do mandante; e (i.2) a nulidade do Auto de Infração por existência de vícios formais, em razão da necessidade de observância do art. 9º do Decreto n.º 70.235/72, que exige que seja lavrado um auto de infração para cada infração, ou um único auto aplicando a multa de R$ Fl. 174DF CARF MF Processo nº 11128.005671/200993 Acórdão n.º 3402005.821 S3C4T2 Fl. 173 5 5.000,00. Ademais feriu o art. 10 do mesmo decreto por ter aplicado a penalidade ao agente marítimo como se transportador fosse e a ausência de descrição clara da conduta punida. Neste ponto sustenta, ainda, a omissão da decisão recorrida na análise desses argumentos; (ii) no mérito: (ii.1) ausência de tipicidade, sustentando a não caracterização da infração imposta vez que quem emitiu o documento foi o mandante.; (ii.2) a necessidade de redução da multa com base na Solução de Consulta Interna SCI nº 08/2008, que indica que a multa aplicada na autuação deverá ser cobrada uma única vez por veículo transportador. Isso porque a autuação considera a aplicação por DDE e não por navio; e (ii.3) a necessidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea, com fulcro no art. 138, do CTN e na nova redação do art. 102, §2º, do Decretolei n.º 37/1966 dada pela Lei n.º 12.350/2010, vez que o registro no SISCOMEX dos dados de embarque ocorreu antes da lavratura de auto de infração. Em seguida, os autos foram direcionados a este Conselho. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, adentrando em suas razões. I PRELIMINARES I.1 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE Primeiramente, importante consignar o descabimento das alegações da Recorrente quanto à sua ilegitimidade passiva. Como se depreende do relato fiscal acima transcrito (efls. 5/8) e das planilhas elaboradas pela fiscalização para a exigência da multa (efls. 18/20), a empresa Recorrente foi identificada como verdadeiro transportador das mercadorias, não como agente marítimo. Em sua impugnação, afirma a ora Recorrente que teria agido como agente marítimo, não lhe sendo cabível a imputação da penalidade. Contudo, considerando o contrato social da Recorrente, por ela acostado aos autos (efls. 46/63), observase que seu objeto social não se restringe ao agenciamento marítimo, podendo igualmente agir como transportador/armador. É o que se depreende da Cláusula Segunda (efls. 53/55): Fl. 175DF CARF MF 6 E, especificamente quanto às operações autuadas, a Recorrente não trouxe aos autos eventuais contratos ou procurações de agenciamento firmados, que demonstrariam a sua atuação como agente marítimo. Assim, a defesa da Recorrente não é suficiente para afastar a premissa adotada pela fiscalização, no sentido de que ela foi a responsável pelos transportes cujas informações foram prestadas à destempo no SISCOMEX. De toda forma, ainda que se entenda que a Recorrente teria atuado como agente marítimo, o que aqui se admite apenas para enfrentamento do argumento por ela Fl. 176DF CARF MF Processo nº 11128.005671/200993 Acórdão n.º 3402005.821 S3C4T2 Fl. 174 7 veiculado, não cabe se falar em ilegitimidade passiva. Essa hipótese de responsabilização encontraria respaldo no Decretolei n.º 37/1966 (art. 37, §1º1) por ser o agente marítimo o responsável pela inserção das informações no SISCOMEX CARGA, disposição normativa fundada do e no Regulamento Aduaneiro/2002, vigente à época dos fatos (art. 30, §2º2). Com efeito, a irregularidade na prestação de informações é cometida pelo agente marítimo, responsável por inserir os dados da operação, navio e mercadorias no SISCOMEX em nome do transportador estrangeiro, ainda que sob sua orientação. Nesse sentido é a jurisprudência deste Conselho: "Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 16/05/2008 AGENTE MARÍTIMO. INFRAÇÃO POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INOCORRÊNCIA. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na informação sobre carga transportada responde pela multa sancionadora da referida infração. (…)." (Processo 11128.007671/200847 Data da Sessão 25/05/2017 Relatora Maria do Socorro Ferreira Aguiar Nº Acórdão 3302004.311 grifei) "Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 06/02/2011 INFRAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AGENTE MARÍTIMO. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na prestação de informação de embarque responde pela multa sancionadora correspondente. Precedentes da Turma. Ilegitimidade passiva afastada. (...) Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido." (Processo 11684.720091/201139 Data da Sessão 27/11/2013 Relator Solon Sehn Nº Acórdão 3802002.315) "Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 03/11/2004, 04/11/2004, 08/11/2004, 12/11/2004, 15/11/2004, 18/11/2004, 23/11/2004, 26/11/2004 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. MATERIALIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. IMPOSIÇÃO DA MULTA. OBRIGATORIEDADE. O descumprimento do prazo de 7 (sete) dias, fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para o registro, no Siscomex, dos dados do embarque marítimo, subsumese à hipótese da infração por atraso na informação sobre carga transportada, sancionada com a respectiva multa regulamentar. INFRAÇÃO POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. 1 "Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003)" (grifei) 2 "Art. 30. O transportador prestará à Secretaria da Receita Federal as informações sobre as cargas transportadas, bem assim sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. § 1o Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso, comunicará a existência, no veículo, de mercadorias ou de pequenos volumes de fácil extravio. § 2o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, também deve prestar as informações sobre as operações que execute e sobre as respectivas cargas. § 3o Poderá ser exigido que as informações referidas neste artigo sejam emitidas, transmitidas e recepcionadas eletronicamente." Fl. 177DF CARF MF 8 PENALIDADE APLICADA CONTRA O AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OCORRÊNCIA. O agente marítimo que, na condição de representante do transportador estrangeiro, comete a infração por atraso na informação sobre carga transportada tem legitimidade para integrar o polo passivo da ação de cobrança da multa sancionadora da respectiva infração. Recurso Voluntário Negado." (Processo 11050.001776/200914 Relator Jose Fernandes do Nascimento Nº Acórdão 3802001.565 grifei) Nesse sentido, não há que se falar no caso em ilegitimidade passiva. I.2 DOS ARGUMENTOS EM TORNO DA NULIDADE DA AUTUAÇÃO Sustenta a Recorrente que o Auto de Infração teria sido lavrado em desconformidade com os artigos 9º e 10º do Decreto n.º 70.235/72, argumentos esses que não teriam sido enfrentados pela r. decisão recorrida. Entretanto, observase que o Auto de Infração foi devidamente motivado, sendo possível identificar, de forma expressa, quais foram as razões de fato e de direito para a lavratura da exigência fiscal, como exigido pelo art. 10 do Decreto n.º 70.235/72. Esse fato é depreendido da leitura dos fundamentos da autuação, transcritos no relatório deste voto (efls. 5/8). Ademais, a autuação foi lavrada de forma única por envolver a mesma penalidade regulamentar (art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decretolei nº 37/1966), estando em plena consonância com o art. 9º do mesmo Decreto. Ao contrário do que aduz a Recorrente, o referido dispositivo não exige que cada multa aplicada seja objeto de um Auto de Infração distinto. E essas alegações, genericamente formuladas pela Recorrente em sua Impugnação, foram enfrentadas na r. decisão recorrida. Após tratar dos princípios do contraditório, da ampla defesa e da motivação dos atos administrativos, indicou a r. decisão: "O fato que ensejou a lavratura do Auto de Infração é certo e definido no seu corpo: Portanto, resta claro que o interessado tem acesso a todas as informações detalhadas sobre as infrações a ele imputadas, permitindolhe o exercício do contraditório e ampla defesa. A impugnante tem clara ciência do teor da ação fiscal e dos atos normativos invocados no corpo do Auto de Infração que apontam para a prática de irregularidades nas operações de comércio exterior. Basta constatar os argumentos trazidos na impugnação para afastar a motivação apresentada pela fiscalização. Portanto, sabia do que se defender e assim o fez." (efl. 80) Nesse sentido, merecem ser afastados os argumentos de nulidade da autuação e da r. decisão recorrida. II DO MÉRITO DA MANUTENÇÃO DA MULTA APLICADA Como se depreende da expressão do art. 107, IV, "e", do Decretolei n.º 37/1966, essa penalidade é aplicada quando as informações relativas ao veículo ou cargas neles transportadas, ou quanto às operações realizadas, deixarem de serem prestadas à Secretaria da Receita Federal na forma e prazo por ela prevista: "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) Fl. 178DF CARF MF Processo nº 11128.005671/200993 Acórdão n.º 3402005.821 S3C4T2 Fl. 175 9 IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e" (grifei) Como indicado no relato fiscal, o prazo estabelecido pela Receita Federal no artigo 44 da IN/SRF 28/94 e na noticia SISCOMEX n ° 002, de 07/01/2005 é de 7 (sete) dias da data do embarque. Na planilha elaborada pela fiscalização com fulcro nas informações obtidas no SISCOMEX (efl. 18/20), foram relacionadas as datas das informações do embarque e os efetivos dias dos embarques, demonstrando a prestação de informação fora do prazo. Em sua defesa, a Recorrente não refuta esse fato. Desta forma, comprovado que a empresa transportadora prestou as informações a destempo, após mais de sete dias do embarque, deve ser efetivamente aplicada a penalidade. Nesse sentido, inclusive, já se manifestou esta turma, em sua composição anterior, no Acórdão n.º 3402004.149, de 24/05/2017, de relatoria do Conselheiro Waldir Navarro Bezerra. E aqui é importante evidenciar que a forma de cálculo estabelecida pela Solução de Consulta Interna SCI nº 08/2008, na qual se respaldou a fiscalização (efl. 7/8), foi devidamente observada, sendo a multa aplicada uma única vez por veículo transportador. Como evidenciado pela própria fiscalização, as 83 (oitenta e três) informações em atraso ocorreram em relação à 11 (onze) navios cujos transportes foram realizados pela Recorrente. A identificação dos veículos transportadores foi feita pela própria fiscalização, podendo ser facilmente visualizada pela planilha referenciada anteriormente (efls. 18/20): Fl. 179DF CARF MF 10 E a multa aplicada foi calculada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por veículo, totalizando os R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais) autuado. Com isso, ao contrário do que aduz a Recorrente, a fiscalização não cobrou a multa por DDE em atraso, mas por veículo, exatamente como indicado na referida Solução de Consulta (efl. 12): Por fim, sustenta a Recorrente a necessidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea, com fulcro no art. 138, do CTN e na nova redação do art. 102, §2º, do Decretolei n.º 37/1966 dada pela Lei n.º 12.350/2010, vez que o registro no SISCOMEX dos Fl. 180DF CARF MF Processo nº 11128.005671/200993 Acórdão n.º 3402005.821 S3C4T2 Fl. 176 11 dados de embarque ocorreu antes da lavratura de auto de infração. Essa matéria, contudo, foi sedimentada pela Súmula CARF nº 126, segundo a qual: "A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010." Assim, não assiste razão a Recorrente no mérito, devendo ser mantida integralmente a autuação. III DISPOSITIVO Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora Fl. 181DF CARF MF
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Numero do processo: 10835.721293/2013-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009
NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. CRÉDITOS. CONCEITO.
O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item - bem ou serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte (STJ, do Recurso Especial nº 1.221.170/PR).
GASTOS COM FRETE. TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS ENTRE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DO CONTRIBUINTE. APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE.
Os fretes e dispêndios para transferência de insumos entre estabelecimentos industriais do próprio contribuinte são componentes do custo de produção e essenciais ao contexto produtivo. Portanto, geram direito de crédito de PIS e Cofins, no regime não cumulativo, conforme artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, e Resp 1.221.170/PR.
NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS A DESCONTAR. EMBALAGEM DE TRANSPORTE. PRESERVAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO. DIREITO AO CRÉDITO.
As embalagens para transporte, incorporadas ao produto, destinadas a preservar as características do produto, devem ser consideradas como insumos para fins de constituição de crédito de PIS/Pasep pela sistemática não cumulativa.
REGIME NÃO-CUMULATIVO. PRODUTOS DE LIMPEZA. PROCESSO PRODUTIVO. REQUISITOS.
Os materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo geram créditos na sistemática não cumulativa.
Numero da decisão: 3201-004.315
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo quanto à matéria que se refere à reclassificação do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e, no mérito, quanto às demais matérias, acordam em dar-lhe provimento, para reverter as glosas de créditos decorrentes dos gastos realizados sobre os seguintes itens: a) fretes para a transferência/transporte de produtos em elaboração (inacabados) entre os estabelecimentos da Recorrente; b) materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo; c) embalagens para transporte, incorporadas ao produto, destinadas a preservar as suas características.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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CONCEITO DE INSUMO. DIREITO DE CRÉDITO. Recorrente LIDER ALIMENTOS DO BRASIL S.A EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009 NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. CRÉDITOS. CONCEITO. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte (STJ, do Recurso Especial nº 1.221.170/PR). GASTOS COM FRETE. TRANSFERÊNCIA DE INSUMOS ENTRE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DO CONTRIBUINTE. APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Os fretes e dispêndios para transferência de insumos entre estabelecimentos industriais do próprio contribuinte são componentes do custo de produção e essenciais ao contexto produtivo. Portanto, geram direito de crédito de PIS e Cofins, no regime não cumulativo, conforme artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, e Resp 1.221.170/PR. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS A DESCONTAR. EMBALAGEM DE TRANSPORTE. PRESERVAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO. DIREITO AO CRÉDITO. As embalagens para transporte, incorporadas ao produto, destinadas a preservar as características do produto, devem ser consideradas como insumos para fins de constituição de crédito de PIS/Pasep pela sistemática não cumulativa. REGIME NÃOCUMULATIVO. PRODUTOS DE LIMPEZA. PROCESSO PRODUTIVO. REQUISITOS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 72 12 93 /2 01 3- 26 Fl. 1498DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 3 2 Os materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo geram créditos na sistemática não cumulativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo quanto à matéria que se refere à reclassificação do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e, no mérito, quanto às demais matérias, acordam em darlhe provimento, para reverter as glosas de créditos decorrentes dos gastos realizados sobre os seguintes itens: a) fretes para a transferência/transporte de produtos em elaboração (inacabados) entre os estabelecimentos da Recorrente; b) materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo; c) embalagens para transporte, incorporadas ao produto, destinadas a preservar as suas características. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório A interessada apresentou pedido de ressarcimento de contribuição não cumulativa, que foi objeto de ação fiscal por parte da DRF/Presidente Prudente. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, merecem transcrição fragmentos do relatório da decisão de primeira instância, que resumem o entendimento da autoridade fiscal manifestado no Despacho Decisório: De acordo com o despacho decisório, foram apuradas glosas de vários itens relativos aos créditos da não cumulatividade utilizados pela autuada que tem como principal objeto social a fabricação e comercialização de laticínios relativos a itens não considerados insumos pela fiscalização com base na definição contida nas Instruções Normativas (IN) SRF nºs 247, de 2002, e 404, de 2004, ou seja, que não foram consumidos no processo produtivo em função da ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação. Abaixo discriminados: a.2) PLANILHA 02: GLOSAS de créditos relativos a Materiais de uso e consumo, conforme notas fiscais de entrada, CFOP: 1556 e 2556, referentes Peças e serviços de manutenção de frotas, cestas básicas e despesas de refeitórios, materiais de limpeza, materiais de higiene, uniformes e Fl. 1499DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 4 3 equipamento de proteção, materiais de manutenção consertos e reparos, lubrificantes, óleo diesel, óleo de motor, álcool, gasolina, pneus, e outros materiais relacionados, inclusos os lançados como débito direto. Estes bens e serviços não correspondem a matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem, que exerçam ação diretamente sobre os produtos fabricados, não sendo, portanto, caracterizados como insumos. a.3 PLANILHA 03: Glosas de créditos relativos a aquisição de outras mercadorias e serviços, conforme notas fiscais de entrada enquadradas no CFOP: 1949 e 2949, referentes:materiais e serviços de manutenção, mão de obra de manutenção de Frotas, Pneus /Empilhadeira e RECAP, serviço de carga e descarga, serviços de análise, serviços de tratamento de afluentes, serviços de Lavagem, combustíveis como óleos de motor, diesel, álcool, gasolina e lubrificantes, serviços de consultoria e outros relacionados, inclusos os lançados como débito direto. Conforme a legislação e observações acima não geram direito a crédito os valores relativos às aquisição dos referidos bens/serviços não diretamente responsáveis pela produção dos bens ou produtos destinados à venda a.4) PLANILHA 04: Glosas de créditos relativos a mercadorias e serviços, de uso e consumo, conforme notas fiscais de entrada, CFOP: 1407, 1653, 1933, 2407 e 2653, referentes: Álcool, Gasolina, Lubrificante, Óleo Diesel, Óleo de Motor, Peças e serviços de manutenção de frota, Pneus, serviços de lavagem e outros materiais e serviços relacionados, inclusos os lançados como débito direto. Conforme observações acima não geram direito a crédito valores relativos a aquisição dos referidos bens/serviços não diretamente utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda, assim entendidos aqueles que sejam consumidos, desgastados ou tenham suas propriedades físicoquímicas alteradas no processo produtivo. a.5) PLANILHA 05: Glosas de créditos relativos a material de embalagem para transporte “não insumos”, conforme notas fiscais de entrada, CFOP: 1101 e 2101. Referentes embalagens que não incorporam diretamente ao produto no processo de industrialização, mas apenas depois de concluído o processo produtivo e que se destinam tão somente a facilitar o transporte dos produtos acabados, portanto, conforme legislação acima, não geram direito a creditamento as relativas aquisições. Além das glosas dos bens e serviços não considerados insumos pela fiscalização, também foram glosados créditos referentes às seguinte despesas: a.1) – PLANILHA 01: GLOSAS de créditos relativos a Serviço de Transporte (FRETE), referentes notas fiscais de entrada, CFOP 1352, 2352, 1360,1353, 2353, 1949 e 2949 (...) As notas fiscais glosadas foram relacionadas pela empresa como sendo notas fiscais de entrada referentes aquisição de leite ou outras mercadorias adquiridas de pessoa jurídica (conforme planilhas de Notas fiscais de entrada PJ constantes dos arquivos não pagináveis anexados ao presente processo), quando “de fato”, referemse à Fl. 1500DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 5 4 “conhecimentos de transporte” relativos a aquisição de serviço de frete, sendo em sua maioria fretes entre estabelecimentos da empresa, conforme comprova o arquivo anexo..., b) Glosas de créditos referentes Locações/alugueis, relacionados no ANEXO III (...). do presente processo: Relativos a Locação/aluguel de bens/serviços não inclusos no conceito legal de insumos, ou seja, não são utilizados especificamente no processo produtivo da empresa. c) – Glosas de créditos referentes arrendamentos mercantis relativos aos bens/veículos relacionados no ANEXO IV (...) do presente processo: Relativos a arrendamentos mercantis de bens/serviços não inclusos no conceito legal de insumos, ou seja, não são utilizados especificamente no processo produtivo da empresa. d) – Glosas de Créditos Presumido, relativos a aquisição de Lenha de Eucalipto e outros materiais adquiridas de pessoas físicas relacionados no ANEXO V (...) do presente processo. No caso em questão a lenha de eucalipto é utilizada como combustível no processo de produção/fabricação. Entretanto, conforme legislação acima citada, o direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica (art. 3º, § 3º, I a Lei nº 10.637/2002 e art.3º, § 3º, I a Lei nº 10.833/2003). Observada a legislação, foram glosados os créditos relativos ás aquisições de lenha de eucalipto e outros produtos adquiridos de pessoa física. e.) Anexo VI – (...) RECLASSIFICAÇÃO DE CRÉDITO: Cálculo de crédito integral sobre aquisições de leite efetuadas com benefício da suspensão Crédito Presumido. Inexiste a possibilidade de cálculo de créditos com base nos disposto nos art. 3º da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, havendo previsão legal apenas de crédito presumido, nos termos da Lei nº 10.925/2004 (Art.8º §§ 1º ao 9º e Art. 9º) e Instrução Normativa SRF nº 660/2006 (Arts. 2º a 6º), em razão disso foram reclassificados os créditos referentes aquisições de leite, considerados pela empresa como ressarcíveis, para créditos presumidos nos termos da legislação. Observase que o fato de não constar na nota fiscal que a operação está ocorrendo com benefício da suspensão não pode ser utilizado como argumento para o creditamento nos termos do disposto no art. 3º, II das Leis nº 10.637/2003 e 10.833/2003. O Intuito do ressarcimento é o de ressarcir, de devolver à empresa um valor que foi recolhido aos cofres públicos. No caso da suspensão, como não houve recolhimento a título de PIS e de COFINS pelos fornecedores de leite não é devido qualquer valor a título de ressarcimento. Há previsão legal apenas para o cálculo de crédito presumido sobre essas aquisições, nos termos do disposto no art. 8 º da Lei 10.925/2004, valor que poderá apenas ser deduzido dos débitos da própria contribuição. O valor da base de cálculo constante do Anexo VI, foi lançado no Anexo I, com o título “Reclassificação de Créditos”, e deduzido da base de cálculo dos créditos apurados sobre aquisição de bens e serviços utilizados como insumos, e após a Fl. 1501DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 6 5 aplicação das alíquotas de 0,99% (PIS) e 4,56%(Cofins) sobre a respectiva base de cálculo, os valores apurados, foram lançados como acréscimos aos créditos presumidos calculados sobre insumos de origem animal. Foi informado ainda pela fiscalização o seguinte quanto a decisões judiciais obtidas pela contribuinte: Observase que em relação a empresa consta as ações judiciais Mandado de Segurança nº 2006.61.12.0085437/SP e nº 2006.61.12.0045543/SP, reconhecendo o direito da empresa à utilização do saldo credor da contribuição de PIS e COFINS, decorrente do crédito presumido instituído pela Lei nº 10925/2004, no pagamento de débitos próprios relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nos termos do art. 16 da Lei nº 11.116/2005, salvo quanto às operações de venda (eventuais) de leite a granel realizada na forma prevista no inciso II do parágrafo 1º do art.8º da Lei nº 10.925/04, afastando qualquer ato restritivo da autoridade impetrada. Porém, referidas decisões ainda não transitaram em julgado em razão de apelação da União Federal, encontrandose os autos no Tribunal Regional Federal da 3º Região Consta ainda a ação judicial Mandado de Segurança nº 000538802.2013.403.6112, proposta pela empresa, onde foi deferido parcialmente liminar para que a autoridade impetrada (Delegado da Receita Federal do Brasil em Presidente PrudenteSP)abstenhase de imporlhe multa em decorrência do simples indeferimento de seus pedidos de ressarcimento de crédito pendentes de julgamento, sem que realize análise prévia da máfé (ou não) do contribuinte em relação ao pedido formulado. Ficando a multa, portanto, condicionada a verificação da máfé por parte do contribuinte (...). No presente processo não foi constatado máfé da contribuinte. Cientificada do Despacho Decisório que deferiu parcialmente o seu pleito, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/RPO n.º 14063.424, de 16/12/2006, assim ementado: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009 NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. Os insumos utilizados no processo produtivo somente dão direito a crédito no regime de incidência nãocumulativa, se incorporados diretamente ao bem produzido ou se consumidos/alterados no processo de industrialização em função de ação exercida diretamente sobre o produto e desde que não incorporados ao ativo imobilizado. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. APROVEITAMENTO. Fl. 1502DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 7 6 Somente dão direito a crédito no regime de incidência não cumulativa, os gastos expressamente previstos na legislação de regência. ARRENDAMENTO. ALUGUÉIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. APROVEITAMENTO. São passíveis de aproveitamento os gastos com aluguéis e arrendamento de máquinas e equipamentos utilizados nas atividades da empresa. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. APROVEITAMENTO. São passíveis de aproveitamento os créditos presumidos da agroindústria quando o contribuinte atende às exigências contidas na Lei nº 10.925, de 2004. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. FRETES. APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. Somente dão direito a crédito no regime de incidência não cumulativa os gastos com frete na operação de venda quando suportados pelo vendedor. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2009 a 31/03/2009 APRECIAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE. ESFERA ADMINISTRATIVA. INCOMPETÊNCIA. A argüição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria, do ponto de vista constitucional. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário por meio do qual alega, em apertada síntese, o seguinte: a) Reclassificação dos créditos básicos para crédito presumido relativos à aquisição de leite in natura: os créditos oriundos de aquisição de leite in natura devem ser considerados como créditos básicos, nos termos do art. 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, pois tratase de insumo principal da produção. Acresce, no tópico seguinte (Do crédito presumido oriundo decorrente de atividades agroindustriais Aquisição de Leite in natura e Lenha de Eucalipto), que a empresa tem por objeto social, dentre outros, a atuação no ramo de produtos do laticínio. Assim, faz jus à utilização do benefício do crédito presumido de PIS/Cofins para as agroindústrias, disposto no ordenamento jurídico por meio da Lei n.º 10.925, de 2004. Contudo, restringiramse as possibilidades de utilização do saldo credor das contribuições em referência, ao firmar entendimento de que o crédito presumido, instituído justamente para o equilíbrio das contas daquelas empresas adquirentes de insumos, não poderia ser objeto de compensação ou ressarcimento; Fl. 1503DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 8 7 b) Créditos relativos a serviço de transporte (frete) entre estabelecimentos: transfere de uma unidade para outra sua matéria prima ou subproduto dele para devido tratamento e elaboração, sendo encaminhado para unidade industrial específica, onde, após devido tratamento o torna apto ao consumo e acondiciona para posterior revenda. O produto começa a ser elaborado em uma unidade e tem o seu processamento final em outra unidade; c) Créditos relativos a Materiais de Uso e Consumo e Serviços tomados: os gastos relativos à higienização na produção de alimentos podem ser considerados insumos para fins de creditamento de PIS/Cofins, pois pertinentes e viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, direta ou indiretamente empregados, cuja subtração importa na impossibilidade da mesma prestação de serviço ou produção, implicando substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes; d) Materiais de Embalagem: os materiais de embalagem glosados pela Fiscalização e mantidos pelo Acórdão recorrido são utilizados no acondicionamento e transporte do produto acabado. Todos os materiais utilizados para a embalagem acabam compondo o produto final da empresa, sendo de suma importância que o produto comercializado tenha sua integridade garantida até sua entrega definitiva. Convém esclarecer que todas as embalagens estão em contato direto com o produto e nenhuma delas retorna para a empresa. Assim, é evidente que a sua utilização é indispensável para o processo de geração de receitas, gerando custos a cada etapa, o que lhe assegura direito ao crédito pretendido. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.306, de 24/10/2018, proferido no julgamento do processo 10835.720775/201440, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.306): "O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. (...) Deferido em parte o pedido e apresentada manifestação de inconformidade, a DRJ julgoua procedente em parte, daí o recurso voluntário, ora apreciado. Da Reclassificação dos créditos básicos para crédito presumido (sic) Inicialmente, a Recorrente defende que os créditos presumidos de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, sejam considerados como se créditos básicos fossem (como se vê, o contrário do que está no título deste tópico do recurso). Fl. 1504DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 9 8 Registra o voto condutor do acórdão recorrido que, não obstante tenha tentado viabilizar a compensação do valor a ser ressarcido com outros tributos administrados pela RFB, não mais havia decisão judicial autorizando o que pleiteara. A matéria, com efeito, é, nesta parte, idêntica a que ora enfrentamos, conforme facilmente se percebe do dispositivo da sentença transcrito no mesmo voto: DISPOSITIVO DA R. SENTENÇA: "Por todo o exposto: a) no que concerne ao pedido de afastamento do Ato Declaratório Interpretativo nº 15/2005, JULGO EXTINTO o presente feito, sem resolução do mérito, com amparo no artigo 267, inciso VI, do Código de Processo Civil, em razão da ausência de interesse de agir. b) No tocante ao pleito remanescente, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido e CONCEDO PARCIALMENTE A SEGURANÇA para reconhecer o direito líquido e certo da impetrante à utilização do saldo credor da contribuição para o PIS e da COFINS, decorrente do crédito presumido instituído pela Lei nº 10.925/2004, no pagamento de débitos próprios relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nos termos do art. 16, inciso I, da Lei nº 11.116/2005, salvo quanto às operações de vendas (eventuais) de leite a granel realizadas na forma prevista no inciso II do 1º do art. 8º da Lei 10.925/04, afastando qualquer ato restritivo da autoridade impetrada no sentido de impedir a aplicação do disposto no art. 16, inciso I, da Lei 11.116/05, em especial a Instrução Normativa SRF nº 636, de 24 de março de 2006. Em conseqüência, julgo extinto o processo, com resolução do mérito, a teor do que dispõe o art.269, I, do Código de Processo Civil. Incabível a condenação em honorários advocatícios na quadra do mandado de segurança (Súmula 512 do Supremo Tribunal Federal). Sentença sujeita ao reexame necessário. Custas ex lege. P.R.I.O" Publicação D. Oficial de sentença em 27/11/2007, pag 83 (grifos do original) Portanto, não obstante não tenha reconhecido a concomitância, os processos judicial e administrativo apresentamse, ao menos em parte, com objetos idênticos. Afinal, considerar o crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, como se crédito básico fosse equivale a permitir o seu ressarcimento, não a sua utilização exclusiva para deduzir do PIS/Cofins em cada período de apuração (conforme o caput do mesmo dispositivo). Incide, na hipótese, a nosso juízo, a Súmula Vinculante CARF nº 1, segundo a qual "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial". Esse cenário, sublinhese, não se altera em face da introdução do art. 9ºA na Lei nº 10.925, de 2004, pela Lei nº 13.317, de 2015. 1 Dos Créditos relativos a serviço de transporte (frete) entre estabelecimentos A Recorrente sustenta que transfere de um dos seus estabelecimento para outro matéria prima ou subproduto dela para o devido tratamento e elaboração, sendo encaminhado para unidade industrial específica, onde, após o devido tratamento, tornaa apta ao consumo e a 1 Art. 9oA. A pessoa jurídica poderá utilizar o saldo de créditos presumidos de que trata o art. 8o apurado em relação a custos, despesas e encargos vinculados à produção e à comercialização de leite, acumulado até o dia anterior à publicação do ato de que trata o § 8o deste artigo ou acumulado ao final de cada trimestre do ano calendário a partir da referida data, para: (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência) I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação aplicável à matéria; ou (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência) II ressarcimento em dinheiro, observada a legislação aplicável à matéria. (Incluído pela Lei nº 13.137, de 2015) Fl. 1505DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 10 9 acondiciona para posterior revenda. O produto começa a ser elaborado em uma unidade e tem o seu processamento final em outra unidade Ora, a própria RFB consolidou o entendimento de que as despesas com frete no transporte de insumos incorporamse ao custo do produto adquirido, tal como prevê a Solução de Divergência nº 7 Cosit, de 23 de agosto de 2016: NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO DE CREDITAMENTO. INSUMOS. DIVERSOS ITENS. 1. Na sistemática de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep, a possibilidade de creditamento, na modalidade aquisição de insumos, deve ser apurada tendo em conta o produto destinado à venda ou o serviço prestado ao público externo pela pessoa jurídica. 2. In casu, tratase de pessoa jurídica dedicada à produção e à comercialização de pasta mecânica, celulose, papel, papelão e produtos conexos, que desenvolve também as atividades preparatórias de florestamento e reflorestamento. 3. Nesse contexto, permitese, entre outros, creditamento em relação a dispêndios com: 3.a) partes, peças de reposição, serviços de manutenção, combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos que, no interior de um mesmo estabelecimento da pessoa jurídica, suprem, com insumos ou produtos em elaboração, as máquinas que promovem a produção de bens ou a prestação de serviços, desde que tais dispêndios não devam ser capitalizados ao valor do bem em manutenção; 3.b) combustíveis e lubrificantes consumidos em máquinas, equipamentos e veículos diretamente utilizados na produção de bens; 3.c) bens de pequeno valor (para fins de imobilização), como modelos e utensílios, e ferramentas de consumo, tais como machos, bits, brocas, pontas montadas, rebolos, pastilhas, discos de corte e de desbaste, bicos de corte, eletrodos, arames de solda, oxigênio, acetileno, dióxido de carbono e materiais de solda empregados na manutenção ou funcionamento de máquinas e equipamentos utilizados diretamente na produção de bens para venda; 4. Diferentemente, não se permite, entre outros, creditamento em relação a dispêndios com: 4.a) partes, peças de reposição, serviços de manutenção, combustíveis e lubrificantes utilizados em máquinas, equipamentos e veículos utilizados em florestamento e reflorestamento destinado a produzir matériaprima para a produção de bens destinados à venda; 4.b) serviços de transporte suportados pelo adquirente de bens, pois a possibilidade de creditamento deve ser analisada em relação ao bem adquirido; 4.c) serviços de transporte, prestados por terceiros, de remessa e retorno de máquinas e equipamentos a empresas prestadoras de serviço de conserto e manutenção; 4.d) partes, peças de reposição, serviços de manutenção, combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos utilizados no transporte de insumos no trajeto compreendido entre as instalações do fornecedor dos insumos e as instalações do adquirente; 4.e) combustíveis e lubrificantes consumidos em veículos utilizados no transporte de matéria prima entre estabelecimentos da pessoa jurídica (unidades de produção); Fl. 1506DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 11 10 4.f) bens de pequeno valor (para fins de imobilização), como modelos e utensílios, e ferramentas de consumo, tais como machos, bits, brocas, pontas montadas, rebolos, pastilhas, discos de corte e de desbaste, bicos de corte, eletrodos, arames de solda, oxigênio, acetileno, dióxido de carbono e materiais de solda empregados na manutenção ou funcionamento de máquinas e equipamentos utilizados nas atividades de florestamento e reflorestamento destinadas a produzir matéria prima para a produção de bens destinados à venda; 4.g) serviços prestados por terceiros no corte e transporte de árvores e madeira das áreas de florestamentos e reflorestamentos destinadas a produzir matériaprima para a produção de bens destinados à venda; 4.h) óleo diesel consumido por geradores e por fontes de produção da energia elétrica consumida nas plantas industriais, bem como os gastos com a manutenção dessas máquinas e equipamentos. Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, inciso II; Instrução Normativa SRF nº 247, de 2002, art. 66; Lei nº 4.506, de 1964, art. 48; Parecer Normativo CST nº 58, de 19 de agosto de 1976; DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13. Parcialmente vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 76, de 23 de março de 2015, publicada no Diário Oficial da União de 30 de março de 2015. Parcialmente vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 16, de 24 de outubro de 2013, publicada no Diário Oficial da União de 06 de novembro de 2013. Como deixa cristalino a Solução de Divergência e mesmo se extrai do art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, para que se permita a apropriação do créditos sobre o frete pago no transporte do insumo adquirido, há que se ter a aquisição do insumo, operação a que não corresponde a mera transferência de insumos entre estabelecimentos da mesma empresa. No caso, há a remessa de produtos em elaboração de um para outro estabelecimento da mesma empresa, no qual será submetido a um processo de industrialização – a um custo específico, que, portanto, incorporase ao produto final – , tornandoos aptos ao consumo e os acondicionando para posterior revenda. Nesse contexto, temos entendido possível o creditamento, em sintonia com o que decidido pela 3ª Turma da CSRF: DESPESAS. FRETES. TRANSFERÊNCIA/TRANSPORTE. PRODUTOS INACABADOS E INSUMOS. ESTABELECIMENTOS PRÓPRIOS, CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. As despesas com fretes para a transferência/transporte de produtos em elaboração (inacabados) e de insumos entre estabelecimentos do contribuinte integram o custo de produção dos produtos fabricados/vendidos e, consequentemente, geram créditos da contribuição, passíveis de desconto do valor apurado sobre o faturamento mensal. (Acórdão nº 9303007.285, de 15/08/2018) Dos Créditos relativos a Materiais de Uso e Consumo e Serviços tomados Aqui, a Recorrente contesta o acórdão recorrido, ao fundamento de que os gastos relativos à higienização na produção de alimentos – no seu caso, a fabricação de laticínios – podem ser considerados insumos para fins de creditamento de PIS/Cofins, pois, além de Fl. 1507DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 12 11 pertinentes, viabilizam o processo produtivo e cuja subtração implicando substancial perda de qualidade do produto. É evidente que, sendo a Recorrente fabricante de produtos laticínios, submetese a rigoroso controle de higienização e limpeza durante todo o seu processo produtivo. Assim, faz jus aos créditos sobre os produtos ou serviços que adquire para viabilizálo. A jurisprudência administrativa é remansosa a respeito do tema. Entre outras: REGIME NÃOCUMULATIVO. PRODUTOS DE LIMPEZA. PROCESSO PRODUTIVO. REQUISITOS. Somente materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo geram créditos da nãocumulatividade, ou seja, não são considerados insumos os produtos utilizados na simples limpeza do parque produtivo, os quais são considerados despesas operacionais. (Acórdão nº 3401004.896, de 21/05/2018) PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NA ASSEPSIA E HIGIENIZAÇÃO DOS TANQUES DE TRANSPORTE DE LEITE, SILOS EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS. Os produtos químicos utilizados na assepsia e higienização dos tanques de transportes do leite caminhões, silos e equipamentos industriais são considerados essenciais à atividade/produção do sujeito passivo, eis ser obrigatória a referida assepsia para evitar a contaminação da matériaprima e do produto acabado. O que, por conseguinte, há de se considerar a constituição de crédito das contribuições sobre os gastos com a aquisição dos referidos produtos químicos, em respeito à prevalência do critério da essencialidade para fins de conceituação de insumo para a geração do direito ao referido crédito. (Acórdão nº 9303005.652, de 19/09/2017) Dos Materiais de Embalagem Dizse que os materiais de embalagem glosados são utilizados no acondicionamento e transporte do produto acabado, compondo o produto final fabricado pela empresa, mantendo a sua integridade até sua entrega e a ela, posteriormente, não retornando. A glosa teve por fundamento o fato de que os gastos com embalagem somente poderiam ser considerados insumos quando incorporada ao produto em fabricação ou quando sofre alteração em suas propriedades, de modo que as embalagens destinadas a apenas proteger ou transportar o produto acabado não dão direito a crédito de PIS/Cofins. A propósito do tema, a 3ª Turma de CSRF já entendeu que as embalagens destinadas a viabilizar a preservação de suas características durante o seu transporte e cuja falta pode torná lo imprestável à comercialização devem ser consideradas como insumos utilizados na produção. É o que se decidiu no julgamento consubstanciado no Acórdão nº 9303004.174, de 05/07/2016, de relatoria da il. Conselheira Tatiana Midori Migiyama, assim ementado: NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS A DESCONTAR. EMBALAGEM DE TRANSPORTE. DIREITO AO CRÉDITO. É de se considerar as embalagens para transporte como insumos para fins de constituição de crédito da Cofins pela sistemática não cumulativa. Fl. 1508DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 13 12 No voto condutor do acórdão, a relatora reproduziu, em apoio à sua tese, aresto proferido pelo Superior Tribunal de Justiça STJ, o qual abraçou idêntico entendimento: PROCESSUAL CIVIL – TRIBUTÁRIO – PIS/COFINS – NÃO CUMULATIVIDADE – INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA – POSSIBILIDADE – EMBALAGENS DE ACONDICIONAMENTO DESTINADAS A PRESERVAR AS CARACTERÍSTICAS DOS BENS DURANTE O TRANSPORTE, QUANDO O VENDEDOR ARCAR COM ESTE CUSTO – É INSUMO NOS TERMOS DO ART. 3º, II, DAS LEIS N. 10.637/2002 E 10.833/2003. 1. Hipótese de aplicação de interpretação extensiva de que resulta a simples inclusão de situação fática em hipótese legalmente prevista, que não ofende a legalidade estrita. Precedentes. 2. As embalagens de acondicionamento, utilizadas para a preservação das características dos bens durante o transporte, deverão ser consideradas como insumos nos termos definidos no art. 3º, II, das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003 sempre que a operação de venda incluir o transporte das mercadorias e o vendedor arque com estes custos. Agravo regimental improvido. (g.n.) (STJ, Rel. Humberto Martins, AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.125.253 SC, julgado em 15/04/2010) Ressaltamos, também, o fato de que a própria RFB parece indicar uma alteração de entendimento (conceito próprio da legislação do IPI), uma vez que, na Solução de Divergência Cosit nº 7, de 23 de agosto de 2016, após a reprodução dos atos legais e infralegais que disciplinam o PIS/Cofins não cumulativo, concluiu que, no conceito de insumos, incluemse os bens ou serviços que "vertam sua utilidade" sobre o bem ou o serviço produzido. Confirase: 14. Analisandose detalhadamente as regras constantes dos atos transcritos acima e das decisões da RFB acerca da matéria, podese asseverar, em termos mais explícitos, que somente geram direito à apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a aquisição de insumos utilizados ou consumidos na produção de bens que sejam destinados à venda e de serviços prestados a terceiros, e que, para este fim, somente podem ser considerados insumo: a) bens que: a.1) sejam objeto de processos produtivos que culminam diretamente na produção do bem destinado à venda (matériaprima); a.2) sejam fornecidos na prestação de serviços pelo prestador ao tomador do serviço; a.3) que vertam sua utilidade diretamente sobre o bem em produção ou sobre o bem ou pessoa beneficiados pela prestação de serviço (tais como produto intermediário, material de embalagem, material de limpeza, material de pintura, etc); ou a.4) sejam consumidos em máquinas, equipamentos ou veículos que promovem a produção de bem ou a prestação de serviço, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado da pessoa jurídica (tais como combustíveis, moldes, peças de reposição, etc); b) serviços que vertem sua utilidade diretamente na produção de bens ou na prestação de serviços, o que geralmente ocorre: Fl. 1509DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 14 13 b.1) pela aplicação do serviço sobre o bem ou pessoa beneficiados pela prestação de serviço; b.2) pela prestação paralela de serviços que reunidos formam a prestação de serviço final disponibilizada ao público externo (como subcontratação de serviços, etc); c) serviços de manutenção de máquinas, equipamentos ou veículos utilizados diretamente na produção de bens ou na prestação de serviços. (g.n.) Ademais, e parecenos isso de fundamental importância, não obstante o conceito de insumos, para os fins da incidência do IPI, compreenda apenas as matériasprimas, os produtos intermediários e o material de embalagem, a legislação deste imposto faz uma expressa distinção entre o que é embalagem de apresentação e o que é embalagem para o transporte, de forma que a permitir o crédito apenas sobre a aquisição da primeira, mas não da segunda, consoante preconiza do art. 3º, parágrafo único, inciso II, da Lei nº 4.502, de 1964 (regra matriz do IPI): Art . 3º Considerase estabelecimento produtor todo aquêle que industrializar produtos sujeitos ao impôsto. Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo, considerase industrialização qualquer operação de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto, salvo: I o conserto de máquinas, aparelhos e objetos pertencentes a terceiros; II o acondicionamento destinado apenas ao transporte do produto; (g.n.) Norma semelhante, contudo, não existe nos diplomas legais que disciplinam o PIS/Cofins não cumulativo. Assim sendo, devem ser considerados insumos na sistemática não cumulativa do PIS/Cofins os materiais de embalagem utilizados no acondicionamento e transporte do produto acabado, compondo o produto final fabricado pela empresa, mantendo a sua integridade até sua entrega e a ela, posteriormente, não retornando. Ante o exposto, NÃO CONHEÇO do Recurso Voluntário, quanto à matéria que se refere à reclassificação do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e, quanto às demais matérias, DOULHE PROVIMENTO, para reverter as glosas de créditos decorrentes dos gastos realizados sobre os seguintes itens: a) fretes para a transferência/transporte de produtos em elaboração (inacabados) entre os estabelecimentos da Recorrente; b) materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo; c) embalagens para transporte, incorporadas ao produto, destinadas a preservar as suas características." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado não conheceu do recurso Voluntário quanto à matéria que se refere à reclassificação do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e, quanto às demais matérias, deulhe provimento, para reverter as glosas de créditos decorrentes dos gastos realizados sobre os seguintes itens: Fl. 1510DF CARF MF Processo nº 10835.721293/201326 Acórdão n.º 3201004.315 S3C2T1 Fl. 15 14 a) fretes para a transferência/transporte de produtos em elaboração (inacabados) entre os estabelecimentos da Recorrente; b) materiais de limpeza ou higienização aplicados diretamente no curso do processo produtivo; c) embalagens para transporte, incorporadas ao produto, destinadas a preservar as suas características. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1511DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 23034.030734/2004-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/06/2002
CONTRIBUIÇÕES PARA TERCEIROS. FNDE. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. FALTA DE RECOLHIMENTO. OBRIGATORIEDADE. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO DE RECOLHIMENTO DE DÉBITO. PROCEDÊNCIA.
É procedente o lançamento consignado em Notificação de Recolhimento de Débito por falta de recolhimento de Salário-Educação, quando o contribuinte, devidamente cientificado, não apresenta conjunto probatório suficiente a elidir a exação.
Numero da decisão: 2402-006.840
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Mauricio Nogueira Righetti - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
Nome do relator: MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/2000 a 30/06/2002 CONTRIBUIÇÕES PARA TERCEIROS. FNDE. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. FALTA DE RECOLHIMENTO. OBRIGATORIEDADE. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO DE RECOLHIMENTO DE DÉBITO. PROCEDÊNCIA. É procedente o lançamento consignado em Notificação de Recolhimento de Débito por falta de recolhimento de Salário-Educação, quando o contribuinte, devidamente cientificado, não apresenta conjunto probatório suficiente a elidir a exação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
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SALÁRIO EDUCAÇÃO. FNDE Recorrente BRASIL TELECOM S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2000 a 30/06/2002 CONTRIBUIÇÕES PARA TERCEIROS. FNDE. SALÁRIOEDUCAÇÃO. FALTA DE RECOLHIMENTO. OBRIGATORIEDADE. LANÇAMENTO. NOTIFICAÇÃO DE RECOLHIMENTO DE DÉBITO. PROCEDÊNCIA. É procedente o lançamento consignado em Notificação de Recolhimento de Débito por falta de recolhimento de SalárioEducação, quando o contribuinte, devidamente cientificado, não apresenta conjunto probatório suficiente a elidir a exação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 03 07 34 /2 00 4- 63 Fl. 104DF CARF MF Processo nº 23034.030734/200463 Acórdão n.º 2402006.840 S2C4T2 Fl. 105 2 Cuida o presente de Recurso Voluntário em face da Decisão proferida pelo Presidente do FNDE (fls.46), ancorada na Informação nº 3015/2004 DIADE/CGEOF/DIFIN/FNDE/MEC de fls. 45. Referida Decisão de Deferimento Parcial referiuse à Defesa do sujeito passivo, que por sua vez, insurgiuse contra a Notificação para Recolhimento de Débito NRD, cuja ciência foi dada ao recorrente em 05.08.2004 (fls. 24). Naquela NRD, consoante se extraí da Informação citada acima, cobrouse débitos das competências de 07/2000, 08/2000, 04/2001, 06/2001 e 06/2002, no importe principal de R$ 2.646,00, relacionados ao CNPJ 76.535.764/003076, em função de deduções tidas por indevidas quando dos recolhimentos do Salário Educação pela empresa. Tais deduções indevidas foram apuradas após avaliações realizadas nas informações constantes no "Sistema de Manutenção do Ensino fundamental SME", decorrentes da divergência entre o valor das deduções e aquele correspondente ao número de alunos indenizados informado pela própria empresa àquele órgão por meio do programa "Relação de Alunos Indenizados RAI". Em sua Defesa de fls. 22, a recorrente alegou que as deduções nos meses de 07 e 08 de 2000 e 04/2001 seriam, em verdade, compensações referentes ao 2º semestre de 1999 e 1º e 2º semestres de 2000. No julgamento da Defesa, a autoridade competente admitiu, após a transmissão, pela empresa, dos arquivos digitais, a correção das deduções no tocante à parte das competências que constaram naquela NRD, mantendo, entretanto, os débitos das competências de 04 e 06 de 2001. Já em seu Recurso Voluntário de fls. 50, a recorrente insiste na alegação de que os valores em aberto naquelas duas competências remanescentes seriam compensações dos meses de 06, 07 e 08 de 2000. É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Nogueira Righetti, Relator A recorrente tomou ciência da decisão recorrida em 31.01.2005, consoante se nota de fls. 48. Vejase: Fl. 105DF CARF MF Processo nº 23034.030734/200463 Acórdão n.º 2402006.840 S2C4T2 Fl. 106 3 O recurso apresentado às fls. 50, sob o protocolo 37923/056, em que pese não trazer a data de seu protocolo, teria sido datado em 01.03.2005. Assim sendo, em homenagem aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, essa será a data aqui utilizada, no mesmo sentido em que caminhou a informação de fls.102. Com efeito, observados os demais requisitos de admissibilidade, dele passo a conhecer. Quanto ao mérito, insiste a recorrente na compensação daquelas duas competências remanescentes. Por outro lado, a decisão de piso foi incisiva ao assentar que a manutenção das glosas deveuse à ausência parcial de informações perante o Programa RAI, confirase: Fl. 106DF CARF MF Processo nº 23034.030734/200463 Acórdão n.º 2402006.840 S2C4T2 Fl. 107 4 A rigor, as compensações decorrem do excesso de deduções eventualmente não utilizadas nos recolhimentos de períodos anteriores. Em outras palavras, o valor a ser recolhido não teria sido reduzido em função das deduções a que supostamente teria direito. Nesse sentido, os valores relativos a deduções, ainda que de períodos anteriores, devem ser auditados a partir das informações que oportunamente povoaram o Sistema de Manutenção do ensino Fundamental SME, o que, consoante se extrai da decisão recorrida, não foi feito. Notese que são informações imprescindíveis para a conferência, sistêmica, dos valores deduzidos nos respectivos recolhimentos. Doutro giro, a documentação apresentada não é capaz de demonstrar a certeza do crédito alegadamente utilizado. Não foram acostadas aos autos as declarações prestadas pelo(a) empregado(a), cópia da certidão de nascimento, com vistas a identificar a relação de dependência e se há, na mesma ou em outra empresa, o pagamento cumulativo do benefício; cópia do comprovante de pagamento que contenha o CNPJ da Escola; comprovação do vínculo empregatício entre o declarante e a empresa, assim com da freqüência escolar do aluno, dentre outros. Face ao exposto, VOTO no sentido de CONHECER do recurso para NEGARLHE provimento. (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Fl. 107DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11060.720857/2017-16
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2014
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE DE PESSOA JURÍDICA EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO TRABALHISTA.
Os rendimentos recebidos acumuladamente, após a edição da Lei nº 12.350/10, são tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, e em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, devendo ser informados em campo próprio da declaração de ajuste anual. Alternativamente, mediante opção irretratável do contribuinte, os rendimentos poderão integrar a base de cálculo do imposto de renda na declaração de ajuste anual do ano calendário do recebimento. Na ausência de opção pelo contribuinte, aplica-se a regra geral de tributação exclusiva na fonte.
Numero da decisão: 2001-000.815
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2014 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE DE PESSOA JURÍDICA EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO TRABALHISTA. Os rendimentos recebidos acumuladamente, após a edição da Lei nº 12.350/10, são tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, e em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, devendo ser informados em campo próprio da declaração de ajuste anual. Alternativamente, mediante opção irretratável do contribuinte, os rendimentos poderão integrar a base de cálculo do imposto de renda na declaração de ajuste anual do ano calendário do recebimento. Na ausência de opção pelo contribuinte, aplica-se a regra geral de tributação exclusiva na fonte.
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Os rendimentos recebidos acumuladamente, após a edição da Lei nº 12.350/10, são tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, e em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, devendo ser informados em campo próprio da declaração de ajuste anual. Alternativamente, mediante opção irretratável do contribuinte, os rendimentos poderão integrar a base de cálculo do imposto de renda na declaração de ajuste anual do ano calendário do recebimento. Na ausência de opção pelo contribuinte, aplicase a regra geral de tributação exclusiva na fonte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 72 08 57 /2 01 7- 16 Fl. 186DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, referente a rendimentos recebidos acumuladamente de pessoa jurídica em decorrência de ação judicial. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 1.469,08, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2014. A fundamentação do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento de motivação da lavratura o fato de que o Recorrente não comprovou que os rendimentos se referiam a parcelas mensais recebidas acumuladamente. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente na falta de comprovação de serem parcelas de rendimentos que deveriam ter sido recebidos mensalmente, razão da ação judicial bem sucedida que resultou no pagamento realizado de forma acumuladamente conforme indicado na DAA, como segue: Contra o contribuinte em epígrafe foi emitida Notificação de Lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF (fls. 05/13), referente ao exercício 2015, anocalendário 2014. Após a revisão da Declaração foram apurados os seguintes valores: Imposto de Renda Pessoa Física – Suplementar (Sujeito à Multa de Ofício) 1.469,08. Constatouse informação inexata de número de meses referentes a rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente da fonte pagadora CNPJ nº 92.702.067/000196, alterando o número de meses de 72 meses para 1 mês. O número de meses considerado é o que consta na requisição de Pequeno valor do Departamento de defesa Pública do Estado do RS. O referido documento foi que comprovou os demais valores declarados, pois não há DIRF. Tratase de lançamento referente às infrações de número de meses relativo a rendimentos recebidos acumuladamente. O contribuinte em sua defesa alega que o número de meses informado na Requisição de Pequeno Valor – RPV está incorreto, que o correto é 72 número de meses, mas que o processo não foi localizado. O art. 12A da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, incluído pela Medida Provisória nº 497, de 22 de julho de 2010 convertida na Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010 estabeleceu nova forma de tributação para os rendimentos recebidos acumuladamente: (...) Portanto, a regra geral em vigor é a tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente exclusivamente na fonte, à opção Fl. 187DF CARF MF Processo nº 11060.720857/201716 Acórdão n.º 2001000.815 S2C0T1 Fl. 187 3 irretratável do contribuinte em incluir tais rendimentos no ajuste da Declaração de Ajuste Anual. No presente caso, o contribuinte tributou os rendimentos recebidos acumuladamente referente ao processo de forma exclusiva na fonte e informou como número de meses 72. Em razão do informado na RPV, a Autoridade Fiscal alterou o número de meses para 1. Apesar de o contribuinte ter demonstrado nos autos sua tentativa de comprovar que o total correto de meses referente aos rendimentos acumulados é 72, não restou comprovado nos autos tal informação. Não há nos autos qualquer documento que respalde o número de meses informado na declaração do contribuinte referente aos rendimentos acumulados recebidos. Ao contrário, consta apenas RPV informando que o número de meses é 1. O contribuinte alega que a informação da RPV está incorreta mas não há nos autos qualquer documento que comprovem sua afirmação. O contribuinte traz aos autos certidão do Poder Judiciário (fls. 14 e 23) informando que os autos do processo 001/1.10.00866166 não foram localizados, sendo sugerida sua restauração, no entanto, não há nada que se confirme o total de meses declarado ou informações sobre a efetiva restauração dos autos, com novo documento para comprovar o alegado na defesa. Também consta dos autos decisão (fls. 59) determinando o pagamento das diferenças e solicitando que seja observada a prescrição quinquenal. No entanto, tal informação não é suficiente para garantir que os rendimentos recebidos pelo contribuinte referese a período no mínimo anteriores a 5 anos. Dessa forma, inexistindo nos autos documentos comprobatórios de que o valor constante na RPV está incorreto ou outros documentos que informem, de forma objetiva, que o número de meses é 72, assim como informado em sua declaração, é de se manter a infração lançada. Diante do exposto, voto pela IMPROCEDÊNCIA da impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Assim, conclui o acórdão vergastado pela improcedência da impugnação para manter a infração apurada pela autoridade lançadora no valor de R$ 1.469,08. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) Em 13/01/2004, a Contribuinte ajuizou Processo de Conhecimento nº 001/1.05.02751545, na Segunda Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre, RS, contra o Estado do Rio Grande do Sul, Fl. 188DF CARF MF 4 vencendo no final a demanda; o que lhe deu o direito a receber seus créditos mediante a expedição do Precatório. Mas a Contribuinte, por já se encontrar em idade avançada, teve que renunciar ao crédito do Precatório excedente aos 40 (quarenta) salários mínimos, pois o mesmo não teria data certa para ser quitado, podendo levar vários anos até ser pago. Também o Réu Estado do Rio Grande do Sul não estava cumprindo o estabelecido no Art. 100 da Constituição Federal de 1988, ou seja, não estava seguindo o princípio da anualidade para efetivar os pagamentos dos Precatórios devidos. Então a Contribuinte renunciou à parte do valor dos créditos que tinha a receber se fosse por Precatório e ajuizou em 01/04/2010 a Execução de Sentença nº 001/1.10.008866166, referente ao processo de conhecimento acima citado, requerendo que fosse expedida a Requisição de Pequeno Valor (RPV) no montante de 40 salários mínimos. Esta RPV foi expedida e levantada mediante Alvará nº 14000002746 em 21/01/2014. Ao fazer a Declaração da Contribuinte, AnoCalendário 2014, Exercício 2015, seu Contador lançou no campo Rendimentos Recebidos Acumuladamente (RRA), o valor recebido do seu RPV e o número de meses referente há 72 meses. Mas a DIRF transmitida à Receita Federal pelo Departamento de Despesa Pública do Estado do Rio Grande do Sul, informava que o valor do RPV era referente a 1 (um) mês. Isso gerou uma divergência no número de meses declarado pelo Contribuinte e o informado pelo órgão público estadual, levando a Declaração a ficar retida na “malha fina”. A Contribuinte foi notificada através de Notificação de Lançamento nº 2015/957852614662664, referente sua Declaração nº 10/89.179.473, AnoCalendário 2014, Exercício 2015, pois o número de meses informado era inconsistente. A Contribuinte deveria se dirigir a Agência da Receita Federal em Cachoeira do Sul, com Memória Descritiva do Cálculo de Liquidação de Sentença referente à execução de Sentença nº 001/1.10.00866166, para comprovar o período correto em meses do cálculo que deu origem a expedição da RPV. A Contribuinte não conseguiu o referido documento, pois os autos da referida execução de Sentença estavam perdidos no Cartório da Segunda Vara da Fazenda Pública da comarca de Porto Alegre, RS, conforme certidões datadas em 24/09/2015 e 24/03/2017, ambas anexadas a esse Recurso. Por fim, a Contribuinte recorreu à Delegacia Regional de Julgamento (DRJ). Em 18/12/2017, a Contribuinte conseguiu com a Escrivã da Segunda Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre, RS, cópia das Fichas Financeiras, que seguem anexas a esse Recurso, referente ao Processo de Conhecimento nº 001/1.05.02751545, que deu origem a Execução de Sentença nº 001/1.10.00866166, e serviu para a feitura da Memória Descritiva do Cálculo de Liquidação de Sentença. Na mesma oportunidade, a Contribuinte conseguiu com a Contadora Judicial da Contadoria das Varas Fazendárias do Foro Central de Porto Alegre, cópia de um cálculo de atualização de Memória Descritiva do Cálculo de Liquidação de Sentença, que segue anexo a esse Recurso, referente à Execução de Sentença nº 001/1.10.0086616 6. Fl. 189DF CARF MF Processo nº 11060.720857/201716 Acórdão n.º 2001000.815 S2C0T1 Fl. 188 5 Também na mesma data, a Contribuinte conseguiu junto a Procuradoria de Precatórios e RPV’s, órgão pertencente à Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul, cópia da Memória Descritiva do Cálculo de Liquidação de Sentença, que segue anexa a este Recurso, referente à Execução de Sentença nº 001/1.10.00866166, que tramitou na Segunda Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre, RS, e encontrase perdida no Cartório dessa referida Vara. Apresentando esse documento, a Contribuinte prova que o número correto de meses do referido cálculo que deu origem a expedição da ROV diz respeito a 106 (cento e seis meses), ou seja, superior a 1 (um) mês informado na DIRF pelo Departamento de Despesa Pública do Estado do Rio Grande do Sul. Ante o exposto acima e com a juntada em anexo ao presente Recurso dos documentos que faltavam para provar o número correto de meses a que se refere o cálculo do montante da RPV, ou seja, as Fichas Financeiras, a Memória Descritiva do Cálculo de Liquidação de Sentença e o Cálculo de atualização elaborado pela contadoria Judicial, a Contribuinte requer que o Emérito Julgador reforme a Decisão da DRJ, julgando procedente a Impugnação já referida. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. MÉRITO O Recorrente alega em sua manifestação recursal que os rendimentos objeto do lançamento são oriundos de complementação remuneratória fruto de ação judicial bem sucedida que resultou no recebimento de valor realizado acumuladamente, razão de seu cálculo e informação na DAA apresentada oportunamente. Por sua vez, a Autoridade Autuante afirma não ter ficado comprovado que o valor se referia a parcelas mensais visto que na informação da DIRF constava parcela única. Neste sentido, o Fisco diz não ter sido satisfeita a exigência da comprovação de que os rendimentos recebidos por meio de ação judicial seriam referentes a partes mensais de complementação remuneratória. Assim que a lide se restringe a questão probatória documental complementar a qual deve ter seu acolhimento durante o processo administrativo fiscal visando a busca da Fl. 190DF CARF MF 6 verdade material com amparo no princípio do direito do contraditório e da ampla defesa para o atingimento de uma justa decisão da causa. O requisito de natureza legal conforme disposto na legislação tributária que rege a questão dos rendimentos recebidos acumuladamente – RRA, especialmente o art. 12A da Lei nº 7.713, de 1988, com a redação da Lei nº 12.350, de 2010, assim estabelece: Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anos calendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. § 1º O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. § 2º Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. § 3º A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis: I – importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e II – contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 4º Não se aplica ao disposto neste artigo o constante no art. 27 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, salvo o previsto nos seus §§ 1º e 3º. § 5º O total dos rendimentos de que trata o caput, observado o disposto no § 2º, poderá integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual do anocalendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte. § 6º Na hipótese do § 5º, o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual. (...) § 9º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará o disposto neste artigo. Fl. 191DF CARF MF Processo nº 11060.720857/201716 Acórdão n.º 2001000.815 S2C0T1 Fl. 189 7 Na observância do dispositivo acima, concluise que tais rendimentos passaram a ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento. Porém o § 5º, por sua vez, autoriza ao Contribuinte, de forma irretratável, a optar por levar tais rendimentos ao ajuste anual na DAA. Quanto ao IRRF respectivo, cabe aqui observar que ele deveria ter sido calculado de modo diferenciado, em conformidade com o já reproduzido § 1º do art. 12A, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. Assim sendo, cabe analisar o que dispõe a IN RFB nº 1.127/11, que veio disciplinar o art. 12A da Lei no 7.713/88, conforme previsto no § 9º, da seguinte forma: Art. 7ºA Na hipótese em que a pessoa responsável pela retenção de que trata o caput do art. 3º não tenha feito a retenção em conformidade com o disposto nesta Instrução Normativa ou que tenha promovido retenção indevida ou a maior, a pessoa física beneficiária poderá efetuar ajuste específico na apuração do imposto relativo aos RRA na DAA referente ao anocalendário correspondente, do seguinte modo: I a apuração do imposto será efetuada: a) em ficha própria; b) separadamente por fonte pagadora e para cada mêscalendário, com exceção da hipótese em que a mesma fonte pagadora tenha realizado mais de um pagamento referente aos rendimentos de um mesmo anocalendário, sendo, neste caso, o cálculo realizado de modo unificado; e II o imposto resultante da apuração de que trata o inciso I será adicionado ao imposto apurado na DAA, sujeitandose aos mesmos prazos de pagamento e condições deste. § 1º Aplicase o disposto no caput à hipótese de que trata o § 3º do art. 13A. § 2º A faculdade prevista no caput será exercida na DAA relativa ao anocalendário de recebimento dos RRA, e deverá abranger a totalidade destes no respectivo anocalendário. Da análise do caput desse dispositivo, constatase que o beneficiário do rendimento pode efetuar um ajuste específico na apuração do imposto relativo ao RRA, por meio de ficha própria na declaração de ajuste, ao preencher a ficha dos Rendimentos Tributáveis de Pessoa Jurídica Recebidos Acumuladamente pelo Titular, com os valores dos rendimentos, do IRRF, e do nº de meses a que se referem os valores. Assim, a Contribuinte efetuou sua declaração do Imposto de Renda considerando os rendimentos na forma que a legislação lhe permite. Fl. 192DF CARF MF 8 O exame do caso aponta de maneira fulcral para a questão da prova de que o cálculo se referia a remunerações correspondentes a períodos mensais, conforme requerido pela Autoridade Autuante. Foi juntada aos autos, conforme alegado na fase anterior da tramitação do processo, Certidão “de não localização de autos em cartório”, da 2ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, fl. 147, afirmando a impossibilidade de franqueamento de acesso aos autos em face da sua não localização naquele órgão público. Outra Certidão foi juntada, fl. 18, confirmando “que o processo foi procurado em todo o Cartório e não foi localizado. Assim, sugiro a restauração dos autos”. Em sequência, foi obtido junto ao Ofício da Contadoria do Foro Central de Porto Alegre cópia dos comprovantes que serviram de base para o cálculo das remunerações apuradas com o objetivo de atender aquela demanda de complementação remuneratória mensal decidida em favor da Recorrente. Assim que foram juntados aos presentes autos, fls. 150 a 180, ora em grau de recurso, os elementos probatórios da condição requerida pelo Agente Autuante. Por derradeiro, também foi juntado aos autos, fl. 181 a 183, documentos da assessoria de cálculos, junto a Procuradoria de Execuções e Precatórios, que evidencia o período longo a que se referiam os cálculos das remunerações mensais destinados a Recorrente, evidenciando que o período não é único como afirmado no Lançamento. Constatase afirmativamente que pela documentação acostada aos autos a Recorrente logrou exitosamente comprovar o alegado desde a fase de impugnação, em atendimento ao requerido pelo Agente Autuante. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito DAR PROVIMENTO, razão pela qual se faz imperioso o cancelamento do lançado na sua integralidade. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 193DF CARF MF
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Numero do processo: 13888.722016/2014-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.524
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RECOF. SUSPENSÃO DO PIS/COFINS. Recorrente WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). RELATÓRIO Por bem descrever os fatos do presente processo, reproduzo fragmentos do relatório da DRJ: Tratase de Pedido de Restituição de suposto pagamento indevido ou a maior formalizado em papel. Na apreciação do Pedido de Restituição, por meio do Despacho Decisório (...), a autoridade fiscal disse que, na inicial, a contribuinte destacou que um de seus principais clientes é a empresa Caterpillar Brasil Ltda, a qual, consoante Ato Declaratório Executivo ADE SRF nº 8, de 18/03/2004, é pessoa jurídica homologada no RECOF –Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .7 22 01 6/ 20 14 -9 4 Fl. 489DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 3 2 Explicou que, a Caterpillar, por ser homologada no RECOF, seu cliente usufrui, além da não incidência do IPI e ICMS, da suspensão do PIS e COFINS e ainda, informou que a peticionante, como fornecedor da Caterpillar, não aplicou a suspensão prevista em relação ao PIS e COFINS, apurando tais tributos a maior e os extinguindo por meio de compensação (Declaração de Compensação – DCOMP) com saldo de crédito proveniente de ressarcimento de IPI. O Auditorfiscal observou que no presente processo a interessada não pagou ou recolheu qualquer débito por meio de DARF ou GPS, mas, sim, realizou a declaração de compensação de débito de COFINS com crédito de ressarcimento de IPI, por meio de apresentação de DCOMP com crédito de ressarcimento de IPI e ainda: Embora tanto o pagamento como a compensação sejam modalidades de extinção do crédito tributário – conforme incisos I e II, do artigo 156 do CTN –, tais modalidades possuem institutos jurídicos distintos, não sendo possível a aplicação de um em outro. Tanto é assim que a compensação tem seu regramento fundamentado nos artigos 170 e 170A, os quais estão disciplinados, na esfera federal, no artigo 74 da Lei 9.430/96. Quanto ao pagamento, o regramento está disciplinado nos artigos 157 a 164 do CTN, e a restituição de eventual pagamento indevido encontrase nos artigos 165 a 169 do aludido diploma legal. A autoridade administrativa explicou que o crédito utilizado na compensação de débitos não se originou de pagamento indevido ou a maior, mas, sim, de ressarcimento de IPI e que ressarcimento não é sinônimo de restituição, uma vez que o ressarcimento tem natureza de beneficio fiscal, o qual decorre de política estatal, não havendo um prévio pagamento indevido ou a maior. Já a restituição pressupõe a existência de um prévio pagamento indevido, que foi, de fato, recolhido pelo contribuinte e completou: Portanto, além de a pretensão do contribuinte não se tratar de restituição de pagamento indevido ou a maior, tampouco a DCOMP, declarada pelo contribuinte, estava amparada em crédito de pagamento indevido ou a maior. Observou, também, que embora a contribuinte tenha solicitado a restituição do crédito (ressarcimento) informado sem amparo legal, não caberia atualização por falta de previsão legal. Situação diferente de quando o crédito é originado de pagamento indevido ou a maior, hipótese em que há previsão legal de atualização. O Auditorfiscal entendeu que outro óbice ao pedido seria o pedido ter sido protocolizado após a homologação da DComp pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, fato jurídico que não permitiria a retificação da DComp e a consequente redução do valor do débito, isto porque, a compensação declarada só poderá ser retificada na hipótese de a mesma se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador. (...) Cientificada do Despacho Decisório, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade (...), tecendo seus argumentos conforme segue: Inicialmente informa que a RKM Equipamentos Hidráulicos S/A passou a se denominar WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A. Após narrar os fatos contidos no processo, faz a abertura de sua argumentação em fase preliminar: Fl. 490DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 4 3 Da possibilidade de deferimento do pedido de restituição no formato realizado 1) Quitação dos tributos por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI – crédito oriundo do princípio da nãocumulatividade que pressupõe o pagamento antecipado pelo contribuinte 2) Artigo 165 do CTN que não contempla a restrição proposta – 3) Prevalência do direito material sobre o rigor formal – 4) Violação dos princípios que regem a Administração Pública (artigo 2º e seguintes da Lei nº 9.784/99) Explica que a negativa preliminar proposta pela autoridade fiscal se pauta no sentido da impossibilidade de deferimento do pedido de restituição formulado, uma vez que o indébito sustentado decorreu de uma compensação a maior realizada com crédito de ressarcimento de IPI e não por meio de recolhimento em DARF ou GPS. Para basear sua tese, sustenta que a IN RFB nº 1300/2012 apenas permite a restituição de valores pagos pelos contribuintes por meio de DARF ou GPS. Ainda, que a liquidação por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI não permitiria aludido pleito, uma vez que o ressarcimento teria natureza de benefício fiscal decorrente de política estatal, enquanto que a restituição pressupõe um prévio pagamento indevido, seu cliente (Caterpillar) está habilitado no regime do RECOF, ele, como fornecedor, deveria ter efetuado a venda com suspensão do PIS e COFINS. (...). Entende que os créditos originados dos pedidos de ressarcimento de IPI não decorrem de benefício fiscal, mas sim do estrito atendimento ao princípio da nãocumulatividade previsto na Constituição Federal, que visa evitar o efeito cascata da incidência tributária e não possui qualquer caráter de benesse estatal. Argúi que o caso em comento não guarda qualquer relação com o processo de ressarcimento de IPI, mas com pedido de restituição da COFINS que foi quitada por meio de PER/DCOMP com origem no ressarcimento de IPI. Sob essa premissa, o que foi pugnado junto à União Federal é a devolução de valor efetivamente quitado da COFINS, cujo montante restou reduzido após a recomposição de sua base de cálculo. Discorda do contido no Despacho Decisório, pois o Código Tributário Nacional não impõe qualquer restrição e/ou formato de quitação do tributo objeto do indébito: E nem se alegue que a limitação ao pleito se baseia exclusivamente no disposto pela IN RFB nº 1300/2012. Isto porque, é insuscetível a aplicação isolada de ato administrativo em desacordo com o contido no Código Tributário Nacional. Extraise do texto da lei, que de forma ampla estabeleceu regra geral quanto à possibilidade de restituição, não destacando nenhuma hipótese de exceção e/ou restrição, concernente ao formato de pagamento. Esposa o entendimento de que se o Código Tributário Nacional não pretendeu restringir os direitos dos contribuintes no exercício do direito de restituição dos valores indevidamente recolhidos aos cofres públicos, não poderia a Receita Federal, por meio de interpretação isolada em Instrução Normativa, sob o pretexto de regulamentação, impor limites à previsão legal e: O objetivo da lei sempre foi fornecer aos contribuintes mecanismos de reaver os valores indevidamente cobrados pela administração pública ou objeto de equívoco por parte dos sujeitos passivos. Fl. 491DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 5 4 Importante salientar, que na hipótese em comento, conforme já consignado no pleito de restituição, a única forma da Manifestante reaver o que lhe é de direito consistia no deferimento do pedido de restituição, sob pena de esvaziamento do direito legalmente assegurado. Isto porque, uma vez homologada a compensação que liquidou o débito a maior da COFINS, insuscetível de qualquer retificação/cancelamento, sendo de rigor o único formato adotado pela Manifestante, que, inclusive, se baseou em orientação verbal da própria Receita Federal em atendimento no plantão fiscal. Cita a os princípios constitucionais (artigo 37, da CF) que regem a relação entre fisco e contribuintes e a Lei nº 9.784/99, afirmando que tais comandos devem ser seguidos, pois são os pilares do ordenamento jurídico. Entende que em nenhum momento o texto da lei estabelece que somente será passível de restituição os valores pagos em DARF ou GPS, tal como fez crer a autoridade fiscal em seus fundamentos e também: Na hipótese tratada, a violação ao princípio da legalidade potencializase na medida em que o pedido de restituição era a única forma da Manifestante buscar seu direito em face da União Federal, uma vez não previsto na legislação qualquer outro formato para as circunstâncias narradas. Entende cabíveis os princípios da proporcionalidade, razoabilidade, oficialidade e da verdade material e que não podem ser mitigados pelo formalismo: Para que o formalismo não se torne um instrumento que restringe a observância da forma e distancia a verdade material, deve a administração alcançar a função social do processo para que haja a prevalência da justiça sobre a forma, uma vez que está submissa ao princípio da legalidade, sendolhe imposto, inclusive, para o alcance da norma, o poderdever de revisão de ofício seus próprios atos. Em outras palavras, não deve o formalismo se sobrepor à matéria e à verdade dos fatos e a autoridade tem o dever de buscar a verdade material, não devendo se satisfazer com as informações trazidas pelas partes. Cita doutrina e jurisprudência que entende aplicáveis ao caso e conclui: Diante dos argumentos traçados, com amparo na melhor doutrina e jurisprudência pátrias, inconteste a possibilidade da administração pública analisar os pleitos dos contribuintes evitandose o formalismo excessivo e considerando a boafé das relações, tudo em busca ao alcance da verdade material e respeito aos preceitos estampados no artigo 37, da Constituição Federal e artigo 2º, da Lei nº 9.784/99. Após ou argumentos preliminares, a interessada continua sua defesa com o título "Do direito": Do efetivo amparo legal para suspensão de PIS e COFINS objeto de venda realizada à empresa habilitada no RECOF – Inexistência de obrigatoriedade de cohabilitação para fornecimento – Benefícios legais destinados à compradora que produzem efeitos automáticos – Direito material que pode ser aferido com base nos elementos probatórios ainda que existente erro formal no preenchimento das Notas Fiscais. Inicialmente a interessada explica que no exercício de suas atividades dentro dos períodos de 2007 a 2011, a Manifestante realizou diversas vendas em favor da Caterpillar Brasil Ltda, inscrita no CNPJ sob nº. 61.064.911/000177, que, por sua vez, consoante Ato Declaratório Executivo SRF nº 8, de 18 de março de Fl. 492DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 6 5 2004 e Ato Declaratório Executivo SRF nº 53, de 24 de julho de 2006 é homologada no RECOF (Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado) (doc. anexo aos autos) instituído através do Decreto n° 2.412 de 3 de Dezembro de 1997. Expõe sua compreensão do funcionamento do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (RECOF), o qual permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou mercado interno. É também permitido que Parte da mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada ou depois de submetida a processo de industrialização, seja despachada para consumo. A mercadoria, no estado em que foi importada, poderá também ser exportada, reexportada ou destruída. Desta feita, informa os benefícios: Na época dos fatos em exame, o RECOF era regulamentado pela Instrução Normativa SRF 757/2007, que, além de estabelecer todos os requisitos impostos às empresas habilitadas, dentre vários benefícios oferecidos pelo regime é de que a empresa homologada goza da permissão de importar todos os insumos com suspensão de II, IPI e PIS/COFINS, bem como efetuar compras nacionais com a suspensão do IPI e PIS/COFINS, conforme estabelecido em seu artigo 28. Diante dos benefícios contidos nas normas citadas, a interessada defende que em que pese ter fornecido para empresa homologada no RECOF – Caterpillar do Brasil Ltda, não excluiu de sua base de cálculo tributável a suspensão de PIS e COFINS previstas na legislação, mas sim, equivocadamente, apurou e recolheu A MAIOR os citados tributos. Em outras palavras, ao constituir sua base de cálculo de PIS e do COFINS não desconsiderou as vendas para a Caterpillar Brasil Ltda, portanto, a empresa recolheu mais do que deveria. É certo, que os valores das vendas com suspensão de PIS e COFINS não podem contemplar a base de cálculo para fins de tributação dessas contribuições, sob pena de esvaziamento da benesse legal/normativa do RECOF. A interessada cita a SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 28 de 26 de Setembro de 2007 ASSUNTO: Regimes Aduaneiros EMENTA: Regime Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado Recof. Somente as mercadorias de origem nacional remetidas às empresas autorizadas a operar o regime Recof poderão sair do estabelecimento do fornecedor nacional com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A venda de mercadorias de origem nacional à empresas que estão no regime Recof, com suspensão do IPI e das Contribuição para o PIS/Pasep e da cofins, não geram direito à manutenção dos créditos. E conclui que diante do equívoco no cômputo na base de cálculo das contribuições das vendas a Caterpillar com suspensão de PIS e COFINS, a Manifestante reconstituiu sua escrita suprimindo essas operações da base tributável, o que motivou a redução dos valores devidos na competência objeto dos presentes autos. Informa que retificou a Dacon e a DCTF do período e ainda que: Fl. 493DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 7 6 Por outro lado, a fim de complementar as informações e documentos anexados aos autos, que por si só comprovariam o direito sustentado, a Manifestante apresenta “Laudo Técnico Contábil”, assinado por profissional devidamente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade – CRC/SP, contratado para fins de corroborar as questões trazidas à julgamento, que, além das informações constantes do seu corpo, contempla documentação anexa que permite essa conclusão, com o fito de exaustivamente comprovar a origem e procedência do direito creditório. Entende que os fornecedores de mercadorias às empresas habilitadas no RECOF não necessitam de cohabilitação no regime, uma vez que nessa hipótese os únicos beneficiados da operação são as adquirentes dos bens: A cohabilitação prevista pelos artigos 8º e seguintes, da IN RFB nº 757/2007, além de facultativa, permite aos fornecedores industriais das empresas habilitadas se beneficiarem conjuntamente dos benefícios do regime do RECOF, com a aquisição/importação de partes, peças e componentes necessários à produção dos bens que industrializar também com suspensão tributária prevista na legislação. (...) A interpretação contida no despacho decisório impugnado é deveras equivocada, uma vez ausente a imposição de cohabilitação em toda a legislação do RECOF para os casos de simples fornecimento às empresas habilitadas. Até porque, caso a legislação exigisse a cohabilitação de todos os fornecedores das empresas habilitadas, o RECOF não sairia do papel, uma vez que dificilmente as empresas de porte inferior que fornecem os bens contemplariam todos os requisitos impostos pelos artigos 4º e 5º, da IN RFB 757/2007. Argumenta que a falta de registro nas notas fiscais de saída dos produtos com suspensão das referidas contribuições, seria somente formalidade, confirase: Por sua vez, é sabido que também existe a exigência do artigo 28, do mesmo texto normativo, que indica as informações a serem imprimidas nas Notas Fiscais de saída dos fornecedores (“Saída com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, para estabelecimento habilitado ao Recof ADE SRRF nº xxx, de xx/xx/xxxx"), as quais de fato não compuseram as notas emitidas pela Manifestante. Porém, consoante já sustentado nesta peça, a formalidade de informação em Nota Fiscal não pode se sobrepor ao direito material decorrente do RECOF, haja vista inequívoca comprovação de que a destinação das mercadorias objeto de análise foram à empresa devidamente habilitada no regime (Caterpillar), a qual é a efetiva destinatária da norma e não pode ser prejudicada por eventual lapso de informação na Nota Fiscal de compra. É certo, portanto, que eventual equívoco formal não deve prevalecer sobre a verdade material consubstanciada nos demais meios probatórios existentes no processo administrativo fiscal, sobretudo quando não há prejuízo a fazenda nacional. Cita jurisprudência administrativa na qual consta que demonstrados nos autos os erros nos procedimentos adotados pelo contribuinte, há que ser reapreciado o pleito desconsiderandose tais equívocos, haja vista inexistir prejuízo à fazenda nacional e conclui: Fl. 494DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 8 7 Nesse sentido, em que pese as Notas Fiscais emitidas à Caterpillar não terem feito menção à saída com suspensão de PIS e COFINS, restando comprovada a destinação das mercadorias no formato da legislação à empresa habilitada no RECOF, é de rigor seja admitido o lançamento da suspensão prevista na legislação, que, conforme parágrafo único, do artigo 27, da IN RFB 757/2007 se consuma automaticamente. Por fim, solicita: Preliminarmente: 1) Considerando todas as premissas adotadas, com convicção acerca da possibilidade de análise material do direito de restituição pleiteado pela Manifestante, ainda que sob outra roupagem ou mesmo sobre o formato de revisão da compensação que liquidou a maior o valor objeto do pedido, em como a busca pela verdade material e formalismo moderado, é de rigor seja admitida a aferição material do pleito realizado. No mérito: 1) Diante da inexistência de obrigatoriedade da Manifestante se cohabilitar no regime do RECOF para fornecimento à empresa habilitada, sem prejuízo da insofismável viabilidade de mitigação de erro formal no preenchimento das Notas Fiscais de saída, prestigiandose a verdade material, necessário se faz o reconhecimento do direito creditório sustentado, com o consequente deferimento da restituição pleiteada. Seguindo a marcha processual normal, irresignado com r. decisão proferida pela DRJ/Ribeirão Preto, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário repisando os argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade, requerendo total reforma do julgado. VOTO Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.492, de 24/10/2018, proferida no processo 13888.721005/201497, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.492): "O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. No caso em tela reclama o Contribuinte que efetuava venda de produtos para empresa Caterpillar Brasil, qual era detentora do RECOF. Que a Caterpillar como adquirente de produtos da Contribuinte, a saída dos produtos teria isenção tributária. Em caso idêntico, o assunto foi enfrentado por esse CARF no acórdão no. 3401001.275, com o seguinte fundamento: Fl. 495DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 9 8 "(...) observo que o fundamento inicial da não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Na linha adotada pela decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria a demonstração cabal dos argumentos deduzidos, através de documentação hábil suficiente a amparálos. Todavia, entendo draconiano impor ao sujeito passivo a intuição de qual acervo probatório deveria dispor para atender suficientemente as expectativas do julgador administrativo. É inconteste que, tratandose de restituição de tributos, é do contribuinte o encargo de provar o direito vindicado, ex vi do art. 36 da Lei nº 9.784/99 e art. 373, I, do novo Código de Processo Civil, de tal sorte que deveria haver uma prova mínima das razões aventadas, não sendo suficiente a tal desiderato a mera juntada de declarações retificadoras, pois, como adrede exposto, não amparam direito à restituição de tributo pago indevidamente. No caso vertente, entretanto, constam dos elementos coligidos aos autos, ainda na manifestação de inconformidade, cópias das notas fiscais de venda à CATERPILLAR, empresa beneficiária do RECOF e, por conseqüência, com benefício da suspensão do PIS/Pasep e Cofins em suas aquisições no mercado interno, com discriminação dos documentos e a pretensa demonstração que essas faturas compuseram a base de cálculo daquelas exações. Como pontuado alhures, não é possível exigir que o sujeito passivo traga, de imediato, toda a documentação, que reputa o julgador necessária à demonstração do indébito, em um extremado exercício de predição. Nessa toada, à luz dos termos do despacho decisório eletrônico, parecialhe suficiente a justificativa da retificação, a demonstração dos cálculos e as notas fiscais respectivas, agregandose, após decisão de primeiro grau administrativo, o extrato do livro Registro de Saídas. Poderseia indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental complementar, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, como fez a decisão recorrida, contudo, não se pode olvidar que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, pois validado por meio de chancela eletrônica. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que, em situações como a deste processo, onde há um robusto princípio de prova, formado não apenas por declarações ou debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito postulado. (...) Com isso, adoto nos exatos termos como fundamento os argumentos exteriorizado pelo Conselheiro Robson José Bayerl, para converter o feito em diligência para a unidade preparadora realize: Fl. 496DF CARF MF Processo nº 13888.722016/201494 Resolução nº 3201001.524 S3C2T1 Fl. 10 9 Aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Após, vista ao contribuinte se manifestar pelo prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos a este Conselho." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem realize: a) aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas; e) após, vista ao contribuinte para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. Cumprida a diligência, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 497DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10935.004919/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/04/2009 a 30/04/2009
COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação.
Numero da decisão: 3201-004.293
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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PROVA DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. Recorrente COOPAVEL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2009 a 30/04/2009 COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão n.º 06049.864 3ª Turma da DRJ/CTA, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade mantendo o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 49 19 /2 00 9- 21 Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10935.004919/200921 Acórdão n.º 3201004.293 S3C2T1 Fl. 3 2 Em seu pedido de restituição, a contribuinte alega que sofreu a retenção do PIS e da Cofins (no percentual de 3,65%) sobre as operações de comercialização de produtos rurais e prestações de serviço de armazenamento que realizou com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), e que não conseguiu realizar a dedução dos valores retidos na contribuição devida, uma vez que, estando submetida a apuração da contribuição na modalidade não cumulativa, não apurou valor a pagar da contribuição no período, em face de os créditos gerados terem sido superiores ao valor do débito da contribuição. Por sua vez, a SAORT, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Cascavel – PR, após analisar o pleito constante do presente processo, emitiu Despacho Decisório indeferindo o pedido de restituição formulado pela interessada. Sustenta a autoridade administrativa, em resumo, que a interessada não logrou êxito na comprovação do direito creditório solicitado, uma vez que não foi possível, com base nos documentos apresentados (arquivos digitais), confirmar se as Notas Fiscais emitidas para a Conab constam declaradas nas receitas que compõem as bases de cálculo das contribuições que foram informadas no Dacon. Diante do indeferimento do pedido de restituição, as compensações declaradas com lastro no pedido de restituição em comento não foram homologadas. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade. O Acórdão n.º 06049.864 3ª Turma da DRJ/CTA, está assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2009 a 30/04/2009 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO. Inexistindo comprovação do direito creditório informado em Pedido de Restituição ou em Declaração de Compensação DCOMP, é de se indeferir o crédito solicitado e de considerar não homologada a compensação declarada. Inconformada, a ora Recorrente apresentou, no prazo legal, Recurso Voluntário, por meio do qual requer que a decisão da DRJ seja reformada, alegando, em síntese: Dos Fatos Inicialmente a Recorrente argui que a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Cascavel equivocouse ao analisar o pedido, fazendo confusão com isenções, não incidências e imunidades, e análises que não tem qualquer relação com o pedido formulado, como se o pedido de restituição tivesse sido realizado com base e fundamento no artigo 27 da Instrução Normativa 900 de 2008. A Recorrente argumenta que o pedido de restituição se refere a créditos retidos de COFINS, pela prestação de serviços da ora Recorrente à CONAB. Alega ainda que o pedido restituição não se encontra prescrito. Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10935.004919/200921 Acórdão n.º 3201004.293 S3C2T1 Fl. 4 3 Do Direito A Recorrente sustenta ter havido pagamento a maior do que o valor devido de COFINS para o período em análise (retenção indevida). Fundamenta o pedido restituição no artigo 12, da Instrução Normativa SRF 900/2008. Informa não haver conseguido utilizar os valores retidos na fonte a título de COFINS para pagar débitos da mesma espécie no mesmo mês. Assim, adotou o procedimento constante do artigo 34 da IN RFB 900/2008, que trata da compensação de débitos próprios de tributos administrados pela RFB. Sustenta que a única prova necessária para fazer valer o seu direito ao crédito seria da existência da retenção e da quitação dos tributos quando for positiva a sua apuração, o que, segundo a mesma, ocorrera no presente processo. Argumenta quando a suspensão da exigibilidade do crédito nos termos do inciso III, do artigo 151, do Código Tributário Nacional (Lei n° 5.172/1966). Do Pedido Ao final do RV a Recorrente pede que seja dado provimento ao recurso a fim de reformar o acórdão da DRJ com a restituição/compensação das contribuições devidamente acrescida de juros pela taxa acumulada da Selic. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.280, de 23/10/2018, proferido no julgamento do processo 10935.000340/200817, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.280): "O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A seguir passo a análise de cada um dos pontos do Recurso Voluntário. De forma objetiva, a lide cingese quanto a certeza e liquidez do crédito. No julgamento de primeira instância consta exatamente que a Recorrente não conseguiu comprovar tais créditos. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10935.004919/200921 Acórdão n.º 3201004.293 S3C2T1 Fl. 5 4 Sustenta a autoridade administrativa, em resumo, que a interessada não logrou êxito na comprovação do direito creditório solicitado, uma vez que não foi possível, com base nos documentos apresentados (arquivos digitais), confirmar se as Notas Fiscais emitidas para a Conab constam declaradas nas receitas que compõem as bases de cálculo das contribuições que foram informadas no Dacon. (Acórdão DRJ, efl. 206) As manifestações de inconformidade da Recorrente não colaboraram para o esclarecimento da dúvida da autoridade administrativa. Ao contrário, parecem enveredar por caminhos diversos da comprovação fática de retenção nas Notas Fiscais emitidas pela Conab. Sobre a necessidade de comprovação, cito trecho do Acórdão de primeira instância. Entendeu a autoridade fiscal que para se usufruir do direito à restituição/compensação previsto na legislação acima, é necessário que se comprove: (i) a retenção realizada; e (ii) o valor da contribuição devida no mês, a qual deve ser realizada pela demonstração da respectiva base de cálculo, composta por todas as receitas tributáveis e as possíveis exclusões (receitas isentas, não tributáveis, suspensões, imunidades e, no caso, receitas decorrentes de atos cooperativos), bem como dos créditos da não cumulatividade. No entanto, conforme se observa pela leitura do despacho decisório, a auditoria realizada pela fiscalização não conseguiu firmar convicção sobre o direito creditório requerido, uma vez que os documentos apresentados (arquivos digitais) não espelham (ou confirmam) as receitas de bens e serviços declaradas no Dacon, não se podendo afirmar com certeza se os valores das Notas fiscais emitidas para a CONAB constam dentro das receitas tributadas que compõem a base de cálculo da contribuição, e, por conseqüência, se houve a configuração da hipótese de restituição/compensação acima tratada. Ou seja, a autoridade a quo concluiu que o direito à restituição/compensação restou prejudicado, posto que não houve a comprovação material do mesmo. (Acórdão DRJ, efl. 209) O juízo a quo entendeu que a Recorrente pouco colaborou para esclarecer a certeza e liquidez. Cito trecho e uso como razão de fundamentar como se meu fosse: Nesse ponto, é bom que se lembre, que a autoridade a quo não mediu esforços para seu intento, mas, infelizmente, a contribuinte pouco colaborou. Talvez, digase, em face de um entendimento equivocado. E assim dessa mesma forma, como se vê na manifestação de inconformidade, a interessada prossegue insistindo em sua tese. Inverte os papéis, age como se não precisasse provar nada e, também, como se autoridade tributária fosse obrigada a reconhecer o seu suposto direito creditório sem a necessidade de qualquer verificação documental (ou de arquivos eletrônicos). Ora, a interessada esquece, ou simplesmente ignora, que a administração pública tem a sua atividade vinculada à lei e que, no presente caso, a legislação é clara no sentido de que o direito creditório (com direito à restituição ou compensação) somente é devido quando se comprove a impossibilidade de dedução dos valores retidos dos valores a pagar da contribuição no período, consubstanciada, em síntese, na demonstração da base de cálculo e na inexistência da contribuição. Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10935.004919/200921 Acórdão n.º 3201004.293 S3C2T1 Fl. 6 5 Com efeito, é de se dizer que a comprovação da existência de crédito junto à Fazenda Nacional é atribuição da contribuinte, cabendo à autoridade administrativa, por sua vez, examinar a liquidez e certeza de que teriam sido repassadas aos cofres públicos importâncias superiores àquelas devidas pela contribuinte de acordo com a legislação pertinente, autorizando, após confirmação de sua regularidade, a restituição ou compensação do crédito conforme vontade expressa da contribuinte. (Acórdão DRJ, efl. 209) Sobre a necessidade de certeza e liquidez, há farta jurisprudência deste órgão de julgamento. CARF Acórdão nº 3403001.477 do Processo 13882.000037/200271 – Data: 20/03/2012 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ORIGEM CERTEZA. LIQUIDEZ. Compensação de crédito independe de autorização, entretanto, deve ser certo e liquido, constatado por meio de diligência fiscal a certeza, a liquidez decorre do próprio procedimento fiscal, impõe reconhecer o crédito e homologar as compensações efetivadas até o limite dos créditos apurados. CARF Acórdão nº 3403002.579 do Processo 10983.902416/200867 – Data: 24/10/2013 COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Conclusão Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, de forma a manter o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas na Dcomp nº 25265.65884.020408.1.3.046583." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado NEGOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, de forma a manter o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 142DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10711.005210/2008-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 29/12/2004
LANÇAMENTO DE OFÍCIO PARA PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA
O art. 63 da Lei 9.430/96 permite e determina o lançamento para prevenção de decadência, assim como a Súmula 48 do Carf.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-004.302
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 29/12/2004 LANÇAMENTO DE OFÍCIO PARA PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA O art. 63 da Lei 9.430/96 permite e determina o lançamento para prevenção de decadência, assim como a Súmula 48 do Carf. Recurso Voluntário Negado
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1338; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10711.005210/200897 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201004.302 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de outubro de 2018 Matéria LANÇAMENTO PARA PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA Recorrente QUINET TÊXTIL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 29/12/2004 LANÇAMENTO DE OFÍCIO PARA PREVENÇÃO DE DECADÊNCIA O art. 63 da Lei 9.430/96 permite e determina o lançamento para prevenção de decadência, assim como a Súmula 48 do Carf. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 52 10 /2 00 8- 97 Fl. 246DF CARF MF 2 Reproduzo relatório da primeira instância administrativa: Trata o presente processo dos Autos de Infração 096/08, lavrados para a constituição da exigência das contribuições para o PIS/PASEPImportação e para a COFINSImportação, ambas acrescidas da multa de oficio no percentual de 75% e dos juros de mora calculados até 30.06.2008, relativamente ao despacho de importação de 60.000 kg. de algodão processado pela Declaração de Importação (DI) n° 04/13271441, registrada em 29.12.2004 (fls. 16 a 20), perfazendo um crédito tributário no valor de R$ 83.790,20 (fls. 01 a 15). A autuação tem origem na falta de recolhimento das citadas contribuições pela declarante, tendo em vista a decisão judicial exarada em 07.12.2004, proferida nos autos do processo 2004.51.01.023796, originado na 18° Vara Federal do Rio de Janeiro, que concedeu a liminar requerida pela impetrante para realizar o depósito judicial da exação controvertida relativa ao PIS/PASEPImportação e à COFINSImportação devida sobre a mercadoria importada, e para não ser compelida a efetuar o recolhimento das referidas contribuições no despacho aduaneiro, salvo se a autoridade administrativa competente verificar que o valor depositado foi inferior ao efetivamente devido. A autoridade lançadora esclarece que os autos de infração em comento foram lavrados para evitar a decadência do crédito tributário relativo ao PIS/COFINS, em conformidade com o artigo 156 da Lei 5.172, de 1966. Intimada da exação (fl. 24 e verso), a autuada apresentou as impugnações de fls. 25 a 34 e 98 a 107, acompanhada dos documentos de fls. 35 a 97, 108 a 169 e 175 a 180, para aduzir, de plano, que realizou o depósito judicial do valor integral das contribuições estatuídas pela Lei 10.865, de 2004, resultante da conversão da MP 164/04,. referente à DI 04/13271441, objeto dos presentes autos de infração, haja vista que impetrou preventivamente o Mandado de Segurança 2004.51.01.0237796, com o objetivo de afastar a incidência dessas contribuições, cujos autos estão tramitando atualmente no Supremo Tribunal Federal. Aduz que o referido depósito, por se encontrar respaldado em decisao judicial que determinou expressamente que a autoridade abstivesse de exigir o recolhimento das contribuições, na prática, suspendeu a sua exigibilidade, não havendo, por que efetuar o lançamento do PIS e da COFINS, acrescidos de juros de mora e multa de oficio, restando evidenciada a nulidade dos autos de infração, por flagrante violação do disposto no parágrafo 2° do artigo 63 da Lei 9.430, de 1996, uma vez que citada norma somente autoriza a lavratura de auto de infração sem multa de oficio e/ou juros de mora. Alega também que caracterizada a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, com fundamento no inciso II do artigo 151 do CTN, não há falar em mora e respectivos efeitos, que no caso em tela são a imposição de multa e a cobrança de juros, Fl. 247DF CARF MF Processo nº 10711.005210/200897 Acórdão n.º 3201004.302 S3C2T1 Fl. 3 3 restando demonstrada a nulidade dos lançamentos efetuados, uma vez que lavrados em flagrante desconfomaidade legal. Esclarece, outrossim, que, no mérito, a questão está sendo discutida judicialmente, descabendo sua análise nesta impugnação. Do exposto, requer a anulação dos Autos de Infração 096/08, ou ao menos a exclusão da multa e dos juros, tendo em vista os depósitos judiciais do montante integral. Pelo teor do expediente de fl. 183, a autoridade preparadora esclarece, relativamente aos depósitos efetuados para o PIS (fl. 97) e para a COFINS (fl. 169), que “é possivel concluírmos que os montantes depositados são suficientes para cobrir os valores principais dos tributos em questão, sem o acréscimo da multa de oficio e sem o acréscimo dos juros de mora”. Os autos nos dão conta, também, da decisão exarada no Despacho Decisório de fl. 186, em que a autoridade preparadora, concordando com o Parecer Conclusivo SECAT n° 064/2009 (fls. 184/185), decide não conhecer da impugnação apresentada quanto aos argumentos concementes à exigência das contribuições para o PIS/PASEPImportação e para a COFINSImportação, lançados nos Autos de Infração 096/08 e declarar definitivamente constituída sua exigência pelo fato de a ação judicial tratar de idêntica argüição de mérito, em face do AD(N) COSIT O3, de 14.02.1996. Nesse passo, esclarece que a exigibilidade das contribuições encontrase suspensa até o limite dos valores depositados pela autuada, por força do disposto no artigo 151, incisos II e IV, do CTN, em razão da decisão proferida pelo Juizo da 18ª Vara Federal/RJ, nos autos do Mandado de Segurança 2004.51.01.0237796. Por fim, a autoridade preparadora encaminha o processo para que esta DRJ/FNS aprecie a contestação apresentada pela impugnante quanto à exigência da multa de oficio e dos juros de mora, uma vez que tais matérias não foram levadas à apreciação da autoridade judicial na referida ação mandamental. Nesse sentido, determinouse, em 21.09.2010, a conversão do julgamento em diligência, para que a autoridade preparadora competente, com fundamento nos arts. 16, IV, 18 e 29 do Decreto 70.235, de 1972, c/c art. 1°, VI, da Portaria SRF 4.980, de 1994 e nos tennos do caput e § 1° do art. 10 da Portaria MF 58, de 17.03.2006, esclarecese se os depósitos mencionados nas DJEs juntadas às de fls. 97 e 169 se referem à DI 04/13271441, bem assim se os valores depositados em apreço representam o montante integral das contribuições para o PIS/PASEP Importação e COFINSImportação, acrescidos dos eventuais encargos decorrente da mora, porquanto foram efetivados no dia posterior ao do registro da declaração de importação e, outrossim, se a exigibilidade dos créditos tributários lançados encontramse efetivamente suspensos. Fl. 248DF CARF MF 4 Em resposta à retro mencionada diligência, a douta autoridade competente da unidade de preparo informa, em síntese, que: (í) os depósitos de R$ 6.848,29 (fls. 97), refere ao PIS e outro de R$ 31.543,62 (fls. 169), ao COFINS, ambos estão relacionados à DI n° 04/ 1 3271441; (ii) os depósitos acima mencionados representam o montante integral do crédito tributário com o acréscimo dos encargos da mora; e (iii) quanto à prevalência da suspensão da exigibilidade da quantia questionada, informa que continua suspensa. A DRJ/Florianópolis/SC – 2ª Turma, por meio do Acórdão 0722.728, de 07/01/2011, manteve em parte o crédito tributário. Transcrevo a ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 29/12/2004 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. MEDIDA JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. OBRIGATORIEDADE. É obrigatória a lavratura de auto de infração ainda que a matéria nele versada se encontre amparada por medida liminar concedida em mandado de segurança e por depósito do montante integral do crédito tributário constituído, uma vez que o presente lançamento, além de ser ato administrativo de competência privativa da autoridade administrativa, tem por finalidade prevenir o respectivo crédito dos efeitos da decadência. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 29/ 12/2004 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MULTA DE OFÍCIO. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. MEDIDA LIMINAR EM AÇÃO MANDAMENTAL CONCEDIDA ANTERIORMENTE AO REGISTRO DA DI. INAPLICABILIDADE. Não se aplica multa de oficio proporcional aos tributos e contribuições nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência do crédito tributário cuja exigibilidade está suspensa por medida liminar concedida em mandado de segurança preventivamente ao registro da declaração de importação. LANÇAMENTO DESTINADO A PREVENIR DECADÊNCIA. DEPOSITOS JUDICIAIS. JUROS DE MORA. EXCLUSÃO. O depósito do montante integral do crédito tributário constituído, efetuado anteriomente ao primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo, realizado em decorrência de ação judicial interposta antes do registro da declaração de importação, além de suspender sua exigibilidade, enseja a exclusão dos juros de mora eventualmente lançados. Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10711.005210/200897 Acórdão n.º 3201004.302 S3C2T1 Fl. 4 5 No Recurso Voluntário, a empresa não discute o mérito da questão, debatendose somente contra o lançamento em si, que entende não ser cabível, por causa da exigibilidade suspensa. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Relator O recurso é tempestivo, e deve ser conhecido. No mérito, a solução é singela, posto que a única matéria em debate, o lançamento para prevenção de decadência, já foi sumulada no Carf. A multa e os juros já foram afastados pela decisão de primeira instância. Súmula CARF nº 48: A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. As súmulas do Carf são vinculantes para seus colegiados, artigo 72 do regimento interno. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator Fl. 250DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13601.000432/2002-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.519
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB aguarde o resultado do julgamento do Processo nº 13603.000977/2006-83, e, após o julgamento do referido processo, promova eventual recálculo do saldo credor de IPI do 1º Trimestre de 2002, cientificando-se a recorrente, para que, desejando, manifeste-se em 30 dias, e retornando-se os autos ao CARF, para julgamento.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Relatório
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB aguarde o resultado do julgamento do Processo nº 13603.000977/200683, e, após o julgamento do referido processo, promova eventual recálculo do saldo credor de IPI do 1º Trimestre de 2002, cientificandose a recorrente, para que, desejando, manifestese em 30 dias, e retornandose os autos ao CARF, para julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório Tratam os autos de Pedido de Ressarcimento de IPI do período de apuração 1º Trimestre de 2002, no valor de R$ 45.849,12 (fls.3), protocolado em 18/07/2002, tendo como origem dos créditos "insumos empregados na industrialização de produtos isentos ou tributados com alíquota zero, conforme art. 11 da Lei 9779/99". As fls.5 foi apresentado Pedido de Compensação desse crédito com débitos de PIS e COFINS para o mesmo período. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 01 .0 00 43 2/ 20 02 -6 3 Fl. 356DF CARF MF Processo nº 13601.000432/200263 Resolução nº 3401001.519 S3C4T1 Fl. 3 2 Posteriormente, na data de 30/07/2003, a interessada requereu desistência da compensação, tendo em vista a inclusão dos respectivos débitos de PIS/COFINS no PAES, mantendose, contudo, o pedido de ressarcimento. Para bem analisar os pedidos de Ressarcimento de IPI promovidos pela Requerente, que abrange o período de 01/07/2001 a 30/06/2002, a DRF de Contagem elaborou Termo de Verificação Fiscal (fls.86), em cumprimento ao MPF nº 0611000.2006.000435, detalhando todos os procedimentos adotados junto a contribuinte. Na parte final do TVF fez a seguintes colocações: (i) que foi efetuada a reconstituição da escrita fiscal da contribuinte relativa ao Registro de Apuração de IPI do período de 01/07/2001 a 30/06/2002, tomando como ponto de partida a ausência de saldo credor no período de apuração encerrado em 30/06/2001; como resultado foram apurados saldos devedores de IPI, os quais estão sendo lançados de ofício; (ii) foi lavrada auto de infração acostada ao processo nº 13603.000977/200683, com suspensão da exigibilidade; Em ato contínuo, fls.132, foi proferido Despacho Decisório não reconhecendo o crédito solicitado referente ao 1º Trimestre de 2002, visto que, reconstituída a escrita fiscal foi apurado saldo devedor no terceiro decêndio de março de 2002. Intimada do Despacho Decisório a Requerente apresentou Manifestação de Inconformidade, aduzindo que: (i) o processo nº 13603.000977/200683 tem por objetivo apenas obstar a decadência, pois a manifestante possui medida judicial autorizando a apropriação dos créditos em comento, processo nº 2003.38.00.0002840; (ii) que os créditos foram regularmente utilizados em virtude de uma decisão judicial, pendente ainda de análise de recurso interposto pela União, o que mantém a pretensa exigibilidade suspensa desde sua constituição; (iii) pelas razões expostas requer seja dado provimento e concedido o ressarcimento pleiteado. A 3ª Turma da DRJ/JFA indeferiu o pedido de ressarcimento, com fundamentos sintetizados na ementa assim elaborada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2002 a 31/03/2002 IPI. RESSARCIMENTO. Indeferese o pedido de ressarcimento quando evidente a ausência de saldo credor de IPI favorável à contribuinte, porquanto todos os créditos passiveis de creditamento, sejam em razão da decisão judicial, sejam por decorrência de normas legais a que se submete a Administração Fiscal, já foram contabilizados no confronto com os respectivos débitos. O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário contra a decisão de primeiro grau (efls.284), requerendo a nulidade da decisão recorrida por envolver matéria estranha ao presente processo. Como todos os argumentos que fundamentam a decisão relacionamse ao processo nº 13603.000977/200683, ao qual a Recorrente ainda não teve a oportunidade de se manifestar, o presente feito seja suspenso até análise final e irrecorrível daquele processo. Encaminhado a instância superior administrativa o presente processo foi a julgamento pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, na data de Fl. 357DF CARF MF Processo nº 13601.000432/200263 Resolução nº 3401001.519 S3C4T1 Fl. 4 3 18/10/2007, negando provimento ao recurso, por unanimidade, expondo a ementa o seguinte: "O direito creditório, em si, há de ser discutido no processo próprio, interposto pelo contribuinte, relativo ao pedido de ressarcimento de créditos do IPI decorrente da aquisição de insumos tributados com alíquota zero". Em face do Acórdão emitido pela 2ª Câmara do 2º Conselho o Sujeito Passivo apresentou EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, requerendo efeitos suspensivos com base no art.151, III do CTN, admitindose que a reformulação da conta gráfica ocorrida no processo 13603.000977/200683 possa produzir efeitos em relação aos saldos credores objeto do pedido de ressarcimento. Os Embargos de Declaração foram acolhidos pela mesma Segunda Câmara, com efeitos infringentes para anular o acórdão nº 20218.434, convertendo o julgamento em diligência (Resolução nº 20201.226) a fim de que se aguarde o desfecho do Processo nº 13603.000976/200639. Cabe aqui um esclarecimento com relação ao correto número do processo que está relacionado com a presente lide. Foi juntado nestes autos, fls. 156 a 160, cópia do auto de infração que deu origem ao processo nº 13603.000977/200683, porém, foi apresentada às fls. 166 cópia da decisão de piso do processo 13603.000976/200639, para a qual não havia efeitos suspensivos. A DRJ em seu acórdão fez referência ao processo 13603.000976/200639, mas se atentarmos para o TVF, fls. 160 a Autoridade Fiscal fez constar o seguinte: "As outras infrações apuradas no decorrer do procedimento fiscal foram objeto de auto de infração acostado ao processo nº 13603.000976/200639 por não estarem sujeitas à suspensão de exigibilidade". As fls. 345 foi juntado o Acórdão nº 3401.00.979, sessão de 29/09/2010 proferido pela 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, provendo em parte o Recurso Voluntário, Processo nº 13603.000976/200639, referente ao período de apuração 10/07/2001 a 30/11/2001. A DRF de Contagem/MG na data de 15/04/2014 emitiu Despacho de Encaminhamento em atendimento a Resolução nº 20201.226 de 08/05/2008, retornando o processo ao CARF em prosseguimento. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. O presente processo trata de Pedido de Ressarcimento de crédito de IPI apurado no 1º Trimestre de 2002, no valor de R$ 45.849,12. A origem do crédito está relacionada com insumos empregados na industrialização de produtos isentos ou tributados com alíquota zero, conforme art. 11 da Lei 9779/99: Fl. 358DF CARF MF Processo nº 13601.000432/200263 Resolução nº 3401001.519 S3C4T1 Fl. 5 4 Art.11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. A fiscalização através do Termo de Verificação Fiscal expôs que com base em analises, por amostragem, dos registros fiscais do período constatou irregularidades de apropriação indevida de crédito, efetuou a reconstituição da escrita fiscal e lavrou auto de infração contido no processo administrativo 13603.000977/200683, resultando em saldo devedor ao final do mês de março de 2002. A Recorrente apontou em sua manifestação de inconformidade que o auto de infração teve por objetivo apenas obstar a decadência, em função da existência de medida judicial autorizando a apropriação dos créditos em comento, inclusive observado pelo notificante em seu termo: (i) que o saldo credor no final do trimestre ocorreu em virtude da apropriação indevida de créditos, destacado em notas fiscais de entrada relativas a aquisição de insumos aplicados no engarrafamento de água mineral natural, que é produto não tributado; (ii) que a empresa impetrou Ação Ordinária, em face da União Federal, processo nº 2003.38.00.0002840, postulando que lhe fosse assegurado o direito aos créditos do IPI pretéritos e futuros, gerados por aquisição desses insumos, com registros na escrita fiscal, garantindo a compensação; (iii) que em decisão de primeira instância foi reconhecido o direito da autora, inclusive dos insumos aplicados ao produto água mineral, classificado na TIPI como NT, a partir de 01/01/1999; (iv) que a decisão judicial tem efeitos da antecipação da tutela para a escrituração e a compensação dos créditos de IPI, independentemente do trânsito em julgado da sentença; (v) que o crédito apurado está sendo lançado sem multa de ofício e ficará com a exigibilidade suspensa até o trânsito em julgado da decisão. Considerando que a decisão de piso fez inversão com relação aos temas e períodos dos autos de infração com o período do crédito requerido no presente processo, sendo que o processo com a exigibilidade suspensa é o de nº 13603.000977/200683; Estando o presente processo sob os efeitos da Resolução nº 20201.226 proferida pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, a fim de que se aguarde o desfecho do Processo nº 13603.000976/200639; (leiase Processo nº 13603.000977/200683) e até a presente data não foi dado conhecimento dessa condição resolutória; Em pesquisa ao sitio da Justiça Federal Seção Judiciária de Minas Gerais o processo nº 2003.38.00.0002840 encontrase com o trânsito em julgado; Ante o exposto, resolvem os membros do Colegiado em converter o julgamento em diligência para a repartição de origem a fim de que se aguarde o resultado do julgamento do Processo nº 13603.000977/200683. Após o julgamento do referido processo, seja reformulado o saldo credor de IPI do período 1º Trimestre de 2002 e retornem os autos ao CARF para julgamento. Fl. 359DF CARF MF Processo nº 13601.000432/200263 Resolução nº 3401001.519 S3C4T1 Fl. 6 5 (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 360DF CARF MF
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Numero do processo: 10675.720106/2007-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA / RESERVA LEGAL.
As áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal, para fins de exclusão do ITR, cabem ser reconhecidas como de interesse ambiental pelo IBAMA/órgão conveniado, ou pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente ADA, além da averbação tempestiva da área de utilização limitada/reserva legal à margem da matrícula do imóvel.
DO VALOR DA TERRA NUA - VTN
Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base nos VTN/ha apontados no SIPT, exige-se o Laudo Técnico de Avaliação. emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel e a existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do VTN em questão. Laudo apresentado e que atende aos requisitos legais.
Numero da decisão: 2201-004.747
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar o Valor da Terra Nua arbitrado pela fiscalização a partir das informações registradas no Sistema de Preço de Terras - SIPT, restabelecendo-se o VTN declarado.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Douglas Kakazu Kushiyama - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DOUGLAS KAKAZU KUSHIYAMA
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As áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal, para fins de exclusão do ITR, cabem ser reconhecidas como de interesse ambiental pelo IBAMA/órgão conveniado, ou pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente ADA, além da averbação tempestiva da área de utilização limitada/reserva legal à margem da matrícula do imóvel. DO VALOR DA TERRA NUA VTN Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base nos VTN/ha apontados no SIPT, exigese o Laudo Técnico de Avaliação. emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel e a existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do VTN em questão. Laudo apresentado e que atende aos requisitos legais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar o Valor da Terra Nua arbitrado pela fiscalização a partir das informações registradas no Sistema de Preço de Terras SIPT, restabelecendose o VTN declarado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 01 06 /2 00 7- 29 Fl. 202DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Douglas Kakazu Kushiyama Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 160/172, interposto contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF), de fls. 158/173, a qual julgou procedente o lançamento de Imposto Territorial Rural ITR, exercício de 2003, acrescido de multa lançada e juros de mora, tendo como objeto o imóvel denominado "Fazenda Vazante", cadastrado na RFB sob o nº 4.048.5560, com área declarada de 2.640,5 ha, localizado no Município de Lagamar/MG. O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado no valor de R$ 211.145,03 (duzentos e onze mil, cento e quarenta e cinco reais e três centavos), já incluídos os juros e a multa. Ante a clareza do Relatório constante da decisão proferida pela DRJ, transcrevo: A ação fiscal, proveniente dos trabalhos de revisão das DITR/2003 incidentes em malha valor, iniciouse com a intimação de fls. 06/07, para o contribuinte apresentar os seguintes documentos de prova: 1° cópia do Ato Declaratório Ambiental ADA requerido junto ao IBAMA; 2° cópia da matrícula do registro imobiliário, caso exista averbação de áreas de reserva legal, de reserva particular do patrimônio natural ou de servidão florestal; 3° cópia do Termo de Responsabilidade/Compromisso de Averbação da Reserva Legal ou Termo de Ajustamento de Conduta da Reserva Legal, acompanhada de certidão emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis comprovando que o imóvel não possui matrícula no registro imobiliário; 4° Ato específico do órgão competente federal ou estadual, caso o imóvel ou parte dele tenha sido declarado como área de interesse ecológico; 5º Laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.653 da ABNT com fundamentação e grau de precisão II, com ART registrada no CREA, contendo todos os elementos de pesquisa identificados. A falta de apresentação do laudo de avaliação ensejará o arbitramento do VTN, com base nas informações do SIPT. , Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10675.720106/200729 Acórdão n.º 2201004.747 S2C2T1 Fl. 204 3 Em resposta, foi apresentada correspondência, às fls. 08; e juntados aos autos os documentos de fls. 09/10, 11, 12, 13/14, 15, 16, 17/18, 19/25, 26, 27/57 e 58. No procedimento de análise e verificação da documentação apresentada e das informações constantes da DITR/2003, a autoridade fiscal resolveu glosar integralmente as áreas de utilização limitada de 2.432,4 ha, e alterar, com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), instituído pela então SRF, o Valor da Terra Nua (VTN) do imóvel, que passou de R$ 243.240,87 (R$ 92,12 por hectare) para R$ 1.056.200,00 (R$ 400,00 por hectare), com conseqüentes aumentos da área tributável/área aproveitável e do VTN tributável, disto resultando o imposto suplementar de R$89.184,81, conforme demonstrativo às fls. 04. A descrição dos fatos e os enquadramentos legais das infrações, da multa de oficio c dos juros de mora constam às fls. 02/03 e 05. Da Impugnação Recebida a cientificação do lançamento, em 10.12.2007 (fls. 69), apresentou, em 18.01.2008 (fl. 90), impugnação de fls. 71/82, alegando em síntese: Fez um breve relato da exigência fiscal e da tempestividade da impugnação; Discorda da fiscalização, que considerou toda a área do imóvel como aproveitável e afirma que isso não corresponde à verdade material, pois apenas pouco mais de 7% da área total pode ser aproveitada; Esclarece que quase toda a totalidade da área enquadrase como imprestável para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüicola ou florestal, considerando terem sido declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente estadual, conforme declaração do IEF, em anexo; Pelo documento do IEF, 2.432,4 ha foram declarados de interesse ecológico, sendo 2.000 ha de área de preservação permanente e 432,4 ha de área de inclinação, portanto, restou apenas 208,1 ha de área 'aproveitável e que a área declarada de interesse ecológico é imprestável para qualquer exploração pode ser comprovada por meio de Laudo emitido pela EMATER; Ressalta que pelos argumentos e documentos anexados e em nome dos princípios da estrita legalidade e da verdade material, e nos termos do art. 147, § 2º do CTN deve ser considerada como nãoaproveitável a área de 2.432,4 ha, sendo essa área nãotributável e para calcular o GU, deve ser levado em conta como área aproveitável apenas 208,1 ha; Na hipótese de não serem acatados os argumentos anteriores, deve ser retirada, da área aproveitável do imóvel, a área Fl. 204DF CARF MF 4 declarada pelo IEF como de preservação permanente de 2.000,0 ha; Ressalta que a área de preservação permanente nao necessita mais de prévia comprovação por meio do ADA, conforme art. 10 da Lei n° 9.393/96, alterado pela MP n°2.166/2001 e cita Acórdão do Conselho de Contribuintes para referendar a sua tese; Da área aproveitável do imóvel, que é de 208,1 ha, conforme explicado, arrendou 200,0ha para o Sr. Ranulfo Cardoso Naves, conforme contrato anexo, sendo a área explorada por ele; Comprovase essa exploração pela inscrição de produtor rural do arrendante e pela Declaração do Produtor Rural do ano de 2003, que demonstra que existiam no local 90 bovinos, assim, foi devidamente utilizado 200,0 ha do imóvel, resultando no GU de quase 100%, devendo a alíquota ser de 0,30%; Afirma que o VTN arbitrado não tem nenhum embasamento e que por meio de uma presunção, sem qualquer prova concreta, a fiscalização arbitrou um valor de quatro vezes maior do quevale realmente e para isso foi utilizado o SIPT; Considera absurdo a fiscalização considerar que todas as terras de uma região possuem o mesmo valor de mercado; Considera, também, injusto generalizar a potencialidade produtiva de terras, tributar pela média e não admitir a existência das diversidades; Ressalta que antes de fazer o lançamento, com base no SIPT, deveria a fiscalização verificar as condições das terras, e com isso provar a sua alegação, pois alegações vagas, sem comprovação, não possuem qualquer tipo de força em nosso ordenamento jurídico; Afirma que, não obstante a total ausência de provas do fisco, que por si só, são suficientes para o cancelamento do lançamento, o impugnante traz e trará provas robustas de que o valor de mercado de suas terras é o que foi declarado, logo, muito inferior ao que foi alegado; Informa que irá juntar um laudo técnico elaborado por engenheiro agrônomo competente, o qual está em fase de elaboração, e diante mão, anexa, laudo da EMATER/MG, feito em janeiro de 2003, que atribui o valor do imóvel em R$324.707,11; Por fim, requer o cancelamento total do lançamento fiscal e o prazo de quinze dias para juntada de laudo de avaliação. 'Em 07.04.2008, foram juntados ao presente processo, de acordo com o Termo de Juntada, às fls. 146, os documentos de fls. 94/145. Da Decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF) Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10675.720106/200729 Acórdão n.º 2201004.747 S2C2T1 Fl. 205 5 Quando da apreciação do caso, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF) julgou procedente a autuação, conforme ementa abaixo (fls. 143/144): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício : 2003 DA NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO Contendo a notificação de lançamento todos os requisitos obrigatórios previstos no Processo Administrativo Fiscal PAF e tendo sido o procedimento fiscal instaurado em conformidade com as normas e os princípios constitucionais vigentes, possibilitando ao contribuinte exercer plenamente o seu direito de defesa, não há que se falar em qualquer irregularidade que macule o lançamento (Nulidade). DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA / RESERVA LEGAL. As áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal, para fins de exclusão do ITR, cabem ser reconhecidas como de interesse ambiental pelo IBAMA/órgão conveniado, ou pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente ADA, além da averbação tempestiva da área de utilização limitada/reserva legal à margem da matrícula do imóvel. DA ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA/ INTERESSE ECOLÓGICO Para exclusão dessas áreas de tributação, se faz necessário, além da comprovação da exigência relativa ao ADA, a existência de Ato de órgão competente federal ou estadual reconhecendo as áreas imprestáveis do imóvel como sendo de interesse ecológico. DO VALOR DA TERRA NUA VTN Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base nos VTN/ha apontados no SIPT, exigese o Laudo Técnico de Avaliação. emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel e a existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do VTN em questão. Do Recurso Voluntário O Recorrente, devidamente intimado da decisão da DRJ, conforme aviso de fls. 177, recebido em 20.05.2009, apresentou o recurso voluntário de fls. 178/192. Fl. 206DF CARF MF 6 Em sede de Recurso Voluntário, praticamente repetiu os argumentos em sede de impugnação. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Relator Douglas Kakazu Kushiyama O Recurso interposto pelo contribuinte é tempestivo e, portanto, dele conheço. Da exigência do Ato Declaratório Ambiental para a Área de Preservação Permanente A questão que se discute nos presentes autos é quanto à exigência do protocolo do Ato Declaratório Ambiental ADA dentro do prazo legal, para a Área de Preservação Permanente, bem como a necessidade de averbação tempestiva da reserva legal junto à matrícula do imóvel, para fins de isenção do Imposto Territorial Rural ITR. Vejamos o que dispõe a legislação de regência, quanto à necessidade de protocolo do Ato Declaratório Ambiental ADA dentro do prazo legal, para as áreas de preservação permanente, reserva legal: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; (...) § 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10675.720106/200729 Acórdão n.º 2201004.747 S2C2T1 Fl. 206 7 Já o Decreto nº 4.382/02, que regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, tratou da área tributável da seguinte forma: Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II): I de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1º); II de reserva legal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001, art. 1º); § 1º A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma das hipóteses previstas no caput deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável. § 2º A área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da efetiva entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural DITR. § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e II estar enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a VI em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR. § 4º O IBAMA realizará vistoria por amostragem nos imóveis rurais que tenham utilizado o ADA para os efeitos previstos no § 3º e, caso os dados constantes no Ato não coincidam com os efetivamente levantados por seus técnicos, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, que apurará o ITR efetivamente devido e efetuará, de ofício, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis (Lei nº 6.938, de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 2000). O artigo 17O da Lei n° 6.938/81, com a redação que lhe foi dada pela Lei n° 10.165/00, passou a prever: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, Fl. 208DF CARF MF 8 deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1oA. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. Tanto era assim que a Receita Federal, no Manual de Perguntas e Respostas referente ao Exercício 2005, elaborado após a edição das citadas Medidas Provisórias, na Questão 066, embasada na Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 1°, com redação dada pela Lei n° 10.165, de 27.12.2000, art.. 1”, assim orientava: Pergunta 066: Qual é 0 prazo legal para protocolízação do ADA? "O ADA deve ser protocolizado no Ibama ou em órgãos ambientais estaduais delegados por meio de convênio, no prazo de até 6 (seis) ' meses, contado a partir do término do prazo fixado para a entrega da declaração. " Ou seja, para cada período de incidência do ITR deve ser protocolizado um ADA e não foi o que ocorreu no presente caso. Conforme se verifica do ADA juntado à fl. 17 (nº 10631310008928), foi apresentado em 27/09/2006, de modo que não se presta a isentar o exercício de 2003. Do Valor da Terra Nua VTN Com relação a este ponto, verificouse que houve uma subavaliação, tendo em vista que os valores constantes do Sistema de Preço de Terras (SIPT), instituído pela então SRT em consonância ao art. 14, caput, da Lei nº 9.393/96, razão pela qual o VTN declarado para o imóvel na DITR/2003 de R$ 243.240,87 (R$ 92,12 por hectare) para R$ 1.056.200,00 (R$ 400,00 por hectare), com conseqüentes aumentos da área tributável/área aproveitável e do VTN tributável, disto resultando o imposto suplementar de R$89.184,81, conforme demonstrativo às fls. 04, valor este apurado com base no valor apontado no SIPT fornecidos pela Secretaria Estadual de Agricultura de Minas Gerais, nos termos do § 1º do art. 14, da Lei nº 9.393/96. Apesar da apresentação do "Laudo Técnico de Avaliação de Imóvel Rural", fls. 29/59 e estar acompanhado por ART fl. 60/61, não está assinado e referese ao ano de 2001. Por outro lado, foi apresentado outro laudo constante às fls. 100/138, com ART fl. 155/156, que concluiu por um VTN de R$ 275.000,00, conforme se verifica à fl. 134. Merece destaque o fato de que o último laudo apresentado segue a integralidade das normas ABNT, demonstrando com clareza e de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel à época do fato gerador do ITR/2003 (1.01.2003) e a existência de características particulares desfavoráveis, que justificassem a revisão do VTN/ha abaixo do arbitrado pela fiscalização, extraído da SIPT. Neste sentido, verificase a prestabilidade do laudo apresentado, que cumpriu os requisitos da norma ABNT em que é possível considerar, com segurança, que o Valor da Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10675.720106/200729 Acórdão n.º 2201004.747 S2C2T1 Fl. 207 9 Terra Nua VTN arbritrado pela fiscalização está supervalorizado, de modo que mencionado laudo se presta para o fim de desconstituir a imputação de VTN com base no SIPT. Conclusão Em razão do exposto, conheço do recurso voluntário e dou lhe parcial provimento, para afastar o Valor da Terra Nua arbitrado pela fiscalização a partir das informações registradas no Sistema de Preço de Terras SIPT, restabelecendose o VTN conforme constou no laudo, de R$ 275.000,00 (duzentos e setenta e cinco mil reais). (assinado digitalmente) Relator Douglas Kakazu Kushiyama Fl. 210DF CARF MF
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Numero do processo: 10380.015567/2001-04
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1996
CONHECIMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE.
Embargos de declaração apresentados após o transcurso do prazo de 5 dias, previsto no artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015), não são conhecidos.
Numero da decisão: 9900-001.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer dos Embargos de Declaração, por intempestividade, vencidos os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho, Luciana Matos Pereira Barbosa, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Adriana Gomes Rêgo, que conheceram dos embargos.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Cristiane Silva Costa Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Ausentes os conselheiros Luís Flávio Neto e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: CRISTIANE SILVA COSTA
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. Embargos de declaração apresentados após o transcurso do prazo de 5 dias, previsto no artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015), não são conhecidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer dos Embargos de Declaração, por intempestividade, vencidos os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho, Luciana Matos Pereira Barbosa, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Adriana Gomes Rêgo, que conheceram dos embargos. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 55 67 /2 00 1- 04 Fl. 373DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Ausentes os conselheiros Luís Flávio Neto e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de processo originado por auto de infração de IRPF, com a imposição de multa de 75% (fls. 9, volume 1), constatandose três infrações no ano calendário de 1996: (i) omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, (ii) compensação indevida de imposto, e (iii) indevida classificação de rendimentos na DIPF. O TVF consta às fls. 16, esclarecendo que o equívoco na apuração de ganho de capital pelo contribuinte deveu se à identificação do custo de aquisição, pois “o contribuinte informou indevidamente o valor de R$ 93.324,79 UFIR’s (valor informado em sua declaração de vens da IRPF/95) como se fosse em reais, não convertendoo primeiramente para reais”. O contribuinte foi intimado quanto ao auto de infração em 28/11/2001. Após a apresentação de impugnação administrativa (fls. 122), a Delegacia da Receita Federal em Fortaleza decidiu pela procedência integral do lançamento (fls. 158). O contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 185, pdf 184, volume 1), no qual alega a respeito da omissão de ganhos de capital, tema ainda em discussão nestes autos: (i) Decadência, entendendose pela aplicação do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional. Alega, ainda, que “declarou regularmente a alienação do terreno em causa através do formulário próprio e pagou o imposto de renda que apurou na sua declaração de rendimentos daquele período” (reprodução de trecho do recurso voluntário); (ii) Questiona, no mérito, a mensuração do ganho de capital pois “desconsidera os valores corretamente informados na sua declaração de rendimentos” (trecho do recurso voluntário, reiterando razões de Impugnação); O recurso voluntário foi julgado pela 2ª Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes (fls. 246, volume 2, pdf 15), em acórdão assim ementado (acórdão nº 10247.329): DECADÊNCIA – HOMOLOGAÇÃO – GANHO DE CAPITAL – TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA DIRPF AJUSTE ANUAL Sendo o lançamento das pessoas físicas por homologação, o direito de a Fazenda Nacional lançar decai após cinco anos contados do fato gerador que, no caso, ocorre quando da alienação do imóvel. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 374 3 AJUDA DE CUSTO ISENÇÃO Somente pode ser considerada isenta a ajuda de custo, verba eventualmente recebida pelo contribuinte para atender despesas com transporte, frete e locomoção do mesmo e sua família, no caso de mudança permanente de domicílio em decorrência de remoção de um município para outro. Quando paga habitualmente, sem que haja mudança de domicílio, deve integrar os rendimentos tributáveis, na declaração de ajuste anual, tenha ou não havido retenção na fonte. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS – INCIDÊNCIA – As verbas de ajuda de custo e indenização pelo comparecimento a convocação extraordinária não estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda Pessoa Física. (...) Preliminar acolhida. Recurso parcialmente provido. Destacase trecho do voto condutor do acórdão 10247.329 do Conselheiro Relator do recurso voluntário, quanto à matéria ainda em discussão (decadência para lançamento de imposto quanto ao ganho de capital): Assim sendo, do confronto da data dos fatos geradores e do lançamento, verificase a ocorrência da decadência, uma vez que o prazo para que o Fisco promovesse o lançamento tributário relativo aos fatos geradores ocorridos em 30/04/96 e 31/05/96 começou a fluir, respectivamente, em 01/05/96 e 01/06/96, expirandose em 30/04/01 e 31/05/01, ficando evidente que em 27/11/01 a Fazenda Pública não poderia mais constituir o crédito tributário. (...) Pelo exposto, conheço do recurso por tempestivo e apresentado na forma da lei, para darlhe provimento parcial, no sentido de declarar a decadência do direito do Fisco lançar o imposto de renda incidente sobre o ganho de capital na alienação de bem imóvel e excluir da exigência o montante recebido a título de remuneração por convocação extraordinária. Diante da apresentação de recurso especial pela Procuradoria da Fazenda Nacional (fls 257, pdf 27, volume 2), a Quarta Turma da CSRF decidiu por negarlhe provimento (acórdão 102134363), verbis: Assumo: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA IRPF Anocalendário: 1996. DECADÊNCIA — Sujeitandose o rendimento das pessoas físicas à incidência na declaração de ajuste anual e independente de exame prévio da autoridade administrativa, o lançamento é por homologação (art. 150, § 4° do CTN), devendo o prazo decadencial ser contado do fato gerador, que ocorre em 31 de dezembro, tendo o fisco cinco anos, a partir dessa data, para efetuar o lançamento Fl. 375DF CARF MF 4 Consta do voto da Relatora, exConselheira Ivete Malaquias Pessoa Monteiro: Em litígio o posicionamento, à maioria dos pares da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, de julgar decadente o lançamento de exigência constituída em 28/11/2001, para fatos geradores ocorridos em 11/04/1996, ganhos de capital na alienação de imóvel. Este Colegiado vem decidido que as alterações legislativas do imposto de renda, ao atribuir à pessoa física a incumbência de apurar e pagar o imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, diz respeito à espécie de lançamento por homologação, na forma do artigo 150 do CTN, sendo a entrega da declaração de rendimentos apenas o cumprimento da obrigação acessória, que propicia informações para fins de controle do adequado cumprimento da legislação tributária, com ou sem obrigação principal a ser adimplida, nos termos do Acórdão CSRF/0104.493 de 14/04/2003 — DOU de 12/08/2003. A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou recurso extraordinário (fls. 300/305 PDF 70 volume 2), devidamente contraarrazoado pelo contribuinte (fls. 301/308 PDF fls 5/12 volume 2) Este recurso foi admitido em 02/10/2008, em despacho às fls. 314/316 (fls. 84 a 86 do PDF volume 2), do qual se extrai: Cristalino o dissídio jurisprudencial. Nos autos, não houve pagamento do imposto sobre o ganho de capital e o Colegiado entendeu aplicável a disposição contida no art. 150 do CTN, contandose o prazo decadencial do mês seguinte ao da alienação. No Acórdão apresentado ao dissídio, julgouse que não havendo pagamento antecipado, não há que se falar em homologação (artigo 150 do CTN) com o prazo de 5 anos contados do fato gerador. Sustenta o Acórdão divergente que, não havendo pagamento, aplicável a norma do artigo 173 do CTN, (5 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao que o tributo poderia ser lançado). Caracterizado o dissídio, MERECE seguimento o recurso interposto pela Fazenda Nacional. ... Por decisão unânime, foi negado provimento ao recurso extraordinário, conforme julgamento realizado em 07/12/2011 (acórdão nº 9900000.274): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/04/1996, 31/05/1996 DECADÊNCIA Nos casos de lançamento por homologação, ausente dolo, fraude ou simulação, e constatandose pagamento antecipado, a decadência se opera após o decurso do prazo de cinco anos, contado do fato gerador. Fl. 376DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 375 5 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. GANHO DE CAPITAL. TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA. FATO GERADOR. O Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre ganhos de capital na alienação de bens e direitos constitui tributação definitiva, não se sujeitando ao ajuste anual, considerandose ocorrido o fato gerador no mês do recebimento. Recurso Extraordinário Negado Destaco trecho do voto da Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, redatora designada ad hoc: Assim, no caso dos autos, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação, portanto o prazo decadencial de cinco anos, para a constituição de eventual crédito pelo Fisco, deve ser contado de acordo com o disposto no artigo 150, § 4°, do CTN, ou seja, da ocorrência do fato gerador, constatandose pagamento antecipado, conforme afirma o Contribuinte em sede de Contrarrazões. Destarte, considerandose que a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2001 (fl. 114), correto o acórdão recorrido, no ponto em que reconheceu a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996. O acórdão foi assinado pelo Presidente do CARF em 05/11/2015, quinta feira, considerandose publicado o acórdão nesta data. Em 09/11/2015 os autos foram remetidos à Procuradoria para ciência (fls. 331), que informou não apresentaria recursos (fls. 332). Em 12/11/2015, quintafeira, o Sr. Jorge Guedes Pinto autenticou a juntada de embargos de declaração opostos pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, no qual sustenta que "o pagamento a que se refere o Contribuinte diz respeito ao ajuste anual, cujo fato gerador ocorreu em 31/12/1996. Entretanto, repitase que a decadência ora tratada diz respeito a modalidade de incidência que não faz parte do ajuste, ou seja, que tem tributação definitiva, com fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996." Pondero que consta do cabeçalho dos citados embargos a data de 05/11/2015 – como também a assinatura física pelo Conselheiro embargante , mesma data em que assinado o acórdão embargado pelo Presidente do CARF. Os embargos de declaração foram admitidos, conforme razões reproduzidas a seguir (fls. 336/337): Tratase de embargos de declaração formalizados pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres em face do acórdão nº 9900000.274 do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (efls. 326/330), conforme argumentos de fls. 334/335. No julgado referenciado foi negado provimento ao recurso extraordinário da Fazenda Nacional à unanimidade. Ressalta o embargante que teria ocorrido um "lapso por ocasião do relatório do recurso, especificamente quanto à existência de pagamento antecipado do tributo, para fins de aplicação do art. Fl. 377DF CARF MF 6 150, § 4º, do CTN, na aferição acerca da decadência do direito de o fisco efetuar o lançamento". Afirma que nos julgados levados a cabo na mesma assentada vários conselheiros entenderam que o pagamento antecipado do tributo é necessário para fins de aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, na determinação do dies a quo para a contagem do prazo decadencial. E o caso embargado "diz respeito exigência de Imposto de Renda incidente sobre ganhos de capital na alienação de imóvel, cujos fatos geradores ocorreram em 30/04/1996 e 31/05/1996, sendo que a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2001". Portanto, "a única hipótese de, à unanimidade de votos, ter sido negado provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional, seria a constatação da existência de pagamento antecipado, pois do contrário haveria o registro de Conselheiros vencidos". No caso específico, ressalta que o contribuinte afirmou, em sede de contrarrazões, que o pagamento do imposto foi realizado no ajuste anual, cujo fato gerador ocorreu em 31/12/1996. "Entretanto, repitase que a decadência ora tratada diz respeito a modalidade de incidência que não faz parte do ajuste, ou seja, que tem tributação definitiva, com fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996". Nesse sentido, defende seja realizado novo julgamento do feito, dado que "não é unânime a tese de que um pagamento antecipado ligado ao ajuste anual seja apto a atrair a aplicação do art. 150, § 4º, a uma incidência definitiva, fora do ajuste". Diante dos argumentos aduzidos pelo embargante, entendo como razoável submeter os presentes embargos declaratórios à análise do Colegiado julgador, até porque o acórdão recorrido não foi formalizado pelo conselheiro relator, tendo sido necessária a indicação de conselheira redatora ad hoc, que foi responsável, inclusive, pela elaboração do relatório correspondente. Assim, em face da aparente omissão da perfeita realidade dos fatos objeto do julgamento embargado, decido por admitir os embargos declaratórios em tela e determino, após a ciência da Procuradoria da Fazenda Nacional e do interessado, seja o processo incluído em pauta de julgamento do Pleno da CSRF. A Procuradoria apresentou manifestação em 23/09/2016, requerendo o provimento aos embargos de declaração. Os autos foram devolvidos à Secretaria para intimação do contribuinte quanto ao acórdão 9900000.274, embargos de declaração e decisão que o admitiu (fls. 343). O contribuinte foi intimado em 30/12/2016 (fls. 351), apresentando manifestação na qual alega: (a) Intempestividade dos embargos de declaração, especialmente porque não haveria prova da apresentação tempestiva pelo Conselheiro embargante; (b) Não haveria qualquer omissão, eis que a Turma se pronunciou sobre a decadência relacionada ao ganho de capital, decidindo pela aplicação do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional; Fl. 378DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 376 7 (c) Não caberia a rediscussão do mérito, julgado anteriormente por este Colegiado, por inexistir recurso de revisão. É o relatório. Voto Conselheira Cristiane Silva Costa, Relatora O prazo para apresentação de embargos de declaração esgotase em 5 dias, nos termos do artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015): Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado, inclusive pelo próprio relator; Os embargos de declaração são intempestivos, eis que autenticados (data em que se considera foram devidamente apresentados em processo digital) após o transcurso do prazo de 5 (cinco) dias desde a publicação do acórdão. Com efeito, o acórdão foi publicado em 05/11/2015 (quintafeira), esgotandose o prazo para interposição no dia 10/11/2015 (terça feira). Assim, a juntada aos autos em 12/11/2015 revelase intempestiva à luz do artigo 65, parágrafo primeiro, acima reproduzido. Com efeito, em 12/11/2015, quintafeira, o Sr. Jorge Guedes Pinto autenticou a juntada de embargos de declaração opostos pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, não havendo justificativa nos autos para a apresentação após o prazo de 5 dias. Diante disso, não conheço dos embargos de declaração apresentados por Conselheiro do CARF, diante de sua intempestividade. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Fl. 379DF CARF MF
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