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Numero do processo: 10380.015567/2001-04
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1996
CONHECIMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE.
Embargos de declaração apresentados após o transcurso do prazo de 5 dias, previsto no artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015), não são conhecidos.
Numero da decisão: 9900-001.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer dos Embargos de Declaração, por intempestividade, vencidos os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho, Luciana Matos Pereira Barbosa, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Adriana Gomes Rêgo, que conheceram dos embargos.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Cristiane Silva Costa Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Ausentes os conselheiros Luís Flávio Neto e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: CRISTIANE SILVA COSTA
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. Embargos de declaração apresentados após o transcurso do prazo de 5 dias, previsto no artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015), não são conhecidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer dos Embargos de Declaração, por intempestividade, vencidos os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho, Luciana Matos Pereira Barbosa, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Adriana Gomes Rêgo, que conheceram dos embargos. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 55 67 /2 00 1- 04 Fl. 373DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Ausentes os conselheiros Luís Flávio Neto e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de processo originado por auto de infração de IRPF, com a imposição de multa de 75% (fls. 9, volume 1), constatandose três infrações no ano calendário de 1996: (i) omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, (ii) compensação indevida de imposto, e (iii) indevida classificação de rendimentos na DIPF. O TVF consta às fls. 16, esclarecendo que o equívoco na apuração de ganho de capital pelo contribuinte deveu se à identificação do custo de aquisição, pois “o contribuinte informou indevidamente o valor de R$ 93.324,79 UFIR’s (valor informado em sua declaração de vens da IRPF/95) como se fosse em reais, não convertendoo primeiramente para reais”. O contribuinte foi intimado quanto ao auto de infração em 28/11/2001. Após a apresentação de impugnação administrativa (fls. 122), a Delegacia da Receita Federal em Fortaleza decidiu pela procedência integral do lançamento (fls. 158). O contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 185, pdf 184, volume 1), no qual alega a respeito da omissão de ganhos de capital, tema ainda em discussão nestes autos: (i) Decadência, entendendose pela aplicação do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional. Alega, ainda, que “declarou regularmente a alienação do terreno em causa através do formulário próprio e pagou o imposto de renda que apurou na sua declaração de rendimentos daquele período” (reprodução de trecho do recurso voluntário); (ii) Questiona, no mérito, a mensuração do ganho de capital pois “desconsidera os valores corretamente informados na sua declaração de rendimentos” (trecho do recurso voluntário, reiterando razões de Impugnação); O recurso voluntário foi julgado pela 2ª Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes (fls. 246, volume 2, pdf 15), em acórdão assim ementado (acórdão nº 10247.329): DECADÊNCIA – HOMOLOGAÇÃO – GANHO DE CAPITAL – TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA DIRPF AJUSTE ANUAL Sendo o lançamento das pessoas físicas por homologação, o direito de a Fazenda Nacional lançar decai após cinco anos contados do fato gerador que, no caso, ocorre quando da alienação do imóvel. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 374 3 AJUDA DE CUSTO ISENÇÃO Somente pode ser considerada isenta a ajuda de custo, verba eventualmente recebida pelo contribuinte para atender despesas com transporte, frete e locomoção do mesmo e sua família, no caso de mudança permanente de domicílio em decorrência de remoção de um município para outro. Quando paga habitualmente, sem que haja mudança de domicílio, deve integrar os rendimentos tributáveis, na declaração de ajuste anual, tenha ou não havido retenção na fonte. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS – INCIDÊNCIA – As verbas de ajuda de custo e indenização pelo comparecimento a convocação extraordinária não estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda Pessoa Física. (...) Preliminar acolhida. Recurso parcialmente provido. Destacase trecho do voto condutor do acórdão 10247.329 do Conselheiro Relator do recurso voluntário, quanto à matéria ainda em discussão (decadência para lançamento de imposto quanto ao ganho de capital): Assim sendo, do confronto da data dos fatos geradores e do lançamento, verificase a ocorrência da decadência, uma vez que o prazo para que o Fisco promovesse o lançamento tributário relativo aos fatos geradores ocorridos em 30/04/96 e 31/05/96 começou a fluir, respectivamente, em 01/05/96 e 01/06/96, expirandose em 30/04/01 e 31/05/01, ficando evidente que em 27/11/01 a Fazenda Pública não poderia mais constituir o crédito tributário. (...) Pelo exposto, conheço do recurso por tempestivo e apresentado na forma da lei, para darlhe provimento parcial, no sentido de declarar a decadência do direito do Fisco lançar o imposto de renda incidente sobre o ganho de capital na alienação de bem imóvel e excluir da exigência o montante recebido a título de remuneração por convocação extraordinária. Diante da apresentação de recurso especial pela Procuradoria da Fazenda Nacional (fls 257, pdf 27, volume 2), a Quarta Turma da CSRF decidiu por negarlhe provimento (acórdão 102134363), verbis: Assumo: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA IRPF Anocalendário: 1996. DECADÊNCIA — Sujeitandose o rendimento das pessoas físicas à incidência na declaração de ajuste anual e independente de exame prévio da autoridade administrativa, o lançamento é por homologação (art. 150, § 4° do CTN), devendo o prazo decadencial ser contado do fato gerador, que ocorre em 31 de dezembro, tendo o fisco cinco anos, a partir dessa data, para efetuar o lançamento Fl. 375DF CARF MF 4 Consta do voto da Relatora, exConselheira Ivete Malaquias Pessoa Monteiro: Em litígio o posicionamento, à maioria dos pares da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, de julgar decadente o lançamento de exigência constituída em 28/11/2001, para fatos geradores ocorridos em 11/04/1996, ganhos de capital na alienação de imóvel. Este Colegiado vem decidido que as alterações legislativas do imposto de renda, ao atribuir à pessoa física a incumbência de apurar e pagar o imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, diz respeito à espécie de lançamento por homologação, na forma do artigo 150 do CTN, sendo a entrega da declaração de rendimentos apenas o cumprimento da obrigação acessória, que propicia informações para fins de controle do adequado cumprimento da legislação tributária, com ou sem obrigação principal a ser adimplida, nos termos do Acórdão CSRF/0104.493 de 14/04/2003 — DOU de 12/08/2003. A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou recurso extraordinário (fls. 300/305 PDF 70 volume 2), devidamente contraarrazoado pelo contribuinte (fls. 301/308 PDF fls 5/12 volume 2) Este recurso foi admitido em 02/10/2008, em despacho às fls. 314/316 (fls. 84 a 86 do PDF volume 2), do qual se extrai: Cristalino o dissídio jurisprudencial. Nos autos, não houve pagamento do imposto sobre o ganho de capital e o Colegiado entendeu aplicável a disposição contida no art. 150 do CTN, contandose o prazo decadencial do mês seguinte ao da alienação. No Acórdão apresentado ao dissídio, julgouse que não havendo pagamento antecipado, não há que se falar em homologação (artigo 150 do CTN) com o prazo de 5 anos contados do fato gerador. Sustenta o Acórdão divergente que, não havendo pagamento, aplicável a norma do artigo 173 do CTN, (5 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao que o tributo poderia ser lançado). Caracterizado o dissídio, MERECE seguimento o recurso interposto pela Fazenda Nacional. ... Por decisão unânime, foi negado provimento ao recurso extraordinário, conforme julgamento realizado em 07/12/2011 (acórdão nº 9900000.274): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/04/1996, 31/05/1996 DECADÊNCIA Nos casos de lançamento por homologação, ausente dolo, fraude ou simulação, e constatandose pagamento antecipado, a decadência se opera após o decurso do prazo de cinco anos, contado do fato gerador. Fl. 376DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 375 5 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. GANHO DE CAPITAL. TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA. FATO GERADOR. O Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre ganhos de capital na alienação de bens e direitos constitui tributação definitiva, não se sujeitando ao ajuste anual, considerandose ocorrido o fato gerador no mês do recebimento. Recurso Extraordinário Negado Destaco trecho do voto da Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, redatora designada ad hoc: Assim, no caso dos autos, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação, portanto o prazo decadencial de cinco anos, para a constituição de eventual crédito pelo Fisco, deve ser contado de acordo com o disposto no artigo 150, § 4°, do CTN, ou seja, da ocorrência do fato gerador, constatandose pagamento antecipado, conforme afirma o Contribuinte em sede de Contrarrazões. Destarte, considerandose que a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2001 (fl. 114), correto o acórdão recorrido, no ponto em que reconheceu a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996. O acórdão foi assinado pelo Presidente do CARF em 05/11/2015, quinta feira, considerandose publicado o acórdão nesta data. Em 09/11/2015 os autos foram remetidos à Procuradoria para ciência (fls. 331), que informou não apresentaria recursos (fls. 332). Em 12/11/2015, quintafeira, o Sr. Jorge Guedes Pinto autenticou a juntada de embargos de declaração opostos pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, no qual sustenta que "o pagamento a que se refere o Contribuinte diz respeito ao ajuste anual, cujo fato gerador ocorreu em 31/12/1996. Entretanto, repitase que a decadência ora tratada diz respeito a modalidade de incidência que não faz parte do ajuste, ou seja, que tem tributação definitiva, com fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996." Pondero que consta do cabeçalho dos citados embargos a data de 05/11/2015 – como também a assinatura física pelo Conselheiro embargante , mesma data em que assinado o acórdão embargado pelo Presidente do CARF. Os embargos de declaração foram admitidos, conforme razões reproduzidas a seguir (fls. 336/337): Tratase de embargos de declaração formalizados pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres em face do acórdão nº 9900000.274 do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (efls. 326/330), conforme argumentos de fls. 334/335. No julgado referenciado foi negado provimento ao recurso extraordinário da Fazenda Nacional à unanimidade. Ressalta o embargante que teria ocorrido um "lapso por ocasião do relatório do recurso, especificamente quanto à existência de pagamento antecipado do tributo, para fins de aplicação do art. Fl. 377DF CARF MF 6 150, § 4º, do CTN, na aferição acerca da decadência do direito de o fisco efetuar o lançamento". Afirma que nos julgados levados a cabo na mesma assentada vários conselheiros entenderam que o pagamento antecipado do tributo é necessário para fins de aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, na determinação do dies a quo para a contagem do prazo decadencial. E o caso embargado "diz respeito exigência de Imposto de Renda incidente sobre ganhos de capital na alienação de imóvel, cujos fatos geradores ocorreram em 30/04/1996 e 31/05/1996, sendo que a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2001". Portanto, "a única hipótese de, à unanimidade de votos, ter sido negado provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional, seria a constatação da existência de pagamento antecipado, pois do contrário haveria o registro de Conselheiros vencidos". No caso específico, ressalta que o contribuinte afirmou, em sede de contrarrazões, que o pagamento do imposto foi realizado no ajuste anual, cujo fato gerador ocorreu em 31/12/1996. "Entretanto, repitase que a decadência ora tratada diz respeito a modalidade de incidência que não faz parte do ajuste, ou seja, que tem tributação definitiva, com fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996". Nesse sentido, defende seja realizado novo julgamento do feito, dado que "não é unânime a tese de que um pagamento antecipado ligado ao ajuste anual seja apto a atrair a aplicação do art. 150, § 4º, a uma incidência definitiva, fora do ajuste". Diante dos argumentos aduzidos pelo embargante, entendo como razoável submeter os presentes embargos declaratórios à análise do Colegiado julgador, até porque o acórdão recorrido não foi formalizado pelo conselheiro relator, tendo sido necessária a indicação de conselheira redatora ad hoc, que foi responsável, inclusive, pela elaboração do relatório correspondente. Assim, em face da aparente omissão da perfeita realidade dos fatos objeto do julgamento embargado, decido por admitir os embargos declaratórios em tela e determino, após a ciência da Procuradoria da Fazenda Nacional e do interessado, seja o processo incluído em pauta de julgamento do Pleno da CSRF. A Procuradoria apresentou manifestação em 23/09/2016, requerendo o provimento aos embargos de declaração. Os autos foram devolvidos à Secretaria para intimação do contribuinte quanto ao acórdão 9900000.274, embargos de declaração e decisão que o admitiu (fls. 343). O contribuinte foi intimado em 30/12/2016 (fls. 351), apresentando manifestação na qual alega: (a) Intempestividade dos embargos de declaração, especialmente porque não haveria prova da apresentação tempestiva pelo Conselheiro embargante; (b) Não haveria qualquer omissão, eis que a Turma se pronunciou sobre a decadência relacionada ao ganho de capital, decidindo pela aplicação do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional; Fl. 378DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 376 7 (c) Não caberia a rediscussão do mérito, julgado anteriormente por este Colegiado, por inexistir recurso de revisão. É o relatório. Voto Conselheira Cristiane Silva Costa, Relatora O prazo para apresentação de embargos de declaração esgotase em 5 dias, nos termos do artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015): Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado, inclusive pelo próprio relator; Os embargos de declaração são intempestivos, eis que autenticados (data em que se considera foram devidamente apresentados em processo digital) após o transcurso do prazo de 5 (cinco) dias desde a publicação do acórdão. Com efeito, o acórdão foi publicado em 05/11/2015 (quintafeira), esgotandose o prazo para interposição no dia 10/11/2015 (terça feira). Assim, a juntada aos autos em 12/11/2015 revelase intempestiva à luz do artigo 65, parágrafo primeiro, acima reproduzido. Com efeito, em 12/11/2015, quintafeira, o Sr. Jorge Guedes Pinto autenticou a juntada de embargos de declaração opostos pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, não havendo justificativa nos autos para a apresentação após o prazo de 5 dias. Diante disso, não conheço dos embargos de declaração apresentados por Conselheiro do CARF, diante de sua intempestividade. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Fl. 379DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13804.000656/99-12
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/1988 a 31/03/1992
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. ERRO MATERIAL. EFEITOS INFRINGENTES. FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ANTERIOR A 09/06/2015.
Devem ser acolhidos os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para sanar erro material apontado.
Numero da decisão: 9900-001.029
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Patrícia da Silva - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Presidente. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
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ACOLHIMENTO. ERRO MATERIAL. EFEITOS INFRINGENTES. FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ANTERIOR A 09/06/2015. Devem ser acolhidos os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para sanar erro material apontado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 4. 00 06 56 /9 9- 12 Fl. 377DF CARF MF 2 Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Relatório Tratase de Embargos de Declaração da Fazenda Nacional quanto ao disposto no acórdão 9900001.019 Pleno (efls. 360 a 366), o qual, por unanimidade, conheceu do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional para darlhe parcial provimento “apenas para os fatos geradores ocorridos antes de 03/1988, com retorno dos autos à unidade de origem”. Na origem, tratase de Pedido de Compensação de fls. 1 em 03/03/1999, solicitando a restituição de valores relativos a indébitos de Contribuições par ao Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL), recolhidos a maior, mensalmente, sobre os fatos geradores ocorridos nos períodos de outubro de 1988 a março de 1992, e sua compensação com créditos tributários vencidos e/ou vincendo, de sua responsabilidade, administrados pela Secretaria da Receita Federal à época. Alega a PGFN que o acórdão estaria maculado por contradição, eis que, muito embora baseado em entendimento pacificado pelo STF em sede de repercussão geral (prazo de 10 anos para a prescrição de pedido de restituição), esta, a prescrição, teria sido afastada pelo colegiado para período superior aos 10 anos. Segundo alega, apesar de o pedido ter sido protocolado em 03/03/1999 o que levaria à prescrição o crédito relativo aos fatos geradores ocorridos até 03/1989 “a prescrição foi afastada pelo colegiado para o período a partir de 03/1988” (grifei). Com efeito, o próprio dispositivo do voto condutor do acórdão corrobora a aparente contradição ressalta pela Fazenda Pública. Confirase: In casu, o pedido da Contribuinte foi protocolado em 28/01/1999 referentes aos períodos de apuração de 01/09/1989 a 31/03/1992, assim, voto no sentido de dar provimento parcial apenas para os fatos geradores ocorridos antes de 03/1988, com retorno dos autos à Unidade de Origem. Diante do exposto, e considerando que existe no julgado aparente contradição que merece ser saneada pelo Colegiado, a presidência deste CARF conheceu dos embargos declaratórios da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheira Patrícia da Silva Relatora Os Embargos Declaratórios apontam erro material constante do acórdão sub examen, que efetivamente aplicando o pacificado pelo STF, deveria estar apontado como 03/1989, e não como supramencionado, em 03/1988. Fl. 378DF CARF MF Processo nº 13804.000656/9912 Acórdão n.º 9900001.029 CSRFPL Fl. 378 3 In casu, o pedido da Contribuinte foi protocolado em 03/03/1999 referentes aos períodos de apuração de 01/10/1988 a 31/03/1992, voto no sentido de dar provimento parcial ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional, apenas para os fatos geradores ocorridos antes de março de 1989, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para análise do direito creditório, devendo ser assim, integrado aquele acórdão com o presente decisum. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 379DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.001082/2003-36
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1999
DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN, APENAS QUANDO EXISTIR PAGAMENTO PARCIAL.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação. No caso em questão, não há evidência de ter ocorrido recolhimento a título de antecipação da contribuição referente aos trimestres em litígio. Assim, aplicável a regra do art. 173, I, do CTN.
Numero da decisão: 9900-001.004
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior - Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1999 DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN, APENAS QUANDO EXISTIR PAGAMENTO PARCIAL. O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação. No caso em questão, não há evidência de ter ocorrido recolhimento a título de antecipação da contribuição referente aos trimestres em litígio. Assim, aplicável a regra do art. 173, I, do CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama - Relatora (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior - Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1999 DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN, APENAS QUANDO EXISTIR PAGAMENTO PARCIAL. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação. No caso em questão, não há evidência de ter ocorrido recolhimento a título de antecipação da contribuição referente aos trimestres em litígio. Assim, aplicável a regra do art. 173, I, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 10 82 /2 00 3- 36 Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 252 2 conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 0105.992 da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial, consignando a seguinte ementa: “Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Exercício: 1999 Ementa: DECADÊNCIA. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o termo inicial para a contagem do prazo quinquenal de Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 253 3 decadência para constituição do crédito é a ocorrência do respectivo fato gerador, a teor do art. 150, § 4º do CTN. Precedentes da CSRF. ” Insatisfeita, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Extraordinário contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, em síntese, que: · A Câmara Superior deste Conselho, em outras oportunidades, já esboçou posicionamento no sentido de que o prazo para o lançamento de tributos não recolhidos, ainda que para estes tributos a legislação atribua ao contribuinte o dever de antecipar do pagamento, conforme o art. 150 do CTN, é aquele disposto no art. 173, I do CTN, que cuida do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário à esclarecido no decorrer deste processo administrativo; · No caso em análise, o auto de infração foi lavrado dentro do prazo disposto no art. 173, I do CTN, não ocorrendo, portanto, a decadência do direito de lançar. Com efeito, tendo em vista que os fatos geradores ocorreram no anocalendário 1998, o lançamento poderia ter sido efetuado até 31/12/2003. Assim, não há que se cogitar de decadência, pois o lançamento ocorreu no dia 24/04/2003 (noticiado às fls. 145). Requer, assim, que o presente recurso conhecido e provido, para que seja reformado o acórdão proferido pela C. Turma a quo, afastandose a preliminar de decadência no caso em exame, uma vez que efetuado dentro do prazo legalmente fixado (art. 173, inciso I, do CTN). Em Despacho às fls. 227/229, foi dado seguimento ao Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. Foi enviada manifestação pelo sujeito passivo ao Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: “[...] MEDIPLAN ASSISTENCIAL LTDA, devidamente qualificada nos autos em epígrafe, inscrita no CNPJ sob o n° 49.364.193/000159, via de seu Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 254 4 advogado e subscritor infraassinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, expor e requerer o que segue: 1. Conforme se verifica pelo extrato anexo, o processo em referência aguarda distribuição e sorteio a uma Turma Ordinária, para julgamento do Recurso interposto. 2. Ocorre que, o contribuinte desistiu parcialmente do recurso interposto, relativamente ao período cuja decadência não foi declarada em primeira instância, para fins de adesão do débito (não decaído) ao parcelamento oriundo da Lei n° 11.941/2009. 3. Sendo assim, o contribuinte teve consolidado no REFIS a integralidade do débito em questão, e vem recolhendo as parcelas devidas, incluindo os valores deste débito cuja decadência já foi reconhecida em primeira instância, e não foi alvo de seu pedido de desistência. 4. Em consulta, perante a Recita Federal do Brasil, o contribuinte foi informado de que, somente após análise do recurso e do pedido de desistência parcial pelo CARF é que será possível a consolidação efetiva dos débitos correlatos ao presente processo administrativo tributário no REFIS da Lei 11.941/2009. 5. Em razão do exposto, o contribuinte vem à presença de Vossa Excelência, requerer que seja determinada a prioridade na distribuição e no sorteio do recurso, sendo efetuados imediatamente, em razão dos danos que o contribuinte pode sofrer, em razão da demora motivada pelo excesso de recursos que assolam este Colando Tribunal Administrativo. ” É o relatório. Voto Vencido Conselheira Tatiana Midori Migiyama Relatora Depreendendose da análise do Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra Acórdão da CSRF 0105.992, entendo que devo conhecêlo, eis que Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 255 5 observados os pressupostos para a admissibilidade do r. recurso. O que concordo com a manifestação dada em Despacho às fls. 227/229. Eis que no cotejo do acórdão recorrido e do indicado como paradigma, constatouse a divergência, vez que, embora o acórdão recorrido e o paradigma digam respeito a tributos diferentes, a matéria abordada em ambos é o início da contagem do prazo decadencial. O acórdão recorrido esposou entendimento de que sendo o tributo sujeito a lançamento por homologação, o direito de a Fazenda constituir o crédito tributário extinguese com o transcurso do prazo de cinco anos contados do fato gerador e sujeitase às regras contidas no art. 150, § 4º, do CTN, independente de ter havido ou não pagamento, ao passo que o paradigma entendeu que mesmo sendo tributo sujeito a lançamento por homologação, a regra aplicada depende de ter havido ou não pagamentos. O que, no caso apreciado pela turma, por não ter ocorrido pagamento antecipado, entendeu que, mesmo sendo tributo sujeito a lançamento por homologação, este sujeitarseia às regras do artigo 173, inciso I, e não às do art. 150, § 4º, do CTN. Ventiladas tais considerações, passo a analisar o cerne da lide – qual seja, o prazo decadencial para a constituição de crédito tributário referente à CSLL. Primeiramente, importante trazer que o tema abrangente do prazo – se aplicável os dez anos ou cinco anos, à época, foi amplamente debatido no CARF. Não obstante, em virtude da Súmula Vinculante nº 08 do STF, houve clarificação dessa questão, ao afastar o art. 45 da Lei 8.212/1991. Restando, portanto, a priori, analisar se o termo inicial dos 5 anos previstos no CTN considera a da data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, § 4º ou o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado, nos termos do art. 173, inciso I. Quanto ao termo inicial de contagem do prazo fatal para a constituição do crédito tributário, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, temse que Fl. 255DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 256 6 tal matéria encontrase pacificada com o entendimento expressado no item 1 da ementa da decisão do STJ, na apreciação do REsp nº 973.333SC, apreciado na sistemática de recursos repetitivos: “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: I Em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN) ; I Nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN) ; b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). Vêse, então, que essa discussão não poderia mais ser apreciada no CARF, pois os Conselheiros, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733. O que, regra geral, para os casos “comuns”, a discussão acerca da contagem para o prazo decadencial não poderia mais ser apreciada no CARF, pois os Conselheiros, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733. O que, por conseguinte, se o STJ decidiu que o pagamento antecipado ou declaração de débito são relevantes para caracterizar o lançamento por homologação, seria importante discorrer se no presente caso ocorreu efetivamente o pagamento ou a declaração do tributo em discussão. Fl. 256DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 257 7 Sendo assim, depreendendose da análise dos autos, recordase que o Auto de Infração lavrado em 24.4.03 pretendeu a cobrança da CSLL, relativa aos períodos de apuração dos 1º, 2º e 3º trimestre de 1998. E é de se verificar que o sujeito passivo entregou as declarações – DIPJs com a apuração da CSLL e o valor da base negativa da CSLL utilizada para se compensar nas DIPS´s dos três trimestres em discussão, independentemente de não ter encontrado nos autos comprovação de pagamento. O que, por conseguinte, em vista da declaração, já aplicaria o art. 150, § 4º, do CTN, mantendo a decisão recorrida. Sendo assim, é de se aplicar para fins de contagem do prazo decadencial a regra preceituada no art. 150, § 4º, do CTN, por ter havido declaração pelo sujeito passivo. Em vista do exposto, voto por conhecer o Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional e negarlhe provimento. É como voto. Tatiana Midori Migiyama Fl. 257DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 258 8 Voto Vencedor Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior Redator designado Com a devida vênia ao posicionamento esposado pela Relatora, ouso discordar quanto ao mérito do Recurso Especial de iniciativa da Fazenda Nacional. Também acedo aqui, para fins do deslinde da questão, inicialmente, á vinculação deste CARF às decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça quando submetidas ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015: RICARF Art. 62. (...) (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, ainda que se admita que a questão relativa à contagem do prazo decadencial é bastante tormentosa (daí a adoção de diversas interpretações relativas à matéria no âmbito deste Conselho), de se reconhecer que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, recentemente pacificou, sob a sistemática de recursos repetitivos, o entendimento no sentido de que a regra do art. 173, I, do CTN, deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo não antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação e inexista declaração prévia do débito. Reproduzse, a seguir, a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (Proc. 2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, devidamente submetido à sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil, sendo, assim, referido decisum, repitase, de observância obrigatória neste CARF, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015. Reza a decisão : PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 258DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 259 9 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Desta forma, ao adentrar o mérito da questão, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733/SC supra, no sentido de que, quando houver previsão legal de pagamento antecipado, a regra do art. 173, I, do CTN, deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo não antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação e inexista declaração prévia do débito. Fl. 259DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 260 10 Assim, no caso em questão, uma vez afastada a hipótese de dolo, fraude ou simulação, devese se verificar se há pagamento realizado pelo contribuinte para os tributos objeto de lançamento, de forma a se concluir pela correção da aplicação ou não do art. 173, I, do CTN, para fins contagem do prazo decadencial. Quanto à declaração prévia do débito : a) Com a devida vênia a alguns Conselheiros deste CARF, em especial à nobre relatora, não comungo do entendimento que estabelece a possibilidade da declaração supracitada, ainda que confissão de dívida seja, mas sem a comprovação da existência de qualquer recolhimento e/ou depósito judicial não levantado, caracterizar pagamento antecipado para fins de contagem do prazo decadencial. Tratamse de institutos completamente diversos juridicamente (a declaração, nas hipóteses em que representa confissão de dívida, encontrase vinculada à etapa de constituição do crédito tributário, enquanto que o pagamento, a meu ver sinônimo de recolhimento e/ou depósito judicial não levantado, opera na etapa de sua extinção, não havendo, a meu ver, que se falar de homologação sem que se atinja esta última etapa). b) Ainda, entendo que a melhor leitura da ementa do Recurso Repetitivo citado, pode ser encontrada nos perfeitos esclarecimentos de natureza lógica realizados pelo Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, no âmbito do Acórdão 990000.275, deste mesmo Pleno, datado de 07/12/2011, verbis; (...) Esclarecimentos quanto ao Item “1” da Ementa do REsp Logo de início, fazse necessário esclarecer o sentido e alcance do disposto no item “1” da ementa antes reproduzida “1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Para corretamente entender a complexa afirmação do item “1” é necessário apresentála na forma de implicação lógica: SE não houver previsão legal de pagamento antecipado da exação OU SE houver previsão legal de pagamento antecipado E não existir pagamento E não for constatado dolo, fraude ou simulação E não existir declaração prévia do débito ENTÃO o prazo decadencial é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado Fl. 260DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 261 11 Esclareçase que, em se tratando de implicações lógicas, se o antecedente ocorrer no mundo fenomênico, necessariamente o conseqüente deverá ocorrer. Vale dizer: (A) a inexistência de previsão legal de pagamento antecipado ou; (B) ainda, (i) a previsão legal de pagamento antecipado juntamente com (ii) a inexistência do pagamento, (iii) com a não constatação de dolo fraude ou simulação e (iv) com a inexistência de declaração prévia do débito; são condições suficientes para que (C) o prazo decadencial seja contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Em hipótese alguma poderá acontecer de, ocorrendo o antecedente (A ou B acima), não ser aplicável o conseqüente (C acima). Entretanto, caso o antecedente não ocorra, o conseqüente pode ou não ocorrer. Essa é uma regra básica de lógica dedutiva e facilmente verificável ao caso, pois: existindo previsão legal de pagamento antecipado com a inexistência de pagamento, porém com constatação de dolo, fraude ou simulação e com inexistência de declaração prévia do débito, sabemos que o prazo decadencial também é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Pior, ainda, é o equívoco em concluir – apressadamente – que se o antecedente não ocorrer, o conseqüente seria necessariamente a contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador. Ora, no item “1” não há qualquer menção à contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador, podendo o conseqüente lógico ser qualquer outro. Inclusive, já vimos, no parágrafo acima, que em situações diversas daquela descrita como condição antecedente, o conseqüente lógico pode ser o mesmo. Com esses esclarecimentos, podemos enfrentar agora a situação em que (a) há previsão legal de pagamento antecipado, (b) não há pagamento, (c) não há constatação de dolo, fraude ou simulação, porém, (d) existe declaração prévia do débito a ser lançado. Nesse caso, de acordo com o item “1” da ementa do RESP n° 973.733 – SC, não é necessário que se conte o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Isso, por uma questão muito simples: a declaração a que se refere o item sob comento é aquela que tem a natureza de confissão de dívida e, com o débito confessado, é despiciendo qualquer lançamento, posto que ele pode ser imediatamente executado e, com essa declaração, iniciase o prazo prescricional de cobrança. Totalmente equivocado é tentar concluir que, não sendo necessário que o prazo decadencial se conte a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia Fl. 261DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 262 12 ser efetuado, aplicarseia como termo inicial da contagem do prazo decadencial o fato gerador. Maior confusão ainda é a de, frente à situação em que há declaração apenas parcial do débito, sem qualquer recolhimento, não aplicar como termo inicial da contagem do prazo decadencial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Nessa situação, temos totalmente atendido o antecedente lógico (a) há previsão legal de pagamento antecipado, (b) não há pagamento, (c) não há constatação de dolo, fraude ou simulação e (d) não existe declaração prévia do débito a ser lançado. Assim, ocorrendo a condição antecedente lógica, é necessária a aplicação do conseqüente, com a contagem do prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. (...)" c) De se notar, também, que o entendimento acima alinhase perfeitamente com minha leitura do teor das Súmulas STJ nos. 436 e 555, que, a meu ver, estabelecem que o lançamento de débitos declarados (confessados) é ato despiciendo, mas não vedado. Assim, com a devida vênia a posicionamentos em contrário, não considero que a existência de débitos declarados (confessados), quando da inexistência de prova de recolhimento ou depósito judicial não levantado de qualquer monta, possa ser utilizada para fins de que se conclua pela utilização do art. 150, §4o. do CTN, em detrimento do art. 173, I do mesmo diploma, quando da contagem do prazo decadencial. Entendo, em verdade, a propósito, que a possibilidade de ocorrência de atividade homologatória pelo Fisco e da contagem pelo art. 150, §4o. do CTN está necessariamente atrelada à ocorrência de antecipação de pagamento (recolhimento ou depósito judicial não levantado), em linha com o disposto no caput do referido artigo. Feita tal digressão e, agora, atendome ao caso em questão, faço notar que permanecem em litígio somente os fatos geradores ocorridos no 1o. trimestre de 1998. Destarte, quanto à tal trimestre, devese buscar caracterizar se houve ou não pagamento antecipado para o fato gerador objeto de tributação, de forma a que se possa concluir pela forma de contagem a ser aplicada para fins de cômputo do prazo decadencial. A propósito, verifico que não há qualquer evidência de que tenha havido montante recolhido ou depositado não levantado de CSLL para o trimestre em litígio (vide efls. 03 a 08), sendo, desta forma, de se aplicar a contagem do prazo decadencial estabelecida na forma do art. 173, I do CTN. Ou seja, diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional, uma vez que constatada a inexistência de pagamento antecipado, a fim de que a contagem do prazo decadencial se dê consoante o art. 173, I do CTN, afastada a preliminar de decadência para o 1o. trimestre de 1998. Não há que se falar em retorno à instância a quo, uma vez tendo sido esgotadas as questões de mérito no âmbito do Acórdão 10516.275, de efls. 158 e ss. Fl. 262DF CARF MF Processo nº 10882.001082/200336 Acórdão n.º 9900001.004 CSRFPL Fl. 263 13 È como voto. Heitor de Souza Lima Junior Fl. 263DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13884.004544/99-25
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 23 00:00:00 UTC 2006
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Retifica-se o Acórdão nº 301-31.212 para sanar a contradição relativa ao corpo da Ementa que constou erroneamente: Recurso Voluntário Desprovido, sendo que o correto é Recurso Voluntário Provido.
EMBARGOS PROVIDOS
Numero da decisão: 301-31.212
Decisão: DECIDEM os Membros da Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, acolher e dar provimento aos embargos de declaração, para retificar a ementa, mantida a decisão prolatada, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: Carlos Henrique Klaser Filho
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Numero do processo: 10920.000441/2001-72
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 11 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1995
EMBARGOS. CONTRADIÇÃO. RESULTADO DE JULGAMENTO
Contradição endógena ao resultado do julgamento consignada na folha de rosto do acórdão em relação à fundamentação do voto gera a necessidade de saneamento como consequência lógica ou necessária para a supressão do equívoco.
Numero da decisão: 9900-001.024
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, re-ratificando o Acórdão nº 9900-001.005, de 15/12/2016, sanar a contradição apontada, mantendo inalterado o resultado do julgamento.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (suplente convocado), Valcir Gassen (suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello, Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: Relator
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CONTRADIÇÃO. RESULTADO DE JULGAMENTO Contradição endógena ao resultado do julgamento consignada na folha de rosto do acórdão em relação à fundamentação do voto gera a necessidade de saneamento como consequência lógica ou necessária para a supressão do equívoco. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração para, reratificando o Acórdão nº 9900 001.005, de 15/12/2016, sanar a contradição apontada, mantendo inalterado o resultado do julgamento. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 04 41 /2 00 1- 72 Fl. 882DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (suplente convocado), Valcir Gassen (suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello, Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pelo ilustre Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, redator designado pelo voto vencedor do acórdão 9900001.005, objeto de julgamento do Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 910100.138 da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF. Em relação ao acórdão 910100.138, recordase que a 1ª Turma da CSRF havia, por unanimidade de votos, negado provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, consignando a seguinte ementa: “Ementa: IRPJ DECADÊNCIA A ausência ou insuficiência de recolhimento não desnatura o lançamento, pois o que se homologa é a atividade exercida pelo sujeito passivo, da qual pode resultar ou não crédito tributário devido. Em razão da natureza e modalidade originária de apuração, para o IRPJ aplicase a regra decadencial prevista no § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional, salvo na ocorrência de dolo fraude ou simulação, quando o dies a quo do prazo deslocase do fato gerador para o primeiro dia do exercício seguinte àquele no qual o lançamento poderia ser realizado (artigo 173, inciso I do CTN). ” Insatisfeita com essa decisão, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Extraordinário contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, em síntese, que o entendimento jurisprudencial em que se fundamenta o presente recurso, e que foi recentemente firmado Fl. 883DF CARF MF Processo nº 10920.000441/200172 Acórdão n.º 9900001.024 CSRFPL Fl. 879 3 pelo STJ, é no sentido de que, não havendo recolhimento antecipado do tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do respectivo crédito tributário regerseá pelo disposto no art. 173,1, do CTN, e não pelo art. 150, § 4º, do mesmo diploma legal. Em sessão plenária de 15.12.2016, o Colegiado, por maioria de votos, deu provimento ao recurso extraordinário, consignando a seguinte ementa: “Exercício: 1995 DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN, APENAS QUANDO EXISTIR PAGAMENTO PARCIAL. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação. No caso em questão, não há evidência de ter ocorrido recolhimento a título de antecipação da contribuição referente aos trimestres em litígio. Assim, aplicável a regra do art. 173, I, do CTN. Decisão: por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior.” Considerando a decisão formalizada no acórdão e decisum, foram opostos Embargos de Declaração apreciados em Despacho às fls. 868 a 869, transcrito em parte: “[...] A propósito, notase nítida contradição a ser sanada na decisão, constante da ata da sessão e reproduzida no Acórdão formalizado, uma vez que o voto vencedor foi no sentido de que "Retornemse os autos à instância a Fl. 884DF CARF MF 4 quo para apreciação das demais matérias constantes do Recurso Especial, uma vez que a decadência sob análise foi reconhecida pela 1a. Turma da CSRF a partir de argumento levantado em Tribuna pelo patrono da recorrente (vide voto de fls. 778/779)" Já o decisum reproduzido em ata e formalizado no Acórdão recorrido registra "(...) darlhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem. (...)" Caracterizada, assim, clara contradição entre o voto vencedor e a decisão formalizada no Acórdão. Diante do exposto, proponho os presentes embargos, a fim de que o Recurso Extraordinário sofra nova apreciação por parte deste Colegiado, por conter o Acórdão vergastado clara contradição entre a decisão constante do Acórdão e seus fundamentos, a ser sanada mediante a prolação de novo Acórdão. [...]” É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama, relatora. Depreendendose da análise dos embargos de declaração opostos pelo ilustre conselheiro, devese conhecêlos, considerando clara evidência da contradição apontada em Despacho de Admissibilidade dos Embargos. Como relatado, vêse que o Colegiado, em sessão plenária, entendeu, por maioria de votos, pela aplicação do art. 173, inciso I, do CTN para a contagem do prazo decadencial, considerando a especificidade desse processo. Considerando tal decisão, analisando o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional (há o mérito que não foi apreciado na CSRF, considerando que o Colegiado aplicou o art. 150, § 4º do CTN), devese sanar tal contradição, acolhendo os embargos de declaração sem efeitos infringente para retificar a decisão, conforme segue: · De: Fl. 885DF CARF MF Processo nº 10920.000441/200172 Acórdão n.º 9900001.024 CSRFPL Fl. 880 5 “por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. · Para: “por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, com retorno ao Colegiado a quo para apreciação das demais matérias trazidas em Recurso Especial, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Gerson Macedo Guerra, Ana Paula Fernandes, Vanessa Marini Cecconello e Érika Costa Camargo Autran, que lhe negaram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. Com tal retificação, não haverá mais contradição com a conclusão trazida no voto vencedor do acórdão do Recurso Extraordinário: Fl. 886DF CARF MF 6 “Retornemse os autos à instância a quo para apreciação das demais matérias constantes do Recurso Especial, uma vez que a decadência sob análise foi reconhecida pela 1a. Turma da CSRF a partir de argumento levantado em Tribuna pelo patrono da recorrente (vide voto de fls. 778/779)" Em vista do exposto, voto por conhecer e acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, sanando o vício apontado, nos termos já descritos. É como voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 887DF CARF MF
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Numero do processo: 10820.000826/00-61
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/1988 a 31/10/1995
FINSOCIAL. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543-B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005.
Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador.
Pela aplicação da Sumula CARF n° 91, ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
No caso, como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado exatamente em 31/08/2000, relativo a períodos de apuração entre 01/08/1990 e 31/03/1992, e considerando que o fato gerador do FINSOCIAL se dá ao final de cada mês, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos concomitantemente/após a data de 31/08/1990.
Recurso Extraordinário Negado.
Numero da decisão: 9900-000.973
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional, re-ratificando o acórdão embargado, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Possas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza, Rodrigo da Costa Possas
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005. Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador. Pela aplicação da Sumula CARF n° 91, ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. No caso, como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado exatamente em 31/08/2000, relativo a períodos de apuração entre 01/08/1990 e 31/03/1992, e considerando que o fato gerador do FINSOCIAL se dá ao final de cada mês, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos concomitantemente/após a data de 31/08/1990. Recurso Extraordinário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 00 08 26 /0 0- 61 Fl. 374DF CARF MF Processo nº 10820.000826/0061 Acórdão n.º 9900000.973 CSRFPL Fl. 358 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional, reratificando o acórdão embargado, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Possas – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza, Rodrigo da Costa Possas Relatório Os presentes Embargos de Declaração tratam de pedido de análise de contradição motivado pela Fazenda Nacional face ao acórdão 9900000.617, proferido Pleno do Conselho Superior de Recursos Fiscais CSRF. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Extraordinário contra acórdão proferido pela Colenda Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, às fls. 320/327, que, por maioria, negou provimento ao recurso especial, considerando devida a contagem do prazo decadencial para pleitear a repetição de indébito a partir da data da norma que foi declarada inconstitucional, no caso, a Resolução do Senado Federal nº 49, de 9 de outubro de 1995. Às fls. 361/369, o Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em 29/08/2012, NEGOU PROVIMENTO ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional, restando assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/1988 a 31/10/1995 PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS “CINCO MAIS CINCO”. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Fl. 375DF CARF MF Processo nº 10820.000826/0061 Acórdão n.º 9900000.973 CSRFPL Fl. 359 3 Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu, quanto ao prazo para pedido de restituição de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a chamada tese dos “cinco mais cinco” (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009). DIREITO TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. DESCABIMENTO. VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACATIO LEGIS. APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL PELO STF. O Supremo Tribunal Federal, ao seu turno, declarou a inconstitucionalidade do artigo 4º, segunda parte, da Lei Complementar nº 118/2005, considerando válida a aplicação do novo prazo de 5 anos para restituição tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. (RE 566621, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, DJe195 DIVULG 10/10/2011). Recurso Extraordinário Negado. Às fls. 370/372, a Fazenda Nacional interpôs Embargos de Declaração, alegando contradição no julgamento do Pleno do CSRF, tendo em vista que nem todos os períodos de apuração englobados no pedido de restituição do contribuinte seriam passíveis de deferimento, uma vez que parte deles teria sido alcançada pela decadência, nos termos da "tese dos einco+einco". Via de consequência, a conclusão mais correta, s.m.j., seria a dc dar parcial provimento ao recurso da Fazenda Nacional para declarar a decadência do direito de pedir a restituição em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 31/05/1990. Assim, arguiu que o aresto embargado merece ser sanado, no que tange ã contradição apontada, qual seja, a de que, mesmo aplicandose a "tese dos cinco+cinco", parte dos períodos englobados no pedido de restituição do contribuinte estariam alcançados pela decadência. Conforme Despacho à fl. 373, os Embargos de Declaração restaram admitidos, verificandose aparente contradição no acórdão em relação aos fatos ocorridos antes de 31/05/1990, eis que estariam alcançados pela decadência, merecendo ser reapreciado pelo colegiado julgador. O acórdão embargado, ao analisar o Recurso Extraordinário da PFN, Fl. 376DF CARF MF Processo nº 10820.000826/0061 Acórdão n.º 9900000.973 CSRFPL Fl. 360 4 concluiu pela aplicação da tese dos cinco + cinco, dado que o pedido de restituição formulado pelo contribuinte foi protocolizado em 31/05/2000, ou seja, antes da entrada em vigor da Lei Complementar nº 118/2005, sendo contado o prazo decadencial a partir do fato gerador. Vieram os autos conclusos para decisão. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora Os Embargos de Declaração opostos são tempestivos e atendem aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, devem ser conhecidos. Conforme entendimento do Poder Judiciário, nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a Fazenda possui prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, para homologar o pagamento antecipado realizado pelo sujeito passivo (prazo decadencial). Em havendo o silencio da Fazenda Nacional, ocorre a homologação tácita do lançamento e consequente extinção do crédito tributário em referido período. Já o prazo para o contribuinte exercer seu direito de pleitear a restituição dos tributos indevidamente pagos é de cinco anos, contados da extinção do crédito tributário, de acordo com o artigo 168, I, do CTN. Portanto, no caso de tributos cujo lançamento ocorre pela modalidade homologação, no silencio do fisco no prazo de 05 anos contados do fato gerador, operase a extinção do crédito, fazendo nascer para o contribuinte o direito à pleitear a restituição de eventual valor pago indevidamente. O STJ, no julgamento do RESP 1.002.932 sob o rito do artigo 543C, §7º, do CPC, em 25/11/2009 asseverou que o prazo prescricional para a repetição ou compensação dos tributos sujeitos a lançamento por homologação começa a fluir decorridos 05 anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um quinquênio computado desde o termo final do prazo atribuído ao Fisco para verificar o quantum devido a título de tributo. O STF, no julgamento do RE 566.621 sob o rito do artigo 543B, §3º, do CPC, em 04/08/2011, reconhecendo a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º, da Lei Complementar 118/05, entendeu válida a aplicação do novo prazo de 05 anos para apenas as ações ajuizadas após o prazo de vacatio legis de 120 da publicação da referida Lei, ou seja, a partir de 09/06/2005. No julgamento da decisão ora Embargada a Turma se manifestou com base no julgamento do STJ retro mencionado. Logo, a contagem do prazo decadencial/prescricional deveria seguir o entendimento aqui exposto, iniciandose na ocorrência do fato gerador. Entretanto, seguindo essa linha de entendimento a conclusão deveria ser pelo parcial provimento, para reconhecer a prescrição do direito do contribuinte em relação ao Fl. 377DF CARF MF Processo nº 10820.000826/0061 Acórdão n.º 9900000.973 CSRFPL Fl. 361 5 período de apuração 04/1990, tendo em vista que o protocolo do pedido de restituição ocorreu apenas em 31/05/2000. Assim sendo, voto por DAR provimento aos Embargos, para reconhecer haver contradição na decisão embargada, devendo o dispositivo ser alterado para dar parcial provimento ao recurso da Fazenda Nacional para declarar a decadência do direito de pedir a restituição em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 31/05/1990. Diante do exposto voto por conhecer e acolher os Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional, reratificando o acórdão embargado, com efeitos infringentes, nos termos acima propostos. É o voto. (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Fl. 378DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13678.000184/2001-86
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 27 00:00:00 UTC 2007
Ementa: IPI. RESSARCIMENTO. LEI N° 9.779/99. O aproveitamento
dos créditos do IPI incidentes sobre a fabricação de produtos
somente é possível uma vez devidamente comprovada que os
referidos insumos se constituem em matérias-primas, materiais
de embalagem ou produtos intermediários conforme prescreve a
legislação.
TAXA SELIC. Incidindo a Taxa SELIC sobre a restituição, nos
termos do art. 39, § 4° da Lei n° 9.250/95, a partir de 01.01.96,
sendo o ressarcimento uma espécie do gênero restituição,
conforme entendimento da Câmara Superior de Recurso Fiscais
no Acórdão CSRF/02-0.708, de 04.06.98, além do que, tendo o
Decreto n° 2.138197 tratado restituição o ressarcimento da
mesma maneira, a referida Taxa incidirá, também, sobre o
ressarcimento.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 203-11.902
Decisão: ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Segundo Conselho de
Contribuintes, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso apenas quanto à atualização monetária (Selic), admitindo -a a partir da data de protocolização do pedido de
ressarcimento. Vencidos os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho e Antonio Bezerra Neto.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: Dalton Cesar Cordeiro de Miranda
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ementa_s : IPI. RESSARCIMENTO. LEI N° 9.779/99. O aproveitamento dos créditos do IPI incidentes sobre a fabricação de produtos somente é possível uma vez devidamente comprovada que os referidos insumos se constituem em matérias-primas, materiais de embalagem ou produtos intermediários conforme prescreve a legislação. TAXA SELIC. Incidindo a Taxa SELIC sobre a restituição, nos termos do art. 39, § 4° da Lei n° 9.250/95, a partir de 01.01.96, sendo o ressarcimento uma espécie do gênero restituição, conforme entendimento da Câmara Superior de Recurso Fiscais no Acórdão CSRF/02-0.708, de 04.06.98, além do que, tendo o Decreto n° 2.138197 tratado restituição o ressarcimento da mesma maneira, a referida Taxa incidirá, também, sobre o ressarcimento. Recurso provido em parte.
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Numero do processo: 10675.003550/2002-71
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 09 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 21 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 1995, 1996, 1997, 1998, 1999
MULTA. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO.
Responde o sucessor pela multa de natureza fiscal. O direito dos contribuintes às mudanças societárias não pode servir de instrumento à liberação de quaisquer ônus fiscais (inclusive penalidades), ainda mais quando a incorporadora conhecia perfeitamente o passivo da incorporada.
Recurso Extraordinário Negado
Numero da decisão: 9900-000.843
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso extraordinário. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Karen Jureidini Dias, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Rodrigo Cardozo Miranda, Maria Teresa Martínez López e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Declaram-se impedidos de votar os Conselheiros José Ricardo da Silva, João Carlos de Lima Júnior e Susy Gomes Hoffmann. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Jorge Celso Freire da Silva.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Henrique Pinheiro Torres - Redator ad hoc
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Júnior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos, Francisco Maurício Rebelo de Albuquerque Silva, Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Nome do relator: Relator
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RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. Responde o sucessor pela multa de natureza fiscal. O direito dos contribuintes às mudanças societárias não pode servir de instrumento à liberação de quaisquer ônus fiscais (inclusive penalidades), ainda mais quando a incorporadora conhecia perfeitamente o passivo da incorporada. Recurso Extraordinário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso extraordinário. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Karen Jureidini Dias, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Rodrigo Cardozo Miranda, Maria Teresa Martínez López e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Declaramse impedidos de votar os Conselheiros José Ricardo da Silva, João Carlos de Lima Júnior e Susy Gomes Hoffmann. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Jorge Celso Freire da Silva. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Henrique Pinheiro Torres Redator ad hoc AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 00 35 50 /2 00 2- 71 Fl. 705DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 706 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Júnior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos, Francisco Maurício Rebelo de Albuquerque Silva, Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Nos termos do art. 17, III1, do RICARF, o Senhor Presidente deste Colegiado nomeoume redator ad hoc para formalizar o presente acórdão, tendo em vista que a relatora originária, Nanci Gama, e o redator designado, Conselheiro Jorge Celso Freire da Silva, deixaram de integrar o Colegiado antes da formalização do acórdão. Cuidase de recurso extraordinário da contribuinte em face do Acórdão CSRF/0202.396, proferido pela Colenda Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que negou provimento ao recurso especial por ela interposto para afastar a decadência da exigência da Cofins, por entender ser de dez anos o prazo para a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário referente às contribuições sociais, com fundamento no art. 45 da Lei nº 8.212/91, e para considerar devida a multa de ofício aplicada à empresa incorporadora em relação à infração praticada antes da incorporação. O extraordinário da contribuinte foi admitido nos termos do despacho de fls. 639/641, datado de 28/8/2008. Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões ao recurso extraordinário às fls. 643/651, nas quais requer seja negado provimento ao recurso extraordinário, para manter os termos do acórdão recorrido. Em 11/9/2009 foi proferido novo despacho (fls. 654/655) para considerar inócuo o recurso extraordinário do sujeito passivo no que se refere ao prazo decadencial da exigência da Cofins frente à Súmula Vinculante nº 8, do Supremo Tribunal Federal, aprovada na sessão plenária de 11/6/2008, que dispõe: "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5° do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário ". Assim, os autos foram encaminhados à Procuradoria da Fazenda Nacional, que os devolveu a este Conselho apenas com ciência. 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou ñão mais componha o colegiado; Fl. 706DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 707 3 Após o retorno, o processo foi sorteado à Conselheira Nanci Gama e incluído na pauta do Pleno de 2011. A Relatora, Conselheira Nanci Gama, solicitou a retirada de pauta do processo e apresentou despacho de fls. 669/670, em que consta o seguinte: Faço referência ao despacho de fls. 643/644, por meio do qual V. Sa. considerou que a parte do recurso extraordinário do contribuinte relativa à decadência teria se tornado inócua frente à aprovação da Súmula Vinculante n° 08/2008, a qual declarou inconstitucional o artigo 45 da Lei 8.212/91, que previa o prazo decadencial de 10 (dez) anos para a fiscalização constituir o crédito tributário da COFINS. Em decorrência de referida aprovação, V. Sa. entendeu que o acórdão recorrido não poderia prevalecer nessa parte tendo em vista que a COFINS "não se sujeita ao prazo decadencial estabelecido no referido artigo, mas ao disposto no §4° do artigo 150 do CTN”. Ocorre que, após referido despacho, por sua vez prolatado em 11/09/2009, foi publicado, em 18/09/2009, o acórdão do Superior Tribunal de Justiça proferido nos autos do recurso especial representativo de controvérsia de n° 973.733, por meio do qual foi entendido que os tributos sujeitos a lançamento por homologação, como é o caso da COFINS, poderão estar sujeitos ao prazo decadencial previsto no artigo 150, §4° do CTN, quando tiver sido realizado pagamento antecipado do tributo, ou àquele previsto no artigo 173, I do CTN, quando não tiver sido realizado pagamento antecipado do tributo. Considerando que essa análise sobre a eventual realização do pagamento antecipado da COFINS não foi realizada nem mencionada no despacho de fls. 643/644, submeto à consideração de V. Sa. a pertinência de se reconsiderar referido despacho para que seja admitido o recurso extraordinário do contribuinte também no que se refere à decadência segundo a decisão do Superior Tribunal de Justiça acima mencionada. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Redator ad hoc O recurso é tempestivo e demonstrou o dissídio jurisprudencial com decisões de outra turma da CSRF, que decidiu a matéria de forma contrária à do acórdão recorrido. A teor do relatado, a matéria posta em debate referese à multa de ofício aplicada à empresa incorporadora em relação à infração praticada antes da incorporação. Exclusivamente para o fim de formalizar o voto vencido acerca da multa de ofício aplicada à empresa sucessora, adoto como razões de decidir o fundamento do Acórdão nº Fl. 707DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 708 4 CSRF01.04.406, que serviu de paradigma para a interposição de recurso extraordinário pela contribuinte: Somente a lei de forma inequívoca pode transferir responsabilidades tributárias da sucedida para a sucessora, dada a incontestável autonomia das pessoas jurídicas. É o que fez o art. 132 do Código Tributário Nacional (CTN), ao dispor: Art. 132 A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. (negritei) Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Não se discute nos autos a ocorrência de incorporação realizada com observância da legislação pertinente. Logo, houve incorporação. E a norma complementar específica que trata dos efeitos da incorporação é sem dúvida o art. 132, sendo a lei de clareza meridiana. E a responsabilidade que ela transfere também, ou seja, os tributos devidos. Ora, o termo tributo é incompatível com multa, até por definição legal, consoante se observa do art. 30 do CTN: "Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (negritei) Não posso acolher o entendimento de que o art. 129, do CTN, que introniza a Seção II Responsabilidade dos Sucessores daria respaldo ao lançamento de multa fiscal à sucessora, após a incorporação. Confirase o texto dessa norma: Art. 129 O disposto nesta Seção aplicase por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. O exame conjunto desses dois dispositivos não autoriza a conclusão de que a responsabilidade do sucessor compreenda necessariamente imposto e multa. A multa somente se transfere ao sucessor quando já tiver sido lançada porque, aí, integrava o passivo da empresa, na data da incorporação, e, assim, já configurava a existência de um crédito tributário. O art. 129 trata a matéria de forma geral e o art. 132 é específico para os Fl. 708DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 709 5 casos de fusão, transformação ou incorporação, e ao fazêlo limita expressamente a responsabilidade aos tributos até a data desses atos. Afastando qualquer dúvida a respeito, a lei ordinária expressamente determina que a transferência de responsabilidade restringese a tributos. Com efeito, diz o art. 5° do Decretolei n° 1.598/77: "Art. 5º Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas: I ...................................." omissis"...............................................; III – a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida: (Negritei) Mais não fora, a lei ordinária foi muito clara quantos a esses limites, como ensina Bulhões Pedreira "in" Imposto Sobre a Renda – Pessoas Jurídicas, Justec Editora Ltda, 1979, Vol I, pág. 73. Entende esse autor que a responsabilidade na sucessão dáse apenas em relação aos tributos. Embora o art. 129 do CTN autorizaria a conclusão de que tanto os tributos quantos as penalidades pecuniárias seriam sucedidas, os arts. 130 a 133 do CTN e o art. 5° do Decretolei n° 1.598/77, ao regularem as diversas hipóteses de sucessão, referemse exclusivamente a tributos, compreensiva apenas dos juros de mora e da correção monetária. Essa orientação do legislador de limitar a responsabilidade apenas aos tributos, contidos no referido art. 132, não ocorreu por descuido ou erro. Já estava contida no Anteprojeto que resultou no Código Tributário Nacional, explicitada dentro do próprio texto do dispositivo e não apenas por estar inserta no capítulo da sucessão tributária. No art. 244 do referido Anteprojeto, a matéria era assim tratada: "Art. 244. Considerase sucessora para efeito de responsabilidade pessoal, por todos tributos devidos até a data do ato pela pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação ou transformação de outra em outra, quaisquer que sejam a espécie, forma jurídica, firma, razão social, denominação e objeto social das pessoas jurídicas respectivamente sucedida e sucessora." (negritei) E no Projeto de Lei n° 4.934, de 1954, publicado no Diário do Congresso de 07/09/54, e transcrito na obra de Armando Souza Diniz intitulada "Código Tributários Alemão, Mexicano e Brasileiro", a matéria era tratada da seguinte forma: "Art. 168 – A pessoa jurídica de direito privado que resultar da fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra considerase sucessora, para efeito de responsabilidade pessoal por todos os tributos devidos até a data do ato pela pessoa jurídica de direito privado sucedida, quaisquer que sejam a Fl. 709DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 710 6 espécie, forma jurídica, razão social, denominação e objeto das pessoas jurídicas respectivamente sucedida e sucessora." (negritei) Este tratamento já vinha do Decretolei n° 5.844, de 23/09/43 que, no Capítulo da Liquidação, Extinção e Sucessão das Pessoas Jurídicas, estabelecia: "Art. 54 — Ressalvado o disposto no § 1° do art. 33, o imposto continuará a ser pago como se não houvesse alteração nas firmas ou sociedades nos casos de: a) sucessão, na forma da legislação em vigor; b) incorporação de uma firma ou sociedade em outra de qualquer espécie: c) continuação da atividade explorada pela sociedade ou firma extinta, por qualquer sócio remanescente ou pelo espólio, sob a mesma ou nova razão social, ou firma individual." (negritei) Daí se infere que o legislador pátrio sempre adotou o entendimento de que o sucessor somente responde pelos tributos da sucedida. (...) Não questiono que as multas punitivas tributárias transferemse para o sucessor, quando já integrarem o passivo da empresa sucedida, antes da sucessão. Vale dizer, que foram lançadas antes do ato sucessório, porque aí, sim, já configurava um passivo da pessoa jurídica e que, nessa qualidade se transfere ao sucessor. A pena tem que ser aplicada a quem praticou a infração que lhe deu causa, ou seja, à pessoa jurídica sucedida e não à pessoa jurídica sucessora. Daí, a jurisprudência administrativa entender que sua aplicação deve preceder ao ato sucessório para que a pessoa jurídica sucessora seja alcançada. Não se pode punir os sócios ou acionistas que têm personalidade jurídica distinta da pessoa jurídica pelas infrações por elas cometidas, ainda que estejam à frente dela, a não ser que tenham agido com dolo (CTN, art.137). Não há como sancionar um (sócio ou acionista) por outra (sociedade sucedida) como se pretende nos autos por não encontrar supedâneo nos arts. 132 e 133 do CTN, ou fora dele, como se vê do art. 5° do Decretolei n° 1.598/77. Descabe estender a lei tributária para punir situação nela não prevista, a pretexto de suprir lacuna da lei. O CTN, em seu art. 112 , concede ao contribuinte o benefício da dúvida na interpretação da lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades. (...) Fl. 710DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 711 7 Embora não concorde com esses fundamentos, este o voto vencido que me coube redigir. Henrique Pinheiro Torres Voto Vencedor Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Redator ad hoc Agora, a fim de formalizar o voto vencedor no tocante à responsabilidade da sucessora (incorporadora) por infrações fiscais cometidas pela sucedida, adoto aqui os fundamentos do acórdão recorrido, de nº 0202.396, de minha relatoria, que, por sua vez, adotou como razões de decidir o julgamento do recurso que deu origem ao Acórdão 302 32.717: Esta questão foi muito bem enfrentada por Marcus Vinícius Néder de Lima, no julgamento do Recurso que deu origem ao Acórdão 202.11.845, transcrito pela Conselheira Irene Souza da Trindade Torres no voto condutor do Acórdão n° que, em virtude da similitude com a questão aqui tratada, com os devidos agradecimentos aos ilustres conselheiros, peço licença para transcrever e adotar excertos do desse acórdão como minhas razões de decidir: Cuidase, também, da responsabilidade tributária da recorrente e sucessora por multas fiscais integrantes do passivo da empresa incorporada EUCATEX MADEIRA LTDA., por sua vez incorporadora da empresa EUCATEX FLORESTAL LTDA, cujo recolhimento de PIS está a se exigir neste processo. Pleiteia, a recorrente, a elisão das referidas penalidades, sob o argumento que o artigo 132 do Código Tributário Nacional referese tão somente à responsabilidade pelos tributos, sem mencionar os consectários. O tema responsabilidade tributária é tratado no Capítulo V do Código Tributário Nacional e a responsabilidade por sucessão, mais especificamente, na Seção II desse mesmo capítulo. A Seção traz, inicialmente, a regra geral, em seu artigo 129, que direciona a responsabilidade tributária aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos. Ressaltese, nesse passo, que o legislador, ao se referir à locução créditos tributários, cuja acepção técnica é bem definida em nosso ordenamento jurídico, não se reporta apenas ao tributo, alcança também a multa aplicada ao infrator da norma tributária. Corrobora tal entendimento o fato de o artigo 134, que regula as diversas hipóteses de responsabilidade de terceiros, ressalvar, em Fl. 711DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 712 8 seu parágrafo único, que as pessoas ali indicadas só respondem pelas multas de caráter moratório. Por argumento a contrário senso, podese inferir que o legislador, ao restringir a aplicação de multa moratória apenas para os casos ali elencados, manteve a regra geral prevista no artigo 129 para as demais hipóteses de responsabilidade por infração. No dizer de Carlos Maximiliano: "(.. ) quando a norma se refere à hipótese determinada, sob a forma de proposição normativa, e, em geral, quando estatui de matreira restritiva, limita claramente só a certo casos sua disposição, ou se inclui no campo do direito excepcional. Então se presume que, se uma hipótese é regulada de certa maneira, solução oposta caberá à hipótese contrária.” 2 Assim, em que pese a responsabilidade por incorporação de empresa, prevista no artigo 132, fazer referência tãosomente a tributos, sem mencionar penalidade, a interpretação desse dispositivo, a meu ver, deve ser feita sem se abstrair do contexto em que ele está inserido no Código. Estamos diante de ilícito de natureza fiscal, não se confundindo com o ilícito penal, este sim de índole personalíssima e, por conseqüência, não passa da pessoa do infrator. Para Zelmo Denari, "o ilícito penal é inconfundível com o fiscal. Em sua formação, o que mais conta é o elemento subjetivo que enucleia a noção de culpabilidade. Por isso a maior preocupação daquele que interpreta ou julga o fato delituoso é justamente conhecer a personalidade do infrator, aferindo a intensidade da sua culpa. Tão representativo é o componente intencional na formação do ilícito penal que jamais se discutiu sobre o caráter personalíssimo da sanção que lhe corresponde. Ora, nada disso imporia na configuração do ilícito fiscal. A começar que, para fixação da responsabilidade são desprezados todos os critérios subjetivos da conduta. Essa objetivação da responsabilidade foi acolhida pelo artigo 136 do Código Tributário Nacional, ao dispor que "a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato". Ademais, quem pratica o ilícito fiscal, na generalidade dos casos, é pessoa jurídica de direito privado e não pessoa física. Esta circunstância afasta, de pronto, todo o propósito de dosar a gravidade do ilícito fiscal em função da personalidade do agente. De resto, o ilícito fiscal costuma traduzir simples descumprimento de um dever administrativo relacionado com as atividades empresariais do contribuinte. Nada tem a ver com o ilícito penal. Do mesmo modo, nada tem a ver entre si as respectivas sanções: "a multa fiscal é somente uma punição de 2 Hermenêutica e Aplicação do Direito, 19il, pág. 297 Fl. 712DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 713 9 índole patrimonial que impõe um sofrimento econômico, jamais libertário, ao contribuinte.” 3 Além disso, a possibilidade de elisão da penalidade por mera alteração na estrutura societária da empresa é elemento indutor da prática de fraudes fiscais. José Eduardo Soares de Melo sustenta, nesse sentido, que: "O direito dos contribuintes às mudanças societárias tão pode servir de instrumento a liberação de quaisquer ônus, fiscais (inclusive penalidade), pois seria muito simples efetuar negócios, com o objetivo de acarretar o desaparecimento dos devedores originários, de quem nada se pode exigir.” 4 Nesse diapasão, a ilustre Ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, em recente decisão no Recurso Especial n° 32967 RS, DJ de 20 de março de 2000, assim se pronunciou sobre essa matéria, in verbis: "(...) Contudo, mesmo doutrinariamente, na atualidade, sinaliza se para prevalência da tese de que a responsabilidade dos sucessores estendese às multas, sejam elas moratórias ou punitivas, pelo fato de integrarem elas o passivo da empresa sucedida, conforme entendimento do Dr. Luiz Alberto Gurgel de Faria, em "Código Tributário Nacional Comentado', Editora Revista dos Tribunais: "A não ser assim, muitas fraudes poderiam existir simplesmente para alterara estrutura jurídica das empresas, fundindoas, transformandoas ou realizando incorporações para afastar aplicação de penalidades (.) a posição mais moderna se inclina para a continuidade das multas dá aplicadas) por ocasião da sucessão da empresa. (Obra citada, pág. 527)." Não fossem as razões exposta linhas acima suficientes para demonstrar a procedência da multa de oficio na empresa incorporadora, a ata sumária da assembléia geral extraordinária realizada em 30 de agosto de 2.002, cópia às fls. 213 a 219, põe, a meu ver, pá de cal na discussão, pois, conforme consta desse documento, a incorporadora era acionista controladora da incorporada, com participação superior a 99,99% das ações do capital dessa empresa, o que implica em dizer que todos os atos praticados pela incorporadora era, ao menos indiretamente, de responsabilidade da hoje incorporadora, a qual detinha o controle total da administração da incorporada. Diante disso, não consigo vislumbrar qualquer possibilidade de excluir a reclamante do pólo passivo da obrigação tributária ora em exame. Com base nesses fundamentos, o Colegiado, por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário da contribuinte. 3 Sucessão Tributária: Aspectos Críticos Justiça Tributária, 1º Congresso Internacional de Direito Trbutário, 1998, 868/869. 4 Curso de Direito Tributário, ed. Dialética, 1997, 1º ed. pág. 187. Fl. 713DF CARF MF Processo nº 10675.003550/200271 Acórdão n.º 9900000.843 CSRFPL Fl. 714 10 Este o voto que me coube redigir. Henrique Pinheiro Torres Fl. 714DF CARF MF
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Numero do processo: 10120.005727/99-11
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 21 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/1989 a 30/04/1992
FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ANTERIOR A 09/06/2015. JURISPRUDÊNCIA STF. RE 566.621/RS E SUMULA CARF 91.
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Recurso Extraordinário Provido.
Numero da decisão: 9900-001.002
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Possas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram do presente julgamento aos os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Possas.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO Recorrente FAZENDA NACIONAL Recorrida CERPAL COMÉRCIO DE FERROS LTDA ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/1989 a 30/04/1992 FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ANTERIOR A 09/06/2015. JURISPRUDÊNCIA STF. RE 566.621/RS E SUMULA CARF 91. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Recurso Extraordinário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Possas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 57 27 /9 9- 11 Fl. 383DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento aos os Conselheiros André Mendes de Moura, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Demetrius Nichele Macei, Heitor de Souza Lima Junior, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gerson Macedo Guerra, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Marcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza e Rodrigo da Costa Possas. Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra acórdão da Câmara Superior de nº 0305.307 que entendeu não estar prescrito o direito de o Contribuinte pedir a restituição/compensação de crédito originário de pagamentos de FINSOCIAL. No entendimento do Colegiado a quo o prazo prescricional seria de cinco anos contados da edição da Medida Provisória nº 1.110, que se deu em 31/08/95, primeiro ato emanado do Poder Executivo a reconhecer o caráter indevido do recolhimento tributo à alíquota superior a 0,5%. Considerando que o pedido de restituição foi protocolizado em 05/11/1999 e que se busca a repetição de valores pagos indevidamente no período de 08/1989 a 04/1992 não teria havido a perda do direito do Contribuinte. O acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 31/10/1989 a 30/04/1992 FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. O direito de pleitear o reconhecimento de crédito com o conseqüente pedido de restituição/compensação, perante a autoridade administrativa, de tributo pago em virtude de lei que tenha sido declarada inconstitucional, somente surge com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, em ação direta, ou com a suspensão, pelo Senado Federal, da lei declarada inconstitucional, na via indireta. Ante à inexistência de ato especifico do Senado Federal, o Parecer COSIT no 58, de 27/10/98, firmou entendimento de que o termo a quo para o pedido de restituição começa a contar a partir da edição da Medida Provisória no 1.110, em 31/08/95, primeiro ato emanado do Poder Executivo a reconhecer o caráter indevido do recolhimento do Finsocial à aliquota superior a 0,5%, expirando em 31/08/00. O pedido de restituição da contribuinte foi formulado em 05/11/99. Recurso Especial do Procurador Negado. No recurso extraordinário apresentado, a Fazenda Nacional, com base no entendimento fixado no RE 566.621 e no RESP 1.002.932 pede que seja reconhecida a decadência parcial do direito de restituição nos termos da Súmula CARF nº 91 que assim dispõe: ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no Fl. 384DF CARF MF Processo nº 10120.005727/9911 Acórdão n.º 9900001.002 CSRFPL Fl. 384 3 caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Em sede de contrarrazões o Contribuinte embora reconheça a aplicação da citada súmula rechaça a existência de decadência no presente caso. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora O Recurso Extraordinário interposto pela PGFN é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Conforme muito bem apontado pela Recorrente a matéria em questão já foi pacificada pelo Supremo Tribunal Federal por meio do RE 566.621/RS julgado em sede de repercussão geral. Para o tribunal o prazo prescricional para restituição/compensação de tributos sujeitos ao lançamento por homologação cujos pedidos tenham sido protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005 estão sujeitos ao prazo de 10 anos contados do fato gerador. Vale citar a ementa do acórdão: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de Fl. 385DF CARF MF 4 ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Adotando o entendimento acima este Colegiado editou em sessão plenária de 09/12/2003 a Súmula CARF nº 91 que possui o seguinte teor: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Diante do exposto e ainda considerando o art. 45, inciso VI do Regimento Interno deste Conselho, deve ser reconhecida a prescrição do direito de restituição/compensação do contribuinte em relação aos fatos anteriores a novembro de 1989, uma vez que o pedido em questão foi apresentado em 05/11/1999. Assim, voto por dar provimento ao Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional devendo os autos retornarem à unidade de origem para análise do direito creditório. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 386DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.004109/00-76
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 17 00:00:00 UTC 2002
Numero da decisão: 202-00.413
Decisão: RESOLVEM os Membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, declinar competência ao Terceiro Conselho de Contribuintes para o julgamento do recurso, em razão da matéria.
Nome do relator: Adolfo Montelo
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