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Numero do processo: 10215.720165/2010-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Feb 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006
ATOS PRATICADOS COM EXCESSO DE PODERES OU INFRAÇÃO DE LEI. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA.
Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, respondendo solidariamente com o contribuinte pelo crédito tributário lançado, nos termos do art. 135 do CTN.
INTERESSE COMUM. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA.
Possuem o interesse comum previsto no artigo 124, I, do CTN, com a consequente responsabilização solidária, os titulares de fato imediatamente beneficiados pelos recursos financeiros advindos de situações jurídicas que constituem o fato gerador da obrigação tributária principal.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INTERESSE COMUM. ATO CONTRÁRIO À LEI OU COM EXCESSO DE PODERES. PROVA.
Afasta-se a imputação de responsabilidade à pessoa cuja participação nos ilícitos tributários não restou comprovada, e com relação à qual tampouco foi demonstrado o auferimento de vantagem financeira direta das situações jurídicas que constituem o fato gerador da obrigação tributária principal.
CRIME TRIBUTÁRIO. PROVA DO DOLO. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. ARQUIVAMENTO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. (Súmula CARF nº 28)
Numero da decisão: 1201-001.271
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento aos recursos da contribuinte e do responsável tributário Dejair Quarella. E, também por unanimidade de votos, acordam em DAR provimento aos recursos de Clementina Togni Quarella, Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva apenas para afastar-lhes a responsabilidade tributária, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Documento assinado digitalmente.
Marcelo Cuba Netto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
João Otávio Oppermann Thomé - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Figueiredo Neto e Ester Marques Lins de Sousa.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Recorrente ESTRELA EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS LTDA E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FALTA DE JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS BEM COMO DE ARGUMENTOS APRESENTADOS PELA CONTRIBUINTE. INOCORRÊNCIA. Descaracterizada a suposta falta de julgamento das impugnações dos responsáveis tributários, uma vez que nestas não foi oposto nenhum argumento novo ou distinto daqueles apresentados pela contribuinte, e tendo a decisão apreciado todos os pontos controversos, de forma fundamentada, resta insubsistente a alegação de cerceamento do direito de defesa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar argüições de inconstitucionalidade de lei regularmente editada, tarefa privativa do Poder Judiciário. PRAZO PARA TÉRMINO DA FISCALIZAÇÃO. INEXISTÊNCIA. MPF. PRORROGAÇÕES. Inexiste, na legislação de regência do processo administrativo fiscal, prazo máximo para que a fiscalização conclua o seu trabalho. O prazo de sessenta dias previsto no Decreto n° 70.235/72 serve apenas para excluir a espontaneidade do contribuinte neste período, assim como de todas as demais pessoas físicas ou jurídicas envolvidas nas infrações detectadas, e pode ser sucessivamente prorrogado por igual período por qualquer outro ato escrito que sinalize o prosseguimento dos trabalhos. O Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), mero instrumento de controle administrativo, também pode ser prorrogado pela autoridade outorgante tantas vezes quantas necessárias. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 5. 72 01 65 /2 01 0- 10 Fl. 3813DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 3 2 CRIME TRIBUTÁRIO. PROVA DO DOLO. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. ARQUIVAMENTO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. (Súmula CARF nº 28) ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2006 SIGILO BANCÁRIO. VIOLAÇÃO. INEXISTÊNCIA. É lícito ao Fisco requisitar dados bancários, sem autorização judicial (art. 6o da Lei Complementar 105/2001). DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITAS. Configuram omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nestas operações. O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 ATOS PRATICADOS COM EXCESSO DE PODERES OU INFRAÇÃO DE LEI. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA. Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, respondendo solidariamente com o contribuinte pelo crédito tributário lançado, nos termos do art. 135 do CTN. INTERESSE COMUM. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA. Possuem o interesse comum previsto no artigo 124, I, do CTN, com a consequente responsabilização solidária, os titulares de fato imediatamente beneficiados pelos recursos financeiros advindos de situações jurídicas que constituem o fato gerador da obrigação tributária principal. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INTERESSE COMUM. ATO CONTRÁRIO À LEI OU COM EXCESSO DE PODERES. PROVA. Afastase a imputação de responsabilidade à pessoa cuja participação nos ilícitos tributários não restou comprovada, e com relação à qual tampouco foi demonstrado o auferimento de vantagem financeira direta das situações jurídicas que constituem o fato gerador da obrigação tributária principal. Fl. 3814DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 4 3 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento aos recursos da contribuinte e do responsável tributário Dejair Quarella. E, também por unanimidade de votos, acordam em DAR provimento aos recursos de Clementina Togni Quarella, Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva apenas para afastar lhes a responsabilidade tributária, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Documento assinado digitalmente. Marcelo Cuba Netto Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Figueiredo Neto e Ester Marques Lins de Sousa. Relatório Tratase de auto de infração lavrado contra a empresa em epígrafe, com tributação pelo regime simplificado (Lei nº 9.317/1996), e multa de ofício de 75%. No procedimento fiscal foi constatada a omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, assim como insuficiência de recolhimento dos tributos devidos no regime do SIMPLES. O Termo de Verificação de Infração de fls. 478 e seguintes descreve os fatos apurados. Consta no referido termo que o contribuinte foi intimado diversas vezes a comprovar a origem dos depósitos bancários havidos em suas contas, contudo, apesar das sucessivas prorrogações de prazo solicitadas e concedidas, nada apresentou ou alegou, reservandose o direito de só vir a fazêlo na impugnação. Ainda conforme o relato fiscal, foi o Sr. Dejair Quarella quem atendeu a todas as intimações da fiscalização, assinando as suas respostas. Em uma delas, indagado a respeito de sua função na empresa, o Sr. Dejair foi qualificado, na resposta, como "encarregado operacional, ou seja, engarregado de estoque". Contudo, afirma o fisco que empregados indicaram o Sr. Dejair como o "dono" da empresa. Além disto, informações obtidas junto às instituições financeiras também apontaram que o Sr. Dejair Quarella era o responsável pela movimentação financeira da empresa, com plenos poderes bancários, mesmo após a formalização da venda da participação societária, em 20 de novembro de 2008, pelos sócios Dejair Quarella e Clementina Togni Quarella, para Francisco Ferreira da Silva e Maria Sebastiana Ferreira da Silva. Fl. 3815DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 5 4 Tendo constatado que os supostos adquirentes da participação societária não possuíam recursos para tanto, concluiu a fiscalização estar caracterizada a interposição de pessoas, e imputou a responsabilidade solidária pelo crédito tributário lançado às seguintes pessoas: Dejair Quarella, Clementina Togni Quarella, Francisco Ferreira da Silva e Maria Sebastiana Ferreira da Silva. Referiu ainda a fiscalização a ocorrência de confusão patrimonial, tendo em vista as transferências de recursos da empresa para a família do Sr. Dejair Quarella (em favor da Sra. Camilla Quarella), sendo que ele, Dejair, era o único autorizado a movimentar a conta da empresa, o que caracteriza a sua responsabilidade pessoal pelos tributos devidos. Impugnaram o feito o sujeito passivo, bem como as quatro pessoas acima nominadas, cujos fundamentos foram assim sintetizados pela autoridade julgadora a quo: “a) Questionou a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial, com transcrição de ementas de processos dos quais o sujeito passivo não fez parte, fls 511 a 513; b) Transcreveu Decisão de Tribunais Superiores, de processo do qual o impugnante não fez parte e transcreveu o art. 5º, inciso LVI da CF, o art. 332 do CPC e o art. 157 do CPP, para questionar sobre quebra de sigilo bancário, fls 512 e 513; c) Arguiu nulidade, quando questionou que se o auto de infração (constituição do crédito tributário) teve como base a prova ilícita será nulo de pleno direito, fl 513; d) Alegou preclusão, com a alegação de que o prazo de realização dos trabalhos da fiscalização ultrapassou 360 dias, previsto no art. 24 da Lei nº 11.457/2007, fl 513; e) Alegou a alteração do quadro social, que em 20 de novembro de 2008, retiraramse da sociedade, por estado de força maior, Dejair Quarella e Clementina Togni Quarella, transferindo suas quotas a Francisco Ferreira da Silva e Maria Sebastiana Ferreira da Silva, irmãos da atual procuradora, que a partir daquela data passaram a responder pelo ativo e passivo, que eventualmente pede ajuda ao senhor Dejair, que não possui nenhum vínculo com a impugnante já que não possui procuração para assinar cheque e documentos de ordem administrativa e operacional, como alega o auditor fiscal sem provar, fl 514; f) Que o auditor alegou que funcionários informaram que o DONO da impugnante é o senhor Dejair, porém, não informa o nome dos supostos funcionários e nenhum documento que prove o que alega, fl 515; g) Que o auditor não teve o cuidado de intimar os novos sócios para saber se eles adquiriram e como foi realizada a compra das quotas, que presumiu uma situação no parece ser, deixando de atender o artigo 142, do Código Tributário Nacional, fl 515; h) Que os responsáveis pela impugnante no período de 10.07.2003 a 19.11.2008 foram Dejair Quarella e Clementina Togni Quarella, porém, o artigo 1003, parágrafo único do Código Civil, determina que a responsabilidade dos sócios retirantes vai até 2 anos após a retirada e no presente caso, já se passaram 2 anos e 7 meses, passando a assumir a responsabilidade os novos sócios Francisco ferreira da Silva e Maria Sebastiana Ferreira da Silva, por todos os atos ocorridos desde a constituição da impugnante em 10.07.2003, fl 515; Fl. 3816DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 6 5 i) Que o procedimento do auditor fiscal em atribuir responsabilidade pelo crédito tributário e crime contra a ordem tributária foi atingido pelo Instituto da Preclusão, fl 515; j) Que não é verdadeira a alegação do auditor fiscal de que o Sr. Dejair Quarella, após a venda de sua participação na sociedade, continuou a ser o responsável pelos poderes junto aos Bancos, já que não provou com documento essa participação e nem que o Sr. Dejair Quarella continuou assinando cheque e movimentando as contas bancárias da impugnante, que o Sr. Dejair Quarella eventualmente auxiliava sua esposa que ficou como procuradora da empresa impugnante, já que a Sra. Maria Marlene Ferreira da Silva possui laços de família, que os sócios atuais são irmãos da Sra. Clementina e por ordem particular, foi obrigada a se transferir para Belém e passou a responsabilidade à senhora Clementina, esposa do Senhor Dejair, fl 515; k) Alegou que os atuais sócios outorgaram poderes para a senhora Maria Marlene Ferreira da Silva, irmã dos sócios e não ao senhor Dejair, como quer o auditor fiscal, que sem nenhuma prova hábil e idônea, afirma que o senhor Dejair assina e movimenta as contas bancárias da impugnante, fl 516; l) Que quanto à alegação do auditor fiscal de que a senhora Maria Sebastiana Ferreira na época não possuía disponibilidade financeira, é importante esclarecer que a venda realizada não foi à vista, foi concretizada em 5 parcelas de R$ 5.940,00, que o auditor deveria se aprofundar e intimar o Senhor Dejair e a sócia para saber a forma de pagamento e não presumir; que quanto à senhora Maria Sebastiana o valor foi apenas de R$ 300,00, e que seu rendimento foi de R$ 13.290,00, fl 516; m) Que a movimentação de R$ 7.550.169,90 não representa fato gerador para imposto de renda, visto que R$ 2.837.497,19, que consta nos extratos bancários caracteriza transferência entre contas correntes, conforme quadro demonstrativo, com origem justificada, fl nº 516; n) Que quanto à quebra do sigilo bancário de uma interposta pessoa sem identificar quem é essa pessoa, o auditor fiscal viola o princípio da legalidade, uma vez que essa pessoa a impugnante desconhece, já que a fiscalização é direcionada à Pessoa JURÍDICA, não à Pessoa FÍSICA, que a prova usada pelo auditor fiscal é considerada ilícita, por estender a fiscalização nas pessoas dos sócios atuaus, sem o Mandado de Procedimento Fiscal, fl nº 516; o) Que é importante registrar que o auditor fiscal, deveria ter desconsiderado as respostas onde constava a assinatura do Sr. Dejair Quarella (apenas em uma petição quando envolvia seu nome), visto que ele não possui procuração para representar a impugnante e se foram aceitas, não podem servir de prova para o presente processo, já que é prova ilícita, demonstrando o auditor aceitar que terceiros represente a impugnante sem procuração, fl nº 517; p) Que o auditor fiscal alegou que o momento de apresentar as provas é por ocasião da fiscalização, que não é verdade, a fase é no momento da elaboração da impugnação, que a fase da verificação não obriga a impugnante apresentar provas e não apresentou por entender que não seriam analisadas pelo auditor fiscal; q) Que o art. 42 da Lei nº 9.430/96 não tem a elasticidade pretendida pelo auditor fiscal, que deveria ter solicitado aos Bancos os comprovantes de depósitos bancários e não o fez, solicitou apenas os extratos bancários, fl 517; Fl. 3817DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 7 6 r) Que o auditor deveria ter solicitado o movimento das compras para saber se a impugnante vendeu sem nota fiscal e não o fez, e questiona se o impugnante possui estoque de mercadorias para vender o valor encontrado nos extratos bancários e responde que não, que o valor do movimento é da pessoa física do exproprietário senhor Dejair, que em dezembro de 2005, injetou na impugnante o valor de R$ 2.344.930,51, fl 518; s) Que o auditor intimou a impugnante a declinar a origem de cada um desses depósitos bancários, sob pena de considerálos como de origem não comprovada e consequentemente enquadramento como omissão de receita, que entende que a exigência de revelação do histórico de cada depósito bancário em relação à empresa enquadrada no Simples, não obrigada a manter registro contábil fiscal, extrapola o princípio da razoabilidade que é um limite imposto ao próprio legislador, que se trata de uma exigência de impossível cumprimento, que de fato é difícil lembrar a origem de cada lançamento bancário depois de quase 5 anos aproximadamente, fl 518; t) Que os depósitos de R$ 7.550.169,90 não representam fato gerador do Imposto de Renda, fl nº 518; u) Que no dia 30 de abril de 2003 o senhor Dejair Quarella e a senhora Clementina Quarella, venderam com interveniência da Nestlé do Brasil Ltda parte de um imóvel do Ativo Imobilizado da empresa DAN – DISTRIBUIDORA LTDA, pelo valor de R$ 950.000,00, que foi depositado na conta corrente do exsócio Dejair Quarella, e em 2006, aplicou no capital de giro da impugnante, como Transferência e resgate de aplicação, que o auditor fiscal não investigou, como determina o art. 142 do Código Tributário Nacional, já que deveria ter analisado o saldo anterior, que o saldo final em 31.12.2005, logo constataria que o senhor Dejair Quarella, aplicou na impugnante o valor de R$ 2.344.930,51, a título de transferência, valores acumulados de 2003 a 2005, e juntou cópia da Escritura de Compra e Venda, fl 519; v) Questionou sobre desbloqueio de depósito no valor de R$ 189.487,10, que representam cheques já depositados aguardando liberação e no presente caso, o auditor fiscal considerou o valor depositado que estava aguardando a liberação e depois de liberado, considerou novamente, ocasionando lançamento em duplicidade, fl 519; w) Questionou sobre resgate de aplicações no valor de R$ 969.980,92, que foram valores anteriormente depositados já computados como depósitos e aplicados como investimento e por necessidade foram resgatados e voltaram para a conta corrente não podendo mais ser considerado como rendimento, fl nº 520; x) Que houveram cobranças de vendas realizadas em 2005, no valor de R$ 293.062,39, e juntou cópias de notas fiscais para comprovar as vendas realizadas, fl nº 520; y) Em seguida, elaborou um quadro com as receitas declaradas nos meses de janeiro a dezembro de 2006, que totalizou R$ 613.320,78, para alegar que a fiscalização não levou em consideração embora com impostos recolhidos, fls 520 a 522; z) Que R$ 139.901,96 fora depósitos realizados em 2005 e desbloqueados em 2006, e citou ainda os valores dos ProLabores pagos ao Sr. Dejair e da Sra Clementina, e ainda, que R$1.394.930,59 foram transferências de valores do ex Fl. 3818DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 8 7 sócio Dejair adquiridos em anos anteriores, para as contas correntes da impugnante, fl 523; aa) Que R$ 2.837.497,19 e no mesmo quadro mencionou a quantia de R$ 3.074.088,89 representa transferências entre as contas correntes da impugnante, operações comuns e necessárias para cobrir saldo devedor e atender compromissos com fornecedores e demais colaboradores, fl nº 524; bb) Que houve TED devolvido no valor de R$ 26.064,63, fl nº 524. cc) Voltou a questionar que a responsabilidade tributária é do sujeito passivo da obrigação tributária sob a alegação de que a responsabilidade dos sócios retirantes expira em 2 anos, fez citação de acórdãos dos Tribunais, em processos dos quais o impugnante não fez parte, fls 524 a 526; dd) Questionou a alegação da fiscalização sobre interposta pessoa para afirmar que o Sr. Dejair Quarella atualmente não possui procuração, não possui poder de mando, não movimenta as contas correntes bancárias, fl 526; ee) Que o direito positivado estabelece uma separação específica entre o patrimônio societário e o patrimônio pessoal de cada um de seus sócios, que o auditor não pode aplicar responsabilidade aos exsócios, já que viola o art. 1003, parágrafo único do Código Civil, fl 527; ff) Transcreveu o inciso I e o caput do art. 44 da Lei nº 9.430/96, com redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, para questionar que o resultado que deu causa à representação penal, não vincula os sócios a nenhum crime, visto que a multa não é penal e os procedimentos alegados pelo auditor fiscal não representa irregularidade tributária que desse causa a crime tributário, portanto, a situação exposta pelo auditor fiscal como crime não representa a verdade e vai de encontro com a multa de 75%; gg) Que o auditor fiscal apenas alegou, não fundamentou suas alegações, vinculou a Portaria nº 2.439/2010, aos procedimentos alegados, enquanto as causas de crimes tributários previstos na Portaria, os atuais sócios e os exsócios não cometeram, e o mais importante, o auditor fiscal não mencionou em todo o seu relatório os crimes previstos na Portaria, que deve ser desconsiderada a representação penal e transcreveu parte da Portaria citada, fls 528 e 529; hh) Questionou a aplicação de multa de 75% sob o fundamento de ser desproporcional e confiscatória, e citou RE 91.707/MG, de 29.02.1980, fl 531. ii) Finalmente requereu: 1) Que seja nula a quebra do sigilo bancário, sem ordem judicial, conforme recente decisão do STF; 2) Que seja cumprido o pedido da preclusão por ter extrapolado o que determina o art. 24 da Lei nº 11.457/2007; 3) Que seja cumprido o art. 1003 parágrafo único do Código Civil por ter sido aplicado auto de infração após 2 anos como determina o referido artigo; 4) Que seja excluído o senhor Dejair Quarella e a senhora Clementina Quarella das obrigações, isto que não são procuradores da empresa e não possuem poder de mando, para movimentar conta bancária atualmente como alega o auditor fiscal atribuindo esta responsabilidade ao senhor Dejair; Fl. 3819DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 9 8 5) Que seja nulo o procedimento de quebra do sigilo bancário vez que foi sem autorização da Justiça, como determina recente decisão do STF; 6) Que seja investigado se o senhor Dejair Quarella assina cheque e movimenta contas bancárias da impugnante atualmente; 7) Que seja improcedente o auto de infração por ter o auditor fiscal considerado apenas os extratos bancários sem os comprovantes de depósitos, para saber a origem dos depósitos; 8) Que seja considerado o valor de R$ 950.000,00 na venda do imóvel da empresa DAN DISTRIBUIDORA LTDA – CNPJ Nº 15.337.124/000134 e outros ativos, conforme documento anexo; 9) Que seja desconsiderado o valor de R$ 189.487,10, como desbloqueio, visto que já havia sido lançado como depósito bloqueado, lançado indevidamente; 10) Que seja desconsiderado o valor de R$ 969.980,92, de Resgate lançado indevidamente como depósito, visto que esse valor estava aplicado em 2005; 11) Que seja desconsiderado o valor de R$ 293.062,39 como cobrança, visto que esse valor referese a vendas realizadas em 2005, pagas em 2006; 12) Que sejam as receitas da impugnante de 2006, no valor de R$ 613.320,78 consideradas, visto que foram recolhidos os impostos devidos, sem o auditor fiscal considerar; 13) Que sejam considerados os valores de R$ 11.980,00 e R$ 12.930,00 referentes a pro labores de Dejair e Clementina por terem sido depositados e repassados aos exsócios, declarados nas Declarações de Imposto de Renda Pessoa Física; 14) Que seja desconsiderado o valor de R$ 139.901,96 de vendas realizadas em 2005, desbloqueados em 2006; 15) Que seja desconsiderada a transferência como depósito da pessoa física de Dejair para a pessoa jurídica de R$ 1.394.930,51; 16) Que seja desconsiderada a confusão patrimonial; 17) Que seja arquivada a representação fiscal para fins penais por falta e fundamentação legal e por ter como base a portaria 2.439/10, visto que não indica crime; 18) Que seja considerado o valor de R$ 2.837.497,19, resultado da transferência entre contas correntes; 19) Que seja considerado o valor de R$ 111.014,34, como saldo final de 31.12.2005 –Banco do Brasil R$ 65.212,59 e HSBC R$ 45.801,75; 20) Que seja desconsiderado o pedido de diligências das pessoas físicas dos sócios e exsócios, visto que prevalece o processo principal para julgamento; 21) Requereu a total improcedência do auto de infração, por ter sido atingido pelo Instituto da Preclusão e por ter sido quebrado o sigilo bancário sem ordem judicial, já considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Fl. 3820DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 10 9 32. Para comprovar suas alegações, o sujeito passivo apresentou cópia dos seguintes documentos: a) Procuração Pública datada de 08.01.2009, da empresa impugnante representada pelos sócios Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva para a Sra. Maria Marlene Ferreira da Silva, a quem conferiram amplos e ilimitados poderes para administrar a Empresa, fls nºs 534 e 535; b) Escritura Pública datada de 30.04.2003, relativamente à venda de parte correspondente a 50% de um imóvel constituído de um terreno edificado, localizado na Travessa Castelo Branco, nº 124, haja vista que consta que havia sido adquirido em condomínio com os atuais compradores, pelo valor de R$ 50.000,00, e mais R$ 900.000,00, a título de apuração de haveres do capital social que detinha da sociedade DAN DISTRIBUIDORA LTDA, da seguinte forma: 6 (seis) parcelas mensais e sucessivas de R$ 50.000,00, vencendo a primeira em 30 de maio de 2003 e mais 20 (vinte) parcelas mensais e sucessivas de R$ 30.000,00, vencendo a primeira em 10 de junho de 2003, reajustadas pela variação do INPC da FIPE, fls 536 a 540; c) Contrato Social de constituição da impugnante, com capital social de R$ 30.000,00, datado de 10.07.2003, que o Sr. Dejair Quarella detinha R$ 29.700,00 e a Sra. Clementina Togni Quarella, R$ 300,00, com sede na Av. Borges Leal, nº 1100, Bairro: Prainha – CEP nº 68.005130, no Município de Santarém, fls 541 a 543; d) Instrumento Particular de Alteração Contratual da impugnante, em que retiraramse da sociedade os sócios acima e transferiram suas quotas à Sra. Maria Sebastiana Ferreira da Silva, no valor de R$ 29.700,00 e ao Sr. Francisco Ferreira da Silva a quantia de R$ 300,00, datado de 20 de novembro de 2008, registrado na JUCEPA, em 22.12.2008, fls nºs 544 e 545; e) Instrumento Particular de Alteração Contratual da impugnante, assinado pela procuradora acima citada, com mudança de objetivo da sociedade, arquivado na JUCEPA, em 06.08.2009, fl nº 546; f) Instrumento Particular de Alteração Contratual da impugnante, assinado pela procuradora acima citada, em que procedeu a mudança de endereço para Av. Bartolomeu de Gusmão, nº 1200, Bairro Aparecida – CEP nº 68.040110– Santarém PA, arquivado na JUCEPA em 26.01.2010, fl nº 547; g) NF emitidas no anocalendário de 2005, fls nºs 551 a 1171; h) NF emitidas nos meses de janeiro e fevereiro de 2006, fls 1172 a 1482; i) NF emitidas nos meses de fevereiro a abril de 2006, fls nºs 1483 a 1793; j) NF emitidas nos meses de abril a junho, fls nºs 1794 a 2104; k) NF emitidas nos meses de junho a julho de 2006, fls nºs 2105 a 2415. Observouse que houve rasura na data de emissão das Notas Fiscais nºs 4365, 4364, 4362, 4363, para 27.06.2006, fls nºs 2106 a 2109; l) NF emitidas nos meses de agosto e setembro de 2006, fls nºs 2416 a 2726; m) NF emitidas nos meses de setembro a novembro de 2006, fls nºs 2727 a 3037; Fl. 3821DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 11 10 n) NF emitidas nos meses de novembro e dezembro de 2006, fls nºs 3038 a 3348; o) NF emitidas no mês de dezembro de 2006, fls 3349 a 3453; 33. Também apresentou impugnação o sócio solidário Francisco Ferreira da Silva, na data de 10.08.2011, fls 3454 a 3476, através de sua bastante procuradora, conforme Instrumento de Procuração, fl nº 3476, com as seguintes argumentações, em seu favor: a) Que houve quebra de sigilo bancário sem autorização da impugnante e da Justiça, contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal, e transcreveu ementas de sentenças de processos, dos quais não fez parte, e arumentou ainda, sobre a licitude das provas, fls 3454 a 3457; b) arguiu sobre preclusão por entender que o prazo de realização da fiscalização ultrapassou o limite de 360 dias, fl 3458; c) Explanou sobre as participações dos sócios no capital da empresa fiscalizada, para argumentar sobre preclusão, uma vez que o parágrafo único do artigo 1003, do Código Civil, determina que as responsabilidades dos sócios retirantes se extingue em 2 (dois) anos, e no caso em questão já haviam decorrido 2 anos e 7 meses, fl 3459; d) Que o auditor não mencionou o nome dos funcionários que haviam informado que o DONO da impugnante seria o Sr. DEJAIR, fl 3459; e) Que não é verdadeira a alegação do auditor fiscal que o Sr. Dejair Quarella, após a venda de sua participação na sociedade continuou a ser o responsável pelos poderes junto aos Bancos, pois não provou com documento essa participação, e nem que o Sr. Dejair continuou assinando cheque e movimentando as contas bancárias da impugnante; f) Que o senhor Dejair eventualmente auxiliava sua esposa que ficou como procuradora da empresa impugnante, já que a senhor MARIA MARLENE FERREIRA DA SILVA possui laços de família, que os sócios atuais são irmãos da atual procuradora e por ordem particular, foi obrigada a se trnaferir para Belém e passou a responsabilidade à senhora Maria Marlene, esposa do senhor Dejair, fl 3460; g) Que o auditor fiscal alegou sem provar a participação do Senhor Dejair na movimentação bancária da impugnante, que isso não acontece desde 20 de novembro de 2008 e o auditor fiscal quer passar aos nobres julgadores que isso vem ocorrendo atualmente, mas não provou, fl 3460; h) Anexou cópia da procuração outorgada pelos Srs. Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva em favor da senhora MARIA MARLENE FERREIRA DA SILVA, irmã dos sócios e não do senhor Dejair, fl 3460; i) O auditor fiscal alegou que a Sra.Maria Sebastiana Ferreira na época não possuía disponibilidade financeira, que é importante esclarecer que a venda realizada não foi à vista, que foi concretizada em 5 parcelas de R$ 5.940,00, que deveria ter aprofundado e intimar o Senhor Dejair e a sócia para saber qual a forma de pagamento e não presumir; que quanto ao senhor Francisco Ferreira da Silva o valor foi apenas de R$ 300,00, porém, o seu rendimento foi de R$ 13.290,00, fl 3460; Fl. 3822DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 12 11 j) Que quanto à movimentação de R$ 7.550.169,90, não representa fato gerador para imposto de renda, visto que o valor de R$ 2.837.497,19 que consta nos extratos bancários caracteriza transferência entre contas correntes, conforme quadro demonstrativo, com origem justificada, fl 3460; k) Questionou sobre quebra do sigilo bancário de interposta pessoa, sem identificar quem é essa pessoa, que foi violado o princípio da legalidade, uma vez que essa pessoa a impugnante desconhece, já que a fiscalização é direcionada à Pessoa Jurídica, e não à Pessoa Física, que a prova usada pelo auditor fiscal é considerada ilícita por estender a fiscalização nas pessoas dos sócios atuais, sem o Mandado de Procedimento Fiscal, fls 3460 e 3461; l) Que é importante registrar que o auditor fiscal deveria ter desconsiderado as respostas onde constava a assinatura do senhor Dejair Querella (apenas em uma petição quando envolvia o seu nome), visto que ele não possui procuração para representar a impugnante e se foram aceitas, não podem servir de prova para o presente processo, já que é prova ilícita, demonstrando o auditor aceitar que terceiros represente a impugnante sem procuração, fl 3461; m) Que a fase da verificação não obriga a impugnante apresentar provas, somente na impugnação, fl 3461; n) Questionou a utilização dos extratos bancários, que o auditor fiscal deveria ter estendido a fiscalização no Senhor Dejair, já que foi apontado pelo auditor fiscal como o verdadeiro proprietário da empresa, fl 3461; o) Que o auditor fiscal deveria ter solicitado o movimento das compras para saber se a impugnante vendeu sem nota fiscal e não fez, e questionou se a impugnante possuía estoque de mercadorias para vender o valor encontrado nos extratos bancários, fl 3461; p) Que o valor do movimento da pessoa física do exproprietário senhor Dejair, que em dezembro de 2005, injetou na impugnante o valor de R$ 2.344.930,51, fl 3462; q) Que o auditor intimou à empresa impugnante a declinar a origem de cada um desses depósitos bancários, sob pena de considerálos como de origem não comprovada e consequente enquadramento na omissão de receita, que entende que a exigência de revelação do histórico em relação à empresa enquadrada no Simples, não obrigada a manter registro contábilfiscal, extrapola o princípio da razoabilidade que é um limite imposto ao proóprio legislador, que se trata de uma exigência de impossível cumprimento, fl 3462; r) que é difícil lembrar a origem de cada lançamento bancário depois de quase 5 anos aproximadamente, porém o auditor considerou como receitas omitidas os valores dos depósitos bancários sem explicação quanto à origem, com base na legislação tributária em vigor, e citou o art. 849, do RIR/1999, fl 3462; s) Que o auditor fiscal quando solicitou os extratos bancários, deveria também, ter solicitado as cópias dos comprovantes de depósitos, já que os simples lançamentos, sem os comprovantes não são provas hábeis e idôneas, fl 3462; t) Que há patente vício de procedimento que macula o crédito tributário dele decorrente, que o princípio da legalidade tributária impõe a observância, tanto da lei tributária material conformada com o texto constitucional, quanto da lei tributária de Fl. 3823DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 13 12 natureza processual, para constituição do crédito tributário igualmente conformado com os dispositivos da Constituição Federal, fl 3462; u) Complementou com os mesmos argumentos apresentados na impugnação da empresa, já acima relatados. 34. A sócia Maria Sebastiana Ferreira da Silva, protocolou impugnação na data de 10.08.2011, fls 3479 a 3500, através de sua bastante procuradora, conforme Instrumento de Procuração, fls 3501, com argumentações iguais às apresentadas pelo sócio Sr. Francisco Ferreira da Silva; 35. O exsócio Dejair Quarella, protocolou impugnação na data de 10.08.2011, fls nºs 3504 a 3525, com as mesmas argumentações apresentadas pelos sócios acima descritos e já relatado; 36. A exsócia Sra. Clementina Togni Quarella, protocolou impugnação na data de 10.08.2011, fls 3527 a 3548, através de seu bastante procurador Sr. Dejair Quarella, fl 3549, com os mesmos argumentos apresentados pelos sócios atuais e pelo exsócio Sr. Dejair Quarella.” A DRJ, apreciando o feito, julgou parcialmente procedente a impugnação, reduzindo o valor tributável em razão de alguns valores que constatou serem relativos a aplicações, resgates, duplicidade de lançamento, entre outros motivos especificados na tabela constante do voto (fls. 3553 e seguintes). De resto, manteve a autuação, assim como a responsabilidade solidária das quatro pessoas físicas antes mencionadas. Eis a ementa daquela decisão: “Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES Anocalendário: 2006 EMENTA ÔNUS DA PROVA. DISTRIBUIÇÃO. O ônus da prova existe afetando tanto o Fisco como o sujeito passivo. Não cabe a qualquer delas manterse passiva, apenas alegando fatos que a favorecem, sem carrear provas que os sustentem. Assim, cabe ao Fisco produzir provas que sustentem os lançamentos efetuados, como, ao contribuinte as provas que se contraponham à ação fiscal. OMISSÃO DE RENDIMENTOS PROVENIENTES DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Para os fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 1997, a Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, no seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base em valores depositados em conta bancária para os quais o titular não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.” Cientificado do acórdão em 16/07/2012, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 23/07/2012, no qual renova todos os argumentos expendidos na impugnação, aduzindo, em síntese, o seguinte: (i) quebra do sigilo bancário sem autorização judicial; (ii) preclusão do direito do fisco, por ter a fiscalização ultrapassado 360 dias, (iii) inexistência de provas do dolo, culpa, fraude, ou excesso de poderes, cujo ônus é do fisco, e inexistência de Fl. 3824DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 14 13 crime tributário; (iv) falta de provas da omissão de receitas, em face da ausência de cópias dos comprovantes de depósitos; (v) vício no procedimento fiscal por não terem sido encaminhados à recorrente os extratos bancários obtidos, apenas uma relação dos depósitos; (v) inexistência de solidariedade; (vi) ausência de manifestação da Delegacia de Julgamento acerca de diversos valores e pedidos que menciona na peça de defesa. Em face da mencionada omissão por parte da DRJ, requer diligência para a efetiva comprovação de suas alegações, ou então o reconhecimento da revelia quanto à omissão do Relator e dos Julgadores, ou, se outro for o entendimento deste colegiado, que sejam acatados os argumentos aduzidos e dado provimento ao recurso para cancelar integralmente o auto de infração. Na sessão de 6 de março de 2013, o julgamento foi convertido em diligência para que fosse dada ciência da decisão recorrida às quatro pessoas físicas cuja responsabilidade foi mantida pela instância a quo. Na sequência, as quatro pessoas físicas responsáveis apresentaram seus respectivos recursos voluntários, substancialmente idênticos entre si, nos quais, preliminarmente, alegam o cerceamento dos seus respectivos direitos de defesa, por falta de análise, por parte da decisão recorrida, das respectivas impugnações, uma vez que a unidade administrativa (DRF/Santarém) não teria encaminhado as mesmas à DRJ. No mérito, sustentam que a fiscalização não poderia ter autuado os recorrentes, que não se beneficiaram dos valores que foram origem de receita da pessoa jurídica, e sem que tenha analisado as respectivas Declarações do Imposto de Renda das pessoas físicas para verificar se teria havido variação patrimonial. De resto, os recursos das quatro pessoas físicas reproduzem inteiramente, e de forma substancialmente idêntica, os mesmos argumentos aduzidos pela contribuinte no recurso. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé Os recursos apresentados são tempestivos e preenchem os requisitos de admissibilidade, deles tomo conhecimento. Cerceamento do direito de defesa As pessoas físicas responsabilizadas pelo crédito tributário aduziram o cerceamento dos seus respectivos direitos de defesa, por suposta falta de análise, por parte da decisão recorrida, das respectivas impugnações. Segundo eles, a unidade administrativa (DRF/Santarém) não teria encaminhado as mesmas à DRJ. Fl. 3825DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 15 14 A alegação é de todo despropositada. Conforme o relatório da decisão recorrida, ao norte transcrito, fica evidente que as impugnações dos responsáveis foram devidamente encaminhadas à autoridade julgadora a quo, que as considerou em sua decisão. Ademais, a leitura minuciosa do inteiro teor dessas impugnações, assim como do relatório da decisão recorrida, que bem sintetizou todos os argumentos apresentados pelos responsáveis, evidencia que não há um único argumento novo ou distinto daqueles que foram apresentados pela contribuinte na sua peça impugnatória. Sem nenhum fundamento, portanto, a alegação de cerceamento do direito de defesa dos responsáveis tributários. A contribuinte também apontou uma série de argumentos que não teriam sido analisados pela decisão recorrida, conforme o item do recurso "Pedidos não questionados pela Delegacia de Julgamento" às fls. 3661 e seguintes. Contudo, é entendimento dominante no CARF de que o julgador administrativo não está obrigado a responder a todos os argumentos levantados pelos recorrentes, mas sim a examinar todas as questões suscitadas (pontos controvertidos), bem como a fundamentar a sua decisão. Neste sentido, os seguintes precedentes: Acórdão 10195.644, relator Mário Junqueira Franco Júnior, sessão de 26/07/2006, e Acórdão 10708.591, relator Natanael Martins, sessão de 25/05/2006: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL — NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA — IMPROCEDÊNCIA— O julgador administrativo não se vincula ao dever de responder, um a um, o feixe de argumentos postos pelo peticionário, desde que já tenha encontrado motivo suficiente para fundamentar a sua decisão sobre as matérias em litígio. Acórdão 10196.917, relatora Sandra Faroni, sessão de 18/09/2008: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DEFESA DO CONTRIBUINTE APRECIAÇÃO Conforme cediço no Superior Tribunal de Justiça STJ, a autoridade julgadora não fica obrigada a se manifestar sobre todas as alegações do Recorrente, nem quanto a todos os fundamentos indicados por ele, ou a responder, um a um, seus argumentos, quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar a decisão. (REsp 874793/CE, julgado em 28/11/2006). Acórdão 10321.255, relator João Bellini Júnior, sessão de 11/06/2003: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA ANÁLISE DAS QUESTÕES LITIGIOSAS 1. Não é necessário às instâncias julgadoras responder a todos os argumentos das insurgentes, mas sim a todas as questões trazidas à balha, ou seja, a todos os pontos controvertidos. 2. Não é nula nem caracteriza cerceamento do direito de defesa a decisão com fundamentação sucinta, mas a que carece de devida motivação, essencial ao processo democrático. Preliminar rejeitada. Este é também o entendimento assente no Superior Tribunal de Justiça, consoante o seguinte precedente, a título ilustrativo: Fl. 3826DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 16 15 TRIBUTÁRIO PROCESSUAL CIVIL – VIOLAÇÃO DO ART 535, II, DO CPC – NÃOOCORRÊNCIA (...) 1. A questão não foi decidida conforme objetivava a embargante, uma vez que foi aplicado entendimento diverso. É cediço, no STJ, que o juiz não fica obrigado a manifestarse sobre todas as alegações das partes, nem a aterse aos fundamentos indicados por elas ou a responder, um a um, a todos os seus argumentos, quando já encontrou motivo suficiente para fundamentar a decisão, o que de fato ocorreu. (REsp 876271/SP, relator Ministro Humberto Martins). E, no caso, a decisão recorrida encontrase adequada e suficientemente fundamentada, no que toca a todos os pontos controvertidos, não tendo ocorrido, portanto, nenhuma omissão ou cerceamento do direito de defesa, que justificasse o retorno dos autos à autoridade julgadora a quo. No que toca aos argumentos da recorrente contidos no item "Pedidos não questionados pela Delegacia de Julgamento" e que envolvem valores especificamente mencionados pela recorrente, cuja comprovação da origem teria sido feita, esta questão será abordada em maior detalhe em tópico específico deste voto, mais adiante. Quebra do sigilo bancário sem autorização judicial Com relação ao argumento de suposta ilicitude da prova obtida sem autorização judicial, conducente à nulidade do lançamento, cumpre observar que a Lei Complementar 105/2001 expressamente revogou o art. 38, da Lei n° 4.595, de 1964 (sobre o qual erigiuse a jurisprudência anterior, no sentido de que somente por meio de autorização judicial poderia a administração tributária obter acesso às informações bancárias dos contribuintes), e estabeleceu os procedimentos administrativos concernentes à requisição, acesso e uso daquelas informações, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, independentemente de ordem judicial. Não se verificando, no caso, qualquer falha com relação ao procedimento descrito na referida lei complementar e legislação correlata, devese concluir pela regularidade da obtenção dos extratos bancários diretamente das instituições financeiras, sendo despiscienda a autorização judicial para tanto. A jurisprudência do CARF é uníssona a este respeito, conforme se verifica nos precedentes a seguir colacionados: Acórdão 10195.488, relatora Sandra Faroni, sessão de 27 de abril de 2006: SIGILO BANCÁRIO. VIOLAÇÃO. É lícito ao Fisco requisitar dados bancários, sem autorização judicial (art. 6o da Lei Complementar 105/2001). Acórdão 10323.632, relator Antonio Bezerra Neto, sessão de 17 de dezembro de 2008: QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO VIA ADMINISTRATIVA ACESSO ÀS INFORMAÇÕES BANCÁRIAS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL É lícito ao fisco, mormente após a edição da Lei Complementar n°. 105, de 2001, examinar informações relativas ao contribuinte, constantes de Fl. 3827DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 17 16 documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial. A teor do que dispõe o art. 144, § 1° do Código Tributário Nacional, as leis tributárias procedimentais ou formais têm aplicação imediata, ao passo que as leis de natureza material só alcançam fatos geradores ocorridos durante a sua vigência. Norma que permite a utilização de informações bancárias para fins de apuração e constituição de crédito tributário, por envergar natureza procedimental, tem aplicação imediata, alcançando mesmo fatos pretéritos. Acórdão 10517.212, relator Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, sessão de 17 de setembro de 2008: REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA SIGILO BANCÁRIO E SIGILO FISCAL Desatendidas as intimações e reintimações da fiscalização para apresentação dos extratos de movimentação bancário do contribuinte, podem esses ser diretamente requisitados à Instituição Financeira, sem que isto implique em quebra de sigilo bancário, nos termo da Lei complementar n°. 105/2001. As informações albergadas pelo sigilo bancário objeto de fiscalização sujeitamse, igualmente, ao sigilo fiscal. Acórdão 10809.692, relator Irineu Bianchi, sessão de 14 de agosto de 2008: SIGILO BANCÁRIO As informações bancárias obtidas regularmente e usadas reservadamente, no processo, pelos agentes do Fisco, não caracterizam violação do sigilo bancário. Acórdão CSRF/0400.456, relator Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho, sessão de 13 de dezembro de 2006: SIGILO BANCÁRIO Os agentes do Físico podem ter acesso a informações sobre a movimentação financeira dos contribuintes sem que isso se constitua violação do sigilo bancário, eis que se trata de exceção expressamente prevista em lei. Nestes termos, e considerandose ainda o quanto disposto na Súmula CARF no 2, no sentido de falecer competência ao julgador administrativo para apreciar alegações de inconstitucionalidade de lei, é de ser rejeitado o argumento de suposta ilicitude das provas e de nulidade do lançamento efetuado por este motivo. No caso concreto, destaquese ainda que, conforme consignou a autoridade fiscal no Termo de Verificação de Infração, após a expedição das Requisições de Informação Sobre Movimentação Financeira – RMF, em face da não apresentação dos extratos pela contribuinte, quando intimada, a própria contribuinte enviou autorização (fls. 32) para que a fiscalização requeresse os extratos diretamente às instituições financeiras. Preclusão por prazo excessivo para término da fiscalização Aduz a recorrente que ocorreu a preclusão do direito do fisco, no caso concreto, uma vez que a fiscalização se iniciou no dia 12 de setembro de 2009 e foi concluída Fl. 3828DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 18 17 em l2 de julho de 2011, perfazendo 659 dias, enquanto o art. 24 da Lei 11.457/2007 determina um prazo de 360 dias. Sustenta que os contribuintes tem garantia a um processo administrativo e judicial com razoável duração, e foi este princípio que o referido artigo veio a positivar, sendo irrazoável o prazo de 659 dias para uma fiscalização com autuação por depósito bancário, sem que tenha sido analisado qualquer outro documento da empresa. Não assiste razão à recorrente. De se ressaltar que o artigo referido pela recorrente possui a seguinte redação: “Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.” Vêse, portanto, que o mencionado dispositivo prevê apenas um prazo para a prolação de decisões administrativas, e não um prazo para a realização de um procedimento de fiscalização, como quer fazer crer a recorrente. O art. 7º do Decreto nº 70.235/72, diploma legal que rege o processo administrativo tributário, não impõe à fiscalização um prazo máximo para a conclusão dos seus trabalhos, apenas determina, no seu parágrafo 2º, que os atos possuem eficácia para obstar a espontaneidade do contribuinte por um prazo de 60 dias, sendo sucessivamente prorrogáveis por igual período por "qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos". E, neste aspecto, nenhuma irregularidade houve, ou foi sequer alegada pela recorrente. Com relação à alegação de suposta irrazoabilidade do prazo da fiscalização, o que poderia caracterizar violação a princípios constitucionais, cediço que ao julgador administrativo é vedado manifestarse sobre a constitucionalidade das leis, estando tal questão devidamente consolidada em súmula deste Colegiado: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. ” Outras nulidades alegadas Aduz a recorrente ter havido violação ao princípio da legalidade, por ter estendido a fiscalização a pessoas físicas sem a devida autorização, nos seguintes termos: “Quanto à quebra do sigilo bancário de uma interposta pessoa sem identificar quem é essa pessoa, o auditor fiscal viola o principio da legalidade, uma vez que essa pessoa a impugnante desconhece, já que a fiscalização é direcionada a PESSOA JURÍDICA, não a pessoa FÍSICA. Fl. 3829DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 19 18 Portanto a prova usada pelo auditor fiscal é considerada ilícita por estender a fiscalização nas pessoas dos sócios atuais, sem o Mandado de Procedimento Fiscal.” Não assiste razão à recorrente. Ao contrário do que sustenta a recorrente, o art. 7º do Decreto nº 70.235/72 expressamente prevê que o procedimento fiscal, uma vez instaurado, automaticamente implica a propagação dos seus efeitos a todas as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas nas infrações detectadas, verbis: “Art. 7º. (...) § 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas”. Igualmente ao contrário do que sustenta a recorrente, as interpostas pessoas estão perfeitamente identificadas no relatório fiscal. E, por fim, o Mandado de Procedimento Fiscal – MPF, instituído originariamente pela Portaria SRF nº 3.007, de 2001, constitui mero instrumento de controle da administração tributária, permitindo acompanhar o desenvolvimento das atividades realizadas pelos AuditoresFiscais, e também um instrumento de garantia para o contribuinte, na medida em que este pode conferir se, de fato, os AuditoresFiscais que o estejam fiscalizando estão no exercício legal de suas funções. Este é o entendimento majoritário do CARF, consoante ementa, abaixo transcrita, de decisão unânime da 1a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, proferida na sessão de 15 de agosto de 2012: MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL – VALIDADE O Mandado de Procedimento Fiscal é apenas um instrumento gerencial de controle administrativo da atividade fiscal, que tem também como função oferecer segurança ao sujeito passivo, ao lhe fornecer informações sobre o procedimento fiscal contra ele instaurado e possibilitarlhe confirmar, via Internet, a extensão da ação fiscal e se está sendo executada por servidores da Administração Tributária e por determinação desta. (Acórdão nº 9101001.457, relator Valmir Sandri, sessão de 15 de agosto de 2012) Noutro giro, aduz a recorrente que a fiscalização deveria ter desconsiderado as respostas onde constava a assinatura do Sr. Dejair Quarella, visto que ele não possui procuração para representar a impugnante. Conforme relatado, durante todo o procedimento fiscal, praticamente todas as respostas da contribuinte às intimações foram assinadas pelo Sr. Dejair Quarella. Em nenhum momento, ao longo dos 659 dias que durou o procedimento fiscal, este fez qualquer ressalva quanto à sua alegada inexistência de poderes para representar a fiscalizada, nem tampouco esta ofereceu ao fisco qualquer resposta distinta daquelas apresentadas por meio deste seu representante. Na única ocasião em que a fiscalizada se fez representar por outra pessoa — no caso, pela procuradora Maria Marlene Ferreira da Silva — foi quando esta assinou a resposta à intimação fiscal para informar que: (i) a responsável pela movimentação bancária é ela própria, Maria Marlene Ferreira da Silva, e (ii) a pessoa que estava assinando as respostas da empresa Fl. 3830DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 20 19 aos termos de intimação, até aquele momento, era o Sr. Dejair Quarella, e que passaria a assinar, então, a procuradora da empresa (a própria Maria Marlene Ferreira da Silva). Neste contexto, consideramse legítimas as respostas apresentadas, independentemente da existência de efetiva procuração para representar a impugnante. O STJ possui consolidada jurisprudência acerca desta questão, consoante o seguinte excerto que se transcreve da ementa de decisão daquele Colegiado (AgRg no Agravo em Recurso Especial nº 475.596 SP, 24/06/2014): “1 Nos termos da jurisprudência consolidada nesta Corte, é válida a citação realizada na pessoa de quem se apresenta como representante legal da pessoa jurídica, sem fazer qualquer ressalva quanto à inexistência de poderes para tal. Aplicação da teoria da aparência. (AgRg nos EREsp 205.275∕PR, Relatora a Ministra ELIANA CALMON, CORTE ESPECIAL, DJ de 28∕10∕2002)” Não só o Sr. Dejair Quarella, mas até mesmo a própria pessoa que se apresentou como procuradora da empresa, a Sra. Maria Marlene Ferreira da Silva, não fez qualquer ressalva quanto à inexistência de poderes do primeiro para representar a fiscalizada, limitandose apenas a reconhecer que as respostas até então dadas ao fisco haviam sido assinadas pelo Sr. Dejair Quarella. Ademais, o poder de representação do Sr. Dejair Quarella com relação à contribuinte encontrase em perfeita consonância com o teor das constatações efetuadas pelo fisco, e da acusação formalizada, no sentido de que, em verdade, o Sr. Dejair seria o efetivo "dono" da mesma, questão que será melhor analisada adiante. Portanto, nenhuma razão haveria para que a fiscalização desconsiderasse as respostas às intimações nas quais constava a sua assinatura. Depósitos bancários de origem não comprovada Aduz a recorrente que a fiscalização deveria ter solicitado aos Bancos os comprovantes de depósitos bancários e não o fez, solicitou apenas os extratos, os quais não constituem provas hábeis e idôneas, ou então que a fiscalização deveria ter solicitado o movimento das compras para saber se a contribuinte vendeu sem nota fiscal, e também não o fez. Assim, não se desincumbiu o fisco do ônus da prova, que lhe cabia, quanto ao fato constitutivo do direito. Ademais, a intimação para que a contribuinte declinasse a origem de cada um dos depósitos bancários extrapola o princípio da razoabilidade. Noutro giro, afirma a recorrente que comprovou, através de planilha com notas explicativas, as origens dos depósitos, e requer a realização de diligência para comprovar o que afirmou em sua Impugnação. Nas autuações lastreadas no art. 42 da Lei nº 9.430/96, a caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, isoladamente considerada, mas sim pela falta de esclarecimentos da origem dos numerários depositados. Há uma correlação lógica estabelecida pelo legislador entre o fato conhecido (ser beneficiado com um depósito bancário sem demonstração de sua origem) e o fato desconhecido (auferir rendimentos), e é esta correlação que dá fundamento à presunção Fl. 3831DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 21 20 legal em comento, de que o dinheiro surgido na conta bancária, sem qualquer justificativa, provém de receitas ou rendimentos omitidos. Neste contexto, improcedentes os argumentos no sentido de que os depósitos não representariam efetiva obtenção de receita tributável, pois, conforme visto, é a própria lei que determina que os depósitos bancários, de origem não comprovada, caracterizam omissão de receita ou de rendimento, e não meros indícios. Tratase, portanto, de presunção legal, cujo efeito é o de transferir ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, o que somente pode ser feito mediante a comprovação da origem dos recursos, e, eventualmente, do correto oferecimento da respectiva receita à tributação, no caso de se tratar de receita tributável. Esta prova pode ser apresentada no curso do procedimento fiscal, ou, ainda, durante o contencioso. A contribuinte, contudo, limitouse a afirmar que não as apresentou no curso do procedimento "por entender que não seriam analisadas peio auditor fiscal". Já em sede de impugnação, não logrou trazer aos autos, no entender da autoridade julgadora a quo, nenhum documento apto a comprovar qualquer um dos depósitos bancários objeto da autuação, tanto que todos os valores exonerados foram fruto de mera análise procedida nos extratos bancários, por aquela autoridade, para a identificação de lançamentos por duplicidade, devolução de valores, transferência entre contas, aplicações e resgates, entre outros. Em sede de recurso, nenhum novo documento trouxe aos autos. O procedimento do fisco, portanto, seguiu estritamente o que determina a lei, ao intimar a contribuinte a comprovar a origem dos depósitos. Não procede o pedido para a realização de diligências, pois estas não se destinam a suprir deficiências na prova que incumbe à própria parte produzir. Neste sentido, os seguintes precedentes do CARF: “PAF DILIGÊNCIA CABIMENTO – A diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de ofício ou a requerimento do impugnante, quando entendêla necessária. Deficiências da defesa na apresentação de provas, sob sua responsabilidade, não implicam na necessidade de realização de diligência com o objetivo de produzir essas provas.” (Acórdão 10423061, Relator conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa, sessão de 06/03/2008). “PEDIDO DE DILIGÊNCIA – Deve ser indeferido o pedido de diligência genérico, sem comprovação de sua necessidade e da impossibilidade da produção da prova pelo contribuinte.” (Acórdão 1102001.194, Relator conselheiro José Evande Carvalho Araujo, sessão de 28/08/2014) A recorrente protesta, ainda, que a autoridade fiscal não encaminhou a ela os seus extratos bancários, apenas "relacionou os cheques e enviou anexo ao termo de intimação para justificar", e que, portanto, "não confia na relação" apresentada. Ora, os extratos das contas nos bancos HSBC e Banco do Brasil, com relação aos quais está lastreada a autuação fiscal, encontramse anexos às fls. 48 e 183 dos autos. A recorrente não apontou objetivamente um único valor que pudesse ter sido objeto de errônea transcrição para o termo de intimação fiscal, conforme alega. Sem qualquer procedência, portanto, o argumento manejado. Fl. 3832DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 22 21 Afirma a recorrente que a autoridade julgadora a quo deixou de manifestarse acerca de diversos valores especificamente mencionados na peça de defesa, cuja comprovação teria sido feita. Isto, contudo, não ocorreu. No acórdão recorrido, podese verificar o enfrentamento das alegações em questão nos tópicos do voto intitulados "Das alegações suscitadas sem juntada de provas", fls. 35793580 e "Do mérito", fls. 3584 e seguintes. Conforme dito, nenhum documento apto a comprovar qualquer um dos depósitos bancários objeto da autuação foi apresentado, no entender daquela autoridade. A seguir, apresentamos, resumidamente, as alegações de mérito acerca de valores especificamente mencionados na impugnação e no recurso, seguida da justificativa pela qual estas não podem ser acatadas por este colegiado: os depósitos de R$ 7.550.169,90 não representam fato gerador do Imposto de Renda (Justificativa: alegação já enfrentada ao norte, o valor em questão corresponde ao montante da receita omitida detectada nos extratos bancários da contribuinte); “No dia 30 de abril de 2003 o senhor Dejair Quarella e a senhora Clementina Quarella, venderam com interveniência da NESTLÉ BRASIL LTDA, conforme Escritura de Compra e Venda Anexa parte de um imóvel e o ativo imobilizado da empresa DAN DISTRIBIDORA LTDA, pelo valor de R$ 950.000,00, foi depositado na conta corrente do exsócio Dejair Quarella, e em 2006, aplicou no capital de giro da impugnante, como Transferência e Resgate de Aplicação e o auditor fiscal não investigou como determina o artigo 142 do Código Tributário Nacional, já que deveria ter analisado o saldo anterior, ou seja, O saldo final em 31.12.2005, logo constataria que o senhor Dejair Quarella, aplicou na impugnante o valor de R$ 2.344.930,51, a titulo de TRANSFERENCIA, valores acumulados de 2003 a 2005, conforme escritura anexa, Aplicado como capital de giro em 2006 nas contas correntes da impugnante. (sic)” (Justificativa: a recorrente não fez prova alguma de que o valor da venda do referido imóvel, cujo valor já teria sido integralmente recebido até o início do ano de 2005, de acordo com os termos da escritura pública de fls. 536 e seguintes, tenha sido aportado nas contas correntes da fiscalizada no ano calendário de 2006, nem tampouco, da mesma forma, que o mencionado valor de R$ 2.344.930,51 tenha sido transferido pela pessoa física àquelas mesmas contas); desbloqueio de depósito no valor de R$ 189.487,10, que representaria "cheques já depositados aguardando liberação e no presente caso, o auditor fiscal considerou o valor depositado que estava aguardando a liberação e depois de liberado, considerou novamente, ocasionando lançamento em duplicidade" (Justificativa: A recorrente não apresentou sequer algum demonstrativo da composição deste montante, discriminado por datas e valores. Esta alegação foi enfrentada no bojo dos valores com relação aos quais a autoridade julgadora a quo procedeu à revisão dos extratos bancários na tentativa de identificar situações como a descrita pela recorrente – duplicidade. Nada mais tendo sido acrescido pela interessada no recurso, nada mais há a avançar neste aspecto); resgate de aplicações no valor de R$ 969.980,92, que foram valores anteriormente depositados já computados como depósitos, em 2005 (Justificativa: A recorrente não apresentou sequer algum demonstrativo da composição deste montante, discriminado por datas e valores. Esta alegação foi enfrentada no bojo dos valores com relação aos quais a autoridade julgadora a quo procedeu à revisão dos extratos bancários na tentativa de identificar Fl. 3833DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 23 22 situações como a descrita pela recorrente – resgate de aplicações. Nada mais tendo sido acrescido pela interessada no recurso, nada mais há a avançar neste aspecto); cobranças de vendas no valor de R$ 293.062,39, "receitas ocorridas em 2005 e recebida em 2006, conforme Notas Fiscais anexas para comprovar as vendas realizadas". (Justificativa: A recorrente não apresentou sequer algum demonstrativo da composição deste montante, discriminado por datas e valores, nem fez qualquer correlação específica entre as notas fiscais trazidas aos autos e os depósitos bancários que estas viriam a suportar, portanto, de fato, nada provou); a receita da fiscalizada, no valor de R$ 613.320,78, não foi levada em consideração pela fiscalização, nem tampouco os impostos recolhidos. (Justificativa: ao contrário do que alega a recorrente, os impostos recolhidos foram sim considerados pela fiscalização no cálculo dos tributos devidos, neste sentido, basta conferir o "Demonstrativo de Apuração dos Valores Não Recolhidos" às fls. 412 e seguintes do auto de infração, na coluna "valor pago". Com relação à receita declarada pela fiscalizada, cabe a ela fazer a devida correlação entre a receita declarada e os valores dos depósitos bancários que foram objeto da autuação. A recorrente, contudo, nenhum esforço empreendeu neste sentido, quer durante a fiscalização, quer durante a impugnação e o recurso, assim, não há como acatar o argumento, e simplesmente presumir que toda a receita declarada tenha circulado pelas contas bancárias que foram objeto da autuação fiscal, e, ainda, durante o período abrangido pelo lançamento); depósitos em 2005 no valor de R$ 139.901,96 e desbloqueados em janeiro de 2006 (Justificativa: conforme a coluna "justificativa" do "quadro demonstrativo" elaborado pela recorrente, o valor diria respeito a "vendas de 2005, recebidas em 2006", assim, encontra se na mesma linha do valor de R$ 293.062,39, relativo às "cobranças de vendas". Mais uma vez, a recorrente não apresentou sequer algum demonstrativo da composição deste montante, discriminado por datas e valores, nem fez qualquer correlação específica entre as notas fiscais trazidas aos autos e os depósitos bancários que estas viriam a suportar, portanto, de fato, nada provou); ProLabores pagos ao Sr. Dejair e à Sra Clementina, nos valores de R$ 11.980,00 e R$ 12.930,00 respectivamente, por "por ter sido depositados e repassado aos ex sócios, declarados nas Declarações de Imposto de Renda Pessoa Física". (Justificativa: alegação relativamente incompreensível, na medida em que a prova a ser feita é dos depósitos bancários havidos nas contas bancárias, e não de pagamentos que porventura tenham sido efetuados. De qualquer sorte, inexistem quaisquer depósitos, nestes mencionados valores, nas contas que foram objeto da autuação); "transferência de valores do exsócio Dejair adquiridos em anos anteriores", no valor de R$ 1.394.930,59, para a fiscalizada. (Justificativa: a recorrente não apresentou sequer algum demonstrativo da composição deste montante, discriminado por datas e valores, nem tampouco qualquer prova da referida transferência); transferências entre as contas correntes da impugnante, no valor de R$ 2.837.497,19. (Justificativa: conforme a coluna "justificativa" do "quadro demonstrativo" elaborado pela recorrente, essas mesmas " transferências entre as contas correntes da impugnante" montaria a R$ 3.074.088,89. Na verdade, mais uma vez, a recorrente não apresentou sequer algum demonstrativo da composição destes mencionados montantes, discriminados por datas e valores. De qualquer sorte, a alegação foi enfrentada no bojo dos valores com relação aos quais a autoridade julgadora a quo procedeu à revisão dos extratos Fl. 3834DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 24 23 bancários na tentativa de identificar situações como a descrita pela recorrente – transferências entre contas. Nada mais tendo sido acrescido pela interessada no recurso, nada mais há a avançar neste aspecto); TED devolvido no valor de R$ 26.064,63. (Justificativa: muito embora a impugnante não tivesse sequer especificado a data e a conta relativas a esta operação, este foi um dos valores com relação aos quais a autoridade julgadora a quo identificou a sua ocorrência nos extratos. Este valor, portanto, já foi exonerado pela decisão recorrida); "Saldo final disponível em 31.12.2005, circulando nos extratos bancários em 2006", no valor de R$ 111.014,34 (Banco do Brasil R$ 65.212,59 e HSBC R$ 45.801,75). (Justificativa: alegação desprovida de qualquer lógica, não havendo correlação alguma entre os valores dos saldos das contas correntes ao final do ano anterior e os novos depósitos ocorridos ao longo de 2006, e que foram objeto da autuação). Ônus da prova do dolo e representação para fins penais Aduz a recorrente que não houve dolo e nem intenção de burlar o Fisco, e que, se não houve a aplicação da multa de 150%, não existe o crime tributário. Assim, deveria haver o arquivamento da representação fiscal com fins penais por falta de fundamentação legal. Tal questão não demanda maiores digressões, na medida em que se encontra pacificada na jurisprudência do CARF por meio de súmula com o seguinte teor: “Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.” Responsabilidade solidária A recorrente contesta a imputação de solidariedade aos "sócios retirantes" Dejair Quarella e Clementina Togni Quarella, já que eles teriam se desligado da sociedade em 20 de novembro de 2008, e o auto de infração foi aplicado em 02/07/2011, já passados, portanto, 2 anos e 7 meses, sendo que o art. 1003, parágrafo único, do Código Civil, determina que a responsabilidade dos sócios retirantes vai até 2 anos. A responsabilidade pela administração da Recorrente, portanto, seria dos últimos sócios, e não dos que se retiram. Afirma ainda que o auditor fiscal não provou, com documento hábil e idôneo, que o Sr. Dejair Quarella seria o representante legalmente habilitado para representar a impugnante, e que este senhor atualmente "não possui procuração, não possui poder de mando, não movimenta as contas correntes bancárias e não representa à impugnante junto a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santarém". Sustenta, ademais, que a "confusão patrimonial" só deve ser aplicada na desconsideração da personalidade jurídica, e, no presente caso, não houve a desconsideração como critério fundamental para aplicação da confusão patrimonial. Fl. 3835DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 25 24 E, ainda, por fim, que a responsabilidade contida no art. 135 não seria "solidária plena", mas sim subsidiária, uma vez que a lei estabelece uma ordem de preferência a ser seguida. Os responsáveis solidários, por sua vez, argumentam que a fiscalização não poderia têlos autuado sem ter analisado as respectivas Declarações do Imposto de Renda para verificar se teria havido variação patrimonial, e afirmam que não se beneficiaram dos valores originados das receitas da pessoa jurídica. A responsabilidade tributária é regida pelo Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966). As disposições do Código Civil acerca da responsabilidade civil dos sócios, perante a sociedade e terceiros, podem ter, nesse contexto, aplicação apenas subsidiária. E, de qualquer sorte, a hipótese de cessação da responsabilidade do sócio retirante, ali prevista, só faz sentido na hipótese de que a cessão da quota social se tenha efetivamente concretizado, sem a utilização de artifício malicioso, como no caso da forjada alienação das quotas sociais a pessoas sem qualquer capacidade econômica, caracterizando a interposição de pessoa, como é o caso dos autos. A fiscalização demonstrou que os supostos adquirentes da empresa fiscalizada, Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva, eram pessoas totalmente desprovidas de capacidade financeira para adquirir cotas de uma empresa que movimentara R$ 7.550.169,90 em um único ano, e declarara receitas da ordem de R$ 613.320,78 no mesmo período. A Sra. Maria Sebastiana Ferreira da Silva teria adquirido 99% das cotas, e o Sr. Francisco Ferreira da Silva o 1% restante, sendo que a primeira possuía bens, de acordo com a sua Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física DIRPF, da ordem de R$ 18.700,00, e rendimentos totais anuais de R$ 19.520,00, sendo que R$ 3.320,00 oriundos da própria empresa fiscalizada. Já o Sr. Francisco Ferreira da Silva, de acordo com a sua DIRPF, possuía patrimônio da ordem de R$ 6.300,00, e rendimentos totais anuais de R$ 13.290,00, valores reconhecidamente incompatíveis com o mencionado porte da empresa. Em sua defesa, alega a recorrente que a parte que cabia ao Sr. Francisco Ferreira da Silva pagar seria de apenas R$ 300,00, e que, no caso da Sra. Maria Sebastiana Ferreira da Silva, a venda realizada não teria sido à vista, e sim concretizada em 5 parcelas de R$ 5.940,00. Com a devida vênia, as alegações apenas reforçam a discrepância entre o porte da empresa e os valores pelos quais ela teria sido negociada com os supostos adquirentes. Ademais, na própria alteração contratual datada de 20 de novembro de 2008, consta que os sócios retirantes dão, aos sócios ingressantes, "plena, geral e irrevogável quitação" pela cessão e transferência das quotas de participação no capital social, afirmativa esta que desmente a alegação de alienação em parcelas. Conforme relatado, durante todo o procedimento fiscal, praticamente todas as respostas da contribuinte às intimações foram assinadas pelo Sr. Dejair Quarella. Na única ocasião em que a resposta foi assinada pela procuradora da fiscalizada, Sra. Maria Marlene Ferreira da Silva, foi para informar que a responsável pela movimentação bancária seria ela própria (procuradora). Fl. 3836DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 26 25 A própria recorrente, contudo, deixa estampada a relevância da participação do Sr. Dejair Quarella e de Clementina Togni Quarella nos desígnios da fiscalizada mesmo após a pretensa saída destes sócios da sociedade. É o que se depreende do seguinte excerto de sua impugnação, nada obstante a relativamente confusa redação: “O auditor fiscal alega que o senhor Dejair Quarella, após a venda de sua participação na sociedade, continuou a ser o responsável pelos poderes junto aos Bancos. Não é verdadeira a alegação do auditor fiscal, é falsa, já que não provou com documento essa participação e nem que o senhor Dejair continuou assinando cheque e movimentando as contas bancárias da impugnante. É absurda essa afirmação, o senhor Dejair eventualmente auxiliava sua esposa que ficou como procurador da impugnante (empresa), já que a senhora MARIA MARLENE FERREIRA DA SILVA possui laços de família, os sócios atuais são irmãos da senhora Clementina e por ordem particular, foi obrigada a se transferir para Belém e passou a responsabilidade à senhora Clementina, esposa do senhor Dejair.” Em outro trecho da impugnação, a contribuinte identifica os sócios atuais não como irmãos da Sra Clementina (como acima), mas sim, como irmãos da procuradora: “(...) os senhores, Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva, OUTORGARAM poderes para a senhora MARIA MARLENE FERREIRA DA SILVA, irmã dos sócios (...)” Já os responsáveis, em suas impugnações, com textos idênticos, identificaram a procuradora da fiscalizada, Sra. Maria Marlene Ferreira da Silva, como esposa do Sr. Dejair Quarella: “(...) É absurda essa afirmação, o senhor Dejair eventualmente auxiliava sua esposa que ficou como procurador da impugnante (empresa), já que a senhora MARIA MARLENE FERREIRA DA SILVA possui laços de família, os sócios atuais são irmãos da atual procuradora e por ordem particular, foi obrigada a se transferir para Belém e passou a responsabilidade à senhora Maria Marlene, esposa do senhor Dejair.” Nas informações obtidas pelo fisco junto às instituições financeiras, e que constam dos autos, observase o seguinte: Nas informações da ficha cadastral da pessoa jurídica perante o Banco do Brasil, fornecidas em 29/10/2009 (fls. 78 e seguintes), consta como responsável com amplos poderes para a movimentação bancária, o Sr. Dejair Quarella (emitir cheques, abrir contas de depósito, autorizar cobrança, receber, passar recibo e dar quitação, autorizar debito em conta relativo a operações, endossar cheque, requisitar cartão eletrônico, efetuar resgates/aplicações financeiras, cadastrar, alterar e desbloquear senhas, efetuar saques conta corrente e poupança, efetuar pagamentos e transferências por meio eletrônico, entre outras). O Sr. Dejair Quarella é identificado nesta ficha como "contato" na empresa, e também como seu "dirigente", com uma participação de 99% no capital — mesmo havendo expressa menção na ficha à "data de início" da situação com sendo o dia 20 de novembro de 2008, justamente a data em que foi celebrada a alteração contratual em que os sócios Dejair Quarella e Clementina Togni Quarella teriamse retirado da sociedade, em favor de Maria Sebastiana Ferreira da Silva e Francisco Ferreira da Silva. A resposta do banco HSBC não fornece informações tão conclusivas, na medida em que apenas informa da inexistência de eventuais procurações outorgando poderes Fl. 3837DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 27 26 para terceiros movimentar aludida conta corrente no ano de 2006, objeto da fiscalização, em que, indubitavelmente, era o Sr. Dejair Quarella o responsável pela movimentação financeira, de acordo com o próprio contrato social e as cópias dos cheques que se encontram nos autos. Neste contexto, reputo suficientemente comprovado pelo fisco a ocorrência da interposição de pessoas no quadro societário da fiscalizada, com a intenção de ocultar os verdadeiros administradores e proprietários da autuada, e, assim, frustrar a realização dos créditos tributários devidos. A mencionada "confusão patrimonial" foi arguida pelo fisco apenas com relação ao Sr. Dejair Quarella, na medida em que apenas com relação a ele restou demonstrado o direto auferimento de vantagens financeiras decorrentes da atividade da fiscalizada, em razão dos seus amplos e exclusivos poderes relativos à movimentação bancária da mesma. Neste aspecto, referiu o fisco as transferências da conta da empresa fiscalizada para a Sra. Camilla Quarella (fls. 279 a 280), nos valores de R$ 46.000,00 e de R$ 44.000,00, para as quais o contribuinte não deu quaisquer explicações e nem tampouco comprovou a sua contabilização. Apesar de serem apenas duas ocorrências, considerando o contexto de todo o quanto já relatado (inclusive os próprios argumentos de defesa, que fazem referência a significativos valores que teriam sido aportados pelo sócio em questão na pessoa jurídica, nada obstante não tenha restado comprovada a contabilização de tais aportes), reputo demonstrada a mencionada "confusão" entre os patrimônios da fiscalizada e do Sr. Dejair Quarella. Diante deste contexto, entendo correta a responsabilização do Sr. Dejair Quarella pelos créditos tributários lançados, nos termos dos artigos 135 e 124, mencionados pela fiscalização no Termo de Sujeição Passiva Solidária contra ele lavrado. Não há dúvidas de que o Sr. Dejair Quarella era o único e efetivo administrador da sociedade no período fiscalizado (2006), tendo praticado diversos atos contrários à lei, caracterizados pela significativa omissão de receitas apurada, pelo seu benefício financeiro direto do produto daquela omissão (confusão patrimonial), e pela tentativa de frustração da execução dos créditos tributários devidos, mediante a interposição de pessoas no quadro societário (ainda que esta tenha ocorrido em período posterior ao fiscalizado). Resta evidente, por todo o exposto, que não se está diante de um caso de "mera inadimplência", mas sim de um conjunto de procedimentos maliciosos e altamente condenáveis, que merecem o devido repúdio da sociedade, assim como o chamamento da pessoa, seja ela física ou jurídica, que se encontra por trás de tais atos, para responder pelos créditos tributários lançados, nos termos dos mencionados dispositivos legais. Entende a recorrente que a responsabilidade contida no art. 135 não seria "solidária plena", mas sim subsidiária, uma vez que a lei estabelece uma ordem de preferência a ser seguida. Consoante já em outras oportunidades me manifestei a respeito, entendo que a responsabilidade prevista no referido artigo deva ser tratada como solidária. Neste sentido, também manifestouse a PGFN, no Parecer/PGFN/CRJ/CAT nº 55/2009, verbis: Fl. 3838DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 28 27 “Se o elemento relevante para a caracterização da responsabilidade tributária do art. 135, III, do CTN fosse a condição de sócio, faria sentido a tese da responsabilidade subsidiária. Deveras, se o terceiro respondesse por ser sócio, seria plenamente razoável que demandasse o esgotamento do patrimônio da sociedade para que só então viesse a ser chamado a pagar o crédito tributário. Como, porém, não responde por ser sócio, mas porque, na condição de administrador, pratica ato ilícito, não faz o menor sentido que seja facultado a ele esquivarse da responsabilidade exigindo que, primeiro, responda a sociedade para, só em caso de sua insolvabilidade, seja a ele imposta a sanção pela ilicitude. A concepção de responsabilidade por ato ilícito exclui o caráter de subsidiariedade da obrigação do infrator. Este deve responder imediatamente por sua infração, independentemente da suficiência do patrimônio da pessoa jurídica. Eis o sentido de estar expresso no caput do art. 135 do CTN que são “pessoalmente responsáveis” os administradores infratores da lei. Dessa forma, deve ser excluída a tese da responsabilidade subsidiária em sentido próprio.” De fato, a tese da responsabilidade solidária é a mais consentânea com o texto legal, além de atender perfeitamente ao objetivo da norma, que é conferir uma maior garantia ao crédito tributário constituído. A tese da responsabilidade subsidiária, defendida pela recorrente, peca por trazer implícito no art. 135 do CTN a condição de “impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte”, condição esta que só está expressa no art. 134 do CTN, mas não no art. 135. Ademais, o fisco mencionou ainda, no Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado contra o Sr. Dejair Quarella, o art. 124, inciso I, do CTN. A existência do interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, a que alude o citado dispositivo, encontrase demonstrada, no caso, com relação ao Sr. Dejair Quarella, pelo seu benefício financeiro direto do produto das omissões de receita da fiscalizada (confusão patrimonial). Em situações como a aqui descrita, a jurisprudência majoritária do CARF defende a manutenção da responsabilidade tributária solidária, quer com base no art 135, quer com base no art. 124, inciso I. Neste sentido, os seguintes precedentes, a título exemplificativo: “RESPONSABILIDADE CTN, ART. 135 INFRAÇÃO À LEI A infração à lei, a que se refere o art. 135 do CTN, não se resume à mera inadimplência, mas a todo um conjunto de procedimentos fraudulentos comprovados nos autos, desde a retirada meramente formal do quadro societário com introdução de interpostas pessoas, a mudança de endereço para lugar onde nunca veio a funcionar a empresa, culminando com a utilização das contascorrentes da sociedade para a movimentação de vultosos recursos, ocultandoos do Fisco e sem o pagamento dos tributos devidos.” (Acórdão 10516.986, relator Waldir Veiga Rocha, sessão de 27 de maio de 2008) “Responsabilidade solidária — Respondem pelo crédito tributário os verdadeiros sócios da pessoa jurídica, pessoas físicas, acobertados por terceiras pessoas ("laranjas") que apenas emprestavam o nome para que eles realizassem operações em nome da pessoa jurídica, da qual tinham ampla procuração para gerir Fl. 3839DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 29 28 seus negócios e suas contascorrentes bancárias.” (Acórdão 10196.147, relatora Sandra Maria Faroni, sessão de 23 de maio de 2007) “RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Demonstrado de forma inequívoca que a sociedade é formalmente constituída por interpostas pessoas e identificados os sócios de fato, devem os mesmos ser arrolados como responsáveis solidários pelo crédito tributário constituído a teor dos artigos 124, I e 135, III, do C.T.N.” (Acórdão 10808.467, relator José Carlos Teixeira da Fonseca, sessão de 12 de setembro de 2005) RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SOLIDARIEDADE. INTERESSE COMUM. TITULARES DE FATO. — Possuem o interesse comum previsto no artigo 124, I, do CTN, com a consequente responsabilização solidária, os titulares de fato imediatamente beneficiados pelos recursos financeiros advindos de situações jurídicas que constituem o fato gerador da obrigação tributária principal. (Acórdão 1102001.032, relator Ricardo Marozzi Gregório, sessão de 11 de março de 2014) Com relação às demais pessoas físicas arroladas como responsáveis solidários, em que pese sejam evidentes as suas respectivas participações (ou, no mínimo, as suas anuências) na perpetração da interposição de pessoas no quadro societário, entendo que a sua responsabilização pelo crédito tributário aqui discutido não pode ser mantida. Em primeiro lugar, porque nenhuma dessas três pessoas possuía qualquer poder de gestão sobre a fiscalizada no período autuado (2006), o que exclui a possibilidade de sua responsabilização com base no art. 135 do CTN, consoante o quanto exposto no presente voto. Aliás, a própria fiscalização sequer inseriu este dispositivo nos Termos de Sujeição Passiva Solidária lavrados contra Clementina Togni Quarella, Maria Sebastiana Ferreira da Silva, e Francisco Ferreira da Silva. E, com relação ao art. 124, efetivamente não há, nos autos, nenhuma prova do benefício financeiro direto de qualquer uma dessas pessoas, em decorrência das atividades da fiscalizada no ano de 2006, restando, portanto, não comprovada a existência de qualquer "interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal". Com relação à Sra. Clementina Togni Quarella, tudo o que se tem é tão somente o fato de ser sócia da fiscalizada durante o período da ação fiscal, com participação societária de 1%. Já com relação à Sra. Maria Sebastiana Ferreira da Silva, e ao Sr. Francisco Ferreira da Silva, não há nos autos qualquer evidência de que sequer tivessem alguma relação com a empresa fiscalizada no ano de 2006 ou com os fatos geradores dos tributos lançados. Deve ser mantida, portanto, a responsabilidade solidária do Sr. Dejair Quarella, e afastadas as responsabilidades solidárias de Clementina Togni Quarella, Maria Sebastiana Ferreira da Silva, e Francisco Ferreira da Silva. Conclusão Pelo exposto, dou parcial provimento ao recurso voluntário, para excluir do polo passivo as pessoas físicas Clementina Togni Quarella, Maria Sebastiana Ferreira da Silva, e Francisco Ferreira da Silva. Documento assinado digitalmente. Fl. 3840DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10215.720165/201010 Acórdão n.º 1201001.271 S1C2T1 Fl. 30 29 João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 3841DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO
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Numero do processo: 13873.720151/2013-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE.
São isentos do imposto de renda os rendimentos de aposentadoria ou pensão percebidos pelos portadores de moléstia grave descrita no inciso XIV do art. 6º da Lei 7.713/1988, atestada mediante laudo médico oficial.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.060
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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MOLÉSTIA GRAVE. São isentos do imposto de renda os rendimentos de aposentadoria ou pensão percebidos pelos portadores de moléstia grave descrita no inciso XIV do art. 6º da Lei 7.713/1988, atestada mediante laudo médico oficial. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 3. 72 01 51 /2 01 3- 83 Fl. 43DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/02/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) DRJ/RJ1, que julgou procedente Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) alterando o saldo de imposto de renda a restituir do anocalendário 2011 de R$ 8.514,19 para o montante de R$ 291,29 de imposto suplementar a pagar (fls. 3/6). Inconformada, a interessada ingressou com a impugnação de fl. 2, solicitando, em síntese, a reforma do lançamento porque junto à Seção Técnica de Saúde da UNESP foi deferida a concessão da isenção para portadores de moléstia grave por ela pleiteada. A exigência foi mantida pela primeira instância (fls. 23/26), sob o argumento de que o emissor do documento apresentado a título de laudo não era passível de caracterizar se como serviço médico. A contribuinte interpôs recurso voluntário, repisando as razões de impugnação e juntando novo laudo médico (fls. 33/35). É o relatório. Fl. 44DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/02/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 13873.720151/201383 Acórdão n.º 2402005.060 S2C4T2 Fl. 44 3 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. A isenção do imposto de renda para os portadores de moléstia grave tem de como base legal os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelas Leis nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, e nº 11.052, de 29 de dezembro de 2004, abaixo transcritos: Art. 6o Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Pagel (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (...) XXI os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. Por sua vez, o art. 30 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, passou a veicular a exigência de que a moléstia fosse comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, nos termos a seguir: Art. 30. A partir de Io de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6° da Lei n" 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com redação dada pelo art. 47 da Lei n°8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Fl. 45DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/02/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 4 § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. § 2º Na relação das moléstias a que se refere o inciso XIV do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, fica incluída a fibrose cística (mucoviscidose). Então, é necessário o cumprimento cumulativo de dois requisitos para que o beneficiário faça jus à isenção em foco, a saber: que ele seja portador de uma das doenças mencionadas no texto legal, e que os rendimentos auferidos sejam provenientes de aposentadoria, reforma ou pensão. É incontroverso que a autuada encontrase aposentada de sua fonte pagadora desde 18/12/1998 (fl. 7). Por sua vez, o laudo apresentado à fl. 20, não obstante indicasse a presença de neoplasia maligna desde 2004, foi refutado pela instância a quo, sob as seguintes alegações: Quanto ao outro requisito essencial à fruição da isenção ora pleiteada, é de se ressaltar que, em pesquisa ao Sistema ConsultaCNPJ, constatase que o CNPJ que consta do laudo de fl.08 e/ou 20, qual seja, 46.374.500/008500, tem como atividade econômica “outra atividade de atenção à saúde humana não especificada anteriormente”, tornandose impossível caracterizar NGA 11Botucatu como serviço médico. Ademais, o citado CNPJ foi baixado junto à Receita Federal do Brasil do Sistema CNPJ em 2006. É de se informar que, a autoridade médica responsável pelas informações contidas no laudo de fl.08 e/ou 20 não discrimina no citado documento sua matrícula junto ao serviço médico oficial do qual faz parte. Sem embargo, a notificada juntou ao recurso voluntário laudo pericial emitido pela Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu e assinado por médica devidamente identificada, atestando sua condição de portadora de neoplasia maligna desde maio de 2004. Superados assim os óbices levantados pela DRJ/RJ1, concluise, portanto, que a contribuinte faz jus à isenção do imposto de renda na condição de portadora de moléstia grave, no ano em referência. Deve ser então cancelado o lançamento, e consequentemente, restabelecido o saldo de imposto a restituir tal como pleiteado na declaração de ajuste. Ante o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Ronnie Soares Anderson. Fl. 46DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/02/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON
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Numero do processo: 10830.727646/2012-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2202-000.626
Decisão:
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o processo em diligência.
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Márcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Martin da Silva Gesto, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado) e Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente convocado).
Nome do relator: Não se aplica
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decisao_txt : RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o processo em diligência. Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Márcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Martin da Silva Gesto, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado) e Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente convocado).
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Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Márcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Martin da Silva Gesto, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado) e Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente convocado). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .7 27 64 6/ 20 12 -6 1 Fl. 3275DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.276 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente contra Acórdão nº 0540.545 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas SP que julgou procedente as autuações: (i) Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.267.9629 (parte Empresa); (ii) AIOP nº. 37.267.9637 (parte Segurados); (iii) AIOP nº. 37.267.9645 (Terceiros); e (iv) Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA nº. 37.267.9653 (CFL 68). O Relatório Fiscal destaca os quatro fundamentos do procedimento fiscal ensejadores das autuações realizadas: (i) A Tutela antecipada concedida {na Ação Popular n° 0003421 40.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217)} para suspender os efeitos da resolução 03/2009 do CNAS que renovou os Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS da instituição com validade para os períodos de 01/01/2004 a 31/12/2006 e de 01/01/2007 a 31/12/2009. Conseqüentemente, no Relatório Fiscal consta que foi atendida a determinação judicial por meio dos Autos de Infração de Obrigações Principais lavrados neste procedimento fiscal, abrangendo o período de 01/2008 a 12/2009. (ii) Os Autos de Infração também foram lavrados: por ter sido cancelada a isenção das contribuições da SCEI Sociedade Campineira de Educação e Instrução pelo INSS pelo Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais n° 21.424.1/003/2004; (iii) pela SCEI não atender aos requisitos estabelecidos nos incisos VIII e XI do artigo 28 da MP 446/2008; (iv) pela SCEI não atender aos requisitos estabelecidos nos incisos V e VII do artigo 29 da Lei 12.101/2009. O Relatório Fiscal elenca, para as entidades beneficentes de assistência social, o quadro da legislação orientadora dos requisitos a serem atendidos para a isenção de contribuição para a seguridade social: até 09/11/2008 – no artigo 55 da Lei nº 8.212, de 24/07/1991; Fl. 3276DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.277 3 de 10/11/2008 a 11/02/2009 Medida Provisória nº 446, de 07/11/2008, publicada no DOU de 10/11/2008 (rejeitada); de 12/02/2009 a 29/11/2009 no artigo 55 da Lei nº 8.212, de 24/07/1991 a partir de 30/11/2009 – Lei nº 12.101, de 27/11/2009 O Relatório da decisão de primeira instância apresenta um resumo do procedimento fiscal: 1. Quanto à isenção das contribuições previdenciárias previstas no artigo 22 da Lei 8.212/1991, o lançamento fiscal fundamentase basicamente na aplicação das seguintes disposições legais, nos respectivos períodos: a) Até 09/11/2008 – artigo 55 da Lei 8.212/1991. b) De 10/11/2008 a 11/02/2009 – artigo 28 da Medida Provisória 446/2008. c) De 12/02/2009 a 29/11/2009 – artigo 55 da Lei 8.212/1991. d) A partir de 30/11/2009 – artigo 29 da Lei 12.101/2009. 2. Oportunamente, quanto aos requisitos legais necessários ao regular gozo do benefício, sob a égide da Lei 8.212/1991, o Relatório Fiscal destaca: 5.17 Na vigência do artigo 55 da Lei 8.212/1991, além do cumprimento de todos os requisitos estabelecidos nos incisos I a V, a isenção deveria ser requerida pela entidade ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, ressalvados os direitos adquiridos, conforme aponta o § 1º do artigo. A partir da criação da Receita Federal do Brasil – RFB, o requerimento passou a ser feito nesta Secretaria. 5.18 A fim de comprovar que permanecia cumprindo os requisitos legais exigidos para o gozo da isenção, a entidade estava obrigada a apresentar ao INSS ou à RFB (conforme o período), anualmente, até 30 de abril, relatório circunstanciado de suas atividades no exercício anterior. 5.19 Nos termos do § 4° artigo 55, o INSS (ou a RFB) cancelaria a isenção se verificado o descumprimento do disposto no artigo. (...). 5.21 Se a isenção havia sido cancelada anteriormente, nos moldes da Lei nº 8.212/1991 e do Decreto nº 3.048/1999, e a entidade não efetuou novo pedido de isenção, a EBAS certificada só poderia voltar ao gozo da isenção, caso tivesse cumprido, na vigência da MP nº 446/2008 ou a partir da Lei nº 12.101/2009, os requisitos previstos nos referidos atos legais, nos quais não há exigência de requerimento para concessão da isenção. Fl. 3277DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.278 4 3. Sob a Medida Provisória 446/2008 e a Lei 12.101/2009, o Relatório Fiscal ressalva as condições legais: 5.20 Na vigência da MP nº 446/2008 e a partir da Lei nº 12.101/2009 não há mais a exigência do requerimento ao órgão, pois as entidades beneficentes de assistência social EBAS fazem jus à isenção a contar da sua certificação pelo Ministério da área de atuação correspondente, desde que atendam cumulativamente aos requisitos exigidos na legislação. Os requisitos estão elencados no artigo 28 da MP nº 446/2008 e no artigo 29 da Lei nº 12.101/2009. 4. Em relação ao período sob a vigência da Lei 8.212/1991, ocorreu que o Contribuinte, anteriormente enquadrado na condição de entidade beneficente de assistência social no gozo da isenção prevista no artigo 55 da Lei 8.212/1991, teve esta condição revogada pela Administração Tributária, o que o Relatório Fiscal assim informa: 8.4. O ATO CANCELATÓRIO DE RECONHECIMENTO DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS n° 21.424.1/003/2004, expedido em 10/11/2004 pela então Gerência Executiva de Campinas/SP do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, cancelou, com base no disposto no § 8° do artigo 206 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048 de 06/05/1999, a partir de 01/01/1994, a isenção das contribuições de que tratam os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.212 de 24/07/1991, concedida à SOCIEDADE CAMPINEIRA DE EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO, por não atender aos requisitos constantes nos incisos IV e V do artigo 55 da Lei 8.212/1991, combinado com o artigo 206 do RPS, pelos motivos especificados na Decisão Notificação – DN 21.424.4/002/2004 de 10/11/2004. 8.5 A matéria foi discutida administrativamente e os efeitos do referido Ato Cancelatório foram mantidos, conforme Acórdão nº 240, de 28/03/2006, exarado pelo Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, em julgamento em última instância. 8.6 A partir do cancelamento da isenção, nenhum Ato Declaratório de Reconhecimento de Isenção de Contribuições foi novamente expedido em nome a SCEI, nos termos do § 1° do artigo 55 da Lei 8.212/1991, combinado com o § 2° o artigo 208 do RPS. Apesar do cancelamento da isenção e da inexistência de novo reconhecimento ao direito, a SCEI continuou não recolhendo as contribuições de que tratam os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.212 de 24/07/1991, fato que ensejou em ações fiscais anteriores a esta a lavratura de Notificações Fiscais de Lançamento de Débito e de Autos de Infração para a constituição do crédito relativo às contribuições que são objeto de fiscalização no presente procedimentos fiscal. 8.7 Portanto, relativamente ao período de apuração determinado pelo presente MPF, em todo o período de vigência do artigo 55 da Lei 8.212/1991, em decorrência do Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção, a SCEI não fazia jus à isenção das contribuições patronais de que tratam os artigos 22 e 23 da Lei n° 8.212/1991, a saber: de 01/01/2008 a 09/11/2008 e de 12/02/2009 a 29/11/2009. Fl. 3278DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.279 5 5. Ainda, quanto ao período de vigência da Lei 8.212/1991, e não obstante da Resolução nº. 3, de 23/01/2009 (DOU 26/01/2009), do Conselho Nacional de Assistência Social, que deferiu pedidos de renovação de Certificados de Entidades Beneficente de Assistência Social, na forma do artigo 37 da MP 446/2008 (abrangendo os períodos de 01/01/2004 a 31/12/2004 e 01/01/2007 a 31/12/2009), o Relatório Fiscal informa que: 8.11 Portanto, no período de apuração (01/2008 a 12/2009), a SCEI teve o seu Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social renovado pela mencionada Resolução. 8.12 Entretanto, no Processo n° 000342140.2011.4.02.5102 (2011.51.02.0034217) – Justiça Federal – Seção Judiciária do Rio de Janeiro –1a Vara Federal de Niterói Cristiano Barretto Figueiredo ajuizou AÇÃO POPULAR, com pedido de antecipação de tutela, em face de SOCIEDADE CAMPINEIRA DE EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO e da UNIÃO FEDERAL, objetivando a anulação da Resolução n° 03/2009, do Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, que renovou os Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS da instituição com validade para os períodos de 01/01/2004 a 31/12/2006 e de 01/01/2007 a 31/12/2009. 8.13 Em Decisão de 30/03/2012 (anexada ao presente Processo cópia extraída do sítio da Justiça Federal do Rio de Janeiro), foi DEFERIDO o pedido de antecipação de tutela para SUSPENDER os efeitos da Resolução nº 03/2009 do Conselho Nacional de Assistência Social, itens 539 e 3.070, respectivamente, na parte em que conferiram à SCEI os certificados de entidade beneficente de assistência social, nos períodos de 01.01.2004 a 31.12.2006 e de 01.01.2007 a 31.12.2009, bem como foi DETERMINADO à Secretaria da Receita Federal do Brasil que promovesse o lançamento das contribuições de financiamento da seguridade social relativas aos fatos geradores compreendidos nos mesmos períodos, mantendo suspensa a exigibilidade dos referidos tributos, enquanto perdurasse a discussão judicial sobre a imunidade da entidade. 8.14 Dessa forma, estando até a presente data suspenso os efeitos da Resolução na parte em que conferiram à SCEI os Certificados, atende se à referida determinação judicial por meio dos Autos de Infração de Obrigações Principais lavrados neste procedimento fiscal, abrangendo o período de 01/2008 a 12/2009. Quanto à exigibilidade do crédito, no curso do processo devem ser verificados os aspectos apontados no Capítulo XV deste relatório. 6. O Contribuinte não teria, pois, direito, no período compreendido nos lançamentos fiscais, à isenção das contribuições previdenciárias, de que tratavam o artigo 55 da Lei 8.212/1991 e o artigo 28 da Medida Provisória 446/2008, e da qual ora trata o artigo 29 da Lei 12.101/2009. Outrossim, no Relatório Fiscal, capítulo XV, são destacadas os demais motivos, além da tutela antecipada concedida em Ação Popular que cancelou os efeitos da Fl. 3279DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.280 6 Resolução 03/2009 do CNAS em relação à Recorrente, que fundamentaram o procedimento fiscal e as autuações: 15.1 Conforme apontado na seção “CERTIFICAÇÃO” do Capítulo VIII, em Decisão de 30/03/2012 na ação popular – Processo n° 0003421 40.2011.4.02.5102 (2011.51.02.0034217), da 1a Vara Federal de Niterói, Seção Judiciária do Rio de Janeiro da Justiça Federal – foi deferido o pedido de antecipação de tutela para suspender os efeitos da Resolução nº 03/2009 do CNAS, itens 539 e 3.070, respectivamente, na parte em que conferiram à SCEI os certificados de entidade beneficente de assistência social, nos períodos de 01.01.2004 a 31.12.2006 e de 01.01.2007 a 31.12.2009, bem como foi determinado à Secretaria da Receita Federal do Brasil que promovesse o lançamento das contribuições de financiamento da seguridade social relativas aos fatos geradores compreendidos nos mesmos períodos, mantendo suspensa a exigibilidade dos referidos tributos, enquanto perdurasse a discussão judicial sobre a imunidade da entidade. 15.2 Todavia, no andamento do presente Processo Administrativo Fiscal deve ser analisado pelas autoridades administrativas se a exigibilidade dos tributos lançados deve ser mantida suspensa, uma vez que, além da decisão na ação popular que suspendeu os efeitos da Resolução nº 03/2009 do CNAS na parte que conferiram à SCEI os certificados, foram apurados pela fiscalização outros requisitos, também necessários para que a entidade fizesse jus à isenção das contribuições, abrangendo todo o período de apuração, que não foram cumpridos pela SCEI e que não guardam nenhuma relação com a matéria discutida na referida ação. 15.3 Os Autos de Infração também foram lavrados: por ter sido cancelada a isenção das contribuições da SCEI pelo INSS pelo Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais N° 21.424.1/003/2004; pela SCEI não atender aos requisitos estabelecidos nos incisos VIII e XI do artigo 28 da MP 446/2008; e pela SCEI não atender aos requisitos estabelecidos nos incisos V e VII do artigo 29 da Lei 12.101/2009. 15.4 Dessa forma, ainda que em decisão final sobre a matéria discutida na ação popular venham a ser restabelecidos os efeitos da Resolução nº 03/2009 do CNAS na parte que conferiram à SCEI os certificados de entidade beneficente de assistência social, esta eventual decisão não provocaria nenhuma alteração nos levantamentos, nos valores e na fundamentação legal dos Autos de Infração lavrados no presente Procedimento Fiscal. Conforme o Relatório Fiscal e o Relatório da decisão de primeira instância, temos uma breve descrição dos Autos de Infração lavrados: Em relação ao AIOP 37.367.9629 (parte Empresa): Fl. 3280DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.281 7 a) Compreende contribuições da empresa sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais (período de janeiro a dezembro de 2008). b) Inclui as remunerações pagas a médicos, informadas em DIRF e não declaradas em GFIP (levantamento “HM”). c) Inclui, também, os valores pagos a título de “bolsa protocolo salarial”, que deixaram de ser incluídos nas remunerações dos respectivos segurados beneficiários (levantamento “PS”). 11.1 O Auto de Infração AI DEBCAD n° 37.367.9629 referese a contribuições sociais devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição da empresa sobre a remuneração de empregados, contribuição da empresa sobre a remuneração a contribuintes individuais, contribuição da empresa relativa a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, adicional de RAT para financiamento da aposentadoria especial e contribuição da empresa para financiamento dos benefícios em razão de incapacidade laborativa 11.5 Os fatos geradores das contribuições lançadas no presente Auto de Infração – AI DEBCAD 37.367.9629 são: ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados de acordo com o especificado nos Levantamentos EE/EE2 – EMPREGADOS EDUCAÇÃO e ES/ES2 – EMPREGADOS SAÚDE; ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados sujeitos à aposentadoria especial de acordo com o especificado nos Levantamentos AE/AE2 –ADICIONAL DE RAT EDUCAÇÃO e AS/AS2 – ADICIONAL DE RAT SAÚDE; ✔ as remunerações pagas aos segurados contribuintes individuais de acordo com o especificado nos Levantamentos CE/CE2 – CONTRIBUINTE INDIVID EDUCAÇÃO e CS/CS2 – CONTRIBUINTE INDIVID SAÚDE; ✔ os valores brutos das notas fiscais, das faturas e dos recibos de prestação de serviços, relativamente aos serviços que foram prestados à SCEI por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho de acordo com o especificado nos Levantamentos TE/TE2 – COOPERAT DE TRABALHO EDUCAÇÃO e TS/TS2 – COOPERAT DE TRABALHO SAÚDE; ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados a título de honorários médicos de acordo com o especificado no Levantamento HM/HM2 –HONORÁRIOS MÉDICOS; e ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial” de acordo com o especificado no Levantamento PS/PS2 –BOLSA PROTOCOLO SALARIAL. 11.13 Conforme pode ser visualizado no relatório “RL – Relatório de Lançamentos”, foram utilizados os seguintes códigos de lançamento: Levantamento AE/AE2 – ADICIONAL DE RAT EDUCAÇÃO ✔ R25 – Base para Adic RAT 25 anos : em que foram lançadas as remunerações Fl. 3281DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.282 8 dos segurados empregados da área de educação sujeitos à aposentadoria especial de 25 anos. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento CE/CE2 – CONTRIBUINTE INDIVID EDUCAÇÃO ✔ RC I – Remuneração Contrib Indiv : em que foram lançadas as remunerações dos segurados contribuintes individuais da área de educação. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento EE/EE2 – EMPREGADOS EDUCAÇÃO ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados da área de educação. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento PS/PS2 – BOLSA PROTOCOLO SALARIAL ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial”. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado, que corresponde aos “débitos – créditos” de cada mês da conta 413101010. Levantamento TE/TE2 – COOPERAT DE TRABALHO EDUCAÇÃO ✔ FSG – Fat Coop Saúde : em que foram lançados os valores pagos pela SCEI na área de educação a cooperativa de trabalho Unimed Campinas. O relatório apresenta o valor lançado (valor bruto das faturas), a taxa utilizada (30%), o valor apropriado (base de cálculo de 30% sobre o valor bruto das faturas) e o número das faturas. ✔ VBT – Valor Bruto do Transporte : em que foram lançados os valores pagos pela SCEI na área de educação às cooperativas de trabalho CampTáxi e Coopercamp. O relatório apresenta o valor lançado (valor bruto das notas fiscais e recibos), a taxa utilizada (20%), o valor apropriado (base de cálculo de 20% sobre o valor bruto das faturas) e o número das notas e recibos. Levantamento AS/AS2 – ADICIONAL DE RAT SAÚDE ✔ R25 – Base para Adic RAT 25 anos : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados da área de saúde sujeitos à aposentadoria especial de 25 anos. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento CS/CS2 – CONTRIBUINTE INDIVID SAÚDE ✔ RC I – Remuneração Contrib Indiv : em que foram lançadas as remunerações dos segurados contribuintes individuais da área de saúde. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento ES/ES2 – EMPREGADOS SAÚDE ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados da área de saúde. O relatório apresenta o Fl. 3282DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.283 9 valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento HM/HM2 – HONORÁRIOS MÉDICOS ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados a título de honorários médicos. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado, que corresponde a soma, por competência, de valores informados em DIRF, mas não declarados em GFIP. Levantamento TS/TS2 – COOPERAT DE TRABALHO SAÚDE ✔ FSG – Fat Coop Saúde : em que foram lançados os valores pagos pela SCEI na área de saúde a cooperativa de trabalho Unimed Campinas. O relatório apresenta o valor lançado (valor bruto das faturas), a taxa utilizada (30%), o valor apropriado base Em relação ao AIOP 37.367.9637 (parte Segurados): a) Compreende contribuições de segurados, cuja obrigação de arrecadação, mediante descontos nas respectivas remunerações recolhimento, é de responsabilidade da fonte pagadora (período de janeiro a dezembro de 2008). 12.1 O Auto de Infração AI DEBCAD n° 37.367.9637 referese a contribuições sociais devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição dos segurados empregados, conforme fundamentação legal. 12.5 Os fatos geradores das contribuições lançadas no presente Auto de Infração – AI DEBCAD 37.367.9637 são: ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial” de acordo com o especificado no Levantamento PS/PS2 –BOLSA PROTOCOLO SALARIAL. 12.14 Conforme pode ser visualizado no relatório “RL – Relatório de Lançamentos”, foram utilizados os seguintes códigos de lançamento: Levantamento PS/PS2 – BOLSA PROTOCOLO SALARIAL ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial”. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado, que corresponde aos “débitos – créditos” de cada mês da conta 413101010 Em relação ao AIOP 37.367.9645 (Terceiros): a) Compreende contribuições da empresa para outras entidades: FNDE salárioeducação, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE (período de janeiro a dezembro de 2008). Fl. 3283DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.284 10 d) Inclui as remunerações pagas a médicos, informadas em DIRF e não declaradas em GFIP (levantamento “HM”). e) Inclui, também, os valores pagos a título de “bolsa protocolo salarial”, que deixaram de ser incluídos nas remunerações dos respectivos segurados beneficiários (levantamento “PS”). 13.1 O Auto de Infração AI DEBCAD n° 37.367.9645 referese a contribuições sociais destinadas a outras entidades e fundos, a saber: SALÁRIO EDUCAÇÃO, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE, conforme fundamentação legal. 13.5 Os fatos geradores das contribuições lançadas no presente Auto de Infração – AI DEBCAD 37.367.9645 são: ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados de acordo com o especificado nos Levantamentos EE/EE2 – EMPREGADOS EDUCAÇÃO e ES/ES2 – EMPREGADOS SAÚDE; ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados a título de honorários médicos de acordo com o especificado no Levantamento HM/HM2 –HONORÁRIOS MÉDICOS; e ✔ as remunerações pagas aos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial” de acordo com o especificado no Levantamento PS/PS2 –BOLSA PROTOCOLO SALARIAL. 13.11 Conforme pode ser visualizado no relatório “RL – Relatório de Lançamentos”, foram utilizados os seguintes códigos de lançamento: Levantamento EE/EE2 – EMPREGADOS EDUCAÇÃO ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados da área de educação. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento PS/PS2 – BOLSA PROTOCOLO SALARIAL ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial”. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado, que corresponde aos “débitos – créditos” de cada mês da conta 413101010. Levantamento ES/ES2 – EMPREGADOS SAÚDE ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados da área de saúde. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado e o código de controle da GFIP de que foi extraído. Levantamento HM/HM2 – HONORÁRIOS MÉDICOS ✔ REM – Remuneração Empregados : em que foram lançadas as remunerações dos segurados empregados a título de honorários médicos. O relatório apresenta o valor lançado, a taxa utilizada (100%), o valor apropriado, que corresponde a soma, por competência, de valores informados em DIRF, mas não declarados em GFIP. Fl. 3284DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.285 11 Em relação ao AIOA 37.367.9653 (CFL 68): a) Trata do descumprimento de obrigação tributária acessória – apresentar a empresa o documento a que se refere a Lei 8.212/1991 (artigo 32, inciso IV e parágrafo terceiro), com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. b) Inclui os segurados (médicos), informadas em DIRF e não declaradas em GFIP. Os nomes dos segurados estão relacionados na planilha “Segurados não inscritos”. c) Inclui, também, os valores pagos a título de “bolsa protocolo salarial”, que deixaram de ser incluídos nas remunerações dos respectivos segurados beneficiários. d) O Relatório Fiscal esclarece, quanto à aplicação da legislação pertinente, relativa às multas aplicáveis ao caso: 8.51 Em relação à Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência– GFIP, o fato de a SCEI omitir segurados e deixar de informar parte da remuneração, até a publicação da MP 449/2008, configurava infração ao Art. 32, inciso IV e §§ 3º e 5º da Lei n° 8.212, de 24/07/1991, combinado com o Art. 225, inciso IV e § 4°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. A partir da vigência da MP 449/2008, a conduta passou a configurar infração ao Art. 32, inciso IV da Lei n° 8.212, de 24/07/1991, na redação dada pela MP nº 449, de 03/12/2008, convertida na Lei n° 11.941, de 27/05/2009. 8.52 Em atenção ao “princípio da retroatividade benigna”, foram comparadas as multas impostas pela legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores e as impostas pela legislação superveniente, tendo sido aplicadas as mais benéficas para o contribuinte. Em relação ao fato de a SCEI não ter elaborado GFIP/SEFIP distintas por estabelecimento, conforme pode ser visto em relatório denominado “Comparativo de Multas”, anexo ao Processo, as multas mais benéficas eram as vigentes na época de ocorrência dos fatos geradores, tendo sido lavrados os seguintes Autos de Infração: (...). e) Foram computadas, também, faltas de declarações de valores pagos a cooperativas de trabalho, já que o Contribuinte não incluiu a totalidade deles nas correspondentes GFIP. 14.1 Diante dos fatos apurados no procedimento fiscal e detalhados no capítulo “VIII – DESCRIÇÃO DOS FATOS APURADOS NO PROCEDIMENTO FISCAL”, constatamos que a SCEI apresentou a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, nas competências de 01/2008 a 11/2008*, com dados não correspondentes aos fatos geradores, tendo: ✔ informado as remunerações pagas aos segurados empregados e contribuintes individuais da área de educação, conforme apontado nos Levantamentos EE/EE2 – EMPREGADOS EDUCAÇÃO, AE/AE2 – Fl. 3285DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.286 12 ADICIONAL DE RAT EDUCAÇÃO e CE/CE2 – CONTRIBUINTE INDIVID EDUCAÇÃO, sob o FPAS 639 – quando o correto era FPAS 574; ✔ informado as remunerações pagas aos segurados empregados e contribuintes individuais da área de saúde, conforme apontado nos Levantamentos ES/ES2 – EMPREGADOS SAÚDE, AS/AS2 – ADICIONAL DE RAT SAÚDE e CS/CS2 – CONTRIBUINTE INDIVID SAÚDE, sob o FPAS 639 – quando o correto era FPAS 515; ✔ deixado de incluir os valores relativos aos serviços que foram prestados à SCEI por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho de acordo com o especificado nos Levantamentos TE/TE2 – COOPERAT DE TRABALHO EDUCAÇÃO e TS/TS2 – COOPERAT DE TRABALHO SAÚDE; ✔ informado a parcela relativa aos valores dos serviços que foram prestados à SCEI por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho sob o FPAS 639 – quando o correto era FPAS 574; ✔ deixado de incluir as remunerações pagas aos segurados empregados a título de honorários médicos de acordo com o especificado no Levantamento HM/HM2 – HONORÁRIOS MÉDICOS; e ✔ deixado de incluir as remunerações pagas aos segurados empregados a título de “bolsa protocolo salarial” de acordo com o 14.5 Até a publicação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.491/2009, a conduta descrita acima constituía infração ao disposto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inc. IV e §§ 3º e 5º, acrescentado pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, combinado com art. 225, IV e § 4°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. 14.6 A multa aplicada tem previsão legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, § 5°, acrescentado pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 284, inc. II, e art. 373 14.8 No quadro a seguir é apresentado o cálculo do valor da multa aplicada, abrangendo as competências de 01/2008 a 11/2008, em que as multas mais benéficas para o contribuinte eram as impostas pela legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores. O período objeto do auto de infração, conforme os Relatórios Discriminativos de Débito DD, é de 01/2008 a 12/2008. O contribuinte teve ciência das Autuações em 19.12.2012, conforme os autos. A Recorrente apresentou Impugnações tempestivas, na qual alega em síntese, conforme o apresentado resumidamente no Relatório da decisão de primeira instância: Em relação ao AIOP 37.367.9629 (parte Empresa): em sede Preliminar: Fl. 3286DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.287 13 (i) a nulidade do lançamento fiscal, vez que fundamentado em critérios imprestáveis para a aferição da base de cálculo dos tributos nele exigidos (ii) que, ao louvarse na decisão de Io grau proferida na ação popular, deixou de considerar a sentença proferida nos autos do mandado de segurança acima mencionado e, ao assim proceder, ofendeu a coisa julgada e, também, contrariou o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a educação está integrada no conceito de assistência social, não merecendo prevalecer o trabalho fiscal No Mérito: (iii) o direito ao gozo da imunidade prevista no art. 195, §7° da CF. (iv) a ilegitimidade do adicional ao RAT a inconsistência das multas isoladas aplicadas pelo agente fiscal. (v) a inconstitucionalidade e ilegalidade da exigência de juros equivalentes à taxa SELIC sobre o suposto crédito tributário. Em relação ao AIOP 37.367.9637 (parte Segurados): As razões apresentadas pela Impugnação são basicamente as mesmas formuladas na Impugnação relativa ao lançamento fiscal DEBCAD 37.367.9629, ressalvados apenas os acréscimos constantes do tópico “da exigência de contribuição sobre bolsa protocolo salarial”, que passo a abordar. Fazendo referência às diretrizes constitucionais do artigo 195 e da à Lei 8.212/1991 (artigos 30 e 33), a Impugnação suscita discussão acerca da “bolsa protocolo salarial”, sustentando que não haveria incidência de contribuições previdenciárias, já que “... essa verba não tem caráter retributivo e sim, instrumental”; que se trataria de “ ... investimento da entidade na qualificação de seus empregados, não podendo ser considerado salário in natura ...”; que o mesmo se aplicaria em relação aos dependentes dos funcionários; que, por se destinarem à capacitação, não estariam sujeitos à tributação; não traria vantagens ao empregador; teria “cunho cultural”; decorreria de convenção coletiva. Transcreve jurisprudência. Nestas circunstâncias – dado o alegado “descompasso com a jurisprudência dos nossos Tribunais” – teria havido “atentado ao interesse público primário”, importando em maiores ônus para o Estado, em face da necessidade de acionamento das instâncias judiciais decisórias. Em relação ao AIOP 37.367.9645 (Terceiros): As razões apresentadas pela Impugnação são basicamente as mesmas formuladas na Impugnação relativa ao lançamento fiscal DEBCAD 37.367.9629, ressalvados apenas as seguintes arguições adicionais: Fl. 3287DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.288 14 1. Contribuição ao FNDE/salárioeducação – sustenta, em síntese, que a cobrança não teria respaldo nas disposições constitucionais vigentes, em face do “perfil tributário” que teria adquirido na nova sistemática legal. 2. Contribuição para o INCRA – defende a inexigibilidade da cobrança, em face da atividade desenvolvida pelo Contribuinte e considerando que “... cessou a causa jurídica que legitimava a cobrança dessa exação”. 3. Contribuições para SESC, SEBRAE e SENAC – não seriam legítimas as cobranças, pois: i) SESC e SENAC, pelos fundamentos jurídicos que expõe, não seriam devidas pelo Contribuinte, que não é empresa comercial; ii) SEBRAE, pelas mesmas razões, já que se trataria de um adicional àquelas contribuições. Em relação ao AIOA 37.367.9653 (CFL 68): Argumenta que a impugnante não elaborou GFIPS com relação aos seus segurados, uma vez que não está sujeita ao recolhimento das contribuições devidas ao INSS, por ser entidade imune, nos termos do art. 195 § 7º CF. Entende assim que, por ser indevida a obrigação principal, não está adstrita a cumprir a obrigação acessória. Segue, aduzindo que a ausência das GFIP não teria causado prejuízo à fiscalização, não se “legitimando” assim a penalidade imposta, já que os documentos teriam sido “supridos” por outros “registros”, igualmente capazes de fornecer as informações requisitadas. Acrescenta que as ausências de máfé e de prejuízo autorizariam a relevação da multa. Invoca o princípio constitucional da legalidade, “corolário do princípio da finalidade”, para atende ao “interesse público”. Além do mais, considerando seu montante, a multa seria “irrazoável” e “desproporcional”, especialmente considerando as finalidades institucionais do Contribuinte, sobre a qual passa, então, a discorrer, para repisar os argumentos que garantiriam a “imunidade” tributária do Contribuinte, quanto às contribuições previdenciárias questionadas. Ressalva, ainda, quanto à natureza da obrigação, cuja inadimplência gerou a penalização, que, como foi possível a realização dos lançamentos, não seria razoável a aplicação da multa, em face da não ocorrência de sonegação ou evasão fiscal. Reitera a possibilidade de relevação da multa, em face das disposições do artigo 112 do CTN. Conclui, argumentando que teria havido “desprezo” à “... prova que lhe foi apresentada e criando uma série de requisitos, condições e impedimentos, sem qualquer respaldo legal, com o único intuito de aumentar a arrecadação”. Fl. 3288DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.289 15 Conclui pelo descabimento da multa aplicada. A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 0540.545 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas SP, conforme Ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 JUÍZO DE CONSTITUCIONALIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CTN ARTIGO 14 ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DIREITO ADQUIRIDO. VÍCIOS NA BASE DE CÁLCULO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PARA O SAT. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. CONTRIBUIÇÕES PARA O FNDE/SALÁRIOEDUCAÇÃO, INCRA, SEBRAE E SESC/SENAC. ENTREGA DE GFIP COM DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES DE TODAS AS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. JUÍZO DE CONSTITUCIONALIDADE. Embora a Impugnação argua a constitucionalidade de algumas normas, com base nas quais se deu o lançamento, é vedado à presente instância administrativa de julgamento proferir decisões a respeito, em face das disposições do artigo 26A do Decreto 70.235/1972. ENTIDADES BENEFICENTES ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Carece de fundamento a tese de que as disposições constitucionais (artigo 195, parágrafo sétimo) assegurariam, por si só, o direito à isenção das contribuições previdenciárias, pois o direito ao benefício depende do cumprimento dos respectivos requisitos legais (segundo o correspondente período de vigência) da Lei 8.212/1991, da MP 446/2008 e da Lei 12.101/2009. CTN ARTIGO 14 ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Não tem cabimento a assertiva de que a imunidade/isenção estaria assegurada pela conjugação das disposições da Constituição com as do artigo 14 do CTN, cujos dispositivos vedam, na realidade, a cobrança de impostos e o lançamento não cuida de tal modalidade de exação fiscal e, ainda assim, limita a vedação da cobrança daquela exação fiscal os impostos ao “patrimônio, renda e serviços”. As contribuições previdenciárias não se confundem com impostos e muito menos incidem sobre patrimônio, renda e serviços do Contribuinte. Fl. 3289DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.290 16 ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DIREITO ADQUIRIDO. A tese do “direito adquirido” das entidades beneficentes constituídas antes da Lei 8.212/1991, encontrase definitivamente superada, pela edição da Súmula 352 do Superior Tribunal de Justiça, que estabelece: “Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) Cumprimento dos Requisitos Legais Supervenientes. A obtenção ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) não exime a entidade do cumprimento dos requisitos legais supervenientes”. VÍCIOS NA BASE DE CÁLCULO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O Contribuinte limitase a declarações genéricas, quanto ao que denominou “vícios na base de cálculo”. Por isso, a questão somente pode ser apreciada nestas mesmas condições no âmbito das generalidades, não sendo possível identificar a ocorrência do cerceamento do direito de defesa, que é exercido, aliás, em face do próprio trâmite do processo administrativo fiscal. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SALÁRIODE CONTRIBUIÇÃO. O parágrafo nono do mesmo artigo 28 da Lei 8.212/1991 enumera expressa e taxativamente os pagamentos realizados no âmbito da relação empregatícia que não se incluem na base de cálculo das contribuições previdenciárias. Esta é a regra determinada pela Lei 8.212/1991, constituindose, pois a premissa, com base na qual devem ser analisados os pagamentos considerados no lançamento fiscal. CONTRIBUIÇÃO PARA O SAT. O sistema de determinação dos parâmetros e critérios de incidência da contribuição para o seguro de acidente do trabalho (inclusive adicionais), por normas subsidiárias, expedidas pelo Poder Executivo, é estabelecido pela legislação vigente, sendo, inclusive, referendado pela jurisprudência mais recente dos Tribunais Superiores. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. A incidência da taxa SELIC tem amparo legal na legislação apontada no anexo “FLD” e, inclusive, se encontra presentemente pacificada pelo STJ. CONTRIBUIÇÕES PARA O FNDE/SALÁRIOEDUCAÇÃO, INCRA, SEBRAE E SESC/SENAC. A incidência das contribuições para terceiros dáse conforme as respectivas legislações, indicadas no anexo “FLD”. A jurisprudência dos Tribunais Superiores atesta amplamente a viabilidade jurídica das cobranças das contribuições. ENTREGA DE GFIP COM DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES DE TODAS AS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Fl. 3290DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.291 17 A entrega de GFIP sem todas as devidas formalidades legais inclusão de todos os segurados, com as respectivas e devidas remunerações, além do cumprimento de todas as demais formalidades legais causa sempre prejuízos, não apenas à Fiscalização, mas também à Previdência Social, em geral. O lançamento fiscal, ainda que consiga cobrir as contribuições previdenciárias devidas, não é capaz de suprir a falta de informações que geram a penalização do Contribuinte. De qualquer forma, este critério causar (ou não) prejuízo à Fiscalização não constitui requisito legal à imposição da multa, sendo, por isso, irrelevante. Mesmo que a Fiscalização tenha logrado realizar os lançamentos fiscais devidos, com base em outros dados documentos, não estará desobrigada da imposição da multa. O lançamento fiscal para constituir o crédito tributário não recolhido e a imposição de multa, pelo descumprimento de obrigação acessória, são fatos juridicamente relevantes e independentes. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 9a. Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedentes as Impugnações. Cientifiquese a interessada, ressalvandolhe o direito à interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais no prazo de trinta dias, conforme facultado pelo art. 33 do Decreto n.º 70.235/72. Inconformada com a decisão de 1ª instância, a Recorrente apresentou Recursos Voluntários, combatendo a decisão de primeira instância e reiterando os argumentos deduzidos em sede de Impugnação, em apertada síntese: Em relação ao AIOP 37.367.9629 (parte Empresa): Em sede Preliminar: (i) da nulidade da decisão recorrida por deixar de apreciar os fundamentos aduzidos na Impugnação. A r. decisão recorrida, ao deixar de apreciar a matéria constitucional invocada na impugnação, cerceou o direito de defesa da recorrente, com ofensa aos princípios do contraditório e do devido processo legal, aplicáveis ao processo administrativo por força do art. 2o da Lei 9784/99 e do art. 5o, LIV e LV da CF. (...) No caso presente, não se trata de lei inconstitucional, mas de desrespeito a princípios constitucionais, razão pela qual diante da omissão da autoridade em apreciar os argumentos trazidos à colação pela Recorrente é de rigor a decretação da nulidade da decisão de Ia Instância Administrativa. Do Mérito Fl. 3291DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.292 18 (ii) Da decisão no MS 9476/DF emissão do CEBAS direito líquido e certo da Recorrente à isenção O v. acórdão recorrido afirma que a coisa julgada formada nos autos do MS 9476 em favor da recorrente apenas lhe garantiria a emissão do CEBAS e não, a imunidade. Ora, em momento algum a recorrente afirmou que a coisa julgada lhe garantiria imunidade, inclusive porque esse não era o pedido do mandado de segurança. Naquele feito se discutia a existência de direito liquido e certo da recorrente à isenção, instituto diverso da imunidade, para o qual são exigidos outros requisitos e que tem outro alcance. E, tendo havido o reconhecimento desse direito, como de fato houve, há de ser reformada a r. decisão recorrida. Mas, ainda que assim não fosse, e o certificado a que alude a Lei de 1959 pudesse ser tido como um dos requisitos para o gozo da imunidade introduzida em nosso ordenamento em 1988, o fato é que na vigência dele não pode, a fiscalização expedir ato cancelatório de isenção e com base nele pretender cobrar da recorrente contribuições as quais não está sujeita. (iii) Da competência privativa do CNAS para a expedição do CEBAS Assim, anteriormente à Lei 12101/2009 era competência privativa do CNAS Conselho Nacional de Assistência Social órgão que integra o Ministério da Previdência e Assistência Social, mas sem vinculação direta com o INSS, analisar se a entidade preenche todos os requisitos para o gozo da imunidade de que cuida o art. 195 § 7o CF, determinando a expedição do CEBAS. (iv) Da emissão do Ato Cancelatório de isenção pelo INSS apenas se a entidade não fosse portadora do CEBAS Apenas ao CNAS competiria averiguar se a entidade preenche ou não os requisitos para o gozo da imunidade, o que é atestado positivamente com a expedição do CEBAS. O INSS só poderia emitir ato cancelatório de isenção se a entidade não fosse portadora do CEBAS. Isso porque, se o órgão competente do Ministério da Previdência e Assistência Social atesta que a instituição faz jus à imunidade, determinando, em conseqüência, a expedição do CEBAS, é defeso ao INSS pretender afastar, sem autorização legal, a desoneração que foi reconhecida pelo órgão autorizado a tanto. (v) Do direito da Recorrente ao gozo da imunidade do art. 195, § 7o da CF. Embora o dispositivo utilize o termo "isenção" ao indicar que as entidades beneficentes de assistência social são desoneradas de contribuição para a seguridade social, por se tratar de desoneração veiculada pelo próprio texto constitucional, a sua natureza jurídica é de verdadeira imunidade (...)Convém salientar que esse magistério doutrinário refletese na própria jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal, Fl. 3292DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.293 19 que já identificou na cláusula inscrita no art. 195, § 7°, da Carta Política, a existência de uma típica garantia de imunidade estabelecida em favor das entidades beneficentes de assistência social (RTJ 137/965, Rei. Min. MOREIRA ALVES). Sendo a uma limitação ao poder de tributar, a "lei" a que faz menção a parte final do § 7o, ou seja, a que pode estabelecer as exigências para o gozo do beneficio, há ser a lei complementar, por força do que estabelece o art. 146 II da CF, verbis: (...)Assim, até que sobrevenha lei complementar instituindo outras condições para o gozo da imunidade prevista no art. 195 § 7 da CF, tais dispositivos do CTN elencam as únicas que as entidades beneficentes de assistência social devem preencher para gozar da desoneração em tela, representando verdadeiras balizas a que se deve ater o legislador ordinário. (vi) A entidade atendeu não só ao art. 14 CTN, bem como o art. 55 da Lei 8212/91 (a) a entidade é reconhecida como de utilidade pública federal, estadual e municipal: Decreto Federal de 27 de maio de 1992 (DO 28.05.92 publicado no Diário Oficial da União, de 28 de maio de 1992), Decreto Estadual 40.685, de 06 de setembro de 1962, e Lei municipal n° 6801, de 04 de dezembro de 1991.(does 04 a 06) art. 55 Ida Lei 8212/91; (b) desde 1971, a impugnante sempre obteve Certificado de Filantropia, hoje denominado Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social art. 55 II da Lei 8212/91(doc.07); (c) promoveu, no período fiscalizado, assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes (redação original do art. 55 III da Lei 8212/91, em vigor por força da liminar concedida nos autos da ADI 20285). As autoridades previdenciárias jamais questionaram que o Hospital Maternidade "Celso Pierro" HCMP presta relevantes serviços sociais para toda a região do Estado de São Paulo e ainda, para a região do sul do Estado de Minas Gerais, disponibilizando atendimento médico, de ótima qualidade, ao SUS, e quv > xíospital mantido pela impugnante, é uma entidade beneficente de assistência social, que supre as deficiências do Estado no cumprimento do seu dever constitucional de fornecer à população serviços médicos de primeira necessidade. Tampouco questionaram que essa também é a realidade da PUCCampinas, outra entidade mantida pela impugnante, dedicada ao ensino de graduação e pósgraduação, nas mais diversas áreas, contando com 10 cursos de Mestrado/Doutorado e 22 cursos de especialização, e ainda, faculdade voltada para a terceira idade. (d) não remunerou seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, como, tampouco, lhes concedeu quaisquer vantagens ou benefícios art. 55 IV da Lei 8212/91 e art. 14 I do CTN (art. 5o §§ Io e 2o dos estatutos), independente do fato, apontado pela autoridade fiscal, de ter sido paga gratificação a diretor do Colégio Pio XII, pela sua atuação profissional, na ocasião de sua aposentadoria, o que, Fl. 3293DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.294 20 conforme a própria jurisprudência administrativa e judicial, não constitui obstáculo ao gozo da isenção. (e) aplicou, integralmente, eventual resultado operacional na manutenção de desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS, relatório circunstanciado de suas atividades (art. 55 V da Lei 8212/91 e art. 14II CTN); (f) manteve escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão, tal como exigido pelo art. 14 III CTN, cuidando, ainda, de divulgar publicamente seus resultados, fato reconhecido pela própria administração, à época. Outrossim, a impugnante apresentou ao INSS relatório circunstanciado de suas atividades, dandolhe a conhecer os serviços caritativos que desenvolveu no período. (vii) a ilegitimidade do adicional ao RAT (viii) Das multas Uma vez demonstrada a insubsistência do auto de infração, não podem prevalecer as multas aplicadas, já que não demonstrada a ocorrência da infração que lhes daria suporte. (ix) a inconstitucionalidade e ilegalidade da exigência de juros equivalentes à taxa SELIC sobre o suposto crédito tributário. Em relação ao AIOP 37.367.9637 (parte Segurados): Em sede Preliminar: (i) da nulidade da decisão recorrida por deixar de apreciar os fundamentos aduzidos na Impugnação. A r. decisão recorrida, ao deixar de apreciar a matéria constitucional invocada na impugnação, cerceou o direito de defesa da recorrente, com ofensa aos princípios do contraditório e do devido processo legal, aplicáveis ao processo administrativo por força do art. 2o da Lei 9784/99 e do art. 5o, LIV e LV da CF. (...) No caso presente, não se trata de lei inconstitucional, mas de desrespeito a princípios constitucionais, razão pela qual diante da omissão da autoridade em apreciar os argumentos trazidos à colação pela Recorrente é de rigor a decretação da nulidade da decisão de Ia Instância Administrativa. Do Mérito (ii) Da decisão no MS 9476/DF emissão do CEBAS direito líquido e certo da Recorrente à isenção O v. acórdão recorrido afirma que a coisa julgada formada nos autos do MS 9476 em favor da recorrente apenas lhe garantiria a emissão do CEBAS e não, a imunidade. Ora, em momento algum a recorrente afirmou que a coisa julgada lhe garantiria imunidade, inclusive porque esse não era o pedido do mandado de segurança. Naquele feito se discutia a existência de direito liquido e certo da recorrente à isenção, instituto diverso da imunidade, para o qual são exigidos outros requisitos e que tem outro alcance. Fl. 3294DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.295 21 E, tendo havido o reconhecimento desse direito, como de fato houve, há de ser reformada a r. decisão recorrida. Mas, ainda que assim não fosse, e o certificado a que alude a Lei de 1959 pudesse ser tido como um dos requisitos para o gozo da imunidade introduzida em nosso ordenamento em 1988, o fato é que na vigência dele não pode, a fiscalização expedir ato cancelatório de isenção e com base nele pretender cobrar da recorrente contribuições as quais não está sujeita. (iii) Da competência privativa do CNAS para a expedição do CEBAS Assim, anteriormente à Lei 12101/2009 era competência privativa do CNAS Conselho Nacional de Assistência Social órgão que integra o Ministério da Previdência e Assistência Social, mas sem vinculação direta com o INSS, analisar se a entidade preenche todos os requisitos para o gozo da imunidade de que cuida o art. 195 § 7o CF, determinando a expedição do CEBAS. (iv) Da emissão do Ato Cancelatório de isenção pelo INSS apenas se a entidade não fosse portadora do CEBAS Apenas ao CNAS competiria averiguar se a entidade preenche ou não os requisitos para o gozo da imunidade, o que é atestado positivamente com a expedição do CEBAS. O INSS só poderia emitir ato cancelatório de isenção se a entidade não fosse portadora do CEBAS. Isso porque, se o órgão competente do Ministério da Previdência e Assistência Social atesta que a instituição faz jus à imunidade, determinando, em conseqüência, a expedição do CEBAS, é defeso ao INSS pretender afastar, sem autorização legal, a desoneração que foi reconhecida pelo órgão autorizado a tanto. (v) Do direito da Recorrente ao gozo da imunidade do art. 195, § 7o da CF. Embora o dispositivo utilize o termo "isenção" ao indicar que as entidades beneficentes de assistência social são desoneradas de contribuição para a seguridade social, por se tratar de desoneração veiculada pelo próprio texto constitucional, a sua natureza jurídica é de verdadeira imunidade (...)Convém salientar que esse magistério doutrinário refletese na própria jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal, que já identificou na cláusula inscrita no art. 195, § 7°, da Carta Política, a existência de uma típica garantia de imunidade estabelecida em favor das entidades beneficentes de assistência social (RTJ 137/965, Rei. Min. MOREIRA ALVES). Sendo a uma limitação ao poder de tributar, a "lei" a que faz menção a parte final do § 7o, ou seja, a que pode estabelecer as exigências para o gozo do beneficio, há ser a lei complementar, por força do que estabelece o art. 146 II da CF, verbis: (...)Assim, até que sobrevenha lei complementar instituindo outras condições para o gozo da imunidade prevista no art. 195 § 7 da CF, tais dispositivos do CTN elencam as únicas que as entidades beneficentes de assistência social devem preencher para gozar da desoneração em tela, representando verdadeiras balizas a que se deve ater o legislador ordinário. Fl. 3295DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.296 22 (vi) A entidade atendeu não só ao art. 14 CTN, bem como o art. 55 da Lei 8212/91 (a) a entidade é reconhecida como de utilidade pública federal, estadual e municipal: Decreto Federal de 27 de maio de 1992 (DO 28.05.92 publicado no Diário Oficial da União, de 28 de maio de 1992), Decreto Estadual 40.685, de 06 de setembro de 1962, e Lei municipal n° 6801, de 04 de dezembro de 1991.(does 04 a 06) art. 55 Ida Lei 8212/91; (b) desde 1971, a impugnante sempre obteve Certificado de Filantropia, hoje denominado Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social art. 55 II da Lei 8212/91(doc.07); (c) promoveu, no período fiscalizado, assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes (redação original do art. 55 III da Lei 8212/91, em vigor por força da liminar concedida nos autos da ADI 20285). As autoridades previdenciárias jamais questionaram que o Hospital Maternidade "Celso Pierro" HCMP presta relevantes serviços sociais para toda a região do Estado de São Paulo e ainda, para a região do sul do Estado de Minas Gerais, disponibilizando atendimento médico, de ótima qualidade, ao SUS, e quv > xíospital mantido pela impugnante, é uma entidade beneficente de assistência social, que supre as deficiências do Estado no cumprimento do seu dever constitucional de fornecer à população serviços médicos de primeira necessidade. Tampouco questionaram que essa também é a realidade da PUCCampinas, outra entidade mantida pela impugnante, dedicada ao ensino de graduação e pósgraduação, nas mais diversas áreas, contando com 10 cursos de Mestrado/Doutorado e 22 cursos de especialização, e ainda, faculdade voltada para a terceira idade. (d) não remunerou seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, como, tampouco, lhes concedeu quaisquer vantagens ou benefícios art. 55 IV da Lei 8212/91 e art. 14 I do CTN (art. 5o §§ Io e 2o dos estatutos), independente do fato, apontado pela autoridade fiscal, de ter sido paga gratificação a diretor do Colégio Pio XII, pela sua atuação profissional, na ocasião de sua aposentadoria, o que, conforme a própria jurisprudência administrativa e judicial, não constitui obstáculo ao gozo da isenção. (e) aplicou, integralmente, eventual resultado operacional na manutenção de desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS, relatório circunstanciado de suas atividades (art. 55 V da Lei 8212/91 e art. 14II CTN); (f) manteve escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão, tal como exigido pelo art. 14 III CTN, cuidando, ainda, de divulgar publicamente seus resultados, fato reconhecido pela própria administração, à época. Outrossim, a impugnante apresentou ao INSS relatório circunstanciado de suas atividades, dandolhe a conhecer os serviços caritativos que desenvolveu no período. (vii) Da inexigibilidade da contribuição sobre Bolsa Protocolo Salarial Fl. 3296DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.297 23 De acordo com o art. 195 I da CF e os arts. 30 I "b" e 33 "caput" da Lei 8212/91 c/c 216 I "b" e 229 do RPS, a contribuição exigida tem como base de cálculo "a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos o creditados a qualquer título, à pessoa física" que prestar serviços à empregador, "mesmo sem vínculo empregatício". A permissão constitucional é, portanto, limitada. A contribuição social em questão só pode alcançar rendimentos pagos pelo empregador em contraprestação a trabalho efetuado por pessoa física. Há nítido caráter retributivo entre o rendimento pago pelo empregador base de cálculo da contribuição social sobre a folha de salários e o trabalho efetuado. (...)Ainda que fosse exigível o recolhimento da contribuição a cota patronal sobre os valores que empregadores gastam com a educação de dependentes de seus funcionários, a cobrança em tela seria indevida, uma vez que tais despesas são suportadas pela recorrente não por sua liberalidade, mas por força de convenção coletiva de trabalho, conforme noticiado em sua defesa. (viii) Das multas Uma vez demonstrada a insubsistência do auto de infração, não podem prevalecer as multas aplicadas, já que não demonstrada a ocorrência da infração que lhes daria suporte. (ix) a inconstitucionalidade e ilegalidade da exigência de juros equivalentes à taxa SELIC sobre o suposto crédito tributário. Em relação ao AIOP 37.367.9645 (Terceiros): Os argumentos deduzidos pela Recorrente, anteriormente igualmente deduzidos em sede de Impugnação conforme o relatório da decisão de primeira instância, são os mesmos formulados no Recurso Voluntário, relativo ao lançamento fiscal AIOP 37.367.9629 (parte Empresa), acrescido dos tópicos: (i) Contribuição ao FNDE/salárioeducação – sustenta, em síntese, que a cobrança não teria respaldo nas disposições constitucionais vigentes, em face do “perfil tributário” que teria adquirido na nova sistemática legal. (ii) Contribuição para o INCRA – defende a inexigibilidade da cobrança, em face da atividade desenvolvida pelo Contribuinte e considerando que “... cessou a causa jurídica que legitimava a cobrança dessa exação”. (iii) Contribuições para SESC, SEBRAE e SENAC – não seriam legítimas as cobranças, pois: a) SESC e SENAC, pelos fundamentos jurídicos que expõe, não seriam devidas pelo Contribuinte, que não é empresa comercial; b) SEBRAE, pelas mesmas razões, já que se trataria de um adicional àquelas contribuições. Em relação ao AIOA 37.367.9653 (CFL 68): Fl. 3297DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.298 24 Os argumentos deduzidos pela Recorrente em sede de Recurso Voluntário são basicamente os mesmos anteriormente deduzidos em sede de Impugnação conforme o relatório da decisão de primeira instância: Argumenta que a impugnante não elaborou GFIPS com relação aos seus segurados, uma vez que não está sujeita ao recolhimento das contribuições devidas ao INSS, por ser entidade imune, nos termos do art. 195 § 7º CF. Entende assim que, por ser indevida a obrigação principal, não está adstrita a cumprir a obrigação acessória. Segue, aduzindo que a ausência das GFIP não teria causado prejuízo à fiscalização, não se “legitimando” assim a penalidade imposta, já que os documentos teriam sido “supridos” por outros “registros”, igualmente capazes de fornecer as informações requisitadas. Acrescenta que as ausências de máfé e de prejuízo autorizariam a relevação da multa. Invoca o princípio constitucional da legalidade, “corolário do princípio da finalidade”, para atende ao “interesse público”. Além do mais, considerando seu montante, a multa seria “irrazoável” e “desproporcional”, especialmente considerando as finalidades institucionais do Contribuinte, sobre a qual passa, então, a discorrer, para repisar os argumentos que garantiriam a “imunidade” tributária do Contribuinte, quanto às contribuições previdenciárias questionadas. Ressalva, ainda, quanto à natureza da obrigação, cuja inadimplência gerou a penalização, que, como foi possível a realização dos lançamentos, não seria razoável a aplicação da multa, em face da não ocorrência de sonegação ou evasão fiscal. Reitera a possibilidade de relevação da multa, em face das disposições do artigo 112 do CTN. Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 3298DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.299 25 VOTO Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE O Recurso é tempestivo, conforme informação colhida dos autos. DO PROCEDIMENTO FISCAL Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente contra Acórdão nº 0540.545 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas SP que julgou procedente as autuações: (i) Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.267.9629 (parte Empresa); (ii) AIOP nº. 37.267.9637 (parte Segurados); (iii) AIOP nº. 37.267.9645 (Terceiros); e (iv) Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA nº. 37.267.9653 (CFL 68). O Relatório Fiscal elenca, para as entidades beneficentes de assistência social, o quadro da legislação orientadora dos requisitos a serem atendidos para a isenção de contribuição para a seguridade social: até 09/11/2008 – no artigo 55 da Lei nº 8.212, de 24/07/1991; de 10/11/2008 a 11/02/2009 Medida Provisória nº 446, de 07/11/2008, publicada no DOU de 10/11/2008 (rejeitada); de 12/02/2009 a 29/11/2009 no artigo 55 da Lei nº 8.212, de 24/07/1991 a partir de 30/11/2009 – Lei nº 12.101, de 27/11/2009 O período objeto do auto de infração, conforme os Relatórios Discriminativos de Débito DD, é de 01/2008 a 12/2008. O contribuinte teve ciência das Autuações em 19.12.2012, conforme os autos. O Relatório Fiscal destaca os quatro fundamentos do procedimento fiscal ensejadores das autuações realizadas: (i) A Tutela antecipada concedida {na Ação Popular n° 0003421 40.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ Fl. 3299DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.300 26 (2011.51.02.0034217)} para suspender os efeitos da resolução 03/2009 do CNAS que renovou os Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS da instituição com validade para os períodos de 01/01/2004 a 31/12/2006 e de 01/01/2007 a 31/12/2009. Conseqüentemente, no Relatório Fiscal consta que foi atendida a determinação judicial por meio dos Autos de Infração de Obrigações Principais lavrados neste procedimento fiscal, abrangendo o período de 01/2008 a 12/2009. (ii) Os Autos de Infração também foram lavrados: por ter sido cancelada a isenção das contribuições da SCEI Sociedade Campineira de Educação e Instrução pelo INSS pelo Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais N° 21.424.1/003/2004; (iii) pela SCEI não atender aos requisitos estabelecidos nos incisos VIII e XI do artigo 28 da MP 446/2008; (iv) pela SCEI não atender aos requisitos estabelecidos nos incisos V e VII do artigo 29 da Lei 12.101/2009. De início, é importante se observar do Relatório Fiscal que os Autos de Infração lavrados NÃO TIVERAM como fundamento a lavratura para se prevenir a decadência, nos termos do art. 86, do decreto 7.574/2011: Art.86.O lançamento para prevenir a decadência deverá ser efetuado nos casos em que existir a concessão de medida liminar em mandado de segurança ou de concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial (Lei no 5.172, de 1966 Código Tributário Nacional, arts. 142, parágrafo único, e 151, incisos IV e V; Lei no 9.430, de 1996, art. 63, com a redação dada pela Medida Provisória no 2.15835, de 2001, art. 70). §1oO lançamento de que trata o caput deve ser regularmente notificado ao sujeito passivo com o esclarecimento de que a exigibilidade do crédito tributário permanece suspensa, em face da medida liminar concedida (Lei nº 5.172, de 1966Código Tributário Nacional, arts. 145 e 151; Decreto no 70.235, de 1972, art. 7o). §2oO lançamento para prevenir a decadência deve seguir seu curso normal, com a prática dos atos administrativos que lhe são próprios, exceto quanto aos atos executórios, que aguardarão a sentença judicial, ou, se for o caso, a perda da eficácia da medida liminar concedida. Afastada a hipótese de lavratura dos Autos de Infração em função de prevenção da decadência, continuemos. Observase que nos dois primeiros fundamentos em que baseou o procedimento fiscal aparece nos autos controvérsias judiciais a respeito, sem o devido trânsito em julgado. Senão, vejamos. Em relação ao fundamento (i) sobre a tutela antecipada concedida para suspender os efeitos do CEBAS: Fl. 3300DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.301 27 i) A Tutela antecipada concedida {na Ação Popular n° 0003421 40.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217)} para suspender os efeitos da resolução 03/2009 do CNAS que renovou os Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS da instituição com validade para os períodos de 01/01/2004 a 31/12/2006 e de 01/01/2007 a 31/12/2009. Conseqüentemente, no Relatório Fiscal consta que foi atendida a determinação judicial por meio dos Autos de Infração de Obrigações Principais lavrados neste procedimento fiscal, abrangendo o período de 01/2008 a 12/2009. A primeira fundamentação apontada no Relatório Fiscal se refere à tutela antecipada em Ação Popular para suspender os efeitos do CEBAS da instituição, com o conseqüente atendimento à determinação judicial de se lavrar as autuações fiscais. Nos autos, constam uma medida judicial que discute tal matéria acerca do direito da recorrente à manutenção do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS CEBAS: (a) A Ação Popular n° 000342140.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217), na qual se precisa determinar o trânsito em julgado. Ou seja, a partir do trânsito em julgado julgado e os efeitos no processo administrativo fiscal desta Ação Popular é que se poderá determinar, em sede Preliminar, se incorre em nulidade (total ou parcial, formal ou material), ou não, esta primeira fundamentação do procedimento fiscal que resultou na lavratura dos Autos de Infração. Em consulta, Ação Popular n° 000342140.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217), ao site do TRF da 2a Região (http://portal.trf2.jus.br/portal/consulta/resconsproc.asp), em 05.12.2015, constatase que o processo está concluso ao Relator desde 09.09.2014. Em relação ao fundamento (ii) sobre a expedição do Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais n° 21.424.1/003/2004: (ii) Os Autos de Infração também foram lavrados: por ter sido cancelada a isenção das contribuições da SCEI Sociedade Campineira de Educação e Instrução pelo INSS pelo Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais n° 21.424.1/003/2004; A segunda fundamentação apontada no Relatório Fiscal se refere à expedição do Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais n° 21.424.1/003/2004. Nos autos, constam informações de duas medidas judiciais que discutes tal matéria acerca do Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais: (a) O Mandado de Segurança impetrado no STJ, MS n° 9476/DF (2003/0237.2012), na qual se reconhece o direito da impetrante à manutenção do CEBAS, anulandose o Ato Cancelatório de Fl. 3301DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.302 28 Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais n° 21.424.1/003/2004; (b) Às fls. 1984 da Impugnação, temse referência ao Agravo de Instrumento AI n° 2011.03.00.0249289 tirado do AO n° 0008864 40.2011.403.6105, impetrado no TRF da 3a Região, na qual se discute a exigência de contribuição previdenciária incidente sobre remunerações pagas a autônomos, onde a Recorrente informa que se reconheceu judicialmente a "imprestabilidade" dos fundamentos do Ato Cancelatório de Reconhecimento de Isenção De Contribuições Sociais n° 21.424.1/003/2004, além de lhe garantir o direito adquirido ao certificado de entidade filantrópica sem prazo determinado com a isenção da cota patronal. Ou seja, a partir do trânsito em julgado e os efeitos no processo administrativo fiscal do MS n° 9476/DF (2003/0237.2012) e do AI n° 2011.03.00.0249289 tirado do AO n° 000886440.2011.403.6105, é que se poderá determinar, em sede Preliminar, se incorre em nulidade (total ou parcial, formal ou material), ou não, esta segunda fundamentação do procedimento fiscal que resultou na lavratura dos Autos de Infração. Em consulta ao AI n° 2011.03.00.0249289 tirado do AO n° 0008864 40.2011.403.6105), ao site do TRF da 3a Região (http://web.trf3.jus.br/consultas/Internet/ConsultaProcessual/Processo?NumeroProcesso=20110 3000249289), em 05.12.2015, constatase que, em 02.10.2004, a Sociedade Campineira de Educação e Instrução apresentou contrarrazões ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Em consulta ao MS n° 9476/DF (2003/0237.2012), ao site do STJ (https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?tipoPesquisa=tipoPesquisaNumeroRegistro&termo= 200302372012&totalR), em 05.12.2015, constatase que a última movimentação ocorreu em 16.04.2010 com a certidão de objeto e pé. DA NECESSIDADE DE DILIGÊNCIA FISCAL Desta forma, afastada a hipótese de lavratura dos Autos de Infração em função de prevenção da decadência, como prejudicial ao julgamento dos Autos de Infração temse, por óbvio, que se observar os seguintes trânsito em julgado e os efeitos neste processo administrativo fiscal: (i) da Ação Popular n° 000342140.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217); (ii) do MS n° 9476/DF (2003/0237.2012), impetrado no STJ; e (iii) do AI n° 2011.03.00.0249289 tirado do AO n° 000886440.2011.403.6105, impetrado no TRF da 3a Região. Fl. 3302DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10830.727646/201261 Resolução nº 2202000.626 S2C2T2 Fl. 3.303 29 CONCLUSÃO CONVERTER o presente processo em DILIGÊNCIA para que a Unidade da Receita Federal do Brasil de jurisdição do contribuinte informe (sendo que, após a conclusão das Diligências requeridas, a Unidade da Receita Federal do Brasil deverá intimar o contribuinte acerca do resultado das Diligências, abrindo o prazo de 30 dias para Manifestação com vistas ao contraditório e à ampla defesa): (i) o trânsito em julgado da Ação Popular n° 000342140.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217); (ii) quais os efeitos nos Autos de Infração lavrados do trânsito em julgado da Ação Popular n° 000342140.2011.4.02.5102 1a Vara Federal de Niterói RJ (2011.51.02.0034217); (iii) o trânsito em julgado do MS n° 9476/DF (2003/0237.2012), impetrado no STJ; (iv) quais os efeitos nos Autos de Infração lavrados do trânsito em julgado do MS n° 9476/DF (2003/0237.2012); (v) o trânsito em julgado do AI n° 2011.03.00.0249289 tirado do AO n° 000886440.2011.403.6105, impetrado no TRF da 3a Região; (vi) quais os efeitos nos Autos de Infração lavrados do trânsito em julgado do AI n° 2011.03.00.0249289 tirado do AO n° 000886440.2011.403.6105; (vii) conclusivamente se, em função do resultado das diligências elencadas acima, a Recorrente possui direito à isenção de contribuições sociais previdenciárias no período 01/2008 a 12/2008; (viii) se há processo judicial na qual a Recorrente seja parte, por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto do presente processo administrativotributário. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 3303DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 30/12/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AUR ELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10830.723985/2013-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. DECADÊNCIA.
Em face da decisão contida no REsp nº 973.733-SC, decidido na sistemática dos recursos repetitivos, ocorrendo dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para o lançamento de ofício é contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. VERIFICAÇÃO DE PAGAMENTO. DECADÊNCIA.
Em face da decisão contida no REsp nº 973.733-SC, decidido na sistemática dos recursos repetitivos, verificada a existência de pagamentos para os correspondentes tributos/períodos, o prazo decadencial para o lançamento de ofício é contado a partir da data da ocorrência dos respectivos fatos geradores.
MULTA QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA. INEXISTÊNCIA.
Inexiste conduta dolosa, para fins tributários, no fato de a empresa ter deduzido na sua apuração uma parcela que nem chegou a ser glosada pela fiscalização. Igual conclusão deve-se extrair sobre o fato de a empresa ter deduzido uma parcela consubstanciada num auto de infração, cuja ciência foi tomada em momento posterior ao encerramento do ano-calendário, quando a mesma parcela foi imediatamente adicionada na apuração do resultado tributável.
MULTA QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA. INEXISTÊNCIA.
O fato de haver divergência quanto ao correto momento para o reconhecimento da despesa, bem como a eventual discordância sobre o caráter dedutível dessa mesma despesa, não podem, isoladamente, configurar uma conduta dolosa do contribuinte.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 1401-001.443
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício.
Documento assinado digitalmente.
Antônio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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Decadência. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado GALVANI INDUSTRIA, COMERCIO E SERVIÇOS S.A. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. DECADÊNCIA. Em face da decisão contida no REsp nº 973.733SC, decidido na sistemática dos recursos repetitivos, ocorrendo dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para o lançamento de ofício é contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. VERIFICAÇÃO DE PAGAMENTO. DECADÊNCIA. Em face da decisão contida no REsp nº 973.733SC, decidido na sistemática dos recursos repetitivos, verificada a existência de pagamentos para os correspondentes tributos/períodos, o prazo decadencial para o lançamento de ofício é contado a partir da data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. MULTA QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA. INEXISTÊNCIA. Inexiste conduta dolosa, para fins tributários, no fato de a empresa ter deduzido na sua apuração uma parcela que nem chegou a ser glosada pela fiscalização. Igual conclusão devese extrair sobre o fato de a empresa ter deduzido uma parcela consubstanciada num auto de infração, cuja ciência foi tomada em momento posterior ao encerramento do anocalendário, quando a mesma parcela foi imediatamente adicionada na apuração do resultado tributável. MULTA QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA. INEXISTÊNCIA. O fato de haver divergência quanto ao correto momento para o reconhecimento da despesa, bem como a eventual discordância sobre o caráter dedutível dessa mesma despesa, não podem, isoladamente, configurar uma conduta dolosa do contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 39 85 /2 01 3- 59 Fl. 1126DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.126 2 Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Documento assinado digitalmente. Antônio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto. Relatório Tratase de recurso de ofício contra acórdão proferido pela DRJ/Rio de Janeiro I que concluiu pela improcedência total dos lançamentos efetuados. No mesmo acórdão, recorreuse de ofício em face da exoneração de crédito tributário que superou o limite previsto na Portaria MF nº 03/2008. Os créditos tributários lançados, no âmbito da DRF/CampinasSP, referentes ao IRPJ e à CSLL, devidos nos períodos de apuração correspondentes ao anocalendário de 2007, totalizaram o valor de R$ 18.590.537,07. A autuação foi motivada pela não adição de valores ao lucro líquido para a apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL. Houve qualificação das multas aplicadas. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: Consta do Termo de Verificação Fiscal (fls. 18/24), em síntese, o seguinte: Fl. 1127DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.127 3 A fiscalização intimou o interessado, em 05/02/2013, a esclarecer o seguinte lançamento contábil: Data Código conta Conta D/C Valor Histórico 31/12/2007 55010019 Outras despesas operacionais D 59.966.657,80 00101JE700779710H 31/12/2007 22040010 Outras provisões a pagar C 47.973.486,24 00101JE700779730 (*) 31/12/2007 21050102 Proc. Federais, Estaduais, Mun. C 11.993.371,56 00101JE700779750 (*) (*) Os 3 históricos se completam com a informação em legenda:(*)PROCESSO CREDITO TRIBUTÁRIO AUTO DE INFRAÇÃO A contribuinte respondeu a intimação nos seguintes termos: "A Contribuinte informa que o lançamento se refere ao Auto de infração correspondente ao Processos Administrativo 10830720.106/200527 (Processos de Compensações de Créditos 10830.003714/200492, 10830720.107/200571 e 10830 720.115/200818) cujo Termo de verificação Fiscal encerrou definitivamente em 29/10/08." Ocorre que entre os processos administrativos citados nenhum é de auto de infração. Todos os processos citados são de Compensações de Créditos Tributários. Ficou patente a falta de confiabilidade da informação da contribuinte. Assim, em razão da resposta insatisfatória, a empresa, em 30/04/2013, foi reintimada a esclarecer o lançamento contábil. A contribuinte, na data de 07/05/2013, atendeu a intimação e compôs o valor de R$ 59.966.857,80 – Outras Despesas Operacionais, a seguir reproduzido: (...) NOTA: A Multa de Oficio aplicada no Auto de Infração totaliza o Valor total de RS 34.792.286,55 que foi reduzido para 60% em virtude de pagamento na modalidade de Parcelamento Ordinário resultando no valor total de RS 20.875.371,93. JUROS R$ 11.257.656,63 Composição Total: Principal 23.194.857,70 Multa de ofício 20.875.371,93 Multa de Mora 4.638.971,54 Juros 11.257.656,63 Totais 59.966.857,80 Fl. 1128DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.128 4 A contabilização como outras despesas operacionais do valor de R$ 59.996.857,80 levou a uma redução direta do lucro contábil, que, segundo a fiscalização, não foi ajustado com a adição deste montante para apuração do Lucro Real, na DIPJ/2008, impactando na mesma ordem a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A fiscalização considera que a maneira correta da contabilização desta provisão referente ao gravame do auto de infração cientificado em 11/01/2008 deveria ter sido contabilizado em 2008 e sempre em contas patrimoniais. Ainda segundo a fiscalização, foi observado que a empresa, devidamente intimada, conseguiu comprovar que adicionou R$ 41.946.869,63, como adição na apuração do Lucro Real, como despesas indedutiveis. Assim tal adição deverá ser considerada na glosa a ser feita. Assim, de ofício foi providenciada glosa da despesa representada pelo valor do lançamento de R$ 59.966.857,80, reduzido da adição ao lucro real já citada no parágrafo anterior de R$ 41.946.869,63, totalizando R$ 18.019.988,17. DA QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO A empresa buscou reduzir seu resultado contábil de 2007, no valor de R$ 59.966.857,80, e assim diminuir os recolhimentos de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido que, em tese, constitui crime contra a ordem tributária definido na Lei 8137/91. Fato no notório da intenção dolosa do contribuinte é que a ciência do auto de infração constante no processo 10830.000233/200859, referente a multa isolada à alíquota de 150%, no valor de R$ 34.792.286,55, devido a compensações indevidas com créditos de terceiros referentes aos processos de compensação: 10830.003714/200492, 10830720.107/200571 e 10830720.115/200818, deuse em 11/01/2008, portanto de forma alguma poderia impactar o resultado de 2007. Outro fato que nos levou a concluir pela conduta dolosa da empresa vem das informações prestadas em sua resposta datada de 15/02/2013 indicou como adição no ajuste para chegar ao lucro real o valor de R$ 59.966.857,80. Porém ocorre que esta informação não consta da DIPJ 2008, e o total das adições na planilha da resposta é de R$ 114.099.392,40, enquanto que este mesmo total na DIPJ/2008 é de R$ 57.312.407,44. Buscou tentar ludibriar e embaraçar a fiscalização. Inconformado, o interessado apresentou impugnação em 14/08/2013 (fls. 97/159) requerendo o cancelamento dos autos de infração, alegando, em síntese, o seguinte: Preliminarmente . que os débitos de IRPJ e CSLL exigidos pelo presente Auto de Infração estão extintos pela decadência, tendo em vista que estão sujeitos à regra decadencial prevista pelo art. 150, §4° do CTN. . que, para o caso concreto, temse que o fato gerador do IRPJ e CSLL exigidos pelo presente Auto de Infração ocorreu em 31/12/2007. . que, dessa forma, a decadência atingiu todos os valores de IRPJ e CSLL objeto da autuação, tendo em vista que possuem como fato gerador a data de 31/12/2007 e, assim, a Fiscalização tinha até 31/12/2012 para exigir referidos valores, nos termos do artigo 150, §4° do CTN. Ocorre que a Impugnante apenas foi Fl. 1129DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.129 5 intimada da lavratura da presente autuação em 15/07/13, quando expirado o prazo decadencial. . que, apesar de a Fiscalização não ter mencionado no Termo de Verificação Fiscal TVF qual teria sido a regra de decadência utilizada para lavratura da presente autuação, é de fácil percepção que a Fiscalização intentou adotar a regra prevista pelo art. 173, inc. I do CTN. . que para que a aplicação do art. 173, inc. I, se sustente, a Fiscalização tenta fazer crer que a Impugnante teria adotado atitudes dolosas, que também teriam permitido a aplicação da multa de oficio majorada, isto é, multa de 150%, previsto pelo art. 44, inc. I e §1° da Lei n° 9.430/96. . que em nenhum momento a Impugnante adotou atitudes dolosas. . que a Fiscalização, no Termo de Verificação Fiscal, afirma que a Impugnante teria reduzido o seu lucro de 2007, no valor de R$ 59.966.857,80, com o objetivo de diminuir o pagamento do IRPJ e a CSLL nesse período. No entanto, essa afirmação não é verdadeira. A própria Fiscalização reconhece que houve a adição de R$ 41.946.869,63 na apuração do resultado tributável, relativo ao ano de 2007. A glosa efetuada pela Fiscalização no presente caso foi no valor de R$ 18.019.988,17, o que demonstra que essa afirmação de que a Impugnante tentou reduzir seu lucro em quase R$ 60 milhões não é verdadeira. . que, outro fundamento utilizado pela Fiscalização para sustentar que a Impugnante teria adotado atitude dolosa seria o fato de ter tomado ciência do Auto de Infração, que originou a despesa ora glosada, em 11/01/08, fato esse que demonstraria que esses valores jamais poderiam impactar o resultado do exercício de 2007. . que o valor do auto de infração, do qual a Impugnante tomou ciência em 11/01/08 mencionado no TVF se refere apenas, e tão somente, à multa isolada aplicada pela não homologação dos pedidos de compensação apresentados pela Impugnante. Ocorre que esse montante foi devidamente adicionado pela Impugnante na apuração do resultado tributável, em razão da vedação da dedução das multas por infrações fiscais, prevista no artigo 344 do RIR. . que o fato da ciência do auto de infração ter ocorrido em 11/01/08, por si só, não demonstra nenhuma atitude dolosa. O que se observa aqui é a existência de divergência quanto ao momento em que se considera correto para o reconhecimento da despesa. . que a Fiscalização entende que essa despesa apenas poderia ter sido contabilizada após a ciência do auto de infração. Por outro lado, baseado inclusive em parecer de auditoria independente, a Impugnante entende que essa despesa deveria ser contabilizada no ano de 2007, uma vez que o regime da competência e o principio contábil do conservadorismo (ou da prudência) obrigam a Impugnante a apropriar as suas despesas no momento de sua ocorrência, especialmente nas situações em que se tem certeza da obrigação de pagar e também dos valores envolvidos, como ocorreu no caso presente. . que, no caso concreto, no ano de 2007, a Impugnante já tinha certeza da obrigação de pagar os tributos, juros e multas ao Fisco, decorrentes da não homologação dos pedidos de compensação apresentados no passado, tendo em vista os seguintes acontecimentos: (i) as alterações realizadas pela Lei n° 9.430/96, em relação especificamente à impossibilidade de compensar créditos de terceiros, além Fl. 1130DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.130 6 da posição jurisprudencial sobre o tema, desfavorável aos contribuintes; (ii) despachos decisórios proferidos que não homologaram as compensações realizadas e (iii) inicio da fiscalização em seu estabelecimento que tinha como objetivo exigir a multa isolada em razão da não homologação das compensações. . que a própria Fiscalização aceita que os valores relativos ao auto de infração do qual a Impugnante tomou ciência em 11/01/08 afetem o resultado relativo ao exercício do ano de 2007, na medida em que reconhece como correta a adição de R$ 41.946.869,63, que corresponde ao valor da multa de oficio e principal de IRPJ e CSLL (despesas indedutiveis nos termos da legislação do IRPJ) decorrentes da não homologação das compensações. . que esses elementos levaram a administração da Impugnante e seus auditores independentes a terem certeza quanto à exigência que acabou sendo materializada em 11/01/08, motivo pelo qual a despesa foi reconhecida já em 31/12/2007. . que a Impugnante ressalta que realizou pagamento de IRPJ e CSLL no ano de 2007, conforme comprovam a DIPJ e DCTF anexados à presente impugnação, o que também comprova que não há que se falar na aplicação do art. 173, inc. I do CTN no presente caso. No mérito . que, ao longo do ano de 2004, a Impugnante apresentou pedidos de ressarcimento e formalizou declarações de compensação, para compensar créditos de IPI de terceiros, reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado, com débitos de IRPJ, de CSLL, de PIS e de COFINS, relativos aos meses de junho até novembro de 2004. . que, em agosto de 2006, a Receita Federal indeferiu os pedidos de ressarcimento e não homologou as declarações de compensação apresentados pela Impugnante, ao fundamento de que o crédito de terceiros seria ilegítimo. Nessa oportunidade, o Fisco passou a exigir os débitos objeto de compensação, além de exigir acréscimos legais de multa de mora de 20% (vinte por cento), nos termos do artigo 61, § 2° da Lei n° 9.430/96, e de juros de mora, em razão do atraso no pagamento dos tributos. . que, paralelamente, exatamente em razão da não homologação das compensações, a Impugnante foi alvo de fiscalização, por meio do Mandado de Procedimento Fiscal n° 08.1.04.0020050022072, para análise do cumprimento das obrigações relacionadas às compensações realizadas, especialmente para analisar a necessidade de aplicação da multa isolada de que trata o artigo 18 da Lei n° 10.833/03. . que, ao longo dessa fiscalização, que teve inicio no ano de 2005, o auditor fiscal deixou claro à Impugnante que exigiria a multa de oficio qualificada de 150%, em razão da não homologação das compensações de créditos de terceiros. . que nesse momento, no final do exercício de 2007, em respeito aos princípios contábeis e em conformidade com a legislação fiscal, a Impugnante registrou em sua contabilidade as despesas relativas ao principal dos débitos compensados, à multa de mora, à multa isolada e aos juros compensatórios. . que, quando do registro da multa isolada, a Impugnante considerou a redução de 40% concedida aos contribuintes que optam pelo parcelamento de débitos, em 60 (sessenta) parcelas mensais. Fl. 1131DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.131 7 . que a despesa apropriada pela Impugnante, em 31/12/2007, totaliza R$ 59.966.857, 80, dos quais; i) o valor de R$ 23.194.857, 70 é relativo ao principal dos tributos devidos; (ii) o valor de R$ 4.638.971,54 é relativo à multa de mora; (iii) o valor de R$ 20.875.371,93 é relativo à multa isolada, já com o desconto de 40% em razão do parcelamento; e (iv) o valor de R$ 11.257.656, 63 é relativo a juros compensatórios. . que, realizado o registro contábil da despesa incorrida, a Impugnante, em atenção à legislação fiscal, realizou a adição no Livro de Apuração do Lucro Real ("LALUR") dos valores indedutiveis para fins fiscais (doc 07). . que, a Impugnante realizou a adição do total de R$ 41.946.869,93, correspondente à soma do principal do IRPJ e da CSLL (R$ 21.071.497,70) e da multa de oficio, já reduzida em razão do parcelamento (R$ 20.875.371,93), que são despesas indedutiveis para fins fiscais. . que, em outras palavras, embora tenha registrado na contabilidade, no dia 31/12/2007, a despesa de R$ 59.966.857,80, reduzindo o resultado contábil do exercido, a Impugnante, ciente de suas obrigações fiscais, bem como da indedutibilidade (i) das multas decorrentes de infrações fiscais e (ii) dos seus débitos de IRPJ e de CSLL, ofereceu à tributação o montante de R$ 41.946.869,93. . que, desse modo, para fins fiscais, apenas o valor de R$ 18.019.988, 17 foi deduzido na apuração do lucro real e na base de cálculo da CSLL. . que, apesar da correção nos procedimentos adotados pela Impugnante, a Fiscalização, de forma absolutamente equivocada, glosou a despesa de R$ 18.019.988,17, relativa majoritariamente à multa de mora de 20% (vinte por cento) e aos juros compensatórios. . que nenhum dos fundamentos utilizados pela Fiscalização para glosar a despesa e lavrar o auto de infração deve prevalecer, uma vez que: (i) as despesas de multa de mora e de juros compensatórios são dedutíveis para fins de apuração do lucro tributável; e (ii) a apropriação da despesa no exercício de 2007, no caso concreto, é legitima e, mais do que isso, mandatória, em obediência às normas contábeis. . que, ciente da indedutibilidade do principal de IRPJ e de CSLL e da multa isolada, a Impugnante adicionou o valor de R$ 41.946.869,93 na apuração do resultado tributável. O restante do valor (R$ 18.019.988,17) não foi adicionado porque se trata, majoritariamente, de multa de mora e de juros de mora, dedutíveis na apuração do resultado tributável. . que a dedutibilidade da multa de mora, de natureza compensatória, é clara na legislação fiscal, conforme se extrai do art. 41, § 5º, da Lei 8.981/1995 (art. 344, § 5º, do RIR/1999), do Parecer Normativo CST nº 61/1979 e do “Pergunta e Respostas”, da Secretaria da Receita Federal. . que os acréscimos moratórios relativos aos juros de mora calculados pela SELIC também são dedutíveis para fins de apuração do resultado tributável, conforme reconhece o Parecer Normativo CST n° 174, de 25/9/1974, o artigo 374 do RIR/1999 e o “Pergunta e Respostas”, da Secretaria da Receita Federal. Fl. 1132DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.132 8 . que também o PIS e a COFINS são dedutíveis na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, nos termos do artigo, 344, caput do RIR, cuja base legal é o artigo 41 da Lei n° 8.981/95. . que, independentemente de seu efetivo pagamento, as despesas (inclusive aquelas relativas a multas de mora e juros moratórios) devem ser contabilizadas quando incorridas, tendo em vista que, nos termos das regras fixadas em lei, já são certas, exigíveis e mensuráveis. . que, a considerar que a apuração da base tributável do IRPJ e da CSLL deve seguir as regras contábeis, tais despesas devem ser reconhecidas quando incorridas, de acordo com os princípios da competência e da oportunidade, independentemente do pagamento. . que, embora não tivesse sido formalmente intimada dos despachos decisórios de não homologação das compensações, a Impugnante, em 31/12/2007, já possuía informações suficientes para considerar os débitos objeto de compensação como efetivas despesas, de acordo com as regras contábeis, pois já era possível verificar a existência e a certeza da obrigação, além de quantificar os valores de multa de mora e de juros de mora, nos termos fixados em lei. . que, caso ainda se considere que referida despesa apenas poderia ter sido contabilizada no ano de 2008, após a ciência do Auto de Infração e dos despachos decisórios que não homologaram as compensações realizadas, estarseia diante da hipótese de postergação no pagamento do tributo. . que nos anos de 2007 e 2008 apurou lucro tributável e recolheu pontualmente os tributos devidos. . que deve ser cancelada a majoração da multa de oficio para 150%, já que não há como afirmar que a Impugnante tenha se utilizado de atitudes dolosas com a intenção deliberada de fraudar o Fisco, mormente quando submeteu toda a operação ao registro competente, tendo sido, inclusive, apresentadas à Fiscalização. . que não deve prosperar a incidência de juros moratórios sobre a multa de oficio. Ao apreciar a impugnação apresentada, a 8ª Turma da já mencionada DRJ/Rio de Janeiro I proferiu o Acórdão nº 1266.414, de 16 de junho de 2014, por meio do qual decidiu pela improcedência total dos lançamentos efetuados. Assim figurou a ementa do referido julgado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 IRPJ e CSLL. DECADÊNCIA. Nos lançamentos por homologação, em havendo pagamento, e não restando comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo para constituição do crédito tributário deve ser contado pela regra especial prevista no § 4º, do art. 150, do CTN, e não pela regra geral do art. 173, inciso I, do CTN. Fl. 1133DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.133 9 É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator O valor do crédito tributário exonerado pela decisão de primeira instância supera aquele previsto no artigo 2º da Portaria MF nº 375/2001, com o valor alterado pela Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008 (tributos e encargos de multa superior a R$ 1.000.000,00), motivo pelo qual o recurso de ofício interposto deve ser conhecido. A instância a quo exonerou o crédito tributário lançado porque verificou que não haviam sido preenchidos os prérequisitos que autorizam o deslocamento da regra da decadência do artigo 150, § 4º, para o artigo 173, I, ambos do Código Tributário Nacional (CTN). Ou seja, não foi comprovado o dolo, fraude ou simulação, nem ficou caracterizada a existência de pagamento. Para melhor compreensão, vale a pena uma pequena incursão no contexto interpretativo que domina essas regras. O § 4º do artigo 150 do CTN é assim enunciado: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (grifei) (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifei) Com efeito, entendo que a “atividade” exercida pelo sujeito passivo obrigado a antecipar o pagamento é a característica marcante dessa modalidade de lançamento chamado “por homologação”. Assim, o que se homologa é a atividade concernente à apuração de eventual crédito tributário sujeito à extinção. Independe, portanto, da existência de efetivo Fl. 1134DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.134 10 pagamento, até porque muita das vezes ele poderá não ser necessário, seja porque não é apurado crédito tributário ou porque existe crédito a favor do sujeito passivo que poderá ser aproveitado numa compensação. Nesse sentido, qualquer que seja o tributo, se ele for sujeito a essa sistemática denominada “lançamento por homologação”, o prazo decadencial de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, para a homologação da atividade de apuração do crédito tributário efetivada pelo sujeito passivo, corresponderia ao mesmo prazo que dispõe o Fisco para o lançamento de ofício de eventuais diferenças não pagas e/ou declaradas. Porém, constatada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a ressalva é expressa. Nessa hipótese, a regra do prazo decadencial para o Fisco efetuar o lançamento de ofício deslocase para aquela prevista no artigo 173, I, do CTN, qual seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Confirase: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Para os fatos geradores ocorridos durante um determinado anocalendário, esse prazo inicial é contado a partir de 1º de janeiro do ano seguinte. Contudo, quanto aos fatos geradores ocorridos em 31 de dezembro, o primeiro dia em que o lançamento pode ser efetuado é justamente o dia 1º de janeiro do ano seguinte. Portanto, nesses casos, o prazo inicial passa a ser contado a partir de 1º de janeiro do ano subsequente. No entanto, esse meu entendimento não pode prevalecer neste julgamento. Isso porque o § 2º do artigo 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF) dispõe que as decisões proferidas pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos, devem ser reproduzidos nos julgamentos desta Casa. Vejase seu teor: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. A questão da decadência foi objeto de decisão do STJ, na referida sistemática, no REsp nº 973.733SC, com a relatoria do Ministro Luiz Fux. Foi o seguinte a ementa dessa decisão: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO Fl. 1135DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.135 11 CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Fl. 1136DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.136 12 (REsp 973733 SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) Portanto, o início do prazo decadencial para o Fisco promover o lançamento de ofício, nos casos de tributos sujeitos à sistemática dos denominados “lançamentos por homologação”, restou assim configurado: 1. Se ocorrer dolo, fraude ou simulação: primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (artigo 173, I, do CTN) 2. Se não ocorrer dolo, fraude ou simulação: a. Se houver pagamento (ou declaração): data da ocorrência do fato gerador (artigo 150, § 4º, do CTN) b. Se não houver pagamento (ou declaração): primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (artigo 173, I, do CTN) Voltando ao presente caso, importa notar que houve qualificação da multa decorrente de conduta dolosa qualificada no espectro dos artigos 71 a 73 da Lei nº 4.502/64. Portanto, se essa qualificação ficar confirmada, devese aplicar a hipótese do artigo 173, I, do CTN, ou seja, a contagem do prazo iniciase no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Como bem resumido no voto condutor da decisão recorrida, os seguintes fatos se sucederam: O interessado, por meio dos processos de compensação nºs 10830.003714/200492, 10830720.107/200571 e 10830720.115/200518 apresentou pedidos de ressarcimento e formalizou declarações de compensação para compensar créditos de IPI de terceiros com débitos de IRPJ, de CSLL, de PIS e de COFINS. Os pedidos de ressarcimento foram indeferidos e não foram homologadas as declarações de compensação apresentadas. Em razão da não homologação dos débitos compensados, o Fisco passou a exigir os débitos objeto de compensação (IRPJ, CSLL, Pis e Cofins), além de exigir acréscimos legais de multa de mora de 20% (vinte por cento), nos termos do artigo 61, § 2° da Lei n° 9.430/96, e de juros de mora, em razão do atraso no pagamento dos tributos. Além disso, por se tratar de utilização de créditos de terceiros, foi formalizado auto de infração nº 10830.000233/200859, com ciência do interessado em 11/01/2008, para lançamento da multa isolada prevista no art. 18 da Lei 10.833/2003 (vide fls. 256/258). A fiscalização considerou que o interessado teria agido dolosamente, pois teria feito impactar o resultado de 2007 por fatos dos quais somente teria tomado Fl. 1137DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.137 13 conhecimento em 11/01/2008. Em outras palavras, se o interessado somente foi cientificado do lançamento de multa isolada em 11/01/2008, não poderia, segundo a fiscalização, ter reduzido o resultado de 2007. Tal conduta, na concepção da fiscalização, teria sido praticada dolosamente com o objetivo de diminuir tributo. Conforme relatado, os motivos que fizeram com que a fiscalização concluísse ter havido conduta dolosa foram os seguintes: A empresa buscou reduzir seu resultado contábil de 2007, no valor de R$ 59.966.857,80, e assim diminuir os recolhimentos de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido que, em tese, constitui crime contra a ordem tributária definido na Lei 8137/91. Fato no notório da intenção dolosa do contribuinte é que a ciência do auto de infração constante no processo 10830.000233/200859, referente a multa isolada à alíquota de 150%, no valor de R$ 34.792.286,55, devido a compensações indevidas com créditos de terceiros referentes aos processos de compensação: 10830.003714/200492, 10830720.107/200571 e 10830720.115/200818, deuse em 11/01/2008, portanto de forma alguma poderia impactar o resultado de 2007. Outro fato que nos levou a concluir pela conduta dolosa da empresa vem das informações prestadas em sua resposta datada de 15/02/2013 indicou como adição no ajuste para chegar ao lucro real o valor de R$ 59.966.857,80. Porém ocorre que esta informação não consta da DIPJ 2008, e o total das adições na planilha da resposta é de R$ 114.099.392,40, enquanto que este mesmo total na DIPJ/2008 é de R$ 57.312.407,44. Buscou tentar ludibriar e embaraçar a fiscalização. Como se vê, a fiscalização entendeu que a redução do valor de R$ 59.966.857,80 na apuração do resultado contábil redundou em crime contra a ordem tributária. Além disso, o fato de o contribuinte, em sua apuração do anocalendário de 2007, ter deduzido o valor de R$ 34.792.286,55, atinente à multa isolada consubstanciada no processo nº 10830.000233/200859, caracterizaria uma intenção dolosa. Isso porque, se a ciência da autuação ocorreu em 11/01/2008, não se poderia admitir impacto no anocalendário anterior. A empresa, em sua impugnação, alegou que não é verdadeira a afirmação de que houve redução do lucro com o objetivo de diminuir o pagamento do IRPJ e da CSLL porque a própria glosa efetuada pela fiscalização (no valor de R$ 18.019.988,17) não incluiu a totalidade do valor reduzido na apuração do resultado contábil. No que diz respeito à dedução da multa isolada (no valor de R$ 34.792.286,55), alegou que esta foi devidamente adicionada na apuração do resultado tributável. Quanto ao fato de ter tomado ciência da autuação (da multa isolada) em momento posterior ao encerramento do anocalendário de 2007, argumenta que não se pode considerar ter havido atitude dolosa, mas, tão somente, divergência quanto ao momento que se considera correto para o reconhecimento da despesa. Ora, não faz nenhum sentido querer qualificar como conduta dolosa, para fins tributários, o fato de a empresa ter deduzido na sua apuração uma parcela que nem chegou a ser glosada pela fiscalização. Igual conclusão devese extrair sobre o fato de a empresa ter Fl. 1138DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.138 14 deduzido uma parcela consubstanciada num auto de infração, cuja ciência foi tomada em momento posterior ao encerramento do anocalendário, quando a mesma parcela foi imediatamente adicionada na apuração do resultado tributável. Por outro lado, o fato de haver divergência quanto ao correto momento para o reconhecimento da despesa, bem como a eventual discordância sobre o caráter dedutível dessa mesma despesa, não podem, isoladamente, configurar uma conduta dolosa do contribuinte. Ainda que a glosa efetuada pela fiscalização (no valor de R$ 18.019.988,17) pudesse ser admitida ao amparo desses argumentos, sob os quais não se faz aqui qualquer juízo de valor, haveria que se demonstrar outros fatos para caracterizar alguma conduta dolosa. Nem se diga que o outro fato relatado, o qual teria o condão de "tentar ludibriar e embaraçar a fiscalização", seria suficiente para tal desiderato. Nesse sentido, reproduzo os argumentos utilizados no voto condutor da decisão recorrida: A fiscalização faz referência a uma resposta do interessado, de 15/02/2013 (fls. 38/39). Nesta, de fato, verificase que consta uma planilha informando que o total das adições teriam sido de R$ 114.099.392,40, e não R$ 57.312.407,44 constante da DIPJ. Todavia, a meu juízo, tal fato, isoladamente, não é suficiente para comprovar o dolo por parte do interessado. Mais parece um erro na informação prestada, já que contraria frontalmente as informações na DIPJ e no LALUR. É evidente que a informação contida na DIPJ e no Lalur prevalecerá quando sopesada com uma informação constante em mera planilha. Ademais, ressaltase que esta foi a única contradição apontada pela fiscalização nas respostas apresentadas pelo interessado. Verificase, pelos autos, que o interessado respondeu a diversas intimações e não foi apontada nenhuma outra contradição, além desta acima referida. Aliás, é bom lembrar que a autuação baseou se em resposta do interessado de 07/05/2013 (fls. 218/219), por meio da qual houve a composição do valor de R$ 59.966.857,80 – Outras Despesas Operacionais. Observase, ainda, que a conduta dolosa apontada pela fiscalização teria ocorrido em informação prestada em mera planilha, em resposta a uma intimação, e não em documentos contábeis e fiscais, os quais, evidentemente, têm mais peso probatório. Ademais, impende salientar que não houve uma conduta reiterada que pudesse comprovar a ação dolosa do interessado. O fato apontado pela fiscalização foi único. Quanto à questão da existência de pagamentos, a instância a quo também foi precisa ao identificar que pagamentos de IRPJ e CSLL referentes ao anocalendário de 2007, foram comprovados pelos próprios despachos decisórios eletrônicos proferidos nos processos em que a empresa pleiteou as compensações (fls. 58 do processo nº 10830.900934/201357 e fls. 83 do processo nº 10830.900935/201300). Portanto, não se pode atestar a existência das hipóteses capazes de deslocar o prazo decadencial do lançamento para o artigo 173, I, do CTN. Assim, há que se contar o Fl. 1139DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10830.723985/201359 Acórdão n.º 1401001.443 S1C4T1 Fl. 1.139 15 termo inicial na data da ocorrência do fato gerador dos tributos lançados, isto é, em 31/12/2007. Como a ciência da autuação foi dada em 15/07/2013, impõese constatar a superação dos cinco anos previstos no artigo 150, § 4º, do CTN. Diante do exposto, oriento meu voto no sentido de negar provimento ao recurso necessário. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 1140DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 13888.720909/2013-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008, 2009
LANÇAMENTO.
Verificada omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período-base a que corresponder a omissão (art. 24 da Lei nº 9.249/95).
Numero da decisão: 1201-001.197
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgado os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente), João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida e Ester Marques Lins de Sousa.
Nome do relator: MARCELO CUBA NETTO
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Verificada omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão (art. 24 da Lei nº 9.249/95). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente e Relator Participaram do presente julgado os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente), João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida e Ester Marques Lins de Sousa. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto nos termos do art. 33 do Decreto nº 70.235/72, contra o acórdão nº 1142.873, exarado pela 3ª Turma da DRJ em Recife PE. Por bem descrever o litígio objeto do presente processo, tomo de empréstimo o relatório contido na decisão de primeiro grau (fl. 2450 e ss.): AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 72 09 09 /2 01 3- 14 Fl. 2489DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13888.720909/201314 Acórdão n.º 1201001.197 S1C2T1 Fl. 3 2 Tratase de autos de infração do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ (fls. 2.294 a 2299), do Programa de integração Social – PIS (fls. 2.381 a 2.387), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins (fls. 2.365 e 2.369) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls.2.333 a 2.339), lavrados para formalização e exigência de crédito tributário no montante de R$ 1.793.568,95 (vide demonstrativo da fl. 2.293). 2. De acordo com o Termo de Constatação Fiscal (fls. 2.262 a 2.292), o lançamento decorreu das seguintes infrações: 2.1 – Omissão de receita da atividade, levantada do cotejo do Livro de Registro de Saída e DASN (vide quadros da fl. 2.278). 2.2 – Omissão de receita, caracterizada por falta de comprovação da origem de recursos utilizados em depósitos bancários (vide quadros da fl. 2.283). 2.3 – Opção indevida pelo Simples, o que motivou a tributação das receitas brutas informadas na DASN pelo lucro arbitrado, para efeito de cálculo do adicional do imposto (vide quadro das fls. 2.286 e 2.287). 3. Agravouse a multa quanto às infrações dos itens 2.1 e 2.2. Lavraramse Termos de Sujeição Passiva Solidária contra os sócios administradores João Henriques Rodrigues e Francisco das Chagas Bezerra Cabral. Formalizouse Representação Fiscal para Fins Penais. 4. Apresentouse impugnação, às fls. 2.411 a 2.414, contrapondose, em síntese, o auto não poderia subsistir, pois não teria havido sonegação fiscal, mas tão somente má orientação do procurador responsável pelo recolhimento dos tributos, Sr. Antônio Pinto de Camargo. 5. Tendo em vista que em anos anteriores teria havido “erro na apuração do tributo bem como erro no recolhimento por conta do preenchimento equivocado das guias de pagamento” (particularidade que teria sido informada no curso da ação fiscal), o referido senhor teria aconselhado a empresa a não recolher tributos ante a possibilidade de sua compensação. A retificação do equívoco farseia necessária para permitir “a efetiva verificação do pedido de compensação da recorrente”. 6. Esses créditos todavia não teriam sido compensados no momento do lançamento de ofício e “não poderiam ter sido acrescidos ao auto de infração”. Examinadas as razões de defesa a DRJ de origem julgou improcedente a impugnação. Fl. 2490DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13888.720909/201314 Acórdão n.º 1201001.197 S1C2T1 Fl. 4 3 Irresignada, a interessada interpôs recurso voluntário onde reproduz, em síntese, as mesmas razões expostas na impugnação ao lançamento (fl. 2481 e ss.). Voto Conselheiro Marcelo Cuba Netto, Relator. O recurso atende aos pressupostos processuais de admissibilidade estabelecidos no Decreto nº 70.235/72 e, portanto, dele devese tomar conhecimento. O recurso voluntário, na linha dos argumentos expostos na impugnação ao lançamento é, no mínimo, simplório. A alegação segundo a qual os ilícitos tributários sob exame são fruto da má orientação do procurador da empresa (culpa in eligendo), além de não provada, também não tem o condão de afastar o lançamento, haja vista que, como bem pontuado pela DRJ de origem, a responsabilidade por infrações à legislação tributária independe da vontade do agente (art. 136 do CTN). Ademais, provado está o evidente intuito de fraude uma vez que a empresa informou ao Fisco, por meio das DASN, receitas em montante muito inferior às escrituradas no livro Registro de Saídas. Por fim, não socorre à recorrente o argumento de que teria créditos a compensar, o que deveria ter sido observado pela autoridade lançadora. Primeiro porque a interessada não informa quais são esses supostos créditos. Segundo porque, via de regra, cabe ao sujeito passivo promover a compensação de tributos, o que se faz por meio da transmissão da declaração competente, nos termos do disposto no art. 74 da Lei nº 9.430/96. Tendo em vista todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Fl. 2491DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO
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Numero do processo: 10930.907115/2011-41
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 14/09/2001
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO.
O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR).
Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal.
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO.
Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos
ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO.
Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-004.176
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do Fato Gerador: 14/09/2001 INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
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LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 71 15 /2 01 1- 41 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 91), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. A Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A., interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0641.499, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba/PR, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade declarada pelo contribuinte por recolhimento vinculado a débito confessado, negando o direito creditório. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do indeferimento de pedido de restituição (PER), de nº 26049.36979.300605.1.2.049052, nos termos do despacho decisório emitido em 02/12/2011 (rastreamento nº 013472423). No aludido PER, transmitido eletronicamente em 30/06/2005, a contribuinte indicou um crédito de R$ 452,27, referente ao pagamento efetuado em 14/09/2001, de Cofins, código de receita 2172, no valor total de R$ 65.594,79. Segundo o despacho decisório recorrido, a restituição foi indeferida porque o Darf indicado como crédito estava totalmente utilizado para extinção de débito de Cofins, 2172, do Fl. 93DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907115/201141 Acórdão n.º 3802004.176 S3TE02 Fl. 93 3 período de apuração de 31/08/2001, de acordo com a informação da DCTF transmitida pela Interessada. Cientificada em 22/12/2011, a Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 19/01/2012. Alega que recolheu valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins que incidiram sobre outras parcelas que não se compreendem no conceito de faturamento, relativamente às competências de 07/2000 a 01/2004, 03/2004 e 07/2004. Diz que nos referidos períodos (anos de 2000 a 2004) informou em DCTF os valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins levando em conta a legislação vigente à época, que alargava a suas bases de cálculo ao considerar as receitas financeiras como integrantes do conceito de faturamento. Aduz, porém, que o STF considerou inconstitucional tal ampliação da base de cálculo. Anexa jurisprudência do STF e do CARF. Em função disso, entende que as “declarações prestadas à época da vigência plena do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98, hoje declarada inconstitucional, hão de ser revistas de modo a se adequarem a tal entendimento, em prol da realidade material que passou a existir com a declaração de inconstitucionalidade pelo E. STF”. Anexa planilha demonstrando as diferenças pleiteadas, as quais “correspondem exatamente às receitas não operacionais, não integrantes da base de cálculo do PIS/Cofins após a declaração de inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98”. Argumenta que para o deferimento do pedido de restituição basta que a autoridade julgadora exclua das DCTF apresentadas as receitas não operacionais (financeiras), tendo por base a planilha anexa, a fim de adaptar à realidade as declarações prestadas. Pede o provimento integral do presente recurso. É o relatório. Indeferida a Manifestação de Inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a procedência do crédito tributário na forma da Ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 14/09/2001 RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o pagamento alegado Fl. 94DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER INTER PARTES. É perfeitamente aplicável a disposição § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, só atingindo as partes envolvidas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba – DRJ/CTA, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, anexa trechos de seus livros Diário e Razão nos quais constam as rubricas de receitas financeiras, requer a homologação da compensação declarada por evidente a origem do crédito e, por conseguinte, o direito à compensação do mesmo. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 91), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Conforme exposto nas linhas acima, a Declaração de Compensação da Recorrente teve como causa a tributação indevida de PIS e COFINS sobre receitas financeiras, especialmente diante da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da Cofins promovida pela Lei nº 9.718/98, tendo em vista a ausência de mandamento constitucional (ou, doutra maneira, a edição de Lei Complementar que estabelecesse novas fontes de custeio da seguridade social) que validasse a incidência da contribuição em referência sobre receitas financeiras e outras receitas operacionais, não inseridas no conceito de faturamento. Como bem observado pela decisão recorrida, o Tribunal Pleno da Egrégia Corte examinou os Recursos Extraordinários nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR, declarando, incidentalmente e por maioria, a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, na forma da ementa assim redigida: Fl. 95DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907115/201141 Acórdão n.º 3802004.176 S3TE02 Fl. 94 5 "CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (Supremo Tribunal Federal, Tribunal Pleno, RE 346.084/PR, Relator Ministro Ilmar Galvão, Julgamento 09/11/2005, Publicação 01/09/2006)." Ainda que, como destacado pela DRJ, a decisão não tenha efeito erga omnes à luz da legislação de regência das decisões exaradas pelo STF, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, autoriza este Colegiado a afastar a aplicação de tratado, acordo internacional, lei ou decreto “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Superior Tribunal Federal”. Ora, não é outra a hipótese do caso sob exame. Portanto, sendo a observância do decisum proferido pelo STF facultada a este órgão julgador, devese reconhecer o direito de a Recorrente pleitear a restituição do montante indevidamente recolhido a título de Cofins em virtude da aplicação do art. 3º da Lei nº 9.718/98, declarado inconstitucional pelo STF, em consonância com o repertório jurisprudencial do CARF, do qual se traz, a título exemplificativo, a decisão adiante: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2002 DIREITO CREDITÓRIO. RESTITUIÇÃO. PRAZO. Para os pedidos de restituição apresentados até o dia 08/06/2005, o direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, ou em valor maior que o devido, extinguese com o decurso do prazo de cinco Fl. 96DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 anos, contados da data da homologação (tácita ou expressa) do pagamento antecipado, nos casos de tributos lançados por homologação. Observância ao princípio da segurança jurídica. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO Tendo o plenário do STF declarado, de forma definitiva, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve o CARF aplicar esta decisão para reconhecer o direito à restituição das importâncias pagas com fulcro no referido dispositivo legal. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO PER/DCOMP. INADMISSIBILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição apresentado em formulário impresso após 29/09/2003. Recurso Voluntário Provido em Parte. (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, RV 501572, Acórdão 3302001.245, Relator Conselheiro Walber José da Silva, Julgamento 06/10/2011)" Assim é que, em tese, assiste direito ao Recorrente. No entanto, ultrapassada a questão de direito, tornase fundamental apreciar a matéria de prova. No caso em tela, a análise da prova restou prejudicada, pois a DRJ não aceitou a planilha apresentada pelo Recorrente. Como forma de fundamentar a planilha apresentada à época da manifestação, o contribuinte apresentou excertos de seus livros Diário e Razão para buscar comprovar o direito de crédito indicado na planilha que anexou em sua primeira peça defensiva. Tais documentos podem excepcionalmente ser juntados aos autos, diante da previsão do art. 16, § 4o, c, do RPAF, que permite a apresentação de documentos posteriormente à peça defensiva inaugural para contrapor razões trazidas em momento processual seguinte, pelo que se vê abaixo: "§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos." Todavia, a análise da documentação acostada aos autos pode levar à supressão de instância. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907115/201141 Acórdão n.º 3802004.176 S3TE02 Fl. 95 7 Assim, e considerando que a supressão de instância somente pode ser realizada se esta for favorável ao sujeito passivo, forte no art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/72, entendo que devem os autos retornar para julgamento da DRJ quanto à matéria de prova, de modo a se averiguar a liquidez e certeza do crédito oferecido à compensação. Nesse mesmo sentido já decidiu essa Eg. Turma Especial, no Acórdão 3802 001.857, de relatoria do Conselheiro Solon Sehn: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). Assim, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf, o que implica a obrigatoriedade do reconhecimento da inconstitucionalidade do referido dispositivo legal. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. MATÉRIA NÃO CONHECIDA NA INSTÂNCIA A QUO. PRELIMINAR QUE IMPEDIU O CONHECIMENTO DO MÉRITO. AFASTAMENTO. RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA EXAME DA MATÉRIA. A DRJ, ao acolher a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, não chegou a apreciar o mérito da existência do direito creditório, isto é, o valor do crédito e do débito e outras circunstâncias relevantes ao desate da questão, inclusive a efetiva inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição no período alegado pelo interessado. Destarte, os autos devem retornar à DRJ para exame da matéria de mérito, sob pena de supressão de instância. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão." No mesmo sentido, aplicáveis à espécie os somase os nºs Acórdãos 3802 001.959 e 3802001.960, de relatoria do Conselheiro Bruno Mauricio Macedo Curi. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Conclusão Diante de todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para darlhe provimento parcial, determinandose o retorno dos autos à instância a quo, para fins de apreciação do mérito. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003229/2003-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1999
PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. ARTIGO 17 DO PAF.
Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.
DECADÊNCIA. INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO. FATO GERADOR. SÚMULA CARF Nº 38.
O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário.
LEI COMPLEMENTAR Nº 105 de 2001. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS AO FISCO. PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL.
A Constituição Federal de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º).
O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, facultou à Receita Federal a utilização de informações sobre movimentação financeira, resguardado o devido sigilo, para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. Jurisprudência do STJ, em sede de recursos repetitivos (REsp 1134665 SP).
APLICAÇÃO DA LEI. RETROATIVIDADE. SÚMULA CARF Nº 35
O artigo 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplica-se retroativamente.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996.
Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. SÚMULA CARF Nº 26:
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.
MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
Presentes os pressupostos de exigência, cobra-se multa de ofício pelo percentual legalmente determinado. (Art. 44, da Lei 9.430/1996).
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2202-003.059
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Wilson Antônio de Souza Correa, Martin da Silva Gesto e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. ARTIGO 17 DO PAF. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. DECADÊNCIA. INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO. FATO GERADOR. SÚMULA CARF Nº 38. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário. LEI COMPLEMENTAR Nº 105 de 2001. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS AO FISCO. PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL. A Constituição Federal de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, facultou à Receita Federal a utilização de informações sobre movimentação financeira, resguardado o devido sigilo, para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. Jurisprudência do STJ, em sede de recursos repetitivos (REsp 1134665 SP). APLICAÇÃO DA LEI. RETROATIVIDADE. SÚMULA CARF Nº 35 O artigo 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplica-se retroativamente. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996. Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. SÚMULA CARF Nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. Presentes os pressupostos de exigência, cobra-se multa de ofício pelo percentual legalmente determinado. (Art. 44, da Lei 9.430/1996). Recurso Voluntário Negado.
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MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. ARTIGO 17 DO PAF. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. DECADÊNCIA. INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO. FATO GERADOR. SÚMULA CARF Nº 38. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. LEI COMPLEMENTAR Nº 105 de 2001. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS AO FISCO. PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL. A Constituição Federal de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, facultou à Receita Federal a utilização de informações sobre movimentação financeira, resguardado o devido sigilo, para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. Jurisprudência do STJ, em sede de recursos repetitivos (REsp 1134665 SP). APLICAÇÃO DA LEI. RETROATIVIDADE. SÚMULA CARF Nº 35 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 32 29 /2 00 3- 85 Fl. 173DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 174 2 O artigo 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplicase retroativamente. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996. Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. SÚMULA CARF Nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. Presentes os pressupostos de exigência, cobrase multa de ofício pelo percentual legalmente determinado. (Art. 44, da Lei 9.430/1996). Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Wilson Antônio de Souza Correa, Martin da Silva Gesto e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Em desfavor da Contribuinte em epígrafe foi lavrado Auto de Infração relativo ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas, do exercício de 1999, ano calendário de 1998, onde lhe foram exigidos R$ 7.351,04 a título de imposto, acrescido de multa de ofício proporcional, no percentual de 75%, e mais juros de mora calculados pela taxa Selic. Fl. 174DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 175 3 No Termo de Verificação Fiscal, anexo ao Auto de Infração, descreve a Autoridade Fiscal responsável pelo feito que após regular procedimento fiscal instaurado, apurou três infrações: 1 a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários cuja origem dos recursos a contribuinte, regularmente intimada, não comprovara com documentação hábil e idônea, citando a base legal empregada. O lançamento referese a um único depósito, no valor de R$ 24.800,00, ocorrido no dia 20/08/1998; 2 glosa de dedução com despesas médicas declaradas, no valor de R$ 131,02, uma vez que a Contribuinte apresentara recibos que divergiam, nesta quantia, do valor aposto em sua DIRPF; 3 Omissão de rendimentos de aluguéis, no valor de R$ 1.800,00, uma vez que as informações constantes nos sistemas da RFB divergiam, nesta quantia, dos valores declarados pela Contribuinte. Inconformada com o lançamento tributário, apresentou Impugnação, conforme fl. 98 e seguintes. Sua manifestação foi tratada pela DRJ em Brasília/DF. Expôs o Julgador a quo, em síntese, que a Impugnação fora parcial, referindose apenas à questão do depósito bancário sem origem comprovada e que: a) Preliminarmente, não se verificava a decadência do direito de constituir o crédito tributário pelo Fisco, no caso, tratando da matéria em pormenores; b) O art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, e alterações, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Esclareceu que face à ausência de documentos hábeis e idôneos a suportarem as alegações sobre a origem dos recursos, o procedimento fiscal deveria ser mantido; c) Tratou ainda da aplicação da multa de ofício e da correção do crédito tributário pela Taxa Selic, reputandoos corretos. Assim, deuse a decisão de 1ª instância, para rejeitar a preliminar de decadência e considerar procedente o lançamento. Cientificada em 15/09/2008, conforme Aviso de Recebimento na folha 162, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 14/10/2008, postado no Correio, conforme envelope na folha 165. Em sede de recurso, assim, em suma, repisa os argumentos da Impugnação, para manifestar sua inconformidade: a) preliminarmente, alega decadência do direito de lançar, pelo Fisco, uma vez que "ficou constatado o decurso do prazo de 05 (cinco anos) entre a data do fato gerador e a data do lançamento, no caso em tela..."; Fl. 175DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 176 4 b) no mérito, referindose apenas à omissão de rendimentos caracterizada pelo depósito bancário já descrito, diz que é pessoa de idade bastante avançada, que recebia freqüentemente dinheiro em espécie dos filhos, para pagamento de despesas, que foi sendo juntado em casa e guardado em cofre. Após "anos dessa prática", resolveu efetuar o depósito da quantia reunida, que enfim redundou na apuração e autuação fiscal. Descreve situações e hipóteses para considerar injusta a autuação, "não caracterizando nenhuma omissão de rendimentos". c) Ademais, "a alegação de que houve poupança doméstica, encontra respaldo no próprio padrão de vida da recorrente, o que foi facilmente comprovado pela própria recorrida, na análise de suas declarações de rendas, cujo patrimônio ali estão comprovado, dando respaldo para juntar suas economias no interior de sua residência". d) diz ainda que "os tributos ali exigíveis, quando os mesmos deu origem, não enquadrando o lançamento da multa de 75% sobre o tributo no valor de R$ 24.800,00, cujo espécie estavam originariamente guardada na residência da Recorrente como escape no pagamento dos vários compromissos dos quais eram obrigados a efetuar em dinheiro vivo,..." PEDE o provimento de seu recurso para julgar improcedente a autuação fiscal, com o cancelamento do débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. Conheço do recurso, uma vez que tempestivo, conforme relatado, e com condições de admissibilidade. A numeração de folhas a que me refiro a seguir é a existente após a digitalização do processo, transformado em meio magnético. (formato .pdf) De fato, como já assentara a DRJ, tanto a impugnação quanto o recurso referemse expressamente apenas à infração relativa ao depósito bancário considerado como omissão de rendimentos, nada falando em relação às outras duas infrações relatadas, estando portanto tais matérias fora do litígio e das considerações a seguir, conforme artigo 17 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF). De início, como o lançamento objeto do presente processo versa sobre depósitos bancários de origem não comprovada, esclareço que a contribuinte, regularmente intimada, apresentou à fiscalização os extratos que serviram de base à apuração fiscal. Ademais, observando que algumas contas eram conjuntas, tratou de informar a Autoridade Fiscal, no Termo de Verificação (fl 89), que: Em atendimento, apresentaramnos os extratos bancários da contacorrente 0660126863 e das 4 contaspoupança no Banco ITAÚ. Fl. 176DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 177 5 A contacorrente 0660.126863 é conjunta com o marido, falecido em 02/05/96 sendo que a partilha transitou em julgado em 06/10/97. Quanto à conta corrente 06600113929, conjunta com a filha e o falecido marido da referida contribuinte, foi objeto de Ação Fiscal na pessoa jurídica. Considerando que o depósito em questão foi efetuado em 08/1998 e a ação fiscal teve início em 10/2002, concluindose em 09/2003 (fl. 93), importante tratar que a matéria relativa à utilização de informações bancárias por parte da RFB encontrase pacificada no STJ, que decidiu, em sede de recurso repetitivo, que a autoridade fazendária pode ter acesso às operações bancárias do contribuinte até mesmo para constituição de créditos tributários anteriores à vigência da Lei Complementar nº 105 de 2001, ainda que sem o crivo do Poder Judiciário. A ementa do acórdão submetido ao rito do art. 543C do CPC está assim redigida: QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A FATOS IMPONÍVEIS ANTERIORES À VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR 105/2001. APLICAÇÃO IMEDIATA. ARTIGO 144, § 1º, DO CTN. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE. 1. A quebra do sigilo bancário sem prévia autorização judicial, para fins de constituição de crédito tributário não extinto, é autorizada pela Lei 8.021/90 e pela Lei Complementar 105/2001, normas procedimentais, cuja aplicação é imediata, à luz do disposto no artigo 144, § 1º, do CTN. 2. ... 4. O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, determinou que a Secretaria da Receita Federal era obrigada a resguardar o sigilo das informações financeiras relativas à CPMF, facultando sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. 5. ... 6. As informações prestadas pelas instituições financeiras (ou equiparadas) restringemse a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados (artigo 5º, § 2º, da Lei Complementar 105/2001). ... 12. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o Fl. 177DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 178 6 patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). 13. Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos. ... 20. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.(REsp 1134665 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009) Outrossim, esclareço que conforme artigo 72 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, as "decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória" pelos seus membros. Sobre a matéria relativa à tributação com base em depósitos bancários de origem não comprovada há várias delas em vigor, que indicam entendimentos convergentes, em inúmeros julgamentos. A utilização de súmulas, que também são aplicadas pelos Tribunais Judiciários, visa a conferir confiança, segurança e eficiência aos julgamentos administrativos, dentre outros princípios a serem observados pela Administração Pública. Diz a Súmula CARF nº 35: O artigo 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplicase retroativamente. DECADÊNCIA Conforme tratado, o depósito bancário em questão ocorreu em 08/1998. Diz a Súmula CARF nº 38: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. Portanto, o "fato gerador" da apuração tributária em debate ocorreu em 31 de dezembro de 1998, e não em agosto de 1998, como pretende a Recorrente. Ocorrido o lançamento e cientificada a Contribuinte em 25/09/2003, não estava extinto o direito da Fazenda Pública, que estenderseia até 31/12/2003 (cinco anos contados da data da ocorrência do fato gerador), e superase essa questão. Fl. 178DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 179 7 MÉRITO OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Quanto à possibilidade da autuação com base apenas nos depósitos bancários, sem que o Fisco demonstre a existência de renda, no conceito dado pelo artigo 43 do CTN, diz o artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.(grifei/sublinhei) § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será Fl. 179DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 180 8 imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. Ainda tocante a essa matéria, relativa a autuação com base apenas em presunção de renda caracterizada pelos depósitos bancários, a partir exclusivamente dos extratos, destaco que já há entendimento pacificado no âmbito do CARF, com a seguinte Súmula, que é de aplicação obrigatória por estes Conselheiros: Súmula CARF nº 26 A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Isso porque existe, no caso, a inversão do ônus da prova, não necessitando o Fisco demonstrar que aquele depósito tratase de ingresso patrimonial inédito na esfera de disponibilidade do contribuinte, portanto passível de tributação, cabendo ao sujeito passivo demonstrar o contrário. As presunções legais são admitidas em diversos casos para fins de tributação e isso não é inovação ou exclusividade da legislação brasileira. Assim, os extratos bancários constantes dos autos (fls. 25) são suficientes para a comprovação dos depósitos bancários e sobre estes é correta a aplicação da presunção de omissão de rendimentos, quando o contribuinte, regularmente intimado, não demonstra, com documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. A comprovação da origem dos recursos deve ser feita "individualizadamente", como expressamente prescrito no § 3º do artigo 42, da Lei em comento. A contribuinte diz que recebia pequenas quantias de seus filhos que guardava em casa, em moeda, e em determinada ocasião resolveu depositar o montante no banco, fazendo uma aplicação do dinheiro. E também questiona a existência de obrigação para guardar recibos de dinheiro/depósitos ou cópias dos avisos referentes a suas contas correntes. Vejamos em destaque a parte do caput do artigo 42: "... regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações." Ora, se não fosse obrigada a manter qualquer documentação que desse suporte à sua movimentação bancária, que sentido teria essa parte sublinhada do dispositivo legal? Ante a ausência de documentação e a constatação do depósito, em face do que estabelece a lei, não é possível ilidir o lançamento fiscal, conforme já apontado pelo Julgador de 1ª instância. MULTA DE OFÍCIO. Neste aspecto, importante frisar que a falta de recolhimento do imposto constatada nos autos enseja sua exigência por meio de lançamento de ofício, com a aplicação da multa de ofício de 75%, prevista na Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 44. Não é necessária, no caso, a demonstração de dolo, mas apenas a constatação objetiva da infração à legislação. Fl. 180DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 19515.003229/200385 Acórdão n.º 2202003.059 S2C2T2 Fl. 181 9 Essas multas, aplicadas aos tributos e contribuições federais, estão previstas no art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, que dispõe: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata;” Portanto, a cobrança da multa lançada de 75% está devidamente amparada na lei. Novamente, importante lembrar uma Súmula do CARF, a de nº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONCLUSÃO Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, VOTO rejeitar as preliminares tratadas e por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10980.017677/2008-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA.
Não se verificando fato impeditivo para a fluência do prazo legal, correta a decisão que declarou a intempestividade da impugnação apresentada de forma extemporânea.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 1401-001.472
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Documento assinado digitalmente.
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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Intempestividade. Recorrente ADESI INDUSTRIA E COMERCIO DE ADESIVOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. Não se verificando fato impeditivo para a fluência do prazo legal, correta a decisão que declarou a intempestividade da impugnação apresentada de forma extemporânea. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 76 77 /2 00 8- 18 Fl. 186DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10980.017677/200818 Acórdão n.º 1401001.472 S1C4T1 Fl. 187 2 Relatório Inicialmente, esclareço que todas as indicações de folhas inseridas neste relatório e no subsequente voto dizem respeito à numeração do processo em papel que foi digitalizado para o sistema eProcesso. Tratase de recurso voluntário interposto por ADESI INDUSTRIA E COMERCIO DE ADESIVOS LTDA contra acórdão proferido pela DRJ/Curitiba que concluiu por não conhecer da impugnação em razão da sua intempestividade. Os créditos tributários lançados, no âmbito da DRF/Curitiba, referentes ao IRPJ e à CSLL, devidos nos períodos de apuração correspondentes ao anocalendário de 2004 a 2006, totalizaram o valor de R$ 3.714.672,61. Tal autuação foi fundamentada pela não adição do lucro inflacionário realizado na apuração do lucro real, pela insuficiência dos tributos pagos ou declarados em DCTF quando confrontado com os valores declarados na DIPJ e pela imposição de multas isoladas sobre o não recolhimento de estimativas. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: A “Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) LegaI(is)”, fls. 68/70, descreve a apuração das irregularidades sobre o IRPJ e fornece a fundamentação da autuação, também complementada nos campos e planilhas auxiliares constantes do auto. Desses elementos, extraise a seguinte síntese dos fundamentos da autuação. 2.1. Adições não computadas na apuração do lucro real lucro inflacionário realizado realização mínima: o contribuinte com saldo de lucro inflacionário acumulado, em 31/12/95, no montante de R$ 241.848,40, não adicionou ao lucro líquido dos anoscalendário 2004 e 2005, para a determinação do lucro real, o lucro inflacionário realizado, no montante de R$ 24.184,84, conforme Demonstrativo de Lucro lnflacionário, fls. 57/60, infringindo o art. 449 do RIR (Decreto n° 3000/99). 2.2. Falta de recolhimento/declaração do IRPJ: apurada pelo confronto entre a DIPJ e a DCTF e/ou valores pagos, resultando nas seguintes diferenças 12/2004, R$ 698,86; 12/2006, R$ 1.434.717,99. 2.3. Multas isoladas: falta de pagamento de IRPJ sobre a base de cálculo estimada nos meses de março a dezembro de 2006, conforme fls. 69/70. 3. A “Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is)”, fls. 78/80, descreve a apuração das irregularidades sobre a CSLL e fornece a fundamentação da autuação, também complementada nos campos e planilhas auxiliares constantes do auto. Desses elementos, extraise a seguinte síntese dos fundamentos da autuação. 3.1. Falta de recolhimento/declaração da CSLL: apurada pelo confronto entre a DIPJ e a DCTF e/ou valores pagos, resultando nas seguintes diferenças 12/2006, R$ 402.197,73. 3.2. Multas isoladas: falta de pagamento de CSLL sobre a base de cálculo estimada nos meses dejaneiro a dezembro de 2006, conforme fl. 79. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10980.017677/200818 Acórdão n.º 1401001.472 S1C4T1 Fl. 188 3 4. O contribuinte foi cientificado da exação em 22/12/2008 e apresentou impugnação em 29/04/2009, em que expende os seguintes argumentos, em síntese. 5. Preliminar de cerceamento de defesa e nulidade processual da impossibilidade de acesso aos autos tempestividade da impugnação: ao ser intimada, o contribuinte recebeu apenas cópia do auto de infração, sem qualquer documentação que comprovasse as situações e fatos invocados pelo autuante, e sem que mencionasse o número do processo administrativo fiscal. Esse fato impossibilitou a autuada de obter, dentro do prazo recursal, vista dos autos. Em razão das enormes filas na DRF em Curitiba, a simples tentativa de obter o número do processo foi obstada em mais de trinta dias, o que levou o contribuinte a impugnar apenas em 29/04/2009. Diante dessas informações, é irregular a intimação, devendo ser decretada a nulidade do PAF. 6. Nulidade do processo administrativo inobservância do devido processo legal: houve falta de citação, intimação ou notificação válida, afrontando o art. 5°, LV, da Constituição Federal; e também o inciso LIV do mesmo artigo. 7. Da prescrição: Os períodos de apuração anteriores a janeiro de 2004 se encontram prescritos, em razão do lustro estabelecido pelo art. 174 do Código Tributário Nacional (CTN Lei n° 5172/66). 8. Da multa de 75% Confisco: nos casos dos autos, o tributo foi auto declarado pelo contribuinte, antes do início de qualquer procedimento administrativo, sujeitandose exclusivamente à multa de mora, que não é de 0,33% ao dia (sic), não excedendo a 20% sobre o valor do tributo. Tal entendimento ainda é benéfico ao erário, pois o contribuinte ainda se beneficia do art. 138 do CTN. 9. Requer diligências e perícias para a comprovação dos equívocos da DRF, pugnando para, caso deferido, seja intimada para a apresentação de quesitos e de assistente técnico. 10. Ausência de fato gerador do tributo: As divergências aconteceram por simples erro no preenchimento das declarações, não tendo havido, pela RFB,análise dos livros e/ou da contabilidade da empresa. Nulo o auto, pois não se baseia em fato concreto, mas apenas em ilação possivelmente decorrente de erro no preenchimento da declaração. 11. Ao final, requer. que seja julgado improcedente o auto de infração, a anulação do procedimento fiscal. Ao apreciar a impugnação apresentada, a 1ª Turma da já mencionada DRJ/Curitiba proferiu o Acórdão nº 0626.667, de 19 de maio de 2010, por meio do qual decidiu por não conhecer da impugnação. Assim figurou a ementa do referido julgado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 INTEMPESTIVIDADE. AUSÊNCIA DE FATOS OBSTATIVOS. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10980.017677/200818 Acórdão n.º 1401001.472 S1C4T1 Fl. 189 4 Tendo sido devidamente cientificado da autuação, é intempestiva a impugnação apresentada após o prazo legal de trinta dias, contados da ciência, sem que tenha o contribuinte demonstrado a ocorrência de qualquer fato obstativo de seu direito de defesa. Inconformada, a empresa autuada apresentou recurso voluntário no qual, em resumo, alega que deve ser declarada nula a decisão de primeira instância, por cerceamento de defesa, considerando que: (i) devese afastar o formalismo em homenagem à verdade material; e (ii) mesmo a intempestividade deve ser afastada porque a Administração deve rever os seus atos a pedido ou de ofício quando suscitados fatos ou circunstâncias relevantes (art. 65 da Lei nº 9.784/99). E, no mérito, inova ao argumentar que: (iii) não há condição jurídica para se afirmar que os valores apurados pela divergência de informações são efetivamente devidos; e (iv) não se pode cobrar concomitantemente a multa isolada por estimativas com a multa de ofício. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator Os artigos 14 e 15 do Decreto nº 70.235/72, o qual disciplina o Processo Administrativo Fiscal (PAF), dispõem que: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Como relatado, a empresa autuada tomou ciência dos autos de infração em 22/12/2008 (fls. 85). Contudo, interpôs sua impugnação somente em 29/04/2009 (fls. 91). Portanto, ultrapassou, em muito, o prazo de trinta dias estabelecido no comando legal. Já em sua peça impugnatória, a empresa tentou justificar sua demora, alegando cerceamento do direito de defesa e nulidade processual porque recebeu apenas cópia Fl. 189DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10980.017677/200818 Acórdão n.º 1401001.472 S1C4T1 Fl. 190 5 dos autos de infração, sem qualquer documentação que comprovasse as situações e fatos invocados pela fiscalização e sem que mencionasse o número do processo. Alegou também a existência de filas na DRF/Curitiba. A instância a quo, no entanto, esclareceu que essas alegações não socorrem ao contribuinte porque, se fosse o caso, a ausência de documentos podia constituir causa de pedir da própria impugnação. Além disso, a repartição sempre concede direito de vista a todos os elementos constantes dos autos, independentemente do fato de não constar o número do processo nos autos de infração. Ademais, a existência de filas, diferentemente de eventual ausência de funcionamento regular da repartição, não elide o prazo para a apresentação da impugnação. No recurso, a empresa trilha um rumo diferente e invoca argumentos distintos: verdade material e necessidade de a Administração rever seus atos quando houver fatos ou circunstâncias relevantes. Nada obstante, não se pode acatar esses argumentos. A superação do comando legal inscrito no artigo 15 do PAF exigiria afastar uma regra de caráter especial para a observância de princípio ou regra de caráter mais geral. No entanto, o legislador já sopesou os princípios envolvidos na formação das normas que regem o PAF e determinou seu prazo fatal para a instauração do processo. Assim, não se verificando fato impeditivo para a fluência do prazo legal, correta a decisão que declarou a intempestividade da impugnação apresentada de forma extemporânea. Portanto, na conformidade do artigo 14 do PAF, entendo que não se instaurou o processo. Destarte, apesar de o recurso dever ser conhecido porque contesta a intempestividade declarada na primeira instância, inexiste razão para o seu provimento. Pelo exposto, oriento meu voto no sentido de negar provimento ao recurso apresentado. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 190DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 10183.720278/2007-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2007
PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR. INCENTIVO FISCAL. APROVAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO. CONDIÇÃO NECESSÁRIA.
A utilização do incentivo fiscal relativo ao PAT tem como condição a prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho, o que se comprova mediante a apresentação de documento hábil definido em Portaria conjunta dos Ministros de Estado do Trabalho, da Saúde e da Fazenda.
Numero da decisão: 1301-001.942
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Wilson Fernandes Guimarães - Presidente
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Gilberto Baptista e Wilson Fernandes Guimarães.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício: 2007 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR. INCENTIVO FISCAL. APROVAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO. CONDIÇÃO NECESSÁRIA. A utilização do incentivo fiscal relativo ao PAT tem como condição a prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho, o que se comprova mediante a apresentação de documento hábil definido em Portaria conjunta dos Ministros de Estado do Trabalho, da Saúde e da Fazenda.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães - Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Gilberto Baptista e Wilson Fernandes Guimarães.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1683; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 284 1 283 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10183.720278/200734 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1301001.942 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de março de 2016 Matéria Compensação Recorrente TODIMO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2007 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR. INCENTIVO FISCAL. APROVAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO. CONDIÇÃO NECESSÁRIA. A utilização do incentivo fiscal relativo ao PAT tem como condição a prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho, o que se comprova mediante a apresentação de documento hábil definido em Portaria conjunta dos Ministros de Estado do Trabalho, da Saúde e da Fazenda. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Gilberto Baptista e Wilson Fernandes Guimarães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 72 02 78 /2 00 7- 34 Fl. 284DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 09/03/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/03/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 10183.720278/200734 Acórdão n.º 1301001.942 S1C3T1 Fl. 285 2 Relatório TODIMO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA., já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS. O relatório elaborado por ocasião do julgamento em primeira instância descreve o ocorrido de modo sucinto e objetivo, pelo que peço vênia para transcrevêlo, a seguir. Esclareço, por relevante, que toda a análise do direito creditório pretendido diz respeito ao anocalendário 2006. Tratase de manifestação de inconformidade apresentada contra decisão da DRF Cuiabá que homologou parcialmente a compensação formalizada na declaração nº 14052.94688.0900707.1.3.023071 e não homologou a compensação formalizada na declaração nº 27191.69620.090807.1.3.029651, em face da glosa da dedução relativa ao Programa de Alimentação do Trabalhador e à doação ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Entendeu a autoridade a quo que a requerente, no ano de 2006, não fazia jus ao benefício previsto na Lei nº 6.321/1976, porquanto deixara de fazer o recadastramento no Programa de Alimentação do Trabalho, previsto na Portaria nº 66, de 19 de dezembro de 2003, da Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT. Quanto à glosa da doação, o problema consistiu no fato de que a entrega dos valores foi feita diretamente à entidade filantrópica, quando o requisito legal para a dedutibilidade é que a quantia fosse entregue a um dos fundos, mantidos pelos entes da Federação, em favor dos Direitos da Criança e do Adolescente. Inconformada, a requerente contestou a legalidade da Portaria SIT nº 66, que previa, na ausência de recadastramento, a exclusão automática do programa, sem qualquer intimação. Alegou que não foi notificada da exclusão e que continuou a realizar os pagamentos respectivos das verbas tributárias relativas ao PAT (sic), permaneceu escriturando os valores em seus livros fiscais e comportandose como se jamais houvesse sido excluída do programa. Disse que fora incluída no PAT em 2000, não se recadastrou em 2003, mas fez o recadastramento em 2008, nos moldes da Portaria SIT nº 34, de 7 de dezembro de 2007. Entretanto, ao longo de todo o período, conduziuse como se estivesse no programa, não tendo sido comunicada de qualquer exclusão. Além disso, o recadastramento feito em 2008 evidencia que não houve exclusão, pois nesse caso não caberia recadastramento, mas sim nova inscrição. Invocou o princípio da verdade material que deve ser perseguida pelo órgão julgador; e o da primazia da realidade, pelo qual os fatos devem prevalecer sobre aspectos formais. Sustentou a ilegalidade da exigência do cumprimento de obrigação acessória respaldada em portaria. Afirmou, por último, que não se pode aplicar penalidade sem a regular intimação ao administrado, sob pena de violaremse os princípios do contraditório e da ampla defesa. Com esses fundamentos, pugnou pela insubsistência da glosa de R$ 16.017,77, relativa ao PAT. Fl. 285DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 09/03/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/03/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 10183.720278/200734 Acórdão n.º 1301001.942 S1C3T1 Fl. 286 3 A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 0418.487, de 28/08/2009 (fls. 201/206), indeferiu a solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2006 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR. INCENTIVO FISCAL. APROVAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO. CONDIÇÃO NECESSÁRIA. A utilização do incentivo fiscal relativo ao PAT tem como condição a prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho, o que se comprova mediante a apresentação de documento hábil definido em Portaria conjunta dos Ministros de Estado do Trabalho, da Saúde e da Fazenda. Ciente da decisão de primeira instância em 02/12/2009, conforme documento de fl. 211, e com ela inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário em 18/12/2009 (registro de recepção à fl. 213, razões de recurso às fls. 214/235). A interessada repisa, mais ou menos com as mesmas palavras, os argumentos trazidos em sede de manifestação de inconformidade, enfatizando os aspectos atinentes ao princípio da verdade material (nunca teria sido de fato excluída do PAT) e o princípio da legalidade tributária (as deduções do PAT seriam garantidas por lei, não podendo obrigações acessórias instituídas por mera Portaria afastar o direito a esse benefício). É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. De se observar que a recorrente não traz, em substância, qualquer argumento contrário à decisão recorrida, em si. As razões de recurso são as mesmas anteriormente veiculadas, pelo que considero conveniente transcrever o modo como foram abordadas em primeira instância. [...] A impugnação, na verdade, cingiuse à glosa da dedução referente ao PAT, motivada pela falta de recadastramento, fato que a requerente não contestou. Ao contrário, admitiu expressamente não ter realizado o recadastramento previsto na Portaria SIT nº 66, insistindo, todavia, em dizer que permaneceu no programa e que fazia jus ao respectivo benefício fiscal. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 09/03/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/03/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 10183.720278/200734 Acórdão n.º 1301001.942 S1C3T1 Fl. 287 4 Convém, desde já, deixar assentado que se a este órgão de julgamento não se permite examinar a legalidade de atos normativos expedidos pela própria Receita Federal do Brasil, tampouco se há de permitir que se examine a legalidade de atos emanados de outros órgãos do Poder Executivo. Portanto, as investidas da impugnante contra as normas da Portaria SIT nº 66 não serão objeto de análise. O benefício fiscal de dedução do Imposto de Renda está previsto na Lei nº 6.321/1976, cujo art. 1º assim dispõe: Art 1º As pessoas jurídicas poderão deduzir, do lucro tributável para fins do imposto sobre a renda o dobro das despesas comprovadamente realizadas no período base, em programas de alimentação do trabalhador, previamente aprovados pelo Ministério do Trabalho na forma em que dispuser o Regulamento desta Lei. Consoante o dispositivo legal, o gozo do benefício depende de aprovação pelo Ministério do Trabalho do programa de alimentação do trabalhador, daí porque se tornam indispensáveis a inscrição e o recadastramento periódico junto àquele Ministério, a quem compete verificar se a empresa atende aos requisitos mínimos e indispensáveis para a efetividade do programa de alimentação do trabalhador. Essa é a razão pela qual se mostra indispensável que um dos órgão do Ministério do Trabalho ateste se a empresa estava ou não inscrita no programa. Se a requerente exibisse uma certidão expedida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT, atestando que, apesar da falta de recadastramento, a requerente se encontrava inserida no programa, mercê da manifestação inequívoca de vontade exteriorizada por seu comportamento ao longo de todo o período, a Receita Federal certamente acataria a certidão, reconhecendo o benefício fiscal. Mas o que não se admite é que este órgão de julgamento, ignorando a competência do Ministério do Trabalho e à revelia da SIT, considere a requerente incluída no PAT. É importante chamar a atenção para o fato de que o recadastramento longe está de ser uma exigência puramente formal, destituída de importância. Ele vale como manifestação de vontade no sentido de permanecer no programa, arcando com todas as obrigações dele decorrentes. A falta de recadastramento, portanto, deve ser interpretada em sentido inverso, ou seja, como manifestação de vontade de não mais continuar no programa, daí porque não se exige nem intimação, nem notificação. É fácil perceber que a exclusão, ao contrário do que supõe a impugnante, não se caracteriza como penalidade, mas sim como resultado do mero exercício de um direito potestativo. Por outro lado, não socorre a recorrente o princípio da verdade material. A contribuinte respalda sua pretensão no fato de que, apesar da omissão quanto ao recadastramento, ela teria continuado a se comportar como se no programa estivesse. Pois bem, a pergunta que se impõe diante dessas alegações é seguinte: a que comportamento a requerente se refere? Seria a contabilização em separado de gastos e despesas? Se esse é o comportamento, há um equívoco de avaliação. A escrituração contábil é claramente um elemento formal. Pretender vincular a escrita contábil ao princípio da primazia da realidade é demonstrar desconhecer o conteúdo desse princípio e o próprio objetivo que motivou a criação do PAT. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 09/03/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/03/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 10183.720278/200734 Acórdão n.º 1301001.942 S1C3T1 Fl. 288 5 A finalidade visada pela Lei nº 6.321 não é reduzir o Imposto de Renda das empresas, mas assegurar alimentação de qualidade ao trabalhador de baixa renda (art. 2º). O incentivo fiscal, como o próprio nome indica, é apenas um estímulo ao empresário para que ele proporcione o benefício a seus empregados. Este, portanto, é o verdadeiro aspecto concernente à verdade material. Eis a razão pela qual a falta de recadastramento não pode ser tomada como um simples e irrelevante detalhe. Ao deixar de se recadastrar, a requerente teve automaticamente o seu nome excluído de qualquer programa de fiscalização do Ministério do Trabalho relativo ao PAT. Durante todo esse período a impugnante se viu livre de qualquer possibilidade de sofrer fiscalização específica referente ao programa de alimentação do trabalhador, o que lhe proporcionava a possibilidade, sem qualquer risco de sanção, de suspender ou interromper o fornecimento da alimentação, restringila a alguns empregados, descuidar do teor nutritivo dos alimentos. Enfim, para todos os efeitos legais, não pesava sobre os ombros da requerente ônus ou obrigação relativamente à alimentação do empregado. Essa circunstância, por si só, é suficiente para recusar o benefício fiscal de redução do imposto. Por último, cabe lembrar que o Regulamento do Imposto é claro ao exigir a prévia aprovação do programa pelo Ministério do Trabalho: Art. 584. A dedução de que trata esta Seção somente se aplica às despesas com programas de alimentação do trabalhador, previamente aprovados pelo Ministério do Trabalho (Lei nº 6.321, de 1976, art. 1º). Parágrafo único. Entendese como prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho a apresentação de documento hábil definido em Portaria dos Ministros de Estado do Trabalho, da Saúde e da Fazenda. Este dispositivo, como de resto todos aqueles que concedem incentivos fiscais, deve ser interpretado de forma restritiva. Conclusão. Pelo exposto e por tudo mais que dos autos consta, voto no sentido de conhecer a manifestação de inconformidade e, no mérito, negarlhe provimento, mantendo a decisão impugnada. Não faço reparos ao quanto decidido em primeira instância e, desde já, adoto seus fundamentos acima transcritos como razões de decidir, nos termos do § único do art. 50 da Lei nº 9.784/1999. No que toca à verdade material, e à alegação da recorrente de que nunca teria sido de fato excluída do PAT, acrescento que não é o que sobressai dos autos e da análise da legislação. A exclusão é automática, a teor do art. 3º da Portaria SIT nº 66/2003, no caso de nãorecadastramento. Assim, a verdade material, ao contrário do que afirma a interessada, é de que, no anocalendário 2006, a interessada não estava cadastrada no programa. Ainda, à vista do teor do art. 1º da Lei nº 6.231/1976, tenho também por certa a competência dos Órgãos do Ministério do Trabalho para regulamentar o Programa de Fl. 288DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 09/03/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/03/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 10183.720278/200734 Acórdão n.º 1301001.942 S1C3T1 Fl. 289 6 Alimentação do Trabalhador, de modo a permitir o controle e a fiscalização das empresas que a ele vierem a aderir. O benefício fiscal outorgado não é incondicional, subordinandose à comprovação não apenas de haver incorrido nas despesas, mas também de que tais despesas se incluíram no escopo de “programas de alimentação do trabalhador, previamente aprovados pelo Ministério do Trabalho”. Também aqui, ao contrário do que pretende a interessada, é o princípio da legalidade que impõe a glosa. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 289DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 09/03/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/03/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES
score : 1.0
Numero do processo: 19647.010816/2005-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO POR DECURSO DE PRAZO. DIREITO DE CRÉDITO. REVISÃO. POSSIBILIDADE.
A homologação tácita prevista no art. 74 da Lei nº 9.430/96, na redação consolidada, alcança exclusivamente o débito compensado, extinguindo o crédito tributário respectivo, não alcançando, porém, o direito de crédito a ela vinculado, que pode ser revisto pela Administração Tributária, mesmo após o lapso qüinqüenal, quando o montante remanescente foi ou pode ser utilizado em procedimentos compensatórios ulteriores. Outrossim, o crédito vinculado à compensação homologada por decurso de prazo não se disponibiliza, por assim dizer, para futuro emprego em novas compensações e/ou ressarcimento/restituição em espécie.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3401-003.013
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Robson José Bayerl - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Waltamir Barreiros, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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HOMOLOGAÇÃO POR DECURSO DE PRAZO. DIREITO DE CRÉDITO. REVISÃO. POSSIBILIDADE. A homologação tácita prevista no art. 74 da Lei nº 9.430/96, na redação consolidada, alcança exclusivamente o débito compensado, extinguindo o crédito tributário respectivo, não alcançando, porém, o direito de crédito a ela vinculado, que pode ser revisto pela Administração Tributária, mesmo após o lapso qüinqüenal, quando o montante remanescente foi ou pode ser utilizado em procedimentos compensatórios ulteriores. Outrossim, o crédito vinculado à compensação homologada por decurso de prazo não se disponibiliza, por assim dizer, para futuro emprego em novas compensações e/ou ressarcimento/restituição em espécie. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Júlio César Alves Ramos Presidente Robson José Bayerl Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 01 08 16 /2 00 5- 97Fl. 599DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Waltamir Barreiros, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Cuidase de pedido de ressarcimento de PIS/Pasep nãocumulativo, combinado com a apresentação de declarações de compensação, cujo direito creditório foi parcialmente reconhecido e as compensações homologadas até este limite, havendo a certificação de homologação tácita das declarações mencionadas no despacho decisório. O contribuinte, sem questionar diretamente as glosas realizadas, sustentou a incompatibilidade dos fundamentos lançados, a saber, o reconhecimento da homologação tácita e a glosa parcial do crédito, defendendo que o decurso de prazo impediria a Administração Tributária de se manifestar sobre os créditos utilizados nesta compensação, daí porque sua redução seria indevida. A DRJ Fortaleza/CE julgou a manifestação de inconformidade improcedente, ao argumento que as declarações de compensação, mesmo homologadas por decurso de prazo, reduzem o respectivo crédito a ela vinculado. Em recurso voluntário o contribuinte insistiu na preclusão do direito à revisão dos créditos alocados nas compensações homologadas tacitamente. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade. A homologação tácita prevista no art. 74 da Lei nº 9.430/96, com as modificações introduzidas pela legislação superveniente, como fator extintivo do crédito tributário, recai exclusivamente sobre o débito compensado, não se estendendo ao direito de crédito imbricado no encontro de contas, verbis: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações Fl. 600DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19647.010816/200597 Acórdão n.º 3401003.013 S3C4T1 Fl. 11 3 relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (...)” (destacado) Como se extrai do preceptivo, o crédito requerido e/ou indicado na declaração, de per se, não se homologa pelo decurso de prazo, por ausência de previsão legal, ainda que se reconheça que o instituto da compensação, por implicação lógica, pressuponha a existência de crédito em montante, pelo menos, igual ao débito. A meu sentir, a mens legis indica que a homologação em epígrafe impede a exigência do crédito tributário extinto nesta condição, sem, contudo, restringir o poder/dever da Administração Tributária de examinar a procedência do direito de crédito envolvido, principalmente quando o valor remanescente puder ser utilizado em compensações posteriores, como no caso vertente. É certo que se o crédito foi integralmente absorvido pelo débito compensado, faltaria à Fazenda Nacional interesse de agir no desiderato de aferir a higidez do direito creditório do contribuinte, haja vista que, mesmo improcedente, faltaria possibilidade jurídica de exigir o crédito tributário correspondente. Entretanto, o interesse de agir está plenamente justificado se o direito de crédito supera o débito compensado. Neste diapasão, a homologação da compensação tem como efeito principal a extinção do crédito tributário respectivo, não, porém, o condão de validar o crédito utilizado, mormente quando este montante é empregado em diversas compensações, sendo que apenas uma parcela foi alcançada pelo lapso extintivo estatuído no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, como no caso. Demais disso, como bem salientado pela decisão recorrida, o crédito atrelado à declaração de compensação homologada tacitamente, pela tãosó ocorrência desta circunstância, não se libera para posterior utilização, seja em nova compensação ou ressarcimento/restituição em espécie. Em face do acima exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário interposto. Robson José Bayerl Fl. 601DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Fl. 602DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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