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Numero do processo: 10980.724081/2011-65
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2802-000.216
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, nos termos do voto do Relator, determinar realização de diligência para juntada aos autos do dossiê que deu ensejo à notificação de lançamento, notadamente o documento mencionado como "DEMONSTRATIVO DE CÁLCULOS E DESCRIÇÕES DE RENDIMENTOS E DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE entregue a Contribuinte sob Termo de Ciência e Entrega de Documentos por correspondência sob Aviso de Recebimento nº 881550515 em 30/05/2011".
Nome do relator: CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, nos termos do voto do Relator, determinar realização de diligência para juntada aos autos do dossiê que deu ensejo à notificação de lançamento, notadamente o documento mencionado como "DEMONSTRATIVO DE CÁLCULOS E DESCRIÇÕES DE RENDIMENTOS E DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE entregue a Contribuinte sob Termo de Ciência e Entrega de Documentos por correspondência sob Aviso de Recebimento nº 881550515 em 30/05/2011". (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello - Relator. EDITADO EM: 21/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Ronnie Soares Anderson, e Julianna Bandeira Toscano e Carlos Andre Ribas de Mello. Fl. 214DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10980.724081/2011-65 Resolução nº 2802-000.216 S2-TE02 Fl. 215 2 Trata-se de Auto de Infração (fl. 38 e ss.) proveniente de revisão de Declaração de Ajuste Anual relativo ao exercício do ano de 2007, que apurou compensação indevida de imposto de renda retido na fonte, auto de infração este que resultou da Solicitação de Retificação de Lançamento de fls. , que modificou em parte o lançamento original de fls.106 e ss. A Contribuinte apresentou, tempestivamente, Impugnação (fl. 02 e ss.), acompanhada dos documentos de fls. 30 a 113, sustentando o seguinte: - suscita nulidade do lançamento em razão de suposta ausência de assinatura da autoridade autuante, prevista no art. 11, IV, do Decreto nº 70.235 de 1972, alegando que a notificação contestada não foi expedida eletronicamente, pois seria “fruto de revisão entabulada sobre documentos ofertados à fiscalização”; - pleiteia a apuração mensal do IR sobre os rendimentos recebidos acumuladamente ou a aplicação do art. 12A da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988; - assevera que, após a edição da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, o IR deveria “incidir sobre os rendimentos efetivamente recebidos em cada mês” e não “no mês do recebimento ou crédito dos valores pagos de forma acumulada”; - aduz que a sistemática alegada teria sido mantida na Lei nº 8.848, de 28 de janeiro de 1994, e na Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995; - cita o art. 101 do Código Tributário Nacional – CTN e o art. 2º, § 1º, da “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro” para argüir que as disposições contidas no art. 3º da Lei nº 9.250 de 1995 derrogariam, por incompatíveis, as existentes no art. 12 da Lei nº 7.713 de 1988. Com isso, a tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente teria passado do regime de caixa para o regime de competência; - suscita a ocorrência de nulidade em razão de erro de direito, por ter sido o lançamento efetuado com base no art. 12 da Lei nº 7.713 de 1988, que considera revogado; - admite a possibilidade alternativa de manutenção do regime de caixa, porém, com a aplicação do art. 12_A da Lei nº 7.713 de 1988, afirmando que deveria ser aplicado sobre autuações não definitivamente julgadas, aludindo ao art. 106, II, do CTN; - alega que existe processo judicial com sentença favorável à isenção de IR sobre os juros moratórios recebidos na RT 14632/2003, fls. 101 a 105, requerendo o sobrestamento da ação fiscal até o encerramento do processo judicial; - afirma que a declaração de ajuste foi elaborada de acordo com o comprovante de rendimentos e de retenção de IR na fonte fornecido pelo Banco do Brasil e onde constava R$ 46.808,10 de IRRF; Fl. 215DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10980.724081/2011-65 Resolução nº 2802-000.216 S2-TE02 Fl. 216 3 - insurge-se contra a aplicação da multa de 75%, considerando-a confiscatória e contrária aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da eficiência, corroborado por doutrina e jurisprudência; - sustenta que, com a emissão de comprovantes de rendimentos e de retenção de IR na fonte, a Receita Federal teve conhecimento “das quantias lançadas no procedimento fisco-revisional” e, em consequência, seria “inconveniente, inoportuna e inadequada a pecha de omisso que se pretendeu atribuir ao impugnante”, suscitando a ocorrência de simples equívoco na elaboração da declaração de ajuste e que a aplicação da multa tenha “como fito único de evitar que se perfectibilize a decadência”; - elabora cálculo separando as verbas recebidas na reclamatória trabalhista segundo a sua natureza tributária, chegando ao valor de R$ 105.372,84 de rendimentos tributáveis no ajuste anual, já descontado os honorários advocatícios proporcionais; - menciona o IRRF de R$ 74.885,80, recolhido em 04/08/2008, e o direito à restituição de IR, no entanto, sem calculá-la. Afirma que seria de R$ 60.232,08 o montante do IRRF considerado pelo fisco nas autuações referentes aos anos-calendário de 2006 e 2008, portanto, inferior aos R$ 74.885,80 efetivamente retidos; Finaliza solicitando: • o acolhimento da preliminar de nulidade; • aplicação do art. 12 A da lei nº 7.713 de 1988; • a restituição de IR no valor de R$ 11.320,61 com as atualizações pertinentes, “até se ultimem as providências relativas ao cumprimento do julgado proferidos nos autos n. 2009.70.50.0165585”; • a exclusão da multa de ofício; • apresentação de quaisquer outros esclarecimentos necessários ao julgamento; • o julgamento extra petita. Apreciada a impugnação pela 4ª Turma da DRJ/CTA, fls.150, por unanimidade, julgou procedente o lançamento, por considerar os seguinte fundamentos: - nos termos do art. 11, parágrafo único, do Decreto 70.235, 1972, a notificação de lançamento emitida por meio eletrônico prescinde de assinatura; - a alegação de que a notificação de lançamento não foi emitida eletronicamente não se sustenta pela simples vizualização da peça de fls. 38-41, emitida conforme previsto no art. 7º, combinado com o art. 2º, da Instrução Normativa SRF nº 579, de 2005; - não se verifica nenhuma das hipóteses de nulidade previstas no art. 59 do Decreto 70.235, de 1972; - o julgamento extra petita pleiteado pela contribuinte é vedado no processo administrativo fiscal, uma vez que a parte do lançamento não expressamente contestada é considerada como não impugnada e, portanto, não litigiosa, conforme o disposto no art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação do art. 67 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997; Fl. 216DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10980.724081/2011-65 Resolução nº 2802-000.216 S2-TE02 Fl. 217 4 - a jurisprudência e a doutrina citadas não constituem normas complementares do Direito Tributário; - também não podem ser acatadas as alegações baseadas em suposta ilegalidade e ofensa a princípios constitucionais, porque essas matérias estão fora da alçada do julgamento administrativo, que se restringe a analisar a conformidade do lançamento em cotejo com a legislação vigente. Além disso, cumpre observar que os princípios, em razão de sua própria natureza, são inaplicáveis, no âmbito administrativo, enquanto não traduzidos em uma norma que proíba ou obrigue a determinada conduta; - após tecer diversas consderações acerca do que considera a disciplina jurídica adequada da tributação de rendimentos recebidos acumuladaemente, afirma que o lançamento não se reporta a omissão de rendimentos e sim a glosa de IRRF; - em relação à infração apurada no lançamento, compensação indevida de IRRF, a contribuinte tem razão ao pleitear o sobrestamento do julgamento tendo em vista a existência de do Processo 2009.70.50.01655585 da Justiça Federal do Paraná, onde está pleiteando a não incidência de IR sobre os juros moratórios recebidos por meio de reclamatória trabalhista. O referido processo ainda está em andamento conforme extrato de fls. 133 e 134, mas na sentença de fls. 102 a 105 a União foi condenada “a restituir à parte autora os valores indevidamente retidos, correspondentes a R$ 13.178,80 (treze mil, cento e setenta e oito reais e oitenta centavos), em conformidade com os cálculos apresentados pela contadoria, atualizados até 07/2009, devendo o montante final ser atualizado monetariamente na forma da fundamentação”; - nesse contexto, o montante tributável no ajuste anual e a compensação do IRRF, para obter restituição ou para reduzir o saldo de imposto a pagar, ficam condicionados ao desenrolar da ação judicial em que se discute a incidência de IR sobre os juros de mora recebidos em decorrência da reclamatória trabalhista; - com isso, se a litigante lograr sucesso na ação judicial, o IRRF lhe será restituído, descabendo a compensação na declaração de ajuste, porquanto o imposto não terá sido retido; nessa hipótese, caso o Poder Judiciário entenda que o rendimento não está sujeito à tributação do imposto de renda, deverá ser subtraído da base de cálculo. Em caso de insucesso na ação judicial, o IRRF poderá ser compensado na declaração de ajuste e os juros moratórios, respeitada a natureza do principal a que se refere, deverá integrar o montante tributável; - portanto, o resultado da declaração de ajuste anual com glosa parcial de IRRF sobre rendimentos recebidos acumuladamente em decorrência de reclamatória trabalhista, por haver suspensão de exigibilidade, há que ser declarado definitivo na instância administrativa, devendo sua implementação se dar em conformidade com a decisão judicial definitiva que o condiciona; - os juros e multa de mora constituem compensações à Fazenda Pública pelo recolhimento de tributos fora do prazo ou recebimento de restituição indevida, não cabendo nenhuma discricionariedade da autoridade lançadora, ou julgadora, quanto à sua dispensa, uma vez que sua cobrança decorre de exigência legal citada no auto de infração com a redação vigente à época, fl. 41, art. 61, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Fl. 217DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10980.724081/2011-65 Resolução nº 2802-000.216 S2-TE02 Fl. 218 5 - outro ponto a destacar é que, como o lançamento somente exige multa de mora e é referente ao ano-calendário de 2006, cuja ciência foi efetuada em 05/07/2011, é totalmente descabida a alegação de que a multa só teria sido aplicada para evitar a ocorrência de decadência. Primeiro porque não transcorreu o prazo do decurso de prazo de cinco anos entre o fato gerador e a ciência do lançamento e segundo em razão de a decadência somente ser influenciada pela aplicação da multa de ofício qualificada de 150% decorrente de apuração de dolo, fraude ou simulação; - conclui por considerar procedente a parte impugnada do lançamento, declarando definitiva a exigência de R$ 6.898,30 de imposto, com multa e juros de mora, cuja implementação deve ocorrer em conformidade com a decisão judicial definitiva, conforme ADN COSIT nº 3, de 1996. A fls.171 consta informação fiscal no sentido de que embora a contribuinte tenha obtido ganho em primeira instância, decisão ainda não transitada em julgado, por pendente recurso da União, a mesma não trata de valores relativos ao lançamento de que se trata no presente administrativo, propondo, portanto, o prosseguimento do processo para cobrança, Intimada da supramencionada decisão, conforme fls.176, a Contribuinte apresentou, tempestivamente, Recurso Voluntário (fls. 178 e ss.), repisando os argumentos esgrimidos em sua impugnação e acrescentantdo que: - houve aplicação indevida pela DRJ do ADN Cosit 03/96 porque o objeto da impugnação e o da ação judicial já mencionada são diversos; - a impugnação baseia-se na tese de nulidade do lançamento, na apuração do tributo por regime de competência, na incidência do artigo 12A da Lei 7713/88, na improcedência da multa aplicada e na apresetanção de planilha demonstrando a inocorrência da alegada disponibilidade econômica; - a demanda judicial somente pleiteia a não incidência de IR sobre a parcela denominada “juros moratórios”, conforme documentos acostados aos autos; - invoca a dicção da Súmula CARF n.01: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial; - conforme a dicção final da súmula, deve-se dar prosseguimento ao processo apreciando-se os pedidos formulados, de vez que a impugnação e o processo judicial tem objetos distintos; - incide em erro a decisão da DRJ ao considerar o art.59 do Decreto n. 70235/72 rol taxativo de causa de nulidade do lançamento; - a decisão confunde “processamento eletrônico dos dados obtidos” com “notificação de lançamento emitda por processo eletrônico”. A notificação de lançamento não foi emitida por eletronicamente, nem os dados processados por meio eletrônico, já que veio à lume apenas após a apresentação de documentos pela contribuinte, sendo imprescindível que fosse fisicamente assinada; Fl. 218DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10980.724081/2011-65 Resolução nº 2802-000.216 S2-TE02 Fl. 219 6 - a recorrente alega que no ano-calendário em questão ofereceu à tributação rendimentos superiores aos efetivamente percebidos, embora não apresente maiores explicações quanto a esta afirmação. Dispensa-se aqui a reprodução dos demais argumentos já contidos na impugnação, sendo este o relatório do essencial. Em caráter preliminar, para a adequada instrução processual, verifico faltar um documento de fundamental importância à solução da lide, que é o dossiê que deu origem a notificação de lançamento. Com efeito, às fls. 39/40 se desvela que o fundamento do lançamento seria um ajuste com redução de IRRF conforme descrito em um Demonstrativo de Cálculos e Descrições de Rendimentos e de Imposto de Renda Retido na Fonte entregue a Contribuinte. Todavia, este documento não se encontra nos autos. Portanto, voto no sentido de baixar os autos à D. unidade da Receita Federal do Brasil de origem, com a determinação de realização de diligência para juntada aos autos do dossiê que deu ensejo à notificação de lançamento, notadamente o documento mencionado como "DEMONSTRATIVO DE CÁLCULOS E DESCRIÇÕES DE RENDIMENTOS E DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE entregue a Contribuinte sob Termo de Ciência e Entrega de Documentos por correspondência sob Aviso de Recebimento nº 881550515 em 30/05/2011". É como voto. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 13971.002381/2007-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Apr 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/07/2006
NFLD DEBCAD sob nº 37.060.439-3
Consolidado em 17/01/2007
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. OCORRÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DE PERSONALIDADE JURÍDICA DE PESSOAS JURÍDICAS E CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS.
A simples acusação fiscal, estribada na desconsideração de personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços, com a conseqüente caracterização de segurados empregados, sem que haja uma perfeita demonstração da conduta do contribuinte com o fito de sonegar tributos, não é capaz de comprovar a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de maneira a deslocar o prazo decadencial do artigo 150, § 4°, para o artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. O artigo 229, § 2º, do Regulamento da Previdência Social-RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, o qual oferece guarida a aludido procedimento, exige tão somente a demonstração da existência dos requisitos do vínculo laboral para amparar o lançamento, o que fora observado no caso dos autos, dissertando a respeito da simulação, da fraude e do dolo.
No caso em tela a Fiscalização demonstrou com percuciência a Fiscalização e não conseguiu a Recorrente desfigurar as Recorrentes que existi uma coexistência entre as empresas, dependência financeira e, sobretudo, os quesitos de vinculo laboral dos empregados das interpostas com a empresa-mãe, como a pessoalidade, subordinação, onerosidade e habitualidade ou continuidade.
DO REGULAR PROCEDIMENTO ADOTADO PELA FISCALIZAÇÃO
Havendo configuração de dolo, simulação e ou fraude há de a Fiscalização promover o lançamento dos segurados empregados, cujos dos quais se tenha recolhido de forma diferenciada pelo SIMPLES em empresas interpostas.
No caso, as empresas interpostas foram desconsideradas suas personalidades jurídicas e seus supostos empregados tiveram o vínculo laboral reconhecido e atrelado a empresa sede do grupo econômico.
DECADÊNCIA.
Havendo configuração de fraude, simulação ou dolo, para efeitos da contagem do prazo decadencial, impões a aplicação do artigo 173, I do CTN, ainda que se tenha ocorrido recolhimento em parte.
ILEGALIDADES E INCONSTITUCIONALIDADES
Esta Corte administrativa, como todas as demais, inclusive judicial, exceto o Supremo Tribunal Federal, não têm competência para distribuir, analisar e julgar processos e ou matérias que tratam de inconstitucionalidade ou de ilegalidade.
Matéria sumulada pela Casa, onde reza que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
DOS PAGAMENTOS EFETUADOS PELAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES
A pretensão da Recorrente em abater do débito autuado os valores efetivamente recolhidos pelas empresas interpostas, a título de SIMPLES, e destinados ao INSS, não procede, porque a via eleita pela legalidade é a Instrução Normativa nº 900, DOU de 21/12/2008, ao disciplinar a restituição e a compensação de quantias recolhidas a título de tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, no seu art. 34, § 3º, inciso XV, estabelece que não poderão ser objeto de compensação os tributos apurados na forma do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 2006.
Os artigo 2° e 3º da mesma Instrução Normativa, que trata do instituto da restituição, fica sujeita à instrumentalização, rito próprio e à apreciação cabível pela área tributária.
DA INCLUSÃO DE EMPRESA ADMINISTRADORA DE BENS (OBJETO DIFERENCIADO) NO GRUPO ECONÔMICO
Pessoa jurídica que tem objeto social diferenciado das demais empresas interpostas poderá compor o grupo econômico, deste que existam elementos suficientes para demonstrar seu envolvimento.
No caso em tela a contabilização dos pagamentos pertinentes às atividades normais da empresa que pede a sua retirada por ter objeto social diferente das demais é realizada da mesma forma que nas demais empresas do grupo, inclusive com de demonstração de dependência financeira, havendo confusão patrimonial.
Numero da decisão: 2301-004.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado DECISÃO: I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso, na questão da caracterização de segurados como empregados da contribuinte, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do Relator; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, a fim de excluir do lançamentos as contribuições apuradas até 11/2001, anteriores a 12/2001, devido a aplicação da regra decadencial expressa no I, Art. 173, do CTN, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Marcelo Oliveira, que aplicavam a regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, devido a recolhimentos efetuados e ausência de comprovação de simulação; b) em negar provimento ao recurso, a fim de não deduzir do crédito os valores recolhidos pela Betex e Texfor da sistemática do Sistema SIMPLES de Tributação. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Marcelo Oliveira, que votaram em aproveitar os recolhimentos efetuados; Ausente: Manoel Coelho Arruda Júnior.
(assinado digitalmente)
MARCELO OLIVEIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Daniel Melo Mendes Bezerra, Cleberson Alex Friess, Natanael Vieira dos Santos, Adriano Gonzáles Silvério e Wilson Antonio de Souza Correa
Nome do relator: WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2000 a 31/07/2006 NFLD DEBCAD sob nº 37.060.439-3 Consolidado em 17/01/2007 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. OCORRÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DE PERSONALIDADE JURÍDICA DE PESSOAS JURÍDICAS E CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS. A simples acusação fiscal, estribada na desconsideração de personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços, com a conseqüente caracterização de segurados empregados, sem que haja uma perfeita demonstração da conduta do contribuinte com o fito de sonegar tributos, não é capaz de comprovar a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de maneira a deslocar o prazo decadencial do artigo 150, § 4°, para o artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. O artigo 229, § 2º, do Regulamento da Previdência Social-RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, o qual oferece guarida a aludido procedimento, exige tão somente a demonstração da existência dos requisitos do vínculo laboral para amparar o lançamento, o que fora observado no caso dos autos, dissertando a respeito da simulação, da fraude e do dolo. No caso em tela a Fiscalização demonstrou com percuciência a Fiscalização e não conseguiu a Recorrente desfigurar as Recorrentes que existi uma coexistência entre as empresas, dependência financeira e, sobretudo, os quesitos de vinculo laboral dos empregados das interpostas com a empresa-mãe, como a pessoalidade, subordinação, onerosidade e habitualidade ou continuidade. DO REGULAR PROCEDIMENTO ADOTADO PELA FISCALIZAÇÃO Havendo configuração de dolo, simulação e ou fraude há de a Fiscalização promover o lançamento dos segurados empregados, cujos dos quais se tenha recolhido de forma diferenciada pelo SIMPLES em empresas interpostas. No caso, as empresas interpostas foram desconsideradas suas personalidades jurídicas e seus supostos empregados tiveram o vínculo laboral reconhecido e atrelado a empresa sede do grupo econômico. DECADÊNCIA. Havendo configuração de fraude, simulação ou dolo, para efeitos da contagem do prazo decadencial, impões a aplicação do artigo 173, I do CTN, ainda que se tenha ocorrido recolhimento em parte. ILEGALIDADES E INCONSTITUCIONALIDADES Esta Corte administrativa, como todas as demais, inclusive judicial, exceto o Supremo Tribunal Federal, não têm competência para distribuir, analisar e julgar processos e ou matérias que tratam de inconstitucionalidade ou de ilegalidade. Matéria sumulada pela Casa, onde reza que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. DOS PAGAMENTOS EFETUADOS PELAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES A pretensão da Recorrente em abater do débito autuado os valores efetivamente recolhidos pelas empresas interpostas, a título de SIMPLES, e destinados ao INSS, não procede, porque a via eleita pela legalidade é a Instrução Normativa nº 900, DOU de 21/12/2008, ao disciplinar a restituição e a compensação de quantias recolhidas a título de tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, no seu art. 34, § 3º, inciso XV, estabelece que não poderão ser objeto de compensação os tributos apurados na forma do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 2006. Os artigo 2° e 3º da mesma Instrução Normativa, que trata do instituto da restituição, fica sujeita à instrumentalização, rito próprio e à apreciação cabível pela área tributária. DA INCLUSÃO DE EMPRESA ADMINISTRADORA DE BENS (OBJETO DIFERENCIADO) NO GRUPO ECONÔMICO Pessoa jurídica que tem objeto social diferenciado das demais empresas interpostas poderá compor o grupo econômico, deste que existam elementos suficientes para demonstrar seu envolvimento. No caso em tela a contabilização dos pagamentos pertinentes às atividades normais da empresa que pede a sua retirada por ter objeto social diferente das demais é realizada da mesma forma que nas demais empresas do grupo, inclusive com de demonstração de dependência financeira, havendo confusão patrimonial.
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DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. OCORRÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DE PERSONALIDADE JURÍDICA DE PESSOAS JURÍDICAS E CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS. A simples acusação fiscal, estribada na desconsideração de personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços, com a conseqüente caracterização de segurados empregados, sem que haja uma perfeita demonstração da conduta do contribuinte com o fito de sonegar tributos, não é capaz de comprovar a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de maneira a deslocar o prazo decadencial do artigo 150, § 4°, para o artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. O artigo 229, § 2º, do Regulamento da Previdência SocialRPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, o qual oferece guarida a aludido procedimento, exige tão somente a demonstração da existência dos requisitos do vínculo laboral para amparar o lançamento, o que fora observado no caso dos autos, dissertando a respeito da simulação, da fraude e do dolo. No caso em tela a Fiscalização demonstrou com percuciência a Fiscalização e não conseguiu a Recorrente desfigurar as Recorrentes que existi uma coexistência entre as empresas, dependência financeira e, sobretudo, os quesitos de vinculo laboral dos empregados das interpostas com a ‘empresa mãe’, como a pessoalidade, subordinação, onerosidade e habitualidade ou continuidade. DO REGULAR PROCEDIMENTO ADOTADO PELA FISCALIZAÇÃO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 23 81 /2 00 7- 19 Fl. 1177DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 2 Havendo configuração de dolo, simulação e ou fraude há de a Fiscalização promover o lançamento dos segurados empregados, cujos dos quais se tenha recolhido de forma diferenciada pelo SIMPLES em empresas interpostas. No caso, as empresas interpostas foram desconsideradas suas personalidades jurídicas e seus supostos empregados tiveram o vínculo laboral reconhecido e atrelado a empresa sede do grupo econômico. DECADÊNCIA. Havendo configuração de fraude, simulação ou dolo, para efeitos da contagem do prazo decadencial, impões a aplicação do artigo 173, I do CTN, ainda que se tenha ocorrido recolhimento em parte. ILEGALIDADES E INCONSTITUCIONALIDADES Esta Corte administrativa, como todas as demais, inclusive judicial, exceto o Supremo Tribunal Federal, não têm competência para distribuir, analisar e julgar processos e ou matérias que tratam de inconstitucionalidade ou de ilegalidade. Matéria sumulada pela Casa, onde reza que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. DOS PAGAMENTOS EFETUADOS PELAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES A pretensão da Recorrente em abater do débito autuado os valores efetivamente recolhidos pelas empresas interpostas, a título de SIMPLES, e destinados ao INSS, não procede, porque a via eleita pela legalidade é a Instrução Normativa nº 900, DOU de 21/12/2008, ao disciplinar a restituição e a compensação de quantias recolhidas a título de tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, no seu art. 34, § 3º, inciso XV, estabelece que não poderão ser objeto de compensação os tributos apurados na forma do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 2006. Os artigo 2° e 3º da mesma Instrução Normativa, que trata do instituto da restituição, fica sujeita à instrumentalização, rito próprio e à apreciação cabível pela área tributária. DA INCLUSÃO DE EMPRESA ADMINISTRADORA DE BENS (OBJETO DIFERENCIADO) NO GRUPO ECONÔMICO Pessoa jurídica que tem objeto social diferenciado das demais empresas interpostas poderá compor o grupo econômico, deste que existam elementos suficientes para demonstrar seu envolvimento. No caso em tela a contabilização dos pagamentos pertinentes às atividades normais da empresa que pede a sua retirada por ter objeto social diferente das demais é realizada da mesma forma que nas demais empresas do grupo, inclusive com de demonstração de dependência financeira, havendo confusão patrimonial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado DECISÃO: I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso, na questão da caracterização de segurados como Fl. 1178DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 3 3 empregados da contribuinte, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do Relator; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, a fim de excluir do lançamentos as contribuições apuradas até 11/2001, anteriores a 12/2001, devido a aplicação da regra decadencial expressa no I, Art. 173, do CTN, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Marcelo Oliveira, que aplicavam a regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, devido a recolhimentos efetuados e ausência de comprovação de simulação; b) em negar provimento ao recurso, a fim de não deduzir do crédito os valores recolhidos pela Betex e Texfor da sistemática do Sistema SIMPLES de Tributação. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Marcelo Oliveira, que votaram em aproveitar os recolhimentos efetuados; Ausente: Manoel Coelho Arruda Júnior. (assinado digitalmente) MARCELO OLIVEIRA Presidente. (assinado digitalmente) WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Daniel Melo Mendes Bezerra, Cleberson Alex Friess, Natanael Vieira dos Santos, Adriano Gonzáles Silvério e Wilson Antonio de Souza Correa Fl. 1179DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 4 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado pela Fiscalização contra a Recorrente, referente às contribuições a cargo da empresa, inclusive as destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e as destinadas a terceiras entidades Salário Educação, INCRA, SENAI, SESI, SEBRAE. São fatos geradores do lançamento as remunerações pagas e/ou creditadas aos segurados empregados e sócios das empresas BETEX BENEFICIAMENTOS TÊXTEIS LTDA EPP e TEXFOR TÊXTIL FORNACE LTDA EPP, caracterizados pela fiscalização como empregados da empresa DICOTONE TÊXTIL LTDA. As remunerações foram apuradas por aferição indireta com base nas folhas de pagamento GFIP das empresas BETEX e TEXFOR, cujos valores constituem os levantamentos "BT1 – FP BETEX MATRIZ", "BT2 FP BETEX FILIAL 000283", "BT3 FP BETES FILIAL 000364" e "TXF FP TEXFOR. Nas Auditorias Fiscais realizadas nas empresas relacionadas ao Grupo DICOTONE, que atuam no ramo da indústria têxtil, ficou evidenciada para a Fiscalização a simulação na contratação de empregados por interpostas pessoas jurídicas, optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições SIMPLES, com o objetivo de subtrairse do recolhimento de contribuições previdenciárias patronais. Para demonstrar a existência do Grupo Dicotone, onde ela abarca todas as empresas acima mencionada e desconsidera as suas respectivas personalidade jurídica a Fiscalização estabelece uma relação das ‘pessoas jurídicas interpostas’ com a empresa DICOTONE, onde relata: · Evolução das empresas do grupo – trás a formação de cada empresa, tentando demonstrar a relação de coincidência existente, justificando a possível criação de cada para fins de formação de grupo econômico; · Gerenciamento de Recursos Humanos – Diz que o Departamento de Pessoal do Grupo Dicotone tem como responsável o empregado EVALDINO EGER, registrado nas empresas PEMAR, admitido no cargo de Supervisor de Recursos Humanos em 16/07/1990, e DICOTONE, admitido no cargo de Supervisor de Recursos Humanos em 02/08/1999; assistido por ANDRÉA MARCIANA LAMTN LITTING, registrada na TEXFOR no cargo de Assistente Departamento Pessoal em 12/03/2001. Que o Departamento de Recursos Humanos da DICOTONE administra os empregados da BETEX e TEXFOR, bem como das demais empresas do grupo DICOTONE. E, referente a BETEX, de 2001 a 2005 (em 2005 os empregados foram transferidos para a DICOTONE): Contratos de Trabalho, Guias de Recolhimento Rescisório do FGTS e da Contribuição Social GRFC —, Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP —, Avisos de Férias, Recibos de Férias, Termos de Rescisão do Contrato de Trabalho, Fl. 1180DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 4 5 Perfil Profissiográfico Previdenciário — PPP —, Comunicação de Acidente do Trabalho CAT , encerramento de contrato de experiência, advertência por medida disciplinar e Ofícios ao Poder Judiciário, todos, ressaltamos, assinados em nome da BETEX por EVALDINO EGER (empregado da PEMAR e DICOTONE). Quanto a TEXFOR Contratos de Trabalho, GRFC, GFIP, Avisos de Férias, Recibos de Férias, Termos de Rescisão do Contrato de Trabalho, PPP, CAT, Avisos Prévios do Empregador para Dispensa do Empregado, encerramento de contrato de experiência, advertência por medida disciplinar e Ofícios ao Poder Judiciário e Previdência Social, todos, também ressaltamos, assinados em nome da TEXFOR por EVALDINO EGER. Diz que ANDRÉA MARCIANA LAMIN LITTING, registrada na TEXFOR, representa a DICOTONE junto ao Sindicato de Fiação e Tecelagem de Blumenau, obtendo informações necessárias para rescisões de contratos de trabalho dos empregados das empresas do grupo. ADRIANA PATRÍCIA DOROW, admitida na BETEX em 11/07/1997, em comunicação interna timbrada da DICOTONE, repassa para Evaldino Eger débitos de rescisões de empregados da BETEX, para que este efetue as devidas rescisões de contrato de trabalho. Também em comunicações internas timbradas da DICOTONE, Pedro Rebelo, empregado da DICOTONE de 24/06/2001 a 25/11/2005, repassa para Recursos Humanos (Evaldino Eger) e Diretoria da DICOTONE a solicitação de que seja efetuado aumento salarial para o Sr. Maicon Pereira (da BETEX) com índice de 13% além do índice de 8% da categoria em 20/10/2002. Mais, solicitação do pagamento do saldo de férias do Sr. Márcio F. W. Zeczkovski (da BETEX) em 07/03/2002, demonstrando a subordinação dos empregados da BETEX para com a DICOTONE. EVALDINO EGER (Empregado da DICOTONE) em nome da BETEX e TEXFOR requer ao Banco Bradesco S.A. que credite salários nas contascorrentes dos empregados daquelas empresas (BETEX e TEXSFOR). Bem como há solicitações de EVALDINO EGER ao departamento financeiro da DICOTONE para emissão de cheques para depósitos recursais na Justiça do Trabalho envolvendo a TEXFOR e acordos trabalhistas também pela TEXFOR. Datados de 2001 e 2003. · Controle Financeiro do Grupo – Diz que o controle financeiro do Grupo DICOTONE é exercício pelo Supervisor Financeiro RAFAEL ROLOW, registrado na BETEX de 09/10/2000 a 25/10/2004, passando a ser sóciogerente da TEXFOR a partir de 16/11/2004. Fl. 1181DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 6 Segundo a Fiscalização RAFAEL ROLOW é o responsável pelo controle do fluxo de caixa, contas correntes e aplicações, pela elaboração de relatórios de contas a receber e a pagar, pelo registro de documentos de movimentação diária, conforme consta na descrição das atividades exercidas no Perfil Profissiográfico Previdenciário PPP. Há documentação no relatório pertinente à vida funcional de RAFAEL ROLOW, tais como: contrato de trabalho, avisos e recibos de férias, aviso prévio, termo de rescisão do contrato de trabalho e PPP, todos assinados em nome da BETEX por EVALDINO EGER (lembrando, registrado na PEMAR e DICOTONE). Há também fotocópias de documentos da movimentação financeira do Grupo DICOTONE, onde comprovam a participação central de RAFAEL ROLOW na organização da vida financeira das empresas envolvidas. · DIRETORIA – Segundo a Fiscalização quem direcionava o Grupo DICOTONE, autorizando os gastos financeiros do setor de pessoal é a Diretora Industrial da DICOTONE, MARLISE GIRARDI WALDRICH, conforme podemos constatar nas comunicações e/ou emails do setor de RH para o financeiro do grupo, nos quais constam observações do tipo "Autorizado pela Dna. Marlise". Fotocópias de documentos de 2001, 2005 e 2006 (em sua maioria se referem a empregados da TEXFOR). · CONTABILIDADE – Diz a Fiscalização haver interdependência entre as empresas do grupo DICOTONE, que se dá pela ocorrência de dependência financeira das demais empresas em relação à DICOTONE. A partir desta é que são realizados todos os pagamentos, bem como geridos os recursos humanos das demais empresas do grupo, conforme exemplificado em relação às empresas BETEX e TEXFOR, logo a seguir: DICOTONE e BETEX os pagamentos efetuados cotidianamente, necessários para sobrevivência da BETEX eram/são realizados pela DICOTONE. Históricos na contabilidade da BETEX, demonstra que ela é dependente da DICOTONE tais como pagamento de FGTS rescisão contratual Evandro Franco através da DICOTONE Têxtil; e, pagamento de adiantamento salarial através da DICOTONE Têxtil", dentre vários outros. Segundo a Fiscalização compõem o GRUPO ECONÔMICO DICOTONE as empresas: 1) DICOTONE TÊXTIL LTDA.; 2) PEMAR MALHAS LTDA.; 3) BELA VISTA INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA.; 4) BETEX BENEFICIAMENTOS TÊXTEIS LTDA EPP e, 5) TEXFOR TÊXTIL FORNACE LTDA EPP. Após o lançamento as empresas foram intimadas e apresentaram suas impugnações, cujas quais não foram assaz para modificarem o lançamento. Indignadas, após receberem a notificação da Decisão Notificação n° 45.20.30.25.00/0191/2007 aviaram os presentes Recursos Voluntários, com as razões a seguir analisadas e julgadas. Fl. 1182DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 5 7 Eis em apertada síntese o relato dos fatos. Fl. 1183DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 8 Voto Conselheiro Wilson Antonio de Souza Corrêa Relator Os presentes Recursos Voluntários foram aviados dentro do trintídio e acode os demais requisitos para sua admissibilidade, razão pela qual dele conheço e passo analise dos argumentos expendidos para, ao final, julgamento deles. Antes, para averiguar a tempestividade, urge demonstrála: · DICOTONE e BETEX foram intimadas da decisão de piso em 17 de maio de 2007, sendo o prazo fatal para interposição do RV o dia 16 de junho do mesmo ano, que caiu num sábado, transferindo a data para o dia 18 de junho de 2007, sendo nesta data protocolizados os remédios recursivos; · BELA VISTA foi intimada da decisão de piso no dia 15 de maio de 2007 e no dia 14 de junho do mesmo ano protocolizou o presente remédio recursivo; · PEMAR e TEXFOR foram intimadas da decisão de piso no dia 16 de maio de 2007 e no dia 14 de junho do mesmo ano protocolizaram os respectivos remédios recursivos. DA FRAUDE, DOLO OU SIMULAÇÃO – CARACTERIZAÇÃO Diz a BETEX que é empresa que se dedica a tingir produtos têxteis e por este motivo realizou contrato de prestação de serviços com a empresa DICOTONE que atua com atividade de confecção. Mas, destaca, que são empresas completamente distinta uma da outra, não procedendo a alegação fiscal de dependência financeira e outros quejandos. A TEXFOR alega que é uma empresa independente e nega a existência de existência de Grupo Econômico, já que apenas mantém relação comercial com a empresa DICOTONE TÊXTIL LTDA, prestando a ela serviços de industrialização, conforme se pode verificar no contrato particular de prestação de serviço apresentado na defesa. A PEMAR MALHAS LTDA., também alega ter apenas relação comercial com a DICOTONE e não ter relação nenhuma com as demais envolvidas. A BELA VISTA INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., diz não atuar no ramo de indústria têxtil, e que seu gerenciamento, controle financeiro e contábil são independentes, não havendo relação nenhuma nestas áreas com a DICOTONE. Diz ainda que suas obrigações tributárias estão dentro da legalidade e que decorrem tão somente na contraprestação dos seus serviços prestados à DICOTONE. E, finaliza, dizendo que sua diretoria é exercida por pessoas não ligadas a nenhuma das empresas envolvidas e que desconhece algumas pessoas citadas no Relatório Fiscal como dirigentes do Grupo Dicotone. A DICOTONE TÊXTIL LTDA., alega ser pessoa jurídica de direito privado, onde seu objeto social a estamparia e texturização em fios, tecidos e artigos têxteis, em especial tinturaria e beneficiamento de malhas para a produção de artigos do vestuário em geral. Fl. 1184DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 6 9 Alega que não foi encontrado pelo Auditor Fiscal qualquer falha de contribuição previdenciária, tanto dela como das pessoas jurídicas BETEX BENEFIAMENTOS TÊXTIL LTDA. EPP e TEXFOR TÊXTIL FORNACE LTDA. EPP. Segundo alega a DICOTONE, em não encontrando falha ou inadimplência na contribuição previdenciária o Fiscal resolveu desconsiderar as personalidades jurídicas das demais empresas e considerar os empregados delas com se seus fossem, baseado em falsas premissas. Ou seja, em outras palavras, todos os recursos aduzem de forma explicita e mesmo implícita a inexistência e a comprovação de ocorrência de fraude, dolo ou simulação nos atos praticados por elas, o que impediria a configuração de grupo econômico. Por outro lado a decisão de piso, acompanhando a Fiscalização, entende ter ocorrido fraude na contratação de segurados empregados por meio de pessoas jurídicas, com a finalidade de sonegar verbas ao FGTS, à Previdência Social e à Receita Federal. No âmbito das contribuições previdenciárias, anteriormente administradas pela Secretaria da Receita Previdenciária, na maioria dos casos inexistia o devido cuidado em caracterizar a conduta dolosa do contribuinte para efeito de comprovação dos crimes fiscais do dolo, fraude ou simulação. A fiscalização tão somente informava à notificada da existência de Representação Fiscal para Fins Penais, sem o devido aprofundamento na matéria. Isto porque, além de inexistir multa de ofício qualificada, àquela época, vigia o artigo 45 da Lei nº 8.212/91, o qual contemplava o prazo decadencial de 10 (dez) anos, independentemente de antecipação de pagamento e/ou ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Após a unificação das Secretarias das Receitas Previdenciária e Federal, em Receita Federal do Brasil (“Super Receita”), as contribuições previdenciárias passaram a ser administradas pela RFB que, em curto lapso temporal, compatibilizou os procedimentos fiscalizatórios e, por conseguinte, de constituição de créditos tributários, estabelecendo, igualmente, para os tributos em epígrafe multas de ofício a serem aplicadas em observância à Lei n° 9.430/1996, conforme alterações na legislação introduzidas pela Lei nº 11.941/2009. Diante desses fatos, com a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, associada com os novos procedimentos adotados pela RFB e a transferência de competência para julgamento das contribuições previdenciárias do CRPS para o CARF, passou a ser de extrema importância a comprovação da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, para efeito de aplicação do prazo decadencial, do artigo 150, § 4, ou artigo 173, inciso I, do CTN. Na esteira desse raciocínio, antes mesmo de se adentrar ao mérito da questão, cumpre trazer à baila os dispositivos legais que atualmente regulamentam a matéria, que assim prescrevem: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de Fl. 1185DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 10 pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; [...] § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Por sua vez, os artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/64, ao contemplarem as figuras do “dolo, fraude ou sonegação”, estabelecem o que segue: “Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.” Consoante se infere dos dispositivos legais acima transcritos, impõese à autoridade lançadora a observância dos parâmetros e condições básicas previstas na legislação de regência em casos de imputação da multa qualificada (in casu, exclusivamente do crime), que somente poderá ser levada a efeito quando àquela estiver convencida do cometimento do crime (dolo, fraude ou simulação), devendo, ainda, relatar todos os fatos de forma pormenorizada, possibilitando ao contribuinte a devida análise da conduta que lhe está sendo atribuída e, bem assim, ao procurador de que o delito fora efetivamente praticado. Em outras palavras, não basta à indicação da conduta dolosa, fraudulenta ou simulatória, a partir de meras presunções e/ou subjetividades, impondo a devida comprovação por parte da autoridade fiscal da intenção prédeterminada do contribuinte, demonstrada de modo concreto, sem deixar margem a qualquer dúvida, visando impedir/retardar o recolhimento do tributo devido. Este entendimento, aliás, encontrase sedimentado no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, conforme se extrai dos julgados com suas ementas abaixo transcritas: “MULTA AGRAVADA – Fraude – Não pode ser presumida ou alicerçada em indícios. A penalidade qualificada somente é admissível quando factualmente constatada as hipóteses de fraude, dolo ou simulação.” (8ª Câmara do 1° Conselho de Fl. 1186DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 7 11 Contribuintes – Acórdão n° 10807.561, Sessão de 16/10/2003) (grifamos) “ MULTA QUALIFICADA – NÃO CARACTERIZAÇÃO – Não tendo sido comprovada de forma objetiva o resultado do dolo, da fraude ou da simulação, descabe a qualificação da penalidade de ofício agravada.” (2ª Câmara do 1° Conselho de Contribuintes – Acórdão n° 10245.625, Sessão de 21/08/2002) “MULTA DE OFÍCIO – AGRAVAMENTO – APLICABILIDADE – REDUÇÃO DO PERCENTUAL – Somente deve ser aplicada a multa agravada quando presentes os fatos caracterizadores de evidente intuito de fraude, como definido nos artigos 71 a 73 da Lei n° 4.502/64, fazendose a sua redução ao percentual normal de 75%, para os demais casos, especialmente quando se referem à infrações apuradas por presunção.” (8ª Câmara do 1° Conselho de Contribuintes – Acórdão n° 10807.356, Sessão de 16/04/2003) (grifamos) Em decorrência da jurisprudência uníssona nesse sentido, o então 1º Conselho de Contribuintes consagrou de uma vez por todas o entendimento acima alinhavado, editando a Súmula nº 14, determinando que: “ Súmula 1ºCC nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.” Assim, impende analisar os autos detidamente de maneira a elucidar se o fiscal autuante logrou comprovar que a contribuinte agiu com dolo com o intuito de fraudar ou simular a hipótese de incidência da obrigação tributária. Neste ponto, aliás, mister esclarecer que o simples fato de, anteriormente às alterações na legislação acima mencionadas, não se exigir tal comprovação não é capaz de sustentar a pretensão fiscal em defesa da existência de dolo, fraude ou simulação. Com efeito, cabe/caberia à autoridade lançadora demonstrar de forma pormenorizada suas razões no sentido de que a contribuinte agiu com dolo, fraude ou simulação, para efeito da conclusão/comprovação do crime arquitetado pela autuada. Pretender atribuir um crime ao contribuinte em sede de primeira ou segunda instância, sem que a própria autoridade lançadora tivesse imputado tal conduta à autuada, comprovando e fundamentando suas conclusões, objetivando oportunizar a ampla defesa e contraditório da empresa em relação a este tema, além de representar supressão de instância, fere de morte o princípio do devido processo legal. Estarseia imputando um crime ao contribuinte sem que o fiscal autuante o fizesse. In casu, o fato de constar do Relatório Fiscal da Autuação as razões que levaram à fiscalização a desconsiderar a personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços, caracterizando os respectivos sócios e/ou funcionários como segurados empregados da autuada não suprime o dever legal do fisco de justificar e comprovar o crime a ser imputado ao contribuinte. Fl. 1187DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 12 A Egrégia Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, adotando o mesmo entendimento encimado, já se manifestou a propósito da matéria em caso da mesma natureza, nos seguintes termos: “[...] NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. SIMPLES DESCONSIDERAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO PESSOAS JURÍDICAS E CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS. A simples procedência de notificação fiscal, estribada na desconsideração de personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços, com a conseqüente caracterização de segurados empregados, sem que haja uma perfeita demonstração da conduta do contribuinte com o fito de sonegar tributos, não é capaz de comprovar a ocorrência de dolo, fraude ou simulação de maneira a deslocar o prazo decadencial do artigo 150, § 4°, para o artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Ademais, o artigo 229, § 2º, do Regulamento da Previdência SocialRPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, o qual oferece guarida a aludido procedimento, exige tão somente a demonstração da existência dos requisitos do vínculo laboral para que seja procedente o lançamento, nada dissertando a respeito da simulação, que poderá ou não vir a ser demonstrada, não implicando, necessariamente, que um fato conduz a outro, sem que ocorra um aprofundamento em relação à imputação do crime fiscal.” (Acórdão n° 920201.127 – Processo n° 16095.000604/200769, Sessão de 19/10/2010) Não bastasse isso, no presente caso, o que torna ainda mais digno de realce é que a autoridade lançadora somente trouxe à colação os argumentos a propósito da suposta fraude, dolo ou simulação praticados pela contribuinte para tratar do próprio mérito da demanda. Partindo dessa premissa, o simples fato da pretensa procedência do lançamento em relação ao mérito, SE FOSSE O CASO, legitimando a desconsideração procedida pela autoridade lançadora, a partir da comprovação dos requisitos do vínculo laboral, não implica dizer necessariamente que a contribuinte cometeu o CRIME de simulação. Mesmo porque o dispositivo legal que contempla tal procedimento, qual seja, o artigo 229, § 2º, do Regulamento da Previdência SocialRPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, exige exclusivamente a comprovação dos pressupostos da relação empregatícia, inscritos no artigo 12, inciso I, alínea “a” da Lei nº 8.212/91. Nada menciona sobre dolo, fraude ou simulação. Nesse sentido, a análise fática de casos dessa natureza impõe primeiramente e necessariamente a verificação da demonstração da existência de tais requisitos (do vínculo empregatício), o que não ocorre quanto à simulação, que poderá vir elucidada/comprovada ou não. Dessa forma, repitase, o fato de se considerar procedente o lançamento, se for o caso, estribado na desconsideração da personalidade jurídica e conseqüente caracterização de segurados empregados, não quer dizer necessariamente que há o crime de simulação, dolo ou fraude comprovados. Impõese, assim, um aprofundamento maior no tema por parte do fiscal autuante ao pretender imputar tais crimes ao contribuinte, de forma a comprovar, além dos pressupostos do vínculo laboral, a conduta criminosa da autuada. Fl. 1188DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 8 13 No caso sob análise, vislumbramos a demonstração da ocorrência do CRIME de simulação, com a segurança que o caso exige, isto porque, parto da premissa maior de que, para configurar a existência de pessoa jurídica interposta, mister que pelo menos um dos elementos jurídicos trabalhistas estejam configurados, quais sejam: pessoalidade; onerosidade; nãoeventualidade e subordinação. Neste sentido diz a Fiscalização ter configurado todas elas, conforme transcrito no Relatório Fiscal: 1. PESSOALIDADE: a auditoria diz ter verificado que os empregados são admitidos por meio de um contrato de trabalho e, ainda que sejam formalmente vinculados à BETEX e TEXFOR, são de fato vinculados à DICOTONE. São contratos intuito personae, qual seja, os empregados não podem se fazer substituir nas funções desempenhadas (de costureira, tecelão, recepcionista, inspetor de qualidade, estilista, serviços gerais, tintureiro, etc),tendo de prestálas pessoalmente. 2. NÃOEVENTUALIDADE: A jornada de trabalho é diária, definida pelo Contratante, sendo controlada. O trabalho é prestado nas dependências da empresa contratante ou em local por ela determinado. É definido por turnos, com horários certos de entrada e saída. 3. SUBORDINAÇÃO: Os tópicos Gerenciamento de Recursos Humanos, Controle Financeiro do Grupo, Diretoria, Norberto Cremer e Contabilidade deste relatório demonstram claramente que as empresas BETEX e TEXFOR são dependentes administrativa e financeiramente da DICOTONE e, como conseqüência, todos os seus empregados estão subordinados a DICOTONE, ou seja, todos os envolvidos trabalham sob subordinação da DICOTONE, com o intuito de atingir as metas por ela determinadas. 4. ONEROSIDADE: Os empregados são remunerados mensalmente e constam em folha de pagamento, ainda que a formalização dos vínculos empregatícios aconteça por intermédio de outras pessoas jurídicas. Tenho, sobretudo que os requisitos mais importantes são a subordinação e a pessoalidade, mas, com base no Relatório Fiscal e nos documentos que integram o presente processo, passo analise de um a um. PESSOALIDADE. Como alhures dito, na legislação brasileira, existem quatro requisitos essenciais que identificam a existência do vínculo empregatício. O primeiro deles, e como dito, um dos mais importantes, embora não exista ordem de gradativa ou de existência é a pessoalidade, onde evidencia que somente a mesma pessoa, e de forma direta, pode prestar o serviço a uma pessoa física ou jurídica. Não caracteriza este requisito quando o serviço é prestado por pessoas diversas ou por via indireta. Por exemplo, quando um sócio substitui outro numa determinada tarefa ou serviço, ou ainda na situação em que alguém presta um serviço em nome de outro. No caso em tela, como exemplo de existência de pessoalidade podemos citar o funcionário Rafael Rolow que realizava o controle financeiro do Grupo Dicotone, eis que era Fl. 1189DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 14 empregado investido no cargo de Supervisor Financeiro do Grupo DICOTONE, onde foi registrado na BETEX de 09/10/2000 a 25/10/2004, passando a ser sóciogerente da TEXFOR a partir de 16/11/2004, mas, ainda com a mudança no registro funcional de empregado da BETEX para sóciogerente da TEXFOR – continuou à frente do grupo, nesta função de responsável pelo controle financeiro, já que: 1) é o responsável pelo controle do fluxo de caixa, contas correntes e aplicações; 2) é o responsável pela elaboração de relatórios de contas a receber e a pagar, bem como pelo registro de documentos de movimentação diária. No anexo III do Relatório Fiscal foi anexado fotocópias de documentos da movimentação financeira do Grupo DICOTONE. Estes documentos comprovam a participação central de RAFAEL ROLOW na organização da vida financeira das empresas envolvidas, mormente as empresas BETEX e TEXFOR. Verificando o anexo, observamos que são emails e comunicações internas enviados pelo Setor de Recursos Humanos, ora assinados por EVALDINO EGER ora por ANDRÉA LITTLNG , com solicitações para as várias empresas do grupo, incluindo: pedidos de cheques para pagamento de rescisões da DICOTONE, BETEX e TEXFOR (inclusive mais de uma empresa na mesma comunicação interna), pedidos de compra de ValesTransporte, Adiantamentos de salários, entre outros pedidos inerentes ao cotidiano do setor. Consta ainda destes documentos acostados no anexo III do Relatório emails enviados por PAULO EDUARDO VIEIRA e KÁTIA ZIMERMMAN para RAFAEL ROLOW, sendo o primeiro registrado na TEXFOR como Programador de Produção desde 05/04/2000, assinando pela "DICOTONE TÊXTIL LTDA., com solicitações corriqueiras de dinheiro para fluxo de caixa da filial, também para pagamentos de diversos fornecedores, e a segunda registrada na TEXFOR, também com solicitações de depósitos para fornecedores. E, pondo uma pádecal há faxes e emails de fornecedores a RAFAEL ROLOW, creditando a ele o cargo de financeiro da DICOTONE TÊXTIL LTDA. Então, este cargo de financeiro era de RAFAEL TOLOW, que embora estivesse registrado ou compusesse o quatro societário de uma empresa, comandava o setor financeiro do grupo econômico, demonstrando a sua pessoalidade, eis que não era substituído por ninguém. Ainda, já que se está a mencionar a pessoalidade do empregado ou sócio RAFAEL ROLOW, mister se diga que analisando os seus documentos funcionais (contrato de trabalho, avisos e recibos de férias, aviso prévio, termo de rescisão do contrato de trabalho), todos assinados em nome da BETEX por EVALDINO EGER, que era registrado na PEMAR e DICOTONE, demonstrando uma confusão entre as pessoas jurídicas envolvidas. NÃOEVENTUALIDADE ou CONTINUIDADE ou HABITUALIDADE. Outro requisito é que haja continuidade. E neste, é importante enfatizar o posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho, órgão máximo do Judiciário na seara trabalhista que compreende, em regra geral, que o trabalho por mais de 2(dois) dias por semana caracterizaria a continuidade empregatícia. No caso em tela, todos os documentos nos anexos II e III são assazes para configurar o serviço não eventual, mormente quando comprovado o contrato de trabalho, pagamento de férias, carta de advertência e outros mais. A SUBORDINAÇÃO ou CONTROLE, que é configurada quando os serviços são direcionados por aquele que recebe a prestação, sem a autonomia do prestador de serviços. Isto é, porque não considerado exatamente um trabalho autônomo, descamba para uma atividade vinculada à determinação, ordens e comando do patrão ou empregador, Fl. 1190DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 9 15 INCLUSIVE com controle de horário de trabalho. E isto foi demonstrado no anexo II, onde há vários contratos de trabalho com subordinação de horário a cumprir, avisos e recibos de férias, rescisões contratuais de trabalho, perfis profissiográfico previdenciário – PPP, GFIP’s; advertências disciplinares e outros quejandos. Quanto a ONEROSIDADE, que implica na contrapartida daquele que recebe os serviços prestados, retribuindo de forma financeira está copiosamente comprovada nos autos pelso documentos financeiros, mormente os estampados no anexo III, ou seja, quando comprovouse que os pagamentos dos funcionários das empresas eram realizados pela DICOTONE. Desta forma, tenho que houve o dolo por simulação ou fraude na contratação de pessoas jurídicas interpostas, onde todos os funcionários eram de fatos empregados da DICOTONE, pelos argumentos acima expendidos. DO IRREGULAR PROCEDIMENTO ADOTADO PELA FISCALIZAÇÃO Diz a Recorrente DICOTONE que não possui nenhum débito previdenciário correspondente a contribuições incidentes sobre a folha de salários, mas que teve contra si o lançamento de contribuições previdenciárias supostamente devidas sobre remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais constantes da folha de pagamento das empresas, TEXFOR e BETEX, sob o fundamento de que estes segurados estão vinculados à Recorrente. Diz ocorrer o erro porque, além da desconsideração da personalidade jurídica destas a Fiscalização desconsiderou o fato de que ambas as empresas mencionadas acima são pessoas jurídicas distintas, optantes pelo SIMPLES e, portanto, que já recolheram suas contribuições devidas ao INSS de forma unificada, nos termos da Lei 9.317/96 e, lançou estas mesmas contribuições a cargo da Recorrente. Desta forma entende a Recorrente que o procedimento foi irregular, vez que, cerceou o direito de defesa da Recorrente, bem como, feriu o princípio contábil da entidade. Pelas mesmas razões supramencionadas, comprovado a existência de simulação, fraude ou dolo, com intuito de lesar a Previdência Social, possível é a desconsideração da personalidade jurídica das interposta, responsabilizando a empresa gestora do grupo econômico formado. DECADÊNCIA A Recorrente insurgese contra a decisão de piso, alegando a decadência parcial, com aplicação do artigo 173, I do CTN, da presente NFLD. É necessário uma análise sob a égide do Regimento Interno do CARF que estabelece procedimento para a edição de súmulas e sua aplicação, visando a uniformização, clareza e segurança jurídica dos contribuintes, devem submeterse às suas inteligências, conforme reza o capítulo das súmulas do RICARF, ‘in verbis’: CAPÍTULO V DAS SÚMULAS Fl. 1191DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 16 Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Quanto a decadência, urge trazer à baila que havendo pagamento antecipado por conta de recolhimento, ainda que parcial, como é o caso em tela, há o julgador de submeterse a Súmula 99, transcrita a seguir: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Desta forma decadente estaria o período anterior a janeiro de 2002, eis que houve pagamento antecipado, ainda que parcial, do valor considerado como devido pela Recorrente, com aplicação do artigo 150, § 4° do CTN, determinado pelo Súmula CARF 99. Os pagamentos encontramse no anexo II do Relatório Fiscal e se referem a GFIP das empresas BETEX e TEXFOR que compõem o GRUPO ECONÔMICO DA DICOTONE. Entretanto, considerando a existência de fraude, simulação e dolo, conforme demonstrado alhures, não há de se aplicar a referida Súmula. Assim, encontrase abarcado pela decadência o período apurado até novembro de 2001, anterior a dezembro de 2001, com aplicação do Artigo 173, I do CTN. Com razão a Recorrente. ILEGALIDADES E INCONSTITUCIONALIDADES Esta Corte administrativa, como todas as demais, inclusive judicial, exceto o Supremo Tribunal Federal, não têm competência para distribuir, analisar e julgar processos e ou matérias que tratam de inconstitucionalidade de lei. Devese ater o Recorrente ao entendimento anotado no Parecer CJ 771/97 que: “O guardião da Constituição Federal é o Supremo Tribunal Federal, cabendo a ele declarar a inconstitucionalidade de lei ordinária. Se o destinatário de uma lei sentir que ela é inconstitucional, o Pretório Excelso é o órgão competente para tal declaração. Já o administrador ou servidor público não pode se eximir de aplicar uma lei porque o seu destinatário entende ser inconstitucional quando não há manifestação definitiva do STF a respeito”. De forma que, ainda que seja uma vírgula mal distribuída num parágrafo da lei anatematizada pelo Recorrente, o caminho a postular inconstitucionalidade e perquirir direitos é o Pretório Excelsior, e não esta via. Mais ainda, há de destacar que a atividade administrativa encontrase com vinculo ao que determina a lei, como dito por muitos, ‘as ações do gestor público é escravizada pela lei’. Fl. 1192DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 10 17 Neste sentido, peço vênia para juntar escólio do perleúdo jurista Alexandre de Moraes (curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: O tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” E, de mais a mais, observase que o o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria 256, de 22/06/2009, veda aos Conselheiros de Contribuintes afastar aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme disposto em seu art. 62. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. E pondo uma pádecal, necessário trazer à baila a Súmula 02 do CARF, que na clareza, cessa sua interpretação, como dizem os latinos: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim, não há como entrar na discussão pretendida pela Recorrente, porque esta Casa não tem competência para discutir ilegalidade e muito menos inconstitucionalidade. Sem razão a Recorrente. DOS PAGAMENTOS EFETUADOS PELAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES Diz a Recorrente que há de se abater dos créditos tributários ora exigidos, os valores efetivamente recolhidos pelas empresas TEXFOR e BETEX, a título de SIMPLES, e destinados ao INSS, para que não se configure a dupla incidência e o enriquecimento sem causa da Autarquia Federal. De fato diz a Fiscalização que recolhimentos do SIMPLES foram efetuados pelas empresas TEXFOR e BETEX, mas o presente requerimento é indevido, uma vez que o procedimento de compensação e ou restituição é normatizado pela IN 900/2008. A via escolhida pela Recorrente é equivocada, eis que a Instrução Normativa nº 900, DOU de 21/12/2008, ao disciplinar a restituição e a compensação de quantias recolhidas a título de tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, no seu art. 34, § 3º, inciso XV, estabelece que não poderão ser objeto de compensação os tributos apurados na forma do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 2006. Fl. 1193DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 18 Os artigo 2° e 3º da mesma Instrução Normativa, que trata do instituto da restituição, fica sujeita à instrumentalização, rito próprio e à apreciação cabível pela área tributária. ‘In verbis’: “... Art. 2º Poderão ser restituídas pela RFB as quantias recolhidas a título de tributo sob sua administração, bem como outras receitas da União arrecadadas mediante Darf ou GPS, nas seguintes hipóteses: I cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou em valor maior que o devido; II erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. § 1º Também poderão ser restituídas pela RFB, nas hipóteses mencionadas nos incisos I a III, as quantias recolhidas a título de multa e de juros moratórios previstos nas leis instituidoras de obrigações tributárias principais ou acessórias relativas aos tributos administrados pela RFB. § 2º A RFB promoverá a restituição de receitas arrecadadas mediante Darf e GPS que não estejam sob sua administração, desde que o direito creditório tenha sido previamente reconhecido pelo órgão ou entidade responsável pela administração da receita. § 3º Compete à RFB efetuar a restituição dos valores recolhidos para outras entidades ou fundos, exceto nos casos de arrecadação direta, realizada mediante convênio. Art. 3º A restituição a que se refere o art. 2º poderá ser efetuada: I a requerimento do sujeito passivo ou da pessoa autorizada a requerer a quantia; ou II mediante processamento eletrônico da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF). § 1º A restituição de que trata o inciso I do caput será requerida pelo sujeito passivo mediante utilização do programa Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMP). § 2º Na impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, o requerimento será formalizado por meio do formulário Pedido de Restituição ou Ressarcimento, constante do Anexo I, ou mediante o formulário Pedido de Restituição de Valores Indevidos Relativos a Contribuição Previdenciária, constante do Anexo II, conforme o caso, aos quais deverão ser anexados documentos comprobatórios do direito creditório. ( Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.224, de 23 de dezembro de 2011 ) Fl. 1194DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 11 19 § 3º Na hipótese de pedido de restituição formulado por representante do sujeito passivo, o requerente deverá apresentar à RFB procuração conferida por instrumento público ou por instrumento particular com firma reconhecida, termo de tutela ou curatela ou, quando for o caso, alvará ou decisão judicial que o autorize a requerer a quantia. § 4º Tratandose de pedido de restituição formulado por representante do sujeito passivo mediante utilização do programa PER/DCOMP, os documentos a que se refere o § 3º serão apresentados à RFB após intimação da autoridade competente para decidir sobre o pedido. § 5º A restituição do imposto de renda apurada na DIRPF reger seá pelos atos normativos da RFB que tratam especificamente da matéria, ressalvado o disposto nos arts. 10, 13 e 14. § 6º O contribuinte que, embora desobrigado da entrega da DIRPF, desejar obter a restituição do imposto de renda retido na fonte no anocalendário, relativo a rendimento sujeito ao ajuste anual, deverá pleitear a restituição mediante a apresentação da DIRPF. § 7º Ocorrendo óbito da pessoa física, inclusive da pessoa física equiparada a empresa, a restituição será efetuada: I aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, nos termos da Lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980; ou II mediante alvará ou escritura pública expedidos no processo de inventário, se o de cujus deixou bens ou direitos sujeitos a inventário ou arrolamento. § 8º No caso de sucessão empresarial, terá legitimidade para pleitear a restituição a empresa sucessora. § 9º Havendo encerramento das atividades, terão legitimidade para pleitear a restituição os sócios que detêm o direito ao crédito, conforme determinado no ato de dissolução. § 10. Os pedidos de restituição das pessoas jurídicas deverão ser formalizados pelo estabelecimento matriz. § 11. A restituição das contribuições previdenciárias declaradas incorretamente fica condicionada à retificação da declaração, exceto quando o requerente for segurado ou terceiro não responsável por essa declaração. § 12. O pedido de restituição de tributos administrados pela RFB, abrangidos pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, deverá ser formalizado por meio do formulário Pedido de Restituição, constante do Anexo I. Fl. 1195DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 20 ...” Portanto, ainda que venha ter direito e capacidade para requerer a compensação e ou devolução dos recolhimentos do SIMPLES, deverá eleger outra seara. DA INDEVIDA INCLUSÃO DA ADMINISTRADORA DE BENS BELA VISTA INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES NO GRUPO ECONÔMICO Alega que, embora não tenham sido imputados eventuais débitos previdenciários relativos à empresa BELA VISTA INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, ela foi caracterizada como empresa integrante do "grupo econômico DICOTONE. Mas, não procede porque a empresa BELA VISTA é uma administradora de bens, que mantém contratos de locação com a Recorrente. E, por conta das locações contratadas entre as empresas DICOTONE e BELA VISTA, a DICOTONE paga mensalmente um crédito em favor da empresa Bela Vista. Por sua vez a BELA VISTA alega em sua peça recursiva que tem objeto social diferente das demais empresas e que inexiste identidade entre os sócios. Por outro lado, prossegue a BELA VISTA em seu recurso, justifica que a coincidência nos endereços se deve ao fato de que por um período utilizou como sede uma sala no imóvel locado a empresa DICOTONE e que não é dependente financeira da empresa DICOTONE e que os pagamentos mencionados no Relatório Fiscal consistem de acertos de contas decorrentes de créditos que possui por conta de contratos de aluguel. Da mesma forma que o recurso da DICOTONE alega que o pagamento de aluguel e feito através da quitação de suas contas por conveniência de ambas as empresas. E, finaliza dizendo que os fundamentos legais apontados pela fiscalização não lhe são aplicáveis e não possui interesse comum na situação que constitui o fato gerador da obrigação principal, conforme determina o art. 124 do CTN, e o artigo 30 da Lei n° 8.212/91 tratam da solidariedade no caso de haver grupo econômico, mas não servem de fundamento para sua caracterização. Os mencionados dispositivos rezam: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 8.620, de 5 de Janeiro de 1993). ..... IX as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei; Fl. 1196DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 13971.002381/200719 Acórdão n.º 2301004.321 S2C3T1 Fl. 12 21 Cotejando as peças dos autos vislumbro razão para a Recorrente BELA VISTA encontrarse relacionada as empresas que formam o GRUPO ECONÔMICO DICOTONE, mesmo que de fato ela tenha objeto social diferenciado, não tem seus funcionários envolvidos no vinculo empregatício de nenhuma outra empresa e não consta prova de que tenha sido gerida por diretor ou empregado das outras empresa, mas, a contabilização dos pagamentos pertinentes às atividades normais da empresa é realizada da mesma forma que nas demais empresas do grupo, inclusive com dependência financeira. Tenho que outra forma de se desconsiderar a personalidade jurídica é determinado pelo direito privado, onde a legislação civil autoriza com a confusão patrimonial e dependência financeira. E, nesta seara, o fato de haver contabilidade interligada demonstra a dependência financeira. Em outra palavras, a DICOTONE, apesar de alegar que pagava locação, lançava, estranhamente, na contabilidade como pagamento a fornecedores e a BELA VISTA lançava em sua contabilidade como ‘outros créditos’, configurando envolvimento no grupo econômico DICOTONE. Não olvidemos que houve emissão de cheque da DICOTONE, em 03/05/2004, para pagamento das Guias da Previdência Social GPS da empresa BELA VISTA que implica em dependência financeira. CONCLUSÃO Os Recursos Voluntários aviados acodem os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual deles conheço, para DARLHES PARCIAL PROVIMENTO, excluindo do lançamento os valores do crédito previdenciário anteriores a novembro de 2001, anterior a dezembro de 2001, com aplicação do artigo 173, I do CTN. É como Voto. WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Relator (assinado digitalmente) Fl. 1197DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001415/2005-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2000 a 30/06/2000, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 31/03/2002, 01/10/2002 a 31/08/2004
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
O débito declarado em DCTF considera-se constituído, não sendo necessário a formalização de novo lançamento, pois a DCTF constitui confissão de dívida e é instrumento hábil e suficiente para a sua exigência mediante inscrição direta em dívida ativa.
Numero da decisão: 3201-001.875
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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CONFISSÃO DE DÍVIDA. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O débito declarado em DCTF considerase constituído, não sendo necessário a formalização de novo lançamento, pois a DCTF constitui confissão de dívida e é instrumento hábil e suficiente para a sua exigência mediante inscrição direta em dívida ativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. JOEL MIYAZAKI Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Erika Costa Camargos Autran. Relatório Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 14 15 /2 00 5- 32 Fl. 215DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO 2 Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado contra o contribuinte anteriormente identificado, relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, abrangendo os períodos de apuração (PA) 01/2000 a 06/2000, 02/2001, 09/2001 a 03/2002 e 10/2002 a 08/2004, no valor de R$ 702.121,84, com multa de ofício de 75% no valor de R$ 526.591,24, e juros de mora, calculados até 31/08/2005, no valor de R$ 536.498,71, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 1.765.211,79, em decorrência de ação fiscal levada a efeito pela Delegacia da Receita Federal de Fiscalização no Rio de Janeiro (Defic/RJO), conforme Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) acostado à inicial. 2. Na Descrição dos Fatos de fl. 16, bem como no Termo de Verificação e Constatação de Irregularidades de fls. 13/14, o AFRF autuante informa que, durante o procedimento de verificações obrigatórias, constatou falta de recolhimento da COFINS nos PA acima discriminados, além de diferença entre o valor escriturado e o valor declarado/pago da contribuição, e ainda que: • O interessado impetrou Mandado de Segurança junto à 5a . Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, processo que recebeu o número 2000.51.01.0305772, obtendo medida liminar concedendo a compensação correspondente às importâncias indevidamente recolhidas, a título de imposto sobre o lucro líquido, devidamente atualizadas, com quaisquer tributos ou contribuições sob a administração da Secretaria da Receita Federal (SRF), vencidos ou vincendos, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional (sentença às fls. 06/08), e, como conseqüência da citada medida liminar, o interessado compensou a COFINS devida, nos meses e valores explicitados na autuação fiscal; • A Auto de Infração lavrado tem por objetivo salvaguardar os interesses da Fazenda Nacional, que deve se abster de sua cobrança até o julgamento do mérito do processo n° 2000.51.01.0305772/53. Vara Federal/RJ. 3. O enquadramento legal do lançamento fiscal da COFINS (fl. 18), cientificado ao contribuinte em 28/09/2005 (v. fl. 15), consistiu no art. 149 da Lei n° 5.172/66; art. I o da Lei Complementar (LC) n° 70/91; arts. 2o , 3 o e 8o , da Lei n° 9.718/98, com as alterações da Medida Provisória n° 1.807/99 e suas reedições, com as alterações da Medida Provisória n° 1.858/99 e suas reedições; art. 2o , inciso II e parágrafo único, 3o , 10, 22 e 51 do Decreto n° 4.524/02. 4. No que se refere à multa de ofício e aos juros de mora, os dispositivos legais aplicados foram relacionados no demonstrativo de fls. 25/26. 5. Após tomar ciência da autuação, o interessado, inconformado, apresentou, em 24/10/2005, a impugnação juntada às fls. 32/48, e documentos anexos (cópia) de fls. 49/68 (Auto de Infração e Termo de Verificação e Constatação de Irregularidades, fls. 49/63; comprovante de inscrição no CNPJ e de Situação Fl. 216DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 18471.001415/200532 Acórdão n.º 3201001.875 S3C2T1 Fl. 216 3 Cadastral, fl. 64; atas de assembléias e reuniões da empresa, fls. 65/66; carteira nacional de habilitação e procuração, fls. 67/68), com as alegações abaixo resumidas: 5.1. a exação fiscal perpetrada pelo Fisco Federal foi levada a efeito o irrefutável erro na determinação da matéria tributável, aliada à desnecessidade do lançamento de ofício, posto que se tratava de débito declarado, e à existência de fato gerador alcançado pela decadência; 5.2. além disso, o agente do Fisco declara, textualmente, no Termo de Verificação e Constatação de Irregularidades, lavrado em 28/09/2005, que "o auto de infração lavrado tem por objetivo salvaguardar os interesses da Fazenda Nacional, que deve absterse de sua cobrança", muito embora, não obstante, e contrariando sua própria declaração, o AFRF autuante não tenha procedido ao lançamento com suspensão da exigibilidade, visto que o impugnante foi "intimado a recolher ou impugnar" a exação, exigindose também ao fiscalizado, ora impugnante, de forma abusiva, a multa de lançamento de ofício, inaplicável, ainda que cabível o lançamento, quando se destine a prevenir a decadência; 5.3. in casu, se inexistiram os fatos geradores das obrigações principal e acessória, não podem ser exigidos o tributo e a penalidade, sendo esses os princípios que balizam o Decreto n° 70.235/72, no sentido de fixar os requisitos que devem constar, obrigatoriamente, do auto de infração, dentre os quais estão a descrição dos fatos e a determinação da exigência; 5.4. o auto de infração que não contenha tais requisitos na devida forma é nulo de pleno direito, porque, em primeiro lugar, não observa norma cogente expressa no Decreto n° 70.235/72, depois, porque impossibilita o sujeito passivo de verificar, com segurança e exatidão, a procedência da exigência tributária e, como tal, de exercer seu direito constitucional de ampla defesa; 5.5. com o lançamento, o autor do procedimento simplesmente inverteu o ônus da prova que lhe caberia, transferidoo, com a maior desfaçatez, ao sujeito passivo, ao proceder ao lançamento impugnado, embora sabendo, ou devendo saber, que tal exação era, no mínimo, de legitimidade duvidosa; 5.6. esquecese, porém, a autoridade fiscal, que um ato dessa natureza, embora passível de correção, mediante a utilização do instrumento adequado posto à disposição do sujeito passivo, ou seja, a impugnação prevista no processo administrativo fiscal, implicará dispêndios que serão suportados apenas pelo sujeito passivo, com a contratação de profissionais para a devida intervenção na via administrativa, representando ônus financeiro para o impugnante, em face de uma exação exacerbada, que ora se apresenta; 5.7. ressalvados os casos em que a lei instaure presunção a favor do Fisco, a ele incumbe o ônus da prova das infrações imputadas ao contribuinte, sendo também importante salientar que o art. 9o Fl. 217DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO 4 do Decreto n° 70.235/72 estabelece que o auto de infração ou a notificação de lançamento "deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito"; 5.8. além disso, em 28/09/2005, data da ciência da exação guerreada, já perecera o direito do Fisco de proceder ao lançamento relativamente aos fatos geradores correspondentes ao período de 31/01/2000 a 30/06/2000, posto que, no caso, subordinase a Fazenda Nacional à regra estabelecida para o lançamento por homologação, prevista no art. 150, § 4o , do Código Tributário Nacional (CTN); 5.9. não há que se argumentar sequer que o art. 45 da Lei n° 8.212, de 24/07/1991, que estabeleceu o prazo de 10 (dez) anos para a decadência, possibilitaria o \ lançamento, posto que se trata de disposição inócua, ou melhor, inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal consagrou, em seu art. 146, III, alínea "b", que tal matéria (decadência) ) encontrase reservada à lei complementar, ao passo que a lei anteriormente mencionada encontrase em hierarquia inferior (lei ordinária), havendo que prevalecer, assim, o prazo de decadência de 5 (cinco) anos previsto no CTN, em consonância, aliás, com incontáveis julgados do Conselho de Contribuintes; 5.10. todavia, caso venham ser consideradas vencidas as questões preliminares suscitadas, fato é que o lançamento também se encontra contaminado por erro insanável na determinação da matéria tributável, já que, na verdade, os dispositivos em que se baseou o agente do Fisco para proceder ao lançamento não lhe conferem o indispensável suporte para a exação, considerandose a forma com que se apresenta; 5.11. uma simples leitura dos dispositivos invocados fazse suficiente para essa constatação, até porque envolvem valores já declarados pelo impugnante ao Fisco Federal, além do que, com efeito, por se tratar de requisito obrigatório para validade da exigência, em face do que dispõe o art. 10, IV, do Decreto n° 70.235/72, a ausência da disposição legal infringida é suficiente, por si só, para afastar o lançamento, que deve, assim, ser cancelado; 5.12. muito embora a exação fiscal não resista à ausência da devida fundamentação, ainda assim não resistiria ao disposto nos §§ 2 o e 3o , do art. 5o , do Decretolei n° 2.124, de 13/06/1984, que dispõe que o documento que formalizar o cumprimento da obrigação acessória, comunicando a existência do crédito tributário, constitui confissão de dívida, dispensando a constituição do crédito tributário, via lançamento, servindo, ainda, como pressuposto de liquidez e certeza para fins de execução fiscal; 5.13. por outro lado, ainda que fosse cabível o lançamento para resguardar a decadência, uma vez que se trata de débito já declarado ao Fisco Federal, ainda assim estaria evidenciada mais uma impropriedade n exação, onde é exigida a multa de ofício, em flagrante afronta ao disposto no art. 63 da Lei n° 9.430, de 27/12/1996; Fl. 218DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 18471.001415/200532 Acórdão n.º 3201001.875 S3C2T1 Fl. 217 5 5.14. nestas condições, demonstrada e comprovada a ilicitude do procedimento fiscal, e diante das contundentes razões de fato e de direito aqui expostas, o impugnante requer, diante de sua absoluta falta de tipicidade, o cancelamento do lançamento, que trata de exigência fiscal abusiva, ilegítima, indevida e arbitrária, além de eivada de nulidade, exonerandoo, conseqüentemente, da exigência nele consubstanciada, com o decorrente arquivamento do processo administrativo fiscal respectivo. Sobreveio decisão da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento Rio de Janeiro II, que julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte a impugnação. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2000 a 30/06/2000, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 31/03/2002, 01/10/2002 a 31/08/2004 COFINS. DECADÊNCIA. Tendo sido constituído o crédito tributário dentro do prazo de dez anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, não se caracteriza a decadência. COFINS. FALTA DE DECLARAÇÃO E RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Constatada a ausência de declaração e de recolhimento das contribuições devidas, é cabível a constituição do crédito tributário correspondente. COFINS. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. É cabível a aplicação da multa de ofício em lançamento fiscal, nas situações em que o crédito tributário constituído e não pago ou declarado, também não esteja com a sua exigibilidade suspensa. LANÇAMENTO. INOBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. Não verificada quaisquer das situações elencadas no artigo 10 da Lei n° 10.833/2003, sujeitase a pessoa jurídica, a partir de 01/02/2004, à incidência da COFINS sob o regime não cumulativo. NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO 6 A decisão, quanto ao crédito exonerado, foi submetida à apreciação do CARF em sede de Recurso de Ofício. A contribuinte, cientificada de decisão, não apresentou recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto O recurso de ofício atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. O cancelamento da exigência efetuado pela 5ª Turma da DRJ/RJOII, ora sujeito a julgamento de recurso de ofício, foi motivado pelos débitos encontraremse previamente declarados em DCTF e Dcomp, declarações estas efetuadas com natureza de confissão de dívida. Em sendo esta a questão a ser dirimida, mostrase correta a decisão recorrida, tendo em vista que a declaração em DCTF constitui confissão de dívida e, por conseguinte, os débitos ali declarados prescindem de lançamento, podendo ser exigidos diretamente do contribuinte, inclusive com a inscrição em Dívida Ativa sem que seja lavrado auto de infração. Neste mesmo sentido, destacase recente decisão da CSRF, cuja ementa transcrevese abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/1998 a 31/03/1999, 01/11/1999 a 30/06/2000 COMPENSAÇÃO. DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO E, POR CONSEQUÊNCIA, DA MULTA DE OFÍCIO. Após a edição da Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei nº 10.833, de 2003, o lançamento de ofício que versasse sobre débito de tributo informado em DCTF passou a restringirse à multa isolada, aplicável nas hipóteses relacionadas no caput do art. 18 daquele diploma legal. Sendo assim, tornouse incabível a realização de lançamento de ofício, formalizado em auto de infração, para constituição e cobrança de crédito tributário relativo a valores que estavam declarados anteriormente em DCTF e, da mesma forma, para exigência de multa de ofício. (Ac. nº 9303002.215, sessão de 13/03/2013, relator Rodrigo Cardozo Miranda) Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso de ofício. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 220DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 18471.001415/200532 Acórdão n.º 3201001.875 S3C2T1 Fl. 218 7 Fl. 221DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO
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Numero do processo: 13603.720296/2010-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 1998, 1999
DESISTÊNCIA EM FACE DE PEDIDO DE PARCELAMENTO - PERDA DE OBJETO - ART. 78 DO RICARF. NÃO CONHECIMENTO.
A opção do contribuinte a parcelamento após a lavratura do lançamento importa em desistência da discussão administrativa e renúncia ao direito sobre o qual se funda a defesa, impondo-se o não conhecimento do recurso.
Numero da decisão: 1301-001.701
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER O RECURSO em razão de desistência.
(Assinado digitalmente)
VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 1998, 1999 DESISTÊNCIA EM FACE DE PEDIDO DE PARCELAMENTO PERDA DE OBJETO ART. 78 DO RICARF. NÃO CONHECIMENTO. A opção do contribuinte a parcelamento após a lavratura do lançamento importa em desistência da discussão administrativa e renúncia ao direito sobre o qual se funda a defesa, impondose o não conhecimento do recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER O RECURSO em razão de desistência. (Assinado digitalmente) VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 02 96 /2 01 0- 11 Fl. 204DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES 2 Relatório Tratase, nos presentes autos, de lançamento tributário promovido pelas autoridades da fiscalização fazendária federal em decorrência da aplicação de presunção de omissão de receitas contra a contribuinte, identificada a partir da inexistência de comprovação da origem e natureza de diversos recursos creditados em suas correspondentes contas bancárias, nos termos ali então regularmente apresentados. Nos presentes autos, conforme se verifica, encontrase parte das peças que compunham os autos do PAF n. 13603002863/200325, já, inclusive, apreciado pela Egrégia Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, que, à época, a respeito da matéria discutida nos autos, assim, inclusive, especificamente se manifestou: LEGITIMAÇÃO PASSIVA INCORPORAÇÃO INEXISTENTE Não irradia qualquer efeito juridico O mero registro do protocolo de justificação sem que tenham sido levados os registros os efetivos atos de incorporação que, por isso mesmo, não se efetivam, conservando as empresas envolvidas as suas personalidades jurídicas, pelo que se afigura correta a identificação da suposta incorporada como sujeito passivo. COMPETÊNCIA PARA O LANÇAMENTO Não efetivada a incorporação, o domicílio fiscal do sujeito passivo não foi alterado, possuindo os auditores fiscais da Receita Federal do domicílio fiscal da suposta incorporada legitimidade ativa para efetuar o lançamento. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL NULIDADE INEXISTÊNCIA Não é nulo o MPF cujas prorrogações ocorreram em tempo hábil e que não são causa da substituição do AFRF, somente prevista no caso de emissão de MPF novo. DÉBITOS DECLARADOS No PAES INCORPORAÇÃO NÃO CONSUMADA Não consumada a incorporação, fica sem efeito a declaração de débitos da suposta incorporada feita pela suposta incorporadora. MULTA QUALIFICADA CABIMENTO Presente, na conduta da contribuinte, o evidente intuito de fraude, cabe a aplicação da multa de lançamento de oficio qualificada, prevista no art. 44, II, da Lei n° 9.430/96. DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO comprovada a ocorrência de fraude, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo de decadência deslocase do art. 150, § 4°, do CTN, para o art. 173, I, do mesmo Código. ARBITRAMENTO DO LUCRO DEPÓSITOS BANCÁRIOS Os depósitos bancários cuja origem o contribuinte, regularmente intimado, não comprove, caracterizam omissão de receita e, como tais, constituem base de cálculo para o arbitramento do lucro. ARBITRAMENTO DO LUCRO SAÍDAS DE MERCADORIAS CUSTOS E DESPESAS No arbitramento, o lucro é determinado pela aplicação, sob a receita bruta, do percentual próprio de cada atividade que já considera os custos e despesas a ela inerentes. LEI COMPLEMENTAR N” 105/2001 RETROATIVIDADE ~ A LC N. l05/2001, norma processual que amplia os poderes da autoridade administrativa com vistas à Fl. 205DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 13603.720296/201011 Acórdão n.º 1301001.701 S1C3T1 Fl. 3 3 melhoria dos procedimentos de investigação, aplicase a fatos geradores anteriores à sua edição (CTN, art. 144, § 1°). RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SUJEIÇÃO PASSIVA São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. São pessoalmente responsáveis pelos créditos tributários correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, os mandatários, prepostos e empregados e os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. TRIBUTAÇAO REFLEXA CSLL Dada a intima relaçao de causa e efeito entre eles existente, aplicase ao lançamento reflexo o que decidido em relação ao lançamento principal. Formalizado o acórdão do julgamento, pela contribuinte foi, então, informada a sua adesão ao parcelamento instituído pelas disposições da Lei 11.941/2009, requerendo a desistência do feito, com ressalva, apenas e tão somente, à parcela em que restara vencedor, especificamente relacionada à aplicação da Decadência. Por força do pedido de desistência parcial, foi então promovida a cópia de algumas das peças contidas naqueles autos, formandose o presente que, por consequência, fora então distribuído a este relator. No que importa, é o que há aqui a relatar. Passo ao meu voto. Fl. 206DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES 4 Voto Conselheiro CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. Conforme destacado em rápidas linhas no relatório antecedente, tratase, nestes autos, do pedido de desistência parcial formulado pela contribuinte, tendo em vista o seu interesse na adesão ao parcelamento oferecido pela Lei 11.941/2009. Por se apresentar como efetiva e própria faculdade do contribuinte a manutenção da discussão administrativa a respeito do lançamento efetivado, a ele também é perfeitamente autorizada a possibilidade de desistência em qualquer momento do feito, o que, inclusive, é apresentado como exigência própria à fruição das vantagens daquela sistemática. A possibilidade da desistência, em qualquer fase do processo, encontrase, inclusive, expressamente prevista no art. 78 do RICARF que, a respeito dessa matéria, assim então especificamente se apresenta: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente, descabendo recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional por falta de interesse. ( Redação dada pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ) (Grifos nossos) Em face dessas considerações, tendo a contribuinte expressamente requerido a sua desistência da matéria vencida nos presentes autos, entendo pela impossibilidade de conhecimento do recurso interposto. É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 207DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 13603.720296/201011 Acórdão n.º 1301001.701 S1C3T1 Fl. 4 5 Fl. 208DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES
score : 1.0
Numero do processo: 10215.000398/2004-54
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 1999, 2000, 2001
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Em atenção ao disposto no art. 65, do RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
Embargos acolhidos.
Numero da decisão: 9202-003.361
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os menbros do colegiado, Por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, para alterar a decisão recorrida, com retorno à Câmara de origem para análise das demais questões.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Manoel Coelho Arruda Junior Relator
EDITADO EM:02/02/2015
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os menbros do colegiado, Por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, para alterar a decisão recorrida, com retorno à Câmara de origem para análise das demais questões. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior Relator EDITADO EM:02/02/2015 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire.
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OMISSÃO. Em atenção ao disposto no art. 65, do RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Embargos acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os menbros do colegiado, Por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, para alterar a decisão recorrida, com retorno à Câmara de origem para análise das demais questões. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior – Relator EDITADO EM:02/02/2015 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 5. 00 03 98 /2 00 4- 54 Fl. 1265DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Relatório Tratamse de embargos de declaração interposto tempestivamente pelo Sujeito Passivo em face do Acórdão n. 9202002.289, que, por unanimidade de votos, deu provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração1999, 2000, 2001 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO, AO RESPECTIVO PRAZO DECADENCIAL, DO ARTIGO 150, PARÁGRAFO 4º. DO CTN. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STJ PROFERIDA EM JULGAMENTO DE RECURSO REPETITIVO. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, se houve pagamento antecipado, o respectivo prazo decadencial é regido pelo artigo 150, parágrafo 4º. do CTN, nos termos do entendimento pacificado pelo STJ, em julgamento de recurso especial, sob o rito de recurso repetitivo, tendo em vista o previsto no artigo 62 A do Regimento Interno do CARF. Recurso especial provido. O Embargante alega, em síntese: (i) O Recurso Especial interposto pela PGFN, por contrariedade à lei ou evidência da prova, apesar de protocolado em 18/04/2006, desde 01/07/2009 – RICARF aprovado pela Portaria MF n. 256/2009 , não há mais previsão para julgamento pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. Nesse sentido, o acórdão foi omisso quanto a esse ponto, pois deveria a 2ª Turma, segundo o sujeito passivo, não ter conhecido o REsp interposto; e (ii) O acórdão embargado deu provimento ao recurso especial da PFN sob o fundamento de que não houve o transcurso do prazo de decadência, mas foi omisso ao não determinar o retorno dos autos à Câmara/Turma recorrida para examinar, no mérito, as provas apresentadas para descaracterizar a infração em relação aos fatos geradores ocorridos até 29/09/1999, período esse abrangido pelos efeitos da decadência que havia sido acolhida na decisão a quo. Fl. 1266DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10215.000398/200454 Acórdão n.º 9202003.361 CSRFT2 Fl. 5 3 Por meio do Despacho de 03/02/2014, este Conselheiro resolveu acolher apenas o argumento (ii), conforme se observa abaixo: Quanto ao argumento (i), entendo que ED oposto não merece guarida, pois, não obstante o aludido recurso não encontrar previsão no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a Portaria Ministerial MF nº. 256, de 22 de junho de 2009, em suas disposições transitórias, prevê que os recursos com base no inciso I do art. 7° e do art. 9° do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 25 de junho de 2007, interpostos em face de acórdãos proferidos nas sessões de julgamento ocorridas em data anterior à 1° de julho de 2009, serão processados de acordo com o rito previsto nos arts. 15 e 16 e nos arts. 43 e 44 daquele Regimento. Por seu turno o inciso I do art. 7° do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 25 de junho de 2007, fazia previsão de interposição de recurso especial na hipótese de contrariedade à lei Diante disso, não acolho os ED quanto ao argumento (i). No que se refere ao argumento (ii), entendo que o acórdão embargado não tratou dessa matéria [omissão], devendo, portanto, a Turma manifestarse. Portanto, proponho que os ED opostos DEVEM SER ACOLHIDOS, pelas razões de fato e de direito acima ofertadas, restituindo o processo à Secretaria para que sejam tomadas as providências cabíveis, após a análise do ilustre Presidente, conforme previsão Regimental. Por meio de Despacho s/n de 03/02/2014, este Conselheiro Relator resolveu acolher os ED, tendo sido, ato contínuo, referendado tal decisão pelo i. Presidente da CSRF. É o relatório. Fl. 1267DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 Voto Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, Relator Sendo tempestivo os ED e demonstrada a omissão em face da matéria trazida no Resp, acolho os Embargos de Declaração e passo, doravante, à análise do mérito da questão não apreciada por esta Turma da CSRF. O Embargante alegou, em síntese: O acórdão embargado deu provimento ao recurso especial da PFN sob o fundamento de que não houve o transcurso do prazo de decadência, mas foi omisso ao não determinar o retorno dos autos à Câmara/Turma recorrida para examinar, no mérito, as provas apresentadas para descaracterizar a infração em relação aos fatos geradores ocorridos até 29/09/1999, período esse abrangido pelos efeitos da decadência que havia sido acolhida na decisão a quo. Diante da omissão constatada, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS COM EFEITOS INFRINGENTES, para CONHECER do RECURSO ESPECIAL interposto, para, no mérito, DAR PROVIMENTO ao recurso da Procuradoria da Fazenda para considerar devidamente constituído o crédito tributário decorrente do Imposto de Renda Retido na Fonte, anocalendário 1999, com retorno dos autos à Câmara/Turma recorrida para examinar, no mérito, as provas apresentadas para descaracterizar a infração em relação aos fatos geradores ocorridos até 29/09/1999. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Fl. 1268DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10580.900254/2008-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1302-000.358
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferido pelo relator.
(assinado digitalmente)
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Presidente.
(assinado digitalmente)
MARCIO RODRIGO FRIZZO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (Presidente), Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo, Marcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha e Guilherme Pollastri Gomes da Silva
Nome do relator: MARCIO RODRIGO FRIZZO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferido pelo relator. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Presidente. (assinado digitalmente) MARCIO RODRIGO FRIZZO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (Presidente), Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo, Marcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha e Guilherme Pollastri Gomes da Silva
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferido pelo relator. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Presidente. (assinado digitalmente) MARCIO RODRIGO FRIZZO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (Presidente), Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo, Marcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha e Guilherme Pollastri Gomes da Silva RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .9 00 25 4/ 20 08 -6 5 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 25/02/201 5 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.900254/200865 Resolução nº 1302000.358 S1C3T2 Fl. 308 2 Relatório: Tratase de recurso voluntário interposto por DOW BRASIL S/A, na condição de incorporadora e sucessora em direitos e obrigações de DOW BRASIL NORDESTE LTDA, que versa sobre a homologação de pedido de compensação representado pela PER/DCOMP nº 24960.38398.150705.1.3.029209, apresentada em 17/07/2005, para a compensação de débitos de COFINS do período de apuração de junho de 2005, no valor de R$ 2.365.523,74, CIDE royalties do período de apuração de junho de 2005, no valor de R$ 745.233,19, e PIS do período de apuração junho de 2005, no valor de R$ 513.559,72. Em 07/08/2008, foi proferido despacho decisório de não homologação da compensação declarada no referido PER/DCOMP, por entender a autoridade fiscal que “(…) não foi possível confirmar a apuração do crédito, pois o valor informado na declaração de informações econômicofiscais da pessoa jurídica (DIPJ) não correspondem ao valor do saldo negativo informado no PER/DCOMP” (fls. 02). Ante o despacho, em 16/04/2008 a recorrente interpôs manifestação de inconformidade, acompanhada da documentação que entendeu necessária para o reconhecimento de seu pleito (fls. 3/44). Em 13/10/2011, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do acórdão cuja ementa segue adiante transcrita (fls. 129/132): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ. Ano calendário: 2004 COMPENSAÇÃO. Inexistindo o direito creditório alegado pelo contribuinte, indeferemse os pedidos de compensação e de restituição a ele vinculados. Manifestação de inconformidade improcedente. Direito creditório não reconhecido. Do acórdão em exame a recorrente tomou ciência em 28/05/2012 (fls. 138). Em 21/06/2012 interpôs recurso voluntário acompanhado da documentação que entendeu necessária, ventilandose, em síntese, as seguintes razões (fls. 207/264): i) Que o crédito informado na referida PER/DCOMP referese a crédito de saldo negativo de IRPJ exercício 2005 no valor de R$ 3.306.853,34. ii) Que após o envio do PER/DCOMP, verificou a necessidade de retificar a DIPJ/2005, com a alteração do valor do imposto apurado naquele exercício; iii) Que em 11/09/2007, foi notificada da constatação de inconsistências entre o valor do saldo negativo de IRPJ informado na DIPJ/2005, e o valor informado na PER/DCOMP; Fl. 308DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 25/02/201 5 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.900254/200865 Resolução nº 1302000.358 S1C3T2 Fl. 309 3 iv) Que na mesma oportunidade a recorrente constatou erro em sua apuração da CIDE, já que não teriam sido efetuados pagamentos de royalties no período, demandando a necessidade de exclusão da referida contribuição; v) Que, no entanto, foi impedida pelo sistema eletrônico da receita federal de retificar a PER/DCOMP, conforme comprovam os documentos que acompanham o recurso; vi) Que a recorrente recebeu em seguida despacho decisório cobrando a diferença entre a somatória dos débitos informados em PER/DCOMP incluindo a CIDE royalties, e o saldo negativo de IRPJ, após a redução trazida na retificação da DIPJ 2005, acrescido de juros e multa; vii) Que a compensação não foi homologada sob a justificativa de que seria impossível o fisco confirmar o crédito, sem, contudo, levar em consideração que a recorrente foi impedida de proceder às retificações necessárias na PER/DCOMP; viii) Que a recorrente teve ao longo do anocalendário 2004, diversas retenções na fonte a título de imposto de renda, consoante demonstram os informes de rendimentos acostados ao recurso; ix) Que segundo os documentos apresentados, a recorrente apurou a cifra de R$ 6.053.504,81 a ser deduzido do valor apurado como imposto sobre o lucro real; x) Que na DIPJ retificada, consta menos da metade do IRRF efetivamente retido no período (R$ 2.968.587,56). Fato desconsiderado pela autoridade fiscal, que se baseou apenas nas estimativas recolhidas no período; xi) Que não é lícito à autoridade fiscal basearse exclusivamente nas circunstâncias que lhe são favoráveis; xii) Que em nome da verdade material, o acórdão emanado na origem deve ser reformado para o fim de lhe ser reconhecido o direito ao crédito; xiii) Ao final, pugna pela total procedência do recurso voluntário. É o relatório. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 25/02/201 5 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.900254/200865 Resolução nº 1302000.358 S1C3T2 Fl. 310 4 Voto: Conselheiro Marcio Rodrigo Frizzo. O recurso voluntário é tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Como relatado, no recurso voluntário a recorrente alega ter incorrido em erro no preenchimento do PER/DCOMP, não só no preenchimento do campo inerente ao crédito apurado na DIPJ/2005, como também do débito a ser compensado, pois não teria havido pagamento de royalties no período, afastandose a exigência de CIDE royalties, vejase (fls. 208/209): 3. Em 11/09/2007 a RECORRENTE recebeu a notificação 697430863 (doc. 04), apontando a existência de inconsistência entre o valor do saldo negativo de IRPJ informado na DIPJ 2005 e o valor informado na PER/DCOMP n. 24960.38398.150705.1.3.029209, e determinando sua retificação. 4. Paralelamente a essa notificação, em procedimento de revisão interna, a RECORRENTE, repassando sua escrita fiscal, percebeu que havia incorrido em erro na apuração da CIDE – isso porque não houve o pagamento de royalties no período em comento, devendo por isso ser excluído o pagamento de CIDE Royalties das obrigações desse período. 5. Ou seja: era de absoluto interesse da RECORRENTE a retificação da PER/DCOMP n. 24960.38398.150705.1.3.029209, a RECORRENTE viuse impedida pelo sistema, que informou a existência de decisão administrativa que impedia a transmissão da declaração retificadora, consoante comprova a tela impressa do sistema Receitanet (doc. 05). No entanto, segundo consta do voto condutor do acórdão recorrido, a recorrente não teria comprovado os equívocos por ela cometido, vejase (fls. 131/132): No caso concreto, o contribuinte não instruiu a sua manifestação de inconformidade com a documentação hábil e idônea capaz de comprovar a alegada inexatidão material do saldo negativo de IRPJ, tampouco a liquidez e a certeza do crédito pleiteado, nem a comprovação de que a CIDE declarada na DCOMP e na DCTF não é devida. Na ficha 12ª da DIPJ/2005, retificadora, referente ao cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real, consta como deduções do imposto devido valores referentes ao Programa de Alimentação do Trabalhador (R$ 35.390,46), Isenção e Redução do Imposto (R$ 39.518.412,79), Imposto de Renda Retido na Fonte (R$ 2.968.587,56, e Imposto de Renda Mensal Pago por Estimativa (R$ 3.139.708,03), resultando em um saldo negativo de IRPJ, no valor de R$ 2.968.587,56. Buscando verificar a veracidade das informações prestadas pelo contribuinte realizei pesquisa no SINAL05, que informa os pagamentos efetuados pelo contribuinte na 5ª região fiscal, não tendo sido encontrado qualquer pagamento referente a estimativa de IRPJ relativo ao anocalendário 2004. O único pagamento encontrado, efetuado no anocalendário Fl. 310DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 25/02/201 5 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.900254/200865 Resolução nº 1302000.358 S1C3T2 Fl. 311 5 2004, referese à estimativa de IRPJ do período de apuração de dezembro 2003 (fl. 125). Também não consta das DCTF do período as estimativas de IRPJ devidas e a sua forma de liquidação, de modo que o valor declarado na linha 17 da ficha 12ª deve ser excluído, pois não poderia ser levado para a declaração do ajuste. Com base nestas circunstâncias, é pertinente converter o julgamento em diligência a fim de que a autoridade fiscal de origem tome as seguintes providências: a)Intime o contribuinte para apresentar os comprovantes de pagamento de estimativas relativo ao anocalendário 2004, já que embora tenha informado em sua DIPJ/2005, o pagamento da quantia de R$ 3.139.708,03, essa cifra não foi constatada no sistema da receita federal; b)Após resposta do contribuinte, que confirme o recolhimento das estimativas com base nos comprovantes eventualmente apresentados pela recorrente; c)Verifique o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte efetivamente retido pelas empresas pagadoras (fls. 255/260), bem como se estas receitas foram efetivamente tributadas nos períodos; e)Após, que o agente fiscal emita parecer conclusivo apurando se houve saldo negativo no período, bem como se o montante do possível crédito a favor do contribuinte é capaz de acobertar toda a compensação por ele transmitida. Na sequência, deve a recorrente ser cientificada do resultado da diligência para que, sendo de seu interesse, manifestese da forma que entender adequada, no prazo de 30 (trinta) dias. Após, com ou sem manifestação, seja o feito devolvido a este Conselho, que deverá julgálo incontinenti. Ante ao exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto. (assinado digitalmente) Márcio Rodrigo Frizzo Relator Fl. 311DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2015 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 25/02/201 5 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 15504.723679/2011-76
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO AIOP - INOCORRÊNCIA.
Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento.
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - SÚMULA VINCULANTE STF Nº. 8 - PERÍODO ATINGIDO PELA DECADÊNCIA QÜINQÜENAL - APLICAÇÃO DO ART. 150, § 4º, CTN.
O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal
Na hipótese dos autos, aplica-se o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62-A, Anexo II, Regimento Interno do CARF - RICARF, com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte.
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - COOPERATIVAS DE TRABALHO - RETENÇÃO - DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RE 595.838/SP - RICARF.
O Supremo Tribunal Federal julgou pela inconstitucionalidade da contribuição instituída no art. 22, IV da Lei 8.212/91, sobre serviços prestados por cooperativas de trabalho nos autos do RE 595.828/SP, em decisão plenária, na sistemática da Repercussão Geral.
Diante da vinculação deste conselho à decisão veiculada por decisão plenária do STF no RE no. 595.838/SP, conforme arts. 62, I e 62-A do RICARF, devem ser afastados os valores relativos à autuação referente às contribuições das cooperativas de trabalho.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2403-002.948
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, em preliminar: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência até a competência 08/2006, inclusive, com base no art. 150, § 4º do CTN. No mérito: Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para afastar a tributação incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
Carlos Alberto Mees Stringari Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO SÚMULA VINCULANTE STF Nº. 8 PERÍODO ATINGIDO PELA DECADÊNCIA QÜINQÜENAL APLICAÇÃO DO ART. 150, § 4º, CTN. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal Na hipótese dos autos, aplicase o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62A, Anexo II, Regimento Interno do CARF RICARF, com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 72 36 79 /2 01 1- 76 Fl. 2140DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 2 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO COOPERATIVAS DE TRABALHO RETENÇÃO DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RE 595.838/SP RICARF. O Supremo Tribunal Federal julgou pela inconstitucionalidade da contribuição instituída no art. 22, IV da Lei 8.212/91, sobre serviços prestados por cooperativas de trabalho nos autos do RE 595.828/SP, em decisão plenária, na sistemática da Repercussão Geral. Diante da vinculação deste conselho à decisão veiculada por decisão plenária do STF no RE no. 595.838/SP, conforme arts. 62, I e 62A do RICARF, devem ser afastados os valores relativos à autuação referente às contribuições das cooperativas de trabalho. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, em preliminar: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência até a competência 08/2006, inclusive, com base no art. 150, § 4º do CTN. No mérito: Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para afastar a tributação incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. Carlos Alberto Mees Stringari – Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro – Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos. Fl. 2141DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.038 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contra Acórdão nº 0238.800 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte MG que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.171.1533, às fls. 01, com valor consolidado de R$ 122.997,21. Segundo o Relatório Fiscal, o lançamento referese às contribuições destinadas à Seguridade Social, parte devida pela Empresa, no percentual de 15%, incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, conforme previsto na Lei 8.212/91, artigo 22, inciso IV. O Relatório Fiscal aponta que foi emitido o termo de sujeição passiva solidária para a empresa Business Institute de Campinas Ltda. por pertencer ao mesmo grupo econômico. Aponta o Relatório Fiscal, às fls. 22, que os lançamentos relativos aos serviços prestados pela Cooperativa Unimed inclusive os repasses realizados entre as empresas IBS Business School de Minas Gerais Ltda e Business Institute de Campinas Ltda estão escriturados na conta contábil 3.2.2.01.008 Assistência Médica: 5. Os valores foram apurados à vista das notas fiscais de serviços emitidas pela Unimed cotejandoos com a escrituração contábil digital, conforme detalhados no anexo COOP NF. 6. Cabe esclarecer que por se tratar de contrato com cobertura total, Plano Ambulatorial, Hospitalar e Obstétrico padrão apartamento Contrato Coletivo Empresarial Contrato Particular de Prestação de Serviços Médicos, Hospitalares, de Diagnóstico e Terapia com coparticipação dos associados, nas consultas, exames, terapias, procedimentos e nas internações hospitalares, foram adotados os seguintes procedimentos: a) Nas notas fiscais em que os valores relativos ao ato cooperativo estavam especificados, a alíquota de 15% foi aplicada diretamente sobre esse valor; b) Nas situações em que não havia a definição dos serviços prestados pelos cooperados os valores foram arbitrados aplicandose o percentual de 30% (trinta por cento) sobre o valor faturado, em consonância com o previsto na alínea “a” do inciso I do art. 219 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009 Em relação ao quadro comparativo de multas, o Relatório Fiscal informa que foi considerada a alteração da Lei 11.941/2009: Fl. 2142DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 4 10. Em decorrência do que dispõe a alínea "c", inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 – CTN foi elaborado o comparativo da multa mais benéfica que consiste em anexo ao presente processo bem como o anexo AI 68, onde ficou definido que a multa a ser aplicada é a da legislação atual, conforme detalhado no relatório comparativo da multa. Assim, ao se analisar os lançamentos de ofício referente às contribuições previdenciárias, à luz do art. 35 da Lei 8.212/9191 na redação dada pela MP 449/08 convertida na Lei n° 11.941/09, ao se reportar ao art. 44 da Lei no 9.430, de 1996 observase que este determina a aplicação da multa de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Portanto, fica claro que a multa da legislação atual engloba as obrigações principal e acessória, ao se comparar com o que dispõe o mesmo artigo na versão anterior a MP 449/08 devese somar a obrigação principal à totalidade das obrigações acessórias relativas as GFIP, no presente procedimento fiscal, AI 68, conforme demonstrativo em anexo. A Recorrente teve ciência do AIOP em 29.09.2011, às fls. 01. O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Discriminativo do Débito DD é de 01/2006 a 12/2008. A Recorrente apresentou Impugnação tempestiva, em apertada síntese conforme o Relatório da decisão de primeira instância: Em preliminar pede a reunião do presente processo ao PAF 15504.723680/201109, diante da conexão, para que o julgamento seja em conjunto. Considerando a instauração de representação fiscal para fins penais, requer o procedimento do artigo 83 da Lei 9.430/96, aguardandose o desfecho da discussão na esfera administrativa e eventual pagamento/parcelamento do débito mantido. Alega que o auto de infração é nulo, por vício insanável do Mandado de Procedimento Fiscal. Diz que ocorreu a extinção do MPFF inicial por decurso de prazo para sua conclusão (instaurado em 4/5/11, com prazo de 120 dias expirando em 1/9/11), sem que, para validar a continuidade do procedimento, concluído em 29/9/11, tivesse sido validamente expedido termo de prorrogação do procedimento. Afirma que o MPFF poderia ser prorrogado tantas vezes quantas fossem necessárias, desde que respeitado o prazo máximo de 60 dias, nos termos do art. 12 da Portaria RFB 11.371/07, vigente à época do procedimento instaurado. Todavia, consultando o MPF no site da RFB, houve prorrogação do procedimento por mais 120 dias, em desrespeito à previsão do art. 12 da referida portaria. Fl. 2143DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.039 5 Aduz que não se pode alegar que o prazo de 120 dias tem sua validade embasada na posterior Portaria 3.014/11, em vigor desde 1/8/11, visto tratarse de norma procedimental, pois seria aplicável apenas aos mandados de procedimento fiscal instaurados após 1/8/11. Argumenta que ocorreu a decadência dos lançamentos decorrentes das notas fiscais/faturas anteriores a 29/9/06, nos termos do CTN, art. 150, §4o. Disserta sobre a matéria e cita decisão do Carf. Conclui que estão corroídos pela decadência os lançamentos referentes ao período de 01/06 a 09/06. No mérito, alega ser indevida a cobrança de contribuição previdenciária de 15% sobre serviços prestados pela cooperativa médica Unimed. Cita a CF/88, artigo 195, I, ‘a’ e afirma que a contribuição social a cargo da empresa incidirá sobre rendimentos pagos a pessoa física. Assim, a contribuição social incidente sobre o valor bruto das notas fiscais somente seriam legítimas se as cooperativas de trabalho tivessem a natureza jurídica de pessoa física. Contudo, as cooperativas são consideradas pessoas jurídicas. Cita a Lei 5.764/71, artigos 3o e 4o e doutrina. Acrescenta que a própria Lei 8.212/91, art. 15, I, parágrafo único, equipara a sociedade cooperativa à empresa. Conclui que, por ser a cooperativa de trabalho uma pessoa jurídica, não caberia ao fisco exigir da impugnante o recolhimento de 15% sobre os serviços que lhe tenham sido prestados pela cooperativa e trabalho médico (Unimed), por não se materializar a hipótese de incidência tributária. Alega também que caso fosse possível a cobrança de que trata a Lei 8.212/91, art. 22, IV, haveria que se ter a efetiva prestação de serviços. Da leitura do contrato de prestação de serviços, vê se que a cooperativa constitui o pólo ativo e a impugnante, formalmente, o pólo passivo da relação jurídica que se analisa, isso porque os serviços são prestados aos empregados da impugnante. Portanto, não há prestação de serviços à impugnante, o que descaracteriza a obrigação tributária em análise, não se materializando a hipótese de incidência tributária. Assim, diante da inexistência de prestação de serviços pelas cooperativas à impugnante, há que ser reconhecido o direito desta não se sujeitar ao pagamento da contribuição previdenciária ora exigida. Disserta sobre o desestímulo ao cooperativismo e tratamento tributário inadequado ao ato cooperado. Afirma que houve reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria Geral da República da insubsistência da contribuição ora combatida, sendo possível aos órgãos administrativos aplicar o entendimento. Alega ser inconstitucional a contribuição ora exigida, prevista na Lei 8.212/91, artigo 22, inciso IV, pois a Constituição, nos Fl. 2144DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 6 termos do artigo 195, inciso I, alínea ‘a’, permite apenas a criação de contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a pessoas físicas, e as cooperativas de trabalho são pessoas jurídicas. Caso a União fosse criar nova contribuição, deveria ser por meio de lei complementar, e a Lei 9.876/99 é ordinária. Cita decisão do STF e afirma que a matéria está sendo debatida na Suprema Corte em sede de recurso com repercussão geral no RE 595.838 e também na ADI nº 2594, que conta com parecer da Procuradoria Geral da República pela procedência da ação, ou seja, pela inexigibilidade da contribuição previdenciária de que trata a Lei 8.212/91, art. 22, inciso IV. Diz ser insubsistente o procedimento de arbitramento, pois não houve omissão, sonegação ou apresentação de informação deficiente pela impugnante, que são requisitos que autorizam o arbitramento. Argumenta que a fiscalização poderia, para determinação dos serviços prestados não discriminados nas faturas, ter pedido à impugnante a listagem dos atendimentos por associado. Agindo dessa forma, ocorreu a fiscalização em vício material. Cita decisões do Carf. Alega que a fiscalização não considerou a comprovação documental, acabando por arbitrar contribuição previdenciária incidente sobre valores que não podem ser considerados como base de cálculo do tributo, já que inexistiu serviço prestado, pois os valores representam preço fixo predeterminado. Conclui que não se materializa a hipótese de incidência tributária. Aduz ser ilegal a previsão da IN RFB 971/09 por ausência de previsão legal que fundamente o critério (e não o procedimento) do arbitramento adotado. Disserta sobre a matéria. Quanto à multa de ofício de 75% aplicada, diz tratarse de retroatividade maléfica. Demonstra entender como a multa foi calculada e argumenta que a Portaria PGFN/RFB 14/09 é insubsistente. Disserta sobre o assunto e conclui que as multas por descumprimento de obrigação principal e de obrigação acessória deveriam ter sido comparadas separadamente. Cita decisão do Carf. A empresa Business Institute de Campinas Ltda foi cientificada mas não apresentou Impugnação. A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 0238.800 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte MG, conforme Ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008 REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. A DRJ não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. Fl. 2145DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.040 7 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. AUSÊNCIA DE NULIDADE. O Mandado de Procedimento Fiscal é instrumento de controle administrativo e de informação ao contribuinte. Eventuais omissões ou incorreções no Mandado de Procedimento Fiscal não são causa de nulidade do auto de infração. DECADÊNCIA. Para verificação do prazo decadencial, aplicase o disposto no CTN, artigo 173, inciso I , nos casos em que não houve antecipação do pagamento do tributo. COOPERATIVA DE TRABALHO. A empresa é obrigada a contribuir com quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. ILEGALIDADE. O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes tais diplomas devem ser cumpridos, principalmente em se tratando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. MOMENTO DO CÁLCULO. A lei aplicase a fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A comparação para determinação da multa mais benéfica apenas pode ser realizada por ocasião do pagamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 8ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido no Auto de Infração 37.171.1533. Intimese para pagamento do crédito mantido no prazo de 30 dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário à Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em igual prazo, conforme facultado pelo artigo 33 do Decreto nº Fl. 2146DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 8 70.235, de 6 de março de 1972, tendo em vista o disposto no inciso I do artigo 25 e no artigo 29 da Lei nº 11.457, de 16 de março 2007. Encaminhese à Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem para cientificar o contribuinte e responsável solidário do inteiro teor deste Acórdão e demais providências. Inconformada com a decisão de 1ª instância, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário, onde combate fundamentadamente a decisão de primeira instância e reitera as argumentações deduzidas em sede de Impugnação. (i) DO JULGAMENTO EM CONJUNTO DESTE PROCESSO AO PAF N° 15504.7236 30/201109 E DA SUSPENSÃO DA REPRESENTAÇÃO FISCAIS PARA FINS PENAIS (ii) DA NECESSIDADE DE SOBRESTAMENTO DO PRESENTE RECURSO (ART. 62A, §§ 1o E 2o DO REGIMENTO INTERNO DO CARF) STF: RE 595.838 (iii) DA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO VÍCIO INSANÁVEL DO MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL (item "i" das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso) (iv) DA DECADÊNCIA DOS LANÇAMENTOS DECORRENTES DAS NOTAS FISCAIS/FATURAS ANTERIORES A 29/09/2006 DECURSO DO PRAZO DE CINCO ANOS DOS FATOS GERADORES ART. 150, § 4o DO CTN (item ii das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso (v) DA INDEVIDA INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE 15% SOBRE SERVIÇOS PRESTADOS PELA COOPERATIVA MÉDICA UNIMED (item "iii" das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso) (vi) DA INSUBSISTÊNCIA DO PROCEDIMENTO DE ARBITRAMENTO EXISTÊNCIA DE PROVA DOCUMENTAL TRAZIDA AOS AUTOS QUE DESQUALIFICA O PROCEDIMENTO (item "iv" das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso) Fl. 2147DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.041 9 (vii) DA COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL NÃO CONSIDERADA PELA FISCALIZAÇÃO E PELO V. ACÓRDÃO RECORRIDO APURAÇÃO DE ATOS NÃO COOPERATIVOS QUE NÃO SÃO PASSÍVEIS DE TRIBUTAÇÃO MENSALIDADE QUE NÃO SE CONFUNDE COM SERVIÇO PRESTADO (viii) DOS VÍCIOS QUE FULMINAM OS CRITÉRIOS DE CÁLCULO DA MULTA DE OFÍCIO DE 75% APLICADA "RETROATIVIDADE MALÉFICA" PARA FATOS GERADORES ANTERIORES A 2009 (item "v" das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso) A empresa Business Institute de Campinas Ltda foi cientificada mas não apresentou Recurso Voluntário. Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 2148DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 10 Voto Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação nos autos. Avaliados os pressupostos, passo para as Questões Preliminares. DAS QUESTÕES PRELIMINARES (A) Da regularidade do lançamento. Analisemos. Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contra Acórdão nº 0238.800 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte MG que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP nº. 37.171.1533, às fls. 01, com valor consolidado de R$ 122.997,21. Segundo o Relatório Fiscal, o lançamento referese às contribuições destinadas à Seguridade Social, parte devida pela Empresa, no percentual de 15%, incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, conforme previsto na Lei 8.212/91, artigo 22, inciso IV. Desta forma, conforme o artigo 37 da Lei n° 8.212/91, foi lavrado AIOP nº 37.171.1533 que, conforme definido no inciso IV do artigo 633 da IN MPS/SRP n° 03/2005, é o documento constitutivo de crédito relativo às contribuições devidas à Previdência Social e a outras importâncias arrecadadas pela SRP, apuradas mediante procedimento fiscal: (redação à época da lavratura do AIOP nº 37.171.1533) Lei n° 8.212/91 Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de beneficio reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. Fl. 2149DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.042 11 IN MPS/SRP n° 03/2005 Art. 633. São documentos de constituição do crédito tributário relativo às contribuições de que trata esta Instrução Normativa: (Nova redação dada pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008) I GFIP, que é o documento declaratório da obrigação, caracterizado como instrumento de confissão de dívida tributária; II Lançamento do Débito Confessado (LDC), que é o documento por meio do qual o sujeito passivo confessa os débitos que verifica; (Nova redação dada pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008) III Revogado pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008 IV Auto de Infração (AI), que é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à multa aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória, lavrado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) e apurado mediante procedimento de fiscalização; e (Nova redação dada pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008) V Notificação de Lançamento, que é o documento constitutivo de crédito expedido pelo órgão da Administração Tributária. (Nova redação dada pela IN RFB nº 851, de 28/05/2008) IN RFB n° 971/2009 Art. 460. São documentos de constituição do crédito tributário relativo às contribuições de que trata esta Instrução Normativa: I Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), é o documento declaratório da obrigação, caracterizado como instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário; II Lançamento do Débito Confessado (LDC), é o documento por meio do qual o sujeito passivo confessa os débitos que verifica; III Auto de Infração (AI), é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à multa aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória, lavrado por AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscalização; IV – Notificação de Lançamento (NL), é o documento constitutivo de crédito expedido pelo órgão da Administração Tributária; V Débito Confessado em GFIP (DCG), é o documento que registra o débito decorrente de divergência entre os valores recolhidos em documento de arrecadação previdenciária e os declarados em GFIP; e Fl. 2150DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 12 Podese elencar as etapas necessárias à realização do procedimento: · A autorização por meio da emissão de TIAF – Termo de Início da Ação Fiscal, o qual contém o Mandado de Procedimento Fiscal – MPF F, com a competente designação do AuditorFiscal responsável pelo cumprimento do procedimento; · A intimação para a apresentação dos documentos conforme Termo de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária; · A autuação dentro do prazo autorizado pelo referido Mandado, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes: a. IPC Instruções para o Contribuinte (que tem a finalidade de comunicar ao contribuinte como regularizar seu débito, como apresentar defesa e outras informações); b. DD Discriminativo do Débito c. FLD Fundamentos Legais do Débito (que indica os dispositivos legais que autorizam o lançamento e a cobrança das contribuições exigidas, de acordo com a legislação vigente à época do respectivo fato gerador); d. VÍNCULOS Relatório de Vínculos (que lista todas as pessoas físicas ou jurídicas em razão de seu vínculo com o sujeito passivo, indicando o tipo de vínculo existente e o período); e. TIPF – Termo de Início do Procedimento Fiscal; h. REFISC – Relatório Fiscal. Cumprenos esclarecer ainda, que o lançamento fiscal foi elaborado nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional, especialmente a verificação da efetiva ocorrência do fato gerador tributário, a matéria sujeita ao tributo, bem como o montante individualizado do tributo devido. De plano, o art. 142, CTN, estabelece que: “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Fl. 2151DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.043 13 Analisandose o AIOP nº 37.171.1533, temse que foi cumprido integralmente os limites legais dispostos no art. 142, CTN. Ademais, não compete ao AuditorFiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Diante do exposto, não prospera a alegação da Recorrente. (iv) DA DECADÊNCIA DOS LANÇAMENTOS DECORRENTES DAS NOTAS FISCAIS/FATURAS ANTERIORES A 29/09/2006 DECURSO DO PRAZO DE CINCO ANOS DOS FATOS GERADORES ART. 150, § 4o DO CTN (item ii das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso Analisemos. O Supremo Tribunal Federal STF, conforme o Informativo STF nº 510 de 19 de junho de 2008, por entender que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária, nos termos do artigo 146, III, b, da Constituição Federal, negou provimento por unanimidade aos Recursos Extraordinários nºs 556664/RS, 559882/RS, 559.943 e 560626/RS, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46, da Lei nº 8.212/91, atribuindose, à decisão, eficácia ex nunc apenas em relação aos recolhimentos efetuados antes de 11.6.2008 e não impugnados até a mesma data, seja pela via judicial, seja pela administrativa. Após, o STF aprovou o Enunciado da Súmula Vinculante nº 8, publicada em 20.06.2008, nestes termos: Súmula Vinculante nº 8 São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Publicada no DOU de 20/6/2008, Seção 1, p.1. É necessário observar ainda que as súmulas aprovadas pelo STF possuem efeitos vinculantes, conforme se depreende do art. 103A e parágrafos da Constituição Federal, que foram inseridos pela Emenda Constitucional nº 45/2004. in verbis: Fl. 2152DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 14 “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgandoa procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso (g.n.)." Portanto, da leitura do dispositivo constitucional acima, concluise que a vinculação à súmula alcança a administração pública e, por conseqüência, os julgadores no âmbito do contencioso administrativo fiscal. Ademais, no termos do artigo 64B da Lei 9.784/99, com a redação dada pela Lei 11.417/06, a administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, deve adequar a decisão administrativa ao entendimento do STF, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. “Art. 64B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, darseá ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal” Cumpre ressaltar que o art. 62, caput do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF do Ministério da Fazenda, Portaria MF nº 256 de 22.06.2009, veda o afastamento de aplicação ou inobservância de legislação sob fundamento de inconstitucionalidade. Porém, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, ressalva que o disposto no caput não se aplica a dispositivo que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal: “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 2153DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.044 15 Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou Portanto, em razão da declaração de inconstitucionalidade dos arts 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 pelo STF, há que serem observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional CTN. Dessa forma, constatase que já se operara a decadência do direito de constituição dos créditos ora lançados, nos termos dos artigos 150, § 4o, e 173 do Código Tributário Nacional. O meu posicionamento se identifica com o direcionamento do Superior Tribunal de Justiça – STJ no sentido de no caso de tributo lançado por homologação, desde que haja a antecipação de pagamento e não se configure os casos de dolo, fraude ou simulação, se aplica a regra especial disposta no art. 150, § 4º, CTN, conforme se depreende do REsp 973.733/SC nos termos do art. 62A, Anexo II, Regimento Interno do CARF – RICARF. Na hipótese dos autos, a Recorrente juntou aos autos cópias de GPS e de extratos de Recolhimentos pertinentes ao período objeto, 01/2006 a 12/2008, às fls. 170 a 312, onde se constata a presença de recolhimentos feitos pelo sujeito passivo de 01/2006 a 12/2008. Portanto, estes recolhimentos feitos pelo contribuinte, via Guias da Previdência Social GPS entre as competências 01/2006 a 12/2008, no meu posicionamento, é o suficiente para considerar os recolhimentos antecipados feitos pelo contribuinte ensejando a aplicação do art. 150, § 4º, CTN, com fulcro no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62A, Anexo II, Regimento Interno do CARF – RICARF. A Recorrente teve ciência do AIOP em 29.09.2011, às fls. 01. O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Discriminativo do Débito DD, é de 01/2006 a 12/2008. Portanto, constatase que já se operara a decadência do direito de constituição dos créditos lançados até a competência 08/2006, inclusive, nos termos do art. 150, § 4º, CTN. DO MÉRITO (ii) DA NECESSIDADE DE SOBRESTAMENTO DO PRESENTE RECURSO (ART. 62A, §§ 1o E 2o DO REGIMENTO INTERNO DO CARF) STF: RE 595.838. (v) DA INDEVIDA INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE 15% SOBRE SERVIÇOS PRESTADOS Fl. 2154DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 16 PELA COOPERATIVA MÉDICA UNIMED (item "iii" das alegações da DRJ/BH, conforme elencado na página 3 deste recurso) Analisemos os itens (ii) e (iv). Segundo o Relatório Fiscal, o lançamento referese às contribuições destinadas à Seguridade Social, parte devida pela Empresa, no percentual de 15%, incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, conforme previsto na Lei 8.212/91, artigo 22, inciso IV. Quanto às cooperativas de trabalho, as contribuições devidas a cargo da empresa, tem sua disposição no art. 22, IV, Lei nº 8.212/1991: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: (...) IV quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.(Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). Outrossim, o Supremo Tribunal Federal – STF, em sessão plenária realizada em 23/04/2014, em sede de Recurso Extraordinário RE 595.838/SP com Repercussão Geral, art. 543B, CPC, impetrado por Etel Estudos Técnicos Ltda., em face da União, cuja inconstitucionalidade fora declarada pela unanimidade de votos, conforme se percebe de seu trecho abaixo, verbis: Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, deu provimento ao recurso extraordinário e declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 9.876/1999. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes. Falaram, pelo amicus curiae, o Dr. Roberto Quiroga Mosquera, e, pela recorrida, a Dra. Cláudia Aparecida de Souza Trindade, Procuradora da Fazenda Nacional. Plenário, 23.04.2014. Observase que esta decisão foi publicada na Ata nº 10, de 23/04/2014. DJE nº 85, divulgado em 06/05/2014. Em consulta ao sítio do Supremo Tribunal Federal em 11.02.2015 (http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2651722) temse a movimentação processual indicando a rejeição por unanimidade dos Embargos de Declaração: Em 08/01/2015 Conclusos ao(à) Relator(a) Em 08/01/2015Juntada a petição nº58621/2014.58621/2014 Em 19/12/2014 Juntada da certidão de julgamento referente à sessão Plenária de 18/12/2014. Fl. 2155DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.045 17 Em 18/12/2014Embargos rejeitados TRIBUNAL PLENO Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, rejeitou os embargos de declaração. Ausentes, justificadamente, os Ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 18.12.2014. Ainda assim, segue trecho do voto do Ministro Relator (http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/RE595838.pdf), cuja redação a seguir: Diante de tudo quanto exposto, é forçoso reconhecer que, no caso, houve extrapolação da base econômica delineada no art. 195, I, a, da Constituição, ou seja, da norma sobre a competência para se instituir contribuição sobre a folha ou sobre outros rendimentos do trabalho. Houve violação do princípio da capacidade contributiva, estampado no art. 145, § 1º, da Constituição, pois os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus associados, não se confundem com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados. Ademais, o legislador ordinário acabou por descaracterizar a contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da cooperativa, com evidente bis in idem. A contribuição instituída pela Lei nº 9.876/99 representa nova fonte de custeio, sendo certo que somente poderia ser instituída por lei complementar, com base no art. 195, § 4º com a remissão feita ao art. 154, I, da Constituição. Diante do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para declarar a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. É como voto. Cumpre ressaltar que o art. 62, caput do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF do Ministério da Fazenda, Portaria MF nº 256 de 22.06.2009, veda o afastamento de aplicação ou inobservância de legislação sob fundamento de inconstitucionalidade. Porém, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, ressalva que o disposto no caput não se aplica a dispositivo que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal: “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 2156DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 18 Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; Enquanto que o art. 62A, do Regimento Interno do CARF, dispõe que ass decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática prevista pelos artigos 543B, CPC, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010) Portanto, diante da vinculação deste conselho à decisão supra, RE no. 595.838/SP, conforme arts. 62, I e 62A do RICARF, devem ser afastados os valores relativos à tributação no percentual de 15%, incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, conforme previsto na Lei 8.212/91, artigo 22, inciso IV. Demais argumentos. Em função do decidido nos tópicos acima (ii) e (v), pelo provimento total ao recurso, por falta de objeto, não iremos apreciar os demais argumentos do recurso Voluntário. Fl. 2157DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.723679/201176 Acórdão n.º 2403002.948 S2C4T3 Fl. 1.046 19 CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do recurso, para, em Preliminar, se reconhecer a decadência até a competência 08/2006, inclusive, com base no art. 150, § 4º, CTN. No Mérito, dar provimento ao recurso para afastar a tributação incidente sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 2158DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10930.003264/2008-33
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. LIMITES DA LIDE.
Para a solução do litígio tributário deve o julgador delimitar, claramente, a controvérsia posta à sua apreciação, restringindo sua atuação apenas a um território contextualmente demarcado. Esses limites são fixados, por um lado, pela pretensão do Fisco e, por outro, pela resistência do contribuinte, expressos, respectivamente, pelo ato de lançamento e pela impugnação/recurso.
RENDIMENTOS RECEBIDOS EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO JUDICIAL. DEDUTIBILIDADE DOS HONORÁRIOS E DESPESAS NECESSÁRIAS AO RECEBIMENTO.
São dedutíveis do total dos rendimentos percebidos em ação judicial o valor das despesas necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2801-004.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para cancelar em parte a omissão de rendimentos, no valor de R$ 19.389,48, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: Marcio Henrique Sales Parada
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. LIMITES DA LIDE. Para a solução do litígio tributário deve o julgador delimitar, claramente, a controvérsia posta à sua apreciação, restringindo sua atuação apenas a um território contextualmente demarcado. Esses limites são fixados, por um lado, pela pretensão do Fisco e, por outro, pela resistência do contribuinte, expressos, respectivamente, pelo ato de lançamento e pela impugnação/recurso. RENDIMENTOS RECEBIDOS EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO JUDICIAL. DEDUTIBILIDADE DOS HONORÁRIOS E DESPESAS NECESSÁRIAS AO RECEBIMENTO. São dedutíveis do total dos rendimentos percebidos em ação judicial o valor das despesas necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte. Recurso Voluntário Provido.
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RECURSO VOLUNTÁRIO. LIMITES DA LIDE. Para a solução do litígio tributário deve o julgador delimitar, claramente, a controvérsia posta à sua apreciação, restringindo sua atuação apenas a um território contextualmente demarcado. Esses limites são fixados, por um lado, pela pretensão do Fisco e, por outro, pela resistência do contribuinte, expressos, respectivamente, pelo ato de lançamento e pela impugnação/recurso. RENDIMENTOS RECEBIDOS EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO JUDICIAL. DEDUTIBILIDADE DOS HONORÁRIOS E DESPESAS NECESSÁRIAS AO RECEBIMENTO. São dedutíveis do total dos rendimentos percebidos em ação judicial o valor das despesas necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para cancelar em parte a omissão de rendimentos, no valor de R$ 19.389,48, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 00 32 64 /2 00 8- 33 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10930.003264/200833 Acórdão n.º 2801004.026 S2TE01 Fl. 85 2 Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Em desfavor do contribuinte acima identificado foi lavrada Notificação de Lançamento, onde lhe foi exigido crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas, exercício de 2005, ano calendário de 2004, no valor de R$ 4.340,46, acrescido de multa proporcional de 75% e mais juros de mora calculados pela Selic. Na descrição dos fatos (fl. 6), narra a Autoridade Fiscal que constatou a omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas, no total de R$ 22.631,55, apontando a fonte Banco do Brasil S/A. Inconformado, o Contribuinte apresentou Impugnação ao lançamento, onde alegou, em resumo, que recebera os rendimentos acumuladamente em razão de processo judicial trabalhista e que havia pago R$ 22.631,55, considerados omitidos, à custa de honorários advocatícios, por isso não os declarou. Discrimina ainda as verbas entre tributáveis, FGTS e imposto retido. Sua manifestação foi tratada pela DRJ em Curitiba/PR, que transcreveu a legislação pertinente e assentou que "de fato, despesas com advogado ... são passíveis de dedução na base de cálculo do Imposto..."; que o contribuinte apresentara o comprovante de pagamento, mas que deduzira o valor sobre o total dos rendimentos percebidos, sem discriminar as parcelas tributáveis das não tributáveis. Como não havia anexado aos autos a documentação que permitisse fazer essa discriminação, para verificar qual o percentual dos honorários que seriam dedutíveis, decidiuse, então, pela improcedência da Impugnação. Cientificado dessa Decisão em 16/06/2011 (AR na folha 43), o Contribuinte, ainda inconformado, apresentou recurso voluntário em 14/07/2011, com protocolo na folha 44. Em sede de recurso, busca apresentar os documentos faltantes para demonstrar quais são as parcelas tributáveis e as não tributáveis, discriminadas em cálculos do Perito judicial. Apresenta novo cálculo e concorda que a dedução dos honorários não poderia se dar sobre o total do valor, mas apenas em relação aos rendimentos tributáveis. Anexa DARF com recolhimento parcial do imposto. PEDE o cancelamento da Notificação de Lançamento. Na folha 76 existe Despacho da Unidade preparadora reconhecendo ser o recurso parcial e entendendo, em face dos valores que apresenta, pela suspensão integral do crédito tributário. O recurso foi submetido à apreciação desta Turma Especial em Sessão ocorrida em 16 de outubro de 2012, onde decidiuse pelo sobrestamento do julgamento considerando que a regra de tributação sobre rendimentos recebidos acumuladamente ocupava lugar entre as matérias submetidas à repercussão geral, pelo STF, e que o Regimento Interno Fl. 85DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10930.003264/200833 Acórdão n.º 2801004.026 S2TE01 Fl. 86 3 do CARF determinava que, sendo assim, deverseia sobrestar também o julgamento do recurso administrativo até a decisão pela Corte Suprema. Os dispositivos do Regimento Interno (§§ 1º e 2º do artigo 62A) foram revogados em novembro de 2013 e, recentemente, o STF concluiu o julgamento sobre a matéria. É o relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. O recurso é tempestivo, conforme relatado e, atendidas as demais formalidades legais, dele tomo conhecimento. A numeração de folhas a que me refiro a seguir é a identificada após a digitalização do processo, transformado em meio eletrônico (arquivo.pdf). Conforme já destacado no Relatório, o recurso é parcial, uma vez que o Contribuinte concordou em parte com a exigência fiscal, reconhecendo que parcela dos rendimentos recebidos na Ação Judicial seriam isentos e não tributáveis e, proporcionalmente, o valor dos honorários advocatícios não seria dedutível. Houve inclusive o recolhimento parcial, como demonstra o DARF anexado na folha 71. Data vênia, discordo do exposto no Acórdão da DRJ de que não poderia determinar a parcela tributável e discernila da não tributável, uma vez que no comprovante de rendimentos apresentado pela fonte pagadora Banco do Brasil, que está na folha 11, e no qual baseouse a Fiscalização para entender pela omissão de rendimentos, acolhendo os valores ali informados, consta a discriminação buscada. Verifico ainda que apesar de tratarse de rendimentos recebidos acumuladamente, a lide não se desenvolve em torno da forma de tributação, uma vez que tanto o Fisco quanto o Contribuinte adotaram o mesmo critério. A controvérsia reside na dedução ou não do valor dos honorários advocatícios e em que proporção. Citese: A lei processual estabelece regras que deverão presidir as relações entre os intervenientes na discussão tributária. A atuação dos órgãos administrativos de julgamento pressupõe a existência de interesses opostos, expressos de forma dialética....Na lição de Calamandrei, “o processo se desenvolve como uma luta de ações e reações, de ataques e defesas, na qual cada um dos sujeitos provoca, com a própria atividade, o movimento dos outros sujeitos, e espera,depois, deles um novo impulso....”Se no curso deste processo, constatarse a concordância de opiniões, devese por fim ao processo, já que o próprio objeto da discussão perdeu o sentido. Da mesma forma, não há o que julgar se o contribuinte não contesta a imposição tributária que lhe é imputada.(NEDER, Marcos Vinícius e LOPEZ, Maria Teresa Martinez. Processo Administrativo Fiscal Comentado. 2ª ed,. Dialética, São Paulo, 2004, p. 265/266) Fl. 86DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10930.003264/200833 Acórdão n.º 2801004.026 S2TE01 Fl. 87 4 A 1ª instância já havia reconhecido o direito do contribuinte de deduzilos da base de cálculo do imposto, na apuração anual, e também reconhecido, como aqui ratifico, a comprovação do efetivo pagamento, a partir do documento de folha 10 (depósito em dinheiro na conta da Advogada Alba Terezinha Legnani). A partir dos cálculos periciais acostados aos autos e do supracitado comprovante de rendimentos fornecido pela fonte pagadora, verifico que efetuandose o cálculo proporcional entre os rendimentos tributáveis (R$ 121.098,64) e os não tributáveis (20.248,50) podese considerar dedutíveis R$ 19.389,48 pagos a título de honorários advocatícios, que foi o valor que o contribuinte encontrou em seu recurso. Como a omissão apontada na Notificação de Lançamento foi de R$ 22.631,55, permaneceria apenas uma diferença de R$ 3.242,07, sobre a qual o contribuinte grifa ser "parte não recorrida". Assim, entendo que devam ser considerados dedutíveis dos rendimentos recebidos R$ 19.389,48, a título de honorários advocatícios, reduzindose a importância encontrada e apontada como "Omissão de rendimentos" pela Autoridade autuante. Em relação ao restante, o Contribuinte não apresenta discordância, inclusive prestandose ao recolhimento do imposto correspondente, e considerarseá a matéria fora do litígio. Face ao exposto, VOTO por dar provimento ao recurso para cancelar em parte a omissão de rendimentos apurada na notificação de lançamento no valor de R$ 19.389,48, cabendo à Unidade de origem a alocação do pagamento efetuado (fls. 71 e 76) ao saldo remanescente e não recorrido. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Fl. 87DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN
score : 1.0
Numero do processo: 10830.912992/2009-47
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2003 a 31/07/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. PROVA. VERDADE MATERIAL.
Demonstrado pelo contribuinte, por meio de planilhas amparadas em prova contábil - cópias do Balancete Patrimonial, Demonstrativo de Resultado e Livro Razão -, o valor correto da base de cálculo e que antes houvera a inclusão indevida de receita financeira - não sujeita à incidência da contribuição -, deve ser reconhecida a existência de recolhimento em valor maior que o devido.
Recurso provido.
Numero da decisão: 3403-003.560
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Ivan Allegretti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Jorge Freire.
Nome do relator: IVAN ALLEGRETTI
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DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. PROVA. VERDADE MATERIAL. Demonstrado pelo contribuinte, por meio de planilhas amparadas em prova contábil cópias do Balancete Patrimonial, Demonstrativo de Resultado e Livro Razão , o valor correto da base de cálculo e que antes houvera a inclusão indevida de receita financeira não sujeita à incidência da contribuição , deve ser reconhecida a existência de recolhimento em valor maior que o devido. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Jorge Freire. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 29 92 /2 00 9- 47 Fl. 128DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Relatório Tratase da continuação de julgamento que foi convertido em diligência por este Conselho, por meio da Resolução nº 3401000.674, de 19 de março de 2013 (fls. 94/97). Transcrevo abaixo o relatório da Resolução: Trata o presente processo de pedido de compensação referente à COFINS no valor de R$ 15.663,58,, relativo ao período de apuração jul/2003.. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório de não homologação da compensação, sob o seguinte fundamento: “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP.” Cientificada da decisão, a contribuinte protocolou Manifestação de Inconformidade, alegando em síntese: Não foi realizada a devida alteração e retificação da DCTF no momento em que foram recalculados os débitos e identificados os valores pagos a maior, por um mero equivoco administrativo; A resolução do problema se dá com a simples retificação da DCTF alterando o valor do débito e excluindo o referido DARF como fonte de pagamento de débito. A 3a Turma da DRJ constatou que a DCTF foi retificada após o despacho eletrônico, mas manteve o indeferimento por não haver prova de erro cometido na original. Observou que a contribuinte trouxe aos autos apenas a cópia da retificação da DCTF. A contribuinte protocolou Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual explica que a retificação na DCTF decorre da tributação de “outras receitas” – além do faturamento –, incluídas na base de cálculo da Contribuição, asseverando que a realização de simples diligência permitiria constatar na sua escrituração o seu direito creditório. Anexou aos autos cópias de Diário e Razão, dentre outros documentos, invoca o princípio da verdade material e cita em prol de sua argumentação o Acórdão no 20309.788 e a Solução de Consulta da 3a Região Fiscal nº 35, de 30/08/2005. Por fim, a contribuinte requer que seja reformada integralmente a decisão proferida pela DRJ Campinas, a fim de que seja reconhecido o direito ao crédito proveniente de recolhimento indevido efetuado a título de Cofins e, conseqüentemente, que seja homologada a compensação por ela realizada. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10830.912992/200947 Acórdão n.º 3403003.560 S3C4T3 Fl. 129 3 O entendimento do Colegiado foi no sentido de converter o julgamento em diligência nos seguintes termos: A diligência ora proposta surgiu com os esclarecimentos prestados no recurso voluntário, desta feita acompanhados de documentos (cópias dos Livros Diário e razão) que precisam ser analisados pela fiscalização. Quanto à circunstância de a DCTF ter sido retificada extemporaneamente, há de ser relevada se o resultado da diligência comprovar ter havido pagamento a maior, por terem sido computadas na base de cálculo receitas que somente seriam tributadas à luz do alargamento estabelecido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, cuja inconstitucionalidade, em caráter definitivo, é posterior ao fato gerador deste processo. Por sinal, a decisão de Superintendência da RFB confirmando a desnecessidade de retificação de DCTF, na hipótese que se afigura como a situação destes autos. Refirome à solução de Consulta da Disit da 3a RF nº 35, de 30/08/2005, com o seguinte teor, verbis: ASSUNTO:Obrigações Acessórias EMENTA:COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. A compensação de créditos tributários declarados como saldos a pagar na DCTF com créditos apurados em eventos supervenientes ao período de apuração daqueles créditos tributários obriga o sujeito passivo à entrega de Declaração de Compensação, sendo desnecessária a entrega de DCTF retificadora que tenha por fim informar a compensação efetuada. DCTF é confissão relativa e que a RFB não pode têla como definitiva, omitindose de realizar a diligências necessárias à apuração na contabilidade e escrita fiscal. Frente a todo o exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que o órgão de origem verifique a composição da base de cálculo adotada pela Recorrente ao recolher a Contribuição, levando em conta as notas fiscais emitidas, a escrita contábil e a fiscal e outros documentos que considerar pertinentes. Ao final da diligência deve ser elaborado relatório discriminando os montantes totais tributados e, em separado, os valores de outras receitas tributadas com base no alargamento promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, de modo a se apurar os valores devidos, com e sem o alargamento, e confrontálos com o recolhido. Deve ser demonstrado, ainda, se houve recolhimento a maior, levandose em conta os dois valores devidos levantados (um tomandose como base de cálculo a receita bruta alargada, outro apenas o faturamento estrito anterior à Lei nº 9.718/98). A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas/SP (DRF), realizou a diligência fiscal, resumindo sua conclusão na seguinte Informação Fiscal (fl. 98): Fl. 130DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 Irresignado, o sujeito passivo apresentou Recurso Voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, que baixou os autos em diligência objetivando verificar a base de cálculo adotada pela recorrente nos recolhimentos e a inclusão (ou não) de valores correspondentes a outras receitas, além daquelas que compõem o faturamento mencionado no art. 2º da Lei no 9.718/98. Desta forma, verificamos, com base na a escrita contábil apresentada – demonstrativo de resultado, balancete patrimonial e razão analítico, que na composição da base de cálculo do PIS de Jul/2002 a Recorrente adicionou receitas não abrangidas no conceito de faturamento o mensal, de acordo com o art. 2 da Lei nº 9.718/98. Considerando o acima disposto, na tabela abaixo discriminamos o montante total tributado, o valor das receitas tributadas com base no alargamento promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei no 9.718/98, o valor declarado em DCTF, o valor devido calculado sem o alargamento, o valor recolhido através de DARF ́s e o valor recolhido a maior: Intimado, o contribuinte manifestou que “com a diligência foi possível verificar que, como mencionado desde o início pela contribuinte, houve a inclusão de receitas não abrangidas no conceito de faturamento mensal na base de cálculo da Cofins recolhida (...), o que comprovou a existência de crédito (...)” (fls. 105/106). É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator O recurso voluntário foi protocolado em 08/10/2010 (fl. 53), dentro do prazo de 30 dias contados da notificação do acórdão da DRJ, que aconteceu em 10/09/2010 (fl. 52). Por ser tempestivo e conter razões de reforma do acórdão da DRJ, tomo conhecimento do recurso. Receitas Diversas Operacionais R$ 423,00 Recuperação de Despesas R$ 0,00 Juros Recebidos R$ 127.443,92 Descontos Obtidos R$ 14.297,98 Variações Monetárias Ativas R$ 0,00 Créditos de Operações Diversas R$ 0,00 Variação Cambial Ativa R$ 379.954,36 Receita Aplicação Financeira R$ 0,00 Total Outras Receitas Tributadas R$ 522.119,26 Montante Total Tributado Outras Receitas Tributadas Valor Devido Valor Declarado em DCTF Valor Recolhido Valor Recolhido a Maior R$ 13.547.262,00 R$ 522.119,26 R$ 390.754,28 R$ 406.417,86 R$ 406.417,86 R$ 15.663,58 Fl. 131DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10830.912992/200947 Acórdão n.º 3403003.560 S3C4T3 Fl. 130 5 Tratase de Declaração de Compensação (DCOMP) que teve sua homologação negada por Despacho Decisório Eletrônico (DDE), ao fundamento de que o valor do DARF foi integralmente absorvido pelo valor confessado em DCTF. Na impugnação o contribuinte limitouse a explicar que promoveu a retificação da DCTF, para ajustar os valores com aqueles informados em DCOMP. A DRJ negou provimento à impugnação ao fundamento de que, depois de recusada a homologação da DCOMP, não basta a retificação da DCTF, sendo necessária a comprovação do indébito. Assim, na interposição do recurso voluntário o contribuinte apresentou planilha demonstrando a composição da base de cálculo da contribuição, acompanhada de documentos contábeis Balancete Patrimonial, Demonstrativo de Resultado e do Livro Razão. Este Conselho deliberou pela conversão do julgamento em diligência para que a Delegacia de origem confirmasse a demonstração, tomando como base a documentação contábil apresentada pelo contribuinte. A Delegacia conferiu a documentação contábil apresentada e confirmou a apuração da base de cálculo, tal como apresentada pelo contribuinte, do que restou confirmado o valor do indébito indicado pelo contribuinte na DCOMP. Resta a este Conselho, diante de tal contexto dos fatos, ratificar tudo quanto foi apurado pela DRF, reconhecendo ao contribuinte o direito de crédito e homologando a compensação. Voto, pois, pelo provimento do recurso (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Fl. 132DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 13896.910159/2012-91
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 01 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.925
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1572; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 11 1 10 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.910159/201291 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3801000.925 – 1ª Turma Especial Data 28 de janeiro de 2015 Assunto Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS Recorrente JPTE ENGENHARIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório eletronicamente emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil no Recife, por meio do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 10 15 9/ 20 12 -9 1 Fl. 305DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910159/201291 Resolução nº 3801000.925 S3TE01 Fl. 12 2 qual foi não homologada a Declaração de Compensação DCOMP em que é indicado suposto crédito a título de pagamento indevido ou a maior da COFINS. Por bem descrever os fatos, transcrevo o Relatório da DRJ de Recife: 2. A não homologação da compensação se deu porque, embora localizado supradito pagamento, ele fora integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação. 3. No recurso, a defendente alega que tem por objeto a prestação de serviços técnicos no ramo de engenharia e que tem como principal tomadora de serviços o Grupo PETROBRÁS, estando submetida ao pagamento, dentre outros tributos, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, relativamente às quais as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 estabeleceram sistemática não cumulativa de pagamento, que consiste “em deduzir, dos débitos apurados de cada contribuição, os respectivos créditos admitidos na legislação”. 4. Transcreve a recorrente o art. 3º, da Lei nº 10.833/2003, que prevê a possibilidade de desconto de créditos da COFINS, e apresenta decisões administrativas e judiciais que tratam do conceito de insumos para fins de desconto de créditos desta contribuição, após o que assevera que, “fundamentada na legislação tributária e no entendimento dado pelos Tribunais Pátrios, em decorrência de recolhimentos realizados a maior no exercício de liquidação de sua carga tributária inerente às Contribuições Sociais em comento, razão pela qual requereuse a presente compensação administrativa”. 5. Diz ter cumprido todas as etapas legais estabelecidas e que preencheu todos os requisitos e que, desta forma, não haveria que se negar a homologação das compensações e muito menos ainda aplicar multa. 6. Argúi que a alegação do Despacho Decisório recorrido de que inexistiria crédito indicaria, de forma clara, erro no cruzamento de informações dos sistemas que impediu a identificação do crédito, que fala ser líquido e certo. 7. Menciona que, para sanar quaisquer dúvidas, apresenta Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais – DACON e de Declaração de Débitos e Créditos – DCTF da DCOMP. 8. Ao final, diante das provas apresentadas, requereu o acolhimento da defesa e que seja julgada “improcedente a autuação e, em decorrência, cancelada a exigência”. 9. Dentre outros documentos, a contribuinte anexou aos presentes autos cópia de DACON retificadora e este. Analisando o caso, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife entendeu por bem julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade do contribuinte, ao Fl. 306DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910159/201291 Resolução nº 3801000.925 S3TE01 Fl. 13 3 argumento de que este não apresentou documentos que evidenciassem, de forma inequívoca, o direito ao pretendido indébito. Transcrevase a ementa da referida decisão: TRIBUTO. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. RESTITUIÇÃO. RECONHECIMENTO. REQUISITOS. O reconhecimento do direito à restituição/compensação de tributo recolhido de acordo com confissão de dívida constante de DCTF ativa quando da emissão do Despacho Decisório que não homologa a compensação exige a comprovação, pelo sujeito passivo, de erro na confissão e de que o pagamento realizado foi indevido ou a maior que o devido em face da legislação aplicável ou das circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. DIREITO CREDITÓRIO. PROVAS. MOMENTO PARA APRESENTAÇÃO. Ressalvadas as hipóteses das alíneas “a” a “c”, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72, as provas do direito creditório devem ser apresentadas por ocasião da interposição da Manifestação de Inconformidade, precluindo o direito de posterior juntada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Diante dessa decisão, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, alegando, em síntese, que não fora intimado para prestar qualquer esclarecimento ou apresentar documentação fiscal que atestassem a natureza e demonstrassem inequivocamente o seu crédito, tendo o seu pedido de compensação sido não homologado direto por meio de despacho eletrônico. Assim, juntou ao Recurso todos os documentos contábeis, fiscais, relatórios, planilhas demonstrativas, balancetes, que comprovam a natureza do crédito. Registrou também disponibilizar os documentos fiscais e contábeis, que poderão ser retirados a qualquer momento no arquivo central da empresa, em Barueri. Argumentou que o processo administrativo fiscal possui como princípio a verdade material e traz jurisprudência deste Conselho e do Poder Judiciário sobre a necessidade e importância de sua aplicação. É o relatório. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910159/201291 Resolução nº 3801000.925 S3TE01 Fl. 14 4 Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Analisando os autos, entendo que no julgamento da Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente, a Delegacia de Julgamento de Recife poderia, de ofício, independentemente de requerimento expresso, ter realizado diligências para aferir autenticidade e correção dos créditos declarados pela Recorrente. Esta é a orientação do artigo 18 do Decreto 70.235/72. Confirase: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) A ilação do citado dispositivo do Decreto que rege o processo administrativo é de que deve a Administração Pública se valer de todos os elementos possíveis para aferir a autenticidade das declarações dos contribuintes, o que, data venia, não foi feito no presente caso. Devese ressaltar, sobre o processo administrativo fiscal, que ele é delineado por diversos princípios, dentre os quais se destaca o da Verdade Material, cujo fundamento constitucional reside nos artigos 2º e 37 da Constituição Federal, no qual o julgador deve pautar suas decisões. Ou seja, o julgador deve perseguir a realidade dos fatos, para que não incorra em decisões injustas ou sem fundamento. Nesse sentido, são os ensinamentos do ilustre Professor James Marins: A exigência da verdade material corresponde à busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal; aproximação entre os eventos ocorridos na dinâmica econômica e o registro formal de sua existência; entre a materialidade do evento econômico (fato imponível) e sua formalidade através do lançamento tributário. A busca pela verdade material é princípio de observância indeclinável da Administração tributária no âmbito de suas atividades procedimentais e processuais. (grifouse). (MARINS, James. Direito Tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. pág. 178 e 179.) No processo administrativo tributário, o julgador deve sempre buscar a verdade e, portanto, não pode basear sua decisão em apenas uma prova carreada nos autos. É permitido ao julgador administrativo, inclusive, ao contrário do que ocorre nos processos judiciais, não ficar restrito ao que foi alegado, trazido e provado pelas partes, devendo sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Isto porque, no processo administrativo não há a formação de uma lide propriamente dita, não há, em tese, um conflito de interesses. O objetivo é esclarecer a Fl. 308DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910159/201291 Resolução nº 3801000.925 S3TE01 Fl. 15 5 ocorrência dos fatos geradores de obrigação tributária, de modo a legitimar os atos da autoridade administrativa. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes, portanto, da decisão, fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Processo anulado. (13896.000730/00 99, Recurso Voluntário n°. 132.865, ACÓRDÃO 20312338, Relator Dalton Cesar Cordeiro de Miranda) PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento". (Ac. 103 18789 3ª. Câmara 1º. C.C.). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371 RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. (10950.002540/200565, Recurso Voluntário n°. 136.880, Acórdão 30239947, Relatora Judith do Amaral Marcondes) IRPJ PREJUÍZO FISCAL IRRF RESTITUIÇÃO DE SALDO NEGATIVO ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DIPJ PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Não procede o não reconhecimento de direito creditório relativo a IRRF que compõe saldo negativo de IRPJ, quando comprovado que a receita correspondente foi oferecida à tributação, ainda que em campo inadequado da declaração. Recurso provido. (Número do Recurso: 150652 Câmara: Quinta Câmara Número do Processo: 13877.000442/200269 – Recurso Voluntário: 28/02/2007) COMPENSAÇÃO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO E/OU PEDIDO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração e/ou pedido, deve a verdade material prevalecer sobre a formal. Recurso Voluntário Provido. (Número do Recurso: 157222 Primeira Câmara Número do Fl. 309DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910159/201291 Resolução nº 3801000.925 S3TE01 Fl. 16 6 Processo:10768.100409/200368 – Recurso Voluntário: 27/06/2008 Acórdão 10196829). Assim, devem ser considerados, in casu, a DACON que foi retificada pelo Recorrente, que, a princípio, em uma análise superficial, demonstra créditos passíveis de compensação. Contudo, só através de diligência, que deverá ser realizada pela DRF de Recife, é que se poderá ter certeza de que os créditos utilizados são mesmo decorrentes de bens e serviços utilizados como insumos na sua prestação de serviços de engenharia e, em conseqüência, são passíveis de compensação, como pretendeu a Recorrente. Não se pode olvidar que consta anexada aos Autos, além da DACON retificada, balancete, documentação fiscal e contábil passível de verificação do direito creditório. Tal documentação, contudo, não foi considerada pela DRJ/Recife, sob a alegação de ter sido apresentada posteriormente ao indeferimento da compensação. Tendo em vista o acima exposto, voto por converter o julgamento em diligência à DRF de Recife para: 1. Apurar se, com base na documentação acostada aos autos, os valores dos créditos de bens e serviços utilizados como insumos na sua atividade declarado no DACON retificado estão corretos; 2. Caso se entenda que a documentação acostada aos autos não seja suficiente para a verificação dos créditos, intimar a empresa a apresentar documentos adicionais para esse fim específico, concedendolhe prazo para tal apresentação; 3. Intimar a empresa a se manifestar acerca da diligência realizada, se assim desejar, no prazo de trinta dias de sua ciência; 4. Retornar os presentes autos ao CARF para julgamento. Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 310DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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