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Numero do processo: 10580.725809/2009-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
IRPF RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Constatada a omissão de
rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula CARF nº 12).
ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária
(Súmula CARF nº 2).
IR COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL A repartição do produto da
arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda.
RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS NATUREZA INDENIZATÓRIA . VEDAÇÃO À EXTENSÃO DE NÃO INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA.
Inexistindo dispositivo de lei federal atribuindo às verbas recebidas pelos membros do Magistrado Estadual a mesma natureza indenizatória do abono variável previsto pela Lei n° 10474, de 2002, descabe excluir tais rendimentos da base de cálculo do imposto de renda, haja vista ser vedada a extensão com base em analogia em sede de não incidência tributária.
MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido
pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício.
JUROS DE MORA Não comprovada a tempestividade dos recolhimentos,
correta a exigência, via auto de infração, nos termos do art. 43 e 44 da Lei nº. 9.430, de 1996.
Preliminares rejeitadas.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2202-001.204
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas pelo Recorrente e, no mérito, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício, por erro escusável, nos termos do
voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Ewan Teles Aguiar, Rafael Pandolfo e Pedro Anan Júnior, que proviam o recurso.
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). IR COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS NATUREZA INDENIZATÓRIA . VEDAÇÃO À EXTENSÃO DE NÃOINCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. Inexistindo dispositivo de lei federal atribuindo às verbas recebidas pelos membros do Magistrado Estadual a mesma natureza indenizatória do abono variável previsto pela Lei n° 10474, de 2002, descabe excluir tais rendimentos da base de cálculo do imposto de renda, haja vista ser vedada a extensão com base em analogia em sede de não incidência tributária. MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. JUROS DE MORA Não comprovada a tempestividade dos recolhimentos, correta a exigência, via auto de infração, nos termos do art. 43 e 44 da Lei nº. 9.430, de 1996. Preliminares rejeitadas. Fl. 128DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas pelo Recorrente e, no mérito, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício, por erro escusável, nos termos do voto do Relator.. Vencidos os Conselheiros Ewan Teles Aguiar, Rafael Pandolfo e Pedro Anan Júnior, que proviam o recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Ewan Teles Aguiar, Margareth Valentini, Rafael Pandolfo, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Fl. 129DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.725809/200964 Acórdão n.º 220201.204 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, MANUEL JOSÉ PEREIRA DA SILVA, foi lavrado auto de infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente aos anos calendário de 2004, 2005 e 2006, para exigência de crédito tributário, no valor de R$.47.281,69, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Ministério Público do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Na apuração do imposto devido não foram consideradas as diferenças salariais que tinham como origem o décimo terceiro salário, por estarem sujeitas à tributação exclusiva na fonte, nem as que tinham como origem o abono de férias, em atendimento ao despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 16 de novembro de 2006, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 2.140/2006. Foi atendido, também, o despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 11 de maio de 2009, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, que dispõe sobre a forma de apuração do imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente. O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal e apresentou impugnação, alegando, em síntese, os seguinte pontos extraídos do relatório da autoridade recorrida: a) o lançamento fiscal teve como objeto verbas recebidas pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não representaram qualquer acréscimo patrimonial, mas sim o ressarcimento por erro cometido pela fonte pagadora no cálculo da remuneração paga no período de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001; b) o referido erro ocorreu no procedimento de conversão de cruzeiro real para URV a que eram submetidos os salários pagos aos membros do Ministério Público Estadual. Tal procedimento tinha o intuito de preservar o ganho mensal, compensando as perdas em face dos altos índices de inflação, o que evidencia a feição indenizatória da URV; Fl. 130DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 c) o acordo para o pagamento das diferenças de URV se deu através da Lei Estadual Complementar nº 20, de 08 de setembro de 2003, tendo o impugnante recebido tais valores ao longo dos anos de 2004, 2005 e 2006 d) a referida diferença consistiu apenas em correção do capital, ou seja, recomposição de quantias que deveriam integrar a remuneração ao longo do tempo passado. Não correspondeu a qualquer permuta do trabalho/serviço por moeda que configurasse a natureza salarial. Assim, por ser mera atualização do principal, e por não ter sido implementada em tempo certo, não deveria ser levada à tributação, haja vista o entendimento doutrinário e jurisprudencial, que veda a tributação da correção monetária; e) a mera correção monetária não aumenta ou acresce patrimônio do contribuinte, apenas lhe torna indene das perdas inflacionárias, portanto,não integra a base de cálculo do imposto de renda; f) havia um evidente caráter compensatório da URV desde sua gênese, e as diferenças recebidas representaram uma reparação por danos, tendo clara natureza de indenização, e não de salário. Dessa maneira, por não caracterizar aumento patrimonial, a verba recebida não subsume nos conceitos de renda e proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; g) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, deixou claro que o abono conferido aos magistrados federais em razão das diferenças de URV tem natureza indenizatória, e que por esse motivo está isento da contribuição previdenciária e do imposto de renda; h) apesar da citada resolução ter sido dirigida à magistratura federal, é impositiva e legítima a equiparação do tema por analogia às verbas recebidas pelos magistrados estaduais, conforme preceitua o art. 108 do CTN. Negar o caráter indenizatório destas verbas é afrontar o princípio constitucional da isonomia, não só na sua concepção geral, mas, também, no que tange a tratamento diferenciado entre membros do Ministério Público Federal da União e Estadual. Viola, também, o disposto no inciso II do art. 150 da Constituição Federal que proíbe o tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente; i) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do imposto ao estabelecer no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga. Implementou todos os pagamentos sem qualquer retenção de IR e informou aos beneficiários dos rendimentos a natureza desta parcela como indenizatória; j) o sujeito passivo da obrigação de tributária, na condição de responsável, era a fonte pagadora, que estava obrigada a reter o imposto. Desta forma, a discussão acerca da classificação dos rendimentos pagos deveria ser travada entre o fisco federal e a fonte pagadora. Entretanto, não se instaurou qualquer procedimento fiscal contra a fonte pagadora, mas sim contra o Fl. 131DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.725809/200964 Acórdão n.º 220201.204 S2C2T2 Fl. 3 5 impugnante, que sofreu os dissabores e ônus da ação fiscal, inclusive com a imposição de multa de ofício e juros moratórios; l) de forma transversa o Estado Membro devedor da obrigação mensal de retenção não exauriu sua obrigação e gerou para o contribuinte o dever de pagar mais imposto; conseqüentemente o Estado se beneficia com os acréscimos que sua inação causou. Assim, ao lançar o tributo nos termos da autuação gera quebra da capacidade contributiva do signatário; m) o impugnante não agiu com intuito de fraude, simulação ou conluio, simplesmente seguiu a informação prestada pela fonte pagadora, e fez constar em suas declarações de rendimentos relativas aos períodos bases de 2004 a 2006 as parcelas recebidas como isentas de tributação. Isto posto, mantida a exigência fiscal, devese observar o princípio da boafé, da qual estava imbuído o impugnante, e afastar a exigência da multa de ofício e juros de mora; n) a informação prestada pela fonte pagadora estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. Portanto, os valores declarados pelo impugnante tratase de informação lastreada em ato normativo expedido por autoridade administrativa, que se enquadra na hipótese do inciso I do art. 100 do CTN. Assim, de acordo com o parágrafo único do mesmo artigo, devem ser afastados a multa de ofício e os juros de mora; o) o lançamento fiscal tributou isoladamente os rendimentos apontados como omitidos, deixando de considerar os rendimentos e deduções já declarados, conforme determina o art. 837 do RIR/1999. Caso fosse mantida a tributação das verbas recebidas, caberia sujeitálas ao ajuste anual, o que resultaria em um imposto devido menor; p) nos anos de 1994 e 1998, a alíquota do imposto de renda que vigorava era de 25%, e não as alíquotas de 26,6% e 27,5% aplicadas no lançamento fiscal; q) parte dos valores recebidos a título de URV se referia à correção incidente sobre 13º salários e férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isentas, conseqüentemente, mesmo que prevalecesse o entendimento do órgão fiscalizador, caberia a exclusão de tais parcelas na apuração da base de cálculo sujeita ao lançamento fiscal; r) os juros de mora constantes no cálculo da diferença de URV representam um indenização pelos danos emergentes do não uso do patrimônio. Assim, os juros de mora têm natureza distinta da originária do principal ao qual incidiu acessoriamente, porque não se constituíram em aquisição de disponibilidade de renda, produto do trabalho remunerado pelo Estado da Bahia; Fl. 132DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 A DRJSalvador ao apreciar as razões do contribuinte, julgou o lançamento procedente, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, em decorrência do art. 2º da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Insatisfeito, o contribuinte interpõe recurso voluntário ao Conselho onde reitera as mesmas razões da impugnação, enfatizando os seguintes pontos: Da Preliminar da ilegitimidade ativa da União para cobrar o valor do Imposto de Renda incidente na Fonte que não foi objeto de retenção pelo Estado Membro. Da Preliminar de quebra do princípio da capacidade contributiva e apropriação de vantagem, a ilegalidade e torpeza; No mérito, reitera a natureza indenizatória das diferenças de URV, que devem implicar na não incidência de Imposto de Renda; Da quebra do princípio constitucional da isonomia, frente a entendimento aplicado para membros do ministério público federal; Da Lei 10474/2002 e da Lei 10.477/2002 do Abono Variável Provisório. Da isenção pela Resolução do STF e a Lei Estadual no exercício da Competência Residual. Das alíquotas incorretas usadas pela Autoridade Fiscal Da desconsideração pela autoridade fiscal das deduções cabíveis, no cálculo do suposto imposto; Da exclusão de parcelas isentas e de tributação exclusiva – Dos valores relativos a 13º. Salário e férias indenizadas. Da responsabilidade tributária da fonte pagadora de boa fé do contribuinte; Da exclusão da multa de ofício e do juros de mora constantes do auto de infração; É o relatório. Fl. 133DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.725809/200964 Acórdão n.º 220201.204 S2C2T2 Fl. 4 7 Voto O recurso é tempestivo e preenche o seu pressuposto de admissibilidade. Dele, então, tomo conhecimento. O lançamento teve por base valores recebidos a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei do Estado da Bahia Nº.8.730, de 08 de setembro de 2003. Vale ressaltar que não é a denominação que se dá aos rendimentos pagos que vai determinar sua natureza tributável (ou não), mas os efeitos que esses recebimentos têm sobre o patrimônio do Autuado. De acordo com o Parágrafo 3º, do artigo 43 da Lei no. 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), com redação dada pelo art. 1º. da Lei Complementar No. 104, de 10 de janeiro de 2001, a incidência do imposto de renda independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Conforme o mandamento previstos no parágrafo 6º. do art. 150 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), com redação da Emenda Constitucional No. 3, de 17 de março de 1993, notase que a determinação expressa de que a isenção somente poderá ser concedida mediante lei específica. No caso somente a legislação do imposto sobre a renda define, de forma expressa, os rendimentos percebidos por pessoas físicas que são isentos do imposto. Acrescentese, por pertinente, que o CTN dispõe no art. 111 que se interpreta literalmente a legislação tributária pertinente à outorga de isenção. As isenções do Imposto de Renda da Pessoa Física são as expressamente especificadas no art. 39 do Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99), no qual não consta relacionado como isento as diferenças salariais reconhecidas posteriormente, ainda que recebam a denominação de "indenização" ou "valores indenizatórios. No que toca a preliminar de ilegitimidade ativa da União para cobrar o valor do imposto de renda incidente na fonte que não foi objeto de retenção. Urge registrar que a repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. Em suma, o fato de o produto da arrecadação ficar para o Estado não altera a competência tributária definida na Constituição, que é da União, conforme de definido no art. 153, III. No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, pela da violação do princípio constitucional da isonomia (art. 150, II, CF) , acompanho a posição sumulada pelo CARF de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. Fl. 134DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 8 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). No relativo a Lei n° 10.474, de 2002, cabe observar, que a mesma restringe se ao abono variável aplicável aos membros do Poder Judiciário Federal. Esse abono, especificamente, foi considerado de natureza indenizatória pelo STF e, por determinação expressa do Parecer PGFN n° 529, de 2003, aprovado pelo Ministro da Fazenda, está fora da incidência tributária do imposto de renda. Em momento algum, houve pronunciamento do STF ou do Ministro da Fazenda acerca das naturezas jurídica e tributária dos rendimentos recebidos com fulcro na referida Lei Estadual que criou a isenção. Atribuir aos rendimentos em análise a mesma natureza do abono variável da Lei n° 10.474, de 2002, seria alargar as fronteiras da não incidência tributária sem previsão de Lei Federal para tanto. Tal entendimento é expressamente corroborado pelo Parecer PGFN/CAT n° 2.158, de 2005, e pela Solução de Consulta n° 47, da Superintendência da 7" Região Fiscal da Receita Federal do Brasil, estendendose os efeitos da Resolução STF n° 245, de 2002, tão somente ao Ministério Público Federal e à Magistratura Federal. Não se pode olvidar também que é defeso ao aplicador do Direito valerse da analogia para excluir rendimentos do campo de incidência tributária. Quanto à alegação de que, como a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é da fonte pagadora, é dela que deve ser exigido o imposto. Ocorre que, sem prejuízo da responsabilidade de reter e recolher o imposto, permanece o dever do beneficiário dos rendimentos de declarálos para fins de apuração do imposto devido, quando do ajuste anual. O Contribuinte é o beneficiário dos rendimentos, que não pode se furtar à tributação porque a fonte pagadora não procedeu à retenção do Imposto. É dizer, sendo a retenção do imposto pela fonte pagadora mera antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual, não há falar em responsabilidade pelo imposto concentrada exclusivamente na fonte pagadora. Este Conselho já pacificou esse entendimento, conforme verificase da Súmula a seguir: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula CARF nº 12). No que toca a nulidade do lançamento pela forma inadequada de apuração da base de cálculo. Com base na revisão do lançamento, notase que não há qualquer reparo a ser realizado no mesmo. Para conferência das alíquotas mensais aplicadas recomendase a consulta do link a seguir: http://www.receita.fazenda.gov.br/pagamentos/pgtoatraso/tbcalcir.htm. Uma vez que o rendimentos tem a natureza de terem sido recebidos acumuladamente, e levandose em consideração as decisões do STJ (julgamentos repetitivos), o lançamento está impecável. Cumpriu o entendimento judicial de que devem ser consideradas as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem os rendimentos tributados. Cabe adicionalmente registrar, que as parcelas relativas à conversão da URV, de rendimentos tributáveis, os juros compensatórios ou moratórios pagos em decorrência do atraso no seu pagamento, também são tributáveis, conforme disposto no art. 55, inciso XIV, do Decreto No. 3000, de 26 de março de 1999, RIR/99. Fl. 135DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.725809/200964 Acórdão n.º 220201.204 S2C2T2 Fl. 5 9 Art.55.São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, §4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, §2º, inciso IV, e 70, §3º, inciso I): ... XIV os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis; Quanto à incidência da multa de ofício, esta tem previsão expressa em dispositivo de lei. Ainda que a fonte pagadora tenha deixado de proceder à retenção, o Contribuinte ter oferecido os rendimentos à tributação e não o tendo feito, fica sujeito à multa prevista no art. 44, I da Lei nº 9.430, de 1996, verbis: Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I – de 75% (setenta e cinco por cento), sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Entretanto não pode se deixar de reconhecer que o recorrente teria sido induzido a erro pelas informações prestadas pela fonte pagadora. Incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comportando multa de ofício. A inclusão de rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, na parte relativa a rendimentos não tributáveis, seguindo a rubrica constante do comprovante de rendimento fornecido pela fonte pagadora, demonstra que o contribuinte fora induzido a erro. Nesses casos excluise a penalidade, pois houve erro escusável por parte do declarante. Nesse sentido este conselho já tem se pronunciado, tal como se depreende do Acórdão 10421.668 : MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. No que toca ao juros de mora é de se manter o lançamento, tendo em vista que o mesmo não tem a intenção de penalizar, mas de compensar o sujeito passivo pelo atraso no pagamento. Em face do exposto e da pertinência da cobrança do imposto, é de se manter o juros de mora. Urge registrar que o STJ não declarou a inconstitucionalidade do art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95, restando pacificado no CARF que, com o advento da referida norma, teria aplicação a taxa Selic como índice de correção monetária e juros de mora, afastandose a aplicação do CTN, o que justifica a incidência de atualização do débito fiscal não recolhido, a partir do seu vencimento. Fl. 136DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 10 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4). Ante ao exposto, voto no sentido de rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício, por erro escusável. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 137DF CARF MF Emitido em 07/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 07/07/2011 por NELSON MALLMANN, 06/07/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 10480.907002/2012-71
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 21 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Thu Feb 27 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/01/2007
COMPENSAÇÃO ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE CRÉDITO A COMPENSAR.
Em verificação fiscal da DCOMP transmitida, apurou-se que não existia crédito disponível para se realizar a compensação pretendida, vez que o pagamento indicado na DCOMP já havia sido utilizado para quitação de outro débito.
ÔNUS DA PROVA DO CRÉDITO RECAI SOBRE O CONTRIBUINTE.
Como se pacificou a jurisprudência neste Tribunal Administrativo, o ônus da prova é devido àquele que pleiteia seu direito. Portanto, para fato constitutivo do direito de crédito o contribuinte deve demonstrar de forma robusta ser detentor do crédito.
Numero da decisão: 3003-000.806
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Marcos Antônio Borges Presidente
(documento assinado digitalmente)
Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Marcio Robson Costa e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: MULLER NONATO CAVALCANTI SILVA
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AUSÊNCIA DE CRÉDITO A COMPENSAR. Em verificação fiscal da DCOMP transmitida, apurou-se que não existia crédito disponível para se realizar a compensação pretendida, vez que o pagamento indicado na DCOMP já havia sido utilizado para quitação de outro débito. ÔNUS DA PROVA DO CRÉDITO RECAI SOBRE O CONTRIBUINTE. Como se pacificou a jurisprudência neste Tribunal Administrativo, o ônus da prova é devido àquele que pleiteia seu direito. Portanto, para fato constitutivo do direito de crédito o contribuinte deve demonstrar de forma robusta ser detentor do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges – Presidente (documento assinado digitalmente) Müller Nonato Cavalcanti Silva – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Marcio Robson Costa e Müller Nonato Cavalcanti Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 70 02 /2 01 2- 71 Fl. 60DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 3003-000.806 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10480.907002/2012-71 Relatório Trata-se de Recurso Voluntário interposto contra acórdão de manifestação de inconformidade proferido pela 2ª Turma da Delegacia de Julgamento de Juiz de Fora. A controvérsia dos autos gravita sobre suposto direito creditório de COFINS em razão da benefício que reduz à zero a alíquota, desde que atendidos os requisitos da Lei 10.485/2002. Alega a Recorrente que, no período de apuração janeiro/2007, recolhera a maior, a título de COFINS, a monta de R$ 17.611,52. Transmitiu Dcomp em 22/02/2011, não homologada pela despacho decisório de fl. 07. Fundamenta seu direito creditório no benefício instituído pelo art. 5º da Lei 10.485/2002 que reduz a zero a alíquota da COFINS quanto às receitas advindas das operações de vendas por atacadistas dos produtos classificados na 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras de ar de borracha) da TIPI. Inconformada insurgiu-se por manifestação de inconformidade alegando, em apertada síntese, ser detentora do crédito em razão de ser atacadista no mercado de autopeças e que a receita no PA janeiro/2007 não deveria ser tributada em razão do benefício. A instância julgou improcedente a manifestação de inconformidade por ausência de provas que o crédito alegado é referente às precisas operações dos produtos classificados na TIPI 40.11 e 40.13. Inconformada, a Recorrente interpôs o presente Recurso Voluntário reiterando os termos da manifestação de inconformidade. São os fatos. Voto Conselheiro Müller Nonato Cavalcanti Silva, Relator. O Presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos formais de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. 1 Sobre Compensação De Créditos Tributários A compensação - uma das modalidades de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156, II, do Código Tributário Nacional - pressupõe a existência de créditos e débitos tributários de titularidade do contribuinte. Conforme o art. 170 do CTN, a lei poderá atribuir, em certas condições e sob garantias determinadas, à autoridade administrativa autorizar a compensação de débitos tributários com créditos líquidos e certos do sujeito passivo: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos Fl. 61DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 3003-000.806 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10480.907002/2012-71 tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. A demonstração da certeza e liquidez do crédito tributário que se almeja compensar é condição sine qua non para que a Autoridade Fiscal possa apurar a existência do crédito, sua extensão e, por óbvio, a certeza e liquidez que o torna exigível. Ausentes os elementos probatórios que evidenciem o direito pleiteado pela Recorrente, não há outro caminho que não seja seu não reconhecimento. Trata-se de regra replicada no inciso VII, §3º do art. 74 da Lei 9.430/1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 3 o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da declaração referida no § 1 o : VII - o crédito objeto de pedido de restituição ou ressarcimento e o crédito informado em declaração de compensação cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal; - Grifado. De clareza cristalina a regra para compensação de créditos tributários por apresentação de Declaração de Compensação (DCOMP): demonstração da certeza e liquidez. A regra é harmônica com a disposição do CTN sobre o instituto da compensação, conforme asserta o artigo 170: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Nesse contexto, o direito à compensação existe na medida exata da certeza e liquidez do crédito em favor do sujeito passivo. Assim, a comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário mostra-se fundamental para a efetivação da compensação. A Recorrente transmitiu eletronicamente a DCOMP descrita no relatório, tendo indicado a existência de crédito decorrente benefício da Lei 10.485/2002: Art. 5 o As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI, relativamente às vendas que fizerem, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,5% (nove inteiros e cinco décimos por cento), respectivamente. Parágrafo único. Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins, relativamente à receita bruta da venda dos produtos referidos no caput, auferida por comerciantes atacadistas e varejistas. – grifado. Fl. 62DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 3003-000.806 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10480.907002/2012-71 Em análise dos autos e dos elementos probatórios afere-se que a Recorrente não trás qualquer elemento probatório que conduza à compreensão de direito creditório líquido e certo, bem como não demonstra enquadrar-se no art. 5º da Lei 10.485/2002. 2 Do Ônus da Prova Como se pacificou a jurisprudência neste Tribunal Administrativo, o ônus da prova é devido àquele que pleiteia seu direito. Portanto, para fato constitutivo do direito de crédito o contribuinte deve demonstrar de forma robusta ser detentor do crédito ou, em situações extremas, demonstrar indícios convergentes que levem ao entendimento de que as alegações são verossímeis. Sobre ônus da prova em compensação de créditos transcrevo entendimento da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), em decisão consubstanciada no acórdão de nº 9303-005.226, a qual me curvo para adotá-la neste voto: "...o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar é do contribuinte. O papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repita-se, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo contribuinte. Não pode o julgador administrativo atuar na produção de provas no processo, quando o interessado, no caso, a Contribuinte não demonstra sequer indícios de prova documental, mas somente alegações." No caso concreto, já em sua impugnação perante o órgão a quo, a Recorrente deveria ter reunido todos os documentos suficientes e necessários para a demonstração da certeza e liquidez do crédito pretendido. A regra maior que rege a distribuição do ônus da prova encontra amparo no art. 373 do Código de Processo Civil, in verbis: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. Fl. 63DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 3003-000.806 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10480.907002/2012-71 O dispositivo transcrito é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, vez que a obrigação de provar está expressamente atribuída à Autoridade Fiscal quando realiza o lançamento tributário, para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito/ressarcimento. As provas devem ser compreendidas como um meio apto a formar convencimento daquele que avalia determinada situação fática. No caso em testilha, o que deve ser compreendido e elevado ao patamar de prova são quaisquer elementos, aptos a dissuadir o julgador a tomar como verdadeira as alegações enunciadas nos autos. Regressando aos autos, não existem elementos, provas ou indícios que provoquem o mínimo de dúvida sobre a atividade do Fisco ao não homologar o crédito pleiteado. A Recorrente traz aos autos apenas seus atos constitutivos, que releva pelo objeto social ser atacadista de peças automotivas. Contudo, não existem provas quanto ao quantum do faturamento do PA janeiro/2007 é devido às operações de vendas dos bens classificados na posição 40.11 e 40.13 da TIPI, sequer há provas de essas operação efetivamente ocorreram. Tenho por entendimento que, se o contribuinte consegue apurar em sua contabilidade o valor do crédito para transmissão da Dcomp, não há dúvidas que poderia ou pode comprová-lo documentalmente nos autos. Contudo, mesmo com as oportunidades dadas à Recorrente no contencioso administrativo, não trouxe aos autos a certeza e liquidez exigidas tanto pelo CTN quanto pela Lei 9.430/1996. Por tudo que nos autos consta e pelas razões aqui expostas, entendo que andou bem a instância primeira e por ausência de provas da existência do crédito, o acórdão recorrido deve ser mantido na sua integralidade. Pelo exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário para no mérito negar-lhe provimento. É como voto. (documento assinado digitalmente) Müller Nonato Cavalcanti Silva Fl. 64DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 10735.721472/2014-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 16 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Fri Feb 14 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)
Exercício: 2010
DITR. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO.
Incabível a retificação de declaração no curso do contencioso fiscal quando a alteração pretendida não decorre de mero erro de preenchimento, mas aponta para uma retificação de ofício do lançamento.
Numero da decisão: 2201-005.946
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente)
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO. Incabível a retificação de declaração no curso do contencioso fiscal quando a alteração pretendida não decorre de mero erro de preenchimento, mas aponta para uma retificação de ofício do lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente (documento assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente) Relatório Cuida-se de Recurso Voluntário de fls. 219/235, interposto contra decisão da DRJ em Brasília/DF de fls. 204/212, a qual julgou parcialmente procedente o lançamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR de fls. 07/11, lavrado em 23/06/2014, relativo ao exercício de 2010. O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado no valor de R$ 1.620.938,27 já inclusos juros de mora (até o mês da lavratura) e multa de ofício de 75%. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 14 72 /2 01 4- 72 Fl. 283DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 Os fatos relevantes do lançamento estão descritos na “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal” de fls. 08/09. Em síntese, o contribuinte não comprovou a (i) área efetivamente utilizada para plantação com produtos vegetais, (ii) a área efetivamente utilizada para pastagens, (iii) e o valor da terra nua – VTN declarado, que foi arbitrado com base na tabela SIPT, conforme cálculos de fl. 10. Assim, as áreas de produtos vegetais e de pastagens declaradas foram integralmente glosadas de acordo com o demonstrativo de apuração do imposto devido de fl. 5, sendo alterado para 0ha a área utilizada para atividade rural, o que provocou na consequente alteração do grau de utilização de 95,1% para 0%, conforme tabelas abaixo: Por sua vez, devidamente intimado para comprovar o VTN declarado no valor de R$ 1.476.997,00, o contribuinte não apresentou qualquer laudo de avaliação. Assim, foi adotado o VTN presente no SIPT o município sede do imóvel. Deste modo, o VTN foi ampliado de R$ 1.476.997,00, para R$ 9.036.230,79, conforme tabelas abaixo: Impugnação O RECORRENTE apresentou sua Impugnação de fls. 151/166 em 25/07/2014, acompanhada do Laudo Técnico de fls. 181/194 e documentos de fls. 167/195. Ante a clareza e precisão didática do resumo da Impugnação elaborada pela DRJ em Brasília/DF, adota-se, ipsis litteris, tal trecho para compor parte do presente relatório: Cientificado do lançamento em 30/06/2014 (AR de fls. 101), o inventariante, por meio de representante legal, protocolou em 30/07/2014 a impugnação de fls. 151/166, exposta nesta sessão e lastreada nos documentos de fls. 167/195 e 15/98, alegando, em síntese: - propugna pela tempestividade de sua defesa e discorda do referido procedimento fiscal, por desconsiderar as áreas de pastagens e benfeitorias existentes e pelo arbitramento do VTN, em desacordo com os cálculos elaborados por técnico especializado, conforme preciso laudo técnico anexado, com a metragem de todas as Fl. 284DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 áreas do imóvel e o VTN fixado pelo DOE/RJ (R$ 800,00) para o ano de 2010, além da multa aplicada (75,0 %) com jaez de confisco; - cita e transcreve legislação de regência, acórdãos do CARF e do Judiciário, além de ensinamentos doutrinários, para referendar seus argumentos. Ao final, o impugnante requer seja decretada a total improcedência do lançamento efetuado, por ignorar as informações do laudo técnico trazido aos autos, com o cancelamento da respectiva notificação de fls. 07. Da Decisão da DRJ Quando da apreciação do caso, a DRJ em Brasília/DF julgou parcialmente procedente o lançamento, conforme ementa abaixo (fls. 204/212): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 2010 DA PERDA DA ESPONTANEIDADE. O início do procedimento administrativo ou de medida de fiscalização exclui a espontaneidade do sujeito passivo, em relação a atos anteriores, para alterar dados da declaração do ITR que não sejam objeto da lide. DA REVISÃO DE OFÍCIO - ERRO DE FATO. A revisão de ofício dos dados informados pelo contribuinte, na DITR/2010, somente pode ser aceita quando comprovada a hipótese de erro de fato com documentos hábeis, nos termos da legislação pertinente. DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E COM FLORESTAS NATIVAS. Para serem excluídas da área tributável do ITR, exige-se que essas pretendidas áreas ambientais tenham sido objeto de Ato Declaratório Ambiental - ADA, protocolado em tempo hábil junto ao IBAMA. DA ÁREA DE PASTAGENS. Comprovada, por meio de documentos hábeis, a existência de rebanho suficiente no imóvel no ano-base de 2009, deverá ser restabelecida parcialmente a área de pastagem glosada, acatando-se a área pretendida para o ITR/2010, observada a legislação de regência. DO VALOR DA TERRA NUA - VTN. O VTN arbitrado pela autoridade fiscal deverá ser revisto, com base em laudo técnico de avaliação com ART/CREA e emitido por profissional habilitado, demonstrando de maneira convincente o valor fundiário do imóvel rural avaliado e suas peculiaridades, à época do fato gerador. DA ÁREA DE PRODUTOS VEGETAIS - MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Fl. 285DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 Por não ter sido expressamente contestada nos autos, considera-se matéria não impugnada a glosa da área de produtos vegetais para o ITR/2010, nos termos da legislação processual vigente. DA MULTA DE OFÍCIO LANÇADA. O imposto suplementar, apurado em procedimento de fiscalização, deve ser exigido juntamente com a multa proporcional aplicada aos demais tributos. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte No mérito, a autoridade julgadora aceitou o laudo apresentado pelo contribuinte para comprovar o VTN, e adotou o preço do VTN em de R$ 4.090.652,82 (R$ 2.306,54/ha). Além disto, entendeu que o RECORRENTE comprovou a existência de 1.387 animais, em média, no ano de 2009. Assim, considerando o índice de lotação mínima de 0,50 cabeças/ha, entendeu que esta quantidade de animais seria suficiente para reestabelecer a área de pastagem pretendida pelo contribuinte, que foi de 795,00ha. Assim, o lançamento do imposto foi reduzido de R$ 772.684,85 para R$ 241.008,17, conforme apuração de fl. 211, a ser acrescido de multa proporcional de 75,0% e juros de mora, na forma da legislação vigente. Do Recurso Voluntário O RECORRENTE, devidamente intimado da decisão da DRJ em 07/08/2017, conforme AR de fls. 216, apresentou o recurso voluntário de fls. 219/235 em 05/09/2017. Em suas razões, praticamente reiterou os argumentos apresentados em sua impugnação no que diz respeito à aceitação de área de preservação permanente (158,9ha) e de florestas nativas (811,7ha), em razão de erro de fato, além da prescindibilidade do ADA. Este recurso voluntário compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. Fl. 286DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 MÉRITO Das Áreas Cujo Reconhecimento foi pleiteado Conforme exposto no relatório, o cerne da defesa do RECORRENTE é pleitear o reconhecimento da existência de áreas não tributáveis, como 1) Área de Preservação Permanente 158,9ha; 2) Área de floresta nativa de 811,7ha, sob o fundamento de que a ausência destas informações em sua DITR foi fruto de simples erro de fato. No entanto, entendo não merece prosperar o pedido do RECORRENTE, pois não cabe neste processo discutir a existência ou não das referidas áreas visto que o presente lançamento decorreu unicamente da glosa das áreas de produtos vegetais e de pastagens, além do arbitramento do VTN declarado. Como se nota da própria estrutura do Demonstrativo de Apuração de fl. 10, as áreas de Preservação Permanente e de Floresta Nativa são excluídas da área total do imóvel para se chegar à área aproveitável. A análise de tal Demonstrativo evidencia que o contribuinte não se valeu do permissivo legal, não declarando as mencionadas áreas na DITR por ele apresentada. Considerando que o RECORRENTE não declarou em DITR a existência das áreas de Preservação Permanente e de Floresta Nativa, entendo que não cabe nesta fase litigiosa do processo fiscal o reconhecimento dessa área em favor do contribuinte, já que tal matéria não é objeto de litígio no lançamento e as alterações pretendidas não decorrem de mero erro de preenchimento pelo contribuinte. Isso porque, tal conduta implicaria na alteração de sua própria declaração após o lançamento, ato de verdadeira retificação de sua declaração. Transcrevo recente precedente desta Turma sobre o tema: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) Exercício: 2008 (...) DITR. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO. . Incabível a retificação de declaração no curso do contencioso fiscal quando a alteração pretendida não decorre de mero erro de preenchimento, mas aponta para uma retificação de ofício do lançamento. (...) (acórdão nº 2201-005.517; data do julgamento: 12/09/2019) No voto do acórdão acima mencionado, o Ilustre Relator, Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo, expôs os seguintes fundamentos sobre a matéria, os quais utilizo como razões de decidir: No que tange ao pleito de retificação de declaração para considerar APP apurada em laudo apresentado, a leitura integrada dos art. 14 e 25 do Decreto 70.235/72 permite concluir que a fase litigiosa do procedimento fiscal se instaura com a impugnação, cuja competência para julgamento cabe, em 1ª Instância, às Delegacias da Receita Federal do Fl. 287DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 Brasil de Julgamento e, em 2ª Instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Tal conclusão é corroborada pelo art. 1º do Anexo I do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, que dispõe expressamente que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tem por finalidade julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Assim, a competência legal desta Corte para se manifestar em processo de exigência fiscal está restrita à fase litigiosa, que não se confunde com revisão de lançamento. O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) dispõe, em seu art. 149 que o lançamento e efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa. Já o inciso III do art. 272 do Regimento Interno da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 430/2017, preceitua que compete às Delegacias da Receita Federal do Brasil a revisão de ofício de lançamentos. Neste sentido, analisar, em sede de recurso voluntário, a pertinência de retificação de declaração regularmente apresentada pelo contribuinte, a menos que fosse o caso de mero erro de preenchimento, seria fundir dois institutos diversos, o do contencioso administrativo, este contido na competência de atuação deste Conselho, e o da revisão de ofício, este contido na competência da autoridade administrativa, o que poderia macular de nulidade o aqui decidido por vício de competência. Portanto, nesta fase do procedimento fiscal, a análise do caso fica adstrita às razões que culminaram o lançamento, que foram as glosas das áreas de produtos vegetais (matéria não impugnada) e de pastagens, além da retificação do VTN (estas duas últimas acatadas pela DRJ nos termos do que foi pleiteado pelo contribuinte). Não cabem discussões acerca do reconhecimento das demais áreas pleiteadas pelo RECORRENTE, o que significaria autorizar a retificação da declaração do contribuinte (revisão de ofício do lançamento), competência não atribuída a este órgão julgador. Assim, a menos que fosse demonstrado o caso de mero erro de preenchimento, tal questão apenas pode ser revista de ofício pela autoridade administrativa, e não por este órgão de julgamento administrativo, por faltar-lhe competência. No presente caso, conforme exposto, o RECORRENTE afirma que tais áreas deixaram de ser declaradas por mero erro de preenchimento. No entanto, tal afirmação não merece prosperar. Isto porque o próprio precedente acostado pelo RECORRENTE em seu recurso voluntário, relacionado ao mesmo imóvel em comento (sendo que relativo ao ITR do exercício de 2011 – fls. 272/278) comprova que o contribuinte também não declarou nenhuma área de preservação permanente nem de reserva legal naquele exercício, circunstância que corrobora com a convicção de que a ausência de inclusão destas áreas no exercício ora analisado (2010) decorreu de ato volitivo do RECORRENTE, e não de mero erro de preenchimento. Pouco provável que o RECORRENTE tenha errado a composição de sua propriedade em dois anos consecutivos, declarando exatamente a mesma área tributável nos dois exercícios. Fl. 288DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 7 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 Logo, não há competência para esta autoridade julgadora reconhecer a existência de qualquer área não declarada pelo contribuinte em sua DITR, sendo descartada a hipótese de erro de fato. Consequentemente, desnecessário adentrar na discussão envolvendo a necessidade de ADA para abatimento da área de Preservação Permanente e de Florestas Nativas para apuração da área tributável do imóvel. Assim, entendo por não acatar o pleito de existência das supostas Áreas de Preservação Permanente (“APP”), de 158,9ha, e de Florestas Nativas, de 811,7ha. Da Área de Pastagem – contradição levantada pelo contribuinte Ao longo de suas razões de apelo, o RECORRENTE pretendeu fosse aplicada a verdade material ao presente caso, fundamentando o seu pleito de reconhecimento das Áreas de Preservação Permanente e de Florestas Nativas em tal princípio, o que não merecer prosperar, como já explanado. Para atestar a sua boa-fé, afirmou que em processo relativo ao ITR exercício 2011 do mesmo imóvel, pleiteou o reconhecimento das mesmas Áreas de Preservação Permanente e de Florestas Nativas, além de ter igualmente afirmado que a área de pastagem naquele exercício também seria de 795,0ha. Ocorre que, no mencionado lançamento relativo ao exercício 2011 (10735.721473/2014-17), não houve a glosa da área de pastagens declarada de 1.643,9ha, como ocorreu no caso em análise. Desta feita, o contribuinte estranhou o fato de naquele processo não ter sido acatado o seu pedido para reduzir a área de pastagem para 795,0ha (fls. 272/278). Obviamente, sabe-se que o pleito do contribuinte não foi acatado no mencionado processo nº 10735.721473/2014-17 em razão da proibição do reformatio in pejus. Sendo assim, a autoridade julgadora que apreciou o processo nº 10735.721473/2014-17 não poderia reformar o lançamento para reduzir a área de pastagem declarada de 1.643,9ha para 795,0ha, a pedido do contribuinte, pois tal decisão majoraria o tributo devido, o que é inadmissível. Por isso que o contribuinte aponta para uma aparente contradição entre o acórdão proferido neste caso e aquele proferido no processo nº 10735.721473/2014-17. Contudo, não há qualquer contradição, na medida em que – como já explanado – o lançamento objeto do processo nº 10735.721473/2014-17 não envolveu a glosa da área de pastagem de 1.643,9ha, não havendo litígio sobre tal matéria e, consequentemente, a sua manutenção. Situação diferente destes autos, em que houve a glosa integral das áreas de pastagens; por este motivo, a glosa efetuada pela fiscalização poderia ser revista/reformada pela autoridade julgadora caso comprovada a sua improcedência. E foi justamente o que fez a DRJ de origem neste processo quando acatou o argumento do contribuinte para a existência de uma área de pastagens de 795,0ha, pois este apresentou laudo assim como a comprovação da existência de rebanhos no imóvel. Fl. 289DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 8 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 Sendo assim, a glosa foi revista e, consequentemente, foi reestabelecida a área de pastagem de 795,0ha, exatamente aquela pleiteada pelo contribuinte. Portanto, já foi aceita a área de pastagem requerida pelo RECORRENTE, não cabendo mais discussões sobre a matéria. Assim, não há violação à segurança jurídica, como afirma o RECORRENTE, pois o litígio envolvido neste processo permite ajustar a área de pastagens glosada, ao passo que no processo nº 10735.721473/2014-17 tal ajuste não é permitido pois a área de pastagens não é matéria sob litígio naqueles autos. Esclareça-se, por oportuno, que o valor do tributo apurado no processo nº 10735.721473/2014-17 foi bastante inferior àquele apurado nestes autos pois a alíquota do ITR aplicada no mencionado processo nº 10735.721473/2014-17 foi de 0,30% (fl. 278), ao passo que a alíquota aplicada neste processo, após a decisão da DRJ, foi de 6,00% (fl. 211). Isso se deve em razão do grau de utilização do imóvel em cada exercício. Com isso, o reconhecimento da utilização de uma área para a atividade rural pode alterar o grau de utilização do imóvel, que é a relação entre a área efetivamente destinada ao desenvolvimento da atividade rural e a totalidade da área aproveitável deste imóvel, nos termos do art. 10, inciso VI, da Lei nº 9.393/1996, abaixo transcrito: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerar-se-á: [...] VI - Grau de Utilização - GU, a relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável. Este grau tem relevância, pois a alíquota incidente sobre o valor da terra nua será majorada a depender do grau de utilização do imóvel, nos termos do art. 11, Lei nº 9.393/1996. Confira-se No caso do processo nº 10735.721473/2014-17, o grau de utilização foi de 95,1%, pois não houve glosa da área de produtos vegetais nem da área de pastagens (fl. 211), o que credenciou a aplicação, naquele exercício, da alíquota de 0,03% (ver tabela acima). Por outro lado, no presente caso, houve a glosa integral de ambas as áreas, sendo reestabelecida a área de pastagem de 795,0ha pela DRJ, conforme pleiteado pelo RECORRENTE, o que resultou no grau de utilização de 44,9%, credenciando a aplicação de uma alíquota de 6,00%. Fl. 290DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 9 do Acórdão n.º 2201-005.946 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10735.721472/2014-72 Essa diferença no grau de utilização influencia diretamente na alíquota do ITR; por isso que a alíquota deste processo (6,00%) é 20 vezes maior do que a utilizada no processo nº 10735.721473/2014-17 (0,30%). Como visto, a diferença dos valores lançados nos dois processos não decorre de insegurança jurídica, como afirma o RECORRENTE, mas sim da mera aplicação da lei. Sendo assim, indevida qualquer alteração na decisão da DRJ. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos das razões acima expostas, devendo ser mantida a decisão da DRJ. (documento assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Fl. 291DF CARF MF Documento nato-digital
score : 1.0
Numero do processo: 10880.950355/2008-01
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 04 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jan 31 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL)
Data do fato gerador: 31/03/2004
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito ,que alega possuir junto Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 1002-000.950
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Ailton Neves da Silva - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Jose Luz de Macedo - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ailton Neves da Silva (Presidente), Rafael Zedral, Marcelo Jose Luz de Macedo e Thiago Dayan da Luz Barros
Nome do relator: MARCELO JOSE LUZ DE MACEDO
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) Data do fato gerador: 31/03/2004 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito ,que alega possuir junto Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
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ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito ,que alega possuir junto Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva - Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Jose Luz de Macedo - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ailton Neves da Silva (Presidente), Rafael Zedral, Marcelo Jose Luz de Macedo e Thiago Dayan da Luz Barros AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 95 03 55 /2 00 8- 01 Fl. 108DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 1002-000.950 - 1ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.950355/2008-01 Relatório Por retratar muito bem os fatos, reproduz-se inicialmente o relatório elaborado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (“DRJ/BEL”), constante às fls. 38/39 do e-processo: Versa o presente processo sobre PER/DCOMP nº 25492.68703.020804.1.3.04-1005 (fls.7/11) onde o contribuinte indica crédito de pagamento indevido ou a maior de CSLL (2372) referente ao 1º trim/2004 no valor de R$ 2.162,65. Referido crédito teria sido originado pelo recolhimento no valor original de R$ 3.460,24 com arrecadação em 30/04/2004. Por intermédio do Despacho Decisório nº 808273673 de 24/11/2008 (fl.2), o direito creditório não foi reconhecido. Em decorrência, a compensação resultou não homologada. Como fundamento para o não reconhecimento do direito creditório, a unidade de origem afirma que “...foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP.” Tendo tomado ciência do Despacho Decisório em 02/12/2008 (fl.6), o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 12/12/2008 (fl.12), via procurador (fls.13/14 e 29/34), alegando: Constam ainda dos autos os seguintes documentos que merecem destaque: DCTF retificadora 1º trim/2004 apresentada em 12/12/2008 (fls.16/28) e despacho de encaminhamento (fl.36). Em sessão de 03/07/2014, a DRJ/BEL negou provimento à Manifestação de Inconformidade do contribuinte nos termos da seguinte ementa: Fl. 109DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 1002-000.950 - 1ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.950355/2008-01 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. NÃO RECONHECIMENTO. Diante da ausência de provas robustas que justifiquem a redução do tributo inicialmente declarado e recolhido, o crédito não deve ser reconhecido. DCTF. APRESENTAÇÃO POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. IMPRESTABILIDADE. A simples apresentação da DCTF retificadora posteriormente à ciência do Despacho Decisório que não reconheceu o direito creditório torna a mesma imprestável para o fim proposto. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o contribuinte apresentou o presente Recurso Voluntário em busca da reforma do julgado a quo. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Jose Luz de Macedo, Relator. Denota-se dos autos que a discussão em comento é eminentemente fática. Isso porque o direito creditório não foi reconhecido até o momento exatamente por fatal de comprovação da sua origem. Segundo alega a DRJ/BEL (fls. 39 do e-processo): Inicialmente, cabe esclarecer que a DCTF retificadora (fls.16/28) apresentada em 12/12/2008 não será considerada como prova para fins de análise eis que apresentada posteriormente à ciência do Despacho Decisório (02/12/2008). Isso porque é entendimento da Receita Federal do Brasil – RFB que a simples retificação da DCTF anteriormente à ciência do Despacho Decisório no sentido de reduzir o tributo inicialmente declarado e amparar o crédito pleiteado constitui prova suficiente para fins de reconhecimento do direito creditório. A contrario sensu, a retificação da DCTF posteriormente à ciência do Despacho Decisório não se constitui prova cabal da existência do crédito. É que o contribuinte perdeu a espontaneidade para retificar a DCTF. Nesse caso, seriam necessários outros elementos para o convencimento do julgador. Mas então, que outros elementos seriam esses? Fl. 110DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 1002-000.950 - 1ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.950355/2008-01 Seria necessário que o contribuinte apresentasse elementos consistentes de sua escrituração com vistas à comprovação da correta base de cálculo da CSLL para o período. Embora o contribuinte não tenha juntado aos autos cópia da DIPJ/2005, esta não teria o condão de isoladamente comprovar o indébito, dada a natureza meramente informativa dessa declaração. Destarte, diante da ausência de provas robustas e mais detalhadas sobre os equívocos cometidos, o direito creditório não deve ser reconhecido. Ora, é sabido de que a retificação de DCTF para fins de redução do montante de tributo devido somente é possível mediante a comprovação do erro cometido. Foi isso que a DRJ/BEL quis dizer quando afirmou que ela não seria considerada como prova. Na verdade, o que acontece que a DCTF não pode servir como único elemento de prova para comprovação de liquidez e certeza de crédito tributário decorrente de erro no preenchimento da obrigação acessória. A DRJ/BEL segue nesse sentido ao afirmar (fls. 39 do e-processo) que seria necessário que o contribuinte apresentasse elementos consistentes de sua escrituração com vistas à comprovação da correta base de cálculo da CSLL para o período. O contribuinte, a seu turno, em sede de Recurso Voluntário, se limita a afirmar que o erro decorreu na apuração da alíquota da CSLL devida, que deveria ter sido considerada no percentual de 1,08% (comércio), mas que apurou equivocadamente sob o percentual de 2,88% (prestadores de serviços). Em que pese o alegado, não foi apresentado um elemento de prova sequer demonstrando, por exemplo, que as receitas do contribuinte decorreram efetivamente da atividade de comércio e não da prestação de serviços, o que justificaria a aplicação da alíquota de 1,08%. O Código Tributário Nacional (“CTN”) é claro ao somente admitir a compensação mediante a utilização de créditos líquidos e certos, veja-se: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 111DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 1002-000.950 - 1ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.950355/2008-01 E nesse ponto acompanhamos a DRJ/BEL quando afirma (fls. 39 do e-processo) que diante da ausência de provas robustas e mais detalhadas sobre os equívocos cometidos, o direito creditório não deve ser reconhecido. No caso de pedido de compensação, a liquidez do direito há de ser provada pela comprovação documental do quantum compensável pelo contribuinte. O artigo 373, inciso I, do novo Código de Processo Civil, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo fiscal, dispõe que o ônus da prova incumbe ao autor, enquanto que o artigo 36 da Lei nº 9.784/1999, impõe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Em idêntico sentido atua o Decreto nº 70.235/1972, que, regendo as compensações por força do artigo 74, § 11, da Lei nº 9.430/1996, determina em seu art. 15 que os recursos administrativos devem trazer os elementos de prova. Essa Turma Extraordinária possui precedentes nesse sentido a corroborar com todo o exposto, veja-se: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2005 NÃO HOMOLOGAÇÃO DE PER/DCOMP. CRÉDITO DESPIDO DOS ATRIBUTOS LEGAIS DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CABIMENTO. Correta a não homologação de declaração de compensação, quando comprovado que o crédito nela pleiteado não possui os requisitos legais de certeza e liquidez, visto que fora integralmente utilizado para a quitação de débito com características distintas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano-calendário: 2005 PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ONUS PROBANDI DO RECORRENTE. Compete ao Recorrente o ônus de comprovar inequivocamente o direito creditório vindicado, utilizando-se de meios idôneos e na forma prescrita pela legislação. Ausentes os elementos mínimos de comprovação do crédito, não cabe realização de auditoria pelo julgador do Recurso Voluntário neste momento processual, eis que implicaria o revolvimento do contexto fático-probatório dos autos.(Processo nº 13888.903160/200962. Acórdão nº 1002000.605. Relator Ailton Neves da Silva. Sessão de 12/02/2019) ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2006 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO. PAGAMENTO A MAIOR. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. DIREITO CRÉDITO NÃO COMPROVADO. A compensação para extinção de crédito tributário só pode ser efetivada com crédito líquido e certo do contribuinte, sujeito passivo da relação tributária, sendo que o encontro de contas somente pode ser autorizado nas Fl. 112DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 1002-000.950 - 1ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.950355/2008-01 condições e sob as garantias estipuladas em lei. (Processo nº 18470.905746/201011. Acórdão nº 1002000.635. Relator Breno do Carmo Moreira Vieira. Sessão de 13/02/2019) Dessa forma, como cumpria exclusivamente ao contribuinte o ônus de provar a liquidez e certeza de seu alegado crédito e assim não o fez, torna-se inviável o reconhecimento do crédito pleiteado nos autos, razão pela qual não existem motivos para a reforma do Acórdão da DRJ/BEL. Isso posto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (documento assinado digitalmente) Marcelo Jose Luz de Macedo Fl. 113DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35011.001097/2007-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 15 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Tue Feb 18 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998
ALEGAÇÕES APRESENTADAS SOMENTE NO RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO.
Os motivos de fato e de direito em que se fundamenta a irresignação do contribuinte devem ser apresentados na impugnação, não se conhecendo do recurso voluntário interposto somente com argumentos suscitados nesta fase processual e que não se destinam a contrapor fatos novos ou questões trazidas na decisão recorrida.
MULTA ISOLADA PREVIDENCIÁRIA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DECADÊNCIA.
No lançamento de multa isolada previdenciária por descumprimento de obrigação acessória, aplica-se o art. 173, I do CTN para a determinação do termo inicial do prazo decadencial.
Numero da decisão: 2402-008.025
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por falta de prequestionamento das alegações recursais, em sede de impugnação, e reconhecer, de ofício, a ocorrência da decadência, a qual atingiu integralmente o crédito lançado.
(documento assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Gregório Rechmann Junior - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Francisco Ibiapino Luz, Gregório Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Rafael Mazzer de Oliveira Ramos, Márcio Augusto Sekeff Sallem e Ana Cláudia Borges de Oliveira.
Nome do relator: GREGORIO RECHMANN JUNIOR
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 ALEGAÇÕES APRESENTADAS SOMENTE NO RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. Os motivos de fato e de direito em que se fundamenta a irresignação do contribuinte devem ser apresentados na impugnação, não se conhecendo do recurso voluntário interposto somente com argumentos suscitados nesta fase processual e que não se destinam a contrapor fatos novos ou questões trazidas na decisão recorrida. MULTA ISOLADA PREVIDENCIÁRIA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DECADÊNCIA. No lançamento de multa isolada previdenciária por descumprimento de obrigação acessória, aplica-se o art. 173, I do CTN para a determinação do termo inicial do prazo decadencial.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por falta de prequestionamento das alegações recursais, em sede de impugnação, e reconhecer, de ofício, a ocorrência da decadência, a qual atingiu integralmente o crédito lançado. (documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (documento assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Francisco Ibiapino Luz, Gregório Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Rafael Mazzer de Oliveira Ramos, Márcio Augusto Sekeff Sallem e Ana Cláudia Borges de Oliveira.
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NÃO CONHECIMENTO. Os motivos de fato e de direito em que se fundamenta a irresignação do contribuinte devem ser apresentados na impugnação, não se conhecendo do recurso voluntário interposto somente com argumentos suscitados nesta fase processual e que não se destinam a contrapor fatos novos ou questões trazidas na decisão recorrida. MULTA ISOLADA PREVIDENCIÁRIA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DECADÊNCIA. No lançamento de multa isolada previdenciária por descumprimento de obrigação acessória, aplica-se o art. 173, I do CTN para a determinação do termo inicial do prazo decadencial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por falta de prequestionamento das alegações recursais, em sede de impugnação, e reconhecer, de ofício, a ocorrência da decadência, a qual atingiu integralmente o crédito lançado. (documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (documento assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Francisco Ibiapino Luz, Gregório Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Rafael Mazzer de Oliveira Ramos, Márcio Augusto Sekeff Sallem e Ana Cláudia Borges de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 01 1. 00 10 97 /2 00 7- 16 Fl. 57DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2402-008.025 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 35011.001097/2007-16 Relatório Trata-se de recurso voluntário em face da decisão da 5ª Tuma da DRJ/BEL, consubstanciada no Acórdão nº 01-10.759 (fl. 42), que julgou procedente o lançamento fiscal. Nos termos do relatório da r. decisão, tem-se que: 1. Trata o presente do Auto de Infração - DEBCAD N° 37.064.371-2, lavrado contra a empresa antes qualificada em decorrência de a mesma ter infringido o Art. 32, inciso III, Lei n° 8.212/91, com alterações posteriores, c/c o art.225, inciso III, do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99, uma vez que deixou de prestar à Secretaria da Receita Previdenciária - SRP, todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse do mesmo, na forma ele estabelecida. 2. Segundo consta do Relatório Fiscal da Infração de fls.l5/16, a empresa não atendeu à solicitação formulada via Termo de Intimação para Apresentação de Documentos - TIAD, no que tange a apresentação dos contratos de prestação de serviços, Notas Fiscais e especificamente, os arquivos magnéticos de acordo com o leiaute previsto no Manual de Arquivos Digitais da Secretaria da Receita Previdenciária - SRP (Portaria MPS/SRP 058, de 28/01/2005 e Instrução Normativa 012/2006 da SRP), referente ao período 01/1996 a 12/1998. 3. Foi aplicada a multa no valor de R$ 11.568,42 (onze mil, quinhentos e sessenta e oito reais e quarenta e dois centavos), na forma prevista nos art. 92 e 102 da Lei n° 8.212/91 e alterações posteriores, c/c art. 283, II, alínea “b” e art. 373, do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99, considerando a ausência de agravantes dispostos no art. 292, inciso I, do referido Regulamento. 4. .O contribuinte apresentou defesa tempestiva, fls. 23/26, acompanhada dos anexos de fls. 28/37, argumentando síntese o seguinte: 4.1 Inicialmente transcreve os fatos apontados pela fiscalização e que fundamentaram a autuação em tela. 4.2 Aduz que apresentou integralmente todos os documentos solicitados e sempre nos prazos estipulados; 4.3 Alega comprovar cabalmente os seus argumentos, fazendo a juntada dos recibos dos arquivos digitais referentes aos exercícios solicitados, demonstrando de forma clara e insofismável que as afirmativas da autoridade fiscal, NÃO expressam a situação verídica. 4.4 Por fim, ressalta que os recibos foram assinados em 04/09/2006 pela própria autoridade fiscal autuante, cujos códigos de identificação passa a transcrever; 4.5 Ante o exposto, requer que sejam acatados os fatos e motivos apresentados e que, se Autoridade Julgadora concluir pela necessidade, os autos sejam baixados em diligência com a finalidade de comprovação documental e, por fim, que seja declarada a insubsistência do referido Auto de Infração. A DRJ, por meio do susodito Acórdão nº 01-10.759 (fl. 42), julgou procedente o lançamento fiscal, conforme ementa abaixo reproduzida: Assunto: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1998 AUTO DE INFRAÇÃO. ARQUIVOS DIGITAIS. Constitui infração ao Art. 32, III da Lei n° 8.212/91, deixar a empresa de prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social e ao Departamento da Receita Federal todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários á fiscalização. Lançamento Procedente Fl. 58DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2402-008.025 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 35011.001097/2007-16 Cientificado da decisão exarada pela DRJ, o Contribuinte apresentou o recurso voluntário de fl. 51, sustentando, em síntese, que a construção da obra conforme, o item 1 do relatório fiscal da NFLD 37.064.370-4 se deu entre 01/2001 a 12/2003, enquanto que o presente auto foi lavrado pela não-apresentação dos arquivos digitais, nos termos da Portaria MPS/SRP 058/2005 e IN/SRP 012/2006, referente ao período de 01/1996 a 12/1998. É o relatório. Voto Conselheiro Gregório Rechmann Junior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo. Entretanto, não deve ser conhecido pela razões a seguir expostas. Do Não Conhecimento Analisando-se o recurso voluntário apresentado (fls. 51 a 54), verifica-se que a Contribuinte inovou em suas razões de defesa, apresentando fundamentação e argumentação não deduzidas em sede de impugnação. De fato, na impugnação apresentada, a Contribuinte restringiu-se a sustentar que: Estranha as afirmativas feitas pelo autoridade fiscal, haja vista, ter apresentado integralmente todos os documentos solicitados e sempre nos prazos estipulados. Comprovando cabalmente os argumentos da impugnante, faz-se a juntada dos recibos dos arquivos digitais referente aos exercícios solicitados, demonstrando de forma clara e insofismável que as afirmativas supramencionadas da autoridade fiscal NÃO expressam a situação verídica. Por fim, ressalte-se que os recibos foram assinados em 04/09/2006 pela própria autoridade fiscal autuante e cujos códigos de identificação são os a seguir: Observe-se que, conforme constatado pelo órgão julgador de primeira instância, da análise dos elementos probatórios carreados aos autos com a impugnação de fls. 23/27, verifica-se que os Recibos de Entrega de Arquivos Digitais, anexados às fls 29 e 31, tratam respectivamente do comprovante de entrega de arquivos digitas (mídia CD) contendo as informações relativas aos períodos de janeiro a dezembro de 2004 e janeiro a dezembro de 2005. Entretanto, consoante o descrito no item 2, precedente,-o motivo ensejador da lavratura do presente AI, foi a não apresentação de documentos e arquivos magnéticos necessários à auditoria fiscal empreendida na empresa, referentes ao período 01/1996 a 12/1998, não procedendo, portanto o pleito da impugnante para que seja declarado a insubsistência do presente AI. Em sua peça recursal, entretanto, a Contribuinte inovou em suas razões de defesa, passando a sustentar que: O auto de infração 37.064.371-2, CFL 35, que foi lavrado pela não-apresentação dos arquivos digitais nos termos da Portaria MPS/SRP 058/2005 e IN/SRP 012/2006, referem-se ao período - pasmem! – de 01/1996 a 12/1998. Fl. 59DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2402-008.025 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 35011.001097/2007-16 Ora, a construção da obra conforme o item 1 do relatório fiscal da NFLD 37.064.370-4 se deu entre 01/2001 a 12/2003, então, não haveria informações a serem geradas pela recorrente referente ao período de 01/1996 a 12/1998. O auto de infração 37.064.371-2 é nulo de pleno direito por solicitar coisa impossível de cumprimento por parte do contribuinte, visto que a obra de construção civil somente iniciou em 01/2001, conforme o próprio relatório fiscal e, principalmente, por extrapolar os limites do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF nº. 09331672. Na verdade, em vista das competências .mencionadas no relatório do auto de infração em comento, acreditamos tratar-se de um erro grosseiro por parte da auditoria previdenciária. O inciso III do art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, norma que regula o Processo Administrativo Fiscal – PAF em âmbito federal, é expresso no sentido de que, a menos que se destinem a contrapor razões trazidas na decisão recorrida, os motivos de fato e de direito em que se fundamentam os pontos de discordância e as razões e provas que possuir o contribuinte devem ser apresentados na impugnação. Decreto n. 70.235/72 Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões a provas que possuir. No caso em análise, não há qualquer registro na peça impugnatória da matéria em destaque suscitada no recurso voluntário, razão pela qual não se conhece de tal argumento e, por conseguinte, do próprio recurso voluntário, tendo em vista que ser esta a única matéria deduzida pelo Contribuinte em sua peça recursal. Da Decadência Embora não questionada pela Recorrente, por se tratar de matéria de ordem pública, impõe-se verificar, de ofício, a ocorrência (ou não) da perda do direito de o Fisco efetuar o lançamento, em face da consumação do lustro decadencial. Sobre o tema, dois aspectos devem ser considerados: o prazo e o termo inicial para contagem da decadência. Quanto ao prazo decadencial, é importante destacar que o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais os art. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e editou a Súmula Vinculante nº 8, com o seguinte teor: Súmula Vinculante n° 08 – São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. A partir da edição da Súmula Vinculante nº 8, ocorrida em 20/06/2008, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatá-la. Desse modo, o prazo decadencial para lançamento das contribuições previdenciárias passa de dez para cinco anos, nos termos do CTN. Falta agora determinar o termo inicial para sua contagem. Tratando-se de lançamento de multa isolada – e não de tributo sujeito ao lançamento por homologação – o termo inicial será aquele estabelecido pelo art. 173, I do CTN, nos termos da Súmula CARF nº 148: Fl. 60DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 2402-008.025 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 35011.001097/2007-16 Súmula CARF nº 148 No caso de multa por descumprimento de obrigação acessória previdenciária, a aferição da decadência tem sempre como base o art. 173, I, do CTN, ainda que se verifique pagamento antecipado da obrigação principal correlata ou esta tenha sido fulminada pela decadência com base no art. 150, § 4º, do CTN. No caso em análise, considerando que a ciência do lançamento ocorreu em 14/03/2007, poderiam ser exigidos documentos a partir da competência 12/2001, posto que o período anterior já estaria decadente. Verifica-se que a requisição documental refere-se ao período – certo ou não – de 01/1996 a 12/1998, estando, assim, integralmente alcançada pela decadência. Resta, portanto, configurada a perda do direito de o Fisco constituir o crédito tributário em análise, em face da consumação da decadência, nos termos acima declinados. Conclusão Ante o exposto, concluo o voto no sentido de não conhecer do recurso voluntário, por inovação na tese de defesa e, de ofício, cancelar integralmente o crédito tributário lançado, uma vez que atingido pela decadência. (documento assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior Fl. 61DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 13706.003301/2004-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVIDADE Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando
apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 2202-000.920
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, João Carlos Cassuli Junior, Antonio Lopo Martinez, Ewan Teles Aguiar, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 81DF CARF MF Emitido em 21/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 16/03/2011 por NELSON MALLMANN, 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Relatório Em desfavor do contribuinte, AYLTON DUARTE FIGUEIRA, foi lavrado o auto de infração de fls. 4/7 onde exigese o recolhimento do imposto de renda pessoa física suplementar equivalente a R$ 10.456,87, acrescido de multa de oficio (passível de redução) de R$ 7.842,65 e juros de mora (calculados até 08/2004) de R$ 4.480,76. O lançamento originou se da revisão da DIRPF/2002 (fls. 44/47), quando, em razão da apuração de omissão de rendimentos de aluguéis ou royalties recebidos de pessoas jurídicas, os rendimentos tributáveis foram alterados de R$ 175.376,30 para R$ 213.401,30. Às fls. 1, o interessado apresentou sua impugnação, quando alegou ser meeiro do inventário de Edy Fairbaim Figueira e ofereceu a seguinte documentação: certidão de casamento fl. 20); certidão de óbito (II. 21); documentos referentes ao inventário (fis. 8/19); imposto de renda de Alexandre Faibairn Figueira (filho) —fls. 31/34; imposto de renda de Vera Farbairn Figueira (filha) —fls. 35/36; A DRJJuiz de Fora ao apreciar as razões do contribuinte, julgou o lançamento procedente nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. ALUGUÉIS OU ROYALTIES. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. COPROPRIEDADE DE IMÓVEIS. O contribuinte deixou de demonstrar que era coproprietário com os seus filhos de imóveis locados, cujos rendimentos de aluguéis foram considerados omitidos pela Fiscalização. A ausência de registros imobiliários atualizados à época dos fatos geradores, ou da comprovação de quais bens proporcionaram os aluguéis, torna órfã a alegação do sujeito passivo de que os rendimentos foram divididos entre os supostos proprietários. Lançamento Procedente Ao apreciar as razões do contribuinte, assim se pronunciou a autoridade recorrida: Os elementos apresentados, contudo, não permitem a clara inferência de que os bens locados pelas fontes pagadoras: CRN Comissário de Despachos Aduaneiros Ltda, Colégio Curso Prioridade Hum Ltda e Rio Estantes Com. e Locações Ltda, correspondiam a imóveis de copropriedade entre o autuado e os Fl. 82DF CARF MF Emitido em 21/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 16/03/2011 por NELSON MALLMANN, 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 13706.003301/200421 Acórdão n.º 220200.920 S2C2T2 Fl. 2 3 citados filhos. Nesse sentido, é de se aclarar que deixou o contribuinte de apresentar: • os contratos de locação firmados com as aludidas fontes pagadoras, porquanto sequer foram mencionados quais eram os imóveis em questão ou os valores efetivamente envolvidos nessas operações; • o registro dos imóveis atualizados à data dos fatos geradores (ano calendário de 2001), para se verificar quem era(m) o(s) proprietário(s), uma vez que os documentos alusivos à partilha estão datados de 1989. Em assim sendo, a alegação de que os valores pertinentes aos dois filhos constaram das declarações desses não se sustenta ante a falta dos elementos acima indicados. Chamam atenção, ainda, os seguintes fatos: 1 — mesmo que considerado o quinhão alegado de 50%, alusivo ao imóvel locado por CRN Comissário de Despachos Aduaneiros Ltda, nada for declarado pelo autuado do valor omitido de R$ 8.800,00 (DIRF de fl. 50); 2 — em relação às fontes pagadoras Colégio Curso Prioridade Hum Ltda (DIRF de fl. 51) e Rio Estantes Com. e Locações Ltda (DIRF de fl. 52), observase a utilização integral dos respectivos IRRF, de R$ 4.630,00 e R$ 3.100,00, na DIRPF/2002 do interessado (fls. 44/47), o que corrobora o entendimento da omissão de rendimentos apontada pela Fiscalização. Insatisfeito, o contribuinte interpõe recurso voluntário ao Conselho onde reitera os mesmos argumentos da impugnação. Indicando que se ocorreu algum erro, ele foi de parte da Receita Federal, que não deu acolhimento exato e correto, às formulações impugnativas apresentadas. Acrescenta que de acordo com o princípios constitucionais é garantida a inviolabilidade do direito a vida. Adiciona que é portador de doença grave, o que lhe permitiria solicita e requerer a revisão do julgamento efetuado, solicitando o cancelamento do debito fiscal reclamado. É o relatório. Fl. 83DF CARF MF Emitido em 21/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 16/03/2011 por NELSON MALLMANN, 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator Do exame dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com a preclusão do prazo para interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A decisão de Primeira Instância foi cientificada ao contribuinte através do correio em 31/03/2008 (fls. 57verso). Entretanto a peça recursal, somente, foi protocolada 10/07/2008, conforme atesta documento de fls. 60, portanto, fora do prazo fatal de 30 dias. Caberia ao suplicante adotar medidas necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, observando o prazo fatal para interpor a peça recursal. Acrescentese, por pertinente, que a autoridade preparadora inclui nos autos o termo de perempção de fls. 58. Nestes termos, posicionome no sentido de não conhecer do recurso voluntário, por intempestivo. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 84DF CARF MF Emitido em 21/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 16/03/2011 por NELSON MALLMANN, 16/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Numero do processo: 10280.722536/2009-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Dec 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 17 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RECONHECIDO. NÃO CABIMENTO.
Não se constatada a oposição ilegítima ao ressarcimento de crédito presumido do IPI, apto a ensejar a correção pela SELIC, se o crédito na origem foi reconhecido integralmente.
Recurso Voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3301-007.266
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer o recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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ATUALIZAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RECONHECIDO. NÃO CABIMENTO. Não se constatada a oposição ilegítima ao ressarcimento de crédito presumido do IPI, apto a ensejar a correção pela SELIC, se o crédito na origem foi reconhecido integralmente. Recurso Voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer o recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente (documento assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro - Relatora Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida: Trata-se de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI referente ao 3° trimestre de 2000, no valor de R$ 30.194,73 (fls. 02/11). Apresentou DCOMP de n° 330l3.99296.110405.1.3.0l-9300 e 36906.72854.l10405.1.3.0l-3049 (retificada pela de n° 31714.32839.200906.1.7.0l-2418). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 25 36 /2 00 9- 81 Fl. 211DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 3301-007.266 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.722536/2009-81 No tocante ao ressarcimento, o valor do crédito solicitado foi integralmente reconhecido no âmbito do processo n° l0280.904629/2009-21. No entanto, a compensação declarada no PER/DCOMP n° 330l3.99296.l l0405.1.3.0l-9300 foi homologada parcialmente e a compensação declarada no PER/DCOMP n° 31714.32839.200906.1.7.01- 2418 não foi homologada, restando saldo devedor de R$26.79l,98, a ser cobrado com os acréscimos legais devidos. A Interessada apresentou, em 17/08/2009, a Manifestação de Inconformidade (fls. 36/82), alegando que: l. Não obstante à correção no reconhecimento do crédito pleiteado o agente fazendário equivocou-se quando da homologação das compensações realizadas pelo contribuinte com base naquele crédito uma vez que homologou-as apenas parcialmente sob o argumento de que não teria sido suficiente o crédito reconhecido para a compensação do débito tributário a que estava vinculada a compensação; Tão logo apurou o crédito constante dos autos do presente processo providenciou a sua compensação de livre e espontânea vontade, antes que qualquer procedimento fiscal fosse deflagrado e que tais créditos tributários lhe fossem exigidos de oficio pela autoridade fazendária competente; Ocorreu, por parte da Impugnante, a denúncia espontânea, seguida da correspondente liquidação do débito, ambas via declaração de compensação; Diante disto, apurou o principal em aberto e os correspondentes juros devidos, deixando de considerar a multa face à sua exclusão diante da denuncia espontânea compensando, assim, somente a parcela do principal e dos juros e deixando, consequentemente, de compensar a parcela da multa por ser indevida; A compensação a menor deve-se exclusivamente ao fato de que o agente fazendário pretendeu cobrar e fazer incidir multa não compensada por ser indevida no caso específico da Impugnante diante da sua exclusão pela denuncia espontânea; Que a não homologação dos débitos compensados na DCOMP n° 317l4.32839.200906.1.7.0l-2418 tem como origem a pretensa existência de outro Pedido de Compensação - Dcomp - identificado pela Autoridade Fiscal sob o número 33013.99296.l10405.1.3.0l-9300; Que desconhece a existência da Dcomp 33013.99296.l 10405. 1 .3.01-9300 não a tendo transmitido e desconhecendo quais o pretensos débitos estão a ela vinculados; Não há como utilizar 100% do crédito reconhecido à homologação de pretensa Declaração de Compensação que não transmitiu; Deve a Dcomp 330l3.99296.1l0405.l.3.0l-9300 (inexistente) ser desconsiderada (já que não foi transmitida pela Impugnante) e o crédito reconhecido no termos do Pedido de Ressarcimento 07483.13332.l10405.1.l.01-7454 ser direcionado para a homologação das compensações vinculadas ao Pedido de Compensação protocolizado sob o número 317l4.32839.200906.1.7.01-2418; O despacho decisório não traz como anexo e/ou parte integrante a Dcomp 330l3.99296.l l0405.1.3.0l-9300 que a Impugnante. Tampouco traz em seu bojo a indicação de quais débitos tributários teriam sido compensados naquela Dcomp; Fl. 212DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 3301-007.266 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.722536/2009-81 Com isso impede que a impugnante tenha conhecimento do conteúdo da Dcomp 33013.99296.l l0405.1.3.01-9300 que desconhece impedindo assim seu amplo direito de defesa; O fato inarredável é que a descrição precisa dos fatos que amparam a decisão fiscal não se faz presente em nenhum momento da instrução processual, conforme pode ser verificado através da análise minuciosa dos autos; Assim sendo, não se justifica que o Despacho Decisório em tela tenha sido notificado, apresentado e entregue sem os elementos identificadores essenciais para o se desenvolvimento válido, uma vez que a ausência desses elementos fere de morte o contraditório e a ampla defesa; Conforme consta dos autos do processo e indicado pela própria autoridade fiscalizadora o pretenso débito foi identificado pela análise das informações prestadas pelo contribuinte em PER/DCOMP bem como, e mais importante, pela efetiva observação de sua entrega ainda que em atraso, porém de espontânea vontade do Contribuinte na qual o Contribuinte vinculou em compensação 100% do principal e dos juros sobre eles incidentes, extinguindo-o; Uma vez que a obrigação principal a que está o contribuinte obrigado e que deu origem à sanção imposta pela notificação que ora se pretende desconstitui foi cumprida voluntariamente, ainda que intempestivamente, mas antes de qualquer manifestação ou notificação do Fisco fica constituída a denúncia espontânea tratada no tópico anterior e a consequente reparação voluntário extinguindo-se a punibilidade; A sanção administrativa aqui representada pela multa no pagamento em atraso do tributo, no entanto, não é absoluta ou definitiva desde a falta cometida pelo contribuinte, adquirindo aquelas qualidades de definitiva e absoluta após o devido processo legal que se inicia com a notificação ou manifestação equivalente; Não obstante o cumprimento da obrigação principal tenha ocorrido intempestivamente, foi ela cumprida nos termos da lei com a devida reparação do dano representada pela incidência dos juros Selic antes que houvesse a notificação, elidindo qualquer penalização pela denúncia espontânea com o concomitante e efetivo cumprimento da obrigação que se traduziu na reparação do gang, motivo pelo qual fica extinta, face as legislação aplicável, a punibilidade, merecendo ser igualmente extinto a pretensão fiscal impugnada juntamente com seus efeitos; A inexistência ou o erro na capitulação da suposta infração como é o caso presente leva à violação do princípio da legalidade e da tipicidade; Como se verifica no despacho decisório combatido não restou consignado quais os motivos que ensejaram a metodologia de apuração empregada, nem mesmo demonstrado, especificamente, qual o dispositivo legal infringido, limitando-se a indicar apenas aquela legislação de abrangência geral; Frise-se, não há qualquer norma legal que autorize o agente fazendário a efetuar aquele redistribuição e alterar a declaração do contribuinte ferindo a pretensão fiscal em um só golpe os princípios da Legalidade e da Tipicidade; Uma vez que desapareça a obrigação principal também desaparece a exigibilidade de cumprimento das obrigações acessórias que lhe sejam vinculadas; Fl. 213DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 3301-007.266 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.722536/2009-81 Exigir a multa combatida não é razoável porque o contribuinte declarou corretamente os valores devidos antes do início de qualquer procedimento fiscal e cumpriu com suas obrigações; A multa aplicada ao Impugnante na intenção de impor penalidade é exagerada e afronta o princípio do não-confisco, consagrado implicitamente pela Constituição, em seu artigo 5°. XXII; Lesão aos Princípios da Proporcionalidade e aos da Ordem Econômica; Cabe acrescer, por derradeiro, que o art. 39 da Lei n° 9.250 de 25 de dezembro de 1995, reconheceu um direito novo ao contribuinte, vale dizer, o de verse ressarcida da correção monetária sobre os créditos que possua junto ao fisco por meio dos juros calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior (ou no caso, da data em que se constituiu definitivamente o crédito a seu favor) até o mês anterior ao da compensação ou efetivo ressarcimento, de acordo com a taxa da “SELIC” - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada; Todos os valores a que o contribuinte detenha a titulo de crédito perante os cofres da União e que forem (como no vertente caso) objeto de compensação ou repetição, serão atualizados monetariamente, sem quaisquer expurgos, sobre o que incidirá, ainda, nos termos da lei, a SELIC até o mês anterior à compensação e 1%, relativamente ao mês da efetiva repetição; Não há como negar ao contribuinte o direito à atualização monetária do crédito uma vez que protocolado o pedido não pode ele ser prejudicado pela inércia da administração pública; Sendo devido os juros moratórios na hipótese de crédito da Fazenda junto aos contribuintes, por razão de equidade são os mesmos devidos na hipótese inversa, ou seja, nas hipóteses de crédito do Contribuinte junto à fazenda, para que não haja diferença de tratamento; Que em razão do consagrado princípio da isonomia, exigindo a Fazenda Nacional a incidência dos juros moratórios a partir do dia subsequente ao vencimento da obrigação, idêntico tratamento seve ser concedido quando o contribuinte tem um crédito junto ao Estado, eis que faltaria juridicidade e entendimento diverso. Em sua defesa, cita decisões administrativas e judiciais. Isto posto, requer a contribuinte: a) seja considerado Impugnado o Auto de Infração que lançou Multa Isolada; b) seja reconhecida a inexistência do crédito tributário contra a Impugnante, a título de Multa pelo atraso no cumprimento de obrigação principal devidamente extinta espontaneamente nos termos em que pretendido pelo Despacho Decisório na parte Impugnada já que indevido e, portanto, constituído em desacordo com a legislação de regência por força de tudo quanto aduzido na presente peça de Impugnação; c) seja, portanto, declarada nula o rateio da compensação efetuada pela Impugnante e consequentemente homologada a totalidade da compensação e extinto Fl. 214DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 3301-007.266 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.722536/2009-81 100% do crédito tributário a ela vinculada desconstituindo-se, por via de consequência, a pretensão combatida. A 3ª Turma da DRJ/BEL, acórdão nº 01-16.989, negou provimento à manifestação de inconformidade, com decisão assim ementada: DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas por órgãos colegiados não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão, na forma do art. 100, II, do Código Tributário Nacional (CTN). COMPENSAÇÃO. DCOMP. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA. APLICABILIDADE. A denúncia espontânea objeto do art. 138 do CTN refere-se a outras infrações que não o mero inadimplemento de tributo, pelo que descabe excluir a multa de mora no caso de recolhimento com atraso, no caso caracterizado pela entrega da Dcomp em data em que o débito já estava vencido. CRÉDITOS DE IPI. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI. Em seu recurso voluntário, a Recorrente ratifica suas razões da defesa anterior para requer: a inexistência da cobrança de multa moratória e a consequente homologação integral da compensação. E, a atualização do crédito presumido de IPI pela SELIC. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro, Relatora. O recurso voluntário não reúne os pressupostos legais de interposição. Quanto à aplicação do instituto da denúncia espontânea ao valor da multa de mora, na extinção dos débitos por compensação, são fatos incontroversos que os débitos compensados foram declarados na DComp em data posterior às dos seus respectivos vencimentos. De toda a sorte, a multa moratória refere-se ao débito, que não é objeto do presente processo de compensação (que analisaria o direito creditório, se não tivesse a origem o reconhecido integralmente). Logo, não deve esse argumento ser conhecido. Ademais, o valor do crédito presumido de IPI pleiteado foi integramente reconhecido, por isso não há fundamento para o pleito de atualização, já que inexistente a oposição ilegítima do Fisco. Fl. 215DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 3301-007.266 - 3ª Sejul/3ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10280.722536/2009-81 Conclusão Do exposto, voto por não conhecer o recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro - Relatora Fl. 216DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 12267.000001/2007-97
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Feb 11 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/03/2000
RECURSO ESPECIAL. ART. 67 DO RICARF. COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA.
Somente deve ser conhecido o Recurso Especial de Divergência quando restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência foi aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados.
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. SÚMULA CARF nº 119.
No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996.
Numero da decisão: 9202-008.414
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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ART. 67 DO RICARF. COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA. Somente deve ser conhecido o Recurso Especial de Divergência quando restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência foi aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. SÚMULA CARF nº 119. No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 7. 00 00 01 /2 00 7- 97 Fl. 661DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo. Relatório Nos termos em que descrito no relatório do acórdão recorrido, trata-se de lançamento para cobrança da contribuição previdenciária incidente na contratação de serviços mediante cessão de mão de obra. Segundo a fiscalização a empresa teria deixado de reter e recolher a contribuição de 11% sobre as notas fiscais de prestadores de serviço de transporte de carga nas competências 02/1999 a 03/2000. A autoridade fiscal registrou que a NFLD constante do processo é resultado do desmembramento de outra e que a separação dos lançamentos se deu ao fato de que a prestadora de serviços Ouro Verde era afiliada à Associação Nacional do Transporte de Cargas e esta entidade teria obtido decisão favorável na 24ª Vara Federal de São Paulo no que se refere ao assunto dos autos. A 11ª Turma da DRJ/Rio de Janeiro, no Acórdão de fls. 275/291, julgou o lançamento procedente em parte, tendo concluído pela exclusão das exigências relativas às competências 07/99, 02 e 03/2000 devido a existência de provimento jurisdicional que impedia a retenção. Após o trâmite processual, a 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária deu provimento parcial ao recurso voluntário. Embora tenha concluído pela caracterização da cessão de mão de obra e, consequentemente, pela manutenção da exigência do tributo, o Colegiado determinou que o valor da multa observe o disposto no art. 61 da Lei nº 9.430/96, se mais benéfica ao contribuinte. O acórdão nº 2301-002.806 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/1999 a 31/03/2000 IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE ARGUMENTO FUNDADO EM INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO, ACORDO INTERNACIONAL, LEI OU DECRETO. Por força do art. 26A do Decreto 70.235/72, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. RETENÇÃO DE 11%. PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE REALIZAÇÃO DA RETENÇÃO. RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO CONTRATANTE ATÉ O MONTANTE DA RETENÇÃO. PRESUNÇÃO RELATIVA EM RELAÇÃO À CARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃO DE OBRA. O art. 31 da Lei 8.212/91 estabelece que o contratante de serviços caracterizados como cessão de mão de obra deve reter 11% do valor das notas fiscais e efetuar o devido recolhimento. O §5º do art. 33 da Lei 8.212/91 estabeleceu uma presunção absoluta de que a retenção é realizada nos casos em que existe a previsão legal para respectiva obrigação, bem como determinou que a responsabilidade do substituto é exclusiva, Fl. 662DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 afastando a responsabilidade do beneficiário dos pagamentos até o montante da retenção presumida. A caracterização de que a contratação de serviços se deu com cessão de mão de obra é resultado de presunção legal relativa, tendo como fato base a contratação de serviços relacionados no art. 219 do RPS. Na ausência de provas que demonstram que a prestação de serviços não se amolda aos requisitos da cessão de mão obra previstos no §3º do art. 31 da Lei 8.212/91, a presunção relativa fica mantida. LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA “C”, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. AFASTAMENTO DA MULTA MORA. A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea “c”, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora, esta não é de ser aplicada uma vez que o regime atual não a manteve no procedimento de ofício. Em razão da apresentação de embargos de declaração foi proferido ainda o acórdão de nº 2301-003.066 para melhor descrever o entendimento do Colegiado acerca da aplicação da multa. A decisão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2000 a 28/02/2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. Constatada a existência de obscuridade, omissão ou contradição no Acórdão exarado pelo Conselho, correto o acolhimento dos embargos de declaração visando sanar o vício apontado. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente para os fatos geradores ocorridos até 11/2008, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35ª da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Embargos Acolhidos. Contra os acórdãos a Fazenda Nacional apresenta Recurso Especial. Citando como paradigmas os acórdãos 9202-003.846 e 2401-002.453, é devolvida a este Colegiado a discussão acerca do critério de aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Fl. 663DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 Intimado o contribuinte apresenta contrarrazões pugnando pelo não conhecimento do recurso e, no mérito, pela manutenção da decisão recorrida. Ato contínuo o contribuinte apesenta ainda o seu próprio recurso especial. Com base nos acórdãos paradigmas 2402-003.699 e 2402-002.196 é defendida a tese no sentido de ser do fisco o ônus de comprovar a caracterização da cessão de mão de obra, configurando a ausência dessa prova a inobservância dos elementos necessários à constituição do lançamento nos termos em fixado pela art. 142 do CTN. Contrarrazões da Fazenda Nacional pugnando pelo não conhecimento do recurso do Contribuinte por ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma, pois no caso concreto houve a caracterização da cessão de mão de obra. No mérito defende a manutenção da decisão. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora Do Recurso do Contribuinte: Diante da relação de causa e efeito, inicio a análise pelo recurso do Contribuinte. Do conhecimento: Conforme exposto, o recurso tem como objeto a discussão acerca da caracterização da cessão de mão de obra para fins de exigência da retenção de contribuições previdências no valor de 11% da nota fiscal emitida pelo prestador. No entendimento da empresa o art. 219, §2º do Decreto nº 3.048/99 traz uma presunção relativa no sentido do serviço de transporte de cargas ser prestado na modalidade de cessão de mão de obra e, sendo relativa, cabe ao Fisco o ônus de demonstrar sua efetiva caracterização. A divergência foi assim pontuada na peça recursal: A Recorrente demonstrará que o entendimento esposado no processo em referência, no que se refere à presunção relativa de caracterização da cessão de mão de obra, divergiu da solução jurídica adotada por outras Turmas e Câmaras deste E. Tribunal em situações análogas, caracterizando, assim, o dissídio autorizador da interposição do presente Recurso Especial, Isso porque, o v. acórdão recorrido entendeu que os serviços de transporte de carga tomados pela Recorrente seriam prestados mediante cessão de mão de obra, em razão de mera presunção relativa aduzida pelo Fiscal Autuante - que sob essa alegação deixou de fazer qualquer prova a respeito desses serviços, transferindo para a Recorrente o ônus da prova negativa (ausência de cessão de mão de obra) -, o que autorizaria a exigência da retenção e recolhimento do montante de 11% do total das faturas e notas fiscais de transporte de carga. Fl. 664DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 ... 16. Observe-se que, no próprio relatório fiscal da NFLD 35.424.753-0, o Fiscal Autuante destaca que a autuação "encontra-se fundamentada na legislação discriminada no Anexo de Fundamentação Legal. Nesse sentido, o Fisco se vale do disposto no inciso XIX do § 2º do art. 219 do Decreto n° 3.048/99 3 , para presumir que os serviços de transporte de carga foram prestados mediante cessão de mão de obra, o que sujeitaria nessa hipótese essa atividade à retenção de 11% sobre o valor das notas fiscais/faturas pelo tomador dos serviços, sem produzir qualquer prova no sentido da caracterização da cessão de mão de obra, invertendo, assim, o ônus da prova. 17. Ocorre que, como bem reconhecido pelo v. acórdão recorrido, a presunção de que o serviço de transporte de carga elencado no § 2° do art. 219 do Decreto n° 3.048/99 é prestado mediante cessão de mão de obra ê relativa, razão pela qual cabe ao Fisco em casos como o presente fazer prova da efetiva caracterização da cessão de mão de obra, o que, como visto, não foi feito nos presentes autos. 18. Não obstante, o entendimento do v. acórdão que se busca reformar foi no sentido de que a caracterização da contratação de serviços se deu com cessão de mão de obra. O raciocínio utilizado para essa alusão foi de que a cessão de mão de obra decorreria de presunção legal relativa, razão pela qual, na ausência de provas que demonstram que a prestação de serviços não se amolda aos requisitos da cessão de mão obra, a presunção relativa ficaria mantida. ... 25 A divergência de entendimento é patente, pois, enquanto que no caso presente o acórdão recorrido nega aplicação ao disposto no art. 142 do CTN, admitindo- se que a presunção relativa de que a Recorrente teria tomado serviços de transporte de cargas mediante cessão de mão de obra eximiria o dever de o Fisco provar a ocorrência do fato imponível, nos paradigmas acima não se aceitou a presunção fiscal, sob o entendimento de que a ausência de prova da caracterização da cessão de mão de obra configura cerceamento do direito de defesa da Recorrente e afronta ao disposto no art. 142 do CTN, na medida em que falta requisito essencial da autuação, a saber, a demonstração da ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária exigida. Com efeito, patente o cabimento do presente recurso. 26. Ademais é de se destacar que o acórdão divergente n° 2402-002.196 consigna expressamente que nem mesmo a indicação de que o serviço está elencado como prestado mediante a cessão de mão de obra, seja por Lei ou por Decreto, retira a necessidade de o fiscal agir em conformidade com o disposto no art. 142 do CTN, demonstrando a efetiva ocorrência do fato gerador da contribuição, mediante a caracterização clara e precisa da presença da cessão de mão de obra na prestação dos serviços. Entretanto, em que pese o argumento apresentado, entendo que o recurso parte da premissa equivocada de que o acórdão recorrido tenha presumido a cessão de mão de obra. Como bem destacado nas contrarrazões, o Colegiado a quo se debruçou sobre os elementos juntados aos autos e conclui pela caracterização do fato gerador, destacando que o Contribuinte não conseguiu trazer provas em sentido contrário. Vejamos trechos do acórdão 2301-002.806: Passemos às considerações sobre o caso dos autos. Inicialmente, afastamos qualquer ilegalidade nas normas infralegais que tratam do assunto aqui em discussão, uma vez que, conforme acima explanado, a única norma infralegal que afeta o caso é Decreto 3.048/99 e este revelou-se atuar dentro dos limites legais. Fl. 665DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 A autoridade fiscal juntou documentos sobre a contratação de serviços com a Ouro Verde que comprovam ter havido colocação de mão de obra à disposição da recorrente. Notadamente, o contrato entre a recorrente e a prestadora contém cláusulas que apontam para tal conclusão: os funcionários envolvidos no serviço de transporte agiam por conta e ordem da recorrente, conforme consta do item 3.8 do contrato, fls. 127, no atendimento dos clientes da contratante. Ademais, os funcionários da contratada respondiam por eventuais diferenças de estoques ou outras falhas diante da contratante, conforme conteúdo do item 3.9 do contrato, fls. 128; e somente podiam abastecer os veículos em postos indicados pela recorrente, fls. 126(Termo Aditivo). Tais exigências evidenciam que a mão de obra necessária ao transporte foi colocada à disposição da contratante. Assim, a recorrente não se desincumbiu de provar que a contratação não se deu com cessão de mão de obra, sendo que, ao contrário, há elementos que corroboram a caracterização desse tipo de contratação. Observa-se que a decisão não se deu com base em presunção, o Colegiado recorrido diante das informações e documentos juntadas pela fiscalização – notadamente o próprio contrato de prestação de serviços – se convenceu pela caracterização da cessão de mão de obra. Neste cenário não é possível estabelecer uma divergência entre o acórdão recorrido e os paradigmas, na verdade tratam-se de decisões convergentes, em ambas prevaleceu a tese de ser do fisco o ônus de demonstrar a caracterização do fato gerador. Diante do exposto deixo de conhecer do recurso do contribuinte. Do Recurso da Fazenda Nacional: Do conhecimento: Na peça de contrarrazões o Contribuinte requer o não conhecimento do recurso por ausência similitude fática entre acórdãos recorrido e os paradigmas. Argumenta que nestes não foi analisada a situação sob o mesmo viés do recorrido, pois este teria analisado penalidade caracterizada pela exigência de multa de mora, se quer houve lançamento de multa pelo descumprimento de obrigação acessória. Por fim argumenta que nos paradigmas os lançamentos não tratam de cessão de mão de obra. Entretanto, as diferenças apontadas não trazem impactos para análise da tese devolvida pelo recurso. Independentemente das características intrínsecas analisadas em cada um dos acórdãos o que temos são lançamentos cujos fatos geradores ocorreram ainda sob a égide da redação da Lei nº 8.212/91, antes das alterações promovidas pela Medida Provisória nº 449/2008 e Lei nº 11.941/2009. Neste cenário, a situação exigiu dos Colegiados uma análise acerca da melhor interpretação a ser dada para a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 116 do CTN em face das penalidades aplicadas. Vale destacar que o argumento do Contribuinte no sentido do acórdão recorrido não tratar das multas de ofício e por descumprimento de obrigação acessória, limitando-se a abordar a multa de mora, está diretamente relacionado com o mérito do recurso, o qual será oportunamente analisado. Fl. 666DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 7 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 Assim, e como bem destacado no exame de admissibilidade de fls. 546/555, a divergência foi devidamente comprovada: Lembra que o acórdão indicado como paradigma, assim como o acórdão recorrido, foram proferidos após o advento da MP nº 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941 de 27/05/2009, e, portanto, a análise da matéria ocorreu à luz da alteração da redação do caput do art. 35 da Lei nº 8.212/91. Consignou que a hipótese em análise no acórdão paradigma é idêntica a que ora se reporta. Isso porque o que se encontrava em julgamento era exatamente o lançamento de contribuições devidas à Seguridade Social e se travou discussão acerca da retroatividade benigna, nos termos do art. 106, do CTN, em virtude das alterações promovidas pela Lei nº 11.941 (fruto da conversão da MP nº 449/2008) no art. 35 da Lei nº 8.212/91. Contudo, embora diante de situações semelhantes, os órgãos julgadores prolatores do acórdão recorrido e dos paradigmas encamparam conclusões diversas acerca da aplicação e interpretação da norma jurídica, em especial do art. 35, caput (redação revogada e redação dada pela MP nº 449/2008 posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009) e do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991. Ao examinar a matéria pertinente à multa aplicada, o acórdão recorrido entendeu que deveria ser excluída a multa de ofício, uma vez que esta surgiu para lançamentos previdenciários apenas com o advento da Lei 11.941/09. Ao revés, os paradigmas adotaram solução diametralmente oposta. Para os órgãos prolatores dos paradigmas, o art. 35 da Lei n.º 8.212/1991 constituiu uma multa de ofício (não obstante a incorreção técnica) e deveria agora ser observado à luz da norma introduzida pela Lei n.º 11.941/2009, qual seja, o art. 35-A que, por sua vez, faz remissão ao art. 44, da Lei n.º 9.430/96. Destacou que os lançamentos foram realizados após a modificação legislativa, relativo a fatos geradores anteriores a esta e a autoridade fiscal aplicou o art. 35-A da Lei 11.941/09. Hipótese idêntica aos presentes autos. Contudo o entendimento e a conclusão são distintos ao julgado recorrido, na medida em que o colegiado paradigma rechaçou qualquer ilegalidade na conduta, uma vez que se mostra adequado comparar a multa de ofício anterior, art. 35 da Lei 8.212/91, com a atual redação contida no art. 35- A. Diante do exposto, conheço do recurso. Do mérito: Quanto a matéria objeto do recurso - retroatividade benigna relativa às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo - já temos neste tribunal jurisprudência consolidada sobre o tema. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; Fl. 667DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 8 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) Interpretando o dispositivo e aplicando-o ao caso concreto, a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) tem o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202-004.262, cuja ementa transcreve-se: AUTO DE INFRAÇÃO - OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - MULTA - APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 - APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL - RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA - COMPARATIVO DE MULTAS - APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32-A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35-A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5 o , ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35-A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5 o , ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35-A da Lei n° 8.212, de 1991. Fl. 668DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 9 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é o entendimento deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35-A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente - descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal - deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32-A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcreve-se excerto do voto proferido no Acórdão nº 9202-004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavrava-se em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito - NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa - art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32-A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32-A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentá-la ou a prestar esclarecimentos e sujeitar-se-á às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3 o deste artigo. § 1 o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não- apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2 o Observado o disposto no § 3 o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou Fl. 669DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 10 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3 o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35-A que dispõe o seguinte, “Art. 35-A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplica-se o disposto no art. 44 da Lei n o 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplica-se multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão leva-nos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, refere-se a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais - NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal - AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32-A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: Fl. 670DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 11 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observe-se que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Referido entendimento, que reflete as explicações da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14/2009, foi ratificado por este Tribunal Administrativo com edição da Súmula CARF nº 119 com o seguinte teor: SÚMULA CARF 119. No caso de multas por descumprimento de obrigação principal e por descumprimento de obrigação acessória pela falta de declaração em GFIP, associadas e exigidas em lançamentos de ofício referentes a fatos geradores anteriores à vigência da Medida Provisória n° 449, de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 2009, a retroatividade benigna deve ser aferida mediante a comparação entre a soma das penalidades pelo descumprimento das obrigações principal e acessória, aplicáveis à época dos fatos geradores, com a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Assim, conheço e dou provimento ao recurso. Conclusão: Diante do exposto deixo de conhecer do recurso interposto pelo Contribuinte e conheço e dou provimento do recurso da Fazenda Nacional. Fl. 671DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 12 do Acórdão n.º 9202-008.414 - CSRF/2ª Turma Processo nº 12267.000001/2007-97 (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 672DF CARF MF Documento nato-digital
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Numero do processo: 10314.005535/2003-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II
Data do fato gerador: 19/12/2002
IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA CONSIDERADA DESNACIONALIZADA, TENDO EM VISTA EXPORTAÇÃO DEFINITIVA
Mercadoria nacionalizada que foi exportada em caráter definitivo, quando de sua importação é considerada desnacionalizada, logo, sujeita ao pagamento dos tributos de importação.
Numero da decisão: 3201-001.390
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos da relatora.
Matéria: II/IE/IPIV - ação fiscal - insufiência apuração/recolhimento
Nome do relator: MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos da relatora. JOEL MIYAZAKI Presidente. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Oliveira e Ribeiro e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Daniel Mariz Gudiño Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 55 35 /2 00 3- 48 Fl. 208DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Tratam os presentes autos de infração, fls. 01/08, lavrados contra o contribuinte em epígrafe, de exigência do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos IndustrializadosVinculado, da Multa de Ofício do I.I. e Juros de Mora do I.I., no valor de R$28.653,55, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. O contribuinte promoveu uma operação de exportação (RE 97/0776531001) de 3 máquinas tintométricas automáticas, que haviam sido importadas em 1997. As referidas máquinas foram devolvidas pelo importador estrangeiro, sob a alegação de dificuldade na comercialização das mesmas. As mercadorias foram objeto da Declaração de Importação nº 02/1123972 5, de 19/12/2002, sem o pagamento dos tributos de importação, tendo o declarante alegado tratarse de mercadoria sobre a qual não incide o Imposto de Importação, ao amparo do art. 88, inciso II, item ‘e’ do Regulamento Aduaneiro. Quando do desembaraço aduaneiro, o AFRFB informou tratarse de mercadoria finlandesa e australiana, nacionalizadas em data anterior a sua exportação, ocorrida em 09/12/1997. A fiscalização constatou que ocorreu o pagamento do valor constante na fatura comercial da exportação definitiva, considerando concluída a operação de exportação e a correspondente desnacionalização das mercadorias; e, por conseqüência, entendeu exigível os tributos dessa importação (II e IPIVinculado), lavrando o presente auto de infração. Cientificado em 22/09/2003, fls. 01/05, o contribuinte, por seu procurador, fls. 81, apresentou sua Impugnação, fls. 67/80, alegando que: 1. exportou as três máquinas tintométricas amparadas no RE 97/0776531 001, anteriormente importadas da Finlândia e Austrália no ano de 1997 e nacionalizadas; 2. após a exportação a empresa importadora abandonou o mercado de tintas, devendo as mercadorias importadas; 3 no ato do despacho de importação, a impugnante fez constar na DI, registrada em 19/11/2022, com fundamento no art. 88, II, ‘e’ do RA, enquanto que no auto de infração o auditor indicou como base legal o Decreto n 4.543/2002, inaplicável no caso por não se encontrar vigente, caracterizando vício formal do lançamento; 4no mérito, ocorreu isenção de impostos com base no art. 88, II, ‘e’, do RA; 5 as máquinas são novas, sem uso, conforme laudo; Fl. 209DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10314.005535/200348 Acórdão n.º 3201001.390 S3C2T1 Fl. 191 3 6 a impugnante tinha que concordar com a devolução das máquinas, ainda que por motivo estranho a sua vontade; 7a multa de ofício é incabível com amparo no ADN Cosit nº 10/97, e por desatender os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, além de seu caráter confiscatório 8 os juros de mora são descabidos e com base no art. 151, III combinado com o art.161 do CTN, a interposição de recurso suspende a incidência de juros, recordando que a constituição definitiva do crédito tributário, somente ocorre com o encerramento do processo administrativo; 9 a aplicação da taxa Selic é eivada de inconstitucionalidade. Requer a insubsistência da autuação com o cancelamento do lançamento. É o Relatório. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/SPO II no 1722.528, de 23/01/2008, proferido pelos membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Imposto sobre a Importação II Data do fato gerador: 19/12/2002 Ementa:IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA OBJETO DE EXPORTAÇÃO DEFINITIVA Mercadoria nacionalizada que foi exportada em caráter definitivo,.quando de sua importação se caracteriza como desnacionalizada, sujeita ao pagamento dos tributos de importação. Lançamento procedente. O julgamento foi no sentido de tornar o lançamento procedente, tendo em vista que a mercadoria nacionalizada que foi exportada definitivamente, e ao retornar ao País, caracterizase como mercadoria desnacionalizada, sujeita, portanto, ao pagamento dos tributos de importação. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Ressaltando que exportou para empresa do mesmo grupo, e após quase 5 anos, reimportou as 3 máquinas, ainda novas e sem uso, pois a empresa não logrou êxito em explorar as máquinas. O lançamento está eivado de vício formal, posto que o Auto de Infração embasa no Decreto n° 4.543, de 26/12/2002. Inaplicáveis a multa de ofício, bem como os juros de mora, com base na taxa SELIC. Cita jurisprudência com base ao art. 93 do DecretoLei de n° 37/66, considerado inconstitucional, que se aplica ao caso. O processo foi distribuído a esta Conselheira. Posteriormente, pedido de digitalização dos autos. É o relatório. Fl. 210DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Tratam os presentes autos de infração de exigência do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos IndustrializadosVinculado, da Multa de Ofício do I.I. e Juros de Mora do I.I. (fato gerador de 19/12/2002). A empresa exportou através do RE 97/0776531001, 3 máquinas tintométricas automáticas, importadas no mesmo ano (origem finlandesa e australiana). Posteriormente, decorridos quase 5 anos, as referidas máquinas foram devolvidas pelo importador estrangeiro, sob a alegação de dificuldade na comercialização das mesmas. No despacho de importação, por meio da DI nº 02/11239725, a empresa informou tratarse de retorno de mercadoria exportada e deixou de recolher os tributos, aplicando o art. 88, inciso II, item ‘e’ do Regulamento Aduaneiro, como uma reimportação, sem incidência de tributos. Observou a fiscalização, que quando da operação de exportação das três máquinas, houve pagamento do valor constante na fatura comercial, logo concluída a operação de exportação definitiva e por conseguinte a desnacionalização das mercadorias, passando a serem exigidos os tributos dessa importação (II e IPIVinculado), quando desse retorno. Antes de adentrar no mérito, questão de preliminar levantada pela empresa que argumenta ‘, enquanto que no auto de infração o auditor indicou como base legal o Decreto n° 4.543/2002, inaplicável no caso por não se encontrar vigente, caracterizando vício formal do lançamento.’ Não há prejuízo na confecção do Auto de Infração, pois o Regulamento Aduaneiro/85 vigente (Decreto n° 91.030/85) à época ou 2002 (indicado no Auto, ou seja, Decreto n° 4543/2002), ambos, tem a mesma base legal, que é o DecretoLei n° 37/1966, com a alteração do DecretoLei nº 2.472/1988. E, no mais, a empresa, tanto, em nível de impugnação, como de recurso voluntário defendeuse sobre os fatos da exigência fiscal, sem qualquer demonstração de prejuízo ou que tenha acarretado cerceamento do direito de defesa. Pois bem, em matéria de processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade caso não se encontrem presentes as circunstâncias previstas pelo art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972: “Art. 59. São nulos: I Os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II Os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” Observase que, no caso de auto de infração, que pertence à categoria dos atos ou termos, só há nulidade se esse for lavrado por pessoa incompetente, uma vez que por preterição de direito de defesa apenas despachos e decisões a ensejariam. Fl. 211DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10314.005535/200348 Acórdão n.º 3201001.390 S3C2T1 Fl. 192 5 Por outro lado, caso houvesse irregularidades, incorreções ou omissões diferentes das previstas no art. 59, essas não importariam em nulidade e poderiam ser sanadas, se tivessem dado causa a prejuízo para o sujeito passivo, como dispõe o art. 60 do mesmo decreto: “Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.” Portanto, rejeito preliminar e passo ao mérito. Como relatado, a empresa importou mercadorias estrangeiras e nacionalizou as, depois promoveu sua exportação em caráter definitivo, ou seja, para sempre. Após, transcorrerem 5 anos, retornaram as mercadorias ao País. Assim sendo, as mercadorias perderam a característica de nacionalizada, passaram a ser tidas como mercadorias estrangeiras, ou desnacionalizadas; daí a incidência dos tributos nessa importação. Não se pode alegar que se trata de uma reimportação, tendo em vista uma suposta exportação temporária. Pois, a exportação temporária é o regime que permite a saída do País, com suspensão do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada a reimportação em prazo determinado no mesmo estado em que foi exportada. No caso, houve a operação de exportação definitiva e não temporária. Houve a concretização da operação de exportação. Pois bem a capitulação legal em discussão é o art.1º, parágrafo 1º do Decreto Lei nº 37/66, regulamentado pelos arts.83/84 do RA/85Decreto nº 91.030/85: “Art.1º O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Para fins de incidência do imposto, considerarseá também estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retornar ao País, salvo se: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988). a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; b) devolvida por motivo de defeito técnico, pra reparo ou substituição; c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; d) por motivo de guerra ou calamidade pública; e) por outros fatores alheios à vontade do exportador. “ A sequência seria assim: a mercadoria considerada estrangeira, introduzida ao País, foi nacionalizada e depois exportada (definitivamente) e retornou. Logo, o enquadramento invocado pela recorrente, não se enquadra em nenhuma das exceções acima Fl. 212DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 (salvo seletras “a” a “e”) , sendo, portanto, caso de incidência. Pois, o caso em litígio, não se encaixa em nenhuma das hipóteses legais acima expressas, as quais motivariam a hipótese de reimportação e, por conseqüência, a não incidência do imposto de importação. Não tem guarida a alegação de retorno de mercadoria devido a falta de mercado na origem, invocando a hipótese mais genérica (letra ‘e’). A reimportação está prevista na legislação aduaneira, associada aos casos de exportação temporária (art. 369 do Decreto nº 91.030/85(RA/85) vigente {à época) e art.385 do Decreto nº 4.543/2002 (RA/2002). Uma das características é o prazo de temporariedade, o que não é o caso. Ainda, a título de complemento, o RA/85, no art. 85, mantido no RA/2002 (art. 71), especifica as situações em que as importações de mercadoria estrangeira consideram se fora do universo de incidência do imposto de importação, o que também não se aplica ao caso: “Art. 85. O imposto não incide sobre: I mercadoria estrangeira que, corretamente declarada chegas ao País, por erro manifestou o comprovado de expedição, e que for redestinada para o exterior; II mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o despacho aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministro da Fazenda; III mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento; IV mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de importação, nos termos e condições estabelecidos pelo Ministro da Fazenda.” Por fim, o art. 93 do DecretoLei n° 37/66, citado pela recorrente, dispõe: O Regulamento poderá instituir outros regimes aduaneiros especiais, além dos expressamente previstos nesse título, destinados a atender a situações econômicas peculiares, estabelecendo termos, prazos e condições para sua aplicação (redação dada pelo DecretoLei n° 2472/88) Pois bem, o art. 93 referido cuja eficácia foi suspensa por força da Resolução 436/87 do Senado Federal integra o capítulo referente a exportação temporária, enquanto o parágrafo 1°, do art. 1° trata de importação de mercadoria nacional definitivamente exportada. Quanto à aplicação da multa de ofício (art. 44 da Lei nº 9.430/96), a empresa invoca o ADN Cosit nº 10/97, e ainda por desatender aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como por ter caráter confiscatório a multa . Art. 44 da Lei nº 9.430/96, dispõe: Fl. 213DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10314.005535/200348 Acórdão n.º 3201001.390 S3C2T1 Fl. 193 7 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata...” Tendo em vista que os tributos deixaram de ser recolhidos na data do registro da DI, logo, é situação típica de falta de pagamento ou recolhimento, sujeitando a multa capitulada. Registrese que o Ato Declaratório Interpretativo n° 13, de 10/9/2002 (em vigor no fato gerador), revogou o Ato Declaratório (Normativo ) Cosit n° 10, de 16/1/1997, e dispõe: Art. 1° Não constitui infração punível com a multa prevista no art. 44 da Lei de n° 9.430, de 27/12/1996, a solicitação, feita no despacho de importação, de reconhecimento de imunidade tributária, isenção ou redução do imposto de importação e preferência percentual negociada em acordo internacional, quando incabíveis, bem assim a indicação indevida de destaque (ex), desde que o produto esteja corretamente descrito, como todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou má fé por parte do declarante. Enfim, não se aplica ao caso, pois como já comentado, houve situação de falta de recolhimento de tributos na importação. Por fim, no que se refere à alegação de que seria ilegal a aplicação da SELIC como fator de correção do débito do contribuinte, incide na hipótese a Súmula CARF n° 4, que dispõe: Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. É como voto. Pelo exposto e por tudo o mais que do processo consta, nego provimento as recurso voluntário, assim como afasto preliminar arguida e por fim, ficam prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 214DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 8 Fl. 215DF CARF MF Documento de 8 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP04.1119.15068.MVA0. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM em 05/09/2013 03:39:18. Documento autenticado digitalmente por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM em 05/09/2013. Documento assinado digitalmente por: JOEL MIYAZAKI em 10/09/2013 e MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM em 05/09/2013. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 04/11/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP04.1119.15068.MVA0 Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: C5AF08036622D0CFB6E3635E26AC041F6F9B90C5 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10314.005535/2003-48. 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Numero do processo: 13807.008195/2001-91
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. FRETE. POSSIBILIDADE.
Incluem-se no cálculo do crédito presumido de IPI os valores dos fretes cobrados do Recorrente, referentes às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos exportados, cujas notas fiscais de aquisição se encontram identificadas nos documentos comprobatórios da prestação do serviço de transporte.
Numero da decisão: 9303-009.928
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(documento assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício.
(documento assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal Relator.
Participaram da Sessão de Julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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RESSARCIMENTO. FRETE. POSSIBILIDADE. Incluem-se no cálculo do crédito presumido de IPI os valores dos fretes cobrados do Recorrente, referentes às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos exportados, cujas notas fiscais de aquisição se encontram identificadas nos documentos comprobatórios da prestação do serviço de transporte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (documento assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício. (documento assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal – Relator. Participaram da Sessão de Julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Trata-se de recurso especial por contrariedade a Lei, interposto pela Fazenda Nacional, em face do acórdão nº 204-01479, de 29/06/2006, o qual possui a seguinte ementa: IPI CRÉDITO PRESUMIDO AQUISIÇÕES AONDE NÃO HAJA INCIDÊNCIA DE PIS E COFINS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 81 95 /2 00 1- 91 Fl. 1556DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 9303-009.928 - CSRF/3ª Turma Processo nº 13807.008195/2001-91 Tendo a Lei n°9.363/96 instituído um beneficio fiscal a determinados contribuintes, com conseqüente renúncia fiscal, deve ela ser interpretada restritivamente. Assim, se a Lei dispõe que farão jus ao crédito presumido, com o ressarcimento das contribuições Cofins e PIS incidentes sobre as aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo, não há que se falar no favor fiscal quando não houver incidência das contribuições na última aquisição, como no caso de aquisições de pessoas físicas ou de cooperativas. RESSARCIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES AO PIS E COFINS. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. Não geram crédito de IPI as aquisições de produtos que não se enquadrem no conceito de matéria-prima, material de embalagem e produto intermediário, assim entendidos os produtos que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente, nos termos do PN CST n° 65/79. RESSARCIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES AO PIS E COFINS. CRÉDITO SOBRE A EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS PELO IPI. A receita de exportação de produtos não tributado (NT) pelo IPI deve ser considerada no cálculo da relação entre a receita de exportação e a receita bruta. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. O ressarcimento é uma espécie do gênero restituição, conforme já decidido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão CSRF/02.0.708), pelo que deve ser aplicado o disposto no art. 39, § 4° da Lei n° 9.250/95, aplicando-se a Taxa Selic a partir do protocolo do pedido. Recurso provido em parte. Importante, para entendimento do objeto do recurso especial, efetuar a transcrição do dispositivo do acórdão: ACORDAM os Membros da Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para reconhecer o direito de incluir no cálculo do beneficio o valor do frete constante das notas fiscais de aquisições das mercadorias; incluir nas receitas de exportação o valor correspondente às exportações de produtos NT e atualização pela Taxa Selic a partir do protocolo do pedido. Vencidos os Conselheiros Jorge Freire, Nayra Bastos Manatta e Henrique Pinheiro Torres quanto ao frete, Nayra Bastos Manatta, Henrique Pinheiro Torres e Júlio César Alves Ramos quanto a Taxa Selic, Flávio de Sá Munhoz, Raquel Motta B. Minatel (Suplente), Leonardo Siade Manzan (Relator) e Ivan Allegretti (Suplente) quanto a pessoa física e cooperativa. Designado o Conselheiro Jorge Freire para redigir o voto vencedor referente ao frete. Esse acórdão foi objeto de embargos pela Fazenda Nacional, que resultou no acórdão de embargos nº 204-03086, de 12/03/2008. Este acórdão somente afastou da decisão anterior a matéria referente à inclusão de produtos NT nas receitas de exportação. Fl. 1557DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 9303-009.928 - CSRF/3ª Turma Processo nº 13807.008195/2001-91 As matérias colocadas pela Fazenda Nacional em seu recurso foram 1) inclusão dos fretes no cálculo do crédito presumido de IPI e 2) incidência da taxa Selic para atualização do crédito. Porém, por meio de despacho de admissibilidade do então presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, o recurso somente foi admitido em relação à primeira matéria. Devidamente cientificado, o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal – Relator. O recurso especial da Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos formais e materiais ao seu conhecimento. Inclusão do frete no cálculo do crédito presumido de IPI Como relatado, a matéria devolvida refere-se à possibilidade de inclusão do frete na aquisição de mercadorias, na base de cálculo do crédito presumido de IPI. Esta matéria foi decidida recentemente por este colegiado, em sessão do dia 13/03/2018, Acórdão nº 9303-006.466, da relatoria do Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza. A votação deu-se por unanimidade. Por esta razão adoto aquele voto como razão de decidir: (...) No que respeita ao primeiro, a irresignação diz com a inclusão, no cálculo presumido do IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, dos valores pagos a título de frete. Decidiu o acórdão recorrido, em flagrante divergência com os paradigmas, ser possível essa inclusão, de modo que resta bem caracterizado o dissídio. Conhecido o recurso, vemos que, segundo o Relatório Fiscal (à fl. 38), a fiscalização afastou o crédito, ao fundamento de que o serviço de transporte (frete) não se enquadraria no conceito de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, por não integrar o produto final, nem se desgastar em decorrência de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo. Esse entendimento, contudo, como vimos, foi revertido no acórdão recorrido. Lá se disse que a contribuinte "trouxe aos autos cópias de Conhecimentos de Transporte Aquaviário de Cargas (fls. 176/179), onde consta a prestação de serviço de transporte de madeira serrada, com identificação das notas fiscais de aquisição". Fl. 1558DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 9303-009.928 - CSRF/3ª Turma Processo nº 13807.008195/2001-91 Concordamos com a tese adotada na Câmara baixa. Para nós, o valor despendido com o frete incorpora-se ao insumo adquirido, de modo que passa a integrar o seu custo de aquisição, para o efeito do cálculo do crédito presumido de que trata a Lei nº 9.363, de 1996. A própria RFB já dispôs, na pergunta 014 do Capítulo XX do Perguntas e Respostas da pessoa Jurídica de 2017, que o frete realizado por pessoa jurídica, com a emissão de Conhecimento de Transporte vinculado única e exclusivamente à nota fiscal de aquisição (como aqui!), integra a base de cálculo do crédito presumido: 014. O ICMS, o frete e o seguro integram o valor das matérias-primas (MP), produtos intermediários (PI) e material de embalagem (ME) utilizados na produção para efeito da apuração do crédito presumido do IPI de que tratam a Lei nº 9.363, de 1996, e a Lei nº 10.276, de 2001? As despesas acessórias, inclusive frete, somente integram a base de cálculo do benefício se forem cobradas do adquirente, ou seja, se estiverem incluídas no preço do produto. Com relação ao ICMS o mesmo integra o custo de aquisição. No caso das transferências entre estabelecimentos da mesma empresa, o frete e as despesas acessórias nunca integrarão a base de cálculo do crédito presumido, nem quando forem decorrentes de remessa para industrialização fora do estabelecimento hipóteses que não configuram aquisição de MP, PI, e ME, mas, meramente, custo de produção. No caso das aquisições, as despesas acessórias e o frete somente integram a base de cálculo do crédito presumido quando cobradas do adquirente, ou seja, quando estiverem incluídas no preço do produto. Contudo, no caso de frete pago a terceiros (compra FOB, por exemplo), em que o transporte for efetuado por pessoa jurídica (contribuinte de PIS/Pasep e Cofins), com o Conhecimento de Transporte vinculado única e exclusivamente à nota fiscal de aquisição, admite-se que o frete integre a base de cálculo do crédito presumido. (g.n.) Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 1559DF CARF MF
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