Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10980.007808/2005-06
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 03 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário: 2000
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. O instituto da denúncia espontânea não alberga
a prática de ato puramente formal do contribuinte de entregar, com atraso, a declaração do imposto de renda. (Acórdão: CSRF/0104.920).
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-000.656
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - multa por atraso na entrega da DIPJ
Nome do relator: Antônio José Praga de Souza
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - multa por atraso na entrega da DIPJ
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201108
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2000 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. O instituto da denúncia espontânea não alberga a prática de ato puramente formal do contribuinte de entregar, com atraso, a declaração do imposto de renda. (Acórdão: CSRF/0104.920). Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 10980.007808/2005-06
conteudo_id_s : 5844800
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1402-000.656
nome_arquivo_s : Decisao_10980007808200506.pdf
nome_relator_s : Antônio José Praga de Souza
nome_arquivo_pdf_s : 10980007808200506_5844800.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Wed Aug 03 00:00:00 UTC 2011
id : 7174277
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009204686848
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1571; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 1 1 0 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.007808/200506 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 140200.656 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 3 de agosto de 2011 Matéria MULTA ATRASO DIPJ Recorrente AUDIPLAN CONSULTORES ASSOCIADOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2000 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. O instituto da denúncia espontânea não alberga a prática de ato puramente formal do contribuinte de entregar, com atraso, a declaração do imposto de renda. (Acórdão: CSRF/0104.920). Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 49DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10980.007808/200506 Acórdão n.º 140200.656 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório AUDIPLAN CONSULTORES ASSOCIADOS LTDA com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF), recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que manteve a exigência consubstanciada no presente processo. Transcrevo e adoto o relatório da decisão recorrida: No presente processo, por meio de auto(s) de infração, exigese o recolhimento de R$ 414,35 de multa por atraso na entrega da(s) DIPJ do(s) exercício(s) de 2000, tendo como enquadramento legal os arts. 88 da Lei n°8.981, de 1995,27 da Lei n°9.532, de 1997 e 7° da Lei n° 10.426, de 2002 e a IN SRF n° 166, de 1999. Não concordando com a exigibilidade, a interessada interpôs impugnação, alegando, em síntese, haver efetuado denúncia espontânea da infração e ser assim incabível a penalidade, cujo cancelamento solicita. A decisão recorrida está assim ementada: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DIPJ. DENÚNCIA ESPONTÂNEA A entrega fora de prazo da declaração não caracteriza a denúncia espontânea da infração prevista no art. 138 do CTN e não impede a imposição da penalidade, resultante do descumprimento de obrigação acessória com prazo fixado em lei para todos os contribuintes. Lançamento procedente. Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, repisa as alegações da peça impugnatória e, ao final, requer o provimento. O processo foi inicialmente encaminhado ao 3o. Conselho de Contribuintes que, mediante acórdão 30335.678 declinou competência . É o relatório. Fl. 50DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10980.007808/200506 Acórdão n.º 140200.656 S1C4T2 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado, o contribuinte pleiteia a aplicação do instituto da denúncia espontânea. Verificase, de plano, que não lhe assiste razão. Isso porque se trata de obrigação acessória, puramente formal, de entrega de declaração. É entendimento assente, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, que as responsabilidades autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência de um fato gerador, não estão alcançadas pela denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN. A figura da denúncia espontânea, contemplada no artigo 138 da Lei n° 5.172/66 – Código Tributário Nacional – argüida pelo recorrente, é inaplicável, porque juridicamente só é possível haver denúncia espontânea de fato desconhecido pela autoridade, o que não é o caso do atraso na entrega da DIPJ, bem como de outras declarações, que se torna ostensivo com o decurso do prazo fixado para a entrega tempestiva da mesma. Apresentar a declaração de rendimentos é uma obrigação para aqueles que se enquadram nos parâmetros legais e deve ser realizada no prazo fixado pela lei. Por ser uma “obrigação de fazer”, necessariamente, tem que ter prazo certo para seu cumprimento e, se for o caso, por seu desrespeito, uma penalidade pecuniária. A causa da multa está no atraso do cumprimento da obrigação, não na entrega da declaração, que tanto pode ser espontânea como por intimação, em qualquer dos dois casos a infração ao dispositivo legal já aconteceu e cabível é, tanto num quanto noutro, a cobrança da multa. Enfim, o fato de a declaração ter sido apresentada espontaneamente não implica na exclusão da penalidade, conforme entendimento pacífico da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, a exemplo dos julgados abaixo, cuja ementa transcrevese: “IRPF – MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. A apresentação da declaração de ajuste anual do imposto de renda fora do prazo legal, sujeita o contribuinte à multa por atraso no valor de R$165,74, quando este seja superior a 1% do imposto devido. DENÚNCIA ESPONTÂNEA O instituto da denúncia espontânea não alberga a prática de ato puramente formal do contribuinte de entregar, com atraso, a declaração do imposto de renda. Recurso improvido.” Acórdão: CSRF/0104.920 DENÚNCIA ESPONTÂNEA – O instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do CTN, não alcança o cumprimento extemporâneo de obrigação acessória.” Acórdão: CSRF/0103.721” Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 51DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10980.007808/200506 Acórdão n.º 140200.656 S1C4T2 Fl. 0 4 Fl. 52DF CARF MF Emitido em 18/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 16/08/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10675.905176/2012-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.170
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10675.905176/2012-12
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5851366
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3201-001.170
nome_arquivo_s : Decisao_10675905176201212.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : WINDERLEY MORAIS PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10675905176201212_5851366.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
id : 7198510
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:15:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009217269760
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1636; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 137 1 136 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.905176/201212 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201001.170 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 27 de fevereiro de 2018 Assunto COMPENSAÇÃO Recorrente ALGAR TELECOM S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado em face de decisão da DRJ Juiz de Fora/MG que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada para se contrapor ao Despacho Decisório que não homologara a compensação declarada, sob o argumento de que o pagamento informado havia sido localizado mas utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Na Manifestação de Inconformidade, o contribuinte alegou haver transmitido DCTF retificadora na qual se confirmou o seu crédito e que o quantum informado e pleiteado no PER/DComp era suficiente para a homologação da compensação declarada. Requereu, ainda, a juntada do presente processo a outro processo administrativo alegando haver conexão entre eles. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 75 .9 05 17 6/ 20 12 -1 2 Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10675.905176/201212 Resolução nº 3201001.170 S3C2T1 Fl. 138 2 A decisão da Delegacia de Julgamento, denegatória do direito pleiteado, fundamentouse na falta de apresentação de prova documental por parte do interessado que pudesse embasar o indébito tributário alegado. Apontou a autoridade julgadora de primeira instância que a simples retificação da DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não era hábil à modificação do Despacho Decisório. Cientificado da decisão de piso, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e, sucintamente, reiterou a existência do crédito postulado, anexando documentação complementar com vista à comprovação do direito creditório. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3201001.164, de 27/02/2018, proferido no julgamento do processo 10675.905169/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3201001.164): Como relatado, discutese no presente feito a legitimidade de crédito postulado pela Recorrente por meio de PER/DCOMP, correspondente à apuração de COFINS não cumulativa. De acordo com o PER/DCOMP apresentado, o crédito postulado teve origem no pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS. Consoante Despacho Decisório Eletrônico proferido, o crédito indicado seria inexistente, posto que o recolhimento do DARF em questão teria sido integralmente utilizado para a quitação de débito de COFINS declarado pelo próprio contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, a Recorrente aduz que o crédito utilizado é legítimo, informando que: Visando recuperar o crédito tributário acima apontado, a Manifestante providenciou a retificação da DCTF em 04/02/2011, conforme atesta o recibo de entrega nº 35.35.13.86.29.00, e a retificação do DACON em 27/01/2011, consoante atesta o recibo de entrega nº 1078177135. Diante da regular constituição do crédito tributário, através da retificação das obrigações acessórias acima mencionadas, a Manifestante transmitiu o PER/DCOMP nº 33828.46086.280111.1.3.042016 para a Receita Federal do Brasil em 28/01/2011 para compensar o seu lídimo crédito tributário com outros débitos tributários de sua titularidade. Foram anexadas à Impugnação cópias das declarações mencionadas. Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10675.905176/201212 Resolução nº 3201001.170 S3C2T1 Fl. 139 3 A Delegacia da Receita Federal indeferiu a Manifestação apresentada ao argumento de que a "compensação é realizada mediante entrega da DCOMP. Assim, o crédito informado deve existir na data da transmissão dessa Declaração" Com efeito, não resta dúvidas de que a retificação da DCTF da Recorrente ocorreu após a transmissão do PER/DCOMP, muito embora esta tenha ocorrido anteriormente à emissão do Despacho Decisório Eletrônico. Não obstante, embora não afaste a possibilidade de revisão do lançamento, a partir dos documentos apresentados pela Recorrente em sede de Manifestação de Inconformidade, entendeu a Turma Julgadora de origem que os documentos apresentados não seriam suficientes para a análise do crédito postulado: Entretanto, a contribuinte limitouse a apresentar a DCTF retificadora e a informar que o crédito decorre da retificação da DCTF. Nada mais foi trazido, como, por exemplo, escrituração contábil, documentos fiscais ou quaisquer outros documentos hábeis e idôneos que demonstrassem a liquidez e certeza do direito creditório pretendido. No presente caso, somente a apresentação de documentos integrantes da escrituração contábil e fiscal da empresa poderiam comprovar o montante do tributo devido no período, e que, desta forma, o pagamento indevido ou a maior efetuado em DARF daria ao interessado crédito passível de ser compensado. São os livros fiscais e contábeis mantidos pelo contribuinte, os elementos capazes de fornecer à Fazenda Nacional conteúdo substancial válido juridicamente para a busca da verdade material dos fatos. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente reafirma os argumentos de defesa e, diante dos fundamentos do acórdão recorrido, acrescenta aos autos cópia do seu balancete contábil. Na hipótese dos autos, não houve inércia do contribuinte na apresentação de documentos, além do fato de que a retificação da sua DCTF ocorreu antes da emissão do despacho decisório. O que se verifica é que os documentos inicialmente apresentados em sede de Manifestação de Inconformidade se mostraram insuficientes para que a Autoridade Julgadora determinasse a revisão do crédito tributário. E, imediatamente após tal manifestação, em sede de Recurso Voluntário, foram apresentados novos documentos. Ademais, não se pode olvidar que se está diante de um despacho decisório eletrônico, ou seja, a primeira oportunidade concedida ao contribuinte para a apresentação de documentos comprobatórios do seu direito foi, exatamente, no momento da apresentação da sua Manifestação de Inconformidade. E, foi apenas em sede de acórdão, que tais documentos foram tidos por insuficientes. Sabese quem em autuações fiscais realizadas de maneira ordinária, é, em regra, concedido ao contribuinte diversas oportunidades de apresentação de documentos e esclarecimentos, por meio dos Termos de Intimação emitidos durante o procedimento. Assim, limitar, na autuação eletrônica, a oportunidade de apresentação de documentos à manifestação de inconformidade, aplicando a preclusão relativamente ao Recurso Voluntário, não me parece razoável ou isonômico, além de atentatório aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. Desse modo, voto por CONVERTER O FEITO EM DILIGÊNCIA para que a Autoridade Preparadora efetue a análise do Pedido de Compensação com base nos dados informados em DCTF retificadora, transmitida anteriormente ao Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10675.905176/201212 Resolução nº 3201001.170 S3C2T1 Fl. 140 4 despacho decisório, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessário. Após a manifestação fiscal, concedase vista ao contribuinte pelo prazo de 30 (trinta dias) para se manifestar acerca das conclusões. Após, retornemse os autos para julgamento. Da mesma forma que ocorreu no paradigma, neste processo, o contribuinte retificou a DCTF depois da transmissão do PER/DComp mas antes da ciência do despacho decisório. Apesar de o processo paradigma se referir apenas à Cofins, o mesmo raciocínio desenvolvido se aplica também à contribuição para o PIS. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência, para que a Autoridade Preparadora efetue a análise da Declaração de Compensação com base nos dados informados em DCTF retificadora, transmitida anteriormente ao despacho decisório, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entender necessários. Após, concedase o prazo de 30 (trinta) dias ao Contribuinte para que se manifeste acerca do resultado da diligência. Concluída a instrução do feito, retornem os autos para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 140DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.004341/2007-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 30/09/1988 a 30/09/1995
DECISÃO JUDICIAL. LIMITES. AUTORIDADE FISCAL.
A autoridade fiscal, ao analisar a compensação advinda de processo judicial, circunscreve-se aos limites da coisa julgada, não podendo extrapolar a decisão judicial.
COMPENSAÇÃO. PROCESSO JUDICIAL. CRÉDITO. CERTEZA E LIQUIDEZ.
O lançamento ou cobrança de débitos tributários, advindo da análise de compensação, que teve origem em processo judicial, é a busca da certeza e liquidez do crédito do sujeito passivo nos termos da decisão judicial.
DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA.
Durante o trâmite da ação judicial, a autoridade fiscal não pode implementar qualquer medida para formalizar a exigência dos débitos compensados, assim não se pode falar em transcurso do período para que os supostos débitos sejam atingidos pelos efeitos da decadência ou prescrição.
Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3302-005.237
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinatura digital)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente
(assinatura digital)
Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Walker Araujo.
Nome do relator: SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 30/09/1988 a 30/09/1995 DECISÃO JUDICIAL. LIMITES. AUTORIDADE FISCAL. A autoridade fiscal, ao analisar a compensação advinda de processo judicial, circunscreve-se aos limites da coisa julgada, não podendo extrapolar a decisão judicial. COMPENSAÇÃO. PROCESSO JUDICIAL. CRÉDITO. CERTEZA E LIQUIDEZ. O lançamento ou cobrança de débitos tributários, advindo da análise de compensação, que teve origem em processo judicial, é a busca da certeza e liquidez do crédito do sujeito passivo nos termos da decisão judicial. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. Durante o trâmite da ação judicial, a autoridade fiscal não pode implementar qualquer medida para formalizar a exigência dos débitos compensados, assim não se pode falar em transcurso do período para que os supostos débitos sejam atingidos pelos efeitos da decadência ou prescrição. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Mar 09 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10120.004341/2007-26
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5839678
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Mar 09 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3302-005.237
nome_arquivo_s : Decisao_10120004341200726.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10120004341200726_5839678.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Walker Araujo.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
id : 7155785
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:13:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009224609792
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1648; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10120.004341/200726 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302005.237 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2018 Matéria DCOMP PIS Recorrente GOVESA GOIÂNIA VEÍCULOS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/09/1988 a 30/09/1995 DECISÃO JUDICIAL. LIMITES. AUTORIDADE FISCAL. A autoridade fiscal, ao analisar a compensação advinda de processo judicial, circunscrevese aos limites da coisa julgada, não podendo extrapolar a decisão judicial. COMPENSAÇÃO. PROCESSO JUDICIAL. CRÉDITO. CERTEZA E LIQUIDEZ. O lançamento ou cobrança de débitos tributários, advindo da análise de compensação, que teve origem em processo judicial, é a busca da certeza e liquidez do crédito do sujeito passivo nos termos da decisão judicial. DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. Durante o trâmite da ação judicial, a autoridade fiscal não pode implementar qualquer medida para formalizar a exigência dos débitos compensados, assim não se pode falar em transcurso do período para que os supostos débitos sejam atingidos pelos efeitos da decadência ou prescrição. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède Presidente (assinatura digital) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 43 41 /2 00 7- 26 Fl. 696DF CARF MF 2 Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Walker Araujo. Relatório Por bem transcrever os fatos e ser sintético, adotase o relatório da DRJ/Brasília, fls. 662 e seguintes1: Trata o presente processo de representação para análise da manifestação de inconformidade contra o despacho decisório nº 435, de 13/11/2006 (fls. 217/223), proferido no processo nº 10120.005473/9902, onde a empresa acima qualificada ingressou com pedido de restituição de crédito (R$ 4.771.740,91), atualizado até maio/1998, relativo a pagamento indevido de Pis, reconhecido por sentença judicial transitada em julgado 05/08/2005. Na representação (fls. 1 e 2) foram relacionadas várias Dcomp e débitos de tributos e contribuições diversos compensados com o suposto crédito pleiteado. No despacho decisório citado anteriormente, a autoridade fiscal competente, após os procedimentos de praxe, reconheceu a favor da contribuinte o crédito apurado em conformidade com a decisão judicial, atualizado até 01/01/1996, no valor de R$ 1.678.535,59, e homologou as compensações realizadas até o limite desse valor reconhecido. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 22/11/2006 (AR — fl. 225). Inconformada em 20/12/2006, por intermédio de seus procuradores (Wagner Silveira da Rocha e Eroides Fideles da silva) protocolou a manifestação de inconformidade (fls. 270 a 275), na qual transcreve os fatos e ementa da decisão e em questão de direito, em síntese, apresenta os seguintes argumentos de defesa: a autoridade fiscal no item "c" da sua decisão procedeu levantamento de eventuais faltas recolhimentos ou valores recolhidos à menor entre o período set/88 a set/95 e os abateu com os com créditos recolhidos à maior. Tal procedimento é totalmente equivocado e arbitrário, pois eventuais pagamentos efetuados à menor a título de PIS entre set/88 e set/95, ou seja, tributos que deveriam ter sido recolhidos entre 11 e 18 anos, somente poderiam ter sido cobrados no prazo máximo de 05 (cinco) anos a partir do fato gerador; única forma legal que o fisco possui para suspender o prazo prescricional do seu crédito tributário é proceder ao lançamento dentro prazo de 5 (cinco) anos contados do fato gerador, de modo os recolhimentos à menor ou não realizados não podem 1 Todas as páginas, referenciadas no voto, correspondem ao eprocesso. Fl. 697DF CARF MF Processo nº 10120.004341/200726 Acórdão n.º 3302005.237 S3C3T2 Fl. 3 3 mais ser exigidos. Aliás como é pedido judicial em ter direito a compensar os pagamentos à maior, busca somente garantir o seu direito às exações; o lançamento somente à autoridade tributária pode fazêlo e a existência do processo judicial, iniciado lá em 1996 e as posteriores decisões nele proferidas não tinham o condão de impedir a Receita Federal de lançar eventual recolhimento efetuado a menor neste período, assim, se ela quedouse inerte e não lançou o que julgava ser seu crédito tributário, não pode mais fazêlo, em virtude de ter o tempo transcorrido tornado inexigível quaisquer créditos tributários compreendido entre 1988 e 1995; do crédito judicialmente reconhecido, não podem ser abatidos quaisquer valores do PIS que tenham sido recolhidos à menor ou que não tenham sido eventualmente recolhidos nos períodos de apuração entre set/1988 e set/1995, como o fez a autoridade fiscal recorrida no Demonstrativo Resumo das Vinculações Auditadas" (fls. 838 a 847); também não se coaduna com a decisão judicial transitada em julgado a exclusão dos pagamentos de Cz$ 5.293.928,04 e Cz$ 6.474.688,33, sob a alegação de que os mesmos pertençam aos períodos de apuração julho e agosto/1988, pois, o escopo da decisão judicial foi recompor o cálculo à sistemática da LC n° 07/1970. Assim, o simples fato de no DARF estar grafado período tal, não pode excluílo, porque o recolhimento estava errado em virtude de inconstitucionalidade dos Decretos Leis 2.445 e 2.449/88; na composição do crédito judicialmente reconhecido, devese apurar o valor devido para cada período entre set/88 e set/1995 e comparar este débito apurado com o valor recolhido no mesmo mês, independentemente do que está grafado no corpo do DARF. Assim deve ser mantido no cálculo do crédito do PIS os DARFs de valores Cz$ 5.293.928,04 e Cz$ 6.474.688,33, recolhidos em 20/10/1988 e 10/11/1988; o DARF de valor Cr$ 41.831.734,67, não foi encontrou nos autos, portanto, deve ser efetivamente retirado do crédito dos pagamentos à maior. recomposto o crédito (R$ 1.678.535,59) reconhecido, até 01/01/1996, a importância equivale R$ 2.316.553,52, que deve ser atualizado até a data de cada compensação realizada, seja através de DCTF e Per/Dcomp, fazendose o encontro de contas, sem a inclusão de quaisquer acréscimos moratórios aos débitos compensados, pois tais compensações foram judicialmente autorizadas e informadas tempestivamente à Receita Federal; nas compensações realizadas através de Pedido de Compensação, DCTF e Per/Dcomp, inúmeros períodos compensados foram indevidamente inscritos em dívida ativa e outros até com ajuizamento de execução fiscal, assim, todas inscrições e ajuizamentos devem ser extintos, para que estes Fl. 698DF CARF MF 4 períodos de apuração retornem para o controle da SRF e abatidos sem acréscimos, nas respectivas datas de vencimento do crédito, conforme tabela anexa; o crédito apurado com base nos critérios da decisão judicial transitada em julgado, sem o abatimento de valores recolhidos à menor entre set/88 a set/95, e a inclusão dos DARF Cz$ 5.293.928,04 e Cz$ 6.474.688,33, abatidas todas as quantias compensadas, sobra ainda crédito remanescente até dez/2006 de R$ 3.985.673,52, que deverá ser utilizado para compensação de débitos vincendos. No pedido, requer o provimento do recurso e o reconhecimento do direito à restituição/compensação dos recolhimentos inconstitucionais de PIS faturamento no valor de R$ 2.316.553,52, atualizado até 01/01/1996, devendo sofrer o acréscimo da taxa Selic a partir de então até cada compensação, sendo ainda homologadas todas as compensações efetuada por seu valor histórico, remanescendo ainda o crédito a seu favor no importe de R$ 3.985.673,52. Requer ainda que seja: a) mantida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário relativo a todos os valores compensados, até o julgamento administrativo definitivo; b) .expedida a certidão Positiva com Efeito de Negativa; c) o presente julgamento convertido em diligência para averiguar as compensações, e d) todos os débitos compensados com o crédito de Pis, que estejam em aberto perante a DRF/Goiânia ou em Dívida Ativa da União, ajuizados ou não, seja trazidos para controle nestes autos. A manifestação foi julgada improcedente pela DRJ/Brasília e cuja ementa está colacionada abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/09/1988 a 30/09/1995 Restituição/Compensação de Tributos. A restituição/compensação de débitos tributários vencidos ou vincendos, somente poderá ser autorizada pela autoridade administrativa com crédito líquido e certo do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional. A contribuinte, irresignada, apresentou Recurso Voluntário, fls. 669 e seguintes, no qual repisou a argumentação da manifestação. É o relatório. Voto Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Relatora. Fl. 699DF CARF MF Processo nº 10120.004341/200726 Acórdão n.º 3302005.237 S3C3T2 Fl. 4 5 1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, a ciência do acórdão ocorreu em 02 de dezembro de 2009, fls. 668, e o recurso foi protocolado em 30 de dezembro de 2009, fls. 669. Tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Do mérito 2.1. Da correção monetária, outros acréscimos monetários e juros de mora A Recorrente pleiteia pela aplicação da correção monetária com todos os expurgos inflacionários pacificados no âmbito da jurisprudência, notadamente os seguintes: a) a ORTN de 1964 a fevereiro/86; b) pelo IPC, nos períodos de janeiro e :fevereiro/1989 e março/1990 a fevereiro/1991; c) o INPC de março a novembro/1991; d) o IPCA – série especial – em dezembro/1991; e) só a partir de janeiro/1992 a UFIR (Lei n° 8.383/91) até dezembro/1995; f) a Taxa SELIC a partir de janeiro/1996. Devem ser observados, contudo, os seguintes percentuais: fevereiro/86: 14,36%; junho/87: 26,06%; janeiro/89: 42, 72%; fevereiro/89: 10,14%; março/90: 84,32%; abril/90: 44,80%; maio/90: 7,87%; junho/90: 9,55%; julho/90: 12,92%; agosto/90: 12, 03%; setembro/90: 12,76%; outubro/90: 14,20%; novembro/90: 15,58%; dezembro/90: 18,30%; janeiro/91: 19,91%; fevereiro/91: 21,87%. Colaciona uma série de precedentes da jurisprudência. Ela também recorre pela inclusão de acréscimos monetários índices, expurgos, juros, taxa Selic nos cálculos do contribuinte, mesmo que não contemplados na decisão transitada em julgado, pois ela entende que não ofende a coisa julgada Por fim, também pleiteia pela aplicação da Súmula nº 254, do Supremo Tribunal Federal: "Incluemse os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação", por se tratar de indébitos constitucionais e não de meros indébitos por erro do contribuinte. Explicita que a decisão recorrida viola o direito do contribuinte em ter seus créditos corrigidos com a aplicação de todos os expurgos inflacionários, independentemente de constarem ou não na decisão judicial. Para analisar se o pleito da Recorrente é válido ou não, importante analisar como a sentença explicitou quanto ao direito creditório, fls. 122 e seguintes: (...) Os DecretosLeis 2445 e 2449, respectivamente de 29/06/88 22/07/88, não foram recepcionados pelos ditames contidos na Carta Maior, de acordo com decisão do STF no Recurso Extraordinário n° 1614749BA, publicado no DJU, I, de 08.10.93, cuja ementa é: (...) No que toca aos juros, tratandose de modalidade ex lege, prevista para as hipóteses de restituição de indébito tributário, somente são devidos a partir do trânsito em julgado da decisão Fl. 700DF CARF MF 6 condenatória, consoante prelecionado no art. 167, do CTN, in verbis: (...) III DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido da parte autora, afastando a aplicação dos DecretosLeis 2.445 e 2.449/88, mas mantendo a incidência do PIS dentro do conteúdo normativo, em sua totalidade, das Leis Complementares nºs 07/70 e 17/73, no período de setembro/88 a setembro/95, dando lhe o direito de compensar o que pago a maior referente ao PIS com o próprio PIS, tudo nos moldes do art. 66 e parágrafos, da Lei 8.383/91, de acordo com os documentos colacionados válidos. Aludidos créditos serão corrigidos monetariamente a partir da data de seu respectivo pagamento, com base nos índices oficiais de inflação e os juros de mora seguirão o estabelecido no parágrafo único, do art. 167, do CTN, consoante se apurar na execução do julgado (lembrando que a base de cálculo é aquela mencionada no parágrafo único do art. 6° da LC 07/79, mas sem sofrer correção monetária, consoante o pedido de fls. 576/577. (grifos não constam no original) Do recurso oposto em face da sentença, extraise trecho do voto do TRF da 1ª Região, fls. 128 e seguintes, que ao analisar os embargos em apelação cível nº 2000.01.00.0768135/GO, descrevem como deverá ser apurado o crédito tributário: Conforme mencionado anteriormente, trata o feito presente de embargos de declaração opostos em desfavor do acórdão prolatado nestes autos, em que esta 4° Turma, por unanimidade, reconheceu a inconstitucionalidade da contribuição para o PIS nos termos dos Decretosleis n°s 2.445 e 2.449/88, com a conseqüente possibilidade de compensação dos valores indevidamente recolhidos a esse título. (...) Verificase, na espécie, que de fato, o v. acórdão embargado incorreu em omissão quanto aos juros compensatórios, razão pela qual devem ser acolhidos os embargos de declaração quanto a esta parte, sem efeitos modificativos, a fim de esclarecer que inexiste fundamento legal hábil a amparar a incidência dos juros compensatórios em repetição de indébito, conforme se verifica do posicionamento adotado por esta 4ª Turma no acórdão cuja ementa transcrevese abaixo: (...) Todavia, merece acolhida a alegada ocorrência de obscuridade e contradição acerca da aplicação da Taxa Selic no caso presente, razão pela qual devem ser acolhidos os presentes embargos de declaração quanto a esta questão, sem efeitos modificativos, apenas para esclarecer que, os juros de mora à Taxa Selic têm sua aplicação a partir de 1° de janeiro de 1996, nos termos do art. 39, § 4°, da Lei n° 9.250/95. Fl. 701DF CARF MF Processo nº 10120.004341/200726 Acórdão n.º 3302005.237 S3C3T2 Fl. 5 7 Impende ressaltar que, a Taxa Selic, por já englobar os juros de mora e a correção monetária, não pode ser aplicada cumulativamente com quaisquer outros índices. (grifos não constam no original) Houve a interposição de Recurso Especial em face da apelação por parte da Recorrente, que não decidiu a respeito da correção monetária ou juros de mora e também a interposição de agravo para processamento do Recurso Especial por parte da Fazenda Nacional, que acabou versando sobre as questões de correção, fls. 155, sendo que o Superior Tribunal de Justiça assim decidiu e, ao final, negou provimento, mantendo a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região: Decido. Tenho que a decisão agravada não merece reparos, porquanto efetivamente as matérias, em debate, analisadas pelo v. acórdão recorrido estão em consonância com o entendimento desta Corte. (...) No que concerne à aplicação dos aludidos juros equivalentes à taxa SELIC passo a tecer as seguintes considerações. O advento da Lei nº 9.250/95, trouxe inovações na seara da compensação tributária. O artigo 39, estabeleceu que a partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação seria acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, a qual é composta de juros e fator específico de correção monetária. (...) Tais razões expendidas, com esteio no artigo 57, caput, do Código de Processo Civil c/c o artigo 34, XVIII, do RI/STJ e artigo 38 da Lei nº 8.038, NEGO SEGUIMENTO ao presente agravo. (grifos não constam no original) Do despacho decisório, extraemse as seguintes informações, fls. 376 O presente processo teve origem em representação formulada nos autos do processo administrativo n° 10120.005473/9902 (cópia às fls. 03 a 05) para que seja discutido o valor do crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgada nos autos do PJ nº 96.00.0077665, apurado naqueles autos, que, de acordo com o Despacho Decisório nº 435/2006 (fls. 217 a 223) corresponde a R$ 1.678.535,59, atualizado até 0101 96, tendo sido objeto de manifestação de inconformidade (fls. 270 a 281), que se encontra pendente de apreciação e que será apreciada neste processo. Também serão apreciados neste processo o pedido de restituição/PER e as Declarações de Compensação/DCOMP que foram Fl. 702DF CARF MF 8 baixadas para tratamento manual naqueles autos, relacionados às fls. 269 e 312. A partir do processo administrativo n° 10120.005473/9902 e de seu despacho decisório, observase como os cálculos foram realizados, fls. 227 e seguintes: Para se chegar ao crédito do contribuinte atualizado até 0101 96 foram adotados os seguintes procedimentos: a) Levantamento do valor do PIS devido à alíquota de 0,75% a partir do fato gerador de setembro de 1988, chegandose aos valores discriminados no demonstrativo de fls. 809 a 815, tendo como base de cálculo o faturamento do sexto mês anterior, sem a incidência da correção monetária, de acordo com a decisão judicial de fls. 206 a 215; b) Confronto entre os referidos débitos e os pagamentos relativos aos respectivos períodos de apuração (fls. 838/876), resultando no crédito atualizado até 01011996, a favor da requerente no valor de R$ 1.678.535,59 (Um milhão, seiscentos e setenta e oito mil, quinhentos e trinta e cinco reais e cinqüenta e nove centavos); c) Na hipótese de falta de recolhimento ou recolhimento parcial de PIS no período de set/88 a set/95 o crédito existente até o período de apuração em que foi constatada insuficiência de recolhimento foi devidamente corrigido e utilizado para quitar o débito em questão, nos termos dos artigos 34 a 39 da Instrução Normativa SRF n° 600/2005. Estas compensações estão demonstradas nos relatórios "Demonstrativo de Pagamentos" (fls. 828 a 837), "Demonstrativo Resumo das Vinculações Auditadas" (fls. 838 a 847) , que informam para quais períodos de apuração determinado pagamento foi vinculado e os valores que foram amortizados e compensados. A planilha denominada "Saldos de créditos após vinculações" (fls. 873 e 874) discrimina quais os créditos existentes após as aludidas compensações, sendo que tais valores foram extraídos do relatório "Demonstrativo das Vinculações Auditadas de Pagamentos" (fls. 848 a 872), que especifica os saldos de DARF existentes após as vinculações. d) Os pagamentos de Cz$ 5.293.928,04 e Cz$ 6.474.688,33, que o contribuinte relacionou aos períodos de apuração de set/88 e out/88, dizem respeito, respectivamente, aos períodos de apuração de jul/88 e ago/88, estando, portanto, fora do alcance da decisão judicial. Por isso não foram incluídos no cálculo da compensação. Cabe lembrar que tanto o pedido do contribuinte na petição inicial quanto a decisão judicial abrangem os períodos de apuração de set/88 a set/95. (...) g) Os saldos de pagamentos a maior, resultantes após as vinculações, foram corrigidos com base nos coeficientes de atualização monetária incidentes sobre os créditos decorrentes de pagamento a maior de PIS, por meio do "Demonstrativo de Apuração do Crédito Atualizado" (fls. 875 e 876), de acordo com o disposto na decisão proferida nos embargos de declaração Fl. 703DF CARF MF Processo nº 10120.004341/200726 Acórdão n.º 3302005.237 S3C3T2 Fl. 6 9 apresentados contra a decisão de 1º grau, resultando no crédito atualizado até 01011996, a favor da requerente, correspondente a R$ 1.678.535,59 (Um milhão, seiscentos e setenta e oito mil, quinhentos e trinta e cinco reais e cinqüenta e nove centavos). Os coeficientes de atualização monetária foram extraídos da "Tabela de coeficientes para correção monetária (INPC com expurgos IPC)" da Seção Judiciária da Justiça Federal do estado do Paraná, para atualização dos valores até agosto de 2016 (fls.967), por meio do seguinte endereço na internet: http://www.jfpr.gov.bencont/inpc+ipcs.pdf. A aludida tabela foi elaborada de acordo com o Manual de Orientação para os Cálculos na Justiça Federal. O valor do crédito atualizado em 01012006 foi extraído da divisão do valor do crédito atualizado até ago/2016 pelo índice 3,0892, correspondente a variação da Taxa Selic no período de jan/96 a ago/2006. A partir das transcrições acima, observase que a autoridade fiscal realizou os cálculos em conformidade com o que foi decidido no processo judicial. Não há qualquer reparo a ser realizado, pois a autoridade fiscal, ao analisar a compensação advinda de processo judicial, circunscrevese aos limites da coisa julgada, não podendo extrapolar a decisão judicial. Por tal motivação, sem razão a Recorrente, pois os cálculos foram realizados em conformidade com o disposto na decisão judicial. 2.2. Diferenças de créditos tributários recolhidos a menor ou não recolhidos em período de apuração previsto legalmente A Recorrente insurgese contra a cobrança de créditos tributários por parte da Fazenda Pública e explicita que se ela quisesse fazer a cobrança de quaisquer diferenças, eventualmente, pagas a menor ou não pagas pela Recorrente em dado período, deveria se valer dos instrumentos jurídicos que tem para isso e que deve agir segundo os ditames do Princípio da Legalidade, pois deveria ter notificado a Recorrente e que os créditos deveriam ter sido constituídos por meio do lançamento, sendo possibilitado à contribuinte todos os mecanismos legais que dispõe para exigir seu direito. No âmbito da compensação, se a autoridade fiscal ao realizar o encontro de contas, constatar que houve compensação indevida, é seu dever funcional realizar a cobrança daquilo que excedeu. O artigo 48, § 3º, inciso II, da IN SRF nº 600, de 2005, prevê o seguinte: IN SRF nº 600, de 2005 Art. 48. É facultado ao sujeito passivo, no prazo de trinta dias, contado da data da ciência da decisão que indeferiu seu pedido de restituição ou de ressarcimento ou, ainda, da data da ciência do despacho que nãohomologou a compensação por ele efetuada, apresentar manifestação de inconformidade contra o nãoreconhecimento do direito creditório ou a nãohomologação da compensação. (...) § 3º A manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, bem como o recurso contra a Fl. 704DF CARF MF 10 decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade: I enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional relativamente ao débito objeto da compensação; e II não suspendem a exigibilidade do débito que exceder ao total do crédito informado pelo sujeito passivo em sua Declaração de Compensação, hipótese em que a parcela do débito que exceder ao crédito será imediatamente encaminhada a PGFN para inscrição em Divida Ativa da União. (grifos não constam no original) Portanto, não procede a argumentação da Recorrente, mantendose o acórdão da DRJ/Brasília, que assim concluiu sobre a realização do trabalho da fiscalização, fls. 664, "Isso não significa lançamento ou cobrança de débitos tributários, como sugere os patronos da manifestante; mas sim a busca da certeza e liquidez do crédito do sujeito passivo nos exatos termos da decisão judicial que autorizou o Fisco apurar o quantum." Nesse sentido, a autoridade fiscal cumpriu o seu dever funcional e observou, conforme já demonstrado em tópico anterior, a decisão judicial. 2.3. Da decadência A Recorrente dispõe que os créditos do período de apuração de setembro de 1988 a setembro de 1995 já foram atingidos pelos efeitos da decadência, não podendo mais serem constituídos. Vale transcrever a legislação, que regulamenta o imposto sobre a renda, e que dispõe sobre os prazos: Decreto nº 3.000, de 1999 Art. 903. Não correrão os prazos estabelecidos em lei para o lançamento ou a cobrança do imposto, a revisão da declaração e o exame da escrituração do contribuinte ou a da fonte pagadora do rendimento, até decisão na esfera judiciária, nos casos em que a ação das repartições da Secretaria da Receita Federal for suspensa por medida judicial contra a Fazenda Nacional (Lei nº 3.470, de 1958, art. 23). No caso em análise, a Recorrente ingressou com ação judicial para discutir a constitucionalidade dos DecretosLeis nº 2.445, de 1998, e 2.449, de 1998. Então, durante o trâmite da ação judicial, a autoridade fiscal não poderia implementar qualquer medida para formalizar a exigência dos débitos compensados, assim não se pode falar em transcurso do período para que os supostos débitos sejam atingidos pelos efeitos da prescrição. O trânsito em julgado ocorreu em 05 de maio de 2005, fls. 159, a partir deste prazo, a autoridade fiscal possui um prazo de cinco anos para fazer a cobrança dos créditos indevidamente compensados. Nesse sentido, sem razão a Recorrente, não podendo ser considerado que houve a extinção do crédito tributário pelos efeitos da prescrição ou decadência. 3. Conclusão Por todo o exposto, conheço o recurso voluntário, mas, no mérito, nego provimento. Fl. 705DF CARF MF Processo nº 10120.004341/200726 Acórdão n.º 3302005.237 S3C3T2 Fl. 7 11 Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Fl. 706DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.000728/2003-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1998, 1999
DESAPROPRIAÇÃO. IRPF. GANHO DE CAPITAL. NÃO INCIDÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 42.
Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação.
DOAÇÃO. VALOR DE MERCADO. GANHO DE CAPITAL. APURAÇÃO.
Na doação a valor de mercado, a diferença a maior entre este valor (de mercado) e o valor pelo qual o direito constava da declaração do doador constitui ganho de capital sujeito a incidência do imposto de renda, que deverá ser pago pelo doador até o último dia do mês-calendário subsequente ao da doação.
Numero da decisão: 2201-004.112
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente
(assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
EDITADO EM: 16/03/2018
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski.
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1998, 1999 DESAPROPRIAÇÃO. IRPF. GANHO DE CAPITAL. NÃO INCIDÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 42. Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação. DOAÇÃO. VALOR DE MERCADO. GANHO DE CAPITAL. APURAÇÃO. Na doação a valor de mercado, a diferença a maior entre este valor (de mercado) e o valor pelo qual o direito constava da declaração do doador constitui ganho de capital sujeito a incidência do imposto de renda, que deverá ser pago pelo doador até o último dia do mês-calendário subsequente ao da doação.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10835.000728/2003-23
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5843777
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2201-004.112
nome_arquivo_s : Decisao_10835000728200323.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : DANIEL MELO MENDES BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 10835000728200323_5843777.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator EDITADO EM: 16/03/2018 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
id : 7174170
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009229852672
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1446; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 128 1 127 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10835.000728/200323 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.112 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 06 de fevereiro de 2018 Matéria IRPF Ganho de Capital Recorrente SURAIA MELEM Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1998, 1999 DESAPROPRIAÇÃO. IRPF. GANHO DE CAPITAL. NÃO INCIDÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 42. Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação. DOAÇÃO. VALOR DE MERCADO. GANHO DE CAPITAL. APURAÇÃO. Na doação a valor de mercado, a diferença a maior entre este valor (de mercado) e o valor pelo qual o direito constava da declaração do doador constitui ganho de capital sujeito a incidência do imposto de renda, que deverá ser pago pelo doador até o último dia do mêscalendário subsequente ao da doação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Relator EDITADO EM: 16/03/2018 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 00 07 28 /2 00 3- 23 Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 129 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 1719.806 3ª Turma da DRJ/SPO II, o qual julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração pelo qual se exige Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF incidente sobre ganho de capital. A decisão de primeira instância, de forma objetiva, assim sintetizou os fatos: Para o anocalendário de 1998, a fiscalização apurou ganho de capital na desapropriação de uma área de terras denominada Fazenda São Benedito com 394 hectares, situada em Anaurilândia (MS), conforme escritura pública de fls. I5/21, adquirida por herança, sendo a parte da contribuinte l/7 sobre o imóvel. O valor pago pela CESP Companhia Energética de São Paulo foi de R$ 150.096,83, em parcelas vencidas em 30/04/1998 e 29/05/1998, sendo 1/7 pertencente à interessada, o que equivale a R$ 21.442,40. Referido bem estava informada na Declaração de Ajuste Anual relativa ao anocalendário de 1998, pelo valor de RS 12.004,79. Para o anocalendário de 1999, foi apurado ganho de capital sobre a doação de uma área de terras denominada Fazenda Rouxinol com 262,864 hectares, situada em Anaurilândia (MS), sendo doada a parle de 231,9122 hectares, conforme escritura pública de tis. 41/42, pelo valor de R$ 200.000,00. Referida propriedade está relacionada na Declaração de Ajuste Anual Exercício 2000, anocalendário 1999, pelo valor de R$ 134.635,48. Cientificada da exigência tributária em 16/04/2003, conforme Aviso de Recebimento AR de fl, 59, a contribuinte apresenta sua impugnação de fls. 66/83, onde traz as seguintes alegações: o lapso temporal ocorrido entre o ingresso dos imóveis rurais no seu patrimônio e a sua alienação supera 8 anos; a) o imóvel desapropriado em maio de 1998 foi adquirido em 19/04/1990 e o bem doado em 06/02/1999 foi acrescido ao seu patrimônio em 19/04/1990; b) com o passar dos anos, com as inúmeras mudanças de moeda, houve reflexos na valorização das terras; Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 130 3 c) as suas informações e declarações de rendimentos de fls. 1 1 / 1 3 e 45/48 demonstram de forma inequívoca a inexistência de omissão de receita, e, por corolário, ganho de capital; d) a desapropriação, conforme a Constituição Federal, é implementada mediante prévia e justa indenização em dinheiro; e) não é possível coadunar com o entendimento de que o percebimento de valor em moeda corrente nacional, devido em substituição ao bem desapropriado, acresce algo ao seu patrimônio; f) não é plausível que, além de ser privada do bem particular, seja tributada por alo administrativo que não adveio de sua vontade c apenas lhe compensou a propriedade cxpropriada: g) cita o art. 39, inciso XXH do Decreto n° 3,000, de 26 de março de 1999 — Regulamento do Imposto de Renda, que preceitua que a indenização recebida por liquidação de sinistro, furto ou roubo, relativo ao objeto segurado não é tributável; h) o exercício mental sugerido é simples e traz à tona o resultado bastante interessante, qual seja, da mesma forma que há o pagamento de determinado valor no caso de furto de um bem móvel (sinistro), ocorre o pagamento de valor pela desapropriação; i) partindo da premissa acima gizada, em nenhum dos casos foi somado algo ao patrimônio do desapropriado ou do segurado, levandose apenas ao estado que se encontravam anteriormente aos acontecimentos (sinistro/desapropriação), que não derivam de sua vontade; j) no que concerne ao imóvel doado, entende que nas doações não há qualquer forma de tributar a diminuição de patrimônio decorrente do ato gratuito de doar; k) o conceito jurídico de doação demonstra que se há vantagem ou aumento de patrimônio, este se deve integralmente ao donatário, aquele que recebe o bem em doação e o aceita; l) para o doador, existe diminuição do patrimônio, não havendo nexo causal em oferecer operação à tributação. Foi prolatado o Acórdão 1719.806 3ª Turma da DRJ/SPO II (fls. 119/123), que a julgou o lançamento procedente, mantendo integralmente o Auto de Infração, nos termos da seguinte ementa: CREDITÓRIOS DE DESAPROPRIAÇÃO. GANHO DE CAPITAL. IMPOSTO DE RENDA. Está sujeita ao pagamento do imposto de renda, à alíquota de quinze por cento, a pessoa física que auferir ganhos de capital na alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, inclusive na hipótese de direitos creditórios decorrentes de desapropriações não vinculadas à reforma agrária. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 131 4 GANHO DE CAPITAL BENS E DIREITOS PROVENIENTES DA TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE NOS CASOS DE DOAÇÃO A VALOR DE MERCADO Na transferência de direito de propriedade por sucessão/meação, nos casos de doação a valor de mercado, a diferença a maior entre esse valor e o valor de aquisição sujeita se a tributação de imposto de renda. A ciência dessa decisão ocorreu em 12/09/2007 (fl.72) e o recurso voluntário foi tempestivamente protocolizado em 05/10/2007 (fls. 73/91), tendo apresentado as razões recursais a seguir sintetizadas: Não deve incidir a exação sobre o imóvel decorrente de desapropriação, porquanto a indenização (justa e prévia) restaura o patrimônio de alguém que perdeu, por ato unilateral do autor da desapropriação, a propriedade de bem imóvel integrante de seu patrimônio, não se pode cogitar de incidência de imposto e conseqüentemente de dever de apuração do ganho de capital. Da mesma forma como ocorre com a desapropriação, não há como se tributar a diminuição do patrimônio decorrente do ato gratuito de doar. Mais uma vez, não se pode admitir que o fato da recorrente destacar gratuitamente parte do seu patrimônio para efetuar doação a outrem seja compreendido no conceito de ganho de capital. Como dito anteriormente, o art. 43 do Código Tributário Nacional é claro ao definir o fato gerador do imposto de renda, como sendo a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda. Fácil identificar que no caso em comento há diminuição, e não aquisição de patrimônio, sendo inconcebível considerar tal diminuição como ganho de capital. É relatório. Voto Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Admissibilidade O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Ganho de Capital Imóvel expropriado No que concerne ao primeiro aspecto do lançamento ganho de capital decorrente de desapropriação a matéria não comporta maiores digressões, devendo o julgador, de forma objetiva, trazer à baila o entendimento consubstanciado na Súmula nº 42 deste Conselho. O CARF já consolidou seu entendimento, desde dezembro/2009, no sentido de que não incide IRPF sobre ganhos em função de desapropriação: Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 132 5 Súmula CARF n° 42: Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação. Tendo em vista que a Súmula é de observância obrigatória por este Conselheiro, nos termos do art. 45, VI, do Anexo II ao RICARF, é necessário replicar tal entendimento no âmbito desse julgamento. Ainda que assim não fosse, o STJ já julgou a matéria no REsp n° 1.116.460, em sede de Recurso Repetitivo, cuja decisão restou assim ementada: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. IMPOSTO DE RENDA. INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE DESAPROPRIAÇÃO. VERBA INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. A incidência do imposto de renda tem como fato gerador o acréscimo patrimonial (art. 43, do CTN), sendo, por isso, imperioso perscrutar a natureza jurídica da verba percebida, a fim de verificar se há efetivamente a criação de riqueza nova: a) se indenizatória, que, via de regra, não retrata hipótese de incidência da exação; ou b) se remuneratória, ensejando a tributação. Isto porque a tributação ocorre sobre signos presuntivos de capacidade econômica, sendo a obtenção de renda e proventos de qualquer natureza um deles. Com efeito, a Constituição Federal, em seu art. 5°, assim disciplina o instituto da desapropriação: ”XXIV a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;” Destarte, a interpretação mais consentânea com o comando emanado da Carta Maior é no sentido de que a indenização decorrente de desapropriação não encerra ganho de capital, porquanto a propriedade é transferida ao poder público por valor justo e determinado pela justiça a título de indenização, não ensejando lucro, mas mera reposição do valor do bem expropriado. "Representação. Arguição de Inconstitucionalidade parcial do inciso ii, do parágrafo 2., do art. 1., do Decretolei Federal n. 1641, de 7.12.1978, que inclui a desapropriação entre as modalidades de alienação de imóveis, suscetíveis de gerar lucro a pessoa física e, assim, rendimento tributável pelo imposto de renda. Não há, na desapropriação, transferência da propriedade, por qualquer negócio jurídico de direito privado. Não sucede, aí, venda do bem ao poder expropriante. Não se configura, outrossim, a noção de preço, como contraprestação pretendida pelo proprietário, 'modo privato'. O 'quantum' auferido pelo titular da propriedade expropriada é, tãosó, forma de reposição, em seu patrimônio, do justo valor do bem, Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 133 6 que perdeu, por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social. Tal o sentido da 'justa indenização'prevista na Constituição (art. 153, parágrafo 22). Não pode, assim, ser reduzida a justa indenização pela incidência do imposto de renda. Representação procedente, para declarar a inconstitucionalidade da expressão 'desapropriação', contida no art. 1., parágrafo 2., inciso ii, do decretolei n. 1641/78. (Rp 1260, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, TRIBUNAL PLENO, julgado em 13/08/1987, DJ 18111988) 4. In casu, a ora recorrida percebeu verba decorrente de indenização oriunda de ato expropriatório, o que, manifestamente, consubstancia verba indenizatória, razão pela qual é infensa à incidência do imposto sobre a renda. Deveras, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmouse no sentido da nãoincidência da exação sobre as verbas auferidas a título de indenização advinda de desapropriação, seja por necessidade ou utilidade pública ou por interesse social, porquanto não representam acréscimo patrimonial. Precedentes: AgRg no Ag 934.006/SP, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS, DJ 06.03.2008; REsp 799.434/CE, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, DJ 31.05.2007; REsp 674.959/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJ 20/03/2006; REsp 673273/AL, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJ 02.05.2005; REsp 156.772/RJ, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ 04/05/98; REsp 118.534/RS, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJ 19/12/1997. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1116460/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010.) Desta forma, no que pertine ao ganho de capital decorrente de desapropriação, o lançamento deve revisto para a exclusão dos valores relativos a esse aspecto da exação. Ganho de Capital Imóvel objeto de doação No que concerne a esse aspecto do lançamento, mesma sorte não assiste à recorrente. Isso porque a doação é uma das formas de realização do bem (equiparada à doação), de sorte que, se o doador optou por transferir o imóvel a valor de mercado, ficará sujeito ao ganho de capital incidente sobre a base correspondente à diferença positiva entre o valor da transferência e o valor constante do bem sua última Declaração do IRPF do doador. Vejamos o que diz a legislação a respeito do assunto, neste caso o art. 23 da Lei n° 9.532, de 1997: Art. 23. Na transferência de direito de propriedade por sucessão, nos casos de herança, legado ou por doação em adiantamento da legítima, os bens e direitos poderão ser avaliados a valor de mercado ou pelo valor constante da declaração de bens do de cujus ou do doador. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 134 7 § 1° Se a transferência for efetuada a valor de mercado, a diferença a maior entre esse e o valor pelo qual constavam da declaração de bens do de cujus ou do doador sujeitarseá à incidência de imposto de renda à alíquota de quinze por cento. § 2o O imposto a que se referem os §§ 1o e 5o deverá ser pago: (Redação dada pela Lei n° 9.779, de 1999) pelo inventariante, até a data prevista para entrega da declaração final de espólio, nas transmissões mortis causa, observado o disposto no art. 7o, § 4o da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995; (Incluído pela Lei n° 9.779, de 1999) pelo doador, até o último dia útil do mêscalendário subseqüente ao da doação, no caso de doação em adiantamento da legítima; (Incluído pela Lei n° 9.779, de 1999) pelo excônjuge a quem for atribuído o bem ou direito, até o último dia útil do mês subseqüente à data da sentença homologatória do formal de partilha, no caso de dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar. (Incluído pela Lei n° 9.779, de 1999) § 3° O herdeiro, o legatário ou o donatário deverá incluir os bens ou direitos, na sua declaração de bens correspondente à declaração de rendimentos do anocalendário da homologação da partilha ou do recebimento da doação, pelo valor pelo qual houver sido efetuada a transferência. § 4° Para efeito de apuração de ganho de capital relativo aos bens e direitos de que trata este artigo, será considerado como custo de aquisição o valor pelo qual houverem sido transferidos. § 5° As disposições deste artigo aplicamse, também, aos bens ou direitos atribuídos a cada cônjuge, na hipótese de dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar. Pela literalidade desse dispositivo legal, na transferência de direitos por doação, cabe ao doador decidir se o fará pelo valor histórico em que o direito se encontrava registrado em sua declaração, hipótese na qual não haverá qualquer ganho a ser tributado, ou poderá fazê lo pelo valor de mercado, situação em que a diferença a maior entre o valor pelo qual se deu a transferência e aquele pelo qual o direito vinha sendo declarado está sujeito à tributação (art. 23, caput c/c § 1°). No caso de transferência a valor de mercado, o imposto deverá ser pago pelo doador até o último dia do mêscalendário subseqüente ao da doação (art. 23, § 2°, II). Portanto, basta a leitura do texto legal para verificar a improcedência dos argumentos apresentados pela recorrente. Com efeito, embora a regra geral em temos de IRPF seja a tributação consentânea com a realização em espécie, essa realização pode ocorrer também por outras formas, e a doação é uma delas, pois implica seu consumo, equiparandose à alienação. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10835.000728/200323 Acórdão n.º 2201004.112 S2C2T1 Fl. 135 8 Neste caso, a legislação faculta ao doador/contribuinte decidir se quer realizar a doação pelo valor histórico do bem/direito, hipótese em que eventual tributação ocorrerá quando o donatário realizar o crédito ou alienálo, ou pode fazêlo pelo valor de mercado, assumindo assim o ganho neste momento, o que atrai a incidência do IRPF. A regra constante do art. 23 da Lei n° 9.532, de 1997 estabelece um tratamento diferenciado para as operações de transferência de bens que são realizadas a título gratuito, mas que também podem ensejar a apuração do ganho de capital. Conclusão Diante do exposto, voto por conhecer do recurso voluntário apresentado para, no mérito, darlhe parcial provimento excluindo do lançamento o ganho de capital que incidiu sobre a desapropriação. Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Fl. 135DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.725362/2011-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
IRPF. GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIA.
Configura ganho de capital a diferença positiva entre o valor da alienação de participação societária e o seu custo de aquisição.
MULTA DE OFÍCIO. CONFISCATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF N° 02.
A argumentação sobre o caráter confiscatório da multa aplicada no lançamento tributário não escapa de uma necessária aferição de constitucionalidade da legislação tributária que estabeleceu o patamar das penalidades fiscais, o que é vedado ao CARF, conforme os dizeres de sua Súmula n. 2.
Numero da decisão: 2401-005.259
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Alfredo Duarte Filho e Rayd Santana Ferreira. Ausente os Conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Miriam Denise Xavier e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2008 IRPF. GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIA. Configura ganho de capital a diferença positiva entre o valor da alienação de participação societária e o seu custo de aquisição. MULTA DE OFÍCIO. CONFISCATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF N° 02. A argumentação sobre o caráter confiscatório da multa aplicada no lançamento tributário não escapa de uma necessária aferição de constitucionalidade da legislação tributária que estabeleceu o patamar das penalidades fiscais, o que é vedado ao CARF, conforme os dizeres de sua Súmula n. 2.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10830.725362/2011-59
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5840924
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2401-005.259
nome_arquivo_s : Decisao_10830725362201159.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : RAYD SANTANA FERREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10830725362201159_5840924.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Alfredo Duarte Filho e Rayd Santana Ferreira. Ausente os Conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Miriam Denise Xavier e Fernanda Melo Leal.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
id : 7167841
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:13:44 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009239289856
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1120; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.725362/201159 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401005.259 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 05 de fevereiro de 2018 Matéria IRPF Recorrente RONALDO ANGELI Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 IRPF. GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIA. Configura ganho de capital a diferença positiva entre o valor da alienação de participação societária e o seu custo de aquisição. MULTA DE OFÍCIO. CONFISCATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF N° 02. A argumentação sobre o caráter confiscatório da multa aplicada no lançamento tributário não escapa de uma necessária aferição de constitucionalidade da legislação tributária que estabeleceu o patamar das penalidades fiscais, o que é vedado ao CARF, conforme os dizeres de sua Súmula n. 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 53 62 /2 01 1- 59 Fl. 359DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Alfredo Duarte Filho e Rayd Santana Ferreira. Ausente os Conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Miriam Denise Xavier e Fernanda Melo Leal. Fl. 360DF CARF MF Processo nº 10830.725362/201159 Acórdão n.º 2401005.259 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório RONALDO ANGELI, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 6a Turma da DRJ em Florianópolis/SC, Acórdão nº 0736.624/2015, às efls. 333/339, que julgou procedente o Auto de Infração concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente da constatação de omissão ganhos de capital na alienação de bens e direitos, em relação ao exercício 2008, conforme peça inaugural do feito, às efls. 262/266, e demais documentos que instruem o processo. Tratase de Auto de Infração, lavrado em 05/12/2011 (AR efl. 283), nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindose crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação, decorrente do seguinte fato gerador: GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS. OMISSÃO DE GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE AÇÕES/QUOTAS NÃO NEGOCIADAS EM BOLSA. Omissão de ganhos de capital obtidos na alienação de ações ou quotas, conforme Termo de Verificação Fiscal em anexo. Segundo Relatório Fiscal, em 12/08/2011, o contribuinte foi cientificado de Termo de Início de Procedimento Fiscal, por meio do qual lhe foi exigido que apresentasse documentação relativa à alienação (i) do imóvel situado à Rua das Petúnias, 30, Americana/SP, e (ii) das quotas de capital social da pessoa jurídica Auto Posto Cidade Jardim Americana Ltda. Em resposta, o fiscalizado, no tocante ao imóvel alienado, apresentou, dentre outros, cópia das folhas do livro de registro de imóveis onde consta a Matrícula 40.670, que se refere ao imóvel situado na Rua das Petúnias, 30, loteamento Cidade Jardim, Americana/SP. Com base nesse documento, o fiscal relata que RONALDO ANGELI adquiriu, em 24/02/1995, uma parte ideal do imóvel, no valor de RS 8.780.00, e que da Matricula n° 40.670 consta ainda que o bem foi alienado a JAIR MARQUES DO AMARAL, pelo valor total de R$ 400.000.00 (conforme escritura pública de 12/09/2007), e que, antes disso, em 01/02/2007, havia sido firmado Instrumento Particular de Compromisso de Venda e Compra entre os alienantes e o comprador. No tocante à quotas do capital social, informa a autoridade lançadora que, na sessão de 09/02/2007, foi registrada alteração contratual que espelhou a transferência da totalidade das quotas do fiscalizado, sobre a qual o fiscalizado afirmou não ter sido foi apurado o correspondente ganho de capital. Relata a fiscalização que, em virtude disso, foi obtido o Instrumento Particular de Compromisso de Compra de Venda do Imóvel e Estabelecimento Comercial, firmado em 01/02/2007 entre os promitentes vendedores ERCIDES ANGELI, NORMA ANTONIA BANDIERA ANGELI, ERCIDES ANGELI FILHO e RONALDO ANGELI, e o promitente comprador JAIR MARQUES DO AMARAL, documento este registrado em 25/05/2007, sob n° 1.472.291, junto ao 6o Oficial de Registro de Títulos o Documentos de São Fl. 361DF CARF MF 4 Paulo, o qual tem como objetos o imóvel de matricula n°40.670 no Registro de Imóveis de Americana e a empresa denominada Auto Posto Cidade Jardim de Americana Ltda., CNPJ 55.548.030/0001 90, com sede à Rua das Petúnias, 30, Americana/SP. Segundo o auditor, o comprador confirmou o preço, formas o condições de pagamento pactuados entre as partes no Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda de Imóvel e Estabelecimento Comercial. Explica ainda que a documentação apresentada pelo comprador permitiu ainda verificar que a corretagem paga pela intermediação da transação, no importe de R$ 95.000,00, foi suportada pelos alienantes e paga em 01/02/2007 (clausula 10, §3ª, do Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda de Imóvel e Estabelecimento Comercial). Afirma o fiscal que, à época da alienação, o fiscalizado era proprietário exclusivo da parcela Ideal de 1/3 do imóvel e das 24.000 quotas transferidas. Em razão do negócio, o fiscalizado recebeu os valores acima divididos por três. Assim, como a venda de 24.000 quotas do Auto Posto Cidade Jardim Americana Ltda, CNPJ 55.546.030/000190, adquiridas pelo valor de RS 24.000,00, deuse pelo preço de R$ 626.666,66 e o ganho de capital decorrente da alienação de tais bens não foi oferecido à tributação, procedeu ao correspondente lançamento de ofício. Esclarece também que, como os alienantes arcaram, em 01/02/2007, com uma corretagem de 95.000.00, sendo R$ 31.666,67 correspondente à fração do contribuinte (1/3), tendo em vista que o valor da corretagem, quando suportado pelo alienante, será deduzido do valor de alienação, quando se tratar de venda a prazo, com diferimento da tributação, a dedução farseá sobre o valor da parcela do preço recebida no mês do pagamento da referida corretagem (art 19, § 4°, da IN SRF nº 84/01), de modo que a parcela recebida em fevereiro de 2007 será reduzida do valor de R$ 31.667,67. Regularmente intimado e inconformado com a Decisão recorrida, o autuado apresentou Recurso Voluntário, às efls. 346/451, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, reitera todas as razões da impugnação, esclarecendo que conforme documentos juntados aos autos, as cotas sociais estavam avaliadas em R$ 72.000,00, a escritura do imóvel foi realizada pelo valor de R$ 400.000,00, bem como foram pagos de comissão de corretagem o valor de RS 95.000,00. Afirma que, por ocasião da lavratura do auto de infração, o AFRFB considerou como ganho de capital a diferença entre o valor de RS 2.280.000,00 menos os RS 95.000,00. Após, considerou o imóvel no valor de RS 400.000,00 e o saldo de RS 1.785.000,00 como venda de cotas sociais, restando a cada um dos vendedores um imposto a pagar de RS 85.479,97, além da multa de 75% e taxa Selic. Contudo, no seu entendimento, o auto de infração é nulo de pleno direito porque o cálculo do imposto destoa da realidade dos fatos, visto que no contrato em que a AFRFB se baseou não consta que as cotas sociais teriam esse valor, mas tão somente que o imóvel mais o fundo de comércio, estavam sendo vendidos pelo valor de RS 2.280.000,00. No que toca ao tema, assevera que as cotas sociais valem o que consta no contrato social, ou seja RS 72.000,00 e que todas as benfeitorias estavam incorporadas ao Fl. 362DF CARF MF Processo nº 10830.725362/201159 Acórdão n.º 2401005.259 S2C4T1 Fl. 4 5 imóvel, que, além do terreno, teve incorporado as bombas de abastecimento, todo o estoque de combustível, lubrificantes, estoque da loja de conveniência, a construção da estrutura do posto, máquina de lava jato e todos os demais acessórios que se incorporam ao principal para o exercício da atividade. Na seqüência, alega que, utilizandose do programa da Receita Federal do Brasil para o cálculo do imposto sobre ganho de capital, temse que o total devido pelo impugnante é de R$ 54.948,55, assim discriminados: janeiro/2007 R$ 858,16, fevereiro/2007 R$ 26.004,99 março a julho/2007 – R$ 5.617,08 cada mês. Além disso, pondera que se deve verificar que já ofereceu à tributação na sua DIRPF o ganho de capital no valor de R$ 66.596,84, que gerou um imposto a pagar de R$ 9.989,52, cujo valor foi parcelado junto à Receita Federal do Brasil, constante do processo administrativo n° 13888.400584/200970, sendo certo que referido valor não foi abatido da apuração feita pela AFRFB, embora estivesse devidamente registrado nos autos. Relativamente às cotas sociais, argumenta que já foi esclarecido que em 14/07/2005 o capital social da empresa foi alterado para RS 72.000,00, cabendo a cada sócio o capital de R$ 24.000,00, conforme consta da Junta Comerciai do Estado de SP (Jucesp), não havendo ganho de capital ou imposto a pagar. Argumenta que a multa de ofício aplicada possui caráter confiscatório, devendo ser considerado nulo o auto por ofensa ao art. 150 da Constituição Federal. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para decretar o cancelamento do Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 363DF CARF MF 6 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. MÉRITO GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DAS QUOTAS O recorrente esclarece que conforme documentos juntados aos autos, as cotas sociais estavam avaliadas em R$ 72.000,00, a escritura do imóvel foi realizada pelo valor de R$ 400.000,00, bem como foram pagos de comissão de corretagem o valor de RS 95.000,00. Afirma que, por ocasião da lavratura do auto de infração, o AFRFB considerou como ganho de capital a diferença entre o valor de RS 2.280.000,00 menos os RS 95.000,00. Após, considerou o imóvel no valor de RS 400.000,00 e o saldo de RS 1.785.000,00 como venda de cotas sociais, restando a cada um dos vendedores um imposto a pagar de RS 85.479,97, além da multa de 75% e taxa Selic. Contudo, no seu entendimento, o auto de infração é nulo de pleno direito porque o cálculo do imposto destoa da realidade dos fatos, visto que no contrato em que a AFRFB se baseou não consta que as cotas sociais teriam esse valor, mas tão somente que o imóvel mais o fundo de comércio, estavam sendo vendidos pelo valor de RS 2.280.000,00. No que toca ao tema, assevera que as cotas sociais valem o que consta no contrato social, ou seja RS 72.000,00 e que todas as benfeitorias estavam incorporadas ao imóvel, que, além do terreno, teve incorporado as bombas de abastecimento, todo o estoque de combustível, lubrificantes, estoque da loja de conveniência, a construção da estrutura do posto, máquina de lava jato e todos os demais acessórios que se incorporam ao principal para o exercício da atividade. Na seqüência, alega que, utilizandose do programa da Receita Federal do Brasil para o cálculo do imposto sobre ganho de capital, temse que o total devido pelo impugnante é de R$ 54.948,55, assim discriminados: janeiro/2007 R$ 858,16, fevereiro/2007 R$ 26.004,99 março a julho/2007 – R$ 5.617,08 cada mês. Além disso, pondera que se deve verificar que já ofereceu à tributação na sua DIRPF o ganho de capital no valor de R$ 66.596,84, que gerou um imposto a pagar de R$ 9.989,52, cujo valor foi parcelado junto à Receita Federal do Brasil, constante do processo administrativo n° 13888.400584/200970, sendo certo que referido valor não foi abatido da apuração feita pela AFRFB, embora estivesse devidamente registrado nos autos. Relativamente às cotas sociais, argumenta que já foi esclarecido que em 14/07/2005 o capital social da empresa foi alterado para RS 72.000,00, cabendo a cada sócio o capital de R$ 24.000,00, conforme consta da Junta Comerciai do Estado de SP (Jucesp), não havendo ganho de capital ou imposto a pagar. Pois bem, é fato que no Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda de Imóvel (fls. 185/201), consta o compromisso de compra e venda do “imóvel, suas construções de benfeitorias” e o da “empresa denominada Auto Posto Cidade Jardim de Americana Ltda.”, como também que “ o “preço certo, total e ajustado para presente transação é o de R$ 2.280.000,00”. Fl. 364DF CARF MF Processo nº 10830.725362/201159 Acórdão n.º 2401005.259 S2C4T1 Fl. 5 7 Consta também dos autos certidão expedida pelo 2º Tabelião de Notas e Protestos de Letras e Títulos – Americana às efls. 44/47, certificando a existência da Escritura Pública de Venda e Compra, onde foi declarado pelos outorgantes vendedores: é (são) senhor(es) e legítimo(s) possuidor(es) do seguinte imóvel: UM POSTO DE SERVIÇO E ABASTECIMENTO DE VEÍCULOS, situado na rua das petúnias, sob nº 30, com 450,30 m2 de área construída e seu respectivo terreno composto pelo lote nº 14A (QUATORZEA), da QUADRA 04 (QUATRO), do loteamento denominado “CIDADE JARDIM”, nesta cidade e Comarca de Americana, Estado de São Paulo (...), cadastrado na Prefeitura Municipal Local sob nº 2300010415000, com valor venal de R$ 189.516,97. (...) Que aludido imóvel foi havido por ele(s) VENDEDOR(ES), em virtude das matrícula nºs 36.359, 36.360 e 40.170 e dos registros 06 e 07, feitos na MATRÍCULA Nº 40.670 todas do Cartório de Registro de Imóvel Local. Que assim, pela presente escritura e na melhor forma de direito, ele(s) VENDEDOR(ES), VENDE(M) COMO DE FATO VENDIDO TEM, ao(s) ora COMPRADOR(ES) pelo prelo certo e ajustado de R$ 400.000,00 (QUATROCENTOS MIL REAIS) (...)(g.n) Ora, analisando os termos do contrato, não resta dúvida que o valor de R$ 400.000,00 relativos à alienação de bens imóveis referese tão somente à venda do terreno e das edificações sobre ele construídas. É o que está explícito na escritura pública em questão, a qual inclusive faz remissão às matrículas 36.359, 36.360 e 40.170 e aos registros 06 e 07 feitos na Matrícula 40.670 (fls. 22/ 41), que corroboram a assertiva de que por meio da escritura pública que se comenta foram alienados nada mais do que o terreno e edificações medindo 450,30 m2. Ademais, não ficou provado nos autos, por exemplo, que o estoque de combustível, lubrificantes, máquina de lava jato, estoque da loja de conveniência, produtos estes eminentemente relacionados à atividade empresarial da pessoa jurídica, pertenciam em parte ao Sr. Ronaldo Angeli. Sendo assim, considero correta a divisão levada a efeito pelo fiscal em atribuir R$ 400.000,00 como valor de venda do terreno e as edificações sobre elas construídas, e R$ 1.880.000,00 como valor da alienação das participações societárias na empresa Auto Posto Cidade Jardim de Americana Ltda. Relativamente à argumentação de que utilizandose do programa da RFB chegou a valor diverso do encontrado pelo fiscal, vale elucidar o contribuinte, com base no documento de folhas 301 a 304, carreado pelo próprio, que esta diferença se deu, sobretudo, em virtude de o recorrente ter informado, quando da confecção dos cálculos, a alienação de bens ou direitos, quando deveria ter indicado a venda de participação societária. No caso de “alienação de bem ou direito, exceto participação societária”, está prevista a aplicação de fatores de redução não utilizáveis quando se trata de participação societária. Quanto aos valores dos ganhos de capital já apurados pelo sujeito passivo, há que se dizer que este se refere ao ganho de capital sobre a venda do terreno e das edificações, o que não foi objeto da autuação. No ponto, salientese que o fiscal manteve a apuração do ganho de capital relativo a estes bens, pelo que não pode ser aproveitado nos cálculo do ganho de capital sobre a alienação da participação societária do Sr Ronaldo Angeli. Nesse diapasão, não merece prosperar o pleito do sujeito passivo. DA MULTA DE OFÍCIO Fl. 365DF CARF MF 8 O recorrente argumenta que a multa de ofício aplicada possui caráter confiscatório, devendo ser considerado nulo o auto por ofensa ao art. 150 da Constituição Federal. Na análise dessa razão, não se pode perder de vista que o lançamento da multa por descumprimento de obrigação de pagar o tributo é operação vinculada, que não comporta emissão de juízo de valor quanto à agressão da medida ao patrimônio do sujeito passivo, haja vista que uma vez definido o patamar da sua quantificação pelo legislador, fica vedado ao aplicador da lei ponderar quanto a sua justeza, restandolhe apenas aplicar a multa no quantum previsto pela legislação. Cumprindo essa determinação a autoridade fiscal, diante da ocorrência da falta de pagamento do tributo, fato incontestável, aplicou a multa no patamar fixado na legislação, conforme muito bem demonstrado no Discriminativo do Débito, em que são expressos os valores originários a multa e os juros aplicados no lançamento. Além do mais, salvo casos excepcionais, é vedado a órgão administrativo declarar inconstitucionalidade de norma vigente e eficaz. Nessa linha de entendimento, dispõe o enunciado de súmula, abaixo reproduzido, o qual foi divulgado pela Portaria CARF n.º 106, de 21/12/2009 (DOU 22/12/2009): Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Essa súmula é de observância obrigatória, nos termos do “caput” do art. 72 do Regimento Interno do CARF, inserto no Anexo II da Portaria MF n.º 343, de 09/06/2015. Como se vê, este Colegiado falece de competência para se pronunciar sobre a alegação de inconstitucionalidade da multa aplicada, uma vez que o fisco tão somente utilizou os instrumentos legais de que dispunha para efetuar o lançamento. Por todo o exposto, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO, para rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Fl. 366DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13631.000009/2009-82
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1001-000.281
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201801
ementa_s :
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 13631.000009/2009-82
anomes_publicacao_s : 201802
conteudo_id_s : 5830299
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1001-000.281
nome_arquivo_s : Decisao_13631000009200982.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 13631000009200982_5830299.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa- Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva
dt_sessao_tdt : Thu Jan 18 00:00:00 UTC 2018
id : 7123377
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:12:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009244532736
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1473; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T1 Fl. 2 1 1 S1C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13631.000009/200982 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1001000.281 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 18 de janeiro de 2018 Matéria INDEFERIMENTO DE OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL Recorrente LOJAS KARITA LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO INDEFERIMENTO DE OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL ANOCALENDÁRIO 2007 A regularização de pendências impeditivas à opção pelo Simples Nacional é de responsabilidade do contribuinte. Caso não as regulariza no prazo legal, é aplicável o indeferimento do pedido, rejeitada a preliminar de nulidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva Relatório Tratase Recurso Voluntário contra o acórdão, número 0941.810, da 1ª Turma da DRJ/JFA, o qual indeferiu a Manifestação de Inconformidade contra Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, face à existência de atividade econômica AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 63 1. 00 00 09 /2 00 9- 82 Fl. 120DF CARF MF 2 vedada (representantes comerciais e agentes do comércio de têxteis, vestuário, calçados e artigos de viagem LC 123/2006, art. 17, inciso XI). A ora recorrente apresentou uma impugnação ao referido termo. cuja decisão da DRJ foi contrária à manifestação de inconformidade, a qual reproduzo o voto: A manifestação de inconformidade preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dela conheço. Passo à análise do litígio. Preliminarmente, assevero que não há que se falar em cerceamento de defesa no presente caso, pois a contribuinte teve ciência de todos atos administrativos que denegaram sua intenção de aderir ao Simples Nacional, demonstrando em sua manifestação deinconformidade total conhecimento das razões do indeferimento. No mérito, também não assiste melhor sorte à contribuinte. De acordo com o art. 16 da Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, “A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte darseá na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o anocalendário.” Nesse contexto, a Resolução CGSN 04/2007 estabelece: Art. 7º A opção pelo Simples Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. § 1º A opção de que trata o caput deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 3º deste artigo e observado o disposto no § 3º do art. 21. § 1ºA Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá: (Incluído pela Resolução CGSN nº 56, de 23 de março de 2009) I regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo; (Incluído pela Resolução CGSN nº 56, de 23 de março de 2009) Art. 9º Serão utilizados os códigos de atividades econômicas previstos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) informados pelos contribuintes no CNPJ, para verificar se as ME e as EPP atendem aos requisitos pertinentes. § 1º O CGSN publicará resolução específica relacionando os códigos da CNAE impeditivos ao Simples Nacional. Art. 17. Excepcionalmente, para o anocalendário de 2007, a opção a que se refere o art. 7º poderá ser realizada do primeiro dia útil de julho de 2007 até 20 de agosto de 2007, produzindo efeitos a partir de 1º de julho de 2007." (Redação dada pela Resolução CGSN n° 19, de 13 de agosto de 2007) [Grifei]. Fl. 121DF CARF MF Processo nº 13631.000009/200982 Acórdão n.º 1001000.281 S1C0T1 Fl. 3 3 Assim, independentemente do que constava em seu contrato social, cabia à contribuinte, e não ao Fisco, realizar, até o dia 20/08/2007, a alteração cadastral mudança do CNAE da filial , de modo a regularizar as pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional. Quanto à alegada inviabilidade econômica de atuação fora do Simples Nacional, tal argumento, embora socialmente relevante, não pode guiar a presente decisão administrativa, sob pena de descumprimento da legislação supracitada, a que este colegiado deve observância. Enfim, uma vez que a contribuinte não regularizou tempestivamente a pendência impeditiva ao ingresso no Simples Nacional, deve ser mantido o indeferimento da inclusão retroativa, sendo considerada improcedente a manifestação de inconformidade. Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade e, portanto, dele eu conheço. Em seu recurso voluntário, a recorrente argumentou, em preliminar de mérito que: Fl. 122DF CARF MF 4 A recorrente, como afirmado na decisão de primeira instância, teve todos os meios para apresentar a sua manifestação de inconformidade e, subsequentemente, o seu Recurso Voluntário, tendo tomado ciência de todas as infrações e decisões, conforme pode ser atestado pelos autos. Além disso, a decisão foi baseada em fatos e, rigorosamente, levando em conta a legislação em vigor, não havendo quaisquer vícios que pudessem tornála nula. Portanto, rejeito a preliminar de mérito. Nas suas razões de direito, alega que: Fl. 123DF CARF MF Processo nº 13631.000009/200982 Acórdão n.º 1001000.281 S1C0T1 Fl. 4 5 Portanto, é de se manter, integralmente, a decisão de primeira instância, acrescentandose que as normas são claras em relação à regularização de pendências apontadas no Termo de Indeferimento de Opção e que, no caso em tela, havia prazo suficiente para a recorrente têlas regularizado. A Resolução CGSN (Comitê Gestor do Simples Nacional) n° 4/2007, em seu artigo 7°, parágrafo 1°, inciso I (transcrita acima, no voto de primeira instância), permite ao contribuinte regularizar as eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento caso não o faça dentro do prazo. Portanto, caberia à recorrente, e não à Receita Federal do Brasil, regularizar as pendências impeditivas à opção pelo Simples Nacional. Portanto, rejeito a preliminar, para, no mérito, negar provimento ao Recurso Voluntário, sem crédito tributário em litígio. É como voto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 124DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.720628/2013-61
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2013
OPÇÃO. DEFERIMENTO.
Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitando-se ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo.
Numero da decisão: 1001-000.327
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(Assinado Digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201801
ementa_s : Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2013 OPÇÃO. DEFERIMENTO. Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitando-se ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo.
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 13888.720628/2013-61
anomes_publicacao_s : 201802
conteudo_id_s : 5830278
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1001-000.327
nome_arquivo_s : Decisao_13888720628201361.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
nome_arquivo_pdf_s : 13888720628201361_5830278.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
dt_sessao_tdt : Fri Jan 19 00:00:00 UTC 2018
id : 7123334
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:12:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009265504256
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1419; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T1 Fl. 118 1 117 S1C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.720628/201361 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1001000.327 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 19 de janeiro de 2018 Matéria Simples Nacional Recorrente FC ESTRUTURAS METALICAS EIRELI ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2013 OPÇÃO. DEFERIMENTO. Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório Tratase de Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional (efls. 48/52) para o ano calendário 2013, tendose em vista a existência de débitos previdenciários (nº AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 72 06 28 /2 01 3- 61 Fl. 118DF CARF MF 2 390156507 e nº 390156515) com a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), com exigibilidade não suspensa, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006, art. 17, inciso V. Após tomar ciência do contido do Termo de Indeferimento a empresa apresentou Manifestação de Inconformidade alegando ter pago/parcelado os débitos com a RFB. A decisão de primeira instância (efls. 62/65) julgou a manifestação de inconformidade improcedente, por entender que somente em 30/07/2013, portanto após a data limite de 31/01/2013, o débito previdenciário de nº 390156515 foi efetivamente objeto de parcelamento. Cientificada da decisão de primeira instância em 26/03/2015 (efl. 116) a Interessada interpôs recurso voluntário, protocolado em 15/04/2015 (efl. 115), em que aduz, em resumo, que não houve o reparcelamento do débito nº 390156515 em 30/07/2013, mas sim a liquidação nesta data do parcelamento deferido em 26/09/2010: . Voto Conselheiro Lizandro Rodrigues de Sousa Relator O recurso é tempestivo, e portanto, dele conheço. Tratase, nestes autos, exclusivamente do Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional (efl. 48/52) para o ano calendário 2013. Cabe verificar o que dispõe o artigo 17 da Lei nº 123/2006, inciso V e XI, e o art. 15, inciso XV, da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011: “Art. 15. Não poderá recolher os tributos na forma do Simples Nacional a ME ou EPP: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 17, caput): (...) XV que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 17, inciso V)”;(destaquei). (...) A opção pelo Simples Nacional está regulamentada pela mesma Resolução CGSN nº 94/2011: Art. 6º A opção pelo Simples Nacional darseá por meio do Portal do Simples Nacional na internet, sendo irretratável para Fl. 119DF CARF MF Processo nº 13888.720628/201361 Acórdão n.º 1001000.327 S1C0T1 Fl. 119 3 todo o anocalendário. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, caput) (...) § 1º A opção de que trata o caput deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 5º. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, § 2º) § 2º Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, caput) I regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo; O contribuinte diligenciou de forma a regularizar as pendências no prazo legal. Isto porque os demonstrativos anexados com o recurso voluntário (efls. 74, 96 e ss) demonstram que em 31/01/2013 o parcelamento do débito nº 390156515 estava com suas parcelas em dia. Assim, voto para dar provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 120DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.901060/2009-83
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3001-000.020
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a unidade fiscal de origem analise os documentos acostados aos autos.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10880.901060/2009-83
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5837807
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3001-000.020
nome_arquivo_s : Decisao_10880901060200983.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
nome_arquivo_pdf_s : 10880901060200983_5837807.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a unidade fiscal de origem analise os documentos acostados aos autos. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
id : 7148414
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:13:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009272844288
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1759; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 213 1 212 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.901060/200983 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3001000.020 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Data 21 de fevereiro de 2018 Assunto COFINS DCOMP ELETRÔNICA RECOLHIMENTO INDEVIDO Recorrente DROXTER INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a unidade fiscal de origem analise os documentos acostados aos autos. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. RELATÓRIO Dos fatos Cuidase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão 0949.123, da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora /MG DRJ/JFA que, em sessão de julgamento realizada no dia 23.01.2014, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Por bem sintetizar os fatos, transcrevo o relatório do acórdão recorrido (efls. 138 a 142): Trata o presente processo de PER/DCOMP nº 39654.00833.191206.1.3.049090, com crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior, relativo ao DARF no valor de R$ 37.959,76, recolhido em 20/03/2007. Após análise dos elementos constitutivos do crédito pleiteado, foi emitido Despacho Decisório eletrônico que não homologou a compensação declarada, por inexistência de crédito, tendo em vista RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 01 06 0/ 20 09 -8 3 Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10880.901060/200983 Resolução nº 3001000.020 S3C0T1 Fl. 214 2 que o pagamento indicado como indevido ou a maior não oferecia saldo disponível para compensação, uma vez que foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte. Regularmente cientificada do Despacho Decisório, por via postal, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em breve síntese, que transmitiu DCTF retificadora que confirma o seu crédito e que o crédito informado no PER/DCOMP é suficiente para a compensação do(s) débito(s) declarado(s). É o relatório do necessário. Da decisão de 1ª Instância A 1ª Turma da DRJ/JFA, ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade, exarou citado acórdão, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/03/2007 DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Da ciência O contribuinte, segundo por meio do "Aviso de Recebimento" (efl. 143), tomou conhecimento, em 14.02.2014, da "INTIMAÇÃO 272/2014" (efl. 144) dando conta do acórdão vergastado. Irresignado com a referida decisão, conforme o "Termo de Análise de Solicitação de Juntada" (efl. 211), o recorrente, em 13.03.2014, registra a solicitação de juntada do recurso voluntário apresentado (efls. 146 a 210). No caso, compulsando as datas acima destacadas, concluise que o recurso voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação; de modo que dele conheço. Do recurso voluntário Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10880.901060/200983 Resolução nº 3001000.020 S3C0T1 Fl. 215 3 Sintetizo os argumentos de defesa apresentado que entendo suficiente para evidenciar a necessidade de deferirse a diligência pleiteada. Alega o recorrente que: 1 é pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido e, portanto, o regime de tributação das contribuições ao PIS e Cofins é o cumulativo; 2 apurou saldo devedor de Cofins no valor de R$ 37.959,76, referente a fevereiro/2007 e providenciou o devido recolhimento por meio de DARF; 3 constatou que apurou de forma indevida o referido saldo a pagar de Cofins no citado período, tendo em vista que, para as operações de industrialização por encomenda, a legislação reduziu a alíquota desta contribuição, ficando alterada de 3% para zero, gerando crédito em seu favor; 4 em face da legislação aplicável às operações de industrialização por encomenda, o valor correto a ser recolhido no referido período era de R$ 108,66, gerando, por consequente, um saldo credor de R$ 37.851,10; 5 desse modo, apresentou a DCOMP 39654.00833.191206.1.3.049090, com o objetivo de quitar débitos de tributos federais com o valor que recolheu indevidamente; 6 a fiscalização, ao analisar o direito creditório pleiteado, ao proferir o despacho decisório, não o homologou, por haver concluído que respectivo valor serviu para quitar integralmente os débitos informados na DCTF e Dacon; 7 a não homologação decorreu da não apresentação da DCTF e do Dacon retificados, o que impossibilitou de a fiscalização identificar que o saldo recolhido de Cofins não estava de acordo com a realidade dos fatos e, por conseguinte, de aferir o crédito existente a seu favor, em face do recolhimento a maior; 8 se a fiscalização o tivesse intimado a prestar esclarecimentos sobre referida divergência, à época, já poderia explicar que por mero vício formal não retificou em tempo a DCTF e o Dacon, o que não desqualifica a materialidade de seu crédito de Cofins; 9 com vista a sanar o equívoco que maculou o despacho decisório, ao apresentar a manifestação de inconformidade, procedeu à retificação dos referidos documentos (DCTF e Dacon), para que estes demonstrassem o saldo creditório correto, que por um lapso divergia de sua documentação contábil e fiscal; 10 a questão suscitada no acórdão recorrido não merece prosperar, pois comprovou que o crédito discutido surgiu de apuração equivocada de Cofins em relação à operação de industrialização por encomenda, conforme consta de seu Livro Razão e Balancete; 11 no intuito de corroborar com a verdade material dos fatos, possibilitar a aferição do crédito e consequente homologação da DComp, aproveita esta oportunidade para apresentar sua documentação contábil, bem como a fiscal, que inegavelmente comprovam a existência do direito creditório ora pleiteado. Do encaminhamento Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10880.901060/200983 Resolução nº 3001000.020 S3C0T1 Fl. 216 4 O processo digital, então, foi encaminhado para ser analisado por este CARF na forma regimental. É o relatório. VOTO Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. Do voto condutor do acórdão recorrido Do voto condutor do acórdão recorrido colhese: (...) Consoante o § 1º do art. 74 da Lei n.º 9.430/96, a compensação é realizada mediante entrega da DCOMP. Assim, o crédito informado deve existir já na data da transmissão dessa Declaração. No caso, é inconteste que, segundo as informações constantes da DCTF apresentada pelo contribuinte até a data entrega do PER/DCOMP, não havia pagamento a maior ou indevido que respaldasse o crédito utilizado na compensação. Portanto, cabe ao interessado a prova de que cometeu erro de preenchimento na DCTF original e que o valor efetivamente devido é aquele declarado na DCTF retificadora (entregue após a transmissão do PER/DCOMP). Entretanto, a contribuinte limitouse a apresentar a DCTF retificadora e a informar que o crédito decorre da retificação da DCTF. Nada mais foi trazido, como, por exemplo, escrituração contábil, documentos fiscais e controles internos. Em situações tais como a analisada, somente a apresentação de documentos integrantes da escrituração contábil e fiscal da empresa poderia comprovar que inexistia tributo devido no período, e que, desta forma, o pagamento efetuado em DARF daria ao interessado crédito passível de ser compensado com outros débitos. São os livros fiscais e contábeis mantidos pelo contribuinte, os elementos capazes de fornecer à Fazenda Nacional conteúdo substancial válido juridicamente para a busca da verdade material dos fatos. De acordo com o § 11 do art. 74 da Lei n.º 9.430/96, aplicase ao presente processo o rito estabelecido no Decreto nº 70.235/72. Esse Decreto, com força de Lei, determina em seu art. 16 que a impugnação (manifestação de inconformidade) contenha as razões e provas que o interessado possua. No mesmo sentido, a Lei n.º 9.784/99, de aplicação subsidiária ao rito processual do Decreto n.º 70.235/72, estabelece, em seu art. 36, que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, em consonância, ainda, com o artigo 333, inciso I, do Código de Processo Fl. 216DF CARF MF Processo nº 10880.901060/200983 Resolução nº 3001000.020 S3C0T1 Fl. 217 5 Civil, que afirma que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito. Com efeito, cumpre elucidar ainda que, nos moldes do art. 214, do Código Civil1, para a desconsideração da confissão de dívida por erro de fato, o equívoco deve ser devidamente comprovado, sendo do sujeito passivo (assim como ocorre em relação à comprovação do indébito) o encargo probante da circunstância, por aplicação do já comentado art. 333, I, do CPC. E isto deve ser feito por intermédio de documentos robustos, especialmente dos assentamentos contábeis/fiscais do contribuinte, não sendo suficiente, por si só, como prova a mera apresentação de DCTF retificadora. 1 “Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação” É assente na doutrina que direito líquido e certo é aquele cujos aspectos de fato possam comprovarse documentalmente. A jurisprudência do Conselho de Contribuintes (atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF) é firme nesse sentido, conforme exemplificam as seguintes ementas: (...) Deste modo, considerando que a DCTF retificadora foi entregue somente após a transmissão do PER/DCOMP e que não foram aduzidos aos autos quaisquer elementos comprobatórios do crédito pleiteado, concluise que não há qualquer reparo a ser feito no Despacho Decisório sob análise. Nessa perspectiva, cumpre assinalar que, de acordo com a peça de defesa, a interessada também retificou o Dacon, em 30/03/2009 (fls. 29 a 72), alterando o valor da contribuição devida nos mesmos moldes da DCTF retificadora (fls. 73 a 115). Tal retificação, que resultou na diminuição do débito confessado, se deu em virtude da alteração da origem de grande parte da receita auferida, primeiramente informada como venda de produtos sujeitos à tributação monofásica e posteriormente alterada para revenda dos referidos produtos, cuja receita é tributada à alíquota zero. Entretanto, a interessada não comprovou a procedência da alteração efetuada, indispensável no presente caso, especialmente porque a atividade da contribuinte é, entre outras, a fabricação de medicamentos farmacêuticos, situação em que a tributação é concentrada no fabricante (fls. 120 a 134 e 137). Diante do exposto, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório de não homologação da compensação. Da justificativa para a proposta de diligência Compulsandose os autos verificase que o pedido de compensação do recorrente foi indeferido, por meio de despacho decisório eletrônico, número de rastreamento 849875823, em decorrência da inexistência de crédito. Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10880.901060/200983 Resolução nº 3001000.020 S3C0T1 Fl. 218 6 O recorrente apresentou DCTF e Dacon retificadora, informando este fato quando da apresentação da manifestação de inconformidade. No seu entender, com a apresentação dessas declarações retificadora estaria sanada a irregularidade apontada no despacho decisório. Entretanto, o acórdão recorrido manteve o indeferimento do pedido de compensação sob o argumento de que o interessado não apresentou qualquer elemento contábil que demonstrasse ter havido pagamento a maior ou indevido e, deste modo, o recorrente não comprovou a liquidez e certeza do crédito informado na DComp em questão. Portanto, em síntese, o fundamento da decisão recorrida foi a falta de apresentação de documentação probante satisfatória (escrituração contábilfiscal) que corroborasse as informações apresentadas, notadamente, na DCTF retificadora. O interessado, quando da apresentação do recurso voluntário, afirma, com suas próprias palavras, que houve erro quando do preenchimento da DCTF, razão pela qual apresentou a retificadora da DCTF, juntamente com a Dacon, e, no seu entender, seria suficiente para a solução do litígio uma vez que o fundamento do despacho decisório seria apenas a inexistência de débito. Como o acórdão recorrido proferido pela 1ª Turma da DRJ/JFA indeferiu sua manifestação de inconformidade, agora pela falta de apresentação de documentação probante que demonstrasse o seu direito, o recorrente apresentou esses documentos, que entende serem suficientes para a devida comprovação do direito à compensação solicitada. Requer a realização de diligência para o esclarecimento acerca do crédito compensado, caso entendase necessário. Pois bem. Entendo que há razoável dúvida quanto à certeza e liquidez dos alegados direitos aos créditos que o recorrente pretende compensar. É certo que é condição indispensável à compensação de tributos a liquidez e certeza do crédito, nos termos do que dispõe o art. 170A da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional CTN). Necessário, neste sentido, a comprovação cabal da existência desses supostos créditos, o que pode ser demonstrados com base na análise da documentação contábilfiscal do contribuinte. Deste modo, visando propiciar a ampla oportunidade para o recorrente esclarecer e comprovar os fatos alegados, em atendimento aos princípios da verdade material, da ampla defesa e do contraditório, concluo que o presente julgamento deve ser convertido em diligência. Desta forma, por entender que a mencionada retificação (DCTF e Dacon) levada a efeito pelo recorrente, sinaliza com a possibilidade de acerto quanto ao correto valor do indébito de Cofins, e, com isto, o reconhecimento da extinção do débito tributário objeto da compensação, nos termos do inciso II do artigo 156 do CTN, ainda mais com os documentos lastreados aos presentes autos, com a apresentação do recurso voluntário de que se cuida. Da conclusão Em face do acima exposto, nos termos dos artigos 18 e 29 do Decreto nº 70.235, de 1972, proponho a realização de diligência para que a autoridade fiscal da repartição de origem proceda à análise da documentação apresentada pelo recorrente em seu recurso voluntário, bem como intimeo para apresentar outros documentos e/ou esclarecimentos que Fl. 218DF CARF MF Processo nº 10880.901060/200983 Resolução nº 3001000.020 S3C0T1 Fl. 219 7 entenda necessários, a critério da fiscalização, com vistas a esclarecer e comprovar a existência dos supostos créditos suscetíveis de serem utilizados na compensação de tributos. Desta forma, os autos devem retornar à repartição de origem DERAT SÃO PAULO para realização da diligência solicitada. Ao término dos trabalhos, a autoridade fiscal da repartição de origem deverá elaborar relatório conclusivo sobre os fatos apurados na diligência, inclusive manifestandose sobre a existência de crédito líquido e certo suscetível de ser utilizado pelo recorrente na PER/DCOMP 39654.00833.191206.1.3.049090. Encerrada a instrução processual o recorrente deverá ser intimado para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, antes da devolução do processo para este CARF, para julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 219DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.903439/2008-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.053
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201710
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10120.903439/2008-49
anomes_publicacao_s : 201802
conteudo_id_s : 5831383
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3401-004.053
nome_arquivo_s : Decisao_10120903439200849.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10120903439200849_5831383.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
id : 7128308
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:12:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009275990016
conteudo_txt : Metadados => date: 2018-02-19T16:55:44Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.0e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-02-19T16:55:44Z; Last-Modified: 2018-02-19T16:55:44Z; dcterms:modified: 2018-02-19T16:55:44Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2018-02-19T16:55:44Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.0e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-02-19T16:55:44Z; meta:save-date: 2018-02-19T16:55:44Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-02-19T16:55:44Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-02-19T16:55:44Z; created: 2018-02-19T16:55:44Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; Creation-Date: 2018-02-19T16:55:44Z; pdf:charsPerPage: 1637; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-02-19T16:55:44Z | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10120.903439/200849 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401004.053 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de outubro de 2017 Matéria DCOMP PIS ELETRÔNICO Recorrente UNIDROGAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 34 39 /2 00 8- 49 Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10120.903439/200849 Acórdão n.º 3401004.053 S3C4T1 Fl. 3 2 de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10120.903439/200849 Acórdão n.º 3401004.053 S3C4T1 Fl. 4 3 Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.000128/2003-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
CRÉDITO PRESUMIDO. APURAÇÃO CENTRALIZADA. OBRIGATORIEDADE.
A partir do primeiro trimestre de 1999, o crédito presumido do IPI deve ser, obrigatoriamente, apurado de forma centralizada no estabelecimento matriz.
TRANSFERÊNCIA DE CREDITO PRESUMIDO DE IPI. VEDAÇÃO AO RESSARCIMENTO.
O crédito presumido de IPI, transferido da matriz para a filial, somente pode ser utilizado no abatimento de débitos do imposto em conta-gráfica, vedado seu ressarcimento.
Numero da decisão: 3402-004.959
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Ausente a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 CRÉDITO PRESUMIDO. APURAÇÃO CENTRALIZADA. OBRIGATORIEDADE. A partir do primeiro trimestre de 1999, o crédito presumido do IPI deve ser, obrigatoriamente, apurado de forma centralizada no estabelecimento matriz. TRANSFERÊNCIA DE CREDITO PRESUMIDO DE IPI. VEDAÇÃO AO RESSARCIMENTO. O crédito presumido de IPI, transferido da matriz para a filial, somente pode ser utilizado no abatimento de débitos do imposto em conta-gráfica, vedado seu ressarcimento.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10855.000128/2003-27
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5838895
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3402-004.959
nome_arquivo_s : Decisao_10855000128200327.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
nome_arquivo_pdf_s : 10855000128200327_5838895.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Ausente a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
id : 7153249
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:13:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009287524352
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1608; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.000128/200327 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402004.959 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de fevereiro de 2018 Matéria IPI Recorrente FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 CRÉDITO PRESUMIDO. APURAÇÃO CENTRALIZADA. OBRIGATORIEDADE. A partir do primeiro trimestre de 1999, o crédito presumido do IPI deve ser, obrigatoriamente, apurado de forma centralizada no estabelecimento matriz. TRANSFERÊNCIA DE CREDITO PRESUMIDO DE IPI. VEDAÇÃO AO RESSARCIMENTO. O crédito presumido de IPI, transferido da matriz para a filial, somente pode ser utilizado no abatimento de débitos do imposto em contagráfica, vedado seu ressarcimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Ausente a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 01 28 /2 00 3- 27 Fl. 468DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório resultante da apreciação do Pedido de Ressarcimento (fl. 06) e da Declaração de Compensação (fl. 05), ambos protocolados em 15/01/2003. Conforme informado pela contribuinte, o crédito a ser compensado tem sua origem em créditos de insumos utilizados na fabricação de produtos exportados (Decretolei nº 491/69, art. 5º e Lei nº 8.402/92, art. 12, inciso II) e créditos de insumos utilizados na fabricação de bens de informática e automação (Lei nº 8.248/91, art. 4º, Decreto nº 792/93, art. 12, parágrafo único, e Portaria Interministerial MF/MCT nº 273/93), adquiridos pelo estabelecimento CNPJ nº 74.404.229/000551, referentes ao 4º trimestre de 2002. A análise da liquidez e certeza do crédito pleiteado foi efetuada pela DRF/ Sorocaba SP, que, em 18/01/2007, emitiu Despacho Decisório (fls. 148/151), no qual a autoridade competente deferiu apenas em parte o crédito no valor de R$ 2.362.976,35 e homologou até o limite do crédito reconhecido as compensações que se utilizaram do crédito pleiteado, em virtude do crédito presumido do IPI ter sido registrado no livro de apuração da filial, quando a legislação determina a apuração centralizada na matriz. A unidade responsável identificou diversos outros processos cujo objeto são compensações que se utilizam do crédito pleiteado no presente processo, os quais foram a ele apensados e cujas compensações foram efetuadas nos limites estabelecidos no Despacho Decisório (fls. 172/175). O Contribuinte, ciente do Despacho Decisório, apresentou manifestação de inconformidade aduzindo: 1. A requerente reconhece apenas parcialmente a irregularidade cometida, tendo em vista que, não obstante a descentralização da apuração do crédito presumido de IPI, o pedido de ressarcimento foi apresentado pela matriz. 2. Afirma que está providenciando a regularização do seu pleito, atendendo ao disposto na Lei n° 9.779/99 que determina a centralização, bem como à Instrução Normativa n° 69/2001 que vigia época. Neste sentido, protesta pela posterior juntada de cópia dos livros de apuração e das notas fiscais de transferência dos créditos e requer a realização de nova diligencia para que se verifique a efetiva regularização. Salienta que a fiscalização diligenciou na empresa e verificou a existência efetiva dos créditos e apenas detectou o vicio formal de descentralização, o que não invalida o pleito e todo o trabalho já realizado pela fiscalização. 3. Defende que o vicio apontado na decisão ora atacada é do tipo sanável e, em atendimento aos princípios da administração pública, em especial os princípios da moralidade, razoabilidade, da eficiência, da economia, é de se reconhecer que sua regularização tem o condão de sanar os vícios que estavam presentes na origem do pedido de ressarcimento. Acrescenta que o procedimento poderia ter sido regularizado até mesmo durante Fl. 469DF CARF MF Processo nº 10855.000128/200327 Acórdão n.º 3402004.959 S3C4T2 Fl. 3 3 a ação fiscal, se a fiscalização tivesse orientado a contribuinte, dandolhe prazo para regularizar a questão da centralização, e não apenas trazendo essa questão no Despacho Decisório. Traz decisões administrativas. Conclui requerendo a revisão do Despacho Decisório e protesta pela realização de diligências e juntada dos documentos que evidenciam a regularização do procedimento. Subsidiariamente, em caso de manutenção da decisão, requer o reconhecimento do seu direito de formular novo pedido de ressarcimento para reconhecer seu crédito e, simultaneamente, utilizálo na compensação dos débitos que se tornarem exigíveis no presente processo, sem a incidência de multa ou juros de mora, pois nunca teria estado em mora, considerando que seus créditos superam os débitos. Em 18/09/2007, a manifestante apresentou requerimento e documentos anexos (fls. 267/311) solicitando a inclusão nos autos de comprovantes da centralização de saldos credores de IPI, com vistas a sanar a irregularidade apontada no Despacho Decisório e tornarse apta ao crédito presumido ali glosado. A DRJ julgou improcedente a sua manifestação de inconformidade, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO. APURAÇÃO CENTRALIZADA. OBRIGATORIEDADE. A partir do primeiro trimestre de 1999, o crédito presumido do IPI deve ser, obrigatoriamente, apurado de forma centralizada no estabelecimento matriz. TRANSFERÊNCIA DE CREDITO PRESUMIDO DE IPI. VEDAÇÃO AO RESSARCIMENTO. O crédito presumido de IPI, transferido da matriz para a filial, somente pode ser utilizado no abatimento de débitos do imposto em contagráfica, vedado seu ressarcimento. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALTERAÇÃO DO PEDIDO INICIAL. IMPOSSIBILIDADE. O pedido inicial não pode ser alterado por meio da manifestação de inconformidade, pois esta é meramente instrumento de revisão da decisão recorrida, portanto inadequada para modificar a questão originalmente apreciada pela unidade de origem, sob pena de subverter as competências de cada instância administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 470DF CARF MF 4 Irresignado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, repisando suas razões já apresentadas anteriormente. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. O cerne da questão gira em torno da apuração descentralizada do crédito presumido e da possibilidade de correção dessa irregularidade para possibilitar o ressarcimento do valor correspondente. Essa questão se tornou juridicamente relevante à partir do advento da Lei nº 9.779/99, que trouxe no seu art. 15 a determinação expressa pela apuração centralizada: Art.15.Serão efetuados, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica: (...) II a apuração do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI de que trata a Lei no 9.363, de 13 de dezembro de 1996; O fato do pedido ter sido apresentado pela matriz em nome da filial não implica na centralização determinada pela lei, pois tal se dá somente por ser a matriz o estabelecimento representante da personalidade jurídica da empresa e não tem relação com a forma de apuração do crédito e nem é capaz de mitigar a autonomia dos estabelecimentos que vigora em relação ao IPI. O pedido de ressarcimento se refere à filial e aos créditos apurados naquele estabelecimento; a matriz apresenta o pedido por conta de sua representatividade da personalidade jurídica da empresa e, portanto, de sua competência para expressar uma manifestação de vontade, mas sempre o faz em nome do estabelecimento que apurou o crédito. Buscando sanar o vício apontado, a Recorrente apresentou documentação comprovando que a apuração do crédito presumido foi refeita (fl.273 e ss.), com a apuração dele sendo feita de forma centralizada, na matriz, e posteriormente transferido à filial, conforme Nota Fiscal de fl. 275, na data de 31/05/2007, devidamente informado no Registro de Apuração do IPI. Diante disso, aduz a Recorrente que o erro do PER transmitido seria de natureza material e que o saneamento realizado não implicaria na inclusão de novo débito a ser compensado, nem alteração de valores dos débitos, e que a certeza e liquidez do crédito seria inequívoca, razão pela qual se deveria considerar a regularização para fins de homologação do ressarcimento desse crédito presumido pela filial. Entretanto, parecenos que não se trata de simples erro material, em razão da existência de vedação expressa no art. 14, §3º da IN SRF nº 210/2002, vigente à época do pedido, que aduzia: Fl. 471DF CARF MF Processo nº 10855.000128/200327 Acórdão n.º 3402004.959 S3C4T2 Fl. 4 5 IN 210, de 30/09/2002: Art. 14. Os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), escriturados na forma da legislação específica, poderão ser utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. (…) § 3º São passíveis de ressarcimento apenas os créditos presumidos do IPI a que se refere o inciso I do § 1º, apurados no trimestrecalendário, excluídos os valores recebidos por transferência da matriz, e os créditos relativos a entradas de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem para industrialização, escriturados no trimestre calendário. Portanto, mesmo com as correções feitas pelo Recorrente, ainda assim não poderia ser deferido o ressarcimento desses créditos presumidos para a filial, por vedação expressa. Cabe ressaltar que o indeferimento pelo Despacho Decisório da parcela referente ao crédito presumido, ao contrário do que entendeu a manifestante, não ataca diretamente o direito ao crédito, mas tãosomente a vinculação do seu ressarcimento ao estabelecimento filial, que é vedada pelas normas. O referido crédito presumido, verificadas sua materialidade e todas as demais condições estabelecidas nas normas, seria passível de ressarcimento por meio de pedido de ressarcimento vinculado ao estabelecimento matriz, mas não ao estabelecimento filial, como pleiteado pela contribuinte. Outra hipótese de utilização do referido crédito admitida pela legislação é sua transferência para o estabelecimento filial, conforme efetuado pela contribuinte, mas somente para dedução de débitos de IPI subseqüentes e não para ser pedido em ressarcimento. O pedido alternativo feito pela contribuinte, para que o crédito glosado seja incluído em novo pedido de ressarcimento e compensado com os débitos decorrentes do deferimento parcial do presente processo, não será aqui apreciado, por não ser objeto do presente processo, que trata especificamente do ressarcimento e da compensação originalmente registrados. Ante o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 472DF CARF MF 6 Fl. 473DF CARF MF
score : 1.0