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Numero do processo: 13888.002894/2004-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2004 a 30/10/2004
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO.
Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins - não cumulativa, entende-se que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO.
Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento da Cofins - não cumulativa incidente em suas aquisições.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS.
A aquisição de combustíveis gera direito a crédito quando utilizado como insumo no processo de produção dos bens vendidos e que geraram receita tributável.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL.
Não há como reconhecer o direito à apuração de créditos da Cofins - não cumulativa em relação as despesas de aluguel de propriedade rural, por falta de expressa autorização em Lei.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO.
Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis - não cumulativo.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL.
O direito de utilizar o crédito da Cofins - não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO.
Apenas os créditos do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa apurados, respectivamente, na forma do art. 3º da Lei n. 10637/2992 e do art. 3º da Lei n.º 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. AQUISIÇÕES DE BENS PARA MERCADO REVENDA NO MERCADO INTERNO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
A utilização dos créditos do PIS - Não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados As receitas decorrentes de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno.
PRELIMINAR. "PRECLUSÃO". COMPENSAÇÃO EXPRESSAMENTE HOMOLOGADA. EXTINÇÃO DO DÉBITO. FALTA DE OBJETO.
Rejeita-se, por falta de objeto, pleito preliminar acerca de alegada "preclusão" do direito de o Fisco "desconsiderar a compensação realizada", em face do transcurso do prazo legal para homologação expressa, ante à constatação da extinção do débito a ela relativo.
MATÉRIA NÃO CONTESTADA.
Regra geral, considera-se definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa matéria que não tenha sido expressamente contestada no recurso.
CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
As alegações apresentadas no recurso devem vir acompanhadas das provas correspondentes.
Numero da decisão: 3401-002.892
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar parcial provimento ao recurso nos termos do voto do relator. Os Conselheiros Júlio César Alves Ramos e Robson José Bayerl divergiram quanto às despesas com oficinas; e os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça e Bernardo Leite Queiroz Lima e a Conselheira Ângela Sartori que davam provimento também quanto às despesas de arrendamento e às despesas portuárias. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Pedro Caplossi OAB/SP 288.044.
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
EDITADO EM: 04/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins não cumulativa, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento da Cofins não cumulativa incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. A aquisição de combustíveis gera direito a crédito quando utilizado como insumo no processo de produção dos bens vendidos e que geraram receita tributável. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL. Não há como reconhecer o direito à apuração de créditos da Cofins não cumulativa em relação as despesas de aluguel de propriedade rural, por falta de expressa autorização em Lei. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 28 94 /2 00 4- 18 Fl. 344DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 2 Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis não cumulativo. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL. O direito de utilizar o crédito da Cofins não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Apenas os créditos do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa apurados, respectivamente, na forma do art. 3º da Lei n. 10637/2992 e do art. 3º da Lei n.º 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÕES DE BENS PARA MERCADO REVENDA NO MERCADO INTERNO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. A utilização dos créditos do PIS Não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados As receitas decorrentes de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno. PRELIMINAR. "PRECLUSÃO". COMPENSAÇÃO EXPRESSAMENTE HOMOLOGADA. EXTINÇÃO DO DÉBITO. FALTA DE OBJETO. 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Fl. 345DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 3 3 EDITADO EM: 05/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima. Relatório Este processo cuida das Declarações de Compensação por meio da qual requer, primeiramente, reconhecimento de créditos da contribuição para a COFINS Mercado Externo, do regime não cumulativo, nos termos do art. 3o da Lei n° 10.833/2003 A contribuinte alega possuir créditos no valor de R$ 2.869.731;52, no período de apuração OUTUBRO DE 2004, referentes a custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias para o exterior. A parcela de R$ 10,17 do citado crédito foi utilizada para a dedução da própria contribuição para a COFINS apurada no período, como estabelece o art. 2° da Lei n° 10.833/2003, restando, segundo a contribuinte, o valor de R$ 2.869.721,35 desse crédito para efetuar compensações com outros tributos de sua responsabilidade ou solicitar o ressarcimento ao final do período de apuração. A contribuinte requereu o aproveitamento INTEGRAL desse valor restante de crédito, por meio de declarações de compensação (DCOMP), identificadas pelo Despacho Decisório DRF/PCA n. 919/2009, às fls. 72/79. A auditoria fiscal (Termo às fls. 7 a 25) propôs glosas, confirmada pela autoridade administrativa às fls. 72/79 no Despacho Decisório DRF Piracicaba n. 919/2009, que GLOSARAM em R$ 1.396.516,88 a pretensão da contribuinte, reduzindo o crédito reconhecido E DISPONÍVEL para as compensações para R$ 1.473.204,47. Foram as seguintes as glosas e respectivas justificativas constante dessa decisão da unidade de jurisdição: (i) bens utilizados como insumos "Entendese como insumo, utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda, a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam, incluídos no ativo imobilizado (IN 404/04, art. 8o, § 4o c/c § 9o). Aliás, este conceito de insumo já se encontra consolidado na legislação do IPI, há muito tempo, dando suporte ao item 11 do Parecer CST n° 65 de 05/11/1979, o qual definiu claramente o conceito de matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem: " item 11 Em resumo, geram o direito ao crédito, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, stricto sensu e material de embalagem), quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou, viceversa, proveniente da ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, desde que não devam, em face de Fl. 346DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 4 princípios contábeis, geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente". Acrescentese: Pelo que se depreende do texto, acima citado, para gerar o direito ao crédito do imposto, o insumo tem que estar relacionado diretamente ao processo produtivo de fabricação do produto final; nele se transformando, a exemplo da madeira se transformando em móveis ou nele se consumindo, química e fisicamente, exemplo a lixa que se consume em contato com o produto final. Em decorrência da definição de insumo, todas as despesas e custos lançados nos centros de custo não diretamente relacionados ao processo produtivo deixaram de ser considerados, pela fiscalização como passíveis de gerar créditos. Quatro planilhas relacionam despesas e custos glosados pela fiscalização (fls.63/82), no valor de R$ 107.747,02(=R$ 19.551,13+ R$ 47.076,30+ R$ 9.526,91 + R$ 31.591,68)." As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total do mês outubro de 2004 DIRETORIA INDUSTRIAL combustíveis, materiais de manutenção R$ 97,64 MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO CIVIL ferramentas operacionais, materiais manutenção civil, materiais de manutenção, materiais elétricos R$ 38,25 PROGRAMA ALIMENTAÇÃO TRABALHADORES alimentações R$ 7.361,11 oficinas mecânica (manutenção automotiva), elétrica (instrumenta) e de caldeiraria. serviços auxiliares e limpeza operativa. combustíveis; ferramentas operacionais; lubrificantes, material manutenção, materiais elétricos. R$ 2.752,55 armazéns de açúcar; armazém externo de açúcar; tonéis de álcool; tonéis de melaço. lubrificantes, material manutenção, consumo água, ... R$ 3.652,91 balança de cana; destilaria de álcool; ensacamento de açúcar; fabricação de açúcar; fermentação; geração de energia (turbo gerador); geração de vapor (caldeiras); laboratório industrial e micro; laboratório teor de sacarose; lavagens de cana/ residuais; mecanização industrial; preparo e moagem; recepção armazenagem; transporte industrial; tratamento do caldo, armazéns de açúcar; armazém externo de açúcar; tonéis de álcool; tonéis de melaço; rede de restilo; refinaria granulado. combustíveis; materiais manutenção, .... R$ 27.574,70 contas 4301232301 e 4301181831 e 4301181929 e 4301181836 alimentações, materiais de construção, materiais elétricos, materiais e utensílios. R$ 9.119,17 TOTAL R$ 50.596,33 (iiA) Serviços utilizados como insumo: "São insumos os serviços prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação de produtos destinados à venda (IN SRF 404/04, art. 8o, § 4o c/c/ § 9o). Em decorrência da definição de insumo, todas as despesas e custos lançados nos centros de custo não diretamente relacionados ao processo produtivo não foram considerados, pela Fl. 347DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 4 5 fiscalização, como passíveis de gerar créditos. Quatro planilhas relacionam despesas e custos glosados pela fiscalização ( fls. 71/72), no valor de R$ 132.676,82 (= R$ 29.141,38 + R$ 42.510,78+ R$ 36.034,07 + R$ 24.990,59)." As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total do mês de outubro de 2004 oficinas mecânica (manutenção automotiva), caldeiraria e elétrica (instrumenta) mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ; serviços prestados PJ.. R$ 783,94 MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO CIVIL mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ;. R$ 50,36 administração industrial corporativa e diretoria industrial, administração e planejamento industrial mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ; serviços prestados PJ.. R$ 3.950,64 brigada de combate a incêndio mão de obra PJ R$ 61,70 funcionários afastados industria mão de obra de terceiros PJ R$ 116,63 incentivo vale transporte indu. transporte de empregados R$ 11.096,20 armazéns de açúcar; armazéns externo de açúcar; toneis de alcool; toneis de melaço. mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ; serviços de máquinas PJ; serviços prestados PJ; mão de obra contratada; R$ 18.804,66 ÁREA DE VENDAS: contas contábeis 6101141407, 6101141411, 6101141413. mão de obra de terceiros PJ; serviços prestados PJ;. R$ 9.860,43 TRANSPORTE DE PESSOAL: contas contábeis 4301202003 E 4301202001. transporte TURMAS E EMPREGADOS PJ. R$ 22.159,01 TOTAL R$ 66.883,57 Para a autoridade fiscal (fls. 124138) os serviços de manutenção em instalações próprias para armazenagem não dão direito a crédito, pois não são considerados insumos, tendo em vista que não foram consumidos no processo de fabricação das mercadorias, que obviamente já estavam acabadas por ocasião da armazenagem; e não geram crédito as despesas de serviços prestados por PJ que "não são insumos do processo produtivo das mercadorias, pois são despesas específicas da área de vendas." (iiB) Gastos relacionados a bens adquiridos para revenda: A autoridade fiscal consigna que a contribuinte registrou custos e gastos "na conta contábil 3101043204 (CUSTO DE VENDAS MERCADO INTERNO) e calculou créditos sobre estes custos, vinculando, por rateio, uma parcela desses créditos às receitas do mercado externo (ME). Entretanto, pela própria descrição da conta utilizada, verificase que são custos vinculados exclusivamente ao mercado interno (MI). Assim sendo, tais créditos não podem ser Fl. 348DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 6 utilizados para compensação, apenas para dedução ou desconto da contribuição. Rejeitados, portanto, para fins de compensação os seguintes créditos e OUTUBRO: conta custos de venda mercado interno = R$ 59.854,84. (iii) despesas de arrendamento: "É vedado o aproveitamento de créditos sobre o valor dos aluguéis de bens, quando devidos a pessoa jurídica domiciliada no País e não se enquadrem no conceito de prédios, máquinas e equipamentos, como por exemplo, o aluguel ou arrendamento de terrenos e propriedades rurais, entre outros ( Lei 10.833/2003, art. 3o, inciso IV). Pelo demonstrativo da contribuinte, constam despesas com arrendamento de propriedades rurais, as quais não se pode admitir, em face da legislação citada e transcrita. Glosado, por conseguinte, neste item, o montante de R$ 281.205,73." As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total do outubro 2004 contas contábeis 4301212101, 4301212119, 4301212105. arrendamento agrícola PJ; arrendamento manaca/s.an; arrendamento agrícola coligadas.. R$ 133.446,54 (iv) bens e serviços adquiridos de pessoas físicas: "Há permissão legal para o aproveitamento de crédito presumido relativo às aquisições de bens ou serviços utilizados como insumos, em operações junto a pessoa física, a partir de 01/02/2003, quando da edição da Lei 10.684/2003, art. 25, ao Introduzir o § 10 ao art. 3o da Lei 10.637/2002 e Lei 10.925/2004, art. 16,1. a). Lei 10.684 de 30 de maio de 2003, art. 25. Nos centros de custo examinados observase que houve introdução de diversos custos e despesas, contratados junto a pessoas físicas, que não se enquadram como insumos, por isso, glosados como demonstrado por planilha à fl. 107, no valor de R$ 511.925,50." A autoridade fiscal (fls. 21) reconheceu que as despesas pagas a pessoas físicas (listadas às fls. 21 termo de informação fiscal) e vinculadas por rateio às receitas do mercado externo, podem ser usadas para apurar crédito presumido e desconto ou dedução da própria contribuição, MAS NÃO PARA COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Ademais há gastos com pessoas físicas que a contribuinte pretendeu apurar crédito e que foram glosados, como demonstrado a seguir. As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total de novembro 2004 contas contábeis 4301212116, 61011202017 e 4740 arrendamento agrícola PF; . R$ 360,44 contas 4210 e 4720 matérias primas fornecedores PF; geração de vapor (caldeiras). R$ 380.769,02 TOTAL v despesas com exportação: Fl. 349DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 5 7 A contribuinte registrou na conta contábil 6101242421 (Despesas Portuárias) R$ 7.184.225,93 no período de apuração em questão. Desse total, a autoridade fiscal glosou R$ 5.351.935,31 por se referirem a despesas com serviços de operações portuárias e de embarque, e elas não poderiam se enquadrar como despesas de armazenagem e frete. Após essa glosa, restou o saldo de R$ 1.832.290,62. A autoridade fiscal também glosou neste mês em discussão as despesas de estadia (conta 6101242422), valor R$ 11.777,52, por não corresponder a serviço de frete ou armazenagem. Mas a autoridade fiscal apurou também que a contribuinte é comercial exportadora, que revende no mercado externo bens adquiridos no mercado interno. E o § 4º do artigo 6º da Lei n. 10.833, de 2003, veda a apuração de créditos vinculados à receita desse tipo de exportação. Dessa forma, as parcelas dos encargos de exportação (despesas portuárias, despesas transporte rodoviário e despesas transporte ferroviário) proporcionais às receitas como comercial exportadora não podem ser aproveitadas como crédito. Somente a parcela proporcional às receitas com mercadorias de produção própria é que podem ser aproveitadas. O Despacho Decisório assim resume a apuração consoante essa proporcionalidade e o disposto no § 4º do art. 6º da Lei 10.833/2003: Considerando a atuação da empresa também como comercial exportadora, na proporção de 40,39% em outubro, 40,76% em novembro e 48,70 % em dezembro de 2004, fará jus ao crédito sobre as despesas de exportação, que após todas as glosas, montam: outubro R$ 8.706.692,94, novembro R$ 6.140.375,78 e dezembro R$ 6.278.488,95, realizando a seguinte operação: outubro ( 8.706,692,94 X 59,61% = R$ 5.190.059,66 X 7,6%= R$ 394.444,53) obtémse R$ 394.444,53 de crédito permitido. Em novembro (6.140.375,78 X 59,24% ). R$ 3.637.558,61 X 7,6% = R$ 276.454,45 de crédito permitido e em dezembro ( 6.278.488,95X 51,30%) = R$ 3.220.864,83 X 7,6% = R$ 244.785,63 de crédito permitido. Assim, considerando que a empresa havia calculado créditos de R$ 1.068.455,74, R$ 617.330,99 e R$ 612.223,35, respectivamente para os meses de outubro, novembro e dezembro as glosas efetuadas nos referidos meses foram de R$ 674.011,31, R$ 340.876,54 e R$ 367.437,62, perfazendo o importe de R$ 1.382.325,47( fl. 57). Também glosadas DESPESAS DE ESTADIAS, Conta 6101242422, nos meses de outubro a dezembro/2004, uma vez que não se caracterizam como insumos no processo produtivo e nem podem ser classificados como serviços de frete ou armazenagem. Valor da glosa no trimestre R$ 20.607,00. (vi) perdas com operações derivativas: A autoridade fiscal glosou o valor R$ 5.841,13 lançado na conta 6301171713 (PERDAS COM OPERAÇÕES DERIVATIVAS) por que os créditos calculados sobre esse tipo de perda não pode ser usada para compensação, à alíquota de 4,6%, pois ele não está elencados no que prescreve o artigo 3º a Lei que rege essa contribuição. Esse tipo de crédito pode ser usado apenas para desconto ou dedução da própria contribuição apurada. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando: o a não cumulatividade do PIS e da COFINS é distinto da não cumulatividade do IPI e do ICMS; o conceito de insumo para o PIS e a COFINS não pode se basear no que determina a legislação do IPI; há vicio de ilegalidade; Fl. 350DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 8 o especificamente em relação às glosas relativas aos bens utilizados como insumos. elas não podem prevalecer porquanto "tratamse de ferramentas operacionais, materiais de manutenção utilizados na mecanização industrial, no tratamento do caldo, na balança de canadeaçúcar, na destilaria de álcool, os quais estão diretamente ligados ao processo produtivo, razão pelo qual deveriam ter sido admitidos pela autoridade fiscal". o sobre as despesas com combustíveis "... com relação aos combustíveis adquiridos para o transporte do produto para exportação e indispensáveis a atividade agroindustrial. Não há como se negar que a atividade agroindustrial integrada demanda grandes espaços, e, por isso mesmo, uma movimentação muito grande de máquinas e veículos, seja na colheita e nos transporte de matériaprima dos fundos agrícolas para a indústria, seja no transporte de máquinas, eguipamentos e, sobretudo, adubos e produtos guímicos aos diversos fundos agrícolas onde são aplicados. Sem mencionar o transporte da mão de obra que é indispensável em todo o processo de plantio, tratos culturais, colheita e industrialização. Em decorrência da necessidade de constante vigilância das lavouras, em todo o seu estágio, são necessárias diligências diárias aos diversos fundos agrícolas por agrimensores, agrônomos e demais empregados qualificados para a finalidade de tratar da cultura." Todo esse transporte se faz em sua grande parte por meio de veículos próprios e de terceiros movidos à gasolina ou álcool ou, na hipótese de ônibus, óleo diesel. Sem combustível, portanto, não há como se conceber o plantio, os tratos culturais, a colheita, o transporte e, por fim, a industrialização da canadeaçúcar. ... resta patente que os combustíveis se consubstanciam em verdadeiro insumo de produção intrinsecamente ligados ao processo agroindustrial e, conseqüentemente, à atividade da Recorrente. o "no item de serviços utilizados como insumos. todas as glosas são equivocadas e indevidas, tendo em vista que todos os itens indicados pela fiscalização também estão diretamente ligados ao processo produtivo". o são também indevidas as glosas dos custos relacionados com armazenagem e transporte do produto para fins de exportação, inclusive as demais despesas portuárias. "Não há como negar que essas despesas estão diretamente ligadas ao processo produtivo"; não pode ser aceita a glosa com as despesas de exportação, pois se referem a "serviços com o recebimento, armazenagem e embarque, ... e transporte rodoviário para os terminais portuários cujo nítido propósito é o transporte para exportação. ... O mesmo com as despesas de estadia .. que se referem ao custo adicional ao frete pela demora no recebimento da mercadoria pelo terminal portuário." E elas encontram amparo nos §§ 1º a 3º do art. 6º da Lei 10.833/2003. o "no amplo conceito de aluguel de prédio deve ser enquadrado também o arrendamento de propriedades rurais, razão pela qual é legítimo o crédito pleiteado". E que, juridicamente, o imóvel rural pode ser considerado um "prédio rústico", como prescreve o art. 4o do Estatuto da Terra (Lei n° 4.504/64), conceito este posteriormente incorporado no texto da Lei n° 8.629/93, que tratou da reforma agrária. Neste sentido, aplicase à espécie o disposto no art. 1 1 0 do CTN; o não deve prosperar a indevida glosa dos créditos dos veículos utilizados pela recorrente, na medida em que também estão vinculados ao seu processo produtivo, com o transporte de cana (caminhões) e locomoção Fl. 351DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 6 9 de funcionários do setor agrícola nas lavouras de canadeaçúcar. Destarte, deve prevalecer um conceito mais amplo de equipamentos e máquinas, de modo a abranger também os veículos utilizados no processo de produção agroindustrial. o sobre os bens e serviços adquiridos de pessoas físicas "não há dúvida de que os serviços de pessoas físicas mencionados (transporte de resíduos industriais vinhaça para aplicação na lavoura de cana de açúcar como fertilizante, armazenagem de açúcar, etc), também se enquadram perfeitamente no conceito de insumos para efeitos de créditos de Pis não cumulativo. " o sobre a glosa pela receita de exportação de mercadorias adquiridas no mercado interno "Igualmente não pode a recorrente se resignar com a glosa alusiva as despesas com exportação excluídas por proporcionalidade, porquanto tal exclusão vulnera a não cumulatividade do PIS e da COFINS, como acima elucidado." o sobre glosa das perdas com operações derivativas "Igualmente não há razões para a glosa das despesas relacionadas com perdas com operações derivativas (despesas e perdas com aplicações financeiras) porquanto o seu aproveitamento encontra amparo no artigo 3º, inciso V, da lei n. 10.833, 2003." Os julgadores a quo apreciaram a contestação, a autuação e demais documentos que instruem o processo, e firmaram as seguintes considerações e conclusões: 1. não apreciar as alegações de inconstitucionalidade e ilegalidade; 2. considerar definitiva a glosa quanto a crédito presumido de agro indústria, no montante de R$ 380.769,02, por não ter sido contestada na impugnação; 3. analisaram a questão das glosas nos mesmos termos genéricos postos pela recorrente, sem se debruçar especificamente e individualizadamente nos itens glosados pela fiscalização (identificados pelas respectivas notas fiscais de aquisição); 4. sobre bens utilizados como insumos "nenhum dos itens relacionados pela recorrente, já reproduzidos (ferramentas operacionais e materiais de manutenção), podem efetivamente ser enquadrados na eonceituaçâo de insumos recém transcrita, porquanto não se tratam de matériasprimas ou materiais de embalagem e tampouco desgastamse em contato direto com o produto em fabricação." 5. sobre combustíveis utilizados no transporte "a legislação equiparou os combustíveis aos demais bens considerados como insumos. desde que aqueles também sejam utilizados diretamente no processo produtivo, de fabricação do açúcar e do álcool destinado à venda. Portanto, não há que se falar em creditamento na aquisição de combustíveis utilizados no transporte da produção para a exportação ou mesmo da mãodeobra utilizada no processo agrícola, como pleiteou expressamente a recorrente. Em resumo, a aquisição de combustíveis gera direito a crédito apenas quando utilizado como insumo na fabricação dos bens destinados à venda." Fl. 352DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 10 6. sobre serviços utilizados como insumos "também neste caso o direito arguido reportase ao conceito de insumos. Ou seja, apenas os serviços efetivamente utilizados (aplicados ou consumidos) na fabricação ou produção de bens destinados à venda, podem gerar créditos do PIS/COFINS Não cumulativo. Tendo a fiscalização observado este critério nas glosas procedidas, reputo como também correio o procedimento fiscal, nesse aspecto." 7. sobre aluguel de propriedade rural " ..... as normas que criam direitos em matéria tributária devem ser interpretadas de forma restritiva. Isto porque tais direitos implicam, em última análise, cm renúncia fiscal a favor de uns em detrimento do interesse público da arrecadação de tributos. Nesse sentido, penso que ao intérprete/aplicador destas normas não é dado o direito de ampliar o alcance dos benefícios criados pelo legislador ordinário, sob pena de estendêlos a quem ele não quis alcançar, mormente quando se trata de autoridade administrativa. Destarte, a meu sentir o direito à apuração de créditos do PIS Não cumulativo só alcança as despesas de aluguéis de prédios (obviamente, utilizados nas atividades da empresa), no sentido estrito da palavra, que não abrange a propriedade rural." 8. despesas de exportação as glosas se justificaram pela constatação que as despesas (despesas com embarque, despesas portuárias s/retenção) não podiam ser associadas a encargos com frete e armazenagem na operação de venda. E a contribuinte não apresentou prova do direito material que alega. E sobre a glosa pela proporcionalidade entre receitas de exportação e receitas de exportação com revenda, ela corresponde à prescrição legal que veda o aproveitamento de créditos de encargos desse tipo de receita de exportação por revenda. 9. manteve a glosa referente aos bens adquiridos para revenda, pois ela corresponde à prescrição da legislação, e a contribuinte não logrou provar em contrário. A utilização de créditos para fins de compensação ou ressarcimento só pode ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes de exportação de bens para o exterior, não abrangendo os custos de aquisições para revenda no mercado interno. 10. manteve a glosa aos valores relacionados às perdas com derivativos, pois os créditos assim apurados podem ser usados para dedução da própria contribuição, mas não para compensação e ressarcimento. O Acórdão n.º 1434.269 proferido por unanimidade de votos em 20/06/2011 pela mui respeitável 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto ficou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Período de apuração: 01/10/2004 a 30/10/2004 ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. A argüição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria, do ponto de vista constitucional. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: : 01/10/2004 a 30/10/2004 IMPUGNAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 7 11 As alegações apresentadas na impugnação devem vir acompanhadas das provas documentais correspondentes, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa à matéria que não tenha sido expressamente contestada. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: : 01/10/2004 a 30/10/2004 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins Não cumulativa, entendese como insumos utilizados na fabricação ou produção de bens destinados venda apenas as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Apenas os serviços diretamente utilizados na fabricação dos produtos que dão direito ao creditamento da Cofins Não cumulativa incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. A aquisição de combustíveis gera direito a crédito apenas quando utilizado como insumo na fabricação dos bens destinados à venda. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL. No contexto de interpretação restritiva de norma que implica em renúncia fiscal, não há como reconhecer o direito à apuração de créditos da Corms Não cumulativa em relação as despesas de aluguel de propriedade rural. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Pis Não cumulativo. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL. O direito de utilizar o crédito da Cofins Não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA, APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Apenas os créditos da COFINS não cumulativa apurados na forma do art. 3º da Lei n. 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÕES DE BENS PARA MERCADO REVENDA NO MERCADO INTERNO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 12 A utilização dos créditos do PIS Não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados As receitas decorrentes de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte ingressou com recurso voluntário contra essa decisão e repisou as razões que compuseram sua contestação apreciada pela instância de 1º piso. Contradita a afirmação dos julgadores a quo de que ela não teria contestada a glosa referente aos créditos presumidos. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo o recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Prolegômenos O sentido de não cumulatividade para o PIS e para a COFINS e a lógica básica para sua apuração A Constituição Federal, em seu artigo 195, estabeleceu contribuições incidentes sobre as receitas ou faturamento do empregador, da empresa ou de entidade equiparada na forma da lei, cuja arrecadação desse tributo se constituiria em recursos a serem destinados a financiar a seguridade social. Ela, em seu § 12, atribuiu ao legislador ordinário a competência para a criação e o disciplinamento do regime de não cumulatividade dessas contribuições. A Constituição Federal cria a incidência desses tributos sobre a receita ou a faturamento. Mas, são as Leis n.º 10.637, de 2002, e n.º 10.833, de 2003 que trazem elementos para definir as hipóteses de incidência e as de exclusão ou isenção. Além disso, essas leis, regulam o PIS e a COFINS e pretendem vir ao encontro daquela previsão constitucional de um regime de não cumulatividade. Nesse sentido, elas trazem as regras para a determinação do valor devido dessas contribuições, e, para tanto, prevêem que o cálculo considere a redução por créditos apurados para fatores que concorreram para a obtenção dessa receita ou faturamento. Fl. 355DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 8 13 A regra da não cumulatividade estatuída pelo inciso II, § 3º do artigo 153 da CF/1988 para o IPI não corresponde ao regime de não cumulatividade previsto pelo § 12 do artigo 195 da mesma CF. E mesmo as regras das Leis acima citadas, que se apresentam como sob o manto desse regime de não cumulatividade, não correspondem à lógica e regime previsto para o IPI. Mas o uso da mesma expressão pareceme pode causar confusão para os neófitos da matéria. Por isso propugno seja o regime de não cumulatividade do PIS e da COFINS considerado um regime próprio e distinto daquele reservado ao IPI. Para disciplinar o creditamento, que abate o valor devido, essas leis informam e disciplinam o creditamento para, por dedução ou abatimento, se determinar o valor devido dessas contribuições. O creditamento assim estabelecido pretende atender ao regime de não cumulatividade previsto na Constituição Federal e criado através das Leis aqui citadas. E, até o momento, este é um ponto central em minha compreensão a respeito dessa matéria: 1. a materialidade desse tributo está na receita tributável; 2. a materialidade da não cumulatividade está na relação de dependência da receita tributável para com a ocorrência do fator previsto em lei qual seja, corresponda à uma das hipóteses dos §§ e incisos do artigo 3º da Lei em tela; 3. logo, o direito de creditamento está reservado para os fatores em que esteja demonstrado ser ele necessário para a geração da receita tributável. Apesar de mal traçadas, essas breves considerações representam, a meu ver, a lógica da não cumulatividade do PIS e da COFINS expressa na leitura conjugada dos artigos dessas Leis. Não faz sentido que se possa gerar creditamento a partir da ocorrência de fatores que não tenham relação de causação ou de concorrência para com a geração da receita a ser tributada. Contradiz essa lógica ler os incisos e §§ do artigo 3º desconectados dos demais artigos da mesma Lei, principalmente os artigos 1º e 2º. Pressupostos para interpretar e identificar os insumos para o creditamento do PIS e da COFINS: Além dessas considerações gerais, ainda preciso me aproximar de outro aspecto central da matéria: a referência a insumo constante nessas leis. Grande controvérsia se instalou a respeito desse creditamento, especialmente quanto ao inciso II, que traz o seguinte texto: II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 356DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 14 Principalmente os debates se centram na definição de insumos para efeito dessa regra. Os estudiosos sintetizam relatando a existência de três correntes de interpretação e decisão: 1. a primeira que se utiliza dos conceitos e definições proporcionadas pela legislação do IPI, e constantes nas Instruções Normativas da Receita Federal que tratam do PIS e da COFINS, e circunscrevem insumos a matérias primas, produtos intermediário e material de embalagem; 2. a segunda que se utiliza dos conceitos e definições proporcionadas pela legislação do Imposto de Renda, e identificam e separam os custos e despesas das operações e os custos e despesas não operacionais; insumos seriam toda e qualquer custo ou despesa operacional da pessoa jurídica; 3. a terceira que entende que o PIS e a COFINS deve se pautar por conceitos e definições próprias, que acaba por se afastar da visão estreita da primeira e, também, da visão alargada da segunda. As duas primeiras perspectivas, (1º) para se tratar insumos no PIS e na COFINS a partir da legislação do IPI, malgrado ser a esposada pela Receita Federal em suas normativas, e (2ª) a que se alinha com a legislação do Imposto de Renda, vêm sendo questionadas recorrentemente. Reproduzo, a título de exemplos, trecho do bem fundamentado voto do I Conselheiro Maurício Taveira e Silva proferido no Acórdão n. 3301000.954, refletindo a intensidade crescente dos debates: O tema em questão enseja as maiores polêmicas acerca do PIS e Cofins não cumulativos em decorrência do termo “insumo” utilizado pelo legislador, sem a devida definição de sua amplitude, ou seja, se o insumo a ser considerado deva ser somente o “direto” ou se o termo deve abarcar, também, os insumos “indiretos”. Nesse contexto, tornase necessária uma maior reflexão sobre o tema. Os arts 3º, inciso II das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, dispõem sobre a possibilidade de a pessoa jurídica descontar créditos relacionados a bens e serviços, utilizados como “insumo” na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Visando normatizar o termo “insumo” a Receita Federal editou as Instruções Normativas, IN SRF nº 247/02, art. 66, § 5º, no caso do PIS e IN SRF nº 404/04, art. 8º, § 4º para a Cofins. Nelas, o fisco limitou a abrangência do termo “insumos” utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda, à matériaprima, ao produto intermediário, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Em se tratando de serviços, os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços. Necessário, ainda, que os bens não estejam incluídos no ativo imobilizado, bem assim, os serviços sejam prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, sendo aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto ou prestação do serviço. De modo a esclarecer o alcance de tais normas em relação a casos concretos, foram editadas diversas Soluções de Consultas, por vezes conflitantes, as quais acabaram por ensejar a elaboração de inúmeras Soluções de Divergência. Na sequência dos acontecimentos, decorridos alguns anos desde a edição das leis criadoras do PIS e da Cofins na sistemática não cumulativa, percebese ser cada vez mais intenso o coro a rejeitar a não cumulatividade dessas contribuições de modo tão restritivo, nos moldes do IPI. (...) Tendo em vista a extensa redação levada a efeito no caso do Imposto de Renda, não posso compreender que o simples termo “insumo” utilizado na norma tenha a mesma amplitude do citado imposto. Acaso o legislador pretendesse tal alcance do referido Fl. 357DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 9 15 termo teria aberto mão deste vocábulo, “insumo”, assentando que os créditos seriam calculados em relação a “todo e qualquer custo ou despesa necessários à atividade da empresa ou à obtenção de receita”. Dispondo desse modo o legislador, sequer, precisaria fazer constar “inclusive combustíveis e lubrificantes”. Creio que o termo “insumo” foi precisamente colocado para expressar um significado mais abrangente do que MP, PI e ME, utilizados pelo IPI, porém, não com o mesmo alcance do IRPJ que possibilita a dedutibilidade dos custos e das despesas necessárias à atividade da empresa. Precisar onde se situar nesta escala é o cerne da questão. Destarte, entendo que o termo “insumo” utilizado pelo legislador na apuração de créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota uma abrangência maior do que MP, PI e ME relacionados ao IPI. Por outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa. Sua justa medida caracterizase como elemento diretamente responsável pela produção dos bens ou produtos destinados à venda, ainda que este elemento não entre em contato direto com os bens produzidos, atendidas as demais exigências legais. A recorrente invoca o entendimento do IRPJ para servir de fonte aos critérios de determinação dos insumos para o PIS e para a COFINS. Mas não me parece que seja ele adequado. É verdade que a legislação do IRPJ possui uma longa trajetória de existência e consolidação, mas, a principio, creio que a sua simples transposição pode gerar mais imprecisões que soluções. Aproveito também o raciocínio da I Conselheira Fabíola Cassiano Keramidas a esse respeito, em seu alentado Acórdão 3302002.262: Melhor sorte não alcança a equiparação do conceito da não cumulatividade com as noções de custo e despesa necessária para o Imposto de Renda, conforme os artigos 290 e 299 do RIR/99. Realmente, correta a doutrina ao perceber que o conceito de receita está mais próximo do conceito de lucro, do que da definição de valor agregado ao produto, aplicável ao ICMS e IPI. Todavia, não se trata de identidade de materialidade, receita não é lucro e este fato não pode ser ignorado. Ao analisar o disposto na legislação verificase que as despesas contabilizadas como “operacionais” são mais amplas do que o conceito de insumos em análise. O critério de classificação da despesa operacional é que ela seja necessária, usual ou normal para as atividades da empresa. Todavia, este não é o critério utilizado para o conceito de insumos. Vários itens, que são classificados como despesas necessárias (despesas realizadas com vendas, pessoal, administração, propaganda, publicidade, etc) ao meu sentir, não serão, obrigatoriamente, insumos para o PIS e Cofins não cumulativos. Da mesma forma, o custo de produção também é diferente de insumos, basta constatar que as Leis nº10.833/03 e 10.637/02 negam, expressamente, a folha de salários como insumo para o PIS COFINS. Decisões proferidas nas altas cortes administrativas vêm assentando o entendimento da 3ª perspectiva, de que o PIS e a COFINS demandam critérios próprios. Dentre essa decisões destaco o bem fundamentado voto do Ilmo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres na Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão n.º 930301.035: A questão que se apresenta a debate diz respeito à possibilidade ou não de se apropriar como crédito de Pis/Pasep dos valores relativos a custos com combustíveis, lubrificantes e com a remoção de resíduos industriais. O deslinde está em se definir o alcance do termo insumo, trazido no inciso II do art. 3º da Lei 10.637/2002. A Secretaria da Receita Federal do Brasil estendeu o alcance do termo insumo, previsto na legislação do IPI (o conceito trazido no Parecer Normativo CST n° 65/79), para o Fl. 358DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 16 PIS/Pasep e a para a Cofins não cumulativos. A meu sentir, o alcance dado ao termo insumo, pela legislação do IPI não é o mesmo que foi dado pela legislação dessas contribuições. No âmbito desse imposto, o conceito de insumo restringese ao de matériaprima, produto intermediário e de material de embalagem, já na seara das contribuições, houve um alargamento, que inclui até prestação de serviços, o que demonstra que o conceito de insumo aplicado na legislação do IPI não tem o mesmo alcance do aplicado nessas contribuições. Neste ponto, socorrome dos sempre precisos ensinamentos do Conselheiro Julio César Alves Ramos, em minuta de voto referente ao Processo n° 13974.000199/2003 61, que, com as honras costumeiras, transcrevo excerto linhas abaixo: Destarte, aplicada a legislação do ao caso concreto, tudo o que restaria seria a confirmação da decisão recorrida. Isso a meu ver, porém, não basta. É que, definitivamente, não considero que se deva adotar o conceito de industrialização aplicável ao IPI, assim como tampouco considero assimilável a restritiva noção de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem lá prevista para o estabelecimento do conceito de ‘insumos’ aqui referido. A primeira e mais óbvia razão está na completa ausência de remissão àquela legislação na Lei 10.637. Em segundo lugar, ao usar a expressão ‘insumos’, claramente estava o legislador do PIS ampliando aquele conceito, tanto que ai incluiu ‘serviços’, de nenhum modo enquadráveis como matérias primas, produtos intermediários ou material de embalagem. Ora, uma simples leitura do artigo 3º da Lei 10.637/2002 é suficiente para verificar que o legislador não restringiu a apropriação de créditos de Pis/Pasep aos parâmetros adotados no creditamento de IPI. No inciso II desse artigo, como asseverou o insigne conselheiro, o legislador incluiu no conceito de insumos os serviços contratados pela pessoa jurídica. Esse dispositivo legal também considerou como insumo combustíveis e lubrificantes, o que, no âmbito do IPI, seria um verdadeiro sacrilégio. Mas as diferenças não param aí, nos incisos seguintes, permitiuse o creditamento de aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa, máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado etc. Isso denota que o legislador não quis restringir o creditamento do Pis/Pasep as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagens (alcance de insumos na legislação do IPI) utilizados, diretamente, na produção industrial, ao contrario, ampliou de modo a considerar insumos como sendo os gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada. Vejamos o dispositivo citado: [...] As condições para fruição dos créditos acima mencionados encontramse reguladas nos parágrafos desse artigo. Voltando ao caso dos autos, os gastos com aquisição de combustíveis e com lubrificantes, junto à pessoa jurídica domiciliada no pais, bem como as despesas havidas com a remoção de resíduos industriais, pagas a pessoa jurídica nacional prestadora de serviços, geram direito a créditos de Pis/Pasep, nos termos do art. 3º transcrito linhas acima. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso apresentado pela Fazenda Nacional.. Por causa dessas considerações que entendo: (a) não se poder limitar o creditamento aos conceitos e critério advindos da legislação do IPI. Os insumos não se limitam às matérias primas, aos produtos intermediários e aos materiais de embalagem, e não se limitam à avaliação pela aplicação do critério de consumo/desgaste físico. Essa limitação não encontra sustentação no que dispôs a Constituição Federal e as Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003 sobre a matéria; Fl. 359DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 10 17 (b) não se pode acriticamente transpor para o creditamento do PIS e da COFINS os conceitos e regras da legislação do Imposto de Renda, pois, além de serem de materialidades distintas, essa legislação não se destina a tratar a hipótese de incidência do tributo contemplando a unidade de análise representada pela relação "insumoprocessoproduto/serviço destinados a venda", como é o caso do PIS e da COFINS. Perdoemme mais uma vez pela brevidade nas considerações. Reconheço que Conselheiros desta Alta Corte têm dedicado longos estudos à matéria e têm produzido artigos e votos que, pela profundidade do conhecimento e da análise, acabam por se constituir em ensinamentos e abastadas fontes para nossa aprendizagem e reflexão. Este voto nada pretende acrescer nos debates em andamento. Está sendo ele proferido sob o manto da cautela, mas com convicção, pela constatação de que, apesar das leis em comento estarem vigentes, o direito correspondente ainda está em construção. Fazme necessário esclarecer que entendo que produção abrange fabricação; mas o inverso não é verdadeiro: fabricação está contida em produção. E também industrialização está contida em produção. Mas nem fabricação, nem industrialização compreende a totalidade das possibilidades da produção. Quando se industrializa, se produz. Quando se fabrica, se produz. Mas há produções que não são industrialização e que não são fabricação. Produzir, em um sentido lato, é dar existência, gerar, fornecer, fazer, realizar, fabricar, manufaturar. Mas, para o âmbito da Lei em discussão, produzir subentende um agir humano, deliberado e com propósito, e capaz de atrair interesse jurídico. Há criação resultante de um esforço físico e mental. Ainda para o âmbito da Lei em discussão, as atividades de produção de bens, regra geral, não se confundem com outras atividades do empreendimento, tais como: vendas, publicidade, comercialização, finanças, administração, pesquisa e desenvolvimento, projetos, e outras. Muito bem, prosseguindo: a meu ver, essas duas leis informam que dão direito a crédito os bens e serviços, utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção de bens ou produtos destinados a venda. Quando designam insumos, tenho como certo que se referem a fatores de produção, os fatores necessários para que os serviços possam estar em condições de serem prestados ou para que os bens e produtos possam ser obtidos em condições de serem destinados a venda. E quando afirmam que são os utilizados na prestação de serviços e na produção, depreendo que: são os utilizados na ação de prestar serviços ou na ação de produzir ou na ação de fabricar. Para se decidir que um bem ou serviço possa gerar crédito com relação a determinada receita tributada, há que se perquirir em que medida esse bem ou serviço é fator necessário para a prestação do serviço ou para o processo de produção do produto ou bem destinado a venda, e geradores, em última instância, da receita tributada. A meu sentir, não é o caso de restringir a que o bem ou serviço tenha sido utilizado como insumo do próprio produto a ser vendido ou do próprio serviço; ou que ele seja adstrito pelo principio do contato físico, ou do desgaste ou transformação. Fl. 360DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 18 Embora o serviço prestado ou o produto vendido seja o alfa da obtenção da receita a ser tributada, a lei indica que o bem ou o serviço utilizado como insumo alcança a atividade de prestação do serviço ou a atividade de produção, direta ou indiretamente. Essa visão conjuga o "processo" e o "produto/serviço resultante do processo". Mas esses processos devem estar inequivocamente ligados ao serviço prestado ou ligados ao produto vendido. Para se justificar o creditamento, não basta demonstrar que os bens e serviços concorreram para o processo de produção, ou de fabricação, ou de prestação do serviço, mas é necessário em adição demonstrar para qual produto ou serviço aqueles fatores de produção ou insumos concorreram. Concluídas essas considerações introdutórias, sintome em condições de propor passar à análise das questões de mérito. Mérito Da glosa dos bens utilizados como insumos A recorrente é uma empresa agroindustrial que tem por objeto social a produção e comercialização de açúcar, de álcool, de canadeaçúcar e demais derivados desta, entre outras atividades. Da análise do exposto nos prolegômenos acima, concluo que, além dos lubrificantes expressamente referidos no art. 3o, II, da Lei 10.637, de 2002, com redação dada pelo art. 37 da Lei 10.865/2005, considero "insumos", para fins de desconto de créditos na apuração da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nãocumulativos, os bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, aplicados ou consumidos na produção ou na fabricação do açúcar e dos outros produtos não cumulativos, como o álcool industrial. Também entendo que o termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tãosomente, como aqueles bens e serviços que, adquiridos de pessoa jurídica, efetivamente sejam aplicados ou consumidos no processo que produz açúcar e álcool. E, ainda, em se tratando de aquisição de bens, estes não poderão estar incluídos no ativo imobilizado da empresa. Mas os dispositivos legais que estabelecem o PIS e a COFINS não invocaram a legislação do IPI ou do IRPJ para subsidiar a determinação do direito de creditamento. Por todas essas considerações feitas, proponho que não pode prosperar a argumentação da recorrente de que os custos e despesas de operação orientados pelo entendimento do Imposto de Renda sejam critérios suficientes para justificar o creditamento. E também que não deve prevalecer a motivação da autoridade fiscal quando ela aplica apenas os conceitos da legislação do IPI para justificar as glosas. Nesse sentido, as possibilidades para se caracterizar insumos não se limitam a: · quando se tratar de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, bens esses que efetivamente compõem ou se agregam ao bem final da etapa de industrialização; · quando se tratar de outros bens quaisquer, os quais não se agregam ao bem final, desde que sofram alterações, como desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em industrialização. Fl. 361DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 11 19 · aos bens obtidos por processo industrial. No caso em discussão neste processo, e divergindo da autoridade fiscal e dos julgadores a quo, entendo que o preparo da cana de açúcar para ser ela um insumo da industrialização do açúcar e do álcool é, sim, etapa do processo de produção do açúcar e do álcool. E, sendo assim, há que se identificar que despesas e custos se referem aos fatores que se ligam comprovadamente a esse processo de produção e aos produtos açúcar e álcool vendidos. As informações presentes neste processo, a meu ver, permitem que formemos convicção a esse respeito. Das glosas dos bens utilizados como insumos: Inicialmente, neste tópico, esclareço que me parece informação evidente, de domínio público, que o processo de colheita de cana e o seu aproveitamento para o processo de produção de açúcar e álcool, quando em escala industrial, implica em operações realizadas ininterruptamente, dia e noite, durante semanas, até meses. Ademais, não só essa extensão, intensidade e freqüência de uso, mas também os efeitos abrasivos e erosivos da natureza do material colhido, promovem desgaste substantivo nos instrumentos usados nessas operações. Por isso, julgo razoável que as ferramentas de operação e os materiais elétricos e de manutenção efetivamente aplicados no processo de colheita e tratamento dessa matéria prima possam ser considerados como não ativados ou imobilizados. Sobre as despesas e custos relacionados às oficinas (a) Depreendo, portanto, que as despesas com combustíveis, lubrificantes, consumo de água, materiais de manutenção e materiais elétricos nas oficinas de serviços de limpeza operativa, de serviços auxiliares, de serviços elétricos, de caldeiraria e de serviços mecânicos e automotivos para as máquinas, equipamentos e veículos utilizados no processo produtivo da canadeaçúcar, ou seja, sua semeadura, colheita e transporte até a usina onde será fabricado o açúcar, atendem ao critério para caracterização como insumos. (b) CONTUDO, as despesas relacionadas aos centros de custos: "Diretoria Industria,", "Manutenção Conservação Civil" e "Programa Alimentação trabalhador" (valor total no período = R$ 7.497,00), não têm demonstradas pela recorrente a sua característica de insumo e a sua vinculação com o processo de produção propriamente dito e com os produtos vendidos. por falta de comprovação e previsão legal, entendo que as glosas devem ser mantidas. Proponho dar PARCIAL provimento ao recurso neste item. Sobre as despesas relacionadas diretamente ao preparo da cana de açúcar para se tornar insumo na produção do álcool e do açúcar Com a mesma razão as despesas e custos com combustíveis, consumo de água e materiais elétricos para emprego nas atividades: balança de cana; destilaria de álcool; ensacamento de açúcar; fabricação de açúcar; fermentação; geração de energia (turbo gerador); geração de vapor (caldeiras); laboratório teor de sacarose; lavagens de cana/ residuais; mecanização industrial; preparo e moagem; recepção e armazenagem; transporte industrial; tratamento do caldo; captação de água; rede de restilo; refinaria granulado. Proponho dar provimento ao recurso neste item. Fl. 362DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 20 Sobre as despesas relacionadas a armazenamento Pareceme que as despesas e custos glosadas neste processo não são de armazenagem. As atividades que cuidam dos estoques dos insumos, dos bens em fase de processamento, dos semiacabados e dos acabados que ainda não estão prontos para comercialização podem ser, a meu ver, como necessárias ao processo de produção. Portanto, divirjo das decisões anteriores, pois entendo que as despesas com materiais de manutenção, materiais de acondicionamento, materiais elétricos, lubrificantes e combustíveis empregados nas atividades de estocagem são insumos no processo de produção da cana de açúcar e do açúcar e do álcool. Proponho dar provimento ao recurso neste item. Sobre a glosa das despesas de materiais elétricos e de alimentação das contas contábeis 4301181829 e 4301232301 A autoridade fiscal efetuou esta glosa porque eles não teriam sido diretamente consumidos na produção da matéria prima cana de açúcar. A recorrente não contesta especificamente essa glosa, e também não apresenta elementos que possam invalidála, nem demonstra que se referem a fatores ligados efetivamente às atividades de produção. Por falta de comprovação de se tratar de insumo e falta de amparo legal, proponho manter a glosa. Das glosas dos serviços utilizados como insumos: Glosa das despesas e custos com serviços de manutenção das oficinas e dos armazéns pagos a pessoas jurídicas a autoridade fiscal afirma que esses tipos de despesas não correspondem ao conceito de insumo pois não estão diretamente relacionados ao processo da fabricação do açúcar e do álcool. Mas pareceme que razão assiste à recorrente. Como já visto anteriormente, o conceito de insumo não pode ficar adstrito ao haurido a partir da legislação do IPI. Separo a apreciação dessas glosas em dois itens. (a) As atividades das oficinas e de estocagem que atendem as outras atividades de preparo da cana de açúcar e de fabrico do açúcar e do alcool são parte do processo de produção. As despesas pagas a pessoas jurídicas para a manutenção dos equipamentos e instalações pertencentes às oficinas e depósitos dedicados ao processo de produção podem gerar creditamento. (b) Contudo, a recorrente não demonstra se tratar de insumos ou como se integram com o processo de produção os serviços prestados por pessoa jurídica para os seguintes centros de custo: "MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO CIVIL", " ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL CORPORATIVA", ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO INDUSTRIAL", DIRETORIA INDUSTRIAL, FUNCIONÁRIOS AFASTADOS INDÚSTRIA, INCENTIVO VALE TRANSPORTE INDUSTRIAL, BRIGADA DE INCENDIO (valor total no período R$ 15.275,53), donde concluo que, por falta de comprovação e falta de previsão legal, elas não podem gerar crédito pelos valores pagos. Essas glosas, a meu sentir, devem ser mantidas. Proponho dar parcial provimento ao recurso neste item. Glosa das despesas pagas a pessoas jurídicas e lançadas nas contas contábeis 6101141407, 6101141411 e 610114113 A autoridade fiscal glosou por se referirem ao setor de vendas da contribuinte, e não ter relação com a produção. A recorrente não contesta Fl. 363DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 12 21 especificamente essa glosa, e também não apresenta elementos que possam invalidála, nem demonstra que se referem a fatores ligados efetivamente às atividades de produção. Por falta de comprovação de se tratar de insumo e falta de amparo legal, proponho manter a glosa. Glosa das despesas de transporte lançadas nas contas contábeis 4301202001 e 4301202003 pagos a PJ a autoridade fiscal e os julgadores a quo decidiram que essas despesas não podem ser consideradas insumo e não podem gerar credito na apuração da COFINS. Nesse ponto, entendo que razão assiste à recorrente quando se trata de custos agrícolas, pois elas se referem a transporte de pessoal no âmbito das colheitas, e, a meu ver, guardam relação direta com a produção de cana de açúcar. Entendo que a glosa não deve ser mantida, pois se trata de insumo necessário tendo em vista as especificidades do processo da colheita de cana de açúcar. Proponho dar provimento ao recurso neste aspecto. Glosa referente às despesas relacionadas aos bens adquiridos para revenda no mercado interno: As autoridades fiscal e administrativa identificam que a contribuinte registrou custos e gastos "na conta contábil 3101043204 (CUSTO DE VENDAS MERCADO INTERNO) e calculou créditos sobre estes custos, vinculando, por rateio, uma parcela desses créditos às receitas do mercado externo (ME). Entretanto, pela própria descrição da conta utilizada, verificase que são custos vinculados exclusivamente ao mercado interno (MI). Assim sendo, em sua visão, tais créditos não podem ser utilizados para compensação, apenas para dedução ou desconto da contribuição. Rejeitam, portanto, para fins de compensação os créditos em OUTUBRO relacionados a custos de venda mercado interno = R$ 59.854,84. A recorrente alega que há previsão legal. E que os bens vendidos para o exterior permitem que o exportador aproveite créditos nos termos do art. 3º (§ 8º) da Lei 10.833/03 e compense com débitos próprios. E que não há razão para a glosa, pois l lançamento na conta de custo de vendas no mercado interno foi feito por simples impossibilidade de saber no momento da operação o que seria exportado e o que seria vendido no mercado nacional. Pareceme que a recorrente não logra demonstrar o suposto direito que alega. Nesse ponto, concordo com os julgadores a quo, cuja argumentação reproduzo: "De fato, não se trata aqui de apropriar créditos relativos a despesas comuns a operações sujeitas à cumulatividade e não cumulatividade, como alegou a recorrente, e, sim, tão somente, do destino das créditos apropriados, relativos à aquisições de bens no mercado interno. Ou seja, a glosa procedida pela fiscalização não correspondeu a uma negativa do direito ao creditamento realizado pela contribuinte, como incorretamente entendeu a recorrente. OS créditos, em si, não foram contestados pela autoridade fiscal. O que foi contestado foi apenas a sua utilização, que não poderia se dar para fins de compensação ou ressarcimento, como feito pela contribuinte, porquanto não se relacionavam com operações de exportação. (..) Em resumo, a utilização dos créditos da contribuição em regime não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só Fl. 364DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 22 poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados às receitas de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno." Por esposar o mesmo entendimento dos julgadores de primeiro piso, proponho não se dar provimento ao recurso voluntário neste item. Glosas de bens e serviços adquiridos de pessoas físicas a autoridade fiscal glosou arrendamento agrícola pago a pessoa física, despesas de geração de vapor caldeiras pagos a pessoas físicas e gastos de fornecimento pagos a pessoas físicas. A recorrente alega que os gastos pagos a pessoas físicas "(transporte de resíduos industriais — vinhaça — para aplicação na lavoura de canadeaçúcar como fertilizante, armazenagem de açúcar, etc.) , também se enquadram perfeitamente no conceito de insumos para efeitos de crédito de PIS não cumulativo." A meu ver, a recorrente não apresenta argumento congruente com os itens glosados, e silencia a respeito das despesas de arrendamento pagos a pessoas físicas. Entendo que a legislação não acode a recorrente: o § 5º do artigo 3º da Lei n. 10.833, de 2003, admitia que se pudesse deduzir da COFINS devida em cada período de apuração os créditos presumido calculado sobre o valor dos bens e serviços adquiridos de pessoas físicas e usados como insumos ao processo de produção. § 5o Sem prejuízo do aproveitamento dos créditos apurados na forma deste artigo, as pessoas jurídicas que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2 a 4, 8 a 12 e 23, e nos códigos 01.03, 01.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, 15.07 a 1514, 1515.2, 1516.20.00, 15.17, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, destinados à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da COFINS, devida em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens e serviços referidos no inciso II do caput deste artigo, adquiridos, no mesmo período, de pessoas físicas residentes no País. (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) § 6o Relativamente ao crédito presumido referido no § 5o: (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) I seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a 80% (oitenta por cento) daquela constante do art. 2o; I seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a 80% (oitenta por cento) daquela constante do caput do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) II o valor das aquisições não poderá ser superior ao que vier a ser fixado, por espécie de bem ou serviço, pela Secretaria da Receita Federal – SRF, do Ministério da Fazenda. (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) A meu ver, correto foi o entendimento fiscal que identificou e delimitou os gastos pagos a pessoas físicas que podem dar direito ao aproveitamento de crédito presumido no mês de apuração do tributo (a partir de 01/02/2003, quando da edição da Lei 10.684/2003, art. 25, ao Introduzir o § 10 ao art. 3o da Lei 10.637/2002 e Lei 10.925/2004, art. 16,1. a). Lei 10.684 de 30 de maio de 2003, art. 25.). Ademais as despesas de arrendamento não podem ser aceitas, pois a recorrente não contesta a glosa, nem traz elementos que demonstrem que elas se constituem em insumos. Proponho não dar provimento ao recurso neste item. Fl. 365DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 13 23 Glosa das despesas com aluguel e arrendamento rural A autoridade fiscal propôs a glosa das despesas com arrendamento agrícola e rural por não se enquadraram na hipótese do inciso IV do art. 3º das Leis em comento. Não consigo acompanhar a recorrente em sua argumentação de que o vocábulo 'prédios' desta hipótese legal abrange as propriedades rurais. A meu ver, não há essa equivalência e carece, no texto legal, a expressa autorização para creditamento desse tipo de gasto (arrendamentos rural e agrícola). Proponho não dar provimento ao recurso neste item, por falta de previsão legal. Glosa das despesas portuárias e de estadia nas operações de exportação a autoridade fiscal e os julgadores a quo decidiram que essas despesas não faziam jus ao creditamento por que lhes falta a previsão legal. Elas se referem a gastos com serviços relacionados ao porto, com destaque para as de movimentação e embarque e estadia. A esse respeito a recorrente afirma, sem demonstrar, que elas estão ligadas diretamente ao processo de produção ou que elas deveriam ser consideradas como de frete ou armazenagem. Os valores de despesas com estadia foram integralmente glosados (R$ 11.777,52). As despesas portuárias foram parcialmente glosadas: valor total de despesas portuárias R$ 7.184.225,93 valor glosado R$ 5.351.935,31 valor despesas portuárias não glosados R$ 1.832.290,62 Concluo sublinhando que, a meu ver, as despesas glosadas não se confundem com o frete ou a armazenagem, nem podem ser consideradas insumos, como propõe a recorrente, e que não há previsão legal para o creditamento desse tipo de despesa. Proponho não dar provimento ao recurso neste aspecto. Glosas das despesas de exportação pela proporcionalidade das receitas de exportação Do valor das despesas portuárias não glosadas (R$ 1.832.290,62), e das despesas de transporte rodoviário (conta 6101242401) que somam no trimestre R$ 6.842.717,55 e das despesas de transporte ferroviário (conta 6101242411_ que somaram R$ 31.684,77 , a autoridade fiscal aplicou o que dispõe o § 4º do art. 6º da Lei 10.833/2003, ou seja, apurou o valor correspondente à proporção de receitas de exportação de bens adquiridos no mercado interno sobre o total das receitas. A recorrente não se resigna com a glosa alusiva às despesas com exportação excluídas por proporcionalidade. Ela firma que essa exclusão vulnera a não cumulatividade do PIS e da COFINS. Contudo, a contribuinte não apresentou prova do que alega. Ocorre que o texto do § 4º do artigo 6º da Lei n. 10.833, de 2003, é cristalino a respeito: art. 6º A COFINS não incidirá sobre sa receitas decorrentes das operações de: (...) § 4º O direito de utilizar o crédito de acordo com o § 1º não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim previsto no inciso III do caput, ficando vedado, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. Fl. 366DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 24 A recorrente não contradita o fato de ser comercial exportadora e ter receita de exportação proveniente de bens adquiridos no mercado interno e exportados, nem contesta a apuração dos percentuais adotados pela autoridade fiscal para os cálculos. Foi correta a glosa pela proporcionalidade entre receitas de exportação e receitas de exportação com revenda, pois ela corresponde à prescrição legal que veda o aproveitamento de créditos de encargos desse tipo de receita de exportação por revenda. Do total de R$ 1.068.455,74 de crédito inicialmente calculado pelo próprio contribuinte, a autoridade fiscal corretamente glosou R$ 674.011,31, e manteve o crédito de R$ 394.444,43. Proponho manter a glosa e não dar provimento ao recurso neste item. Glosa dos créditos relacionados às perdas com operações derivativas: A autoridade fiscal glosou o valor R$ 5.841,13 lançado na conta 6301171713 (PERDAS COM OPERAÇÕES DERIVATIVAS) por que os créditos calculados sobre esse tipo de perda não pode ser usada para compensação, à alíquota de 4,6%, pois ele não está elencado no que prescreve o artigo 3º da Lei que rege essa contribuição. Esse tipo de crédito pode ser usado apenas para desconto ou dedução da própria contribuição apurada. Essa também foi a conclusão dos julgadores de primeiro piso. A recorrente alega se tratar de operações realizadas com hedge, com o objetivo de obter garantia do preço do açúcar destinado ao mercado externo, e que a base legal está no artigo 84 da Lei que disciplina essa contribuição. A leitura do§ 1º do art. 6º dessa Lei informa que o previsto no artigo 84 não pode ser fonte de utilização de crédito para aproveitamento. Não há possibilidade dos créditos apontados pela contribuinte servirem para fins de compensação e ressarcimento, muito embora possam servir para dedução de débitos da própria contribuição. Portanto, entendo que não merecem reparos a glosa e a conclusão da DRJ a este respeito. Proponho não dar provimento ao recurso neste ítem. Conclusão: Concluindo, proponho dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos exposto neste voto, e considerar homologadas as compensações até o limite do valor líquido assim determinado, após a dedução das glosas e do valor que foi aproveitado como crédito para deduzir a própria contribuição. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 367DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
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Numero do processo: 10980.724529/2010-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Apr 14 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2301-000.262
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado: I) Por unanimidade de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente
Leonardo Henrique Pires Lopes - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marcelo Oliveira (Presidente), Mauro Jose Silva, Damião Cordeiro De Moraes, Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros e Leonardo Henrique Pires Lopes.
Nome do relator: Não se aplica
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado: I) Por unanimidade de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marcelo Oliveira (Presidente), Mauro Jose Silva, Damião Cordeiro De Moraes, Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros e Leonardo Henrique Pires Lopes. Relatório: Tratase de Auto de Infração lavrado contra GARJA COMERCIAL E INDUSTRIAL LTDA., no valor de R$ 14.317,90 (quatorze mil trezentos e dezessete reais e noventa centavos), por ter esta empresa deixado de declarar fatos geradores das contribuições previdenciárias nas GFIP referentes às competências de 07/2007, 12/2007, 01/2008 a 03/2008, 07/2008, 08/2008 e 11/2008, constituindo, desta forma, infração ao art. 32, IV, da Lei nº 8.212/91, acrescentado pela Lei nº 9.528/97, conforme se infere do Relatório Fiscal. Diz ainda o referido Relatório, que foi aplicada ao contribuinte, em virtude do cometimento da infração supracitada, a multa prevista nos arts. 92 e 102, da Lei nº 8.212/91 e nos arts. 283, II, “j” e 373, ambos do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .7 24 52 9/ 20 10 -6 0 Fl. 285DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 7/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10980.724529/201060 Resolução nº 2301000.262 S2C3T1 Fl. 3 2 Decreto nº 3.048/99, não restando configuradas as circunstâncias agravantes previstas no art. 290 do dito RPS. O contribuinte tomou ciência do Auto de Infração no dia 13/10/2010, e apresentou impugnação tempestiva em 12/11/2010. Todavia, o lançamento foi mantido pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba, cuja ementa assim dispôs: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/07/2007 a 31/12/2008 AI Nº37.193.7515 GFIP COM DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES. INFRAÇÃO. Apresentar a GFIP com dados não correspondentes aos geradores de todas as contribuições destinadas à seguridade social constitui infração à legislação previdenciária. MULTA IMPOSTA. APLICAÇÃO CORRETA. Considerase correto o valor da multa que foi aplicado de acordo com o valor atualizado vigente na data da autuação. PEDIDO GENÉRICO. PRODUÇÃO DE PROVAS. PRECLUSÃO TEMPORAL. Indeferese o pedido genérico de produção de provas em razão da preclusão e do seu evidente caráter protelatório. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignado, o ora Recorrente apresentou o Recurso Voluntário, sob exame, alegando, em síntese que: Afirma que a empresa efetuou a declaração dos fatos geradores das contribuições de acordo com a folha de pagamento e que, os recolhimentos dos valores devidos procederam conforme autoriza a legislação; Alega que toda diferença entre o valor de folha de pagamento e o INSS devido foram informados em 26/07/2010 a 28/03/2010, conforme protocolos juntados na impugnação; Diz que ficou caracterizada a denúncia espontânea, uma vez que confessou o pagamento a menor e recolheu o tributo com juros e multa, antes da lavratura do Auto de Infração, sendo, portanto, indevida a autuação fiscal, bem como a multa de caráter punitivo imposta; Sustenta que o cálculo da multa está totalmente equivocado em relação ao que se determina a legislação, pois o Auditor Fiscal aplicou multa com base no art. 32, §5º a Lei nº 8.212/91, que foi revogado pela Lei nº 11.941/09. Sendo assim, em atendimento à norma mais benéfica deveria este valor ser excluído do valor total da multa aplicada. Assim vieram estes autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio de Recurso Voluntário. Sem contrarrazões. É o relatório. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 7/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10980.724529/201060 Resolução nº 2301000.262 S2C3T1 Fl. 4 3 Voto: Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes, Relator Da simples análise dos documentos acostados ao presente auto de infração nº 37.193.7515, percebese facilmente que a autuação decorreu da exclusão do contribuinte do SIMPLES NACIONAL, através do processo nº 10980.721918/201033, o que ensejou a apuração das contribuições previdenciárias e de multa por descumprimento de obrigações tributárias ocorridas nos períodos posteriores aos efeitos da sua exclusão. Diante desse cenário, verificase que o julgamento por este Conselho depende necessariamente do resultado do julgamento do processo administrativo que analisa a exclusão da empresa do SIMPLES NACIONAL pois, caso o recurso voluntário nele interposto pelo contribuinte seja provido, prejudicado estará o lançamento realizado nos autos do processo em exame. Ocorre que o processo nº 10980.721918/201033, em que pesa tenha sido designado à minha relatoria, foi redistribuído, por decisão desta Turma, à 1ª Seção, órgão competente para apreciar e julgar os recursos relativos à exclusão de empresas dos SIMPLES, nos moldes do art. 2, V do Regimento Interno do CARF: Art. 2º. À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: (...); V exclusão, inclusão e exigência de tributos decorrentes da aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) e ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação (SIMPLESNacional); Constatada, portanto, a conexão entre este processo e o 10980.721918/201033, que é de competência da 1ª Seção, bem como a prejudicialidade do segundo em relação ao primeiro, deve ser sobestado os processos dependentes, para que sejam julgados somente após a decisão final. O Código de Processo Civil determina no seu art. 265 a suspensão do processo “quando a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente”. Entendo que a decisão a ser tomada naqueles autos, pode, sobremaneira, surtir efeitos na decisão aqui a ser proferida por essa Egrégia 1º Turma, motivo pelo qual é prudente emprestar do Código de Processo Civil o instituto jurídico processual previsto expressamente no artigo 265 do CPC, e aplicálo no caso dos presentes autos, analogicamente. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 7/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10980.724529/201060 Resolução nº 2301000.262 S2C3T1 Fl. 5 4 Portanto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, para que sejam os presentes autos remetidos à Delegacia da Receita Federal de origem, onde deverão aguardar o julgamento do processo 10980.721918/201033 pela 1ª Seção deste Conselho, após o que retornarão a esta Turma para julgamento. É como voto. Sala das Sessões, em 14 de agosto de 2012 Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 288DF CARF MF Impresso em 14/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 7/04/2015 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 09/04/2015 por MARCELO OLIVEIR A
score : 1.0
Numero do processo: 19515.005778/2009-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
GLOSA DE CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. COMPROVAÇÃO. A questão devolvida ao CARF gravita tão somente em torno da glosa de custos e despesas, que, após conversão em diligência na instância de piso, restaram comprovadas pelo sujeito passivo, razão pela qual deve ser mantida a exoneração parcial da exigência tributária.
CSLL. DECORRÊNCIA. Deve-se aplicar à CSLL o mesmo entendimento que prevaleceu acerca do IRPJ, dada a relação de causa e efeito existente entre eles.
Numero da decisão: 1101-001.284
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício, nos termos do voto que segue em anexo.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente
(documento assinado digitalmente)
BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Paulo Reynaldo Becari, Antônio Lisboa Cardoso e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR
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COMPROVAÇÃO. A questão devolvida ao CARF gravita tão somente em torno da glosa de custos e despesas, que, após conversão em diligência na instância de piso, restaram comprovadas pelo sujeito passivo, razão pela qual deve ser mantida a exoneração parcial da exigência tributária. CSLL. DECORRÊNCIA. Devese aplicar à CSLL o mesmo entendimento que prevaleceu acerca do IRPJ, dada a relação de causa e efeito existente entre eles. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício, nos termos do voto que segue em anexo. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (documento assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Paulo Reynaldo Becari, Antônio Lisboa Cardoso e Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 57 78 /2 00 9- 80 Fl. 4357DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 2 Relatório Tratase de recurso de ofício interposto pela E. Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo – DRJ/SPI, que cancelou parcialmente os lançamentos encerrados nesse processo, sendo que a exoneração de IRPJ corresponde a R$ 624.160,65 – além de R$ 468.120,49 a título da correlata multa de ofício – ao passo que a de CSLL equivale a R$ 224.697,83 (além de multa de ofício de R$ 168.523,37). As exigências são atinentes ao anocalendário de 2004, sendo que os valores supracitados não estão corrigidos. Como consta no Termo de Verificação Fiscal, a d. Fiscalização intimou o Contribuinte a comprovar “os valores declarados, relativos aos custos e despesas” indicados à fl. 1.015, quais sejam: 1.1.1 Material aplicado na produção R$ 6.756.223,88; 1.1.2 Serviços prestados por pessoa jurídica R$ 5.063.621.96; 1.1.3 Custos das unidades imobiliárias vendidas R$ 4.537.781,64; 1.1.4 Prestação de serviços por pessoa jurídica R$ 1.238.863,41; 1.1.5 Outras despesas financeiras R$ 3.740.232,38; Após sucessivas intimações e a análise de documentos [LALUR e DIMOB (fls. 967/988), balanços contábeis, mapas de conciliação bancária, contratos com instituições (fls. 460/907) e notas fiscais (fls. 951/965) ], a d. Fiscalização constatou as seguintes infrações imputadas ao Contribuinte, verbis: “3.1 Omissão de Receita: Deixou de registrar na contabilidade valores recebidos no ano de 2004, informados/declarados na DIMOB, decorrentes de unidades imobiliárias vendidas conforme demonstrativo fls. 1005. Desta forma, omitiu na DIPJ/2005 AC/2004, os valores em questão, caracterizados como receita, ficando assim constatada a omissão de receita que será tributada com base no que prescreve o Art. 288 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto Nº 3.000/99. Art. 288. Verificada a omissão de receita, a autoridade determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão (Lei n? 9.249, de 1995, art. 24). 3.2 – Glosa de Despesas Financeiras: Registrou na contabilidade despesas ditas financeiras sem apoio em documentação comprobatória, hábil e idônea, deixando de comprovar a efetividade dos pagamentos relativos aos valores constantes do demonstrativo fls. 1003 e 1004. Portanto, fica assim constatada e caracterizada uma diminuição no lucro líquido do exercício, em decorrência da contabilização de despesas financeiras não comprovadas, ocasionando uma redução da base de cálculo do IRPJ e CSLL e, conseqüentemente, uma apuração menor desses tributos, sendo assim, os valores considerados como despesas serão glosados nos termos do que determina os Arts. 249 inciso I e 264, ambos do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto Nº. 3.000/99. Fl. 4358DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 19515.005778/200980 Acórdão n.º 1101001.284 S1C1T1 Fl. 3 3 3.3 – Glosa de Custos e Despesas Operacionais: Registrou na contabilidade custos com material aplicado na produção, com serviços prestados por pessoa jurídica e com unidades imobiliárias vendidas e, despesas com prestação de serviços por pessoa jurídica, sem estar sustentado em documentação comprobatória, hábil e idônea, relativamente aos valores mencionados nos demonstrativos fls. 1006 a 1009. Fica assim constatada e caracterizada uma diminuição no lucro líquido do exercício, em decorrência da contabilização de custos e despesas operacionais não comprovadas, ocasionando uma redução da base de cálculo do IRPJ e CSLL e, conseqüentemente, uma apuração menor desses tributos, portanto, os valores considerados custos e despesas serão glosados, nos termos do que determina os Arts. 249 – inciso I e 264, ambos do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto Nº. 3.000/99. Art. 249. Na determinação do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. § 2º): I – os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei n° 486, de 1969, art. 4º). 3.4 Glosa de Custos: Contabilizou como custos, valores que deveriam ser registrados no balanço patrimonial, como imobilizado, tendo em vista tratarse de aquisições de computadores, processadores, softwares e impressoras, conforme xerox das notas fiscais (fls. 956 a 960) e discriminados no demonstrativo fls. 1010. Considerou como custos valores relativos a recebimentos de equipamentos locados, constantes de notas fiscais, cópia xerox anexa (fls. 961 a 965), sendo que a natureza da operação constante dos próprios documentos fiscais citados é de "remessa para locação". Os valores pagos pelos aluguéis desses produtos foram registrados como custo, portanto, os valores dos bens alugados jamais poderiam ter sido considerados como tal. Adotando procedimentos relatados, a empresa ocasionou uma diminuição no lucro líquido do exercício, em decorrência da contabilização de valores não caracterizados como custos, no que acarretou uma redução da base de cálculo do IRPJ e CSLL e, consequentemente, uma apuração menor desses tributos, sendo assim, os valores considerados como custos serão glosados, de acordo com o estabelecido no Arts. 249 Inciso I do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto No. 3.000/99. ” (fls. 1.018/1.019, destaques originais). Fl. 4359DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 4 Sobre o crédito apurado, houve aplicação da multa de ofício qualificada em 150% sobre as exigências decorrentes da omissão de receitas operacionais (item 3.1 acima) – com espeque no artigo 44, §1º, da Lei n. 9.430/96 c/c art. 72 da Lei n. 4.502/64 –, bem como aplicação da multa de ofício em 75% sobre as glosas efetuadas. Tendo tomado ciência das autuações (fl. 1.047), o Contribuinte apresentou impugnações específicas para cada tributo (IRPJ, fls. 1082/1098; PIS, fls. 3212/3235; COFINS, fls. 3252/3275; e CSLL, fls. 3293/3316), defendendo, em apertadíssima síntese, a decadência por aplicação do art. 150, §4º do CTN e a efetiva comprovação documental da insubsistência das infrações a si atribuídas. Ao analisar o feito, a E. DRJ/RPO afastou as preliminares de decadência suscitadas quanto ao IRPJ e à CSLL, eis que o lançamento referese a fatos geradores ocorridos em 31.12.2004 e que o Contribuinte foi notificado em 15.12.2009 (fl. 1.047); em relação aos fatos geradores mensais do PIS e da COFINS, a d. Autoridade Autuante entendeu ter havido fraude, ante a qualificação da multa de ofício, razão pela qual seria de rigor a observância do art. 173, inciso I, do CTN. No mérito, a impugnação foi julgada parcialmente procedente, uma vez que a Colenda instância a qua reconheceu que, em relação à Glosa de Despesas Operacionais, o Contribuinte logrou comprovar parcialmente o efetivo pagamento dos custos e/ou despesas, nos termos da resposta à diligência requerida pela E. DRJ/SP1, de modo que a matéria tributável foi limitada àquelas despesas consideradas não comprovadas (fls. 4.292/4.296). Os valores exonerados da base imponível foram identificados nos termos da tabela abaixo: Em razão da exoneração empreendida pela E. DRJ/SPI ter ultrapassado o valor estipulado pela Portaria MF n. 03, de 03 de janeiro de 2008, foram os autos remetidos a este E. Conselho para apreciação do Recurso de Ofício, nos termos do art. 34, I do Decreto n. 70.235/72. Ao contribuinte foi enviada intimação eletrônica quanto ao resultado do julgamento (fl.4.338/fl. 4341), acompanhada de DARFs para quitação dos créditos mantidos (fls. 4.342/4.346), a qual foi disponibilizada na Caixa Postal eletrônica em 18.06.2013, sendo que, em 03.07.2013, foi registrado o decurso de prazo da intimação (fl.4.347). Fl. 4360DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 19515.005778/200980 Acórdão n.º 1101001.284 S1C1T1 Fl. 4 5 Em 23.10.2013, foi lavrado Termo de Abertura de Documento (fl. 4.348), a partir do qual o Contribuinte tomou ciência efetiva do acórdão e dos demonstrativos quanto aos créditos remanescentes, os quais foram transferidos para o Processo Administrativo n. 16151 720.714/201377 (fls. 4.349/4.355). Não há nos autos qualquer elemento que dê conta da interposição de recurso por parte do sujeito passivo. É o relatório. Voto Conselheiro BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR: O recurso de ofício preenche os requisitos de admissibilidade – exoneração de principais de IRPJ e CSLL e de multas de ofício em cifra superior a R$ 1.000.000,00 –, de modo que deve ser conhecido. Conforme se extrai do relatório acima, o presente recurso de ofício versa sobre exoneração de parte do IRPJ e CSLL sobre glosa de custos e/ou despesas operacionais, diante do sucesso do Contribuinte em justificar, em sede de impugnação, parte daqueles gastos que foram inicialmente reputados pela d. Fiscalização como não comprovados. Em relação à infração resumida no item 3.3 do Termo de Verificação Fiscal supratranscrito – Glosa de Custos e Despesas Operacionais –, a d. Autoridade Autuante apurou o seguinte, verbis: “2.3 Em atendimento aos termos de reintimação e de intimação, de 22102009, a empresa colocou a disposição da fiscalização, no escritório de seu procurador, os documentos originais relativos aos custos de "MATERIAL APLICADO NA PRODUÇÃO", "SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA"E "CUSTOS DAS UNIDADES IMOBILIÁRIAS VENDIDAS", como também, às despesas com "PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS POR PESSOA JURÍDICA". Examinando a documentação apresentada, constatamos que vários valores não foram devidamente comprovados por falta de apresentação das respectivas notas fiscais e/ou dos comprovantes de pagamentos, conforme "Demonstrativo de Custos e/ou Despesas Operacionais Não Comprovados" (fls. 1006 a 1009). Constatamos ainda, que foram apresentadas notas fiscais referentes às aquisições de produtos, discriminadas no "Demonstrativo de Glosa de Custos – Ativo Imobilizado" (fls. 1010) e notas fiscais de remessa de produtos para locação, mencionadas no "Demonstrativo de Glosa de Custos Simples Remessa" (fls. 1011), sendo que os valores constantes desses documentos fiscais foram considerados como custo, quando o correto seria contabilizálos como imobilizados e como simples Fl. 4361DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 6 remessa, respectivamente. ” (fl. 1.017, Termo de Verificação Fiscal, grifos acrescidos). Na Impugnação, defendeu o contribuinte que (i) não estaria obrigado a manter os documentos fiscais e contábeis de todo o anocalendário 2004, mas apenas após 22.10.2004 (data de sua intimação para apresentar os arquivos), diante transcurso do quinquênio legal; e que, a despeito dessa preliminar, (ii) o Contribuinte “envidou tempo e esforços e conseguiu reunir todas as Notas Fiscais referentes ao período questionado pelo Fisco (anexos VI [fls. 1.221/1.396]), bem como o Livro Razão de 2004 (anexos X [fls. 1.974/3.191])” (fl. 1.078). Em razão da extensa quantidade de documentos apresentados (fls. 1.221/1.396 e 1.974/3.191), a E. DRJ/SPI converteu o julgamento em diligência (fls. 3.339/3.342) para que a DRF analisasse a idoneidade dos arquivos e, se necessário, reelaborasse as planilhas com os valores anteriormente glosados pela Autuação às fls. 1.006/1.009. Em atenção às intimações da autoridade preparadora, o Contribuinte apresentou Notas Fiscais reputadas faltantes (fls. 3.372/3.577), além de comprovantes de pagamento, movimentações bancárias e contratos de prestação de serviço (fls. 3.605/3.718), os quais foram analisados e culminaram na retificação da base imponível do IRPJ e CSLL, com o cancelamento parcial da glosa de custos e despesas operacionais retratada nos lançamentos originários, conforme nova planilha apresentada às fls. 3.720/3.723. Após sua intimação sobre o resultado da diligência, o Contribuinte apresentou novas Notas Fiscais (fls. 3.890/4.291), o que ensejou nova a retificação da base imponível, nos termos das planilhas I, II e III anexadas ao Termo de Encerramento de Diligência (fls. 4.292/4.296). Sobre esse novo Relatório Fiscal, levado ao conhecimento do contribuinte na esteira da informação que repousa às fls. 4.299/4300, o contribuinte mantevese inerte (fl. 4.303). Pois bem. Da análise dos acontecimentos processuais, da enorme quantidade de documentos apresentados pelo Contribuinte – especialmente de notas fiscais, mas desacompanhadas em grande parte dos comprovantes de pagamento –, e do diligente trabalho elaborado pela autoridade preparadora, sobressaise que o Contribuinte logrou êxito na comprovação da efetividade de custos e despesas operacionais na cifra de R$ 2.496.642,60, restando, contudo, sem comprovação o montante imponível de R$ 1.295.444,45. A glosa sobre desses últimos valores foi mantida pela r. decisão recorrida diante da ausência de comprovante de pagamento desses custos e/ou despesas, os quais foram individualizadas às fls. 4277 a 4281 e reproduzidas às fls. 4328/4330 pela r. decisão a qua. Uma vez mais, esse tema não foi devolvido a esse Egrégio Conselho, ante a não interposição de Recurso Voluntário. Ora, considerando que a questão devolvida a essa E. 1ª Turma Julgadora gravita tão somente em torno da glosa de custos e despesas ao final comprovados pelo sujeito passivo, conforme atesta Relatório de Diligência determinada pela instância a qua (fls. 4299 4300), revelase irretocável o entendimento da E. DRJ/SPI. Diante de todas essas considerações, NEGO PROVIMENTO ao Recurso de Ofício e mantenho o cancelamento da exigência determinado pela r. decisão recorrida. Fl. 4362DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 19515.005778/200980 Acórdão n.º 1101001.284 S1C1T1 Fl. 5 7 É como voto. (documento assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR – Relator Fl. 4363DF CARF MF Impresso em 23/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10830.720149/2007-74
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2000
DECISÃO. VALIDADE. FALTA DE EXAME INDIVIDUALIZADO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA.
É válida a decisão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos de defesa, adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REABERTURA DA DISCUSSÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO.
A utilização dos embargos de declaração para contestar a fundamentação da decisão atacada, sem comprovação da ocorrência dos seus pressupostos (dos embargos), não é cabível nessa restrita via recursal. Os aclaratórios não se prestam para rediscussão da matéria previamente decidida.
Numero da decisão: 1103-001.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos.
Aloysio José Percínio da Silva Presidente e Relator
(assinatura digital)
Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2000 DECISÃO. VALIDADE. FALTA DE EXAME INDIVIDUALIZADO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. É válida a decisão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos de defesa, adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REABERTURA DA DISCUSSÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO. A utilização dos embargos de declaração para contestar a fundamentação da decisão atacada, sem comprovação da ocorrência dos seus pressupostos (dos embargos), não é cabível nessa restrita via recursal. Os aclaratórios não se prestam para rediscussão da matéria previamente decidida.
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VALIDADE. FALTA DE EXAME INDIVIDUALIZADO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. É válida a decisão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos de defesa, adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REABERTURA DA DISCUSSÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO. A utilização dos embargos de declaração para contestar a fundamentação da decisão atacada, sem comprovação da ocorrência dos seus pressupostos (dos embargos), não é cabível nessa restrita via recursal. Os aclaratórios não se prestam para rediscussão da matéria previamente decidida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos. Aloysio José Percínio da Silva – Presidente e Relator (assinatura digital) Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 01 49 /2 00 7- 74 Fl. 891DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720149/200774 Acórdão n.º 1103001.089 S1C1T3 Fl. 3 2 Relatório Os autos tratam de compensações de saldos negativos de IRPJ e de CSLL não homologadas conforme despacho decisório da DRF/Campinas (fls. 191)1, ratificado pela 2ª Turma da DRJ/Campinas nos termos do Acórdão nº 0521.761/2008 (fls. 1.062), por unanimidade de votos. Num primeiro exame do recurso voluntário (fls. 1.093) por este Conselho, a 2ª Turma desta Câmara converteu o julgamento em diligência mediante a Resolução 1102 00.018/2010 (fls. 1.142), enviando os autos à unidade de origem para juntada de documentação necessária à instrução processual. Devolvidos os autos após a realização da diligência, esta Turma negou provimento ao recurso voluntário, por unanimidade, por intermédio do Acórdão nº 1103 000.792/2012 (fls. 1.068). A contribuinte opôs embargos de declaração ao fundamento de ocorrência de omissão e de erro material no julgado (fls. 1.087). É o relatório. 1 As folhas dos autos estão indicadas conforme a numeração atribuída pelo sistema "eprocesso". Voto Conselheiro Aloysio José Percínio da Silva – Relator. O recurso foi tempestivamente apresentado por parte legítima. Embargos de declaração são cabíveis quando identificada no acórdão a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria se pronunciar a turma, segundo previsto no art. 65 do anexo II do Regimento Interno do Carf. O regimento também prevê, no art. 66, a retificação do acórdão quando ocorrerem inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo. Fl. 892DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720149/200774 Acórdão n.º 1103001.089 S1C1T3 Fl. 4 3 Conforme relatado, a embargante identificou a ocorrência de omissão no acórdão, caracterizada pela ausência de exame dos efeitos que a Nota MF/COSIT/GAB nº 157/1998 (fls. 404) teria produzido sobre a "autuação". Alegou a contribuinte, no recurso voluntário, que o entendimento da referida nota deveria ser aplicado ao processo nº 10830.002286/0095, o que resultaria na improcedência da exigência tributária tratada naquele processo. O questionamento foi enfrentado no acórdão embargado. Observese o seguinte trecho do seu voto condutor: "O Despacho da autoridade preparadora, fls.127/129, bem esclarece que a Recorrente não tem razão. E o relatório de diligência afasta o argumento da nulidade da autuação/decisão por cerceamento do direito de defesa, por indeferimento do pedido de juntada 'dos processos administrativos dos quais este seria decorrencial'. O Relatório de diligência assim aponta: I Processo 10830.002286/0095: folhas 659 a 679 nesse PAF o Recurso Voluntário foi considerado perempto, e decisão judicial no mandado de segurança 2003.61.05.0056568 acostada ao Auto indeferiu o pedido da empresa. Após, o processo foi inscrito em DA U, onde permanece em fase de execução. 2 Processo 10830.720148/200720: folhas 680 a 684 nesse PAF o contribuinte teve ciência do despacho decisório deste SEORT/DRF/Campinas, mas não apresentou inanifestação de inconformidade, sendo considerado revel. Após, o processo foi inscrito em DA U, onde permanece em fase de execução. Ou seja, todos estão conclusos no âmbito administrativo e no poder judiciário, o processo 10830.002286/0095, já foi concluído." (Destaque acrescido) Mais especificamente a respeito da Nota 157, o relator adotou expressamente as conclusões da sentença que julgou improcedente o pedido relativo ao mandado de segurança impetrado pela ora embargante, transcrevendoa quase integralmente. Destacase na referida decisão judicial: "No caso, a apreciação versa sobre a possibilidade de revisão do resultado da consulta a partir da verificação de inverdade, ou melhor, narração incompleta dos fatos pela impetrante na sua formulação. A Receita Federal pode, até mesmo deve, fazer esta revisão de ofício e isto não significa alteração de critérios jurídicos, significa sim aferição dos critérios verdadeiros em relação ao caso concreto na apreciação na consulta. Não há, por este motivo, possibilidade de se atender ao pedido subsidiário, afastandose a incidência de juros de mora e multa moratória. O resultado equivocado da consulta, por meio da Nota 157/1998, foi provocado pela própria impetrante ao formular o requerimento dirigido a autoridade errada (fls. 217/224), deixando de mencionar fatos que depois seriam levantados na ação fiscal da Delegacia da Receita Federal em Campinas. Se a impetrante tivesse formulado corretamente a consulta, muito provavelmente tais transtornos teriam sido evitados. Fl. 893DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720149/200774 Acórdão n.º 1103001.089 S1C1T3 Fl. 5 4 (...) Por estas razões, julgo improcedente o pedido e denego a ordem pleiteada. Fica cassada a liminar anteriormente deferida – fls. 1452/1453." Prosseguindo, concluiu: "Dessa forma, provado, em sede de diligência, que o crédito pretendido tem origem em processos, julgados e negados, já conclusos no âmbito administrativo, este seguirá a sorte daqueles. Pois, o que se questiona nestes autos não pode mais ser questionado na esfera administrativa, pois, os PAFs 10830.002286/0095, 10830.720148/200720, todos já se encontram em execução. Ademais, como a discussão judicial do crédito tributário, sob qualquer modalidade de ação, antes ou posteriormente à autuação, importa na renúncia as instancias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto, mais ainda, quando ha perfeita identidade entre o objeto do processo administrativo e o objeto do processo judicial, nada mais há a responder a Recorrente. Porque, ao questionar judicialmente o crédito tributário objeto de lançamento fiscal, ela perdeu o direito de vêlo conhecido na esfera administrativa. A utilização concomitante das vias administrativa e judicial, com o mesmo objetivo, afigurase juridicamente impossível, em razão da primazia das decisões judiciais sobre as decisões administrativas. Também, pretender a Contribuinte rediscutir a matéria de fundo, a Nota 157, nos demais processos anteriormente mencionados e ditos prejudiciais ao conhecimento deste, não avança. Cabe ressaltar os limites objetivos do litígio, nos termos do artigo 471 do CPC, que deixa claro a impossibilidade de se decidir novamente 'as questões já decididas, relativas à mesma lide.'" (Destaque acrescido) Bem se vê que todos os aspectos relativos à questão foram abordados no voto condutor do acórdão embargado, que conteve clara e detalhada fundamentação acerca da rejeição dos argumentos trazidos no recurso voluntário. As alegações de omissões na decisão devem ser examinadas sob o enfoque da interpretação já consolidada pelo STJ – Superior Tribunal de Justiça. Aquela egrégia corte firmou entendimento a respeito da desnecessidade de a decisão conter referência expressa a todos os argumentos apresentados pelas partes, desde que adotada fundamentação suficiente para decidir plenamente a controvérsia, a exemplo do julgado adiante transcrito: “Não viola os artigos 165, 458, II, e 535, II, do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta.” (Recurso Especial nº 687.417 – RS Recurso Especial 2005/00119829, Relator: Ministro Teori Albino Zavascki) Na mesma linha, destacase o voto da Exma. Ministra Eliana Calmon: Fl. 894DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720149/200774 Acórdão n.º 1103001.089 S1C1T3 Fl. 6 5 “O Tribunal não está obrigado a responder questionários formulados pelas partes, tendo por finalidade os declaratórios dirimir dúvidas, obscuridades, contradições ou omissões realmente existentes, pois existindo fundamentação suficiente para a composição do litígio, dispensase a análise de todas as razões adstritas ao mesmo fim, uma vez que o objetivo da jurisdição é compor a lide e não discutir as teses jurídicas nos moldes expostos pelas partes.” (EDcl na Ação Rescisória nº 770 DF (1998/00354239)) A embargante também alegou erro material no acórdão. No seu entendimento, não caberia falarse de coisa julgada administrativa já que nos autos do processo nº 10830.002286/0095 não ocorrera enfrentamento do mérito, tendo em vista a intempestividade do recurso voluntário apresentado. Igualmente teria ocorrido erro material na decisão relativa à concomitância entre os processo judicial e o administrativo, "pois não há causa de pedir idêntica entre os presentes autos e o mandado de segurança n° 2006.61.05.0056568, que objetiva desconstituir os supostos débitos de IRPJ e CSLL relativos ao ano base de 1998, originários de auto de infração que deu origem ao PA n° 10830.002286/0095." Conforme visto no texto transcrito acima, constaram claramente do acórdão a fundamentação e os critérios do ato decisório, sem qualquer evidência da ocorrência de erro material, assim entendido como defeito de expressão do julgador, de discrepância entre o que se escreveu e o que se desejou escrever. Ensina Moacyr Amaral Santos2: "A sentença poderá conter inexatidões materiais ou erros de cálculo, de evidência meridiana. Inexatidões materiais que se percebem primo ictu oculi e que, sem maior exame, se verifica não traduzirem o pensamento ou a vontade do prolator da sentença. Engano ou lapso manifestos na expressão, na transmissão da palavra e que se evidenciam pela simples leitura da sentença: escreveuse erradamente, ou omitiuse, o nome de uma das partes, ou de terceiros; consideraramse três prestações de dez como devidas, mas ao seu produto deuse o valor de vinte; onde deveria estar 31 de julho grafouse 31 de junho." (Destaque acrescido) Percebese que o relator expôs sem equívocos o seu entendimento das questões que decidiu, no que foi acompanhado pelos demais membros do colegiado por unanimidade. Com efeito, o que parece desejar a embargante é a reabertura do julgamento pelo mesmo órgão prolator da decisão que lhe foi desfavorável, expediente descabido no âmbito de embargos de declaração, via que "não se presta para tal propósito", segundo afirmou o Ministro Castro Meira3, reproduzindo jurisprudência pacificada no STJ – Superior Tribunal de Justiça. Ainda segundo o eminente Ministro4: 2 "Primeiras Linhas de Direito Processual Civil ", 3º volume, São Paulo, Saraiva, 2001, pág. 27. 3 EDcl no AgRg no Agravo de Instrumento nº 1.431.637 PE (2012/02685240). 4 EDcl no AgRg no Recurso Especial nº 1.051.059 RJ (2008/00861030). Fl. 895DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720149/200774 Acórdão n.º 1103001.089 S1C1T3 Fl. 7 6 "... os aclaratórios não se prestam a rediscutir matéria previamente decidida, sendo que os efeitos infringentes a eles atribuídos são apenas incidentais, quando, acolhidos para sanar um dos vícios acima mencionados, mostraremse necessários à modificação do julgado. (...) Em resumo, bem ou mal, a controvérsia foi solucionada, razão pela qual é vedado o manejo dos embargos declaratórios que buscam o simples reexame da matéria decidida." (Destaque acrescido) Portanto, inexistiu o erro material alegado pela embargante. Conclusão Pelo exposto, rejeito os embargos. Aloysio José Percínio da Silva (assinatura digital) Fl. 896DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10909.003772/2009-70
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Período de apuração: 07/05/2007 a 02/10/2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NOTIFICAÇÃO POR EDITAL. EFICÁCIA.
Restando improfícua a tentativa de notificação por via postal, é eficaz a notificação por edital, que ocorre no décimo quinto dia a partir da publicação do edital.
RECURSO VOLUNTÁRIO. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. PRECLUSÃO.
Regularmente notificado da autuação por edital e abstendo-se o responsável solidário de apresentar impugnação, ocorrem a revelia e a preclusão do direito de manejar o recurso voluntário.
Recurso voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3403-003.578
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Fenelon Moscoso de Almeida, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Importação - II Período de apuração: 07/05/2007 a 02/10/2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NOTIFICAÇÃO POR EDITAL. EFICÁCIA. Restando improfícua a tentativa de notificação por via postal, é eficaz a notificação por edital, que ocorre no décimo quinto dia a partir da publicação do edital. RECURSO VOLUNTÁRIO. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. PRECLUSÃO. Regularmente notificado da autuação por edital e abstendo-se o responsável solidário de apresentar impugnação, ocorrem a revelia e a preclusão do direito de manejar o recurso voluntário. Recurso voluntário não conhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Fenelon Moscoso de Almeida, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
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NOTIFICAÇÃO POR EDITAL. EFICÁCIA. Restando improfícua a tentativa de notificação por via postal, é eficaz a notificação por edital, que ocorre no décimo quinto dia a partir da publicação do edital. RECURSO VOLUNTÁRIO. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. PRECLUSÃO. Regularmente notificado da autuação por edital e abstendose o responsável solidário de apresentar impugnação, ocorrem a revelia e a preclusão do direito de manejar o recurso voluntário. Recurso voluntário não conhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Fenelon Moscoso de Almeida, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 37 72 /2 00 9- 70 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Relatório Tratase de auto de infração lavrado para inflição da multa prevista no art. 23, § 3º do DecretoLei nº 1.455/76, com a redação que lhe foi dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002, combinado com o art. 81, III, da Lei nº 10.833/2003, em razão da constatação de que a empresa não tinha real existência e que as operações de importação ocorridas por meio das DI registradas no período de 07/05/2007 a 02/10/2007 foram realizadas com o artifício da interposição fraudulenta. Foram arrolados como responsáveis solidários as seguintes pessoas físicas: 1) MUNIR CONSTANTINO HADDAD JUNIOR, CPF 249.233.30864; LORIZ ANTONIO BAIRROS VARELLA, CPF 203.908.79827 e DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA, CPF 213.817.01876. A SUNDIRO IMPORTADORA LTDA foi notificada por edital afixado na repartição em 10/12/2009 e desafixado em 28/12/2009 (fl. 204) LORIZ ANTONIO BAIRROS VARELLA foi notificado por edital afixado na repartição fiscal em 24/12/2009 e desafixado em 11/01/2010 (fl. 210). DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA foi notificado por edital afixado na repartição fiscal em 24/12/2009 e desafixado em 11/01/2010 (fl. 211). MUNIR CONSTANTINO HADDAD JUNIOR foi notificado por via postal em 15/12/2009, conforme AR de fls. 209. Em 13 de janeiro de 2010 apenas o responsável solidário MUNIR CONSTANTINO HADDAD JUNIOR apresentou a impugnação de fls. 223/235. Por meio do Acórdão 42.163, de 16 de agosto de 2013 a 6ª Turma da DRJ Recife julgou a impugnação improcedente. DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA, que não impugnou o auto de infração, foi notificado do acórdão de primeira instância por via postal em 16/09/2013, conforme AR de fl. 262. MUNIR CONSTANTIO HADDAD JUNIOR, que impugnou o auto de infração, foi notificado do acórdão de primeira instância por via postal em 16/09/2013, conforme AR de fl. 263. LORIZ ANTONIO BAIRROS VARELLA, que não impugnou o auto de infração, foi notificado do acórdão de primeira instância por via postal em 17/09/2013, conforme AR de fl. 264. SUNDIRO IMPORTADORA LTDA, que não impugnou o auto de infração, foi notificada do acórdão de primeira instância por edital afixado na repartição em 27/09/2013 e desafixado em 14/10/2013, conforme fl. 265. Em 15 de outubro de 2013 o responsável solidário DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA apresentou recurso voluntário de fls. 267/287. É o relatório do necessário. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10909.003772/200970 Acórdão n.º 3403003.578 S3C4T3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. Conforme se verifica nos autos, o responsável solidário DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA foi notificado do auto de infração por edital, uma vez que restou improfícua a tentativa de notificação por via postal. O edital foi fixado na repartição fiscal no dia 24/12/2009 e desafixado em 11/01/2010, conforme documento de fls. 211. Segundo a regra do art. 23, § 2º, IV, do Decreto nº 70.235/72, considerase feita a intimação por edital no décimo quinto dia após a publicação do edital. A publicação ocorreu entre os dias 24/12/2009 e 11/01/2010. A notificação presumida ocorreu no décimo quinto dia subsequente ao dia 11/01/2010, ou seja, em 26/01/2010. O prazo de trinta dias para impugnar o auto de infração, previsto no art. 15 do Decreto nº 70.235/72 iniciouse em 27/01/2010 e expirou em 05/02/2010, tendo transcorrido in albis. Tendo em vista que lançamento não foi impugnado pelo responsável solidário DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA, ele não pode apresentar recurso voluntário do acórdão de primeira instância, uma vez que precluiu desse direito tendo se tornado revel no processo. Em relação ao responsável solidário DANIEL ETORE DA SILVA SANTANA a repartição fiscal deveria ter adotado as providências previstas no art. 21 do Decreto nº 70.235/72, e não têlo intimado a apresentar um recurso que não mais pode manejar. Com esses fundamentos, voto no sentido de não tomar conhecimento do recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 309DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 Fl. 310DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10680.720813/2010-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007
AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO DE FATOS GERADORES EM GPFIP. ESCREVENTES DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL CONTRATADOS PELO OFICIAL TITULAR. FILIAÇÃO AO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA. IPSEMG. IMPOSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DO REGIME GERAL..
Os escreventes de cartório extrajudicial não são considerados como servidores efetivos, de modo a que sejam considerados como filiados ao regime de Próprio de Previdenciária Privada, de modo que a remuneração creditada aos mesmos, deveria ter sido informada em GFIP, sob pena de ofensa à legislação previdenciária.
MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA
Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior.
No caso, se mais benéfico ao contribuinte, deverá ser adotada o disciplinado no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLD correlatas, assim como procedeu o auditor notificante
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2401-002.896
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares (relator), Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que davam provimento parcial para aplicar como regra mais benéfica a contida no art. 32 A, da Lei nº 8.212/91. Designado para redigir o voto vencedor a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira.
Elaine Cristina Monteiro E Silva Vieira Redatora Designada e Presidente (na data da formalização, conforme Ordem de Serviço nº.01/2013 CARF.)
Igor Araújo Soares - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira
Nome do relator: IGOR ARAUJO SOARES
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GFIP. FATOS GERADORES. Recorrente LUCIANO EUSTAQUIO XAVIER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÃO DE FATOS GERADORES EM GPFIP. ESCREVENTES DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL CONTRATADOS PELO OFICIAL TITULAR. FILIAÇÃO AO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA. IPSEMG. IMPOSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DO REGIME GERAL.. Os escreventes de cartório extrajudicial não são considerados como servidores efetivos, de modo a que sejam considerados como filiados ao regime de Próprio de Previdenciária Privada, de modo que a remuneração creditada aos mesmos, deveria ter sido informada em GFIP, sob pena de ofensa à legislação previdenciária. MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. No caso, se mais benéfico ao contribuinte, deverá ser adotada o disciplinado no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLD correlatas, assim como procedeu o auditor notificante Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares (relator), Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que davam provimento parcial AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 08 13 /2 01 0- 41 Fl. 124DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES 2 para aplicar como regra mais benéfica a contida no art. 32 A, da Lei nº 8.212/91. Designado para redigir o voto vencedor a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Elaine Cristina Monteiro E Silva Vieira – Redatora Designada e Presidente (na data da formalização, conforme Ordem de Serviço nº.01/2013 – CARF.) Igor Araújo Soares Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 125DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 10680.720813/201041 Acórdão n.º 2401002.896 S2C4T1 Fl. 119 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por LUCIANO EUSTAQUIO XAVIER, em face do acórdão que manteve o Auto de Infração (68) nº 37.263.0800, lavrado para a cobrança de multa por ter a recorrente deixado de informar em GFIP os fatos geradores de contribuições previdenciárias a seu cargo, no caso as remunerações pagas a escreventes considerados pela fiscalização como vinculados ao Regime Geral de Previdência. Consta do relatório que a multa aplicada, após análise da legislação mais benéfica, foi aquela vigente à época dos fatos geradores, após comparativo com a multa do art. 35A, também da Lei 8.212/91, tendo sido aplicada a multa vigente a época dos fatos geradores. O período apurado compreende a competência 01/2005 a 13/2007, tendo sido o contribuinte cientificado em 22/04/2010 (fls. 01) Em seu recurso, o recorrente defende a inexistência relação jurídico tributária entre a Serventia titularizada pelo recorrente e a Fazenda Nacional e o INSS, no que concerne aos servidores estatutários, considerados no Auto de Infração, posto estarem os mesmos vinculados a Regime Próprio de Previdência, a afastar qualquer titularidade da RFB na cobrança das contribuições pleiteadas. Acrescenta que a análise, extremamente superficial realizada pelo v. acórdão recorrido desconsidera o tratamento peculiar a que estão sujeitos os servidores do Cartório arrolados no autos de infração, que estão submetidos a disciplina própria, garantidora de submissão a Regime de Previdência Social Próprio, excluídos, desta forma, do Regime Geral. Defende que a promulgação da EC 20/1998, posterior à nomeação e situação consolidada dos servidores em análise, em nada interfere com o tratamento a ser a eles dispensado, sob pena de ofensa ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido, uma vez que os servidores relacionados no AI, ingressaram no serviço cartorário ainda sob a égide da Constituição Federal anterior, nomeados que foram nas décadas de 1970 e 1980. Todos eles, sem exceção, admitidos anteriormente à edição da Lei Federal n. 8.935, de 18 de novembro de 1994 (Lei dos Notários e Registradores) e à promulgação da EC 20/1998. Finaliza sob o argumento de que o art. 1o , do Decreto Estadual n. 21.204, de 20/02/1981, acrescentava a compulsoriedade da filiação dos referidos servidores ao IPSEMG, como sempre ocorreu com os servidores incluídos no Auto de Infração e apontando que Todos os servidores aqui tratados, admitidos antes da edição da Lei n.8.935/94, não formalizaram a opção de mudança para o regime celetista, prevista no art. 48 da referida lei, enquadrandose, dessa forma, na hipótese do § 2o, do referido artigo, ou seja, permaneceram submetidos ao regime estatutário e, consequentemente, a regime previdenciário próprio. Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, vieram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES 4 Voto Vencido Conselheiro Igor Araújo Soares, Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso, dele conheço. Sem preliminares. MÉRITO Toda a matéria objeto do recurso voluntário já foi objeto de análise quando do julgamento dos processos principais relativos ao presente caso, sendo que no processo 10680.720807/201094, o julgamento restou assim ementado: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ESCREVENTES DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL CONTRATADOS PELO OFICIAL TITULAR. FILIAÇÃO AO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA. IPSEMG. INAPLICABILIDADE DO REGIME GERAL. IMPOSSIBILIDADE. Os escreventes de cartório extrajudicial não são considerados como servidores efetivos, de modo a que sejam considerados como filiados ao regime de Próprio de Previdenciária Privada. Precedentes do CARF. Recurso Voluntário Negado. Por tais motivos, em tendo sido mantida a obrigatoriedade do recorrente em levar a efeito o recolhimento das contribuições incidentes sobre os pagamentos efetuados a seus segurados empregados, resta claro, a necessidade do cumprimento das obrigações acessórias correspondentes. Assim, a Lei n° 8.212, de 24/07/1991 com a redação vigente à época de ocorrência das infrações, antes da criação da Secretaria da Receita Federal do Brasil (para a qual foi transferida a competência de administrar, arrecadar e fiscalizar o cumprimento das obrigações relacionadas com o custeio da Previdência Social, nos termos da Lei n°l 1.457, de 16/03/2007), dispunha que : Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 10680.720813/201041 Acórdão n.º 2401002.896 S2C4T1 Fl. 120 5 Uma vez descumprida a obrigação, o Auto de Infração correspondente merece ser mantido. Por fim, há que se considerar aquilo o que determinado pelas inovações trazidas pela Lei 11.941/09, que acrescentou na Lei 8.212/91 os artigos 32A e 35A, os quais dispõem o seguinte: “Art.32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: Ide dois por cento ao mês calendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no §3o; e IIde R$ 20,00 (vinte reais)para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas §1º Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento §2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: Ià metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou IIa setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação §3o A multa mínima a ser aplicada será de: IR$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; IIR$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos”. “Art. 35A Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996”. Por sua vez, o art. 35A faz remição ao art. 44 da Lei 9.430/96, que assim dispõe: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata No caso dos autos, tratase de auto de infração no qual fora lançada multa pelo descumprimento de obrigação acessória relativa a apresentação de GFIP’s com 6 Fl. 128DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES 6 informações inexatas relativamente a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias a que estaria sujeito o contribuinte. A meu ver, sobre o assunto não resta outra conclusão, senão acatar a tese sustentada no Recurso Voluntário. Das alterações levadas a efeito, a disposição contida no art. 32A da Lei 8.212/91, é específica para os casos de GFIP com informações inexatas ou mesmo omissões, assim devendo ser consideradas as informações relativas aos fatos geradores de contribuições previdenciárias, motivo pelo qual entendo deva ser, no presente caso, o dispositivo legal aplicável, conforme determinado pelo art. 106, III, “c” do Código Tributário Nacional, que determina a aplicação retroativa da Lei nova, quando dispuser sobre penalidades e que possa vir a ser mais benéfica ao acusado, no caso o contribuinte. Ante todo o exposto voto no sentido de rejeitar a preliminar de decadência suscitada, e, no mérito, em DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para que seja efetuado o cálculo e comparação da multa mais benéfica a ser aplicada com base no disposto no art 32A da Lei 8.212/91. É como voto. Igor Araújo Soares Fl. 129DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 10680.720813/201041 Acórdão n.º 2401002.896 S2C4T1 Fl. 121 7 Voto Vencedor Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira , Redatora Designada Em que pese o entendimento do ilustre Relator, ouso dele divergir no tocante a aplicação da multa. Assim, no que tange ao cálculo da multa, é necessário tecer algumas considerações, face à edição da referida MP, convertida em lei. A citada MP alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP. Para tanto, a MP 449/2008, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e Fl. 130DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES 8 II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado. As contribuições decorrentes da omissão em GFIP foram objeto de lançamento, por meio da notificação já mencionada e, tendo havido o lançamento de ofício, não se aplicaria o art. 32A, sob pena de bis in idem. Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No caso da notificação conexa e já julgada, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 35, inciso II, revogado pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009. No caso da autuação em tela, a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de cem por cento da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · ·Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do recurso, para no mérito DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao Fl. 131DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 10680.720813/201041 Acórdão n.º 2401002.896 S2C4T1 Fl. 122 9 contribuinte, limitandoa conforme disciplinado no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLD correlatas. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 25/03/2 015 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por IGOR ARAUJO SOARES
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Numero do processo: 16327.000346/2004-05
Data da sessão: Thu Apr 29 00:00:00 UTC 2010
Numero da decisão: 3401-000.033
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para aguardar na origem o desfecho do Processo n° 10660.001897/99-55 nos termos do voto do Relator. Declarou-se impedido de votar o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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MINISTÉRIO DA FAZENDA 5...-- .,., --,A1.4,.ttg54:. CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS ,áa4CtI,J TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 16327000346200405 Recurso n° 243.074 Resolução n° 3401-00.033 — 4' Câmara / l a Turma Ordinária Data 29 de abril de 2010 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente UNIBANCO ASSET MANAGEMENT BANCO DE INVESTIMENTOS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para aguardar na origem o desfecho do Processo n° 10660.001897/99-55 no: termos do voto do Relator. Declarou-se impedido de votai . o Conselheiro Feman n o9 f. ques C1 ,:io Duarte./ i MN 4 ..#_~ i (/' 1 da •yi"-- cii .n ac- . e ' i se inn g( • lho - Presidente al\QIN . / o dassi Guerzoni Filho - R. ator EDITADO EM 1/05120 1 Participaram do julga ento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Dalton Cesar Cordeiro de Miranda e Gilson Macedo• Rosenburg Filho. Relatório O auto de infração lavrado em 18/03/2004 para a exigência do PIS/Pasep do período de apuração de outubro de 1999, no valor total de R$ 66.636,20, nele incluídos o principal, juros de mora e multa de oficio de 75%, decorreu do fato do pedido de sua compensação com créditos de terceiros, formulado em 16/11/1999, por meio do processo administrativo n° 16327.002872/99-46, não se ter sido caracterizado como uma confissão de dívida, o que, aliado ao fato de que não fora informado em DCTF, justificaria o emprego por parte do Fisco da regra contida no artigo 90 da Medida Provisória n°2.158-35, de 24/08/2001.,) 1 Na Impugnação, a autuada explica que ao débito do PIS/Pasep cuja compensação não fora aceita haviam sido oferecidos créditos fiscais líquidos e certos, decorrentes de decisão judicial com trânsito em julgado, créditos fiscais esses obtidos por meio de contrato de cessão de crédito junto à empresa Exportadora Princesa do Sul Ltda. Explica ainda que o pedido de restituição cumulado com compensação fora protocolado em 12/11/19998/99-55, pela referida empresa cedente, processo esse que se encontra pendente de decisão definitiva no Carf. Argumenta ainda, desta feita sob o lume de próprio despacho proferido pela autoridade administrativa nos autos do processo 16327.002872/99-46, que a exigibilidade do crédito do PIS/Pasep permanece suspensa até a decisão definitiva daquele processo administrativo que versa sobre o pedido de reconhecimento dos créditos. Nessa linha, atacou a exigência da multa de oficio e dos juros de mora, e, especialmente, a nulidade do auto de infração, por ter se fundamentado em fato inexistente. Anexou cópia do Acórdão n° 303- 31.074, de 01/12/2003, proferido pela Terceira Câmara do então denominado Terceiro Conselho de Contribuintes, em que restou anulada a decisão da DRJ proferida no referido processo administrativo n° 10660.001897/99-55. A 10' Turma da DRJ/SPO I, todavia, manteve integralmente o lançamento, em decisão assim ementada: Acórdão DRJN° 16-12161 de 2007 Contribuição para o PIS/Pasep AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais, incabível cogitar-se de nulidade do Auto de Infração. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para o sobrestamento do julgamento de processo de exigência fiscal, dentro das normas reguladoras do Processo Administrativo Fiscal. A administração pública tem o dever de impulsionar o processo até sua decisão final (Principio da Oficialidade). COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO. A legislação de regência, vigente à época da autuação, impõe o lançamento de oficio do crédito tributário, quando não homologada a compensação pretendida pelo sujeito passivo. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. A manifestação de inconformidade contra indeferimento de pedido de compensação, com créditos de terceiros, não suspende a exigibilidade dos débitos objeto do pedido, por inadequação às hipóteses descritas no art. 151, do CTN. MULTA DE OFÍCIO.APLICAÇÃO. Aplica-se a multa prevista no artigo 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996, nos casos de lançamento de oficio de crédito tributário cuja compensação não foi homologada. JUROS DE MORA. CABIMENTO. A falta de pagamento do tributo na data do vencimento implica a exigência de juros moratórios, calculados até a data do efetivo pagamento, seja qual for o motivo determinante da falta. Lançamento procedente. Com alguma ou outra ênfase a Recorrente reiterou os termos de sua impugnação. À fl. 276, a Recorrente fez juntar um extrato da úl ima decisão proferida no processo administrativo n° 10660.001897/99-55 pela então denomi :da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, qual seja, o Acórdão de 19/05 ! 113, no qual se decidiu que a empresa Exportadora Princesa do Sul Ltda. tem, sim, direito es , 't-uição do crédito pleiteado, em cumprimento ao teor das decisões judiciais correspondent,,± r) 2 Processo n° 16327000346200405 S3-C4T1 Resolução n.° 3401-00.033 Fl. 280 É o Relatório. Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, Relator A tempestividade se faz presente pois, cientificada da decisão da DRJ em 08/06/2007, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 06/07/2007. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. A consulta feita ao tempo em que elaboro o presente voto no site do Carf na Internet revela que ainda não existe decisão definitiva para a pendência contida no referido processo administrativo n° 10660.001897/99-55, isto é, o processo encontra-se na Câmara Superior de Recursos Fiscais aguardando julgamento. Mas, conforme a própria Deinf/SP já entendera (fl. 54), o presente auto de infração está na completa dependência do que ali for resolvido, ou seja, será a partir do resultado da execução do que decidir a CSRF no referido processo administrativo que trata do pedido de restituição da empresa Exportadora Princesa do Sul Ltda. que se terá uma ideia da existência ou não de lastro para suportar a compensação do débito do PIS/Pasep de outubro de 1999 efetuado pela ora autuada; antes, não. Assim, voto por converter o presente julgamento em diligência, de modo que a Unidade de origem aguarde o desfecho definitivo na esfera administrativa da lide contida no processo administrativo n° 10660.001897/99-55, e : ós, elabore despacho conclusivo sobre se os créditos eventualmente reconhecidos se mo • suficientes ou não para suportar a compensação do PIS/Pasep de outubro de 1999. \ttak 413, dassi Guerzoni Filho 3
score : 1.0
Numero do processo: 10218.900186/2010-97
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2007
ESTIMATIVA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
O art. 11 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor de estimativa, pago a maior ou indevidamente, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando-se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1° de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit n° 19, de 2011).
Numero da decisão: 1801-002.327
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao Recurso Voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito do litígio, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente
(assinado digitalmente)
Neudson Cavalcante Albuquerque Relator
Participaram do julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Leonardo Mendonça Marques, Neudson Cavalcante Albuquerque, Joselaine Boeira Zatorre, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2007 ESTIMATIVA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. O art. 11 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor de estimativa, pago a maior ou indevidamente, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando-se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1° de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit n° 19, de 2011).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao Recurso Voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito do litígio, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente (assinado digitalmente) Neudson Cavalcante Albuquerque Relator Participaram do julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Leonardo Mendonça Marques, Neudson Cavalcante Albuquerque, Joselaine Boeira Zatorre, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
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COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. O art. 11 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor de estimativa, pago a maior ou indevidamente, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1° de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit n° 19, de 2011). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao Recurso Voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito do litígio, nos termos do voto do Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Neudson Cavalcante Albuquerque – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 90 01 86 /2 01 0- 97 Fl. 164DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH Processo nº 10218.900186/201097 Acórdão n.º 1801002.327 S1TE01 Fl. 165 2 Participaram do julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Leonardo Mendonça Marques, Neudson Cavalcante Albuquerque, Joselaine Boeira Zatorre, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório AGROPALMA S/A., pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida no Acórdão nº 0122.015 (fl. 41), pela DRJ Belém, interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. O recorrente apresentou à Receita Federal do Brasil a declaração de compensação nº 09862.08048.061108.1.3.046137 (fl. 36), a qual foi não homologada por aquele órgão, nos termos do despacho decisório de fl. 10, com a seguinte fundamentação: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a titulo de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o lucro Liquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. Ciente dessa decisão, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade de fl. 1, afirmando a ilegalidade da negativa de se compensar o crédito de estimativa apresentado, uma vez que a limitação de compensar crédito de estimativa surgiu com a MP 449/08 e esta não pode ser aplicada retroativamente para atingir as compensações apresentadas anteriormente. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade, com fundamentação resumida no seguinte excerto (fl. 48): Decorre da literalidade e absoluta clareza do texto normativo que ao sujeito passivo encontravase vedada qualquer outra utilização para os recolhimentos a maior efetuados a título de estimativa do IRPJ que não a dedução do imposto devido ao final do período de apuração ou para composição do saldo negativo do período. Quanto a alegação da impossibilidade de retroagir os efeitos da Medida Provisória nº 449, de 2008, cabe esclarecer que a alteração introduzida pela MP referiuse à impossibilidade de o débito compensado ser de IRPJ/CSLL por estimativa, não fazendo qualquer menção ao crédito objeto da compensação, que já não era permitido, conforme explicitado acima, não havendo, portanto, afronta aos princípios da segurança jurídica e da irretroatividade da lei tributária. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH Processo nº 10218.900186/201097 Acórdão n.º 1801002.327 S1TE01 Fl. 166 3 Cientificado dessa decisão em 08/06/2012, por meio eletrônico (fl. 50), o contribuinte impetrou o recurso voluntário de fl. 52, em 06/07/2012, em que reafirma as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade: É o relatório Voto Conselheiro Neudson Cavalcante Albuquerque, Relator. O recurso voluntário apresentado atende aos pressupostos de admissibilidade, sendo digno de conhecimento. O contribuinte apresentou DCOMP apontando indébito oriundo de pagamento a maior de estimativa. Ao apreciar a referida declaração, a Receita Federal do Brasil não homologou a compensação, sobre o fundamento de que o pagamento de estimativa não é passível de compensação, devendo compor a apuração anual do tributo. A decisão da DRJ fez coro com a decisão da DRF por não homologar a compensação em razão de seu crédito ter origem em pagamento a maior de estimativa, o que seria defeso. Todavia, a IN RFB nº 900, de 2008, retirou a referida proibição do ordenamento tributário e é pacífico na jurisprudência administrativa o entendimento de que seus efeitos devem retroagir para alcançar as compensações pendentes de decisão administrativa. Esse entendimento é adotado pela própria Administração Tributária, exteriorizado por meio da Solução de Consulta Interna Cosit n° 19, de 5/12/2011, que adotou a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da IN RFB n° 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicandose, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1° de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa” No âmbito deste Tribunal Administrativo, a matéria foi pacificada por meio da Súmula CARF nº 84: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH Processo nº 10218.900186/201097 Acórdão n.º 1801002.327 S1TE01 Fl. 167 4 Considerando a aplicação retroativa da IN RFB nº 900, de 2008, entendo que a decisão recorrida deve ser reformada, para que seja superada a questão legal preliminar que a fundamentou. Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de compensação de indébitos de estimativa por meio de DCOMP, devendo a unidade de origem apreciar a liquidez e a certeza do indébito declarado. (assinado digitalmente) Neudson Cavalcante Albuquerque Fl. 167DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH
score : 1.0
Numero do processo: 15983.000189/2009-38
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONCESSÃO DE BENFÍCIOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE, PREVIDÊNCIA PRIVADA E DE PLR. ISENÇÕES. INTERPRETAÇÃO À LUZ DO INCISO II DO ART. 111 DO CTN, BEM COMO DA LEI Nº 10.101, DE 2000.
No caso das isenções previstas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, a interpretação, por óbvio, não pode e não deve ser sistêmica como afirma o contribuinte. In casu, o intérprete deverá observar a regra estabelecida no inciso II do art. 111 do Código Tributário Nacional - CTN.
As regras de isenções de que tratam as alíneas p e q do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991 são claras ao estabelecer que tais benefícios não terão incidência da contribuição previdenciária, desde que oferecidos a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, o que não foi respeitado pelo contribuinte.
No que se refere à PLR, também prevista no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, a condição para isenção é que o benefício seja pago ou creditado de acordo com a lei específica, ou seja, a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, o que também não ocorreu.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-004.046
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
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CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONCESSÃO DE BENFÍCIOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE, PREVIDÊNCIA PRIVADA E DE PLR. ISENÇÕES. INTERPRETAÇÃO À LUZ DO INCISO II DO ART. 111 DO CTN, BEM COMO DA LEI Nº 10.101, DE 2000. 1. No caso das isenções previstas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, a interpretação, por óbvio, não pode e não deve ser sistêmica como afirma o contribuinte. In casu, o intérprete deverá observar a regra estabelecida no inciso II do art. 111 do Código Tributário Nacional CTN. 2. As regras de isenções de que tratam as alíneas “p” e “q” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991 são claras ao estabelecer que tais benefícios não terão incidência da contribuição previdenciária, desde que oferecidos a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, o que não foi respeitado pelo contribuinte. 3. No que se refere à PLR, também prevista no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, a condição para isenção é que o benefício seja pago ou creditado de acordo com a lei específica, ou seja, a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, o que também não ocorreu. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 01 89 /2 00 9- 38 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000189/200938 Acórdão n.º 2803004.046 S2TE03 Fl. 3 2 (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000189/200938 Acórdão n.º 2803004.046 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, referente às contribuições de terceiros conveniados, nos termos da legislação previdenciária, a cargo da empresa incidente sobre a folha de pagamento dos segurados da previdência social, no período de 01 a 12/2004, com lançamento consolidado em 26/03/2009. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 24 de junho de 2009 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: Contribuições sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 AIOP – DEBCAD 37.171.8350 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. DIVERGÊNCIA DE FOLHA DE PAGAMENTO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. Decreto 70.235/72, art. 17. CONTRIBUIÇÃO DE TERCEIROS. FATO GERADOR. O fato gerador da contribuição previdenciária é definido pela legislação tributária. A Consolidação das Leis do Trabalho regula as relações entre empregador e empregado. Em matéria previdenciária sua aplicação é subsidiária. SALÁRIO INDIRETO. ASSISTÊNCIA MÉDICA E PREVIDÊNCIA PRIVADA. Constitui base de cálculo das contribuições previdenciárias os pagamentos de plano de saúde e previdência privada não estendidos a dos os segurados a seu serviço. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. Incide contribuição previdenciária aos pagamentos a título de participação nos lucros efetuados em desacordo com a Lei 10.101/2000. Lançamento Procedente Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: Doutos Conselheiros, se o auto de infração em si já não continha elementos sólidos a ponto de autorizar a manutenção dos lançamentos efetuados, o mesmo se dá com o v. Acórdão ora atacado. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000189/200938 Acórdão n.º 2803004.046 S2TE03 Fl. 5 4 Isto se dá, permissa vênia, porque o Nobre Julgador simplesmente tangenciou a argumentação traçada na defesa apresentada, deixando de enfrentar a matéria arguida, e como dito, limitandose a transcrever a legislação aplicável à espécie sem declinar as razões pelas quais não interpreta os mesmos dispositivos legais do modo que é interpretado pela maioria da doutrina pátria. O débito deve ser anulado em razão da utilização de base de cálculo ilegal, pois é impossível a alteração do conceito legal de salário para efeito de majorar a arrecadação. Conforme se infere do exame dos autos, houve por bem o Sr. Fiscal em efetuar lançamento (e a autoridade julgadora em mantêlo), fundandose no entendimento de que os valores pagos a título de assistência médica e previdência privada, prestadas a seus empregados e dirigentes, deveria integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária devida, eis que a empresa impugnante somente poderia desconsiderar tais valores se a benesse fosse prestada para a totalidade de seus funcionários e dirigentes. Referida assertiva, no entanto, prescinde da observação da legislação aplicável como um todo, deixa de utilizarse da análise sistemática como deve ser no ordenamento pátrio, o que deve ser objeto de correção. É que no caso do presente auto de infração, o que se vê é que, na verdade, seja a concessão de assistência médica e planos de previdência, benesse que alcance a todos os funcionários ou dirigentes, ou mesmo alcance somente uma parte destes, não é possível, sob pena de ofensa da Constituição Federal, bem como a CLT, sejam considerados referidas verbas como se base de cálculo para a contribuição previdenciária fossem, o que se dá, na verdade, pelo fato de que referidos valores, não podem compor o conceito legal de salário, e em consequência disso, não pode integrar, sob qualquer hipótese, o chamado “saláriode contribuição”. O art. 195, I, “a” da Constituição federal determina que a seguridade social será financiada também pela empresa, e incidirá sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Depreendese com facilidade do texto transcrito que o núcleo da hipótese, critério material da regramatriz de incidência, consiste em conduta do empregador consubstanciada em pagar ou creditar salários e demais rendimentos pelo trabalho, a qualquer título, em favor do empregado, praticada esta conduta, surgirá a obrigação de recolher o tributo. Duas circunstâncias saltam aos olhos quando se observa o texto legal, a primeira é a de que a contribuição não incide somente sobre o salário propriamente dito, eis que a expressão “demais rendimentos do trabalho pagados ou creditados a qualquer título”, amplia sobremaneira o rol de prestações sobre o qual a exação pode incidir. A segunda, decorre da primeira, é de que, surge no próprio texto da Carta Federal a figura do salário in natura, ou seja, retribuição pelo trabalho que não é efetuada em forma de dinheiro propriamente dita, mas em forma de parcela, bem, utilidade ou vantagem fornecida pelo empregador como gratificação pelo trabalho desenvolvido ou pelo cargo ocupado. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000189/200938 Acórdão n.º 2803004.046 S2TE03 Fl. 6 5 Tendo em conta que a Carta Federal veicula a ideia de salário in natura, mas não fixa seu alcance, cumpre à legislação trabalhista (CLT), e não à Lei Tributária (Lei 8.212/1991), determinar o alcance do instituto jurídico. Os artigos 109 e 110 do CTN vedam a alteração dos conceitos do direito privado pela legislação tributária para adequálos aos propósitos exclusivamente arrecadatórios. A CLT, em seu art. 458 define como sendo salário in natura, para todos os efeitos legais, aí incluindose os efeitos tributários, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações que a empresa, por força do contrato ou costume, fornecer, habitualmente ao empregado. É impossível atribuir caráter salarial face à eventualidade dos serviços médicos prestados. A assistência médica somente é utilizada, logo fornecida, ao empregado, quando este tem a necessidade de utilizar os serviços médicos, o que não ocorre totós os meses, com todos os funcionários, de modo uniforme, contínuo e habitual. O lançamento é ilegal quando efetuado em razão da opção pessoal pela não utilização da assistência médica por parte dos empregados. A distribuição de lucros, conforme se infere das convenções coletivas de trabalho já anexadas aos autos, referentes as categorias de trabalhadores que empregados pela ré, independe, na verdade, da verificação de lucro por parte do empregador, eis que na verdade se tratam de distribuição de resultado, conforme se poderá constatar pelo exame da documentação anexada. O que foi distribuído em favor dos empregados, não é lucro, mas proporção dos resultados da empresa, conforme determinam as convenções coletivas a que está obrigada a pessoa jurídica, de modo que não lhe era lícito, senão sob pena de outras sanções severas, deixar de conceder as benesses a seus empregados. Ante o exposto, e tendo em vista a argumentação expendida, requer a recorrente se dignem Vossas Excelências de reformar o V. Acórdão que manteve o lançamento efetuado, cancelando o presente auto de infração e imposição de multa por ilegalidade e inconsistência, confiando que não será necessário recorrer ao Poder Judiciário para provar a verdade dos fatos, que deve ser preservada em nome dos ditames perenes da Justiça! Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000189/200938 Acórdão n.º 2803004.046 S2TE03 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Inicialmente, há que se destacar que o crédito tributário em discussão foi constituído em perfeita consonância com o art. 142 do CTN c/c o art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não havendo, portanto, qualquer margem para discutir sua legalidade. Assim sendo, não restou comprovado nos autos qualquer possibilidade de anulação do lançamento em razão da utilização de base de cálculo ilegal. A discussão em tela diz respeito ao pagamento de assistência médica e previdência privada somente à parte dos empregados da empresa, bem como PLR em desacordo com a legislação específica, ou seja, a Lei nº 10.101, de 2000. Para sustentar seus argumentos de defesa, o contribuinte evoca o art. 195, I “a” da Constituição Federal, os artigos 109 e 110 do CTN, bem como o art. 458 da CLT, afastando, por completo, as regras estabelecidas na Lei nº 8.212, de 1991, adotada como a prevalente, pela fiscalização, para justificar o lançamento. Apesar de, numa primeira leitura do recurso ter parecido que os argumentos apresentados pelo contribuinte tinham sustentabilidade, num segundo momento percebi tratar se argumentos desprovidos de fundamentação legal, tendo em vista a generalidade dos mesmos. No caso das isenções previstas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, a interpretação, por óbvio, não pode e não deve ser sistêmica como afirma o contribuinte. In casu, o intérprete deverá observar a regra estabelecida no inciso II do art. 111 do Código Tributário Nacional – CTN, in verbis: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (...) II – outorga de isenção. Ora, se a discussão dos autos diz respeito à matéria tributária, não é permitido utilizarse para a interpretação da questão controvertida, de outros ramos do Direito, como o trabalhista, como pretende o contribuinte. As regras de isenções de que tratam as alíneas “p” e “q” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991 são claras ao estabelecer que tais benefícios não terão incidência da contribuição previdenciária, desde que oferecidos a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, o que não foi respeitado pelo contribuinte. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000189/200938 Acórdão n.º 2803004.046 S2TE03 Fl. 8 7 No que se refere à PLR, também prevista no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, a condição para isenção é que o benefício seja pago ou creditado de acordo com a lei específica, ou seja, a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, o que também não ocorreu. Consta no acórdão recorrido que “embora não haja exigências de apuração de lucros, tendo em vista que a Lei estipula outros indicadores, ao apresentar a impugnação, a autuada não trouxe comprovação de que tenha efetuado o pagamento nos termos da Lei”. No ponto, observase que o contribuinte deixou de observar a regra contida no art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972, in verbis: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Não tendo o contribuinte se desincumbido da obrigação de comprovar suas alegações, no prazo legalmente previsto, seu direito está precluso. Vêse, pois, que ao realizar o lançamento a autoridade administrativa incumbida da constituição do crédito tributário respeitou a legislação de regência, motivo pelo qual não vislumbro nenhuma possibilidade de alterar a decisão ora recorrida. CONCLUSÃO. Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10480.009162/93-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1988
INDÉBITO DECORRENTE DE ISENÇÃO FISCAL CONCEDIDA COM EFEITO RETROATIVO - DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO - EQUÍVOCO NA QUANTIFICAÇÃO.
Se o demonstrativo de crédito reconhecido pela DRF evidencia a redução indevida, a título de IR declarado Não Recolhido, de valor que a própria repartição fiscal atesta ter seu recolhimento comprovado, é de ser provido o recurso para reconhecer o direito creditório correspondente ao equívoco.
Numero da decisão: 1301-001.804
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dado provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório adicional de 11.389,30 OTN, referente ao período de 01/12/98 a 31/12/98.
(documento assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rego
Presidente
(documento assinado digitalmente)
Valmir Sandri
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Adriana Gomes Rego (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1988 INDÉBITO DECORRENTE DE ISENÇÃO FISCAL CONCEDIDA COM EFEITO RETROATIVO DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO EQUÍVOCO NA QUANTIFICAÇÃO. Se o demonstrativo de crédito reconhecido pela DRF evidencia a redução indevida, a título de “IR declarado Não Recolhido”, de valor que a própria repartição fiscal atesta ter seu recolhimento comprovado, é de ser provido o recurso para reconhecer o direito creditório correspondente ao equívoco. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, dado provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório adicional de 11.389,30 OTN, referente ao período de 01/12/98 a 31/12/98. (documento assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 00 91 62 /9 3- 75 Fl. 597DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI Processo nº 10480.009162/9375 Acórdão n.º 1301001.804 S1C3T1 Fl. 3 2 Participaram do julgamento os Conselheiros: Adriana Gomes Rego (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Relatório Tratase o presente de retorno de diligência. A interessada requereu restituição de valores de IRPJ, que teriam sido pagos a maior, expressos em quantidades de OTN e BTNF. Em síntese, o pagamento a maior foi motivado porque, quando foi expedida a Portaria da SUDENE concedendolhe isenção do IRPJ a partir do períodobase de 1988 até 1997, já haviam sido entregues as declarações do IRPJ relativas aos exercícios de 1988 a 1991, nas quais usufruiu o benefício de redução de 50%. Pela Decisão SESIT/IRPJ nº 169/98, a DRF em Recife aceitou as retificações das declarações e reconheceu o direito creditório de R$ 1.384.314,49, valor dos créditos em OTN e BTNf atualizado até 31/12/1995. Embora tendo declarado “procedente o pedido”, na realidade o deferimento foi parcial, porque não foi comprovado o recolhimento de alguns valores declarados. Cientificada da decisão, a interessada apresentou pedido de reconsideração, solicitando a restituição da parte incontroversa e juntando cópia dos comprovantes de recolhimento cujo direito creditório não fora reconhecido, correspondentes a 177.504,44 OTN (períodosbase de 01/01 a 30/11/88) e 322.293,68 BTN (anobase 01/01 a 31/12/90). O relatório fiscal que apreciou o pedido apontou “um crédito complementar em 31/12/1999”, no valor de R$ 1.771.371,29. Encaminhado o processo à DRJ, o Presidente da 3ª Turma apontou não constar no processo que a interessada tenha tomado ciência do Relatório Fiscal de fls. 187 a 190, e determinou fosse dele dada ciência, com abertura de prazo de 30 dias para manifestação a respeito, finda o qual, deveria o processo retornar à DRJ para julgamento. Em 15 de fevereiro de 2002 o contribuinte tomou ciência, sendo o processo imediatamente restituído à DRJ. Em 10 de abril, atendendo a indagação da DRJ sobre eventual manifestação do contribuinte a respeito do Relatório Fiscal, foi informado que não houve apresentação de manifestação de inconformidade. O pedido de reconsideração foi acolhido como manifestação de inconformidade e deferido pela 3ª Turma de Julgamento da DRJ em Recife (Ac. 1.606, ciência em 18/07/2002), que acolheu das conclusões contidas no Relatório Fiscal. No voto condutor, o Relator esclareceu que o crédito complementar de R$ 1.771.371,29 reconhecido pelo relatório Fiscal inclui juros à taxa Selic até 31/12/1999, e que qualquer parcela reconhecida pela DRJ se reportaria ao dia 31/12/1995, ou seja, sem a inclusão dos juros Selic, que deverão ser apropriados somente no momento em que for efetuada a restituição ou compensação do indébito. Fl. 598DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI Processo nº 10480.009162/9375 Acórdão n.º 1301001.804 S1C3T1 Fl. 4 3 Quanto à matéria litigiosa, aceitou como comprovado o crédito de R$ 2.527.978,67, já reconhecido no Relatório Fiscal, e reconheceu como indébito a multa de mora paga em 29/12/1988, cujo valor atualizado resultou em crédito para a empresa de R$ 2.325,52. Em síntese, a DRJ reconheceu o direito creditório como a seguir explicitado: Total reconhecido no Relatório Fiscal (R$) 2.527.978,67 (+) Multa paga (R$) 2.325,52 () Valor já reconhecido pela DRF (R$) 1.384.314,49 Direito creditório resultante (R$) 1.145.989,70 Em recurso voluntário, a interessada alegou equívocos por parte da DRF e da DRJ nos cálculos dos montantes do crédito apurado. Alega, em síntese: (i) No demonstrativo de cálculo constante da decisão 169/98 havia sido glosada a parcela de R$ 177.504,44 OTN, por falta de comprovação de recolhimento. No entanto, a diferença do valor pleiteado a título de restituição, de R$ 166.116,14 OTN para o valor não comprovado, correspondente a 11.389,30 OTN’s foi indevidamente compensada com o crédito a restituir do período base de 31/12/88, no montante de R$ 13.222,48 OTN’s, procedimento esse mantido na decisão recorrida. (ii) Embora as autoridades tenham informado a aplicação dos coeficientes previstos na NE Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 08, de 27/06/1997, encontraram resultado diverso do apurado pelo contribuinte com base nos mesmos elementos. (iii) Enquanto a Receita Federal, para atualizar os débitos do contribuinte utiliza o valor da UFIR de janeiro de 1997 (0,9108), enquanto que, para atualizar o valor a ser restituído, utiliza a UFIR de janeiro de 1996 (0,8287). Por isso, entende corretos os seguintes cálculos, para atualização do seu indébito: Total do crédito em 31/12/95 [1.203,324,96 + 2.325,52 (multa paga indevidamente)] 1.205.650,48 Coeficiente de Atualização Monetária (31/12/95 a jan/97) 1,099070 Crédito atualizado até Janeiro/97 1.325.094,27 Obs. O coeficiente de atualização foi obtido mediante divisão da UFIR de Janeiro de 97 (0,9108) pela de janeiro de 96 (0,8287). Invoca jurisprudência do Conselho no sentido de que a atualização do indébito a ser restituído deve ser feita segundo os mesmos índices da atualização dos créditos a serem cobrados. Com base nesses argumentos postula o ajuste no valor a ser restituído, no montante de R$ 176.548,66 (R$ 1.145.989,70). Incluído em pauta de julgamento na sessão de 21 de outubro de 2001, a Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes resolveu converter o julgamento em diligência O voto do Relator faz referência a que se deva comprovar a existência de indébito originado de pagamento indevido, e que: (i) os recolhimentos de IRPJ foram apurados para pagamentos de débitos apurados nas declarações dos exercícios de 1988 a 1991 (cópias às Fl. 599DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI Processo nº 10480.009162/9375 Acórdão n.º 1301001.804 S1C3T1 Fl. 5 4 fls. 7/22) e que, (ii) as declarações originais foram retificadas, e os indébitos que deveriam ser pagos passam a ser aqueles apurados nas retificadoras. Aponta o voto: “Assim, os créditos pelos recolhimentos efetivados pela empresa a título de antecipação e de IRPJ a pagar devem ser alocados aos respectivos débitos do IRPJ a recolher pela empresa, apurados nas retificações (quadro 2, item 3). Se inferiores aos débitos, cabível a exigência do IRPJ não pago. Se superiores, cabível a restituição e/ou compensação do crédito apurado. Notase que os valores declarados como recolhidos a título de antecipação já teriam sido suficientes para o pagamento dos débitos a recolher (quadro 2, itens 3 a 6). Neste caso, os valores recolhidos a título de antecipação de IRPJ a pagar, no que excedentes aos débitos quitados, é que deveriam constituir o direito creditório da interessada. Os valores foram declarados em OTN e BTNF, recolhidos em Cz$ e Cr$, com créditos reconhecidos em reais, até 31/12/1995. A decisão SESIT/DRFRecife, de 20/04/1998, reconheceu um crédito de R$ 1.384.314,49 em 31/12/1995 (fls. 51/54). O Relatório Fiscal do SEFIS/DRF –Recife. De 17/04/2000, entendeu que o crédito total seria de R$ 2.527.978,67 2m 31/12/1995 (fls. 187/190). ) Acórdão DRJ/Rec 1.6060, de 07/06/2002, da DRJRecife, acrescento mais R$ 2.325,52 ao valor desconhecido no Relatório Fiscal, deferiu crédito de R$ 2.530.304,19 (fls. 346/350). Todavia, se há, não se detectou nos documentos acima citados, um resumo de todos os recolhimentos, em CZ$ e Cr$, efetuados a título de antecipação e de quotas do IRPJ a pagar, convertidos em OTN e BTNF na data do pagamento, bem como quais desses valores foram alocados aos respectivos IRPJ a recolher, em OTN e BTNF (quadro 2. item 3) Efetuada tal alocação, o excesso de recolhimento, em OTN e BTNF, convertido em reais atualizado até 31/12/1995, é que deve representar o direito creditório pleiteado pela interessada, passível de restituição e/ou compensação com outros débitos. Somente e após definido o direito creditório como acima exposto, com valores em OTN e BTNF convertidos em reais e atualizados até 31/12/1995, é que se poderá analisar o recurso da interessada.” Com base nessas considerações, o julgamento foi convertido em diligência para: (a) que fosse feita planilha de todos os pagamentos efetivamente comprovados; (b) alocar os créditos encontrados aos débitos de IRPJ apurados nas minutas retificadoras, de modo a que fique clara a quantidade de OTN e BTBF que está sendo alocada para quitação dos referidos débitos; (c) coverter em reais e atualizar até 31/12/1995 a parcela dos créditos em OTN e BTNF não utilizados para quitação dos débitos do IRPJ a recolher, valor que deverá, a princípio, configurar o direito creditório da interessada. Fl. 600DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI Processo nº 10480.009162/9375 Acórdão n.º 1301001.804 S1C3T1 Fl. 6 5 Às fls. 489/490 (576/577 digitalizado) encontrase o Relatório Fiscal da diligência, datado de 09/11/2009, que assim resume o valor que deve ser restituído ao contribuinte: Período de apuração Valor a restituir OTN/BTNF último dia do período Valor em 31/12/ano Coeficiente NE008/97 Atualização até 31/12/95 01/01/88 a 0/11/88 111.598,99 OTN 3.774,73 420.916.329,82 0,00138759 584.059,29 01/12/88 a 31/12/88 13.222,48 OTN 4.790,89 63.347.447,21 0,00109328 69.256,50 01/01/89 a 31/12/89 1.521.196,88 BTNF 10,6762 16.240.602,13 0,11901840 1.932.930,48 01/01/90 a 31/12/90 5.025,46 BTNF 103,5051 520.175,82 0,00960343 4.995,47 RESTITUIÇÃO ATUALIZADA ATÉ 31/12/1995 PELOS ÍNDICES DA nº 008/97 2.591.241,74 Obs. A OTN/BTNF de conversão foi considerada a última do mês final do período de apuração. O coeficiente da NE 008/97 foi considerado o do mês final do período de apuração; Em despacho datado de 17/11/2009 o Presidente da 3ª Câmara da 1ª SEJUL exarou despacho (fls. 587 digitalizado) no qual registra não ter vislumbrado nos autos qualquer indicativo a que o resultado da diligência, consubstanciado nas tabelas de fls. 486 a 488 e no Relatório Fiscal de fls. 489/490 tenha sido cientificado ao sujeito passivo. Por isso, fez retornarem os autos à DRF Recife para que o sujeito passivo receba cópia dos documentos de fls. 486 a 490, e lhe seja aberto prazo para manifestação. Às fls. 587 do processo digital consta termo datado de 15/10/2010, lavrado por servidor da DRF Recife, dando conta da anexação dos documentos de fls. 492/492, relativos ao pedido de cópia do processo 10480.001487/0047, anexado às fls. 163/186, os quais se encontravam sem numeração e soltos no interior deste processo (10480.009162/93 75). Em 03/08/2011 o contribuinte tomou ciência, mediante AR, da Informação Fiscal em 09/11/2009, e recebeu cópia. Não tendo havido manifestação do contribuinte, em 24/05/2012 o processo foi encaminhado ao CARF para julgamento. É o relatório. Fl. 601DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI Processo nº 10480.009162/9375 Acórdão n.º 1301001.804 S1C3T1 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator. Inicialmente, a Recorrente contesta a redução do montante de 11.389,30 OTN da restituição requerida, correspondente ao período de 01/12/88 a 31/12/88. Sobre a primeira questão levantada, assiste razão à Recorrente. De fato, conforme constou do despacho decisório, nas declarações apresentadas foram informados os seguintes valores: Anobase I.Renda declarado Moeda Valor declarado 01/01/88 a 30/11/88 a pagar OTN 177.594,44 01/12/88 a 31/12/88 a pagar OTN 9.333,38 01/12/89 a 31/12/89 a pagar BTNF 400.068,60 01/12/90 a 31/12/90 a restituir BTNF 518.057,45 O despacho decisório assenta que não foi comprovado o recolhimento do 1º valor acima (177.594,44 OTN), que foi comprovado o recolhimento do segundo valor (9.333,38 OTN), e que apenas parte do terceiro valor teve seu recolhimento comprovado (faltou comprovar o montante equivalente a 322.293,68 BTNF). Ao reconhecer o direito creditório, a DRF excluiu do valor pedido o montante correspondente ao recolhimento não comprovado. Contudo, inexplicavelmente, reduziu o direito creditório relativo ao período de 01/12 a 31/12/88 (após cisão), para o qual foi comprovado o recolhimento. Assim: Anobase Restituição requerida IR declarado não recolhido Saldo a favor da interessada 01/01/88 a 30/11/88 166.116,14 OTN 177.594,44 OTN (11.389,30) OTN 01/12/88 a 31/12/88 13.322,48 OTN 11.389,30 OTN 1.183,18 OTN 01/12/89 a 31/12/89 1.521.196,88 BTNF 322.293,68 BTNF 1.198.903,20 BTNF 01/12/90 a 31/12/90 5.025,46 BTNF xxx 5.025,46 BTNF Notese que não há qualquer explicação para reduzir o valor de 11.389,30 OTN da restituição requerida referente a dezembro de 1988, pois esse valor seria a diferença não comprovada para o período de 01/99 a 11/99, e já reduzida naquele período. Além disso, no pedido de reconsideração apresentado, a interessada comprovou o recolhimento das parcelas não consideradas no Despacho Decisório (177.594,44 OTN e 322.293,68 BTNF), e que, portanto, foram deferidas após a informação fiscal. Portanto, deve ser reconhecida, também, a parcela de 11.389,30 OTN relativa ao período de 01/12/88 a 31/12/88. Fl. 602DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI Processo nº 10480.009162/9375 Acórdão n.º 1301001.804 S1C3T1 Fl. 8 7 O segundo ponto levantado no recurso é a discordância quanto ao resultado apurado pelas autoridades na aplicação dos coeficientes previstos na NE Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 08, de 27/06/1997. Essa questão fica superada pelo resultado da diligência determinada pelo CARF (fls. 486/488 do processo físico, 572/575 digitalizado), que não foi contestada pelo contribuinte. O terceiro ponto abordado no recurso é a discordância quanto à utilização da UFIR de janeiro de 1996 (0,8287) para conversão do valor a ser restituído, postulando a utilização da UFIR de janeiro de 1997 (0,9108), que seria a utilizada pela Receita Federal, para atualizar os débitos do contribuinte. Essa referência à UFIR utilizada não tem pertinência com o caso concreto. A Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 08, de 27 de junho de 1997, regulamenta a atualização monetária até 31/12/95, de valores pagos ou recolhidos no período de 01/01/1988 a 31/12/1991, para fins de restituição ou compensação. A partir dessa data, incidem juros equivalentes à taxa Selic. Já os tributos pagos a partir de 1º de janeiro de 1992 até 31/12/1995, de acordo com o art. 66 da Lei nº 8.383/91, que instituiu a UFIR, reconhecese o direito à correção monetária nos casos de repetição de pagamento indevido ou a maior com base na variação da UFIR. A partir de 31/12/1995, incidem juros segundo a variação da Selic. No caso concreto, o indébito não se refere a tributos recolhidos a partir de janeiro de 1992, razão pela qual a referência feita à UFIR não tem aplicação. Pelas razões expostas, dou provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito creditório adicional de 11.389,30 OTN, referente ao período de 01/12/98 a 31/12/98. Sala das Sessões, em 05 de março de 2015 (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri, Relator. Fl. 603DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por AD RIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por VALMIR SANDRI
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